[ { "data": { "original_header": "Documento Original - IdDocumentoCompleto: 5015809-39.2018.4.04.9999-41530272003837771104974560435", "original_text": "& ' /5 \u00c9\u00bb//. /3,\u00e2003/2X-0\nOuren\u00e7o Souza\n\n(Lig\n\nA dvogados Associados\n\nEXCELE NT\u00cdSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA\n\n_VARA CIVEL DA COMARCA DE PAROB\u00c9/RS.\n\n\u00a1.,,..,\u00bb,\n\nV\n\n.,\n\n.\n\n1\n\n)_. .\nI ' `i\n\n\u00bf\n\n1 5 im.. N15\n\nMJ \u00bb ._ .,,,z\u203a\n\u203a._\u00ab~r~\u00bb~' \"\u201c\u201d\"\n\n\u00bf_A;;,...\u00bb..\u00bb.z\n\nPROCURADORES PARA AUTUA\u00c7\u00c3O\nVilmar Louren\u00e7o - OAB/RS 33.559 Imilia de Souza - OAB/RS 3 6. 024\n\n\u00d5-`\n\nfizvfw 'f;~':z',\u203a ,<\u00abz\u00e0z;z:;:\u00bb \u00cd*'*\u201c'V\n\n\"`\u201c*\u201c`I'/'\u0161*'*`~I~~*\u00a2~'~=1\n\n*\u2039:zffzf\n\nz\ufb01*\n\n\u0161< \u00d7 z1f.\u00ab'_\u00bb\u00a1:>\u00a2~:\u2039;z\u00e2z\u203a~r \u203a\u00a2zz~\u00ab'~~;.\u00bb\u203a~i1*<\u203a\u2039'I'\u00b0z\u203a1>i\u203aff\u00ed\u00cd`\u203a\u201c\u203a^;'=f=\u00ac^='<'z\u00d7\u00bbvznx \u203a;z-~~z~z.,\u00ab\u203az\u00ac\u2039\u00bbf.'zz.z.\u00eaz\u203a.\u00eb.zz-zz\u2039z..,zz:\u203a\u203a: :yz \u203a.x;\u2039\u2039~z\u00ab_\u00bf.\u00ab \u00a1. I vz* \u00ed^: .:-:~\";f~:z: :'z~*\u00ac;'\n\nQgg \u201c \"a\u00ea 1 |1^=~\u203a\u00a7'1*\u00e2z\u2039\u203az>.\"z\u00bf\u00a7f\u00bf ;\u00a1@\u00a7'r.~\u00a1\u203afl2\u0161af!\u00a7z\u2039\u00bb\u0161%2wwwzzzn, .\n\n.W \u203a^z\"*z'z'vfz:\"\u0161,H\u0161i.i\n\n1\n\n~z\n\n\u00d7\u00d7:::~. -. ,\u00a1*\u00a7\u00eb\u00a1*i:5;.\n~.;\u00e2* ;,'=*\n\nz,.;z\n\nz\n\n,;\u00a7\u00a7\u00a7,\u0161;z;z\u00d7,\u00bb\u00a7\u00bf\n\n\u00ea\u00e2\n\n\u00a1z;\u203a.f\u2039=;5\u00a7'\u2039\u00bbz':=\u00a7::z:1;;s\u00a2rx~\u0161\u00e2.;\u00a1\u00a7.\u203az\u00bb'~.~~ \u00ac;\u203a;\u00a7%2e\u00a7;\u00bf\u00a7.;\u203a,:z,\u0161zz:.;,;:~3\u00eb\u00e2^*;.v.\u00bb=z\u20ac5zz\u00eb\u00a7z='z\u00e95Q\u00b0\u00ac:;t;z\u00bfz~\u00cdzzz.:f~\u00a1f\u00ab;;tz,\u00bf\u00bfz\u00eaz\u00e2z=v\u00e9;\u00acc.zz\u00eb.zz\u203azzz1\n\n?`-1\n\nJQrRA_P\u00bf\u203a._sTQgIO STRAPASSON, \ufb02\u0161\u00e4d\n\nz\n\nbrasileira, casada, portadora da CI n\u00b0 1027324702\u00cde inscritano CPF n\u00b0 660.444.640-91, -\n\n:Lili\n\nresidente e domiciliada na Rua Palmeira das Miss\u00f5es, 11\u00b0 182, Bairro Mariana, na cidade de \u00fcll\u0161\u00edl\ufb02\n\nParob\u00e9, por seus procuradores, reporta-se \u00e0 V. Exa. [para impetrar: Hl\u00edl*\n\nII*\n\n\u00a3lB3\u00ac\u201d\u00ed?1~E\n\nQ\nA\u00c7\u00c3O DE CONCESS\u00c3O DE APOSENTADORI\u00c1\u00c2POR TEMPO DE il\n\nT3.-\u00ed\u00e3\u00fc\u00fc\nCONTRIBUI\u00c7\u00c3O/SERVI\u00c7O, com arg\u00fci\u00e7\u00e3o de inconstitucionalidade da\n\nZ/E\n\naplica\u00e7\u00e3o do fator previdenci\u00e1rio no c\u00e1lcu 1 O;\n\nnda mensal\n\ninicial, contra:\n\n\ufb01etic\u00e3o/Oflclo/Documento\n\n\u00eb'\n\n, '\n\n='\u00ac'4=\u00bb(f~\\ nesta dlt\ufb02:\n\n06 ABR. 2016\n\nAss: 2' Vara Judicia e Parob\u00e9\nl\nINSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS 1\n\ninscrito no CNPJ n\u00b0 29.979.036/0001-40, com sede na Rua Jer\u00f4nimo Coelho, 127, bairro Centro, CEP n\u00b0. 90010-241, na cidade de Porto Alegre, pelos fatos e fundamentos que\n\nseguem:\n\nE\n\nRua Cel. Jo\u00e3o Corr\u00eaa, ll3 - Ed. Vit\u00f3ria. CEP 93220-I00, Sapucaia do Sul/RS.\n\nFone: 51 3474.7819 / 3474.0135 - Fone/fax: 3452.1680, E-mail: contato\ufb01\u00f1lrvurencoesouza.com.hr\n\n\f& Louren\u00e7o Souza\n\nO \\$\n\nAdvogados Associados\n\n1 - DOS FATOS:\n\n1. A requerente, em 17/10/20/2, protocolou perante o INSS, atrav\u00e9s da APS de Taquara/RS, o seu pedido de Aposentadoria por Tempo de Contribui\u00e7\u00e3o/Servi\u00e7o, sob 0 n\u00b0.\nI60.462.I8I-5, o qual I`oi indel`erido, pelo burlesco motivo \u201cFalta de tempo de c\u2039\u203a\u00a11Irihr//\u00e7\u00e3o at\u00e9 16/12/1998 ou at\u00e9 a dara de entraria do re\u2039\u00a11re/'imenlo\n\n2. Requereu na ocasi\u00e3o do encarninhamento adrninistrativo o c\u00f4mputo dos per\u00edodos\ncomprovados em CTPS e carn\u00eas, bem corno, o cornputo de todo per\u00edodo trabalhado em\nregirne de economia familiar de 06/10/1969 rt 16/06/1985, o que perfaz 15 anos, 08 meses e Contudo, a Autarquia computou administrativamente o per\u00edodo de 30/01/1979 a\n31/I2/1979.\n\n3. Visando comprovar o exerc\u00edcio do labor rural durante o per\u00edodo em tela acostou ao\nprocesso administrativo os documentos abaixo relacionados:\n0 1962 - Registro de im\u00f3veis do rnurric\u00edpio de Palmeira das Miss\u00f5es - RS, em nome do sogro da autora, constando a profiss\u00e3o daquele, como agricultor; 0 1966 a 1992 - Certid\u00e3o do INCRA, em nome do sogro da autora;\nI 1968 a 1984 - Ficha de s\u00f3cio no Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Rodeio\nBonito - RS, em nome do pai da autora; 0 1973 a 1976, 1978 c 1979 - Notas fiscais de produtor rural, em nome do pai\nda autora; 0 1975 - Certid\u00e3o de nascimento de Adir Past\u00f3rio, irm\u00e3o da autora, constando a\nprofiss\u00e3o do pai, como agricultor; 0 1979 - Certid\u00e3o de casamento da aurora, constando a profiss\u00e3o do esposo, como\nagricultor;\n0 1984 - Certid\u00e3o de nascimento de Graciela Strapasson, filha da autora,\nconstando a profiss\u00e3o do esposo, corno agricultor;\n0 1985 - Registro de im\u00f3veis pertencente a cornarca de Seberi - RS, constando o sogro da autora corno propriet\u00e1rio de lote rural, bem como, srra profiss\u00e3o de\nagricultor;\n\nRita Cel. Jo\u00e3o C\u2039\u203a|'|'\u00eatt, ~ I 13 Ed. Vitoria. CEP 93220-100. Sapucaia do Sul/RS.\n1-`nnc: 51 3474.7819 / 3474.0135 - Fone/fax: 3452.1680. E-mail: contato\u00ed\u00edlot|r'crrc\u2039\u203acsur|/tt.crnn.lrr\n\n\f& Louren\u00e7o Souza\n\nOI\n\nA dvogazlos Associados\n\n4. N\u00e3o obstante ter apresentado a prova documental necess\u00e1ria para provar os periodos em\n\nRegime de Economia Familiar o INSS n\u00e3o computott os periodos de 06/10/1969 a 29/01/1979\n\nc 01/01/1980 a 16/06/1985.\n\nS. Tivesse o INSS analisado o pedido da aposentadoria formulado pela autora, a luz do \u201cbom\ndireito\u201d, estaria a parte autora usufruindo do beneficio da aposentadoria pleiteada.\n\nI1- DOS FUNDAMENTOS:\n\n6. A requerente fundamenta sua pretens\u00e3o na Constitui\u00e7\u00e3o Federal de 1988 e seus principios,\nna Lci 8.213/91, no Decreto 3.048/99, al\u00e9m da Doutrina e Jurisprud\u00eancia, verdadeiras fontes de direito.\n\ntt. t - DA N\u00c3O APLICA\u00c7\u00c3O Do FATOR PREvtDt\u2039:Nct\u00c1Rto\n7. A Constitui\u00e7\u00e3o Federal vigente possui reda\u00e7\u00e3o r\u00edgida a lim de coibir as investidas do\npr\u00f3prio legislador contra a ordetn constitucional. N\u00e3o obstante, a Lei 9876/99 disse mais do que a CF/88 guis (Iizcr.\n8. Pois ora, a CF/88 (art. 201, \u00a7 7\u00b0), em momento algum, exige 0 preenchimento do requisito et\u00e1rio como pressuposto para o clet`erimento da aposentadoria por tempo de contribui\u00e7\u00e3o\nintegral, tampouco condiciona o valor do beneficio ao tempo de sobrevida do segurado.\nA 9. Constitui\u00e7\u00e3o Federal (e n\u00e3o a lei) \u00e9 que concede o direito fundamental, a Constitui\u00e7\u00e3o\nFederal (e n\u00e3o a lei) estabelece os requisitos da aposentadoria, logo, nenhuma norma\ng inlraconstitucional tem o cond\u00e3o de criar e exigir crit\u00e9rios n\u00e3o constantes na Lei Maior.\nItabita a inconstitucionalidade do fator previdenci\u00e1rio.\n10. Ou seja, n\u00e3o obstante a Emenda Constitucional 20/98 afastar a exig\u00eancia da idade tn\u00ednima\npara a aposentadoria por tempo de contribui\u00e7\u00e3o, a Lei 9.876/1999, de forma sorrateira, alterou\na forma de apura\u00e7\u00e3o de renda do benef\u00edcio e trouxe novas exig\u00eancias, como a idade e a\nexpectativa de vida, causando enormes prejuizos ao segurado.\n\nRtut Cel. .luzto Curr\u00fcn. 113 f Ed. Vit\u00f3ria. CEI* 93220-100. Sapucaia do Sul/RS.\nFt\u203anc: 51 3474.7819 / 3474.0135 - Fone/l`tt.\\: 3452.1680. F.-mail: euntato\u00ed\u00ed1tittrencoesottla.co|n.br\n\n\f& Louren\u00e7o Souza\n\nO \u00d7.i\u00d7\n\nAdvogados A ssociados\n\nA l l. \u00edzlade e a e.rpeclu11'vu de vida s\u00e3o elementos que criam excessiva limita\u00e7\u00e3o aos direitos\n\ndo segurado. Note-sc que a e.\\-p\u2039:clu1ivu de vida constitui um agente que pode frustrar todo o\n\nplanejamento do segurado acerca da sua aposentadoria, vez que ele pode controlar a idade e\n\nteinpo de contribui\u00e7\u00e3o. mas \ufb01ca a merc\u00ea do IBGE. t\n\nI2. Cumpre verilicar que a expectativa de sobrevida do segurado \u00e9 definida atrav\u00e9s de uma\nt\u00e1bua de mortalidade emitida pelo IBGE, considerando para todos os segurados unia tabela que n\u00e3o diferencia sexo oii regi\u00e3o. - mais iini prnblemri.\n\n13. Na ocasi\u00e3o de sua cria\u00e7\u00e3o, a tabela previa um fator igual a um homem que completasse 60\n\nanos de idade e trinta e cinco anos de contribui\u00e7\u00e3o. Atualmente para atingir o fator \u201cum\u201d\nE homem precisa alcan\u00e7ar 64 anos de idade e trinta e cinco anos de contribui\u00e7\u00e3o, ou seja,\n\nlong\u2039\u203a de lll anos de vig\u00eancia os segurados tiveram um acr\u00e9scimo de mais 4 anos de\n\nvz ,v\n\n,f\n\nrf\n\ntraballio para percebero mesmo valor de aposentadoria!\n\nW ^\u00ac, /\"'\n\n(\"\"' '\u201c\u00bb.,1\n\ng' ,\u203a/\n\nez\n\ntt\n\n,\u203a\n\n'\n\nr\n\n\u203a\n\nO mesmo I4.\n\nnao trabalhadores-com tie se \u00e2retende detonar .el ue\n\nl z,\n\n\\z\n\n\u203a\n\nz\n\nii\n\nz\n\ne ttsto ue\n\ni\n\n\u00a1\n\n,\n\n,\n\n,`\n\nfi \u00ab =<',.,:, '.\u203a\\.,\u203a\u203a^\u00bf,\u2039,:\n\ntem o de\n\ncontribui\u00e7ao, mesmo salario de corltribut\u00e7ao.no.periodo base de,>calculo, porem, com idades\n\nCom 3,\n\n;\n\n\u00cd\n\n`*I\u00bf,\n\ndiferentes, recebam valores dilerentes.\n\n`\\\nefeito observa-se a exist\u00eancia de tratamento\n\ne\n\nE\n\nto\n\ni\n\ni\n\n\u00ac71=\n\nantisononiico`lCF/88,\u201dart\u00ed . 20l,\u00a7l\"):\"\n\n~ '\n\n/zz\u00bb mz-.f\u00edf;z>\n\n\u201c~\u203a-c..__..z/\n\n\u00d7\u2039\u201cJ4\"\u00abf~=~\n\n`\u00a1l\u00e0\u00cd`.\u00cd\n\n/'\n\n`\u00ac_.._::\u00cd~\u2039\"'/\n\n\u00c9\n\ni\n\nA\n\n~\u00ac\n\nrf\n\ni\n\n,,z~ mensal ~, Por _\n1:.\n\no o, bvi.o,\n\n\u00cd\n_. .. aplicar\n\nlatorprevidenciari alculo\u203a/def.apura\u00e7aoldaweitda .\n\n..\n\n_\n\n\u201cii\n\n\u201cll_' .'l,~\"/W;\n\n.,z. o,i'\u00cd*~\n\nfa Qliz\n\n' \u00f3:~\n\nI\n\n,\n\n/}\u00ed\u201c\u201c\u00cd /'l,\u203a-\u00ed\u203a'\u201c`\u00cd`i\n\nf\n\n.\n\nde\n\n.\n\n___A_,__ ___,_,._, ,,\u203a\n\ni,\n\nmesmo abpenoesfe\u00ednctiaodoer' i.daarnotratamentosi_ dsitfeemraen,t-ecopmaraas\u00bfoi.s,n\u2039,./\u00a7..f,'s5l.e,m\u203ag~~._zu\u00bfarstza-~d\u2039eoosr\u00bfq/t_ur-ie.,b\u00bf,~-gf:'~pt\u00bf\u00e7rzf\u2039,ge= ees_,n,jz\\i.zc\u203ai'rchoe.p~mzi\u00abz'7f, oogs.iwznzepsrrnewisosuptoesmtpoos\n\nda de\n\ncontribui\u00e7\u00e3o, o que fere o direito fundamental prescrito no caput do art. 5\u00b0 dessa Carta -\n\no princ\u00edpio da isonomia.\n\n' Seria absurdo se n\u00e3o fosse lei, mas h\u00e1 casos onde quanto mais tempo de contribui\u00e7\u00e3o, menor e a renda mensal inicial, haja vista a altera\u00e7\u00e3o antial da t\u00e1bua de mortalidade e expectativa de vida, este trabalhador tem a renda\nmensal reduzida.\n2 De maneira ir\u00f4nica, najustifcativa do Projeto de Lei 1.527, que deu origem \u00e0 Lei 9.876/99, a mensagem revela\no objetivo de \u201caprimorar 0 sisteina previdenci\u00e1rio no Brasil e dar maior e melhor cobertura c mais justa\ncobertura\u201d.1 Destacamos os arts. 67 e 68: Art. 67. A cria\u00e7\u00e3o do fator previdenci\u00e1rio est\u00e1 plenamente de acordo\ncom o principio t\u00e9cnico doutrin\u00e1rio da equidade na Previd\u00eancia Social. Quanto maior 0 desequilibro entre o tempo e o usufruto dos benelicios, maior e' a necessidade de subsidiar-se o sistema previdenci\u00e1rio com\nrecursos provenientes do Tesouro Nacional. linportante salientar que tais recursos s\u00e3o subtraidos \u00e0s pol\u00edticas sociais e de desenvolvimento econ\u00f4mico do que tanto o pa\u00eds necessita. Art. 68. \u00c9 evidente justo que pessoas\ncom a inesina idade e mesmo hist\u00f3rico de sal\u00e1rio-de-contribui\u00e7\u00e3o, mas tempos de contribui\u00e7\u00e3o diferentes, percebam um beneficio do mesmo valor. Da mesma forma, \u00e9 injusto que pessoas com o mesmo tempo de contribui\u00e7\u00e3o e mesmo Iiist\u00f3rico de sal\u00e1rio-de-contrihui\u00e7\u00e3o, ao apresentarem idades diferentes, venham ii perceber iiiii hene\ufb01cio de mesmo valor. Exatamente estas s\u00e3o as situa\u00e7\u00f5es nas qiiais o fator previtlenci\u00e1rio proposto age como corretor de iiiiq\u00fcidadesz (Grifo nosso).\nRua Cel. Jo\u00e3o Corr\u00eaa. l IJ - Ed. Vit\u00f3ria. CEI* 93220-IOO, Sapucaia do Sul/RS. l-`one: SI 3-l7~l.78I9/347-l.()I35 - Fone/fax: 3452.1680. l\u00ed-mail; contato\ufb01lourencoesouzacom.br\n\n\f& Louren\u00e7o Souza\n\nO o\u00d7\n\nAdvogados Associados\n\nI6./\\ ado\u00e7\u00e3o do fator previdenci\u00e1rio afronta 0 principio da reciprocidade das eontribui\u00e7o_es,j\u00e1 que ele interfere na rela\u00e7a_ o entre o que se pagIa e o que se recebe. Assim, as\n\nvariantes idade e expectativa de sobrevida relletem diretamente no resultado da equa\u00e7\u00e3o,\n\nsendo que a Constitui\u00e7\u00e3o veda a ado\u00e7\u00e3o de crit\u00e9rios difereneiadores para a\n\naposentadoria.\n\nI7. Ademais, o autor se liliou ao regime previdenci\u00e1rio em l6/06/1985, tendo nessa\ngportunidade sido materializada a rela\u00e7\u00e3o jur\u00eddica. sob a \u00e9gide do ordenamento jur\u00eddico\nvipente \u00e0 \u00e9poca.\n\nI8. Desta arte, para lins de previd\u00eancia social, o autor deixou de ser mero espectador e passou\na ser um agente ativo no \u201cjogo\u201d (no seguro legalmente estatu\u00eddo), cujas regras contratadas\nhaveriam de ser mantidas at\u00e9 0 lim da \u201c'partida\u201d'.\n\n19. Contudo, com a edi\u00e7\u00e3o da Lei 9.876/99, de 28/ll/1999, houve a quebra desse contrato, com ou sem aspas, ao introduzir o mal fadado fator previdenci\u00e1rio, que culminou uma\nsignilicativa diminui\u00e7\u00e3o da renda do segurado!\n\n20. Se o sentido do direito adquirido constitui cl\u00e1usula p\u00e9trea e' justamente para impedir o\nretrocesso, para garantir o avan\u00e7o ja obtido, como tamb\u00e9m garantir a seguran\u00e7a jur\u00eddica, para que amanh\u00e3 n\u00e3o venha uma nova altera\u00e7\u00e3o ou mudan\u00e7a dos crit\u00e9rios, com surpresas v\u00e1rias para eventuais atingidos, como a de frustrar uma condi\u00e7\u00e3o que seria implement\u00e1vel logo ali, consolidando aquilo que o Ministro Gilmar Mendes chama de \u201ccorrida de obst\u00e1culos com obst\u00e1culos em movimento\u201d.\n2l. O l`alacioso argumento de que aposentar-se mais cedo pode colocar em risco a gest\u00e3o do\npr\u00f3prio sistema \u00e9 incompat\u00edvel com o grau de desenvolvimento econ\u00f4tnico j\u00e1 alcan\u00e7ado e\nexaustivamente anunciado pela tn\u00eddia - que certamente est\u00e1 preparando o caminho para um novo salvador -, tampouco com o princ\u00edpio previdenci\u00e1rio da diversidade na base de\nlinanciamenlo.\n\n22. Note-se, ainda, que segundo dados publicados no livreto da ANFIP, intitulado\n\n\"/\\n\u00e1lise da Seguridade Social 2010\u201d - diga-se de passagem a publica\u00e7\u00e3o mais con\ufb01\u00e1vcl\n\nsobre\n\no\n\ntema\n\n~\n\ndisponivel\n\nno\n\nendere\u00e7o\n\neletr\u00f6nico a arrecada\u00e7\u00e3o s\u00f3 tem aumentado, n\u00e3o se juslilicando a fal\u00e1cia do d\u00e9ficit previdenci\u00e1rio. Vejamos:\n\nTabela 1: Receitas e Despesas da Seguridade Social, 2008 a 2010, em\nvalores correnles\n\nRocollas realiza das Classl\ufb02ca\u00e7\u00e0o 1. Fl\u00f8caila de contribui\u00e7\u00f5es social:\nRsteil\ufb02 Pr\u00eavi\u00fc\ufb02nci\u00e1rii Llquid\u00fc RGPS ( 1]\nCofins\n\nAzumulaao na uurclcin IRS nilmzzl\n\n2005\n\n2009\n\n2010\n\n359.040 375.357 441.266\n\n163.355 120.034\n\n182.008 115.759'\n\n211.958 140.023\n\nCF'|.1F (2)\n\nl .D04\n\nD\n\n0\n\nCSLL\n\n42.502\n\n43.592\n\n45.75-1\n\nP|5! PASEP\n\n30.330\n\n3 1.030\n\n40. 373\n\nOuuus caninbni\u00e7oas (3)\n\n205\u20ac\n\n2.497\n\n3.1-IB\n\n2.Raca1|a5 de entidades da Sogu\ufb02qude\nRecursos. proprias da MDS\n\n15.191 IGI\n\n14.023 219\n\n15.224 361\n\nRzzurz\u00fa\u00e2 pr\u00fapmz\u00e2 nn MP5\n\n1.586\n\n580\n\n31-A\n\nRzzmzzzxz pr\u00f3prias mz M5\n\n3.009\n\n3.135?\n\n3.057\n\nRecursos pr\u00fapfins em FAT (ny\nTa m\u00e0 ae Orgaas a mmada\u00e2\n,\n\n10.008 327\n\n10.583\n3Ela\n\n11.017\n.1414\n\n3. Cnnuapnnlaa du Or\u00e7am\u00f8nua Fiscal pl EPU\n\n2.048\n\n2.015\n\n2.1313\n\nRecaha Tolal \u00a11v2\u20393\u00a1\n\n377.079 392.826 458.625\n\nf`1\u0161\u00c2.f'..,\n\n\u201d\n\nf\n\nE .,./.f\n\nL.\n:S\n\n.\u00bf\\ rn Lv\n\n(flui /\u00a1\u00a1l1fz\u00a11'r7o ' \u2039\n\nDnspasas Ilquldadas Cias si\ufb02: a\u00e7\u00e3o\nI. Banu-Iiclos Prevldnrlci\u00e1rlos Plnwi\u00fcnnciarni urb\u00fcnns\nPra'.'IdarlL|.:|fICxS rural!\nczmpen\u00e2\u00e0\u00e7a\u00fa pzev\u00d7:\u2039zn=\u00a1zn;|\u00a15\u00a1\n1. Eanaliclui asslilnnciall\nA\u00f1\u00e1lslendais - LOAS\n\u00c0ssislen\u00fcais - RLIV 3. Balsa-Fam\u00edlia 1: nulra\ufb01 Trunslnll\u00e3nclaa. do Renda\n4. EPU - Bnnuhci\u00fcl dl! L\u00f8glila\u00e7\u00e1o EBDGCIEI\n5. sz\u00fa\u00fazz \u00faupuzz zm ms umzlm pzzwm) mz 5. A\u00e2zl\u00e2mnzlz saem; azsp\u00faazs az uns nnzziul penal; (a) 1. mz\ufb02\u00fa\u00eancuz mam; uzzpzszz az ues unziul pzzmz\u00bb uai\na. omz.-zz \u00e0\u00e7azs uz mgwlazmz z.n\u00a2m|\n0. B nne\u00ed\u00edclcs FAT 1u.ouuzz. z\u00e7\u00f3ez an FAT Despesa Vala! (1\u203a2\u203aJ+4\u20395\u203a6\u00a27\u20398v1I\u203910)\n\nAzu-lluzzu: na e-.zrziziz (R3 minas)\n\n2008\n\n2009\n\n2010\n\n199.552 225.096 254.559\n\n158.953\n\n175.999\n\n1\u20ac\u00a2B.%1\n\n39.1397\n\n44.850\n\n55.473\n\n612\n15.6-ll\n13.748\n\n1.245 18.712 16.354\n\n1.325 22.234 33.380\n\n1.1593\n10.525 2.048\n\n1.8-IE1\n1I.B5| 2.015\n\n1 .B5~1 13.-193\n2.135\n\n50.265\n2.1378\n\n58.2131 2.771\n\n81.0913 3.099\n\n4.752\n\n8.252\n\n6.478\n\n3.394 20.690\n724\n\n7.174 27.077\nGGB\n\n7,510 29.195\n417\n\n310.179 350.555 \ufb02D0.5I7\n\nSalao da Sngurldaua Social (RGPS)\n\n55.31.10 32.940 58.109\n\nRua Ccl. .lo\u00e3o Corr\u00eaa. lI3 - Ed. Vii\u00f3rizi. CEP 93220-100. Sapucaia do Sul/RS.\nI~`\u2039mc: Sl 3-17-1.7819/3474.0115 \u203a l*`\u2039\u203ai1\u2039:/lux: 3452.1680. II-mail: cmi!nlu@Im||'c|lu\u2039icso1i7z1.c\u2039\u203am.hr\n\n\f& Louren\u00e7o Souza\n\nA dvogazlos Associados\n\n23.\n\nComo se v\u00ea, a receita realizada ein contribui\u00e7\u00f5es previdenci\u00e1rias foi praticamente\n\nigual ao conjunto dos benef\u00edcios pagos aos segurados. Considerando a compensa\u00e7\u00e3o pelas\nreniincias, ainda qiie stibestiinadas, o resultado desse stibsistema foi superavit\u00e1rio em RS\n\n58,] billi\u00f5esl\n\n24. Oii seja, \u00e9 mais f\u00e1cil acreditar que as receitas estejam sendo desviadas para outras\nfiiialidades do que no de/ici/ que estariam a enfrentar, principal argumento apresentado para as abusivas reformas do sistema previdenci\u00e1rio e permanente afronta ao princ\u00edpio da irredutibilidade no valor dos benef\u00edcios. 0 qual prev\u00ea que o valor real do benef\u00edcio deve ser preservado por meio de reajustes peri\u00f3dicos!\n\n25. Portanto, aplicar o fator previdenci\u00e1rio \u00e0 aposentadoria do trabalhador n\u00e3o se apresenta\n\nN coerente, tampouco podeser confundido comjusti\u00e7a.\n\nl\n\ni\n\ni'\n\n/\n\n26. Entretanto ,\n\nemitem\n\n'\n\n*\n\nos-de\\iieoconstitucionalismo\n\n,\n\nH\n\nj\n\n,\n\n, ,\n\nif\n\n,\n\nz\n\na verifica\n*z\n\nao\n\nda\n\nim\n\nossibilidade\n\nde\n\naplicacao do fator pi'e\\fideiiciai'ip\u00a1\u00e0 aposentadolria,,aos\"poucos, come\u00e7a a ser percebida por\n\numa na dos da ff' *\u00cd\n\n^\n\n~'~.\n\ni\n\n_\n\n_\n\n_ _\n\n,,z\n\n_\n\n1:.\n\n,|iii'isdi\u00e7ao\u00a1qtie,_v ,S eU, translormar\n\n='\n\nil\n\nR\n\n.I\n\nz'\n\nz\n\ngarantidora\n\n/\u00d7*\u203a^f\u00ca\n\\ 1/zw\n\nii\"/'\u00cd'\u00cd<;\"\u00ac`^\"z fz \u00d7z.~,'_-ul\n\n\u00a1~z'\u203a<\u2039~'?~t\n\ndireitos fundamentais_ -socia_ i_s\n\ne\n\n_\n\n\\`\n\nz\n\nN:\\~,\n\npr\u00f3pria deinocracia, os\n\n,\n\n:.__.,\nea\n\nsfestao\n\nno\n\nar,\n\ncomo\n\nse\n\nI\nverilica\n\nna\n\nsenten\u00e7a\n\nexarada\n\nnos\n\nautos\n\ndo\n\n___w\n\n,\u203a,,~\n\nprocesso\n\n,\n\nzf\n\n000_9;542-49.2_ 0l_ 0.'\u00bfl03.6l83/SP =\n\nonde\n\n/\\ozi'\n\n,_\n'uiz\n\n\\,_-lk__V/z\n\nfeede,rta.l'\u00bb\"/z.MaUrctis\n\nOrione\n\nGon \u00c7 alves\n\n4\u201d,\n\n\\_,\n\n_\n\n/.-z/\n\ncondenouo-INS mensal do Correa\n\no \u00e2roinover me\n_[\ufb01.,\n\nrec\u00e1lculo c_.l_a\u00cdrenda\n\n__\n\n_\n\n~ /Em4rfiz M l- ami- gei_ado\n\n~-'\nfator pi_evidcnciario\u203a._\n\n}~ '\n/*if\n-\u2039 ~=~\n\n'\n\u201c_/,\u203a\"t`\nff;\n-f\n\n0 inicial/ uz ..z\n\n,\u00ab-;';/ \\\u00e2 ez:\n\n\u201c\u00ac\u00bbf//-f\u00bbf\u00abf~~\u00bbf\u2039,\u00d7f/' ix\n\n\u2039\u00acz\n\n`icid\u00eancia\n\n/j\u00e0:-1\n\n_\u00bf:\n\n,-\n\n'Ji\n\nJ it\n\n\u00c1 A vz 27. Ao entender que o fator previdenciariofi\u00e9 iiieo'ii\u0161tit`iieio`ii'al,\u00a1Io\ufb01\u00f1ajgistrad\u00f3fn\u00e3o somente\n\nmz* ro) uz-\n\nt_vtx_'\u00d71/eva; :ol\n\ndeixou de aplica-lo, desconstituindo os argumentos jur\u00eddicos anteriores a partir de uma\n\nargumenta\u00e7\u00e3o jur\u00eddica racional superlativa na constru\u00e7\u00e3o e justifica\u00e7\u00e3o dos novos\n\nfundameiitos que einbasam a mudan\u00e7ajurisprudencial, mas, fundamentalmente, compreendeu\n\no seu papel no interior do Estado Democr\u00e1tico de Direito, o qual referenda uma verdadeira\n\ntransforina\u00e7\u00e3o da sociedade.\n\nIll - l)O PEDIDO:\n\n28. Ante ao exposto, a parte reguerentc clama:\nA. Averbar 0 periodo de Regime de Economia Familiar de 30/01/1979 a 3!/12/1979, ja\nreconhecido pela Autarquia;\n\nRiia Cel. Joao Corr\u00eaa. ll] f Ed, Vit\u00f3ria. CEP 93220-IOO. Sapucaia do Sul/RS.\nl7i\u203aiic: Sl 3~l7~l_78l9 / 3474.0l35 - lfoiie/fax: 3452. l(i80_ E-mail: coiitato\ufb01\u00edtltiiii'cncocsouxii.co|n_hr\n\n\f& Louren\u00e7o Souza\n\n\u00daQ\n\nA dvogmlos A ssociados\n\nB. Pela condena\u00e7\u00e3o do INSS a reconhecer, computar c averbar o per\u00edodo de labor rural de\n\nt)(\u203a/Ill/I969 a 29/01/1979 c 01/01/1980 a 16/06/1985, que somados aos per\u00edodos j\u00e1\n\ncomputados pelo INSS, tica comprovado que a parte autora possui 30 altos, 03 meses e 22\n\ndias, marca de tempo de servi\u00e7o essa al\u00e9m da exigida para obter o beneficio da aposentadoria\n\nora pleiteada;\n\nC. Pela condena\u00e7\u00e3o do INSS a calcular 0 valor da RMI sem a aplica\u00e7\u00e3o do fator\nprevitlencizirio, visto que muito antes da promulga\u00e7\u00e3o da Lei 9.876/99 e do Dec. 3.265/99, a autora j\u00e1 se encontrava liliado ao regime previdenci\u00e1rio, cujas regras n\u00e3o previam qualquer redu\u00e7\u00e3o da renda mensal inicial do beneficio previdenci\u00e1rio futuro;\n\nC.l Pela declara\u00e7\u00e3o da inconstitucionalidade incidental dos artigos 2\u00b0 e 3\u00b0 da Lei 9.876/99 que deram reda\u00e7\u00e3o ao art. 29, caput, incisos e par\u00e1grafos da Lei 8.213/91;\nI). Pela condena\u00e7\u00e3o do INSS a conceder o bcne\ufb01cio da aposentadoria por tempo de\ncontriI)ui5;\u00e3o a autora, com pagamento a contar da DER (I 7/IO/2012), devidamente acrescida\ndos_juros e da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria;\nE. OUTROSSIM, caso reste aferido que em I7/10/2012, data da DER, n\u00e3o havia tempo\nsuficiente para a concess\u00e3o do benelicio, requer-se que o tempo de labor especial\nsupervenicntej seja considerado para a concess\u00e3o da presta\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria em exame,\ncom a altcra\u00e7\u00e3o/realirma\u00e7\u00e3o da DER para a data em que implementadas as condi\u00e7\u00f5es\nensejadoras do beneficio, com adimplemento dos valores devidos desde ent\u00e3o.\nIV - DOS REQUERIMENTOS:\n\n29. Isto posto, requer digne-se V. Exa., em:\n11) Receber a presente, condenando o instituto requerido ao pedido retro, acrescido dejuros e\ncorre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria;\nb) Citar o instituto requerido na pessoa do seu procurador, para que conteste, querendo, sob pena de conliss\u00e3o e revelia;\n\n3 Ressalte-se que o proprio INSS admite seja considerado o per\u00edodo Iaborado ap\u00f3s o requerimento administrativo, nos tertuos do art. 623 da IN 45.\nRua Cel. Jo\u00e3o Corr\u00eaa, I I3 - Ed. Vit\u00f3ria. CIEP 93220-100. Sapucaia do Sul/RS.\nIfouc: SI 3474.7819 /3-I7\u203aI.0I3S - Porte/I`ax: 34S2.I680. E-mail: conlatofz\u00edIourcncocsou/a.com.hr\n\n\f& Louren\u00e7o Souza\n\nO>-\n\nAdvogados Associados\n\nc) N\u00e3o citar o Minist\u00e9rio P\u00fablico, tendo em vista ser desnecess\u00e1rio, conforme\n\nRecomenda\u00e7\u00e3o 0l/20l0 da Procuradoria Geral de Justi\u00e7a do Estado e considerando a\n\ndemora que acarreta no processo;\n\n(I) Condenar o instituto requerido ao pagamento das custas do processo, honor\u00e1rios pericial,\n\ncont\u00e1bil e advocat\u00edcios, este a base de 20% sobre o valor das parcelas atrasadas at\u00e9 o\n\njulgamento procedente do feito;\n\ne) Conceder a gratuidade dajusli\u00e7a, por ser o requerente pobre na acep\u00e7\u00e3o legal do termo;\n\n\u0192)A expedi\u00e7\u00e3o de oficio ao Supervisor da APS de Parob\u00e9. com c\u00f3pia da scntenca,\nO determinando-lhe que implante o benef\u00edcio desde logo. of\u00edcio devera ser entregue ao\n\nautor,_\u00bf|ue por sua vez, comparecer\u00e1 a APS para fornecer (lados pessoais necess\u00e1rios \u00e0\n\nimplantacao do beneficio;\n\ng) Protesta provar o alegado por todos os meios de provas admitidos em lei, em especial:\n\ng.l) Pela designa\u00e7\u00e3o de audi\u00eancia para a oitiva das testemunhas rurais, a lim de\ncomprovar delinitivamente que o autor trabalhou na agricultura em regime de economia\nfamiliar.\n\nROL DE TESTEMUNHAS:\n\nRegistra que as testemunhas abaixo arroladas, comparecer\u00e3o em audi\u00eancia :reste ju\u00edza\niurleperuleu\u0192euielire (Ie iuriuta\u00e7\u00e3o, rlesrle que seus procuradores sejam uati\ufb01callas.\n1 Guimnrva Leal da Silva, brasileiro, portador do RG ll227977l3 e CPF 396.237.340-34, residente e\ndomiciliado na Rua Treze de Maio, u.\u00b0 821, bairro Loteamento Vila Palmeiras, na cidade de Parob\u00e9\n/RS.\n~ Ivo Possamai, brasileiro, portador do RG l026299337 c CPF 256.489.770-34, residente e domiciliado\nna Rua Luiz Tito Martins, n.\u00b0 468, bairro Jardim, na cidade de Parob\u00e9/RS.\n0 Leopoldo Biusfcld, brasileiro, portador do RG 7092609861 e CPF 132.882.290-72, residente e\ndomiciliado na Rua Albeno Mosmann, n.\u00b0 355, apto l, bairro Muck, na cidade de Parob\u00e9/RS\n\nRua Cel, Jo\u00e3o Corr\u00eaa. - I l3 Etl. Vit\u00f3ria. CEP 93220-I00. Sapucaia do Sul/RS.\nFone: Sl 3474.7819 / 3~l7~l.()l35 - Fone/l`ax: 3~l52.I(\u203a80. l\u00ed-mail: coutalofzilourcncoesoula.cu|u.hr\n\n\f& Louren\u00e7o Souza Advogados Associados\nCon I`orme Recomenda\u00e7\u00e3o Conjunta n\u00b0 04 do Conselho Nacional de Justi\u00e7a, seguem os dados:\n2.1. Nome do segurado: .loira Pastorio Strapasson 2.2. Beneficio a ser concedido: Aposentadoria por tempo dc contribui\u00e7\u00e3o\n2.3. N\u00famero do beneficio: 160.462.181-5\n2.4. Renda mensal inicial (RMI): A calcular pelo INSS 2.5. Renda mensal atual: A calcular pelo INSS\n2.6. Data do inicio do beneficio a ser concedido: 17/10/2012 2.7. Data do inicio do pedido administrativo: 17/10/2012\n\nValor (Ia Causa: R$ 1.312,50' (um mil trezentos e doze reais e cinqiienla centavos).\nPede deferimento.\n\nImilia (Ie Souza\nOAB/RS 36.024\n\nSapucaia 1 \u2039 St\n\nde nov mbro (1 2013\n\n4\u2039 ln 1 r Lo: en I\u00bb \u203a Jz' 33 59\n\n' Valor de Al\u00e7ada.\nRua Cel. Jo\u00e4o Corr\u00eaa. 113 -I\u00cat1.Vitoi'ia.C|iI\u201c 93220-100, Szipncni\u00e2i do Sul/RS. Fone: 51 3474.7819/3474.0135 - Fonc/I`n.\\: 3452.1680. IE-mail: coniziio_'a Iourencocsouln.coin.hr\n\n\f", "similar_texts_federais_bgem3": [ { "header": "Texto Similar 1 (C\u00edvel) - IdDocumentoCompleto: 5006540-73.2018.4.04.9999-41522757703685691108289843584", "text": "I\n\n//Zaoo/ff:-\u203a- 3,\n\nH /\u0161)\n\n& Louren\u00e7o Souza Advogados Associados\nEXCELENT\u00cdSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA\nVARA C\u00cdVEL DA COMARCA DE CACHOEIRINHA- RS\n\nPROCURADORES PARA AUTUA\u00c7\u00c3O `\nVilmar Louren\u00e7o - OAB/RS 33.559 Im\u00edlia de Souza - OAB/RS 36.024\n\n<'\u00a1 Il? BENEF\u00cdCIO DA GRATUIDADE DA JUSTI\u00c7A\n\n___.,\n\n,i \u00a1 .~\n\n.` ~ ~-- 1 _\u00bb---\u00ac,\n\n- \u203a~\n\n.\n.\n\n.\n\n1\n\nI/\n\n1\n\n__/'S\n\"\";,~f,._F\n\nBrasileiro,\n\n~\u2039~.\n. ,\nca\u00ed\u0161do,\n\n.z*^'\n\\\n\n_.\n\u00ed _\n\u203a:1___....\u00ed_`_,\n\noorl\u0161ldial\n\n/\"\"`~/` \".\\\"`\n\n____\"\n\nz\n\n, z,\n\n\\ _\n\nGALARCE z.,\n\nJ*\n\n.\n\n__\\\n,mi\n\n\u2039. __,\u00ab_o;rr@m1^,_..\u2039\u00e2:\u203a\n\nIi\n\nXALUHS-vAzLD1R .\\\n\n,N\n\n\u2039:A1E1rANo,\n\n!\n\nCI\n\n130731 S\u00e4C/RS.\u203a\u00c9/\u20391\u00bf\u203a)%\u00ca\u00a3f\u0161\u0161_9.571.870-00, residente e\n\n,_, CEP domiciliado na-.\\Ru_a_,Ana Lui,`n_'f 138/Bairro\n\nCachoei.r_inha /RS, por,seusllprocuradores, vem\n\nvwvu\u00f8 ll,//.\u2039~\n\n_..\n__\n\nGranja:Es\u00cd3eran\u00e7a,\n\n94.260-050,\n\n,\n\n,\n\n/il\n\n'1\u00ab\u2039\n\n.-\n\nu/(65) L\u00bb pera\u00editie Vc\u203a\u00e7\u0161s\u00a7lEz2i:`e_1ehicia\u00a1a_]u1\u00c9\u00acai':~:\\'\n,\u2039_Lx/uz L/\n\nna\n\ncidade\n\nde\n\no_..;_....... ..\u00ac._..__._.._.\u2039\n\n`\n\nO\n\n/is:F\u00eaQ; fm Co \u00ea\u0161\u00ea f\u00e9; \u00e2>_<. (Z\n\nA\u00c7AO DE CONCESSAO DE APOSENTADORIA ESPECIAL, com pedido liminar, contra:\n\nINSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - ]lNSS,\nInscrito no CNPJ n\u00b0 29.979.036/000l\u203a40, com sede na Rua Jer\u00f4nimo Coelho, 127, Bairro Centro, CEP n\u00b0. 90010-241, na cidade de Porto Alegre, pelos fatos e \ufb01mdamentos que seguem:\nRua Cel. Jo\u00e3o Corr\u00eaa, 113 - Ed. Vit\u00f3ria. CEP 93220-100, Sapucaia do SuVRS.\nFone: 51 3474.7819 / 3474.0135 - Fonelfax: 3452.1680. E-mail: contatQ(a21ourencoesoum.com.br\n\n\f6\u00b0\n& Louren\u00e7o Souza Advogados Associados\nI - DOS FATOS: ~\n\nNB Em 1.\n\n19/11/2012, a requerente formulou o seu pedido de aposentadoria especial,\n\nn.\u00b0\n\n160.780.397-3, junto \u00e0 APS de Gravata\u00ed, 0 qual n\u00e3o fora analisado at\u00e9 a presente data,\n\nconforme faz prova atrav\u00e9s do documento produzido pela pr\u00f3pria autarquia, de nominado\nSITUA\u00c7AO DO BENEF\u00cdCIO, resgatado via intemet, datado de 05/02/2013, contrariando 0 que\n\npreceitua o art. 41-A, par\u00e1grafo 5\u00b0, da Lei 8.213/91:\n\n0 (...) - primeiro pagamento de renda mensal de bene\ufb02clo ser\u00e1 efetuado at\u00e9 45 (quarenta e\ncinco) dias ap\u00f3s a data da apresenta\u00e7\u00e3o, pela autora, da documenta\u00e7\u00e3o necess\u00e1ria a concess\u00e3o.\n\n2. Ora, reunidos formalmente todos os pressupo,sto\u00a1s legais e protocolado o pedido, a instru\u00e7\u00e3o\n\nda\n\nsolicita\u00e7\u00e3o\n\n\\`. .J\n\ndeveria ser iiltimada legalmente\n\n|_ ,-. ___ Ai\n\n,H\n\nf\nem\n,\n\n.\n45\n/\n\ndias.\n\nAssim,\n\ndiante\n\nda\n\nDER,\n\npassados\n\nos\n\n45\n\ndias da lei, a in\u00e9rciz\u00eaadmipistrativalautoriza o in\u201cg,re'ssg;na.ji\u00bfsti\u00e7a.\n\n3.\n\nA\n\nmudez\n\nr\n\u00ca4\\ do ~'INSS\n\n,.\nl\n' .\nl\nafronta\n\nI\n\nI\n\n|\n\n/\"'\u00acJ zi\n\n\u00cd /#1\u201d\n\nem Q \u00c2,. \\,\n\n1 \\\n\n\u2039\n\n'\n\n,\n\no\"'} mf-.\n\no emocracia prxi\u00e8nc\u00edpio 'ba\u00bfle\\gali\u00ed\u00edz{\u2039ie\u00a7:~!b\u20ac\u203ar\u00a1r\u00cd1;p\u203a\u0192\u0161ii.-.\n\nQ.\n\npressup\u00f5e\n\nobedi\u00eancia\n\n\u00e0\n\n\\ 7/\n\nI\n\np\u00ebbdu\u00e7\u00e3o.L legli\u00edlativa\n\ne,\n\n\u00ca\u00canseq\u00fcentemente`,`\u2039aos\u00a1prazos\n\nlegais.\n\nIgualmente,\n\nocorre\n\na\n\nl\n\n9 LXXVII \\ viola\u00e7\u00e3o do p\u0161irccipi\n\n_\u00e3.\u00ab\u203a\n\nJazo\u00e2vpl\n\ndo processo'-c\u2039\u00a7mjarri\u00d4s\u201cnq;\u00a7art.\n\u00ac.\\_'_,,_V \u00bf~.\u00bbvc..\u203a._\u00faz\\,..\n\n5\u00b0,\n\nda Carta\n\nMagna,\n\nin\n\n' _\n\n|\n\nver\u00f6is:__ss\u201c\u00ca 8\\ d'os,\n\n`\\\nno\n\n_\n\n.^ambiztwo\n\njudicia\n\ne administrativo, s\u00e3o assegurados a razo\u00e1vel\n\n/\u00cd '-\n\nJT/ \"F /.ii.lffi'\u2039' `~ 9-fl) (\u2039`7,\u203a`.'fl7\n\nffli\n\ndura\u00e7\u00e3o do processo\u00bfe;meios que,.g_arantam apeleridadeidelsua`\u00e3_ai\u00a1rnita\u00e7\u00e3oI1,(Gnf(bnosso).\n\n___'z\n\nA um Uc ,.- \u2039t..,.\n\n_`_':\u00a1\n\n4.\n\nsttslu administra\u00e7\u00e3o empreende atividade-meio,\n.\u00bf l\n\ninstrumento Ia_servi\u00e7o dos administrados, a\nzL.\u2039c'zisi.'zt\u203a\u00bbu~a\u00bf.\u203a'fz~.;\u00bb\n\nCom qual n\u00e3o pode superpor suas conveni_\u00eanci_as aos interesses destes.\n\nefeito, n\u00e3o obstante as\n\ndi\ufb01culdades de ordem pr\u00e1tica, o INSS precisa adaptar-se as circunst\u00e2ncias e n\u00e3o os benefici\u00e1rios,\n\nj\u00e1 que \u00e9 a comunidade de segurados quem paga.\n\n5. Note-se que a demora do INSS contribui para inefetividade dos direitos fundamentais-sociais,\ngerando grandes decep\u00e7\u00f5es e um profundo estado de descren\u00e7a.\n6. Na oportunidade do encamirihamento administrativo, a parte requerente comprovou que trabalhou os contratos abaixo citados sob condi\u00e7\u00f5es especiais prejudiciais para a sa\u00fade, de modo habitual e permanente, n\u00e3o ocasional nem intermitente, o periodo de 25 anos, 03 meses e 13\ndias.\nRua Cel. Jo\u00e3o Corr\u00eaa, ll3 - Ed. Vit\u00f3ria. CEP 93220-100. Sapucaia do Sul./RS.\nFone: Sl 3474.7819 / 3474.0135 - Fone/fax: 3452.1680. E-mail:\n\n\f'31\n\n& Louren\u00e7o Souza\n\nAdvogados Associados\n\nE I'\n\n'\n\nODOS DE LABOR ESPECIAL\n\nPeriodo:\nTempo de Contribui\u00e7\u00e3o:\nEmpresa: Fun\u00e7\u00f5es:\nSetor:\nAgentes Agressivos: Documentos Juntados:\n\n19-06-1986 a 06-09-2005 19 anos, 02 meses e 18 dias\nZivl S./A. Cutelaria (Mundial S/A - Produtos de Consumo)\nServente Auxiliar de Produ\u00e7\u00e3o\nOperador de Maneio de Foxja\nForjaria - Queda Livre\nRuido\nCTPS e PPP, o qual comprova a especialidade do interst\u00edcio em teia.\n\nPeriodo:\n\n15-09-2006 a 09-10-2012\n\nTempo de Contribui\u00e7\u00e3o: (' 006 anos, 00 m\u00eas e 25\n\n7\n\nEmpresa: Fun\u00e7\u00f5es:\nSetores:\n\n--\n(_--L'\nK /,\u00cd \\`\n\n_/\u00ac.\n\n__,`\u00a1_\n\nI/\n\nComponentes Automotivos SJA.\n\nC __ 7 .\u00ac,\nO peraji\u00e3r\n\nde\n\nI\nProdu\u00e7\u00e3o\n\n' ,___ I/fz I,._\\J\n\nE.\n\nda\n\nll\u00edge\u00e3l\n\n\u00a7ia_$rem`a151;e,1{ga\u00bf7 \u00d3,\n\nMonta\n,\u203a\n\nE\n\nem .\n\nFiat/Iran\n\nKhodro\n\n.\n\n-.\n\n\u00c7 \u00da hop\nrm\n\n..___-.___\n\n/'\n\n`*\n\nlvg\u00f6 Montzlgem\n\nHK) \")\n\n'il\u0161l\n\n2\n\n.N\n\n,\n\nlru __\\ L/, =~ (\u0161on_\u00a1..P\u2039\u203an>e>`ras\n\n_\n\u00da) \u00c9/\u00bf'r1Z\n\nAgentes Agressivos1:\u00bf_\n\n/'\n_\n\nE.. D_\n\n.P z_r eo mineral, neroa dejdleo mineral e lubri\ufb01cante minerais\n\n4 /rofr\u00cafn) off Documentos Juntados:\n\n_\n,,_r\"`\n\n__\n\nna\n~ TPS e\n`\\\n\nPPP,\n\no\n\n/\u00ac\u00cd\nquai\u203aco.mpu\u00cdlu`\\u1\u00bbra\n\na1\u00bbieszpuec/i\u00e0li-daduzqu/d1fo1ui/\u00c911bo/r.x\u2039'l\u203a f\n\n\"\u2039\nl._\u203a~\n\n7.\n\n\u0161\\_ __.\n\nU\n\nl`.\u201c.|\n\n_ U www \\\u00d7J Noutro\n\npasso,\n\no\n\nautor\n\ntamb\u00e9m\n\ntrabaihoua\u00edos _\n\n,g11oLd.- Jdsf ''\u00cdL1'_\u203a'\u00ca,ecz\ufb01/xjadrofabaLl/xbby',(ai11\u203at_eJ1r1ores\n\na\n\n28-04-\n\n1995), sem exposi\u00e7\u00e3o a agentes agressivos ou n\u00e3o conseguiu resgatar documentos para a\n\ncomprova\u00e7\u00e3o da insalubridade, raz\u00e3o pela qual requereu a convers\u00e3o desse tempo de servi\u00e7o\n\ncomum em especial, pelo fator 0.71 nos termos da tabela contida nos Decretos 357/91 e 611/92:\n\n[PER\u00cdoI\u203aos A SEREM coNvERT1Dos PELO FATO 0,71\n\nPeriodo:\nEmpresa:\nTempo a ser transformado:\n\n10-03-1986 a 08-05-1986\nCompanhia Zaffari de Supermercados 00 ano, 01 m\u00eas e 29 dias.\n\nTEMPO COMUM J\u00c1 CONVERTIDO: 00 ggg, 01 mg' \u00a7 1 djg\n\nRua Cel. Jo\u00e3o Corr\u00eaa, 113 -Ed. Vit\u00f3ria CEP 93220-100, Sapucaia do Sul/RS.\nFone; 51 3474.7319 / 3474.0135 - Fone/fax; 3452.1630. E-mail:\n\n\f)\n\n\u00d5\n\n& Louren\u00e7o Souza\n\nAdvogados Associados\n\nCOMUM A 8. \ufb01m de sustentar o clamor pela convers\u00e3o de\n\nara ESPECIAL, colaciona-se a\n\nMM seguir li\u00e7\u00e3o jurisprudencial, sabiamente aplicada pelo\n\nB Des. Federal , Joa'o\n\n'\natista\n\nP'into\n\nSilveira, nos autos do processo de n\u00b0. 2008.71.08.000076-1, para confortar tal procedimento e\n\ndemonstrar sua viabilidade, i`n verbis:\n\nPREVIDENCIARIO. ATIVIDADE ESPECIAL. CONVERS\u00c3O DO TEMPO\nCOMUM EM ESPECIAL E DO COMUM EM ESPECIAL. PERFIL\nPROFISSIOGR\u00c1FICO. CONCESS\u00c3O DE APOSENTADORIA ESPECIAL.\nTUTELA ESPEC\u00cdFICA. 1. Uma vez exercida atividade enquadr\u00e1vel como\n\nespecial, sob a \u00e9gide da legisla\u00e7\u00e3o que a ampara, a autora adquire o direito ao\n\nreconhecimento como tal. 2. Constando dos autos a prova necess\u00e1ria a\n\ndemonstrar o exerc\u00edcio de atividade sujeita a condi\u00e7\u00f5es especiais, conforme a\n_\n\n\\\u00ab, legisla\u00e7\u00e3o vigente na datgal da presta\u00e7\u00e3o do trabalho, deve ser reconhecido o\n\np,aA\n\"'\u201c~\u2039~..\n\n_l O _i'_e_spectivo tempo def stefrvi\u00e7o. 3.\n\nper\ufb01l pro\ufb01ssiogr\u00e1\ufb01oo previdenci\u00e1rio,\n\n\u00bf l) elab\u00f6\ufb01do conformejas exig\u00ean'cias~.legais, supre a juntada aos autos do laudo\n\nl\n\nf \u00da A t\u00e9cni'd7o\u00a1\\\\para \ufb01ns de\n\n,\neonversap\n\ndo\n\nten/go\n\nc\u00bfi\u00bfnpro\\?;\u00e3`o/ de atividade, e,-\n\n\u00cdderl\\ser^v-l.\u00e7_o\ufb011tLoJiM'n\u00a1um\n\n*fl/11%'.e eg; especi.al\n\ncondi\u00e7\u00f5es \u00e9 possi.vel\n\nespeciais. 4.\nat\u00e9 a edi. \u00e7\u00e3o\n\nda\n\nlel\u00edn\u00b0 9032/95. 5. Demonstm\u00cdlo\\o\u2039t`empd\u00edde servi\u00e7o especial por 15, 20 ou 25\n\n\u00cd\n\u201d\\ _\n\n__\n\n\u2039.`1./\n\n\u00cd\nanos,\n\nIi\nconforme\n\n4\u00bb \\\nparte\n\nIg\nauto a\n\na\n\n'\n\na\n\nI\nativldade.exerc_\u00a1da\n\npela,autora\n\ne\n\n,zf lagl\u00e4o\u00e4ett\u00edv\n\napose1ntadorla especia , nos termos\n\na care.ncia, \u00e9 devida da Lel n\u00b0 8.213/91.\n\n\u00e0\n6.\n\nxr- -\n\n7\n\n\u00c91\n\n.1'-.fz\u00ab-.ff _ \u201cDetermina-se o cu\u00bf_ifprirn6rito'\u00faiiii\u00a1e(diat\u00b6do,i\u00e1c\u00f3rd\u0161j\u00e2i n\u00a1\u00a1?:\u00a1u\u00a1i\u00a1_,i que se refere \u00e0\n\na__._._______z \u00a1 ,\n\nobriga\u00e7\u00e3o de i. mpl\u0161mgitalr\u00f8\u00ebfou res`ial;el\u00bf\u00a1;er lo' b'(erl`e\ufb01cib\u00c9\u00a1pol*`s)e tratar de deci. s\u00e3o\n\nP pm de e\ufb01c\u00e1cia mandamental ue dever\u00e1 ser efetivada\n\n/'I 1% f~i\n\nfar; /vi\n\ncumprimento da\u00c0_sV_en_t\u00a1'\u00b6iz\u00ed\u00ca't\u00bf\"s{:l\u00a1\u00c9;to;'\n\nediante as atividades de\nr ri\ndo CPC, sem a\n\nnecessidade de um processo executivo aut\u00f4nomo (sine intervallo). (Grifo nosso).\n\n9. Por tudo isso, resta largamente comprovando que a parte autora faz jus a uma aposentadoria\nespecial (B46), porquanto possui 25 anos. 04 meses e 24 dias de labor especial. Vale apresentar tabela detalhada do labor especial:\n\nPer\u00edodos de labor especial\nPer\u00edodos convertidos pelo fator 0,71\n\n19/06/1986 a 06/09/2005 15/09/2006 a 09/10/2012\n\n19-02-18\n|\n| 06-00-25\n\nI\n\n10/03/1986 a 08/05/1986\n\n00-01-29\n\nTotal de labor especial:\nl\n\n25 anos, 03 meses e 13 dias.\nJ\u00e1 convertido.\n00 ano, 01 m\u00eas e ll dias.\n25 anos, 04 meses c 24 dlas.\nI\n\nRua Cel. Joao Correa, 113 -Ed. Vit\u00f3ria CEP 93220-100, Sapucaia do Sul!RS.\nFone: 51 3474.7819 / 3474.0135 - Fone/fax: 3452.1680. E-mail: contato\ufb02 lourencoesouzacom br\n\n\ff\n\n.\n\nQ,\n\n& Louren\u00e7o Souza Advogados Associados\n\n10.Inobstante 0 arcabou\u00e7o probat\u00f3rio (CTPS. DSS 8030 e PPP), comprovando a efetiva a\n\nexposi\u00e7\u00e3o a agentes prejudiciais \u00e0 sa\u00fade, 2 autarquia r\u00e9 permanece alheia ao direito\n\ndo segurando, negando vig\u00eancia \u00e0 lei!\n\nIll - DOS FUNDAMENTOS:\n\nO 11. autor fundamenta sua pretens\u00e3o na Constitui\u00e7\u00e3o Federal (arts. art. 1\u00b0, II e III, 3\u00b0, I e III, 5\u00b0,\n\nXXXVI, 6.\u00b0 e 201, \u00a7 1\u00b0) e seus princ\u00edpios, na Lei 8.213/91 (arts. 57 e 58) no Decreto 357/91 (art.\n64), no Decreto 611/92 (art. 64), nos Anexos dos Decretos 53.831/64, 83.080/79 e 3.048/99, na\nInstru\u00e7\u00e3o Normativa N.\" 45 INSSPRES/2010 (arts. 235 e 236), nas S\u00famulas 198 do TFR e 09 da\n\nTNU, al\u00e9m dajurisprud\u00ea\u00f1piae doutrina, verdade/ii'a\u0161;f'fontes de direito.\n\nDA IINCONSTITUCIQNALIDADE DO DA - 111.1\n\n\u00bf .fr ,.__.__,\u00a1_1.__.___.\\. .\n\n1 .f ,\u00a78\u00b0~-DO ART. 57\n\nLEI 8.213/91\n\n'\n\n:f\u00a1-\\/\u201c_ f\n\ni\n\npi,\n\n\u00c9 af'\n`*\u2039z..\n\n*Q\n\n.'_\"\u00ac O / /1 12.\n\n\u00a78 z\n\ndo\n\nart.\n\n57t\u00a7]a\n\nI\u00edeli\n\nde,iB\n'\n\nI.\ntrabalhador continuar trabalhaiido\n\n\u00a7,,\u00ab\nzf\u00e4q\nem\u00bb\n\nios veda\nat.ividades\n\nzc\u203ai.ii\u2039z=ii;t,,o\n\n'o recebimento da aposentadoria '\n\n...N\nespei;iq1s.\\Coiitiido,\n\ntal\n\nnorma\n\nespecial se\nn\u00e3o el.imi. na\n\no o\n\nA car\u00e1ter\n\n'\n\n'\n\n_\n\nI\n\n__\n\nespecigl\\do labdfr, lt\u00e3ol\ufb02\u00edouc\u00f3\n\ni xpede\n\nque\n\nl*\\ \".\u00ac-. .z\n\n'\n\nI7\"f.,_\n\no_t\u00bfab\u00bf1_l11adorticontiiiiie\n\ntrabalhando\n\ne\n\nopte\n\npor\n\n\\ receber\n\no\n\n`\u00ac4\u00cd`<\n\n-'/\n\ni\n\nbene\ufb02c\u00edo'da\n\ni\n\ni\n\napolsentadoria\n\npor\n\n-\n\n\u00ac\n\n-i\n\nternpp /de/\u2039:ont\u00a1riqi\u00a11i\u00e7\u00e3\u00a7\u203a,,qumul\ufb02n\n\n\u00abui *o roventos da\n\n\u00a2-,af\n\n\u203a- \u201c~.\n\nJ/.~\n\n\u00c9 M aposentadoria com a\u00ed\u00ed\u00ebinunera\u00e7\u00e3oda atividaderh\n\nX Li/\u201cL\n\nU) \\L\"1;\n\n-H\n\n'\n\n\\'\u00ca'\n\n(L\n\n(2-'\u201c`c>\n\n,\n\n\u00c2)\n\n`.\u00ac1,\u00a1~f\u2039:\u203a \u2039\u00ac\u00da-7\u00bffr\u00d7~.~\u2039\n\n13. E, bem verdade que \u00e9 dever do Estado re\u00e1iir\u00e7dsgrist/\u00eddsiineibliig\u0161 ad triib\u00e0lhb, por meio de\n\nnomias de sa\u00fade, higiene e seguran\u00e7a, constituindo-se essa redu\u00e7\u00e3o, em um direito dos\n\ntrabalhadores urbanos e rurais, conforme art. 7\u00b0, inciso -XXII da Constitui\u00e7\u00e3o Federal de 1988.\n\n14. Ocorre que a regra em comento n\u00e3o tem car\u00e1ter protetivo, pois n\u00e3o elimina e nem reduz a insalubridade do ambiente de trabalho ou da atividade e, como j\u00e1 dito, n\u00e3o impede que o trabalhador continue na atividade ou que outro ocupe o seu lugar. Como se v\u00ea, a regra tem car\u00e1ter\nmeramente \ufb01scal.\n15. De outra banda, a Carta Magna n\u00e3o pro\u00edbe o trabalho perigoso ou insalubre ao segurado que obteve aposentadoria especial, pois esta \u00e9 um direito inalien\u00e1vel do trabalhador, direito este, a\nA prop\u00f3sito, novamente rati\ufb01cado no inciso XXVI do referido artigo 7\u00b0 da CF. proibi\u00e7\u00e3o de\nRua Cel. Jo\u00e3o Corr\u00eaa., 113 - Ed. Vit\u00f3ria. CEP 93220400, Sapucaia do Sul/RS.\nFone: Sl 3474.7819 / 3474.0135 - Fondfax: 3452.1680. E-mail: contato(1i)lourenooesouzz\u2039Loom br\n\n\f`\n\n-\n\n~5\u2039\n\nLouren\u00e7o & Souza Advogados Associados\n\ntrabalho perigoso ou insalubre s\u00f3 existe nos termos do inciso X)Q(III do mesmo artigo 7\u00b0, ou\n\nseja, para os menores de dezoito anos:\n\n16. Nesse sentido, posicionou-se a Corte Especial do Tribunal Regional Federal da 4\u201d Regi\u00e3o, ao proferirjulgamento da Arg\u00fci\u00e7\u00e3o de Inconstitucionalidade, confomie abaixo:\n\nPREVIDENCI\u00c1RIO. CONSTITUCIONAL. ARGUI\u00c7\u00c3O DE\n\nINCONSTUCIONALIDADE. \u00a7 8\u00b0 APOSENTADORIA ESPECIAL.\n\nDO ARTIGO VEDA\u00c7\u00c3O\n\n57\nDE\n\nDA_ LEI N\u201d 8.213/91.\nPERCEP\u00c7\u00c3O POR\n\nTRABALHADOR QUE CONTINUA NA ATIVA, DESEMPENHANDO\n\nATIVIDADE EM CONDI\u00c7\u00d5ES ESPECIAIS.\n\n1. Comprovado o exerc\u00edcio de atividade especial por mais de 25 anos, o\n\nsegurado faz jus \u00e0 concess\u00e3o da aposentadoria especial, nos termos do artigo 57\n\ne\\\n\nda Lei 8.213, de 24-0,731/991, observado, ainda, 0 disposto no art. 18, I, 'd'\n\nc/c 29, II, da LB, a contar \u00e7la data do requerimento administrativo.\n\n. ~2.iO-\u00a7 8\u00b0\u00d7do artigo 57 da' Lei n\u00b0 8.213/91 veda a percep\u00e7\u00e3o de aposentadoria\n\n\ufb01i\u0192/__es`pe'\u0161ial por\u00a1'\u00a1';\u203aarte do trabalhad/or quescontinuar exercendo atividade especial.\n\n1:\n\nA 3\u00cd\"| restri\u00e7\u00e3o \u00e0 contihuidade\u00a1do\u00abdiesempenl1o da atividade por parte do\n\n\\ trabialhad\u00e7i que obt\u00e9m/\u00e2po\u0161entadgri\u00e3\ufb01elspg\u0161i\u00f5ia\u00edll\u0161\u00eafrt\u00e3giaj\u0161sem que haja autoriza\u00e7\u00e3o \\ constitue/ional\u00e4para tan1_\u2039\u00edipois` af1constitui_\u00e7\u00e3o somente pemnte restri\u00e7\u00e3o\n\nrelacionada \u00e0\u00e4 qualiiica\u00e7\u00e3o .pio\ufb01ss'ional),\u2039\u00c9\u00ed\u00bfo desempenho de atividade\n\nprb\ufb01ssional, e veda 0 acesso \u00e0 previd\u00eancia social ao segurado que implementou\n\n(ly --wosiriaq\u00ediisitos es}\u00c3belecidos na'\u00cd\u00ebgisl\u00e1\u00e7\u00a7o'\u00a1de reg\u00eancia.\n\nJ\\-\"`\u201c\\\u201c',\n\nregra em qirest\u00e3o n\u00e3o p\u00c9s'\u00a7ui'\u00c9ar\u00e1ter profetivo, pois n\u00e3o veda o trabalho\nespecial,\\ou\ufb011Iesmo sua\u00a1':c\u2039\u203anti1iuidade,\u00a1impe\u00e7lindo\ufb02ipenasz-Q Pagamento da\n\n,.\u00a1f\u00e3pos\u20acntad_oria. Nada\",\u00d5lgstax,\u00a7i1e,l\u00c3\u203a$'egh\ufb01rddg\u00e4p\u00e2\u00e1\ufb01a\ufb01e\u00e7a\u0161mbalhando em\n\n'\n.ff\n\natiy@d_e$`_~_que\n\nimpliquem\n\nexposi\u00e7\u00e3o (av agentes\n\nnocivos\n\nsem\n\nrequerer\n\n\ufb01m aposentadoria especial; pp que aguarde para se apfosentar por tempo\n\ncontribui\u00e7\u00e3o, a\n\ndeffpod\u00ebil \u20ac1Tmul\u00e3rz,'\u00f5\u00b0liene'ficio'Tcon\u00b6}a\ufb01emunera\u00e7\u00e3o\n\nde da\n\natividade, caso mantenha\u2039oW\u00edrI\u00ca:\u00fcl`d;[cdfni\u00e1-~nadaLifnpei1e'que`sedposentando sem\n\na considera\u00e7\u00e3o do tempo especial, pe\u00e7a, quando do afastamento de\ufb01nitivo do\ntrabalho, a convers\u00e3o da aposentadoria por tempo de contribui\u00e7\u00e3o em\nA aposentadoria especial. regra, portanto, n\u00e3o tem por escopo a prote\u00e7\u00e3o do\n\ntrabalhador, ostentando mero car\u00e1ter fiscal e cerceando de forma indevida o\n\ndesempenho de atividade pro\ufb01ssional.\nA 4. interpreta\u00e7\u00e3o conforme a constitui\u00e7\u00e3o n\u00e3o tem cabimento quando conduz a\n\nentendimento que contrarie sentido expresso da lei.\n\nS. Reconhecimento da inconstitucionalidade do \u00a7 8\u00b0 do artigo 57 da Lei n\u00b0 8.213/91. (TRF 4\u201d Regi\u00e3o, Arg\u00fci\u00e7\u00e3o Inconstitucionalidade n\u00b0 5001401-\n\n77.20l2.404.0000, Corte Especial, Rel. D\u00eas. Ricardo Teixeira do Valle Pereira,\nJ. em 25/05/2012.)\n\n17. Diante disso, resta demonstrada a inconstitucionalidade da norma em exame, a qual, se\nadotada, pode implicar cerceamento ao desempenho de atividade, de profissionais especializados, seja de n\u00edvel superior ou nivel m\u00e9dio, de ind\u00fastrias dos mais diversos ramos.\n\nRua Cel. Jo\u00e3o Corr\u00eaa, ll3 - Ed. Vit\u00f3ria CEP 93220-100, Sapucaia do Sul/RS.\nFone: Sl 3474.78l9/3474.0135 - Fone/fax: 34521680. E-mail: contatgmjlourencoesouza.com.br\n\n\f2%\n& Louren\u00e7o Souza Advogados Associados\nHI - DO PEDIDO SUBSIDI\u00c1RIO DE B42:\n\n18. Em n\u00e3o sendo reconhecido o tempo m\u00ednimo de trabalho sujeito a condi\u00e7\u00f5es especiais que\nprejudiquem a sa\u00fade ou a integridade \ufb01sica, requer, subsidiariamente, a concess\u00e3o do bene\ufb01cio\nde gposentadoria por tempo de contribui\u00e7\u00e3o, devendo, portanto, computar os periodos do item \u201c7\u201d, bem como computar e converter os periodos do item \u201c6\u201d pelo fator l.4.\n' iIr\";1 -DA.N\u00c3o* APLICA\u00c7\u00c3O Do FATOR PREvrnENc1\u00c1`RI(i\n\nA \ufb01m 19. Constitui\u00e7\u00e3o Federal vigente possui reda\u00e7\u00e3o r\u00edgida a de coibir as investidas do pr\u00f3prio\n\nlegislador contra a ordem constitucional. N\u00e3o obstante, a Lei 9876/99 disse mais do que a\n\nCF/ss gua dizer.\n\n(If,\n\n7.f\n\nll\n\n,\n\n//\n\n20. Pois om, a Cl\u00ed/\u00cd88 (art: 201, \u00a7 F), em mopiepitctalgum, exige o preenchimento do requisito\n\net\u00e1rio como pressutliosto piaiia\n\n\u00abtw I *ix\n\n|\n\ntampouco\n\ncondiciona\n\no\n\n|\nvalor\n\ndoodbIee'in`et\u00ca\u00eat\u00bfr\u0161icmieontaoo'd1 _atea,pm_dp_s\\oe_rd\u00edet~_a__\u00e4_\\\u2039\u203a$r._ie,/!viuiamdfpao6*rdU\u2039,,aotu\u00e7smegouzrdaedoc.ontribui\u00e7\u00e3o\n\nintegral,\n\n3 .\\\n\nA \\i / .fi \u00ca* 21.\n\n.\u00cd\nConstinij\u00e7\u00e3o`F\u00ebdeml (e` n\u00e3\u00d5\"`m:\ufb02\n\n)\n\n\u00e9\n\nque\n\n:XM c\u00f5nced \u00c9\\o\n\n\u00ca9 9:' *tn\n\n53 D. amental, a Constitui\u00e7\u00e3o\n\n\u00ca g Federal\n\n(e\n\nn\u00e3d\\\\\u00ca\"l\u00c9i)\n\nec n\u00e2,\\\niaatabe ._./\n\ninfraconstitucional te'ri-t\u00e3o cond\u00e3o, de\n\n\u201d1\ncriar\n\n\u2039=\n\naposentador`a, ,lb'go,. nenhuma norma\n\nU oii _\nVi\n\n=.;3\nui;\n\n7'/l 11)' '*`\u00ed.@\u00c0\n\n\"'\n\nrit\u00e9r(io`s'{r\u00edb\n\n'7,~' f\"' 'l ii-il\n(c\u00bf\u203a'n'st'\u00e0i,ite\u0161/1-'ia'Lei.\n\nMaio. r.\n\nii\n\n\u0192dbo UG, habita a inconstitucionalidade do fator previdenci\u00e1rio. .xr \\-_\u00a1\u2039 /fil'\n\n0 /D* _\u2039')\n\npl\u201c/\n\n_\ntil?\n\nE\n\n1l<\u0161\u203a.Zc,t[,\u00b01 ?.a\n\n22. Ou seja, n\u00e3o obstante a Emenda Constitucional 20/98 afastar a exig\u00eancia da idade minima\n\npara a aposentadoria por tempo de contribui\u00e7\u00e3o, a Lei 9.876/1999, de forma sorrateira, alterou a\n\nfomia de apura\u00e7\u00e3o de renda do beneficio e trouxe novas exig\u00eancias, como a idade e a expectativa\n\nde vida, causando enormes prejuizos ao segurado.\n\nA 23. idade e a expectativa de vida s\u00e3o elementos que criam excessiva limita\u00e7\u00e3o aos direitos do\nsegurado. Note-se que a expectativa de vida constitui um agente que pode frustrar todo 0\nplanejamento do segurado acerca da sua aposentadoria, vez que ele pode controlar a idade e tempo de contribui\u00e7\u00e3o. mas \ufb01ca a merc\u00ea do IBGE.1\n\n' Seria absurdo se nao fosse lei, mas h\u00e1 casos onde quanto mais tempo de contribui\u00e7\u00e3o, menor \u00e9 a renda mensal inicial, haja vista\nRua Cel. Jo\u00e3o Corr\u00eaa, 113 - Ed. Vit\u00f3ria. CEP 93220-100, Sapucaia do Sul!RS.\nFone: 5l 3474.7819 / 3474.0135 - Fone/fax: 3452.1680. E-mail: eontatgn lourencoesouza.com.br\n\n\fS\n& Louren\u00e7o Souza Advogados Associados\n24. Cumpre verificar que a expectativa de sobrevida do segurado \u00e9 de\ufb01nida atrav\u00e9s de uma t\u00e1bua de mortalidade emitida pelo IBGE, considerando para todos os segurados uma tabela que n\u00e3o\ndiferencia sexo ou regi\u00e3o. - mais um problema.\n\n25. Na ocasi\u00e3o de sua cria\u00e7\u00e3o, a tabela previa um fator igual a um homem que completasse 60 anos de idade e trinta e cinco anos de contribui\u00e7\u00e3o. Atualmente para atingir o fato \u201cum\u201d homem\nprecisa alcan\u00e7ar 64 anos de idade e trinta e cinco anos de contribui\u00e7\u00e3o, ou seja, ao longo de 10\nanos de vig\u00eancia os segurados tiveram um acr\u00e9scimo de mais 4 anos de trabalho para\nperceber o mesmo valor de aposentadoria!\n\n26. O que se pretende detonar \u00e9 que n\u00e3o \u00e9 justo que trabalhadores com mesmo tempo de\n\ncontribui\u00e7\u00e3o, mesmo saiairioi de contribui\u00e7\u00e3o no/ipzriodo base de c\u00e1lculo, por\u00e9m, com idades\n\nA Com \u00bb.\n\n_i\n\ndiferentes, recebarp_,valo(5es_diferintes.\n\n1\n\n\u203a\n\nefeito,\n\nobserva-se\n\na\n\nexist-encia\n\nde\n\ntratamento\n\nantison\u00f4mico (CEi88, art. 2l01,\u00a71\ufb029.\u00a1.2\n\n/I /_.//\u00a1f\u00ac\\/V\n\n\\ Uwr\u00e9to\u00e7\u00e2\u00fc _ _\n\nf\n\nI/ ,_ \\\n\n27.\n\nPor\n\n\u00f3bvi.o,\n\nti' .\n\nit\n\naplicar q\n\n\u00cd\n\u00cd\nfaio|r\n\nsi. it. .\np\u0161evidenqi\u00e1rto\n\nL, '_\u201c'\"*\\. U1.\n\nV-'\n\nno c\u00e1lculo de\"a\u00a1)ura\u00e7\u00e4o`\n\nda\n\nrenda\n\nmensal\n\nde\n\n.\nbenef\u00edcio\n\nem1 edsarmotrastiasmteneimV/dob\\d'~c.iofemrzearsi/tmeejlspmia\u00e2ra.sH\u00acoososne'gtuj\u00f1r\u00e1audio\u00e7s\u00f5eqs,uecpo\\rmIe\\eo_ni_cmzhetei\"smmo`o*s')tp'e-rm'eJps-os'QuPdpJeosctoonstrdiabuaip\u00e7o\u00e3soe,ntoagdoureiafenroe\n\n\u00c1! sem o\n\ndireito\n\nfundamental'-p,r-e'scIr.-ito\n\nno\n\ncaput\n\ndo\n\n\u00abfz ft.\nar\u00edt.~'5.\u00b0idessa\n\nCaratfrafz\u00ed-r'r\u203afo'.\u203arpfr/i,nc-\u00edop:iocrd'a\n\nisonomia.\n\n\u00abLJ\n\n'\n\n-*\n\nA W.,\n28. ado\u00e7\u00e3o do fator previdenci\u00e1rio afrontafb fz-:\n\n0\n\n2:1 O se\u00ca. ao\n\nz\n\nff\n\nI\n\n.\u2039\n\n.-\n\n,\n\ndial\u0161fcontribut\u00e7\u00f5es,\n\nj\u00e1 que ele interfere na rela\u00e7\u00e3o entre o que se paga e o que se recebe. Assim, as variantes idade e\n\nexpectativa de sobrevida refletem diretamente no resultado da equa\u00e7\u00e3o, sendo gue a\n\nConstitui\u00e7\u00e3o veda a ado\u00e7\u00e3o de crit\u00e9rios diferenciadores para a aposentadoria.\n\na altera\u00e7\u00e3o anual da t\u00e1bua de mortalidade e expectativa de vida, este trabalhador tem a renda mensal reduzida.\n1 De maneira ir\u00f4nica, najusti\ufb01cativa do Projeto de Lei 1.527. que deu origem a Lei 9.876/99, a mensagem revela o objetivo de\n\u201caprimorar o sistema previdenci\u00e1rio no Brasil e dar maior e melhor cobertura e mais justa cobertura\u201d.z Destacamos os arts. 67 e\nA 68: Art. 67. cria\u00e7ao do fator previdenci\u00e1rio est\u00e1 plenamente de acordo com o principio t\u00e9cnico doutrin\u00e1rio da equidade na\nPrevidencia Social. Quanto maior o desequiiibro entre o tempo e o usufmto dos beneficios, maior \u00e9 a necessidade de subsidiarse o sistema previdenci\u00e1rio com recursos provenientes do Tesouro Nacional. Importante salientar que tais recursos s\u00e3o\nsubtraidos as politicas sociais e de desenvolvimento economico do que tanto o pais necessita. A\ufb02. 68. \u00c9 evidente justo que pessoas com a mesma idade e mesmo hist\u00f3rico de sai\u00fario\u2039de-contribui\u00e7\u00e3o, mas tempos de contribui\u00e7\u00e3o diferentes, percebam um bene\ufb01cio do mesmo valor. Da mesma fonna, 6 injusto que pessoas com o mesmo tempo de contribui\u00e7\u00e3o c mesmo\nhist\u00f3rico de saI\u00e1rio~de-contribui\u00e7\u00e3o, eo apresentarem idades diferentes, venham a perceber um beneiicio de mesmo\nvuior. Exatamente estas s\u00e3o as situa\u00e7\u00f5es nas quais o fator previdenci\u00e1rio proposto age como corretor de iniqiiidadcs.2\n(Grifo nosso).\nRua Cel. Joao Correa, 113 -Ed. Vit\u00f3ria. CEP 93220400. Sapucaia do Sui/RS.\nFone: Si 3474.7819 / 3474.0135 - Fone/fax: 3452.1680. E-mail:\n\n\f& Louren\u00e7o Souza Advogados Associados\n29. Ademais, o autor se filiou ao regime previdenci\u00e1rio na condi\u00e7\u00e3o de trabalhador urbano\nem 10/03/1986 (marco inicial da rela\u00e7\u00e3o juridica), tendo nessa oportunidade sido\nmaterializada a rela\u00e7\u00e3o iuridica. sob a \u00e9gide do ordenamento iur\u00eddico vigente \u00e0 \u00e9poca.\n\n7o /\u00c9Q\n\n30. Desta ane, para \ufb01ns de previd\u00eancia social, o autor deixou de ser mero espectador e passou a\nser um agente ativo no \u201cjogo\u201d (no seguro legalmente estatuido), cujas regras contratadas\n\ufb01m haveriam de ser mantidas at\u00e9 o da \u201cpartida\u201d.\n\n31. Contudo, com a edi\u00e7\u00e3o da Lei 9.876/99, de 28/ l 1/ 1999, houve a quebra desse contrato, com ou sem aspas, ao introduzir o mal fadado fator previdenci\u00e1rio, que culminou uma signi\ufb01cativa\n\ndiminui\u00e7\u00e3o da renda do segurado!\n\n\u00a1-\u203a\n\n/ \u201cI 1\"'\n\n/\n\n32. Se\n\no\n\nsenti. do\n\n.zzf .-_~.\u201d*.~\u00ac.\n'\u00cd&o'_dire\u00bfto\u00a1 adqu\u0161rido\n\n. /_ i\nconstitui/cl\u00e1usulaap\u00e9trea\n\n\u00e9 J_ ustamente\n\npara\n\ni. mpedi.r\n\no\n\n\u203a\u00ac\\/ retrocesso,\n\npara\n\n.\ng\u00edra\u0161rtir\n\no\n\nz' .\naran\u00e7qg\u00e1xobtido,\n\ni\n\n.\n\n.\n\n.\n\nJur\u00eddica,\n\nc/ona\u0192o it\u203aan;i\"\\b\u00cai;i\u00bf1) kg3i;\u0192ai\\1\u0161}rm\u00e4;g\u00bfi\u00fa5m\u00e7a\n\npara\n\nque\n\namanh\u00e3 n\u00e3o venha uma nova ltera\u00e7fo ouLm1@_i_n\u00e7i1\\d\u00ed\u0161f_crit\u00e92i%s, com surpresas v\u00e1rias para\n\neventuais atingidos,\n\na de frus\u0161rar uma condi\u00e7\u00e3ojque seria implement\u00e1vel logo ali,\n\n\u2039:f\u0161\u203a`m]oi\n\nconsolidando ii;a_'q\ufb01il5`queIq Mini\u00a7t\u00cd'\u00a7?'\u00ca}ilmar Mehdeichanqal\ufb02drelyf\u00e2gmda de obst\u00e1culos com\n\n./ \\f obst\u00e1culos em \\.*~e'\n\n121\n\n--\u201cJ\n\n\u00c0\n,\n\n\u00c9 __L_~\\\\\n\n27.\n\n.\n\n,\n\nuglt\u0161j\n\n33. O falacioso argumento de que aposentar-se\n\n__.\u00ac~t\n\npr\u00f3prio\n\nsistema\n\n\u00e9\n\nincompat\u00edvel\n\ncom\n\no\n\n/.\u00cd grau \u203ade\n\nQ_\n\n*i\n\node\u00b0col a gest\u00e3o do aa. /ei\u00e4ivriisqo \"; -8 ^\n\n_\n\n`-_\n\n2.\u00c7`,o S\\\"~U\n\nT \u00e2\u00e4a .\u203af\u00a3f>\u0161\n\n'\n\n\u00c9 alcan\u00e7ado e 'meni'i inico'-jl\u00e1 0-\u2039\n\n:tj<;\n\n\u00c7' 1 .' '\n\nI\n\no'5,\u00bbe'n_\"\u00e3\n\n'\nO)\n\n\u00a1\n\nZ\n\nexaustivamente anunciado pela midia - que certamente est\u00e1 preparando o caminho para um novo\n\nsalvador -, tampouco com o princ\u00edpio previdenci\u00e1rio da diversidade na base de financiamento.\n\n34. Note-se, ainda, que segundo dados publicados no livreto da ANFIP, intitulado \u201cAn\u00e1lise da Seguridade Social 2010\u201d - diga-se de passagem a publica\u00e7\u00e3o mais confi\u00e1vel sobre o tema -\n\ndisponivel\n\nno\n\nendere\u00e7o\n\neletr\u00f4nico a arrecada\u00e7\u00e3o s\u00f3 tem\n\naumentado, n\u00e3o se justi\ufb01cando a fal\u00e1cia do d\u00e9\ufb01cit previdenci\u00e1rio. Vejamos:\n\nRua Cel. Jo\u00e3o Corr\u00eaa, l 13 - Ed. Vit\u00f3ria. CEP 93220-100, Sapucaia do Sul/RS.\nFone: Sl 3474.7819 / 3474.0135 - Fonelfax: 3452.1680. E-mail: eonta!o(nzloureneoe\u00a7_Q_u;g,_gz\u00a1|1 hr\n\n\f.-\n\nf\u00d7\u201c\n\n& Louren\u00e7o Souza\n\nAdvogados Associados\n\nTabela 1: Receitas a Despesas :Ia Seguridade Social, 2008 a 26110, em\nvalores correntes\n\nR\u00e1cnlma relllzndan\nOlnnsi\ufb02ca\u00e7\u00e3o\n1. Rzedm do eanlrthul\u00e7\u00fann :mania R\ufb02\u00e4ltl Prlvldnnlzl\u00e1dn L\u00edquida RBP5 (1)\nCoin:\ncpm; (2)\nCSLL PIS I PASEP\n\nAnnmh=!onu\u00a2zz=n|an(n:mI\u203a-aus)\n\n2008\n359.54!!\n\n2009\n375.887\n\n2010\n441.255\n\n183355 182.008 211.905\n\n120110! 1 1 5.759 i\u00c30.D2J\n\n\\.u0\u00a1\n\nO\n\n0\n\n47.502\nE330\n\n43.592\n31.1130\n\n45.754 40.373\n\nOut\ufb02ll O\u00fcrllrlbtiiua {EI)\n2. Rachllin di Qnildndnn di Bngu\ufb02rhnl\ufb02\nnmznzzpf\u00fap\u00fammmus nmznupmpzim uz mes\n\n2.061 I5.19l\n161 1.388\n\n7.497\n14123 218\nED\n\n3.1 4 B\n153-U\n381 314\n\nRzfznzzpi-\u00fapnzz\u00faoms\nmanu pmpm-za na FAT (az\nTiumau\u00f3rn\ufb02oaem\u00fa\u00faauu\n\n31109\n110%\n327\n\n3.057 111.853\n384\n\n3.087 11.011\n444\n\nI. Gnnlrlplltldl dodl\u00e7lrn\ufb02nln Fllnal DIEPU\nRal\ufb02lll TDGIJ (14-2\u20393}\n\u201cP .ll VI\u201d\n\nL_`;7...=...\n\n2.0-IB\n377.079\n\n2.015 397.828\n\n2.135\nISE\u00c9E\n\nCa nf\u00ed/\u00a1fm{z7v\n\nDespesas llquldsdas\n\nClassifica\u00e7\u00e3o 1. Buna\ufb02zluu Pruvlvdlnd\u00e3rlnl\n\nPnavidund\u00e1rha urbanas\n\nPravk\u00edarutl\u00e1rb\ufb02 rurif\ufb02\n\nCunpunm\u00e7\u00e3o pravln\u00e1annl\u00e1r\u00ed\u00e3l\u00e3i\n\n2. E\ufb02rw\ufb02d\ufb02l unililnllalal\ufb02\n\nAl\ufb02i\ufb02l\u00fcn\ufb02\ufb02l\ufb02 \u2039 LO\u00c0S\n\nAubt\ufb01idal\u00f1 - RMV\n\nJ. Bolsa-Fllnllla 0 outra: Trnnnful\u00faluzla\ufb02 da \ufb02nndn\n\n4. EPU - aznz\ufb02zlm. az Lzglziz\u00e7an Ezpzem\n\nnuma\u201d 5. manu\n\nun as (uzzzwi p\u00a2u\u2039.zz1| nn\n\nuu 8. Alikutlnda Incllll \ufb02lip\ufb02saa do MDB (l.l\\:l.ul pass rei\n\n1. Pflvld\ufb02ncln Io;-J\u00a1|.: da\ufb02pena\ufb02 60 HPE [Inclui p\ufb01\ufb02l 011) (G)\na. aum. .gen az mqufmzu- \u00abzm\n\na. Bzne\ufb02ulun FAT\n\n1D. Ouifa\ufb02 lq\u00f5nl do F\u00c1T\n\nDl\ufb01p\u00fc\u00fc\ufb02 \u00cd\u00f8lzl (1026-l6\u2039lO'QOE\u203a1OBOB\u00d51I'I)\n\nAzzfumzn\u00e2 amada (nt manu;\n\n2008\n\n2(\ufb028\n\n2010\n\n1%.5E2 225.095\n\n155-953 10.997\n612\n15.541\n\n17B.9QQ\n4I.\u00b6\u00da\n1.248\n1&712\n\n1QB.%1\n55.473\nLK!\n\nISJIB\n\n18.884\n\n20.380\n\nLBSG\n\n\u00b6.B4B\n\n1 .S54\n\n10.523\n\n1*l.B5`l\n\n13.493\n\nILD\u00c1B\n502%\n\n2015 58281\n\n2.138\nGLDQG\n\n2378\n4.752\n\n7.771\n1282\n\n3.099 B.J7B\n\nCLBBG\nEJE\u00caJ\n\n7.17-I\n27.017\n\n7.510 29.105\n\n124\n\nSBB\n\n417\n\n310.719 358.885 600.51 7\n\nsame eu aagzmdzaz soam (n\u00e8apsj V\n\n\" asma 32.940 58.109\n\n35. Como se v\u00ea, a receita realizada em contribui\u00e7\u00f5es previdenci\u00e1rias foi praticamente igual ao\n\nconjunto dos benef\u00edcios pagos aos segurados. Considerando a compensa\u00e7\u00e3o pelas ren\u00fancias,\nainda que subestimadas, 0 resultado desse subsistema foi superavit\u00e1rio em R\u00a7 58,1 bilh\u00f5 f\u00e3\n\nRua Cel. Jo\u00e3o Corr\u00eaa, 113 -Ed. Vit\u00f3ria CEP 93220-100, Sapucaia do Sul/RS.\nFone: Sl 3474.7819 / 3474.0135 - Fondfax: 3452.1680. E-mail:\n\n\f& Louren\u00e7o Souza Advogados Associados\n36. Ou seja, \u00e9 mais f\u00e1cil acreditar que as receitas estejam sendo desviadas para outras finalidades\ndo que no d\u00e9ficit que estariam a enfrentar, principal argumento apresentado para as abusivas reformas do sistema previdenci\u00e1rio e permanente afronta ao princ\u00edpio da irredutibilidade no valor dos benef\u00edcios. o qual prev\u00ea que o valor real do benef\u00edcio deve ser preservado por meio de reajustes peri\u00f3dicos!\n\n37. Portanto, aplicar o fator previdenci\u00e1rio \u00e0 aposentadoria do trabalhador n\u00e3o se apresenta\ncoerente, tampouco pode ser confundido com justi\u00e7a.\n\n38. Entretanto, em tempos de neoconstitucionalismo, a veri\ufb01ca\u00e7\u00e3o da impossibilidade de\n\naplica\u00e7\u00e3o do fator previdenci\u00e1rio \u00e0 aposentadoria,-aos poucos, come\u00e7a a ser percebida por uma\n\njurisdi\u00e7\u00e3o que vai ge tran%\u00cd\u00cdoJnnar_ na garantidorja/,d\u00e1s direitos fundamentais-sociais e da pr\u00f3pria\n\ndemocracia, os sinais\u00cas`\u00ed\u00e3o'.;i:_.\u00e3r,_\u2039`:omo se veiifda__na--senten\u00e7a exarada nos autos do processo\n\nri/ zh\n\nkl l\n\n0009542-49.2010.403.6183/SP,\n\nonidi e\n\no\n\n. .\njuiz\n\n}\"'\n\nif\nfederal\n\nMarc,up.O_n. one\n\nGon\u00e7alves\n\nCorrea\n\ncondenou\n\no\n\n\\ INSS\n\na\n\n,af\npromover\n\n\\\u00a1\n\n1;\n\no\\{ec\u00e1lculo\n\n1 da\n\nrenda\n\n,f / \\, -._,\u00d7uLf,\u00fa\u00bf\u2039f\u00e2l1ifLz_.zc.\u203a\u203a\nm_en\u00a7al_lin_i\u00a7ial\u00cd\u00ede_m a incid\u00eancia\n\ndo\n\nfamigerado\n\nfator\n\nf\n\n\u00a1 \\ \\ az .\n\n.,.\n\n1\n\nprevidenciario.\n\nz\n-\n\n,\n\nrj; ~'/' | \\ I\n\nl5'p\u201d\n\n\\\n\nfc\n\nj\n)\n\nfp / f 1* '\\_\u00cd;/QITJUZEJ WH/ Ao 39.\n\nentender\n\nque\n\n'\no\n\nI\n\n\\~. .~ ., .\n\nfatonkprevidenciario\n\n`^~\u00bb\n\nA .\n\nf. r .\n\n.\n\n\u00ac7\n\n\u00e9 \"i`n|c'ofnrstituc1i/ofna'l\u00a1,./_9o3-9n_11.a'gistrado.n'\u00e3o\\\u00bfs,omente\n\ndei. xou\n\nde\n\naplic\u00e1-lo,\n\ndescon_s'fifuindo\n\n,\nos 'aragumentosijuridiciis\n\nlant`eriofg,s|g\u00e4i\u00cdiiiii'deli1f`r1'zi\n\nargumenta\u00e7\u00e3o\n\njur\u00eddica racional superlativa na constru\u00e7\u00e3o eju/sf\ufb01c\u00bf\u00bfa..\u00e7~\u00e3;\\ \u00abC \u00acz\u00bb\u00bf`D.\n\n0\u00b0\n\u0161\u00e3<*< 7\n\nndan\u00ed'entos,que embasam a ,-\u00a1\"\u00a1\u2039f\n\nmudan\u00e7a jurisprudencial,\n\nmas,\n\nfundamentaln1:ii1t`e,9\n\ncoin \u00e3\u00ebsg .U\n\n= de'|4'$(i{\u203a\";s'e\\i\u00a1\u00bf']'i\u203aia;'l)zalS\u203ai1o\n\ninterior\n\ndo\n\nEstado Democr\u00e1tico de Direito, o qual referenda uma verdadeira transforma\u00e7\u00e3o da sociedade.\n\niuI.2 -DA. APLICAC\u00c3O\u00cdPR\u00d3PORCIONAL .Do FATQR PREV1DENC1\u00c1L_RIO\u00cd\n40. No caso de Vossa Excel\u00eancia n\u00e3o se posicionar pela inconstitucionalidade do fator previdenci\u00e1rio, h\u00e1 que se verificar que nos benef\u00edcios de aposentadoria concedidos com convers\u00e3o de tempo especial em comum deve ser aplicado o fator previdenci\u00e1rio de forma\n\ufb01m proporcional a de resguardar a CF/88, art. 201, \u00a7 1\u00b0, in verbis:\n\u00a7 1\u00b0 \u00c9 vedada a ado\u00e7\u00e3o de requisitos e crit\u00e9rios diferenciados para a concess\u00e3o\nRua Cel. Jo\u00e3o Corr\u00eaa, ll3 - Ed. Vit\u00f3ria CEP 93220400, Sapucaia do Sul/RS.\nFone: Sl 3474.7819 / 3474.0135 - Fonelfax: 3452.1680. E-mail: contatcm lourencoesouza.oom.br\n\n\f.\n\n\u00b0\u203a\nr\\\n& Louren\u00e7o Souza Advogados Associados de aposentadoria aos bene\u00f1ci\u00e1rios do regime geral de previd\u00eancia social, ressalvados os casos de atividades exercidas sob condi\u00e7\u00f5es especiais que prejudiquem a sa\u00fade ou a integridade fisica e quando se tratar de segurados portadores de de\ufb01ci\u00eancia, nos termos de\ufb01nidos em lei complementar. (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Emenda Constitucional n\u00b0 47, de 2005).\n\n41. Isso porque n\u00e3o \u00e9 justo que o tratamento dado aos trabalhadores que se sujeitaram a\natividades especiais seja o mesmo daqueles cidad\u00e3os que laboraram sempre em atividades\nA comuns! convers\u00e3o perderia seu sentido na sistem\u00e1tica de c\u00e1lculo com o fator incidente\nintegralmente.\n\nA 42. aplica\u00e7\u00e3o dos mesrnosgcrit\u00e9rios de c\u00e1lculoltan\u0192to para aqueles que exerceram atividades em\n\ncondi\u00e7\u00f5es especiais, ainda: que parcialmente, cqmo' para aqueles que nunca exerceram qualquer\n\natividade sob condi\u00e7\u00f5es esp\u0161iai\u0161yafronta o ait/.\u00cd201 -O OF/88.\n\n/xi A //i \u00ca/`\\.i5Z\u00b0 e@/ea -\n43. Desta fomia, faz-qe necess\u00e1ria a ado\u00e7\u00e3o,\u00bf_de eiiti C0' *erenciados para o tempo especial e o\n\n_ .j\n\n\u00bf\n\n/\u00abM tempo comum/no niomleiito ,ida a\u0161ura\u00e7\u00e3o da Rendaq lolensgli Inicial, entre eles, o fator\n\n_\n\ntj\n\n\u00cd\n\n3\n\nprevidenci\u00e1rio\u00e1ih\u0161identefai\u203adna\u0161\u00c9\u203abr37o'\u203atempo\n\n~\n,\nde ativi_d\u00a7tde%rdii1f\u00fci7ri?\u00e17s\u201d\u00e3iug\u00e3o\n\ncontida\n\nna pr\u00f3pria\n\nM norma constitdcrififltall. Ai iese l\u00f5g\u00edou venceddrla ,n\u00e7is autos do -processd] _l l.Q\u203al.2011.0l2583-\n\n8/000000-000 de\n\n\u201cf\n.\nio\u0161luiz\n\nTgares /-ii\n\nli/i1f,'>:\u00ea% \u2039'f,z'\u00e9\u00bb\u00ab\u00bfz.;'zr \u00e3f:~f\u00b0*\n\nde Direito Antonio\n\nd Al\n\n\\\u203a da\n\nda\n\nci. dade\n\nde\n\nDiadema. Vale transcrever a ementa:\n\n1\n/il\n\ns,faooz\u00b0zo\u00fa\u00ed\u00cd oa\n\n\u2039\n\nA (...) aposentadoria especial \u00e9 bene\ufb02cio decorrente do trabalho realizado em\n\ncondi\u00e7\u00f5es ou prejudiciais \u00e0 sa\u00fade ou \u00e0 integridade fisica do segurado.\n(...) Portanto, n\u00e3o apenas tem direito ao periodo especial, como tamb\u00e9m a exclus\u00e3o do fator previdenci\u00e1rio, incidente apenas sobre o tempo comum.\n\nConclui-se, pois, pela an\u00e1lise da documenta\u00e7\u00e3o, que \u00e9 o autor fazjus \u00e0 pretens\u00e3o.\n\nJULGO PROCEDENTE o pedido, EXTINGUINDO 0 feito nos termos do art.\n\n269, inc. I, do CPC. DECLARO como especial o periodo trabalhado entre\n\nCONDENANDO 6.3.l997 a 12.12.2007,\n\no r\u00e9u a rever a renda mensal inicial,\n\naplicando-se o fator previdenci\u00e1rio apenas ao periodo de tempo de servi\u00e7o\ncomum. CONDENO-O ao pagamento das diferen\u00e7as com juros de 1% ao m\u00eas\n\nat\u00e9 a entrada em vigor da Lei n\u00b0 11.960/09, a partir de quando aplicar-se-\u00e3o as\ndisposi\u00e7\u00f5es que cont\u00e9m. Por \ufb01m, ARCAR\u00c1 com honor\u00e1rios advocat\u00edcios de\n\nRua Cel. Jo\u00e3o Corr\u00eaa, ll3 - Ed. Vit\u00f3ria. CEP 93220-100, Sapucaia do Sul/RS.\nFone: Sl 3474.7819 / 3474.0135 - Fone/fax: 3452.1680. E-mail: contato{n lourenooesouza.oom.hr\n\n\f& Louren\u00e7o Souza Advogados Associados 15% sobre o montante apurado at\u00e9 a presente data. Senten\u00e7a sujeita ao duplo grau dejurisdi\u00e7\u00e3o. PRI. Diadema, 30 de agosto de 2011 Antonio Luiz Tavares de Almeida Juiz de Direito - ADV ESTER MORENO DE MIRANDA VIEIRA OAB/SP 227795 - ADV ANDRE MORENO DE MIRANDA OAB/SP 292371.\n44. \u00c9 importe verificar que a ado\u00e7\u00e3o de crit\u00e9rios diferenciados n\u00e3o \u00e9 novidade, na medida em que\n\u201ca prote\u00e7\u00e3o social \u00e9 diferida ao trabalhador que exerce atividades sob condi\u00e7\u00f5es especiais que\nprejudiquem a sa\u00fade ou a integridade f\u00edsica\u201d. Com efeito, o autor tem o direito n\u00e3o s\u00f3 ao tempo\nacrescido como tamb\u00e9m ao respectivo c\u00e1lculo diferenciado.\n\n45.A aplica\u00e7\u00e3o integral do fator previdenci\u00e1rio na aposentadoria dos trabalhadores que exerceram atividades erri_.c`oii\u00a1di\u00e7\u00f5es especiais retira`{a benesse de poder aposentar-se com tempo\n\nreduzido.\n\nx\n\n.\u00cd /'\n,>\n\n/\"\n\nl\u00ed\u201d ,\u2039\u00c9:v'_i.,\n\ncom \u00e4\u00eb 46. E como \u201cdar\nem de contribui\u00e7\u00e3ojim\n\n...._\u2039\numa* m\u00e3o\u203a\n\n\u00a1 l\n\nI\n\ncom 'Iar\n\nIf\n\na;outra\u201d;fpois,fcoiqPa\n\n`,_\u00bf\n\n.__:z{\u00c0isfo zl ~\u2039..\u203a ii\n\ngdpimeiunui\u00e7\u00e3o\n\ndo\n\ni\niiia\u0161\u00e3oldlo\n\na\u00e3i\u00e9sciii\u00eao\n\n1\nmsultante-daccgniers\u00e3o\u00e0io\n\ntempo\n\nespecial\n\nvetor tempo comum,\n\nacaba-se\n\npor\n\nminorar\n\nt.amb. \u00e9m\n\n\u00e1\n\nidade\n\ndo\n\npretendente\n\n\u00e0\n\n\\ \\\n\n\u201d\n\naposenta\u00e7\u00e3o,\n\nelevando\n\nassim\n\na\n\nexpectativa\n\nbem como de sobrevida \u2039-l:i:lcorI\u0161q1I\u00a1lleiittl.mil(e;iiI:e,\u0161e`l;inralizando \u00e3\u00edbe`ness`i{I\u00bfi?\u00e2i9i:id7nA:r;'e'i2\u00e3o,\n\nviolando o\n\nart. 201, \u00a7l\u00b0, daxDI7\u0161\u00a7,_pbi_n\u00e3o`re\u00ca\u00c9iiardar justzdniledie\u00fcydiferen\u00e7a\u00edentre)}eiqu'ele\\sjque labomram\n\nem sempre\n\natividai\u00e4/\u00e7d\u00ed\ufb02inigc\u0161gabalhador\u00edsiiilub/gi: sujdit{d,n\u00e3\u01617ati(\u00cd\u00bf BENEF\u00cdCIO DA GRATUIDADE DA JUSTI\u00c7A --.I\n\n\"\"'\\fz_z\n\n/Az*\n\n_.--\u00ac_......\\u ...,_-,M^_,,,^,,\n\n-I*\n_ .\n\n~ \u00cd i \u00cd i '\n\n'\n\nfiz'\n\n-\n\n\u00ac.:f1\u00ac,.-\n\n-'-\n\n\u00ac~\u00ac-\n\nI I_ A-\n\nI\n\nI\n\nI\n\nI\n\nI\n\nI\n\nI\n\n|`\n\n|\n\nI I II I I.\n\n\\\n\nV.\n\n\\\\\n\n-~.\n\nz\n\n/7\n\n~.\\\n\n\u00cd\n\n\u00e2\n\nI\\M .\n\n\\\u00ab. I\n\nw\n\n.`\n\nli3 )\\.~.\n\n1*\n\n*X\n\n1z~\u00ac~-A\u00bb \"\n\n*_\n\n-\n\n,\n\n_,~//\nI\n\n1\n-^_ __-\nl\n\n/z\n\n' -\u203a\n\n~\n\n/\\\nzS `\\..\n\n..\n- - --~>_`\u00a1\n/ ,lj \\,-\n\nz\n\n.\n\n.f\n\n\\_V__\n\n/ V/ .V\n\n,\n1\n\n.\nKf\u00ac`\u00bb.\n\n_\nl\u00e0' ';/^.\u201c1\u203a^~\n\n/V.\n\n\u00a2_.'~'<.:z\u203a\u00ed:'\u00bf:.z\n\n_\n\nA 17\n\niv\n\nem\n2\n\n_ ,_ \u201d\"\n/*ff-\"V\n\n`\u00ac _\n\n_\n\n\"\\~.\\\n\nGRILLOPINHEIRO /\u00a17f`\u00a1ly,\u00a1'\u2039\\ .N ,\u00a1r'\u00b6^\\ f\u203a'z~\u00ac\u2039/\u2039'*\"\u203a ,4\"`\u203a,\u00b0! /Y~. /\u203a'\\:\n\n'\n\n/\"tr \u00ac _ E-.\n\n.za i-fC//Q/',\n\nVzI['.lVIA'R\"\n`\n\nBZ/sw\n\nH\u00e0* /\n\n\\W\n\nbrasileiro, casado\u00cd\"p\u00f5rt\u00e3d\u00f5r'd\u00e4\u00ed'Cl n\u00b0 2004122623\n\n<<___,.*\ne inscrito no CPF..p\u00b0 211.353.980-20,\n\n9.-\n,_.\n\nresidente e domiciliado na rua Vinte\nEsteio/ RS, por seus procuradores, vem perante Vossa Excel\u00eancia ajuizar:\n\nCidade de\n\n\u00caZZ ..-\n\n\u203a_.\n\nmma\n\nse\n\nA\u00c7\u00c3O DE CONCESS\u00c3O DE APOSENTADORIA POR TEMPO DE cms:\n\nCONTRIBUI\u00c7\u00c3O/SERVI\u00c7O\n\nPROPORCIONAL,\n\ncon trn:\n\n\u0161!\n,-.\n\n-E:\n\nINSS - INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL,\nm` scrr'to no CNPJ n\u201d 29 _ 979.036/0001-40, com sede na Ru a Jer\u00f4nimo Coelho, 127, Centro, na 'dade de Porto Alegre, CEP n.\u00b0 90.010-241, pelos fatos e fundamentos que seguem:\nRua Cel. Joao Corr\u00eaa, I I3 - |z`d _ Vit\u00f3ria'_ CI`; P 93220400 , Sapucaia do Sul/RS.\nFone: SI 3474.7819 / 3474.0|35 - Fone/fax: 3452. l680. E-mail: contrttoHWlourcncocsouxn.con1.hr\n\n\fL0 uren\u00e7o &~t Souza A dvogazlos Associados l - DOS FATOS:\n\n1. Em 16/12/2014, a parte autora requereu o benef\u00edcio da aposentadoria por tempo de\ncontribui\u00e7\u00e3o proporcional junto a APS de Esteio, onde foi protocolizado sob o n\u00b0\n170.134.343-3 e indeferido sob o burlesco argumento de falta de tempo de contribui\u00e7\u00e3o.\n\n2. Na oportunidade, do pedido formulado junto ao INSS, restou reconhecido pela referida Institui\u00e7\u00e3o, o tempo de servi\u00e7o laborado em atividade urbana, qual seja, 29 anos, 08\nmeses e 19 dias.\n\n3. De plano manifesta total inconformidade com o Resumo de Tempo emitido pelo lNSS\n\nporque deixou de computar os seguintes periodos, ,devidamente comprovados, totalizando 01\n\nme\u203as.\n\n\u2039\u2039\n\n`\n\n/\\~\n\n\\r\n\n,_\\` _\n\n1\n\n_\n\n_-; Q,\n\ncontribui\u00e7\u00e3o com/\u00a7\u00e0r\ufb01\u00a7\\\n\n,\n\ni'\n\n1\n\nz\n\ni\n\n`\n\n\"\nz'\n\n\\\n\ni\n\n/\\*\n\n/ af\n\n.\n\n1\n\nz\n\n1\n\n;\n\nf/\n\n\u00ab_ ,. ~,z, ,_`.,\n\nao .\u00bb;bi7oi/2009\n\ni/oi/2009, \"`\u201c \u00eb~~:\u00ed\u00d7l\n\nfi\n\n=.\\\n\n/\n\nJ\n\nJ U wi ,,\u00a1\u00bf\u00a2 \u00ac-\\.\n\noo.oi_oo\n\n\\\"K\\\u00abz\u203a.\n executava a inontagein e desmontagem do mesmo.\n\"\\ w Mec\u00e2nica PX. \u00a1` _\n\n,H\n\nAgentes Agressi\u00edf\u0192os:-7155\u201d\n\n1*\n\n*L\n\nDocumento Juntado:\n\n/1 \\\n\n\u00cd/\n\nX'\n\n/,Y\n\n1\n\n_ '\n\n/7\n\n`\u2039\\\n\n.\u00a7` /41'\n\n;\\\n\n`\n'L'-z\n\nz\u00acz~\n\nz\n\n\\ l\\\\ ,,\n\n/ /\nV\n\nPer\u00edodo:\n\n\u00a1','\u00cd*'/-\n\n/7 Ru\u00eddo excessivof ,\u00cd\n\n,,\n\nL\n\n/\n\n\u00c7'\n\n_ _,\n\"fz\n\n1P;P,PKS, \u2039\n\nos\n\nquero/autor quais,\u201dc\u00d4iiipro_va'n/i\n\n.\n\na\n\n1\n\n\u00ab_\n\nzz\ufb01 /. f\u00ac,z~1.\n\nJ\n\n,-1\u00bb/:\u203a\n\nesteve\n\nexposto\n\na\n\n.\n\n1;/\nagentes\n\n1.\n\n/\n\nagressivos\n\n'~. ;\\1;\u00e9\u00bb\u00c1\u00e0\u00f3l:.f\u201d\u00d7:z'i'z;7=\u00e9ft-.\u00e9\n\n.\n\nprejudiciais a sau D. (D *e integridade\n\n.\nfisica,\n\n_\ntais\n\n/I\n\n\\\n\nf\n\ncomo acima dos de /'\n\nr\\1ui, do .\n\nN /7._____,,_____\\I\\~\n\n\\\\\n\n/ijz\n\nl.iV xm.ite\\s\\\\\n\n) 1\n\n,fi\n\n_\n\n.\n\ntolerancia.\n\n\u00e0s /1\n~\nz \u2039\n<\u00d7__`W/__M,/\n\nwff\u0161\ufb02 pri; '\u00c0 ,= \u00bb-' \\;.:/ Q.-,..z,zz,,wikf/t\n\n\\,.\n\n/ \"\u00cd/'U\n,,\n\n'V\nJ.\"\n\n\u00c9 \u00ac~\\,\n\n-/\u00acl^' fl//fl O\n\n20/02/1978 a 05/02/1979\n\n\u203a\n\nMW\u00c3 \u00edr\u2039 \u00bf,\u203a\n\n:I\n\u201cV Fx,\n\n/:xi z.'\u00d7\u00ed\u00a7t*/az\n\nJU\n.t\n\n;5\n\\\n\nt\n\n_ KJ,T, ._ ^...a_._, _.\n\nEmpresa: Fun\u00e7\u00e3o:\n\nl/Qic\u2039s)s M\u00e1quinasle Equipamentos Ltda. ~-5\n\nM\ufb01camw 4 \u00c0 _\n\n1;; /z\u203a 1\nsw' fffz'\n\nff ,\u00e7/; 3\n\nMQnt\ufb02_d9fb' Q) l\u00ed;-'\n\nfl\u00bb .mz \u00e2fzfz\n\nzg\u0192\u00e0\n,ty\n\nDescri\u00e7ao das atividades: Realizava as atividades de montagem das m\u00e1quinas, tais como\n\nm\u00e1quina de redu\u00e7\u00e3o, bem como a manuten\u00e7\u00e3o destas.\n\nSetor:\n\nMontagem Intema.\n\nAgentes Agressivos:\nDocumento Juntado:\n\nRu\u00eddo excessivo.\nIE, 0 qual comprova que 0 autor esteve exposto a agentes\nagressivos prejudiciais a sa\u00fade e integridade fisica, tais como\n\nru\u00eddo acima dos limites de toler\u00e2ncia.\n\nPer\u00edodo:\nEmpresa:\n\n23/04/1979 a 19/09/1979\nCompanhia Vidraria Santa Marina\n\nRua Cel. Jo\u00e3o Corr\u00eaa, 113 ~ Ed. Vitoria. CEP 93220400, Sapucaia do Sul/RS.\nFonc: 51 3474.7819 / 3474.0135 - Fonc/I`ax;3~1i2.16R0. E-mail: cniitiito\u00da?1oiireiicocs\u2039itiza.cuin.hr\n\n\f& Louren\u00e7o Souza Advogados Associados\n\nFun\u00e7ao\n\nMec\u00e2nico de Manttten\u00e7ao\n\nDescri\u00e7ao das atividades: Laborou no setor de mec\u00e2nica executando as atividades de\n\nmanuten\u00e7\u00e3o de todas as m\u00e1quinas da empresa. Fazia a\nmanuten\u00e7\u00e3o preventiva e corretiva do maquin\u00e1rio, bem como executava a montagem e desmontagem do mesmo.\n\nSetor:\nAgentes Agressivos:\n\nManuten\u00e7\u00e3o\nRu\u00eddo excessivo e agentes qu\u00edmicos tais como \u00f3leo, graxa,\n\nquerosene, etc.\n\nDocumento Juntado:\n\nQlf\u00ebz\n\nRegistra que a empresa em tela encontra-se desativada/falida, e\n\nseus respons\u00e1veis em local incerto e n\u00e3o sabido, motivo pelo\n\n\\ /V qual, requer a valida\u00e7\u00e3o da CTPS como prova da atividade, bem\n\nc\n\ncomo a apli- caca..,o/ a1n; alo. gt- ca do laudo te, cni. co elaborado no\n\n___, \"_\"*\n/z /_.__.._ \u00cda \u00edprocesso judicial dewn\u00b0. 2009.71.00.024806-6, haja vista a\n\n/*__\n\n_z^\u00ac\n\n__\n\n1*\n\n1 ,/,/\n\nfz\n\n/,\ufb01zff/A'\n\u201cix\n\nsimilaridade das ftin\u00e7\u00f5es'presta\u00e7las;\n\n/rm\n\n\\~.=\u2039`>.\u00a7\\\\\\`\u00ab\n\nz\u00ed/ \\\\\nj.\n\u00cd/\n\n,,\u00ac.\n\n\u00a1,~\n\n\\\n\n*if\n\n1\n\nWi /\" \\.\n\ntz.\n._\n\n1\u2039 _a._....._\\ \\\\\n\n/'\n\nJ.*\n\u00f5\u00e0z\n5 .\u00cd ;\u00d7.\u00ac _ 34'\n\ncz/ z\u00e1\u0192\u201d/V\n\nY\n\nAi\n\n.,\n\n....._.\n\nPer\u00edodo'~\nEmpresa:\n\n'\u00cd'/1 ~\u00ac~~ >~~-*ll f\nV\n\n\u00ac`_._,\\\nz'\\'f1~2\u00f3/to/R$79 zz 13/os/,1g\u00a79:_\u201c_,,,,\u203a@; ,\u00bf,\n\nA .___. Balan\u00e7as Ferrano Ltdaq ,_\n\n/_\u201d\n\nH rff' \u201c_\n\nFun\u00e7\u00e3o:\n\nMecamco Manuten\u00e7ao \u201cQ .j\n\\\\\n/fz\n.._. ._\n\n_ _ \\\n\n/\u00cdg\u00ed QQ\u00bb /\u00cdz/,,;\u201c_`.',_/`,\u00ab\u00b0\u00bf/,/ [1\n\nde\n\n,;::\u00a2.\n\n.\n\n'/Li*\n\nN/ ^/\\-/g`/,,\u00bf;|\\\u00d7\u00a1\\\n\nDescri\u00e7\u00e3o das atividades: Laborou no setor de mec\u00e2nica executando as atividades de\n\nmanuten\u00e7\u00e3o\n\n,zfiw \u00e2ft\u00a7rQv\u00ab,ff\u00bbzzf\u00f5:;rfr*wr<:\u00ab\n__de\u00bf,todas\u00bf\u203aa\u00a7,L~maqutnas,\u00a73611\u00bbempresa.\n\n.\nl\u2039azta\n\na\n\nmanuten\u00e7\u00e3o preventiva e corretiva do maquin\u00e1rio, bem como\n\nexecutava a montagem e desmontagem do mesmo.\n\nSetor:\nAgentes Agressivos:\n\nManuten\u00e7\u00e3o\nRu\u00eddo excessivo e agentes qu\u00edmicos tais como \u00f3leo, graxa,\n\nDocumento Juntado:\n\nquerosene, etc.\nQE-\nRegistra que a empresa em tela encontra-se desativada/falida, e\nseus respons\u00e1veis em local incerto e n\u00e3o sabido, motivo pelo qual, requer a valida\u00e7\u00e3o da CTPS como prova da atividade, bem\ncomo a aplicacao anal\u00f3gica do laudo t\u00e9cnico elaborado no\n\nprocesso judicial de n\u00b0. 2009.71.00.024806-6, haja vista a\n\nRua Cel. Joao Corr\u00eaa, - I I] Ed. Vit\u00f3ria. CEP 93220-I00. Sapucaia do Sul/RS.\nFone: 51 3474.78l9 / 34 74.0l35 - Fone/fax: 34S2.l(\u203a80. E-mail: cuntam\u00ed\u00f1lourencoesnuxa.com.hr\n\n\f& Louren\u00e7o Souza Advogados Associados similaridade das fun\u00e7\u00f5es prestadas.\n\nPer\u00edodo:\nEmpresa:\n\n01/11/1987 a 10/09/1990\nEngeletrica Eng. Sist. Elet. Ind. Com. Ltda.\n\n(sucedida por Exata Manuten\u00e7\u00e3o lnd. Ltda)\n\nFun\u00e7\u00e3o:\n\nMec\u00e2nico de Manuten\u00e7\u00e3o.\n\nDescri\u00e7\u00e3o das atividades: Laborou no setor de mec\u00e2nica executando as atividades de\n\nmanuten\u00e7\u00e3o de todas as m\u00e1quinas da empresa. Fazia a\nmanuten\u00e7\u00e3o preventiva e corretiva do maquin\u00e1rio, bem como\n\nexecutava a montagem e desmontagem do mesmo.\n\nSetor:\n\nBraskem.\n\nW/\n\n3'\n\n\u2039f\n\nz\n\nAgentes Agressivos: ,_,\u00a7\\ Ru\u00eddo e produtostqu\u00edinicos.\n\nA 1\n\nDocumento\n\n,_ /'\\\n\n__ s,\n\nJuntado:~ -1\n\n\u00c9\n1\n\n_,\n\n\u2039'\n\n/'\n/'H \"W\n\nt\n\nt\u00e1\n\n,\u00cd\n\n_/\n\n/.\n///\"V\n%\n\n.ff\n\nt\n\n/7\n\nQQ;\n\ni\n\n\u00cd \u00ca \u00c3/\n\nlr\n\n1.;\n\nRe istra q ue a,em` resa\u201cem\u00actela encontra-se desativada/falida, e\n\n,.`_.a\u00ac4\\\u00a1 1\n\nem bem CTPS\\/como \\\\\n,,\nseus res\n\n\u2039/\n\n\\\n\nual, relQ\n\n/ fp\u00ed\nonsa\",,vei_/s . uer a valida\n\n\u00c7\n\n.\n\nf\u00ea\u00a1\n\n,_\n\n,\n\n,,\n\n_...\n\n\u00bb\n\ne-_._\n\n,./\n\n\u00a1\n\ntransic\u00e3on\u00e3o\n,z\n\n,lh~e\n\n/.,,z>\n\n5\n\u00e9\n\nimposta.\n\nmas\n\n\u203a.\n\\-~\\\n\nK\n\n,\n\n_\n\noterY e, \u00edztVify/dz-/a'z\u00a1 com~t o'\u2039'af l\u2039t\u2039, ef\\rzn_Ma>t\u00bbit\u00a1,v\u00c1a\u203auI`t/,/1o,/.\u00acw'/f.l/tz \u203a,z\"z'/,a:/\\uQm;.\n\n.z /\n\n1\" _ DOS pE|)|[)0S\u00a1\n\nA\n\nU ft/\n\n/H` y,z, ,.,\u00bf\u00bf\u00abfe\\w -'cw 1 K., Q' \u00ca'\n\nzf'7\\ zfz\u00e1,\nf\\_'z_. /`\u00caz.\u00ab\n\n-fi \ufb02\u00ac\u00a1f HIV,/,\u00cd\n\n/If/iz\n\n,zr\"~ , /,\n\nr:\u00ac\u2039\n\n\u00cd,/-,_L\\.;./.\u203a\u00c3\u203az'\n\n10. Posto isto a parte autora CLAMA:\n\na) Pela condena\u00e7\u00e3o do INSS a computar os periodos do item \u201c3\u201d\u00bf b) reconhecer como tempo de servi\u00e7o trabalhado sob condi\u00e7\u00f5es preiudiciais \u00e0 sa\u00fade e/ou 51 integridade f\u00edsica os per\u00edodos citados no item \u201c4\u201d, bem como converte-los pelo\nfator 1.4;\nc) Averbar os per\u00edodosj\u00e1 reconhecidos a especialidade;\nd) Que 0 INSS seja condenado a CONCEDER O BENEF\u00cdCIO DA APOSENTADORIA\nPROPORCIONAL; e) OUTROSSIM, caso reste aferido que em 16/12/2014, data da DER, n\u00e3o havia tempo\nRua Cel.1o\u00e0o Corr\u00eaa. 111 - Ed. Vit\u00f3ria. CEP 93220-100, Sapucaia do Siil/RS.\nFone: 51 3474.7819 / 3474.0135 - Fone/fax: 3452.1680. E-mail: coiitalo\ufb01loiirencocsoiila.coni.br\n\n\f& Louren\u00e7o Souza\n\n.\n\nAdvogados Associados\n\nsu\ufb01ciente para a concess\u00e3o do beneficio, requer-se que 0 tempo de labor especial e/ou comum\n\nseja considerado para a concess\u00e3o da presta\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria em exame,\n\ncom a altera\u00e7\u00e3o/reafirma\u00e7\u00e3o da DER para a data em que implementadas as condi\u00e7\u00f5es\n\nensejadoras do beneficio, com adimplemento dos valores devidos desde entao.\n\nf) Por precau\u00e7\u00e3o, computar todos os per\u00edodos trabalhados registrados em CTPS, CNIS e\n\ufb01m Carn\u00eas, a de evitar preju\u00edzos a parte autora;\n\nIV - DOS REQUERIMENTOS:\n\nDito isso REQUER, digne-se V. Exa. em:\n\n\\ I! Receber a Presente, condenando o demanda' do7 ao Pedi_ do retro;\n\nV\n\nf,\n\nb)\n\n.\nCitar\n\n0\n\n.\n\nil\n\nlNSS,;para,'qiJeren\u00a7lo,\n\ncontestar\n\n/\n\u00ea\nofpresente,\n\nsob\n\npena\n\nde\n\nconfiss\u00e3o\n\ne\n\nrevelia;\n\nNao conforme C)\n\n_\n\n\u00bb \u00ac\u00bb\n\n.\n\n\u00c9\n\ncttarf-z\u00edo\n\n,\u203a\n\n\u00ab_\n\n/z\u00e9'\n\n.`\nMliil.\u0161te,rt.o/\u2039i4l Pu,bI|.co,\n\n/\n\n.f\n\nt/end\"o\n\n,,\n./0em`\\'|\u00cds. ta\n\nser desnecessar, i.o,\n\nRecomend/a\\\\\u00e7.\u00e3o\n\n\u201c\n\nll\n\n_/3'\n\n\u00ca*-_\n\ncons|_ derando`a\n\ni\n\ni\n\n\\t\n\n01/2010 -da\n\nl\n\n\u201c\u00ed\n\n\\\\\n\nProc/urafdioriaK\\`\u201cGe`ral\u201cde\u201d\n\nW' ^ f\"\n^\n\nf\n\n^\n\n'\u00c2\n\nff/`\n\ndemora l ;\n\n,fz\n\nque\n\nacarreta\n\nno\n\nproce`sso;\\=\\\n\n`fJusti \u00c7 a\n\ndo\n\nEstado\n\ne\n\nV tl)\n\n/f\n\n*it\n\nl\n\n//'\n\nfi\n_\n\nCondena\\r\u00aco--lnstitutowequerrdp\n\nao\n\npagam,e\u00ab.nto\n\n- .\u00ac\ndas;,c\"u\u201cstas\u00bfd' o\n\nprocesso,\n\nhonora,r.ios\n\n\\\n\n,/\n\n1\n\n, .\n\n20% .pericia\u0161\u00e8cont\u00e1beis le\n\n5\n\nil\n\nadvoc/aticios,\n\nestweis /zw\n\na.ff/bz'a\u00acsec>t'd/fe'z~f'.zt)ffw-z\n\nWu Q atrasadas at\u00e9V,c/fitilgain\u00e3tdprocedente/do.l`eito'; afaz' _..__,._____,\u00d7,\n\nl/'kL1`/\u00ed\u0161q\nz '\n\nso-b. rfe/,_zo` vfawlor'\\,,das\nLe `\n(\u00c3/LJ/ i\n\nparcelas\n\n.\n\ne) Conceder a gratuidade dajusti\u00e7a, por ser,a requerente pobrena acep\u00e7\u00e3o legal do termo;\n\n/ti ,~\u2039\n\n\u00ac\n\n.\n\nz~\n\n/\u00b0 /~~if =f\u00ac\"\n\n/7'\n\nif 1:*\n\nA ,W f)\n\nexpedi\u00e7\u00e3o de of\u00edcio ao Supervisort\u2039Ia3A~PS\u00d7delEsteio\u00cd*1eom/c\u00f3piazda senten\u00e7a,\n\nO determinando-lhe que implante o benef\u00edcio desde logo. oficio dever\u00e1 ser\n\nentregue ao autor, que por sua vez, comparecera a APS para fornecer dados\n\npessoais necessarios ft implanta\u00e7\u00e3o do benef\u00edcio;\n\ng) Protesta provar o alegado por todos os meios de provas admitidas em lei em especial:\n\ng.l) Pela aplica\u00e7\u00e3o anal\u00f3gica dos Laudos Tecnicos Periciais g.I.I - do processo n\u00b0. 2005.7l.l2.00l355-3, visando comprovar a exposi\u00e7\u00e3o 21 agentes\n\n' Ressalta-se que o pr\u00f3prio INSS admite que seja considerado o periodo laborado ap\u00f3s o requerimento\nDER administrativo, nos termos do art. 623 da IN 45,Ii1lei'is.-\u201cSe por ocasi\u00e3o do despacho, for verificado que na\no segurado n\u00e3o satisfazia as condi\u00e7\u00f5es m\u00ednimas exigidas para a concess\u00e3o do bene\ufb01cio pleiteado, mas que os\ncompletou em momento posterior ao pedido inicial, ser\u00e1 dispensada nova habilita\u00e7\u00e3o, admitindo-se apenas, a\nrea\ufb01rma\u00e7\u00e4o da DER.\u201d.\nRua Cel. Jo\u00e3o Corr\u00eaa. I 13 - Ed. Vit\u00f3ria. CEP 93220-I00, Sapucaia do Sul/RS,\nFone: Sl 3474.7819 / 3474.0135 - Fone/fax: 3452.1680. E-mail:coutato\u00ed\u00f1lou|'e|icocsot11ti,ctmt.hr\n\n\f& Louren\u00e7o Souza\n\n.\n\nAdvogados Associados\n\nagressivos a sa\u00fade, durante o contrato com a empresa Pinc\u00e9is Atlas S/A;\n\ng.1.2 - do processo n\u00b0 2009.71.00.024806-6, visando comprovar a exposi\u00e7\u00e3o a agentes\nagressivos a sa\u00fade, durante os contratos com as empresa Companhia Vidraria Santa Marina, Balan\u00e7as Ferrano Ltda, Engeletrica Eng. Sist. Elet. Ind. Com. Ltda.\n\ng.2) Pela designa\u00e7\u00e3o de per\u00edcia t\u00e9cnica por semelhan\u00e7a na empresa Braskem S.A2,\nvisando comprovar as condi\u00e7oes laborais a que 0 Autor estava exposto na empresa\nEngelctrica Eng. Sist. lnd. Com. Ltda, tendo em vista tratar-se de local de traballio do\nrequerente;\n\ng.3) Pela valida\u00e7\u00e3o da CTPS como prova das atividades exercidas na fun\u00e7\u00e3o de\n\nMeca-ni.co\n\nde\n\nW `:\u203a Manuten\u00e7\u00e3o1.fa\n\nqual\n\n\u00e9\n\nsabi. damente/.ins/ alubre,\n\nJ\n\nz\n\nem\n\nprol\n\ndas\n\nempresas\n\nCompanhia\n\nVidraria Santa Marina ef\u00a1Bala(|i\u00e7as Ferranq'Ltda.\n\n`5\n\n\"\n` J\n\n;i\n\n11\n\n-\n\nfzi\n\n/V\n/'\n\n/\n\n1/ f\n\nV\n\n_\n\n\u00abJ ff\n\n.'\n\nff\"\n\n1\n\n_\n\n~\ng.4)Pe,1aJuntada\n\nQ.-J\n\nenovos\n\n,documeii1 losz ;`\u00d7\n\n-l_\n\nH 2 \ufb01'ifz~*,'f~z~y;f\u00e2>/f\u00fcr,-fi\n\nz\\\n\u201c\n\ncj -5,4.-' -,V\n\n2\n\nzf./\u00ab\u00e9-.~ \\:\n\n<_1`Iz\n\nConforme Rec\u00f5\u00ediieiida\u00e7\u00e3o iConjunt\u00e1fj n\u00b0 04 dae`C9i'regedoria'5\u00c1I\\\u00cd2\u00cdciona1 de Justi\u00e7a e do\n\n/\u2039 \u00da Corregedor\n\nGeral\n\nda\n\n_, \\\\\n\n.lusii\u00e7a \u00ac\n\nFederal,\n\u00ab..\n\n_`,\nseguem osA /idadois: 1.,\n/ef: /'f,\u2039z; z 1/(1\n\n/ze\n\n. '\u203a\u203a>4\u00d7\n\nV 2.1. .n_o`m\u00a1e'ido segurado: Vilmar GrilIo*Pinheir0j)\n\n,W\nz\\\\\u2039I_. \\`\n\n\u00c3' z\n\n~\n.\u00ed\u00cd;,\u00bf\nM/\n\n2.2. beneficio concedido : Aposcntadori pra \u00ac empo de cvontribufi\u00e7\u00e2ow\n\n\u00c2; X/\u00cd 1\n\n\\\\\u00cd R$13\n\n\u00c9'\u00a7`~\\..-\u203a\n1\n\nU1\u201d, z//J* /1 /\u2039\u201c' /\u00cd /\u00ca '\\`\\\n\n2.3. n\u00famero do beneficio : 170.134.343*-3 . Y .~\u00d7'\\\n\nJ* \\>f<:\u2039\n\n\\\u203a/v` '\u2039-\u00bb\u201c\u201c f-2\u00d7'\n\nA 2.4. renda mensal inicial (RMI): calcular pelo INSS\n\nA 2.5. .renda mensal atual: calcular pelo INSS\n\n2.6. data do inicio do beneficio: 16/12/2014\n\n2.7. data do in\u00edcio do pedido administrativo: 16/12/2014\n\nROL DE QUESITOS\n\n01) Sr. perito, descreva as atividades da parte autora durante o contrato lirmado com as\n\nempresas acima referidas.\n\n-\n\nKM 1 Endere\u00e7o: Estrada BR 386, Rod Tabnia/Canoas,\n\n41-RS, Tel. (51)3721-8600\n\nRua Cel. Jo\u00e3o Corr\u00eaa, 113 ~ Ed. Vit\u00f3ria. CEI' 03220400, Sapucaia do Sul/RS.\nFone: 51 3474.7819 / 3474.0135 - Fone/fax: 3452.1680. E-mail: coiitato\u00ed\u00f11\u2039itirencnesotiza.coin.br\n_\n\n\f_Louren\u00e70<&;Souza\nAdvogados A ssociudos\n\n02) Sr. Perito, independentemente das altera\u00e7\u00f5es introduzidas pelo Decreto 2172/97 e o\nDecreto 3048/99, a exposi\u00e7\u00e3o a ru\u00eddos acima de 85 decib\u00e9is, de modo habitual e\n\npermanente, \u00e9 prejudicial \u00e0 sa\u00fade e integridade f\u00edsica do trabalhador?\n03) Sr. perito, \u00e9 poss\u00edvel diagnosticar, mesmo que por semelhan\u00e7a, que a pane autora\n\ntrabalhou exposta a agentes agressivos na empresa desativada?\n\n04) Sr perito o autor laborou exposto a insalubridade nas empresas periciadas?\nA 05) exposi\u00e7\u00e3o aos agentes agressivos constatados \u00e9 prejudicial para a sa\u00fade e/ou integridade\n\nf\u00edsica?\n06) A atividade do autor, independentemente das altera\u00e7\u00f5es da legisla\u00e7\u00e3o no tempo, pode ser\nconsiderada penosa, perigosa e/ou insalubre, nos termos da S\u00famula l98 do extinto\n\nTribunal Federal de Recursos?\n\n07) Descreva todos os elementos capazes de auxiliar nojusto deslinde do feito.\n\n08) Protesta pela apres\u00e9/\u00data\u00e9\u00e3o de quesitos copiplementares e ou suplementares, bem como,\n\npela intima\u00e7\u00e3o\u00edloireduierenteilpara que aco/mp/eiinlte_a, per\u00edcia.\n\nz\n\n`\n\nr\n\n\u201cS \u00c1,/\u203a\u203a.:\u00c3\n\nDa,-se a causa Q,Yval\\\\or de\n\n.aii\nm Q.\n-o\n\n1\n\ntt\n\n~f:r:\u203a=\n\n/1\u201d\n\n\\\\.\n\naf\u201d\n\n2!\n\nX'\n\nl\n\nag,\n\nW\n\nie\u00bb 1,\n\n\\__%//M\n\u00bb\n\nM/ Nesses tem1ds;\\__.\n\n_\n\nTill\n\n1'///I\nte \u00bb ~\n\nlll.,\n\n,tz\n\n`\\ W.\u00bf<;\u00cd,/4\u201d\n\n/`\n\nV\n\n/Ij\u00ed\ufb01f\u00bb\n\n\"\\\n\n, \u00bf\\\\l\n\nz\nI\n\n\u2039\n\\ 1 i\n\n,\u00ac,` \u203a \\\\\n\\ \u00c9 ao I f\u00f8 1-4/\n\nff 'f.\u00ab\u2039:rz a' \\_z\u2039\n\nEt\u00bb it\n\n>z:\u00abf$`~-1\n\n'\n\n\u00c9 /\n\n,_\n/,.\n\n\u203a\u00cd\\5\nz/\n\n,\n\n\u00e2\n\n_\n\\\n\nM. H o_o/ , , ,\u00a2,\n\n,./\u2039o`~tz;zJ\u2039z\u2039;z<:;\n\nii\n\nAg,\n\n\u00ab\u00cd\nfi/<=~z;f:1zz\n\ntfz\u00e1z \u00ed \\,,/6\n\n,\u00bf.\n,zf\u00ed\u2039\u00ed<\u203a'\u00cd> <;@if\ni:\u00d719=.:/t.4'\u00d7\u00bf\u00d7f':t,:.z`\n\nSapucaia do Sul, 18 de setembro de 20l5.\n\naooomaa- ,fa ,.\u203a\u00bf\u00ac.,\\\n\n/,\u203a,z7\u00a1\n\n.\n\n,\n\nL. \\S: . _\n\n/mi//Im\nX. \\ \u0161\u00e2l\n\n.\n\n(\u00ca\n\nVilmar Louren\u00e7o\nOAB/RS 33.559\n\nOA B/RS 36.024\n\nRun Ccl. Joao Corr\u00eaa. I 13 ~ Ed. Vit\u00f3ria. CEI' 93220-I00, Sapucaia do Sul/RS.\nFone: 51 3474.7819 / 347-l.0l35 - Fone/fax: 3452.l680. l\u00ed-mail: contam\ufb01lourencoesouxa.com.hr\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 3 (C\u00edvel) - IdDocumentoCompleto: 5008303-23.2016.4.04.7108-711462221050423891125351161501", "text": "EXCELENT\u00cdSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) FEDERAL DA VARA FEDERAL E DO JUIZADO ESPECIAL FEDERAL DA CIRCUNSCRI\u00c7\u00c3O DE NOVO HAMBURGO/RS.\n\nPERCIO ROSA, brasileiro, casado, aut\u00f4nomo, identificado pela c\u00e9dula de identidade sob o n\u00ba 1033978279, inscrito no CPF sob o n\u00ba 44554451020, residente e domiciliado a Estrada Varzea, n\u00ba 127, apto. 02, bairro Vila Rica, na cidade de S\u00e3o Sebasti\u00e3o do Ca\u00ed/RS, CEP 95.760-000, por seus procuradores signat\u00e1rios, ut mandato incluso, vem, respeitosamente, \u00e0 presen\u00e7a de Vossa Excel\u00eancia propor a presente\n\nA\u00c7\u00c3O REVISIONAL PREVIDENCI\u00c1RIA\n\ncontra INSTITUTO NACIONAL DE SEGURO SOCIAL- INSS, autarquia federal, com representa\u00e7\u00e3o no Estado do Rio Grande do Sul, ag\u00eancia localizada na R. Benjamin Constant, 182 - Centro, S\u00e3o Sebasti\u00e3o do Ca\u00ed - RS, 95.760-000, objetivando a revis\u00e3o da RMI do aux\u00edlio-doen\u00e7a epigrafado, com fulcro no art. 29, II da Lei n\u00ba 8.213/91, pelos fatos e fundamentos que seguem:\n\nI- DOS FATOS\n\nO autor fora titular do benef\u00edcio de NBs n\u00bas 1163810999 (j\u00e1 cessado), 1180488803 (j\u00e1 cessado) e 515817490-0 (j\u00e1 cessado) por incapacidade precisamente desde de 2000 at\u00e9 abril de 2003.\nEspecificamente, os benef\u00edcios por incapacidade dos quais o ora requerente fora titular, vigeram e foram concedidos nas seguintes condi\u00e7\u00f5es:\n\nNUMERO DO BENEF\u00cdCIO\n\nDIB\n\nDCB\n\n116381099-9\n\n29/06/2000\n\n15/10/2000\n\n118048880-3\n\n23/01/2001\n\n30/11/2002\n\n126220481-7\n\n22/01/2003\n\n27/04/2003\n\nO benef\u00edcio previdenci\u00e1rio por incapacidade recebido pelo ora demandante possui valor incorreto de sua RMI, pois quando da concess\u00e3o de propalado aux\u00edlio-doen\u00e7a o INSS n\u00e3o observou corretamente o disposto no inciso II, do art. 29 da Lei 8.213/91, fixando, assim, indevidamente a renda mensal inicial \u2013 RMI da autora (em virtude de NOTADA interpreta\u00e7\u00e3o err\u00f4nea da Lei), isto desde o primeiro pagamento recebido no NB em titularidade da parte autora, 116381099-9, estendendo-se at\u00e9 o NB 126220481-7.\nRegistra-se, em tempo, que a pr\u00f3pria Autarquia Federal reconhece o direito do autor na revis\u00e3o do benef\u00edcio ora descrito, pois em virtude\n\nAv. Cel. Jo\u00e3o Batista S. da Silveira e Souza, n\u00ba 37 \u2013 Sala 303 \u2013 Vila Eunice Nova \u2013 Cachoeirinha/RS \u2013 CEP 94.920-100 Telefone (51) 3041.7503.\n\nP\u00e1gina 1 de 9\n\n\fde acordo firmado entre o pr\u00f3prio INSS, Minist\u00e9rio P\u00fablico Federal e SINDNAPI, este homologado nos autos da a\u00e7\u00e3o Civil P\u00fablica ACP n\u00ba 0002320-59.2012.4.03.6183/SP, pelo Exmo. Juiz Federal da 6\u00aa vara da Se\u00e7\u00e3o Judici\u00e1ria de S\u00e3o Paulo/SP ficara acordado que ora r\u00e9u procedesse \u00e0 revis\u00e3o autom\u00e1tica do benef\u00edcio calculado sobre a fundamenta\u00e7\u00e3o constante do Decreto n\u00ba 3265/99, especificamente no que regulamenta o artigo 29, inciso II da Lei 8.213/91(regra para o c\u00e1lculo da renda do benef\u00edcio por incapacidade), at\u00e9 a publica\u00e7\u00e3o do Decreto n\u00ba 6.939, de 18 de agosto de 2009, este que lhe deu nova interpreta\u00e7\u00e3o (a partir do 2\u00ba semestre do ano de 2009).\nNesse mesmo sentido, \u00e9 evidente o c\u00e1lculo da correta RMI dos NB\u2019s 1163810999, 118048880-3 e 126220481-7, o qual em anexo e que demonstra a diferen\u00e7a a ser recebida j\u00e1 na \u00e9poca da concess\u00e3o de tal benef\u00edcio em titularidade do autor, onde a RMI fora fixada em patamar financeiro err\u00f4neo.\nContudo, mais uma vez a autarquia demandada n\u00e3o observa adequadamente o preceito legal acima mencionado (art. 29, II, da LBPS) na ocasi\u00e3o em que efetua a revis\u00e3o administrativa dos benef\u00edcios por incapacidade da parte autora, POIS DEIXA DE PAGAR ADMINISTRATIVAMENTE AS DIFEREN\u00c7AS DECORRENTES DE MODO INTEGRAL, ALEGANDO \u2013 DE FORMA INDEVIDA- \u201cPRESCRI\u00c7\u00c3O DE PARTE DAS PARCELAS\u201d, O QUE MAIS UMA VEZ MOSTRA-SE UM INTERPRETA\u00c7\u00c3O EQUIVOCADA DA LEI PELO INSS; Alia-se tal equivocada interpreta\u00e7\u00e3o ao pr\u00f3prio pagamento ERRONEO de diferen\u00e7as PELO INSS E QUE ocorrido de modo administrativo, ONDE NOTADAMENTE SEQUER OBSERVARA CORRETAMENTE A R\u00c9 OS DIPLOMAS SUPRA ELENCADOS, NEM MESMO A APLICA\u00c7\u00c3O DE JUROS LEGAIS E CORRE\u00c7\u00c3O MONETARIA, CONSOANTE C\u00c1LCULOS ELABORADOS PELO AUTOR E QUE ORA EM ANEXOS.\nPor derradeiro, inconformado, o Autor aju\u00edza a presente demanda no intuito de ver revisto os valores dos benef\u00edcios previdenci\u00e1rios recebidos e que acima epigrafados, desde as respectivos datas dos requerimentos administrativos, em conson\u00e2ncia com o Artigo 29, II, buscando prote\u00e7\u00e3o judicial, albergada pelo inciso XXXV do art.5\u00ba da Lei Maior, n\u00e3o pressupondo o exaurimento das inst\u00e2ncias administrativas para o ingresso com a a\u00e7\u00e3o judicial.\nII- DOS FUNDAMENTOS\nA parte autora percebera referido aux\u00edlio-doen\u00e7a desde o ano de 2000 at\u00e9 2003, sendo que o mesmo foi concedido depois da entrada em vigor da Lei n\u00ba 9.032/95.\nO \u00f3rg\u00e3o ancilar ao conceder os benef\u00edcios por incapacidade em tela (NB\u2019s 116381099-9, 118048880-3 e 126220481-7) n\u00e3o respeitou a clara dic\u00e7\u00e3o do art. 29, II da Lei 8.213/91 (LBPS), ao passo que n\u00e3o descartou no c\u00e1lculo os 20% menores sal\u00e1rios do segurado para obten\u00e7\u00e3o do devido valor do benef\u00edcio, utilizando para fixa\u00e7\u00e3o da RMI, de modo err\u00f4neo, 100% dos sal\u00e1rios de contribui\u00e7\u00e3o existentes no PBC (per\u00edodo b\u00e1sico de contribui\u00e7\u00e3o) da parte autora.\nJustamente, o contr\u00e1rio do previsto no diploma legal abaixo descrito, e que serve como cerne para c\u00e1lculo da renda mensal inicial do benef\u00edcio\n\nAv. Cel. Jo\u00e3o Batista S. da Silveira e Souza, n\u00ba 37 \u2013 Sala 303 \u2013 Vila Eunice Nova \u2013 Cachoeirinha/RS \u2013 CEP 94.920-100 Telefone (51) 3041.7503.\n\nP\u00e1gina 2 de 9\n\n\fpor incapacidade ora asseverado. Salienta-se que o dispositivo legal acima mencionado est\u00e1 escrito da seguinte forma, sendo absoluto ao afirmar:\n\u201cArt. 29. O sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio consiste:\n(...)\nII - para os benef\u00edcios de que tratam as al\u00edneas \u201ca\u201d, \u201cd\u201d, \u201ce\u201d e \u201ch\u201d do inciso I do art. 18, na m\u00e9dia aritm\u00e9tica simples dos maiores sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o correspondentes a oitenta por cento de todo o per\u00edodo contributivo.\n(...)\u201d;\nDesta forma, resta claro que a r\u00e9 aplicou de forma equivocada o disposto na norma legal que norteia o c\u00e1lculo da RMI para benef\u00edcios por incapacidade a serem concedidos pelo Instituto Nacional do Seguro Social- INSS, importando ressaltar que o valor do benef\u00edcio aux\u00edlio-doen\u00e7a \u00e9 de 91%, do sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio e equivalente \u00e0 m\u00e9dia aritm\u00e9tica simples dos maiores sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o correspondentes a 80% de todo o per\u00edodo contributivo (julho/94), previsto na lei 9.876/99, conforme acima referido, o que de fato n\u00e3o ora observado pela r\u00e9 \u00e0 \u00e9poca da concess\u00e3o ora tratada.\nAssim sendo, \u00e9 inequ\u00edvoco que devem ser consideradas apenas as 80% dos maiores sal\u00e1rios de contribui\u00e7\u00e3o, excluindo-se para fins de c\u00e1lculos os 20% menores valores do c\u00e1lculo da RMI.\nNeste sentido \u00e9 o entendimento do Eg. TRF da 4\u00aa Regi\u00e3o:\nEMENTA: INCIDENTE DE UNIFORMIZA\u00c7\u00c3O DE JURISPRUD\u00caNCIA. PREVIDENCI\u00c1RIO. BENEF\u00cdCIO DE AUX\u00cdLIO-DOEN\u00c7A. CRIT\u00c9RIO DE C\u00c1LCULO. ARTIGO 29, INCISO II, DA LEI N\u00ba 8.213/91. JUNTADA DE AC\u00d3RD\u00c3O DE TURMA RECURSAL DA MESMA REGI\u00c3O SEM IDENTIFICA\u00c7\u00c3O. N\u00c3O COMPROVA\u00c7\u00c3O DE DIVERG\u00caNCIA. QUEST\u00c3O DE ORDEM N\u00ba 01, DA TRU4. N\u00c3O CABIMENTO. 1. A juntada de c\u00f3pia da decis\u00e3o paradigma sem indica\u00e7\u00e3o do n\u00famero dos autos, ou qualquer outra informa\u00e7\u00e3o que permita identificar o processo ou mesmo aferir a autenticidade da decis\u00e3o, n\u00e3o enseja o conhecimento do pedido de uniformiza\u00e7\u00e3o. 2. Nos termos da Quest\u00e3o de Ordem n\u00ba 01, desta Turma Regional de Uniformiza\u00e7\u00e3o, \"Ainda que inadmiss\u00edveis os precedentes invocados pelo recorrente e desde que prequestionada a mat\u00e9ria, admite-se incidente de uniformiza\u00e7\u00e3o quando identificada contrariedade do ac\u00f3rd\u00e3o recorrido \u00e0 atual jurisprud\u00eancia da TRU e o ponto houver sido especificamente impugnado no pedido de uniformiza\u00e7\u00e3o\". 3. Na hip\u00f3tese dos autos, o c\u00e1lculo do benef\u00edcio da parte autora foi informado pelas disposi\u00e7\u00f5es do artigo 32, inciso II e par\u00e1grafo 20, do Decreto n\u00ba 3.048/99, sob fundamento de que \"n\u00e3o houve qualquer insurg\u00eancia da parte-autora em sua inicial\" sobre o c\u00e1lculo da renda mensal inicial do aux\u00edliodoen\u00e7a. Assim, \"a renda apurada pela Contadoria equivale\n\nAv. Cel. Jo\u00e3o Batista S. da Silveira e Souza, n\u00ba 37 \u2013 Sala 303 \u2013 Vila Eunice Nova \u2013 Cachoeirinha/RS \u2013 CEP 94.920-100 Telefone (51) 3041.7503.\n\nP\u00e1gina 3 de 9\n\n\fexatamente \u00e0quela que seria paga pelo INSS acaso o benef\u00edcio tivesse sido deferido administrativamente, com observ\u00e2ncia \u00e0s disposi\u00e7\u00f5es regulamentares, sendo que, apesar da longa peti\u00e7\u00e3o inicial protocolada, nas 3 fls. em que \u00e9 discutido o direito da autora somente h\u00e1 insurg\u00eancia acerca do indeferimento do benef\u00edcio, n\u00e3o havendo qualquer men\u00e7\u00e3o \u00e0 renda que seria decorrente do mesmo. Desta forma, (...) tal discuss\u00e3o n\u00e3o encontra-se nos limites da lide, n\u00e3o configurando mero erro de c\u00e1lculo\". 4. J\u00e1 a atual jurisprud\u00eancia desta Turma de Uniformiza\u00e7\u00e3o \u00e9 no sentido de que \"O c\u00e1lculo do sal\u00e1rio-debenef\u00edcio do aux\u00edlio-doen\u00e7a concedido ap\u00f3s a vig\u00eancia da Lei n\u00ba 9.876/99, consiste na m\u00e9dia aritm\u00e9tica simples dos maiores sal\u00e1rios de contribui\u00e7\u00e3o correspondente a 80% de todo o per\u00edodo contributivo, independente do n\u00famero de contribui\u00e7\u00f5es que o integrem, nos termos do artigo 29, inciso II, da Lei n\u00ba 8.213/91\". 5. Portanto, n\u00e3o h\u00e1 diverg\u00eancia entre o ac\u00f3rd\u00e3o recorrido e a atual jurisprud\u00eancia da TRU, n\u00e3o sendo caso de incid\u00eancia da Quest\u00e3o de Ordem n\u00ba 01. 6. Pedido de uniformiza\u00e7\u00e3o de jurisprud\u00eancia n\u00e3o conhecido. (, IUJEF 000272198.2007.404.7155, Turma Regional de Uniformiza\u00e7\u00e3o da 4\u00aa Regi\u00e3o, Relatora Ivanise Correa Rodrigues Perotoni, D.E. 09/03/2011).\n(...)\nEMENTA: PEDIDO DE UNIFORMIZA\u00c7\u00c3O REGIONAL. PREVIDENCI\u00c1RIO. REVIS\u00c3O. PENS\u00c3O POR MORTE. RENDA MENSAL INICIAL. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ A QUE O FALECIDO FARIA JUS. C\u00c1LCULO. ART. 29, II, LEI 8.213/91. N\u00daMERO DE CONTRIBUI\u00c7\u00d5ES NO PER\u00cdODO B\u00c1SICO DE C\u00c1LCULO. IRRELEV\u00c2NCIA. DIVERG\u00caNCIA SUPERADA. PROVIMENTO. HONOR\u00c1RIOS ADVOCAT\u00cdCIOS. CONDENA\u00c7\u00c3O. 1. Esta Turma Regional de Uniformiza\u00e7\u00e3o j\u00e1 pacificou o entendimento de que o c\u00e1lculo da renda mensal inicial de benef\u00edcio previdenci\u00e1rio por incapacidade \"concedido ap\u00f3s a vig\u00eancia da Lei n\u00ba. 9.876/99, consiste na m\u00e9dia aritm\u00e9tica simples dos maiores sal\u00e1rios de contribui\u00e7\u00e3o correspondente a 80% de todo o per\u00edodo contributivo, independente do n\u00famero de contribui\u00e7\u00f5es que o integrem, nos termos do artigo 29, inciso II, da Lei n\u00ba 8.213/91\" (TRU4, PU 2007.71.50.032776-1, Rel. Ju\u00edza Federal Ivanise Correa Rodrigues Perotoni, DJ 24.03.2010). 2. Entendimento amparado na orienta\u00e7\u00e3o da Turma Nacional de Uniformiza\u00e7\u00e3o, no sentido de que \"o c\u00e1lculo do sal\u00e1rio-debenef\u00edcio de aux\u00edlio-doen\u00e7a, aposentadoria por invalidez e pens\u00e3o por morte n\u00e3o precedida de outro benef\u00edcio, concedidos ap\u00f3s a vig\u00eancia da Lei 9.876/1999, consiste na m\u00e9dia aritm\u00e9tica simples dos maiores sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o correspondente a 80% de todo o per\u00edodo contributivo,\n\nAv. Cel. Jo\u00e3o Batista S. da Silveira e Souza, n\u00ba 37 \u2013 Sala 303 \u2013 Vila Eunice Nova \u2013 Cachoeirinha/RS \u2013 CEP 94.920-100 Telefone (51) 3041.7503.\n\nP\u00e1gina 4 de 9\n\n\findependente do n\u00famero de contribui\u00e7\u00f5es que o integre, nos termos do artigo 29, inciso II, da Lei 8.213/1991\" (TNU, PU 2008.51.51.0431972, Rel. Juiz Federal Jos\u00e9 Antonio Savaris, j. 02.12.2010). 3. Pedido de Uniformiza\u00e7\u00e3o conhecido e provido, restabelecendo-se a senten\u00e7a de proced\u00eancia e condenandose o r\u00e9u-recorrido ao pagamento de honor\u00e1rios, nos termos da Quest\u00e3o de Ordem n\u00ba 02 da Turma Nacional de Uniformiza\u00e7\u00e3o (\"O acolhimento do pedido de uniformiza\u00e7\u00e3o gera dois efeitos: a reforma da decis\u00e3o da turma recursal e a conseq\u00fcente estipula\u00e7\u00e3o de honor\u00e1rios advocat\u00edcios, se for o caso, bem assim a prejudicialidade do recurso extraordin\u00e1rio, se interposto\"). (, IUJEF 0002321-48.2007.404.7167, Turma Regional de Uniformiza\u00e7\u00e3o da 4\u00aa Regi\u00e3o, Relator Jos\u00e9 Antonio Savaris, D.E. 09/03/2011).\n(...)\nEMENTA: PREVIDENCI\u00c1RIO. REVIS\u00c3O DE BENEF\u00cdCIO. ART. 29, II, e \u00a75\u00ba, DA LEI 8.213/91. 1. O par\u00e1grafo 2\u00ba do art. 32 do Decreto 3.048/99, com a reda\u00e7\u00e3o dada pelo Decreto 3.265/99, enquanto vigente, o par\u00e1grafo 20 do mesmo artigo, com a reda\u00e7\u00e3o do Decreto n\u00ba 5.545/2005, o par\u00e1grafo 3\u00ba do art. 188A do Decreto 3048/99, com a reda\u00e7\u00e3o do Decreto 3.265/99, e o par\u00e1grafo 4\u00ba do mesmo artigo, acrescentado pelo Decreto 5.545/2005, na reda\u00e7\u00e3o vigente at\u00e9 o advento do Decreto 6.939/2009, contrariam o disposto no art. 29, inciso II, da Lei 8.213/91, com a reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei 9.876/99, bem como o disposto no art. 3\u00ba, caput, desta \u00faltima lei, na medida em que estas leis, ao contr\u00e1rio dos referidos decretos, n\u00e3o exigem que, no c\u00e1lculo do sal\u00e1rio de benef\u00edcio de aux\u00edlio-doen\u00e7a e de aposentadoria por invalidez, seja considerada a totalidade dos sal\u00e1rios de contribui\u00e7\u00e3o, mas apenas os maiores sal\u00e1rios de contribui\u00e7\u00e3o correspondentes a oitenta por cento de todo o per\u00edodo contributivo (regra permanente, para o segurado filiado a partir da publica\u00e7\u00e3o da Lei do Fator Previdenci\u00e1rio) ou, no m\u00ednimo, oitenta por cento de todo o per\u00edodo contributivo decorrido desde a compet\u00eancia julho de 1994 (regra transit\u00f3ria, para o segurado filiado \u00e0 Previd\u00eancia Social at\u00e9 o dia anterior \u00e0 publica\u00e7\u00e3o da Lei 9.876/99 - ocorrida em 29-11-1999 -, podendo o segurado, neste caso, se eventualmente lhe for mais favor\u00e1vel, utilizar-se de mais de oitenta por cento do referido per\u00edodo contributivo). 2. No ordenamento jur\u00eddico brasileiro apenas \u00e9 permitida a expedi\u00e7\u00e3o de decretos e regulamentos para a fiel execu\u00e7\u00e3o das leis (Constitui\u00e7\u00e3o Federal art. 84, inciso IV) - os denominados decretos executivos. Ao extrapolarem o art. 29, inciso II, da Lei 8.213/91, com a reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei 9.876/99, e o art. 3\u00ba, caput, desta \u00faltima Lei, os par\u00e1grafos 2\u00ba e 20 do art. 32 e os par\u00e1grafos 3\u00ba e 4\u00ba do art. 188-A, todos do\n\nAv. Cel. Jo\u00e3o Batista S. da Silveira e Souza, n\u00ba 37 \u2013 Sala 303 \u2013 Vila Eunice Nova \u2013 Cachoeirinha/RS \u2013 CEP 94.920-100 Telefone (51) 3041.7503.\n\nP\u00e1gina 5 de 9\n\n\fDecreto 3.048/99 - este \u00faltimo at\u00e9 a edi\u00e7\u00e3o do Decreto 6.939/2009 - padecem do v\u00edcio de nulidade... (TRF4, APELREEX 0006500-26.2011.404.9999, Sexta Turma, Relator Paulo Paim da Silva, D.E. 05/02/2013).\nFrisa o Requerente que o INSS n\u00e3o excluiu os 20% menores sal\u00e1rios de contribui\u00e7\u00e3o, para fazer o c\u00e1lculo do valor da renda mensal inicial do benef\u00edcio por incapacidade recebido pelo Autor.\nPor outro lado, pertinente \u00e0 prescri\u00e7\u00e3o, \u00e9 de se assinalar que, nos pedidos envolvendo presta\u00e7\u00f5es peri\u00f3dicas e de trato sucessivo, prescrevem somente as parcelas anteriores ao quinqu\u00eanio legal, sem preju\u00edzo do fundo de direito, nos ditames da S\u00famula 85 do STJ e do par\u00e1grafo \u00fanico do art. 103 da Lei 8.213/91.\nSTJ S\u00famula n\u00ba 85 - 18/06/1993 - DJ 02.07.1993\nRela\u00e7\u00e3o Jur\u00eddica de Trato Sucessivo - Fazenda P\u00fablica Devedora - Prescri\u00e7\u00e3o\nNas rela\u00e7\u00f5es jur\u00eddicas de trato sucessivo em que a Fazenda P\u00fablica figure como devedora, quando n\u00e3o tiver sido negado o pr\u00f3prio direito reclamado, a prescri\u00e7\u00e3o atinge apenas as presta\u00e7\u00f5es vencidas antes do q\u00fcinq\u00fc\u00eanio anterior \u00e0 propositura da a\u00e7\u00e3o.\n...\nArt. 103. \u00c9 de dez anos o prazo de decad\u00eancia de todo e qualquer direito ou a\u00e7\u00e3o do segurado ou benefici\u00e1rio para a revis\u00e3o do ato de concess\u00e3o de benef\u00edcio, a contar do dia primeiro do m\u00eas seguinte ao do recebimento da primeira presta\u00e7\u00e3o ou, quando for o caso, do dia em que tomar conhecimento da decis\u00e3o indeferit\u00f3ria definitiva no \u00e2mbito administrativo. (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n\u00ba 10.839, de 2004)\nPar\u00e1grafo \u00fanico. Prescreve em cinco anos, a contar da data em que deveriam ter sido pagas, toda e qualquer a\u00e7\u00e3o para haver presta\u00e7\u00f5es vencidas ou quaisquer restitui\u00e7\u00f5es ou diferen\u00e7as devidas pela Previd\u00eancia Social, salvo o direito dos menores, incapazes e ausentes, na forma do C\u00f3digo Civil.\nNo mesmo sentido, indispens\u00e1vel sinalar que em 14.02.2014 a Turma Nacional de Uniformiza\u00e7\u00e3o, ao analisar o PEDILEF n\u00ba 001295885.2008.4.03.6315, sedimentou entendimento de que a edi\u00e7\u00e3o do Memorando Circular Conjunto n\u00ba 21/DIRBEN/PFEINSS, de 15/04/2010, implicou o efetivo reconhecimento do direito de revis\u00e3o do benef\u00edcio, raz\u00e3o pela qual houve a ren\u00fancia t\u00e1cita da prescri\u00e7\u00e3o e, consequentemente, tal prazo voltou a correr por inteiro a partir da edi\u00e7\u00e3o desse ato administrativo, conforme voto-ementa a seguir transcrito:\n\n\"PROCESSUAL CIVIL. REVIS\u00c3O DE BENEF\u00cdCIO PREVIDENCI\u00c1RIO. ART. 29, II, DA LEI 8.213/91. CONTAGEM DO PRAZO PRESCRICIONAL. MEMORANDO DE 2010, EXPEDIDO PELO INSS, DECLARANDO O DIREITO. CAUSA INTERRUPTIVA DA\n\nAv. Cel. Jo\u00e3o Batista S. da Silveira e Souza, n\u00ba 37 \u2013 Sala 303 \u2013 Vila Eunice Nova \u2013 Cachoeirinha/RS \u2013 CEP 94.920-100 Telefone (51) 3041.7503.\n\nP\u00e1gina 6 de 9\n\n\fPRESCRI\u00c7\u00c3O EM CURSO. REN\u00daNCIA AO PRAZO J\u00c1 CONSUMADO. ENTENDIMENTO DO STJ EM PROCESSO REPRESENTATIVO DE CONTROV\u00c9RSIA (RESP N. 1.270.439/MG). APLICA\u00c7\u00c3O DO DIREITO \u00c0 ESP\u00c9CIE. ART. 257 DO REGIMENTO INTERNO DO STJ. S\u00daMULA 456 DO STF. INEXIST\u00caNCIA DE SUPRESS\u00c3O DE INST\u00c2NCIA. PEDIDO DE UNIFORMIZA\u00c7\u00c3O CONHECIDO E DESPROVIDO.\n1. O INSS, ora recorrente, pretende a modifica\u00e7\u00e3o de ac\u00f3rd\u00e3o que, reformando os termos da senten\u00e7a, julgou procedente a demanda e o condenou a revisar o benef\u00edcio de aux\u00edlio-doen\u00e7a percebido pelo autor, nos termos do art. 29, II, da Lei 8.213/91. Sustenta o recorrente, em suma, a incid\u00eancia da prescri\u00e7\u00e3o q\u00fcinq\u00fcenal, conforme S\u00famula 85 do Superior Tribunal de Justi\u00e7a. O incidente foi admitido na origem.\n2. Sem raz\u00e3o a autarquia previdenci\u00e1ria. O Memorando 21/DIRBEN/PFE/INSS, de 154-2010, enquanto ato administrativo de reconhecimento do direito \u00e0 revis\u00e3o do ato de concess\u00e3o do benef\u00edcio, pela aplica\u00e7\u00e3o da regra do art. 29, II, da Lei 8.213/91, interrompeu o prazo prescricional eventualmente em curso (art. 202, VI, do C\u00f3digo Civil), importando sua ren\u00fancia quando j\u00e1 consumado (art. 191 do C\u00f3digo Civil). Ele somente voltaria a fluir, pela metade do prazo (art. 9\u00ba do Decreto 20.910/32), quando a Administra\u00e7\u00e3o viesse a praticar algum ato incompat\u00edvel com o interesse de saldar a d\u00edvida, o que definitivamente n\u00e3o ocorreu no caso em comento. A prop\u00f3sito do assunto, embora referente a servidor p\u00fablico, o julgamento da 1\u00aa Se\u00e7\u00e3o do Superior Tribunal de Justi\u00e7a proferido no REsp 1.270.439/PR (recurso especial repetitivo), de que foi relator o Sr. Ministro Castro Meira, com ac\u00f3rd\u00e3o publicado no DJ de 2-8-2013.\n3. Assim, n\u00e3o h\u00e1 que se falar em prescri\u00e7\u00e3o, devendo retroagir os efeitos financeiros da revis\u00e3o \u00e0 data de concess\u00e3o do benef\u00edcio revisando, para os pedidos administrativos ou judiciais que tenham sido formulados dentro do per\u00edodo de 5 (cinco) anos contados da publica\u00e7\u00e3o do ato normativo referenciado.\n4. Aplica\u00e7\u00e3o ao presente caso, do disposto no art. 257 do Regimento Interno do Superior Tribunal de Justi\u00e7a, por analogia, e da S\u00famula 456 do Supremo Tribunal Federal, que prescrevem a possibilidade de aplica\u00e7\u00e3o do direito \u00e0 esp\u00e9cie pelo Colegiado, quando superado o ju\u00edzo de admissibilidade recursal. Assim, o incidente deve ser conhecido para, no m\u00e9rito, aplicando o direito, negar-lhe provimento.\n5. Julgamento de acordo com o art. 46 da Lei 9.099/95\n6. Incidente conhecido e desprovido, devendo ser fixada a tese de que: (i) a publica\u00e7\u00e3o do Memorando 21/DIRBEN/PFEINSS, de 15-4-2010, ato administrativo que reconheceu o direito dos segurados \u00e0 revis\u00e3o pelo art. 29, II, da Lei 8.213/91, importou a ren\u00fancia t\u00e1cita por parte do INSS aos prazos prescricionais em curso, que voltaram a correr integralmente a partir de sua publica\u00e7\u00e3o; e (ii) para pedidos administrativos ou judiciais formulados dentro do per\u00edodo de 5 (cinco) anos da publica\u00e7\u00e3o do ato normativo referenciado n\u00e3o incide a prescri\u00e7\u00e3o, retroagindo os efeitos financeiros da revis\u00e3o \u00e0 data de concess\u00e3o do benef\u00edcio revisando.\" (grifei) (TNU, PEDILEF n\u00ba 0012958-85.2008.4.03.6315, Rel. Juiz Federal Gl\u00e1ucio Ferreira Maciel Gon\u00e7alves, julgado em 14.02.2014). GRIFEI\nDesta forma tem-se, portanto, que com a publica\u00e7\u00e3o do Memorando 21/DIRBEN/PFEINSS ocorreu a ren\u00fancia t\u00e1cita por parte do INSS quanto\n\nAv. Cel. Jo\u00e3o Batista S. da Silveira e Souza, n\u00ba 37 \u2013 Sala 303 \u2013 Vila Eunice Nova \u2013 Cachoeirinha/RS \u2013 CEP 94.920-100 Telefone (51) 3041.7503.\n\nP\u00e1gina 7 de 9\n\n\faos prazos prescricionais em curso, que voltaram a correr integralmente a partir de sua publica\u00e7\u00e3o.\nNesse diapas\u00e3o, primordial trazer \u00e0 baila o conte\u00fado esculpido no inciso VI, do Artigo 202, do C\u00f3digo Civil p\u00e1trio:\n\nArt. 202. A interrup\u00e7\u00e3o da prescri\u00e7\u00e3o, que somente poder\u00e1 ocorrer uma vez, dar-se-\u00e1:\n[...]\nVI - por qualquer ato inequ\u00edvoco, ainda que extrajudicial, que importe reconhecimento do direito pelo devedor.\nAssim, encontra-se somente prescrito o direito \u00e0 percep\u00e7\u00e3o das diferen\u00e7as nas compet\u00eancias que antecederam ao quinqu\u00eanio anterior \u00e0 data da edi\u00e7\u00e3o do ato administrativo que reconhece o direito dos segurados.\nEntende assim o demandante, que a Renda Mensal Inicial do benef\u00edcio restou prejudicada, porquanto o INSS tamb\u00e9m n\u00e3o respeitara o artigo 29, II da Lei 8.213/91, tendo pago, dessa forma, valor menor do que o devido, gerando assim diferen\u00e7as mensais, raz\u00e3o pela qual merece proced\u00eancia o pleito do Requerente.\n\nIII- DO PEDIDO\nDiante do exposto, requer:\nA) Receber e processar a presente a\u00e7\u00e3o pelo JEF/VARA FEDERAL, nos termos do art. 3\u00ba e par\u00e1grafos da lei 10.259/2001 (lei dos Jef\u2019s);\nB) A concess\u00e3o do benef\u00edcio da Assist\u00eancia Judici\u00e1ria Gratuita - AJG, por ser a autora pobre na acep\u00e7\u00e3o legal do termo;\nC) A cita\u00e7\u00e3o do INSS \u2013 INSTITUTO NACIONAL DE SEGURO SOCIAL- ag\u00eancia da previd\u00eancia social de S\u00e3o Sebasti\u00e3o do Ca\u00ed/RS, no endere\u00e7o apontado no pre\u00e2mbulo, na pessoa de seu procurador regional, para comparecer a audi\u00eancia de concilia\u00e7\u00e3o (JEF), instru\u00e7\u00e3o e julgamento em data a ser designada, e, querendo, apresentar sua defesa, sob pena revelia e presun\u00e7\u00e3o de verdade quanto aos fatos articulados apresentar contesta\u00e7\u00e3o, atentando ao disposto no art. 11 da Lei 10.259/2001 (JEF);\n\nD) A TOTAL PROCED\u00caNCIA DA PRESENTE LIDE PARA CONDENAR O INSS \u00c0:\n1- Revisar o benef\u00edcio de aux\u00edlio-doen\u00e7a do autor, e que de NB\u2019s 116381099-9, 118048880-3 e 126220481-7 mediante a aplica\u00e7\u00e3o do contido no art. 29, II da Lei 8.213/91, recalculando o sal\u00e1rio de benef\u00edcio um a um, para que sejam exclu\u00eddos dos c\u00e1lculos de Renda Mensal Inicial, os 20% dos menores sal\u00e1rios de contribui\u00e7\u00e3o do per\u00edodo base de c\u00e1lculo, nos termos da fundamenta\u00e7\u00e3o;\n\nAv. Cel. Jo\u00e3o Batista S. da Silveira e Souza, n\u00ba 37 \u2013 Sala 303 \u2013 Vila Eunice Nova \u2013 Cachoeirinha/RS \u2013 CEP 94.920-100 Telefone (51) 3041.7503.\n\nP\u00e1gina 8 de 9\n\n\f2- Pagar todas as diferen\u00e7as apuradas em decorr\u00eancia da revis\u00e3o acima e do rec\u00e1lculo aqui determinado, corrigidas desde a \u00e9poca da compet\u00eancia de cada parcela at\u00e9 efetiva liquida\u00e7\u00e3o (\u00edndices URV/IPCR/INPC/IGP-DI), juros morat\u00f3rios e demais encargos da sucumb\u00eancia.\n3- A aplica\u00e7\u00e3o de juros e corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria em todos os valores.\n4- A produ\u00e7\u00e3o de todos os meios de prova em direito admitidos, especialmente a documental ora acostadas, e demais que se fizerem necess\u00e1rias.\n\nD\u00e1-se a causa o valor de R$ 10.914,47 (dez mil novecentos e quatorze reais e quarenta e sete centavos) para fins fiscais.\n\nNestes termos, pede deferimento.\nS\u00e3o Sebasti\u00e3o do Ca\u00ed/RS, 02 de maio de 2016.\n\nJaline Teixeira da Silva OAB/RS 86.483\n\nThiago de Fraga Linck OAB/RS 85.067\n\nAv. Cel. Jo\u00e3o Batista S. da Silveira e Souza, n\u00ba 37 \u2013 Sala 303 \u2013 Vila Eunice Nova \u2013 Cachoeirinha/RS \u2013 CEP 94.920-100 Telefone (51) 3041.7503.\n\nP\u00e1gina 9 de 9\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 4 (C\u00edvel) - IdDocumentoCompleto: 5023595-48.2016.4.04.7108-711480327957711951133777098300", "text": "AO RESPEIT\u00c1VEL ORG\u00c3O JURISDICIONAL DE PRIMEIRO GRAU DA VARA FEDERAL DA JUSTI\u00c7A FEDERAL DE NOVO HAMBURGO/RS\nNAILA MARIA SILVEIRA,\nbrasileira, casada, com 60 anos de idade, portadora da CI n\u00b0 1097372658, expedida por SJS/RS, e inscrita no CPF n. 809.879.900-04, residente e domiciliada na rua Jos\u00e9 Antenor Nunes, n\u00ba 511, Bairro Vila Nova, na cidade de Novo Hamburgo/RS, CEP 93.534-060, por seus procuradores firmat\u00e1rios, reporta-se ante V. Exa., para ofertar:\nA\u00c7\u00c3O DE CONCESS\u00c3O APOSENTADORIA POR IDADE C/C PEDIDO DE ANTECIPA\u00c7\u00c3O DE TUTELA e TR\u00c2MITE PREFERENCIAL, contra:\nINSS \u2013 Instituto Nacional do Seguro Social,\npessoa jur\u00eddica de direito publico, inscrito no CNPJ n\u00ba 29.979.036/0001-40, com sede na Rua Jer\u00f4nimo Coelho, 127, Centro, na cidade de Porto Alegre, CEP n.\u00ba 90.010-241, pelos fatos e fundamentos que seguem:\n__________________________________________________________________________________________________ Rua Cel. Jo\u00e3o Corr\u00eaa, 113 \u2013 Ed. Vit\u00f3ria. CEP 93220-100, Sapucaia do Sul/RS.\nFone: 51 3474.7819 / 3474.0135 - Fone/fax: 3452.1680. E-mail: contato@lourencoesouza.com.br\n\n\fPEDIDO CAUTELAR DE PRODU\u00c7\u00c3O ANTECIPADA DE PROVA\nExcel\u00eancia, tendo em vista as provas serem indispens\u00e1veis para o reconhecimento do direito da Autora, e a mesma corre o risco dessas provas \u201cdesaparecerem\u201d, uma vez que as testemunhas poder\u00e3o vir a \u00f3bito ou mudarem seus endere\u00e7os sem aviso pr\u00e9vio, a parte autora requer a produ\u00e7\u00e3o antecipada da prova testemunhal e pericial, conforme arts.846 a 851 do CPC, conforme segue.\nI - DOS FATOS:\n1. Em 28/07/2016, a autora formulou seu pedido de aposentadoria por idade mista, NB 177.806.832-1, junto \u00e0 APS de Sapiranga, RS, tendo sido indeferido sob o maquinal argumento: \u201cFalta de per\u00edodo de car\u00eancia \u2013 tempo rural n\u00e3o computado como car\u00eancia\u201d (sic).\n2. Equivocada, por\u00e9m, a conclus\u00e3o do INSS.\n3. Isso porque na aposentadoria mista o tempo de atividade rural pode ser contado para fins de car\u00eancia.\n4. Visando comprovar o labor rural no per\u00edodo de 02/09/1972 a 31/07/1991, em regime de economia familiar, colaciona os documentos abaixo arrolados:\n1965 \u2013 Lembran\u00e7a de 1\u00ba comunh\u00e3o, em nome da autora; 1972- Certid\u00e3o de casamento da autora, comprovando a profiss\u00e3o do pai e do esposo como AGRICULTOR; 1973- Certid\u00e3o de casamento religioso, da autora; 1973, 1974, 1975, 1977, 1978 e 1983 \u2013 Certid\u00e3o de Batismo dos filhos da autora, em igreja localizada no munic\u00edpio de Planalto/PR; 1976 a 1986\u2013 Ficha de Inscri\u00e7\u00e3o junto ao Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Planalto, em nome do esposo da autora;\n__________________________________________________________________________________________________ Rua Cel. Jo\u00e3o Corr\u00eaa, 113 \u2013 Ed. Vit\u00f3ria. CEP 93220-100, Sapucaia do Sul/RS.\nFone: 51 3474.7819 / 3474.0135 - Fone/fax: 3452.1680. E-mail: contato@lourencoesouza.com.br\n\n\f1976 e 1986 \u2013 Carteira de s\u00f3cio do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Planalto, em nome do esposo da autora; 1976, 1979, 1984 e 1985 \u2013 Comprovante de pagamento de mensalidade, junto ao Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Planalto, em nome do esposo da autora; 1976, 1982 \u2013 Certid\u00e3o de nascimento dos filhos da autora, comprovando a profiss\u00e3o do esposo como AGRICULTOR; 1979 \u2013 Certid\u00e3o de \u00f3bito do filho da autora, comprovando o local do registro no munic\u00edpio de Planalto/PR, bem como a fun\u00e7\u00e3o do esposo como AGRICULTOR; 1982 e 1984 \u2013 Notas fiscais de produtor rural, em nome do esposo da autora; 1984 a 1990 \u2013 Certificado de cadastro junto ao INCRA, em nome do esposo da autora; 1984 \u2013 Escritura de compra e venda das terras localizadas no munic\u00edpio de Planalto/PR, na qual consta o nome do esposo da autora; 1984, 1986, 1988 \u2013 Lembran\u00e7a de 1\u00ba Eucaristia dos filhos da autora; 1984, 1986, 1988 e 1990 \u2013 Lembran\u00e7a de Crisma dos filhos da autora;\n\n5. Registra ainda, total inconformidade com o Resumo de Tempo emitido pelo INSS porque deixou de computar os seguintes per\u00edodos, devidamente comprovados atrav\u00e9s de CTPS Carn\u00eas:\n\n01/05/2012 a 31/08/2012 01/10/2012 a 31/01/2015 18/08/2015 a 16/09/2015 Total\n\n00.04.00 02.04.00 00.00.28 02.08.28\n\nCarn\u00ea 5% Carn\u00ea 5% Cia Zaffari\n\n6. Tivesse o INSS analisado o pedido da aposentadoria \u00e0 luz das determinantes legais, a autora estaria gozando do benef\u00edcio da aposentadoria por idade, n\u00e3o como caridade ou esmola, mas, sim, como direito, pelo seu efetivo trabalho ao longo de toda a sua vida.\nII - DO DIREITO:\n__________________________________________________________________________________________________ Rua Cel. Jo\u00e3o Corr\u00eaa, 113 \u2013 Ed. Vit\u00f3ria. CEP 93220-100, Sapucaia do Sul/RS.\nFone: 51 3474.7819 / 3474.0135 - Fone/fax: 3452.1680. E-mail: contato@lourencoesouza.com.br\n\n\f7. A parte autora fundamenta sua pretens\u00e3o na Constitui\u00e7\u00e3o Federal (arts. 1\u00ba, II e III, 3\u00ba, I e III, 5\u00ba, XXXVI, e 6\u00ba) e seus princ\u00edpios, na Lei 8.213/91 (arts. 29, inc. II, 48, \u00a7\u00a73\u00ba e 4\u00ba, e 142), na Lei 11.718/08, no Decreto 3048/99 (art. 51, \u00a74\u00ba), e no CPC (art. 273), na Lei 10.666/03, al\u00e9m da doutrina e jurisprud\u00eancia, verdadeiras fontes de direito.\n8. A inova\u00e7\u00e3o legislativa trazida pela Lei 11.718/2008 tem por objetivo justamente proteger o trabalhador rural que n\u00e3o consegue comprovar o efetivo exerc\u00edcio de atividade rural em rela\u00e7\u00e3o aos meses imediatamente anteriores ao requerimento do benef\u00edcio ou ao m\u00eas em que cumpriu o requisito et\u00e1rio, como se verifica no art. 48 da Lei de Benef\u00edcios:\nArt. 48. A aposentadoria por idade ser\u00e1 devida ao segurado que, cumprida a car\u00eancia exigida nesta Lei, completar 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem, e 60 (sessenta), se mulher. (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n\u00ba 9.032, de 1995) \u00a7 1o Os limites fixados no caput s\u00e3o reduzidos para sessenta e cinq\u00fcenta e cinco anos no caso de trabalhadores rurais, respectivamente homens e mulheres, referidos na al\u00ednea a do inciso I, na al\u00ednea g do inciso V e nos incisos VI e VII do art. 11. (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n\u00ba 9.876, de 1999) \u00a7 2o Para os efeitos do disposto no \u00a7 1o deste artigo, o trabalhador rural deve comprovar o efetivo exerc\u00edcio de atividade rural, ainda que de forma descont\u00ednua, no per\u00edodo imediatamente anterior ao requerimento do benef\u00edcio, por tempo igual ao n\u00famero de meses de contribui\u00e7\u00e3o correspondente \u00e0 car\u00eancia do benef\u00edcio pretendido, computado o per\u00edodo a que se referem os incisos III a VIII do \u00a7 9o do art. 11 desta Lei. (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n\u00ba 11,718, de 2008)\n\u00a7 3o Os trabalhadores rurais de que trata o \u00a7 1o deste artigo que n\u00e3o atendam ao disposto no \u00a7 2o deste artigo, mas que satisfa\u00e7am essa condi\u00e7\u00e3o, se forem considerados per\u00edodos de contribui\u00e7\u00e3o sob outras categorias do segurado, far\u00e3o jus ao benef\u00edcio ao completarem 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem, e 60 (sessenta) anos, se mulher. (Inclu\u00eddo pela Lei n\u00ba 11,718, de 2008).\n9. Nesse sentido, Adriane Bramante de Castro Ladenthin esclarece a inova\u00e7\u00e3o:\nAt\u00e9 a edi\u00e7\u00e3o da referida lei, n\u00e3o era poss\u00edvel ao segurado reunir per\u00edodos de atividade rural e urbana para implementar os requisitos m\u00ednimos da aposentadoria por idade. A este, caso tivesse deixado de exercer atividade rural e passasse a exercer atividade urbana, n\u00e3o havendo direito adquirido, teria perdido a qualidade de trabalhador rural e somente poderia requerer aposentadoria por idade urbana, desde que cumprisse todos os\nrequisitos desse benef\u00edcio e vice-versa. Com a Lei 11.718/08, nova reda\u00e7\u00e3o foi trazida, permitindo concluir que foi criada nova modalidade de aposentadoria por idade, que n\u00e3o \u00e9 nem totalmente rural e nem totalmente urbana, podendo ser classificada como aposentadoria por\n__________________________________________________________________________________________________ Rua Cel. Jo\u00e3o Corr\u00eaa, 113 \u2013 Ed. Vit\u00f3ria. CEP 93220-100, Sapucaia do Sul/RS.\nFone: 51 3474.7819 / 3474.0135 - Fone/fax: 3452.1680. E-mail: contato@lourencoesouza.com.br\n\n\fidade mista.1 (Grifo nosso).\n10. Dessa forma, a fim de evitar preju\u00edzo ao trabalhador rural, poder\u00e1 ele contar, para fins de car\u00eancia, per\u00edodos de atividade rural e de atividade urbana.\n11. Uma interpreta\u00e7\u00e3o sistem\u00e1tica do art. 48 e seus par\u00e1grafos indica que, ao segurado que:\na) n\u00e3o cumprir com a car\u00eancia exigida para a concess\u00e3o da aposentadoria por idade urbana aos 65 anos, se homem, ou 60, se mulher; ou\nb) n\u00e3o conseguir comprovar o efetivo exerc\u00edcio de atividade rural em rela\u00e7\u00e3o aos meses imediatamente anteriores ao requerimento do benef\u00edcio ou, conforme o caso, ao m\u00eas em que cumpriu o requisito et\u00e1rio, durante per\u00edodo igual ao da car\u00eancia exigida para a concess\u00e3o do benef\u00edcio, aos 60 anos de idade, se homem, ou 55, se mulher (aposentadoria por idade rural);\nc) poder\u00e1 somar o tempo em atividades urbanas ao da atividade rural aos 65 anos, se homem, ou 60, se mulher (aposentadoria por idade mista).\n12. O \u00a7 3\u00ba do artigo em foco traz em seu bojo uma regra desmembrada da locu\u00e7\u00e3o principal estabelecida no caput. No entanto, o \u00a7 3\u00ba n\u00e3o pode ser lido isoladamente, sob pena levar a uma interpreta\u00e7\u00e3o distinta e equivocada. A lei n\u00e3o pode ser lida em tiras, como insiste em fazer o INSS, com o claro objetivo de negar ao segurado seu benef\u00edcio.\n13. Assim, uma interpreta\u00e7\u00e3o sistem\u00e1tica desvenda o verdadeiro \u00e2mbito de aplica\u00e7\u00e3o do \u00a7 3\u00ba, qual seja, trata-se, sim, de uma situa\u00e7\u00e3o subsidi\u00e1ria \u00e0quela prevista no \u00a7 2\u00ba, mas que dela n\u00e3o decorre literalmente, pois o destinat\u00e1rio do art. 48 \u00e9 o segurado previsto no caput, e n\u00e3o apenas o segurado especial.\n14. Da mesma forma, \u00e9 impens\u00e1vel exigir qualidade de segurado especial, isto \u00e9, exigir que a autora volte a trabalhar na agricultura para, somente ent\u00e3o, poder computar o tempo de\n1 Aposentadoria por idade, p. 90. __________________________________________________________________________________________________ Rua Cel. Jo\u00e3o Corr\u00eaa, 113 \u2013 Ed. Vit\u00f3ria. CEP 93220-100, Sapucaia do Sul/RS. Fone: 51 3474.7819 / 3474.0135 - Fone/fax: 3452.1680. E-mail: contato@lourencoesouza.com.br\n\n\fcontribui\u00e7\u00e3o em atividades urbanas, pois tal interpreta\u00e7\u00e3o incorreria no mesmo problema que\no legislador pretendia contornar a partir do \u00a7 3\u00ba do art. 48, da Lei de Benef\u00edcios.\n15. Tanto \u00e9 que a aposentadoria mista admite que o valor do benef\u00edcio seja superior ao\nsal\u00e1rio-m\u00ednimo, j\u00e1 que haver\u00e1 o c\u00e1lculo do sal\u00e1rio de benef\u00edcio, nos modelos do art. 29, inciso II,\nda Lei 8.213/1991, confirmando, assim, a possibilidade do segurado se enquadrar como\ntrabalhador urbano do per\u00edodo imediatamente anterior ao requerimento do benef\u00edcio ou,\nconforme o caso, ao m\u00eas em que cumpriu o requisito et\u00e1rio.\n16. O legislador afasta por completo qualquer possibilidade de interpreta\u00e7\u00e3o contr\u00e1ria a\nfinalidade social para a qual foi criado o \u00a7 3\u00ba, do art. 48, da Lei 8.213/91 ao prever que a\naposentadoria por idade mista pode ser concedida mesmo que na oportunidade do requerimento\ndo benef\u00edcio o segurado n\u00e3o se enquadre como trabalhador rural, como se verifica no art. 51, \u00a7 4\u00ba,\ndo Decreto 3.048/99:\nArt.51. A aposentadoria por idade, uma vez cumprida a car\u00eancia exigida, ser\u00e1 devida ao segurado que completar sessenta e cinco anos de idade, se homem, ou sessenta, se mulher, reduzidos esses limites para sessenta e cinq\u00fcenta e cinco anos de idade para os trabalhadores rurais, respectivamente homens e mulheres, referidos na al\u00ednea \"a\" do inciso I, na al\u00ednea \"j\" do inciso V e nos incisos VI e VII do caput do art. 9\u00ba, bem como para os segurados garimpeiros que trabalhem, comprovadamente, em regime de economia familiar, conforme definido no \u00a75\u00ba do art. 9\u00ba. (Reda\u00e7\u00e3o dada pelo Decreto n\u00ba 3.265, de 29/11/1999) \u00a7 1\u00ba Para os efeitos do disposto no caput, o trabalhador rural deve comprovar o efetivo exerc\u00edcio de atividade rural, ainda que de forma descont\u00ednua, no per\u00edodo imediatamente anterior ao requerimento do benef\u00edcio ou, conforme o caso, ao m\u00eas em que cumpriu o requisito et\u00e1rio, por tempo igual ao n\u00famero de meses de contribui\u00e7\u00e3o correspondente \u00e0 car\u00eancia do benef\u00edcio pretendido, computado o per\u00edodo a que se referem os incisos III a VIII do \u00a7 8o do art. 9o. . (Inclu\u00eddo pelo Decreto n\u00ba 6.722,de 30/12/2008) \u00a7 2\u00ba Os trabalhadores rurais de que trata o caput que n\u00e3o atendam ao disposto no \u00a7 1\u00ba, mas que satisfa\u00e7am essa condi\u00e7\u00e3o, se forem considerados per\u00edodos de contribui\u00e7\u00e3o sob outras categorias do segurado, far\u00e3o jus ao benef\u00edcio ao completarem sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta anos, se mulher. (Inclu\u00eddo pelo Decreto n\u00ba 6.722, de 30/12/2008) \u00a7 3\u00ba Para efeito do \u00a7 2o, o c\u00e1lculo da renda mensal do benef\u00edcio ser\u00e1 apurado na forma do disposto no inciso II do caput do art. 32, considerando-se como sal\u00e1rio-decontribui\u00e7\u00e3o mensal do per\u00edodo como segurado especial o limite m\u00ednimo do sal\u00e1rio-decontribui\u00e7\u00e3o da previd\u00eancia social. (Inclu\u00eddo pelo Decreto n\u00ba 6.722,de 30/12/2008).\n\u00a7 4\u00ba Aplica-se o disposto nos \u00a7\u00a7 2\u00ba e 3\u00ba ainda que na oportunidade do requerimento da aposentadoria o segurado n\u00e3o se enquadre como trabalhador rural. (Inclu\u00eddo pelo Decreto n\u00ba 6.722, de 30/12/2008).\n__________________________________________________________________________________________________ Rua Cel. Jo\u00e3o Corr\u00eaa, 113 \u2013 Ed. Vit\u00f3ria. CEP 93220-100, Sapucaia do Sul/RS.\nFone: 51 3474.7819 / 3474.0135 - Fone/fax: 3452.1680. E-mail: contato@lourencoesouza.com.br\n\n\f17. Portanto, a autora n\u00e3o precisa ostentar qualidade de segurado especial, o que significa dizer que o tempo de rural reconhecido n\u00e3o precisa ser imediatamente anterior ao requerimento e/ou ao implemento do requisito et\u00e1rio.\n18. \u00c9 nesse sentido o \u00a71\u00ba, do art. 3\u00ba, da Lei 10.666, de 08-05-2003 (regra especial):\nArt. 3\u00ba - A perda da qualidade de segurado n\u00e3o ser\u00e1 considerada para a concess\u00e3o das aposentadorias por tempo de contribui\u00e7\u00e3o e especial.\n\u00a7 1o Na hip\u00f3tese de aposentadoria por idade, a perda da qualidade de segurado n\u00e3o ser\u00e1 considerada para a concess\u00e3o desse benef\u00edcio, desde que segurado conte com, no m\u00ednimo, o tempo de contribui\u00e7\u00e3o correspondente ao exigido para efeito de car\u00eancia na data do requerimento do benef\u00edcio.\n\u00a7 2\u00ba A concess\u00e3o do benef\u00edcio de aposentadoria por idade, nos termos do \u00a71\u00ba, observar\u00e1, para os fins de c\u00e1lculo do valor do benef\u00edcio, o disposto no art. 3\u00ba, caput e \u00a72\u00ba, da Lei n\u00ba 9.876, de 26 de novembro de 1999, ou, n\u00e3o havendo sal\u00e1rios de contribui\u00e7\u00e3o recolhidos no per\u00edodo a partir da compet\u00eancia julho de 1994, o disposto no art. 35 da Lei n\u00ba 8.213, de 24 de julho de 1991. (Grifo nosso).\n19. N\u00e3o importa para o sistema (equil\u00edbrio financeiro e atuarial) a \u00e9poca em que o segurado desempenhou a atividade rural. Conforme a S\u00famula n\u00ba 103 do TRF4:\n\"A concess\u00e3o da aposentadoria h\u00edbrida ou mista, prevista no art. 48, \u00a73\u00ba, da Lei n\u00ba 8.213/91, n\u00e3o est\u00e1 condicionada ao desempenho de atividade rur\u00edcola pelo segurado no momento imediatamente anterior ao requerimento administrativo, sendo, pois, irrelevante a natureza do trabalho exercido neste per\u00edodo.\"\n20. Ou seja, o que importa \u00e9 o segurado contar com o n\u00famero m\u00ednimo de contribui\u00e7\u00f5es mensais correspondes \u00e0 car\u00eancia exigida para a concess\u00e3o do benef\u00edcio ou, como neste caso, tempo de servi\u00e7o (rural + urbano) igual ao da car\u00eancia exigida para o benef\u00edcio. Na aposentadoria por idade mista, o tempo de atividade rural (em que n\u00e3o houve contribui\u00e7\u00e3o) pode ser contado para fins de car\u00eancia, sem restri\u00e7\u00e3o de per\u00edodo.\n21. Qualquer entendimento contr\u00e1rio estaria ferindo os princ\u00edpios da isonomia, da uniformidade e equival\u00eancia dos benef\u00edcios e servi\u00e7os \u00e0s popula\u00e7\u00f5es urbanas e rurais e, sobretudo, da legalidade. Pois ora, a democracia pressup\u00f5e obedi\u00eancia \u00e0 produ\u00e7\u00e3o democr\u00e1tica legislativa (e da lei maior, que \u00e9 a Constitui\u00e7\u00e3o).\n__________________________________________________________________________________________________ Rua Cel. Jo\u00e3o Corr\u00eaa, 113 \u2013 Ed. Vit\u00f3ria. CEP 93220-100, Sapucaia do Sul/RS.\nFone: 51 3474.7819 / 3474.0135 - Fone/fax: 3452.1680. E-mail: contato@lourencoesouza.com.br\n\n\f22. \u00c9 inaceit\u00e1vel, do ponto de vista jur\u00eddico, o sacrif\u00edcio do direito fundamental de uma pessoa\nem raz\u00e3o dela n\u00e3o ter conseguido reunir for\u00e7as para permanecer na agricultura ou voltar para a\nagricultura \u2013 s\u00f3 para dizer que o exerc\u00edcio de atividade rural ocorreu em rela\u00e7\u00e3o aos meses\nimediatamente anteriores ao implemento do requisito et\u00e1rio.\n23. O fechamento do direito a essa realidade implicaria o isolamento (a marginaliza\u00e7\u00e3o) das\npopula\u00e7\u00f5es que migraram do campo para a cidade em busca de melhores condi\u00e7\u00f5es de vida, - isso\ndepois de d\u00e9cadas dedicadas \u00e0 agricultura -, mas acabam se rendendo \u00e0 idade avan\u00e7ada ou \u00e0\nfalta de oportunidades. Vale dizer, popula\u00e7\u00f5es de menores rendas.\n24. Seja como for, o fechamento do direito a essa realidade demonstraria a irracionalidade do\nsistema positivista ...e o apego \u00e0 teoria utilitarista, na qual a \u00fanica solu\u00e7\u00e3o \u00e9 salvar a lei e\nfechar os olhos diante das dificuldades da vida real.\n25. Para melhor sedimentar o que at\u00e9 agora foi descrito, declinaremos jurisprud\u00eancia que conforta\ntal entendimento e demonstra sua viabilidade:\nMANDADO DE SEGURAN\u00c7A. PREVIDENCI\u00c1RIO. APOSENTADORIA POR IDADE. REQUISITOS LEGAIS. COMPROVA\u00c7\u00c3O. LEI N. 11.718/2008. LEI N. 8.213, ART. 48, \u00a7 3.\u00ba. TRABALHO RURAL E TRABALHO URBANO. CONCESS\u00c3O DE BENEF\u00cdCIO A SEGURADO QUE N\u00c3O EST\u00c1 DESEMPENHANDO ATIVIDADE RURAL NO MOMENTO DA IMPLEMENTA\u00c7\u00c3O DOS REQUISITOS. DESCONTINUIDADE. POSSIBILIDADE. I. \u00c9 devida a aposentadoria por idade mediante conjuga\u00e7\u00e3o de tempo rural e urbano durante o per\u00edodo aquisitivo do direito, a teor do disposto na Lei n. 11.718/08, que acrescentou \u00a7 3.\u00ba ao art. 48 da Lei n. 8.213/91, contanto que cumprido o requisito et\u00e1rio de 60 (sessenta) anos para mulher e de 65 (sessenta e cinco) anos para homem. II. Ao \u00a7 3.\u00ba do art. 48 da LBPS n\u00e3o deve ser emprestada interpreta\u00e7\u00e3o restritiva. Tratando-se de trabalhador rural que migrou para a atividade urbana, o fato de n\u00e3o estar desempenhando atividade rur\u00edcola por ocasi\u00e3o do requerimento administrativo n\u00e3o pode servir de obst\u00e1culo \u00e0 concess\u00e3o do benef\u00edcio. III. O que a modifica\u00e7\u00e3o legislativa permitiu foi, em rigor, para o caso espec\u00edfico da aposentadoria por idade aos 60 (sessenta) ou 65 (sessenta e cinco) anos (mulher ou homem), o aproveitamento do tempo rural para fins de car\u00eancia, com a considera\u00e7\u00e3o de sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o pelo valor m\u00ednimo no que toca ao per\u00edodo rural. IV. N\u00e3o h\u00e1, \u00e0 luz dos princ\u00edpios da universalidade e da uniformidade e equival\u00eancia dos benef\u00edcios e servi\u00e7os \u00e0s popula\u00e7\u00f5es urbanas e rurais, e bem assim do princ\u00edpio da razoabilidade, como se negar a aplica\u00e7\u00e3o do art. 48, \u00a7 3.\u00ba, da Lei n. 8.213/91, ao trabalhador que exerceu atividade rural, mas no momento do implemento do requisito et\u00e1rio, encontra-se desempenhando atividade urbana. V. A denominada aposentadoria mista ou h\u00edbrida, por exigir que o segurado complete 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem, e 60 (sessenta) anos, se mulher, em rigor se constitui em aposentadoria de natureza urbana. Quando menos, para fins de __________________________________________________________________________________________________ Rua Cel. Jo\u00e3o Corr\u00eaa, 113 \u2013 Ed. Vit\u00f3ria. CEP 93220-100, Sapucaia do Sul/RS. Fone: 51 3474.7819 / 3474.0135 - Fone/fax: 3452.1680. E-mail: contato@lourencoesouza.com.br\n\n\fdefini\u00e7\u00e3o de regime, deve ser equiparada \u00e0 aposentadoria urbana. Com efeito, a Constitui\u00e7\u00e3o Federal, em seu art. 201, \u00a7 7.\u00ba, inciso II, prev\u00ea a redu\u00e7\u00e3o do requisito et\u00e1rio apenas para os trabalhadores rurais. Com requisitos et\u00e1rios mais rigorosos, a aposentadoria mista \u00e9, pode-se afirmar, subesp\u00e9cie da aposentadoria urbana. (TRF4, AC 5010839-37.2012.404.7208, Quinta Turma, Relator p/ Ac\u00f3rd\u00e3o Gerson Godinho da Costa, juntado aos autos em 02/08/2013).\n26. Parece desnecess\u00e1rio, mas a Constitui\u00e7\u00e3o n\u00e3o se contenta com uma interpreta\u00e7\u00e3o literal da lei.2 Sua meta \u00e9 oferecer uma solu\u00e7\u00e3o justa, adequada ao nosso tempo e as conting\u00eancias da vida real. Pois ora, se o Estado Democr\u00e1tico de Direito referenda a pretens\u00e3o \u00e0 transforma\u00e7\u00e3o do \"status quo\", o Direito precisa deixar de ser mero regulador para ser transformador, de modo que o ato jurisdicional institua/concretize o conjunto de promessas da modernidade, cujo n\u00facleo essencial, n\u00e3o cumprido, encontra-se no texto da Constitui\u00e7\u00e3o.\nIII - DA TUTELA ANTECIPADA:\n27. Nos termos do art. 300 do Novo C\u00f3digo de Processo Civil, a pretens\u00e3o da autora dever\u00e1 ser concedida de forma antecipada, porquanto demonstrada, por meio dos documentos acostados, a verossimilhan\u00e7a das alega\u00e7\u00f5es e o fundado receio de dano irrepar\u00e1vel ou de dif\u00edcil repara\u00e7\u00e3o, este \u00faltimo, consubstanciado na sua avan\u00e7ada idade e demora na tramita\u00e7\u00e3o dos processos judiciais.\n28. Na faixa et\u00e1ria da autora, quando presente a verossimilhan\u00e7a das alega\u00e7\u00f5es vestibulares, a demora na decis\u00e3o pode significar a negativa ao pr\u00f3prio direito em que se funda a a\u00e7\u00e3o.\n29. Paulo Afonso Brum Vaz adverte:\n[...] as a\u00e7\u00f5es previdenci\u00e1rias, acident\u00e1rias e assistenciais, m\u00e1xime as tendentes \u00e0 concess\u00e3o e restabelecimento de benef\u00edcios, tratamentos de sa\u00fade e obten\u00e7\u00e3o de medicamentos, apresentam-se como campo f\u00e9rtil para a antecipa\u00e7\u00e3o de tutela, sito em raz\u00e3o da invari\u00e1vel hipossufici\u00eancia da parte autora, do car\u00e1ter alimentar da presta\u00e7\u00e3o pretendida, dos preju\u00edzos que decorrem da demora na tramita\u00e7\u00e3o dos processos desta natureza e da orienta\u00e7\u00e3o institucional abusiva e protelat\u00f3ria das entidades ancilares.3\n2 BAPTISTA DA SILVA, Ov\u00eddio Ara\u00fajo. Epistemologia das ci\u00eancias culturais. Porto Alegre: Verbo Jur\u00eddico, 2009. p. 96.\n3 VAZ, Paulo Afonso Brum. Tutela antecipada na Seguridade Social, S\u00e3o Paulo: LTr, 200. p. 165. __________________________________________________________________________________________________ Rua Cel. Jo\u00e3o Corr\u00eaa, 113 \u2013 Ed. Vit\u00f3ria. CEP 93220-100, Sapucaia do Sul/RS. Fone: 51 3474.7819 / 3474.0135 - Fone/fax: 3452.1680. E-mail: contato@lourencoesouza.com.br\n\n\f30. A Lei 10.741/2003 assegura, \u00e0s pessoas com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos, com absoluta prioridade, a efetiva\u00e7\u00e3o do direito \u00e0 vida, \u00e0 sa\u00fade, \u00e0 alimenta\u00e7\u00e3o, \u00e0 educa\u00e7\u00e3o, \u00e0 cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, \u00e0 cidadania, \u00e0 liberdade, \u00e0 dignidade, entre outros (art. 3\u00ba).\n\n31. Como se v\u00ea, o mencionado Estatuto confere absoluta prioridade na efetiva\u00e7\u00e3o do direito \u00e0 alimenta\u00e7\u00e3o \u00e0s pessoas idosas, estando, portanto, o direito ao benef\u00edcio previdenci\u00e1rio inserido na norma, integrando o conjunto de preceitos relativos \u00e0 previd\u00eancia social. Por \u00f3bvio, a partir da vig\u00eancia do Estatuto do Idoso, o car\u00e1ter alimentar do benef\u00edcio, per si, caracteriza o fundado receio de dano irrepar\u00e1vel para aquelas pessoas com idade igual ou superior a 60 anos.\n\n32. Indeferir a antecipa\u00e7\u00e3o dos efeitos da tutela, quando presente a verossimilhan\u00e7a do direito alegado pela autora, \u00e9, indubitavelmente, contrariar o esp\u00edrito da norma que institui o Estatuto do Idoso.\n\nIV - DOS PEDIDOS:\n\nPosto isto \u00e0 parte autora CLAMA:\n\nLiminarmente:\nA antecipa\u00e7\u00e3o da tutela na oitiva das testemunhas conseq\u00fcentemente conceder a aposentadoria a Autora.\n\na) Pela condena\u00e7\u00e3o do INSS em computar o per\u00edodo de labor rural de 02/0/1972 a 31/07/1991, bem como os per\u00edodos do item \u201c5\u201d, para o fim de conceder o benef\u00edcio da aposentadoria por idade, somando, para tanto, o tempo de atividade rural ao da atividade urbana, nos termos do art. 48, \u00a7 3\u00ba, da Lei de Benef\u00edcios, com pagamento das parcelas devidas desde a DER (28/07/2016), acrescidas de juros de 1% ao m\u00eas e corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria.\nV - DOS REQUERIMENTOS: Dito isso REQUER, digne-se V. Exa. em:\n__________________________________________________________________________________________________ Rua Cel. Jo\u00e3o Corr\u00eaa, 113 \u2013 Ed. Vit\u00f3ria. CEP 93220-100, Sapucaia do Sul/RS.\nFone: 51 3474.7819 / 3474.0135 - Fone/fax: 3452.1680. E-mail: contato@lourencoesouza.com.br\n\n\fa) Receber a presente, condenando o demandado ao pedido retro,; b) Condenar o Instituto requerido ao pagamento das custas do processo, honor\u00e1rios periciais,\ncont\u00e1beis e advocat\u00edcios, este a base de 20% sobre o valor das parcelas atrasadas at\u00e9 o julgamento procedente do feito; c) Conceder a gratuidade da justi\u00e7a \u00e0 autora, por ser o requerente pobre na acep\u00e7\u00e3o legal do termo; d) pela possibilidade de realiza\u00e7\u00e3o de audi\u00eancia de concilia\u00e7\u00e3o; e) Os benef\u00edcios do art. 71 do estatuto do idoso, com tr\u00e2mite processual mais c\u00e9lere; f) Protesta provar o alegado por todos os meios de provas admitidas em lei, em especial:\n\nf.1) Pela designa\u00e7\u00e3o de audi\u00eancia para a oitiva das testemunha(s), abaixo arrolada(s) , a fim de comprovar definitivamente as atividades e que a autora laborou em regime de economia familiar, as quais comparecer\u00e1(ao) independente de intima\u00e7\u00e3o do ju\u00edzo, porquanto a parte autora se compromete em lev\u00e1-la(s) \u00e0 audi\u00eancia, presumindo-se, caso n\u00e3o compare\u00e7a(m), a desist\u00eancia de sua inquiri\u00e7\u00e3o, conforme \u00a7 2\u00ba art. 455 do NCPC;\n\u2022 Ang\u00e9lica Henz, brasileira vi\u00fava, aposentada, portadora do RG 6633945-9 e CPF 025.323.759-90, residente e domiciliada na Rua bruno W. Storck, n\u00ba 136, apto 2, Bairro Canudos, na cidade de Novo Hamburgo-RS\n\u2022 Idalina Cardoso da Silveira, brasileira, divorciada, zeladora, portadora do RG 1062165079 e CPF 782.872.949-91, residente e domiciliada na rua Elvira M da Concei\u00e7\u00e3o, n\u00ba 51, Bairro Canudos na cidade de Novo Hamburgo-RS.\n\u2022 Jo\u00e3o Nilson de Lima, brasileiro, casado, aposentado, portador do RG 1057655969 e CPF 212.969.449-72, residente e domiciliado na rua do Travess\u00e3o, n\u00ba 172, Loteamento Aspriju, na cidade de Sapiranga-RS.\n\nD\u00e1-se \u00e0 causa o valor de R$13.296,18 Nestes termos\n\nSapucaia do Sul, 22 de novembro de 2016.\n\nVilmar Louren\u00e7o OAB/RS 33.559\n\nImilia de Souza OAB/RS 36.024\n\n__________________________________________________________________________________________________ Rua Cel. Jo\u00e3o Corr\u00eaa, 113 \u2013 Ed. Vit\u00f3ria. CEP 93220-100, Sapucaia do Sul/RS.\nFone: 51 3474.7819 / 3474.0135 - Fone/fax: 3452.1680. E-mail: contato@lourencoesouza.com.br\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 5 (C\u00edvel) - IdDocumentoCompleto: 5018126-21.2016.4.04.7108-711473095887298891146297807524", "text": "EXCELENT\u00cdSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) FEDERAL DA VARA FEDERAL E DO JUIZADO ESPECIAL FEDERAL DA CIRCUNSCRI\u00c7\u00c3O DE NOVO HAMBURGO/RS.\n\nADILSON SOARES DA SILVA, brasileiro, solteiro, industri\u00e1rio, identificado pela c\u00e9dula de identidade sob o n\u00b0 7065507134, inscrito no CPF sob o n\u00ba 596.814.890-04, residente e domiciliado a Estrada RS 122, n\u00ba 1.000, bairro Rinc\u00e3o do Cascalho, na cidade de Port\u00e3o/RS, CEP 93.180-00, por seus procuradores signat\u00e1rios, ut mandato incluso, vem, respeitosamente, \u00e0 presen\u00e7a de Vossa Excel\u00eancia propor a presente\n\nA\u00c7\u00c3O REVISIONAL PREVIDENCI\u00c1RIA\n\ncontra INSTITUTO NACIONAL DE SEGURO SOCIAL- INSS, autarquia federal, com representa\u00e7\u00e3o no Estado do Rio Grande do Sul, ag\u00eancia localizada na Rua Rond\u00f4nia, n\u00b0 233, Centro, Port\u00e3o/RS, objetivando a revis\u00e3o da RMI do aux\u00edlio-doen\u00e7a epigrafado, com fulcro no art. 29, II da Lei n\u00ba 8.213/91, pelos fatos e fundamentos que seguem:\n\nI- DOS FATOS\n\nO autor fora titular do benef\u00edcio de NB n\u00ba 508135946-3 por incapacidade precisamente durante o per\u00edodo de 03/11/2003 a 16/04/2004.\nO benef\u00edcio previdenci\u00e1rio por incapacidade recebido pelo ora demandante possui valor incorreto de sua RMI, pois quando da concess\u00e3o de propalado aux\u00edlio-doen\u00e7a o INSS n\u00e3o observou corretamente o disposto no inciso II, do art. 29 da Lei 8.213/91, fixando, assim, indevidamente a renda mensal inicial \u2013 RMI do autor (em virtude de NOTADA interpreta\u00e7\u00e3o err\u00f4nea da Lei).\nRegistra-se, em tempo, que a pr\u00f3pria Autarquia Federal reconhece o direito do autor na revis\u00e3o do benef\u00edcio ora descrito, pois em virtude de acordo firmado entre o pr\u00f3prio INSS, Minist\u00e9rio P\u00fablico Federal e SINDNAPI, este homologado nos autos da a\u00e7\u00e3o Civil P\u00fablica ACP n\u00ba 000232059.2012.4.03.6183/SP, pelo Exmo. Juiz Federal da 6\u00aa vara da Se\u00e7\u00e3o Judici\u00e1ria de S\u00e3o Paulo/SP ficara acordado que ora r\u00e9u procedesse \u00e0 revis\u00e3o autom\u00e1tica do benef\u00edcio calculado sobre a fundamenta\u00e7\u00e3o constante do Decreto n\u00ba 3265/99, especificamente no que regulamenta o artigo 29, inciso II da Lei 8.213/91(regra para o c\u00e1lculo da renda do benef\u00edcio por\n\nAv. Cel. Jo\u00e3o Batista S. da Silveira e Souza, n\u00ba 37 \u2013 Sala 303 \u2013 Vila Eunice Nova \u2013 Cachoeirinha/RS \u2013 CEP 94.920-100 Telefone (51) 3041.7503.\n\nP\u00e1gina 1 de 9\n\n\fincapacidade), at\u00e9 a publica\u00e7\u00e3o do Decreto n\u00ba 6.939, de 18 de agosto de 2009, este que lhe deu nova interpreta\u00e7\u00e3o (a partir do 2\u00ba semestre do ano de 2009).\nNesse mesmo sentido, \u00e9 evidente o c\u00e1lculo da correta RMI do NB 508135946-3, o qual em anexo e que demonstra a diferen\u00e7a a ser recebida j\u00e1 na \u00e9poca da concess\u00e3o de tal benef\u00edcio em titularidade do autor, onde a RMI fora fixada em patamar financeiro err\u00f4neo.\nContudo, mais uma vez a autarquia demandada n\u00e3o observa adequadamente o preceito legal acima mencionado (art. 29, II, da LBPS) na ocasi\u00e3o em que efetua a revis\u00e3o administrativa dos benef\u00edcios por incapacidade da parte autora, POIS DEIXA DE PAGAR ADMINISTRATIVAMENTE AS DIFEREN\u00c7AS DECORRENTES DE MODO INTEGRAL, ALEGANDO \u2013 DE FORMA INDEVIDA- \u201cPRESCRI\u00c7\u00c3O DE PARTE DAS PARCELAS\u201d, O QUE MAIS UMA VEZ MOSTRA-SE UMA INTERPRETA\u00c7\u00c3O EQUIVOCADA DA LEI PELO INSS; Alia-se tal equivocada interpreta\u00e7\u00e3o ao pr\u00f3prio pagamento ERRONEO de diferen\u00e7as PELO INSS E QUE ocorrido de modo administrativo, ONDE NOTADAMENTE SEQUER OBSERVARA CORRETAMENTE A R\u00c9 OS DIPLOMAS SUPRA ELENCADOS, NEM MESMO A APLICA\u00c7\u00c3O DE JUROS LEGAIS E CORRE\u00c7\u00c3O MONETARIA, CONSOANTE C\u00c1LCULO ELABORADO PELO AUTOR E QUE ORA EM ANEXO.\nPor derradeiro, inconformado, o Autor aju\u00edza a presente demanda no intuito de ver revisto o valor do benef\u00edcio previdenci\u00e1rio recebido e que acima epigrafado, desde as respectivos datas dos requerimentos administrativos, em conson\u00e2ncia com o Artigo 29, II, buscando prote\u00e7\u00e3o judicial, albergada pelo inciso XXXV do art.5\u00ba da Lei Maior, n\u00e3o pressupondo o exaurimento das inst\u00e2ncias administrativas para o ingresso com a a\u00e7\u00e3o judicial.\n\nII- DOS FUNDAMENTOS\n\nA parte autora percebera referido aux\u00edlio-doen\u00e7a durante o per\u00edodo de 03/11/2003 a 16/04/2004, sendo que o mesmo foi concedido depois da entrada em vigor da Lei n\u00ba 9.032/95.\nO \u00f3rg\u00e3o ancilar ao conceder o benef\u00edcio por incapacidade em tela (NB 508135946-3) n\u00e3o respeitou a clara dic\u00e7\u00e3o do art. 29, II da Lei 8.213/91 (LBPS), ao passo que n\u00e3o descartou no c\u00e1lculo os 20% menores sal\u00e1rios do segurado para obten\u00e7\u00e3o do devido valor do benef\u00edcio,\n\nAv. Cel. Jo\u00e3o Batista S. da Silveira e Souza, n\u00ba 37 \u2013 Sala 303 \u2013 Vila Eunice Nova \u2013 Cachoeirinha/RS \u2013 CEP 94.920-100 Telefone (51) 3041.7503.\n\nP\u00e1gina 2 de 9\n\n\futilizando para fixa\u00e7\u00e3o da RMI, de modo err\u00f4neo, 100% dos sal\u00e1rios de contribui\u00e7\u00e3o existentes no PBC (per\u00edodo b\u00e1sico de contribui\u00e7\u00e3o) da parte autora.\nJustamente, o contr\u00e1rio do previsto no diploma legal abaixo descrito, e que serve como cerne para c\u00e1lculo da renda mensal inicial do benef\u00edcio por incapacidade ora asseverado. Salienta-se que o dispositivo legal acima mencionado est\u00e1 escrito da seguinte forma, sendo absoluto ao afirmar:\n\u201cArt. 29. O sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio consiste:\n(...)\nII - para os benef\u00edcios de que tratam as al\u00edneas \u201ca\u201d, \u201cd\u201d, \u201ce\u201d e \u201ch\u201d do inciso I do art. 18, na m\u00e9dia aritm\u00e9tica simples dos maiores sal\u00e1riosde-contribui\u00e7\u00e3o correspondentes a oitenta por cento de todo o per\u00edodo contributivo.\n(...)\u201d;\nDesta forma, resta claro que a r\u00e9 aplicou de forma equivocada o disposto na norma legal que norteia o c\u00e1lculo da RMI para benef\u00edcios por incapacidade a serem concedidos pelo Instituto Nacional do Seguro Social- INSS, importando ressaltar que o valor do benef\u00edcio aux\u00edliodoen\u00e7a \u00e9 de 91%, do sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio e equivalente \u00e0 m\u00e9dia aritm\u00e9tica simples dos maiores sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o correspondentes a 80% de todo o per\u00edodo contributivo (julho/94), previsto na lei 9.876/99, conforme acima referido, o que de fato n\u00e3o ora observado pela r\u00e9 \u00e0 \u00e9poca da concess\u00e3o ora tratada.\nAssim sendo, \u00e9 inequ\u00edvoco que devem ser consideradas apenas as 80% dos maiores sal\u00e1rios de contribui\u00e7\u00e3o, excluindo-se para fins de c\u00e1lculos os 20% menores valores do c\u00e1lculo da RMI.\nNeste sentido \u00e9 o entendimento do Eg. TRF da 4\u00aa Regi\u00e3o:\nEMENTA: INCIDENTE DE UNIFORMIZA\u00c7\u00c3O DE JURISPRUD\u00caNCIA. PREVIDENCI\u00c1RIO. BENEF\u00cdCIO DE AUX\u00cdLIO-DOEN\u00c7A. CRIT\u00c9RIO DE C\u00c1LCULO. ARTIGO 29, INCISO II, DA LEI N\u00ba 8.213/91. JUNTADA DE AC\u00d3RD\u00c3O DE TURMA RECURSAL DA MESMA REGI\u00c3O SEM IDENTIFICA\u00c7\u00c3O. N\u00c3O COMPROVA\u00c7\u00c3O DE DIVERG\u00caNCIA. QUEST\u00c3O DE ORDEM N\u00ba 01, DA TRU4. N\u00c3O CABIMENTO. 1. A juntada de c\u00f3pia da decis\u00e3o paradigma sem indica\u00e7\u00e3o do n\u00famero dos autos, ou qualquer outra informa\u00e7\u00e3o que permita identificar o processo ou mesmo aferir a autenticidade da decis\u00e3o, n\u00e3o enseja o conhecimento do pedido de uniformiza\u00e7\u00e3o. 2. Nos termos da Quest\u00e3o de Ordem n\u00ba 01, desta Turma Regional de Uniformiza\u00e7\u00e3o, \"Ainda que inadmiss\u00edveis os precedentes invocados pelo recorrente e desde que prequestionada a mat\u00e9ria, admite-se incidente de uniformiza\u00e7\u00e3o quando identificada contrariedade do ac\u00f3rd\u00e3o recorrido \u00e0 atual jurisprud\u00eancia da TRU e o ponto houver sido especificamente impugnado no pedido de uniformiza\u00e7\u00e3o\". 3. Na\n\nAv. Cel. Jo\u00e3o Batista S. da Silveira e Souza, n\u00ba 37 \u2013 Sala 303 \u2013 Vila Eunice Nova \u2013 Cachoeirinha/RS \u2013 CEP 94.920-100 Telefone (51) 3041.7503.\n\nP\u00e1gina 3 de 9\n\n\fhip\u00f3tese dos autos, o c\u00e1lculo do benef\u00edcio da parte autora foi informado pelas disposi\u00e7\u00f5es do artigo 32, inciso II e par\u00e1grafo 20, do Decreto n\u00ba 3.048/99, sob fundamento de que \"n\u00e3o houve qualquer insurg\u00eancia da parte-autora em sua inicial\" sobre o c\u00e1lculo da renda mensal inicial do aux\u00edlio-doen\u00e7a. Assim, \"a renda apurada pela Contadoria equivale exatamente \u00e0quela que seria paga pelo INSS acaso o benef\u00edcio tivesse sido deferido administrativamente, com observ\u00e2ncia \u00e0s disposi\u00e7\u00f5es regulamentares, sendo que, apesar da longa peti\u00e7\u00e3o inicial protocolada, nas 3 fls. em que \u00e9 discutido o direito da autora somente h\u00e1 insurg\u00eancia acerca do indeferimento do benef\u00edcio, n\u00e3o havendo qualquer men\u00e7\u00e3o \u00e0 renda que seria decorrente do mesmo. Desta forma, (...) tal discuss\u00e3o n\u00e3o encontrase nos limites da lide, n\u00e3o configurando mero erro de c\u00e1lculo\". 4. J\u00e1 a atual jurisprud\u00eancia desta Turma de Uniformiza\u00e7\u00e3o \u00e9 no sentido de que \"O c\u00e1lculo do sal\u00e1rio-debenef\u00edcio do aux\u00edlio-doen\u00e7a concedido ap\u00f3s a vig\u00eancia da Lei n\u00ba 9.876/99, consiste na m\u00e9dia aritm\u00e9tica simples dos maiores sal\u00e1rios de contribui\u00e7\u00e3o correspondente a 80% de todo o per\u00edodo contributivo, independente do n\u00famero de contribui\u00e7\u00f5es que o integrem, nos termos do artigo 29, inciso II, da Lei n\u00ba 8.213/91\". 5. Portanto, n\u00e3o h\u00e1 diverg\u00eancia entre o ac\u00f3rd\u00e3o recorrido e a atual jurisprud\u00eancia da TRU, n\u00e3o sendo caso de incid\u00eancia da Quest\u00e3o de Ordem n\u00ba 01. 6. Pedido de uniformiza\u00e7\u00e3o de jurisprud\u00eancia n\u00e3o conhecido. (, IUJEF 0002721- 98.2007.404.7155, Turma Regional de Uniformiza\u00e7\u00e3o da 4\u00aa Regi\u00e3o, Relatora Ivanise Correa Rodrigues Perotoni, D.E. 09/03/2011).\n(...)\nEMENTA: PEDIDO DE UNIFORMIZA\u00c7\u00c3O REGIONAL. PREVIDENCI\u00c1RIO. REVIS\u00c3O. PENS\u00c3O POR MORTE. RENDA MENSAL INICIAL. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ A QUE O FALECIDO FARIA JUS. C\u00c1LCULO. ART. 29, II, LEI 8.213/91. N\u00daMERO DE CONTRIBUI\u00c7\u00d5ES NO PER\u00cdODO B\u00c1SICO DE C\u00c1LCULO. IRRELEV\u00c2NCIA. DIVERG\u00caNCIA SUPERADA. PROVIMENTO. HONOR\u00c1RIOS ADVOCAT\u00cdCIOS. CONDENA\u00c7\u00c3O. 1. Esta Turma Regional de Uniformiza\u00e7\u00e3o j\u00e1 pacificou o entendimento de que o c\u00e1lculo da renda mensal inicial de benef\u00edcio previdenci\u00e1rio por incapacidade \"concedido ap\u00f3s a vig\u00eancia da Lei n\u00ba. 9.876/99, consiste na m\u00e9dia aritm\u00e9tica simples dos maiores sal\u00e1rios de contribui\u00e7\u00e3o correspondente a 80% de todo o per\u00edodo contributivo, independente do n\u00famero de contribui\u00e7\u00f5es que o integrem, nos termos do artigo 29, inciso II, da Lei n\u00ba 8.213/91\" (TRU4, PU 2007.71.50.032776-1, Rel. Ju\u00edza Federal Ivanise Correa Rodrigues Perotoni, DJ 24.03.2010). 2. Entendimento amparado na orienta\u00e7\u00e3o da Turma Nacional de Uniformiza\u00e7\u00e3o, no sentido de que \"o c\u00e1lculo do sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio de aux\u00edlio-doen\u00e7a, aposentadoria por invalidez e pens\u00e3o por morte n\u00e3o precedida de outro benef\u00edcio, concedidos ap\u00f3s a vig\u00eancia da Lei 9.876/1999, consiste na m\u00e9dia aritm\u00e9tica simples dos maiores sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o correspondente a 80% de todo o per\u00edodo contributivo, independente do n\u00famero de contribui\u00e7\u00f5es que o integre, nos termos do artigo 29, inciso II, da Lei 8.213/1991\" (TNU, PU 2008.51.51.0431972, Rel. Juiz Federal Jos\u00e9 Antonio Savaris, j. 02.12.2010). 3. Pedido de Uniformiza\u00e7\u00e3o conhecido e provido, restabelecendo-se a senten\u00e7a de proced\u00eancia e condenandose o r\u00e9u-recorrido ao pagamento de\n\nAv. Cel. Jo\u00e3o Batista S. da Silveira e Souza, n\u00ba 37 \u2013 Sala 303 \u2013 Vila Eunice Nova \u2013 Cachoeirinha/RS \u2013 CEP 94.920-100 Telefone (51) 3041.7503.\n\nP\u00e1gina 4 de 9\n\n\fhonor\u00e1rios, nos termos da Quest\u00e3o de Ordem n\u00ba 02 da Turma Nacional de Uniformiza\u00e7\u00e3o (\"O acolhimento do pedido de uniformiza\u00e7\u00e3o gera dois efeitos: a reforma da decis\u00e3o da turma recursal e a conseq\u00fcente estipula\u00e7\u00e3o de honor\u00e1rios advocat\u00edcios, se for o caso, bem assim a prejudicialidade do recurso extraordin\u00e1rio, se interposto\"). (, IUJEF 0002321-48.2007.404.7167, Turma Regional de Uniformiza\u00e7\u00e3o da 4\u00aa Regi\u00e3o, Relator Jos\u00e9 Antonio Savaris, D.E. 09/03/2011).\n(...)\nEMENTA: PREVIDENCI\u00c1RIO. REVIS\u00c3O DE BENEF\u00cdCIO. ART. 29, II, e \u00a75\u00ba, DA LEI 8.213/91. 1. O par\u00e1grafo 2\u00ba do art. 32 do Decreto 3.048/99, com a reda\u00e7\u00e3o dada pelo Decreto 3.265/99, enquanto vigente, o par\u00e1grafo 20 do mesmo artigo, com a reda\u00e7\u00e3o do Decreto n\u00ba 5.545/2005, o par\u00e1grafo 3\u00ba do art. 188-A do Decreto 3048/99, com a reda\u00e7\u00e3o do Decreto 3.265/99, e o par\u00e1grafo 4\u00ba do mesmo artigo, acrescentado pelo Decreto 5.545/2005, na reda\u00e7\u00e3o vigente at\u00e9 o advento do Decreto 6.939/2009, contrariam o disposto no art. 29, inciso II, da Lei 8.213/91, com a reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei 9.876/99, bem como o disposto no art. 3\u00ba, caput, desta \u00faltima lei, na medida em que estas leis, ao contr\u00e1rio dos referidos decretos, n\u00e3o exigem que, no c\u00e1lculo do sal\u00e1rio de benef\u00edcio de aux\u00edlio-doen\u00e7a e de aposentadoria por invalidez, seja considerada a totalidade dos sal\u00e1rios de contribui\u00e7\u00e3o, mas apenas os maiores sal\u00e1rios de contribui\u00e7\u00e3o correspondentes a oitenta por cento de todo o per\u00edodo contributivo (regra permanente, para o segurado filiado a partir da publica\u00e7\u00e3o da Lei do Fator Previdenci\u00e1rio) ou, no m\u00ednimo, oitenta por cento de todo o per\u00edodo contributivo decorrido desde a compet\u00eancia julho de 1994 (regra transit\u00f3ria, para o segurado filiado \u00e0 Previd\u00eancia Social at\u00e9 o dia anterior \u00e0 publica\u00e7\u00e3o da Lei 9.876/99 ocorrida em 29-11-1999 -, podendo o segurado, neste caso, se eventualmente lhe for mais favor\u00e1vel, utilizar-se de mais de oitenta por cento do referido per\u00edodo contributivo). 2. No ordenamento jur\u00eddico brasileiro apenas \u00e9 permitida a expedi\u00e7\u00e3o de decretos e regulamentos para a fiel execu\u00e7\u00e3o das leis (Constitui\u00e7\u00e3o Federal art. 84, inciso IV) - os denominados decretos executivos. Ao extrapolarem o art. 29, inciso II, da Lei 8.213/91, com a reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei 9.876/99, e o art. 3\u00ba, caput, desta \u00faltima Lei, os par\u00e1grafos 2\u00ba e 20 do art. 32 e os par\u00e1grafos 3\u00ba e 4\u00ba do art. 188-A, todos do Decreto 3.048/99 - este \u00faltimo at\u00e9 a edi\u00e7\u00e3o do Decreto 6.939/2009 - padecem do v\u00edcio de nulidade... (TRF4, APELREEX 0006500-26.2011.404.9999, Sexta Turma, Relator Paulo Paim da Silva, D.E. 05/02/2013).\nFrisa o Requerente que o INSS n\u00e3o excluiu os 20% menores sal\u00e1rios de contribui\u00e7\u00e3o, para fazer o c\u00e1lculo do valor da renda mensal inicial do benef\u00edcio por incapacidade recebido pelo Autor.\nPor outro lado, pertinente \u00e0 prescri\u00e7\u00e3o, \u00e9 de se assinalar que, nos pedidos envolvendo presta\u00e7\u00f5es peri\u00f3dicas e de trato sucessivo, prescrevem somente as parcelas anteriores ao quinqu\u00eanio legal, sem preju\u00edzo do fundo de direito, nos ditames da S\u00famula 85 do STJ e do par\u00e1grafo \u00fanico do art. 103 da Lei 8.213/91.\n\nAv. Cel. Jo\u00e3o Batista S. da Silveira e Souza, n\u00ba 37 \u2013 Sala 303 \u2013 Vila Eunice Nova \u2013 Cachoeirinha/RS \u2013 CEP 94.920-100 Telefone (51) 3041.7503.\n\nP\u00e1gina 5 de 9\n\n\fSTJ S\u00famula n\u00ba 85 - 18/06/1993 - DJ 02.07.1993\nRela\u00e7\u00e3o Jur\u00eddica de Trato Sucessivo - Fazenda P\u00fablica Devedora - Prescri\u00e7\u00e3o\nNas rela\u00e7\u00f5es jur\u00eddicas de trato sucessivo em que a Fazenda P\u00fablica figure como devedora, quando n\u00e3o tiver sido negado o pr\u00f3prio direito reclamado, a prescri\u00e7\u00e3o atinge apenas as presta\u00e7\u00f5es vencidas antes do q\u00fcinq\u00fc\u00eanio anterior \u00e0 propositura da a\u00e7\u00e3o.\n...\nArt. 103. \u00c9 de dez anos o prazo de decad\u00eancia de todo e qualquer direito ou a\u00e7\u00e3o do segurado ou benefici\u00e1rio para a revis\u00e3o do ato de concess\u00e3o de benef\u00edcio, a contar do dia primeiro do m\u00eas seguinte ao do recebimento da primeira presta\u00e7\u00e3o ou, quando for o caso, do dia em que tomar conhecimento da decis\u00e3o indeferit\u00f3ria definitiva no \u00e2mbito administrativo. (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n\u00ba 10.839, de 2004)\nPar\u00e1grafo \u00fanico. Prescreve em cinco anos, a contar da data em que deveriam ter sido pagas, toda e qualquer a\u00e7\u00e3o para haver presta\u00e7\u00f5es vencidas ou quaisquer restitui\u00e7\u00f5es ou diferen\u00e7as devidas pela Previd\u00eancia Social, salvo o direito dos menores, incapazes e ausentes, na forma do C\u00f3digo Civil.\nNo mesmo sentido, indispens\u00e1vel sinalar que em 14.02.2014 a Turma Nacional de Uniformiza\u00e7\u00e3o, ao analisar o PEDILEF n\u00ba 0012958-85.2008.4.03.6315, sedimentou entendimento de que a edi\u00e7\u00e3o do Memorando Circular Conjunto n\u00ba 21/DIRBEN/PFEINSS, de 15/04/2010, implicou o efetivo reconhecimento do direito de revis\u00e3o do benef\u00edcio, raz\u00e3o pela qual houve a ren\u00fancia t\u00e1cita da prescri\u00e7\u00e3o e, consequentemente, tal prazo voltou a correr por inteiro a partir da edi\u00e7\u00e3o desse ato administrativo, conforme voto-ementa a seguir transcrito:\n\n\"PROCESSUAL CIVIL. REVIS\u00c3O DE BENEF\u00cdCIO PREVIDENCI\u00c1RIO. ART. 29, II, DA LEI 8.213/91. CONTAGEM DO PRAZO PRESCRICIONAL. MEMORANDO DE 2010, EXPEDIDO PELO INSS, DECLARANDO O DIREITO. CAUSA INTERRUPTIVA DA PRESCRI\u00c7\u00c3O EM CURSO. REN\u00daNCIA AO PRAZO J\u00c1 CONSUMADO. ENTENDIMENTO DO STJ EM PROCESSO REPRESENTATIVO DE CONTROV\u00c9RSIA (RESP N. 1.270.439/MG). APLICA\u00c7\u00c3O DO DIREITO \u00c0 ESP\u00c9CIE. ART. 257 DO REGIMENTO INTERNO DO STJ. S\u00daMULA 456 DO STF. INEXIST\u00caNCIA DE SUPRESS\u00c3O DE INST\u00c2NCIA. PEDIDO DE UNIFORMIZA\u00c7\u00c3O CONHECIDO E DESPROVIDO.\n1. O INSS, ora recorrente, pretende a modifica\u00e7\u00e3o de ac\u00f3rd\u00e3o que, reformando os termos da senten\u00e7a, julgou procedente a demanda e o condenou a revisar o benef\u00edcio de aux\u00edliodoen\u00e7a percebido pelo autor, nos termos do art. 29, II, da Lei 8.213/91. Sustenta o recorrente, em suma, a incid\u00eancia da prescri\u00e7\u00e3o q\u00fcinq\u00fcenal, conforme S\u00famula 85 do Superior Tribunal de Justi\u00e7a. O incidente foi admitido na origem.\n2. Sem raz\u00e3o a autarquia previdenci\u00e1ria. O Memorando 21/DIRBEN/PFE/INSS, de 15-4-2010, enquanto ato administrativo de reconhecimento do direito \u00e0 revis\u00e3o do ato de concess\u00e3o do benef\u00edcio, pela aplica\u00e7\u00e3o da regra do art. 29, II, da Lei 8.213/91, interrompeu o prazo prescricional eventualmente em curso (art. 202, VI, do C\u00f3digo Civil), importando sua ren\u00fancia quando j\u00e1 consumado (art. 191 do C\u00f3digo Civil). Ele somente voltaria a fluir, pela metade do prazo (art. 9\u00ba do Decreto 20.910/32), quando a Administra\u00e7\u00e3o viesse a praticar\n\nAv. Cel. Jo\u00e3o Batista S. da Silveira e Souza, n\u00ba 37 \u2013 Sala 303 \u2013 Vila Eunice Nova \u2013 Cachoeirinha/RS \u2013 CEP 94.920-100 Telefone (51) 3041.7503.\n\nP\u00e1gina 6 de 9\n\n\falgum ato incompat\u00edvel com o interesse de saldar a d\u00edvida, o que definitivamente n\u00e3o ocorreu no caso em comento. A prop\u00f3sito do assunto, embora referente a servidor p\u00fablico, o julgamento da 1\u00aa Se\u00e7\u00e3o do Superior Tribunal de Justi\u00e7a proferido no REsp 1.270.439/PR (recurso especial repetitivo), de que foi relator o Sr. Ministro Castro Meira, com ac\u00f3rd\u00e3o publicado no DJ de 2-8-2013.\n3. Assim, n\u00e3o h\u00e1 que se falar em prescri\u00e7\u00e3o, devendo retroagir os efeitos financeiros da revis\u00e3o \u00e0 data de concess\u00e3o do benef\u00edcio revisando, para os pedidos administrativos ou judiciais que tenham sido formulados dentro do per\u00edodo de 5 (cinco) anos contados da publica\u00e7\u00e3o do ato normativo referenciado.\n4. Aplica\u00e7\u00e3o ao presente caso, do disposto no art. 257 do Regimento Interno do Superior Tribunal de Justi\u00e7a, por analogia, e da S\u00famula 456 do Supremo Tribunal Federal, que prescrevem a possibilidade de aplica\u00e7\u00e3o do direito \u00e0 esp\u00e9cie pelo Colegiado, quando superado o ju\u00edzo de admissibilidade recursal. Assim, o incidente deve ser conhecido para, no m\u00e9rito, aplicando o direito, negar-lhe provimento.\n5. Julgamento de acordo com o art. 46 da Lei 9.099/95\n6. Incidente conhecido e desprovido, devendo ser fixada a tese de que: (i) a publica\u00e7\u00e3o do Memorando 21/DIRBEN/PFEINSS, de 15-4-2010, ato administrativo que reconheceu o direito dos segurados \u00e0 revis\u00e3o pelo art. 29, II, da Lei 8.213/91, importou a ren\u00fancia t\u00e1cita por parte do INSS aos prazos prescricionais em curso, que voltaram a correr integralmente a partir de sua publica\u00e7\u00e3o; e (ii) para pedidos administrativos ou judiciais formulados dentro do per\u00edodo de 5 (cinco) anos da publica\u00e7\u00e3o do ato normativo referenciado n\u00e3o incide a prescri\u00e7\u00e3o, retroagindo os efeitos financeiros da revis\u00e3o \u00e0 data de concess\u00e3o do benef\u00edcio revisando.\" (grifei) (TNU, PEDILEF n\u00ba 0012958-85.2008.4.03.6315, Rel. Juiz Federal Gl\u00e1ucio Ferreira Maciel Gon\u00e7alves, julgado em 14.02.2014). GRIFEI\nDesta forma tem-se, portanto, que com a publica\u00e7\u00e3o do Memorando 21/DIRBEN/PFEINSS ocorreu a ren\u00fancia t\u00e1cita por parte do INSS quanto aos prazos prescricionais em curso, que voltaram a correr integralmente a partir de sua publica\u00e7\u00e3o.\nNesse diapas\u00e3o, primordial trazer \u00e0 baila o conte\u00fado esculpido no inciso VI, do Artigo 202, do C\u00f3digo Civil p\u00e1trio:\n\nArt. 202. A interrup\u00e7\u00e3o da prescri\u00e7\u00e3o, que somente poder\u00e1 ocorrer uma vez, dar-se-\u00e1:\n[...]\nVI - por qualquer ato inequ\u00edvoco, ainda que extrajudicial, que importe reconhecimento do direito pelo devedor.\nAssim, encontra-se somente prescrito o direito \u00e0 percep\u00e7\u00e3o das diferen\u00e7as nas compet\u00eancias que antecederam ao quinqu\u00eanio anterior \u00e0 data da edi\u00e7\u00e3o do ato administrativo que reconhece o direito dos segurados.\nEntende assim o demandante, que a Renda Mensal Inicial do benef\u00edcio restou prejudicada, porquanto o INSS tamb\u00e9m n\u00e3o respeitara o artigo 29, II da Lei 8.213/91, tendo pago, dessa forma, valor menor do que o devido, gerando assim diferen\u00e7as mensais de R$ 56,71 no\n\nAv. Cel. Jo\u00e3o Batista S. da Silveira e Souza, n\u00ba 37 \u2013 Sala 303 \u2013 Vila Eunice Nova \u2013 Cachoeirinha/RS \u2013 CEP 94.920-100 Telefone (51) 3041.7503.\n\nP\u00e1gina 7 de 9\n\n\fsal\u00e1rio do segurado, raz\u00e3o pela qual merece proced\u00eancia o pleito do Requerente.\nIII- DO PEDIDO\nDiante do exposto, requer: A) Receber e processar a presente a\u00e7\u00e3o pelo JEF/VARA FEDERAL, nos termos do art. 3\u00ba e par\u00e1grafos da lei 10.259/2001 (lei dos Jef\u2019s); B) A concess\u00e3o do benef\u00edcio da Assist\u00eancia Judici\u00e1ria Gratuita - AJG, por ser o autor pobre na acep\u00e7\u00e3o legal do termo; C) A cita\u00e7\u00e3o do INSS \u2013 INSTITUTO NACIONAL DE SEGURO SOCIAL- ag\u00eancia da previd\u00eancia social de Port\u00e3o/RS, no endere\u00e7o apontado no pre\u00e2mbulo, na pessoa de seu procurador regional, para comparecer a audi\u00eancia de concilia\u00e7\u00e3o (JEF), instru\u00e7\u00e3o e julgamento em data a ser designada, e, querendo, apresentar sua defesa, sob pena revelia e presun\u00e7\u00e3o de verdade quanto aos fatos articulados apresentar contesta\u00e7\u00e3o, atentando ao disposto no art. 11 da Lei 10.259/2001 (JEF);\nD) A TOTAL PROCED\u00caNCIA DA PRESENTE LIDE PARA CONDENAR O INSS \u00c0: 1- Revisar o benef\u00edcio de aux\u00edlio-doen\u00e7a do autor, e que de NB 508135946-3\nmediante a aplica\u00e7\u00e3o do contido no art. 29, II da Lei 8.213/91, recalculando o sal\u00e1rio de benef\u00edcio um a um, para que sejam exclu\u00eddos dos c\u00e1lculos de Renda Mensal Inicial, os 20% dos menores sal\u00e1rios de contribui\u00e7\u00e3o do per\u00edodo base de c\u00e1lculo, nos termos da fundamenta\u00e7\u00e3o;\n2- Pagar todas as diferen\u00e7as apuradas em decorr\u00eancia da revis\u00e3o acima e do rec\u00e1lculo aqui determinado, corrigidas desde a \u00e9poca da compet\u00eancia de cada parcela at\u00e9 efetiva liquida\u00e7\u00e3o (\u00edndices URV/IPCR/INPC/IGP-DI), juros morat\u00f3rios e demais encargos da sucumb\u00eancia.\n3- A aplica\u00e7\u00e3o de juros e corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria em todos os valores.\n4- A produ\u00e7\u00e3o de todos os meios de prova em direito admitidos, especialmente a documental ora acostadas, e demais que se fizerem necess\u00e1rias.\n\nAv. Cel. Jo\u00e3o Batista S. da Silveira e Souza, n\u00ba 37 \u2013 Sala 303 \u2013 Vila Eunice Nova \u2013 Cachoeirinha/RS \u2013 CEP 94.920-100 Telefone (51) 3041.7503.\n\nP\u00e1gina 8 de 9\n\n\fD\u00e1-se a causa o valor de R$ 1.509,24 (hum mil quinhentos e nove reais e vinte e quatro centavos) para fins fiscais.\nNestes termos, pede deferimento.\nPort\u00e3o/RS, 05 de setembro de 2016.\n\nJaline Teixeira da Silva OAB/RS 86.483\n\nThiago de Fraga Linck OAB/RS 85.067\n\nAv. Cel. Jo\u00e3o Batista S. da Silveira e Souza, n\u00ba 37 \u2013 Sala 303 \u2013 Vila Eunice Nova \u2013 Cachoeirinha/RS \u2013 CEP 94.920-100 Telefone (51) 3041.7503.\n\nP\u00e1gina 9 de 9\n\n\f" } ], "similar_texts_federais_solon": [ { "header": "Texto Similar 1 (Solon) - IdDocumentoCompleto: 5002942-73.2017.4.04.7113-711502210048150401188342114217", "text": "FIOR ADVOCACIA S/S OAB/RS 5.565 _________________________________________________________________________________________________________\nEXMO (A) SR (A) DR (A) JUIZ (A) FEDERAL DA _\u00aa VARA FEDERAL PREVIDENCI\u00c1RIA DA SUBSE\u00c7\u00c3O JUDICI\u00c1RIA DE BENTO GON\u00c7ALVES \u2013\nRS\nIVAN CASER, brasileiro, aposentado, inscrito(a) no CPF sob n\u00ba 244.379.480-68, residente e domiciliado(a) na Rua Andrade Neves, n\u00ba 162, Apt. 402, Centro da Cidade de Veran\u00f3polis RS, vem respeitosamente perante Vossa Excel\u00eancia propor,\nA\u00c7\u00c3O DE READEQUA\u00c7\u00c3O DO BENEF\u00cdCIO PREVIDENCI\u00c1RIO AOS NOVOS TETOS \u2013 ART. 21 \u00a7\n3\u00ba DA LEI 8.880/94\nem desfavor do INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL \u2013 INSS, com representa\u00e7\u00e3o na Cidade de Passo Fundo/RS, pelos motivos de fato e de direito que passa a expor:\n1. PRELIMINARMENTE\n1.1 - DA CONCESS\u00c3O DOS BENEF\u00cdCIOS DA JUSTI\u00c7A GRATUITA\n____________________________________________________________________________ FIOR ADVOCACIA - Rua 7 de Setembro, 100, salas 301/302 Plaza Shopping, Passo Fundo /RS -\nFone/Fax: (054) 3313 6890 \u2013 e-mail - alvinorf@annex.com.br\n\n\fFIOR ADVOCACIA S/S OAB/RS 5.565 _________________________________________________________________________________________________________\nPor ser aposentada e n\u00e3o ter condi\u00e7\u00f5es de pagar as custas e demais despesas do processo sem preju\u00edzo pr\u00f3prio e de sua fam\u00edlia, a parte Autora faz jus benef\u00edcio da Justi\u00e7a Gratuita, conforme determina a Lei n\u00ba 1.060/1950 e o art. 4\u00ba da Lei n.\u00ba 7510/86, confirmada pela Constitui\u00e7\u00e3o da Rep\u00fablica Federativa do Brasil de 1988 em seu art. 5\u00ba, inciso LXXIV.\n2. DO OBJETO DA A\u00c7\u00c3O\nO benef\u00edcio de aposentadoria por tempo de contribui\u00e7\u00e3o foi concedido \u00e0 parte autora em 10/09/2015. Na referida DIB, o valor do TETO DOS SAL\u00c1RIOS DE CONTRIBUI\u00c7\u00c3O era de R$ 4.663,75, valor este limitado e fixado como sua RMI.\nConforme preceitua o Art. 29 I da Lei 8.213/91, para encontrarmos o valor do sal\u00e1rio de benef\u00edcio, basta multiplicarmos \u00e0 m\u00e9dia dos 80% maiores sal\u00e1rios de contribui\u00e7\u00e3o do PBC, pelo fator previdenci\u00e1rio.\nNeste caso a m\u00e9dia dos 80% maiores sal\u00e1rios de contribui\u00e7\u00e3o da parte Autora foi de R$4.626,23, que multiplicada pelo fator previdenci\u00e1rio de 1,1283 (conforme carta de concess\u00e3o em anexo) resulta no sal\u00e1rio de benef\u00edcio de R$5.219,77.\nPortanto Excel\u00eancia pleiteia a parte Autora, a readequa\u00e7\u00e3o do benef\u00edcio previdenci\u00e1rio ao c\u00e1lculo do sal\u00e1rio de benef\u00edcio mais favor\u00e1vel na forma estabelecida no Art. 21 \u00a7 3\u00b0 da Lei 8.880/94, de modo que o(a) Requerente receba os valores pagos a menor, devidamente corrigidos.\n3. DO DIREITO\n____________________________________________________________________________ FIOR ADVOCACIA - Rua 7 de Setembro, 100, salas 301/302 Plaza Shopping, Passo Fundo /RS -\nFone/Fax: (054) 3313 6890 \u2013 e-mail - alvinorf@annex.com.br\n\n\fFIOR ADVOCACIA S/S OAB/RS 5.565 _________________________________________________________________________________________________________\n3.1 - DA APLICA\u00c7\u00c3O DO ART. 21, \u00a7 3\u00ba DA LEI N\u00ba 8.880/94\nConforme narrado nos fatos acima, o INDICE DE REAJUSTE DO TETO consiste na diferen\u00e7a percentual entre o SAL\u00c1RIO DE BENEF\u00cdCIO e o TETO DE CONTRIBUI\u00c7\u00c3O DO INSS. Trocando em mi\u00fados, o IRT \u00e9 a percentualidade do valor excedente do SB em rela\u00e7\u00e3o ao teto.\nVejamos o que determina o Art. 21 \u00a7 3\u00ba da Lei 8.880/94:\n\u201cNa hip\u00f3tese da m\u00e9dia apurada nos termos deste artigo resultar superior ao limite m\u00e1ximo do sal\u00e1rio-de-contribui\u00e7\u00e3o vigente no m\u00eas de in\u00edcio do benef\u00edcio, a diferen\u00e7a percentual entre esta m\u00e9dia e o referido limite ser\u00e1 incorporada ao valor do benef\u00edcio juntamente com o primeiro reajuste do mesmo ap\u00f3s a concess\u00e3o, observado que nenhum benef\u00edcio assim reajustado poder\u00e1 superar o limite m\u00e1ximo do sal\u00e1rio-decontribui\u00e7\u00e3o vigente na compet\u00eancia em que ocorrer o reajuste\u201d.\nDa mesma forma, eis o que preceitua o \u00a73\u00ba do art. 35 do Decreto 3.048/99:\nArt. 35. (...) \u00a7 3\u00ba Na hip\u00f3tese de a m\u00e9dia apurada na forma do art. 32 resultar superior ao limite m\u00e1ximo do sal\u00e1rio-de-contribui\u00e7\u00e3o vigente no m\u00eas de in\u00edcio do benef\u00edcio, a diferen\u00e7a percentual entre esta m\u00e9dia e o referido limite ser\u00e1 incorporada ao valor do benef\u00edcio juntamente com o primeiro reajuste do mesmo ap\u00f3s a concess\u00e3o, observado que nenhum benef\u00edcio assim\n____________________________________________________________________________ FIOR ADVOCACIA - Rua 7 de Setembro, 100, salas 301/302 Plaza Shopping, Passo Fundo /RS -\nFone/Fax: (054) 3313 6890 \u2013 e-mail - alvinorf@annex.com.br\n\n\fFIOR ADVOCACIA S/S OAB/RS 5.565 _________________________________________________________________________________________________________\nreajustado poder\u00e1 superar o limite m\u00e1ximo do sal\u00e1rio-decontribui\u00e7\u00e3o vigente na compet\u00eancia em que ocorrer o reajuste.\nDe igual sorte, a \u201cm\u00e9dia apurada na forma do art. 32\u201d do Dec. 3.048/99, ao qual o artigo se refere acima, nada mais \u00e9 do que a \u201cm\u00e9dia dos 80% maiores sal\u00e1rios multiplicada pelo fator previdenci\u00e1rio\u201d:\nArt. 32. O sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio consiste: (Reda\u00e7\u00e3o dada pelo Decreto n\u00ba 3.265, de 1999) I - para as aposentadorias por idade e por tempo de contribui\u00e7\u00e3o, na m\u00e9dia aritm\u00e9tica simples dos maiores sal\u00e1rios de - contribui\u00e7\u00e3o correspondentes a oitenta por cento de todo o per\u00edodo contributivo, multiplicada pelo fator previdenci\u00e1rio; Grifo nosso\nPortanto, Excel\u00eancia, o racioc\u00ednio \u00e9 simples. No primeiro reajuste, basta aplicar a diferen\u00e7a percentual entre a m\u00e9dia dos 80% maiores sal\u00e1rios contribui\u00e7\u00e3o multiplicada pelo fator previdenci\u00e1rio (SAL\u00c1RIO DE BENEF\u00cdCIO) e o limite legal do teto.\nPara melhor compreens\u00e3o, colamos abaixo a parte final da Carta de Concess\u00e3o do benef\u00edcio do Requerente:\n____________________________________________________________________________ FIOR ADVOCACIA - Rua 7 de Setembro, 100, salas 301/302 Plaza Shopping, Passo Fundo /RS -\nFone/Fax: (054) 3313 6890 \u2013 e-mail - alvinorf@annex.com.br\n\n\fFIOR ADVOCACIA S/S OAB/RS 5.565 _________________________________________________________________________________________________________\nPortanto, conforme acima demonstrado o sal\u00e1rio de benef\u00edcio do requerente resultou em 4.626,23 (mesmo valor da RMI \u2013 Limitada ao Teto).\nNO ENTANTO O REAL VALOR DO SAL\u00c1RIO DE BENEF\u00cdCIO SEM A LIMITA\u00c7\u00c3O SERIA DE 5.219,77 QUE NADA MAIS \u00c9 QUE O RESULTADO DA MULTIPLICA\u00c7\u00c3O DA M\u00c9DIA DOS 80% MAIORES SAL\u00c1RIOS DE CONTRIBUI\u00c7\u00c3O (4.626,23) PELO FATOR PREVIDENCI\u00c1RIO (1,1283).\nAssim sendo, para encontrarmos o IRT basta dividirmos 5.219,77 (SAL\u00c1RIO DE BENEF\u00cdCIO SEM LIMITA\u00c7\u00c3O) por 4.663,75 (TETO DE CONTRIBUI\u00c7\u00c3O NA DIB) = 1,1192 (IRT).\n____________________________________________________________________________ FIOR ADVOCACIA - Rua 7 de Setembro, 100, salas 301/302 Plaza Shopping, Passo Fundo /RS -\nFone/Fax: (054) 3313 6890 \u2013 e-mail - alvinorf@annex.com.br\n\n\fFIOR ADVOCACIA S/S OAB/RS 5.565 _________________________________________________________________________________________________________\nConclui-se portanto, que juntamente com o primeiro reajuste ap\u00f3s a concess\u00e3o deveria ter sido aplicado este IRT (diferen\u00e7a percentual entre o SB e o TETO).\n5. DO PEDIDO\nEm face do exposto, arrazoado e fundamentado, consubstanciando-se nos fatos narrados e no que de direito aplic\u00e1vel \u00e0 esp\u00e9cie, requer se digne V. Ex\u00aa:\na) Inicialmente, a dispensa de realiza\u00e7\u00e3o de audi\u00eancia de concilia\u00e7\u00e3o.\nb) Seja intimado o INSS a trazer ao processo, c\u00f3pia de todo o processo administrativo, incluindo o demonstrativo de todos os valores pagos ao autor desde a data da concess\u00e3o dos benef\u00edcios at\u00e9 a presente data, uma vez que o Requerente recebe atrav\u00e9s de dep\u00f3sito banc\u00e1rio e n\u00e3o tem posse de tais documentos, com suped\u00e2neo no art. 438 do CPC c/c art. 11 da Lei 10.259/01;\nc) A proced\u00eancia do pedido para condenar o R\u00e9u a readequar o benef\u00edcio do Requerente, aplicando o \u00cdndice de Reajuste do Teto \u2013 IRT sobre a Renda Mensal Inicial \u2013 RMI do Segurado, incorporando, por ocasi\u00e3o do primeiro reajuste, ap\u00f3s a concess\u00e3o, a diferen\u00e7a percentual entre o sal\u00e1rio de benef\u00edcio e o limite m\u00e1ximo ent\u00e3o vigente, de modo que o Requerente receba os valores pagos a menor, devidamente corrigidos;\n____________________________________________________________________________ FIOR ADVOCACIA - Rua 7 de Setembro, 100, salas 301/302 Plaza Shopping, Passo Fundo /RS -\nFone/Fax: (054) 3313 6890 \u2013 e-mail - alvinorf@annex.com.br\n\n\fFIOR ADVOCACIA S/S OAB/RS 5.565 _________________________________________________________________________________________________________\nd) Pagar as custas processuais, os honor\u00e1rios de advogado a t\u00edtulo de sucumb\u00eancia, na base do calculo de 10% (dez por cento) sobre o total a ser apurado em fase de liquida\u00e7\u00e3o de senten\u00e7a, em caso de recurso, e dos demais emolumentos judiciais que se fizerem necess\u00e1rios, na forma da Lei.\ne) RPV - PRECAT\u00d3RIO. Seja condenada a Autarquia R\u00e9, a pagar as parcelas vencidas e vincendas, observando a prescri\u00e7\u00e3o quinquenal, por meio de Requisi\u00e7\u00e3o de Pequeno Valor \u2013 RPV (e/ou Precat\u00f3rio), expedido de acordo com a Resolu\u00e7\u00e3o n\u00ba 405/2016, oriunda do Conselho da Justi\u00e7a Federal \u2013 CJF;\ng) HONOR\u00c1RIOS ADVOCAT\u00cdCIOS. Determinar, nos termos do art. 18\u00ba da Resolu\u00e7\u00e3o 405/2016 do CJF, sejam destacados os valores a t\u00edtulo de honor\u00e1rios advocat\u00edcios estabelecidos no contrato de presta\u00e7\u00e3o de servi\u00e7os e honor\u00e1rios advocat\u00edcios (doc. em anexo); bem como de sucumb\u00eancia, em favor da FIOR ADVOCACIA S/S, devidamente inscrita na OAB/RS sob o N\u00ba5.565, inscrita no CNPJ N\u00ba23.469.647/0001-62.\nh) Refor\u00e7a-se o pedido de concess\u00e3o dos benef\u00edcios da justi\u00e7a gratuita por ser o Autor(a) pessoa pobre na acep\u00e7\u00e3o jur\u00eddica do termo, n\u00e3o reunindo meios de suportar os \u00f4nus da presente a\u00e7\u00e3o, sem preju\u00edzo do pr\u00f3prio sustento ou de sua fam\u00edlia, em conformidade com a Lei n.\u00ba 1060/50 e com o art. 4\u00ba da Lei n.\u00ba 7510/86;\n____________________________________________________________________________ FIOR ADVOCACIA - Rua 7 de Setembro, 100, salas 301/302 Plaza Shopping, Passo Fundo /RS -\nFone/Fax: (054) 3313 6890 \u2013 e-mail - alvinorf@annex.com.br\n\n\fFIOR ADVOCACIA S/S OAB/RS 5.565 _________________________________________________________________________________________________________\ni) \u00c0 produ\u00e7\u00e3o de todos os meios da prova em direito admitidas, sem exce\u00e7\u00e3o de natureza alguma, especialmente a prova documental inclusa, bem como outras que se fizerem necess\u00e1rias.\nAo final, sejam tornados todos os procedimentos legais para o encaminhamento deste pedido nos seus ulteriores atos.\nD\u00e1-se \u00e0 causa o valor de R$ 8.045,53 (oito mil quarenta e cinco reais e cinquenta e tr\u00eas centavos).\nNestes termos, pede deferimento.\nBento Gon\u00e7alves \u2013RS, 02 de agosto de 2017.\np.p. ALVINO RODRIGUES FIOR OAB/RS 18.552\np.p. FERNANDO TRES FIOR OAB/RS 62.572\np.p. GISELE TRES FIOR OAB/RS 85.728\nCarolina Pizetta Estagi\u00e1ria\n____________________________________________________________________________ FIOR ADVOCACIA - Rua 7 de Setembro, 100, salas 301/302 Plaza Shopping, Passo Fundo /RS -\nFone/Fax: (054) 3313 6890 \u2013 e-mail - alvinorf@annex.com.br\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 2 (Solon) - IdDocumentoCompleto: 5015809-39.2018.4.04.9999-41530272003837771104974560435", "text": "& ' /5 \u00c9\u00bb//. /3,\u00e2003/2X-0\nOuren\u00e7o Souza\n\n(Lig\n\nA dvogados Associados\n\nEXCELE NT\u00cdSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA\n\n_VARA CIVEL DA COMARCA DE PAROB\u00c9/RS.\n\n\u00a1.,,..,\u00bb,\n\nV\n\n.,\n\n.\n\n1\n\n)_. .\nI ' `i\n\n\u00bf\n\n1 5 im.. N15\n\nMJ \u00bb ._ .,,,z\u203a\n\u203a._\u00ab~r~\u00bb~' \"\u201c\u201d\"\n\n\u00bf_A;;,...\u00bb..\u00bb.z\n\nPROCURADORES PARA AUTUA\u00c7\u00c3O\nVilmar Louren\u00e7o - OAB/RS 33.559 Imilia de Souza - OAB/RS 3 6. 024\n\n\u00d5-`\n\nfizvfw 'f;~':z',\u203a ,<\u00abz\u00e0z;z:;:\u00bb \u00cd*'*\u201c'V\n\n\"`\u201c*\u201c`I'/'\u0161*'*`~I~~*\u00a2~'~=1\n\n*\u2039:zffzf\n\nz\ufb01*\n\n\u0161< \u00d7 z1f.\u00ab'_\u00bb\u00a1:>\u00a2~:\u2039;z\u00e2z\u203a~r \u203a\u00a2zz~\u00ab'~~;.\u00bb\u203a~i1*<\u203a\u2039'I'\u00b0z\u203a1>i\u203aff\u00ed\u00cd`\u203a\u201c\u203a^;'=f=\u00ac^='<'z\u00d7\u00bbvznx \u203a;z-~~z~z.,\u00ab\u203az\u00ac\u2039\u00bbf.'zz.z.\u00eaz\u203a.\u00eb.zz-zz\u2039z..,zz:\u203a\u203a: :yz \u203a.x;\u2039\u2039~z\u00ab_\u00bf.\u00ab \u00a1. I vz* \u00ed^: .:-:~\";f~:z: :'z~*\u00ac;'\n\nQgg \u201c \"a\u00ea 1 |1^=~\u203a\u00a7'1*\u00e2z\u2039\u203az>.\"z\u00bf\u00a7f\u00bf ;\u00a1@\u00a7'r.~\u00a1\u203afl2\u0161af!\u00a7z\u2039\u00bb\u0161%2wwwzzzn, .\n\n.W \u203a^z\"*z'z'vfz:\"\u0161,H\u0161i.i\n\n1\n\n~z\n\n\u00d7\u00d7:::~. -. ,\u00a1*\u00a7\u00eb\u00a1*i:5;.\n~.;\u00e2* ;,'=*\n\nz,.;z\n\nz\n\n,;\u00a7\u00a7\u00a7,\u0161;z;z\u00d7,\u00bb\u00a7\u00bf\n\n\u00ea\u00e2\n\n\u00a1z;\u203a.f\u2039=;5\u00a7'\u2039\u00bbz':=\u00a7::z:1;;s\u00a2rx~\u0161\u00e2.;\u00a1\u00a7.\u203az\u00bb'~.~~ \u00ac;\u203a;\u00a7%2e\u00a7;\u00bf\u00a7.;\u203a,:z,\u0161zz:.;,;:~3\u00eb\u00e2^*;.v.\u00bb=z\u20ac5zz\u00eb\u00a7z='z\u00e95Q\u00b0\u00ac:;t;z\u00bfz~\u00cdzzz.:f~\u00a1f\u00ab;;tz,\u00bf\u00bfz\u00eaz\u00e2z=v\u00e9;\u00acc.zz\u00eb.zz\u203azzz1\n\n?`-1\n\nJQrRA_P\u00bf\u203a._sTQgIO STRAPASSON, \ufb02\u0161\u00e4d\n\nz\n\nbrasileira, casada, portadora da CI n\u00b0 1027324702\u00cde inscritano CPF n\u00b0 660.444.640-91, -\n\n:Lili\n\nresidente e domiciliada na Rua Palmeira das Miss\u00f5es, 11\u00b0 182, Bairro Mariana, na cidade de \u00fcll\u0161\u00edl\ufb02\n\nParob\u00e9, por seus procuradores, reporta-se \u00e0 V. Exa. [para impetrar: Hl\u00edl*\n\nII*\n\n\u00a3lB3\u00ac\u201d\u00ed?1~E\n\nQ\nA\u00c7\u00c3O DE CONCESS\u00c3O DE APOSENTADORI\u00c1\u00c2POR TEMPO DE il\n\nT3.-\u00ed\u00e3\u00fc\u00fc\nCONTRIBUI\u00c7\u00c3O/SERVI\u00c7O, com arg\u00fci\u00e7\u00e3o de inconstitucionalidade da\n\nZ/E\n\naplica\u00e7\u00e3o do fator previdenci\u00e1rio no c\u00e1lcu 1 O;\n\nnda mensal\n\ninicial, contra:\n\n\ufb01etic\u00e3o/Oflclo/Documento\n\n\u00eb'\n\n, '\n\n='\u00ac'4=\u00bb(f~\\ nesta dlt\ufb02:\n\n06 ABR. 2016\n\nAss: 2' Vara Judicia e Parob\u00e9\nl\nINSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS 1\n\ninscrito no CNPJ n\u00b0 29.979.036/0001-40, com sede na Rua Jer\u00f4nimo Coelho, 127, bairro Centro, CEP n\u00b0. 90010-241, na cidade de Porto Alegre, pelos fatos e fundamentos que\n\nseguem:\n\nE\n\nRua Cel. Jo\u00e3o Corr\u00eaa, ll3 - Ed. Vit\u00f3ria. CEP 93220-I00, Sapucaia do Sul/RS.\n\nFone: 51 3474.7819 / 3474.0135 - Fone/fax: 3452.1680, E-mail: contato\ufb01\u00f1lrvurencoesouza.com.hr\n\n\f& Louren\u00e7o Souza\n\nO \\$\n\nAdvogados Associados\n\n1 - DOS FATOS:\n\n1. A requerente, em 17/10/20/2, protocolou perante o INSS, atrav\u00e9s da APS de Taquara/RS, o seu pedido de Aposentadoria por Tempo de Contribui\u00e7\u00e3o/Servi\u00e7o, sob 0 n\u00b0.\nI60.462.I8I-5, o qual I`oi indel`erido, pelo burlesco motivo \u201cFalta de tempo de c\u2039\u203a\u00a11Irihr//\u00e7\u00e3o at\u00e9 16/12/1998 ou at\u00e9 a dara de entraria do re\u2039\u00a11re/'imenlo\n\n2. Requereu na ocasi\u00e3o do encarninhamento adrninistrativo o c\u00f4mputo dos per\u00edodos\ncomprovados em CTPS e carn\u00eas, bem corno, o cornputo de todo per\u00edodo trabalhado em\nregirne de economia familiar de 06/10/1969 rt 16/06/1985, o que perfaz 15 anos, 08 meses e Contudo, a Autarquia computou administrativamente o per\u00edodo de 30/01/1979 a\n31/I2/1979.\n\n3. Visando comprovar o exerc\u00edcio do labor rural durante o per\u00edodo em tela acostou ao\nprocesso administrativo os documentos abaixo relacionados:\n0 1962 - Registro de im\u00f3veis do rnurric\u00edpio de Palmeira das Miss\u00f5es - RS, em nome do sogro da autora, constando a profiss\u00e3o daquele, como agricultor; 0 1966 a 1992 - Certid\u00e3o do INCRA, em nome do sogro da autora;\nI 1968 a 1984 - Ficha de s\u00f3cio no Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Rodeio\nBonito - RS, em nome do pai da autora; 0 1973 a 1976, 1978 c 1979 - Notas fiscais de produtor rural, em nome do pai\nda autora; 0 1975 - Certid\u00e3o de nascimento de Adir Past\u00f3rio, irm\u00e3o da autora, constando a\nprofiss\u00e3o do pai, como agricultor; 0 1979 - Certid\u00e3o de casamento da aurora, constando a profiss\u00e3o do esposo, como\nagricultor;\n0 1984 - Certid\u00e3o de nascimento de Graciela Strapasson, filha da autora,\nconstando a profiss\u00e3o do esposo, corno agricultor;\n0 1985 - Registro de im\u00f3veis pertencente a cornarca de Seberi - RS, constando o sogro da autora corno propriet\u00e1rio de lote rural, bem como, srra profiss\u00e3o de\nagricultor;\n\nRita Cel. Jo\u00e3o C\u2039\u203a|'|'\u00eatt, ~ I 13 Ed. Vitoria. CEP 93220-100. Sapucaia do Sul/RS.\n1-`nnc: 51 3474.7819 / 3474.0135 - Fone/fax: 3452.1680. E-mail: contato\u00ed\u00edlot|r'crrc\u2039\u203acsur|/tt.crnn.lrr\n\n\f& Louren\u00e7o Souza\n\nOI\n\nA dvogazlos Associados\n\n4. N\u00e3o obstante ter apresentado a prova documental necess\u00e1ria para provar os periodos em\n\nRegime de Economia Familiar o INSS n\u00e3o computott os periodos de 06/10/1969 a 29/01/1979\n\nc 01/01/1980 a 16/06/1985.\n\nS. Tivesse o INSS analisado o pedido da aposentadoria formulado pela autora, a luz do \u201cbom\ndireito\u201d, estaria a parte autora usufruindo do beneficio da aposentadoria pleiteada.\n\nI1- DOS FUNDAMENTOS:\n\n6. A requerente fundamenta sua pretens\u00e3o na Constitui\u00e7\u00e3o Federal de 1988 e seus principios,\nna Lci 8.213/91, no Decreto 3.048/99, al\u00e9m da Doutrina e Jurisprud\u00eancia, verdadeiras fontes de direito.\n\ntt. t - DA N\u00c3O APLICA\u00c7\u00c3O Do FATOR PREvtDt\u2039:Nct\u00c1Rto\n7. A Constitui\u00e7\u00e3o Federal vigente possui reda\u00e7\u00e3o r\u00edgida a lim de coibir as investidas do\npr\u00f3prio legislador contra a ordetn constitucional. N\u00e3o obstante, a Lei 9876/99 disse mais do que a CF/88 guis (Iizcr.\n8. Pois ora, a CF/88 (art. 201, \u00a7 7\u00b0), em momento algum, exige 0 preenchimento do requisito et\u00e1rio como pressuposto para o clet`erimento da aposentadoria por tempo de contribui\u00e7\u00e3o\nintegral, tampouco condiciona o valor do beneficio ao tempo de sobrevida do segurado.\nA 9. Constitui\u00e7\u00e3o Federal (e n\u00e3o a lei) \u00e9 que concede o direito fundamental, a Constitui\u00e7\u00e3o\nFederal (e n\u00e3o a lei) estabelece os requisitos da aposentadoria, logo, nenhuma norma\ng inlraconstitucional tem o cond\u00e3o de criar e exigir crit\u00e9rios n\u00e3o constantes na Lei Maior.\nItabita a inconstitucionalidade do fator previdenci\u00e1rio.\n10. Ou seja, n\u00e3o obstante a Emenda Constitucional 20/98 afastar a exig\u00eancia da idade tn\u00ednima\npara a aposentadoria por tempo de contribui\u00e7\u00e3o, a Lei 9.876/1999, de forma sorrateira, alterou\na forma de apura\u00e7\u00e3o de renda do benef\u00edcio e trouxe novas exig\u00eancias, como a idade e a\nexpectativa de vida, causando enormes prejuizos ao segurado.\n\nRtut Cel. .luzto Curr\u00fcn. 113 f Ed. Vit\u00f3ria. CEI* 93220-100. Sapucaia do Sul/RS.\nFt\u203anc: 51 3474.7819 / 3474.0135 - Fone/l`tt.\\: 3452.1680. F.-mail: euntato\u00ed\u00ed1tittrencoesottla.co|n.br\n\n\f& Louren\u00e7o Souza\n\nO \u00d7.i\u00d7\n\nAdvogados A ssociados\n\nA l l. \u00edzlade e a e.rpeclu11'vu de vida s\u00e3o elementos que criam excessiva limita\u00e7\u00e3o aos direitos\n\ndo segurado. Note-sc que a e.\\-p\u2039:clu1ivu de vida constitui um agente que pode frustrar todo o\n\nplanejamento do segurado acerca da sua aposentadoria, vez que ele pode controlar a idade e\n\nteinpo de contribui\u00e7\u00e3o. mas \ufb01ca a merc\u00ea do IBGE. t\n\nI2. Cumpre verilicar que a expectativa de sobrevida do segurado \u00e9 definida atrav\u00e9s de uma\nt\u00e1bua de mortalidade emitida pelo IBGE, considerando para todos os segurados unia tabela que n\u00e3o diferencia sexo oii regi\u00e3o. - mais iini prnblemri.\n\n13. Na ocasi\u00e3o de sua cria\u00e7\u00e3o, a tabela previa um fator igual a um homem que completasse 60\n\nanos de idade e trinta e cinco anos de contribui\u00e7\u00e3o. Atualmente para atingir o fator \u201cum\u201d\nE homem precisa alcan\u00e7ar 64 anos de idade e trinta e cinco anos de contribui\u00e7\u00e3o, ou seja,\n\nlong\u2039\u203a de lll anos de vig\u00eancia os segurados tiveram um acr\u00e9scimo de mais 4 anos de\n\nvz ,v\n\n,f\n\nrf\n\ntraballio para percebero mesmo valor de aposentadoria!\n\nW ^\u00ac, /\"'\n\n(\"\"' '\u201c\u00bb.,1\n\ng' ,\u203a/\n\nez\n\ntt\n\n,\u203a\n\n'\n\nr\n\n\u203a\n\nO mesmo I4.\n\nnao trabalhadores-com tie se \u00e2retende detonar .el ue\n\nl z,\n\n\\z\n\n\u203a\n\nz\n\nii\n\nz\n\ne ttsto ue\n\ni\n\n\u00a1\n\n,\n\n,\n\n,`\n\nfi \u00ab =<',.,:, '.\u203a\\.,\u203a\u203a^\u00bf,\u2039,:\n\ntem o de\n\ncontribui\u00e7ao, mesmo salario de corltribut\u00e7ao.no.periodo base de,>calculo, porem, com idades\n\nCom 3,\n\n;\n\n\u00cd\n\n`*I\u00bf,\n\ndiferentes, recebam valores dilerentes.\n\n`\\\nefeito observa-se a exist\u00eancia de tratamento\n\ne\n\nE\n\nto\n\ni\n\ni\n\n\u00ac71=\n\nantisononiico`lCF/88,\u201dart\u00ed . 20l,\u00a7l\"):\"\n\n~ '\n\n/zz\u00bb mz-.f\u00edf;z>\n\n\u201c~\u203a-c..__..z/\n\n\u00d7\u2039\u201cJ4\"\u00abf~=~\n\n`\u00a1l\u00e0\u00cd`.\u00cd\n\n/'\n\n`\u00ac_.._::\u00cd~\u2039\"'/\n\n\u00c9\n\ni\n\nA\n\n~\u00ac\n\nrf\n\ni\n\n,,z~ mensal ~, Por _\n1:.\n\no o, bvi.o,\n\n\u00cd\n_. .. aplicar\n\nlatorprevidenciari alculo\u203a/def.apura\u00e7aoldaweitda .\n\n..\n\n_\n\n\u201cii\n\n\u201cll_' .'l,~\"/W;\n\n.,z. o,i'\u00cd*~\n\nfa Qliz\n\n' \u00f3:~\n\nI\n\n,\n\n/}\u00ed\u201c\u201c\u00cd /'l,\u203a-\u00ed\u203a'\u201c`\u00cd`i\n\nf\n\n.\n\nde\n\n.\n\n___A_,__ ___,_,._, ,,\u203a\n\ni,\n\nmesmo abpenoesfe\u00ednctiaodoer' i.daarnotratamentosi_ dsitfeemraen,t-ecopmaraas\u00bfoi.s,n\u2039,./\u00a7..f,'s5l.e,m\u203ag~~._zu\u00bfarstza-~d\u2039eoosr\u00bfq/t_ur-ie.,b\u00bf,~-gf:'~pt\u00bf\u00e7rzf\u2039,ge= ees_,n,jz\\i.zc\u203ai'rchoe.p~mzi\u00abz'7f, oogs.iwznzepsrrnewisosuptoesmtpoos\n\nda de\n\ncontribui\u00e7\u00e3o, o que fere o direito fundamental prescrito no caput do art. 5\u00b0 dessa Carta -\n\no princ\u00edpio da isonomia.\n\n' Seria absurdo se n\u00e3o fosse lei, mas h\u00e1 casos onde quanto mais tempo de contribui\u00e7\u00e3o, menor e a renda mensal inicial, haja vista a altera\u00e7\u00e3o antial da t\u00e1bua de mortalidade e expectativa de vida, este trabalhador tem a renda\nmensal reduzida.\n2 De maneira ir\u00f4nica, najustifcativa do Projeto de Lei 1.527, que deu origem \u00e0 Lei 9.876/99, a mensagem revela\no objetivo de \u201caprimorar 0 sisteina previdenci\u00e1rio no Brasil e dar maior e melhor cobertura c mais justa\ncobertura\u201d.1 Destacamos os arts. 67 e 68: Art. 67. A cria\u00e7\u00e3o do fator previdenci\u00e1rio est\u00e1 plenamente de acordo\ncom o principio t\u00e9cnico doutrin\u00e1rio da equidade na Previd\u00eancia Social. Quanto maior 0 desequilibro entre o tempo e o usufruto dos benelicios, maior e' a necessidade de subsidiar-se o sistema previdenci\u00e1rio com\nrecursos provenientes do Tesouro Nacional. linportante salientar que tais recursos s\u00e3o subtraidos \u00e0s pol\u00edticas sociais e de desenvolvimento econ\u00f4mico do que tanto o pa\u00eds necessita. Art. 68. \u00c9 evidente justo que pessoas\ncom a inesina idade e mesmo hist\u00f3rico de sal\u00e1rio-de-contribui\u00e7\u00e3o, mas tempos de contribui\u00e7\u00e3o diferentes, percebam um beneficio do mesmo valor. Da mesma forma, \u00e9 injusto que pessoas com o mesmo tempo de contribui\u00e7\u00e3o e mesmo Iiist\u00f3rico de sal\u00e1rio-de-contrihui\u00e7\u00e3o, ao apresentarem idades diferentes, venham ii perceber iiiii hene\ufb01cio de mesmo valor. Exatamente estas s\u00e3o as situa\u00e7\u00f5es nas qiiais o fator previtlenci\u00e1rio proposto age como corretor de iiiiq\u00fcidadesz (Grifo nosso).\nRua Cel. Jo\u00e3o Corr\u00eaa. l IJ - Ed. Vit\u00f3ria. CEI* 93220-IOO, Sapucaia do Sul/RS. l-`one: SI 3-l7~l.78I9/347-l.()I35 - Fone/fax: 3452.1680. l\u00ed-mail; contato\ufb01lourencoesouzacom.br\n\n\f& Louren\u00e7o Souza\n\nO o\u00d7\n\nAdvogados Associados\n\nI6./\\ ado\u00e7\u00e3o do fator previdenci\u00e1rio afronta 0 principio da reciprocidade das eontribui\u00e7o_es,j\u00e1 que ele interfere na rela\u00e7a_ o entre o que se pagIa e o que se recebe. Assim, as\n\nvariantes idade e expectativa de sobrevida relletem diretamente no resultado da equa\u00e7\u00e3o,\n\nsendo que a Constitui\u00e7\u00e3o veda a ado\u00e7\u00e3o de crit\u00e9rios difereneiadores para a\n\naposentadoria.\n\nI7. Ademais, o autor se liliou ao regime previdenci\u00e1rio em l6/06/1985, tendo nessa\ngportunidade sido materializada a rela\u00e7\u00e3o jur\u00eddica. sob a \u00e9gide do ordenamento jur\u00eddico\nvipente \u00e0 \u00e9poca.\n\nI8. Desta arte, para lins de previd\u00eancia social, o autor deixou de ser mero espectador e passou\na ser um agente ativo no \u201cjogo\u201d (no seguro legalmente estatu\u00eddo), cujas regras contratadas\nhaveriam de ser mantidas at\u00e9 0 lim da \u201c'partida\u201d'.\n\n19. Contudo, com a edi\u00e7\u00e3o da Lei 9.876/99, de 28/ll/1999, houve a quebra desse contrato, com ou sem aspas, ao introduzir o mal fadado fator previdenci\u00e1rio, que culminou uma\nsignilicativa diminui\u00e7\u00e3o da renda do segurado!\n\n20. Se o sentido do direito adquirido constitui cl\u00e1usula p\u00e9trea e' justamente para impedir o\nretrocesso, para garantir o avan\u00e7o ja obtido, como tamb\u00e9m garantir a seguran\u00e7a jur\u00eddica, para que amanh\u00e3 n\u00e3o venha uma nova altera\u00e7\u00e3o ou mudan\u00e7a dos crit\u00e9rios, com surpresas v\u00e1rias para eventuais atingidos, como a de frustrar uma condi\u00e7\u00e3o que seria implement\u00e1vel logo ali, consolidando aquilo que o Ministro Gilmar Mendes chama de \u201ccorrida de obst\u00e1culos com obst\u00e1culos em movimento\u201d.\n2l. O l`alacioso argumento de que aposentar-se mais cedo pode colocar em risco a gest\u00e3o do\npr\u00f3prio sistema \u00e9 incompat\u00edvel com o grau de desenvolvimento econ\u00f4tnico j\u00e1 alcan\u00e7ado e\nexaustivamente anunciado pela tn\u00eddia - que certamente est\u00e1 preparando o caminho para um novo salvador -, tampouco com o princ\u00edpio previdenci\u00e1rio da diversidade na base de\nlinanciamenlo.\n\n22. Note-se, ainda, que segundo dados publicados no livreto da ANFIP, intitulado\n\n\"/\\n\u00e1lise da Seguridade Social 2010\u201d - diga-se de passagem a publica\u00e7\u00e3o mais con\ufb01\u00e1vcl\n\nsobre\n\no\n\ntema\n\n~\n\ndisponivel\n\nno\n\nendere\u00e7o\n\neletr\u00f6nico a arrecada\u00e7\u00e3o s\u00f3 tem aumentado, n\u00e3o se juslilicando a fal\u00e1cia do d\u00e9ficit previdenci\u00e1rio. Vejamos:\n\nTabela 1: Receitas e Despesas da Seguridade Social, 2008 a 2010, em\nvalores correnles\n\nRocollas realiza das Classl\ufb02ca\u00e7\u00e0o 1. Fl\u00f8caila de contribui\u00e7\u00f5es social:\nRsteil\ufb02 Pr\u00eavi\u00fc\ufb02nci\u00e1rii Llquid\u00fc RGPS ( 1]\nCofins\n\nAzumulaao na uurclcin IRS nilmzzl\n\n2005\n\n2009\n\n2010\n\n359.040 375.357 441.266\n\n163.355 120.034\n\n182.008 115.759'\n\n211.958 140.023\n\nCF'|.1F (2)\n\nl .D04\n\nD\n\n0\n\nCSLL\n\n42.502\n\n43.592\n\n45.75-1\n\nP|5! PASEP\n\n30.330\n\n3 1.030\n\n40. 373\n\nOuuus caninbni\u00e7oas (3)\n\n205\u20ac\n\n2.497\n\n3.1-IB\n\n2.Raca1|a5 de entidades da Sogu\ufb02qude\nRecursos. proprias da MDS\n\n15.191 IGI\n\n14.023 219\n\n15.224 361\n\nRzzurz\u00fa\u00e2 pr\u00fapmz\u00e2 nn MP5\n\n1.586\n\n580\n\n31-A\n\nRzzmzzzxz pr\u00f3prias mz M5\n\n3.009\n\n3.135?\n\n3.057\n\nRecursos pr\u00fapfins em FAT (ny\nTa m\u00e0 ae Orgaas a mmada\u00e2\n,\n\n10.008 327\n\n10.583\n3Ela\n\n11.017\n.1414\n\n3. Cnnuapnnlaa du Or\u00e7am\u00f8nua Fiscal pl EPU\n\n2.048\n\n2.015\n\n2.1313\n\nRecaha Tolal \u00a11v2\u20393\u00a1\n\n377.079 392.826 458.625\n\nf`1\u0161\u00c2.f'..,\n\n\u201d\n\nf\n\nE .,./.f\n\nL.\n:S\n\n.\u00bf\\ rn Lv\n\n(flui /\u00a1\u00a1l1fz\u00a11'r7o ' \u2039\n\nDnspasas Ilquldadas Cias si\ufb02: a\u00e7\u00e3o\nI. Banu-Iiclos Prevldnrlci\u00e1rlos Plnwi\u00fcnnciarni urb\u00fcnns\nPra'.'IdarlL|.:|fICxS rural!\nczmpen\u00e2\u00e0\u00e7a\u00fa pzev\u00d7:\u2039zn=\u00a1zn;|\u00a15\u00a1\n1. Eanaliclui asslilnnciall\nA\u00f1\u00e1lslendais - LOAS\n\u00c0ssislen\u00fcais - RLIV 3. Balsa-Fam\u00edlia 1: nulra\ufb01 Trunslnll\u00e3nclaa. do Renda\n4. EPU - Bnnuhci\u00fcl dl! L\u00f8glila\u00e7\u00e1o EBDGCIEI\n5. sz\u00fa\u00fazz \u00faupuzz zm ms umzlm pzzwm) mz 5. A\u00e2zl\u00e2mnzlz saem; azsp\u00faazs az uns nnzziul penal; (a) 1. mz\ufb02\u00fa\u00eancuz mam; uzzpzszz az ues unziul pzzmz\u00bb uai\na. omz.-zz \u00e0\u00e7azs uz mgwlazmz z.n\u00a2m|\n0. B nne\u00ed\u00edclcs FAT 1u.ouuzz. z\u00e7\u00f3ez an FAT Despesa Vala! (1\u203a2\u203aJ+4\u20395\u203a6\u00a27\u20398v1I\u203910)\n\nAzu-lluzzu: na e-.zrziziz (R3 minas)\n\n2008\n\n2009\n\n2010\n\n199.552 225.096 254.559\n\n158.953\n\n175.999\n\n1\u20ac\u00a2B.%1\n\n39.1397\n\n44.850\n\n55.473\n\n612\n15.6-ll\n13.748\n\n1.245 18.712 16.354\n\n1.325 22.234 33.380\n\n1.1593\n10.525 2.048\n\n1.8-IE1\n1I.B5| 2.015\n\n1 .B5~1 13.-193\n2.135\n\n50.265\n2.1378\n\n58.2131 2.771\n\n81.0913 3.099\n\n4.752\n\n8.252\n\n6.478\n\n3.394 20.690\n724\n\n7.174 27.077\nGGB\n\n7,510 29.195\n417\n\n310.179 350.555 \ufb02D0.5I7\n\nSalao da Sngurldaua Social (RGPS)\n\n55.31.10 32.940 58.109\n\nRua Ccl. .lo\u00e3o Corr\u00eaa. lI3 - Ed. Vii\u00f3rizi. CEP 93220-100. Sapucaia do Sul/RS.\nI~`\u2039mc: Sl 3-17-1.7819/3474.0115 \u203a l*`\u2039\u203ai1\u2039:/lux: 3452.1680. II-mail: cmi!nlu@Im||'c|lu\u2039icso1i7z1.c\u2039\u203am.hr\n\n\f& Louren\u00e7o Souza\n\nA dvogazlos Associados\n\n23.\n\nComo se v\u00ea, a receita realizada ein contribui\u00e7\u00f5es previdenci\u00e1rias foi praticamente\n\nigual ao conjunto dos benef\u00edcios pagos aos segurados. Considerando a compensa\u00e7\u00e3o pelas\nreniincias, ainda qiie stibestiinadas, o resultado desse stibsistema foi superavit\u00e1rio em RS\n\n58,] billi\u00f5esl\n\n24. Oii seja, \u00e9 mais f\u00e1cil acreditar que as receitas estejam sendo desviadas para outras\nfiiialidades do que no de/ici/ que estariam a enfrentar, principal argumento apresentado para as abusivas reformas do sistema previdenci\u00e1rio e permanente afronta ao princ\u00edpio da irredutibilidade no valor dos benef\u00edcios. 0 qual prev\u00ea que o valor real do benef\u00edcio deve ser preservado por meio de reajustes peri\u00f3dicos!\n\n25. Portanto, aplicar o fator previdenci\u00e1rio \u00e0 aposentadoria do trabalhador n\u00e3o se apresenta\n\nN coerente, tampouco podeser confundido comjusti\u00e7a.\n\nl\n\ni\n\ni'\n\n/\n\n26. Entretanto ,\n\nemitem\n\n'\n\n*\n\nos-de\\iieoconstitucionalismo\n\n,\n\nH\n\nj\n\n,\n\n, ,\n\nif\n\n,\n\nz\n\na verifica\n*z\n\nao\n\nda\n\nim\n\nossibilidade\n\nde\n\naplicacao do fator pi'e\\fideiiciai'ip\u00a1\u00e0 aposentadolria,,aos\"poucos, come\u00e7a a ser percebida por\n\numa na dos da ff' *\u00cd\n\n^\n\n~'~.\n\ni\n\n_\n\n_\n\n_ _\n\n,,z\n\n_\n\n1:.\n\n,|iii'isdi\u00e7ao\u00a1qtie,_v ,S eU, translormar\n\n='\n\nil\n\nR\n\n.I\n\nz'\n\nz\n\ngarantidora\n\n/\u00d7*\u203a^f\u00ca\n\\ 1/zw\n\nii\"/'\u00cd'\u00cd<;\"\u00ac`^\"z fz \u00d7z.~,'_-ul\n\n\u00a1~z'\u203a<\u2039~'?~t\n\ndireitos fundamentais_ -socia_ i_s\n\ne\n\n_\n\n\\`\n\nz\n\nN:\\~,\n\npr\u00f3pria deinocracia, os\n\n,\n\n:.__.,\nea\n\nsfestao\n\nno\n\nar,\n\ncomo\n\nse\n\nI\nverilica\n\nna\n\nsenten\u00e7a\n\nexarada\n\nnos\n\nautos\n\ndo\n\n___w\n\n,\u203a,,~\n\nprocesso\n\n,\n\nzf\n\n000_9;542-49.2_ 0l_ 0.'\u00bfl03.6l83/SP =\n\nonde\n\n/\\ozi'\n\n,_\n'uiz\n\n\\,_-lk__V/z\n\nfeede,rta.l'\u00bb\"/z.MaUrctis\n\nOrione\n\nGon \u00c7 alves\n\n4\u201d,\n\n\\_,\n\n_\n\n/.-z/\n\ncondenouo-INS mensal do Correa\n\no \u00e2roinover me\n_[\ufb01.,\n\nrec\u00e1lculo c_.l_a\u00cdrenda\n\n__\n\n_\n\n~ /Em4rfiz M l- ami- gei_ado\n\n~-'\nfator pi_evidcnciario\u203a._\n\n}~ '\n/*if\n-\u2039 ~=~\n\n'\n\u201c_/,\u203a\"t`\nff;\n-f\n\n0 inicial/ uz ..z\n\n,\u00ab-;';/ \\\u00e2 ez:\n\n\u201c\u00ac\u00bbf//-f\u00bbf\u00abf~~\u00bbf\u2039,\u00d7f/' ix\n\n\u2039\u00acz\n\n`icid\u00eancia\n\n/j\u00e0:-1\n\n_\u00bf:\n\n,-\n\n'Ji\n\nJ it\n\n\u00c1 A vz 27. Ao entender que o fator previdenciariofi\u00e9 iiieo'ii\u0161tit`iieio`ii'al,\u00a1Io\ufb01\u00f1ajgistrad\u00f3fn\u00e3o somente\n\nmz* ro) uz-\n\nt_vtx_'\u00d71/eva; :ol\n\ndeixou de aplica-lo, desconstituindo os argumentos jur\u00eddicos anteriores a partir de uma\n\nargumenta\u00e7\u00e3o jur\u00eddica racional superlativa na constru\u00e7\u00e3o e justifica\u00e7\u00e3o dos novos\n\nfundameiitos que einbasam a mudan\u00e7ajurisprudencial, mas, fundamentalmente, compreendeu\n\no seu papel no interior do Estado Democr\u00e1tico de Direito, o qual referenda uma verdadeira\n\ntransforina\u00e7\u00e3o da sociedade.\n\nIll - l)O PEDIDO:\n\n28. Ante ao exposto, a parte reguerentc clama:\nA. Averbar 0 periodo de Regime de Economia Familiar de 30/01/1979 a 3!/12/1979, ja\nreconhecido pela Autarquia;\n\nRiia Cel. Joao Corr\u00eaa. ll] f Ed, Vit\u00f3ria. CEP 93220-IOO. Sapucaia do Sul/RS.\nl7i\u203aiic: Sl 3~l7~l_78l9 / 3474.0l35 - lfoiie/fax: 3452. l(i80_ E-mail: coiitato\ufb01\u00edtltiiii'cncocsouxii.co|n_hr\n\n\f& Louren\u00e7o Souza\n\n\u00daQ\n\nA dvogmlos A ssociados\n\nB. Pela condena\u00e7\u00e3o do INSS a reconhecer, computar c averbar o per\u00edodo de labor rural de\n\nt)(\u203a/Ill/I969 a 29/01/1979 c 01/01/1980 a 16/06/1985, que somados aos per\u00edodos j\u00e1\n\ncomputados pelo INSS, tica comprovado que a parte autora possui 30 altos, 03 meses e 22\n\ndias, marca de tempo de servi\u00e7o essa al\u00e9m da exigida para obter o beneficio da aposentadoria\n\nora pleiteada;\n\nC. Pela condena\u00e7\u00e3o do INSS a calcular 0 valor da RMI sem a aplica\u00e7\u00e3o do fator\nprevitlencizirio, visto que muito antes da promulga\u00e7\u00e3o da Lei 9.876/99 e do Dec. 3.265/99, a autora j\u00e1 se encontrava liliado ao regime previdenci\u00e1rio, cujas regras n\u00e3o previam qualquer redu\u00e7\u00e3o da renda mensal inicial do beneficio previdenci\u00e1rio futuro;\n\nC.l Pela declara\u00e7\u00e3o da inconstitucionalidade incidental dos artigos 2\u00b0 e 3\u00b0 da Lei 9.876/99 que deram reda\u00e7\u00e3o ao art. 29, caput, incisos e par\u00e1grafos da Lei 8.213/91;\nI). Pela condena\u00e7\u00e3o do INSS a conceder o bcne\ufb01cio da aposentadoria por tempo de\ncontriI)ui5;\u00e3o a autora, com pagamento a contar da DER (I 7/IO/2012), devidamente acrescida\ndos_juros e da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria;\nE. OUTROSSIM, caso reste aferido que em I7/10/2012, data da DER, n\u00e3o havia tempo\nsuficiente para a concess\u00e3o do benelicio, requer-se que o tempo de labor especial\nsupervenicntej seja considerado para a concess\u00e3o da presta\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria em exame,\ncom a altcra\u00e7\u00e3o/realirma\u00e7\u00e3o da DER para a data em que implementadas as condi\u00e7\u00f5es\nensejadoras do beneficio, com adimplemento dos valores devidos desde ent\u00e3o.\nIV - DOS REQUERIMENTOS:\n\n29. Isto posto, requer digne-se V. Exa., em:\n11) Receber a presente, condenando o instituto requerido ao pedido retro, acrescido dejuros e\ncorre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria;\nb) Citar o instituto requerido na pessoa do seu procurador, para que conteste, querendo, sob pena de conliss\u00e3o e revelia;\n\n3 Ressalte-se que o proprio INSS admite seja considerado o per\u00edodo Iaborado ap\u00f3s o requerimento administrativo, nos tertuos do art. 623 da IN 45.\nRua Cel. Jo\u00e3o Corr\u00eaa, I I3 - Ed. Vit\u00f3ria. CIEP 93220-100. Sapucaia do Sul/RS.\nIfouc: SI 3474.7819 /3-I7\u203aI.0I3S - Porte/I`ax: 34S2.I680. E-mail: conlatofz\u00edIourcncocsou/a.com.hr\n\n\f& Louren\u00e7o Souza\n\nO>-\n\nAdvogados Associados\n\nc) N\u00e3o citar o Minist\u00e9rio P\u00fablico, tendo em vista ser desnecess\u00e1rio, conforme\n\nRecomenda\u00e7\u00e3o 0l/20l0 da Procuradoria Geral de Justi\u00e7a do Estado e considerando a\n\ndemora que acarreta no processo;\n\n(I) Condenar o instituto requerido ao pagamento das custas do processo, honor\u00e1rios pericial,\n\ncont\u00e1bil e advocat\u00edcios, este a base de 20% sobre o valor das parcelas atrasadas at\u00e9 o\n\njulgamento procedente do feito;\n\ne) Conceder a gratuidade dajusli\u00e7a, por ser o requerente pobre na acep\u00e7\u00e3o legal do termo;\n\n\u0192)A expedi\u00e7\u00e3o de oficio ao Supervisor da APS de Parob\u00e9. com c\u00f3pia da scntenca,\nO determinando-lhe que implante o benef\u00edcio desde logo. of\u00edcio devera ser entregue ao\n\nautor,_\u00bf|ue por sua vez, comparecer\u00e1 a APS para fornecer (lados pessoais necess\u00e1rios \u00e0\n\nimplantacao do beneficio;\n\ng) Protesta provar o alegado por todos os meios de provas admitidos em lei, em especial:\n\ng.l) Pela designa\u00e7\u00e3o de audi\u00eancia para a oitiva das testemunhas rurais, a lim de\ncomprovar delinitivamente que o autor trabalhou na agricultura em regime de economia\nfamiliar.\n\nROL DE TESTEMUNHAS:\n\nRegistra que as testemunhas abaixo arroladas, comparecer\u00e3o em audi\u00eancia :reste ju\u00edza\niurleperuleu\u0192euielire (Ie iuriuta\u00e7\u00e3o, rlesrle que seus procuradores sejam uati\ufb01callas.\n1 Guimnrva Leal da Silva, brasileiro, portador do RG ll227977l3 e CPF 396.237.340-34, residente e\ndomiciliado na Rua Treze de Maio, u.\u00b0 821, bairro Loteamento Vila Palmeiras, na cidade de Parob\u00e9\n/RS.\n~ Ivo Possamai, brasileiro, portador do RG l026299337 c CPF 256.489.770-34, residente e domiciliado\nna Rua Luiz Tito Martins, n.\u00b0 468, bairro Jardim, na cidade de Parob\u00e9/RS.\n0 Leopoldo Biusfcld, brasileiro, portador do RG 7092609861 e CPF 132.882.290-72, residente e\ndomiciliado na Rua Albeno Mosmann, n.\u00b0 355, apto l, bairro Muck, na cidade de Parob\u00e9/RS\n\nRua Cel, Jo\u00e3o Corr\u00eaa. - I l3 Etl. Vit\u00f3ria. CEP 93220-I00. Sapucaia do Sul/RS.\nFone: Sl 3474.7819 / 3~l7~l.()l35 - Fone/l`ax: 3~l52.I(\u203a80. l\u00ed-mail: coutalofzilourcncoesoula.cu|u.hr\n\n\f& Louren\u00e7o Souza Advogados Associados\nCon I`orme Recomenda\u00e7\u00e3o Conjunta n\u00b0 04 do Conselho Nacional de Justi\u00e7a, seguem os dados:\n2.1. Nome do segurado: .loira Pastorio Strapasson 2.2. Beneficio a ser concedido: Aposentadoria por tempo dc contribui\u00e7\u00e3o\n2.3. N\u00famero do beneficio: 160.462.181-5\n2.4. Renda mensal inicial (RMI): A calcular pelo INSS 2.5. Renda mensal atual: A calcular pelo INSS\n2.6. Data do inicio do beneficio a ser concedido: 17/10/2012 2.7. Data do inicio do pedido administrativo: 17/10/2012\n\nValor (Ia Causa: R$ 1.312,50' (um mil trezentos e doze reais e cinqiienla centavos).\nPede deferimento.\n\nImilia (Ie Souza\nOAB/RS 36.024\n\nSapucaia 1 \u2039 St\n\nde nov mbro (1 2013\n\n4\u2039 ln 1 r Lo: en I\u00bb \u203a Jz' 33 59\n\n' Valor de Al\u00e7ada.\nRua Cel. Jo\u00e4o Corr\u00eaa. 113 -I\u00cat1.Vitoi'ia.C|iI\u201c 93220-100, Szipncni\u00e2i do Sul/RS. Fone: 51 3474.7819/3474.0135 - Fonc/I`n.\\: 3452.1680. IE-mail: coniziio_'a Iourencocsouln.coin.hr\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 3 (Solon) - IdDocumentoCompleto: 5007858-44.2021.4.04.7200-721617898964707797350304341766", "text": "DOUTO JU\u00cdZO FEDERAL DA SUBSE\u00c7\u00c3O JUDICI\u00c1RIA DE FLORIAN\u00d3POLIS SE\u00c7\u00c3O JUDICI\u00c1RIA DO ESTADO DE SANTA CATARINA\nPRIORIDADE LEGAL: art. 20 da Lei 12.016/2009 OBJETO: exclus\u00e3o do INSS e do IRRF retido dos empregados da base de c\u00e1lculo da Contribui\u00e7\u00e3o Previdenci\u00e1ria Patronal, RAT e Contribui\u00e7\u00f5es destinadas a Terceiros\nARCANGEL IND\u00daSTRIA E COM\u00c9RCIO DE COSM\u00c9TICOS LTDA., pessoa jur\u00eddica de direito privado, inscrita no CNPJ/MF sob n\u00ba 76.874.924/0001-89, com sede no Munic\u00edpio de Cambori\u00fa/SC, na Rua Monte Verde, n\u00ba 30, Galp\u00e3o 20/30, bairro Monte Alegre, CEP 88348-670, por interm\u00e9dio de seus Procuradores firmat\u00e1rios (ut Instrumento de Mandato \u2013 Doc. 01), com escrit\u00f3rio na Rua 1101, n\u00ba 60, conjunto 91, Centro, CEP 88330-774, em Balne\u00e1rio Cambori\u00fa/SC, endere\u00e7o eletr\u00f4nico: alexandre@gelsonferrareze.com.br, nos termos do artigo 105/CPC, onde recebe intima\u00e7\u00f5es, notifica\u00e7\u00f5es e demais comunicados, vem, respeitosamente, \u00e0 presen\u00e7a de Vossa Excel\u00eancia, com fulcro no artigo 5\u00ba, inciso LXIX, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal de 1988 e artigo 1\u00ba da Lei 12.016/2009, impetrar MANDADO DE SEGURAN\u00c7A, contra ato de autoridade do Ilmo. Senhor DELEGADO DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL em Florian\u00f3polis/SC, podendo ser encontrado na Rua Dr. Claudino Bento da Silva, n\u00ba 11, Centro, CEP 88010-135, na pr\u00f3pria Comarca de Florian\u00f3polis/SC, \u00f3rg\u00e3o diretamente subordinado ao MINIST\u00c9RIO DA ECONOMIA e representado pela PROCURADORIA DA FAZENDA NACIONAL em Florian\u00f3polis/SC, sediada na Rua Arcipreste Paiva, n\u00ba 107, Centro, CEP 88010530, na pr\u00f3pria Comarca de Florian\u00f3polis/SC, pelos seguintes fundamentos f\u00e1ticos e jur\u00eddicos:\n\n\fI. DOS FATOS\n\nA IMPETRANTE atua no ramo de fabrica\u00e7\u00e3o e com\u00e9rcio atacadista e varejista de cosm\u00e9ticos, conforme demonstra Contrato Social (Doc. 02) e Cadastro Nacional da Pessoa Jur\u00eddica (Doc. 03). E no desempenho das suas atividades, cumpre suas obriga\u00e7\u00f5es com recolhimentos das Contribui\u00e7\u00f5es Previdenci\u00e1rias, nos moldes da legisla\u00e7\u00e3o pertinente, qual seja, art. 195, I, a, e II, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal1, e arts. 20 e 22 da Lei Federal 8.212/19912, sob o regime tribut\u00e1rio do lucro real.\n\nQuando do pagamento ou cre\u0301dito da remunera\u00e7\u00e3o, ante a sistem\u00e1tica de lan\u00e7amento adotada pela Lei Federal 8.212/1991, a IMPETRANTE apura a base de c\u00e1lculo da Contribui\u00e7\u00e3o Previdenci\u00e1ria Patronal, do RAT e das Contribui\u00e7\u00f5es destinadas a Terceiros incidentes sobre a folha, mensurando o cre\u0301dito e recolhendo os tributos previstos na legisla\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria (Docs. 04, 05, 06 e 07, exemplificativamente).\n\nAl\u00e9m da contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria, os trabalhadores tamb\u00e9m est\u00e3o sujeitos a\u0300 incid\u00eancia do Imposto sobre a Renda, que a exemplo da contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria, e\u0301 retido na fonte nos termos da Lei Federal 7.713/1988:\n\nArt. 7\u00ba Ficam sujeito \u00e0 incid\u00eancia do imposto de renda na fonte, calculado de acordo com o disposto no art. 25 desta Lei: I - os rendimentos do trabalho assalariado, pagos ou creditados por pessoas f\u00edsicas ou jur\u00eddicas; II - os demais rendimentos percebidos por pessoas f\u00edsicas, que n\u00e3o estejam sujeitos \u00e0 tributa\u00e7\u00e3o exclusiva na fonte, pagos ou creditados por pessoas jur\u00eddicas.\n\n1 CF/88: Art. 195. Art. 195. A seguridade social ser\u00e1 financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante\n\nrecursos provenientes dos or\u00e7amentos da Uni\u00e3o, dos Estados, do Distrito Federal e dos Munic\u00edpios, e das seguintes contribui\u00e7\u00f5es sociais:\n\nI - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre:\n\na) a folha de sal\u00e1rios e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer t\u00edtulo, \u00e0 pessoa f\u00edsica que lhe preste servi\u00e7o,\n\nmesmo sem v\u00ednculo empregat\u00edcio;\n\nb) a receita ou o faturamento;\n\nc) o lucro;\n\nII - do trabalhador e dos demais segurados da previd\u00eancia social, podendo ser adotadas al\u00edquotas progressivas de acordo com o valor\n\ndo sal\u00e1rio de contribui\u00e7\u00e3o, n\u00e3o incidindo contribui\u00e7\u00e3o sobre aposentadoria e pens\u00e3o concedidas pelo Regime Geral de Previd\u00eancia\n\nSocial;\n\n2 Lei 8.212/1991: Art. 20. A contribui\u00e7\u00e3o do empregado, inclusive o dom\u00e9stico, e a do trabalhador avulso \u00e9 calculada mediante a aplica\u00e7\u00e3o\n\nda correspondente al\u00edquota sobre o seu sal\u00e1rio-de-contribui\u00e7\u00e3o mensal, de forma n\u00e3o cumulativa, observado o disposto no art. 28, de acordo\n\ncom a seguinte tabela:\n\nSal\u00e1rio-de-contribui\u00e7\u00e3o\n\nAl\u00edquota em %\n\nAt\u00e9 249,80\n\n8,00\n\nDe 249,81 at\u00e9 416,33\n\n9,00\n\nDe 416,34 at\u00e9 832,66\n\n11,00\n\n\u00a71\u00ba Os valores do sal\u00e1rio-de-contribui\u00e7\u00e3o ser\u00e3o reajustados, a partir da data de entrada em vigor desta Lei, na mesma \u00e9poca e com os mesmos\n\n\u00edndices que os do reajustamento dos benef\u00edcios de presta\u00e7\u00e3o continuada da Previd\u00eancia Social.\n\n\u00a72\u00ba O disposto neste artigo aplica-se tamb\u00e9m aos segurados empregados e trabalhadores avulsos que prestem servi\u00e7os a microempresas.\n\n_________\n\nArt. 22. A contribui\u00e7\u00e3o a cargo da empresa, destinada \u00e0 Seguridade Social, al\u00e9m do disposto no art. 23, \u00e9 de:\n\nI - vinte por cento sobre o total das remunera\u00e7\u00f5es pagas, devidas ou creditadas a qualquer t\u00edtulo, durante o m\u00eas, aos segurados empregados e\n\ntrabalhadores avulsos que lhe prestem servi\u00e7os, destinadas a retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos\n\nhabituais sob a forma de utilidades e os adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer pelos servi\u00e7os efetivamente prestados, quer pelo\n\ntempo \u00e0 disposi\u00e7\u00e3o do empregador ou tomador de servi\u00e7os, nos termos da lei ou do contrato ou, ainda, de conven\u00e7\u00e3o ou acordo coletivo de\n\ntrabalho ou senten\u00e7a normativa.\n\nII - para o financiamento do benef\u00edcio previsto nos arts. 57 e 58 da Lei n\u00ba 8.213, de 24 de julho de 1991, e daqueles concedidos em raz\u00e3o do\n\ngrau de incid\u00eancia de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho, sobre o total das remunera\u00e7\u00f5es pagas ou creditadas,\n\nno decorrer do m\u00eas, aos segurados empregados e trabalhadores avulsos:\n\na) 1% (um por cento) para as empresas em cuja atividade preponderante o risco de acidentes do trabalho seja considerado leve;\n\nb) 2% (dois por cento) para as empresas em cuja atividade preponderante esse risco seja considerado m\u00e9dio;\n\nc) 3% (tr\u00eas por cento) para as empresas em cuja atividade preponderante esse risco seja considerado grave.\n\nIII - vinte por cento sobre o total das remunera\u00e7\u00f5es pagas ou creditadas a qualquer t\u00edtulo, no decorrer do m\u00eas, aos segurados contribuintes\n\nindividuais que lhe prestem servi\u00e7os;\n\n\f\u00a7 1\u00ba O imposto a que se refere este artigo ser\u00e1 retido por ocasi\u00e3o de cada pagamento ou cr\u00e9dito e, se houver mais de um pagamento ou cr\u00e9dito, pela mesma fonte pagadora, aplicar-se-\u00e1 a al\u00edquota correspondente \u00e0 soma dos rendimentos pagos ou creditados \u00e0 pessoa f\u00edsica no m\u00eas, a qualquer t\u00edtulo.\nNesse sentido, ocorre que a IMPETRANTE vem definindo equivocadamente a base de c\u00e1lculo de suas contribui\u00e7\u00f5es previdenci\u00e1rias patronais, incluindo nessa import\u00e2ncia indiferentes ao tributo previdenci\u00e1rio e sobre a renda constitu\u00eddos.\nIsso porque, a contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria devida pelos Empregadores, que e\u0301 o caso da Impetrante, ter\u00e1\u0301 al\u00edquota base de 20%, adicionada da al\u00edquota do RAT \u2013 Risco Ambiental do Trabalho (1% a 3%), multiplicada pelo FAP \u2013 Fator Acident\u00e1rio de Preven\u00e7\u00e3o (0,5 a 2), e acrescida pelo valor devido a outras entidades, e\u0301 calculada sobre base de c\u00e1lculo que compreende \u201co total das remunera\u00e7\u00f5es pagas, devidas ou creditadas a qualquer t\u00edtulo, durante o m\u00eas, aos segurados empregados e trabalhadores avulsos que lhe prestem servi\u00e7os, destinadas a retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua forma\u201d (art. 22, I, Lei 8.212/1991).\nLogo, denota-se que a AUTORIDADE COATORA usurpa o mandamento legal contido na legisla\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria indicada, majorando a base de c\u00e1lculo da Contribui\u00e7\u00e3o Previdenci\u00e1ria devida pela IMPETRANTE, quando da inclus\u00e3o de valores que n\u00e3o se prestam a retribuir o trabalho desenvolvido por seus empregados, tal como a contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria devida pelo empregado e o imposto de renda retido na fonte.\nIgual situa\u00e7\u00e3o verifica-se com as Contribui\u00e7\u00f5es devidas a Terceiros, recepcionadas pelo art. 240 da CF/88, quais sejam, as \u201ccontribui\u00e7\u00f5es compuls\u00f3rias dos empregadores sobre a folha de sal\u00e1rios, destinadas \u00e0s entidades privadas de servi\u00e7o social e de forma\u00e7\u00e3o profissional vinculadas ao sistema sindical\u201d, e no art. 109 da IN RFB 971/2009. Inclusive no \u00a72o de tal artigo da IN, expressamente consta que esta modalidade de contribui\u00e7\u00e3o se sujeita aos mesmos prazos, san\u00e7\u00f5es e privil\u00e9gios das contribui\u00e7\u00f5es sociais destinadas ao financiamento da seguridade social, e tamb\u00e9m quando a eventual necessidade de cobran\u00e7a judicial3.\nGize-se que a contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria e o imposto de renda devidos pelo Empregado s\u00e3o tributos exigidos pelo Fisco em raz\u00e3o dos rendimentos auferidos pelo trabalhador e, pelo simples fato de serem retidos e recolhidos, antecipada e legalmente pela IMPETRANTE, n\u00e3o alteram sua natureza jur\u00eddica de tributo para remunera\u00e7\u00e3o, conceito este que encontra significado disposto no art. 28, I, da Lei Federal 8.212/1991:\nArt. 28. Entende-se por sal\u00e1rio-de-contribui\u00e7\u00e3o: I - para o empregado e trabalhador avulso: a remunera\u00e7\u00e3o auferida em uma ou mais empresas, assim entendida a totalidade dos rendimentos pagos, devidos ou creditados a qualquer t\u00edtulo, durante o m\u00eas, destinados a retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de utilidades e os adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer pelos servi\u00e7os efetivamente\n3 IN RFB 971/2009: Art. 109. Art. 109. Compete \u00e0 Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB), nos termos do art. 3\u00ba da Lei n\u00ba 11.457, de 16 de mar\u00e7o de 2007, as atividades relativas a tributa\u00e7\u00e3o, fiscaliza\u00e7\u00e3o, arrecada\u00e7\u00e3o e cobran\u00e7a da contribui\u00e7\u00e3o devida por lei a terceiros, ressalvado o disposto no \u00a7 1\u00ba do art. 111. [...]\u00a7 2\u00ba A contribui\u00e7\u00e3o de que trata este artigo sujeita-se aos mesmos prazos, condi\u00e7\u00f5es, san\u00e7\u00f5es e privil\u00e9gios das contribui\u00e7\u00f5es sociais destinadas ao financiamento da seguridade social, inclusive no que diz respeito \u00e0 cobran\u00e7a judicial.\n\n\fprestados, quer pelo tempo \u00e0 disposi\u00e7\u00e3o do empregador ou tomador de servi\u00e7os nos termos da lei ou do contrato ou, ainda, de conven\u00e7\u00e3o ou acordo coletivo de trabalho ou senten\u00e7a normativa;\nNessa esteira, denota-se que o citado art. 28 encontra conson\u00e2ncia constitucional com o contido no art. 195, I, a, CF/88, e, sendo reservada \u00e0 Uni\u00e3o a compet\u00eancia para tributar o Empregador e o Empregado, cuja base de c\u00e1lculo \u00e9 a folha de sal\u00e1rios e os demais rendimentos do trabalho, h\u00e1 n\u00edtido ato ilegal e inconstitucional tomado pela AUTORIDADE COATORA.\nAssim agindo, o Fisco se mostra desrespeitoso em suas cobran\u00e7as aos contribuintes brasileiros, valendo-se de abusos, ilegalidades e inconstitucionalidades. Portanto, a concess\u00e3o da seguran\u00e7a no presente writ \u00e9 a medida judicial que se imp\u00f5e, visando sanar tal ilegalidade e inconstitucionalidade, fazendo a IMPETRANTE jus a justi\u00e7a fiscal quando do pagamento de suas contribui\u00e7\u00f5es sociais patronais.\nII. PRELIMINARES\nII.1. DA LEGITIMIDADE ATIVA E PASSIVA AD CAUSAM\nA legitima\u00e7\u00e3o ativa da IMPETRANTE \u00e9 not\u00f3ria, j\u00e1 que \u00e9 contribuinte das Contribui\u00e7\u00f5es Previdenci\u00e1rias Patronais sobre a folha de sal\u00e1rios.\nSendo o presente mandamus sobre compensa\u00e7\u00e3o em mat\u00e9ria tribut\u00e1ria, tal atribui\u00e7\u00e3o \u00e9 da DELEGACIA DA RECEITA FEDERAL, nos termos do regramento geral, disposto no art. 117 da IN RFB 1717/2017, in verbis:\nArt. 117. A decis\u00e3o sobre o pedido de restitui\u00e7\u00e3o, sobre o pedido de ressarcimento e sobre o pedido de reembolso, caber\u00e1 \u00e0 DRF ou \u00e0 Delegacia Especial da RFB que, \u00e0 data do despacho decis\u00f3rio, tenha jurisdi\u00e7\u00e3o sobre o domic\u00edlio tribut\u00e1rio do sujeito passivo.\nPortanto, indene de d\u00favida a legitima\u00e7\u00e3o passiva da AUTORIDADE COATORA, considerando que a IMPETRANTE \u00e9 estabelecida em Cambori\u00fa/SC, sendo a DRF de seu domic\u00edlio fiscal a de Florian\u00f3polis/SC, tendo em vista que praticou (e ainda pratica) o ato ilegal, exigindo da IMPETRANTE o recolhimento de tributos sobre base de c\u00e1lculo inconstitucional.\nAssim sendo, o presente writ cumpre fielmente com o disposto pelo art. 6\u00ba, \u00a73\u00ba, da Lei 12.016/2009. Alude o referido dispositivo legal que a AUTORIDADE COATORA para fins de impetra\u00e7\u00e3o do mandado de seguran\u00e7a \u00e9 \u201caquela que tenha praticado o ato impugnado ou da qual emane a ordem para a sua pr\u00e1tica\u201d.\nII.2. DA COMPET\u00caNCIA\n\n\fNo mandado de seguran\u00e7a a compet\u00eancia \u00e9 fixada pela qualifica\u00e7\u00e3o da AUTORIDADE COATORA, cujos poderes para controlar e exigir os tributos federais est\u00e3o previstos na legisla\u00e7\u00e3o.\nConquanto a IMPETRANTE possua endere\u00e7o no Munic\u00edpio de Cambori\u00fa/SC, sendo a AUTORIDADE COATORA estabelecida em Florian\u00f3polis/SC, definida est\u00e1 a compet\u00eancia para processamento e julgamento deste mandamus.\nOutrossim, a Justi\u00e7a Federal \u00e9 competente para dirimir conflitos em que sejam partes \u00f3rg\u00e3os da administra\u00e7\u00e3o p\u00fablica, autarquias e empresas p\u00fablicas, nos termos do art. 109/CF. Assim, como no caso em comento figura no polo passivo do mandamus a RECEITA FEDERAL, \u00f3rg\u00e3o inteiramente ligado \u00e0 UNI\u00c3O - FAZENDA NACIONAL, \u00e9 de compet\u00eancia da Justi\u00e7a Federal o processo e julgamento do feito.\nII.3. DO OBJETO L\u00cdQUIDO E CERTO\nEntende-se por direito l\u00edquido aquele capaz de ser comprovado de plano, permitindo uma imediata rea\u00e7\u00e3o \u00e0 Ilegalidade que o amea\u00e7a.\nNos termos ao art. 5o da Constitui\u00e7\u00e3o Federal:\nLXIX - conceder-se-\u00e1 mandado de seguran\u00e7a para proteger direito l\u00edquido e certo, n\u00e3o amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o respons\u00e1vel pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade p\u00fablica ou agente de pessoa jur\u00eddica no exerc\u00edcio de atribui\u00e7\u00f5es do Poder P\u00fablico;\nIgualmente, na Lei 12.016/2009:\nArt. 1\u00ba. Conceder-se-\u00e1 mandado de seguran\u00e7a para proteger direito l\u00edquido e certo, n\u00e3o amparado por habeas corpus ou habeas data, sempre que, ilegalmente ou com abuso de poder, qualquer pessoa f\u00edsica ou jur\u00eddica sofrer viola\u00e7\u00e3o ou houver justo receio de sofr\u00ea-la por parte de autoridade, seja de que categoria for e sejam quais forem as fun\u00e7\u00f5es que exer\u00e7a.\nDoutrinariamente, destacamos as li\u00e7\u00f5es do saudoso HELY LOPES MEIRELLES, que assim se manifesta sobre o direito l\u00edquido4:\n[...] \u00e9 o que se apresenta manifesto na sua exist\u00eancia, delimitado na sua extens\u00e3o e apto a ser exercitado no momento da impetra\u00e7\u00e3o. Por outras palavras, o direito invocado para ser ampar\u00e1vel por mandado de seguran\u00e7a, h\u00e1 de vir expresso em norma legal e trazer em si todos os requisitos e condi\u00e7\u00f5es de sua aplica\u00e7\u00e3o ao Impetrante: se a sua exist\u00eancia for duvidosa; se a sua extens\u00e3o ainda n\u00e3o estiver delimitada; se o seu exerc\u00edcio depender de situa\u00e7\u00f5es e fatos ainda indeterminados, n\u00e3o rende ensejo \u00e0 seguran\u00e7a, embora possa ser defendido por outros meios judiciais.\n4 MEIRELLES, Hely Lopes. Mandado de Seguran\u00e7a: A\u00e7\u00e3o Popular; A\u00e7\u00e3o Civil P\u00fablica; Mandado de Injun\u00e7\u00e3o; \u2018Habeas Data\u2019; A\u00e7\u00e3o Direta de Inconstitucionalidade; A\u00e7\u00e3o Declarat\u00f3ria de Constitucionalidade. 22. ed., atual e compl. S\u00e3o Paulo: Revista dos Tribunais, 2000. p. 35/36.\n\n\fA IMPETRANTE tem um direito l\u00edquido e certo violado por ato inconstitucional/ilegal da AUTORIDADE COATORA, ao incluir na base de c\u00e1lculo da Contribui\u00e7\u00e3o Previdenci\u00e1ria Patronal, RAT e Contribui\u00e7\u00f5es destinada a Terceiros valores que n\u00e3o se prestam a retribuir o trabalho desenvolvido por seus Empregados, notadamente a Contribui\u00e7\u00e3o Previdenci\u00e1ria devida pelo Empregado e o Imposto de Renda Retido na Fonte. Essa ilegalidade onera a opera\u00e7\u00e3o financeira da IMPETRANTE, conforme demonstrado com mais vagar em item pr\u00f3prio. \u00c9, portanto, plenamente cab\u00edvel o manejo do presente writ.\nII.4. DA PRIORIDADE DE PROCESSAMENTO DO MANDADO DE SEGURAN\u00c7A\nPor expressa previs\u00e3o legal contida no art. 20 da Lei Federal 12.016/2009, requer prioridade no processo e julgamento do presente mandamus, vez que est\u00e3o envolvidos direitos l\u00edquidos e certos da IMPETRANTE.\nPor certo, o art. 12/CPC, diz que \u201cos ju\u00edzes e os tribunais atender\u00e3o, preferencialmente, \u00e0 ordem cronol\u00f3gica de conclus\u00e3o para proferir senten\u00e7a ou ac\u00f3rd\u00e3o\u201d. Excluindo-se dessa ordem cronol\u00f3gica, conforme \u00a72\u00ba, inciso VII, do mesmo artigo legal supracitado, \u201cas prefer\u00eancias legais\u201d.\nAssim sendo, n\u00e3o h\u00e1 d\u00favidas que a a\u00e7\u00e3o ora manejada merece ter reconhecida sua prioridade de processo e julgamento neste r. Ju\u00edzo.\n\n\fIII. DO M\u00c9RITO\nIII.1. DA INCONSTITUCIONALIDADE E ILEGALIDADE DA INCLUS\u00c3O NA BASE DE C\u00c1LCULO DA CONTRIBUI\u00c7\u00c3O PREVIDENCI\u00c1RIA PATRONAL, DO RAT E DA CONTRIBUI\u00c7\u00c3O DESTINADA A TERCEIROS SOBRE A CONTRIBUI\u00c7\u00c3O PREVIDENCI\u00c1RIA DO EMPREGADO E O IRPF\nA IMPETRANTE, na condi\u00e7\u00e3o de pessoa jur\u00eddica empregadora est\u00e1 sujeita ao recolhimento de al\u00edquota de 20% \u00e0 t\u00edtulo de Contribui\u00e7\u00e3o Previdenci\u00e1ria, acrescida de RAT multiplicada pelo FAP e ainda, acrescido do valor de outras entidades, incidente sobre o total das remunera\u00e7\u00f5es pagas, devidas ou creditadas destinadas a retribuir o trabalho, prestado por seus Empregados.\nNesse sentido, a contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria devida pelo Empregado (segurado) e o IRRF n\u00e3o podem ser confundidos com rendimento do trabalho desenvolvido, pois s\u00e3o tributos, os quais devem ser retidos e recolhidos por outrem, no caso o Empregador, ora IMPETRANTE, nos termos da legisla\u00e7\u00e3o vigente (art. 195, I, a, CF/88; arts. 20 e 22, I, Lei 8.212/1991; c/c arts. 43, 44 e 45/CTN), facilitando a arrecada\u00e7\u00e3o e gerando seguran\u00e7a aos cofres da Uni\u00e3o e da Previd\u00eancia Social5.\nOu seja, o Empregador nada mais faz do que adequar-se \u00e0 t\u00e9cnica de arrecada\u00e7\u00e3o tribut\u00e1ria, a qual n\u00e3o tem o cond\u00e3o de alterar o sujeito passivo dos tributos em quest\u00e3o (Empregado), muito menos o crit\u00e9rio material da regra matriz de incid\u00eancia tribut\u00e1ria, vez que apenas s\u00e3o retidos e arrecadados pelo Empregador vinculado \u00e0 opera\u00e7\u00e3o.\nNesse sentido, \u00e9 a doutrina de LEANDRO PAULSEN6:\n\u201cO substituto tribut\u00e1rio \u00e9 o terceiro que a lei obriga a apurar o montante devido e cumprir a obriga\u00e7\u00e3o de pagamento do tributo \u2018em lugar\u2019 do contribuinte. Esse terceiro sempre ter\u00e1 rela\u00e7\u00e3o com o fato gerador e a prerrogativa de reter o montante do tributo ou de exigi-lo do contribuinte. Isso porque o substituto operacionaliza o pagamento em lugar, em nome e com o dinheiro do contribuinte. \u00c9 um terceiro que o legislador intercala entre o contribuinte e o Fisco para facilitar a arrecada\u00e7\u00e3o e a fiscaliza\u00e7\u00e3o dos tributos\u201d.\nComo delineado alhures, a contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria devida pela IMPETRANTE encontra fundamento de validade no art. 195, I, a, CF/88, estabelecendo a incid\u00eancia sobre \u201ca folha de sal\u00e1rios e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer t\u00edtulo, \u00e0 pessoa f\u00edsica que lhe preste servi\u00e7o, mesmo sem v\u00ednculo empregat\u00edcio\u201d.\nDestaca-se tamb\u00e9m o teor do art. 201, \u00a711, CF/88:\n\u00a711. Os ganhos habituais do empregado, a qualquer t\u00edtulo, ser\u00e3o incorporados ao sal\u00e1rio para efeito de contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria e conseq\u00fcente repercuss\u00e3o em benef\u00edcios, nos casos e na forma da lei.\n5 CTN: Art. 128. Sem preju\u00edzo do disposto neste cap\u00edtulo, a lei pode atribuir de modo expresso a responsabilidade pelo cr\u00e9dito tribut\u00e1rio a terceira pessoa, vinculada ao fato gerador da respectiva obriga\u00e7\u00e3o, excluindo a responsabilidade do contribuinte ou atribuindo-a a este em car\u00e1ter supletivo do cumprimento total ou parcial da referida obriga\u00e7\u00e3o.\n\n\fConsequ\u00eancia l\u00f3gica \u00e9 que a Carta Magna autoriza contribui\u00e7\u00f5es previdenci\u00e1rias sobre i) folha de sal\u00e1rios e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer t\u00edtulo, \u00e0 pessoa f\u00edsica que lhe preste servi\u00e7o, mesmo sem v\u00ednculo empregat\u00edcio; e, ii) ganhos habituais do Empregado, a qualquer t\u00edtulo.\nPor sua vez, ao editar a Lei Federal 8.212/1991, expressamente consignou, cumprindo a legalidade tribut\u00e1ria, a Contribui\u00e7\u00e3o Previdenci\u00e1ria Patronal, nos seguintes termos:\nArt. 22. A contribui\u00e7\u00e3o a cargo da empresa, destinada \u00e0 Seguridade Social, al\u00e9m do disposto no art. 23, \u00e9 de: I - vinte por cento sobre o total das remunera\u00e7\u00f5es pagas, devidas ou creditadas a qualquer t\u00edtulo, durante o m\u00eas, aos segurados empregados e trabalhadores avulsos que lhe prestem servi\u00e7os, destinadas a retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de utilidades e os adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer pelos servi\u00e7os efetivamente prestados, quer pelo tempo \u00e0 disposi\u00e7\u00e3o do empregador ou tomador de servi\u00e7os, nos termos da lei ou do contrato ou, ainda, de conven\u00e7\u00e3o ou acordo coletivo de trabalho ou senten\u00e7a normativa.\nClaramente denota-se que, atendendo disposi\u00e7\u00e3o constitucional, o Legislador tamb\u00e9m estabeleceu que a base de c\u00e1lculo da Contribui\u00e7\u00e3o Previdenci\u00e1ria Patronal ser\u00e1 aquele valor destinado a retribuir o trabalho exercido pelo Segurado/Empregado, independentemente da nomenclatura que se d\u00ea a rubrica e do v\u00ednculo empregat\u00edcio.\nO conceito de remunera\u00e7\u00e3o \u00e9 definido pelo Direito do Trabalho, especificamente no art. 457 da CLT, veja-se:\nArt. 457. Compreendem-se na remunera\u00e7\u00e3o do empregado, para todos os efeitos legais, al\u00e9m do sal\u00e1rio devido e pago diretamente pelo empregador, como contrapresta\u00e7\u00e3o do servi\u00e7o, as gorjetas que receber. \u00a71o Integram o sal\u00e1rio a import\u00e2ncia fixa estipulada, as gratifica\u00e7\u00f5es legais e as comiss\u00f5es pagas pelo empregador.\nReiterando tal interpreta\u00e7\u00e3o, no julgamento do Tema 20 de repercuss\u00e3o geral, leading case RE 565.160/SC, o STF fixou a seguinte tese:\n\u201cA contribui\u00e7\u00e3o social a cargo do empregador incide sobre ganhos habituais do empregado, quer anteriores ou posteriores \u00e0 Emenda Constitucional n\u00ba 20/1998\u201d.\n6 PAULSEN, Leandro. Curso de Direito Tribut\u00e1rio, 10. Ed. S\u00e3o Paulo: Saraiva, 2019, p. 220.\n\n\fIgualmente o STJ consolidou entendimento no sentido de que \u201cn\u00e3o sofrem a incid\u00eancia de contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria \u2018as import\u00e2ncias pagas a t\u00edtulo de indeniza\u00e7\u00e3o, que n\u00e3o correspondam a servi\u00e7os prestados nem a tempo a\u0300 disposi\u00e7\u00e3o do empregador\u201d (REsp 1.230.957/RS, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, Primeira Se\u00e7\u00e3o, DJe 18/03/2014, submetido ao art. 543-C do CPC).\nPortanto, a Contribui\u00e7\u00e3o Previdenci\u00e1ria Patronal deve incidir somente sobre as quantias pagas ou creditadas que efetivamente retribuam trabalho. O fato de tais rubricas serem retidas, por imposi\u00e7\u00e3o legal (substituto tribut\u00e1rio), faz com que percam a natureza de efetiva retribui\u00e7\u00e3o do labor, considerando que, ap\u00f3s as dedu\u00e7\u00f5es compuls\u00f3rias, e\u0301 que ter-se-\u00e1 a quantia que efetivamente ser\u00e1\u0301 entregue ao Empregado/Trabalhador como contrapresta\u00e7\u00e3o ao servi\u00e7o por ele prestado.\nInobstante, a AUTORIDADE COATORA tem exigido da IMPETRANTE que a Contribui\u00e7\u00e3o Previdenci\u00e1ria Patronal tenha na base de c\u00e1lculo parcelas outras que n\u00e3o se destinam a retribuir o trabalho desenvolvido por seus Empregados, como o Imposto de Renda e a Contribui\u00e7\u00e3o Previdenci\u00e1ria do Segurado.\nIsto \u00e9, para o c\u00e1lculo da Contribui\u00e7\u00e3o Previdenci\u00e1ria Patronal, RAT e Contribui\u00e7\u00e3o destinada a Terceiros, a IMPETRANTE \u00e9 compelida a tomar por base a soma de todos os cr\u00e9ditos dos Empregados, quando deveria levar em considera\u00e7\u00e3o apenas a remunera\u00e7\u00e3o paga como contrapresta\u00e7\u00e3o aos servi\u00e7os prestados. Ocorre que, os valores referentes a Contribui\u00e7\u00e3o do INSS devidos pelos Trabalhadores (segurados obrigat\u00f3rios), por serem retidos direto na folha de pagamento, n\u00e3o incorporam o patrim\u00f4nio de seus Funcion\u00e1rios, assim como id\u00eantica l\u00f3gica \u00e9 o Imposto de Renda tamb\u00e9m retido na fonte, cuja obriga\u00e7\u00e3o tribut\u00e1ria pertence aos pr\u00f3prios Funcion\u00e1rios. Logo, n\u00e3o integram a remunera\u00e7\u00e3o por eles recebida de fato. Por consequ\u00eancia, j\u00e1\u0301 que s\u00e3o destacados da remunera\u00e7\u00e3o auferida como contrapresta\u00e7\u00e3o ao trabalho prestado, n\u00e3o devem figurar como base para o c\u00e1lculo da Contribui\u00e7\u00e3o Previdenci\u00e1ria Patronal, inclusive RAT e daquelas destinadas a Terceiros, que pressup\u00f5e o pagamento e n\u00e3o o desconto.\nRefor\u00e7a-se que tais rubricas, a despeito do que entende a AUTORIDADE COATORA, n\u00e3o s\u00e3o, sob nenhuma \u00f3tica, ganhos do Empregado/Trabalhador, mas sim, receitas p\u00fablicas auferidas pela Uni\u00e3o em raz\u00e3o da demonstra\u00e7\u00e3o de riqueza auferida pelos Trabalhadores (n\u00e3o pelo Empregador!), ou seja, tributos devidos pelos Empregados da IMPRETRANTE Empregadora.\nLogo, n\u00e3o h\u00e1 que se falar em auferimento de IRRF e INSS Segurado para compor a base de c\u00e1lculo das Contribui\u00e7\u00f5es Previdenci\u00e1rias (Patronal, RAT e Terceiros) devidas pela IMPETRANTE, como exige a AUTORIDADE COATORA.\n\n\fInclusive, analogamente, pode-se aproveitar a orienta\u00e7\u00e3o exarada pelo Pret\u00f3rio Excelso, SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, nos autos do sobredito RE 240.785/MG e no RE 574.706/PR, este \u00faltimo com repercuss\u00e3o geral reconhecida, no qual julgou o Tema 69, fixando a tese assim indexada: \u201cO ICMS n\u00e3o comp\u00f5e a base de c\u00e1lculo para a incid\u00eancia do PIS e da COFINS\u201d.\nNessa linha de racioc\u00ednio, \u00e9 for\u00e7oso reconhecer que n\u00e3o h\u00e1 como se admitir, \u00e0 luz da jurisprud\u00eancia sedimentada pelo STF, seja incorreta a inclus\u00e3o do ICMS \u2013 por ser tributo \u2013 na base de c\u00e1lculo do PIS e da COFINS. Em sentido an\u00e1logo, \u00e9 tamb\u00e9m inadequada a inclus\u00e3o das Contribui\u00e7\u00f5es Previdenci\u00e1rias e do Importo de Renda retidos dos Empregados na base de c\u00e1lculo das Contribui\u00e7\u00f5es Previdenci\u00e1rias Patronais, na medida em que s\u00e3o, obviamente, tributos, e, como tais, estranhos ao conceito de remunera\u00e7\u00e3o.\nDo exposto, a IMPETRANTE requer a declara\u00e7\u00e3o de inexigibilidade da Contribui\u00e7\u00e3o Previdenci\u00e1ria Patronal, RAT e Contribui\u00e7\u00f5es destinadas a Terceiros sobre o valor retido dos Empregados/Trabalhadores \u00e0 t\u00edtulo de contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria do segurado e do IRRF, nos termos da legisla\u00e7\u00e3o constitucional e infraconstitucional, haja vista n\u00e3o configurar base de c\u00e1lculo da referida exa\u00e7\u00e3o, pois n\u00e3o se destinam a retribuir o trabalhado desenvolvido pelos Empregados da IMPETRANTE Empregadora.\nIII.2. DAS DECIS\u00d5ES FAVOR\u00c1VEIS APLIC\u00c1VEIS \u00c0S PRETENS\u00d5ES DA IMPETRANTE\nA exemplo da senten\u00e7a da 6a Vara C\u00edvel Federal de S\u00e3o Paulo, o Poder Judici\u00e1rio reconheceu o direito daquela Empresa-Impetrante excluir da base de c\u00e1lculo das contribui\u00e7\u00f5es previdenci\u00e1rias da empresa, os valores relativos \u00e0s contribui\u00e7\u00f5es previdenci\u00e1rias retidas dos empregados (MS 5003989-39.2020.4.03.6100), in verbis:\n\u201c[...]As quantias relativas \u00e0s contribui\u00e7o\u0303es previdenci\u00e1rias devidas pelo empregado, n\u00e3o s\u00e3o \"pagas, devidas ou creditadas\" em seu favor, e sim descontadas de sua folha de sal\u00e1rio, para serem repassadas aos cofres pu\u0301blicos. Assim, n\u00e3o ha\u0301 razoabilidade em incluir os valores retidos a ti\u0301tulo de contribui\u00e7\u00e3o previdencia\u0301ria do empregado na base de ca\u0301lculo da contribui\u00e7\u00e3o previdencia\u0301ria paga pelo empregador, tendo em vista se tratar de de valores sobre os quais os empregados n\u00e3o tem qualquer disponibilidade econo\u0302mica, pois s\u00e3o quantias retidas na fonte por expressa disposi\u00e7\u00e3o legal. Evidente, assim, que as contribui\u00e7o\u0303es previdenci\u00e1rias retidas dos empregados n\u00e3o possuem natureza remunerato\u0301ria, sendo indevida a incide\u0302ncia tribut\u00e1ria. Observado o disposto no artigo 168, I, do CTN e na LC n.o 118/05, que estabelece o prazo quinquenal de prescri\u00e7\u00e3o, reconhe\u00e7o o direito \u00e0 compensa\u00e7\u00e3o dos valores recolhidos indevidamente, a ser requerida administrativamente apo\u0301s o tra\u0302nsito em julgado (art. 170-A do CTN). Nos termos do disposto no artigo 74, da Lei no 9.430/96, admite-se a compensa\u00e7\u00e3o dos valores indevidamente recolhidos com cr\u00e9ditos de quaisquer tributos administrados pela SRF. Em rela\u00e7\u00e3o \u00e0s contribui\u00e7o\u0303es sociais previstas no artigo 11 da Lei no 8.212/91, a compensa\u00e7\u00e3o somente ser\u00e1 possi\u0301vel caso observadas as condi\u00e7o\u0303es previstas pelo artigo 26-A da Lei no 11.547/2007. Em raz\u00e3o da declara\u00e7\u00e3o de inconstitucionalidade, por arrastamento, do art. 1o-F da Lei no 9.494/97, com reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei no 11.960/09, na ADI no 4.357-DF e no 4.425-DF e em consona\u0302ncia com as recentes deciso\u0303es proferidas pelo STJ (Recurso Especial repetitivo n. 1.270.439/PR), as parcelas devidas dever\u00e3o ser atualizados\n\n\fatrav\u00e9s da taxa SELIC, a qual, por sua natureza hi\u0301brida, j\u00e1 engloba tanto corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria quanto juros de mora, calculada a partir da data do pagamento indevido ou a maior at\u00e9 o me\u0302s anterior ao da repeti\u00e7\u00e3o. Desse modo, exclui-se a incide\u0302ncia de juros morato\u0301rios e compensato\u0301rios, entendidos nos conceitos cl\u00e1ssicos firmados anteriormente \u00e0 Lei n\u00b0 9.250/95. DISPOSITIVO Diante do exposto, nos termos do artigo 487, I, do Co\u0301digo de Processo Civil, CONCEDO A SEGURANC\u0327A, para reconhecer o direito da impetrante a\u0300 exclus\u00e3o, da base de ca\u0301lculo das contribui\u00e7o\u0303es previdencia\u0301rias (cota patronal e aquelas devidas a\u0300s entidades terceiras), dos valores relativos a\u0300s contribui\u00e7o\u0303es previdencia\u0301rias retidas dos empregados\u201d.\nNo \u00e2mbito da Justi\u00e7a Federal de Minas Gerais tamb\u00e9m, a 13a Vara\nFederal C\u00edvel de Belo Horizonte, reconheceu o direito daquela Empresa-Impetrante (MS\n1008208-07.2018.4.01.3800), in verbis:\n\u201c[...]Cinge-se a controv\u00e9rsia da presente impetra\u00e7\u00e3o \u00e0 possibilidade de se incluir os valores retidos pela empresa impetrante a ti\u0301tulo de contribui\u00e7\u00e3o devida pelos trabalhadores pessoas fi\u0301sicas e o Imposto de Renda da Pessoa Fi\u0301sica (IRRF) na base de c\u00e1lculo da contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria a ser recolhida pelos empregadores incidente sobre os sal\u00e1rios pagos aos empregados e prestadores de servi\u00e7os, previstas no art. 22, incisos I a III, da Lei no 8.212/91. [...] Neste contexto, consolidou-se o entendimento no a\u0302mbito da jurisprude\u0302ncia p\u00e1tria no sentido de que so\u0301 caberia a incide\u0302ncia da exa\u00e7\u00e3o em tela se a verba trabalhista possuir natureza remunerato\u0301ria, destinando-se a retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua forma, de modo que tal montante deve integrar a base de c\u00e1lculo da contribui\u00e7\u00e3o, consoante se extrai das razo\u0303es de decidir dos votos proferidos pelo STJ no Recurso Especial 1.230.957/RS, AgInt no REsp 1.621.558-RS e REsp no 1.230.957. Desta forma, entendo inafast\u00e1vel a conclus\u00e3o de que as verbas que integram a base de c\u00e1lculo da contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria devida ao empregador restringem-se \u00e0quelas que representam ganhos ou cre\u0301ditos, assim entendidos como acre\u0301scimos, rendimentos, isto \u00e9, valores de natureza remunerato\u0301ria e que representam retribui\u00e7\u00e3o pelo servi\u00e7o/trabalho prestado, ainda que recebidos a qualquer ti\u0301tulo (permanente ou prec\u00e1rio). Diante de tais considera\u00e7o\u0303es e com a devida ve\u0302nia ao entendimento em sentido contr\u00e1rio exposto pela autoridade coatora em suas informa\u00e7o\u0303es, tenho que n\u00e3o se afigura possi\u0301vel concluir que os valores retidos na fonte pelo empregador, na qualidade de respons\u00e1vel tribut\u00e1rio e, por conseguinte, em raz\u00e3o de imposi\u00e7\u00e3o legal, correspondentes \u00e0 tributos devidos pelo empregado \u2013 IRPF e contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria \u2013 possam ser tidos como ganhos ou retribui\u00e7\u00e3o pelo servi\u00e7o/trabalho prestado, a justificar a sua inclus\u00e3o no a\u0302mbito de incide\u0302ncia das aludidas exa\u00e7o\u0303es. Isso porque, ainda que n\u00e3o ostentem car\u00e1ter indenizato\u0301rio ou constem expressamente no rol de exce\u00e7o\u0303es do art. 28, \u00a79o, da Lei n.o 8.212/91, evidencia-se que tais verbas n\u00e3o se constituem em \u201cganhos\u201d, retribui\u00e7\u00e3o pelo servi\u00e7o/trabalho prestado ou qualquer espe\u0301cie de remunera\u00e7\u00e3o a atrair a incide\u0302ncia da exa\u00e7\u00e3o em quest\u00e3o, mas, ao contra\u0301rio, tratam-se eles pro\u0301prios de tributos. E\u0301 dizer: nem em rela\u00e7\u00e3o ao contribuinte de fato \u2013 empregado/prestador de servi\u00e7o \u2013 tais valores se constituem em retribui\u00e7\u00e3o ou ganhos habituais, mas, justamente, em tributo, que, na linha do que vem entendo a jurisprude\u0302ncia p\u00e1tria, n\u00e3o podem ser inclui\u0301dos em suas pro\u0301prias bases de ca\u0301lculos ou na de outros tributos. Em suma e com base em tais preceitos, entendo que n\u00e3o se afigura razo\u00e1vel a interpreta\u00e7\u00e3o dos dispositivos legais aplic\u00e1veis \u00e0 esp\u00e9cie, como sustentado pelo impetrado, no sentido de se admitir que um tributo devido por pessoa distinta do contribuinte da exa\u00e7\u00e3o possa ser entendido como \u201cganho\u201d ou rendimento, t\u00e3o somente a partir da existe\u0302ncia da express\u00e3o \u201ca qualquer ti\u0301tulo\u201d ou pelo fato de tais valores n\u00e3o constarem expressamente do rol de exce\u00e7o\u0303es legais. Por fim, observo ainda que h\u00e1 precedentes recentes na jurisprude\u0302ncia p\u00e1tria que reconhecem que o rol do par\u00e1grafo 9o do art. 28 da Lei no 8.212/91 n\u00e3o \u00e9 taxativo,\n\n\fdevendo ser examinado, no caso concreto, se a parcela paga ao empregado possui natureza salarial, \u00e0 luz do conceito de remunera\u00e7\u00e3o e de sal\u00e1rio-de-contribui\u00e7\u00e3o. Em conclus\u00e3o, entendo indevida a inclus\u00e3o dos valores retidos pela empresa impetrante a ti\u0301tulo de contribui\u00e7\u00e3o devida pelos trabalhadores pessoas fi\u0301sicas e o Imposto de Renda da Pessoa Fi\u0301sica (IRRF) na base de ca\u0301lculo da contribui\u00e7\u00e3o previdencia\u0301ria a ser recolhida pelos empregadores incidente sobre os sala\u0301rios pagos aos empregados, previstas no art. 22, incisos I a III, da Lei no 8.212/91, conforme sustentado pela impetrante, raz\u00e3o pela qual a concess\u00e3o da seguran\u00e7a e\u0301 a medida que se impo\u0303e neste ponto\u201d.\nIII.3. DO DIREITO \u00c0 RESTITUI\u00c7\u00c3O DOS VALORES INDEVIDAMENTE RECOLHIDOS NOS 5 (CINCO) ANOS ANTERIORES AO AJUIZAMENTO DA A\u00c7\u00c3O\nA IMPETRANTE \u00e9 sujeito passivo da rela\u00e7\u00e3o jur\u00eddica tribut\u00e1ria, sendo devedora do tributo em quest\u00e3o: Contribui\u00e7\u00e3o Previdenci\u00e1ria, RAT e Contribui\u00e7\u00f5es destinadas a Terceiros.\nAo mesmo tempo, \u00e9 credora da FAZENDA P\u00daBLICA, pois, conforme j\u00e1 informado, vem realizando o pagamento da Contribui\u00e7\u00e3o Patronal sob base de c\u00e1lculo ilegal e inconstitucional, com a inclus\u00e3o de contribui\u00e7\u00e3o ao INSS dos Segurados/Empregados e do IRRF desses Trabalhadores. Por isso, existe direito \u00e0 restitui\u00e7\u00e3o dos valores pagos indevidamente. Essa restitui\u00e7\u00e3o poder\u00e1 ser feita por meio de compensa\u00e7\u00e3o.\nO Douto SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTI\u00c7A admite a efic\u00e1cia executiva da senten\u00e7a declarat\u00f3ria de compensa\u00e7\u00e3o, consoante S\u00famula 461:\nS\u00famula 461. O contribuinte pode optar por receber, por meio de precat\u00f3rio ou por compensa\u00e7\u00e3o, o ind\u00e9bito tribut\u00e1rio certificado por senten\u00e7a declarat\u00f3ria transitada em julgado.\nDenota-se, portanto: a senten\u00e7a declarat\u00f3ria certifica o direito de cr\u00e9dito do contribuinte \u2013 ora IMPETRANTE \u2013, e assim acaba por legitim\u00e1-lo com o t\u00edtulo executivo para postular a restitui\u00e7\u00e3o ou realizar a compensa\u00e7\u00e3o.\nVale dizer que os direitos \u00e0 restitui\u00e7\u00e3o e compensa\u00e7\u00e3o est\u00e3o expressamente previstos nos artigos 165 e 170, respectivamente, do CTN, veja-se:\nArt. 165. O sujeito passivo tem direito, independentemente de pr\u00e9vio protesto, \u00e0 restitui\u00e7\u00e3o total ou parcial do tributo, seja qual for a modalidade do seu pagamento, ressalvado o disposto no \u00a74\u00ba do artigo 162, nos seguintes casos: I - cobran\u00e7a ou pagamento espont\u00e2neo de tributo indevido ou maior que o devido em face da legisla\u00e7\u00e3o tribut\u00e1ria aplic\u00e1vel, ou da natureza ou circunst\u00e2ncias materiais do fato gerador efetivamente ocorrido; II - erro na edifica\u00e7\u00e3o do sujeito passivo, na determina\u00e7\u00e3o da al\u00edquota aplic\u00e1vel, no c\u00e1lculo do montante do d\u00e9bito ou na elabora\u00e7\u00e3o ou confer\u00eancia de qualquer documento relativo ao pagamento; III - reforma, anula\u00e7\u00e3o, revoga\u00e7\u00e3o ou rescis\u00e3o de decis\u00e3o condenat\u00f3ria.\n\n\fArt. 170. A lei pode, nas condi\u00e7\u00f5es e sob as garantias que estipular, ou cuja estipula\u00e7\u00e3o em cada caso atribuir \u00e0 autoridade administrativa, autorizar a compensa\u00e7\u00e3o de cr\u00e9ditos tribut\u00e1rios com cr\u00e9ditos l\u00edquidos e certos, vencidos ou vincendos, do sujeito passivo contra a Fazenda p\u00fablica. Par\u00e1grafo \u00fanico. Sendo vincendo o cr\u00e9dito do sujeito passivo, a lei determinar\u00e1, para os efeitos deste artigo, a apura\u00e7\u00e3o do seu montante, n\u00e3o podendo, por\u00e9m, cominar redu\u00e7\u00e3o maior que a correspondente ao juro de 1% (um por cento) ao m\u00eas pelo tempo a decorrer entre a data da compensa\u00e7\u00e3o e a do vencimento.\nTamb\u00e9m a Lei Federal 8.383/1991 resguarda o direito \u00e0 compensa\u00e7\u00e3o em caso de pagamento indevido de contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria. Identifique-se:\n\nArt. 66. Nos casos de pagamento indevido ou a maior de tributos, contribui\u00e7\u00f5es federais, inclusive previdenci\u00e1rias, e receitas patrimoniais, mesmo quando resultante de reforma, anula\u00e7\u00e3o, revoga\u00e7\u00e3o ou rescis\u00e3o de decis\u00e3o condenat\u00f3ria, o contribuinte poder\u00e1 efetuar a compensa\u00e7\u00e3o desse valor no recolhimento de import\u00e2ncia correspondente a per\u00edodo subsequente.\nDestaque-se, tamb\u00e9m, que a Lei Federal 9.430/1996, em seu artigo 74, disp\u00f5e sobre a possibilidade de compensa\u00e7\u00e3o dos valores recolhidos indevidamente a t\u00edtulo de PIS e de COFINS com quaisquer tributos federais que sejam administrados pela SECRETARIA DA RECEITA FEDERAL:\n\nArt. 74. O sujeito passivo que apurar cr\u00e9dito, inclusive os judiciais com tr\u00e2nsito em julgado, relativo a tributo ou contribui\u00e7\u00e3o administrado pela Secretaria da Receita Federal, pass\u00edvel de restitui\u00e7\u00e3o ou de ressarcimento, poder\u00e1 utiliz\u00e1-lo na compensa\u00e7\u00e3o de d\u00e9bitos pr\u00f3prios relativos a quaisquer tributos e contribui\u00e7\u00f5es administrados por aquele \u00d3rg\u00e3o.\n\nreza que:\n\nNesse sentido, recentemente o CARF aprovou a S\u00famula 152, a qual\n\nOs cr\u00e9ditos relativos a tributos administrados pela Receita Federal do Brasil (RFB), reconhecidos por senten\u00e7a judicial transitada em julgado que tenha permitido apenas a compensa\u00e7\u00e3o com d\u00e9bitos de tributos da mesma esp\u00e9cie, podem ser compensados com d\u00e9bitos pr\u00f3prios relativos a quaisquer tributos administrados pela Receita Federal do Brasil, observada a legisla\u00e7\u00e3o vigente por ocasi\u00e3o de sua realiza\u00e7\u00e3o.\n\nPortanto, conclui-se, portanto, que a IMPETRANTE possui o direito de obter a declara\u00e7\u00e3o do direito \u00e0 compensa\u00e7\u00e3o com d\u00e9bitos pr\u00f3prios, vencidos ou vincendos, relativos a quaisquer tributos administrados pela SECRETARIA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL e/ou restitui\u00e7\u00e3o dos valores indevidamente recolhidos nos \u00faltimos 05 (cinco) anos (e eventualmente no curso desta demanda), consoante disposi\u00e7\u00e3o do art. 174/CTN que prev\u00ea que \"a a\u00e7\u00e3o para a cobran\u00e7a do cr\u00e9dito tribut\u00e1rio prescreve em cinco anos, contados da data da sua constitui\u00e7\u00e3o definitiva\".\n\nIV. DA CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA PELA TAXA SELIC\nO artigo 161, \u00a71o, do C\u00f3digo Tribut\u00e1rio Nacional, disp\u00f5e sobre a incid\u00eancia dos juros calculados \u00e0 taxa de 1% (um por cento), sobre os d\u00e9bitos de impostos\n\n\ffederais, cujos fatos geradores ocorreram a partir de 1o de janeiro de 1997, aplicando-se juros calculados \u00e0 taxa referencial do Sistema Especial de Liquida\u00e7\u00e3o e Cust\u00f3dia (SELIC).\nA corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria n\u00e3o configura aumento do tributo, apenas recomp\u00f5e seu valor, advindo da degrada\u00e7\u00e3o de processos inflacion\u00e1rios. O pr\u00f3prio CTN assim determina no artigo 97, \u00a72o: \u201cN\u00e3o constitui majora\u00e7\u00e3o de tributo a atualiza\u00e7\u00e3o do valor monet\u00e1rio da respectiva base de c\u00e1lculo\".\nJOS\u00c9 EDUARDO SOARES DE MELO7 entende que a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u00e9 \"simples atualiza\u00e7\u00e3o do valor da moeda, ou a refer\u00eancia deste valor a um \u00edndice para neutralizar os efeitos decorrentes da varia\u00e7\u00e3o do seu valor real\".\nAssim, requer que todos os valores pagos a maior sejam corrigidos pela SELIC de maneira acumulada.\n\nV. DO PREQUESTIONAMENTO\nPelas raz\u00f5es anotadas, para todos os fins jur\u00eddicos e legais, prequestiona-se a incid\u00eancia ao acaso do disposto nos artigos 145, \u00a71\u00ba, artigo 150, inciso I, artigo 195, inciso I, al\u00ednea \u201ca\u201d, e inciso II, artigo 201, \u00a711, artigo 240, todos da Constitui\u00e7\u00e3o Federal de 1988; artigo 20, artigo 22, inciso I, artigo 28, inciso I, da Lei Federal 8.212/1991; artigo 7o a Lei Federal 7.713/1988; artigo 457 da CLT; artigo 109, \u00a72o, da IN RFB 971/2009 ; assim como dos artigos 43, 44, 45, 110 e 128 do C\u00f3digo Tribut\u00e1rio Nacional.\n\nVI. DOS REQUERIMENTOS\n\nEX POSITIS, respeitosamente, requer que Vossa Excel\u00eancia se digne a:\n\nA) processar e julgar, de forma priorit\u00e1ria, o presente Mandado de Seguran\u00e7a, conforme artigo 20 da Lei 12.016/2009;\n\nB) determinar a notifica\u00e7\u00e3o da Autoridade apontada como Coatora, vinculada \u00e0 UNI\u00c3O, pessoa jur\u00eddica de direito p\u00fablico interno, para que nos termos do artigo 7o, inciso I, da Lei 12.016/2009, preste as informa\u00e7\u00f5es de estilo;\n\nC) determinar a ci\u00eancia do feito ao \u00f3rg\u00e3o de representa\u00e7\u00e3o judicial da pessoa jur\u00eddica interessada, no caso a PROCURADORIA DA FAZENDA NACIONAL, consoante disp\u00f5e o artigo 7\u00ba, inciso II, da Lei 12.016/2009;\n\nP\u00daBLICO FEDERAL;\n\nD) determinar seja ouvido o Douto representante do MINIST\u00c9RIO\n\n7 MELO, Jos\u00e9 Eduardo Soares de: \"San\u00e7\u00f5es tribut\u00e1rias inconstitucionais\" in Repert\u00f3rio IOB de Jurisprud\u00eancia, n. 18 \u2013 2a quinzena de setembro de 1998, pp. 453-456, p. 456.\n\n\fE) conceder a ordem de seguran\u00e7a pleiteada, reconhecendo o direito l\u00edquido e certo da IMPETRANTE em excluir os valores retidos \u00e0 t\u00edtulo de imposto de renda retido na fonte e contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria dos Empregados/Segurados da IMPETRANTE, da base de c\u00e1lculo das Contribui\u00e7\u00f5es Previdenci\u00e1rias Patronais, do RAT e das Contribui\u00e7\u00f5es destinadas a Terceiros, por n\u00e3o serem valores que representem sal\u00e1rio de contribui\u00e7\u00e3o e/ou remunera\u00e7\u00e3o, na medida em que n\u00e3o se destinam a retribuir o trabalho prestado pelos Funcion\u00e1rios da Empregadora, nos termos do contido no art. 195, I, a, CF/88 c/c art. 22, I, II e III, da Lei Federal 8.212/1991;\nF) declarar o direito a compensa\u00e7\u00e3o, nos termos da S\u00famula 213/STJ, dos valores pagos a maior, respeitando-se o prazo prescricional, com quaisquer tributos administrados pela SECRETARIA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL, notadamente com as pr\u00f3prias contribui\u00e7\u00f5es sociais e ainda as previdenci\u00e1rias, devendo tal quantia ser atualizada pela taxa SELIC, de maneira acumulada;\nG) determinar \u00e0 AUTORIDADE COATORA que se abstenha de exigir da IMPETRANTE a inclus\u00e3o na base de c\u00e1lculo da Contribui\u00e7\u00e3o Previdenci\u00e1ria Patronal, do RAT e das Contribui\u00e7\u00f5es destinadas a Terceiros, da contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria devida pelos Empregados/Segurados e do imposto de renda retido na fonte desses Funcion\u00e1rios, quando da concess\u00e3o da seguran\u00e7a, declarando tal inexigibilidade;\nH) requer a manifesta\u00e7\u00e3o em vossa r. Senten\u00e7a sobre os fundamentos da inconstitucionalidade/ilegalidade da inclus\u00e3o na base de c\u00e1lculo da Contribui\u00e7\u00e3o Previdenci\u00e1ria Patronal, do RAT e das Contribui\u00e7\u00f5es destinadas a Terceiros, da contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria devida pelos Empregados/Segurados e do imposto de renda retido na fonte desses Funcion\u00e1rios, para fins de prequestionamento dos dispositivos legais, artigos 145, \u00a71\u00ba, artigo 150, inciso I, artigo 195, inciso I, al\u00ednea \u201ca\u201d, e inciso II, artigo 201, \u00a711, artigo 240, todos da Constitui\u00e7\u00e3o Federal de 1988; artigo 20, artigo 22, inciso I, artigo 28, inciso I, da Lei Federal 8.212/1991; artigo 7o a Lei Federal 7.713/1988; artigo 457 da CLT; artigo 109, \u00a72o, da IN RFB 971/2009 ; assim como dos artigos 43, 44, 45, 110 e 128 do C\u00f3digo Tribut\u00e1rio Nacional;\nI) por fim, requer, sejam todas as intima\u00e7\u00f5es e publica\u00e7\u00f5es no Di\u00e1rio Eletr\u00f4nico da Justi\u00e7a sejam efetuados em nome do Advogado Alexandre Matzenbacher (OAB/SC 36.703-A, OAB/RS 67.908, OAB/PR 68.726, OAB/RJ 189.230), sob pena de nulidade.\nD\u00e1-se ao writ o valor R$ 51.789,40 (cinquenta e um mil e setecentos e oitenta e nove reais e quarenta centavos).\nTermos em que pede deferimento.\nDe Balne\u00e1rio Cambori\u00fa/SC para Florian\u00f3polis/SC, em 07 de abril de 2021.\n\n\fALEXANDRE MATZENBACHER OAB/SC 36.703-A\nMAURICIO ROCKENBACH OAB/SC 55.987\nALEXANDRE SCHWARZ OAB/SC 48.452\n\nMAYRA MARINHO MIARELLI OAB/SC 41.973-A\nMARIANE SOLAGNA PATENO OAB/SC 55.361\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 4 (Solon) - IdDocumentoCompleto: 5004220-82.2021.4.04.7012-701632313825626406280627981856", "text": "______________________________________________________________________ JUIZADO ESPECIAL FEDERAL DA SUBSE\u00c7\u00c3O DE PATO BRANCO \u2013 SE\u00c7\u00c3O JUDICI\u00c1RIA DO PARAN\u00c1\nNB: 619.004.992-7 DCB: 14/09/2021\nARESTIDES RAMOS PACHECO, brasileiro (a), Casado, Mec\u00e2nico, nascido(a) em 13/08/1957, RG n\u00ba 2.241.764-9 SSP/PR, CPF sob n\u00ba 370.765.239-49, residente e domiciliado(a) na RUA DAS AZALEIAS n\u00b0 137, JARDIM PRIMAVERA II, munic\u00edpio de Coronel Vivida/PR, CEP: 85550-000. Telefone principal: 46999029252, n\u00e3o possui e-mail, por interm\u00e9dio de seu advogado in fine assinado, com escrit\u00f3rio profissional sito Avenida Presidente Castelo Branco n\u00ba 3797, Zona I, em Umuarama \u2013 PR. CEP: 87.501-170, local onde recebe notifica\u00e7\u00f5es e intima\u00e7\u00f5es, vem, mui respeitosamente, perante Vossa Excel\u00eancia, propor:\nA\u00c7\u00c3O PARA CONCESS\u00c3O DE BENEF\u00cdCIO PREVIDENCI\u00c1RIO C.C. PEDIDO DE TUTELA DE URG\u00caNCIA\nem face do INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL -INSS, Autarquia Federal com ag\u00eancia nesta cidade, pelos fatos e fundamentos que passa a expor para ao final requerer:\n1. JUSTI\u00c7A GRATUITA A parte Autora \u00e9 pessoa pobre na acep\u00e7\u00e3o legal do termo, n\u00e3o tendo condi\u00e7\u00f5es de custear qualquer demanda judicial, sen\u00e3o em detrimento da j\u00e1 combalida situa\u00e7\u00e3o econ\u00f4mico-financeira do grupo familiar a que pertence. De modo que, atento ao artigo 98 e seguintes do C\u00f3digo de processo Civil, declarando sob os comandos legais seu estado de hipossufici\u00eancia econ\u00f4mica, requer o benepl\u00e1cito da JUSTI\u00c7A GRATUITA.\n\n\f______________________________________________________________________ 2. DOS FATOS E FUNDAMENTOS JUR\u00cdDICOS\nA aposentadoria por invalidez e o aux\u00edlio-doen\u00e7a s\u00e3o benef\u00edcios previdenci\u00e1rios consagrados no art. 201, inciso I, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal. Seus requisitos, previstos respectivamente nos artigos 42 e 59 da Lei 8.213/91, s\u00e3o os seguintes:\na) Car\u00eancia, que \u00e9 o n\u00famero m\u00ednimo de meses (compet\u00eancias) pagos ao INSS para que o cidad\u00e3o, ou em alguns casos o seu dependente, possa ter direito de receber um benef\u00edcio, no presente caso, de 12 (doze) contribui\u00e7\u00f5es mensais;\nb) Qualidade de segurado, que \u00e9 a condi\u00e7\u00e3o atribu\u00edda a todo cidad\u00e3o filiado ao INSS que possua uma inscri\u00e7\u00e3o e fa\u00e7a pagamentos mensais a t\u00edtulo de Previd\u00eancia Social;\nc) Incapacidade para o trabalho habitual, que sendo tempor\u00e1ria ensejar\u00e1 a concess\u00e3o do aux\u00edlio-doen\u00e7a, e sendo permanente permitir\u00e1 o pagamento de aposentadoria por invalidez.\nNo caso em tela, em 19/06/2017, o Autor requereu a prorroga\u00e7\u00e3o do benef\u00edcio de aux\u00edlio doen\u00e7a perante o INSS, sendo submetida a per\u00edcia m\u00e9dica em 14/09/2021.\nA prorroga\u00e7\u00e3o foi negada, sendo o benef\u00edcio concedido t\u00e3o somente at\u00e9 a data da per\u00edcia, ocasi\u00e3o em que se constatou a aus\u00eancia de incapacidade laborativa, extinguindo qualquer possibilidade de renova\u00e7\u00e3o pela via administrativa.\nLogo, verifica-se que o fato controverso se limita \u00e0 exist\u00eancia de incapacidade laboral atual do Autor.\nConforme se verifica nos atestados em anexo, o Autor \u00e9 portador de CID 10 \u2013 M79.2 - Nevralgia e neurite n\u00e3o especificadas\nEm raz\u00e3o destas mol\u00e9stias, o Autor n\u00e3o possui condi\u00e7\u00f5es de trabalho, por tempo indeterminado, como atestou o m\u00e9dico que a acompanha.\nA decis\u00e3o administrativa \u00e9 equivocada, raz\u00e3o pela qual se aju\u00edza a presente a\u00e7\u00e3o.\nCaso venha a ser apontada sua total e permanente incapacidade, postula a concess\u00e3o da aposentadoria por invalidez, a partir da data de sua efetiva constata\u00e7\u00e3o. Nessa circunst\u00e2ncia, importante se faz a an\u00e1lise das situa\u00e7\u00f5es referentes \u00e0 majora\u00e7\u00e3o de 25% sobre o valor do benef\u00edcio, independentemente de seu enquadramento no anexo I do Regulamento da Previd\u00eancia Social (Decreto n\u00ba 3.048/99), conforme art. 45 da Lei 8.213/91.\n\n\f______________________________________________________________________ Ainda, na hip\u00f3tese de restar provado nos autos processuais que as patologias\nreferidas t\u00e3o somente geraram limita\u00e7\u00e3o profissional \u00e0 parte Requerente, ou seja, que as sequelas implicam em redu\u00e7\u00e3o da capacidade laboral e n\u00e3o propriamente a incapacidade sustentada, postula a concess\u00e3o de aux\u00edlio-acidente, com base no art. 86 da Lei 8.213/91.\n3. TUTELA DE URG\u00caNCIA\nDiante dos fatos narrados e da documenta\u00e7\u00e3o inclusa, pode-se perceber as mol\u00e9stias que comp\u00f5e o quadro cl\u00ednico da parte Autora, bem como, sua incapacidade para o trabalho, raz\u00e3o pela qual se torna justific\u00e1vel a antecipa\u00e7\u00e3o da tutela pleiteada.\nDesse modo, requer seja concedida a TUTELA DE URG\u00caNCIA, nos termos do art. 300 do CPC, que assim determina, bem como seja de forma liminar como previsto no \u00a72\u00ba;\nArt. 300. A tutela de urg\u00eancia ser\u00e1 concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado \u00fatil do processo.\n\u00a7 2\u00ba A tutela de urg\u00eancia pode ser concedida liminarmente ou ap\u00f3s justifica\u00e7\u00e3o pr\u00e9via.\nO perigo de dano pode ser verificado pelo fato de a parte Autora estar impossibilitada de se manter e auferir renda, j\u00e1 que ainda n\u00e3o pode trabalhar e se sustentar, muito menos o ter feito por sua fam\u00edlia.\nDesta forma a probabilidade do direito est\u00e1 caracterizada quando da verifica\u00e7\u00e3o do quadro cl\u00ednico da parte Autora, atestado pelo m\u00e9dico que a acompanha.\nAcredita-se que estejam presentes os pressupostos espec\u00edficos para concess\u00e3o da tutela de urg\u00eancia, tendo em vista o n\u00edtido car\u00e1ter alimentar do benef\u00edcio previdenci\u00e1rio. Caso n\u00e3o seja concedido o benef\u00edcio liminarmente a parte autora, esta poder\u00e1 sofrer danos irrepar\u00e1veis.\nSendo assim, se faz necess\u00e1ria a concess\u00e3o da tutela de urg\u00eancia, sob pena de se tornar ineficaz, a presta\u00e7\u00e3o jurisdicional, pretendida com a presente a\u00e7\u00e3o.\n4. PEDIDOS\nDiante de todo o exposto, REQUER:\n\n\f______________________________________________________________________ a) O recebimento da presente a\u00e7\u00e3o, bem como dos documentos que a\ninstruem, deferindo-se o pedido de Justi\u00e7a Gratuita em conformidade aos preceitos do artigo 98 e seguintes do C\u00f3digo de Processo Civil;\nb) A concess\u00e3o da TUTELA DE URG\u00caNCIA como institui o artigo 300 do CPC, no sentido de que seja imediatamente citado o INSS para CONCEDER o aux\u00edlio doen\u00e7a em favor da parte autora, enquanto tramita o pedido judicial.\nc) A cita\u00e7\u00e3o do INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL \u2013 INSS, na pessoa de seu representante legal, para apresentar sua defesa;\nd) Ap\u00f3s o processamento regular do feito, sejam julgados procedentes os pedidos deduzidos atrav\u00e9s da presente demanda, para o fim de:\nI. Confirmar a tutela de urg\u00eancia, se deferida liminarmente, condenando o r\u00e9u a RESTABELECER o benef\u00edcio aux\u00edlio doen\u00e7a do Autor desde sua cessa\u00e7\u00e3o em 14/09/2021. Alternativamente, caso seja constatada pela per\u00edcia m\u00e9dica a incapacidade total e permanente para o trabalho, requer que seja concedido o benef\u00edcio de aposentadoria por invalidez;\nII. Caso reste comprovada a perda parcial da capacidade de trabalho, de modo definitiva, diante de sua condi\u00e7\u00e3o de sa\u00fade prec\u00e1ria e irrevers\u00edvel, sua idade, seu n\u00edvel de escolaridade e sua condi\u00e7\u00e3o s\u00f3cio econ\u00f4mica, haja vista que tais aspectos subjetivos lhe implicam se encontrar marginalizada no mercado de trabalho, seja concedido aux\u00edlio acidente;\nIII. pagar a parte Autora, por meio de Requisi\u00e7\u00e3o de Pagamento, as parcelas atrasadas, observado a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria1 desde a data do vencimento de cada uma das parcelas, mesmo que sejam anteriores ao ajuizamento da a\u00e7\u00e3o, em conson\u00e2ncia com os enunciados das S\u00famulas n\u00ba 43 e 148 do STJ, sem preju\u00edzo da utiliza\u00e7\u00e3o dos \u00edndices expurgados referidos nas S\u00famulas 32 e 37 do TRF4 e os juros morat\u00f3rios2;\nIV. Pagar administrativamente ao Autor, sob a forma de complemento positivo (CP), as presta\u00e7\u00f5es posteriores ao c\u00e1lculo judicial at\u00e9 a data da implementa\u00e7\u00e3o, com juros morat\u00f3rios.\n1 Artigo 2\u00ba da Lei 6.899/81, aplicando-se como indexadores ORTN (10/64 a 02/86), OTN (03/86 a 01/89), BTN (02/89 a 02/91), INPC (03/91 a 12/92), IRSM (01/93 a 02/94), URV (03 a 06/94), IPC-r (07/94 a 06/95), INPC (07/95 a 04/96) e IGP-DI (a partir de 05/96 - art. 10 da Lei 9.711/98. 2 JUROS MORAT\u00d3RIOS nas a\u00e7\u00f5es previdenci\u00e1rias, devem ser fixados em 12% ao ano, a contar da cita\u00e7\u00e3o\" (S\u00famula 75 do TRF4).\n\n\f______________________________________________________________________ e) condena\u00e7\u00e3o do vencido, em caso de recurso, a pagar as custas\nprocessuais, bem como ao pagamento dos honor\u00e1rios advocat\u00edcios, de acordo com as bases preconizadas no C\u00f3digo de Processo Civil, sobre o total a ser apurado em fase de liquida\u00e7\u00e3o de senten\u00e7a, por\u00e9m, observando-se que se esse valor for inferior \u00e0 um sal\u00e1rio m\u00ednimo, requer, ent\u00e3o, que o Excelent\u00edssimo Juiz estipule o valor por uma aprecia\u00e7\u00e3o equitativa, com base no o \u00a7 8o, art. 85 do CPC, afim de evitar patamar irris\u00f3rio, \u201cque \u00e9 aviltante e atenta contra o exerc\u00edcio profissional\u201d3, al\u00e9m dos demais emolumentos judiciais que se fizerem necess\u00e1rios, na forma da Lei;\nf) produ\u00e7\u00e3o de todas as provas em direito permitidas, especialmente prova pericial;\ng) seja destacado 30% (trinta por cento) do valor total da a\u00e7\u00e3o, em favor de FERRI E FERRI ADVOGADOS ASSOCIADOS registrada na OAB-PR. 7939, inscrita no CNPJ 31.389.262/0001-13.\nD\u00e1-se \u00e0 causa o valor de R$ 8.674,77 (oito mil e seiscentos e setenta e quatro reais e setenta e sete centavos).\nNestes termos, pede deferimento. Umuarama/PR, 22 de setembro de 2021.(P.H.M)\nFABRICIO RENAN DE FREITAS FERRI OAB/PR 51.253\n3 STJ, AGA n\u00ba954995, j. 18.03.2008; e Segunda Turma Recursal da Se\u00e7\u00e3o Judici\u00e1ria de Santa Catarina, AC 2008.72.63.000292-1, Relator Juiz Federal Moser Vhoss, j. 09.07.2008, atrav\u00e9s do sistema e-proc)\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 5 (Solon) - IdDocumentoCompleto: 5004058-44.2017.4.04.7007-701509530047024330015852276015", "text": "Rose Campana e Gilberto Jakimiu\n\n1\n\nAdvocacia\n\nEXCELENT\u00cdSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) FEDERAL DA VARA PREVIDENCI\u00c1RIA DE FRANCISCO BELTR\u00c3O \u2013 ESTADO DO PARAN\u00c1\n\nM\u00c1RCIA REGINA DE OLIVEIRA DE SOUZA MACHADO\nBrasileira, casada, desempregada, nascida em 10/06/1980, portadora da c\u00e9dula de identidade sob n\u00ba 8.442.554-0 e com inscri\u00e7\u00e3o no CPF/MF 124.147.229-75, sem endere\u00e7o eletr\u00f4nico a autora \u2013 endere\u00e7o eletr\u00f4nico do procurador \u2013 dc_admjud@advcampanajakimiu.com.br, filha de IZOLVINA DE OLIVEIRA e MANOEL OLIVEIRA, residente e domiciliada Rua Zildo Pagnoncelli, n\u00ba 187, Bairro Margarida Galvan, munic\u00edpio de Dois Vizinhos \u2013 Estado do Paran\u00e1, por seus procuradores que esta subscrevem com endere\u00e7o profissional \u00e0 Rua Presidente Vargas n\u00ba471, em Dion\u00edsio Cerqueira - SC, tel. (0XX49) 3644-0658 (onde recebe intima\u00e7\u00f5es) vem, mui respeitosamente \u00e0 presen\u00e7a de Vossa Excel\u00eancia, com fundamento na Lei 8.213/91, artigo 42 e seguinte, e demais aplic\u00e1vel \u00e0 esp\u00e9cie, decretos, regulamentos, instru\u00e7\u00f5es do INSS, propor o presente:\nA\u00c7\u00c3O DE CONCESS\u00c3O DE AMPARO SOCIAL AO DEFICIENTE com fulcro na LOAS OU NOS PAR\u00c1GRAFOS DO ARTIGO 20 DA LEI\n8.742/93,contra\nINSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - Autarquia federal, pelos seguintes fatos e fundamentos:\n\n\fRose Campana e Gilberto Jakimiu\n\n2\n\nAdvocacia\n\nDOS FATOS\nA autora possui de acordo com o atestado m\u00e9dico juntado por profissional da \u00e1rea de oftalmologia, a seguinte patologia - CID 10:\n\uf0a7 H 54.2 \u2013 Vis\u00e3o subnormal de ambos os olhos.\nDe acordo com o mesmo documento m\u00e9dico:\n\u201cA paciente apresenta cicatriz de coriorretinite em ambos os olhos, essas les\u00f5es em retina s\u00e3o de car\u00e1ter irrevers\u00edvel, n\u00e3o melhorando sua acuidade visual com tratamento cl\u00ednico ou cir\u00fargico.\u201d\nA situa\u00e7\u00e3o socioecon\u00f4mica da fam\u00edlia n\u00e3o permite dar condi\u00e7\u00f5es dignas a requerente, sem renda para que permita suprir as necessidades materiais do n\u00facleo familiar, conforme determina a Constitui\u00e7\u00e3o Federal.\nDOS BENEF\u00cdCIOS ENCAMINHADOS\n1) Em 01/08/2017, sob benef\u00edcio n\u00ba 87/ 703.069.995-6, encaminhou benef\u00edcio, que foi indeferido, \u201cRenda per capita familiar \u00e9 igual ou superior a \u00bc (um quarto), do sal\u00e1rio m\u00ednimo vigente na data do requerimento\u201d.\nDA FUNDAMENTA\u00c7\u00c3O LEGAL\nDisp\u00f5e o artigo 20 da mencionada lei:\n\u201cO benef\u00edcio de presta\u00e7\u00e3o continuada \u00e9 garantia de 1 (um) sal\u00e1rio m\u00ednimo mensal \u00e0 pessoa portadora de defici\u00eancia e ao idoso com 70 anos ou mais e que comprove n\u00e3o possuir meios de prover a pr\u00f3pria manuten\u00e7\u00e3o e nem t\u00ea-la provida por sua fam\u00edlia .\u201d\nO Decreto 1.744/95 define como pessoa portadora de defici\u00eancia aquela \u201cincapacitada para a vida e para o trabalho em raz\u00e3o de anomalias ou les\u00f5es irrevers\u00edveis de natureza heredit\u00e1ria, cong\u00eanita ou adquiridas, que impe\u00e7am o desempenho das atividades da vida di\u00e1ria e do trabalho\u201d O Par\u00e1grafo 3\u00ba do artigo 20 da Lei: \u201cConsidera-se incapaz de prover a manuten\u00e7\u00e3o da pessoa portadora de defici\u00eancia ou idosa a fam\u00edlia cuja renda \u2018per capita\u2019 seja inferior a 1/4 do sal\u00e1rio m\u00ednimo\u201d.\nE, finalmente o \u00a7 2\u00ba do Decreto:\n\u201cI \u2014 fam\u00edlia: a unidade mononuclear , vivendo sob o mesmo teto, cuja economia \u00e9 mantida pela contribui\u00e7\u00e3o de seus integrantes; (...) III \u2014 fam\u00edlia incapacitada de prover a manuten\u00e7\u00e3o da pessoa portadora de defici\u00eancia ou idosa: aquela cuja renda mensal de seus integrantes, dividida pelo n\u00famero destes, seja inferior ao valor previsto no \u00a7 3\u00ba do art. 20 da Lei 8.742/93.\u201d\nDA INTERPRETA\u00c7\u00c3O DA LEI NO CASO CONCRETO\n\n\fRose Campana e Gilberto Jakimiu\n\n3\n\nAdvocacia\n\nA interpreta\u00e7\u00e3o da lei \u00e9 subjetiva, e deve-se levar em considera\u00e7\u00e3o n\u00e3o \u00e0 renda, mas as despesas de uma fam\u00edlia que presta cuidados a um deficiente.\nSe nesse c\u00e1lculo matem\u00e1tico de renda, a lei n\u00e3o est\u00e1 cumprindo a fun\u00e7\u00e3o social que, a bem da verdade, \u00e9 o cunho a que se prop\u00f5e.\nO julgador tem esta faculdade, de aplicar a lei, objetivando atender ao que realmente ela tem por finalidade.\nOutra considera\u00e7\u00e3o a se fazer, \u00e9 que nem mesmo o legislador previu que o sal\u00e1rio m\u00ednimo, tornar-se-ia t\u00e3o in\u00f3cuo, t\u00e3o insignificante, n\u00e3o chegando nem perto da finalidade de atender as necessidades b\u00e1sicas anunciadas em nossa Lei Maior.\nAssim, o julgador deve interpretar a lei de maneira ampla e adequ\u00e1vel a cada caso, para que esta tenha efic\u00e1cia.\nO Juiz relator JOSE ANTONIO SAVARIS, da 2\u00aa Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais \u2013 Sec\u00e7\u00e3o Judici\u00e1ria do Paran\u00e1, no julgado dos autos n\u00ba 2005.70.95.005218-7, Autor: Ad\u00e3o Pedro Feus, transcreve:\n\u201c...os benef\u00edcios de valor m\u00ednimo da seguridade social se destinam essencialmente a prover as necessidades prim\u00e1ria e urgentes do benefici\u00e1rio que se encontra na conting\u00eancia de aus\u00eancia ou insufici\u00eancia de recursos para prover de modo digno, sua subsist\u00eancia.\nOs valores correspondentes a presta\u00e7\u00f5es previdenci\u00e1rias ou assistenciais de um sal\u00e1rio-m\u00ednimo n\u00e3o podem, assim, prejudicar a opera\u00e7\u00e3o da assist\u00eancia social em rela\u00e7\u00e3o a outras pessoas da fam\u00edlia que tamb\u00e9m se encontram em condi\u00e7\u00f5es de vulnerabilidade social.\nA n\u00e3o integra\u00e7\u00e3o dos valores recebidos a t\u00edtulo de benef\u00edcio m\u00ednimo assistencial ou previdenci\u00e1rio no calculo da renda mensal familiar, atende \u00e0s diretrizes de universaliza\u00e7\u00e3o dos direitos da seguridade social (CF/88, art. 194,I) e de erradica\u00e7\u00e3o da pobreza e redu\u00e7\u00e3o das desigualdades sociais (CF/88, art. 3\u00ba, III), bem assim realiza os princ\u00edpios da dignidade da pessoa humana (CF/88, art. 1\u00ba, III) e da realiza\u00e7\u00e3o da justi\u00e7a social (CF/88, ART. 193), prescindindo, dessa forma, da regra que veio a ser expressa no art. 34, par\u00e1grafo \u00fanico, da Lei 10.741.03...\u201d\nVeja bem Vossa Excel\u00eancia, o entendimento da Turma Recursal \u00e9 no sentido de quando efetuar o c\u00e1lculo da renda per capita para concess\u00e3o de benef\u00edcio assistencial ou previdenci\u00e1rio, n\u00e3o computa os benef\u00edcios percebidos por algum membro da fam\u00edlia.\nEm face da negativa da autarquia r\u00e9 em conceder o Amparo Assistencial \u00e0 pessoa portadora de defici\u00eancia, e com embasamento nas normas e no entendimento epigrafado, faz jus \u00e0 parte autora a concess\u00e3o do referido benef\u00edcio assist\u00eancia, pois se trata meramente de cunho alimentar (sobreviv\u00eancia), no sentido de resgatar a cidadania e atender os princ\u00edpios da dignidade da pessoa humana.\nDOS PEDIDOS\nDIANTE DO EXPOSTO, requer:\n\n\fRose Campana e Gilberto Jakimiu\n\n4\n\nAdvocacia\n\na) A CITA\u00c7\u00c3O DO INSS, para querendo contestar a presente a\u00e7\u00e3o sob pena de revelia e confesso quanto a mat\u00e9ria argumentada;\n\nb) PROTESTA provar o alegado por todos os meios de prova em direito permitidas, tais como testemunhais, juntada de documentos, pedidos de of\u00edcio e demais atos que entender necess\u00e1rio a produ\u00e7\u00e3o de prova.\n\nc) Nomear perito especialista na \u00e1rea de psiquiatria para que responda aos quesitos abaixo formulados;\n\nd) Ao final julgar totalmente procedente a presente a\u00e7\u00e3o condenando o INSS \u00e0 concess\u00e3o do pagamento do benef\u00edcio desde DER em 01/08/2017, tudo acrescido de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria a partir do vencimento de cada parcela e juros legais.\n\ne) Requer pela produ\u00e7\u00e3o da prova oral, no caso do r\u00e9u contestar a qualidade de segurado da parte autora;\n\nf) Da audi\u00eancia dever\u00e1 ser intimado na forma do \u00a7 3o do artigo 334 do NCPC \u201cA intima\u00e7\u00e3o do autor para a audi\u00eancia ser\u00e1 feita na pessoa de seu advogado\u201d;\n\ng) Condenado, contudo, o Instituto-R\u00e9u ao pagamento dos honor\u00e1rios na forma do artigo 85, incisos I a IV do par\u00e1grafo 2\u00ba, par\u00e1grafos 3\u00ba, 6\u00ba e 11 do NCPCe custas processuais.\n\nh) A benesse da Assist\u00eancia Judici\u00e1ria pela lei 1.060/50, bem como, do artigo 128 da Lei de Benef\u00edcios, por n\u00e3o poder arcar com custas, sem comprometimento do pr\u00f3prio sustento.\n\nD\u00e1-se \u00e0 causa o valor de R$ 19.383,64 (Dezenove mil trezentos e oitenta e tr\u00eas reais e sessenta e quatro centavos).\n\nNestes termos, pede deferimento.\n\nDion\u00edsio Cerqueira/SC. 31 de outubro de 2017.\n\nGilberto Jakimiu Advogado\nRoselilce Franceli Campana Advogada\nQUESITOS\n\na) A autora \u00e9 portadora de que doen\u00e7as? Existem sequelas?\nb) A doen\u00e7a \u00e9 cur\u00e1vel?\nc) Havendo conclus\u00e3o pela incapacidade para o exerc\u00edcio de atividades habituais, esta pode ser classificada: \uf0a7 Total e definitiva, ou;\n\n\fRose Campana e Gilberto Jakimiu\n\n5\n\nAdvocacia\n\n\uf0a7 Total e transit\u00f3ria?\n\n\uf0a7 Parcial definitiva, ou;\n\n\uf0a7 Parcial transit\u00f3ria?\n\nd) Se total ou parcial de forma transit\u00f3ria, definir o prazo em que possivelmente cessar\u00e1;\n\ne) O autor est\u00e1 capacitado totalmente para o trabalho? Justifique.\n\nf) O autor est\u00e1 capacitado totalmente para as atividades da vida di\u00e1ria? Justifique.\n\ng) O Sr. Perito teve acesso aos documentos juntados a este processo?\n\n\f" } ] } }, { "data": { "original_header": "Documento Original - IdDocumentoCompleto: 5006614-12.2014.4.04.7011-701417627239363460040000000011", "original_text": "Ordem dos Advogados do Brasil Se\u00e7\u00e3o do Paran\u00e1\nEXCELENT\u00cdSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA _____ VARA FEDERAL DA SUBSE\u00c7\u00c3O JUDICI\u00c1RIA DE PARANAVA\u00cd \u2013 SE\u00c7\u00c3O JUDICI\u00c1RIA DO PARAN\u00c1\nA ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL - SECCIONAL DO ESTADO DO PARAN\u00c1, servi\u00e7o p\u00fablico federal independente, com personalidade jur\u00eddica regulamentada pela Lei n.\u00ba 8.906/94, situada \u00e0 Rua Brasilino Moura, n.\u00ba 253, Curitiba, Paran\u00e1, atrav\u00e9s de sua procuradoria judicial ao final subscrita, conforme instrumento de mandato em anexo vem, respeitosamente, perante Vossa Excel\u00eancia, com fundamento na Lei 8.906/94 e nos artigos 566 e seguintes do C\u00f3digo de Processo Civil, propor a presente:\nEXECU\u00c7\u00c3O DE T\u00cdTULO EXTRAJUDICIAL\nem face do (a) advogado (a), ANTONIO VICENTE LOPES, portador (a) da c\u00e9dula de identidade sob n.\u00ba 3.070.825-3, inscrito (a) no CPF/MF sob n.\u00ba 620.423.279-72, inscrito (a) na OAB/PR sob n.\u00ba 28842, com endere\u00e7o residencial e profissional \u00e0 Av. Des.Munhoz De Melo, 1871, Centro, Loanda/PR, CEP 87.900-000, pelas raz\u00f5es que passa a expor:\n1\nSede \u201cPresidente Accioly Neto\u201d Rua Brasilino Moura, 253 - Tel.: (41) 3017-5000 - Fax: (41) 3250-5700 - CEP: 80.540-340 - Curitiba - PR\nwww.oabpr.org.br\n\n\fOrdem dos Advogados do Brasil Se\u00e7\u00e3o do Paran\u00e1\n1. DA COMPET\u00caNCIA DA JUSTI\u00c7A FEDERAL\nConforme entendimento j\u00e1 consolidado pelo Superior Tribunal de Justi\u00e7a, a compet\u00eancia para apreciar as demandas em que a Ordem dos Advogados do Brasil figura como parte \u00e9 da Justi\u00e7a Federal. \u00c9 o que se depreende das decis\u00f5es abaixo colacionadas:\nAGRAVO REGIMENTAL. CONFLITO NEGATIVO DE COMPET\u00caNCIA. JUSTI\u00c7A FEDERAL E JUSTI\u00c7A ESTADUAL. REINTEGRA\u00c7\u00c3O DE POSSE. OAB. COMPET\u00caNCIA DA JUSTI\u00c7A FEDERAL MESMO AP\u00d3S O JULGAMENTO DA ADIN N.\u00ba 3.026/DF. 1. Mesmo ap\u00f3s o julgamento da ADIn n.\u00ba 3.026/DF pelo STF, em 2006, no qual se afirmou n\u00e3o ser a OAB autarquia ou entidade vinculada \u00e0 administra\u00e7\u00e3o p\u00fablica federal, persiste a compet\u00eancia da Justi\u00e7a Federal para o julgamento das causas em que sejam parte a OAB ou \u00f3rg\u00e3o a ela vinculado. 2. Precedentes do STJ anteriores e posteriores ao julgamento da ADIn n.\u00ba 3.026/DF. 3. AGRAVO REGIMENTAL N\u00c3O PROVIDO. (AgRg no CC 119.091/SP, Rel. Ministro PAULO DE TARSO SANSEVERINO, SEGUNDA SE\u00c7\u00c3O, julgado em 08/05/2013, DJe 14/05/2013) (negritamos)\nADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. AUS\u00caNCIA DE VIOLA\u00c7\u00c3O DO ART. 535 DO CPC. MANDADO DE SEGURAN\u00c7A CONTRA PRESIDENTE DE SUBSE\u00c7\u00c3O DA OAB.COMPET\u00caNCIA. JUSTI\u00c7A FEDERAL. 1. Em regra, a compet\u00eancia para o processamento do mandado de seguran\u00e7a \u00e9 identificada perquirindo-se a natureza da autoridade impetrada. Se for autoridade federal, a compet\u00eancia ser\u00e1 da Justi\u00e7a Federal; se estadual, do Poder Judici\u00e1rio estadual. 2. H\u00e1 situa\u00e7\u00f5es em que a autoridade apontada como coatora exerce fun\u00e7\u00f5es em entidades que, ou s\u00e3o de direito privado, ou n\u00e3o integram os quadros da administra\u00e7\u00e3o p\u00fablica\n2\nSede \u201cPresidente Accioly Neto\u201d Rua Brasilino Moura, 253 - Tel.: (41) 3017-5000 - Fax: (41) 3250-5700 - CEP: 80.540-340 - Curitiba - PR\nwww.oabpr.org.br\n\n\fOrdem dos Advogados do Brasil Se\u00e7\u00e3o do Paran\u00e1\ndireta ou indireta. No caso da OAB, o STF entende que se trata de um servi\u00e7o p\u00fablico independente, categoria \u00fanica no elenco das personalidades jur\u00eddicas existentes no direito brasileiro. 3. Nesse contexto, a natureza da pessoa jur\u00eddica n\u00e3o ser\u00e1 o elemento chave para a identifica\u00e7\u00e3o da compet\u00eancia para o processamento do mandado de seguran\u00e7a. O que dever\u00e1 ser observado, nessas situa\u00e7\u00f5es, \u00e9 a origem da fun\u00e7\u00e3o que foi delegada \u00e0 autoridade. 4. As fun\u00e7\u00f5es atribu\u00eddas \u00e0 OAB pelo art. 44, I e II, da Lei n.8.906/94 possuem natureza federal. N\u00e3o h\u00e1 como conceber que a defesa do Estado Democr\u00e1tico de Direito, dos Direitos Fundamentais, a regula\u00e7\u00e3o da atividade profissional dos advogados, dentre outras, constituam atribui\u00e7\u00f5es delegadas pelos Estados Membros. 5. Portanto, o presidente da seccional da OAB exerce fun\u00e7\u00e3o delegada federal, motivo pelo qual a compet\u00eancia para o julgamento do mandado de seguran\u00e7a contra ele impetrado \u00e9 da Justi\u00e7a Federal. Precedente: (EREsp 235.723/SP, Rel. Min. Fontes de Alencar, Corte Especial, julgado em 23.10.2003, DJ 16.8.2004, p. 118.) Agravo regimental improvido. (AgRg no REsp 1255052/AP, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 06/11/2012, DJe 14/11/2012) (negritamos)\nTem-se, portanto, a ineg\u00e1vel compet\u00eancia deste Ju\u00edzo para conhecer e processar a presente a\u00e7\u00e3o de execu\u00e7\u00e3o de t\u00edtulo extrajudicial.\n2. DO T\u00cdTULO EXECUTIVO EXTRAJUDICIAL\nO C\u00f3digo de Processo Civil, em seu artigo 585, inciso VIII disciplina que s\u00e3o t\u00edtulos executivos todos aqueles que \u201cpor disposi\u00e7\u00e3o expressa, a lei atribuir for\u00e7a executiva\u201d.\n3\nSede \u201cPresidente Accioly Neto\u201d Rua Brasilino Moura, 253 - Tel.: (41) 3017-5000 - Fax: (41) 3250-5700 - CEP: 80.540-340 - Curitiba - PR\nwww.oabpr.org.br\n\n\fOrdem dos Advogados do Brasil Se\u00e7\u00e3o do Paran\u00e1\nO Estatuto da Advocacia e da OAB - Lei 8.906/94 - por sua vez, em seu artigo 46, par\u00e1grafo \u00fanico, disp\u00f5e:\nArt. 46. Compete \u00e0 OAB fixar e cobrar, de seus inscritos, contribui\u00e7\u00f5es, pre\u00e7os de servi\u00e7os e multas. Par\u00e1grafo \u00fanico. Constitui t\u00edtulo executivo extrajudicial a certid\u00e3o passada pela diretoria do Conselho competente, relativa a cr\u00e9dito previsto neste artigo. (negritamos)\nOutrossim, oportuno consignar que, conforme entendimento pac\u00edfico da jurisprud\u00eancia, a Ordem dos Advogados do Brasil, por ser considerada uma autarquia sui generis, deve perquirir seus cr\u00e9ditos, n\u00e3o por demanda executiva fiscal, mas por meio da competente a\u00e7\u00e3o de execu\u00e7\u00e3o de t\u00edtulo extrajudicial:\nPROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. EXECU\u00c7\u00c3O DE T\u00cdTULO EXTRAJUDICIAL. CR\u00c9DITO REFERENTE A ANUIDADES COBRADAS PELA OAB. PAR\u00c1GRAFO \u00daNICO DO ART. 46 DA LEI N. 8.906/94 C/C O ART. 585, VIII, DO CPC. DESNECESSIDADE DE INSTRU\u00c7\u00c3O DA PETI\u00c7\u00c3O INICIAL COM DOCUMENTOS N\u00c3O PREVISTOS EM LEI. PRECEDENTE. RETORNO DOS AUTOS AO JUIZ DE PRIMEIRO GRAU. 1. A Corte a quo adotou o entendimento no sentido de que o titulo executivo extrajudicial da certid\u00e3o de d\u00e9bitos para a cobran\u00e7a das anuidades da OAB deve seguir os requisitos previstos no inciso II do art. 585 do CPC. Entretanto a hip\u00f3tese em quest\u00e3o se enquadra na disciplina do inciso VIII do mesmo dispositivo legal - o qual estabelece que \"s\u00e3o t\u00edtulos executivos\n4\nSede \u201cPresidente Accioly Neto\u201d Rua Brasilino Moura, 253 - Tel.: (41) 3017-5000 - Fax: (41) 3250-5700 - CEP: 80.540-340 - Curitiba - PR\nwww.oabpr.org.br\n\n\fOrdem dos Advogados do Brasil Se\u00e7\u00e3o do Paran\u00e1\nextrajudiciais todos os t\u00edtulos a que, por disposi\u00e7\u00e3o expressa, a lei atribuir for\u00e7a executiva\". \u00c9 o que ocorreu com a certid\u00e3o passada pela diretoria da OAB, conforme o par\u00e1grafo \u00fanico do art. 46 da Lei n. 8.906/94. 2. A Lei n\u00e3o exigiu a instaura\u00e7\u00e3o de processo administrativo nem a assinatura do devedor para a constitui\u00e7\u00e3o do t\u00edtulo executivo em quest\u00e3o, n\u00e3o cabendo ao int\u00e9rprete da lei acrescentar requisitos por ela n\u00e3o previstos, raz\u00e3o pela qual a certid\u00e3o em quest\u00e3o \u00e9 documento h\u00e1bil a instaurar a execu\u00e7\u00e3o do cr\u00e9dito pleiteado. Precedente. 3. Recurso especial provido para determinar o retorno dos autos ao juiz de primeiro grau para que a execu\u00e7\u00e3o seja recebida e regularmente processada. (REsp 1019515/RS, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 03/03/2009, DJe 25/03/2009) (negritamos)\nPROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. OAB. LEI N. 8.906/94. D\u00c9BITOS RELATIVOS A ANUIDADES. NATUREZA JUR\u00cdDICA. A\u00c7\u00c3O DE EXECU\u00c7\u00c3O. INAPLICABILIDADE DA LEI DE EXECU\u00c7\u00d5ES FISCAIS. 1. A Ordem dos Advogados do Brasil - OAB \u00e9 uma autarquia sui generis e, por conseguinte, diferencia-se das demais entidades que fiscalizam as profiss\u00f5es. 2. \"O t\u00edtulo executivo extrajudicial, referido no art. 46, par\u00e1grafo \u00fanico, da Lei n. 8.906/94, deve ser exigido em execu\u00e7\u00e3o disciplinada pelo C\u00f3digo de Processo Civil, n\u00e3o sendo poss\u00edvel a execu\u00e7\u00e3o fiscal regida pela Lei n. 6.830/80\" (EREsp n. 503.252/SC, relator Ministro Castro Meira). 3. Recurso especial provido. (REsp 447.124/SC, Rel. Ministro JO\u00c3O OT\u00c1VIO DE NORONHA, SEGUNDA TURMA, julgado em 04/05/2006, DJ 28/06/2006, p. 230) (negritamos)\nAssim, diante do que disp\u00f5e a pac\u00edfica jurisprud\u00eancia do Superior Tribunal de Justi\u00e7a, bem como ante a disciplina do par\u00e1grafo \u00fanico\n5\nSede \u201cPresidente Accioly Neto\u201d Rua Brasilino Moura, 253 - Tel.: (41) 3017-5000 - Fax: (41) 3250-5700 - CEP: 80.540-340 - Curitiba - PR\nwww.oabpr.org.br\n\n\fOrdem dos Advogados do Brasil Se\u00e7\u00e3o do Paran\u00e1\ndo artigo 46 da Lei 8.906/94, a cobran\u00e7a de contribui\u00e7\u00f5es, pre\u00e7os de servi\u00e7o e multas devidas \u00e0 OAB, deve ser realizada mediante a proposi\u00e7\u00e3o da competente a\u00e7\u00e3o de execu\u00e7\u00e3o de t\u00edtulo extrajudicial.\n3. DA D\u00cdVIDA EXEQUENDA\nO (A) executado (a), que possui inscri\u00e7\u00e3o perante a Ordem dos Advogados do Brasil \u2013 Se\u00e7\u00e3o do Paran\u00e1 sob o n.\u00ba 28842 atualmente SUSPENSO - encontra-se em d\u00e9bito para com a Tesouraria deste Conselho Seccional, na import\u00e2ncia de R$ 4.944,60 (quatro mil, novecentos e quarenta e quatro reais e sessenta centavos) (cf. certid\u00e3o anexa).\nCumpre esclarecer que o valor cobrado corresponde \u00e0s obriga\u00e7\u00f5es devidas \u00e0 este \u00d3rg\u00e3o de Classe, referentes ao(s) ano(s) de 2009, 2010, 2011, 2012 e 2013.\nDiante do exposto, bem como considerando que n\u00e3o foi poss\u00edvel estabelecer nenhuma solu\u00e7\u00e3o extrajudicial amig\u00e1vel com o (a) executado (a) no que concerne a cobran\u00e7a dos valores acima mencionados, a medida coercitiva que se imp\u00f5e \u00e9 a propositura da presente execu\u00e7\u00e3o de t\u00edtulo extrajudicial nos termos do art. 46, par\u00e1grafo \u00fanico, da Lei 8.906/94 e demais disposi\u00e7\u00f5es legais aplic\u00e1veis \u00e0 esp\u00e9cie.\n4. DO PEDIDO\n6\nSede \u201cPresidente Accioly Neto\u201d Rua Brasilino Moura, 253 - Tel.: (41) 3017-5000 - Fax: (41) 3250-5700 - CEP: 80.540-340 - Curitiba - PR\nwww.oabpr.org.br\n\n\fOrdem dos Advogados do Brasil Se\u00e7\u00e3o do Paran\u00e1\nIsto posto, requer a exeq\u00fcente a cita\u00e7\u00e3o pessoal do (a) devedor (a), para que, em 03 (tr\u00eas) dias, efetue o pagamento da import\u00e2ncia correspondente ao seu d\u00e9bito ou nomeie bens \u00e0 penhora, sob pena de se n\u00e3o o fizer, serem penhorados tantos bens quantos bastem \u00e0 satisfa\u00e7\u00e3o do principal e acess\u00f3rio, custas e honor\u00e1rios advocat\u00edcios, seguindo a execu\u00e7\u00e3o at\u00e9 a total satisfa\u00e7\u00e3o da pretens\u00e3o deduzida (art. 652 e seguintes do CPC com reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n\u00ba 11.382/2006).\nD\u00e1-se \u00e0 presente a\u00e7\u00e3o o valor de R$ 4.944,60.\nTermos em que, Pede deferimento.\nCuritiba, ter\u00e7a-feira, 2 de dezembro de 2014.\n\nAmanda Busetti Mori Santos OAB/PR 53.393\n\nAndrey Salmazo Poubel OAB/PR 36.458\n\n7\nSede \u201cPresidente Accioly Neto\u201d Rua Brasilino Moura, 253 - Tel.: (41) 3017-5000 - Fax: (41) 3250-5700 - CEP: 80.540-340 - Curitiba - PR\nwww.oabpr.org.br\n\n\f", "similar_texts_federais_bgem3": [ { "header": "Texto Similar 1 (C\u00edvel) - IdDocumentoCompleto: 5004879-71.2014.4.04.7001-701394454548807490050000000013", "text": "Ordem dos Advogados do Brasil Se\u00e7\u00e3o do Paran\u00e1\nEXCELENT\u00cdSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA _____ VARA FEDERAL DA SUBSE\u00c7\u00c3O JUDICI\u00c1RIA DE LONDRINA \u2013 SE\u00c7\u00c3O JUDICI\u00c1RIA DO PARAN\u00c1\nA ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL - SECCIONAL DO ESTADO DO PARAN\u00c1, servi\u00e7o p\u00fablico federal independente, com personalidade jur\u00eddica regulamentada pela Lei n.\u00ba 8.906/94, situada \u00e0 Rua Brasilino Moura, n.\u00ba 253, Curitiba, Paran\u00e1, atrav\u00e9s de sua procuradoria judicial ao final subscrita, conforme instrumento de mandato em anexo vem, respeitosamente, perante Vossa Excel\u00eancia, com fundamento na Lei 8.906/94 e nos artigos 566 e seguintes do C\u00f3digo de Processo Civil, propor a presente:\nEXECU\u00c7\u00c3O DE T\u00cdTULO EXTRAJUDICIAL\nem face do (a) advogado (a), FABIANA TACCOLA, portador (a) da c\u00e9dula de identidade sob n.\u00ba 1.939.807, inscrito (a) no CPF/MF sob n.\u00ba 364.178.159-00, inscrito (a) na OAB/PR sob n.\u00ba 16919, com endere\u00e7o profissional e residencial \u00e0 Rua Jorge Velho, 550, Bloco 02, Apto. 703, Centro, Londrina/PR, CEP 86.010-600, pelas raz\u00f5es que passa a expor:\n1\nSede \u201cPresidente Accioly Neto\u201d Rua Brasilino Moura, 253 - Tel.: (41) 3017-5000 - Fax: (41) 3250-5700 - CEP: 80.540-340 - Curitiba - PR\nwww.oabpr.org.br\n\n\fOrdem dos Advogados do Brasil Se\u00e7\u00e3o do Paran\u00e1\n1. DA COMPET\u00caNCIA DA JUSTI\u00c7A FEDERAL\nConforme entendimento j\u00e1 consolidado pelo Superior Tribunal de Justi\u00e7a, a compet\u00eancia para apreciar as demandas em que a Ordem dos Advogados do Brasil figura como parte \u00e9 da Justi\u00e7a Federal. \u00c9 o que se depreende das decis\u00f5es abaixo colacionadas:\nAGRAVO REGIMENTAL. CONFLITO NEGATIVO DE COMPET\u00caNCIA. JUSTI\u00c7A FEDERAL E JUSTI\u00c7A ESTADUAL. REINTEGRA\u00c7\u00c3O DE POSSE. OAB. COMPET\u00caNCIA DA JUSTI\u00c7A FEDERAL MESMO AP\u00d3S O JULGAMENTO DA ADIN N.\u00ba 3.026/DF. 1. Mesmo ap\u00f3s o julgamento da ADIn n.\u00ba 3.026/DF pelo STF, em 2006, no qual se afirmou n\u00e3o ser a OAB autarquia ou entidade vinculada \u00e0 administra\u00e7\u00e3o p\u00fablica federal, persiste a compet\u00eancia da Justi\u00e7a Federal para o julgamento das causas em que sejam parte a OAB ou \u00f3rg\u00e3o a ela vinculado. 2. Precedentes do STJ anteriores e posteriores ao julgamento da ADIn n.\u00ba 3.026/DF. 3. AGRAVO REGIMENTAL N\u00c3O PROVIDO. (AgRg no CC 119.091/SP, Rel. Ministro PAULO DE TARSO SANSEVERINO, SEGUNDA SE\u00c7\u00c3O, julgado em 08/05/2013, DJe 14/05/2013) (negritamos)\nADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. AUS\u00caNCIA DE VIOLA\u00c7\u00c3O DO ART. 535 DO CPC. MANDADO DE SEGURAN\u00c7A CONTRA PRESIDENTE DE SUBSE\u00c7\u00c3O DA OAB.COMPET\u00caNCIA. JUSTI\u00c7A FEDERAL. 1. Em regra, a compet\u00eancia para o processamento do mandado de seguran\u00e7a \u00e9 identificada perquirindo-se a natureza da autoridade impetrada. Se for autoridade federal, a compet\u00eancia ser\u00e1 da Justi\u00e7a Federal; se estadual, do Poder Judici\u00e1rio estadual. 2. H\u00e1 situa\u00e7\u00f5es em que a autoridade apontada como coatora exerce fun\u00e7\u00f5es em entidades que, ou s\u00e3o de direito privado, ou n\u00e3o integram os quadros da administra\u00e7\u00e3o p\u00fablica\n2\nSede \u201cPresidente Accioly Neto\u201d Rua Brasilino Moura, 253 - Tel.: (41) 3017-5000 - Fax: (41) 3250-5700 - CEP: 80.540-340 - Curitiba - PR\nwww.oabpr.org.br\n\n\fOrdem dos Advogados do Brasil Se\u00e7\u00e3o do Paran\u00e1\ndireta ou indireta. No caso da OAB, o STF entende que se trata de um servi\u00e7o p\u00fablico independente, categoria \u00fanica no elenco das personalidades jur\u00eddicas existentes no direito brasileiro. 3. Nesse contexto, a natureza da pessoa jur\u00eddica n\u00e3o ser\u00e1 o elemento chave para a identifica\u00e7\u00e3o da compet\u00eancia para o processamento do mandado de seguran\u00e7a. O que dever\u00e1 ser observado, nessas situa\u00e7\u00f5es, \u00e9 a origem da fun\u00e7\u00e3o que foi delegada \u00e0 autoridade. 4. As fun\u00e7\u00f5es atribu\u00eddas \u00e0 OAB pelo art. 44, I e II, da Lei n.8.906/94 possuem natureza federal. N\u00e3o h\u00e1 como conceber que a defesa do Estado Democr\u00e1tico de Direito, dos Direitos Fundamentais, a regula\u00e7\u00e3o da atividade profissional dos advogados, dentre outras, constituam atribui\u00e7\u00f5es delegadas pelos Estados Membros. 5. Portanto, o presidente da seccional da OAB exerce fun\u00e7\u00e3o delegada federal, motivo pelo qual a compet\u00eancia para o julgamento do mandado de seguran\u00e7a contra ele impetrado \u00e9 da Justi\u00e7a Federal. Precedente: (EREsp 235.723/SP, Rel. Min. Fontes de Alencar, Corte Especial, julgado em 23.10.2003, DJ 16.8.2004, p. 118.) Agravo regimental improvido. (AgRg no REsp 1255052/AP, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 06/11/2012, DJe 14/11/2012) (negritamos)\nTem-se, portanto, a ineg\u00e1vel compet\u00eancia deste Ju\u00edzo para conhecer e processar a presente a\u00e7\u00e3o de execu\u00e7\u00e3o de t\u00edtulo extrajudicial.\n2. DO T\u00cdTULO EXECUTIVO EXTRAJUDICIAL\nO C\u00f3digo de Processo Civil, em seu artigo 585, inciso VIII disciplina que s\u00e3o t\u00edtulos executivos todos aqueles que \u201cpor disposi\u00e7\u00e3o expressa, a lei atribuir for\u00e7a executiva\u201d.\n3\nSede \u201cPresidente Accioly Neto\u201d Rua Brasilino Moura, 253 - Tel.: (41) 3017-5000 - Fax: (41) 3250-5700 - CEP: 80.540-340 - Curitiba - PR\nwww.oabpr.org.br\n\n\fOrdem dos Advogados do Brasil Se\u00e7\u00e3o do Paran\u00e1\nO Estatuto da Advocacia e da OAB - Lei 8.906/94 - por sua vez, em seu artigo 46, par\u00e1grafo \u00fanico, disp\u00f5e:\nArt. 46. Compete \u00e0 OAB fixar e cobrar, de seus inscritos, contribui\u00e7\u00f5es, pre\u00e7os de servi\u00e7os e multas. Par\u00e1grafo \u00fanico. Constitui t\u00edtulo executivo extrajudicial a certid\u00e3o passada pela diretoria do Conselho competente, relativa a cr\u00e9dito previsto neste artigo. (negritamos)\nOutrossim, oportuno consignar que, conforme entendimento pac\u00edfico da jurisprud\u00eancia, a Ordem dos Advogados do Brasil, por ser considerada uma autarquia sui generis, deve perquirir seus cr\u00e9ditos, n\u00e3o por demanda executiva fiscal, mas por meio da competente a\u00e7\u00e3o de execu\u00e7\u00e3o de t\u00edtulo extrajudicial:\nPROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. EXECU\u00c7\u00c3O DE T\u00cdTULO EXTRAJUDICIAL. CR\u00c9DITO REFERENTE A ANUIDADES COBRADAS PELA OAB. PAR\u00c1GRAFO \u00daNICO DO ART. 46 DA LEI N. 8.906/94 C/C O ART. 585, VIII, DO CPC. DESNECESSIDADE DE INSTRU\u00c7\u00c3O DA PETI\u00c7\u00c3O INICIAL COM DOCUMENTOS N\u00c3O PREVISTOS EM LEI. PRECEDENTE. RETORNO DOS AUTOS AO JUIZ DE PRIMEIRO GRAU. 1. A Corte a quo adotou o entendimento no sentido de que o titulo executivo extrajudicial da certid\u00e3o de d\u00e9bitos para a cobran\u00e7a das anuidades da OAB deve seguir os requisitos previstos no inciso II do art. 585 do CPC. Entretanto a hip\u00f3tese em quest\u00e3o se enquadra na disciplina do inciso VIII do mesmo dispositivo legal - o qual estabelece que \"s\u00e3o t\u00edtulos executivos\n4\nSede \u201cPresidente Accioly Neto\u201d Rua Brasilino Moura, 253 - Tel.: (41) 3017-5000 - Fax: (41) 3250-5700 - CEP: 80.540-340 - Curitiba - PR\nwww.oabpr.org.br\n\n\fOrdem dos Advogados do Brasil Se\u00e7\u00e3o do Paran\u00e1\nextrajudiciais todos os t\u00edtulos a que, por disposi\u00e7\u00e3o expressa, a lei atribuir for\u00e7a executiva\". \u00c9 o que ocorreu com a certid\u00e3o passada pela diretoria da OAB, conforme o par\u00e1grafo \u00fanico do art. 46 da Lei n. 8.906/94. 2. A Lei n\u00e3o exigiu a instaura\u00e7\u00e3o de processo administrativo nem a assinatura do devedor para a constitui\u00e7\u00e3o do t\u00edtulo executivo em quest\u00e3o, n\u00e3o cabendo ao int\u00e9rprete da lei acrescentar requisitos por ela n\u00e3o previstos, raz\u00e3o pela qual a certid\u00e3o em quest\u00e3o \u00e9 documento h\u00e1bil a instaurar a execu\u00e7\u00e3o do cr\u00e9dito pleiteado. Precedente. 3. Recurso especial provido para determinar o retorno dos autos ao juiz de primeiro grau para que a execu\u00e7\u00e3o seja recebida e regularmente processada. (REsp 1019515/RS, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 03/03/2009, DJe 25/03/2009) (negritamos)\nPROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. OAB. LEI N. 8.906/94. D\u00c9BITOS RELATIVOS A ANUIDADES. NATUREZA JUR\u00cdDICA. A\u00c7\u00c3O DE EXECU\u00c7\u00c3O. INAPLICABILIDADE DA LEI DE EXECU\u00c7\u00d5ES FISCAIS. 1. A Ordem dos Advogados do Brasil - OAB \u00e9 uma autarquia sui generis e, por conseguinte, diferencia-se das demais entidades que fiscalizam as profiss\u00f5es. 2. \"O t\u00edtulo executivo extrajudicial, referido no art. 46, par\u00e1grafo \u00fanico, da Lei n. 8.906/94, deve ser exigido em execu\u00e7\u00e3o disciplinada pelo C\u00f3digo de Processo Civil, n\u00e3o sendo poss\u00edvel a execu\u00e7\u00e3o fiscal regida pela Lei n. 6.830/80\" (EREsp n. 503.252/SC, relator Ministro Castro Meira). 3. Recurso especial provido. (REsp 447.124/SC, Rel. Ministro JO\u00c3O OT\u00c1VIO DE NORONHA, SEGUNDA TURMA, julgado em 04/05/2006, DJ 28/06/2006, p. 230) (negritamos)\nAssim, diante do que disp\u00f5e a pac\u00edfica jurisprud\u00eancia do Superior Tribunal de Justi\u00e7a, bem como ante a disciplina do par\u00e1grafo \u00fanico\n5\nSede \u201cPresidente Accioly Neto\u201d Rua Brasilino Moura, 253 - Tel.: (41) 3017-5000 - Fax: (41) 3250-5700 - CEP: 80.540-340 - Curitiba - PR\nwww.oabpr.org.br\n\n\fOrdem dos Advogados do Brasil Se\u00e7\u00e3o do Paran\u00e1\ndo artigo 46 da Lei 8.906/94, a cobran\u00e7a de contribui\u00e7\u00f5es, pre\u00e7os de servi\u00e7o e multas devidas \u00e0 OAB, deve ser realizada mediante a proposi\u00e7\u00e3o da competente a\u00e7\u00e3o de execu\u00e7\u00e3o de t\u00edtulo extrajudicial.\n3. DA D\u00cdVIDA EXEQUENDA\nO (A) executado (a), que possui inscri\u00e7\u00e3o perante a Ordem dos Advogados do Brasil \u2013 Se\u00e7\u00e3o do Paran\u00e1 sob o n.\u00ba 16919 atualmente SUSPENSO - encontra-se em d\u00e9bito para com a Tesouraria deste Conselho Seccional, na import\u00e2ncia de R$ 4.562,61 (quatro mil, quinhentos e sessenta e dois reais e sessenta e um centavos) (cf. certid\u00e3o anexa).\nCumpre esclarecer que o valor cobrado corresponde \u00e0s obriga\u00e7\u00f5es devidas \u00e0 este \u00d3rg\u00e3o de Classe, referentes ao(s) ano(s) de 2009, 2010, 2011, 2012 e 2013.\nDiante do exposto, bem como considerando que n\u00e3o foi poss\u00edvel estabelecer nenhuma solu\u00e7\u00e3o extrajudicial amig\u00e1vel com o (a) executado (a) no que concerne a cobran\u00e7a dos valores acima mencionados, a medida coercitiva que se imp\u00f5e \u00e9 a propositura da presente execu\u00e7\u00e3o de t\u00edtulo extrajudicial nos termos do art. 46, par\u00e1grafo \u00fanico, da Lei 8.906/94 e demais disposi\u00e7\u00f5es legais aplic\u00e1veis \u00e0 esp\u00e9cie.\n6\nSede \u201cPresidente Accioly Neto\u201d Rua Brasilino Moura, 253 - Tel.: (41) 3017-5000 - Fax: (41) 3250-5700 - CEP: 80.540-340 - Curitiba - PR\nwww.oabpr.org.br\n\n\fOrdem dos Advogados do Brasil Se\u00e7\u00e3o do Paran\u00e1\n4. DO PEDIDO\nIsto posto, requer a exeq\u00fcente a cita\u00e7\u00e3o pessoal do (a) devedor (a), para que, em 03 (tr\u00eas) dias, efetue o pagamento da import\u00e2ncia correspondente ao seu d\u00e9bito ou nomeie bens \u00e0 penhora, sob pena de se n\u00e3o o fizer, serem penhorados tantos bens quantos bastem \u00e0 satisfa\u00e7\u00e3o do principal e acess\u00f3rio, custas e honor\u00e1rios advocat\u00edcios, seguindo a execu\u00e7\u00e3o at\u00e9 a total satisfa\u00e7\u00e3o da pretens\u00e3o deduzida (art. 652 e seguintes do CPC com reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n\u00ba 11.382/2006).\nD\u00e1-se \u00e0 presente a\u00e7\u00e3o o valor de R$ 4.562,61.\nTermos em que, Pede deferimento.\nCuritiba, sexta-feira, 3 de janeiro de 2014.\n\nAmanda Busetti Mori Santos OAB/PR 53.393\n\nAndrey Salmazo Poubel OAB/PR 36.458\n\n7\nSede \u201cPresidente Accioly Neto\u201d Rua Brasilino Moura, 253 - Tel.: (41) 3017-5000 - Fax: (41) 3250-5700 - CEP: 80.540-340 - Curitiba - PR\nwww.oabpr.org.br\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 2 (C\u00edvel) - IdDocumentoCompleto: 5074319-60.2014.4.04.7000-701415723941438830060000000006", "text": "Ordem dos Advogados do Brasil Se\u00e7\u00e3o do Paran\u00e1\nEXCELENT\u00cdSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA _____ VARA FEDERAL DA SUBSE\u00c7\u00c3O JUDICI\u00c1RIA DE CURITIBA \u2013 SE\u00c7\u00c3O JUDICI\u00c1RIA DO PARAN\u00c1\nA ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL - SECCIONAL DO ESTADO DO PARAN\u00c1, servi\u00e7o p\u00fablico federal independente, com personalidade jur\u00eddica regulamentada pela Lei n.\u00ba 8.906/94, situada \u00e0 Rua Brasilino Moura, n.\u00ba 253, Curitiba, Paran\u00e1, atrav\u00e9s de sua procuradoria judicial ao final subscrita, conforme instrumento de mandato em anexo vem, respeitosamente, perante Vossa Excel\u00eancia, com fundamento na Lei 8.906/94 e nos artigos 566 e seguintes do C\u00f3digo de Processo Civil, propor a presente:\nEXECU\u00c7\u00c3O DE T\u00cdTULO EXTRAJUDICIAL\nem face do (a) advogado (a), ALCIR PASSARELLO, portador (a) da c\u00e9dula de identidade sob n.\u00ba 6.936.876-0, inscrito (a) no CPF/MF sob n.\u00ba 034.664.808-41, inscrito (a) na OAB/PR sob n.\u00ba 20189, com endere\u00e7o residencial \u00e0 Avenida Da Integra\u00e7\u00e3o, n\u00ba 1939 , Bairro Alto, Curitiba/Pr, CEP 82.840-290, e endere\u00e7o profissional desconhecido, pelas raz\u00f5es que passa a expor:\n1\nSede \u201cPresidente Accioly Neto\u201d Rua Brasilino Moura, 253 - Tel.: (41) 3017-5000 - Fax: (41) 3250-5700 - CEP: 80.540-340 - Curitiba - PR\nwww.oabpr.org.br\n\n\fOrdem dos Advogados do Brasil Se\u00e7\u00e3o do Paran\u00e1\n1. DA COMPET\u00caNCIA DA JUSTI\u00c7A FEDERAL\nConforme entendimento j\u00e1 consolidado pelo Superior Tribunal de Justi\u00e7a, a compet\u00eancia para apreciar as demandas em que a Ordem dos Advogados do Brasil figura como parte \u00e9 da Justi\u00e7a Federal. \u00c9 o que se depreende das decis\u00f5es abaixo colacionadas:\nAGRAVO REGIMENTAL. CONFLITO NEGATIVO DE COMPET\u00caNCIA. JUSTI\u00c7A FEDERAL E JUSTI\u00c7A ESTADUAL. REINTEGRA\u00c7\u00c3O DE POSSE. OAB. COMPET\u00caNCIA DA JUSTI\u00c7A FEDERAL MESMO AP\u00d3S O JULGAMENTO DA ADIN N.\u00ba 3.026/DF. 1. Mesmo ap\u00f3s o julgamento da ADIn n.\u00ba 3.026/DF pelo STF, em 2006, no qual se afirmou n\u00e3o ser a OAB autarquia ou entidade vinculada \u00e0 administra\u00e7\u00e3o p\u00fablica federal, persiste a compet\u00eancia da Justi\u00e7a Federal para o julgamento das causas em que sejam parte a OAB ou \u00f3rg\u00e3o a ela vinculado. 2. Precedentes do STJ anteriores e posteriores ao julgamento da ADIn n.\u00ba 3.026/DF. 3. AGRAVO REGIMENTAL N\u00c3O PROVIDO. (AgRg no CC 119.091/SP, Rel. Ministro PAULO DE TARSO SANSEVERINO, SEGUNDA SE\u00c7\u00c3O, julgado em 08/05/2013, DJe 14/05/2013) (negritamos)\nADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. AUS\u00caNCIA DE VIOLA\u00c7\u00c3O DO ART. 535 DO CPC. MANDADO DE SEGURAN\u00c7A CONTRA PRESIDENTE DE SUBSE\u00c7\u00c3O DA OAB.COMPET\u00caNCIA. JUSTI\u00c7A FEDERAL. 1. Em regra, a compet\u00eancia para o processamento do mandado de seguran\u00e7a \u00e9 identificada perquirindo-se a natureza da autoridade impetrada. Se for autoridade federal, a compet\u00eancia ser\u00e1 da Justi\u00e7a Federal; se estadual, do Poder Judici\u00e1rio estadual. 2. H\u00e1 situa\u00e7\u00f5es em que a autoridade apontada como coatora exerce fun\u00e7\u00f5es em entidades que, ou s\u00e3o de direito privado, ou n\u00e3o integram os quadros da administra\u00e7\u00e3o p\u00fablica\n2\nSede \u201cPresidente Accioly Neto\u201d Rua Brasilino Moura, 253 - Tel.: (41) 3017-5000 - Fax: (41) 3250-5700 - CEP: 80.540-340 - Curitiba - PR\nwww.oabpr.org.br\n\n\fOrdem dos Advogados do Brasil Se\u00e7\u00e3o do Paran\u00e1\ndireta ou indireta. No caso da OAB, o STF entende que se trata de um servi\u00e7o p\u00fablico independente, categoria \u00fanica no elenco das personalidades jur\u00eddicas existentes no direito brasileiro. 3. Nesse contexto, a natureza da pessoa jur\u00eddica n\u00e3o ser\u00e1 o elemento chave para a identifica\u00e7\u00e3o da compet\u00eancia para o processamento do mandado de seguran\u00e7a. O que dever\u00e1 ser observado, nessas situa\u00e7\u00f5es, \u00e9 a origem da fun\u00e7\u00e3o que foi delegada \u00e0 autoridade. 4. As fun\u00e7\u00f5es atribu\u00eddas \u00e0 OAB pelo art. 44, I e II, da Lei n.8.906/94 possuem natureza federal. N\u00e3o h\u00e1 como conceber que a defesa do Estado Democr\u00e1tico de Direito, dos Direitos Fundamentais, a regula\u00e7\u00e3o da atividade profissional dos advogados, dentre outras, constituam atribui\u00e7\u00f5es delegadas pelos Estados Membros. 5. Portanto, o presidente da seccional da OAB exerce fun\u00e7\u00e3o delegada federal, motivo pelo qual a compet\u00eancia para o julgamento do mandado de seguran\u00e7a contra ele impetrado \u00e9 da Justi\u00e7a Federal. Precedente: (EREsp 235.723/SP, Rel. Min. Fontes de Alencar, Corte Especial, julgado em 23.10.2003, DJ 16.8.2004, p. 118.) Agravo regimental improvido. (AgRg no REsp 1255052/AP, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 06/11/2012, DJe 14/11/2012) (negritamos)\nTem-se, portanto, a ineg\u00e1vel compet\u00eancia deste Ju\u00edzo para conhecer e processar a presente a\u00e7\u00e3o de execu\u00e7\u00e3o de t\u00edtulo extrajudicial.\n2. DO T\u00cdTULO EXECUTIVO EXTRAJUDICIAL\nO C\u00f3digo de Processo Civil, em seu artigo 585, inciso VIII disciplina que s\u00e3o t\u00edtulos executivos todos aqueles que \u201cpor disposi\u00e7\u00e3o expressa, a lei atribuir for\u00e7a executiva\u201d.\n3\nSede \u201cPresidente Accioly Neto\u201d Rua Brasilino Moura, 253 - Tel.: (41) 3017-5000 - Fax: (41) 3250-5700 - CEP: 80.540-340 - Curitiba - PR\nwww.oabpr.org.br\n\n\fOrdem dos Advogados do Brasil Se\u00e7\u00e3o do Paran\u00e1\nO Estatuto da Advocacia e da OAB - Lei 8.906/94 - por sua vez, em seu artigo 46, par\u00e1grafo \u00fanico, disp\u00f5e:\nArt. 46. Compete \u00e0 OAB fixar e cobrar, de seus inscritos, contribui\u00e7\u00f5es, pre\u00e7os de servi\u00e7os e multas. Par\u00e1grafo \u00fanico. Constitui t\u00edtulo executivo extrajudicial a certid\u00e3o passada pela diretoria do Conselho competente, relativa a cr\u00e9dito previsto neste artigo. (negritamos)\nOutrossim, oportuno consignar que, conforme entendimento pac\u00edfico da jurisprud\u00eancia, a Ordem dos Advogados do Brasil, por ser considerada uma autarquia sui generis, deve perquirir seus cr\u00e9ditos, n\u00e3o por demanda executiva fiscal, mas por meio da competente a\u00e7\u00e3o de execu\u00e7\u00e3o de t\u00edtulo extrajudicial:\nPROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. EXECU\u00c7\u00c3O DE T\u00cdTULO EXTRAJUDICIAL. CR\u00c9DITO REFERENTE A ANUIDADES COBRADAS PELA OAB. PAR\u00c1GRAFO \u00daNICO DO ART. 46 DA LEI N. 8.906/94 C/C O ART. 585, VIII, DO CPC. DESNECESSIDADE DE INSTRU\u00c7\u00c3O DA PETI\u00c7\u00c3O INICIAL COM DOCUMENTOS N\u00c3O PREVISTOS EM LEI. PRECEDENTE. RETORNO DOS AUTOS AO JUIZ DE PRIMEIRO GRAU. 1. A Corte a quo adotou o entendimento no sentido de que o titulo executivo extrajudicial da certid\u00e3o de d\u00e9bitos para a cobran\u00e7a das anuidades da OAB deve seguir os requisitos previstos no inciso II do art. 585 do CPC. Entretanto a hip\u00f3tese em quest\u00e3o se enquadra na disciplina do inciso VIII do mesmo dispositivo legal - o qual estabelece que \"s\u00e3o t\u00edtulos executivos extrajudiciais todos os t\u00edtulos a que, por disposi\u00e7\u00e3o expressa, a lei atribuir for\u00e7a executiva\". \u00c9 o que ocorreu com a certid\u00e3o passada\n4\nSede \u201cPresidente Accioly Neto\u201d Rua Brasilino Moura, 253 - Tel.: (41) 3017-5000 - Fax: (41) 3250-5700 - CEP: 80.540-340 - Curitiba - PR\nwww.oabpr.org.br\n\n\fOrdem dos Advogados do Brasil Se\u00e7\u00e3o do Paran\u00e1\npela diretoria da OAB, conforme o par\u00e1grafo \u00fanico do art. 46 da Lei n. 8.906/94. 2. A Lei n\u00e3o exigiu a instaura\u00e7\u00e3o de processo administrativo nem a assinatura do devedor para a constitui\u00e7\u00e3o do t\u00edtulo executivo em quest\u00e3o, n\u00e3o cabendo ao int\u00e9rprete da lei acrescentar requisitos por ela n\u00e3o previstos, raz\u00e3o pela qual a certid\u00e3o em quest\u00e3o \u00e9 documento h\u00e1bil a instaurar a execu\u00e7\u00e3o do cr\u00e9dito pleiteado. Precedente. 3. Recurso especial provido para determinar o retorno dos autos ao juiz de primeiro grau para que a execu\u00e7\u00e3o seja recebida e regularmente processada. (REsp 1019515/RS, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 03/03/2009, DJe 25/03/2009) (negritamos)\nPROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. OAB. LEI N. 8.906/94. D\u00c9BITOS RELATIVOS A ANUIDADES. NATUREZA JUR\u00cdDICA. A\u00c7\u00c3O DE EXECU\u00c7\u00c3O. INAPLICABILIDADE DA LEI DE EXECU\u00c7\u00d5ES FISCAIS. 1. A Ordem dos Advogados do Brasil - OAB \u00e9 uma autarquia sui generis e, por conseguinte, diferencia-se das demais entidades que fiscalizam as profiss\u00f5es. 2. \"O t\u00edtulo executivo extrajudicial, referido no art. 46, par\u00e1grafo \u00fanico, da Lei n. 8.906/94, deve ser exigido em execu\u00e7\u00e3o disciplinada pelo C\u00f3digo de Processo Civil, n\u00e3o sendo poss\u00edvel a execu\u00e7\u00e3o fiscal regida pela Lei n. 6.830/80\" (EREsp n. 503.252/SC, relator Ministro Castro Meira). 3. Recurso especial provido. (REsp 447.124/SC, Rel. Ministro JO\u00c3O OT\u00c1VIO DE NORONHA, SEGUNDA TURMA, julgado em 04/05/2006, DJ 28/06/2006, p. 230) (negritamos)\nAssim, diante do que disp\u00f5e a pac\u00edfica jurisprud\u00eancia do Superior Tribunal de Justi\u00e7a, bem como ante a disciplina do par\u00e1grafo \u00fanico do artigo 46 da Lei 8.906/94, a cobran\u00e7a de contribui\u00e7\u00f5es, pre\u00e7os de servi\u00e7o e multas devidas \u00e0 OAB, deve ser realizada mediante a proposi\u00e7\u00e3o da\n5\nSede \u201cPresidente Accioly Neto\u201d Rua Brasilino Moura, 253 - Tel.: (41) 3017-5000 - Fax: (41) 3250-5700 - CEP: 80.540-340 - Curitiba - PR\nwww.oabpr.org.br\n\n\fOrdem dos Advogados do Brasil Se\u00e7\u00e3o do Paran\u00e1\ncompetente a\u00e7\u00e3o de execu\u00e7\u00e3o de t\u00edtulo extrajudicial.\n3. DA D\u00cdVIDA EXEQUENDA\nO (A) executado (a), que possui inscri\u00e7\u00e3o perante a Ordem dos Advogados do Brasil \u2013 Se\u00e7\u00e3o do Paran\u00e1 sob o n.\u00ba 20189 atualmente SUSPENSO - encontra-se em d\u00e9bito para com a Tesouraria deste Conselho Seccional, na import\u00e2ncia de R$ 4.909,88 (quatro mil, novecentos e nove reais e oitenta e oito centavos) (cf. certid\u00e3o anexa).\nCumpre esclarecer que o valor cobrado corresponde \u00e0s obriga\u00e7\u00f5es devidas \u00e0 este \u00d3rg\u00e3o de Classe, referentes ao(s) ano(s) de 2009, 2010, 2011, 2012 e 2013.\nDiante do exposto, bem como considerando que n\u00e3o foi poss\u00edvel estabelecer nenhuma solu\u00e7\u00e3o extrajudicial amig\u00e1vel com o (a) executado (a) no que concerne a cobran\u00e7a dos valores acima mencionados, a medida coercitiva que se imp\u00f5e \u00e9 a propositura da presente execu\u00e7\u00e3o de t\u00edtulo extrajudicial nos termos do art. 46, par\u00e1grafo \u00fanico, da Lei 8.906/94 e demais disposi\u00e7\u00f5es legais aplic\u00e1veis \u00e0 esp\u00e9cie.\n4. DO PEDIDO\n6\nSede \u201cPresidente Accioly Neto\u201d Rua Brasilino Moura, 253 - Tel.: (41) 3017-5000 - Fax: (41) 3250-5700 - CEP: 80.540-340 - Curitiba - PR\nwww.oabpr.org.br\n\n\fOrdem dos Advogados do Brasil Se\u00e7\u00e3o do Paran\u00e1\nIsto posto, requer a exeq\u00fcente a cita\u00e7\u00e3o pessoal do (a) devedor (a), para que, em 03 (tr\u00eas) dias, efetue o pagamento da import\u00e2ncia correspondente ao seu d\u00e9bito ou nomeie bens \u00e0 penhora, sob pena de se n\u00e3o o fizer, serem penhorados tantos bens quantos bastem \u00e0 satisfa\u00e7\u00e3o do principal e acess\u00f3rio, custas e honor\u00e1rios advocat\u00edcios, seguindo a execu\u00e7\u00e3o at\u00e9 a total satisfa\u00e7\u00e3o da pretens\u00e3o deduzida (art. 652 e seguintes do CPC com reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n\u00ba 11.382/2006).\nD\u00e1-se \u00e0 presente a\u00e7\u00e3o o valor de R$ 4.909,88.\nTermos em que, Pede deferimento.\nCuritiba, quarta-feira, 5 de novembro de 2014.\n\nAmanda Busetti Mori Santos OAB/PR 53.393\n\nAndrey Salmazo Poubel OAB/PR 36.458\n\n7\nSede \u201cPresidente Accioly Neto\u201d Rua Brasilino Moura, 253 - Tel.: (41) 3017-5000 - Fax: (41) 3250-5700 - CEP: 80.540-340 - Curitiba - PR\nwww.oabpr.org.br\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 3 (C\u00edvel) - IdDocumentoCompleto: 5003050-19.2014.4.04.7013-701405598942253160060000000115", "text": "Ordem dos Advogados do Brasil Se\u00e7\u00e3o do Paran\u00e1\nEXCELENT\u00cdSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA _____ VARA FEDERAL DA SUBSE\u00c7\u00c3O JUDICI\u00c1RIA DE JACAREZINHO \u2013 SE\u00c7\u00c3O JUDICI\u00c1RIA DO PARAN\u00c1\nA ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL - SECCIONAL DO ESTADO DO PARAN\u00c1, servi\u00e7o p\u00fablico federal independente, com personalidade jur\u00eddica regulamentada pela Lei n.\u00ba 8.906/94, situada \u00e0 Rua Brasilino Moura, n.\u00ba 253, Curitiba, Paran\u00e1, atrav\u00e9s de sua procuradoria judicial ao final subscrita, conforme instrumento de mandato em anexo vem, respeitosamente, perante Vossa Excel\u00eancia, com fundamento na Lei 8.906/94 e nos artigos 566 e seguintes do C\u00f3digo de Processo Civil, propor a presente:\nEXECU\u00c7\u00c3O DE T\u00cdTULO EXTRAJUDICIAL\nem face do (a) advogado (a), LEONILDO ORTEGA BERGAMASCHI, portador (a) da c\u00e9dula de identidade sob n.\u00ba DESCONHECIDO, inscrito (a) no CPF/MF sob n.\u00ba 035.033.428-50, inscrito (a) na OAB/PR sob n.\u00ba 09582, com endere\u00e7o residencial \u00e0 Avenida Senador Souza Naves, 422, Joaquim T\u00e1vora/PR, CEP 86.550-000, e endere\u00e7o profissional desconhecido, pelas raz\u00f5es que passa a expor:\n1\nSede \u201cPresidente Accioly Neto\u201d Rua Brasilino Moura, 253 - Tel.: (41) 3017-5000 - Fax: (41) 3250-5700 - CEP: 80.540-340 - Curitiba - PR\nwww.oabpr.org.br\n\n\fOrdem dos Advogados do Brasil Se\u00e7\u00e3o do Paran\u00e1\n1. DA COMPET\u00caNCIA DA JUSTI\u00c7A FEDERAL\nConforme entendimento j\u00e1 consolidado pelo Superior Tribunal de Justi\u00e7a, a compet\u00eancia para apreciar as demandas em que a Ordem dos Advogados do Brasil figura como parte \u00e9 da Justi\u00e7a Federal. \u00c9 o que se depreende das decis\u00f5es abaixo colacionadas:\nAGRAVO REGIMENTAL. CONFLITO NEGATIVO DE COMPET\u00caNCIA. JUSTI\u00c7A FEDERAL E JUSTI\u00c7A ESTADUAL. REINTEGRA\u00c7\u00c3O DE POSSE. OAB. COMPET\u00caNCIA DA JUSTI\u00c7A FEDERAL MESMO AP\u00d3S O JULGAMENTO DA ADIN N.\u00ba 3.026/DF. 1. Mesmo ap\u00f3s o julgamento da ADIn n.\u00ba 3.026/DF pelo STF, em 2006, no qual se afirmou n\u00e3o ser a OAB autarquia ou entidade vinculada \u00e0 administra\u00e7\u00e3o p\u00fablica federal, persiste a compet\u00eancia da Justi\u00e7a Federal para o julgamento das causas em que sejam parte a OAB ou \u00f3rg\u00e3o a ela vinculado. 2. Precedentes do STJ anteriores e posteriores ao julgamento da ADIn n.\u00ba 3.026/DF. 3. AGRAVO REGIMENTAL N\u00c3O PROVIDO. (AgRg no CC 119.091/SP, Rel. Ministro PAULO DE TARSO SANSEVERINO, SEGUNDA SE\u00c7\u00c3O, julgado em 08/05/2013, DJe 14/05/2013) (negritamos)\nADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. AUS\u00caNCIA DE VIOLA\u00c7\u00c3O DO ART. 535 DO CPC. MANDADO DE SEGURAN\u00c7A CONTRA PRESIDENTE DE SUBSE\u00c7\u00c3O DA OAB.COMPET\u00caNCIA. JUSTI\u00c7A FEDERAL. 1. Em regra, a compet\u00eancia para o processamento do mandado de seguran\u00e7a \u00e9 identificada perquirindo-se a natureza da autoridade impetrada. Se for autoridade federal, a compet\u00eancia ser\u00e1 da Justi\u00e7a Federal; se estadual, do Poder Judici\u00e1rio estadual. 2. H\u00e1 situa\u00e7\u00f5es em que a autoridade apontada como coatora exerce fun\u00e7\u00f5es em entidades que, ou s\u00e3o de direito privado, ou n\u00e3o integram os quadros da administra\u00e7\u00e3o p\u00fablica\n2\nSede \u201cPresidente Accioly Neto\u201d Rua Brasilino Moura, 253 - Tel.: (41) 3017-5000 - Fax: (41) 3250-5700 - CEP: 80.540-340 - Curitiba - PR\nwww.oabpr.org.br\n\n\fOrdem dos Advogados do Brasil Se\u00e7\u00e3o do Paran\u00e1\ndireta ou indireta. No caso da OAB, o STF entende que se trata de um servi\u00e7o p\u00fablico independente, categoria \u00fanica no elenco das personalidades jur\u00eddicas existentes no direito brasileiro. 3. Nesse contexto, a natureza da pessoa jur\u00eddica n\u00e3o ser\u00e1 o elemento chave para a identifica\u00e7\u00e3o da compet\u00eancia para o processamento do mandado de seguran\u00e7a. O que dever\u00e1 ser observado, nessas situa\u00e7\u00f5es, \u00e9 a origem da fun\u00e7\u00e3o que foi delegada \u00e0 autoridade. 4. As fun\u00e7\u00f5es atribu\u00eddas \u00e0 OAB pelo art. 44, I e II, da Lei n.8.906/94 possuem natureza federal. N\u00e3o h\u00e1 como conceber que a defesa do Estado Democr\u00e1tico de Direito, dos Direitos Fundamentais, a regula\u00e7\u00e3o da atividade profissional dos advogados, dentre outras, constituam atribui\u00e7\u00f5es delegadas pelos Estados Membros. 5. Portanto, o presidente da seccional da OAB exerce fun\u00e7\u00e3o delegada federal, motivo pelo qual a compet\u00eancia para o julgamento do mandado de seguran\u00e7a contra ele impetrado \u00e9 da Justi\u00e7a Federal. Precedente: (EREsp 235.723/SP, Rel. Min. Fontes de Alencar, Corte Especial, julgado em 23.10.2003, DJ 16.8.2004, p. 118.) Agravo regimental improvido. (AgRg no REsp 1255052/AP, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 06/11/2012, DJe 14/11/2012) (negritamos)\nTem-se, portanto, a ineg\u00e1vel compet\u00eancia deste Ju\u00edzo para conhecer e processar a presente a\u00e7\u00e3o de execu\u00e7\u00e3o de t\u00edtulo extrajudicial.\n2. DO T\u00cdTULO EXECUTIVO EXTRAJUDICIAL\nO C\u00f3digo de Processo Civil, em seu artigo 585, inciso VIII disciplina que s\u00e3o t\u00edtulos executivos todos aqueles que \u201cpor disposi\u00e7\u00e3o expressa, a lei atribuir for\u00e7a executiva\u201d.\n3\nSede \u201cPresidente Accioly Neto\u201d Rua Brasilino Moura, 253 - Tel.: (41) 3017-5000 - Fax: (41) 3250-5700 - CEP: 80.540-340 - Curitiba - PR\nwww.oabpr.org.br\n\n\fOrdem dos Advogados do Brasil Se\u00e7\u00e3o do Paran\u00e1\nO Estatuto da Advocacia e da OAB - Lei 8.906/94 - por sua vez, em seu artigo 46, par\u00e1grafo \u00fanico, disp\u00f5e:\nArt. 46. Compete \u00e0 OAB fixar e cobrar, de seus inscritos, contribui\u00e7\u00f5es, pre\u00e7os de servi\u00e7os e multas. Par\u00e1grafo \u00fanico. Constitui t\u00edtulo executivo extrajudicial a certid\u00e3o passada pela diretoria do Conselho competente, relativa a cr\u00e9dito previsto neste artigo. (negritamos)\nOutrossim, oportuno consignar que, conforme entendimento pac\u00edfico da jurisprud\u00eancia, a Ordem dos Advogados do Brasil, por ser considerada uma autarquia sui generis, deve perquirir seus cr\u00e9ditos, n\u00e3o por demanda executiva fiscal, mas por meio da competente a\u00e7\u00e3o de execu\u00e7\u00e3o de t\u00edtulo extrajudicial:\nPROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. EXECU\u00c7\u00c3O DE T\u00cdTULO EXTRAJUDICIAL. CR\u00c9DITO REFERENTE A ANUIDADES COBRADAS PELA OAB. PAR\u00c1GRAFO \u00daNICO DO ART. 46 DA LEI N. 8.906/94 C/C O ART. 585, VIII, DO CPC. DESNECESSIDADE DE INSTRU\u00c7\u00c3O DA PETI\u00c7\u00c3O INICIAL COM DOCUMENTOS N\u00c3O PREVISTOS EM LEI. PRECEDENTE. RETORNO DOS AUTOS AO JUIZ DE PRIMEIRO GRAU. 1. A Corte a quo adotou o entendimento no sentido de que o titulo executivo extrajudicial da certid\u00e3o de d\u00e9bitos para a cobran\u00e7a das anuidades da OAB deve seguir os requisitos previstos no inciso II do art. 585 do CPC. Entretanto a hip\u00f3tese em quest\u00e3o se enquadra na disciplina do inciso VIII do mesmo dispositivo legal - o qual estabelece que \"s\u00e3o t\u00edtulos executivos\n4\nSede \u201cPresidente Accioly Neto\u201d Rua Brasilino Moura, 253 - Tel.: (41) 3017-5000 - Fax: (41) 3250-5700 - CEP: 80.540-340 - Curitiba - PR\nwww.oabpr.org.br\n\n\fOrdem dos Advogados do Brasil Se\u00e7\u00e3o do Paran\u00e1\nextrajudiciais todos os t\u00edtulos a que, por disposi\u00e7\u00e3o expressa, a lei atribuir for\u00e7a executiva\". \u00c9 o que ocorreu com a certid\u00e3o passada pela diretoria da OAB, conforme o par\u00e1grafo \u00fanico do art. 46 da Lei n. 8.906/94. 2. A Lei n\u00e3o exigiu a instaura\u00e7\u00e3o de processo administrativo nem a assinatura do devedor para a constitui\u00e7\u00e3o do t\u00edtulo executivo em quest\u00e3o, n\u00e3o cabendo ao int\u00e9rprete da lei acrescentar requisitos por ela n\u00e3o previstos, raz\u00e3o pela qual a certid\u00e3o em quest\u00e3o \u00e9 documento h\u00e1bil a instaurar a execu\u00e7\u00e3o do cr\u00e9dito pleiteado. Precedente. 3. Recurso especial provido para determinar o retorno dos autos ao juiz de primeiro grau para que a execu\u00e7\u00e3o seja recebida e regularmente processada. (REsp 1019515/RS, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 03/03/2009, DJe 25/03/2009) (negritamos)\nPROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. OAB. LEI N. 8.906/94. D\u00c9BITOS RELATIVOS A ANUIDADES. NATUREZA JUR\u00cdDICA. A\u00c7\u00c3O DE EXECU\u00c7\u00c3O. INAPLICABILIDADE DA LEI DE EXECU\u00c7\u00d5ES FISCAIS. 1. A Ordem dos Advogados do Brasil - OAB \u00e9 uma autarquia sui generis e, por conseguinte, diferencia-se das demais entidades que fiscalizam as profiss\u00f5es. 2. \"O t\u00edtulo executivo extrajudicial, referido no art. 46, par\u00e1grafo \u00fanico, da Lei n. 8.906/94, deve ser exigido em execu\u00e7\u00e3o disciplinada pelo C\u00f3digo de Processo Civil, n\u00e3o sendo poss\u00edvel a execu\u00e7\u00e3o fiscal regida pela Lei n. 6.830/80\" (EREsp n. 503.252/SC, relator Ministro Castro Meira). 3. Recurso especial provido. (REsp 447.124/SC, Rel. Ministro JO\u00c3O OT\u00c1VIO DE NORONHA, SEGUNDA TURMA, julgado em 04/05/2006, DJ 28/06/2006, p. 230) (negritamos)\nAssim, diante do que disp\u00f5e a pac\u00edfica jurisprud\u00eancia do Superior Tribunal de Justi\u00e7a, bem como ante a disciplina do par\u00e1grafo \u00fanico\n5\nSede \u201cPresidente Accioly Neto\u201d Rua Brasilino Moura, 253 - Tel.: (41) 3017-5000 - Fax: (41) 3250-5700 - CEP: 80.540-340 - Curitiba - PR\nwww.oabpr.org.br\n\n\fOrdem dos Advogados do Brasil Se\u00e7\u00e3o do Paran\u00e1\ndo artigo 46 da Lei 8.906/94, a cobran\u00e7a de contribui\u00e7\u00f5es, pre\u00e7os de servi\u00e7o e multas devidas \u00e0 OAB, deve ser realizada mediante a proposi\u00e7\u00e3o da competente a\u00e7\u00e3o de execu\u00e7\u00e3o de t\u00edtulo extrajudicial.\n3. DA D\u00cdVIDA EXEQUENDA\nO (A) executado (a), que possui inscri\u00e7\u00e3o perante a Ordem dos Advogados do Brasil \u2013 Se\u00e7\u00e3o do Paran\u00e1 sob o n.\u00ba 09582 atualmente SUSPENSO - encontra-se em d\u00e9bito para com a Tesouraria deste Conselho Seccional, na import\u00e2ncia de R$ 4.770,97 (quatro mil, setecentos e setenta reais e noventa e sete centavos) (cf. certid\u00e3o anexa).\nCumpre esclarecer que o valor cobrado corresponde \u00e0s obriga\u00e7\u00f5es devidas \u00e0 este \u00d3rg\u00e3o de Classe, referentes ao(s) ano(s) de 2009, 2010, 2011, 2012 e 2013.\nDiante do exposto, bem como considerando que n\u00e3o foi poss\u00edvel estabelecer nenhuma solu\u00e7\u00e3o extrajudicial amig\u00e1vel com o (a) executado (a) no que concerne a cobran\u00e7a dos valores acima mencionados, a medida coercitiva que se imp\u00f5e \u00e9 a propositura da presente execu\u00e7\u00e3o de t\u00edtulo extrajudicial nos termos do art. 46, par\u00e1grafo \u00fanico, da Lei 8.906/94 e demais disposi\u00e7\u00f5es legais aplic\u00e1veis \u00e0 esp\u00e9cie.\n6\nSede \u201cPresidente Accioly Neto\u201d Rua Brasilino Moura, 253 - Tel.: (41) 3017-5000 - Fax: (41) 3250-5700 - CEP: 80.540-340 - Curitiba - PR\nwww.oabpr.org.br\n\n\fOrdem dos Advogados do Brasil Se\u00e7\u00e3o do Paran\u00e1\n4. DO PEDIDO\nIsto posto, requer a exeq\u00fcente a cita\u00e7\u00e3o pessoal do (a) devedor (a), para que, em 03 (tr\u00eas) dias, efetue o pagamento da import\u00e2ncia correspondente ao seu d\u00e9bito ou nomeie bens \u00e0 penhora, sob pena de se n\u00e3o o fizer, serem penhorados tantos bens quantos bastem \u00e0 satisfa\u00e7\u00e3o do principal e acess\u00f3rio, custas e honor\u00e1rios advocat\u00edcios, seguindo a execu\u00e7\u00e3o at\u00e9 a total satisfa\u00e7\u00e3o da pretens\u00e3o deduzida (art. 652 e seguintes do CPC com reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n\u00ba 11.382/2006).\nD\u00e1-se \u00e0 presente a\u00e7\u00e3o o valor de R$ 4.770,97.\nTermos em que, Pede deferimento.\nCuritiba, sexta-feira, 20 de junho de 2014.\n\nAmanda Busetti Mori Santos OAB/PR 53.393\n\nAndrey Salmazo Poubel OAB/PR 36.458\n\n7\nSede \u201cPresidente Accioly Neto\u201d Rua Brasilino Moura, 253 - Tel.: (41) 3017-5000 - Fax: (41) 3250-5700 - CEP: 80.540-340 - Curitiba - PR\nwww.oabpr.org.br\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 4 (C\u00edvel) - IdDocumentoCompleto: 5004331-34.2014.4.04.7005-701397663386454100050000000001", "text": "Ordem dos Advogados do Brasil Se\u00e7\u00e3o do Paran\u00e1\nEXCELENT\u00cdSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA _____ VARA FEDERAL DA SUBSE\u00c7\u00c3O JUDICI\u00c1RIA DE CASCAVEL \u2013 SE\u00c7\u00c3O JUDICI\u00c1RIA DO PARAN\u00c1\nA ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL - SECCIONAL DO ESTADO DO PARAN\u00c1, servi\u00e7o p\u00fablico federal independente, com personalidade jur\u00eddica regulamentada pela Lei n.\u00ba 8.906/94, situada \u00e0 Rua Brasilino Moura, n.\u00ba 253, Curitiba, Paran\u00e1, atrav\u00e9s de sua procuradoria judicial ao final subscrita, conforme instrumento de mandato em anexo vem, respeitosamente, perante Vossa Excel\u00eancia, com fundamento na Lei 8.906/94 e nos artigos 566 e seguintes do C\u00f3digo de Processo Civil, propor a presente:\nEXECU\u00c7\u00c3O DE T\u00cdTULO EXTRAJUDICIAL\nem face do (a) advogado (a), WILSON DE ASSIS FERREIRA LOPES, portador (a) da c\u00e9dula de identidade sob n.\u00ba DESCONHECIDO, inscrito (a) no CPF/MF sob n.\u00ba 00443190020, inscrito (a) na OAB/PR sob n.\u00ba 04726, com endere\u00e7o residencial \u00e0 R. SANTA CATARINA, 853 , CASCAVEL PR, CEP 85805280, e endere\u00e7o profissional desconhecido, pelas raz\u00f5es que passa a expor:\n1. DA COMPET\u00caNCIA DA JUSTI\u00c7A FEDERAL 1\nSede \u201cPresidente Accioly Neto\u201d Rua Brasilino Moura, 253 - Tel.: (41) 3017-5000 - Fax: (41) 3250-5700 - CEP: 80.540-340 - Curitiba - PR\nwww.oabpr.org.br\n\n\fOrdem dos Advogados do Brasil Se\u00e7\u00e3o do Paran\u00e1\nConforme entendimento j\u00e1 consolidado pelo Superior Tribunal de Justi\u00e7a, a compet\u00eancia para apreciar as demandas em que a Ordem dos Advogados do Brasil figura como parte \u00e9 da Justi\u00e7a Federal. \u00c9 o que se depreende das decis\u00f5es abaixo colacionadas:\nAGRAVO REGIMENTAL. CONFLITO NEGATIVO DE COMPET\u00caNCIA. JUSTI\u00c7A FEDERAL E JUSTI\u00c7A ESTADUAL. REINTEGRA\u00c7\u00c3O DE POSSE. OAB. COMPET\u00caNCIA DA JUSTI\u00c7A FEDERAL MESMO AP\u00d3S O JULGAMENTO DA ADIN N.\u00ba 3.026/DF. 1. Mesmo ap\u00f3s o julgamento da ADIn n.\u00ba 3.026/DF pelo STF, em 2006, no qual se afirmou n\u00e3o ser a OAB autarquia ou entidade vinculada \u00e0 administra\u00e7\u00e3o p\u00fablica federal, persiste a compet\u00eancia da Justi\u00e7a Federal para o julgamento das causas em que sejam parte a OAB ou \u00f3rg\u00e3o a ela vinculado. 2. Precedentes do STJ anteriores e posteriores ao julgamento da ADIn n.\u00ba 3.026/DF. 3. AGRAVO REGIMENTAL N\u00c3O PROVIDO. (AgRg no CC 119.091/SP, Rel. Ministro PAULO DE TARSO SANSEVERINO, SEGUNDA SE\u00c7\u00c3O, julgado em 08/05/2013, DJe 14/05/2013) (negritamos)\nADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. AUS\u00caNCIA DE VIOLA\u00c7\u00c3O DO ART. 535 DO CPC. MANDADO DE SEGURAN\u00c7A CONTRA PRESIDENTE DE SUBSE\u00c7\u00c3O DA OAB.COMPET\u00caNCIA. JUSTI\u00c7A FEDERAL. 1. Em regra, a compet\u00eancia para o processamento do mandado de seguran\u00e7a \u00e9 identificada perquirindo-se a natureza da autoridade impetrada. Se for autoridade federal, a compet\u00eancia ser\u00e1 da Justi\u00e7a Federal; se estadual, do Poder Judici\u00e1rio estadual. 2. H\u00e1 situa\u00e7\u00f5es em que a autoridade apontada como coatora exerce fun\u00e7\u00f5es em entidades que, ou s\u00e3o de direito privado, ou n\u00e3o integram os quadros da administra\u00e7\u00e3o p\u00fablica direta ou indireta. No caso da OAB, o STF entende que se trata de um\n2\nSede \u201cPresidente Accioly Neto\u201d Rua Brasilino Moura, 253 - Tel.: (41) 3017-5000 - Fax: (41) 3250-5700 - CEP: 80.540-340 - Curitiba - PR\nwww.oabpr.org.br\n\n\fOrdem dos Advogados do Brasil Se\u00e7\u00e3o do Paran\u00e1\nservi\u00e7o p\u00fablico independente, categoria \u00fanica no elenco das personalidades jur\u00eddicas existentes no direito brasileiro. 3. Nesse contexto, a natureza da pessoa jur\u00eddica n\u00e3o ser\u00e1 o elemento chave para a identifica\u00e7\u00e3o da compet\u00eancia para o processamento do mandado de seguran\u00e7a. O que dever\u00e1 ser observado, nessas situa\u00e7\u00f5es, \u00e9 a origem da fun\u00e7\u00e3o que foi delegada \u00e0 autoridade. 4. As fun\u00e7\u00f5es atribu\u00eddas \u00e0 OAB pelo art. 44, I e II, da Lei n.8.906/94 possuem natureza federal. N\u00e3o h\u00e1 como conceber que a defesa do Estado Democr\u00e1tico de Direito, dos Direitos Fundamentais, a regula\u00e7\u00e3o da atividade profissional dos advogados, dentre outras, constituam atribui\u00e7\u00f5es delegadas pelos Estados Membros. 5. Portanto, o presidente da seccional da OAB exerce fun\u00e7\u00e3o delegada federal, motivo pelo qual a compet\u00eancia para o julgamento do mandado de seguran\u00e7a contra ele impetrado \u00e9 da Justi\u00e7a Federal. Precedente: (EREsp 235.723/SP, Rel. Min. Fontes de Alencar, Corte Especial, julgado em 23.10.2003, DJ 16.8.2004, p. 118.) Agravo regimental improvido. (AgRg no REsp 1255052/AP, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 06/11/2012, DJe 14/11/2012) (negritamos)\nTem-se, portanto, a ineg\u00e1vel compet\u00eancia deste Ju\u00edzo para conhecer e processar a presente a\u00e7\u00e3o de execu\u00e7\u00e3o de t\u00edtulo extrajudicial.\n2. DO T\u00cdTULO EXECUTIVO EXTRAJUDICIAL\nO C\u00f3digo de Processo Civil, em seu artigo 585, inciso VIII disciplina que s\u00e3o t\u00edtulos executivos todos aqueles que \u201cpor disposi\u00e7\u00e3o expressa, a lei atribuir for\u00e7a executiva\u201d.\n3\nSede \u201cPresidente Accioly Neto\u201d Rua Brasilino Moura, 253 - Tel.: (41) 3017-5000 - Fax: (41) 3250-5700 - CEP: 80.540-340 - Curitiba - PR\nwww.oabpr.org.br\n\n\fOrdem dos Advogados do Brasil Se\u00e7\u00e3o do Paran\u00e1\nO Estatuto da Advocacia e da OAB - Lei 8.906/94 - por sua vez, em seu artigo 46, par\u00e1grafo \u00fanico, disp\u00f5e:\nArt. 46. Compete \u00e0 OAB fixar e cobrar, de seus inscritos, contribui\u00e7\u00f5es, pre\u00e7os de servi\u00e7os e multas. Par\u00e1grafo \u00fanico. Constitui t\u00edtulo executivo extrajudicial a certid\u00e3o passada pela diretoria do Conselho competente, relativa a cr\u00e9dito previsto neste artigo. (negritamos)\nOutrossim, oportuno consignar que, conforme entendimento pac\u00edfico da jurisprud\u00eancia, a Ordem dos Advogados do Brasil, por ser considerada uma autarquia sui generis, deve perquirir seus cr\u00e9ditos, n\u00e3o por demanda executiva fiscal, mas por meio da competente a\u00e7\u00e3o de execu\u00e7\u00e3o de t\u00edtulo extrajudicial:\nPROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. EXECU\u00c7\u00c3O DE T\u00cdTULO EXTRAJUDICIAL. CR\u00c9DITO REFERENTE A ANUIDADES COBRADAS PELA OAB. PAR\u00c1GRAFO \u00daNICO DO ART. 46 DA LEI N. 8.906/94 C/C O ART. 585, VIII, DO CPC. DESNECESSIDADE DE INSTRU\u00c7\u00c3O DA PETI\u00c7\u00c3O INICIAL COM DOCUMENTOS N\u00c3O PREVISTOS EM LEI. PRECEDENTE. RETORNO DOS AUTOS AO JUIZ DE PRIMEIRO GRAU. 1. A Corte a quo adotou o entendimento no sentido de que o titulo executivo extrajudicial da certid\u00e3o de d\u00e9bitos para a cobran\u00e7a das anuidades da OAB deve seguir os requisitos previstos no inciso II do art. 585 do CPC. Entretanto a hip\u00f3tese em quest\u00e3o se enquadra na disciplina do inciso VIII do mesmo dispositivo legal - o qual estabelece que \"s\u00e3o t\u00edtulos executivos extrajudiciais todos os t\u00edtulos a que, por disposi\u00e7\u00e3o expressa, a lei atribuir for\u00e7a executiva\". \u00c9 o que ocorreu com a certid\u00e3o passada\n4\nSede \u201cPresidente Accioly Neto\u201d Rua Brasilino Moura, 253 - Tel.: (41) 3017-5000 - Fax: (41) 3250-5700 - CEP: 80.540-340 - Curitiba - PR\nwww.oabpr.org.br\n\n\fOrdem dos Advogados do Brasil Se\u00e7\u00e3o do Paran\u00e1\npela diretoria da OAB, conforme o par\u00e1grafo \u00fanico do art. 46 da Lei n. 8.906/94. 2. A Lei n\u00e3o exigiu a instaura\u00e7\u00e3o de processo administrativo nem a assinatura do devedor para a constitui\u00e7\u00e3o do t\u00edtulo executivo em quest\u00e3o, n\u00e3o cabendo ao int\u00e9rprete da lei acrescentar requisitos por ela n\u00e3o previstos, raz\u00e3o pela qual a certid\u00e3o em quest\u00e3o \u00e9 documento h\u00e1bil a instaurar a execu\u00e7\u00e3o do cr\u00e9dito pleiteado. Precedente. 3. Recurso especial provido para determinar o retorno dos autos ao juiz de primeiro grau para que a execu\u00e7\u00e3o seja recebida e regularmente processada. (REsp 1019515/RS, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 03/03/2009, DJe 25/03/2009) (negritamos)\nPROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. OAB. LEI N. 8.906/94. D\u00c9BITOS RELATIVOS A ANUIDADES. NATUREZA JUR\u00cdDICA. A\u00c7\u00c3O DE EXECU\u00c7\u00c3O. INAPLICABILIDADE DA LEI DE EXECU\u00c7\u00d5ES FISCAIS. 1. A Ordem dos Advogados do Brasil - OAB \u00e9 uma autarquia sui generis e, por conseguinte, diferencia-se das demais entidades que fiscalizam as profiss\u00f5es. 2. \"O t\u00edtulo executivo extrajudicial, referido no art. 46, par\u00e1grafo \u00fanico, da Lei n. 8.906/94, deve ser exigido em execu\u00e7\u00e3o disciplinada pelo C\u00f3digo de Processo Civil, n\u00e3o sendo poss\u00edvel a execu\u00e7\u00e3o fiscal regida pela Lei n. 6.830/80\" (EREsp n. 503.252/SC, relator Ministro Castro Meira). 3. Recurso especial provido. (REsp 447.124/SC, Rel. Ministro JO\u00c3O OT\u00c1VIO DE NORONHA, SEGUNDA TURMA, julgado em 04/05/2006, DJ 28/06/2006, p. 230) (negritamos)\nAssim, diante do que disp\u00f5e a pac\u00edfica jurisprud\u00eancia do Superior Tribunal de Justi\u00e7a, bem como ante a disciplina do par\u00e1grafo \u00fanico do artigo 46 da Lei 8.906/94, a cobran\u00e7a de contribui\u00e7\u00f5es, pre\u00e7os de servi\u00e7o e multas devidas \u00e0 OAB, deve ser realizada mediante a proposi\u00e7\u00e3o da\n5\nSede \u201cPresidente Accioly Neto\u201d Rua Brasilino Moura, 253 - Tel.: (41) 3017-5000 - Fax: (41) 3250-5700 - CEP: 80.540-340 - Curitiba - PR\nwww.oabpr.org.br\n\n\fOrdem dos Advogados do Brasil Se\u00e7\u00e3o do Paran\u00e1\ncompetente a\u00e7\u00e3o de execu\u00e7\u00e3o de t\u00edtulo extrajudicial.\n3. DA D\u00cdVIDA EXEQUENDA\nO (A) executado (a), que possui inscri\u00e7\u00e3o perante a Ordem dos Advogados do Brasil \u2013 Se\u00e7\u00e3o do Paran\u00e1 sob o n.\u00ba 04726 atualmente SUSPENSO - encontra-se em d\u00e9bito para com a Tesouraria deste Conselho Seccional, na import\u00e2ncia de R$ 4.632,07 (quatro mil, seiscentos e trinta e dois reais e sete centavos) (cf. certid\u00e3o anexa).\nCumpre esclarecer que o valor cobrado corresponde \u00e0s obriga\u00e7\u00f5es devidas \u00e0 este \u00d3rg\u00e3o de Classe, referentes ao(s) ano(s) de 2009, 2010, 2011, 2012 e 2013.\nDiante do exposto, bem como considerando que n\u00e3o foi poss\u00edvel estabelecer nenhuma solu\u00e7\u00e3o extrajudicial amig\u00e1vel com o (a) executado (a) no que concerne a cobran\u00e7a dos valores acima mencionados, a medida coercitiva que se imp\u00f5e \u00e9 a propositura da presente execu\u00e7\u00e3o de t\u00edtulo extrajudicial nos termos do art. 46, par\u00e1grafo \u00fanico, da Lei 8.906/94 e demais disposi\u00e7\u00f5es legais aplic\u00e1veis \u00e0 esp\u00e9cie.\n4. DO PEDIDO\nIsto posto, requer a exeq\u00fcente a cita\u00e7\u00e3o pessoal do (a) devedor (a), para que, em 03 (tr\u00eas) dias, efetue o pagamento da import\u00e2ncia\n6\nSede \u201cPresidente Accioly Neto\u201d Rua Brasilino Moura, 253 - Tel.: (41) 3017-5000 - Fax: (41) 3250-5700 - CEP: 80.540-340 - Curitiba - PR\nwww.oabpr.org.br\n\n\fOrdem dos Advogados do Brasil Se\u00e7\u00e3o do Paran\u00e1\ncorrespondente ao seu d\u00e9bito ou nomeie bens \u00e0 penhora, sob pena de se n\u00e3o o fizer, serem penhorados tantos bens quantos bastem \u00e0 satisfa\u00e7\u00e3o do principal e acess\u00f3rio, custas e honor\u00e1rios advocat\u00edcios, seguindo a execu\u00e7\u00e3o at\u00e9 a total satisfa\u00e7\u00e3o da pretens\u00e3o deduzida (art. 652 e seguintes do CPC com reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n\u00ba 11.382/2006).\nD\u00e1-se \u00e0 presente a\u00e7\u00e3o o valor de R$ 4.632,07.\nTermos em que, Pede deferimento.\nCuritiba, segunda-feira, 10 de mar\u00e7o de 2014.\n\nAmanda Busetti Mori Santos OAB/PR 53.393\n\nAndrey Salmazo Poubel OAB/PR 36.458\n\n7\nSede \u201cPresidente Accioly Neto\u201d Rua Brasilino Moura, 253 - Tel.: (41) 3017-5000 - Fax: (41) 3250-5700 - CEP: 80.540-340 - Curitiba - PR\nwww.oabpr.org.br\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 5 (C\u00edvel) - IdDocumentoCompleto: 5011611-44.2014.4.04.7009-701413384488655860020000000021", "text": "Ordem dos Advogados do Brasil Se\u00e7\u00e3o do Paran\u00e1\nEXCELENT\u00cdSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA _____ VARA FEDERAL DA SUBSE\u00c7\u00c3O JUDICI\u00c1RIA DE PONTA GROSSA \u2013 SE\u00c7\u00c3O JUDICI\u00c1RIA DO PARAN\u00c1\nA ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL - SECCIONAL DO ESTADO DO PARAN\u00c1, servi\u00e7o p\u00fablico federal independente, com personalidade jur\u00eddica regulamentada pela Lei n.\u00ba 8.906/94, situada \u00e0 Rua Brasilino Moura, n.\u00ba 253, Curitiba, Paran\u00e1, atrav\u00e9s de sua procuradoria judicial ao final subscrita, conforme instrumento de mandato em anexo vem, respeitosamente, perante Vossa Excel\u00eancia, com fundamento na Lei 8.906/94 e nos artigos 566 e seguintes do C\u00f3digo de Processo Civil, propor a presente:\nEXECU\u00c7\u00c3O DE T\u00cdTULO EXTRAJUDICIAL\nem face do (a) advogado (a), ANDREA CELESTE BALZER, portador (a) da c\u00e9dula de identidade sob n.\u00ba 5.613.525-1, inscrito (a) no CPF/MF sob n.\u00ba 927.052.279-20, inscrito (a) na OAB/PR sob n.\u00ba 22841, com endere\u00e7o residencial \u00e0 Rua Cambara, 181 Frente, Ponta Grossa/PR, CEP 84.053-060, e endere\u00e7o profissional desconhecido, pelas raz\u00f5es que passa a expor:\n1\nSede \u201cPresidente Accioly Neto\u201d Rua Brasilino Moura, 253 - Tel.: (41) 3017-5000 - Fax: (41) 3250-5700 - CEP: 80.540-340 - Curitiba - PR\nwww.oabpr.org.br\n\n\fOrdem dos Advogados do Brasil Se\u00e7\u00e3o do Paran\u00e1\n1. DA COMPET\u00caNCIA DA JUSTI\u00c7A FEDERAL\nConforme entendimento j\u00e1 consolidado pelo Superior Tribunal de Justi\u00e7a, a compet\u00eancia para apreciar as demandas em que a Ordem dos Advogados do Brasil figura como parte \u00e9 da Justi\u00e7a Federal. \u00c9 o que se depreende das decis\u00f5es abaixo colacionadas:\nAGRAVO REGIMENTAL. CONFLITO NEGATIVO DE COMPET\u00caNCIA. JUSTI\u00c7A FEDERAL E JUSTI\u00c7A ESTADUAL. REINTEGRA\u00c7\u00c3O DE POSSE. OAB. COMPET\u00caNCIA DA JUSTI\u00c7A FEDERAL MESMO AP\u00d3S O JULGAMENTO DA ADIN N.\u00ba 3.026/DF. 1. Mesmo ap\u00f3s o julgamento da ADIn n.\u00ba 3.026/DF pelo STF, em 2006, no qual se afirmou n\u00e3o ser a OAB autarquia ou entidade vinculada \u00e0 administra\u00e7\u00e3o p\u00fablica federal, persiste a compet\u00eancia da Justi\u00e7a Federal para o julgamento das causas em que sejam parte a OAB ou \u00f3rg\u00e3o a ela vinculado. 2. Precedentes do STJ anteriores e posteriores ao julgamento da ADIn n.\u00ba 3.026/DF. 3. AGRAVO REGIMENTAL N\u00c3O PROVIDO. (AgRg no CC 119.091/SP, Rel. Ministro PAULO DE TARSO SANSEVERINO, SEGUNDA SE\u00c7\u00c3O, julgado em 08/05/2013, DJe 14/05/2013) (negritamos)\nADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. AUS\u00caNCIA DE VIOLA\u00c7\u00c3O DO ART. 535 DO CPC. MANDADO DE SEGURAN\u00c7A CONTRA PRESIDENTE DE SUBSE\u00c7\u00c3O DA OAB.COMPET\u00caNCIA. JUSTI\u00c7A FEDERAL. 1. Em regra, a compet\u00eancia para o processamento do mandado de seguran\u00e7a \u00e9 identificada perquirindo-se a natureza da autoridade impetrada. Se for autoridade federal, a compet\u00eancia ser\u00e1 da Justi\u00e7a Federal; se estadual, do Poder Judici\u00e1rio estadual. 2. H\u00e1 situa\u00e7\u00f5es em que a autoridade apontada como coatora exerce fun\u00e7\u00f5es em entidades que, ou s\u00e3o de direito privado, ou n\u00e3o integram os quadros da administra\u00e7\u00e3o p\u00fablica\n2\nSede \u201cPresidente Accioly Neto\u201d Rua Brasilino Moura, 253 - Tel.: (41) 3017-5000 - Fax: (41) 3250-5700 - CEP: 80.540-340 - Curitiba - PR\nwww.oabpr.org.br\n\n\fOrdem dos Advogados do Brasil Se\u00e7\u00e3o do Paran\u00e1\ndireta ou indireta. No caso da OAB, o STF entende que se trata de um servi\u00e7o p\u00fablico independente, categoria \u00fanica no elenco das personalidades jur\u00eddicas existentes no direito brasileiro. 3. Nesse contexto, a natureza da pessoa jur\u00eddica n\u00e3o ser\u00e1 o elemento chave para a identifica\u00e7\u00e3o da compet\u00eancia para o processamento do mandado de seguran\u00e7a. O que dever\u00e1 ser observado, nessas situa\u00e7\u00f5es, \u00e9 a origem da fun\u00e7\u00e3o que foi delegada \u00e0 autoridade. 4. As fun\u00e7\u00f5es atribu\u00eddas \u00e0 OAB pelo art. 44, I e II, da Lei n.8.906/94 possuem natureza federal. N\u00e3o h\u00e1 como conceber que a defesa do Estado Democr\u00e1tico de Direito, dos Direitos Fundamentais, a regula\u00e7\u00e3o da atividade profissional dos advogados, dentre outras, constituam atribui\u00e7\u00f5es delegadas pelos Estados Membros. 5. Portanto, o presidente da seccional da OAB exerce fun\u00e7\u00e3o delegada federal, motivo pelo qual a compet\u00eancia para o julgamento do mandado de seguran\u00e7a contra ele impetrado \u00e9 da Justi\u00e7a Federal. Precedente: (EREsp 235.723/SP, Rel. Min. Fontes de Alencar, Corte Especial, julgado em 23.10.2003, DJ 16.8.2004, p. 118.) Agravo regimental improvido. (AgRg no REsp 1255052/AP, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 06/11/2012, DJe 14/11/2012) (negritamos)\nTem-se, portanto, a ineg\u00e1vel compet\u00eancia deste Ju\u00edzo para conhecer e processar a presente a\u00e7\u00e3o de execu\u00e7\u00e3o de t\u00edtulo extrajudicial.\n2. DO T\u00cdTULO EXECUTIVO EXTRAJUDICIAL\nO C\u00f3digo de Processo Civil, em seu artigo 585, inciso VIII disciplina que s\u00e3o t\u00edtulos executivos todos aqueles que \u201cpor disposi\u00e7\u00e3o expressa, a lei atribuir for\u00e7a executiva\u201d.\n3\nSede \u201cPresidente Accioly Neto\u201d Rua Brasilino Moura, 253 - Tel.: (41) 3017-5000 - Fax: (41) 3250-5700 - CEP: 80.540-340 - Curitiba - PR\nwww.oabpr.org.br\n\n\fOrdem dos Advogados do Brasil Se\u00e7\u00e3o do Paran\u00e1\nO Estatuto da Advocacia e da OAB - Lei 8.906/94 - por sua vez, em seu artigo 46, par\u00e1grafo \u00fanico, disp\u00f5e:\nArt. 46. Compete \u00e0 OAB fixar e cobrar, de seus inscritos, contribui\u00e7\u00f5es, pre\u00e7os de servi\u00e7os e multas. Par\u00e1grafo \u00fanico. Constitui t\u00edtulo executivo extrajudicial a certid\u00e3o passada pela diretoria do Conselho competente, relativa a cr\u00e9dito previsto neste artigo. (negritamos)\nOutrossim, oportuno consignar que, conforme entendimento pac\u00edfico da jurisprud\u00eancia, a Ordem dos Advogados do Brasil, por ser considerada uma autarquia sui generis, deve perquirir seus cr\u00e9ditos, n\u00e3o por demanda executiva fiscal, mas por meio da competente a\u00e7\u00e3o de execu\u00e7\u00e3o de t\u00edtulo extrajudicial:\nPROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. EXECU\u00c7\u00c3O DE T\u00cdTULO EXTRAJUDICIAL. CR\u00c9DITO REFERENTE A ANUIDADES COBRADAS PELA OAB. PAR\u00c1GRAFO \u00daNICO DO ART. 46 DA LEI N. 8.906/94 C/C O ART. 585, VIII, DO CPC. DESNECESSIDADE DE INSTRU\u00c7\u00c3O DA PETI\u00c7\u00c3O INICIAL COM DOCUMENTOS N\u00c3O PREVISTOS EM LEI. PRECEDENTE. RETORNO DOS AUTOS AO JUIZ DE PRIMEIRO GRAU. 1. A Corte a quo adotou o entendimento no sentido de que o titulo executivo extrajudicial da certid\u00e3o de d\u00e9bitos para a cobran\u00e7a das anuidades da OAB deve seguir os requisitos previstos no inciso II do art. 585 do CPC. Entretanto a hip\u00f3tese em quest\u00e3o se enquadra na disciplina do inciso VIII do mesmo dispositivo legal - o qual estabelece que \"s\u00e3o t\u00edtulos executivos\n4\nSede \u201cPresidente Accioly Neto\u201d Rua Brasilino Moura, 253 - Tel.: (41) 3017-5000 - Fax: (41) 3250-5700 - CEP: 80.540-340 - Curitiba - PR\nwww.oabpr.org.br\n\n\fOrdem dos Advogados do Brasil Se\u00e7\u00e3o do Paran\u00e1\nextrajudiciais todos os t\u00edtulos a que, por disposi\u00e7\u00e3o expressa, a lei atribuir for\u00e7a executiva\". \u00c9 o que ocorreu com a certid\u00e3o passada pela diretoria da OAB, conforme o par\u00e1grafo \u00fanico do art. 46 da Lei n. 8.906/94. 2. A Lei n\u00e3o exigiu a instaura\u00e7\u00e3o de processo administrativo nem a assinatura do devedor para a constitui\u00e7\u00e3o do t\u00edtulo executivo em quest\u00e3o, n\u00e3o cabendo ao int\u00e9rprete da lei acrescentar requisitos por ela n\u00e3o previstos, raz\u00e3o pela qual a certid\u00e3o em quest\u00e3o \u00e9 documento h\u00e1bil a instaurar a execu\u00e7\u00e3o do cr\u00e9dito pleiteado. Precedente. 3. Recurso especial provido para determinar o retorno dos autos ao juiz de primeiro grau para que a execu\u00e7\u00e3o seja recebida e regularmente processada. (REsp 1019515/RS, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 03/03/2009, DJe 25/03/2009) (negritamos)\nPROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. OAB. LEI N. 8.906/94. D\u00c9BITOS RELATIVOS A ANUIDADES. NATUREZA JUR\u00cdDICA. A\u00c7\u00c3O DE EXECU\u00c7\u00c3O. INAPLICABILIDADE DA LEI DE EXECU\u00c7\u00d5ES FISCAIS. 1. A Ordem dos Advogados do Brasil - OAB \u00e9 uma autarquia sui generis e, por conseguinte, diferencia-se das demais entidades que fiscalizam as profiss\u00f5es. 2. \"O t\u00edtulo executivo extrajudicial, referido no art. 46, par\u00e1grafo \u00fanico, da Lei n. 8.906/94, deve ser exigido em execu\u00e7\u00e3o disciplinada pelo C\u00f3digo de Processo Civil, n\u00e3o sendo poss\u00edvel a execu\u00e7\u00e3o fiscal regida pela Lei n. 6.830/80\" (EREsp n. 503.252/SC, relator Ministro Castro Meira). 3. Recurso especial provido. (REsp 447.124/SC, Rel. Ministro JO\u00c3O OT\u00c1VIO DE NORONHA, SEGUNDA TURMA, julgado em 04/05/2006, DJ 28/06/2006, p. 230) (negritamos)\nAssim, diante do que disp\u00f5e a pac\u00edfica jurisprud\u00eancia do Superior Tribunal de Justi\u00e7a, bem como ante a disciplina do par\u00e1grafo \u00fanico\n5\nSede \u201cPresidente Accioly Neto\u201d Rua Brasilino Moura, 253 - Tel.: (41) 3017-5000 - Fax: (41) 3250-5700 - CEP: 80.540-340 - Curitiba - PR\nwww.oabpr.org.br\n\n\fOrdem dos Advogados do Brasil Se\u00e7\u00e3o do Paran\u00e1\ndo artigo 46 da Lei 8.906/94, a cobran\u00e7a de contribui\u00e7\u00f5es, pre\u00e7os de servi\u00e7o e multas devidas \u00e0 OAB, deve ser realizada mediante a proposi\u00e7\u00e3o da competente a\u00e7\u00e3o de execu\u00e7\u00e3o de t\u00edtulo extrajudicial.\n3. DA D\u00cdVIDA EXEQUENDA\nO (A) executado (a), que possui inscri\u00e7\u00e3o perante a Ordem dos Advogados do Brasil \u2013 Se\u00e7\u00e3o do Paran\u00e1 sob o n.\u00ba 22841 atualmente SUSPENSO - encontra-se em d\u00e9bito para com a Tesouraria deste Conselho Seccional, na import\u00e2ncia de R$ 4.034,73 (quatro mil e trinta e quatro reais e setenta e tr\u00eas centavos) (cf. certid\u00e3o anexa).\nCumpre esclarecer que o valor cobrado corresponde \u00e0s obriga\u00e7\u00f5es devidas \u00e0 este \u00d3rg\u00e3o de Classe, referentes ao(s) ano(s) de 2009, 2010, 2011 e 2012.\nDiante do exposto, bem como considerando que n\u00e3o foi poss\u00edvel estabelecer nenhuma solu\u00e7\u00e3o extrajudicial amig\u00e1vel com o (a) executado (a) no que concerne a cobran\u00e7a dos valores acima mencionados, a medida coercitiva que se imp\u00f5e \u00e9 a propositura da presente execu\u00e7\u00e3o de t\u00edtulo extrajudicial nos termos do art. 46, par\u00e1grafo \u00fanico, da Lei 8.906/94 e demais disposi\u00e7\u00f5es legais aplic\u00e1veis \u00e0 esp\u00e9cie.\n4. DO PEDIDO\n6\nSede \u201cPresidente Accioly Neto\u201d Rua Brasilino Moura, 253 - Tel.: (41) 3017-5000 - Fax: (41) 3250-5700 - CEP: 80.540-340 - Curitiba - PR\nwww.oabpr.org.br\n\n\fOrdem dos Advogados do Brasil Se\u00e7\u00e3o do Paran\u00e1\nIsto posto, requer a exeq\u00fcente a cita\u00e7\u00e3o pessoal do (a) devedor (a), para que, em 03 (tr\u00eas) dias, efetue o pagamento da import\u00e2ncia correspondente ao seu d\u00e9bito ou nomeie bens \u00e0 penhora, sob pena de se n\u00e3o o fizer, serem penhorados tantos bens quantos bastem \u00e0 satisfa\u00e7\u00e3o do principal e acess\u00f3rio, custas e honor\u00e1rios advocat\u00edcios, seguindo a execu\u00e7\u00e3o at\u00e9 a total satisfa\u00e7\u00e3o da pretens\u00e3o deduzida (art. 652 e seguintes do CPC com reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n\u00ba 11.382/2006).\nD\u00e1-se \u00e0 presente a\u00e7\u00e3o o valor de R$ 4.034,73.\nTermos em que, Pede deferimento.\nCuritiba, quarta-feira, 10 de setembro de 2014.\n\nAmanda Busetti Mori Santos OAB/PR 53.393\n\nAndrey Salmazo Poubel OAB/PR 36.458\n\n7\nSede \u201cPresidente Accioly Neto\u201d Rua Brasilino Moura, 253 - Tel.: (41) 3017-5000 - Fax: (41) 3250-5700 - CEP: 80.540-340 - Curitiba - PR\nwww.oabpr.org.br\n\n\f" } ], "similar_texts_federais_solon": [ { "header": "Texto Similar 1 (Solon) - IdDocumentoCompleto: 5006174-41.2017.4.04.7001-701493825566053740039304086766", "text": "Ordem dos Advogados do Brasil Se\u00e7\u00e3o do Paran\u00e1\nEXCELENT\u00cdSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA _____ VARA FEDERAL DE LONDRINA \u2013 SE\u00c7\u00c3O JUDICI\u00c1RIA DO PARAN\u00c1\nA ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL - SECCIONAL DO ESTADO DO PARAN\u00c1, servi\u00e7o p\u00fablico federal independente, com personalidade jur\u00eddica regulamentada pela Lei n.\u00ba 8.906/94, situada \u00e0 Rua Brasilino Moura, n.\u00ba 253, Curitiba, Paran\u00e1, atrav\u00e9s de sua procuradoria judicial ao final subscrita, conforme instrumento de mandato em anexo vem, respeitosamente, perante Vossa Excel\u00eancia, com fundamento na Lei 8.906/94 e nos artigos 771 e seguintes do novo C\u00f3digo de Processo Civil, propor a presente:\nEXECU\u00c7\u00c3O DE T\u00cdTULO EXTRAJUDICIAL\nEm face do (a) advogado (a), GLEYSON FERNANDES ROCHA, portador (a) da c\u00e9dula de identidade sob n.\u00ba 78322314, inscrito (a) no CPF/MF sob n.\u00ba 007.620.509-69, inscrito (a) na OAB/PR sob n.\u00ba 57354, com endere\u00e7o residencial \u00e0 Rua Sergipe, 1600, Bloco B Apartamento 702, Centro, Londrina/Pr, Cep 86.020-330, pelas raz\u00f5es que passa a expor:\n1\nSede \u201cPresidente Accioly Neto\u201d Rua Brasilino Moura, 253 - Tel.: (41) 3017-5000 - Fax: (41) 3250-5700 - CEP: 80.540-340 - Curitiba - PR\nwww.oabpr.org.br\n\n\fOrdem dos Advogados do Brasil Se\u00e7\u00e3o do Paran\u00e1\n1. DA COMPET\u00caNCIA DA JUSTI\u00c7A FEDERAL\nInicialmente \u00e9 importante observar que em 31.08.2016 o Supremo Tribunal Federal, atrav\u00e9s de seu Tribunal Pleno julgou o m\u00e9rito de quest\u00e3o reconhecida como tema de repercuss\u00e3o geral assentando o entendimento de que a Justi\u00e7a Federal \u00e9 competente para processar e julgar as a\u00e7\u00f5es em que a Ordem dos Advogados do Brasil, seja na figura do Conselho Federal, seja na figura de seus Conselhos Seccionais figurem como parte da rela\u00e7\u00e3o processual:\nDecis\u00e3o: O Tribunal, por unanimidade e nos termos do voto do Relator, apreciando o tema 258 da repercuss\u00e3o geral, deu provimento ao recurso extraordin\u00e1rio para assentar a compet\u00eancia da Justi\u00e7a Federal, devendo o processo retornar \u00e0 5\u00aa Vara Federal de Curitiba, fixada tese nos seguintes termos: \u00bfCompete \u00e0 Justi\u00e7a Federal processar e julgar a\u00e7\u00f5es em que a Ordem dos Advogados do Brasil, quer mediante o Conselho Federal, quer seccional, figure na rela\u00e7\u00e3o processual\u00bf. Falou pela Ordem dos Advogados do Brasil Seccional do Paran\u00e1 o Dr. Oswaldo Pinheiro Ribeiro J\u00fanior. Ausentes, justificadamente, o Ministro Gilmar Mendes, e, neste julgamento, o Ministro Ricardo Lewandowski (Presidente). Presidiu o julgamento a Ministra C\u00e1rmen L\u00facia (Vice-Presidente). Plen\u00e1rio, 31.08.2016.\nOutrossim, relembre-se o entendimento j\u00e1 consolidado pelo Superior Tribunal de Justi\u00e7a acerca da compet\u00eancia para apreciar as demandas em que a Ordem dos Advogados do Brasil figura como parte como\n2\nSede \u201cPresidente Accioly Neto\u201d Rua Brasilino Moura, 253 - Tel.: (41) 3017-5000 - Fax: (41) 3250-5700 - CEP: 80.540-340 - Curitiba - PR\nwww.oabpr.org.br\n\n\fOrdem dos Advogados do Brasil Se\u00e7\u00e3o do Paran\u00e1\nsendo da Justi\u00e7a Federal. \u00c9 o que se depreende das decis\u00f5es abaixo colacionadas:\nAGRAVO REGIMENTAL. CONFLITO NEGATIVO DE COMPET\u00caNCIA. JUSTI\u00c7A FEDERAL E JUSTI\u00c7A ESTADUAL. REINTEGRA\u00c7\u00c3O DE POSSE. OAB. COMPET\u00caNCIA DA JUSTI\u00c7A FEDERAL MESMO AP\u00d3S O JULGAMENTO DA ADIN N.\u00ba 3.026/DF. 1. Mesmo ap\u00f3s o julgamento da ADIn n.\u00ba 3.026/DF pelo STF, em 2006, no qual se afirmou n\u00e3o ser a OAB autarquia ou entidade vinculada \u00e0 administra\u00e7\u00e3o p\u00fablica federal, persiste a compet\u00eancia da Justi\u00e7a Federal para o julgamento das causas em que sejam parte a OAB ou \u00f3rg\u00e3o a ela vinculado. 2. Precedentes do STJ anteriores e posteriores ao julgamento da ADIn n.\u00ba 3.026/DF. 3. AGRAVO REGIMENTAL N\u00c3O PROVIDO. (AgRg no CC 119.091/SP, Rel. Ministro PAULO DE TARSO SANSEVERINO, SEGUNDA SE\u00c7\u00c3O, julgado em 08/05/2013, DJe 14/05/2013) (negritamos)\nADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. AUS\u00caNCIA DE VIOLA\u00c7\u00c3O DO ART. 535 DO CPC. MANDADO DE SEGURAN\u00c7A CONTRA PRESIDENTE DE SUBSE\u00c7\u00c3O DA OAB.COMPET\u00caNCIA. JUSTI\u00c7A FEDERAL. 1. Em regra, a compet\u00eancia para o processamento do mandado de seguran\u00e7a \u00e9 identificada perquirindo-se a natureza da autoridade impetrada. Se for autoridade federal, a compet\u00eancia ser\u00e1 da Justi\u00e7a Federal; se estadual, do Poder Judici\u00e1rio estadual. 2. H\u00e1 situa\u00e7\u00f5es em que a autoridade apontada como coatora exerce fun\u00e7\u00f5es em entidades que, ou s\u00e3o de direito privado, ou n\u00e3o integram os quadros da administra\u00e7\u00e3o p\u00fablica direta ou indireta. No caso da OAB, o STF entende que se trata de um servi\u00e7o p\u00fablico independente, categoria \u00fanica no elenco das personalidades jur\u00eddicas existentes no direito brasileiro. 3. Nesse contexto, a natureza da pessoa jur\u00eddica n\u00e3o ser\u00e1 o elemento chave\n3\nSede \u201cPresidente Accioly Neto\u201d Rua Brasilino Moura, 253 - Tel.: (41) 3017-5000 - Fax: (41) 3250-5700 - CEP: 80.540-340 - Curitiba - PR\nwww.oabpr.org.br\n\n\fOrdem dos Advogados do Brasil Se\u00e7\u00e3o do Paran\u00e1\npara a identifica\u00e7\u00e3o da compet\u00eancia para o processamento do mandado de seguran\u00e7a. O que dever\u00e1 ser observado, nessas situa\u00e7\u00f5es, \u00e9 a origem da fun\u00e7\u00e3o que foi delegada \u00e0 autoridade. 4. As fun\u00e7\u00f5es atribu\u00eddas \u00e0 OAB pelo art. 44, I e II, da Lei n.8.906/94 possuem natureza federal. N\u00e3o h\u00e1 como conceber que a defesa do Estado Democr\u00e1tico de Direito, dos Direitos Fundamentais, a regula\u00e7\u00e3o da atividade profissional dos advogados, dentre outras, constituam atribui\u00e7\u00f5es delegadas pelos Estados Membros. 5. Portanto, o presidente da seccional da OAB exerce fun\u00e7\u00e3o delegada federal, motivo pelo qual a compet\u00eancia para o julgamento do mandado de seguran\u00e7a contra ele impetrado \u00e9 da Justi\u00e7a Federal. Precedente: (EREsp 235.723/SP, Rel. Min. Fontes de Alencar, Corte Especial, julgado em 23.10.2003, DJ 16.8.2004, p. 118.) Agravo regimental improvido. (AgRg no REsp 1255052/AP, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 06/11/2012, DJe 14/11/2012) (negritamos)\nTem-se, portanto, a ineg\u00e1vel compet\u00eancia deste Ju\u00edzo para conhecer e processar a presente a\u00e7\u00e3o de execu\u00e7\u00e3o de t\u00edtulo extrajudicial.\n2. DO T\u00cdTULO EXECUTIVO EXTRAJUDICIAL\nO C\u00f3digo de Processo Civil, em seu artigo 784, inciso XII disciplina que s\u00e3o t\u00edtulos executivos todos aqueles que \u201cpor disposi\u00e7\u00e3o expressa, a lei atribuir for\u00e7a executiva\u201d.\nO Estatuto da Advocacia e da OAB - Lei 8.906/94 - por sua vez, em seu artigo 46, par\u00e1grafo \u00fanico, disp\u00f5e:\n4\nSede \u201cPresidente Accioly Neto\u201d Rua Brasilino Moura, 253 - Tel.: (41) 3017-5000 - Fax: (41) 3250-5700 - CEP: 80.540-340 - Curitiba - PR\nwww.oabpr.org.br\n\n\fOrdem dos Advogados do Brasil Se\u00e7\u00e3o do Paran\u00e1\nArt. 46. Compete \u00e0 OAB fixar e cobrar, de seus inscritos, contribui\u00e7\u00f5es, pre\u00e7os de servi\u00e7os e multas. Par\u00e1grafo \u00fanico. Constitui t\u00edtulo executivo extrajudicial a certid\u00e3o passada pela diretoria do Conselho competente, relativa a cr\u00e9dito previsto neste artigo. (negritamos)\nAdemais, importante registrar que, conforme entendimento pac\u00edfico da jurisprud\u00eancia, a Ordem dos Advogados do Brasil, por ser considerada uma autarquia sui generis, deve perquirir seus cr\u00e9ditos, n\u00e3o por demanda executiva fiscal, mas por meio da competente a\u00e7\u00e3o de execu\u00e7\u00e3o de t\u00edtulo extrajudicial:\nPROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. EXECU\u00c7\u00c3O DE T\u00cdTULO EXTRAJUDICIAL. CR\u00c9DITO REFERENTE A ANUIDADES COBRADAS PELA OAB. PAR\u00c1GRAFO \u00daNICO DO ART. 46 DA LEI N. 8.906/94 C/C O ART. 585, VIII, DO CPC. DESNECESSIDADE DE INSTRU\u00c7\u00c3O DA PETI\u00c7\u00c3O INICIAL COM DOCUMENTOS N\u00c3O PREVISTOS EM LEI. PRECEDENTE. RETORNO DOS AUTOS AO JUIZ DE PRIMEIRO GRAU. 1. A Corte a quo adotou o entendimento no sentido de que o titulo executivo extrajudicial da certid\u00e3o de d\u00e9bitos para a cobran\u00e7a das anuidades da OAB deve seguir os requisitos previstos no inciso II do art. 585 do CPC. Entretanto a hip\u00f3tese em quest\u00e3o se enquadra na disciplina do inciso VIII do mesmo dispositivo legal - o qual estabelece que \"s\u00e3o t\u00edtulos executivos extrajudiciais todos os t\u00edtulos a que, por disposi\u00e7\u00e3o expressa, a lei atribuir for\u00e7a executiva\". \u00c9 o que ocorreu com a certid\u00e3o passada pela diretoria da OAB, conforme o par\u00e1grafo \u00fanico do art. 46 da Lei n. 8.906/94. 2. A Lei n\u00e3o exigiu a instaura\u00e7\u00e3o de processo administrativo\n5\nSede \u201cPresidente Accioly Neto\u201d Rua Brasilino Moura, 253 - Tel.: (41) 3017-5000 - Fax: (41) 3250-5700 - CEP: 80.540-340 - Curitiba - PR\nwww.oabpr.org.br\n\n\fOrdem dos Advogados do Brasil Se\u00e7\u00e3o do Paran\u00e1\nnem a assinatura do devedor para a constitui\u00e7\u00e3o do t\u00edtulo executivo em quest\u00e3o, n\u00e3o cabendo ao int\u00e9rprete da lei acrescentar requisitos por ela n\u00e3o previstos, raz\u00e3o pela qual a certid\u00e3o em quest\u00e3o \u00e9 documento h\u00e1bil a instaurar a execu\u00e7\u00e3o do cr\u00e9dito pleiteado. Precedente. 3. Recurso especial provido para determinar o retorno dos autos ao juiz de primeiro grau para que a execu\u00e7\u00e3o seja recebida e regularmente processada. (REsp 1019515/RS, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 03/03/2009, DJe 25/03/2009) (negritamos)\nPROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. OAB. LEI N. 8.906/94. D\u00c9BITOS RELATIVOS A ANUIDADES. NATUREZA JUR\u00cdDICA. A\u00c7\u00c3O DE EXECU\u00c7\u00c3O. INAPLICABILIDADE DA LEI DE EXECU\u00c7\u00d5ES FISCAIS. 1. A Ordem dos Advogados do Brasil - OAB \u00e9 uma autarquia sui generis e, por conseguinte, diferencia-se das demais entidades que fiscalizam as profiss\u00f5es. 2. \"O t\u00edtulo executivo extrajudicial, referido no art. 46, par\u00e1grafo \u00fanico, da Lei n. 8.906/94, deve ser exigido em execu\u00e7\u00e3o disciplinada pelo C\u00f3digo de Processo Civil, n\u00e3o sendo poss\u00edvel a execu\u00e7\u00e3o fiscal regida pela Lei n. 6.830/80\" (EREsp n. 503.252/SC, relator Ministro Castro Meira). 3. Recurso especial provido. (REsp 447.124/SC, Rel. Ministro JO\u00c3O OT\u00c1VIO DE NORONHA, SEGUNDA TURMA, julgado em 04/05/2006, DJ 28/06/2006, p. 230) (negritamos)\nAssim, diante do que disp\u00f5e a pac\u00edfica jurisprud\u00eancia do Superior Tribunal de Justi\u00e7a, bem como ante a disciplina do par\u00e1grafo \u00fanico do artigo 46 da Lei 8.906/94, a cobran\u00e7a de contribui\u00e7\u00f5es, pre\u00e7os de servi\u00e7o e multas devidas \u00e0 OAB, deve ser realizada mediante a proposi\u00e7\u00e3o da competente a\u00e7\u00e3o de execu\u00e7\u00e3o de t\u00edtulo extrajudicial.\n6\nSede \u201cPresidente Accioly Neto\u201d Rua Brasilino Moura, 253 - Tel.: (41) 3017-5000 - Fax: (41) 3250-5700 - CEP: 80.540-340 - Curitiba - PR\nwww.oabpr.org.br\n\n\fOrdem dos Advogados do Brasil Se\u00e7\u00e3o do Paran\u00e1\n3. DA D\u00cdVIDA EXEQUENDA\nO (A) executado (a), que possui inscri\u00e7\u00e3o perante a Ordem dos Advogados do Brasil \u2013 Se\u00e7\u00e3o do Paran\u00e1 sob o n.\u00ba 57354 atualmente ATIVO - encontra-se em d\u00e9bito para com a Tesouraria deste Conselho Seccional, na import\u00e2ncia de R$ 4.065,64 (quatro mil e sessenta e cinco reais e sessenta e quatro centavos) (cf. certid\u00e3o anexa).\nCumpre esclarecer que o valor cobrado corresponde \u00e0s obriga\u00e7\u00f5es devidas \u00e0 este \u00d3rg\u00e3o de Classe, referentes ao(s) ano(s) de 2013, 2014, 2015 e 2016.\nDiante do exposto, bem como considerando que n\u00e3o foi poss\u00edvel estabelecer nenhuma solu\u00e7\u00e3o extrajudicial amig\u00e1vel com o (a) executado (a) no que concerne a cobran\u00e7a dos valores acima mencionados, a medida coercitiva que se imp\u00f5e \u00e9 a propositura da presente execu\u00e7\u00e3o de t\u00edtulo extrajudicial nos termos do art. 46, par\u00e1grafo \u00fanico, da Lei 8.906/94 e demais disposi\u00e7\u00f5es legais aplic\u00e1veis \u00e0 esp\u00e9cie.\n4. DO PEDIDO\nIsto posto, requer a exeq\u00fcente a cita\u00e7\u00e3o do (a) devedor 7\nSede \u201cPresidente Accioly Neto\u201d Rua Brasilino Moura, 253 - Tel.: (41) 3017-5000 - Fax: (41) 3250-5700 - CEP: 80.540-340 - Curitiba - PR\nwww.oabpr.org.br\n\n\fOrdem dos Advogados do Brasil Se\u00e7\u00e3o do Paran\u00e1\n(a), para que, em 03 (tr\u00eas) dias, efetue o pagamento da import\u00e2ncia correspondente ao seu d\u00e9bito acrescido de honor\u00e1rios advocat\u00edcios fixados em lei em 10%, ou nomeie bens \u00e0 penhora, sob pena de se n\u00e3o o fizer, serem penhorados tantos bens quantos bastem \u00e0 satisfa\u00e7\u00e3o do principal e acess\u00f3rio, custas e honor\u00e1rios advocat\u00edcios, seguindo a execu\u00e7\u00e3o at\u00e9 a total satisfa\u00e7\u00e3o da pretens\u00e3o deduzida (art. 827 e seguintes do NCPC com reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n\u00ba 13.1050/2015).\nRequer-se, ainda, a inclus\u00e3o do nome do advogado executado no cadastro de inadimplentes, conforme preceitua o \u00a73\u00ba do artigo 782 do novo C\u00f3digo de Processo Civil.\nD\u00e1-se \u00e0 presente a\u00e7\u00e3o o valor de R$ 4.065,64.\nTermos em que, Pede deferimento.\nCuritiba, quarta-feira, 3 de maio de 2017.\n\nAmanda Busetti Mori Santos\nOAB/PR n\u00ba 53.393\n\nAndrey Salmazo Poubel\nOAB/PR 36.458\n\n8\nSede \u201cPresidente Accioly Neto\u201d Rua Brasilino Moura, 253 - Tel.: (41) 3017-5000 - Fax: (41) 3250-5700 - CEP: 80.540-340 - Curitiba - PR\nwww.oabpr.org.br\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 2 (Solon) - IdDocumentoCompleto: 5014927-84.2017.4.04.7001-701508153673922370033565015297", "text": "Ordem dos Advogados do Brasil Se\u00e7\u00e3o do Paran\u00e1\nEXCELENT\u00cdSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA _____ VARA FEDERAL DE LONDRINA \u2013 SE\u00c7\u00c3O JUDICI\u00c1RIA DO PARAN\u00c1.\nA ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL - SECCIONAL DO ESTADO DO PARAN\u00c1, servi\u00e7o p\u00fablico federal independente, com personalidade jur\u00eddica regulamentada pela Lei n. \u00ba 8.906/94, situada \u00e0 Rua Brasilino Moura, n. \u00ba 253, Curitiba, Paran\u00e1, atrav\u00e9s de sua Procuradoria-Geral ao final subscrita, conforme instrumento de mandato em anexo vem, respeitosamente, perante Vossa Excel\u00eancia, com fundamento na Lei 8.906/94 e nos artigos 771 e seguintes do novo C\u00f3digo de Processo Civil, propor a presente:\nEXECU\u00c7\u00c3O DE T\u00cdTULO EXTRAJUDICIAL\nem face do (a) advogado (a), ADALBERTO RICARDO DOS SANTOS, portador (a) da c\u00e9dula de identidade sob n.\u00ba DESCONHECIDO, inscrito (a) no CPF/MF sob n.\u00ba 135.485.499-34, inscrito (a) na OAB/PR sob n.\u00ba 07901, com endere\u00e7o residencial \u00e0 Rua Marechal Castelo Branco, 515, Porecatu - PR, Cep 86160-000, e endere\u00e7o profissional \u00e0 Rua Marechal Castelo Branco, 515 , Porecatu - PR, Cep 86160-000, pelas raz\u00f5es que passa a expor:\n1\nSede \u201cPresidente Accioly Neto\u201d Rua Brasilino Moura, 253 - Tel.: (41) 3017-5000 - Fax: (41) 3250-5700 - CEP: 80.540-340 - Curitiba - PR\nwww.oabpr.org.br\n\n\fOrdem dos Advogados do Brasil Se\u00e7\u00e3o do Paran\u00e1\n1. DA COMPET\u00caNCIA DA JUSTI\u00c7A FEDERAL\nInicialmente \u00e9 importante observar que em 31.08.2016 o Supremo Tribunal Federal, atrav\u00e9s de seu Tribunal Pleno julgou o m\u00e9rito de quest\u00e3o reconhecida como tema de repercuss\u00e3o geral assentando o entendimento de que a Justi\u00e7a Federal \u00e9 competente para processar e julgar as a\u00e7\u00f5es em que a Ordem dos Advogados do Brasil, seja na figura do Conselho Federal, seja na figura de seus Conselhos Seccionais figurem como parte da rela\u00e7\u00e3o processual:\nDecis\u00e3o: O Tribunal, por unanimidade e nos termos do voto do Relator, apreciando o tema 258 da repercuss\u00e3o geral, deu provimento ao recurso extraordin\u00e1rio para assentar a compet\u00eancia da Justi\u00e7a Federal, devendo o processo retornar \u00e0 5\u00aa Vara Federal de Curitiba, fixada tese nos seguintes termos: \u00bfCompete \u00e0 Justi\u00e7a Federal processar e julgar a\u00e7\u00f5es em que a Ordem dos Advogados do Brasil, quer mediante o Conselho Federal, quer seccional, figure na rela\u00e7\u00e3o processual\u00bf. Falou pela Ordem dos Advogados do Brasil Seccional do Paran\u00e1 o Dr. Oswaldo Pinheiro Ribeiro J\u00fanior. Ausentes, justificadamente, o Ministro Gilmar Mendes, e, neste julgamento, o Ministro Ricardo Lewandowski (Presidente). Presidiu o julgamento a Ministra C\u00e1rmen L\u00facia (Vice-Presidente). Plen\u00e1rio, 31.08.2016.\nOutrossim, relembre-se o entendimento j\u00e1 consolidado pelo Superior Tribunal de Justi\u00e7a acerca da compet\u00eancia para apreciar as\n2\nSede \u201cPresidente Accioly Neto\u201d Rua Brasilino Moura, 253 - Tel.: (41) 3017-5000 - Fax: (41) 3250-5700 - CEP: 80.540-340 - Curitiba - PR\nwww.oabpr.org.br\n\n\fOrdem dos Advogados do Brasil Se\u00e7\u00e3o do Paran\u00e1\ndemandas em que a Ordem dos Advogados do Brasil figura como parte como sendo da Justi\u00e7a Federal. \u00c9 o que se depreende das decis\u00f5es abaixo colacionadas:\nAGRAVO REGIMENTAL. CONFLITO NEGATIVO DE COMPET\u00caNCIA. JUSTI\u00c7A FEDERAL E JUSTI\u00c7A ESTADUAL. REINTEGRA\u00c7\u00c3O DE POSSE. OAB. COMPET\u00caNCIA DA JUSTI\u00c7A FEDERAL MESMO AP\u00d3S O JULGAMENTO DA ADIN N.\u00ba 3.026/DF. 1. Mesmo ap\u00f3s o julgamento da ADIn n.\u00ba 3.026/DF pelo STF, em 2006, no qual se afirmou n\u00e3o ser a OAB autarquia ou entidade vinculada \u00e0 administra\u00e7\u00e3o p\u00fablica federal, persiste a compet\u00eancia da Justi\u00e7a Federal para o julgamento das causas em que sejam parte a OAB ou \u00f3rg\u00e3o a ela vinculado. 2. Precedentes do STJ anteriores e posteriores ao julgamento da ADIn n.\u00ba 3.026/DF. 3. AGRAVO REGIMENTAL N\u00c3O PROVIDO. (AgRg no CC 119.091/SP, Rel. Ministro PAULO DE TARSO SANSEVERINO, SEGUNDA SE\u00c7\u00c3O, julgado em 08/05/2013, DJe 14/05/2013) (negritamos)\nADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. AUS\u00caNCIA DE VIOLA\u00c7\u00c3O DO ART. 535 DO CPC. MANDADO DE SEGURAN\u00c7A CONTRA PRESIDENTE DE SUBSE\u00c7\u00c3O DA OAB.COMPET\u00caNCIA. JUSTI\u00c7A FEDERAL. 1. Em regra, a compet\u00eancia para o processamento do mandado de seguran\u00e7a \u00e9 identificada perquirindo-se a natureza da autoridade impetrada. Se for autoridade federal, a compet\u00eancia ser\u00e1 da Justi\u00e7a Federal; se estadual, do Poder Judici\u00e1rio estadual. 2. H\u00e1 situa\u00e7\u00f5es em que a autoridade apontada como coatora exerce fun\u00e7\u00f5es em entidades que, ou s\u00e3o de direito privado, ou n\u00e3o integram os quadros da administra\u00e7\u00e3o p\u00fablica direta ou indireta. No caso da OAB, o STF entende que se trata de um servi\u00e7o p\u00fablico independente, categoria \u00fanica no elenco das personalidades jur\u00eddicas existentes no direito brasileiro. 3. Nesse\n3\nSede \u201cPresidente Accioly Neto\u201d Rua Brasilino Moura, 253 - Tel.: (41) 3017-5000 - Fax: (41) 3250-5700 - CEP: 80.540-340 - Curitiba - PR\nwww.oabpr.org.br\n\n\fOrdem dos Advogados do Brasil Se\u00e7\u00e3o do Paran\u00e1\ncontexto, a natureza da pessoa jur\u00eddica n\u00e3o ser\u00e1 o elemento chave para a identifica\u00e7\u00e3o da compet\u00eancia para o processamento do mandado de seguran\u00e7a. O que dever\u00e1 ser observado, nessas situa\u00e7\u00f5es, \u00e9 a origem da fun\u00e7\u00e3o que foi delegada \u00e0 autoridade. 4. As fun\u00e7\u00f5es atribu\u00eddas \u00e0 OAB pelo art. 44, I e II, da Lei n.8.906/94 possuem natureza federal. N\u00e3o h\u00e1 como conceber que a defesa do Estado Democr\u00e1tico de Direito, dos Direitos Fundamentais, a regula\u00e7\u00e3o da atividade profissional dos advogados, dentre outras, constituam atribui\u00e7\u00f5es delegadas pelos Estados Membros. 5. Portanto, o presidente da seccional da OAB exerce fun\u00e7\u00e3o delegada federal, motivo pelo qual a compet\u00eancia para o julgamento do mandado de seguran\u00e7a contra ele impetrado \u00e9 da Justi\u00e7a Federal. Precedente: (EREsp 235.723/SP, Rel. Min. Fontes de Alencar, Corte Especial, julgado em 23.10.2003, DJ 16.8.2004, p. 118.) Agravo regimental improvido. (AgRg no REsp 1255052/AP, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 06/11/2012, DJe 14/11/2012) (negritamos)\nTem-se, portanto, a ineg\u00e1vel compet\u00eancia deste Ju\u00edzo para conhecer e processar a presente a\u00e7\u00e3o de execu\u00e7\u00e3o de t\u00edtulo extrajudicial.\n2. DO T\u00cdTULO EXECUTIVO EXTRAJUDICIAL\nO C\u00f3digo de Processo Civil, em seu artigo 784, inciso XII disciplina que s\u00e3o t\u00edtulos executivos todos aqueles que \u201cpor disposi\u00e7\u00e3o expressa, a lei atribuir for\u00e7a executiva\u201d.\nO Estatuto da Advocacia e da OAB - Lei 8.906/94 - por sua vez, em seu artigo 46, par\u00e1grafo \u00fanico, disp\u00f5e:\n4\nSede \u201cPresidente Accioly Neto\u201d Rua Brasilino Moura, 253 - Tel.: (41) 3017-5000 - Fax: (41) 3250-5700 - CEP: 80.540-340 - Curitiba - PR\nwww.oabpr.org.br\n\n\fOrdem dos Advogados do Brasil Se\u00e7\u00e3o do Paran\u00e1\nArt. 46. Compete \u00e0 OAB fixar e cobrar, de seus inscritos, contribui\u00e7\u00f5es, pre\u00e7os de servi\u00e7os e multas. Par\u00e1grafo \u00fanico. Constitui t\u00edtulo executivo extrajudicial a certid\u00e3o passada pela diretoria do Conselho competente, relativa a cr\u00e9dito previsto neste artigo. (negritamos)\nAdemais, importante registrar que, conforme entendimento pac\u00edfico da jurisprud\u00eancia, a Ordem dos Advogados do Brasil, por ser considerada uma autarquia sui generis, deve perquirir seus cr\u00e9ditos, n\u00e3o por demanda executiva fiscal, mas por meio da competente a\u00e7\u00e3o de execu\u00e7\u00e3o de t\u00edtulo extrajudicial:\nPROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. EXECU\u00c7\u00c3O DE T\u00cdTULO EXTRAJUDICIAL. CR\u00c9DITO REFERENTE A ANUIDADES COBRADAS PELA OAB. PAR\u00c1GRAFO \u00daNICO DO ART. 46 DA LEI N. 8.906/94 C/C O ART. 585, VIII, DO CPC. DESNECESSIDADE DE INSTRU\u00c7\u00c3O DA PETI\u00c7\u00c3O INICIAL COM DOCUMENTOS N\u00c3O PREVISTOS EM LEI. PRECEDENTE. RETORNO DOS AUTOS AO JUIZ DE PRIMEIRO GRAU. 1. A Corte a quo adotou o entendimento no sentido de que o titulo executivo extrajudicial da certid\u00e3o de d\u00e9bitos para a cobran\u00e7a das anuidades da OAB deve seguir os requisitos previstos no inciso II do art. 585 do CPC. Entretanto a hip\u00f3tese em quest\u00e3o se enquadra na disciplina do inciso VIII do mesmo dispositivo legal - o qual estabelece que \"s\u00e3o t\u00edtulos executivos extrajudiciais todos os t\u00edtulos a que, por disposi\u00e7\u00e3o expressa, a lei atribuir for\u00e7a executiva\". \u00c9 o que ocorreu com a certid\u00e3o passada pela diretoria da OAB, conforme o par\u00e1grafo \u00fanico do art. 46 da Lei n. 8.906/94. 2. A Lei n\u00e3o exigiu a instaura\u00e7\u00e3o de processo administrativo\n5\nSede \u201cPresidente Accioly Neto\u201d Rua Brasilino Moura, 253 - Tel.: (41) 3017-5000 - Fax: (41) 3250-5700 - CEP: 80.540-340 - Curitiba - PR\nwww.oabpr.org.br\n\n\fOrdem dos Advogados do Brasil Se\u00e7\u00e3o do Paran\u00e1\nnem a assinatura do devedor para a constitui\u00e7\u00e3o do t\u00edtulo executivo em quest\u00e3o, n\u00e3o cabendo ao int\u00e9rprete da lei acrescentar requisitos por ela n\u00e3o previstos, raz\u00e3o pela qual a certid\u00e3o em quest\u00e3o \u00e9 documento h\u00e1bil a instaurar a execu\u00e7\u00e3o do cr\u00e9dito pleiteado. Precedente. 3. Recurso especial provido para determinar o retorno dos autos ao juiz de primeiro grau para que a execu\u00e7\u00e3o seja recebida e regularmente processada. (REsp 1019515/RS, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 03/03/2009, DJe 25/03/2009) (negritamos)\nPROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. OAB. LEI N. 8.906/94. D\u00c9BITOS RELATIVOS A ANUIDADES. NATUREZA JUR\u00cdDICA. A\u00c7\u00c3O DE EXECU\u00c7\u00c3O. INAPLICABILIDADE DA LEI DE EXECU\u00c7\u00d5ES FISCAIS. 1. A Ordem dos Advogados do Brasil - OAB \u00e9 uma autarquia sui generis e, por conseguinte, diferencia-se das demais entidades que fiscalizam as profiss\u00f5es. 2. \"O t\u00edtulo executivo extrajudicial, referido no art. 46, par\u00e1grafo \u00fanico, da Lei n. 8.906/94, deve ser exigido em execu\u00e7\u00e3o disciplinada pelo C\u00f3digo de Processo Civil, n\u00e3o sendo poss\u00edvel a execu\u00e7\u00e3o fiscal regida pela Lei n. 6.830/80\" (EREsp n. 503.252/SC, relator Ministro Castro Meira). 3. Recurso especial provido. (REsp 447.124/SC, Rel. Ministro JO\u00c3O OT\u00c1VIO DE NORONHA, SEGUNDA TURMA, julgado em 04/05/2006, DJ 28/06/2006, p. 230) (negritamos)\nAssim, diante do que disp\u00f5e a pac\u00edfica jurisprud\u00eancia do Superior Tribunal de Justi\u00e7a, bem como ante a disciplina do par\u00e1grafo \u00fanico do artigo 46 da Lei 8.906/94, a cobran\u00e7a de contribui\u00e7\u00f5es, pre\u00e7os de servi\u00e7o e multas devidas \u00e0 OAB, deve ser realizada mediante a proposi\u00e7\u00e3o da competente a\u00e7\u00e3o de execu\u00e7\u00e3o de t\u00edtulo extrajudicial.\n6\nSede \u201cPresidente Accioly Neto\u201d Rua Brasilino Moura, 253 - Tel.: (41) 3017-5000 - Fax: (41) 3250-5700 - CEP: 80.540-340 - Curitiba - PR\nwww.oabpr.org.br\n\n\fOrdem dos Advogados do Brasil Se\u00e7\u00e3o do Paran\u00e1\n3. DA D\u00cdVIDA EXEQUENDA\nO (A) executado (a), que possui inscri\u00e7\u00e3o perante a Ordem dos Advogados do Brasil \u2013 Se\u00e7\u00e3o do Paran\u00e1 sob o n.\u00ba 07901 atualmente ATIVO - encontra-se em d\u00e9bito para com a Tesouraria deste Conselho Seccional, na import\u00e2ncia de R$ 5.481,62 (cinco mil, quatrocentos e oitenta e um reais e sessenta e dois centavos) (cf. certid\u00e3o anexa).\nCumpre esclarecer que o valor cobrado corresponde \u00e0s obriga\u00e7\u00f5es devidas \u00e0 este \u00d3rg\u00e3o de Classe, referentes ao(s) ano(s) de 2012, 2013, 2014, 2015 e 2016.\nDiante do exposto, bem como considerando que n\u00e3o foi poss\u00edvel estabelecer nenhuma solu\u00e7\u00e3o extrajudicial amig\u00e1vel com o (a) executado (a) no que concerne a cobran\u00e7a dos valores acima mencionados, a medida coercitiva que se imp\u00f5e \u00e9 a propositura da presente execu\u00e7\u00e3o de t\u00edtulo extrajudicial nos termos do art. 46, par\u00e1grafo \u00fanico, da Lei 8.906/94 e demais disposi\u00e7\u00f5es legais aplic\u00e1veis \u00e0 esp\u00e9cie.\n4. DO PEDIDO\nIsto posto, requer a exeq\u00fcente a cita\u00e7\u00e3o do (a) devedor (a), para que, em 03 (tr\u00eas) dias, efetue o pagamento da import\u00e2ncia\n7\nSede \u201cPresidente Accioly Neto\u201d Rua Brasilino Moura, 253 - Tel.: (41) 3017-5000 - Fax: (41) 3250-5700 - CEP: 80.540-340 - Curitiba - PR\nwww.oabpr.org.br\n\n\fOrdem dos Advogados do Brasil Se\u00e7\u00e3o do Paran\u00e1\ncorrespondente ao seu d\u00e9bito acrescido de honor\u00e1rios advocat\u00edcios fixados em lei em 10%, ou nomeie bens \u00e0 penhora, sob pena de se n\u00e3o o fizer, serem penhorados tantos bens quantos bastem \u00e0 satisfa\u00e7\u00e3o do principal e acess\u00f3rio, custas e honor\u00e1rios advocat\u00edcios, seguindo a execu\u00e7\u00e3o at\u00e9 a total satisfa\u00e7\u00e3o da pretens\u00e3o deduzida (art. 827 e seguintes do NCPC com reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n\u00ba 13.1050/2015).\nD\u00e1-se \u00e0 presente a\u00e7\u00e3o o valor de R$ 5.481,62.\nTermos em que, Pede deferimento.\nCuritiba, segunda-feira, 16 de outubro de 2017.\n\nAmanda Busetti Mori Santos\nOAB/PR n\u00ba 53.393\n\nAndrey Salmazo Poubel\nOAB/PR 36.458\n\n8\nSede \u201cPresidente Accioly Neto\u201d Rua Brasilino Moura, 253 - Tel.: (41) 3017-5000 - Fax: (41) 3250-5700 - CEP: 80.540-340 - Curitiba - PR\nwww.oabpr.org.br\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 3 (Solon) - IdDocumentoCompleto: 5000104-36.2021.4.04.7011-701611234285263542421151898471", "text": "Ordem dos Advogados do Brasil Se\u00e7\u00e3o do Paran\u00e1\nEXCELENT\u00cdSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA _____ VARA FEDERAL DE PARANAVA\u00cd \u2013 SE\u00c7\u00c3O JUDICI\u00c1RIA DO PARAN\u00c1.\nA ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL - SECCIONAL DO ESTADO DO PARAN\u00c1, servi\u00e7o p\u00fablico federal independente, com personalidade jur\u00eddica regulamentada pela Lei n.\u00ba 8.906/94, situada \u00e0 Rua Brasilino Moura, n.\u00ba 253, Curitiba, Paran\u00e1, atrav\u00e9s de sua procurada ao final subscrita, conforme instrumento de mandato em anexo vem, respeitosamente, perante Vossa Excel\u00eancia, com fundamento na Lei 8.906/94 e nos artigos 771 e seguintes do C\u00f3digo de Processo Civil, propor a presente:\nEXECU\u00c7\u00c3O DE T\u00cdTULO EXTRAJUDICIAL\nem face do (a) advogado (a), OSNI ROMAGNA, portador (a) da c\u00e9dula de identidade sob n.\u00ba 3.496.088-7, inscrito (a) no CPF/MF sob n.\u00ba 567.783.179-49, inscrito (a) na OAB/PR sob n.\u00ba 34332, com endere\u00e7o residencial \u00e0 Avenida Brasil, 580 Casa, Vila Vit\u00f3ria \u2013 Loanda/PR, CEP: 87.900-000, e endere\u00e7o profissional desconhecido, pelas raz\u00f5es que passa a expor:\nP\u00e1gina 1 de 6 Sede \u201cPresidente Accioly Neto\u201d Rua Brasilino Moura, 253 - Tel.: (41) 3250-5717 - CEP: 80.540-340 - Curitiba - PR\nwww.oabpr.org.br\n\n\fOrdem dos Advogados do Brasil Se\u00e7\u00e3o do Paran\u00e1\n1. DA COMPET\u00caNCIA DA JUSTI\u00c7A FEDERAL PARA PROCESSAR E JULGAR A\u00c7\u00d5ES EM QUE A ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL FIGURE COMO PARTE NA RELA\u00c7\u00c3O PROCESSUAL\nA compet\u00eancia da Justi\u00e7a Federal para apreciar a presente a\u00e7\u00e3o de execu\u00e7\u00e3o de t\u00edtulo extrajudicial pode ser extra\u00edda da decis\u00e3o proferida pelo Supremo Tribunal Federal ao apreciar o tema 258 que estabeleceu que \u201c[c]ompete \u00e0 Justi\u00e7a Federal processar e julgar a\u00e7\u00f5es em que a Ordem dos Advogados do Brasil, quer mediante o Conselho Federal, quer seccional, figure na rela\u00e7\u00e3o processual\u201d\nAdemais, em conformidade com o artigo 53, inciso III, al\u00ednea \u201cd\u201d do C\u00f3digo de Processo Civil1, o foro competente para apreciar demandas desta natureza \u00e9 aquele do lugar onde a obriga\u00e7\u00e3o deve ser satisfeita (a\u00e7\u00e3o em que se lhe exigir o cumprimento).\nAssim, tendo em vista que as obriga\u00e7\u00f5es oriundas de valores devidos a este \u00f3rg\u00e3o de classe devem ser cumpridas perante a Ordem dos Advogados do Brasil \u2013 Se\u00e7\u00e3o do Paran\u00e1, competente \u00e9 a Se\u00e7\u00e3o Judici\u00e1ria do Paran\u00e1, para julgar e processar a presente a\u00e7\u00e3o de execu\u00e7\u00e3o de t\u00edtulo extrajudicial.\n1 Art. 53. \u00c9 competente o foro: [...] d) onde a obriga\u00e7\u00e3o deve ser satisfeita, para a a\u00e7\u00e3o em que se lhe exigir o cumprimento;\nP\u00e1gina 2 de 6 Sede \u201cPresidente Accioly Neto\u201d Rua Brasilino Moura, 253 - Tel.: (41) 3250-5717 - CEP: 80.540-340 - Curitiba - PR\nwww.oabpr.org.br\n\n\fOrdem dos Advogados do Brasil Se\u00e7\u00e3o do Paran\u00e1\n2. DO T\u00cdTULO EXECUTIVO EXTRAJUDICIAL\nO C\u00f3digo de Processo Civil, em seu artigo 784, inciso XII disciplina que s\u00e3o t\u00edtulos executivos todos aqueles que \u201cpor disposi\u00e7\u00e3o expressa, a lei atribuir for\u00e7a executiva\u201d.\nO Estatuto da Advocacia e da OAB - Lei 8.906/94 - por sua vez, em seu artigo 46, par\u00e1grafo \u00fanico, disp\u00f5e:\nArt. 46. Compete \u00e0 OAB fixar e cobrar, de seus inscritos, contribui\u00e7\u00f5es, pre\u00e7os de servi\u00e7os e multas. Par\u00e1grafo \u00fanico. Constitui t\u00edtulo executivo extrajudicial a certid\u00e3o passada pela diretoria do Conselho competente, relativa a cr\u00e9dito previsto neste artigo. (negritamos)\nAdemais, importante registrar que, conforme entendimento pac\u00edfico da jurisprud\u00eancia, a Ordem dos Advogados do Brasil, por ser considerada uma autarquia sui generis, deve perquirir seus cr\u00e9ditos, n\u00e3o por demanda executiva fiscal, mas por meio da competente a\u00e7\u00e3o de execu\u00e7\u00e3o de t\u00edtulo extrajudicial2:\n2 PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. EXECU\u00c7\u00c3O DE T\u00cdTULO EXTRAJUDICIAL. CR\u00c9DITO REFERENTE A ANUIDADES COBRADAS PELA OAB. PAR\u00c1GRAFO \u00daNICO DO ART. 46 DA LEI N. 8.906/94 C/C O ART. 585, VIII, DO CPC. DESNECESSIDADE DE INSTRU\u00c7\u00c3O DA PETI\u00c7\u00c3O INICIAL COM DOCUMENTOS N\u00c3O PREVISTOS EM LEI. PRECEDENTE. RETORNO DOS AUTOS AO JUIZ DE PRIMEIRO GRAU. 1. A Corte a quo adotou o entendimento no sentido de que o titulo executivo extrajudicial da certid\u00e3o de d\u00e9bitos para a cobran\u00e7a das anuidades da OAB deve seguir os requisitos previstos no inciso II do\nP\u00e1gina 3 de 6 Sede \u201cPresidente Accioly Neto\u201d Rua Brasilino Moura, 253 - Tel.: (41) 3250-5717 - CEP: 80.540-340 - Curitiba - PR\nwww.oabpr.org.br\n\n\fOrdem dos Advogados do Brasil Se\u00e7\u00e3o do Paran\u00e1\nAssim, diante do que disp\u00f5e o artigo 784, inciso XII do C\u00f3digo de Processo Civil, o par\u00e1grafo \u00fanico do artigo 46 da Lei 8.906/94, bem como a pac\u00edfica jurisprud\u00eancia que versa sobre o tema, a cobran\u00e7a de contribui\u00e7\u00f5es, pre\u00e7os de servi\u00e7o e multas devidas \u00e0 OAB, deve ser realizada mediante a proposi\u00e7\u00e3o da competente a\u00e7\u00e3o de execu\u00e7\u00e3o de t\u00edtulo extrajudicial.\n3. DA D\u00cdVIDA EXEQUENDA\nO (A) executado (a), que possui inscri\u00e7\u00e3o perante a Ordem dos Advogados do Brasil \u2013 Se\u00e7\u00e3o do Paran\u00e1 sob o n.\u00ba 34332 - atualmente ATIVO - encontra-se em d\u00e9bito para com a Tesouraria deste Conselho Seccional, na import\u00e2ncia de R$ 5.598,26 (cinco mil, quinhentos e noventa e oito reais e vinte e seis centavos) (cf. certid\u00e3o anexa).\nart. 585 do CPC. Entretanto a hip\u00f3tese em quest\u00e3o se enquadra na disciplina do inciso VIII do mesmo dispositivo legal - o qual estabelece que \"s\u00e3o t\u00edtulos executivos extrajudiciais todos os t\u00edtulos a que, por disposi\u00e7\u00e3o expressa, a lei atribuir for\u00e7a executiva\". \u00c9 o que ocorreu com a certid\u00e3o passada pela diretoria da OAB, conforme o par\u00e1grafo \u00fanico do art. 46 da Lei n. 8.906/94. 2. A Lei n\u00e3o exigiu a instaura\u00e7\u00e3o de processo administrativo nem a assinatura do devedor para a constitui\u00e7\u00e3o do t\u00edtulo executivo em quest\u00e3o, n\u00e3o cabendo ao int\u00e9rprete da lei acrescentar requisitos por ela n\u00e3o previstos, raz\u00e3o pela qual a certid\u00e3o em quest\u00e3o \u00e9 documento h\u00e1bil a instaurar a execu\u00e7\u00e3o do cr\u00e9dito pleiteado. Precedente. 3. Recurso especial provido para determinar o retorno dos autos ao juiz de primeiro grau para que a execu\u00e7\u00e3o seja recebida e regularmente processada. (REsp 1019515/RS, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 03/03/2009, DJe 25/03/2009) (negritamos)\nP\u00e1gina 4 de 6 Sede \u201cPresidente Accioly Neto\u201d Rua Brasilino Moura, 253 - Tel.: (41) 3250-5717 - CEP: 80.540-340 - Curitiba - PR\nwww.oabpr.org.br\n\n\fOrdem dos Advogados do Brasil Se\u00e7\u00e3o do Paran\u00e1\nO valor acima indicado e que comp\u00f5e a certid\u00e3o de d\u00e9bitos corresponde \u00e0s obriga\u00e7\u00f5es devidas a este Conselho Seccional, referentes ao(s) ano(s) de 2017, 2018, 2019 e 2020.\nAssim, considerando que n\u00e3o foi poss\u00edvel estabelecer, at\u00e9 o momento, nenhuma solu\u00e7\u00e3o extrajudicial amig\u00e1vel com o (a) executado (a) no que concerne ao recebimento dos valores acima mencionados, a medida que se imp\u00f4s foi a propositura da presente execu\u00e7\u00e3o de t\u00edtulo extrajudicial nos termos do art. 46, par\u00e1grafo \u00fanico, da Lei 8.906/94 e demais disposi\u00e7\u00f5es legais aplic\u00e1veis ao caso.\nRegistre-se, no entanto, que este Conselho Seccional permanece a disposi\u00e7\u00e3o da parte interessada para buscar a melhor solu\u00e7\u00e3o para a composi\u00e7\u00e3o dos d\u00e9bitos que s\u00e3o objeto da presente a\u00e7\u00e3o de execu\u00e7\u00e3o de t\u00edtulo extrajudicial.\n4. DO PEDIDO\nIsto posto, requer a cita\u00e7\u00e3o do (a) devedor (a), para que, em 03 (tr\u00eas) dias, efetue o pagamento da import\u00e2ncia correspondente ao seu d\u00e9bito acrescido de custas e honor\u00e1rios advocat\u00edcios fixados em lei equivalente a 10%, ou nomeie bens \u00e0 penhora, sob pena de se n\u00e3o o fizer, serem penhorados tantos bens quantos bastem \u00e0 satisfa\u00e7\u00e3o do principal e acess\u00f3rio, custas e honor\u00e1rios advocat\u00edcios, seguindo a execu\u00e7\u00e3o at\u00e9 a total satisfa\u00e7\u00e3o\nP\u00e1gina 5 de 6 Sede \u201cPresidente Accioly Neto\u201d Rua Brasilino Moura, 253 - Tel.: (41) 3250-5717 - CEP: 80.540-340 - Curitiba - PR\nwww.oabpr.org.br\n\n\fOrdem dos Advogados do Brasil Se\u00e7\u00e3o do Paran\u00e1\nda pretens\u00e3o deduzida (art. 827 e seguintes do C\u00f3digo de Processo Civil). D\u00e1-se \u00e0 presente a\u00e7\u00e3o o valor de R$ 5.598,26. Termos em que pede deferimento. Curitiba, quinta-feira, 21 de janeiro de 2021. Amanda Busetti Mori Santos\nOAB/PR n\u00ba 53.393\nP\u00e1gina 6 de 6 Sede \u201cPresidente Accioly Neto\u201d Rua Brasilino Moura, 253 - Tel.: (41) 3250-5717 - CEP: 80.540-340 - Curitiba - PR\nwww.oabpr.org.br\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 4 (Solon) - IdDocumentoCompleto: 5060879-26.2016.4.04.7000-701481124733669330027357617624", "text": "Ordem dos Advogados do Brasil Se\u00e7\u00e3o do Paran\u00e1\nEXCELENT\u00cdSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA _____ VARA FEDERAL DE CURITIBA \u2013 SE\u00c7\u00c3O JUDICI\u00c1RIA DO PARAN\u00c1\nA ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL - SECCIONAL DO ESTADO DO PARAN\u00c1, servi\u00e7o p\u00fablico federal independente, com personalidade jur\u00eddica regulamentada pela Lei n.\u00ba 8.906/94, situada \u00e0 Rua Brasilino Moura, n.\u00ba 253, Curitiba, Paran\u00e1, atrav\u00e9s de sua procuradoria judicial ao final subscrita, conforme instrumento de mandato em anexo vem, respeitosamente, perante Vossa Excel\u00eancia, com fundamento na Lei 8.906/94 e nos artigos 771 e seguintes do novo C\u00f3digo de Processo Civil, propor a presente:\nEXECU\u00c7\u00c3O DE T\u00cdTULO EXTRAJUDICIAL\nem face do (a) advogado (a), STELLA MARYS MENGHINI MARTINES, portador (a) da c\u00e9dula de identidade sob n.\u00ba 6.813.371-8, inscrito (a) no CPF/MF sob n.\u00ba 028.747.189-63, inscrito (a) na OAB/PR sob n.\u00ba 51050, com endere\u00e7o residencial \u00e0 Avenida Manoel Ribas, 6576 - Casa, Santa Felicidade Curitiba/Pr, Cep 82.020-000, e endere\u00e7o profissional \u00e0 Rua Jos\u00e9 Antunes Ferreira, 83, Cidade Industrial - Curitiba/Pr, Cep 81.170-660, pelas raz\u00f5es que passa a expor:\n1\nSede \u201cPresidente Accioly Neto\u201d Rua Brasilino Moura, 253 - Tel.: (41) 3017-5000 - Fax: (41) 3250-5700 - CEP: 80.540-340 - Curitiba - PR\nwww.oabpr.org.br\n\n\fOrdem dos Advogados do Brasil Se\u00e7\u00e3o do Paran\u00e1\n1. DA COMPET\u00caNCIA DA JUSTI\u00c7A FEDERAL\nInicialmente \u00e9 importante observar que em 31.08.2016 o Supremo Tribunal Federal, atrav\u00e9s de seu Tribunal Pleno julgou o m\u00e9rito de quest\u00e3o reconhecida como tema de repercuss\u00e3o geral assentando o entendimento de que a Justi\u00e7a Federal \u00e9 competente para processar e julgar as a\u00e7\u00f5es em que a Ordem dos Advogados do Brasil, seja na figura do Conselho Federal, seja na figura de seus Conselhos Seccionais figurem como parte da rela\u00e7\u00e3o processual:\nDecis\u00e3o: O Tribunal, por unanimidade e nos termos do voto do Relator, apreciando o tema 258 da repercuss\u00e3o geral, deu provimento ao recurso extraordin\u00e1rio para assentar a compet\u00eancia da Justi\u00e7a Federal, devendo o processo retornar \u00e0 5\u00aa Vara Federal de Curitiba, fixada tese nos seguintes termos: \u00bfCompete \u00e0 Justi\u00e7a Federal processar e julgar a\u00e7\u00f5es em que a Ordem dos Advogados do Brasil, quer mediante o Conselho Federal, quer seccional, figure na rela\u00e7\u00e3o processual\u00bf. Falou pela Ordem dos Advogados do Brasil Seccional do Paran\u00e1 o Dr. Oswaldo Pinheiro Ribeiro J\u00fanior. Ausentes, justificadamente, o Ministro Gilmar Mendes, e, neste julgamento, o Ministro Ricardo Lewandowski (Presidente). Presidiu o julgamento a Ministra C\u00e1rmen L\u00facia (Vice-Presidente). Plen\u00e1rio, 31.08.2016.\nOutrossim, relembre-se o entendimento j\u00e1 consolidado pelo Superior Tribunal de Justi\u00e7a acerca da compet\u00eancia para apreciar as\n2\nSede \u201cPresidente Accioly Neto\u201d Rua Brasilino Moura, 253 - Tel.: (41) 3017-5000 - Fax: (41) 3250-5700 - CEP: 80.540-340 - Curitiba - PR\nwww.oabpr.org.br\n\n\fOrdem dos Advogados do Brasil Se\u00e7\u00e3o do Paran\u00e1\ndemandas em que a Ordem dos Advogados do Brasil figura como parte como sendo da Justi\u00e7a Federal. \u00c9 o que se depreende das decis\u00f5es abaixo colacionadas:\nAGRAVO REGIMENTAL. CONFLITO NEGATIVO DE COMPET\u00caNCIA. JUSTI\u00c7A FEDERAL E JUSTI\u00c7A ESTADUAL. REINTEGRA\u00c7\u00c3O DE POSSE. OAB. COMPET\u00caNCIA DA JUSTI\u00c7A FEDERAL MESMO AP\u00d3S O JULGAMENTO DA ADIN N.\u00ba 3.026/DF. 1. Mesmo ap\u00f3s o julgamento da ADIn n.\u00ba 3.026/DF pelo STF, em 2006, no qual se afirmou n\u00e3o ser a OAB autarquia ou entidade vinculada \u00e0 administra\u00e7\u00e3o p\u00fablica federal, persiste a compet\u00eancia da Justi\u00e7a Federal para o julgamento das causas em que sejam parte a OAB ou \u00f3rg\u00e3o a ela vinculado. 2. Precedentes do STJ anteriores e posteriores ao julgamento da ADIn n.\u00ba 3.026/DF. 3. AGRAVO REGIMENTAL N\u00c3O PROVIDO. (AgRg no CC 119.091/SP, Rel. Ministro PAULO DE TARSO SANSEVERINO, SEGUNDA SE\u00c7\u00c3O, julgado em 08/05/2013, DJe 14/05/2013) (negritamos)\nADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. AUS\u00caNCIA DE VIOLA\u00c7\u00c3O DO ART. 535 DO CPC. MANDADO DE SEGURAN\u00c7A CONTRA PRESIDENTE DE SUBSE\u00c7\u00c3O DA OAB.COMPET\u00caNCIA. JUSTI\u00c7A FEDERAL. 1. Em regra, a compet\u00eancia para o processamento do mandado de seguran\u00e7a \u00e9 identificada perquirindo-se a natureza da autoridade impetrada. Se for autoridade federal, a compet\u00eancia ser\u00e1 da Justi\u00e7a Federal; se estadual, do Poder Judici\u00e1rio estadual. 2. H\u00e1 situa\u00e7\u00f5es em que a autoridade apontada como coatora exerce fun\u00e7\u00f5es em entidades que, ou s\u00e3o de direito privado, ou n\u00e3o integram os quadros da administra\u00e7\u00e3o p\u00fablica direta ou indireta. No caso da OAB, o STF entende que se trata de um servi\u00e7o p\u00fablico independente, categoria \u00fanica no elenco das personalidades jur\u00eddicas existentes no direito brasileiro. 3. Nesse\n3\nSede \u201cPresidente Accioly Neto\u201d Rua Brasilino Moura, 253 - Tel.: (41) 3017-5000 - Fax: (41) 3250-5700 - CEP: 80.540-340 - Curitiba - PR\nwww.oabpr.org.br\n\n\fOrdem dos Advogados do Brasil Se\u00e7\u00e3o do Paran\u00e1\ncontexto, a natureza da pessoa jur\u00eddica n\u00e3o ser\u00e1 o elemento chave para a identifica\u00e7\u00e3o da compet\u00eancia para o processamento do mandado de seguran\u00e7a. O que dever\u00e1 ser observado, nessas situa\u00e7\u00f5es, \u00e9 a origem da fun\u00e7\u00e3o que foi delegada \u00e0 autoridade. 4. As fun\u00e7\u00f5es atribu\u00eddas \u00e0 OAB pelo art. 44, I e II, da Lei n.8.906/94 possuem natureza federal. N\u00e3o h\u00e1 como conceber que a defesa do Estado Democr\u00e1tico de Direito, dos Direitos Fundamentais, a regula\u00e7\u00e3o da atividade profissional dos advogados, dentre outras, constituam atribui\u00e7\u00f5es delegadas pelos Estados Membros. 5. Portanto, o presidente da seccional da OAB exerce fun\u00e7\u00e3o delegada federal, motivo pelo qual a compet\u00eancia para o julgamento do mandado de seguran\u00e7a contra ele impetrado \u00e9 da Justi\u00e7a Federal. Precedente: (EREsp 235.723/SP, Rel. Min. Fontes de Alencar, Corte Especial, julgado em 23.10.2003, DJ 16.8.2004, p. 118.) Agravo regimental improvido. (AgRg no REsp 1255052/AP, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 06/11/2012, DJe 14/11/2012) (negritamos)\nTem-se, portanto, a ineg\u00e1vel compet\u00eancia deste Ju\u00edzo para conhecer e processar a presente a\u00e7\u00e3o de execu\u00e7\u00e3o de t\u00edtulo extrajudicial.\n2. DO T\u00cdTULO EXECUTIVO EXTRAJUDICIAL\nO C\u00f3digo de Processo Civil, em seu artigo 784, inciso XII disciplina que s\u00e3o t\u00edtulos executivos todos aqueles que \u201cpor disposi\u00e7\u00e3o expressa, a lei atribuir for\u00e7a executiva\u201d.\nO Estatuto da Advocacia e da OAB - Lei 8.906/94 - por sua vez, em seu artigo 46, par\u00e1grafo \u00fanico, disp\u00f5e:\n4\nSede \u201cPresidente Accioly Neto\u201d Rua Brasilino Moura, 253 - Tel.: (41) 3017-5000 - Fax: (41) 3250-5700 - CEP: 80.540-340 - Curitiba - PR\nwww.oabpr.org.br\n\n\fOrdem dos Advogados do Brasil Se\u00e7\u00e3o do Paran\u00e1\nArt. 46. Compete \u00e0 OAB fixar e cobrar, de seus inscritos, contribui\u00e7\u00f5es, pre\u00e7os de servi\u00e7os e multas. Par\u00e1grafo \u00fanico. Constitui t\u00edtulo executivo extrajudicial a certid\u00e3o passada pela diretoria do Conselho competente, relativa a cr\u00e9dito previsto neste artigo. (negritamos)\nAdemais, importante registrar que, conforme entendimento pac\u00edfico da jurisprud\u00eancia, a Ordem dos Advogados do Brasil, por ser considerada uma autarquia sui generis, deve perquirir seus cr\u00e9ditos, n\u00e3o por demanda executiva fiscal, mas por meio da competente a\u00e7\u00e3o de execu\u00e7\u00e3o de t\u00edtulo extrajudicial:\nPROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. EXECU\u00c7\u00c3O DE T\u00cdTULO EXTRAJUDICIAL. CR\u00c9DITO REFERENTE A ANUIDADES COBRADAS PELA OAB. PAR\u00c1GRAFO \u00daNICO DO ART. 46 DA LEI N. 8.906/94 C/C O ART. 585, VIII, DO CPC. DESNECESSIDADE DE INSTRU\u00c7\u00c3O DA PETI\u00c7\u00c3O INICIAL COM DOCUMENTOS N\u00c3O PREVISTOS EM LEI. PRECEDENTE. RETORNO DOS AUTOS AO JUIZ DE PRIMEIRO GRAU. 1. A Corte a quo adotou o entendimento no sentido de que o titulo executivo extrajudicial da certid\u00e3o de d\u00e9bitos para a cobran\u00e7a das anuidades da OAB deve seguir os requisitos previstos no inciso II do art. 585 do CPC. Entretanto a hip\u00f3tese em quest\u00e3o se enquadra na disciplina do inciso VIII do mesmo dispositivo legal - o qual estabelece que \"s\u00e3o t\u00edtulos executivos extrajudiciais todos os t\u00edtulos a que, por disposi\u00e7\u00e3o expressa, a lei atribuir for\u00e7a executiva\". \u00c9 o que ocorreu com a certid\u00e3o passada pela diretoria da OAB, conforme o par\u00e1grafo \u00fanico do art. 46 da Lei n. 8.906/94. 2. A Lei n\u00e3o exigiu a instaura\u00e7\u00e3o de processo administrativo\n5\nSede \u201cPresidente Accioly Neto\u201d Rua Brasilino Moura, 253 - Tel.: (41) 3017-5000 - Fax: (41) 3250-5700 - CEP: 80.540-340 - Curitiba - PR\nwww.oabpr.org.br\n\n\fOrdem dos Advogados do Brasil Se\u00e7\u00e3o do Paran\u00e1\nnem a assinatura do devedor para a constitui\u00e7\u00e3o do t\u00edtulo executivo em quest\u00e3o, n\u00e3o cabendo ao int\u00e9rprete da lei acrescentar requisitos por ela n\u00e3o previstos, raz\u00e3o pela qual a certid\u00e3o em quest\u00e3o \u00e9 documento h\u00e1bil a instaurar a execu\u00e7\u00e3o do cr\u00e9dito pleiteado. Precedente. 3. Recurso especial provido para determinar o retorno dos autos ao juiz de primeiro grau para que a execu\u00e7\u00e3o seja recebida e regularmente processada. (REsp 1019515/RS, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 03/03/2009, DJe 25/03/2009) (negritamos)\nPROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. OAB. LEI N. 8.906/94. D\u00c9BITOS RELATIVOS A ANUIDADES. NATUREZA JUR\u00cdDICA. A\u00c7\u00c3O DE EXECU\u00c7\u00c3O. INAPLICABILIDADE DA LEI DE EXECU\u00c7\u00d5ES FISCAIS. 1. A Ordem dos Advogados do Brasil - OAB \u00e9 uma autarquia sui generis e, por conseguinte, diferencia-se das demais entidades que fiscalizam as profiss\u00f5es. 2. \"O t\u00edtulo executivo extrajudicial, referido no art. 46, par\u00e1grafo \u00fanico, da Lei n. 8.906/94, deve ser exigido em execu\u00e7\u00e3o disciplinada pelo C\u00f3digo de Processo Civil, n\u00e3o sendo poss\u00edvel a execu\u00e7\u00e3o fiscal regida pela Lei n. 6.830/80\" (EREsp n. 503.252/SC, relator Ministro Castro Meira). 3. Recurso especial provido. (REsp 447.124/SC, Rel. Ministro JO\u00c3O OT\u00c1VIO DE NORONHA, SEGUNDA TURMA, julgado em 04/05/2006, DJ 28/06/2006, p. 230) (negritamos)\nAssim, diante do que disp\u00f5e a pac\u00edfica jurisprud\u00eancia do Superior Tribunal de Justi\u00e7a, bem como ante a disciplina do par\u00e1grafo \u00fanico do artigo 46 da Lei 8.906/94, a cobran\u00e7a de contribui\u00e7\u00f5es, pre\u00e7os de servi\u00e7o e multas devidas \u00e0 OAB, deve ser realizada mediante a proposi\u00e7\u00e3o da competente a\u00e7\u00e3o de execu\u00e7\u00e3o de t\u00edtulo extrajudicial.\n6\nSede \u201cPresidente Accioly Neto\u201d Rua Brasilino Moura, 253 - Tel.: (41) 3017-5000 - Fax: (41) 3250-5700 - CEP: 80.540-340 - Curitiba - PR\nwww.oabpr.org.br\n\n\fOrdem dos Advogados do Brasil Se\u00e7\u00e3o do Paran\u00e1\n3. DA D\u00cdVIDA EXEQUENDA\nO (A) executado (a), que possui inscri\u00e7\u00e3o perante a Ordem dos Advogados do Brasil \u2013 Se\u00e7\u00e3o do Paran\u00e1 sob o n.\u00ba 51050 atualmente ATIVO - encontra-se em d\u00e9bito para com a Tesouraria deste Conselho Seccional, na import\u00e2ncia de R$ 3.909,19 (tr\u00eas mil, novecentos e nove reais e dezenove centavos) (cf. certid\u00e3o anexa).\nCumpre esclarecer que o valor cobrado corresponde \u00e0s obriga\u00e7\u00f5es devidas \u00e0 este \u00d3rg\u00e3o de Classe, referentes ao(s) ano(s) de 2011, 2012, 2013 e 2015.\nDiante do exposto, bem como considerando que n\u00e3o foi poss\u00edvel estabelecer nenhuma solu\u00e7\u00e3o extrajudicial amig\u00e1vel com o (a) executado (a) no que concerne a cobran\u00e7a dos valores acima mencionados, a medida coercitiva que se imp\u00f5e \u00e9 a propositura da presente execu\u00e7\u00e3o de t\u00edtulo extrajudicial nos termos do art. 46, par\u00e1grafo \u00fanico, da Lei 8.906/94 e demais disposi\u00e7\u00f5es legais aplic\u00e1veis \u00e0 esp\u00e9cie.\n4. DO PEDIDO\nIsto posto, requer a exeq\u00fcente a cita\u00e7\u00e3o pessoal do (a) devedor (a), para que, em 03 (tr\u00eas) dias, efetue o pagamento da import\u00e2ncia\n7\nSede \u201cPresidente Accioly Neto\u201d Rua Brasilino Moura, 253 - Tel.: (41) 3017-5000 - Fax: (41) 3250-5700 - CEP: 80.540-340 - Curitiba - PR\nwww.oabpr.org.br\n\n\fOrdem dos Advogados do Brasil Se\u00e7\u00e3o do Paran\u00e1\ncorrespondente ao seu d\u00e9bito acrescido de honor\u00e1rios advocat\u00edcios fixados em lei em 10%, ou nomeie bens \u00e0 penhora, sob pena de se n\u00e3o o fizer, serem penhorados tantos bens quantos bastem \u00e0 satisfa\u00e7\u00e3o do principal e acess\u00f3rio, custas e honor\u00e1rios advocat\u00edcios, seguindo a execu\u00e7\u00e3o at\u00e9 a total satisfa\u00e7\u00e3o da pretens\u00e3o deduzida (art. 827 e seguintes do NCPC com reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n\u00ba 13.1050/2015).\nRequer-se, ainda, a inclus\u00e3o do nome do advogado executado no cadastro de inadimplentes, conforme preceitua o \u00a73\u00ba do artigo 782 do novo C\u00f3digo de Processo Civil.\nD\u00e1-se \u00e0 presente a\u00e7\u00e3o o valor de R$ 3.909,19.\nTermos em que, Pede deferimento.\nCuritiba, quarta-feira, 7 de dezembro de 2016.\n\nAmanda Busetti Mori Santos\nOAB/PR n\u00ba 53.393\n\nAndrey Salmazo Poubel\nOAB/PR 36.458\n\n8\nSede \u201cPresidente Accioly Neto\u201d Rua Brasilino Moura, 253 - Tel.: (41) 3017-5000 - Fax: (41) 3250-5700 - CEP: 80.540-340 - Curitiba - PR\nwww.oabpr.org.br\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 5 (Solon) - IdDocumentoCompleto: 5016399-26.2017.4.04.7000-701492528615739990044880803733", "text": "Ordem dos Advogados do Brasil Se\u00e7\u00e3o do Paran\u00e1\nEXCELENT\u00cdSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA _____ VARA FEDERAL DE CURITIBA \u2013 SE\u00c7\u00c3O JUDICI\u00c1RIA DO PARAN\u00c1\nA ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL - SECCIONAL DO ESTADO DO PARAN\u00c1, servi\u00e7o p\u00fablico federal independente, com personalidade jur\u00eddica regulamentada pela Lei n.\u00ba 8.906/94, situada \u00e0 Rua Brasilino Moura, n.\u00ba 253, Curitiba, Paran\u00e1, atrav\u00e9s de sua procuradoria judicial ao final subscrita, conforme instrumento de mandato em anexo vem, respeitosamente, perante Vossa Excel\u00eancia, com fundamento na Lei 8.906/94 e nos artigos 771 e seguintes do novo C\u00f3digo de Processo Civil, propor a presente:\nEXECU\u00c7\u00c3O DE T\u00cdTULO EXTRAJUDICIAL\nEm face do (a) advogado (a), LINCOLN ADELARDO DA CUNHA PEREIRA, portador (a) da c\u00e9dula de identidade sob n.\u00ba DESCONHECIDO, inscrito (a) no CPF/MF sob n.\u00ba 322.609.389-49, inscrito (a) na OAB/PR sob n.\u00ba 13810, com endere\u00e7o residencial \u00e0 Rua Colombo, 869, Apto 35 B, Ah\u00fa Curitiba/Pr, Cep 80.540-250, e endere\u00e7o profissional \u00e0 Rua Jose Loureiro, 133, Curitiba/Pr, Cep 80.010-000, pelas raz\u00f5es que passa a expor:\n1\nSede \u201cPresidente Accioly Neto\u201d Rua Brasilino Moura, 253 - Tel.: (41) 3017-5000 - Fax: (41) 3250-5700 - CEP: 80.540-340 - Curitiba - PR\nwww.oabpr.org.br\n\n\fOrdem dos Advogados do Brasil Se\u00e7\u00e3o do Paran\u00e1\n1. DA COMPET\u00caNCIA DA JUSTI\u00c7A FEDERAL\nInicialmente \u00e9 importante observar que em 31.08.2016 o Supremo Tribunal Federal, atrav\u00e9s de seu Tribunal Pleno julgou o m\u00e9rito de quest\u00e3o reconhecida como tema de repercuss\u00e3o geral assentando o entendimento de que a Justi\u00e7a Federal \u00e9 competente para processar e julgar as a\u00e7\u00f5es em que a Ordem dos Advogados do Brasil, seja na figura do Conselho Federal, seja na figura de seus Conselhos Seccionais figurem como parte da rela\u00e7\u00e3o processual:\nDecis\u00e3o: O Tribunal, por unanimidade e nos termos do voto do Relator, apreciando o tema 258 da repercuss\u00e3o geral, deu provimento ao recurso extraordin\u00e1rio para assentar a compet\u00eancia da Justi\u00e7a Federal, devendo o processo retornar \u00e0 5\u00aa Vara Federal de Curitiba, fixada tese nos seguintes termos: \u00bfCompete \u00e0 Justi\u00e7a Federal processar e julgar a\u00e7\u00f5es em que a Ordem dos Advogados do Brasil, quer mediante o Conselho Federal, quer seccional, figure na rela\u00e7\u00e3o processual\u00bf. Falou pela Ordem dos Advogados do Brasil Seccional do Paran\u00e1 o Dr. Oswaldo Pinheiro Ribeiro J\u00fanior. Ausentes, justificadamente, o Ministro Gilmar Mendes, e, neste julgamento, o Ministro Ricardo Lewandowski (Presidente). Presidiu o julgamento a Ministra C\u00e1rmen L\u00facia (Vice-Presidente). Plen\u00e1rio, 31.08.2016.\nOutrossim, relembre-se o entendimento j\u00e1 consolidado pelo Superior Tribunal de Justi\u00e7a acerca da compet\u00eancia para apreciar as\n2\nSede \u201cPresidente Accioly Neto\u201d Rua Brasilino Moura, 253 - Tel.: (41) 3017-5000 - Fax: (41) 3250-5700 - CEP: 80.540-340 - Curitiba - PR\nwww.oabpr.org.br\n\n\fOrdem dos Advogados do Brasil Se\u00e7\u00e3o do Paran\u00e1\ndemandas em que a Ordem dos Advogados do Brasil figura como parte como sendo da Justi\u00e7a Federal. \u00c9 o que se depreende das decis\u00f5es abaixo colacionadas:\nAGRAVO REGIMENTAL. CONFLITO NEGATIVO DE COMPET\u00caNCIA. JUSTI\u00c7A FEDERAL E JUSTI\u00c7A ESTADUAL. REINTEGRA\u00c7\u00c3O DE POSSE. OAB. COMPET\u00caNCIA DA JUSTI\u00c7A FEDERAL MESMO AP\u00d3S O JULGAMENTO DA ADIN N.\u00ba 3.026/DF. 1. Mesmo ap\u00f3s o julgamento da ADIn n.\u00ba 3.026/DF pelo STF, em 2006, no qual se afirmou n\u00e3o ser a OAB autarquia ou entidade vinculada \u00e0 administra\u00e7\u00e3o p\u00fablica federal, persiste a compet\u00eancia da Justi\u00e7a Federal para o julgamento das causas em que sejam parte a OAB ou \u00f3rg\u00e3o a ela vinculado. 2. Precedentes do STJ anteriores e posteriores ao julgamento da ADIn n.\u00ba 3.026/DF. 3. AGRAVO REGIMENTAL N\u00c3O PROVIDO. (AgRg no CC 119.091/SP, Rel. Ministro PAULO DE TARSO SANSEVERINO, SEGUNDA SE\u00c7\u00c3O, julgado em 08/05/2013, DJe 14/05/2013) (negritamos)\nADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. AUS\u00caNCIA DE VIOLA\u00c7\u00c3O DO ART. 535 DO CPC. MANDADO DE SEGURAN\u00c7A CONTRA PRESIDENTE DE SUBSE\u00c7\u00c3O DA OAB.COMPET\u00caNCIA. JUSTI\u00c7A FEDERAL. 1. Em regra, a compet\u00eancia para o processamento do mandado de seguran\u00e7a \u00e9 identificada perquirindo-se a natureza da autoridade impetrada. Se for autoridade federal, a compet\u00eancia ser\u00e1 da Justi\u00e7a Federal; se estadual, do Poder Judici\u00e1rio estadual. 2. H\u00e1 situa\u00e7\u00f5es em que a autoridade apontada como coatora exerce fun\u00e7\u00f5es em entidades que, ou s\u00e3o de direito privado, ou n\u00e3o integram os quadros da administra\u00e7\u00e3o p\u00fablica direta ou indireta. No caso da OAB, o STF entende que se trata de um servi\u00e7o p\u00fablico independente, categoria \u00fanica no elenco das personalidades jur\u00eddicas existentes no direito brasileiro. 3. Nesse\n3\nSede \u201cPresidente Accioly Neto\u201d Rua Brasilino Moura, 253 - Tel.: (41) 3017-5000 - Fax: (41) 3250-5700 - CEP: 80.540-340 - Curitiba - PR\nwww.oabpr.org.br\n\n\fOrdem dos Advogados do Brasil Se\u00e7\u00e3o do Paran\u00e1\ncontexto, a natureza da pessoa jur\u00eddica n\u00e3o ser\u00e1 o elemento chave para a identifica\u00e7\u00e3o da compet\u00eancia para o processamento do mandado de seguran\u00e7a. O que dever\u00e1 ser observado, nessas situa\u00e7\u00f5es, \u00e9 a origem da fun\u00e7\u00e3o que foi delegada \u00e0 autoridade. 4. As fun\u00e7\u00f5es atribu\u00eddas \u00e0 OAB pelo art. 44, I e II, da Lei n.8.906/94 possuem natureza federal. N\u00e3o h\u00e1 como conceber que a defesa do Estado Democr\u00e1tico de Direito, dos Direitos Fundamentais, a regula\u00e7\u00e3o da atividade profissional dos advogados, dentre outras, constituam atribui\u00e7\u00f5es delegadas pelos Estados Membros. 5. Portanto, o presidente da seccional da OAB exerce fun\u00e7\u00e3o delegada federal, motivo pelo qual a compet\u00eancia para o julgamento do mandado de seguran\u00e7a contra ele impetrado \u00e9 da Justi\u00e7a Federal. Precedente: (EREsp 235.723/SP, Rel. Min. Fontes de Alencar, Corte Especial, julgado em 23.10.2003, DJ 16.8.2004, p. 118.) Agravo regimental improvido. (AgRg no REsp 1255052/AP, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 06/11/2012, DJe 14/11/2012) (negritamos)\nTem-se, portanto, a ineg\u00e1vel compet\u00eancia deste Ju\u00edzo para conhecer e processar a presente a\u00e7\u00e3o de execu\u00e7\u00e3o de t\u00edtulo extrajudicial.\n2. DO T\u00cdTULO EXECUTIVO EXTRAJUDICIAL\nO C\u00f3digo de Processo Civil, em seu artigo 784, inciso XII disciplina que s\u00e3o t\u00edtulos executivos todos aqueles que \u201cpor disposi\u00e7\u00e3o expressa, a lei atribuir for\u00e7a executiva\u201d.\nO Estatuto da Advocacia e da OAB - Lei 8.906/94 - por sua vez, em seu artigo 46, par\u00e1grafo \u00fanico, disp\u00f5e:\n4\nSede \u201cPresidente Accioly Neto\u201d Rua Brasilino Moura, 253 - Tel.: (41) 3017-5000 - Fax: (41) 3250-5700 - CEP: 80.540-340 - Curitiba - PR\nwww.oabpr.org.br\n\n\fOrdem dos Advogados do Brasil Se\u00e7\u00e3o do Paran\u00e1\nArt. 46. Compete \u00e0 OAB fixar e cobrar, de seus inscritos, contribui\u00e7\u00f5es, pre\u00e7os de servi\u00e7os e multas. Par\u00e1grafo \u00fanico. Constitui t\u00edtulo executivo extrajudicial a certid\u00e3o passada pela diretoria do Conselho competente, relativa a cr\u00e9dito previsto neste artigo. (negritamos)\nAdemais, importante registrar que, conforme entendimento pac\u00edfico da jurisprud\u00eancia, a Ordem dos Advogados do Brasil, por ser considerada uma autarquia sui generis, deve perquirir seus cr\u00e9ditos, n\u00e3o por demanda executiva fiscal, mas por meio da competente a\u00e7\u00e3o de execu\u00e7\u00e3o de t\u00edtulo extrajudicial:\nPROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. EXECU\u00c7\u00c3O DE T\u00cdTULO EXTRAJUDICIAL. CR\u00c9DITO REFERENTE A ANUIDADES COBRADAS PELA OAB. PAR\u00c1GRAFO \u00daNICO DO ART. 46 DA LEI N. 8.906/94 C/C O ART. 585, VIII, DO CPC. DESNECESSIDADE DE INSTRU\u00c7\u00c3O DA PETI\u00c7\u00c3O INICIAL COM DOCUMENTOS N\u00c3O PREVISTOS EM LEI. PRECEDENTE. RETORNO DOS AUTOS AO JUIZ DE PRIMEIRO GRAU. 1. A Corte a quo adotou o entendimento no sentido de que o titulo executivo extrajudicial da certid\u00e3o de d\u00e9bitos para a cobran\u00e7a das anuidades da OAB deve seguir os requisitos previstos no inciso II do art. 585 do CPC. Entretanto a hip\u00f3tese em quest\u00e3o se enquadra na disciplina do inciso VIII do mesmo dispositivo legal - o qual estabelece que \"s\u00e3o t\u00edtulos executivos extrajudiciais todos os t\u00edtulos a que, por disposi\u00e7\u00e3o expressa, a lei atribuir for\u00e7a executiva\". \u00c9 o que ocorreu com a certid\u00e3o passada pela diretoria da OAB, conforme o par\u00e1grafo \u00fanico do art. 46 da Lei n. 8.906/94. 2. A Lei n\u00e3o exigiu a instaura\u00e7\u00e3o de processo administrativo\n5\nSede \u201cPresidente Accioly Neto\u201d Rua Brasilino Moura, 253 - Tel.: (41) 3017-5000 - Fax: (41) 3250-5700 - CEP: 80.540-340 - Curitiba - PR\nwww.oabpr.org.br\n\n\fOrdem dos Advogados do Brasil Se\u00e7\u00e3o do Paran\u00e1\nnem a assinatura do devedor para a constitui\u00e7\u00e3o do t\u00edtulo executivo em quest\u00e3o, n\u00e3o cabendo ao int\u00e9rprete da lei acrescentar requisitos por ela n\u00e3o previstos, raz\u00e3o pela qual a certid\u00e3o em quest\u00e3o \u00e9 documento h\u00e1bil a instaurar a execu\u00e7\u00e3o do cr\u00e9dito pleiteado. Precedente. 3. Recurso especial provido para determinar o retorno dos autos ao juiz de primeiro grau para que a execu\u00e7\u00e3o seja recebida e regularmente processada. (REsp 1019515/RS, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 03/03/2009, DJe 25/03/2009) (negritamos)\nPROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. OAB. LEI N. 8.906/94. D\u00c9BITOS RELATIVOS A ANUIDADES. NATUREZA JUR\u00cdDICA. A\u00c7\u00c3O DE EXECU\u00c7\u00c3O. INAPLICABILIDADE DA LEI DE EXECU\u00c7\u00d5ES FISCAIS. 1. A Ordem dos Advogados do Brasil - OAB \u00e9 uma autarquia sui generis e, por conseguinte, diferencia-se das demais entidades que fiscalizam as profiss\u00f5es. 2. \"O t\u00edtulo executivo extrajudicial, referido no art. 46, par\u00e1grafo \u00fanico, da Lei n. 8.906/94, deve ser exigido em execu\u00e7\u00e3o disciplinada pelo C\u00f3digo de Processo Civil, n\u00e3o sendo poss\u00edvel a execu\u00e7\u00e3o fiscal regida pela Lei n. 6.830/80\" (EREsp n. 503.252/SC, relator Ministro Castro Meira). 3. Recurso especial provido. (REsp 447.124/SC, Rel. Ministro JO\u00c3O OT\u00c1VIO DE NORONHA, SEGUNDA TURMA, julgado em 04/05/2006, DJ 28/06/2006, p. 230) (negritamos)\nAssim, diante do que disp\u00f5e a pac\u00edfica jurisprud\u00eancia do Superior Tribunal de Justi\u00e7a, bem como ante a disciplina do par\u00e1grafo \u00fanico do artigo 46 da Lei 8.906/94, a cobran\u00e7a de contribui\u00e7\u00f5es, pre\u00e7os de servi\u00e7o e multas devidas \u00e0 OAB, deve ser realizada mediante a proposi\u00e7\u00e3o da competente a\u00e7\u00e3o de execu\u00e7\u00e3o de t\u00edtulo extrajudicial.\n6\nSede \u201cPresidente Accioly Neto\u201d Rua Brasilino Moura, 253 - Tel.: (41) 3017-5000 - Fax: (41) 3250-5700 - CEP: 80.540-340 - Curitiba - PR\nwww.oabpr.org.br\n\n\fOrdem dos Advogados do Brasil Se\u00e7\u00e3o do Paran\u00e1\n3. DA D\u00cdVIDA EXEQUENDA\nO (A) executado (a), que possui inscri\u00e7\u00e3o perante a Ordem dos Advogados do Brasil \u2013 Se\u00e7\u00e3o do Paran\u00e1 sob o n.\u00ba 13810 atualmente ATIVO - encontra-se em d\u00e9bito para com a Tesouraria deste Conselho Seccional, na import\u00e2ncia de R$ 5.262,32 (cinco mil, duzentos e sessenta e dois reais e trinta e dois centavos) (cf. certid\u00e3o anexa).\nCumpre esclarecer que o valor cobrado corresponde \u00e0s obriga\u00e7\u00f5es devidas \u00e0 este \u00d3rg\u00e3o de Classe, referentes ao(s) ano(s) de 2012, 2013, 2014, 2015 e 2016.\nDiante do exposto, bem como considerando que n\u00e3o foi poss\u00edvel estabelecer nenhuma solu\u00e7\u00e3o extrajudicial amig\u00e1vel com o (a) executado (a) no que concerne a cobran\u00e7a dos valores acima mencionados, a medida coercitiva que se imp\u00f5e \u00e9 a propositura da presente execu\u00e7\u00e3o de t\u00edtulo extrajudicial nos termos do art. 46, par\u00e1grafo \u00fanico, da Lei 8.906/94 e demais disposi\u00e7\u00f5es legais aplic\u00e1veis \u00e0 esp\u00e9cie.\n4. DO PEDIDO\nIsto posto, requer a exequente a cita\u00e7\u00e3o do (a) devedor 7\nSede \u201cPresidente Accioly Neto\u201d Rua Brasilino Moura, 253 - Tel.: (41) 3017-5000 - Fax: (41) 3250-5700 - CEP: 80.540-340 - Curitiba - PR\nwww.oabpr.org.br\n\n\fOrdem dos Advogados do Brasil Se\u00e7\u00e3o do Paran\u00e1\n(a), para que, em 03 (tr\u00eas) dias, efetue o pagamento da import\u00e2ncia correspondente ao seu d\u00e9bito acrescido de honor\u00e1rios advocat\u00edcios fixados em lei em 10%, ou nomeie bens \u00e0 penhora, sob pena de se n\u00e3o o fizer, serem penhorados tantos bens quantos bastem \u00e0 satisfa\u00e7\u00e3o do principal e acess\u00f3rio, custas e honor\u00e1rios advocat\u00edcios, seguindo a execu\u00e7\u00e3o at\u00e9 a total satisfa\u00e7\u00e3o da pretens\u00e3o deduzida (art. 827 e seguintes do NCPC com reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n\u00ba 13.1050/2015).\nRequer-se, ainda, a inclus\u00e3o do nome do advogado executado no cadastro de inadimplentes, conforme preceitua o \u00a73\u00ba do artigo 782 do novo C\u00f3digo de Processo Civil.\nD\u00e1-se \u00e0 presente a\u00e7\u00e3o o valor de R$ 5.262,32.\nTermos em que, Pede deferimento.\nCuritiba, ter\u00e7a-feira, 18 de abril de 2017.\n\nAmanda Busetti Mori Santos\nOAB/PR n\u00ba 53.393\n\nAndrey Salmazo Poubel\nOAB/PR 36.458\n\n8\nSede \u201cPresidente Accioly Neto\u201d Rua Brasilino Moura, 253 - Tel.: (41) 3017-5000 - Fax: (41) 3250-5700 - CEP: 80.540-340 - Curitiba - PR\nwww.oabpr.org.br\n\n\f" } ] } }, { "data": { "original_header": "Documento Original - IdDocumentoCompleto: 5055959-33.2021.4.04.7000-701628787567330823144890238011", "original_text": "EXCELENT\u00cdSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) FEDERAL DA \u00aa VARA FEDERAL DE SUBSE\u00c7\u00c3O JUDICI\u00c1RIA DE CURITIBA \u2013 PR\nRUMO MALHA SUL S.A., (\u201cConcession\u00e1ria\u201d ou \u201cRequerente\u201d), pessoa jur\u00eddica de direito privado, inscrita no CNPJ/MF sob o n\u00b0 01.258.944/0001-26, com sede na Rua Em\u00edlio Bertolini, n\u00b0 100, Vila Oficinas, Curitiba/PR, CEP 82920-030 (DOC. 01), por seus advogados que a esta subscrevem, com endere\u00e7o eletr\u00f4nico: push@keppler.com.br, vem, respeitosamente, \u00e0 presen\u00e7a de Vossa Excel\u00eancia, nos termos dos artigos 319, 560 e seguintes do C\u00f3digo de Processo Civil e com fundamento nos artigos 183, \u00a73\u00ba, 191, par\u00e1grafo \u00fanico da Constitui\u00e7\u00e3o da Rep\u00fablica Federativa do Brasil, 1\u00ba, g, do Decreto \u2013 Lei n\u00b0 9.760/64, 8\u00ba, I, da Lei n\u00b0 11.483/2007 e artigos 102, 1.996 e seguintes do C\u00f3digo Civil, ajuizar a presente A\u00c7\u00c3O DE REINTEGRA\u00c7\u00c3O DE POSSE em face de INVASOR N\u00c3O IDENTIFICADO, cuja qualifica\u00e7\u00e3o completa \u00e9 ignorada, apesar de terem sido realizadas dilig\u00eancias para identifica\u00e7\u00e3o e sua notifica\u00e7\u00e3o1, pelas raz\u00f5es de fato e de direito a seguir expostas.\nI. LEGITIMIDADE ATIVA E COMPET\u00caNCIA DO JU\u00cdZO FEDERAL\nA Uni\u00e3o Federal, de acordo com o Edital PND/A n\u00ba 08/96/RFFSA (DOC. 02), no \u00e2mbito de Programa Nacional de Desestatiza\u00e7\u00e3o da Rede Ferrovi\u00e1ria Federal S/A \u2013 RFFSA (Lei n\u00ba 8.031/1990), realizou licita\u00e7\u00e3o para concess\u00e3o do servi\u00e7o p\u00fablico federal de transporte ferrovi\u00e1rio de cargas no trecho denominado Malha Sul.\nTal licita\u00e7\u00e3o foi vencida pela Ferrovia Sul-Atl\u00e2ntico S.A. (antiga denomina\u00e7\u00e3o de ALL - Am\u00e9rica Latina Log\u00edstica Malha Sul S.A., atualmente Rumo Malha Sul S.A.),\n1 CPC, artigo 319, \u00a7 1\u00ba: \u201cCaso n\u00e3o disponha das informa\u00e7\u00f5es previstas no inciso II, poder\u00e1 o autor, na peti\u00e7\u00e3o inicial, requerer ao juiz dilig\u00eancias necess\u00e1rias a sua obten\u00e7\u00e3o.\u201d \"ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. A\u00c7\u00c3O DE REINTEGRA\u00c7\u00c3O DE POSSE. INVASOR DESCONHECIDO. DETERMINA\u00c7\u00c3O DE EMENDA DA INICIAL PARA IDENTIFICA\u00c7\u00c3O E QUALIFICA\u00c7\u00c3O DO REQUERIDO. IMPOSSIBILIDADE DE CUMPRIMENTO. REQUERIMENTO DE DILIG\u00caNCIA. VEDA\u00c7\u00c3O LEGAL DO INDEFERIMENTO DA INICIAL. \u00c9 vedado ao juiz indeferir a inicial por descumprimento da ordem de emenda para a identifica\u00e7\u00e3o e qualifica\u00e7\u00e3o do requerido, quando a parte demonstrar n\u00e3o ser poss\u00edvel cumprir a obriga\u00e7\u00e3o e requerer que seja realizada dilig\u00eancia judicial para identificar o invasor do im\u00f3vel objeto da a\u00e7\u00e3o de reintegra\u00e7\u00e3o de posse, nos termos do art. 319, \u00a7\u00a71\u00ba e 3\u00ba, CPC.\u201d (TRF4, AC 5004398-89.2016.4.04.7114, QUARTA TURMA, Relatora VIVIAN JOSETE PANTALE\u00c3O CAMINHA, juntado aos autos em 16/08/2020) (destacamos)\n1 Rua Bento de Andrade, 421 Jardim Paulista CEP 04503-011 S\u00e3o Paulo Fone 55 11 3888-9819\nwww.keppler.adv.br\n\n\fa qual celebrou o respectivo contrato de concess\u00e3o. (DOC. 03)\nPara viabilizar a referida explora\u00e7\u00e3o de servi\u00e7os de transporte ferrovi\u00e1rio de cargas foi celebrado o contrato de arrendamento (DOC. 04), por meio do qual foram arrendados \u00e0 Concession\u00e1ria os bens operacionais (bens m\u00f3veis e im\u00f3veis essenciais \u00e0 presta\u00e7\u00e3o do servi\u00e7o de transporte ferrovi\u00e1rio de cargas)2, impondo-lhe a obriga\u00e7\u00e3o de adotar todas as medidas necess\u00e1rias \u00e0 prote\u00e7\u00e3o destes bens. Veja-se o inteiro teor da Cl\u00e1usula Quarta do Contrato de Arrendamento:\n\"X) promover as medidas necess\u00e1rias, inclusive judiciais, \u00e0 prote\u00e7\u00e3o dos bens arrendados contra amea\u00e7a ou ato de turba\u00e7\u00e3o ou esbulho que vier a sofrer, dando conhecimento \u00e0 RFFSA\". (destacamos)\nDentre os bens arrendados para a Concession\u00e1ria consta a \u00e1rea objeto da presente demanda.\nTrata-se de bem p\u00fablico, nos termos do artigo 98 do C\u00f3digo Civil3, na medida em que s\u00e3o de propriedade do DEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTES (\u201cDNIT\u201d)4, por for\u00e7a do disposto no artigo 8\u00ba da Lei n.\u00ba 11.483/2007.5 Portanto, \u00e9 manifesto o seu interesse no deslinde da presente demanda.\nAinda que o objeto da presente demanda seja a posse exercida e defendida pela Concession\u00e1ria, a interven\u00e7\u00e3o do DNIT \u00e9 imperiosa no caso pela necessidade de tutela dos bens im\u00f3veis da Uni\u00e3o, locais onde passa a linha f\u00e9rrea e se constitui a faixa de dom\u00ednio, conforme entendimento jurisprudencial sobre o tema.6\n2 Lei 11.483/2007: \u201cArt. 22. Para os fins desta Lei, consideram-se bens operacionais os bens m\u00f3veis e im\u00f3veis vinculados aos contratos de arrendamento celebrados pela extinta RFFSA, bem como aqueles delegados a Estados ou Munic\u00edpios para opera\u00e7\u00e3o ferrovi\u00e1ria.\u201d 3 C\u00f3digo Civil: \u201cArt. 98. S\u00e3o bens p\u00fablicos os bens do dom\u00ednio nacional pertencentes \u00e0s pessoas jur\u00eddicas de direito p\u00fablico interno; todos os outros s\u00e3o particulares.\u201d 4 Regimento Interno do DNIT: \u201cArt. 2\u00ba. \"O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes - DNIT, criado pela Lei n\u00ba 10.233, de 5 de junho de 2001, submetido ao regime aut\u00e1rquico, vinculado ao Minist\u00e9rio dos Transportes, com personalidade jur\u00eddica de direito p\u00fablico.\u201d 5 \u201cArt. 8. Ficam transferidos ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes - DNIT: I - a propriedade dos bens m\u00f3veis e im\u00f3veis operacionais da extinta RFFSA.\u201d 6 \u201cADMINISTRATIVO. AGRAVO DE INSTRUMENTO. REINTEGRA\u00c7\u00c3O DE POSSE. UNI\u00c3O. INTERESSE NO FEITO. COMPET\u00caNCIA. - Nos termos da S\u00famula 150 do STJ, \"Compete \u00e0 Justi\u00e7a Federal decidir sobre a exist\u00eancia de interesse jur\u00eddico que justifique a presen\u00e7a, no processo, da Uni\u00e3o, suas autarquias ou empresas p\u00fablicas\" - Considerando a mais recente manifesta\u00e7\u00e3o da Uni\u00e3o nos autos, expressando interesse jur\u00eddico na rela\u00e7\u00e3o processual, de se admitir seu ingresso no feito, como assistente da parte autora - Em certa medida, aplic\u00e1vel ao caso a ratio que inspirou a S\u00famula 14 do extinto Tribunal Federal de Recursos, segundo a qual \"O processo e julgamento de a\u00e7\u00e3o possess\u00f3ria relativa a terreno do dom\u00ednio da Uni\u00e3o, autarquias e empresas p\u00fablicas federais somente s\u00e3o da compet\u00eancia da Justi\u00e7a Federal quando dela participar qualquer dessas entidades como autora, r\u00e9, assistente ou opoente\".(AG 5002712-88.2021.4.04.0000, Desembargador Ricardo Teixeira do Valle Pereira, TRF4 - Quarta Turma, 28/04/2021).\n*** \u201cAGRAVO DE INSTRUMENTO. A\u00c7\u00c3O DE USUCAPI\u00c3O EXTRAORDIN\u00c1RIA. PRESCRI\u00c7\u00c3O DE \u00c1REA PRETENDIDA. FAIXA DE DOM\u00cdNIO DA RODOVIA FEDERAL. PROPRIEDADE DA UNI\u00c3O. INTERVEN\u00c7\u00c3O. COMPET\u00caNCIA DA\n2 Rua Bento de Andrade, 421 Jardim Paulista CEP 04503-011 S\u00e3o Paulo Fone 55 11 3888-9819\nwww.keppler.adv.br\n\n\fCumpre destacar, tamb\u00e9m, o interesse da AG\u00caNCIA NACIONAL DOS TRANSPORTES TERRESTRES (\u201cANTT\u201d) que, em casos anteriores e similares ao presente j\u00e1 manifestou interesse na discuss\u00e3o sobre prote\u00e7\u00e3o das \u00e1reas como a que comp\u00f5e o objeto da presente demanda. (DOC. 05)\nAssim, demonstrou-se a legitimidade ativa da Concession\u00e1ria no ajuizamento desta possess\u00f3ria, bem como a compet\u00eancia da Justi\u00e7a Federal para o processamento da presente demanda, na medida em que o DNIT e a ANTT possuem interesse processual noa resguardo dos bens da Uni\u00e3o (artigo 109, I, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal).\nII. INDEVIDO ESBULHO E NECESSIDADE DE REINTEGRA\u00c7\u00c3O DE POSSE\nEm decorr\u00eancia do Contrato de Arrendamento acima mencionado, a Concession\u00e1ria \u00e9 leg\u00edtima possuidora da \u00e1rea contida entre o km inicial 85+562 ao km final 85+580 do trecho denominado Igua\u00e7u - Paranagu\u00e1 dos Reis, localizado no Munic\u00edpio de Piraquara, Estado do Paran\u00e1.\nContudo, conforme relat\u00f3rio de inspe\u00e7\u00e3o (DOC. 06) preparado pela empresa Strata Engenharia, o Requerido ocupou parte da \u00e1rea de responsabilidade da Concession\u00e1ria e ainda retirou as cercas da divisa da linha f\u00e9rrea com a faixa de dom\u00ednio, o que representa um risco \u00e0 incolumidade dos que trafegam no local e aos operadores da linha f\u00e9rrea.\nEm 19/05/2021 tentou-se a notifica\u00e7\u00e3o do Requerido sobre a necessidade de desocupa\u00e7\u00e3o da \u00e1rea, por\u00e9m n\u00e3o foi poss\u00edvel encontra-lo, visto o total abandono da ocupa\u00e7\u00e3o, remanescendo, em novas vistorias realizadas em 09/07/2021, um barraco em mau estado, indevidamente constru\u00eddo.\nCumpre destacar que a ocupa\u00e7\u00e3o irregular desta \u00e1rea sequer consubstancia exerc\u00edcio de posse, por se tratar de bem p\u00fablico. Os ocupantes irregulares exercem apenas mera deten\u00e7\u00e3o, a qual n\u00e3o est\u00e1 sujeita a posse velha ou posse nova, vez que n\u00e3o \u00e9 suscet\u00edvel a prescri\u00e7\u00e3o aquisitiva. Ou seja, tal ato sequer \u00e9 defens\u00e1vel pelos institutos possess\u00f3rios (artigos 183, \u00a7 3\u00ba, e 191, par\u00e1grafo \u00fanico, ambos da Constitui\u00e7\u00e3o Federal).\nTanto que qualquer constru\u00e7\u00e3o feita no local n\u00e3o enseja qualquer tipo de indeniza\u00e7\u00e3o, na medida em que a deten\u00e7\u00e3o da \u00e1rea n\u00e3o gera direitos, conforme S\u00famula\nJUSTI\u00c7A FEDERAL. A autora deixou de se manifestar sobre a quest\u00e3o ou apresentar memorial retificador, de modo que remanesce a controv\u00e9rsia suscitada. Considerando que existe interesse do Poder P\u00fablico Federal na lide, por envolver direitos reais sobre poss\u00edvel faixa de dom\u00ednio de rodovia federal, deve ser admitida a interven\u00e7\u00e3o do DNIT, o que atrai a compet\u00eancia da Justi\u00e7a Federal para processar e julgar o feito.\u201d (AG 5036883-76.2018.4.04.0000, Desembargadora Vivian Josete Pantale\u00e3o Caminha, TRF4 - Quarta Turma, 03/04/2019).\n3 Rua Bento de Andrade, 421 Jardim Paulista CEP 04503-011 S\u00e3o Paulo Fone 55 11 3888-9819\nwww.keppler.adv.br\n\n\f619 do Supremo Tribunal de Justi\u00e7a disp\u00f5e: \u201cA ocupa\u00e7\u00e3o indevida de bem p\u00fablico configura mera deten\u00e7\u00e3o, de natureza prec\u00e1ria, insuscet\u00edvel de reten\u00e7\u00e3o ou indeniza\u00e7\u00e3o por acess\u00f5es e benfeitorias.\u201d (destacamos)\nAdemais, tem-se a aplica\u00e7\u00e3o, em raz\u00e3o do princ\u00edpio da especialidade, (ex: faixas de dom\u00ednio ferrovi\u00e1rio) do disposto no artigo 71, do Decreto-Lei n\u00ba 9.760/46, com a seguinte reda\u00e7\u00e3o:\n\u201cArt. 71. O ocupante de im\u00f3vel da Uni\u00e3o sem assentimento desta, poder\u00e1 ser sumariamente despejado e perder\u00e1, sem direito a qualquer indeniza\u00e7\u00e3o, tudo quanto haja incorporado ao solo, ficando ainda sujeito ao disposto nos arts. 513, 515 e 517 do C\u00f3digo Civil.\u201d (destacamos)\nDevido \u00e0 aplica\u00e7\u00e3o de norma espec\u00edfica, fica afastado o previsto nos artigos 558 e 561, I, III e IV, do C\u00f3digo de Processo Civil, nas a\u00e7\u00f5es possess\u00f3rias ao patrim\u00f4nio p\u00fablico federal:\n\u201cADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. FAIXA DE DOM\u00cdNIO. FERROVIA. CONSTRU\u00c7\u00c3O DE BARRACO DE MADEIRA PARA FINS FESTIVOS E CULTURAIS. DISTIN\u00c7\u00c3O DE POSSE NOVA E POSSE VELHA. DESNECESSIDADE. CONCESS\u00c3O DA TUTELA DE URG\u00caNCIA PLEITEADA. IMPOSSIBILIDADE. S\u00daMULA 7 DO STJ. (...). 2. O art. 1.208 do C\u00f3digo Civil disp\u00f5e que \"n\u00e3o induzem posse os atos de mera permiss\u00e3o ou toler\u00e2ncia assim como n\u00e3o autorizam a sua aquisi\u00e7\u00e3o os atos violentos, ou clandestinos, sen\u00e3o depois de cessar a viol\u00eancia ou a clandestinidade\". 3. A jurisprud\u00eancia, tanto do Superior Tribunal de Justi\u00e7a quanto do Supremo Tribunal Federal, \u00e9 firme em n\u00e3o ser poss\u00edvel a posse de bem p\u00fablico, constituindo a sua ocupa\u00e7\u00e3o mera deten\u00e7\u00e3o de natureza prec\u00e1ria. Portanto, no caso vertente, descabe invoca\u00e7\u00e3o de \"posse velha\" para impossibilitar a reintegra\u00e7\u00e3o liminar em bem im\u00f3vel pertencente a \u00f3rg\u00e3o p\u00fablico. Nesse sentido, confiram-se os seguintes julgados: REsp 1.701.620/RS, Rel. Ministro Herman Benjamin, Segunda Turma, DJe 19/12/2017; AgRg no AREsp 824.129/PE, Rel. Ministro Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, DJe 1/3/2016, e REsp 932.971/SP, Rel. Ministro Luis Felipe Salom\u00e3o, Quarta Turma, DJe 26/5/2011. (...) 5. Imposs\u00edvel a concess\u00e3o direta da medida pleiteada, uma vez que demanda a revis\u00e3o do conjunto probat\u00f3rio dos autos. 6. Recurso Especial conhecido e provido para determinar o retorno \u00e0 Corte de origem com vistas \u00e0 prola\u00e7\u00e3o de novo decisum sem o \u00f3bice de ser a posse \"velha\".\u201d (REsp 1755460/RS, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 27/11/2018, DJe 17/12/2018) (destacamos)\nA jurisprud\u00eancia do Egr\u00e9gio Tribunal Regional Federal da 4\u00aa Regi\u00e3o 4\nRua Bento de Andrade, 421 Jardim Paulista CEP 04503-011 S\u00e3o Paulo Fone 55 11 3888-9819\nwww.keppler.adv.br\n\n\ftamb\u00e9m j\u00e1 consolidou o entendimento de que nesses casos a deten\u00e7\u00e3o indevida n\u00e3o impede a reintegra\u00e7\u00e3o e sequer gera direitos aquisitivos ao ocupante irregular, no caso ao Requerido:\n\"ADMINISTRATIVO. APELA\u00c7\u00c3O C\u00cdVEL. A\u00c7\u00c3O DE REINTEGRA\u00c7\u00c3O DE POSSE. FAIXA DE DOM\u00cdNIO DE FERROVIA. ESBULHO POSSESS\u00d3RIO. DIREITO \u00c0 MORADIA. DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA.FUN\u00c7\u00c3O SOCIAL DA PROPRIEDADE. BEM P\u00daBLICO. ABANDONO. DESOCUPA\u00c7\u00c3O. SUSPENS\u00c3O DO PROCESSO. REGULARIZA\u00c7\u00c3O FUNDI\u00c1RIA. 1. \u00c0 m\u00edngua de autoriza\u00e7\u00e3o para edifica\u00e7\u00e3o em faixa de dom\u00ednio e/ou \u00e1rea non aedificandi de ferrovia federal, a ocupa\u00e7\u00e3o irregular desse espa\u00e7o (ou deten\u00e7\u00e3o de natureza prec\u00e1ria) constitui esbulho possess\u00f3rio, que autoriza o manejo de a\u00e7\u00e3o de reintegra\u00e7\u00e3o de posse pela concession\u00e1ria (artigos 1.208 e 1.210 do C\u00f3digo Civil; artigos 560 a 562 do C\u00f3digo de Processo Civil, e artigo 71 do Decreto-Lei n.\u00ba 9.760/1946). 2. A ocupa\u00e7\u00e3o irregular de bem p\u00fablico que p\u00f5e em risco a vida e a seguran\u00e7a de pessoas (inclusive do(a)(s) pr\u00f3prio(a)(s) r\u00e9u(\u00e9)(s) e sua fam\u00edlia) n\u00e3o pode ser legitimada, com fundamento na dignidade da pessoa humana (artigo 1\u00ba, inciso III, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal) ou no direito social \u00e0 moradia (artigo 6\u00ba da Constitui\u00e7\u00e3o Federal) - cuja concretiza\u00e7\u00e3o reclama a exist\u00eancia de pol\u00edticas p\u00fablicas -, porquanto (1) \u00e9 dever do Estado proteg\u00ea-las; (2) o interesse particular n\u00e3o prevalece ao da coletividade, nem se sobrep\u00f5e \u00e0 necessidade de o Poder P\u00fablico garantir seguran\u00e7a na circula\u00e7\u00e3o de pessoas e ve\u00edculos nas vias f\u00e9rreas, e (3) chancelar o esbulho de \u00e1rea p\u00fablica viola, ainda que indiretamente, normas expressas da Constitui\u00e7\u00e3o Federal (artigo 183, \u00a7 3\u00ba, e artigo 191, par\u00e1grafo \u00fanico). 3. A fun\u00e7\u00e3o social da propriedade n\u00e3o pode ser utilizada para justificar ou legitimar a utiliza\u00e7\u00e3o indevida de \u00e1rea de dom\u00ednio p\u00fablico, em contrariedade \u00e0 legisla\u00e7\u00e3o, com preju\u00edzo aos servi\u00e7os concedidos e risco \u00e0s pessoas e bens situados \u00e0 volta da ferrovia. 4. O abandono de bem p\u00fablico (ferrovia) ou de bem p\u00fablico vinculado \u00e0 presta\u00e7\u00e3o de servi\u00e7o p\u00fablico (faixa n\u00e3o edificante) n\u00e3o \u00e9 causa de extin\u00e7\u00e3o da propriedade p\u00fablica, diferentemente do que ocorre com a propriedade particular (art. 1.275, inciso III, do C\u00f3digo Civil). 5. As not\u00edcias veiculadas pelo r\u00e9u com o objetivo de suspender o processo poderiam impactar em seu andamento, todavia, n\u00e3o foram comprovadas documentalmente, al\u00e9m de serem medidas incipientes ou que demandam longo prazo de tramita\u00e7\u00e3o at\u00e9 sua resolu\u00e7\u00e3o.6. Al\u00e9m de o pleito relativo \u00e0 regulariza\u00e7\u00e3o fundi\u00e1ria constituir inova\u00e7\u00e3o recursal, n\u00e3o parece haver amparo na norma processual para sua an\u00e1lise, que desborda do car\u00e1ter d\u00faplice da a\u00e7\u00e3o possess\u00f3ria (art. 556, CPC) e visa, em \u00faltima an\u00e1lise, interferir/deflagrar a formula\u00e7\u00e3o ou a execu\u00e7\u00e3o de pol\u00edticas p\u00fablicas de habita\u00e7\u00e3o.\u201d (TRF4, AC 5000348-21.2020.4.04.7133, Quarta Turma, Desembargadora Vivian Josete Pantale\u00e3o Caminha, 22/05/2021) (destacamos)\n\u201cADMINISTRATIVO. REINTEGRA\u00c7\u00c3O DE POSSE. CONSTRU\u00c7\u00c3O DENTRO DA FAIXA DE DOM\u00cdNIO DE FERROVIA. DECRETO N\u00ba 7.929/2013. ALEGA\u00c7\u00c3O DE INATIVIDADE DA VIA F\u00c9RREA. DESCABIMENTO. ESBULHO POSSESS\u00d3RIO. COMPROVA\u00c7\u00c3O. 1. O artigo 1, \u00a7 2\u00ba do Decreto n\u00ba 7.929/2013 disp\u00f5e que n\u00e3o \u00e9 poss\u00edvel edificar na faixa de dom\u00ednio de 15 metros de cada lado de uma ferrovia, a menos que sejam estipuladas outras dimens\u00f5es nas normas e\n5 Rua Bento de Andrade, 421 Jardim Paulista CEP 04503-011 S\u00e3o Paulo Fone 55 11 3888-9819\nwww.keppler.adv.br\n\n\fregulamentos t\u00e9cnicos vigentes, ou definidas no projeto de desapropria\u00e7\u00e3o ou de implanta\u00e7\u00e3o da respectiva ferrovia. A preserva\u00e7\u00e3o da faixa de dom\u00ednio mostra-se imprescind\u00edvel para a manuten\u00e7\u00e3o da seguran\u00e7a no tr\u00e1fego ferrovi\u00e1rio, tratandose de bem p\u00fablico, consubstanciado legalmente como de uso especial, na forma do art. 99, II, do C\u00f3digo Civil. 2. Descabida a alega\u00e7\u00e3o de inatividade da ferrovia, pois n\u00e3o h\u00e1 como presumir que a mesma permanecer\u00e1 inativa, bem como n\u00e3o se pode condicionar o futuro uso da \u00e1rea, o que acabaria ocorrendo na hip\u00f3tese de manuten\u00e7\u00e3o da constru\u00e7\u00e3o irregular sob tal fundamento. O suposto abandono de bem p\u00fablico (ferrovia) ou de \u00e1rea, p\u00fablica ou privada, vinculada \u00e0 presta\u00e7\u00e3o de servi\u00e7o p\u00fablico, n\u00e3o \u00e9 causa de extin\u00e7\u00e3o da propriedade p\u00fablica, diferentemente do que ocorre com a propriedade particular, que pode se extinguir por abandono (CC, art. 1.275, inc. III). 3. O direito constitucional \u00e0 moradia n\u00e3o autoriza o descumprimento da lei. Ademais, a empresa est\u00e1 zelando pela seguran\u00e7a p\u00fablica, tanto que est\u00e1 tomando medidas judiciais para tanto. Enfatiza-se que a responsabilidade na hip\u00f3tese de eventuais acidentes no local \u00e9 da empresa concession\u00e1ria do servi\u00e7o p\u00fablico e, subsidiariamente, da Uni\u00e3o. Portanto, medida reintegrat\u00f3ria objetiva preservar n\u00e3o apenas a posse leg\u00edtima da concession\u00e1ria, mas tamb\u00e9m a pr\u00f3pria integridade f\u00edsica do r\u00e9u. 4. Demonstrado que a constru\u00e7\u00e3o ocupa a faixa de dom\u00ednio de ferrovia federal, resta configurado o esbulho possess\u00f3rio. Providas as apela\u00e7\u00f5es e julgado procedente o pedido, determinando-se a reintegra\u00e7\u00e3o de posse \u00e0 autora da totalidade da \u00e1rea inserta na faixa de dom\u00ednio da estrada de ferro, bem como a retirada (remo\u00e7\u00e3o) das constru\u00e7\u00f5es existentes no local, \u00e0s expensas da parte demandada.\u201d (TRF4, AC 5003218-43.2013.4.04.7211, TERCEIRA TURMA, Relatora para Ac\u00f3rd\u00e3o V\u00c2NIA HACK DE ALMEIDA, juntado aos autos em 06/05/2021) (destacamos)\n\n\u201cCIVIL. \u00c1REA DE PROPRIEDADE DA UNI\u00c3O. MERA DETEN\u00c7\u00c3O POR\n\nPARTICULAR.\n\nBENFEITORIAS.\n\nINDENIZA\u00c7\u00c3O.\n\nRETEN\u00c7\u00c3O.\n\nIMPOSSIBILIDADE. Diante da natureza da ocupa\u00e7\u00e3o do im\u00f3vel pelo genitor dos\n\nautores - mera deten\u00e7\u00e3o -, bem como pelo fato de eventuais benfeitorias terem\n\nsido realizadas \u00e0 revelia da Uni\u00e3o, em contrariedade ao que disp\u00f5e a Lei n\u00ba\n\n9.760/46, n\u00e3o h\u00e1 falar em indeniza\u00e7\u00e3o ou reten\u00e7\u00e3o. Precedentes do STJ.\u201d (TRF4,\n\nAC 5002821-61.2016.4.04.7216, QUARTA TURMA, Relatora VIVIAN JOSETE\n\nPANTALE\u00c3O CAMINHA, juntado aos autos em 16/08/2020)\n\nCumpre destacar que a \u00e1rea esbulhada \u00e9 classificada como faixa de dom\u00ednio,7 a qual corresponde \u00e0 extens\u00e3o ao longo da linha f\u00e9rrea cuja dimens\u00e3o \u00e9 vari\u00e1vel de acordo com as peculiaridades de cada trecho, e neste caso a mesma possui a medida de 20 (vinte) metros totais para cada lado a partir do eixo da linha f\u00e9rrea, conforme relat\u00f3rio anexo. Tudo com o objetivo de garantir a seguran\u00e7a de pessoas e continuidade da opera\u00e7\u00e3o ferrovi\u00e1ria.\n\nEsclarece-se ainda que, cont\u00edgua \u00e0 faixa de dom\u00ednio, est\u00e1 uma faixa\n\n7 Decreto n\u00ba 7.929/2013: \"Art. 1\u00ba \u00a72\u00ba (\u2026) entende-se por faixa de dom\u00ednio a por\u00e7\u00e3o de terreno com largura m\u00ednima de quinze metros de cada lado do eixo da via f\u00e9rrea, sem preju\u00edzo das dimens\u00f5es estipuladas nas normas e regulamentos t\u00e9cnicos vigentes, ou definidas no projeto de desapropria\u00e7\u00e3o ou de implanta\u00e7\u00e3o da respectiva ferrovia.\"\n6 Rua Bento de Andrade, 421 Jardim Paulista CEP 04503-011 S\u00e3o Paulo Fone 55 11 3888-9819\nwww.keppler.adv.br\n\n\fn\u00e3o edific\u00e1vel,8 conforme ilustra-se abaixo:9\nAinda neste sentido, cumpre descrever o entendimento do Tribunal Regional Federal da 4\u00aa Regi\u00e3o \u00e0 despeito do tema:\n\u201cADMINISTRATIVO. APELA\u00c7\u00c3O C\u00cdVEL. REINTEGRA\u00c7\u00c3O DE POSSE. CONSTRU\u00c7\u00c3O DENTRO DE FAIXA DE DOM\u00cdNIO DE FERROVIA. ESBULHO POSSESS\u00d3RIO. DESFAZIMENTO DAS EDIFICA\u00c7\u00d5ES \u00c0S EXPENSAS DO R\u00c9U. Estando a edifica\u00e7\u00e3o em situa\u00e7\u00e3o de flagrante irregularidade em raz\u00e3o de ocupa\u00e7\u00e3o indevida de dom\u00ednio de bem p\u00fablico, resta configurado o esbulho possess\u00f3rio, a justificar a reintegra\u00e7\u00e3o de posse e o respectivo desfazimento das constru\u00e7\u00f5es, \u00e0s expensas do r\u00e9u.\u201d (TRF4, AC 5019058-80.2014.4.04.7107, QUARTA TURMA, Relatora VIVIAN JOSETE PANTALE\u00c3O CAMINHA, juntado aos autos em 04/07/2020)\nDestarte, percebe-se que os institutos n\u00e3o se confundem e que a faixa de dom\u00ednio, diferente da n\u00e3o edific\u00e1vel, \u00e9 vari\u00e1vel e que o documento h\u00e1bil a comprovar essa varia\u00e7\u00e3o ao longo da malha s\u00e3o os mapas cedidos pelo Poder Concedente (Uni\u00e3o), quando da concess\u00e3o e do arrendamento.\n8 Lei 6.766/79: \"Art. 4\u00ba. Os loteamentos dever\u00e3o atender, pelo menos, aos seguintes requisitos: (...) III - ao longo das \u00e1guas correntes e dormentes e das faixas de dom\u00ednio p\u00fablico das rodovias e ferrovias, ser\u00e1 obrigat\u00f3ria a reserva de uma faixa n\u00e3o-edific\u00e1vel de 15 (quinze) metros de cada lado, salvo maiores exig\u00eancias da legisla\u00e7\u00e3o espec\u00edfica.\" 9 \"A faixa de dom\u00ednio e a \u00e1rea n\u00e3o edific\u00e1vel possuem natureza de limita\u00e7\u00f5es administrativas, implicando um dever de n\u00e3o fazer ao administrado.\" (TRF5, Apela\u00e7\u00e3o C\u00edvel 00075505020104058300, Rel. Des. Francisco Barros Dias, 2.\u00aa Turma, DJe 22.11.2012)\n7 Rua Bento de Andrade, 421 Jardim Paulista CEP 04503-011 S\u00e3o Paulo Fone 55 11 3888-9819\nwww.keppler.adv.br\n\n\fOutrossim, frisa-se que a faixa de dom\u00ednio \u00e9 bem de uso comum do povo, esp\u00e9cie de bem p\u00fablico (art. 99, inciso I, do CC), e est\u00e1 sob a posse e guarda da Concession\u00e1ria, a qual precisa que este D. Ju\u00edzo defira o desfazimento das constru\u00e7\u00f5es ilegais no local que fora invadido.\nCabe informar que, conforme relat\u00f3rio anexo, na \u00e1rea invadida foram constatadas algumas edifica\u00e7\u00f5es irregulares, al\u00e9m da indevida retirada das cercas das divisas com a faixa de dom\u00ednio:\n1. UMA CERCA DE ARAME E ENTULHO DE BARRACO A 5M DO EIXO DA VIA F\u00c9RREA. A t\u00edtulo meramente ilustrativo, segue tamb\u00e9m imagem do local\ndevidamente identificado:\n8 Rua Bento de Andrade, 421 Jardim Paulista CEP 04503-011 S\u00e3o Paulo Fone 55 11 3888-9819\nwww.keppler.adv.br\n\n\fPode at\u00e9 n\u00e3o parecer necess\u00e1ria a reintegra\u00e7\u00e3o, mas \u00e9. A conduta do Requerido constitui um perigo real, capaz de incorrer em um desastre ferrovi\u00e1rio, conforme fotos tiradas no relat\u00f3rio elaborado pela Strata.\nAli\u00e1s, tal tema \u00e9 de tamanha import\u00e2ncia, que dentre os crimes contra a seguran\u00e7a p\u00fablica dos meios de comunica\u00e7\u00e3o e transporte e outros servi\u00e7os p\u00fablicos, encontrase o de perturba\u00e7\u00e3o do transporte ferrovi\u00e1rio, insculpido no artigo 260 do C\u00f3digo Penal.10\nPor fim, cumpre apontar que a legisla\u00e7\u00e3o p\u00e1tria assegura a restitui\u00e7\u00e3o a todo aquele que for privado de sua posse, nos termos do artigo 1.21011 do C\u00f3digo Civil, reparando-se o esbulho sofrido.\nDesta forma, exposta a posse regular da Concession\u00e1ria e o esbulho perpetrado pelo Requerido, para que a atividade ferrovi\u00e1ria possa seguir ininterrupta sem riscos \u00e0 integridade f\u00edsica do Requerido, dos funcion\u00e1rios da malha ferrovi\u00e1ria e de terceiros, n\u00e3o resta alternativa sen\u00e3o a propositura da presente A\u00e7\u00e3o de Reintegra\u00e7\u00e3o de Posse, com base no artigo 560 do C\u00f3digo de Processo Civil.\nIII. PEDIDOS\nAnte o exposto, requer se digne Vossa Excel\u00eancia a:\na) julgar PROCEDENTE o pedido de Reintegra\u00e7\u00e3o de Posse \u00e0 RUMO MALHA SUL S.A. condenando o Requerido ao pagamento das custas e despesas processuais e honor\u00e1rios advocat\u00edcios, nos termos do artigo 85, \u00a72\u00ba do C\u00f3digo de Processo Civil;\n10 \u201cArt. 260 - Impedir ou perturbar servi\u00e7o de estrada de ferro: I - destruindo, danificando ou desarranjando, total ou parcialmente, linha f\u00e9rrea, material rodante ou de tra\u00e7\u00e3o, obra-dearte ou instala\u00e7\u00e3o; II - colocando obst\u00e1culo na linha; III - transmitindo falso aviso acerca do movimento dos ve\u00edculos ou interrompendo ou embara\u00e7ando o funcionamento de tel\u00e9grafo, telefone ou radiotelegrafia; IV - praticando outro ato de que possa resultar desastre: Pena - reclus\u00e3o, de dois a cinco anos, e multa. Desastre ferrovi\u00e1rio \u00a7 1\u00ba - Se do fato resulta desastre: Pena - reclus\u00e3o, de quatro a doze anos e multa. \u00a7 2\u00ba - No caso de culpa, ocorrendo desastre: Pena - deten\u00e7\u00e3o, de seis meses a dois anos. \u00a7 3\u00ba - Para os efeitos deste artigo, entende-se por estrada de ferro qualquer via de comunica\u00e7\u00e3o em que circulem ve\u00edculos de tra\u00e7\u00e3o mec\u00e2nica, em trilhos ou por meio de cabo a\u00e9reo.\u201d 11 Art. 1.210. O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turba\u00e7\u00e3o, restitu\u00eddo no de esbulho, e segurado de viol\u00eancia iminente, se tiver justo receio de ser molestado.\n9 Rua Bento de Andrade, 421 Jardim Paulista CEP 04503-011 S\u00e3o Paulo Fone 55 11 3888-9819\nwww.keppler.adv.br\n\n\fb) expedir o mandado de cita\u00e7\u00e3o do Requerido para, querendo, apresentar resposta no prazo legal, sob pena de revelia (artigo 344 do C\u00f3digo de Processo Civil);\n\nc) determinar a intima\u00e7\u00e3o do DNIT, no endere\u00e7o SAN Qd. 03, Lt \"A\", Ed. N\u00facleo de Transportes, 4\u00ba andar, SL 97 - CEP 70.040-902 Bras\u00edlia/DF, e da ANTT no endere\u00e7o Setor de Clubes Esportivos Sul, lote 10 \u2013 trecho 03, Projeto Orla Polo 8 \u2013 Bloco A \u2013 1\u00ba andar \u2013 CEP 70200-003 \u2013 Bras\u00edlia/DF, tendo em vista o manifesto interesse deles no presente feito; e\n\nd) Protesta provar o alegado por todos os meios em direito admitidos.\n\ne) Por fim, protesta pela concess\u00e3o do prazo de 10 (dez) dias para juntada do instrumento de mandato e custas judiciais devidamente solvidas.\n\nPor fim, requer-se que todas as intima\u00e7\u00f5es atinentes ao presente feito sejam publicadas, exclusivamente, em nome do advogado ROBERTO CARLOS KEPPLER, inscrito na OAB/SP 68.931, com endere\u00e7o profissional na Rua Bento de Andrade, n\u00ba 421, Jardim Paulista, S\u00e3o Paulo/SP, CEP 04503-011, sob pena de nulidade, nos termos do artigo 272, \u00a7\u00a72\u00ba e 5\u00ba do C\u00f3digo de Processo Civil.\n\nmeramente fiscais.\n\nAtribui-se \u00e0 causa o valor de R$ 1.000,00. (um mil reais) para fins\n\nTermos em que, Pede deferimento. Curitiba, 12 de agosto de 2021\n\nRoberto Carlos Keppler OAB/SP 68.931\n\nSimone Zaize de Oliveira OAB/SP 132.830\n\nMarco Aur\u00e9lio Verissimo OAB/SP 279.144\n\nMarcelo Alves Muniz OAB/SP 293.743\n\nCristiane dos Santos OAB/SP 199.550\n\nJ\u00e9ssica Sim\u00f5es de Toledo OAB/SP 374.973\n\nMarina Bacciotti Nogueira OAB/SP 369.541\n\nC\u00ednthia Brenand Bauer OAB/SP 230.872-E\n\n10 Rua Bento de Andrade, 421 Jardim Paulista CEP 04503-011 S\u00e3o Paulo Fone 55 11 3888-9819\n\nwww.keppler.adv.br\n\n\f", "similar_texts_federais_bgem3": [ { "header": "Texto Similar 1 (C\u00edvel) - IdDocumentoCompleto: 5063705-40.2021.4.04.7100-711630427771747187256911705706", "text": "EXCELENT\u00cdSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) FEDERAL DA \u00aa VARA FEDERAL DA SUBSE\u00c7\u00c3O JUDICI\u00c1RIA DE PORTO ALEGRE \u2013 RS\nRUMO MALHA SUL S.A., (\u201cConcession\u00e1ria\u201d ou \u201cRequerente\u201d), pessoa jur\u00eddica de direito privado, inscrita no CNPJ/MF sob o n\u00b0 01.258.944/0001-26, com sede na Rua Em\u00edlio Bertolini, n\u00b0 100, Vila Oficinas, Curitiba/PR, CEP 82920-030 (DOC. 01), por seus advogados que a esta subscrevem, com endere\u00e7o eletr\u00f4nico: push@keppler.com.br, vem, respeitosamente, \u00e0 presen\u00e7a de Vossa Excel\u00eancia, nos termos dos artigos 319, 560 e seguintes do C\u00f3digo de Processo Civil e com fundamento nos artigos 183, \u00a73\u00ba, 191, par\u00e1grafo \u00fanico da Constitui\u00e7\u00e3o da Rep\u00fablica Federativa do Brasil, 1\u00ba, g, do Decreto \u2013 Lei n\u00b0 9.760/64, 8\u00ba, I, da Lei n\u00b0 11.483/2007 e artigos 102, 1.996 e seguintes do C\u00f3digo Civil, ajuizar a presente A\u00c7\u00c3O DE REINTEGRA\u00c7\u00c3O DE POSSE em face de CRISTIANO (\u201cRequerido\u201d), cuja qualifica\u00e7\u00e3o completa \u00e9 ignorada, apesar de terem sido realizadas dilig\u00eancias para identifica\u00e7\u00e3o e sua notifica\u00e7\u00e3o1, pelas raz\u00f5es de fato e de direito a seguir expostas.\nI. LEGITIMIDADE ATIVA E COMPET\u00caNCIA DO JU\u00cdZO FEDERAL\nA Uni\u00e3o Federal, de acordo com o Edital PND/A n\u00ba 08/96/RFFSA (DOC. 02), no \u00e2mbito de Programa Nacional de Desestatiza\u00e7\u00e3o da Rede Ferrovi\u00e1ria Federal S/A \u2013 RFFSA (Lei n\u00ba 8.031/1990), realizou licita\u00e7\u00e3o para concess\u00e3o do servi\u00e7o p\u00fablico federal de transporte ferrovi\u00e1rio de cargas no trecho denominado Malha Sul.\nTal licita\u00e7\u00e3o foi vencida pela Ferrovia Sul-Atl\u00e2ntico S.A. (antiga denomina\u00e7\u00e3o de ALL - Am\u00e9rica Latina Log\u00edstica Malha Sul S.A., atualmente Rumo Malha Sul S.A.), a qual celebrou o respectivo contrato de concess\u00e3o. (DOC. 03)\n1 CPC, artigo 319, \u00a7 1\u00ba: \u201cCaso n\u00e3o disponha das informa\u00e7\u00f5es previstas no inciso II, poder\u00e1 o autor, na peti\u00e7\u00e3o inicial, requerer ao juiz dilig\u00eancias necess\u00e1rias a sua obten\u00e7\u00e3o.\u201d \"ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. A\u00c7\u00c3O DE REINTEGRA\u00c7\u00c3O DE POSSE. INVASOR DESCONHECIDO. DETERMINA\u00c7\u00c3O DE EMENDA DA INICIAL PARA IDENTIFICA\u00c7\u00c3O E QUALIFICA\u00c7\u00c3O DO REQUERIDO. IMPOSSIBILIDADE DE CUMPRIMENTO. REQUERIMENTO DE DILIG\u00caNCIA. VEDA\u00c7\u00c3O LEGAL DO INDEFERIMENTO DA INICIAL. \u00c9 vedado ao juiz indeferir a inicial por descumprimento da ordem de emenda para a identifica\u00e7\u00e3o e qualifica\u00e7\u00e3o do requerido, quando a parte demonstrar n\u00e3o ser poss\u00edvel cumprir a obriga\u00e7\u00e3o e requerer que seja realizada dilig\u00eancia judicial para identificar o invasor do im\u00f3vel objeto da a\u00e7\u00e3o de reintegra\u00e7\u00e3o de posse, nos termos do art. 319, \u00a7\u00a71\u00ba e 3\u00ba, CPC.\u201d (TRF4, AC 5004398-89.2016.4.04.7114, QUARTA TURMA, Relatora VIVIAN JOSETE PANTALE\u00c3O CAMINHA, juntado aos autos em 16/08/2020) (destacamos)\n1 Rua Bento de Andrade, 421 Jardim Paulista CEP 04503-011 S\u00e3o Paulo Fone 55 11 3888-9819\nwww.keppler.adv.br\n\n\fPara viabilizar a referida explora\u00e7\u00e3o de servi\u00e7os de transporte ferrovi\u00e1rio de cargas foi celebrado o contrato de arrendamento (DOC. 04), por meio do qual foram arrendados \u00e0 Concession\u00e1ria os bens operacionais (bens m\u00f3veis e im\u00f3veis essenciais \u00e0 presta\u00e7\u00e3o do servi\u00e7o de transporte ferrovi\u00e1rio de cargas)2, impondo-lhe a obriga\u00e7\u00e3o de adotar todas as medidas necess\u00e1rias \u00e0 prote\u00e7\u00e3o destes bens. Veja-se o inteiro teor da Cl\u00e1usula Quarta do Contrato de Arrendamento:\n\"X) promover as medidas necess\u00e1rias, inclusive judiciais, \u00e0 prote\u00e7\u00e3o dos bens arrendados contra amea\u00e7a ou ato de turba\u00e7\u00e3o ou esbulho que vier a sofrer, dando conhecimento \u00e0 RFFSA\". (destacamos)\nDentre os bens arrendados para a Concession\u00e1ria consta a \u00e1rea objeto da presente demanda.\nTrata-se de bem p\u00fablico, nos termos do artigo 98 do C\u00f3digo Civil3, na medida em que s\u00e3o de propriedade do DEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTES (\u201cDNIT\u201d)4, por for\u00e7a do disposto no artigo 8\u00ba da Lei n.\u00ba 11.483/2007.5 Portanto, \u00e9 manifesto o seu interesse no deslinde da presente demanda.\nAinda que o objeto da presente demanda seja a posse exercida e defendida pela Concession\u00e1ria, a interven\u00e7\u00e3o do DNIT \u00e9 imperiosa no caso pela necessidade de tutela dos bens im\u00f3veis da Uni\u00e3o, locais onde passa a linha f\u00e9rrea e se constitui a faixa de dom\u00ednio, conforme entendimento jurisprudencial sobre o tema.6\n2 Lei 11.483/2007: \u201cArt. 22. Para os fins desta Lei, consideram-se bens operacionais os bens m\u00f3veis e im\u00f3veis vinculados aos contratos de arrendamento celebrados pela extinta RFFSA, bem como aqueles delegados a Estados ou Munic\u00edpios para opera\u00e7\u00e3o ferrovi\u00e1ria.\u201d 3 C\u00f3digo Civil: \u201cArt. 98. S\u00e3o bens p\u00fablicos os bens do dom\u00ednio nacional pertencentes \u00e0s pessoas jur\u00eddicas de direito p\u00fablico interno; todos os outros s\u00e3o particulares.\u201d 4 Regimento Interno do DNIT: \u201cArt. 2\u00ba. \"O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes - DNIT, criado pela Lei n\u00ba 10.233, de 5 de junho de 2001, submetido ao regime aut\u00e1rquico, vinculado ao Minist\u00e9rio dos Transportes, com personalidade jur\u00eddica de direito p\u00fablico.\u201d 5 \u201cArt. 8. Ficam transferidos ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes - DNIT: I - a propriedade dos bens m\u00f3veis e im\u00f3veis operacionais da extinta RFFSA.\u201d 6 \u201cADMINISTRATIVO. AGRAVO DE INSTRUMENTO. REINTEGRA\u00c7\u00c3O DE POSSE. UNI\u00c3O. INTERESSE NO FEITO. COMPET\u00caNCIA. - Nos termos da S\u00famula 150 do STJ, \"Compete \u00e0 Justi\u00e7a Federal decidir sobre a exist\u00eancia de interesse jur\u00eddico que justifique a presen\u00e7a, no processo, da Uni\u00e3o, suas autarquias ou empresas p\u00fablicas\" - Considerando a mais recente manifesta\u00e7\u00e3o da Uni\u00e3o nos autos, expressando interesse jur\u00eddico na rela\u00e7\u00e3o processual, de se admitir seu ingresso no feito, como assistente da parte autora - Em certa medida, aplic\u00e1vel ao caso a ratio que inspirou a S\u00famula 14 do extinto Tribunal Federal de Recursos, segundo a qual \"O processo e julgamento de a\u00e7\u00e3o possess\u00f3ria relativa a terreno do dom\u00ednio da Uni\u00e3o, autarquias e empresas p\u00fablicas federais somente s\u00e3o da compet\u00eancia da Justi\u00e7a Federal quando dela participar qualquer dessas entidades como autora, r\u00e9, assistente ou opoente\".(AG 5002712-88.2021.4.04.0000, Desembargador Ricardo Teixeira do Valle Pereira, TRF4 - Quarta Turma, 28/04/2021).\n*** \u201cAGRAVO DE INSTRUMENTO. A\u00c7\u00c3O DE USUCAPI\u00c3O EXTRAORDIN\u00c1RIA. PRESCRI\u00c7\u00c3O DE \u00c1REA PRETENDIDA. FAIXA DE DOM\u00cdNIO DA RODOVIA FEDERAL. PROPRIEDADE DA UNI\u00c3O. INTERVEN\u00c7\u00c3O. COMPET\u00caNCIA DA JUSTI\u00c7A FEDERAL. A autora deixou de se manifestar sobre a quest\u00e3o ou apresentar memorial retificador, de modo que remanesce a controv\u00e9rsia suscitada. Considerando que existe interesse do Poder P\u00fablico Federal na lide, por envolver\n2 Rua Bento de Andrade, 421 Jardim Paulista CEP 04503-011 S\u00e3o Paulo Fone 55 11 3888-9819\nwww.keppler.adv.br\n\n\fCumpre destacar, tamb\u00e9m, o interesse da AG\u00caNCIA NACIONAL DOS TRANSPORTES TERRESTRES (\u201cANTT\u201d) que, em casos anteriores e similares ao presente j\u00e1 manifestou interesse na discuss\u00e3o sobre prote\u00e7\u00e3o das \u00e1reas como a que comp\u00f5e o objeto da presente demanda. (DOC. 05)\nAssim, demonstrou-se a legitimidade ativa da Concession\u00e1ria no ajuizamento desta possess\u00f3ria, bem como a compet\u00eancia da Justi\u00e7a Federal para o processamento da presente demanda, na medida em que o DNIT e a ANTT possuem interesse processual noa resguardo dos bens da Uni\u00e3o (artigo 109, I, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal).\nII. INDEVIDO ESBULHO E NECESSIDADE DE REINTEGRA\u00c7\u00c3O DE POSSE\nEm decorr\u00eancia do Contrato de Arrendamento acima mencionado, a Concession\u00e1ria \u00e9 leg\u00edtima possuidora da \u00e1rea contida entre o km inicial 100+097 ao km final 100+126 do trecho denominado General Luz - Santa Maria, Munic\u00edpio de General C\u00e2mara, Estado do Rio Grande do Sul.\nContudo, conforme relat\u00f3rio de inspe\u00e7\u00e3o (DOC. 06) preparado pela empresa Strata Engenharia, o Requerido ocupou parte da \u00e1rea de responsabilidade da Concession\u00e1ria e ainda retirou as cercas da divisa da linha f\u00e9rrea com a faixa de dom\u00ednio, o que representa um risco \u00e0 incolumidade dos que trafegam no local e aos operadores da linha f\u00e9rrea.\nEm 30/06/2021 o Requerido foi notificado sobre a necessidade de desocupa\u00e7\u00e3o da \u00e1rea, de recuar os limites indevidamente avan\u00e7ados, mas optou por ignorar totalmente tal notifica\u00e7\u00e3o, remanescendo no local, conforme atestado em nova vistoria realizada em 02/08/2021, em que se constatou que as ocupa\u00e7\u00f5es permanecem no local.\nCumpre destacar que a ocupa\u00e7\u00e3o irregular desta \u00e1rea sequer consubstancia exerc\u00edcio de posse, por se tratar de bem p\u00fablico. Os ocupantes irregulares exercem apenas mera deten\u00e7\u00e3o, a qual n\u00e3o est\u00e1 sujeita a posse velha ou posse nova, vez que n\u00e3o \u00e9 suscet\u00edvel a prescri\u00e7\u00e3o aquisitiva. Ou seja, tal ato sequer \u00e9 defens\u00e1vel pelos institutos possess\u00f3rios (artigos 183, \u00a7 3\u00ba, e 191, par\u00e1grafo \u00fanico, ambos da Constitui\u00e7\u00e3o Federal).\nTanto que qualquer constru\u00e7\u00e3o feita no local n\u00e3o enseja qualquer tipo de indeniza\u00e7\u00e3o, na medida em que a deten\u00e7\u00e3o da \u00e1rea n\u00e3o gera direitos, conforme S\u00famula 619 do Supremo Tribunal de Justi\u00e7a disp\u00f5e: \u201cA ocupa\u00e7\u00e3o indevida de bem p\u00fablico configura mera\ndireitos reais sobre poss\u00edvel faixa de dom\u00ednio de rodovia federal, deve ser admitida a interven\u00e7\u00e3o do DNIT, o que atrai a compet\u00eancia da Justi\u00e7a Federal para processar e julgar o feito.\u201d (AG 5036883-76.2018.4.04.0000, Desembargadora Vivian Josete Pantale\u00e3o Caminha, TRF4 - Quarta Turma, 03/04/2019).\n3 Rua Bento de Andrade, 421 Jardim Paulista CEP 04503-011 S\u00e3o Paulo Fone 55 11 3888-9819\nwww.keppler.adv.br\n\n\fdeten\u00e7\u00e3o, de natureza prec\u00e1ria, insuscet\u00edvel de reten\u00e7\u00e3o ou indeniza\u00e7\u00e3o por acess\u00f5es e benfeitorias.\u201d (destacamos)\nAdemais, tem-se a aplica\u00e7\u00e3o, em raz\u00e3o do princ\u00edpio da especialidade, (ex: faixas de dom\u00ednio ferrovi\u00e1rio) do disposto no artigo 71, do Decreto-Lei n\u00ba 9.760/46, com a seguinte reda\u00e7\u00e3o:\n\u201cArt. 71. O ocupante de im\u00f3vel da Uni\u00e3o sem assentimento desta, poder\u00e1 ser sumariamente despejado e perder\u00e1, sem direito a qualquer indeniza\u00e7\u00e3o, tudo quanto haja incorporado ao solo, ficando ainda sujeito ao disposto nos arts. 513, 515 e 517 do C\u00f3digo Civil.\u201d (destacamos)\nDevido \u00e0 aplica\u00e7\u00e3o de norma espec\u00edfica, fica afastado o previsto nos artigos 558 e 561, I, III e IV, do C\u00f3digo de Processo Civil, nas a\u00e7\u00f5es possess\u00f3rias ao patrim\u00f4nio p\u00fablico federal:\n\u201cADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. FAIXA DE DOM\u00cdNIO. FERROVIA. CONSTRU\u00c7\u00c3O DE BARRACO DE MADEIRA PARA FINS FESTIVOS E CULTURAIS. DISTIN\u00c7\u00c3O DE POSSE NOVA E POSSE VELHA. DESNECESSIDADE. CONCESS\u00c3O DA TUTELA DE URG\u00caNCIA PLEITEADA. IMPOSSIBILIDADE. S\u00daMULA 7 DO STJ. (...). 2. O art. 1.208 do C\u00f3digo Civil disp\u00f5e que \"n\u00e3o induzem posse os atos de mera permiss\u00e3o ou toler\u00e2ncia assim como n\u00e3o autorizam a sua aquisi\u00e7\u00e3o os atos violentos, ou clandestinos, sen\u00e3o depois de cessar a viol\u00eancia ou a clandestinidade\". 3. A jurisprud\u00eancia, tanto do Superior Tribunal de Justi\u00e7a quanto do Supremo Tribunal Federal, \u00e9 firme em n\u00e3o ser poss\u00edvel a posse de bem p\u00fablico, constituindo a sua ocupa\u00e7\u00e3o mera deten\u00e7\u00e3o de natureza prec\u00e1ria. Portanto, no caso vertente, descabe invoca\u00e7\u00e3o de \"posse velha\" para impossibilitar a reintegra\u00e7\u00e3o liminar em bem im\u00f3vel pertencente a \u00f3rg\u00e3o p\u00fablico. Nesse sentido, confiram-se os seguintes julgados: REsp 1.701.620/RS, Rel. Ministro Herman Benjamin, Segunda Turma, DJe 19/12/2017; AgRg no AREsp 824.129/PE, Rel. Ministro Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, DJe 1/3/2016, e REsp 932.971/SP, Rel. Ministro Luis Felipe Salom\u00e3o, Quarta Turma, DJe 26/5/2011. (...) 5. Imposs\u00edvel a concess\u00e3o direta da medida pleiteada, uma vez que demanda a revis\u00e3o do conjunto probat\u00f3rio dos autos. 6. Recurso Especial conhecido e provido para determinar o retorno \u00e0 Corte de origem com vistas \u00e0 prola\u00e7\u00e3o de novo decisum sem o \u00f3bice de ser a posse \"velha\".\u201d (REsp 1755460/RS, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 27/11/2018, DJe 17/12/2018) (destacamos)\nA jurisprud\u00eancia do Egr\u00e9gio Tribunal Regional Federal da 4\u00aa Regi\u00e3o tamb\u00e9m j\u00e1 consolidou o entendimento de que nesses casos a deten\u00e7\u00e3o indevida n\u00e3o impede a\n4 Rua Bento de Andrade, 421 Jardim Paulista CEP 04503-011 S\u00e3o Paulo Fone 55 11 3888-9819\nwww.keppler.adv.br\n\n\freintegra\u00e7\u00e3o e sequer gera direitos aquisitivos ao ocupante irregular, no caso ao Requerido:\n\"ADMINISTRATIVO. APELA\u00c7\u00c3O C\u00cdVEL. A\u00c7\u00c3O DE REINTEGRA\u00c7\u00c3O DE POSSE. FAIXA DE DOM\u00cdNIO DE FERROVIA. ESBULHO POSSESS\u00d3RIO. DIREITO \u00c0 MORADIA. DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA.FUN\u00c7\u00c3O SOCIAL DA PROPRIEDADE. BEM P\u00daBLICO. ABANDONO. DESOCUPA\u00c7\u00c3O. SUSPENS\u00c3O DO PROCESSO. REGULARIZA\u00c7\u00c3O FUNDI\u00c1RIA. 1. \u00c0 m\u00edngua de autoriza\u00e7\u00e3o para edifica\u00e7\u00e3o em faixa de dom\u00ednio e/ou \u00e1rea non aedificandi de ferrovia federal, a ocupa\u00e7\u00e3o irregular desse espa\u00e7o (ou deten\u00e7\u00e3o de natureza prec\u00e1ria) constitui esbulho possess\u00f3rio, que autoriza o manejo de a\u00e7\u00e3o de reintegra\u00e7\u00e3o de posse pela concession\u00e1ria (artigos 1.208 e 1.210 do C\u00f3digo Civil; artigos 560 a 562 do C\u00f3digo de Processo Civil, e artigo 71 do Decreto-Lei n.\u00ba 9.760/1946). 2. A ocupa\u00e7\u00e3o irregular de bem p\u00fablico que p\u00f5e em risco a vida e a seguran\u00e7a de pessoas (inclusive do(a)(s) pr\u00f3prio(a)(s) r\u00e9u(\u00e9)(s) e sua fam\u00edlia) n\u00e3o pode ser legitimada, com fundamento na dignidade da pessoa humana (artigo 1\u00ba, inciso III, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal) ou no direito social \u00e0 moradia (artigo 6\u00ba da Constitui\u00e7\u00e3o Federal) - cuja concretiza\u00e7\u00e3o reclama a exist\u00eancia de pol\u00edticas p\u00fablicas -, porquanto (1) \u00e9 dever do Estado proteg\u00ea-las; (2) o interesse particular n\u00e3o prevalece ao da coletividade, nem se sobrep\u00f5e \u00e0 necessidade de o Poder P\u00fablico garantir seguran\u00e7a na circula\u00e7\u00e3o de pessoas e ve\u00edculos nas vias f\u00e9rreas, e (3) chancelar o esbulho de \u00e1rea p\u00fablica viola, ainda que indiretamente, normas expressas da Constitui\u00e7\u00e3o Federal (artigo 183, \u00a7 3\u00ba, e artigo 191, par\u00e1grafo \u00fanico). 3. A fun\u00e7\u00e3o social da propriedade n\u00e3o pode ser utilizada para justificar ou legitimar a utiliza\u00e7\u00e3o indevida de \u00e1rea de dom\u00ednio p\u00fablico, em contrariedade \u00e0 legisla\u00e7\u00e3o, com preju\u00edzo aos servi\u00e7os concedidos e risco \u00e0s pessoas e bens situados \u00e0 volta da ferrovia. 4. O abandono de bem p\u00fablico (ferrovia) ou de bem p\u00fablico vinculado \u00e0 presta\u00e7\u00e3o de servi\u00e7o p\u00fablico (faixa n\u00e3o edificante) n\u00e3o \u00e9 causa de extin\u00e7\u00e3o da propriedade p\u00fablica, diferentemente do que ocorre com a propriedade particular (art. 1.275, inciso III, do C\u00f3digo Civil). 5. As not\u00edcias veiculadas pelo r\u00e9u com o objetivo de suspender o processo poderiam impactar em seu andamento, todavia, n\u00e3o foram comprovadas documentalmente, al\u00e9m de serem medidas incipientes ou que demandam longo prazo de tramita\u00e7\u00e3o at\u00e9 sua resolu\u00e7\u00e3o.6. Al\u00e9m de o pleito relativo \u00e0 regulariza\u00e7\u00e3o fundi\u00e1ria constituir inova\u00e7\u00e3o recursal, n\u00e3o parece haver amparo na norma processual para sua an\u00e1lise, que desborda do car\u00e1ter d\u00faplice da a\u00e7\u00e3o possess\u00f3ria (art. 556, CPC) e visa, em \u00faltima an\u00e1lise, interferir/deflagrar a formula\u00e7\u00e3o ou a execu\u00e7\u00e3o de pol\u00edticas p\u00fablicas de habita\u00e7\u00e3o.\u201d (TRF4, AC 5000348-21.2020.4.04.7133, Quarta Turma, Desembargadora Vivian Josete Pantale\u00e3o Caminha, 22/05/2021) (destacamos)\n\u201cADMINISTRATIVO. REINTEGRA\u00c7\u00c3O DE POSSE. CONSTRU\u00c7\u00c3O DENTRO DA FAIXA DE DOM\u00cdNIO DE FERROVIA. DECRETO N\u00ba 7.929/2013. ALEGA\u00c7\u00c3O DE INATIVIDADE DA VIA F\u00c9RREA. DESCABIMENTO. ESBULHO POSSESS\u00d3RIO. COMPROVA\u00c7\u00c3O. 1. O artigo 1, \u00a7 2\u00ba do Decreto n\u00ba 7.929/2013 disp\u00f5e que n\u00e3o \u00e9 poss\u00edvel edificar na faixa de dom\u00ednio de 15 metros de cada lado de uma ferrovia, a menos que sejam estipuladas outras dimens\u00f5es nas normas e regulamentos t\u00e9cnicos vigentes, ou definidas no projeto de desapropria\u00e7\u00e3o ou de\n5 Rua Bento de Andrade, 421 Jardim Paulista CEP 04503-011 S\u00e3o Paulo Fone 55 11 3888-9819\nwww.keppler.adv.br\n\n\fimplanta\u00e7\u00e3o da respectiva ferrovia. A preserva\u00e7\u00e3o da faixa de dom\u00ednio mostra-se imprescind\u00edvel para a manuten\u00e7\u00e3o da seguran\u00e7a no tr\u00e1fego ferrovi\u00e1rio, tratandose de bem p\u00fablico, consubstanciado legalmente como de uso especial, na forma do art. 99, II, do C\u00f3digo Civil. 2. Descabida a alega\u00e7\u00e3o de inatividade da ferrovia, pois n\u00e3o h\u00e1 como presumir que a mesma permanecer\u00e1 inativa, bem como n\u00e3o se pode condicionar o futuro uso da \u00e1rea, o que acabaria ocorrendo na hip\u00f3tese de manuten\u00e7\u00e3o da constru\u00e7\u00e3o irregular sob tal fundamento. O suposto abandono de bem p\u00fablico (ferrovia) ou de \u00e1rea, p\u00fablica ou privada, vinculada \u00e0 presta\u00e7\u00e3o de servi\u00e7o p\u00fablico, n\u00e3o \u00e9 causa de extin\u00e7\u00e3o da propriedade p\u00fablica, diferentemente do que ocorre com a propriedade particular, que pode se extinguir por abandono (CC, art. 1.275, inc. III). 3. O direito constitucional \u00e0 moradia n\u00e3o autoriza o descumprimento da lei. Ademais, a empresa est\u00e1 zelando pela seguran\u00e7a p\u00fablica, tanto que est\u00e1 tomando medidas judiciais para tanto. Enfatiza-se que a responsabilidade na hip\u00f3tese de eventuais acidentes no local \u00e9 da empresa concession\u00e1ria do servi\u00e7o p\u00fablico e, subsidiariamente, da Uni\u00e3o. Portanto, medida reintegrat\u00f3ria objetiva preservar n\u00e3o apenas a posse leg\u00edtima da concession\u00e1ria, mas tamb\u00e9m a pr\u00f3pria integridade f\u00edsica do r\u00e9u. 4. Demonstrado que a constru\u00e7\u00e3o ocupa a faixa de dom\u00ednio de ferrovia federal, resta configurado o esbulho possess\u00f3rio. Providas as apela\u00e7\u00f5es e julgado procedente o pedido, determinando-se a reintegra\u00e7\u00e3o de posse \u00e0 autora da totalidade da \u00e1rea inserta na faixa de dom\u00ednio da estrada de ferro, bem como a retirada (remo\u00e7\u00e3o) das constru\u00e7\u00f5es existentes no local, \u00e0s expensas da parte demandada.\u201d (TRF4, AC 5003218-43.2013.4.04.7211, TERCEIRA TURMA, Relatora para Ac\u00f3rd\u00e3o V\u00c2NIA HACK DE ALMEIDA, juntado aos autos em 06/05/2021) (destacamos)\n\n\u201cCIVIL. \u00c1REA DE PROPRIEDADE DA UNI\u00c3O. MERA DETEN\u00c7\u00c3O POR\n\nPARTICULAR.\n\nBENFEITORIAS.\n\nINDENIZA\u00c7\u00c3O.\n\nRETEN\u00c7\u00c3O.\n\nIMPOSSIBILIDADE. Diante da natureza da ocupa\u00e7\u00e3o do im\u00f3vel pelo genitor dos\n\nautores - mera deten\u00e7\u00e3o -, bem como pelo fato de eventuais benfeitorias terem\n\nsido realizadas \u00e0 revelia da Uni\u00e3o, em contrariedade ao que disp\u00f5e a Lei n\u00ba\n\n9.760/46, n\u00e3o h\u00e1 falar em indeniza\u00e7\u00e3o ou reten\u00e7\u00e3o. Precedentes do STJ.\u201d (TRF4,\n\nAC 5002821-61.2016.4.04.7216, QUARTA TURMA, Relatora VIVIAN JOSETE\n\nPANTALE\u00c3O CAMINHA, juntado aos autos em 16/08/2020)\n\nCumpre destacar que a \u00e1rea esbulhada \u00e9 classificada como faixa de dom\u00ednio,7 a qual corresponde \u00e0 extens\u00e3o ao longo da linha f\u00e9rrea cuja dimens\u00e3o \u00e9 vari\u00e1vel de acordo com as peculiaridades de cada trecho, e neste caso a mesma possui a medida de 19 (dezenove) metros do lado direito do eixo da linha f\u00e9rrea, conforme relat\u00f3rio anexo. Tudo com o objetivo de garantir a seguran\u00e7a de pessoas e continuidade da opera\u00e7\u00e3o ferrovi\u00e1ria.\n\nEsclarece-se ainda que, cont\u00edgua \u00e0 faixa de dom\u00ednio, est\u00e1 uma faixa\n\n7 Decreto n\u00ba 7.929/2013: \"Art. 1\u00ba \u00a72\u00ba (\u2026) entende-se por faixa de dom\u00ednio a por\u00e7\u00e3o de terreno com largura m\u00ednima de quinze metros de cada lado do eixo da via f\u00e9rrea, sem preju\u00edzo das dimens\u00f5es estipuladas nas normas e regulamentos t\u00e9cnicos vigentes, ou definidas no projeto de desapropria\u00e7\u00e3o ou de implanta\u00e7\u00e3o da respectiva ferrovia.\"\n6 Rua Bento de Andrade, 421 Jardim Paulista CEP 04503-011 S\u00e3o Paulo Fone 55 11 3888-9819\nwww.keppler.adv.br\n\n\fn\u00e3o edific\u00e1vel,8 conforme ilustra-se abaixo:9\nAinda neste sentido, cumpre descrever o entendimento do Tribunal Regional Federal da 4\u00aa Regi\u00e3o \u00e0 despeito do tema:\n\u201cADMINISTRATIVO. APELA\u00c7\u00c3O C\u00cdVEL. REINTEGRA\u00c7\u00c3O DE POSSE. CONSTRU\u00c7\u00c3O DENTRO DE FAIXA DE DOM\u00cdNIO DE FERROVIA. ESBULHO POSSESS\u00d3RIO. DESFAZIMENTO DAS EDIFICA\u00c7\u00d5ES \u00c0S EXPENSAS DO R\u00c9U. Estando a edifica\u00e7\u00e3o em situa\u00e7\u00e3o de flagrante irregularidade em raz\u00e3o de ocupa\u00e7\u00e3o indevida de dom\u00ednio de bem p\u00fablico, resta configurado o esbulho possess\u00f3rio, a justificar a reintegra\u00e7\u00e3o de posse e o respectivo desfazimento das constru\u00e7\u00f5es, \u00e0s expensas do r\u00e9u.\u201d (TRF4, AC 5019058-80.2014.4.04.7107, QUARTA TURMA, Relatora VIVIAN JOSETE PANTALE\u00c3O CAMINHA, juntado aos autos em 04/07/2020)\nDestarte, percebe-se que os institutos n\u00e3o se confundem e que a faixa de dom\u00ednio, diferente da n\u00e3o edific\u00e1vel, \u00e9 vari\u00e1vel e que o documento h\u00e1bil a comprovar essa varia\u00e7\u00e3o ao longo da malha s\u00e3o os mapas cedidos pelo Poder Concedente (Uni\u00e3o), quando da concess\u00e3o e do arrendamento.\n8 Lei 6.766/79: \"Art. 4\u00ba. Os loteamentos dever\u00e3o atender, pelo menos, aos seguintes requisitos: (...) III - ao longo das \u00e1guas correntes e dormentes e das faixas de dom\u00ednio p\u00fablico das rodovias e ferrovias, ser\u00e1 obrigat\u00f3ria a reserva de uma faixa n\u00e3o-edific\u00e1vel de 15 (quinze) metros de cada lado, salvo maiores exig\u00eancias da legisla\u00e7\u00e3o espec\u00edfica.\" 9 \"A faixa de dom\u00ednio e a \u00e1rea n\u00e3o edific\u00e1vel possuem natureza de limita\u00e7\u00f5es administrativas, implicando um dever de n\u00e3o fazer ao administrado.\" (TRF5, Apela\u00e7\u00e3o C\u00edvel 00075505020104058300, Rel. Des. Francisco Barros Dias, 2.\u00aa Turma, DJe 22.11.2012)\n7 Rua Bento de Andrade, 421 Jardim Paulista CEP 04503-011 S\u00e3o Paulo Fone 55 11 3888-9819\nwww.keppler.adv.br\n\n\fOutrossim, frisa-se que a faixa de dom\u00ednio \u00e9 bem de uso comum do povo, esp\u00e9cie de bem p\u00fablico (art. 99, inciso I, do CC), e est\u00e1 sob a posse e guarda da Concession\u00e1ria, a qual precisa que este D. Ju\u00edzo defira o desfazimento das constru\u00e7\u00f5es ilegais no local que fora invadido.\nCabe informar que, conforme relat\u00f3rio anexo, na \u00e1rea invadida foram constatadas algumas edifica\u00e7\u00f5es irregulares, al\u00e9m da indevida retirada das cercas das divisas com a faixa de dom\u00ednio:\n1. UMA CASA MISTA DE MADEIRA E ALVENARIA A 19,00 METROS, UMA CERCA MISTA DE ARAME E TELA E PALANQUES DE MADEIRA A 33,00 METROS DO EIXO DA VIA. A t\u00edtulo meramente ilustrativo, segue tamb\u00e9m imagem do local\ndevidamente identificado:\nPode at\u00e9 n\u00e3o parecer necess\u00e1ria a reintegra\u00e7\u00e3o, mas \u00e9. A conduta do 8\nRua Bento de Andrade, 421 Jardim Paulista CEP 04503-011 S\u00e3o Paulo Fone 55 11 3888-9819\nwww.keppler.adv.br\n\n\fRequerido constitui um perigo real, capaz de incorrer em um desastre ferrovi\u00e1rio, conforme fotos tiradas no relat\u00f3rio elaborado pela Strata.\nAli\u00e1s, tal tema \u00e9 de tamanha import\u00e2ncia, que dentre os crimes contra a seguran\u00e7a p\u00fablica dos meios de comunica\u00e7\u00e3o e transporte e outros servi\u00e7os p\u00fablicos, encontrase o de perturba\u00e7\u00e3o do transporte ferrovi\u00e1rio, insculpido no artigo 260 do C\u00f3digo Penal.10\nPor fim, cumpre apontar que a legisla\u00e7\u00e3o p\u00e1tria assegura a restitui\u00e7\u00e3o a todo aquele que for privado de sua posse, nos termos do artigo 1.21011 do C\u00f3digo Civil, reparando-se o esbulho sofrido.\nDesta forma, exposta a posse regular da Concession\u00e1ria e o esbulho perpetrado pelo Requerido, para que a atividade ferrovi\u00e1ria possa seguir ininterrupta sem riscos \u00e0 integridade f\u00edsica do Requerido, dos funcion\u00e1rios da malha ferrovi\u00e1ria e de terceiros, n\u00e3o resta alternativa sen\u00e3o a propositura da presente A\u00e7\u00e3o de Reintegra\u00e7\u00e3o de Posse, com base no artigo 560 do C\u00f3digo de Processo Civil.\n\nIII. PEDIDOS\n\nAnte o exposto, requer se digne Vossa Excel\u00eancia a:\na) julgar PROCEDENTE o pedido de Reintegra\u00e7\u00e3o de Posse \u00e0 RUMO MALHA SUL S.A., condenando-se o Requerido ao pagamento das custas e despesas processuais e honor\u00e1rios advocat\u00edcios, nos termos do artigo 85, \u00a72\u00ba do C\u00f3digo de Processo Civil;\n\n10 \u201cArt. 260 - Impedir ou perturbar servi\u00e7o de estrada de ferro: I - destruindo, danificando ou desarranjando, total ou parcialmente, linha f\u00e9rrea, material rodante ou de tra\u00e7\u00e3o, obra-dearte ou instala\u00e7\u00e3o; II - colocando obst\u00e1culo na linha; III - transmitindo falso aviso acerca do movimento dos ve\u00edculos ou interrompendo ou embara\u00e7ando o funcionamento de tel\u00e9grafo, telefone ou radiotelegrafia; IV - praticando outro ato de que possa resultar desastre: Pena - reclus\u00e3o, de dois a cinco anos, e multa. Desastre ferrovi\u00e1rio \u00a7 1\u00ba - Se do fato resulta desastre: Pena - reclus\u00e3o, de quatro a doze anos e multa. \u00a7 2\u00ba - No caso de culpa, ocorrendo desastre: Pena - deten\u00e7\u00e3o, de seis meses a dois anos. \u00a7 3\u00ba - Para os efeitos deste artigo, entende-se por estrada de ferro qualquer via de comunica\u00e7\u00e3o em que circulem ve\u00edculos de tra\u00e7\u00e3o mec\u00e2nica, em trilhos ou por meio de cabo a\u00e9reo.\u201d 11 Art. 1.210. O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turba\u00e7\u00e3o, restitu\u00eddo no de esbulho, e segurado de viol\u00eancia iminente, se tiver justo receio de ser molestado.\n9 Rua Bento de Andrade, 421 Jardim Paulista CEP 04503-011 S\u00e3o Paulo Fone 55 11 3888-9819\nwww.keppler.adv.br\n\n\fb) expedir o mandado de cita\u00e7\u00e3o do Requerido para, querendo, apresentar resposta no prazo legal, sob pena de revelia (artigo 344 do C\u00f3digo de Processo Civil); e\n\nc) determinar a intima\u00e7\u00e3o do DNIT, no endere\u00e7o SAN Qd. 03, Lt \"A\", Ed. N\u00facleo de Transportes, 4\u00ba andar, SL 97 - CEP 70.040-902 Bras\u00edlia/DF, e da ANTT no endere\u00e7o Setor de Clubes Esportivos Sul, lote 10 \u2013 trecho 03, Projeto Orla Polo 8 \u2013 Bloco A \u2013 1\u00ba andar \u2013 CEP 70200-003 \u2013 Bras\u00edlia/DF, tendo em vista o manifesto interesse deles no presente feito.\n\nd) Protesta provar o alegado por todos os meios em direito admitidos.\n\ne) Por fim, protesta pela concess\u00e3o do prazo de 10 (dez) dias para juntada do instrumento de mandato e custas judiciais devidamente solvidas.\n\nRequer, por fim, que todas as intima\u00e7\u00f5es atinentes ao presente feito sejam publicadas, exclusivamente, em nome do advogado ROBERTO CARLOS KEPPLER, inscrito na OAB/SP 68.931, com endere\u00e7o profissional na Rua Bento de Andrade, n\u00ba 421, Jardim Paulista, S\u00e3o Paulo/SP, CEP 04503-011, sob pena de nulidade, nos termos do artigo 272, \u00a7\u00a72\u00ba e 5\u00ba do C\u00f3digo de Processo Civil.\n\nmeramente fiscais.\n\nAtribui-se \u00e0 causa o valor de R$ 1.000,00. (um mil reais) para fins\n\nTermos em que, Pede deferimento. Porto Alegre, 26 de agosto de 2021\n\nRoberto Carlos Keppler OAB/SP 68.931\n\nSimone Zaize de Oliveira OAB/SP 132.830\n\nMarco Aur\u00e9lio Verissimo OAB/SP 279.144\n\nMarcelo Alves Muniz OAB/SP 293.743\n\nCristiane dos Santos OAB/SP 199.550\n\nJ\u00e9ssica Sim\u00f5es de Toledo OAB/SP 374.973\n\nMarina Bacciotti Nogueira OAB/SP 369.541\n\nC\u00ednthia Brenand Bauer OAB/SP 230.872-E\n\n10 Rua Bento de Andrade, 421 Jardim Paulista CEP 04503-011 S\u00e3o Paulo Fone 55 11 3888-9819\n\nwww.keppler.adv.br\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 2 (C\u00edvel) - IdDocumentoCompleto: 5006081-03.2021.4.04.7013-701628866751874206640758249939", "text": "EXCELENT\u00cdSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) FEDERAL DA \u00aa VARA FEDERAL DA SUBSE\u00c7\u00c3O JUDICI\u00c1RIA DE JACAREZINHO/PR.\nRUMO MALHA SUL S.A., (\u201cConcession\u00e1ria\u201d ou \u201cRequerente\u201d), pessoa jur\u00eddica de direito privado, inscrita no CNPJ/MF sob o n\u00b0 01.258.944/0001-26, com sede na Rua Em\u00edlio Bertolini, n\u00b0 100, Vila Oficinas, Curitiba/PR, CEP 82920-030 (DOC. 01), por seus advogados que a esta subscrevem, com endere\u00e7o eletr\u00f4nico: push@keppler.com.br, vem, respeitosamente, \u00e0 presen\u00e7a de Vossa Excel\u00eancia, nos termos dos artigos 319, 560 e seguintes do C\u00f3digo de Processo Civil e com fundamento nos artigos 183, \u00a73\u00ba, 191, par\u00e1grafo \u00fanico da Constitui\u00e7\u00e3o da Rep\u00fablica Federativa do Brasil, 1\u00ba, g, do Decreto \u2013 Lei n\u00b0 9.760/64, 8\u00ba, I, da Lei n\u00b0 11.483/2007 e artigos 102, 1.996 e seguintes do C\u00f3digo Civil, ajuizar a presente A\u00c7\u00c3O DE REINTEGRA\u00c7\u00c3O DE POSSE em face de ERMINIO PEDRO DA LUZ (\u201cRequerido\u201d), inscrito no CPF n\u00ba 056.638.739-53, e inscrito no RG n\u00ba 7036388 SPP/PR, residente no km inicial 170+626 e km final 172+207, localizada na cidade de Santo Antonio da Platina- Estado de Paran\u00e1, pelas raz\u00f5es de fato e de direito a seguir expostas.\nI. LEGITIMIDADE ATIVA E COMPET\u00caNCIA DO JU\u00cdZO FEDERAL\nA Uni\u00e3o Federal, de acordo com o Edital PND/A n\u00ba 08/96/RFFSA (DOC. 02), no \u00e2mbito de Programa Nacional de Desestatiza\u00e7\u00e3o da Rede Ferrovi\u00e1ria Federal S/A \u2013 RFFSA (Lei n\u00ba 8.031/1990), realizou licita\u00e7\u00e3o para concess\u00e3o do servi\u00e7o p\u00fablico federal de transporte ferrovi\u00e1rio de cargas no trecho denominado Malha Sul.\nTal licita\u00e7\u00e3o foi vencida pela Ferrovia Sul-Atl\u00e2ntico S.A. (antiga denomina\u00e7\u00e3o de ALL - Am\u00e9rica Latina Log\u00edstica Malha Sul S.A., atualmente Rumo Malha Sul S.A.), a qual celebrou o respectivo contrato de concess\u00e3o. (DOC. 03)\nPara viabilizar a referida explora\u00e7\u00e3o de servi\u00e7os de transporte ferrovi\u00e1rio de cargas foi celebrado o contrato de arrendamento (DOC. 04), por meio do qual foram arrendados \u00e0 Concession\u00e1ria os bens operacionais (bens m\u00f3veis e im\u00f3veis essenciais \u00e0 presta\u00e7\u00e3o do servi\u00e7o de transporte ferrovi\u00e1rio de cargas)1, impondo-lhe a obriga\u00e7\u00e3o de adotar\n1 Lei 11.483/2007: \u201cArt. 22. Para os fins desta Lei, consideram-se bens operacionais os bens m\u00f3veis e im\u00f3veis vinculados aos contratos de arrendamento celebrados pela extinta RFFSA, bem como aqueles delegados a Estados ou Munic\u00edpios para opera\u00e7\u00e3o ferrovi\u00e1ria.\u201d\n1 Rua Bento de Andrade, 421 Jardim Paulista CEP 04503-011 S\u00e3o Paulo Fone 55 11 3888-9819\nwww.keppler.adv.br\n\n\ftodas as medidas necess\u00e1rias \u00e0 prote\u00e7\u00e3o destes bens. Veja-se o inteiro teor da Cl\u00e1usula Quarta do Contrato de Arrendamento:\n\"X) promover as medidas necess\u00e1rias, inclusive judiciais, \u00e0 prote\u00e7\u00e3o dos bens arrendados contra amea\u00e7a ou ato de turba\u00e7\u00e3o ou esbulho que vier a sofrer, dando conhecimento \u00e0 RFFSA\". (destacamos)\nDentre os bens arrendados para a Concession\u00e1ria consta a \u00e1rea objeto da presente demanda.\nTrata-se de bem p\u00fablico, nos termos do artigo 98 do C\u00f3digo Civil2, na medida em que s\u00e3o de propriedade do DEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTES (\u201cDNIT\u201d)3, por for\u00e7a do disposto no artigo 8\u00ba da Lei n.\u00ba 11.483/2007.4 Portanto, \u00e9 manifesto o seu interesse no deslinde da presente demanda.\nAinda que o objeto da presente demanda seja a posse exercida e defendida pela Concession\u00e1ria, a interven\u00e7\u00e3o do DNIT \u00e9 imperiosa no caso pela necessidade de tutela dos bens im\u00f3veis da Uni\u00e3o, locais onde passa a linha f\u00e9rrea e se constitui a faixa de dom\u00ednio, conforme entendimento jurisprudencial sobre o tema.5\nCumpre destacar, tamb\u00e9m, o interesse da AG\u00caNCIA NACIONAL DOS TRANSPORTES TERRESTRES (\u201cANTT\u201d) que, em casos anteriores e similares ao presente j\u00e1 manifestou interesse na discuss\u00e3o sobre prote\u00e7\u00e3o das \u00e1reas como a que comp\u00f5e o objeto da presente demanda. (DOC. 05)\n2 C\u00f3digo Civil: \u201cArt. 98. S\u00e3o bens p\u00fablicos os bens do dom\u00ednio nacional pertencentes \u00e0s pessoas jur\u00eddicas de direito p\u00fablico interno; todos os outros s\u00e3o particulares.\u201d 3 Regimento Interno do DNIT: \u201cArt. 2\u00ba. \"O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes - DNIT, criado pela Lei n\u00ba 10.233, de 5 de junho de 2001, submetido ao regime aut\u00e1rquico, vinculado ao Minist\u00e9rio dos Transportes, com personalidade jur\u00eddica de direito p\u00fablico.\u201d 4 \u201cArt. 8. Ficam transferidos ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes - DNIT: I - a propriedade dos bens m\u00f3veis e im\u00f3veis operacionais da extinta RFFSA.\u201d 5 \u201cADMINISTRATIVO. AGRAVO DE INSTRUMENTO. REINTEGRA\u00c7\u00c3O DE POSSE. UNI\u00c3O. INTERESSE NO FEITO. COMPET\u00caNCIA. - Nos termos da S\u00famula 150 do STJ, \"Compete \u00e0 Justi\u00e7a Federal decidir sobre a exist\u00eancia de interesse jur\u00eddico que justifique a presen\u00e7a, no processo, da Uni\u00e3o, suas autarquias ou empresas p\u00fablicas\" - Considerando a mais recente manifesta\u00e7\u00e3o da Uni\u00e3o nos autos, expressando interesse jur\u00eddico na rela\u00e7\u00e3o processual, de se admitir seu ingresso no feito, como assistente da parte autora - Em certa medida, aplic\u00e1vel ao caso a ratio que inspirou a S\u00famula 14 do extinto Tribunal Federal de Recursos, segundo a qual \"O processo e julgamento de a\u00e7\u00e3o possess\u00f3ria relativa a terreno do dom\u00ednio da Uni\u00e3o, autarquias e empresas p\u00fablicas federais somente s\u00e3o da compet\u00eancia da Justi\u00e7a Federal quando dela participar qualquer dessas entidades como autora, r\u00e9, assistente ou opoente\".(AG 5002712-88.2021.4.04.0000, Desembargador Ricardo Teixeira do Valle Pereira, TRF4 - Quarta Turma, 28/04/2021).\n*** \u201cAGRAVO DE INSTRUMENTO. A\u00c7\u00c3O DE USUCAPI\u00c3O EXTRAORDIN\u00c1RIA. PRESCRI\u00c7\u00c3O DE \u00c1REA PRETENDIDA. FAIXA DE DOM\u00cdNIO DA RODOVIA FEDERAL. PROPRIEDADE DA UNI\u00c3O. INTERVEN\u00c7\u00c3O. COMPET\u00caNCIA DA JUSTI\u00c7A FEDERAL. A autora deixou de se manifestar sobre a quest\u00e3o ou apresentar memorial retificador, de modo que remanesce a controv\u00e9rsia suscitada. Considerando que existe interesse do Poder P\u00fablico Federal na lide, por envolver direitos reais sobre poss\u00edvel faixa de dom\u00ednio de rodovia federal, deve ser admitida a interven\u00e7\u00e3o do DNIT, o que atrai a compet\u00eancia da Justi\u00e7a Federal para processar e julgar o feito.\u201d (AG 5036883-76.2018.4.04.0000, Desembargadora Vivian Josete Pantale\u00e3o Caminha, TRF4 - Quarta Turma, 03/04/2019).\n2 Rua Bento de Andrade, 421 Jardim Paulista CEP 04503-011 S\u00e3o Paulo Fone 55 11 3888-9819\nwww.keppler.adv.br\n\n\fAssim, demonstrou-se a legitimidade ativa da Concession\u00e1ria no ajuizamento desta possess\u00f3ria, bem como a compet\u00eancia da Justi\u00e7a Federal para o processamento da presente demanda, na medida em que o DNIT e a ANTT possuem interesse processual noa resguardo dos bens da Uni\u00e3o (artigo 109, I, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal).\nII. INDEVIDO ESBULHO E NECESSIDADE DE REINTEGRA\u00c7\u00c3O DE POSSE\nEm decorr\u00eancia do Contrato de Arrendamento acima mencionado, a Concession\u00e1ria \u00e9 leg\u00edtima possuidora da \u00e1rea contida entre o km inicial 170+626 ao km final 172+207 do trecho denominado Jaguaria\u00edva - Marques dos Reis, localizado no Munic\u00edpio de Santo Ant\u00f4nio da Platina, Estado do Paran\u00e1.\nContudo, conforme relat\u00f3rio de inspe\u00e7\u00e3o (DOC. 06) preparado pela empresa Strata Engenharia, o Requerido ocupou parte da \u00e1rea de responsabilidade da Concession\u00e1ria e ainda retirou as cercas da divisa da linha f\u00e9rrea com a faixa de dom\u00ednio, o que representa um risco \u00e0 incolumidade dos que trafegam no local e aos operadores da linha f\u00e9rrea.\nCumpre destacar que a ocupa\u00e7\u00e3o irregular desta \u00e1rea sequer consubstancia exerc\u00edcio de posse, por se tratar de bem p\u00fablico. Os ocupantes irregulares exercem apenas mera deten\u00e7\u00e3o, a qual n\u00e3o est\u00e1 sujeita a posse velha ou posse nova, vez que n\u00e3o \u00e9 suscet\u00edvel a prescri\u00e7\u00e3o aquisitiva. Ou seja, tal ato sequer \u00e9 defens\u00e1vel pelos institutos possess\u00f3rios (artigos 183, \u00a7 3\u00ba, e 191, par\u00e1grafo \u00fanico, ambos da Constitui\u00e7\u00e3o Federal).\nTanto que qualquer constru\u00e7\u00e3o feita no local n\u00e3o enseja qualquer tipo de indeniza\u00e7\u00e3o, na medida em que a deten\u00e7\u00e3o da \u00e1rea n\u00e3o gera direitos, conforme S\u00famula 619 do Supremo Tribunal de Justi\u00e7a disp\u00f5e: \u201cA ocupa\u00e7\u00e3o indevida de bem p\u00fablico configura mera deten\u00e7\u00e3o, de natureza prec\u00e1ria, insuscet\u00edvel de reten\u00e7\u00e3o ou indeniza\u00e7\u00e3o por acess\u00f5es e benfeitorias.\u201d (destacamos)\nAdemais, tem-se a aplica\u00e7\u00e3o, em raz\u00e3o do princ\u00edpio da especialidade, (ex: faixas de dom\u00ednio ferrovi\u00e1rio) do disposto no artigo 71, do Decreto-Lei n\u00ba 9.760/46, com a seguinte reda\u00e7\u00e3o:\n\u201cArt. 71. O ocupante de im\u00f3vel da Uni\u00e3o sem assentimento desta, poder\u00e1 ser sumariamente despejado e perder\u00e1, sem direito a qualquer indeniza\u00e7\u00e3o, tudo quanto haja incorporado ao solo, ficando ainda sujeito ao disposto nos arts.\n513, 515 e 517 do C\u00f3digo Civil.\u201d (destacamos)\nDevido \u00e0 aplica\u00e7\u00e3o de norma espec\u00edfica, fica afastado o previsto nos artigos 558 e 561, I, III e IV, do C\u00f3digo de Processo Civil, nas a\u00e7\u00f5es possess\u00f3rias ao patrim\u00f4nio\n3 Rua Bento de Andrade, 421 Jardim Paulista CEP 04503-011 S\u00e3o Paulo Fone 55 11 3888-9819\nwww.keppler.adv.br\n\n\fp\u00fablico federal:\n\u201cADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. FAIXA DE DOM\u00cdNIO. FERROVIA. CONSTRU\u00c7\u00c3O DE BARRACO DE MADEIRA PARA FINS FESTIVOS E CULTURAIS. DISTIN\u00c7\u00c3O DE POSSE NOVA E POSSE VELHA. DESNECESSIDADE. CONCESS\u00c3O DA TUTELA DE URG\u00caNCIA PLEITEADA. IMPOSSIBILIDADE. S\u00daMULA 7 DO STJ. (...). 2. O art. 1.208 do C\u00f3digo Civil disp\u00f5e que \"n\u00e3o induzem posse os atos de mera permiss\u00e3o ou toler\u00e2ncia assim como n\u00e3o autorizam a sua aquisi\u00e7\u00e3o os atos violentos, ou clandestinos, sen\u00e3o depois de cessar a viol\u00eancia ou a clandestinidade\". 3. A jurisprud\u00eancia, tanto do Superior Tribunal de Justi\u00e7a quanto do Supremo Tribunal Federal, \u00e9 firme em n\u00e3o ser poss\u00edvel a posse de bem p\u00fablico, constituindo a sua ocupa\u00e7\u00e3o mera deten\u00e7\u00e3o de natureza prec\u00e1ria. Portanto, no caso vertente, descabe invoca\u00e7\u00e3o de \"posse velha\" para impossibilitar a reintegra\u00e7\u00e3o liminar em bem im\u00f3vel pertencente a \u00f3rg\u00e3o p\u00fablico. Nesse sentido, confiram-se os seguintes julgados: REsp 1.701.620/RS, Rel. Ministro Herman Benjamin, Segunda Turma, DJe 19/12/2017; AgRg no AREsp 824.129/PE, Rel. Ministro Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, DJe 1/3/2016, e REsp 932.971/SP, Rel. Ministro Luis Felipe Salom\u00e3o, Quarta Turma, DJe 26/5/2011. (...) 5. Imposs\u00edvel a concess\u00e3o direta da medida pleiteada, uma vez que demanda a revis\u00e3o do conjunto probat\u00f3rio dos autos. 6. Recurso Especial conhecido e provido para determinar o retorno \u00e0 Corte de origem com vistas \u00e0 prola\u00e7\u00e3o de novo decisum sem o \u00f3bice de ser a posse \"velha\".\u201d (REsp 1755460/RS, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 27/11/2018, DJe 17/12/2018) (destacamos)\nA jurisprud\u00eancia do Egr\u00e9gio Tribunal Regional Federal da 4\u00aa Regi\u00e3o tamb\u00e9m j\u00e1 consolidou o entendimento de que nesses casos a deten\u00e7\u00e3o indevida n\u00e3o impede a reintegra\u00e7\u00e3o e sequer gera direitos aquisitivos ao ocupante irregular, no caso ao Requerido:\n\"ADMINISTRATIVO. APELA\u00c7\u00c3O C\u00cdVEL. A\u00c7\u00c3O DE REINTEGRA\u00c7\u00c3O DE POSSE. FAIXA DE DOM\u00cdNIO DE FERROVIA. ESBULHO POSSESS\u00d3RIO. DIREITO \u00c0 MORADIA. DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA.FUN\u00c7\u00c3O SOCIAL DA PROPRIEDADE. BEM P\u00daBLICO. ABANDONO. DESOCUPA\u00c7\u00c3O. SUSPENS\u00c3O DO PROCESSO. REGULARIZA\u00c7\u00c3O FUNDI\u00c1RIA. 1. \u00c0 m\u00edngua de autoriza\u00e7\u00e3o para edifica\u00e7\u00e3o em faixa de dom\u00ednio e/ou \u00e1rea non aedificandi de ferrovia federal, a ocupa\u00e7\u00e3o irregular desse espa\u00e7o (ou deten\u00e7\u00e3o de natureza prec\u00e1ria) constitui esbulho possess\u00f3rio, que autoriza o manejo de a\u00e7\u00e3o de reintegra\u00e7\u00e3o de posse pela concession\u00e1ria (artigos 1.208 e 1.210 do C\u00f3digo Civil; artigos 560 a 562 do C\u00f3digo de Processo Civil, e artigo 71 do Decreto-Lei n.\u00ba 9.760/1946). 2. A ocupa\u00e7\u00e3o irregular de bem p\u00fablico que p\u00f5e em risco a vida e a seguran\u00e7a de pessoas (inclusive do(a)(s) pr\u00f3prio(a)(s) r\u00e9u(\u00e9)(s) e sua fam\u00edlia) n\u00e3o pode ser legitimada, com fundamento na\n4 Rua Bento de Andrade, 421 Jardim Paulista CEP 04503-011 S\u00e3o Paulo Fone 55 11 3888-9819\nwww.keppler.adv.br\n\n\fdignidade da pessoa humana (artigo 1\u00ba, inciso III, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal) ou no direito social \u00e0 moradia (artigo 6\u00ba da Constitui\u00e7\u00e3o Federal) - cuja concretiza\u00e7\u00e3o reclama a exist\u00eancia de pol\u00edticas p\u00fablicas -, porquanto (1) \u00e9 dever do Estado proteg\u00ea-las; (2) o interesse particular n\u00e3o prevalece ao da coletividade, nem se sobrep\u00f5e \u00e0 necessidade de o Poder P\u00fablico garantir seguran\u00e7a na circula\u00e7\u00e3o de pessoas e ve\u00edculos nas vias f\u00e9rreas, e (3) chancelar o esbulho de \u00e1rea p\u00fablica viola, ainda que indiretamente, normas expressas da Constitui\u00e7\u00e3o Federal (artigo 183, \u00a7 3\u00ba, e artigo 191, par\u00e1grafo \u00fanico). 3. A fun\u00e7\u00e3o social da propriedade n\u00e3o pode ser utilizada para justificar ou legitimar a utiliza\u00e7\u00e3o indevida de \u00e1rea de dom\u00ednio p\u00fablico, em contrariedade \u00e0 legisla\u00e7\u00e3o, com preju\u00edzo aos servi\u00e7os concedidos e risco \u00e0s pessoas e bens situados \u00e0 volta da ferrovia. 4. O abandono de bem p\u00fablico (ferrovia) ou de bem p\u00fablico vinculado \u00e0 presta\u00e7\u00e3o de servi\u00e7o p\u00fablico (faixa n\u00e3o edificante) n\u00e3o \u00e9 causa de extin\u00e7\u00e3o da propriedade p\u00fablica, diferentemente do que ocorre com a propriedade particular (art. 1.275, inciso III, do C\u00f3digo Civil). 5. As not\u00edcias veiculadas pelo r\u00e9u com o objetivo de suspender o processo poderiam impactar em seu andamento, todavia, n\u00e3o foram comprovadas documentalmente, al\u00e9m de serem medidas incipientes ou que demandam longo prazo de tramita\u00e7\u00e3o at\u00e9 sua resolu\u00e7\u00e3o.6. Al\u00e9m de o pleito relativo \u00e0 regulariza\u00e7\u00e3o fundi\u00e1ria constituir inova\u00e7\u00e3o recursal, n\u00e3o parece haver amparo na norma processual para sua an\u00e1lise, que desborda do car\u00e1ter d\u00faplice da a\u00e7\u00e3o possess\u00f3ria (art. 556, CPC) e visa, em \u00faltima an\u00e1lise, interferir/deflagrar a formula\u00e7\u00e3o ou a execu\u00e7\u00e3o de pol\u00edticas p\u00fablicas de habita\u00e7\u00e3o.\u201d (TRF4, AC 5000348-21.2020.4.04.7133, Quarta Turma, Desembargadora Vivian Josete Pantale\u00e3o Caminha, 22/05/2021) (destacamos)\n\u201cADMINISTRATIVO. REINTEGRA\u00c7\u00c3O DE POSSE. CONSTRU\u00c7\u00c3O DENTRO DA FAIXA DE DOM\u00cdNIO DE FERROVIA. DECRETO N\u00ba 7.929/2013. ALEGA\u00c7\u00c3O DE INATIVIDADE DA VIA F\u00c9RREA. DESCABIMENTO. ESBULHO POSSESS\u00d3RIO. COMPROVA\u00c7\u00c3O. 1. O artigo 1, \u00a7 2\u00ba do Decreto n\u00ba 7.929/2013 disp\u00f5e que n\u00e3o \u00e9 poss\u00edvel edificar na faixa de dom\u00ednio de 15 metros de cada lado de uma ferrovia, a menos que sejam estipuladas outras dimens\u00f5es nas normas e regulamentos t\u00e9cnicos vigentes, ou definidas no projeto de desapropria\u00e7\u00e3o ou de implanta\u00e7\u00e3o da respectiva ferrovia. A preserva\u00e7\u00e3o da faixa de dom\u00ednio mostra-se imprescind\u00edvel para a manuten\u00e7\u00e3o da seguran\u00e7a no tr\u00e1fego ferrovi\u00e1rio, tratandose de bem p\u00fablico, consubstanciado legalmente como de uso especial, na forma do art. 99, II, do C\u00f3digo Civil. 2. Descabida a alega\u00e7\u00e3o de inatividade da ferrovia, pois n\u00e3o h\u00e1 como presumir que a mesma permanecer\u00e1 inativa, bem como n\u00e3o se pode condicionar o futuro uso da \u00e1rea, o que acabaria ocorrendo na hip\u00f3tese de manuten\u00e7\u00e3o da constru\u00e7\u00e3o irregular sob tal fundamento. O suposto abandono de bem p\u00fablico (ferrovia) ou de \u00e1rea, p\u00fablica ou privada, vinculada \u00e0 presta\u00e7\u00e3o de servi\u00e7o p\u00fablico, n\u00e3o \u00e9 causa de extin\u00e7\u00e3o da propriedade p\u00fablica, diferentemente do que ocorre com a propriedade particular, que pode se extinguir por abandono (CC, art. 1.275, inc. III). 3. O direito constitucional \u00e0 moradia n\u00e3o autoriza o descumprimento da lei. Ademais, a empresa est\u00e1 zelando pela seguran\u00e7a p\u00fablica, tanto que est\u00e1 tomando medidas judiciais para tanto. Enfatiza-se que a responsabilidade na hip\u00f3tese de eventuais acidentes no local \u00e9 da empresa concession\u00e1ria do servi\u00e7o p\u00fablico e, subsidiariamente, da Uni\u00e3o.\n5 Rua Bento de Andrade, 421 Jardim Paulista CEP 04503-011 S\u00e3o Paulo Fone 55 11 3888-9819\nwww.keppler.adv.br\n\n\fPortanto, medida reintegrat\u00f3ria objetiva preservar n\u00e3o apenas a posse leg\u00edtima da concession\u00e1ria, mas tamb\u00e9m a pr\u00f3pria integridade f\u00edsica do r\u00e9u. 4. Demonstrado que a constru\u00e7\u00e3o ocupa a faixa de dom\u00ednio de ferrovia federal, resta configurado o esbulho possess\u00f3rio. Providas as apela\u00e7\u00f5es e julgado procedente o pedido, determinando-se a reintegra\u00e7\u00e3o de posse \u00e0 autora da totalidade da \u00e1rea inserta na faixa de dom\u00ednio da estrada de ferro, bem como a retirada (remo\u00e7\u00e3o) das constru\u00e7\u00f5es existentes no local, \u00e0s expensas da parte demandada.\u201d (TRF4, AC 5003218-43.2013.4.04.7211, TERCEIRA TURMA, Relatora para Ac\u00f3rd\u00e3o V\u00c2NIA HACK DE ALMEIDA, juntado aos autos em 06/05/2021) (destacamos)\n\n\u201cCIVIL. \u00c1REA DE PROPRIEDADE DA UNI\u00c3O. MERA DETEN\u00c7\u00c3O POR\n\nPARTICULAR.\n\nBENFEITORIAS.\n\nINDENIZA\u00c7\u00c3O.\n\nRETEN\u00c7\u00c3O.\n\nIMPOSSIBILIDADE. Diante da natureza da ocupa\u00e7\u00e3o do im\u00f3vel pelo genitor dos\n\nautores - mera deten\u00e7\u00e3o -, bem como pelo fato de eventuais benfeitorias terem\n\nsido realizadas \u00e0 revelia da Uni\u00e3o, em contrariedade ao que disp\u00f5e a Lei n\u00ba\n\n9.760/46, n\u00e3o h\u00e1 falar em indeniza\u00e7\u00e3o ou reten\u00e7\u00e3o. Precedentes do STJ.\u201d (TRF4,\n\nAC 5002821-61.2016.4.04.7216, QUARTA TURMA, Relatora VIVIAN JOSETE\n\nPANTALE\u00c3O CAMINHA, juntado aos autos em 16/08/2020)\n\nCumpre destacar que a \u00e1rea esbulhada \u00e9 classificada como faixa de dom\u00ednio,6 a qual corresponde \u00e0 extens\u00e3o ao longo da linha f\u00e9rrea cuja dimens\u00e3o \u00e9 vari\u00e1vel de acordo com as peculiaridades de cada trecho, e neste caso a mesma possui a medida de 22 (vinte e dois) metros totais para cada lado a partir do eixo da linha f\u00e9rrea, conforme relat\u00f3rio anexo. Tudo com o objetivo de garantir a seguran\u00e7a de pessoas e continuidade da opera\u00e7\u00e3o ferrovi\u00e1ria.\n\nEsclarece-se ainda que, cont\u00edgua \u00e0 faixa de dom\u00ednio, est\u00e1 uma faixa n\u00e3o edific\u00e1vel,7 conforme ilustra-se abaixo:8\n\n6 Decreto n\u00ba 7.929/2013: \"Art. 1\u00ba \u00a72\u00ba (\u2026) entende-se por faixa de dom\u00ednio a por\u00e7\u00e3o de terreno com largura m\u00ednima de quinze metros de cada lado do eixo da via f\u00e9rrea, sem preju\u00edzo das dimens\u00f5es estipuladas nas normas e regulamentos t\u00e9cnicos vigentes, ou definidas no projeto de desapropria\u00e7\u00e3o ou de implanta\u00e7\u00e3o da respectiva ferrovia.\" 7 Lei 6.766/79: \"Art. 4\u00ba. Os loteamentos dever\u00e3o atender, pelo menos, aos seguintes requisitos: (...) III - ao longo das \u00e1guas correntes e dormentes e das faixas de dom\u00ednio p\u00fablico das rodovias e ferrovias, ser\u00e1 obrigat\u00f3ria a reserva de uma faixa n\u00e3o-edific\u00e1vel de 15 (quinze) metros de cada lado, salvo maiores exig\u00eancias da legisla\u00e7\u00e3o espec\u00edfica.\" 8 \"A faixa de dom\u00ednio e a \u00e1rea n\u00e3o edific\u00e1vel possuem natureza de limita\u00e7\u00f5es administrativas, implicando um dever de n\u00e3o fazer ao administrado.\" (TRF5, Apela\u00e7\u00e3o C\u00edvel 00075505020104058300, Rel. Des. Francisco Barros Dias, 2.\u00aa Turma, DJe 22.11.2012)\n6 Rua Bento de Andrade, 421 Jardim Paulista CEP 04503-011 S\u00e3o Paulo Fone 55 11 3888-9819\nwww.keppler.adv.br\n\n\fAinda neste sentido, cumpre descrever o entendimento do Tribunal Regional Federal da 4\u00aa Regi\u00e3o \u00e0 despeito do tema:\n\u201cADMINISTRATIVO. APELA\u00c7\u00c3O C\u00cdVEL. REINTEGRA\u00c7\u00c3O DE POSSE. CONSTRU\u00c7\u00c3O DENTRO DE FAIXA DE DOM\u00cdNIO DE FERROVIA. ESBULHO\n7 Rua Bento de Andrade, 421 Jardim Paulista CEP 04503-011 S\u00e3o Paulo Fone 55 11 3888-9819\nwww.keppler.adv.br\n\n\fPOSSESS\u00d3RIO. DESFAZIMENTO DAS EDIFICA\u00c7\u00d5ES \u00c0S EXPENSAS DO R\u00c9U. Estando a edifica\u00e7\u00e3o em situa\u00e7\u00e3o de flagrante irregularidade em raz\u00e3o de ocupa\u00e7\u00e3o indevida de dom\u00ednio de bem p\u00fablico, resta configurado o esbulho possess\u00f3rio, a justificar a reintegra\u00e7\u00e3o de posse e o respectivo desfazimento das constru\u00e7\u00f5es, \u00e0s expensas do r\u00e9u.\u201d (TRF4, AC 5019058-80.2014.4.04.7107, QUARTA TURMA, Relatora VIVIAN JOSETE PANTALE\u00c3O CAMINHA, juntado aos autos em 04/07/2020)\nDestarte, percebe-se que os institutos n\u00e3o se confundem e que a faixa de dom\u00ednio, diferente da n\u00e3o edific\u00e1vel, \u00e9 vari\u00e1vel e que o documento h\u00e1bil a comprovar essa varia\u00e7\u00e3o ao longo da malha s\u00e3o os mapas cedidos pelo Poder Concedente (Uni\u00e3o), quando da concess\u00e3o e do arrendamento.\nOutrossim, frisa-se que a faixa de dom\u00ednio \u00e9 bem de uso comum do povo, esp\u00e9cie de bem p\u00fablico (art. 99, inciso I, do CC), e est\u00e1 sob a posse e guarda da Concession\u00e1ria, a qual precisa que este D. Ju\u00edzo defira o desfazimento das constru\u00e7\u00f5es ilegais no local que fora invadido.\nA t\u00edtulo meramente ilustrativo, segue tamb\u00e9m imagem do local devidamente identificado:\n8 Rua Bento de Andrade, 421 Jardim Paulista CEP 04503-011 S\u00e3o Paulo Fone 55 11 3888-9819\nwww.keppler.adv.br\n\n\fPode at\u00e9 n\u00e3o parecer necess\u00e1ria a reintegra\u00e7\u00e3o, mas \u00e9. A conduta do Requerido constitui um perigo real, capaz de incorrer em um desastre ferrovi\u00e1rio, conforme fotos tiradas no relat\u00f3rio elaborado pela Strata.\nAli\u00e1s, tal tema \u00e9 de tamanha import\u00e2ncia, que dentre os crimes contra a seguran\u00e7a p\u00fablica dos meios de comunica\u00e7\u00e3o e transporte e outros servi\u00e7os p\u00fablicos, encontrase o de perturba\u00e7\u00e3o do transporte ferrovi\u00e1rio, insculpido no artigo 260 do C\u00f3digo Penal.9\nPor fim, cumpre apontar que a legisla\u00e7\u00e3o p\u00e1tria assegura a restitui\u00e7\u00e3o a todo aquele que for privado de sua posse, nos termos do artigo 1.21010 do C\u00f3digo Civil, reparando-se o esbulho sofrido.\nDesta forma, exposta a posse regular da Concession\u00e1ria e o esbulho perpetrado pelo Requerido, para que a atividade ferrovi\u00e1ria possa seguir ininterrupta sem riscos \u00e0 integridade f\u00edsica do Requerido, dos funcion\u00e1rios da malha ferrovi\u00e1ria e de terceiros, n\u00e3o resta alternativa sen\u00e3o a propositura da presente A\u00e7\u00e3o de Reintegra\u00e7\u00e3o de Posse, com base no artigo 560 do C\u00f3digo de Processo Civil.\nIII. PEDIDOS\nAnte o exposto, requer se digne Vossa Excel\u00eancia a:\na) julgar PROCEDENTE o pedido de Reintegra\u00e7\u00e3o de Posse \u00e0 RUMO MALHA SUL S.A. condenando o Requerido ao pagamento das custas e despesas processuais e honor\u00e1rios advocat\u00edcios, nos termos do artigo 85, \u00a72\u00ba do C\u00f3digo de Processo Civil;\n9 \u201cArt. 260 - Impedir ou perturbar servi\u00e7o de estrada de ferro: I - destruindo, danificando ou desarranjando, total ou parcialmente, linha f\u00e9rrea, material rodante ou de tra\u00e7\u00e3o, obra-dearte ou instala\u00e7\u00e3o; II - colocando obst\u00e1culo na linha; III - transmitindo falso aviso acerca do movimento dos ve\u00edculos ou interrompendo ou embara\u00e7ando o funcionamento de tel\u00e9grafo, telefone ou radiotelegrafia; IV - praticando outro ato de que possa resultar desastre: Pena - reclus\u00e3o, de dois a cinco anos, e multa. Desastre ferrovi\u00e1rio \u00a7 1\u00ba - Se do fato resulta desastre: Pena - reclus\u00e3o, de quatro a doze anos e multa. \u00a7 2\u00ba - No caso de culpa, ocorrendo desastre: Pena - deten\u00e7\u00e3o, de seis meses a dois anos. \u00a7 3\u00ba - Para os efeitos deste artigo, entende-se por estrada de ferro qualquer via de comunica\u00e7\u00e3o em que circulem ve\u00edculos de tra\u00e7\u00e3o mec\u00e2nica, em trilhos ou por meio de cabo a\u00e9reo.\u201d 10 Art. 1.210. O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turba\u00e7\u00e3o, restitu\u00eddo no de esbulho, e segurado de viol\u00eancia iminente, se tiver justo receio de ser molestado.\n9 Rua Bento de Andrade, 421 Jardim Paulista CEP 04503-011 S\u00e3o Paulo Fone 55 11 3888-9819\nwww.keppler.adv.br\n\n\fb) expedir o mandado de cita\u00e7\u00e3o do Requerido para, querendo, apresentar resposta no prazo legal, sob pena de revelia (artigo 344 do C\u00f3digo de Processo Civil); e\n\nc) determinar a intima\u00e7\u00e3o do DNIT, no endere\u00e7o SAN Qd. 03, Lt \"A\", Ed. N\u00facleo de Transportes, 4\u00ba andar, SL 97 - CEP 70.040-902 Bras\u00edlia/DF, e da ANTT no endere\u00e7o Setor de Clubes Esportivos Sul, lote 10 \u2013 trecho 03, Projeto Orla Polo 8 \u2013 Bloco A \u2013 1\u00ba andar \u2013 CEP 70200-003 \u2013 Bras\u00edlia/DF, tendo em vista o manifesto interesse deles no presente feito; e\nd) protesta pela concess\u00e3o do prazo de 10 (dez) dias para juntada do instrumento de mandato e custas judiciais devidamente solvidas.\n\nProtesta provar o alegado por todos os meios em direito admitidos.\n\nPor fim, requer-se que todas as intima\u00e7\u00f5es atinentes ao presente feito sejam publicadas, exclusivamente, em nome do advogado ROBERTO CARLOS KEPPLER, inscrito na OAB/SP 68.931, com endere\u00e7o profissional na Rua Bento de Andrade, n\u00ba 421, Jardim Paulista, S\u00e3o Paulo/SP, CEP 04503-011, sob pena de nulidade, nos termos do artigo 272, \u00a7\u00a72\u00ba e 5\u00ba do C\u00f3digo de Processo Civil.\n\nmeramente fiscais.\n\nAtribui-se \u00e0 causa o valor de R$ 1.000,00. (um mil reais) para fins\n\nTermos em que, Pede deferimento. Curitiba, 12 de agosto de 2021\n\nRoberto Carlos Keppler OAB/SP 68.931\n\nSimone Zaize de Oliveira OAB/SP 132.830\n\nMarco Aur\u00e9lio Verissimo OAB/SP 279.144\n\nMarcelo Alves Muniz OAB/SP 293.743\n\nCristiane dos Santos OAB/SP 199.550\n\nJ\u00e9ssica Sim\u00f5es de Toledo OAB/SP 374.973\n\nMarina Bacciotti Nogueira OAB/SP 369.541\n\nC\u00ednthia Brenand Bauer OAB/SP 230.872-E\n\n10 Rua Bento de Andrade, 421 Jardim Paulista CEP 04503-011 S\u00e3o Paulo Fone 55 11 3888-9819\n\nwww.keppler.adv.br\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 3 (C\u00edvel) - IdDocumentoCompleto: 5048509-63.2016.4.04.0000-41478263568563781107290310681", "text": "EXCELENT\u00cdSSIMO SENHOR DESEMBARGADOR FEDERAL PRESIDENTE DO EGR\u00c9GIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 4\u00aa REGI\u00c3O\n\nALL - AMERICA LATINA LOGISTICA MALHA SUL S/A., empresa inscrita no CNPJ sob o n\u00b0 01.258.944/0001-26, com sede em Curitiba/PR, na Rua Emilio Bertolini, n\u00b0 100, Vila Oficinas, Bairro Rebou\u00e7as, vem, respeitosamente, \u00e0 presen\u00e7a de Vossa Excel\u00eancia, com fulcro nos art. 1015, I do C\u00f3digo de Processo Civil 2015, interpor o presente recurso de\nAGRAVO DE INSTRUMENTO\nem face da r. decis\u00e3o que indeferiu o pedido liminar para reintegra\u00e7\u00e3o imediata da \u00e1rea ocupada pelo R\u00e9u/Agravado, proferida pelo Exmo. Juiz Federal da 1\u00aa Vara Federal de Lajeado - Se\u00e7\u00e3o Judici\u00e1ria do Rio Grande do Sul, nos autos da A\u00e7\u00e3o Reintegra\u00e7\u00e3o de Posse n\u00ba 5004385-90.2016.4.04.7114, em que figura como parte Demandada, a ora parte Agravada, CLEO GUTERRES, pelas raz\u00f5es anexas as quais se requer, desde logo, sejam recebidas e processadas para aprecia\u00e7\u00e3o para, ato cont\u00ednuo, julgamento pela Colenda Turma Julgadora, visando o provimento deste recurso.\nNestes termos, pede deferimento.\nPorto Alegre, 4 de novembro de 2016.\n\nCARLOS ROBERTO SIQUEIRA CASTRO OAB/RS 56.888-A\n\nF\u00c1BIO KORENBLUM OAB/RS 92.135-A\n\n\fRAZ\u00d5ES DO AGRAVO DE INSTRUMENTO\nAGRAVANTE:ALL - AMERICA LATINA LOGISTICA MALHA SUL S/A. AGRAVADOS: CLEO GUTERRES ORIGEM: 1\u00aa Vara Federal de Lajeado - Se\u00e7\u00e3o Judici\u00e1ria do Rio Grande do Sul PROCESSO: 5004385-90.2016.4.04.7114 RAZ\u00d5ES DE AGRAVO DE INSTRUMENTO\nColenda Turma: Em\u00e9ritos Julgadores:\n\nI.\n\nDA S\u00cdNTESE DOS FATOS E DA R. DECIS\u00c3O AGRAVADA\n\nNa origem, trata-se de A\u00e7\u00e3o de Reintegra\u00e7\u00e3o de Posse com Pedido Liminar ajuizada por ALL \u2013 AM\u00c9RICA LATINA LOG\u00cdSTICA MALHA SUL S/A., em face de CLEO GUTERRES, por meio da qual a Agravante requereu, liminarmente, a imediata reintegra\u00e7\u00e3o da posse da \u00e1rea invadida pelo Requerido, respeitando a faixa de dom\u00ednio, bem com o desfazimento de toda e qualquer constru\u00e7\u00e3o havida no local do esbulho.\n\nTodavia, ao analisar o pedido de liminar, o M.M Juiz da 1\u00aa Vara Federal de Lajeado, entendeu por indeferi-lo, exarando a seguinte decis\u00e3o:\n\n\u201c(...)Prima facie, n\u00e3o considero poss\u00edvel deferir a liminar de reintegra\u00e7\u00e3o de posse se a consequ\u00eancia for a desocupa\u00e7\u00e3o e a demoli\u00e7\u00e3o de moradias.\nNesse sentido, estabelece o artigo 558 do C\u00f3digo de Processo Civil:\nArt. 558. Regem o procedimento de manuten\u00e7\u00e3o e de reintegra\u00e7\u00e3o de posse as normas da Se\u00e7\u00e3o II deste Cap\u00edtulo quando a a\u00e7\u00e3o for proposta dentro de ano e dia da turba\u00e7\u00e3o ou do esbulho afirmado na peti\u00e7\u00e3o inicial.\n\n\fPar\u00e1grafo \u00fanico. Passado o prazo referido no caput, ser\u00e1 comum o procedimento, n\u00e3o perdendo, contudo, o car\u00e1ter possess\u00f3rio.\nEvidente, portanto, que a reintegra\u00e7\u00e3o de posse liminar, nos termos do art. 558 do Novo CPC, pressup\u00f5e a exist\u00eancia de posse nova (menos de ano e dia).\nNo caso presente, n\u00e3o existe qualquer informa\u00e7\u00e3o sobre a data de invas\u00e3o da faixa de dom\u00ednio da ferrovia, n\u00e3o servindo para tanto a data da verifica\u00e7\u00e3o pelos fiscais contratados pela autora (03/08/2016) ou a data informada na ocorr\u00eancia policial (05/08/2016), posto que n\u00e3o se prestam ao mister, conforme os documentos juntados aos autos (Ev. 01, OUT09 e OUT10).\nComo se constata dos autos, o pr\u00f3prio estado da constru\u00e7\u00e3o faz presumir que a ocupa\u00e7\u00e3o se iniciou em data anterior ao per\u00edodo previsto na legisla\u00e7\u00e3o para o deferimento liminar da reintegra\u00e7\u00e3o de posse.\nDe outra banda, o Decreto-Lei n.\u00ba 9.760/46 preceitua que a liminar possess\u00f3ria de bens da Uni\u00e3o n\u00e3o se sujeitaria \u00e0 demonstra\u00e7\u00e3o da \"posse nova\", o que possibilitaria desde j\u00e1 o deferimento do pedido:\nArt. 71. O ocupante de im\u00f3vel da Uni\u00e3o sem assentimento desta, poder\u00e1 ser sumariamente despejado e perder\u00e1, sem direito a qualquer indeniza\u00e7\u00e3o, tudo quanto haja incorporado ao solo, ficando ainda sujeito ao disposto nos arts. 513, 515 e 517 do C\u00f3digo Civil.\nTodavia, sequer restou demonstrada a urg\u00eancia da medida postulada, posto que, embora o risco gen\u00e9rico de ocupa\u00e7\u00e3o pr\u00f3xima ao leito da ferrovia tenha ficado devidamente configurado na inicial, n\u00e3o foram apresentadas quaisquer informa\u00e7\u00f5es sobre o caso espec\u00edfico, de modo que, considerando os graves transtornos decorrentes da ordem de desocupa\u00e7\u00e3o e remo\u00e7\u00e3o do im\u00f3vel, deve esta ser aplicada com cautela, apenas quando constatado o completo enquadramento do caso aos requisitos estabelecidos na legisla\u00e7\u00e3o.\nNesse sentido j\u00e1 se manifestou o Tribunal Regional Federal da 4\u00aa Regi\u00e3o (4\u00aa T., AI 50140105320164040000/PR, D.E. 12.04.2016), cujo Voto proferido pela Relatora, Des. Fed. Vivian Josete Pantale\u00e3o Caminha, demonstra a adequa\u00e7\u00e3o do precedente citado (sem grifo no original):\n\"[...] O Decreto-Lei n.\u00ba 9.760/46, por seu turno, prev\u00ea: Art. 20. Aos bens im\u00f3veis da Uni\u00e3o, quando indevidamente ocupados, invadidos, turbados na posse, amea\u00e7ados de perigos ou confundidos em suas limita\u00e7\u00f5es, cabem os rem\u00e9dios de direito comum. Art. 71. O ocupante de im\u00f3vel da Uni\u00e3o sem assentimento desta, poder\u00e1 ser sumariamente despejado e perder\u00e1, sem direito a qualquer indeniza\u00e7\u00e3o, tudo quanto haja incorporado ao solo, ficando ainda sujeito ao disposto nos arts. 513, 515 e 517 do C\u00f3digo Civil. Por se tratar de normas de car\u00e1ter especial, que disciplina mat\u00e9ria relativa aos bens im\u00f3veis da Uni\u00e3o, em princ\u00edpio, n\u00e3o seria aplic\u00e1vel o regime comum das\n\n\fa\u00e7\u00f5es possess\u00f3rias, o qual s\u00f3 admite reintegra\u00e7\u00e3o liminar, se a a\u00e7\u00e3o for proposta dentro de ano e dia do esbulho perpetrado (art. 924 do CPC). Assim, haveria direito \u00e0 reintegra\u00e7\u00e3o liminar, independentemente da data do esbulho. Contudo, os elementos trazidos aos autos n\u00e3o s\u00e3o suficientes \u00e0 concess\u00e3o de medida liminar, porque, embora haja ind\u00edcios de desrespeito da \u00e1rea non aedificandi de faixa de dom\u00ednio da rodovia, n\u00e3o h\u00e1 not\u00edcia de perigo concreto de dano, a ensejar a reintegra\u00e7\u00e3o pretendida. O acolhimento de pretens\u00e3o de car\u00e1ter liminar/antecipat\u00f3rio, antes da cita\u00e7\u00e3o da parte adversa, \u00e9 medida excepcional, a ser justificada por situa\u00e7\u00e3o de efetivo risco de dano irrepar\u00e1vel, o que aparentemente n\u00e3o ocorre no caso concreto. Desse modo, \u00e9 necess\u00e1ria a observ\u00e2ncia do devido processo legal, oportunizando-se o contradit\u00f3rio e a ampla defesa. Ante o exposto, indefiro o efeito suspensivo ao agravo de instrumento, nos termos da fundamenta\u00e7\u00e3o. Intimem-se, sendo os agravados para contrarraz\u00f5es. Ap\u00f3s, voltem conclusos.\"\nDesta forma, diante do contexto dos autos, deve ser indeferido o pedido liminar.\nNeste diapas\u00e3o, indefiro o pedido liminar\u201d.\nOra, Ilustres Julgadores, muito embora o Ju\u00edzo \u201ca quo\u201d tenha entendido por bem indeferir a liminar pleiteada, a argumenta\u00e7\u00e3o e a fundamenta\u00e7\u00e3o apresentadas como balizadores da decis\u00e3o n\u00e3o devem medrar, uma vez que equivocadas para as peculiaridades e especificidades do caso em voga, pois vejamos.\n\nII.\n\nDO FUMUS BONI IURIS \u2013 ART. 71 DO DECRETO-LEI 9.760/46 \u2013\n\nIMPLEMENTA\u00c7\u00c3O DOS REQUISITOS \u2013 BEM P\u00daBLICO\n\nCom a devida v\u00eania, n\u00e3o h\u00e1 de se falar em requisito tempor\u00e2neo de ano e dia do esbulho para indeferimento de Reintegra\u00e7\u00e3o de Posse quando se fala em bens p\u00fablicos, como \u00e9 o caso da Faixa de Dom\u00ednio Ferrovi\u00e1ria.\nDo cotejo de todas estas datas, tem-se ent\u00e3o que, mesmo que se considerasse este requisito temporal do Art. 558 do NCPC para bens p\u00fablicos, a A\u00e7\u00e3o foi intentado antes de decorrido o prazo de um ano e dia a partir da ocorr\u00eancia do Esbulho.\nEntretanto, para o caso de Reintegra\u00e7\u00e3o de Posse relacionada a bens p\u00fablicos, como \u00e9 o caso das faixas de dom\u00ednio, incide, pelo Princ\u00edpio da Especialidade, a regra cogente do Art. 71 do Decreto-lei n\u00ba 9.760/46, in verbis:\n\n\f\u201cArt. 71. O ocupante de im\u00f3vel da Uni\u00e3o sem assentimento desta, poder\u00e1 ser sumariamente despejado e perder\u00e1, sem direito a qualquer indeniza\u00e7\u00e3o, tudo quanto haja incorporado ao solo, ficando ainda sujeito ao disposto nos arts. 513, 515 e 517 do C\u00f3digo Civil\u201d.\nVeja-se, que o referido dispositivo n\u00e3o traz nenhum requisito adicional para que se afaste a necessidade de remo\u00e7\u00e3o sum\u00e1ria de ocupa\u00e7\u00f5es sob im\u00f3vel pertencente \u00e0 Uni\u00e3o, bastante simplesmente que n\u00e3o haja assentimento da Uni\u00e3o.\nA situa\u00e7\u00e3o do esbulho possess\u00f3rio resta muito bem demonstrada nos presentes autos, como tamb\u00e9m se tratar de bem p\u00fablico, de propriedade da Uni\u00e3o, conforme art. 99, inciso II, do C\u00f3digo Civil Brasileiro (CCB) e contratos juntados aos autos.\nA \u00e1rea em quest\u00e3o, designada para explora\u00e7\u00e3o e desenvolvimento do servi\u00e7o p\u00fablico de transporte ferrovi\u00e1rio, tem sido resguardada pela Autora e fiscalizada, como bem demonstra o impulso para ajuizamento da presente a\u00e7\u00e3o.\nEvidente \u00e9 a pr\u00e1tica do esbulho por parte da parte Agravada, sendo incab\u00edvel a permiss\u00e3o para perman\u00eancia na referida \u00e1rea, bem como terminantemente proibida qualquer constru\u00e7\u00e3o na \u201cFaixa de Dom\u00ednio\u201d, ou na \u201c\u00c1rea n\u00e3o Edificante\u201d, uma vez que o local invadido se enquadra na categoria de bens p\u00fablicos de uso comum do povo, nos termos do inciso I do artigo 99 do C\u00f3digo Civil Brasileiro:\n\u201cArt. 99. S\u00e3o bens p\u00fablicos: I - os de uso comum do povo, tais como rios, mares, estradas, ruas e pra\u00e7as\u201d.\nA faixa de dom\u00ednio, na qual incide a invas\u00e3o no caso, \u00e9 a base f\u00edsica sobre a qual se assenta a via f\u00e9rrea ou rodovi\u00e1ria, constitu\u00edda linha f\u00e9rrea, canteiros, acostamentos e sinaliza\u00e7\u00e3o, inclusive os acr\u00e9scimos necess\u00e1rios \u00e0 sua expans\u00e3o, estendendo-se at\u00e9 o alinhamento das cercas que separam a ferrovia dos im\u00f3veis marginais ou da faixa de recuo.\nEsta faixa de dom\u00ednio tem defini\u00e7\u00e3o legal no Decreto n\u00ba 7.929/2013, Art. 1\u00ba, \u00a72\u00ba:\n\u201c(\u2026) entende-se por faixa de dom\u00ednio a por\u00e7\u00e3o de terreno com largura m\u00ednima de quinze metros de cada lado do eixo da via f\u00e9rrea, sem preju\u00edzo das dimens\u00f5es estipuladas nas normas e regulamentos\n\n\ft\u00e9cnicos vigentes, ou definidas no projeto de desapropria\u00e7\u00e3o ou de implanta\u00e7\u00e3o da respectiva ferrovia\u201c.\nNo caso, como visto, a \u00e1rea da Faixa de Dom\u00ednio deve ser observada, respeitada e reintegrada em sua totalidade, posto que o contr\u00e1rio acarretaria extremo dano, al\u00e9m de tornar problem\u00e1tica a operacionaliza\u00e7\u00e3o da Empresa Autora, que det\u00e9m a concess\u00e3o e, por for\u00e7a contratual e de legisla\u00e7\u00e3o o dever de guarda e de cuidado com a \u00e1rea em voga, eis que n\u00e3o haveria prote\u00e7\u00e3o contra novas invas\u00f5es ou esbulhos, dentro da faixa de dom\u00ednio no im\u00f3vel de propriedade do DNIT, not\u00f3rio bem p\u00fablico tutelado pela Constitui\u00e7\u00e3o Federal e demais legisla\u00e7\u00f5es infraconstitucionais.\nO territ\u00f3rio pertencente \u00e0 ferrovia, neles inseridas a faixa de dom\u00ednio e a \u00e1rea n\u00e3o edificante, n\u00e3o se sujeitam \u00e0 discuss\u00e3o se a posse \u00e9 de boa ou m\u00e1-f\u00e9, porque a ocupa\u00e7\u00e3o irregular de bem p\u00fablico n\u00e3o caracteriza posse, ou, em outras palavras, \u00e9 uma posse degradada legalmente, mera deten\u00e7\u00e3o, que n\u00e3o gera efeitos possess\u00f3rios, conforme preceituam os artigos 520, III, 67 e 69, todos do C\u00f3digo Civil de 1916, bem como artigos 99, 100 e 1223 do atual C\u00f3digo Civil Brasileiro, e, com ampla explica\u00e7\u00e3o.\nTamb\u00e9m \u00e9 esse o entendimento do Supremo Tribunal Federal \u2013 STF, que editou a S\u00famula 340 a esse respeito com os seguintes ditames: \u201cDesde a vig\u00eancia do C\u00f3digo Civil, os bens dominicais, como os demais bens p\u00fablicos, n\u00e3o podem ser adquiridos por usucapi\u00e3o\u201d.\nSe tratando a Faixa de Dom\u00ednio em comento, bem p\u00fablico de propriedade do DNIT (UNI\u00c3O), incide ent\u00e3o as disposi\u00e7\u00f5es do DECRETO-LEI 9.760/46, que disp\u00f5e sobre os bens im\u00f3veis da Uni\u00e3o.\nQuanto ao argumento de que, pelo fato de pressupor que a situa\u00e7\u00e3o perduraria \u201ch\u00e1 anos\u201d, cabe o alerta e a ressalva de que, diferentemente de situa\u00e7\u00f5es normais de ocupa\u00e7\u00e3o e invas\u00e3o, nos casos em que a \u00e1rea envolvida seja da Uni\u00e3o, n\u00e3o h\u00e1 a necessidade, para a concess\u00e3o da liminar, que o pedido tenha sido realizado antes do esbulho completar um ano e um dia, conforme preconizava o art. 928 do C\u00f3digo de Processo Civil 1973, com a chamada \u201cposse nova\u201d, pois, ao tratarmos de bens p\u00fablicos devemos considerar algumas particularidades inerentes ao caso, pois, como bem ensina o ART. 71 DO DECRETO-LEI N\u00ba 9.760/46.\n\n\fEm sendo assim, a conduta perpetrada pela parte Agravada deve ser coibida\nde forma en\u00e9rgica, uma vez que, na hip\u00f3tese, caracteriza esbulho e torna leg\u00edtimo o pedido\nde reintegra\u00e7\u00e3o, inclusive em sede de liminar.\nA prop\u00f3sito, jurisprud\u00eancias atualizadas e esclarecedoras acerca do tema:\nPROCESSUAL CIVIL - AGRAVO DE INSTRUMENTO - A\u00c7\u00c3O REINTEGRA\u00c7\u00c3O DE POSSE - LIMINAR - PRESEN\u00c7A DOS REQUISITOS LEGAIS - ARTIGO 927 DO C\u00d3DIGO DE PROCESSO CIVIL - BEM P\u00daBLICO - POSSE NOVA OU VELHA - ARTIGO 924 DO C\u00d3DIGO DE PROCESSO CIVIL - IRRELEV\u00c2NCIA - AGRAVO DE INSTRUMENTO IMPROVIDO. 1. Os requisitos para a liminar, nas a\u00e7\u00f5es possess\u00f3rias, est\u00e3o previstos no artigo no artigo 927, do C\u00f3digo de Processo Civil, ou seja o autor, para obter a liminar, deve demonstrar a presen\u00e7a dos seguintes requisitos: I) a sua posse; II) a turba\u00e7\u00e3o ou o esbulho praticado pelo r\u00e9u; III) a data da turba\u00e7\u00e3o ou do esbulho; e IV) a continua\u00e7\u00e3o da posse, embora turbada, na a\u00e7\u00e3o de manuten\u00e7\u00e3o; a perda da posse, na a\u00e7\u00e3o de reintegra\u00e7\u00e3o. 2. Nos termos do artigo 924 C\u00f3digo de Processo Civil, para que seja poss\u00edvel o deferimento de liminar em a\u00e7\u00e3o de manuten\u00e7\u00e3o e reintegra\u00e7\u00e3o de posse, \u00e9 imprescind\u00edvel a prova de que a turba\u00e7\u00e3o ou esbulho tenha ocorrido dentro de ano e dia. 3. No caso, vislumbro a presen\u00e7a dos requisitos para a concess\u00e3o da liminar, porquanto a agravante n\u00e3o nega a turba\u00e7\u00e3o, pois afirma que edificou em im\u00f3vel de dom\u00ednio p\u00fablico sem a necess\u00e1ria autoriza\u00e7\u00e3o. 4. O fato de ser a autora uma empresa concession\u00e1ria do servi\u00e7o p\u00fablico n\u00e3o retira do im\u00f3vel a natureza de bem p\u00fablico, submetido \u00e0s normas de Direito P\u00fablico, vez que o dom\u00ednio sobre referido bem n\u00e3o foi transferido \u00e0 empresa concession\u00e1ria do servi\u00e7o p\u00fablico, raz\u00e3o pela qual irrelevante o fato de se tratar de posse velha ou nova. 5. Diz o artigo 71 do Decretolei n\u00ba 9.760/46 que \"O ocupante de im\u00f3vel da Uni\u00e3o sem assentimento desta poder\u00e1 ser sumariamente despejado e perder\u00e1, sem direito a qualquer indeniza\u00e7\u00e3o, tudo quanto haja incorporado ao solo, ficando ainda sujeito ao disposto nos arts. 513, 515 e 517 do C\u00f3digo Civil\". 6. Agravo improvido. (TRF-3 - AI: 42515 SP 2004.03.00.042515-4, Relator: DESEMBARGADORA FEDERAL RAMZA TARTUCE, Data de Julgamento: 06/07/2009, QUINTA TURMA)\nAGRAVO DE INSTRUMENTO. A\u00c7\u00c3O DE REINTEGRA\u00c7\u00c3O DE POSSE. BEM P\u00daBLICO. NOTIFICA\u00c7\u00c3O PARA DESOCUPAR. PRAZO VENCIDO. ESBULHO CARACTERIZADO. CONCESS\u00c3O DE LIMINAR. ADMISSIBILIDADE. Em face do Poder P\u00fablico, n\u00e3o h\u00e1 falar em posse, mas em mera deten\u00e7\u00e3o, tornando despicienda a discuss\u00e3o a respeito se h\u00e1 posse nova ou velha. Preenchido os requisitos legais, imperiosa a concess\u00e3o da liminar de reintegra\u00e7\u00e3o, ainda que o bem p\u00fablico esteja ocupado h\u00e1 mais de ano e dia. Decis\u00e3o reformada. Recurso provido. (TJ-SP - AI: 21859428620148260000 SP 2185942-86.2014.8.26.0000, Relator: Djalma Lofrano Filho, Data de Julgamento: 11/02/2015, 13\u00aa C\u00e2mara de Direito P\u00fablico, Data de Publica\u00e7\u00e3o: 20/02/2015)\nPOSSESS\u00d3RIA \u2013 Administrativo \u2013 A\u00e7\u00e3o de reintegra\u00e7\u00e3o de posse \u2013 \u00c1rea p\u00fablica situada em loteamento (\u00e1rea livre) \u2013 Defini\u00e7\u00e3o da \u00e1rea litigiosa em per\u00edcia judicial de vistoria \u2013 Mera deten\u00e7\u00e3o pelo particular que lhe n\u00e3o gera direitos de posse \u2013 Senten\u00e7a de proced\u00eancia confirmada. RETEN\u00c7\u00c3O e INDENIZA\u00c7\u00c3O por benfeitorias e acess\u00f5es \u2013 Mera deten\u00e7\u00e3o que n\u00e3o gera ao detentor direito de reten\u00e7\u00e3o ou de indeniza\u00e7\u00e3o \u2013 Precedente \u2013 Senten\u00e7a confirmada. INDENIZA\u00c7\u00c3O POR USO INDEVIDO \u2013 Inexist\u00eancia de prova de dano \u2013 Somente da ocupa\u00e7\u00e3o n\u00e3o resulta direito de indeniza\u00e7\u00e3o \u2013\n\n\fPrecedente \u2013 Senten\u00e7a confirmada. RECURSOS DE APELA\u00c7\u00c3O DAS PARTES, DESPROVIDOS. (TJ-SP - APL: 00306306520098260053 SP 0030630-65.2009.8.26.0053, Relator: J. M. Ribeiro de Paula, Data de Julgamento: 29/07/2015, 12\u00aa C\u00e2mara de Direito P\u00fablico, Data de Publica\u00e7\u00e3o: 04/08/2015)\nAGRAVO DE INSTRUMENTO A\u00e7\u00e3o de reintegra\u00e7\u00e3o de posse \u00c1rea p\u00fablica Mera deten\u00e7\u00e3o que, prec\u00e1ria, n\u00e3o gera direitos de posse Exame dos requisitos ensejadores da medida afetos ao Ju\u00edzo Monocr\u00e1tico Decis\u00e3o que n\u00e3o se revela ilegal ou tirada com abuso de poder Argumentos trazidos nos autos que n\u00e3o s\u00e3o capazes de reformar a decis\u00e3o. Recurso improvido.(TJSP - AI: 21296221620148260000 SP 2129622-16.2014.8.26.0000, Relator: Carlos Eduardo Pachi, Data de Julgamento: 17/09/2014, 9\u00aa C\u00e2mara de Direito P\u00fablico, Data de Publica\u00e7\u00e3o: 18/09/2014)\nADMINISTRATIVO. BEM P\u00daBLICO. REINTEGRA\u00c7\u00c3O DE POSSE. FAIXA DE DOM\u00cdNIO DE FERROVIA. TERMO DE PERMISS\u00c3O DE USO. Notificado o ocupante a retirar-se do local \u2013 e desatendida a intima\u00e7\u00e3o \u2013 \u00e9 devida a reintegra\u00e7\u00e3o de posse de im\u00f3vel situado \u00e0s margens de linha f\u00e9rrea, dentro da faixa de dom\u00ednio respectiva (Decreto n.\u00ba 2.089/63, art. 9\u00ba, \u00a7 2\u00ba; Resolu\u00e7\u00e3o n.\u00ba 43/66, do Conselho Ferrovi\u00e1rio Nacional; e art. 4\u00ba da Lei n.\u00ba 6.766/79). A permiss\u00e3o de uso de bem p\u00fablico, celebrada anteriormente entre RFFSA e o servidor aposentado, tem car\u00e1ter prec\u00e1rio e revog\u00e1vel a qualquer tempo. N\u00e3o subsistente o interesse da Administra\u00e7\u00e3o na perman\u00eancia do r\u00e9u, diante da inadimpl\u00eancia, e escoado o prazo para que desocupasse o espa\u00e7o, a perman\u00eancia tornou-se irregular, mera deten\u00e7\u00e3o, que n\u00e3o gera efeitos possess\u00f3rios, restando configurado o esbulho (art. 926 do CPC e art.1.210 do CC). S\u00e3o devidos, ainda, os valores estipulados no termo de permiss\u00e3o, at\u00e9 o \u00f3bito do permission\u00e1rio. A alega\u00e7\u00e3o de fun\u00e7\u00e3o social da posse \u00e9 desprovida de qualquer sentido quando nem posse h\u00e1, n\u00e3o h\u00e1 fun\u00e7\u00e3o, e o social recai em detrimento da coletividade. Apela\u00e7\u00e3o da Uni\u00e3o e remessa necess\u00e1ria parcialmente providas. (TRF 2\u00aa Regi\u00e3o, AC 2007.51.01.029754-0, Rel. Des. Fed. GUILHERME COUTO DE CASTRO, Sexta Turma Especializada, DJ 30.05.2014).\nNo mais, o aspecto principal \u00e9 que a constru\u00e7\u00e3o foi erguida \u00e0s margens de\nferrovia, a qual, constitui bem im\u00f3vel operacional, ligado, em ess\u00eancia, \u00e0 pr\u00f3pria ferrovia e \u00e0\nsua segura e apropriada utiliza\u00e7\u00e3o.\nOs bens operacionais s\u00e3o aqueles vinculados a contratos de arrendamento\ncelebrados pela extinta RFFSA, como no caso em testilha.\nSobre a trasfer\u00eancia da Propriedade dos bens m\u00f3veis e im\u00f3veis da extinta\nRFFSA ao DNIT, assim disp\u00f5e a Lei n\u00ba 11.483/07, conforme demonstram os artigos\ncolacionados abaixo:\nArt. 2\u00ba: A partir de 22 de janeiro de 2007: [...] II - os bens im\u00f3veis da extinta RFFSA ficam transferidos para a Uni\u00e3o, ressalvado o disposto nos incisos I e IV do caput do art. 8o desta Lei. [...] Art. 8\u00ba: Ficam transferidos ao Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes - DNIT:\n\n\fI - a propriedade dos bens m\u00f3veis e im\u00f3veis operacionais da extinta RFFSA; II - os bens m\u00f3veis n\u00e3o-operacionais utilizados pela Administra\u00e7\u00e3o Geral e Escrit\u00f3rios Regionais da extinta RFFSA, ressalvados aqueles necess\u00e1rios \u00e0s atividades da Inventarian\u00e7a; e III - os demais bens m\u00f3veis n\u00e3o-operacionais, incluindo trilhos, material rodante, pe\u00e7as, partes e componentes, almoxarifados e sucatas, que n\u00e3o tenham sido destinados a outros fins, com base nos demais dispositivos desta Lei. IV - os bens im\u00f3veis n\u00e3o operacionais, com finalidade de constituir reserva t\u00e9cnica necess\u00e1ria \u00e0 expans\u00e3o e ao aumento da capacidade de presta\u00e7\u00e3o do servi\u00e7o p\u00fablico de transporte ferrovi\u00e1rio, ressalvados os destinados ao FC, devendo a voca\u00e7\u00e3o log\u00edstica desses im\u00f3veis ser avaliada em conjunto pelo Minist\u00e9rio dos Transportes e pelo Minist\u00e9rio do Planejamento, Or\u00e7amento e Gest\u00e3o, conforme dispuser ato do Presidente da Rep\u00fablica.\nComo se v\u00ea, seja o bem considerado operacional, ou n\u00e3o operacional, mas,\nneste caso, pass\u00edvel de constituir reserva t\u00e9cnica necess\u00e1ria \u00e0 expans\u00e3o da ferrovia e a faixa\nde dom\u00ednio, fica evidente que im\u00f3vel efetivamente foi transferido ao DNIT, se tratando, logo,\nde bem p\u00fablico.\nAcerca da ocupa\u00e7\u00e3o de bens p\u00fablicos por particulares sem autoriza\u00e7\u00e3o e o\ntratamento legal adequado, especificamente a norma cogente do Art 71 do Decreto_Lei\n9.760/46, pedimos licen\u00e7a para colacionar o mais completo e abrangente precedente do\nSuperior Tribunal de Justi\u00e7a, o qual tem sido usado para balizar o julgamento desses casos\nnaquela Corte:\nADMINISTRATIVO. JARDIM BOT\u00c2NICO DO RIO DE JANEIRO. BEM P\u00daBLICO. DECRETO-LEI 9.760/46 PATRIM\u00d4NIO HIST\u00d3RICO E ART\u00cdSTICO NACIONAL. BEM TOMBADO. ARTS. 11 E 17 DO DECRETOLEI 25/1937. OCUPA\u00c7\u00c3O POR PARTICULARES. CONSTRU\u00c7\u00c3O. BENFEITORIAS. INDENIZA\u00c7\u00c3O. IMPOSSIBILIDADE. DIREITO DE RETEN\u00c7\u00c3O. DESCABIMENTO. ARTS. 100, 102, 1.196, 1.219 E 1.255 DO C\u00d3DIGO CIVIL DE 2002.\n(...)\n3. N\u00e3o obstante leis de sentido e conte\u00fado induvidosos, que salvaguardam a titularidade dos bens confiados ao controle e gest\u00e3o do Estado, a hist\u00f3ria fundi\u00e1ria do Brasil, tanto no campo como na cidade, est\u00e1, infelizmente at\u00e9 os dias atuais, baseada na indevida apropria\u00e7\u00e3o privada dos espa\u00e7os p\u00fablicos, com freq\u00fc\u00eancia \u00e0s claras e, mais grave, at\u00e9 com est\u00edmulo censur\u00e1vel, tanto por a\u00e7\u00e3o como por leni\u00eancia, de servidores p\u00fablicos, precisamente aqueles que deveriam zelar, de maneira intransigente, pela integridade e longevidade do patrim\u00f4nio nacional.\n4. Al\u00e9m de rasgar a Constitui\u00e7\u00e3o e humilhar o Estado de Direito, substituindoo, com emprego de for\u00e7a ou manobras jur\u00eddicas, pela \"lei da selva\", a privatiza\u00e7\u00e3o ilegal de espa\u00e7os p\u00fablicos, notadamente de bens tombados ou especialmente protegidos, dilapida o patrim\u00f4nio da sociedade e compromete o seu gozo pelas gera\u00e7\u00f5es futuras.\n\n\f5. Consoante o C\u00f3digo Civil (de 2002), \"Os bens p\u00fablicos n\u00e3o est\u00e3o sujeitos a usucapi\u00e3o\" (art. 102) e os \"de uso comum do povo e os de uso especial s\u00e3o inalien\u00e1veis, enquanto conservarem a sua qualifica\u00e7\u00e3o\" (\u00e9 o caso do Jardim Bot\u00e2nico), nos termos do art. 100.\n(...)\n7. Datar a ocupa\u00e7\u00e3o, constru\u00e7\u00e3o ou explora\u00e7\u00e3o de longo tempo, ou a circunst\u00e2ncia de ter-se, na origem, constitu\u00eddo regularmente e s\u00f3 depois se transformado em indevida, n\u00e3o purifica sua ilegalidade, nem fragiliza ou afasta os mecanismos que o legislador instituiu para salvaguardar os bens p\u00fablicos. Irregular \u00e9 tanto a ocupa\u00e7\u00e3o, explora\u00e7\u00e3o e uso que um dia foram regulares, mas deixaram de s\u00ea-lo, como os que, por nunca terem sido, n\u00e3o podem agora vir a s\u00ea-lo.\n(...)\n9. Na falta de autoriza\u00e7\u00e3o expressa, inequ\u00edvoca, v\u00e1lida e atual do titular do dom\u00ednio, a ocupa\u00e7\u00e3o de \u00e1rea p\u00fablica \u00e9 mera deten\u00e7\u00e3o il\u00edcita (\"grilagem\", na express\u00e3o popular), que n\u00e3o gera - nem pode gerar, a menos que se queira, contrariando a mens legis, estimular tais atos conden\u00e1veis - direitos, entre eles o de reten\u00e7\u00e3o, garantidos somente ao possuidor de boa-f\u00e9 pelo C\u00f3digo Civil.\n(...)\n10. Os im\u00f3veis pertencentes \u00e0 Uni\u00e3o Federal s\u00e3o regidos pelo Decreto-Lei 9.760/46, que em seu art. 71 disp\u00f5e que, na falta de assentimento (expresso, inequ\u00edvoco, v\u00e1lido e atual) da autoridade legitimamente incumbida na sua guarda e zelo, o ocupante poder\u00e1 ser sumariamente despejado e perder\u00e1, sem direito a indeniza\u00e7\u00e3o, tudo quanto haja incorporado ao solo, ficando ainda sujeito ao disposto nos arts. 513, 515 e 517 do C\u00f3digo Civil de 1916.\n11. A apropria\u00e7\u00e3o, ao arrepio da lei, de terras e im\u00f3veis p\u00fablicos (...), al\u00e9m de acarretar o dever de imediata desocupa\u00e7\u00e3o da \u00e1rea, d\u00e1 ensejo \u00e0 aplica\u00e7\u00e3o das san\u00e7\u00f5es administrativas e penais previstas na legisla\u00e7\u00e3o, bem como \u00e0 obriga\u00e7\u00e3o de reparar eventuais danos causados.\n12. Aplica-se \u00e0s benfeitorias e acess\u00f5es em \u00e1rea ou im\u00f3vel p\u00fablico a lei especial que rege a mat\u00e9ria, e n\u00e3o o C\u00f3digo Civil, da\u00ed caber indeniza\u00e7\u00e3o t\u00e3os\u00f3 se houver pr\u00e9via notifica\u00e7\u00e3o do propriet\u00e1rio (art. 90 do Decreto-lei 9.760/46). (...)\n14. Para fazer jus a indeniza\u00e7\u00e3o por acess\u00f5es e benfeitorias, ao administrado incumbe o \u00f4nus de provar: a) a regularidade e a boa-f\u00e9 da ocupa\u00e7\u00e3o, explora\u00e7\u00e3o ou uso do bem, lastreadas em assentimento expresso, inequ\u00edvoco, v\u00e1lido e atual; b) o car\u00e1ter necess\u00e1rio das benfeitorias e das acess\u00f5es; c) a notifica\u00e7\u00e3o, escorreita na forma e no conte\u00fado, do \u00f3rg\u00e3o acerca da realiza\u00e7\u00e3o dessas acess\u00f5es e benfeitorias.\n(...)\n17. Na ocupa\u00e7\u00e3o, uso ou explora\u00e7\u00e3o de bem p\u00fablico, a boa-f\u00e9 \u00e9 impresum\u00edvel, requisitando prova cabal a cargo de quem a alega. Incompat\u00edvel com a boa-f\u00e9 agir com o reiterado \u00e2nimo de se furtar e at\u00e9 de burlar a letra e o esp\u00edrito da lei, com sucessivas reformas e amplia\u00e7\u00f5es de constru\u00e7\u00e3o em im\u00f3vel p\u00fablico, por isso mesmo feitas \u00e0 sua conta e risco.\n\n\f18. Na gest\u00e3o e controle dos bens p\u00fablicos impera o princ\u00edpio da indisponibilidade, o que significa dizer que eventual in\u00e9rcia ou coniv\u00eancia do servidor p\u00fablico de plant\u00e3o (inclusive com o recebimento de \"aluguel\") n\u00e3o tem o cond\u00e3o de, pela porta dos fundos da omiss\u00e3o e do consentimento t\u00e1cito, autorizar aquilo que, pela porta da frente, seria ilegal, caracterizando, em vez disso, ato de improbidade administrativa (Lei 8.429/1992), que como tal deve ser tratado e reprimido.\n(...)\n20. Recurso Especial n\u00e3o provido.\n(REsp 808.708/RJ, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 18/08/2009, DJe 04/05/2011) (grifo nosso)\nPortanto, diante do todo exposto, com a j\u00e1 requerida v\u00eania, n\u00e3o h\u00e1 que se falar no caso em indeferimento da liminar, como base em presun\u00e7\u00e3o de antiguidade da invas\u00e3o \u00e0 Faixa de Dom\u00ednio.\n\nTampouco pode se aplicar ao caso o requisito temporal de ano e dia do esbulho, pois o entendimento da Corte Superior \u00e9 exatamente no mesmo sentido e fundamenta\u00e7\u00e3o apresentada no pr\u00f3prio Recurso, de que em se tratando de bens p\u00fablicos, a incide o disposto no Art. 71 do Decreto-Lei 9.760/46, o qual determina a desocupa\u00e7\u00e3o sum\u00e1ria, estando portanto, presente o requisito da FUMA\u00c7A DO BOM DIREITO exigido no C\u00f3digo de Processo Civil para a concess\u00e3o da liminar pleiteada.\n\nCom efeito, tendo em vista que a manuten\u00e7\u00e3o da decis\u00e3o ora atacada pode causar \u00e0 Agravante e a terceiros, inclusive \u00e0 parte Agravada, les\u00e3o grave e de dif\u00edcil repara\u00e7\u00e3o, bem como diante dos fundamentos relevantes expostos neste recurso, resta clara e evidente a exist\u00eancia dos requisitos necess\u00e1rios para a concess\u00e3o do pedido liminar realizado na exordial, por justo e amparado na melhor na legisla\u00e7\u00e3o e jurisprud\u00eancias vigentes.\n\nII.\n\nDO PERICULUM IN MORA\n\nAo decidir, equivocadamente, no entendimento da Agravante, pelo indeferimento da liminar pleiteada em raz\u00e3o de suposta aus\u00eancia do perigo de dano irrepar\u00e1vel ou de dif\u00edcil repara\u00e7\u00e3o, o Magistrado a quo comete grave injusti\u00e7a contra a Demandante.\n\nO instituto do periculum in mora, que traduz-se literalmente, como \u201cperigo na demora\u201d, no direito brasileiro, \u00e9 o receio que a demora da decis\u00e3o judicial cause um dano\n\n\fgrave ou de dif\u00edcil repara\u00e7\u00e3o ao bem tutelado. Isso frustraria por completo a aprecia\u00e7\u00e3o ou execu\u00e7\u00e3o da a\u00e7\u00e3o principal.\nOra, o que a concession\u00e1ria pretende e fundamenta o periculum in mora, \u00e9 evitar que ocorra algum acidente, o que pelo conhecimento comum, sem maiores digress\u00f5es t\u00e9cnicas, se vislumbra a possibilidade concreta, ante a dist\u00e2ncia que se encontra o im\u00f3vel da linha f\u00e9rrea em que h\u00e1 constante movimento de trens.\n\u00c9 seu dever prec\u00edpuo, al\u00e9m da manuten\u00e7\u00e3o e conserva\u00e7\u00e3o da malha ferrovi\u00e1ria, a seguran\u00e7a do pr\u00f3prio servi\u00e7o que vem sendo prestado pela autora, bem como o zelo e a preocupa\u00e7\u00e3o com a seguran\u00e7a das pessoas que est\u00e3o nas cercanias da ferrovia, contudo sem que haja qualquer possibilidade de que se estabele\u00e7am na \u00e1rea definida e delimitada como sendo da Uni\u00e3o, pelas raz\u00f5es expostas acima.\nNa verdade, a faixa de dom\u00ednio \u00e9 uma EXTENS\u00c3O DE SEGURAN\u00c7A, reservada para proteger os cidad\u00e3os que trafeguem, transitem, ou cruzem pelas ferrovias e at\u00e9 de poss\u00edveis invasores, al\u00e9m de prover a seguran\u00e7a das edifica\u00e7\u00f5es, bem como para possibilitar eventual obra de amplia\u00e7\u00e3o, ou manuten\u00e7\u00e3o da malha ferrovi\u00e1ria, como a implanta\u00e7\u00e3o de outras linhas, por exemplo.\nComo j\u00e1 referido, a faixa de dom\u00ednio \u00e9 definida como \u201ca faixa de terreno de pequena largura em rela\u00e7\u00e3o ao comprimento, em que se localizam as vias f\u00e9rreas e demais instala\u00e7\u00f5es da ferrovia, inclusive os acr\u00e9scimos necess\u00e1rios \u00e0 sua expans\u00e3o\u201d. A dist\u00e2ncia desta \u00e1rea depender\u00e1 de fatores tais como a altura e largura do vag\u00e3o, a velocidade da composi\u00e7\u00e3o e, especialmente, a geografia do local onde est\u00e1 inserida a via f\u00e9rrea.\nAp\u00f3s a faixa de dom\u00ednio, ainda em se tratando da \u00e1rea ferrovi\u00e1ria, \u00e9 exigido, neste caso por Lei, a reserva de uma faixa n\u00e3o edific\u00e1vel de 15 (quinze) metros de cada lado, conforme disp\u00f5e o art. 4\u00ba da Lei 6.766 de 1979. Estes 15 (quinze) metros s\u00e3o determinados ap\u00f3s a faixa de dom\u00ednio, isto \u00e9, ser\u00e1 resguardado para o servi\u00e7o ferrovi\u00e1rio a dist\u00e2ncia da faixa de dom\u00ednio acrescida dos 15 (quinze) metros de faixa n\u00e3o edific\u00e1vel determinados pela legisla\u00e7\u00e3o.\nNesse sentido o voto carreado abaixo:\nPROCESSO CIVIL. ADMINISTRATIVO. A\u00c7\u00c3O REINTEGRAT\u00d3RIA COMINADA COM DEMOLIT\u00d3RIA. LEGITIMIDADE TRANSNORDESTINA LOG\u00cdSTICA S/A. CONSTRU\u00c7\u00c3O IRREGULAR ERGUIDA \u00c0 MARGEM DE\n\n\fFERROVIA FEDERAL. FAIXA DE DOM\u00cdNIO. PERIGO PARA TRANSEUNTES. APELA\u00c7\u00d5ES PROVIDAS 1. \"A legitimidade ativa da concession\u00e1ria Transnordestina Log\u00edstica S/A decorre exatamente do pr\u00f3prio contrato de concess\u00e3o firmado com a RFFSA, a quem pertencera a \u00e1rea, at\u00e9 a sucess\u00e3o pelo DNIT. Evidenciado o interesse direto do ente p\u00fablico ao qual pertencem os bens, ainda que estes sejam geridos por pessoa diversa, mediante autoriza\u00e7\u00e3o, concess\u00e3o ou permiss\u00e3o, a ensejar a compet\u00eancia do Ju\u00edzo Federal. (AG 00168657320104050000, Desembargadora Federal Margarida Cantarelli, TRF5 - Quarta Turma, 28/04/2011)\". (AG 00131378720114050000, Desembargador Federal Francisco Barros Dias, TRF5 - Segunda Turma, DJE - Data::26/10/2011 - P\u00e1gina::111.) 2. Al\u00e9m da impossibilidade de edifica\u00e7\u00e3o na faixa de dom\u00ednio, n\u00e3o se pode deixar de observar a limita\u00e7\u00e3o administrativa existente quanto aos terrenos marginais das rodovias, \u00e1rea n\u00e3o edificante, como disciplina o art. 4\u00ba, inciso III, da Lei n.\u00ba 6.766/79, com reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n.\u00ba 10.932/2004. 3. A largura da faixa de dom\u00ednio \u00e9 vari\u00e1vel ao longo das rodovias, de acordo com o projeto geom\u00e9trico elaborado para a sua constru\u00e7\u00e3o, competindo ao pr\u00f3prio DNER (atual DNIT) a defini\u00e7\u00e3o de sua largura, assim, a \u00e1rea que compreende a faixa de dom\u00ednio, mais a faixa n\u00e3o edific\u00e1vel (15 metros) foram afetadas ao servi\u00e7o p\u00fablico das ferrovias, sendo irregular constru\u00e7\u00e3o que n\u00e3o observa tal limita\u00e7\u00e3o. 4. A proibi\u00e7\u00e3o de constru\u00e7\u00e3o na faixa de dom\u00ednio ao longo das estradas de ferro tem fundamento na seguran\u00e7a do transporte ferrovi\u00e1rio, consubstanciando-se no perigo que referidas constru\u00e7\u00f5es representam para os usu\u00e1rios das ferrovias e terceiros que transitam em suas adjac\u00eancias. 5. A faixa de dom\u00ednio e a \u00e1rea n\u00e3o-edific\u00e1vel possuem natureza de limita\u00e7\u00f5es administrativas, implicando um dever de n\u00e3o-fazer ao administrado. 6. No caso dos autos, foi constatado a constru\u00e7\u00e3o de uma cerca a aproximadamente dois metros da linha f\u00e9rrea, em \u00e1rea de faixa de dom\u00ednio, cuja posse pertence a Transnordestina Log\u00edstica S/A, configurando-se o esbulho praticado pelo apelado, impondo a determina\u00e7\u00e3o da reintegra\u00e7\u00e3o de posse, bem como da retirada da referida cerca. 7. Apela\u00e7\u00f5es providas para determinar a reintegra\u00e7\u00e3o da posse a Transnordestina Log\u00edstica S/A, bem como que seja retirada a cerca fincada na faixa de dom\u00ednio. (TRF 5\u00aa Regi\u00e3o, AC 00075505020104058300, Rel. Des. Fed. FRANCISCO BARROS DIAS, Segunda Turma, DJE - Data::22/11/2012 - P\u00e1gina::144).\nDiante do exposto, n\u00e3o h\u00e1 que se falar em eventual tempo que tenha decorrido\nat\u00e9 a aprecia\u00e7\u00e3o do pedido de antecipa\u00e7\u00e3o tutela, para se justificar que n\u00e3o h\u00e1 urg\u00eancia na\ndemora do provimento, pois n\u00e3o ilide a ocorr\u00eancia de qualquer incidente envolvendo eventuais\nconstru\u00e7\u00f5es e empreendimentos na faixa de seguran\u00e7a acima conceituada, frisando que h\u00e1\nconstante passagem de composi\u00e7\u00f5es f\u00e9rreas na regi\u00e3o.\nDesta sorte, em plena conformidade com a realidade f\u00e1tica aqui exposta, bem\ncomo com o Ordenamento Jur\u00eddico, doutrina e julgados de nosso Tribunais, a decis\u00e3o ora\ncombatida, proferida pelo Ju\u00edzo a quo, n\u00e3o deve prevalecer, devendo esta ser integralmente\nreformada, reintegrando, imediatamente, a Agravante na posse da \u00e1rea apontada, como\nforma de garantia de seus direitos e deveres, como concession\u00e1ria da Uni\u00e3o que \u00e9,\nencerrando a pr\u00e1tica do esbulho no trecho em que h\u00e1 invas\u00e3o contumaz e intencional, por\nparte do Agravado, como reflexo da mais l\u00eddima justi\u00e7a.\n\n\fIV.\n\nDOS PEDIDOS.\n\nAnte todo o exposto, considerando requer a Agravante, diante da urg\u00eancia demonstrada:\n\nI)\n\nSeja recebido o presente recurso de Agravo sob a forma de\n\nInstrumento, com a concess\u00e3o de tutela provis\u00f3ria recursal, na\n\nforma do Art. 1.019, I do C\u00f3digo de Processo Civil 2015;\n\nII) E, no m\u00e9rito, seja integralmente provido, forte no Art. 71, do Decreto-Lei 9.760/46, para reformar a decis\u00e3o agravada nos termos acima requeridos, devendo ser determinada a imediata reintegra\u00e7\u00e3o de posse do trecho em voga \u00e0 Agravante, ALL \u2013 Am\u00e9rica Latina Log\u00edstica, bem como o desfazimento de toda e qualquer constru\u00e7\u00e3o na \u00e1rea denominada como \u201cfaixa de dom\u00ednio\u201d, j\u00e1 delimitada na peti\u00e7\u00e3o inicial;\nIII) Requer, al\u00e9m disso, a intima\u00e7\u00e3o da parte Agravada para, querendo, apresentar Contrarraz\u00f5es ao Agravo de Instrumento;\n\nIV) Por derradeiro, requer, novamente, que todas as intima\u00e7\u00f5es e publica\u00e7\u00f5es judiciais atinentes ao feito sejam expedidas, em conjunto e exclusivamente, sob pena de nulidade1, em nome do Dr. FABIO KORENBLUM, inscrito na OAB/RS sob o n\u00ba 92.135-A, com Escrit\u00f3rio na Rua Sete de Setembro, 745, 9\u00ba andar, Centro, Porto Alegre, RS, CEP 90010-190, anotando-se na contracapa de todos os processos apensados e/ou incidentes processuais.\n\nNestes termos, pede deferimento. Porto Alegre, 4 de novembro de 2016.\n\nCARLOS ROBERTO SIQUEIRA CASTRO OAB/RS 56.888-A\n\nF\u00c1BIO KORENBLUM OAB/RS 92.135-A\n\n1 \u201cAdvogado. Intima\u00e7\u00e3o. Requerimento indicando o nome do advogado que receber\u00e1 as intima\u00e7\u00f5es. Precedentes da Corte. 1. Comprovado que est\u00e1 nos autos expresso requerimento para que as intima\u00e7\u00f5es fossem feitas em nome dos subscritores antes da decis\u00e3o que provocou a extin\u00e7\u00e3o do processo, fica evidente a nulidade. 2. Recurso Especial conhecido e provido\u201d. (Ac un da 3\u00aa T do STJ \u2013 Resp. 586.362/SP. Rel. Min. Carlos Alberto Menezes Direito \u2013 j. 05.10.2004 \u2013 DJU 21.01.2005 \u2013 Ementa Oficial).\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 4 (C\u00edvel) - IdDocumentoCompleto: 5008759-76.2016.4.04.7009-701480521068640850013910342098", "text": "EXCELENT\u00cdSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ____ VARA FEDERAL DA SUBSE\u00c7\u00c3O JUDICI\u00c1RIA DE ___________ SE\u00c7\u00c3O _________\nALL \u2013 AMERICA LATINA LOGISTICA MALHA SUL S/A (\u201cALL Malha Sul\u201d), pessoa jur\u00eddica de direito privado, inscrita no CNPJ/MF sob o n.\u00ba 01.258.944/0001-26, com sede na Rua Em\u00edlio Bertolini 100, Vila Oficinas, Curitiba - PR, CEP 82.920-030, vem, respeitosamente perante Vossa Excel\u00eancia, atrav\u00e9s do advogado ao final assinado, conforme procura\u00e7\u00e3o anexa, com escrit\u00f3rio na Rua Mariano Torres 729, 5\u00ba andar, Centro, Curitiba PR, onde recebe intima\u00e7\u00f5es, propor\nREINTEGRA\u00c7\u00c3O DE POSSE COM PEDIDO DE LIMINAR\nem face de FELIPE, qualifica\u00e7\u00e3o desconhecida, residente na Rua Minas Gerais, 31, km ferrovi\u00e1rio 263+558 ao 263+569, do trecho ferrovi\u00e1rio Uvaranas - Apucarana, Ponta Grossa/PR, fazendo-o na forma dos artigos 183, \u00a7 3\u00ba e 191, par\u00e1grafo \u00fanico, da Constitui\u00e7\u00e3o da Rep\u00fablica Federativa do Brasil c/c o disposto no Decreto-Lei n.\u00ba 9.760/1946, artigo 1\u00ba e seguintes; da Lei n.\u00ba 11.483/2007, artigo 554 e seguintes; do C\u00f3digo de Processo Civil/2015, artigo 1.196 e seguintes; do C\u00f3digo Civil e demais legisla\u00e7\u00f5es aplic\u00e1veis, pelas raz\u00f5es de fato e de direito a seguir.\n\n\f1. DA COMPET\u00caNCIA DO JU\u00cdZO FEDERAL\nO pedido dos autos versa sobre os bens operacionais da extinta Rede Ferrovi\u00e1ria Federal S.A. (RFFSA), cuja propriedade fora transferida ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), por for\u00e7a do disposto no artigo 8\u00ba, da Lei n.\u00ba 11.483/2007, com a seguinte reda\u00e7\u00e3o:\nArt. 8. Ficam transferidos ao Departamento Nacional de InfraEstrutura de Transportes - DNIT: I - a propriedade dos bens m\u00f3veis e im\u00f3veis operacionais da extinta RFFSA;\nImportante ressaltar que, segundo a letra \u201cg\u201d, do artigo 1\u00ba, do Decreto-Lei n.\u00ba 9.760/1946, \u201cIncluem-se entre os bens im\u00f3veis da Uni\u00e3o (...) as estradas de ferro\u201d.\nEm fun\u00e7\u00e3o do artigo 8\u00ba da Lei n.\u00ba 11.483/2007, acima mencionado, e do que diz a letra \u201cg\u201d, do artigo 1\u00ba, do Decreto-Lei n.\u00ba 9.760/1946, a causa em tela exige aplica\u00e7\u00e3o do inciso I, artigo 109, da Constitui\u00e7\u00e3o da Rep\u00fablica que prev\u00ea:\nArt. 109. Aos ju\u00edzes federais compete processar e julgar: I - as causas em que a Uni\u00e3o, entidade aut\u00e1rquica ou empresa p\u00fablica federal forem interessadas na condi\u00e7\u00e3o de autoras, r\u00e9s, assistentes ou oponentes, exceto as de fal\u00eancia, as de acidentes de trabalho e as sujeitas \u00e0 Justi\u00e7a Eleitoral e \u00e0 Justi\u00e7a do Trabalho;\n\n\fAinda, faz-se necess\u00e1rio mencionar que, conforme orienta\u00e7\u00e3o do Of\u00edcio 127/2010/SUCAR (Doc. 01), enviado pela Ag\u00eancia Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) para a Concession\u00e1ria, as demandas de reintegra\u00e7\u00e3o de posse devem ser ajuizadas perante a Justi\u00e7a Federal, em raz\u00e3o do evidente interesse do Poder Concedente, qual seja, a Uni\u00e3o.\nDa\u00ed a compet\u00eancia deste Douto Ju\u00edzo Federal para processar e julgar o pedido dos autos.\n2. INTRODU\u00c7\u00c3O\n2.1 DA CONCESS\u00c3O DO SERVI\u00c7O P\u00daBLICO DE TRANSPORTE FERROVI\u00c1RIO\nO transporte ferrovi\u00e1rio na denominada Malha Sul foi transferido para a iniciativa privada, por meio do Edital PND 08/96/RFFSA1, que regulou a concess\u00e3o, pela Uni\u00e3o Federal, do servi\u00e7o p\u00fablico federal de transporte ferrovi\u00e1rio de cargas na Malha Sul, bem como o arrendamento de bens operacionais.\nA ALL Malha Sul, ainda sob a denomina\u00e7\u00e3o de Ferrovia Sul-Atl\u00e2ntico S/A, venceu o leil\u00e3o especial para a concess\u00e3o onerosa da explora\u00e7\u00e3o do servi\u00e7o p\u00fablico de transporte ferrovi\u00e1rio de carga da malha sul, assumindo o controle das opera\u00e7\u00f5es desta a partir de fevereiro de 1997,\n1\nhttp://www.antt.gov.br/index.php/content/view/11516/America_Latina_Logistica_Malha_Sul_S_A_.html\n\n\fcelebrando Contrato de Concess\u00e3o (Doc. 02) para a Explora\u00e7\u00e3o do Servi\u00e7o P\u00fablico de Transporte Ferrovi\u00e1rio de Cargas na Malha Sul , em 27 de fevereiro de 1997, com a Uni\u00e3o Federal, por meio do Minist\u00e9rio dos Transportes; e Contrato de Arrendamento (Doc. 03) de Bens Vinculados \u00e0 Presta\u00e7\u00e3o do Servi\u00e7o P\u00fablico de Transporte Ferrovi\u00e1rio , em 27 de fevereiro de 1997, com a antiga Rede Ferrovi\u00e1ria Federal S/A, consoante Edital n\u00ba PND/A-08/96/RFFSA.\nPor interm\u00e9dio do supramencionado Contrato de Arrendamento, foram transferidos \u00e0 ALL Malha Sul os bens denominados BENS OPERACIONAIS, sendo este rol composto pelos bens, m\u00f3veis e im\u00f3veis, essenciais \u00e0 presta\u00e7\u00e3o do servi\u00e7o de transporte ferrovi\u00e1rio de cargas.\nRecentemente, devido \u00e0 incorpora\u00e7\u00e3o2 das a\u00e7\u00f5es da holding, ALL - Am\u00e9rica Latina Log\u00edstica S/A, pela Rumo Log\u00edstica Operadora Multimodal S/A, controlada pela Cosan Log\u00edstica S/A, criou-se a RUMO ALL, a maior empresa log\u00edstica de base ferrovi\u00e1ria do pa\u00eds. A nova companhia controla 12,9 mil quil\u00f4metros de malha ferrovi\u00e1ria, 19 milh\u00f5es de toneladas de capacidade de eleva\u00e7\u00e3o no porto de Santos, 966 locomotivas, 28 mil vag\u00f5es e possui 11,7 mil funcion\u00e1rios diretos e indiretos.\nEsta nova era do transporte ferrovi\u00e1rio da malha sul, empreendida pela RUMO ALL, viabiliza investimentos na amplia\u00e7\u00e3o da malha, garante redu\u00e7\u00e3o de custos e aumento da efici\u00eancia operacional.\n2 Aprovada pela Ag\u00eancia Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) em 5.11.2014 e pelo Conselho Administrativo de Defesa Econ\u00f4mica (CADE), em 11.2.2015.\n\n\f2.2 DA FAIXA DE DOM\u00cdNIO E DA \u00c1REA N\u00c3O EDIFICANTE\nOs institutos denominados \u201cfaixa de dom\u00ednio\u201d e \u201c\u00e1rea n\u00e3o edificante\u201d s\u00e3o essenciais ao bom entendimento do m\u00e9rito do pedido, da\u00ed o dever de conceitua-los a seguir.\nNeste compasso o legislador, por interm\u00e9dio do Decreto n\u00ba 7.929/2013 definiu o conceito de faixa de dom\u00ednio como:\nArt. 1\u00ba (\u2026) \u00a7 2\u00ba Para efeito deste Decreto, entende-se por faixa de dom\u00ednio a por\u00e7\u00e3o de terreno com largura m\u00ednima de quinze metros de cada lado do eixo da via f\u00e9rrea, sem preju\u00edzo das dimens\u00f5es estipuladas nas normas e regulamentos t\u00e9cnicos vigentes, ou definidas no projeto de desapropria\u00e7\u00e3o ou de implanta\u00e7\u00e3o da respectiva ferrovia.\nA jurisprud\u00eancia \u00e9 pac\u00edfica e consagrou que\n\u201ca faixa de dom\u00ednio \u00e9 a base f\u00edsica sobre a qual se assenta a via f\u00e9rrea ou rodovi\u00e1ria, constitu\u00edda pela pista de rolamento onde os ve\u00edculos trafegam, canteiros, obras de arte, acostamentos e sinaliza\u00e7\u00e3o, inclusive os acr\u00e9scimos necess\u00e1rios \u00e0 sua expans\u00e3o, estendendo-se at\u00e9 o alinhamento das cercas que separam a estrada dos im\u00f3veis marginais ou da faixa de recuo. Sua largura \u00e9, portanto, vari\u00e1vel, de acordo com as necess\u00e1rias adapta\u00e7\u00f5es ao relevo e a outros fatores que interfiram no desenho da via.\u201d (TRF2, Apela\u00e7\u00e3o C\u00edvel n.\u00ba 2007.51.01.007689-3, Rel. Des. Guilherme Bollorini Pereira, 6.\u00aa Turma Especializada, j. 25.8.2014)\n\n\fJ\u00e1 o conceito de \u00e1rea n\u00e3o edificante \u00e9 dado pelo inciso II, artigo 4\u00ba, da Lei 6.766/79, que assim disp\u00f5e:\nArt. 4\u00ba - Os loteamentos dever\u00e3o atender, pelo menos, aos seguintes requisitos: (...) III - ao longo das \u00e1guas correntes e dormentes e das faixas de dom\u00ednio p\u00fablico das rodovias e ferrovias, ser\u00e1 obrigat\u00f3ria a reserva de uma faixa n\u00e3o-edific\u00e1vel de 15 (quinze) metros de cada lado, salvo maiores exig\u00eancias da legisla\u00e7\u00e3o espec\u00edfica;\nA faixa de dom\u00ednio e a \u00e1rea n\u00e3o edificante, de acordo com o exposto, s\u00e3o institutos diversos e que n\u00e3o se confundem. A ilustra\u00e7\u00e3o abaixo facilita a compreens\u00e3o:\n\n\fA \u00e1rea n\u00e3o edificante \u00e9 um espa\u00e7o de 15 metros, que se inicia ao fim da faixa de dom\u00ednio, como se observa da ilustra\u00e7\u00e3o acima. A faixa de dom\u00ednio n\u00e3o possui uma medida espec\u00edfica e varia de acordo com o projeto da via f\u00e9rrea. Importante ressaltar que n\u00e3o h\u00e1 legisla\u00e7\u00e3o espec\u00edfica com previs\u00e3o de medida exata para as faixas de dom\u00ednio de cada malha existente (Sul, Paulista, Oeste e Norte). O \u00daNICO DOCUMENTO h\u00e1bil a comprovar com exatid\u00e3o a metragem da faixa de dom\u00ednio de cada trecho / regi\u00e3o \u00e9 o mapa da respectiva da faixa de dom\u00ednio, fornecido pela extinta RFFSA.\nA jurisprud\u00eancia prescreve que \u201cA faixa de dom\u00ednio e a \u00e1rea n\u00e3o edific\u00e1vel possuem natureza de limita\u00e7\u00f5es administrativas, implicando um dever de n\u00e3o fazer ao administrado.\u201d (TRF5, Apela\u00e7\u00e3o C\u00edvel 00075505020104058300, Rel. Des. Francisco Barros Dias, 2.\u00aa Turma, DJe 22.11.2012).\nA faixa de dom\u00ednio \u00e9 bem de uso comum do povo, esp\u00e9cie de bem p\u00fablico (art. 99, I, CC) \u2013 que, no caso dos autos, est\u00e1 sob a posse e guarda da ALL Malha Sul (item x, da cl\u00e1usula 4.\u00aa, do contrato de arrendamento). Diversamente, a \u00e1rea n\u00e3o edificante desdobra-se sobre im\u00f3vel particular.\nAssim, novamente, percebe-se que os institutos n\u00e3o se confundem e que a faixa de dom\u00ednio, diferente da n\u00e3o edificante, \u00c9 VARI\u00c1VEL e que o documento h\u00e1bil a comprovar essa varia\u00e7\u00e3o ao longo da malha ferrovi\u00e1ria s\u00e3o os mapas cedidos pelo Poder Concedente (Uni\u00e3o) quando da concess\u00e3o e do arrendamento.\n\n\f3. DO M\u00c9RITO\n3.1 DA \u00c1REA ESBULHADA\nA empresa de seguran\u00e7a patrimonial \u00e0 servi\u00e7o da ALL Malha Sul, identificou que o r\u00e9u invadiu, sem qualquer autoriza\u00e7\u00e3o, a denominada faixa de dom\u00ednio localizada no km ferrovi\u00e1rio 263+558 ao 263+569, do trecho ferrovi\u00e1rio Uvaranas - Apucarana, Ponta Grossa/PR, que no local \u00e9 de 53 metros, sendo 26 metros para o lado esquerdo e 27 metros para o lado direito, contados a partir do eixo central da ferrovia, conforme o Anexo ao Contrato de Arrendamento (Doc. 04), que \u00e9 parte integrante do Contrato de Arrendamento firmado com a extinta-RFFSA, que transferiu todos os bens inerentes ao servi\u00e7o p\u00fablico do transporte ferrovi\u00e1rio de cargas para a Concession\u00e1ria.\nCumpre esclarecer que diversas casas foram constru\u00eddas irregularmente dentro da faixa de dom\u00ednio arrendada \u00e0 Companhia. Al\u00e9m disso, as edifica\u00e7\u00f5es est\u00e3o dispostas em \u00e1rea de risco, uma vez que se encontram na crista do talude, local com risco de desmoronamento. Posto que o talude n\u00e3o foi dimensionado para suportar o esfor\u00e7o causado pelas edifica\u00e7\u00f5es irregulares dispostas sobre a crista do aterro.\nAinda, \u00e9 importante salientar que esses fatores associados as condi\u00e7\u00f5es clim\u00e1ticas da atual esta\u00e7\u00e3o, \u00e9poca com grandes precipita\u00e7\u00f5es, podem potencializar o risco de desmoronamento e consequentemente uma grande trag\u00e9dia, motivo pelo qual a autora solicitou aux\u00edlio do Munic\u00edpio de\n\n\fPonta Grossa para encontrar uma solu\u00e7\u00e3o para as fam\u00edlias que residem no local (Doc. 05)\nSobredita empresa de seguran\u00e7a patrimonial fotografou e identificou que o R\u00e9u ocupa irregularmente a faixa de dom\u00ednio da ALL Malha Sul, conforme demonstram o relat\u00f3rio e as imagens presentes em anexo (Doc. 06), conforme abaixo:\nInvas\u00e3o da faixa de dom\u00ednio atrav\u00e9s da constru\u00e7\u00e3o de uma casa a 17,7 (dezessete) metros do eixo central da linha f\u00e9rrea;\nAdvirta-se que a conduta do R\u00e9u se constitui em perigo real, capaz de incorrer em um desastre ferrovi\u00e1rio.\nAli\u00e1s, tal tema \u00e9 de tamanha import\u00e2ncia, que dentre os crimes contra a seguran\u00e7a p\u00fablica dos meios de comunica\u00e7\u00e3o e transporte e outros servi\u00e7os p\u00fablicos, encontra-se o perigo de desastre ferrovi\u00e1rio, o qual est\u00e1 insculpido no artigo 260 do C\u00f3digo Penal3.\n3 \u201cArt. 260 - Impedir ou perturbar servi\u00e7o de estrada de ferro: I - destruindo, danificando ou desarranjando, total ou parcialmente, linha f\u00e9rrea, material rodante ou de tra\u00e7\u00e3o, obra-dearte ou instala\u00e7\u00e3o; II - colocando obst\u00e1culo na linha; III - transmitindo falso aviso acerca do movimento dos ve\u00edculos ou interrompendo ou embara\u00e7ando o funcionamento de tel\u00e9grafo, telefone ou radiotelegrafia; IV - praticando outro ato de que possa resultar desastre: Pena - reclus\u00e3o, de dois a cinco anos, e multa. Desastre ferrovi\u00e1rio \u00a7 1\u00ba - Se do fato resulta desastre: Pena - reclus\u00e3o, de quatro a doze anos e multa. \u00a7 2\u00ba - No caso de culpa, ocorrendo desastre: Pena - deten\u00e7\u00e3o, de seis meses a dois anos. \u00a7 3\u00ba - Para os efeitos deste artigo, entende-se por estrada de ferro qualquer via de comunica\u00e7\u00e3o em que circulem ve\u00edculos de tra\u00e7\u00e3o mec\u00e2nica, em trilhos ou por meio de cabo a\u00e9reo. Atentado contra a seguran\u00e7a de transporte mar\u00edtimo, fluvial ou a\u00e9reo.\u201d\n\n\fNem poderia ser diferente, j\u00e1 que se busca resguardar aqui a vida e a integridade f\u00edsica das pessoas.\nDesse modo, sendo referida \u00e1rea de dom\u00ednio da parte autora, a ela cabe intervir, de forma a afastar essa ocupa\u00e7\u00e3o irregular, a qual definitivamente n\u00e3o pode ser mantida, sob pena de ocorrer um desastre.\nOs fatos narrados acima foram devidamente relatados \u00e0 autoridade policial local, que lavrou o competente Boletim de Ocorr\u00eancia de n.\u00ba 2016/613542 (Doc. 07), que, para todos os efeitos, inclusive processuais, \u00e9 prova juris tantum.\nQuando identificada a invas\u00e3o pela empresa de seguran\u00e7a, o r\u00e9u foi devidamente notificado e informado de que ocupa irregularmente bem p\u00fablico, sob gest\u00e3o privada e que a perman\u00eancia deles naquele espa\u00e7o, al\u00e9m de ilegal, ainda traz risco \u00e0 opera\u00e7\u00e3o ferrovi\u00e1ria.\nO R\u00e9u, ainda assim, n\u00e3o manifestou interesse em desocupar voluntariamente a faixa de dom\u00ednio e insiste em permanecer na referida \u00e1rea de seguran\u00e7a ferrovi\u00e1ria, a revelar pr\u00e1tica de esbulho possess\u00f3rio.\nA concession\u00e1ria, ALL Malha Sul, n\u00e3o tem apenas o direito (Art. 1.210, CC) de defender a posse dos bens arrendados da\n\n\fextinta RFFSA, mas a obriga\u00e7\u00e3o contratual de faz\u00ea-lo, conforme Cl\u00e1usula 4\u00aa, Item X, do Contrato de Arrendamento:\n3.2 DA REINTEGRA\u00c7\u00c3O NA POSSE Segundo o artigo 1.196, do novo C\u00f3digo Civil \u201cConsiderase possuidor todo aquele que tem de fato o exerc\u00edcio, pleno ou n\u00e3o, de algum dos poderes inerentes \u00e0 propriedade.\u201d. Da\u00ed que a ALL Malha Sul, devido ao Contrato de Concess\u00e3o e Arrendamento, exerce a posse direta sobre a Malha Ferrovi\u00e1ria Sul, para nela realizar o transporte de carga. A parte autora, enquanto leg\u00edtima possuidora, \u201ctem direito a ser (...) restitu\u00eddo[a] no de esbulho, e segurado[a] de viol\u00eancia iminente, se\n\n\ftiver justo receio de ser molestado. \u201d (art. 1.210, CC), bem como, a obriga\u00e7\u00e3o contratual de \u201cX) promover as medidas necess\u00e1rias, inclusive judiciais, \u00e0 prote\u00e7\u00e3o dos bens arrendados contra amea\u00e7a ou ato de turba\u00e7\u00e3o ou esbulho que vier a sofrer, dando conhecimento \u00e0 RFFSA;\u201d (item x, da cl\u00e1usula quarta, do contrato de arrendamento).\nAo invadir faixa de dom\u00ednio ferrovi\u00e1rio, que \u00e9 bem p\u00fablico da Uni\u00e3o, \u00e1rea de seguran\u00e7a sob permanente limita\u00e7\u00e3o administrativa, a parte r\u00e9 praticou esbulho possess\u00f3rio, cuja cessa\u00e7\u00e3o a concession\u00e1ria tem o direito de exigir.\nA faixa de dom\u00ednio ferrovi\u00e1rio, por se tratar de bem p\u00fablico da Uni\u00e3o, n\u00e3o est\u00e1 sujeita a posse velha ou posse nova, vez que n\u00e3o suscet\u00edvel a prescri\u00e7\u00e3o aquisitiva (artigo 183, par\u00e1grafo terceiro e 191, par\u00e1grafo \u00fanico, da CR).\nDa\u00ed a aplica\u00e7\u00e3o, em raz\u00e3o do princ\u00edpio da especialidade, (ex: faixas de dom\u00ednio ferrovi\u00e1rio) do disposto no artigo 71, do Decreto-Lei 9.760/46, com a seguinte reda\u00e7\u00e3o:\n\u201cArt. 71. O ocupante de im\u00f3vel da Uni\u00e3o sem assentimento desta, poder\u00e1 ser sumariamente despejado e perder\u00e1, sem direito a qualquer indeniza\u00e7\u00e3o, tudo quanto haja incorporado ao solo, ficando ainda sujeito ao disposto nos arts. 513, 515 e 517 do C\u00f3digo Civil.\nPar\u00e1grafo \u00fanico. Excetuam-se dessa disposi\u00e7\u00e3o os ocupantes de boa-f\u00e9, com cultura efetiva e moradia habitual, e os direitos assegurados por este Decreto-lei.\u201d\n\n\fDevido \u00e0 aplica\u00e7\u00e3o de norma espec\u00edfica, fica afastado o previsto nos artigos 558 e 561, I, III e IV, do Novo C\u00f3digo de Processo Civil, nas a\u00e7\u00f5es possess\u00f3rias relativas ao patrim\u00f4nio p\u00fablico federal.\nAssim entende a jurisprud\u00eancia:\n\u201cDIREITO PROCESSUAL CIVIL E REAIS. RECURSO ESPECIAL. POSSE DE BEM P\u00daBLICO OCUPADO SEM PERMISS\u00c3O. INVIABILIDADE. LIMINAR EM A\u00c7\u00c3O DE REINTEGRA\u00c7\u00c3O DE POSSE, TENDO POR OBJETO \u00c1REA OCUPADA H\u00c1 MAIS DE ANO E DIA. POSSIBILIDADE. 1. O artigo 1.208 do C\u00f3digo Civil disp\u00f5e que \u2018n\u00e3o induzem posse os atos de mera permiss\u00e3o ou toler\u00e2ncia assim como n\u00e3o autorizam a sua aquisi\u00e7\u00e3o os atos violentos, ou clandestinos, sen\u00e3o depois de cessar a viol\u00eancia ou a clandestinidade\u2019. 2. A jurisprud\u00eancia, tanto do Superior Tribunal de Justi\u00e7a quanto do Supremo Tribunal Federal, \u00e9 firme em n\u00e3o ser poss\u00edvel a posse de bem p\u00fablico, constituindo a sua ocupa\u00e7\u00e3o mera deten\u00e7\u00e3o de natureza prec\u00e1ria. 3. Portanto, no caso vertente, descabe invoca\u00e7\u00e3o de \u2018posse velha\u2019 (artigo 924 do C\u00f3digo de Processo Civil), para impossibilitar a reintegra\u00e7\u00e3o liminar em bem im\u00f3vel pertencente a \u00f3rg\u00e3o p\u00fablico. 4. Recurso especial n\u00e3o provido.\u201d (STJ, REsp n.\u00ba 932.971, Rel. Min. Luis Felipe Salom\u00e3o, DJe 26.5.2011)\nDe rigor, portanto, requerer a reintegra\u00e7\u00e3o na posse da faixa de dom\u00ednio, ocupada irregularmente pelo r\u00e9u, na forma do disposto no artigo 71, do Decreto-Lei 9.760/46, exigindo-a, inclusive, liminarmente, na forma dos artigos 297 e seguintes do Novo C\u00f3digo de Processo Civil.\n\n\f3.3 DA RESPONSABILIDADE E PREOCUPA\u00c7\u00c3O COM ACIDENTES E DANOS AO SERVI\u00c7O P\u00daBLICO DE TRANSPORTE FERROVI\u00c1RIO E A TERCEIROS\nOutrossim, v\u00e1lido e necess\u00e1rio o alerta de que a faixa de dom\u00ednio \u00e9 definida considerando a manuten\u00e7\u00e3o e seguran\u00e7a do pr\u00f3prio servi\u00e7o que vem sendo prestado pela Autora, bem como det\u00e9m, tamb\u00e9m, o OBJETIVO DE ZELAR PELA SEGURAN\u00c7A DAS PESSOAS QUE EST\u00c3O NAS CERCANIAS DA FERROVIA.\nA t\u00edtulo exemplificativo e com o fim de facilitar a visualiza\u00e7\u00e3o da gravidade da situa\u00e7\u00e3o, cabe ressaltar que um vag\u00e3o carregado pode chegar a pesar 120 toneladas, assim, qualquer invas\u00e3o existente na faixa de dom\u00ednio pode causar desastre ferrovi\u00e1rio, isto porque, um descarrilamento pode causar demoli\u00e7\u00e3o de qualquer constru\u00e7\u00e3o e real possibilidade de esmagamento dos invasores.\nNa verdade, a faixa de dom\u00ednio \u00e9 uma extens\u00e3o de seguran\u00e7a, reservada para proteger os cidad\u00e3os que trafeguem, transitem, ou cruzem as ferrovias, al\u00e9m de prover a seguran\u00e7a das edifica\u00e7\u00f5es, bem como para possibilitar eventual obra de amplia\u00e7\u00e3o, ou manuten\u00e7\u00e3o da malha ferrovi\u00e1ria. A dist\u00e2ncia desta \u00e1rea depender\u00e1 de fatores tais como a altura e largura do vag\u00e3o, a velocidade da composi\u00e7\u00e3o e, especialmente, a geografia do local onde est\u00e1 inserida a via f\u00e9rrea.\n\n\fCom o fito de resguardar a seguran\u00e7a, tanto das pessoas, quanto da qualidade na presta\u00e7\u00e3o do servi\u00e7o, a metragem da faixa de dom\u00ednio, como j\u00e1 dito anteriormente, n\u00e3o \u00e9 de quantifica\u00e7\u00e3o fixa para toda e qualquer regi\u00e3o, sendo certo que ser\u00e1 considerada a metragem suficiente para manter uma \u00e1rea de escape segura e pertinente objetivando evitar acidentes em caso de descarrilamento e para os servi\u00e7os de manuten\u00e7\u00e3o porventura necess\u00e1rios. O c\u00e1lculo da metragem ser\u00e1 espec\u00edfico para cada regi\u00e3o, inexistindo em legisla\u00e7\u00e3o a defini\u00e7\u00e3o espec\u00edfica da metragem.\nAp\u00f3s a faixa de dom\u00ednio, ainda em se tratando da \u00e1rea ferrovi\u00e1ria, como uma salvaguarda e mais um elemento de seguran\u00e7a e preven\u00e7\u00e3o, \u00e9 exigido, neste caso determinado por Lei, a reserva de uma faixa n\u00e3o edific\u00e1vel de 15 (quinze) metros de cada lado, conforme disp\u00f5e o Art. 4\u00ba da Lei 6.766 de 1979. Estes 15 (quinze) metros s\u00e3o determinados ap\u00f3s a faixa de dom\u00ednio, isto \u00e9, ser\u00e1 resguardado para o servi\u00e7o ferrovi\u00e1rio a dist\u00e2ncia da faixa de dom\u00ednio acrescida dos 15 (quinze) metros de faixa n\u00e3o edific\u00e1vel determinados pela legisla\u00e7\u00e3o e de responsabilidade Municipal.\nCumpre apontar que os documentos comprobat\u00f3rios juntados aos autos demonstram a necessidade da faixa de dom\u00ednio na metragem definida, para cada lado, al\u00e9m do que exige a legisla\u00e7\u00e3o da faixa n\u00e3o edific\u00e1vel. O relat\u00f3rio, as fotos, o croqui (Doc. 08) e o mapa (Doc. 09) demonstram, cabalmente, que a \u00e1rea geogr\u00e1fica, necessita da extens\u00e3o indicada para preservar a seguran\u00e7a de todos os envolvidos, incluindo os invasores, ainda que os mesmos desconsiderem os perigos e poss\u00edveis consequ\u00eancias danosas em virtude da invas\u00e3o perpetrada.\n\n\f\u00c9 dever prec\u00edpuo da Autora, al\u00e9m da manuten\u00e7\u00e3o e conserva\u00e7\u00e3o da malha ferrovi\u00e1ria e a seguran\u00e7a do pr\u00f3prio servi\u00e7o que vem sendo prestado, o zelo e a preocupa\u00e7\u00e3o com a seguran\u00e7a das pessoas que est\u00e3o nas cercanias da ferrovia, contudo sem que haja qualquer possibilidade de que essas se estabele\u00e7am na \u00e1rea definida e delimitada como sendo da Uni\u00e3o, pelas raz\u00f5es expostas acima.\n\nNesse sentido o esclarecedor voto carreado abaixo:\n\nPROCESSO CIVIL. ADMINISTRATIVO. A\u00c7\u00c3O REINTEGRAT\u00d3RIA\n\nCOMINADA\n\nCOM\n\nDEMOLIT\u00d3RIA.\n\nLEGITIMIDADE\n\nTRANSNORDESTINA LOG\u00cdSTICA S/A. CONSTRU\u00c7\u00c3O\n\nIRREGULAR ERGUIDA \u00c0 MARGEM DE FERROVIA FEDERAL.\n\nFAIXA DE DOM\u00cdNIO. PERIGO PARA TRANSEUNTES.\n\nAPELA\u00c7\u00d5ES PROVIDAS 1. \"A legitimidade ativa da concession\u00e1ria\n\nTransnordestina Log\u00edstica S/A decorre exatamente do pr\u00f3prio\n\ncontrato de concess\u00e3o firmado com a RFFSA, a quem pertencera a\n\n\u00e1rea, at\u00e9 a sucess\u00e3o pelo DNIT. Evidenciado o interesse direto do\n\nente p\u00fablico ao qual pertencem os bens, ainda que estes sejam\n\ngeridos por pessoa diversa, mediante autoriza\u00e7\u00e3o, concess\u00e3o ou\n\npermiss\u00e3o, a ensejar a compet\u00eancia do Ju\u00edzo Federal. (AG\n\n00168657320104050000, Desembargadora Federal Margarida\n\nCantarelli, TRF5 - Quarta Turma, 28/04/2011)\". (AG\n\n00131378720114050000, Desembargador Federal Francisco Barros\n\nDias, TRF5 - Segunda Turma, DJE - Data::26/10/2011 - P\u00e1gina::111.)\n\n2. Al\u00e9m da impossibilidade de edifica\u00e7\u00e3o na faixa de dom\u00ednio, n\u00e3o se\n\npode deixar de observar a limita\u00e7\u00e3o administrativa existente quanto\n\naos terrenos marginais das rodovias, \u00e1rea n\u00e3o edificante, como\n\ndisciplina o art. 4\u00ba, inciso III, da Lei n.\u00ba 6.766/79, com reda\u00e7\u00e3o dada\n\n\fpela Lei n.\u00ba 10.932/2004. 3. A largura da faixa de dom\u00ednio \u00e9 vari\u00e1vel ao longo das rodovias, de acordo com o projeto geom\u00e9trico elaborado para a sua constru\u00e7\u00e3o, competindo ao pr\u00f3prio DNER (atual DNIT) a defini\u00e7\u00e3o de sua largura, assim, a \u00e1rea que compreende a faixa de dom\u00ednio, mais a faixa n\u00e3o edific\u00e1vel (15 metros) foram afetadas ao servi\u00e7o p\u00fablico das ferrovias, sendo irregular constru\u00e7\u00e3o que n\u00e3o observa tal limita\u00e7\u00e3o. 4. A proibi\u00e7\u00e3o de constru\u00e7\u00e3o na faixa de dom\u00ednio ao longo das estradas de ferro tem fundamento na seguran\u00e7a do transporte ferrovi\u00e1rio, consubstanciando-se no perigo que referidas constru\u00e7\u00f5es representam para os usu\u00e1rios das ferrovias e terceiros que transitam em suas adjac\u00eancias. 5. A faixa de dom\u00ednio e a \u00e1rea n\u00e3o-edific\u00e1vel possuem natureza de limita\u00e7\u00f5es administrativas, implicando um dever de n\u00e3o-fazer ao administrado. 6. No caso dos autos, foi constatado a constru\u00e7\u00e3o de uma cerca a aproximadamente dois metros da linha f\u00e9rrea, em \u00e1rea de faixa de dom\u00ednio, cuja posse pertence a Transnordestina Log\u00edstica S/A, configurando-se o esbulho praticado pelo apelado, impondo a determina\u00e7\u00e3o da reintegra\u00e7\u00e3o de posse, bem como da retirada da referida cerca. 7. Apela\u00e7\u00f5es providas para determinar a reintegra\u00e7\u00e3o da posse a Transnordestina Log\u00edstica S/A, bem como que seja retirada a cerca fincada na faixa de dom\u00ednio. (TRF 5\u00aa Regi\u00e3o, AC 00075505020104058300, Rel. Des. Fed. FRANCISCO BARROS DIAS, Segunda Turma, DJE - Data::22/11/2012 - P\u00e1gina::144).\nCom efeito, tendo em vista que a perman\u00eancia do invasor na \u00e1rea onde ocorre claro e evidente esbulho pode causar \u00e0 Autora, ao seus funcion\u00e1rios, prepostos e a terceiros, les\u00e3o grave e de dif\u00edcil repara\u00e7\u00e3o, bem como diante dos fundamentos relevantes expostos nesta exordial, alinhado com o ordenamento jur\u00eddico, doutrina e julgados de nosso Tribunais, a reintegra\u00e7\u00e3o de posse da \u00e1rea apontada deve ser\n\n\fdeferida, de forma imediata, como forma de garantia dos direitos e deveres da Demandante, como concession\u00e1ria da Uni\u00e3o que \u00e9, encerrando a pr\u00e1tica do esbulho no trecho em que h\u00e1 invas\u00e3o contumaz e intencional, por parte do Demandado, como forma de preservar, inclusive a seguran\u00e7a do invasor negligente.\n3.4 DA INEXIST\u00caNCIA DE FUN\u00c7\u00c3O SOCIAL DA PROPRIEDADE\nPara que n\u00e3o restem d\u00favidas sobre o car\u00e1ter ilegal do esbulho praticado pelo r\u00e9u, importa observar que a \u201cocupa\u00e7\u00e3o de \u00e1rea p\u00fablica, quando irregular, n\u00e3o pode ser reconhecida como posse, mas como mera deten\u00e7\u00e3o. Se o direito de reten\u00e7\u00e3o ou de indeniza\u00e7\u00e3o pelas acess\u00f5es realizadas depende da configura\u00e7\u00e3o da posse, n\u00e3o se pode, ante a considera\u00e7\u00e3o da inexist\u00eancia desta, admitir o surgimento daqueles direitos, do que resulta na inexist\u00eancia do dever de se indenizar as benfeitorias \u00fateis e necess\u00e1rias.\u201d (REsp 863.939/RJ, Rel. Min. Eliana Calmon, 2.\u00aa Turma, DJ 24.11.2008)\nA referida ocupa\u00e7\u00e3o tamb\u00e9m n\u00e3o viabiliza a prescri\u00e7\u00e3o aquisitiva, vez que expressamente vedada quanto aos bens p\u00fablicos (art. 183, \u00a7 3.\u00ba e 191, par\u00e1grafo \u00fanico, da CR).\nDa\u00ed a concluir que, sendo a ocupa\u00e7\u00e3o de faixa de dom\u00ednio irregular, a configurar mera deten\u00e7\u00e3o de bem p\u00fablico, que j\u00e1 possui uma finalidade prevista em lei, n\u00e3o h\u00e1 de se falar em fun\u00e7\u00e3o social da propriedade.\n\n\f3.5 DO DEVER DE ZELO PELO PATRIM\u00d4NIO P\u00daBLICO PELA ALL- AUTUA\u00c7\u00c3O ANTT- DESCUMPRIMENTO CONTRATUAL\nConforme acima exposto, a concession\u00e1ria tem o dever contratual de defender a posse dos bens arrendados, sob pena de autua\u00e7\u00e3o pela ANTT, que fiscaliza e exige a ado\u00e7\u00e3o de medidas para a prote\u00e7\u00e3o dos mesmos.\nNo caso em quest\u00e3o, a ANTT, por interm\u00e9dio do Of\u00edcio n\u00ba 152 / 2015 / COFER - URRS (Doc. 10), determinou que a Concession\u00e1ria realizasse o mapeamento e ajuizamento de a\u00e7\u00f5es de reintegra\u00e7\u00e3o de posse, nos locais indicados pela ag\u00eancia.\nDesta forma, a concession\u00e1ria em raz\u00e3o de seu dever contratual, bem como a fim de garantir a seguran\u00e7a das pessoas que residem no espa\u00e7o esbulhado, assim como garantir a manuten\u00e7\u00e3o e seguran\u00e7a do servi\u00e7o de transporte p\u00fablico do ferrovi\u00e1rio de cargas, vem ao Poder judici\u00e1rio buscar a tutela de seus direitos, que espera e confia, sejam reconhecidos.\n3.6 DA LIMINAR DE REINTEGRA\u00c7\u00c3O\nVez que, a ALL Malha Sul arrendou da extinta RFFSA os bens vinculados \u00e0 presta\u00e7\u00e3o do servi\u00e7o de transporte ferrovi\u00e1rio, neles estando inserida a \u00e1rea compreendida pela faixa de dom\u00ednio, restou comprovada a posse direta da concession\u00e1ria sobre tais bens.\n\n\fVez que, atrav\u00e9s de boletim de ocorr\u00eancia, fotografias e relat\u00f3rios (engenharia e empresa de seguran\u00e7a), restou comprovado o esbulho possess\u00f3rio praticado pelo r\u00e9u sobre a faixa de dom\u00ednio localizada no km ferrovi\u00e1rio 263+558 ao 263+569, do trecho ferrovi\u00e1rio Uvaranas - Apucarana, Ponta Grossa/PR.\nVez que, na forma do inciso I, artigo 99, do novo C\u00f3digo Civil, a faixa de dom\u00ednio \u00e9 bem p\u00fablico da Uni\u00e3o e que, conforme o artigo 71, do Decreto-Lei 9.760/46, n\u00e3o se sujeita a posse nova ou velha.\nVez que, \u201ca faixa de dom\u00ednio \u00e9 uma extens\u00e3o de seguran\u00e7a, reservada para proteger a via de pedestres e animais de grandes portes, al\u00e9m da seguran\u00e7a das edifica\u00e7\u00f5es (...) bem como para possibilitar eventual obra de amplia\u00e7\u00e3o da estrada, como duplica\u00e7\u00e3o e implanta\u00e7\u00e3o de outras pistas/linhas.\u201d (TRF2, Apela\u00e7\u00e3o C\u00edvel n.\u00ba 002975471.2007.4.02.5101, Rel. Des. Guilherme Couto de Castro, 6.\u00aa Turma Especializada, j. 19.5.2014)\nVez que, \u201cA legisla\u00e7\u00e3o rodovi\u00e1ria geralmente imp\u00f5e uma limita\u00e7\u00e3o administrativa aos terrenos marginais das estradas de rodagem, consistente na proibi\u00e7\u00e3o de constru\u00e7\u00f5es a menos de quinze metros da rodovia, contado o recuo da divisa do dom\u00ednio p\u00fablico com o particular. Como simples limita\u00e7\u00e3o administrativa, tal restri\u00e7\u00e3o n\u00e3o obriga a qualquer indeniza\u00e7\u00e3o nem impede o propriet\u00e1rio de utilizar essa faixa para fins agr\u00edcolas ou pastoris; o que n\u00e3o pode \u00e9 nela construir. A limita\u00e7\u00e3o justifica-se como medida de seguran\u00e7a e higiene das edifica\u00e7\u00f5es, pois que, se levantadas muito pr\u00f3ximas do leito carro\u00e7\u00e1vel, ficariam expostas aos perigos do tr\u00e2nsito, \u00e0 poeira e \u00e0 fuma\u00e7a dos ve\u00edculos, al\u00e9m de prejudicar a visibilidade e a est\u00e9tica,\n\n\fn\u00e3o desprez\u00edveis nas modernas rodovias.\u201d (MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro, 17.\u00aa ed., S\u00e3o Paulo: Malheiros, p. 465/466)\nVez que, comprovada a posse da concession\u00e1ria sobre as ditas faixas de dom\u00ednio que, segundo a legisla\u00e7\u00e3o de reg\u00eancia s\u00e3o bem p\u00fablico da Uni\u00e3o, fica demonstrado o fumus boni juris.\nUma vez comprovado o esbulho e visto que as faixas de dom\u00ednio s\u00e3o bens da Uni\u00e3o sobre as quais n\u00e3o remanesce direito possess\u00f3rio, verifica-se que a perman\u00eancia do r\u00e9u em \u00e1rea de seguran\u00e7a afronta a ordem jur\u00eddica, cujo restabelecimento \u00e9 medida de urg\u00eancia expressamente prevista no artigo 71, do Decreto-Lei 9.760/46, sob pena de grave preju\u00edzo a estabilidade social, a evidenciar periculum in mora.\nH\u00e1, ainda, periculum in mora porque a perman\u00eancia do r\u00e9u em \u00e1rea de seguran\u00e7a traz s\u00e9rios riscos \u00e0 opera\u00e7\u00e3o ferrovi\u00e1ria e at\u00e9 mesmo para a pr\u00f3pria opera\u00e7\u00e3o rodovi\u00e1ria de responsabilidade do R\u00e9u, colocando-as em risco, que pode imediatamente afastado por meio de liminar.\nNesse sentido, cumpre transcrever a seguinte ementa:\n\u201cADMINISTRATIVO. A\u00c7AO DE REINTEGRA\u00c7\u00c3O DE POSSE. ESBULHO. JULGAMENTO ANTECIPADO DA LIDE. INEXIST\u00caNCIA DE CERCEAMENTO DE DEFESA. SENTEN\u00c7A DE PROCED\u00caNCIA. MANUTEN\u00c7\u00c3O. 1. Cabe ao magistrado, respeitando os limites adotados pelo C\u00f3digo de Processo Civil, a interpreta\u00e7\u00e3o da prova necess\u00e1ria \u00e0 forma\u00e7\u00e3o do\n\n\fseu convencimento. Inexist\u00eancia de cerceamento defesa em virtude da n\u00e3o realiza\u00e7\u00e3o de prova pericial. 2. A ALL \u00e9 a possuidora direta, na qualidade de arrendat\u00e1ria do im\u00f3vel, portanto tem legitimidade para postular em nome pr\u00f3prio a reintegra\u00e7\u00e3o da posse dos im\u00f3veis operacionais que utiliza na presta\u00e7\u00e3o do servi\u00e7o p\u00fablico em quest\u00e3o. 3. A constru\u00e7\u00e3o de edifica\u00e7\u00e3o em \u00e1rea da faixa de dom\u00ednio de ferrovia federal, sem autoriza\u00e7\u00e3o, constitui esbulho possess\u00f3rio, autorizando o manejo do interdito. 4. Manuten\u00e7\u00e3o da senten\u00e7a.\u201d (TRF4, Apela\u00e7\u00e3o C\u00edvel n.\u00ba 500300218.2013.4.04.7103/RS, Rel. Des. LU\u00cdS ALBERTO D AZEVEDO AURVALLE, DJe 16.6.2015)\nDe rigor, portanto, a reintegra\u00e7\u00e3o liminar da concession\u00e1ria na posse da faixa de dom\u00ednio esbulhada, na forma do artigo 297, do Novo C\u00f3digo de Processo Civil.\n4. DOS PEDIDOS\nPelo exposto e pelo mais que certamente ser\u00e1 suprido em raz\u00e3o do elevado conhecimento de Vossa Excel\u00eancia, requer:\na) A concess\u00e3o de liminar, na forma da fundamenta\u00e7\u00e3o, para reintegrar a ALL Malha Sul na posse da faixa de dom\u00ednio localizada km ferrovi\u00e1rio 263+558 ao 263+569, do trecho ferrovi\u00e1rio Uvaranas - Apucarana, Ponta Grossa/PR, deferindo-se, caso necess\u00e1rio, refor\u00e7o policial para a efetiva\u00e7\u00e3o da medida;\n\n\fb) A cita\u00e7\u00e3o pessoal do r\u00e9u, para, querendo, apresentar contesta\u00e7\u00e3o;\nc) A produ\u00e7\u00e3o de todas as provas em direito admitidas;\nd) Seja julgado procedente o pedido de reintegra\u00e7\u00e3o, confirmando-se a liminar ora concedida e restituindo-se \u00e0 autora a posse da faixa de dom\u00ednio no km ferrovi\u00e1rio 263+558 ao 263+569, do trecho ferrovi\u00e1rio Uvaranas - Apucarana, Ponta Grossa/PR, ficando autoriza a concession\u00e1ria a demolir eventuais constru\u00e7\u00f5es ou edifica\u00e7\u00f5es do r\u00e9u na dita faixa de dom\u00ednio;\ne) A expedi\u00e7\u00e3o de of\u00edcios aos \u00f3rg\u00e3os DNIT e ANTT, a fim de que enviem os documentos oficiais que comprovam a extens\u00e3o da malha ferrovi\u00e1ria e as respectivas faixas de dom\u00ednio que est\u00e3o inseridas no Contrato de Arrendamento e se manifestem a respeito de integrarem a lide na condi\u00e7\u00e3o de assistentes da Concession\u00e1ria;\nf) A condena\u00e7\u00e3o do r\u00e9u ao pagamento nas despesas processuais e honor\u00e1rios advocat\u00edcios, estes na import\u00e2ncia de 20% sobre o valor da causa.\nPor fim, a autora informa que n\u00e3o possui interesse na realiza\u00e7\u00e3o da audi\u00eancia de concilia\u00e7\u00e3o prevista no artigo 334 do C\u00f3digo de Processo Civil.\n\n\fOutrossim, requer que se procedam \u00e0s futuras publica\u00e7\u00f5es exclusivamente, sob pena de nulidade, em nome do DR. F\u00c1BIO KORENBLUM, brasileiro, inscrito na OAB/PR sob o n\u00ba 68.743, com endere\u00e7o profissional situado na Rua Mariano Torres, 729, 05\u00ba andar, Centro, Curitiba PR, CEP 80.060-120.\nAtribui-se \u00e0 causa o valor de R$ 1.000,00.\nNestes termos, pede deferimento.\nCuritiba, 30 de novembro de 2016.\nF\u00c1BIO KORENBLUM OAB/PR 68.743\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 5 (C\u00edvel) - IdDocumentoCompleto: 5000397-97.2016.4.04.7102-711453742423778901110000000001", "text": "EXCELENT\u00cdSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ____ VARA FEDERAL DA SUBSE\u00c7\u00c3O JUDICI\u00c1RIA DE ___________ SE\u00c7\u00c3O _________\nALL \u2013 AMERICA LATINA LOGISTICA MALHA SUL S/A (\u201cALL Malha Sul\u201d), pessoa jur\u00eddica de direito privado, inscrita no CNPJ/MF sob o n.\u00ba 01.258.944/0001-26, com sede na Rua Em\u00edlio Bertolini 100, Vila Oficinas, Curitiba, Paran\u00e1, CEP 82920-030, vem, respeitosamente perante Vossa Excel\u00eancia, atrav\u00e9s do advogado ao final assinado, conforme incluso instrumento de procura\u00e7\u00e3o, com escrit\u00f3rio na Rua Mariano Torres 729, 5.\u00ba andar, Centro, Curitiba, Paran\u00e1, onde recebe as intima\u00e7\u00f5es de estilo, propor\nREINTEGRA\u00c7\u00c3O DE POSSE em face de SIBELE DA TRINDADE TEIXEIRA, portadora do RG 508.957.319-9 demais qualifica\u00e7\u00f5es desconhecidas, residente na Rua Linha Velha da Fronteira 21, Bairro Ros\u00e1rio, Santa Maria \u2013RS, fazendo-o na forma dos artigos artigo 183, par\u00e1grafo terceiro e 191, par\u00e1grafo \u00fanico, da Constitui\u00e7\u00e3o da Rep\u00fablica c/c o disposto no Decreto-Lei n.\u00ba 9.760/1946; artigo 2.\u00ba e seguintes, da Lei n.\u00ba 11.483/07; artigo 920 e seguintes, do C\u00f3digo de Processo Civil; artigo 1.196 e\n\n\f2\nseguintes, do novo C\u00f3digo Civil e demais legisla\u00e7\u00e3o aplic\u00e1vel, pelas raz\u00f5es de fato e de direito o quanto seguem.\n1. DA COMPET\u00caNCIA DO JU\u00cdZO FEDERAL\nO pedido dos autos versa sobre os bens operacionais da extinta Rede Ferrovi\u00e1ria Federal \u2013 RFFSA, cuja propriedade fora transferida ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes \u2013 DNIT, por for\u00e7a do disposto no artigo 8.\u00ba, da Lei n.\u00ba 11.483/2007, com a seguinte reda\u00e7\u00e3o:\n\u201cArt. 8. Ficam transferidos ao Departamento Nacional de InfraEstrutura de Transportes - DNIT: I - a propriedade dos bens m\u00f3veis e im\u00f3veis operacionais da extinta RFFSA;\u201d\nDe notar, ainda, que segundo a letra \u201cg\u201d, do artigo 1.\u00ba, do DecretoLei n.\u00ba 9.760/1946, \u201cIncluem-se entre os bens im\u00f3veis da Uni\u00e3o (...) as estradas de ferro\u201d.\nEm fun\u00e7\u00e3o do artigo 8.\u00ba, da Lei n.\u00ba 11.483/2007 (DNIT) e do que reza a letra \u201cg\u201d, do artigo 1.\u00ba, do Decreto-Lei n.\u00ba 9.760/1946 (Uni\u00e3o), a causa em tela exige aplica\u00e7\u00e3o do inciso I, artigo 109, da Constitui\u00e7\u00e3o da Rep\u00fablica que prev\u00ea:\n\u201cArt. 109. Aos ju\u00edzes federais compete processar e julgar: I - as causas em que a Uni\u00e3o, entidade aut\u00e1rquica ou empresa p\u00fablica federal forem interessadas na condi\u00e7\u00e3o de autoras, r\u00e9s, assistentes ou oponentes, exceto as de fal\u00eancia, as de acidentes de trabalho e as sujeitas \u00e0 Justi\u00e7a Eleitoral e \u00e0 Justi\u00e7a do Trabalho;\u201d\n\n\f3\nAinda, faz-se necess\u00e1rio mencionar que conforme of\u00edcio anexo, enviado pela Ag\u00eancia Nacional de Tr\u00e2nsito Terrestre (ANTT), as demandas de reintegra\u00e7\u00e3o de posse devem ser ajuizadas perante a Justi\u00e7a Federal em raz\u00e3o do evidente interesse do Poder Concedente, qual seja, a Uni\u00e3o.\nDa\u00ed a compet\u00eancia deste r. ju\u00edzo federal para processar e julgar o pedido dos autos.\n2. DA INTRODU\u00c7\u00c3O\nDA CONCESS\u00c3O DO SERVI\u00c7O P\u00daBLICO DE TRANSPORTE FERROVI\u00c1RIO\nO transporte ferrovi\u00e1rio na denominada Malha Sul foi transferido para a iniciativa privada, por meio do Edital PND 08/96/RFFSA1, que regulou a concess\u00e3o, pela Uni\u00e3o Federal, do servi\u00e7o p\u00fablico federal de transporte ferrovi\u00e1rio de cargas na Malha Sul, bem como o arrendamento de bens operacionais.\nA ALL Malha Sul, ainda sob a denomina\u00e7\u00e3o de Ferrovia SulAtl\u00e2ntico S/A, venceu o leil\u00e3o especial para a concess\u00e3o onerosa da explora\u00e7\u00e3o do servi\u00e7o p\u00fablico de transporte ferrovi\u00e1rio de carga da malha sul, assumindo o controle das opera\u00e7\u00f5es desta a partir de fevereiro de 1997, celebrando Contrato de Concess\u00e3o para a Explora\u00e7\u00e3o do Servi\u00e7o P\u00fablico de Transporte Ferrovi\u00e1rio de Cargas na Malha Sul , em 27 de fevereiro de 1997, com a Uni\u00e3o Federal, por meio do Minist\u00e9rio dos Transportes; e Contrato de Arrendamento de Bens Vinculados \u00e0 Presta\u00e7\u00e3o do Servi\u00e7o P\u00fablico de Transporte Ferrovi\u00e1rio , em 27 de fevereiro de 1997, com a antiga Rede Ferrovi\u00e1ria Federal S/A, consoante Edital de Desestatiza\u00e7\u00e3o n\u00ba PND/A-08/96/RFFSA.\n1\nhttp://www.antt.gov.br/index.php/content/view/11516/America_Latina_Logistica_Malha_Sul_S_A_.html\n\n\f4\nPor meio de referido Contrato de Arrendamento (Doc. anexo), foram transferidos \u00e0 ALL Malha Sul os bens denominados BENS OPERACIONAIS, sendo este rol composto pelos bens, m\u00f3veis e im\u00f3veis, essenciais \u00e0 presta\u00e7\u00e3o do servi\u00e7o de transporte ferrovi\u00e1rio de cargas.\nRecentemente, devido \u00e0 incorpora\u00e7\u00e3o2 das a\u00e7\u00f5es da holding, ALL - Am\u00e9rica Latina Log\u00edstica S/A, pela Rumo Log\u00edstica Operadora Multimodal S/A, controlada pela Cosan Log\u00edstica S/A, criou-se a RUMO ALL, a maior empresa log\u00edstica de base ferrovi\u00e1ria do pa\u00eds. A nova companhia controla 12,9 mil quil\u00f4metros de malha ferrovi\u00e1ria, 19 milh\u00f5es de toneladas de capacidade de eleva\u00e7\u00e3o no porto de Santos, 966 locomotivas, 28 mil vag\u00f5es e possui 11,7 mil funcion\u00e1rios diretos e indiretos.\nEsta nova era do transporte ferrovi\u00e1rio da malha sul, empreendida pela RUMO ALL, viabiliza investimentos na amplia\u00e7\u00e3o da malha, garante redu\u00e7\u00e3o de custos e aumento da efici\u00eancia operacional.\nDA POSSE DOS BENS IM\u00d3VES DA ANTIGA RFFSA\nComo visto alhures, a concess\u00e3o do servi\u00e7o p\u00fablico de transporte ferrovi\u00e1rio implicou no arrendamento dos bens operacionais da antiga RFFSA, atualmente pertencentes ao DNIT3. Logo, s\u00e3o bens p\u00fablicos e que n\u00e3o perderam esta qualidade.\nReferido arrendamento atribuiu \u00e0 ALL Malha Sul a posse direta de tais bens, porque fora ela autorizada a \u201cA) utilizar todos os bens objeto do arrendamento na explora\u00e7\u00e3o do servi\u00e7o p\u00fablico de TRANSPORTE FERROVI\u00c1RIO a que se refere a CONCESS\u00c3O\u201d (item a, da cl\u00e1usula 5\u00aa, do contrato de\n2 Aprovada pela ANTT \u2013 Ag\u00eancia Nacional de Transportes Terrestres em 5.11.2014 e pelo CADE \u2013 Conselho Administrativo de Defesa Econ\u00f4mica, em 11.2.2015. 3 Com a extin\u00e7\u00e3o da antiga Rede Ferrovi\u00e1ria Federal, operada pela Lei 11.483/07, os bens de titularidade dela (RFFSA), inclusive as estradas de ferro, foram transferidos ao DNIT \u2013 Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transporte, na forma do inciso I, artigo 8.\u00ba, da citada Lei.\n\n\f5\narrendamento), sob a condi\u00e7\u00e3o de \u201cX) promover as medidas necess\u00e1rias, inclusive judiciais, \u00e0 prote\u00e7\u00e3o dos bens arrendados contra amea\u00e7a ou ato de turba\u00e7\u00e3o ou esbulho que vier a sofrer, dando conhecimento \u00e0 RFFSA;\u201d (item x, da cl\u00e1usula quarta, do contrato de arrendamento).\nQuando se trata de bem p\u00fablico, a jurisprud\u00eancia entende que a posse \u00e9 inerente ao dom\u00ednio, ou seja, o bem p\u00fablico sup\u00f5e sempre posse jur\u00eddica como express\u00e3o da propriedade. A esse respeito, vale transcrever as seguintes ementas:\n\u201cREINTEGRA\u00c7\u00c3O DE POSSE. ILEGITIMIDADE PASSIVA. CERCEAMENTO DE DEFESA. IN\u00c9PCIA DA INICIAL. NULIDADE DA SENTEN\u00c7A. PRELIMINARES DESACOLHIDAS. BEM P\u00daBLICO. POSSE PRESUMIDA. INVIABILIDADE DE USUCAPI\u00c3O. REQUISITOS PARA A A\u00c7\u00c3O POSSESS\u00d3RIA. (...) Em se tratando de bem p\u00fablico, a posse \u00e9 inerente ao dom\u00ednio. Esbulho configurado. Requisitos do art. 927 atendidos. Preliminares desacolhidas e apelos desprovidos.\u201d (TJRS, Apela\u00e7\u00e3o C\u00edvel n.\u00ba 70022988117, Rel. Des. Marco Aur\u00e9lio dos Santos Caminha, 17.\u00aa C\u00e2mara C\u00edvel, j. 19.2.2009)\n\u201cAGRAVO DE INSTRUMENTO. A\u00c7\u00c3O DE REINTEGRA\u00c7\u00c3O DE POSSE. LIMNAR DEFERIDA. BEM P\u00daBLICO. POSSE JUR\u00cdDICA. MANUTEN\u00c7\u00c3O DA MEDIDA. Sendo im\u00f3vel de dom\u00ednio p\u00fablico, a posse \u00e9 inerente ao dom\u00ednio, sendo desnecess\u00e1ria a comprova\u00e7\u00e3o do exerc\u00edcio possess\u00f3rio anterior ao esbulho. Precedentes da Corte. Tratando-se de a\u00e7\u00e3o de for\u00e7a nova, verificada em face da data em que caracterizado o esbulho, o deferimento da medida liminar \u00e9 impositiva quando presentes os requisitos do art. 927 do CPC, por for\u00e7a dos artigos 924 e 928 do diploma processual. Desnecess\u00e1rio perquirir-se acerca do dano ou perigo de dano irrepar\u00e1vel, o que s\u00f3 \u00e9 exigido quando se tratar de\n\n\f6\nantecipa\u00e7\u00e3o de tutela fundamentada no art. 273 do CPC. Ademais, o ente municipal comprovou o perigo de dano na demora da reintegra\u00e7\u00e3o de posse requerida, comprovando a programa\u00e7\u00e3o para a constru\u00e7\u00e3o de creche municipal na localidade, estando pendente o in\u00edcio das obras t\u00e3o-somente em raz\u00e3o do esbulho praticado pelo agravante. AGRAVO DE INSTRUMENTO DESPROVIDO.\u201d (TJRS, Agravo de Instrumento n.\u00ba 70017807611, Rel. Des. Andr\u00e9 Luiz Planella Villarinho, 18.\u00aa C\u00e2mara C\u00edvel, j. 21.12.2006\nDa\u00ed a concluir que, desde a constitui\u00e7\u00e3o da Rede Ferrovi\u00e1ria Federal, atrav\u00e9s da Lei 3.115, de 16 de mar\u00e7o de 1957, os bens que lhe foram afetados permaneceram sob dom\u00ednio p\u00fablico e sobre eles h\u00e1 evidente posse jur\u00eddica, que fora transferida, quanto aos bens operacionais, \u00e0 ALL Malha Sul mediante o Contrato de Arrendamento, que passou a exerc\u00ea-la na forma do artigo 1.196, do novo C\u00f3digo Civil.\nSegue incluso o contrato de arrendamento firmado com a extinta RFFSA, com o invent\u00e1rio de todos os bens, neles inclu\u00edda a malha ferrovi\u00e1ria, sob posse direta da ALL Malha Sul.\nDA FAIXA DE DOM\u00cdNIO E DA \u00c1REA N\u00c3O EDIFICANTE\nOs institutos denominados \u201cfaixa de dom\u00ednio\u201d e \u201c\u00e1rea n\u00e3o edificante\u201d s\u00e3o essenciais ao bom entendimento do m\u00e9rito do pedido, da\u00ed o dever de conceitua-los a seguir.\nNeste compasso o legislador, por meio do Decreto n\u00ba 7.929/2013 definiu o conceito de faixa de dom\u00ednio como:\n\u201cArt. 1\u00ba (\u2026) \u00a7 2\u00ba Para efeito deste Decreto, entende-se por faixa de dom\u00ednio a por\u00e7\u00e3o de terreno com largura m\u00ednima de quinze metros\n\n\f7\nde cada lado do eixo da via f\u00e9rrea, sem preju\u00edzo das dimens\u00f5es estipuladas nas normas e regulamentos t\u00e9cnicos vigentes, ou definidas no projeto de desapropria\u00e7\u00e3o ou de implanta\u00e7\u00e3o da respectiva ferrovia.\u201c\nA jurisprud\u00eancia consagrou o conceito de que \u201ca faixa de dom\u00ednio \u00e9 a base f\u00edsica sobre a qual se assenta a via f\u00e9rrea ou rodovi\u00e1ria, constitu\u00edda pela pista de rolamento onde os ve\u00edculos trafegam, canteiros, obras de arte, acostamentos e sinaliza\u00e7\u00e3o, inclusive os acr\u00e9scimos necess\u00e1rios \u00e0 sua expans\u00e3o, estendendo-se at\u00e9 o alinhamento das cercas que separam a estrada dos im\u00f3veis marginais ou da faixa de recuo. Sua largura \u00e9, portanto, vari\u00e1vel, de acordo com as necess\u00e1rias adapta\u00e7\u00f5es ao relevo e a outros fatores que interfiram no desenho da via.\u201d (TRF2, Apela\u00e7\u00e3o C\u00edvel n.\u00ba 2007.51.01.007689-3, Rel. Des. Guilherme Bollorini Pereira, 6.\u00aa Turma Especializada, j. 25.8.2014)\nJ\u00e1 o conceito de \u00e1rea n\u00e3o edificante \u00e9 dado pelo inciso II, artigo 4.\u00ba, da Lei 6.766/79, que assim disp\u00f5e:\n\u201cArt. 4\u00ba - Os loteamentos dever\u00e3o atender, pelo menos, aos seguintes requisitos: (...) III - ao longo das \u00e1guas correntes e dormentes e das faixas de dom\u00ednio p\u00fablico das rodovias e ferrovias, ser\u00e1 obrigat\u00f3ria a reserva de uma faixa n\u00e3o-edific\u00e1vel de 15 (quinze) metros de cada lado, salvo maiores exig\u00eancias da legisla\u00e7\u00e3o espec\u00edfica;\u201d\nFaixa de dom\u00ednio e \u00e1rea n\u00e3o edificante, como visto, s\u00e3o institutos diversos e que n\u00e3o se confundem. A ilustra\u00e7\u00e3o abaixo facilita a compreens\u00e3o:\n\n\f8\nA \u00e1rea n\u00e3o edificante \u00e9 um espa\u00e7o de 15 metros, que se inicia ao fim da faixa de dom\u00ednio, como se observa da ilustra\u00e7\u00e3o acima. A faixa de dom\u00ednio n\u00e3o possui uma medida espec\u00edfica e varia de acordo com o projeto da via f\u00e9rrea. Importante ressaltar que n\u00e3o h\u00e1 legisla\u00e7\u00e3o espec\u00edfica com previs\u00e3o de medida exata para as faixas de dom\u00ednio de cada malha existente (Sul, Paulista, Norte e Oeste). O \u00daNICO DOCUMENTO h\u00e1bil a comprovar com exatid\u00e3o a metragem da faixa de dom\u00ednio de cada trecho / regi\u00e3o \u00e9 o mapa da respectiva da faixa de dom\u00ednio, fornecido pela extinta RFFSA.\nA jurisprud\u00eancia prescreve que \u201cA faixa de dom\u00ednio e a \u00e1rea n\u00e3o edific\u00e1vel possuem natureza de limita\u00e7\u00f5es administrativas, implicando um dever de n\u00e3o fazer ao administrado. \u201d (TRF5, Apela\u00e7\u00e3o C\u00edvel 00075505020104058300, Rel. Des. Francisco Barros Dias, 2.\u00aa Turma, DJe 22.11.2012)\nA faixa de dom\u00ednio \u00e9 bem de uso comum do povo, esp\u00e9cie de bem p\u00fablico (art. 99, I, nCC) \u2013 que, no caso dos autos, est\u00e1 sob a posse e guarda da ALL Malha Sul (item x, da cl\u00e1usula 4.\u00aa, do contrato de arrendamento). Diversamente, a \u00e1rea n\u00e3o edificante desdobra-se sobre im\u00f3vel particular.\n\n\f9\nAssim, novamente, percebe-se que os institutos n\u00e3o se confundem e que a faixa de dom\u00ednio, diferente da n\u00e3o edificante, \u00c9 VARI\u00c1VEL e que o \u00fanico documento h\u00e1bil a comprovar essa varia\u00e7\u00e3o ao longo da malha ferrovi\u00e1ria s\u00e3o os mapas cedidos pelo Poder P\u00fablico quando da concess\u00e3o.\n3. DO M\u00c9RITO\nDA \u00c1REA ESBULHADA\nA empresa de seguran\u00e7a patrimonial \u00e0 servi\u00e7o da ALL Malha Sul, identificou que a r\u00e9 invadiu, sem autoriza\u00e7\u00e3o, a denominada faixa de dom\u00ednio localizada no Km 318+711 at\u00e9 318+726, entre as Esta\u00e7\u00f5es Ferrovi\u00e1rias de Santa Maria e Cacequi, sob a posse e gest\u00e3o desta concession\u00e1ria, conforme o anexo ao Contrato de Arrendamento em anexo.\nSobredita empresa de seguran\u00e7a patrimonial fotografou e identificou que a R\u00e9 ocupou a faixa de dom\u00ednio da ALL Malha Sul, conforme demonstra o relat\u00f3rio de invas\u00e3o e as imagens presentes em anexo das formas indicadas abaixo:\na) A r\u00e9 construiu uma casa h\u00e1 11 metros do eixo da via f\u00e9rrea.\nb) A r\u00e9 cercou uma pequena \u00e1rea h\u00e1 10 metros do eixo da via f\u00e9rrea, destinada.\nOs fatos narrados acima foram devidamente relatados \u00e0 autoridade policial local, que lavrou o competente boletim de ocorr\u00eancia de n.\u00ba 11039/2015, documento anexo, que, para todos os efeitos, inclusive processuais, \u00e9 prova juris tantum.\n\n\f10\nQuando identificada a invas\u00e3o pela empresa de seguran\u00e7a, a r\u00e9 foi informada de que ocupava irregularmente bem p\u00fablico, sob gest\u00e3o privada e que a perman\u00eancia deles naquele espa\u00e7o \u00e9 ilegal.\nA r\u00e9, ainda assim, n\u00e3o manifestou interesse em desocupar voluntariamente a faixa de dom\u00ednio e insiste em permanecer na referida \u00e1rea de seguran\u00e7a ferrovi\u00e1ria, a revelar pr\u00e1tica de esbulho possess\u00f3rio.\nA concession\u00e1ria, ALL Malha Sul, n\u00e3o tem apenas o direito (art. 1.210, nCC) de defender a posse dos bens arrendados da extinta RFFSA, mas a obriga\u00e7\u00e3o contratual de faz\u00ea-lo (item x, cl\u00e1usula 4.\u00aa, do Contrato de Arrendamento).\nDA REINTEGRA\u00c7\u00c3O NA POSSE\nSegundo o artigo 1.196, do novo C\u00f3digo Civil \u201cConsidera-se possuidor todo aquele que tem de fato o exerc\u00edcio, pleno ou n\u00e3o, de algum dos poderes inerentes \u00e0 propriedade.\u201d\nDa\u00ed que a ALL Malha Sul, devido ao Contrato de Arrendamento exerce a posse direta sobre a malha ferrovi\u00e1ria Sul, para nela realizar o transporte de carga.\nA parte autora, enquanto leg\u00edtima possuidora, \u201ctem direito a ser (...) restitu\u00eddo[a] no de esbulho, e segurado[a] de viol\u00eancia iminente, se tiver justo receio de ser molestado.\u201d (art. 1.210, nCC), bem como, a obriga\u00e7\u00e3o contratual de \u201cX) promover as medidas necess\u00e1rias, inclusive judiciais, \u00e0 prote\u00e7\u00e3o dos bens arrendados contra amea\u00e7a ou ato de turba\u00e7\u00e3o ou esbulho que vier a sofrer, dando conhecimento \u00e0 RFFSA;\u201d (item x, da cl\u00e1usula quarta, do contrato de arrendamento).\n\n\f11\nAo invadir faixa de dom\u00ednio ferrovi\u00e1rio, que \u00e9 bem p\u00fablico da Uni\u00e3o, \u00e1rea de seguran\u00e7a sob permanente limita\u00e7\u00e3o administrativa, a parte r\u00e9 praticou esbulho possess\u00f3rio, cuja cessa\u00e7\u00e3o a concession\u00e1ria tem o direito de exigir.\nA faixa de dom\u00ednio ferrovi\u00e1rio, por se tratar de bem p\u00fablico da Uni\u00e3o, n\u00e3o est\u00e1 sujeita a posse velha ou posse nova, vez que n\u00e3o suscet\u00edvel a prescri\u00e7\u00e3o aquisitiva (artigo 183, par\u00e1grafo terceiro e 191, par\u00e1grafo \u00fanico, da CR)\nDa\u00ed a aplica\u00e7\u00e3o, em raz\u00e3o do princ\u00edpio da especialidade, (ex: faixas de dom\u00ednio ferrovi\u00e1rio) do disposto no artigo 71, do Decreto-Lei 9.760/46, com a seguinte reda\u00e7\u00e3o:\n\u201cArt. 71. O ocupante de im\u00f3vel da Uni\u00e3o sem assentimento desta, poder\u00e1 ser sumariamente despejado e perder\u00e1, sem direito a qualquer indeniza\u00e7\u00e3o, tudo quanto haja incorporado ao solo, ficando ainda sujeito ao disposto nos arts. 513, 515 e 517 do C\u00f3digo Civil.\nPar\u00e1grafo \u00fanico. Excetuam-se dessa disposi\u00e7\u00e3o os ocupantes de boa-f\u00e9, com cultura efetiva e moradia habitual, e os direitos assegurados por \u00easte Decreto-lei.\u201d\nDevido \u00e0 aplica\u00e7\u00e3o de norma espec\u00edfica, fica afastado o previsto nos artigos 924 e 927, I, III e IV, do C\u00f3digo de Processo Civil, nas a\u00e7\u00f5es possess\u00f3rias relativas ao patrim\u00f4nio p\u00fablico federal.\nAssim entende a jurisprud\u00eancia:\n\n\f12\n\u201cDIREITO PROCESSUAL CIVIL E REAIS. RECURSO ESPECIAL. POSSE DE BEM P\u00daBLICO OCUPADO SEM PERMISS\u00c3O. INVIABILIDADE. LIMINAR EM A\u00c7\u00c3O DE REINTEGRA\u00c7\u00c3O DE POSSE, TENDO POR OBJETO \u00c1REA OCUPADA H\u00c1 MAIS DE ANO E DIA. POSSIBILIDADE. 1. O artigo 1.208 do C\u00f3digo Civil disp\u00f5e que \u2018n\u00e3o induzem posse os atos de mera permiss\u00e3o ou toler\u00e2ncia assim como n\u00e3o autorizam a sua aquisi\u00e7\u00e3o os atos violentos, ou clandestinos, sen\u00e3o depois de cessar a viol\u00eancia ou a clandestinidade\u2019. 2. A jurisprud\u00eancia, tanto do Superior Tribunal de Justi\u00e7a quanto do Supremo Tribunal Federal, \u00e9 firme em n\u00e3o ser poss\u00edvel a posse de bem p\u00fablico, constituindo a sua ocupa\u00e7\u00e3o mera deten\u00e7\u00e3o de natureza prec\u00e1ria. 3. Portanto, no caso vertente, descabe invoca\u00e7\u00e3o de \u2018posse velha\u2019 (artigo 924 do C\u00f3digo de Processo Civil), para impossibilitar a reintegra\u00e7\u00e3o liminar em bem im\u00f3vel pertencente a \u00f3rg\u00e3o p\u00fablico. 4. Recurso especial n\u00e3o provido.\u201d (STJ, REsp n.\u00ba 932.971, Rel. Min. Luis Felipe Salom\u00e3o, DJe 26.5.2011)\nDe rigor, portanto, requerer a reintegra\u00e7\u00e3o na posse da faixa de dom\u00ednio (Km 318+758 at\u00e9 318+773) ocupada irregularmente pela r\u00e9, na forma do disposto no artigo 71, do Decreto-Lei 9.760/46.\nDA RESPONSABILIDADE E PREOCUPA\u00c7\u00c3O COM ACIDENTES E DANOS AO SERVI\u00c7O P\u00daBLICO DE TRANSPORTE FERROVI\u00c1RIO E A TERCEIROS\nOutrossim, v\u00e1lido e necess\u00e1rio o alerta de que a faixa de dom\u00ednio \u00e9 definida considerando a manuten\u00e7\u00e3o e seguran\u00e7a do pr\u00f3prio servi\u00e7o que vem sendo prestado pela Autora, bem como det\u00e9m, tamb\u00e9m, o OBJETIVO DE ZE-\n\n\f13\nLAR PELA SEGURAN\u00c7A DAS PESSOAS QUE EST\u00c3O NAS CERCANIAS DA FERROVIA.\nA t\u00edtulo exemplificativo e com o fim de facilitar a visualiza\u00e7\u00e3o da gravidade da situa\u00e7\u00e3o, quando um vag\u00e3o da composi\u00e7\u00e3o tomba, precisa-se de no m\u00ednimo 6 metros de faixa de dom\u00ednio, que na linguagem ferrovi\u00e1ria \u00e9 chamada de faixa de seguran\u00e7a pois, bem sabido que a atividade ferrovi\u00e1ria \u00e9 atividade de risco. Um vag\u00e3o carregado pode chegar a pesar 120 toneladas. Qualquer invas\u00e3o existente na faixa de dom\u00ednio est\u00e1 sujeita a desastre ferrovi\u00e1rio, isto porque, se tombar um vag\u00e3o durante o trajeto, existe capacidade de demoli\u00e7\u00e3o de qualquer constru\u00e7\u00e3o e real possibilidade de esmagamento dos invasores.\nNa verdade, a faixa de dom\u00ednio \u00e9 uma extens\u00e3o de seguran\u00e7a, reservada para proteger os cidad\u00e3os que trafeguem, transitem, ou cruzem pelas ferrovias, al\u00e9m de prover a seguran\u00e7a das edifica\u00e7\u00f5es, bem como para possibilitar eventual obra de amplia\u00e7\u00e3o, ou manuten\u00e7\u00e3o da malha ferrovi\u00e1ria. A dist\u00e2ncia desta \u00e1rea depender\u00e1 de fatores tais como a altura e largura do vag\u00e3o, a velocidade da composi\u00e7\u00e3o e, especialmente, a geografia do local onde est\u00e1 inserida a via f\u00e9rrea.\nCom o fito de resguardar a seguran\u00e7a, tanto das pessoas, quanto da qualidade na presta\u00e7\u00e3o do servi\u00e7o, que s\u00e3o responsabilidades da Concession\u00e1ria, a metragem da faixa de dom\u00ednio, como j\u00e1 dito anteriormente, n\u00e3o \u00e9 de quantifica\u00e7\u00e3o fixa para toda e qualquer regi\u00e3o, sendo certo que ser\u00e1 considerada a metragem suficiente para manter uma \u00e1rea de escape segura e pertinente objetivando evitar acidentes em caso de descarrilamento e para os servi\u00e7os de manuten\u00e7\u00e3o porventura necess\u00e1rios. O c\u00e1lculo da metragem ser\u00e1 espec\u00edfico para cada regi\u00e3o, inexistindo em legisla\u00e7\u00e3o a defini\u00e7\u00e3o espec\u00edfica da metragem.\n\n\f14\nAp\u00f3s a faixa de dom\u00ednio, ainda em se tratando da \u00e1rea ferrovi\u00e1ria, como uma salvaguarda e mais um elemento de seguran\u00e7a e preven\u00e7\u00e3o, \u00e9 exigido, neste caso por Lei, a reserva de uma faixa n\u00e3o edific\u00e1vel de 15 (quinze) metros de cada lado, conforme disp\u00f5e o art. 4\u00ba da Lei 6.766 de 1979. Estes 15 (quinze) metros s\u00e3o determinados ap\u00f3s a faixa de dom\u00ednio, isto \u00e9, ser\u00e1 resguardado para o servi\u00e7o ferrovi\u00e1rio a dist\u00e2ncia da faixa de dom\u00ednio acrescida dos 15 (quinze) metros de faixa n\u00e3o edific\u00e1vel determinados pela legisla\u00e7\u00e3o e de responsabilidade Municipal.\nCumpre apontar que os documentos comprobat\u00f3rios juntados aos autos demonstram a necessidade da faixa de dom\u00ednio na metragem definida, para cada lado, al\u00e9m do que exige a legisla\u00e7\u00e3o da faixa n\u00e3o edific\u00e1vel. Os relat\u00f3rios, as fotos, o croqui e o mapa demonstram, cabalmente, que a \u00e1rea geogr\u00e1fica, necessita da extens\u00e3o indicada para preservar a seguran\u00e7a de todos os envolvidos, incluindo os invasores, ainda que os mesmos desconsiderem os perigos e poss\u00edveis consequ\u00eancias danosas em virtude da invas\u00e3o perpetrada.\n\u00c9 dever prec\u00edpuo da Requerente, al\u00e9m da manuten\u00e7\u00e3o e conserva\u00e7\u00e3o da malha ferrovi\u00e1ria e a seguran\u00e7a do pr\u00f3prio servi\u00e7o que vem sendo prestado, o zelo e a preocupa\u00e7\u00e3o com a seguran\u00e7a das pessoas que est\u00e3o nas cercanias da ferrovia, contudo sem que haja qualquer possibilidade de que essas se estabele\u00e7am na \u00e1rea definida e delimitada como sendo da Uni\u00e3o, pelas raz\u00f5es expostas acima.\nNesse sentido o esclarecedor voto carreado abaixo:\nPROCESSO CIVIL. ADMINISTRATIVO. A\u00c7\u00c3O REINTEGRAT\u00d3RIA COMINADA COM DEMOLIT\u00d3RIA. LEGITIMIDADE TRANSNORDESTINA LOG\u00cdSTICA S/A. CONSTRU\u00c7\u00c3O IRREGULAR ERGUIDA \u00c0 MARGEM DE FERROVIA FEDERAL. FAIXA DE DOM\u00cdNIO. PERIGO PARA TRANSEUNTES. APELA-\n\n\f15\n\u00c7\u00d5ES PROVIDAS 1. \"A legitimidade ativa da concession\u00e1ria Transnordestina Log\u00edstica S/A decorre exatamente do pr\u00f3prio contrato de concess\u00e3o firmado com a RFFSA, a quem pertencera a \u00e1rea, at\u00e9 a sucess\u00e3o pelo DNIT. Evidenciado o interesse direto do ente p\u00fablico ao qual pertencem os bens, ainda que estes sejam geridos por pessoa diversa, mediante autoriza\u00e7\u00e3o, concess\u00e3o ou permiss\u00e3o, a ensejar a compet\u00eancia do Ju\u00edzo Federal. (AG 00168657320104050000, Desembargadora Federal Margarida Cantarelli, TRF5 - Quarta Turma, 28/04/2011)\". (AG 00131378720114050000, Desembargador Federal Francisco Barros Dias, TRF5 - Segunda Turma, DJE - Data::26/10/2011 - P\u00e1gina::111.) 2. Al\u00e9m da impossibilidade de edifica\u00e7\u00e3o na faixa de dom\u00ednio, n\u00e3o se pode deixar de observar a limita\u00e7\u00e3o administrativa existente quanto aos terrenos marginais das rodovias, \u00e1rea n\u00e3o edificante, como disciplina o art. 4\u00ba, inciso III, da Lei n.\u00ba 6.766/79, com reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n.\u00ba 10.932/2004. 3. A largura da faixa de dom\u00ednio \u00e9 vari\u00e1vel ao longo das rodovias, de acordo com o projeto geom\u00e9trico elaborado para a sua constru\u00e7\u00e3o, competindo ao pr\u00f3prio DNER (atual DNIT) a defini\u00e7\u00e3o de sua largura, assim, a \u00e1rea que compreende a faixa de dom\u00ednio, mais a faixa n\u00e3o edific\u00e1vel (15 metros) foram afetadas ao servi\u00e7o p\u00fablico das ferrovias, sendo irregular constru\u00e7\u00e3o que n\u00e3o observa tal limita\u00e7\u00e3o. 4. A proibi\u00e7\u00e3o de constru\u00e7\u00e3o na faixa de dom\u00ednio ao longo das estradas de ferro tem fundamento na seguran\u00e7a do transporte ferrovi\u00e1rio, consubstanciando-se no perigo que referidas constru\u00e7\u00f5es representam para os usu\u00e1rios das ferrovias e terceiros que transitam em suas adjac\u00eancias. 5. A faixa de dom\u00ednio e a \u00e1rea n\u00e3o-edific\u00e1vel possuem natureza de limita\u00e7\u00f5es administrativas, implicando um dever de n\u00e3o-fazer ao administrado. 6. No caso dos autos, foi constatado a constru\u00e7\u00e3o de uma cerca a aproximadamente dois metros da linha f\u00e9rrea, em \u00e1rea de faixa de dom\u00ednio, cuja posse pertence a Transnordestina Log\u00edstica S/A, configurando-se o esbulho praticado pelo apelado,\n\n\f16\nimpondo a determina\u00e7\u00e3o da reintegra\u00e7\u00e3o de posse, bem como da retirada da referida cerca. 7. Apela\u00e7\u00f5es providas para determinar a reintegra\u00e7\u00e3o da posse a Transnordestina Log\u00edstica S/A, bem como que seja retirada a cerca fincada na faixa de dom\u00ednio. (TRF 5\u00aa Regi\u00e3o, AC 00075505020104058300, Rel. Des. Fed. FRANCISCO BARROS DIAS, Segunda Turma, DJE - Data::22/11/2012 - P\u00e1gina::144).\nCom efeito, tendo em vista que a perman\u00eancia dos invasores na \u00e1rea onde ocorre claro e evidente esbulho pode causar \u00e0 Autora, ao seus funcion\u00e1rios, prepostos e a terceiros, les\u00e3o grave e de dif\u00edcil repara\u00e7\u00e3o, bem como diante dos fundamentos relevantes expostos nesta exordial, alinhado com o ordenamento Jur\u00eddico, doutrina e julgados de nosso Tribunais, a reintegra\u00e7\u00e3o de posse da \u00e1rea apontada deve ser deferida, de forma imediata, como forma de garantia dos direitos e deveres da Demandante, como concession\u00e1ria da Uni\u00e3o que \u00e9, encerrando a pr\u00e1tica do esbulho no trecho em que h\u00e1 invas\u00e3o contumaz e intencional, por parte do Demandado, como forma de preservar, inclusive a seguran\u00e7a do invasor negligente.\nDA INEXIST\u00caNCIA DE FUN\u00c7\u00c3O SOCIAL DA PROPRIEDADE\nPara que n\u00e3o restem d\u00favidas sobre o car\u00e1ter ilegal do esbulho praticado pelos r\u00e9us, importa observar que a \u201cocupa\u00e7\u00e3o de \u00e1rea p\u00fablica, quando irregular, n\u00e3o pode ser reconhecida como posse, mas como mera deten\u00e7\u00e3o. Se o direito de reten\u00e7\u00e3o ou de indeniza\u00e7\u00e3o pelas acess\u00f5es realizadas depende da configura\u00e7\u00e3o da posse, n\u00e3o se pode, ante a considera\u00e7\u00e3o da inexist\u00eancia desta, admitir o surgimento daqueles direitos, do que resulta na inexist\u00eancia do dever de se indenizar as benfeitorias \u00fateis e necess\u00e1rias.\u201d (REsp 863.939/RJ, Rel. Min. Eliana Calmon, 2.\u00aa Turma, DJ 24.11.2008)\n\n\f17\nReferida ocupa\u00e7\u00e3o tamb\u00e9m n\u00e3o viabiliza a prescri\u00e7\u00e3o aquisitiva, vez que expressamente vedada quanto aos bens p\u00fablicos (art. 183, \u00a7 3.\u00ba e 191, par\u00e1grafo \u00fanico, da CR).\nAs faixas de dom\u00ednio, por serem de \u00e1rea de seguran\u00e7a, possuem uma finalidade espec\u00edfica (medida de seguran\u00e7a e higiene das edifica\u00e7\u00f5es, pessoas e outros).\nDa\u00ed a concluir que, sendo a ocupa\u00e7\u00e3o de faixa de dom\u00ednio irregular, a configurar mera deten\u00e7\u00e3o de bem p\u00fablico, que j\u00e1 possui uma finalidade prevista em lei, n\u00e3o h\u00e1 de se falar em fun\u00e7\u00e3o social da propriedade.\nDO DEVER DE ZELO PELO PATRIM\u00d4NIO P\u00daBLICO PELA ALL- AUTUA\u00c7\u00c3O ANTT- DESCUMPRIMENTO CONTRATUAL\nConforme acima exposto, a concession\u00e1ria tem o dever contratual de defender a posse dos bens arrendados, sob pena de autua\u00e7\u00e3o pela ANTT \u2013 Ag\u00eancia Nacional de Transportes Terrestres, que fiscaliza e exige a ado\u00e7\u00e3o de medidas para a prote\u00e7\u00e3o dos mesmos.\nNo caso em comento, a ANTT, atrav\u00e9s do of\u00edcio 328/2015/GECOF/SUFER, determinou que fossem especificadas as medidas adotadas para a prote\u00e7\u00e3o da faixa de dom\u00ednio, exigindo que a concession\u00e1ria, ora autora, indicasse as a\u00e7\u00f5es de reintegra\u00e7\u00e3o de posse ajuizadas, sob pena de autua\u00e7\u00e3o e aplica\u00e7\u00e3o de multa contratual.\nDesta forma, a concession\u00e1ria em raz\u00e3o de seu dever contratual, bem como a fim de garantir a seguran\u00e7a das pessoas que residem no espa\u00e7o esbulhado, assim como garantir a manuten\u00e7\u00e3o e seguran\u00e7a do servi\u00e7o de transporte ferrovi\u00e1rio, vem ao Poder judici\u00e1rio buscar a tutela de seus direitos, que espera e confia, sejam reconhecidos.\n\n\f18\n4. DOS PEDIDOS Pelo exposto e pelo mais que certamente ser\u00e1 suprido em raz\u00e3o do elevado conhecimento de Vossa Excel\u00eancia, requer:\na. Com Intuito de buscar uma solu\u00e7\u00e3o pr\u00e9via, privilegiando a composi\u00e7\u00e3o entre as partes, o envio do presente feito ao CEJUSCON para tentativa de resolu\u00e7\u00e3o amig\u00e1vel. Ap\u00f3s, em n\u00e3o sendo poss\u00edvel a composi\u00e7\u00e3o, requer-se o prosseguimento regular do feito, com a an\u00e1lise do pedido liminar;\nb. A cita\u00e7\u00e3o pessoal da r\u00e9, por oficial de justi\u00e7a, para, querendo, apresentem contesta\u00e7\u00e3o;\nc. A produ\u00e7\u00e3o de todas as provas em direito admitidas;\nd. Seja julgado procedente o pedido de reintegra\u00e7\u00e3o, restituindo-se \u00e0 autora a posse sobre o Km 318+711 at\u00e9 318+726, entre as Esta\u00e7\u00f5es Ferrovi\u00e1rias de Santa Maria e Cacequi, ficando autoriza a concession\u00e1ria a demolir eventuais constru\u00e7\u00f5es ou edifica\u00e7\u00f5es da r\u00e9 na dita faixa de dom\u00ednio.\ne. A condena\u00e7\u00e3o da r\u00e9 ao pagamento nas despesas processuais e honor\u00e1rios advocat\u00edcios, estes na import\u00e2ncia de 20% sobre o valor da causa.\nAtribui-se \u00e0 causa o valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) para fins de al\u00e7ada.\nNestes termos, Pede deferimento. Curitiba/PR, 22 de janeiro 2016.\nF\u00c1BIO KORENBLUM OAB/RS 92.135 A\n\n\f" } ], "similar_texts_federais_solon": [ { "header": "Texto Similar 1 (Solon) - IdDocumentoCompleto: 5055959-33.2021.4.04.7000-701628787567330823144890238011", "text": "EXCELENT\u00cdSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) FEDERAL DA \u00aa VARA FEDERAL DE SUBSE\u00c7\u00c3O JUDICI\u00c1RIA DE CURITIBA \u2013 PR\nRUMO MALHA SUL S.A., (\u201cConcession\u00e1ria\u201d ou \u201cRequerente\u201d), pessoa jur\u00eddica de direito privado, inscrita no CNPJ/MF sob o n\u00b0 01.258.944/0001-26, com sede na Rua Em\u00edlio Bertolini, n\u00b0 100, Vila Oficinas, Curitiba/PR, CEP 82920-030 (DOC. 01), por seus advogados que a esta subscrevem, com endere\u00e7o eletr\u00f4nico: push@keppler.com.br, vem, respeitosamente, \u00e0 presen\u00e7a de Vossa Excel\u00eancia, nos termos dos artigos 319, 560 e seguintes do C\u00f3digo de Processo Civil e com fundamento nos artigos 183, \u00a73\u00ba, 191, par\u00e1grafo \u00fanico da Constitui\u00e7\u00e3o da Rep\u00fablica Federativa do Brasil, 1\u00ba, g, do Decreto \u2013 Lei n\u00b0 9.760/64, 8\u00ba, I, da Lei n\u00b0 11.483/2007 e artigos 102, 1.996 e seguintes do C\u00f3digo Civil, ajuizar a presente A\u00c7\u00c3O DE REINTEGRA\u00c7\u00c3O DE POSSE em face de INVASOR N\u00c3O IDENTIFICADO, cuja qualifica\u00e7\u00e3o completa \u00e9 ignorada, apesar de terem sido realizadas dilig\u00eancias para identifica\u00e7\u00e3o e sua notifica\u00e7\u00e3o1, pelas raz\u00f5es de fato e de direito a seguir expostas.\nI. LEGITIMIDADE ATIVA E COMPET\u00caNCIA DO JU\u00cdZO FEDERAL\nA Uni\u00e3o Federal, de acordo com o Edital PND/A n\u00ba 08/96/RFFSA (DOC. 02), no \u00e2mbito de Programa Nacional de Desestatiza\u00e7\u00e3o da Rede Ferrovi\u00e1ria Federal S/A \u2013 RFFSA (Lei n\u00ba 8.031/1990), realizou licita\u00e7\u00e3o para concess\u00e3o do servi\u00e7o p\u00fablico federal de transporte ferrovi\u00e1rio de cargas no trecho denominado Malha Sul.\nTal licita\u00e7\u00e3o foi vencida pela Ferrovia Sul-Atl\u00e2ntico S.A. (antiga denomina\u00e7\u00e3o de ALL - Am\u00e9rica Latina Log\u00edstica Malha Sul S.A., atualmente Rumo Malha Sul S.A.),\n1 CPC, artigo 319, \u00a7 1\u00ba: \u201cCaso n\u00e3o disponha das informa\u00e7\u00f5es previstas no inciso II, poder\u00e1 o autor, na peti\u00e7\u00e3o inicial, requerer ao juiz dilig\u00eancias necess\u00e1rias a sua obten\u00e7\u00e3o.\u201d \"ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. A\u00c7\u00c3O DE REINTEGRA\u00c7\u00c3O DE POSSE. INVASOR DESCONHECIDO. DETERMINA\u00c7\u00c3O DE EMENDA DA INICIAL PARA IDENTIFICA\u00c7\u00c3O E QUALIFICA\u00c7\u00c3O DO REQUERIDO. IMPOSSIBILIDADE DE CUMPRIMENTO. REQUERIMENTO DE DILIG\u00caNCIA. VEDA\u00c7\u00c3O LEGAL DO INDEFERIMENTO DA INICIAL. \u00c9 vedado ao juiz indeferir a inicial por descumprimento da ordem de emenda para a identifica\u00e7\u00e3o e qualifica\u00e7\u00e3o do requerido, quando a parte demonstrar n\u00e3o ser poss\u00edvel cumprir a obriga\u00e7\u00e3o e requerer que seja realizada dilig\u00eancia judicial para identificar o invasor do im\u00f3vel objeto da a\u00e7\u00e3o de reintegra\u00e7\u00e3o de posse, nos termos do art. 319, \u00a7\u00a71\u00ba e 3\u00ba, CPC.\u201d (TRF4, AC 5004398-89.2016.4.04.7114, QUARTA TURMA, Relatora VIVIAN JOSETE PANTALE\u00c3O CAMINHA, juntado aos autos em 16/08/2020) (destacamos)\n1 Rua Bento de Andrade, 421 Jardim Paulista CEP 04503-011 S\u00e3o Paulo Fone 55 11 3888-9819\nwww.keppler.adv.br\n\n\fa qual celebrou o respectivo contrato de concess\u00e3o. (DOC. 03)\nPara viabilizar a referida explora\u00e7\u00e3o de servi\u00e7os de transporte ferrovi\u00e1rio de cargas foi celebrado o contrato de arrendamento (DOC. 04), por meio do qual foram arrendados \u00e0 Concession\u00e1ria os bens operacionais (bens m\u00f3veis e im\u00f3veis essenciais \u00e0 presta\u00e7\u00e3o do servi\u00e7o de transporte ferrovi\u00e1rio de cargas)2, impondo-lhe a obriga\u00e7\u00e3o de adotar todas as medidas necess\u00e1rias \u00e0 prote\u00e7\u00e3o destes bens. Veja-se o inteiro teor da Cl\u00e1usula Quarta do Contrato de Arrendamento:\n\"X) promover as medidas necess\u00e1rias, inclusive judiciais, \u00e0 prote\u00e7\u00e3o dos bens arrendados contra amea\u00e7a ou ato de turba\u00e7\u00e3o ou esbulho que vier a sofrer, dando conhecimento \u00e0 RFFSA\". (destacamos)\nDentre os bens arrendados para a Concession\u00e1ria consta a \u00e1rea objeto da presente demanda.\nTrata-se de bem p\u00fablico, nos termos do artigo 98 do C\u00f3digo Civil3, na medida em que s\u00e3o de propriedade do DEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTES (\u201cDNIT\u201d)4, por for\u00e7a do disposto no artigo 8\u00ba da Lei n.\u00ba 11.483/2007.5 Portanto, \u00e9 manifesto o seu interesse no deslinde da presente demanda.\nAinda que o objeto da presente demanda seja a posse exercida e defendida pela Concession\u00e1ria, a interven\u00e7\u00e3o do DNIT \u00e9 imperiosa no caso pela necessidade de tutela dos bens im\u00f3veis da Uni\u00e3o, locais onde passa a linha f\u00e9rrea e se constitui a faixa de dom\u00ednio, conforme entendimento jurisprudencial sobre o tema.6\n2 Lei 11.483/2007: \u201cArt. 22. Para os fins desta Lei, consideram-se bens operacionais os bens m\u00f3veis e im\u00f3veis vinculados aos contratos de arrendamento celebrados pela extinta RFFSA, bem como aqueles delegados a Estados ou Munic\u00edpios para opera\u00e7\u00e3o ferrovi\u00e1ria.\u201d 3 C\u00f3digo Civil: \u201cArt. 98. S\u00e3o bens p\u00fablicos os bens do dom\u00ednio nacional pertencentes \u00e0s pessoas jur\u00eddicas de direito p\u00fablico interno; todos os outros s\u00e3o particulares.\u201d 4 Regimento Interno do DNIT: \u201cArt. 2\u00ba. \"O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes - DNIT, criado pela Lei n\u00ba 10.233, de 5 de junho de 2001, submetido ao regime aut\u00e1rquico, vinculado ao Minist\u00e9rio dos Transportes, com personalidade jur\u00eddica de direito p\u00fablico.\u201d 5 \u201cArt. 8. Ficam transferidos ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes - DNIT: I - a propriedade dos bens m\u00f3veis e im\u00f3veis operacionais da extinta RFFSA.\u201d 6 \u201cADMINISTRATIVO. AGRAVO DE INSTRUMENTO. REINTEGRA\u00c7\u00c3O DE POSSE. UNI\u00c3O. INTERESSE NO FEITO. COMPET\u00caNCIA. - Nos termos da S\u00famula 150 do STJ, \"Compete \u00e0 Justi\u00e7a Federal decidir sobre a exist\u00eancia de interesse jur\u00eddico que justifique a presen\u00e7a, no processo, da Uni\u00e3o, suas autarquias ou empresas p\u00fablicas\" - Considerando a mais recente manifesta\u00e7\u00e3o da Uni\u00e3o nos autos, expressando interesse jur\u00eddico na rela\u00e7\u00e3o processual, de se admitir seu ingresso no feito, como assistente da parte autora - Em certa medida, aplic\u00e1vel ao caso a ratio que inspirou a S\u00famula 14 do extinto Tribunal Federal de Recursos, segundo a qual \"O processo e julgamento de a\u00e7\u00e3o possess\u00f3ria relativa a terreno do dom\u00ednio da Uni\u00e3o, autarquias e empresas p\u00fablicas federais somente s\u00e3o da compet\u00eancia da Justi\u00e7a Federal quando dela participar qualquer dessas entidades como autora, r\u00e9, assistente ou opoente\".(AG 5002712-88.2021.4.04.0000, Desembargador Ricardo Teixeira do Valle Pereira, TRF4 - Quarta Turma, 28/04/2021).\n*** \u201cAGRAVO DE INSTRUMENTO. A\u00c7\u00c3O DE USUCAPI\u00c3O EXTRAORDIN\u00c1RIA. PRESCRI\u00c7\u00c3O DE \u00c1REA PRETENDIDA. FAIXA DE DOM\u00cdNIO DA RODOVIA FEDERAL. PROPRIEDADE DA UNI\u00c3O. INTERVEN\u00c7\u00c3O. COMPET\u00caNCIA DA\n2 Rua Bento de Andrade, 421 Jardim Paulista CEP 04503-011 S\u00e3o Paulo Fone 55 11 3888-9819\nwww.keppler.adv.br\n\n\fCumpre destacar, tamb\u00e9m, o interesse da AG\u00caNCIA NACIONAL DOS TRANSPORTES TERRESTRES (\u201cANTT\u201d) que, em casos anteriores e similares ao presente j\u00e1 manifestou interesse na discuss\u00e3o sobre prote\u00e7\u00e3o das \u00e1reas como a que comp\u00f5e o objeto da presente demanda. (DOC. 05)\nAssim, demonstrou-se a legitimidade ativa da Concession\u00e1ria no ajuizamento desta possess\u00f3ria, bem como a compet\u00eancia da Justi\u00e7a Federal para o processamento da presente demanda, na medida em que o DNIT e a ANTT possuem interesse processual noa resguardo dos bens da Uni\u00e3o (artigo 109, I, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal).\nII. INDEVIDO ESBULHO E NECESSIDADE DE REINTEGRA\u00c7\u00c3O DE POSSE\nEm decorr\u00eancia do Contrato de Arrendamento acima mencionado, a Concession\u00e1ria \u00e9 leg\u00edtima possuidora da \u00e1rea contida entre o km inicial 85+562 ao km final 85+580 do trecho denominado Igua\u00e7u - Paranagu\u00e1 dos Reis, localizado no Munic\u00edpio de Piraquara, Estado do Paran\u00e1.\nContudo, conforme relat\u00f3rio de inspe\u00e7\u00e3o (DOC. 06) preparado pela empresa Strata Engenharia, o Requerido ocupou parte da \u00e1rea de responsabilidade da Concession\u00e1ria e ainda retirou as cercas da divisa da linha f\u00e9rrea com a faixa de dom\u00ednio, o que representa um risco \u00e0 incolumidade dos que trafegam no local e aos operadores da linha f\u00e9rrea.\nEm 19/05/2021 tentou-se a notifica\u00e7\u00e3o do Requerido sobre a necessidade de desocupa\u00e7\u00e3o da \u00e1rea, por\u00e9m n\u00e3o foi poss\u00edvel encontra-lo, visto o total abandono da ocupa\u00e7\u00e3o, remanescendo, em novas vistorias realizadas em 09/07/2021, um barraco em mau estado, indevidamente constru\u00eddo.\nCumpre destacar que a ocupa\u00e7\u00e3o irregular desta \u00e1rea sequer consubstancia exerc\u00edcio de posse, por se tratar de bem p\u00fablico. Os ocupantes irregulares exercem apenas mera deten\u00e7\u00e3o, a qual n\u00e3o est\u00e1 sujeita a posse velha ou posse nova, vez que n\u00e3o \u00e9 suscet\u00edvel a prescri\u00e7\u00e3o aquisitiva. Ou seja, tal ato sequer \u00e9 defens\u00e1vel pelos institutos possess\u00f3rios (artigos 183, \u00a7 3\u00ba, e 191, par\u00e1grafo \u00fanico, ambos da Constitui\u00e7\u00e3o Federal).\nTanto que qualquer constru\u00e7\u00e3o feita no local n\u00e3o enseja qualquer tipo de indeniza\u00e7\u00e3o, na medida em que a deten\u00e7\u00e3o da \u00e1rea n\u00e3o gera direitos, conforme S\u00famula\nJUSTI\u00c7A FEDERAL. A autora deixou de se manifestar sobre a quest\u00e3o ou apresentar memorial retificador, de modo que remanesce a controv\u00e9rsia suscitada. Considerando que existe interesse do Poder P\u00fablico Federal na lide, por envolver direitos reais sobre poss\u00edvel faixa de dom\u00ednio de rodovia federal, deve ser admitida a interven\u00e7\u00e3o do DNIT, o que atrai a compet\u00eancia da Justi\u00e7a Federal para processar e julgar o feito.\u201d (AG 5036883-76.2018.4.04.0000, Desembargadora Vivian Josete Pantale\u00e3o Caminha, TRF4 - Quarta Turma, 03/04/2019).\n3 Rua Bento de Andrade, 421 Jardim Paulista CEP 04503-011 S\u00e3o Paulo Fone 55 11 3888-9819\nwww.keppler.adv.br\n\n\f619 do Supremo Tribunal de Justi\u00e7a disp\u00f5e: \u201cA ocupa\u00e7\u00e3o indevida de bem p\u00fablico configura mera deten\u00e7\u00e3o, de natureza prec\u00e1ria, insuscet\u00edvel de reten\u00e7\u00e3o ou indeniza\u00e7\u00e3o por acess\u00f5es e benfeitorias.\u201d (destacamos)\nAdemais, tem-se a aplica\u00e7\u00e3o, em raz\u00e3o do princ\u00edpio da especialidade, (ex: faixas de dom\u00ednio ferrovi\u00e1rio) do disposto no artigo 71, do Decreto-Lei n\u00ba 9.760/46, com a seguinte reda\u00e7\u00e3o:\n\u201cArt. 71. O ocupante de im\u00f3vel da Uni\u00e3o sem assentimento desta, poder\u00e1 ser sumariamente despejado e perder\u00e1, sem direito a qualquer indeniza\u00e7\u00e3o, tudo quanto haja incorporado ao solo, ficando ainda sujeito ao disposto nos arts. 513, 515 e 517 do C\u00f3digo Civil.\u201d (destacamos)\nDevido \u00e0 aplica\u00e7\u00e3o de norma espec\u00edfica, fica afastado o previsto nos artigos 558 e 561, I, III e IV, do C\u00f3digo de Processo Civil, nas a\u00e7\u00f5es possess\u00f3rias ao patrim\u00f4nio p\u00fablico federal:\n\u201cADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. FAIXA DE DOM\u00cdNIO. FERROVIA. CONSTRU\u00c7\u00c3O DE BARRACO DE MADEIRA PARA FINS FESTIVOS E CULTURAIS. DISTIN\u00c7\u00c3O DE POSSE NOVA E POSSE VELHA. DESNECESSIDADE. CONCESS\u00c3O DA TUTELA DE URG\u00caNCIA PLEITEADA. IMPOSSIBILIDADE. S\u00daMULA 7 DO STJ. (...). 2. O art. 1.208 do C\u00f3digo Civil disp\u00f5e que \"n\u00e3o induzem posse os atos de mera permiss\u00e3o ou toler\u00e2ncia assim como n\u00e3o autorizam a sua aquisi\u00e7\u00e3o os atos violentos, ou clandestinos, sen\u00e3o depois de cessar a viol\u00eancia ou a clandestinidade\". 3. A jurisprud\u00eancia, tanto do Superior Tribunal de Justi\u00e7a quanto do Supremo Tribunal Federal, \u00e9 firme em n\u00e3o ser poss\u00edvel a posse de bem p\u00fablico, constituindo a sua ocupa\u00e7\u00e3o mera deten\u00e7\u00e3o de natureza prec\u00e1ria. Portanto, no caso vertente, descabe invoca\u00e7\u00e3o de \"posse velha\" para impossibilitar a reintegra\u00e7\u00e3o liminar em bem im\u00f3vel pertencente a \u00f3rg\u00e3o p\u00fablico. Nesse sentido, confiram-se os seguintes julgados: REsp 1.701.620/RS, Rel. Ministro Herman Benjamin, Segunda Turma, DJe 19/12/2017; AgRg no AREsp 824.129/PE, Rel. Ministro Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, DJe 1/3/2016, e REsp 932.971/SP, Rel. Ministro Luis Felipe Salom\u00e3o, Quarta Turma, DJe 26/5/2011. (...) 5. Imposs\u00edvel a concess\u00e3o direta da medida pleiteada, uma vez que demanda a revis\u00e3o do conjunto probat\u00f3rio dos autos. 6. Recurso Especial conhecido e provido para determinar o retorno \u00e0 Corte de origem com vistas \u00e0 prola\u00e7\u00e3o de novo decisum sem o \u00f3bice de ser a posse \"velha\".\u201d (REsp 1755460/RS, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 27/11/2018, DJe 17/12/2018) (destacamos)\nA jurisprud\u00eancia do Egr\u00e9gio Tribunal Regional Federal da 4\u00aa Regi\u00e3o 4\nRua Bento de Andrade, 421 Jardim Paulista CEP 04503-011 S\u00e3o Paulo Fone 55 11 3888-9819\nwww.keppler.adv.br\n\n\ftamb\u00e9m j\u00e1 consolidou o entendimento de que nesses casos a deten\u00e7\u00e3o indevida n\u00e3o impede a reintegra\u00e7\u00e3o e sequer gera direitos aquisitivos ao ocupante irregular, no caso ao Requerido:\n\"ADMINISTRATIVO. APELA\u00c7\u00c3O C\u00cdVEL. A\u00c7\u00c3O DE REINTEGRA\u00c7\u00c3O DE POSSE. FAIXA DE DOM\u00cdNIO DE FERROVIA. ESBULHO POSSESS\u00d3RIO. DIREITO \u00c0 MORADIA. DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA.FUN\u00c7\u00c3O SOCIAL DA PROPRIEDADE. BEM P\u00daBLICO. ABANDONO. DESOCUPA\u00c7\u00c3O. SUSPENS\u00c3O DO PROCESSO. REGULARIZA\u00c7\u00c3O FUNDI\u00c1RIA. 1. \u00c0 m\u00edngua de autoriza\u00e7\u00e3o para edifica\u00e7\u00e3o em faixa de dom\u00ednio e/ou \u00e1rea non aedificandi de ferrovia federal, a ocupa\u00e7\u00e3o irregular desse espa\u00e7o (ou deten\u00e7\u00e3o de natureza prec\u00e1ria) constitui esbulho possess\u00f3rio, que autoriza o manejo de a\u00e7\u00e3o de reintegra\u00e7\u00e3o de posse pela concession\u00e1ria (artigos 1.208 e 1.210 do C\u00f3digo Civil; artigos 560 a 562 do C\u00f3digo de Processo Civil, e artigo 71 do Decreto-Lei n.\u00ba 9.760/1946). 2. A ocupa\u00e7\u00e3o irregular de bem p\u00fablico que p\u00f5e em risco a vida e a seguran\u00e7a de pessoas (inclusive do(a)(s) pr\u00f3prio(a)(s) r\u00e9u(\u00e9)(s) e sua fam\u00edlia) n\u00e3o pode ser legitimada, com fundamento na dignidade da pessoa humana (artigo 1\u00ba, inciso III, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal) ou no direito social \u00e0 moradia (artigo 6\u00ba da Constitui\u00e7\u00e3o Federal) - cuja concretiza\u00e7\u00e3o reclama a exist\u00eancia de pol\u00edticas p\u00fablicas -, porquanto (1) \u00e9 dever do Estado proteg\u00ea-las; (2) o interesse particular n\u00e3o prevalece ao da coletividade, nem se sobrep\u00f5e \u00e0 necessidade de o Poder P\u00fablico garantir seguran\u00e7a na circula\u00e7\u00e3o de pessoas e ve\u00edculos nas vias f\u00e9rreas, e (3) chancelar o esbulho de \u00e1rea p\u00fablica viola, ainda que indiretamente, normas expressas da Constitui\u00e7\u00e3o Federal (artigo 183, \u00a7 3\u00ba, e artigo 191, par\u00e1grafo \u00fanico). 3. A fun\u00e7\u00e3o social da propriedade n\u00e3o pode ser utilizada para justificar ou legitimar a utiliza\u00e7\u00e3o indevida de \u00e1rea de dom\u00ednio p\u00fablico, em contrariedade \u00e0 legisla\u00e7\u00e3o, com preju\u00edzo aos servi\u00e7os concedidos e risco \u00e0s pessoas e bens situados \u00e0 volta da ferrovia. 4. O abandono de bem p\u00fablico (ferrovia) ou de bem p\u00fablico vinculado \u00e0 presta\u00e7\u00e3o de servi\u00e7o p\u00fablico (faixa n\u00e3o edificante) n\u00e3o \u00e9 causa de extin\u00e7\u00e3o da propriedade p\u00fablica, diferentemente do que ocorre com a propriedade particular (art. 1.275, inciso III, do C\u00f3digo Civil). 5. As not\u00edcias veiculadas pelo r\u00e9u com o objetivo de suspender o processo poderiam impactar em seu andamento, todavia, n\u00e3o foram comprovadas documentalmente, al\u00e9m de serem medidas incipientes ou que demandam longo prazo de tramita\u00e7\u00e3o at\u00e9 sua resolu\u00e7\u00e3o.6. Al\u00e9m de o pleito relativo \u00e0 regulariza\u00e7\u00e3o fundi\u00e1ria constituir inova\u00e7\u00e3o recursal, n\u00e3o parece haver amparo na norma processual para sua an\u00e1lise, que desborda do car\u00e1ter d\u00faplice da a\u00e7\u00e3o possess\u00f3ria (art. 556, CPC) e visa, em \u00faltima an\u00e1lise, interferir/deflagrar a formula\u00e7\u00e3o ou a execu\u00e7\u00e3o de pol\u00edticas p\u00fablicas de habita\u00e7\u00e3o.\u201d (TRF4, AC 5000348-21.2020.4.04.7133, Quarta Turma, Desembargadora Vivian Josete Pantale\u00e3o Caminha, 22/05/2021) (destacamos)\n\u201cADMINISTRATIVO. REINTEGRA\u00c7\u00c3O DE POSSE. CONSTRU\u00c7\u00c3O DENTRO DA FAIXA DE DOM\u00cdNIO DE FERROVIA. DECRETO N\u00ba 7.929/2013. ALEGA\u00c7\u00c3O DE INATIVIDADE DA VIA F\u00c9RREA. DESCABIMENTO. ESBULHO POSSESS\u00d3RIO. COMPROVA\u00c7\u00c3O. 1. O artigo 1, \u00a7 2\u00ba do Decreto n\u00ba 7.929/2013 disp\u00f5e que n\u00e3o \u00e9 poss\u00edvel edificar na faixa de dom\u00ednio de 15 metros de cada lado de uma ferrovia, a menos que sejam estipuladas outras dimens\u00f5es nas normas e\n5 Rua Bento de Andrade, 421 Jardim Paulista CEP 04503-011 S\u00e3o Paulo Fone 55 11 3888-9819\nwww.keppler.adv.br\n\n\fregulamentos t\u00e9cnicos vigentes, ou definidas no projeto de desapropria\u00e7\u00e3o ou de implanta\u00e7\u00e3o da respectiva ferrovia. A preserva\u00e7\u00e3o da faixa de dom\u00ednio mostra-se imprescind\u00edvel para a manuten\u00e7\u00e3o da seguran\u00e7a no tr\u00e1fego ferrovi\u00e1rio, tratandose de bem p\u00fablico, consubstanciado legalmente como de uso especial, na forma do art. 99, II, do C\u00f3digo Civil. 2. Descabida a alega\u00e7\u00e3o de inatividade da ferrovia, pois n\u00e3o h\u00e1 como presumir que a mesma permanecer\u00e1 inativa, bem como n\u00e3o se pode condicionar o futuro uso da \u00e1rea, o que acabaria ocorrendo na hip\u00f3tese de manuten\u00e7\u00e3o da constru\u00e7\u00e3o irregular sob tal fundamento. O suposto abandono de bem p\u00fablico (ferrovia) ou de \u00e1rea, p\u00fablica ou privada, vinculada \u00e0 presta\u00e7\u00e3o de servi\u00e7o p\u00fablico, n\u00e3o \u00e9 causa de extin\u00e7\u00e3o da propriedade p\u00fablica, diferentemente do que ocorre com a propriedade particular, que pode se extinguir por abandono (CC, art. 1.275, inc. III). 3. O direito constitucional \u00e0 moradia n\u00e3o autoriza o descumprimento da lei. Ademais, a empresa est\u00e1 zelando pela seguran\u00e7a p\u00fablica, tanto que est\u00e1 tomando medidas judiciais para tanto. Enfatiza-se que a responsabilidade na hip\u00f3tese de eventuais acidentes no local \u00e9 da empresa concession\u00e1ria do servi\u00e7o p\u00fablico e, subsidiariamente, da Uni\u00e3o. Portanto, medida reintegrat\u00f3ria objetiva preservar n\u00e3o apenas a posse leg\u00edtima da concession\u00e1ria, mas tamb\u00e9m a pr\u00f3pria integridade f\u00edsica do r\u00e9u. 4. Demonstrado que a constru\u00e7\u00e3o ocupa a faixa de dom\u00ednio de ferrovia federal, resta configurado o esbulho possess\u00f3rio. Providas as apela\u00e7\u00f5es e julgado procedente o pedido, determinando-se a reintegra\u00e7\u00e3o de posse \u00e0 autora da totalidade da \u00e1rea inserta na faixa de dom\u00ednio da estrada de ferro, bem como a retirada (remo\u00e7\u00e3o) das constru\u00e7\u00f5es existentes no local, \u00e0s expensas da parte demandada.\u201d (TRF4, AC 5003218-43.2013.4.04.7211, TERCEIRA TURMA, Relatora para Ac\u00f3rd\u00e3o V\u00c2NIA HACK DE ALMEIDA, juntado aos autos em 06/05/2021) (destacamos)\n\n\u201cCIVIL. \u00c1REA DE PROPRIEDADE DA UNI\u00c3O. MERA DETEN\u00c7\u00c3O POR\n\nPARTICULAR.\n\nBENFEITORIAS.\n\nINDENIZA\u00c7\u00c3O.\n\nRETEN\u00c7\u00c3O.\n\nIMPOSSIBILIDADE. Diante da natureza da ocupa\u00e7\u00e3o do im\u00f3vel pelo genitor dos\n\nautores - mera deten\u00e7\u00e3o -, bem como pelo fato de eventuais benfeitorias terem\n\nsido realizadas \u00e0 revelia da Uni\u00e3o, em contrariedade ao que disp\u00f5e a Lei n\u00ba\n\n9.760/46, n\u00e3o h\u00e1 falar em indeniza\u00e7\u00e3o ou reten\u00e7\u00e3o. Precedentes do STJ.\u201d (TRF4,\n\nAC 5002821-61.2016.4.04.7216, QUARTA TURMA, Relatora VIVIAN JOSETE\n\nPANTALE\u00c3O CAMINHA, juntado aos autos em 16/08/2020)\n\nCumpre destacar que a \u00e1rea esbulhada \u00e9 classificada como faixa de dom\u00ednio,7 a qual corresponde \u00e0 extens\u00e3o ao longo da linha f\u00e9rrea cuja dimens\u00e3o \u00e9 vari\u00e1vel de acordo com as peculiaridades de cada trecho, e neste caso a mesma possui a medida de 20 (vinte) metros totais para cada lado a partir do eixo da linha f\u00e9rrea, conforme relat\u00f3rio anexo. Tudo com o objetivo de garantir a seguran\u00e7a de pessoas e continuidade da opera\u00e7\u00e3o ferrovi\u00e1ria.\n\nEsclarece-se ainda que, cont\u00edgua \u00e0 faixa de dom\u00ednio, est\u00e1 uma faixa\n\n7 Decreto n\u00ba 7.929/2013: \"Art. 1\u00ba \u00a72\u00ba (\u2026) entende-se por faixa de dom\u00ednio a por\u00e7\u00e3o de terreno com largura m\u00ednima de quinze metros de cada lado do eixo da via f\u00e9rrea, sem preju\u00edzo das dimens\u00f5es estipuladas nas normas e regulamentos t\u00e9cnicos vigentes, ou definidas no projeto de desapropria\u00e7\u00e3o ou de implanta\u00e7\u00e3o da respectiva ferrovia.\"\n6 Rua Bento de Andrade, 421 Jardim Paulista CEP 04503-011 S\u00e3o Paulo Fone 55 11 3888-9819\nwww.keppler.adv.br\n\n\fn\u00e3o edific\u00e1vel,8 conforme ilustra-se abaixo:9\nAinda neste sentido, cumpre descrever o entendimento do Tribunal Regional Federal da 4\u00aa Regi\u00e3o \u00e0 despeito do tema:\n\u201cADMINISTRATIVO. APELA\u00c7\u00c3O C\u00cdVEL. REINTEGRA\u00c7\u00c3O DE POSSE. CONSTRU\u00c7\u00c3O DENTRO DE FAIXA DE DOM\u00cdNIO DE FERROVIA. ESBULHO POSSESS\u00d3RIO. DESFAZIMENTO DAS EDIFICA\u00c7\u00d5ES \u00c0S EXPENSAS DO R\u00c9U. Estando a edifica\u00e7\u00e3o em situa\u00e7\u00e3o de flagrante irregularidade em raz\u00e3o de ocupa\u00e7\u00e3o indevida de dom\u00ednio de bem p\u00fablico, resta configurado o esbulho possess\u00f3rio, a justificar a reintegra\u00e7\u00e3o de posse e o respectivo desfazimento das constru\u00e7\u00f5es, \u00e0s expensas do r\u00e9u.\u201d (TRF4, AC 5019058-80.2014.4.04.7107, QUARTA TURMA, Relatora VIVIAN JOSETE PANTALE\u00c3O CAMINHA, juntado aos autos em 04/07/2020)\nDestarte, percebe-se que os institutos n\u00e3o se confundem e que a faixa de dom\u00ednio, diferente da n\u00e3o edific\u00e1vel, \u00e9 vari\u00e1vel e que o documento h\u00e1bil a comprovar essa varia\u00e7\u00e3o ao longo da malha s\u00e3o os mapas cedidos pelo Poder Concedente (Uni\u00e3o), quando da concess\u00e3o e do arrendamento.\n8 Lei 6.766/79: \"Art. 4\u00ba. Os loteamentos dever\u00e3o atender, pelo menos, aos seguintes requisitos: (...) III - ao longo das \u00e1guas correntes e dormentes e das faixas de dom\u00ednio p\u00fablico das rodovias e ferrovias, ser\u00e1 obrigat\u00f3ria a reserva de uma faixa n\u00e3o-edific\u00e1vel de 15 (quinze) metros de cada lado, salvo maiores exig\u00eancias da legisla\u00e7\u00e3o espec\u00edfica.\" 9 \"A faixa de dom\u00ednio e a \u00e1rea n\u00e3o edific\u00e1vel possuem natureza de limita\u00e7\u00f5es administrativas, implicando um dever de n\u00e3o fazer ao administrado.\" (TRF5, Apela\u00e7\u00e3o C\u00edvel 00075505020104058300, Rel. Des. Francisco Barros Dias, 2.\u00aa Turma, DJe 22.11.2012)\n7 Rua Bento de Andrade, 421 Jardim Paulista CEP 04503-011 S\u00e3o Paulo Fone 55 11 3888-9819\nwww.keppler.adv.br\n\n\fOutrossim, frisa-se que a faixa de dom\u00ednio \u00e9 bem de uso comum do povo, esp\u00e9cie de bem p\u00fablico (art. 99, inciso I, do CC), e est\u00e1 sob a posse e guarda da Concession\u00e1ria, a qual precisa que este D. Ju\u00edzo defira o desfazimento das constru\u00e7\u00f5es ilegais no local que fora invadido.\nCabe informar que, conforme relat\u00f3rio anexo, na \u00e1rea invadida foram constatadas algumas edifica\u00e7\u00f5es irregulares, al\u00e9m da indevida retirada das cercas das divisas com a faixa de dom\u00ednio:\n1. UMA CERCA DE ARAME E ENTULHO DE BARRACO A 5M DO EIXO DA VIA F\u00c9RREA. A t\u00edtulo meramente ilustrativo, segue tamb\u00e9m imagem do local\ndevidamente identificado:\n8 Rua Bento de Andrade, 421 Jardim Paulista CEP 04503-011 S\u00e3o Paulo Fone 55 11 3888-9819\nwww.keppler.adv.br\n\n\fPode at\u00e9 n\u00e3o parecer necess\u00e1ria a reintegra\u00e7\u00e3o, mas \u00e9. A conduta do Requerido constitui um perigo real, capaz de incorrer em um desastre ferrovi\u00e1rio, conforme fotos tiradas no relat\u00f3rio elaborado pela Strata.\nAli\u00e1s, tal tema \u00e9 de tamanha import\u00e2ncia, que dentre os crimes contra a seguran\u00e7a p\u00fablica dos meios de comunica\u00e7\u00e3o e transporte e outros servi\u00e7os p\u00fablicos, encontrase o de perturba\u00e7\u00e3o do transporte ferrovi\u00e1rio, insculpido no artigo 260 do C\u00f3digo Penal.10\nPor fim, cumpre apontar que a legisla\u00e7\u00e3o p\u00e1tria assegura a restitui\u00e7\u00e3o a todo aquele que for privado de sua posse, nos termos do artigo 1.21011 do C\u00f3digo Civil, reparando-se o esbulho sofrido.\nDesta forma, exposta a posse regular da Concession\u00e1ria e o esbulho perpetrado pelo Requerido, para que a atividade ferrovi\u00e1ria possa seguir ininterrupta sem riscos \u00e0 integridade f\u00edsica do Requerido, dos funcion\u00e1rios da malha ferrovi\u00e1ria e de terceiros, n\u00e3o resta alternativa sen\u00e3o a propositura da presente A\u00e7\u00e3o de Reintegra\u00e7\u00e3o de Posse, com base no artigo 560 do C\u00f3digo de Processo Civil.\nIII. PEDIDOS\nAnte o exposto, requer se digne Vossa Excel\u00eancia a:\na) julgar PROCEDENTE o pedido de Reintegra\u00e7\u00e3o de Posse \u00e0 RUMO MALHA SUL S.A. condenando o Requerido ao pagamento das custas e despesas processuais e honor\u00e1rios advocat\u00edcios, nos termos do artigo 85, \u00a72\u00ba do C\u00f3digo de Processo Civil;\n10 \u201cArt. 260 - Impedir ou perturbar servi\u00e7o de estrada de ferro: I - destruindo, danificando ou desarranjando, total ou parcialmente, linha f\u00e9rrea, material rodante ou de tra\u00e7\u00e3o, obra-dearte ou instala\u00e7\u00e3o; II - colocando obst\u00e1culo na linha; III - transmitindo falso aviso acerca do movimento dos ve\u00edculos ou interrompendo ou embara\u00e7ando o funcionamento de tel\u00e9grafo, telefone ou radiotelegrafia; IV - praticando outro ato de que possa resultar desastre: Pena - reclus\u00e3o, de dois a cinco anos, e multa. Desastre ferrovi\u00e1rio \u00a7 1\u00ba - Se do fato resulta desastre: Pena - reclus\u00e3o, de quatro a doze anos e multa. \u00a7 2\u00ba - No caso de culpa, ocorrendo desastre: Pena - deten\u00e7\u00e3o, de seis meses a dois anos. \u00a7 3\u00ba - Para os efeitos deste artigo, entende-se por estrada de ferro qualquer via de comunica\u00e7\u00e3o em que circulem ve\u00edculos de tra\u00e7\u00e3o mec\u00e2nica, em trilhos ou por meio de cabo a\u00e9reo.\u201d 11 Art. 1.210. O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turba\u00e7\u00e3o, restitu\u00eddo no de esbulho, e segurado de viol\u00eancia iminente, se tiver justo receio de ser molestado.\n9 Rua Bento de Andrade, 421 Jardim Paulista CEP 04503-011 S\u00e3o Paulo Fone 55 11 3888-9819\nwww.keppler.adv.br\n\n\fb) expedir o mandado de cita\u00e7\u00e3o do Requerido para, querendo, apresentar resposta no prazo legal, sob pena de revelia (artigo 344 do C\u00f3digo de Processo Civil);\n\nc) determinar a intima\u00e7\u00e3o do DNIT, no endere\u00e7o SAN Qd. 03, Lt \"A\", Ed. N\u00facleo de Transportes, 4\u00ba andar, SL 97 - CEP 70.040-902 Bras\u00edlia/DF, e da ANTT no endere\u00e7o Setor de Clubes Esportivos Sul, lote 10 \u2013 trecho 03, Projeto Orla Polo 8 \u2013 Bloco A \u2013 1\u00ba andar \u2013 CEP 70200-003 \u2013 Bras\u00edlia/DF, tendo em vista o manifesto interesse deles no presente feito; e\n\nd) Protesta provar o alegado por todos os meios em direito admitidos.\n\ne) Por fim, protesta pela concess\u00e3o do prazo de 10 (dez) dias para juntada do instrumento de mandato e custas judiciais devidamente solvidas.\n\nPor fim, requer-se que todas as intima\u00e7\u00f5es atinentes ao presente feito sejam publicadas, exclusivamente, em nome do advogado ROBERTO CARLOS KEPPLER, inscrito na OAB/SP 68.931, com endere\u00e7o profissional na Rua Bento de Andrade, n\u00ba 421, Jardim Paulista, S\u00e3o Paulo/SP, CEP 04503-011, sob pena de nulidade, nos termos do artigo 272, \u00a7\u00a72\u00ba e 5\u00ba do C\u00f3digo de Processo Civil.\n\nmeramente fiscais.\n\nAtribui-se \u00e0 causa o valor de R$ 1.000,00. (um mil reais) para fins\n\nTermos em que, Pede deferimento. Curitiba, 12 de agosto de 2021\n\nRoberto Carlos Keppler OAB/SP 68.931\n\nSimone Zaize de Oliveira OAB/SP 132.830\n\nMarco Aur\u00e9lio Verissimo OAB/SP 279.144\n\nMarcelo Alves Muniz OAB/SP 293.743\n\nCristiane dos Santos OAB/SP 199.550\n\nJ\u00e9ssica Sim\u00f5es de Toledo OAB/SP 374.973\n\nMarina Bacciotti Nogueira OAB/SP 369.541\n\nC\u00ednthia Brenand Bauer OAB/SP 230.872-E\n\n10 Rua Bento de Andrade, 421 Jardim Paulista CEP 04503-011 S\u00e3o Paulo Fone 55 11 3888-9819\n\nwww.keppler.adv.br\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 2 (Solon) - IdDocumentoCompleto: 5007768-22.2015.4.04.7208-721438278395009280270000000036", "text": "BARTHOLOMEU\nADVOGADOS ASSOCIADOS\nEXCELENT\u00cdSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) FEDERAL DA __\u00aa VARA DA SE\u00c7\u00c3O JUDICI\u00c1RIA DA COMARCA DE ITAJA\u00cd \u2013 ESTADO DE SANTA CATARINA.\nAUTOPISTA LITORAL SUL S.A., pessoa jur\u00eddica de direito privado, concession\u00e1ria de servi\u00e7o p\u00fablico, com sede na Av. Santos Dumont, 935, Bairro Santo Ant\u00f4nio, Munic\u00edpio de Joinville, Estado de Santa Catarina, CEP 89218-105, inscrita no CNPJ/MF n\u00ba 09.313.969/0001-97 (docs. anexos), vem, por seu advogado ao final assinado (doc. anexo), com fundamento nos artigos 926 e seguintes do C\u00f3digo de Processo Civil, propor a presente\nA\u00c7\u00c3O DE REINTEGRA\u00c7\u00c3O DE POSSE C/C DEMOLI\u00c7\u00c3O DE CONSTRU\u00c7\u00c3O E COM PEDIDO DE LIMINAR \u201cINAUDITA ALTERA PARTE\u201d\nem face de CINIDES HORAS, de qualifica\u00e7\u00e3o ignorada, com endere\u00e7o na BR 101, Km 163+953m, pista sul, Munic\u00edpio de Tijucas, Estado de Santa Catarina, pelos relevantes motivos de fato e direito a seguir expostos.\nluiz.bartholomeu@adv.oabsp.org.br Tel./Fax: 55 11 98524 4184 1\n\n\fBARTHOLOMEU\nADVOGADOS ASSOCIADOS\nPRELIMINARMENTE\na) Da Distribui\u00e7\u00e3o\nPrimeiramente Excel\u00eancia, cumpre esclarecer, que em raz\u00e3o do sistema e-Proc n\u00e3o possibilitar mais a distribui\u00e7\u00e3o de a\u00e7\u00f5es sem o fornecimento de RG ou CPF de uma das partes, a autora procedeu a presente distribui\u00e7\u00e3o conforme orienta\u00e7\u00e3o do respectivo setor, ou seja, cadastrando a parte r\u00e9 como \u201cA APURAR\u201d.\nCumpre ainda esclarecer que, em fun\u00e7\u00e3o da mat\u00e9ria em quest\u00e3o, quase que 100% das partes adversas em demandas reintegrat\u00f3rias, se negam a fornecer qualquer tipo de identifica\u00e7\u00e3o visando justamente dificultar medidas quer sejam extrajudiciais e/ou judiciais, como no presente caso.\nDessa forma, requer a autora a distribui\u00e7\u00e3o regular do feito, conforme ora explanado.\nb) Da Compet\u00eancia Funcional desse MM. Ju\u00edzo\nA autora constitui-se numa pessoa jur\u00eddica de direito privado, concession\u00e1ria de servi\u00e7os p\u00fablicos, consoante se depreende do respectivo Estatuto Social (documento anexo).\nA UNI\u00c3O FEDERAL, por interm\u00e9dio da Ag\u00eancia Nacional de Transportes Terrestres \u2013 ANTT, possu\u00ed total interesse jur\u00eddico no feito, vez que fiscaliza o cumprimento das obriga\u00e7\u00f5es contratuais da concession\u00e1ria autora, possuindo dessa forma interesse jur\u00eddico em intervir no processo, atraindo assim a compet\u00eancia para\nluiz.bartholomeu@adv.oabsp.org.br Tel./Fax: 55 11 98524 4184 2\n\n\fBARTHOLOMEU\nADVOGADOS ASSOCIADOS\nprocessar e julgar o feito para a Justi\u00e7a Federal nos termos do art. 109, I, da Constitui\u00e7\u00e3o\nFederal.\nE nesse sentido \u00e9 pac\u00edfico o entendimento do Tribunal Regional\nFederal da 4\u00aa Regi\u00e3o:\nPROCESSUAL CIVIL. PEDIDO LIMINAR. REINTEGRA\u00c7\u00c3O DE POSSE. OCUPA\u00c7\u00c3O INDEVIDA NA FAIXA DE DOM\u00cdNIO DA FERROVIA. ARTIGO 928 DO CPC. 1. Tratando-se de invas\u00e3o de faixa de dom\u00ednio de ferrovia federal, compreendida em contrato de concess\u00e3o, resta fixada a compet\u00eancia da Justi\u00e7a Federal, ainda que a a\u00e7\u00e3o de reintegra\u00e7\u00e3o de posse tenha sido ajuizada pela concession\u00e1ria, pois lhe cabe zelar pela integridade dos bens vinculados \u00e0 concess\u00e3o. 2. Tratando-se de situa\u00e7\u00e3o f\u00e1tica h\u00e1 muito tempo consolidada em desfavor do agravante, n\u00e3o \u00e9 aconselh\u00e1vel nela intervir em provimento prec\u00e1rio e provis\u00f3rio, sobretudo sem prova de superveniente urg\u00eancia. 3. Ademais, inexiste demonstra\u00e7\u00e3o de que a ferrovia esteja ativa, de modo que n\u00e3o h\u00e1 como presumir que, mantida a situa\u00e7\u00e3o atual, a seguran\u00e7a da via f\u00e9rrea e dos transeuntes ficar\u00e1 amea\u00e7ada. De outro lado, h\u00e1 evidente risco de dano inverso, tendo em vista que o im\u00f3vel serve \u00e0 resid\u00eancia dos agravantes e de seus n\u00facleos familiares. (TRF4, AG 5018055-08.2013.404.0000, Terceira Turma, Relatora p/ Ac\u00f3rd\u00e3o Marga Inge Barth Tessler, juntado aos autos em 10/10/2013)\nA\u00c7\u00c3O DE REINTEGRA\u00c7\u00c3O DE POSSE. COMPET\u00caNCIA DA JUSTI\u00c7A FEDERAL. Se h\u00e1 interesse do Poder P\u00fablico Federal em quest\u00e3o envolvendo reintegra\u00e7\u00e3o de posse de bem arrendado pelo DNIT, a compet\u00eancia para processar e julgar a causa \u00e9 da Justi\u00e7a Federal. (TRF4, AC 5003871-55.2011.404.7101, Quarta Turma, Relator p/ Ac\u00f3rd\u00e3o Jorge Antonio Maurique, D.E. 30/04/2012)\nADMINISTRATIVO. RODOVIA FEDERAL. COBRAN\u00c7A DE PED\u00c1GIO. ANTT. LEGITIMIDADE PASSIVA. Verifica-se a legitimidade passiva da Ag\u00eancia Nacional de Transportes Terrestres - ANTT para integrar o polo passivo da a\u00e7\u00e3o, quando, em se tratando de contrato de outorga de concess\u00e3o para explora\u00e7\u00e3o de rodovia federal mediante cobran\u00e7a de ped\u00e1gio, \u00e9 necess\u00e1ria a interveni\u00eancia da Uni\u00e3o Federal, por meio do Minist\u00e9rio dos Transportes, do qual a ANTT sub-roga-se nos direitos e\nluiz.bartholomeu@adv.oabsp.org.br Tel./Fax: 55 11 98524 4184 3\n\n\fBARTHOLOMEU\nADVOGADOS ASSOCIADOS\nobriga\u00e7\u00f5es. (TRF-4 - AG: 11277 RS 2008.04.00.011277-9, Relator: M\u00c1RCIO ANT\u00d4NIO ROCHA, Data de Julgamento: 02/07/2008, QUARTA TURMA, Data de Publica\u00e7\u00e3o: D.E. 14/07/2008)\nE em casos an\u00e1logos ao presente, uma vez manifestado\no interesse da ANTT na demanda, cujo objeto versa sobre a invas\u00e3o da faixa de dom\u00ednio, os\ndemais Tribunais Regionais Federais, tamb\u00e9m vem certificando a compet\u00eancia da Justi\u00e7a\nFederal para apreciar e julgar a demanda. Vejamos:\nAGRAVO DE INSTRUMENTO \u2013 227004 \u2013 PROCESSO N\u00ba 201302010037964 \u2013 UF: RJ \u2013 \u00d3RG\u00c3O JULGADOR: OITAVA TURMA ESPECIALIZADA: DATA DA DECIS\u00c3O: 30/10/2013 \u2013 DOCUMENTO: TRF \u2013 200284360 \u2013 FONTE: E-DJF2R \u2013 DATA: 18/11/2013 \u2013 EMENTA: PROCESSUAL CIVIL - AGRAVO DE INSTRUMENTO - A\u00c7\u00c3O DE REINTEGRA\u00c7\u00c3O DE POSSE AJUIZADA POR CONCESSION\u00c1RIA DA ANTT - COMPET\u00caNCIA DA JUSTI\u00c7A FEDERAL - ARTIGO 109. I, DA CRFB - AGRAVO DE INSTRUMENTO A QUE SE D\u00c1 PROVIMENTO. 1 - A\u00e7\u00e3o de reintegra\u00e7\u00e3o de Posse objetivando cessar as ocupa\u00e7\u00f5es irregulares em \u00e1rea da faixa de dom\u00ednio da BR-393. Requerida a cita\u00e7\u00e3o da ANTT para integrar o p\u00f3lo ativo na qualidade de assistente litisconsorcial. 2 - A autarquia rodovi\u00e1ria possui ineg\u00e1vel interesse jur\u00eddico no feito, conforme disposto na Lei n\u00ba 10.233/01. 3 - Ante a compet\u00eancia da ANTT para fiscalizar o cumprimento das condi\u00e7\u00f5es contratuais, dentre as quais, \"zelar pela integridade dos bens vinculados \u00e0 Concess\u00e3o\"(item 16.5, \"h\") e \"adotar todas as provid\u00eancias necess\u00e1rias, inclusive judiciais, \u00e0 garantia do patrim\u00f4nio das Rodovias que comp\u00f5em o Lote Rodovi\u00e1rio, inclusive as faixas de dom\u00ednio e seus acessos\" (item 16.6, \"e\"), ineg\u00e1vel seu interesse jur\u00eddico em intervir no processo, o que, nos termos do art. 109, I, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal, atrai a compet\u00eancia para processar e julgar o feito para a Justi\u00e7a Federal. 4 - Precedentes: AG 201302010038490, TRF2, S\u00e9tima Turma Especializada, Relator Des. Fed. LUIZ PAULO DA SILVA ARAUJO FILHO; j. 22/05/2013; EDJF2R 03/06/2013; AG 201302010037678; TRF2, S\u00e9tima Turma Especializada, Relator Des. Fed. JOSE ANTONIO NEIVA; j 29/05/2013; E-DJF2R 10/06/2013. 5 - DADO PROVIMENTO ao\nluiz.bartholomeu@adv.oabsp.org.br Tel./Fax: 55 11 98524 4184 4\n\n\fBARTHOLOMEU\nADVOGADOS ASSOCIADOS\nAgravo de Instrumento. Relator: Ju\u00edza Federal Convocada SIMONE SCHREIBER.\nPROCESSUAL CIVIL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. OCUPA\u00c7\u00d5ES IRREGULARES. FAIXA DE DOM\u00cdNIO. RODOVIA FEDERAL. ANTT. INTERESSE JUR\u00cdDICO CARACTERIZADO. COMPET\u00caNCIA DA JUSTI\u00c7A FEDERAL. (...) 2. Nas hip\u00f3teses como a dos presentes autos, a jurisprud\u00eancia desta Corte tem se manifestado no sentido da presen\u00e7a de inequ\u00edvoco interesse p\u00fablico, ensejando o interesse processual da ANTT, diante do disposto nos artigos 20, II, 24, VIII e 26, VII, todos da Lei n\u00ba 10.233/01. Precedentes desta Corte. 3. Diante da compet\u00eancia da ANTT para fiscalizar o cumprimento das condi\u00e7\u00f5es contratuais, dentre as quais, \"zelar pela integridade dos bens vinculados \u00e0 Concess\u00e3o\" (item 16.5, h) e \"adotar todas as provid\u00eancias necess\u00e1rias, inclusive judiciais, \u00e0 garantia do patrim\u00f4nio das Rodovias que comp\u00f5em o Lote Rodovi\u00e1rio, inclusive as faixas de dom\u00ednio e seus acessos\" (item 16.6, e), ineg\u00e1vel seu interesse jur\u00eddico em intervir no processo, o que, nos termos do art. 109, I, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal, atrai a compet\u00eancia para processar e julgar o feito para a Justi\u00e7a Federal. (...) (TRF-2 AG: 201302010037678, Relator: Desembargador Federal JOSE ANTONIO LISBOA NEIVA, Data de Julgamento: 29/05/2013, S\u00c9TIMA TURMA ESPECIALIZADA).\nAssim, pelo acima exposto, conclui-se pela compet\u00eancia funcional da Justi\u00e7a Federal para conhecer e julgar a presente demanda.\nI \u2013 DOS FATOS\nA autora \u00e9 detentora da concess\u00e3o da Rodovia Federal BR116/376/PR e 101/SC \u2013 TRECHO COMPREENDIDO ENTRE CURITIBA - FLORIAN\u00d3POLIS, que lhe foi adjudicado mediante o Contrato firmado com a UNI\u00c3O FEDERAL por interm\u00e9dio da AG\u00caNCIA NACIONAL DE TRANSPORTES TERRESTRES - ANTT (doc. anexo), sendo certo que cumpre, fiel e adequadamente, todas as obriga\u00e7\u00f5es impostas no Contrato de Concess\u00e3o, com zelo pela continuidade, efic\u00e1cia, atualidade e seguran\u00e7a dos servi\u00e7os e pela preserva\u00e7\u00e3o da faixa de dom\u00ednio, que inclui seus acessos e \u00e1rea \u201cnon\nluiz.bartholomeu@adv.oabsp.org.br Tel./Fax: 55 11 98524 4184 5\n\n\fBARTHOLOMEU\nADVOGADOS ASSOCIADOS\naedificandi\u201d da rodovia e \u00e1reas concedidas, com presta\u00e7\u00e3o de servi\u00e7o adequado, nos termos da Legisla\u00e7\u00e3o aplic\u00e1vel.\n\u00c9 incumb\u00eancia da Concession\u00e1ria, ora Autora, zelar pelos bens que integram o patrim\u00f4nio concedido, com o fito de zelar pela rodovia e cumprir com as demais obriga\u00e7\u00f5es decorrentes do contrato de concess\u00e3o.\nAssim, em estrito cumprimento \u00e0s obriga\u00e7\u00f5es veiculadas pelo Edital de Licita\u00e7\u00e3o e Contrato de Concess\u00e3o, a Concession\u00e1ria em constantes inspe\u00e7\u00f5es realizadas em seu trecho concedido da BR-101/SC, verificou a ocupa\u00e7\u00e3o praticada irregularmente pelo R\u00e9u.\nCom efeito, foi constatado que o R\u00e9u utiliza a \u201cfaixa de dom\u00ednio e \u00e1rea n\u00e3o edificante\u201d, mais especificamente a \u00e1rea localizada no Km 163+953m, Pista Sul da BR-101/SC, Munic\u00edpio de Tijucas, Estado de Santa Catarina, conforme coordenadas e dados cadastrais ora anexado (doc. anexo). A exist\u00eancia de ocupa\u00e7\u00e3o irregular, inclusive, pode ser comprovada por meio das fotos e mapa/desenho anexos devidamente detalhados e individualizados (docs. anexos), que, por si s\u00f3 j\u00e1 denotam o esbulho sofrido, onde detectou-se as seguintes irregularidades, devidamente comprovadas:\n1) Ocupa\u00e7\u00e3o irregular da Faixa de Dom\u00ednio, devido a constru\u00e7\u00e3o de edifica\u00e7\u00e3o;\n2) Ocupa\u00e7\u00e3o irregular da \u201c\u00e1rea non aedificandi\u201d, devido a constru\u00e7\u00e3o de edifica\u00e7\u00e3o em alvenaria, CONTRARIANDO AS NORMAS T\u00c9CNICAS PERTINENTES E O ART. 4\u00ba, INCISO III, DA LEI N\u00ba 6.766/79;\n3) Utiliza\u00e7\u00e3o de acesso irregular \u00e0s margens da Rodovia.\nluiz.bartholomeu@adv.oabsp.org.br Tel./Fax: 55 11 98524 4184 6\n\n\fBARTHOLOMEU\nADVOGADOS ASSOCIADOS\nDiante da constata\u00e7\u00e3o da ocupa\u00e7\u00e3o irregular perpetrada pelo R\u00e9u, a Autora, imediatamente, lhe endere\u00e7ou Notifica\u00e7\u00e3o Extrajudicial (doc. anexo), com determina\u00e7\u00e3o de desocupa\u00e7\u00e3o da \u00e1rea supramencionada, concedendo-lhe prazo devidamente registrado, sob pena de serem adotadas as provid\u00eancias cab\u00edveis. Mesmo ciente da irregularidade da ocupa\u00e7\u00e3o, o R\u00e9u quedou-se inerte frente a todas advert\u00eancias, n\u00e3o tendo desocupado a \u00e1rea at\u00e9 o presente momento.\nAssim, diante da negativa em desocupar o local, outra n\u00e3o \u00e9 a sa\u00edda sen\u00e3o a propositura da presente, a fim de garantir a integralidade dos bens concedidos (faixa de dom\u00ednio, acessos e \u00e1rea \u201cnon aedificandi\u201d), que, sem sombras de d\u00favidas, abrangem a \u00e1rea ocupada - irregularmente - pelo R\u00e9u.\nII \u2013 DO M\u00c9RITO\n1 \u2013 Dos pressupostos condicionais da a\u00e7\u00e3o \u2013 Legitimidade e Interesse de Agir\nComo aqui j\u00e1 dito, a Autora \u00e9 concession\u00e1ria de Servi\u00e7os P\u00fablicos e atua por Delega\u00e7\u00e3o da Uni\u00e3o Federal, por meio da Ag\u00eancia Nacional de Transportes Terrestres - ANTT, conforme Contrato de Concess\u00e3o em anexo (doc. anexo).\nSuas atividades est\u00e3o voltadas \u00e0 recupera\u00e7\u00e3o, refor\u00e7o, monitora\u00e7\u00e3o, melhoramento, manuten\u00e7\u00e3o, conserva\u00e7\u00e3o e explora\u00e7\u00e3o da Rodovia Federal BR-101, TRECHO COMPREENDIDO ENTRE CURITIBA - FLORIAN\u00d3POLIS mediante a cobran\u00e7a de tarifa de ped\u00e1gio.\nluiz.bartholomeu@adv.oabsp.org.br Tel./Fax: 55 11 98524 4184 7\n\n\fBARTHOLOMEU\nADVOGADOS ASSOCIADOS\nO Contrato de Concess\u00e3o firmado com o Poder P\u00fablico disp\u00f5e, claramente, sobre o patrim\u00f4nio integrado pela concess\u00e3o, sendo ele, al\u00e9m da Rodovia, os acessos, instala\u00e7\u00f5es, edifica\u00e7\u00f5es e \u00e1reas de servi\u00e7o.\nCAP\u00cdTULO III BENS DA CONCESS\u00c3O Bens Vinculados \u00e0 Concess\u00e3o 3.1 Integram a Concess\u00e3o os trechos de Rodovia que comp\u00f5e o Lote Rodovi\u00e1rio, compreendendo seus acessos, nos termos regulamentados pela ANTT, faixas de dom\u00ednio, edifica\u00e7\u00f5es e terrenos destinados \u00e0s atividades a elas vinculadas e, portanto, pertencentes \u00e0 Uni\u00e3o na condi\u00e7\u00e3o de bens p\u00fablicos de uso comum. .................. 3.5 Os bens vinculados \u00e0 Concess\u00e3o transferidos \u00e0 Concession\u00e1ria dever\u00e3o ser recuperados, conservados, operados e mantidos em condi\u00e7\u00f5es normais de uso, de forma que, quando devolvidos \u00e0 Uni\u00e3o, se encontrem em perfeito estado de conserva\u00e7\u00e3o.\nAdemais, o contrato de concess\u00e3o, tamb\u00e9m, delimita e determina as obriga\u00e7\u00f5es atribu\u00eddas \u00e0 Concession\u00e1ria e, dentre elas, estabelece como dever da Autora, zelar pela integralidade dos bens vinculados \u00e0 concess\u00e3o, bem como propor as medidas judiciais cab\u00edveis para resguard\u00e1-los:\n7.9. \u00c9 responsabilidade da Concession\u00e1ria manter a integridade da faixa de dom\u00ednio da Rodovia, inclusive adotando as providencias necess\u00e1rias a sua desocupa\u00e7\u00e3o se e quando invadida por terceiros.\nluiz.bartholomeu@adv.oabsp.org.br Tel./Fax: 55 11 98524 4184 8\n\n\fBARTHOLOMEU\nADVOGADOS ASSOCIADOS\nPor derradeiro, n\u00e3o h\u00e1 demasia em observar que a \u00e1rea invadida pelo R\u00e9u, est\u00e1 situada dentro da \u201cfaixa de dom\u00ednio e \u00e1rea n\u00e3o edificante\u201d da Rodovia BR-101/SC, e, portanto, est\u00e1 sob administra\u00e7\u00e3o da Autora. Desta forma, conclui-se que a Autora \u00e9 parte leg\u00edtima para ajuizar a demanda reintegrat\u00f3ria com vistas \u00e0 cessa\u00e7\u00e3o do esbulho da \u00e1rea perpetrado pelo R\u00e9u, conforme interpreta\u00e7\u00e3o dada ao artigo 1.210 do C\u00f3digo Civil combinado com o artigo 926 do C\u00f3digo de Processo Civil:\n\u201cArt. 1210, do C\u00f3digo Civil - O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turba\u00e7\u00e3o, restitu\u00eddo no de esbulho, e segurado de viol\u00eancia iminente, se tiver justo receio de ser molestado.\u201d (grifamos)\n\u201cArt. 926, do C\u00f3digo de Processo Civil \u2013 O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turba\u00e7\u00e3o e reintegrado no de esbulho.\u201d (grifamos)\nNeste tocante cabe ressaltar que a Lei 8.987/95 (Lei de Concess\u00f5es), em seu art. 6\u00ba, determina:\n\u201cArt. 6\u00ba - Toda concess\u00e3o ou permiss\u00e3o pressup\u00f5e a presta\u00e7\u00e3o de servi\u00e7o adequado ao pleno atendimento dos usu\u00e1rios, conforme estabelecido nesta Lei, nas normas pertinentes e no respectivo contrato.\n\u00a7 1\u00ba Servi\u00e7o adequado \u00e9 o que satisfaz as condi\u00e7\u00f5es de regularidade, continuidade, efici\u00eancia, seguran\u00e7a, atualidade, generalidade, cortesia na sua presta\u00e7\u00e3o e modicidade das tarifas.(...)\u201d (grifamos)\nluiz.bartholomeu@adv.oabsp.org.br Tel./Fax: 55 11 98524 4184 9\n\n\fBARTHOLOMEU\nADVOGADOS ASSOCIADOS\nDestarte, fica evidente que a Concession\u00e1ria tem por obriga\u00e7\u00e3o zelar pela integralidade dos bens integrantes da concess\u00e3o, para possibilitar o cumprimento de correlata obriga\u00e7\u00e3o, qual seja, preservar a seguran\u00e7a dos usu\u00e1rios da Rodovia, o que, em \u00faltima an\u00e1lise, significa a preserva\u00e7\u00e3o do interesse p\u00fablico, patentemente envolvido no caso em tela.\nNestes termos \u00e9 que o presente pedido de reintegra\u00e7\u00e3o de posse tem raz\u00e3o (i) na obrigatoriedade da Concession\u00e1ria em tomar as medidas judiciais cab\u00edveis na prote\u00e7\u00e3o da totalidade dos bens integrantes da concess\u00e3o, tendo a legitimidade para figurar no polo ativo desta lide; e, (ii) e na liquidez e certeza em rela\u00e7\u00e3o ao esbulho da \u00e1rea de dom\u00ednio p\u00fablico, afeta \u00e0 concess\u00e3o, motivo pelo qual se faz necess\u00e1ria a reintegra\u00e7\u00e3o da posse em nome da Concession\u00e1ria.\n2 \u2013 Do efetivo esbulho possess\u00f3rio.\nComo cedi\u00e7o, o artigo 927 do C\u00f3digo de Processo Civil, estabelece que \u201ccabe ao Autor provar (i) a sua posse; (ii) a data da turba\u00e7\u00e3o ou do esbulho; (iii) a perda da posse, na a\u00e7\u00e3o de reintegra\u00e7\u00e3o\u201d.\nEm estrito cumprimento ao quanto estipulado pelo Legislador, a Autora passar\u00e1 a demonstrar o preenchimento dos requisitos objetivos enumerados no artigo de Lei acima mencionado. Vejamos:\n2.1 \u2013 Da posse da Concession\u00e1ria\nConforme exposto alhures, por for\u00e7a do artigo 3.1., Cap\u00edtulo III, do Contrato de Concess\u00e3o, referida \u00e1rea, por fazer parte da faixa de dom\u00ednio da Rodovia\nluiz.bartholomeu@adv.oabsp.org.br Tel./Fax: 55 11 98524 4184 10\n\n\fBARTHOLOMEU\nADVOGADOS ASSOCIADOS\nBR-101/SC, integra os bens concedidos, ou seja, a administra\u00e7\u00e3o, a manuten\u00e7\u00e3o e conserva\u00e7\u00e3o da mesma incumbem \u00e0 Concession\u00e1ria.\nDito isso, resta demonstrado, n\u00e3o s\u00f3 a posse efetiva da \u00e1rea, mas, tamb\u00e9m, a necessidade veemente de desocupa\u00e7\u00e3o do local.\nNa justa medida dessas observa\u00e7\u00f5es, evidente, pois, que a Autora \u00e9 possuidora legal da \u00e1rea ilegalmente invadida pelo R\u00e9u e, via de consequ\u00eancia, resta devidamente preenchido o requisito constante no inciso I, do artigo 927 do C\u00f3digo de Processo Civil.\n2.2 \u2013 Da constata\u00e7\u00e3o do esbulho e da efetiva perda da posse.\nNo tocante a data do esbulho possess\u00f3rio sofrido pela Concession\u00e1ria-Autora, imperioso trazer a baila a narrativa f\u00e1tica aqui j\u00e1 exposta, que demonstrou que a Autora, ao realizar inspe\u00e7\u00e3o na Rodovia, verificou a exist\u00eancia de ocupa\u00e7\u00e3o irregular exercida pelo R\u00e9u conforme acima exposto.\nA Autora, atrav\u00e9s de Notifica\u00e7\u00e3o Extrajudicial enviada ao R\u00e9u (doc. anexo), informou sobre a irregularidade da ocupa\u00e7\u00e3o e solicitou a desocupa\u00e7\u00e3o da \u00e1rea. Todavia, o R\u00e9u ignorou a solicita\u00e7\u00e3o formalizada e n\u00e3o desocupou a \u00e1rea at\u00e9 o presente momento, motivo pelo qual n\u00e3o restou alternativa, sen\u00e3o a propositura da presente demanda como medida indispens\u00e1vel para assegurar: (i) a posse da \u00e1rea; (ii) continuidade do servi\u00e7o prestado, com a manuten\u00e7\u00e3o da integridade dos bens vinculados \u00e0 Concess\u00e3o; e (iii) o interesse p\u00fablico consubstanciado na preserva\u00e7\u00e3o da fluidez do tr\u00e1fego e - principalmente - na seguran\u00e7a de seus usu\u00e1rios e lindeiros.\nVale ainda consignar que os bens p\u00fablicos, definidos pela mais abalizada Doutrina como \u201ctodos os bens que pertencem \u00e0s pessoas jur\u00eddicas de Direito\nluiz.bartholomeu@adv.oabsp.org.br Tel./Fax: 55 11 98524 4184 11\n\n\fBARTHOLOMEU\nADVOGADOS ASSOCIADOS\nP\u00fablico...bem como os que, embora n\u00e3o pertencentes a tais pessoas, estejam afetados \u00e0 presta\u00e7\u00e3o de um servi\u00e7o p\u00fablico1\u201d, n\u00e3o podem ser objeto de desfrute pelo particular, vez que para a legalidade da posse em \u00e1rea p\u00fablica, imprescind\u00edvel a expressa e formal\nconcess\u00e3o do poder p\u00fablico, em obedi\u00eancia ao ordenamento jur\u00eddico pertinente e assim previsto em leis que regem a mat\u00e9ria.\nNo caso em concreto, como dito, n\u00e3o h\u00e1 e nunca houve qualquer autoriza\u00e7\u00e3o ou permiss\u00e3o de uso fornecida ao R\u00e9u, bem ao contr\u00e1rio disso, conforme demonstra a documenta\u00e7\u00e3o acostada, houve notifica\u00e7\u00e3o para determinar a desocupa\u00e7\u00e3o da \u00e1rea, a configurar de forma evidente A IRREGULARIDADE DA OCUPA\u00c7\u00c3O e, via de consequ\u00eancia, o esbulho possess\u00f3rio.\nNeste mesmo sentido, a Justi\u00e7a Federal do Estado de Minas Gerais, em caso an\u00e1logo envolvendo empresa do mesmo Grupo Econ\u00f4mico-Financeiro da autora teceu a seguinte decis\u00e3o dentre outras no mesmo sentido:\nPODER JUDICI\u00c1RIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA PRIMEIRA REGI\u00c3O SE\u00c7\u00c3O JUDICI\u00c1RIA DO ESTADO DE MINAS GERAIS Processo N\u00b0 0060228-65.2013.4.01.3800 - 14\u00aa VARA FEDERAL N\u00ba de registro e-CVD 00010.2014.00143800.1.00151/00136 DECIS\u00c3O Vistos etc.; 1.) Cuida-se de a\u00e7\u00e3o de reintegra\u00e7\u00e3o de posse c/c demoli\u00e7\u00e3o de constru\u00e7\u00e3o, com pedido liminar, intentada por Autopista Fern\u00e3o Dias S/A em face de Cust\u00f3dio de Andrade, via da qual busca recuperar \u00e1rea \u00e0s margens de rodovia federal e, bem ainda, demolir o que l\u00e1 se construiu. Em s\u00edntese, disse-se concession\u00e1ria da rodovia BR-381 \u2013 Trecho S\u00e3o Paulo/Belo Horizonte e no exerc\u00edcio de suas obriga\u00e7\u00f5es constatou a utiliza\u00e7\u00e3o irregular, pelo r\u00e9u, da faixa de dom\u00ednio da pista sul, especificamente a \u00e1rea localizada no km 544+820 m, no munic\u00edpio de Rio Manso. Afirmou ter promovido notifica\u00e7\u00e3o extrajudicial na esperan\u00e7a de resolver amigavelmente a quest\u00e3o, mas n\u00e3o obteve sucesso na medida.\n1 Celso Antonio Bandeira de Mello (Direito Administrativo brasileiro, 29.ed., S\u00e3o Paulo, Malheiros, 2004, p. 493)\nluiz.bartholomeu@adv.oabsp.org.br Tel./Fax: 55 11 98524 4184 12\n\n\fBARTHOLOMEU\nADVOGADOS ASSOCIADOS\nPediu liminar, defendendo estar presentes os requisitos do art. 927 do CPC, porquanto n\u00e3o autorizou ou permitiu o uso da \u00e1rea. Juntou procura\u00e7\u00e3o e documentos (fls. 19/98). Distribu\u00edda, inicialmente, para 2\u00aa Vara C\u00edvel da Comarca de Ita\u00fana, foi declinada a compet\u00eancia para o Ju\u00edzo C\u00edvel da Comarca de Bonfim/MG (fls. 100), que declinou para esta Se\u00e7\u00e3o Judici\u00e1ria por entender haver interesse da ANTT (fls. 103/104). Aqui chegando, determinou-se a intima\u00e7\u00e3o da Uni\u00e3o e da ANTT para dizerem de eventual interesse na lide (fls. .106), ao que a primeira respondeu negativamente (fls. 108v) e a \u00faltima positivamente (fls. 110/112). Relatados. Decido. Inicialmente, defiro o ingresso da ANTT na lide na condi\u00e7\u00e3o de assistente do autor. Anote-se. Consoante estabelece o art. 928 do CPC, estando a peti\u00e7\u00e3o inicial devidamente instru\u00edda, poder\u00e1 ser deferida medida liminar ao autor, sem a oitiva da parte r\u00e9, para ver-se reintegrado na posse do im\u00f3vel esbulhado. Analisando os autos, verifico que a requerente se desincumbiu de provar o seu direito. Trouxe para os autos a prova de ser detentora da concess\u00e3o da rodovia federal, BR-381, trecho S\u00e3o Paulo/Belo Horizonte, em raz\u00e3o de contrato firmado com a Uni\u00e3o por interm\u00e9dio da ANTT (fls. 39/95), comprovando deter sua posse direta, inclusive das faixas de dom\u00ednio (itens 2.10 e 3.1 do contrato de concess\u00e3o \u2013 fls. 48). Por outro lado, os fatos narrados na inicial e os documentos juntados, especificamente aquele visto \u00e0s fls. 96, evidenciam a constru\u00e7\u00e3o irregular na faixa de dom\u00ednio. Chama aten\u00e7\u00e3o a proximidade da pista de rolamento. N\u00e3o bastasse, a autora demonstrou que, por meio de notifica\u00e7\u00e3o extrajudicial (fls.97/98), buscou a reintegra\u00e7\u00e3o amig\u00e1vel, mas n\u00e3o obteve \u00eaxito. Portanto, comprovado o apossamento indevido pelo requerido e sua renit\u00eancia em permanecer no local sem a devida autoriza\u00e7\u00e3o, caracterizado est\u00e1 o esbulho possess\u00f3rio a ensejar a prote\u00e7\u00e3o assegurada ao leg\u00edtimo possuidor. Ademais, provado que restou que o im\u00f3vel em quest\u00e3o foi edificado em \u00e1rea p\u00fablica, \u00e9 caso de ser deferido, tamb\u00e9m, o pleito demolit\u00f3rio, pois a ningu\u00e9m \u00e9 dado o direito de usufruir, como pr\u00f3prio, de bem p\u00fablico, sem que para isso esteja devidamente autorizado, o que n\u00e3o houve in casu. Consigno, por fim, que, em se tratando de prote\u00e7\u00e3o possess\u00f3ria, n\u00e3o h\u00e1 espa\u00e7o para ordem de desocupa\u00e7\u00e3o sob pena de multa. Ou se defere a medida de reintegra\u00e7\u00e3o a ser cumprida por oficial de justi\u00e7a mediante mandado pr\u00f3prio, ou n\u00e3o. \u00c9 certo que o possuidor poder\u00e1 acatar o mandado voluntariamente, sem se sujeitar \u00e0 desocupa\u00e7\u00e3o compuls\u00f3ria, mas isso \u00e9 incidente do\nluiz.bartholomeu@adv.oabsp.org.br Tel./Fax: 55 11 98524 4184 13\n\n\fBARTHOLOMEU\nADVOGADOS ASSOCIADOS\ncumprimento. Sendo assim, com fundamento no caput do art. 928 do CPC, DEFIRO \u00e0 autora a liminar vindicada para se ver imediatamente reintegrada na posse da faixa de dom\u00ednio, localizada no KM 544+820m, pista sul da BR-381, Munic\u00edpio de Rio Manso/MG. Autorizo, ainda, a demoli\u00e7\u00e3o da constru\u00e7\u00e3o irregular, identificada no documento de fls. 96, cujos custos decorrentes, desde que comprovados, dever\u00e3o ser suportados pelo r\u00e9u na fase de execu\u00e7\u00e3o. Expe\u00e7a-se mandado de reintegra\u00e7\u00e3o de posse e de demoli\u00e7\u00e3o da constru\u00e7\u00e3o, para que todo este procedimento seja acompanhado por oficial de justi\u00e7a, que fica, desde j\u00e1, autorizado a requisitar o aux\u00edlio de for\u00e7a policial, acaso necess\u00e1rio. 2) Cite-se, nos termos do art. 930 do CPC. P.I. B. Hte., 23 de janeiro de 2014. EVALDO DE OLIVEIRA FERNANDES, filho Juiz Federal \u2013 14\u00aa Vara/SJMG\nE o Tribunal Regional Federal da 2\u00aa Regi\u00e3o, tem sedimentado as seguintes decis\u00f5es:\nAPELA\u00c7\u00c3O C\u00cdVEL \u2013 423299 \u2013 PROCESSO 199950010014096 \u2013 UF RJ \u2013 \u00d3RG\u00c3O JULGADOR: OITAVA TURMA ESPECIALIZADA \u2013 DATA DA DECIS\u00c3O: 21/07/2009 \u2013 DOCUMENTO: TRF \u2013 200211210 \u2013 FONTE: DJU \u2013 DATA 28/07/2009 \u2013 P\u00c1GINA 159 \u2013 EMENTA: ADMINISTRATIVO \u2013 REINTEGRA\u00c7\u00c3O DE POSSE \u2013 FAIXA DE DOM\u00cdNIO DE RODOVIA FEDERAL. 1. Cuida-se de A\u00e7\u00e3o Possess\u00f3ria, com pedido liminar, em feito que objetiva a reintegra\u00e7\u00e3o na posse de im\u00f3vel versado na inicial, sob alega\u00e7\u00e3o de ser FAIXA DE DOM\u00cdNIO FEDERAL, por se tratar de FAIXA RODOVI\u00c1RIA FEDERAL. 2. A posse da Autarquia est\u00e1 comprovada pela exist\u00eancia da Rodovia Federal, que, por for\u00e7a de lei, tem garantida a prote\u00e7\u00e3o de faixa de dom\u00ednio. 3. \"\u00c9 cab\u00edvel a a\u00e7\u00e3o de reintegra\u00e7\u00e3o de posse relativamente a faixa de dom\u00ednio de rodovia federal ocupada por terceiro, tendo em vista que, declarada de utilidade p\u00fablica para fins de desapropria\u00e7\u00e3o e afeta\u00e7\u00e3o rodovi\u00e1ria, passa a constituir-se bem de uso comum do povo (CC/1916, art. 66, I), cujo dom\u00ednio foi transferido \u00e0 autarquia federal ent\u00e3o respons\u00e1vel pelas rodovias federais (DNER).\" (TRF 1\u00aa Regi\u00e3o - AC 199941000031580, 6\u00aa Turma, Des. Fed. DANIEL PAES RIBEIRO, DJU 04/04/2005, p\u00e1g. 23) 4. Negado provimento ao recurso. Relator: Desembargador Federal RALD\u00caNIO BONIFACIO COSTA\nluiz.bartholomeu@adv.oabsp.org.br Tel./Fax: 55 11 98524 4184 14\n\n\fBARTHOLOMEU\nADVOGADOS ASSOCIADOS\nAPELA\u00c7\u00c3O C\u00cdVEL 461651 \u2013 PROCESSO N\u00ba 200350010001277 \u2013 UF RJ \u2013 \u00d3RG\u00c3O JULGADOR: QUINTA TURMA ESPECIALIZADA \u2013 DATA DA DECIS\u00c3O: 19/11/2013 \u2013 DOCUMENTO: TRF \u2013 200285449 \u2013 FONTE: E-DJF2R \u2013 DATA: 04/12/2013 \u2013 EMENTA: DIREITO CIVIL E ADMINISTRATIVO. A\u00c7\u00c3O DE REINTEGRA\u00c7\u00c3O. DEMOLI\u00c7\u00c3O. RODOVIA. CONSTRU\u00c7\u00c3O E OCUPA\u00c7\u00c3O NA FAIXA DE DOM\u00cdNIO FEDERAL. PROVA PERICIAL N\u00c3O REQUERIDA. PRECLUS\u00c3O. LIMITA\u00c7\u00c3O ADMINISTRATIVA. APELA\u00c7\u00c3O DESPROVIDA. 1. Tratase de A\u00e7\u00e3o interposta pelo Departamento Nacional de InfraEstrutura de Transportes - DNIT visando \u00e0 restitui\u00e7\u00e3o na posse de im\u00f3vel descrito na inicial, bem como a demoli\u00e7\u00e3o de constru\u00e7\u00e3o (cerca) realizada indevidamente dentro de faixa de dom\u00ednio do Km 343+300m da rodovia BR 101/ES, Munic\u00edpio de Guarapari/ES. 2. O Apelante, quando intimado a se manifestar acerca do interesse na produ\u00e7\u00e3o de provas, quedou-se inerte, nada requerendo. Assim, n\u00e3o h\u00e1 que se falar, em sede de Apela\u00e7\u00e3o, em necessidade de produ\u00e7\u00e3o de prova pericial e nem sequer em cerceamento de defesa, estando preclusas tais quest\u00f5es. Ainda, tamb\u00e9m nada impugnou quanto \u00e0 medi\u00e7\u00e3o apresentada pelo DNIT, tendo limitado-se a alegar que a constru\u00e7\u00e3o da cerca havia sido realizada bem antes da rodovia. 3. A prova acarreada aos autos demonstra de forma satisfat\u00f3ria que o im\u00f3vel e a constru\u00e7\u00e3o em discuss\u00e3o situam-se, de fato, dentro de faixa de dom\u00ednio da referida rodovia. 4. As faixas de dom\u00ednio s\u00e3o uma extens\u00e3o de seguran\u00e7a, reservadas para proteger tanto os que nas rodovias circulam quanto os pedestres, sendo incab\u00edvel a realiza\u00e7\u00e3o de qualquer ocupa\u00e7\u00e3o ou constru\u00e7\u00e3o nessas. 5. Tal \u00e1rea \u00e9 bem da Uni\u00e3o afetado ao uso comum do povo e insuscet\u00edvel de usucapi\u00e3o, nos termos do art. 99, I, do C\u00f3digo Civil e 183, \u00a73\u00ba, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal. 6. Estando o im\u00f3vel e a edifica\u00e7\u00e3o dentro da faixa de dom\u00ednio, conforme restou devidamente comprovado, \u00e9 de rigor a desocupa\u00e7\u00e3o e a demoli\u00e7\u00e3o do muro, porquanto patente a ilegalidade da ocupa\u00e7\u00e3o e constru\u00e7\u00e3o e o perigo iminente a que est\u00e3o expostos tanto o Apelante quanto os usu\u00e1rios da rodovia. Precedentes. 7. Apela\u00e7\u00e3o desprovida. Relator: Desembargador Federal GUILHERME DIEFENTHAELER.\nAssim, resta demonstrado o preenchimento de todos os\nrequisitos imprescind\u00edveis para propositura da presente demanda, a uma, porque ficou\ncabalmente comprovada, atrav\u00e9s dos documentos ora colacionados, a posse da\nConcession\u00e1ria, a duas, porque mesmo ao tentar de forma extrajudicial a desocupa\u00e7\u00e3o luiz.bartholomeu@adv.oabsp.org.br Tel./Fax: 55 11 98524 4184 15\n\n\fBARTHOLOMEU\nADVOGADOS ASSOCIADOS\ndo local, o R\u00e9u quedou-se inerte e, assim, demonstrou que pretende manter a condi\u00e7\u00e3o de esbulhadora de bem p\u00fablico, qual seja, \u00e1rea pertencente \u00e0 faixa de dom\u00ednio p\u00fablico da Rodovia Federal BR-101/SC, sob concess\u00e3o da Concession\u00e1ria, ora Autora.\nIII \u2013 DO PEDIDO LIMINAR\nEst\u00e3o presentes os requisitos para a concess\u00e3o de medida liminar reintegrat\u00f3ria nesta demanda, uma vez que se verifica a exist\u00eancia do fumus boni iuris e do periculum in mora.\nConsubstancia-se o fumus boni iuris na demonstra\u00e7\u00e3o inequ\u00edvoca de que a Autora deve ser reintegrada na posse do bem em quest\u00e3o, pois a \u00e1rea ocupada ilegal e indevidamente pelo R\u00e9u, em conson\u00e2ncia com o pr\u00e9-citado artigo 1.210 do C\u00f3digo Civil, faz parte do patrim\u00f4nio p\u00fablico, qual seja: a faixa de dom\u00ednio da Rodovia BR-101/SC.\nDo mesmo modo, o periculum in mora tamb\u00e9m est\u00e1 presente no caso em tela, vez que a \u00e1rea ocupada irregularmente pelo R\u00e9u integra a faixa de dom\u00ednio p\u00fablico da Rodovia acarretando inclusive s\u00e9rios problemas de seguran\u00e7a e fluidez do tr\u00e1fego aos usu\u00e1rios que ali trafegam.\nVerifica-se, pois, que o interesse p\u00fablico no caso \u00e9 patente, com o fito de garantir a manuten\u00e7\u00e3o da integridade dos bens vinculados \u00e0 Concess\u00e3o, bem como a SEGURAN\u00c7A e FLUIDEZ do tr\u00e1fego, sendo assim, NECESS\u00c1RIO QUE A \u00c1REA IRREGULARMENTE OCUPADA ESTEJA LIVRE DE PESSOAS E BENS.\nEm outras palavras, \u00e9 veemente a necessidade de retirada do R\u00e9u do local, no sentido de que o interesse p\u00fablico deve sobrepujar-se ao interesse privado (ocupa\u00e7\u00e3o irregular).\nluiz.bartholomeu@adv.oabsp.org.br Tel./Fax: 55 11 98524 4184 16\n\n\fBARTHOLOMEU\nADVOGADOS ASSOCIADOS\n\nTal realidade \u00e9 constatada segundo o princ\u00edpio da supremacia do interesse p\u00fablico ou finalidade p\u00fablica, que implica em sua indisponibilidade. \u00c9 o interesse do todo social, da comunidade considerada por inteiro. Nesse sentido \u00e9 a li\u00e7\u00e3o de Pl\u00e1cido e Silva (Vocabul\u00e1rio Jur\u00eddico, 10a. ed., Rio de Janeiro, Forense, v. 2, p. 498): \u201cAo contr\u00e1rio do particular, \u00e9 o que se assenta em fato ou direito de proveito coletivo ou geral. Est\u00e1, pois, adstrito a todos os fatos ou a todas as coisas que se entendam de benef\u00edcio comum ou para proveito geral, ou que se imponham para uma necessidade coletiva\u201d.\n\nImp\u00f5e esclarecer que a posse do esbulhador \u00e9 injusta, vez que se revestiu de clandestinidade, ou seja, estabeleceu-se \u00e0s ocultas daquele que tem interesse em conhec\u00ea-la, conforme interpreta\u00e7\u00e3o contr\u00e1rio \u201csensu\u201d do art. 1200 do C\u00f3digo Civil:\n\n\u201cArt. 1200 \u2013 \u00c9 justa a posse que n\u00e3o for violenta, clandestina ou prec\u00e1ria.\u201d\n\nJusti\u00e7a:\n\nNesta linha de racioc\u00ednio est\u00e1 o ac\u00f3rd\u00e3o do Superior Tribunal de\n\n\u201cConstru\u00e7\u00e3o em logradouros p\u00fablicos. Clandestinidade. No presente caso, tem-se como clandestinidade a constru\u00e7\u00e3o, a qual est\u00e1 inteiramente em logradouro p\u00fablico, al\u00e9m do fato de que a sua demoli\u00e7\u00e3o n\u00e3o vai trazer nenhum benef\u00edcio direto ou indireto para o Munic\u00edpio que caracterize o enriquecimento, muito pelo contr\u00e1rio, j\u00e1 que se est\u00e1 em discuss\u00e3o \u00e9 a desocupa\u00e7\u00e3o de im\u00f3vel p\u00fablico de uso comum que, por tal natureza, al\u00e9m de inalien\u00e1vel, interessa a toda coletividade (STJ,\nluiz.bartholomeu@adv.oabsp.org.br Tel./Fax: 55 11 98524 4184 17\n\n\fBARTHOLOMEU\nADVOGADOS ASSOCIADOS\n1.\u00ba T, Resp 245758-PE, rel. Min. Jos\u00e9 Delgado, v.u., j. 11.4.2000, DJU 51.5.2000, p. 144). (grifos originais)\n\nOutrossim, mesmo que se considere velha a posse em quest\u00e3o, outra n\u00e3o \u00e9 a conclus\u00e3o sen\u00e3o pela concess\u00e3o da medida liminar, isso porque, trata-se de bem p\u00fablico, que goza de tal benef\u00edcio.\n\njurisprud\u00eancia:\n\nNessa linha de racioc\u00ednio, \u00e9 o entendimento sedimentado pela\n\n\u201c\u00c9 cab\u00edvel a liminar, ainda que a mol\u00e9stia \u00e0 posse tenha ocorrido h\u00e1 mais de ano e dia, se foi praticada por particular contra bem p\u00fablico de uso comum\u201d (Lex \u2013 JTA 147/145)\n\n\u201c1. Processo Civil. Liminar de a\u00e7\u00e3o de reintegra\u00e7\u00e3o de posse. Car\u00e1ter da medida: provis\u00f3ria 2. Concorrendo os requisitos de admissibilidade da medida, pode o juiz conced\u00ea-la, visando sobretudo o interesse p\u00fablico.\u201d (STF AI 89.252 AgR/SP Rel. Min. Alfredo Buzaid \u2013 DJ 01/11/82 p. 11092).\n\nFrente \u00e0s interpreta\u00e7\u00f5es dos Tribunais Superiores, verifica-se que \u00e9 irrelevante a dura\u00e7\u00e3o do esbulho, vez que a posse de bem p\u00fablico por particular n\u00e3o goza de prote\u00e7\u00e3o civil da lei. Dessa forma, pode a Concession\u00e1ria, a qualquer momento, reivindicar a \u00e1rea de quem indevidamente a possua.\n\nCaso Vossa Excel\u00eancia n\u00e3o entenda pelo cabimento da liminar,\nrequer ent\u00e3o a tutela antecipada com base no artigo 273 do Pergaminho Processual\nCivil, vez que a Autora comprova atrav\u00e9s de documentos ora acostados o esbulho\npossess\u00f3rio sofrido, convertendo o rito de especial para ordin\u00e1rio.\nluiz.bartholomeu@adv.oabsp.org.br Tel./Fax: 55 11 98524 4184 18\n\n\fBARTHOLOMEU\nADVOGADOS ASSOCIADOS\nNeste sentido, temos JUNIOR, NELSON NERY e NERY, ROSA MARIA DE ANDRADE, C\u00f3digo de Processo Civil Comentado, RT, 5\u00ba edi\u00e7\u00e3o, 22.02.2001, p\u00e1gs 732 e 733:\n\u201c(...) Havendo o esbulho sido perpetrado ha mais de ano e dia (for\u00e7a velha), caber\u00e1 a\u00e7\u00e3o possess\u00f3ria pelo rito comum (ordin\u00e1rio ou sum\u00e1rio). Nessa a\u00e7\u00e3o o Autor pode pedir a tutela antecipada com base na norma ora analisada, mas para obt\u00ea-la ter\u00e1 de comprovar a exist\u00eancia de sua posse, do esbulho ou turba\u00e7\u00e3o, bem como dos demais requisitos do CPC 273. (...)\u201d\nDesta feita, requer-se que Vossa Excel\u00eancia defira a medida liminar \u2018inaudita altera parte\u2019, para (i) reintegrar a Autora na posse da \u00e1rea indevidamente ocupada e, (ii) seja autorizada a demoli\u00e7\u00e3o de constru\u00e7\u00f5es e edifica\u00e7\u00f5es, em virtude de se cuidar de \u00e1rea de dom\u00ednio p\u00fablico.\nIV \u2013 DO PEDIDO\nPelo exposto, requer se digne Vossa Excel\u00eancia, primeiramente, em intimar a AG\u00caNCIA NACIONAL DE TRANSPORTES TERRESTRES \u2013 ANTT, para que a mesma se manifeste quanto ao seu interesse de ingressar na presente demanda como assistente da autora, para ent\u00e3o deferir a medida liminar retro arguida, em raz\u00e3o da comprova\u00e7\u00e3o e preenchimento inequ\u00edvoco dos requisitos exigidos em lei (art. 928 do C\u00f3digo de Processo Civil), para que a Autora seja reintegrada imediatamente na posse da \u00e1rea esbulhada, bem como seja autorizada a demolir as constru\u00e7\u00f5es irregulares.\nAdemais, requer, em caso de transgress\u00e3o da medida liminar eventualmente concedida, se digne Vossa Excel\u00eancia fixar multa di\u00e1ria em montante a\nluiz.bartholomeu@adv.oabsp.org.br Tel./Fax: 55 11 98524 4184 19\n\n\fBARTHOLOMEU\nADVOGADOS ASSOCIADOS\nser estipulado por este ju\u00edzo, tendo em vista a qualidade e relev\u00e2ncia do interesse p\u00fablico envolvido na presente demanda.\nPostula, ainda, o acolhimento dos argumentos supra elencados, para que Vossa Excel\u00eancia torne definitiva a decis\u00e3o liminar de reintegra\u00e7\u00e3o na posse, para, ao final, julgar procedente o pedido da presente a\u00e7\u00e3o, com condena\u00e7\u00e3o do R\u00e9u ao ressarcimento dos custos decorrentes do remanejamento das instala\u00e7\u00f5es que se encontram sobre o terreno invadido, al\u00e9m da condena\u00e7\u00e3o em custas e honor\u00e1rios advocat\u00edcios.\nRequer, outrossim, provar o alegado por todos os meios de prova em Direito admitidos, especialmente a realiza\u00e7\u00e3o de prova pericial, depoimento pessoal do R\u00e9u, prova testemunhal e juntada posterior de novos documentos.\nRequer: (i) a intima\u00e7\u00e3o da AG\u00caNCIA NACIONAL DE TRANSPORTES TERRESTRES \u2013 ANTT, para que a mesma manifeste seu interesse ou n\u00e3o na presente demanda; e (ii) a cita\u00e7\u00e3o do R\u00e9u para que fique ciente dos termos da presente a\u00e7\u00e3o e a conteste no prazo legal. A cita\u00e7\u00e3o do R\u00e9u poder\u00e1 ser viabilizada pela Autora, que neste ato se compromete a fornecer todos os meios necess\u00e1rios ao oficial de justi\u00e7a respons\u00e1vel pela dilig\u00eancia, dentre eles transporte at\u00e9 a referida edifica\u00e7\u00e3o para indic\u00e1-la de modo preciso.\nRequer-se ainda, caso haja necessidade, refor\u00e7o policial para o procedimento citat\u00f3rio e cumprimento da tutela requerida.\nPor fim, requer que as intima\u00e7\u00f5es e/ou notifica\u00e7\u00f5es direcionadas \u00e0 Autora sejam exclusivamente publicada em nome do advogado: LUIZ CARLOS BARTHOLOMEU, OAB/SP n\u00ba 176.938, sob pena de nulidade.\nluiz.bartholomeu@adv.oabsp.org.br Tel./Fax: 55 11 98524 4184 20\n\n\fBARTHOLOMEU\nADVOGADOS ASSOCIADOS\nD\u00e1-se \u00e0 causa o valor de R$ 1.000,00 (hum mil reais). Termos em que pede deferimento. Joinville, 28 de maio de 2015. LUIZ CARLOS BARTHOLOMEU OAB/SP n\u00ba. 176.938 OAB/SC n\u00ba 36.434-A\nluiz.bartholomeu@adv.oabsp.org.br Tel./Fax: 55 11 98524 4184 21\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 3 (Solon) - IdDocumentoCompleto: 5048091-62.2015.4.04.0000-41448643644251611030000000003", "text": "BARTHOLOMEU\nADVOGADOS ASSOCIADOS\nEXCELENT\u00cdSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) DESEMBARGADOR(A) PRESIDENTE DO EGR\u00c9GIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 4\u00aa REGI\u00c3O - ESTADO DE SANTA CATARINA.\nAGRAVO DE INSTRUMENTO COM PEDIDO DE ANTECIPA\u00c7\u00c3O DE TUTELA\nAUTOPISTA LITORAL SUL S.A., pessoa jur\u00eddica de direito privado, concession\u00e1ria de servi\u00e7o p\u00fablico, com sede na Av. Santos Dumont, 935, Bairro Santo Ant\u00f4nio, Munic\u00edpio de Joinville, Estado de Santa Catarina, CEP 89218-105, inscrita no CNPJ/MF n\u00ba 09.313.969/0001-97, por seus advogados que ao final subscrevem, vem, respeitosamente, \u00e0 presen\u00e7a de Vossa Excel\u00eancia, n\u00e3o se conformando com a r. decis\u00e3o proferida pelo MM. Ju\u00edzo da 2\u00aa Vara Federal da Subse\u00e7\u00e3o Judici\u00e1ria da Comarca de Itaja\u00ed, Estado de Santa Catarina, que determinou a autora que adeque o valor da causa ao valor do bem que deseja ver reintegrado e/ou demolido, nos autos da a\u00e7\u00e3o de reintegra\u00e7\u00e3o de posse que promove em face de CINIDES HORAS (processo n\u00ba 5007768-22.2015.404.7208) \u2013 nos termos dos artigos 522 e seguintes combinado com o 527, inciso III, bem como nas demais disposi\u00e7\u00f5es aplic\u00e1veis do C\u00f3digo de Processo Civil \u2013 vem dela interpor o presente recurso de AGRAVO DE INSTRUMENTO COM PEDIDO DE ANTECIPA\u00c7\u00c3O DE TUTELA, alicer\u00e7andose nas inclusas raz\u00f5es, a fim de que, recebidas e processadas, produzam os seus jur\u00eddicos efeitos.\nOutrossim \u2013 em atendimento ao inciso III, do artigo 524, do citado diploma legal \u2013 informa que os procuradores da Agravante s\u00e3o os advogados que esta subscrevem, Graziela Ortiz Talavera Guerra Th\u00e9venet (OAB/SC sob n\u00ba 17.490) e Luiz Carlos Bartholomeu (OAB/SP n\u00ba 176.938), com escrit\u00f3rio na Avenida Santos Dumont, 935, Bairro Santo Ant\u00f4nio, Munic\u00edpio de Joinville, Estado do Santa Catarina, CEP 89218-105, em nome do qual requer seja efetivada as intima\u00e7\u00f5es.\nluiz.bartholomeu@adv.oabsp.org.br Tel.: 55 11 98524 4184 P\u00e1gina 1 de 7\n\n\fBARTHOLOMEU\nADVOGADOS ASSOCIADOS\nNesta oportunidade, a agravante deixa de instruir a peti\u00e7\u00e3o de agravo de instrumento com os documentos elencados no artigo 525, I e II do CPC, apresentando, para tanto, as raz\u00f5es de agravo, nos termos do que prev\u00ea o artigo 43, \u00a71\u00ba da Resolu\u00e7\u00e3o, 17, de 26 de mar\u00e7o de 2010 que Regulamenta o processo judicial eletr\u00f4nico - e-Proc (nova vers\u00e3o) - no \u00e2mbito da Justi\u00e7a Federal da 4\u00aa Regi\u00e3o.\nPor fim, em aten\u00e7\u00e3o ao respectivo artigo, a autora informa que a decis\u00e3o agravada encontra-se no EVENTO 11.\nTermos em que, Pede deferimento. Joinville, 26 de novembro de 2015.\nLuiz Carlos Bartholomeu OAB/SP n\u00ba 176.938 OAB/SC n\u00ba 36.434-A\n\nluiz.bartholomeu@adv.oabsp.org.br Tel.: 55 11 98524 4184\n\nP\u00e1gina 2 de 7\n\n\fBARTHOLOMEU\nADVOGADOS ASSOCIADOS\nEgr\u00e9gio Tribunal Regional Federal da 4\u00aa Regi\u00e3o \u2013 Estado de Santa Catarina.\n\nRECURSO:\n\nAgravo de Instrumento\n\nPROCESSO de ORIGEM:\n\nn\u00ba 5007768-22.2015.404.7208 \u2013 2\u00aa Vara Federal de Itaja\u00ed/SC\n\nAGRAVANTE:\n\nAUTOPISTA LITORAL SUL S/A\n\nAGRAVADO:\n\nCINIDES HORAS\n\nRAZ\u00d5ES DE AGRAVO DE INSTRUMENTO COLENDO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL,\nEGR\u00c9GIA C\u00c2MARA, EM\u00c9RITOS DESEMBARGADORES!\n\nI - DOS FATOS\nA Agravante \u00e9 Concession\u00e1ria de Servi\u00e7o P\u00fablico detentora da concess\u00e3o da Rodovia Federal BR116/376/PR e 101/SC \u2013 TRECHO COMPREENDIDO ENTRE CURITIBA - FLORIAN\u00d3POLIS, que lhe foi adjudicada mediante o Contrato firmado com a Uni\u00e3o Federal, por interm\u00e9dio da Ag\u00eancia Nacional de Transportes Terrestres \u2013 ANTT.\nDentre as suas obriga\u00e7\u00f5es contratuais, est\u00e1 aquela de manter a integralidade da faixa de dom\u00ednio da rodovia e \u00e1rea n\u00e3o edificante, inclusive adotando as provid\u00eancias necess\u00e1rias quando invadida por terceiros.\n\nluiz.bartholomeu@adv.oabsp.org.br Tel.: 55 11 98524 4184\n\nP\u00e1gina 3 de 7\n\n\fBARTHOLOMEU\nADVOGADOS ASSOCIADOS\n\nPor tais raz\u00f5es, a agravante ajuizou perante a Comarca de Itaja\u00ed/SC, a\u00e7\u00e3o de reintegra\u00e7\u00e3o de posse com pedido liminar, com o escopo de ser reintegrada na \u00e1rea esbulhada, bem como seja autorizada a demolir as constru\u00e7\u00f5es irregulares de forma a preservar o bem p\u00fablico e principalmente \u2013 VIDAS HUMANAS.\nAcontece Douto Julgadores, que embora a agravante tenha atribu\u00eddo de forma correta o valor da causa, o nobre magistrado a quo, por algum equ\u00edvoco, n\u00e3o se atentou ao fato de que estamos diante de uma a\u00e7\u00e3o reintegrat\u00f3ria onde se busca a preserva\u00e7\u00e3o do bem p\u00fablico e determinou que adequasse o valor da causa antes atribu\u00eddo em R$ 1.000,00 (mil reais) para o valor do bem que deseja ver reintegrado e/ou demolido.\nAssim, deve a respeit\u00e1vel decis\u00e3o ser reformada, conforme restar\u00e1 demonstrado.\nEm resumo, os fatos.\nII \u2013 RAZ\u00d5ES DO PEDIDO DE REFORMA DA DECIS\u00c3O\nNobres Julgadores, a r. decis\u00e3o agravada n\u00e3o pode prevalecer, diante de sua flagrante antijuricidade, devendo ser integralmente reformada por esse Egr\u00e9gio Tribunal.\nInicialmente, insta salientar que tanto a faixa de dom\u00ednio, quanto a \u00e1rea n\u00e3o-edific\u00e1vel possuem natureza jur\u00eddica de limita\u00e7\u00f5es administrativas negativas, eis que implicam um dever de n\u00e3o-fazer aos administrados, consistente em n\u00e3o usar tais \u00e1reas em desobedi\u00eancia, nem autoriza\u00e7\u00f5es e nem \u00e0s restri\u00e7\u00f5es t\u00e9cnicas e operacionais estabelecidas pelo Poder P\u00fablico. 1\nAs faixas de dom\u00ednio s\u00e3o implantadas para garantir ao interesse p\u00fablico, todas as condi\u00e7\u00f5es de seguran\u00e7a e prote\u00e7\u00e3o do sistema rodovi\u00e1rio, pois tais \u00e1reas destinam-se ao eventual escape de ve\u00edculos em caso de acidente, bem como para tornar vi\u00e1vel poss\u00edvel obras visando o melhoramento, fluidez e seguran\u00e7a vi\u00e1ria, raz\u00e3o pela qual devem estar livres e desimpedidas da utiliza\u00e7\u00e3o de terceiros.\nLogo, constitui bem de dom\u00ednio p\u00fablico de uso comum, nos termos dos artigos 98 e 99, I do CCB, n\u00e3o podendo as mesmas serem alienadas e muito menos sujeitas \u00e0 usucapi\u00e3o, consoante artigos 100 e 102 do CCB e S\u00famula 340 do STF.\nPois bem.\n\n1 TRF-2 - AC: 200751150000836, Relator: Desembargadora Federal CARMEN SILVIA LIMA DE ARRUDA, Data de Julgamento: 26/08/2013, SEXTA TURMA ESPECIALIZADA, Data de Publica\u00e7\u00e3o: 02/09/2013)\n\nluiz.bartholomeu@adv.oabsp.org.br Tel.: 55 11 98524 4184\n\nP\u00e1gina 4 de 7\n\n\fBARTHOLOMEU\nADVOGADOS ASSOCIADOS\n\nData m\u00e1xima v\u00eania, a agravante entende que o valor atribu\u00eddo \u00e0 causa no montante de R$ 1.000,00 (mil reais) encontra-se devidamente amparado com as normas que regem a mat\u00e9ria, vez que n\u00e3o se busca na a\u00e7\u00e3o reintegrat\u00f3ria um benef\u00edcio econ\u00f4mico, e sim, a preserva\u00e7\u00e3o de bem p\u00fablico, pois o valor da causa que versa sobre o direito \u00e0 posse n\u00e3o pode ser equivalente ao valor do dom\u00ednio (reten\u00e7\u00e3o), objeto de valor econ\u00f4mico diverso.\n\nAssim, a coisa objeto de posse deve ser id\u00f4nea em rela\u00e7\u00e3o ao direito real sobre o qual recai o poder f\u00e1tico. O bem que n\u00e3o serve de objeto de determinado direito real n\u00e3o pode, com refer\u00eancia \u00e0quele direito, exteriorizar qualquer poder de fato.\n\nDesta forma, a \u00e1rea discutida nos autos da a\u00e7\u00e3o de origem, n\u00e3o pode ser objeto de posse, a t\u00edtulo de habita\u00e7\u00e3o como exemplo, portanto, o valor da causa n\u00e3o pode ser assim confundido, considerando que n\u00e3o existe benef\u00edcio econ\u00f4mico perseguido, mas sim a preserva\u00e7\u00e3o de bem p\u00fablico.\n\nPor sua vez, n\u00e3o h\u00e1 que falar em aplica\u00e7\u00e3o do artigo 259, VII do C\u00f3digo de Processo Civil, levando-se em considera\u00e7\u00e3o que a a\u00e7\u00e3o origin\u00e1ria versa sobre a\u00e7\u00e3o de reintegra\u00e7\u00e3o da faixa de dom\u00ednio, ao passo que a agravante \u00e9 quem det\u00e9m a posse do referido bem, em raz\u00e3o do contrato de concess\u00e3o celebrado com a Uni\u00e3o Federal por interm\u00e9dio da Ag\u00eancia Nacional de Transportes Terrestres.\n\nE nessa linha, o Tribunal de Justi\u00e7a do Estado de S\u00e3o Paulo tem sedimentado o seguinte entendimento:\n\nEmenta: DOM\u00cdNIO P\u00daBLICO BENS P\u00daBLICOS REINTEGRA\u00c7\u00c3O DE POSSE Ocupa\u00e7\u00e3o de \u00e1rea p\u00fablica municipal, inserida no Sistema de Recreio do loteamento Jardim Obelisco Elementos de prova que demonstram o dom\u00ednio municipal e a respectiva ocupa\u00e7\u00e3o pelos r\u00e9us Direito de reten\u00e7\u00e3o e indeniza\u00e7\u00e3o pelas benfeitorias Descabimento - Bem p\u00fablico que n\u00e3o \u00e9 suscet\u00edvel de posse, e sim de mera deten\u00e7\u00e3o Precedentes deste Egr\u00e9gio Tribunal - Senten\u00e7a de proced\u00eancia confirmada. Recurso desprovido.\n\nE n\u00e3o \u00e9 s\u00f3.\n\nO Superior Tribunal de Justi\u00e7a mant\u00e9m o mesmo entendimento, sen\u00e3o vejamos:\n\nPROCESSO CIVIL. RECURSO ESPECIAL. A\u00c7\u00c3O DE REINTEGRA\u00c7\u00c3O DE POSSE. CONTRATO DE COMODATO.\n\nluiz.bartholomeu@adv.oabsp.org.br Tel.: 55 11 98524 4184\n\nP\u00e1gina 5 de 7\n\n\fBARTHOLOMEU\nADVOGADOS ASSOCIADOS\n\nVALOR DA CAUSA. Por aus\u00eancia de expressa disposi\u00e7\u00e3o do CPC acerca da fixa\u00e7\u00e3o do valor da causa nas a\u00e7\u00f5es possess\u00f3rias, a jurisprud\u00eancia desta Corte tem entendido que ele deve corresponder ao benef\u00edcio patrimonial pretendido pelo autor. (...) (REsp. 1230839/MG, 3\u00aa Turma, Rel. Min. Nancy Andrighi, Julgado em 19/03/2013, DJe 26/03/2013).\nDesta forma, \u00e9 de se ressaltar que aquele que ocupa \u00e1rea de dom\u00ednio p\u00fablico de uso comum, independentemente do tempo, n\u00e3o pode ter posse com \u00e2nimo de dono, j\u00e1 que n\u00e3o possui expectativa ao direito de propriedade, sen\u00e3o uma simples deten\u00e7\u00e3o irregular de car\u00e1ter prec\u00e1rio, isto \u00e9, revog\u00e1vel a qualquer tempo e ausente de qualquer tipo de indeniza\u00e7\u00e3o.\nSen\u00e3o vejamos:\nPROCESSO CIVIL - ADMINISTRATIVO - A\u00c7\u00c3O DE REINTEGRA\u00c7\u00c3O DE POSSE - IM\u00d3VEL FUNCIONAL - OCUPA\u00c7\u00c3O IRREGULAR - INEXIST\u00caNCIA DE POSSE - DIREITO DE RETEN\u00c7\u00c3O E \u00c0 INDENIZA\u00c7\u00c3O N\u00c3O CONFIGURADO - EMBARGOS DE DECLARA\u00c7\u00c3O EFEITO INFRINGENTE - VEDA\u00c7\u00c3O. 1. Embargos de declara\u00e7\u00e3o com n\u00edtida pretens\u00e3o infringente. Ac\u00f3rd\u00e3o que decidiu motivadamente a decis\u00e3o tomada. 2. Posse \u00e9 o direito reconhecido a quem se comporta como propriet\u00e1rio. Posse e propriedade, portanto, s\u00e3o institutos que caminham juntos, n\u00e3o havendo de se reconhecer a posse a quem, por proibi\u00e7\u00e3o legal, n\u00e3o possa ser propriet\u00e1rio ou n\u00e3o possa gozar de qualquer dos poderes inerentes \u00e0 propriedade. 3. A ocupa\u00e7\u00e3o de \u00e1rea p\u00fablica, quando irregular, n\u00e3o pode ser reconhecida como posse, mas como mera deten\u00e7\u00e3o. 4. Se o direito de reten\u00e7\u00e3o ou de indeniza\u00e7\u00e3o pelas acess\u00f5es realizadas depende da configura\u00e7\u00e3o da posse, n\u00e3o se pode, ante a considera\u00e7\u00e3o da inexist\u00eancia desta, admitir o surgimento daqueles direitos, do que resulta na inexist\u00eancia do dever de se indenizar as benfeitorias \u00fateis e necess\u00e1rias. 5. Recurso n\u00e3o provido. (STJ, Relator: Ministra ELIANA CALMON, Data de Julgamento: 04/11/2008, T2 - SEGUNDA TURMA)\nREINTEGRA\u00c7\u00c3O DE POSSE - \u00c1rea P\u00fablica ocupada - N\u00e3o e posse, mas mera deten\u00e7\u00e3o, que n\u00e3o gera direito - Impossibilidade de indeniza\u00e7\u00e3o por acess\u00f5es Recurso do Munic\u00edpio provido para afastar a indeniza\u00e7\u00e3o - Improvido o apelo dos r\u00e9us . (TJ-SP, Relator: Francisco Vicente Rossi, Data de Julgamento: 01/09/2008, 11\u00aa C\u00e2mara de Direito P\u00fablico)\nDiante da consolidada jurisprud\u00eancia acima citada, no sentido de que a ocupa\u00e7\u00e3o de bem p\u00fablico n\u00e3o gera qualquer direito de indeniza\u00e7\u00e3o ao ocupante do im\u00f3vel, n\u00e3o faz sentido que a autora, ora agravante, adeque o valor da causa ao valor do bem que pretende ser reintegrado, isso porque, n\u00e3o se busca nos autos da a\u00e7\u00e3o origin\u00e1ria nenhum tipo de benef\u00edcio econ\u00f4mico, mas t\u00e3o somente a preserva\u00e7\u00e3o de uma \u00e1rea p\u00fablica, nos termos do contrato de concess\u00e3o firmado com a Uni\u00e3o Federal, por interm\u00e9dio da Ag\u00eancia Nacional de Transportes Terrestres.\n\nluiz.bartholomeu@adv.oabsp.org.br Tel.: 55 11 98524 4184\n\nP\u00e1gina 6 de 7\n\n\fBARTHOLOMEU\nADVOGADOS ASSOCIADOS\nImportante ainda frisarmos nobres Julgadores que n\u00e3o estamos diante de uma a\u00e7\u00e3o de desapropria\u00e7\u00e3o direta e muito menos indireta e sim frente a uma a\u00e7\u00e3o reintegrat\u00f3ria de \u00e1rea p\u00fablica, n\u00e3o tendo o agravado qualquer direito a suposta indeniza\u00e7\u00e3o por benfeitorias constru\u00eddas em local de dom\u00ednio p\u00fablico e de uso comum.\nAssim, em face das raz\u00f5es acima expostas, \u00e9 certo que a agravante almeja, com o ajuizamento da a\u00e7\u00e3o reintegra\u00e7\u00e3o de posse, a preserva\u00e7\u00e3o de bem p\u00fablico com a retomada da \u00e1rea esbulhada para a Uni\u00e3o Federal.\nIII - DOS PEDIDOS\nAnte o exposto e fundamentado, confia a Agravante ter evidenciado a plena antijuricidade do r. decis\u00e3o guerreada, requerendo seja dado provimento ao presente agravo de instrumento, reformando-a, por absoluta falta de amparo legal e jurisprudencial.\nTermos em que, Aguarda Deferimento.\nJoinville, 26 de novembro de 2015.\nLuiz Carlos Bartholomeu OAB/SP n\u00ba 176.938 OAB/SC n\u00ba 36.434-A\n\nluiz.bartholomeu@adv.oabsp.org.br Tel.: 55 11 98524 4184\n\nP\u00e1gina 7 de 7\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 4 (Solon) - IdDocumentoCompleto: 5002057-20.2016.4.04.7008-701474036031692650026602693713", "text": "Documento assinado digitalmente, conforme MP n\u00ba 2.200-2/2001, Lei n\u00ba 11.419/2006, resolu\u00e7\u00e3o do Projudi, do TJPR/OE Valida\u00e7\u00e3o deste em https://projudi.tjpr.jus.br/projudi/ - Identificador: PJT4A PLFPJ N69VZ DM96U\n\nPROJUDI - Processo: 0005147-31.2016.8.16.0129 - Ref. mov. 1.1 - Assinado digitalmente por Anselmo Jose Bento Goncalves Hess, 16/06/2016: JUNTADA DE PETI\u00c7\u00c3O DE INICIAL. Arq: Peti\u00e7\u00e3o Inicial\n\nP\u00e1gina 3\n\nSecretaria de Estado de Infraestrutura e Log\u00edstica Administra\u00e7\u00e3o dos Portos de Paranagu\u00e1 e Antonina\nDIJUR \u2013 Diretoria Jur\u00eddica\nEXCELENT\u00cdSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DA FAZENDA P\u00daBLICA DA COMARCA DE PARANAGU\u00c1 \u2013 ESTADO DO PARAN\u00c1\n\nURGENTE\nA ADMINISTRA\u00c7\u00c3O DOS PORTOS DE PARANAGU\u00c1 E ANTONINA \u2013 APPA, empresa p\u00fablica do Estado do Paran\u00e1, criada nos termos da Lei Estadual n\u00ba 17.895, de 27 de dezembro de 2013, regulamentada pelo Decreto n\u00ba 11.562, de 03 de julho de 2014, vinculada \u00e0 Secretaria de Estado de Infraestrutura e Log\u00edstica, com sede e foro em Paranagu\u00e1/PR, na Avenida Ayrton Senna da Silva, 161, cadastrada no CNPJ/MF sob n\u00ba 79.621.439/0001-91, vem, respeitosamente, \u00e0 presen\u00e7a de Vossa Excel\u00eancia, por interm\u00e9dio de seus procuradores que ao final assinam (Doc. 01), propor a presente\nA\u00c7\u00c3O DE REINTEGRA\u00c7\u00c3O DE POSSE COM PEDIDO DE CONCESS\u00c3O DE MEDIDA LIMINAR\ncom fulcro no artigo 926 do C\u00f3digo de Processo Civil, artigo 1.210 do C\u00f3digo Civil e demais disposi\u00e7\u00f5es legais aplic\u00e1veis, em face de GRACIARA CARDOSO, com demais qualifica\u00e7\u00f5es desconhecidas, JUAREZ FERNANDES, com demais qualifica\u00e7\u00f5es desconhecidas, e eventuais TERCEIROS, todos ocupantes da \u00e1rea localizada na Rua Tupinamb\u00e1 \u2013 beco, s/n, Paranagu\u00e1/PR pelas raz\u00f5es de fato e de direito que passa a aduzir.\n\nADMINISTRA\u00c7\u00c3O DOS PORTOS DE PARANAGU\u00c1 E ANTONINA\n\n1\n\nPROCURADORIA JUR\u00cdDICA\n\nAvenida Ayrton Senna da Silva, 161, Dom Pedro II \u2013 CEP 83.221-030 \u2013 Paranagu\u00e1 \u2013 Paran\u00e1\n\nFone: (41) 3420-1395 Fax: (41) 3420-1223\n\n\fPROJUDI - Processo: 0005147-31.2016.8.16.0129 - Ref. mov. 1.1 - Assinado digitalmente por Anselmo Jose Bento Goncalves Hess, 16/06/2016: JUNTADA DE PETI\u00c7\u00c3O DE INICIAL. Arq: Peti\u00e7\u00e3o Inicial\n\nP\u00e1gina 4\n\nDocumento assinado digitalmente, conforme MP n\u00ba 2.200-2/2001, Lei n\u00ba 11.419/2006, resolu\u00e7\u00e3o do Projudi, do TJPR/OE Valida\u00e7\u00e3o deste em https://projudi.tjpr.jus.br/projudi/ - Identificador: PJT4A PLFPJ N69VZ DM96U\n\nSecretaria de Estado de Infraestrutura e Log\u00edstica Administra\u00e7\u00e3o dos Portos de Paranagu\u00e1 e Antonina\nDIJUR \u2013 Diretoria Jur\u00eddica\n\n1. DA LEGITIMIDADE ATIVA DA APPA\n\nA Administra\u00e7\u00e3o dos Portos de Paranagu\u00e1 e Antonina \u2013 APPA \u00e9 uma empresa p\u00fablica do Estado do Paran\u00e1 respons\u00e1vel pela administra\u00e7\u00e3o e explora\u00e7\u00e3o dos Portos de Paranagu\u00e1 e Antonina, bem como pelo exerc\u00edcio da fun\u00e7\u00e3o de \u201cAutoridade Portu\u00e1ria\u201d.\n\nA APPA nasceu como autarquia e, com o advento da Lei Estadual n\u00ba 17.895/2013, foi autorizada, em seu art. 1\u00ba, sua transforma\u00e7\u00e3o em empresa p\u00fablica1. O referido diploma legal foi regulamentado pelo Decreto n\u00ba 11.562, de 03 de julho de 2014. Contudo, nos termos do disposto no art. 2\u00ba do Decreto n\u00ba 11.562, publicado no Di\u00e1rio Oficial em 04.07.2014, a empresa p\u00fablica s\u00f3 seria instalada \u201cna data do respectivo Registro na Junta Comercial do Estado do Paran\u00e1, nos termos do art. 9\u00ba, \u00a7 1\u00ba, da Lei n\u00ba 17.895, de 27 de dezembro de 2013\u201d, o que veio a ocorrer em 17 de setembro de 2014 (Doc. 01).\n\nImporta observar que a sua condi\u00e7\u00e3o de prestadora de servi\u00e7o p\u00fablico por ess\u00eancia \u2013 amplamente reconhecida pelos tribunais p\u00e1trios, inclusive, pelo Excelso Supremo Tribunal Federal (STF)2 \u2013 em nada foi alterada pela transforma\u00e7\u00e3o em empresa p\u00fablica. Ou seja, os bens continuam sendo p\u00fablicos e a Administra\u00e7\u00e3o dos Portos de Paranagu\u00e1 e Antonina \u2013 APPA, \u00f3rg\u00e3o integrante da Administra\u00e7\u00e3o P\u00fablica indireta, continua sendo a executora das tarefas que competem ao Estado do Paran\u00e1 como delegat\u00e1rio dos Portos de Paranagu\u00e1 e Antonina.\n\nRessalte-se que, recentemente, ap\u00f3s a transforma\u00e7\u00e3o da APPA em empresa p\u00fablica, o c. STF teve oportunidade de apreciar o tema, e manteve o entendimento que j\u00e1 se encontra consolidado:\n\n[...] 3. O Agravante argumenta que \u2018ponto destacado nas contrarraz\u00f5es ao recurso\n\n1 Art. 1\u00ba Fica o Poder Executivo autorizado a transformar a Administra\u00e7\u00e3o dos Portos de Paranagu\u00e1 e Antonina \u2013 APPA, autarquia estadual criada nos termos da Lei n\u00ba 6.249, de 10 de novembro de 1971, em Empresa P\u00fablica, sob a mesma denomina\u00e7\u00e3o, dotada de personalidade jur\u00eddica de direito privado, com patrim\u00f4nio pr\u00f3prio e autonomia administrativa e financeira, vinculada \u00e0 Secretaria de Estado de Infraestrutura e Log\u00edstica. 2 N\u00e3o obstante tenha examinado a imunidade tribut\u00e1ria da Autora enquanto entidade aut\u00e1rquica, o entendimento do Excelso Supremo Tribunal Federal \u2013 STF, no Agravo Regimental no Agravo de Instrumento 390212/PR, \u00e9 claro ao reconhecer que a atividade desempenhada pela Administra\u00e7\u00e3o dos Portos de Paranagu\u00e1 e Antonina \u2013 APPA constitui servi\u00e7o p\u00fablico. Observese: \u201cAgravo regimental no agravo de instrumento. Administra\u00e7\u00e3o dos Portos de Paranagu\u00e1 e Antonina (APPA). Natureza de autarquia. Execu\u00e7\u00e3o. Regime de precat\u00f3rio. Precedentes. 1. \u00c9 pac\u00edfico o entendimento desta Corte de que n\u00e3o se aplica o art. 173, \u00a7 1\u00ba, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal \u00e0 Administra\u00e7\u00e3o dos Portos de Paranagu\u00e1 e Antonina (APPA), uma vez que se trata de autarquia prestadora de servi\u00e7o p\u00fablico e que recebe recursos estatais, atraindo, portanto, o regime de precat\u00f3rios contido no art. 100 da Constitui\u00e7\u00e3o Federal. 2. Agravo regimental n\u00e3o provido\u201d. (STF \u2013 Primeira Turma \u2013 AI 390212 AgR \u2013 Relator Ministro Dias Toffoli \u2013 julgado em 13.09.2011)\n\nADMINISTRA\u00c7\u00c3O DOS PORTOS DE PARANAGU\u00c1 E ANTONINA\n\n2\n\nPROCURADORIA JUR\u00cdDICA\n\nAvenida Ayrton Senna da Silva, 161, Dom Pedro II \u2013 CEP 83.221-030 \u2013 Paranagu\u00e1 \u2013 Paran\u00e1\n\nFone: (41) 3420-1395 Fax: (41) 3420-1223\n\n\fPROJUDI - Processo: 0005147-31.2016.8.16.0129 - Ref. mov. 1.1 - Assinado digitalmente por Anselmo Jose Bento Goncalves Hess, 16/06/2016: JUNTADA DE PETI\u00c7\u00c3O DE INICIAL. Arq: Peti\u00e7\u00e3o Inicial\n\nP\u00e1gina 5\n\nDocumento assinado digitalmente, conforme MP n\u00ba 2.200-2/2001, Lei n\u00ba 11.419/2006, resolu\u00e7\u00e3o do Projudi, do TJPR/OE Valida\u00e7\u00e3o deste em https://projudi.tjpr.jus.br/projudi/ - Identificador: PJT4A PLFPJ N69VZ DM96U\n\nSecretaria de Estado de Infraestrutura e Log\u00edstica Administra\u00e7\u00e3o dos Portos de Paranagu\u00e1 e Antonina\nDIJUR \u2013 Diretoria Jur\u00eddica\n\nextraordin\u00e1rio e que n\u00e3o foi analisado na r. decis\u00e3o agravada consiste no fato de que por for\u00e7a da Lei Estadual 17.895, de 27 de dezembro de 2013, regulamentada pelo Decreto Estadual 11.562, de 3 de julho de 2014, a r\u00e9 foi transformada em empresa p\u00fablica, dotada de personalidade jur\u00eddica de direito privado, com patrim\u00f4nio pr\u00f3prio e autonomia administrativa e financeira.\u2019 [...] Como afirmado na decis\u00e3o agravada, o Supremo Tribunal Federal assentou que a execu\u00e7\u00e3o movida contra a Administra\u00e7\u00e3o dos Portos de Paranagu\u00e1 e Antonina \u2013 APPA deve ser feita sob o regime de precat\u00f3rios.\u201d (RE 842996, Relator(a): Min. C\u00c1RMEN L\u00daCIA, julgado em 28/10/2014, publicado em PROCESSO ELETR\u00d4NICO DJe-214 DIVULG 30/10/2014 PUBLIC 31/10/2014)\nA Constitui\u00e7\u00e3o Federal estabelece, em seu artigo 21, inciso XII, al\u00ednea \u201cf\u201d, que\ncompete \u00e0 Uni\u00e3o explorar, diretamente ou mediante autoriza\u00e7\u00e3o, concess\u00e3o ou permiss\u00e3o os portos\nmar\u00edtimos. Assim, nos termos da Lei n\u00ba 9.277/1996, regulamentada pelo Decreto n\u00ba 2.184/1997, com\nas altera\u00e7\u00f5es constantes do Decreto n\u00ba 2.247/1997, a Uni\u00e3o, por interm\u00e9dio do Minist\u00e9rio dos\nTransportes, atribuiu ao Estado do Paran\u00e1 a explora\u00e7\u00e3o dos Portos de Paranagu\u00e1 e Antonina, atrav\u00e9s\ndo Conv\u00eanio de Delega\u00e7\u00e3o n\u00ba 37/2001 (Doc. 02).\n\nDentro desse contexto, restou estabelecido que a Administra\u00e7\u00e3o dos Portos de Paranagu\u00e1 e Antonina \u2013 APPA \u00e9 a executora do referido Conv\u00eanio em nome do Estado do Paran\u00e1, conforme se depreende da sua Cl\u00e1usula Terceira, in verbis:\n\u201cCL\u00c1USULA TERCEIRA. DA FORMA DE ADMINISTRA\u00c7\u00c3O E EXPLORA\u00c7\u00c3O DOS PORTOS, RECEITAS E DESPESAS O DELEGAT\u00c1RIO exercer\u00e1, por interm\u00e9dio da ADMINISTRA\u00c7\u00c3O DOS PORTOS DE PARANAGU\u00c1 E ANTONINA \u2013 APPA, a administra\u00e7\u00e3o e explora\u00e7\u00e3o dos portos de Paranagu\u00e1 e Antonina, dentro das \u00e1reas constantes das Portarias n\u00bas 206 e 207/94 do Minist\u00e9rio dos Transportes, retirando-se da opera\u00e7\u00e3o portu\u00e1ria e, em consequ\u00eancia, deixando de prestar diretamente os servi\u00e7os de carga, descarga e movimenta\u00e7\u00e3o de mercadorias, no prazo m\u00e1ximo de 06 (seis) meses da vig\u00eancia deste Conv\u00eanio, restringindo suas atividades \u00e0s fun\u00e7\u00f5es de Autoridade Portu\u00e1ria. (...)\u201d\nMais adiante, em sua Cl\u00e1usula Quarta, item 3, o Conv\u00eanio de Delega\u00e7\u00e3o n\u00ba 037/2001 traz as atribui\u00e7\u00f5es da Administra\u00e7\u00e3o dos Portos de Paranagu\u00e1 e Antonina \u2013 APPA, ora Autora, qualificando-a como \u201cInterveniente Executora do DELEGAT\u00c1RIO\u201d.\n\nPortanto, firmaram Uni\u00e3o e Estado do Paran\u00e1 o citado Conv\u00eanio no qual o Estado do Paran\u00e1 \u00e9 o detentor da atividade de explora\u00e7\u00e3o dos Portos de Paranagu\u00e1 e Antonina, revestindose, por decorr\u00eancia da delega\u00e7\u00e3o, das prerrogativas da Uni\u00e3o constitucionalmente previstas.\n\nIsto posto, trazendo uma nova vis\u00e3o ideol\u00f3gica acerca dos portos, a Lei n\u00ba 12.815/2013, em seu art. 17 e seguintes, estabeleceu extenso rol de compet\u00eancias atribu\u00eddas \u00e0 APPA\n\nADMINISTRA\u00c7\u00c3O DOS PORTOS DE PARANAGU\u00c1 E ANTONINA\n\n3\n\nPROCURADORIA JUR\u00cdDICA\n\nAvenida Ayrton Senna da Silva, 161, Dom Pedro II \u2013 CEP 83.221-030 \u2013 Paranagu\u00e1 \u2013 Paran\u00e1\n\nFone: (41) 3420-1395 Fax: (41) 3420-1223\n\n\fPROJUDI - Processo: 0005147-31.2016.8.16.0129 - Ref. mov. 1.1 - Assinado digitalmente por Anselmo Jose Bento Goncalves Hess, 16/06/2016: JUNTADA DE PETI\u00c7\u00c3O DE INICIAL. Arq: Peti\u00e7\u00e3o Inicial\n\nP\u00e1gina 6\n\nDocumento assinado digitalmente, conforme MP n\u00ba 2.200-2/2001, Lei n\u00ba 11.419/2006, resolu\u00e7\u00e3o do Projudi, do TJPR/OE Valida\u00e7\u00e3o deste em https://projudi.tjpr.jus.br/projudi/ - Identificador: PJT4A PLFPJ N69VZ DM96U\n\nSecretaria de Estado de Infraestrutura e Log\u00edstica Administra\u00e7\u00e3o dos Portos de Paranagu\u00e1 e Antonina\nDIJUR \u2013 Diretoria Jur\u00eddica\n(administra\u00e7\u00e3o portu\u00e1ria), deixando claro que as suas atividades se restringem ao exerc\u00edcio do poder regulador e de pol\u00edcia.\nA atividade de explora\u00e7\u00e3o de \u201cportos mar\u00edtimos, fluviais e lacustres\u201d \u00e9, expressamente definida pelo Texto Supremo como sendo de titularidade da Uni\u00e3o. Trata-se de servi\u00e7o p\u00fablico por expressa determina\u00e7\u00e3o constitucional, que, nesta condi\u00e7\u00e3o, foi delegado ao Estado do Paran\u00e1, e a APPA, enquanto longa manus do Estado, configura, por defini\u00e7\u00e3o, forma de atua\u00e7\u00e3o direta do Estado na explora\u00e7\u00e3o dos Portos de Paranagu\u00e1 e Antonina.\nA \u00e1rea em quest\u00e3o, conforme ser\u00e1 melhor demonstrado adiante, \u00e9 de propriedade do Estado do Paran\u00e1, conforme se verifica da Transcri\u00e7\u00e3o n\u00ba 3.054 extra\u00edda da folha 01, do Livro TRANSCRI\u00c7\u00c3O DAS TRANSCRI\u00c7\u00d5ES n\u00famero 3-E do Servi\u00e7o de Registro de Im\u00f3veis da Comarca de Paranagu\u00e1 (Doc. 03) estando localizada dentro da Poligonal do Porto Organizado de Paranagu\u00e1, conforme se observa dos documentos em anexo (Docs. 04 e 05), caracterizando-se como \u00e1rea afeta \u00e0 atividade portu\u00e1ria.\nN\u00e3o bastasse isso, necess\u00e1rio destacar que por meio da A\u00e7\u00e3o Civil P\u00fablica n\u00ba 0001643-88.2008.4.04.7008 (Doc. 06) em tr\u00e2mite perante a 1\u00aa Vara Federal de Paranagu\u00e1 foi concedida medida liminar determinando \u00e0 APPA que promova a remo\u00e7\u00e3o de todas as fam\u00edlias residentes na Vila Becker e Canal da Inhaia (Doc. 07).\nDe igual modo, o acordo formulado em referida a\u00e7\u00e3o civil p\u00fablica (Doc. 08), imp\u00f5e \u00e0 APPA a obriga\u00e7\u00e3o de continuar \u201cos procedimentos j\u00e1 iniciados visando a realoca\u00e7\u00e3o dos moradores das referidas comunidades\u201d, o que vem paulatinamente sendo realizado pela parte Autora, chegando a um momento que se v\u00ea obrigada a se socorrer ao Poder Judici\u00e1rio para dar integral cumprimento a tais determina\u00e7\u00f5es.\nCumpre informar que foram realocados para a localidade denominada Porto Seguro 232 (duzentas e trinte e duas) fam\u00edlias; 106 (cento e seis) fam\u00edlias aceitaram e receberam a indeniza\u00e7\u00e3o; 28 (vinte e oito) fam\u00edlias desejam receber novas moradias ou ainda se encontram em fase de an\u00e1lise de regularidade cadastral para o recebimento das indeniza\u00e7\u00f5es (pende designa\u00e7\u00e3o de audi\u00eancia judicial para tanto); sendo que 68 (sessenta e oito) fam\u00edlias est\u00e3o na \u00e1rea sem direito \u00e0 casa/indeniza\u00e7\u00e3o quer por n\u00e3o aceitarem nenhuma das propostas, quer por se caracterizar como ocupa\u00e7\u00e3o n\u00e3o cadastrada.\n\nADMINISTRA\u00c7\u00c3O DOS PORTOS DE PARANAGU\u00c1 E ANTONINA\n\n4\n\nPROCURADORIA JUR\u00cdDICA\n\nAvenida Ayrton Senna da Silva, 161, Dom Pedro II \u2013 CEP 83.221-030 \u2013 Paranagu\u00e1 \u2013 Paran\u00e1\n\nFone: (41) 3420-1395 Fax: (41) 3420-1223\n\n\fPROJUDI - Processo: 0005147-31.2016.8.16.0129 - Ref. mov. 1.1 - Assinado digitalmente por Anselmo Jose Bento Goncalves Hess, 16/06/2016: JUNTADA DE PETI\u00c7\u00c3O DE INICIAL. Arq: Peti\u00e7\u00e3o Inicial\n\nP\u00e1gina 7\n\nDocumento assinado digitalmente, conforme MP n\u00ba 2.200-2/2001, Lei n\u00ba 11.419/2006, resolu\u00e7\u00e3o do Projudi, do TJPR/OE Valida\u00e7\u00e3o deste em https://projudi.tjpr.jus.br/projudi/ - Identificador: PJT4A PLFPJ N69VZ DM96U\n\nSecretaria de Estado de Infraestrutura e Log\u00edstica Administra\u00e7\u00e3o dos Portos de Paranagu\u00e1 e Antonina\nDIJUR \u2013 Diretoria Jur\u00eddica\n\nPelo exposto, a APPA possui legitimidade para pedir a sua reintegra\u00e7\u00e3o na posse da \u00e1rea objeto da a\u00e7\u00e3o, em raz\u00e3o de que o im\u00f3vel \u00e9 de sua exclusiva administra\u00e7\u00e3o, afetando diretamente as suas atividades como autoridade portu\u00e1ria, bem como, o cumprimento do acordo judicial formulado nos autos A\u00e7\u00e3o Civil P\u00fablica n\u00ba 0001643-88.2008.4.04.7008.\n2. DA POSSIBILIDADE DE RECOLHIMENTO, AO FINAL, DAS CUSTAS E DESPESAS PROCESSUAIS\n\nPelas mesmas raz\u00f5es expostas no item anterior, a APPA goza das prerrogativas processuais destinadas \u00e0 Fazenda P\u00fablica, inclusive a determina\u00e7\u00e3o legal para pagamento das custas ao final, pelo vencido, nos termos do art. 27 do C\u00f3digo de Processo Civil:\n\n\u201cArt. 27. As despesas dos atos processuais, efetuados a requerimento do Minist\u00e9rio P\u00fablico ou da Fazenda P\u00fablica, ser\u00e3o pagas a final pelo vencido.\u201d.\nAdemais, o pr\u00f3prio objeto da presente a\u00e7\u00e3o reveste-se de natureza p\u00fablica, pois a pretens\u00e3o da Parte Autora n\u00e3o tem outro fim que n\u00e3o a obten\u00e7\u00e3o de tutela para resguardar a destina\u00e7\u00e3o desse bem para as atividades institucionais para aos quais ela foi criada.\n\nPelo exposto, imp\u00f5e-se o recebimento da presente a\u00e7\u00e3o independentemente do recolhimento das custas iniciais, as quais ser\u00e3o pagas ao final pelo vencido. Todavia, caso assim n\u00e3o entenda Vossa Excel\u00eancia, requer a concess\u00e3o de prazo para o devido recolhimento.\n\n3. BREVE S\u00cdNTESE DOS FATOS\n\nA R\u00e9 \u00e9 ocupante de uma \u00e1rea inserida em um im\u00f3vel de propriedade do Estado do Paran\u00e1, im\u00f3vel este que est\u00e1 sob posse e administra\u00e7\u00e3o desta Autoridade Portu\u00e1ria na Rua Tupinamb\u00e1 \u2013 beco, s/n, Paranagu\u00e1/PR, inserido dentro da \u00e1rea do Porto Organizado.\n\nConforme A\u00e7\u00e3o Civil P\u00fablica n\u00ba 0001643-88.2008.4.04.7008, a referida \u00e1rea \u00e9 considerada como ocupa\u00e7\u00e3o irregular de bem p\u00fablico, al\u00e9m de \u00e1rea de risco, em face \u00e0s opera\u00e7\u00f5es industriais realizadas em seu entorno, situa\u00e7\u00e3o esta amplamente valorada3 quando do deferimento da medida liminar da A\u00e7\u00e3o Civil P\u00fablica j\u00e1 mencionada\n\n3 O Poder Judici\u00e1rio, ainda que atento ao conflito de princ\u00edpios existente entre o direito ao meio ambiente sadio e a necessidade do desenvolvimento econ\u00f4mico, sobretudo em tempos de crise mundial, n\u00e3o pode transigir com\n\nADMINISTRA\u00c7\u00c3O DOS PORTOS DE PARANAGU\u00c1 E ANTONINA\n\n5\n\nPROCURADORIA JUR\u00cdDICA\n\nAvenida Ayrton Senna da Silva, 161, Dom Pedro II \u2013 CEP 83.221-030 \u2013 Paranagu\u00e1 \u2013 Paran\u00e1\n\nFone: (41) 3420-1395 Fax: (41) 3420-1223\n\n\fPROJUDI - Processo: 0005147-31.2016.8.16.0129 - Ref. mov. 1.1 - Assinado digitalmente por Anselmo Jose Bento Goncalves Hess, 16/06/2016: JUNTADA DE PETI\u00c7\u00c3O DE INICIAL. Arq: Peti\u00e7\u00e3o Inicial\n\nP\u00e1gina 8\n\nDocumento assinado digitalmente, conforme MP n\u00ba 2.200-2/2001, Lei n\u00ba 11.419/2006, resolu\u00e7\u00e3o do Projudi, do TJPR/OE Valida\u00e7\u00e3o deste em https://projudi.tjpr.jus.br/projudi/ - Identificador: PJT4A PLFPJ N69VZ DM96U\n\nSecretaria de Estado de Infraestrutura e Log\u00edstica Administra\u00e7\u00e3o dos Portos de Paranagu\u00e1 e Antonina\nDIJUR \u2013 Diretoria Jur\u00eddica\n\nA APPA, em cumprimento \u00e0 liminar concedida e ao acordo formulado em referida a\u00e7\u00e3o civil p\u00fablica, j\u00e1 promoveu a desocupa\u00e7\u00e3o da maior parte da \u00e1rea denominada Vila Becker mediante indeniza\u00e7\u00e3o ou realoca\u00e7\u00e3o das fam\u00edlias para outras \u00e1reas, tal como devidamente comprovado naquela a\u00e7\u00e3o.\nContudo, existe uma s\u00e9rie de pessoas que hoje est\u00e3o ocupando a \u00e1rea, mas n\u00e3o o estavam quando da realiza\u00e7\u00e3o do levantamento de pessoas a serem realocadas, n\u00e3o possuindo qualquer comprova\u00e7\u00e3o de assun\u00e7\u00e3o da ocupa\u00e7\u00e3o mantida naquela \u00e9poca, mas que insistem em permanecer na regi\u00e3o.\nNeste ponto, destaque-se que a medida liminar foi clara ao determinar a remo\u00e7\u00e3o das fam\u00edlias residentes da Vila Becker \u201cmediante a utiliza\u00e7\u00e3o do cadastro feito pela Cohapar\u201d, sendo certo que o acordo formulado possui por premissa a mesma determina\u00e7\u00e3o constante do item \u201cg)\u201d de mencionada decis\u00e3o:\nAnte o exposto, defiro parcialmente o pedido liminar para: (...) g), determinar aos r\u00e9us que, de forma solid\u00e1ria, considerando que todos eles desempenham atividades potencialmente fatais para as pessoas listadas na inicial em caso de acidente, providenciem a remo\u00e7\u00e3o das fam\u00edlias residentes na Vila Becker e Canal da Anhaia, mediante utiliza\u00e7\u00e3o do cadastro feito pela Cohapar e a realiza\u00e7\u00e3o de avalia\u00e7\u00e3o financeira id\u00f4nea, pela Caixa Econ\u00f4mica Federal, inclusive custeando a remo\u00e7\u00e3o, no prazo de seis meses. Havendo resist\u00eancia da parte de algum dos moradores, dever\u00e1 ser informada pelos r\u00e9us ao ju\u00edzo, para que sejam adotadas medidas cab\u00edveis.\nA Parte R\u00e9 \u00e9 uma dessas pessoas que n\u00e3o constou dos levantamentos de pessoas a serem realocadas/indenizadas realizados pela COHAPAR (Doc. 09) e que hoje irregularmente ocupam a \u00e1rea da Vila Becker e se recusam a deixar a \u00e1rea, mesmo ciente do perigo que a mesma representa.\nNecess\u00e1rio destacar ainda que, a R\u00e9 n\u00e3o estava na deten\u00e7\u00e3o da \u00e1rea quando do cadastramento realizado, vindo somente agora a ser constatada sua presen\u00e7a, atrav\u00e9s do novo levantamento na \u00e1rea realizado (Doc. 10), em fevereiro de 2016, pelo que a ocupa\u00e7\u00e3o deve ser tida como nova.\n\na vida humana. Est\u00e1 claro que um acidente na opera\u00e7\u00e3o do terminal de \u00e1lcool redundar\u00e1 no \u00f3bito de todas as pessoas que residem nas proximidades. A morte, mais irrevers\u00edvel de todas as conseq\u00fc\u00eancias, \u00e9 o risco que deve ser sopesado na an\u00e1lise da presente liminar. N\u00e3o me parece haver maior irreversibilidade que esta, ainda que saiba dos preju\u00edzos financeiros que decorrer\u00e3o do deferimento da liminar. (trecho da decis\u00e3o liminar)\n\nADMINISTRA\u00c7\u00c3O DOS PORTOS DE PARANAGU\u00c1 E ANTONINA\n\n6\n\nPROCURADORIA JUR\u00cdDICA\n\nAvenida Ayrton Senna da Silva, 161, Dom Pedro II \u2013 CEP 83.221-030 \u2013 Paranagu\u00e1 \u2013 Paran\u00e1\n\nFone: (41) 3420-1395 Fax: (41) 3420-1223\n\n\fPROJUDI - Processo: 0005147-31.2016.8.16.0129 - Ref. mov. 1.1 - Assinado digitalmente por Anselmo Jose Bento Goncalves Hess, 16/06/2016: JUNTADA DE PETI\u00c7\u00c3O DE INICIAL. Arq: Peti\u00e7\u00e3o Inicial\n\nP\u00e1gina 9\n\nDocumento assinado digitalmente, conforme MP n\u00ba 2.200-2/2001, Lei n\u00ba 11.419/2006, resolu\u00e7\u00e3o do Projudi, do TJPR/OE Valida\u00e7\u00e3o deste em https://projudi.tjpr.jus.br/projudi/ - Identificador: PJT4A PLFPJ N69VZ DM96U\n\nSecretaria de Estado de Infraestrutura e Log\u00edstica Administra\u00e7\u00e3o dos Portos de Paranagu\u00e1 e Antonina\nDIJUR \u2013 Diretoria Jur\u00eddica\nPortanto, havendo interesse p\u00fablico na retomada da \u00e1rea e sendo manifesta a resist\u00eancia da Parte R\u00e9 para sua desocupa\u00e7\u00e3o, resta caracterizado o esbulho possess\u00f3rio em desfavor da Parte Autora de im\u00f3vel inserido dentro do per\u00edmetro do Porto Organizado de Paranagu\u00e1, raz\u00e3o pela qual se torna indispens\u00e1vel a presente a\u00e7\u00e3o possess\u00f3ria, conforme ser\u00e1 demonstrado pela fundamenta\u00e7\u00e3o jur\u00eddica a seguir despendida.\nVale esclarecer, que a APPA ao solicitar a desocupa\u00e7\u00e3o da \u00e1rea p\u00fablica inserida dentro da Poligonal do Porto Organizado de Paranagu\u00e1 n\u00e3o est\u00e1 cometendo nenhuma arbitrariedade, mas sim, est\u00e1 agindo dentro do exerc\u00edcio regular do poder discricion\u00e1rio, em conson\u00e2ncia com os crit\u00e9rios de oportunidade e conveni\u00eancia conferido \u00e0 esta Autoridade Portu\u00e1ria, para gerir o bem p\u00fablico com total efici\u00eancia e legalidade na gest\u00e3o dos recursos p\u00fablicos e, principalmente, est\u00e1 agindo em cumprimento ao acordo judicial formulado nos autos de A\u00e7\u00e3o Civil P\u00fablica n\u00ba 0001643-88.2008.4.04.7008.\nPor fim, cabe mencionar que o pr\u00f3prio Minist\u00e9rio P\u00fablico, no TAC firmado nos autos de Inqu\u00e9rito Civil n\u00ba MPPR \u2013 0103.11.000082-7, afirmando constituir ato de improbidade administrativa que causa les\u00e3o ao er\u00e1rio, qualquer ato ou omiss\u00e3o, dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropria\u00e7\u00e3o, malbaratamento ou dilapida\u00e7\u00e3o dos bens ou haveres, determinou a regulariza\u00e7\u00e3o pela Autora de todas as \u00e1reas p\u00fablicas sob sua administra\u00e7\u00e3o.\nEm referido TAC ficou determinado ainda que a APPA promovesse o levantamento de todos os locais que se encontram em situa\u00e7\u00e3o irregular, sendo que, em n\u00e3o havendo a desocupa\u00e7\u00e3o volunt\u00e1ria de tais locais, a Autora deveria ajuizar as competentes a\u00e7\u00f5es de reintegra\u00e7\u00e3o de posse.\n4. DOS FUNDAMENTOS JUR\u00cdDICOS\n4.1. DO BEM P\u00daBLICO\nA \u00e1rea esbulhada pela Parte R\u00e9 trata-se de bem p\u00fablico localizada dentro da Poligonal do Porto Organizado, sendo parte integrante dos bens do Estado do Paran\u00e1, cedidos \u00e0 Administra\u00e7\u00e3o dos Portos de Paranagu\u00e1 e Antonina \u2013 APPA em virtude do Conv\u00eanio de Delega\u00e7\u00e3o n\u00ba 37/2001. Ou seja, trata-se de \u00e1rea de dom\u00ednio p\u00fablico, insuscept\u00edvel de posse mansa e pac\u00edfica.\n\nADMINISTRA\u00c7\u00c3O DOS PORTOS DE PARANAGU\u00c1 E ANTONINA\n\n7\n\nPROCURADORIA JUR\u00cdDICA\n\nAvenida Ayrton Senna da Silva, 161, Dom Pedro II \u2013 CEP 83.221-030 \u2013 Paranagu\u00e1 \u2013 Paran\u00e1\n\nFone: (41) 3420-1395 Fax: (41) 3420-1223\n\n\fPROJUDI - Processo: 0005147-31.2016.8.16.0129 - Ref. mov. 1.1 - Assinado digitalmente por Anselmo Jose Bento Goncalves Hess, 16/06/2016: JUNTADA DE PETI\u00c7\u00c3O DE INICIAL. Arq: Peti\u00e7\u00e3o Inicial\n\nP\u00e1gina 10\n\nDocumento assinado digitalmente, conforme MP n\u00ba 2.200-2/2001, Lei n\u00ba 11.419/2006, resolu\u00e7\u00e3o do Projudi, do TJPR/OE Valida\u00e7\u00e3o deste em https://projudi.tjpr.jus.br/projudi/ - Identificador: PJT4A PLFPJ N69VZ DM96U\n\nSecretaria de Estado de Infraestrutura e Log\u00edstica Administra\u00e7\u00e3o dos Portos de Paranagu\u00e1 e Antonina\nDIJUR \u2013 Diretoria Jur\u00eddica\n\nConsoante demonstra os documentos em anexo e mapas, referida \u00e1rea encontra-se registrada sob a Transcri\u00e7\u00e3o n\u00ba 3.054 extra\u00edda da folha 01, do Livro TRANSCRI\u00c7\u00c3O DAS TRANSCRI\u00c7\u00d5ES n\u00famero 3-E do Servi\u00e7o de Registro de Im\u00f3veis da Comarca de Paranagu\u00e1 tendo adquirente, o Estado do Paran\u00e1.\n\nAssim, demonstrado que a \u00e1rea em tela \u00e9 de interesse da Administra\u00e7\u00e3o dos Portos, e de propriedade da do Estado do Paran\u00e1, sendo imposs\u00edvel a caracteriza\u00e7\u00e3o de posse mansa e pac\u00edfica por terceiros, e muito menos qualquer direito decorrente de usucapi\u00e3o face a imprescritibilidade dos bens p\u00fablicos.\n\nA APPA trata-se de uma empresa p\u00fablica prestadora de servi\u00e7o p\u00fablico e, por consequ\u00eancia, por estarem seus bens afetados \u00e0 sua presta\u00e7\u00e3o de servi\u00e7o, estes devem ser submetidos a um regime public\u00edstico, no qual se insere a indisponibilidade em face do princ\u00edpio da continuidade do servi\u00e7o p\u00fablico, com todos os seus consect\u00e1rios, quais sejam, a impenhorabilidade, a inalienabilidade sem pr\u00e9via desafeta\u00e7\u00e3o, a imprescritibilidade e a insusceptibilidade de usucapi\u00e3o e de direitos reais.\n\nConceituando os bens p\u00fablicos, Hely Lopes Meirelles preleciona:\n\n\u201c(...) s\u00e3o todas as coisas corp\u00f3reas ou incorp\u00f3reas, im\u00f3veis, m\u00f3veis e semoventes, cr\u00e9ditos, direitos e a\u00e7\u00f5es, que perten\u00e7am, a qualquer t\u00edtulo, \u00e0s entidades estatais, aut\u00e1rquicas, fundacionais e paraestatais... Quanto aos bens das entidades paraestatais (empresas p\u00fablicas, sociedades de economia mista, servi\u00e7os aut\u00f4nomos, etc.) entendemos que s\u00e3o, tamb\u00e9m, bens p\u00fablicos com destina\u00e7\u00e3o especial e administra\u00e7\u00e3o particular das institui\u00e7\u00f5es a que foram transferidos para consecu\u00e7\u00e3o dos fins estatut\u00e1rios. A origem e a natureza total ou predominante desses bens continuam p\u00fablicas. Sua destina\u00e7\u00e3o \u00e9 de interesse p\u00fablico; apenas sua administra\u00e7\u00e3o \u00e9 confiada a uma entidade de personalidade privada, que os utilizar\u00e1 na forma da lei institutidora e do estatuto regedor da institui\u00e7\u00e3o... lato sensu, \u00e9 patrim\u00f4nio p\u00fablico, tanto assim que na extin\u00e7\u00e3o da entidade reverte ao ente estatal que o criou, e qualquer ato que o lese poder\u00e1 ser invalidado por a\u00e7\u00e3o popular. A despeito de serem p\u00fablicos, dada sua destina\u00e7\u00e3o especial a organiza\u00e7\u00f5es de personalidade privada e sua administra\u00e7\u00e3o em moldes particulares, os bens das entidades paraestatais prestam-se a onera\u00e7\u00e3o como garantia real e sujeitam a penhora por d\u00edvidas da entidade, como, tamb\u00e9m, podem ser alienados na forma estatut\u00e1ria, independente de lei autorizativa, no mais, regem-se pelas normas de Direito P\u00fablico, inclusive quanto \u00e0 imprescritibilidade por usucapi\u00e3o, uma vez que, se desviados dos fins especiais a que foram destinados, retornam a sua condi\u00e7\u00e3o origin\u00e1ria do patrim\u00f4nio de que se destacaram.\u201d (in Direito Administrativo Brasileiro, 21\u00aa edi\u00e7\u00e3o, p\u00e1ginas 434/435, Editora Malheiros)\n\nO im\u00f3vel objeto da presente a\u00e7\u00e3o \u00e9 parte integrante de uma \u00e1rea p\u00fablica, sobre ela o particular n\u00e3o exerce posse, por se tratar de bem inalien\u00e1vel (art. 66, III, do CC) e insuscet\u00edvel de\n\nADMINISTRA\u00c7\u00c3O DOS PORTOS DE PARANAGU\u00c1 E ANTONINA\n\n8\n\nPROCURADORIA JUR\u00cdDICA\n\nAvenida Ayrton Senna da Silva, 161, Dom Pedro II \u2013 CEP 83.221-030 \u2013 Paranagu\u00e1 \u2013 Paran\u00e1\n\nFone: (41) 3420-1395 Fax: (41) 3420-1223\n\n\fPROJUDI - Processo: 0005147-31.2016.8.16.0129 - Ref. mov. 1.1 - Assinado digitalmente por Anselmo Jose Bento Goncalves Hess, 16/06/2016: JUNTADA DE PETI\u00c7\u00c3O DE INICIAL. Arq: Peti\u00e7\u00e3o Inicial\n\nP\u00e1gina 11\n\nDocumento assinado digitalmente, conforme MP n\u00ba 2.200-2/2001, Lei n\u00ba 11.419/2006, resolu\u00e7\u00e3o do Projudi, do TJPR/OE Valida\u00e7\u00e3o deste em https://projudi.tjpr.jus.br/projudi/ - Identificador: PJT4A PLFPJ N69VZ DM96U\n\nSecretaria de Estado de Infraestrutura e Log\u00edstica Administra\u00e7\u00e3o dos Portos de Paranagu\u00e1 e Antonina\nDIJUR \u2013 Diretoria Jur\u00eddica\n\ndireitos possess\u00f3rios conforme \u00a7 3\u00ba do artigo 183 da Constitui\u00e7\u00e3o e 191, par\u00e1grafo \u00fanico; bem como o art. 102 do C\u00f3digo Civil de 2002. Neste sentido, citamos arestos do nosso Tribunal de Justi\u00e7a do Paran\u00e1 e de outros Tribunais p\u00e1trios:\n\n\u201cREINTEGRA\u00c7\u00c3O DE POSSE. EDIFICA\u00c7\u00d5ES REALIZADAS PELOS R\u00c9US EM \u00c1REAS DE TERRAS LOCALIZADAS DENTRO DA COTA M\u00c1XIMA DE SEGURAN\u00c7A DA REPRESA DA USINA DE FOZ DO AREIA (RIO IGUA\u00c7U). PRELIMINAR DE ILEGITIMIDADE ATIVA DA COPEL. REJEI\u00c7\u00c3O. CONCESSION\u00c1RIA PRESTADORA DO SERVI\u00c7O P\u00daBLICO DE PRESTA\u00c7\u00c3O E DISTRIBUI\u00c7\u00c3O DE ENERGIA EL\u00c9TRICA A QUEM \u00c9 ATRIBU\u00cdDO O PODER-DEVER DE DEFENDER A POSSE DO IM\u00d3VEL UTILIZADO PARA A PRESTA\u00c7\u00c3O DO SERVI\u00c7O P\u00daBLICO (ART. 31, VII, DA LEI N\u00ba 8.987/95). PROVA INEQU\u00cdVOCA DA POSSE ANTERIOR DA COPEL SOBRE O IM\u00d3VEL. BEM UTILIZADO PARA A PRESTA\u00c7\u00c3O DO SERVI\u00c7O P\u00daBLICO DE GERA\u00c7\u00c3O DE ENERGIA EL\u00c9TRICA. ESCRITURA P\u00daBLICA DE DESAPROPRIA\u00c7\u00c3O AMIG\u00c1VEL CONTENDO CL\u00c1USULA CONSTITUTI. ESBULHO POSSESS\u00d3RIO COMPROVADO PELA PROVA DOCUMENTAL, PERICIAL E, A RIGOR, ADMITIDO PELOS PR\u00d3PRIOS R\u00c9US NA CONTESTA\u00c7\u00c3O. INDENIZA\u00c7\u00c3O PELAS ACESS\u00d5ES. IMPOSSIBILIDADE. BEM P\u00daBLICO INSUSCET\u00cdVEL DE POSSE POR PARTICULARES. MERA DETEN\u00c7\u00c3O. POSSE QUE, MESMO EXISTENTE, N\u00c3O SERIA DE BOA-F\u00c9. FLAGRANTE VIOLA\u00c7\u00c3O \u00c0 BOA-F\u00c9 OBJETIVA, CONSISTENTE NA CONSTRU\u00c7\u00c3O DE CASAS DE BARCOS \u00c0S MARGENS DE REPRESA E EM \u00c1REA DE PRESERVA\u00c7\u00c3O PERMANENTE. APELA\u00c7\u00c3O DOS R\u00c9US (APELA\u00c7\u00c3O 01) DESPROVIDA E APELA\u00c7\u00c3O DA AUTORA (APELA\u00c7\u00c3O 02) PROVIDA. I. As concession\u00e1rias prestadoras de servi\u00e7o p\u00fablico t\u00eam legitimidade para a defesa da posse do im\u00f3vel por elas utilizado para a presta\u00e7\u00e3o desse servi\u00e7o. II. Em se tratando de \u00e1rea inserta dentro da cota m\u00e1xima de represa, \u00e9 intuitivo que a COPEL \u00e9 efetivamente possuidora da \u00e1rea necess\u00e1ria \u00e0 presta\u00e7\u00e3o do servi\u00e7o p\u00fablico. III. Al\u00e9m de comprovado pela prova documental e pericial produzidas, o esbulho possess\u00f3rio, se n\u00e3o admitido, ao menos n\u00e3o foi impugnado pelos r\u00e9us, tornando-se, pois, incontroverso nos autos. IV. Os particulares que edificam em bens p\u00fablicos n\u00e3o t\u00eam qualquer direito \u00e0 indeniza\u00e7\u00e3o por benfeitorias e/ou acess\u00f5es, visto que n\u00e3o possuidores, mas meros detentores de tais bens. V. Edificar \u00e0s margens de represa p\u00fablica e notoriamente utilizada para a presta\u00e7\u00e3o do servi\u00e7o p\u00fablico de gera\u00e7\u00e3o de energia el\u00e9trica e cravada em \u00e1rea de preserva\u00e7\u00e3o permanente traduz conduta absolutamente incompat\u00edvel com a boa-f\u00e9 objetiva, da\u00ed a se dizer que a posse, ainda que existente, n\u00e3o geraria o direito \u00e0 indeniza\u00e7\u00e3o pelas benfeitorias ou acess\u00f5es. (TJPR - 17\u00aa C.C\u00edvel - AC - 1077753-6 - Uni\u00e3o da Vit\u00f3ria - Rel.: Fernando Paulino da Silva Wolff Filho - Un\u00e2nime - - J. 29.01.2014- grifamos)\u201d\n\n\u201cPROCESSUAL CIVIL. APELA\u00c7\u00c3O C\u00cdVEL. RECURSO DE APELA\u00c7\u00c3O INTERPOSTO PELO R\u00c9U LUCIANO DE LARA NEGRELLO. EXTEMPORANEIDADE. N\u00c3O CONHECIMENTO. A\u00c7\u00c3O DE REINTEGRA\u00c7\u00c3O DE POSSE. BEM P\u00daBLICO. MERA DETEN\u00c7\u00c3O. AJUSTE CELEBRADO COM A ADMINISTRA\u00c7\u00c3O P\u00daBLICA POR TEMPO DETERMINADO. PRAZO DE H\u00c1 MUITO EXAURIDO. PERMAN\u00caNCIA NO LOCAL POR MERA TOLER\u00c2NCIA DA ADMINISTRA\u00c7\u00c3O. RETOMADA DO BEM FUNDADA EM PRINC\u00cdPIOS E NORMAS DE DIREITO P\u00daBLICO. N\u00c3O ATENDIMENTO \u00c0 NOTIFICA\u00c7\u00c3O EXTRAJUDICIAL EM QUE SE PEDE A DESOCUPA\u00c7\u00c3O. ESBULHO CARACTERIZADO. PEDIDO JULGADO PROCEDENTE. IMPOSSIBILIDADE DE RECONHECIMENTO DA POSSE DE BEM P\u00daBLICO QUE AFASTA O DIREITO DE INDENIZA\u00c7\u00c3O POR EVENTUAIS BENFEITORIAS. AUS\u00caNCIA DE DESCRI\u00c7\u00c3O PORMENORIZADA DAS ALEGADAS BENFEITORIAS. INEXIST\u00caNCIA DE SUCUMB\u00caNCIA REC\u00cdPROCA.CONDENA\u00c7\u00c3O EXCLUSIVA DOS R\u00c9US AO PAGAMENTO DOS \u00d4NUS SUCUMBENCIAIS. RECURSO DE APELA\u00c7\u00c3O INTERPOSTO PELO R\u00c9U LUCIANO DE LARA NEGRELLO N\u00c3O CONHECIDO.RECURSO DE APELA\u00c7\u00c3O MANEJADO PELO R\u00c9U GERMANO BORGES N\u00c3O PROVIDO. RECURSO DE APELA\u00c7\u00c3O DO ESTADO DO PARAN\u00c1 PROVIDO. SENTEN\u00c7A REFORMADA EM REEXAME NECESS\u00c1RIO CONHECIDO DE OF\u00cdCIO.\n\nADMINISTRA\u00c7\u00c3O DOS PORTOS DE PARANAGU\u00c1 E ANTONINA\n\n9\n\nPROCURADORIA JUR\u00cdDICA\n\nAvenida Ayrton Senna da Silva, 161, Dom Pedro II \u2013 CEP 83.221-030 \u2013 Paranagu\u00e1 \u2013 Paran\u00e1\n\nFone: (41) 3420-1395 Fax: (41) 3420-1223\n\n\fPROJUDI - Processo: 0005147-31.2016.8.16.0129 - Ref. mov. 1.1 - Assinado digitalmente por Anselmo Jose Bento Goncalves Hess, 16/06/2016: JUNTADA DE PETI\u00c7\u00c3O DE INICIAL. Arq: Peti\u00e7\u00e3o Inicial\n\nP\u00e1gina 12\n\nDocumento assinado digitalmente, conforme MP n\u00ba 2.200-2/2001, Lei n\u00ba 11.419/2006, resolu\u00e7\u00e3o do Projudi, do TJPR/OE Valida\u00e7\u00e3o deste em https://projudi.tjpr.jus.br/projudi/ - Identificador: PJT4A PLFPJ N69VZ DM96U\n\nSecretaria de Estado de Infraestrutura e Log\u00edstica Administra\u00e7\u00e3o dos Portos de Paranagu\u00e1 e Antonina\nDIJUR \u2013 Diretoria Jur\u00eddica\n\n(TJPR - 18\u00aa C.C\u00edvel - ACR - 1230280-2 - Foro Regional de S\u00e3o Jos\u00e9 dos Pinhais da Comarca da Regi\u00e3o Metropolitana de Curitiba - Rel.: Espedito Reis do Amaral - Un\u00e2nime - - J. 10.12.2014 grifamos)\u201d\n\u201cAGRAVO DE INSTRUMENTO. A\u00c7\u00c3O DE REINTEGRA\u00c7\u00c3O DE POSSE. PERMISS\u00c3O DE USO. INSURG\u00caNCIA EM VIRTUDE DA DECIS\u00c3O QUE DEFERIU A LIMINAR POSSESS\u00d3RIA. DECIS\u00c3O MANTIDA. PRECARIEDADE DO INSTITUTO DA PERMISS\u00c3O DE USO. UMA VEZ PREENCHIDOS OS REQUISITOS PREVISTOS NO ARTIGO 927 DO CPC, \u00c9 DEVIDA A CONCESS\u00c3O DA LIMINAR POSSESS\u00d3RIA. RECURSO DESPROVIDO. 1. A permiss\u00e3o \u00e9 ato unilateral pelo qual a Administra\u00e7\u00e3o P\u00fablica faculta a algu\u00e9m, a t\u00edtulo prec\u00e1rio, a presta\u00e7\u00e3o de um servi\u00e7o p\u00fablico ou defere a utiliza\u00e7\u00e3o especial de um bem p\u00fablico. 2. Como ato prec\u00e1rio que \u00e9, pode a Administra\u00e7\u00e3o P\u00fablica promover, a qualquer momento, a retomada do bem, bastando a verifica\u00e7\u00e3o de que a revoga\u00e7\u00e3o da permiss\u00e3o se demonstrava conveniente e oportuna. (STJ, REsp 1164419/DF, Rel. Ministro BENEDITO GON\u00c7ALVES, DJe 10/11/2010) 3. Para concess\u00e3o da tutela possess\u00f3ria cabe ao autor provar: (a) a posse anterior; (b) o esbulho; (c) a perda da posse; e (d) a data em que ocorreu o esbulho (art. 927, CPC). Presentes os requisitos, cabe ao Magistrado a concess\u00e3o da liminar pleiteada (art. 928, CPC). (TJPR - 17\u00aa C.C\u00edvel - AI - 11544713 - Foro Central da Comarca da Regi\u00e3o Metropolitana de Curitiba - Rel.: Lauri Caetano da Silva - Un\u00e2nime - - J. 12.02.2014- grifamos)\u201d\n\u201cADMINISTRATIVO. REINTEGRA\u00c7\u00c3O DE POSSE. BEM P\u00daBLICO. Quem ocupa irregularmente bem p\u00fablico, inclusive tendo sido notificado para se retirar, comete esbulho ao l\u00e1 permanecer, de modo que \u00e9 cab\u00edvel a reintegra\u00e7\u00e3o de posse, nos termos do art. 926 do CPC e 1210 do CC. A ocupa\u00e7\u00e3o irregular de bem p\u00fablico n\u00e3o caracteriza posse, e sim deten\u00e7\u00e3o. Tamb\u00e9m n\u00e3o induz posse o fato de a Uni\u00e3o ter dado prazo para a retirada (mera toler\u00e2ncia, nos termos do artigo 1.208 do C\u00f3digo Civil). A alega\u00e7\u00e3o de fun\u00e7\u00e3o social da posse \u00e9 desprovida de qualquer sentido quando nem posse h\u00e1. Apela\u00e7\u00e3o n\u00e3o provida. (TRF-2 - AC: 200551010034968 RJ 2005.51.01.003496-8, Relator: Desembargador Federal GUILHERME COUTO, Data de Julgamento: 19/04/2012, SEXTA TURMA ESPECIALIZADA, Data de Publica\u00e7\u00e3o: E-DJF2R - Data::27/04/2012 - P\u00e1gina::371- grifamos)\n\u2018ADMINISTRATIVO \u2013 JARDIM BOT\u00c2NICO \u2013 IM\u00d3VEL FUNCIONAL \u2013 OCUPA\u00c7\u00c3O IRREGULAR \u2013 REINTEGRA\u00c7\u00c3O DE POSSE \u2013 BENFEITORIAS \u2013 1 \u2013 (...) A ocupa\u00e7\u00e3o irregular do bem p\u00fablico n\u00e3o configura posse, mas mera deten\u00e7\u00e3o, pois a Lei impede os efeitos possess\u00f3rios, em favor do ocupante il\u00edcito. No caso dos autos trata-se de mera deten\u00e7\u00e3o, exercida pelo r\u00e9u. N\u00e3o sendo os bens p\u00fablicos suscet\u00edveis de ingresso no dom\u00ednio particular pelo usucapi\u00e3o, a posse derivada neles exercida n\u00e3o oferece garantia de perman\u00eancia. A demonstra\u00e7\u00e3o de posse anterior, em nada muda esta situa\u00e7\u00e3o, simplesmente porque nenhum particular pode possuir bens p\u00fablicos exercendo sobre estes a mera deten\u00e7\u00e3o, conforme preconizado no artigo 71, do Decreto-Lei n\u00b0 9.760/46; a tr\u00eas, a teor do artigo 90, do Decreto-Lei n\u00b0 9760/46 as acess\u00f5es, e benfeitorias s\u00f3 seriam indeniz\u00e1veis se houvesse pr\u00e9via notifica\u00e7\u00e3o ao Poder P\u00fablico, o que n\u00e3o se configurou, o que atrai o artigo 71, do referido diploma legislativo, legitimando a conduta da Uni\u00e3o, afastando o pleito indenizat\u00f3rio, em prol do interesse p\u00fablico. (...)\u2019 (TRF 2\u00aa.R. \u2013 AC 2001.02.01.042398-9 \u2013 6\u00aa.T. \u2013 Rel. Des. Fed. Poul Erik Dyrlund \u2013 DJU 21.11.2003 \u2013 p. 241 \u2013 grifamos)\n\nde Justi\u00e7a:\n\nNo mesmo sentido, encontra-se o posicionamento consolidado do Superior Tribunal\n\nADMINISTRA\u00c7\u00c3O DOS PORTOS DE PARANAGU\u00c1 E ANTONINA\n\n10\n\nPROCURADORIA JUR\u00cdDICA\n\nAvenida Ayrton Senna da Silva, 161, Dom Pedro II \u2013 CEP 83.221-030 \u2013 Paranagu\u00e1 \u2013 Paran\u00e1\n\nFone: (41) 3420-1395 Fax: (41) 3420-1223\n\n\fPROJUDI - Processo: 0005147-31.2016.8.16.0129 - Ref. mov. 1.1 - Assinado digitalmente por Anselmo Jose Bento Goncalves Hess, 16/06/2016: JUNTADA DE PETI\u00c7\u00c3O DE INICIAL. Arq: Peti\u00e7\u00e3o Inicial\n\nP\u00e1gina 13\n\nDocumento assinado digitalmente, conforme MP n\u00ba 2.200-2/2001, Lei n\u00ba 11.419/2006, resolu\u00e7\u00e3o do Projudi, do TJPR/OE Valida\u00e7\u00e3o deste em https://projudi.tjpr.jus.br/projudi/ - Identificador: PJT4A PLFPJ N69VZ DM96U\n\nSecretaria de Estado de Infraestrutura e Log\u00edstica Administra\u00e7\u00e3o dos Portos de Paranagu\u00e1 e Antonina\nDIJUR \u2013 Diretoria Jur\u00eddica\n\n\u201cAGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. A\u00c7\u00c3O DE REINTEGRA\u00c7\u00c3O DE POSSE. BEM P\u00daBLICO, INSUSCET\u00cdVEL DE USUCAPI\u00c3O. TRIBUNAL A QUO SOBERANO NO DELINEAMENTO DAS CIRCUNST\u00c2NCIAS F\u00c1TICAS DOS AUTOS. REVOLVIMENTO DO CONJUNTO F\u00c1TICO-PROBAT\u00d3RIO. S\u00daMULA 7/STJ. IMPOSSIBILIDADE. AGRAVO REGIMENTAL DESPROVIDO. (AgRg no AREsp 254918 / RS; Ministro PAULO DE TARSO SANSEVERINO; TERCEIRA TURMA, DJe 02/09/2013)\u201d Grifo nosso\n\u201cPROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. REINTEGRA\u00c7\u00c3O DE POSSE. OCUPA\u00c7\u00c3O DE \u00c1REA P\u00daBLICA POR PARTICULARES. OMISS\u00c3O. N\u00c3O OCORR\u00caNCIA. LC 733/2006. LEI LOCAL. S\u00daMULA 280/STF. ARTS. 128 E 460 DO CPC. AUS\u00caNCIA DE PREQUESTIONAMENTO. CONSTRU\u00c7\u00c3O. BENFEITORIAS. INDENIZA\u00c7\u00c3O. IMPOSSIBILIDADE. 1. Hip\u00f3tese em que o Tribunal de Justi\u00e7a reconheceu que a \u00e1rea ocupada pelos recorrentes \u00e9 p\u00fablica e afastou o direito \u00e0 indeniza\u00e7\u00e3o pelas benfeitorias. 2. A solu\u00e7\u00e3o integral da controv\u00e9rsia, com fundamento suficiente, n\u00e3o caracteriza ofensa ao art. 535 do CPC. 3. A LC 733/2006, suscitada no Recurso Especial, \u00e9 distrital, e n\u00e3o federal, de modo que n\u00e3o pode ser apreciada pelo STJ. Incide, por analogia, a S\u00famula 280/STF. 4. N\u00e3o se conhece de Recurso Especial quanto \u00e0 mat\u00e9ria (arts. 128 e 460 do CPC), que n\u00e3o foi especificamente enfrentada pelo Tribunal a quo, dada a aus\u00eancia de prequestionamento. 5. Configurada a ocupa\u00e7\u00e3o indevida de bem p\u00fablico, n\u00e3o h\u00e1 falar em posse, mas em mera deten\u00e7\u00e3o, de natureza prec\u00e1ria, o que afasta o direito \u00e0 indeniza\u00e7\u00e3o por benfeitorias. Precedentes do STJ. 6. Recurso especial parcialmente conhecido e, nessa parte, n\u00e3o provido. (REsp 1310458 / DF; Ministro HERMAN BENJAMIN; SEGUNDA TURMA; DJe 09/05/2013)\u201d \u2013 Grifo nosso\nADMINISTRATIVO. JARDIM BOT\u00c2NICO DO RIO DE JANEIRO. BEM P\u00daBLICO. DECRETO-LEI 9.760/46 PATRIM\u00d4NIO HIST\u00d3RICO E ART\u00cdSTICO NACIONAL. BEM TOMBADO. ARTS. 11 E 17 DO DECRETO-LEI 25/1937. OCUPA\u00c7\u00c3O POR PARTICULARES. CONSTRU\u00c7\u00c3O. BENFEITORIAS. INDENIZA\u00c7\u00c3O. IMPOSSIBILIDADE. DIREITO DE RETEN\u00c7\u00c3O. DESCABIMENTO. ARTS. 100, 102, 1.196, 1.219 E 1.255 DO C\u00d3DIGO CIVIL DE 2002. 1. Fundado em 1808 por Dom Jo\u00e3o VI, o Jardim Bot\u00e2nico do Rio de Janeiro \u00e9 um dos tesouros do patrim\u00f4nio natural, hist\u00f3rico, cultural e paisag\u00edstico do Brasil, de fama internacional, tendo sido um dos primeiros bens tombados, ainda em 1937, pelo Instituto do Patrim\u00f4nio Hist\u00f3rico e Art\u00edstico Nacional, sob o p\u00e1lio do ent\u00e3o rec\u00e9m-promulgado Decreto-Lei 25/1937. 2. Os remanescentes 140 hectares, que atualmente formam o Jardim Bot\u00e2nico, s\u00e3o de propriedade da Uni\u00e3o, o que, independentemente das extraordin\u00e1rias qualidades naturais e culturais, j\u00e1 obriga que qualquer utiliza\u00e7\u00e3o, uso ou explora\u00e7\u00e3o privada seja sempre de car\u00e1ter excepcional, por tempo certo e cabalmente motivada no interesse p\u00fablico. 3. N\u00e3o obstante leis de sentido e conte\u00fado induvidosos, que salvaguardam a titularidade dos bens confiados ao controle e gest\u00e3o do Estado, a hist\u00f3ria fundi\u00e1ria do Brasil, tanto no campo como na cidade, est\u00e1, infelizmente at\u00e9 os dias atuais, baseada na indevida apropria\u00e7\u00e3o privada dos espa\u00e7os p\u00fablicos, com freq\u00fc\u00eancia \u00e0s claras e, mais grave, at\u00e9 com est\u00edmulo censur\u00e1vel, tanto por a\u00e7\u00e3o como por leni\u00eancia, de servidores p\u00fablicos, precisamente aqueles que deveriam zelar, de maneira intransigente, pela integridade e longevidade do patrim\u00f4nio nacional. 4. Al\u00e9m de rasgar a Constitui\u00e7\u00e3o e humilhar o Estado de Direito, substituindo-o, com emprego de for\u00e7a ou manobras jur\u00eddicas, pela \"lei da selva\", a privatiza\u00e7\u00e3o ilegal de espa\u00e7os p\u00fablicos, notadamente de bens tombados ou especialmente protegidos, dilapida o patrim\u00f4nio da sociedade e compromete o seu gozo pelas gera\u00e7\u00f5es futuras.\n\nADMINISTRA\u00c7\u00c3O DOS PORTOS DE PARANAGU\u00c1 E ANTONINA\n\n11\n\nPROCURADORIA JUR\u00cdDICA\n\nAvenida Ayrton Senna da Silva, 161, Dom Pedro II \u2013 CEP 83.221-030 \u2013 Paranagu\u00e1 \u2013 Paran\u00e1\n\nFone: (41) 3420-1395 Fax: (41) 3420-1223\n\n\fPROJUDI - Processo: 0005147-31.2016.8.16.0129 - Ref. mov. 1.1 - Assinado digitalmente por Anselmo Jose Bento Goncalves Hess, 16/06/2016: JUNTADA DE PETI\u00c7\u00c3O DE INICIAL. Arq: Peti\u00e7\u00e3o Inicial\n\nP\u00e1gina 14\n\nDocumento assinado digitalmente, conforme MP n\u00ba 2.200-2/2001, Lei n\u00ba 11.419/2006, resolu\u00e7\u00e3o do Projudi, do TJPR/OE Valida\u00e7\u00e3o deste em https://projudi.tjpr.jus.br/projudi/ - Identificador: PJT4A PLFPJ N69VZ DM96U\n\nSecretaria de Estado de Infraestrutura e Log\u00edstica Administra\u00e7\u00e3o dos Portos de Paranagu\u00e1 e Antonina\nDIJUR \u2013 Diretoria Jur\u00eddica\n\n5. Consoante o C\u00f3digo Civil (de 2002), \"Os bens p\u00fablicos n\u00e3o est\u00e3o sujeitos a usucapi\u00e3o\" (art. 102) e os \"de uso comum do povo e os de uso especial s\u00e3o inalien\u00e1veis, enquanto conservarem a sua qualifica\u00e7\u00e3o\" (\u00e9 o caso do Jardim Bot\u00e2nico), nos termos do art. 100. Mais incisiva ainda a legisla\u00e7\u00e3o do patrim\u00f4nio hist\u00f3rico e art\u00edstico nacional, quando disp\u00f5e que \"As coisas tombadas, que perten\u00e7am \u00e0 Uni\u00e3o, aos Estados ou aos Munic\u00edpios, inalien\u00e1veis por natureza, s\u00f3 poder\u00e3o ser transferidas de uma \u00e0 outra das referidas entidades\" (art. 11, do Decreto-Lei 25/1937, grifo acrescentado). 6. A ocupa\u00e7\u00e3o, a explora\u00e7\u00e3o e o uso de bem p\u00fablico - sobretudo os de interesse ambientalcultural e, com maior raz\u00e3o, aqueles tombados - s\u00f3 se admitem se contarem com expresso, inequ\u00edvoco, v\u00e1lido e atual assentimento do Poder P\u00fablico, exig\u00eancia inafast\u00e1vel tanto pelo Administrador como pelo Juiz, a qual se mant\u00e9m inc\u00f3lume, independentemente da ancianidade, finalidade (residencial, comercial ou agr\u00edcola) ou grau de interfer\u00eancia nos atributos que justificam sua prote\u00e7\u00e3o. 7. Datar a ocupa\u00e7\u00e3o, constru\u00e7\u00e3o ou explora\u00e7\u00e3o de longo tempo, ou a circunst\u00e2ncia de terse, na origem, constitu\u00eddo regularmente e s\u00f3 depois se transformado em indevida, n\u00e3o purifica sua ilegalidade, nem fragiliza ou afasta os mecanismos que o legislador instituiu para salvaguardar os bens p\u00fablicos. Irregular \u00e9 tanto a ocupa\u00e7\u00e3o, explora\u00e7\u00e3o e uso que um dia foram regulares, mas deixaram de s\u00ea-lo, como os que, por nunca terem sido, n\u00e3o podem agora vir a s\u00ea-lo. 8. No que tange ao Jardim Bot\u00e2nico do Rio, nova ou velha a ocupa\u00e7\u00e3o, a realidade \u00e9 uma s\u00f3: o bem \u00e9 p\u00fablico, tombado, e qualquer uso, constru\u00e7\u00e3o ou explora\u00e7\u00e3o nos seus dom\u00ednios demanda rigoroso procedimento administrativo, o que n\u00e3o foi, in casu, observado. 9. Na falta de autoriza\u00e7\u00e3o expressa, inequ\u00edvoca, v\u00e1lida e atual do titular do dom\u00ednio, a ocupa\u00e7\u00e3o de \u00e1rea p\u00fablica \u00e9 mera deten\u00e7\u00e3o il\u00edcita (\"grilagem\", na express\u00e3o popular), que n\u00e3o gera - nem pode gerar, a menos que se queira, contrariando a mens legis, estimular tais atos conden\u00e1veis - direitos, entre eles o de reten\u00e7\u00e3o, garantidos somente ao possuidor de boa-f\u00e9 pelo C\u00f3digo Civil. Precedentes do STJ. 10. Os im\u00f3veis pertencentes \u00e0 Uni\u00e3o Federal s\u00e3o regidos pelo Decreto-Lei 9.760/46, que em seu art. 71 disp\u00f5e que, na falta de assentimento (expresso, inequ\u00edvoco, v\u00e1lido e atual) da autoridade legitimamente incumbida na sua guarda e zelo, o ocupante poder\u00e1 ser sumariamente despejado e perder\u00e1, sem direito a indeniza\u00e7\u00e3o, tudo quanto haja incorporado ao solo, ficando ainda sujeito ao disposto nos arts. 513, 515 e 517 do C\u00f3digo Civil de 1916. 11. A apropria\u00e7\u00e3o, ao arrepio da lei, de terras e im\u00f3veis p\u00fablicos (mais ainda de bem tombado desde 1937), al\u00e9m de acarretar o dever de imediata desocupa\u00e7\u00e3o da \u00e1rea, d\u00e1 ensejo \u00e0 aplica\u00e7\u00e3o das san\u00e7\u00f5es administrativas e penais previstas na legisla\u00e7\u00e3o, bem como \u00e0 obriga\u00e7\u00e3o de reparar eventuais danos causados. 12. Aplica-se \u00e0s benfeitorias e acess\u00f5es em \u00e1rea ou im\u00f3vel p\u00fablico a lei especial que rege a mat\u00e9ria, e n\u00e3o o C\u00f3digo Civil, da\u00ed caber indeniza\u00e7\u00e3o t\u00e3o-s\u00f3 se houver pr\u00e9via notifica\u00e7\u00e3o do propriet\u00e1rio (art. 90 do Decreto-lei 9.760/46). 13. Simples deten\u00e7\u00e3o prec\u00e1ria n\u00e3o d\u00e1 ensejo a indeniza\u00e7\u00e3o por acess\u00f5es e benfeitorias, nem mesmo as ditas necess\u00e1rias, definidas como \"as que t\u00eam por fim conservar o bem ou evitar que se deteriore\" (C\u00f3digo Civil, art. 96, \u00a7 3\u00b0). Situa\u00e7\u00e3o dif\u00edcil de imaginar em constru\u00e7\u00f5es que dever\u00e3o ser demolidas, por imprestabilidade ou incompatibilidade com as finalidades do Jardim Bot\u00e2nico (visita\u00e7\u00e3o p\u00fablica e conserva\u00e7\u00e3o da flora), a ant\u00edtese do fim de \"conservar o bem ou evitar que se deteriore\". 14. Para fazer jus a indeniza\u00e7\u00e3o por acess\u00f5es e benfeitorias, ao administrado incumbe o \u00f4nus de provar: a) a regularidade e a boa-f\u00e9 da ocupa\u00e7\u00e3o, explora\u00e7\u00e3o ou uso do bem, lastreadas em assentimento expresso, inequ\u00edvoco, v\u00e1lido e atual; b) o car\u00e1ter necess\u00e1rio das benfeitorias e das acess\u00f5es; c) a notifica\u00e7\u00e3o, escorreita na forma e no conte\u00fado, do \u00f3rg\u00e3o acerca da realiza\u00e7\u00e3o dessas acess\u00f5es e benfeitorias.\n\nADMINISTRA\u00c7\u00c3O DOS PORTOS DE PARANAGU\u00c1 E ANTONINA\n\n12\n\nPROCURADORIA JUR\u00cdDICA\n\nAvenida Ayrton Senna da Silva, 161, Dom Pedro II \u2013 CEP 83.221-030 \u2013 Paranagu\u00e1 \u2013 Paran\u00e1\n\nFone: (41) 3420-1395 Fax: (41) 3420-1223\n\n\fPROJUDI - Processo: 0005147-31.2016.8.16.0129 - Ref. mov. 1.1 - Assinado digitalmente por Anselmo Jose Bento Goncalves Hess, 16/06/2016: JUNTADA DE PETI\u00c7\u00c3O DE INICIAL. Arq: Peti\u00e7\u00e3o Inicial\n\nP\u00e1gina 15\n\nDocumento assinado digitalmente, conforme MP n\u00ba 2.200-2/2001, Lei n\u00ba 11.419/2006, resolu\u00e7\u00e3o do Projudi, do TJPR/OE Valida\u00e7\u00e3o deste em https://projudi.tjpr.jus.br/projudi/ - Identificador: PJT4A PLFPJ N69VZ DM96U\n\nSecretaria de Estado de Infraestrutura e Log\u00edstica Administra\u00e7\u00e3o dos Portos de Paranagu\u00e1 e Antonina\nDIJUR \u2013 Diretoria Jur\u00eddica\n\n15. Eventual indeniza\u00e7\u00e3o, em nome das acess\u00f5es e benfeitorias que o ocupante ilegal tenha realizado, deve ser buscada ap\u00f3s a desocupa\u00e7\u00e3o do im\u00f3vel, momento e inst\u00e2ncia em que o Poder P\u00fablico tamb\u00e9m ter\u00e1 a oportunidade, a pre\u00e7o de mercado, de cobrar-lhe pelo per\u00edodo em que, irregularmente, ocupou ou explorou o im\u00f3vel e por despesas de demoli\u00e7\u00e3o, assim como pelos danos que tenha causado ao pr\u00f3prio bem, \u00e0 coletividade e a outros valores legalmente protegidos. 16. Inexiste boa-f\u00e9 contra expressa determina\u00e7\u00e3o legal. Ao rev\u00e9s, entende-se agir de m\u00e1-f\u00e9 o particular que, sem t\u00edtulo expresso, inequ\u00edvoco, v\u00e1lido e atual ocupa im\u00f3vel p\u00fablico, mesmo depois de notifica\u00e7\u00e3o para abandon\u00e1-lo, situa\u00e7\u00e3o t\u00edpica de esbulho permanente, em que cab\u00edvel a imediata reintegra\u00e7\u00e3o judicial. 17. Na ocupa\u00e7\u00e3o, uso ou explora\u00e7\u00e3o de bem p\u00fablico, a boa-f\u00e9 \u00e9 impresum\u00edvel, requisitando prova cabal a cargo de quem a alega. Incompat\u00edvel com a boa-f\u00e9 agir com o reiterado \u00e2nimo de se furtar e at\u00e9 de burlar a letra e o esp\u00edrito da lei, com sucessivas reformas e amplia\u00e7\u00f5es de constru\u00e7\u00e3o em im\u00f3vel p\u00fablico, por isso mesmo feitas \u00e0 sua conta e risco. 18. Na gest\u00e3o e controle dos bens p\u00fablicos impera o princ\u00edpio da indisponibilidade, o que significa dizer que eventual in\u00e9rcia ou coniv\u00eancia do servidor p\u00fablico de plant\u00e3o (inclusive com o recebimento de \"aluguel\") n\u00e3o tem o cond\u00e3o de, pela porta dos fundos da omiss\u00e3o e do consentimento t\u00e1cito, autorizar aquilo que, pela porta da frente, seria ilegal, caracterizando, em vez disso, ato de improbidade administrativa (Lei 8.429/1992), que como tal deve ser tratado e reprimido. 19. A grave crise habitacional que continua a afetar o Brasil n\u00e3o ser\u00e1 resolvida, nem seria inteligente que se resolvesse, com o aniquilamento do patrim\u00f4nio hist\u00f3rico-cultural nacional. Ricos e pobres, cultos e analfabetos, somos todos s\u00f3cios na titularidade do que sobrou de tang\u00edvel e intang\u00edvel da nossa arte e hist\u00f3ria como Na\u00e7\u00e3o. Da\u00ed que mutil\u00e1-lo ou destru\u00ed-lo a pretexto de dar casa e abrigo a uns poucos corresponde a deixar milh\u00f5es de outros sem teto e, ao mesmo tempo, sem a mem\u00f3ria e a heran\u00e7a do passado para narrar e passar a seus descendentes. 20. Recurso Especial n\u00e3o provido. (REsp 808708 / RJ; Ministro HERMAN BENJAMIN; SEGUNDA TURMA; DJe 04/05/2011 - grifamos)\u201d\n\u201cADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. BENS P\u00daBLICOS. A\u00c7\u00c3O POSSESS\u00d3RIA DE REINTEGRA\u00c7\u00c3O. DETEN\u00c7\u00c3O IRREGULAR DO PARTICULAR. DESOCUPA\u00c7\u00c3O. CABIMENTO. 1. \u00c9 de se destacar que os \u00f3rg\u00e3os julgadores n\u00e3o est\u00e3o obrigados a examinar todas as teses levantadas pelo jurisdicionado durante um processo judicial, bastando que as decis\u00f5es proferidas estejam devida e coerentemente fundamentadas, em obedi\u00eancia ao que determina o art. 93, inc. IX, da Lei Maior. Isso n\u00e3o caracteriza ofensa ao art. 535 do CPC. 2. Trata-se, in casu, de bem p\u00fablico ocupado irregularmente por particular que, mesmo ap\u00f3s notifica\u00e7\u00e3o para desocupa\u00e7\u00e3o, permaneceu no bem. Insurge-se o recorrente contra o tipo de a\u00e7\u00e3o promovida pela recorrida para fazer cessar a desocupa\u00e7\u00e3o. 3. Tem-se caso de ocupa\u00e7\u00e3o de \u00e1rea p\u00fablica, a qual, dada sua irregularidade, n\u00e3o pode ser reconhecida como posse, mas como mera deten\u00e7\u00e3o. 4. N\u00e3o h\u00e1 como prosperar qualquer alega\u00e7\u00e3o do recorrente para fazer-se permanecer com a deten\u00e7\u00e3o irregular do bem p\u00fablico. Ademais, n\u00e3o se discute nos autos a propriedade do bem, portanto, plenamente cab\u00edvel a a\u00e7\u00e3o possess\u00f3ria para fazer desocupar de bem p\u00fablico quem o detinha de forma irregular. Portanto, n\u00e3o pode prosperar a alega\u00e7\u00e3o do recorrente de que n\u00e3o cabe a\u00e7\u00e3o possess\u00f3ria de reintegra\u00e7\u00e3o no presente caso. 5. Recurso especial a que se nega provimento. (REsp 1203500 / RJ; Ministro Mauro Campbell Marques; Segunda Turma; DJe 08/10/2010)\u201d\n\nADMINISTRA\u00c7\u00c3O DOS PORTOS DE PARANAGU\u00c1 E ANTONINA\n\n13\n\nPROCURADORIA JUR\u00cdDICA\n\nAvenida Ayrton Senna da Silva, 161, Dom Pedro II \u2013 CEP 83.221-030 \u2013 Paranagu\u00e1 \u2013 Paran\u00e1\n\nFone: (41) 3420-1395 Fax: (41) 3420-1223\n\n\fPROJUDI - Processo: 0005147-31.2016.8.16.0129 - Ref. mov. 1.1 - Assinado digitalmente por Anselmo Jose Bento Goncalves Hess, 16/06/2016: JUNTADA DE PETI\u00c7\u00c3O DE INICIAL. Arq: Peti\u00e7\u00e3o Inicial\n\nP\u00e1gina 16\n\nDocumento assinado digitalmente, conforme MP n\u00ba 2.200-2/2001, Lei n\u00ba 11.419/2006, resolu\u00e7\u00e3o do Projudi, do TJPR/OE Valida\u00e7\u00e3o deste em https://projudi.tjpr.jus.br/projudi/ - Identificador: PJT4A PLFPJ N69VZ DM96U\n\nSecretaria de Estado de Infraestrutura e Log\u00edstica Administra\u00e7\u00e3o dos Portos de Paranagu\u00e1 e Antonina\nDIJUR \u2013 Diretoria Jur\u00eddica\n\nRessalte-se, ad argumentandum tantum, o fato da Parte R\u00e9 ocupar a \u00e1rea descrita no item 3 nada mais \u00e9 sen\u00e3o deten\u00e7\u00e3o, ato de mera toler\u00e2ncia ou de permiss\u00e3o do leg\u00edtimo possuidor, ora autoridade portu\u00e1ria, em ver terras de seu dom\u00ednio ocupadas e exploradas por terceiros, que, por disposi\u00e7\u00e3o legal, n\u00e3o induzem posse ad usucapionem, a teor do disposto no art. 1208 do C\u00f3digo Civil.\n\nAs terras p\u00fablicas est\u00e3o exclu\u00eddas da prote\u00e7\u00e3o possess\u00f3ria, tendo em vista o car\u00e1ter de precariedade de que se revestem as deten\u00e7\u00f5es daquele patrim\u00f4nio, o qual pode ser reclamado a todo instante, pela administra\u00e7\u00e3o. A toler\u00e2ncia do Poder P\u00fablico quanto \u00e0 ocupa\u00e7\u00e3o de suas terras por particulares n\u00e3o faz nascer para estes, direito assegur\u00e1vel pelos interditos possess\u00f3rios, inclusive sem direito a qualquer tipo de indeniza\u00e7\u00e3o.\n\nAssim, clandestina ou n\u00e3o, a posse exercida pela Parte R\u00e9 sobre bens im\u00f3veis p\u00fablicos \u00e9 sempre prec\u00e1ria, sendo imperativo o reconhecimento de que resta afastado qual direito possess\u00f3rio por parte deste consoante previsto na Constitui\u00e7\u00e3o Federal.\n\nFrise-se, ademais, que desnecess\u00e1ria a aprecia\u00e7\u00e3o se o bem p\u00fablico \u00e9 (ou n\u00e3o) efetivamente utilizado em benef\u00edcio do interesse p\u00fablico, porque pacificado pelo Supremo Tribunal Federal que os chamados bens dominicais (integrantes do patrim\u00f4nio dispon\u00edvel do ente p\u00fablico e destitu\u00eddo de interesse imediato da coletividade) tamb\u00e9m n\u00e3o podem ser adquiridos pretens\u00f5es possess\u00f3rias com animus domini, eis que a veda\u00e7\u00e3o \u00e9 incidente em todos os tipos de bens p\u00fablicos.\n\n4.2 DO CABIMENTO DA REINTEGRA\u00c7\u00c3O DE POSSE\n\n\u00c9 assegurado ao possuidor o direito a ser mantido na posse em caso de turba\u00e7\u00e3o, restitu\u00eddo no de esbulho, e segurado de viol\u00eancia iminente, se tiver justo receio de ser molestado.\n\nEmbora se apresente em nosso direito o princ\u00edpio da conversibilidade das a\u00e7\u00f5es possess\u00f3rias, conforme assegura o art. 554 do C\u00f3digo de Processo Civil, a a\u00e7\u00e3o de reintegra\u00e7\u00e3o de posse \u00e9 a que, por seu conceito, melhor acolhe o direito da Parte Autora.\n\nSob o esc\u00f3lio de Humberto Theodoro J\u00fanior (Curso de Direito Processual Civil \u2013 29.\u00aa edi\u00e7\u00e3o \u2013 editora Forense, p\u00e1g. 120):\n\n\u201cA exist\u00eancia de tr\u00eas interditos distintos decorre da necessidade de adequar as provid\u00eancias\n\nADMINISTRA\u00c7\u00c3O DOS PORTOS DE PARANAGU\u00c1 E ANTONINA\n\n14\n\nPROCURADORIA JUR\u00cdDICA\n\nAvenida Ayrton Senna da Silva, 161, Dom Pedro II \u2013 CEP 83.221-030 \u2013 Paranagu\u00e1 \u2013 Paran\u00e1\n\nFone: (41) 3420-1395 Fax: (41) 3420-1223\n\n\fPROJUDI - Processo: 0005147-31.2016.8.16.0129 - Ref. mov. 1.1 - Assinado digitalmente por Anselmo Jose Bento Goncalves Hess, 16/06/2016: JUNTADA DE PETI\u00c7\u00c3O DE INICIAL. Arq: Peti\u00e7\u00e3o Inicial\n\nP\u00e1gina 17\n\nDocumento assinado digitalmente, conforme MP n\u00ba 2.200-2/2001, Lei n\u00ba 11.419/2006, resolu\u00e7\u00e3o do Projudi, do TJPR/OE Valida\u00e7\u00e3o deste em https://projudi.tjpr.jus.br/projudi/ - Identificador: PJT4A PLFPJ N69VZ DM96U\n\nSecretaria de Estado de Infraestrutura e Log\u00edstica Administra\u00e7\u00e3o dos Portos de Paranagu\u00e1 e Antonina\nDIJUR \u2013 Diretoria Jur\u00eddica\njudiciais de tutela possess\u00f3ria \u00e0s diferentes hip\u00f3teses de viola\u00e7\u00e3o da posse. (...) J\u00e1 a a\u00e7\u00e3o de reintegra\u00e7\u00e3o de posse (antigo interdito recuperandae possessionis dos romanos) tem como fito restituir o possuidor na posse, em caso de esbulho. Por esbulho deve-se entender a injusta e total priva\u00e7\u00e3o da posse, sofrida por algu\u00e9m que a vinha exercendo. Essa perda total da posse pode decorrer: a) de viol\u00eancia sobre a coisa, de modo a tir\u00e1-la do poder de quem a possu\u00eda at\u00e9 ent\u00e3o; b) do constrangimento suportado pelo possuidor, diante do fundado temor de viol\u00eancia iminente; c) de ato clandestino ou abuso de confian\u00e7a\u201d\nSobre o conceito de posse, citando ainda o mesmo renomado autor (Humberto Theodoro J\u00fanior - Curso de Direito Processual Civil \u2013 29.\u00aa edi\u00e7\u00e3o \u2013 editora Forense, p\u00e1gs. 108/109):\n\u201cA posse, em conclus\u00e3o, pode ser definida, segundo Cl\u00f3vis, como o exerc\u00edcio, de fato, dos poderes constitutivos do dom\u00ednio, ou propriedade, ou de algum deles somente\u201d.\n\u201cA posse \u00e9 a situa\u00e7\u00e3o de fato e um componente da estabilidade social. Se a posse muda de titular, tal mudan\u00e7a n\u00e3o pode resultar em desequil\u00edbrio social, em perturba\u00e7\u00e3o da ordem. Imp\u00f5e-se que a passagem da posse de um outro titular se d\u00ea sem quebra da harmonia social, e.g., pelo contrato, pela sucess\u00e3o. Quando a disputa pela posse se acende, urge que cesse atrav\u00e9s do processo, e n\u00e3o pelo exerc\u00edcio da justi\u00e7a privada. Esta \u00faltima produz a ruptura da paz social e viola a soberania do estado; representa a usurpa\u00e7\u00e3o de um de seus poderes. Neste sentido, Carnelutti. Por isso, conclui o jurista mineiro: \u2018Destarte, n\u00e3o entendemos o ju\u00edzo possess\u00f3rio apenas sob o \u00e2ngulo da tutela da posse ou da propriedade. Nele vemos principalmente o interesse social na repress\u00e3o do esbulho...\u201d, visto este como \u2018manifesta\u00e7\u00e3o de ruptura do equil\u00edbrio social e como amea\u00e7a \u00e0 ordem jur\u00eddica\u201d.\nAssim, em observ\u00e2ncia aos requisitos do Art. 561 do C\u00f3digo de Processo Civil \u2013 CPC, observa-se dos fatos descritos e dos documentos anexados: (i) a prova da posse da Autoridade Portu\u00e1ria, ora Autora, e da sua compet\u00eancia para total gest\u00e3o, fiscaliza\u00e7\u00e3o e administra\u00e7\u00e3o dos Portos de Paranagu\u00e1 e Antonina, pelo Conv\u00eanio de Delega\u00e7\u00e3o n\u00b0 037/2001; (ii) esbulho demonstrado pela ocupa\u00e7\u00e3o irregular da Parte R\u00e9 da \u00e1rea p\u00fablica localizada na Rua Tupinamb\u00e1 \u2013 beco, s/n; (iii) a ocorr\u00eancia do esbulho h\u00e1 menos de ano e dia e; (iv) a resist\u00eancia injustificada da Parte R\u00e9 em desocupar a \u00e1rea.\nPortanto, configurados os requisitos do art. 561 do CPC \u00e9 incontroverso o esbulho praticado pela Parte R\u00e9 em \u00e1rea de dom\u00ednio p\u00fablico, que se encontra sob a administra\u00e7\u00e3o da Parte Autora, mediante Conv\u00eanio de Delega\u00e7\u00e3o n\u00ba 37/2001, devendo ser deferida a liminar de reintegra\u00e7\u00e3o de posse, inaldita altera pars, ou seja, sem pr\u00e9via cita\u00e7\u00e3o da Parte R\u00e9.\n\nADMINISTRA\u00c7\u00c3O DOS PORTOS DE PARANAGU\u00c1 E ANTONINA\n\n15\n\nPROCURADORIA JUR\u00cdDICA\n\nAvenida Ayrton Senna da Silva, 161, Dom Pedro II \u2013 CEP 83.221-030 \u2013 Paranagu\u00e1 \u2013 Paran\u00e1\n\nFone: (41) 3420-1395 Fax: (41) 3420-1223\n\n\fPROJUDI - Processo: 0005147-31.2016.8.16.0129 - Ref. mov. 1.1 - Assinado digitalmente por Anselmo Jose Bento Goncalves Hess, 16/06/2016: JUNTADA DE PETI\u00c7\u00c3O DE INICIAL. Arq: Peti\u00e7\u00e3o Inicial\n\nP\u00e1gina 18\n\nDocumento assinado digitalmente, conforme MP n\u00ba 2.200-2/2001, Lei n\u00ba 11.419/2006, resolu\u00e7\u00e3o do Projudi, do TJPR/OE Valida\u00e7\u00e3o deste em https://projudi.tjpr.jus.br/projudi/ - Identificador: PJT4A PLFPJ N69VZ DM96U\n\nSecretaria de Estado de Infraestrutura e Log\u00edstica Administra\u00e7\u00e3o dos Portos de Paranagu\u00e1 e Antonina\nDIJUR \u2013 Diretoria Jur\u00eddica\n\n5. DA MEDIDA LIMINAR\n\nOs fatos narrados na presente a\u00e7\u00e3o est\u00e3o devidamente comprovados pela documenta\u00e7\u00e3o que instrui esta inicial. A prova documental que demonstra o cumprimento dos requisitos do Art. 561 e 562 do C\u00f3digo de Processo Civil enseja a imediata concess\u00e3o de medida liminar de reintegra\u00e7\u00e3o de posse, inaldita altera pars, sem pr\u00e9via cita\u00e7\u00e3o da Parte R\u00e9.\n\nCom efeito, a inicial est\u00e1 devidamente instru\u00edda, comprovando a posse, o esbulho praticado e a sua data, bem como a perda da posse pela APPA, de modo a aplicar-se ao caso o procedimento sum\u00e1rio das medidas possess\u00f3rias, com o deferimento liminar, j\u00e1 de in\u00edcio.\n\nEm n\u00e3o sendo este o entendimento, imp\u00f5e-se a c\u00e9lere designa\u00e7\u00e3o de audi\u00eancia de justifica\u00e7\u00e3o, na qual comparecer\u00e3o testemunhas, independente de intima\u00e7\u00e3o, aptas a comprovar o esbulho praticado.\n\nPortanto, considerando que se trata o presente caso de \u201cposse nova\u201d perfeitamente aplic\u00e1vel o rito pr\u00f3prio das medidas possess\u00f3rias, com a concess\u00e3o de medida liminar diante da comprova\u00e7\u00e3o documental dos fatos, conforme nesta ocasi\u00e3o realizado pela Parte Autora.\n\n\u00c9 este o entendimento da doutrina, nas palavras de Arnoldo Wald: \u201csendo a viola\u00e7\u00e3o da posse do requerente recente (menos de ano e dia) e documentalmente comprovada, o magistrado poder\u00e1 conceder desde logo a medida liminar\u201d 4.\n\nAl\u00e9m disso, deve-se registrar a gravidade do caso sob an\u00e1lise, pois conforme devidamente noticiados nos autos A\u00e7\u00e3o Civil P\u00fablica n\u00ba 0001643-88.2008.4.04.7008, o local ocupado pela Parte R\u00e9 \u00e9 de risco, tanto que uma das medidas liminares deferidas em referido processo foi a desocupa\u00e7\u00e3o total da \u00e1rea, obriga\u00e7\u00e3o esta assumida pela APPA quando da realiza\u00e7\u00e3o do acordo judicial. Rememora-se o contido na mencionada decis\u00e3o liminar:\n\nMas a situa\u00e7\u00e3o se agrava pela constata\u00e7\u00e3o da exist\u00eancia de um bairro inteiro nas imedia\u00e7\u00f5es do terminal. Ainda que a ocupa\u00e7\u00e3o seja irregular, \"\u00e1rea de invas\u00e3o\", conforme se referem os documentos acostados, o poder p\u00fablico n\u00e3o pode tratar a \u00e1rea como se essas pessoas n\u00e3o existissem. Na verdade, a chamada Vila Becker encontra-se, como demonstra a inicial, \"ilhada\" entre as instala\u00e7\u00f5es industriais das r\u00e9s, todas elas operando com produtos sujeitos a explos\u00e3o. Ademais, ainda que produto de invas\u00e3o, a ocupa\u00e7\u00e3o tem mais de 40 anos,\n\n4 WALD, Arnoldo. Direito das Coisas, 11\u00aa Ed, p. 96.\n\nADMINISTRA\u00c7\u00c3O DOS PORTOS DE PARANAGU\u00c1 E ANTONINA\n\n16\n\nPROCURADORIA JUR\u00cdDICA\n\nAvenida Ayrton Senna da Silva, 161, Dom Pedro II \u2013 CEP 83.221-030 \u2013 Paranagu\u00e1 \u2013 Paran\u00e1\n\nFone: (41) 3420-1395 Fax: (41) 3420-1223\n\n\fPROJUDI - Processo: 0005147-31.2016.8.16.0129 - Ref. mov. 1.1 - Assinado digitalmente por Anselmo Jose Bento Goncalves Hess, 16/06/2016: JUNTADA DE PETI\u00c7\u00c3O DE INICIAL. Arq: Peti\u00e7\u00e3o Inicial\n\nP\u00e1gina 19\n\nDocumento assinado digitalmente, conforme MP n\u00ba 2.200-2/2001, Lei n\u00ba 11.419/2006, resolu\u00e7\u00e3o do Projudi, do TJPR/OE Valida\u00e7\u00e3o deste em https://projudi.tjpr.jus.br/projudi/ - Identificador: PJT4A PLFPJ N69VZ DM96U\n\nSecretaria de Estado de Infraestrutura e Log\u00edstica Administra\u00e7\u00e3o dos Portos de Paranagu\u00e1 e Antonina\nDIJUR \u2013 Diretoria Jur\u00eddica\nsendo, portanto, muito anterior ao terminal de \u00e1lcool, que se instalou e passou a ser \"testado\" com 25 milh\u00f5es de litros de \u00e1lcool sem tomar qualquer medida efetiva em rela\u00e7\u00e3o \u00e0s fam\u00edlias vizinhas. Houve, segundo narra a inicial, apenas um treinamento de evacua\u00e7\u00e3o, o que ser\u00e1 certamente in\u00f3cuo na hip\u00f3tese de uma explos\u00e3o de milh\u00f5es de litros de \u00e1lcool. (...) O Poder Judici\u00e1rio, ainda que atento ao conflito de princ\u00edpios existente entre o direito ao meio ambiente sadio e a necessidade do desenvolvimento econ\u00f4mico, sobretudo em tempos de crise mundial, n\u00e3o pode transigir com a vida humana. Est\u00e1 claro que um acidente na opera\u00e7\u00e3o do terminal de \u00e1lcool redundar\u00e1 no \u00f3bito de todas as pessoas que residem nas proximidades. A morte, mais irrevers\u00edvel de todas as conseq\u00fc\u00eancias, \u00e9 o risco que deve ser sopesado na an\u00e1lise da presente liminar. N\u00e3o me parece haver maior irreversibilidade que esta, ainda que saiba dos preju\u00edzos financeiros que decorrer\u00e3o do deferimento da liminar. H\u00e1 not\u00edcias nos autos de que as pr\u00f3prias fam\u00edlias dificultaram sua remo\u00e7\u00e3o \"supervalorizando\" os respectivos im\u00f3veis. (...) Ante o exposto, defiro parcialmente o pedido liminar para: (...) g), determinar aos r\u00e9us que, de forma solid\u00e1ria, considerando que todos eles desempenham atividades potencialmente fatais para as pessoas listadas na inicial em caso de acidente, providenciem a remo\u00e7\u00e3o das fam\u00edlias residentes na Vila Becker e Canal da Anhaia, mediante utiliza\u00e7\u00e3o do cadastro feito pela Cohapar e a realiza\u00e7\u00e3o de avalia\u00e7\u00e3o financeira id\u00f4nea, pela Caixa Econ\u00f4mica Federal, inclusive custeando a remo\u00e7\u00e3o, no prazo de seis meses. Havendo resist\u00eancia da parte de algum dos moradores, dever\u00e1 ser informada pelos r\u00e9us ao ju\u00edzo, para que sejam adotadas medidas cab\u00edveis.\nRepisa-se a necessidade de concess\u00e3o de medida liminar para preservar a \u00e1rea do porto organizado e, sobretudo, para preservar a integridade da parte Requerida que, nos termos da decis\u00e3o liminar proferida nos autos A\u00e7\u00e3o Civil P\u00fablica n\u00ba 0001643-88.2008.4.04.7008, \u00e9 bem maior a ser salvaguardado. Neste sentido, \u00e9 o entendimento do Tribunal de Justi\u00e7a do Paran\u00e1:\nA\u00c7\u00c3O DE REINTEGRA\u00c7\u00c3O DE POSSE. LIMINAR DEFERIDA. INSURG\u00caNCIA DOS R\u00c9US. BEM P\u00daBLICO. OCUPA\u00c7\u00c3O DE FORMA PREC\u00c1RIA. MERA DETEN\u00c7\u00c3O. PRESEN\u00c7A DOS REQUISITOS QUE AUTORIZAM A CONCESS\u00c3O DA MEDIDA. ELEMENTOS DE PROVA N\u00c3O DESCONSTITUIDOS PELOS RECORRENTES. RECURSO N\u00c3O PROVIDO. (TJPR - 18\u00aa C.C\u00edvel - AI 1188836-9 - Foro Central da Comarca da Regi\u00e3o Metropolitana de Curitiba - Rel.: Luiz Cezar Nicolau - Un\u00e2nime - - J. 02.07.2014)\nAssim, presentes os requisitos legais e urgentes da medida liminar, em vista do esbulho na posse, respeitosamente se requer a concess\u00e3o imediata mandado de reintegra\u00e7\u00e3o de posse, a fim de preservar a \u00e1rea do porto organizado, tutelando-se inderrogavelmente o interesse p\u00fablico e do pr\u00f3prio particular.\n\nADMINISTRA\u00c7\u00c3O DOS PORTOS DE PARANAGU\u00c1 E ANTONINA\n\n17\n\nPROCURADORIA JUR\u00cdDICA\n\nAvenida Ayrton Senna da Silva, 161, Dom Pedro II \u2013 CEP 83.221-030 \u2013 Paranagu\u00e1 \u2013 Paran\u00e1\n\nFone: (41) 3420-1395 Fax: (41) 3420-1223\n\n\fPROJUDI - Processo: 0005147-31.2016.8.16.0129 - Ref. mov. 1.1 - Assinado digitalmente por Anselmo Jose Bento Goncalves Hess, 16/06/2016: JUNTADA DE PETI\u00c7\u00c3O DE INICIAL. Arq: Peti\u00e7\u00e3o Inicial\n\nP\u00e1gina 20\n\nDocumento assinado digitalmente, conforme MP n\u00ba 2.200-2/2001, Lei n\u00ba 11.419/2006, resolu\u00e7\u00e3o do Projudi, do TJPR/OE Valida\u00e7\u00e3o deste em https://projudi.tjpr.jus.br/projudi/ - Identificador: PJT4A PLFPJ N69VZ DM96U\n\nSecretaria de Estado de Infraestrutura e Log\u00edstica Administra\u00e7\u00e3o dos Portos de Paranagu\u00e1 e Antonina\nDIJUR \u2013 Diretoria Jur\u00eddica\n6. REQUERIMENTOS\nDiante do exposto, requer:\na) Estando comprovado o esbulho, a Administra\u00e7\u00e3o dos Portos de Paranagu\u00e1 e Antonina - APPA, requer o deferimento LIMINAR inaudita altera pars da REINTEGRA\u00c7\u00c3O DE POSSE ora formulada, determinando a expedi\u00e7\u00e3o de MANDADO, para reintegrar imediatamente a Parte Autora na posse do bem p\u00fablico, bem como para demolir qualquer edifica\u00e7\u00e3o existente no local, devendo constar do mandato a autoriza\u00e7\u00e3o expressa de demoli\u00e7\u00e3o das edifica\u00e7\u00f5es existentes de modo a impedir que a Parte R\u00e9 ingresse novamente na \u00e1rea, culminando pena pecuni\u00e1ria de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) por dia em caso de transgress\u00e3o da ordem judicial;\nb) Requer a expedi\u00e7\u00e3o imediata de of\u00edcios \u00e0 Pol\u00edcia Militar do Paran\u00e1 para determinar a presta\u00e7\u00e3o de refor\u00e7o policial t\u00e3o logo necess\u00e1rio, a fim garantir a reintegra\u00e7\u00e3o e manuten\u00e7\u00e3o da posse da Parte Autora na \u00e1rea p\u00fablica invadida e imedia\u00e7\u00f5es;\nc) Requer seja confirmada em senten\u00e7a a proced\u00eancia do pedido de reintegra\u00e7\u00e3o de posse, com concess\u00e3o de ORDEM PROIBIT\u00d3RIA DE ESBULHO E TURBA\u00c7\u00c3O;\nd) Requer a produ\u00e7\u00e3o de prova, em especial prova testemunhal, depoimento pessoal da R\u00e9, prova documental, documentos em contraprova e prova pericial;\ne) Requer-se a remessa dos autos ao Minist\u00e9rio P\u00fablico Estadual, para que se manifeste sobre a pretens\u00e3o da Parte Autora, tendo em vista o interesse p\u00fablico existente.\nD\u00e1-se \u00e0 causa o valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais).\nNestes termos, pede deferimento.\nParanagu\u00e1, 16 de junho de 2016.\n\nANSELMO JOS\u00c9 B. G. HESS OAB/SC n\u00ba 31.780\n\nPAULO S. CHARNESKI OAB/PR n\u00ba 61.163\n\nADMINISTRA\u00c7\u00c3O DOS PORTOS DE PARANAGU\u00c1 E ANTONINA\n\n18\n\nPROCURADORIA JUR\u00cdDICA\n\nAvenida Ayrton Senna da Silva, 161, Dom Pedro II \u2013 CEP 83.221-030 \u2013 Paranagu\u00e1 \u2013 Paran\u00e1\n\nFone: (41) 3420-1395 Fax: (41) 3420-1223\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 5 (Solon) - IdDocumentoCompleto: 5025536-17.2016.4.04.0000-41465914994674021103829268596", "text": "EXCELENT\u00cdSSIMO SENHOR DESEMBARGADOR FEDERAL PRESIDENTE DO EGR\u00c9GIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 4\u00aa REGI\u00c3O\n\nALL - AMERICA LATINA LOGISTICA MALHA SUL S/A., empresa inscrita no CNPJ sob o n\u00b0 01.258.944/0001-26, com sede em Curitiba/PR, na Rua Emilio Bertolini, n\u00b0 100, Vila Oficinas, Bairro Rebou\u00e7as, vem, respeitosamente, \u00e0 presen\u00e7a de Vossa Excel\u00eancia, com fulcro no artigo 1015, I do C\u00f3digo de Processo Civil, interpor o presente recurso de\n\nAGRAVO DE INSTRUMENTO\n\nem face da r. decis\u00e3o que indeferiu o pedido liminar para reintegra\u00e7\u00e3o imediata da \u00e1rea ocupada pelo R\u00e9u/Agravado, proferida pelo Exmo. Juiz Federal da 2\u00aa Vara Federal de Canoas - Se\u00e7\u00e3o Judici\u00e1ria do Rio Grande do Sul, nos autos da A\u00e7\u00e3o Reintegra\u00e7\u00e3o de Posse n\u00ba 5001306-12.2016.4.04.7112, em que figura como Demandada, a ora Agravada, JO\u00c3O LAURINDO BRIZOLA, pelas raz\u00f5es anexas as quais se requer, desde logo, sejam recebidas e processadas para aprecia\u00e7\u00e3o para, ato cont\u00ednuo, julgamento pela Colenda Turma Julgadora, visando o provimento deste recurso.\n\nNestes termos, pede deferimento. Porto Alegre, 14 de junho de 2016.\n\nCARLOS ROBERTO SIQUEIRA CASTRO OAB/RS 56.888-A\n\nF\u00c1BIO KORENBLUM OAB/RS 92.135-A\n\nCARLA ALMEIDA DOS SANTOS OAB/RS 87.069\n\nDANIEL DE PINHO ARGOU OAB/RS 84.912\n\nSCA - 2853218v1\n\n\fRAZ\u00d5ES DO AGRAVO DE INSTRUMENTO\nAGRAVANTE:ALL - AMERICA LATINA LOGISTICA S/A. AGRAVADOS: JO\u00c3O LAURINDO BRIZOLA ORIGEM: 2\u00aa Vara Federal de Canoas - Se\u00e7\u00e3o Judici\u00e1ria do Rio Grande do Sul PROCESSO: 5001306-12.2016.4.04.7112\nRAZ\u00d5ES DE AGRAVO DE INSTRUMENTO Colenda Turma: Em\u00e9ritos Julgadores:\n\nI.\n\nDA S\u00cdNTESE DOS FATOS E DA R. DECIS\u00c3O AGRAVADA.\n\nNa origem, trata-se de A\u00e7\u00e3o de Reintegra\u00e7\u00e3o de Posse com Pedido Liminar ajuizada por ALL - AMERICA LATINA LOGISTICA S/A., em face de JO\u00c3O LAURINDO BRIZOLA por meio da qual a Agravante requereu, liminarmente, a imediata reintegra\u00e7\u00e3o da posse da \u00e1rea invadida pelo Requerido, respeitando a faixa de dom\u00ednio estipulada para aquele trecho, bem com o desfazimento de toda e qualquer constru\u00e7\u00e3o havida no local do esbulho.\n\nTodavia, ao analisar o pedido de liminar, o MM. Juiz de primeiro grau entendeu por\nindeferi-lo, exarando a seguinte decis\u00e3o:\n\u201c1. Trata-se de a\u00e7\u00e3o de reintegra\u00e7\u00e3o de posse ajuizada por ALL - AM\u00c9RICA LATINA LOG\u00cdSTICA MALHA SUL S/A contra JO\u00c3O LAURINDO BRIZOLA, pretendendo, liminarmente, a reintegra\u00e7\u00e3o de posse da \u00e1rea invadida pertencente \u00e0 faixa de dom\u00ednio ferrovi\u00e1rio localizada no KM 018+117 ao KM 018+127, al\u00e9m do desfazimento das constru\u00e7\u00f5es realizadas pelo demandado de forma supostamente irregular dentro da faixa de dom\u00ednio ferrovi\u00e1rio em quest\u00e3o. Intimados acerca do interesse em intervir no feito, peticionaram a Uni\u00e3o e o DNIT, sendo que somente este \u00faltimo informou possuir interesse no objeto da presente demanda. Nesses termos, conforme manifesta\u00e7\u00e3o dos entes p\u00fablicos, verifica-se a pertin\u00eancia da admiss\u00e3o do DNIT no polo ativo da a\u00e7\u00e3o, na qualidade de assistente litisconsorcial da ALL, o que, via de consequ\u00eancia, determina o acolhimento da compet\u00eancia para o processamento do feito por esta Subse\u00e7\u00e3o Judici\u00e1ria Federal. Destarte, acolho a compet\u00eancia. Retifique-se a autua\u00e7\u00e3o, a fim de que o DNIT passe a constar no polo ativo da demanda. De outra parte, exclua-se a UNI\u00c3O do feito, diante da expressa manifesta\u00e7\u00e3o em n\u00e3o integrar a lide (evento 9).\n\nSCA - 2853218v1\n\n\fAnalisadas tais quest\u00f5es, passo ao exame do pedido liminar formulado na peti\u00e7\u00e3o inicial. Conforme pode ser verificado no sistema dos processos eletr\u00f4nicos distribu\u00eddos perante esta 2\u00aa Vara Federal de Canoas, existem dezenas de a\u00e7\u00f5es de reintegra\u00e7\u00e3o de posse ajuizadas similares a esta, cujo n\u00famero tende a aumentar, todas relacionadas a \u00e1reas pr\u00f3ximas \u00e0 linha f\u00e9rrea no Munic\u00edpio de Nova Santa Rita/RS e no Munic\u00edpio de Canoas/RS. O ajuizamento deste elevado n\u00famero de a\u00e7\u00f5es de reintegra\u00e7\u00e3o de posse decorre de uma s\u00e9rie de fatores, entre os quais a exist\u00eancia de extensa malha ferrovi\u00e1ria e com intenso tr\u00e1fego. Em muitas situa\u00e7\u00f5es, n\u00e3o h\u00e1 qualquer sinaliza\u00e7\u00e3o ou cercas separando a \u00e1rea urbana da non aedificandi que limita com a malha ferrovi\u00e1ria, sobre a qual, em todos os hor\u00e1rios do dia, transitam as composi\u00e7\u00f5es f\u00e9rreas da ALL. As peculiaridades que a situa\u00e7\u00e3o trazida pela ALL nestas demandas acarreta n\u00e3o podem deixar de ser consideradas, principalmente em virtude da natureza do objeto tutelado e sua repercuss\u00e3o no direito \u00e0 moradia de todos os r\u00e9us envolvidos. A \u00e1rea objeto desta a\u00e7\u00e3o faz parte de uma comunidade formada por um n\u00famero significativo de fam\u00edlias, com resid\u00eancias e pontos de com\u00e9rcio. Desse modo, ao menos em uma an\u00e1lise inicial das condi\u00e7\u00f5es f\u00e1ticas do local sob confronto, denotase que a ocorr\u00eancia trazida aos autos pela parte autora n\u00e3o \u00e9 situa\u00e7\u00e3o que emergiu h\u00e1 pouco no tempo, existindo ind\u00edcios reais de que h\u00e1 controv\u00e9rsia sobre a \u00e1rea tida como esbulhada. Assim, caber\u00e1 \u00e0 instru\u00e7\u00e3o do feito dirimir todas as quest\u00f5es apontadas e delimitar exatamente a situa\u00e7\u00e3o dos im\u00f3veis e da popula\u00e7\u00e3o da regi\u00e3o. Neste sentido, deve ser destacado o seguinte precedente do E. TRF da 4\u00aa Regi\u00e3o: PROCESSUAL CIVIL. PEDIDO LIMINAR. REINTEGRA\u00c7\u00c3O DE POSSE. OCUPA\u00c7\u00c3O INDEVIDA NA FAIXA DE DOM\u00cdNIO DA FERROVIA. ARTIGO 928 DO CPC. 1. Tratando-se de situa\u00e7\u00e3o f\u00e1tica h\u00e1 muito tempo consolidada em desfavor da agravada, n\u00e3o \u00e9 aconselh\u00e1vel nela intervir em provimento prec\u00e1rio e provis\u00f3rio, sobretudo sem prova de superveniente urg\u00eancia. 2. Ademais, inexiste demonstra\u00e7\u00e3o de que a ferrovia esteja ativa, de modo que n\u00e3o h\u00e1 como presumir que, mantida a situa\u00e7\u00e3o atual, a seguran\u00e7a da via f\u00e9rrea e dos transeuntes ficar\u00e1 amea\u00e7ada. De outro lado, h\u00e1 evidente risco de dano inverso, tendo em vista que o im\u00f3vel serve \u00e0 resid\u00eancia e \u00e0 subsist\u00eancia da agravante e de seu n\u00facleo familiar.(TRF4, AG 5015446-52.2013.404.0000, Terceira Turma, Relatora p/ Ac\u00f3rd\u00e3o Marga Inge Barth Tessler, juntado aos autos em 25/09/2013) Al\u00e9m disso, para o deferimento da medida liminar pretendida devem ser observadas as regras constantes no art. 561 do C\u00f3digo de Processo Civil vigente, que imputam \u00e0 autora o \u00f4nus de provar a sua posse, o esbulho, a data em que este ocorreu e a efetiva perda da posse. No caso dos autos, a data do esbulho n\u00e3o restou efetivamente comprovada, porquanto a data da verifica\u00e7\u00e3o pelos fiscais contratados pela autora (19/12/2015) ou a data da ocorr\u00eancia policial n\u00e3o se prestam a tal mister. Pelo contr\u00e1rio, o boletim de ocorr\u00eancia se restringe a noticiar de forma gen\u00e9rica que em 19/12/2015 teria comparecido na Delegacia de Pol\u00edcia \u201cna condi\u00e7\u00e3o de fiscal de seguran\u00e7a e patrim\u00f4nio da empresa GERSEPA, prestadora de servi\u00e7o para a empresa ALL Am\u00e9rica Latina Log\u00edstica, comunicando a invas\u00e3o de faixa de dom\u00ednio do leito ferrovi\u00e1rio iniciando no Km 18 650 at\u00e9 18 894\u201d (OUT12, E. 01). Quanto ao perigo de dano alegado pela requerente, em virtude de que muitas edifica\u00e7\u00f5es foram constru\u00eddas pr\u00f3ximas da ferrovia federal, o que pode gerar riscos \u00e0 popula\u00e7\u00e3o da regi\u00e3o em decorr\u00eancia de eventuais acidentes, como em caso de descarrilamento, em que pese a preocupa\u00e7\u00e3o deste Ju\u00edzo com a seguran\u00e7a dos que ladeiam a ferrovia, entendo que esta situa\u00e7\u00e3o deve ser sopesada com o risco de dano que a ordem liminar de desocupa\u00e7\u00e3o em um prazo t\u00e3o ex\u00edguo pode ocasionar \u00e0s in\u00fameras fam\u00edlias da regi\u00e3o, n\u00e3o sendo poss\u00edvel deferir o pedido antecipat\u00f3rio se a consequ\u00eancia for a demoli\u00e7\u00e3o de todas as moradias. Ou seja, embora haja presumido o perigo de dano com a manuten\u00e7\u00e3o de resid\u00eancias nas margens de linha f\u00e9rrea, o deferimento do pedido liminar\nSCA - 2853218v1\n\n\fcertamente ocasionaria danos significativamente maiores, em especial porque implicaria a repentina desocupa\u00e7\u00e3o de im\u00f3veis pelas respectivas fam\u00edlias. Destarte, os elementos probat\u00f3rios trazidos aos autos juntamente com a peti\u00e7\u00e3o inicial n\u00e3o induzem a um ju\u00edzo seguro, ainda que sob o prisma de uma cogni\u00e7\u00e3o sum\u00e1ria, a respeito da verossimilhan\u00e7a da alega\u00e7\u00e3o, da prova inequ\u00edvoca e da urg\u00eancia da medida postulada. Outrossim, conforme j\u00e1 salientado, as fotos juntadas aos autos (OUT13, E.1) indiciam que a perda da posse ocorreu h\u00e1 mais de ano e dia da propositura da presente demanda possess\u00f3ria, fato suficiente a obstar a concess\u00e3o da medida liminar, nos termos do art. 558 do C\u00f3digo de Processo Civil. Ante o exposto, considerando o longo per\u00edodo de ocupa\u00e7\u00e3o pelas fam\u00edlias na regi\u00e3o e tendo em vista a natureza do direito tutelado no feito, INDEFIRO o pedido deduzido em tutela de urg\u00eancia, nos termos da fundamenta\u00e7\u00e3o supra.(...)\u201d\nOra, Ilustres Julgadores, muito embora o Ju\u00edzo \u201ca quo\u201d tenha entendido por bem indeferir a liminar pleiteada, a fundamenta\u00e7\u00e3o, bem como os argumentos trazidos como balizadores da decis\u00e3o n\u00e3o devem medrar, uma vez que equivocadas para as peculiaridades e especificidades do caso em voga, pois vejamos.\nCabe destacar que a situa\u00e7\u00e3o do esbulho possess\u00f3rio resta muito bem demonstrada nos presentes autos, como tamb\u00e9m a quest\u00e3o de que se trata de bem p\u00fablico, de propriedade da Uni\u00e3o e de sua posse indireta, que, diferentemente de situa\u00e7\u00f5es normais de ocupa\u00e7\u00e3o e invas\u00e3o, nos casos em que a \u00e1rea envolvida seja da Uni\u00e3o, n\u00e3o h\u00e1 a necessidade, para a concess\u00e3o da liminar, que o pedido tenha sido realizado antes do esbulho completar um ano e um dia, conforme preconiza o art. 928 do C\u00f3digo de Processo Civil, com a chamada \u201cposse nova\u201d, pois, ao tratarmos de bens p\u00fablicos devemos considerar algumas particularidades inerentes ao caso, pois, como bem ensina o art. 71 do Decreto-Lei n\u00ba 9.760/46:\n\u201cO ocupante de im\u00f3vel da Uni\u00e3o sem assentimento desta, poder\u00e1 ser SUMARIAMENTE DESPEJADO e perder\u00e1, sem direito a qualquer indeniza\u00e7\u00e3o, tudo quanto haja incorporado ao solo, ficando ainda sujeito ao disposto nos arts. 513, 515 e 517 do C\u00f3digo Civil.\u201d\nEm sendo assim, a conduta perpetrada pelo Agravado deve ser coibida de forma en\u00e9rgica, uma vez que, na hip\u00f3tese, caracteriza esbulho e torna leg\u00edtimo o pedido de reintegra\u00e7\u00e3o (art. 1.210 do C\u00f3digo Civil, e art. 926 do CPC), inclusive em sede de liminar.\nA prop\u00f3sito, jurisprud\u00eancias atualizadas e esclarecedoras acerca do tema:\nPROCESSUAL CIVIL - AGRAVO DE INSTRUMENTO - A\u00c7\u00c3O REINTEGRA\u00c7\u00c3O DE POSSE - LIMINAR - PRESEN\u00c7A DOS REQUISITOS LEGAIS - ARTIGO 927 DO C\u00d3DIGO DE PROCESSO CIVIL - BEM P\u00daBLICO - POSSE NOVA OU VELHA - ARTIGO 924 DO C\u00d3DIGO DE PROCESSO CIVIL - IRRELEV\u00c2NCIA - AGRAVO\nSCA - 2853218v1\n\n\fDE INSTRUMENTO IMPROVIDO. 1. Os requisitos para a liminar, nas a\u00e7\u00f5es possess\u00f3rias, est\u00e3o previstos no artigo no artigo 927, do C\u00f3digo de Processo Civil, ou seja o autor, para obter a liminar, deve demonstrar a presen\u00e7a dos seguintes requisitos: I) a sua posse; II) a turba\u00e7\u00e3o ou o esbulho praticado pelo r\u00e9u; III) a data da turba\u00e7\u00e3o ou do esbulho; e IV) a continua\u00e7\u00e3o da posse, embora turbada, na a\u00e7\u00e3o de manuten\u00e7\u00e3o; a perda da posse, na a\u00e7\u00e3o de reintegra\u00e7\u00e3o. 2. Nos termos do artigo 924 C\u00f3digo de Processo Civil, para que seja poss\u00edvel o deferimento de liminar em a\u00e7\u00e3o de manuten\u00e7\u00e3o e reintegra\u00e7\u00e3o de posse, \u00e9 imprescind\u00edvel a prova de que a turba\u00e7\u00e3o ou esbulho tenha ocorrido dentro de ano e dia. 3. No caso, vislumbro a presen\u00e7a dos requisitos para a concess\u00e3o da liminar, porquanto a agravante n\u00e3o nega a turba\u00e7\u00e3o, pois afirma que edificou em im\u00f3vel de dom\u00ednio p\u00fablico sem a necess\u00e1ria autoriza\u00e7\u00e3o. 4. O fato de ser a autora uma empresa concession\u00e1ria do servi\u00e7o p\u00fablico n\u00e3o retira do im\u00f3vel a natureza de bem p\u00fablico, submetido \u00e0s normas de Direito P\u00fablico, vez que o dom\u00ednio sobre referido bem n\u00e3o foi transferido \u00e0 empresa concession\u00e1ria do servi\u00e7o p\u00fablico, raz\u00e3o pela qual irrelevante o fato de se tratar de posse velha ou nova. 5. Diz o artigo 71 do Decreto-lei n\u00ba 9.760/46 que \"O ocupante de im\u00f3vel da Uni\u00e3o sem assentimento desta poder\u00e1 ser sumariamente despejado e perder\u00e1, sem direito a qualquer indeniza\u00e7\u00e3o, tudo quanto haja incorporado ao solo, ficando ainda sujeito ao disposto nos arts. 513, 515 e 517 do C\u00f3digo Civil\". 6. Agravo improvido. (TRF-3 - AI: 42515 SP 2004.03.00.042515-4, Relator: DESEMBARGADORA FEDERAL RAMZA TARTUCE, Data de Julgamento: 06/07/2009, QUINTA TURMA)\nAGRAVO DE INSTRUMENTO. A\u00c7\u00c3O DE REINTEGRA\u00c7\u00c3O DE POSSE. BEM P\u00daBLICO. NOTIFICA\u00c7\u00c3O PARA DESOCUPAR. PRAZO VENCIDO. ESBULHO CARACTERIZADO. CONCESS\u00c3O DE LIMINAR. ADMISSIBILIDADE. Em face do Poder P\u00fablico, n\u00e3o h\u00e1 falar em posse, mas em mera deten\u00e7\u00e3o, tornando despicienda a discuss\u00e3o a respeito se h\u00e1 posse nova ou velha. Preenchido os requisitos legais, imperiosa a concess\u00e3o da liminar de reintegra\u00e7\u00e3o, ainda que o bem p\u00fablico esteja ocupado h\u00e1 mais de ano e dia. Decis\u00e3o reformada. Recurso provido. (TJ-SP - AI: 21859428620148260000 SP 2185942-86.2014.8.26.0000, Relator: Djalma Lofrano Filho, Data de Julgamento: 11/02/2015, 13\u00aa C\u00e2mara de Direito P\u00fablico, Data de Publica\u00e7\u00e3o: 20/02/2015)\nPOSSESS\u00d3RIA \u2013 Administrativo \u2013 A\u00e7\u00e3o de reintegra\u00e7\u00e3o de posse \u2013 \u00c1rea p\u00fablica situada em loteamento (\u00e1rea livre) \u2013 Defini\u00e7\u00e3o da \u00e1rea litigiosa em per\u00edcia judicial de vistoria \u2013 Mera deten\u00e7\u00e3o pelo particular que lhe n\u00e3o gera direitos de posse \u2013 Senten\u00e7a de proced\u00eancia confirmada. RETEN\u00c7\u00c3O e INDENIZA\u00c7\u00c3O por benfeitorias e acess\u00f5es \u2013 Mera deten\u00e7\u00e3o que n\u00e3o gera ao detentor direito de reten\u00e7\u00e3o ou de indeniza\u00e7\u00e3o \u2013 Precedente \u2013 Senten\u00e7a confirmada. INDENIZA\u00c7\u00c3O POR USO INDEVIDO \u2013 Inexist\u00eancia de prova de dano \u2013 Somente da ocupa\u00e7\u00e3o n\u00e3o resulta direito de indeniza\u00e7\u00e3o \u2013 Precedente \u2013 Senten\u00e7a confirmada. RECURSOS DE APELA\u00c7\u00c3O DAS PARTES, DESPROVIDOS. (TJ-SP - APL: 00306306520098260053 SP 0030630-65.2009.8.26.0053, Relator: J. M. Ribeiro de Paula, Data de Julgamento: 29/07/2015, 12\u00aa C\u00e2mara de Direito P\u00fablico, Data de Publica\u00e7\u00e3o: 04/08/2015)\nAGRAVO DE INSTRUMENTO A\u00e7\u00e3o de reintegra\u00e7\u00e3o de posse \u00c1rea p\u00fablica Mera deten\u00e7\u00e3o que, prec\u00e1ria, n\u00e3o gera direitos de posse Exame dos requisitos ensejadores da medida afetos ao Ju\u00edzo Monocr\u00e1tico Decis\u00e3o que n\u00e3o se revela ilegal ou tirada com abuso de poder Argumentos trazidos nos autos que n\u00e3o s\u00e3o capazes de reformar a decis\u00e3o. Recurso improvido.(TJ-SP - AI: 21296221620148260000 SP 2129622-16.2014.8.26.0000, Relator: Carlos Eduardo Pachi, Data de Julgamento: 17/09/2014, 9\u00aa C\u00e2mara de Direito P\u00fablico, Data de Publica\u00e7\u00e3o: 18/09/2014)\nADMINISTRATIVO. BEM P\u00daBLICO. REINTEGRA\u00c7\u00c3O DE POSSE. FAIXA DE DOM\u00cdNIO DE FERROVIA. TERMO DE PERMISS\u00c3O DE USO. Notificado o\nSCA - 2853218v1\n\n\focupante a retirar-se do local \u2013 e desatendida a intima\u00e7\u00e3o \u2013 \u00e9 devida a reintegra\u00e7\u00e3o de posse de im\u00f3vel situado \u00e0s margens de linha f\u00e9rrea, dentro da faixa de dom\u00ednio respectiva (Decreto n.\u00ba 2.089/63, art. 9\u00ba, \u00a7 2\u00ba; Resolu\u00e7\u00e3o n.\u00ba 43/66, do Conselho Ferrovi\u00e1rio Nacional; e art. 4\u00ba da Lei n.\u00ba 6.766/79). A permiss\u00e3o de uso de bem p\u00fablico, celebrada anteriormente entre RFFSA e o servidor aposentado, tem car\u00e1ter prec\u00e1rio e revog\u00e1vel a qualquer tempo. N\u00e3o subsistente o interesse da Administra\u00e7\u00e3o na perman\u00eancia do r\u00e9u, diante da inadimpl\u00eancia, e escoado o prazo para que desocupasse o espa\u00e7o, a perman\u00eancia tornou-se irregular, mera deten\u00e7\u00e3o, que n\u00e3o gera efeitos possess\u00f3rios, restando configurado o esbulho (art. 926 do CPC e art.1.210 do CC). S\u00e3o devidos, ainda, os valores estipulados no termo de permiss\u00e3o, at\u00e9 o \u00f3bito do permission\u00e1rio. A alega\u00e7\u00e3o de fun\u00e7\u00e3o social da posse \u00e9 desprovida de qualquer sentido quando nem posse h\u00e1, n\u00e3o h\u00e1 fun\u00e7\u00e3o, e o social recai em detrimento da coletividade. Apela\u00e7\u00e3o da Uni\u00e3o e remessa necess\u00e1ria parcialmente providas. (TRF 2\u00aa Regi\u00e3o, AC 2007.51.01.029754-0, Rel. Des. Fed. GUILHERME COUTO DE CASTRO, Sexta Turma Especializada, DJ 30.05.2014).\nDe outra banda, a concession\u00e1ria pretende evitar tamb\u00e9m que ocorra algum acidente. \u00c9 seu dever prec\u00edpuo, al\u00e9m da manuten\u00e7\u00e3o e conserva\u00e7\u00e3o da malha ferrovi\u00e1ria, a seguran\u00e7a do pr\u00f3prio servi\u00e7o que vem sendo prestado pela autora, bem como o zelo e a preocupa\u00e7\u00e3o com a seguran\u00e7a das pessoas que est\u00e3o nas cercanias da ferrovia, contudo sem que haja qualquer possibilidade de que se estabele\u00e7am na \u00e1rea definida e delimitada como sendo da Uni\u00e3o, pelas raz\u00f5es expostas acima.\nII. DO FUMUS BONI IURIS\nPresente est\u00e1, portanto, a \u201cfuma\u00e7a do bom direito\u201d, eis que, sendo a posse a exterioriza\u00e7\u00e3o do direito de propriedade, consoante j\u00e1 demonstrado, o particular jamais exercer\u00e1 posse sobre bem p\u00fablico, uma vez que esta, de acordo com a defini\u00e7\u00e3o do art. 1.196 do C\u00f3digo Civil, consiste no exerc\u00edcio de um dos poderes da propriedade, raz\u00e3o pela qual a Agravante deve ser expressamente reintegrada na Posse do bem que lhe fora usurpado, eis que \u00e9 a representante da Propriet\u00e1ria Uni\u00e3o, por meio de concess\u00e3o, comprovada \u00e0 exaust\u00e3o na presente lide.\nCabe destacar que a situa\u00e7\u00e3o do esbulho possess\u00f3rio resta muito bem demonstrada nos presentes autos, como tamb\u00e9m a quest\u00e3o de que se trata de bem p\u00fablico, de propriedade da Uni\u00e3o e de sua posse indireta, conforme art. 99, inciso II, do C\u00f3digo Civil Brasileiro (CCB) e contratos juntados aos autos. A \u00e1rea em quest\u00e3o, designada para explora\u00e7\u00e3o e desenvolvimento do servi\u00e7o p\u00fablico de transporte ferrovi\u00e1rio, tem sido resguardada pela autora e fiscalizada, como bem demonstra o impulso para ajuizamento da presente a\u00e7\u00e3o.\nSCA - 2853218v1\n\n\fEvidente \u00e9 a pr\u00e1tica do esbulho por parte do R\u00e9u, sendo incab\u00edvel a permiss\u00e3o para perman\u00eancia na referida \u00e1rea, bem como terminantemente proibida qualquer constru\u00e7\u00e3o na \u201cFaixa de Dom\u00ednio\u201d, ou na \u201c\u00c1rea n\u00e3o Edificante\u201d, uma vez que o local invadido se enquadra na categoria de bens p\u00fablicos de uso comum do povo, nos termos do inciso I do artigo 99 do C\u00f3digo Civil Brasileiro:\n\u201cArt. 99. S\u00e3o bens p\u00fablicos: I - os de uso comum do povo, tais como rios, mares, estradas, ruas e pra\u00e7as;\u201d\nDe fato, a faixa de dom\u00ednio \u00e9 a base f\u00edsica sobre a qual se assenta a via f\u00e9rrea ou rodovi\u00e1ria, constitu\u00edda pela pista de rolamento onde os ve\u00edculos trafegam, canteiros, obras de arte, acostamentos e sinaliza\u00e7\u00e3o, inclusive os acr\u00e9scimos necess\u00e1rios \u00e0 sua expans\u00e3o, estendendo-se at\u00e9 o alinhamento das cercas que separam a estrada dos im\u00f3veis marginais ou da faixa de recuo. Sua largura \u00e9, portanto, vari\u00e1vel, de acordo com as necess\u00e1rias adapta\u00e7\u00f5es ao relevo e a outros fatores que interfiram no desenho da via.\nA este t\u00edtulo, o Decreto n.\u00ba 2.089/63 previa \"a faixa m\u00ednima de terreno necess\u00e1ria \u00e0 perfeita seguran\u00e7a do tr\u00e1fego dos trens\", (par\u00e1grafo 2\u00ba, do art. 9\u00ba). J\u00e1 a Resolu\u00e7\u00e3o n.\u00ba 43, de 01/04/66, do Conselho Ferrovi\u00e1rio Nacional (Normas T\u00e9cnicas para as Estradas de Ferro Brasileiras), \u00f3rg\u00e3o vinculado ao extinto Departamento Nacional de Estradas de Ferro - DNEF, do Minist\u00e9rio dos Transportes, previa, no item 2.6.7, que \"a faixa de dom\u00ednio ter\u00e1 uma largura m\u00ednima limitada pela dist\u00e2ncia de 10 metros, contada a partir dos p\u00e9s de aterro ou das cristas dos cortes, para cada um dos lados e nunca ser\u00e1 inferior a 30 metros\". A seu turno, o Decreto n.\u00ba 1.832/96 fixa que a \"Administra\u00e7\u00e3o Ferrovi\u00e1ria dever\u00e1 implantar dispositivos de prote\u00e7\u00e3o e seguran\u00e7a ao longo de suas faixas de dom\u00ednio\".\nAl\u00e9m desta reserva, existe uma \u00e1rea de 15 metros na lateral da estrada, de propriedade particular, denominada \u00e1rea n\u00e3o edificante, na qual n\u00e3o se pode construir por quest\u00f5es de seguran\u00e7a, nos termos do art. 4\u00ba da Lei n.\u00ba 6.766/79, in verbis:\nArt. 4\u00ba - Os loteamentos dever\u00e3o atender, pelo menos, aos seguintes requisitos:[...] III - ao longo das \u00e1guas correntes e dormentes e das faixas de dom\u00ednio p\u00fablico das rodovias e ferrovias, ser\u00e1 obrigat\u00f3ria a reserva de uma faixa n\u00e3o-edific\u00e1vel de 15 (quinze) metros de cada lado, salvo maiores exig\u00eancias da legisla\u00e7\u00e3o espec\u00edfica; (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n\u00ba 10.932, de 2004);\nSCA - 2853218v1\n\n\fNo mais, o aspecto principal \u00e9 que a constru\u00e7\u00e3o foi erguida \u00e0s margens de ferrovia, a qual, constitui bem im\u00f3vel operacional, ligado, em ess\u00eancia, \u00e0 pr\u00f3pria ferrovia e \u00e0 sua segura e apropriada utiliza\u00e7\u00e3o. Ali\u00e1s, os bens operacionais s\u00e3o aqueles vinculados a contratos de arrendamento celebrados pela extinta RFFSA, como no caso em testilha.\nNesta linha, assim disp\u00f5e a Lei n\u00ba 11.483/07, conforme demonstram os artigos colacionados abaixo:\nArt. 2\u00ba: A partir de 22 de janeiro de 2007: [...] II - os bens im\u00f3veis da extinta RFFSA ficam transferidos para a Uni\u00e3o, ressalvado o disposto nos incisos I e IV do caput do art. 8o desta Lei. [...] Art. 8\u00ba: Ficam transferidos ao Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes - DNIT: I - a propriedade dos bens m\u00f3veis e im\u00f3veis operacionais da extinta RFFSA; II - os bens m\u00f3veis n\u00e3o-operacionais utilizados pela Administra\u00e7\u00e3o Geral e Escrit\u00f3rios Regionais da extinta RFFSA, ressalvados aqueles necess\u00e1rios \u00e0s atividades da Inventarian\u00e7a; e III - os demais bens m\u00f3veis n\u00e3o-operacionais, incluindo trilhos, material rodante, pe\u00e7as, partes e componentes, almoxarifados e sucatas, que n\u00e3o tenham sido destinados a outros fins, com base nos demais dispositivos desta Lei. IV - os bens im\u00f3veis n\u00e3o operacionais, com finalidade de constituir reserva t\u00e9cnica necess\u00e1ria \u00e0 expans\u00e3o e ao aumento da capacidade de presta\u00e7\u00e3o do servi\u00e7o p\u00fablico de transporte ferrovi\u00e1rio, ressalvados os destinados ao FC, devendo a voca\u00e7\u00e3o log\u00edstica desses im\u00f3veis ser avaliada em conjunto pelo Minist\u00e9rio dos Transportes e pelo Minist\u00e9rio do Planejamento, Or\u00e7amento e Gest\u00e3o, conforme dispuser ato do Presidente da Rep\u00fablica.\nDessa forma, seja o bem considerado operacional, ou n\u00e3o operacional, mas, neste caso, pass\u00edvel de constituir reserva t\u00e9cnica necess\u00e1ria \u00e0 expans\u00e3o da ferrovia e a faixa de dom\u00ednio, por defini\u00e7\u00e3o, o \u00e9, fica evidente que o im\u00f3vel efetivamente foi transferido ao DNIT.\nAs j\u00e1 comentadas \u201cfaixa de dom\u00ednio e \u201c\u00e1rea n\u00e3o-edific\u00e1vel\u201d possuem natureza de limita\u00e7\u00f5es administrativas aos propriet\u00e1rios de terrenos que margeiam as estradas de rodagem ou de ferro, com restri\u00e7\u00e3o ao uso da propriedade particular, a fim de tutelar o interesse p\u00fablico. Nesse sentido, esclarece o mestre Hely Lopes Meirelles (Direito Administrativo Brasileiro, 17\u00aa ed., S\u00e3o Paulo: Malheiros, p. 465/466):\n\u201cA legisla\u00e7\u00e3o rodovi\u00e1ria geralmente imp\u00f5e uma limita\u00e7\u00e3o administrativa aos terrenos marginais das estradas de rodagem, consistente na proibi\u00e7\u00e3o de constru\u00e7\u00f5es a menos de quinze metros da rodovia, contado o recuo da divisa do dom\u00ednio p\u00fablico com o particular. Como simples limita\u00e7\u00e3o administrativa, tal restri\u00e7\u00e3o n\u00e3o obriga a qualquer indeniza\u00e7\u00e3o nem impede o propriet\u00e1rio de utilizar essa faixa para fins agr\u00edcolas ou pastoris; o que n\u00e3o pode \u00e9 nela\nSCA - 2853218v1\n\n\fconstruir. A limita\u00e7\u00e3o justifica-se como medida de seguran\u00e7a e higiene das edifica\u00e7\u00f5es, pois que, se levantadas muito pr\u00f3ximas do leito carro\u00e7\u00e1vel, ficariam expostas aos perigos do tr\u00e2nsito, \u00e0 poeira e \u00e0 fuma\u00e7a dos ve\u00edculos, al\u00e9m de prejudicar a visibilidade e a est\u00e9tica, n\u00e3o desprez\u00edveis nas modernas rodovias...\u201d\nNo caso, como visto, a \u00e1rea da Faixa de Dom\u00ednio deve ser observada, respeitada e reintegrada em sua totalidade, posto que o contr\u00e1rio acarretaria extremo dano, al\u00e9m de tornar problem\u00e1tica a operacionaliza\u00e7\u00e3o da Empresa Autora, que det\u00e9m a concess\u00e3o e, por for\u00e7a contratual e de legisla\u00e7\u00e3o o dever de guarda e de cuidado com a \u00e1rea em voga, eis que n\u00e3o haveria prote\u00e7\u00e3o contra novas invas\u00f5es ou esbulhos, dentro da faixa de dom\u00ednio no im\u00f3vel de propriedade do DNIT, not\u00f3rio bem p\u00fablico tutelado pela Constitui\u00e7\u00e3o Federal e demais legisla\u00e7\u00f5es infraconstitucionais.\nO territ\u00f3rio pertencente \u00e0 ferrovia, neles inseridas a faixa de dom\u00ednio e a \u00e1rea n\u00e3o edificante, n\u00e3o se sujeitam \u00e0s restri\u00e7\u00f5es ao direito de construir, bem como n\u00e3o se discute se a posse \u00e9 de boa ou m\u00e1-f\u00e9, porque a ocupa\u00e7\u00e3o irregular de bem p\u00fablico n\u00e3o caracteriza posse, ou, em outras palavras, \u00e9 uma posse degradada legalmente, mera deten\u00e7\u00e3o, que n\u00e3o gera efeitos possess\u00f3rios, conforme preceituam os artigos 520, III, 67 e 69, todos do C\u00f3digo Civil de 1916, bem como artigos 99, 100 e 1223 do atual C\u00f3digo Civil Brasileiro, e, com ampla explica\u00e7\u00e3o.\nTamb\u00e9m \u00e9 esse o entendimento do Supremo Tribunal Federal \u2013 STF, que editou a S\u00famula 340 a esse respeito com os seguintes ditames: \u201cDesde a vig\u00eancia do C\u00f3digo Civil, os bens dominicais, como os demais bens p\u00fablicos, n\u00e3o podem ser adquiridos por usucapi\u00e3o.\u201d\nIII. DO PERICULUM IN MORA\nJ\u00e1 o periculum in mora traduz-se literalmente, como \u201cperigo na demora\u201d, no direito brasileiro, \u00e9 o receio que a demora da decis\u00e3o judicial cause um dano grave ou de dif\u00edcil repara\u00e7\u00e3o ao bem tutelado. Isso frustraria por completo a aprecia\u00e7\u00e3o ou execu\u00e7\u00e3o da a\u00e7\u00e3o principal.\n\u00c9 nesse sentido que tamb\u00e9m equivoca-se o Juiz singular, ao considerar n\u00e3o estarem presentes os pressupostos para o deferimento da liminar por \u201cque in\u00fameras edifica\u00e7\u00f5es circundam a malha ferrovi\u00e1ria local, visivelmente a menos de 15 metros do leito da ferrovia e h\u00e1 tempo seguramente maior do que ano e dia. E, apesar disso, n\u00e3o h\u00e1 not\u00edcia de que eventos danosos\nSCA - 2853218v1\n\n\ftenham sido causados em decorr\u00eancia dessa proximidade, n\u00e3o havendo como, a partir apenas desses elementos, concluir que h\u00e1 efetivo risco \u00e0 popula\u00e7\u00e3o e/ou \u00e0 continuidade do servi\u00e7o ferrovi\u00e1rio a demandar, no caso, provimento judicial urgente\u201d.\nOra, o que a concession\u00e1ria pretende evitar \u00e9 exatamente que ocorra algum acidente. \u00c9 seu dever prec\u00edpuo, al\u00e9m da manuten\u00e7\u00e3o e conserva\u00e7\u00e3o da malha ferrovi\u00e1ria, a seguran\u00e7a do pr\u00f3prio servi\u00e7o que vem sendo prestado pela autora, bem como o zelo e a preocupa\u00e7\u00e3o com a seguran\u00e7a das pessoas que est\u00e3o nas cercanias da ferrovia, contudo sem que haja qualquer possibilidade de que se estabele\u00e7am na \u00e1rea definida e delimitada como sendo da Uni\u00e3o, pelas raz\u00f5es expostas acima.\nNa verdade, a faixa de dom\u00ednio \u00e9 uma extens\u00e3o de seguran\u00e7a, reservada para proteger os cidad\u00e3os que trafeguem, transitem, ou cruzem pelas ferrovias e at\u00e9 de poss\u00edveis invasores, al\u00e9m de prover a seguran\u00e7a das edifica\u00e7\u00f5es, bem como para possibilitar eventual obra de amplia\u00e7\u00e3o, ou manuten\u00e7\u00e3o da malha ferrovi\u00e1ria, como a implanta\u00e7\u00e3o de outras linhas, por exemplo.\nA este t\u00edtulo, o Decreto n.\u00ba 2.089/63 previa \"a faixa m\u00ednima de terreno necess\u00e1ria \u00e0 perfeita seguran\u00e7a do tr\u00e1fego dos trens\", (par\u00e1grafo 2\u00ba, do art. 9\u00ba). J\u00e1 a Resolu\u00e7\u00e3o n.\u00ba 43, de 01/04/66, do Conselho Ferrovi\u00e1rio Nacional (Normas T\u00e9cnicas para as Estradas de Ferro Brasileiras), \u00f3rg\u00e3o vinculado ao extinto Departamento Nacional de Estradas de Ferro - DNEF, do Minist\u00e9rio dos Transportes, previa, no item 2.6.7, que \"a faixa de dom\u00ednio ter\u00e1 uma largura m\u00ednima limitada pela dist\u00e2ncia de 10 metros, contada a partir dos p\u00e9s de aterro ou das cristas dos cortes, para cada um dos lados e nunca ser\u00e1 inferior a 30 metros\". A seu turno, o Decreto n.\u00ba 1.832/96 fixa que a \"Administra\u00e7\u00e3o Ferrovi\u00e1ria dever\u00e1 implantar dispositivos de prote\u00e7\u00e3o e seguran\u00e7a ao longo de suas faixas de dom\u00ednio\".\nA faixa de dom\u00ednio \u00e9 definida como \u201ca faixa de terreno de pequena largura em rela\u00e7\u00e3o ao comprimento, em que se localizam as vias f\u00e9rreas e demais instala\u00e7\u00f5es da ferrovia, inclusive os acr\u00e9scimos necess\u00e1rios \u00e0 sua expans\u00e3o\u201d. A dist\u00e2ncia desta \u00e1rea depender\u00e1 de fatores tais como a altura e largura do vag\u00e3o, a velocidade da composi\u00e7\u00e3o e, especialmente, a geografia do local onde est\u00e1 inserida a via f\u00e9rrea.\nA metragem da faixa de dom\u00ednio, portanto, n\u00e3o ser\u00e1 de quantifica\u00e7\u00e3o fixa para toda e qualquer regi\u00e3o, para todo e qualquer vag\u00e3o, sendo certo que ser\u00e1 considerada a metragem suficiente para manter uma \u00e1rea de escape de vag\u00f5es em caso de\nSCA - 2853218v1\n\n\fdescarrilamento e para servi\u00e7os de manuten\u00e7\u00e3o porventura necess\u00e1rios. O c\u00e1lculo da\nmetragem ser\u00e1 espec\u00edfico para cada regi\u00e3o, inexistindo em legisla\u00e7\u00e3o a defini\u00e7\u00e3o da metragem,\nvisto que existem faixas de dom\u00ednios que v\u00e3o de 10 (dez) at\u00e9 200 (duzentos) metros, resguardando\na seguran\u00e7a e qualidade na presta\u00e7\u00e3o do servi\u00e7o.\nAp\u00f3s a faixa de dom\u00ednio, ainda em se da tratando da \u00e1rea ferrovi\u00e1ria, \u00e9 exigido,\nneste caso por Lei, a reserva de uma faixa n\u00e3o edific\u00e1vel de 15 (quinze) metros de cada lado,\nconforme disp\u00f5e o art. 4\u00ba da Lei 6.766 de 1979. Estes 15 (quinze) metros s\u00e3o determinados\nap\u00f3s a faixa de dom\u00ednio, isto \u00e9, ser\u00e1 resguardado para o servi\u00e7o ferrovi\u00e1rio a dist\u00e2ncia da faixa de\ndom\u00ednio acrescida dos 15 (quinze) metros de faixa n\u00e3o edific\u00e1vel determinados pela legisla\u00e7\u00e3o.\nNesse sentido o voto carreado abaixo:\nPROCESSO CIVIL. ADMINISTRATIVO. A\u00c7\u00c3O REINTEGRAT\u00d3RIA COMINADA COM DEMOLIT\u00d3RIA. LEGITIMIDADE TRANSNORDESTINA LOG\u00cdSTICA S/A. CONSTRU\u00c7\u00c3O IRREGULAR ERGUIDA \u00c0 MARGEM DE FERROVIA FEDERAL. FAIXA DE DOM\u00cdNIO. PERIGO PARA TRANSEUNTES. APELA\u00c7\u00d5ES PROVIDAS 1. \"A legitimidade ativa da concession\u00e1ria Transnordestina Log\u00edstica S/A decorre exatamente do pr\u00f3prio contrato de concess\u00e3o firmado com a RFFSA, a quem pertencera a \u00e1rea, at\u00e9 a sucess\u00e3o pelo DNIT. Evidenciado o interesse direto do ente p\u00fablico ao qual pertencem os bens, ainda que estes sejam geridos por pessoa diversa, mediante autoriza\u00e7\u00e3o, concess\u00e3o ou permiss\u00e3o, a ensejar a compet\u00eancia do Ju\u00edzo Federal. (AG 00168657320104050000, Desembargadora Federal Margarida Cantarelli, TRF5 - Quarta Turma, 28/04/2011)\". (AG 00131378720114050000, Desembargador Federal Francisco Barros Dias, TRF5 Segunda Turma, DJE - Data::26/10/2011 - P\u00e1gina::111.) 2. Al\u00e9m da impossibilidade de edifica\u00e7\u00e3o na faixa de dom\u00ednio, n\u00e3o se pode deixar de observar a limita\u00e7\u00e3o administrativa existente quanto aos terrenos marginais das rodovias, \u00e1rea n\u00e3o edificante, como disciplina o art. 4\u00ba, inciso III, da Lei n.\u00ba 6.766/79, com reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n.\u00ba 10.932/2004. 3. A largura da faixa de dom\u00ednio \u00e9 vari\u00e1vel ao longo das rodovias, de acordo com o projeto geom\u00e9trico elaborado para a sua constru\u00e7\u00e3o, competindo ao pr\u00f3prio DNER (atual DNIT) a defini\u00e7\u00e3o de sua largura, assim, a \u00e1rea que compreende a faixa de dom\u00ednio, mais a faixa n\u00e3o edific\u00e1vel (15 metros) foram afetadas ao servi\u00e7o p\u00fablico das ferrovias, sendo irregular constru\u00e7\u00e3o que n\u00e3o observa tal limita\u00e7\u00e3o. 4. A proibi\u00e7\u00e3o de constru\u00e7\u00e3o na faixa de dom\u00ednio ao longo das estradas de ferro tem fundamento na seguran\u00e7a do transporte ferrovi\u00e1rio, consubstanciando-se no perigo que referidas constru\u00e7\u00f5es representam para os usu\u00e1rios das ferrovias e terceiros que transitam em suas adjac\u00eancias. 5. A faixa de dom\u00ednio e a \u00e1rea n\u00e3o-edific\u00e1vel possuem natureza de limita\u00e7\u00f5es administrativas, implicando um dever de n\u00e3o-fazer ao administrado. 6. No caso dos autos, foi constatado a constru\u00e7\u00e3o de uma cerca a aproximadamente dois metros da linha f\u00e9rrea, em \u00e1rea de faixa de dom\u00ednio, cuja posse pertence a Transnordestina Log\u00edstica S/A, configurando-se o esbulho praticado pelo apelado, impondo a determina\u00e7\u00e3o da reintegra\u00e7\u00e3o de posse, bem como da retirada da referida cerca. 7. Apela\u00e7\u00f5es providas para determinar a reintegra\u00e7\u00e3o da posse a Transnordestina Log\u00edstica S/A, bem como que seja retirada a cerca fincada na faixa de dom\u00ednio. (TRF 5\u00aa Regi\u00e3o, AC 00075505020104058300, Rel. Des. Fed. FRANCISCO BARROS DIAS, Segunda Turma, DJE - Data::22/11/2012 - P\u00e1gina::144).\nSCA - 2853218v1\n\n\fCom efeito, tendo em vista que a manuten\u00e7\u00e3o da decis\u00e3o ora atacada pode causar \u00e0 Agravante e a terceiros, les\u00e3o grave e de dif\u00edcil repara\u00e7\u00e3o, bem como diante dos fundamentos relevantes expostos neste recurso, resta clara e evidente a exist\u00eancia dos requisitos necess\u00e1rios para a concess\u00e3o do pedido liminar realizado na exordial, por justo e amparado na melhor na legisla\u00e7\u00e3o e jurisprud\u00eancias vigentes.\nDesta sorte, em plena conformidade com a realidade f\u00e1tica aqui exposta, bem como com o Ordenamento Jur\u00eddico, doutrina e julgados de nosso Tribunais, a decis\u00e3o ora combatida, proferida pelo Ju\u00edzo a quo, n\u00e3o deve prevalecer, devendo esta ser integralmente reformada, reintegrando, imediatamente, a Agravante na posse da \u00e1rea apontada, como forma de garantia de seus direitos e deveres, como concession\u00e1ria da Uni\u00e3o que \u00e9, encerrando a pr\u00e1tica do esbulho no trecho em que h\u00e1 invas\u00e3o contumaz e intencional, por parte do Agravado, como reflexo da mais l\u00eddima justi\u00e7a.\n\nIV. DOS PEDIDOS.\n\nAnte todo o exposto, considerando requer a Agravante, diante da urg\u00eancia demonstrada:\n\nI)\n\nSeja recebido o presente recurso de Agravo sob a forma de\n\nInstrumento;\n\nII) E, no m\u00e9rito, seja integralmente provido, para reformar a decis\u00e3o agravada nos termos acima requeridos, devendo ser reconhecido o direito da ALL \u2013 Am\u00e9rica Latina Log\u00edstica, de ser reintegrada, de maneira imediata, na posse da totalidade da \u00e1rea que est\u00e1 sob responsabilidade, inclusive contratual, e j\u00e1 delimitada na peti\u00e7\u00e3o inicial, que obrigatoriamente deve alcan\u00e7ar e permitir a retomada da posse e o desfazimento tamb\u00e9m na \u00e1rea denominada de faixa de dom\u00ednio.\n\nIII) Requer, ainda, a intima\u00e7\u00e3o da parte Agravada para, querendo, apresentar Contraminuta ao Agravo de Instrumento.\n\nIV) Por derradeiro, requer, novamente, que todas as intima\u00e7\u00f5es e publica\u00e7\u00f5es judiciais atinentes ao feito sejam expedidas, em conjunto e exclusivamente,\n\nSCA - 2853218v1\n\n\fsob pena de nulidade1, em nome do Dr. FABIO KORENBLUM, inscrito na OAB/RS sob o n\u00ba 92.135-A, ambos com Escrit\u00f3rio na Rua Sete de Setembro, 745, 9\u00ba andar, Centro, Porto Alegre, RS, CEP 90010-190, anotando-se na contracapa de todos os processos apensados e/ou incidentes processuais.\n\nNestes termos, pede deferimento. Porto Alegre, 14 de junho de 2016.\n\nCARLOS ROBERTO SIQUEIRA CASTRO OAB/RS 56.888-A\nCARLA ALMEIDA DOS SANTOS OAB/RS 87.069\n\nF\u00c1BIO KORENBLUM OAB/RS 92.135-A\nDANIEL DE PINHO ARGOU OAB/RS 84.912\n\n1 \u201cAdvogado. Intima\u00e7\u00e3o. Requerimento indicando o nome do advogado que receber\u00e1 as intima\u00e7\u00f5es. Precedentes da Corte. 1. Comprovado que est\u00e1 nos autos expresso requerimento para que as intima\u00e7\u00f5es fossem feitas em nome dos subscritores antes da decis\u00e3o que provocou a extin\u00e7\u00e3o do processo, fica evidente a nulidade. 2. Recurso Especial conhecido e provido\u201d. (Ac un da 3\u00aa T do STJ \u2013 Resp. 586.362/SP. Rel. Min. Carlos Alberto Menezes Direito \u2013 j. 05.10.2004 \u2013 DJU 21.01.2005 \u2013 Ementa Oficial).\nSCA - 2853218v1\n\n\f" } ] } }, { "data": { "original_header": "Documento Original - IdDocumentoCompleto: 5024558-21.2018.4.04.7000-701528897619475130038742506283", "original_text": "GER\u00caNCIA JUR\u00cdDICA\nEXCELENT\u00cdSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA MM. ______ VARA FEDERAL DE CURITIBA SE\u00c7\u00c3O JUDICI\u00c1RIA DO ESTADO DO PARAN\u00c1\nFIEP - FEDERA\u00c7\u00c3O DAS IND\u00daSTRIAS DO ESTADO DO PARAN\u00c1, entidade sindical de grau superior, inscrita no CNPJ/MF sob o n\u00ba 76.709.898/0001-33, com sede na cidade de Curitiba, Paran\u00e1, Avenida C\u00e2ndido de Abreu, n\u00ba 200, 6.\u00ba. andar, CEP 80.530-902, regida pela Lei e por seus Estatutos e ata de posse da Diretoria, na condi\u00e7\u00e3o de representante das categorias econ\u00f4micas da ind\u00fastria paranaense, por seu Presidente indicado nos atos constitutivos, atrav\u00e9s do seu Presidente Claudio Petrycoski, brasileiro, divorciado, empres\u00e1rio, portador da RG n.\u00ba 652.365-0, SSP/PR, inscrito no CPF/MF sob o n.\u00ba 126.141.149-87, com endere\u00e7o comercial acima declinado;\nSINDICATO DAS IND\u00daSTRIAS DE M\u00d3VEIS, MARCENARIAS, CARPINTARIAS, ARTEFATOS DE MADEIRA, SERRARIAS, MADEIRAS LAMINADAS E PAIN\u00c9IS DE MADEIRA RECONSTITU\u00cdDA DE RIO NEGRO, entidade sindical de primeiro grau, inscrita no CNPJ/MF n.\u00ba 81.914.210/0001-97, com sede na Rua Boleslau Paluch, n.\u00ba 265, sala 24, Bairro Campo do Gado, Rio Negro, Paran\u00e1, por seu Presidente Fabricio Juliano Langowski, brasileiro, empres\u00e1rio, portador do CPF 919.033.199-00, que poder\u00e1 ser encontrado no endere\u00e7o acima da sede do sindicato;\nSINDICATO DAS IND\u00daSTRIAS DE SERRARIAS, CARPINTARIAS, TANOARIAS, MADEIRAS COMPENSADAS E LAMINADAS, AGLOMERADOS E CHAPAS DE FIBRA, DE\n1\n\n\fGER\u00caNCIA JUR\u00cdDICA\nMARCENARIA, M\u00d3VEIS E M OBILIAS EM GERAL, INCLUSIVE JUNCO, VIME E TUBULARES, AL\u00c9M DE VASSOURAS, E AINDA CORTINAS, CORTINADOS E ESTOFADOS DE ARAPONGAS, entidade sindical de primeiro grau, inscrita no CNPJ/MF n.\u00ba 78.013.810/000170, com sede na Pra\u00e7a Dr. J\u00falio Junqueira, n.\u00ba 88, 13.\u00ba andar, Centro, Arapongas, Paran\u00e1, por seu Presidente Irineu Munhoz, brasileiro, empres\u00e1rio, portador do CPF 701.154.358-91, que poder\u00e1 ser encontrado no endere\u00e7o acima da sede do sindicato;\nSINDICATO DAS IND\u00daSTRIAS DE SERRARIAS, CARPINTARIAS, TANOARIAS, MADEIRAS COMPENSADAS E LAMINADAS, AGLOMERADOS E CHAPAS DE FIBRAS DE MADEIRA E DE MARCENARIA DE UNI\u00c3O DA VIT\u00d3RIA, entidade sindical de primeiro grau, inscrita no CNPJ/MF n.\u00ba 77.491.678/0001-49, com sede na Rua Frei Policarpo, n.\u00ba 188, Centro, Uni\u00e3o da Vit\u00f3ria, Paran\u00e1, por seu Presidente Fabricio Antonio Moreira Neto, brasileiro, empres\u00e1rio, portador do CPF 792.658.129-15, que poder\u00e1 ser encontrado no endere\u00e7o acima da sede do sindicato;\nSINDICATO DAS IND\u00daSTRIAS MADEREIRAS E MOVELEIRAS DO SUDOESTE DO PARAN\u00c1, entidade sindical de primeiro grau, inscrita no CNPJ/MF n.\u00ba 81.271.546/0001-89, com sede na Rua Goi\u00e1s, n.\u00ba 333, Bairro Alvorada, Francisco Beltr\u00e3o, Paran\u00e1, por seu Presidente Cesar Spanhol, brasileiro, empres\u00e1rio, portador do CPF 031.335.099-00, que poder\u00e1 ser encontrado no endere\u00e7o acima da sede do sindicato;\nSINDICATO DA IND\u00daSTRIA DE SERRARIAS, CARPINTARIAS E TANOARIAS E DA MARCENARIA DE IRATI, entidade sindical de primeiro grau, inscrita no CNPJ/MF n.\u00ba 78.149.218/0001-08, com sede na Rua Goi\u00e1s, n.\u00ba 333, Bairro Alvorada, Francisco Beltr\u00e3o Paran\u00e1, por seu Presidente Estanislau Fillus,\n2\n\n\fGER\u00caNCIA JUR\u00cdDICA\nbrasileiro, empres\u00e1rio, portador do CPF 286.028.709-49, que poder\u00e1 ser encontrado no endere\u00e7o acima da sede do sindicato; e\nSINDICATO DAS IND\u00daSTRIAS METAL\u00daRGICAS, MEC\u00c2NICAS E DE MATERIAL EL\u00c9TRICO DE APTO BRANCO, entidade sindical de primeiro grau, inscrita no CNPJ/MF n.\u00ba 78.675.949/000189, com sede na Rua Pedro Vieira, n.\u00ba 120, Paran\u00e1, por seu Presidente Olcimar Tramontini, brasileiro, empres\u00e1rio, portador do CPF 809.721.609-49, que poder\u00e1 ser encontrado no endere\u00e7o acima da sede do sindicato;\nrespeitosamente comparecem \u00e0 presen\u00e7a de Vossa Excel\u00eancia, por interm\u00e9dio de seus advogados e procuradores adiante assinados, com fundamento na Constitui\u00e7\u00e3o Federal, art. 5. \u00b0, inciso XXI, art. 8 e art. 170, par\u00e1grafo \u00fanico, apresentar\nA\u00c7\u00c3O ORDIN\u00c1RIA COLETIVA (Com pedido de concess\u00e3o de tutela de urg\u00eancia)\nem face do UNI\u00c3O, pessoa jur\u00eddica de direito p\u00fablico interno, por seu procurador devidamente constitu\u00eddo, que poder\u00e1 ser encontrado na Avenida Munhoz da Rocha, n.\u00ba 1247, Curitiba, Paran\u00e1, pelos fatos e fundamentos jur\u00eddicos que passa a expor:\nI. DOS FATOS\nOs autores s\u00e3o organiza\u00e7\u00f5es sindicais representativas dos sindicatos das ind\u00fastrias do Estado do Paran\u00e1, com legitimidade processual para representar - em nome pr\u00f3prio - os interesses das empresas filiadas e sindicatos associados (art. 5\u00ba, inc. LXX, b CF/88 do Estatuto).\n3\n\n\fGER\u00caNCIA JUR\u00cdDICA\nEssas empresas est\u00e3o sendo indevidamente prejudicadas em virtude do Decreto n.\u00ba 9.393/18 (Doc. anexo), publicado na edi\u00e7\u00e3o extra do Di\u00e1rio Oficial da Uni\u00e3o, de 30 de maio de 2018, que reduziu drasticamente a al\u00edquota de apura\u00e7\u00e3o do REINTEGRA de 2% para 0,1%. A referida altera\u00e7\u00e3o entrou em vigor a partir do dia 01 de junho de 2018.\nO REINTEGRA foi reinstitu\u00eddo1 pelos artigos 21 a 29 da Lei n.\u00ba 13.043 de 13 de novembro de 2014. (Doc. anexo). Tal programa tem por objetivo devolver parcial ou integralmente o res\u00edduo tribut\u00e1rio remanescente na cadeia de produ\u00e7\u00e3o de bens exportados.\nO REINTEGRA \u00e9 um benef\u00edcio fiscal institu\u00eddo para repor ao exportador os res\u00edduos fiscais da cadeia produtiva absorvidos no pre\u00e7o das mercadorias e bens com destino ao exterior. Enquanto benef\u00edcio fiscal, ele est\u00e1 protegido pelos princ\u00edpios da anterioridade geral, que significa que nenhuma lei/decreto que alterar as al\u00edquotas para menor poderia produzir efeitos no mesmo exerc\u00edcio fiscal de sua edi\u00e7\u00e3o, devendo aguardar o primeiro dia do ano calend\u00e1rio subsequente.\nPor este racioc\u00ednio a altera\u00e7\u00e3o institu\u00edda pelo Decreto n.\u00ba 9.393 de 2018 somente poderia ter os seus efeitos v\u00e1lidos a partir de 01 de janeiro de 2019, mas diante da pr\u00e1tica do Governo Federal com esta dr\u00e1stica redu\u00e7\u00e3o sem prestigiar os princ\u00edpios que norteiam a previsibilidade em prol dos contribuintes, tal pr\u00e1tica fere o ordenamento jur\u00eddico, principalmente no que se refere aos princ\u00edpios constitucionais tribut\u00e1rios da anterioridade anual e nonagesimal, bem como da seguran\u00e7a jur\u00eddica.\nH\u00e1 casos em que os contratos de exporta\u00e7\u00e3o foram negociados com muita anteced\u00eancia sem prever o \u00f4nus causado pela\n1 Assim como o programa que o antecedeu, institu\u00eddo em 2011 pela Lei n.\u00ba 12.546/2011, que teria dura\u00e7\u00e3o at\u00e9 31 de dezembro de 2012.\n4\n\n\fGER\u00caNCIA JUR\u00cdDICA\nmudan\u00e7a repentina da al\u00edquota de c\u00e1lculo de cr\u00e9dito para a compensa\u00e7\u00e3o, inviabilizando muitas das opera\u00e7\u00f5es j\u00e1 firmadas.\nA mudan\u00e7a dr\u00e1stica e repentina traz irrepar\u00e1veis preju\u00edzos \u00e0s ind\u00fastrias exportadoras que passar\u00e3o a ser oneradas em suas transa\u00e7\u00f5es, sem que tivessem qualquer possibilidade de planejamento.\nDeste modo, outra solu\u00e7\u00e3o n\u00e3o existe, sen\u00e3o socorrer-se do Poder Judici\u00e1rio, pugnando para que ele lhes assegure a livre iniciativa, a continuidade das suas pr\u00e1ticas negociais e explora\u00e7\u00e3o da atividade econ\u00f4mica, a prote\u00e7\u00e3o dos contratos internacionais de exporta\u00e7\u00e3o j\u00e1 firmados, bem como fa\u00e7a seguran\u00e7a do princ\u00edpio anterioridade anual e nonagesimal, bem como o da seguran\u00e7a jur\u00eddica, diante dos efeitos da irregular onera\u00e7\u00e3o do exportador produtor de bens manufaturados.\nII. DO DIREITO\n- DA LEGITIMIDADE ATIVA\nOs autores s\u00e3o organiza\u00e7\u00f5es sindicais constitu\u00eddas legalmente e em funcionamento, que tem por objeto social, entre outros, a representa\u00e7\u00e3o - em nome pr\u00f3prio - dos interesses das empresas associadas e sindicatos filiados, encaixando-se nas hip\u00f3teses constitucionais de representa\u00e7\u00e3o:\n\u00c9 do Texto Maior:\n\u201cArt.5\u00ba- ... XVII \u2013 \u00e9 plena a liberdade de associa\u00e7\u00e3o para fins l\u00edcitos, vedada \u00e0 de car\u00e1ter paramilitar;\n5\n\n\fGER\u00caNCIA JUR\u00cdDICA\nXVIII \u2013 a cria\u00e7\u00e3o de associa\u00e7\u00f5es e, na forma da lei, a de cooperativa independem de autoriza\u00e7\u00e3o, sendo vedada a interfer\u00eancia estatal em seu funcionamento; XIX \u2013 as associa\u00e7\u00f5es s\u00f3 poder\u00e3o ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por decis\u00e3o judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o tr\u00e2nsito em julgado; XX \u2013 ningu\u00e9m poder\u00e1 ser compelido a associar-se ou a permanecer associado; XXI \u2013 as entidades associativas, quando expressamente autorizadas t\u00eam legitimidade para representar seus filiados judicialmente ou extrajudicialmente;\u201d\n\u201cArt. 8\u00ba - \u00c9 livre a associa\u00e7\u00e3o profissional ou sindical, observado o seguinte: ... III - ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria, inclusive em quest\u00f5es judiciais e administrativas.\u201d\nPreenchem os autores, portanto, as condi\u00e7\u00f5es previstas para a propositura da a\u00e7\u00e3o coletiva, revelando que possuem legitimidade ad causam. Em verdade, \u00e9 um dever seu o exerc\u00edcio do direito de a\u00e7\u00e3o, na defesa dos interesses de seus filiados, em cumprimento as suas finalidades estatut\u00e1rias.\nDa simples leitura dos dispositivos transcritos verifica-se que o texto constitucional claramente aponta para o reconhecimento do papel ideol\u00f3gico das associa\u00e7\u00f5es e entidades sindicais como representantes dos interesses de grupos, categorias e coletividades. N\u00e3o se trata de um conceito jur\u00eddico de representa\u00e7\u00e3o, e sim de um conceito muito mais pol\u00edtico. O papel ideol\u00f3gico dos chamados corpos intermedi\u00e1rios na sociedade reflete-se no mundo jur\u00eddico e possibilita\n6\n\n\fGER\u00caNCIA JUR\u00cdDICA\npensar novas f\u00f3rmulas de atua\u00e7\u00e3o desses organismos no processo, considerando, sobretudo os amplos efeitos da decis\u00e3o proferida.\nA a\u00e7\u00e3o se d\u00e1, vale ressaltar, em substitui\u00e7\u00e3o processual aos sindicatos e empresas filiados, para a defesa de seus interesses. Os autores defendem em nome pr\u00f3prio o direito alheio de que s\u00e3o titulares os substitu\u00eddos, sem necessidade de autoriza\u00e7\u00e3o alguma destes, sob o \u00fanico pressuposto de que o pedido formulado apresente compatibilidade com os objetivos institucionais nucleares das entidades autoras.\nNesse contexto, cumpre a Federa\u00e7\u00e3o das Ind\u00fastria do Estado do Paran\u00e1, enquanto entidade sindical de segundo grau, defender os interesses das categorias que representa, in casu, as categorias econ\u00f4micas da ind\u00fastria, sendo esta uma de suas prerrogativas estatut\u00e1rias, nos termos do artigo 2\u00ba, \u201ca\u201d do seu Estatuto Social2.\nDe outra banda, cumpre salientar que a discuss\u00e3o dos autos, a redu\u00e7\u00e3o feita pela Decreto n.\u00ba 9.393/18, das al\u00edquotas de apura\u00e7\u00e3o de cr\u00e9ditos do Programa Reintegra institu\u00eddo pela Lei n.\u00ba 13.043 de 13 de novembro de 2014, \u00e9 de interesse da Federa\u00e7\u00e3o das Ind\u00fastrias do Estado do Paran\u00e1, pois atinge a todas as ind\u00fastrias exportadoras com base no Estado do Paran\u00e1, por acarretar preju\u00edzos que ser\u00e3o suportados pelos substitu\u00eddos processuais, que podem levar \u2013 al\u00e9m da fragilidade da categoria e das perdas econ\u00f4micas - at\u00e9 mesmo ao fechamento de empresas.\nDeste modo, est\u00e1-se diante de interesse t\u00edpico do grupo econ\u00f4mico que as REQUERENTES representam, j\u00e1 que as ind\u00fastrias ser\u00e3o prejudicadas pois as modifica\u00e7\u00f5es trazidas pelo Decreto n.\u00ba\n2 Estatuto da FIEP Art. 2o. S\u00e3o prerrogativas da Federa\u00e7\u00e3o: a) proteger e representar os direitos e interesses das categorias nela compreendidas, inclusive perante autoridades administrativas e judici\u00e1rias;\n7\n\n\fGER\u00caNCIA JUR\u00cdDICA\n9.393/18, possuem o mesmo efeito de aumento de tributa\u00e7\u00e3o, causando preju\u00edzos \u00e0s representadas e \u00e0s colocando em risco econ\u00f4mico, ocasionando o abalo no equil\u00edbrio da rela\u00e7\u00e3o custo - demanda e, por consequ\u00eancia, a redu\u00e7\u00e3o da j\u00e1 ex\u00edgua lucratividade das empresas. Este fato - de natureza econ\u00f4mica - justifica a defesa dos interesses dos sindicatos e empresas filiadas. Ademais, caracterizado ainda se afigura o interesse de agir, haja vista tratarem-se as medidas debatidas de ilegalidades e inconstitucionalidades.\nLogo, certo \u00e9 que a discuss\u00e3o dos autos \u2013 redu\u00e7\u00e3o e al\u00edquotas de apura\u00e7\u00e3o de cr\u00e9ditos do Programa Reintegra - \u00e9 de interesse das REQUERENTES haja vista que pertinente \u00e0s diversas categorias econ\u00f4micas que representam, e a sua manuten\u00e7\u00e3o, al\u00e9m de ser uma afronta direta ao Estado Democr\u00e1tico de Direito, prejudicar\u00e1 o desenvolvimento da ind\u00fastria nacional, na medida que fragiliza qualquer planejamento que possa ser tra\u00e7ado pelos empreendedores; desgasta a imagem do Brasil junto aos investidores internacionais/importadores de produtos nacionais ou nacionalizados; onera a produ\u00e7\u00e3o por se tratar de verdadeiro aumento da carga tribut\u00e1ria; reduz a competitividade do produto nacional no mercado interno e externo.\nDestarte, n\u00e3o h\u00e1 d\u00favida, a Federa\u00e7\u00e3o das Ind\u00fastrias do Estado do Paran\u00e1 e os sindicatos autores det\u00e9m legitimidade ativa para ingressar com a presente a\u00e7\u00e3o ordin\u00e1ria em face da REQUERIDA, na qualidade de substituta processual, com o fito de garantir aos substitu\u00eddos processuais o direito \u00e0 manuten\u00e7\u00e3o das al\u00edquotas anteriores a modifica\u00e7\u00e3o da Lei n.\u00ba 13.043/2014 pelo Decreto n.\u00ba 9.393/18, que espera-se, pela via do controle difuso e de forma incidental, seja declarada inconstitucional pelas raz\u00f5es expostas a seguir.\nSendo assim, para todos os efeitos s\u00e3o substitu\u00eddos processuais nesta a\u00e7\u00e3o coletiva as ind\u00fastrias associadas aos sindicatos filiados \u00e0 Federa\u00e7\u00e3o das Ind\u00fastrias do Estado do Paran\u00e1, os sindicatos\n8\n\n\fGER\u00caNCIA JUR\u00cdDICA\nfiliados \u00e0 Federa\u00e7\u00e3o das Ind\u00fastrias do Estado do Paran\u00e1 e as categorias econ\u00f4micas da ind\u00fastria n\u00e3o organizadas em sindicatos (artigo 611 \u00a7 2\u00ba da CLT).\n- DO PROGRAMA REINTEGRA, QUE TEM POR OBJETIVO APURAR CR\u00c9DITOS \u00c0S PESSOAS JUR\u00cdDICAS EXPORTADORAS\nO Governo Federal instituiu, mediante a Lei n.\u00ba 13.043 de 13 de novembro de 2014, o Programa REINTEGRA, que tem por objetivo apurar cr\u00e9ditos \u00e0s pessoas jur\u00eddicas exportadoras, mediante a aplica\u00e7\u00e3o de percentual estabelecido pelo Poder Executivo, sobre a receita auferida com a exporta\u00e7\u00e3o desses bens, conforme o artigo 21 e 22, a saber:\n\u201cArt. 21. Fica reinstitu\u00eddo o Regime Especial de Reintegra\u00e7\u00e3o de Valores Tribut\u00e1rios para as Empresas Exportadoras - REINTEGRA, que tem por objetivo devolver parcial ou integralmente o res\u00edduo tribut\u00e1rio remanescente na cadeia de produ\u00e7\u00e3o de bens exportados. Art. 22. No \u00e2mbito do Reintegra, a pessoa jur\u00eddica que exporte os bens de que trata o art. 23 poder\u00e1 apurar cr\u00e9dito, mediante a aplica\u00e7\u00e3o de percentual estabelecido pelo Poder Executivo, sobre a receita auferida com a exporta\u00e7\u00e3o desses bens para o exterior.\u201d\nAssim o Reintegra foi institu\u00eddo para desonerar o exportador produtor de bens manufaturados, a fim de estimular as exporta\u00e7\u00f5es. O legislador, reconhecendo que existe um 'res\u00edduo tribut\u00e1rio' na cadeia produtiva destinada \u00e0 exporta\u00e7\u00e3o, o devolve ao contribuinte apurado com base em um percentual da receita de\n9\n\n\fGER\u00caNCIA JUR\u00cdDICA\nexporta\u00e7\u00e3o, permitindo a utiliza\u00e7\u00e3o na compensa\u00e7\u00e3o com d\u00e9bitos de outros tributos federais pr\u00f3prios ou o ressarcimento em dinheiro.\nSegundo \u00a7 1.\u00ba do artigo 22 da Lei n.\u00ba 13.043/2014, o percentual de cr\u00e9dito que se apur\u00e1vel pode variar entre 0,1% (um d\u00e9cimo por cento) e 3% (tr\u00eas por cento).\nE conforme os incisos I e II do \u00a7 5.\u00ba do artigo 22 da referida lei, o cr\u00e9dito decorrente do REINTEGRA, tem-se que 17,84% (dezessete inteiros e oitenta e quatro cent\u00e9simos por cento) ser\u00e3o devolvidos a t\u00edtulo da Contribui\u00e7\u00e3o para os Programas de Integra\u00e7\u00e3o Social e de Forma\u00e7\u00e3o do Patrim\u00f4nio do Servidor P\u00fablico - Contribui\u00e7\u00e3o para o PIS/Pasep, e 82,16% (oitenta e dois inteiros e dezesseis cent\u00e9simos por cento) ser\u00e3o devolvidos a t\u00edtulo da Contribui\u00e7\u00e3o para o Financiamento da Seguridade Social - COFINS.\nOu seja, os cr\u00e9ditos advindos do REINTEGRA desoneravam a produ\u00e7\u00e3o para a exporta\u00e7\u00e3o, na medida em que tais cr\u00e9ditos minimizavam a tributa\u00e7\u00e3o do PIS e da COFINS, barateando o custo da produ\u00e7\u00e3o, auxiliando na balan\u00e7a comercial do Brasil.\n- DA ALTERA\u00c7\u00c3O DAS AL\u00cdQUOTAS DO PROGRAM REINTEGRA PELO DECRETO N.\u00ba 9.393/18\nO Governo Federal publicou o Decreto n.\u00ba 9.393/18 (Doc. anexo) que reduziu drasticamente a al\u00edquota de apura\u00e7\u00e3o do REINTEGRA de 2% para 0,1%.\nTal redu\u00e7\u00e3o na al\u00edquota de apura\u00e7\u00e3o dos cr\u00e9ditos foi aplicada imediatamente, ou seja, a partir da publica\u00e7\u00e3o no Di\u00e1rio oficial, que se deu na edi\u00e7\u00e3o extra do Di\u00e1rio oficial da Uni\u00e3o de 30 de maio de 2018, com vig\u00eancia a partir de 01 de junho de 2018.\n10\n\n\fGER\u00caNCIA JUR\u00cdDICA\nOcorre que a redu\u00e7\u00e3o da al\u00edquota da forma como foi feita viola o princ\u00edpio da n\u00e3o-surpresa e a anterioridade, posto que reduziu imediatamente o cr\u00e9dito originariamente previsto Lei n.\u00ba 13.043 de 13 de novembro de 2014.\nA diminui\u00e7\u00e3o da al\u00edquota/percentual do incentivo do REINTEGRA implica aumento indireto de tributo. Trata-se de aumento indireto pois n\u00e3o foram alteradas as al\u00edquotas do PIS e da COFINS sobre importa\u00e7\u00f5es, mas uma redu\u00e7\u00e3o dos cr\u00e9ditos advindos dessas opera\u00e7\u00f5es beneficiadas pelo REINTEGRA.\nPor\u00e9m diversos contratos foram negociados/firmados anteriormente a modifica\u00e7\u00e3o das al\u00edquotas, o que onerou a produ\u00e7\u00e3o da exporta\u00e7\u00e3o, sem que as empresas exportadoras tivessem condi\u00e7\u00f5es de incorporar o custo da redu\u00e7\u00e3o dos cr\u00e9ditos nos produtos exportados.\n- DOS PRINC\u00cdPIOS CONSTITUCIONAIS TRIBUT\u00c1RIOS DA ANTERIORIDADE ANUAL E DA ANTERIORIDADE NONAGESIMAL\nO constituinte buscou proteger o contribuinte da sanha arrecadat\u00f3ria do Estado e inseriu no texto constitucional diversas veda\u00e7\u00f5es ao Poder de tributar do Estado.\nUma dessas veda\u00e7\u00f5es ao poder de tributar foi estabelecer o Princ\u00edpio da Anterioridade anual, previsto no artigo 150, III, \u201cb\u201d da CF/88:\n\u201cArt. 150. Sem preju\u00edzo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, \u00e9 vedado \u00e0 Uni\u00e3o, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Munic\u00edpios: ... III - cobrar tributos: ... b) no mesmo exerc\u00edcio financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou; (Vide Emenda Constitucional n\u00ba 3, de 1993) ...\u201d\n11\n\n\fGER\u00caNCIA JUR\u00cdDICA\nO Princ\u00edpio da Anterioridade (chamada tamb\u00e9m de anterioridade comum) imp\u00f5e a exist\u00eancia de um prazo entre a lei que o instituiu ou aumentou tributo e o in\u00edcio de sua vig\u00eancia. Dessa forma seria poss\u00edvel dizer que em tal princ\u00edpio encontra-se impl\u00edcito o da seguran\u00e7a jur\u00eddica, uma vez que visa a evitar surpresas para o contribuinte, com a institui\u00e7\u00e3o ou a majora\u00e7\u00e3o de tributos no curso do exerc\u00edcio financeiro.\nAp\u00f3s a inser\u00e7\u00e3o do princ\u00edpio da anterioridade no ordenamento jur\u00eddico brasileiro, observou-se que, na pr\u00e1tica, ele representava mera regra, pois que, num ato de manobra do exerc\u00edcio do poder, os legislativos de todas as esferas passaram a aprovar leis tribut\u00e1rias no final do ano, com in\u00edcio de incid\u00eancia j\u00e1 no in\u00edcio do ano seguinte. Isso fez com que o princ\u00edpio da anterioridade anual perdesse sua efetividade.\nAssim veio a Emenda Constitucional n.\u00ba 42 que acrescentou uma al\u00ednea \u201cc\u201d no inciso III do art. 150 da CF/88, determinando que a partir daquele momento, seria vedada a exig\u00eancia de exa\u00e7\u00f5es antes que a lei que as instituiu ou majorou completasse noventa dias de publica\u00e7\u00e3o, devendo ainda ser observado para a mesma situa\u00e7\u00e3o o que j\u00e1 previa a al\u00ednea \u201cb\u201d do mesmo dispositivo, ou seja, a exig\u00eancia da anterioridade da lei do exerc\u00edcio financeiro da cobran\u00e7a.\nDessa forma, a partir de ent\u00e3o, para que um tributo fosse cobrado em 1\u00ba de janeiro, n\u00e3o bastava que sua lei instituidora ou que o aumentou fosse publicada at\u00e9 o \u00faltimo dia do exerc\u00edcio financeiro anterior. Al\u00e9m disso, essa lei deveria ser publicada pelo menos noventa dias antes, ou seja: um duplo sistema de prote\u00e7\u00e3o que permitisse a previsibilidade ao contribuinte.\n12\n\n\fGER\u00caNCIA JUR\u00cdDICA\nObservar o princ\u00edpio da anterioridade anual prevista no artigo 150, III, \u201cb\u201d, e anterioridade nonagesimal, prevista nos 150, III, \u201cc\u201d e art. 195, \u00a7 6.\u00ba da Constitui\u00e7\u00e3o Federal, vez que a al\u00edquota de 0,1% somente poderia ser aplicada a partir do exerc\u00edcio financeiro seguinte ou na pior das hip\u00f3teses, a partir de setembro de 2018, reflete o dever de lealdade do Estado para com o contribuinte, bem como o princ\u00edpio da moralidade.\nOs neg\u00f3cios jur\u00eddicos firmados tiveram por base os cr\u00e9ditos advindos do Programa REINTEGRA, e por esta raz\u00e3o devem ser mantidos para que se fa\u00e7a cumprir a moralidade na conduta do Estado, a seguran\u00e7a jur\u00eddica que o ordenamento jur\u00eddico tenta promover, e o respeito ao esp\u00edrito da constitui\u00e7\u00e3o que objetivou proteger o contribuinte com os princ\u00edpios de anterioridade tribut\u00e1ria.\nOs princ\u00edpios de anterioridade anual e nonagesimal consistem em um limite constitucional ao poder de tributar que visa proteger o contribuinte contra surpresas na majora\u00e7\u00e3o da carga tribut\u00e1ria. Assim, toda altera\u00e7\u00e3o legislativa que implique aumento de carga tribut\u00e1ria (seja na al\u00edquota ou na base de c\u00e1lculo, bem como na abrang\u00eancia do fato gerador) deve obedecer, em se tratando de contribui\u00e7\u00e3o social, o previsto artigo no150, III, \u201cb\u201d e \u201cc\u201d da Constitui\u00e7\u00e3o Federal.\nNo sentido de preservar o objetivo da Carta Pol\u00edtica e seus princ\u00edpios norteadores, j\u00e1 decidiu o Min. Marco Aur\u00e9lio, no Recurso Extraordin\u00e1rio n.\u00ba 964.850 do Rio Grande do Sul:\n\u201cRECURSO EXTRAORDIN\u00c1RIO \u2013 BENEF\u00cdCIO FISCAL \u2013 ALTERA\u00c7\u00c3O \u2013 ANTERIORIDADE \u2013 PRECEDENTE \u2013 PROVIMENTO. 1. Atentem para o decidido na origem. O Tribunal Regional Federal da 4\u00aa Regi\u00e3o, confirmando o\n13\n\n\fGER\u00caNCIA JUR\u00cdDICA\nentendimento do Ju\u00edzo, assentou n\u00e3o configurar majora\u00e7\u00e3o a altera\u00e7\u00e3o de al\u00edquota do benef\u00edcio do Regime Especial de Reintegra\u00e7\u00e3o de Valores Tribut\u00e1rios para as Empresas Exportadoras REINTEGRA, observada a legisla\u00e7\u00e3o de reg\u00eancia. No recurso extraordin\u00e1rio cujo tr\u00e2nsito busca alcan\u00e7ar, a recorrente alega violados os artigos 5\u00ba, inciso XXXVI, 150, inciso III, e 153, inciso II, da Carta Pol\u00edtica. Aduz a inobserv\u00e2ncia dos princ\u00edpios da anterioridade e da irretroatividade mediante a redu\u00e7\u00e3o da al\u00edquota de incentivo do REINTEGRA de 3% para 1% a partir do Decreto n\u00ba 8.415/15. A decis\u00e3o impugnada merece reparos. Os atos infralegais implicaram aumento indireto do imposto, porquanto revelaram redu\u00e7\u00e3o de benef\u00edcio fiscal vigente, devendo ser observado, tamb\u00e9m nesses casos, o princ\u00edpio da anterioridade. Essa foi a \u00f3ptica adotada pelo Supremo no julgamento da Medida Cautelar na A\u00e7\u00e3o Direta de Inconstitucionalidade n\u00ba 2.325/DF, de minha relatoria, envolvida lei complementar que postergou a utiliza\u00e7\u00e3o de cr\u00e9ditos tribut\u00e1rios ent\u00e3o permitidos. Neste mesmo sentido, cito ainda precedente da Primeira Turma: IMPOSTO SOBRE CIRCULA\u00c7\u00c3O DE MERCADORIAS E SERVI\u00c7OS \u2013 DECRETOS N.\u00ba 39.596 E N.\u00ba 39.697, DE 1999, DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL \u2013 REVOGA\u00c7\u00c3O DE BENEF\u00cdCIO FISCAL \u2013 PRINC\u00cdPIO DA ANTERIORIDADE \u2013 DEVER DE OBSERV\u00c2NCIA \u2013 PRECEDENTES. Promovido aumento indireto do Imposto Sobre Circula\u00e7\u00e3o de Mercadorias e Servi\u00e7os \u2013 ICMS por meio da revoga\u00e7\u00e3o de benef\u00edcio fiscal, surge o dever de observ\u00e2ncia ao princ\u00edpio da anterioridade, geral e nonagesimal, constante das al\u00edneas \u201cb\u201d e \u201cc\u201d do\n14\n\n\fGER\u00caNCIA JUR\u00cdDICA\ninciso III do artigo 150, da Carta. Precedente \u2013 Medida Cautelar na A\u00e7\u00e3o Direta de Inconstitucionalidade n\u00ba 2.325/DF, de minha relatoria, julgada em 23 de setembro de 2004. MULTA \u2013 AGRAVO \u2013 ARTIGO 557, \u00a7 2.\u00ba, DO C\u00d3DIGO DE PROCESSO CIVIL. Surgindo do exame do agravo o car\u00e1ter manifestamente infundado, imp\u00f5e-se a aplica\u00e7\u00e3o da multa prevista no \u00a7 2\u00ba do artigo 557 do C\u00f3digo de Processo Civil. (Recurso extraordin\u00e1rio n.\u00ba 564.225, minha relatoria, Primeira Turma, ac\u00f3rd\u00e3o publicado no Di\u00e1rio da Justi\u00e7a de 18 de novembro de 2014) 2. Ante os precedentes, provejo o extraordin\u00e1rio para reconhecer o direito das recorrentes de aproveitem durante o ano de 2015 o benef\u00edcio do REINTEGRA calculado pela al\u00edquota de 3%. ...\u201d\nO Ministro Gilmar Mendes posicionou-se no mesmo sentido ao julgar o Recurso Extraordin\u00e1rio n.\u00ba 775.181 de Santa Catarina, em que a Uni\u00e3o recorreu de Ac\u00f3rd\u00e3o do Tribunal Regional Federal da 4\u00aa Regi\u00e3o, ementado da seguinte forma:\n\u201cCONSTITUCIONAL. TRIBUT\u00c1RIO. PIS. ANTERIORIDADE NONAGESIMAL. EFIC\u00c1CIA. O art. 68 da Lei n.\u00ba 10.637/02 ao prever a produ\u00e7\u00e3o de efeitos em rela\u00e7\u00e3o ao art. 3.\u00ba, a partir de 1.\u00ba de dezembro de 2002, desrespeitou o prazo da anterioridade nonagesimal, ao arrepio do art. 195, \u00a7 6.\u00ba, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal, contendo eiva de inconstitucionalidade. De outro lado, com a edi\u00e7\u00e3o do art. 25 da Lei 10.684/03, voltou-se \u00e0 reda\u00e7\u00e3o original da MP 66/02, com efeitos a partir de 01.02.2003. Delimitados os per\u00edodos de in\u00edcio dos efeitos determinados na MP 66/02, Lei 10.637/02 e Lei 10684/03, impede notar que h\u00e1 um\n15\n\n\fGER\u00caNCIA JUR\u00cdDICA\ninterregno (01 de dezembro a 31 de janeiro) em que o art. 3.\u00ba da Lei 10.637/02, produziu efeitos, sem observar o princ\u00edpio da anterioridade nonagesimal, exigindo a contribui\u00e7\u00e3o ao PIS de forma mais gravosa. Assim, for\u00e7oso concluir que a cobran\u00e7a de valores a t\u00edtulo de contribui\u00e7\u00e3o ao PIS de acordo com o art. 3.\u00ba da Lei 10.637/02, no per\u00edodo anterior ao advento da Lei 10.684/03 (com efeitos a partir de 01.02.2003 \u00e9 indevida. Posi\u00e7\u00e3o adotada pela Corte especial no julgamento da Argui\u00e7\u00e3o de Inconstitucionalidade n.\u00ba 2003.72.01.001184-1/SC\u201d. (fl. 68)\nEntendeu, o Ministro, que o ac\u00f3rd\u00e3o recorrido n\u00e3o divergia da jurisprud\u00eancia do STF, no sentido de que a revoga\u00e7\u00e3o de benef\u00edcio fiscal constitui aumento indireto de tributo, surgindo da\u00ed o dever de observ\u00e2ncia ao princ\u00edpio da anterioridade, geral ou nonagesimal, conforme o caso.\nNo mesmo sentido o Ministro Ricardo Lewandowski se posicionou ao julgar o RE1.081.193, afirmando que \u00e9 jurisprud\u00eancia do Supremo considerar que o princ\u00edpio da anterioridade \u00e9 aplic\u00e1vel \u00e0 revoga\u00e7\u00e3o ou redu\u00e7\u00e3o de benef\u00edcio fiscal \"tendo em vista que elas geram a eleva\u00e7\u00e3o da carga tribut\u00e1ria de maneira indireta\".\nOu seja, o Supremo Tribunal Federal ao se manifestar sobre a redu\u00e7\u00e3o das al\u00edquotas para c\u00e1lculo dos valores compens\u00e1veis no programa REINTEGRA ocorrido em 2015, posicionou-se favor\u00e1vel \u00e0 aplica\u00e7\u00e3o do princ\u00edpio da anterioridade, decidindo a favor dos exportadores quanto \u00e0 manuten\u00e7\u00e3o das al\u00edquotas.\nAs principais teses apresentadas convergem para o dever de respeito ao princ\u00edpio constitucional da anterioridade que veda o aumento de tributo no mesmo exerc\u00edcio financeiro da lei que o instituiu,\n16\n\n\fGER\u00caNCIA JUR\u00cdDICA\nbem como ao princ\u00edpio da anterioridade nonagesimal, que veda majora\u00e7\u00e3o antes de transcorridos 90 dias da lei que houver institu\u00eddo ou majorado tributo, que n\u00e3o foram observados por ter o decreto reduzido benef\u00edcio fiscal no exerc\u00edcio de 2018, o que equivaleria ao aumento de tributo.\nDeve ser considerado que o conte\u00fado do princ\u00edpio da anterioridade consiste numa concretiza\u00e7\u00e3o do princ\u00edpio estruturante da seguran\u00e7a jur\u00eddica, posto que obsta a incid\u00eancia imediata das normas impositivas, impondo o respeito a lapsos temporais compreendidos entre a publica\u00e7\u00e3o da lei e a sua incid\u00eancia.3\nDesta forma entende-se que embora n\u00e3o se trate do aumento de al\u00edquota de tributo diretamente, os efeitos da redu\u00e7\u00e3o de benef\u00edcio concedido anteriormente afronta aos princ\u00edpios constitucionais da anterioridade anual e da anterioridade nonagesimal, pois o efeito da modifica\u00e7\u00e3o equivale \u00e0 majora\u00e7\u00e3o de tributo, que impede a previsibilidade esperada pelo contribuinte e protegida pelo ordenamento jur\u00eddico.\nDiante do exposto, mais uma vez, demonstra-se a irregularidade do Decreto em debate, requerendo a nulifica\u00e7\u00e3o de seus efeitos.\nIII. DA TUTELA DE URG\u00caNCIA PLEITEADA\nAp\u00f3s a apresenta\u00e7\u00e3o da quest\u00e3o f\u00e1tico-jur\u00eddica, passa-se a expor as raz\u00f5es da necessidade da concess\u00e3o de tutela de urg\u00eancia e a demonstrar a presen\u00e7a dos requisitos legais justificadores do deferimento.\nIncontest\u00e1vel, por todas as raz\u00f5es supra referidas, a presen\u00e7a da plausibilidade do direito alegado e a necess\u00e1ria concess\u00e3o\n3 VELLOSO, Andrei Pitten. Constitui\u00e7\u00e3o tribut\u00e1ria interpretada. S\u00e3o Paulo: Atlas, 2007. p. 154\n17\n\n\fGER\u00caNCIA JUR\u00cdDICA\nda tutela de urg\u00eancia, determinando a imediata suspens\u00e3o dos efeitos produzidos pelo Decreto n.\u00ba 9.393/18, que reduziu drasticamente a al\u00edquota de apura\u00e7\u00e3o do REINTEGRA de 2% para 0,1%.\nA plausibilidade est\u00e1 mais do que comprovada na esp\u00e9cie, primeiramente, tendo em vista que dispositivos constitucionais asseguram aos autores a concretiza\u00e7\u00e3o da seguran\u00e7a jur\u00eddica em suas exporta\u00e7\u00f5es, bem como a seguran\u00e7a pelo conte\u00fado do princ\u00edpio da anterioridade, que lhes garantiriam negociar aas importa\u00e7\u00f5es nas condi\u00e7\u00f5es vigentes, em surpresas com eleva\u00e7\u00e3o da carga tribut\u00e1ria.\nNote-se que a jurisprud\u00eancia j\u00e1 foi chamada a se posicionar em caso id\u00eantico:\n\u201cRECURSO EXTRAORDIN\u00c1RIO 1.081.193 RIO GRANDE DO SUL RELATOR: MIN. RICARDO LEWANDOWSKI ... Trata-se de recurso extraordin\u00e1rio interposto contra ac\u00f3rd\u00e3o de cuja ementa destaca-se: \u201cTRIBUT\u00c1RIO. REGIME ESPECIAL DE REINTEGRA\u00c7\u00c3O DE VALROES TRIBUT\u00c1RIOS PARAS AS EMPRESAS EXPORTADORAS \u2013 REINTEGRA. REDU\u00c7\u00c3O DA AL\u00cdQUOTA DE 3% PARA 1%. PRINC\u00cdPIO DA ANTERIORIDADE NONAGESIMAL. INEXIST\u00caNCIA DE VIOLA\u00c7\u00c3O. [...]\u201d (p\u00e1g. 1 do documento eletr\u00f4nico 9). Neste RE, fundado no art. 102, III, a, da Constitui\u00e7\u00e3o, sustenta-se, em suma, viola\u00e7\u00e3o ao art. 150, III, c, da mesma Carta. Busca-se, em s\u00edntese, demonstrar que os Decretos 8.415/2015 e 8.543/2015, ao reduzir benef\u00edcio fiscal do REINTEGRA, n\u00e3o observaram o princ\u00edpio da anterioridade nonagesimal. A pretens\u00e3o recursal merece acolhida. Com efeito, a jurisprud\u00eancia do Supremo\n18\n\n\fGER\u00caNCIA JUR\u00cdDICA\nTribunal Federal, firmada a partir do julgamento da ADI 2.325-MC, considera que, em regra, o princ\u00edpio da anterioridade \u00e9 aplic\u00e1vel \u00e0 revoga\u00e7\u00e3o ou diminui\u00e7\u00e3o de benef\u00edcio fiscal, tendo em vista que elas geram a eleva\u00e7\u00e3o da carga tribut\u00e1ria por via indireta. Veja-se: \u201cIMPOSTO SOBRE CIRCULA\u00c7\u00c3O DE MERCADORIAS. RS E SERVI\u00c7OS \u2013 DECRETOS N.\u00ba 39.596 E N.\u00ba 39.697, DE 1999, DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL \u2013 REVOGA\u00c7\u00c3O DE BENEF\u00cdCIO FISCAL \u2013 PRINC\u00cdPIO DA ANTERIORIDADE \u2013 DEVER DE OBSERV\u00c2NCIA \u2013 PRECEDENTES. Promovido aumento indireto do Imposto Sobre Circula\u00e7\u00e3o de Mercadorias e Servi\u00e7os \u2013 ICMS por meio da revoga\u00e7\u00e3o de benef\u00edcio fiscal, surge o dever de observ\u00e2ncia ao princ\u00edpio da anterioridade, geral e nonagesimal, constante das al\u00edneas \u201cb\u201d e \u201cc\u201d do inciso III do artigo 150, da Carta. Precedente \u2013 Medida Cautelar na A\u00e7\u00e3o Direta de Inconstitucionalidade n.\u00ba 2.325/DF, de minha relatoria, julgada em 23 de setembro de 2004. MULTA \u2013 AGRAVO \u2013 ARTIGO 557, \u00a7 2.\u00ba, DO C\u00d3DIGO DE PROCESSO CIVIL. Surgindo do exame do agravo o car\u00e1ter manifestamente infundado, imp\u00f5e-se a aplica\u00e7\u00e3o da multa prevista no \u00a7 2.\u00ba do artigo 557 do C\u00f3digo de Processo Civil\u201d (RE 564.225-AgR, Rel. Min. Marco Aur\u00e9lio, Primeira Turma). Cito, ainda, o precedente a seguir: Rel. Min. Gilmar Mendes. Essa orienta\u00e7\u00e3o jurisprudencial \u00e9 inteiramente aplic\u00e1vel \u00e0 redu\u00e7\u00e3o dos percentuais de compensa\u00e7\u00e3o relativos a benef\u00edcio fiscal do REINTEGRA, implementada pelos Decretos 8.415/2015 e 8.543/2015. Nesse sentido: RE 1.065.092, Rel. Min. Celso de Mello; RE 1.065.094, Rel. Min. Rosa Weber; RE 1.053.254, Rel. Min. Roberto Barroso; RE 970.955, Rel. Min. Dias Toffoli.\n19\n\n\fGER\u00caNCIA JUR\u00cdDICA\nIsso posto, dou provimento ao recurso (art. 21, \u00a7 1. \u00b0, do RISTF) para conceder a seguran\u00e7a nos termos do pedido inicial do mandado de seguran\u00e7a preventivo. Publique-se. Bras\u00edlia, 18 de dezembro de 2017. Ministro Ricardo Lewandowski Relator\u201d\nQuanto ao risco de dano, patente e inquestion\u00e1vel \u00e9 a sua ocorr\u00eancia, pois caso n\u00e3o seja deferida a tutela de urg\u00eancia, graves ser\u00e3o as repercuss\u00f5es no campo dos direitos dos representados dos autores.\nPrimeiramente porqu\u00ea os substitu\u00eddos dos autores foram surpreendidos por pela redu\u00e7\u00e3o impactante das al\u00edquotas para a gera\u00e7\u00e3o e cr\u00e9ditos que seriam compensados, e j\u00e1 incorporados aos valores das mercadorias negociadas para exporta\u00e7\u00e3o. Tal pr\u00e1tica fere a seguran\u00e7a jur\u00eddica das rela\u00e7\u00f5es firmadas anteriormente \u00e0 publica\u00e7\u00e3o do Decreto n.\u00ba 9.393/18.\nO risco de dano est\u00e1 claro considerando que Decreto n.\u00ba 9.393/18 est\u00e1 em vig\u00eancia desde 01 de junho de 2018, diante disto os representados pelos autores foram negativamente surpreendidos, sendo impedidos indevidamente onerados nas exporta\u00e7\u00f5es j\u00e1 realizadas, at\u00e9 mesmo, de cumprir com os contratos anteriormente celebrados.\nO fundado receio de dano irrepar\u00e1vel ou de dif\u00edcil repara\u00e7\u00e3o tamb\u00e9m fica flagrante na medida que indene de d\u00favidas que a exig\u00eancia de tributo inconstitucional prejudica o desenvolvimento da ind\u00fastria nacional, na medida que fragiliza qualquer planejamento que possa ser tra\u00e7ado pelos empreendedores; desgasta a imagem do Brasil junto aos investidores internacionais; onera a produ\u00e7\u00e3o por se tratar de verdadeiro aumento da carga tribut\u00e1ria; reduz a competitividade do produto nacional no mercado interno e externo.\n20\n\n\fGER\u00caNCIA JUR\u00cdDICA\nA essa plausibilidade soma-se o risco da demora. De um lado, h\u00e1 o risco para os substitu\u00eddos processuais, que se veem onerados em seus custos tribut\u00e1rios e dificilmente ter\u00e3o como recuperar esses valores, visto que n\u00e3o h\u00e1 previs\u00e3o para que seja feita compensa\u00e7\u00e3o, de modo que lhes restar\u00e1, t\u00e3o somente, a busca do seu direito pela exaustiva via da tutela reparat\u00f3ria.\nDe outro lado, retardar para daqui h\u00e1 muitos anos a aprecia\u00e7\u00e3o do ponto aqui exposto \u00e9, com redobradas v\u00eanias, legitimar a inconstitucionalidade \u00fatil. \u00c9 permitir o confisco, avalizar a m\u00e1 f\u00e9 do Poder Executivo que se desdobra para garantir refor\u00e7o de caixa de acordo com as conveni\u00eancias moment\u00e2neas, pautado pelo contexto pol\u00edtico instaurado, sem se importar com a cria\u00e7\u00e3o de passivos futuros.\nN\u00e3o h\u00e1 d\u00favida Excel\u00eancia que o Estado Democr\u00e1tico de Direito n\u00e3o pode admitir atitudes arbitr\u00e1rias como essa, da\u00ed que os autores buscam, em ju\u00edzo de cogni\u00e7\u00e3o sum\u00e1ria a concess\u00e3o da tutela de urg\u00eancia requisitada para suspender imediatamente os efeitos Decreto n.\u00ba 9.393/18, e reestabelecer a forma anterior de composi\u00e7\u00e3o dos cr\u00e9ditos decorrentes das exporta\u00e7\u00f5es feitas pelas empresas representadas pelos autores para o exerc\u00edcio financeiro de 2018.\nIV. PEDIDOS\nDiante do exposto, requer-se, a Vossa Excel\u00eancia, o recebimento da presente a\u00e7\u00e3o, com o seu consequente processamento e a proced\u00eancia, impondo-se:\na) concess\u00e3o de tutela de urg\u00eancia para com fundamento nas amplas raz\u00f5es de fato e de direito declinadas, suspender imediatamente os efeitos do Decreto n.\u00ba 9.393/18, que reduziu drasticamente a al\u00edquota de apura\u00e7\u00e3o do dos cr\u00e9ditos do programa\n21\n\n\fGER\u00caNCIA JUR\u00cdDICA\nREINTEGRA de 2% para 0,1%, reestabelecendo o crit\u00e9rio anterior, assegurando os efeitos da decis\u00e3o para os substitu\u00eddos processuais;\n\nb) no m\u00e9rito, determinar a invalidade os efeitos do Decreto n.\u00ba 9.393/18, em rela\u00e7\u00e3o aos cr\u00e9ditos do Programa REINTEGRA nas exporta\u00e7\u00f5es beneficiadas pela gera\u00e7\u00e3o de cr\u00e9ditos em conformidade com artigos 21 a 29 da Lei n.\u00ba 13.043 de 13 de novembro de 2014 aos substitu\u00eddos processuais dos autores;\n\nc) seja reconhecido o direito \u00e0 compensa\u00e7\u00e3o dos valores recolhidos indevidamente a partir de 1\u00ba de junho de 2018;\n\ncivil;\n\nd) a cita\u00e7\u00e3o da R\u00e9 nos termos da legisla\u00e7\u00e3o processual e) seja procedida a oitiva do Minist\u00e9rio P\u00fablico Federal;\n\nf) a produ\u00e7\u00e3o de todas as provas em direito admitidas, especialmente documental e pericial;\n\ng) a condena\u00e7\u00e3o da R\u00e9 ao pagamento das custas e honor\u00e1rios advocat\u00edcios.\n\nAtribui-se ao feito, para fins meramente fiscais, o valor de R$ 60.000,00 (sessenta mil reais).\n\nPede Deferimento. Curitiba, 12 de junho de 2018.\n\nRODRIGO POZZOBON OAB/PR N.\u00ba 25.997\n\nCLAYTON GOMES DE MEDEIROS OAB/PR N.\u00ba 59.941\n\nMARCO ANTONIO GUIMARAES OAB/PR N.\u00ba 22.427\n\nCLAUDIA BEECK MOREIRA DE SOUZA OAB/PR N.\u00ba 46.108\n\n22\n\n\fGER\u00caNCIA JUR\u00cdDICA\n23\n\n\f", "similar_texts_federais_bgem3": [ { "header": "Texto Similar 1 (C\u00edvel) - IdDocumentoCompleto: 5012483-82.2016.4.04.7108-711466798717757471115329289152", "text": "EXCELENT\u00cdSSIMO SENHOR JUIZ FEDERAL DA _____ VARA DA SUBSE\u00c7\u00c3O JUDICI\u00c1RIA DE NOVO HAMBURGO - SE\u00c7\u00c3O JUDICI\u00c1RIA DO RIO GRANDE DO SUL.\nPRIMAFER INDUSTRIAL S.A., pessoa jur\u00eddica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o n\u00ba 87.230.553/0001-19, com sede na Rodovia BR 116, KM 258, s/n, CEP 93.270-000, Bairro Centro, no Munic\u00edpio de Esteio, no Estado do Rio Grande do Sul, devidamente representada por seus procuradores e advogados adiante firmados (instrumento procurat\u00f3rio em anexo), que recebem intima\u00e7\u00f5es, na Av. Soledade, n\u00ba 550, 13\u00ba andar, Edif\u00edcio Carlos Gomes Center, Bairro Petr\u00f3polis, CEP. 90470-340, na cidade de Porto Alegre, no Estado do Rio Grande do Sul, Fone: +55 (51) 3393-2800 e no endere\u00e7o eletr\u00f4nico controladoriaespaider@martinelli.adv.br , v\u00eam respeitosamente perante Vossa Excel\u00eancia impetrar o presente:\nMANDADO DE SEGURAN\u00c7A\nem face do ILMO. SR. DELEGADO DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL EM NOVO HAMBURGO, lotado na Delegacia da Receita Federal do Brasil em Novo Hamburgo\u2044RS, na Rua Tamandar\u00e9, n\u00ba 221, bairro Boa Vista, CEP. 93410-150, integrante da UNI\u00c3O FEDERAL - FAZENDA NACIONAL, que dever\u00e1 ser notificada na pessoa do representante legal, o Sr. Procurador da Fazenda Nacional de Novo Hamburgo, com endere\u00e7o na Avenida Pedro Adams Filho, n\u00ba 5757, Bairro Centro, CEP: 93310-560, no munic\u00edpio de Novo Hamburgo \u2013 RS; com fulcro no art. 5\u00ba, LXIX, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal, bem como nos dispositivos das Leis n\u00ba 12.016/09, pelos fatos, motivos e fundamentos que passa a expor:\n\n\fI - DOS FATOS\nA Impetrante \u00e9 pessoa jur\u00eddica de direito privado, regularmente constitu\u00edda e em pleno exerc\u00edcio de suas atividades e naturalmente est\u00e1 sujeita ao recolhimento de v\u00e1rias exa\u00e7\u00f5es, dentre as quais o IRPJ e a CSLL.\nConsoante atividades descritas nos atos constitutivos da empresa, denota-se que a mesma se dedica \u00e0s atividades de fabrica\u00e7\u00e3o de artefatos de material pl\u00e1stico para uso pessoal e dom\u00e9stico, bem como as demais atividades descritas no seu contrato social.\nA fim de tornar o produto interno mais competitivo no mercado internacional, seguindo a pr\u00e1tica mundial, o Governo Federal dispensa \u00e0s exporta\u00e7\u00f5es tratamento fiscal que objetiva a desonera\u00e7\u00e3o dos tributos indiretos incidentes nessas opera\u00e7\u00f5es.\nA Constitui\u00e7\u00e3o Federal de 1988 definiu que n\u00e3o incidem sobre as exporta\u00e7\u00f5es o IPI (art. 153, \u00a73\u00ba, III), ICMS (art. 155, \u00a72\u00ba, X, a) e as contribui\u00e7\u00f5es sociais e de interven\u00e7\u00e3o no dom\u00ednio econ\u00f4mico, tais como o PIS/PASEP e a COFINS (art. 149, \u00a72\u00ba, I). Al\u00e9m disso, o exportador mant\u00e9m o direito ao cr\u00e9dito gerado pela incid\u00eancia desses tributos sobre a compra dos insumos empregados nos produtos exportados, ou seja, o valor correspondente a esses tributos n\u00e3o deve compor o pre\u00e7o do produto exportado.\nO Governo Federal instituiu, atrav\u00e9s da Lei n\u00ba 12.546/20111, o Regime Especial de Reintegra\u00e7\u00e3o de Valores Tribut\u00e1rios para as Empresas Exportadoras \u2013 REINTEGRA, motivado pelos valores tribut\u00e1rios residuais existentes nas cadeias de produ\u00e7\u00e3o, que continuavam onerando as exporta\u00e7\u00f5es.\n1 Convers\u00e3o Medida Provis\u00f3ria n\u00ba 540, de 2011. O referido regime \u2013 REINTEGRA \u2013 teve seus efeitos prorrogados pela Lei n\u00ba 12.844/2013, at\u00e9 31/12/2013 .\n\n\fPara compensar esses res\u00edduos tribut\u00e1rios, o REINTEGRA permite \u00e0 empresa exportadora de bens manufaturados no pa\u00eds que receba um cr\u00e9dito equivalente a 3% da receita de exporta\u00e7\u00e3o, percentual este fixado atrav\u00e9s do Decreto n\u00ba 7.633/112, in verbis:\nLei n\u00ba 12.546/2011\nArt. 1\u00ba - \u00c9 institu\u00eddo o Regime Especial de Reintegra\u00e7\u00e3o de Valores Tribut\u00e1rios para as Empresas Exportadoras (Reintegra), com o objetivo de reintegrar valores referentes a custos tribut\u00e1rios federais residuais existentes nas suas cadeias de produ\u00e7\u00e3o.\nArt. 2\u00ba - No \u00e2mbito do Reintegra, a pessoa jur\u00eddica produtora que efetue exporta\u00e7\u00e3o de bens manufaturados no Pa\u00eds poder\u00e1 apurar valor para fins de ressarcir parcial ou integralmente o res\u00edduo tribut\u00e1rio federal existente na sua cadeia de produ\u00e7\u00e3o.\n\u00a7 1\u00ba - O valor ser\u00e1 calculado mediante a aplica\u00e7\u00e3o de percentual estabelecido pelo Poder Executivo sobre a receita decorrente da exporta\u00e7\u00e3o de bens produzidos pela pessoa jur\u00eddica referida no caput.\n\u00a7 2\u00ba - O Poder Executivo poder\u00e1 fixar o percentual de que trata o \u00a7 1o entre zero e 3% (tr\u00eas por cento), bem como poder\u00e1 diferenciar o percentual aplic\u00e1vel por setor econ\u00f4mico e tipo de atividade exercida.\n\u00a7 3\u00ba - Para os efeitos deste artigo, considera-se bem manufaturado no Pa\u00eds aquele:\n2 Decreto n\u00ba 7.633/11 - Art. 1\u00ba - Este Decreto regulamenta o Regime Especial de Reintegra\u00e7\u00e3o de Valores Tribut\u00e1rios para as Empresas Exportadoras - REINTEGRA, institu\u00eddo pela Medida Provis\u00f3ria n\u00ba 540, de 2 de agosto de 2011, e que tem por objetivo reintegrar valores referentes a custos tribut\u00e1rios residuais existentes nas suas cadeias de produ\u00e7\u00e3o.\n\n\fI \u2013 classificado em c\u00f3digo da Tabela de Incid\u00eancia do Imposto sobre Produtos Industrializados (Tipi), aprovada pelo Decreto no 6.006, de 28 de dezembro de 2006, relacionado em ato do Poder Executivo; e\nII \u2013 cujo custo dos insumos importados n\u00e3o ultrapasse o limite percentual do pre\u00e7o de exporta\u00e7\u00e3o, conforme definido em rela\u00e7\u00e3o discriminada por tipo de bem, constante do ato referido no inciso I deste par\u00e1grafo.\n\u00a7 4\u00ba - A pessoa jur\u00eddica utilizar\u00e1 o valor apurado para:\nI \u2013 efetuar compensa\u00e7\u00e3o com d\u00e9bitos pr\u00f3prios, vencidos ou vincendos, relativos a tributos administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, observada a legisla\u00e7\u00e3o espec\u00edfica aplic\u00e1vel \u00e0 mat\u00e9ria; ou\nII \u2013 solicitar seu ressarcimento em esp\u00e9cie, nos termos e condi\u00e7\u00f5es estabelecidos pela Secretaria da Receita Federal do Brasil.\n\u00a7 5\u00ba - Para os fins deste artigo, considera-se exporta\u00e7\u00e3o a venda direta ao exterior ou \u00e0 empresa comercial exportadora com o fim espec\u00edfico de exporta\u00e7\u00e3o para o exterior.\nComo se pode observar, o par\u00e1grafo 4\u00ba do artigo 2\u00ba determina que o valor apurado pela aplica\u00e7\u00e3o do percentual definido pelo Poder Executivo sobre a receita decorrente da exporta\u00e7\u00e3o, poder\u00e1 ser objeto de compensa\u00e7\u00e3o com d\u00e9bitos pr\u00f3prios, vencidos ou vincendos, relativos a tributos administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, ou de ressarcimento administrativo em esp\u00e9cie.\n\n\fDesta feita, resta evidente que a efetividade da desonera\u00e7\u00e3o das exporta\u00e7\u00f5es ficar\u00e1 comprometida se o cr\u00e9dito do REINTEGRA integrar o lucro l\u00edquido para fins de apura\u00e7\u00e3o do IRPJ e CSLL. \u00c9 nesse ponto que reside o direito sub judice.\nII - DO DIREITO L\u00cdQUIDO E CERTO IMPOSSIBILIDADE DE INCLUS\u00c3O DO REINTEGRA NA BASE DE C\u00c1LCULO DO\nIRPJ E DA CSLL\nO sistema institu\u00eddo pelo REINTEGRA, sinteticamente visa desonerar as opera\u00e7\u00f5es de exporta\u00e7\u00e3o por meio da cria\u00e7\u00e3o de um cr\u00e9dito, obtido da aplica\u00e7\u00e3o de percentual fixado pelo Executivo sobre a receita proveniente da exporta\u00e7\u00e3o.\nA reinstitui\u00e7\u00e3o deste regime especial se justifica, como dito alhures, pela exist\u00eancia de valores tribut\u00e1rios residuais nas cadeias de produ\u00e7\u00e3o, que continuavam onerando as exporta\u00e7\u00f5es apesar dos incentivos praticados.\nVislumbra-se, portanto, manifesto entendimento de que o cr\u00e9dito decorrente do referido Regime Especial pode ser fru\u00eddo mediante a compensa\u00e7\u00e3o com outros tributos que oneram a cadeia produtiva e consequentemente a exporta\u00e7\u00e3o, ou via ressarcimento administrativo.\nDestarte, o ponto central da presente demanda est\u00e1 no fato de que este cr\u00e9dito tem sido tributado como se configurasse um aumento de capital, um lucro do exportador, quando na verdade esse valor se presta a recompor o patrim\u00f4nio do contribuinte exportador que foi indevidamente onerado pelos valores tribut\u00e1rios residuais.\n\n\fO IRPJ \u00e9 o imposto incidente sobre a renda e proventos de qualquer natureza, e a CSLL \u00e9 a contribui\u00e7\u00e3o incidente sobre o lucro, e o cr\u00e9dito advindo do REINTEGRA n\u00e3o se configura em renda, provento, e nem em lucro.\nCom espeque constitucional no artigo n\u00ba 1533 e 1544 da Constitui\u00e7\u00e3o Federal, o imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza foi regulamentado pelo Decreto n\u00ba 3.000/99 \u2013 RIR/995, e tem a sua matriz infraconstitucional no art. 43 do CTN6. No caso concreto, as Impetrantes recolhem o IRPJ com base no Lucro Real,\n3 Art. 153. Compete \u00e0 Uni\u00e3o instituir impostos sobre:\n(...)\nIII - renda e proventos de qualquer natureza;\n4 Art. 154. A Uni\u00e3o poder\u00e1 instituir:I - mediante lei complementar, impostos n\u00e3o previstos no artigo anterior, desde que sejam n\u00e3o-cumulativos e n\u00e3o tenham fato gerador ou base de c\u00e1lculo pr\u00f3prios dos discriminados nesta Constitui\u00e7\u00e3o;\n5 Decreto n\u00ba 3.000/99: Art. 218. O imposto de renda das pessoas jur\u00eddicas, inclusive das equiparadas, das sociedades civis em geral e das sociedades cooperativas em rela\u00e7\u00e3o aos resultados obtidos nas opera\u00e7\u00f5es ou atividades estranhas \u00e0 sua finalidade, ser\u00e1 devido \u00e0 medida em que os rendimentos, ganhos e lucros forem sendo auferidos (Lei n \u00ba 8.981, de 1995, art. 25, e Lei n \u00ba 9.430, de 1996, arts. 1 \u00ba e 55). BASE DE C\u00c1LCULO Art. 219. A base de c\u00e1lculo do imposto, determinada segundo a lei vigente na data de ocorr\u00eancia do fato gerador, \u00e9 o lucro real (Subt\u00edtulo III), presumido (Subt\u00edtulo IV) ou arbitrado (Subt\u00edtulo V), correspondente ao per\u00edodo de apura\u00e7\u00e3o (Lei n \u00ba 5.172, de 1966, arts. 44, 104 e 144, Lei n \u00ba 8.981, de 1995, art. 26, e Lei n \u00ba 9.430, de 1996, art. 1 \u00ba ). Par\u00e1grafo \u00fanico. Integram a base de c\u00e1lculo todos os ganhos e rendimentos de capital, qualquer que seja a denomina\u00e7\u00e3o que lhes seja dada, independentemente da natureza, da esp\u00e9cie ou da exist\u00eancia de t\u00edtulo ou contrato escrito, bastando que decorram de ato ou neg\u00f3cio que, pela sua finalidade, tenha os mesmos efeitos do previsto na norma espec\u00edfica de incid\u00eancia do imposto (Lei n \u00ba 7.450, de 1985, art. 51, Lei n \u00ba 8.981, de 1995, art. 76, \u00a7 2 \u00ba , e Lei n \u00ba 9.430, de 1996, arts. 25, inciso II, e 27, inciso II). BASE DE C\u00c1LCULO Art. 223. A base de c\u00e1lculo do imposto, em cada m\u00eas, ser\u00e1 determinada mediante a aplica\u00e7\u00e3o do percentual de oito por cento sobre a receita bruta auferida mensalmente, observadas as disposi\u00e7\u00f5es desta Subse\u00e7\u00e3o (Lei n \u00ba 9.249, de 1995, art. 15, e Lei n \u00ba 9.430, de 1996, art. 2\u00ba).\n6 Art. 43. O imposto, de compet\u00eancia da Uni\u00e3o, sobre a renda e proventos de qualquer natureza tem como fato gerador a aquisi\u00e7\u00e3o da disponibilidade econ\u00f4mica ou jur\u00eddica: I - de renda, assim entendido o produto do capital, do trabalho ou da combina\u00e7\u00e3o de ambos; II - de proventos de qualquer natureza, assim entendidos os acr\u00e9scimos patrimoniais n\u00e3o compreendidos no inciso anterior.\n\n\fmediante a apura\u00e7\u00e3o cont\u00e1bil dos resultados, com os ajustes determinados pela legisla\u00e7\u00e3o fiscal7.\nO incentivo do REINTEGRA n\u00e3o se confunde com a renda e os proventos que constituem a base de c\u00e1lculo do imposto. Nas palavras de Mizabel Derzi8, a base de c\u00e1lculo do IR \u00e9 \u201cnecessariamente a livre disposi\u00e7\u00e3o da parcela acrescida de riqueza, do excedente de que pode dispor algu\u00e9m, pressupondo o abatimento dos gastos necess\u00e1rios para produzi-la e mant\u00ea-la\u201d.\nOcorre que, o simples ingresso de riqueza n\u00e3o caracteriza renda, j\u00e1 que desse ingresso ser\u00e1 retirado o necess\u00e1rio para o abatimento das despesas e d\u00e9bitos existentes no patrim\u00f4nio. Em suma, renda haver\u00e1 onde houver acr\u00e9scimo de riqueza, n\u00e3o ao patrim\u00f4nio bruto, mas sim ao patrim\u00f4nio l\u00edquido, sendo este definido como (...) \u201co patrim\u00f4nio bruto diminu\u00eddo do valor negativo das obriga\u00e7\u00f5es (passivo ou capital de terceiros)\u201d.9\nO mesmo entendimento justifica a pretensa exclus\u00e3o do REINTEGRA da base de c\u00e1lculo da CSLL, contribui\u00e7\u00e3o incidente sobre o lucro e destinada a financiar a seguridade social, institu\u00edda pela Lei n\u00ba 7.689/8810, com altera\u00e7\u00f5es introduzidas pela Lei n\u00ba 8.981/9511.\n7 Art. 14 da Lei n\u00ba 9.718/98; Lei n\u00ba 10.637/02; Art. 2\u00ba da Lei n\u00ba 9.430/96; Decreto-Lei n\u00ba 1.598/77; Art. 37 da Lei n\u00ba 8.981/95 e arts. 191 e 189 da Lei n\u00ba 6.404/95.\n8 BALEEIRO, Aliomar. Direito Tribut\u00e1rio brasileiro. Atualizado por DERZI, Mizabel Abreu Machado. 11. Ed. Rio de Janeiro : Forense. 999. p. 289.\n9 DERZI, Mizabel Abreu Machado. Tributa\u00e7\u00e3o da renda versus tributa\u00e7\u00e3o do patrim\u00f4nio. Imposto de Renda \u2013 Quest\u00f5es atuais e emergentes. S\u00e3o Paulo : dial\u00e9tica, 1995. p 108. 10 Lei n\u00ba 7.689/88: Art. 1\u00ba - Fica institu\u00edda contribui\u00e7\u00e3o social sobre o lucro das pessoas jur\u00eddicas, destinada ao financiamento da seguridade social. Art. 2\u00ba A base de c\u00e1lculo da contribui\u00e7\u00e3o \u00e9 o valor do resultado do exerc\u00edcio, antes da provis\u00e3o para o imposto de renda.\n11 Lei n\u00ba 8.981/95: Art. 57 - Aplicam-se \u00e0 Contribui\u00e7\u00e3o Social sobre o Lucro (Lei n\u00ba 7.689, de 1988) as mesmas normas de apura\u00e7\u00e3o e de pagamento estabelecidas para o Imposto de Renda das pessoas jur\u00eddicas, mantidas a base de c\u00e1lculo e as al\u00edquotas previstas na legisla\u00e7\u00e3o em vigor, com as altera\u00e7\u00f5es introduzidas por esta lei.\n\n\fReferida contribui\u00e7\u00e3o acompanha a forma de tributa\u00e7\u00e3o do lucro adotada para o IRPJ e a ela aplicam-se, no que couberem, as disposi\u00e7\u00f5es da legisla\u00e7\u00e3o do imposto sobre a renda, referentes \u00e0 administra\u00e7\u00e3o, ao lan\u00e7amento, \u00e0 consulta, \u00e0 cobran\u00e7a, \u00e0s penalidades, \u00e0s garantias e ao processo administrativo, mantidas a base de c\u00e1lculo e as al\u00edquotas previstas na legisla\u00e7\u00e3o da referida contribui\u00e7\u00e3o.\nCabe aqui reiterar o mesmo argumento empregado para recha\u00e7ar a incid\u00eancia do IRPJ: o valor do REINTEGRA n\u00e3o se presta a conferir riqueza ao contribuinte exportador, ele visa simplesmente a recupera\u00e7\u00e3o de res\u00edduos tribut\u00e1rios que indevidamente remanescem, apesar dos incentivos fiscais concedidos \u00e0 exporta\u00e7\u00e3o.\nTanto n\u00e3o configura aumento de riqueza, que a pr\u00f3pria Lei n\u00ba 12.546/2011, instituidora do regime especial em comento, determina a utiliza\u00e7\u00e3o do cr\u00e9dito na compensa\u00e7\u00e3o com outros tributos administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil \u2013 SRFB, ou atrav\u00e9s de ressarcimento12 administrativo, como mencionado antes.\nA tributa\u00e7\u00e3o do REINTEGRA nos moldes em que vem ocorrendo atenta contra princ\u00edpio da legalidade, por raz\u00f5es evidentes. Al\u00e9m disso, \u00e0 luz dos princ\u00edpios da razoabilidade, da proporcionalidade e do n\u00e3o-confisco, a exposi\u00e7\u00e3o \u00e0 tributa\u00e7\u00e3o de renda/lucro aparente, desvirtua o IRPJ e a CSLL do verdadeiro des\u00edgnio.\nEntendimento diverso configuraria afronta ao artigo 110 do C\u00f3digo Tribut\u00e1rio Nacional \u2013 CTN13, porque se estaria alterando a defini\u00e7\u00e3o dos institutos que constituem a base do IRPJ e da CSLL, a fim de albergar entradas que lhes s\u00e3o estranhas.\nDestarte, atentaria ainda, contra a pr\u00f3pria legisla\u00e7\u00e3o instituidora do REINTEGRA, contra os princ\u00edpios constitucionais supramencionados e disposi\u00e7\u00f5es dos\n12 O ressarcimento a que se refere o legislador \u00e9 o mesmo aplicado aos cr\u00e9ditos escriturais, sobre os quais n\u00e3o incide atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria (IN 1.300/12).\n13 Art. 110. A lei tribut\u00e1ria n\u00e3o pode alterar a defini\u00e7\u00e3o, o conte\u00fado e o alcance de institutos, conceitos e formas de direito privado, utilizados, expressa ou implicitamente, pela Constitui\u00e7\u00e3o Federal, pelas Constitui\u00e7\u00f5es dos Estados, ou pelas Leis Org\u00e2nicas do Distrito Federal ou dos Munic\u00edpios, para definir ou limitar compet\u00eancias tribut\u00e1rias.\n\n\farts. 153, 154 e 195, I da Constitui\u00e7\u00e3o Federal; art. 43 do CTN; art. 146 e seguintes do Decreto n\u00ba 3.000/99; art. 1\u00ba e 2\u00ba da Lei n\u00ba 7.689/88, e legisla\u00e7\u00e3o correlata.\nEm suma, os cr\u00e9ditos advindos do Regime Especial s\u00e3o meras entradas que n\u00e3o se revestem de receitas resultantes da atividade produtiva da empresa contribuinte, podendo assim ser exclu\u00eddos na determina\u00e7\u00e3o do lucro l\u00edquido, para fins de apura\u00e7\u00e3o do IRPJ e da CSLL.\nConstata-se a sufici\u00eancia da fundamenta\u00e7\u00e3o do direito arguido, que encontra guarida na Lei e na Constitui\u00e7\u00e3o Federal, al\u00e9m do posicionamento sufragado pelo Excelso Tribunal Regional a respeito do tema, a conferir viabilidade jur\u00eddica \u00e0 tese esposada pelas impetrantes.\nIII \u2013 PRECEDENTES\nInsta informar, ainda, que j\u00e1 h\u00e1 decis\u00f5es favor\u00e1veis ao pleito da Impetrante, consoante se vislumbra atrav\u00e9s da an\u00e1lise do v. Ac\u00f3rd\u00e3o abaixo (grifou-se):\nTRIBUT\u00c1RIO. MANDADO DE SEGURAN\u00c7A. BASE DE C\u00c1LCULO DO IRPJ E DA CSLL. REGIME ESPECIAL DE REINTEGRA\u00c7\u00c3O DE VALORES TRIBUT\u00c1RIOS PARA AS EMPRESAS EXPORTADORAS - REINTEGRA. 1. O REINTEGRA e o cr\u00e9dito presumido IPI t\u00eam origem na pr\u00f3pria norma que os instituiu, que lhes d\u00e1 fei\u00e7\u00e3o de incentivo fiscal sob a forma de cr\u00e9ditos a serem aproveitados pelo contribuinte mediante compensa\u00e7\u00f5es. A finalidade de ambos \u00e9 fomentar a exporta\u00e7\u00e3o e, com isso, equilibrar a balan\u00e7a comercial. 2. O REINTEGRA n\u00e3o \u00e9 subven\u00e7\u00e3o, mas incentivo fiscal, e como tal n\u00e3o \u00e9 receita tribut\u00e1vel, de modo que n\u00e3o pode ser contemplado na apura\u00e7\u00e3o do lucro l\u00edquido da pessoa jur\u00eddica para fins de apura\u00e7\u00e3o do IRPJ e da CSLL. (TRF4, AC 501682496.2012.404.7107, Primeira Turma, Relator p/ Ac\u00f3rd\u00e3o Jorge Antonio Maurique, juntado aos autos em 13/03/2014)\n\n\fAdemais, cumpre salientar, tamb\u00e9m, que em primeira inst\u00e2ncia, ao entrar no m\u00e9rito da quest\u00e3o, o Juiz Federal Claudio Marcelo Schiessl acatou o pedido no Mandado de Seguran\u00e7a n\u00ba 5009373-92.2013.404.7201/SC, nos seguintes termos:\nDISPOSITIVO.\nAnte o exposto, extingo o processo com resolu\u00e7\u00e3o de m\u00e9rito (art. 269, I, do CPC) e acolho o pedido para declarar o direito de as impetrantes exclu\u00edrem da base de c\u00e1lculo do IRPJ e da CSLL os valores recebidos a t\u00edtulo de Regime Especial de Reintegra\u00e7\u00e3o de Valores Tribut\u00e1rios para as Empresas Exportadoras - REINTEGRA e, em consequ\u00eancia, o direito de compensarem os valores indevidamente recolhidos na forma especificada na fundamenta\u00e7\u00e3o da senten\u00e7a.\nPortanto, ante as raz\u00f5es expostas, bem como, seguindo o entendimento adotado nos precedentes retromencionados, evidente o direito l\u00edquido e certo da Impetrante, no sentido de que sejam exclu\u00eddos da base de c\u00e1lculo do IRPJ e da CSLL os incentivos recebidos atrav\u00e9s do Regime do Reintegra.\nIV - DOS REQUERIMENTOS\nPor todo o exposto, REQUER seja recebido e processado o presente mandamus, pelo rito determinado em lei, para o fim de:\na) Receber a presente com todos os documentos que lhe acompanham, determinando o seu processamento pelo rito estabelecido em lei;\nb) Determinar a notifica\u00e7\u00e3o da Autoridade Coatora, a prestar informa\u00e7\u00f5es no prazo previsto em lei;\nc) Seja dada ci\u00eancia \u00e0 Uni\u00e3o Federal, atrav\u00e9s de sua Procuradoria, para, querendo, ingressar no feito, conforme\n\n\fpermissivo legal previsto no artigo 7\u00b0, inciso II, da Lei n\u00b0 12.016/2009;\nd) A Impetrante, expressamente, manifesta seu desinteresse na realiza\u00e7\u00e3o da audi\u00eancia de concilia\u00e7\u00e3o de que trata o Art. 334 do CPC, tendo em vista que a presente demanda trata de mat\u00e9ria tribut\u00e1ria, cujo polo passivo \u00e9 pessoa jur\u00eddica de direito p\u00fablico, envolvendo direitos indispon\u00edveis, os quais n\u00e3o admitem autocomposi\u00e7\u00e3o, enquadrando-se, portanto, na hip\u00f3tese do \u00a74\u00ba, inciso II do referido dispositivo;\ne) Seja CONCEDIDA A SEGURAN\u00c7A, para reconhecer o direito de excluir da base de c\u00e1lculo do IRPJ e da CSLL os incentivos, os cr\u00e9ditos recebidos a t\u00edtulo de Regime Especial de Reintegra\u00e7\u00e3o de Valores Tribut\u00e1rios para as Empresas Exportadoras \u2013 REINTEGRA, na vig\u00eancia da Lei n.\u00ba 12.546/2011, seja pela tributa\u00e7\u00e3o direta, seja pela tributa\u00e7\u00e3o indireta, neste \u00faltimo caso aumentando o resultado do exerc\u00edcio da Impetrante, nos termos da fundamenta\u00e7\u00e3o;\nf) Condenar a Autoridade Coatora a suportar que a Impetrante compense os valores recolhidos indevidamente, a t\u00edtulo de IRPJ e CSLL incidentes sobre o REINTEGRA, desde a sua institui\u00e7\u00e3o e na vig\u00eancia da Lei n.\u00ba 12.546/2011, devidamente corrigidos pela taxa SELIC, com o\nmesmo tributo, e\u2044ou, outros tributos administrados pela Receita Federal do Brasil, ou, nos anos nos quais a impetrante teve resultado negativo, preju\u00edzo, que lhe seja autorizado o c\u00f4mputo do aumento do preju\u00edzo, em raz\u00e3o da concess\u00e3o da seguran\u00e7a;\ng) A Impetrante informa, ainda, que todos os documentos em anexo s\u00e3o c\u00f3pias reprogr\u00e1ficas dos originais, raz\u00e3o pela qual declara a autenticidade dos documentos nos termos do art. 425, IV do CPC/15; e\n\n\fh) Ainda, condenar a Autoridade Coatora ao pagamento das custas e demais comina\u00e7\u00f5es legais.\ni) Ademais, requer seja concedido o prazo de 05 (cinco) dias para que seja anexado o comprovante de recolhimento de custas iniciais.\nAtribui-se a presente medida o valor de R$ 59.546,64 (cinquenta e nove mil quinhentos e quarenta e seis reais com sessenta e quarto centavos)\nNesses termos, pede deferimento. Porto Alegre/RS, 24 de junho de 2016\nJO\u00c3O JOAQUIM MARTINELLI OAB/RS 45.071-A\n\n\fANEXOS\n1. Procura\u00e7\u00e3o; 2. Atos Constitutivos da empresa; 3. Cart\u00e3o CNPJ; 4. Pedidos de ressarcimento de verbas a t\u00edtulo de Reintegra; 5. DIPJ e DCTF; 6. DARF de recolhimento do IRPJ e da CSLL; 7. Comprovante de pagamento das custas iniciais;\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 2 (C\u00edvel) - IdDocumentoCompleto: 5048155-53.2017.4.04.7000-701510074811825260022843153514", "text": "EXCELENT\u00cdSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA VARA FEDERAL DE CURITIBA \u2013 SE\u00c7\u00c3O JUDICI\u00c1RIA DO ESTADO DO PARAN\u00c1\n\nVEPER SERVI\u00c7OS DE VIGIL\u00c2NCIA LTDA., pessoa jur\u00eddica de\n\ndireito privado, inscrita no CNPJ/MF sob o n\u00ba. 01.848.003/0001-42, com sede na Rua Omilio\n\nMonteiro Soares, n\u00ba. 2.677, Fanny, na cidade de Curitiba/PR, CEP n\u00ba. 81.030-001, e;\n\nVEPER SERVI\u00c7OS ESPECIALIZADOS LTDA., inscrita no CNPJ/MF sob o n\u00ba.\n\n02.083.833/0001-99, sediada na Rua Major Vicente de Castro, n\u00ba. 2.453, Fanny, na cidade\n\nde Curitiba/PR, CEP 81.030-020 (doravante IMPETRANTES), por meio de seus advogados\n\nque ao final subscrevem, vem respeitosamente \u00e0 presen\u00e7a de Vossa Excel\u00eancia, impetrar,\n\ncom base no artigo 5\u00ba, inciso LXIX, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal, na Lei Federal n\u00ba 12.016/09 (Lei\n\ndo Mandado de Seguran\u00e7a \u2013 LMS), e nos artigos 282 e seguintes da Lei Federal n\u00ba 5.869/73\n\n(C\u00f3digo de Processo Civil \u2013 CPC), o presente MANDADO DE SEGURAN\u00c7A COM PEDIDO\n\nDE MEDIDA LIMINAR INAUDITA ALTERA PARS, em face do Senhor DELEGADO DA\n\nRECEITA FEDERAL DO BRASIL EM CURITIBA/PR \u2013 Autarquia organizada nos termos da\n\nLei Fed. n\u00ba 11.457/07, com divis\u00e3o funcional estabelecida na Rua Marechal Deodoro, n\u00ba\n\n555, bairro Centro, cidade de Curitiba, Estado do Paran\u00e1, CEP: 80.010-200 \u2013 ou quem lhe\n\nfa\u00e7a as vezes, vinculado \u00e0 UNI\u00c3O FEDERAL (LMS, art. 6\u00ba), pelos fundamentos de fato e\n\nraz\u00f5es de direito a seguir aduzidos.\n\nwww.nwadv.com.br\n\n1\n\nAvenida Dr. Carlos de Carvalho, 417, 18\u00ba andar, cjto. 1804 \u2013 Curitiba Trade Center Building\n\nCuritiba/Paran\u00e1 \u2013 CEP: 80.410-180\n\nFone (41) 3039-1500 / Fax (41) 3039-5774\n\n\f1. \u2013 DOS FATOS\n\nNo exerc\u00edcio de suas atividades encontram-se as IMPETRANTES sujeitas \u00e0 enorme gama de tributos, dentre os quais a contribui\u00e7\u00e3o social previdenci\u00e1ria patronal, disposta no art. 22, inc. I, da lei n\u00b0 8.212/91, cuja hip\u00f3tese de incid\u00eancia \u00e9 o pagamento de remunera\u00e7\u00f5es devidas em raz\u00e3o de trabalho prestado, efetiva ou potencialmente.\n\nOcorre que a Autoridade Impetrada lhe exige o recolhimento da contribui\u00e7\u00e3o em tela sobre valores que desbordam do fato gerador in abstracto, posto que representam pagamentos de cunho indenizat\u00f3rio, qual seja, o PR\u00caMIO ASSIDUIDADE.\n\nNesse contexto, t\u00eam as IMPETRANTES \u2013 conforme restar\u00e1 amplamente comprovado, com esteio, inclusive, em pac\u00edfica jurisprud\u00eancia dos tribunais p\u00e1trios o direito l\u00edquido e certo de n\u00e3o mais serem compelidas ao recolhimento da contribui\u00e7\u00e3o social previdenci\u00e1ria incidente \u2013 \u00e0 margem do princ\u00edpio constitucional da legalidade tribut\u00e1ria \u2013 sobre os valores em debate, bem como, de efetuarem a compensa\u00e7\u00e3o das respectivas quantias indevidamente pagas.\n\nTodavia, t\u00eam o justo e fundado receio de exercer o direito em tela, posto que indubitavelmente sofrer\u00e1 viola\u00e7\u00e3o por parte da autoridade impetrada, que, por exercer atividade vinculada e obrigat\u00f3ria, nos termos do par\u00e1grafo \u00fanico do artigo 142 do C\u00f3digo Tribut\u00e1rio Nacional, continuar\u00e1 lan\u00e7ando e cobrando a malfadada contribui\u00e7\u00e3o mediante a amea\u00e7a de aplica\u00e7\u00e3o de multas e penalidades, e as impedir\u00e1, ainda, de efetuarem a aludida compensa\u00e7\u00e3o.\n\nEm conclus\u00e3o a este t\u00f3pico, temos que, conforme breve\n\nretrospecto f\u00e1tico e especialmente considerando-se a Inafastabilidade na Jurisdi\u00e7\u00e3o como\n\nwww.nwadv.com.br\n\n2\n\nAvenida Dr. Carlos de Carvalho, 417, 18\u00ba andar, cjto. 1804 \u2013 Curitiba Trade Center Building\n\nCuritiba/Paran\u00e1 \u2013 CEP: 80.410-180\n\nFone (41) 3039-1500 / Fax (41) 3039-5774\n\n\fcorol\u00e1rio do Poder Judici\u00e1rio Nacional (nos termos do Artigo Constitucional 5\u00ba, XXXV), as IMPETRANTES se valem do presente writ para carrear raz\u00f5es jur\u00eddicas aduzidas na sequencia e respeitosamente trazidas \u00e0 considera\u00e7\u00e3o de V.Exa., ocasi\u00e3o em que, no cotejo de tais elementos, certamente se concluir\u00e1 pela viola\u00e7\u00e3o ao direito l\u00edquido e certo de n\u00e3o recolher contribui\u00e7\u00e3o patronal ao INSS sobre rubricas de cunho indenizat\u00f3rio acima descritas.\n\n2. \u2013 DO DIREITO L\u00cdQUIDO E CERTO\n\n2.1. \u2013 DO DIREITO DE N\u00c3O MAIS SER COMPELIDA AO INDEVIDO RECOLHIMENTO\n\n2.1.1. \u2013 Do cerne do debate: n\u00e3o-incid\u00eancia\n\nInicialmente, imprescind\u00edvel esclarecer-se que a n\u00e3o-incid\u00eancia da contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria patronal sobre os valores em debate resta inequ\u00edvoca diante da an\u00e1lise da hip\u00f3tese de incid\u00eancia aplic\u00e1vel ao caso.\n\nN\u00e3o se discute a eventual natureza destes valores \u2013 se remunerat\u00f3ria, salarial ou indenizat\u00f3ria \u2013, nem mesmo o conte\u00fado destes conceitos para fins previdenci\u00e1rios ou trabalhistas, posto que constru\u00eddos em outros contextos e arraigados sob outras \u00f3pticas.\n\nDo mesmo modo, n\u00e3o se discute o fato destes pagamentos serem incorpor\u00e1veis ou n\u00e3o ao sal\u00e1rio, se s\u00e3o considerados para fins de aposentadoria, ou, ainda, se integram ou n\u00e3o o sal\u00e1rio-de-contribui\u00e7\u00e3o dos segurados.\n\nNa verdade, analisa-se, sob a \u00e9gide do princ\u00edpio da\n\nlegalidade tribut\u00e1ria (CF, art. 150, inc. I), se tais valores subsumem-se \u00e0 hip\u00f3tese de\n\nincid\u00eancia eleita pelo legislador para fins de exig\u00eancia da contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria\n\nwww.nwadv.com.br\n\n3\n\nAvenida Dr. Carlos de Carvalho, 417, 18\u00ba andar, cjto. 1804 \u2013 Curitiba Trade Center Building\n\nCuritiba/Paran\u00e1 \u2013 CEP: 80.410-180\n\nFone (41) 3039-1500 / Fax (41) 3039-5774\n\n\fdevida pelas empresas, qual seja, a prevista no artigo 22, inciso I, da Lei n\u00b0 8.212/91.\nAtribui-se no artigo 195 da Carta Magna a compet\u00eancia\ntribut\u00e1ria para cria\u00e7\u00e3o de contribui\u00e7\u00f5es sociais a serem estabelecidas e recolhidas,\ndistintamente, pelo empregador, trabalhador, realizador de concursos de progn\u00f3sticos e,\nainda, pelo importador de bens ou servi\u00e7os, conforme se pode observar:\nArt. 195. A seguridade social ser\u00e1 financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos or\u00e7amentos da Uni\u00e3o, dos Estados, do Distrito Federal e dos Munic\u00edpios, e das seguintes contribui\u00e7\u00f5es sociais: I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre: a) a folha de sal\u00e1rios e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer t\u00edtulo, \u00e0 pessoa f\u00edsica que lhe preste servi\u00e7o, mesmo sem v\u00ednculo empregat\u00edcio; b) a receita ou o faturamento; c) o lucro; II - do trabalhador e dos demais segurados da previd\u00eancia social, n\u00e3o incidindo contribui\u00e7\u00e3o sobre aposentadoria e pens\u00e3o concedidas pelo regime geral de previd\u00eancia social de que trata o art. 201; III - sobre a receita de concursos de progn\u00f3sticos. IV - do importador de bens ou servi\u00e7os do exterior, ou de quem a lei a ele equiparar.\n\nExercendo a compet\u00eancia que lhe foi atribu\u00edda no artigo 195, inciso I, al\u00ednea \u201ca\u201d, da CF, a Uni\u00e3o, atrav\u00e9s da Lei Fed. n\u00b0 8.212/91, elegeu como hip\u00f3tese de incid\u00eancia da contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria patronal o pagamento de remunera\u00e7\u00f5es destinadas a retribuir o trabalho, seja pelos servi\u00e7os prestados, seja pelo tempo em que o empregado ou trabalhador avulso permanece \u00e0 disposi\u00e7\u00e3o do empregador ou tomador de servi\u00e7os, verbis:\nArt. 22. A contribui\u00e7\u00e3o a cargo da empresa, destinada \u00e0 Seguridade Social, al\u00e9m do disposto no art. 23, \u00e9 de\n\nwww.nwadv.com.br\n\n4\n\nAvenida Dr. Carlos de Carvalho, 417, 18\u00ba andar, cjto. 1804 \u2013 Curitiba Trade Center Building\n\nCuritiba/Paran\u00e1 \u2013 CEP: 80.410-180\n\nFone (41) 3039-1500 / Fax (41) 3039-5774\n\n\fI - vinte por cento sobre o total das remunera\u00e7\u00f5es pagas, devidas ou creditadas a qualquer t\u00edtulo, durante o m\u00eas, aos segurados empregados e trabalhadores avulsos que lhe prestem servi\u00e7os, destinadas a retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de utilidades e os adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer pelos servi\u00e7os efetivamente prestados, quer pelo tempo \u00e0 disposi\u00e7\u00e3o do empregador ou tomador de servi\u00e7os, nos termos da lei ou do contrato ou, ainda, de conven\u00e7\u00e3o ou acordo coletivo de trabalho ou senten\u00e7a normativa.\n\nCurial destacar-se que a delimita\u00e7\u00e3o da incid\u00eancia da contribui\u00e7\u00e3o em tela foi observada pela pr\u00f3pria Receita Federal do Brasil em sua Instru\u00e7\u00e3o Normativa RFB n\u00b0 971, de 13.11.2009 (IN RFB 971/09):\n\nArt. 51. Constitui fato gerador da obriga\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria principal: [...] III - em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 empresa ou equiparado \u00e0 empresa: a) a presta\u00e7\u00e3o de servi\u00e7os remunerados pelos segurados empregado, trabalhador avulso, contribuinte individual e cooperado intermediado por cooperativa de trabalho; [...]\nArt. 52. Salvo disposi\u00e7\u00e3o de lei em contr\u00e1rio, considera-se ocorrido o fato gerador da obriga\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria principal e existentes seus efeitos: III - em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 empresa: a) no m\u00eas em que for paga, devida ou creditada a remunera\u00e7\u00e3o, o que ocorrer primeiro, a segurado empregado ou a trabalhador avulso em decorr\u00eancia da presta\u00e7\u00e3o de servi\u00e7o; Art. 57. As bases de c\u00e1lculo das contribui\u00e7\u00f5es sociais previdenci\u00e1rias da empresa e do equiparado s\u00e3o as seguintes: I - o total das remunera\u00e7\u00f5es pagas, devidas ou creditadas, a qualquer t\u00edtulo, durante o m\u00eas, aos segurados empregados e trabalhadores avulsos que lhe prestam servi\u00e7os, destinadas a retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de utilidades e os adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer pelos servi\u00e7os efetivamente prestados, quer pelo tempo \u00e0 disposi\u00e7\u00e3o do empregador, nos termos da lei ou do contrato\n\nwww.nwadv.com.br\n\n5\n\nAvenida Dr. Carlos de Carvalho, 417, 18\u00ba andar, cjto. 1804 \u2013 Curitiba Trade Center Building\n\nCuritiba/Paran\u00e1 \u2013 CEP: 80.410-180\n\nFone (41) 3039-1500 / Fax (41) 3039-5774\n\n\fou, ainda, de conven\u00e7\u00e3o ou de acordo coletivo de trabalho ou de senten\u00e7a normativa; [...]\nArt. 72. As contribui\u00e7\u00f5es sociais previdenci\u00e1rias a cargo da empresa ou do equiparado, observadas as disposi\u00e7\u00f5es espec\u00edficas desta Instru\u00e7\u00e3o Normativa, s\u00e3o: I - 20% (vinte por cento) sobre o total das remunera\u00e7\u00f5es pagas, devidas ou creditadas, a qualquer t\u00edtulo, durante o m\u00eas, aos segurados empregados e trabalhadores avulsos que lhes prestam servi\u00e7os, observado o disposto no inciso I do art. 57 \u2013 destacou-se\n\nImportante observar-se que a delimita\u00e7\u00e3o da incid\u00eancia da contribui\u00e7\u00e3o patronal sobre os valores pagos destinados a retribuir o trabalho efetivo ou potencial tamb\u00e9m foi consagrada pelo Eg. STF, quando a Administra\u00e7\u00e3o Fazend\u00e1ria pretendeu, atrav\u00e9s das Medidas Provis\u00f3rias 1.523-13 e 1.596-14, ampliar a hip\u00f3tese tribut\u00e1ria em debate para al\u00e9m dos valores pagos em decorr\u00eancia de contrapresta\u00e7\u00e3o de servi\u00e7os, de modo a abranger todos os quaisquer valores pagos pela empresa aos trabalhadores - inclusive verbas rescis\u00f3rias \u2013 restando, \u00e0 \u00e9poca, assim redigido o \u00a7 2\u00ba do artigo 22 da Lei n\u00ba 8.212/91:\n\nArt. 22. [...] \u00a7 2\u00ba. Para fins desta Lei, integram a remunera\u00e7\u00e3o os abonos de qualquer esp\u00e9cie ou natureza, bem como as parcelas denominadas indenizat\u00f3rias pagas ou creditadas a qualquer t\u00edtulo, inclusive em raz\u00e3o da rescis\u00e3o do contrato de trabalho, ressalvado o disposto no \u00a7 9\u00ba do art. 28.\u201d [...] destacou-se\nOcorre que a amplia\u00e7\u00e3o supra \u2013 j\u00e1 sob a \u00e9gide do artigo\n195, inciso I, da CF \u2013 foi prontamente obstada \u00e0 unanimidade pelo Pleno da Suprema\nCorte na ADIN n\u00ba 1.659-6:\n\nRelev\u00e2ncia da fundamenta\u00e7\u00e3o jur\u00eddica da argui\u00e7\u00e3o de inconstitucionalidade do \u00a7 2\u00ba do artigo 22 da Lei n\u00ba 8.212/91 na reda\u00e7\u00e3o dada pela Medida Provis\u00f3ria 1.523-13 e mantida\n\nwww.nwadv.com.br\n\n6\n\nAvenida Dr. Carlos de Carvalho, 417, 18\u00ba andar, cjto. 1804 \u2013 Curitiba Trade Center Building\n\nCuritiba/Paran\u00e1 \u2013 CEP: 80.410-180\n\nFone (41) 3039-1500 / Fax (41) 3039-5774\n\n\fpela Medida Provis\u00f3ria 1.596-14. Ocorr\u00eancia do requisito da conveni\u00eancia da suspens\u00e3o de sua efic\u00e1cia Suspens\u00e3o do processo desta a\u00e7\u00e3o quanto \u00e0s al\u00edneas \u201cd\u201d e \u201ce\u201d do \u00a7 9\u00ba do artigo 28 da Lei 8.212/91 na reda\u00e7\u00e3o mantida pela Medida Provis\u00f3ria 1.523-13, de 23.10.97. Liminar deferida para suspender a efic\u00e1cia \u201cex nunc\u201d, do \u00a7 2\u00ba do artigo 22 da mesma Lei na reda\u00e7\u00e3o dada pela Medida Provis\u00f3ria 1.596-14, de 10.11.97. (STF, ADIN n\u00ba 1.659-6, Pleno, Rel. Min. MOREIRA ALVES, DJ de 08.05.1998) \u2013 destacou-se\n\nDo voto do eminente relator, Ministro MOREIRA ALVES, no\nsentido de n\u00e3o se admitir a suposta incid\u00eancia geral e indiscriminada pretendida pelo Fisco,\ndestaca-se o seguinte trecho:\n2. Resta a examinar, portanto, agora, o pedido de liminar no tocante \u00e0 arg\u00fci\u00e7\u00e3o de inconstitucionalidade do \u00a7 2\u00ba do artigo 22 da Lei 8.212/91 na reda\u00e7\u00e3o mantida pela Medida Provis\u00f3ria 1.596-14. Passo a faz\u00ea-lo. Quanto a esse par\u00e1grafo, que diz respeito a parcelas que integram a base de c\u00e1lculo da contribui\u00e7\u00e3o, a cargo das empresas destinadas \u00e0 seguridade social, o exame de sua inconstitucionalidade para o efeito de concess\u00e3o, ou n\u00e3o, de liminar, deve fazer-se \u00e0 luz da orienta\u00e7\u00e3o majorit\u00e1ria desta Corte, a partir do julgamento do RE 166.772, no sentido de que, na express\u00e3o \u201cfolha de sal\u00e1rio\u201d utilizada no artigo 195, I, da Constitui\u00e7\u00e3o, sal\u00e1rio n\u00e3o \u00e9 qualquer pagamento, mas o que, como tal, o \u00e9 em sentido t\u00e9cnico, distinguindo-se da remunera\u00e7\u00e3o em geral, por ser esta g\u00eanero de que aquele \u00e9 esp\u00e9cie. \u2013 Destacou-se\n\nN\u00e3o bastasse o controle de constitucionalidade concentrado exercido na ADIN supra, a malfada altera\u00e7\u00e3o do \u00a7 2\u00ba do artigo 22 da Lei n\u00ba 8.212/91 restou expressamente rejeitada quando da convers\u00e3o da MP 1596-14 na Lei n\u00ba 9.528, de 10 de dezembro de 1.997.\n\nwww.nwadv.com.br\n\n7\n\nAvenida Dr. Carlos de Carvalho, 417, 18\u00ba andar, cjto. 1804 \u2013 Curitiba Trade Center Building\n\nCuritiba/Paran\u00e1 \u2013 CEP: 80.410-180\n\nFone (41) 3039-1500 / Fax (41) 3039-5774\n\n\fOcorre que em ineg\u00e1vel ofensa ao princ\u00edpio da legalidade estrita (CF, 150, inc. I) \u2013 bem como ao hist\u00f3rico legislativo e jurisprudencial - exige a Impetrada o recolhimento da contribui\u00e7\u00e3o social previdenci\u00e1ria pretensamente incidente sobre valores pagos em situa\u00e7\u00f5es em que n\u00e3o h\u00e1 remunera\u00e7\u00e3o por servi\u00e7os prestados, ou seja, hip\u00f3teses que desbordam do fato gerador in abstracto.\n\nTodavia, nem todas s\u00e3o circunst\u00e2ncias em que o empregado n\u00e3o est\u00e1, obviamente, prestando servi\u00e7os nem se encontra \u00e0 disposi\u00e7\u00e3o da empresa.\n\n2.1.2 \u2013 DO ABONO-ASSIDUIDADE\n\nQuanto ao abono assiduidade, n\u00e3o \u00e9 necess\u00e1ria maiores digress\u00f5es sobre o tema, tendo em vista a n\u00edtida natureza de premia\u00e7\u00e3o, n\u00e3o sendo destinada \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o do trabalho.\n\nColaciona-se decis\u00f5es do Superior Tribunal de Justi\u00e7a acerca da n\u00e3o incid\u00eancia da contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria patronal sobre os valores pagos a t\u00edtulo de abono assiduidade:\nTRIBUT\u00c1RIO. CONTRIBUI\u00c7\u00c3O PREVIDENCI\u00c1RIA. ABONOASSIDUIDADE. FOLGAS N\u00c3O GOZADAS. N\u00c3O INCID\u00caNCIA. 1. N\u00e3o incide Contribui\u00e7\u00e3o Previdenci\u00e1ria sobre abonoassiduidade, folgas n\u00e3o gozadas, dada a natureza indenizat\u00f3ria dessas verbas. Precedentes do STJ. 2. Recurso Especial n\u00e3o provido. (REsp 1580842/SC, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 03/03/2016, DJe 24/05/2016)\n\nPROCESSUAL CIVIL E TRIBUT\u00c1RIO. CONTRIBUI\u00c7\u00c3O\n\nwww.nwadv.com.br\n\n8\n\nAvenida Dr. Carlos de Carvalho, 417, 18\u00ba andar, cjto. 1804 \u2013 Curitiba Trade Center Building\n\nCuritiba/Paran\u00e1 \u2013 CEP: 80.410-180\n\nFone (41) 3039-1500 / Fax (41) 3039-5774\n\n\fPREVIDENCI\u00c1RIA. ADICIONAIS NOTURNO, DE INSALUBRIDADE E DE PERICULOSIDADE. F\u00c9RIAS GOZADAS. GRATIFICA\u00c7\u00c3O NATALINA. AUX\u00cdLIO-ALIMENTA\u00c7\u00c3O. ABONO-ASSIDUIDADE. PARTICIPA\u00c7\u00c3O NOS LUCROS. (...) 7. \u00c9 firme no Superior Tribunal de Justi\u00e7a o entendimento de que n\u00e3o incide contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria sobre abono-assiduidade. (...) 9. Recursos Especiais n\u00e3o providos. (REsp 1574259/RS, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 18/02/2016, DJe 19/05/2016)\n\nTRIBUT\u00c1RIO E PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL\n\nNO RECURSO ESPECIAL. ABONO-ASSIDUIDADE,\n\nCONVERTIDO EM PEC\u00daNIA. NATUREZA INDENIZAT\u00d3RIA.\n\nIMPOSSIBILIDADE DE INCID\u00caNCIA DE CONTRIBUI\u00c7\u00c3O\n\nPREVIDENCI\u00c1RIA. PRECEDENTES DO STJ. ALEGA\u00c7\u00c3O DE\n\nVIOLA\u00c7\u00c3O \u00c0 CL\u00c1USULA DA RESERVA DE PLEN\u00c1RIO. N\u00c3O\n\nOCORR\u00caNCIA. AGRAVO REGIMENTAL IMPROVIDO.\n\nI. Na esteira do entendimento firmado nesta Corte, \"o abono-\n\nassiduidade, conquanto premia\u00e7\u00e3o, n\u00e3o \u00e9 destinado a remunera\u00e7\u00e3o\n\ndo trabalho, n\u00e3o tendo natureza salarial. Deveras, visa o mesmo a\n\npremiar aqueles empregados que se empenharam durante todo\n\nano, n\u00e3o faltando ao trabalho ou chegando atrasado, de modo a\n\nn\u00e3o integrar o sal\u00e1rio propriamente dito\" (REsp 749.467/RS, Rel.\n\nMinistro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, DJU de 27/03/2006). Desta\n\nfeita, n\u00e3o sendo reconhecida a natureza salarial do abono-\n\nassiduidade, convertido em pec\u00fania, n\u00e3o h\u00e1 de se cogitar de\n\nincid\u00eancia de contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria sob a aludida parcela.\n\nNesse sentido: STJ, AgRg no AREsp 464.314/SC, Rel. Ministro\n\nwww.nwadv.com.br\n\n9\n\nAvenida Dr. Carlos de Carvalho, 417, 18\u00ba andar, cjto. 1804 \u2013 Curitiba Trade Center Building\n\nCuritiba/Paran\u00e1 \u2013 CEP: 80.410-180\n\nFone (41) 3039-1500 / Fax (41) 3039-5774\n\n\fHERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, DJe de 18/06/2014; REsp 712.185/RS, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, DJe de 08/09/2009. II. Consoante a jurisprud\u00eancia desta Corte, \"a quest\u00e3o referente \u00e0 ofensa ao princ\u00edpio da reserva de plen\u00e1rio (art. 97 da CF) n\u00e3o deve ser confundida com a interpreta\u00e7\u00e3o de normas legais embasada na jurisprud\u00eancia deste Tribunal\" (AgRg no REsp 1.330.888/AM, Rel. Ministro OG FERNANDES, SEGUNDA TURMA, DJe de 21/02/2014). III. Agravo Regimental improvido. (AgRg no REsp 1545369/SC, Rel. Ministra ASSUSETE MAGALH\u00c3ES, SEGUNDA TURMA, julgado em 16/02/2016, DJe 24/02/2016)\n\nN\u00e3o \u00e9 diferente o posicionamento do e. Tribunal Regional Federal\n\nda 4\u00aa Regi\u00e3o, conforme julgados abaixo ilustrados:\n\nTRIBUT\u00c1RIO. CONTRIBUI\u00c7\u00d5ES PREVIDENCI\u00c1RIAS. TEMA 20.\n\nMANDADO DE SEGURAN\u00c7A CONTRA LEI EM TESE.\n\nDECAD\u00caNCIA. ILEGITIVIDADE PASSIVA DO DELEGADO DA\n\nRECEITA FEDERAL. CONV\u00caNIO SA\u00daDE. AUX\u00cdLIO CONDU\u00c7\u00c3O.\n\nGRATIFICA\u00c7\u00c3O POR PARTICIPA\u00c7\u00c3O NOS LUCROS. ABONO\n\nASSIDUIDADE E FOLGAS N\u00c3O GOZADAS. AUX\u00cdLIO-CRECHE E\n\nBAB\u00c1. AUX\u00cdLIO-ESCOLAR. AUX\u00cdLIO ALIMENTA\u00c7\u00c3O. F\u00c9RIAS\n\nUSUFRU\u00cdDAS. ADICIONAIS NOTURNO, DE PERICULOSIDADE E\n\nDE INSALUBRIDADE. AUX\u00cdLIO QUEBRA DE CAIXA.\n\nCOMPENSA\u00c7\u00c3O. ATUALIZA\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA.\n\n(...)\n\n4. N\u00e3o incide contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria sobre abono\n\nassiduidade e folgas n\u00e3o gozadas, aux\u00edlio-creche e bab\u00e1, aux\u00edlio-\n\nescolar e aux\u00edlio alimenta\u00e7\u00e3o.\n\n(Apela\u00e7\u00e3o 5000372-94.2015.404.7110, Relator Des. Alexandre\n\nwww.nwadv.com.br\n\n10\n\nAvenida Dr. Carlos de Carvalho, 417, 18\u00ba andar, cjto. 1804 \u2013 Curitiba Trade Center Building\n\nCuritiba/Paran\u00e1 \u2013 CEP: 80.410-180\n\nFone (41) 3039-1500 / Fax (41) 3039-5774\n\n\fRossato da Silva \u00c1vila, 1\u00aa Turma, Data de julgamento: 27/09/2017)\n\nTRIBUT\u00c1RIO. MANDADO DE SEGURAN\u00c7A. CONTRIBUI\u00c7\u00d5ES PREVIDENCI\u00c1RIAS. F\u00c9RIAS GOZADAS. ADICIONAIS DE PERICULOSIDADE, NOTURNO E DE INSALUBRIDADE. HORASEXTRAS. SAL\u00c1RIO-MATERNIDADE. REPOUSO SEMANAL REMUNERADO. SAL\u00c1RIO PATERNIDADE. DOMINGOS E FERIADOS TRABALHADOS. FALTAS JUSTIFICADAS. AUX\u00cdLIOALIMENTA\u00c7\u00c3O. VALES-REFEI\u00c7\u00c3O. D\u00c9CIMO TERCEIRO SAL\u00c1RIO. AFASTAMENTO POR MOTIVO DE DOEN\u00c7A OU ACIDENTE (QUINZE PRIMEIROS DIAS). AVISO PR\u00c9VIO INDENIZADO. D\u00c9CIMO-TERCEIRO SAL\u00c1RIO PROPORCIONAL. TER\u00c7O CONSTITUCIONAL DE F\u00c9RIAS. ABONO-ASSIDUIDADE. ABONO \u00daNICO. SEGURO DE VIDA EM GRUPO. CONTRIBUI\u00c7\u00d5ES DESTINADAS A TERCEIROS. (...) 14. A jurisprud\u00eancia do STJ j\u00e1 firmou o entendimento de que n\u00e3o incide contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria sobre o abonoassiduidade convertido em pec\u00fania, pois n\u00e3o se trata de contrapresta\u00e7\u00e3o ao trabalho. (Apela\u00e7\u00e3o 5001357-65.2016.404.7001, Relator Des. Andrei Pitten Velloso, 2\u00aa Turma, Data do julgamento: 26/09/2017)\n\nDesta forma, requer-se o direito l\u00edquido e certo da impetrante a n\u00e3o ser mais compelida ao pagamento da contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria sobre os valores pagos a t\u00edtulo de ABONO ASSIDUIDADE.\n\n2.2 \u2013 DA N\u00c3O-INCID\u00caNCIA: CONCLUS\u00c3O\n\nPor todo o exposto, tem-se que os pagamentos realizados a\n\nt\u00edtulo de PR\u00caMIO ASSIDUIDADE, n\u00e3o tendo sido eleitos pelo legislador\n\nwww.nwadv.com.br\n\n11\n\nAvenida Dr. Carlos de Carvalho, 417, 18\u00ba andar, cjto. 1804 \u2013 Curitiba Trade Center Building\n\nCuritiba/Paran\u00e1 \u2013 CEP: 80.410-180\n\nFone (41) 3039-1500 / Fax (41) 3039-5774\n\n\finfraconstitucional \u2013 repita-se \u2013 como hip\u00f3tese tribut\u00e1ria da contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria patronal, deve ser assegurado \u00e0s IMPETRANTES o direito de n\u00e3o mais serem compelidas a tais recolhimentos indevidos.\n\n3. \u2013 DO DIREITO \u00c0 REPETI\u00c7\u00c3O DO IND\u00c9BITO\n\n3.1 DA REPETI\u00c7\u00c3O DO IND\u00c9BITO VIA RESTITUI\u00c7\u00c3O E COMPENSA\u00c7\u00c3O\n\nRequer-se com o reconhecimento da ilegalidade da exa\u00e7\u00e3o nos moldes atuais, com base no artigo 165, I, do CTN, assim como em homenagem \u00e0 Veda\u00e7\u00e3o ao Locupletamento Il\u00edcito, a restitui\u00e7\u00e3o total, mediante pagamento em dinheiro, dos valores de INSS pagos indevidamente, bem como a aplica\u00e7\u00e3o de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, juros e taxa SELIC, como forma preferencial de devolu\u00e7\u00e3o.\nEntretanto, na eventualidade de n\u00e3o ser deferida a restitui\u00e7\u00e3o em esp\u00e9cie, tem a Contribuinte o direito l\u00edquido e certo \u2013 previsto no artigo 165 e seguintes do CTN, combinado com o artigo 74 da Lei n\u00ba 9.430/96 \u2013 de proceder \u00e0 compensa\u00e7\u00e3o dos respectivos valores indevidamente pagos com d\u00e9bitos pr\u00f3prios, vencidos ou vincendos, relativos a quaisquer tributos ou contribui\u00e7\u00f5es administrados pela RFB (organizada nos termos da Lei Federal n\u00ba 11.457/07), igualmente corrigidos pelos \u00edndices legais.\n3.2. \u2013 DA INCID\u00caNCIA DE CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA, TAXA SELIC E JUROS DE MORA\n\nSobre os valores indevidamente recolhidos deve incidir corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria que, por se tratar de mecanismo de recomposi\u00e7\u00e3o do valor de compra da moeda e n\u00e3o de um acr\u00e9scimo na d\u00edvida, deve ser plena, \u201csob pena de desafiar a proibi\u00e7\u00e3o constitucional ao confisco, previsto no artigo 150, inciso IV, da CF\u201d (REsp 475.917/SC, 2.\u00aa Turma, Min. FRANCIULLI NETTO, DJ de 29/03/2004; REsp\n\nwww.nwadv.com.br\n\n12\n\nAvenida Dr. Carlos de Carvalho, 417, 18\u00ba andar, cjto. 1804 \u2013 Curitiba Trade Center Building\n\nCuritiba/Paran\u00e1 \u2013 CEP: 80.410-180\n\nFone (41) 3039-1500 / Fax (41) 3039-5774\n\n\f587.052/SC, 1\u00aa Turma, Min. JOS\u00c9 DELGADO, DJ de 15/03/2004).\n\nAssim, sobre os valores a serem compensados pelas IMPETRANTES deve ser aplicada a taxa SELIC, al\u00e9m de juros de mora de 1% (um por cento) ao m\u00eas a partir de cada recolhimento indevido, conforme o art. 39, \u00a7 4\u00ba da Lei Federal n. 9.250/95.\nSubsidiariamente, deve ser assegurado \u00e0s IMPETRANTES, por for\u00e7a do princ\u00edpio constitucional da Isonomia, a aplica\u00e7\u00e3o dos mesmos \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e juros aplicados pela Requerida quando da cobran\u00e7a de seus cr\u00e9ditos.\n\n3.3. \u2013 DO DIREITO \u00c0 PROTE\u00c7\u00c3O JUDICIAL CONTRA A APLICABILIDADE DO ART. 170-A DO CTN\n\nPossuem as IMPETRANTES o direito de efetuar a compensa\u00e7\u00e3o dos valores indevidamente pagos de imediato atrav\u00e9s de lan\u00e7amento em sua escrita fiscal, independente de processo administrativo, isto porque o direito destes efetuarem a compensa\u00e7\u00e3o pelo auto-lan\u00e7amento \u2013 de acordo com o art. 66 da Lei Fed. n\u00ba 8.383/91 \u2013 j\u00e1 foi pacificado pelo Eg. STJ, confira-se:\n\nTRIBUT\u00c1RIO. AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ESPECIAL. FINSOCIAL. COMPENSA\u00c7\u00c3O. ART. 66 DA LEI N\u00ba 8.383/91. ART. 170-A DO CTN. N\u00c3O-INCID\u00caNCIA. I - A lei assegura ao contribuinte, nos termos do artigo 66 da Lei n\u00ba 8.383/91, o direito de compensar tributos pagos indevidamente ou a maior, dispensados, portanto, para a configura\u00e7\u00e3o da certeza e liquidez, o pr\u00e9vio reconhecimento da autoridade fazend\u00e1ria ou a exist\u00eancia de decis\u00e3o judicial transitada em julgado. II - N\u00e3o se aplica o artigo 170-A do CTN \u00e0 hip\u00f3tese dos autos, uma vez que a contribuinte n\u00e3o pretende a compensa\u00e7\u00e3o de valores exatos, mas a compensa\u00e7\u00e3o no \u00e2mbito do lan\u00e7amento por homologa\u00e7\u00e3o (REsp n\u00ba 555.058/PE, Rel. Min. Castro Meira, DJ de 25/02/2004). III - Agravo regimental improvido.\u201d\n\nwww.nwadv.com.br\n\n13\n\nAvenida Dr. Carlos de Carvalho, 417, 18\u00ba andar, cjto. 1804 \u2013 Curitiba Trade Center Building\n\nCuritiba/Paran\u00e1 \u2013 CEP: 80.410-180\n\nFone (41) 3039-1500 / Fax (41) 3039-5774\n\n\f(STJ, AgRg no REsp n\u00ba 624.065/PE, 1\u00aa Turma, Rel. Min. FRANCISCO FALC\u00c3O, DJ de 27.09.2004)\nRECURSO ESPECIAL. PIS. INCID\u00caNCIA DA CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA NA BASE DE C\u00c1LCULO DO PIS SEMESTRAL. IMPOSSIBILIDADE. AUS\u00caNCIA DE PREVIS\u00c3O NORMATIVA. PRECEDENTES. COMPENSA\u00c7\u00c3O ANTES DO TR\u00c2NSITO EM JULGADO DA SENTEN\u00c7A. LAN\u00c7AMENTO POR HOMOLOGA\u00c7\u00c3O. POSSIBILIDADE. PRECEDENTE. RECURSO PARCIALMENTE CONHECIDO E PROVIDO. (...) \u00c9 poss\u00edvel o reconhecimento da possibilidade de realizar a auto-compensa\u00e7\u00e3o antes do tr\u00e2nsito em julgado da senten\u00e7a, no \u00e2mbito do lan\u00e7amento por homologa\u00e7\u00e3o. Assim, o contribuinte declarar\u00e1 o qu\u00ea e quanto vai compensar, cabendo \u00e0 Fazenda P\u00fablica, no prazo facultado pela lei, fiscalizar o procedimento, e, se preciso, lan\u00e7ar de of\u00edcio diferen\u00e7as compensadas a maior. Recurso especial conhecido em parte e provido.\u201d (STJ, REsp n\u00ba 413.668/RS, 2\u00aa Turma, Rel. Min. FRANCIULLI NETTO, DJ de 01.02.2005)\nRECURSO ESPECIAL DA FAZENDA NACIONAL - AL\u00cdNEA \"A\" - EMBARGOS \u00c0 EXECU\u00c7\u00c3O FISCAL - ALEGADA OFENSA AO DISPOSTO NO ARTIGO 73, CAPUT, DA LEI N\u00ba 9.430/96 N\u00c3O-OCORR\u00caNCIA - HONOR\u00c1RIOS ADVOCAT\u00cdCIOS PRETENDIDA REDU\u00c7\u00c3O - S\u00daMULA 07/STJ. A jurisprud\u00eancia desta egr\u00e9gia se\u00e7\u00e3o \u00e9 un\u00edssona ao proclamar que a compensa\u00e7\u00e3o de tributos sujeitos ao lan\u00e7amento por homologa\u00e7\u00e3o n\u00e3o necessita de pr\u00e9via manifesta\u00e7\u00e3o da autoridade fazend\u00e1ria ou de decis\u00e3o judicial transitada em julgado para a configura\u00e7\u00e3o da certeza e liquidez dos cr\u00e9ditos. Para o reconhecimento em Ju\u00edzo do direito \u00e0 compensa\u00e7\u00e3o, ser\u00e1 dispensado qualquer pronunciamento da autoridade administrativa, que poder\u00e1 fiscalizar a regularidade do procedimento em momento posterior, assegurada a possibilidade de cobran\u00e7a de eventuais cr\u00e9ditos remanescentes (CF. REsp 218.026/RJ, Relator Ministro Francisco Pe\u00e7anha Martins, DJU 04.12.00). (...) Recurso especial interposto pela Fazenda Nacional improvido. (STJ, REsp n\u00ba 466.053/SC, 2\u00aa Turma, Rel. Min. FRANCIULLI NETTO, DJ de 11.04.2005) \u2013 destacou-se\n\nwww.nwadv.com.br\n\n14\n\nAvenida Dr. Carlos de Carvalho, 417, 18\u00ba andar, cjto. 1804 \u2013 Curitiba Trade Center Building\n\nCuritiba/Paran\u00e1 \u2013 CEP: 80.410-180\n\nFone (41) 3039-1500 / Fax (41) 3039-5774\n\n\fSuperior:\n\nNeste sentido, seja visto tamb\u00e9m o seguinte aresto daquele Tribunal\n\nTRIBUT\u00c1RIO. PIS. DECRETOS-LEIS 2.445/88 E 2.449/88. REPETI\u00c7\u00c3O DO IND\u00c9BITO. PRESCRI\u00c7\u00c3O. TERMO INICIAL. COMPENSA\u00c7\u00c3O COM OUTROS TRIBUTOS. ART. 74, DA LEI N.\u00ba 9.430/96, COM REDA\u00c7\u00c3O CONFERIDA PELA LEI N.\u00ba 10.637/02. JUROS DE MORA. SELIC. COMPENSA\u00c7\u00c3O AP\u00d3S O TR\u00c2NSITO EM JULGADO DA SENTEN\u00c7A. ART. 170 \u2013 A. N\u00c3O INCID\u00caNCIA. CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA. EXPURGOS. CR\u00c9DITO L\u00cdQUIDO E CERTO. DESNECESSIDADE. (...) 5. Os tributos devidos e sujeitos \u00e0 administra\u00e7\u00e3o da Secretaria da Receita Federal podem ser compensados com cr\u00e9ditos referentes a quaisquer tributos ou contribui\u00e7\u00f5es administrados por esse \u00d3rg\u00e3o, a teor do que disp\u00f5e o art. 74, da Lei n.\u00ba 9.430/96, com reda\u00e7\u00e3o conferida pela Lei n.\u00ba 10.637/2002. 6. Na repeti\u00e7\u00e3o de ind\u00e9bito ou na compensa\u00e7\u00e3o, com o advento da Lei 9.250/95, a partir de 1\u00ba de janeiro de 1996, os juros de mora passaram a ser devidos pela taxa SELIC a partir do recolhimento indevido, n\u00e3o mais tendo aplica\u00e7\u00e3o o art. 161 c/c art. 167, par\u00e1grafo \u00fanico do CTN. Tese consagrada na Primeira Se\u00e7\u00e3o, com o julgamento dos EREsp's 291.257/SC, 399.497/SC e 425.709/SC em 14.05.2003. (...) 8. \u201cA compensa\u00e7\u00e3o no \u00e2mbito do lan\u00e7amento por homologa\u00e7\u00e3o n\u00e3o necessita de pr\u00e9vio reconhecimento da autoridade fazend\u00e1ria ou de decis\u00e3o judicial transitada em julgado, para a configura\u00e7\u00e3o da certeza e liquidez dos cr\u00e9ditos\" REsp 129.627/PR, Rel. Min. Francisco Pe\u00e7anha Martins, DJU 25.10.99. 9. A averigua\u00e7\u00e3o da liquidez e certeza dos cr\u00e9ditos e d\u00e9bitos compens\u00e1veis \u00e9 da compet\u00eancia da Administra\u00e7\u00e3o P\u00fablica que fiscalizar\u00e1 o encontro de contas efetuado pelo contribuinte, providenciando a cobran\u00e7a de eventual saldo devedor. 10. N\u00e3o se aplica \u00e0 hip\u00f3tese dos autos a regra do art. 170 A, do CTN, j\u00e1 que n\u00e3o pretende o particular a compensa\u00e7\u00e3o de valores exatos, mas a compensa\u00e7\u00e3o no \u00e2mbito do lan\u00e7amento por homologa\u00e7\u00e3o, em que ter\u00e1 a Fazenda P\u00fablica o prazo de cinco anos para fiscalizar o procedimento compensat\u00f3rio levado a cabo pelo contribuinte e, se for o caso, lan\u00e7ar de of\u00edcio diferen\u00e7as compensadas a maior.\n\nwww.nwadv.com.br\n\n15\n\nAvenida Dr. Carlos de Carvalho, 417, 18\u00ba andar, cjto. 1804 \u2013 Curitiba Trade Center Building\n\nCuritiba/Paran\u00e1 \u2013 CEP: 80.410-180\n\nFone (41) 3039-1500 / Fax (41) 3039-5774\n\n\f11. Recurso Especial da Fazenda Nacional improvido. Recurso Especial do contribuinte parcialmente provido. (STJ, REsp n\u00ba 555.058/PE, 01\u00aa Se\u00e7\u00e3o, Rel. Min. CASTRO MEIRA, DJ 25/02/2004) \u2013 destacou-se\nAssim, verifica-se que o Eg. STJ assentou que os tributos sujeitos ao regime de lan\u00e7amento por homologa\u00e7\u00e3o \u2013 como \u00e9 o caso do INSS na modalidade em discuss\u00e3o \u2013 podem e devem ser compensados pelo sujeito passivo diretamente em sua escrita fiscal pela simples aplica\u00e7\u00e3o do art. 66 da Lei n\u00ba 8.383/91, cumulada com o art. 74 da Lei n\u00ba 9.430/96, afastadas as regras infralegais editadas pela Administra\u00e7\u00e3o Fazend\u00e1ria em sentido contr\u00e1rio.\n\nPortanto, faz-se necess\u00e1rio socorro ao Judici\u00e1rio para que as IMPETRANTES n\u00e3o sofra indevidas limita\u00e7\u00f5es por parte da Autoridade Coatora, o que \u00e9, em s\u00edntese, o objetivo primordial da presente a\u00e7\u00e3o, sendo equivocada eventual argumenta\u00e7\u00e3o no sentido de que a discuss\u00e3o em Ju\u00edzo impediria a pr\u00f3pria compensa\u00e7\u00e3o.\n\nEm outras palavras, n\u00e3o se est\u00e1 a buscar autoriza\u00e7\u00e3o judicial ou administrativa para que a compensa\u00e7\u00e3o tribut\u00e1ria seja efetuada antes do tr\u00e2nsito em julgado da decis\u00e3o, pois tal permissivo j\u00e1 est\u00e1 contido no bojo do art. 66 da Lei n\u00ba 8.383/91, que prev\u00ea a modalidade de compensa\u00e7\u00e3o denominada sponte propria, de iniciativa, portanto, exclusiva do Contribuinte. O que se deseja, por outro lado, \u00e9 que seja assegurada a devida prote\u00e7\u00e3o judicial contra a aplica\u00e7\u00e3o do art. 170-A do CTN.\n\n\u00c9 justamente a indeclin\u00e1vel presta\u00e7\u00e3o jurisdicional (CF, art. 5\u00ba, XXXV) que ir\u00e1 garantir o exerc\u00edcio da compensa\u00e7\u00e3o, sendo inadmiss\u00edvel, conforme sustenta com louvor Hugo de Brito Machado Segundo, que o Fisco exija imediatamente seus cr\u00e9ditos, mas, ao mesmo tempo, protele o pagamento de seus d\u00e9bitos:\n\nEstando o contribuinte na situa\u00e7\u00e3o de credor, e de devedor, de um mesmo ente p\u00fablico, \u00e9 imoral, contr\u00e1rio aos princ\u00edpios gerais de direito, ao direito de propriedade e ao princ\u00edpio\n\nwww.nwadv.com.br\n\n16\n\nAvenida Dr. Carlos de Carvalho, 417, 18\u00ba andar, cjto. 1804 \u2013 Curitiba Trade Center Building\n\nCuritiba/Paran\u00e1 \u2013 CEP: 80.410-180\n\nFone (41) 3039-1500 / Fax (41) 3039-5774\n\n\fda isonomia, n\u00e3o efetuar o encontro de contas, pois isso habilita a Fazenda a, na pr\u00e1tica, protrair ao m\u00e1ximo o pagamento de sua d\u00edvida, coagindo, paralelamente, o contribuinte a solver a dele. 1 \u2013 destacou-se\nDesse modo, requer-se respeitosamente a declara\u00e7\u00e3o do direito das IMPETRANTES de realizar a compensa\u00e7\u00e3o do montante indevidamente pago diretamente em sua apura\u00e7\u00e3o, n\u00e3o se condicionando a compensa\u00e7\u00e3o \u00e0s limita\u00e7\u00f5es impostas pela Administra\u00e7\u00e3o Fazend\u00e1ria, afastando-se, por conseguinte, a aplica\u00e7\u00e3o do artigo 170-A do CTN.\n4. DO ATO COATOR - JUSTO E FUNDADO RECEIO DE LES\u00c3O\nConforme j\u00e1 ressaltado, apesar de possuir o direito l\u00edquido e certo de n\u00e3o recolher a contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria sobre o PR\u00caMIO ASSIDUIDADE e de efetuar a compensa\u00e7\u00e3o dos valores pret\u00e9ritos indevidamente recolhidos, t\u00eam as IMPETRANTES o justo e fundado receio de exerc\u00ea-los.\nIsto porque a Autoridade Coatora, que exerce atividade vinculada e obrigat\u00f3ria (CTN, art. 142, \u00a7 \u00fanico), j\u00e1 manifestou-se em processos administrativos e de consulta contrariamente \u00e0 pretens\u00e3o em tela, e continuar\u00e1 cobrando a contribui\u00e7\u00e3o em tela, de acordo com esta inconstitucional sistem\u00e1tica, al\u00e9m de impedi-la de efetuar a compensa\u00e7\u00e3o pretendida e comprometendo sua regularidade fiscal atrav\u00e9s de \u00f3bice \u00e0 renova\u00e7\u00e3o de CND e protesto de d\u00e9bitos em CADIN.\nAssim, encontra-se cerceada de exercer seu direito l\u00edquido e certo, posto que a IMPETRADA - caso n\u00e3o haja amparo jurisdicional - certamente lhe impor\u00e1 penalidades e multas indevidas.\n\n1 SEGUNDO, Hugo de Brito Machado. Processo Tribut\u00e1rio. S\u00e3o Paulo: Atlas.p 120.\n\nwww.nwadv.com.br\n\n17\n\nAvenida Dr. Carlos de Carvalho, 417, 18\u00ba andar, cjto. 1804 \u2013 Curitiba Trade Center Building\n\nCuritiba/Paran\u00e1 \u2013 CEP: 80.410-180\n\nFone (41) 3039-1500 / Fax (41) 3039-5774\n\n\f5. \u2013 DA CONFIGURA\u00c7\u00c3O DOS ELEMENTOS PARA CONCESS\u00c3O DE LIMINAR, INAUDITA ALTERA PARS\n\nEm sede de cogni\u00e7\u00e3o sum\u00e1ria, o ju\u00edzo de urg\u00eancia pleiteado pelas IMPETRANTES exige demonstrar a relev\u00e2ncia dos fundamentos e a plausibilidade do direito invocado.\n\nDesta forma, conforme restou apresentado o panorama completo para a inconstitucionalidade da contribui\u00e7\u00e3o em tela, deve-se conferir ao presente writ a medida liminar pleiteada, haja vista a configura\u00e7\u00e3o dos pressupostos essenciais \u00e0 sua atribui\u00e7\u00e3o, quais sejam: a) relev\u00e2ncia dos fundamentos (fummus boni juris); e b) perigo de grave dano de dif\u00edcil ou incerta repara\u00e7\u00e3o.\n\nNa palavra de JAMES MARINS, resume-se com propriedade o escopo do Julgador na aferi\u00e7\u00e3o dos requisitos para a concess\u00e3o de liminar:\n\n\u201cO que deve ser analisado na cogni\u00e7\u00e3o liminar \u00e9 t\u00e3o somente a plausibilidade da afirma\u00e7\u00e3o feita pelo IMPETRANTE de exist\u00eancia de direito liquido e certo desrespeitado ou sobre amea\u00e7a (juridicidade ostensiva do pedido), por autoridade ou agente do Poder P\u00fablico (\u201crelev\u00e2ncia do fundamento\u201d ou fummus boni iuris) e a necessidade de \u201cprote\u00e7\u00e3o\u201d imediata\ndeste direito afirmado (\u201crisco de inefic\u00e1cia da medida\u201d ou periculum in mora).\u201d2\n\nNeste contexto, pleiteia a IMPETRANTE, com base no art. 7\u00ba, III da LMS e no art. 151, IV, do CTN, a concess\u00e3o de medida liminar determinando a n\u00e3o incid\u00eancia de contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria sobre o PR\u00caMIO ASSIDUIDADE.\n\nDe fato, em raz\u00e3o do que foi amplamente demonstrado \u2013 com claro esteio na Constitui\u00e7\u00e3o Federal, e na legisla\u00e7\u00e3o ordin\u00e1ria, bem como, na jurisprud\u00eancia de nossos Tribunais \u2013 ineg\u00e1vel a presen\u00e7a da relev\u00e2ncia do fundamento (fumus boni juris),\n\n2 MARINS, James. Direito Processual Tribut\u00e1rio Brasileiro. S\u00e3o Paulo: Dial\u00e9tica. 5\u00aa Ed. P. 508\n\nwww.nwadv.com.br\n\n18\n\nAvenida Dr. Carlos de Carvalho, 417, 18\u00ba andar, cjto. 1804 \u2013 Curitiba Trade Center Building\n\nCuritiba/Paran\u00e1 \u2013 CEP: 80.410-180\n\nFone (41) 3039-1500 / Fax (41) 3039-5774\n\n\fbem como a possibilidade de inefic\u00e1cia do provimento judicial (periculum in mora), fazendose necess\u00e1rio o imediato resguardo do Judici\u00e1rio para que as IMPETRANTES n\u00e3o sofram indevidas retalia\u00e7\u00f5es por parte do Fisco \u2013 autua\u00e7\u00f5es, multas, execu\u00e7\u00f5es fiscais, \u00f3bice \u00e0 emiss\u00e3o de certid\u00e3o negativa de d\u00e9bitos.\nNeste contexto, em conclus\u00e3o, as IMPETRANTES carecem de manifesta\u00e7\u00e3o urgente do Poder Judici\u00e1rio para que se conceda e ao final se confirme a liminar ora em quest\u00e3o, (i) para se resguardar contra eventuais autua\u00e7\u00f5es e medidas executivas por parte do Fisco, bem como (ii) da indevida cobran\u00e7a inconstitucionalmente majorada com negativos efeitos em sua esfera patrimonial, atrav\u00e9s de medida antecipat\u00f3ria que impe\u00e7a a ocorr\u00eancia de tais danos que, incontestavelmente, s\u00e3o de dif\u00edcil repara\u00e7\u00e3o, sen\u00e3o irrepar\u00e1veis.\n\n6. \u2013 DOS PEDIDOS\n\nPor todo o exposto, requer-se a concess\u00e3o de MEDIDA LIMINAR (LMS, art. 7\u00ba, inc. III), seja afastado qualquer ato da d. Autoridade Coatora tendente a obstar o direito liquido e certo das IMPETRANTES n\u00e3o recolher a contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria sobre verbas de cunho indenizat\u00f3rio componentes de sua folha de pagamento, quais sejam, PR\u00caMIO ASSIDUIDADE.\n\nRequer-se, outrossim:\n\na) seja a autoridade Impetrada notificada a prestar as informa\u00e7\u00f5es devidas no prazo de 10 dias (LMS, art. 7\u00ba, inc. I);\n\nb) seja dada ci\u00eancia ao \u00f3rg\u00e3o de representa\u00e7\u00e3o judicial da pessoa jur\u00eddica interessada (Uni\u00e3o), para, querendo, integrar o feito (LMS, art. 7\u00ba, inc. II) e;\nc) oportunamente, seja ouvido o ilustre representante do Minist\u00e9rio P\u00fablico Federal (LMS, art. 12);\n\nwww.nwadv.com.br\n\n19\n\nAvenida Dr. Carlos de Carvalho, 417, 18\u00ba andar, cjto. 1804 \u2013 Curitiba Trade Center Building\n\nCuritiba/Paran\u00e1 \u2013 CEP: 80.410-180\n\nFone (41) 3039-1500 / Fax (41) 3039-5774\n\n\fd) ainda, a juntada dos documentos que instruem a exordial, apresentando-se, ainda, (i) segunda via da peti\u00e7\u00e3o inicial com c\u00f3pia integral de seus documentos (LMS, art. 6\u00ba, caput, 7\u00ba, inc. I) e (ii) c\u00f3pia simples da peti\u00e7\u00e3o inicial (LMS, art. 7\u00ba, inc. II).\nAo final, requer-se seja a presente a\u00e7\u00e3o julgada TOTALMENTE PROCEDENTE, confirmando-se a liminar e concedendo-se a SEGURAN\u00c7A DEFINITIVA de a IMPETRANTE n\u00e3o recolher a contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria sobre verbas de cunho indenizat\u00f3rio componentes de sua folha de pagamento, qual seja, PR\u00caMIO ASSIDUIDADE.\nPor oportuno, seja declarado o direito de a IMPETRANTE repetir o ind\u00e9bito preferencialmente via restitui\u00e7\u00e3o, e lhe seja declarado o direito \u00e0 compensa\u00e7\u00e3o diretamente em sua escrita fiscal, nos termo da argumenta\u00e7\u00e3o expendida no t\u00f3pico \u201c3\u201d da presente a\u00e7\u00e3o, atualizado com a incid\u00eancia de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e juros de mora de 1% (um por cento) ao m\u00eas a partir de cada recolhimento indevido, e taxa SELIC, ou subsidiariamente, com a aplica\u00e7\u00e3o dos mesmos \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e juros aplicados pela Impetrada quando da cobran\u00e7a de seus cr\u00e9ditos \u2013 com d\u00e9bitos pr\u00f3prios, vencidos ou vincendos, relativos a quaisquer tributos ou contribui\u00e7\u00f5es administrados pela RFB (inclusive com tributos administrados pelas extintas SRF e Secretaria da Receita Previdenci\u00e1ria), e sem as limita\u00e7\u00f5es do artigo 170-A do CTN, afastando-se a aplica\u00e7\u00e3o das restri\u00e7\u00f5es presentes em qualquer outra norma legal ou infralegal (v.g., a IN SRF n\u00b0 900/08);\nAo final, requer-se que a autoridade Impetrada se abstenha de obstar o exerc\u00edcio dos direitos em tela, bem como de promover, por qualquer meio \u2013 administrativo ou judicial \u2013 , a cobran\u00e7a ou exig\u00eancia dos valores correspondentes \u00e0 contribui\u00e7\u00e3o em debate, afastando-se quaisquer restri\u00e7\u00f5es, autua\u00e7\u00f5es fiscais, negativas de expedi\u00e7\u00e3o de Certid\u00e3o Negativa de D\u00e9bitos, imposi\u00e7\u00f5es de multas,\n\nwww.nwadv.com.br\n\n20\n\nAvenida Dr. Carlos de Carvalho, 417, 18\u00ba andar, cjto. 1804 \u2013 Curitiba Trade Center Building\n\nCuritiba/Paran\u00e1 \u2013 CEP: 80.410-180\n\nFone (41) 3039-1500 / Fax (41) 3039-5774\n\n\fpenalidades, ou, ainda, inscri\u00e7\u00f5es em \u00f3rg\u00e3os de controle, como, por exemplo, o CADIN.\n\nmil reais).\n\nD\u00e1-se \u00e0 presente causa o valor de R$ 57.000,00 (cinquenta e sete\n\nEm conclus\u00e3o, requer-se, sob pena de nulidade, que as publica\u00e7\u00f5es e/ou intima\u00e7\u00f5es referentes ao presente feito sejam sempre lan\u00e7adas em nome do patrono NELSON WILIANS FRATONI RODRIGUES, inscrito na OAB/SP sob n\u00ba 128.341, com escrit\u00f3rio matriz na Avenida Na\u00e7\u00f5es Unidas, n\u00ba 12901, Torre Oeste, 17\u00ba andar Centro Empresarial Na\u00e7\u00f5es Unidas sala 1701 e 1702. Bairro Brooklin Novo, S\u00e3o Paulo, SP, CEP 04578-000, telefone (11) 3444-7899.\n\nTermos em que, pede deferimento. Curitiba, 7 de Novembro de 2017.\n\nNELSON WILIANS FRATONI RODRIGUES OAB/SP N\u00ba 128.341\nPABLO POLICENO SANTOS OAB/PR N\u00ba. 70.913\n\nFABIO MASCHIO OAB/PR N\u00ba 37.532\n\nwww.nwadv.com.br\n\n21\n\nAvenida Dr. Carlos de Carvalho, 417, 18\u00ba andar, cjto. 1804 \u2013 Curitiba Trade Center Building\n\nCuritiba/Paran\u00e1 \u2013 CEP: 80.410-180\n\nFone (41) 3039-1500 / Fax (41) 3039-5774\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 3 (C\u00edvel) - IdDocumentoCompleto: 5045648-80.2021.4.04.7000-701625692030977009206214170325", "text": "EXMO(A). SR(A). DR(A). JUIZ(A) FEDERAL DA __\u00aa VARA FEDERAL DA SUBSE\u00c7\u00c3O JUDICI\u00c1RIA DE CURITIBA \u2013 ESTADO DO PARAN\u00c1\nDIREITO TRIBUT\u00c1RIO \u2013 NECESSIDADE DE LIMITA\u00c7\u00c3O DA\nINCID\u00caNCIA DAS CONTRIBUI\u00c7\u00d5ES DE TERCEIROS AO\nPATAMAR M\u00c1XIMO DE 20 SAL\u00c1RIOS-M\u00cdNIMOS \u2013 RECURSO REPETITIVO NO \u00c2MBITO DO STJ.\nRADIODIAGN\u00d3STICO S\u00c3O JOS\u00c9 LTDA., pessoa jur\u00eddica de direito privado com estabelecimento na Rua Alc\u00eddio Viana, n\u00ba 837, Centro, Munic\u00edpio de S\u00e3o Jos\u00e9 dos Pinhais e Estado do Paran\u00e1, CEP: 83.005-560, inscrita no CNPJ/ME sob o n\u00ba 77.955.300/0001-59 (Doc. 01), CL\u00cdNICA HOSPITALAR DE IMAGEM S\u00c3O JOS\u00c9 LTDA., pessoa jur\u00eddica de direito privado com estabelecimento na Rua Alcidio Viana, n\u00ba 837, Centro, Munic\u00edpio de S\u00e3o Jos\u00e9 dos Pinhais e Estado do Paran\u00e1, CEP: 83.005-560, inscrita no CNPJ/ME sob o n\u00ba 08.768.297/0001-41 (Doc. 02) e SERVI\u00c7O DE RADIOLOGIA DMI CURITIBA LTDA., pessoa jur\u00eddica de direito privado com estabelecimento na Avenida Jo\u00e3o Gualberto, n\u00ba 781, Unidade 765, Alto da Gl\u00f3ria, Munic\u00edpio de Curitiba e Estado do Paran\u00e1, CEP: 80.030-000, inscrita no CNPJ/ME sob o n\u00ba 76.706.589/0001-00 (Doc. 03), e seus respectivos estabelecimentos filiais (Doc. 04) v\u00eam, respeitosamente, por meio de seus advogados abaixo subscritos (Doc. 05), com fundamento no artigo 5\u00ba, inciso LXIX, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal e na Lei n\u00ba 12.016/2009, impetrar o presente\nMANDADO DE SEGURAN\u00c7A COM PEDIDO DE CONCESS\u00c3O DE MEDIDA LIMINAR \u201cINAUDITA ALTERA PARTE\u201d\ncontra ato coator praticado pelo Ilmo. Sr. DELEGADO DA DELEGACIA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL EM CURITIBA, com endere\u00e7o na Rua Jo\u00e3o Negr\u00e3o, n\u00ba 11, Centro, Curitiba/PR, CEP: 80.010-200, nos termos do Anexo I, da Portaria RFB n\u00ba 1215, de 23 de julho de 2020, pelas raz\u00f5es de fato e de direito a seguir expostas.\n#7666941v1 Av. Brigadeiro Faria Lima n\u00ba 3.477 - 16\u00ba andar \u2013 Torre Sul \u2013 04538-133 \u2013 S\u00e3o Paulo \u2013 SP\nTel.: (11) 3213-5700 // E-mail: atendimento@veirano.com.br www.veirano.com.br atendimento@veirano.com.br RIO DE JANEIRO \u2013 PORTO ALEGRE \u2013 BRAS\u00cdLIA\n\n\f2 / 17\nEm atendimento aos termos do artigo 6\u00ba, caput, da Lei n\u00ba 12.016/09, a Impetrantes esclarecem que a Autoridade Coatora comp\u00f5e a estrutura funcional da Secretaria da Receita Federal do Brasil e, por consequ\u00eancia, est\u00e1 vinculada \u00e0 Uni\u00e3o (Fazenda Nacional), representada judicialmente pela PROCURADORIA DA FAZENDA NACIONAL NO ESTADO DO PARAN\u00c1 - PFN/PR, com endere\u00e7o na Rua Marechal Deodoro, n\u00ba 555, 7\u00ba andar, Centro, Curitiba/PR, CEP: 80.020-911.\n1. DOS FATOS\nAs Impetrantes s\u00e3o pessoas jur\u00eddicas de direito privado que t\u00eam por atividade econ\u00f4mica a presta\u00e7\u00e3o de servi\u00e7os m\u00e9dicos de diagn\u00f3stico por imagem, tomografias, resson\u00e2ncias magn\u00e9ticas, diagn\u00f3stico por registro gr\u00e1fico e outros servi\u00e7os correlatos (docs. 1 a 3).\nPara o exerc\u00edcio das suas atividades, as Impetrantes mant\u00eam expressivo n\u00famero de empregados contratados, possuindo, consequentemente, uma elevada folha de pagamentos (doc. 6), ensejando o recolhimento, al\u00e9m da contribui\u00e7\u00e3o devida ao custeio da Seguridade Social (\u201ccontribui\u00e7\u00e3o patronal\u201d), de diversas contribui\u00e7\u00f5es parafiscais por conta de terceiros (\u201ccontribui\u00e7\u00f5es de terceiros\u201d).\nAssim, pela natureza da sua atividade, as Impetrantes recolhem mensalmente as contribui\u00e7\u00f5es de terceiros devidas ao SEBRAE, SESC, SENAC, INCRA e o Sal\u00e1rio-Educa\u00e7\u00e3o ao FNDE, conforme abaixo exposto.\nDe acordo com o artigo 8\u00ba, \u00a7 3\u00ba, al\u00ednea \u201cc\u201d, da Lei Federal n\u00ba 8.029/90, a contribui\u00e7\u00e3o devida ao Servi\u00e7o Brasileiro de Apoio \u00e0s Micro e Pequenas Empresas \u2013 SEBRAE corresponde ao adicional de 0,3% (tr\u00eas d\u00e9cimos por cento) sobre as contribui\u00e7\u00f5es sociais devidas ao SESC e SENAC (ou seja, no total, corresponde a 0,6%), \u201cpara atender \u00e0 execu\u00e7\u00e3o das pol\u00edticas de apoio \u00e0s microempresas e \u00e0s pequenas empresas\u201d.\nA contribui\u00e7\u00e3o prevista no artigo 3\u00ba, \u00a7 1\u00ba, do Decreto Lei n\u00ba 9.853, de 13 de setembro de 1946, destinada ao Servi\u00e7o Social do Com\u00e9rcio \u2013 SESC para a realiza\u00e7\u00e3o de seus fins, incide em 2% sobre a folha de sal\u00e1rio. Atualmente, essa al\u00edquota foi reduzida para 1,5%.\nA contribui\u00e7\u00e3o devida ao Servi\u00e7o Nacional de Aprendizagem Comercial \u2013 SENAC \u00e9 calculada sob a raz\u00e3o de 1% sobre o montante da remunera\u00e7\u00e3o devida aos empregados, conforme estabelecido pelo artigo 4\u00ba, do Decreto-Lei n\u00ba 8.621, de 10 de janeiro de 1946.\nCom rela\u00e7\u00e3o \u00e0 contribui\u00e7\u00e3o destinada ao custeio do Instituto Nacional de Coloniza\u00e7\u00e3o e Reforma Agr\u00e1ria \u2013 INCRA, esta \u00e9 devida \u00e0 raz\u00e3o de 0,2% sobra a folha salarial, conforme estabelecido pela Lei n\u00ba 2.613/55, pelo Decreto-Lei n\u00ba 1.136/70 e pela Lei Complementar n\u00ba 11/71.\n\nwww.veirano.com.br atendimento@veirano.com.br RIO DE JANEIRO \u2013 S\u00c3O PAULO \u2013 PORTO ALEGRE \u2013 BRAS\u00cdLIA\n\n#7666941v1\n\n\f3 / 17\n\nIgualmente incide o Sal\u00e1rio Educa\u00e7\u00e3o, regulamentado pelo Decreto n\u00ba 6.003, de 28 de dezembro de 2006, que imp\u00f5e o pagamento de 2,5% (dois e meio por cento) sobre o total da remunera\u00e7\u00e3o paga aos empregados, cujo valor \u00e9 destinado ao Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educa\u00e7\u00e3o - FNDE.1\n\nO quadro abaixo sintetiza a incid\u00eancia de cada uma das contribui\u00e7\u00f5es acima listadas, juntamente da al\u00edquota aplic\u00e1vel e da respectiva fundamenta\u00e7\u00e3o legal:\n\nENTIDADE SEBRAE SESC SENAC INCRA\n\nAL\u00cdQUOTA 0,6% 1,5% 1% 0,2%\n\nFNDE\n\n2,5%\n\nFUNDAMENTA\u00c7\u00c3O LEGAL Art. 8\u00ba, \u00a7 3\u00ba, \u201cc\u201d, Lei Federal n\u00ba 8.029/90\nArt. 3\u00ba, \u00a7 1\u00ba, Decreto-Lei n\u00ba 9.853/46 Art. 4\u00ba, Decreto-Lei n\u00ba 8.621/46 Lei n\u00ba 2.613/55 Decreto-Lei n\u00ba 1.136 Lei Complementar n\u00ba 11/71 Decreto n\u00ba 6.003/06\n\nO recolhimento das referidas contribui\u00e7\u00f5es ocorre de forma consolidada com outras contribui\u00e7\u00f5es de terceiros, nos termos do artigo 109-C da Instru\u00e7\u00e3o Normativa n\u00ba 971, de 13 de novembro de 2009, seguindo o enquadramento no Fundo de Previd\u00eancia e Assist\u00eancia Social \u2013 FPAS2.\n\nDessa forma, as Impetrantes apuram e recolhem as Contribui\u00e7\u00f5es Sociais destinadas a Terceiras Entidades mensalmente, sobre a remunera\u00e7\u00e3o paga aos seus empregados, conforme comprovado pelas GFIPs (doc. 7), GPS e seus comprovantes de pagamento (doc. 8) e resumo da folha de pagamento (doc. 6).\n\nEntretanto, atualmente, referidas contribui\u00e7\u00f5es sociais s\u00e3o exigidas das Impetrantes tendo como base de c\u00e1lculo o valor total da folha de sal\u00e1rio. Esta cobran\u00e7a viola diretamente a Lei n\u00ba 6.950/81, que estabeleceu em seu artigo 4\u00ba, par\u00e1grafo \u00fanico, a limita\u00e7\u00e3o da base de c\u00e1lculo das contribui\u00e7\u00f5es parafiscais devidas a terceiros em 20 sal\u00e1rios-m\u00ednimos. Conforme ser\u00e1 demonstrado, em que pese o caput do referido artigo tenha sido revogado, inexiste qualquer norma que tenha revogado os efeitos do\n\n1 Art. 1\u00ba A contribui\u00e7\u00e3o social do sal\u00e1rio-educa\u00e7\u00e3o obedecer\u00e1 aos mesmos prazos, condi\u00e7\u00f5es, san\u00e7\u00f5es e privil\u00e9gios relativos \u00e0s contribui\u00e7\u00f5es sociais e demais import\u00e2ncias devidas \u00e0 Seguridade Social, aplicando-se lhe, no que for cab\u00edvel, as disposi\u00e7\u00f5es legais e demais atos normativos atinentes \u00e0s contribui\u00e7\u00f5es previdenci\u00e1rias, ressalvada a compet\u00eancia do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educa\u00e7\u00e3o - FNDE, sobre a mat\u00e9ria. \u00a7 1\u00ba A contribui\u00e7\u00e3o a que se refere este artigo ser\u00e1 calculada com base na al\u00edquota de dois inteiros e cinco d\u00e9cimos por cento, incidente sobre o total da remunera\u00e7\u00e3o paga ou creditada, a qualquer t\u00edtulo, aos segurados empregados, ressalvadas as exce\u00e7\u00f5es legais, e ser\u00e1 arrecadada, fiscalizada e cobrada pela Secretaria da Receita Previdenci\u00e1ria.\n2 Art. 109-B. Cabe \u00e0 pessoa jur\u00eddica, para fins de recolhimento da contribui\u00e7\u00e3o devida a terceiros, classificar a atividade por ela desenvolvida e atribuir-lhe o c\u00f3digo FPAS correspondente, sem preju\u00edzo da atua\u00e7\u00e3o, de of\u00edcio, da autoridade administrativa.\n\nwww.veirano.com.br atendimento@veirano.com.br RIO DE JANEIRO \u2013 S\u00c3O PAULO \u2013 PORTO ALEGRE \u2013 BRAS\u00cdLIA\n\n#7666941v1\n\n\f4 / 17\npar\u00e1grafo \u00fanico, permanecendo plenamente vigente no ordenamento jur\u00eddico, conforme a melhor jurisprud\u00eancia do E. STJ.\nDiante desse cen\u00e1rio, as Impetrantes socorrem-se do presente Mandado de Seguran\u00e7a com o objetivo de obter uma ordem de seguran\u00e7a consistente na declara\u00e7\u00e3o de seu direito l\u00edquido e certo de (i) recolher as Contribui\u00e7\u00f5es Sociais para o INCRA, SENAC, SESC, SEBRAE e o Sal\u00e1rio-Educa\u00e7\u00e3o ao FNDE, respeitando a limita\u00e7\u00e3o de 20 sal\u00e1riosm\u00ednimos na base de c\u00e1lculo; e (ii) o direito de poder pleitear a restitui\u00e7\u00e3o e/ou compensa\u00e7\u00e3o dos valores recolhidos indevidamente a partir dos 5 (cinco) anos que antecedem ao ajuizamento do presente writ, nos termos em que passa a expor.\n2. DO DIREITO\n2.1. DA ILEGALIDADE DA EXIG\u00caNCIA DAS CONTRIBUI\u00c7\u00d5ES AO \u201cSISTEMA S\u201d SOBRE A TOTALIDADE DA FOLHA DE SAL\u00c1RIOS - NECESSIDADE DE LIMITA\u00c7\u00c3O DA BASE DE C\u00c1LCULO DAS CONTRIBUI\u00c7\u00d5ES A 20 VEZES O SAL\u00c1RIO-M\u00cdNIMO VIGENTE\nConforme exposto anteriormente, o presente Mandado de Seguran\u00e7a \u00e9 impetrado com o objetivo de reconhecer o direito da base de c\u00e1lculo aplic\u00e1vel \u00e0s referidas contribui\u00e7\u00f5es devidas a terceiros ser limitada ao patamar m\u00e1ximo de vinte vezes o sal\u00e1rio-m\u00ednimo vigente \u00e0 \u00e9poca do respectivo per\u00edodo de apura\u00e7\u00e3o. Conforme as Impetrantes demonstrar\u00e3o na sequ\u00eancia, esta limita\u00e7\u00e3o \u00e9 estabelecida pela pr\u00f3pria legisla\u00e7\u00e3o que instituiu e regulamentou as referidas contribui\u00e7\u00f5es.\nJ\u00e1 em 1973 \u2013 antes, portanto, da ordem constitucional estabelecida pela Constitui\u00e7\u00e3o de 1988 \u2013 a Lei n\u00ba 5.890/73, em seu artigo 14, instituiu regra definindo que as contribui\u00e7\u00f5es arrecadadas pelo extinto Instituto Nacional de Previd\u00eancia Social (INPS) junto \u00e0s empresas a ele vinculadas, mas destinadas a outras entidades e fundos seriam apuradas sob a mesma base de c\u00e1lculo afeita \u00e0s contribui\u00e7\u00f5es previdenci\u00e1rias, estando sua incid\u00eancia limitada ao patamar m\u00e1ximo de DEZ VEZES O SAL\u00c1RIO M\u00cdNIMO nacionalmente vigente:\n\u201cArt 14. As contribui\u00e7\u00f5es arrecadadas pelo Instituto Nacional de Previd\u00eancia Social das empresas que lhes s\u00e3o vinculadas, e destinadas a outras entidades ou fundos, ser\u00e3o calculadas sobre a mesma base utilizada para o c\u00e1lculo das contribui\u00e7\u00f5es de previd\u00eancia, estar\u00e3o sujeitas aos mesmos prazos, condi\u00e7\u00f5es e san\u00e7\u00f5es e gozar\u00e3o dos mesmos privil\u00e9gios a ele atribu\u00eddos, inclusive no tocante \u00e0 cobran\u00e7a judicial, n\u00e3o podendo o c\u00e1lculo incidir sobre import\u00e2ncia que exceda de 10 (dez) vezes o sal\u00e1riom\u00ednimo mensal de maior valor vigente no Pa\u00eds.\u201d\nReferida legisla\u00e7\u00e3o instituiu, portanto, duas regras que, pela import\u00e2ncia que assumem, merecem destaque:\n\nwww.veirano.com.br atendimento@veirano.com.br RIO DE JANEIRO \u2013 S\u00c3O PAULO \u2013 PORTO ALEGRE \u2013 BRAS\u00cdLIA\n\n#7666941v1\n\n\f5 / 17\n\n(i) o regime jur\u00eddico \u00ednsito \u00e0s contribui\u00e7\u00f5es previdenci\u00e1rias deve ser integralmente aplicado \u00e0s contribui\u00e7\u00f5es arrecadadas pelo antigo INPS em nome de outras entidades e fundos, seja com rela\u00e7\u00e3o \u00e0 defini\u00e7\u00e3o de sua base de c\u00e1lculo, prazo para recolhimento, penalidades aplic\u00e1veis nas hip\u00f3teses de inadimplemento, dentre outras particularidades. Houve, portanto, uma unifica\u00e7\u00e3o da base contributiva das empresas para a Previd\u00eancia Social e das contribui\u00e7\u00f5es recolhidas em nome de terceiros;\n\n(ii) a incid\u00eancia de referidas contribui\u00e7\u00f5es arrecadas pelo INPS por conta de terceiros passa a ser limitada ao patamar m\u00e1ximo de dez vezes o valor do sal\u00e1rio m\u00ednimo vigente no Pa\u00eds.\n\nEvoluindo no hist\u00f3rico legislativo, a Lei n\u00ba 6.950/81 manteve a regra de limita\u00e7\u00e3o do c\u00e1lculo das contribui\u00e7\u00f5es previdenci\u00e1rias \u2013 apuradas com base no sal\u00e1rio-decontribui\u00e7\u00e3o que, \u00e0 \u00e9poca, era definido pelo artigo 5\u00ba, da Lei n\u00ba 6.332/763 \u2013 apenas elevando a sua incid\u00eancia para o patamar de VINTE SAL\u00c1RIOS-M\u00cdNIMOS vigentes a n\u00edvel nacional:\n\u201cArt 4\u00ba - O limite m\u00e1ximo do sal\u00e1rio-de-contribui\u00e7\u00e3o, previsto no art. 5\u00ba da Lei n\u00ba 6.332, de 18 de maio de 1976, \u00e9 fixado em valor correspondente a 20 (vinte) vezes o maior sal\u00e1rio-m\u00ednimo vigente no Pa\u00eds. Par\u00e1grafo \u00fanico - O limite a que se refere o presente artigo aplica-se \u00e0s contribui\u00e7\u00f5es parafiscais arrecadadas por conta de terceiros.\u201d\n\nVeja, Excel\u00eancia, que o par\u00e1grafo \u00fanico do dispositivo acima reproduzido expressamente refor\u00e7a a aplicabilidade da regra de limita\u00e7\u00e3o de incid\u00eancia veiculada pelo \u201ccaput\u201d tamb\u00e9m \u00e0s contribui\u00e7\u00f5es arrecadas por conta de terceiros, que s\u00e3o precisamente aquelas inseridas no objeto deste Mandado de Seguran\u00e7a.\n\nAto cont\u00ednuo, em 30 de dezembro de 1986, foi editado o Decreto-Lei n\u00ba 2.318, que, em seu artigo 3\u00ba, excluiu a limita\u00e7\u00e3o do patamar m\u00e1ximo de incid\u00eancia aplic\u00e1vel EXCLUSIVAMENTE \u00e0s contribui\u00e7\u00f5es previdenci\u00e1rias devidas pelo empregador (\u201ccontribui\u00e7\u00e3o patronal\u201d):\n\u201cArt 3\u00ba - Para efeito do c\u00e1lculo da contribui\u00e7\u00e3o da empresa para a previd\u00eancia social, o sal\u00e1rio de contribui\u00e7\u00e3o n\u00e3o est\u00e1 sujeito ao limite de vinte vezes o sal\u00e1rio m\u00ednimo, imposto pelo art. 4\u00ba da Lei n\u00ba 6.950, de 4 de novembro de 1981.\u201d\n\nA reda\u00e7\u00e3o do dispositivo acima reproduzido \u00e9 clara, Excel\u00eancia, ao restringir a inaplicabilidade da regra de limita\u00e7\u00e3o da incid\u00eancia das contribui\u00e7\u00f5es t\u00e3o somente \u00e0quelas devidas pela empresa \u00e0 previd\u00eancia social. Ou seja, apenas o c\u00e1lculo da contribui\u00e7\u00e3o patronal \u00e9 que n\u00e3o mais observar\u00e1 a limita\u00e7\u00e3o de vinte sal\u00e1rios-m\u00ednimos.\n\nPerceba-se que NENHUMA refer\u00eancia \u00e9 feita pelo dispositivo supra \u00e0s contribui\u00e7\u00f5es arrecadas por conta de terceiros (\u201ccontribui\u00e7\u00f5es de terceiros\u201d) ou at\u00e9 mesmo\n\n3 Trata-se da regra hoje veiculada pelo artigo 28, da Lei n\u00ba 8.212/91 (Lei geral de custeio da Seguridade Social).\n\nwww.veirano.com.br atendimento@veirano.com.br RIO DE JANEIRO \u2013 S\u00c3O PAULO \u2013 PORTO ALEGRE \u2013 BRAS\u00cdLIA\n\n#7666941v1\n\n\f6 / 17\n\n\u00e0s contribui\u00e7\u00f5es parafiscais como um todo. Dessa constata\u00e7\u00e3o se extrai a conclus\u00e3o de que o limite m\u00e1ximo de incid\u00eancia estabelecido pelo artigo 4\u00ba, Lei n\u00ba 6.950/81, continua perfeitamente aplic\u00e1vel \u00e0s contribui\u00e7\u00f5es por conta de terceiros, como o s\u00e3o as contribui\u00e7\u00f5es devidas ao \u201cSistema S\u201d, objeto deste Mandado de Seguran\u00e7a.\n\nEssa constata\u00e7\u00e3o \u00e9 refor\u00e7ada ao se observar que, em sendo a vontade do legislador extinguir a regra de limita\u00e7\u00e3o da incid\u00eancia das contribui\u00e7\u00f5es como um todo (e n\u00e3o apenas \u00e0s contribui\u00e7\u00f5es patronais), por qual raz\u00e3o haveria de ter feito refer\u00eancia expressa e exclusiva \u00e0 \u201ccontribui\u00e7\u00e3o da empresa para a previd\u00eancia social\u201d (contribui\u00e7\u00e3o patronal)?\n\nNote, Excel\u00eancia, que na hip\u00f3tese em que a inten\u00e7\u00e3o foi estender os efeitos da legisla\u00e7\u00e3o aplic\u00e1vel \u00e0s contribui\u00e7\u00f5es previdenci\u00e1rias tamb\u00e9m \u00e0s contribui\u00e7\u00f5es parafiscais por conta de terceiros, o legislador assim o fez expressamente. Foi o que ocorreu, por exemplo, com o pr\u00f3prio artigo 4\u00ba, da Lei n\u00ba 6.950/81, que, em seu par\u00e1grafo \u00fanico, fez expressa refer\u00eancia \u00e0 aplicabilidade da regra de limita\u00e7\u00e3o de incid\u00eancia ao patamar m\u00e1ximo de vinte sal\u00e1rios-m\u00ednimos tamb\u00e9m \u00e0s \u201ccontribui\u00e7\u00f5es parafiscais arrecadadas por conta de terceiros\u201d.\n\nA conclus\u00e3o acima externada pelas Impetrantes reflete a mais recente e\natualizada jurisprud\u00eancia do E. STJ, conforme se observa do ac\u00f3rd\u00e3o a seguir reproduzido,\ndisponibilizado recentemente no s\u00edtio eletr\u00f4nico do E. Tribunal:\n\u201cTRIBUT\u00c1RIO. AGRAVO INTERNO NO RECURSO ESPECIAL. CONTRIBUI\u00c7\u00c3O SOCIAL DEVIDA A TERCEIROS. LIMITE DE VINTE SAL\u00c1RIOS M\u00cdNIMOS. ART. 4O DA LEI 6.950/1981 N\u00c3O REVOGADO PELO ART. 3\u00ba DO DL 2.318/1986. INAPLICABILIDADE DO \u00d3BICE DA S\u00daMULA 7/STJ. AGRAVO INTERNO DA FAZENDA NACIONAL A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 1. Com a entrada em vigor da Lei 6.950/1981, unificou-se a base contributiva das empresas para a Previd\u00eancia Social e das contribui\u00e7\u00f5es parafiscais por conta de terceiros, estabelecendo, em seu art. 4o., o limite de 20 sal\u00e1rios-m\u00ednimos para base de c\u00e1lculo. Sobreveio o Decreto 2.318/1986, que, em seu art. 3o., alterou esse limite da base contributiva apenas para a Previd\u00eancia Social, restando mantido em rela\u00e7\u00e3o \u00e0s contribui\u00e7\u00f5es parafiscais. 2. Ou seja, no que diz respeito \u00e0s demais contribui\u00e7\u00f5es com fun\u00e7\u00e3o parafiscal, fica mantido o limite estabelecido pelo artigo 4o., da Lei no 6.950/1981, e seu par\u00e1grafo, j\u00e1 que o Decreto-Lei 2.318/1986 dispunha apenas sobre fontes de custeio da Previd\u00eancia Social, n\u00e3o havendo como estender a supress\u00e3o daquele limite tamb\u00e9m para a base a ser utilizada para o c\u00e1lculo da contribui\u00e7\u00e3o ao INCRA e ao sal\u00e1rioeduca\u00e7\u00e3o. 3. Sobre o tema, a Primeira Turma desta Corte Superior j\u00e1 se posicional no sentido de que a base de c\u00e1lculo das contribui\u00e7\u00f5es parafiscais recolhidas por conta de terceiros fica restrita ao limite m\u00e1ximo de 20 sal\u00e1rios-m\u00ednimos, nos termos do par\u00e1grafo \u00fanico do art. 4o. da Lei 6.950/1981, o qual n\u00e3o foi revogado pelo art. 3o. do DL 2.318/1986, que disciplina as contribui\u00e7\u00f5es sociais devidas pelo empregador diretamente \u00e0 Previd\u00eancia Social. Precedente: REsp. 953.742/SC, Rel. Min. JOS\u00c9 DELGADO, DJe 10.3.2008. 4. Na hip\u00f3tese dos autos, n\u00e3o tem aplica\u00e7\u00e3o, na fixa\u00e7\u00e3o da verba honor\u00e1ria, os par\u00e2metros estabelecidos no art. 85 do C\u00f3digo Fux, pois a legisla\u00e7\u00e3o aplic\u00e1vel para a estipula\u00e7\u00e3o dos honor\u00e1rios advocat\u00edcios ser\u00e1 definida pela data da senten\u00e7a ou do ac\u00f3rd\u00e3o que fixou a condena\u00e7\u00e3o, devendo ser observada a norma adjetiva vigente no momento de sua publica\u00e7\u00e3o.\n\nwww.veirano.com.br atendimento@veirano.com.br RIO DE JANEIRO \u2013 S\u00c3O PAULO \u2013 PORTO ALEGRE \u2013 BRAS\u00cdLIA\n\n#7666941v1\n\n\f7 / 17\n\n5. Agravo Interno da FAZENDA NACIONAL a que se nega provimento.\u201d (AgInt no REsp 1570980/SP, Rel. Ministro NAPOLE\u00c3O NUNES MAIA FILHO, PRIMEIRA TURMA, julgado em 17/02/2020, DJe 03/03/2020 \u2013 nossos grifos)\n\nO mesmo entendimento \u00e9 encontrado na jurisprud\u00eancia do E. Tribunal Regional Federal da 3\u00aa Regi\u00e3o:\n\n\u201cPROCESSUAL CIVIL. MANDADO DE SEGURAN\u00c7A. TETO DE 20 (VINTE) SAL\u00c1RIOS M\u00cdNIMOS PARA BASE DE C\u00c1LCULO DE CONTRIBUI\u00c7\u00c3O A TERCEIROS. LIMITE DO SAL\u00c1RIO DE CONTRIBUI\u00c7\u00c3O. ARTIGO 4\u00ba DA LEI N.\u00ba 6.950/81. AGRAVO DE INSTRUMENTO PROVIDO. 1. Aduz a agravante, em suma, que o limite de 20 (vinte) sal\u00e1rios m\u00ednimos para a base de c\u00e1lculo de contribui\u00e7\u00e3o a terceiros deve ser preservada haja vista a plena vig\u00eancia do artigo 4\u00ba, par\u00e1grafo \u00fanico, da Lei n\u00ba 6.950/81. Salienta que a edi\u00e7\u00e3o do Decreto-Lei n\u00ba 2.318/86, artigo 3\u00ba, afastou o limite da base de c\u00e1lculo t\u00e3o somente com rela\u00e7\u00e3o \u00e0 contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria. 2. Pelo cotejo das reda\u00e7\u00f5es dos dispositivos transcritos, \u00e9 poss\u00edvel inferir que o teto da base de c\u00e1lculo das contribui\u00e7\u00f5es a terceiros permanece em plena vig\u00eancia, havendo altera\u00e7\u00e3o (revoga\u00e7\u00e3o) apenas no tocante \u00e0 contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria patronal. 3. Em outras palavras, tendo em vista que as contribui\u00e7\u00f5es destinadas a terceiros gozam de natureza diversa daquelas destinas ao custeio da previd\u00eancia social, n\u00e3o \u00e9 poss\u00edvel concluir que a novel legisla\u00e7\u00e3o tenha se referido, ao revogar o teto, tamb\u00e9m \u00e0s contribui\u00e7\u00f5es de terceiros j\u00e1 que n\u00e3o h\u00e1 men\u00e7\u00e3o legal quanto \u00e0 espec\u00edfica circunst\u00e2ncia. 4. Desse modo, ao menos nesse ju\u00edzo perfunct\u00f3rio, de cogni\u00e7\u00e3o sum\u00e1ria pr\u00f3pria dos provimentos de natureza liminar, verifica-se a plausibilidade do direito invocado e, ainda, a urg\u00eancia da medida ante os preju\u00edzos comerciais a serem suportados com a cobran\u00e7a a maior. 5. Agravo de instrumento provido.\u201d (TRF 3\u00aa Regi\u00e3o, 3\u00aa Turma, AI - AGRAVO DE INSTRUMENTO - 5031659-53.2019.4.03.0000, Rel. Desembargador Federal ANTONIO CARLOS CEDENHO, julgado em 02/04/2020, Intima\u00e7\u00e3o via sistema DATA: 14/04/2020 \u2013 nossos grifos)\n\u201cPROCESSUAL CIVIL E TRIBUT\u00c1RIO. EMBARGOS \u00c0 EXECU\u00c7\u00c3O FISCAL. CONTRIBUI\u00c7\u00d5ES DESTINADAS A TERCEIROS (FNDE, INCRA, SENAC, SESC E SEBRAE). NOTIFICA\u00c7\u00c3O DE LAN\u00c7AMENTO SUPLEMENTAR. ART. 150, \u00a74\u00ba, DO CTN. DECAD\u00caNCIA PARCIAL. PRESCRI\u00c7\u00c3O. INOCORR\u00caNCIA. REMESSA OFICIAL E APELA\u00c7\u00c3O DO INSS DESPROVIDAS. RECURSO ADESIVO PARCIALMENTE CONHECIDO E PROVIDO EM PARTE. - \u00c9 aplic\u00e1vel a limita\u00e7\u00e3o da base c\u00e1lculo de 20 (vinte) sal\u00e1rios m\u00ednimos para a contribui\u00e7\u00e3o ao INCRA e ao sal\u00e1rio educa\u00e7\u00e3o, eis que o artigo 3\u00ba, do Decreto-Lei n\u00ba 2.318/1986 revogou apenas o caput do artigo 4\u00ba, da Lei n\u00ba 6.950/1981, permanecendo vigente a reda\u00e7\u00e3o do par\u00e1grafo \u00fanico, que estabelecia a referida limita\u00e7\u00e3o para as contribui\u00e7\u00f5es parafiscais arrecadadas por conta de terceiros. (TRF3 - Apela\u00e7\u00e3o/Reexame Necess\u00e1rio n\u00ba 0004776-12.2003.4.03.6126; Relatora Des. Fed. Diva Malerbi; D.e.: 18/06/2018 \u2013 nossos grifos)\n\nO entendimento definido pela jurisprud\u00eancia, o qual as Impetrantes pretendem que seja aplicado por este MM. Ju\u00edzo reflete a mais adequada interpreta\u00e7\u00e3o a ser extra\u00edda dos dispositivos acima referidos, especialmente em se considerando as pr\u00f3prias regras gerais de direito. Isto porque, nos termos do artigo 2\u00ba, \u00a7 1\u00ba, da Lei Geral de Introdu\u00e7\u00e3o \u00e0s Normas do Direito Brasileiro (Decreto-Lei n\u00ba 4.657, de 04 de setembro de 1942 - LINDB), uma lei somente pode ser considerada revogada se a lei posterior (i) expressamente o declare, (ii) quando seja com ela incompat\u00edvel ou (iii) quando regule inteiramente a mat\u00e9ria tratada na lei anterior.\n\nwww.veirano.com.br atendimento@veirano.com.br RIO DE JANEIRO \u2013 S\u00c3O PAULO \u2013 PORTO ALEGRE \u2013 BRAS\u00cdLIA\n\n#7666941v1\n\n\f8 / 17\n\nNenhum desses cen\u00e1rios s\u00e3o encontrados na an\u00e1lise da reda\u00e7\u00e3o do artigo 3\u00ba, do Decreto n\u00ba 2.318/86, j\u00e1 que a \u201crevoga\u00e7\u00e3o\u201d por ele promovida se limita exclusivamente \u00e0 men\u00e7\u00e3o quanto \u00e0 inaplicabilidade da regra de limita\u00e7\u00e3o institu\u00edda pelo artigo 14, da Lei n\u00ba 5.890/73 \u2013 e modificada pelo 4\u00ba, da Lei n\u00ba 6.950/81 \u2013 exclusivamente para a contribui\u00e7\u00e3o devida pelas empresas para o custeio da Previd\u00eancia Social (\u201ccontribui\u00e7\u00e3o patronal\u201d), nada dizendo quanto \u00e0s contribui\u00e7\u00f5es parafiscais por conta de terceiros. Trata-se de modifica\u00e7\u00e3o espec\u00edfica e restrita ao objeto por ela delineado, devendo ser interpretada com a mesma especificidade e o mesmo n\u00edvel de restri\u00e7\u00e3o.\nDe acordo com a Teoria Geral do Direito, uma lei \u00e9 v\u00e1lida, vigente e eficaz at\u00e9 que seja revogada ou modificada por outra, o que, como nos parece, n\u00e3o ocorreu no presente caso. A revoga\u00e7\u00e3o pela lei posterior poder\u00e1 ocorrer nas seguintes modalidades: (i) revoga\u00e7\u00e3o expressa (por declara\u00e7\u00e3o expressa) ou (ii) revoga\u00e7\u00e3o t\u00e1cita (quando a nova lei n\u00e3o for compat\u00edvel com o conte\u00fado da lei antiga que trata da mesma mat\u00e9ria ou quando ela regule inteiramente a mat\u00e9ria de que tratava a lei anterior).\nEntretanto, nenhuma dessas situa\u00e7\u00f5es ocorreu em rela\u00e7\u00e3o ao par\u00e1grafo \u00fanico do art. 4\u00ba da Lei n\u00ba 6.950/81, pois: (i) n\u00e3o houve previs\u00e3o de vig\u00eancia tempor\u00e1ria para o par\u00e1grafo \u00fanico do art. 4\u00ba da Lei n\u00ba 6.950/81; (ii) n\u00e3o houve publica\u00e7\u00e3o de lei que expressamente tenha revogado o par\u00e1grafo \u00fanico do art. 4\u00ba da Lei n\u00ba 6.950/81; (iii) n\u00e3o houve publica\u00e7\u00e3o de lei incompat\u00edvel com a determina\u00e7\u00e3o compreendida no par\u00e1grafo \u00fanico do art. 4\u00ba da Lei n\u00ba 6.950/81; e (iv) n\u00e3o houve publica\u00e7\u00e3o de lei regulamentando integralmente a mat\u00e9ria disciplinada pelo par\u00e1grafo \u00fanico do art. 4\u00ba da Lei n\u00ba 6.950/81.\nAtualmente, aguarda-se o julgamento da Primeira Se\u00e7\u00e3o do Superior Tribunal de Justi\u00e7a, em sede de Repetitivo, que ir\u00e1 definir se o limite m\u00e1ximo de 20 sal\u00e1rios-m\u00ednimos \u00e9 aplic\u00e1vel para a base de c\u00e1lculo de contribui\u00e7\u00f5es parafiscais arrecadadas por conta de terceiros:\n\u201cPROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. C\u00d3DIGO DE PROCESSO CIVIL DE 2015. APLICABILIDADE. PROPOSTA DE AFETA\u00c7\u00c3O COMO REPRESENTATIVO DA CONTROV\u00c9RSIA. TRIBUT\u00c1RIO. \"CONTRIBUI\u00c7\u00d5ES PARAFISCAIS\". BASE DE C\u00c1LCULO. APURA\u00c7\u00c3O. APLICA\u00c7\u00c3O DO TETO DE 20 (VINTE) SAL\u00c1RIOS M\u00cdNIMOS. LEI N. 6.950/1981 E DECRETO-LEI N. 2.318/1986. 1. Delimita\u00e7\u00e3o da quest\u00e3o de direito controvertida: definir se o limite de 20 (vinte) sal\u00e1rios m\u00ednimos \u00e9 aplic\u00e1vel \u00e0 apura\u00e7\u00e3o da base de c\u00e1lculo de \"contribui\u00e7\u00f5es parafiscais arrecadadas por conta de terceiros\", nos termos do art. 4\u00ba da Lei n. 6.950/1981, com as altera\u00e7\u00f5es promovidas em seu texto pelos arts. 1\u00ba e 3\u00ba do Decreto-Lei n. 2.318/1986. 2. Recurso especial submetido \u00e0 sistem\u00e1tica dos recursos repetitivos, em afeta\u00e7\u00e3o conjunta com o REsp n. 1.905.870/PR.\u201d (ProAfR no REsp 1898532/CE, Rel. Ministra REGINA HELENA COSTA, PRIMEIRA SE\u00c7\u00c3O, julgado em 15/12/2020, DJe 18/12/2020)\n\nwww.veirano.com.br atendimento@veirano.com.br RIO DE JANEIRO \u2013 S\u00c3O PAULO \u2013 PORTO ALEGRE \u2013 BRAS\u00cdLIA\n\n#7666941v1\n\n\f9 / 17\n\nDessa forma, torna-se de rigor o reconhecimento expresso de que deve ser aplicado o limite de 20 vezes o valor do sal\u00e1rios-m\u00ednimos, conforme previsto no par\u00e1grafo \u00fanico do art. 4\u00ba da Lei 6.950/1981, sobre o valor total da folha de sal\u00e1rios das Impetrantes, que, como mencionado acima, constitui base de c\u00e1lculo para o recolhimento das contribui\u00e7\u00f5es destinadas \u00e0s outras entidades e fundos: FNDE (Sal\u00e1rio-Educa\u00e7\u00e3o), INCRA, SEBRAE, SESC e SENAC.\n2.2. DA DECLARA\u00c7\u00c3O DO DIREITO \u00c0 RESTITUI\u00c7\u00c3O E/OU COMPENSA\u00c7\u00c3O DOS VALORES RECOLHIDOS NO PASSADO\nDiante da demonstra\u00e7\u00e3o da validade da limita\u00e7\u00e3o da base de c\u00e1lculo das contribui\u00e7\u00f5es destinadas a terceiros em 20 sal\u00e1rios-m\u00ednimos, a conclus\u00e3o \u00e9 a de que os pagamentos realizados pelas Impetrantes acima do limite imposto pela legisla\u00e7\u00e3o \u00e9 indevido, raz\u00e3o pela qual as Impetrantes pleiteiam, atrav\u00e9s da presente a\u00e7\u00e3o mandamental, o reconhecimento do direito l\u00edquido e certo de proceder \u00e0 restitui\u00e7\u00e3o/compensa\u00e7\u00e3o dos valores recolhidos anteriormente, nos termos dos artigos 165 e 168 do CTN, 3\u00ba da LC n\u00ba 118/2005 e 3\u00ba, \u00a7 3\u00ba da Lei n\u00ba 11.457/2007.\nConv\u00e9m esclarecer que a veda\u00e7\u00e3o \u00e0 compensa\u00e7\u00e3o das contribui\u00e7\u00f5es destinadas a outras entidades e fundos, originariamente prevista pelo artigo 47 da Instru\u00e7\u00e3o Normativa RFB n\u00ba 900/2008 e hoje presente no artigo 87 da Instru\u00e7\u00e3o Normativa RFB n\u00ba 1.717/2017, \u00e9 ilegal e contr\u00e1ria aos termos do art. 99 do CTN, uma vez que os mencionados dispositivos regulamentares (i) extrapolaram o quanto prescrito no art. 89 da Lei n\u00ba 8.212/91, pois esse dispositivo delegou \u00e0 Secretaria da Receita Federal do Brasil t\u00e3o somente o estabelecimento dos termos e condi\u00e7\u00f5es para que a compensa\u00e7\u00e3o ocorra, mas n\u00e3o a possibilidade de ved\u00e1-la por completo, (ii) al\u00e9m de contraporem os artigos 66 da Lei n\u00ba 8.383/91 e 39 da Lei n\u00ba 9.250/95, que preveem expressamente a possibilidade do ind\u00e9bito de contribui\u00e7\u00f5es previdenci\u00e1rias destinadas a terceiros vir a ser objeto de compensa\u00e7\u00e3o com parcelas de tributos de mesma esp\u00e9cie e destina\u00e7\u00e3o constitucional.\nA jurisprud\u00eancia do E. STJ refor\u00e7o o entendimento sustentado pelas Impetrantes no par\u00e1grafo anterior, reconhecendo a plena possibilidade de compensa\u00e7\u00e3o das contribui\u00e7\u00f5es destinadas \u00e0s outras entidades e fundos:\n\u201cPROCESSUAL CIVIL E TRIBUT\u00c1RIO. RECURSO ESPECIAL DA SOCIEDADE EMPRES\u00c1RIA. ART. 535 DO CPC. INEXIST\u00caNCIA DE VIOLA\u00c7\u00c3O. CONTRIBUI\u00c7\u00c3O PREVIDENCI\u00c1RIA. INCID\u00caNCIA SOBRE O SAL\u00c1RIO-MATERNIDADE, AS HORAS EXTRAS E O RESPECTIVO ADICIONAL. IND\u00c9BITO DECORRENTE DE CONTRIBUI\u00c7\u00c3O PREVIDENCI\u00c1RIA PARA TERCEIROS OU FUNDOS. COMPENSA\u00c7\u00c3O COM TRIBUTOS DA MESMA ESP\u00c9CIE. POSSIBILIDADE. IN'S RFB 900/2008 E 1.300/2012. EXORBIT\u00c2NCIA DA FUN\u00c7\u00c3O REGULAMENTAR. (...)\n\nwww.veirano.com.br atendimento@veirano.com.br RIO DE JANEIRO \u2013 S\u00c3O PAULO \u2013 PORTO ALEGRE \u2013 BRAS\u00cdLIA\n\n#7666941v1\n\n\f10 / 17\n3. Hip\u00f3tese em que a sociedade empres\u00e1ria recorrente pretende compensar cr\u00e9ditos oriundos do pagamento indevido de contribui\u00e7\u00f5es previdenci\u00e1rias para terceiros ou fundos. O Tribunal de origem negou referida pretens\u00e3o com base nos arts. 47 da IN RFB 900/2008; e 59 da IN RFB 1.300/2012. 4. As IN's RFB 9000/2008 e 1.300/2012, no lugar de estabelecerem os termos e condi\u00e7\u00f5es a que se referem o art. 89, caput, da Lei n. 8.212/91, simplesmente vedaram a compensa\u00e7\u00e3o pelo sujeito passivo. Desse modo, encontram-se eivadas de ilegalidade, porquanto exorbitam sua fun\u00e7\u00e3o meramente regulamentar. 5. Aplica\u00e7\u00e3o dos arts. 66 da Lei n. 8.383, de 1991, 39 da Lei n. 9.250, de 1995, e 89 da Lei n. 8.212, de 1991, no sentido de que o ind\u00e9bito referente \u00e0s contribui\u00e7\u00f5es previdenci\u00e1rias (cota patronal) e destinadas a terceiros pode ser objeto de compensa\u00e7\u00e3o com parcelas vencidas posteriormente ao pagamento, relativas a tributo de mesma esp\u00e9cie e destina\u00e7\u00e3o constitucional, observando, contudo, a limita\u00e7\u00e3o constante do art. 170-A do CTN. Inaplicabilidade do art. 74 da Lei n. 9.430, de 1996 ao caso, conforme determina o art. 26 da Lei n. 11.457, de 2007. 6. Recurso especial provido em parte para declarar o direito de a sociedade empres\u00e1ria recorrente compensar as contribui\u00e7\u00f5es previdenci\u00e1rias para terceiros ou fundos com tributo de mesma esp\u00e9cie e destina\u00e7\u00e3o constitucional.\u201d (REsp 1498234/RS, Rel. Ministro OG FERNANDES, SEGUNDA TURMA, julgado em 24/02/2015, DJe 06/03/2015 \u2013 nossos grifos)\nNa esteira do entendimento definido pelo E. Superior Tribunal de Justi\u00e7a, a pr\u00f3pria d. PGFN externou a aus\u00eancia de interesse recursal quanto a esta mat\u00e9ria em espec\u00edfico:\n\u201cContribui\u00e7\u00f5es destinadas a outras entidades ou fundos. Compensa\u00e7\u00e3o. Art. 47 da Instru\u00e7\u00e3o Normativa RFB n\u00ba 900/2008 e art. 59 da Instru\u00e7\u00e3o Normativa RFB n\u00ba 1.300/2012. Jurisprud\u00eancia consolidada do STJ em sentido desfavor\u00e1vel \u00e0 Fazenda Nacional. Inclus\u00e3o na lista de dispensa de contesta\u00e7\u00e3o e recursos de que trata o art. 2\u00ba, VII e \u00a7 4\u00ba, da Portaria PGFN n\u00ba 502, de 2016. (...) 5. De acordo com a tese sustentada pela Fazenda Nacional (colhida dos recursos perante o STJ), a veda\u00e7\u00e3o contida no art. 59 da IN/RFB n\u00ba 1.300, de 2012 (e art. 47 da IN/RFB n\u00ba 900, de 2008), encontraria o respaldo necess\u00e1rio no art. 89, caput, da Lei n\u00ba 8.212, de 1991, que confere compet\u00eancia \u00e0 RFB para estabelecer os termos e condi\u00e7\u00f5es \u00e0 compensa\u00e7\u00e3o das contribui\u00e7\u00f5es sociais previstas nas al\u00edneas a, b e c do par\u00e1grafo \u00fanico do art. 11 desta Lei, das contribui\u00e7\u00f5es institu\u00eddas a t\u00edtulo de substitui\u00e7\u00e3o e das contribui\u00e7\u00f5es devidas a terceiros. Alega-se que a veda\u00e7\u00e3o \u00e0 compensa\u00e7\u00e3o das contribui\u00e7\u00f5es de terceiros, expressamente estabelecida no regulamento, teria como fundamento a necessidade de assegurar a observ\u00e2ncia da destina\u00e7\u00e3o constitucional espec\u00edfica de tais exa\u00e7\u00f5es. 6. Entretanto, ao debru\u00e7ar-se sobre a quest\u00e3o, o STJ tem entendido que as referidas instru\u00e7\u00f5es normativas desbordaram de sua fun\u00e7\u00e3o meramente regulamentar, uma vez que deveriam estabelecer condi\u00e7\u00f5es para a compensa\u00e7\u00e3o das contribui\u00e7\u00f5es destinadas de terceiros e n\u00e3o as vedar em absoluto, consoante se depreende dos julgados a seguir transcritos: (...) (Nota PGFN/CRJ/N\u00ba 124/2016, de 21.12.2016 \u2013 nossos grifos)\n\nwww.veirano.com.br atendimento@veirano.com.br RIO DE JANEIRO \u2013 S\u00c3O PAULO \u2013 PORTO ALEGRE \u2013 BRAS\u00cdLIA\n\n#7666941v1\n\n\f11 / 17\nImportante ainda destacar que, com o in\u00edcio da vig\u00eancia da Lei Federal n\u00ba 13.670/2018, os valores indevidamente recolhidos a t\u00edtulo de contribui\u00e7\u00f5es devidas a outras entidades e fundos passou a tamb\u00e9m ser pass\u00edvel de compensa\u00e7\u00e3o com d\u00e9bitos de quaisquer tributos e/ou contribui\u00e7\u00f5es administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil.\nEssa possibilidade foi veiculada pelo artigo 8\u00ba da Lei n\u00ba 13.670/2018, ao revogar a regra constante do artigo 26 da Lei n\u00ba 11.457/2007, inserindo o artigo 26-A, com a seguinte reda\u00e7\u00e3o:\nArt. 26-A. O disposto no art. 74 da Lei n\u00ba 9.430, de 27 de dezembro de 1996: (Inclu\u00eddo pela Lei n\u00ba 13.670, de 2018) I - aplica-se \u00e0 compensa\u00e7\u00e3o das contribui\u00e7\u00f5es a que se referem os arts. 2\u00ba e 3\u00ba desta Lei efetuada pela sujeito passivo que utilizar o Sistema de Escritura\u00e7\u00e3o Digital das Obriga\u00e7\u00f5es Fiscais, Previdenci\u00e1rias e Trabalhistas (eSocial), para apura\u00e7\u00e3o das referidas contribui\u00e7\u00f5es, observado o disposto no \u00a7 1\u00ba deste artigo; (Inclu\u00eddo pela Lei n\u00ba 13.670, de 2018) II - n\u00e3o se aplica \u00e0 compensa\u00e7\u00e3o das contribui\u00e7\u00f5es a que se referem os arts. 2\u00ba e 3\u00ba desta Lei efetuada pelas demais sujeitos passivos; e (Inclu\u00eddo pela Lei n\u00ba 13.670, de 2018) III - n\u00e3o se aplica ao regime unificado de pagamento de tributos, de contribui\u00e7\u00f5es e dos demais encargos do empregador dom\u00e9stico (Simples Dom\u00e9stico). (Inclu\u00eddo pela Lei n\u00ba 13.670, de 2018) \u00a7 1\u00ba N\u00e3o poder\u00e3o ser objeto da compensa\u00e7\u00e3o de que trata o inciso I do caput deste artigo: (Inclu\u00eddo pela Lei n\u00ba 13.670, de 2018) I - o d\u00e9bito das contribui\u00e7\u00f5es a que se referem os arts. 2\u00ba e 3\u00ba desta Lei: (Inclu\u00eddo pela Lei n\u00ba 13.670, de 2018) a) relativo a per\u00edodo de apura\u00e7\u00e3o anterior \u00e0 utiliza\u00e7\u00e3o do eSocial para a apura\u00e7\u00e3o das referidas contribui\u00e7\u00f5es; e (Inclu\u00eddo pela Lei n\u00ba 13.670, de 2018) b) relativo a per\u00edodo de apura\u00e7\u00e3o posterior \u00e0 utiliza\u00e7\u00e3o do eSocial com cr\u00e9dito dos demais tributos administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil concernente a per\u00edodo de apura\u00e7\u00e3o anterior \u00e0 utiliza\u00e7\u00e3o do eSocial para apura\u00e7\u00e3o das referidas contribui\u00e7\u00f5es; e (Inclu\u00eddo pela Lei n\u00ba 13.670, de 2018) II - o d\u00e9bito dos demais tributos administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil: (Inclu\u00eddo pela Lei n\u00ba 13.670, de 2018) a) relativo a per\u00edodo de apura\u00e7\u00e3o anterior \u00e0 utiliza\u00e7\u00e3o do eSocial para apura\u00e7\u00e3o de tributos com cr\u00e9dito concernente \u00e0s contribui\u00e7\u00f5es a que se referem os arts. 2\u00ba e 3\u00ba desta Lei; e (Inclu\u00eddo pela Lei n\u00ba 13.670, de 2018) b) com cr\u00e9dito das contribui\u00e7\u00f5es a que se referem os arts. 2\u00ba e 3\u00ba desta Lei relativo a per\u00edodo de apura\u00e7\u00e3o anterior \u00e0 utiliza\u00e7\u00e3o do eSocial para apura\u00e7\u00e3o das referidas contribui\u00e7\u00f5es. (Inclu\u00eddo pela Lei n\u00ba 13.670, de 2018) \u00a7 2\u00ba A Secretaria da Receita Federal do Brasil disciplinar\u00e1 o disposto neste artigo. (Inclu\u00eddo pela Lei n\u00ba 13.670, de 2018)\nA partir da precitada altera\u00e7\u00e3o legislativa, o sistema tribut\u00e1rio nacional passou a permitir a compensa\u00e7\u00e3o das contribui\u00e7\u00f5es parafiscais aqui analisadas com quaisquer d\u00e9bitos relativos a tributos administrados pela Receita Federal do Brasil, compensa\u00e7\u00e3o essa condicionada, no entanto, a d\u00e9bitos de tributos cujo per\u00edodo de apura\u00e7\u00e3o seja posterior \u00e0\n\nwww.veirano.com.br atendimento@veirano.com.br RIO DE JANEIRO \u2013 S\u00c3O PAULO \u2013 PORTO ALEGRE \u2013 BRAS\u00cdLIA\n\n#7666941v1\n\n\f12 / 17\nutiliza\u00e7\u00e3o do Sistema de Escritura\u00e7\u00e3o Digital das Obriga\u00e7\u00f5es Fiscais, Previdenci\u00e1rias e Trabalhistas (eSocial).\nEsta limita\u00e7\u00e3o temporal ao exerc\u00edcio do direito do contribuinte \u00e0 compensa\u00e7\u00e3o, contudo (proposta pelo \u00a7 1\u00ba, do dispositivo acima reproduzido), n\u00e3o merece prosperar, uma vez que, conforme j\u00e1 acima demonstrado: (i) a jurisprud\u00eancia j\u00e1 era claramente favor\u00e1vel ao exerc\u00edcio pleno desse direito \u00e0 compensa\u00e7\u00e3o, afastando-se toda e qualquer limita\u00e7\u00e3o ardilosamente proposta pela Administra\u00e7\u00e3o Tribut\u00e1ria4; (ii) a limita\u00e7\u00e3o \u00e0 compensa\u00e7\u00e3o, que era estritamente sist\u00eamica, \u00e9 visivelmente ilegal e inconstitucional; e (iii) embora parte dos cr\u00e9ditos a serem compensados seja de compet\u00eancias anteriores ao eSocial, fato \u00e9 que o tr\u00e2nsito em julgado da presente demanda, que \u00e9 quando ter\u00e1 sido constitu\u00eddo o direito ao cr\u00e9dito, ocorrer\u00e1 em data posterior ao eSocial, enquadrando-se, portanto, no permissivo legal.\nImportante, portanto, que o provimento declarat\u00f3rio a ser proferido por este MM. Ju\u00edzo quanto ao acolhimento dos pedidos formulados pelas Impetrantes (principal e subsidi\u00e1rio) traga consigo a efic\u00e1cia de permitir que as Impetrantes possam prosseguir com a sua compensa\u00e7\u00e3o de forma integral, independentemente de qualquer limita\u00e7\u00e3o sist\u00eamica arbitrariamente imposta pela Administra\u00e7\u00e3o Tribut\u00e1ria.\nOutrossim, vale destacar que, com a impetra\u00e7\u00e3o do presente Mandado de Seguran\u00e7a, as Impetrantes n\u00e3o pretendem proceder com a restitui\u00e7\u00e3o e/ou compensa\u00e7\u00e3o dos valores nos presentes autos, mas sim obter a declara\u00e7\u00e3o do direito de restitui\u00e7\u00e3o e/ou compensa\u00e7\u00e3o, a serem processados diretamente perante a Administra\u00e7\u00e3o Tribut\u00e1ria o que encontra respaldo no Enunciado n\u00ba 213 da S\u00famula do e. STJ5, devidamente refletido no julgamento do REsp n\u00ba 1.715.256/SP6, processado sob a sistem\u00e1tica dos recursos repetitivos (Tema n\u00ba 118).\nConsiderando que o presente Mandado de Seguran\u00e7a \u00e9 impetrado na presente data, as Impetrantes t\u00eam o direito de obter a declara\u00e7\u00e3o do direito de restitui\u00e7\u00e3o e/ou compensa\u00e7\u00e3o dos valores recolhidos indevidamente a partir de julho de 2016.\nDeve-se, portanto, permitir a compensa\u00e7\u00e3o de todos os valores indevidamente recolhidos a t\u00edtulo de contribui\u00e7\u00f5es destinadas \u00e0s outras entidades e fundos, seja em per\u00edodo posterior ou anterior ao da entrada em vigor do eSocial, com qualquer tributo administrado pela Receita Federal, com fundamento nos arts. 89 da Lei 8.212/1991 e 8\u00ba da 13.670/2018 e 26-A da Lei 11.457/2007.\n\n4 STJ, REsp 1498234/RS. Segunda Turma, Rel. Ministro Og Fernandes. Julgado em 24/02/2015. Divulgado em\n06/03/2015 (DJe). 5 \u201cS\u00daMULA N. 213 - O mandado de seguran\u00e7a constitui a\u00e7\u00e3o adequada para a declara\u00e7\u00e3o do direito \u00e0 compensa\u00e7\u00e3o\ntribut\u00e1ria.\u201d 6 REsp n\u00ba 1.715.256/SP; Rel. Min. Napole\u00e3o Nunes Maia Filho; DJe 11.3.2019.\n\nwww.veirano.com.br atendimento@veirano.com.br RIO DE JANEIRO \u2013 S\u00c3O PAULO \u2013 PORTO ALEGRE \u2013 BRAS\u00cdLIA\n\n#7666941v1\n\n\f13 / 17\nImportante destacar, Excel\u00eancia, que tal pleito \u00e9 tamb\u00e9m perfeitamente aplic\u00e1vel na hip\u00f3tese de ser apenas acolhido o pedido de m\u00e9rito subsidi\u00e1rio acima proposto, de tal forma que, nesse cen\u00e1rio, o provimento declarat\u00f3rio expedido neste Mandado de Seguran\u00e7a permitiria que as Impetrantes busquem a devolu\u00e7\u00e3o dos valores representativos das contribui\u00e7\u00f5es a terceiros recolhidos, desde os cinco anos anteriores \u00e0 propositura da demanda e durante a sua tramita\u00e7\u00e3o, em montante superior ao limite m\u00e1ximo de vinte sal\u00e1rios-m\u00ednimos.\n3. DA NECESSIDADE DE CONCESS\u00c3O DA MEDIDA LIMINAR\nImp\u00f5e a concess\u00e3o da medida liminar em Mandado de Seguran\u00e7a sempre que estiverem presentes o \u201cfumus boni juris\u201d e o \u201cpericulum in mora\u201d, de acordo com o artigo 7\u00ba, inciso III da Lei n\u00ba 12.016/09:\n3.1. DO FUMUS BONI JURIS\nNo caso, o fumus boni juris resulta comprovado pelo direito l\u00edquido e certo das Impetrantes, o qual evidencia-se na constata\u00e7\u00e3o de que o par\u00e1grafo \u00fanico do artigo 4\u00ba, que estabelece a limita\u00e7\u00e3o da base de c\u00e1lculo\nEm outras palavras, Excel\u00eancia, a ordem de seguran\u00e7a aqui postulada assume a relev\u00e2ncia de impedir que as Impetrantes permane\u00e7am compelidas ao recolhimento de elevadas contribui\u00e7\u00f5es sociais, com uma base de c\u00e1lculo que ultrapassa os limites impostos pela legisla\u00e7\u00e3o infraconstitucional.\nConforme restou devidamente demonstrado anteriormente, a limita\u00e7\u00e3o da incid\u00eancia das contribui\u00e7\u00f5es de terceiros ao patamar m\u00e1ximo de vinte sal\u00e1rios-m\u00ednimos decorre de regra que expressa e literalmente assim o estabelece (art. 4\u00ba, Lei Federal n\u00ba 6.950/81), al\u00e9m de contar com a jurisprud\u00eancia un\u00e2nime do e. STJ a seu favor (conforme decidido, recentemente, pelo Ministro Napole\u00e3o Nunes Maia, no AgInt no Resp 1.570.980/SP).\nAdemais, importante destacar que a concess\u00e3o de liminar para autorizar o recolhimento das contribui\u00e7\u00f5es sociais observando a limita\u00e7\u00e3o da base de c\u00e1lculo vem sendo amplamente aplicada pelos MM. Ju\u00edzos de primeira inst\u00e2ncia, conforme trechos destacados abaixo:\n\u201cPor tais motivos, DEFIRO parcialmente o pedido liminar, no que se refere \u00e0s contribui\u00e7\u00f5es relativas ao SEBRAE, INCRA, APEX, ABDI, SESI, SENAI, SESC, SENAC E SENAT, observando-se o limite de 20 sal\u00e1rios-m\u00ednimos para a sua base de c\u00e1lculo. INDEFIRO quanto ao sal\u00e1rio-educa\u00e7\u00e3o, nos termos da fundamenta\u00e7\u00e3o supra.\u201d\n\nwww.veirano.com.br atendimento@veirano.com.br RIO DE JANEIRO \u2013 S\u00c3O PAULO \u2013 PORTO ALEGRE \u2013 BRAS\u00cdLIA\n\n#7666941v1\n\n\f14 / 17\n(Processo n\u00ba 5003206-47.2020.4.03.6100, 2\u00aa vara c\u00edvel federal de S\u00e3o Paulo, data da assinatura 05.03.2020)\n\u201cNesse contexto, o entendimento do Superior Tribunal de Justi\u00e7a \u00e9 de que \u201ca base de c\u00e1lculo das contribui\u00e7\u00f5es parafiscais recolhidas por conta de terceiros fica restrita ao limite m\u00e1ximo de 20 sal\u00e1rios-m\u00ednimos, nos termos do par\u00e1grafo \u00fanico do art. 4o. da Lei 6.950/1981\u201d, de modo que a limita\u00e7\u00e3o de vinte sal\u00e1rios m\u00ednimos deve ser aplicada sobre o valor total das remunera\u00e7\u00f5es pagas a terceiros. Desta forma, ao menos nesta fase de cogni\u00e7\u00e3o sum\u00e1ria, entendo aplic\u00e1vel o limite de 20 vezes o maior sal\u00e1rio m\u00ednimo vigente no Pa\u00eds \u00e0s contribui\u00e7\u00f5es destinadas ao FNDE (sal\u00e1rio-educa\u00e7\u00e3o), INCRA, SENAC, SESC e SEBRAE.\u201d (Processo n\u00ba 5006224-19.2020.4.03.6119, 6\u00aa Vara Federal de Guarulhos, data da assinatura 20.08.2020)\n\u201cDe outra monta, emerge o periculum in mora, pois, se concedida a tutela jurisdicional somente por ocasi\u00e3o da senten\u00e7a, permanecer\u00e1 a impetrante recolhendo as contribui\u00e7\u00f5es parafiscais sobre uma base de c\u00e1lculo supostamente ilegal, encontrando as j\u00e1 conhecidas dificuldades para reaver o que pagou a mais, seja por restitui\u00e7\u00e3o, seja por compensa\u00e7\u00e3o. Ante o exposto, DEFIRO PARCIALMENTE A LIMINAR, a fim de determinar que a autoridade coatora se abstenha de exigir da impetrante as contribui\u00e7\u00f5es parafiscais devidas a terceiros sobre base de c\u00e1lculo que ultrapasse 20 sal\u00e1rios m\u00ednimos (art. 4\u00ba, par\u00e1grafo \u00fanico, da Lei n\u00ba 6.950/81).\u201d (Processo n\u00ba 5001303-42.2020.4.03.6143, 1\u00aa Vara Federal de Limeira, data da assinatura 04.05.2020)\nDiante do exposto, n\u00e3o restam d\u00favidas a respeito do cumprimento do primeiro requisito, qual seja, o fumus boni juris, para a obten\u00e7\u00e3o da medida liminar pleiteada.\n\n3.2. DO PERICULUM IN MORA\n\u00c9 presente tamb\u00e9m o periculum in mora no caso concreto. Isto porque, n\u00e3o obstante a demonstra\u00e7\u00e3o da evidente ilegalidade que acomete a exig\u00eancia das contribui\u00e7\u00f5es a terceiros aqui referidas sem o cumprimento da limita\u00e7\u00e3o da base de c\u00e1lculo, a Autoridade Coatora permanece a exigir o seu recolhimento, algo que vem acarretando um preju\u00edzo manifesto aos cofres das Impetrantes.\nTrata-se de indesejado desperdi\u00e7o de recursos com o pagamento de tributos ilegais, recursos esses que, diante do grave cen\u00e1rio de crise que acomete o Pa\u00eds \u2013 cen\u00e1rio esse intensificado com a pandemia inerente ao malsinado COVID-19 \u2013 poderiam ser empregados no aux\u00edlio direto \u00e0 manuten\u00e7\u00e3o das atividades das Impetrantes, dos\n\nwww.veirano.com.br atendimento@veirano.com.br RIO DE JANEIRO \u2013 S\u00c3O PAULO \u2013 PORTO ALEGRE \u2013 BRAS\u00cdLIA\n\n#7666941v1\n\n\f15 / 17\nmilhares de postos de emprego por ela mantidos (conforme se evidencia pela an\u00e1lise de sua folha de pagamentos \u2013 doc. 6) e at\u00e9 mesmo do recolhimento dos tributos constitucionalmente devidos (o que n\u00e3o \u00e9 o caso das contribui\u00e7\u00f5es aqui atacadas).\nDesse modo, mostra-se evidente a urg\u00eancia no deferimento da medida liminar requerida, a fim de n\u00e3o se agravar a situa\u00e7\u00e3o econ\u00f4mica das Impetrantes, com a possibilidade de prejudicar ainda mais as atividades por ela desenvolvida, ainda mais se observado o grave e inst\u00e1vel cen\u00e1rio econ\u00f4mico em que se encontra o Pa\u00eds, expressivamente agravado com pandemia que infelizmente estamos enfrentando e que culminar\u00e1 em recess\u00e3o e na involu\u00e7\u00e3o da atividade econ\u00f4mica.\n4. DO PEDIDO\nCom base nos argumentos acima expostos, as Impetrantes v\u00eam, respeitosamente, perante este MM. Ju\u00edzo requerer:\n(i) seja concedida medida liminar inaudita altera parte, para que as Impetrantes sejam autorizadas a n\u00e3o recolher as contribui\u00e7\u00f5es de terceiros devidas ao SEBRAE, SESC, SENAC, INCRA e o Sal\u00e1rio-Educa\u00e7\u00e3o ao FNDE, respeitado o limitador de base de c\u00e1lculo (e n\u00e3o de forma individual sobre a remunera\u00e7\u00e3o de cada empregado) de 20 sal\u00e1rios-m\u00ednimos (artigo 4\u00ba, par\u00e1grafo \u00fanico, da Lei n\u00ba 6.950/81), conforme decidido, recentemente, pelo STJ no Agint no REsp 1.570.980/SP, afastando-se qualquer ato tendente \u00e0 cobran\u00e7a dos d\u00e9bitos, bem como qualquer \u00f3bice \u00e0 expedi\u00e7\u00e3o de certid\u00e3o de regularidade fiscal, nos termos do artigo 206 do CTN, e a inclus\u00e3o do nome das Impetrantes em \u00f3rg\u00e3os de restri\u00e7\u00e3o ao cr\u00e9dito (tal como o CADIN);\n(ii) determinar a notifica\u00e7\u00e3o da autoridade coatora e do Minist\u00e9rio P\u00fablico Federal para, querendo, prestar suas informa\u00e7\u00f5es, bem como dar ci\u00eancia \u00e0 Uni\u00e3o (Fazenda Nacional) da distribui\u00e7\u00e3o do presente, nos termos do artigo 7\u00ba, incisos I e II, da Lei n\u00ba 12.016/09; e\n(iii) ao final, requer que seja integralmente concedida a seguran\u00e7a, para declarar:\n(a) o direito l\u00edquido e certo das Impetrantes de recolherem as contribui\u00e7\u00f5es destinadas ao SEBRAE, SESC, SENAC, INCRA e o Sal\u00e1rio-Educa\u00e7\u00e3o ao FNDE observando o limite de 20 vezes o sal\u00e1rio-m\u00ednimo sobre o valor total da folha de sal\u00e1rios/folha de pagamento mensal (e n\u00e3o de forma individual sobre a remunera\u00e7\u00e3o de cada empregado), conforme o par\u00e1grafo \u00fanico do seu artigo 4\u00ba da Lei 6.950/1981;\n\nwww.veirano.com.br atendimento@veirano.com.br RIO DE JANEIRO \u2013 S\u00c3O PAULO \u2013 PORTO ALEGRE \u2013 BRAS\u00cdLIA\n\n#7666941v1\n\n\f16 / 17\n\n(b) o direito l\u00edquido e certo das Impetrantes de proceder \u00e0 restitui\u00e7\u00e3o/compensa\u00e7\u00e3o dos valores indevidamente recolhidos nos \u00faltimos 5 (cinco) anos (desde julho de 2016) e no curso desta a\u00e7\u00e3o a t\u00edtulo de Contribui\u00e7\u00e3o para o SEBRAE, SESC, SENAC, INCRA e o Sal\u00e1rio-Educa\u00e7\u00e3o ao FNDE, recolhidas sobre o excedente ao limitador de 20 sal\u00e1rios-m\u00ednimos da base de c\u00e1lculo das referidas contribui\u00e7\u00f5es, com quaisquer tributos administrados pela Receita Federal do Brasil, inclusive com rela\u00e7\u00e3o ao per\u00edodo anterior \u00e0 entrada em vigor do eSocial, ainda que para tanto seja necess\u00e1rio o reconhecimento da ilegalidade/inconstitucionalidade da limita\u00e7\u00e3o imposta pelo art. 26-A, \u00a7 1\u00ba, da Lei n\u00ba 11.457/07;\n(c) subsidiariamente ao pedido (b) acima, caso se entenda que \u00e9 vedada a compensa\u00e7\u00e3o do per\u00edodo recolhido antes da implementa\u00e7\u00e3o do eSocial, que seja reconhecido o direito \u00e0 restitui\u00e7\u00e3o das contribui\u00e7\u00f5es destinadas \u00e0s outras entidades e fundos, indevidamente recolhidas pelas Impetrantes no per\u00edodo anterior \u00e0 implementa\u00e7\u00e3o do eSocial, declaradas inconstitucionais ou que incidiram sobre o excedente do limitador de 20 sal\u00e1rios-m\u00ednimos da base de c\u00e1lculo, tanto pela (i) expedi\u00e7\u00e3o de precat\u00f3rio para a restitui\u00e7\u00e3o de seu cr\u00e9dito, conforme decidido no AgRg no REsp 1.466.607/RS; ou, sucessivamente, (ii) pela execu\u00e7\u00e3o do t\u00edtulo judicial ou, por fim, ainda sucessivamente, (iii) pela restitui\u00e7\u00e3o administrativa, devidamente atualizada pela Taxa Selic.\nPor fim, requerem, ainda, que as futuras publica\u00e7\u00f5es e/ou intima\u00e7\u00f5es sejam realizadas exclusivamente em nome de Bruno Habib Negreiros Barbosa, inscrito na OAB/SP sob o n\u00ba 311.385 e com endere\u00e7o eletr\u00f4nico bruno.barbosa@veirano.com.br e Fernanda Balieiro Figueiredo, inscrita na OAB/SP sob o n\u00ba 330.249 e com endere\u00e7o eletr\u00f4nico fernanda.balieiro@veirano.com.br, ambos integrantes do escrit\u00f3rio VEIRANO ADVOGADOS, inscrito na OAB/SP sob o n\u00ba 3648, situado na Avenida Brigadeiro Faria Lima, n\u00ba 3.477, 16\u00ba andar, Itaim Bibi, Cidade e Estado de S\u00e3o Paulo, CEP.: 04538-133 sob pena de nulidade, o qual atesta a autenticidade da documenta\u00e7\u00e3o acostada \u00e0 presente peti\u00e7\u00e3o inicial.\nD\u00e1-se \u00e0 causa o valor de al\u00e7ada de R$ 200.000,00 (duzentos mil reais)\nNestes termos, Pede deferimento\nS\u00e3o Paulo, 7 de julho de 2021.\nBruno Habib Negreiros Barbosa OAB/SP n\u00ba 311.385\nFernanda Balieiro Figueiredo OAB/SP n\u00ba 330.249\n\nwww.veirano.com.br atendimento@veirano.com.br RIO DE JANEIRO \u2013 S\u00c3O PAULO \u2013 PORTO ALEGRE \u2013 BRAS\u00cdLIA\n\n#7666941v1\n\n\f17 / 17\nRELA\u00c7\u00c3O DE DOCUMENTOS ANEXOS Doc. 01 \u2013 Documentos societ\u00e1rios Radiodiagn\u00f3stico S\u00e3o Jos\u00e9; Doc. 02 \u2013 Documentos societ\u00e1rios Cl\u00ednica S\u00e3o Jos\u00e9; Doc. 03 \u2013 Documentos societ\u00e1rios DMI Curitiba; Doc. 04 \u2013 Lista de filiais das Impetrantes; Doc. 05 \u2013 Procura\u00e7\u00e3o; Doc. 06 - Folha de pagamentos das Impetrantes, por amostragem; Doc. 07 \u2013 GFIP\u2019s e comprovantes de pagamento, por amostragem; Doc. 08 \u2013 GPS\u2019s e comprovantes pagamento, por amostragem;\n\nwww.veirano.com.br atendimento@veirano.com.br RIO DE JANEIRO \u2013 S\u00c3O PAULO \u2013 PORTO ALEGRE \u2013 BRAS\u00cdLIA\n\n#7666941v1\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 4 (C\u00edvel) - IdDocumentoCompleto: 5002018-78.2020.4.04.7203-721593461527106004006793270683", "text": "AO DOUTO JU\u00cdZO DA __ VARA FEDERAL DE JOA\u00c7ABA \u2013 SE\u00c7\u00c3O JUDICI\u00c1RIA DE SANTA CATARINA.\n\nVIPOSA S/A., pessoa jur\u00eddica de direito privado, com sede\n\nna Rua Doutor Moacir Sampaio, n\u00ba 532, bairro Berger, CEP 89.500-253, na\n\ncidade de Ca\u00e7ador, Estado de Santa Catarina, devidamente inscrita no CNPJ n\u00ba\n\n83.054.437/0001-35, tamb\u00e9m em nome de suas FILIAIS, por seus\n\nrepresentantes legais e procuradores constitu\u00eddos, adiante firmados, que\n\nrecebem intima\u00e7\u00f5es f\u00edsicas na Rua Coronel Santiago, n\u00ba 177, Bairro Atiradores,\n\nCEP 89.203-560, na cidade de Joinville, Estado de Santa Catarina e\n\neletronicamente\n\npelo\n\nendere\u00e7o\n\nde\n\ne-mail\n\ncontroladoriaespaider@martinelli.adv.br, al\u00e9m do sistema eletr\u00f4nico E-proc\n\npelo login SC003210, vem, respeitosamente perante Vossa Excel\u00eancia, impetrar\n\no presente\n\nMANDADO DE SEGURAN\u00c7A\n\n\fcontra ato ilegal do ILUSTRE SENHOR DELEGADO DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL EM JOA\u00c7ABA, lotado na Delegacia da Receita Federal do Brasil, situada na Rua Get\u00falio Vargas, n\u00ba 345, bairro Centro, CEP 89600-000, na cidade de Joa\u00e7aba, Estado de Santa Catarina, Estado de Santa Catarina, com endere\u00e7o eletr\u00f4nico desconhecido, autoridade integrante da UNI\u00c3O FEDERAL FAZENDA NACIONAL, que dever\u00e1 ser notificada na pessoa do representante legal, o Sr. Procurador da Fazenda Nacional, DIRETOR REGIONAL DO SESI, lotado na Rodovia Admar Gonzaga, n\u00ba 2765, CEP 88.034-001, na cidade de Florian\u00f3polis, estado de Santa Catarina, endere\u00e7o eletr\u00f4nico desconhecido, autoridade integrante do SERVI\u00c7O SOCIAL DA IND\u00daSTRIA, DIRETOR REGIONAL DO SENAI, lotado na Rodovia Admar Gonzaga, n\u00ba 2765, CEP 88.034-001, na cidade de Florian\u00f3polis, estado de Santa Catarina, endere\u00e7o eletr\u00f4nico desconhecido, autoridade integrante do SERVI\u00c7O NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL, com fulcro no art. 5\u00ba, LXIX, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal, bem como nos dispositivos da Lei n\u00ba 12.016/09, pelos fatos, motivos e fundamentos que passa a expor.\n\nI. FATOS\n\nA Impetrante, na condi\u00e7\u00e3o de pessoa jur\u00eddica de direito privado, empregadora, figura como sujeito passivo de diversas contribui\u00e7\u00f5es sociais destinadas a terceiros, previstas nos artigos 149 e 240 da Constitui\u00e7\u00e3o Federal e que s\u00e3o cobradas sobre sua folha de sal\u00e1rios.\n\nAtualmente, o ordenamento jur\u00eddico p\u00e1trio prev\u00ea v\u00e1rias contribui\u00e7\u00f5es destinadas a entidades e fundos que figuram como importantes sujeitos no desenvolvimento econ\u00f4mico-social do pa\u00eds, dentre as quais destacamos as seguintes:\n\n(i)\n\nContribui\u00e7\u00e3o destinada \u00e0s entidades privadas de servi\u00e7o\n\nsocial e de forma\u00e7\u00e3o profissional vinculadas ao sistema sindical\n\n(Sistema \u2018S\u2019) \u2013 prevista no art. 240, da CF/88;\n\n(ii)\n\nContribui\u00e7\u00e3o ao Instituto Nacional de Coloniza\u00e7\u00e3o e Reforma\n\nAgr\u00e1ria (INCRA) \u2013 previsto pelo Decreto-Lei n\u00ba 1.110/1970; e\n\n\f(iii) Contribui\u00e7\u00e3o ao Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educa\u00e7\u00e3o (FNDE) \u2013 previsto pela Lei n\u00ba 9.424/1996.\n(iv) Contribui\u00e7\u00e3o ao Sebrae, APEX e ABDI \u2013 previsto na Lei 8.029/90.\nCumpre destacar que o recolhimento destas contribui\u00e7\u00f5es est\u00e1 vinculado ao c\u00f3digo FPAS (Fundo da Previd\u00eancia e Assist\u00eancia Social) e remete-se ao objeto social do contribuinte, conforme prev\u00ea o art. 109-B da Instru\u00e7\u00e3o Normativa 971/09:\nArt. 109-B. Cabe \u00e0 pessoa jur\u00eddica, para fins de recolhimento da contribui\u00e7\u00e3o devida a terceiros, classificar a atividade por ela desenvolvida e atribuir-lhe o c\u00f3digo FPAS correspondente, sem preju\u00edzo da atua\u00e7\u00e3o, de of\u00edcio, da autoridade administrativa.\nDesta forma, cada contribuinte ir\u00e1 recolher as contribui\u00e7\u00f5es aos terceiros de forma individualizada e de acordo com a atividade econ\u00f4mica preponderante. No caso, em raz\u00e3o das atividades empresariais exercidas pela Impetrante (FPAS 507), est\u00e1 atualmente sujeita ao recolhimento das seguintes contribui\u00e7\u00f5es: Sal\u00e1rio Educa\u00e7\u00e3o, INCRA, SENAI, SESI e SEBRAE.\n\nApesar de cada contribui\u00e7\u00e3o possuir institui\u00e7\u00e3o e regramentos em legisla\u00e7\u00f5es espec\u00edficas, \u00e9 certo que foram editadas leis \u201cgerais\u201d com o intuito de padronizar os crit\u00e9rios que comp\u00f5e a regra matriz de incid\u00eancia das contribui\u00e7\u00f5es parafiscais, especialmente no que tange \u00e0 base de c\u00e1lculo.\n\nque:\n\nComo exemplo disso, o art. 14 da Lei n\u00ba 5.890/73 disp\u00f4s\n\nArt. 14. As contribui\u00e7\u00f5es arrecadadas pelo Instituto Nacional de Previd\u00eancia Social das empresas que lhes s\u00e3o vinculadas, e destinadas a outras entidades ou fundos, ser\u00e3o calculadas sobre a mesma base utilizada para o c\u00e1lculo das contribui\u00e7\u00f5es de previd\u00eancia, estar\u00e3o sujeitas aos mesmos prazos, condi\u00e7\u00f5es e san\u00e7\u00f5es e gozar\u00e3o dos mesmos privil\u00e9gios a ele atribu\u00eddos, inclusive no tocante \u00e0 cobran\u00e7a judicial, n\u00e3o podendo o\n\n\fc\u00e1lculo incidir sobre import\u00e2ncia que exceda de 10 (dez) vezes o sal\u00e1riom\u00ednimo mensal de maior valor vigente no Pa\u00eds.\nNo in\u00edcio da d\u00e9cada de 80, sobreveio a Lei n\u00ba 6.950/81, que alterou a Lei n\u00ba 3.807/60, fixando um novo limite m\u00e1ximo para a apura\u00e7\u00e3o das contribui\u00e7\u00f5es destinadas a terceiros. Veja-se:\nArt. 4\u00ba - O limite m\u00e1ximo do sal\u00e1rio-de-contribui\u00e7\u00e3o, previsto no art. 5\u00ba da Lei n\u00ba 6.332, de 18 de maio de 1976, \u00e9 fixado em valor correspondente a 20 (vinte) vezes o maior sal\u00e1rio-m\u00ednimo vigente no Pa\u00eds. Par\u00e1grafo \u00fanico - O limite a que se refere o presente artigo aplica-se \u00e0s contribui\u00e7\u00f5es parafiscais arrecadadas por conta de terceiros.\nOu seja, com o advento da Lei n\u00ba 6.950/81, o limite de 10 (dez) sal\u00e1rios m\u00ednimos foi ampliado para 20 (vinte) sal\u00e1rios m\u00ednimos, sendo aplic\u00e1vel tanto para as contribui\u00e7\u00f5es previdenci\u00e1rias como para as contribui\u00e7\u00f5es destinadas a terceiros (\u201cparafiscais\u201d).\nPouco ap\u00f3s, foi editado o Decreto-Lei n\u00ba 2.318/86 que afastou parcialmente a aplica\u00e7\u00e3o do art. 4\u00ba da Lei n\u00ba 6.950/81. Isto porque o art. 3\u00ba do referido Decreto tratou exclusivamente das contribui\u00e7\u00f5es previdenci\u00e1rias. Confira-se:\nArt. 3\u00ba Para efeito do c\u00e1lculo da contribui\u00e7\u00e3o da empresa para a previd\u00eancia social, o sal\u00e1rio de contribui\u00e7\u00e3o n\u00e3o est\u00e1 sujeito ao limite de vinte vezes o sal\u00e1rio m\u00ednimo, imposto pelo art. 4\u00ba da Lei n\u00ba 6.950, de 4 de novembro de 1981.\nObserva-se que o art. 3\u00ba do Decreto Lei n\u00ba 2.318/86 n\u00e3o revogou o disposto no caput do art. 4\u00ba da Lei n\u00ba 6.950/81, apenas e t\u00e3o somente afastou sua aplicabilidade para as contribui\u00e7\u00f5es \u00e0 Previd\u00eancia Social, permanecendo integra e vigente a norma jur\u00eddica decorrente do caput e seu par\u00e1grafo \u00fanico.\nOcorre que a Autoridade Coatora n\u00e3o observa a referida disposi\u00e7\u00e3o normativa e, assim, exige indevidamente da Impetrante as contribui\u00e7\u00f5es destinadas a terceiros sobre a totalidade das suas folhas de sal\u00e1rio.\n\n\fPortanto, \u00e9 n\u00edtido que este ato ilegal deve ser reprimido pelo Poder Judici\u00e1rio em aten\u00e7\u00e3o ao princ\u00edpio da legalidade, de modo que seja assegurado a Impetrante o direito de apurar suas bases de c\u00e1lculo e recolher as contribui\u00e7\u00f5es destinadas aos terceiros respeitando o limite de 20 sal\u00e1rios m\u00ednimos vigentes no Pa\u00eds, conforme determina o par\u00e1grafo \u00fanico do art. 4\u00ba da Lei n\u00ba 6.950/81.\n\u00c9 o que se passa a expor.\nII. DA PRELIMINAR\nII. 1 - DO CABIMENTO DO MANDADO DE SEGURAN\u00c7A\nPrimeiramente, ressalta-se que o mandado de seguran\u00e7a est\u00e1 fundamentado na Lei n\u00ba 12.016/09, a qual institui em seu artigo 1\u00ba os casos em que s\u00e3o cab\u00edveis a impetra\u00e7\u00e3o desta medida, in verbis:\nArt. 1\u00ba - Conceder-se-\u00e1 mandado de seguran\u00e7a para proteger direito l\u00edquido e certo, n\u00e3o amparado por habeas corpus ou habeas data, sempre que, ilegalmente ou com abuso de poder, qualquer pessoa f\u00edsica ou jur\u00eddica sofrer viola\u00e7\u00e3o ou houver justo receio de sofr\u00ea-la por parte de autoridade, seja de que categoria for e sejam quais forem as fun\u00e7\u00f5es que exer\u00e7a.\n\u00c9 importante ressaltar que o presente Mandado de Seguran\u00e7a \u00e9 tempestivo, na medida em que a Lei n\u00ba 12.016/09 estabelece o prazo de 120 (cento e vinte) dias ap\u00f3s a ocorr\u00eancia do ato coator para sua impetra\u00e7\u00e3o.\nComo as contribui\u00e7\u00f5es sociais aqui discutidas s\u00e3o calculadas e exigidas mensalmente com base na al\u00edquota de 5,2% sobre o valor total das remunera\u00e7\u00f5es pagas ou creditadas pelas empresas, a qualquer t\u00edtulo, aos segurados empregados, o ato coator vergastado repete-se a cada m\u00eas, n\u00e3o havendo que se falar em decurso de prazo para impetra\u00e7\u00e3o da medida.\nAssim, requer seja o presente Mandado de Seguran\u00e7a recebido e julgado de acordo com a fundamenta\u00e7\u00e3o abaixo.\n\n\fII. 2 - DA VALIDADE DAS DECIS\u00d5ES PARA AS FILIAIS DA IMPETRANTE\nO Superior Tribunal de Justi\u00e7a, assim como esta Egr\u00e9gia\nCorte Regional, vem entendendo ser desnecess\u00e1ria a impetra\u00e7\u00e3o de mandados\nde seguran\u00e7a nas sedes das filiais das pessoas jur\u00eddicas, nos casos em que se\ndiscute a inexigibilidade das contribui\u00e7\u00f5es devidas a terceiros, como \u00e9 o cen\u00e1rio\nsub judice.\nEste entendimento vem sendo aplicado face o cadastro\nprevidenci\u00e1rio centralizado na matriz e ainda, a obrigatoriedade do E-\nsocial, que torna desnecess\u00e1rio que cada uma das unidades tenha sua pr\u00f3pria\ndemanda no judici\u00e1rio, atendendo aos princ\u00edpios da economia e celeridade\nprocessual e principalmente, da seguran\u00e7a jur\u00eddica.\nLogo, ainda que o presente mandamus conte apenas com\na matriz da Impetrante no polo ativo, evidentemente, suas decis\u00f5es devem se\nestender a todas as filiais. Veja-se, como dito, que o STJ e o TRF da 4\u00aa Regi\u00e3o\ncorroboram com tal entendimento:\nPROCESSUAL CIVIL E TRIBUT\u00c1RIO. AGRAVO INTERNO. ENUNCIADO ADMINISTRATIVO N\u00ba 3 DO STJ. MANDADO DE SEGURAN\u00c7A. DISCUSS\u00c3O RELATIVA \u00c0 INEXIGIBILIDADE DE CONTRIBUI\u00c7\u00d5ES DEVIDAS A TERCEIROS SOBRE VERBAS CONSIDERADAS INDENIZAT\u00d3RIAS. POLO PASSIVO. LEGITIMIDADE. RECEITA FEDERAL DO DOMIC\u00cdLIO DA MATRIZ. ESTABELECIMENTO CENTRALIZADOR. PRECEDENTES. 1. O ac\u00f3rd\u00e3o recorrido se manifestou no mesmo sentido da jurisprud\u00eancia desta Corte, a qual entende que o Delegado da Receita Federal do Brasil da jurisdi\u00e7\u00e3o onde se encontra sediada a matriz da pessoa jur\u00eddica, por ser a autoridade respons\u00e1vel pela arrecada\u00e7\u00e3o, cobran\u00e7a e fiscaliza\u00e7\u00e3o de tributos e contribui\u00e7\u00f5es federais, \u00e9 a parte leg\u00edtima para figurar no polo passivo de mandado de seguran\u00e7a. 2. N\u00e3o se est\u00e1 a ignorar os precedentes desta Corte que fixaram a tese da autonomia fiscal dos estabelecimentos em rela\u00e7\u00e3o a tributo cujo fato gerador se opera de forma individualizada tanto na matriz quanto na filial, o que possibilitaria expedi\u00e7\u00e3o de certid\u00e3o de regularidade fiscal individualizada por estabelecimento com CNPJ pr\u00f3prio. Contudo, o caso dos autos n\u00e3o discute direito \u00e0 certid\u00e3o de regularidade fiscal, mas sim inexigibilidade de contribui\u00e7\u00e3o devida a terceiro sobre determinadas verbas consideradas indenizat\u00f3rias. Em casos que tais, em que h\u00e1 cadastro previdenci\u00e1rio centralizador na matriz, relativamente \u00e0s contribui\u00e7\u00f5es sociais, cuja sistem\u00e1tica tamb\u00e9m se aplica, no que couber, \u00e0s contribui\u00e7\u00f5es devidas a terceiros, os elementos necess\u00e1rios \u00e0 fiscaliza\u00e7\u00e3o se encontram no estabelecimento matriz, de modo que o legitimado para figurar no\n\n\fpolo passivo do presente mandamus \u00e9 o Delegado da Receita Federal do Brasil da jurisdi\u00e7\u00e3o onde se encontra sediada a matriz da pessoa jur\u00eddica. 3. Agravo interno n\u00e3o provido. (AgInt no RECURSO ESPECIAL N\u00ba 1.707.018, Relator(a): Min. MAURO CAMPBELL MARQUES, julgado em 05.04.2018)\nE ainda:\nTRIBUT\u00c1RIO. CONTRIBUI\u00c7\u00c3O AO SAL\u00c1RIO-EDUCA\u00c7\u00c3O, SEBRAE, ABDI, APEX-BRASIL, INCRA, SESI E SENAI. LEGITIMIDADE ATIVA. MATRIZ E FILIAIS. ILEGITIMIDADE PASSIVA DO INCRA. INTERVEN\u00c7\u00c3O NA ATIVIDADE ECON\u00d4MICA. EC 33/2001. REVOGA\u00c7\u00c3O. INOCORR\u00caNCIA. 1. As contribui\u00e7\u00f5es previdenci\u00e1rias devem ser centralizadas no estabelecimento matriz, raz\u00e3o por que as filiais n\u00e3o t\u00eam legitimidade para a causa que objetiva a compensa\u00e7\u00e3o ou restitui\u00e7\u00e3o. 2. N\u00e3o h\u00e1 necessidade de forma\u00e7\u00e3o de litiscons\u00f3rcio passivo entre as contribui\u00e7\u00f5es a terceiros e Uni\u00e3o nas a\u00e7\u00f5es que tenham por objeto contribui\u00e7\u00e3o devidas \u00e0quelas entidades. 3. A reda\u00e7\u00e3o do dispositivo constitucional inclu\u00eddo pela EC 33/01 n\u00e3o autoriza concluir que houve uma amputa\u00e7\u00e3o da compet\u00eancia tribut\u00e1ria da Uni\u00e3o, de maneira a reduzir o \u00e2mbito de incid\u00eancia das contribui\u00e7\u00f5es interventivas \u00e0s bases materiais ali indicadas ou retirar o fundamento de validade das contribui\u00e7\u00f5es j\u00e1 existentes ou impossibilitar que outras venham a ser institu\u00eddas por lei. 5. As contribui\u00e7\u00f5es ao INCRA, SEBRAE, SESI/SENAI e Sal\u00e1rio-Educa\u00e7\u00e3o s\u00e3o leg\u00edtimas, antes ou depois da EC 33/01. (TRF4, AC 5016627-77.2017.4.04.7201, PRIMEIRA TURMA, Relator ALEXANDRE ROSSATO DA SILVA \u00c1VILA, juntado aos autos em 25/06/2019)\nCaso contr\u00e1rio, as filiais ter\u00e3o que ingressar com nova a\u00e7\u00e3o\nid\u00eantica \u00e0 presente, causando incerteza e inseguran\u00e7a ao jurisdicionado, que\npoder\u00e1 ter a\u00e7\u00f5es de m\u00e9rito igual julgadas de forma diferente.\nTal hip\u00f3tese causaria desnecess\u00e1rio tumulto ao poder\njudici\u00e1rio e custo excessivo \u00e0 Uni\u00e3o, que deveria ressarcir novas custas\nprocessuais, pagar novamente honor\u00e1rios de sucumb\u00eancia, sem contar todo o\ncusto de movimenta\u00e7\u00e3o da m\u00e1quina do judici\u00e1rio.\nAinda, o indeferimento desta extens\u00e3o poder\u00e1 redundar em\nprocedimentos contradit\u00f3rios. Como exemplo, veja-se que, em caso de\ndenega\u00e7\u00e3o da seguran\u00e7a pleiteada, as novas filiais poderiam ingressar\nnovamente com a mesma demanda, para fazer uma \u201cnova tentativa\u201d de obter\no provimento judicial, j\u00e1 que a coisa julgada n\u00e3o lhes abrangeria. \u00c9 por essa\nraz\u00e3o que o TRF da 3\u00aa Regi\u00e3o corrobora o pleito da Impetrante:\n\n\fApesar de a filial e a matriz possu\u00edrem CNPJ diversos, n\u00e3o formam v\u00e1rias pessoas jur\u00eddicas, mas uma s\u00f3, integrantes da mesma empresa. Os v\u00e1rios estabelecimentos nada mais s\u00e3o do que a descentraliza\u00e7\u00e3o das atividades de uma empresa, de sorte que o patrim\u00f4nio continua sendo \u00fanico. Quem pleiteia em Ju\u00edzo \u00e9 a pessoa jur\u00eddica, e n\u00e3o cada filial isoladamente. E, a pessoa jur\u00eddica o faz por seu estabelecimento-sede, e n\u00e3o por cada filial. Por isso, a decis\u00e3o judicial em favor da pessoa jur\u00eddica, ou contra ela, automaticamente se estende as filiais, n\u00e3o sendo poss\u00edvel que uma \u00fanica rela\u00e7\u00e3o jur\u00eddica material receba ou possa receber tratamentos e solu\u00e7\u00f5es diversas em sede jurisdicional. (TRF3, AI N\u00b0 0004544-26.2011.4.03.0000/SP, Relator Paulo Domingues, D.E. 26/10/2012)\nDesta forma, requer a Impetrante seja expressamente consignado que a senten\u00e7a e demais decis\u00f5es aqui exaradas se estender\u00e3o as suas filiais, em respeito ao princ\u00edpio da seguran\u00e7a jur\u00eddica, bem como, frente ao entendimento do Superior Tribunal de Justi\u00e7a e desta E. Corte Regional.\nII. 3 \u2013 LITISCONS\u00d3RCIO PASSIVO NECESS\u00c1RIO - RECOLHIMENTO DIRETO AS ENTIDADES \u2013 SENAI E SESI\nA Lei n\u00ba 11.457/2007, em seu art. 2\u00ba e 3\u00ba, fixa que a Receita Federal do Brasil \u00e9 respons\u00e1vel pela fiscaliza\u00e7\u00e3o, arrecada\u00e7\u00e3o, cobran\u00e7a e recolhimento das contribui\u00e7\u00f5es em discuss\u00e3o, veja-se:\nArt. 2 Al\u00e9m das compet\u00eancias atribu\u00eddas pela legisla\u00e7\u00e3o vigente \u00e0 Secretaria da Receita Federal, cabe \u00e0 Secretaria da Receita Federal do Brasil planejar, executar, acompanhar e avaliar as atividades relativas a tributa\u00e7\u00e3o, fiscaliza\u00e7\u00e3o, arrecada\u00e7\u00e3o, cobran\u00e7a e recolhimento das contribui\u00e7\u00f5es sociais previstas nas al\u00edneas a, b e c do par\u00e1grafo \u00fanico do art. 11 da Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991, e das contribui\u00e7\u00f5es institu\u00eddas a t\u00edtulo de substitui\u00e7\u00e3o. [...] Art. 3 As atribui\u00e7\u00f5es de que trata o art. 2 desta Lei se estendem \u00e0s contribui\u00e7\u00f5es devidas a terceiros, assim entendidas outras entidades e fundos, na forma da legisla\u00e7\u00e3o em vigor, aplicando-se em rela\u00e7\u00e3o a essas contribui\u00e7\u00f5es, no que couber, as disposi\u00e7\u00f5es desta Lei.\nContudo, quanto ao SESI e SENAI, os contribuintes t\u00eam a op\u00e7\u00e3o de firmar Termos de Coopera\u00e7\u00e3o, tamb\u00e9m chamados de \u201cconv\u00eanios\u201d e, neste caso, as referidas contribui\u00e7\u00f5es deixam de ser informadas no E-Social e passam a ser recolhidas via DARF, diretamente para a entidade.\n\n\fCom a celebra\u00e7\u00e3o de \u201cconv\u00eanios\u201d, a Receita Federal do Brasil \u00e9 exclu\u00edda da rela\u00e7\u00e3o, n\u00e3o sendo respons\u00e1vel pela fiscaliza\u00e7\u00e3o e cobran\u00e7a das contribui\u00e7\u00f5es. Consequentemente, deixa de ser parte leg\u00edtima para figurar no polo passivo de eventuais pedidos de repeti\u00e7\u00e3o do ind\u00e9bito.\nNeste sentido, a IN RFB n\u00ba 1.717/17 traz em seu art. 5\u00ba a seguinte reda\u00e7\u00e3o:\nArt. 5\u00ba Compete \u00e0 RFB efetuar a restitui\u00e7\u00e3o dos valores recolhidos para outras entidades ou fundos, exceto nos casos de arrecada\u00e7\u00e3o direta, realizada mediante conv\u00eanio.\nSendo assim, em raz\u00e3o dos conv\u00eanios firmados entre a Impetrante e as entidades supracitadas (doc. 16 e 17), se faz necess\u00e1rio a participa\u00e7\u00e3o das mesmas na presente controv\u00e9rsia, por meio de litiscons\u00f3rcio passivo necess\u00e1rio entre o representante da Uni\u00e3o Federal e os representantes do SESI e do SENAI.\nIII. DO DIREITO\nIII.1 - DA LIMITA\u00c7\u00c3O DA BASE DE C\u00c1LCULO DAS CONTRIBUI\u00c7\u00d5ES DESTINADAS AOS TERCEIROS \u2013 ART. 4\u00ba, PAR\u00c1GRAFO \u00daNICO, LEI N\u00ba\n6.950/81\nComo adiantado no t\u00f3pico introdut\u00f3rio, a Impetrante \u00e9 pessoa jur\u00eddica empregadora e est\u00e1 sujeita ao recolhimento de diversas contribui\u00e7\u00f5es devidas a terceiros na qualidade de contribuinte (INCRA, SEBRAE, Sal\u00e1rio Educa\u00e7\u00e3o, Sistema \u2018S\u2019, etc.).\nObjetivando a padroniza\u00e7\u00e3o da regra matriz de incid\u00eancia dessas contribui\u00e7\u00f5es, especialmente no que tange \u00e0 base de c\u00e1lculo, foram editadas diversas leis.\nDentre elas, observa-se a Lei n\u00ba 6.950/81, mais precisamente seu artigo 4\u00ba, o qual determinou que o limite m\u00e1ximo da base de\n\n\fc\u00e1lculo das contribui\u00e7\u00f5es devidas a terceiros \u00e9 fixado em valor correspondente a 20 (vinte) sal\u00e1rios m\u00ednimos.\nOcorre que, com a promulga\u00e7\u00e3o do Decreto-Lei n\u00ba 2.318/86, a limita\u00e7\u00e3o imposta no caput do art. 4\u00ba da Lei n\u00ba 6.950/81 foi afastada (sem revoga\u00e7\u00e3o) para as contribui\u00e7\u00f5es previdenci\u00e1rias apenas. Sendo silente a nova legisla\u00e7\u00e3o quanto \u00e0s contribui\u00e7\u00f5es parafiscais, disciplinadas no par\u00e1grafo \u00fanico do mesmo artigo.\nEm outras palavras, o legislador, com a edi\u00e7\u00e3o do referido Decreto-Lei, tinha por objetivo somente afastar a limita\u00e7\u00e3o de 20 sal\u00e1rios m\u00ednimos das contribui\u00e7\u00f5es previdenci\u00e1rias.\nArt. 3\u00ba Para efeito do c\u00e1lculo da contribui\u00e7\u00e3o da empresa para a previd\u00eancia social, o sal\u00e1rio de contribui\u00e7\u00e3o n\u00e3o est\u00e1 sujeito ao limite de vinte vezes o sal\u00e1rio m\u00ednimo, imposto pelo art. 4\u00ba da Lei n\u00ba 6.950, de 4 de novembro de 1981. (Decreto-Lei n\u00ba 2.318/86)\nComo se v\u00ea, o legislador n\u00e3o autoriza outra interpreta\u00e7\u00e3o, de modo que a limita\u00e7\u00e3o imposta pelo artigo 3\u00aa do Decreto Lei n\u00ba 2.318/86 de aplica\u00e7\u00e3o da norma do artigo 4\u00ba da Lei n\u00ba 6.950/81 n\u00e3o afeta as contribui\u00e7\u00f5es destinadas a terceiros, j\u00e1 que especificou expressamente que a efic\u00e1cia da norma limitava apenas as contribui\u00e7\u00f5es para a previd\u00eancia social. Caso fosse o desejo do legislador afastar o limite de 20 (vinte) sal\u00e1rios m\u00ednimos tamb\u00e9m das contribui\u00e7\u00f5es parafiscais, teria feito de forma expressa.\nSobre esse ponto, importante li\u00e7\u00e3o de Paulo de Barros Carvalho, ao tratar do tema, assim disp\u00f5e:\n\u201cas leis n\u00e3o trazem norma jur\u00eddicas organicamente agregadas, de tal modo que no seja l\u00edcito desenhar, com facilidade, a indigitada proposi\u00e7\u00e3o normativa. (...) Mas, reiteramos, a norma n\u00e3o \u00e9 a oralidade ou escritura da linguagem, como advertiu LOURIVAL VILANOVA. O esquema sint\u00e1ticogramatical dos artigos, com seus par\u00e1grafos, inciso e al\u00edneas, s\u00e3o os enunciados normativos (senten\u00e7as e ora\u00e7\u00f5es), modos expressionais fr\u00e1sticos da s\u00edntese conceptual que \u00e9 a norma, entendida como estrutura l\u00f3gico-sint\u00e1tica de significa\u00e7\u00e3o\u201d.\n\n\fPortanto, devemos partir do pressuposto de que cada caput, par\u00e1grafo, inciso e al\u00ednea s\u00e3o enunciados normativos que carregam significados pr\u00f3prios e que se projetam sobre objetos diversos, para atender \u00e0 disciplina das incont\u00e1veis situa\u00e7\u00f5es da vida social.\nAssim, observa-se que o art. 3\u00ba do Decreto-Lei 2.318/86 veio a afastar a aplicabilidade/efic\u00e1cia de modo expresso t\u00e3o somente para o disposto no caput do art. 4\u00ba da Lei n\u00ba 6.950/81, nada referindo acerca do seu par\u00e1grafo \u00fanico.\n\u00c9 de se salientar, por oportuno, que N\u00c3O se trata de revoga\u00e7\u00e3o de norma, mas de inefic\u00e1cia ou inaplicabilidade moment\u00e2nea do que nela est\u00e1 disciplinado.\nNesse sentido, o art. 9\u00ba da Lei Complementar n\u00ba 95/98 \u00e9 categ\u00f3rico ao afirmar que: A cl\u00e1usula de revoga\u00e7\u00e3o dever\u00e1 enumerar, expressamente, as leis ou disposi\u00e7\u00f5es legais revogadas.\nQuanto a isso, registra-se neste ponto que em momento algum o art. 3\u00ba do Decreto-lei n\u00ba 2.318/86 revoga ou objetiva revogar o caput do art. 4\u00ba da Lei n\u00ba 6.950/81.\nPortanto, frisa-se que o art. 4\u00ba da Lei n\u00ba 6.950/81 permanece integralmente v\u00e1lido, vigente e eficaz. Tanto \u00e9 assim, ali\u00e1s, que, na forma que editado, caso o art. 3\u00ba do Decreto-Lei n\u00ba 2.318/86 venha a ser revogado, o limite de 20 sal\u00e1rios m\u00ednimos previsto no art. 4\u00ba da Lei n\u00ba 6.950/81 voltar\u00e1 a ser integralmente aplic\u00e1vel tamb\u00e9m \u00e0s contribui\u00e7\u00f5es previdenci\u00e1rias devidas pelas empresas, n\u00e3o havendo que se falar, no caso, em repristina\u00e7\u00e3o.\nPor \u00faltimo, cumpre-nos analisar o efeito de eventual condi\u00e7\u00e3o revogat\u00f3ria do art. 3\u00ba do Decreto-Lei n\u00ba 2.318/86 sobre o par\u00e1grafo \u00fanico do art. 4\u00ba da Lei n\u00ba 6.950/81. Isso porque trata-se de norma aut\u00f4noma que disciplina algo diverso do caput.\n\n\fS\u00e3o as formas de revoga\u00e7\u00e3o: (i) expressa - trata-se de uma revoga\u00e7\u00e3o manifesta, na qual a lei declara que est\u00e1 extinta ou indica os artigos da lei que pretende suprimir; (ii) t\u00e1cita - ocorre quando o diploma revogador \u00e9 impl\u00edcito e resulta da incompatibilidade entre a lei nova e a antiga, n\u00e3o se indicando as normas revogadas; e (iii) global - trata-se de um estatuto revogador impl\u00edcito, independente de incompatibilidade, disciplinar de modo integral mat\u00e9ria de lei, mesmo repetindo certas disciplinas das normas revogadas.\nNo caso, n\u00e3o h\u00e1 que se falar em revoga\u00e7\u00e3o expressa1, pois, como visto, a lei foi rigorosamente silente.\nTampouco em revoga\u00e7\u00e3o t\u00e1cita, porque, para existir, requer a incompatibilidade entre a lei nova e a anterior e n\u00e3o se nota qualquer confronto entre o art. 3\u00ba do Decreto-Lei n\u00ba 2.318/86 e o par\u00e1grafo \u00fanico do art. 4\u00ba da Lei n\u00ba 6.950/81. Afinal, um trata das contribui\u00e7\u00f5es previdenci\u00e1rias (caput) e o outro das contribui\u00e7\u00f5es devidas a terceiros (par\u00e1grafo \u00fanico), respectivamente.\nA revoga\u00e7\u00e3o global n\u00e3o se sustenta uma vez que o art. 3\u00ba do Decreto-Lei n\u00ba 2.318/86 n\u00e3o regulou integralmente o contido no art. 4\u00ba, caput e par\u00e1grafo \u00fanico da Lei \u00ba 6.950/21, mas, apenas, parte do dispositivo.\nNovamente, cabe o ensinamento de Paulo de Barros:\n\u201cNada obstante, permanecendo na dimens\u00e3o f\u00edsica dos signos, isto \u00e9, lidando apenas com os suportes materiais das significa\u00e7\u00f5es, com a chamada \u201cletra da lei\u201d, n\u00e3o se atinge o conte\u00fado, sentido e alcance do comando jur\u00eddico. O entendimento daqueles que d\u00e3o por suprimida a mensagem do par\u00e1grafo \u00fanico, do art. 4\u00ba, da Lei n\u00ba 6.950/81, por que foi revogado o caput do dispositivo, certamente se baseia numa vis\u00e3o estritamente literal dos textos normativos, fazendo tabula rasa de todas as complexidades que o sistema do direito positivo oferece \u00e0 mente do jurista\u201d.\n1 Art. 2o N\u00e3o se destinando \u00e0 vig\u00eancia tempor\u00e1ria, a lei ter\u00e1 vigor at\u00e9 que outra a modifique ou revogue. \u00a7 1o A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare, quando seja com ela incompat\u00edvel ou quando regule inteiramente a mat\u00e9ria de que tratava a lei anterior. (Decreto-Lei n\u00ba 4.657/42)\n\n\fOra. Se fato houvesse ocorrido a revoga\u00e7\u00e3o, por qual motivo o dispositivo permanece vigente no site administrado pelo pr\u00f3prio Governo Federal e cuja finalidade \u00e9, dentre outras, manter a popula\u00e7\u00e3o devidamente atualizada de todas as altera\u00e7\u00f5es (promulga\u00e7\u00f5es e revoga\u00e7\u00f5es) legislativas p\u00e1trias2?\nPor todo o exposto, ainda permanece vigente o limite \u00e0 base de c\u00e1lculo das contribui\u00e7\u00f5es parafiscais (destinadas a outras entidades ou terceiros).\nIV. DO ENTENDIMENTO JURISPRUDENCIAL FAVOR\u00c1VEL AO CONTRIBUINTES \u2013 DECIS\u00d5ES DO STJ E TRF\u00b4S.\nA pac\u00edfica jurisprud\u00eancia dos Tribunais p\u00e1trios, especialmente do Superior Tribunal de Justi\u00e7a, corrobora com o exposto at\u00e9 aqui, bem como comprova a exist\u00eancia do direito l\u00edquido e certo da Impetrante.\nMerece destaque recente decis\u00e3o exarada pela Primeira Turma da Corte Superior, que reconheceu a vig\u00eancia do par\u00e1grafo \u00fanico do artigo 4\u00ba da Lei n\u00ba 6.950/81 mesmo ap\u00f3s o advento do Decreto-Lei n\u00ba 2.318/86. Veja-se:\nTRIBUT\u00c1RIO. AGRAVO INTERNO NO RECURSO ESPECIAL. CONTRIBUI\u00c7\u00c3O SOCIAL DEVIDA A TERCEIROS. LIMITE DE VINTE SAL\u00c1RIOS M\u00cdNIMOS. ART. 4O DA LEI 6.950/1981 N\u00c3O REVOGADO PELO ART. 3O DO DL 2.318/1986. INAPLICABILIDADE DO \u00d3BICE DA S\u00daMULA 7/STJ. AGRAVO INTERNO DA FAZENDA NACIONAL A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 1. Com a entrada em vigor da Lei 6.950/1981, unificou-se a base contributiva das empresas para a Previd\u00eancia Social e das contribui\u00e7\u00f5es parafiscais por conta de terceiros, estabelecendo, em seu art. 4o., o limite de 20 sal\u00e1rios-m\u00ednimos para base de c\u00e1lculo. Sobreveio o Decreto 2.318/1986, que, em seu art. 3o., alterou esse limite da base contributiva apenas para a Previd\u00eancia Social, restando mantido em rela\u00e7\u00e3o \u00e0s contribui\u00e7\u00f5es parafiscais. 2. Ou seja, no que diz respeito \u00e0s demais contribui\u00e7\u00f5es com fun\u00e7\u00e3o parafiscal, fica mantido o limite estabelecido pelo artigo 4o., da Lei no 6.950/1981, e seu par\u00e1grafo, j\u00e1 que o Decreto-Lei 2.318/1986 dispunha apenas sobre fontes de custeio da Previd\u00eancia Social, n\u00e3o havendo como estender a supress\u00e3o daquele limite tamb\u00e9m para a base a ser utilizada para o c\u00e1lculo da contribui\u00e7\u00e3o ao INCRA e ao sal\u00e1rio-educa\u00e7\u00e3o.\n2 2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L6950.htm\n\n\f3. Sobre o tema, a Primeira Turma desta Corte Superior j\u00e1 se posicional no sentido de que a base de c\u00e1lculo das contribui\u00e7\u00f5es parafiscais recolhidas por conta de terceiros fica restrita ao limite m\u00e1ximo de 20 sal\u00e1rios-m\u00ednimos, nos termos do par\u00e1grafo \u00fanico do art. 4o. da Lei 6.950/1981, o qual n\u00e3o foi revogado pelo art. 3o. do DL 2.318/1986, que disciplina as contribui\u00e7\u00f5es sociais devidas pelo empregador diretamente \u00e0 Previd\u00eancia Social. Precedente: REsp. 953.742/SC, Rel. Min. JOS\u00c9 DELGADO, DJe 10.3.2008. 4. Na hip\u00f3tese dos autos, n\u00e3o tem aplica\u00e7\u00e3o, na fixa\u00e7\u00e3o da verba honor\u00e1ria, os par\u00e2metros estabelecidos no art. 85 do C\u00f3digo Fux, pois a legisla\u00e7\u00e3o aplic\u00e1vel para a estipula\u00e7\u00e3o dos honor\u00e1rios advocat\u00edcios ser\u00e1 definida pela data da senten\u00e7a ou do ac\u00f3rd\u00e3o que fixou a condena\u00e7\u00e3o, devendo ser observada a norma adjetiva vigente no momento de sua publica\u00e7\u00e3o. 5. Agravo Interno da FAZENDA NACIONAL a que se nega provimento. (STJ, AgInt no Resp 1.570.980/SP, Relator Ministro Napole\u00e3o Nunes Maia Filho, Data do julgamento 17.02.2020)\nAnteriormente, a Primeira Turma j\u00e1 havia se manifestado\nno mesmo sentido:\n\nPROCESSUAL CIVIL. TRIBUT\u00c1RIO. RECURSO ESPECIAL. CONTRIBUI\u00c7\u00c3O\n\nPREVIDENCI\u00c1RIA. AUS\u00caNCIA DE VIOLA\u00c7\u00c3O DO ART. 535 II, DO CPC.\n\nAUX\u00cdLIO EDUCA\u00c7\u00c3O. SEGURO DE VIDA EM GRUPO. CONV\u00caNIO SA\u00daDE.\n\nLIMITE\n\nDO\n\nSAL\u00c1RIO-DE-CONTRIBUI\u00c7\u00c3O.\n\nAUS\u00caNCIA\n\nDE\n\nPREQUESTIONAMENTO. ART. 515, DO CPC. VALORES PAGOS A T\u00cdTULO DE\n\nALUGU\u00c9IS DE IM\u00d3VEIS PARA USO DE EMPREGADOS E PARTICIPA\u00c7\u00c3O NOS\n\nLUCROS. QUEST\u00d5ES F\u00c1TICAS APRECIADAS PELA ORIGEM. S\u00daMULA 7/STJ.\n\nVIOLA\u00c7\u00c3O DO \u00a7 2\u00ba, DO ART. 25, DA LEI N. 8.870/94. ENFOQUE\n\nCONSTITUCIONAL. IMPOSSIBILIDADE DE EXAME DO TEMA NA VIA\n\nESPECIAL.\n\n(...)\n\n3. No per\u00edodo do lan\u00e7amento que se discute nos autos, tem aplica\u00e7\u00e3o o\n\nart. 4\u00ba, par\u00e1grafo \u00fanico, da Lei n. 6.950/81, que limita o\n\nrecolhimento do sal\u00e1rio-de contribui\u00e7\u00e3o de vinte vezes o valor do\n\nsal\u00e1rio-m\u00ednimo para o c\u00e1lculo da contribui\u00e7\u00e3o de terceiros.\n\n(...)\n\n7. Consoante j\u00e1 decidiu esta Turma, aplica-se o limite de 20 vezes o\n\nmaior sal\u00e1rio m\u00ednimo vigente no Pa\u00eds para o sal\u00e1rio de contribui\u00e7\u00e3o\n\nao INCRA e ao sal\u00e1rio educa\u00e7\u00e3o.\n\n(...).\u201d\n\n(Recurso Especial n\u00ba 953.742/SC, Relator Ministro Jos\u00e9 Delgado, 1\u00aa Turma,\n\nDJE de 10/03/2008)\n\nEm reiteradas oportunidades, a Segunda Turma tamb\u00e9m se manifestou sobre a controv\u00e9rsia, decidindo monocraticamente com decis\u00f5es favor\u00e1veis a tese em comento e demonstrando, assim, que a quest\u00e3o est\u00e1 consolidada e deve ser aplicado por este e. TRF.\n\nCumpre destacar a decis\u00e3o monocr\u00e1tica proferida no REsp n\u00ba 1.439.511, sob relatoria do Min. Herman Benjamin:\n\n\fA irresigna\u00e7\u00e3o merece prosperar, pois em caso semelhante esse Tribunal Superior entendeu que o art. 3\u00ba do Decreto-Lei 2.318/1986 n\u00e3o alterou o limite de 20 sal\u00e1rios-m\u00ednimos do art. 4\u00ba, par\u00e1grafo \u00fanico, da Lei 6.950/1981 (base de c\u00e1lculo das contribui\u00e7\u00f5es parafiscais arrecadas por conta de terceiros), pois esse artigo apenas disp\u00f5e sobre as contribui\u00e7\u00f5es sociais devidas pelo empregador diretamente \u00e0 Previd\u00eancia Social. (...) \u00c9 o voto. Cab\u00edvel, portanto, o acolhimento do apelo, no ponto, para afastar as contribui\u00e7\u00f5es sobre a remunera\u00e7\u00f5es pagas al\u00e9m do limite m\u00e1ximo do sal\u00e1riode-contribui\u00e7\u00e3o. Em face do exposto, NEGO provimento ao recurso especial do INSS. Diante do exposto, nos termos do art. 557, 1\u00ba - A do CPC, dou provimento ao Recurso Especial, e fixo, com base no art. 20, 4\u00ba, do CPC, os honor\u00e1rios advocat\u00edcios sem 5% sobre o valor da condena\u00e7\u00e3o. (STJ, REsp 1.439.511/SC, Relator Ministro Herman Benjamin, DJe 25.06.2014)\nOs Tribunais Regionais Federais n\u00e3o se distanciam da\nmelhor doutrina e do entendimento do STJ, como ilustram os julgados abaixo:\nAGRAVO INTERNO. TRIBUT\u00c1RIO. SAL\u00c1RIO-EDUCA\u00c7\u00c3O. CAR\u00c1TER TRIBUT\u00c1RIO DA EXA\u00c7\u00c3O. AUS\u00caNCIA DE OFENSA AOS PRINC\u00cdPIOS DA LEGALIDADE E DA ANTERIORIDADE. BASE DE C\u00c1LCULO. LIMITE. REVOGA\u00c7\u00c3O APENAS PARA CONTRIBUI\u00c7\u00d5ES PREVIDENCI\u00c1RIAS DEVIDAS PELAS EMPRESAS. CONTRIBUI\u00c7\u00d5ES A TERCEIROS. LIMITE PRESERVADO. DECIS\u00c3O MANTIDA. AGRAVO IMPROVIDO. (\u2026) 7. No tocante \u00e0 arrecada\u00e7\u00e3o, nos termos do art. 4\u00ba, par\u00e1grafo \u00fanico, da Lei n\u00ba 6.950/81, foi estabelecido limite m\u00e1ximo para base de c\u00e1lculo das contribui\u00e7\u00f5es parafiscais. No entanto, sobreveio o Decreto-Lei n\u00ba 2.318/86, com disposi\u00e7\u00e3o que retirou o limite para o c\u00e1lculo da contribui\u00e7\u00e3o da empresa. Assim, ocorreu expressa revoga\u00e7\u00e3o do limite apenas para as contribui\u00e7\u00f5es previdenci\u00e1rias devidas pelas empresas, preservando-se o limite somente para as contribui\u00e7\u00f5es a terceiros. Neste sentido, correta a r. senten\u00e7a apelada, ao ressaltar que, a Lei n\u00ba 9.426/96 constitui-se no diploma regulador espec\u00edfico do sal\u00e1rio-de-contribui\u00e7\u00e3o, de modo que a Lei n\u00ba 6.950/81, que cuidava unicamente de alterar a legisla\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria, n\u00e3o se pode sobrepor aos ditames da nova lei, posterior e espec\u00edfica, at\u00e9 porque suas disposi\u00e7\u00f5es, na quest\u00e3o em foco, s\u00e3o eminentemente conflitantes com a nova regra. 8. A decis\u00e3o monocr\u00e1tica recorrida encontra-se adrede fundamentada. De qualquer sorte a mat\u00e9ria debatida nos autos j\u00e1 foi devidamente dirimida, sendo, inclusive objeto da S\u00famula n\u00b0 732 do Supremo Tribunal Federal e do RE n\u00b0 660.993-RG (DJe 22/02/2012), apreciado no regime da repercuss\u00e3o geral. 9. N\u00e3o h\u00e1 elementos novos capazes de alterar o entendimento externado na decis\u00e3o monocr\u00e1tica. 10. Agravo interno improvido.3\n3 TRF3 \u2013 APELA\u00c7\u00c3O C\u00cdVEL \u2013 1917527/SP, 0009810-15.2011.4.03.6104, Relator(a) DESEMBARGADORA FEDERAL CONSUELO YOSHIDA, SEXTA TURMA, Data do Julgamento 13/12/2018, e-DJF3 Judicial 1 DATA:11/01/2019.\n\n\fDIREITO PROCESSUAL CIVIL E TRIBUT\u00c1RIO. CONTRIBUI\u00c7\u00c3O AO INCRA. TETO DE VINTE SAL\u00c1RIOS-M\u00cdNIMOS. COMPENSA\u00c7\u00c3O. DEMONSTRA\u00c7\u00c3O DO IND\u00c9BITO. SUMCUMB\u00caNCIA REC\u00cdPROCA. 1. Cinge-se a controv\u00e9rsia a aferir se o par\u00e1grafo \u00fanico do artigo 4\u00ba da Lei 6.950/1981 - que aplicou o limite m\u00e1ximo do sal\u00e1rio-de-contribui\u00e7\u00e3o de vinte sal\u00e1rios m\u00ednimos (estabelecido no caput) \u00e0s contribui\u00e7\u00f5es parafiscais \u00e0 conta de terceiros - foi revogado pelos termos do artigo 3\u00ba do Decreto-Lei 2.318/1986. 2. A prescri\u00e7\u00e3o do artigo 3\u00ba do Decreto-Lei 2.318/1986 n\u00e3o pretende a reg\u00eancia do recolhimento de contribui\u00e7\u00f5es parafiscais, mas, sim, modular a incid\u00eancia do caput do artigo 4\u00ba da Lei 6.950/1981. Desta forma, o comando t\u00e3o-somente destaca as contribui\u00e7\u00f5es patronais da regra geral anteriormente estabelecida, conforme ressalva expressa constante de seu texto. 3. A derroga\u00e7\u00e3o t\u00e1cita pressup\u00f5e antinomia entre prescri\u00e7\u00f5es normativas, comumente solucionada pelo crit\u00e9rio temporal. Sucede que o regramento espec\u00edfico do sal\u00e1rio-de-contribui\u00e7\u00e3o, enquanto conceito de direito previdenci\u00e1rio, em nada conflita com a refer\u00eancia de seu anterior limite para regramento de mat\u00e9ria diversa, como o c\u00e1lculo do teto contributivo de CIDE, assim entendida a contribui\u00e7\u00e3o ao INCRA. 4. Insubsistente a alega\u00e7\u00e3o de que a revoga\u00e7\u00e3o do caput do artigo 4\u00ba importa a derroga\u00e7\u00e3o, por arrastamento, de seus par\u00e1grafos, incisos ou al\u00edneas, por quest\u00f5es de linguagem e estrutura dogm\u00e1tica. \u00c9 que n\u00e3o se pode tomar aprioristicamente a rela\u00e7\u00e3o de subordina\u00e7\u00e3o org\u00e2nica - pr\u00f3pria da validade desse tipo de racioc\u00ednio - entre o caput e a integralidade dos comandos a ele vinculados, pois, at\u00e9 mesmo pela din\u00e2mica do processo legislativo, a observa\u00e7\u00e3o emp\u00edrica revela frequentes exce\u00e7\u00f5es. \u00c9 o caso dos autos, em que o liame entre o caput e o par\u00e1grafo \u00fanico (que, frise-se tratam de assuntos distintos), \u00e9 de cunho meramente objetivo e funcional, pertinente t\u00e3o-somente ao valor positivado, do que resulta a autonomia entre as disposi\u00e7\u00f5es. 5. O acervo probat\u00f3rio dos autos n\u00e3o permite o reconhecimento do direito \u00e0 compensa\u00e7\u00e3o de eventuais recolhimentos indevidos, vez que ausente qualquer prova dos ind\u00e9bitos, a amparar o direito invocado e submetido a julgamento. Com efeito, o provimento declarat\u00f3rio de direito condiciona-se \u00e0 prova m\u00ednima de sua exist\u00eancia - no caso, da condi\u00e7\u00e3o de credor, pelo contribuinte. 6. Evidenciada a sucumb\u00eancia rec\u00edproca, pelo que cada parte deve arcar com a respectiva verba honor\u00e1ria, nos termos do artigo 21 do CPC/1973, sob a \u00e9gide do qual foi prolatada a senten\u00e7a. 7. Apelo parcialmente provido.4\nPROCESSUAL CIVIL. AGRAVO LEGAL EM APELA\u00c7\u00c3O. ARTIGO 557, \u00a71\u00ba, DO C\u00d3DIGO DE PROCESSO CIVIL. TRIBUT\u00c1RIO. CONTRIBUI\u00c7\u00d5ES DE TERCEIROS. TETO LIMITE DE 20 (VINTE) SAL\u00c1RIOS M\u00cdNIMOS PARA O SAL\u00c1RIO DE CONTRIBUI\u00c7\u00c3O (DECRETO LEI N\u00ba 2.318/86). AGRAVO LEGAL IMPROVIDO, MANTENDO-SE A DECIS\u00c3O UNIPESSOAL DO RELATOR QUE ADOTOU A T\u00c9CNICA PER RELATIONEM. 1. \u00c9 v\u00e1lida a decis\u00e3o unipessoal de relator, tomada com base no art. 557 do CPC, que adotou a t\u00e9cnica per relationem amplamente utilizada nas Cortes Superiores.\n4 TRF 3\u00aa Regi\u00e3o, TERCEIRA TURMA, Ap - APELA\u00c7\u00c3O C\u00cdVEL - 2159394 - 0012994-76.2011.4.03.6104, Rel. DESEMBARGADOR FEDERAL CARLOS MUTA, julgado em 07/07/2016, e-DJF3 Judicial 1 DATA:15/07/2016.\n\n\f2. A Lei 6.950/81 estabeleceu que as contribui\u00e7\u00f5es parafiscais arrecadadas por conta de terceiros teriam como limite o mesmo patamar estabelecido para as contribui\u00e7\u00f5es destinadas ao INPS. 3. A disposi\u00e7\u00e3o do Decreto-Lei n\u00ba 2.318/86 removeu o limite somente para o c\u00e1lculo da contribui\u00e7\u00e3o da empresa. Isto foi necess\u00e1rio, pois a contribui\u00e7\u00e3o da empresa era equivalente \u00e0 do trabalhador, em conformidade com a disposi\u00e7\u00e3o contida no inc. V do art. 69 da Lei n\u00ba 3.807/60, com reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n\u00ba 6.886/80. Note-se que o teto de sal\u00e1rio-de-contribui\u00e7\u00e3o para a contribui\u00e7\u00e3o do trabalhador continuou em vigor mesmo ap\u00f3s a edi\u00e7\u00e3o do mencionado dispositivo. 4. Houve remo\u00e7\u00e3o do limite apenas para as contribui\u00e7\u00f5es previdenci\u00e1rias devidas pelas empresas, como consequ\u00eancia l\u00f3gica o limite para as contribui\u00e7\u00f5es a terceiros permaneceu, visto que nem o caput do artigo, nem o par\u00e1grafo \u00fanico foram revogados. 5. Em s\u00edntese, a efic\u00e1cia do par\u00e1grafo \u00fanico do art. 4\u00ba da Lei n\u00ba 6.950/81 foi preservada, tendo em vista que o caput do dispositivo permaneceu produzindo efeitos jur\u00eddicos; apenas deixou de ser aplicado para o c\u00e1lculo do montante devido pelas empresas. 6. Dessa forma, conclui-se que a disposi\u00e7\u00e3o contida no Decreto-Lei n\u00ba 2.318/86 n\u00e3o alcan\u00e7ou as contribui\u00e7\u00f5es relativas a terceiros, do que decorre que o limite de 20 vezes o maior sal\u00e1rio m\u00ednimo vigente no Pa\u00eds permaneceu at\u00e9 25/10/1991, noventa dias ap\u00f3s a edi\u00e7\u00e3o da Lei n\u00ba 8.212/91, que no \u00a7 5\u00ba de seu art. 28 passou a disciplinar integralmente a limita\u00e7\u00e3o do sal\u00e1riode-contribui\u00e7\u00e3o, revogando por completo o art. 4\u00ba da Lei n\u00ba 6.950/81.5\nEMENTA: EMBARGOS \u00c0 EXECU\u00c7\u00c3O FISCAL. COISA JULGADA. INEXIST\u00caNCIA. INCRA E SAL\u00c1RIO-EDUCA\u00c7\u00c3O. LIMITE DA BASE DE C\u00c1LCULO. HONOR\u00c1RIOS. 1. Os efeitos da coisa julgada atingem apenas os lan\u00e7amentos administrativos objetos de aprecia\u00e7\u00e3o judicial, n\u00e3o fazendo coisa julgada em rela\u00e7\u00e3o a outros lan\u00e7amentos, mesmo versando estes sobre a mesma mat\u00e9ria. 2. A base de c\u00e1lculo das contribui\u00e7\u00f5es parafiscais recolhidas pelo INSS por conta de terceiros se submete ao limite de 20 sal\u00e1rios-m\u00ednimos, por for\u00e7a do par\u00e1grafo \u00fanico, do art. 4\u00ba da Lei 6.950/81. O art. 3\u00ba do Decreto-Lei n.\u00ba 2.318/86 n\u00e3o logrou alterar tal limite, pois disp\u00f5e apenas sobre as contribui\u00e7\u00f5es sociais devidas pelo empregador diretamente \u00e0 Previd\u00eancia Social. 3. A fixa\u00e7\u00e3o dos honor\u00e1rios advocat\u00edcios em 10% da valor da causa implica redu\u00e7\u00e3o da verba honor\u00e1ria arbitrada pelo Ju\u00edzo a quo. Senten\u00e7a mantida, sob pena de reformatio in pejus.6\nO entendimento da controv\u00e9rsia j\u00e1 est\u00e1 sendo aplicado,\ninclusive, para a concess\u00e3o de medidas liminares, como ilustra a decis\u00e3o abaixo\ntranscrita:\nVerifico presentes os requisitos para concess\u00e3o da medida liminar postulada. O art. 4\u00ba da Lei n\u00ba 6.950/81 estabelecia:\n5 TRF 3\u00aa Regi\u00e3o, SEXTA TURMA, ApReeNec - APELA\u00c7\u00c3O/REMESSA NECESS\u00c1RIA - 1419144 - 001914396.1994.4.03.6100, Rel. DESEMBARGADOR FEDERAL JOHONSOM DI SALVO, julgado em 10/12/2015, e-DJF3 Judicial 1 DATA:17/12/2015.\n6 TRF4, APELREEX 1999.04.01.049035-4, PRIMEIRA TURMA, Relator JOEL ILAN PACIORNIK, D.E. 22/09/2010.\n\n\f\u201cArt. 4\u00ba. O limite m\u00e1ximo do sal\u00e1rio-de-contribui\u00e7\u00e3o, previsto no art. 5\u00ba da Lei n\u00ba 6.332, de 18 de maio de 1976, \u00e9 fixado em valor correspondente a 20 (vinte) vezes o maior sal\u00e1rio-m\u00ednimo vigente no Pa\u00eds. Par\u00e1grafo \u00fanico. O limite a que se refere o presente artigo aplica-se \u00e0s contribui\u00e7\u00f5es parafiscais arrecadadas por conta de terceiros\u201d.\nPosteriormente, o Decreto-Lei n\u00ba 2.318/86 em seu art. 3\u00ba disp\u00f4s:\n\u201cArt. 3\u00ba. Para efeito do c\u00e1lculo da contribui\u00e7\u00e3o da empresa para a previd\u00eancia social, o sal\u00e1rio-de-contribui\u00e7\u00e3o n\u00e3o est\u00e1 sujeito ao limite de 20 (vinte) vezes o sal\u00e1rio-m\u00ednimo, imposto pelo art. 4\u00ba da Lei n\u00ba 6.950, de 4 de novembro de 1981\u201d.\nDestarte, o Decreto-Lei 2.318/89 foi taxativo ao revogar o limite de 20 sal\u00e1rios m\u00ednimos apenas para as contribui\u00e7\u00f5es sociais devidas diretamente \u00e0 Previd\u00eancia, mantendo, assim, o disposto no par\u00e1grafo \u00fanico do art. 4\u00ba. Neste sentido, j\u00e1 decidiu o STJ na REsp 1.241.362, conforme segue: (...)\nAssim, o limite de 20 sal\u00e1rios m\u00ednimos aplica-se \u00e0s contribui\u00e7\u00f5es destinadas a terceiros, nos termos do par\u00e1grafo \u00fanico do art. 4\u00ba da Lei n\u00ba 6.950/81.\nPosto isso, DEFIRO A LIMINAR para determinar a suspens\u00e3o da exigibilidade das parcelas vincendas das contribui\u00e7\u00f5es destinadas a terceiros incidentes sobre a sua folha de sal\u00e1rios no que exceder o total de 20 sal\u00e1rios m\u00ednimos, bem como se abstenha da inclus\u00e3o no CADIN e impedir a renova\u00e7\u00e3o de certid\u00e3o positiva com efeitos de negativa.7\nAssim sendo, por todos os argumentos expostos no presente mandamus e pela jurisprud\u00eancia consolidada pelo STJ e demais tribunais p\u00e1trios, deve ser resguardado o direito da Impetrante de observar o limite previsto no art. 4\u00ba, par\u00e1grafo \u00fanico, da Lei n\u00ba 6.950/81 (20 vezes do sal\u00e1rio m\u00ednimo vigente no pa\u00eds).\nV. PEDIDOS\nPor todo o exposto, a Impetrante requer seja recebido e processado o presente mandado de seguran\u00e7a pelo rito determinado em lei para o fim de:\n7 Mandado de Seguran\u00e7a n\u00ba 5002695-41.2019.4.03.6114, Juiz Federal Carlos Alberto Loverra, 1\u00aa Vara Federal da Se\u00e7\u00e3o Judici\u00e1ria de S\u00e3o Bernardo do Campo/SP.\n\n\fa) Preliminarmente, requer que este ju\u00edzo declare que as decis\u00f5es exaradas neste Mandado de Seguran\u00e7a se entendem as filiais da Impetrante;\nb)Determinar a notifica\u00e7\u00e3o das Autoridades Coatoras a prestarem informa\u00e7\u00f5es no prazo previsto em lei, bem como intimar a Uni\u00e3o, por sua Procuradoria da Fazenda Nacional, o SESI e o SENAI, no endere\u00e7o indicado no pre\u00e2mbulo da pe\u00e7a;\nc) Oficiar o representante do parquet para aviar parecer a respeito do tema em debate, caso entenda necess\u00e1rio;\nd) Ao final, conceder a seguran\u00e7a pleiteada para obstar que a base de c\u00e1lculo para fins de apura\u00e7\u00e3o de contribui\u00e7\u00f5es devidas a terceiros/outras entidades ultrapasse o valor-limite de 20 (vinte) sal\u00e1rios m\u00ednimos vigentes no pa\u00eds;\ne)Por consequ\u00eancia do deferimento do pedido indicado no item \u201cd\u201d, seja determinada a repeti\u00e7\u00e3o dos valores recolhidos a maior a t\u00edtulo de contribui\u00e7\u00f5es de terceiros/outras entidades, sendo ainda determinado que este ind\u00e9bito seja atualizado pela taxa SELIC desde o pagamento indevido, observado o prazo prescricional de 5 (cinco) anos aplic\u00e1vel, conforme artigo 168 do C\u00f3digo Tribunal Nacional e;\nf) Condenar a autoridade impetrada ao ressarcimento das custas processuais e demais comina\u00e7\u00f5es de estilo;\ng) Seja concedido o prazo de 15 (quinze) dias para a Impetrante apresentar o comprovante de pagamento das custas iniciais, nos termos do art. 321 do C\u00f3digo de Processo Civil8.\n8 Art. 321. O juiz, ao verificar que a peti\u00e7\u00e3o inicial n\u00e3o preenche os requisitos dos arts. 319 e 320 ou que apresenta defeitos e irregularidades capazes de dificultar o julgamento de m\u00e9rito, determinar\u00e1 que o autor, no prazo de 15 (quinze) dias, a emende ou a complete, indicando com precis\u00e3o o que deve ser corrigido ou completado.\n\n\fPor fim, requer que todas as intima\u00e7\u00f5es relativas ao feito, sejam realizadas exclusivamente em nome do Dr. JO\u00c3O JOAQUIM MARTINELLI, OAB/SC 3.210, ou ainda atrav\u00e9s do endere\u00e7o eletr\u00f4nico controladoriaespaider@martinelli.adv.br, sob pena de nulidade, nos termos do art. 272, \u00a72\u00ba, do C\u00f3digo de Processo Civil9.\n\nmil reais).\n\nD\u00e1 a presente a\u00e7\u00e3o o valor de R$ 200.000,00 (duzentos\n\nTermos em que, Pede deferimento.\n\nJoa\u00e7aba/SC, 29 de junho de 2020.\n\nJO\u00c3O JOAQUIM MARTINELLI OAB/SC 3.210\n\n9 Art. 272. Quando n\u00e3o realizadas por meio eletr\u00f4nico, consideram-se feitas as intima\u00e7\u00f5es pela publica\u00e7\u00e3o dos atos no \u00f3rg\u00e3o oficial. \u00a7 1\u00ba Os advogados poder\u00e3o requerer que, na intima\u00e7\u00e3o a eles dirigida, figure apenas o nome da sociedade a que perten\u00e7am, desde que devidamente registrada na Ordem dos Advogados do Brasil. \u00a7 2\u00ba Sob pena de nulidade, \u00e9 indispens\u00e1vel que da publica\u00e7\u00e3o constem os nomes das partes e de seus advogados, com o respectivo n\u00famero de inscri\u00e7\u00e3o na Ordem dos Advogados do Brasil, ou, se assim requerido, da sociedade de advogados. [...]\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 5 (C\u00edvel) - IdDocumentoCompleto: 5017507-75.2016.4.04.0000-41460987873991351020000000001", "text": "EXCELENT\u00cdSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGR\u00c9GIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 4\u00aa (QUARTA) REGI\u00c3O - ESTADO DO PARAN\u00c1\nASSIST\u00caNCIA JUDICI\u00c1RIA GRATUITA NEUZA APARECIDA DOS SANTOS, brasileira, vi\u00fava, trabalhadora rural, portadora da\nC\u00e9dula de Identidade RG n\u00ba 25.850.307-5 e inscrita no CPF sob o n\u00ba 130.420.908-33, residente e domiciliada na Rua D\u00e9cio Medeiros Pulim, n\u00ba 1213, no munic\u00edpio de PARANACITY, Estado do Paran\u00e1, por sua advogada que ao final subscreve, vem, respeitosamente, \u00e0 presen\u00e7a de Vossa Excel\u00eancia, com suped\u00e2neo no artigo 1.015, par\u00e1grafo \u00fanico e seguintes do NOVO C\u00d3DIGO DE\nPROCESSO CIVIL, interpor o presente AGRAVO DE INSTRUMENTO COM PEDIDO LIMINAR DE EFEITO SUSPENSIVO, por n\u00e3o se conformar, data m\u00e1xima v\u00eania, com a r.\ndecis\u00e3o de fls. 243/245 e versos), proferida pela MM. Ju\u00edza de Direito da Vara C\u00edvel da Comarca de PARANACITY/PR, cujas raz\u00f5es de inconformismo seguem na minuta em anexo.\nPor ser a AGRAVANTE benefici\u00e1ria da assist\u00eancia judici\u00e1ria gratuita (sabiamente concedido pelo Nobre Julgador de 1\u00ba Grau), deixa de recolher as guias recursais \u2013 benef\u00edcio este que se reitera novamente neste momento, haja vista o fato da parte autora n\u00e3o possuir condi\u00e7\u00f5es econ\u00f4micas de suportar as custas processuais/ recursais, sem que haja grave comprometimento da sua pr\u00f3pria subsist\u00eancia e/ou de sua fam\u00edlia.\nOutrossim, requer, para a instru\u00e7\u00e3o do presente recurso e seu regular processamento, a juntada das seguintes pe\u00e7as processuais (estando em destaque, as obrigat\u00f3rias):\nPeti\u00e7\u00e3o inicial (fls. 02/13); Procura\u00e7\u00e3o do agravante (fl. 09); Declara\u00e7\u00e3o de pobreza (fls. 10 e 15); Contesta\u00e7\u00e3o (fls. 19/23); Senten\u00e7a de m\u00e9rito (fls. 80/88); Ac\u00f3rd\u00e3os \u2013 julgamento da apela\u00e7\u00e3o, recurso especial e embargos de declara\u00e7\u00e3o (fls. 105/110; 191/195; 203 verso e 215); certid\u00e3o de tr\u00e2nsito em julgado (fls. 217); Execu\u00e7\u00e3o de senten\u00e7a da agravante (fls. 220/222 e versos);\n1\n\n\fCertid\u00e3o de remessa dos autos ao INSS (fls. 223); Manifesta\u00e7\u00e3o do INSS sobre a execu\u00e7\u00e3o de senten\u00e7a da parte autora (fls. 224/228 e versos); Manifesta\u00e7\u00e3o da parte autora sobre os c\u00e1lculos do INSS (fls. 231/241); Decis\u00e3o de julgamento dos c\u00e1lculos de liquida\u00e7\u00e3o apresentado pelas partes \u2013 decis\u00e3o objeto do presente agravo (fls. 243/245); Certid\u00e3o de CARGA DOS AUTOS (fl. 245 verso):\n18. TJ-PR Disponibiliza\u00e7\u00e3o: quinta-feira, 31 de mar\u00e7o de 2016. Arquivo: 100 Publica\u00e7\u00e3o: 31\nComarcas do Interior C\u00edvel PARANACITY JU\u00cdZO \u00daNICO 27. CONCESSAO BENEFICIO PREV. - 0001083-93.2007.8.16.0128 - NEUZA APARECIDA SANTOS x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS- Sendo assim, improcede o pedido da parte autora de aplica\u00e7\u00e3o do \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria diverso do que foi determinado em decis\u00e3o j\u00e1 transitada em julgado cuja constitucionalidade/inconstitucionalidade ainda n\u00e3o foi analisada pelo STF. Ante o exposto, homologo os c\u00e1lculos apresentados pelo INSS \u00e0s fls. 224/228. Requisite- se o pagamento dos valores devidos aos credores, via RPV e ou precat\u00f3rio, na forma legal. Ap\u00f3s, efetue-se o c\u00e1lculo das custas devidas, intimando-se o INSS para manifesta\u00e7\u00e3o. Havendo concord\u00e2ncia, desde j\u00e1 autorizo a expedi\u00e7\u00e3o de RPV/ precat\u00f3rio. - Adv. RENATA MO\u00c7O-.\nEm cumprimento ao inciso IV do artigo 1.016 do NOVO C\u00d3DIGO DE PROCESSO CIVIL, INFORMA A AGRAVANTE O NOME E ENDERE\u00c7O DOS ADVOGADOS CONSTANTES NO PROCESSO, conforme segue:\nPELA AGRAVANTE: Dra. RENATA MO\u00c7O, com inscri\u00e7\u00e3o na OAB/SP sob o n\u00ba 163.748, OAB/PR 32.972-A e OAB/MS 10.830-A, com endere\u00e7o profissional localizado \u00e0 Rua Papa Jo\u00e3o XXIII, n\u00ba 1.247, na cidade de Paranacity e Rua Dr. Jos\u00e9 Foz n\u00ba 1.691, Vila S\u00e3o Jorge, na cidade de Presidente Prudente/SP.\nPELO AGRAVADO: Tendo em vista se tratar de PROCURADOR FEDERAL e, portanto, n\u00e3o haver procura\u00e7\u00e3o nos autos, esta agravante deixa de juntar c\u00f3pia da procura\u00e7\u00e3o da parte requerida.\n2\n\n\fPor oportuno, interpondo o presente recurso objetivando a reforma da decis\u00e3o ora agravada, REQUER SEJA RECEBIDO O PRESENTE TAMB\u00c9M EM SEU EFEITO SUSPENSIVO, conforme estabelece o artigo 1.019, inciso I NOVO C\u00d3DIGO DE PROCESSO CIVIL e, ap\u00f3s conclusa a forma\u00e7\u00e3o do instrumento, se necess\u00e1rio, sejam requisitadas as informa\u00e7\u00f5es ao Ju\u00edzo \u201ca quo\u201d.\n\nTermos em que, Pede deferimento.\n\nParanacity/PR, 18 de abril de 2016.\n\nRENATA MO\u00c7O\nOAB/SP 163.748 / OAB/PR 32.972-A / OAB/MS 10.830-A\n\n3\n\n\fMINUTA DO AGRAVO DE INSTRUMENTO\nAGRAVANTE: NEUZA APARECIDA DOS SANTOS AGRAVADO: INSS \u2013 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL\nFEITO N\u00ba: 0001083-93.2007.8.16.0128 (n\u00ba de ordem: 557/2007) / Of. C\u00edvel da Comarca de PARANACITY/PR (Compet\u00eancia Delegada) A\u00c7\u00c3O: EXECU\u00c7\u00c3O NOS PR\u00d3PRIOS AUTOS DA A\u00c7\u00c3O DE CONCESS\u00c3O DE BENEF\u00cdCIO PREVIDENCI\u00c1RIO \u2013 PESN\u00c3O POR MORTE\nEGR\u00c9GIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL COLENDA TURMA\n\u201cConcessa V\u00eania\u201d a decis\u00e3o ora agravada merece REFORMA INTEGRAL, uma vez que ofende os ditames b\u00e1sicos da Constitui\u00e7\u00e3o Federal, do C\u00f3digo de Processo Civil, da Lei 8.213/1991 e, aos princ\u00edpios constitucionais e previdenci\u00e1rios que norteiam a mat\u00e9ria.\nI \u2013 DAS PRELIMINARES\n1.1 \u2013 DA ASSIST\u00caNCIA JUDICI\u00c1RIA GRATUITA Restou efetivamente demonstrado em sede de Primeiro Grau (feito principal) que a parte agravante \u00c9 POBRE NA ACEP\u00c7\u00c3O JUR\u00cdDICA DO TERMO, n\u00e3o possuindo condi\u00e7\u00f5es financeiras de arcar com as custas, despesas processuais e honor\u00e1rios sucumbenciais, raz\u00e3o pela qual, postulou a concess\u00e3o dos Benef\u00edcios da Assist\u00eancia Judici\u00e1ria Gratuita com a conseq\u00fcente aplica\u00e7\u00e3o do artigo 2\u00ba da Lei Federal n\u00ba 1.060, de 05 de fevereiro de 1.950. Recorde-se que, o pedido de Justi\u00e7a Gratuita j\u00e1 foi deferido pelo D. Magistrado \u201ca quo\u201d, no despacho inicial, e, posteriormente, ratificado em sede da r. senten\u00e7a. Por assim ser, a parte agravante est\u00e1 isenta do pagamento de custas e despesas processuais (Lei 1060/50) e deixa de recolher os preparos que se fariam necess\u00e1rios.\n1.2 \u2013 DA AUTENTICA\u00c7\u00c3O DAS PE\u00c7AS Disp\u00f5e o artigo 425, inciso IV, do NOVO C\u00d3DIGO DE PROCESSO CIVIL, que as c\u00f3pias do processo poder\u00e3o ser declaradas aut\u00eanticas pelo pr\u00f3prio advogado, sob sua responsabilidade pessoal.\n4\n\n\fPor assim ser, esta subscrevente procede neste momento \u00e0 autentica\u00e7\u00e3o das c\u00f3pias que instruem o presente agravo, com amparo no artigo retro mencionado.\n1.3 \u2013 DA TEMPESTIVIDADE DO AGRAVO DE INSTRUMENTO Requer o Agravante que o presente agravo de instrumento seja conhecido, pela sua tempestividade, visto que a LEITURA DA INTIMA\u00c7\u00c3O (via sistema PROJUDI TJPR) ocorreu no dia 31/03/2016 (5\u00aa feira), tendo o prazo come\u00e7ado a fluir no dia seguinte, qual seja 01/04/2016 (6\u00aa feira).\n18. TJ-PR Disponibiliza\u00e7\u00e3o: quinta-feira, 31 de mar\u00e7o de 2016. Arquivo: 100 Publica\u00e7\u00e3o: 31\nComarcas do Interior C\u00edvel PARANACITY JU\u00cdZO \u00daNICO 27. CONCESSAO BENEFICIO PREV. - 0001083-93.2007.8.16.0128 - NEUZA APARECIDA SANTOS x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS- Sendo assim, improcede o pedido da parte autora de aplica\u00e7\u00e3o do \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria diverso do que foi determinado em decis\u00e3o j\u00e1 transitada em julgado cuja constitucionalidade/inconstitucionalidade ainda n\u00e3o foi analisada pelo STF. Ante o exposto, homologo os c\u00e1lculos apresentados pelo INSS \u00e0s fls. 224/228. Requisite- se o pagamento dos valores devidos aos credores, via RPV e ou precat\u00f3rio, na forma legal. Ap\u00f3s, efetue-se o c\u00e1lculo das custas devidas, intimando-se o INSS para manifesta\u00e7\u00e3o. Havendo concord\u00e2ncia, desde j\u00e1 autorizo a expedi\u00e7\u00e3o de RPV/ precat\u00f3rio. - Adv. RENATA MO\u00c7O-.\nLogo, os 15 (quinze) dias \u00fateis para interposi\u00e7\u00e3o do presente recurso expiraria em 21/04/2016 (5\u00aa feira) \u2013 por\u00e9m, se trata de feriado nacional. Portanto, prorroga-se o vencimento automaticamente para o pr\u00f3ximo dia \u00fatil subsequente.\nDessa forma, tempestivo est\u00e1 o presente agravo de instrumento.\n5\n\n\f1.4 \u2013 DO RECEBIMENTO DO PRESENTE RECURSO NO EFEITO SUSPENSIVO Como se pode observar, das raz\u00f5es abaixo alinhavadas, d\u00favidas n\u00e3o restam quanto \u00e0\nPRECLUS\u00c3O acerca do direito do INSS de se insurgir contra os c\u00e1lculos da parte agravante, haja vista que muito embora regularmente citada acerca da execu\u00e7\u00e3o de senen\u00e7a promovida pela parte agravante, DEIXOU TRANSCORRER \u201cIN ALBIS\u201d O PRAZO PARA OPOSI\u00c7\u00c3O DE EMBARGOS \u00c0 EXECU\u00c7\u00c3O.\nN\u00e3o bastasse isso, igualmente resta pacificado o direito da parte AGRAVANTE acerca da corre\u00e7\u00e3o dos valores devidos tal como apresentados em sede de impugna\u00e7\u00e3o/ liquida\u00e7\u00e3o de senten\u00e7a, haja vista a n\u00e3o incid\u00eancia da Lei 11.960/2009 (devido \u00e0 sua inconstitucionalidade).\nAp\u00f3s a baixa dos autos, a agravante foi intimada a se manifestar a respeito, oportunidade em que, \u00e0s fls. 220/222 e versos promoveu a EXECU\u00c7\u00c3O DA A SENTEN\u00c7A, requerendo a CITA\u00c7\u00c3O do INSS.\n(destaques nosso)\nNo dia 22/05/2015 houve a remessa dos autos ao INSS (fls. 223), e o mesmo, por SIMPLES PETI\u00c7\u00c3O, discordou dos valores apurados pela agravante e apresentou os c\u00e1lculos daquilo que entendia ser devido.\n6\n\n\fA parte autora (ora agravante) manifestou-se discordando dos referidos valores (fls. 231/241 e versos), haja vista a inobserv\u00e2ncia do novo regramento que se fazia (e faz) vigente no presente caso, que determina a aplica\u00e7\u00e3o do INPC e manual de c\u00e1lculos da Justi\u00e7a Federal, face a declara\u00e7\u00e3o de inconstitucionalidade com efeitos \"erga omnes\" da express\u00e3o \"\u00edndice oficial de remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica da caderneta de poupan\u00e7a\" e \"independente de sua natureza\", constante do \u00a712, do Art. 100, da Carta Magna.\nDesta feita, existe o meio processual adequado do agravado se insurgir contra os c\u00e1lculos da parte credora (embargos \u00e0 execu\u00e7\u00e3o), por\u00e9m, o INSS preferiu quedar-se inerte \u2013 embora regularmente citado para tanto.\nPor assim ser, acolher os c\u00e1lculos da parte requerida que, ao inv\u00e9s de opor embargos \u00e0 execu\u00e7\u00e3o (j\u00e1 que discordava do montante apurado pela credora/ agravante), preferiu manifestarse por simples peti\u00e7\u00e3o, configura erro grosseiro por parte da agravada e n\u00edtido cerceamento de defesa e, consequentemente, supress\u00e3o de inst\u00e2ncia, haja vista que a agravante (credora), com a rejei\u00e7\u00e3o de seus c\u00e1lculos, se v\u00ea impedida de apresentar o competente RECURSO DE APELA\u00c7\u00c3O.\nPor assim ser, quando o INSS foi regularmente CITADO para se manifestar sobre os c\u00e1lculos da credora, j\u00e1 que houve a remessa dos autos ao INSS em 22/05/2015 (fls. 223) e ele deveria ter oposto EMBARGOS A EXECU\u00c7\u00c3O dentro do prazo legal (30 dias), mas n\u00e3o o fez. Logo, seu direito de insurgir-se contra os c\u00e1lculos da agravante precluiu de pleno direito.\nN\u00e3o bastasse isso, deve-se ressaltar que, POR SE TRATAR DE MAT\u00c9RIA DE ORDEM P\u00daBLICA, o \u00edndice aplicado pela agravante em seus c\u00e1lculos de liquida\u00e7\u00e3o, possui APLICA\u00c7AO IMEDIATA, n\u00e3o havendo que se falar em ofensa \u00e0 coisa julgada (quanto aos par\u00e2metros que haviam sido definidos em sede de julgamento \u2013 que, consequentemente, restaram superados).\nNesta impugna\u00e7\u00e3o, foi apresentada a planilha com o valor que corretamente se fazia (e faz) devido.\nDiante dos valores apontados pela AGRAVANTE, houve a remessa dos autos ao INSS, conforma faz prova a c\u00f3pia da \u201cCERTID\u00c3O DE REMESSA DOS AUTOS\u201d de fls. 223 (22/05/2015), recebida por meio de seu Procurador no dia 25/05/2015 (2\u00aa feira), de acordo com o carimbo de recebimento constante na mesma fls. Vide carimbo de recebimento do Procurador do INSS (fls. 223), que faz prova da data da intima\u00e7\u00e3o:\nFls. 223:\n7\n\n\fRessalta-se que na referida remessas (e certid\u00f5es), o INSS se dava por \u201cCITADO E INTIMADO DE TODOS OS ATOS E TERMOS DO PROCEDIMENTO\u201d. Vejamos:\n(destaques nosso)\nH\u00e1 que se esclarecer que \u00c9 PRAXE DO R. CART\u00d3RIO C\u00cdVEL DA COMARCA DE PARANACITY PROMOVER A CITA\u00c7\u00c3O DO INSS COM A REMESSA DOS AUTOS \u00c0 AUTARQUIA AGRAVADA \u2013 oportunidade esta em\nque a mesma \u00e9 CITADA DE TODOS OS ATOS E TERMOS DO PROCEDIMENTO (conforme destacado acima).\n8\n\n\fDesta forma, o INSS possu\u00eda 02 (duas) op\u00e7\u00f5es: concordar com os c\u00e1lculos de liquida\u00e7\u00e3o apresentados pela exeq\u00fcente (ora agravante), ou opor EMBARGOS \u00c0 EXECU\u00c7\u00c3O dentro do prazo legal (15 dias, por\u00e9m, contados em dobro = 30 dias).\nPor\u00e9m, a Autarquia Executada (ora agravada) se limitou a apresentar POR SIMPLES PETI\u00c7\u00c3O planilha de d\u00e9bito (fls. 224/228 e versos) em 13/06/2015.\nO Agravado teria 30 dias para opor embargos a execu\u00e7\u00e3o, caso n\u00e3o concordasse com c\u00e1lculos apresentados pela agravante. Tal prazo expirou dia 24/06/2015 (considerando a cita\u00e7\u00e3o dos autos ao INSS: 25/05/2015).\nOra Excel\u00eancias, O INSS FOI REGULARMENTE CITADO acerca dos c\u00e1lculos de liquida\u00e7\u00e3o promovidos pela agravante, tal como pode ser comprovado atrav\u00e9s da certid\u00e3o de remessa dos autos de fls. 223. Ocorre que o mesmo preferiu quedar-se inerte e n\u00e3o opor embargos \u00e0 execu\u00e7\u00e3o dentro do prazo legal que lhe competia. Se limitou a apresentar simples peti\u00e7\u00e3o \u2013 conduta esta que n\u00e3o pode servir como efetiva oposi\u00e7\u00e3o de embargos \u00e0 execu\u00e7\u00e3o, haja vista que vai contra o disposto no C\u00d3DIGO DE PROCESSO CIVIL, que estabelece as regras de procedimento no que tange \u00e0 referida oposi\u00e7\u00e3o do instituto processual que se fazia necess\u00e1rio (Embargos \u00e0 execu\u00e7\u00e3o).\nPor assim ser, percebe-se que a des\u00eddia e in\u00e9rcia da Autarquia agravada n\u00e3o deve prevalecer ao ponto de se manter a decis\u00e3o de fls. 243/245, que necessita ser INTEGRALMENTE REFORMADA, no sentido de se reconhecer a AUS\u00caNCIA DE OPOSI\u00c7\u00c3O DE EMBARGOS DO DEVEDOR, com a consequente homologa\u00e7\u00e3o dos c\u00e1lculos de fls. 220/222 (da parte ora agravante), por aus\u00eancia de regular impugna\u00e7\u00e3o da parte contr\u00e1ria (ora agravada).\nN\u00e3o bastasse isso, o agravante ainda impugnou os valores apurados pelo AGRAVADO (peti\u00e7\u00e3o de fls. 231/241 e versos), haja vista que n\u00e3o obedeciam as novas diretrizes estabelecidas pela Corte Suprema, quando do julgamento das ADI\u00b4s 4.357 e 4.425 que, ao apreciar a\nconstitucionalidade do art. 100, da CF/98, com reda\u00e7\u00e3o que lhe foi dada pela EC62/2009, declarou a inconstitucionalidade da express\u00e3o \u201c\u00edndice oficial de remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica da caderneta de poupan\u00e7a\u201d e \u201cindependente de sua natureza\u201d, constante do \u00a712, do Art. 100,0 da Carta Magna.\nPor arrastamento, se declarou inconstitucional, o famigerado art. 5\u00ba, da Lei 11.960/2009, que alterou o art. 1\u00ba-F, da Lei 9.494/1997, uma vez que tal norma atentava contra o cidad\u00e3o brasileiro ao relegar a quase nada a atualiza\u00e7\u00e3o que lhe seria devida pelo pagamento de benef\u00edcios com atraso \u2013 fato este que por si s\u00f3, j\u00e1 caracterizava manifesta ofensa\n9\n\n\fao princ\u00edpio da igualdade j\u00e1 que o Estado (posto que comprovado que o Estado alterou os crit\u00e9rios de atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria de forma discriminatoriamente e, sem motivo razo\u00e1vel).\nImpende-se destacar que, em 25/03/2015, houve a modula\u00e7\u00e3o dos efeitos de referidas ADI\u00b4s, sendo que, em rela\u00e7\u00e3o ao indexador de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria das presta\u00e7\u00f5es em atraso dos benef\u00edcios previdenci\u00e1rios, n\u00e3o houve qualquer oposi\u00e7\u00e3o para a incid\u00eancia imediata do INPC e n\u00e3o da TR, a luz do art. 41, da Lei 8.213/1991.\n\nEntretanto, conv\u00e9m recordar que, a incid\u00eancia da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u00e9 mat\u00e9ria de ordem p\u00fablica.\n\nNesse sentido \u00e9 o posicionamento jurisprudencial:\n\nAGRAVO DE INSTRUMENTO. PROCESSUAL CIVIL E PREVIDENCI\u00c1RIO. EXECU\u00c7\u00c3O DE SENTEN\u00c7A.\n\nEXCE\u00c7\u00c3O DE PR\u00c9-EXECUTIVIDADE. NULIDADE. INOCORR\u00caNCIA. ERRO MATERIAL.\n\nINOCORR\u00caNCIA. DESCUMPRIMENTO DO JULGADO QUANTO AOS JUROS DE MORA. OCORR\u00caNCIA.\n\nCORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA. ADEQUA\u00c7\u00c3O EX OFFICIO. 1. Inexiste fato novo, suscet\u00edvel de acarretar a\n\nliquida\u00e7\u00e3o por artigos - e, por consequ\u00eancia, a nulidade procedimental perpetrada pelo exequente ao\n\ningressar diretamente com a execu\u00e7\u00e3o -, n\u00e3o s\u00f3 porque os dados geradores da controv\u00e9rsia se\n\nencontram nos autos desde antes da contesta\u00e7\u00e3o aut\u00e1rquica, mas tamb\u00e9m porque foram fornecidos\n\npelo pr\u00f3prio Instituto, tendo em vista que os referidos dados constam do CNIS do autor; sendo assim,\n\na apura\u00e7\u00e3o do valor da RMI depende de simples c\u00e1lculo aritm\u00e9tico, formulado a partir dos dados j\u00e1\n\nconstantes dos autos. 2. Quando a diverg\u00eancia quanto ao valor da renda mensal inicial n\u00e3o adv\u00e9m\n\nde equ\u00edvoco cometido pela parte exequente ao elaborar seu c\u00e1lculo, mas sim de premissa distinta\n\ndaquela que o INSS entende como correta, n\u00e3o se esta diante de hip\u00f3tese de erro material. 3.\n\nConcluindo a Contadoria Judicial pelo descumprimento do julgado quanto aos juros de mora, deve-se\n\nproceder\n\n\u00e0\n\nadequa\u00e7\u00e3o\n\ndo\n\nc\u00e1lculo\n\nexequendo.\n\n4. A corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, como consect\u00e1rio legal da condena\u00e7\u00e3o principal,\n\nconstitui mat\u00e9ria de ordem p\u00fablica e, como tal, pode ser discutida e revista a\n\nqualquer momento, e analisada at\u00e9 mesmo de of\u00edcio. (TRF 4\u00aaR. AG 5018439-\n\n68.2013.404.0000. Sexta Turma. Relator V\u00e2nia Hack de Almeida. D.E. 27.03.2015)\n\nAPELA\u00c7\u00c3O C\u00cdVEL - EMBARGOS \u00c0 EXECU\u00c7\u00c3O \u2013 (...) \u00cdNDICE DE CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA - ADO\u00c7\u00c3O DO INPC - MAT\u00c9RIA DE ORDEMP\u00daBLICA - APLICA\u00c7\u00c3O EX OFFICIO - RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO \u2013 (...) A corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, por tratar-se de norma de ordem p\u00fablica, pode ser analisada de of\u00edcio pelo \u00f3rg\u00e3o julgador. Deve ser aplicado o \u00cdndice Nacional de Pre\u00e7os ao Consumidor - INPC, como fator de atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. (TJ/SC. AC 130533 SC. Terceira C\u00e2mara de Direito Comercial. Relator Fernando Carioni. DJ: 31.03.2005)\n(grifos nossos)\n\nRelembre-se que, a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria TEM COMO OBJETIVO MANTER O VALOR DA MOEDA, para que a restitui\u00e7\u00e3o se fa\u00e7a de forma integral e n\u00e3o defasada, da\u00ed porque indispens\u00e1vel sua aprecia\u00e7\u00e3o.\nH\u00e1 de se destacar que em 25/03/2015, houve a modula\u00e7\u00e3o dos efeitos de referidas ADI\u00b4s, sendo que, em rela\u00e7\u00e3o ao indexador de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria das presta\u00e7\u00f5es em atraso dos benef\u00edcios previdenci\u00e1rios, n\u00e3o houve qualquer oposi\u00e7\u00e3o para a incid\u00eancia imediata do INPC e n\u00e3o da TR, a luz do art. 41, da Lei 8.213/1991.\n\n10\n\n\fAs ADI\u00b4s 4425 e 4357, declararam a inconstitucionalidade da express\u00e3o \"\u00edndice oficial de remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica da caderneta de poupan\u00e7a\" e \"independente de sua natureza\", constante do \u00a712, do art. 100, da Carta da Rep\u00fablica, bem como por arrastamento, declararam inconstitucional, o famigerado art. 5\u00ba, da Lei 11.960/2009, que alterou o art. 1\u00ba-F, da Lei 9.494/1997, norma esta que atentou contra o cidad\u00e3o brasileiro ao relegar a quase nada a atualiza\u00e7\u00e3o que lhe seria devida pelo pagamento de benef\u00edcios com atraso, posto que ofensiva ao princ\u00edpio da igualdade j\u00e1 que o Estado, discriminatoriamente e, sem motivo razo\u00e1vel, alterou os crit\u00e9rios de atualiza\u00e7\u00e3o.\nConsigne-se que, sabido que, o atual entendimento da jurisprud\u00eancia \u00e9 de que, a atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria se submete \u00e0 cl\u00e1usula \u201crebus sic stantibus\u201d.\nPortanto, a aplica\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria pelo indexador INPC independe do momento processual dos autos, pois se trata de mat\u00e9ria inerente, sendo que at\u00e9 mesmo a aus\u00eancia de pedido de condena\u00e7\u00e3o nesse sentido, n\u00e3o afasta a sua aplica\u00e7\u00e3o.\nCorrobora com o aduzido:\n\u201cA corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, segundo o entendimento consolidado (...) incidir\u00e1 a contar do vencimento de cada presta\u00e7\u00e3o e ser\u00e1 calculada pelos \u00edndices oficiais e jurisprudencialmente aceitos, quais sejam:\n- ORTN (10/64 a 02/86, Lei n\u00ba 4.257/64); - OTN (03/86 a 01/89, Decreto-Lei n\u00ba 2.284/86); - BTN (02/89 a 02/91, Lei n\u00ba 7.777/89); - INPC (03/91 a 12/92, Lei n\u00ba 8.213/91); - IRSM (01/93 a 02/94, Lei n\u00ba 8.542/92); - URV (03 a 06/94, Lei n\u00ba 8.880/94); - IPC-r (07/94 a 06/95, Lei n\u00ba 8.880/94); - INPC (07/95 a 04/96, MP n\u00ba 1.053/95); - IGP-DI (05/96 a 03/2006, art. 10 da Lei n.\u00ba 9.711/98, combinado com o art. 20, \u00a7\u00a75\u00ba e 6.\u00ba, da Lei n.\u00ba 8.880/94); - INPC (a partir de 04/2006, conforme o art. 31 da Lei n.\u00ba 10.741/03, combinado com a Lei n.\u00ba 11.430/06, precedida da MP n.\u00ba 316, de 11/08/2006, que acrescentou o art. 41-A \u00e0 Lei n.\u00ba 8.213/91, e REsp n.\u00ba 1.103.122/PR).\nEntendia a 3\u00aa Se\u00e7\u00e3o deste Tribunal que a contar de 30/06/2009, data em que passou a viger a Lei n\u00ba 11.960/09, de 29/06/2009, publicada em 30/06/2009 (a qual alterou o art. 1\u00ba-F da Lei n\u00ba 9.494/97), deveria haver, para fins de atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, a incid\u00eancia, uma \u00fanica vez, at\u00e9 o efetivo pagamento, dos \u00edndices oficiais de remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica aplicados \u00e0 caderneta de poupan\u00e7a.\nN\u00e3o s\u00e3o aplic\u00e1veis, todavia, no que toca \u00e0 corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, os crit\u00e9rios previstos na Lei n\u00ba 11.960/2009, que modificou a reda\u00e7\u00e3o do art. 1\u00ba-F da Lei n\u00ba 9.494/97, por conta de decis\u00e3o proferida pelo Plen\u00e1rio do Supremo Tribunal Federal, no julgamento das ADIs 4.357 e 4.425, que apreciou a constitucionalidade do artigo 100 da CF, com a reda\u00e7\u00e3o que lhe foi dada pela EC 62/2006. Essa decis\u00e3o proferida pela Corte Constitucional, al\u00e9m de declarar a inconstitucionalidade da express\u00e3o \"na data de expedi\u00e7\u00e3o do precat\u00f3rio\", do \u00a72\u00ba; dos \u00a7\u00a7 9\u00ba e 10\u00ba; e das express\u00f5es \"\u00edndice oficial de remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica da caderneta de poupan\u00e7a\" e \"independente de sua natureza\", do \u00a712, todos do art. 100 da Constitui\u00e7\u00e3o Federal de 1988, com a reda\u00e7\u00e3o da Emenda Constitucional n\u00ba 62/2009, por arrastamento, tamb\u00e9m declarou inconstitucional o art. 1\u00ba-F da Lei n\u00ba 9.494, com a reda\u00e7\u00e3o dada pelo art. 5\u00ba da Lei n\u00ba 11.960, de 29.07.2009 (atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria pelo \u00edndice de remunera\u00e7\u00e3o da poupan\u00e7a).\n11\n\n\fImp\u00f5e-se, pois, a observ\u00e2ncia do que decidido com efeito erga omnes e efic\u00e1cia vinculante pelo STF nas ADIs 4.357 e 4.425, restabelecendo-se, no que a sistem\u00e1tica anterior \u00e0 Lei n\u00ba 11.960/09, ou seja, apura\u00e7\u00e3o de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria pelo INPC.\u201d1\nA senten\u00e7a deve ser adequada, quanto \u00e0 corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, aos crit\u00e9rios acima definidos. De fato, em raz\u00e3o do que decidido pelo Supremo Tribunal Federal, as disposi\u00e7\u00f5es do art. 1\u00ba-F da Lei n\u00ba 9.494, com a reda\u00e7\u00e3o dada pelo art. 5\u00ba da Lei n\u00ba 11.960/09, foram expungidas do ordenamento jur\u00eddico no que toca \u00e0 corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria,a qual, como sabido, constitui acess\u00f3rio, sobre o qual pode e deve o \u00f3rg\u00e3o julgador deliberar. Eliminada do mundo jur\u00eddico uma norma legal em raz\u00e3o de manifesta\u00e7\u00e3o do Supremo Tribunal Federal em a\u00e7\u00e3o direta de inconstitucionalidade, n\u00e3o pode subsistir decis\u00e3o que a aplique, pois est\u00e1 em confronto com a Constitui\u00e7\u00e3o Federal. Deve, portanto, haja vista os fundamentos constitucionais expostos, ser feita a adequa\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria.\nIrrelevante, registre-se, aus\u00eancia de publica\u00e7\u00e3o dos ac\u00f3rd\u00e3os referentes \u00e0s ADIs 4.357 e 4.425.Como j\u00e1 decidiu o plen\u00e1rio do STF ao apreciar o RE 634250AgR/PB, Rel. Min. Joaquim Barbosa, conclu\u00eddo o julgamento, vi\u00e1vel \"o cumprimento imediato da decis\u00e3o, independente da publica\u00e7\u00e3o do ac\u00f3rd\u00e3o.\" A prop\u00f3sito, o Supremo Tribunal Federal j\u00e1 est\u00e1 aplicando o precedente firmado no julgamento da ADIs mencionadas, como se percebe do seguinte precedente:\n(...) Registro, at\u00e9 para fim de prevenir poss\u00edveis embargos de declara\u00e7\u00e3o, que o afastamento de uma norma inconstitucional, com a aplica\u00e7\u00e3o correta do direito ao caso concreto, n\u00e3o caracteriza julgamento fora dos limites do pedido ou da devolu\u00e7\u00e3o operada, ou muito menos pode, em tese, implicar, \"reformatio in pejus\", mormenteno que toca a consect\u00e1rios, em rela\u00e7\u00e3o aos quais sequer h\u00e1 necessidade de postula\u00e7\u00e3o da parte para que possa o Judici\u00e1rio se manifestar.\u201d (grifos nossos)\nNo mesmo sentido s\u00e3o os julgados: STF, REx 747727 Agr/SC. Segunda Turma. Relator Ministro Celso de Mello. DJ: 06.08.2013); TRF 4\u00aaR: APELREEX 5068586-12.2011.404.7100, Sexta Turma, Relator \u00c9zio Teixeira, D.E.: 04.10.2013; APELREEX 5021880-34.2012.404.7100, Sexta Turma, Relator Jo\u00e3o Batista Pinto Silveira, Data da Decis\u00e3o: 02.10.2013;TRF 3\u00aaR: AGRAVO EM APELA\u00c7\u00c3O C\u00cdVEL 0006875-50.2012.4.03.6109, D\u00e9cima Turma, RelatorDesembargador Federal S\u00e9rgio Nascimento, DJ: 03.07.2014, APELA\u00c7\u00c3O C\u00cdVEL 000378909.2013.4.03.6183/SP, Oitava Turma. Relatora Cec\u00edlia Mello. e-DJF3: 05.05.2014).\nRecorde-se ainda que, o MANUAL DE ORIENTA\u00c7\u00c3O DE PROCEDIMENTOS PARA C\u00c1LCULOS DA JUSTI\u00c7A FEDERAL, aprovado pela Resolu\u00e7\u00e3o CJF n\u00ba 267/2013, traz como indexador da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria o INPC a partir de 09/2006.\nDesta feita, v\u00ea-se que a n\u00e3o aplica\u00e7\u00e3o da TAXA REFERENCIAL (TR) para a\ncorre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, j\u00e1 est\u00e1 ocorrendo nos processos, uma vez que a decis\u00e3o\ndo STF declarou o efeito \u201cerga omnes\u201d.\nPor assim, a respeit\u00e1vel decis\u00e3o de fls. 147/150, deve ser revista e modificada em sua integralidade.\nDestarte, \u00e9 evidente que o presente agravo tem o fito de evitar les\u00e3o grave e de dif\u00edcil repara\u00e7\u00e3o ao AGRAVANTE, ante o pagamento de cr\u00e9dito em valor inferior ao efetivamente. Logo,\n1 TRF 4\u00aa Regi\u00e3o. Proc.: 5002301-97.2012.404.7004/PR. Quinta Turma. Relator Desembargador Federal Ricardo Teixeira do Valle Pereira. D.E.: 10.06.2014\n12\n\n\fimpondo-se o deferimento do efeito suspensivo contra a r. decis\u00e3o atacada, com fundamento no artigo 527, inciso III e art. 558, ambos do C\u00f3digo de Processo Civil.\n1.5 - DO PRINC\u00cdPIO DA FUNGIBILIDADE A r. decis\u00e3o prolatada pela Julgadora de Primeira Inst\u00e2ncia, est\u00e1 sendo objeto de AGRAVO DE INSTRUMENTO, porquanto pela leitura da mesma, denota-se que n\u00e3o apresenta o rigor e as praxes de uma senten\u00e7a. Logo, a fim de se evitar preju\u00edzo a parte Autora, ora AGRAVANTE, est\u00e1 sendo interposto o presente agravo, acostado a este a c\u00f3pia das pe\u00e7as processuais indispens\u00e1veis \u00e0 elucida\u00e7\u00e3o e julgamento do presente AGRAVO DE INSTRUMENTO (tal como j\u00e1 individualizadas anteriormente), porquanto se, Vossas Excel\u00eancias entenderem que se trata de uma r. senten\u00e7a, haver\u00e1 subs\u00eddios para que, mediante o PRINC\u00cdPIO DA FUNGIBILIDADE, o presente possa ser conhecido e processado como se fosse RECURSO DE APELA\u00c7\u00c3O.\nII \u2013 DO OBJETIVO DO AGRAVO\nAtrav\u00e9s do recurso ora interposto, objetiva-se o reconhecimento e declara\u00e7\u00e3o da PRECLUS\u00c3O para o INSS se insurgir contra os c\u00e1lculos de liquida\u00e7\u00e3o da agravante, haja vista a n\u00e3o utiliza\u00e7\u00e3o do meio processual adequado (oposi\u00e7\u00e3o de embargos \u00e0 execu\u00e7\u00e3o). Por consequ\u00eancia, pretende a reforma da r. decis\u00e3o de primeiro grau, que foi contr\u00e1ria a Constitui\u00e7\u00e3o Federal, ao C\u00f3digo de Processo Civil, a Lei 8.213/1991, \u00e0 Resolu\u00e7\u00e3o 267, de 02/12/2013 (que estabelece o NOVO MANUAL DE C\u00c1LCULOS DO C.F.J.), bem como deixou de reconhecer a inconstitucionalidade por arrastamento, do art. 1\u00ba-F, da Lei 9.494/1997, com reda\u00e7\u00e3o dada pelo art. 5\u00ba, da Lei 11.960/2009 (decorrentes das ADI\u00b4s n\u00ba 4.357 e 4.425), que possuem aplica\u00e7\u00e3o imediata, por se tratar de mat\u00e9ria de ordem p\u00fablica.\nAssim decidiu o MM. Juiz de Primeiro Grau (fls 243/245 e versos):\n18. TJ-PR\n13\n\n\fDisponibiliza\u00e7\u00e3o: quinta-feira, 31 de mar\u00e7o de 2016. Arquivo: 100 Publica\u00e7\u00e3o: 31\nComarcas do Interior C\u00edvel PARANACITY JU\u00cdZO \u00daNICO 27. CONCESSAO BENEFICIO PREV. - 0001083-93.2007.8.16.0128 - NEUZA APARECIDA SANTOS x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS Sendo assim, improcede o pedido da parte autora de aplica\u00e7\u00e3o do \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria diverso do que foi determinado em decis\u00e3o j\u00e1 transitada em julgado cuja constitucionalidade/inconstitucionalidade ainda n\u00e3o foi analisada pelo STF. Ante o exposto, homologo os c\u00e1lculos apresentados pelo INSS \u00e0s fls. 224/228. Requisite- se o pagamento dos valores devidos aos credores, via RPV e ou precat\u00f3rio, na forma legal. Ap\u00f3s, efetue-se o c\u00e1lculo das custas devidas, intimando-se o INSS para manifesta\u00e7\u00e3o. Havendo concord\u00e2ncia, desde j\u00e1 autorizo a expedi\u00e7\u00e3o de RPV/ precat\u00f3rio. -Adv. RENATA MO\u00c7O-.\nEm sede de manifesta\u00e7\u00e3o, o AGRAVANTE demonstrou satisfatoriamente que a pretens\u00e3o do INSS apresentada por meio de simples peti\u00e7\u00e3o, n\u00e3o merecia prosperar.\nO INSS foi regularmente INTIMADO E CITADO pessoalmente a se manifestar\nacerca dos c\u00e1lculos da AGRAVANTE em 25/05/2015 (vide certid\u00e3o de fls. 223 onde fora realizada s remessa dos autos ao procurador do INSS). Devolveu os autos em 23/06/2015, DEIXANDO TRANSCORRER \u201cIN ALBIS\u201d O PRAZO PARA OPOSI\u00c7\u00c3O DE EMBARGOS \u00c0 EXECU\u00c7\u00c3O. De forma totalmente contr\u00e1ria ao que preconizava o C\u00d3DIGO DE PROCESSO CIVIL, apresentou EXTEMPORANEAMENTE simples peti\u00e7\u00e3o onde reiterava os c\u00e1lculos que entendia ser devido (mesmo sabendo que com tal manifesta\u00e7\u00e3o n\u00e3o utilizava o meio processual adequado para tanto \u2013 que seria a oposi\u00e7\u00e3o de embargos \u00e0 execu\u00e7\u00e3o).\nDestacamos abaixo mais uma vez o carimbo de recebimento do PROCURADOR DO INSS, datado de:\n25/05/2015 (fls. 223):\n14\n\n\fPor assim ser, resta verificado que o INSS deixou transcorrer \u201cin albis\u201d o prazo legal para impugna\u00e7\u00e3o dos c\u00e1lculos por meio de oposi\u00e7\u00e3o de EMBARGOS \u00c0 EXECU\u00c7\u00c3O (expirado em 24/06/2015).\nN\u00e3o \u00e9 porque a FAZENDA P\u00daBLICA tenha prazos processuais mais favor\u00e1veis que, absurdamente, por consequ\u00eancia estaria ela imune ao instituto da PRECLUS\u00c3O.\nEsta atinge toda e qualquer parte \u2013 seja ela quem for. Do contr\u00e1rio, o cidad\u00e3o ficaria a merc\u00ea da inobserv\u00e2ncia dos procuradores aut\u00e1rquicos quanto ao momento processual adequado para apresentar o seu inconformismo, bem como em car\u00e1ter \u201cad eternum\u201d, e de forma intempestiva, ao atravessamento de peti\u00e7\u00f5es e pedidos.\n\u00c9 o que prescreve o Art. 507, do NOVO C\u00d3DIGO DE PROCESSO CIVIL que:\nArt. 507, NCPC: \u201c\u00c9 vedado \u00e0 parte discutir no curso do processo as quest\u00f5es j\u00e1 decididas a cujo respeito se operou a preclus\u00e3o.\u201d .\nA preclus\u00e3o \u00e9 um instituto criado para gerar efeitos dentro do processo, vinculados aos direitos, \u00f4nus, poderes e sujei\u00e7\u00f5es que formam a rela\u00e7\u00e3o jur\u00eddica processual.\nConforme j\u00e1 restou demonstrado, no caso em comento OCORREU A PRECLUS\u00c3O TEMPORAL estabelecida no art. 507 do NCPC, que tem por pressuposto a oportunidade da parte para praticar determinado ato processual e n\u00e3o o pratica ou pratica tardiamente.\nNEGAR O ACOLHIMENTO DA OCORR\u00caNCIA DA PRECLUS\u00c3O L\u00d3GICA E TEMPORAL \u00c9 FERIR O PRINC\u00cdPIO DA SEGURAN\u00c7A JUR\u00cdDICA, princ\u00edpio este que est\u00e1 inclu\u00eddo na esp\u00e9cie do g\u00eanero de direito fundamental e ocupa lugar de relevo no ordenamento jur\u00eddico atual, estando destacado junto com o DIREITO ADQUIRIDO, A COISA JULGADA E O ATO JUR\u00cdDICO PERFEITO, como postulados m\u00e1ximos de cumprimento inclusive pela legisla\u00e7\u00e3o infra-constitucional.\nConforme se v\u00ea, o PRINC\u00cdPIO DA SEGURAN\u00c7A JUR\u00cdDICA \u00e9 garantidor do Estado Democr\u00e1tico de Direito onde informa como o Estado deve se conduzir, ocupando ele lugar destacado como consect\u00e1rio da dignidade da pessoa humana e da necessidade de estabilidade nas rela\u00e7\u00f5es sociais.\nO PRINC\u00cdPIO DA SEGURAN\u00c7A JUR\u00cdDICA est\u00e1 consagrado dentro da Constitui\u00e7\u00e3o Federal em\nv\u00e1rios momentos. AINDA NO PRE\u00c2MBULO SE ANUNCIA QUE O ESTADO DEMOCR\u00c1TICO DE DIREITO, DE QUE SE CONSTITUI A REP\u00daBLICA FEDERATIVA DO BRASIL, EST\u00c1 DESTINADA A GARANTIR, ENTRE OUTROS DIREITOS FUNDAMENTAIS, A SEGURAN\u00c7A.\n15\n\n\fIgualmente no caput do art. 5\u00aa, A DECLARA\u00c7\u00c3O DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS TEM IN\u00cdCIO COM A PROCLAMA\u00c7\u00c3O DE QUE TODOS S\u00c3O IGUAIS PERANTE A LEI, garantindo-se a todos os residentes no pa\u00eds a inviolabilidade do direito \u00e0 seguran\u00e7a e \u00e0 propriedade.\nO Nobre doutrinador JJ GOMES CANOTILHO estabelece que o Estado democr\u00e1tico de direito conta com os princ\u00edpios de \u201cseguran\u00e7a jur\u00eddica\u201d e de \u201cprote\u00e7\u00e3o da confian\u00e7a\u201d como elementos constitutivos da pr\u00f3pria no\u00e7\u00e3o de \u201cEstado de Direito\u201d. A partir desta constata\u00e7\u00e3o, o mestre portugu\u00eas ensaia a conceitua\u00e7\u00e3o do que ele denomina \u201cprinc\u00edpio geral de seguran\u00e7a jur\u00eddica\u201d, em seu sentido mais amplo, e que abrange tamb\u00e9m a id\u00e9ia de \u201cProte\u00e7\u00e3o da confian\u00e7a\u201d. Podendo ser assim anunciado:\n\u201cOs indiv\u00edduos t\u00eam o direito de poder contar com o fato de que aos seus atos ou \u00e0s decis\u00f5es p\u00fablicas concernentes a seus direitos, posi\u00e7\u00f5es ou rela\u00e7\u00f5es jur\u00eddicas fundadas sobre normas jur\u00eddicas v\u00e1lidas e em vigor, se vinculem os efeitos previstos e assinados por estas mesmas normas.\u201d\nTodo o cuidado t\u00e9cnico se faz necess\u00e1rio quando da reda\u00e7\u00e3o dos atos normativos \u2013 isso para coibir a inseguran\u00e7a jur\u00eddica: \u00e9 imperioso se evitar a desordem dentro do sistema geral do ordenamento jur\u00eddico. A nova lei, n\u00e3o deve desorganizar o sistema, gerando contradi\u00e7\u00f5es ou obje\u00e7\u00f5es insuper\u00e1veis de compatibiliza\u00e7\u00e3o e interpreta\u00e7\u00e3o, levando o aplicador e o destinat\u00e1rio a perplexidades e conflitos graves e de dif\u00edcil repara\u00e7\u00e3o.\nDesta feita, considerando-se que a cita\u00e7\u00e3o e intima\u00e7\u00e3o ocorreram em 25/05/2015, o prazo final para oposi\u00e7\u00e3o de EMBARGOS \u00c0 EXECU\u00c7\u00c3O transcorreu em 24/06/2015.\nPor assim ser, ap\u00f3s escoado o prazo aut\u00e1rquico, incontestavelmente, ESTAVA PRECLUSO O DIREITO DE O MESMO SE INSURGIR CONTRA OS C\u00c1LCULOS E VALORES APRESENTADOS PELA PARTE AUTORA.\nDesta feita, n\u00e3o h\u00e1 que se falar que n\u00e3o houve cita\u00e7\u00e3o do INSS para se manifestar acerca das peti\u00e7\u00f5es de fls. 220/222 e versos, onde a agravante apresentava sua EXECU\u00c7\u00c3O DE SENTEN\u00c7A nos pr\u00f3prios autos, haja vista que conforme pode ser observado nos autos, a remessa dos autos ao INSS cumpriu o seu papel de intim\u00e1-lo e cit\u00e1-lo de todos os atos do processo, posto ser este o teor da certid\u00e3o exarada pela Secretaria do Cart\u00f3rio do Of\u00edcio Civil.\nNote que o INSS teve tempo h\u00e1bil de manusear todo o processo. O simples fato do mesmo apresentar sua por simples peti\u00e7\u00e3o (fls. 224/228 e versos), por si s\u00f3, j\u00e1 demonstra que se deu por ciente acerca da cita\u00e7\u00e3o acerca da liquida\u00e7\u00e3o/ execu\u00e7\u00e3o de senten\u00e7a que se promovia naquela oportunidade.\nAnte o exposto, percebe-se que POR AUS\u00caNCIA DE OPOSI\u00c7\u00c3O DE EMBARGOS \u00c0 EXECU\u00c7\u00c3O DENTRO DO PRAZO LEGAL, dever-se-ia ter sido acolhido o fato de que o INSS se deu por ciente acerca da cita\u00e7\u00e3o. E eventual preju\u00edzo decorrente da aus\u00eancia da correta\n16\n\n\fmanifesta\u00e7\u00e3o nos autos, ocorreu em decorr\u00eancia de sua pr\u00f3pria des\u00eddia, que al\u00e9m de n\u00e3o opor o instituto processual adequado (embargos do devedor) quando teve a chance para tanto, ainda protocolizou peti\u00e7\u00e3o de liquida\u00e7\u00e3o extemporaneamente (muito embora tal peti\u00e7\u00e3o jamais possa ser considerada em como sendo equivalente \u00e0 oposi\u00e7\u00e3o dos mencionados embargos).\n\u201cConcessa m\u00e1xima v\u00eania\u201d, mas a r. decis\u00e3o combatida deve ser reformada, posto que inexiste ofensa \u00e0 coisa julgada, quando se reconhece e admite a aplica\u00e7\u00e3o do INPC, como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria (haja vista que a referida mat\u00e9ria se trata de mat\u00e9ria de ordem p\u00fablica e, por conseq\u00fc\u00eancia, tem aplica\u00e7\u00e3o imediata \u2013 imediatismo esse igualmente determinado pelo efeito \u201cerga omnes\u201d decorrente do julgamento das ADI\u00b4s n\u00ba 4.357 e 4.425).\nCaso contr\u00e1rio, ao se manter a decis\u00e3o guerreada, haver\u00e1 a indevida permiss\u00e3o ao INSS para que o mesmo desrespeite os prazos legais e ainda crie prazos processuais e recursos em car\u00e1ter \u201cad eternum\u201d. Tal conduta favoreceria apenas e t\u00e3o somente a autarquia agravada, evidenciando-se que a r. decis\u00e3o agravada possibilita que o INSS extrapole suas atribui\u00e7\u00f5es, pois tal comportamento mostra n\u00edtido ato de \u201clegislar em seu favor\u201d \u2013 o que manifestamente ofende o princ\u00edpio da separa\u00e7\u00e3o de poderes (art. 2\u00ba, CF /1988), princ\u00edpio da reserva legal (art. 5\u00ba, inc. II, CF/1988), al\u00e9m do que, a decis\u00e3o tal como prolatada ofende o princ\u00edpio da seguran\u00e7a jur\u00eddica, princ\u00edpio da isonomia processual entre as partes, uma vez que o INSS acaba se utilizando de prazo superior ao previsto legalmente, o que para o caso em comento era fatal, nos termos do art. 730, do CPC cumulado com o artigo 130 da Lei 8.213/1991.\nDesta forma, a parte AGRAVANTE interp\u00f5e o presente recurso para que a r. decis\u00e3o atacada seja integralmente reformada e que seus argumentos expedidos sejam analisados e, decidida a mat\u00e9ria, nos termos que vindicado neste agravo.\nIII \u2013 DO RESUMO DOS FATOS\nRestou demonstrado que o agravado apurou de forma equivocada os valores que entendia ser devidos. Bem como restou igualmente demonstrado que o INSS n\u00e3o op\u00f4s embargos a execu\u00e7\u00e3o dentro do prazo legal para tanto.\nA AGRAVANTE apresentou seus c\u00e1lculos de liquida\u00e7\u00e3o e impugnou aqueles que haviam sido apresentados pela Autarquia Agravada. Diante disso, o agravante, apurou o cr\u00e9dito no importe total correspondente \u00e0 R$ 124.880,32 (cento e vinte e quatro mil oitocentos e oitenta reais e trinta e dois centavos), sendo:\nvalor principal: R$ 115.551,22; honor\u00e1rios sucumbenciais: R$ 9.329,10.\nAdemais, a pr\u00f3pria certid\u00e3o de remessa dos autos ao INSS (de fls. 223) declarava expressamente que o mesmo \u201cfava citado e intimado de todos os atos e termos do procedimento\u201d, em especial da liquida\u00e7\u00e3o de senten\u00e7a que a parte autora (ora agravante) apresentava nos moldes dos artigos 730 e 731, do CPC. E h\u00e1 que se destacar ainda que a parte\n17\n\n\fcredora (ora agravante), requereu expressamente a cita\u00e7\u00e3o do INSS \u2013 tal como pode ser comprovado na imagem abaixo (fls. 220 verso \u2013 da peti\u00e7\u00e3o de fls. 220/222):\n(destaque nosso)\nPorquanto o processo foi integralmente remetido \u00e0 procuradoria do INSS, n\u00e3o havendo como alegar cumprimento espont\u00e2neo do v. ac\u00f3rd\u00e3o, quando teria que interpor embargos a execu\u00e7\u00e3o.\nEsta modalidade processual empregada pelo INSS \u00e9 inovat\u00f3ria, pois perde o prazo e depois alega que \"cumpriu voluntariamente\".\nDestaca-se mais uma vez que, intimada a se manifestar sobre tal peti\u00e7\u00e3o, a agravante tempestivamente impugnou a pretens\u00e3o aut\u00e1rquica, destacando o seguinte:\nPreclus\u00e3o l\u00f3gica e extemporaneidade da manifesta\u00e7\u00e3o aut\u00e1rquica: j\u00e1 que protocolizou sua manifesta\u00e7\u00e3o fora do prazo legal e utilizandose meio processual inadequado (simples peti\u00e7\u00e3o, quando deveria ter oposto EMBARGOS \u00c0 EXECU\u00c7\u00c3O); Irregularidade dos c\u00e1lculos apresentados, haja vista que considerava como indexador a ser aplic\u00e1vel para corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, a \u201cTR\u201d, quando o correto era a aplica\u00e7\u00e3o do INPC.\nDesta feita, n\u00e3o h\u00e1 que se falar em \u201cAUS\u00caNCIA DE CITA\u00c7\u00c3O\u201d, haja vista o fato de que a remessa dos autos ao INSS preencheu TODAS AS FORMALIDADES LEGAIS \u2013 tanto \u00e9 verdade, que o agravado apresentou at\u00e9 planilha de c\u00e1lculo dos valores que entendia ser devido (embora, o tenha feito de forma EXTEMPOR\u00c2NEA).\nN\u00e3o bastasse tal fato (suficiente o bastante para gerar o n\u00e3o acolhimento dos c\u00e1lculos do INSS), ao contr\u00e1rio do que foi decido na respeitosa decis\u00e3o de fls. 243/245, a mat\u00e9ria envolvendo o presente caso (\u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria) \u00e9 mat\u00e9ria de ordem p\u00fablica, sob a qual n\u00e3o se opera a coisa julgada material.\nDesta forma, inobstante o fato de que o disposto no julgamento das ADI\u2019s 4.357 e 4.425 ser posterior ao tr\u00e2nsito em julgado do ac\u00f3rd\u00e3o proferido, certo \u00e9 o fato de que, ao apreciar a constitucionalidade do artigo 100 da CF, com a reda\u00e7\u00e3o que lhe foi dada pela EC 62/2009, foi manifestamente declarada a inconstitucionalidade da express\u00e3o \"\u00edndice oficial de\n18\n\n\fremunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica da caderneta de poupan\u00e7a\" e \"independente de sua natureza\", constante do \u00a712, do art. 100.\nPor consequ\u00eancia, h\u00e1 de se destacar ainda que, a mencionada decis\u00e3o do STF declarou o efeito \u201cerga omnes\u201d no que tange \u00e0 sua aplica\u00e7\u00e3o , como se denota do v. aresto do E. Tribunal Regional Federal da 4\u00aa Regi\u00e3o:\n\u201cNo tocante \u00e0 incid\u00eancia de juros e corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, deixo de aplicar os \u00edndices previstos na Lei n\u00ba 11.960/2009, que modificou a reda\u00e7\u00e3o do art. 1\u00ba-F da Lei n\u00ba 9.494/97, por conta de decis\u00e3o proferida pelo Plen\u00e1rio do Supremo Tribunal Federal, no julgamento das ADIs 4.357 e 4.425 (...) declarou inconstitucional, por arrastamento, o art. 1\u00ba-F da Lei n\u00ba 9.494/1997, com a reda\u00e7\u00e3o dada pelo art. 5\u00ba da Lei n\u00ba 11.960/2009.\nRecente julgado da Suprema Corte, de relatoria da Min. Carmem L\u00facia, reafirmou a inconstitucionalidade declarada nas ADINs 4.357 e 4.425, determinando que \"o Tribunal de origem julgue como de direito quanto \u00e0 aplica\u00e7\u00e3o de outro \u00edndice que n\u00e3o a taxa referencial (TR)\" - RE 747702/SC. Imp\u00f5e-se, pois, a observ\u00e2ncia do que decidido com efeito erga omnes e efic\u00e1cia vinculante pelo STF nas ADIs 4.357 e 4.425, restabelecendo-se, no que toca a juros e corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, a sistem\u00e1tica anterior \u00e0 Lei n\u00ba 11.960/09.\nNesse sentido, os juros de mora devem ser fixados \u00e0 taxa de 1% ao m\u00eas, a contar da cita\u00e7\u00e3o, com base no art. 3.\u00ba do decreto-Lei n.\u00ba 2.322/1987, aplic\u00e1vel, analogicamente, aos benef\u00edcios pagos com atraso, tendo em vista o seu car\u00e1ter alimentar, consoante firme entendimento consagrado na jurisprud\u00eancia do STJ e na S\u00famula 75 desta Corte.\nA atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, incidindo a contar do vencimento de cada presta\u00e7\u00e3o, deve-se dar, no per\u00edodo de 05/1996 a 03/2006, pelo IGP-DI (art. 10 da Lei n.\u00ba 9.711/98, c/c o art. 20, \u00a7\u00a75\u00ba e 6.\u00ba, da Lei n.\u00ba 8.880/94), e, a partir de 04/2006, pelo INPC (art. 31 da Lei n.\u00ba 10.741/03, c/c a Lei n.\u00ba 11.430/06, precedida da MP n.\u00ba 316, de 11-08-2006, que acrescentou o art. 41-A \u00e0 Lei n.\u00ba 8.213/91, e REsp. n.\u00ba 1.103.122/PR). (grifamos)\nPor assim ser, o Novo Manual de C\u00e1lculos do CJF (Resolu\u00e7\u00e3o 267, de 02/12/13) apenas reiterou expressamente aquilo que j\u00e1 vinha sendo aplicado em parte da jurisprud\u00eancia, tendo em vista a inconstitucionalidade da Lei 11.960/2009.\nComprovou-se, portanto, que o agravado, na confec\u00e7\u00e3o EXPEMPOR\u00c2NEA de seus c\u00e1lculos, n\u00e3o observou os \u00edndices corretos no tocante \u00e0 corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria incidentes sobre as parcelas em atraso, pois a partir de 11/08/2006, deve-se adotar o INPC ao inv\u00e9s do IGP-DI, nos termos do art. 31 da Lei n\u00ba 10.741/2003 c.c o art. 41-A da Lei 8.213/91, com reda\u00e7\u00e3o que lhe foi dada pela Medida Provis\u00f3ria n\u00ba 316, de 11 de agosto de 2006, posteriormente convertida na Lei n\u00ba 11.430, de 26/12/2006.\nImpende-se destacar ainda que, o CJF aprovou por interm\u00e9dio da Resolu\u00e7\u00e3o 267, de 02/12/13 (publicada no dia 10 de dezembro), o NOVO MANUAL DE C\u00c1LCULOS DA JUSTI\u00c7A FEDERAL que estabeleceu os novos crit\u00e9rios para as a\u00e7\u00f5es previdenci\u00e1rias, substituindo os antigos \u00edndices aplic\u00e1veis.\n19\n\n\fAo contr\u00e1rio do que foi decidido na decis\u00e3o que \u00e9 objeto do presente agravo, tais altera\u00e7\u00f5es possuem aplica\u00e7\u00e3o IMEDIATA. Logo, incidem de forma integral no presente caso.\nUma das principais modifica\u00e7\u00f5es do Manual se referiu ao indexador de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria incidente sobre os d\u00e9bitos judiciais da Fazenda P\u00fablica.\nO Manual passou a prever que voltam a incidir como indexadores de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria o \u00cdndice de Pre\u00e7os ao Consumidor Amplo - S\u00e9rie Especial (IPCA-E), para as senten\u00e7as condenat\u00f3rias em geral, o \u00cdndice Nacional de Pre\u00e7os ao Consumidor (INPC), para senten\u00e7as proferidas em a\u00e7\u00f5es previdenci\u00e1rias, e a taxa SELIC, para os cr\u00e9ditos em favor dos contribuintes e para os casos de devedores n\u00e3o enquadrados como Fazenda P\u00fablica, cuja incid\u00eancia engloba compensa\u00e7\u00e3o da mora e corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria.\nEssa modifica\u00e7\u00e3o \u00e9 decorrente da declara\u00e7\u00e3o parcial de inconstitucionalidade do art. 1\u00ba-F da Lei n. 9.494/97, com reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n. 11.960/2009, pelo Supremo Tribunal Federal (STF), na ADI 4.357/DF.\nA decis\u00e3o do STF afastou a aplica\u00e7\u00e3o da Taxa Referencial (TR) como indexador de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria das condena\u00e7\u00f5es impostas \u00e0 Fazenda P\u00fablica. Isso porque, a Corte Suprema, quando do julgamento das ADI\u2019s 4.357 e 4.425, ao apreciar a constitucionalidade do artigo 100 da CF, com a reda\u00e7\u00e3o que lhe foi dada pela EC 62/2009, declarou a inconstitucionalidade da express\u00e3o \"\u00edndice oficial de remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica da caderneta de poupan\u00e7a\" e \"independente de sua natureza\", constante do \u00a712, do art. 100.\nAl\u00e9m disso, por arrastamento, se declarou inconstitucional o famigerado art. 5\u00ba, da Lei 11.960/2009, que alterou o art. 1\u00ba-F, da Lei 9.494/1997, norma esta que atentou contra o cidad\u00e3o brasileiro ao relegar a quase nada a atualiza\u00e7\u00e3o que lhe seria devida pelo pagamento de benef\u00edcios com atraso, posto que ofensiva ao princ\u00edpio da igualdade j\u00e1 que o Estado, discriminatoriamente e, sem motivo razo\u00e1vel, alterou os crit\u00e9rios de atualiza\u00e7\u00e3o.\nSalienta-se ainda que, em 25/03/2015, houve a modula\u00e7\u00e3o dos efeitos de referidas ADI\u00b4s, sendo que, em rela\u00e7\u00e3o ao indexador de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria das presta\u00e7\u00f5es em atraso dos benef\u00edcios previdenci\u00e1rios, n\u00e3o houve qualquer oposi\u00e7\u00e3o para a incid\u00eancia imediata do INPC e n\u00e3o da TR, a luz do art. 41, da Lei 8.213/1991.\nAnte o exposto, percebe-se que o INSS deixou transcorrer in albis o prazo legal para se insurgir contra os c\u00e1lculos da AGRAVANTE. E quando finalmente o fez, ocorreu FORA DO PRAZO LEGAL PARA TANTO, bem como deixou de utilizar o instituto processual dos EMBARGOS DO DEVEDOR (previsto no art. 741, do C\u00f3digo de Processo CIVIL/1973 e art. 130, da Lei 8.213/1991), que se tratava do meio processual adequado \u00e0 demonstrar sua irresigna\u00e7\u00e3o e questionar valores apurados pela agravante em sede de execu\u00e7\u00e3o de senten\u00e7a.\nDenota-se assim, a real necessidade de reformar a decis\u00e3o ora guerreada para:\n20\n\n\fa) reconhecer a intempestividade e irregularidade da manifesta\u00e7\u00e3o do INSS de fls. 224/228 e versos \u2013 ante a INEXIST\u00caNCIA DE OPOSI\u00c7\u00c3O DE e EMBARGOS \u00c0 EXECU\u00c7\u00c3O; e\nb) acolher na integralidade os c\u00e1lculos de liquida\u00e7\u00e3o apurados pela agravante em sede de execu\u00e7\u00e3o de senten\u00e7a (peti\u00e7\u00e3o de fls. 220/222 e 231/241), haja vista a regularidade dos \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria incidentes nos presentes autos (qual seja, o INPC).\nIV \u2013 DOS FUNDAMENTOS DO AGRAVO\n4.1 \u2013 DA PRECLUS\u00c3O CONSUMATIVA E TEMPORAL PARA O INSS\nConforme pode ser observado, a peti\u00e7\u00e3o de fls. 224/228, protocolizada anteriormente pelo AGRAVADO tinha n\u00edtido intuito procrastinat\u00f3rio, posto que seus argumentos demonstram a tentativa desesperada de se beneficiar de sua pr\u00f3pria torpeza, haja vista ter se pronunciado nos autos utilizando o meio processual INADEQUADO para tanto.\nImperioso destacar que se faz necess\u00e1rio o reconhecimento da PRECLUS\u00c3O CONSUMATIVA E TEMPORAL, isto porque a manifesta\u00e7\u00e3o onde se insurgiu contra os c\u00e1lculos de liquida\u00e7\u00e3o apresentados pela agravante, foi apresentada extemporaneamente (e utilizando da via processual inadequada).\nPor assim ser, claro e inequ\u00edvoco \u00e9 o fato de que a mat\u00e9ria se encontra INTEGRALMENTE PRECLUSA, haja vista a aus\u00eancia de recurso tempestivo (embargos \u00e0 execu\u00e7\u00e3o) insurgindo-se contra a mesma.\nIgualmente deve restar reconhecido a PRECLUS\u00c3O TEMPORAL, porque mesmo tendo sido citado/intimado pessoalmente para a apresenta\u00e7\u00e3o de embargos, deixou transcorrer in albis seu prazo.\nO C\u00d3DIGO DE PROCESSO CIVIL estabelece claramente quais s\u00e3o os instrumentos processuais h\u00e1beis e cab\u00edveis em cada fase da tramita\u00e7\u00e3o dos autos. Por\u00e9m, a autarquia AGRAVADA prefere ignorar a sua exist\u00eancia e manifesta-se e agir dentro dos autos como melhor lhe conv\u00e9m.\nTal pretens\u00e3o \u00e9 um absurdo, haja vista que demonstra a clara inten\u00e7\u00e3o de desvirtuar a lei e \u201ccriar\u201d um C\u00d3DIGO DE PROCESSO CIVIL com regras pr\u00f3prias \u00e0 autarquia agravante. Certo \u00e9 o fato que n\u00e3o podemos compactuar nem aceitar tal situa\u00e7\u00e3o. POSTO QUE A LEI \u00c0 APLIC\u00c1VEL \u00c0 TODOS.\nHouve a cita\u00e7\u00e3o pessoal do AGRAVADO em 25/05/2015 e, nesta oportunidade cabia ao INSS apresentar embargos \u00e0 execu\u00e7\u00e3o. Por\u00e9m, PREFERIU N\u00c3O SE MANIFESTAR NO PRAZO LEGAL E, QUANDO O FEZ, ELEGEU A VIA PROCESSUAL INADEQUADA, muito embora regularmente citado e intimado para\n21\n\n\ftanto. Portanto, seu direito a se insurgir quanto aos c\u00e1lculos apresentados pela agravante, foi fulminado pela preclus\u00e3o.\nDestaca-se, mais uma vez que a autarquia AGRAVADA \u00e9 beneficiada pela contagem de prazos mais favor\u00e1veis (e esta se submete aos mesmos). Igualmente a mesma ainda deve observar o instrumento processual adequado (EMBARGOS \u00c0 EXECU\u00c7\u00c3O) para insurgir-se contra os c\u00e1lculos de liquida\u00e7\u00e3o que lhes s\u00e3o apresentados. Se assim n\u00e3o o faz, tamb\u00e9m se lhe aplica o instituto da preclus\u00e3o, tendo em vista que o cidad\u00e3o n\u00e3o pode ficar a merc\u00ea da inobserv\u00e2ncia dos procuradores aut\u00e1rquicos quanto aos prazos e recursos cab\u00edveis para manifestar o seu inconformismo, bem como em car\u00e1ter \u201cad eternum\u201d, ao atravessamento de peti\u00e7\u00f5es e pedidos.\nPortanto, tendo o INSS se mantido inerte ao inv\u00e9s de proceder \u00e0 interposi\u00e7\u00e3o de embargos \u00e0 execu\u00e7\u00e3o, operou-se a preclus\u00e3o l\u00f3gica e temporal, ou seja, desapareceu a possibilidade de impugnar os c\u00e1lculos apresentados pela parte autora.\nNesse sentido:\n\u201cAGRAVO DE PETI\u00c7AO. PRECLUSAO L\u00d3GICA. \u201cA ocorr\u00eancia de preclus\u00e3o l\u00f3gica consiste na extin\u00e7\u00e3o da faculdade de se praticar determinado ato processual em raz\u00e3o da pr\u00e1tica de outro ato com aquele incompat\u00edvel. \"In casu\", \u00e9 evidente que a aus\u00eancia de impugna\u00e7\u00e3o e a apresenta\u00e7\u00e3o de c\u00e1lculos nos quais restaram contemplados os recolhimentos previdenci\u00e1rios atinentes \u00e0 cota parte do empregador \u00e9 incompat\u00edvel com a tese patronal ora deduzida de isen\u00e7\u00e3o de tais recolhimentos, n\u00e3o podendo a parte se insurgir contra um determinado ato processual ap\u00f3s demonstrar concord\u00e2ncia com o mesmo ou com o incidente que o originou\u201d. TRT-2 - AGRAVO DE PETICAO: AGVPET 1159200546602008 SP 01159-2005-466-02-00-8; Relator(a): MARCELO FREIRE GON\u00c7ALVES;\u00d3rg\u00e3o Julgador: 12\u00aa TURMA;Publica\u00e7\u00e3o: 17/07/2009\u201d\n(grifo nosso)\nPelo acima exposto, fica claro que a reforma da decis\u00e3o de fls. 243/245 (e versos) \u00e9 a medida de justi\u00e7a que se imp\u00f5e. Por assim ser, resta caracterizada e incontroversa a legalidade da execu\u00e7\u00e3o em todas as suas vertentes, especialmente no que tange \u00e0 aplica\u00e7\u00e3o do INPC como indexador de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria.\nCumpre repisar que, o meio processual adequado para a Autarquia Federal, demonstrar sua irresigna\u00e7\u00e3o e questionar valores apurados em sede de execu\u00e7\u00e3o de senten\u00e7a seriam os EMBARGOS \u00c0 EXECU\u00c7\u00c3O, previstos nos artigos 730 e seguintes, principalmente o artigo 741, todos do C\u00f3digo de Processo Civil/1973 e artigo 130, da Lei 8.213/1991, haja vista que, a suposta diverg\u00eancia levantada n\u00e3o se resume a mat\u00e9ria erro material.\nPor assim ser, n\u00e3o deveria a D. Julgadora ter conhecido e, muito menos acolhido a peti\u00e7\u00e3o e os c\u00e1lculos aut\u00e1rquicos.\nA prop\u00f3sito segue recente decis\u00e3o do TRF 3\u00aa Regi\u00e3o:\n22\n\n\fTrata-se de embargos \u00e0 execu\u00e7\u00e3o de senten\u00e7a prolatada nos autos da a\u00e7\u00e3o ordin\u00e1ria registrada sob o n\u00ba 2006.61.12.004709-6. Alega o Embargante que n\u00e3o concorda com a execu\u00e7\u00e3o na forma proposta, porquanto a Embargada requer a import\u00e2ncia total de R$ 22.372,76, sendo que a contadoria do Embargante elaborou conta de liquida\u00e7\u00e3o no valor de R$ 21.451,02, tudo posicionado para 30/08/2011. Aguarda a proced\u00eancia. Instru\u00edram a inicial, os documentos das folhas 04/10. A Embargada apresentou sua impugna\u00e7\u00e3o, requerendo, preliminarmente, o n\u00e3o conhecimento dos embargos por intempestivos e, no m\u00e9rito, aduzindo que elaborou seus c\u00e1lculos nos exatos termos do que ficou decidido no feito principal. Pugnou pela total improced\u00eancia e forneceu substabelecimento, com reserva de poderes (fls. 15/20 vsvs e 21). Os autos foram remetidos \u00e0 Contadoria Judicial que elaborou parecer contr\u00e1rio ao Embargante e apresentou valores com e sem a aplica\u00e7\u00e3o dos \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria introduzidos pela Lei n\u00ba 11.960/2009 (fls 24/26). Sobre o parecer da Contadoria Judicial, disseram as partes, sendo primeiro a embargante (fls. 29 e 32/33 vsvs). \u00c9 o relat\u00f3rio. DECIDO. Embora o Embargante n\u00e3o tenha sido expressamente intimado para se manifestar quanto \u00e0 preliminar suscitada pela Embargada, daquela prejudicial tomou ci\u00eancia quando levou os autos em carga na data de 20/04/2012 e os devolveu em 27/04/2012, restanto, portanto, intimado da referida manifesta\u00e7\u00e3o da parte embargada. Consoante reda\u00e7\u00e3o do art. 130 da Lei n\u00ba 8.213/91, com reda\u00e7\u00e3o alterada pela Lei n\u00ba 9.528/97, \"Na execu\u00e7\u00e3o contra o Instituto Nacional do Seguro SocialINSS, o prazo a que se refere o art. 730 do C\u00f3digo de Processo Civil \u00e9 de trinta dias\".Compulsando os autos da a\u00e7\u00e3o ordin\u00e1ria n\u00ba 2006.61.12.004709-6 - folha 145 -, noto que o INSS foi regular e pessoalmente citado para os fins do artigo 730 do CPC, no dia 14 de outubro de 2011 (14/10/1964), uma sexta-feira, iniciando a flu\u00eancia do prazo no dia 17/10/2011 e de tal forma que o prazo fatal para interpor a presente a\u00e7\u00e3o incidental expirar-se-ia no dia 16 de novembro de 2011 (16/11/2011).N\u00e3o obstante, o protocolo inicial desta a\u00e7\u00e3o data de 17/11/2011, denunciando a flagrante intempestividade da interposi\u00e7\u00e3o destes embargos, ensejando, destarte, sua extin\u00e7\u00e3o sem resolu\u00e7\u00e3o do m\u00e9rito. (JF/SP. Proc. 0008934-36.2011.4.03.6112. DJF3:05.11.2012)\n(grifos nossos)\nA legisla\u00e7\u00e3o de reg\u00eancia na \u00e9poca dos fatos (maio/2015) previa que o excesso de execu\u00e7\u00e3o s\u00f3 poderia ser alegado nos EMBARGOS DO DEVEDOR, conforme dispositivo acoplado ao art. 741, do CPC/1973, que trata dos embargos \u00e0 execu\u00e7\u00e3o contra a Fazenda P\u00fablica e n\u00e3o atrav\u00e9s de simples peti\u00e7\u00e3o, e deixando transcorrer \u201cin albis\u201d o prazo para a oposi\u00e7\u00e3o de embargos, como fez o INSS no caso vertente.\nLogo, n\u00e3o deveria ter havido a homologa\u00e7\u00e3o dos c\u00e1lculos do INSS (peti\u00e7\u00e3o de fls. 224/228) muito menos acolhido os argumentos nela trazidos, posto que n\u00e3o se trata da via processual adequada para tanto, muito menos aponta qualquer ofensa ao art. 783, do NCPC.\n4.2 \u2013 DA AUS\u00caNCIA DE RAZ\u00c3O AO INSS\nConforme exaustivamente comprovado e, antes de se adentrar ao combate a decis\u00e3o magistral, \u00e9 sabido que o momento para que o AGRAVADO se manifeste e impugne todos os argumentos aduzidos pelo AGRAVANTE em sede de execu\u00e7\u00e3o de senten\u00e7a \u00e9 quando lhe \u00e9 concedido prazo para a oposi\u00e7\u00e3o de EMBARGOS \u00c0 EXECU\u00c7\u00c3O, e assim n\u00e3o fez o INSS mesmo tendo sido intimado pessoalmente, conforme previa os artigos 730 e seguintes, principalmente o artigo 741, todos do C\u00d3DIGO DE PROCESSO CIVIL/1973.\n23\n\n\fHavendo transcorrido tal prazo, tendo ou n\u00e3o se efetivado a manifesta\u00e7\u00e3o, SURGE O INSTITUTO DA PRECLUS\u00c3O TEMPORAL. Assim, entende a jurisprud\u00eancia do TRF 4\u00aa Regi\u00e3o:\nREVIS\u00c3O DE CONTRATO. SISTEMA FINANCEIRO DA HABITA\u00c7\u00c3O. SAL\u00c1RIO M\u00cdNIMO. PRECLUS\u00c3O CONSUMATIVA. \u00cdNDICE DE RAJUSTE. LIMITADOR. UPC + 7%. COEFICIENTE DE EQUIPARA\u00c7\u00c3O SALARIAL - CES. 1. Nos termos do art. 300 do CPC, compete ao r\u00e9u alegar, em contesta\u00e7\u00e3o, toda a mat\u00e9ria de defesa, sob pena de se operar a preclus\u00e3o consumativa, sendo-lhe defeso pretender discutir a mat\u00e9ria em sede recursal, quando deixou de ser examinada no ju\u00edzo de origem. (TRF 4\u00aaR. Processo: 2002.70.01.011423-2. Terceira Turma. Relator Desembargador Carlos Eduardo Thompson Flores Lenz. DJU: 06.12.2006)\n(grifos nossos)\n\u201cData v\u00eania\u201d, o INSS em sua peti\u00e7\u00e3o se utilizou de jogos de palavras, e buscou al\u00e9m de superar a perda de prazo para se manifestar, e tamb\u00e9m da inutiliza\u00e7\u00e3o do meio processual cab\u00edvel (embargos \u00e0 execu\u00e7\u00e3o).\n\u00c9 de bom alvitre recordar que, umas das grandes m\u00e1ximas do Direito que \u00e9 \u201cO DIREITO N\u00c3O SOCORRE OS QUE DORMEM\u201d. Isto implica em dizer que se n\u00e3o arg\u00fcido no momento adequado, \u00e9 indiscut\u00edvel que a Autarquia concordou tacitamente com o modo de apura\u00e7\u00e3o atribu\u00eddo, por conseguinte, se operou a preclus\u00e3o temporal e, no mesmo passo a forma\u00e7\u00e3o da coisa julgada, do ato jur\u00eddico perfeito e do direito adquirido \u2013 pouco importa que o INSS tenha apresentado planilha de evolu\u00e7\u00e3o de d\u00e9bito do valor que julga ser correto, haja vista que apresentado extemporaneamente (e mediante via processual inadequada).\nN\u00e3o bastasse isso, conforme j\u00e1 exposto, o correto indexador de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u00e9 o INPC, haja vista o fato de que houve a declara\u00e7\u00e3o de inconstitucionalidade por arrastamento, do famigerado art. 5\u00ba, da Lei 11.960/2009, que alterou o art. 1\u00ba-F, da Lei 9.494/1997 \u2013 cuja aplica\u00e7\u00e3o e incid\u00eancia s\u00e3o imediatas, conforme j\u00e1 decidido pelo STF (at\u00e9 mesmo porque, se trata de mat\u00e9ria de ordem p\u00fablica).\nImportante se elucidar que, a n\u00e3o aplica\u00e7\u00e3o da Taxa Referencial para a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, j\u00e1 est\u00e1 ocorrendo nos processos, uma vez que a decis\u00e3o do STF declarou seu efeito \u201cerga omnes\u201d.\nAnte o exposto, deve haver o conhecimento do presente agravo, a fim de ver reformada a decis\u00e3o que homologou os c\u00e1lculos do AGRAVADO e, indevidamente rejeitou os c\u00e1lculos de liquida\u00e7\u00e3o da agravante.\n4.3 \u2013 DA APLICA\u00c7\u00c3O DA RESOLU\u00c7\u00c3O 267/2013.\n24\n\n\fUma das principais modifica\u00e7\u00f5es do Manual refere-se ao indexador de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria incidente sobre os d\u00e9bitos judiciais da Fazenda P\u00fablica. O Manual passa a prever que voltam a incidir como indexadores de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria o \u00cdndice de Pre\u00e7os ao Consumidor Amplo - S\u00e9rie Especial (IPCA-E), para as senten\u00e7as condenat\u00f3rias em geral, o \u00cdndice Nacional de Pre\u00e7os ao Consumidor (INPC), para senten\u00e7as proferidas em a\u00e7\u00f5es previdenci\u00e1rias, e a taxa SELIC, para os cr\u00e9ditos em favor dos contribuintes e para os casos de devedores n\u00e3o enquadrados como Fazenda P\u00fablica, cuja incid\u00eancia engloba compensa\u00e7\u00e3o da mora e corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria.\nComo j\u00e1 explanado anteriormente, essa modifica\u00e7\u00e3o decorre de declara\u00e7\u00e3o parcial de inconstitucionalidade do art. 1\u00ba-F da Lei n. 9.494/97, com reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n. 11.960/2009, pelo Supremo Tribunal Federal (STF), na ADI 4.357/DF. A decis\u00e3o do STF afastou a aplica\u00e7\u00e3o da Taxa Referencial (TR) como indexador de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria das condena\u00e7\u00f5es impostas \u00e0 Fazenda P\u00fablica.\nOutra modifica\u00e7\u00e3o no Manual refere-se \u00e0 sistem\u00e1tica dos juros de mora nas a\u00e7\u00f5es condenat\u00f3rias em geral. Desde julho de 2009, sendo o devedor a Fazenda P\u00fablica, incide o mesmo percentual de juros incidentes sobre a caderneta de poupan\u00e7a, capitalizados de forma simples. A partir de maio de 2012, com a edi\u00e7\u00e3o da Lei n. 12.703/2012, os juros da poupan\u00e7a passaram a corresponder a 0,5% ao m\u00eas, caso a taxa SELIC ao ano seja superior a 8,5%, ou 70% da taxa SELIC ao ano, mensalizada, nos demais casos.\nCom efeito, diante das considera\u00e7\u00f5es acima, comprova-se que a r. decis\u00e3o proferida, que acolheu os c\u00e1lculos apresentados intempestivamente pelo INSS, n\u00e3o considerou a real sistem\u00e1tica que deveria ser aplic\u00e1vel ao caso.\nPelo acima exposto, deve-se observar o Manual de C\u00e1lculos da Justi\u00e7a Federal, alterado pela Resolu\u00e7\u00e3o n\u00b0 267/2013 e n\u00e3o o texto da Resolu\u00e7\u00e3o n\u00ba 134/2010, haja vista a inconstitucionalidade da Lei 11.960/09.\n4.4 \u2013 DA INCONSTITUCIONALIDADE DA LEI 11.960/09.\nNo que concerne a atualiza\u00e7\u00e3o do pagamento das parcelas devidas desde o termo inicial,\nessencial que se atente para a N\u00c3O APLICA\u00c7\u00c3O DAS MODIFICA\u00c7\u00d5ES ORIUNDAS DA LEI 11.960/2009.\nIsso porque, foi decidido pela Corte Suprema (decis\u00e3o esta que teve aplica\u00e7\u00e3o imediata e j\u00e1 vem sendo utilizada por todos os Tribunais), quando do julgamento das ADIs 4.357 e 4.425, que apreciou a constitucionalidade do artigo 100 da CF/1988, com a reda\u00e7\u00e3o que lhe foi dada pela EC 62/2009, declarou expressamente a inconstitucionalidade da express\u00e3o \"\u00edndice oficial de remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica da caderneta de poupan\u00e7a\" e \"independente de sua natureza\", constante do \u00a712, do art. 100, da Carta da Rep\u00fablica.\n25\n\n\fPor arrastamento, foi declarado inconstitucional, o famigerado art. 5\u00ba, da Lei 11.960/2009, que alterou o art. 1\u00ba-F, da Lei 9.494/1997, norma esta que atentou contra o cidad\u00e3o brasileiro ao relegar a quase nada a atualiza\u00e7\u00e3o que lhe seria devida pelo pagamento de benef\u00edcios com atraso, posto que ofensiva ao princ\u00edpio da igualdade j\u00e1 que o Estado, discriminatoriamente e, sem motivo razo\u00e1vel, alterou os crit\u00e9rios de atualiza\u00e7\u00e3o.\n\nNo mesmo sentido \u00e9 posicionamento do Superior Tribunal de Justi\u00e7a, conforme jurisprud\u00eancia recente:\n\n\u201c(...) qualquer que fosse a natureza da condena\u00e7\u00e3o imposta \u00e0 Fazenda P\u00fablica, a d\u00edvida fazend\u00e1ria estaria sujeita a incid\u00eancia, uma \u00fanica vez, para fins de atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria juros de mora, dos \u00edndices oficiais de remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica e juros aplicados \u00e0 caderneta de poupan\u00e7a.\n\nA partir da declara\u00e7\u00e3o de inconstitucionalidade parcial do art. 5\u00ba da Lei\n\n11.960/09: (a) a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria das d\u00edvidas fazend\u00e1rias deve observar \u00edndices que\n\nreflitam a infla\u00e7\u00e3o acumulada do per\u00edodo, a ela n\u00e3o se aplicando os \u00edndices de\n\nremunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica da caderneta de poupan\u00e7a (...)\u201d (REsp\n\n1443657. Relator\n\nMinistro Humberto Martins. Data da Publica\u00e7\u00e3o 07/04/2014)\n\n(grifos nossos)\n\nCorroborando e acatando o entendimento do STF, o pr\u00f3prio CONSELHO DA JUSTI\u00c7A FEDERAL, por meio da Resolu\u00e7\u00e3o n\u00ba 267, de 2 de dezembro de 2013, alterou o Manual de Orienta\u00e7\u00e3o de Procedimentos para os C\u00e1lculos na Justi\u00e7a Federal, anteriormente aprovado pela Resolu\u00e7\u00e3o 134/2010, e determinou que a partir de 09/2006, o indexador aplicado a t\u00edtulo de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u00e9 o INPC e n\u00e3o TR, como considerou o INSS.\n\nRegistre-se que, a metodologia de atualiza\u00e7\u00e3o incide sobre os autos independentemente da fase processual, CONSIDERANDO-SE QUE ESTA N\u00c3O TRANSITA EM JULGADO.\n\nNesse diapas\u00e3o, vindica-se que, seja totalmente provido o presente AGRAVO DE INSTRUMENTO a fim de que haja acolhimento dos c\u00e1lculos de liquida\u00e7\u00e3o apresentado pela AGRAVANTE e, por consequ\u00eancia, seja acolhida /determinada a atualiza\u00e7\u00e3o de todas as presta\u00e7\u00f5es devidas, pelo indexador INPC (tal como antes da Lei 11.960/2009, que tinha institu\u00eddo a TR) e a incid\u00eancia de juros morat\u00f3rios, conforme fixado pelo n. magistrado.\n\nCumpre trazer a baila que, referidas ADIs entenderam que entre a data do c\u00e1lculo do montante devido (atendida a metodologia de atualiza\u00e7\u00e3o acima), at\u00e9 a data do efetivo pagamento do precat\u00f3rio (dep\u00f3sito judicial), tamb\u00e9m dever\u00e1 haver a incid\u00eancia de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, mas sem ser a Taxa Referencial, se afastando \u201cin totum\u201d a\naplica\u00e7\u00e3o da Lei 11.960/2009.\n\nAinda n\u00e3o se perca de vista que, al\u00e9m da competente corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria se imp\u00f5em os juros morat\u00f3rios, nos termos do disposto no art. 100, \u00a712, da CF/1988. Ou seja, quando da expedi\u00e7\u00e3o dos competentes of\u00edcios de pagamentos, a c. Secretaria dever\u00e1 observar o\n\n26\n\n\fintervalo temporal decorrido entre o c\u00e1lculo e a expedi\u00e7\u00e3o, implicando corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria (que n\u00e3o a TR) e juros morat\u00f3rios.\nColacionamos abaixo transcri\u00e7\u00e3o do julgamento realizado em 23/07/2015, nos autos da AC 5069818-54.2014.404.7100, perante este Egr\u00e9gio TRF DA 4\u00aa REGI\u00c3O, onde houve o acolhimento do INPC como indexador de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, em decorr\u00eancia da inconstitucionalidade do art. 1\u00ba-F da Lei n\u00ba 9.494/97, com a reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n\u00ba 11.960/2009:\nPREVIDENCI\u00c1RIO. EMBARGOS \u00c0 EXECU\u00c7\u00c3O. COMPENSA\u00c7\u00c3O DE HONOR\u00c1RIOS ADVOCAT\u00cdCIOS FIXADOS NOS EMBARGOS \u00c0 EXECU\u00c7\u00c3O COM OS DA A\u00c7\u00c3O DE CONHECIMENTO. AJG. IMPOSSIBILIDADE. JUROS MORAT\u00d3RIOS. ATUALIZA\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA. INCONSTITUCIONALIDADE PARCIAL DO ART. 1\u00ba \u2013 F DA LEI 9494/97, COM A REDA\u00c7\u00c3O DA LEI N\u00ba 11.960/09. 1. \u00c9 incab\u00edvel a compensa\u00e7\u00e3o da verba honor\u00e1ria devida nos embargos \u00e0 execu\u00e7\u00e3o com a verba honor\u00e1ria devida no processo de conhecimento, pois esta \u00e9 parte do t\u00edtulo exequendo e j\u00e1 resta atingida pela imutabilidade conferida pelo tr\u00e2nsito em julgado; apenas ocorreria tal possibilidade se a senten\u00e7a do processo cognitivo a deixasse expressamente consignada, resguardando-se, assim, a coisa julgada. 2. Declarada pelo Supremo Tribunal Federal a inconstitucionalidade do art. 1\u00ba-F da Lei n\u00ba 9.494/97, com a reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n\u00ba 11.960/2009, os consect\u00e1rios legais comportam a incid\u00eancia de juros morat\u00f3rios equivalentes aos \u00edndices oficiais de remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica e juros aplic\u00e1veis \u00e0 caderneta de poupan\u00e7a (STJ, REsp 1.270.439/PR, 1\u00aa Se\u00e7\u00e3o, Relator Ministro Castro Meira, 26/06/2013) e corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria pelo INPC e demais \u00edndices oficiais consagrados pela jurisprud\u00eancia. 3. Os juros de mora, contados da cita\u00e7\u00e3o, s\u00e3o fixados \u00e0 taxa de 1% ao m\u00eas at\u00e9 junho/2009, e, ap\u00f3s essa data, pelo \u00edndice de juros das cadernetas de poupan\u00e7a, com incid\u00eancia uma \u00fanica vez, nos termos da Lei 11.960/2009 (em capitaliza\u00e7\u00e3o).\n(grifo nosso)\nVejamos RECENT\u00cdSSIMOS julgados do SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTI\u00c7A nesse sentido:\njulgamento: 19/03/2015:\nAGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. PROCESSUAL CIVIL E PREVIDENCI\u00c1RIO. CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA. LEI 11.960/2009. PEND\u00caNCIA DE AN\u00c1LISE DE PEDIDOS DE MODULA\u00c7\u00c3O DOS EFEITOS NA ADI 4.357/DF. SOBRESTAMENTO APENAS DOS RECURSOS EXTRAORDIN\u00c1RIOS PORVENTURA INTERPOSTOS. JUROS MORAT\u00d3RIOS EM CONDENA\u00c7\u00c3O CONTRA A FAZENDA P\u00daBLICA. ALTERA\u00c7\u00c3O LEGISLATIVA. LEI 11.960/2009. NORMA DE CAR\u00c1TER PROCESSUAL. APLICA\u00c7\u00c3O IMEDIATA. INCONSTITUCIONALIDADE PARCIAL POR ARRASTAMENTO. PRECEDENTES: RESP. 1.270.439/PR, REL. MIN. CASTRO MEIRA, DJE 2.8.2011 E STF-AI 842.63/RS, REPERCUSS\u00c3O GERAL, REL. MIN. CEZAR PELUSO, DJE 2.9.2011. D\u00cdVIDA DE NATUREZA PREVIDENCI\u00c1RIA. PREVAL\u00caNCIA DE REGRAS ESPEC\u00cdFICAS. ART. 41-A DA LEI 8.213/91. \u00cdNDICE UTILIZADO: INPC. AGRAVO REGIMENTAL DO INSS DESPROVIDO. 1. A pend\u00eancia de julgamento no STF de a\u00e7\u00e3o em que se discute a constitucionalidade de lei n\u00e3o enseja o sobrestamento dos recursos que tramitam no STJ. Cab\u00edvel o exame de tal pretens\u00e3o somente em eventual ju\u00edzo de admissibilidade de Recurso Extraordin\u00e1rio interposto nesta Corte Superior. 2. A afeta\u00e7\u00e3o de tema pelo Superior Tribunal de Justi\u00e7a como representativo da controv\u00e9rsia, nos termos do art. 543-C do CPC, n\u00e3o imp\u00f5e o sobrestamento dos recursos\n27\n\n\fespeciais que tratem de mat\u00e9ria afetada, aplicando-se somente aos tribunais de segunda inst\u00e2ncia. 3. Conforme assentado no REsp. 1.205.946/SP, julgado sob o rito do art. 543-C do CPC, pela Corte Especial do STJ, Rel. Min. BENEDITO GON\u00c7ALVES, a incid\u00eancia dos juros e da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria havida no per\u00edodo anterior \u00e0 vig\u00eancia da Lei 11.960/09, que deu nova\nreda\u00e7\u00e3o ao art. 1o.-F da Lei 9.494/97, deve seguir os par\u00e2metros definidos pela legisla\u00e7\u00e3o ent\u00e3o vigente, em conson\u00e2ncia ao princ\u00edpio do tempus regit actum. Sendo uma norma de natureza eminentemente processual, deve ser aplicada de imediato aos processos pendentes, a partir de sua vig\u00eancia.\n4. No entanto, o colendo Supremo Tribunal Federal, ao examinar a quest\u00e3o por meio da ADI 4.357/DF (Rel. Min. AYRES BRITTO), declarou a inconstitucionalidade parcial, por arrastamento, do art. 5o. da Lei 11.960/09. 5. Assim, nessa linha de entendimento da Suprema Corte, a 1a. Se\u00e7\u00e3o do STJ, nos autos do REsp. 1.270.439/PR, julgado pelo rito dos Recursos Repetitivos, Rel. Min. CASTRO MEIRA, firmou o entendimento de que a partir da declara\u00e7\u00e3o de inconstitucionalidade parcial do art. 5o. da Lei 11.960/09: (a) a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria das d\u00edvidas fazend\u00e1rias deve observar \u00edndices que reflitam a infla\u00e7\u00e3o acumulada do per\u00edodo, a ela n\u00e3o se aplicando os \u00edndices de remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica da caderneta de poupan\u00e7a; e (b) os juros morat\u00f3rios ser\u00e3o equivalentes aos \u00edndices oficiais de remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica e juros aplic\u00e1veis \u00e0 caderneta de poupan\u00e7a, exceto quando a d\u00edvida ostentar natureza tribut\u00e1ria, para a qual prevalecer\u00e3o as regras espec\u00edficas.\n6. No caso em apre\u00e7o, como a mat\u00e9ria aqui tratada \u00e9 de natureza previdenci\u00e1ria, em virtude da declara\u00e7\u00e3o de inconstitucionalidade parcial do art. 5o. da Lei 11.960/09, o reajustamento da renda mensal do benef\u00edcio previdenci\u00e1rio, o \u00edndice a ser utilizado \u00e9 o INPC, nos termos do art. 41-A da Lei 8.213/91, acrescentado pela Lei 11.430/2006.\n7. Agravo Regimental do INSS desprovido. (STF: AgRg no AgRg no REsp 1427514 / RS \u2013 1\u00aa Turma; Relator: Ministro NAPOLE\u00c3O NUNES MAIA FILHO, julgamento: 19/03/2015)\njulgamento: 23/10/2014:\nPREVIDENCI\u00c1RIO, CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. JUROS DE MORA E CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA. ART. 1\u00ba-F DA LEI 9.494/97, NA REDA\u00c7\u00c3O DA LEI 11.960/2009. PEDIDO DE SOBRESTAMENTO DO JULGAMENTO DO RECURSO ESPECIAL. ADIS N4.357/DF E 4.425/DF. DESCABIMENTO. CONSECT\u00c1RIOS LEGAIS DA CONDENA\u00c7\u00c3O. MAT\u00c9RIAS DE ORDEM P\u00daBLICA. AN\u00c1LISE, PELO TRIBUNAL DE ORIGEM. INEXIST\u00caNCIA DE REFORMATIO IN PEJUS. PRECEDENTES DO STJ. ART. 5\u00ba DA LEI 11.960/2009. APLICA\u00c7\u00c3O IMEDIATA AOS PROCESSOS EM CURSO. DECLARA\u00c7\u00c3O DE INCONSTITUCIONALIDADE PARCIAL, POR ARRASTAMENTO, DO ART. 5\u00ba DA LEI 11.960/2009, QUE ALTEROU O ART. 1\u00ba-F DA LEI 9.494/97. CONDENA\u00c7\u00c3O DE NATUREZA PREVIDENCI\u00c1RIA, IMPOSTA \u00c0 FAZENDA P\u00daBLICA. JUROS DE MORA APLIC\u00c1VEIS \u00c0 CADERNETA DE POUPAN\u00c7A. CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA PELO INPC, POR FOR\u00c7A DO ART. 41-A DA LEI 8.213/91. PRECEDENTES DO STJ. AGRAVO REGIMENTAL IMPROVIDO. I. Consoante a jurisprud\u00eancia do Superior Tribunal de Justi\u00e7a (AgRg no EAREsp 174.508/RJ, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, PRIMEIRA SE\u00c7\u00c3O, DJe de 04/09/2014; AgRg no REsp 1.440.244/RS, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, DJe de 10/10/2014; AgRg nos EDcl no REsp 1.456.090/SC, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, DJe de 08/10/2014; AgRg no AgRg no REsp 1.424.522/PR, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, DJe de 28/08/2014; AgRg no REsp 1.416.722/RS, Rel. Ministro S\u00c9RGIO KUKINA, PRIMEIRA TURMA, DJe de 27/08/2014), a pend\u00eancia de julgamento, no Supremo Tribunal Federal, de a\u00e7\u00e3o na qual se discute a constitucionalidade de lei, n\u00e3o enseja o sobrestamento dos feitos que tramitam nesta Corte, salvo expressa determina\u00e7\u00e3o do Pret\u00f3rio Excelso.\n28\n\n\fII. A corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e os juros de mora, enquanto consect\u00e1rios legais da condena\u00e7\u00e3o principal, possuem natureza de ordem p\u00fablica e, por isso, podem ser analisados at\u00e9 mesmo de of\u00edcio, inexistindo a alegada reformatio in pejus, pelo Tribunal a quo. Nesse sentido: STJ, AgRg no REsp 1.440.244/RS, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, DJe de 10/10/2014; STJ, AgRg no REsp 1.451.962/RS, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, DJe de 23/09/2014; STJ, AgRg no AgRg no REsp 1.424.522/PR, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, DJe de 28/08/2014. III. Conforme decidiu a Corte Especial do Superior Tribunal de Justi\u00e7a, no julgamento do REsp 1.205.946/SP, de relatoria do Ministro BENEDITO GON\u00c7ALVES, submetido ao rito do art. 543-C do CPC, o art. 1\u00ba-F da Lei 9.494/97, com a reda\u00e7\u00e3o dada pelo art. 5\u00ba da Lei 11.960/2009, tem aplica\u00e7\u00e3o imediata aos processos em curso, proibindo-se, apenas, a concess\u00e3o dos efeitos retroativos \u00e0 referida norma. IV. Pacificou-se, tamb\u00e9m, nesta Corte, o entendimento de que, \"em virtude da declara\u00e7\u00e3o de inconstitucionalidade parcial do art. 5\u00ba da Lei 11.960/09: (a) a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria das d\u00edvidas fazend\u00e1rias deve observar \u00edndices que reflitam a infla\u00e7\u00e3o acumulada do per\u00edodo, a ela n\u00e3o se aplicando os \u00edndices de remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica da caderneta de poupan\u00e7a; e (b) os juros morat\u00f3rios ser\u00e3o equivalentes aos \u00edndices oficiais de remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica e juros aplic\u00e1veis \u00e0 caderneta de poupan\u00e7a, exceto quando a d\u00edvida ostentar natureza tribut\u00e1ria, para as quais prevalecer\u00e3o as regras espec\u00edficas\" (STJ, REsp 1.270.439/PR, Rel. Ministro CASTRO MEIRA, PRIMEIRA SE\u00c7\u00c3O, DJe de 02/08/2013). V. Quanto \u00e0 corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, \"tratando-se de benef\u00edcio previdenci\u00e1rio, havendo lei espec\u00edfica, imp\u00f5e-se a observ\u00e2ncia do artigo 41-A da Lei 8.213/1991, que determina a aplica\u00e7\u00e3o do INPC\" (STJ, AgRg no REsp 1.453.066/SC, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, DJe de 30/09/2014). Em igual sentido: STJ, AgRg no REsp 1.470.005/RS, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, DJe de 23/09/2014; STJ, AgRg no REsp 1.452.299/PR, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, DJe de 09/10/2014; STJ, AgRg no REsp 1.340.432/RS, Rel. Ministro ARI PARGENDLER, PRIMEIRA TURMA, DJe de 28/08/2014. VI. Na esp\u00e9cie, considerando que se trata de condena\u00e7\u00e3o ao pagamento de benef\u00edcio previdenci\u00e1rio (aux\u00edlio-doen\u00e7a), cujo termo inicial foi fixado em 04/08/2010, a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dever\u00e1 ser calculada segundo a varia\u00e7\u00e3o do INPC, por for\u00e7a do art. 41-A da Lei 8.213/91, na reda\u00e7\u00e3o da Lei 11.430, de 26/12/2006, e os juros de mora ser\u00e3o os aplic\u00e1veis \u00e0 caderneta de poupan\u00e7a, nos termos do art. 1\u00ba-F da Lei 9.494/97, na reda\u00e7\u00e3o da Lei 11.960/2009. VII. Agravo Regimental improvido.\n(STJ: AgRg no REsp 1.436.728 / SC - 2\u00aa Turma; Relatora: Min. Dra. ASSUSETE MAGALH\u00c3ES; julgamento: 23/10/2014)\njulgamento: 16/10/2014:\nPROCESSUAL CIVIL E PREVIDENCI\u00c1RIO. AUX\u00cdLIO-ACIDENTE. APOSENTADORIA. CUMULA\u00c7\u00c3O. INVIABILIDADE. CONCESS\u00c3O DA APOSENTADORIA POSTERIOR \u00c0 VIG\u00caNCIA DA LEI 9.528/97. S\u00daMULA 83/STJ. JUROS DE MORA E CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA. MAT\u00c9RIA PENDENTE DE TR\u00c2NSITO EM JULGADO NO STF. ADI 4.357/DF E ADI 4.425/DF. SOBRESTAMENTO DO FEITO. DESCABIMENTO. ART. 1\u00b0-F DA LEI 9.494/1997. LEI 11.960/2009. INCONSTITUCIONALIDADE PARCIAL POR ARRASTAMENTO DECLARADA PELO STF. PRECEDENTE DA PRIMEIRA SE\u00c7\u00c3O. CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA. OBSERV\u00c2NCIA DA NATUREZA DA D\u00cdVIDA. JUROS DE MORA. CADERNETA DE POUPAN\u00c7A. 1. A possibilidade de acumula\u00e7\u00e3o do aux\u00edlio-acidente com proventos de aposentadoria requer que a les\u00e3o incapacitante e a concess\u00e3o da aposentadoria sejam anteriores \u00e0s altera\u00e7\u00f5es promovidas pela Lei 9.528/1997. Precedentes do STJ. 2. A partir da declara\u00e7\u00e3o de inconstitucionalidade parcial do art. 5\u00ba da Lei 11.960/2009: a) aplicam-se \u00e0s d\u00edvidas da Fazenda P\u00fablica os \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria que reflitam a infla\u00e7\u00e3o acumulada no per\u00edodo, observada a natureza\n29\n\n\fdo d\u00e9bito, afastando-se a incid\u00eancia dos \u00edndices de remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica da caderneta de poupan\u00e7a; b) os juros morat\u00f3rios corresponder\u00e3o aos juros aplic\u00e1veis \u00e0 caderneta de poupan\u00e7a, computados de forma simples, exceto quando a d\u00edvida ostentar natureza tribut\u00e1ria, para a qual prevalecer\u00e3o as regras espec\u00edficas. Nesse sentido: REsp 1.270.439/PR, Rel. Ministro Castro Meira, Primeira Se\u00e7\u00e3o, DJe 2.8.2013. 3. No caso dos autos, como a condena\u00e7\u00e3o imposta \u00e9 de natureza n\u00e3o tribut\u00e1ria, os juros morat\u00f3rios devem ser calculados com respaldo nos juros incidentes sobre a caderneta de poupan\u00e7a, nos termos da regra do art. 1\u00ba-F da Lei 9.494/1997, com reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei 11.960/2009. Por sua vez, a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dever\u00e1 ser calculada de acordo com a natureza da obriga\u00e7\u00e3o, sendo o INPC para as d\u00edvidas previdenci\u00e1rias do Regime Geral de Previd\u00eancia Social (art. 41-A da Lei 8.213/1991) e o IPCA para os demais d\u00e9bitos n\u00e3o tribut\u00e1rios. Precedentes: REsp 1.270.439/PR, Rel. Ministro Castro Meira, Primeira Se\u00e7\u00e3o, DJe 2.8.2013; AgRg no REsp 1.427.958/SC, Rel. Ministro Benedito Gon\u00e7alves, Primeira Turma, DJe 2.6.2014; AgRg no REsp 1.425.305/PR, Rel. Ministro S\u00e9rgio Kukina, Primeira Turma, DJe 19.5.2014; AgRg no AREsp 231.080/PE, Rel. Ministro Ari Pargendler, Primeira Turma, DJe 3.6.2014; AgRg no REsp 1.324.934/RS, Rel. Ministro Ari Pargendler, Primeira Turma, DJe 3.6.2014. 4. A pend\u00eancia de julgamento no STF de a\u00e7\u00e3o em que se discute a constitucionalidade de lei n\u00e3o enseja o sobrestamento dos recursos que tramitam no STJ, salvo determina\u00e7\u00e3o expressa da Suprema Corte. A prop\u00f3sito: AgRg no REsp 1.359.965/RJ, Rel. Ministro Ricardo Villas B\u00f4as Cueva, Terceira Turma, DJe 31.5.2013. 5. Recurso Especial provido. (STJ: AgRg no Ag em REsp 550.200/PE - 2\u00aa Turma; Relator: Min. Dr. OG FERNANDES; 16/10/2014)\njulgamento: 14/10/2014:\nPROCESSUAL CIVIL. OFENSA AO ART. 535 DO CPC N\u00c3O CONFIGURADA. JUROS DE MORA E CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA. MAT\u00c9RIA PENDENTE DE TR\u00c2NSITO EM JULGADO NO STF. ADI 4.357/DF E ADI 4.425/DF. SOBRESTAMENTO DO FEITO. DESCABIMENTO. ART. 1\u00b0-F DA LEI 9.494/1997. LEI 11.960/2009. INCONSTITUCIONALIDADE PARCIAL POR ARRASTAMENTO DECLARADA PELO STF. PRECEDENTE DA PRIMEIRA SE\u00c7\u00c3O. CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA. OBSERV\u00c2NCIA DA NATUREZA DA D\u00cdVIDA. JUROS DE MORA. CADERNETA DE POUPAN\u00c7A. 1. A solu\u00e7\u00e3o integral da controv\u00e9rsia, com fundamento suficiente, n\u00e3o caracteriza ofensa ao art. 535 do CPC. 2. A partir da declara\u00e7\u00e3o de inconstitucionalidade parcial do art. 5\u00ba da Lei 11.960/2009: a) aplicam-se \u00e0s d\u00edvidas da Fazenda P\u00fablica os \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria que reflitam a infla\u00e7\u00e3o acumulada no per\u00edodo, observada a natureza do d\u00e9bito, afastando-se a incid\u00eancia dos \u00edndices de remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica da caderneta de poupan\u00e7a; b) os juros morat\u00f3rios corresponder\u00e3o aos juros aplic\u00e1veis \u00e0 caderneta de poupan\u00e7a, computados de forma simples, exceto quando a d\u00edvida ostentar natureza tribut\u00e1ria, para a qual prevalecer\u00e3o as regras espec\u00edficas. Nesse sentido: REsp 1.270.439/PR, Rel. Ministro Castro Meira, Primeira Se\u00e7\u00e3o, DJe 2.8.2013. 3. No caso dos autos, como a condena\u00e7\u00e3o imposta \u00e9 de natureza n\u00e3o tribut\u00e1ria, os juros morat\u00f3rios devem ser calculados com respaldo nos juros incidentes sobre a caderneta de poupan\u00e7a, nos termos da regra do art. 1\u00ba-F da Lei 9.494/1997, com reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei 11.960/2009. Por sua vez, a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dever\u00e1 ser calculada de acordo com a natureza da obriga\u00e7\u00e3o, sendo o INPC para as d\u00edvidas previdenci\u00e1rias do Regime Geral de Previd\u00eancia Social (art. 41-A da Lei 8.213/1991) e o IPCA para os demais d\u00e9bitos n\u00e3o tribut\u00e1rios. Precedentes: REsp 1.270.439/PR, Rel. Ministro Castro Meira, Primeira Se\u00e7\u00e3o, DJe 2.8.2013; AgRg no REsp 1.427.958/SC, Rel. Ministro Benedito Gon\u00e7alves, Primeira Turma, DJe 2.6.2014; AgRg no REsp 1.425.305/PR, Rel. Ministro S\u00e9rgio Kukina, Primeira Turma, DJe 19.5.2014; AgRg no AREsp 231.080/PE, Rel. Ministro Ari Pargendler, Primeira Turma, DJe 3.6.2014; AgRg no REsp 1.324.934/RS, Rel. Ministro Ari Pargendler, Primeira Turma, DJe 3.6.2014.\n30\n\n\f4. A pend\u00eancia de julgamento no STF de a\u00e7\u00e3o em que se discute a constitucionalidade de lei n\u00e3o enseja o sobrestamento dos recursos que tramitam no STJ, salvo determina\u00e7\u00e3o expressa da Suprema Corte. A prop\u00f3sito: AgRg no REsp 1.359.965/RJ, Rel. Ministro Ricardo Villas B\u00f4as Cueva, Terceira Turma, DJe 31.5.2013. 5. Recurso Especial parcialmente provido. (STJ: REsp 1.480.197/RS - 2\u00aa Turma; Relator: Min. HERMAN BENJAMIN; julgamento: 14/10/2014)\n\njulgamento: 02/10/2014:\n\nPROCESSUAL CIVIL E PREVIDENCI\u00c1RIO. AGRAVO REGIMENTAL NOS EMBARGOS DE\n\nDECLARA\u00c7\u00c3O NO RECURSO ESPECIAL. APOSENTADORIA POR TEMPO DE\n\nSERVI\u00c7O/CONTRIBUI\u00c7\u00c3O.\n\nJUROS\n\nDE\n\nMORA.\n\nLEI\n\n11.960/2009.\n\nINCONSTITUCIONALIDADE PARCIAL POR ARRASTAMENTO DECLARADA PELO STF NA\n\nADI 4.357/DF E ADI 4.425/DF. SOBRESTAMENTO DO FEITO. DESNECESSIDADE. \u00cdNDICE\n\nDE CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA. INPC. PRECEDENTES. AGRAVO REGIMENTAL N\u00c3O\n\nPROVIDO.\n\n1. Os juros de mora corresponder\u00e3o aos juros dos dep\u00f3sitos em\n\ncaderneta de poupan\u00e7a, nos termos do artigo 1\u00ba-F da Lei 9.494/1997, com reda\u00e7\u00e3o dada\n\npela Lei 11.960/2009. Solu\u00e7\u00e3o que resulta da declara\u00e7\u00e3o de inconstitucionalidade parcial\n\ndo artigo 5\u00ba da Lei 11.960/2009, proferida na ADI 4.357/DF e ADI 4.425/DF.\n\n2. A pend\u00eancia de julgamento de a\u00e7\u00e3o em que se discute a constitucionalidade de lei n\u00e3o\n\nenseja o sobrestamento dos recursos que tramitam no STJ, salvo determina\u00e7\u00e3o expressa\n\ndo STF.\n\n3. No que se refere \u00e0 corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, imp\u00f5e-se o afastamento do artigo 1\u00ba-F da\n\nLei 9.494/1997, com a reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei 11.960/2009, em raz\u00e3o da\n\ndeclara\u00e7\u00e3o de inconstitucionalidade quanto ao ponto, no julgamento da ADI\n\n4.357 e da ADI 4.425/DF.\n\n4. Tratando-se de benef\u00edcio previdenci\u00e1rio, havendo lei espec\u00edfica, imp\u00f5e-se a\n\nobserv\u00e2ncia do artigo 41-A da Lei 8.213/1991, que determina a aplica\u00e7\u00e3o do INPC.\n\n5. Agravo regimental n\u00e3o provido.\n\n(STJ: AgRg nos EDcl no REsp 1.456.090/SC - 2\u00aa Turma; Relator: MAURO CAMPBELL\n\nMARQUES; julgamento: 02/10/2014)\n\njulgamento: 16/09/2014:\nPROCESSUAL CIVIL E PREVIDENCI\u00c1RIO. APOSENTADORIA. VIOLA\u00c7\u00c3O DOS ARTS. 458, II, E 535, II, DO CPC. DEFICI\u00caNCIA NA FUNDAMENTA\u00c7\u00c3O. S\u00daMULA 284/STF. ART. 3\u00ba DO DECRETO-LEI 2.322/1987. ART. 2\u00ba, \u00a7 2\u00ba, DA LICC. ART. 1\u00ba DA LEI 6.899/1981. AUS\u00caNCIA DE PREQUESTIONAMENTO. S\u00daMULA 211/STJ. AL\u00cdNEA \"C\". N\u00c3O DEMONSTRA\u00c7\u00c3O DA DIVERG\u00caNCIA. JUROS DE MORA E CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA. ART. 1\u00b0-F DA LEI 9.494/1997. LEI 11.960/2009. INCONSTITUCIONALIDADE PARCIAL POR ARRASTAMENTO DECLARADA PELO STF. PRECEDENTE DA PRIMEIRA SE\u00c7\u00c3O. CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA. OBSERV\u00c2NCIA DA NATUREZA DA D\u00cdVIDA. JUROS DE MORA. CADERNETA DE POUPAN\u00c7A. 1. N\u00e3o se conhece de Recurso Especial em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 ofensa aos arts. 458, II, e 535, II, do CPC quando a parte n\u00e3o aponta, de forma clara, o v\u00edcio em que teria incorrido o ac\u00f3rd\u00e3o impugnado. Aplica\u00e7\u00e3o, por analogia, da S\u00famula 284/STF. 2. A alega\u00e7\u00e3o de afronta ao art. 3\u00ba do Decreto-Lei 2.322/1987; ao art. 2\u00ba, \u00a7 2\u00ba, da LICC; e ao art. 1\u00ba da Lei 6.899/1981, a despeito da oposi\u00e7\u00e3o de Embargos Declarat\u00f3rios, n\u00e3o foi apreciada pelo Tribunal a quo. Incide a S\u00famula 211/STJ porque, para que se tenha por atendido o requisito do prequestionamento, n\u00e3o basta que a Corte local d\u00ea por prequestionado o dispositivo, \u00e9 indispens\u00e1vel tamb\u00e9m a emiss\u00e3o de ju\u00edzo de valor sobre a mat\u00e9ria. 3. A diverg\u00eancia jurisprudencial deve ser comprovada, cabendo a quem recorre demonstrar as circunst\u00e2ncias que identificam ou assemelham os casos confrontados, com indica\u00e7\u00e3o da similitude f\u00e1tico-jur\u00eddica entre eles. Indispens\u00e1vel a transcri\u00e7\u00e3o de trechos do relat\u00f3rio e do\n\n31\n\n\fvoto dos ac\u00f3rd\u00e3os recorrido e paradigma, realizando-se o cotejo anal\u00edtico entre ambos, com o intuito de bem caracterizar a interpreta\u00e7\u00e3o legal divergente. O desrespeito a esses requisitos legais e regimentais (art. 541, par\u00e1grafo \u00fanico, do CPC e art. 255 do RI/STJ) impede o conhecimento do Recurso Especial com base na al\u00ednea \"c\" do inciso III do art. 105 da Constitui\u00e7\u00e3o Federal. 4. A partir da declara\u00e7\u00e3o de inconstitucionalidade parcial do art. 5\u00ba da Lei 11.960/2009: a) aplicam-se \u00e0s d\u00edvidas da Fazenda P\u00fablica os \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria que reflitam a infla\u00e7\u00e3o acumulada no per\u00edodo, observada a natureza do d\u00e9bito, afastando-se a incid\u00eancia dos \u00edndices de remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica da caderneta de poupan\u00e7a; b) os juros morat\u00f3rios corresponder\u00e3o aos juros aplic\u00e1veis \u00e0 caderneta de poupan\u00e7a, computados de forma simples, exceto quando a d\u00edvida ostentar natureza tribut\u00e1ria, para a qual prevalecer\u00e3o as regras espec\u00edficas. Nesse sentido: REsp 1.270.439/PR, Rel. Ministro Castro Meira, Primeira Se\u00e7\u00e3o, DJe 2.8.2013. 5. No caso dos autos, como a condena\u00e7\u00e3o imposta \u00e9 de natureza n\u00e3o tribut\u00e1ria, os juros morat\u00f3rios devem ser calculados com respaldo nos juros incidentes sobre a caderneta de poupan\u00e7a, nos termos da regra do art. 1\u00ba-F da Lei 9.494/1997, com reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei 11.960/2009. Por sua vez, a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dever\u00e1 ser calculada de acordo com a natureza da obriga\u00e7\u00e3o, sendo o INPC para as d\u00edvidas previdenci\u00e1rias do Regime Geral de Previd\u00eancia Social (art. 41-A da Lei 8.213/1991) e o IPCA para os demais d\u00e9bitos n\u00e3o tribut\u00e1rios. Precedentes: REsp 1.270.439/PR, Rel. Ministro Castro Meira, Primeira Se\u00e7\u00e3o, DJe 2.8.2013; AgRg no REsp 1.427.958/SC, Rel. Ministro Benedito Gon\u00e7alves, Primeira Turma, DJe 2.6.2014; AgRg no REsp 1.425.305/PR, Rel. Ministro S\u00e9rgio Kukina, Primeira Turma, DJe 19.5.2014; AgRg no AREsp 231.080/PE, Rel. Ministro Ari Pargendler, Primeira Turma, DJe 3.6.2014; AgRg no REsp 1.324.934/RS, Rel. Ministro Ari Pargendler, Primeira Turma, DJe 3.6.2014. 6. Agravo Regimental n\u00e3o provido. (STJ: Ag no REsp 1.448.635/RS - 2\u00aa Turma; Relator: Min. Dr. HERMAN BENJAMIN; julgamento: 16/09/2014)\njulgamento: 21/08/2014:\nPREVIDENCI\u00c1RIO E PROCESSUAL CIVIL. CONDENA\u00c7\u00c3O IMPOSTA \u00c0 FAZENDA P\u00daBLICA. NATUREZA PREVIDENCI\u00c1RIA DA DEMANDA. JUROS E CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA. AUS\u00caNCIA DE REFORMATIO IN PEJUS. DECLARA\u00c7\u00c3O DE INCONSTITUCIONALIDADE PARCIAL DO ART. 5\u00ba DA LEI N. 11.960/09, QUE ALTEROU O ART. 1\u00ba-F DA LEI N. 9.494/97. JUROS MORAT\u00d3RIOS CORRESPONDENTES AOS APLIC\u00c1VEIS \u00c0 CADERNETA DE POUPAN\u00c7A. CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA. INPC. ART. 41-A DA LEI N. 8.213/91. SOBRESTAMENTO. DESNECESSIDADE. 1. \u00c9 entendimento assente neste Tribunal Superior de que a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e os juros de mora, como consect\u00e1rios legais da condena\u00e7\u00e3o principal, possuem natureza de ordem p\u00fablica e podem ser analisados at\u00e9 mesmo de of\u00edcio, bastando que a mat\u00e9ria tenha sido debatida na Corte de origem, o que afasta suposta viola\u00e7\u00e3o do princ\u00edpio do non reformatio in pejus. 2. \"Tratando-se de benef\u00edcio previdenci\u00e1rio, a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria deve ser calculada segundo a varia\u00e7\u00e3o do INPC, por for\u00e7a do que disp\u00f5e o art. 41-A da Lei n\u00ba 8.213, 1991 - solu\u00e7\u00e3o que resulta da declara\u00e7\u00e3o de inconstitucionalidade parcial do art. 5\u00ba da Lei n\u00ba 11.960, de 2009 (ADI n\u00ba 4.357, DF, e ADI n\u00ba 4.425, DF)\" (AgRg no AREsp 39.787/SC, Rel. Ministro ARI PARGENDLER, PRIMEIRA TURMA, julgado em 22/5/2014, DJe 30/5/2014.) 3. \"A pend\u00eancia de publica\u00e7\u00e3o do ac\u00f3rd\u00e3o proferido na ADI 4.357/DF n\u00e3o impede que esta Corte, desde logo, afaste parcialmente a aplica\u00e7\u00e3o do artigo 5\u00ba da Lei 11.960/2009, tampouco determina o sobrestamento do presente feito. Precedentes do Supremo Tribunal Federal.\" (AgRg no REsp 1.312.057/SP, Rel. Ministro S\u00c9RGIO KUKINA, PRIMEIRA TURMA, julgado em 24/9/2013, DJe 27/9/2013.) Agravo regimental improvido. (STJ: AgRg no AgRg no REsp 1.424.522 / PR - 2\u00aa Turma; Relator: Min. Dr. HUMBERTO MARTINS; julgamento: 21/08/2014)\n32\n\n\fImpende-se lembrar ainda que, os crit\u00e9rios de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u00c9 MAT\u00c9RIA DE ORDEM P\u00daBLICA. LOGO, POSSUI APLICA\u00c7\u00c3O IMEDIATA \u2013 pouco importando em que fase processual se encontra os autos.\nPor assim ser, comprova-se mais uma vez que assiste raz\u00e3o \u00e0 AGRAVANTE, n\u00e3o havendo outra medida que n\u00e3o seja o TOTAL PROVIMENTO do presente AGRAVO DE INSTRUMENTO, por ser esta a medida de estrema JUSTI\u00c7A aplic\u00e1vel ao caso.\nDeste modo, requer o acolhimento / provimento total do presente recurso, uma vez que, a mat\u00e9ria guerreada j\u00e1 foi enfrentada pelo SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, declarada inconstitucional, n\u00e3o sendo aplic\u00e1vel em hip\u00f3tese alguma, devendo haver a reforma da decis\u00e3o proferida pelo Ju\u00edzo de Origem.\nV \u2013 DO PREQUESTIONAMENTO\nPor assim ser, a mat\u00e9ria deveria ter sido enfrentada na decis\u00e3o ora guerreada, para efeito de futura interposi\u00e7\u00e3o de RECURSO ESPECIAL E/OU RECURSO EXTRAORDIN\u00c1RIO, segundo o permissivo Constitucional inserto nos art. 105, inciso III, al\u00edneas \u201ca\u201d e \u201cc\u201d, e art. 102, inciso III, al\u00edneas \u201ca, b e c\u201d, 100, \u00a712\u0366, art. 5\u0366, LV e LVI da CONSTITUI\u00c7\u00c3O FEDERAL DE 1988; EC 20/98 e 62/2009; diss\u00eddio jurisprudencial; bem como o disposto nos artigos 131, 177, 178, 183, 213, 214, 216, 332, 365, 467, 473, 474, 522, 524 e ss, 527, 558, 730, 741, todos do C\u00d3DIGO DE PROCESSO CIVIL/1973; artigos 223, 238, 239, 369, 371, 425, inc. IV, 502, 505, 507, 508, 535, 783 e ss, 910, \u00a71\u00ba, 1015 e seguintes, e 1.019, todos do NOVO C\u00d3DIGO E PROCESSO CIVIL (Lei 13.105/2015), visto a inconstitucionalidade dos artigos 11, VII, 26, III, 39, I, 26, III, 48 e seguintes, 55 \u00a7 3\u00ba, 106, 142, 143, artigo 130, da Lei 8.213/91; Lei 10.666/2003; artigos 60 e 61 do DECRETO 611/92; e S\u00famula 111 STJ e 14 da TNU e, por fim, o artigo 133, IX, da IN 20/2007. Arts. 163 e 171, do REGULAMENTO DE BENEF\u00cdCIOS DA PREVID\u00caNCIA SOCIAL (DEC. 2172/1997). S\u00daMULA 73 DO EGR\u00c9GIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 4\u00aa REGI\u00c3O. Prequestiona-se ainda todos os artigos suscitados da CONSTITUI\u00c7\u00c3O FEDERAL, do C\u00d3DIGO DE PROCESSO CIVIL/1973 (arts. 131, 177, 178, 183, 213, 214, 216, 332, 365, 467, 473, 474, 522, 524 e ss, 527, 558, 730, 741) e do NOVO C\u00d3DIGO DE PROCESSO CIVIL (223, 238, 239, 369, 371, 425, inc. IV, 502, 505, 507, 508, 535, 783 e ss, 910, \u00a71\u00ba, 1015 e seguintes, e 1.019); RESOLU\u00c7\u00c3O 267, de 02/12/2013 (que estabelece o NOVO MANUAL DE C\u00c1LCULOS DO C.F.J), bem como a ofensa \u00e0 inconstitucionalidade por arrastamento, do art. 1\u00ba-F, da Lei 9.494/1997, com reda\u00e7\u00e3o dada pelo art. 5\u00ba, da Lei 11.960/2009 (decorrentes das ADI\u00b4s n\u00ba 4.357 e 4.425) \u2013 art. 100, \u00a7 12 da Carta Magna, que possuem aplica\u00e7\u00e3o imediata, por se tratar de mat\u00e9ria de ordem p\u00fablica.\nA mat\u00e9ria fica PREQUESTIONADA para fins recursais.\nVI \u2013 DO PEDIDO\n33\n\n\fDiante do exposto, e no esteio da escorreita distribui\u00e7\u00e3o da Justi\u00e7a, requer-se a Vossas Excel\u00eancias que se dignem a:\na) acolherem as preliminares suscitadas: a.1) a MANUTEN\u00c7\u00c3O DA ASSIST\u00caNCIA JUDICI\u00c1RIA GRATUITA J\u00c1 DEFERIDA EM PRIMEIRA INST\u00c2NCIA, haja vista o fato da agravante n\u00e3o possuir condi\u00e7\u00f5es econ\u00f4micas de suportar as custas e despesas processuais sem causar grande preju\u00edzo \u00e0 sua pr\u00f3pria substist\u00eancia e de sua fam\u00edlia;\na.2) o deferimento com urg\u00eancia e, liminarmente do efeito suspensivo vindicado pela AGRAVANTE, como disp\u00f5e o artigo 1.019, inc. II, do NOVO C\u00d3DIGO DE PROCESSO CIVIL (LEI 13.105/2015) \u2013 que correspondiam aos artigos 527, inciso III e 558, do antigo CPC/1973;\na.3) que, se porventura, Vossas Excel\u00eancias entenderem que o pronunciamento de primeiro grau, se trata de senten\u00e7a, em aten\u00e7\u00e3o ao princ\u00edpio da fungibilidade, seja o presente recurso recebido como RECURSO DE APELA\u00c7\u00c3O, face a observ\u00e2ncia do prazo recursal, sua tempestividade e, o colacionamento das pe\u00e7as necess\u00e1rias para julgamento;\na.4) o reconhecimento /deferimento da declara\u00e7\u00e3o de autenticidade das c\u00f3pias apresentadas, a teor do contido no artigo 425, inciso IV, do C\u00f3digo de Processo Civil.\nb) Caso seja necess\u00e1rio, o requerimento de informa\u00e7\u00f5es ao Magistrado da causa, para que preste os esclarecimentos, que acaso Vossas Excel\u00eancias julgarem imprescind\u00edveis e fundamentais ao julgamento deste agravo.\nc) caso o(a) MM. Juiz(a) de Primeiro Grau da Comarca de PARANACITY/PR n\u00e3o altere a decis\u00e3o recorrida, seja dado pelo E. Tribunal Regional Federal da 4\u00aa Regi\u00e3o PROVIMENTO TOTAL AO AGRAVO DE INSTRUMENTO, e a r. decis\u00e3o agravada que acolheu as raz\u00f5es aut\u00e1rquicas seja reformada, porquanto:\nc.1) n\u00e3o h\u00e1 de se acolher os c\u00e1lculos da Autarquia AGRAVADA, j\u00e1 que APRESENTADOS INTEMPESTIVAMENTE, e sem utilizar-se do instrumento processual cab\u00edvel que deveria ter sido oposto no momento oportuno (EMBARGOS \u00c0 EXECU\u00c7\u00c3O); devendo ser declarada ainda a preclus\u00e3o l\u00f3gica e temporal, em respeito ao princ\u00edpio da isonomia processual das partes, ao princ\u00edpio da separa\u00e7\u00e3o de poderes, ao princ\u00edpio da reserva legal e, porque n\u00e3o h\u00e1 no t\u00edtulo judicial qualquer ofensa a liquidez, certeza e exig\u00eancia necess\u00e1ria (art. 783, NOVO C\u00d3DIGO DE PROCESSO CIVIL);\nc.2) no m\u00e9rito, seja determinada a reforma INTEGRAL da decis\u00e3o proferida no Ju\u00edzo de Primeiro Grau (fls. 243/244), no sentido de acolher/ homologar os c\u00e1lculos apresentados pela AGRAVANTE, haja vista que\n34\n\n\felaborados respeitando a total regularidade da aplica\u00e7\u00e3o do INPC como indexador (que \u00e9 o correto indexador de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria que deve ser utilizado no presente caso), porquanto n\u00e3o existir ofensa \u00e0 coisa julgada, posto se tratar de mat\u00e9ria de ordem p\u00fablica uma vez que houve a declara\u00e7\u00e3o de inconstitucionalidade parcial, por arrastamento, do art. 5\u00ba, da Lei 11.960/2009, que trata do \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. Essa decis\u00e3o ensejou a altera\u00e7\u00e3o do MANUAL DE ORIENTA\u00c7\u00c3O DE PROCEDIMENTOS PARA C\u00c1LCULOS NA JUSTI\u00c7A FEDERAL, por meio da Resolu\u00e7\u00e3o n\u00ba 267, de 02 de dezembro de 2013, restando afastada, consequentemente, a aplica\u00e7\u00e3o dos \"\u00edndices oficiais de remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica\" da caderneta de poupan\u00e7a como indexador de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria nas liquida\u00e7\u00f5es de senten\u00e7as proferidas contra a Fazenda P\u00fablica. Assim, nos procedimentos de c\u00e1lculos que visam \u00e0 liquida\u00e7\u00e3o de senten\u00e7as, passaram a ser observados pelos setores de c\u00e1lculos da Justi\u00e7a Federal, independente do que ficou determinado no v. ac\u00f3rd\u00e3o \u2013 por medida de JUSTI\u00c7A!!!\n\nTermos em que, Pede deferimento.\n\nParanacity/PR, 18 de abril de 2016.\n\nRENATA MO\u00c7O\nOAB/SP 163.748 / OAB/PR 32.972-A / OAB/MS 10.830-A\n\n35\n\n\f" } ], "similar_texts_federais_solon": [ { "header": "Texto Similar 1 (Solon) - IdDocumentoCompleto: 5024558-21.2018.4.04.7000-701528897619475130038742506283", "text": "GER\u00caNCIA JUR\u00cdDICA\nEXCELENT\u00cdSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA MM. ______ VARA FEDERAL DE CURITIBA SE\u00c7\u00c3O JUDICI\u00c1RIA DO ESTADO DO PARAN\u00c1\nFIEP - FEDERA\u00c7\u00c3O DAS IND\u00daSTRIAS DO ESTADO DO PARAN\u00c1, entidade sindical de grau superior, inscrita no CNPJ/MF sob o n\u00ba 76.709.898/0001-33, com sede na cidade de Curitiba, Paran\u00e1, Avenida C\u00e2ndido de Abreu, n\u00ba 200, 6.\u00ba. andar, CEP 80.530-902, regida pela Lei e por seus Estatutos e ata de posse da Diretoria, na condi\u00e7\u00e3o de representante das categorias econ\u00f4micas da ind\u00fastria paranaense, por seu Presidente indicado nos atos constitutivos, atrav\u00e9s do seu Presidente Claudio Petrycoski, brasileiro, divorciado, empres\u00e1rio, portador da RG n.\u00ba 652.365-0, SSP/PR, inscrito no CPF/MF sob o n.\u00ba 126.141.149-87, com endere\u00e7o comercial acima declinado;\nSINDICATO DAS IND\u00daSTRIAS DE M\u00d3VEIS, MARCENARIAS, CARPINTARIAS, ARTEFATOS DE MADEIRA, SERRARIAS, MADEIRAS LAMINADAS E PAIN\u00c9IS DE MADEIRA RECONSTITU\u00cdDA DE RIO NEGRO, entidade sindical de primeiro grau, inscrita no CNPJ/MF n.\u00ba 81.914.210/0001-97, com sede na Rua Boleslau Paluch, n.\u00ba 265, sala 24, Bairro Campo do Gado, Rio Negro, Paran\u00e1, por seu Presidente Fabricio Juliano Langowski, brasileiro, empres\u00e1rio, portador do CPF 919.033.199-00, que poder\u00e1 ser encontrado no endere\u00e7o acima da sede do sindicato;\nSINDICATO DAS IND\u00daSTRIAS DE SERRARIAS, CARPINTARIAS, TANOARIAS, MADEIRAS COMPENSADAS E LAMINADAS, AGLOMERADOS E CHAPAS DE FIBRA, DE\n1\n\n\fGER\u00caNCIA JUR\u00cdDICA\nMARCENARIA, M\u00d3VEIS E M OBILIAS EM GERAL, INCLUSIVE JUNCO, VIME E TUBULARES, AL\u00c9M DE VASSOURAS, E AINDA CORTINAS, CORTINADOS E ESTOFADOS DE ARAPONGAS, entidade sindical de primeiro grau, inscrita no CNPJ/MF n.\u00ba 78.013.810/000170, com sede na Pra\u00e7a Dr. J\u00falio Junqueira, n.\u00ba 88, 13.\u00ba andar, Centro, Arapongas, Paran\u00e1, por seu Presidente Irineu Munhoz, brasileiro, empres\u00e1rio, portador do CPF 701.154.358-91, que poder\u00e1 ser encontrado no endere\u00e7o acima da sede do sindicato;\nSINDICATO DAS IND\u00daSTRIAS DE SERRARIAS, CARPINTARIAS, TANOARIAS, MADEIRAS COMPENSADAS E LAMINADAS, AGLOMERADOS E CHAPAS DE FIBRAS DE MADEIRA E DE MARCENARIA DE UNI\u00c3O DA VIT\u00d3RIA, entidade sindical de primeiro grau, inscrita no CNPJ/MF n.\u00ba 77.491.678/0001-49, com sede na Rua Frei Policarpo, n.\u00ba 188, Centro, Uni\u00e3o da Vit\u00f3ria, Paran\u00e1, por seu Presidente Fabricio Antonio Moreira Neto, brasileiro, empres\u00e1rio, portador do CPF 792.658.129-15, que poder\u00e1 ser encontrado no endere\u00e7o acima da sede do sindicato;\nSINDICATO DAS IND\u00daSTRIAS MADEREIRAS E MOVELEIRAS DO SUDOESTE DO PARAN\u00c1, entidade sindical de primeiro grau, inscrita no CNPJ/MF n.\u00ba 81.271.546/0001-89, com sede na Rua Goi\u00e1s, n.\u00ba 333, Bairro Alvorada, Francisco Beltr\u00e3o, Paran\u00e1, por seu Presidente Cesar Spanhol, brasileiro, empres\u00e1rio, portador do CPF 031.335.099-00, que poder\u00e1 ser encontrado no endere\u00e7o acima da sede do sindicato;\nSINDICATO DA IND\u00daSTRIA DE SERRARIAS, CARPINTARIAS E TANOARIAS E DA MARCENARIA DE IRATI, entidade sindical de primeiro grau, inscrita no CNPJ/MF n.\u00ba 78.149.218/0001-08, com sede na Rua Goi\u00e1s, n.\u00ba 333, Bairro Alvorada, Francisco Beltr\u00e3o Paran\u00e1, por seu Presidente Estanislau Fillus,\n2\n\n\fGER\u00caNCIA JUR\u00cdDICA\nbrasileiro, empres\u00e1rio, portador do CPF 286.028.709-49, que poder\u00e1 ser encontrado no endere\u00e7o acima da sede do sindicato; e\nSINDICATO DAS IND\u00daSTRIAS METAL\u00daRGICAS, MEC\u00c2NICAS E DE MATERIAL EL\u00c9TRICO DE APTO BRANCO, entidade sindical de primeiro grau, inscrita no CNPJ/MF n.\u00ba 78.675.949/000189, com sede na Rua Pedro Vieira, n.\u00ba 120, Paran\u00e1, por seu Presidente Olcimar Tramontini, brasileiro, empres\u00e1rio, portador do CPF 809.721.609-49, que poder\u00e1 ser encontrado no endere\u00e7o acima da sede do sindicato;\nrespeitosamente comparecem \u00e0 presen\u00e7a de Vossa Excel\u00eancia, por interm\u00e9dio de seus advogados e procuradores adiante assinados, com fundamento na Constitui\u00e7\u00e3o Federal, art. 5. \u00b0, inciso XXI, art. 8 e art. 170, par\u00e1grafo \u00fanico, apresentar\nA\u00c7\u00c3O ORDIN\u00c1RIA COLETIVA (Com pedido de concess\u00e3o de tutela de urg\u00eancia)\nem face do UNI\u00c3O, pessoa jur\u00eddica de direito p\u00fablico interno, por seu procurador devidamente constitu\u00eddo, que poder\u00e1 ser encontrado na Avenida Munhoz da Rocha, n.\u00ba 1247, Curitiba, Paran\u00e1, pelos fatos e fundamentos jur\u00eddicos que passa a expor:\nI. DOS FATOS\nOs autores s\u00e3o organiza\u00e7\u00f5es sindicais representativas dos sindicatos das ind\u00fastrias do Estado do Paran\u00e1, com legitimidade processual para representar - em nome pr\u00f3prio - os interesses das empresas filiadas e sindicatos associados (art. 5\u00ba, inc. LXX, b CF/88 do Estatuto).\n3\n\n\fGER\u00caNCIA JUR\u00cdDICA\nEssas empresas est\u00e3o sendo indevidamente prejudicadas em virtude do Decreto n.\u00ba 9.393/18 (Doc. anexo), publicado na edi\u00e7\u00e3o extra do Di\u00e1rio Oficial da Uni\u00e3o, de 30 de maio de 2018, que reduziu drasticamente a al\u00edquota de apura\u00e7\u00e3o do REINTEGRA de 2% para 0,1%. A referida altera\u00e7\u00e3o entrou em vigor a partir do dia 01 de junho de 2018.\nO REINTEGRA foi reinstitu\u00eddo1 pelos artigos 21 a 29 da Lei n.\u00ba 13.043 de 13 de novembro de 2014. (Doc. anexo). Tal programa tem por objetivo devolver parcial ou integralmente o res\u00edduo tribut\u00e1rio remanescente na cadeia de produ\u00e7\u00e3o de bens exportados.\nO REINTEGRA \u00e9 um benef\u00edcio fiscal institu\u00eddo para repor ao exportador os res\u00edduos fiscais da cadeia produtiva absorvidos no pre\u00e7o das mercadorias e bens com destino ao exterior. Enquanto benef\u00edcio fiscal, ele est\u00e1 protegido pelos princ\u00edpios da anterioridade geral, que significa que nenhuma lei/decreto que alterar as al\u00edquotas para menor poderia produzir efeitos no mesmo exerc\u00edcio fiscal de sua edi\u00e7\u00e3o, devendo aguardar o primeiro dia do ano calend\u00e1rio subsequente.\nPor este racioc\u00ednio a altera\u00e7\u00e3o institu\u00edda pelo Decreto n.\u00ba 9.393 de 2018 somente poderia ter os seus efeitos v\u00e1lidos a partir de 01 de janeiro de 2019, mas diante da pr\u00e1tica do Governo Federal com esta dr\u00e1stica redu\u00e7\u00e3o sem prestigiar os princ\u00edpios que norteiam a previsibilidade em prol dos contribuintes, tal pr\u00e1tica fere o ordenamento jur\u00eddico, principalmente no que se refere aos princ\u00edpios constitucionais tribut\u00e1rios da anterioridade anual e nonagesimal, bem como da seguran\u00e7a jur\u00eddica.\nH\u00e1 casos em que os contratos de exporta\u00e7\u00e3o foram negociados com muita anteced\u00eancia sem prever o \u00f4nus causado pela\n1 Assim como o programa que o antecedeu, institu\u00eddo em 2011 pela Lei n.\u00ba 12.546/2011, que teria dura\u00e7\u00e3o at\u00e9 31 de dezembro de 2012.\n4\n\n\fGER\u00caNCIA JUR\u00cdDICA\nmudan\u00e7a repentina da al\u00edquota de c\u00e1lculo de cr\u00e9dito para a compensa\u00e7\u00e3o, inviabilizando muitas das opera\u00e7\u00f5es j\u00e1 firmadas.\nA mudan\u00e7a dr\u00e1stica e repentina traz irrepar\u00e1veis preju\u00edzos \u00e0s ind\u00fastrias exportadoras que passar\u00e3o a ser oneradas em suas transa\u00e7\u00f5es, sem que tivessem qualquer possibilidade de planejamento.\nDeste modo, outra solu\u00e7\u00e3o n\u00e3o existe, sen\u00e3o socorrer-se do Poder Judici\u00e1rio, pugnando para que ele lhes assegure a livre iniciativa, a continuidade das suas pr\u00e1ticas negociais e explora\u00e7\u00e3o da atividade econ\u00f4mica, a prote\u00e7\u00e3o dos contratos internacionais de exporta\u00e7\u00e3o j\u00e1 firmados, bem como fa\u00e7a seguran\u00e7a do princ\u00edpio anterioridade anual e nonagesimal, bem como o da seguran\u00e7a jur\u00eddica, diante dos efeitos da irregular onera\u00e7\u00e3o do exportador produtor de bens manufaturados.\nII. DO DIREITO\n- DA LEGITIMIDADE ATIVA\nOs autores s\u00e3o organiza\u00e7\u00f5es sindicais constitu\u00eddas legalmente e em funcionamento, que tem por objeto social, entre outros, a representa\u00e7\u00e3o - em nome pr\u00f3prio - dos interesses das empresas associadas e sindicatos filiados, encaixando-se nas hip\u00f3teses constitucionais de representa\u00e7\u00e3o:\n\u00c9 do Texto Maior:\n\u201cArt.5\u00ba- ... XVII \u2013 \u00e9 plena a liberdade de associa\u00e7\u00e3o para fins l\u00edcitos, vedada \u00e0 de car\u00e1ter paramilitar;\n5\n\n\fGER\u00caNCIA JUR\u00cdDICA\nXVIII \u2013 a cria\u00e7\u00e3o de associa\u00e7\u00f5es e, na forma da lei, a de cooperativa independem de autoriza\u00e7\u00e3o, sendo vedada a interfer\u00eancia estatal em seu funcionamento; XIX \u2013 as associa\u00e7\u00f5es s\u00f3 poder\u00e3o ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por decis\u00e3o judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o tr\u00e2nsito em julgado; XX \u2013 ningu\u00e9m poder\u00e1 ser compelido a associar-se ou a permanecer associado; XXI \u2013 as entidades associativas, quando expressamente autorizadas t\u00eam legitimidade para representar seus filiados judicialmente ou extrajudicialmente;\u201d\n\u201cArt. 8\u00ba - \u00c9 livre a associa\u00e7\u00e3o profissional ou sindical, observado o seguinte: ... III - ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria, inclusive em quest\u00f5es judiciais e administrativas.\u201d\nPreenchem os autores, portanto, as condi\u00e7\u00f5es previstas para a propositura da a\u00e7\u00e3o coletiva, revelando que possuem legitimidade ad causam. Em verdade, \u00e9 um dever seu o exerc\u00edcio do direito de a\u00e7\u00e3o, na defesa dos interesses de seus filiados, em cumprimento as suas finalidades estatut\u00e1rias.\nDa simples leitura dos dispositivos transcritos verifica-se que o texto constitucional claramente aponta para o reconhecimento do papel ideol\u00f3gico das associa\u00e7\u00f5es e entidades sindicais como representantes dos interesses de grupos, categorias e coletividades. N\u00e3o se trata de um conceito jur\u00eddico de representa\u00e7\u00e3o, e sim de um conceito muito mais pol\u00edtico. O papel ideol\u00f3gico dos chamados corpos intermedi\u00e1rios na sociedade reflete-se no mundo jur\u00eddico e possibilita\n6\n\n\fGER\u00caNCIA JUR\u00cdDICA\npensar novas f\u00f3rmulas de atua\u00e7\u00e3o desses organismos no processo, considerando, sobretudo os amplos efeitos da decis\u00e3o proferida.\nA a\u00e7\u00e3o se d\u00e1, vale ressaltar, em substitui\u00e7\u00e3o processual aos sindicatos e empresas filiados, para a defesa de seus interesses. Os autores defendem em nome pr\u00f3prio o direito alheio de que s\u00e3o titulares os substitu\u00eddos, sem necessidade de autoriza\u00e7\u00e3o alguma destes, sob o \u00fanico pressuposto de que o pedido formulado apresente compatibilidade com os objetivos institucionais nucleares das entidades autoras.\nNesse contexto, cumpre a Federa\u00e7\u00e3o das Ind\u00fastria do Estado do Paran\u00e1, enquanto entidade sindical de segundo grau, defender os interesses das categorias que representa, in casu, as categorias econ\u00f4micas da ind\u00fastria, sendo esta uma de suas prerrogativas estatut\u00e1rias, nos termos do artigo 2\u00ba, \u201ca\u201d do seu Estatuto Social2.\nDe outra banda, cumpre salientar que a discuss\u00e3o dos autos, a redu\u00e7\u00e3o feita pela Decreto n.\u00ba 9.393/18, das al\u00edquotas de apura\u00e7\u00e3o de cr\u00e9ditos do Programa Reintegra institu\u00eddo pela Lei n.\u00ba 13.043 de 13 de novembro de 2014, \u00e9 de interesse da Federa\u00e7\u00e3o das Ind\u00fastrias do Estado do Paran\u00e1, pois atinge a todas as ind\u00fastrias exportadoras com base no Estado do Paran\u00e1, por acarretar preju\u00edzos que ser\u00e3o suportados pelos substitu\u00eddos processuais, que podem levar \u2013 al\u00e9m da fragilidade da categoria e das perdas econ\u00f4micas - at\u00e9 mesmo ao fechamento de empresas.\nDeste modo, est\u00e1-se diante de interesse t\u00edpico do grupo econ\u00f4mico que as REQUERENTES representam, j\u00e1 que as ind\u00fastrias ser\u00e3o prejudicadas pois as modifica\u00e7\u00f5es trazidas pelo Decreto n.\u00ba\n2 Estatuto da FIEP Art. 2o. S\u00e3o prerrogativas da Federa\u00e7\u00e3o: a) proteger e representar os direitos e interesses das categorias nela compreendidas, inclusive perante autoridades administrativas e judici\u00e1rias;\n7\n\n\fGER\u00caNCIA JUR\u00cdDICA\n9.393/18, possuem o mesmo efeito de aumento de tributa\u00e7\u00e3o, causando preju\u00edzos \u00e0s representadas e \u00e0s colocando em risco econ\u00f4mico, ocasionando o abalo no equil\u00edbrio da rela\u00e7\u00e3o custo - demanda e, por consequ\u00eancia, a redu\u00e7\u00e3o da j\u00e1 ex\u00edgua lucratividade das empresas. Este fato - de natureza econ\u00f4mica - justifica a defesa dos interesses dos sindicatos e empresas filiadas. Ademais, caracterizado ainda se afigura o interesse de agir, haja vista tratarem-se as medidas debatidas de ilegalidades e inconstitucionalidades.\nLogo, certo \u00e9 que a discuss\u00e3o dos autos \u2013 redu\u00e7\u00e3o e al\u00edquotas de apura\u00e7\u00e3o de cr\u00e9ditos do Programa Reintegra - \u00e9 de interesse das REQUERENTES haja vista que pertinente \u00e0s diversas categorias econ\u00f4micas que representam, e a sua manuten\u00e7\u00e3o, al\u00e9m de ser uma afronta direta ao Estado Democr\u00e1tico de Direito, prejudicar\u00e1 o desenvolvimento da ind\u00fastria nacional, na medida que fragiliza qualquer planejamento que possa ser tra\u00e7ado pelos empreendedores; desgasta a imagem do Brasil junto aos investidores internacionais/importadores de produtos nacionais ou nacionalizados; onera a produ\u00e7\u00e3o por se tratar de verdadeiro aumento da carga tribut\u00e1ria; reduz a competitividade do produto nacional no mercado interno e externo.\nDestarte, n\u00e3o h\u00e1 d\u00favida, a Federa\u00e7\u00e3o das Ind\u00fastrias do Estado do Paran\u00e1 e os sindicatos autores det\u00e9m legitimidade ativa para ingressar com a presente a\u00e7\u00e3o ordin\u00e1ria em face da REQUERIDA, na qualidade de substituta processual, com o fito de garantir aos substitu\u00eddos processuais o direito \u00e0 manuten\u00e7\u00e3o das al\u00edquotas anteriores a modifica\u00e7\u00e3o da Lei n.\u00ba 13.043/2014 pelo Decreto n.\u00ba 9.393/18, que espera-se, pela via do controle difuso e de forma incidental, seja declarada inconstitucional pelas raz\u00f5es expostas a seguir.\nSendo assim, para todos os efeitos s\u00e3o substitu\u00eddos processuais nesta a\u00e7\u00e3o coletiva as ind\u00fastrias associadas aos sindicatos filiados \u00e0 Federa\u00e7\u00e3o das Ind\u00fastrias do Estado do Paran\u00e1, os sindicatos\n8\n\n\fGER\u00caNCIA JUR\u00cdDICA\nfiliados \u00e0 Federa\u00e7\u00e3o das Ind\u00fastrias do Estado do Paran\u00e1 e as categorias econ\u00f4micas da ind\u00fastria n\u00e3o organizadas em sindicatos (artigo 611 \u00a7 2\u00ba da CLT).\n- DO PROGRAMA REINTEGRA, QUE TEM POR OBJETIVO APURAR CR\u00c9DITOS \u00c0S PESSOAS JUR\u00cdDICAS EXPORTADORAS\nO Governo Federal instituiu, mediante a Lei n.\u00ba 13.043 de 13 de novembro de 2014, o Programa REINTEGRA, que tem por objetivo apurar cr\u00e9ditos \u00e0s pessoas jur\u00eddicas exportadoras, mediante a aplica\u00e7\u00e3o de percentual estabelecido pelo Poder Executivo, sobre a receita auferida com a exporta\u00e7\u00e3o desses bens, conforme o artigo 21 e 22, a saber:\n\u201cArt. 21. Fica reinstitu\u00eddo o Regime Especial de Reintegra\u00e7\u00e3o de Valores Tribut\u00e1rios para as Empresas Exportadoras - REINTEGRA, que tem por objetivo devolver parcial ou integralmente o res\u00edduo tribut\u00e1rio remanescente na cadeia de produ\u00e7\u00e3o de bens exportados. Art. 22. No \u00e2mbito do Reintegra, a pessoa jur\u00eddica que exporte os bens de que trata o art. 23 poder\u00e1 apurar cr\u00e9dito, mediante a aplica\u00e7\u00e3o de percentual estabelecido pelo Poder Executivo, sobre a receita auferida com a exporta\u00e7\u00e3o desses bens para o exterior.\u201d\nAssim o Reintegra foi institu\u00eddo para desonerar o exportador produtor de bens manufaturados, a fim de estimular as exporta\u00e7\u00f5es. O legislador, reconhecendo que existe um 'res\u00edduo tribut\u00e1rio' na cadeia produtiva destinada \u00e0 exporta\u00e7\u00e3o, o devolve ao contribuinte apurado com base em um percentual da receita de\n9\n\n\fGER\u00caNCIA JUR\u00cdDICA\nexporta\u00e7\u00e3o, permitindo a utiliza\u00e7\u00e3o na compensa\u00e7\u00e3o com d\u00e9bitos de outros tributos federais pr\u00f3prios ou o ressarcimento em dinheiro.\nSegundo \u00a7 1.\u00ba do artigo 22 da Lei n.\u00ba 13.043/2014, o percentual de cr\u00e9dito que se apur\u00e1vel pode variar entre 0,1% (um d\u00e9cimo por cento) e 3% (tr\u00eas por cento).\nE conforme os incisos I e II do \u00a7 5.\u00ba do artigo 22 da referida lei, o cr\u00e9dito decorrente do REINTEGRA, tem-se que 17,84% (dezessete inteiros e oitenta e quatro cent\u00e9simos por cento) ser\u00e3o devolvidos a t\u00edtulo da Contribui\u00e7\u00e3o para os Programas de Integra\u00e7\u00e3o Social e de Forma\u00e7\u00e3o do Patrim\u00f4nio do Servidor P\u00fablico - Contribui\u00e7\u00e3o para o PIS/Pasep, e 82,16% (oitenta e dois inteiros e dezesseis cent\u00e9simos por cento) ser\u00e3o devolvidos a t\u00edtulo da Contribui\u00e7\u00e3o para o Financiamento da Seguridade Social - COFINS.\nOu seja, os cr\u00e9ditos advindos do REINTEGRA desoneravam a produ\u00e7\u00e3o para a exporta\u00e7\u00e3o, na medida em que tais cr\u00e9ditos minimizavam a tributa\u00e7\u00e3o do PIS e da COFINS, barateando o custo da produ\u00e7\u00e3o, auxiliando na balan\u00e7a comercial do Brasil.\n- DA ALTERA\u00c7\u00c3O DAS AL\u00cdQUOTAS DO PROGRAM REINTEGRA PELO DECRETO N.\u00ba 9.393/18\nO Governo Federal publicou o Decreto n.\u00ba 9.393/18 (Doc. anexo) que reduziu drasticamente a al\u00edquota de apura\u00e7\u00e3o do REINTEGRA de 2% para 0,1%.\nTal redu\u00e7\u00e3o na al\u00edquota de apura\u00e7\u00e3o dos cr\u00e9ditos foi aplicada imediatamente, ou seja, a partir da publica\u00e7\u00e3o no Di\u00e1rio oficial, que se deu na edi\u00e7\u00e3o extra do Di\u00e1rio oficial da Uni\u00e3o de 30 de maio de 2018, com vig\u00eancia a partir de 01 de junho de 2018.\n10\n\n\fGER\u00caNCIA JUR\u00cdDICA\nOcorre que a redu\u00e7\u00e3o da al\u00edquota da forma como foi feita viola o princ\u00edpio da n\u00e3o-surpresa e a anterioridade, posto que reduziu imediatamente o cr\u00e9dito originariamente previsto Lei n.\u00ba 13.043 de 13 de novembro de 2014.\nA diminui\u00e7\u00e3o da al\u00edquota/percentual do incentivo do REINTEGRA implica aumento indireto de tributo. Trata-se de aumento indireto pois n\u00e3o foram alteradas as al\u00edquotas do PIS e da COFINS sobre importa\u00e7\u00f5es, mas uma redu\u00e7\u00e3o dos cr\u00e9ditos advindos dessas opera\u00e7\u00f5es beneficiadas pelo REINTEGRA.\nPor\u00e9m diversos contratos foram negociados/firmados anteriormente a modifica\u00e7\u00e3o das al\u00edquotas, o que onerou a produ\u00e7\u00e3o da exporta\u00e7\u00e3o, sem que as empresas exportadoras tivessem condi\u00e7\u00f5es de incorporar o custo da redu\u00e7\u00e3o dos cr\u00e9ditos nos produtos exportados.\n- DOS PRINC\u00cdPIOS CONSTITUCIONAIS TRIBUT\u00c1RIOS DA ANTERIORIDADE ANUAL E DA ANTERIORIDADE NONAGESIMAL\nO constituinte buscou proteger o contribuinte da sanha arrecadat\u00f3ria do Estado e inseriu no texto constitucional diversas veda\u00e7\u00f5es ao Poder de tributar do Estado.\nUma dessas veda\u00e7\u00f5es ao poder de tributar foi estabelecer o Princ\u00edpio da Anterioridade anual, previsto no artigo 150, III, \u201cb\u201d da CF/88:\n\u201cArt. 150. Sem preju\u00edzo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, \u00e9 vedado \u00e0 Uni\u00e3o, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Munic\u00edpios: ... III - cobrar tributos: ... b) no mesmo exerc\u00edcio financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou; (Vide Emenda Constitucional n\u00ba 3, de 1993) ...\u201d\n11\n\n\fGER\u00caNCIA JUR\u00cdDICA\nO Princ\u00edpio da Anterioridade (chamada tamb\u00e9m de anterioridade comum) imp\u00f5e a exist\u00eancia de um prazo entre a lei que o instituiu ou aumentou tributo e o in\u00edcio de sua vig\u00eancia. Dessa forma seria poss\u00edvel dizer que em tal princ\u00edpio encontra-se impl\u00edcito o da seguran\u00e7a jur\u00eddica, uma vez que visa a evitar surpresas para o contribuinte, com a institui\u00e7\u00e3o ou a majora\u00e7\u00e3o de tributos no curso do exerc\u00edcio financeiro.\nAp\u00f3s a inser\u00e7\u00e3o do princ\u00edpio da anterioridade no ordenamento jur\u00eddico brasileiro, observou-se que, na pr\u00e1tica, ele representava mera regra, pois que, num ato de manobra do exerc\u00edcio do poder, os legislativos de todas as esferas passaram a aprovar leis tribut\u00e1rias no final do ano, com in\u00edcio de incid\u00eancia j\u00e1 no in\u00edcio do ano seguinte. Isso fez com que o princ\u00edpio da anterioridade anual perdesse sua efetividade.\nAssim veio a Emenda Constitucional n.\u00ba 42 que acrescentou uma al\u00ednea \u201cc\u201d no inciso III do art. 150 da CF/88, determinando que a partir daquele momento, seria vedada a exig\u00eancia de exa\u00e7\u00f5es antes que a lei que as instituiu ou majorou completasse noventa dias de publica\u00e7\u00e3o, devendo ainda ser observado para a mesma situa\u00e7\u00e3o o que j\u00e1 previa a al\u00ednea \u201cb\u201d do mesmo dispositivo, ou seja, a exig\u00eancia da anterioridade da lei do exerc\u00edcio financeiro da cobran\u00e7a.\nDessa forma, a partir de ent\u00e3o, para que um tributo fosse cobrado em 1\u00ba de janeiro, n\u00e3o bastava que sua lei instituidora ou que o aumentou fosse publicada at\u00e9 o \u00faltimo dia do exerc\u00edcio financeiro anterior. Al\u00e9m disso, essa lei deveria ser publicada pelo menos noventa dias antes, ou seja: um duplo sistema de prote\u00e7\u00e3o que permitisse a previsibilidade ao contribuinte.\n12\n\n\fGER\u00caNCIA JUR\u00cdDICA\nObservar o princ\u00edpio da anterioridade anual prevista no artigo 150, III, \u201cb\u201d, e anterioridade nonagesimal, prevista nos 150, III, \u201cc\u201d e art. 195, \u00a7 6.\u00ba da Constitui\u00e7\u00e3o Federal, vez que a al\u00edquota de 0,1% somente poderia ser aplicada a partir do exerc\u00edcio financeiro seguinte ou na pior das hip\u00f3teses, a partir de setembro de 2018, reflete o dever de lealdade do Estado para com o contribuinte, bem como o princ\u00edpio da moralidade.\nOs neg\u00f3cios jur\u00eddicos firmados tiveram por base os cr\u00e9ditos advindos do Programa REINTEGRA, e por esta raz\u00e3o devem ser mantidos para que se fa\u00e7a cumprir a moralidade na conduta do Estado, a seguran\u00e7a jur\u00eddica que o ordenamento jur\u00eddico tenta promover, e o respeito ao esp\u00edrito da constitui\u00e7\u00e3o que objetivou proteger o contribuinte com os princ\u00edpios de anterioridade tribut\u00e1ria.\nOs princ\u00edpios de anterioridade anual e nonagesimal consistem em um limite constitucional ao poder de tributar que visa proteger o contribuinte contra surpresas na majora\u00e7\u00e3o da carga tribut\u00e1ria. Assim, toda altera\u00e7\u00e3o legislativa que implique aumento de carga tribut\u00e1ria (seja na al\u00edquota ou na base de c\u00e1lculo, bem como na abrang\u00eancia do fato gerador) deve obedecer, em se tratando de contribui\u00e7\u00e3o social, o previsto artigo no150, III, \u201cb\u201d e \u201cc\u201d da Constitui\u00e7\u00e3o Federal.\nNo sentido de preservar o objetivo da Carta Pol\u00edtica e seus princ\u00edpios norteadores, j\u00e1 decidiu o Min. Marco Aur\u00e9lio, no Recurso Extraordin\u00e1rio n.\u00ba 964.850 do Rio Grande do Sul:\n\u201cRECURSO EXTRAORDIN\u00c1RIO \u2013 BENEF\u00cdCIO FISCAL \u2013 ALTERA\u00c7\u00c3O \u2013 ANTERIORIDADE \u2013 PRECEDENTE \u2013 PROVIMENTO. 1. Atentem para o decidido na origem. O Tribunal Regional Federal da 4\u00aa Regi\u00e3o, confirmando o\n13\n\n\fGER\u00caNCIA JUR\u00cdDICA\nentendimento do Ju\u00edzo, assentou n\u00e3o configurar majora\u00e7\u00e3o a altera\u00e7\u00e3o de al\u00edquota do benef\u00edcio do Regime Especial de Reintegra\u00e7\u00e3o de Valores Tribut\u00e1rios para as Empresas Exportadoras REINTEGRA, observada a legisla\u00e7\u00e3o de reg\u00eancia. No recurso extraordin\u00e1rio cujo tr\u00e2nsito busca alcan\u00e7ar, a recorrente alega violados os artigos 5\u00ba, inciso XXXVI, 150, inciso III, e 153, inciso II, da Carta Pol\u00edtica. Aduz a inobserv\u00e2ncia dos princ\u00edpios da anterioridade e da irretroatividade mediante a redu\u00e7\u00e3o da al\u00edquota de incentivo do REINTEGRA de 3% para 1% a partir do Decreto n\u00ba 8.415/15. A decis\u00e3o impugnada merece reparos. Os atos infralegais implicaram aumento indireto do imposto, porquanto revelaram redu\u00e7\u00e3o de benef\u00edcio fiscal vigente, devendo ser observado, tamb\u00e9m nesses casos, o princ\u00edpio da anterioridade. Essa foi a \u00f3ptica adotada pelo Supremo no julgamento da Medida Cautelar na A\u00e7\u00e3o Direta de Inconstitucionalidade n\u00ba 2.325/DF, de minha relatoria, envolvida lei complementar que postergou a utiliza\u00e7\u00e3o de cr\u00e9ditos tribut\u00e1rios ent\u00e3o permitidos. Neste mesmo sentido, cito ainda precedente da Primeira Turma: IMPOSTO SOBRE CIRCULA\u00c7\u00c3O DE MERCADORIAS E SERVI\u00c7OS \u2013 DECRETOS N.\u00ba 39.596 E N.\u00ba 39.697, DE 1999, DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL \u2013 REVOGA\u00c7\u00c3O DE BENEF\u00cdCIO FISCAL \u2013 PRINC\u00cdPIO DA ANTERIORIDADE \u2013 DEVER DE OBSERV\u00c2NCIA \u2013 PRECEDENTES. Promovido aumento indireto do Imposto Sobre Circula\u00e7\u00e3o de Mercadorias e Servi\u00e7os \u2013 ICMS por meio da revoga\u00e7\u00e3o de benef\u00edcio fiscal, surge o dever de observ\u00e2ncia ao princ\u00edpio da anterioridade, geral e nonagesimal, constante das al\u00edneas \u201cb\u201d e \u201cc\u201d do\n14\n\n\fGER\u00caNCIA JUR\u00cdDICA\ninciso III do artigo 150, da Carta. Precedente \u2013 Medida Cautelar na A\u00e7\u00e3o Direta de Inconstitucionalidade n\u00ba 2.325/DF, de minha relatoria, julgada em 23 de setembro de 2004. MULTA \u2013 AGRAVO \u2013 ARTIGO 557, \u00a7 2.\u00ba, DO C\u00d3DIGO DE PROCESSO CIVIL. Surgindo do exame do agravo o car\u00e1ter manifestamente infundado, imp\u00f5e-se a aplica\u00e7\u00e3o da multa prevista no \u00a7 2\u00ba do artigo 557 do C\u00f3digo de Processo Civil. (Recurso extraordin\u00e1rio n.\u00ba 564.225, minha relatoria, Primeira Turma, ac\u00f3rd\u00e3o publicado no Di\u00e1rio da Justi\u00e7a de 18 de novembro de 2014) 2. Ante os precedentes, provejo o extraordin\u00e1rio para reconhecer o direito das recorrentes de aproveitem durante o ano de 2015 o benef\u00edcio do REINTEGRA calculado pela al\u00edquota de 3%. ...\u201d\nO Ministro Gilmar Mendes posicionou-se no mesmo sentido ao julgar o Recurso Extraordin\u00e1rio n.\u00ba 775.181 de Santa Catarina, em que a Uni\u00e3o recorreu de Ac\u00f3rd\u00e3o do Tribunal Regional Federal da 4\u00aa Regi\u00e3o, ementado da seguinte forma:\n\u201cCONSTITUCIONAL. TRIBUT\u00c1RIO. PIS. ANTERIORIDADE NONAGESIMAL. EFIC\u00c1CIA. O art. 68 da Lei n.\u00ba 10.637/02 ao prever a produ\u00e7\u00e3o de efeitos em rela\u00e7\u00e3o ao art. 3.\u00ba, a partir de 1.\u00ba de dezembro de 2002, desrespeitou o prazo da anterioridade nonagesimal, ao arrepio do art. 195, \u00a7 6.\u00ba, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal, contendo eiva de inconstitucionalidade. De outro lado, com a edi\u00e7\u00e3o do art. 25 da Lei 10.684/03, voltou-se \u00e0 reda\u00e7\u00e3o original da MP 66/02, com efeitos a partir de 01.02.2003. Delimitados os per\u00edodos de in\u00edcio dos efeitos determinados na MP 66/02, Lei 10.637/02 e Lei 10684/03, impede notar que h\u00e1 um\n15\n\n\fGER\u00caNCIA JUR\u00cdDICA\ninterregno (01 de dezembro a 31 de janeiro) em que o art. 3.\u00ba da Lei 10.637/02, produziu efeitos, sem observar o princ\u00edpio da anterioridade nonagesimal, exigindo a contribui\u00e7\u00e3o ao PIS de forma mais gravosa. Assim, for\u00e7oso concluir que a cobran\u00e7a de valores a t\u00edtulo de contribui\u00e7\u00e3o ao PIS de acordo com o art. 3.\u00ba da Lei 10.637/02, no per\u00edodo anterior ao advento da Lei 10.684/03 (com efeitos a partir de 01.02.2003 \u00e9 indevida. Posi\u00e7\u00e3o adotada pela Corte especial no julgamento da Argui\u00e7\u00e3o de Inconstitucionalidade n.\u00ba 2003.72.01.001184-1/SC\u201d. (fl. 68)\nEntendeu, o Ministro, que o ac\u00f3rd\u00e3o recorrido n\u00e3o divergia da jurisprud\u00eancia do STF, no sentido de que a revoga\u00e7\u00e3o de benef\u00edcio fiscal constitui aumento indireto de tributo, surgindo da\u00ed o dever de observ\u00e2ncia ao princ\u00edpio da anterioridade, geral ou nonagesimal, conforme o caso.\nNo mesmo sentido o Ministro Ricardo Lewandowski se posicionou ao julgar o RE1.081.193, afirmando que \u00e9 jurisprud\u00eancia do Supremo considerar que o princ\u00edpio da anterioridade \u00e9 aplic\u00e1vel \u00e0 revoga\u00e7\u00e3o ou redu\u00e7\u00e3o de benef\u00edcio fiscal \"tendo em vista que elas geram a eleva\u00e7\u00e3o da carga tribut\u00e1ria de maneira indireta\".\nOu seja, o Supremo Tribunal Federal ao se manifestar sobre a redu\u00e7\u00e3o das al\u00edquotas para c\u00e1lculo dos valores compens\u00e1veis no programa REINTEGRA ocorrido em 2015, posicionou-se favor\u00e1vel \u00e0 aplica\u00e7\u00e3o do princ\u00edpio da anterioridade, decidindo a favor dos exportadores quanto \u00e0 manuten\u00e7\u00e3o das al\u00edquotas.\nAs principais teses apresentadas convergem para o dever de respeito ao princ\u00edpio constitucional da anterioridade que veda o aumento de tributo no mesmo exerc\u00edcio financeiro da lei que o instituiu,\n16\n\n\fGER\u00caNCIA JUR\u00cdDICA\nbem como ao princ\u00edpio da anterioridade nonagesimal, que veda majora\u00e7\u00e3o antes de transcorridos 90 dias da lei que houver institu\u00eddo ou majorado tributo, que n\u00e3o foram observados por ter o decreto reduzido benef\u00edcio fiscal no exerc\u00edcio de 2018, o que equivaleria ao aumento de tributo.\nDeve ser considerado que o conte\u00fado do princ\u00edpio da anterioridade consiste numa concretiza\u00e7\u00e3o do princ\u00edpio estruturante da seguran\u00e7a jur\u00eddica, posto que obsta a incid\u00eancia imediata das normas impositivas, impondo o respeito a lapsos temporais compreendidos entre a publica\u00e7\u00e3o da lei e a sua incid\u00eancia.3\nDesta forma entende-se que embora n\u00e3o se trate do aumento de al\u00edquota de tributo diretamente, os efeitos da redu\u00e7\u00e3o de benef\u00edcio concedido anteriormente afronta aos princ\u00edpios constitucionais da anterioridade anual e da anterioridade nonagesimal, pois o efeito da modifica\u00e7\u00e3o equivale \u00e0 majora\u00e7\u00e3o de tributo, que impede a previsibilidade esperada pelo contribuinte e protegida pelo ordenamento jur\u00eddico.\nDiante do exposto, mais uma vez, demonstra-se a irregularidade do Decreto em debate, requerendo a nulifica\u00e7\u00e3o de seus efeitos.\nIII. DA TUTELA DE URG\u00caNCIA PLEITEADA\nAp\u00f3s a apresenta\u00e7\u00e3o da quest\u00e3o f\u00e1tico-jur\u00eddica, passa-se a expor as raz\u00f5es da necessidade da concess\u00e3o de tutela de urg\u00eancia e a demonstrar a presen\u00e7a dos requisitos legais justificadores do deferimento.\nIncontest\u00e1vel, por todas as raz\u00f5es supra referidas, a presen\u00e7a da plausibilidade do direito alegado e a necess\u00e1ria concess\u00e3o\n3 VELLOSO, Andrei Pitten. Constitui\u00e7\u00e3o tribut\u00e1ria interpretada. S\u00e3o Paulo: Atlas, 2007. p. 154\n17\n\n\fGER\u00caNCIA JUR\u00cdDICA\nda tutela de urg\u00eancia, determinando a imediata suspens\u00e3o dos efeitos produzidos pelo Decreto n.\u00ba 9.393/18, que reduziu drasticamente a al\u00edquota de apura\u00e7\u00e3o do REINTEGRA de 2% para 0,1%.\nA plausibilidade est\u00e1 mais do que comprovada na esp\u00e9cie, primeiramente, tendo em vista que dispositivos constitucionais asseguram aos autores a concretiza\u00e7\u00e3o da seguran\u00e7a jur\u00eddica em suas exporta\u00e7\u00f5es, bem como a seguran\u00e7a pelo conte\u00fado do princ\u00edpio da anterioridade, que lhes garantiriam negociar aas importa\u00e7\u00f5es nas condi\u00e7\u00f5es vigentes, em surpresas com eleva\u00e7\u00e3o da carga tribut\u00e1ria.\nNote-se que a jurisprud\u00eancia j\u00e1 foi chamada a se posicionar em caso id\u00eantico:\n\u201cRECURSO EXTRAORDIN\u00c1RIO 1.081.193 RIO GRANDE DO SUL RELATOR: MIN. RICARDO LEWANDOWSKI ... Trata-se de recurso extraordin\u00e1rio interposto contra ac\u00f3rd\u00e3o de cuja ementa destaca-se: \u201cTRIBUT\u00c1RIO. REGIME ESPECIAL DE REINTEGRA\u00c7\u00c3O DE VALROES TRIBUT\u00c1RIOS PARAS AS EMPRESAS EXPORTADORAS \u2013 REINTEGRA. REDU\u00c7\u00c3O DA AL\u00cdQUOTA DE 3% PARA 1%. PRINC\u00cdPIO DA ANTERIORIDADE NONAGESIMAL. INEXIST\u00caNCIA DE VIOLA\u00c7\u00c3O. [...]\u201d (p\u00e1g. 1 do documento eletr\u00f4nico 9). Neste RE, fundado no art. 102, III, a, da Constitui\u00e7\u00e3o, sustenta-se, em suma, viola\u00e7\u00e3o ao art. 150, III, c, da mesma Carta. Busca-se, em s\u00edntese, demonstrar que os Decretos 8.415/2015 e 8.543/2015, ao reduzir benef\u00edcio fiscal do REINTEGRA, n\u00e3o observaram o princ\u00edpio da anterioridade nonagesimal. A pretens\u00e3o recursal merece acolhida. Com efeito, a jurisprud\u00eancia do Supremo\n18\n\n\fGER\u00caNCIA JUR\u00cdDICA\nTribunal Federal, firmada a partir do julgamento da ADI 2.325-MC, considera que, em regra, o princ\u00edpio da anterioridade \u00e9 aplic\u00e1vel \u00e0 revoga\u00e7\u00e3o ou diminui\u00e7\u00e3o de benef\u00edcio fiscal, tendo em vista que elas geram a eleva\u00e7\u00e3o da carga tribut\u00e1ria por via indireta. Veja-se: \u201cIMPOSTO SOBRE CIRCULA\u00c7\u00c3O DE MERCADORIAS. RS E SERVI\u00c7OS \u2013 DECRETOS N.\u00ba 39.596 E N.\u00ba 39.697, DE 1999, DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL \u2013 REVOGA\u00c7\u00c3O DE BENEF\u00cdCIO FISCAL \u2013 PRINC\u00cdPIO DA ANTERIORIDADE \u2013 DEVER DE OBSERV\u00c2NCIA \u2013 PRECEDENTES. Promovido aumento indireto do Imposto Sobre Circula\u00e7\u00e3o de Mercadorias e Servi\u00e7os \u2013 ICMS por meio da revoga\u00e7\u00e3o de benef\u00edcio fiscal, surge o dever de observ\u00e2ncia ao princ\u00edpio da anterioridade, geral e nonagesimal, constante das al\u00edneas \u201cb\u201d e \u201cc\u201d do inciso III do artigo 150, da Carta. Precedente \u2013 Medida Cautelar na A\u00e7\u00e3o Direta de Inconstitucionalidade n.\u00ba 2.325/DF, de minha relatoria, julgada em 23 de setembro de 2004. MULTA \u2013 AGRAVO \u2013 ARTIGO 557, \u00a7 2.\u00ba, DO C\u00d3DIGO DE PROCESSO CIVIL. Surgindo do exame do agravo o car\u00e1ter manifestamente infundado, imp\u00f5e-se a aplica\u00e7\u00e3o da multa prevista no \u00a7 2.\u00ba do artigo 557 do C\u00f3digo de Processo Civil\u201d (RE 564.225-AgR, Rel. Min. Marco Aur\u00e9lio, Primeira Turma). Cito, ainda, o precedente a seguir: Rel. Min. Gilmar Mendes. Essa orienta\u00e7\u00e3o jurisprudencial \u00e9 inteiramente aplic\u00e1vel \u00e0 redu\u00e7\u00e3o dos percentuais de compensa\u00e7\u00e3o relativos a benef\u00edcio fiscal do REINTEGRA, implementada pelos Decretos 8.415/2015 e 8.543/2015. Nesse sentido: RE 1.065.092, Rel. Min. Celso de Mello; RE 1.065.094, Rel. Min. Rosa Weber; RE 1.053.254, Rel. Min. Roberto Barroso; RE 970.955, Rel. Min. Dias Toffoli.\n19\n\n\fGER\u00caNCIA JUR\u00cdDICA\nIsso posto, dou provimento ao recurso (art. 21, \u00a7 1. \u00b0, do RISTF) para conceder a seguran\u00e7a nos termos do pedido inicial do mandado de seguran\u00e7a preventivo. Publique-se. Bras\u00edlia, 18 de dezembro de 2017. Ministro Ricardo Lewandowski Relator\u201d\nQuanto ao risco de dano, patente e inquestion\u00e1vel \u00e9 a sua ocorr\u00eancia, pois caso n\u00e3o seja deferida a tutela de urg\u00eancia, graves ser\u00e3o as repercuss\u00f5es no campo dos direitos dos representados dos autores.\nPrimeiramente porqu\u00ea os substitu\u00eddos dos autores foram surpreendidos por pela redu\u00e7\u00e3o impactante das al\u00edquotas para a gera\u00e7\u00e3o e cr\u00e9ditos que seriam compensados, e j\u00e1 incorporados aos valores das mercadorias negociadas para exporta\u00e7\u00e3o. Tal pr\u00e1tica fere a seguran\u00e7a jur\u00eddica das rela\u00e7\u00f5es firmadas anteriormente \u00e0 publica\u00e7\u00e3o do Decreto n.\u00ba 9.393/18.\nO risco de dano est\u00e1 claro considerando que Decreto n.\u00ba 9.393/18 est\u00e1 em vig\u00eancia desde 01 de junho de 2018, diante disto os representados pelos autores foram negativamente surpreendidos, sendo impedidos indevidamente onerados nas exporta\u00e7\u00f5es j\u00e1 realizadas, at\u00e9 mesmo, de cumprir com os contratos anteriormente celebrados.\nO fundado receio de dano irrepar\u00e1vel ou de dif\u00edcil repara\u00e7\u00e3o tamb\u00e9m fica flagrante na medida que indene de d\u00favidas que a exig\u00eancia de tributo inconstitucional prejudica o desenvolvimento da ind\u00fastria nacional, na medida que fragiliza qualquer planejamento que possa ser tra\u00e7ado pelos empreendedores; desgasta a imagem do Brasil junto aos investidores internacionais; onera a produ\u00e7\u00e3o por se tratar de verdadeiro aumento da carga tribut\u00e1ria; reduz a competitividade do produto nacional no mercado interno e externo.\n20\n\n\fGER\u00caNCIA JUR\u00cdDICA\nA essa plausibilidade soma-se o risco da demora. De um lado, h\u00e1 o risco para os substitu\u00eddos processuais, que se veem onerados em seus custos tribut\u00e1rios e dificilmente ter\u00e3o como recuperar esses valores, visto que n\u00e3o h\u00e1 previs\u00e3o para que seja feita compensa\u00e7\u00e3o, de modo que lhes restar\u00e1, t\u00e3o somente, a busca do seu direito pela exaustiva via da tutela reparat\u00f3ria.\nDe outro lado, retardar para daqui h\u00e1 muitos anos a aprecia\u00e7\u00e3o do ponto aqui exposto \u00e9, com redobradas v\u00eanias, legitimar a inconstitucionalidade \u00fatil. \u00c9 permitir o confisco, avalizar a m\u00e1 f\u00e9 do Poder Executivo que se desdobra para garantir refor\u00e7o de caixa de acordo com as conveni\u00eancias moment\u00e2neas, pautado pelo contexto pol\u00edtico instaurado, sem se importar com a cria\u00e7\u00e3o de passivos futuros.\nN\u00e3o h\u00e1 d\u00favida Excel\u00eancia que o Estado Democr\u00e1tico de Direito n\u00e3o pode admitir atitudes arbitr\u00e1rias como essa, da\u00ed que os autores buscam, em ju\u00edzo de cogni\u00e7\u00e3o sum\u00e1ria a concess\u00e3o da tutela de urg\u00eancia requisitada para suspender imediatamente os efeitos Decreto n.\u00ba 9.393/18, e reestabelecer a forma anterior de composi\u00e7\u00e3o dos cr\u00e9ditos decorrentes das exporta\u00e7\u00f5es feitas pelas empresas representadas pelos autores para o exerc\u00edcio financeiro de 2018.\nIV. PEDIDOS\nDiante do exposto, requer-se, a Vossa Excel\u00eancia, o recebimento da presente a\u00e7\u00e3o, com o seu consequente processamento e a proced\u00eancia, impondo-se:\na) concess\u00e3o de tutela de urg\u00eancia para com fundamento nas amplas raz\u00f5es de fato e de direito declinadas, suspender imediatamente os efeitos do Decreto n.\u00ba 9.393/18, que reduziu drasticamente a al\u00edquota de apura\u00e7\u00e3o do dos cr\u00e9ditos do programa\n21\n\n\fGER\u00caNCIA JUR\u00cdDICA\nREINTEGRA de 2% para 0,1%, reestabelecendo o crit\u00e9rio anterior, assegurando os efeitos da decis\u00e3o para os substitu\u00eddos processuais;\n\nb) no m\u00e9rito, determinar a invalidade os efeitos do Decreto n.\u00ba 9.393/18, em rela\u00e7\u00e3o aos cr\u00e9ditos do Programa REINTEGRA nas exporta\u00e7\u00f5es beneficiadas pela gera\u00e7\u00e3o de cr\u00e9ditos em conformidade com artigos 21 a 29 da Lei n.\u00ba 13.043 de 13 de novembro de 2014 aos substitu\u00eddos processuais dos autores;\n\nc) seja reconhecido o direito \u00e0 compensa\u00e7\u00e3o dos valores recolhidos indevidamente a partir de 1\u00ba de junho de 2018;\n\ncivil;\n\nd) a cita\u00e7\u00e3o da R\u00e9 nos termos da legisla\u00e7\u00e3o processual e) seja procedida a oitiva do Minist\u00e9rio P\u00fablico Federal;\n\nf) a produ\u00e7\u00e3o de todas as provas em direito admitidas, especialmente documental e pericial;\n\ng) a condena\u00e7\u00e3o da R\u00e9 ao pagamento das custas e honor\u00e1rios advocat\u00edcios.\n\nAtribui-se ao feito, para fins meramente fiscais, o valor de R$ 60.000,00 (sessenta mil reais).\n\nPede Deferimento. Curitiba, 12 de junho de 2018.\n\nRODRIGO POZZOBON OAB/PR N.\u00ba 25.997\n\nCLAYTON GOMES DE MEDEIROS OAB/PR N.\u00ba 59.941\n\nMARCO ANTONIO GUIMARAES OAB/PR N.\u00ba 22.427\n\nCLAUDIA BEECK MOREIRA DE SOUZA OAB/PR N.\u00ba 46.108\n\n22\n\n\fGER\u00caNCIA JUR\u00cdDICA\n23\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 2 (Solon) - IdDocumentoCompleto: 5000359-81.2018.4.04.7113-711518091201633781350205024264", "text": "r\n\n_\n\n-\n\nr`,\n\n5\u00bb\n\n<\n\nz/'\n\nA ezzzzzm,%w\u203a.,z,z\u00f3 \u00e4\u00e4\u0192\n\nf\nADVOCACIA EMPRESARIAL\n\nExmo. sR. DR. Juiz DE o|RE|T'o DA Mivi\ufb02 VARA civE|. \u00daNICA DA corv|ARcA DE GARIBALDI- Rio GRANDE no suL\nll\n\n_\nat\u00e1\n\nA\n\nn-6_!'.\n\n. .\n\n'\n:QA\n\n'\n\n\u00f8i\n\n.\u00f8\u00f8327=\n\n:\n\n\" -\u00f8 tu\n/I\n\n* D|sTR|Bu|\u00e7\u00c3o POR DEPEND\u00caNCIA \u00c0 ExEcu\u00c7\u00c3o F|scA|_ N\u00b0 15.515 *\n\n._.`\\_..\n-\n..._-\ndr\ns\n\nFRIGOR\u00cdFICO\n\nNICOLINI LTDA., sociedade\n\nmercantil de direito privado, com sede em Garibaldi - RS, na Estrada S\u00e3o\n\nRoque KM 3, CNPJ sob o n\u00b0 89.751.036/0001-10, devidamente constituida,\n\nconforme seus atos societ\u00e1rios em anexo; JOS\u00c9 DEBIASI, brasileiro, casado,\n\nresidente e domiciliado em Garibaldi-RS, na rua General Neto, 404, CEP\n\n97.720-000; IVO NICOLINI, brasileiro, casado, residente e domiciliado em\n\nGaribaldi-RS, na rua Irm\u00e3o Jos\u00e9 Sion, 540, CEP 95.720-000; MARIO VERZELETTI, brasileiro, casado, residente e domiciliado em Garibaldi-RS, na\n\nLinba S\u00e3o Jorge, 85, CEP 95.720-000; LEDA NICOLINI VERZELETTI, brasileira, casada, residente e domiciliada em Garibaldi, na rua Luiz Rog\u00e9rio Casacurta, S/N, CEP_95.720-000 e PEDRO CARRER, brasileiro, casado, residente e domiciliado em Garibalidi-RS, na rua 15 de Novembro, 200, CEP\n\n95.720-000, estando garantido o Ju\u00edzo por regular penhora, conforme fls. dos\n\nautos da a\u00e7\u00e3o acima epigrafada, v\u00eam \u00e0 presen\u00e7a de V.Exa., por seu\nprocurador \ufb01rmat\u00e1ria \"ut\" instrumento de mandato em anexo, com fulcro na Lei\n\nn\u00b0 6.830/80, oferecer\n\nE\n\nEMBARGOS A EXECU\u00c7AO FISCAL,\n\nque lhe \u00e9 promovida pelo INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL -\n\nINSS, o que faz pelas raz\u00f5es de fato e de direito adiante articuladas,\n\n\u00cd,\n\nrequerendo os mesmos sejam recebidos -para todos os efeitos legais,\n\nconsiderando-se suspenso o curso do processo executivo.\n\nAv. Independ\u00eancia, 1199 - CEP: 90035-077 - Porto Alegre - RS - Brasil Fone: 55 51 3314-1414 - Fax: 55 51 3311-0438 - Reg. OAB-RS 246\nwww.piazzeIaeboeira.com.br\n,\n,\n\n\f5;,\n1\n\n-.\n\n_.......-\n\n\u00a2-..-._...._-.-\n\n'\n\n' JG\u00c7: 1: GE] LL ni\u00e2?? ..\n\n\u00caICO quv f pe\u00e7a r\n\n\u2039\u00a1\n\n.;,\"^-'!\u203a'?\"^,L \u00abn casi, `- '.\\\n\nQ,-ig __ __ _,.\u00a7;ente. DC-'l.f I.\n\nzpz\u00e9/a\u00ed,/af.,/\u00bf\u00ed23\u00f32z~\u00abz\u00bb..__\n1\n\u00ab\u00ab:\u00cdomoz\u201da\u00d5\u00ed\u00e1\u00bf1\u00e2.m\"m\"~\n\u00a7\nAsz\u00e2. do Ee\ufb02f\u00e3dorz\n\u00cd\n\n7 'V7\n\nV/\n\n\u00bb\n\n-~\n\nPnocasso -aa2sowV~ GAR\u00cdB\u00c0L\u00c9I 1.\n\n1u\u00e2R\u00e2\n\n_W. 101\n\nv\u00e2. R\u00e2\u00a1uN,1c\u00e2\u00edn: 5;_.s. \u00e2a- xn\u00e2.nnf I\n\nV _\nfg;\n\n....~._,_J\n\nEwu\u00e2nsus nc pEPENnENcx\u00e2\n\nHavanna H\u00e2uu\u00e2pz\n\nEnn\u00e2nsos\n-\u00bf;\u00a1\n\nA\n\nEx\ufb01cuc\u00eb\n\n_c\n\ngv.\n\nV\n\nREUS 0001\n\n_\nAUTORES-.\u00cd_4000:6 \u00cd . V\n\n\u0161\n\n\u2039' . '\n\nn ml mm mf' r sz 'rn 'r\n\nT\n\n*\n\nrl\u00edrzm-n>\"::;.*T\u00ed,\u201c\u00ed;\u00cd\u00cd ;\n\n\u00cd\n'z^1'\u00f37\u2039\u203a\u201d:-z'2:.=\u00e2\"\u2039\u203a'\u00d3':z'z\u201c_t\u203a'\n\n\f1\n\u2039\u203a\u00bb\u203a\n@1`az\u00f8elaz,C%oe\u2039`/mz\u00f8\u00d5mw\nADVOCACIA EMPRESARIAL\n\nll\nl i\n/'T\\`\ni i\n\u00ed\n\nI.\n\nDos Fatos\n\n~\n\nTrata-se a presente de execu\u00e7\u00e3o \ufb01scal manejada\n\npelo INSS sob o argumento de que a embargante teria infringido a legisla\u00e7\u00e3o\n\ntribut\u00e1ria pelo n\u00e3o recolhimento de contribui\u00e7\u00f5es previdenci\u00e1rias e outras\n\ncontribui\u00e7oes devidas a terceiros.\n\n5\n\nNo entanto, como se demonstrar\u00e1 a seguir, a\n\nembargante nada deve \u00e0 autarquia previdenci\u00e1ria, raz\u00e3o pela qual a CDA que\n\nfundamenta a presente execu\u00e7\u00e3o \ufb01scal carece dos indispens\u00e1veis requisitos da\n\nliquidez e certeza n\u00e3o se prestando, portanto, como titulo executivo\n\nextrajudicial raz\u00e3o pela qual deve ser extinta a execu\u00e7\u00e3o \ufb01scal acima\n\nepigrafada, ora embargada, pelas raz\u00f5es de direito abaixo transcritas.\n\nII. QUANTO Ao M\u00c9R|To\nDA Aus\u00caNc|A DE FUNDAMENTA\u00c7\u00c3O LEGAL - INcERTEzA E INEx|G|e|L|DAoE oo\nPRETENSO CR\u00c9DITO TR|BuT\u00c1R|o\n\nAtento aos principios constitucionais da ampla defesa,\ndo devido processo legal, bem como ao princ\u00edpio geral de direito p\u00fablico que\ndetermina a moralidade e formalidade dos atos administrativos, e, ainda, o princ\u00edpio constitucional tributario da estrita legalidade, fez o legislador constar no C\u00f3digo Tributario Nacional norma que assim determina:\n\nO \"Art. 202. termo de inscri\u00e7\u00e3o em d\u00edvida ativa, autenticado pela\n\nautoridade competente, indicar\u00e1 obrigatoriamente:\nI - o nome do devedor e, sendo caso, o dos co-respons\u00e1veis, bem como, sempre que possivel, o domic\u00edlio ou a resid\u00eancia de um e de\n\noutros;\nll - a quantia devida e a maneira de calcular os juros de mora\n\nacrescidos;\n\nIII - a origem e a natureza do cr\u00e9dito, mencionada\n\nespeci\ufb01camente a disposi\u00e7\u00e3o da lei em que seja fundado;\n\nem IV - a data\n\nque foi inscrita;\n\n1\n\nV - sendo caso, o n\u00famero do processo administrativo de que se\n\noriginar o cr\u00e9dito.\n\nPar\u00e1grafo\n\n\u00fanico.\n\nA \u00e7\ncertid\u00e3o\n\nconter\u00e1,\n\nal\u00e9m\n\ndos\n\nrequisitos\n\ndeste\n\nartigo,\n\na indica\u00e7\u00e3o do livro e folha de inscri\u00e7\u00e3o.\"\n\n\u00ab\n\nA seu turno, o artigo 203 do mesmo Codex\nestabelece a nulidade da inscri\u00e7\u00e3o e do processo de cobran\u00e7a acaso omisso\nou equivocadamente preenchidos quaisquer dos requisitos acima, como\ndemonstra a sua reda\u00e7\u00e3o, abaixo transcrita:\n\nAv. Independ\u00eancia, 1199 - CEP: 90035-077 - Fono Alegre - RS - Brasil Fone: 55 51 3314-1414 \u203a Fax: 55 51 3311-0438- Reg. OAB-RS 246\nwww.piazzelaeboeira.com.br\n\n\f91k:/z\u00f8etaz,95oe4`/zaz\u2039>z\u00d5za,w\nADVOCACIA EMPRESARIAL\n\n\u201cArt. 203. A omissao de quaisquer dos requisitos previstos no artigo\nanterior ou o erro a eles relativo s\u00e3o causas de nulidade da inscri\u00e7\u00e3o\ne do processo de cobran\u00e7a dela decorrente, mas a nulidade poder\u00e1\nser sanada at\u00e9 a decis\u00e3o de primeira inst\u00e2ncia, mediante\nsubstitui\u00e7\u00e3o da certid\u00e3o nula, devolvido ao sujeito passivo, acusado ou interessado, o prazo para defesa, que somente poder\u00e1 versar\nsobre a parte modi\ufb01cada.\"\n\nPraticamente reiterando os requisitos postos pelo CTN, a Lei n\u00b0 6.830/80 (disp\u00f5e sobre a cobran\u00e7a judicial da Divida Ativa da Fazenda P\u00fablica e d\u00e1 outras provid\u00eancias) introduziu os seguintes ditames,\napostos nos \u00a7\u00a7 5\u00b0 e 6\u00b0, do seu artigo 2\u00b0, verbis:\n\n\u201c Art. 2\u00b0 omissis.\n\n(...)\n\n\u00a7\nl\n\n5\u00b0.\n-\n\nO\no\n\nTermo nome\n\nde do\n\nInscri\u00e7\u00e3o de D\u00edvida Ativa dever\u00e1 conter: devedor, dos co-respons\u00e1veis e, sempre\n\nque\n\nconhecido, o domicilio ou a resid\u00eancia de um e de outros;\n\nll - o valor origin\u00e1rio da d\u00edvida, bem como o termo inicial e a forma\n\nde calcular os juros de mora e demais envargos previstos em lei ou\n\ncontrato;\nIII - a origem, a natureza e o fundamento legal ou contratual da\n\nd\u00edvida;\nIV - o n\u00famero do processo administrativo ou do auto de infra\u00e7\u00e3o, se\n\nneles estiver apurado o valor da divida.\n\u00a7 6\u00b0. A Certid\u00e3o de Divida Ativa conter\u00e1 os mesmos elementos do\nTermo de Inscri\u00e7\u00e3o e ser\u00e1 autenticada pela autoridade\n\ncompentente.\"\n\nExame que se fa\u00e7a da CDA em quest\u00e3o, que\ninstrumenta a execu\u00e7\u00e3o \ufb01scal ora embargada revela que o Fisco n\u00e3o atendeu a\ntodos os requisitos formais para inscri\u00e7\u00e3o de d\u00edvida ativa, restando\ndesatendido, em especial, o requisito de fornecimento preciso da\nfundamenta\u00e7\u00e3o legal da d\u00edvida.\n\nAtendido o requisito da origem da d\u00edvida, bem como\no de sua natureza, resta analisar-se a fundamenta\u00e7\u00e3o legal para, ent\u00e3o, firmar-\nse ju\u00edzo sobre a aptid\u00e3o da CDA \u00e0 instrumentar o executivo \ufb01scal.\n\nAcresce dizer-se que, ausente ou incorretamente\ninformada a fundamenta\u00e7\u00e3o legal da divida, nula ser\u00e1 a inscri\u00e7\u00e3o em d\u00edvida\nativa e o processo de sua cobran\u00e7a, por expressa disposi\u00e7\u00e3o neste sentido do\nartigo 203 do CTN, suso transcrito.\n\nExcel\u00eancia, ningu\u00e9m est\u00e1 obrigado a fazer ou deixar\nde fazer sen\u00e3o em virtude de lei, como comandam os artigos 5\u00b0 e 150, da\nConstitui\u00e7\u00e3o Federal.\n\nAv. Independ\u00eancia, 1199 - CEP: 90035-077 - Porto Alegre - RS \u203a Brasil Fone: 55 51 3314-1414 - Fax: 55 51 3311-0438- Reg. OAB-RS 246\nwww.piazzelaeboeira.com.br\n\n\f@iame\u00bfa\u00d7,%ae\u2039`/zaz\u2039\u203a/\u00d5za.w\nADVOCACIA EMPRESARIAL\n\nNeste diapas\u00e3o, deveria o \ufb01sco fundamentar a cobran\u00e7a do pretenso cr\u00e9dito tribut\u00e1rio, informando ao contribuinte o artigo de\nlei tido como il\u00edcito tribut\u00e1rio, a \ufb01m de possibilitar-lhe a perfeita compreens\u00e3o\nda controv\u00e9rsia e os meios para apresentar defesa.\n\nN\u00e3o o fez, contudo, como demonstra simples leitura da CDA, pois n\u00e3o h\u00e1 dispositivos legais como fundamento para o lan\u00e7amento\n\ufb01scaL\n\nNula \u00e9, portanto, a inscri\u00e7\u00e3o em divida ativa n\u00b0\n55.665.901-5 e o processo executivo de si decorrente (15.575), conforme\ndetermina o artigo 203 do CTN, pois inexiste fundamenta\u00e7\u00e3o legal, em suma.\n\nTal omiss\u00e3o importa em cerceamento de defesa para o contribuinte, e acarreta, para 0 \ufb01sco, a nulidade da CDA e do processo\nexecutivo por incerteza e inexigibilidade do pretenso cr\u00e9dito tribut\u00e1rio.\n\nAbundam decis\u00f5es judiciais no sentido de nulidade\nda CDA por aus\u00eancia de preenchimento dos seus requisitos formais, pelo que a\nExcipiente se limita a transcrever a ementa abaixo:\n\n\"EXECU\u00c7\u00c3O FISCAL - cERT|D\u00c3o DA Div|DA AT|vA-Aus\u00caNciA\n\nDE REQUISITO LEGAL - NULIDADE. I - A inscri\u00e7\u00e3o da divida sem o\n\npreenchimento obrigat\u00f3rio de todos os requisitos legais (art. 202 do\nCTN), traduz m\u00e1cula a importar em aus\u00eancia de certeza e liquidez\n\ndo t\u00edtulo que aparelha a execu\u00e7\u00e3o \ufb01scal, de modo que o processo de\ncobran\u00e7a em face do contribuinte \u00e9 dotado de v\u00edcios que conduzem\n\na declara\u00e7\u00e3o de sua nulidade, mormente quando di\ufb01culta a defesa\ndo devedor, em afronta ao pricipio do contradit\u00f3rio. ll - Apela\u00e7\u00e3o\n\nimprovida.\"\n(TRF 2a, 13\n\nTurma,\n\nRelator\n\nJUIZ\n\nNEY\n\nFONSECA,\n\nAPELA\u00c7A_ O\n\nCIVEL - 259063, DJU DATA:12/06/2001)\n\n\"\u00c9 imprest\u00e1vel, para servir de suporte \u00e1 execu\u00e7\u00e3o \ufb01scal, a certid\u00e3o\nde divida ativa que n\u00e3o menciona o dispositivo legal em que se\nfunda o tributo exigido, al\u00e9m de conter parcela exigida sem a\nindica\u00e7\u00e3o do tributo a que se refere.\"\n(Ac. Um., 33 CC, 1\u00b0 TACiv/SP, AC 285.7000, Rel Paulo Shintate, in\nJurisprud\u00eancia Brasileira 991125)\n\nOutra n\u00e3o \u00e9 a posi\u00e7\u00e3o da doutrina, como se demonstra com o excerto abaixo:\n\n\u201cA especi\ufb01ca disposi\u00e7\u00e3o legal ou indica\u00e7\u00e3o do fundamento legal ou\ncontratual da d\u00edvida \u00e9, sem d\u00favida, um dos requisitos fundamentais para a validade do termo de inscri\u00e7\u00e3o e da certid\u00e3o da d\u00edvida ativa. A\n\nAv. Independ\u00eancia. 1199- CEP: 90035-077 - Porto Alegre - RS - Brasil Fone: 55 51 3314-1414 ~ Fax: 55 51 3311-0438 - Reg. OAB-RS 246\nwww.plazzelaeboeira.com.br\n\n\fl\n\nto\n\n@\u00bfamewz,C%oe\u2039`/uzz\u00f8\u00f6mw\n\nADVOCACIA EMPRESARIAL\n\nde\ufb01ni\u00e7\u00e3o da obriga\u00e7\u00e3o tribut\u00e1ria ou n\u00e3o tribut\u00e1ria deve\nobrigatoriamente estar prevista em lei. A este respeito, Amilcar de Ara\u00fajo Falc\u00e3o escreve que \" sem essa previs\u00e3o ou de\ufb01ni\u00e7\u00e3o em lei,\nO n\u00e3o se configurar\u00e1 o fato gerador.\u201d inciso Ill do ar. 202 do CTN \u00e9\nclarissimo: deve estar \u201c mencionada especi\ufb01camente a disposi\u00e7\u00e3o da\nlei em que seja fundado\" o cr\u00e9dito, tanto o de natureza tribut\u00e1ria\ncomo o de natureza n\u00e3o tribut\u00e1ria. Da\u00ed esclarecer Aliomar Baleeiro\nque a lei de\ufb01ne as situa\u00e7\u00f5es ou hip\u00f3teses que sujeitam alguem \u00e0\nobriga\u00e7\u00e3o de pagar tributo. A lei \u00e9, portanto, a causa e a raz\u00e3o de ser da obriga\u00e7\u00e3o tribut\u00e1ria, mas faz com que esta resulte da\nocorr\u00eancia do fato gerador. Assim, a caracteriza\u00e7\u00e3o da obriga\u00e7\u00e3o tribut\u00e1ria implica na especi\ufb01ca\u00e7\u00e4o da norma legal de onde nasceu.\u201d Grifos no original.\nPortanto, sendo essas raz\u00f5es por demais su\ufb01cientes, deve ser reconhecida e decretada a nulidade da execu\u00e7\u00e3o \ufb01scal, julgando-se procedente os presentes embargos.\nT\u00e3o somente em respeito ao principio da eventualidade,\nn\u00e3o sendo este o entendimento do Vossa Excel\u00eancia, a embargada passa a expor defesa do que eventualmente poderia estar sendo dela equivocadamente\nexigido, com base no conhecido procedimento da autarquia embargada.\nUNICIDADE DA CONTRIBUI\u00c7\u00c3O DOS EMPREGADORES. OFENSA AOS\nPRINCIPIOS CONSTITUCIONAIS DA IGUALDADE E DA DESIGUALDADE\nSELETIVA\n\u00c9 inconstitucional a exig\u00eancia da contribui\u00e7ao incidente sobre a folha de sal\u00e1rios, por restar desatendida, de forma irrepar\u00e1vel, as\ndisposi\u00e7\u00f5es do pr\u00f3prio artigo com base no qual \u00e9 institu\u00edda (Constitui\u00e7\u00e3o\nFederal, artigo 195, inciso I).\nCom efeito, estabelecia o referido permissivo na reda\u00e7ao\nvigente \u00e0 \u00e9poca da ocorr\u00eancia dos supostos fatos geradores:\n\"A seguridade social ser\u00e1 \ufb01nanciada por toda sociedade de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos or\u00e7amentos da uni\u00e3o, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municipios, e das seguintes contribui\u00e7\u00f5es sociais:\nI - dos empregadores, incidente sobre a folha de sal\u00e1rios, o faturamento e o lucro; \"\n\nAv. independ\u00eancia, 1199 - CEP: 90035-077 - Porto Alegre - RS - Brasil Fone: 55 51 3314-1414 - Fax: 55 51 3311-0438 - Reg. OAB-RS 246\nwww.piazzelaeboeira.com.br\n\n\f@L`a\u00f8\u00f8elaz,(%oei/zw\u00f8\u00d5zaw\nADVOCACIA EMPRESARIAL\n\nOra, a Constitui\u00e7\u00e3o era clara ao estabelecer que a parcela\n\n\u00c9 correspondente aos empregadores no \ufb01nanciamento da seguridade social teria\n\norigem em contribui\u00e7\u00e3o (singularl) incidente sobre a folha\n\nsal\u00e1rios, o\n\nfaturamento e o lucro, ou seja, uma \u00fanica contribui\u00e7\u00e3o incidente\n\nconcomitantemente sobre os tr\u00eas elementos referidos.\n\nDe\ufb01nia, pois, o legislador constitucional de forma expressa, os contornos da materialidade da hip\u00f3tese de incid\u00eancia da contribui\u00e7ao dos empregadores e da qual nao poderia afastar-se o legislador\ncomplementar, sob pena de inconstitucionalidade.\n\nAssim, qualquer contribui\u00e7\u00e3o institu\u00edda com base no mencionado dispositivo que n\u00e3o estabelecesse uma correta pondera\u00e7\u00e3o entre\nos valores representados pelos tr\u00eas dados econ\u00f4micos (folha de sal\u00e1rio,\nfaturamento e lucro) englobadamente, respeitando a capacidade contributiva\ndos contribuintes, mas, ao contr\u00e1rio alicer\u00e7ando-se em um \u00fanico elemento,\nseria evidentemente inconstitucional.\n\nAo estudar a Seguridade Social, sob a con\ufb01gura\u00e7\u00e3o que lhe imprimiu a ent\u00e3o rec\u00e9m promulgada Constitui\u00e7\u00e3o de 1988, OCT\u00c1VIO\nBUENO MAGANO (in \"A Constitui\u00e7\u00e3o Brasileira de 1988 - /nterpreta\u00e7\u00f5es\",\nForense Universit\u00e1ria, p. 410), desde logo, identi\ufb01cou 0 car\u00e1ter de unicidade da contribui\u00e7ao dos empregadores incidente sobre a folha de sal\u00e1rio, faturamento\ne o lucro, v.g.:\n\"Mas a contribui\u00e7ao do empregador sofre uma\nmodi\ufb01ca\u00e7\u00e4o radical. Atualmente, esta contribui\u00e7\u00e3o \u00e9\nbaseada na folha de sal\u00e1rios. A partir da nova\nConstitui\u00e7\u00e3o, ela poder\u00e1 ser calculada sobre a folha de\nsal\u00e1rios, sobre os lucros e sobre o faturamento. De forma\nque a contribui\u00e7ao nao precisa ficar jungida \u00e0 folha,\npodendo ter um aspecto multiforme. \"\n\nDiligentemente, pois, como se veri\ufb01ca, buscou o legislador constitucional uma fonte de custeio mais ampla e,\nconseq\u00fcentemente, mais justa, acrescentando outros atributos valorativos (faturamento e o lucro) \u00e0 base de c\u00e1lculo da contribui\u00e7\u00e3o do empregador.\nCom efeito, de h\u00e1 muito estudos e pareceres de\nespecialistas da \u00e1rea previdenci\u00e1ria t\u00eam demonstrado a insu\ufb01ci\u00eancia e inadequa\u00e7\u00e3o da folha de sal\u00e1rios para dimensionar a hip\u00f3tese de incid\u00eancia da contribui\u00e7\u00e3o dos empregadores para o \ufb01nanciamento da seguridade social.\nAquelas empresas que empregam um grande n\u00famero de\ntrabalhadores, como \u00e9 o caso da embargante, a par dos elevados custos de\nprodu\u00e7\u00e3o, arcariam evidentemente com um \u00f4nus previdenci\u00e1rio muito superior ao de outras com elevado n\u00edvel de automa\u00e7ao em suas atividades, que contribuiriam com montante inexpressivo.\n\nAv. Independ\u00eancia, 1199 - CEP: 90035-077 - Porto Alegre - RS - Brasil Fone: 55 51 3314-1414 - Fax: 55 51 3311-0438 - Reg. OAB-RS 246\nwww.piazzelaeboeira.com.br\n\n\f@ia\u00f8aetaz,C%oe\u2039`/zaz\u00f8\u00d5zauz\nADVOCACIA EMPRESARIAL\n\nEra, pois, indispens\u00e1vel, at\u00e9 para atingir os objetivos da seguridade social, que \u00e0 folha de sal\u00e1rios fossem agregados outros elementos\nde valora\u00e7\u00e3o, de modo a melhor mensurar a contribui\u00e7\u00e3o das empresas.\nDe outra parte, tendo em vista que a contribui\u00e7\u00e3o em causa \u00e9 exigida dos empregadores em beneficio n\u00e3o apenas dos trabalhadores que lhe prestam servi\u00e7os, mas em favor de toda a coletividade, conforme de\ufb02ui\ndo pr\u00f3prio texto constitucional, conclui-se, \u00e0 evid\u00eancia, que a onera\u00e7\u00e3o de cada empresa deve ser proporcional \u00e0 sua real participa\u00e7\u00e3o na economia.\n\nPara tanto, o crit\u00e9rio a ser adotado pelo legislador\ncomplementar de modo a prestigiar o comando constitucional vertido no art.\n195, I, deveria, necessariamente, levar em considera\u00e7\u00e3o a situa\u00e7\u00e3o juridica\n(ser empregador) e os atributos valorativos (folha de sal\u00e1rio, faturamento e\nlucro), conjuntamente e de forma ponderada, de modo a que a carga fiscal\npudesse ser proporcionalmente distribu\u00edda.\n\nAssim, ao incidir apenas sobre um dado econ\u00f4mico -- a folha de sal\u00e1rios --, a contribui\u00e7\u00e3o ora discutida possui um peso proporcional muito superior no custo de produ\u00e7\u00e3o das empresas que trabalham com um\nelevado contingente de m\u00e3o-de-obra, comparativamente \u00e0queles que\nempregam um menor n\u00famero de trabalhadores, por exemplo.\n\nOra, nao se poderia pretender desvincular, sob pena de\n\ninfringir o mencionado dispositivo constitucional, os dados econ\u00f4micos (folha\n\nde sal\u00e1rio, faturamento e lucro), impostos como medida da contribui\u00e7\u00e3o dos\n\nWAGNER empregadores, do fato de algu\u00e9m possuir tal quali\ufb02ca\u00e7\u00e3o (de empregador),\n\nconforme adverte, ali\u00e1s,\n\nBALERA, em sua obra \"A Seguridade\n\nSocial na Constitui\u00e7\u00e3o de 1.988\", p. 54/55, v.g.:\n\n\"O objetivo da seguridade social \u00e9 proporcionar bem estar \u00e0 popula\u00e7\u00e3o. A contribui\u00e7\u00e3o deve ser criada com vistas a\nesse objetivo. Se sen/e para desvirtu\u00e1-lo, n\u00e3o pode\nsubsistir.\n\nFazemos essa advert\u00eancia para que n\u00e3o se utilize essa grandeza - o faturamento - de modo isolado e distinto do projeto global que suscita a contribui\u00e7\u00e3o. Insistimos, pois,\nna necessidade imperiosa de re/acionar-se o fato de\nalgu\u00e9m possuir a qualifica\u00e7\u00e3o juridica de empregador com\num dado econ\u00f4mico imposto como medida desse fato\npelo constituinte: o faturamento. Frise-se: dentro dos objetivos da seguridade social. \"\n\nA seguir, embora nao analise a questao sob o \u00e2ngulo da\nunicidade determinada \u00e0 contribui\u00e7\u00e3o dos empregadores, pelo art. 195, I, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal, preconiza o referido Autor, a necessidade de o legislador\nestabelecer crit\u00e9rios ponderativos (no sentido de atribuir pesos para a extra\u00e7\u00e3o\nde uma m\u00e9dia) entre os diversos dados econ\u00f4micos, explicitando tamb\u00e9m o\n\nAv. Independ\u00eancia, 1199 - CEP: 90035-077 - Porto Alegre \u203a RS - Brasil Fone: 55 51 3314-1414 - Fax: 55 51 3311\u203a043B \u203a Reg. OAB-RS 246\nwww.piazz\u00e8laeboeira.com.br\n\n\f\u00a91214/zetaz,C\u00ca5oe\u00a1/zaz\u00f8 \u00d5zauz\nADVOCACIA EMPRESARIAL\nnexo entre estes e o fato de algu\u00e9m possuir a qualifica\u00e7ao jur\u00eddica de empregador, verbis:\n\"Alguns crit\u00e9rios permitirao que o legislador explicite me/hor esse nexo entre a situa\u00e7\u00e3o juridica (ser\nempregador) e o dado econ\u00f4mico (o faturamento). Um\ncrit\u00e9rio pode ser o seguinte: para um faturamento maior,\ncom menor n\u00famero de trabalhadores, a al\u00edquota incidente\nsobre o faturamento deveria ser maior. A contr\u00e1rio\nsensu: com elevado contingente de m\u00e3o-de-obra\ncontratada, o alto faturamento do empregador seria\npremiado com al\u00edquotas mais brandas. \"\nAinda que de modo diverso se pudesse concluir, portanto,\nadmitindo-se, por argumentar, a possibilidade de institui\u00e7\u00e3o de tr\u00eas contribui\u00e7\u00f5es distintas, restaria insuperada a necessidade do estabelecimento\nde crit\u00e9rios ponderativos entre as referidas grandezas, de modo a permitir uma\njusta distribui\u00e7\u00e3o da carga \ufb01scal. Dessa forma, caso se entendesse, de outra parte, que a\ncontribui\u00e7\u00e3o devesse guardar rela\u00e7\u00e3o direta com o benef\u00edcio especial, ou com a\ndespesa especial causada pelo sujeito passivo, segundo defendem alguns\ndoutrinadores, tamb\u00e9m nessa hip\u00f3tese veri\ufb01car-se-ia imprescind\u00edvel o\nestabelecimento de referidos crit\u00e9rios ponderativos, pois, ressalta \u00e0 evid\u00eancia\nque aquelas empresas com menor n\u00famero de trabalhadores mas que apresentassem lucro e ou faturamento elevados, igualmente, arcariam com uma maior carga \ufb01scal.\nPor qualquer \u00e2ngulo que se analise, pois, a contribui\u00e7\u00e3o\nem causa, n\u00e3o lograria a mesma furtar-se \u00e0 m\u00e3cula de inconstitucionalidade, porquanto em ambas as hip\u00f3teses ofende o princ\u00edpio da igualdade, que\nobriga o tratamento ison\u00f4mico dos iguais, e o princ\u00edpio da desigualdade\nseletiva, que requer um tratamento impositivo desigual na medida das\ndesigualdades.\nDiante dessas insuper\u00e1veis conclusoes, impende declarar\nnula a execu\u00e7\u00e3o, pela impossibilidade em se exigir a contribui\u00e7\u00e3o social que\nadota por base de c\u00e1lculo o valor da folha de sal\u00e1rios.\nAfronta da Lei 8.212/91 aos princ\u00edpios da legalidade gen\u00e9rica e estrita\nlegalidade.\nA Contribui\u00e7\u00e3o Previdenci\u00e1ria para o Seguro de Acidentes\ndo Trabalho (SAT) teve sua sistem\u00e1tica de recolhimento alterada pela Lei n.\n8.212/91, que em seu art. 22, revogando a legisla\u00e7\u00e3o anterior, estabelece:\nAv. Independ\u00eancia, 1199 - CEP: 90035-077 - Porto Alegre - RS - Brasil Fone: 55 51 3314-1414- Fax: 55 51 3311-0438 - Reg. OAB-RS 246\nwww.piazzelaeboeira.com.br\n\n\f@r`a/z/\u00bfetaz,%ae\u2039`/rw\u00f8\u00f6zaw\nADVOCACIA EMPRESARIAL\n\"Art 22 - A contribui\u00e7\u00e3o a cargo da empresa, destinada \u00e0\nSeguridade Social, al\u00e9m do disposto no art. 23, \u00e9 de:\n(...)\nll - para o \ufb01nanciamento da complementa\u00e7\u00e3o das presta\u00e7\u00f5es por acidente do trabalho, dos seguintes percentuais, incidentes sobre o total das remunera\u00e7\u00f5es pagas ou creditadas, no decorrer do m\u00eas, aos segurados empregados e trabalhadores avulsos:\na) 1% (um por cento) para as empresas em cuja atividade\npreponderante o risco de acidente do trabalho seja considerado leve;\nb) 2% (dois por cento) para as empresas em cuja\natividade preponderante esse risco seja considerado m\u00e9dio;\nc) 3% (tr\u00eas por cento) para as empresas em cuja atividade\npreponderante esse risco seja considerado grave. \" (g.n.)\nComo se pode observar do supracitado preceito legal,\nmencionada Contribui\u00e7\u00e3o incide sobre o total das remunera\u00e7\u00f5es pagas ou creditadas aos segurados, empregados e trabalhadores avulsos, aplicando-se\nal\u00edquotas variadas de acordo com o grau de risco de acidentes do trabalho da\natividade preponderante da empresa.\nOcorre que a lei em comento, e mesmo as altera\u00e7\u00f5es posteriores, n\u00e3o estabeleceram os conceitos de atividade preponderante, nem\nde risco de acidente do trabalho leve, m\u00e9dio ou grave, o que torna inexig\u00edvel a contribui\u00e7\u00e3o para o SAT, pois do contr\u00e1rio estar\u00e1 violando o princ\u00edpio da\nlegalidade.\nCom efeito, a Contribui\u00e7ao para o SAT constitui\ncontribui\u00e7\u00e3o social destinada \u00e0 seguridade social, especificamente para o\n\ufb01nanciamento da complementa\u00e7\u00e3o das presta\u00e7\u00f5es por acidente do trabalho,\npossuindo natureza tribut\u00e1ria.\nNao se pode olvidar que os tributos estao sujeitos ao\nprinc\u00edpio da legalidade gen\u00e9rica, a teor do art. 5., II da Constitui\u00e7\u00e3o Federal, segundo o qual \"ningu\u00e9m ser\u00e1 obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma\ncoisa sen\u00e3o em virtude de lei\nAfora a legalidade gen\u00e9rica, o Poder de Tributar sujeita-se\na uma legalidade espec\u00ed\ufb02ca, mais rigorosa, que se traduz no princ\u00edpio da estrita legalidade, sendo vedado aos entes tributantes exigir ou aumentar tributo sem\nlei que o estabele\u00e7a (art. 150, I da Constitui\u00e7\u00e3o Federal).\nAv. Independ\u00eancia, 1199 - CEP: 90035-077 - Porto Alegre - RS \u2039 Brasil Fone: 55 51 3314-1414 - Fax: 55 51 3311\u203a0438 - Reg. OAB-RS 246\nwww.piazzelaeboeira.com.br\n\n\fQiaz/.\u203a:elaz,%oei/Laze\u00f6zaw\n\n:sv\n\nADVOCACIA EMPRESARIAL\n\nO princ\u00edpio da estrita legalidade tamb\u00e9m \u00e9 consagrado\npelo C\u00f3digo Tribut\u00e1rio Nacional, ao dispor, em seu art. 97, que apenas a lei\npode \ufb01xar os aspectos essenciais da hip\u00f3tese de incid\u00eancia.\nCom efeito, no Direito Tribut\u00e1rio vigora o princ\u00edpio da\ntipicidade, corol\u00e1rio do principio da estrita legalidade, segundo o qual todos os\nelementos necess\u00e1rios \u00e0 cobran\u00e7a do tributo devem vir previstos em lei.\nO princ\u00edpio da tipicidade, na li\u00e7\u00e3o de Alberto Xavier,\nreverenciada pela doutrina, \"coloca-nos perante a necessidade de uma lex stricta: a lei deve conter em si mesma todos os elementos da decis\u00e3o no caso concreto, de ta/ modo que n\u00e3o apenas o \ufb01m, mas tamb\u00e9m o conte\u00fado daquela decis\u00e3o sejam por ela diretamente fornecidos. A decis\u00e3o do caso concreto\nobt\u00e9m-se, assim, por mera 'dedu\u00e7\u00e3o a subsumir o fato na norma,\nindependentemente de qualquer livre valora\u00e7\u00e3o pessoal\".\nNessa ordem de id\u00e9ias, imp\u00f5e-se a\ufb01rmar que o principio\nda tipicidade \u00e9 uma exig\u00eancia dirigida ao legislador de proceder a rigorosa e\nexaustiva de\ufb01ni\u00e7\u00e3o das notas caracter\u00edsticas do tipo legal.\nTodavia, a legisla\u00e7\u00e3o instituidora da nova sistem\u00e1tica de\nrecolhimento da Contribui\u00e7\u00e3o para o SAT (Lei n. 8.212/91 e altera\u00e7\u00f5es) n\u00e3o\nde\ufb01niu exaustivamente elementos necess\u00e1rios para a cobran\u00e7a do tributo atividade preponderante, risco leve, m\u00e9dio e grave.\nO legislador, in casu, utilizou-se de tipo legal que apenas\ndescreve, isto \u00e9, faz uma enumera\u00e7\u00e3o n\u00e3o exaustiva de suas notas\ncaracter\u00edsticas, utilizando-se para tanto de termos em branco.\nA tipicidade no Direito Tribut\u00e1rio, assim como no Direito\nPenal, \u00e9 r\u00edgida, cerrada, n\u00e3o sendo l\u00edcita a utiliza\u00e7\u00e3o de tipo aberto, impondo-se\no emprego de um tipo oposto - o tipo cerrado -, que de\ufb01ne de modo exaustivo\nseus elementos e notas caracteristicas.\nNo dizer sempre expressivo de Carlos M\u00e1rio da Silva Velloso, insigne Ministro do Supremo Tribunal Federal, a Constitui\u00e7\u00e3o (art. 6., par\u00e1grafo \u00fanico; art. 81, /ll; art. 153, \u00a7 2.) impede que o \"Executivo estabele\u00e7a, por for\u00e7a ou para al\u00e9m das leis, direito ou muito menos obriga\u00e7\u00f5es aos individuos\", ce/to que \"nenhuma restri\u00e7\u00e3o \u00e0 liberdade ou \u00e0 propriedade pode ser imposta se n\u00e3o estiver previamente de/ineada, con\ufb01gurada e\nestabelecida em alguma lei\nA \ufb01nalidade do tipo cerrado \u00e9 atender ao princ\u00edpio da seguran\u00e7a juridica. A prop\u00f3sito, Misabel Abreu Machado Derzi, ao estudar o\nalcance do tipo fechado no Direito Tribut\u00e1rio, nos ensina:\n\"N\u00e3o se admitem as ordens de estrutura flex\u00edvel, gradu\u00e1veis e de caracteristicas renunci\u00e1veis que s\u00e3o os tipos. Esses, por sua vez, levariam \u00e0 aceita\u00e7\u00e3o das formas mistas ou novas, deduzidas e descobertas, implicitamente, no ordenamento, ou criadas, no trafego\nAv. lndepend\u00eancia, 1199 - CEP: 90035-077 - Porlo Alegre \u203a RS - Brasil Fone: 55 51 3314-1414 - Fax: 55 51 3311-0438 - Reg. OAB-RS 246\nwww.piazzelaeboeira.com.br\n\n\fQro/2/zetaz,%oe\u00a1/za/ \u00f8 \u00d5zaw\n\ntl/)\n\nADVOCACIA EMPRESARIAL\n\njuridico, pela pr\u00e1tica administrativa, segundo as\nnecessidades do Tesouro, o que se chocaria com os\nprincipios vigorantes no sistema tribut\u00e1rio.\n(...)\nA gradua/idade e a \ufb02exibi/idade s\u00e3o restritas ao interior de\ncertas esp\u00e9cies tribut\u00e1rias - imposto sobre a importa\u00e7\u00e3o, a exporta\u00e7\u00e3o, a produ\u00e7\u00e3o industrial, o cr\u00e9dito, o c\u00e2mbio, o\nseguro e a guerra - com rela\u00e7\u00e3o \u00e0s quais o Poder Executivo pode alterar a al\u00edquota. A lei s\u00f3 \ufb01xa os limites\ndentro dos quais ser\u00e1 exercida a discric\u00edonaridade\nadministrativa. S\u00d3 nesses impostos. \"\nAssim, n\u00e3o tendo o legislador, ao descrever o tipo legal da\ncontribui\u00e7\u00e3o para o SAT, delimitado em contornos precisos os termos\n\"atividade preponderante\", \"risco leve\", \"m\u00e9dio\" ou \"grave\", a fim de que seja possivel a exig\u00eancia da Contribui\u00e7\u00e3o para o SAT, h\u00e1 a necessidade da edi\u00e7\u00e3o\nde lei tornando o tipo em tela fechado, de forma que n\u00e3o se pode exigir a contribui\u00e7\u00e3o em quest\u00e3o, e, pois, revisto deve ser o lan\u00e7amento no ponto t\u00e3o-\nsomente pelo exposto.\nNem se diga que o regulamento da Previd\u00eancia Social\nestabeleceu os conceitoslde atividade preponderante e dos graus de risco da\natividade, tendo em vista que somente a lei \u00e9 que deve trazer todos os\nelementos necess\u00e1rios para a cobran\u00e7a dos tributos.\nNesse sentido, destacando a impossibilidade do administrador exercer a fun\u00e7\u00e3o integrativa da lei, vale assinalar o magist\u00e9rio de Sacha Calmon Navarro Coelho, a saber:\n\"Se a lei for omissa ou obscura ou antlt\u00e9tica em quaisquer\ndesses pontos, descabe ao administrador (que aplica a lei de of\u00edcio) e ao juiz (que aplica a lei contenciosamente) integrarem a lei, suprindo a lacuna por analogia ou\ninterpreta\u00e7\u00e3o extensiva. \"\nComo destacado acima, em decorr\u00eancia do princ\u00edpio da\nestrita legalidade, t\u00e3o-somente a lei tem a aptid\u00e3o de fixar os elementos da hip\u00f3tese de incid\u00eancia, e, n\u00e3o sendo essa exaustiva, n\u00e3o' tem o decreto o cond\u00e3o de exercer tal mister, havendo a necessidade da edi\u00e7\u00e3o de lei para\ntanto.\nDeveras, a lei deve esgotar os elementos necess\u00e1rios \u00e0 identi\ufb01ca\u00e7\u00e3o do fato gerador da obriga\u00e7\u00e3o tribut\u00e1ria e \u00e0 quanti\ufb01ca\u00e7\u00e3o do tributo,\nsem que restem \u00e0 autoridade poderes para, discricionariamente, conforme\nentender conveniente ou oportuno, estabelecer algum dado faltante.\n\nAv. independ\u00eancia, 1199 - CEP: 90035-077 - Porto Alegre - RS ~ Brasil Fone: 55 51 3314-1414 ~ Fax: 55 51 3311\u203a0438 - Reg. OAB-RS 246\nwww.piazzetaeboeira.com.br\n\n\fx\u00d7\\\u00ca\u201d\n9121/z\u00f8elaz,(%oe\u2039`/raz\u00f8 \u00d5zaw\nADVOCACIA EMPRESARIAL\nEntretanto, n\u00e3o foi o caso da legisla\u00e7\u00e3o do SAT, que ao\nde\ufb01nir o tipo legal em vez de \ufb02xar objetivamente o conceito de atividade\npreponderante, risco leve, m\u00e9dio ou grave, acabou por conferir poderes \u00e0\nautoridade administrativa para, discricionariamente, exercer tal fun\u00e7\u00e3o.\nA respeito, ressaltando a exig\u00eancia de \ufb01xa\u00e7\u00e3o objetiva\ndos aspectos da hip\u00f3tese de incid\u00eancia, sem qualquer margem de liberdade \u00e0 Administra\u00e7\u00e3o P\u00fablica, o inesquec\u00edvel Geraldo Ataliba, com a lucidez que lhe\nera habitual, nos ensina:\n\"A \ufb01xa\u00e7\u00e3o dessa soma depende integra/mente da lei. Nem a administra\u00e7\u00e3o, nem o contribuinte concorrem com\nqualquer margem de liberdade no processo de sua\nforma\u00e7\u00e3o. \" (g.n.) 7\n\u00c9 imperioso que o legislador defina com grande precis\u00e3o os elementos essenciais da norma juridica tribut\u00e1ria, a \ufb02m de que n\u00e3o subsista\n\u00e0 autoridade administrativa qualquer margem de discricionaridade. A respeito,\nRoque Carraza ponti\ufb01ca:\n\"Para que se tenham por cumpridas as exig\u00eancias do\nprincipio da legalidade, n\u00e3o \u00e9 su\ufb01ciente uma super\ufb01cial\ninten/en\u00e7\u00e3o do Poder Legislativo na cria\u00e7\u00e3o do tributo. Melhor dizendo, n\u00e3o basta que a lei aponte diretrizes mais\nou menos gen\u00e9ricas, para que o tributo seja validamente\ninstitu\u00eddo.\nO princ\u00edpio em estudo possui um alcance mais preciso e\nrigoroso, porquanto determina que todos os elementos essenciais da norma jur\u00eddica tribut\u00e1ria sejam de\ufb01nidos,\ncom grande precis\u00e3o, na lei da pessoa pol\u00edtica\ncompetente.\nNeste campo, como \u00e9 pac\u00edfico em sede doutrin\u00e1ria, a\nFazenda P\u00fablica n\u00e3o possui qualquer margem de\ndiscricionaridade. \"\nPara o pagamento do seguro \u00e9 levado em conta a\nprobabilidade de o acidente vir a ocorrer e, consequentemente, a previs\u00e3o de desembolso para pagamento dos seguros contratados.\nPor\u00e9m, a averigua\u00e7ao da possibilidade de ocorrer um acidente dever\u00e1 ser efetuada no ambiente em que a pessoa ou bem segurado\nse encontrem, o que vale dizer, o risco dever\u00e1 ser analisado no efetivo local onde o sinistro possa acontecer.\nDe outra parte, a lei tribut\u00e1ria n\u00e3o pode alterar ou\ndesvirtuar os conceitos de direito privado expressos na Constitui\u00e7\u00e3o Federal, conforme determina o artigo 110 do C\u00f3digo Tribut\u00e1rio Nacional:\nAv. Independ\u00eancia, 1199 - CEP: 90035-077 - Porto Alegre - RS - Brasil Fone: 55 51 3314-1414- Fax: 5551 3311-0438 \u2039 Reg. OAB-RS 246\nwww.piazzeiaeboeira.com.br\n\n\f:\u00a7~\\\u00b0'*'\n@ia/z/zetaz,%oe\u00a1/ulz\u00f8\u00f4muz\nADVOCACIA EMPRESARIAL\n\"Art. 110 - A /ei tribut\u00e1ria n\u00e3o pode alterar a de\ufb01ni\u00e7\u00e4o, o\nconte\u00fado e o alcance de institutos, conceitos e formas de direito privado, utilizados, expressa ou implicitamente, pela Constitui\u00e7\u00e3o Federal, pelas Constitui\u00e7\u00f5es dos Estados, ou pelas Leis Org\u00e3nicas do Distrito Federal ou dos Munic\u00edpios, para de\ufb01nir ou /imitar compet\u00eancias\ntribut\u00e1rias. \"\nNesse caso, como demonstrado, o legislador\nconstitucional amparou a contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria intitulada \"Seguro contra Acidente do Trabalho\" no conceito do seguro.\nVale dizer que a apura\u00e7\u00e3o e fixa\u00e7\u00e3o do pr\u00eamio respectivo\ndever\u00e1 ser implementada, mediante uma avalia\u00e7\u00e3o do efetivo grau de risco a\nque o empregado est\u00e1 sujeito, o que, naturalmente, n\u00e3o se obt\u00e9m pela\nutiliza\u00e7\u00e3o de um crit\u00e9rio \u00fanico para toda uma empresa, desconsideradas as\npeculiaridades e atividades de cada ambiente de trabalho do contribuinte, quando mais n\u00e3o seja, porque a Lei n\u00b0 8.212/91 estabeleceu tr\u00eas gradua\u00e7\u00f5es de riscos de acidente no trabalho.\nE, como se pode se veri\ufb01car do Relat\u00f3rio que acompanha\na NFLD epigrafada, os agentes previdenci\u00e1rios n\u00e3o demonstram em nenhum\nmomento qual o crit\u00e9rio utilizado para que fosse exigida a contribui\u00e7\u00e3o para o\nSAT \u00e0 al\u00edquota de 3%, portanto em grau grave.\nDa insustentabilidade jur\u00eddica da exig\u00eancia da contribui\u00e7\u00e3o destinada ao SEBRAE:\nNos termos do par\u00e1grafo 3\u00b0 do art. 8\u00b0 da Lei n\u00b0 8.029/90, foi criado suposto adicional destinado ao \ufb01nanciamento da execu\u00e7\u00e3o da pol\u00edtica de apoio \u00e0s Micro e \u00e0s Pequenas Empresas.\nReferido adicional dever\u00e1 ser pago pelas empresas\njuntamente com as contribui\u00e7\u00f5es ao INSS e repassada ao SEBRAE, \u00d3rg\u00e3o que\ndever\u00e1 coordenar, conforme a pr\u00f3pria Lei n\u00b0 8.029/90, os programas de apoio \u00e0s Micro e Pequenas Empresas.\nNos termos da Lei n\u00b0 8.154/90, que altera o \u00a7 3\u00b0 do art. 8\u00b0 da Lei n\u00b0 8.029/90, o adicional ser\u00e1 de 0,1 a 0,2%, respectivamente para os\nexerc\u00edcios de 1991 e 1992 e de 0,3% a partir do exercicio de 1993. A incid\u00eancia se dar\u00e1 sobre a mesma base de c\u00e1lculo das contribui\u00e7\u00f5es ao SESC, SENAC,\nSESI e SENAI, isto \u00e9, sobre a remunera\u00e7\u00e3o paga ou creditada, pelos empregadores, a empregados e trabalhadores avulsos.\nEsta contribui\u00e7ao indireta ao SEBRAE, que nao tem nada\nde adicional - trata de uma nova contribui\u00e7\u00e3o social - \u00e9 improcedente, pois,\nAv. Independ\u00eancia, 1199 - CEP: 90035\u203a077 - Porto Alegre - RS - Brasil Fone: 55 51 3314-1414 \u00ab Fax: 55 51 3311-0438 - Reg. OAB-RS 246\nwww.piazzelaeboeira.com.br\n\n\f\u00f8 \u00d5zaw\n\n*sff\n\nADVOCACIA EMPRESARIAL\n\ncomo criada com fundamento no art. 149 da Constitui\u00e7\u00e3o Federal, carece de\nter sido institu\u00edda atrav\u00e9s de Lei Complementar.\nDesta forma, de reconhecer-se tamb\u00e9m de plano a\ninsustentabilidade de tal exig\u00eancia frente as regras da Lei Maior, e pois, a necessidade de que a pr\u00f3pria Administra\u00e7\u00e3o n\u00e3o perpetue a mais contundente ilegalidade: precisamente o desrespeito \u00e0 Carta Magna.\nA \u00c7ONTRIBUI\u00c7\u00c3O PARA TERC_EIROS. ILEGALIDADE DO ADICIONAL \u00c0S ALIQUOTAS DAS CONTRIBUI\u00c7OES AO SESI E SENAI.\n\nDe acordo com o par\u00e1grafo 3\u00b0 do art. 8\u00b0 da Lei n\u00b0\n8.029/90, foi criado suposto adicional destinado ao \ufb01nanciamento da execu\u00e7\u00e3o da politica de apoio \u00e0s Micro e \u00e0s Pequenas Empresas.\nReferido \"adiciona|\" dever\u00e1 ser pago pelas empresas\njuntamente com as contribui\u00e7\u00f5es ao INSS e repassada ao SEBRAE, \u00f3rg\u00e3o que\ndever\u00e1 coordenar, conforme a pr\u00f3pria Lei n\u00b0 8.029/90, os programas de apoio\n\u00e0s Micro e Pequenas Empresas. A incid\u00eancia se dar\u00e1 sobre a mesma base de\nc\u00e1lculo das contribui\u00e7\u00f5es ao SESC, SENAC, SESI e SENAI, isto \u00e9, sobre a\nremunera\u00e7\u00e3o paga ou creditada, pelos empregadores, a empregados e\ntrabalhadores avulsos.\nA Lei n\u00b0 8.154/90 alterou o \u00a7 3\u00b0 do art. 8\u00b0 da Lei n\u00b0\n8.029/90, nestes termos:\nO \"Art. 1\u00b0. \u00a7 3\u00b0 do artigo 8\u00b0 da Lei n\u00b0 8.029, de 12 de abri/\nde 1990, passa a vigorar com a seguinte reda\u00e7\u00e3o:\nAn. 8\u00b0\n(...)\n\u00a7 3\u00b0. Para atender \u00e0 execu\u00e7\u00e3o da politica de Apoio \u00e0s Micro e \u00e0s Pequenas Empresas, \u00e9 institu\u00eddo adiciona/ \u00e0s al\u00edquotas das contribui\u00e7\u00f5es sociais re/ativas \u00e0s entidades de que trata o artigo 1\u00b0 do Decreto-Lei n\u00b0 2.318, de 30 de dezembro de 1986, de:\na) 0,1% (um d\u00e9cimo por cento) no exercico de 1991;\nb) 0,2% (dois d\u00e9cimos por cento) em 1992; e\nc) 0,3% (tr\u00eas d\u00e9cimos por cento) a partir de 1993.\n- GRIFAMOS Esta contribui\u00e7ao indireta ao SEBRAE nao tem nada de adicional, mas se trata, na verdade, de uma nova contribui\u00e7\u00e3o social de\ninteresse das categorias profissionais ou econ\u00f4micas, prevista na Lei das\nAv. Independ\u00eancia, 1199 - CEP: 90035-077 - Porto Alegre - RS - Brasil Fone: 55 51 3314-1414 ~ Fax: 55 51 3311~0438 \u2039 Reg. 0AB~RS 246\nwww.piazzelaeboeira.com.br\n\n\f/Alo\n\nQiamlazg\u203a\u00e3oei/zaz\u00f8\u00d5zaw\n\nW\n\nADVOCACIA EMPRESARIAL\n\nleis em seu art. 149, devendo ter sido institu\u00edda atrav\u00e9s de Lei Complementar,\nverbis gratia:\n\n\"Art. 149. Compete exclusivamente \u00e0 Uni\u00e3o instituir contribui\u00e7\u00f5es sociais, de interven\u00e7\u00e3o no dominio econ\u00f4mico e de interesse das categorias pro\ufb01ssionais ou econ\u00f4micas, como instrumento de sua atua\u00e7\u00e3o nas respectivas \u00e1reas, observado o disposto nos arts. 146,\nIII, e 150, I e Ill, e sem prejuizo do previsto no art. 195, \u00a7\n6\u00b0, relativamente \u00e0s contribui\u00e7\u00f5es a que alude o\ndispositivo. \" (Grifos acrescidos)\n\u00c0 evid\u00eancia, o gravame invectivado ter\u00e1 de ser de\ufb01nido,\nprimeiramente, por lei complementar, ante aos dit\u00e2mes constitucionais suso avivados e somente ap\u00f3s esculpido seu per\ufb01l na lei complementar \u00e9 que se vislumbrar\u00e1 a possibilidade de a lei ordin\u00e1ria dar-lhe o tratamento aplicacional adequado.\n\nRessalte-se que a reda\u00e7\u00e3o do dispositivo que a institui\nincorre no mesmo erro ocorrido em rela\u00e7\u00e3o as majora\u00e7\u00f5es do inditoso\nFINSOCIAL.\n\nA\n\nDesta forma, \u00e9 de ser revisto o lan\u00e7amento tamb\u00e9m\n\nquanto aos percentuais \ufb01xados das contribui\u00e7\u00f5es para terceiros.\n\nDA IMPOSSIBILIDADE DA EXIG\u00caNCIA DA TAXA SELIC A T\u00cdTULO DE\nJUROS MORA TORIOS\n\nTamb\u00e9m a exig\u00eancia de juros de mora equivalentes \u00e0 taxa\n\ndo Sistema Especial de Liquida\u00e7\u00e3o e Cust\u00f3dia - SELIC, sobre d\u00e9bitos\n\nprevidenci\u00e1rios, conforme veiculado pela Lei n\u00b0 8.981/95 e artigo 13 da Lei n\u00b0\n\n9.065/95 \u00e9 manifestamente inconstitucional.\n\n-\n\nPara demonstrar essa a\ufb01rma\u00e7\u00e3o, faz-se necess\u00e1rio um\nesclarecimento maior a respeito do SELIC e da forma de c\u00e1lculo dessa taxa.\nO Sistema Especial de Liquida\u00e7\u00e3o e Cust\u00f3dia - SELIC,\nimplantado em outubro de 1979, veio trazer ao mercado de Letras do Tesouro\nNacional e \u00e0s opera\u00e7\u00f5es de open-market os aperfei\u00e7oamentos necess\u00e1rios, tornando mais efetivo este instrumento de pol\u00edtica monet\u00e1ria.\n\nSua fun\u00e7ao era de reorganizar em novas bases a coleta\nde dados e o fornecimento de resultados do mercado de t\u00edtulos p\u00fablicos.\n\nAtrav\u00e9s do SELIC esses recursos passaram a ser disponibilizados imediatamente, pois se eliminou a necessidade de emiss\u00e3o de cheques pelo Banco Central.\n\nE esse era o interesse do Banco Central, pois a rapidez na altera\u00e7\u00e3o dos n\u00edveis de reservas banc\u00e1rias que determinam a liquidez\n\nAv. Independ\u00eancia, 1199 - CEP: 90035-077 - Porto Alegre - RS - Brasil Fone: 55 51 3314-1414 - Fax: 55 51 3311-0438- Reg. OAB-HS 246\nwww.piazzetaeboeira.com.br\n\n\f@l`az\u00f8etaz,(%oe\u00a1/mz\u00f8\u00f6zaw\nADVOCACIA EMPRESARIAL\n\nmonet\u00e1ria e as taxas de juros redundantes da oferta de moeda permitiu que os\nobjetivos da politica monet\u00e1ria das opera\u00e7\u00f5es de Mercado Aberto fossem\nalcan\u00e7ados de modo mais e\ufb01caz.\n\nDecorre dai que, indubitavelmente, o SELIC \u00e9 um instrumento de pol\u00edtica monet\u00e1ria, realizada atrav\u00e9s das taxas oferecidas em rela\u00e7\u00e3o aos titulos disponibilizados por seu interm\u00e9dio. Ou seja, essas taxas\ns\u00e3o \ufb02utuantes, e n\u00e3o correspondem, de maneira alguma, ao conceito de juros de mora.\n\nOutro aspecto que nos leva a mesma conclus\u00e3o \u00e9 o\n\nobjetivo a que se destinam os recursos obtidos atrav\u00e9s dos t\u00edtulos federais\n\nemitidos e negociados atrav\u00e9s do SELIC.\n\n-\n\nBusca-se, assim, atender \u00e1s necessidades da Uni\u00e3o -\nquase sempre urgentes, ante \u00e1 prodigalidade com que t\u00eam sido gastos os\nrecursos da Na\u00e7\u00e3o - fato que determina invariavelmente o pagamento de\nelevadas taxas de modo a tornar os referidos titulos suficientemente atrativos.\nO Estado recorre freq\u00fcentemente a essa fonte de\ningresso, pois representa recursos imediatos.\n\nCabe salientar que a coloca\u00e7\u00e3o desses titulos no mercado depende da solvabilidade e tamb\u00e9m das vantagens e compensa\u00e7\u00f5es\noferecidas ao credor pelo risco assumido pelo credor.\n\n-\n\nUma das garantias que o Governo oferece \u00e9 contra a\n\ndesvaloriza\u00e7\u00e3o da moeda.\n\nOs detentores do capital, nesses per\u00edodos, preferem\ninvestir em bens que seguramente manter\u00e3o seu valor real. Assim, para afastar\nas d\u00favidas oferece garantias contra a desvaloriza\u00e7\u00e3o da moda.\n\n1\n\nOcorre, no entanto, que face ao j\u00e1 conhecido hist\u00f3rico\n\nin\ufb02acion\u00e1rio brasileiro, e a fr\u00e1gil credibilidade depositada no governo, o obriga\n\na oferecer vantagens para estimular o interesse dos subscritores.\n\nPara oferecer t\u00edtulos no mercado de capitais o Govemo tem que assumir a maleabilidade do particular. Ou seja, se precisa de capital,\ndeve oferecer altas remunera\u00e7\u00f5es, pois somente dessa forma ter\u00e1 capta\u00e7\u00e3o.\n\nNote-se que o Banco Central do Brasil, atua como\ndistribuidor de valores mobili\u00e1rios, oferecendo diretamente neg\u00f3cios ao p\u00fablico. Para isso necessita de meios de divulga\u00e7\u00e3o e de comunica\u00e7\u00e3o, escrit\u00f3rios, corretores ou intermedi\u00e1rios.\nlnso\ufb01sm\u00e1vel que a referida taxa, em verdade contempla\n\u00edndice de varia\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria o que se atesta, exempli\ufb02cativamente, pelos\n\u00edndices de 46,82%, 44,24%, 41,89% e 39,67% -juros devidos em janeiro de\n1998 para supostos fatos geradores ocorridos entre janeiro e abril de 1996, o\nque a desnatura como fator de juros morat\u00f3rios.\n\nAv. Independ\u00eancia, 1199 - CEP: 90035-077 - Porto Alegre - RS ~ Brasil Fone: 55 51 3314-1414 - Fax: 55 51 3311-0438 - Reg. OAB-RS 246\nwww.piazzetaeboeira.com.t\u203ar\n\n\f9\u00a1zm\u00a21zzz,%\u2039z\u2039z\u00e0zzzz \u00f8 \u00d5uzw\n\nV7\n\nADVOCACIA EMPRESARIAL\n\nOutrossim, \u00e9 f\u00e1cil identi\ufb01car as semelhan\u00e7as existentes entre a taxa m\u00e9dia ajustada das opera\u00e7\u00f5es realizadas atrav\u00e9s do Sistema\nEspecial de Liquida\u00e7\u00e3o e Cust\u00f3dia e a extinta TR, cuja aplica\u00e7\u00e3o como \u00edndice\nde juros dos d\u00e9bitos tribut\u00e1rios foi julgada inconstitucional.\nPor essas raz\u00f5es n\u00e3o se pode lan\u00e7ar m\u00e3o de semelhante taxa a t\u00edtulo de juros de mora que, como sabe-se n\u00e3o deve ir al\u00e9m da\nremunera\u00e7\u00e3o, do montante devido a titulo de tributo eventualmente n\u00e3o recolhido no prazo legal, pela mora.\nQualquer quantia que ultrapasse a singela repara\u00e7\u00e3o da mora, tem efeito con\ufb02scat\u00f3rio, vedado pela Constitui\u00e7\u00e3o Federal. Pois n\u00e3o se\npode confundirjuros de mora com multa de mora.\nA utiliza\u00e7\u00e3o, portanto de taxa arbitrada, segundo os\ninteresses e pol\u00edticas governamentais, fere tamb\u00e9m o princ\u00edpio da legalidade,\nsendo igualmente inconstitucional a delega\u00e7\u00e3o de compet\u00eancia prevista no artigo 14, I da Lei 8.981/95.\nA evidenciar a impropriedade da utiliza\u00e7\u00e3o da Taxa SELIC como indice de juros aplic\u00e1vel aos tributos, \u00e9 importante consignar que a Colenda 2* Turma do Egr\u00e9gio Superior Tribunal de Justi\u00e7a, em sess\u00e3o realizada em 13 de junho de 2000, acolheu a arg\u00fci\u00e7\u00e3o de inconstitucionalidade\nde dispositivo de lei que determinada a sua aplica\u00e7\u00e3o aos casos de repeti\u00e7\u00e3o de ind\u00e9bito e compensa\u00e7\u00e3o de tributos federais, fazendo-o quando do julgamento do Recurso Especial n\u00b0 215.881/PR.\nAs conclus\u00f5es ali postas, muito embora estejam a se referir \u00e0s hip\u00f3teses compreendidas pelo \u00a7 4\u00b0 do artigo 39 da Lei n\u00b0 9.250/95, aplicam-se, in totum, aos casos de exig\u00eancia da Taxa SELIC como \u00edndice aplic\u00e1vel ao ressarcimento da mora.\nExtrai-se do prof\u00edcuo voto lavrado pelo preclaro Ministro\nDr. FRANCIULLI NETTO:\n\u201c13. Aplicadas essas doutas Ii\u00e7oes ao tema presente, o color\u00e1rio dai decorrente \u00e9 o de n\u00e3o permitir o sistema p\u00e1trio embaralhar os conceitos de investidor e\ncontribuinte. O primeiro pode e deve submeter-se \u00e0 Taxa SELIC, porque aplica em t\u00edtulos da d\u00edvida p\u00fablica em\ndecorr\u00eancia de ato de vontade; o segundo, id est o contribuinte n\u00e3o pode ser coativamente obrigado a pagar taxa n\u00e3o criada por lei, por ato de imp\u00e9rio.\"\n(p\u00e1g. 55 do judicioso voto)\n\"Como est\u00e1 sendo examinado, a cobran\u00e7a da Taxa SELIC\nem mat\u00e9ria tribut\u00e1ria, nesta inclu\u00eddas as contribui\u00e7\u00f5es\nprevidenci\u00e1rias, al\u00e9m de atritar com dispositivos expressos da Carta Pol\u00edtica, con\ufb02ita com princ\u00edpios nela consagrados, uma vez que, sem d\u00favida, n\u00e3o h\u00e1\nAv. independ\u00eancia, 1199 - CEP: 90035\u203a077 - Porto Alegre - RS - Brasil Fone: 55 51 3314-1414 - Fax: 55 51 3311\u20390438 \u203a Reg. OAB-RS 246\nwww.piazzelaeboeira.com.br\n\n\f1\n\n\u00f8 \u00d5uw/\n\nW\n\nADVOCACIA EMPRESARIAL\n\nlegitimidade na intromiss\u00e3o do Poder Executivo na esfera\n\ndo Poder Legislativo, atuando aquele com desvio e\n\nexcesso de poder.\"\n\n(p\u00e1g. 58)\n\nAssim, demonstrada \u00e3 saciedade a impossibilidade da\nutiliza\u00e7\u00e3o da Taxa SELIC como fator de juros morat\u00f3rios aplic\u00e1veis aos cr\u00e9ditos\ntribut\u00e1rios, deve a mesma ser afastada, determinando-se a observ\u00e2ncia da taxa m\u00e1xima de 1% (um por cento) ao m\u00eas ou fra\u00e7\u00e3o (CTN, artigo 161 ,\u00bb\u00a7 1\u00b0).\n\nIII. DOS REQUERIMENTOS\n\nFACE AO EXPOSTO, requer sejam recebidas as\npresentes raz\u00f5es de embargos determinando-se a suspens\u00e3o total do processo\nexecutivo, e \u00e0s mesmas seja dado provimento para o efeito de tornar inexigivel\ne indevida a imposi\u00e7\u00e3o tribut\u00e1ria apurada\n\nRequer, subsidiariamente, caso alguma parcela seja tida\n\ncomo devida, que ent\u00e3o seja exclu\u00eddo do c\u00e1lculo os valores referente \u00e0 TAXA\n\nSELIC, face sua \ufb02agrante inconstitucionalidade, acima demonstrada, bem\n\ncomo que eventual verba honor\u00e1ria de sucumb\u00eancia pass\u00edvel de ser imputada\n\n\u00e0 embargante reste limitada ao percentual m\u00e1ximo admitido\n20, do CPC (5%), refer\u00edvel aos embargos e \u00e0 execu\u00e7\u00e3o.\n\npelo\n\n\u00a7\n\n4\u00b0\n\ndo\n\nartigo\n\nRequer, ainda, a intima\u00e7\u00e3o da Uni\u00e3o Federal (Fazenda Nacional), na pessoa de seu representante legal, para, querendo, impugnar, no prazo legal, os presentes embargos, prosseguindo-se o feito at\u00e9 \ufb01nal\njulgamento, com a condena\u00e7\u00e3o do embargado em todos os consect\u00e1rios legais,\ninclusive honor\u00e1rios advocat\u00edcios.\n\nRequer a produ\u00e7\u00e3o de todos os meios de provas em\n\ndireito admitidos, principalmente a prova pericial que dever\u00e1 ser procedida para\n\nque se possa comprovar a exist\u00eancia de valores estampados na Certid\u00e3o de\nD\u00edvida Ativa em comento que n\u00e3o se con\ufb01guram como sendo faturamento da\n\nempresa.\n\nV\n\nRequer, \ufb01nalmente, que tod_as as intima\u00e7\u00f5es sejam promovidas\nem nome do advogado GUILLERMO ANTONIO ARAUJO GRAU, inscrito na\nOABIRS com o n.\u00b0 22.476.\n\nAtribui-se aos presentes o valor de R$ 137.430,74.\n\nTermos em que,\nPede deferimento.\n.\nPorto Alegre, 26 de mar\u00e7o de 2.003.\n\n\u00edlf\u00f4o\n\nfg \\\n\ns\u00e3 Ow\n.,v)\ufb01lO` 03\nqj :XO\n)\u201c^` to\n\n.p. Marcel Pinto Ri eiro OAB/R n. 23.764\n\nAv. Independ\u00eancia. 1199 - CEP: 90035-077 \u203a Porto Alegre - RS - Brasil Fone: 55 51 3314-1414-Fax: 55 51 3311-0438-Reg. OAB-RS 246\nwww.piazzetaeboeira.com.br\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 3 (Solon) - IdDocumentoCompleto: 5034882-07.2017.4.04.7000-701503053833732670018206999262", "text": "EXMO. SR. DR. JUIZ FEDERAL DA EM CURITIBA, PR.\n\nVARA DA JUSTI\u00c7A FEDERAL\n\nTRUTZSCHLER IND. E COM\u00c9RCIO DE MAQUINAS LTDA, pessoa jur\u00eddica de direito privado, com sede em Curitiba, PR, \u00e0 Rua Jo\u00e3o Chede n\u00ba 1015, inscrita no CNPJ sob n\u00ba 46.543.948/0001-94, por seus advogados, vem perante V. Excia., impetrar MANDADO DE SEGURAN\u00c7A PREVENTIVO contra ato ilegal de coa\u00e7\u00e3o a ser praticado pelo Sr. DELEGADO DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL EM CURITIBA, autoridade administrativa vinculada \u00e0 Uni\u00e3o, pessoa jur\u00eddica de direito p\u00fablico interno, o que faz com fulcro no art. 5\u00ba, inciso LXIX, da CF e na Lei 12.016/09, pelas seguintes raz\u00f5es:\n1 \u2013 ATO DE COA\u00c7\u00c3O\nA Impetrante \u00e9 empresa que se dedica \u00e0 industrializa\u00e7\u00e3o de m\u00e1quinas para ind\u00fastrias t\u00eaxteis etc., conforme contrato social anexo, para o que contrata empregados, figurando assim como sujeito passivo tribut\u00e1rio da contribui\u00e7\u00e3o prevista no art. 22, incisos I e III, da Lei 8.212/91.\nNa forma do art. 8\u00ba da Lei 12.546/2011, foi institu\u00eddo o chamado regime de desonera\u00e7\u00e3o fiscal, passando, em substitui\u00e7\u00e3o ao art. 22 da Lei 8.212/91, o recolhimento da contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria patronal a ser devido com base o faturamento ou receita bruta (CPRB).\nCom a edi\u00e7\u00e3o da Lei 13.161/2015, o recolhimento sob o regime do art. 8\u00ba da Lei 12.546/2011 passou a ser facultativo, mediante op\u00e7\u00e3o do contribuinte exercida atrav\u00e9s do recolhimento da exa\u00e7\u00e3o da compet\u00eancia de janeiro, sendo a\n1\n\n\fop\u00e7\u00e3o v\u00e1lida e irretrat\u00e1vel para todo o exerc\u00edcio, nos precisos termos do art. 9\u00ba, \u00a7 13 da Lei 12.546/2011.\nA impetrante exerceu a op\u00e7\u00e3o na forma do art. 9\u00ba, \u00a7 13 da Lei 12.546/2011 para todo o exerc\u00edcio de 2017, conforme DARF de recolhimento da compet\u00eancia de janeiro anexo (c\u00f3digo de recolhimento 2991 referente CPRB).\nSucede que foi editada a MP 774, de 30/03/2017, pretendendo revogar o regime do art. 8\u00ba da Lei 12.546/2011 a partir de 1\u00ba de julho de 2017, a despeito da op\u00e7\u00e3o da impetrante acima referida ser v\u00e1lida e irretrat\u00e1vel para todo o ano.\nNo dia 09/08/2017, foi publicada a MP 794, revogando, entre outras disposi\u00e7\u00f5es legais, a malsinada MP 774.\nNo entanto, a autoridade coatora entende que a impetrante deveria recolher a exa\u00e7\u00e3o com base na folha de sal\u00e1rios, ao inv\u00e9s do regime da CPRB, no per\u00edodo em que supostamente vigorou a MP 774, de 30/03/2017, ou seja, entre 1\u00ba de julho de 2017 e 08/08/2017.\nTal exig\u00eancia fiscal \u00e9 manifestamente inconstitucional e ilegal, diante do que s\u00f3 resta \u00e0 Impetrante impetrar o mandamus. Sen\u00e3o vejamos:\n2 \u2013 FUNDAMENTOS DA IMPETRA\u00c7\u00c3O\nO art. 9\u00ba, \u00a7 13 da Lei 12.546/2011, na reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei 13.161/2015, tem a seguinte reda\u00e7\u00e3o:\n\u201c\u00a7 13. A op\u00e7\u00e3o pela tributa\u00e7\u00e3o substitutiva prevista nos arts. 7o e 8o ser\u00e1 manifestada mediante o pagamento da contribui\u00e7\u00e3o incidente sobre a receita bruta relativa a janeiro de cada ano, ou \u00e0 primeira compet\u00eancia subsequente para a qual haja receita bruta apurada, e ser\u00e1 irretrat\u00e1vel para todo o ano calend\u00e1rio.\u201d\nNo caso presente, a impetrante efetivamente exerceu a op\u00e7\u00e3o para todo o ano calend\u00e1rio de 2017, conforme se infere do DARF de recolhimento referente \u00e0 compet\u00eancia de janeiro no c\u00f3digo 2991 e DCTF anexos.\nCom efeito, al\u00e9m de j\u00e1 ter sido revogada pela MP 794, de 09/08/2017, a MP 774 n\u00e3o poderia, de qualquer forma, produzir efeitos sen\u00e3o a partir do pr\u00f3ximo ano calend\u00e1rio, ou seja, a partir de 1\u00ba de janeiro de 2018, haja vista as garantias do direito adquirido, ato jur\u00eddico perfeito, bem como os princ\u00edpios da confian\u00e7a e seguran\u00e7a jur\u00eddica, al\u00e9m da norma geral tribut\u00e1ria de lei complementar do art. 178 do CTN.\n2\n\n\fAssegura o art. 5\u00ba, inciso XXXVI, da CF:\n\n\u201cXXXVI \u2013 a lei n\u00e3o prejudicar\u00e1 o direito adquirido, ato jur\u00eddico perfeito e coisa julgada\u201d.\n\nA teor do art. 6\u00ba, \u00a7 1\u00ba do DL 4.567/42 (Lei de Introdu\u00e7\u00e3o ao C\u00f3digo Civil), recepcionado pela CF de 1988, \u201creputa-se ato jur\u00eddico perfeito o j\u00e1 consumado segundo a lei vigente ao tempo em que se efetuou\u201d. E na forma do \u00a7 2\u00ba do mesmo art. 6\u00ba, \u201cconsideram-se adquiridos assim os direitos que o seu titular, ou algu\u00e9m por ele, possa exercer, como aqueles cujo come\u00e7o do exerc\u00edcio tenha termo pr\u00e9-fixo ou condi\u00e7\u00e3o preestabelecida inalter\u00e1vel a arb\u00edtrio de outrem\u201d.\n\nDe fato, na esp\u00e9cie, como j\u00e1 antecipado, a impetrante efetivamente j\u00e1 exerceu a op\u00e7\u00e3o pelo regime de desonera\u00e7\u00e3o da folha em janeiro de 2017, mediante o recolhimento do DARF correspondente, nos exatos termos do art. 9\u00ba, \u00a7 13\u00ba da supratranscrito, de acordo com reda\u00e7\u00e3o da Lei 12.546/2011 ent\u00e3o vigente.\n\nPortanto, patente que se trata de ato jur\u00eddico perfeito, consumado de acordo com a legisla\u00e7\u00e3o ent\u00e3o vigente, de modo que n\u00e3o poderia ser pretensamente alterado pela superveni\u00eancia da MP 774, editada em 03/03/2017, ou seja, posteriormente \u00e0 op\u00e7\u00e3o exercida para todo o ano calend\u00e1rio de 2017.\n\nTamb\u00e9m porque, feita a op\u00e7\u00e3o com o recolhimento da exa\u00e7\u00e3o da compet\u00eancia de janeiro, nos termos do art. 9\u00ba, \u00a7 13 supratranscrito, desde ent\u00e3o a impetrante vem recolhendo a CPRB sob tal regime tribut\u00e1rio, ficando assim caracteriza o direito adquirido.\n\nAssim, por mais essa raz\u00e3o, a MP 774 n\u00e3o poderia pretender revogar o regime tribut\u00e1rio no curso do ano calend\u00e1rio, ante a veda\u00e7\u00e3o constitucional do art. 5\u00ba, XXXVI da CF.\n\nNesse sentido, mutatis mutandis, a jurisprud\u00eancia do STJ:\n\n\u201cPROCESSUAL CIVIL E TRIBUT\u00c1RIO. PARCELAMENTO DE\n\nD\u00c9BITO. JUROS PACTUADOS EM 1% AO M\u00caS. POSTERIOR\n\nSUBSTITUI\u00c7\u00c3O PELA TAXA SELIC. IMPOSSIBILIDADE DE\n\nMODIFICA\u00c7\u00c3O\n\nUNILATERAL\n\nPELO\n\nFISCO.\n\nIRRETROATIVIDADE DA LEI N\u00ba 9.065/95. ATO JUR\u00cdDICO\n\nPERFEITO. 1. \u00c9 inaplic\u00e1vel a taxa SELIC, por ato unilateral do\n\nFisco, em parcelamento de d\u00e9bito tribut\u00e1rio firmado\n\nanteriormente \u00e0 Lei 9.065/95, com expressa fixa\u00e7\u00e3o de juros de 1%\n\nao m\u00eas e sem previs\u00e3o de incid\u00eancia de legisla\u00e7\u00e3o superveniente,\n\n3\n\n\fcontexto em que deve prevalecer a imutabilidade do ato jur\u00eddico perfeito. Precedentes: REsp 1.169.969/SC, Rel. Ministro Castro Meira, 2\u00aa T., DJe 28/10/2010 e REsp 1.169.971/SC, Rel.\u00aa Ministra Eliana Calmon, 2\u00aa T., DJe 10/03/2010. 2.Recurso especial a que se nega provimento.\u201d (REsp 1170015/SC, Rel. Ministro S\u00c9RGIO KUKINA, PRIMEIRA TURMA, julgado em 16/04/2015, DJe 23/04/2015)\nDe mais a mais, deflui do pre\u00e2mbulo e do caput do art. 5\u00ba da CF os princ\u00edpios da seguran\u00e7a jur\u00eddica e a confian\u00e7a. Eis a reda\u00e7\u00e3o da garantia constitucional:\n\u201cN\u00f3s, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembleia Nacional Constituinte para instituir um Estado Democr\u00e1tico, destinado a assegurar o exerc\u00edcio dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a seguran\u00e7a, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justi\u00e7a como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solu\u00e7\u00e3o pac\u00edfica das controv\u00e9rsias, promulgamos, sob a prote\u00e7\u00e3o de Deus, a seguinte CONSTITUI\u00c7\u00c3O DA REP\u00daBLICA FEDERATIVA DO BRASIL.\u201d\n\u201cArt. 5\u00ba. Todos s\u00e3o iguais perante a lei, sem distin\u00e7\u00e3o de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e estrangeiros, residentes no pa\u00eds, a inviolabilidade do direito \u00e0 vida, \u00e0 liberdade, \u00e0 igualdade, \u00e0 seguran\u00e7a e \u00e0 propriedade\u201d\nA prop\u00f3sito, anota LUIS ROBERTO BARROSO:\n\u201cNo direito p\u00fablico, a prote\u00e7\u00e3o da confian\u00e7a leg\u00edtima \u00e9 express\u00e3o do princ\u00edpio da seguran\u00e7a jur\u00eddica. (...) O conceito expressa a regra segundo a qual n\u00e3o \u00e9 l\u00edcito a uma das partes criar expectativas, em raz\u00e3o de conduta seguramente indicativa de determinado comportamento, e praticar ato contr\u00e1rio ao previsto, em preju\u00edzo da outra parte. Exige-se que as partes atuem com coer\u00eancia\u201d (Curso de Direito Constitucional. SP: Saraiva, 2016, p. 506)\nCom efeito, em que pese a prerrogativa do legislador alterar a legisla\u00e7\u00e3o tribut\u00e1ria, n\u00e3o pode faz\u00ea-lo em afronta \u00e0s garantias constitucionais da seguran\u00e7a jur\u00eddica e da confian\u00e7a, frustrando as consequ\u00eancias de comportamento ao qual induziu anteriormente.\n4\n\n\fAssim, na esp\u00e9cie, uma vez exercida a op\u00e7\u00e3o pela impetrante, de forma v\u00e1lida e irretrat\u00e1vel para todo o ano calend\u00e1rio de 2017, com base no que se constituiu o planejamento empresarial estrat\u00e9gico para todo o exerc\u00edcio, n\u00e3o pode o ente tributante simplesmente alter\u00e1-lo durante o curso, agindo de forma contr\u00e1ria ao comportamento ao qual induziu com a edi\u00e7\u00e3o da legisla\u00e7\u00e3o anterior vigente ao tempo da op\u00e7\u00e3o.\n\nMutatis mutandis, j\u00e1 decidiu o Pret\u00f3rio Excelso:\n\n\u201cEmenta: AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO.\n\nTRIBUT\u00c1RIO. CL\u00c1USULA DE RESERVA DE PLEN\u00c1RIO.\n\nEXIST\u00caNCIA DE DECIS\u00c3O DO PLEN\u00c1RIO DESTA CORTE SOBRE A\n\nCONTROV\u00c9RSIA DOS AUTOS. VIOLA\u00c7\u00c3O DO ART. 97 DA CF/88.\n\nINOCORR\u00caNCIA. ART. 4\u00ba, SEGUNDA PARTE, DA LC 118/05.\n\nINCONSTITUCIONALIDADE.\n\nREPERCUSS\u00c3O\n\nGERAL\n\nRECONHECIDA NO RE 566.621. AGRAVO REGIMENTAL N\u00c3O\n\nPROVIDO. 1. A cl\u00e1usula de reserva de plen\u00e1rio n\u00e3o incide quando houver\n\norienta\u00e7\u00e3o consolidada do STF sobre a quest\u00e3o constitucional discutida.\n\nPrecedente: RE 571.968-AgR, Segunda Turma, Relator o Ministro Ricardo\n\nLewandowski, DJ de 05.06.12. No mesmo sentido: RE 594.515-AgR,\n\nSegunda Turma, Relator o Ministro Joaquim Barbosa, Dj de 22.05.12. 2. A\n\nrepercuss\u00e3o geral da mat\u00e9ria sub examine foi reconhecida pelo Plen\u00e1rio do\n\nSTF, nos autos do RE 566.621, de relatoria da e. Ministra Ellen Gracie, e na\n\naprecia\u00e7\u00e3o de m\u00e9rito da demanda, a Corte, declarou \u201ca\n\ninconstitucionalidade do artigo 4\u00ba, segunda parte, da LC 118, por\n\nviola\u00e7\u00e3o do princ\u00edpio da seguran\u00e7a jur\u00eddica, nos seus conte\u00fados de\n\nprote\u00e7\u00e3o da confian\u00e7a e de acesso \u00e0 Justi\u00e7a, com suporte impl\u00edcito e\n\nexpresso nos arts. 1\u00ba e 5\u00ba, inciso XXXV, e considerando v\u00e1lida a aplica\u00e7\u00e3o\n\ndo novo prazo de 5 anos t\u00e3o somente \u00e0s a\u00e7\u00f5es ajuizadas ap\u00f3s o decurso da\n\nvacatio legis de 120 dias, ou seja, a partir de 9 de junho de 2005\u201d. (...) 4.\n\nAgravo regimental a que se nega provimento.\u201d\n\n(AI 707213 AgR, Relator(a): Min. LUIZ FUX, Primeira Turma, julgado em\n\n18/12/2012, AC\u00d3RD\u00c3O ELETR\u00d4NICO DJe-033 DIVULG 19-02-2013\n\nPUBLIC 20-02-2013)\n\n\u201cEMENTA Recurso ordin\u00e1rio constitucional. Habeas corpus. Execu\u00e7\u00e3o Penal. Remi\u00e7\u00e3o (arts. 33 e 126 da Lei de Execu\u00e7\u00e3o Penal). Trabalho do preso. Jornada di\u00e1ria de 4 (quatro) horas. C\u00f4mputo para fins de remi\u00e7\u00e3o de pena. Admissibilidade. Jornada atribu\u00edda pela pr\u00f3pria administra\u00e7\u00e3o penitenci\u00e1ria. Inexist\u00eancia de ato de insubmiss\u00e3o ou de indisciplina do preso. Impossibilidade de se desprezarem as horas trabalhadas pelo s\u00f3 fato de serem inferiores ao m\u00ednimo legal de 6 (seis) horas. Princ\u00edpio da prote\u00e7\u00e3o da confian\u00e7a. Recurso provido. (...) 3. Os princ\u00edpios da seguran\u00e7a jur\u00eddica e da prote\u00e7\u00e3o da confian\u00e7a tornam indeclin\u00e1vel o dever estatal de honrar o compromisso de remir a pena do sentenciado, leg\u00edtima\n\n5\n\n\fcontrapresta\u00e7\u00e3o ao trabalho prestado por ele na forma estipulada pela administra\u00e7\u00e3o penitenci\u00e1ria, sob pena de desest\u00edmulo ao trabalho e \u00e0 ressocializa\u00e7\u00e3o. 4. Recurso provido. Ordem de habeas corpus concedida para que seja considerado, para fins de remi\u00e7\u00e3o de pena, o total de horas trabalhadas pelo recorrente em jornada di\u00e1ria inferior a 6 (seis) horas.\u201d(RHC 136509, Relator(a): Min. DIAS TOFFOLI, Segunda Turma, julgado em 04/04/2017, PROCESSO ELETR\u00d4NICO DJe-087 DIVULG 26-04-2017 PUBLIC 27-04-2017)\nN\u00e3o fosse o bastante, o art. 178 do CTN, que veicula norma geral de direito tribut\u00e1rio, assim recepcionado como lei complementar pelo art. 146 da CF de 1988, estabelece:\n\u201cArt. 178. A isen\u00e7\u00e3o, salvo se concedida por prazo certo e em fun\u00e7\u00e3o de determinadas condi\u00e7\u00f5es, pode ser revogada ou modificada por lei a qualquer tempo, observado o disposto no inciso III do artigo 104.\u201d\nConsoante ensina a doutrina, em resumo, isen\u00e7\u00e3o \u00e9 a dispensa por lei do recolhimento total ou parcial de tributo.\nNas palavras de HUGO DE BRITO MACHADO:\n\u201cIsen\u00e7\u00e3o \u00e9 a exclus\u00e3o, por lei, de parcela h\u00e1 hip\u00f3tese de incid\u00eancia ou suporte f\u00e1tico da norma de tributa\u00e7\u00e3o, sendo objeto de isen\u00e7\u00e3o a parcela que a lei retira dos fatos que realizam a hip\u00f3tese de incid\u00eancia da regra de tributa\u00e7\u00e3o\u201d (Curso de Direito Tribut\u00e1rio: SP: Malheiros, p 242)\nAssim, em que pese tenha o legislador refira-se \u00e0 \u201csubstitui\u00e7\u00e3o\u201d da exa\u00e7\u00e3o institu\u00edda pelo art. 22 da Lei 8.212/91, como forma legislativa de \u201cdesonera\u00e7\u00e3o da folha\u201d, na realidade o art. 8\u00ba da Lei 12.546/2011 veicula hip\u00f3tese de isen\u00e7\u00e3o tribut\u00e1ria parcial.\nPor outro lado, mesmo que n\u00e3o fosse a Lei 12.546 propriamente uma t\u00edpica isen\u00e7\u00e3o, fato \u00e9 que o art. 178 do CTN, deveras, veicula uma norma geral tribut\u00e1ria de natureza did\u00e1tica \u2013 assim como o art. 110 do mesmo C\u00f3digo \u2013, enunciando que o benef\u00edcio fiscal concedido pelo ente tributante por prazo certo e sob certas condi\u00e7\u00f5es, seja qual for a sua forma, n\u00e3o poder\u00e1 ser revogado a qualquer tempo.\nNo caso presente, o regime previsto no art. 8\u00ba c/c art. 9\u00ba, \u00a7 13, da Lei 12.546/2011, como j\u00e1 visto, de fato foi conferido mediante o exerc\u00edcio da op\u00e7\u00e3o do\n6\n\n\fcontribuinte atrav\u00e9s do recolhimento da exa\u00e7\u00e3o de janeiro (sob certa condi\u00e7\u00e3o) e tamb\u00e9m por prazo certo (de forma irretrat\u00e1vel para todo o ano calend\u00e1rio).\nConsequentemente, a pretens\u00e3o da MP 774 de revoga-lo antes do encerramento do ano calend\u00e1rio de 2017 tamb\u00e9m encontra \u00f3bice legal no art. 178 do CTN.\nNesse sentido:\n\u201cTRIBUT\u00c1RIO. IMPOSTO DE RENDA. ALIENA\u00c7\u00c3O DE A\u00c7\u00d5ES SOCIET\u00c1RIAS. DECRETO-LEI 1.510/76. ISEN\u00c7\u00c3O. ART. 178 DO CTN. N\u00c3O-OCORR\u00caNCIA. LEI 7.713/1988. REVOGA\u00c7\u00c3O. POSSIBILIDADE. HIP\u00d3TESE DE ISEN\u00c7\u00c3O ONEROSA CUJA CONDI\u00c7\u00c3O FOI IMPLEMENTADA ANTES DO ADVENTO DA LEI REVOGADORA. DIREITO ADQUIRIDO \u00c0 ISEN\u00c7\u00c3O. 1.Implementada a condi\u00e7\u00e3o pelo contribuinte antes mesmo de a norma ser revogada, ainda que a aliena\u00e7\u00e3o tenha ocorrido na vig\u00eancia da lei revogadora, h\u00e1 de se manter a norma isentiva. 2.\"Isen\u00e7\u00f5es tribut\u00e1rias concedidas, sob condi\u00e7\u00e3o onerosa, n\u00e3o podem ser livremente suprimidas\" (S\u00famula 544/STF). 3.Cumpridos os requisitos para o gozo da isen\u00e7\u00e3o condicionada, tem o contribuinte direito adquirido ao benef\u00edcio fiscal. Precedentes do STJ. 4. Agravo Regimental n\u00e3o provido.\u201d (AgRg no REsp 1141828/RS, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 10/05/2011, DJe 16/05/2011)\nPortanto, por todos e cada um desses fundamentos, a MP 774 n\u00e3o pode produzir qualquer efeito em rela\u00e7\u00e3o as compet\u00eancias do ano calend\u00e1rio em curso, inclusive quanto a eventuais reflexos sobre o 13\u00ba de sal\u00e1rio do ano corrente.\n3 \u2013NECESSIDADE DE CONCESS\u00c3O DE LIMINAR\nA Carta Pol\u00edtica de 1988 assegura no art. 5\u00ba, inciso LXIX, como tutela de direito constitucional, a concess\u00e3o de mandado de seguran\u00e7a para proteger direito l\u00edquido e certo. A par disso, inciso XXXV do mesmo art. 5\u00ba, assegura que a lei n\u00e3o excluir\u00e1 da aprecia\u00e7\u00e3o do Poder Judici\u00e1rio a les\u00e3o ou amea\u00e7a de direito.\nNo caso presente, pelas raz\u00f5es expostas, h\u00e1 plausibilidade do direito alegado, haja vista a flagrante viola\u00e7\u00e3o dos princ\u00edpios e regras constitucionais que asseguram o direito adquirido, o ato jur\u00eddico perfeito, a seguran\u00e7a jur\u00eddica e a confian\u00e7a, al\u00e9m da infra\u00e7\u00e3o \u00e0 literalidade do art. 178 do CTN.\n7\n\n\fA plausibilidade do direito \u00e9 corroborada pelos precedentes supracitados do E. STF e STJ, em situa\u00e7\u00f5es an\u00e1logas \u00e0 presente.\nTamb\u00e9m se mostra presente o periculum in mora, visto que a contribui\u00e7\u00e3o social referente \u00e0 compet\u00eancia de julho tem vencimento no dia 20 do m\u00eas seguinte, sendo antecipado para o \u00faltimo dia \u00fatil anterior caso o dia 20 n\u00e3o o seja. Ou seja, o vencimento verifica no dia 18/08/2017.\nAssim, se n\u00e3o for concedida a liminar, a autoridade coatora ir\u00e1 exigir, apesar de ilegalmente, a exa\u00e7\u00e3o tribut\u00e1ria que reputa devida mediante a lavratura de auto de infra\u00e7\u00e3o, com aplica\u00e7\u00e3o de multa de oficio de 75% e juros de mora, na forma da Lei 9.430/96, com a consequente cobran\u00e7a por meio da inscri\u00e7\u00e3o em d\u00edvida ativa, CADIN, recursa na expedi\u00e7\u00e3o de certid\u00e3o fiscal, executivo fiscal com penhora de bens etc.\nEnfim, a concess\u00e3o da seguran\u00e7a somente ao final, portanto, n\u00e3o ter\u00e1 o efeito de inibir os efeitos negativos e prejudiciais \u00e0 atividade empresarial da impetrante em raz\u00e3o do ato coator ilegal ora impugnado.\nN\u00e3o por outro motivo, sobre a mat\u00e9ria aqui debatida, o E. TRF4 tem concedido a liminar, conforme precedente no AG 5031249-36.2017.404.000, assim redigida:\n\u201cDECIS\u00c3O: Trata-se de agravo de instrumento interposto contra decis\u00e3o que, em mandado de seguran\u00e7a, indeferiu o pedido de liminar, por meio do qual as impetrantes pretendiam fosse concedida ordem tendente a garantir que as recorrentes continuem a recolher a contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria parte patronal sobre o valor da receita bruta, at\u00e9 31 de dezembro de 2017. Relatam as agravantes que, ex vi do art. 9\u00ba, par\u00e1grafo 13, da Lei n\u00b0 13.161/15, exerceu op\u00e7\u00e3o, de forma irretrat\u00e1vel, para recolher a contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria sobre a receita bruta em substitui\u00e7\u00e3o \u00e0 contribui\u00e7\u00e3o patronal sobre a folha de sal\u00e1rios. Referem que, em 30.03.2017, foi publicada a Medida Provis\u00f3ria n\u00b0 774/2017, a qual alterou em parte a Lei n\u00b0 12.546/2011, para excluir algumas atividades econ\u00f4micas, dentre elas as atividades das agravantes, da possibilidade de optar pela contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria sobre a receita bruta. Destacam que a revoga\u00e7\u00e3o da modalidade de tributa\u00e7\u00e3o substitutiva determina um significativo aumento da carga tribut\u00e1ria j\u00e1 a partir de 1\u00ba de julho de 2017. Argumentam que a op\u00e7\u00e3o pelo regime jur\u00eddico da contribui\u00e7\u00e3o sobre a receita bruta deu-se de forma irretrat\u00e1vel, como determina a legisla\u00e7\u00e3o. Entendem, pois, que impor ao contribuinte os efeitos da medida provis\u00f3ria para o ano corrente implicar\u00e1 viola\u00e7\u00e3o aos\n8\n\n\fprinc\u00edpios da seguran\u00e7a jur\u00eddica, direito adquirido, prote\u00e7\u00e3o da confian\u00e7a leg\u00edtima, boa-f\u00e9 objetiva, moralidade e isonomia. Rogam seja antecipada a tutela recursal, a fim de que seja assegurado o seu direito em recolherem a contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria sobre a receita bruta at\u00e9 31.12.2017. Decido. Ao trato liminar imp\u00f5e-se a conjuga\u00e7\u00e3o de legais requisitos (CPC, art. 1.019, I, c/c art. 995), quais sejam a exist\u00eancia de risco de dano grave e a demonstra\u00e7\u00e3o da probabilidade de provimento do recurso. E esses requisitos conjugamse in casu. O risco de dano grave resta consubstanciado na previs\u00e3o de altera\u00e7\u00e3o da base de c\u00e1lculo das contribui\u00e7\u00f5es previdenci\u00e1rias j\u00e1 a partir de 1\u00ba.07.2017. Quanto \u00e0 probabilidade de provimento deste recurso, tamb\u00e9m a reputo presente, ao menos neste ju\u00edzo perfunct\u00f3rio, pr\u00f3prio das tutelas de urg\u00eancia. Explico. A Medida Provis\u00f3ria n.\u00b0 774/2017 alterou a Lei n.\u00b0 12.546/2011, para excluir para as empresas dos setores comercial e industrial e para algumas empresas do setor de servi\u00e7os a possibilidade de op\u00e7\u00e3o pelo recolhimento da contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria sobre a receita bruta, com efeitos a partir de 1\u00ba de julho de 2017. Assim, a partir desse marco temporal, a incid\u00eancia obrigat\u00f3ria da contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria patronal sobre a folha de sal\u00e1rios dever\u00e1 ser restaurada. De in\u00edcio, n\u00e3o me parece que a altera\u00e7\u00e3o da pol\u00edtica de desonera\u00e7\u00e3o da folha de sal\u00e1rios possa ser tratada como uma mera revoga\u00e7\u00e3o de um benef\u00edcio fiscal incondicionado; ao inv\u00e9s, entendo que a situa\u00e7\u00e3o em an\u00e1lise amolda-se mais a uma altera\u00e7\u00e3o do regime jur\u00eddico-tribut\u00e1rio propriamente do que uma mera revoga\u00e7\u00e3o de benef\u00edcio fiscal, pois se trata de modifica\u00e7\u00e3o da pr\u00f3pria base de c\u00e1lculo da contribui\u00e7\u00e3o. Nessa senda, for\u00e7oso atentar que o artigo 9\u00ba, par\u00e1grafo 13, da Lei n.\u00b0 12.546/2011, estabelece que a op\u00e7\u00e3o pela tributa\u00e7\u00e3o substitutiva ser\u00e1 irretrat\u00e1vel para todo o ano calend\u00e1rio, in verbis: \"\u00a7 13. A op\u00e7\u00e3o pela tributa\u00e7\u00e3o substitutiva prevista nos arts. 7\u00ba e 8\u00ba ser\u00e1 manifestada mediante o pagamento da contribui\u00e7\u00e3o incidente sobre a receita bruta relativa a janeiro de cada ano, ou \u00e0 primeira compet\u00eancia subsequente para a qual haja receita bruta apurada, e ser \u00e1 irretrat\u00e1vel para todo o ano calend\u00e1rio.\" Creio, pois, que o legislador, ao estabelecer que a op\u00e7\u00e3o pela substitui\u00e7\u00e3o da contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria patronal pela contribui\u00e7\u00e3o incidente sobre a receita bruta no m\u00eas de janeiro de cada ano ou no m\u00eas relativo \u00e0 primeira compet\u00eancia subsequente em que haja receita bruta apurada ser\u00e1 irretrat\u00e1vel, criou, para o contribuinte, justa expectativa de que o regime tribut\u00e1rio eleito perduraria at\u00e9 o final de exerc\u00edcio de 2017, e, em contraponto, previu para o ente-tributante limita\u00e7\u00e3o quanto a\n9\n\n\fpossibilidade de altera\u00e7\u00e3o do regime escolhido. \u00c9 certo que os princ\u00edpios da irretroatividade e da anterioridade nonagesimal n\u00e3o foram violados pela Medida Provis\u00f3ria n.\u00b0 774/2017, no entanto, n\u00e3o menos certo tamb\u00e9m \u00e9 a conclus\u00e3o de que, al\u00e9m das limita\u00e7\u00f5es constitucionais ao poder de tributar expressas na Constitui\u00e7\u00e3o da Rep\u00fablica, tamb\u00e9m h\u00e1 princ\u00edpios constitucionais impl\u00edcitos que impendem sejam considerados. A integridade do sistema tribut\u00e1rio pressup\u00f5e, al\u00e9m de outros balizamentos, a seguran\u00e7a jur\u00eddica e a prote\u00e7\u00e3o da confian\u00e7a leg\u00edtima, as quais restam, a meu ver, maculadas com a previs\u00e3o de mudan\u00e7a do regime jur\u00eddico eleito j\u00e1 a partir de 1\u00ba.07.2017. Com efeito, o par\u00e1grafo 13 do art. 9\u00ba da Lei n.\u00b0 12.546/2011, trouxe, em seu bojo, ao menos tr\u00eas regras com conte\u00fado normativo bastante expl\u00edcito: a) trata-se de op\u00e7\u00e3o do contribuinte escolher entre o regime de tributa\u00e7\u00e3o sobre a folha de sal\u00e1rios e a receita bruta; b) trata-se de uma op\u00e7\u00e3o com per\u00edodo de vig\u00eancia certo e determinado, qual seja, todo o ano-calend\u00e1rio; c) trata-se de op\u00e7\u00e3o irretrat\u00e1vel. Ora, diante de tais contornos bem definidos, os contribuintes elegeram a sua op\u00e7\u00e3o e, com base nela, planejaram suas atividades econ\u00f4micas, seus custos operacionais e basearam seus investimentos. A altera\u00e7\u00e3o abrupta da forma de recolhimento da contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria, ainda que n\u00e3o viole a anterioridade mitigada, representa, a meu ver, flagrante inobserv\u00e2ncia \u00e0 seguran\u00e7a jur\u00eddica, \u00e0 prote\u00e7\u00e3o da confian\u00e7a leg\u00edtima e \u00e0 boa-f\u00e9 objetiva do contribuinte, princ\u00edpios esses que s\u00e3o balizas, como dito, \u00e0 integridade do sistema tribut\u00e1rio. Ademais, poder-se-ia cogitar inclusive de viola\u00e7\u00e3o ao ato jur\u00eddico perfeito, j\u00e1 que a op\u00e7\u00e3o do contribuinte deu-se em Janeiro de 2017. N\u00e3o fosse isso suficiente, n\u00e3o h\u00e1 olvidar que n\u00e3o houve, pela Medida Provis\u00f3ria n.\u00b0 774/2017, revoga\u00e7\u00e3o expressa do par\u00e1grafo 13 do art. 9\u00ba da Lei n.\u00b0 12.546/2011, fato esse que, por si s\u00f3, neste momento, j\u00e1 daria azo \u00e0 concess\u00e3o da tutela de urg\u00eancia almejada. Isso posto, defiro a antecipa\u00e7\u00e3o da tutela recursal, para autorizar as impetrantes a continuarem recolhendo a contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria sobre a receita bruta at\u00e9 31 de dezembro de 2017. Abra-se vista \u00e0 agravada para contrarraz\u00f5es. Comunique-se, com urg\u00eancia, ao Ju\u00edzo a quo, para as provid\u00eancias cab\u00edveis. Intimem-se.\u201d (TRF4, AG 5031249-36.2017.404.0000, PRIMEIRA TURMA, Relator AMAURY CHAVES DE ATHAYDE, juntado aos autos em 19/06/2017)\n10\n\n\fDa\u00ed por que se requer a concess\u00e3o da liminar da medida, para o efeito de suspender desde logo a exigibilidade do cr\u00e9dito tribut\u00e1rio, forte no art. 151, inciso IV do CTN, inclusive quanto \u00e0 compensa\u00e7\u00e3o dos valores recolhidos a maior.\n4 \u2013 PEDIDO\nDiante disso, requere a Impetrante que se digne V. Excia. a:\na) Conceder provimento liminar para suspender a exigibilidade do cr\u00e9dito tribut\u00e1rio, afastando por completo os efeitos da MP 774 no que tange \u00e0 CPRB;\nb) Determinar a notifica\u00e7\u00e3o da Autoridade Coatora para que preste as informa\u00e7\u00f5es que julgar necess\u00e1rias, bem como a ci\u00eancia da UNI\u00c3O, na pessoa do Procurador Geral da Fazenda Nacional, al\u00e9m de abrir vistas ao Representante do Minist\u00e9rio P\u00fablico Federal para manifestar-se;\nc) Ao final, conceder em definitivo a seguran\u00e7a para assegurar \u00e0 impetrante o direito de recolher a exa\u00e7\u00e3o em comento na forma do art. 8\u00ba da Lei 12.546/2011, na reda\u00e7\u00e3o da Lei 13.161/2015 desde a compet\u00eancia de janeiro at\u00e9 a de dezembro de 2017, afastando os efeitos da MP 794, inclusive em rela\u00e7\u00e3o aos eventuais reflexos sobre o 13\u00ba sal\u00e1rio.\nD\u00e1-se \u00e0 causa o valor de R$ 155.000,00.\nN. Termos, P. Deferimento.\nCuritiba, 18 de agosto de 2017.\n\nJoel Gon\u00e7alves de Lima J\u00fanior OAB/PR 36.564\n\nSilvane Boschini Lopes OAB/PR 61.704\n\n11\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 4 (Solon) - IdDocumentoCompleto: 5081356-90.2018.4.04.7100-711545398440122791117812863243", "text": "EXMO(A). SR(A). DR(A). JUIZ(A) FEDERAL DA __\u00aa VARA FEDERAL DE PORTO ALEGRE, SE\u00c7\u00c3O JUDICI\u00c1RIA DO RIO GRANDE DO SUL\nAGIPLAN FINANCEIRA S.A. \u2013 CR\u00c9DITO, FINANCIAMENTO E INVESTIMENTO, pessoa jur\u00eddica de direito privado, com sede na Rua Mariante, n\u00ba 25, 10\u00ba e 11\u00ba andares, na cidade de Porto Alegre, RS, inscrita no CNPJ sob o n\u00ba 13.660.104/0001-74; AGIPLAN ADMINISTRADORA DE CONS\u00d3RCIOS S.A., pessoa 1 jur\u00eddica de direito privado, com sede na Rua Mostardeiro, n\u00ba 266, loja 1, na cidade de Porto Alegre, RS, inscrita no CNPJ sob o n\u00ba 94.187.879/0001-76; AGIPLAN CORRETORA DE SEGUROS SOCIEDADE SIMPLES LTDA., pessoa jur\u00eddica de direito privado, com sede na Rua Mariante, n\u00ba 25, 11\u00ba andar, na cidade de Porto Alegre, RS, inscrita no CNPJ sob o n\u00ba 04.035.431/0001-44; AGIPLAN SERVI\u00c7OS DE COBRAN\u00c7A LTDA., pessoa jur\u00eddica de direito privado, com sede na Rua Mariante, n\u00ba 25, 7\u00ba andar, na cidade de Porto Alegre, RS, inscrita no CNPJ sob o n\u00ba 13.216.855/0001-04; e BANKLAB EMPRESA DE TECNOLOGIA LTDA., pessoa jur\u00eddica de direito privado, com sede na Rua Mariante, n\u00ba 25, 6\u00ba andar, na cidade de Porto Alegre, RS, inscrita no CNPJ sob o n\u00ba 27.122.212/0001-06; todas possuidoras do endere\u00e7o eletr\u00f4nico cesar.fraga@agiplan.com.br, v\u00eam, por seu procurador abaixo firmado, constitu\u00eddo de conformidade com o escrito de mandato em anexo, apresentar o presente A\u00c7\u00c3O DECLARAT\u00d3RIA DE INEXIST\u00caNCIA DE RELA\u00c7\u00c3O JUR\u00cdDICA TRIBUT\u00c1RIA CUMULADA COM REPETI\u00c7\u00c3O DE IND\u00c9BITO TRIBUT\u00c1RIO contra a UNI\u00c3O FEDERAL e o FUNDO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO DA EDUCA\u00c7\u00c3O (FNDE).\nPara isso, com fundamento nos arts. 19\u00b0 e 319 do C\u00f3digo de Processo Civil, dizem e requerem a Vossa Excel\u00eancia o seguinte:\n\n\fI - DOS FATOS\n\nNo desenvolvimento das atividades econ\u00f4micas que lhes s\u00e3o pr\u00f3prias, s\u00e3o empregadoras de pessoas f\u00edsicas, sendo, por conta disso, conforme demonstram os documentos em anexo, contribuintes das seguintes contribui\u00e7\u00f5es:\n\n(i) na forma do art. 15, da Lei n\u00ba 9.424/96, da contribui\u00e7\u00e3o social geral (STF, ADI 2.256) destinada ao sal\u00e1rio educa\u00e7\u00e3o, \u00e0 al\u00edquota de 2,5%, sobre o total das remunera\u00e7\u00f5es pagas, devidas ou creditadas a qualquer t\u00edtulo, durante o m\u00eas, aos segurados empregados e trabalhadores avulsos que lhe prestem servi\u00e7os, destinadas a retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua forma;\n\n(ii) na forma do art. 8\u00ba, \u00a7 3\u00ba, da Lei n\u00ba 8.029/90, da\n\ncontribui\u00e7\u00e3o de interven\u00e7\u00e3o no dom\u00ednio econ\u00f4mico (STF, RE 396.266) destinada ao\n\nSEBRAE/APEX/ABDI, \u00e0 al\u00edquota de 0,3%, sobre o total das remunera\u00e7\u00f5es pagas, devidas ou\n\ncreditadas a qualquer t\u00edtulo, durante o m\u00eas, aos segurados empregados e trabalhadores\n\navulsos que lhe prestem servi\u00e7os, destinadas a retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua\n\nforma; e\n\n2\n\n(iii) na forma do art. 1\u00ba, inciso I, item 2, do Decreto-lei n\u00ba 1.146/70, da contribui\u00e7\u00e3o de interven\u00e7\u00e3o no dom\u00ednio econ\u00f4mico (STJ, S\u00famula n\u00ba 516) destinada ao INCRA, \u00e0 al\u00edquota de 0,2%, sobre o total das remunera\u00e7\u00f5es pagas, devidas ou creditadas a qualquer t\u00edtulo, durante o m\u00eas, aos segurados empregados e trabalhadores avulsos que lhe prestem servi\u00e7os, destinadas a retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua forma.\n\nOcorre, todavia, que, com a edi\u00e7\u00e3o da Emenda Constitucional (EC) n\u00ba 33, de 11 de dezembro de 2001, o legislador constitucional estipulou que as contribui\u00e7\u00f5es sociais e de interven\u00e7\u00e3o no dom\u00ednio econ\u00f4mico podem ter como base de c\u00e1lculo, quando a al\u00edquota for ad valorem, apenas as grandezas econ\u00f4micas representadas pelo faturamento, pela receita bruta ou pelo valor da opera\u00e7\u00e3o.\n\nCom base nisso, a partir do in\u00edcio da vig\u00eancia da referida Emenda Constitucional, por for\u00e7a da sistem\u00e1tica da recep\u00e7\u00e3o constitucional e do princ\u00edpio do tempus regit actum, todas as contribui\u00e7\u00f5es sociais e de interven\u00e7\u00e3o no dom\u00ednio econ\u00f4mico\n\n\fque n\u00e3o possu\u00edam como base de c\u00e1lculo estabelecida pelo legislador infraconstitucional uma das referidas grandezas econ\u00f4micas perderam o fundamento de validade constitucional.\nSendo assim, a disson\u00e2ncia configurada entre (i) a base de c\u00e1lculo estipulada pela legisla\u00e7\u00e3o infraconstitucional de reg\u00eancia (totalidade dos rendimentos pagos, devidos ou creditados a qualquer t\u00edtulo, durante o m\u00eas, destinados a retribuir o trabalho) e (ii) a determinada pelo texto constitucional para as contribui\u00e7\u00f5es sociais e de interven\u00e7\u00e3o do dom\u00ednio econ\u00f4mico (faturamento, receita bruta ou valor da opera\u00e7\u00e3o), provocou, a partir da edi\u00e7\u00e3o da EC n\u00ba 33/01, a inconstitucionalidade superveniente da contribui\u00e7\u00e3o social geral ao sal\u00e1rio educa\u00e7\u00e3o e das contribui\u00e7\u00f5es de interven\u00e7\u00e3o no dom\u00ednio econ\u00f4mico ao SEBRAE/APEX/ABDI/ e ao INCRA.\nA Uni\u00e3o Federal e o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educa\u00e7\u00e3o, todavia, em que pese esse contexto normativo, permanecem entendendo devidas as referidas contribui\u00e7\u00f5es e as exigindo das autoras.\nNesse contexto, por entenderem que o posicionamento da Uni\u00e3o Federal e o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educa\u00e7\u00e3o viola o direito que possuem de n\u00e3o recolher as contribui\u00e7\u00f5es ao sal\u00e1rio educa\u00e7\u00e3o, ao SEBRAE/APEX/ABDI/ e ao 3 INCRA enquanto estas permanecerem adotando base de c\u00e1lculo incompat\u00edvel com o texto constitucional a partir da EC n\u00ba 33/01, bem como o direito de compensar os valores pagos indevidamente a tal t\u00edtulo nos \u00faltimos 5 (cinco) anos imediatamente anteriores ao ajuizamento da presente a\u00e7\u00e3o, as autoras interp\u00f5em a presente a\u00e7\u00e3o declarat\u00f3ria, pelos motivos de fato e de direito a seguir expostos.\nII - DO DIREITO\nA) DA COMPET\u00caNCIA CONSTITUCIONAL PARA A INSTITUI\u00c7\u00c3O DAS CONTRIBUI\u00c7\u00d5ES SOCIAIS E DE INVERVEN\u00c7\u00c3O NO DOM\u00cdNIO ECON\u00d4MICO A PARTIR DA EDI\u00c7\u00c3O DA EC N\u00ba 33/01\nCompet\u00eancia tribut\u00e1ria \u00e9 a aptid\u00e3o concedida aos entes federados para produzir normas jur\u00eddicas de imposi\u00e7\u00e3o tribut\u00e1ria, inserindo-as no ordenamento jur\u00eddico.\n\n\fAs normas constitucionais que discriminam as compet\u00eancias tribut\u00e1rias, segundo ROQUE ANT\u00d4NIO CARRAZZA (Curso de Direito Constitucional Tribut\u00e1rio, S\u00e3o Paulo: Malheiros, p. 315), \u201cencerram duplo comando: 1) habilitam a pessoa pol\u00edtica contemplada \u2013 e somente ela, a criar, querendo, um dado tributo; e 2) pro\u00edbem as demais de virem a institu\u00ed-lo.\u201d\nA Constitui\u00e7\u00e3o Federal, no delineamento das compet\u00eancias tribut\u00e1rias, adota, como crit\u00e9rio discriminador dos campos impositivos outorgados, direta ou indiretamente, a materialidade da pr\u00f3pria regra-matriz de incid\u00eancia a ser estabelecida pelas pessoas pol\u00edticas quando da institui\u00e7\u00e3o dos tributos. Nesse sentido, menciona ROQUE ANT\u00d4NIO CARRAZZA (Curso de Direito Constitucional Tribut\u00e1rio, S\u00e3o Paulo: Malheiros, p. 311) que a Constitui\u00e7\u00e3o, \u201cao discriminar as compet\u00eancias tribut\u00e1rias, estabeleceu \u2013 ainda que, por vezes, de modo impl\u00edcito e com uma certa margem de liberdade para o legislador \u2013 a norma-padr\u00e3o de incid\u00eancia (o arqu\u00e9tipo gen\u00e9rico, a regra-matriz) de cada exa\u00e7\u00e3o. Noutros termos, ela apontou a hip\u00f3tese de incid\u00eancia poss\u00edvel, o sujeito ativo poss\u00edvel, o sujeito passivo poss\u00edvel, a base de c\u00e1lculo poss\u00edvel e a al\u00edquota poss\u00edvel, das v\u00e1rias esp\u00e9cies e subesp\u00e9cies de tributos.\u201d\nAtrav\u00e9s das normas de compet\u00eancia tribut\u00e1ria, portanto, h\u00e1 o 4 delineamento do \u00e2mbito material no qual a pessoa pol\u00edtica pode exercer sua atividade de produ\u00e7\u00e3o de normas jur\u00eddicas tribut\u00e1rias, de forma que seus contornos s\u00e3o os pr\u00f3prios limites de produ\u00e7\u00e3o de normas tribut\u00e1rias dos entes da federa\u00e7\u00e3o.\nNa hip\u00f3tese das contribui\u00e7\u00f5es sociais e para a interven\u00e7\u00e3o no dom\u00ednio econ\u00f4mico, a Constitui\u00e7\u00e3o Federal determina, pelo caput do art. 149, caber a institui\u00e7\u00e3o exclusivamente \u00e0 Uni\u00e3o Federal, como instrumento de atua\u00e7\u00e3o nas respectivas \u00e1reas:\nArt. 149. Compete exclusivamente \u00e0 Uni\u00e3o instituir contribui\u00e7\u00f5es sociais, de interven\u00e7\u00e3o no dom\u00ednio econ\u00f4mico e de interesse das categorias profissionais ou econ\u00f4micas, como instrumento de sua atua\u00e7\u00e3o nas respectivas \u00e1reas, observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem preju\u00edzo do previsto no art. 195, \u00a7 6\u00ba, relativamente \u00e0s contribui\u00e7\u00f5es a que alude o dispositivo.\nAdicionalmente, com a edi\u00e7\u00e3o da EC n\u00ba 33/01, o texto constitucional passou a estabelecer, no \u00a7 2\u00ba, inciso III, do referido art. 149, que as contribui\u00e7\u00f5es sociais e de interven\u00e7\u00e3o no dom\u00ednio econ\u00f4mico podem ter como base de c\u00e1lculo apenas as grandezas econ\u00f4micas representadas pelo faturamento, pela receita bruta\n\n\fou pelo valor da opera\u00e7\u00e3o e, no caso de importa\u00e7\u00e3o, o valor aduaneiro, quando a al\u00edquota for ad valorem, ou unidade de medida, quando a al\u00edquota for espec\u00edfica:\n\u00a7 2\u00ba As contribui\u00e7\u00f5es sociais e de interven\u00e7\u00e3o no dom\u00ednio econ\u00f4mico de que trata o caput deste artigo: (...) III - poder\u00e3o ter al\u00edquotas: a) ad valorem , tendo por base o faturamento, a receita bruta ou o valor da opera\u00e7\u00e3o e, no caso de importa\u00e7\u00e3o, o valor aduaneiro; b) espec\u00edfica, tendo por base a unidade de medida adotada.\nA compet\u00eancia tribut\u00e1ria outorgada no art. 149 da Constitui\u00e7\u00e3o Federal, portanto, \u00e9 no sentido de que a Uni\u00e3o Federal, em car\u00e1ter exclusivo, pode (i) instituir contribui\u00e7\u00f5es sociais, de interven\u00e7\u00e3o no dom\u00ednio econ\u00f4mico e de interesse das categorias profissionais ou econ\u00f4micas, como instrumento de sua atua\u00e7\u00e3o nas respectivas \u00e1reas; e, (ii) especificamente no que se refere \u00e0s contribui\u00e7\u00f5es sociais e de interven\u00e7\u00e3o do dom\u00ednio econ\u00f4mico, faz\u00ea-las incidir sobre (a) o faturamento, a receita bruta ou o valor da opera\u00e7\u00e3o e, no caso de importa\u00e7\u00e3o, o valor aduaneiro, sempre que a al\u00edquota for ad valorem, ou (b) uma unidade de medida, sempre que a al\u00edquota for espec\u00edfica.\nSendo assim, ao instituir contribui\u00e7\u00f5es sociais e de interven\u00e7\u00e3o 5 no dom\u00ednio econ\u00f4mico, o legislador infraconstitucional, deve faz\u00ea-las incidir, sempre que a al\u00edquota for ad valorem, sobre o faturamento, a receita bruta ou o valor da opera\u00e7\u00e3o, e, no caso de importa\u00e7\u00e3o, o valor aduaneiro \u2013 essas grandezas econ\u00f4micas s\u00e3o as \u00fanicas alternativas que possui o legislador infraconstitucional, em face do no \u00a7 2\u00ba, inciso III, do referido art. 149, para a estipula\u00e7\u00e3o da base de c\u00e1lculo das referidas contribui\u00e7\u00f5es.\nN\u00e3o deve surpreender, nesse ponto, a utiliza\u00e7\u00e3o do voc\u00e1bulo \u201cpoder\u00e3o\u201d no inciso III do \u00a7 2\u00ba do art. 149, pois se trata de comando autorizativo de escolha da alternativa dentre as mencionadas \u2013 ou seja, o legislador constitucional determina as \u00fanicas possibilidades de base de c\u00e1lculo das contribui\u00e7\u00f5es sociais e de interven\u00e7\u00e3o no dom\u00ednio econ\u00f4mico, cabendo ao legislador infraconstitucional, quando do exerc\u00edcio da compet\u00eancia tribut\u00e1ria espec\u00edfica, escolher uma delas. O rol de grandezas econ\u00f4micas indicadas \u00e9, inequivocamente, taxativo, como decidiu o STF no julgamento do RE 559.937, ao concluir ser inconstitucional a inclus\u00e3o de ICMS e do PIS e da COFINS na base de c\u00e1lculo dessas mesmas contribui\u00e7\u00f5es sociais incidentes sobre a importa\u00e7\u00e3o de bens e servi\u00e7os, sob a justificativa de a norma infraconstitucional extrapolou os limites previstos no art. 149, \u00a7 2\u00ba, inciso III, al\u00ednea \u201ca\u201d, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal, nos termos definidos pela EC n\u00ba 33/01, que prev\u00ea o \u201cvalor aduaneiro\u201d como base de c\u00e1lculo para as contribui\u00e7\u00f5es sociais.\n\n\fA esse respeito, LEANDRO PAULSEN e ANDREI PITTEN VELLOSO (Controle das Contribui\u00e7\u00f5es Interventivas e Sociais pela sua Base Econ\u00f4mica: a Descurada Especifica\u00e7\u00e3o do seu Objeto pela EC 33/01 e os seus Reflexos Tribut\u00e1rios, RDDT n\u00ba 149, p. 23/4) tamb\u00e9m consideram se tratar de rol taxativo e que, portanto, n\u00e3o pode ser ampliado pelo legislador infraconstitucional:\n\n\u201cA CF utiliza, no art. 149, par\u00e1grafo 2\u00ba, III, o termo \u2018poder\u00e3o\u2019, pois lan\u00e7a um rol que pode ser objeto de tributa\u00e7\u00e3o. N\u00e3o utiliza, como fez no par\u00e1grafo \u00fanico do art. 149A, a express\u00e3o \u2018\u00e9 facultada\u2019, no sentido de simplesmente tornar fora de d\u00favida a possibilidade. Enfim, a quest\u00e3o precisa ser contextualizada e analisada buscando-se uma interpreta\u00e7\u00e3o coerente com os demais dispositivos.\u201d\n\nSeguindo essa linha, tem-se que as contribui\u00e7\u00f5es sociais e de interven\u00e7\u00e3o no dom\u00ednio econ\u00f4mico n\u00e3o podem ter bases de c\u00e1lculo que se afastem do conceito de:\n\n(i) faturamento, entendido, conforme decidido pelo STF no RE\n\n346.084, como o produto da venda de mercadorias, de servi\u00e7os ou de mercadorias e\n\nservi\u00e7os;\n\n6\n\n(ii) receita bruta, que, na forma do art. 12 do Decreto-lei n\u00ba 1.598/77, compreende o produto da venda de bens nas opera\u00e7\u00f5es de conta pr\u00f3pria, o pre\u00e7o da presta\u00e7\u00e3o de servi\u00e7os em geral, o resultado auferido nas opera\u00e7\u00f5es de conta alheia e as receitas da atividade ou objeto principal da pessoa jur\u00eddica n\u00e3o compreendidas nos conceitos de venda de mercadorias e de presta\u00e7\u00e3o de servi\u00e7os; e\n\n(iii) valor da opera\u00e7\u00e3o, que deve ser compreendido como os neg\u00f3cios jur\u00eddicos nos quais a titularidade dos bens ou direitos seja transferida com fins lucrativos e em car\u00e1ter habitual.\n\nQualquer outra grandeza econ\u00f4mica, que fuja dos conceitos em quest\u00e3o, n\u00e3o tem aptid\u00e3o constitucional para compor a base de c\u00e1lculo das contribui\u00e7\u00f5es sociais ou de interven\u00e7\u00e3o no dom\u00ednio econ\u00f4mico.\n\nEssa din\u00e2mica \u00e9 reconhecida tamb\u00e9m por LEANDRO PAULSEN e ANDREI PITTEN VELLOSO (Controle das Contribui\u00e7\u00f5es Interventivas e Sociais pela sua Base\n\n\fEcon\u00f4mica: a Descurada Especifica\u00e7\u00e3o do seu Objeto pela EC 33/01 e os seus Reflexos Tribut\u00e1rios, RDDT n\u00ba 149, p. 22/3):\n\n\u201cO art. 149, par\u00e1grafo 2\u00ba, III, a, refere-se, inicialmente, ao faturamento e \u00e0 receita\n\nbruta. Cuida-se de conceitos j\u00e1 bastante discutidos no Direito brasileiro, porquanto\n\nreferidos, tamb\u00e9m, pelo art. 195, I, na sua reda\u00e7\u00e3o original (faturamento), e no art.\n\n195, I, a, na reda\u00e7\u00e3o da EC 20/98 (receita). Conforme restou definido pelo STF por\n\nocasi\u00e3o do julgamento do RE 346.084, faturam ento \u00e9 o produto da venda de\n\nmercadorias, de servi\u00e7os ou de mercadorias e servi\u00e7os; receita bruta, por sua vez, \u00e9\n\nexpress\u00e3o mais ampla que abrange n\u00e3o apenas o faturamento, mas tamb\u00e9m os\n\ndemais ingressos definitivos provenientes da atividade empresarial, a exemplo\n\ndaqueles decorrentes de explora\u00e7\u00e3o do patrim\u00f4nio e de aplica\u00e7\u00f5es financeiras.\n\nO art. 149, par\u00e1grafo 2\u00ba, III, a, tamb\u00e9m se refere ao valor da opera\u00e7\u00e3o. Esta\n\nexpress\u00e3o vem sendo utilizada h\u00e1 muito na legisla\u00e7\u00e3o tribut\u00e1ria quando da defini\u00e7\u00e3o\n\nda base de c\u00e1lculo do ICMS nos regimes comum e de substitui\u00e7\u00e3o tribut\u00e1ria (arts.\n\n13, I e II, e 8], I e II, a, da LC 87/96). O valor \u00e9 tomado, ent\u00e3o, como representa\u00e7\u00e3o\n\necon\u00f4mica. Opera\u00e7\u00e3o, por sua vez, \u00e9 ato ou neg\u00f3cio jur\u00eddico em que ocorre a\n\ntransmiss\u00e3o de um direito. Tal opera\u00e7\u00e3o, por certo, n\u00e3o \u00e9 especificada no dispositivo\n\nconstitucional em quest\u00e3o, diferentemente do que ocorre no art. 155, II, que\n\ncircunscreve a compet\u00eancia dos Estados para instituir impostos \u00e0s opera\u00e7\u00f5es\n\nrelativas \u00e0 circula\u00e7\u00e3o de mercadorias. Tem-se, assim, que as contribui\u00e7\u00f5es sociais e\n\ninterventivas poder\u00e3o gravar quaisquer atos ou neg\u00f3cios atrav\u00e9s dos quais sejam\n\ntransferidos direitos.\n\n7\n\n(...)\n\nA amplitude de tais bases econ\u00f4micas \u2013 art. 149, par\u00e1grafo 2\u00ba, III, a, combinado\n\ncom o art. 195, I a IV, da CF \u2013 delimita, como j\u00e1 exposto, as possibilidades de\n\ntributa\u00e7\u00e3o a t\u00edtulo de contribui\u00e7\u00f5es sociais, inclusive as de seguridade, e de\n\ncontribui\u00e7\u00f5es interventivas.\u201d\n\nNesse contexto, o legislador infraconstitucional, ao exercer a compet\u00eancia do art. 149 para o fim de instituir contribui\u00e7\u00f5es sociais e de interven\u00e7\u00e3o no dom\u00ednio econ\u00f4mico, sempre que a al\u00edquota for ad valorem, deve faz\u00ea-las incidir, necessariamente, sobre o faturamento, a receita bruta ou o valor da opera\u00e7\u00e3o, e, no caso de importa\u00e7\u00e3o, o valor aduaneiro.\n\nB) DA N\u00c3O RECEP\u00c7\u00c3O DAS CONTRIBUI\u00c7\u00d5ES AO SAL\u00c1RIO EDUCA\u00c7\u00c3O, AO SEBRAE/APEX/ABDI/ E AO INCRA A PARTIR DA EDI\u00c7\u00c3O DA EC N\u00ba 33/01\n\nDentro da teoria da recep\u00e7\u00e3o, como toda e qualquer norma infraconstitucional retira a sua validade, direta ou indiretamente, do texto constitucional, a altera\u00e7\u00e3o deste proporciona a mudan\u00e7a no fundamento de validade, de modo que a\n\n\fsuperveni\u00eancia de uma Constitui\u00e7\u00e3o provoca a nova\u00e7\u00e3o do direito infraconstitucional anterior ou a n\u00e3o recep\u00e7\u00e3o deste, conforme, respectivamente, exista ou n\u00e3o compatibilidade material com o conte\u00fado na nova Constitui\u00e7\u00e3o.\nNa hip\u00f3tese de revis\u00e3o constitucional, por seu turno, n\u00e3o se cogita de nova\u00e7\u00e3o do direito infraconstitucional anterior, mas exclusivamente de inconstitucionalidade superveniente, caso a mudan\u00e7a de conte\u00fado constitucional provoque incompatibilidade de norma infraconstitucional anterior.\nA partir dessas premissas, tem-se que, com o advento da EC n\u00ba 33/01, todas as contribui\u00e7\u00f5es sociais e de interven\u00e7\u00e3o no dom\u00ednio econ\u00f4mico que n\u00e3o possu\u00edam como base de c\u00e1lculo estabelecida pelo legislador infraconstitucional uma das referidas grandezas econ\u00f4micas perderam o fundamento de validade constitucional e, com base nisso, reca\u00edram em inconstitucionalidade superveniente.\nNessa perspectiva, em fun\u00e7\u00e3o da disson\u00e2ncia configurada entre (i) a base de c\u00e1lculo estipulada pela legisla\u00e7\u00e3o infraconstitucional de reg\u00eancia (totalidade dos rendimentos pagos, devidos ou creditados a qualquer t\u00edtulo, durante o m\u00eas, destinados a retribuir o trabalho) e (ii) a determinada pelo texto constitucional para as contribui\u00e7\u00f5es 8 sociais e de interven\u00e7\u00e3o do dom\u00ednio econ\u00f4mico (faturamento, receita bruta ou valor da opera\u00e7\u00e3o), ocorreu a inconstitucionalidade superveniente da contribui\u00e7\u00e3o social geral ao sal\u00e1rio educa\u00e7\u00e3o e das contribui\u00e7\u00f5es de interven\u00e7\u00e3o no dom\u00ednio econ\u00f4mico ao SEBRAE/APEX/ABDI/ e ao INCRA.\nTamb\u00e9m chegaram a essa conclus\u00e3o LEANDRO PAULSEN e ANDREI PITTEN VELLOSO (Controle das Contribui\u00e7\u00f5es Interventivas e Sociais pela sua Base Econ\u00f4mica: a Descurada Especifica\u00e7\u00e3o do seu Objeto pela EC 33/01 e os seus Reflexos Tribut\u00e1rios, RDDT n\u00ba 149, p. 23/4):\n\u201cSempre que adv\u00e9m uma altera\u00e7\u00e3o constitucional, \u00e9 imperativo que se realize ju\u00edzo de compatibilidade material do direito anterior com a nova ordem constitucional. Verifica-se, assim, a recep\u00e7\u00e3o ou n\u00e3o, pelo novo texto, da legisla\u00e7\u00e3o infraconstitucional at\u00e9 ent\u00e3o vigente. A n\u00e3o-recep\u00e7\u00e3o implica revoga\u00e7\u00e3o, de modo que pode ser reconhecida por qualquer turma dos tribunais, n\u00e3o estando sujeita \u00e0 reserva de plen\u00e1rio prevista no art. 97 da CF. Ademais, n\u00e3o admite modula\u00e7\u00e3o temporal, ou seja, produz efeitos desde a data da vig\u00eancia da emenda. Exemplos de contribui\u00e7\u00f5es n\u00e3o recepcionadas pela EC 33/01 s\u00e3o as contribui\u00e7\u00f5es ao Incra e ao Sebrae, chamadas de contribui\u00e7\u00f5es \u201ca terceiros\u201d, pois fiscalizadas,\n\n\flan\u00e7adas e cobradas pela RFB juntamente com as contribui\u00e7\u00f5es previdenci\u00e1rias, mas destinadas ao Incra e ao Sebrae. Ambas s\u00e3o consideradas contribui\u00e7\u00f5es de interven\u00e7\u00e3o no dom\u00ednio econ\u00f4mico, conforme entendimento do STJ e do STF (respectivamente), e incidem sobre a folha de sal\u00e1rios. Tendo em conta que foram institu\u00eddas anteriormente \u00e0 EC 33/01 e que com esta n\u00e3o guardam adequa\u00e7\u00e3o material, n\u00e3o h\u00e1 interpreta\u00e7\u00e3o poss\u00edvel que as preserve. Dito em outros termos, por sua incompatibilidade com o art. 149, par\u00e1grafo 2\u00ba, a, da CF, acrescido pela EC 33/01, a incid\u00eancia de contribui\u00e7\u00e3o de interven\u00e7\u00e3o no dom\u00ednio econ\u00f4mico sobre a folha de sal\u00e1rios (que n\u00e3o \u00e9 faturamento, n\u00e3o \u00e9 receita bruta nem valor da opera\u00e7\u00e3o) n\u00e3o foi recepcionada por tal Emenda. Impende reconhecer, pois, a revoga\u00e7\u00e3o de tais tributos, sendo certo, ainda, que o mesmo ju\u00edzo de recep\u00e7\u00e3o ode e deve ser realizado relativamente \u00e0s demais contribui\u00e7\u00f5es sociais e interventivas vigentes quando do advento da EC 33/01, de modo a verificar se ainda permanecem em vigor ou se restaram revogadas.\u201d\nEfetivamente, partindo do pressuposto de que a contribui\u00e7\u00e3o social geral ao sal\u00e1rio educa\u00e7\u00e3o e as contribui\u00e7\u00f5es de interven\u00e7\u00e3o no dom\u00ednio econ\u00f4mico ao SEBRAE/APEX/ABDI/ e ao INCRA t\u00eam como base de c\u00e1lculo estabelecida pelo legislador infraconstitucional a totalidade dos rendimentos pagos, devidos ou creditados a qualquer t\u00edtulo, durante o m\u00eas, destinados a retribuir o trabalho, grandeza econ\u00f4mica totalmente distinta do faturamento, da receita bruta e do valor da opera\u00e7\u00e3o, deve-se reconhecer que 9 s\u00e3o absolutamente incompat\u00edveis com a Constitui\u00e7\u00e3o Federal, devendo ser reconhecida a invalidade por inconstitucionalidade superveniente.\nIII - DOS PEDIDOS\nDiante de todo o exposto, as autoras REQUEREM a Vossa Excel\u00eancia, uma vez recebida a presente, bem como os documentos em anexo, o seguinte:\na) seja ordenada a cita\u00e7\u00e3o da Uni\u00e3o Federal e do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educa\u00e7\u00e3o para contestar a presente a\u00e7\u00e3o, no prazo legal, sob pena de revelia.\nb) seja julgada procedente a presente a\u00e7\u00e3o, para o fim de:\n(i) reconhecer a inexist\u00eancia de rela\u00e7\u00e3o jur\u00eddica tribut\u00e1ria das autoras de n\u00e3o se sujeitarem ao recolhimento das contribui\u00e7\u00f5es ao sal\u00e1rio educa\u00e7\u00e3o (art. 15, da Lei n\u00ba 9.424/96), ao SEBRAE/APEX/ABDI (art. 8\u00ba, \u00a7 3\u00ba, da Lei n\u00ba 8.029/90) e ao INCRA (art. 1\u00ba, inciso I, item 2, do Decreto-lei n\u00ba 1.146/70);\n\n\f(ii) reconhecer o direito das autoras de compensarem as quantias eventualmente pagas a t\u00edtulo de contribui\u00e7\u00f5es ao sal\u00e1rio educa\u00e7\u00e3o (art. 15, da Lei n\u00ba 9.424/96), ao SEBRAE/APEX/ABDI (art. 8\u00ba, \u00a7 3\u00ba, da Lei n\u00ba 8.029/90) e ao INCRA (art. 1\u00ba, inciso I, item 2, do Decreto-lei n\u00ba 1.146/70), com qualquer tributo ou contribui\u00e7\u00e3o arrecadado pela Receita Federal do Brasil\u00b8 acrescido da atualiza\u00e7\u00e3o pela SELIC, sendo observado o prazo prescricional de cinco anos contados retroativamente ao ajuizamento desta a\u00e7\u00e3o;\n\n(iii) seja, ainda, condenada a Uni\u00e3o Federal e o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educa\u00e7\u00e3o ao pagamento das custas processuais e dos honor\u00e1rios advocat\u00edcios.\n\nAtribuindo \u00e0 causa, para efeitos fiscais de ajuizamento, o valor de R$ 300.000,00 (trezentos mil reais), as autoras informam que seus procuradores possuem escrit\u00f3rio na cidade de Porto Alegre, na Av. Carlos Gomes, n\u00ba 141, 10\u00ba andar, conj. 1006, onde receber\u00e1 intima\u00e7\u00f5es.\n\nTERMOS EM QUE,\n\n10\n\nP. DEFERIMENTO.\n\nPorto Alegre, 21 de dezembro de 2018.\n\nEduardo Plastina OAB/RS 48.506\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 5 (Solon) - IdDocumentoCompleto: 5014813-14.2018.4.04.7001-701537303406045700028050243715", "text": "EXCELENT\u00cdSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA 7\u00aa VARA FEDERAL DE LONDRINA \u2013 SE\u00c7\u00c3O JUDICI\u00c1RIA DO PARAN\u00c1\nDistribui\u00e7\u00e3o por depend\u00eancia Autos de Execu\u00e7\u00e3o Fiscal n\u00ba 5002639-07.2017.4.04.7001\nIHEL INSTITUTO DE HEMATOLOGIA DE LONDRINA EIRELI, pessoa jur\u00eddica de direito privado, inscrita no CNPJ/MF sob o n\u00ba 76.955.616/0001-88, com sede na Rua Senador Souza Naves, n\u00ba 667, Centro, na cidade de Londrina/PR, CEP 86010-170, e-mail contabil@ihel.com.br, por seu advogado e bastante procurador que ao final subscreve, com escrit\u00f3rio na Av. Ayrton Senna da Silva, 500, 22\u00b0 andar, Gleba Palhano, na cidade de Londrina/PR, CEP 86.050-460, fone (0xx43) 3029-7303, e-mail contato@tetraassessoria.com.br, local onde designa para o recebimento de suas intima\u00e7\u00f5es, vem \u00e0 presen\u00e7a de Vossa Excel\u00eancia propor os presentes\nEMBARGOS \u00c0 EXECU\u00c7\u00c3O FISCAL, com pedido de efeito suspensivo\nem face da UNI\u00c3O - FAZENDA NACIONAL, por um de seus Procuradores da Fazenda Nacional, nos termos do art. 12 da Lei Complementar n\u00ba 73/93, estabelecidos na Rua Brasil, n\u00ba 1.100, Centro, na cidade de Londrina/PR, CEP 86.010-200, e-mail psfn.pr.londrina@pgfn.gov.br, pelos fundamentos de fato e de direito a seguir expostos:\n1\n\n\fDOS FATOS\nA Embargante/Executada \u00e9 pessoa jur\u00eddica de direito privado, devidamente constitu\u00edda sob as formas da Lei, tendo como objeto social \u201ca presta\u00e7\u00e3o de servi\u00e7os profissionais de medicina especializada em hematologia cl\u00ednica, hemoterapia e atividades afins, laborat\u00f3rio cl\u00ednico e dep\u00f3sito de bens pr\u00f3prios\u201d.\nEm fun\u00e7\u00e3o da pol\u00edtica tribut\u00e1ria governamental imposta ao longo dos \u00faltimos anos, a Embargante/Executada, assim como a imensa maioria dos contribuintes, n\u00e3o conseguiu efetuar o recolhimento de alguns tributos federais, os quais, neste momento, lhe s\u00e3o exigidos atrav\u00e9s do executivo fiscal em ep\u00edgrafe, ora embargado.\nA certid\u00e3o de d\u00edvida ativa exequenda (CDA 12.898.914-9) exigia, na data do ajuizamento, o valor total de R$ 804.199,20 (doc. 06). Como se extrai do t\u00edtulo executivo, os lan\u00e7amentos originaram-se de confiss\u00f5es de d\u00edvidas fiscais (DCGO - LDCG / DCG BATCH - D\u00e9bito Confessado em GFIP), n\u00e3o havendo qualquer ind\u00edcio de sonega\u00e7\u00e3o fiscal, fraude ou conluio, decorrendo esta execu\u00e7\u00e3o \u2013 pura e simplesmente \u2013 de obriga\u00e7\u00f5es fiscais n\u00e3o recolhidas pela pessoa jur\u00eddica executada.\nDevidamente garantida a a\u00e7\u00e3o execut\u00f3ria pela penhora do im\u00f3vel de matr\u00edcula n\u00ba 1.534, do 4\u00ba Of\u00edcio de Registro de Im\u00f3veis de Londrina-PR (doc. 07), prop\u00f5e a Executada os presentes Embargos \u00e0 Execu\u00e7\u00e3o Fiscal, onde restar\u00e1 demonstrada: a) cobran\u00e7a de parcelas ilegais e inconstitucionais; e b) a exig\u00eancia inconstitucional da contribui\u00e7\u00e3o ao SEBRAE, ao INCRA e do sal\u00e1rioeduca\u00e7\u00e3o.\nAfigura-se, assim, pertinente a declara\u00e7\u00e3o de nulidade dos t\u00edtulos, pela manifesta iliquidez, incerteza e inexigibilidade, por for\u00e7a das inconstitucionalidade e ilegalidades que adiante ser\u00e3o aduzidas.\n2\n\n\fN\u00e3o bastasse as inconstitucionalidades e ilegalidades apontadas anteriormente, e que s\u00e3o suficientes para nulificar os t\u00edtulos executivos, colhe-se da d\u00edvida ativa impugnada a exig\u00eancia, igualmente inconstitucional, do encargo previsto no Decreto-lei n\u00ba 1.025/69, conforme ser\u00e1 visto adiante.\nIsto posto, prop\u00f5e a Embargante/Executada os presentes embargos, que cuidar\u00e3o em demonstrar que a mesma est\u00e1 sendo compelida ao recolhimento de obriga\u00e7\u00f5es manifestamente inconstitucionais e ilegais. Assim, vejamos.\nDOS FUNDAMENTOS DOS EMBARGOS\nI. Da n\u00e3o-incid\u00eancia de contribui\u00e7\u00f5es devidas \u00e0 Previd\u00eancia Social, SAT/RAT e terceiros sobre\nverbas com natureza INDENIZAT\u00d3RIA\nAs contribui\u00e7\u00f5es devidas \u00e0 Previd\u00eancia Social, SAT/RAT e terceiros incidem sobre as remunera\u00e7\u00f5es pagas, devidas ou creditadas a qualquer t\u00edtulo aos segurados, destinadas a retribuir o trabalho.\nOcorre que n\u00e3o se pode considerar como de natureza salarial \u2013 pass\u00edvel de tributa\u00e7\u00e3o \u2013 toda e qualquer verba paga pelo empregador, haja vista que nem sempre os valores possuem car\u00e1ter salarial. In\u00fameras vezes presencia-se a incid\u00eancia da contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria sobre verbas que, a rigor, n\u00e3o encerram car\u00e1ter salarial, constituindo-se, na verdade, de cunho indenizat\u00f3rio.\nDessarte, cuidaremos em demonstrar as ilegalidades e inconstitucionalidades que permeiam os cr\u00e9ditos tribut\u00e1rios consignados na inscri\u00e7\u00e3o em d\u00edvida ativa objeto de cobran\u00e7a coercitiva, acima indicada, dada a incid\u00eancia sobre verbas de natureza INDENIZAT\u00d3RIA, nos termos a seguir.\nPor oportuno, \u00e9 de curial import\u00e2ncia informar a este MM. Ju\u00edzo que a Embargante/Executada j\u00e1 possui em seu favor senten\u00e7a (doc. 11), proferida junto aos autos n\u00ba 5006935-72.2017.4.04.7001, em grau recursal, que declarou a\n3\n\n\finexigibilidade da contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria prevista no artigo 22, incisos I e II, da Lei n\u00ba 8.212/91 - cota patronal e seus acess\u00f3rios SAT/RAT e contribui\u00e7\u00e3o destinada a terceiros -, sobre as seguintes verbas: (a) aux\u00edlio-doen\u00e7a e aux\u00edlio-acidente relativos aos 15 (quinze) primeiros dias de afastamento do empregado, (b) ter\u00e7o constitucional de f\u00e9rias e (c) aviso pr\u00e9vio indenizado.\nOu seja, sobre v\u00e1rias verbas que ser\u00e3o questionadas junto a este feito, a ora Embargante/Executada j\u00e1 possui decis\u00e3o de m\u00e9rito contr\u00e1ria \u00e0 exa\u00e7\u00e3o tribut\u00e1ria.\nA. Da n\u00e3o-incid\u00eancia sobre:\n1.1. O ter\u00e7o constitucional de f\u00e9rias\nO ter\u00e7o constitucional de f\u00e9rias foi estabelecido pelo art. 7\u00ba, inciso XVII da CF/88 como direito b\u00e1sico aos trabalhadores que, ao perceberem remunera\u00e7\u00e3o relativa ao per\u00edodo de f\u00e9rias, devem receber ao menos 1/3 a mais do que o sal\u00e1rio normal.\n\u00c9 cedi\u00e7o que as f\u00e9rias s\u00e3o um per\u00edodo remunerado de descanso do trabalhador, no qual ele poder\u00e1 repor suas energias, ter maiores op\u00e7\u00f5es de lazer, descansar a mente, sair com os amigos, conviver com sua fam\u00edlia, relaxar, para que, no final dela, possa retornar ao ambiente de trabalho revigorado para continuar suas tarefas.\nSabendo-se do prop\u00f3sito da institui\u00e7\u00e3o de f\u00e9rias remuneradas, fica f\u00e1cil entender a op\u00e7\u00e3o do legislador em conceder um adicional para que o trabalhador tenha recursos extras para a realiza\u00e7\u00e3o, de forma mais completa poss\u00edvel, das formas de lazer a que se dedique.\nOra, fica claro nesse caso que o adicional n\u00e3o \u00e9 pago em raz\u00e3o da presta\u00e7\u00e3o do servi\u00e7o daquele trabalhador para a empresa, n\u00e3o possuindo, portanto, natureza remunerat\u00f3ria. Desta feita, esta parcela tem car\u00e1ter nitidamente indenizat\u00f3rio, conforme entendimento da Corte Suprema, expostos nos julgados abaixo colacionados:\n4\n\n\fEMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. PROCESSUAL CIVIL E PREVIDENCI\u00c1RIO. AUS\u00caNCIA DE PREQUESTIONAMENTO (S\u00daMULAS 282 E 356 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL). IMPOSSIBILIDADE DA INCID\u00caNCIA DE CONTRIBUI\u00c7\u00c3O PREVIDENCI\u00c1RIA SOBRE O TER\u00c7O CONSTITUCIONAL DE F\u00c9RIAS. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO. 1. A mat\u00e9ria constitucional contida no recurso extraordin\u00e1rio n\u00e3o foi objeto de debate e exame pr\u00e9vios no Tribunal a quo. Tampouco foram opostos embargos de declara\u00e7\u00e3o, o que n\u00e3o viabiliza o extraordin\u00e1rio por aus\u00eancia do necess\u00e1rio prequestionamento. 2. A jurisprud\u00eancia do Supremo Tribunal Federal firmou-se no sentido de que somente as parcelas que podem ser incorporadas \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o do servidor para fins de aposentadoria podem sofrer a incid\u00eancia da contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria. (AI 710361 AgR, Relatora: Min. C\u00e1rmen L\u00facia, Primeira Turma, julgado em 07/04/2009, DJe-084 DIVULG 07-05-2009 PUBLIC 08-052009 EMENT VOL-02359-14 PP-02930) (g.n.)\n\nEMENTA: RECURSO EXTRAORDIN\u00c1RIO. TRIBUT\u00c1RIO.\n\nINCID\u00caNCIA DE CONTRIBUI\u00c7\u00c3O PREVIDENCI\u00c1RIA A CARGO DO\n\nEMPREGADO. ADICIONAL DE F\u00c9RIAS. AVISO PR\u00c9VIO\n\nINDENIZADO. D\u00c9CIMO TERCEIRO PROPORCIONAL. AUX\u00cdLIO\n\nDOEN\u00c7A. HORAS EXTRAS. NATUREZA JUR\u00cdDICA DAS VERBAS.\n\nSAL\u00c1RIO\n\nDE\n\nCONTRIBUI\u00c7\u00c3O.\n\nENQUADRAMENTO.\n\nINTERPRETA\u00c7\u00c3O DA LEI 8.212/1991, DA LEI 8.213/1991 E DO\n\nDECRETO 3.038/1999. MAT\u00c9RIA INFRACONSTITUCIONAL. TEMA\n\n908. AUS\u00caNCIA DE REPERCUSS\u00c3O GERAL.\n\n(RE 892238 RG, Relator: Min. Luiz Fux, julgado em 05/08/2016,\n\nPROCESSO ELETR\u00d4NICO DJe-195 DIVULG 12-09-2016 PUBLIC\n\n13-09-2016) (g. n.)\n\nA prop\u00f3sito, o Colendo STJ posiciona-se pela n\u00e3o incid\u00eancia das contribui\u00e7\u00f5es devidas \u00e0 Seguridade Social (cota patronal), inclusive SAT/RAT e de terceiros sobre a verba recebida como ter\u00e7o constitucional de f\u00e9rias. Assim, n\u00e3o mais subsiste qualquer discuss\u00e3o jurisprudencial em torno do tema. Vejamos:\n\nTRIBUT\u00c1RIO. AGRAVO INTERNO NO RECURSO ESPECIAL. CONTRIBUI\u00c7\u00c3O PREVIDENCI\u00c1RIA. 1/3 DE F\u00c9RIAS. N\u00c3O INCID\u00caNCIA. 1. O Superior Tribunal de Justi\u00e7a pacificou o entendimento de que n\u00e3o incide contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria sobre o adicional de 1/3 (um ter\u00e7o) de f\u00e9rias, dada sua natureza indenizat\u00f3ria (REsp 1.230.957/RS, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, DJe 17/3/2014, julgado sob o rito do art. 543-C do CPC e Res. n. 8/STJ), ainda que se trate de empregado sujeito ao Regime Geral de Previd\u00eancia Social - RGPS. 2. A quest\u00e3o referente \u00e0 ofensa ao princ\u00edpio da reserva de plen\u00e1rio (art. 97 da CF) n\u00e3o deve ser confundida com a interpreta\u00e7\u00e3o de normas legais embasada na jurisprud\u00eancia deste Tribunal. 3. Agravo interno a que se nega provimento. (AgInt no REsp 1337780/CE, Rel. Ministro OG FERNANDES, SEGUNDA TURMA, julgado em 18/10/2016, DJe 24/10/2016) (g.n.)\n5\n\n\fTRIBUT\u00c1RIO. CONTRIBUI\u00c7\u00c3O PREVIDENCI\u00c1RIA. TER\u00c7O CONSTITUCIONAL DE F\u00c9RIAS. N\u00c3O INCID\u00caNCIA. 1. A Primeira Se\u00e7\u00e3o do STJ, no julgamento do REsp 1.230.957/RS, de relatoria do Min. Mauro Campbell Marques (DJe 18/3/2014), apreciado sob o rito do art. 543-C do CPC, firmou o entendimento de que n\u00e3o incide contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria patronal sobre a verba paga pelo empregador a t\u00edtulo de ter\u00e7o constitucional de f\u00e9rias, dada sua natureza indenizat\u00f3ria. 2. Agravo Regimental n\u00e3o provido. (AgRg no REsp 1559926/RS, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 18/08/2016, DJe 12/09/2016)\nAdemais, n\u00e3o h\u00e1 no ordenamento jur\u00eddico autoriza\u00e7\u00e3o legal para que ocorra a incid\u00eancia das contribui\u00e7\u00f5es devidas \u00e0 Seguridade Social (cota patronal), inclusive SAT/RAT e de terceiros sobre o ter\u00e7o constitucional de f\u00e9rias; n\u00e3o h\u00e1 qualquer previs\u00e3o nos instrumentos normativos aplic\u00e1veis, que autorize tal taxa\u00e7\u00e3o, visto que preveem apenas a incid\u00eancia da tributa\u00e7\u00e3o sobre parcelas que remunerem a contrapresta\u00e7\u00e3o do trabalho executado, o que n\u00e3o \u00e9 o caso do ter\u00e7o de f\u00e9rias.\nDesta feita, n\u00e3o h\u00e1 como se admitir a sujei\u00e7\u00e3o \u00e0 tributa\u00e7\u00e3o de parcela que a lei n\u00e3o autoriza expressamente, havendo permissivo somente para verbas recebidas em contrapresta\u00e7\u00e3o ao trabalho prestado. A import\u00e2ncia recebida pelo trabalhador a t\u00edtulo de ter\u00e7o de f\u00e9rias n\u00e3o est\u00e1 sujeita \u00e0 contribui\u00e7\u00e3o, visto que n\u00e3o \u00e9 paga para remunerar o trabalho do empregado.\nOutrossim, ainda que a Lei n\u00ba 8.212/91 viesse a estabelecer tal incid\u00eancia, esta seria flagrantemente inconstitucional, pois invadiria mat\u00e9ria reservada a Lei Complementar, conforme prev\u00ea o par\u00e1grafo 4\u00ba do art. 195 c/c inciso I do art. 154 da CF/88, na medida em que n\u00e3o h\u00e1 permissivo constitucional para tributa\u00e7\u00e3o de verba que n\u00e3o renumera o trabalho.\nNada obstante o Decreto n\u00ba 3.048/99 traga em seu art. 214, \u00a7 4\u00ba disposi\u00e7\u00e3o expressa dizendo que o adicional de f\u00e9rias que aqui se trata integra o sal\u00e1rio de contribui\u00e7\u00e3o, este n\u00e3o merece prosperar em face da jurisprud\u00eancia consolidada do STF e do STJ em sentido contr\u00e1rio. Ademais, o referido decreto transborda os limites da Lei n\u00ba 8.212/91, j\u00e1 que nessa n\u00e3o h\u00e1 qualquer previs\u00e3o sobre a possibilidade de incid\u00eancia das aludidas contribui\u00e7\u00f5es sobre o ter\u00e7o constitucional de f\u00e9rias.\n6\n\n\fPermitir que um decreto assuma o papel da Lei \u00e9 subverter a ordem jur\u00eddica e conceder \u00e0quele que cobra o tributo a possibilidade de utilizar-se de qualquer mecanismo que entenda necess\u00e1rio para satisfazer sua gana arrecadat\u00f3ria, sem que esse instrumento passe pelo crivo do legislativo. A fun\u00e7\u00e3o do decreto \u00e9 apenas explicar a Lei \u2013 torn\u00e1-la execut\u00e1vel \u2013 nunca criar situa\u00e7\u00f5es n\u00e3o previstas a pretexto de regulament\u00e1-las, conforme exegese do art. 84, inciso IV da CF/88.\nAo inv\u00e9s de explicar a lei, o Decreto n\u00ba 3.048/99 exorbitou o comando legal, regulando-a de forma diversa, extrapolando os limites legais, em ofensa ao dispositivo acima epigrafado. N\u00e3o h\u00e1, desta forma, como sanar a ilegalidade e inconstitucionalidade prevista no art. 214, \u00a7 4\u00ba do Decreto n 3.048/99, pois o Presidente da Rep\u00fablica, atrav\u00e9s da edi\u00e7\u00e3o do apontado decreto, exorbitou a lei.\n1.2. O aux\u00edlio-doen\u00e7a e aux\u00edlio-acidente (15 primeiros dias pagos pelo empregador)\nO valor do aux\u00edlio-doen\u00e7a (15 primeiros dias pagos pelo empregador) \u00e9 inclu\u00eddo erroneamente na base de c\u00e1lculo das contribui\u00e7\u00f5es devidas \u00e0 Seguridade Social (cota patronal), inclusive SAT/RAT e de terceiros, contrariando a jurisprud\u00eancia j\u00e1 pacificada dos Tribunais Regionais e Superiores, bem como a legisla\u00e7\u00e3o pertinente ao tema.\nPela legisla\u00e7\u00e3o de benef\u00edcios, o valor referente aos quinze primeiros dias de afastamento do empregado em tratamento, decorrente de acidente ou doen\u00e7a, \u00e9 suportado pela empresa.\nEste pagamento, contudo, n\u00e3o se confunde com folha de sal\u00e1rios, nem ao menos com demais rendimentos do trabalho pagos a qualquer t\u00edtulo. O valor pago em virtude de aux\u00edlio doen\u00e7a n\u00e3o \u00e9 remunera\u00e7\u00e3o ou verba salarial por n\u00e3o ser sinalagm\u00e1tico, ou seja, n\u00e3o decorre de uma contrapresta\u00e7\u00e3o pelo trabalho.\n7\n\n\fO empregado afastado por motivo de doen\u00e7a ou acidente n\u00e3o presta servi\u00e7o e, por isso, n\u00e3o recebe sal\u00e1rio, mas apenas uma verba de car\u00e1ter previdenci\u00e1rio de seu empregador, durante os primeiros quinze dias, devendo, em consequ\u00eancia, ser afastada as contribui\u00e7\u00f5es devidas \u00e0 Seguridade Social (cota patronal), inclusive SAT/RAT e de terceiros.\nAs contribui\u00e7\u00f5es sociais incidem t\u00e3o somente sobre as parcelas referentes \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o por servi\u00e7os prestados, e, desta forma, o aux\u00edliodoen\u00e7a n\u00e3o se enquadra no conceito de pagamento em contrapresta\u00e7\u00e3o de servi\u00e7os.\nN\u00e3o obstante a isso, pela interpreta\u00e7\u00e3o em conjunto do art. 195, \u00a7 4\u00ba e do art. 154, inciso I, ambos da CF/88, \u00e9 poss\u00edvel dizer que, mesmo que se pretendesse cobrar referida contribui\u00e7\u00e3o de outros valores que n\u00e3o aqueles expressos taxativamente pela Constitui\u00e7\u00e3o Federal, haveria a necessidade de sua institui\u00e7\u00e3o por meio de Lei Complementar, o que n\u00e3o se d\u00e1 no caso.\nAssim, qualquer lei ordin\u00e1ria que venha instituir contribui\u00e7\u00f5es devidas \u00e0 Seguridade Social (cota patronal), inclusive SAT/RAT e de terceiros sobre os valores pagos a t\u00edtulo de aux\u00edlio-doen\u00e7a ou aux\u00edlio-acidente ser\u00e1 taxada ilegal e inconstitucional.\nAdemais, o pr\u00f3prio inciso XIII do \u00a7 9\u00ba do art. 214 do Decreto n\u00ba 3.048/99, que regulamenta a Lei n\u00ba 8.212/91, exclui essa parcela da base de c\u00e1lculo da referida contribui\u00e7\u00e3o. Assim disp\u00f5e o dispositivo em destaque:\nArt. 214. Entende-se por sal\u00e1rio-de-contribui\u00e7\u00e3o: \u00a7 9 N\u00e3o integram o sal\u00e1rio-de-contribui\u00e7\u00e3o, exclusivamente: [...] XIII - a import\u00e2ncia paga ao empregado a t\u00edtulo de complementa\u00e7\u00e3o ao valor do aux\u00edlio-doen\u00e7a desde que este direito seja extensivo \u00e0 totalidade dos empregados da empresa; (g.n.)\nAssim sendo, da mesma forma que a legisla\u00e7\u00e3o converge para a n\u00e3o incid\u00eancia das contribui\u00e7\u00f5es devidas \u00e0 Seguridade Social (cota patronal), inclusive SAT/RAT e de terceiros sobre os 15 primeiros dias do aux\u00edlio-doen\u00e7a pago pela empresa ao empregado, a jurisprud\u00eancia tamb\u00e9m j\u00e1 \u00e9 mansa e pac\u00edfica neste mesmo entendimento.\n8\n\n\fO Colendo STJ j\u00e1 firmou posi\u00e7\u00e3o de que n\u00e3o incide contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria sobre o aux\u00edlio-doen\u00e7a pago pelo empregador, relativamente aos 15 primeiros dias da licen\u00e7a. Neste sentido, destacam-se os seguintes precedentes:\n\nTRF4:\n\nTRIBUT\u00c1RIO. AGRAVO INTERNO NO RECURSO ESPECIAL. INCID\u00caNCIA DE CONTRIBUI\u00c7\u00c3O PREVIDENCI\u00c1RIA SOBRE: SAL\u00c1RIO-MATERNIDADE, ADICIONAIS DE HORAS-EXTRAS, NOTURNO, INSALUBRIDADE E PERICULOSIDADE, D\u00c9CIMO TERCEIRO SAL\u00c1RIO E F\u00c9RIAS GOZADAS. MAT\u00c9RIA APRECIADA NO JULGAMENTO DOS RECURSOS ESPECIAIS 1.230.957/CE E 1.358.281/SP, SOB A SISTEM\u00c1TICA DO ART. 543-C DO CPC. AGRAVO INTERNO DO CONTRIBUINTE DESPROVIDO. 1. A 1a. Se\u00e7\u00e3o desta Corte, no julgamento dos Recursos Especiais 1.358.281/SP, da relatoria do eminente Ministro HERMAN BENJAMIN (DJe 5.12.2014), e 1.230.957/RS, da relatoria do eminente Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES (DJe 18.3.2014), sob o rito dos recursos repetitivos previsto art. 543-C do CPC, entendeu que n\u00e3o incide a contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria sobre o adicional de um ter\u00e7o de f\u00e9rias, sobre o aviso pr\u00e9vio indenizado e sobre os primeiros quinze dias de aux\u00edlio-doen\u00e7a e aux\u00edlio-acidente; incidindo sobre o adicional noturno e de periculosidade, sobre os sal\u00e1rios maternidade e paternidade, e sobre as horas-extras. 2. \u00c9 firme a orienta\u00e7\u00e3o desta Corte quanto \u00e0 incid\u00eancia de contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria sobre os adicionais de insalubridade e de transfer\u00eancia, devido \u00e0 natureza remunerat\u00f3ria de tais verbas. Precedentes: AgInt no REsp. 1.592.306/RS, Rel. Min. DIVA MALERBI, DJe 12.8.2016; AgRg no REsp. 1.573.297/SC, Rel. Min, REGINA HELENA COSTA, DJe 13.5.2016. 3. Tamb\u00e9m \u00e9 entendimento consolidado na Se\u00e7\u00e3o de Direito P\u00fablico desta Corte que incide Contribui\u00e7\u00e3o Previdenci\u00e1ria sobre a verba relativa ao 13o. sal\u00e1rio e f\u00e9rias gozadas. Precedentes: AgRg no AREsp. 502.771/SC, Rel. Min. GURGEL DE FARIA, DJe 18.8.2016; AgInt no REsp. 1.585.720/SC, Rel. Min. HUMBERTO MARTINS, DJe 17.8.2016 4. Nos termos da jurisprud\u00eancia do STJ, \u00e9 imposs\u00edvel a compensa\u00e7\u00e3o de cr\u00e9ditos tribut\u00e1rios administrados pela antiga Secretaria da Receita Federal com d\u00e9bitos de natureza previdenci\u00e1ria antes administrados pelo INSS (contribui\u00e7\u00f5es sociais previstas nas al\u00edneas a, b e c do par\u00e1grafo \u00fanico do art. 11 da Lei 8.212/91), ante a veda\u00e7\u00e3o legal estabelecida pelo art. 26 da Lei 11.457/07. Precedente: AgRg no REsp. 1.573.297/SC, Rel. Min. REGINA HELENA COSTA, DJe 13.5.2016. 5. Agravo Interno desprovido. (AgInt no REsp 1485574/PR, Rel. Ministro Napole\u00e3o Nunes Maia Filho, Primeira Turma, julgado em 17/11/2016, DJe 30/11/2016) (g.n.)\nEm sintonia, tamb\u00e9m \u00e9 a posi\u00e7\u00e3o sedimentada pelo Egr\u00e9gio\n\nEMENTA: TRIBUT\u00c1RIO. CONTRIBUI\u00c7\u00c3O PREVIDENCI\u00c1RIA. VERBAS INDENIZAT\u00d3RIAS. 1. O STJ pacificou o entendimento,\n9\n\n\fem julgamento proferido na sistem\u00e1tica do art. 543-C do CPC, sobre a n\u00e3o incid\u00eancia de contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria na remunera\u00e7\u00e3o dos primeiros quinze dias de afastamento dos empregados, que antecedem o aux\u00edlio-doen\u00e7a, no ter\u00e7o constitucional de f\u00e9rias, no aviso pr\u00e9vio indenizado e no pagamento in natura do aux\u00edlio-alimenta\u00e7\u00e3o. 2. O STF, na assentada de 10.03.2003, em caso an\u00e1logo (RE 478.410/SP, Rel. Min. Eros Grau), concluiu que \u00e9 inconstitucional a incid\u00eancia da contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria sobre o vale-transporte pago em pec\u00fania, j\u00e1 que, qualquer que seja a forma de pagamento, det\u00e9m o benef\u00edcio natureza indenizat\u00f3ria. (TRF4, AC 5020617-50.2015.404.7200, Primeira Turma, Relatora Maria de F\u00e1tima Freitas Labarr\u00e8re, juntado aos autos em 15/02/2017) (g. n.)\nEMENTA: TRIBUT\u00c1RIO. MANDADO DE SEGURAN\u00c7A. CONTRIBUI\u00c7\u00d5ES PREVIDENCI\u00c1RIAS. AFASTAMENTO POR MOTIVO DE DOEN\u00c7A OU ACIDENTE (QUINZE PRIMEIROS DIAS). AVISO PR\u00c9VIO INDENIZADO. TER\u00c7O CONSTITUCIONAL DE F\u00c9RIAS GOZADAS. 1. A jurisprud\u00eancia do Superior Tribunal de Justi\u00e7a pacificou-se no sentido de que n\u00e3o \u00e9 devida a contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria sobre a remunera\u00e7\u00e3o paga pelo empregador ao empregado durante os primeiros quinze dias de afastamento por motivo de doen\u00e7a ou acidente, porquanto essa verba n\u00e3o possui natureza salarial. 2. Diante da natureza indenizat\u00f3ria, \u00e9 indevida a incid\u00eancia de contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria sobre as verbas pagas a t\u00edtulo de aviso pr\u00e9vio indenizado. 3. Face \u00e0 natureza indenizat\u00f3ria, \u00e9 indevida a contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria sobre o ter\u00e7o constitucional de f\u00e9rias gozadas. (TRF4, AC 502197364.2016.404.7000, SEGUNDA TURMA, Relator ANDREI PITTEN VELLOSO, juntado aos autos em 29/03/2017)\nDesta feita, fica claro que n\u00e3o incidem contribui\u00e7\u00f5es devidas \u00e0\nSeguridade Social (cota patronal), inclusive SAT/RAT e de terceiros sobre o valor\npago pelo empregador ao empregado, a t\u00edtulo n\u00e3o remunerat\u00f3rio, dos 15 primeiros\ndias do aux\u00edlio-doen\u00e7a e aux\u00edlio-acidente.\n1.3. O aviso pr\u00e9vio indenizado (e seus\nreflexos)\nO aviso pr\u00e9vio indenizado, como o pr\u00f3prio nome preconiza, \u00e9\numa parcela de car\u00e1ter indenizat\u00f3rio e, como tal, n\u00e3o pode sofrer a incid\u00eancia das\ncontribui\u00e7\u00f5es devidas \u00e0 Seguridade Social (cota patronal), inclusive SAT/RAT e de\nterceiros, pois n\u00e3o se trata de contrapresta\u00e7\u00e3o a servi\u00e7o prestado, mas sim de uma\nindeniza\u00e7\u00e3o referente a um per\u00edodo que n\u00e3o ser\u00e1 trabalhado.\nN\u00e3o \u00e9 novo esse entendimento. J\u00e1 na \u00e9poca do extinto TFR, a\nS\u00famula 79 vedava tal incid\u00eancia:\n10\n\n\fSTF:\n\nS\u00famula 79 - Contribui\u00e7\u00e3o Previdenci\u00e1ria - Indeniza\u00e7\u00e3o de Aviso Pr\u00e9vio \u2013 Incid\u00eancia - N\u00e3o incide a contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria sobre a quantia paga a t\u00edtulo de indeniza\u00e7\u00e3o de aviso pr\u00e9vio.\nNesse sentido tamb\u00e9m sempre foram as decis\u00f5es do pr\u00f3prio\n\nEMENTA: PREVIDENCIA SOCIAL. AVISO PREVIO. O PAGAMENTO EM DINHEIRO DE AVISO PREVIO, DEVIDO PELA RESCISAO DO CONTRATO DE TRABALHO, TEM CAR\u00c1TER INDENIZATORIO E N\u00c3O SE CONFUNDE COM O SALARIO, NELE N\u00c3O INCIDINDO, PORTANTO, AS CONTRIBUI\u00c7\u00d5ES DE PREVIDENCIA. EXEGESE DO PAR 1 DO ART. 487, DA CONS. DAS LEIS DE TRABALHO. RECURSO CONHECIDO E PROVIDO. (RE 75237, Relator(a): Min. DJACI FALCAO, Primeira Turma, julgado em 27/04/1973, DJ 29-06-1973 PP-*****)\nEsse entendimento continuou prevalente em todos os tribunais,\ninclusive com o advento da Lei n\u00ba 8.212/91, que trouxe, em seu art. 28, \u00a7 9\u00ba,\nconforme reda\u00e7\u00e3o original, a exclus\u00e3o da parcela relativa ao aviso pr\u00e9vio indenizado:\n\nArt. 28. Entende-se por sal\u00e1rio-de-contribui\u00e7\u00e3o: \u00a7 9 N\u00e3o integram o sal\u00e1rio-de-contribui\u00e7\u00e3o: [...] e) a import\u00e2ncia recebida a t\u00edtulo de aviso pr\u00e9vio indenizado, f\u00e9rias indenizadas, indeniza\u00e7\u00e3o por tempo de servi\u00e7o e indeniza\u00e7\u00e3o a que se refere o art. 9 da Lei n 7.238, de 29 de outubro de 1984. (g.n.)\nAdemais, nem mesmo a altera\u00e7\u00e3o da lei fez com que se\nalterasse o posicionamento j\u00e1 consolidado em todos os tribunais, de que sobre\nparcelas indenizat\u00f3rias, como aviso pr\u00e9vio indenizado, n\u00e3o h\u00e1 incid\u00eancia das\ncontribui\u00e7\u00f5es devidas \u00e0 Seguridade Social (cota patronal), inclusive SAT/RAT e de\nterceiros.\n\nO art. 214, \u00a7 9\u00ba, al\u00ednea \u201cf\u201d do Decreto n 3.048/99 previa expressamente a figura do aviso pr\u00e9vio indenizado como uma das exclus\u00f5es do sal\u00e1rio de contribui\u00e7\u00e3o. Numa expressa ofensa \u00e0 legisla\u00e7\u00e3o p\u00e1tria e a tudo que j\u00e1 foi acima exposto, o Governo, por meio do Decreto n\u00ba 6.727/2009, revogou a al\u00ednea \u201cf\u201d do artigo supracitado. Essa decis\u00e3o, contudo, afronta tudo que j\u00e1 vinha sendo decidido.\n\n11\n\n\fAtualmente, em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 incid\u00eancia de contribui\u00e7\u00e3o\nprevidenci\u00e1ria sobre aviso pr\u00e9vio indenizado, o Tribunal Regional Federal da 4.\u00aa\nRegi\u00e3o (TRF4) adota o seguinte posicionamento:\nEMENTA: CONTRIBUI\u00c7\u00c3O PREVIDENCI\u00c1RIA E TERCEIROS. PRESCRI\u00c7\u00c3O. TER\u00c7O CONSTITUCIONAL DE F\u00c9RIAS GOZADAS. AVISO-PR\u00c9VIO INDENIZADO. PRIMEIROS QUINZE DIAS DE AFASTAMENTO DO TRABALHO POR INCAPACIDADE. HONOR\u00c1RIOS. 1. N\u00e3o h\u00e1 falar em prescri\u00e7\u00e3o se a parte autora j\u00e1 limita, na inicial, seu pedido aos \u00faltimos cinco anos. 2. N\u00e3o incide contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria sobre o pagamento dos primeiros quinze dias de afastamento do trabalho por incapacidade, avisopr\u00e9vio indenizado e ter\u00e7o constitucional de f\u00e9rias gozadas. As conclus\u00f5es referentes \u00e0s contribui\u00e7\u00f5es previdenci\u00e1rias tamb\u00e9m se aplicam \u00e0s contribui\u00e7\u00f5es devidas a terceiros, na medida em que a base de incid\u00eancia das mesmas tamb\u00e9m \u00e9 a folha de sal\u00e1rios. 3. N\u00e3o se tratando de senten\u00e7a il\u00edquida e sendo o valor do cr\u00e9dito pretendido inferior a 200 sal\u00e1rios m\u00ednimos, correta a senten\u00e7a que arbitra os honor\u00e1rios em 10% sobre o valor da condena\u00e7\u00e3o, com fulcro no \u00a7 3, I do art. 85. (TRF4, AC 5024976-27.2016.404.7000, Segunda Turma, Relator Roberto Fernandes J\u00fanior, juntado aos autos em 05/04/2017) (g.n.)\nPelo Colendo STJ:\nTRIBUT\u00c1RIO. PROCESSUAL CIVIL. CONTRIBUI\u00c7\u00c3O PREVIDENCI\u00c1RIA N\u00c3O INCIDENTE SOBRE OS PRIMEIROS QUINZE DIAS DE AUX\u00cdLIO-DOEN\u00c7A/ACIDENTE. 1. A Primeira Se\u00e7\u00e3o do STJ, no julgamento do REsp 1.230.957/RS, de relatoria do Min. Mauro Campbell Marques (DJe de 18/3/2014), apreciado sob o rito do art. 543-C do CPC, firmou o entendimento de que n\u00e3o incide contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria sobre as verbas pagas pelo empregador a t\u00edtulo de aux\u00edlio-doen\u00e7a nos 15 primeiros dias de afastamento, ter\u00e7o constitucional de f\u00e9rias e aviso pr\u00e9vio indenizado, dada sua natureza indenizat\u00f3ria, e n\u00e3o salarial. 2. N\u00e3o cabe ao Superior Tribunal de Justi\u00e7a, em recurso especial, mesmo com a finalidade de prequestionamento, a an\u00e1lise de suposta viola\u00e7\u00e3o de dispositivos constitucionais, sob pena de usurpa\u00e7\u00e3o da compet\u00eancia do Supremo Tribunal Federal. Agravo regimental improvido. (AgRg no REsp 1582200/PR, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 05/04/2016, DJe 13/04/2016) (g.n.)\nPortanto, todos os pagamentos que n\u00e3o se qualificarem\njuridicamente como remunera\u00e7\u00e3o pelo trabalho n\u00e3o s\u00e3o pass\u00edveis da incid\u00eancia das\ncontribui\u00e7\u00f5es devidas \u00e0 Seguridade Social (cota patronal), inclusive SAT/RAT e de\nterceiros. Sobre o aviso pr\u00e9vio indenizado ensina o ilustre professor Maur\u00edcio\nGodinho Delgado, ministro do TST:\n12\n\n\f\u201cO pagamento do aviso pr\u00e9vio prestado em trabalho tem natureza nitidamente salarial: o per\u00edodo de seu cumprimento \u00e9 retribu\u00eddo por meio de sal\u00e1rio, o que lhe confere esse inequ\u00edvoco car\u00e1ter. Contudo, n\u00e3o se tratando de pr\u00e9-aviso laborado, mas somente indenizado, n\u00e3o h\u00e1 como insistir-se em sua natureza salarial. A parcela deixou de ser adimplida por meio de labor, n\u00e3o recebendo a contrapresta\u00e7\u00e3o inerente a este, o sal\u00e1rio. Neste caso, sua natureza indenizat\u00f3ria inequivocamente desponta, uma vez que se trata de ressarcimento de parcela trabalhista n\u00e3o adimplida mediante a equa\u00e7\u00e3o trabalho/sal\u00e1rio.\u201d1\nPor oportuno, cumpre destacar decis\u00e3o proferida pela Segunda Turma do STJ, onde restou assentado que \u201co valor pago a t\u00edtulo de indeniza\u00e7\u00e3o em raz\u00e3o da aus\u00eancia de aviso pr\u00e9vio tem o intuito de reparar o dano causado ao trabalhador que n\u00e3o fora comunicado sobre a futura rescis\u00e3o de seu contrato de trabalho com a anteced\u00eancia m\u00ednima estipulada na CLT, bem como n\u00e3o p\u00f4de usufruir da redu\u00e7\u00e3o na jornada de trabalho a que teria direito (arts. 487 e seguintes da CLT). Assim, por n\u00e3o se tratar de verba salarial, n\u00e3o incide contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria sobre os valores pagos a t\u00edtulo de aviso pr\u00e9vio indenizado\u201d (REsp 1.198.964-PR, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 2/9/2010).\nAl\u00e9m disso, por tamb\u00e9m ter incidido como reflexo decorrente do aviso pr\u00e9vio indenizado, ou seja, constitui o seu acess\u00f3rio, o acompanha, sendo igualmente indenizat\u00f3ria, n\u00e3o admitindo a sua taxa\u00e7\u00e3o pelas contribui\u00e7\u00f5es destinadas \u00e0 Previd\u00eancia Social, SAT/RAT e terceiros.\nPor derradeiro, conclui-se que h\u00e1 muito tempo o entendimento \u00e9 no sentido de que n\u00e3o incidem as contribui\u00e7\u00f5es devidas \u00e0 Seguridade Social (cota patronal), inclusive SAT/RAT e de terceiros sobre aviso pr\u00e9vio indenizado.\n1.4. O abono assiduidade (pr\u00eamioassiduidade)\nPor for\u00e7a de conven\u00e7\u00e3o coletiva de trabalho a que a Embargante/Executada est\u00e1 sujeita, fica ela obrigada a pagar o denominado pr\u00eamioassiduidade, correspondente a import\u00e2ncia paga \u00e0queles que n\u00e3o possu\u00edrem falta ou atraso durante determinado per\u00edodo.\n1 DELGADO, Maur\u00edcio Godinho. Curso de direito do trabalho. 5. ed. S\u00e3o Paulo: Ltr, 2006, p. 11711172\n13\n\n\fA referida verba \u00e9 paga como medida para redu\u00e7\u00e3o do\nabsente\u00edsmo, do n\u00famero de atestados m\u00e9dicos e de atrasos, reduzindo, pois, os\nper\u00edodos de aus\u00eancia no ambiente de trabalho.\nO abono assiduidade (pr\u00eamio-assiduidade) n\u00e3o \u00e9 destinado a\nremunera\u00e7\u00e3o do trabalho, n\u00e3o tendo natureza salarial. Visa, pois, premiar aqueles\nempregados que se empenharam durante todo ano, n\u00e3o faltando ao trabalho ou\nchegando atrasado.\nComo visto, o abono assiduidade (pr\u00eamio-assiduidade) trata de\nimport\u00e2ncia n\u00e3o habitual, eis que somente pago quando inexistir falta ou atraso\ndurante determinado per\u00edodo, de modo que n\u00e3o \u00e9 pass\u00edvel de tributa\u00e7\u00e3o, ex vi art.\n28, \u00a7 9\u00ba, al\u00ednea \u2018e\u2019, item 7 e al\u00ednea \u2018z\u2019 da Lei n\u00ba 8.212/91:\nArt. 28. [...] \u00a7 9\u00ba N\u00e3o integram o sal\u00e1rio-de-contribui\u00e7\u00e3o para os fins desta Lei, exclusivamente: (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n\u00ba 9.528, de 10.12.97) e) as import\u00e2ncias: (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n\u00ba 9.528, de 1997) [...] 7. recebidas a t\u00edtulo de ganhos eventuais e os abonos expressamente desvinculados do sal\u00e1rio; (Inclu\u00eddo pela Lei n\u00ba 9.711, de 1998). [...] z) os pr\u00eamios e os abonos. (Inclu\u00eddo pela Lei n\u00ba 13.467, de 2017)\nO Colendo STJ e Egr\u00e9gio TRF4 firmaram o entendimento de\nque n\u00e3o incide contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria sobre o abono assiduidade (pr\u00eamio-\nassiduidade), pois n\u00e3o se trata de contrapresta\u00e7\u00e3o ao trabalho:\nTRIBUT\u00c1RIO. CONTRIBUI\u00c7\u00c3O PREVIDENCI\u00c1RIA PATRONAL. ABONO ASSIDUIDADE. NATUREZA INDENIZAT\u00d3RIA. N\u00c3O INCID\u00caNCIA. I - A jurisprud\u00eancia do Superior Tribunal de Justi\u00e7a firmou-se no sentido de que n\u00e3o incide contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria, a cargo do empregador, sobre as verbas pagas a t\u00edtulo de abono assiduidade, folgas n\u00e3o gozadas, aux\u00edlio-creche e conv\u00eanio sa\u00fade. Precedentes: REsp 1.620.058/RS, Rel. Ministro Og Fernandes, Segunda Turma, julgado em 16/3/2017, DJe 3/5/2017; REsp 1.660.784/RS, Rel. Ministro Herman Benjamin, Segunda Turma, julgado em 18/5/2017, DJe 20/6/2017; AgRg no REsp 1.545.369/SC, Rel. Ministra Assusete Magalh\u00e3es, Segunda Turma, julgado em 16/2/2016, DJe 24/2/2016. II - Agravo interno improvido (AgInt no REsp. 1.624.354/RS, Rel. Min. FRANCISCO FALC\u00c3O, DJe 21.8.2017)\nTRIBUT\u00c1RIO. CONTRIBUI\u00c7\u00c3O PREVIDENCI\u00c1RIA. ABONOASSIDUIDADE. FOLGAS N\u00c3O GOZADAS. N\u00c3O INCID\u00caNCIA.\n14\n\n\f1. N\u00e3o incide Contribui\u00e7\u00e3o Previdenci\u00e1ria sobre abono-assiduidade, folgas n\u00e3o gozadas, dada a natureza indenizat\u00f3ria dessas verbas. Precedentes do STJ. 2. Recurso Especial n\u00e3o provido (REsp 1580842/SC, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 03/03/2016, DJe de 24/05/2016).\n\nEMENTA: TRIBUT\u00c1RIO. MANDADO DE SEGURAN\u00c7A. LEGITIMIDADE PASSIVA. CONTRIBUI\u00c7\u00d5ES PREVIDENCI\u00c1RIAS. F\u00c9RIAS GOZADAS. SAL\u00c1RIO-MATERNIDADE. HORAS EXTRAS. pr\u00eamio-assiduidade. [...] 5. A jurisprud\u00eancia do STJ j\u00e1 firmou o entendimento de que n\u00e3o incide contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria sobre o pr\u00eamio-assiduidade convertido em pec\u00fania, pois n\u00e3o se trata de contrapresta\u00e7\u00e3o ao trabalho. (TRF4, AC 5002536-10.2016.4.04.7203, SEGUNDA TURMA, Relator LUIZ CARLOS CANALLI, juntado aos autos em 19/06/2017)\n\nEMENTA: TRIBUT\u00c1RIO. PROCESSUAL CIVIL. CONTRIBUI\u00c7\u00c3O\n\nPREVIDENCI\u00c1RIA.\n\nTER\u00c7O\n\nCONSTITUCIONAL\n\nDE\n\nF\u00c9RIAS. ABONO ASSIDUIDADE (PR\u00caMIO-ASSIDUIDADE).\n\nADICIONAL NOTURNO. ADICIONAL DE TRANSFER\u00caNCIA.\n\nADICIONAL DE INSALUBRIDADE E DE PERICULOSIDADE. [...] 5.\n\nN\u00e3o incide Contribui\u00e7\u00e3o Previdenci\u00e1ria sobre o abono-assiduidade\n\n(pr\u00eamio-assiduidade) convertido em pec\u00fania [...]. (TRF4 5002714-\n\n50.2016.4.04.7108, PRIMEIRA TURMA, Relator AMAURY CHAVES\n\nDE ATHAYDE, juntado aos autos em 30/08/2016)\n\nEMENTA: TRIBUT\u00c1RIO. CONTRIBUI\u00c7\u00c3O PREVIDENCI\u00c1RIA. MANDADO DE SEGURAN\u00c7A. LEGITIMIDADE PASSIVA. AFASTAMENTO POR MOTIVO DE DOEN\u00c7A OU ACIDENTE (QUINZE PRIMEIROS DIAS). SAL\u00c1RIO-MATERNIDADE. AVISO PREVIO INDENIZADO. F\u00c9RIAS GOZADAS. TER\u00c7O CONSTITUCIONAL DE F\u00c9RIAS. HORAS EXTRAS. PR\u00caMIOASSIDUIDADE. [...] 8. A jurisprud\u00eancia do STJ j\u00e1 firmou o entendimento de que n\u00e3o incide contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria sobre o pr\u00eamio-assiduidade convertido em pec\u00fania, pois n\u00e3o se trata de contrapresta\u00e7\u00e3o ao trabalho. (TRF4, APELREEX 500197202.2014.4.04.7203, SEGUNDA TURMA, Relator ANDREI PITTEN VELLOSO, juntado aos autos em 24/06/2015)\n\nB. Da demonstra\u00e7\u00e3o de incid\u00eancia das contribui\u00e7\u00f5es sobre as verbas indenizat\u00f3rias\n\nApresenta-se em anexo planilhas demonstrativas de c\u00e1lculos (doc. 10), apontando a efetiva incid\u00eancia tribut\u00e1ria sobre as rubricas com car\u00e1ter indenizat\u00f3rio, inclu\u00eddas na base de c\u00e1lculo das contribui\u00e7\u00f5es destinadas \u00e0 Previd\u00eancia Social, SAT/RAT e terceiros impugnadas.\n\nA apura\u00e7\u00e3o se deu com o cotejo das folhas de sal\u00e1rios da Embargante/Executada (doc. 08) e das GFIPs apresentadas no per\u00edodo (doc. 09).\n\n15\n\n\fAssim, como o v\u00edcio que inquina os t\u00edtulos executivos refere-se \u00e0 apura\u00e7\u00e3o da base de c\u00e1lculo dos cr\u00e9ditos tribut\u00e1rios exigidos, imp\u00f5e-se o reconhecimento e a declara\u00e7\u00e3o de nulidade dos cr\u00e9ditos tribut\u00e1rios que exigem exa\u00e7\u00e3o tribut\u00e1ria sobre as rubricas n\u00e3o salariais (indenizat\u00f3rias).\nIsto porque n\u00e3o se trata de mero erro na exig\u00eancia, mas de inconstitucionalidade e ilegalidade que atinge a pr\u00f3pria base de c\u00e1lculo das contribui\u00e7\u00f5es.\nII. Da revoga\u00e7\u00e3o da contribui\u00e7\u00e3o ao SEBRAE/APEX/ABDI, INCRA e SAL\u00c1RIO-EDUCA\u00c7\u00c3O\nCom a decis\u00e3o do STF (RE 635.682) sobre a contribui\u00e7\u00e3o para o SEBRAE/APEX/ABDI restou definido \u2013 entre outras quest\u00f5es \u2013 que o tributo \u201c\u00e9, na verdade, uma contribui\u00e7\u00e3o de interven\u00e7\u00e3o no dom\u00ednio econ\u00f4mico[, pois] tributo destinado a custear uma interven\u00e7\u00e3o no dom\u00ednio econ\u00f4mico, em benef\u00edcio das micro e pequenas empresas, e n\u00e3o ao financiamento da seguridade social\u201d. 2 (g.n.)\nAssim, a contribui\u00e7\u00e3o para o SEBRAE/APEX/ABDI encontra suporte de validade no art. 149 da CF/88; com efeito, imp\u00f5e-se observ\u00e2ncia ao art. 149, incisos III, al\u00ednea \u2018a\u2019 da CF/88, inclu\u00eddo pela EC 33/2001.\nConsiderando a defini\u00e7\u00e3o de que o referido tributo tem natureza jur\u00eddica de contribui\u00e7\u00e3o de interven\u00e7\u00e3o no dom\u00ednio econ\u00f4mico (CIDE), o art. 149, \u00a7 2\u00ba, incisos I e III, inclu\u00eddos pela Emenda Constitucional n\u00ba 33/2001, passou a constituir o sustent\u00e1culo constitucional da contribui\u00e7\u00e3o destinada ao SEBRAE/APEX/ABDI.\nDesta forma, legisla\u00e7\u00e3o infraconstitucional que fixe \u00e0 base de c\u00e1lculo da CIDE outra grandeza econ\u00f4mica al\u00e9m daquela prevista na CF/88, ou mesmo a desconsidere, inevitavelmente ser\u00e1 considerada incompat\u00edvel aos dispositivos supra.\n2 RE 635682, Relator(a): Min. GILMAR MENDES, Tribunal Pleno, julgado em 25/04/2013, AC\u00d3RD\u00c3O ELETR\u00d4NICO REPERCUSS\u00c3O GERAL - M\u00c9RITO DJe-098 DIVULG 23-05-2013 PUBLIC 24-05-2013.\n16\n\n\fA Lei n\u00ba 8.029/90, fruto da convers\u00e3o da Medida Provis\u00f3ria n\u00ba\n151/90, instituiu a contribui\u00e7\u00e3o destinada ao SEBRAE/APEX/ABDI. O referido\ninstrumento normativo assim disp\u00f5e em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 base de c\u00e1lculo da contribui\u00e7\u00e3o:\nArt. 8\u00b0 \u00c9 o Poder Executivo autorizado a desvincular, da Administra\u00e7\u00e3o P\u00fablica Federal, o Centro Brasileiro de Apoio \u00e0 Pequena e M\u00e9dia Empresa - CEBRAE, mediante sua transforma\u00e7\u00e3o em servi\u00e7o social aut\u00f4nomo. \u00a7 1\u00b0 Os Programas de Apoio \u00e0s Empresas de Pequeno Porte que forem custeados com recursos da Uni\u00e3o passam a ser coordenados e supervisionados pela Secretaria Nacional de Economia, Fazenda e Planejamento. \u00a7 2\u00b0 Os Programas a que se refere o par\u00e1grafo anterior ser\u00e3o executados, nos termos da legisla\u00e7\u00e3o em vigor, pelo Sistema CEBRAE/CEAGS, atrav\u00e9s da celebra\u00e7\u00e3o de conv\u00eanios e contratos, at\u00e9 que se conclua o processo de autonomiza\u00e7\u00e3o do CEBRAE. \u00a7 3\u00ba Para atender \u00e0 execu\u00e7\u00e3o das pol\u00edticas de apoio \u00e0s micro e \u00e0s pequenas empresas, de promo\u00e7\u00e3o de exporta\u00e7\u00f5es, de desenvolvimento industrial e de promo\u00e7\u00e3o do setor museal, fica institu\u00eddo adicional \u00e0s al\u00edquotas das contribui\u00e7\u00f5es sociais relativas \u00e0s entidades de que trata o art. 1\u00ba do Decreto-Lei n\u00ba 2.318, de 30 de dezembro de 1986, de: (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Medida Provis\u00f3ria n\u00ba 850, de 2018) (Produ\u00e7\u00e3o de efeitos) a) um d\u00e9cimo por cento no exerc\u00edcio de 1991; (Inclu\u00eddo pela Lei n\u00ba 8.154, de 1990) b) dois d\u00e9cimos por cento em 1992; e (Inclu\u00eddo pela Lei n\u00ba 8.154, de 1990) c) tr\u00eas d\u00e9cimos por cento a partir de 1993. (Inclu\u00eddo pela Lei n\u00ba 8.154, de 1990) \u00a7 4\u00ba O adicional de contribui\u00e7\u00e3o a que se refere o \u00a7 3\u00ba ser\u00e1 arrecadado e repassado mensalmente pelo \u00f3rg\u00e3o ou entidade da administra\u00e7\u00e3o p\u00fablica federal ao Servi\u00e7o Brasileiro de Apoio \u00e0s Micro e Pequenas Empresas - Sebrae, \u00e0 Ag\u00eancia de Promo\u00e7\u00e3o de Exporta\u00e7\u00f5es do Brasil - Apex-Brasil, \u00e0 Ag\u00eancia Brasileira de Desenvolvimento Industrial - ABDI e \u00e0 Ag\u00eancia Brasileira de Museus Abram, na propor\u00e7\u00e3o de setenta e nove inteiros e setenta e cinco cent\u00e9simos por cento ao Sebrae, doze inteiros e vinte e cinco cent\u00e9simos por cento \u00e0 Apex-Brasil, dois inteiros por cento \u00e0 ABDI e seis por cento \u00e0 Abram. (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Medida Provis\u00f3ria n\u00ba 850, de 2018) (Produ\u00e7\u00e3o de efeitos)\nAs entidades de que trata o Decreto-Lei no 2.318/86 s\u00e3o o\nServi\u00e7o Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), o Servi\u00e7o Nacional de\nAprendizagem Comercial (SENAC), o Servi\u00e7o Social da Ind\u00fastria (SESI) e o Servi\u00e7o\nSocial do Com\u00e9rcio (SESC), cujas respectivas contribui\u00e7\u00f5es incidem sobre a folha\nde sal\u00e1rios, por for\u00e7a de dispositivo constitucional restritivo a essas entidades (art.\n240 da CF/88).\nTendo em vista que a Lei n\u00ba 8.029/90, com as reda\u00e7\u00f5es das\nLeis n\u00bas 8.154/90, 10.668/2003 e 11.080/2004 tratou a contribui\u00e7\u00e3o destinada ao\n17\n\n\fSEBRAE/APEX/ABDI como adicional das contribui\u00e7\u00f5es a terceiros (SENAI, SENAC, SESI e SESC), \u00e9 ineg\u00e1vel que tamb\u00e9m tem por base de c\u00e1lculo a folha de sal\u00e1rios.\nCumpre, ent\u00e3o, verificar se a legisla\u00e7\u00e3o ordin\u00e1ria encontra-se compat\u00edvel com o art. 149, \u00a7 2\u00ba, inciso III, al\u00ednea \u2018a\u2019 da CF/88, inclu\u00eddo no texto constitucional no intuito de restringir as contribui\u00e7\u00f5es sociais e as contribui\u00e7\u00f5es de interven\u00e7\u00e3o no dom\u00ednio econ\u00f4mico. Isso porque o citado dispositivo circunscreveu as bases de c\u00e1lculos, limitando o campo de discricionariedade do legislador na elei\u00e7\u00e3o da base de c\u00e1lculo deste tributo.\nO art. 149, \u00a7 2\u00ba, inciso III, al\u00ednea \u2018a\u2019 da CF/88 disp\u00f5e que as contribui\u00e7\u00f5es sociais e de interven\u00e7\u00e3o no dom\u00ednio econ\u00f4mico poder\u00e3o ter \u201cpor base o faturamento, a receita bruta ou o valor da opera\u00e7\u00e3o e, no caso de importa\u00e7\u00e3o, o valor aduaneiro\u201d.\nO dispositivo constitucional \u00e9 claro e cristalino que, no caso das contribui\u00e7\u00f5es de interven\u00e7\u00e3o no dom\u00ednio econ\u00f4mico \u2013 o que abrange a contribui\u00e7\u00e3o destinada ao SEBRAE/APEX/ABDI \u2013, a sua al\u00edquota dever\u00e1 incidir sobre o faturamento ou a receita bruta ou o valor da opera\u00e7\u00e3o ou o valor aduaneiro, o que \u00e9 n\u00e3o observado nas Leis n\u00bas 8.029/90, 8.154/90, 10.668/2003 e 11.080/2004.\nA Lei n\u00ba 8.029/90 e suas altera\u00e7\u00f5es posteriores, ao eleger e manter a folha de sal\u00e1rios como base econ\u00f4mica da contribui\u00e7\u00e3o destinada ao SEBRAE/APEX/ABDI extrapolam os limites previstos no art. 149, \u00a7 2\u00ba, inciso III, al\u00ednea \u2018a\u2019 da CF/88, que n\u00e3o prev\u00ea esta base de c\u00e1lculo para as contribui\u00e7\u00f5es de interven\u00e7\u00e3o no dom\u00ednio econ\u00f4mico.\nCom efeito, a base de c\u00e1lculo da contribui\u00e7\u00e3o para o SEBRAE/APEX/ABDI n\u00e3o poderia ser a folha de sal\u00e1rios, eis que n\u00e3o encontra fundamento de validade no art. 195 ou 240 da CF/88. Ali\u00e1s, ao julgar o RE 396.266, o Supremo Tribunal Federal que \u201cn\u00e3o se inclui, portanto, a contribui\u00e7\u00e3o do SEBRAE, no rol do art. 240\u201d.\n18\n\n\fPor oportuno, cumpre ressaltar as palavras da eminente Ministra Ellen Gracie 3 junto ao RE 559.937 (tratou da base de c\u00e1lculo do PIS/PASEP-Importa\u00e7\u00e3o e da COFINS-Importa\u00e7\u00e3o), \u201ca reda\u00e7\u00e3o do art. 149, \u00a7 2\u00ba, III, a, da Constitui\u00e7\u00e3o, pois, ao circunscrever a tributa\u00e7\u00e3o [...] teve o efeito de impedir a pulveriza\u00e7\u00e3o de contribui\u00e7\u00f5es sobre bases de c\u00e1lculo n\u00e3o previstas, evitando, assim, efeitos extrafiscais inesperados e adversos\u201d.\nDurante o mesmo julgamento, o eminente Ministro Ricardo Lewandowski assentou que \u201co rol do artigo 149, inciso III, al\u00ednea a, \u00e9 um rol taxativo, ele estabelece as bases econ\u00f4micas sobre as quais podem incidir as al\u00edquotas desse imposto. E n\u00e3o \u00e9 poss\u00edvel, como notou tamb\u00e9m o Ministro Luiz Fux, que a lei ordin\u00e1ria amplie este rol taxativo, consignado na Constitui\u00e7\u00e3o\u201d (g.n.).\nTal refer\u00eancia \u00e0s bases impon\u00edveis, que se diga, n\u00e3o se trata de mera sugest\u00e3o de tributa\u00e7\u00e3o \u2013 papel que n\u00e3o adequado \u00e0 Constitui\u00e7\u00e3o \u2013, mas sim de verdadeira outorga e delimita\u00e7\u00e3o da compet\u00eancia tribut\u00e1ria; em raz\u00e3o disso, n\u00e3o \u00e9 permitido extrapolar a base circunscrita constitucionalmente. Da mesma forma, n\u00e3o se pode dizer tratar-se de mero ponto de partida ou estabelecimento de al\u00edquota m\u00ednima, eis que a \u201cnorma [constitucional] delimita, por inteiro, a base de c\u00e1lculo das contribui\u00e7\u00f5es sociais a ser adotada nos casos de importa\u00e7\u00e3o\u201d4, cujo entendimento \u00e9 aplic\u00e1vel, integralmente, \u00e0 CIDE.\nA utiliza\u00e7\u00e3o do termo \"poder\u00e3o\", no referido art. 149, \u00a7 2\u00ba, inciso III da CF/88, ali\u00e1s,\n\u201c[...] n\u00e3o enuncia simples 'alternativa de tributa\u00e7\u00e3o em rol meramente exemplificativo. Note-se que o pr\u00f3prio art. 145 da CF, ao falar em compet\u00eancia dos diversos entes pol\u00edticos para instituir impostos taxas e contribui\u00e7\u00f5es de melhoria, tamb\u00e9m se utiliza do mesmo termo, dizendo que \"poder\u00e3o\" instituir tais tributos. N\u00e3o significa, contudo, que se trate de rol exemplificativo, ou seja, que os entes pol\u00edticos possam instituir, al\u00e9m daqueles, quaisquer outros tributos que lhes pare\u00e7am \u00fateis. O que podem fazer est\u00e1 expresso no texto constitucional, seja no art. 145, seja nos artigos 148 e 149. Ali\u00e1s, cabe destacar que mesmo as normas concessivas de compet\u00eancia tribut\u00e1ria possuem uma fei\u00e7\u00e3o negativa ou limitadora.\n3 RE 559937, Voto: Min. ELLEN GRACIE, Tribunal Pleno, julgado em 20/03/2013. 4 RE 559937, Voto-Vista: Min. DIAS TOFFOLI, Tribunal Pleno, julgado em 20/03/2013.\n19\n\n\fIsso porque, ao autorizarem determinada tributa\u00e7\u00e3o, vedam o que nelas n\u00e3o se cont\u00e9m. [...] N\u00e3o seria razo\u00e1vel, ainda, interpretar a refer\u00eancia \u00e0s bases econ\u00f4micas como meras sugest\u00f5es de tributa\u00e7\u00e3o, porquanto n\u00e3o cabe \u00e0 Constitui\u00e7\u00e3o sugerir, mas outorgar compet\u00eancias e tra\u00e7ar os seus limites\u201d5\nA inobserv\u00e2ncia do dispositivo constitucional faz com que a norma infraconstitucional, que prev\u00ea um dos crit\u00e9rios da regra-matriz de incid\u00eancia tribut\u00e1ria, seja incompat\u00edvel; no conflito entre as normas, \u00e9 de prevalecer, por certo, a constante no texto constitucional.\nPortanto, a contribui\u00e7\u00e3o para o SEBRAE/APEX/ABDI com fulcro nas Leis n\u00ba 8.029/90, 8.154/90, 10.668/2003 e 11.080/2004, \u00e9 incompat\u00edvel com o art. 149, \u00a7 2\u00ba, inciso III, al\u00ednea \u2018a\u2019 da CF/88, tendo sido revogada, por aus\u00eancia de recep\u00e7\u00e3o, pela Emenda Constitucional n\u00ba 33/2001.\nEm raz\u00e3o da pertin\u00eancia, cumpre destacar que a Procuradoria Geral da Rep\u00fablica, em parecer apresentado junto ao RE 603.624, consignou que\n\u201c09. Dessa forma, n\u00e3o h\u00e1 mais como prevalecer o entendimento de\nque lei ordin\u00e1ria, ou at\u00e9 mesmo complementar, possa prever outra modalidade de base de c\u00e1lculo para a exa\u00e7\u00e3o, em se tratando de al\u00edquota \"ad valorem\", que n\u00e3o o faturamento, a receita bruta ou o valor da opera\u00e7\u00e3o e, no caso de importa\u00e7\u00e3o, o valor aduaneiro. \u00c9 que, ap\u00f3s a EC n\u00b0 33/2001, a base de c\u00e1lculo da exa\u00e7\u00e3o alcan\u00e7ou n\u00edvel constitucional, n\u00e3o podendo, por isso, ser acrescentada outra base de c\u00e1lculo ao elenco previsto constitucionalmente\n10. Assim, a nova ordem constitucional, a partir da Emenda 33/2001, n\u00e3o recepcionou a incid\u00eancia da questionada exa\u00e7\u00e3o sobre a folha de sal\u00e1rio das empresas, posto que a mat\u00e9ria se encontra exaustivamente disciplinada pela Constitui\u00e7\u00e3o Federal\u201d (g.n.).\nPortanto, a contribui\u00e7\u00e3o destinada ao SEBRAE/APEX/ABDI, por ter natureza jur\u00eddica de CIDE, por\u00e9m incidir sobre base econ\u00f4mica (folha de sal\u00e1rios) n\u00e3o prevista no art. 149, \u00a7 2\u00ba, inciso III, al\u00ednea \u2018a\u2019 da CF/88, inclu\u00edda pela Emenda Constitucional n\u00ba 33/2001, foi revogada, o que acomete de v\u00edcio insan\u00e1vel as d\u00edvidas ativas.\n5 RE 559937, Voto: Min. ELLEN GRACIE, Tribunal Pleno, julgado em 20/03/2013. 20\n\n\fA mesma situa\u00e7\u00e3o se verifica em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 contribui\u00e7\u00e3o destinada ao INCRA, que decorre daquela criada pela Lei n\u00ba 2.613/55, mantida pela Decreto-lei n\u00ba 1.146/70, assim dispondo:\nArt 3\u00ba \u00c9 mantido o adicional de 0,4% (quatro d\u00e9cimos por cento) a contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria das empr\u00easas, institu\u00eddo no \u00a7 4\u00ba do artigo 6\u00ba da Lei n\u00ba 2.613, de 23 de setembro de 1955, com a modifica\u00e7\u00e3o do artigo 35, \u00a7 2\u00ba, item VIII, da Lei n\u00famero 4.863, de 29 de novembro de 1965. Vide Lei Complementar n\u00ba 11, de 1971\nAp\u00f3s, sobreveio a Lei Complementar n\u00ba 11/71 para majorar a al\u00edquota da contribui\u00e7\u00e3o de que trata o art. 3\u00ba do Decreto-lei n\u00ba 1.146/70, para 2,6%, restando 2,4% ao FUNRURAL e 0,2% ao INCRA.\nMesmo depois de v\u00e1rios debates quanto \u00e0 natureza jur\u00eddica da exa\u00e7\u00e3o, o Superior Tribunal de Justi\u00e7a, no REsp 977.058, submetido ao regime dos recursos repetitivos, firmou o entendimento no sentido de que a contribui\u00e7\u00e3o destinada ao INCRA tem natureza de contribui\u00e7\u00e3o de interven\u00e7\u00e3o no dom\u00ednio econ\u00f4mico (CIDE), com fundamento no art. 149 da CF/88. Ali\u00e1s, \u00e9 o que consta na s\u00famula 516/STJ:\nA contribui\u00e7\u00e3o de interven\u00e7\u00e3o no dom\u00ednio econ\u00f4mico para o Incra (Decreto-Lei n. 1.110/1970), devida por empregadores rurais e urbanos, n\u00e3o foi extinta pelas Leis ns. 7.787/1989, 8.212/1991 e 8.213/1991, n\u00e3o podendo ser compensada com a contribui\u00e7\u00e3o ao INSS. (S\u00famula 516, PRIMEIRA SE\u00c7\u00c3O, julgado em 25/02/2015, DJe 02/03/2015) (g.n.)\nEstabelecida a natureza jur\u00eddica da contribui\u00e7\u00e3o destinada ao INCRA, a sua exa\u00e7\u00e3o deve amoldar-se ao correspondente fundamento jur\u00eddico constitucional, o qual recai, na hip\u00f3tese sobre o art. 149 da CF/88.\nPara evitar a tautologia lembra-se, apenas, que \u2013 de acordo com as mesmas raz\u00f5es e fundamentos aduzidos em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 contribui\u00e7\u00e3o para o SEBRAE/APEX/ABDI \u2013 a contribui\u00e7\u00e3o destinada ao INCRA n\u00e3o poderia ser a folha de sal\u00e1rios, eis que n\u00e3o encontra fundamento de validade no art. 195 ou 240 da CF/88.\nOu seja, a Lei n\u00ba 2.613/55, o Decreto-lei n\u00ba 1.146/70 e as altera\u00e7\u00f5es posteriores relativas \u00e0 referida contribui\u00e7\u00e3o, ao eleger e manter a folha de\n21\n\n\fsal\u00e1rios como base econ\u00f4mica da contribui\u00e7\u00e3o destinada ao INCRA extrapolam os\nlimites previstos no art. 149, \u00a7 2\u00ba, inciso III, al\u00ednea \u2018a\u2019 da CF/88, que n\u00e3o prev\u00ea esta\nbase de c\u00e1lculo para as contribui\u00e7\u00f5es de interven\u00e7\u00e3o no dom\u00ednio econ\u00f4mico.\n\u00c9 de bom alvitre apontar que a Procuradoria Geral da\nRep\u00fablica, em parecer apresentado junto ao RE 630.898, consignou que\n\u201cA partir da edi\u00e7\u00e3o da EC n\u00b0 33/01 houve significativa modifica\u00e7\u00e3o na\nsistem\u00e1tica das contribui\u00e7\u00f5es de interven\u00e7\u00e3o no dom\u00ednio econ\u00f4mico, as quais devem se submeter \u00e0s novas prescri\u00e7\u00f5es constitucionais acrescidas ao art. 149 da CF. [...] Os novos aspectos quantitativos previstos \u00e0s contribui\u00e7\u00f5es interventivas no art. 149, \u00a7 2o, III, da CF pela EC n\u00b0 33/01, evidenciam o intuito do legislador constituinte reformador de restringir a cria\u00e7\u00e3o indiscriminada de CIDEs, vinculando-as atividades propriamente econ\u00f4micas. De acordo com o (ft princ\u00edpio da efetividade, a Constitui\u00e7\u00e3o n\u00e3o tr\u00e1s f\u00f3rmulas v\u00e3s. Assim, o rol de bases econ\u00f4micas elencado \u00e9 exaustivo. [...] Por outro lado, se o art. 149, \u00a7 2o, III, da CF permitiu o\"bis in idem\" em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 contribui\u00e7\u00e3o social do art. 195,1, al\u00edneas \"b\", da CF, ao autorizar a incid\u00eancia de al\u00edquota ad valorem, tendo por base o faturamento, a receita bruta ou o valor aduaneiro, afastou, implicitamente, a possibilidade de contribui\u00e7\u00e3o sobre afolha de sal\u00e1rios, que \u00e9 a base econ\u00f4mica da contribui\u00e7\u00e3o ao INCRA. [...] Diante dessas considera\u00e7\u00f5es, conclui-se que a contribui\u00e7\u00e3o ao INCRA, embora tenha sido recepcionada pela CF/88, foi revogada pela EC n\u00b0 33/01, por ser sua base econ\u00f4mica incompat\u00edvel com o novo rol exaustivo de bases impon\u00edveis admitidas no art. 149, \u00a72\u00b0, III, da CF.\u201d (g.n.).\nIgualmente \u00e0 outra contribui\u00e7\u00e3o, a base de c\u00e1lculo da\ncontribui\u00e7\u00e3o destinada ao INCRA n\u00e3o guarda adequa\u00e7\u00e3o material com o art. 149, \u00a7\n2\u00ba, inciso III, al\u00ednea \u2018a\u2019 da CF/88, inclu\u00edda pela Emenda Constitucional n\u00ba 33/2001, de\nmodo que \u00e9 incompat\u00edvel, n\u00e3o tendo sido recepcionada pela referida emenda e,\nconsectariamente, nulifica os d\u00e9bitos fiscais.\nAl\u00e9m dessas contribui\u00e7\u00f5es, a contribui\u00e7\u00e3o do sal\u00e1rio-educa\u00e7\u00e3o\n\u00e9 contribui\u00e7\u00e3o social que tem fundamento no art. 212, \u00a7 5\u00ba da CF/88. Na forma do\nart. 15 da Lei n\u00ba 9.424/96 e art. 1\u00ba do Decreto n\u00ba 6.003/2006, a referida contribui\u00e7\u00e3o\nsocial ser\u00e1 calculada com base na al\u00edquota de 2,5%, incidente sobre o total da\nremunera\u00e7\u00e3o paga ou creditada, a qualquer t\u00edtulo, aos segurados empregados:\n22\n\n\fArt 15. O Sal\u00e1rio-Educa\u00e7\u00e3o, previsto no art. 212, \u00a7 5\u00ba, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal e devido pelas empresas, na forma em que vier a ser disposto em regulamento, \u00e9 calculado com base na al\u00edquota de 2,5% (dois e meio por cento) sobre o total de remunera\u00e7\u00f5es pagas ou creditadas, a qualquer t\u00edtulo, aos segurados empregados, assim definidos no art. 12, inciso I, da Lei n\u00ba 8.212, de 24 de julho de 1991. (Regulamento) (Regulamento) (Regulamento)\nArt. 1o A contribui\u00e7\u00e3o social do sal\u00e1rio-educa\u00e7\u00e3o obedecer\u00e1 aos mesmos prazos, condi\u00e7\u00f5es, san\u00e7\u00f5es e privil\u00e9gios relativos \u00e0s contribui\u00e7\u00f5es sociais e demais import\u00e2ncias devidas \u00e0 Seguridade Social, aplicando-se-lhe, no que for cab\u00edvel, as disposi\u00e7\u00f5es legais e demais atos normativos atinentes \u00e0s contribui\u00e7\u00f5es previdenci\u00e1rias, ressalvada a compet\u00eancia do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educa\u00e7\u00e3o - FNDE, sobre a mat\u00e9ria. \u00a7 1o A contribui\u00e7\u00e3o a que se refere este artigo ser\u00e1 calculada com base na al\u00edquota de dois inteiros e cinco d\u00e9cimos por cento, incidente sobre o total da remunera\u00e7\u00e3o paga ou creditada, a qualquer t\u00edtulo, aos segurados empregados, ressalvadas as exce\u00e7\u00f5es legais, e ser\u00e1 arrecadada, fiscalizada e cobrada pela Secretaria da Receita Previdenci\u00e1ria.\nA contribui\u00e7\u00e3o do sal\u00e1rio-educa\u00e7\u00e3o, prevista no art. 212, \u00a7 5\u00ba da CF/88, por n\u00e3o encontrar fundamento de validade no art. 195 ou 240 da CF/88, deve observar as limita\u00e7\u00f5es prescritas no art. 149 da CF/88, a qual, a partir da Emenda Constitucional n\u00ba 33/2001, limitou a incid\u00eancia das contribui\u00e7\u00f5es sociais ao faturamento, \u00e0 receita bruta ou ao valor da opera\u00e7\u00e3o.\nComo consequ\u00eancia, repisando os argumentos aduzidos acima, a contribui\u00e7\u00e3o do sal\u00e1rio-educa\u00e7\u00e3o n\u00e3o pode incidir sobre \u201c[...] o total de remunera\u00e7\u00f5es pagas ou creditadas, a qualquer t\u00edtulo, aos segurados empregados [...]\u201d, porque incompat\u00edvel com o art. 149, \u00a7 2\u00ba, inciso III, al\u00ednea \u2018a\u2019 da CF/88, tendo sido revogada pela Emenda Constitucional n\u00ba 33/2001, que trouxe um rol taxativo de bases impon\u00edveis para as contribui\u00e7\u00f5es sociais. Igualmente \u00e0s demais, a revoga\u00e7\u00e3o imp\u00f5e a nulidade dos t\u00edtulos executivos impugnados.\nIII. Da inconstitucionalidade do encargo legal \u2013 Sucessivamente (revoga\u00e7\u00e3o pelo CPC/15)\nQuando o cr\u00e9dito tribut\u00e1rio da Uni\u00e3o \u00e9 inscrito em d\u00edvida ativa, o Fisco exige o encargo previsto no Decreto-lei n\u00ba 1.025/69, de 10% antes de ajuizada a execu\u00e7\u00e3o fiscal e de 20% ap\u00f3s o ajuizamento.\n23\n\n\fIn casu, consta na exordial do executivo fiscal embargado e no t\u00edtulo executivo impugnado a incid\u00eancia do encargo legal previsto no Decreto-lei n\u00ba 1.025/69 (docs. 05/06). Nada obstante a previs\u00e3o legal, o encargo legal \u00e9 inconstitucional.\nConforme assenta Leandro Paulsen6 sobre o encargo legal, os \u201cvalores exigidos pelo Poder P\u00fablico que n\u00e3o s\u00e3o decorrentes de contrato e que nem indenizat\u00f3rios podem ser considerados em face da falta de rela\u00e7\u00e3o com qualquer despesa efetiva a ser ressarcida, configuram tributo\u201d.\nGiza o art. 3\u00ba do CTN que \u201ctributo \u00e9 toda presta\u00e7\u00e3o pecuni\u00e1ria compuls\u00f3ria, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que n\u00e3o constitua san\u00e7\u00e3o de ato il\u00edcito, institu\u00edda em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada\u201d.\nOra, o encargo legal \u00e9 (i) exigido por for\u00e7a de instrumento normativo (Decreto-lei n\u00b0 1.025/69), independente da vontade das partes, raz\u00e3o pela qual \u00e9 obriga\u00e7\u00e3o ex lege e compuls\u00f3ria; (ii) resulta de percentual incidente sobre o d\u00e9bito tribut\u00e1rio, inclusive sobre os juros e a multa; (iii) n\u00e3o se funda ou pressup\u00f5e ato il\u00edcito; e (iv) decorre de atividade administrativa (inscri\u00e7\u00e3o em d\u00edvida ativa) realizada pela Procuradoria da Fazenda Nacional. Colhe-se das caracter\u00edsticas do encargo legal que o mesmo representa tributo, sem, contudo, encontrar suporte constitucional.\nO encargo exigido pela Uni\u00e3o - Fazenda Nacional pelo s\u00f3 ato de inscri\u00e7\u00e3o do debito tribut\u00e1rio em d\u00edvida ativa, n\u00e3o guardando correspond\u00eancia com um fato econ\u00f4mico praticado pelo contribuinte ou sustentado por qualquer das regras de compet\u00eancia previstas na CF/88, colide, diametralmente, com os constitucionais arts. 145; 146, inciso III; 148; 149; 153 e 154, inciso I.\nAdemais, uma vez caracterizado como tributo, n\u00e3o poderia ser veiculado por instrumento normativo outro que n\u00e3o uma Lei Complementar, nos termos do art. 146, inciso III e 148, ambos da CF/88.\n6 PAULSEN, Leandro. Direito tribut\u00e1rio: constitui\u00e7\u00e3o e c\u00f3digo tribut\u00e1rio \u00e0 luz da doutrina e da jurisprud\u00eancia. 11. ed. Porto Alegre: Livraria do Advogado Editora; ESMAGE, 2009, p. 1274.\n24\n\n\fSobre a necessidade de institui\u00e7\u00e3o do encargo legal por Lei Complementar, traz-se \u00e0 baila precedentes do Supremo Tribunal Federal que julgaram inconstitucional o encargo institu\u00eddo por legisla\u00e7\u00e3o estadual, conforme a ementas que seguem:\n\n\u00c9 INCONSTITUCIONAL O ART. 1. DA LEI N. 10.421, DE 3.12.71, DO ESTADO DE S\u00c3O PAULO, QUE INSTITUI ACR\u00c9SCIMO PELA INSCRI\u00c7\u00c3O DO D\u00c9BITO FISCAL. RECURSO EXTRAORDIN\u00c1RIO PARCIALMENTE CONHECIDO E PROVIDO. (RE 84994, Relator(a): Min. XAVIER DE ALBUQUERQUE, Tribunal Pleno, julgado em 13/04/1977, DJ 16-06-1978 PP-04396 EMENT VOL-01100-02 PP-00612 RTJ VOL-00087-01 PP-00204)\n\n- 1. CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA INCIDE TAMB\u00c9M SOBRE A MULTA\n\nFISCAL, E N\u00c3O SOMENTE SOBRE O TRIBUTO. REEXAME DO\n\nTEMA PELO PLEN\u00c1RIO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (RE\n\n82.616, 10.6.77). 2. ACR\u00c9SCIMO PELA INSCRI\u00c7\u00c3O DA DIVIDA\n\nFISCAL. SUA REDU\u00c7\u00c3O, PELAS INST\u00c2NCIAS ORDIN\u00c1RIAS, DE\n\n20% PARA 10%. PRETENS\u00c3O DO FISCO NO SENTIDO DE SER\n\nCANCELADA TAL REDU\u00c7\u00c3O; IMPROCED\u00caNCIA, AT\u00c9 PORQUE O\n\nPR\u00d3PRIO\n\nACR\u00c9SCIMO\n\n\u00c9\n\nILEGITIMO,\n\nSENDO\n\nINCONSTITUCIONAIS O ART. 1\u00ba E SEU PAR\u00c1GRAFO \u00daNICO DA\n\nLEI PAULISTA N\u00ba 10.421/7 (RE 84.944, 13.4.77, PLEN\u00c1RIO). 3.\n\nRECURSO EXTRAORDIN\u00c1RIO PARCIALMENTE CONHECIDO E\n\nPROVIDO.\n\n(RE 86977, Relator(a): Min. XAVIER DE ALBUQUERQUE, Segunda\n\nTurma, julgado em 12/08/1977, DJ 26-08-1977 PP-05763 EMENT\n\nVOL-01067-01 PP-00423 RTJ VOL-00082-02 PP-00610)\n\n\u00c0 \u00e9poca em que prolatadas as decis\u00f5es supra, vigorava a CF/67 e EC 1/69, as quais reservavam \u00e0 Lei Complementar estabelecer normas gerais de direito tribut\u00e1rio, ex vi art. art. 19, \u00a7 1\u00ba e art. 18, \u00a7 1\u00ba, respectivamente.\n\nAssim, o encargo legal foi editado e \u00e9 sustentado ainda hoje por ve\u00edculo normativo inadequado, seja sob o imp\u00e9rio dos dispositivos constitucionais vigentes \u00e0 \u00e9poca da sua institui\u00e7\u00e3o, seja sob o manto da CF/88. Com efeito, o encargo legal baseado no Decreto-lei n\u00ba 1.025/69 afrontou o art. art. 19, \u00a7 1\u00ba da CF/67, o art. 18, \u00a7 1\u00ba da EC 1/69 e afronta o art. 146, inciso III da CF/88.\n\nAinda, o encargo legal viola, ainda, o art. 39, \u00a7 4\u00ba da CF/887, porquanto adiciona \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o do procurador p\u00fablico valor inadmitido pelo aludido texto constitucional.\n\n7 Ibidem. 25\n\n\fMais, o encargo legal n\u00e3o se destina a custear \u201ctaxas, custas e emolumentos relacionados com a execu\u00e7\u00e3o fiscal\u201d, sobretudo quando se tem que a Uni\u00e3o - Fazenda Nacional \u00e9 isenta de custas quando litiga.\nO encargo legal viola, outrossim, os princ\u00edpios constitucionais da razoabilidade e da proporcionalidade, eis que estabelece percentual fixo sem qualquer propor\u00e7\u00e3o com o efetiva despesa administrativa gerada com a inscri\u00e7\u00e3o do d\u00e9bito tribut\u00e1rio em d\u00edvida ativa.\nNota-se, pois, que n\u00e3o h\u00e1 uma equival\u00eancia entre o percentual do encargo - que ser\u00e1 sempre fixo e independer\u00e1 do valor ou de qualquer outra situa\u00e7\u00e3o - com a efetiva despesa com a inscri\u00e7\u00e3o do d\u00e9bito tribut\u00e1rio em d\u00edvida ativa. Da\u00ed porque dizer que o encargo legal, tal como estabelecido e exigido atualmente, ofende os princ\u00edpios constitucionais da razoabilidade e da proporcionalidade.\nEm vista dos argumentos acima, deve ser declarada a inconstitucionalidade, incidenter tantum, do encargo legal de 20% que incide sobre os t\u00edtulos executivos impugnados, o que acarretar\u00e1 a nulidade dos t\u00edtulos executivos.\nSucessivamente, n\u00e3o se entendendo inconstitucional o encargo legal, tal foi tacitamente revogado pela Lei n\u00ba 13.105/2015 (CPC/15), na medida em que, na hip\u00f3tese de considerar-se o encargo legal como honor\u00e1rios advocat\u00edcios, a Lei n\u00ba 13.105/2015 regulou exaustivamente a mat\u00e9ria.\nIV. Do excesso de execu\u00e7\u00e3o \u2013 Tese sucessiva\nCaso seja o entendimento de que a exig\u00eancia de contribui\u00e7\u00f5es destinadas \u00e0 Previd\u00eancia Social, SAT/RAT e terceiros sobre verbas indenizat\u00f3rias e a insubsist\u00eancia na exig\u00eancia de contribui\u00e7\u00f5es e encargo legal incompat\u00edveis com o ordenamento jur\u00eddico e/ou revogados n\u00e3o imponha a nulidade do t\u00edtulo executivo questionado, a sua exa\u00e7\u00e3o implica, ao menos, sejam os correspondentes valores expurgados do montante exigido.\n26\n\n\fOs documentos e planilhas apresentados com esta exordial\ndemonstram, categoricamente, a efetiva incid\u00eancia dos valores questionados.\nOu seja, apresenta a Embargante/Executada demonstrativo\ndiscriminado e atualizado (at\u00e9 a data do ajuizamento, para fins de estabelecer-se os\nmesmos par\u00e2metros do t\u00edtulo) no tocante aos valores sobre os quais n\u00e3o poderia\nincidir tributa\u00e7\u00e3o (doc. 10), ocasionando redu\u00e7\u00e3o pr\u00f3xima a R$ 114.000,00 do total\noriginalmente exequendo, al\u00e9m do encargo legal, conforme c\u00e1lculos preliminares,\npendentes de confirma\u00e7\u00e3o em liquida\u00e7\u00e3o de senten\u00e7a.\nV. Da suspens\u00e3o do curso da execu\u00e7\u00e3o fiscal\nEm 20 de outubro de 2011, a 1\u00aa Turma do Colendo Superior\nTribunal de Justi\u00e7a, alterou a sua linha de julgar, pelo que passou a admitir a\nsuspens\u00e3o dos executivos fiscais pela oposi\u00e7\u00e3o dos Embargos \u00e0 Execu\u00e7\u00e3o Fiscal,\nn\u00e3o aplicando mais o art. 739-A do CPC/73. O julgado citado restou assim\nementado:\nPROCESSUAL CIVIL. EFEITO SUSPENSIVO A EMBARGOS \u00c0 EXECU\u00c7\u00c3O FISCAL. INAPLICABILIDADE DO ART. 739-A DO CPC. 1. O art. 739-A do CPC, que nega aos embargos de devedor, como regra, o efeito suspensivo, n\u00e3o \u00e9 aplic\u00e1vel \u00e0s execu\u00e7\u00f5es fiscais. Em primeiro lugar, porque h\u00e1 disposi\u00e7\u00f5es expressas reconhecendo, ainda que indiretamente, o efeito suspensivo aos embargos nessas execu\u00e7\u00f5es (arts. 19 e 24 da Lei 6.380/80 e art. 53, \u00a7 4\u00ba da Lei 8.212/91). E, em segundo lugar, porque, a mesma Lei 11.362/06 - que acrescentou o art. 739-A ao CPC (retirando dos embargos, em regra, o efeito suspensivo autom\u00e1tico) -, tamb\u00e9m alterou o art. 736 do C\u00f3digo, para retirar desses embargos a exig\u00eancia da pr\u00e9via garantia de ju\u00edzo. O legislador, evidentemente, associou uma situa\u00e7\u00e3o \u00e0 outra, associa\u00e7\u00e3o que se deu tamb\u00e9m no \u00a7 1\u00ba do art. 739-A: a outorga de efeito suspensivo sup\u00f5e, entre outros requisitos, \"que a execu\u00e7\u00e3o j\u00e1 esteja garantida por penhora, dep\u00f3sito ou cau\u00e7\u00e3o suficientes\". Ora, ao contr\u00e1rio do que ocorre no CPC, no regime da execu\u00e7\u00e3o fiscal, persiste a norma segundo a qual \"n\u00e3o s\u00e3o admiss\u00edveis embargos do executado antes de garantida a execu\u00e7\u00e3o\" por dep\u00f3sito, fian\u00e7a ou penhora (art. 16, \u00a7 1\u00ba da Lei 6.830/80). 2. Recurso especial improvido. (REsp 1178883/MG, Rel. Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI, PRIMEIRA TURMA, julgado em 20/10/2011, DJe 25/10/2011)\nNo mesmo sentido: AgRg no AREsp 126.300/PR, Rel. Ministro\nBENEDITO GON\u00c7ALVES, PRIMEIRA TURMA, julgado em 19/04/2012, DJe\n25/04/2012; AgRg no REsp 1283416/AL, Rel. Ministro NAPOLE\u00c3O NUNES MAIA\n27\n\n\fFILHO, PRIMEIRA TURMA, julgado em 02/02/2012, DJe 09/02/2012; REsp 1291923/PR, Rel. Ministro BENEDITO GON\u00c7ALVES, PRIMEIRA TURMA, julgado em 01/12/2011, DJe 07/12/2011.\nA orienta\u00e7\u00e3o ent\u00e3o consignada no \u00e2mbito do referido Tribunal Superior apresenta-se como a mais coerente, sen\u00e3o vejamos.\nSegundo a Lei n\u00ba 6.830/80, o efeito suspensivo \u00e9 uma das consequ\u00eancias dos Embargos \u00e0 Execu\u00e7\u00e3o Fiscal. Tal conclus\u00e3o se obt\u00e9m da exegese dos seguintes dispositivos, verbis:\nArt. 18 - Caso n\u00e3o sejam oferecidos os embargos, a Fazenda P\u00fablica manifestar-se-\u00e1 sobre a garantia da execu\u00e7\u00e3o.\nArt. 19 - N\u00e3o sendo embargada a execu\u00e7\u00e3o ou sendo rejeitados os embargos, no caso de garantia prestada por terceiro, ser\u00e1 este intimado, sob pena de contra ele prosseguir a execu\u00e7\u00e3o nos pr\u00f3prios autos, para, no prazo de 15 (quinze) dias:\nArt. 24 - A Fazenda P\u00fablica poder\u00e1 adjudicar os bens penhorados: I - antes do leil\u00e3o, pelo pre\u00e7o da avalia\u00e7\u00e3o, se a execu\u00e7\u00e3o n\u00e3o for embargada ou se rejeitados os embargos;\nArt. 32 - Os dep\u00f3sitos judiciais em dinheiro ser\u00e3o obrigatoriamente feitos: [...] \u00a7 2\u00ba - Ap\u00f3s o tr\u00e2nsito em julgado da decis\u00e3o, o dep\u00f3sito, monetariamente atualizado, ser\u00e1 devolvido ao depositante ou entregue \u00e0 Fazenda P\u00fablica, mediante ordem do Ju\u00edzo competente.\nOs dispositivos legais supra preveem que os atos execut\u00f3rios (especialmente os expropriat\u00f3rios) somente podem ser realizados nas hip\u00f3teses em que os embargos n\u00e3o sejam oferecidos ou, quando oferecidos, ap\u00f3s a sua decis\u00e3o definitiva; evidenciam, pois, a suspens\u00e3o do prosseguimento da execu\u00e7\u00e3o fiscal at\u00e9 o julgamento final dos embargos.\nData venia os entendimentos em sentido diverso, nota-se que a Lei n\u00ba 6.830/80 possui previs\u00e3o legal espec\u00edfica sobre a suspens\u00e3o dos executivos fiscais pela apresenta\u00e7\u00e3o dos embargos do devedor, pelo que n\u00e3o h\u00e1 como aplicar disposi\u00e7\u00f5es previstas em outros instrumentos normativos.\nHugo de Brito Machado Segundo e Raquel Cavalcanti Ramos\n28\n\n\fMachado8 ensinam que:\n\u201cA Lei n\u00ba 6.830/1980 n\u00e3o \u00e9 omissa em rela\u00e7\u00e3o aos efeitos a serem atribu\u00eddos aos embargos. Essa, pelo menos, \u00e9 a conclus\u00e3o a que conduzem os seus arts. 17, 18, 19, 24 e 32. Talvez o art. 739, \u00a7 1\u00ba, do CPC fosse referido pelos que cuidavam da execu\u00e7\u00e3o fiscal e dos efeitos a serem atribu\u00eddos aos embargos, em face de sua reda\u00e7\u00e3o mais direta e expl\u00edcita. Mas isto n\u00e3o significa que a lei espec\u00edfica, disciplinadora das execu\u00e7\u00f5es fiscais, nada diga a respeito\u201d. (g.n.)\nLembra-se que a aplica\u00e7\u00e3o de outros dispositivos legais nos procedimentos executivos fiscais somente ocorrer\u00e1 de forma subsidi\u00e1ria, quando a solu\u00e7\u00e3o n\u00e3o possa decorrer da interpreta\u00e7\u00e3o e aplica\u00e7\u00e3o da norma especial, ex vi art. 1\u00ba da Lei n\u00ba 6.830/80.\nComo a lei especial trata dos efeitos atribu\u00edveis aos embargos \u00e0 execu\u00e7\u00e3o fiscal, as disposi\u00e7\u00f5es previstas na lei geral (CPC/73 ou CPC/15) n\u00e3o lhe s\u00e3o aplic\u00e1veis, eis que em desacordo com a norma especial que rege tais procedimentos.\nAs disposi\u00e7\u00f5es do art. 919 do CPC/15 (reproduziu a ideia do art. 739-A do CPC/73) s\u00e3o inaplic\u00e1veis \u00e0s execu\u00e7\u00f5es fiscais porque o referido dispositivo est\u00e1 compreendido num sistema processual que admite a oposi\u00e7\u00e3o de embargos sem a exig\u00eancia da pr\u00e9via garantia do ju\u00edzo (art. 914 do CPC/15), raz\u00e3o pela qual n\u00e3o confere efeito suspensivo autom\u00e1tico. Situa\u00e7\u00e3o diversa ocorre nas execu\u00e7\u00f5es fiscais, cujos embargos somente s\u00e3o admiss\u00edveis ap\u00f3s garantida, ainda que parcialmente, a execu\u00e7\u00e3o, ainda, nos termos do art. 16, \u00a7 1\u00ba da Lei n\u00ba 6.830/80.\nFernando Facury Scaff9 explica o que motiva a distin\u00e7\u00e3o entre o processo de execu\u00e7\u00e3o fiscal dos demais processos executivos:\n\u201cA legisla\u00e7\u00e3o distingue entre execu\u00e7\u00f5es fiscais e as demais execu\u00e7\u00f5es afetas \u00e0 jurisdi\u00e7\u00e3o civil quando institui procedimentos diferentes para as distintas rela\u00e7\u00f5es jur\u00eddicas, na medida em que s\u00e3o diferentes as rela\u00e7\u00f5es entre credor e devedor nos dom\u00ednios civil e fiscal, bem como a dos t\u00edtulos executivos decorrentes. A rela\u00e7\u00e3o tribut\u00e1ria n\u00e3o se afigura uma rela\u00e7\u00e3o entre partes iguais, tal como as\n8 MACHADO, Hugo de Brito; MACHADO, Raquel Cavalcanti Ramos. Ainda a suspens\u00e3o da execu\u00e7\u00e3o fiscal pela oposi\u00e7\u00e3o dos embargos. In: Execu\u00e7\u00e3o fiscal: um tema atual sob diferentes olhares. Bras\u00edlia: Consulex, 2011. p. 202. 9 SCAFF, Fernando Facury. A nova lei processual e a execu\u00e7\u00e3o fiscal. Dispon\u00edvel em: . Acesso em: 27 abr. 2017.\n29\n\n\frela\u00e7\u00f5es civis. H\u00e1 um evidente desequil\u00edbrio em favor do Fisco na rela\u00e7\u00e3o, decorrente de sua vincula\u00e7\u00e3o ao interesse p\u00fablico. E, diante dessa prerrogativa, instituem-se leis e subjuga-se o cidad\u00e3o ao seu adimplemento [...]\u201d.\nTendo em vista que as bases legais alhures atribuem efeitos distintos para os embargos \u2013 diverg\u00eancia motivada em raz\u00e3o dos contextos em que se inserem \u2013, \u201ca pura e simples transposi\u00e7\u00e3o do art. 739-A do CPC [atual 919 do CPC/15] \u00e0s execu\u00e7\u00f5es fiscais n\u00e3o representaria mera aplica\u00e7\u00e3o subsidi\u00e1ria, mas acarretaria, na verdade, uma profunda modifica\u00e7\u00e3o do sistema dos embargos previstos na Lei 6.830/80, agravando sensivelmente a posi\u00e7\u00e3o jur\u00eddica do executado\u201d.10\nA interpreta\u00e7\u00e3o sistem\u00e1tica das normas aplic\u00e1veis reclama a autom\u00e1tica atribui\u00e7\u00e3o dos efeitos suspensivos aos embargos \u00e0 execu\u00e7\u00e3o fiscal, forte no que disp\u00f5e os arts. 18, 19, 24 e 32 da Lei n\u00ba 6.830/80.\nSendo assim, pede a Embargante/Executada seja determinada a suspens\u00e3o do executivo fiscal at\u00e9 o julgamento final dos embargos.\nA. Da concess\u00e3o da liminar \u2013 Tutela provis\u00f3ria de urg\u00eancia\nAinda que a atribui\u00e7\u00e3o de efeito suspensivo aos embargos decorra da pr\u00f3pria Lei n\u00ba 6.830/80, caso este n\u00e3o seja o entendimento deste MM. Ju\u00edzo, tal n\u00e3o afasta o poder geral de cautela, ex vi art. 294 e seguintes do CPC/15, que permite a determina\u00e7\u00e3o de medidas para evitar preju\u00edzos manifestamente indevidos \u00e0s partes.\nOu seja, o processo de execu\u00e7\u00e3o fiscal pode ser suspenso como medida para evitar preju\u00edzo \u00e0 ora Embargante/Executada, no caso da concess\u00e3o de tutela provis\u00f3ria.\n10 REsp 1178883/MG, Rel. Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI, PRIMEIRA TURMA, julgado em 20/10/2011, DJe 25/10/2011.\n30\n\n\fExcel\u00eancia, os fundamentos conduzem \u2013 de forma tranquila e serena \u2013 \u00e0 certeza em rela\u00e7\u00e3o a probabilidade do direito, tendo em conta que as contribui\u00e7\u00f5es destinadas \u00e0 Previd\u00eancia Social, SAT/RAT e terceiros incidiram sobre verbas indenizat\u00f3rias.\nOs elementos de prova, desde j\u00e1 \u2013 somados \u00e0queles que ser\u00e3o apresentados durante o curso do feito \u2013 demonstram, categoricamente, que a obriga\u00e7\u00e3o tribut\u00e1ria \u00e9 exigida de forma manifestamente ilegal e inconstitucional.\nSobre isto, cumpre destacar que a jurisprud\u00eancia consolidada sobre o tema, produzida pelo Colendo Superior Tribunal de Justi\u00e7a, em julgamento realizado sob o rito dos recursos repetitivos (REsp 1.230.957), segundo o qual n\u00e3o incide contribui\u00e7\u00e3o sobre o ter\u00e7o constitucional de f\u00e9rias, os 15 dias que antecedem o aux\u00edlio doen\u00e7a e o aviso pr\u00e9vio indenizado.\nPortanto, n\u00e3o parece existir d\u00favidas quanto \u00e0 relev\u00e2ncia dos fundamentos do direito vindicado.\nQuanto ao perigo de dano, conquanto existam fundamentos relevantes demonstrativos das ilegalidades e inconstitucionalidades impostas \u00e0 Embargante/Executada, reside no fato de que, ab initio, o im\u00f3vel penhora \u00e9 o local onde estabelecida a sede da Embargante/Executada, o qual, se alienado, extinguir\u00e1 as suas atividades, gerando consequ\u00eancias delet\u00e9rias a todos os que dela necessitam, sobretudo os pacientes internados nos hospitais em que atua.\nSobre isto, importa ressaltar que a Embargante/Executada atende uma m\u00e9dia de quase 40.000 transfus\u00f5es de sangue por ano, ou seja, mais de 3.400 transfus\u00f5es por m\u00eas. Apenas para o Sistema \u00danico de Sa\u00fade (SUS), executa, em m\u00e9dia, mais de 20.000 coletas de sangue e mais de 25.000 transfus\u00f5es, anualmente; do total das transfus\u00f5es realizadas nos hospitais em que atua, aproximadamente 70% s\u00e3o em benef\u00edcio a pacientes do SUS.\nCom efeito, a cessa\u00e7\u00e3o das atividades em fun\u00e7\u00e3o da arremata\u00e7\u00e3o do im\u00f3vel que comporta a sua sede, ocasionar\u00e1 a consequente\n31\n\n\finterrup\u00e7\u00e3o aos essenciais e indispens\u00e1veis atendimentos oferecidos \u00e0 sociedade, com maior preju\u00edzo aos pacientes do Sistema \u00danico de Sa\u00fade.\nNada obstante, tamb\u00e9m merece considera\u00e7\u00e3o o perigo da manuten\u00e7\u00e3o da execu\u00e7\u00e3o fiscal, ileg\u00edtima, em patamar exorbitante (R$ 804.199,20 \u2013 em mar\u00e7o/2017), quando a Embargante/Executada demonstra, dede o in\u00edcio, que a exig\u00eancia se d\u00e1 de maneira manifestamente insubsistente.\nA n\u00e3o suspens\u00e3o da execu\u00e7\u00e3o fiscal tamb\u00e9m gera risco ao resultado \u00fatil do processo, na medida em que, mesmo depois de obter \u00eaxito contra a obriga\u00e7\u00e3o tribut\u00e1ria impugnada, estar\u00e1 diante de uma cen\u00e1rio de \u201cterra arrasada\u201d.\nAssim, presentes os requisitos necess\u00e1rios \u00e0 concess\u00e3o da tutela de urg\u00eancia, \u00e9 a presente para suplicar a este MM. Ju\u00edzo seja determinada, por liminar, a paralisa\u00e7\u00e3o dos executivos fiscais.\nB. Da concess\u00e3o da liminar \u2013 Tutela provis\u00f3ria de evid\u00eancia\nCaso este MM. Ju\u00edzo n\u00e3o visualize perigo de dano apto a conceder tutela de urg\u00eancia, como a mat\u00e9ria objeto destes embargos encontra-se calcada por tese firmada em julgamento de casos repetitivos (recurso especial repetitivo \u2013 art. 928, inciso II do CPC/15), \u00e9 perfeitamente aplic\u00e1vel a tutela de evid\u00eancia prevista no art. 311 do CPC/15.\nPara evitar a tautologia lembra-se, apenas, que pela decis\u00e3o proferida no REsp 1.230.957, restou firmado pelo Colendo STJ que n\u00e3o incide contribui\u00e7\u00e3o sobre o ter\u00e7o constitucional de f\u00e9rias, os 15 dias que antecedem o aux\u00edlio doen\u00e7a e o aviso pr\u00e9vio indenizado. O ac\u00f3rd\u00e3o, frise-se, foi submetido ao rito do art. 543-C do CPC/73, representando tese firmada em julgamento de casos repetitivos.\nDeste modo, como as alega\u00e7\u00f5es de fato s\u00e3o comprovadas documentalmente e, igualmente, como existe tese firmada em julgamento de\n32\n\n\fcasos repetitivos, \u00e9 perfeitamente cab\u00edvel \u2013 o que desde j\u00e1 se requer \u2013 a concess\u00e3o da tutela de evid\u00eancia liminar inaudita altera parte, ex vi art. 311, inciso II e Par\u00e1grafo \u00fanico do CPC/15, para que seja determinada a suspens\u00e3o da execu\u00e7\u00e3o fiscal.\nDO PEDIDO\nEm vista do exposto, requer-se ao Ilmo. Magistrado que:\nInicialmente, nos termos do disposto nos arts. 18, 19, 24 e 32 da Lei n\u00ba 6.830 ou, em aten\u00e7\u00e3o do poder geral de cautela, concedendo medida liminar (tutela de urg\u00eancia antecipada ou tutela de evid\u00eancia) inaudita altera parte, receba os presentes embargos, determinando-se a suspens\u00e3o da execu\u00e7\u00e3o fiscal, at\u00e9 o julgamento final destes Embargos \u00e0 Execu\u00e7\u00e3o.\nAp\u00f3s, requer-se:\n1) Seja a Embargada/Exequente intimada para impugnar os presentes Embargos \u00e0 Execu\u00e7\u00e3o Fiscal, querendo, no prazo legal.\n2) Sejam, ao final, acolhidos integralmente os presentes Embargos \u00e0 Execu\u00e7\u00e3o Fiscal, julgando os pedidos totalmente procedentes, declarando e determinando na ocasi\u00e3o do decisum:\na) a nulidade da d\u00edvida ativa, por exigir contribui\u00e7\u00f5es devidas \u00e0 Previd\u00eancia Social, SAT/RAT e terceiros sobre verbas/parcelas INDENIZAT\u00d3RIAS, nos termos da fundamenta\u00e7\u00e3o;\nb) sucessivamente, n\u00e3o sendo o entendimento pela nulidade dos t\u00edtulos executivos acima (item a), sejam exclu\u00eddas das bases de c\u00e1lculos das contribui\u00e7\u00f5es exigidas o(a)(s): (i) ter\u00e7o constitucional de f\u00e9rias, (ii) aux\u00edlio-doen\u00e7a e aux\u00edlio-acidente (15 primeiros dias pagos pelo empregador), (iii) aviso pr\u00e9vio indenizado (e seus reflexos) e (iv) abono assiduidade (pr\u00eamio-assiduidade), visto que tais verbas/parcelas encerram natureza indenizat\u00f3ria;\n33\n\n\fc) a nulidade da d\u00edvida ativa, haja vista a exigir a contribui\u00e7\u00e3o destinada ao SEBRAE/APEX/ABDI, a contribui\u00e7\u00e3o destinada ao INCRA e a contribui\u00e7\u00e3o do sal\u00e1rio-educa\u00e7\u00e3o, o que \u00e9 incompat\u00edvel com o art. 149, \u00a7 2\u00ba, inciso III, al\u00ednea \u2018a\u2019 da CF/88, inclu\u00eddo pela Emenda Constitucional n\u00ba 33/2001;\nd) sucessivamente, sejam exclu\u00eddos da d\u00edvida ativa os valores correspondentes \u00e0 contribui\u00e7\u00e3o destinada ao SEBRAE/APEX/ABDI, \u00e0 contribui\u00e7\u00e3o destinada ao INCRA e \u00e0 contribui\u00e7\u00e3o do sal\u00e1rio-educa\u00e7\u00e3o;\ne) a nulidade dos cr\u00e9ditos tribut\u00e1rios, em fun\u00e7\u00e3o da inconstitucionalidade do encargo legal de 20% previsto no Decreto-Lei n\u00ba 1.025/69, por afronta \u00e0 CF/88, em especial aos artigos 145; 146, inciso III; 148; 149; 153 e 154, inciso I;\nf) no caso de n\u00e3o ser declarada a nulidade da d\u00edvida ativa por conta da exig\u00eancia do encargo legal, requer-se a exclus\u00e3o do correspondente valor que incide sobre os cr\u00e9ditos tribut\u00e1rios impugnados;\ng) n\u00e3o se entendendo inconstitucional o encargo legal e n\u00e3o sendo o valor exclu\u00eddo dos d\u00e9bitos impugnados, seja reconhecida e declarada a sua revoga\u00e7\u00e3o t\u00e1cita pela Lei n\u00ba 13.105/2015 (CPC/15), adequando-se o correspondente valor aos percentuais fixados no art. 85, \u00a7 3\u00ba do CPC/15, o que ir\u00e1 impor a sua redu\u00e7\u00e3o;\n3) Pugna pelo uso de todas as provas em Direito admitidas, especialmente a juntada de novos documentos, planilhas de c\u00e1lculo e a produ\u00e7\u00e3o de prova pericial, que confirmar\u00e1 as alega\u00e7\u00f5es aqui aduzidas, cujos quesitos ser\u00e3o apresentados ap\u00f3s a nomea\u00e7\u00e3o do perito (art. 465, \u00a7 1\u00ba, inciso III do CPC/15);\n4) Requer a condena\u00e7\u00e3o da Embargada/Exequente nos consect\u00e1rios de sucumb\u00eancia, arcando com despesas, custas, emolumentos e honor\u00e1rios advocat\u00edcios em 20% (vinte por cento) sobre o benef\u00edcio econ\u00f4mico ou, n\u00e3o sendo poss\u00edvel mensur\u00e1-lo, sobre o valor atualizado da causa;\n34\n\n\f5) A n\u00e3o condena\u00e7\u00e3o da Embargante/Executada nos encargos de sucumb\u00eancia, na hip\u00f3tese de serem julgados improcedentes os pedidos, eis que o percentual de 20% previsto no Decreto-Lei n.\u00ba 1.025/69 o substitui (s\u00famula n\u00ba 168 do TFR);\n\nRequer-se, por fim, sejam as publica\u00e7\u00f5es efetuadas, exclusivamente, em nome do Procurador Dr. Fernando Paschoal Lopes, OAB/SP n\u00ba 201.936 e OAB/PR n\u00ba 46.886, sob pena de nulidade.\n\nD\u00e1-se \u00e0 causa o valor de R$ 804.199,20 (oitocentos e quatro mil, cento e noventa e nove reais e vinte centavos), para efeitos fiscais e de distribui\u00e7\u00e3o.\n\nTermos em que, Pede Deferimento.\n\nLondrina, 18 de setembro de 2018.\n\nFERNANDO PASCHOAL LOPES OAB/SP N\u00ba 201.936 OAB/PR N\u00ba 46.886\n\nEDVAL LUIZ MAZZARI JUNIOR OAB/PR N\u00ba 51.389\n\nRol dos documentos:\n1. Peti\u00e7\u00e3o inicial (INIC); 2. Procura\u00e7\u00e3o da empresa (PROC); 3. Altera\u00e7\u00e3o do contrato social (CONTRSOCIAL); 4. Cart\u00e3o CNPJ da empresa (CNPJ); 5. C\u00f3pia da inicial dos autos n\u00ba 5002639-07.2017.4.04.7001 (OUT); 6. C\u00f3pia da d\u00edvida ativa dos autos n\u00ba 5002639-07.2017.4.04.7001 (CDA); 7. C\u00f3pia do auto de penhora e certid\u00e3o do oficial de justi\u00e7a (AUTOPENHORA); 8. C\u00f3pias dos resumos das folhas de sal\u00e1rios (OUT); 9. C\u00f3pias das declara\u00e7\u00f5es de contribui\u00e7\u00f5es destinadas \u00e0 Seguridade Social (DECL); 10. Planilha apura\u00e7\u00e3o (verbas indenizat\u00f3rias) e demais contribui\u00e7\u00f5es (PLAN); 11. Senten\u00e7a proferida nos autos n\u00ba 5006935-72.2017.4.04.7001 (OUT).\n35\n\n\f" } ] } }, { "data": { "original_header": "Documento Original - IdDocumentoCompleto: 5013120-63.2016.4.04.7001-701472662690807010180299393790", "original_text": "EXCELENT\u00cdSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (\u00cdZA) FEDERAL DA VARA FEDERAL DA SE\u00c7\u00c3O\nJUDICI\u00c1RIA DE LONDRINA- SUBSE\u00c7\u00c3O JUDICI\u00c1RIA DO ESTADO DO PARANA\n\nSERGIO HUMBERTO BERNADELI PARREIRA, j\u00e1 qualificado no cadastro eletr\u00f4nico, v\u00eam mui respeitosamente \u00e0 alta presen\u00e7a de Vossa Excel\u00eancia, atrav\u00e9s de seus procuradores in fine, com escrit\u00f3rio profissional \u00e0 Rua Pernambuco, n. 269, sala 2.202, na cidade de Londrina/PR, onde recebem intima\u00e7\u00f5es, impetrar o presente:\nMANDADO DE SEGURAN\u00c7A\n\nem face do INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL- INSS na pessoa do titular ag\u00eancia da PREVID\u00caNCIA SOCIAL LONDRINA \u2013 JO\u00c3O C\u00c2NDIDO e o CHEFE DO SERVI\u00c7O DE BENEF\u00cdCIOS DA RESPECTIVA AG\u00caNCIA, no mesmo endere\u00e7o, nesta cidade de Londrina-PR, sob o permissivo insculpido no inciso LXIX do artigo 5\u00ba da CF/88 c.c Lei 1.533/51 e Lei 12.016/2009, pelos motivos de fato e de direito a seguir expostos.\n\nCLAUDINEY ERNANI GIANNINI OAB N. 45.167\n\nNestes termos, pede e espera deferimento. Londrina, data do protocolo.\nEDSON CHAVES FILHO OAB/PR N. 51.335\n\n\f1. DOS FATOS\nO (a) impetrante \u00e9 servidor (a) p\u00fablico municipal, de regime estatut\u00e1rio, ocupante do cargo de M\u00e9dico.\nConforme reza a legisla\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria, para a contagem rec\u00edproca de tempo de servi\u00e7o, precisa ser expedida a Certid\u00e3o de Tempo de Servi\u00e7o do INSS tornando poss\u00edvel a \u201cmigra\u00e7\u00e3o\u201d do referido tempo de servi\u00e7o ao RJU.\nEm 18.08.2016, o impetrante requereu a expedi\u00e7\u00e3o da Certid\u00e3o de Tempo de Contribui\u00e7\u00e3o perante as autoridades coatoras.\nPara os per\u00edodos entre 02.05.1991 at\u00e9 01.04.1993 e 28.10.1993 at\u00e9 03.04.1995, o impetrante requereu a convers\u00e3o por enquadramento em categoria profissional (m\u00e9dico), tendo sido realizado a juntada da CTPS, sendo reconhecido pelo INSS a categoria profissional, inclusive tendo sido lan\u00e7ado na CTC a fun\u00e7\u00e3o \u201cm\u00e9dico\u201d (vide CTC em anexo).\nNo caso em tela, analisando a legisla\u00e7\u00e3o vigente \u00e0 \u00e9poca do efetivo labor, tem-se que quanto \u00e0 atividade m\u00e9dica, o Decreto n\u00ba 63.230/69, Quadro II, 2.1.3, e o Decreto 83.080/79, Anexo II, 2.1.3, enquadram a atividade de m\u00e9dico como especial.\nAssim, basta ao impetrante a demonstra\u00e7\u00e3o do exerc\u00edcio da atividade m\u00e9dica no per\u00edodo postulado para que este seja considerado como realizado sob condi\u00e7\u00f5es especiais.\nTodavia, a autoridade requerida expediu a CTC, sem convers\u00e3o.\nAnte ao exposto, requer seja concedida a ordem, determinando o INSS expe\u00e7a em favor do (a) impetrante a certid\u00e3o de Tempo de Contribui\u00e7\u00e3o (CTC), reconhecendo a especialidade e enquadramento dos per\u00edodos entre 02.05.1991 at\u00e9 01.04.1993 e 28.10.1993 at\u00e9 03.04.1995, enquanto atividade prejudiciais \u00e0 sa\u00fade, acrescido do multiplicador de 1,40.\n2. DO DIREITO 2.1. DA EMISS\u00c3O DA CERTID\u00c3O POR TEMPO DE CONTRIBUI\u00c7\u00c3O\n\n\fPrimeiramente, impende frisar que o direito a obten\u00e7\u00e3o de certid\u00f5es dos \u00f3rg\u00e3os p\u00fablicos \u00e9 direito fundamental dos indiv\u00edduos e tem sede no artigo 5\u00ba, inciso XXXIV, al\u00ednea \"b\", da Constitui\u00e7\u00e3o Federal de 1988, in verbis:\nXXXIV- s\u00e3o a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas: [...] b) a obten\u00e7\u00e3o de certid\u00f5es em reparti\u00e7\u00e3o p\u00fablica, para defesa de direitos e esclarecimento de situa\u00e7\u00f5es de interesse pessoal.\"\nPortanto, a emiss\u00e3o de certid\u00e3o por tempo de contribui\u00e7\u00e3o insere-se nessa previs\u00e3o constitucional, caracterizado-se como direito fundamental do impetrante, at\u00e9 porque nada mais \u00e9 do que um documento p\u00fablico fornecido pela Administra\u00e7\u00e3o P\u00fablica, visando a certifica\u00e7\u00e3o da exist\u00eancia de tempo de servi\u00e7o, a fim de ser utilizado para fins de contagem rec\u00edproca.\nA prop\u00f3sito, segundo Jos\u00e9 Cretella Junior: \"Certid\u00e3o p\u00fablica ou certid\u00e3o administrativa \u00e9 o documento fornecido pela administra\u00e7\u00e3o ao interessado, afirmando a exist\u00eancia de um fato, fundamentado em busca efetuada nos arquivos da reparti\u00e7\u00e3o. Faz f\u00e9 publica, at\u00e9 prova em contr\u00e1rio.\"1\nCONSTITUCIONAL E PREVIDENCI\u00c1RIO. MANDADO DE SEGURAN\u00c7A. EXPEDI\u00c7\u00c3O DE NOVA CERTID\u00c3O OU SEGUNDA VIA DE CERTID\u00c3O DE TEMPO DE SERVI\u00c7O OU DE CONTRIBUI\u00c7\u00c3O. A concess\u00e3o de mandado de seguran\u00e7a pressup\u00f5e direito l\u00edquido e certo, a aflorar sem maiores indaga\u00e7\u00f5es, devendo a prova colacionada ser extreme de d\u00favidas, o que se verifica quando o pedido \u00e9 de expedi\u00e7\u00e3o de nova certid\u00e3o ou segunda via de certid\u00e3o de tempo de servi\u00e7o ou de contribui\u00e7\u00e3o. (TRF4, APELREEX 2008.71.12.001501-0, Quinta Turma, Relator Fernando Quadros da Silva, D.E. 16/11/2009)\nOs artigos 94 e 96 da Lei 8.213/91, permitem o c\u00f4mputo rec\u00edproco do tempo de contribui\u00e7\u00e3o exercido na atividade privada, rural e urbana e de servi\u00e7o p\u00fablico, hip\u00f3tese em que os sistemas de previd\u00eancia social se compensar\u00e3o financeiramente no sistema a que o interessado estiver vinculado ao requerer o benef\u00edcio.\n2.2. CONTAGEM REC\u00cdPROCA \u2013 TEMPO DE SERVI\u00c7O INSALUBRE\nA mudan\u00e7a de regime n\u00e3o constitui \u00f3bice \u00e0 averba\u00e7\u00e3o do tempo de servi\u00e7o anterior ao Regime Jur\u00eddico \u00danico. Tendo o (a) impetrante\n1 Coment\u00e1rios \u00e0 Constitui\u00e7\u00e3o de 1988. V. I. Forense, p. 429\n\n\flaborado em condi\u00e7\u00f5es insalubres/perigosas, \u00e0 luz da legisla\u00e7\u00e3o que lhe reconheceu a peculiaridade das atividades desempenhadas, haja vista a legisla\u00e7\u00e3o geral de previd\u00eancia social, a qual regulou o caso do demandante at\u00e9 sua inclus\u00e3o no regime estatut\u00e1rio, deve ser promovida a imediata averba\u00e7\u00e3o do per\u00edodo laborado.\nComo muito bem preleciona o mestre Cl\u00f3vis Bevil\u00e1cqua, em sua obra \"C\u00f3digo Civil\", v. I, p. 99, \"Direito adquirido \u00e9 um bem jur\u00eddico criado por um fato capaz de produzi-lo, segundo as prescri\u00e7\u00f5es da lei ent\u00e3o vigente, e que, de acordo com os preceitos da mesma lei, entrou para o patrim\u00f4nio do titular.\"\nMuito oportuno \u00e9 trazer \u00e0 cola\u00e7\u00e3o, ainda, li\u00e7\u00e3o do renomado doutrinador Jos\u00e9 Afonso da Silva, in \"Curso de Direito Constitucional Positivo\" (18\u00aa ed., Malheiros, 2000, pp. 435-7), que, ao debater a tem\u00e1tica da sucess\u00e3o de leis no tempo e a necessidade de assegurar o valor da seguran\u00e7a jur\u00eddica, especialmente quanto \u00e0 estabilidade dos direitos subjetivos, ensina-nos que a seguran\u00e7a jur\u00eddica consiste no \"conjunto de condi\u00e7\u00f5es que tornam poss\u00edvel \u00e0s pessoas o conhecimento antecipado e reflexivo das conseq\u00fc\u00eancias diretas de seus atos e de seus fatos \u00e0 luz da liberdade reconhecida\".\nEspecifica, ainda, o direito subjetivo como \"um direito exercit\u00e1vel segundo a vontade do titular e exig\u00edvel na via jurisdicional quando seu exerc\u00edcio \u00e9 obstado pelo sujeito obrigado \u00e0 presta\u00e7\u00e3o correspondente. Se tal direito \u00e9 exercido, foi devidamente prestado, tornou-se situa\u00e7\u00e3o jur\u00eddica consumada (direito consumado, direito satisfeito, extinguiu-se a rela\u00e7\u00e3o jur\u00eddica que o fundamentava)\".\nE continua: \"Se o direito subjetivo n\u00e3o foi exercido, vindo a lei nova, transforma-se em direito adquirido, porque era direito exercit\u00e1vel e exig\u00edvel \u00e0 vontade de seu titular. Incorporou-se no seu patrim\u00f4nio, para ser exercido quando convier. A lei nova n\u00e3o pode prejudic\u00e1-lo, s\u00f3 pelo fato de o titular n\u00e3o o ter exercido antes\" .\nEm virtude disso, a impetrante, uma vez exercido atividades nocivas, faz jus \u00e0 averba\u00e7\u00e3o do tempo de servi\u00e7o prestado sob condi\u00e7\u00f5es especiais, devidamente majorado, conforme previsto pela legisla\u00e7\u00e3o ent\u00e3o vigente, em raz\u00e3o de ter incorporado ao seu patrim\u00f4nio jur\u00eddico.\nADMINISTRATIVO. MANDADO DE SEGURAN\u00c7A. QUEST\u00d5ES PRELIMINARES. TEMPO DE SERVI\u00c7O INSALUBRE . REGIME CLT. TRANSFORMA\u00c7\u00c3O PARA O REGIME JUR\u00cdDICO \u00daNICO. AVERBA\u00c7\u00c3O . [...]\n\n\fExercendo o impetrante atividade insalubre como odont\u00f3logo, operando direta e habitualmente raio X ou subst\u00e2ncias radioativas, enquanto regido pela CLT, possu\u00eda o direito de computar o tempo de servi\u00e7o com incid\u00eancia do multiplicador 1.4, a reduzir o tempo necess\u00e1rio a aposentadoria. Submetido ao RJU, mediante convers\u00e3o de regime, assegurada a contagem do tempo de servi\u00e7o anterior, nos termos do art-7 da Lei-8162/91, \u00e9 evidente que n\u00e3o perdeu o tempo anterior, por j\u00e1 integrado ao seu patrim\u00f4nio jur\u00eddico. Negativa da administra\u00e7\u00e3o de proceder \u00e0 averba\u00e7\u00e3o pretendida afastada, porque o servi\u00e7o j\u00e1 foi prestado, a condi\u00e7\u00e3o insalubre existiu e nenhuma lei pode alter\u00e1-la. Viola\u00e7\u00e3o do direito adquirido pelo servidor que a ele sempre far\u00e1 jus, a despeito de qualquer lei contr\u00e1ria superveniente. (...)\" (TRF 4\u00aa Regi\u00e3o, 4\u00aa Turma, AMS n\u00ba 97.04.68193-3/SC, Rel. Des. S\u00edlvia Goraieb, DJ 01-07-1998, p. 707).\"\nEm id\u00eantico sentido, v\u00eam decidindo as 5\u00aa e 6\u00aa Turmas da Egr\u00e9gia Corte Superior:\nSERVIDOR P\u00daBLICO EX- CELETISTA . CONTAGEM DE TEMPO DE SERVI\u00c7O PRESTADO SOB CONDI\u00c7\u00d5ES INSALUBRE S. DIREITO ADQUIRIDO ENQUANTO CELETISTA . RECURSO ESPECIAL (...). 3. Ao servidor p\u00fablico que, quando celetista , teve incorporado ao seu patrim\u00f4nio o direito \u00e0 contagem de tempo de servi\u00e7o com acr\u00e9scimo legal pelo fato de exercer atividade insalubre , se reconhece o direito \u00e0 Certid\u00e3o de Tempo de Servi\u00e7o da qual conste o tempo integral que perfez sob o p\u00e1lio da lei da \u00e9poca. (...). (STJ, 5\u00aa Turma, REsp. n\u00ba 307.670/PB, Rel. Min. Edson Vidigal, un\u00e2nime, DJ 18-062001, p. 180).\"\nAdemais, a Corte Superior, no REsp. n\u00ba 295.283/SC, (6\u00aa Turma, Rel. Min. Fernando Gon\u00e7alves, decis\u00e3o 30-07-2002, un\u00e2nime) manteve decis\u00e3o da 4\u00aa Turma do TRF4.\nPor fim, o STF tamb\u00e9m \u00e9 un\u00edssono acerca da mat\u00e9ria, em conformidade com o seguinte precedente:\n1. Trata-se de recurso extraordin\u00e1rio contra ac\u00f3rd\u00e3o que deixou de reconhecer, a servidor p\u00fablico, contagem especial de tempo de servi\u00e7o prestado sob condi\u00e7\u00f5es insalubre s, antes de sua transforma\u00e7\u00e3o em estatut\u00e1rio. 2. Consistente o recurso. A orienta\u00e7\u00e3o do ac\u00f3rd\u00e3o recorrido est\u00e1 em desconformidade com a do Plen\u00e1rio desta Corte, que, ao julgar o RE n\u00ba 209.899, Rel. Min. MAUR\u00cdCIO CORR\u00caA, DJ de 06.06.2003, concluiu que o tempo de servi\u00e7o p\u00fablico federal, prestado sob regime celetista, deve ser contado para todos os efeitos, incorporando-se ao patrim\u00f4nio dos servidores p\u00fablicos transformados em estatut\u00e1rios.\n\n\fNo mesmo sentido, confiram-se: RE n\u00ba 334.647, Rel. Min. SEP\u00daLVEDA PERTENCE; RE n\u00ba 352.322, 2\u00aa Turma, Rel. Min. ELLEN GRACIE; RE n\u00ba 370.523, Rel. Min. MAURICIO CORR\u00caA; RE n\u00ba 386.990, Rel. Min. MARCO AUR\u00c9LIO; RE n\u00ba 413.258, Rel. Min. CARLOS VELLOSO; RE n\u00ba 315.640, Rel. Min. NELSON JOBIM. 3. Ante o exposto, adotando os fundamentos desses precedentes e com base no art. 557, \u00a7 1\u00ba-A, do C\u00f3digo de Processo Civil, com a reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n\u00ba 9.756, de 17.12.1998, conhe\u00e7o do RE, e lhe dou provimento, para julgar procedente o pedido, invertendo-se os \u00f4nus da sucumb\u00eancia. Publique-se. Int.\" (RE n\u00ba 466.216/RS. STF, decis\u00e3o monocr\u00e1tica. Rel. Min. Cezar Peluso, DJU 13.02.2006)\n2.3. DAS ATIVIDADES ESPECIAIS\nO (a) impetrante, conforme destacado alhures, trabalhou sujeito a condi\u00e7\u00f5es especiais prejudiciais a sua sa\u00fade e integridade f\u00edsica, pois exerceu atividades que o expunham de modo habitual e permanente, n\u00e3o ocasional e nem intermitente a agentes nocivos.\nCom rela\u00e7\u00e3o ao reconhecimento da atividade exercida como especial, \u00e9 de ressaltar-se que o tempo de servi\u00e7o \u00e9 disciplinado pela lei em vigor \u00e0 \u00e9poca em que efetivamente exercido, passando a integrar, como direito adquirido, o patrim\u00f4nio jur\u00eddico do trabalhador. Desse modo, uma vez prestado o servi\u00e7o sob a \u00e9gide de legisla\u00e7\u00e3o que o ampara, o segurado adquire o direito \u00e0 contagem como tal, bem como \u00e0 comprova\u00e7\u00e3o das condi\u00e7\u00f5es de trabalho na forma ent\u00e3o exigida, n\u00e3o se aplicando retroativamente uma lei nova que venha a estabelecer restri\u00e7\u00f5es \u00e0 admiss\u00e3o do tempo de servi\u00e7o especial.2\nTem-se, a seguinte evolu\u00e7\u00e3o legislativa quanto ao tema sub judice:\na) no per\u00edodo de trabalho at\u00e9 28-04-95, quando vigente a Lei n\u00ba 3.807/60 (Lei Org\u00e2nica da Previd\u00eancia Social) e suas altera\u00e7\u00f5es e, posteriormente, a\n2 Nesse sentido, \u00e9 a orienta\u00e7\u00e3o adotada pela Terceira Se\u00e7\u00e3o do Egr\u00e9gio Superior Tribunal de Justi\u00e7a (AGREsp n\u00ba 493.458/RS, Relator Ministro Gilson Dipp, Quinta Turma, DJU de 23-06-2003, p. 429, e REsp n\u00ba 491.338/RS, Relator Ministro Hamilton Carvalhido, Sexta Turma, DJU de 23-062003, p. 457), a qual passou a ter previs\u00e3o legislativa expressa com a edi\u00e7\u00e3o do Decreto n\u00ba 4.827/2003, que introduziu o \u00a7 1\u00ba ao art. 70 do Decreto n\u00ba 3.048/99.\n\n\fLei n\u00ba 8.213/91 (Lei de Benef\u00edcios), em sua reda\u00e7\u00e3o original (arts. 57 e 58), poss\u00edvel o reconhecimento da especialidade do trabalho quando houver a comprova\u00e7\u00e3o do exerc\u00edcio de atividade enquadr\u00e1vel como especial nos decretos regulamentadores e/ou na legisla\u00e7\u00e3o especial ou quando demonstrada a sujei\u00e7\u00e3o do segurado a agentes nocivos por qualquer meio de prova (exceto para ru\u00eddo, em que necess\u00e1ria sempre a aferi\u00e7\u00e3o do n\u00edvel de decib\u00e9is por meio de per\u00edcia t\u00e9cnica, carreada aos autos ou noticiada em formul\u00e1rio emitido pela empresa, a fim de se verificar a nocividade ou n\u00e3o desse agente);\nb) a partir de 29-04-95, inclusive, foi definitivamente extinto o enquadramento por categoria profissional, de modo que, no interregno compreendido entre esta data e 05-03-97, em que vigentes as altera\u00e7\u00f5es introduzidas pela Lei n\u00ba 9.032/95 no art. 57 da Lei de Benef\u00edcios, necess\u00e1ria a demonstra\u00e7\u00e3o efetiva de exposi\u00e7\u00e3o, de forma permanente, n\u00e3o ocasional nem intermitente, a agentes prejudiciais \u00e0 sa\u00fade ou \u00e0 integridade f\u00edsica, por qualquer meio de prova, considerando-se suficiente, para tanto, a apresenta\u00e7\u00e3o de formul\u00e1rio-padr\u00e3o preenchido pela empresa, sem a exig\u00eancia de embasamento em laudo t\u00e9cnico;\nc) no lapso temporal compreendido entre 06-03-97 e 28-05-98, em que vigente o Decreto n\u00ba 2.172/97, que regulamentou as disposi\u00e7\u00f5es introduzidas no art. 58 da Lei de Benef\u00edcios pela Medida Provis\u00f3ria n\u00ba 1.523/96 (convertida na Lei n\u00ba 9.528/97), passou-se a exigir, para fins de reconhecimento de tempo de servi\u00e7o especial, a comprova\u00e7\u00e3o da efetiva sujei\u00e7\u00e3o do segurado a agentes agressivos por meio da apresenta\u00e7\u00e3o de formul\u00e1rio-padr\u00e3o, embasado em laudo t\u00e9cnico, ou por meio de per\u00edcia t\u00e9cnica; 3\nPara fins de enquadramento das categorias profissionais, devem ser considerados os Decretos n\u00bas 53.831/64 (Quadro Anexo - 2\u00aa parte) e 83.080/79 (Anexo II) at\u00e9 28-04-95, data da extin\u00e7\u00e3o do reconhecimento da atividade especial por presun\u00e7\u00e3o legal.\nJ\u00e1 para o enquadramento dos agentes nocivos, devem ser considerados os Decretos n\u00bas 53.831/64 (Quadro Anexo - 1\u00aa parte) e 83.080/79 (Anexo I) at\u00e9 05-03-97 e o Decreto n\u00ba 2.172/97 (Anexo IV) no interregno compreendido entre 06-03-97 e 28-05-98.\n3 Essas conclus\u00f5es s\u00e3o suportadas por remansosa jurisprud\u00eancia do Superior Tribunal de Justi\u00e7a (REsp n\u00ba 461.800/RS, 6\u00aa Turma, Rel. Min. Hamilton Carvalhido, DJU de 25-02-2004; REsp n\u00ba 513.832/PR, 5\u00aa Turma, Rel. Min. Laurita Vaz, DJU de 04-08-2003, p. 419; REsp n\u00ba 397.207/RN, 5\u00aa Turma, Rel. Min. Jorge Scartezzini, DJU de 01-03-2004).\n\n\f2.3.1. DA UTILIZA\u00c7\u00c3O DE EPI\u2019S\nConv\u00e9m destacar que a utiliza\u00e7\u00e3o de EPI\u2019s \u00e9 insuficiente para afastar a especialidade da atividade para fins previdenci\u00e1rios.\nNesse sentido, a Turma de Uniformiza\u00e7\u00e3o das Decis\u00f5es das Turmas Recursais dos Juizados Especiais Federais sumulou a quest\u00e3o editando o verbete n\u00ba 09:\n\u201cAposentadoria Especial \u2013 Equipamento de Prote\u00e7\u00e3o Individual. O uso de Equipamento de Prote\u00e7\u00e3o Individual (EPI), ainda que elimine a insalubridade, no caso de exposi\u00e7\u00e3o a ru\u00eddo, n\u00e3o descaracteriza o tempo de servi\u00e7o especial prestado\u201d.\n2.4. CASO DOS AUTOS\nNo caso em exame, conforme se comprova dos documentos anexados aos autos, as atividades do impetrante, est\u00e3o encartadas a profiss\u00e3o junto \u00e0 CTPS.\nPara todo o per\u00edodo controvertido, o impetrante esteve exposto \u00e0 agentes nocivos inerentes ao cargo de m\u00e9dico.\nIncontroverso pois o pr\u00f3prio INSS lan\u00e7ou na Certid\u00e3o de Tempo de Contribui\u00e7\u00e3o a profiss\u00e3o do impetrante (incontroverso), inequ\u00edvoco reconhecimento de que o impetrante exerceu a fun\u00e7\u00e3o de m\u00e9dico nos per\u00edodos laborados.\nNesse caso, portanto, o enquadramento se d\u00e1 por ocasi\u00e3o da categoria profissional (m\u00e9dico).\n2.4.1. DO ENQUADRAMENTO PELA CATEGORIA PROFISSIONAL - M\u00c9DICO\nNo per\u00edodo postulado, o impetrante laborou no cargo de m\u00e9dico, onde tem-se que quanto \u00e0 atividade m\u00e9dica, o C\u00f3digo 2.1.4 do Anexo III, do Decreto n. 53.831/64, o Decreto n\u00ba 63.230/69, Quadro II, 2.1.3, e o Decreto 83.080/79, Anexo II, 2.1.3 e C\u00f3digo 1.0.0 do Quadro Anexo I, enquadram a atividade de m\u00e9dico como especial.\n\n\fAssim, basta ao impetrante a demonstra\u00e7\u00e3o do exerc\u00edcio da atividade m\u00e9dica no per\u00edodo postulado para que este seja considerado como realizado sob condi\u00e7\u00f5es especiais.\nMesmo que n\u00e3o houvesse a apresenta\u00e7\u00e3o do Formul\u00e1rio SB-40 ou DSS-8030, de sorte a demonstrar as condi\u00e7\u00f5es em que efetivamente o segurado exerceu suas atividades, desses documentos, e essa demonstra\u00e7\u00e3o, n\u00e3o s\u00e3o necess\u00e1rios em virtude do per\u00edodo de trabalho em atividade especial que se deseja reconhecer (m\u00e9dico (a)), e da legisla\u00e7\u00e3o vigente no referido per\u00edodo, acima detalhada, segundo a qual basta a comprova\u00e7\u00e3o do exerc\u00edcio da atividade e do enquadramento legal dessa atividade como especial. \u00c9 a pr\u00f3pria lei que considera o s\u00f3 exerc\u00edcio dessa atividade como exerc\u00edcio em condi\u00e7\u00f5es nocivas.4\nO Relator Francisco Donizete Gomes, do E. TRF da 4\u00aa Regi\u00e3o, para os casos de enquadramento por categoria profissional, assim disp\u00f4s:\nEst\u00e1 correto que n\u00e3o houve apresenta\u00e7\u00e3o do Formul\u00e1rio SB-40 ou DSS8030, de sorte a demonstrar as condi\u00e7\u00f5es em que efetivamente a impetrante exerceu a atividade m\u00e9dica. Todavia, esses documentos, e essa demonstra\u00e7\u00e3o, n\u00e3o s\u00e3o necess\u00e1rios em virtude do per\u00edodo de trabalho em atividade especial que se deseja reconhecer, e da legisla\u00e7\u00e3o vigente no referido per\u00edodo, acima detalhada, segundo a qual basta a comprova\u00e7\u00e3o do exerc\u00edcio da atividade e do enquadramento legal dessa atividade como especial. \u00c9 a pr\u00f3pria lei que considera o s\u00f3 exerc\u00edcio dessa atividade como exerc\u00edcio em condi\u00e7\u00f5es nocivas.5\nO entendimento do Col. STJ:\nDIREITO ADMINISTRATIVO. RECURSO ESPECIAL. SERVIDOR P\u00daBLICO FEDERAL. M\u00c9DICO LOTADO NO MINIST\u00c9RIO DA SA\u00daDE. TEMPO DE SERVI\u00c7O SOB O REGIME CELETISTA. ATIVIDADE PREVISTA COMO INSALUBRE PELOS DECRETOS 53.831/64 E 83.080/79. CONTAGEM. POSSIBILIDADE. COMPROVA\u00c7\u00c3O DO EFETIVO EXERC\u00cdCIO. DESNECESSIDADE. PRECEDENTES DO STJ. RECURSO ESPECIAL CONHECIDO E PROVIDO. 1. Tendo o servidor, no per\u00edodo de 30/3/79 at\u00e9 a vig\u00eancia da Lei 8.112/90, quando ainda regido pelo regime celetista, exercido atividade considerada especial pelos Decretos 53.831/64 e 83.080/79 (m\u00e9dico), \u00e9 leg\u00edtima a convers\u00e3o e averba\u00e7\u00e3o do tempo de servi\u00e7o em comum para fins de aposentadoria por tempo de servi\u00e7o, sendo desnecess\u00e1rio\n4 TRF4, AMS 2003.71.00.057293-1, Quinta Turma, Relator Francisco Donizete Gomes, D.E. 20/08/2007 5 Idem\n\n\fcomprovar o efetivo exerc\u00edcio da atividade. Precedentes do STJ. 2. Recurso especial conhecido e provido. (REsp 976.631/RJ, Rel. Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA, QUINTA TURMA, julgado em 20/11/2008, DJe 09/12/2008; sublinhou-se)\nAcresce que, conforme a jurisprud\u00eancia dominante do STJ, at\u00e9 a publica\u00e7\u00e3o da Lei n\u00ba 9.032, de 1995, a especialidade pode ser reconhecida pelo simples enquadramento da categoria profissional, como vem de ser feito. Confira-se:\nPROCESSUAL CIVIL E PREVIDENCI\u00c1RIO. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. TEMPO DE SERVI\u00c7O ESPECIAL. ENGENHEIRO MEC\u00c2NICO. CONVERS\u00c3O. EXPOSI\u00c7\u00c3O A CONDI\u00c7\u00d5ES ESPECIAIS PREJUDICIAIS \u00c0 SA\u00daDE OU \u00c0 INTEGRIDADE F\u00cdSICA. AUS\u00caNCIA DE COMPROVA\u00c7\u00c3O. 1. O reconhecimento do tempo de servi\u00e7o especial apenas em face do enquadramento na categoria profissional do trabalhador foi poss\u00edvel at\u00e9 a publica\u00e7\u00e3o da Lei n.\u00ba 9.032/95. 2. Todavia, o rol de atividades arroladas nos Decretos n.os 53.831/64 e 83.080/79 \u00e9 exemplificativo, n\u00e3o existindo impedimento em considerar que outras atividades sejam tidas como insalubres, perigosas ou penosas, desde que estejam devidamente comprovadas. Precedentes. 3. No caso em apre\u00e7o, conforme assegurado pelas inst\u00e2ncias ordin\u00e1rias, o segurado n\u00e3o comprovou que efetivamente exerceu a atividade de Engenheiro Mec\u00e2nico sob condi\u00e7\u00f5es especiais. 4. Inexistindo qualquer fundamento relevante que justifique a interposi\u00e7\u00e3o de agravo regimental ou que venha a infirmar as raz\u00f5es consideradas no julgado agravado, deve ser mantida a decis\u00e3o por seus pr\u00f3prios fundamentos. 5. Agravo regimental desprovido. (AgRg no Ag 803513/RJ, Rel. Ministra LAURITA VAZ, QUINTA TURMA, julgado em 28/11/2006, DJ 18/12/2006 p. 493)\nAdemais, a autoridade impetrada em nenhum momento questionou o enquadramento como especial da atividade exercida pela impetrante, outrossim, restou anotado pela pr\u00f3pria administra\u00e7\u00e3o na CTC a categoria profissional.\nPREVIDENCI\u00c1RIO. APOSENTADORIA ESPECIAL. CONCESS\u00c3O. M\u00c9DICO. INEXIG\u00caNCIA DE LAUDO T\u00c9CNICO. MULTA. HONOR\u00c1RIOS ADVOCAT\u00cdCIOS. 1. A presta\u00e7\u00e3o de atividade enquadrada, pela legisla\u00e7\u00e3o da \u00e9poca, como especial, gera direito adquirido do segurado \u00e0 contagem como tal, inclusive no que afeta \u00e0 forma de comprova\u00e7\u00e3o respectiva. 2. A profiss\u00e3o de m\u00e9dico est\u00e1 prevista como especial, atrav\u00e9s do c\u00f3digo 2.1.3 presente no Decreto n\u00ba 53.831/64 e no Decreto n\u00ba 83.080/79. 3. At\u00e9 o advento da Lei n.\u00ba 9032, em 29/04/1995, \u00e9 poss\u00edvel o reconhecimento de tempo de servi\u00e7o pela atividade ou grupo profissional do trabalhador, cujas profiss\u00f5es presumia-se a exist\u00eancia, no seu exerc\u00edcio, de sujei\u00e7\u00e3o a condi\u00e7\u00f5es\n\n\fagressivas \u00e0 sa\u00fade ou perigosas. 4 [...]. (TRF4, AC 2001.04.01.073670-4, Quinta Turma, Relator Paulo Afonso Brum Vaz, DJ 07/01/2004)\nNo tocante \u00e0 possibilidade de enquadramento por atividade, \u00e9 pertinente transcrever a li\u00e7\u00e3o de Wladimir Novaes Martinez:\nDe acordo com a legisla\u00e7\u00e3o vigente \u00e0 \u00e9poca, os segurados constantes dessas listagens de profiss\u00f5es, ocupa\u00e7\u00f5es e fun\u00e7\u00f5es, tinham direito \u00e0 aposentadoria especial em condi\u00e7\u00f5es particulares (...) Eles deveriam pertencer a uma daquelas categorias profissionais, o que era suficiente para fazer jus ao benef\u00edcio [...]. Cada profiss\u00e3o tem sua atividade regulamentada, que \u00e9 a inerente a sua forma\u00e7\u00e3o educacional. Se a do engenheiro inclui elabora\u00e7\u00e3o de projetos e plantas, exercida em escrit\u00f3rios sem exposi\u00e7\u00e3o aos agentes nocivos, ele podia ocupar-se dessas atividades sem preju\u00edzo do direito. (Aposentadoria especial em 520 Perguntas e Respostas, 3.ed. S\u00e3o Paulo: LTr, 2002, p. 63 e 64).\nRessalte-se, tamb\u00e9m, a li\u00e7\u00e3o da Ju\u00edza Federal Maria Helena Carreira Alvim Ribeiro:\nO Decreto 53.831/64, que regulamentou a aposentadoria especial institu\u00edda pela Lei 3.807/60, classificava as atividades sob condi\u00e7\u00f5es especiais pela exposi\u00e7\u00e3o aos agentes nocivos e pelas categorias profissionais. [...] N\u00e3o existe dissenso na jurisprud\u00eancia com refer\u00eancia \u00e0 presun\u00e7\u00e3o juris et jure de exposi\u00e7\u00e3o aos agentes nocivos relativamente \u00e0s categorias profissionais relacionadas nos Anexos I e II do Decreto 83.080/79 e no anexo do Decreto 53.831/64, presumindo a exposi\u00e7\u00e3o do segurado aos agentes nocivos at\u00e9 a edi\u00e7\u00e3o da Lei 9.032/95. (Aposentadoria especial: Regime Geral da Previd\u00eancia Social, Curitiba: Juru\u00e1, 2004, p. 366 e 368).\nEm se tratando de enquadramento por atividade, vi\u00e1vel at\u00e9 a edi\u00e7\u00e3o da Lei n\u00ba 9.032/95, verificado por meio de documenta\u00e7\u00e3o id\u00f4nea, torna-se desnecess\u00e1ria a apresenta\u00e7\u00e3o de documenta\u00e7\u00e3o comprobat\u00f3ria da exposi\u00e7\u00e3o a agentes nocivos.\n4. DO PEDIDO\n\n\f- Requer seja deferida a ordem liminar, determinando de pronto, que o INSS expe\u00e7a em favor do impetrante a certid\u00e3o de tempo de contribui\u00e7\u00e3o nos termos supracitados;\n\n- Sucessivamente, requer o deferimento da liminar por ocasi\u00e3o da prola\u00e7\u00e3o da r. senten\u00e7a;\n\n1. A concess\u00e3o das benesses da assist\u00eancia judici\u00e1ria gratuita, nos termos da Lei 1.060/50, pois se declara a impetrante pobre, de forma que, arcando com \u00e0s custa processuais, estas trar\u00e3o enormes preju\u00edzos \u00e0s suas subsist\u00eancia;\n\n2. Requer seja julgado procedente o presente writ, concedendo a ordem de seguran\u00e7a para reconhecer os per\u00edodos entre 02.05.1991 at\u00e9 01.04.1993 e 28.10.1993 at\u00e9 03.04.1995, como atividades especiais, aplicando o multiplicador legal de 1,4, determinando ao INSS em expedir nova certid\u00e3o de Tempo de Contribui\u00e7\u00e3o;\n\n3. A notifica\u00e7\u00e3o das Autoridade Coatoras na pessoa de seus representantes legais, nos endere\u00e7os supra mencionados para que apresentem informa\u00e7\u00f5es;\n\n3.1. Seja dado ci\u00eancia do feito ao \u00f3rg\u00e3o de representa\u00e7\u00e3o judicial da pessoa jur\u00eddica interessada, enviando-lhe c\u00f3pia da inicial sem documentos, para que, querendo, ingresse no feito, na forma do artigo 7\u00ba, inciso II, da Lei n\u00ba 12.016/09;\n\n4. A manifesta\u00e7\u00e3o do Minist\u00e9rio Publico Federal para que oferte parecer, no prazo de 10 (dez) dias, nos termos do artigo 12 da mencionada Lei;\n\n5. A concess\u00e3o dos benef\u00edcios da Assist\u00eancia Judici\u00e1ria Gratuita nos moldes da Lei 1.060/50, uma vez que o Autor declara n\u00e3o estar em condi\u00e7\u00f5es de arcar com as despesas processuais, sem preju\u00edzo de seu pr\u00f3prio sustento;\n\nD\u00e1-se ao valor da causa em R$ 100,00 (cem reais).\n\nNestes Termos, Pede e espera deferimento. Londrina, 31 de agosto de 2016.\n\nCLAUDINEY ERNANI GIANNINI OAB N. 45.167\n\nEDSON CHAVES FILHO OAB/PR N. 51.335\n\n\f", "similar_texts_federais_bgem3": [ { "header": "Texto Similar 1 (C\u00edvel) - IdDocumentoCompleto: 5001691-81.2017.4.04.7028-701510322826467130048896377960", "text": "EXCELENT\u00cdSSIMO SENHOR JUIZ DA VARA FEDERAL DA CIRCUNSCRI\u00c7\u00c3O DE TEL\u00caMACO BORBA, SE\u00c7\u00c3O JUDICI\u00c1RIA DO ESTADO DO PARAN\u00c1\n\nCLAUDEMILSON DAS DORES, brasileiro, casado, op. de m\u00e1quinas, nascido em 12/10/1963, portador do Documento de Identidade n\u00ba. 3867256-8 SSP/PR, inscrito no CPF/MF sob n\u00ba. 515.674.749-34 e NIT n\u00ba. 120.96654.63-9, residente e domiciliado na Rua Nilo, n\u00ba. 115 \u2013 CEP. 84.266-020, na cidade de Tel\u00eamaco Borba, estado do Paran\u00e1, por seu procurador infra assinado, com escrit\u00f3rio profissional na Rua Par\u00e1, n. 1500, sala 1202, centro, CEP 86.020-400, na cidade de Londrina, estado do Paran\u00e1, e-mail: atendimentoprevidenciario@hotmail.com, para onde devem ser remetidas as notifica\u00e7\u00f5es e intima\u00e7\u00f5es, vem perante Vossa Excel\u00eancia propor\nA\u00c7\u00c3O PREVIDENCI\u00c1RIA PARA CONCESS\u00c3O DE APOSENTADORIA ESPECIAL\nem face do INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS, pelos seguintes fatos e fundamento jur\u00eddicos:\n\nS\u00cdNTESE DOS FATOS\n\nO autor em data de 23/11/2016 requereu junto a Agencia da Previd\u00eancia Social pedido para concess\u00e3o de Aposentadoria Especial (NB 46/180.169.031-3), posto que, durante os anos de 1980 e 2016 laborou exposto ao agente RU\u00cdDO com intensidade acima dos limites legais (C\u00f3digo 1.1.6 do quadro Anexo do Decreto 53.831/64; C\u00f3digo 1.1.5 do Anexo I do Decreto 83.080/79; e, C\u00f3digo 2.0.1 do Anexo IV do Decreto 2.172/97).\n\nRua Par\u00e1, 1500 \u2013 sl. 1202 \u2013 centro CEP 86.020-400 \u2013 Comercial Londres Londrina \u2013 Paran\u00e1\n\nTelefones: (43) 3322-8433 e 99997-8433 E-mail: prevfacil@hotmail.com Website: www.assprev.adv.br\n\n\fAdministrativamente o INSS n\u00e3o reconheceu como especiais as atividades desempenhadas para a empresa Klabin S/A, negando ao autor o direito \u00e0 concess\u00e3o do benef\u00edcio, pois, segundo seu entendimento somava o autor 00 anos, 00 m\u00eas e 00 dias.\nOcorre, entretanto, contrariamente \u00e0 analise administrativa, que as atividades desempenhadas s\u00e3o insalubres de forma que o autor soma o tempo de 29 anos, 07 meses e 08 dias de exerc\u00edcio de atividade especial, sen\u00e3o vejamos:\n\nEMPRESA Johen Terrap Transp LTDA Benedito A. Queiroz LTDA Setal Inst. Industriais LTDA Klabin S/A\n\nFUN\u00c7\u00c3O Aux. de Escrit\u00f3rio Cobrador Ajudante Carregador Op. Aux. de Rec. Op. Aux. de Evap. Op. de Evapora\u00e7\u00e3o Op. Caldeira Recup. Op. Esp. Forno e Caust Op. Esp. e Rec. Op. Esp. e Rec. Op. 2 Recupera\u00e7\u00e3o Op. 3 Recupera\u00e7\u00e3o Op. 3 Rec. e Vapor\n\nADM\n\nDEM\n\n01/02/1980 10/03/1980\n\n05/02/1983 06/09/1984\n\n13/09/1984 08/10/1984\n\n19/03/1985 31/05/1986\n\n01/06/1986 31/10/1986\n\n01/11/1986 31/10/1988\n\n01/11/1988 31/08/1990\n\n01/09/1990 28/02/1998\n\n01/03/1998 30/11/1998\n\n01/12/1998 31/12/1998\n\n01/01/1999 31/07/1999\n\n01/08/1999 31/10/1999\n\n01/11/1999 30/06/2008\n\n01/07/2008 23/11/2016\n\nESPEC\n730 668 2737 274 30 211 91 3164 2898\n\nANOS\n0 0 0 0 0 2 1 7 0 0 0 0 8 7\n\nMESES\n0 0 0 0 0 0 10 6 9 1 7 3 8 11\n\nDIAS\n0 0 0 0 0 0 3 2 4 0 1 1 4 13\n\nTOTAL GERAL\n\nTOTAL DE DIAS 10803\n\nANOS MESES DIAS\n\n29\n\n07\n\n08\n\nComo se pode observar, Excel\u00eancia, caso a Autarquia Previdenci\u00e1ria computasse corretamente o tempo de trabalho especial exercido e comprovado pelo autor, por ocasi\u00e3o da data da entrada do requerimento administrativo (DER 07/06/2016), totalizaria o tempo de 29 anos 07 meses e 08 dias de trabalho insalubre, o que lhe garante nos moldes do art. 57 da Lei n. 8.213/91 o direito \u00e0 concess\u00e3o de Aposentadoria Especial consistente numa renda mensal equivalente a 100% (cem por cento) do sal\u00e1riode-benef\u00edcio.\n\nDO INTERESSE PROCESSUAL\nDimana do pr\u00f3prio texto Constitucional o princ\u00edpio da efici\u00eancia administrativa (art. 37, caput, CF/88), cuja aplica\u00e7\u00e3o imp\u00f5e \u00e0 Administra\u00e7\u00e3o P\u00fablica direta ou indireta uma aprecia\u00e7\u00e3o eficiente e eficaz dos interesses dos administrados, no sentido de orient\u00e1-los acerca de seus direitos, dando o melhor direcionamento legalmente poss\u00edvel aos seus leg\u00edtimos interesses, instruindo, realizando dilig\u00eancias e demais procedimentos necess\u00e1rios \u00e0 concess\u00e3o do melhor benef\u00edcio.\n\nP\u00e1gina2\n\n\fCom a devida v\u00eania, impende considerar que eventual alega\u00e7\u00e3o de que cabe ao segurado o requerimento do benef\u00edcio correto, resta superada, visto que, uma vez ocorrida a hip\u00f3tese de que trata a norma (in casu art. 57 da Lei n. 8.213/91) \u00e9 obriga\u00e7\u00e3o do ente previdenci\u00e1rio conceder a presta\u00e7\u00e3o prevista em lei.\nTendo o segurado a obrigatoriedade da filia\u00e7\u00e3o, sustenta-se que o Instituto Nacional do Seguro Social, deve zelar pela prote\u00e7\u00e3o dos previdentes, devendo para tanto, quando da concess\u00e3o dos benef\u00edcios previdenci\u00e1rios orientar e conceder nos termos da lei o benef\u00edcio que lhe seja mais ben\u00e9fico.\nNeste sentido o Enunciado n. 5 da JR/CRPS e o art. 687 da Instru\u00e7\u00e3o Normativa 77 de 21 de janeiro de 2015, assim disp\u00f5e:\nA Previd\u00eancia Social deve conceder o melhor benef\u00edcio a que o segurado fizer jus, cabendo ao servidor orient\u00e1-lo nesse sentido.\nNa mesma medida disp\u00f5e o PBPS em seu art. 88, que:\nCompete ao Servi\u00e7o Social esclarecer junto aos benefici\u00e1rios seus direitos sociais e os meios de exerc\u00ea-los e estabelecer conjuntamente com eles o processo de solu\u00e7\u00e3o dos problemas que emergirem da sua rela\u00e7\u00e3o com a Previd\u00eancia Social, tanto no \u00e2mbito interno da institui\u00e7\u00e3o como na din\u00e2mica da sociedade (...)\nO art. 680 da Instru\u00e7\u00e3o Normativa 77 de 21 de janeiro de 2015, estabelece que:\nAs atividades de instru\u00e7\u00e3o destinadas a averiguar e comprovar os requisitos legais para o reconhecimento de direito aos benef\u00edcios e servi\u00e7os da Previd\u00eancia Social ser\u00e3o realizadas pelo INSS, seja o processo constitu\u00eddo por meio f\u00edsico ou eletr\u00f4nico. Par\u00e1grafo \u00fanico. O n\u00e3o cumprimento de um dos requisitos legais para o reconhecimento de direitos ao benef\u00edcio ou servi\u00e7o n\u00e3o afasta o dever do INSS de instruir o processo quanto aos demais.\nNeste sentido o Tribunal Regional Federal da 4\u00aa Regi\u00e3o se manifestou, inclusive dispondo acerca dos efeitos financeiros da convers\u00e3o, sen\u00e3o vejamos:\nPREVIDENCI\u00c1RIO E PROCESSUAL CIVIL. APOSENTADORIA ESPECIAL. ATIVIDADE ESPECIAL. LEI N. 9.711/98. DECRETO N. 3.048/99. HABITUALIDADE E PERMAN\u00caNCIA. EFEITOS FINANCEIROS. MARCO INICIAL. CUMPRIMENTO IMEDIATO DO AC\u00d3RD\u00c3O. 1. (...). 2. (...). 3. (...). 4. (...). 5. (...). 6. Quanto ao marco inicial da inativa\u00e7\u00e3o, os efeitos financeiros devem, em regra, retroagir \u00e0 data de entrada do requerimento do benef\u00edcio (ressalvada eventual prescri\u00e7\u00e3o quinquenal), independentemente de, \u00e0 \u00e9poca, ter havido requerimento espec\u00edfico nesse sentido ou de ter sido aportada documenta\u00e7\u00e3o comprobat\u00f3ria suficiente ao reconhecimento da atividade especial, tendo em vista (1) o car\u00e1ter de direito social da previd\u00eancia social, intimamente vinculado \u00e0 concretiza\u00e7\u00e3o da cidadania e ao respeito da dignidade humana, a demandar uma prote\u00e7\u00e3o social eficaz aos segurados, (2) o dever constitucional, por parte da autarquia previdenci\u00e1ria (enquanto Estado sob a forma descentralizada), de tornar efetivas as presta\u00e7\u00f5es previdenci\u00e1rias aos benefici\u00e1rios, (3) o disposto no art. 54, combinado com o art. 49, ambos da Lei 8.213/91, no sentido de que a\n\nP\u00e1gina3\n\n\faposentadoria \u00e9 devida, em regra, desde a data do requerimento e (4) a obriga\u00e7\u00e3o do INSS - seja em raz\u00e3o dos princ\u00edpios acima elencados, seja a partir de uma interpreta\u00e7\u00e3o extensiva do art. 105 da Lei de Benef\u00edcios (\"A apresenta\u00e7\u00e3o de documenta\u00e7\u00e3o incompleta n\u00e3o constitui motivo para a recusa do requerimento do benef\u00edcio\") - de conceder aos segurados o melhor benef\u00edcio a que t\u00eam direito, ainda que, para tanto, tenha que orientar, sugerir ou solicitar os documentos necess\u00e1rios. Dentro deste contexto, e considerando que em grande parte dos pedidos de aposentadoria \u00e9 poss\u00edvel ao INSS vislumbrar a exist\u00eancia de tempo de servi\u00e7o prestado em condi\u00e7\u00f5es especiais face ao tipo de atividade exercida (v. g., como motorista ou frentista), cabe \u00e0 autarquia previdenci\u00e1ria uma conduta positiva, de orientar o segurado no sentido de, ante a possibilidade de ser beneficiado com o reconhecimento de um acr\u00e9scimo no tempo de servi\u00e7o em fun\u00e7\u00e3o da especialidade, buscar a documenta\u00e7\u00e3o necess\u00e1ria \u00e0 sua comprova\u00e7\u00e3o. A inobserv\u00e2ncia desse dever - que se deve ter por presumida, \u00e0 m\u00edngua de prova em sentido contr\u00e1rio, tendo em vista o princ\u00edpio da realidade - \u00e9 motivo suficiente para fazer incidir a concess\u00e3o da aposentadoria almejada desde a data do requerimento administrativo do benef\u00edcio. 7. Comprovado o exerc\u00edcio de atividades em condi\u00e7\u00f5es especiais por mais de 25 anos, tem o autor direito \u00e0 concess\u00e3o do benef\u00edcio de aposentadoria especial, com renda mensal inicial equivalente a 100% do valor do sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio, a contar da data do requerimento administrativo. 8. Determinado o cumprimento imediato do ac\u00f3rd\u00e3o no tocante \u00e0 implanta\u00e7\u00e3o do benef\u00edcio, a ser efetivada em 45 dias, nos termos do art. 461 do CPC. (TRF4, APELREEX 2005.71.00.038696-2, Sexta Turma, Relator Celso Kipper, D.E. 25/11/2009)\nConsolidado o entendimento quanto \u00e0 presta\u00e7\u00e3o pelo INSS de um atendimento eficiente intimamente vinculado \u00e0 concretiza\u00e7\u00e3o da cidadania e ao respeito da dignidade humana, visando sempre demandar uma prote\u00e7\u00e3o social eficaz aos segurados, com o m\u00ednimo de atos e tempo despendidos \u00e9 mister esclarecer que a inobserv\u00e2ncia deste preceito legal em hip\u00f3tese alguma pode se opor ao direito adquirido do autor ao percebimento de alimentos desde a data da entrada do requerimento administrativo, quando, caso tivesse sido devidamente auxiliado pelo servidor previdenci\u00e1rio, certamente reuniria todos os requisitos necess\u00e1rios \u00e0 melhor aposenta\u00e7\u00e3o que nesta oportunidade se busca conceder.\nNesse sentido, inclusive, Excel\u00eancia, quanto a retroatividade dos valores devidos no pedido revisional, verifica-se que o art. 563 da Instru\u00e7\u00e3o Normativa 77 de 21 de janeiro de 2015, assim disp\u00f5e:\nArt. 563. Os valores apurados em decorr\u00eancia da revis\u00e3o solicitada pelo titular, seu representante ou procurador, ser\u00e3o calculados: I - para revis\u00e3o sem apresenta\u00e7\u00e3o de novos elementos, desde a DIP, observada a prescri\u00e7\u00e3o; ou II - para revis\u00e3o com apresenta\u00e7\u00e3o de novos elementos, a partir da Data do Pedido da Revis\u00e3o - DPR. \u00a7 1\u00ba N\u00e3o se consideram novos elementos: I - os documentos apresentados para provar fato do qual o INSS j\u00e1 tinha ci\u00eancia, inclusive atrav\u00e9s do CNIS, e n\u00e3o oportunizou ao segurado o prazo para a comprova\u00e7\u00e3o no ato da concess\u00e3o, tais como: a) dados extempor\u00e2neos ou v\u00ednculos sem data de rescis\u00e3o; b) v\u00ednculos sem sal\u00e1rios de contribui\u00e7\u00e3o; c) per\u00edodo de atividade rural pendente de comprova\u00e7\u00e3o no CNIS; e d) per\u00edodo de atividade especial informados pela empresa atrav\u00e9s de GFIP;\nIn casu, observa-se que no ato da protocoliza\u00e7\u00e3o do pedido concess\u00f3rio, deveria o INSS ter considerado o exerc\u00edcio de atividade especial pelo autor, seja em raz\u00e3o das informa\u00e7\u00f5es constantes na GFIP, seja em raz\u00e3o da possibilidade do INSS vislumbrar a exist\u00eancia de tempo de servi\u00e7o prestado em condi\u00e7\u00f5es especiais face ao ambiente de trabalho do autor.\n\nP\u00e1gina4\n\n\fOra, Excel\u00eancia, tendo o INSS o dever de instruir o segurado quanto a busca do melhor benef\u00edcio, onde, mesmo tendo conhecimento acerca das condi\u00e7\u00f5es especiais informadas em GFIP, e, sobretudo, em centenas de casos an\u00e1logos, deveria o servidor determinar ao segurado a apresenta\u00e7\u00e3o da documenta\u00e7\u00e3o que entendesse necess\u00e1ria para a an\u00e1lise da atividade especial.\nDiante da des\u00eddia do INSS em instruir adequadamente o processo, deve o mesmo ser condenado ao pagamento dos valores devidos desde a DER, quando, poderia o autor ter concedido o benef\u00edcio que se pretende ora conceder.\nA jurisprud\u00eancia p\u00e1tria pacificou orienta\u00e7\u00e3o no sentido de que o termo inicial dos efeitos financeiros da revis\u00e3o deve retroagir \u00e0 data da concess\u00e3o do benef\u00edcio, uma vez que o deferimento da a\u00e7\u00e3o revisional representa o reconhecimento tardio de um direito j\u00e1 incorporado ao patrim\u00f4nio jur\u00eddico do segurado, n\u00e3o obstante a comprova\u00e7\u00e3o posterior do tempo de servi\u00e7o laborado em condi\u00e7\u00f5es nocivas (STJ - AGRESP n\u00ba 1.467.290, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, 2\u00aa Turma, DJE 28/10/2014).\nDe fato, em casos an\u00e1logos, j\u00e1 assentou o Egr\u00e9gio Tribunal Regional Federal da 4\u00aa Regi\u00e3o que existe direito adquirido \u00e0 aposentadoria na data em que preenchidos os requisitos necess\u00e1rios ao jubilamento, sendo vi\u00e1vel, consequentemente, a concess\u00e3o do amparo desde ent\u00e3o, de acordo com a legisla\u00e7\u00e3o ent\u00e3o vigente, devendo o INSS proceder \u00e0 revis\u00e3o e pagar as diferen\u00e7as apuradas, sendo que os efeitos financeiros da revis\u00e3o s\u00e3o devidos desde a DER, observada a prescri\u00e7\u00e3o quinquenal e os limites do pedido (EINF n\u00ba 2009.70.00.005982-6, Relator Juiz Federal Hermes Siedler da Concei\u00e7\u00e3o Junior, Terceira Se\u00e7\u00e3o, D.E. 19/05/2010).\nVejamos ent\u00e3o nesse sentido a jurisprud\u00eancia mais recente do o Egr\u00e9gio Tribunal Regional Federal da 4\u00aa Regi\u00e3o:\nPREVIDENCI\u00c1RIO. ATIVIDADE ESPECIAL. AGENTE NOCIVO ELETRICIDADE. APOSENTADORIA ESPECIAL. CONCESS\u00c3O. TERMO INICIAL. 1. O reconhecimento da especialidade e o enquadramento da atividade exercida sob condi\u00e7\u00f5es nocivas s\u00e3o disciplinados pela lei em vigor \u00e0 \u00e9poca em que efetivamente exercidos, passando a integrar, como direito adquirido, o patrim\u00f4nio jur\u00eddico do trabalhador. 2. At\u00e9 28-04-1995 \u00e9 admiss\u00edvel o reconhecimento da especialidade por categoria profissional ou por sujei\u00e7\u00e3o a agentes nocivos, admitindo-se qualquer meio de prova (exceto para ru\u00eddo e calor); a partir de 2904-1995 n\u00e3o mais \u00e9 poss\u00edvel o enquadramento por categoria profissional, sendo necess\u00e1ria a comprova\u00e7\u00e3o da exposi\u00e7\u00e3o do segurado a agentes nocivos por qualquer meio de prova at\u00e9 05-03-1997 e, a partir de ent\u00e3o, atrav\u00e9s de formul\u00e1rio embasado em laudo t\u00e9cnico, ou por meio de per\u00edcia t\u00e9cnica. 3. A despeito da aus\u00eancia de previs\u00e3o expressa pelos Decretos n.\u00ba 2.172/97 e 3.048/99, \u00e9 poss\u00edvel o reconhecimento da especialidade do labor desenvolvido com exposi\u00e7\u00e3o \u00e0 eletricidade m\u00e9dia superior a 250 volts ap\u00f3s 05/03/1997, com fundamento na S\u00famula n.\u00ba 198 do extinto Tribunal Federal de Recursos e na Lei n.\u00ba 7.369/85, regulamentada pelo Decreto n.\u00ba 93.412/96. Precedentes desta Corte e do STJ. 4. Implementados mais de 25 anos de tempo de atividade sob condi\u00e7\u00f5es nocivas e cumprida a car\u00eancia m\u00ednima, \u00e9 devida a concess\u00e3o do benef\u00edcio de aposentadoria especial, a contar da data do requerimento administrativo, nos termos do \u00a7 2\u00ba do art. 57 c/c art. 49, II, da Lei n. 8.213/91. 5. O termo inicial do benef\u00edcio e seus efeitos financeiros devem retroagir \u00e0 DER se comprovado que nessa data o segurado j\u00e1 implementava o tempo de servi\u00e7o e as demais condi\u00e7\u00f5es necess\u00e1rias \u00e0 obten\u00e7\u00e3o do benef\u00edcio de aposentadoria especial, ainda que necess\u00e1ria a complementa\u00e7\u00e3o de documentos e o acesso \u00e0 via judicial para ver devidamente averbado o tempo de servi\u00e7o. (TRF4 5012753-07.2014.404.7002, QUINTA TURMA, Relator (AUX\u00cdLIO ROGER) TA\u00cdS SCHILLING FERRAZ, juntado aos autos em 16/12/2016)\n\nP\u00e1gina5\n\n\fPREVIDENCI\u00c1RIO E PROCESSUAL CIVIL. APELA\u00c7\u00c3O/REEXAME NECESS\u00c1RIO. APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUI\u00c7\u00c3O. REQUISITOS LEGAIS. COMPROVA\u00c7\u00c3O. TEMPO DE SERVI\u00c7O RURAL EM REGIME DE ECONOMIA FAMILIAR. RECONHECIMENTO DO EXERC\u00cdCIO DE ATIVIDADE ESPECIAL. CONVERS\u00c3O DO TEMPO DE SERVI\u00c7O ESPECIAL EM COMUM. EFEITOS FINANCEIROS DESDE A DER. 1. Fixada pelo STJ a obrigatoriedade do reexame de senten\u00e7a il\u00edquida proferida contra a Uni\u00e3o, Estados, Distrito Federal e Munic\u00edpios e as respectivas autarquias e funda\u00e7\u00f5es de direito p\u00fablico na REsp 1101727/PR, a previs\u00e3o do art. 475 do CPC torna-se regra, admitido o seu afastamento somente nos casos em que o valor da condena\u00e7\u00e3o seja certo e n\u00e3o exceda a sessenta sal\u00e1rios m\u00ednimos. 2. \u00c9 poss\u00edvel o aproveitamento do tempo de servi\u00e7o rural at\u00e9 31-101991 independentemente do recolhimento das contribui\u00e7\u00f5es previdenci\u00e1rias, exceto para efeito de car\u00eancia. 3. Considera-se provada a atividade rural do segurado especial havendo in\u00edcio de prova material complementado por id\u00f4nea prova testemunhal. 4. Comprovado o exerc\u00edcio de atividade especial, conforme os crit\u00e9rios estabelecidos na lei vigente \u00e0 \u00e9poca do exerc\u00edcio, o segurado tem direito adquirido ao c\u00f4mputo do tempo de servi\u00e7o como tal, e ao acr\u00e9scimo decorrente da sua convers\u00e3o em tempo comum, utilizado o fator de convers\u00e3o previsto na legisla\u00e7\u00e3o aplicada na data da concess\u00e3o do benef\u00edcio. 5. At\u00e9 28.4.1995, \u00e9 admiss\u00edvel o reconhecimento da especialidade do trabalho por categoria profissional; a partir de 29.4.1995, necess\u00e1ria a demonstra\u00e7\u00e3o da efetiva exposi\u00e7\u00e3o, de forma n\u00e3o ocasional nem intermitente, a agentes prejudiciais \u00e0 sa\u00fade, por qualquer meio de prova; e, a contar de 6.5.1997 a comprova\u00e7\u00e3o deve ser feita por formul\u00e1rio-padr\u00e3o embasado em laudo t\u00e9cnico ou por per\u00edcia t\u00e9cnica. 6. Satisfeitos os requisitos tempo de contribui\u00e7\u00e3o e car\u00eancia, possui a parte autora o direito \u00e0 concess\u00e3o da aposentadoria proporcional por tempo de contribui\u00e7\u00e3o, bem como ao pagamento das parcelas vencidas, acrescidas dos consect\u00e1rios de lei. 7. Compete ao INSS orientar corretamente o segurado, no intuito de lhe conceder o benef\u00edcio mais vantajoso a que tenha direito, inclusive solicitando documenta\u00e7\u00e3o complementar se necess\u00e1rio. Equivocada a senten\u00e7a no ponto em que determinou a concess\u00e3o do benef\u00edcio retroativamente ao ajuizamento da demanda, pois n\u00e3o h\u00e1 elementos indicativos de que a parte autora tenha se recusado a apresentar qualquer documenta\u00e7\u00e3o porventura exigida pela autarquia naquela ocasi\u00e3o (DER), especialmente quanto aos per\u00edodos de atividade rural e especial reconhecidos judicialmente. N\u00e3o se vislumbra, pois, a devida orienta\u00e7\u00e3o ao segurado por parte do INSS, motivo pelo qual \u00e9 devido o benef\u00edcio desde a DER, ressalvada a prescri\u00e7\u00e3o quinquenal. 8. Delibera\u00e7\u00e3o sobre \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria diferida para a fase de cumprimento de senten\u00e7a, de modo a racionalizar o andamento do processo, e diante da pend\u00eancia , nos tribunais superiores, de decis\u00e3o sobre o tema com car\u00e1ter geral e vinculante. Precedentes do STJ e do TRF da 4\u00aa Regi\u00e3o. (TRF4 500529058.2012.404.7107, QUINTA TURMA, Relator (AUXILIO PAULO AFONSO) LORACI FLORES DE LIMA, juntado aos autos em 16/12/2016)\nDestarte, por todo o exposto em preliminar, o direito do autor a pleitear judicialmente a convers\u00e3o do benef\u00edcio erroneamente instru\u00eddo e concedido pela Administra\u00e7\u00e3o Previdenci\u00e1ria \u00e9 patente, bem como, a efetiva\u00e7\u00e3o dos efeitos financeiros desde a data da entrada do requerimento administrativo, respeitada a prescri\u00e7\u00e3o, \u00e9 medida que se imp\u00f5e \u00e0 efetiva\u00e7\u00e3o da Justi\u00e7a.\nDA ATIVIDADE ESPECIAL\nDa Aposentadoria Especial\nNos termos dos ensinamentos de Sergio Pinto Martins in Direito da Seguridade Social, 25\u00aa Edi\u00e7\u00e3o. S\u00e3o Paulo: Editora Atlas, 2008. p. 357:\n\nP\u00e1gina6\n\n\fA aposentadoria especial \u00e9 o benef\u00edcio previdenci\u00e1rio decorrente do trabalho realizado em condi\u00e7\u00f5es prejudiciais \u00e0 sa\u00fade ou \u00e1 integridade f\u00edsica do segurado, de acordo com a previs\u00e3o da lei.\nNeste diapas\u00e3o prescreve o artigo 57, caput da Lei 8.213/91 que:\nA aposentadoria especial ser\u00e1 devida, uma vez cumprida a car\u00eancia exigida nesta Lei, ao segurado que tiver trabalhado sujeito a condi\u00e7\u00f5es especiais que prejudiquem a sa\u00fade ou a integridade f\u00edsica durante 15 (quinze), 20 (vinte) ou 25 (vinte e cinco) anos, conforme dispuser a lei.\nObserve-se que para a concess\u00e3o da aposentadoria especial, resta mister o preenchimento concomitante de: car\u00eancia e sujei\u00e7\u00e3o a agentes prejudiciais a sa\u00fade ou a integridade f\u00edsica por determinado tempo de forma que no caso em testilha, nos termos argumentados e demonstrados ami\u00fade a somat\u00f3ria o tempo laborado pelo autor em condi\u00e7\u00f5es especiais (sujei\u00e7\u00e3o a agentes prejudiciais) devidamente comprovado administrativamente resulta em 29 anos 07 meses e 08 dias de exclusivo exerc\u00edcio atividade especial, ou seja, nos moldes do art. 57 da Lei n. 8.213/91, preenche os requisitos necess\u00e1rios para a concess\u00e3o de Aposentadoria Especial consistente numa renda mensal equivalente a 100% (cem por cento) do sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio, nos termos do \u00a7 1\u00ba do aludido dispositivo legal.\nDa legisla\u00e7\u00e3o sobre a atividade especial\nO regramento da atividade especial foi objeto de sucessivas altera\u00e7\u00f5es legislativas, pois para diferentes per\u00edodos h\u00e1 diferentes regras quanto ao reconhecimento da atividade como especial e neste sentido impende salientar que at\u00e9 28 de abril de 1995, o segurado poderia estar laborando em atividade enquadrada como especial por duas maneiras diferentes, ou seja, determinadas atividades gozavam de presun\u00e7\u00e3o de nocividade \u00e0 sa\u00fade, e, pelo simples enquadramento profissional, eram consideradas atividades especiais, bem como, haviam atividades que eram consideradas especiais em raz\u00e3o da sujei\u00e7\u00e3o \u00e0 influ\u00eancia de determinados agentes nocivos.\nTais situa\u00e7\u00f5es, inicialmente, eram discriminadas nos Decretos n\u00b0 53.831/64 e n\u00b0 83.080/79, onde, a partir de 29 de abril de 1995, passou a viger a Lei 9.032/95, que deixou de considerar a atividade especial pelo simples enquadramento profissional, passando a ser necess\u00e1ria a demonstra\u00e7\u00e3o de exposi\u00e7\u00e3o aos agentes nocivos por meio dos formul\u00e1rios SB40 e DSS 8030, muito embora, nesse per\u00edodo ainda continuava a serem aplicados os referidos Decretos.\nO advento da Medida Provis\u00f3ria 1.523-10, de 13/10/1996, convertida na Lei 9.528/97 de 10/12/1997, trouxe a exig\u00eancia do laudo t\u00e9cnico pericial para a elabora\u00e7\u00e3o do formul\u00e1rio DSS 8030 (antigo SB40) a fim de comprovar a sujei\u00e7\u00e3o aos agentes nocivos. Contudo, a jurisprud\u00eancia assentou o entendimento de que a exig\u00eancia do laudo pericial somente se deu ap\u00f3s a edi\u00e7\u00e3o do Decreto 2.172, de 05/03/1997, que regulamentou a MP n\u00b0 1.523-10, in verbis:\nPREVIDENCI\u00c1RIO. RECURSO ESPECIAL. AGRAVO REGIMENTAL. ATIVIDADE SOB CONDI\u00c7\u00d5ES ESPECIAIS. LEGISLA\u00c7\u00c3O VIGENTE \u00c0 \u00c9POCA EM QUE OS SERVI\u00c7OS FORAM PRESTADOS. CONVERS\u00c3O EM COMUM DO TEMPO DE SERVI\u00c7O ESPECIAL. LEI N\u00b0 9.032/95 E DECRETO N\u00b02.172. AGRAVO INTERNO DESPROVIDO. I \u2013 O tempo de servi\u00e7o \u00e9 disciplinado pela lei\n\nP\u00e1gina7\n\n\fvigente na \u00e9poca em que efetivamente prestado, passando a integrar, como direito aut\u00f4nomo, o patrim\u00f4nio jur\u00eddico do trabalhador. A lei nova que venha a estabelecer restri\u00e7\u00e3o ao c\u00f4mputo do tempo de servi\u00e7o n\u00e3o pode ser aplicada retroativamente. II \u2013 A exig\u00eancia de comprova\u00e7\u00e3o de efetiva exposi\u00e7\u00e3o aos agentes nocivos, estabelecida no \u00a7 4\u00b0 do art. 57 e \u00a7\u00a7 1\u00b0 e 2\u00b0 do artigo 58 da Lei n\u00b0 8.213/91, este na reda\u00e7\u00e3o da Lei 9.732/98, s\u00f3 pode aplicar-se ao tempo de servi\u00e7o prestado durante a sua vig\u00eancia, e n\u00e3o retroativamente, porque se trata de condi\u00e7\u00e3o restritiva ao reconhecimento do direito. Se a legisla\u00e7\u00e3o anterior exigia a comprova\u00e7\u00e3o da exposi\u00e7\u00e3o aos agentes nocivos, mas n\u00e3o limitava os meios de prova, a lei posterior, que passou a exigir laudo t\u00e9cnico, tem ineg\u00e1vel car\u00e1ter restritivo ao exerc\u00edcio do direito, n\u00e3o podendo ser aplicada a situa\u00e7\u00f5es pret\u00e9ritas. III \u2013 At\u00e9 o advento da Lei 9.032, em 29/04/1995, era poss\u00edvel o reconhecimento do tempo de servi\u00e7o especial, com base na categoria profissional do trabalhador. A partir desta norma, a comprova\u00e7\u00e3o da atividade especial \u00e9 feita por interm\u00e9dio dos formul\u00e1rios SB-40 e DSS-8030, at\u00e9 a edi\u00e7\u00e3o do Decreto n\u00b0 2.172 de 05/03/1997, que regulamentou a MP n\u00b0 1.523/96 (convertida na Lei 9.528/97), que passou a exigir o laudo t\u00e9cnico. IV \u2013 O \u00a7 5\u00b0, do artigo 57 da Lei 8.213/91, passou a ter a reda\u00e7\u00e3o do artigo 28 da Lei n\u00b0 9.711/98, tornando-se proibida a convers\u00e3o do tempo de servi\u00e7o especial em comum, exceto para a atividade especial exercida at\u00e9 a edi\u00e7\u00e3o da MP n\u00b0 1.663-10, em 28/05/1998, quando o referido dispositivo ainda era aplic\u00e1vel, na reda\u00e7\u00e3o original dada pela Lei 9.032/95. V \u2013 Agravo interno desprovido. STJ, AgRg no REsp n\u00b0 518554/PR, Quinta Turma, Relator: Ministro Gilson Dipp, DJ de 24/11/2003\nAssim, \u00e9 certo que no per\u00edodo entre 28/04/1995 a 05/03/1997 n\u00e3o era mais poss\u00edvel o reconhecimento da atividade especial pelo enquadramento profissional em raz\u00e3o da atividade anotada t\u00e3o somente na CTPS, no entanto, apresentado o formul\u00e1rio pr\u00f3prio SB40/DSS 8030 que indicasse a exposi\u00e7\u00e3o aos agentes nocivos indicados nos Decretos 53.831/64 e 83.080/79, a natureza especial do labor prestado restava comprovada.\nAs ilustres palavras da Ju\u00edza Maria Helena Carreira Alvim Ribeiro, in Aposentadoria Especial \u2013 Regime Geral da Previd\u00eancia Social, Juru\u00e1 Ed., Curitiba, 2005, 2\u00aa ed. rev. e atual, p.411, a respeito do tratamento devido ao assunto, elucidam o tema, pois:\nO trabalho exercido ap\u00f3s a edi\u00e7\u00e3o da Lei 9.032/95 nas atividades e ocupa\u00e7\u00f5es relacionadas nesses Anexos (refere-se aos Decretos 53.831/64 e 83.080/79) ser\u00e1 considerado, para efeito de enquadramento como tempo especial, at\u00e9 a data da publica\u00e7\u00e3o do Decreto 2.172/97, quando constar nos formul\u00e1rios de informa\u00e7\u00f5es sobre atividades especiais com exposi\u00e7\u00e3o a agentes nocivos ou se for comprovado por outros meios de provas. Ainda que tenha terminado a presun\u00e7\u00e3o juris et jure de exposi\u00e7\u00e3o a agentes nocivos em rela\u00e7\u00e3o \u00e0s categorias e ocupa\u00e7\u00f5es previstas nesses Anexos ap\u00f3s a edi\u00e7\u00e3o da Lei 9.032/95, o tempo anterior de servi\u00e7o em que o segurado desempenhou tais atividades deve ser computado como especial, permitindo tamb\u00e9m sua convers\u00e3o e soma ao tempo comum para a obten\u00e7\u00e3o do benef\u00edcio de aposentadoria por tempo de servi\u00e7o. (...)\nComo n\u00e3o poderia ser nesse sentido, a jurisprud\u00eancia do Tribunal Regional Federal da 4\u00aa Regi\u00e3o acerca do assunto \u00e9 un\u00edssona, sen\u00e3o vejamos:\nPREVIDENCI\u00c1RIO. APOSENTADORIA POR TEMPO DE SERVI\u00c7O. CONVERS\u00c3O, EM ESPECIAL, DO TEMPO DE SERVI\u00c7O TRABALHADO EM CONDI\u00c7\u00d5ES ADVERSAS \u00c0 SA\u00daDE. RU\u00cdDO. USO DE EQUIPAMENTOS DE PROTE\u00c7\u00c3O INDIVIDUAL. 1 \u2013 Para a prova da atividade como especial, at\u00e9 28.04.1995, v\u00e9spera da data em que entrou em vigor a Lei 9.032/95, bastava o seu enquadramento entre as profiss\u00f5es relacionadas nos anexos dos Decretos\n\nP\u00e1gina8\n\n\f53.831/64 e 83.080/79, ou a demonstra\u00e7\u00e3o da exposi\u00e7\u00e3o aos agentes insalubres relacionados nos referidos anexos, mediante informa\u00e7\u00f5es prestadas pela empresa em formul\u00e1rio espec\u00edfico. No tocante ao agente f\u00edsico ru\u00eddo, a prova t\u00e9cnica sempre foi necess\u00e1ria. 2 \u2013 At\u00e9 sobrevir a regulamenta\u00e7\u00e3o a Lei 9.032/95 pelo Decreto 2.172/97, continuaram aqueles Decretos aplic\u00e1veis no tocante aos agentes prejudiciais \u00e0 sa\u00fade ou \u00e0 integridade f\u00edsica neles elencados. (...) TRF 4\u00aa Reg. \u2013 5\u00aa Turma \u2013 AC 2000.71.12.0006988/RS \u2013 Relator Juiz A. A. Ramos de Oliveira \u2013 DJU 18/09/2002, p. 533.\nA rela\u00e7\u00e3o de agentes nocivos, como j\u00e1 mencionado, estava contida nos Decretos n\u00b0 53.831, de 25/03/64 e n\u00b0 83.080, de 24/01/1979. Tais normas s\u00f3 foram revogadas com o advento do Decreto 2.172, de 05/03/1997, que aprovou novo regulamento de benef\u00edcios da Previd\u00eancia Social e trouxe nova rela\u00e7\u00e3o de agentes nocivos em seu Anexo IV. Este \u00faltimo Decreto, por sua vez, foi revogado pelo Decreto 3.048/99, de 06/05/1999, que tamb\u00e9m trouxe a rela\u00e7\u00e3o de agentes nocivos em seu Anexo e est\u00e1 em atual vig\u00eancia.\nApesar de estes Decretos listarem os agentes a serem considerados nocivos, todas essas rela\u00e7\u00f5es nunca foram taxativas, pois n\u00e3o se poderia obter \u00eaxito em tentar relacionar toda e qualquer condi\u00e7\u00e3o nociva de atividade laboral, e, assim \u00e9 que se admite a prova do exerc\u00edcio de atividade especial, mesmo que esta atividade ou condi\u00e7\u00e3o n\u00e3o esteja elencada na respectiva rela\u00e7\u00e3o do Decreto vigente, tanto que, nesse sentido, \u00e9 o entendimento jurisprudencial:\nRECURSO ESPECIAL. PREVIDENCI\u00c1RIO. DIVERG\u00caNCIA JURISPRUDENCIAL N\u00c3O DEMONSTRADA. AUS\u00caNCIA DE COMPROVA\u00c7\u00c3O DO DISS\u00cdDIO JURISPRUDENCIAL. REPOSIT\u00d3RIO OFICIAL, AUTORIZADO OU CREDENCIADO. DI\u00c1RIO DE JUSTI\u00c7A. N\u00c3O ADMISS\u00c3O. AVERBA\u00c7\u00c3O DE TEMPO DE SERVI\u00c7O SOB CONDI\u00c7\u00d5ES ESPECIAIS. ATIVIDADE N\u00c3O ENQUADRADA. AUS\u00caNCIA DE PROVA PERICIAL. INCABIMENTO. 1. [...]. 2. [...]. 3. [...] 4. [...]. 5. No regime anterior \u00e0 Lei n\u00ba 8.213/91, para a comprova\u00e7\u00e3o do tempo de servi\u00e7o especial, nocivo \u00e0 sa\u00fade ou \u00e0 integridade f\u00edsica, era suficiente que a atividade exercida pelo segurado estivesse enquadrada em qualquer das atividades arroladas nos Decretos n\u00ba 53.831/64 e 83.080/79. 6. A jurisprud\u00eancia desta Corte Superior firmou-se no sentido de que o rol de atividades consideradas insalubres, perigosas ou penosas \u00e9 exemplificativo, pelo que, a aus\u00eancia do enquadramento da atividade desempenhada n\u00e3o inviabiliza a sua considera\u00e7\u00e3o para fins de concess\u00e3o de aposentadoria. 7. \"Atendidos os demais requisitos, \u00e9 devida a aposentadoria especial, se per\u00edcia judicial constata que a atividade exercida pelo segurado \u00e9 perigosa, insalubre ou penosa, mesmo n\u00e3o inscrita em Regulamento.\" (S\u00famula do extinto TFR, Enunciado n\u00ba 198). 8. Incab\u00edvel o reconhecimento do exerc\u00edcio de atividade n\u00e3o enquadrada como especial, se o trabalhador n\u00e3o comprova que efetivamente a exerceu sob condi\u00e7\u00f5es especiais. 9. Recurso parcialmente conhecido e improvido. STJ, RESP - RECURSO ESPECIAL \u2013 666479, Processo: 200400822616/PB, \u00d3rg\u00e3o Julgador: SEXTA TURMA, Data da decis\u00e3o: 18/11/2004 Documento: STJ000588622, DJ DATA:01/02/2005 P: 668, Rel. HAMILTON CARVALHIDO.\nA interpreta\u00e7\u00e3o feita pelos tribunais decorre das pr\u00f3prias previs\u00f5es constitucionais e legais sobre a mat\u00e9ria, pois, a compensa\u00e7\u00e3o pelo exerc\u00edcio de atividades, insalubres, perigosas ou penosas, e/ou que acarretem risco \u00e0 integridade f\u00edsica e \u00e0 sa\u00fade, \u00e9 direito social estampado na CF/88, no inciso XXIII do artigo 7\u00b0, que diz ser direito do trabalhador o \u201cadicional de remunera\u00e7\u00e3o para as atividades penosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei\u201d.\nDo mesmo modo, especificamente no Cap\u00edtulo destinado \u00e0 Seguridade Social, a CF/88 prev\u00ea, no \u00a7 1\u00b0 do artigo 201, que \u201c\u00e9 vedada a ado\u00e7\u00e3o de requisitos e crit\u00e9rios diferenciados para a concess\u00e3o de aposentadoria aos benefici\u00e1rios do regime geral de previd\u00eancia social, ressalvados os casos de\n\nP\u00e1gina9\n\n\fatividades exercidas sob condi\u00e7\u00f5es especiais que prejudiquem a sa\u00fade ou a integridade f\u00edsica e quando se tratar de segurados portadores de defici\u00eancia, nos termos definidos em lei complementar\u201d.\nA previs\u00e3o legal tamb\u00e9m faz refer\u00eancia aos agentes nocivos, pois, o artigo 57 da Lei 8.213/91 diz ser devido o benef\u00edcio de aposentadoria especial ao segurado que tiver trabalhado sujeito \u00e0s \u201ccondi\u00e7\u00f5es especiais que prejudiquem a sa\u00fade e a integridade f\u00edsica\u201d.\nAssim, a doutrina e a jurisprud\u00eancia conclu\u00edram que, mesmo diante do contido no artigo 58 da Lei 8.213/91 - que diz ser defini\u00e7\u00e3o do Poder Executivo relacionar os agentes nocivos -, seria imposs\u00edvel a previs\u00e3o de todas as hip\u00f3teses de sujei\u00e7\u00e3o a \u201ccondi\u00e7\u00f5es especiais que prejudiquem a sa\u00fade e a integridade f\u00edsica\u201d e desta forma, consolidou-se o entendimento de que a rela\u00e7\u00e3o dos agentes nocivos feita pelo Poder Executivo n\u00e3o era exaustiva, admitindo-se a exist\u00eancia de outras condi\u00e7\u00f5es n\u00e3o elencadas na legisla\u00e7\u00e3o.\nCom rela\u00e7\u00e3o \u00e0 convers\u00e3o do tempo especial em comum at\u00e9 a data do requerimento administrativo \u2013 ap\u00f3s 28/05/1998, cumpre notar que, o art. 28 da Lei 9711/98, ao dispor sobre a Lei 8.213/91, n\u00e3o revogando expressamente o \u00a7 5\u00ba do art. 57 da Lei de Benef\u00edcios. Cuidou, t\u00e3osomente, de delegar ao Poder Executivo autoriza\u00e7\u00e3o para estabelecer crit\u00e9rios para a convers\u00e3o do tempo de trabalho exercido at\u00e9 28.05.1998 (o que resultou no par\u00e1grafo \u00fanico do art. 70 do Decreto n\u00ba 3.048/99), sem prescrever qualquer veda\u00e7\u00e3o \u00e0 convers\u00e3o posterior a essa data.\nObserve-se, Excel\u00eancia, que a pleiteada convers\u00e3o da atividade especial em comum at\u00e9 os dias atuais \u00e9 plaus\u00edvel tanto que o Colegiado da Turma Nacional de Uniformiza\u00e7\u00e3o dos Juizados Federais, autos n. 2004.61.84.00.5712-5 no PEDIDO DE UNIFORMIZA\u00c7\u00c3O DE INTERPRETA\u00c7\u00c3O DE LEI, e dos precedentes da mesma TNU nos autos dos processos n\u00ba 2007.63.06.00.1919-0 e 2004.61.84.252343-7 (ambos julgados em 18.12.2008) cancelou o Enunciado 16 da turma, pacificando o entendimento quanto \u00e0 possibilidade de convers\u00e3o de tempo especial em comum mesmo ap\u00f3s 28/05/1998.\nDestarte, n\u00e3o h\u00e1 como negar que o art. 28 - cujo teor, ali\u00e1s, permaneceu inalterado por ocasi\u00e3o da convers\u00e3o em lei da MP 1.663-15 - encontrava sua raz\u00e3o de ser na revoga\u00e7\u00e3o expressa constante \u00e0 \u00e9poca da MP n\u00ba 1.663-10. Entretanto, o simples desacolhimento daquela parte da medida provis\u00f3ria pelo legislador j\u00e1 denota a clara inten\u00e7\u00e3o de preservar o direito \u00e0 transmuda\u00e7\u00e3o do tempo de servi\u00e7o prestado em atividade especial para comum.\nPor fim, consigne-se a flagrante ilegalidade do caput do art. 70 do Decreto n\u00ba 3.048, de 06.05.1999, ao vedar a convers\u00e3o de tempo de servi\u00e7o prestado sob condi\u00e7\u00f5es especiais, uma vez que o direito p\u00e1trio inadmite a figura do decreto aut\u00f4nomo, em face do poder regulamentar previsto no art. 84, IV, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal.\nAssim, tratando-se de decreto regulamentar ou de execu\u00e7\u00e3o, n\u00e3o caberia nele figurar a cria\u00e7\u00e3o ou restri\u00e7\u00e3o de direitos, sobretudo em descompasso com os preceitos da lei que visa regulamentar de forma que em conclus\u00e3o, temos que a convers\u00e3o de tempo de servi\u00e7o posterior a 28.05.98 continua v\u00e1lida, desde que obedecidos os crit\u00e9rios do par\u00e1grafo \u00fanico do art. 70 do Decreto 3.048/99 c/c art. 28 da Lei n\u00ba 9.711/98.\n\nP\u00e1gina1 0\n\n\fNeste sentido o Tribunal Regional Federal da 4\u00aa Regi\u00e3o se manifestou:\nPREVIDENCI\u00c1RIO. APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUI\u00c7\u00c3O/SERVI\u00c7O. REQUISITOS. ATIVIDADE RURAL. IN\u00cdCIO DE PROVA MATERIAL. ATIVIDADE ESPECIAL. AGENTES NOCIVOS RU\u00cdDO E UMIDADE. 1. (...). 2. (...). 3. Considerando que o \u00a7 5.\u00ba do art. 57 da Lei n. 8.213/91 n\u00e3o foi revogado pela Lei n. 9.711/98, e que, por disposi\u00e7\u00e3o constitucional (art. 15 da Emenda Constitucional n. 20, de 15-12-1998), permanecem em vigor os arts. 57 e 58 da Lei de Benef\u00edcios at\u00e9 que a lei complementar a que se refere o art. 201, \u00a7 1.\u00ba, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal, seja publicada, \u00e9 poss\u00edvel a convers\u00e3o de tempo de servi\u00e7o especial em comum inclusive ap\u00f3s 28-05-1998. Precedentes do STJ. 4. (...). 5. (...). 6. (...). 7. (...). (TRF4, AC 2004.71.14.002404-7, Sexta Turma, Relator Celso Kipper, D.E. 18/05/2010)\nNo mesmo norte o Superior Tribunal de Justi\u00e7a caminha:\nPREVIDENCI\u00c1RIO E PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. JULGAMENTO EXTRA PETITA E REFORMATIO IN PEJUS. N\u00c3O CONFIGURADOS. APOSENTADORIA PROPORCIONAL. SERVI\u00c7O PRESTADO EM CONDI\u00c7\u00d5ES ESPECIAIS. CONVERS\u00c3O EM TEMPO COMUM. POSSIBILIDADE. 1. Os pleitos previdenci\u00e1rios possuem relevante valor social de prote\u00e7\u00e3o ao Trabalhador Segurado da Previd\u00eancia Social, sendo, portanto, julgados sob tal orienta\u00e7\u00e3o exeg\u00e9tica. 2. Tratando-se de corre\u00e7\u00e3o de mero erro material do autor e n\u00e3o tendo sido alterada a natureza do pedido, resta afastada a configura\u00e7\u00e3o do julgamento extra petita. 3. Tendo o Tribunal a quo apenas adequado os c\u00e1lculos do tempo de servi\u00e7o laborado pelo autor aos termos da senten\u00e7a, n\u00e3o h\u00e1 que se falar em reformatio in pejus, a ensejar a nulidade do julgado. 4. O Trabalhador que tenha exercido atividades em condi\u00e7\u00f5es especiais, mesmo que posteriores a maio de 1998, tem direito adquirido, protegido constitucionalmente, \u00e0 convers\u00e3o do tempo de servi\u00e7o, de forma majorada, para fins de aposentadoria comum. 5. Recurso Especial improvido. (Resp 956-110/SP, Proc 2007/0123248-2, Relator Min. Napole\u00e3o Nunes Maia Filho, D.E. 29/08/2007)\nAcerca do tema em testilha, os singulares Jo\u00e3o Batista Lazzari e Carlos Alberto Pereira de Castro na obra Manual de Direito Previdenci\u00e1rio1, lecionam que:\nA respeito da possibilidade de convers\u00e3o do tempo especial em comum, travou-se acirrada discuss\u00e3o no meio doutrin\u00e1rio e jurisprudencial em face da suposta revoga\u00e7\u00e3o da norma legal que autorizava essa sistem\u00e1tica. (...) Mais recentemente a Quinta Turma do STJ adotou entendimento diverso ao permitir a convers\u00e3o do tempo especial em comum ap\u00f3s 28.5.1998, sob o fundamento de que \u201cO trabalhador que tenha exercido atividades em condi\u00e7\u00f5es especiais, mesmo que posteriores a maio de 1998, tem direito adquirido, protegido constitucionalmente, \u00e0 convers\u00e3o do tempo de servi\u00e7o, de forma majorada, para fins de aposentadoria comum\u201d. (Resp n. 956.110/SP, Quinta Turma, Relator Ministro Napole\u00e3o Nunes Maia Filho, DJ de 22.10.2007). (gn)\nComplementam os exponenciais autores afirmando que:\nA TNU depois de muito debate acabou aderindo \u00e0 nova orienta\u00e7\u00e3o tra\u00e7ada pela 5\u00aa Turma do STJ, a qual entendemos estar afei\u00e7oada ao disposto no art. 201, \u00a7 1\u00ba da Constitui\u00e7\u00e3o Federal.\n1 CASTRO, Carlos Alberto Pereira de. Manual de Direito Previdenci\u00e1rio/ Carlos Alberto Pereira de Castro; Jo\u00e3o Batista Lazari \u2013 11 ed. Florian\u00f3polis: Conceito Editorial, 2009. p. 613 e 614.\n\nP\u00e1gina1 1\n\n\fEm refer\u00eancia a exposi\u00e7\u00e3o colhe-se decis\u00e3o que segue:\nPREVIDENCI\u00c1RIO. CONVERS\u00c3O DE TEMPO LABORADO SOB CONDI\u00c7\u00d5ES NOCIVAS \u00c0 SA\u00daDEEM TEMPO COMUM. POSSIBILIDADE DA CONVERS\u00c3O EM QUALQUER \u00c9POCA, POR N\u00c3O TER A LEI N\u00ba 9.711/98 REVOGADO O ART. 57,\u00a7 5\u00ba DA LEI N\u00ba 8.213/91. APLICA\u00c7\u00c3O DO FATOR MULTIPLICADOR VIGENTE \u00c0 \u00c9POCA EM QUE SE COMPLETAM AS CONDI\u00c7\u00d5ES E \u00c9 FORMULADO O PEDIDO DE APOSENTADORIA, E N\u00c3O NA \u00c9POCA DA PRESTA\u00c7\u00c3O DO SERVI\u00c7O. EMENDAS CONSTITUCIONAIS N\u00baS 20/98 E 47/05 REAFIRMAM A VIG\u00caNCIA DO ART. 57 DA LEI N\u00ba 8.213/91. AUS\u00caNCIA DE LIMITES \u00c0 CONVERS\u00c3O DO TEMPO DE SERVI\u00c7O ESPECIAL PARA COMUM. RECURSO CONHECIDO E NEGADO. PROPOSTA DE REVIS\u00c3O DA S\u00daMULA N\u00ba 16 DA TNU. (PU n. 2004.61.84.25.2343-7/SP. Relator Juiz Federal Manoel Rolim Campbell Penna, DJ 09/02/2009)\nVerifica-se, Excel\u00eancia, de todo exposto que, in casu, o autor tendo laborado exposto a agentes agressivos \u00e0 sua sa\u00fade e integridade f\u00edsica, durante a jornada de trabalho, n\u00e3o existe, com a devida v\u00eania, raz\u00e3o alguma para que a autarquia proceda contra legis.\nDAS CONDI\u00c7\u00d5ES ESPECIAIS DE TRABALHO IN CASU\nQuanto a exposi\u00e7\u00e3o do autor a agentes insalubres, pondere-se conforme Perfil Profissiogr\u00e1fico Previdenci\u00e1rio (FORM) e Laudos T\u00e9cnicos Periciais (LAU1/LAU4) que junto da empresa Klabin S/A, o autor laborou como \u201cOperador Auxiliar de Recupera\u00e7\u00e3o\u201d no per\u00edodo de 01/11/1986 a 31/10/1988, exposto ao agente ru\u00eddo em intensidade de 89 a 111 dB(A); como \u201cOperador de Evapora\u00e7\u00e3o\u201d no per\u00edodo de 01/11/1988 a 31/08/1990, exposto ao agente ru\u00eddo em intensidade de 89 a 111 dB(A); como \u201cOperador de Caldeira Recupera\u00e7\u00e3o\u201d no per\u00edodo de 01/09/1990 a 28/02/1998, exposto ao agente ru\u00eddo em intensidade de 95 a 98 dB(A); como \u201cOperador Especializado Forno e Caustifica\u00e7\u00e3o\u201d no per\u00edodo de 01/03/1998 a 30/11/1998, exposto ao agente ru\u00eddo em intensidade de 104 dB(A); como \u201cOperador Especializado Recupera\u00e7\u00e3o\u201d nos per\u00edodos de 01/12/1998 a 31/12/1998 e de 01/01/1999 a 31/07/1999; como \u201cOperador II Recupera\u00e7\u00e3o\u201d no per\u00edodo de 01/08/1999 a 31/10/1999, exposto ao agente ru\u00eddo em intensidade de 104 dB(A); como \u201cOperador III Recupera\u00e7\u00e3o\u201d no per\u00edodo de 01/11/1999 a 30/06/2008, exposto ao agente ru\u00eddo em intensidade de 91 dB(A); como \u201cOperador III Recupera\u00e7\u00e3o e Vapor\u201d no per\u00edodo de 01/07/2008 a 07/06/2016, exposto ao agente ru\u00eddo em intensidade de 89,8 dB(A).\nDA AN\u00c1LISE DAS CONDI\u00c7\u00d5ES DE TRABALHO DO AUTOR\nDO AGENTE RU\u00cdDO\nQuanto ao agente ru\u00eddo, em que pese entendimento diverso da parte autora, pois, a redu\u00e7\u00e3o posterior do n\u00edvel de ru\u00eddo admiss\u00edvel como prejudicial \u00e0 salubridade, tecnicamente faz presumir ser ainda mais gravosa a situa\u00e7\u00e3o pr\u00e9via (a evolu\u00e7\u00e3o das m\u00e1quinas e das condi\u00e7\u00f5es de trabalho tendem a melhorar as condi\u00e7\u00f5es de trabalho), mostra-se absolutamente incoerente considerar-se a intensidade de 90,0 dB(A) entre 06/03/97 a 18/11/03, no entanto, se reconhece que o STJ absurdamente resolveu mitigar a sa\u00fade do trabalhador entendendo que se deve limitar o reconhecimento da atividade especial aos estritos par\u00e2metros legais vigentes em cada \u00e9poca, independentemente da l\u00f3gica ou do bom senso.\n\nP\u00e1gina1 2\n\n\fDesta forma, \u00e9 tida como especial a atividade exercida com exposi\u00e7\u00e3o a ru\u00eddos superiores a 80,0 dB(A) at\u00e9 a edi\u00e7\u00e3o do Decreto 2.171/97 de 05/03/97, ap\u00f3s essa data, por for\u00e7a do anexo IV do Decreto 2.172/97 e anexo IV do Decreto 3.048/99, na reda\u00e7\u00e3o original, at\u00e9 18/11/03, a exposi\u00e7\u00e3o a ru\u00eddos superiores a 90,0 dB(A), e, por fim, a partir de 19/11/03 a exposi\u00e7\u00e3o a ru\u00eddo superiores a 85,0 dB(A), por for\u00e7a do anexo IV do Decreto n. 3.048/99, com a altera\u00e7\u00e3o do Decreto n. 4.882/03.\nDO C\u00d3DIGO GFIP - Inexist\u00eancia de correla\u00e7\u00e3o com o princ\u00edpio da preced\u00eancia do custeio (CF/88, art. 195, \u00a75\u00ba)\nObserve-se da an\u00e1lise administrativa que embora tenha sido observado que o autor laborou exposto ao agente ru\u00eddo em intensidades acima dos limites legais, n\u00e3o foram as atividades enquadradas sob o argumento de que \u201co PPP apresenta inconsist\u00eancias, pois informa exposi\u00e7\u00e3o ao agente ru\u00eddo em n\u00edveis que variaram entre 89 e 111 dB, mas o campo GFIP foi preenchido com o c\u00f3digo \u201c01\u201d (aus\u00eancia de exposi\u00e7\u00e3o \u2013 trabalhador j\u00e1 esteve exposto)\u201d.\nCom a devida v\u00eania, verifica-se na jurisprud\u00eancia entendimento contr\u00e1rio ao administrativo, pois, \u201c\u00e9 absolutamente inadequado aferir-se a exist\u00eancia de um direito previdenci\u00e1rio a partir da forma como resta formalizada determinada obriga\u00e7\u00e3o fiscal por parte da empresa empregadora. Pouco importa, em verdade, se a empresa entendeu ou n\u00e3o caracterizada determinada atividade como especial. A realidade precede \u00e0 forma. Se os elementos t\u00e9cnicos contidos nos autos demonstram a natureza especial da atividade, n\u00e3o guardam relev\u00e2ncia a informa\u00e7\u00e3o da atividade na GFIP ou a aus\u00eancia de recolhimento da contribui\u00e7\u00e3o adicional por parte da empresa empregadora\u201d.\nComo dito, \u201ca realidade precede \u00e0 forma\u201d, ou seja, o que importa \u00e9 comprovar-se que a atividade \u00e9, na realidade, especial, o que resta comprovado nos presentes autos, uma vez que o pr\u00f3prio INSS reconhece que o autor encontrava-se exposto ao agente ru\u00eddo em intensidade de 89 a 111 dB(A) nos per\u00edodos de 01/11/1986 a 31/10/1988, 01/11/1988 a 31/08/1990, 01/09/1990 a 28/02/1998, 01/03/1998 a 30/11/1998, 01/12/1998 a 31/12/1998, 01/01/1999 a 31/07/1999, 01/08/1999 a 31/10/1999, 01/11/1999 a 30/06/2008 e de 01/07/2008 a 07/06/2016 (FORM e LAU1/LAU4).\nOra, Excel\u00eancia, com a devida v\u00eania, diante da identifica\u00e7\u00e3o da situa\u00e7\u00e3o laboral da parte, deve o fisco adotar provid\u00eancias relativas \u00e0 arrecada\u00e7\u00e3o das contribui\u00e7\u00f5es que entender devidas, aplicando-se o mesmo racioc\u00ednio das situa\u00e7\u00f5es de trabalho informal pelo segurado empregado (sem anota\u00e7\u00e3o em carteira ou sem recolhimento das contribui\u00e7\u00f5es previdenci\u00e1rias).\nA discrep\u00e2ncia entre a realidade e o fiel cumprimento das obriga\u00e7\u00f5es fiscais n\u00e3o pode implicar, jamais, na nega\u00e7\u00e3o da realidade, mas um ponto de partida para os procedimentos de arrecada\u00e7\u00e3o fiscal e imposi\u00e7\u00e3o de penalidades correspondentes.\nConsubstancia grave equ\u00edvoco hermen\u00eautico condicionar-se o reconhecimento de um direito previdenci\u00e1rio \u00e0 exist\u00eancia de uma espec\u00edfica contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria. Mais precisamente, inadequada \u00e9 a compreens\u00e3o que condiciona o reconhecimento da atividade especial \u00e0s hip\u00f3teses que fazem incidir previs\u00e3o normativa espec\u00edfica de recolhimento de contribui\u00e7\u00e3o adicional (art. 57, \u00a7\u00a7 6\u00ba e 7\u00ba,\n\nP\u00e1gina1 3\n\n\fda Lei n\u00ba 8.213/91). E a aus\u00eancia de contribui\u00e7\u00e3o espec\u00edfica n\u00e3o guarda rela\u00e7\u00e3o alguma com o princ\u00edpio da preced\u00eancia do custeio (CF/88, art. 195, \u00a75\u00ba).\nNote-se, quanto ao particular, que a contribui\u00e7\u00e3o adicional apenas foi institu\u00edda pela Lei n\u00ba 9.732/98, quase quatro d\u00e9cadas ap\u00f3s a institui\u00e7\u00e3o da aposentadoria especial pela Lei n\u00ba 3.807/60. Al\u00e9m disso, as empresas submetidas ao regime simplificado de tributa\u00e7\u00e3o (SIMPLES), como se sabe, n\u00e3o est\u00e3o sujeitas ao recolhimento da contribui\u00e7\u00e3o adicional e essa condi\u00e7\u00e3o n\u00e3o propicia sequer cogita\u00e7\u00e3o de que seus empregados n\u00e3o fa\u00e7am jus \u00e0 prote\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria diferenciada ou de que a concess\u00e3o de aposentadoria especial a eles violaria o princ\u00edpio constitucional da preced\u00eancia do custeio.\nE isso pelo simples motivo de que ela decorre, dita prote\u00e7\u00e3o \u00e0 sa\u00fade do trabalhador, da realidade das coisas vis a vis a legisla\u00e7\u00e3o protetiva - compreendida desde uma perspectiva constitucional atenta \u00e0 efic\u00e1cia vinculante dos direitos fundamentais sociais. O que faz disparar a prote\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria \u00e9 a realidade de ofensa \u00e0 sa\u00fade do trabalhador, verificada no caso concreto, e n\u00e3o a exist\u00eancia de uma determinada regra de custeio.\nDeve-se, aqui tamb\u00e9m, prestigiar a realidade e a necessidade da prote\u00e7\u00e3o social correlata, de modo que a suposta omiss\u00e3o ou in\u00e9rcia do legislador, quanto \u00e0 necessidade de uma contribui\u00e7\u00e3o espec\u00edfica, n\u00e3o implica a conclus\u00e3o de que a prote\u00e7\u00e3o social, plenamente justific\u00e1vel, estaria a violar o princ\u00edpio da preced\u00eancia do custeio.\nNesse sentido, Excel\u00eancia, validando o entendimento ora estabelecido, caminha a jurisprud\u00eancia do Egr\u00e9gio Tribunal Regional Federal da 4\u00aa Regi\u00e3o, onde:\nAPELA\u00c7\u00c3O E REMESSA OFICIAL - TEMPO ESPECIAL - M\u00c9DICO - EXPOSI\u00c7\u00c3O A AGENTES BIOL\u00d3GICOS - RECONHECIMENTO DE LABOR EM CONDI\u00c7\u00d5ES ESPECIAIS - EPI - FONTE DE CUSTEIO - CONVERS\u00c3O DE TEMPO AP\u00d3S 28/05/1998 - ADMISSIBILIDADE - CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA E JUROS DE MORA - FASE DE CUMPRIMENTO DE SENTEN\u00c7A - DIFERIMENTO TUTELA ESPEC\u00cdFICA - 1- Comprovado o exerc\u00edcio de atividade especial, conforme os crit\u00e9rios estabelecidos na lei vigente \u00e0 \u00e9poca do exerc\u00edcio, o segurado tem direito adquirido ao c\u00f4mputo do tempo de servi\u00e7o como tal. 2- At\u00e9 28/04/1995, \u00e9 admiss\u00edvel o reconhecimento da especialidade do trabalho por categoria profissional; A partir de 29/04/1995, necess\u00e1ria a demonstra\u00e7\u00e3o da efetiva exposi\u00e7\u00e3o, de forma n\u00e3o ocasional nem intermitente, a agentes prejudiciais \u00e0 sa\u00fade, por qualquer meio de prova; E, a contar de 06/05/1997 a comprova\u00e7\u00e3o deve ser feita por formul\u00e1rio-padr\u00e3o embasado em laudo t\u00e9cnico ou por per\u00edcia t\u00e9cnica. 3- A partir de 06/03/97, comprovada a exposi\u00e7\u00e3o do segurado (cargos como o de m\u00e9dico e cirurgi\u00e3o-dentista) a agentes biol\u00f3gicos por meio de PPP e Laudo Pericial durante o per\u00edodo laboral, cabe reconhecer como especial a atividade por ele exercida, revelando-se desnecess\u00e1ria, no caso, a demonstra\u00e7\u00e3o de que o contato tenha ocorrido de forma permanente, na medida em que o risco de acidente independe do tempo de exposi\u00e7\u00e3o. 4- Para atividades exercidas at\u00e9 a data da publica\u00e7\u00e3o da MP n\u00ba 1.729, de 2 de dezembro de 1998, convertida na Lei n\u00ba 9.732 , de 11 de dezembro de 1998, que alterou o \u00a7 2\u00ba do artigo 58 da Lei n\u00ba 8.213/1991 , a utiliza\u00e7\u00e3o de equipamentos de prote\u00e7\u00e3o individual (EPI) \u00e9 irrelevante para o reconhecimento das condi\u00e7\u00f5es especiais, prejudiciais \u00e0 sa\u00fade ou \u00e0 integridade f\u00edsica do trabalhador. 5- O uso de EPI's (equipamentos de prote\u00e7\u00e3o), por si s\u00f3, n\u00e3o basta para afastar o car\u00e1ter especial das atividades desenvolvidas pelo segurado. Seria necess\u00e1ria uma efetiva demonstra\u00e7\u00e3o da elis\u00e3o das consequ\u00eancias nocivas, al\u00e9m de prova da fiscaliza\u00e7\u00e3o do empregador sobre o uso permanente dos dispositivos protetores da sa\u00fade do obreiro durante toda a jornada de trabalho. 6- \u00c9 absolutamente inadequado aferir-se a exist\u00eancia de um direito previdenci\u00e1rio a partir da forma como resta formalizada determinada obriga\u00e7\u00e3o fiscal\n\nP\u00e1gina1 4\n\n\fpor parte da empresa empregadora. A realidade precede \u00e0 forma. Se os elementos t\u00e9cnicos contidos nos autos demonstram a natureza especial da atividade, n\u00e3o guardam relev\u00e2ncia a informa\u00e7\u00e3o da atividade na GFIP ou a aus\u00eancia de recolhimento da contribui\u00e7\u00e3o adicional por parte da empresa empregadora. Inadequada \u00e9 a compreens\u00e3o que condiciona o reconhecimento da atividade especial \u00e0s hip\u00f3teses que fazem incidir previs\u00e3o normativa espec\u00edfica de recolhimento de contribui\u00e7\u00e3o adicional ( art. 57, \u00a7\u00a7 6\u00ba e 7\u00ba, da Lei n\u00ba 8.213/91). O direito do trabalhador \u00e0 prote\u00e7\u00e3o de sua sa\u00fade no ambiente do trabalho emana da realidade das coisas vis a vis a legisla\u00e7\u00e3o protetiva Compreendida desde uma perspectiva constitucional atenta \u00e0 efic\u00e1cia Vinculante dos direitos fundamentais sociais. Deve-se, aqui tamb\u00e9m, prestigiar a realidade e a necessidade da prote\u00e7\u00e3o social correlata, de modo que suposta omiss\u00e3o ou in\u00e9rcia do legislador, quanto \u00e0 necessidade de uma contribui\u00e7\u00e3o espec\u00edfica, n\u00e3o implica a conclus\u00e3o de que a prote\u00e7\u00e3o social, plenamente justific\u00e1vel, estaria a violar o princ\u00edpio constitucional da preced\u00eancia do custeio. 7- Considerando que o \u00a7 5\u00ba do art. 57 da Lei n\u00ba 8.213/91 n\u00e3o foi revogado pela Lei n\u00ba 9.711/98 , e que, por disposi\u00e7\u00e3o constitucional (art. 15 da Emenda Constitucional n\u00ba 20, de 15-12-1998), permanecem em vigor os arts. 57 e 58 da Lei de Benef\u00edcios at\u00e9 que a lei complementar a que se refere o art. 201, \u00a7 1\u00ba, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal , seja publicada, \u00e9 poss\u00edvel a convers\u00e3o de tempo de servi\u00e7o especial em comum inclusive ap\u00f3s 28-05-1998. Precedentes do STJ. 8- Delibera\u00e7\u00e3o sobre \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e taxas de juros diferida para a fase de cumprimento de senten\u00e7a, a iniciar-se com a observ\u00e2ncia dos crit\u00e9rios da Lei 11.960/2009, de modo a racionalizar o andamento do processo, permitindo-se a expedi\u00e7\u00e3o de precat\u00f3rio pelo valor incontroverso, enquanto pendente, no Supremo Tribunal Federal, decis\u00e3o sobre o tema com car\u00e1ter geral e Vinculante. Precedentes do STJ e do TRF da 4\u00aa Regi\u00e3o.09. O cumprimento imediato da tutela espec\u00edfica independe de requerimento expresso do segurado ou benefici\u00e1rio, e o seu deferimento sustenta-se na efic\u00e1cia mandamental dos provimentos fundados no art. 461 do CPC/1973, bem como nos artigos 497 , 536 e par\u00e1grafos e 537 do CPC/2015.10. A determina\u00e7\u00e3o de revis\u00e3o imediata do benef\u00edcio, com fundamento nos artigos supracitados, n\u00e3o configura viola\u00e7\u00e3o dos artigos 128 e 475-O , I, do CPC/1973 e 37 da CF/1988. (TRF-4\u00aa R. - Ap-RN 5002211-43.2013.4.04.7105 - 5\u00aa T. - Rel. Rodrigo Koehler Ribeiro - J. 30.05.2017 )\nDesta forma, partindo-se da m\u00e1xima que \u201ca realidade precede \u00e0 forma\u201d, uma vez que o pr\u00f3prio INSS reconhece que o autor encontrava-se exposto ao agente ru\u00eddo em intensidade de 89 a 111 dB(A) nos per\u00edodos de 01/11/1986 a 31/10/1988, 01/11/1988 a 31/08/1990, 01/09/1990 a 28/02/1998, 01/03/1998 a 30/11/1998, 01/12/1998 a 31/12/1998, 01/01/1999 a 31/07/1999, 01/08/1999 a 31/10/1999, 01/11/1999 a 30/06/2008 e de 01/07/2008 a 07/06/2016 (FORM e LAU1/LAU4), deve, com a m\u00e1xima v\u00eania, ser reconhecida a especialidade do labor, independentemente de ter sido preenchido o campo GFIP do Perfil Profissiogr\u00e1fico Previdenci\u00e1rio constando o c\u00f3digo \u201c01\u201d (aus\u00eancia de exposi\u00e7\u00e3o \u2013 trabalhador j\u00e1 esteve exposto).\nDO USO DO EQUIPAMENTO DE PROTE\u00c7\u00c3O INDIVIDUAL\nDa comprova\u00e7\u00e3o necess\u00e1ria \u00e0 efic\u00e1cia do EPI/EPC\nData m\u00e1xima v\u00eania, questiona-se primeiramente quais os crit\u00e9rios eleitos para considerar-se eficaz o EPI? A mera informa\u00e7\u00e3o lan\u00e7ada pela empresa no formul\u00e1rio padr\u00e3o? Apresenta\u00e7\u00e3o de documentos que comprovem o atendimento aos preceitos normativos administrativos ou trabalhistas?\n\nP\u00e1gina1 5\n\n\fO legislador devidamente estabeleceu crit\u00e9rios para que seja considerado eficaz um EPI e consequentemente eliminado ou neutralizado o agente prejudicial \u00e0 sa\u00fade, pois, nos termos do item 15.4.1.2 da NR 15, a elimina\u00e7\u00e3o ou neutraliza\u00e7\u00e3o da insalubridade somente ficar\u00e1 caracterizada atrav\u00e9s de avalia\u00e7\u00e3o pericial por \u00f3rg\u00e3o competente, que comprove a inexist\u00eancia de risco \u00e0 sa\u00fade do trabalhador e n\u00e3o mediante simples alega\u00e7\u00e3o do empregador, que, obviamente sempre dir\u00e1 que o EPI elimina e neutraliza a insalubridade.\nObserve-se, com a m\u00e1xima v\u00eania, que, a elimina\u00e7\u00e3o ou neutraliza\u00e7\u00e3o da insalubridade somente ser\u00e1 caracterizada atrav\u00e9s de avalia\u00e7\u00e3o pericial por \u00f3rg\u00e3o competente e n\u00e3o pela mera informa\u00e7\u00e3o lan\u00e7ada pelo empregador no formul\u00e1rio previdenci\u00e1rio ou laudo t\u00e9cnico produzido unilateralmente como entende o INSS.\nCom a devida v\u00eania, nesse sentido a pr\u00f3pria Instru\u00e7\u00e3o Normativa n. 45 INSS/PRESS de 06 de agosto de 2010 no \u00a7 6\u00ba do art. 238, no concernente as informa\u00e7\u00f5es imprescind\u00edveis para a configura\u00e7\u00e3o da neutraliza\u00e7\u00e3o de agentes pelo uso do EPI, esclarece que:\nArt. 238. Os procedimentos t\u00e9cnicos de levantamento ambiental, ressalvada disposi\u00e7\u00e3o em contr\u00e1rio, dever\u00e3o considerar: (...) \u00a7 6\u00ba Somente ser\u00e1 considerada a ado\u00e7\u00e3o de Equipamento de Prote\u00e7\u00e3o Individual - EPI em demonstra\u00e7\u00f5es ambientais emitidas a partir de 3 de dezembro de 1998, data da publica\u00e7\u00e3o da MP n\u00ba 1.729, de 2 de dezembro de 1998, convertida na Lei n\u00ba 9.732, de 11 de dezembro de 1998, e desde que comprovadamente elimine ou neutralize a nocividade e seja respeitado o disposto na NR-06 do MTE, havendo ainda necessidade de que seja assegurada e devidamente registrada pela empresa, no PPP, a observ\u00e2ncia: I - da hierarquia estabelecida no item 9.3.5.4 da NR-09 do MTE, ou seja, medidas de prote\u00e7\u00e3o coletiva, medidas de car\u00e1ter administrativo ou de organiza\u00e7\u00e3o do trabalho e utiliza\u00e7\u00e3o de EPI, nesta ordem, admitindo-se a utiliza\u00e7\u00e3o de EPI somente em situa\u00e7\u00f5es de inviabilidade t\u00e9cnica, insufici\u00eancia ou interinidade \u00e0 implementa\u00e7\u00e3o do EPC ou, ainda, em car\u00e1ter complementar ou emergencial; II - das condi\u00e7\u00f5es de funcionamento e do uso ininterrupto do EPI ao longo do tempo, conforme especifica\u00e7\u00e3o t\u00e9cnica do fabricante, ajustada \u00e0s condi\u00e7\u00f5es de campo; III - do prazo de validade, conforme Certificado de Aprova\u00e7\u00e3o do MTE; IV - da periodicidade de troca definida pelos programas ambientais, comprovada mediante recibo assinado pelo usu\u00e1rio em \u00e9poca pr\u00f3pria; e V - da higieniza\u00e7\u00e3o.\nObserve-se que no presente caso a empresa no Perfil Profissiogr\u00e1fico Previdenci\u00e1rio n\u00e3o menciona que o EPI utilizado \u00e9 adequado para o tipo de agente suportado pelo empregado, bem como, que a sua utiliza\u00e7\u00e3o observou as situa\u00e7\u00f5es de inviabilidade t\u00e9cnica, insufici\u00eancia ou interinidade \u00e0 implementa\u00e7\u00e3o do EPC, ou, ainda, em car\u00e1ter complementar ou emergencial, bem como, as condi\u00e7\u00f5es de funcionamento e do uso ininterrupto do EPI ao longo do tempo, conforme especifica\u00e7\u00e3o t\u00e9cnica do fabricante, ajustada \u00e0s condi\u00e7\u00f5es de campo, o prazo de validade, conforme Certificado de Aprova\u00e7\u00e3o do TEM, a periodicidade de troca definida pelos programas ambientais, comprovada mediante recibo assinado pelo usu\u00e1rio em \u00e9poca pr\u00f3pria e a higieniza\u00e7\u00e3o.\nEspecialmente, Excel\u00eancia, o empregador n\u00e3o traz e sequer menciona no formul\u00e1rio padr\u00e3o a exist\u00eancia de avalia\u00e7\u00e3o pericial realizada pelo Minist\u00e9rio do Trabalho comprovando a inexist\u00eancia de risco \u00e0 sa\u00fade do trabalhador, tal qual preconiza a legisla\u00e7\u00e3o (NR15).\n\nP\u00e1gina1 6\n\n\fAssim, entende-se, com a m\u00e1xima v\u00eania, que n\u00e3o se pode entender, portanto, que a simples anota\u00e7\u00e3o em campo pr\u00f3prio no formul\u00e1rio padr\u00e3o demonstre tecnicamente a inexist\u00eancia de risco \u00e0 sa\u00fade do trabalhador, ou seja, n\u00e3o pode um \u201cX\u201d lan\u00e7ado em campo pr\u00f3prio retirar do trabalhador o direito \u00e0 prote\u00e7\u00e3o da sua sa\u00fade e integridade.\nAinda que no formul\u00e1rio padr\u00e3o esteja disposto acerca da efic\u00e1cia do uso de EPIs (com n\u00famero do certificado de aprova\u00e7\u00e3o), insta ponderar, no entanto, que trat-se apenas de afirma\u00e7\u00e3o sem comprova\u00e7\u00e3o, pois sequer vieram aos autos, ao menos, o comprovante de entrega e substitui\u00e7\u00e3o peri\u00f3dica dos EPIs (fichas), ou seja, nenhuma demonstra\u00e7\u00e3o t\u00e9cnica, nos termos do \u00a7 6\u00ba do art. 238 da Instru\u00e7\u00e3o Normativa n. 45 INSS/PRESS de 06 de agosto de 2010, acompanha o formul\u00e1rio Perfil Profissiogr\u00e1fico Previdenci\u00e1rio, e, principalmente, avalia\u00e7\u00e3o pericial realizada pelo Minist\u00e9rio do Trabalho comprovando a inexist\u00eancia de risco \u00e0 sa\u00fade do trabalhador, tal qual preconiza a legisla\u00e7\u00e3o (NR15), de forma que, a mera informa\u00e7\u00e3o quanto a utiliza\u00e7\u00e3o do EPI/EPC n\u00e3o deve obstar o segurado ao direito \u00e0 contagem diferenciada do tempo de trabalho especial.\nDemais, ainda \u00e9 pac\u00edfico o entendimento do Egr\u00e9gio Tribunal Regional Federal da 4\u00aa Regi\u00e3o e tamb\u00e9m do Superior Tribunal de Justi\u00e7a (REsp n.\u00ba 462.858/RS, Rel. Min. Paulo Medina, 6.\u00aa T, DJU de 08-05-2003) no sentido de que esses dispositivos (EPI e EPC) n\u00e3o s\u00e3o suficientes para descaracterizar a especialidade da atividade, a n\u00e3o ser que comprovada a sua real efetividade por meio de per\u00edcia t\u00e9cnica especializada e desde que devidamente demonstrado o correto uso permanente pelo empregado durante a jornada de trabalho, o que n\u00e3o restou comprovado nos presentes autos.\nAssim caso seja necess\u00e1rio complementar as informa\u00e7\u00f5es do PPP, requer seja o INSS intimado para que junte relat\u00f3rio de fiscaliza\u00e7\u00e3o realizada na empresa, assim como, seja pela empresa demonstrada a ado\u00e7\u00e3o de todos os itens descritos no \u00a7 6\u00ba do art. 238 da Instru\u00e7\u00e3o Normativa n. 45 INSS/PRESS de 06 de agosto de 2010 e NR6 do Minist\u00e9rio do Trabalho Brasileiro, e, por fim seja oficiado o Minist\u00e9rio do Trabalho para que junte relat\u00f3rio comprovando a inexist\u00eancia de risco \u00e0 sa\u00fade do trabalhador.\nDa utiliza\u00e7\u00e3o do EPI \u2013 exposi\u00e7\u00e3o a fatores de risco\nTravadas as necess\u00e1rias premissas acerca da interpreta\u00e7\u00e3o administrativa da legisla\u00e7\u00e3o, data maxima venia, resta mister demonstrar que o entendimento administrativo mostra-se absolutamente err\u00f4neo e equivocado acerca da inexist\u00eancia de direito diante da mera men\u00e7\u00e3o no formul\u00e1rio padr\u00e3o acerca da utiliza\u00e7\u00e3o de Equipamento de Prote\u00e7\u00e3o Individual (EPI ou EPC).\nNo que tange ao AGENTE RU\u00cdDO e seus efeitos auditivos a \u00eanfase previdenci\u00e1ria tem sido dada \u00e0 atenua\u00e7\u00e3o que o protetor oferece, contudo, in\u00fameras outras condi\u00e7\u00f5es necess\u00e1rias para a sua efetividade t\u00eam sido negligenciadas, uma vez que, as pessoas que fazem a sele\u00e7\u00e3o do protetor auricular devem considerar para que tipo de ru\u00eddo (cont\u00ednuo/intermitente/impacto) o protetor ser\u00e1 utilizado, ainda, qual o perfil f\u00edsico de quem utilizar\u00e1 o EPI/EPC, a compatibilidade dele com outros equipamentos de prote\u00e7\u00e3o, conforto, e as condi\u00e7\u00f5es do local de trabalho, como temperatura, umidade e press\u00e3o atmosf\u00e9rica.\n\nP\u00e1gina1 7\n\n\fA atenua\u00e7\u00e3o gen\u00e9rica sugerida pelos fabricantes de protetores auriculares, n\u00e3o leva em conta as condi\u00e7\u00f5es adversas do trabalho como calor, umidade, barba, tamanho e formato do ouvido, especificidades de cada trabalhador, que, de uma forma ou de outra n\u00e3o fazem a utiliza\u00e7\u00e3o \u00f3tima e constante do equipamento, e, inclusive, causam doen\u00e7as no trabalhador2.\nMesmo que se considere a utiliza\u00e7\u00e3o do protetor auricular, insta ponderar que o erro de posicionamento quando da coloca\u00e7\u00e3o, a manuten\u00e7\u00e3o e trocas inadequadas e o tempo efetivo de uso, est\u00e3o entre as causas mais comuns dos protetores atenuarem abaixo do limite inferior de sua capacidade de redu\u00e7\u00e3o do ru\u00eddo, pois, estudos3 indicam que um protetor que atenua 30 dB(A) em oito horas de exposi\u00e7\u00e3o atenuar\u00e1 apenas 15 dB(A) se o trabalhador deixar de us\u00e1-lo por um per\u00edodo cumulativo de 30 minutos durante um dia de oito horas de trabalho.\n\u00c9 importante, tamb\u00e9m, ter presente que a atenua\u00e7\u00e3o fornecida por um aparelho, normalmente n\u00e3o tem rela\u00e7\u00e3o direta com a prote\u00e7\u00e3o da audi\u00e7\u00e3o, isso porque, a atenua\u00e7\u00e3o de um protetor auricular n\u00e3o \u00e9 igual para todo e qualquer tipo de ru\u00eddo, visto que, dependendo do espectro de frequ\u00eancia do ru\u00eddo ambiente e do espectro de atenua\u00e7\u00e3o do protetor, um mesmo protetor n\u00e3o tem a mesma efici\u00eancia de atenua\u00e7\u00e3o para diferentes tipos de ru\u00eddo, e, para um ru\u00eddo com determinadas caracter\u00edsticas, protetores diferentes oferecer\u00e3o diferentes tipos de atenua\u00e7\u00e3o.\nO tempo de utiliza\u00e7\u00e3o real do protetor adequado, para atingir os valores das atenua\u00e7\u00f5es assumidas pelos fabricantes, deve ser de 100% da jornada de trabalho, em condi\u00e7\u00f5es \u00f3timas, o que n\u00e3o corresponde \u00e0 realidade na grande maioria dos casos, sendo importante frisar que por menor que seja o tempo que o protetor deixou de ser usado ou mal utilizado, esse tempo \u00e9 significativo, pois, curtos per\u00edodos de tempo de interrup\u00e7\u00e3o no uso do protetor reduzem de maneira consider\u00e1vel a efic\u00e1cia da prote\u00e7\u00e3o.\nNada obstante, impende declinar que \"os equipamentos contra ru\u00eddo n\u00e3o s\u00e3o suficientes para evitar e deter a progress\u00e3o dessas les\u00f5es auditivas origin\u00e1rias do ru\u00eddo, porque somente protegem o ouvido dos sons que percorrem a via a\u00e9rea. O ru\u00eddo origina-se das vibra\u00e7\u00f5es transmitidas para o esqueleto craniano e atrav\u00e9s dessa via \u00f3ssea atingem o ouvido interno, a c\u00f3clea e o \u00f3rg\u00e3o de Corti\"4, ou seja, no que tange ao agente ru\u00eddo, ainda que, se utilize o trabalhador do EPI sua efic\u00e1cia ser\u00e1 parcial e jamais integral, pois, tais equipamentos n\u00e3o tem efic\u00e1cia protetiva integral do trabalhador.\nDestarte, consigne-se, ent\u00e3o, que a exposi\u00e7\u00e3o habitual e permanente a n\u00edveis de ru\u00eddo acima dos limites de toler\u00e2ncia estabelecidos na legisla\u00e7\u00e3o pertinente \u00e0 mat\u00e9ria sempre caracteriza a atividade como especial, independentemente da utiliza\u00e7\u00e3o ou n\u00e3o de EPI ou de men\u00e7\u00e3o, em laudo pericial, \u00e0 neutraliza\u00e7\u00e3o de seus efeitos nocivos.\nNo que tange a exposi\u00e7\u00e3o a HIDROCARBONETOS AROM\u00c1TICOS, deve ser esclarecido que o fornecimento e at\u00e9 mesmo o uso de creme protetor de seguran\u00e7a e luva para prote\u00e7\u00e3o contra \u00f3leos e graxa s\u00e3o equipamentos destinados apenas \u00e0 prote\u00e7\u00e3o das m\u00e3os e dos bra\u00e7os, promovendo t\u00e3o somente prote\u00e7\u00e3o cut\u00e2nea. O mesmo se diga quanto aos \u00f3culos de prote\u00e7\u00e3o e guardap\u00f3.\n2 http://www.ibanezca.com.br/EPI%2012.htm 3 Rev Bras Otorrinolaringol. V .68, n.5, 705-13, set./out. 2002 4 Irineu Ant\u00f4nio Pedrotti, Doen\u00e7as Profissionais ou do Trabalho, LEUD, 2\u00aa ed., S\u00e3o Paulo, 1998, p. 538.\n\nP\u00e1gina1 8\n\n\fOcorre, contudo, que a exposi\u00e7\u00e3o do trabalhador a hidrocarbonetos arom\u00e1ticos causa danos ao organismo que v\u00e3o al\u00e9m de patologias cut\u00e2neas, pois, conforme o posicionamento da 6\u00aa Turma do Egr\u00e9gio Tribunal Regional Federal da 4\u00aa Regi\u00e3o, \"o contato com esses agentes (graxas, \u00f3leos minerais, hidrocarbonetos arom\u00e1ticos, combust\u00edveis, solventes, inseticidas, etc.) \u00e9 respons\u00e1vel por frequentes dermatoses profissionais, com potencialidade de ocasionar afec\u00e7\u00f5es inflamat\u00f3rias e at\u00e9 c\u00e2ncer cut\u00e2neo em n\u00famero significativo de pessoas expostas, em raz\u00e3o da a\u00e7\u00e3o irritante da pele, com atua\u00e7\u00e3o paulatina e cumulativa, bem como irrita\u00e7\u00e3o e dano nas vias respirat\u00f3rias quando inalados e at\u00e9 efeitos neurol\u00f3gicos, quando absorvidos e distribu\u00eddos atrav\u00e9s da circula\u00e7\u00e3o do sangue no organismo. Isto para n\u00e3o mencionar problemas hep\u00e1ticos, pulmonares e renais\" (TRF4, APELREEX 0002033-15.2009.404.7108, Sexta Turma, Relator Celso Kipper, D.E. 12/07/2011).\nConsigne-se, ent\u00e3o, tal qual a exposi\u00e7\u00e3o ao agente ru\u00eddo, que a exposi\u00e7\u00e3o habitual e permanente a hidrocarbonetos arom\u00e1ticos sempre caracteriza a atividade como especial, independentemente da utiliza\u00e7\u00e3o ou n\u00e3o de EPI ou de men\u00e7\u00e3o, em laudo pericial, \u00e0 neutraliza\u00e7\u00e3o de seus efeitos nocivos, posto que, os EPI\u2019s utilizados n\u00e3o protegem o trabalhador dos efeitos extracut\u00e2neos dos hidrocarbonetos arom\u00e1ticos.\nDestarte, Excel\u00eancia, acerca da neutraliza\u00e7\u00e3o da insalubridade pelo uso de EPI, conclui-se, com a m\u00e1xima v\u00eania, que a mera informa\u00e7\u00e3o da neutraliza\u00e7\u00e3o dos agentes nocivos no PPP n\u00e3o tem o cond\u00e3o de afastar, por si s\u00f3, a configura\u00e7\u00e3o do tempo exercido em condi\u00e7\u00f5es especiais, porque qualquer empregador que forne\u00e7a ao empregado equipamento de prote\u00e7\u00e3o individual informar\u00e1 que eles s\u00e3o eficazes, at\u00e9 mesmo com o intuito de evitar, em muitos casos, a atua\u00e7\u00e3o da Previd\u00eancia Social ou dos Fiscais do Trabalho. Em sendo assim, a demonstra\u00e7\u00e3o da efic\u00e1cia do EPI deve ocorrer de forma concreta e espec\u00edfica, sendo imprescind\u00edvel indicar o grau de prote\u00e7\u00e3o ao trabalhador, e n\u00e3o de forma gen\u00e9rica, como ocorre quando a empresa faz as anota\u00e7\u00f5es no PPP\u201d.\nMais que isso, Nobre Julgador, como visto anteriormente, o legislador estabeleceu crit\u00e9rios para que seja verificada a (ine)efic\u00e1cia do EPI, e, consequentemente eliminado ou neutralizado o agente prejudicial \u00e0 sa\u00fade, onde, nos termos do item 15.4.1.2 da NR 15, A ELIMINA\u00c7\u00c3O OU NEUTRALIZA\u00c7\u00c3O DA INSALUBRIDADE SOMENTE FICAR\u00c1 CARACTERIZADA ATRAV\u00c9S DE AVALIA\u00c7\u00c3O PERICIAL POR \u00d3RG\u00c3O COMPETENTE, QUE COMPROVE A INEXIST\u00caNCIA DE RISCO \u00c0 SA\u00daDE DO TRABALHADOR (15.4.1.2) e n\u00e3o mediante simples alega\u00e7\u00e3o do empregador, que, obviamente sempre dir\u00e1 que o EPI elimina e neutraliza a insalubridade.\nNesse sentido, inclusive, \u00e9 pac\u00edfico o entendimento do Egr\u00e9gio Tribunal Regional Federal da 4\u00aa Regi\u00e3o e tamb\u00e9m do Colendo Superior Tribunal de Justi\u00e7a (REsp n\u00ba 462.858/RS, Relator Ministro Paulo Medina, Sexta Turma, DJU de 08-05-2003) de que os Equipamentos de Prote\u00e7\u00e3o Individual n\u00e3o s\u00e3o suficientes para descaracterizar a especialidade da atividade, a n\u00e3o ser que comprovados, por meio de per\u00edcia t\u00e9cnica especializada, o uso permanente pelo empregado durante a jornada de trabalho e a sua real efetividade, o que n\u00e3o se verifica no presente caso.\nEste entendimento acerca da necessidade de comprova\u00e7\u00e3o das informa\u00e7\u00f5es prestadas pelo empregador quanto ao uso e efic\u00e1cia do EPI tem sido compartilhada pelo pr\u00f3prio Instituto Nacional do Seguro Social, pois, o Enunciado n\u00ba 21 do Conselho de Recursos da Previd\u00eancia Social e Juntas de Recursos estabelece claramente que:\n\nP\u00e1gina1 9\n\n\fO simples fornecimento de equipamento de prote\u00e7\u00e3o individual de trabalho pelo empregador n\u00e3o exclui a hip\u00f3tese de exposi\u00e7\u00e3o do trabalhador aos agentes nocivos \u00e0 sa\u00fade, devendo ser considerado todo o ambiente de trabalho.\nDe igual norte, com a devida v\u00eania, a E. Turma Nacional de Uniformiza\u00e7\u00e3o dos Juizados Especiais Federais j\u00e1 editou S\u00famula tratando da mat\u00e9ria ventilada, in verbis:\nO uso de Equipamento de Prote\u00e7\u00e3o Individual (EPI), ainda que elimine a insalubridade, no caso de exposi\u00e7\u00e3o a ru\u00eddo, n\u00e3o descaracteriza o tempo de servi\u00e7o especial prestado. (S\u00famula n\u00ba 9, de 13 de outubro de 2003)\nExiste in casu pericia t\u00e9cnica especializada que ateste a real efetividade do Equipamento de Prote\u00e7\u00e3o Individual?\nN\u00e3o existindo comprova\u00e7\u00e3o t\u00e9cnica emitida pelo Minist\u00e9rio do Trabalho quanto a efic\u00e1cia do Equipamento de Prote\u00e7\u00e3o Individual (NR15), mesmo que esteja anotado no formul\u00e1rio o uso e o tipo de EPI pelo trabalhador, n\u00e3o tem essa mera informa\u00e7\u00e3o o cond\u00e3o de inviabilizar a contagem de tempo especial quando do labor prestado com sujei\u00e7\u00e3o a agentes nocivos \u00e0 sa\u00fade e integridade f\u00edsica do segurado e com a devida v\u00eania ainda que existisse efetividade protetiva com o uso de EPI, n\u00e3o se pode obstar de plano o direito \u00e0 especialidade mediante exposi\u00e7\u00e3o ao agente ru\u00eddo.\nNesse sentido foi o julgamento do ARE 664335 (tema reconhecido com repercuss\u00e3o geral pelo STF sob o n\u00famero 555). Na sess\u00e3o do Plen\u00e1rio, DE 4-12-2014, o Tribunal assentou a tese segundo a qual o direito \u00e0 aposentadoria especial pressup\u00f5e a efetiva exposi\u00e7\u00e3o do trabalhador a agente nocivo a sua sa\u00fade, de modo que, se o Equipamento de Prote\u00e7\u00e3o Individual (EPI) for realmente capaz de neutralizar a nocividade, n\u00e3o haver\u00e1 respaldo constitucional \u00e0 aposentadoria especial. O Tribunal assentou ainda a tese de que, na hip\u00f3tese de exposi\u00e7\u00e3o do trabalhador a ru\u00eddo acima dos limites legais de toler\u00e2ncia, a declara\u00e7\u00e3o do empregador, no \u00e2mbito do Perfil Profissiogr\u00e1fico Previdenci\u00e1rio (PPP), da efic\u00e1cia do Equipamento de Prote\u00e7\u00e3o Individual (EPI), n\u00e3o descaracteriza o tempo de servi\u00e7o especial para aposentadoria. Relator Min. Luiz Fux\nDestaque-se, ent\u00e3o, conforme bem entende a jurisprud\u00eancia e doutrina majorit\u00e1rias que data m\u00e1xima v\u00eania resta conclusivo que \u201ca exposi\u00e7\u00e3o habitual e permanente a n\u00edveis de ru\u00eddo acima dos limites de toler\u00e2ncia estabelecidos na legisla\u00e7\u00e3o e hidrocarbonetos sempre caracteriza a atividade como especial, exceto nas circunst\u00e2ncias em que restar comprovada por per\u00edcia do Minist\u00e9rio do Trabalho a efic\u00e1cia do equipamento\u201d nos termos da NR15.\nDevidamente discutidas todas as quest\u00f5es inerentes a caracteriza\u00e7\u00e3o da atividade como especial, independentemente da utiliza\u00e7\u00e3o ou n\u00e3o de EPI ou de men\u00e7\u00e3o, em laudo pericial, \u00e0 neutraliza\u00e7\u00e3o de seus efeitos nocivos em rela\u00e7\u00e3o ao \u00c2MBITO TRIBUT\u00c1RIO, ao contr\u00e1rio do que vem sustentando a autarquia, n\u00e3o h\u00e1 ofensa ao art. 195,\u00a7 5\u00ba, da Constitui\u00e7\u00e3o, pois, com a devida v\u00eania, ainda que sustente o INSS que o benef\u00edcio \u00e9 indevido quando sobre a atividade n\u00e3o foi paga a contribui\u00e7\u00e3o, considerando o c\u00f3digo do GFIP anotado conforme Anexo I da Orienta\u00e7\u00e3o Interna n\u00ba 165 INSS/DIRBEN/2007, com a devida v\u00eania, entende-se que se trata de um problema de fiscaliza\u00e7\u00e3o tribut\u00e1ria.\n\nP\u00e1gina2 0\n\n\fO benef\u00edcio previdenci\u00e1rio \u00e9 apenas uma aposentadoria sob condi\u00e7\u00f5es especiais que existia antes mesmo da fonte espec\u00edfica de custeio, ou seja, o questionamento trata-se de mero exerc\u00edcio ret\u00f3rico que subverte a l\u00f3gica do sistema.\nData m\u00e1xima v\u00eania a Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia por Tempo de Servi\u00e7o e Informa\u00e7\u00f5es \u00e0 Previd\u00eancia Social \u00e9 obrigatoriedade introduzida pela Lei 9.528/97 para todas as pessoas f\u00edsicas ou jur\u00eddicas sujeitas \u00e0s contribui\u00e7\u00f5es e/ou informa\u00e7\u00f5es \u00e0 Previd\u00eancia Social, conforme disposto nas leis n\u00ba 8.212/91 e 8.213/91 e legisla\u00e7\u00e3o posterior, e tamb\u00e9m em rela\u00e7\u00e3o ao FGTS.\nTais informa\u00e7\u00f5es obrigat\u00f3rias tratam-se dos dados da empresa e dos trabalhadores que revelam os fatos geradores de contribui\u00e7\u00f5es previdenci\u00e1rias e valores devidos ao INSS, bem como, as remunera\u00e7\u00f5es dos trabalhadores, al\u00e9m do valor a ser recolhido ao FGTS, ou seja, esclarece a l\u00f3gica que tais informa\u00e7\u00f5es n\u00e3o t\u00eam o cond\u00e3o de elidir o reconhecimento da especialidade no caso concreto.\nVejamos neste sentido que a lei de custeio da previd\u00eancia social n\u00e3o obsta o direito do trabalhador a percep\u00e7\u00e3o do benef\u00edcio especial, mas sim, estabelece o acr\u00e9scimo devido em raz\u00e3o da exposi\u00e7\u00e3o do trabalhador a situa\u00e7\u00f5es especiais prevendo o seguinte:\nArt. 43 (...) \u00a7 4\u00ba No caso de reconhecimento judicial da presta\u00e7\u00e3o de servi\u00e7os em condi\u00e7\u00f5es que permitam a aposentadoria especial ap\u00f3s 15 (quinze), 20 (vinte) ou 25 (vinte e cinco) anos de contribui\u00e7\u00e3o, ser\u00e3o devidos os acr\u00e9scimos de contribui\u00e7\u00e3o de que trata o \u00a7 6o do art. 57 da Lei no 8.213, de 24 de julho de 1991. (Inclu\u00eddo pela Lei n\u00ba 11.941, de 2009).\nEm complemento o art. 57, \u00a7 6\u00ba da Lei n\u00ba 8.213/91 disp\u00f5e que:\nArt. 57. A aposentadoria especial ser\u00e1 devida, uma vez cumprida a car\u00eancia exigida nesta Lei, ao segurado que tiver trabalhado sujeito a condi\u00e7\u00f5es especiais que prejudiquem a sa\u00fade ou a integridade f\u00edsica, durante 15 (quinze), 20 (vinte) ou 25 (vinte e cinco) anos, conforme dispuser a lei. (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n\u00ba 9.032, de 1995) (...) \u00a7 6\u00ba O benef\u00edcio previsto neste artigo ser\u00e1 financiado com os recursos provenientes da contribui\u00e7\u00e3o de que trata o inciso II do art. 22 da Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991, cujas al\u00edquotas ser\u00e3o acrescidas de doze, nove ou seis pontos percentuais, conforme a atividade exercida pelo segurado a servi\u00e7o da empresa permita a concess\u00e3o de aposentadoria especial ap\u00f3s quinze, vinte ou vinte e cinco anos de contribui\u00e7\u00e3o, respectivamente. (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n\u00ba 9.732, de 11.12.98) (Vide Lei n\u00ba 9.732, de 11.12.98)\nVeja-se inclusive que a contribui\u00e7\u00e3o prevista no art. 22, II da Lei n\u00ba 8.212/91, a que se refere o dispositivo acima transcrito diz respeito \u00e0quela devida pelas empresas para o financiamento do benef\u00edcio de aposentadoria especial (arts. 57 e 58 da Lei n\u00ba 8.213/91), e daqueles benef\u00edcios concedidos em raz\u00e3o do grau de incid\u00eancia de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho, sobre o total das remunera\u00e7\u00f5es pagas ou creditadas, no decorrer do m\u00eas, aos segurados empregados e trabalhadores avulsos.\n\nP\u00e1gina2 1\n\n\fObserve-se, ainda, que o art. 195, caput e incisos, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal, disp\u00f5e que a seguridade social ser\u00e1 financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos or\u00e7amentos da Uni\u00e3o, dos Estados, do Distrito Federal e dos Munic\u00edpios, e, dentre outras ali elencadas, das contribui\u00e7\u00f5es sociais do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, n\u00e3o condicionando a concess\u00e3o do benef\u00edcio ao recolhimento tribut\u00e1rio por parte da empresa.\nRessalte-se, por fim, que a rigor, sequer haveria, no caso, necessidade de espec\u00edfica indica\u00e7\u00e3o legislativa da fonte de custeio, uma vez que se trata de benef\u00edcio previdenci\u00e1rio previsto pela pr\u00f3pria Constitui\u00e7\u00e3o Federal (art. 201, \u00a7 1\u00ba c/c art. 15 da EC n. 20/98), hip\u00f3tese em que sua concess\u00e3o independe de identifica\u00e7\u00e3o da fonte de custeio (STF, RE n. 220.742-6, Segunda Turma, Rel. Ministro N\u00e9ri da Silveira, julgado em 03-03-1998; RE n. 170.574, Primeira Turma, Rel. Ministro Sep\u00falveda Pertence, julgado em 31-05-1994; AI n. 614.268 AgR, Primeira Turma, Rel. Ministro Ricardo Lewandowski, julgado em 20-11-2007; ADI n. 352-6, Plen\u00e1rio, Rel. Ministro Sep\u00falveda Pertence, julgada em 30-10-1997; RE n. 215.401-6, Segunda Turma, Rel. Ministro N\u00e9ri da Silveira, julgado em 26-08-1997; AI n. 553.993, Rel. Ministro Joaquim Barbosa, decis\u00e3o monocr\u00e1tica, DJ de 28-09-2005), regra esta dirigida \u00e0 legisla\u00e7\u00e3o ordin\u00e1ria posterior que venha a criar novo benef\u00edcio ou a majorar e estender benef\u00edcio j\u00e1 existente.'\nDestarte, com devida v\u00eania conclui-se, portanto, que o c\u00f3digo do GFIP anotado conforme Anexo I da Orienta\u00e7\u00e3o Interna n\u00ba 165 INSS/DIRBEN/2007, diz respeito \u00e0quela contribui\u00e7\u00e3o devida pelas empresas para o financiamento do benef\u00edcio de aposentadoria especial, n\u00e3o descaracterizando, em hip\u00f3tese alguma a especialidade da atividade laboral exercida, sobretudo, porque, in casu, \u201ca exposi\u00e7\u00e3o habitual e permanente a n\u00edveis de ru\u00eddo acima dos limites de toler\u00e2ncia estabelecidos na legisla\u00e7\u00e3o sempre caracteriza a atividade como especial, independentemente da utiliza\u00e7\u00e3o ou n\u00e3o de EPI ou de men\u00e7\u00e3o, em laudo pericial, \u00e0 neutraliza\u00e7\u00e3o de seus efeitos nocivos\u201d.\nDA PRODU\u00c7\u00c3O DE PROVAS\nMuito embora disponha o art. 130 do C\u00f3digo de Processo Civil que cabe ao juiz aferir a necessidade ou n\u00e3o de determinada prova, data maxima venia, visando a melhor valora\u00e7\u00e3o das provas relativas \u00e0 realidade laboral experimentada, e, por consequ\u00eancia, uma quantifica\u00e7\u00e3o correta acerca da exposi\u00e7\u00e3o do autor aos agentes nocivos resta premente a necessidade de valida\u00e7\u00e3o t\u00e9cnica das informa\u00e7\u00f5es prestadas pela parte autora.\nTendo em vista que o autor impugnou a prova documental carreada aos autos, saliente-se que, produzidas unilateralmente pelo empregador, de modo que at\u00e9 mesmo como forma de prestigiar os princ\u00edpios da celeridade, da economia processual e da efetividade da presta\u00e7\u00e3o jurisdicional, o deferimento do pedido de produ\u00e7\u00e3o de prova pericial \u00e9 medida que se imp\u00f5e.\nNote-se que a pretens\u00e3o do autor \u00e9 t\u00e3o-somente permitir a elucida\u00e7\u00e3o dos fatos que devem efetivamente restar esclarecidos, sem que isso implique em julgamento antecipado, mas resguardando a seguran\u00e7a jur\u00eddica e relativamente \u00e0 mat\u00e9ria, tem-se os seguintes precedentes:\n\nP\u00e1gina2 2\n\n\fPREVIDENCI\u00c1RIO E PROCESSUAL CIVIL. APOSENTADORIA POR TEMPO DE SERVI\u00c7O. ATIVIDADE ESPECIAL. INDEFERIMENTO DE PER\u00cdCIA T\u00c9CNICA. INSUFICI\u00caNCIA DE PROVAS. NECESSIDADE DE PRODU\u00c7\u00c3O DE PROVA PERICIAL. LIMINAR DEFERIDA. Se para comprova\u00e7\u00e3o das alega\u00e7\u00f5es da parte autora \u00e9 imprescind\u00edvel a produ\u00e7\u00e3o de prova pericial, tendo esta sido indeferida pelo julgador monocr\u00e1tico, configura-se o cerceamento de defesa, devendo haver a realiza\u00e7\u00e3o da referida prova, o que, inclusive, restou antecipado em an\u00e1lise liminar. (TRF 4\u00aa Regi\u00e3o, AG n\u00ba 5010958-88.2012.404.0000/RS, SEXTA TURMA, Rel. N\u00c9FI CORDEIRO, julg. 27/02/2013, publ. D.E. 05/03/2013)\nConstatada a excepcionalidade do caso, bem como a necessidade da prova pericial que visa elucidar e demonstrar a Vossa Excel\u00eancia os fatos constitutivos do direito do autor, com a devida v\u00eania \u00e9 de ser concedido o presente pedido e determinada a oitiva de testemunhas para que depois seja determinada a realiza\u00e7\u00e3o de per\u00edcia judicial junto da empresa Klabin S/A para comprova\u00e7\u00e3o da exposi\u00e7\u00e3o do autor ao AGENTE RU\u00cdDO em intensidade de 89 a 111 dB(A) nos per\u00edodos de 01/11/1986 a 31/10/1988, 01/11/1988 a 31/08/1990, 01/09/1990 a 28/02/1998, 01/03/1998 a 30/11/1998, 01/12/1998 a 31/12/1998, 01/01/1999 a 31/07/1999, 01/08/1999 a 31/10/1999, 01/11/1999 a 30/06/2008 e de 01/07/2008 a 07/06/2016.\n\nDA RECONSIDERA\u00c7\u00c3O DA DER\n\nCaso ao final Vossa Excel\u00eancia entenda pela parcial proced\u00eancia da presente demanda, com a m\u00e1xima v\u00eania, levando em considera\u00e7\u00e3o que o autor continuou trabalhando na mesma atividade e no mesmo ambiente de trabalho, exposto consequentemente \u00e0s mesmas condi\u00e7\u00f5es ambientais de trabalho, o reconhecimento da especialidade do labor prestado entre a data da entrada do requerimento administrativo e a data do ajuizamento da a\u00e7\u00e3o, mediante a aplica\u00e7\u00e3o do instituto da reafirma\u00e7\u00e3o da data do requerimento administrativo \u00e9 medida que se imp\u00f5e \u00e0 economia processual.\n\nCom a devida v\u00eania, a implementa\u00e7\u00e3o, ap\u00f3s a entrada do requerimento administrativo, dos requisitos para recebimento do benef\u00edcio pode ser considerada como fato superveniente, apto a ensejar a reafirma\u00e7\u00e3o da DER.\n\nNeste sentido o pr\u00f3prio INSS reconhece tal instituto na Instru\u00e7\u00e3o Normativa INSS/PRES n\u00ba 20, de 10/10/2007, cuja reda\u00e7\u00e3o \u00e9 a seguinte:\n\nArt. 460, \u00a7 6\u00ba Se por ocasi\u00e3o do despacho, for verificado que na DER, o segurado n\u00e3o satisfazia as condi\u00e7\u00f5es m\u00ednimas exigidas para a concess\u00e3o do benef\u00edcio pleiteado, ser\u00e1 dispensada nova habilita\u00e7\u00e3o, admitindo-se, apenas, a reafirma\u00e7\u00e3o do requerimento.\n\n06/08/2010, onde:\n\nNo mesmo sentido o disposto na Instru\u00e7\u00e3o Normativa INSS/PRES n\u00ba 45, de\n\nArt. 623 Se por ocasi\u00e3o do despacho, for verificado que na DER o segurado n\u00e3o satisfazia as condi\u00e7\u00f5es m\u00ednimas exigidas para a concess\u00e3o do benef\u00edcio pleiteado, mas que os completou em momento posterior ao pedido inicial, ser\u00e1 dispensada nova habilita\u00e7\u00e3o, admitindo-se, apenas, a reafirma\u00e7\u00e3o da DER.\n\nP\u00e1gina2 3\n\n\fA mesma regra foi mantida no art. 690 da Instru\u00e7\u00e3o Normativa n. 77/2015:\nArt. 690. Se durante a an\u00e1lise do requerimento for verificado que na DER o segurado n\u00e3o satisfazia os requisitos para o reconhecimento do direito, mas que os implementou em momento posterior, dever\u00e1 o servidor informar ao interessado sobre a possibilidade de reafirma\u00e7\u00e3o da DER, exigindo-se para sua efetiva\u00e7\u00e3o a expressa concord\u00e2ncia por escrito. Par\u00e1grafo \u00fanico. O disposto no caput aplica-se a todas as situa\u00e7\u00f5es que resultem em benef\u00edcio mais vantajoso ao interessado.\nData m\u00e1xima v\u00eania, entende-se que n\u00e3o somente na esfera administrativa aplicase o instituto da reafirma\u00e7\u00e3o da data do requerimento administrativo, pois, no curso do processo judicial \u00e9 determinada a observ\u00e2ncia de fato superveniente que possa influenciar a rela\u00e7\u00e3o jur\u00eddica colocada em discuss\u00e3o, nos termos do artigo 462 do CPC, que assim disp\u00f5e:\nSe, depois da propositura da a\u00e7\u00e3o, algum fato constitutivo, modificativo ou extintivo do direito influir no julgamento da lide, caber\u00e1 ao juiz tom\u00e1-lo em considera\u00e7\u00e3o, de of\u00edcio ou a requerimento da parte, no momento de proferir a senten\u00e7a.\nCom a devida v\u00eania, Com efeito, a jurisprud\u00eancia do Egr\u00e9gio Tribunal Regional Federal e da Turma Regional de Uniformiza\u00e7\u00e3o dos Juizados Especiais Federal da 4\u00aa Regi\u00e3o orienta-se no sentido da possibilidade de reafirma\u00e7\u00e3o da DER computando-se o tempo de contribui\u00e7\u00e3o entre a data do requerimento e a data do ajuizamento na a\u00e7\u00e3o, na hip\u00f3tese de a parte autora n\u00e3o implementar o tempo m\u00ednimo para o benef\u00edcio at\u00e9 aquela data, sen\u00e3o vejamos:\nPEDIDO DE UNIFORMIZA\u00c7\u00c3O REGIONAL. PREVIDENCI\u00c1RIO. APOSENTADORIA POR TEMPO DE SERVI\u00c7O/CONTRIBUI\u00c7\u00c3O. TEMPO DE SERVI\u00c7O POSTERIOR AO REQUERIMENTO ADMINISTRATIVO. FATO SUPERVENIENTE. ART. 462 DO CPC. RECONHECIMENTO POSTERIOR \u00c0 SENTEN\u00c7A. POSSIBILIDADE. PRINC\u00cdPIO DA PRIMAZIA DO ACERTAMENTO. INTIMA\u00c7\u00c3O DO INSS PARA EVENTUAL IMPUGNA\u00c7\u00c3O DOS DADOS DO CNIS. PARCIAL PROVIMENTO. 1. O princ\u00edpio processual previdenci\u00e1rio da primazia do acertamento da rela\u00e7\u00e3o jur\u00eddica de prote\u00e7\u00e3o social sobre a estrita legalidade do ato administrativo orienta que a atividade jurisdicional destina-se primordialmente \u00e0 defini\u00e7\u00e3o da rela\u00e7\u00e3o jur\u00eddica entre o particular e a Administra\u00e7\u00e3o Previdenci\u00e1ria e, por tal raz\u00e3o, deve outorgar a prote\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria nos termos em que a pessoa a ela faz jus, independentemente de como tenha se desenvolvido o processo administrativo correspondente. Em outras palavras, a an\u00e1lise judicial deve voltar-se, com prioridade, para a exist\u00eancia ou n\u00e3o do direito material reivindicado. 2. \u00c9 poss\u00edvel o c\u00f4mputo de tempo superveniente ao processo administrativo para a solu\u00e7\u00e3o judicial. A l\u00f3gica assumida pela regra do art. 462 do CPC, ao consagrar exce\u00e7\u00e3o ao princ\u00edpio da estabilidade da demanda, tem pertin\u00eancia tamb\u00e9m em segundo grau de jurisdi\u00e7\u00e3o. Precedentes: STJ, EDREsp 1.138.559, 4\u00ba Turma, Rel. Min. Luis Felipe Salom\u00e3o, DJ 01.07.2011; STJ, REsp 688.151, 3\u00aa Turma, Rel. Min. Nancy Andrighi, DJ 08.08.2005; STJ, REsp 12.673, 4\u00aa Turma, Rel. Min. S\u00e1lvio de Figueiredo Teixeira, DJ 21.09.1992; TRF4, AC 0000638-74.2011.404.9999, 6\u00aa Turma, Rel. Celso Kipper, DE 16.06.2011. 3. As informa\u00e7\u00f5es constantes do CNIS gozam de presun\u00e7\u00e3o juris tantum, de modo que, em respeito ao contradit\u00f3rio, o magistrado deve abrir espa\u00e7o para manifesta\u00e7\u00e3o das partes sobre tal elemento de prova. 4. Pedido de Uniformiza\u00e7\u00e3o Regional conhecido e parcialmente provido, determinando-se o retorno dos autos \u00e0 Turma Recursal de origem para adequa\u00e7\u00e3o. (IUJEF 0000474-53.2009.404.7195, Turma Regional de Uniformiza\u00e7\u00e3o da 4\u00aa Regi\u00e3o, Relator p/ Ac\u00f3rd\u00e3o Jos\u00e9 Antonio Savaris, D.E. 09/09/2011).\nINCIDENTE DE UNIFORMIZA\u00c7\u00c3O DE JURISPRUD\u00caNCIA. PREVIDENCI\u00c1RIO. BENEF\u00cdCIO DE APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUI\u00c7\u00c3O. C\u00d4MPUTO DE TEMPO DE CONTRIBUI\u00c7\u00c3O POSTERIOR \u00c0 DER. ARTIGO 462, DO C\u00d3DIGO DE PROCESSO CIVIL.\n\nP\u00e1gina2 4\n\n\fPOSSIBILIDADE. MAT\u00c9RIA J\u00c1 UNIFORMIZADA. 1. \"A implementa\u00e7\u00e3o das condi\u00e7\u00f5es para a concess\u00e3o do benef\u00edcio de aposentadoria por tempo de contribui\u00e7\u00e3o, no que concerne ao c\u00f4mputo do tempo de servi\u00e7o ap\u00f3s a entrada do requerimento administrativo, pode ser considerada como fato superveniente para a proced\u00eancia do pedido, nos termos do artigo 462 do CPC\" (IUJEF 0000474-53.2009.404.7195, Turma Regional de Uniformiza\u00e7\u00e3o da 4\u00aa Regi\u00e3o, Relator p/ Ac\u00f3rd\u00e3o Jos\u00e9 Antonio Savaris, D.E. 09/09/2011). 2. Pedido de uniformiza\u00e7\u00e3o de jurisprud\u00eancia conhecido e provido. (IUJEF 0000718-07.2008.404.7295, Turma Regional de Uniformiza\u00e7\u00e3o da 4\u00aa Regi\u00e3o, Relatora Ana Beatriz Vieira da Luz Palumbo, D.E. 10/04/2012).\nPROCESSUAL CIVIL. PREVIDENCI\u00c1RIO. EMBARGOS INFRINGENTES. REAFIRMA\u00c7\u00c3O DA DER. CONCESS\u00c3O DE BENEF\u00cdCIO. 1. Via de regra, o benef\u00edcio previdenci\u00e1rio \u00e9 concedido a contar da data do requerimento administrativo, nos termos do art. 54, c/c art. 49, II, da Lei n\u00ba 8213-91. 2. No entanto, o art. 623 da Instru\u00e7\u00e3o Normativa INSS/PRES n\u00ba 45-2010 admite a reafirma\u00e7\u00e3o da DER nas situa\u00e7\u00f5es em que o segurado implementa os requisitos para concess\u00e3o do benef\u00edcio previdenci\u00e1rio em momento situado entre a data de entrada do requerimento administrativo e a data da decis\u00e3o daquele pedido, n\u00e3o havendo necessidade de nova habilita\u00e7\u00e3o. 3. Com escopo nesse dispotivo, admite-se o c\u00f4mputo do tempo de servi\u00e7o prestado entre o requerimento administrativo e o ajuizamento da demanda. Precedente. 4. Hip\u00f3tese em que, considerado o tempo de servi\u00e7o compreendido entre a DER e o ajuizamento da a\u00e7\u00e3o origin\u00e1ria, a parte autora conta tempo suficiente \u00e0 concess\u00e3o do benef\u00edcio pretendido. (TRF4, EINF 501777154.2010.404.7000, Terceira Se\u00e7\u00e3o, Relator p/ Ac\u00f3rd\u00e3o Jo\u00e3o Batista Pinto Silveira, juntado aos autos em 30/07/2014)\nSobre o tema, ainda, pede-se v\u00eania para transcrever-se excerto do voto da lavra do eminente Des. Federal Jo\u00e3o Batista Pinto Silveira (AC n\u00ba 0007021-97.2013.404.9999, TRF4, 6\u00aa T, D.E. de 03-07-13):\nNos casos em que o postulante continuar trabalhando ap\u00f3s a DER, levando em conta o art. 462 do CPC, o qual disp\u00f5e, in verbis, que \"se, depois da propositura da a\u00e7\u00e3o, algum fato constitutivo, modificativo ou extintivo do direito influir no julgamento da lide, caber\u00e1 ao juiz tom\u00e1-lo em considera\u00e7\u00e3o, de of\u00edcio ou a requerimento da parte, no momento de proferir a senten\u00e7a\", tem-se que o requisito et\u00e1rio ou de tempo de servi\u00e7o implementado no curso da a\u00e7\u00e3o pode ser considerado para fins de provimento jurisdicional. Destarte, considerando a continuidade do v\u00ednculo empregat\u00edcio ap\u00f3s o requerimento administrativo, justo que se compute o tempo de servi\u00e7o, de forma que o autor implementa o requisito temporal para a concess\u00e3o do benef\u00edcio de aposentadoria por tempo de contribui\u00e7\u00e3o at\u00e9 o ajuizamento da a\u00e7\u00e3o. Por fim, em que pese a alega\u00e7\u00e3o de que o benef\u00edcio poderia ser novamente requerido na via administrativa, por medida de economia processual e considerando os princ\u00edpios norteadores do direito previdenci\u00e1rio, afigura-se plenamente justific\u00e1vel que o Judici\u00e1rio se manifeste sobre o direito supervenientemente adquirido pela parte autora, desde que observado o disposto no art. 49, I, a, da Lei 8.213/91, alterada, no entanto, a DIB para a data do ajuizamento (06/05/2009).\nPortanto, cuidando-se a 'reafirma\u00e7\u00e3o da DER' de regra aplicada pelo INSS administrativamente, data m\u00e1xima v\u00eania, deve ser tamb\u00e9m adotada no julgamento da causa, quando houver fato superveniente que possa influenciar a rela\u00e7\u00e3o jur\u00eddica em discuss\u00e3o (art. 462 do CPC), a fim de se preservar o direito que a parte autora adquiriu ap\u00f3s o requerimento administrativo.\nDestarte, no caso em an\u00e1lise, restando parcialmente procedentes os pedidos iniciais de forma a inviabilizar a concess\u00e3o na data da entrada do requerimento administrativo, contudo, verificando-se que na data do ajuizamento da a\u00e7\u00e3o o autor contava com tempo suficiente para a concess\u00e3o\n\nP\u00e1gina2 5\n\n\fdo benef\u00edcio pleiteado, requer a concess\u00e3o do benef\u00edcio de Aposentadoria Especial, com a condena\u00e7\u00e3o do INSS ao pagamento das parcelas devidas desde a data do ajuizamento da a\u00e7\u00e3o ou per\u00edodo posterior, tendo em vista o preenchimento dos requisitos posteriormente a entrada do requerimento administrativo.\nCONCLUS\u00c3O DO CASO EM TESTILHA\nDiante do exposto, resta evidente que o autor laborou exposto ao AGENTE RU\u00cdDO em intensidade de 89 a 111 dB(A) nos per\u00edodos de 01/11/1986 a 31/10/1988, 01/11/1988 a 31/08/1990, 01/09/1990 a 28/02/1998, 01/03/1998 a 30/11/1998, 01/12/1998 a 31/12/1998, 01/01/1999 a 31/07/1999, 01/08/1999 a 31/10/1999, 01/11/1999 a 30/06/2008 e de 01/07/2008 a 07/06/2016, devendo-se, portanto, serem os referidos per\u00edodos reconhecidos como especiais, pois, \u201ca realidade precede \u00e0 forma\u201d.\nDiante do reconhecimento do labor especial, contrariamente ao entendimento administrativo na DER (23/11/2016) conta o autor com o tempo de 29 anos 07 meses e 08 dias de trabalho especial, o que lhe garante nos moldes do art. 57 da Lei n. 8.213/91 o direito \u00e0 concess\u00e3o de Aposentadoria Especial consistente numa renda mensal equivalente a 100% (cem por cento) do sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio.\nDOS PEDIDOS\nIsto posto, diante de todo o exarado, requer:\na) A CITA\u00c7\u00c3O do r\u00e9u INSS, para, querendo, responder a presente a\u00e7\u00e3o no prazo legal, sob pena de revelia;\nb) A PRODU\u00c7\u00c3O DE PROVAS admitidas em Direito, tais como juntada de novos documentos, oitiva das testemunhas a fim de comprovar as condi\u00e7\u00f5es de labor, dentre outras, especialmente a posterior realiza\u00e7\u00e3o de per\u00edcia judicial junto da empresa Klabin S/A;\nc) A CONDENA\u00c7\u00c3O do INSS em:\n1) RECONHECER como especiais e AVERBAR as atividades exercidas nos per\u00edodos de 01/11/1986 a 31/10/1988, 01/11/1988 a 31/08/1990, 01/09/1990 a 28/02/1998, 01/03/1998 a 30/11/1998, 01/12/1998 a 31/12/1998, 01/01/1999 a 31/07/1999, 01/08/1999 a 31/10/1999, 01/11/1999 a 30/06/2008 e de 01/07/2008 a 07/06/2016, pelos fundamentos j\u00e1 expostos;\n2) CONCEDER o benef\u00edcio de Aposentadoria Especial (NB 46/180.169.031-3) com o consequente pagamento dos valores atrasados, desde a data de entrada do requerimento administrativo reconsiderado (DER 23/11/2016), atualizado monetariamente segundo o IPCA-E desde a data fixada na r.\n\nP\u00e1gina2 6\n\n\fsenten\u00e7a e fixados os juros morat\u00f3rios segundo a remunera\u00e7\u00e3o da caderneta de poupan\u00e7a, na forma do art. 1\u00ba-F da Lei n\u00ba 9.494/97 com a reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n\u00ba 11.960/09, nos termos do Tema 810 do STF, e, ainda, juros de mora no per\u00edodo compreendido entre a data da realiza\u00e7\u00e3o dos c\u00e1lculos e da requisi\u00e7\u00e3o ou precat\u00f3rio, nos termos do Tema 96 do STFentre a data da realiza\u00e7\u00e3o dos c\u00e1lculos e da requisi\u00e7\u00e3o ou precat\u00f3rio, nos termos do Tema 96 do STF;\nd) A CONDENA\u00c7\u00c3O do INSS em custas e honor\u00e1rios advocat\u00edcios por Vossa Excel\u00eancia arbitrados;\ne) A concess\u00e3o dos benef\u00edcios da JUSTI\u00c7A GRATUITA, salientando que o mandato outorgado pelo autor confere poderes espec\u00edficos para requer\u00ea-los.\nf) Requer a concess\u00e3o do benef\u00edcio de Aposentadoria Especial, com a condena\u00e7\u00e3o do INSS ao pagamento das parcelas devidas desde a data do ajuizamento da a\u00e7\u00e3o ou per\u00edodo posterior, mediante a REAFIRMA\u00c7\u00c3O DA DER, tendo em vista o preenchimento dos requisitos posteriormente a entrada do requerimento administrativo.\nD\u00e1-se \u00e0 causa, para fins de al\u00e7ada, o valor de R$ 70.321,16 (Setenta mil trezentos e vinte e um reais e dezesseis centavos).\nNestes termos, pede deferimento.\nLondrina/PR, 10 de novembro de 2017.\nFabiano Luiz de Oliveira OAB/PR n. 38.156\n\nP\u00e1gina2 7\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 2 (C\u00edvel) - IdDocumentoCompleto: 5017008-06.2017.4.04.7001-701511358678255910017609692044", "text": "EXCELENT\u00cdSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) FEDERAL DA VARA FEDERAL DA SUBSE\u00c7\u00c3O DE LONDRINA \u2013 SE\u00c7\u00c3O JUDICI\u00c1RIA DO PARAN\u00c1\nJusti\u00e7a Gratuita\nAPARECIDO SIDNEI PRESTES, brasileiro, casado, encarregado e operador de empilhadeira, portador do RG n\u00ba 5.406.396-2, CPF n\u00ba 880.092.209-06 e inscrito no NIT/PIS n\u00ba 124.62743.76-8, residente e domiciliado na Rua Santa Boer, 53, Cep: 86081430, na cidade de Londrina, Estado do Paran\u00e1, por sua procuradora ao final firmado, com escrit\u00f3rio profissional sito \u00e0 Rua Mato Grosso, n.299 \u2013 sala 201, 02o andar, CEP 86.010-180 - Fone (43) 3323-2664/9987-9707, Londrina, Estado do Paran\u00e1 e endere\u00e7o eletr\u00f4nico: silva.silva.escritorio@gmail.com, para onde devem ser remetidas \u00e0s notifica\u00e7\u00f5es e comunica\u00e7\u00f5es, vem perante Vossa Excel\u00eancia, propor a presente\nA\u00c7\u00c3O DE CONCESS\u00c3O DE BENEF\u00cdCIO PREVIDENCI\u00c1RIO\n\n\fem face do INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL (INSS), pelos seguintes fatos e fundamentos jur\u00eddicos:\n\n1. DOS FATOS:\nEm 23/06/2017 a parte autora protocolou perante o Instituto Nacional do Seguro Social requerimento do benef\u00edcio previdenci\u00e1rio Aposentadoria por Tempo de Contribui\u00e7\u00e3o, processado e posteriormente indeferido sob o n\u00famero 42/182.657.827-4.\n\nDados sobre o requerimento administrativo:\n\n1. N\u00famero do benef\u00edcio:\n\n42/182.657.827-4\n\n2. Data do Requerimento Administrativo:\n\n23/06/2017\n\n3. Tempo considerado at\u00e9 a DER\n\n26 anos, 10 meses e 02 dias\n\n4 Tempo de rural reconhecido\n\n5.Tempo especial reconhecido:\n\nEm contagem realizada quando do requerimento administrativo, o ente previdenci\u00e1rio computou, apenas, 26 anos, 10 meses e 02 diasde tempo de contribui\u00e7\u00e3o, alegando o seguinte motivo: \u201cFalta de tempo de contribui\u00e7\u00e3o atividades descritas nos DSS 8030 e Laudos t\u00e9cnicos n\u00e3o foram considerados especiais pela Per\u00edcia M\u00e9dica\u201d, ou seja, o INSS deixou de reconhecer o per\u00edodo laborado em atividade rural, bem como o tempo laborado em condi\u00e7\u00f5es insalubres a seguir.\nA) ATIVIDADE RURAL: \u2022 De 13/12/1976 a 30/06/1988,na qualidade de lavrador (Regime de economia familiar).\nB) ATIVIDADE ESPECIAL: \u2022 De 07/03/1994 a 31/05/1994, na empresa ENAR \u2013 Empresa Na\u00e7\u00e3o de Armaz\u00e9ns,exercendo a fun\u00e7\u00e3o \u201cVigia\u201d; \u2022 De 01/06/1994 a 30/03/2013,na empresa ENAR \u2013 Empresa Na\u00e7\u00e3o de Armaz\u00e9ns, exercendo a fun\u00e7\u00e3o de \u201cOperador de Empilhadeira\u201d; e \u2022 De 01/04/2013 a 23/06/2017,na empresa Apoio Log\u00edstica Servi\u00e7os, exercendo a fun\u00e7\u00e3o de \u201cOperador de Empilhadeira\u201d;\nCaso o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) computasse corretamente todos osper\u00edodos indicados, a parte autora totalizaria 47 anos, 08 meses e 21 dias de tempo de contribui\u00e7\u00e3oat\u00e9 a data do requerimento administrativo (contagem em anexo), tendo jus a Aposentadoria por Tempo de Contribui\u00e7\u00e3o de forma integral.\n\n\fRessalte-se, Excel\u00eancia, que o Autor conta com 52 anos de idade (data de nascimento: 13/12/1964) e 47 anos de tempo de contribui\u00e7\u00e3o, atingido 99 pontos, faz jus a aposentadoria integral pela nova regra de c\u00e1lculo das aposentadorias por tempo de contribui\u00e7\u00e3o estabelecida pela Medida Provis\u00f3ria n\u00ba 676/2015, o c\u00e1lculo leva em considera\u00e7\u00e3o o n\u00famero de pontos alcan\u00e7ados somando a idade e o tempo de contribui\u00e7\u00e3o do segurado \u2013 a chamada Regra 85/95 Progressiva.\n2 PRELIMINAR:DO INTERESSE PROCESSUAL A parte autora possui interesse processual para a busca da tutela\njurisdicional, a fim de solucionar a lide previdenci\u00e1ria.\nPrimeiramente, dimana do pr\u00f3prio Texto Constitucional o princ\u00edpio da efici\u00eancia administrativa (art. 37, caput, CF/88), cuja aplica\u00e7\u00e3o imp\u00f5e \u00e0 Administra\u00e7\u00e3o uma aprecia\u00e7\u00e3o eficiente e eficaz dos interesses dos administrados, no sentido de orient\u00e1-los acerca de seus direitos, dando o melhor direcionamento legalmente poss\u00edvel aos seus leg\u00edtimos interesses.\nPor fim, a pretens\u00e3o resistida j\u00e1 est\u00e1 mais do que caracterizada, em decorr\u00eancia da negativa administrativa no reconhecimento do direito da parte autora.\n2. DA ATIVIDADE RURAL a. Do caso em an\u00e1lise: No per\u00edodo de 13/12/1976 a 30/06/1988, oautor laborou como \u201cLavrador\u201d, sem registro em CTPS, no Regime de Economia Familiar, cultivando lavoura branca e criando pequenos animais para o consumo, residiam na propriedade do Pai, Sr. Jo\u00e3o Maria Prestes, no Sitio Nossa Senhora de Aparecida, propriedade de aproximadamente 5 alqueires, localizadaBanhad\u00e3o \u2013 Distrito de Tamarana, Munic\u00edpio de Londrina-PR.\nPosteriormente, em 01/07/1988, o autorpassou a trabalhar com registro em CTPS na propriedade rural do Sr. Marcos Aur\u00e9lio Bacceti, na fun\u00e7\u00e3o de trabalhador rural/servi\u00e7os gerais.\nComo exposto anteriormente, a parte autora sempre exerceu atividade rural, em regime de economia familiar, sem o aux\u00edlio de empregados, maquin\u00e1rios, ou de\n\n\fm\u00e3o de obra contratada para o cultivo e produ\u00e7\u00e3o da lavoura, sobrevivendo, exclusivamente, do que era produzido.\nOcorre que, o INSS n\u00e3o tomou em apre\u00e7o a prova documental apresenta em sede administrativa, trazendo grandes preju\u00edzos a parte autora.\n\nCom o intuito de comprovar a atividade rural, a parte autora apresentou os\n\ndocumentos a seguir relacionados a c\u00f3pia do processo administrativo NB: 42/182.657.827-\n\n4:\n\nDocumentos \u2013 rurais C\u00f3pia da Certid\u00e3o Transi\u00e7\u00e3o de Registro de Im\u00f3vel n\u00ba 12.723 C\u00f3pia da Certidi\u00e3o de Nascimento da irm\u00e3 Ana Sara do Rozario Prestes Declara\u00e7\u00e3o da Secret\u00e1ria de Educa\u00e7\u00e3o da Prefeitura de Londrina, informando que o Segurado e o irm\u00e3o Donizete Simar Prestes, estudaram na escola rural Coelho Neto, distrito de Tamarana \u2013 Pr C\u00f3pia da Ficha de Matricula e carteira do Sindicato Rural de Londrina em nome do Pai do Segurado Sr. Jo\u00e3o Maria Prestes C\u00f3pia de Nota Fiscal de Produtor em nome do Pai Jo\u00e3o Maria Prestes C\u00f3pia da Certid\u00e3o de Casamento do Irm\u00e3o Sergio Aparecido Prestes C\u00f3pia da Certid\u00e3o de Casamento do Irm\u00e3o Celso Prestes C\u00f3pia do Registro de Propriedade em nome de Jo\u00e3o Maria Prestes\n\nAno 19/01/1962 1974\n1977 a 1980\n07/07/1981\n1981 a 1985 1987 1989 30/10/1997\n\nTem-se em vista que a pr\u00f3pria Lei dos Benef\u00edcios prev\u00ea no artigo 106 alguns documentos, os quais, por estarem enumeradas em lei, s\u00e3o considerados como \u201cprova plena\u201d, isto \u00e9, n\u00e3o carecem de corrobora\u00e7\u00e3o por prova testemunhal.\n\nVejamos:\nArt. 106 A comprova\u00e7\u00e3o do exerc\u00edcio de atividade rural ser\u00e1 feita, alternativamente, por meio de: I \u2013 contrato individual de trabalho ou Carteira de Trabalho e Previd\u00eancia Social; II \u2013 contrato de arrendamento, parceria ou comodato rural; III \u2013 declara\u00e7\u00e3o fundamentada de sindicato que represente o trabalhador rural ou, quando for o caso, de sindicato ou col\u00f4nia de pescadores, desde que homologada pelo Instituto Nacional do Seguro Social \u2013 INSS; IV \u2013 comprovante de cadastro do Instituto Nacional de Coloniza\u00e7\u00e3o e Reforma Agr\u00e1ria \u2013 INCRA, no caso de produtores em regime de economia familiar; V \u2013 bloco de notas do produtor rural; VI \u2013 notas fiscais de entrada de mercadorias, de que trata o \u00a7 7o do art. 30 da Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991, emitidas pela empresa adquirente da produ\u00e7\u00e3o, com indica\u00e7\u00e3o do nome do segurado como vendedor; VII \u2013 documentos fiscais relativos a entrega de produ\u00e7\u00e3o rural \u00e0 cooperativa agr\u00edcola, entreposto de pescado ou outros, com indica\u00e7\u00e3o do segurado como vendedor ou consignante; VIII \u2013 comprovantes de recolhimento de contribui\u00e7\u00e3o \u00e0 Previd\u00eancia Social decorrentes da comercializa\u00e7\u00e3o da produ\u00e7\u00e3o;\n\n\fIX \u2013 c\u00f3pia da declara\u00e7\u00e3o de imposto de renda, com indica\u00e7\u00e3o de renda proveniente da comercializa\u00e7\u00e3o de produ\u00e7\u00e3o rural; ou X \u2013 licen\u00e7a de ocupa\u00e7\u00e3o ou permiss\u00e3o outorgada pelo Incra.\nDiante desse contexto, se o trabalhador rural possuir algum dos\ndocumentos previstos no artigo106, da Lei 8.213/91, ter\u00e1 em seu poder uma prova plena do\nefetivo exerc\u00edcio de atividade rur\u00edcola. Outro que n\u00e3o esteja na referida rela\u00e7\u00e3o poder\u00e1 ser\nconsiderada como in\u00edcio de prova material que, para produzir efeito, depender\u00e1 de\nratifica\u00e7\u00e3o por depoimento de testemunha.Neste sentido, colaciona-se a seguinte decis\u00e3o:\nPREVIDENCI\u00c1RIO - TEMPO DE SERVI\u00c7ORURAL \u2013 COMPROVA\u00c7\u00c3O DE ATIVIDADE RURAL MEDIANTE PROVA MATERIAL PLENA - ARTS. 106; PAR\u00c1GRAFO \u00daNICO, III, E 143, II, DA LEI N\u00ba 8.213 /91. I - O art. 106 da Lei n\u00ba 8.213 /91 - na reda\u00e7\u00e3o da Lei n\u00ba 8.870, de 15/04/94 disciplina os meios de comprova\u00e7\u00e3o do exerc\u00edcio da atividade rural, referente a per\u00edodo anterior \u00e0 Lei n\u00ba 8.861, de 25/03/94, admitindo o art. 108 do aludido diploma legal o suprimento de aus\u00eancia de documento, desde que observado o art. 55, \u00a7 3\u00ba, da aludida Lei, vale dizer, desde que exista um in\u00edcio de prova material. II - Considera-se comprovado tempo de servi\u00e7o, como rur\u00edcola, mediante prova material plena, representada por declara\u00e7\u00e3o do sindicato de trabalhadores rurais, devidamente homologada pelo Minist\u00e9rio P\u00fablico, anteriormente \u00e0 altera\u00e7\u00e3o do art. 106, par\u00e1grafo \u00fanico, III, da Lei n\u00ba 8.213 /91 (EIAC 1999.01.00.024701-9/DF, 1\u00aa Se\u00e7\u00e3o, DJU, 02/10/2000). III - Preliminar rejeitada. Apela\u00e7\u00e3o provida. Senten\u00e7a reformada. - O art. 106 da Lei n\u00ba 8.213 /91 - na reda\u00e7\u00e3o da Lei n\u00ba 8.870, de 15/04/94 - disciplina os meios de comprova\u00e7\u00e3o do exerc\u00edcio da atividade rural, referente a per\u00edodo anterior \u00e0 Lei n\u00ba 8.861, de 25/03/94, admitindo o art. 108 do aludido diploma legal o suprimento de aus\u00eancia de documento, desde que observado o art. 55, \u00a7 3\u00ba, da aludida Lei, vale dizer, desde que exista um in\u00edcio de prova material. II - Considera-se comprovado tempo de servi\u00e7o, como rur\u00edcola, mediante prova material plena, representada por declara\u00e7\u00e3o do sindicato de trabalhadores rurais, devidamente homologada pelo Minist\u00e9rio P\u00fablico, anteriormente \u00e0 altera\u00e7\u00e3o do art. 106, par\u00e1grafo \u00fanico , III , da Lei n\u00ba 8.213 /91 (EIAC 1999.01.00.024701-9/DF, 1\u00aa Se\u00e7\u00e3o, DJU, 02/10/2000). III - Preliminar rejeitada. Apela\u00e7\u00e3o provida. Senten\u00e7a reformada. (AC 1997.01.00.0095360/DF, Rel. Desembargadora Federal Assusete Magalh\u00e3es, Segunda Turma,DJ p.41 de 29/08/2002).\nConv\u00e9m novamente destacar que a legisla\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria exige,\napenas, in\u00edcio de prova material, podendo ser, inclusive, em nome de terceiros integrantes\ndo grupo familiar. Vejamos:\nPREVIDENCI\u00c1RIO. APOSENTADORIA POR TEMPO DE SERVI\u00c7O REQUERIDA ANTES DO ADVENTO DA EC 20/98. C\u00d4MPUTO DE TEMPO DE SERVI\u00c7O RURAL. COMPROVA\u00c7\u00c3O. REQUISITOS PREENCHIDOS. REVIS\u00c3O. 1. O tempo de servi\u00e7o rural pode ser comprovado mediante a produ\u00e7\u00e3o de prova material suficiente, ainda que inicial, complementada por prova testemunhal id\u00f4nea. 2. Os documentos em nome de terceiros (pais/c\u00f4njuge) consubstanciam in\u00edcio de prova material do trabalho rural desenvolvido em regime de economia familiar. 3. \u00c9 poss\u00edvel o c\u00f4mputo para fins previdenci\u00e1rios do labor rural a partir dos doze anos de idade. 4. Comprovado o exerc\u00edcio de atividade rural em regime de economia familiar, tem o autor direito \u00e0 concess\u00e3o da aposentadoria integral, devendo o INSS revisar o benef\u00edcio proporcional concedido, a contar da data do\n\n\frequerimento administrativo, formulado em data anterior a 16/12/98 (EC 20/98). TRF4, APELREEX 5001539-82.2011.404.7112, Quinta Turma, Relator p/ Ac\u00f3rd\u00e3o Ricardo Teixeira do Valle Pereira, D.E. 13/09/2012.\nCom o advento da Lei n. 8.231/91 e resguardando todos os princ\u00edpios constitucionais, tem-se que, at\u00e9 a presente data, n\u00e3o foi editada nenhuma legisla\u00e7\u00e3o espec\u00edfica que definisse o conceito de tempo de contribui\u00e7\u00e3o, subsiste o direito \u00e0 averba\u00e7\u00e3o\ndos per\u00edodos durante os quais o segurado tenha desempenhado as atividades elencadas no artigo 55, caput e incisos, da Lei n. 8.231/91:\nArt. 55. O tempo de servi\u00e7o ser\u00e1 comprovado na forma estabelecida no Regulamento, compreendendo, al\u00e9m do correspondente \u00e0s atividades de qualquer das categorias de segurados de que trata o art. 11 desta Lei, mesmo que anterior \u00e0 perda da qualidade de segurado: [...] \u00a7 1\u00ba A averba\u00e7\u00e3o de tempo de servi\u00e7o durante o qual o exerc\u00edcio da atividade n\u00e3o determinava filia\u00e7\u00e3o obrigat\u00f3ria ao anterior Regime de Previd\u00eancia Social Urbana s\u00f3 ser\u00e1 admitida mediante o recolhimento das contribui\u00e7\u00f5es correspondentes, conforme dispuser o Regulamento, observado o disposto no \u00a7 2\u00ba. \u00a7 2\u00ba O tempo de servi\u00e7o do segurado trabalhador rural, anterior \u00e0 data de in\u00edcio de vig\u00eancia desta Lei, ser\u00e1 computado independentemente do recolhimento das contribui\u00e7\u00f5es a ele correspondentes, exceto para efeito de car\u00eancia, conforme dispuser o Regulamento. \u00a7 3\u00ba A comprova\u00e7\u00e3o do tempo de servi\u00e7o para os efeitos desta Lei, inclusive mediante justifica\u00e7\u00e3o administrativa ou judicial, conforme o disposto no art. 108, s\u00f3 produzir\u00e1 efeito quando baseada em in\u00edcio de prova material, n\u00e3o sendo admitida prova exclusivamente testemunhal, salvo na ocorr\u00eancia de motivo de for\u00e7a maior ou caso fortuito, conforme disposto no Regulamento. \u00a7 4\u00ba N\u00e3o ser\u00e1 computado como tempo de contribui\u00e7\u00e3o, para efeito de concess\u00e3o do benef\u00edcio de que trata esta subse\u00e7\u00e3o, o per\u00edodo em que o segurado contribuinte individual ou facultativo tiver contribu\u00eddo na forma do \u00a7 2\u00ba do art. 21 da Lei n\u00ba 8.212, de 24 de julho de 1991, salvo se tiver complementado as contribui\u00e7\u00f5es na forma do \u00a7 3\u00ba do mesmo artigo.\nNota-se, portanto, que a atividade rural prestada em regime de economia familiar, relacionada no artigo 11, da Lei de Benef\u00edcios, deve ser considerada como tempo de contribui\u00e7\u00e3o; independentemente do recolhimento das contribui\u00e7\u00f5es correspondentes\n(exceto para efeito de car\u00eancia, conforme \u00a72\u00ba). Por fim, o artigo 60, caput e inciso X, do Decreto 3.048/99, estabelece expressamente que ser\u00e1 computado como tempo de contribui\u00e7\u00e3o o tempo de servi\u00e7o do segurado trabalhador rural anterior \u00e0 compet\u00eancia de novembro de 1991.\nNo que se refere \u00e0 comprova\u00e7\u00e3o da atividade rural, o artigo 55, \u00a73\u00ba, da Lei de Benef\u00edcios exige a apresenta\u00e7\u00e3o de apenas de in\u00edcio de prova material, que poder\u00e1 ser corroborada pela prova testemunhal.\nEm complementa\u00e7\u00e3o, artigo 106, do mesmo diploma, elenca diversos documentos para a demonstra\u00e7\u00e3o do tempo de servi\u00e7o rural, tais como: contrato\n\n\findividual;contrato de arrendamento, parceria ou comodato rural; declara\u00e7\u00e3o do sindicato;\ncomprovante de cadastro no INCRA; bloco de notas do produtor rural; notas e documentos\nfiscais; entre outros.\nN\u00e3o obstante, \u00e9 importante observar que esta rela\u00e7\u00e3o de documentos \u00e9\napenas exemplificativa, e n\u00e3o taxativa, de modo que outros elementos materiais tamb\u00e9m\ns\u00e3o aptos para a comprova\u00e7\u00e3o do servi\u00e7o rural.\nEm rela\u00e7\u00e3o aos segurados especiais, h\u00e1 a presun\u00e7\u00e3o de continuidade\ndo trabalho rural, de modo que n\u00e3o se exige a apresenta\u00e7\u00e3o de prova material relativa a\ntodos os anos pleiteados. Neste sentido, transcreve-se parcialmente a decis\u00e3o proferida no\nRecurso Especial n. 252.535, pelo ilustre Ministro Edson Vidigal:\n[...] A realidade no campo \u00e9 bem diversa da que vivemos aqui na cidade. A imensid\u00e3o de nosso pa\u00eds esconde por tr\u00e1s da civiliza\u00e7\u00e3o, pessoas alheias \u00e0 realidade concreta, que sequer possuem meios suficientes \u00e0 autosubsist\u00eancia digna ou de seus familiares. Somos bombardeados todos os dias com not\u00edcias veiculadas na televis\u00e3o ou em revistas da exist\u00eancia de \u2018escravid\u00e3o\u2019 nos campos, em pleno s\u00e9culo XX, \u2018b\u00f3ias-frias\u2019 que se desgastam dia e noite em troca do p\u00e3o e \u00e1gua. E quando chega a ancianidade, ainda se v\u00eaem deparados com a situa\u00e7\u00e3o de litigar em ju\u00edzo para conseguir o m\u00ednimo \u00e0 sua sobreviv\u00eancia.\n\u00c9 nesse sentido que se deve buscar uma interpreta\u00e7\u00e3o teleol\u00f3gica da regra contida na Lei 8.213/91, art. 55, \u00a7 3\u00ba. Ao contr\u00e1rio do que tenta fazer crer o INSS, quando o dispositivo se refere \u00e0 express\u00e3o \u2018in\u00edcio de prova material\u2019, essencial para a comprova\u00e7\u00e3o de tempo de servi\u00e7o, busca se reportar a qualquer documento escrito que demonstre inequivocamente o exerc\u00edcio da atividade referida, ainda que n\u00e3o corresponda integralmente ao per\u00edodo exigido em lei, desde que complementado, \u00e9 claro, por qualquer outro meio de prova id\u00f4neo, com os depoimentos testemunhais. N\u00e3o fosse assim, seria praticamente in\u00f3cua a disposi\u00e7\u00e3o legal. [...] RESP 200000274577, EDSON VIDIGAL, STJ - QUINTA TURMA, DJ DATA:01/08/2000 PG:00328.\nColaciona-se, ainda, a seguinte decis\u00e3o:\nPREVIDENCI\u00c1RIO. APOSENTADORIA POR IDADE RURAL. REQUISITOS. ATIVIDADE RURAL. BOIA-FRIA. \u00cdNFIMO/EX\u00cdGUO VALOR DA PENS\u00c3O. CUMPRIMENTO IMEDIATO DO AC\u00d3RD\u00c3O. 1. O tempo de servi\u00e7o rural pode ser comprovado mediante a produ\u00e7\u00e3o de prova material suficiente, ainda que inicial, complementada por prova testemunhal id\u00f4nea. 2. Em se tratando de trabalhador rural \"boia-fria\", a exig\u00eancia de in\u00edcio de prova material para efeito de comprova\u00e7\u00e3o do exerc\u00edcio da atividade agr\u00edcola deve ser interpretada com temperamento, podendo, inclusive, ser dispensada em raz\u00e3o da informalidade com que \u00e9 exercida a profiss\u00e3o e a dificuldade de comprovar documentalmente o exerc\u00edcio da atividade rural nessas condi\u00e7\u00f5es. Precedentes do STJ. 3. O ex\u00edguo valor da pens\u00e3o por morte em favor da autora quando do falecimento do c\u00f4njuge n\u00e3o afasta a necessidade do trabalho rural da demandante para a sua subsist\u00eancia digna, autorizando o deferimento da aposentadoria por idade. 4. Implementado o requisito et\u00e1rio 55 anos de idade para mulher e comprovado o exerc\u00edcio da atividade agr\u00edcola no per\u00edodo correspondente \u00e0 car\u00eancia (art. 142 da Lei n. 8.213/91), \u00e9 devido o benef\u00edcio de aposentadoria por idade rural. 5. N\u00e3o obstante n\u00e3o estejam\n\n\fpresentes os pressupostos ensejadores da concess\u00e3o da tutela antecipada, foi determinado o cumprimento imediato do ac\u00f3rd\u00e3o, tendo em vista o disposto no art. 461 do CPC. TRF4, AC 0001019-48.2012.404.9999, Sexta Turma, Relator Celso Kipper, D.E. 12/09/2012.\nContudo, a an\u00e1lise da prova produzida deve ser bastante flex\u00edvel, em raz\u00e3o da informalidade t\u00edpica do servi\u00e7o rural. Sob esta perspectiva, os documentos apresentados pela parte autora constituem in\u00edcio suficiente de prova material, para todo o per\u00edodo postulado.\nDessa forma, com base nos fundamentos anteriormente deduzidos, requer-se, o reconhecimento da atividade rural prestada no per\u00edodo de 13/12/1976 a 30/06/1988, com a consequente averba\u00e7\u00e3o do respectivo de tempo de contribui\u00e7\u00e3o.\nAssim, com o intuito de comprovar a efetiva atividade rural, durante todo o per\u00edodo postulado, requer-se a realiza\u00e7\u00e3o de audi\u00eancia, perante este nobre Ju\u00edzo, com a oitiva das testemunhas que ser\u00e3o oportunamente arroladas.\nb. Do processo administrativo e da contagem incontroversa:\nEsclarece-se, Excel\u00eancia, que a c\u00f3pia do processo administrativo anexada \u00e0 presente inicial corresponde \u00e0 vers\u00e3o digital fornecida pelo pr\u00f3prio Instituto Nacional do Seguro Social. N\u00e3o obstante, requer seja intimado o INSS para que apresente nova c\u00f3pia completa de todo o procedimento administrativo.\nNo que se refere aos per\u00edodos incontroversos, deve-se prevalecer o \u00faltimo demonstrativo de contagem do tempo de contribui\u00e7\u00e3o constante no processo administrativo, com o reconhecimento de 26 anos, 10 meses e 02 dias.\n4 DA ATIVIDADE ESPECIAL: a. Da aposentadoria especial\nO direito ao benef\u00edcio previdenci\u00e1rio de Aposentadoria Especial resta previsto atualmente, de forma expressa, no artigo 57, da Lei n\u00ba 8.213/91, com a seguinte reda\u00e7\u00e3o:\nArt. 57. A aposentadoria especial ser\u00e1 devida, uma vez cumprida a car\u00eancia exigida nesta Lei, ao segurado que tiver trabalhado sujeito a condi\u00e7\u00f5es especiais que prejudiquem a sa\u00fade ou a integridade f\u00edsica, durante 15 (quinze), 20 (vinte) ou 25 (vinte e cinco) anos, conforme dispuser a lei. (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n\u00ba 9.032, de 1995)\n\n\fO regramento da atividade especial foi objeto de sucessivas altera\u00e7\u00f5es legislativas, pois para diferentes per\u00edodos h\u00e1 diferentes regras quanto ao reconhecimento da atividade como especial.\nAt\u00e9 28 de abril de 1995, o segurado poderia estar laborando em atividade enquadrada como especial por duas maneiras diferentes: havia determinadas atividades que gozavam de presun\u00e7\u00e3o de nocividade \u00e0 sa\u00fade e, pelo simples enquadramento profissional, eram consideradas atividades especiais; e havia atividades que eram consideradas especiais em raz\u00e3o da sujei\u00e7\u00e3o \u00e0 influ\u00eancia de determinados agentes nocivos. Tais situa\u00e7\u00f5es, inicialmente, eram discriminadas nos Decretos n\u00b0 53.831, de 25/03/64 e n\u00b0 83.080, de 24/01/1979.\nA partir de 29 de abril de 1995, passou a viger a Lei 9.032/95, que deixou de considerar a atividade especial pelo simples enquadramento profissional, passando a ser necess\u00e1ria a demonstra\u00e7\u00e3o de exposi\u00e7\u00e3o aos agentes nocivos por meio dos formul\u00e1rios SB40 e DSS 8030; muito embora, nesse per\u00edodo, ainda continuava a serem aplicados os Decretos acima referidos.\nO advento da Medida Provis\u00f3ria 1.523-10, de 13/10/1996, convertida na Lei 9.528/97, de 10/12/1997, trouxe a exig\u00eancia do laudo t\u00e9cnico pericial para a elabora\u00e7\u00e3o do formul\u00e1rio DSS 8030 (antigo SB40) a fim de comprovar a sujei\u00e7\u00e3o aos agentes nocivos. Contudo, a jurisprud\u00eancia assentou o entendimento de que a exig\u00eancia do laudo pericial somente se deu ap\u00f3s a edi\u00e7\u00e3o do Decreto 2.172, de 05/03/1997, que regulamentou a MP n\u00b0 1.523-10, in verbis:\nPREVIDENCI\u00c1RIO. APOSENTADORIA ESPECIAL. LEI N\u00ba 9.711/98. DECRETO N\u00ba 3.048/99. 1. At\u00e9 28-04-1995 \u00e9 admiss\u00edvel o reconhecimento da especialidade por categoria profissional ou por sujei\u00e7\u00e3o a agentes nocivos, aceitando-se qualquer meio de prova (exceto para ru\u00eddo); a partir de 29-04-1995 n\u00e3o mais \u00e9 poss\u00edvel o enquadramento por categoria profissional, devendo existir comprova\u00e7\u00e3o da sujei\u00e7\u00e3o a agentes nocivos por qualquer meio de prova at\u00e9 05-03-1997 e, a partir de ent\u00e3o, por meio de formul\u00e1rio embasado em laudo t\u00e9cnico ou pericial. 2. Comprovado o exerc\u00edcio de atividade especial por mais de 25 anos, o segurado faz jus \u00e0 concess\u00e3o da aposentadoria especial, nos termos do artigo 57 e \u00a7 1\u00ba da Lei 8.213, de 24-07- 1991, observado, ainda, o disposto no art. 18, I, \"d\" c/c 29, II, da LB, a contar da data do requerimento administrativo. TRF4, APELREEX 5000145-24.2012.404.7203, Quinta Turma, Relator p/ Ac\u00f3rd\u00e3o Ricardo Teixeira do Valle Pereira, D.E. 13/09/2012.\nAssim, \u00e9 certo que, no per\u00edodo entre 28/04/1995 a 05/03/1997 n\u00e3o era mais poss\u00edvel o reconhecimento da atividade especial pelo enquadramento profissional em raz\u00e3o da atividade anotada t\u00e3o somente na Carteira Profissional.\n\n\fNo entanto, apresentado o formul\u00e1rio pr\u00f3prio que indicasse a exposi\u00e7\u00e3o aos agentes nocivos indicados nos Decretos 53.831/64 e 83.080/79, a natureza especial do labor prestado restava comprovado.\nA rela\u00e7\u00e3o de agente nocivos, como j\u00e1 mencionado, estava contida nos Decretos n\u00b0 53.831, de 25/03/64 e n\u00b0 83.080, de 24/01/1979. Tais normas s\u00f3 foram revogadas com o advento do Decreto 2.172, de 05/03/1997, que aprovou novo regulamento de benef\u00edcios da Previd\u00eancia Social e trouxe nova rela\u00e7\u00e3o de agentes nocivos em seu Anexo IV. Esse \u00faltimoDecreto, por sua vez, foi revogado pelo Decreto 3.048/99, de 06/05/1999, que tamb\u00e9m trouxe a rela\u00e7\u00e3o de agentes nocivos em seu Anexo, e est\u00e1 em atual vig\u00eancia.\nApesar dos citados Decretos listarem os agentes a serem considerados nocivos, todas essas rela\u00e7\u00f5es nunca foram taxativas, pois n\u00e3o se poderia obter \u00eaxito em tentar relacionar toda e qualquer condi\u00e7\u00e3o nociva de atividade laboral.\nAssim, \u00e9 que se admite a prova do exerc\u00edcio de atividade especial, mesmo que esta n\u00e3o prevista nos Decretos regulamentares; conforme j\u00e1 se manifestou o Egr\u00e9gio Superior Tribunal de Justi\u00e7a tamb\u00e9m:\nAGRAVO REGIMENTAL. PREVIDENCI\u00c1RIO. APOSENTADORIA POR TEMPO DE SERVI\u00c7O. EXPOSI\u00c7\u00c3O AO AGENTE ELETRICIDADE. ENQUADRAMENTO NO DECRETO N\u00ba 2.172/1997. AUS\u00caNCIA. IRRELEV\u00c2NCIA. ROL EXEMPLIFICATIVO.COMPROVA\u00c7\u00c3O. S\u00daMULA N\u00ba 7/STJ. 1. Consoante os precedentes desta Corte, em que pese a presun\u00e7\u00e3o absoluta de especialidade para o agente nocivo eletricidade se encerrasse com a edi\u00e7\u00e3o do Decreto n\u00ba 2.172/1997, estando devidamente demonstrado por outros meios probantes o exerc\u00edcio do labor em condi\u00e7\u00f5es especiais, \u00e9 poss\u00edvel reconhecer a especialidade, ainda que seja em per\u00edodo laborado ap\u00f3s o advento do referido decreto, porquanto o rol de atividades consideradas prejudiciais \u00e0 sa\u00fade \u00e9 meramente exemplificativo. [...] AgRg no REsp 1168455/RS, Rel. Ministro MARCO AUR\u00c9LIO BELLIZZE, QUINTA TURMA, julgado em 12/06/2012, DJe 28/06/2012.\nDesta forma, consolidou-se o entendimento de que a rela\u00e7\u00e3o dos agentes nocivos feita pelo Poder Executivo n\u00e3o era exaustiva, admitindo-se a exist\u00eancia de outras condi\u00e7\u00f5es ali n\u00e3o elencadas.\nIsto posto, verifica-se, in casu, que a parte autora encontra-se enquadrada por categorial profissional e esteve efetivamenteexposta, durante a jornada de trabalho, a agentes agressivos \u00e0 sua sa\u00fade e integridade f\u00edsica.\n\n\fb.\n\nDo caso em an\u00e1lise \u2013 per\u00edodos especiais\n\nNo caso em an\u00e1lise, a parte autora exerceu atividades em condi\u00e7\u00f5es\n\nprejudiciais \u00e0 sa\u00fade e integridade f\u00edsica, com exposi\u00e7\u00e3o habitual e permanente a agentes\n\nnocivos.\n\nTodavia, o INSS deixou de reconhecer os seguintes per\u00edodos:\n\nDe 07/03/1994 a 31/05/1994, na empresa ENAR \u2013 Empresa Na\u00e7\u00e3o de Armaz\u00e9ns, exercendo a fun\u00e7\u00e3o \u201cVigia\u201d; De 01/06/1994 a 30/03/2013, na empresa ENAR \u2013 Empresa Na\u00e7\u00e3o de Armaz\u00e9ns, exercendo a fun\u00e7\u00e3o de \u201cOperador de Empilhadeira\u201d; e De 01/04/2013 a 23/06/2017, na empresa Apoio Log\u00edstica Servi\u00e7os, exercendo a fun\u00e7\u00e3o de \u201cOperador de Empilhadeira\u201d;\n\nPois bem.\n\nNo per\u00edodo 07/03/1994 a 31/05/1994, o autor trabalhou para empresaENAR \u2013 Empresa Na\u00e7\u00e3o de Armaz\u00e9ns, exercendo a fun\u00e7\u00e3o \u201cVigia\u201d,( P\u00e1g. 14 da CTPS n\u00ba 31604 \u2013 serie 00031-PR, conforme observa-se, a parte autora, efetivamente, restou enquadrada profissionalmente como Vigia,sendo devido seu enquadramento no c\u00f3digo 2.5.7 do quadro anexo do Decreto n. 53.831/64, raz\u00e3o pela qual faz jus ao reconhecimento da especialidade do per\u00edodo supramencionado para fins previdenci\u00e1rios, por categoria profissional, at\u00e9 28/04/1995.\n\nCom intuitode comprova\u00e7\u00e3o da atividade especial a parte autora apresentou perante o INSS, o Perfil Profissiogr\u00e1fico Previdenci\u00e1rio (PPP), pag 47, anexo ao (P.A.), onde comprova o exerc\u00edcio da atividade de Vigia de acordo com o CBO 517420, reconhecendo a natureza especial da atividade prestada.\n\nEm seguida, no per\u00edodo de 01/06/1994 a 30/03/2013, o autor passou a exercer a fun\u00e7\u00e3o de \u201cOperador de Empilhadeira,sempre esteve exposto de forma habitual e permanente aos agentes agressivos: Ru\u00eddo de 85 a 94 dB(A), fumos met\u00e1licos, \u00f3leo, graxa, solventes e outros agentes relacionados \u00e0 fun\u00e7\u00e3o,conforme (PPP) anexo a c\u00f3pia do (P.A.), fazendo jus ao reconhecimento da atividade especial, bem como a aplica\u00e7\u00e3o do fator de convers\u00e3o 1,4.\n\nPor fim, a partir de 01/04/2013 a 23/06/2017 empresa ENAR \u2013 Empresa Na\u00e7\u00e3o de Armaz\u00e9ns, foi incorporada a empresa APOIO \u2013 Log\u00edstica e Servi\u00e7os Ltda, onde continuou a exercer a fun\u00e7\u00e3o de \u201cOperador de Empilhadeira,sempre esteve exposto de forma habitual e permanente aos agentes agressivos: Ru\u00eddo de 80 a 85 dB(A), fumos\n\n\fmet\u00e1licos, \u00f3leo, graxa, solventes e outros agentes relacionados \u00e0 fun\u00e7\u00e3o,conforme (PPP) anexo a c\u00f3pia do (P.A.), fazendo jus ao reconhecimento da atividade especial, bem como a aplica\u00e7\u00e3o do fator de convers\u00e3o 1,4.\n\nPortanto, o autor faz jus ao enquadramento da atividade especial com base nosDecretos 53.831/64 e 83.080/79, bem como o seu reconhecimento atrav\u00e9s dos formul\u00e1rios (PPP) anexos ao presente pedido administrativo e laudo anexo.\n\nNeste sentido:\n\nPREVIDENCI\u00c1RIO E PROCESSUAL CIVIL. APOSENTADORIA\n\nESPECIAL. ENQUADRAMENTO PROFISSIONAL. SOLDADOR.\n\nDESNECESSIDADE\n\nLAUDO\n\nT\u00c9CNICO.\n\nINSALUBRIDADE\n\nCOMPROVADA. RECURSO DO INSS DESPROVIDO. 1. At\u00e9 o advento da\n\nLei n\u00ba 9.032/95 era poss\u00edvel a comprova\u00e7\u00e3o do tempo de trabalho em\n\ncondi\u00e7\u00f5es especiais mediante o simples enquadramento da atividade\n\nprofissional exercida nos quadros anexos aos Decretos 53.831/64 e\n\n83.080/79. 2. A partir da entrada em vigor da Lei n\u00ba 9.032, em 29/04/1995, a\n\ncomprova\u00e7\u00e3o da natureza especial do labor passou a se dar mediante o\n\npreenchimento pelo empregador dos formul\u00e1rios SB-40 e DSS-8030,\n\nexpedidos pelo INSS. Finalmente, com a publica\u00e7\u00e3o da Lei 9.528, em\n\n11/12/1997, que, convalidando a Medida Provis\u00f3ria n\u00ba 1.596-14/1997,\n\nalterou o art. 58, \u00a7 1\u00ba, da Lei 8.213/91, a mencionada comprova\u00e7\u00e3o passou\n\na exigir laudo t\u00e9cnico de condi\u00e7\u00f5es ambientais do trabalho (LTCAT)\n\nexpedido por m\u00e9dico do trabalho ou engenheiro de seguran\u00e7a do trabalho.\n\n3. A exig\u00eancia legal de que a exposi\u00e7\u00e3o aos agentes agressivos se d\u00ea de\n\nmodo permanente somente alcan\u00e7a o tempo de servi\u00e7o prestado ap\u00f3s a\n\nentrada em vigor da Lei n\u00ba 9.032/95. De todo modo, a constata\u00e7\u00e3o do\n\ncar\u00e1ter permanente da atividade especial n\u00e3o exige que o trabalho\n\ndesempenhado pelo segurado esteja ininterruptamente submetido a um\n\nrisco para a sua incolumidade. 4. \u00c9 considerada especial a\n\natividadeexercida com exposi\u00e7\u00e3o a ru\u00eddo: a) superior a 80 dB (oitenta\n\ndecib\u00e9is) at\u00e9 05/03/1997; b) superior a 90 dB (noventa decib\u00e9is), de\n\n06/03/1997, data de in\u00edcio de vig\u00eancia do Decreto n\u00ba 2.172, at\u00e9 18/11/2003;\n\ne c) superior a 85 dB (oitenta e cinco decib\u00e9is), a partir de 19/11/2003, data\n\nda publica\u00e7\u00e3o do Decreto n\u00ba 4.882 (AgRg no REsp 1352046/RS, Rel.\n\nMinistro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em\n\n18/12/2012, DJe 08/02/2013). 5. Correta a senten\u00e7a ao considerar os\n\nper\u00edodos laborados como soldador, constantes da CTPS do autor, como\n\nlaborados sob condi\u00e7\u00f5es especiais, diante do enquadramento nos Decretos\n\n53831/64 e 83080/79. 6. Tratando-se de per\u00edodo anterior \u00e0 edi\u00e7\u00e3o da Lei n\u00ba\n\n9.032/95, n\u00e3o h\u00e1 necessidade de comprova\u00e7\u00e3o de exposi\u00e7\u00e3o permanente e\n\nefetiva aos agentes nocivos, conforme orienta\u00e7\u00e3o da Instru\u00e7\u00e3o Normativa\n\n84 do INSS, de 22.01.2003 (art. 146), sendo poss\u00edvel o reconhecimento do\n\ntempo de servi\u00e7o especial pelo exerc\u00edcio de atividade profissional elencada\n\nnos decretos previdenci\u00e1rios regulamentares, independentemente da\n\ncomprova\u00e7\u00e3o de efetiva exposi\u00e7\u00e3o aos agentes insalubres (Precedentes do\n\nSTJ). 7. Havendo enquadramento no c\u00f3digo 2.5.3 do Anexo do Decreto n\u00ba\n\n53.831 /64 nos per\u00edodos em que consta da CTPS a profiss\u00e3o de\n\nsoldador/ajudante de soldador (fls. 26/27, 29/33 e 36/41). Ao contr\u00e1rio do\n\nque alega o INSS, os v\u00ednculos em que o autor trabalhou comoservente,\n\najudante de montador, ajudante pr\u00e1tico n\u00e3o foram enquadradas como\n\nlaboradas sob condi\u00e7\u00f5es especiais, conforme tabela de tempo da senten\u00e7a\n\n\u00e0s fls. 344/346. 8. Quanto \u00e0 profiss\u00e3o de mestre de solda, o enquadramento\n\n\u00e9 cab\u00edvel, haja vista que as atividades desenvolvidas pelo mestre de solda e\n\npelo soldador s\u00e3o semelhantes, mudando apenas a nomenclatura e\n\n\falgumas atividades. 9. Recurso do INSS e remessa oficial a que se nega provimento.(TRF-1 - AC: 00224718720104013300 002247187.2010.4.01.3300, Relator: JUIZ FEDERAL ANTONIO OSWALDO SCARPA, Data de Julgamento: 14/12/2015, 1\u00aa C\u00c2MARA REGIONAL PREVIDENCI\u00c1RIA DA BAHIA, Data de Publica\u00e7\u00e3o: 22/01/2016 e-DJF1 P. 399)\n5 DA CONVERS\u00c3O DO TEMPO DE SERVI\u00c7O:\nA Aposentadoria Especial \u00e9 devida ao segurado que comprovar o trabalho em condi\u00e7\u00f5es prejudiciais \u00e0 sa\u00fade e integridade f\u00edsica, durante 15, 20 ou 25 anos, conforme o caso. Em compara\u00e7\u00e3o \u00e0 Aposentadoria por Tempo de Contribui\u00e7\u00e3o, nota-se uma redu\u00e7\u00e3o no tempo m\u00ednimo de servi\u00e7o.\nA convers\u00e3o do tempo de servi\u00e7o \u00e9 a possibilidade transformar tempo comum em especial e vice-versa, em fun\u00e7\u00e3o do exerc\u00edcio sucessivo de atividades laborativas de naturezas comum e especial.\na. Da convers\u00e3o do tempo especial em comum\nO artigo 57, \u00a75\u00ba, da Lei n. 8.213/91 prev\u00ea a possibilidade de convers\u00e3o do tempo de servi\u00e7o especial em comum, independentemente da \u00e9poca da presta\u00e7\u00e3o das atividades laborativas.\nConv\u00e9m notar que o artigo 28 da Lei n. 9.711/98, n\u00e3o revogou o dispostono \u00a75\u00ba da Lei de Benef\u00edcio; mas apenas se limitou a delegar ao Poder Executivo a autoriza\u00e7\u00e3opara estabelecer crit\u00e9rios para a convers\u00e3o do tempo de trabalho.\nEm aten\u00e7\u00e3o aos princ\u00edpios espec\u00edficos e ao car\u00e1ter social e alimentar doDireito Previdenci\u00e1rio, \u00e9 vedada a interpreta\u00e7\u00e3o extensiva da norma legal, em car\u00e1ter prejudicialao segurado; de modo que, havendo d\u00favida quanto \u00e0 interpreta\u00e7\u00e3o do preceito legal, deveprevalecer o entendimento mais favor\u00e1vel ao segurado (in dubio pro misero).\nDessa forma, deve ser garantida a convers\u00e3o do tempo especial em comum, mesmo dos per\u00edodos posteriores a 28/05/1998. Reconhecendo ao c\u00f4mputo qualificado dotempo especial, colaciona-se a seguinte decis\u00e3o:\nPREVIDENCI\u00c1RIO. ATIVIDADE ESPECIAL. CONVERS\u00c3O. LEI N\u00ba 9.711/98. DECRETO N\u00ba 3.048/99. TEMPO DE SERVI\u00c7O. APOSENTADORIA ESPECIAL. A Lei n\u00ba 9.711/98 e o Regulamento Geral da Previd\u00eancia Social aprovado pelo Decreto n\u00ba 3.048/99 resguardam o direito adquirido de os segurados terem convertido o tempo de servi\u00e7o especial em comum, mesmo que\n\n\fposteriores a 28-05-1998, observada, para fins de enquadramento, a legisla\u00e7\u00e3o vigente \u00e0 \u00e9poca da presta\u00e7\u00e3o do servi\u00e7o. 2. At\u00e9 28/04/1995 \u00e9 admiss\u00edvel o reconhecimento da especialidade por categoria profissional ou por sujei\u00e7\u00e3o a agentes nocivos, aceitando-se qualquer meio de prova (exceto para ru\u00eddo); a partir de 29-04-1995 n\u00e3o mais \u00e9 poss\u00edvel o enquadramento por categoria profissional, devendo existir comprova\u00e7\u00e3o da sujei\u00e7\u00e3o a agentes nocivos por qualquer meio de prova at\u00e9 05-03-1997 e, a partir de ent\u00e3o, por meio de formul\u00e1rio embasado em laudo t\u00e9cnico, ou por meio de per\u00edcia t\u00e9cnica. 3. Comprovado o exerc\u00edcio de atividade especial por mais de 25 anos, o segurado faz jus \u00e0 concess\u00e3o do benef\u00edcio de aposentadoria especial, nos termos do artigo 57 e \u00a7 1\u00ba da Lei 8.213, de 2407-1991, observado, ainda, o disposto no art. 18, I, \"d\" c/c 29, II, da LB, a contar da data do requerimento administrativo. TRF4, APELREEX 5000147-22.2011.404.7108, Quinta Turma, Relator p/ Ac\u00f3rd\u00e3o Ricardo Teixeira do Valle Pereira, D.E. 13/09/2012.\nAssim, \u00e9 devido c\u00f4mputo qualificado dos per\u00edodos especiais, na contagemde tempo de servi\u00e7o ou de contribui\u00e7\u00e3o, ainda que posteriores a 28/05/1998, de acordo com os crit\u00e9rios fixados no par\u00e1grafo \u00fanico do artigo 70 do Decreto 3.048/99.\n6. DA ESPECIFICA\u00c7\u00c3O DAS PROVAS: 6.1. Quanto \u00e0 atividade rural:\nO INSS, deixou de reconhecer o per\u00edodo de 13/12/1976 a 30/06/1988, trazendo grandes preju\u00edzos a parte autora.\nOcorre que, os documentos anexados \u00e0 presente peti\u00e7\u00e3o constituem in\u00edcio mais do que suficiente de prova material. Assim, com o intuito de comprovar a efetiva atividade rural, durante todo o per\u00edodo postulado, requer-se a realiza\u00e7\u00e3o de audi\u00eancia, perante este nobre Ju\u00edzo, com a oitiva das testemunhas que ser\u00e3o oportunamente arroladas.\n6.2. Quanto a atividade especial:\nO INSS deixou de reconhecer os seguintes per\u00edodos:\nDe 07/03/1994 a 31/05/1994, o autor trabalhou para empresa ENAR \u2013 Empresa Na\u00e7\u00e3o de Armaz\u00e9ns, exercendo a fun\u00e7\u00e3o \u201cVigia\u201d,(P\u00e1g. 14 da CTPS n\u00ba 31604 \u2013 serie 00031-PR. Para a comprova\u00e7\u00e3o da atividade especial requer-se; o enquadramento por categoria profissional como Vigia, no c\u00f3digo 2.5.7 do quadro anexo do Decreto n. 53.831/64, a an\u00e1lise do Perfil Profissiogr\u00e1fico Previdenci\u00e1rio (PPP), a aprecia\u00e7\u00e3o do laudo t\u00e9cnico que ser\u00e1 oportunamente anexado, bem como a realiza\u00e7\u00e3o de per\u00edcia t\u00e9cnica e oitiva de testemunhas.\n\n\fPara o per\u00edodo de 01/06/1994 a 30/03/2013, o autor passou a exercer a fun\u00e7\u00e3o de \u201cOperador de Empilhadeira,sempre esteve exposto de forma habitual e permanente aos agentes agressivos: Ru\u00eddo de 85 a 94 dB(A), fumos met\u00e1licos, \u00f3leo, graxa, solventes e outros agentes relacionados \u00e0 fun\u00e7\u00e3o, conforme (PPP) anexo a c\u00f3pia do (P.A.), fazendo jus ao reconhecimento da atividade especial, bem como a aplica\u00e7\u00e3o do fator de convers\u00e3o 1,4. Para a comprova\u00e7\u00e3o da atividade especial requer-se; a an\u00e1lise do Perfil Profissiogr\u00e1fico Previdenci\u00e1rio (PPP), a aprecia\u00e7\u00e3o do laudo t\u00e9cnico que ser\u00e1 oportunamente anexado, bem como a realiza\u00e7\u00e3o de per\u00edcia t\u00e9cnica e oitiva de testemunhas.\nPor fim, a partir de 01/04/2013 a 23/06/2017 empresa ENAR \u2013 Empresa Na\u00e7\u00e3o de Armaz\u00e9ns, foi incorporada a empresa APOIO \u2013 Log\u00edstica e Servi\u00e7os Ltda, onde continuou a exercer a fun\u00e7\u00e3o de \u201cOperador de Empilhadeira,sempre esteve exposto de forma habitual e permanente aos agentes agressivos: Ru\u00eddo de 80 a 85 dB(A), fumos met\u00e1licos, \u00f3leo, graxa, solventes e outros agentes relacionados \u00e0 fun\u00e7\u00e3o, conforme (PPP) anexo a c\u00f3pia do (P.A.). Para a comprova\u00e7\u00e3o da atividade especial requer-se; a an\u00e1lise do Perfil Profissiogr\u00e1fico Previdenci\u00e1rio (PPP), a aprecia\u00e7\u00e3o do laudo t\u00e9cnico que ser\u00e1 oportunamente anexado, bem como a realiza\u00e7\u00e3o de per\u00edcia t\u00e9cnica e oitiva de testemunhas.\nN\u00e3o obstante, Excel\u00eancia, diante de todos os pedidos expostos e para que n\u00e3o haja preju\u00edzos a parte autora, requer seja garantido \u00e0 parte autora o direito \u00e0 altera\u00e7\u00e3o dos pedidos deduzidos na presente pe\u00e7a inicial, caso necess\u00e1rio, com fulcro no artigo 493, do C\u00f3digo de Processo Civil.\n7. CONCLUS\u00c3O: Diante do exposto, observa-se que a parte autora preenche todos os requisitos exigidos para a concess\u00e3o de sua aposentadoria por tempo de contribui\u00e7\u00e3o, motivo pelo qual vem se socorrer na via judicial para ter reconhecido seu direito.\nCom o reconhecimento de todos per\u00edodos acima mencionados, verifica-se que aparte autora completa47 anos, 08 meses e 21 diasde tempo de contribui\u00e7\u00e3o na data do requerimentoadministrativo e com 52 anos de idade, atingido 99 pontos, fazendo jus a aposentadoria pela nova regra 85/95o que lhe garante o direito \u00e0 concess\u00e3o de sua aposentadoria nos termos da Lei 8.213/91, sem aplicar o fator previdenci\u00e1rio.\nAssim, requer, pois, a proced\u00eancia da a\u00e7\u00e3o.\n\n\f8. DOS PEDIDOS:\nAnte todo o exposto, vem, respeitosamente, requerer:\na) A cita\u00e7\u00e3o do r\u00e9u INSS, para, querendo, responder a presente a\u00e7\u00e3o noprazo legal, sob pena de revelia, devendo trazer aos autos (1) a c\u00f3pia do processo administrativo;(2) nova contagem incontroversa do tempo de contribui\u00e7\u00e3o (especificando os per\u00edodosreconhecidos) ou confirmar expressamente a contagem elaborada administrativamente;\nb) A produ\u00e7\u00e3o de todas as provasadmitidas em Direito, tais como: juntada delaudo t\u00e9cnico, depoimento pessoal, oitivas de testemunhas, a realiza\u00e7\u00e3o de per\u00edcia t\u00e9cnica, inclusive indireta eutiliza\u00e7\u00e3o de prova emprestada;\nc) A condena\u00e7\u00e3o do INSS a: 1) Reconhecero per\u00edodo de atividade rural de 13/12/1976 a 30/06/1988,averbando-o na contagem de tempo de servi\u00e7o/contribui\u00e7\u00e3o;\n2) Reconhecera especialidade dos per\u00edodos de 07/03/1994 a31/05/1994, 01/06/1994 a 30/03/2013, e de 01/04/2013 a 23/06/2017, averbando-os, na contagem de tempo;\nd) Conceder \u00e0 parte autora a aplica\u00e7\u00e3o da Lei 13.183/2015, se for o caso, e sempre a concess\u00e3o da aposentadoria mais vantajosa, nos termos do art. 122 da Lei 8.213/1991;\ne) Pagamento dos valores vencidos, desde a data de entrada do requerimento administrativo (23/06/2017), observada eventual prescri\u00e7\u00e3o quinquenal, bem como das parcelas vincendas at\u00e9 a data do efetivo in\u00edcio do pagamento do benef\u00edcio, tudo monetariamente corrigido desde o respectivo vencimento, acrescido dos juros morat\u00f3rios \u00e0 raz\u00e3o de 1% ao m\u00eas a contar da cita\u00e7\u00e3o, incidentes at\u00e9 a data do efetivo pagamento, ocorrida com a expedi\u00e7\u00e3o de RPV/precat\u00f3rio;\nf) Pagamento das custas processuais, se for o caso, bem como dos honor\u00e1rios advocat\u00edcios em favor do procurador da parte autora, no importe de 20% sobre o valor da condena\u00e7\u00e3o, sem qualquer compensa\u00e7\u00e3o ou abatimento de eventuais valores recebidos pela parte autora a t\u00edtulo de benef\u00edcio previdenci\u00e1rio n\u00e3o cumul\u00e1vel ou, ainda, de eventuais cr\u00e9ditos que o Instituto Nacional do Seguro Social possua em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 parte autora, uma vez que os honor\u00e1rios advocat\u00edcios pertencem ao advogado e possuem natureza aut\u00f4noma, nos termos do artigo 23, da Lei 8.906/94;\n\n\fg) A flexibiliza\u00e7\u00e3o instrumental o pedido (art. 493 do C\u00f3digo de Processo Civil), a fim de que eventual superveni\u00eancia de causa modificativa (ou aquisitiva) do direito pretendido, durante a fase processual de conhecimento, seja levada em considera\u00e7\u00e3o na senten\u00e7a/ac\u00f3rd\u00e3o;\nh) A concess\u00e3o dos benef\u00edcios da JUSTI\u00c7A GRATUITA, nos termos do art. 5\u00ba, LXXIV da CF, da Lei n. 1.060/50 e do art. 98 do NCPC, por se tratar a parte autora de pessoa pobre na mais l\u00eddima acep\u00e7\u00e3o jur\u00eddica do termo, n\u00e3o possuindo meios suficientes para custear eventuais despesas processuais e/ou verbas de sucumb\u00eancia sem o imediato preju\u00edzo do pr\u00f3prio sustento e de seus familiares;\ni) Por fim a parte autora declara estar ciente de que os valores postulados perante o Juizado Especial Federal n\u00e3o poder\u00e3o exceder 60 (sessenta) sal\u00e1rios m\u00ednimos, conforme declara\u00e7\u00e3o de ren\u00fancia anexa.\nDa se a causa o valor de R$: 30.000,00 (trinta mil reais)\nNestes termos Pede e espera deferimento. Londrina, 17 de Novembro de 2017.\nElizabeth Cristina da Silva OAB/PR n\u00ba 78.704\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 3 (C\u00edvel) - IdDocumentoCompleto: 5003812-79.2016.4.04.7008-701481839027404800032477162559", "text": "EXCELENT\u00cdSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) FEDERAL DA VARA FEDERAL C\u00cdVEL DA SUBSE\u00c7\u00c3O JUDICI\u00c1RIA DE PARANAGU\u00c1 \u2013 SE\u00c7\u00c3O JUDICI\u00c1RIA DO PARAN\u00c1\nAutor: NIVALDO DO ROS\u00c1RIO R\u00e9u: Instituto Nacional do Seguro Social - INSS\nNIVALDO DO ROS\u00c1RIO, brasileiro, casado, portador da C\u00e9dula de Identidade Civil sob RG n\u00ba 2.116.586 SSP/PR, inscrito no CPF/MF sob n\u00ba 390.228.709-87, NIT n\u00ba 10712934550, D.N.: 02.04.1959, residente e domiciliado na Rua An\u00edbal de Castro, 20, em Paranagu\u00e1 \u2013 PR, por seu(s) procurador (es) adiante assinado(s), com escrit\u00f3rio na Rua Manoel Correia, n\u00ba 1572, Bairro Campo Grande, CEP 83.206-030, em Paranagu\u00e1 \u2013 PR, Fone: 3423-4140, vem, com o devido respeito \u00e0 digna presen\u00e7a de Vossa Excel\u00eancia, propor\nA\u00c7\u00c3O DE CONCESS\u00c3O DE BENEF\u00cdCIO PREVIDENCI\u00c1RIO APOSENTADORIA ESPECIAL OU, ALTERNATIVAMENTE, APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUI\u00c7\u00c3O\nem face do INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL \u2013 INSS, pessoa jur\u00eddica de direito p\u00fablico, sob a forma de Autarquia Federal, com Ag\u00eancia local sediada na Pra\u00e7a Jo\u00e3o Gualberto, n\u00ba 267, CEP 83.203-970, em Paranagu\u00e1 \u2013 PR, pelos motivos de fato e de direito a seguir expostos:\n\n\f1. EXPOSI\u00c7\u00c3O F\u00c1TICA\nO Autor iniciou suas atividades laborais em 01.05.1975, filiado desde ent\u00e3o ao regime previdenci\u00e1rio, conforme se obt\u00e9m de inclusas c\u00f3pias da Carteira de Trabalho e Previd\u00eancia Social (CTPS), Cadastro Nacional de Informa\u00e7\u00f5es Sociais (CNIS) e demais documentos ora anexados.\nEm significativos per\u00edodos, laborou em fun\u00e7\u00e3o e atividades consideradas como especiais, notadamente como vigia, em empresa de transporte de valores, no per\u00edodo de 22/10/1980 a 25/02/1981, que tem reconhecimento previsto na S\u00famula 26, da TNU, e posteriormente nas fun\u00e7\u00f5es de servente e controlador de fluxo, nos per\u00edodos de 16/10/1981 a 19/05/1989, 08/02/1991 a 01/09/1998, 15/09/1999 a 22/09/2008 e 18/03/2010 A 23/08/2012, eis que exposto a condi\u00e7\u00f5es prejudiciais \u00e0 sua sa\u00fade ou integridade f\u00edsica, dessa forma interpretada pela Lei e Decretos Regulamentadores de acordo com as anota\u00e7\u00f5es em CTPS, CNIS, formul\u00e1rios, laudos e PPP\u2019s exigidos pelo INSS.\nReferidas fun\u00e7\u00f5es e atividades t\u00eam reconhecimento de atividade especial, com previs\u00e3o tanto na S\u00famula 26 da Turma Nacional de Uniformiza\u00e7\u00e3o, quantos pelos Decretos 53.831/64, 83.080/79 e 3.048/99, vez que constata-se, nos PPP\u2019s apresentados na esfera administrativa e juntados aos presentes autos, a exposi\u00e7\u00e3o a agentes nocivos \u00e0 sa\u00fade e/ou integridade f\u00edsica do autor.\nReferidos dispositivos legais assim estabelecem:\n\n\fS\u00famula: 26\n\u00d3rg\u00e3o Julgador: TURMA NACIONAL DE UNIFORMIZA\u00c7\u00c3O DOS JUIZADOS ESPECIAIS FEDERAIS\nData do Julgamento: 07/06/2005\nData da Publica\u00e7\u00e3o: DJ DATA:22/06/2005 - PG:00620\nEnunciado: A atividade de vigilante enquadra-se como especial, equiparando-se \u00e0 de guarda, elencada no item 2.5.7. do Anexo III do Decreto n. 53.831/64.\nRefer\u00eancia Legislativa: Decreto n. 53.831/64 - Decreto n. 83.080/79\n\nNos termos do Dec. 53.831/64, anexo, itens 1.1.8 e 2.5.6:\n\nC\u00d3DIGO\n1.0.0 1.1.0 1.1.6\n\nCAMPO DE APLICA\u00c7\u00c3O\nAGENTE F\u00cdSICO RU\u00cdDO\n\nSERVI\u00c7OS E ATIVIDADES PROFISSIONAIS\n\nCLASSIFICA\u00c7\u00c3O\n\nTEMPO DE TRABALHO M\u00cdNIMO\n\nOBSERVA\u00c7\u00d5ES\n\n25 ANOS\n\nNos termos do Decreto 83.080-79, Anexo II, item 2.4.5:\n\nC\u00d3DIGO\n\nCAMPO DE APLICA\u00c7\u00c3O\n\n1.0.0 1.1.0 1.1.1 1.1.2 (...) 1.1.5\n\nAGENTES NOCIVOS F\u00cdSICOS CALOR FRIO (...) RU\u00cdDO\n\nATIVIDADE PROFISSIONAL\n\nTEMPO M\u00cdNIMO DE TRABALHO\n25 anos\n25 anos\n25 anos\n\n\fC\u00d3DIGO (...) 2.0.1\n\nNos termos do Decreto 3.048/99, Anexo IV, item 2.0.1:\n\nAGENTE NOCIVO (...)\nRU\u00cdDO\na) exposi\u00e7\u00e3o permanente a n\u00edveis de ru\u00eddo acima de 90 decib\u00e9is.\na) exposi\u00e7\u00e3o a N\u00edveis de Exposi\u00e7\u00e3o Normalizados (NEN) superiores a 85 dB(A). (Reda\u00e7\u00e3o dada pelo Decreto n\u00ba 4.882, de 2003)\n\nTEMPO DE EXPOSI\u00c7\u00c3O\n25 ANOS\n\nO autor requereu, em 24/03/2015, junto \u00e0 Autarquia Previdenci\u00e1ria, o benef\u00edcio de Aposentadoria especial ou por tempo de contribui\u00e7\u00e3o, com reconhecimento de per\u00edodos trabalhados em atividades sujeitas a agentes nocivos \u00e0 sa\u00fade e \u00e0 integridade f\u00edsica, tendo seu benef\u00edcio indeferido, sob o fundamento de falta de tempo de contribui\u00e7\u00e3o, conforme documentos anexos.\n\n2 - DO REQUERIMENTO ADMINISTRATIVO\n\nO requerimento inicial da aposentadoria ocorreu em 24/03/2015, atrav\u00e9s do n\u00famero de benef\u00edcio 171.531.466-0.\nConforme se constata pelos demonstrativos e documentos juntados ao processo administrativo e aos autos, \u00e0 \u00e9poca do Requerimento, o Autor j\u00e1 havia preenchido os requisitos e, por conseguinte, j\u00e1 tinha direito \u00e0 concess\u00e3o do benef\u00edcio de Aposentadoria Especial ou, alternativamente, por Tempo de Contribui\u00e7\u00e3o, o que n\u00e3o fora observado pelo INSS, visto que n\u00e3o reconheceu como atividade especial as desenvolvidas nesta condi\u00e7\u00e3o pelo Autor, deixando de considera-las como tal em v\u00e1rios per\u00edodos.\nA seguir relacionamos seus v\u00ednculos laborais, com os respectivos enquadramentos de atividade especial:\n\n\fIN\u00cdCIO 01.05.1975 06.07.1977 13.02.1979 01.08.1980 22.10.1980\n18.05.1981 16.10.1981\n04.01.1990 08.02.1991\n01.04.1999\n15.09.1999\n18.03.2010\n01.12.2013\n\nFIM\n\nEMPRESA\n\nCARGO\n\nTIPO\n\n11.01.1977 10.12.1977 27.01.1980 24.09.1980 25.02.1981\n09.09.1981 19.05.1989\n31.08.1990 01.09.1998\n14.05.1999\n22.09.2008\n23.08.2012\n31.05.2016\n\nJ FERRUCI & CIA LTDA SOCEPPAR S.A\nJ FERRUCI & CIA LTDA CA RIOGRANDENSE DE ADUBOS ORBRAM \u2013 SEGURAN\u00c7A E TRANSP.\nDE VALORES LTDA. CIA RIOGRANDENSE DE ADUBOS\nROMANI S/A\nSALPAR INSD\u00daSTRIA SALINEIRA LTDA ROMANI\nCELIS REGNA DA COSTA SCHNEIDER AGOSTINHO\nROMANI\nMARTINI MEAT S.A\nCONTRIBUINTE INDIVIDUAL\n\nSERVENTE AUX DE LIMPEZA SERVENTE DE LIMPEZA AJUDANTE PRODU\u00c7\u00c3O\nVIGIA\nAJUDANTE PRODU\u00c7\u00c3O SERVENTE\nSERVENTE SERVENTE A\nAUX DE DEP\u00d3SITO\nSERVENTE A\nCONTROLADOR DE FLUXO -\n\nNORMAL\n\nNORMAL\n\nNORMAL\n\nNORMAL\n\nESPECIAL -\n\nS\u00famula\n\n26 - TNU\n\nNORMAL\n\nESPECIAL \u2013 Decretos 83.080/79 e 3.049/88 - PPP\n\nNORMAL\n\nESPECIAL \u2013 Decretos 83.080/79 e 3.049/88 - PPP\n\nNORMAL\n\nESPECIAL \u2013 Decretos 83.080/79 e 3.049/88 - PPP\nESPECIAL \u2013 Decretos 83.080/79 e 3.049/88 - PPP\nNORMAL\n\nCumpre registrar que o Autor apresentou os PPP\u2019s quando do requerimento administrativo, sendo que o INSS analisou referidos perfis, conforme se constata \u00e0s fls. 45 a 48/68 do processo administrativo, por\u00e9m, n\u00e3o reconheceu as atividades e fun\u00e7\u00f5es como exercidas em atividade especial.\nSegundo o INSS, o indeferimento se deu em raz\u00e3o de que o tempo apurado foi inferior ao tempo m\u00ednimo de contribui\u00e7\u00e3o exigido \u00e0 concess\u00e3o do benef\u00edcio.\nResta descabida, entretanto, a justifica\u00e7\u00e3o apresentado pelo INSS para o indeferimento, sendo devida a concess\u00e3o do benef\u00edcio na forma da Lei Previdenci\u00e1ria vigente. O segurado recorre a esse nobre Ju\u00edzo para garantir a concess\u00e3o da aposentadoria posto que implementou todos os requisitos necess\u00e1rios para o deferimento do pedido administrativo.\n\n\f3. DO DIREITO\n3.1 \u2013 DA ATIVIDADE ESPECIAL EXERCIDA PELO AUTOR\nO Autor laborou, nos per\u00edodos supramencionados, sujeito a condi\u00e7\u00f5es especiais de sa\u00fade e integridade f\u00edsica.\nAcerca do reconhecimento da atividade de Vigia como especial para efeitos de aposentadoria, cumpre mencionar que referida fun\u00e7\u00e3o fora enquadrada como especial nos termos da S\u00famula 26, da Turma Nacional de Uniformiza\u00e7\u00e3o dos Juizados Especiais Federais, merecendo, desta forma, ser reconhecida como tal.\nCumpre registrar que referida atividade fora exercida em empresa de seguran\u00e7a e transporte de valores, conforme se constata em simples consulta ao CNIS do Autor, fornecido pelo INSS e juntado no processo administrativo, \u00e0 p\u00e1gina 12/68, o que faz deduzir que, pela caracter\u00edstica da atividade, o uso de arma se faz imperioso.\nAdemais, o reconhecimento de referida atividade como especial, quando exercida em per\u00edodo anterior \u00e0 vig\u00eancia da Lei 9.032/95, independe da comprova\u00e7\u00e3o do porte de arma de fogo, vez que reconhecida por enquadramento legal e em face da equipara\u00e7\u00e3o \u00e0 atividade de guarda, para a qual presumida a periculosidade, nos termos do Decreto 53.831/64.\nNeste sentido a jurisprud\u00eancia majorit\u00e1ria.\nPREVIDENCI\u00c1RIO. ATIVIDADE ESPECIAL. VIGILANTE. CATEGORIA PROFISSIONAL. PERICULOSIDADE. PORTE DE ARMA DE FOGO. 1. O exerc\u00edcio da profiss\u00e3o de vigia ou de vigilante, em per\u00edodo anterior \u00e0 entrada em vigor da Lei 9.032/95, conduz ao reconhecimento de tempo de servi\u00e7o especial, por categoria profissional, em face da equipara\u00e7\u00e3o \u00e0 atividade de guarda, para a qual presumida a periculosidade na vig\u00eancia do Decreto 53.831/64, independentemente do porte de arma de fogo. 2. O reconhecimento do tempo especial pela atividade de vigia/vigilante tamb\u00e9m no per\u00edodo posterior a 28/04/95 \u00e9\n\n\fposs\u00edvel quando demonstrada a periculosidade da fun\u00e7\u00e3o, inclusive pelo porte de arma de fogo. Precedentes. (TRF-4 - REEX: 50186964620124047108 RS 5018696-46.2012.404.7108, Relator: LUCIANE MERLIN CL\u00c8VE KRAVETZ, Data de Julgamento: 23/10/2013, SEXTA TURMA, Data de Publica\u00e7\u00e3o: D.E. 25/10/2013)\nPREVIDENCI\u00c1RIO. ENQUADRAMENTO COMO ATIVIDADE ESPECIAL. VIGIA. AGRAVO LEGAL. - O per\u00edodo laborado como vigilante, conquanto a lei n\u00e3o preveja expressamente o enquadramento da atividade no rol de atividades especiais, \u00e9 for\u00e7oso reconhecer sua periculosidade, independente do uso de arma de fogo, por analogia \u00e0 fun\u00e7\u00e3o de guarda, prevista no item 2.5.7 do Decreto 53.831/64. (REsp 449.221 SC, Min. Felix Fischer) - Negado provimento ao agravo. (TRF-3 - AC: 39938 SP 0039938-17.2004.4.03.9999, Relator: DESEMBARGADOR FEDERAL FAUSTO DE SANCTIS, Data de Julgamento: 28/04/2014, S\u00c9TIMA TURMA)\nN\u00e3o obstante, em raz\u00e3o da exposi\u00e7\u00e3o a agentes nocivos \u00e0 sa\u00fade, esta e as demais atividades restam caracterizadas como atividades de natureza especial desde 1964 com a publica\u00e7\u00e3o do Decreto 53.831/64, mantendo-se tal caracter\u00edstica com a publica\u00e7\u00e3o do Decreto 83.080/79, assim continuando com a publica\u00e7\u00e3o do Decreto 3.048/99, al\u00e9m da S\u00famula 26-TNU e PPP\u2019s apresentados e juntados aos autos.\nNo caso em apre\u00e7o, conforme se observa dos documentos em anexo, o autor laborou em atividades que o expunham \u00e0 agentes nocivos \u00e0 sa\u00fade e/ou integridade f\u00edsica, raz\u00e3o pela qual tem o direito ao computo de seu labor como em atividade especial ou, alternativamente, em tempo especial com direito \u00e0 convers\u00e3o em tempo comum a fim de receber a devida aposentadoria por tempo de contribui\u00e7\u00e3o.\nOs per\u00edodos de atividades especiais exercidos pelo autor, anterior \u00e0 vig\u00eancia da Lei 9.032/95, dever\u00e3o de plano ser enquadradas como atividade especial, haja vista nesse per\u00edodo o enquadramento se dar por categoria profissional, independente da comprova\u00e7\u00e3o atrav\u00e9s de laudos da exposi\u00e7\u00e3o aos agentes nocivos \u00e0 sa\u00fade.\n\n\fExplicando melhor, as atividades relacionadas na lista de ocupa\u00e7\u00f5es dos Anexos dos Decretos 53.831/64 e 83.080/79 s\u00e3o consideradas insalubres/periculosas e gozam de presun\u00e7\u00e3o absoluta at\u00e9 a edi\u00e7\u00e3o da Lei 9.032/95, assegurando o direito ao c\u00f4mputo do tempo de servi\u00e7o como especial.\nPortanto, a atividade de vigia, exercida no per\u00edodo de 22/10/1980 a 25/02/1981, encontra-se devidamente enquadrada, por equipara\u00e7\u00e3o com a fun\u00e7\u00e3o de guarda, no C\u00f3digo 2.5.7, do Anexo do Decreto n\u00ba. 53.831/64, o que caracteriza o reconhecimento desse per\u00edodo como de atividade especial.\nAs demais atividades, laboradas nos per\u00edodos de 16/10/1981 a 19/05/1989, 08/02/1991 a 01/09/1998, 15/09/1999 a 22/09/2008 e 18/03/2010 A 23/08/2012, tamb\u00e9m merecem ser reconhecidas e averbadas como exercidas em atividade especial, eis que se constatada a exposi\u00e7\u00e3o \u00e0 agentes nocivos atrav\u00e9s da apresenta\u00e7\u00e3o dos PPP\u2019s das empresas empregadoras, com elementos que comprovam a exposi\u00e7\u00e3o a produtos qu\u00edmicos e n\u00edveis de ru\u00eddo superiores aos limites legais de toler\u00e2ncia.\nDe acordo com os PPP\u2019s emitidos pela empresa Romani S/A, referente aos per\u00edodos e fun\u00e7\u00f5es laboradas pelo Autor, tem-se o seguinte quadro de exposi\u00e7\u00e3o \u00e0 agentes nocivos \u00e0 sa\u00fade e/ou integridade f\u00edsica:\n\nPER\u00cdODO\n\nFUN\u00c7\u00c3O\n\nFATOR DE RISCO MEDI\u00c7\u00c3O\n\n16/10/1981 a SERVENTE / CARREGAMEN- F \u2013 RU\u00cdDO - Habitual\n\n31/08/1984 TO/EXPEDI\u00c7\u00c3O\n\ne cont\u00ednuo\n\n91,5 dB\n\n01/09/1984 a AUXILIAR DE CONFERENTE F \u2013 RU\u00cdDO - Habitual\n\n30/06/1985 / EXPEDI\u00c7\u00c3O\n\ne cont\u00ednuo\n\n91,5 dB\n\n01/07/1985 a 30/04/1988\n\nAUXILIAR DE ALMOXARIFE / ALMOXARIFADO\n\nF \u2013 RU\u00cdDO\nQ \u2013 claritec floral, claritec gel, profi (taski), kalyclean, h100, alumencar, solupel, yellow clean e remonix plus\n\n72,5 dB\n\nLIMITE\n80 dB 80 dB 80 dB\n\n\f01/05/1988 a 19/05/1989\n\nAUXILIAR DE LABORAT\u00d3RIO\n\n\u2013\n\nPROCESSO\n\nDE\n\nCONTROLE DE QUALIDADE\n\nF \u2013 RU\u00cdDO\n\nQ \u2013 Fl\u00faor, iodo, hidr.\n\nde am\u00f4nia, ac.\n\nclorh\u00eddrico,\n\nac.\n\nsulf\u00farico,\n\nac.\n\nac\u00e9tico, EDTA, hidr.\n\nde s\u00f3dio, iodeto de\n\npot\u00e1ssio\n\n08/02/1991 a SERVENTE / AUXILIAR DE F \u2013 RU\u00cdDO 01/09/1998 CONSERVA\u00c7\u00c3O\n\n15/09/1999 a SERVENTE / PROCESSO 07/03/2001\n\nF \u2013 RU\u00cdDO\n\n08/03/2001 a SERVENTE / MOINHO 22/09/2008\n\nF \u2013 RU\u00cdDO\n\n84,5 dB\n94,2 dB 98,8 dB 91,1 dB\n\n80 dB\n80/90 dB 90 dB\n90/85 dB\n\nAl\u00e9m dos per\u00edodos e exposi\u00e7\u00f5es acima relatadas, o PPP emitido pela empresa Martini Meat S/A, referente ao per\u00edodo de 18/03/2010 a 18/07/2012, apresenta o seguinte quadro de labor com exposi\u00e7\u00e3o \u00e0 agentes nocivos \u00e0 sa\u00fade e/ou integridade f\u00edsica:\n\nPER\u00cdODO\n\nFUN\u00c7\u00c3O\n\nFATOR DE RISCO\n\n18/03/2010 a CONTROLADOR DE FLUXO F \u2013 RU\u00cdDO\n\n18/07/2012 / P\u00c1TIO\n\nACIDENTE\n\nMEDI\u00c7\u00c3O\n85,32 dB\n\nLIMITE\n85 dB\n\nDiante das considera\u00e7\u00f5es e fatos acima expostos, requer que sejam reconhecidas como especiais as atividades desenvolvidas pelo autor, averbandoas para efeito de concess\u00e3o de aposentadoria especial, ou, convertendo-se referidos per\u00edodos em tempo comum para a concess\u00e3o de aposentadoria por tempo de contribui\u00e7\u00e3o integral.\n\n\f3.2 \u2013 DO TEMPO DE SERVI\u00c7O ESPECIAL\nO Autor laborou, nos per\u00edodos supramencionados, sujeito a condi\u00e7\u00f5es especiais de sa\u00fade e integridade f\u00edsica, nos seguintes termos:\n1. Laborou em atividade profissional especial, elencada nos Decretos n.\u00ba 53.831, de 25/03/1964, e n.\u00ba 83.080, de 24/01/1979, o que garante seu c\u00f4mputo como tempo de servi\u00e7o especial, independentemente de laudo pericial, at\u00e9 29/04/1995, data do advento da Lei n.\u00ba 9.032, que passou a exigir prova da efetiva exposi\u00e7\u00e3o aos agentes nocivos \u00e0 sa\u00fade ou integridade f\u00edsica e/OU\n2. Trabalhou em atividade que o submetia, de modo habitual e permanente, a algum dos agentes nocivos elencados nos Decretos n.\u00ba 53.831, de 25/03/1964, e n.\u00ba 83.080, de 24/01/1979. O enquadramento em tais diplomas perdurou at\u00e9 05/03/1997, quando passou a ser disciplinado no Decreto n.\u00ba 2.172. Por fim, desde 06/05/1999, os agentes nocivos encontram previs\u00e3o no Decreto n.\u00ba 3.048/1999.\nEntende que, pelo menos at\u00e9 o advento da Lei n.\u00ba 9.032/1995, que passou a exigir prova da efetiva submiss\u00e3o aos agentes nocivos, a comprova\u00e7\u00e3o de que seu labor foi especial pode dar-se pela apresenta\u00e7\u00e3o dos formul\u00e1rios SB-40 ou DSS-8030 .\nImportante ressaltar que os Tribunais P\u00e1trios j\u00e1 firmaram entendimento no sentido de que deve ser considerado o tempo especial, mesmo sem a juntada de laudos ou PPP, se, na \u00e9poca do exerc\u00edcio da atividade, o segurado possu\u00eda o enquadramento na categoria profissional prevista nos Decretos vigentes. Citamos alguns julgados nesse sentido;\nPREVIDENCI\u00c1RIO. TEMPO DE SERVI\u00c7O URBANO. CTPS. TEMPO DE SERVI\u00c7O ESPECIAL. CATEGORIA PROFISSIONAL. ESTIVADOR E FERREIRO. AGENTES NOCIVOS RU\u00cdDO E CIMENTO. APOSENTADORIA POR TEMPO DE SERVI\u00c7O/CONTRIBUI\u00c7\u00c3O. TEMPO DE SERVI\u00c7O INSUFICIENTE. AVERBA\u00c7\u00c3O. 1. (...) 3. O\n\n\freconhecimento da especialidade e o enquadramento da atividade exercida sob condi\u00e7\u00f5es nocivas s\u00e3o disciplinados pela lei em vigor \u00e0 \u00e9poca em que efetivamente exercidos, passando a integrar, como direito adquirido, o patrim\u00f4nio jur\u00eddico do trabalhador. 4. At\u00e9 28-04-1995 \u00e9 admiss\u00edvel o reconhecimento da especialidade por categoria profissional ou por sujei\u00e7\u00e3o a agentes nocivos, admitindo-se qualquer meio de prova (exceto para ru\u00eddo e calor); a partir de 29-04-1995 n\u00e3o mais \u00e9 poss\u00edvel o enquadramento por categoria profissional, sendo necess\u00e1ria a comprova\u00e7\u00e3o da exposi\u00e7\u00e3o do segurado a agentes nocivos por qualquer meio de prova at\u00e9 05-03-1997 e, a partir de ent\u00e3o, atrav\u00e9s de formul\u00e1rio embasado em laudo t\u00e9cnico, ou por meio de per\u00edcia t\u00e9cnica. 5. As atividades de estivador e ferreiro exercidas at\u00e9 28-04-1995 devem ser reconhecidas como especiais em decorr\u00eancia do enquadramento por categoria profissional previsto \u00e0 \u00e9poca da realiza\u00e7\u00e3o do labor. 6. A exposi\u00e7\u00e3o a ru\u00eddo e \u00e1lcalis c\u00e1usticos oriundos de cimento enseja o reconhecimento do tempo de servi\u00e7o como especial. 7. Devidamente comprovado o exerc\u00edcio de atividades que, sendo prejudicais \u00e0 sa\u00fade ou \u00e0 integridade f\u00edsica do segurado, s\u00e3o enquadr\u00e1veis como especiais, imp\u00f5e-se sua averba\u00e7\u00e3o. 8. Se houve a comprova\u00e7\u00e3o da exposi\u00e7\u00e3o a agentes nocivos, bem como do desempenho de labor urbano comum, mas o segurado n\u00e3o implementa tempo suficiente \u00e0 aposentadoria especial ou \u00e0 aposentadoria por tempo de servi\u00e7o/contribui\u00e7\u00e3o, cab\u00edvel a averba\u00e7\u00e3o do tempo de servi\u00e7o correspondente como comum e especial, para fins de obten\u00e7\u00e3o de benef\u00edcio previdenci\u00e1rio no futuro. (TRF-4 - APELREEX: 50553537420134047100 RS 5055353-74.2013.404.7100, Relator: (Aux\u00edlio Favreto) TA\u00cdS SCHILLING FERRAZ, Data de Julgamento: 28/04/2015, QUINTA TURMA, Data de Publica\u00e7\u00e3o: D.E. 30/04/2015). Grifos nossos.\nPREVIDENCI\u00c1RIO. APELA\u00c7\u00c3O C\u00cdVEL E REMESSA NECESS\u00c1RIA. APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUI\u00c7\u00c3O. CONVERS\u00c3O DE TEMPO ESPECIAL EM COMUM. ENQUADRAMENTO EM CATEGORIA PROFISSIONAL. ESTIVADOR. EXPOSI\u00c7\u00c3O A AGENTES NOCIVOS NO ROL DOS DECRETOS N\u00ba 53.831/64 E 83.080/79. RU\u00cdDOS ACIMA DO LIMITE LEGAL. ATIVIDADE ESPECIAL COMPROVADA POR LAUDO PERICIAL. BENEF\u00cdCIO CONCEDIDO. JUROS DE MORA. I - Deve ser observado o enquadramento do trabalho suportado pela parte autora como atividade exercida em condi\u00e7\u00f5es especiais, de acordo com as regras previdenci\u00e1rias vigentes \u00e0 \u00e9poca do efetivo exerc\u00edcio da atividade. II - At\u00e9 a edi\u00e7\u00e3o da Lei n\u00ba 9.032/95, a comprova\u00e7\u00e3o do tempo de servi\u00e7o prestado em atividade especial, poderia se dar de duas maneiras: a) pelo mero enquadramento em categoria profissional elencada como perigosa, insalubre ou penosa em rol expedido pelo Poder Executivo (Decretos 53.831/64 e 83.080/79); ou b) atrav\u00e9s da comprova\u00e7\u00e3o de efetiva exposi\u00e7\u00e3o a agentes nocivos constantes do rol dos aludidos decretos, mediante\n\n\fquaisquer meios de prova. III - Para o per\u00edodo entre a publica\u00e7\u00e3o da Lei 9.032/95 (29/04/1995) e a expedi\u00e7\u00e3o do Decreto 2.172/97 (05/03/1997), h\u00e1 necessidade de que a atividade tenha sido exercida com efetiva exposi\u00e7\u00e3o a agentes nocivos, sendo a comprova\u00e7\u00e3o feita por meio dos formul\u00e1rios SB-40, DISES-BE 5235, DSS-8030 e DIRBEN 8030. Posteriormente ao Decreto 2.172/97, faz-se mister a apresenta\u00e7\u00e3o de Laudo T\u00e9cnico. IV - Os anexos dos Decretos n\u00ba 53.821/64 e 83.080/79 incluem como especial a categoria profissional dos \"estivadores\", sob os c\u00f3digos n\u00bae 2.4.5, respectivamente, havendo presun\u00e7\u00e3o de exposi\u00e7\u00e3o a agentes nocivos quando o segurado se enquadrava nas categorias profissionais relacionadas nos mencionados anexos, sendo certo que a parte autora faz jus ao reconhecimento do tempo especial quanto aos per\u00edodos laborados anteriormente a 28/04/95 V - Com rela\u00e7\u00e3o ao per\u00edodo posterior, de 29/04/95 a 28/05/98, o exame da prova colacionada pelo segurado demonstrou que ele executou suas tarefas exposto, de forma habitual e permanente, a ru\u00eddos em n\u00edvel superior ao previsto na legisla\u00e7\u00e3o da \u00e9poca (vide S\u00famula n\u00ba 32 da TNU), merecendo, pois, o enquadramento especial do per\u00edodo. VI - \"O tempo de trabalho permanente a que se refere o par\u00e1grafo 3\u00ba do artigo 57 da Lei n\u00ba 8.213/91 \u00e9 aquele continuado, n\u00e3o o eventual ou intermitente, n\u00e3o implicando, por \u00f3bvio, obrigatoriamente, que o trabalho, na sua jornada, seja ininterrupto sob o risco.\" (REsp 200400659030, Hamilton Carvalhido, STJ - Sexta Turma, DJ:21/11/2005, pg 318). VII Comprovada a exposi\u00e7\u00e3o do Autor ao agente f\u00edsico ru\u00eddo, de forma habitual e permanente, h\u00e1 direito \u00e0 convers\u00e3o pretendida, j\u00e1 que verificado o enquadramento nos termos do Decreto n\u00ba 53.831/64, cujo fator de convers\u00e3o dever\u00e1 ser \u20221,4\u2013, em face do que determina o art. 70 do Decreto n\u00ba 3.048/99. VIII - Ap\u00f3s feita a devida convers\u00e3o do tempo especial em comum e a soma com os demais per\u00edodos comuns anotados nas suas CTPS, totalizou o Autor, na data do requerimento administrativo (23/12/98), um tempo de contribui\u00e7\u00e3o superior a 30 anos, fazendo jus, portanto, \u00e0 concess\u00e3o do benef\u00edcio de aposentadoria por tempo de contribui\u00e7\u00e3o. IX - Quanto ao percentual dos juros de mora, deve ser aplicado o art. 1\u00ba-F da Lei n\u00ba 9.494/97, com a altera\u00e7\u00e3o dada pela Lei n\u00ba 11.960/09, a partir de sua vig\u00eancia, mesmo aos feitos j\u00e1 em andamento, conforme entendimento recentemente adotado pelo STJ no julgamento dos Embargos de Diverg\u00eancia em REsp n\u00ba 1.207.197-RS (2011/0028141-3), relatado pelo Min. Castro Meira, no qual a Corte Especial, por unanimidade, deu provimento aos recurso manejado pelo INSS. (TRF-2 - APELREEX: 200451015346101 RJ 2004.51.01.534610-1, Relator: Desembargador Federal PAULO ESPIRITO SANTO, Data de Julgamento: 13/12/2011, PRIMEIRA TURMA ESPECIALIZADA, Data de Publica\u00e7\u00e3o: E-DJF2R - Data::16/01/2012 - P\u00e1gina::35). Grifos nossos.\n\n\fAl\u00e9m disso, com fundamento no artigo 5.\u00ba, XXXIV, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal, o Autor tem direito adquirido a ver considerados tais per\u00edodos como tempo de servi\u00e7o especial, de acordo com a sistem\u00e1tica vigente \u00e0 \u00e9poca em que o labor foi prestado.\nReferido direito deve ser considerado a qualquer tempo para fim de c\u00f4mputo e de convers\u00e3o do tempo especial, sem sofrer qualquer restri\u00e7\u00e3o imposta pela legisla\u00e7\u00e3o posterior. Ressaltando que a Lei que deve ser aplicada \u00e9 a da \u00e9poca em que o requerente efetivamente exerceu suas atividades laborativas, fazendo com que as novas legisla\u00e7\u00f5es n\u00e3o retroajam a fim de suprimir as vigentes \u00e0 \u00e9poca da presta\u00e7\u00e3o do servi\u00e7o, permitindo que o direito incorpore em seu patrim\u00f4nio como direito adquirido.\nJos\u00e9 Afonso da Silva assim se manifesta:\nUma importante condi\u00e7\u00e3o da seguran\u00e7a jur\u00eddica est\u00e1 na relativa certeza que os indiv\u00edduos t\u00eam de que as rela\u00e7\u00f5es realizadas sob o imp\u00e9rio de uma norma devem perdurar ainda quando tal norma seja substitu\u00edda. A realiza\u00e7\u00e3o efetiva desse interesse juridicamente protegido, chamado direito subjetivo, n\u00e3o raro fica na depend\u00eancia da vontade de se titular. Diz-se, ent\u00e3o, que o direito lhe pertence, j\u00e1 integra o seu patrim\u00f4nio, mas ainda n\u00e3o fora exercido. Se vem lei nova, revogando aquela sob cujo imp\u00e9rio se formara o direito subjetivo, cogitar-se-\u00e1 de saber que efeitos surtir\u00e1 sobre ele. Prevalece a situa\u00e7\u00e3o subjetiva constitu\u00edda sob o imp\u00e9rio da lei velha, ou, ao contr\u00e1rio, fica ela subordinada aos ditames da lei nova? \u00c9 nessa colid\u00eancia de normas no tempo que entra o tema da prote\u00e7\u00e3o dos direitos subjetivos que a conquista consagra no art. 5\u00ba XXXVI, sob o enunciado de que a lei n\u00e3o prejudicar\u00e1 o direito adquirido, o ato jur\u00eddico perfeito e a coisa julgada. (...) Se o direito subjetivo n\u00e3o for exercido, vindo a lei nova, transforma-se em direito adquirido, porque era direito exercit\u00e1vel e exig\u00edvel \u00e0 vontade de seu titular. Incorporou-se no seu patrim\u00f4nio, para ser exercido quando convier. A lei nova n\u00e3o pode prejudica-lo, s\u00f3 pelo fato de o titular n\u00e3o o ter exercido antes1.\n1 SILVA, Jos\u00e9 Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. 5. ed. S\u00e3o Paulo: Revista dos Tribunais, 1989. p. 373-374\n\n\fJo\u00e3o Batista de Oliveira Rocha, Juiz Federal aposentado,\natualmente, advogado especialista em mat\u00e9ria previdenci\u00e1ria, tamb\u00e9m anota:\nA altera\u00e7\u00e3o da legisla\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria que, a partir da Lei 9.032/95, passou a exigir comprova\u00e7\u00e3o da exposi\u00e7\u00e3o do segurado aos agentes nocivos, s\u00f3 pode valer ad futurum, para situa\u00e7\u00f5es ocorridas na vig\u00eancia de outras normas e j\u00e1 consolidadas pelo tempo. Tais situa\u00e7\u00f5es est\u00e3o amparadas pelo inc. XXXVI do art. 5\u00ba da Constitui\u00e7\u00e3o Federal, que determina:\nXXXVI \u2013 A lei n\u00e3o prejudicar\u00e1 o direito adquirido, o ato jur\u00eddico perfeito e a coisa julgada.\nSeria, com efeito, sumamente injusto exigir dos segurados que trabalharam em atividade por si s\u00f3 j\u00e1 contemplada com a aposentadoria especial terem de volta no tempo e submeter-se a requisitos antes n\u00e3o previstos em lei2.\nNesta toada, tem decidido o TRF da 4\u00aa Regi\u00e3o:\nVistos e relatados estes autos em que s\u00e3o partes as acima indicadas, decide a Colenda Turma Suplementar do Tribunal Regional Federal da 4\u00aa Regi\u00e3o, por unanimidade, dar provimento \u00e0 apela\u00e7\u00e3o do autor, dar parcial provimento \u00e0 remessa oficial e negar provimento \u00e0 apela\u00e7\u00e3o do INSS, nos termos do relat\u00f3rio, votos e notas taquigr\u00e1ficas que ficam fazendo parte integrante do presente julgado.\nPREVIDENCI\u00c1RIO. REVIS\u00c3O. APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUI\u00c7\u00c3O - EXERC\u00cdCIO DE ATIVIDADE EM CONDI\u00c7\u00d5ES ESPECIAIS. CONVERS\u00c3O. LEI N\u00ba 9.711/98 E DECRETO N\u00ba 3.048/99. DIREITO ADQUIRIDO AO MELHOR BENEF\u00cdCIO. CF, ART. 5\u00ba, CAPUT E INCISO XXXVI; ART. 6\u00ba; ART. ART. 201, \u00a7 1\u00ba. LICC, ART. 6\u00ba. LEI 8.213/91, ART. 122 DECRETO 3.049/99, ART. 56. ENUNCIADO 01 MTPS - PORTARIA 3.286, DE 27/11/73. ENUNCIADO 05 DO CRPS. C\u00c1LCULO DA RMI NO ANO EM QUE DEIXOU O SEGURADO DE EXERCER ATIVIDADE VINCULADA AO INSS, COM UTILIZA\u00c7\u00c3O DO FATOR PREVIDENCI\u00c1RIO RESPECTIVO, TENDO EM VISTA A MUDAN\u00c7A DA TABELA DE EXPECTATIVA DE VIDA. ACOLHIMENTO DA PRETENS\u00c3O. [...] (\u00d3rg\u00e3o Julgador: TURMA SUPLEMENTAR, Relator RICARDO TEIXEIRA DO VALLE PEREIRA, Revisor EDUARDO TONETTO PICARELLI, Classe: APELREEX APELA\u00c7\u00c3O/REEXAME NECESS\u00c1RIO, Processo de Apela\u00e7\u00e3o: 2008.71.00.007107-1, Data da Decis\u00e3o: 02/12/2009).\n2 ROCHA, Jo\u00e3o Batista de Oliveira. Revista da Previd\u00eancia Social \u2013 RPS n. 239, out. 2000.\n\n\fTem-se assim, que o Autor exerceu atividade especial, computando-se, \u00e0 \u00e9poca da entrado do requerimento do benef\u00edcio previdenci\u00e1rio, mais de 25 anos de labor em atividade especial pelo enquadramento profissional previsto nos Decretos supramencionados ou pelos laudos t\u00e9cnicos em anexo.\nReferidas atividades somam o seguinte tempo, para efeitos de concess\u00e3o de aposentadoria especial:\n\nEMPRESA\n\nCARGO/FUN\u00c7\u00c3O\n\nPER\u00cdODO\n\nTEMPO\n\nORBRAN S/A\n\nVIGIA\n\n22/10/1980 a 25/02/1981\n\n0 anos, 4 meses e 4 dias\n\nROMANI S/A\n\nSERVENTE\n\n16/10/1981 a 19/05/1989\n\n7 anos, 7 meses e 4 dias\n\nROMANI S/A\n\nSERVENTE REF \u201cA\u201d 08/02/1991 a 01/09/1998\n\n7 anos, 6 meses e 24 dias\n\nROMANI S/A\n\nSERVENTE REF \u201cA\u201d 15/09/1999 a 22/09/2008\n\n9 anos, 0 meses e 8 dias\n\nMARTINI MEAT S/A\n\nCONTROL. FLUXO 18/03/2010 a 23/08/2012\n\n2 anos. 5 meses e 6 dias\n\nTEMPO ESPECIAL TOTAL\n\n26 ANOS, 11 MESES E 16 DIAS\n\nDiante do tempo acima computado, a pretens\u00e3o do Autor encontra-se amparada no artigo 57 da Lei n.\u00ba 8.213/1991, sen\u00e3o vejamos:\nArt. 57. A aposentadoria especial ser\u00e1 devida, uma vez cumprida a car\u00eancia exigida nesta Lei, ao segurado que tiver trabalhado sujeito a condi\u00e7\u00f5es especiais que prejudiquem a sa\u00fade ou a integridade f\u00edsica, durante 15 (quinze), 20 (vinte) ou 25 (vinte e cinco) anos, conforme dispuser a lei. (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n\u00ba 9.032, de 1995).\nReferido entendimento tem sido amplamente acolhido pelos Tribunais P\u00e1trios, conforme se observa pelos julgados abaixo colacionados:\nPREVIDENCI\u00c1RIO. RECONHECIMENTO DE TEMPO DE SERVI\u00c7O ESPECIAL. ESTIVADOR. COMPROVA\u00c7\u00c3O DA ATIVIDADE INSALUBRE. CONVERS\u00c3O DE APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUI\u00c7\u00c3O EM APOSENTADORIA ESPECIAL. JUROS DE\n\n\fMORA. CRIT\u00c9RIOS. 1. Pretens\u00e3o de reconhecimento do tempo de servi\u00e7o especial laborado nas estivas dos Portos de Pernambuco, no per\u00edodo de 08/11/1979 a 31/12/1980 e 29/04/1995 a 30/06/2010, que somados aos demais anos j\u00e1 devidamente reconhecidos pela autarquia, seja convertido o benef\u00edcio de aposentadoria por tempo de contribui\u00e7\u00e3o para a rubrica aposentadoria especial, cujo pleito foi deferido pelo MM. Juiz sentenciante. 2. O autor exerceu atividade de natureza especial, nos per\u00edodos de 08/11/1979 a 31/12/1980 e 29/04/1995 a 30/06/2010, na fun\u00e7\u00e3o de estivador no Porto de Recife e de Suape, exercendo suas atividade nos por\u00f5es dos navios, de forma habitual e permanente, tendo como agente agressivo os efeitos do ru\u00eddo (91dB) e do calor (28\u00ba), consoante Perfil Profissiogr\u00e1fico Previdenci\u00e1rio e Laudo T\u00e9cnico Pericial, assinado por Engenheiro de Seguran\u00e7a do Trabalho, devendo o tempo de servi\u00e7o exercido nesse per\u00edodo ser considerado de natureza especial para fins de concess\u00e3o da respectiva aposentadoria. 3. Restou comprovado o exerc\u00edcio de atividade em condi\u00e7\u00f5es especiais. Tal per\u00edodo contabiliza mais de 25 (vinte e cinco) anos de servi\u00e7o prestado, devendo, assim, ser concedida a aposentadoria especial pleiteada. 4. O autor forneceu \u00e0 autarquia federal todos os elementos comprobat\u00f3rios necess\u00e1rios \u00e0 verifica\u00e7\u00e3o do exerc\u00edcio de atividade especial. Assim, o termo inicial da revis\u00e3o do benef\u00edcio deve ser o do requerimento administrativo. 5. Honor\u00e1rios advocat\u00edcios mantidos nos termos da senten\u00e7a. 6. O Ministro Teori Zavascki, em decis\u00e3o de preserva\u00e7\u00e3o dos efeitos da medida cautelar ratificada pelo Pleno do STF, no julgamento iniciado dos embargos de declara\u00e7\u00e3o da ADI n.\u00ba 4.357/DF, que manteve a aplica\u00e7\u00e3o da sistem\u00e1tica da Lei n.\u00ba 11.960/2009 at\u00e9 o final do referido julgamento (quanto \u00e0 modula\u00e7\u00e3o dos efeitos da decis\u00e3o de inconstitucionalidade ali proferida), suspendeu decis\u00e3o do STJ que determinava a imediata aplica\u00e7\u00e3o do julgado da referida ADI. 7. Deve ser observada a Lei n\u00ba 11.960/09 quanto aos juros de mora, at\u00e9 que haja proclama\u00e7\u00e3o acerca da modula\u00e7\u00e3o dos efeitos da declara\u00e7\u00e3o de inconstitucionalidade do artigo 5\u00ba da referida Lei. 8. Apela\u00e7\u00f5es e remessa oficial improvidas. (TRF-5 - REEX: 8022922120134058300, Relator: Desembargador Federal Rog\u00e9rio Fialho Moreira, Data de Julgamento: 18/02/2014, Quarta Turma)\nPREVIDENCI\u00c1RIO. PROCESSUAL CIVIL. RESTABELECIMENTO DE APOSENTADORIA ESPECIAL. COMPROVA\u00c7\u00c3O. ATIVIDADE PRESTADA EM CONDI\u00c7\u00d5ES INSALUBRES. ESTIVADOR. DECRETOS 53.831/64 E 83.080/79. DECAD\u00caNCIA. JUROS DE MORA. HONOR\u00c1RIOS. S\u00daMULA 111, DO STJ. 1. Apelante que objetiva o reconhecimento da validade do ato administrativo que suspendeu o benef\u00edcio de aposentadoria por tempo de servi\u00e7o do Autor (concedido em julho de 1997 e suspenso em janeiro de 2006), sob a alega\u00e7\u00e3o de que n\u00e3o teria transcorrido o lapso decadencial para a revis\u00e3o do referido ato. 2. O prazo decadencial para a revis\u00e3o dos atos da Administra\u00e7\u00e3o Previdenci\u00e1ria \u00e9 o institu\u00eddo pela Medida Provis\u00f3ria n\u00ba 138/2003,\n\n\fposteriormente convertida na Lei n\u00ba 10.839/2004, que alterou o art. 103A, da Lei n\u00ba 8.213/91, ou seja, de 10 anos, salvo os atos administrativos que comprovadamente foram praticados com m\u00e1-f\u00e9. 3. Antes da edi\u00e7\u00e3o da Lei n\u00ba 9.032, de 28-4-95, que alterou os artigos 57 e 58 da Lei n\u00ba 8.213/91, estabelecia-se que a comprova\u00e7\u00e3o do exerc\u00edcio de atividades em condi\u00e7\u00f5es insalubres dar-se-ia mediante os formul\u00e1rios DSS 8030 (SB-40); outrossim, bastava que a atividade exercida pelo trabalhador, ou que a subst\u00e2ncia fosse prejudicial \u00e0 sua sa\u00fade, estivesse contida no rol do Decreto n\u00ba 53.831/64 ou de n\u00ba 83.080/79, dispensando-se, inclusive, a apresenta\u00e7\u00e3o de laudo t\u00e9cnico. 4. Prova do car\u00e1ter especial das atividades de Estivador, no per\u00edodo respectivo de 12.02.68 a 28.04.95, visto que tal atividade est\u00e1 devidamente descriminadas no c\u00f3digo 2.5.6, do art. 2\u00ba, do Decreto n\u00ba 53.831/64, no itemdo Decreto n\u00ba 63.230/68 e no itemdo Decreto n\u00ba 83.080/79, exercidas pelo segurado, prevalecendo a presun\u00e7\u00e3o legal decorrente do exerc\u00edcio da atividade profissional e tamb\u00e9m, em face da exist\u00eancia de formul\u00e1rios preenchidos pela pr\u00f3pria Autarquia Previdenci\u00e1ria, das informa\u00e7\u00f5es do CNIS, da Certid\u00e3o e das fichas emitidas pelo Sindicato dos Estivadores de Alagoas -fls. 22/23, 27/63 e 95/160-, contempor\u00e2neas ao per\u00edodo discutido, tem aptid\u00e3o comprobat\u00f3ria de que o Apelado realmente laborou por mais de 25 anos em condi\u00e7\u00f5es especiais, fazendo jus ao restabelecimento do benef\u00edcio 6. Juros de mora reduzidos para o percentual de 0,5% (meio por cento) ao m\u00eas, contados a partir da cita\u00e7\u00e3o v\u00e1lida, observados os termos da S\u00famula n\u00ba 204, do STJ. 7. Honor\u00e1rios advocat\u00edcios fixados no percentual de 10% (dez por cento) do valor da condena\u00e7\u00e3o, observandose, contudo, os limites da S\u00famula 111/STJ. Apela\u00e7\u00e3o do INSS improvida. Remessa Necess\u00e1ria provida, em parte (item 6). (TRF-5 - APELREEX: 7398 AL 0001490-59.2008.4.05.8000, Relator: Desembargador Federal Augustino Chaves, Data de Julgamento: 22/10/2009, Terceira Turma, Data de Publica\u00e7\u00e3o: Fonte: Di\u00e1rio da Justi\u00e7a Eletr\u00f4nico - Data: 17/11/2009 - P\u00e1gina: 249 - Ano: 2009)\nComo se observa pelos documentos, fatos e direito\napresentados, a Parte Autora cumpria, \u00e0 \u00e9poca do requerimento, todos os requisitos para a\nconcess\u00e3o da aposentadoria especial nos moldes dos artigos 57 e 58 da Lei n.\u00ba 8.213/1991,\nraz\u00e3o pela qual merece proced\u00eancia sobre os pedidos da presente demanda.\n\n\f3.3 \u2013 DO RU\u00cdDO NO AMBIENTE DE TRABALHO\nEspecificadamente quanto ao agente nocivo ru\u00eddo, o Quadro Anexo do Decreto n\u00ba 53.831, de 25-03-1964, o Anexo I do Decreto n\u00ba 83.080, de 24-011979, o Anexo IV do Decreto n\u00ba 2.172, de 05-03-1997, e o Anexo IV do Decreto n\u00ba 3.048, de 0605-1999, alterado pelo Decreto n\u00ba 4.882, de 18-11-2003, consideram insalubres as atividades que exp\u00f5em o segurado a n\u00edveis de press\u00e3o sonora superiores a 80, 85 e 90 decib\u00e9is, de acordo com os artigos 1.1.6, 1.1.5, 2.0.1 e 2.0.1, in verbis:\n\nPer\u00edodo Trabalhado\n\nEnquadramento\n\nLimites de Toler\u00e2ncia\n\nAt\u00e9 05-03-97\n\n1. Anexo do Decreto n\u00ba 53.831/64;\n\n2. Anexo I do Decreto n\u00ba 83.080/79.\n\nDe 06-03-97 a 06-05-99 Anexo IV do Decreto n\u00ba 2.172/97.\n\nDe 07-05-99 a 18-11-03 Anexo IV do Decreto n\u00ba 3.048/99, na reda\u00e7\u00e3o original.\n\nA partir de 19-11-03\n\nAnexo IV do Decreto n\u00ba 3.048/99 com a reda\u00e7\u00e3o introduzida pelo Decreto n\u00ba 4.882/2003.\n\nSuperior a 80 dB; Superior a 90 dB. Superior a 90 dB.\nSuperior a 90 dB.\nSuperior a 85 dB.\n\nQuanto ao per\u00edodo a 05.03.1997, j\u00e1 foi pacificado, em sede da Se\u00e7\u00e3o Previdenci\u00e1ria do e. Tribunal (EIAC 2000.04.01.134834-3/RS, Rel. Desembargador Federal Paulo Afonso Brum Vaz, DJU, Se\u00e7\u00e3o 2, de 19.02.2003, p. 485) em tamb\u00e9m do INSS na esfera administrativa (Instru\u00e7\u00e3o Normativa n. 57/2001 e posteriores), que s\u00e3o aplic\u00e1veis concomitantemente, para fins de enquadramento, os Decretos n. 53.831/1964, 72.771/1973 e 83.080/1979 at\u00e9 05.03.1997, data imediatamente anterior \u00e0 publica\u00e7\u00e3o do Decreto n. 2.172/1997. Desse modo, at\u00e9 ent\u00e3o, \u00e9 considerada nociva \u00e0 sa\u00fade a atividade sujeita a ru\u00eddos superiores a 80 decib\u00e9is, conforme previs\u00e3o mais ben\u00e9fica do Decreto n. 53.831/1964.\n\n\fNo que tange ao per\u00edodo posterior, caso aplicado literalmente os Decretos vigentes, ter-se-ia a exig\u00eancia de ru\u00eddos superiores a 90 decib\u00e9is at\u00e9 18-11-2003 (Anexo IV dos Decretos n\u00bas 2.172/97 e 3.048/99, este na reda\u00e7\u00e3o original) e, somente ent\u00e3o, de ru\u00eddos superiores a 85 decib\u00e9is, conforme a altera\u00e7\u00e3o trazida pelo Decreto n\u00ba 4.822/2003 ao Decreto n\u00ba 3.048/99, que unificou a legisla\u00e7\u00e3o trabalhista e previdenci\u00e1ria no tocante.\nTodavia, considerando que esse novo crit\u00e9rio de enquadramento da atividade especial veio a beneficiar os segurados expostos a ru\u00eddos no ambiente de trabalho, bem como tendo em vista o car\u00e1ter social do direito previdenci\u00e1rio, \u00e9 cab\u00edvel a aplica\u00e7\u00e3o retroativa da disposi\u00e7\u00e3o regulamentar mais ben\u00e9fica, considerando-se especial a atividade quando sujeita a ru\u00eddos superiores a 85 decib\u00e9is desde 06-03-97, data da vig\u00eancia do Decreto n\u00ba 2.172/97.\nNeste sentido, a Terceira Se\u00e7\u00e3o do e. Tribunal da 4\u00aa Regi\u00e3o j\u00e1 harmonizou seu entendimento:\nEMBARGOS INFRINGENTES. ATIVIDADE ESPECIAL. INSALUBRIDADE. COMPROVA\u00c7\u00c3O. EXPOSI\u00c7\u00c3O HABITUAL E PERMANENTE RU\u00cdDOS ACIMA DE 80 Db.\nPrevaleceu o entendimento de que a exposi\u00e7\u00e3o habitual e permanente a ru\u00eddos superiores a 80 dB caracteriza atividade especial, segundo o Decreto n\u00ba 53.831/64, deve ser aplicado o limite mais favor\u00e1vel ao segurado. N\u00e3o h\u00e1 falar em eventualidade e intermit\u00eancia, se a exposi\u00e7\u00e3o ao agente nocivo \u00e9 n\u00e3o-eventual, diurna e cont\u00ednua; mesmo que durante parte de sua jornada de trabalho n\u00e3o haja contato ou presen\u00e7a de agentes insalut\u00edferos, o trabalhador tem direito ao c\u00f4mputo do tempo de servi\u00e7o especial.\n(EIAC n. 2000.04.01.088061-6/RS, Rel. Juiz Federal Fernando Quadros da Silva, DJU 03-03-2004)\n\n\fPortanto \u00e9 especial a atividade exercida com exposi\u00e7\u00e3o ao agente nocivo ru\u00eddo em n\u00edvel superior a 80dB (A) at\u00e9 05-03-1997, quando aplic\u00e1veis concomitantemente, para fins de enquadramento, os Decretos n. 53.831/64, 72.771/73 e 83.080/79, em raz\u00e3o da previs\u00e3o mais ben\u00e9fica do Decreto n. 53.831/64, e em n\u00edvel superior a 85dB(A) ap\u00f3s 06-03-1997, data da vig\u00eancia do Decreto n. 2.172/97, em decorr\u00eancia da altera\u00e7\u00e3o trazida pelo Decreto n. 4.882/2003 ao Decreto n. 3.048/99, na medida em que esse novo crit\u00e9rio de enquadramento da atividade especial veio a beneficiar os segurados expostos a ru\u00eddos no ambiente de trabalho.\n3.4 - HABITUALIDADE, PERMAN\u00caNCIA E N\u00c3O INTERMIT\u00caNCIA\nA partir da institui\u00e7\u00e3o do benef\u00edcio de aposentadoria especial at\u00e9 a edi\u00e7\u00e3o da Lei 9.032/95, as leis previdenci\u00e1rias n\u00e3o fizeram refer\u00eancia aos requisitos da perman\u00eancia, n\u00e3o ocasionalidade e n\u00e3o intermit\u00eancia. Pois a referida lei alterou o caput do artigo 57 da Lei 8.213/1991 e na reda\u00e7\u00e3o do \u00a7 3\u00ba do mesmo codex, disp\u00f4s que a concess\u00e3o da aposentadoria especial depende da comprova\u00e7\u00e3o, perante o INSS, do tempo de trabalho permanente, n\u00e3o ocasional nem intermitente, em condi\u00e7\u00f5es especiais prejudiciais a sa\u00fade ou \u00e0 integridade f\u00edsica, durante o per\u00edodo m\u00ednimo fixado.\nA jurisprud\u00eancia do Superior Tribunal de Justi\u00e7a \u00e9 no sentido que a exig\u00eancia de comprova\u00e7\u00e3o do tempo de trabalho permanente, em condi\u00e7\u00f5es especiais, estabelecida no \u00a7 3\u00ba do artigo 57 da Lei 8.213/91, na reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei 9.032/95, s\u00f3 pode aplicar-se ao tempo de servi\u00e7o prestado durante a sua vig\u00eancia e n\u00e3o retroativamente.\nNeste sentido a jurisprud\u00eancia, a seguir transcrita:\n\n\fPREVIDENCI\u00c1RIO E PROCESSUAL CIVIL. DISS\u00cdDIO JURISPRUDENCIAL N\u00c3O COMPROVADO. TEMPO DE SERVI\u00c7O EXERCIDO EM CONDI\u00c7\u00d5ES ESPECIAIS. INCID\u00caNCIA DA LEI VIGENTE NO MOMENTO DA PRESTA\u00c7\u00c3O. DECRETOS 53.831/64 E 83.080/79. ROL EXEMPLIFICATIVO. COMPROVA\u00c7\u00c3O DO EXERC\u00cdCIO DE FORMA HABITUAL E PERMANENTE. DESNECESSIDADE.\n(...)\n4. A exig\u00eancia de exposi\u00e7\u00e3o de forma habitual e permanente sob condi\u00e7\u00f5es especiais somente foi trazida pela Lei 9.032/95, n\u00e3o sendo aplic\u00e1vel \u00e0 hip\u00f3tese dos autos, que \u00e9 anterior \u00e0 sua publica\u00e7\u00e3o. 5. No caso, incide a reda\u00e7\u00e3o original do art. 57 da Lei 8.213/91, que imp\u00f5e para o reconhecimento do direito \u00e0 majora\u00e7\u00e3o na contagem do tempo de servi\u00e7o que a nocividade do trabalho seja permanente, o que ocorre na presente hip\u00f3tese, uma vez que restou devidamente comprovado que o recorrente estava em contato direto com agentes nocivos no desempenho de suas atividades mensais de vistoria em coletas e acondicionamentos de efluente. 6. Recurso Especial parcialmente conhecido e, nessa extens\u00e3o, provido, para determinar o retorno dos autos ao Ju\u00edzo de 1\u00aa Inst\u00e2ncia, para que a analise os demais requisitos para concess\u00e3o do benef\u00edcio pleiteado e prossiga no julgamento do feito, consoante orienta\u00e7\u00e3o ora estabelecida. (REsp. 977400/RS \u2013 Rel. Min. Napole\u00e3o Nunes Maia Filho \u2013 STJ \u2013 5\u00aa T.,um. \u2013 DJ 05.11.2007,p.3713)\nAdemais o entendimento do TRF da 4\u00aa Regi\u00e3o \u00e9 no sentido\nde que, o trabalhador desempenha suas fun\u00e7\u00f5es em locais insalubres, diuturnamente,\nmesmo que apenas em metade de sua jornada de trabalho, tem direito ao c\u00f4mputo do\ntempo de servi\u00e7o especial, sen\u00e3o vejamos:\n3 No mesmo sentido: Previdenci\u00e1rio. Convers\u00e3o do tempo de servi\u00e7o em comum. Comprova\u00e7\u00e3o de atividade permanente em condi\u00e7\u00f5es especiais. Lei 9.032/95. Irretroatividade. (...) II \u2013 A exig\u00eancia de comprova\u00e7\u00e3o do tempo de trabalho permanente, n\u00e3o ocasional e nem intermitente, em condi\u00e7\u00f5es especiais, estabelecida no \u00a73\u00ba do art. 57, da Lei 8.213/9, na reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n\u00ba 9.032/95, s\u00f3 pode aplicar-se ao tempo de servi\u00e7o prestado durante a sua vig\u00eancia e n\u00e3o retroativamente, porque se trata, de condi\u00e7\u00e3o restritiva ao reconhecimento do direito. Se a legisla\u00e7\u00e3o anterior n\u00e3o exija a comprova\u00e7\u00e3o da exposi\u00e7\u00e3o permanente aos agentes nocivos, a lei posterior que passou a exigir tal condi\u00e7\u00e3o, tem ineg\u00e1vel car\u00e1ter restritivo ao exerc\u00edcio do direito, n\u00e3o podendo ser aplicada a situa\u00e7\u00f5es pret\u00e9ritas. III \u2013 (...). (REsp. 414.083/RS \u2013 Rel Min. Gilson Dipp \u2013 STJ \u2013 5\u00aa T., um. \u2013 DJ 02.09.2002,p.230)\n\n\fPREVIDENCI\u00c1RIO. APOSENTADORIA ESPECIAL POR TEMPO DE SERVI\u00c7O. ATIVIDADE RURAL EM REGIME DE ECONOMIA FAMILIAR. IN\u00cdCIO DE PROVA MATERIAL. TEMPO DE SERVI\u00c7O ESPECIAL. HABITUALIDADE E PERMAN\u00caNCIA. INTERMIT\u00caNCIA. 1. A legisla\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria n\u00e3o imp\u00f5e tarifa\u00e7\u00e3o ou limite ao livre convencimento do Juiz, ao exigir o in\u00edcio da prova material para que a comprova\u00e7\u00e3o do tempo de servi\u00e7o produza efeito, visto que a aprecia\u00e7\u00e3o da prova vai depender das circunst\u00e2ncias do caso concreto. Se o conjunto probat\u00f3rio \u00e9 suficiente para demonstrar a efetiva presta\u00e7\u00e3o laboral, o Magistrado dever\u00e1 valorar a prova testemunhal, conquanto tenha for\u00e7a suficiente para convenc\u00ea-lo. 2. A documental juntada aos autos, complementada pela prova testemunhal, constitui in\u00edcio razo\u00e1vel de prova material, ainda que na esteja entre os documentos arrolados no art. 106 da Lei 8.213/91. Jurisprud\u00eancia do STJ. 3. Os requisitos da habitualidade e da perman\u00eancia devem ser entendidos como n\u00e3oeventualidade e efetividade da fun\u00e7\u00e3o insalut\u00edfera, continuidade e n\u00e3o-interrup\u00e7\u00e3o da exposi\u00e7\u00e3o ao agente nocivo. A intermit\u00eancia refere-se ao exerc\u00edcio da atividade em local insalubre de modo descont\u00ednuo, ou seja, somente em determinadas ocasi\u00f5es. 4. Se o trabalhador desempenha diuturnamente suas fun\u00e7\u00f5es em locais insalubres, mesmo que apenas em metade de sua jornada de trabalho, tem direito ao c\u00f4mputo do tempo de servi\u00e7o especial, porque estava exposto ao agente agressivo de modo constante, efetivo, habitual e permanente. (AC 2000.04.01.07399-6/PR \u2013 Rel. Juiz Luiz Carlos de Castro Lugon \u2013 TRF-4\u00aa Reg. \u2013 6\u00aa T. \u2013 DJU 09.05.2001, p. 96)\n3.5 - DOS OUTROS AGENTES NOCIVOS\nDenota-se claramente dos laudos, formul\u00e1rios e PPP\u2019s que o\nAutor estava exposto tamb\u00e9m a outros agentes nocivos, notadamente, produtos qu\u00edmicos,\nnos per\u00edodos de 01/07/1985 a 30/04/1988 e 01/05/1988 a 19/05/1989, elencados no PPP\nfornecido pela empresa Romani S/A, tais como: claritec floral e gel, taski profi\n(Dodecilbenzenossulfonato de Monoetanolamina), kalyclean H100, solupel, remonix plus, no\n\n\fprimeiro per\u00edodo e: fl\u00faor, iodo, hidrato de am\u00f4nia, \u00e1cido clor\u00eddrico, \u00e1cido sulf\u00farico, acido ac\u00e9tico, EDTA, hidrato de s\u00f3dio e iodeto de pot\u00e1ssio, no segundo per\u00edodo.\nO primeiro per\u00edodo acima descrito foi laborado na fun\u00e7\u00e3o de almoxarifado com manuseio constante dos produtos qu\u00edmicos, sendo que o segundo per\u00edodo foi trabalhado no laborat\u00f3rio da empresa, com manuseio direto e constante de produtos qu\u00edmicos nocivos \u00e0 sa\u00fade.\nCumpre registrar que a empresa Romani S/A \u00e9 uma ind\u00fastria de beneficiamento de sal da marca Diana, que utiliza referidos produtos qu\u00edmicos para a o processo de industrializa\u00e7\u00e3o, com as fun\u00e7\u00f5es de antiumectantes, alvejantes, estabilizantes e conservantes dos produtos que comercializa.\nReferidos produtos qu\u00edmicos constam do rol de agentes patog\u00eanicos nocivos relacionados no Anexo II do Decreto 3.048/99 e, como tal, merece ser considerada como especial a atividade laboral desempenhada com exposi\u00e7\u00e3o a tais agentes.\nLogo, al\u00e9m da exposi\u00e7\u00e3o ao agente f\u00edsico ru\u00eddo, h\u00e1 outros agentes agressores \u00e0 sa\u00fade do Apelante, que n\u00e3o foram considerados pelo INSS e que merecem reconhecimento por esse Ju\u00edzo.\nReferida exposi\u00e7\u00e3o tem sido amplamente reconhecida como atividade especial pelos nossos tribunais:\nPREVIDENCI\u00c1RIO. APOSENTADORIA ESPECIAL. REQUISITOS PREENCHIDOS. POSSIBILIDADE. EXPOSI\u00c7\u00c3O A AGENTES NOCIVOS. AUXILIAR DE LABORAT\u00d3RIO DE AN\u00c1LISES QU\u00cdMICAS. AGENTES QU\u00cdMICOS E BIOL\u00d3GICOS. USO DE EQUIPAMENTOS DE PROTE\u00c7\u00c3O INDIVIDUAL - EPI'S. AUSENTE A PROVA EFETIVA DA ELIMINA\u00c7\u00c3O DOS RISCOS \u00c0 SA\u00daDE HUMANA. FONTE DE CUSTEIO. AUSENTE PRESCRI\u00c7\u00c3O. SUCUMB\u00caNCIA. PREQUESTIONAMENTO. 1. A exposi\u00e7\u00e3o a agentes insalubres ou o exerc\u00edcio de atividade insalubre autoriza seja o labor sopesado como especial. Hip\u00f3tese em que a obreira trabalhou como Auxiliar de Laborat\u00f3rio de An\u00e1lises Qu\u00edmicas, em institui\u00e7\u00f5es da Brigada\n\n\fMilitar, exposta cotidianamente aos agentes qu\u00edmicos insalubres. 2. O uso de EPI's (equipamentos de prote\u00e7\u00e3o), por si s\u00f3, n\u00e3o basta para afastar o car\u00e1ter especial das atividades desenvolvidas pelo segurado. Seria necess\u00e1ria uma efetiva demonstra\u00e7\u00e3o da elis\u00e3o das consequ\u00eancias nocivas, al\u00e9m de prova da fiscaliza\u00e7\u00e3o do empregador sobre o uso permanente dos dispositivos protetores da sa\u00fade do obreiro, durante toda a jornada de trabalho. 3. O \u00f4nus do adequado recolhimento das contribui\u00e7\u00f5es do segurado empregado que obra em condi\u00e7\u00f5es especiais n\u00e3o integra o seu rol de responsabilidades tribut\u00e1rias. Tal pertence ao empregador, devendo a Autarquia, observando a legisla\u00e7\u00e3o de reg\u00eancia e acaso interesse tenha, adotar cautelas necess\u00e1rias a satisfazer o suposto cr\u00e9dito que reputa lhe seja devido a t\u00edtulo de pr\u00e9via fonte de custeio para ensejar a implanta\u00e7\u00e3o/revis\u00e3o do benef\u00edcio. 4. Ausente a prescri\u00e7\u00e3o quinquenal. Intelig\u00eancia da S\u00famula n\u00ba 85 do STJ. 5. Sucumb\u00eancia ratificada, porque dosada em aten\u00e7\u00e3o aos precedentes da Turma em demandas de similar jaez. 6. Prequestionamento, quanto \u00e0 legisla\u00e7\u00e3o invocada, estabelecido pelas raz\u00f5es de decidir. (TRF-4 - APELREEX: 50175494320114047100 RS 5017549-43.2011.404.7100, Relator: MARIA ISABEL PEZZI KLEIN, Data de Julgamento: 18/12/2013, QUINTA TURMA, Data de Publica\u00e7\u00e3o: D.E. 19/12/2013).\nCONSTITUCIONAL. PREVIDENCI\u00c1RIO. APOSENTADORIA POR TEMPO DE SERVI\u00c7O. CONVERS\u00c3O DE TEMPO ESPECIAL EM COMUM. POSSIBILIDADE. COMPROVA\u00c7\u00c3O EXPOSI\u00c7\u00c3O AGENTES QU\u00cdMICOS NOCIVOS. DIREITO AO BENEF\u00cdCIO. EC N\u00ba 20/98. 1. O apelante trouxe aos autos os formul\u00e1rios das empresas empregadoras (DSS-8030) que ratificam suas afirma\u00e7\u00f5es de que exercia atividades com exposi\u00e7\u00e3o de modo habitual e permanente, n\u00e3o ocasional nem intermitente, a agentes nocivos \u00e0 sa\u00fade. 2. O autor tem o direito de ver reconhecido o tempo de servi\u00e7o prestado em condi\u00e7\u00f5es especiais, ante sua exposi\u00e7\u00e3o a agentes qu\u00edmicos nocivos \u00e0 sa\u00fade, conforme disposto no item 1.2.9 do Decreto 53.831/64. 3. Dos documentos anexados aos autos infere-se que o recorrente computou idade e tempo de servi\u00e7o/contribui\u00e7\u00e3o superior ao limite exigido, bem como cumpriu o \"ped\u00e1gio\" estabelecido pela Emenda Constitucional n\u00ba 20/98, o que lhe garante o direito de requerer o benef\u00edcio ap\u00f3s 08/03/2003, data em que completou 53 anos de idade. 4. Os per\u00edodo de 28/02/89 a 30/05/89 e 01/06/89 a 25/07/2003 devem ser convertidos em tempo comum pela aplica\u00e7\u00e3o do fator de 1.40 e somado aos demais per\u00edodos de atividade comum exercida pelo apelante, o que perfaz um tempo de servi\u00e7o/contribui\u00e7\u00e3o superior a trinta anos, possibilitando a aposentadoria proporcional do autor. 5. Devida a concess\u00e3o do benef\u00edcio de aposentadoria por tempo de contribui\u00e7\u00e3o proporcional, o termo inicial do benef\u00edcio \u00e9 a partir da data do requerimento administrativo (29/12/2003), respeitada a prescri\u00e7\u00e3o das parcelas vencidas no q\u00fcinq\u00fc\u00eanio que antecedeu o ajuizamento da presente a\u00e7\u00e3o. 6. A corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria deve ser feita observando-se os \u00edndices do Manual de C\u00e1lculos da Justi\u00e7a\n\n\fFederal, devendo, contudo, ser aplicado o IPCA-E ap\u00f3s a entrada em vigor da Lei 11.960/2009, tendo em vista a imprestabilidade da TR atualmente usada na remunera\u00e7\u00e3o das cadernetas de poupan\u00e7a - como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria de d\u00e9bitos judiciais, conforme assentado pelo STF no julgamento da ADI n. 493/DF. No que tange aos juros de mora, em quest\u00f5es de \u00edndole previdenci\u00e1ria, estes devem ser fixados em 1% (um por cento) ao m\u00eas, a contar da cita\u00e7\u00e3o, em rela\u00e7\u00e3o \u00e0s parcelas a ela anteriores e de cada vencimento, quanto \u00e0s subsequentes, incidindo essa taxa at\u00e9 a entrada em vigor da Lei n. 11.960/2009, a partir de quando devem ser reduzidos para 0,5% (meio por cento) ao m\u00eas, tendo em vista que esses s\u00e3o os juros aplicados nas cadernetas de poupan\u00e7a, at\u00e9 a apura\u00e7\u00e3o definitiva dos c\u00e1lculos de liquida\u00e7\u00e3o. 7. Sem condena\u00e7\u00e3o em honor\u00e1rios advocat\u00edcios, uma vez que o autor litiga sob o p\u00e1lio da justi\u00e7a gratuita. 8. Apela\u00e7\u00e3o do autor provida. (TRF-1 - AC: 200733000007210 BA 2007.33.00.000721-0, Relator: DESEMBARGADOR FEDERAL CANDIDO MORAES, Data de Julgamento: 27/11/2013, SEGUNDA TURMA, Data de Publica\u00e7\u00e3o: e-DJF1 p.717 de 19/12/2013).\nPREVIDENCI\u00c1RIO. PROCESSUAL CIVIL. APOSENTADORIA ESPECIAL EXPOSI\u00c7\u00c3O \u00c0 AGENTE NOCIVO. RU\u00cdDO. AGENTE QU\u00cdMICO. EPI'S. TERMO INICIAL CONFORME ART. 49 DA LEI 8.213/91. CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA. JUROS. HONOR\u00c1RIOS ADVOCAT\u00cdCIOS. DESCABIMENTO. 1. O tempo de servi\u00e7o especial \u00e9 aquele decorrente de atividades prestadas sob condi\u00e7\u00f5es prejudiciais \u00e0 sa\u00fade ou em atividades com riscos superiores aos normais para o segurado que, cumprido os requisitos legais, lhe confere direito \u00e0 aposentadoria especial. 2. A interpreta\u00e7\u00e3o que os tribunais p\u00e1trios v\u00eam adotando \u00e9 de que os r\u00f3is de agentes nocivos previstos nos Anexos I e II do Decreto n\u00ba 83.080/79 e no Anexo do Decreto n\u00ba 53.831/69 vigoraram conjuntamente at\u00e9 a edi\u00e7\u00e3o do Decreto n\u00ba 2.172/97 (05.03.1997), devendo-se, dessa forma, considerar como agente agressivo \u00e0 sa\u00fade a exposi\u00e7\u00e3o a n\u00edveis de ru\u00eddos acima de 80 dB para as atividades exercidas at\u00e9 a data de 05.03.1997. A partir de 18.11.2003, com a edi\u00e7\u00e3o do Decreto 4.882, s\u00e3o consideradas insalubres as atividades desenvolvidas e expostas a ru\u00eddo superior a 85 dB, ficando ressalvada a retroatividade da legisla\u00e7\u00e3o, com a concess\u00e3o de efeitos pret\u00e9ritos ao referido dispositivo regulamentar, para se qualificar como insalubres os servi\u00e7os exercidos sob n\u00edveis de ru\u00eddo superior aos 85 dB, a partir de 06.03.1997. 3. Comprovada exposi\u00e7\u00e3o \u00e0 agentes qu\u00edmicos nocivos \u00e0 sa\u00fade (c\u00f3digo 1.2.11 do Decreto 53.831/64; 1.0.3 do Decreto 2.172/97 e Anexo II, item II do Decreto 3048/99) e a exposi\u00e7\u00e3o a n\u00edveis de ru\u00eddo acima do legalmente estabelecido. 4. A despeito da utiliza\u00e7\u00e3o dos equipamentos de prote\u00e7\u00e3o individual ou coletiva, vislumbra-se que tal fato n\u00e3o descaracteriza a condi\u00e7\u00e3o especial do trabalho exercido pelo empregado, pois destinado \u00e0 prote\u00e7\u00e3o da vida e da sa\u00fade do trabalhador. 5. Devida aposentadoria especial n\u00e3o havendo que se falar em convers\u00e3o de tempo de servi\u00e7o e nem em cumprimento ou n\u00e3o dos requisitos estabelecidos\n\n\fpela EC 20/98. 6. Termo inicial: de acordo com o estabelecido no art. 49 da Lei 8.213/91. 7. Os efeitos financeiros da concess\u00e3o da seguran\u00e7a operam-se a partir da impetra\u00e7\u00e3o. 8. Consect\u00e1rios legais: a) corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria pelo MCJF; b) juros de mora de 1% at\u00e9 Lei 11.960/09 e \u00edndices caderneta de poupan\u00e7a \u00e0 partir dela; c) honor\u00e1rios de sucumb\u00eancia incab\u00edveis na esp\u00e9cie (S\u00famulas 512 do Supremo Tribunal Federal e 105 do Superior Tribunal de Justi\u00e7a); d) o INSS goza de isen\u00e7\u00e3o de custas nas a\u00e7\u00f5es ajuizadas perante a Justi\u00e7a Federal (Lei n\u00ba. 9.289/96). 9. Apela\u00e7\u00e3o provida e remessa oficial desprovida. (TRF-1 AC: 4499 MG 0004499-56.2006.4.01.3814, Relator: DESEMBARGADOR FEDERAL FRANCISCO DE ASSIS BETTI, Data de Julgamento: 15/05/2013, SEGUNDA TURMA)\nAdemais, em se tratando de Direito Previdenci\u00e1rio, \u00e9 sempre importante aplicar o Princ\u00edpio do Primado do Trabalho e da Dignidade da pessoa humana e combater atos que confrontam a prote\u00e7\u00e3o ao trabalho.\nAnte o exposto requer, sejam consideradas especiais as atividades desempenhadas nos per\u00edodos de 01/07/1985 a 30/04/1988 e 01/05/1988 a 19/05/1989, junto \u00e0 empresa Romani S/A., eis que exposto tamb\u00e9m \u00e0 agentes nocivos qu\u00edmicos, notadamente Dodecilbenzenossulfonato (II), fl\u00faor (XI), iodo (XIV), \u00e1cido clor\u00eddrico (IV), entre outros constantes do Anexo II, do Decreto 3.048/99\n3.6 - Do Uso de Equipamento de Prote\u00e7\u00e3o Individual\nNo que tange ao uso de equipamentos de prote\u00e7\u00e3o, \u00e9 pac\u00edfico o entendimento do Tribunal Federal da 4\u00aa Regi\u00e3o, e tamb\u00e9m do Superior Tribunal de Justi\u00e7a (Resp. 462.858/RS, Relator Ministro Paulo Medina, Sexta Turma, DJU de 08-05-2003), no sentido de que esses dispositivos n\u00e3o s\u00e3o suficientes para descaracterizar a especialidade da atividade exercida.\n\n\fAl\u00e9m disso, quanto ao agente nocivo ru\u00eddo, entende-se que a exposi\u00e7\u00e3o habitual a n\u00edveis acima dos limites de toler\u00e2ncia estabelecidos na legisla\u00e7\u00e3o pertinente \u00e0 mat\u00e9ria sempre caracteriza a atividade como especial, independentemente da utiliza\u00e7\u00e3o ou n\u00e3o de EPI ou de men\u00e7\u00e3o, em laudo pericial, \u00e0 neutraliza\u00e7\u00e3o de seus efeitos nocivos. Isso se d\u00e1 porque os EPI\u00b4s, mesmo que consigam reduzir o ru\u00eddo a n\u00edveis inferiores ao estabelecido em decreto, n\u00e3o tem o cond\u00e3o de eliminar os efeitos nocivos, como ensina a abalizada doutrina:\nLes\u00f5es auditivas induzidas pelo ru\u00eddo fazem surgir o zumbido, sintoma que permanece durante o resto da vida do segurado e, que, inevitavelmente, determinar\u00e1 altera\u00e7\u00f5es na esfera neurovegetativa e dist\u00farbios do sono. Da\u00ed a fadiga que dificulta a sua produtividade. Os equipamentos contra ru\u00eddo n\u00e3o s\u00e3o suficientes para evitar e deter a progress\u00e3o dessas les\u00f5es auditivas origin\u00e1rias do ru\u00eddo, porque somente protegem o ouvido dos sons que percorrem a via a\u00e9rea. O ru\u00eddo originou-se das vibra\u00e7\u00f5es transmitidas para o esqueleto craniano e atrav\u00e9s dessa via \u00f3ssea atingem o ouvido interno, a c\u00f3clea e o \u00f3rg\u00e3o corti. (Irineu Ant\u00f4nio Pedrotti, Doen\u00e7as Profissionais ou do Trabalho, LEUD, 2\u00aa Ed., S\u00e3o Paulo, 1998, p. 538).\nNo mesmo sentido decidiu o Egr\u00e9gio Tribunal da 4\u00aa Regi\u00e3o:\nPREVIDENCI\u00c1RIO. ATIVIDADE RURAL. IN\u00cdCIO DE PROVA MATERIAL. CORROBORADO POR PROVA TESTEMUNHAL. CONTAGEM A PARTIR DOS 12 ANOS. ATIVIDADE ESPECIAL. USO DE EPI. CONVERS\u00c3O DO TEMPO COMUM EM ESPECIAL. CONCESS\u00c3O DE APOSENTADORIA ESPECIAL. EFEITOS FINANCEIROS DA CONDENA\u00c7\u00c3O. TUTELA ESPEC\u00cdFICA. (...) 4. A exposi\u00e7\u00e3o habitual e permanente a n\u00edveis de ru\u00eddo acima dos limites de toler\u00e2ncia estabelecidos na legisla\u00e7\u00e3o pertinente \u00e0 mat\u00e9ria sempre caracteriza a atividade como especial, independentemente da utiliza\u00e7\u00e3o ou n\u00e3o de EPI ou de men\u00e7\u00e3o, em laudo pericial, \u00e0 neutraliza\u00e7\u00e3o de seus efeitos nocivos. (TRF4, APELREEX 2009.70.01.000490-1, Sexta Turma, Relator Jo\u00e3o Batista Pinto Silveira, D.E. 04/03/2010)\n\n\fRegistre-se que, corroborando com os argumentos supra, inexiste qualquer tipo de prova que mencione a utiliza\u00e7\u00e3o de EPI por parte do segurado.\n3.7 - DO DIREITO AO MELHOR BENEF\u00cdCIO\nO segurado tem direito ao melhor benef\u00edcio, sendo que a Administra\u00e7\u00e3o deve lhe prestar o servi\u00e7o social, esclarecendo \u201cjunto aos benefici\u00e1rios seus direitos sociais e os meios de exerc\u00ea-los e estabelecer conjuntamente com eles o processo de solu\u00e7\u00e3o dos problemas que emergirem de sua rela\u00e7\u00e3o com a Previd\u00eancia Social, tanto no \u00e2mbito interno da institui\u00e7\u00e3o como na din\u00e2mica da sociedade\u201d (Lei 8.213/91, art. 88).\nNeste Sentido \u00e9 bem conhecido o Enunciado n\u00ba 5 do Conselho de Recursos da Previd\u00eancia Social:\n\u201cA Previd\u00eancia Social deve conceder o melhor benef\u00edcio a que o segurado fizer jus, cabendo ao servidor orient\u00e1-lo nesse sentido.\u201d\n3.8 \u2013 DO DIREITO \u00c0 CONTAGEM DIFERENCIADO DO TEMPO ESPECIAL, PARA FINS DE CONCESS\u00c3O DE APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUI\u00c7\u00c3O.\nCabe ressaltar, ad arumentandum, caso esse Ju\u00edzo n\u00e3o entenda que a Segurada tem direito \u00e0 aposentadoria especial, que pelo menos o tempo considerado como exerc\u00edcio em atividade exposta a agentes nocivos tenha contagem diferenciada a ser somado aos demais per\u00edodos de contribui\u00e7\u00e3o.\nA parte tem, nesse caso, direito adquirido (art. 5.\u00ba, XXXIV, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal) a ver considerado tal per\u00edodo como tempo de servi\u00e7o especial, de acordo com a sistem\u00e1tica vigente \u00e0 \u00e9poca em que o labor foi executado.\n\n\fCumpre salientar, ainda, que persiste o direito \u00e0 convers\u00e3o de todo o tempo de servi\u00e7o especial em tempo de servi\u00e7o comum, consoante facultado pelo \u00a7 5.\u00ba do artigo 57 da Lei 8.213/1991.\n\u00a7 5\u00ba O tempo de trabalho exercido sob condi\u00e7\u00f5es especiais que sejam ou venham a ser consideradas prejudiciais \u00e0 sa\u00fade ou \u00e0 integridade f\u00edsica ser\u00e1 somado, ap\u00f3s a respectiva convers\u00e3o ao tempo de trabalho exercido em atividade comum, segundo crit\u00e9rios estabelecidos pelo Minist\u00e9rio da Previd\u00eancia e Assist\u00eancia Social, para efeito de concess\u00e3o de qualquer benef\u00edcio. (Inclu\u00eddo pela Lei n\u00ba 9.032, de 1995).\nNesse sentido, \u00e9 importante destacar o entendimento do STJ, que permite a convers\u00e3o do tempo especial em comum ap\u00f3s 28/05/1998, sob o fundamento de que:\nPREVIDENCI\u00c1RIO. RECONHECIMENTO DE ATIVIDADE ESPECIAL AP\u00d3S 1998. MP N.\u00ba 1.663-14, CONVERTIDA NA LEI N.\u00ba 9.711/1998 SEM REOGA\u00c7\u00c3O DA REGRA DE CONVERS\u00c3O. 1. Permanece a possibilidade de convers\u00e3o do tempo de servi\u00e7o exercido em atividades especiais para comum ap\u00f3s 1998, pois a partir da \u00faltima reedi\u00e7\u00e3o da MP n.\u00ba 1.663, parcialmente convertida na Lei n.\u00ba 9.711/1998, a norma tornou-se definitiva sem a parte do texto que revogava o referido \u00a7 5.\u00ba do art. 57 da Lei 8.213/1991. 2. Precedentes do STF e do STJ. (STJ, REsp 1.151.363/MG, 3.\u00aa Se\u00e7\u00e3o, Rel. Min. Jorge Mussi, DJe 05.04.2011).\nA Turma Nacional de Uniformiza\u00e7\u00e3o dos Juizados Especiais Federais \u2013 TNU \u2013 tamb\u00e9m tem seguido essa orienta\u00e7\u00e3o com base na S\u00famula n.\u00ba 50, de seguinte teor: \u201c\u00c9 poss\u00edvel a convers\u00e3o do tempo de servi\u00e7o especial em comum do trabalho prestado em qualquer per\u00edodo\u201d.\n\n\fA convers\u00e3o do tempo de servi\u00e7o especial em comum tamb\u00e9m \u00e9 poss\u00edvel na via administrativa, mesmo depois de 28/05/1998, uma vez que o \u00a7 5.\u00ba do art. 57 n\u00e3o teria sido revogado, tendo a Lei n.\u00ba 9.711/1998, que remeteu seus efeitos a 28/05/1998, disciplinado situa\u00e7\u00e3o transit\u00f3ria.\nPor fim, cabe salientar que, somando-se o per\u00edodo de tempo especial convertido em comum ao restante do tempo de servi\u00e7o comum, o Autor atingiu tempo suficiente \u00e0 aposenta\u00e7\u00e3o por tempo de servi\u00e7o, antes do advento da Emenda Constitucional n.\u00ba 20, de 15/12/1998, tendo, portanto, direito adquirido ao benef\u00edcio de forma proporcional ou integral, consoante disposto em seu art. 3.\u00ba.\nCaso assim n\u00e3o considere, no m\u00ednimo, enquadra-se na regra de transi\u00e7\u00e3o do art. 9.\u00ba, \u00a7 1.\u00ba, da Emenda Constitucional n.\u00ba 20/1998, que resguarda o direito \u00e0 aposenta\u00e7\u00e3o proporcional \u00e0queles que antes de seu advento j\u00e1 fossem filiados ao Regime Geral de Previd\u00eancia Social.\nEm \u00faltimo caso, assiste-lhe direito \u00e0 aposentadoria por tempo de contribui\u00e7\u00e3o, nos moldes do art. 201, \u00a7 7.\u00ba, I, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal.\nAl\u00e9m do que, se houver totalizado o tempo m\u00ednimo para a aposentadoria integral ou proporcional antes do advento da Lei n.\u00ba 9.876, de 26/11/1999, deve-se observar o direito adquirido \u00e0 renda mensal inicial de seu benef\u00edcio, calculada pela aplica\u00e7\u00e3o do percentual respectivo sobre a m\u00e9dia aritm\u00e9tica simples dos 36 \u00faltimos sal\u00e1rios de contribui\u00e7\u00e3o monetariamente atualizados, integrantes de um per\u00edodo b\u00e1sico de c\u00e1lculo de 48 meses, sem aplica\u00e7\u00e3o do fator previdenci\u00e1rio.\nTal pretens\u00e3o esteia-se no art. 6.\u00ba da Lei n.\u00ba 9.876/1999, que garante ao segurado que at\u00e9 o dia anterior \u00e0 publica\u00e7\u00e3o do diploma tenha cumprido os requisitos para a concess\u00e3o do benef\u00edcio o c\u00e1lculo consoante as regras ent\u00e3o vigentes, isto \u00e9, de acordo com o art. 29 da Lei n.\u00ba 8.213/1991, em sua reda\u00e7\u00e3o original.\n\n\fDe toda forma, convertendo-se todo o tempo de atividade especial em comum e somando este aos demais tempos de atividades comuns, tem-se o seguinte c\u00f4mputo de tempo de contribui\u00e7\u00e3o para efeitos de aposentadoria:\n\nIN\u00cdCIO 01/05/1975 06/07/1977 13/02/1979 01/08/1980 22/10/1980 18/05/1981 16/10/1981 04/01/1990 08/02/1991 01/04/1999 15/09/1999 18/03/2010 01/12/2013\n\nT\u00c9RMINO 11/01/1977 10/12/1977 27/06/1980 24/09/1980 25/02/1981 09/09/1981 19/05/1989 31/08/1990 01/09/1998 14/05/1999 22/09/2008 23/08/2012 30/11/2015\n\nEMPRESA J. FERRUCI & CIA SOCCEPAR/BUNGE J. FERRUCI & CIA CIA RIOGR. ADUBOS ORBRAN VIGIL\u00c2NCIA CIA RIOGR. ADUBOS ROMANI S/A SALPAR IND. SALIN. ROMANI S/A CELIS REGINA DA C. ROMANI S/A MARTINI MEAT S/A CONTRIB.INDIVIDUAL\n\nTIPO COMUM COMUM COMUM COMUM ESPECIAL COMUM ESPECIAL COMUM ESPECIAL COMUM ESPECIAL ESPECIAL COMUM\n\nTEMPO DE SERVI\u00c7O (TS) 1 ano, 8 meses e 11 dias 0 anos, 5 meses e 5 dias 1 ano, 4 meses e 15 dias 0 anos, 1 m\u00eas e 24 dias 0 anos, 4 meses e 4 dias 0 anos, 3 meses e 22 dias 7 anos, 7 meses e 4 dias 0 anos, 7 meses e 28 dias 7 anos, 6 meses e 24 dias 0 anos, 1 m\u00eas e 14 dias 9 anos, 0 meses e 8 dias 2 anos, 5 meses e 6 dias 2 anos, 0 meses e 0 dias\n\nFATOR 1,00 1,00 1,00 1,00 1,40 1,00 1,40 1,00 1,40 1,00 1,40 1,40 1,00\n\nTEMPO TOTAL (TSxFATOR) 1 ano, 8 meses e 11 dias 0 anos, 5 meses e 5 dias 1 ano, 4 meses e 15 dias 0 anos, 1 m\u00eas e 24 dias 0 anos, 5 meses e 23 dias 0 anos, 3 meses e 22 dias 10 anos, 7 meses e 17 dias 0 anos, 7 meses e 28 dias 10 anos, 7 meses e 3 dias 0 anos, 1 m\u00eas e 14 dias 12 anos, 7 meses e 17 dias 3 anos, 4 meses e 26 dias 2 anos, 0 meses e 0 dias\n\nTOTAL DE TEMPO DE CONTRIBUI\u00c7\u00c3O\n\n44 anos, 5 meses e 25 dias\n\nAnte o exposto, na hip\u00f3tese de inexist\u00eancia de tempo suficiente para o deferimento da aposentadoria especial, requer seja averbado todo o tempo a ser reconhecido como especial e convertido em tempo comum, aplicando-se o fator 1.4 para efeito de c\u00e1lculo de tempo de contribui\u00e7\u00e3o e da RMI do benef\u00edcio previdenci\u00e1rio.\n4 - DOS REQUERIMENTOS\nDiante do exposto e do muito que ser\u00e1 suprido pelo not\u00f3rio conhecimento de Vossa Excel\u00eancia, requer-se:\n\n\fa) a concess\u00e3o do Benef\u00edcio da Justi\u00e7a Gratuita, na forma dos artigos 4.\u00ba e 9.\u00ba da Lei n.\u00ba 1.060/1950, por ser o Autor pessoa hipossuficiente, na acep\u00e7\u00e3o jur\u00eddica do termo, sem condi\u00e7\u00f5es de arcar com despesas processuais e honor\u00e1rios advocat\u00edcios sucumbenciais sem preju\u00edzo de seu sustento e de sua fam\u00edlia, consoante Declara\u00e7\u00e3o anexa.\nb) Determinar a CITA\u00c7\u00c3O da Autarquia requerida, no endere\u00e7o j\u00e1 mencionado, na pessoa de seu representante legal ou quem suas vezes fizer para, querendo, contestar a presente a\u00e7\u00e3o, sob pena de aplica\u00e7\u00e3o da confiss\u00e3o ficta e os efeitos da revelia; bem como a JUNTADA, pelo INSS, de toda documenta\u00e7\u00e3o de que disponha para a solu\u00e7\u00e3o da lide, mormente a rela\u00e7\u00e3o de v\u00ednculos empregat\u00edcios (dados CNIS), proje\u00e7\u00e3o de RMI e RMA, e das parcelas em atraso;\nc) a determina\u00e7\u00e3o ao INSS para que, na primeira oportunidade em que se pronunciar nos autos, apresente o Processo Administrativo de Concess\u00e3o do Benef\u00edcio Previdenci\u00e1rio, para apura\u00e7\u00e3o dos valores devidos \u00e0 Parte Autora, conforme determinado pelo art. 11 da Lei n.\u00ba 10.259/2001, sob pena de comina\u00e7\u00e3o de multa di\u00e1ria, nos termos dos artigos 287 e 461,\u00a7 4.\u00ba do C\u00f3digo de Processo Civil vigente, a ser fixada por esse Ju\u00edzo;\nd) a proced\u00eancia da pretens\u00e3o, consoante narrado nesta inicial, condenando-se o INSS a averbar, em favor do Autor, os per\u00edodos de 22.10.1980 at\u00e9 25.02.1981, 16.10.1981 at\u00e9 19.05.1989, 08.02.1991 at\u00e9 01.09.1998, 15.09.1999 at\u00e9 22.09.2008 e 18/03/2010 at\u00e9 213/08/2012, como laborados em atividades especiais, para efeito de concess\u00e3o de aposentadoria, eis que expostos a agentes nocivos \u00e0 sa\u00fade e/ou integridade f\u00edsica;\ne) a proced\u00eancia da pretens\u00e3o deduzida, consoante narrado nesta inicial, condenando-se o INSS a conceder ao Autor o benef\u00edcio de APOSENTADORIA ESPECIAL nos moldes do artigo 57 e 58 da Lei n.\u00ba 8.213/1991, desde 24/03/2015, data da de entrada do requerimento administrativo. Entretanto, caso n\u00e3o lhe\n\n\fassista direito \u00e0 aposentadoria especial, por n\u00e3o considerar esse Ju\u00edzo todo o tempo exposto a agentes nocivos, postula a averba\u00e7\u00e3o do tempo de servi\u00e7o aceito como submetido a condi\u00e7\u00f5es especiais e sua convers\u00e3o em tempo comum, aplicando-se o fator 1.4, para a concess\u00e3o de benef\u00edcio de APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUI\u00c7\u00c3O, se poss\u00edvel, contando-se, para in\u00edcio, a data de entrada do requerimento administrativo. De forma sucessiva, pugna pela reafirma\u00e7\u00e3o da DER at\u00e9 a data em que o segurado faz jus ao benef\u00edcio de aposentadoria especial e/ou aposentadoria por tempo de contribui\u00e7\u00e3o.\nf) a condena\u00e7\u00e3o do INSS para calcular a renda mensal inicial do benef\u00edcio, de forma a se conceder a melhor renda inicial poss\u00edvel, observando-se qual a melhor das formas de se estabelecer o Per\u00edodo B\u00e1sico de C\u00e1lculo (art. 169 da IN n.\u00ba 77/2015) de acordo com a \u00e9poca que o segurado ou seus dependentes implementam as condi\u00e7\u00f5es para concess\u00e3o do benef\u00edcio ou \u00e9pocas espec\u00edficas de grandes mudan\u00e7as legislativas, sempre no intuito de se proteger eventual direito adquirido;\ng) a condena\u00e7\u00e3o do INSS ao pagamento dos valores desde a data em que deveria ter sido concedido o benef\u00edcio ao Autor, acrescidos de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria a partir do vencimento de cada presta\u00e7\u00e3o at\u00e9 a efetiva liquida\u00e7\u00e3o, respeitada a prescri\u00e7\u00e3o quinquenal, adotando-se, como crit\u00e9rio de atualiza\u00e7\u00e3o, o INPC (a partir de 04/2006, conforme art. 31 da Lei n.\u00ba 10.741/2003, combinado com a Lei n.\u00ba 11.430/2006, precedida da MP n.\u00ba 316, de 11/08/2006, que acrescentou o art. 41-A \u00e0 Lei n.\u00ba 8.213/1991, e REsp n.\u00ba 1.103.122/PR). Requer-se ainda a aplica\u00e7\u00e3o dos juros de mora a serem fixados \u00e0 taxa de 1% ao m\u00eas, a contar da cita\u00e7\u00e3o, com base no art. 3.\u00ba do Decreto-lei n.\u00ba 2.322/1987, aplic\u00e1vel, analogicamente, aos benef\u00edcios pagos com atraso, tendo em vista o seu car\u00e1ter alimentar;\nh) a condena\u00e7\u00e3o do INSS ao pagamento de custas, despesas e honor\u00e1rios advocat\u00edcios, na base de 20% (vinte por cento) sobre o valor da condena\u00e7\u00e3o, conforme disp\u00f5em o art. 55 da Lei n.\u00ba 9.099/1995 e o art. 20, \u00a7 3.\u00ba, do C\u00f3digo de Processo Civil vigente,\n\n\fConsiderando-se que a quest\u00e3o de m\u00e9rito \u00e9 unicamente de direito, requer o julgamento antecipado da lide, conforme disp\u00f5e o art. 355 do CPC. Sendo outro o entendimento desse Ju\u00edzo, pugna e protesta pela produ\u00e7\u00e3o de todos os meios de prova admitidos em direito, sem exclus\u00e3o de nenhum que se fizer necess\u00e1rio ao deslinde da demanda.\n\nRequer-se, com base no \u00a7 4.\u00ba do art. 22 da Lei n.\u00ba 8.906/1994, que, ao final da presente demanda, caso sejam encontradas diferen\u00e7as em favor do Autor, quando da expedi\u00e7\u00e3o da RPV ou de precat\u00f3rio, os valores referentes aos honor\u00e1rios contratuais sejam expedidos em nome da sociedade de advogados contratada pela Parte Autora, no percentual constante do contrato de honor\u00e1rios em anexo, assim como eventuais honor\u00e1rios de sucumb\u00eancia.\n\nreais).\n\nD\u00e1-se \u00e0 causa o valor de R$ 56.000,00 (cinquenta e seis mil Nestes Termos,\n\nPede deferimento.\n\nParanagu\u00e1, 14 de dezembro de 2016.\n\nF\u00c1BIO GUILHERME DOS SANTOS OAB/PR 44.106\n\nVITOR ROBERTO M\u00dcLLER BERNARDI OAB/PR 63.073\n\n\fPLANILHA DE C\u00c1LCULO\n\nNIVALDO DO ROSARIO\n\nParcelas vencidas 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20\n\nCompet\u00eancia 03.2015 04.2015 05.2015 06.2015 07.2015 08.2015 09.2015 10.2015 11.2015 12.2015 12.2015 - ABONO 01.2016 02.2016 03.2016 04.2016 05.2016 06.2016 07.2016 08.2016 09.2016\n\nValor (R$) 1.600,00 1.600,00 1.600,00 1.600,00 1.600,00 1.600,00 1.600,00 1.600,00 1.600,00 1.600,00 1.600,00 1.600,00 1.600,00 1.600,00 1.600,00 1.600,00 1.600,00 1.600,00 1.600,00 1.600,00\n\n\f21\n\n10.2016\n\n22\n\n11.2016\n\n23\n\n12.2016\n\nSUBTOTAL \u2013 PARCELAS VENCIDAS\n\n01\n\n01.2017\n\n02\n\n02.2017\n\n03\n\n03.2017\n\n04\n\n04.2017\n\n05\n\n05.2017\n\n06\n\n06.2017\n\n07\n\n07.2017\n\n08\n\n08.2017\n\n09\n\n09.2017\n\n10\n\n10.2017\n\n11\n\n11.2017\n\n12\n\n12.2017\n\nSUBTOTAL - PARCELAS VINCENDAS\n\nTOTAL\n\n1.600,00 1.600,00 1.600,00 36.800,00 1.600,00 1.600,00 1.600,00 1.600,00 1.600,00 1.600,00 1.600,00 1.600,00 1.600,00 1.600,00 1.600,00 1.600,00 19.200,00 56.000,00\n\nF\u00c1BIO GUILHERME DOS SANTOS OAB/PR n\u00ba 44.106\n\nVITOR ROBERTO M\u00dcLLER BERNARDI OAB/PR n.\u00ba 63.073\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 4 (C\u00edvel) - IdDocumentoCompleto: 5004267-83.2017.4.04.7210-721511364803161380258156546947", "text": "EXCELENT\u00cdSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) FEDERAL DO JUIZADO ESPECIAL FEDERAL DA SUBSE\u00c7\u00c3O JUDICI\u00c1RIA DE S\u00c3O MIGUEL DO\nOESTE \u2013 ESTADO DE SANTA CATARINA\nGILMAR LUIS ESCHER, brasileiro, vi\u00favo, eletricista CELESC, Inscrito no CPF n. 526.617.849-34, e da CI-RG 1.941.650, residente e domiciliado na Rua Buenos Aires, n.22, centro, na cidade de Anchieta/SC, CEP 98970-000. por interm\u00e9dio de seu procurador ao final assinado, instrumento de mandato em anexo (doc. 01 anexo) Dr. Munir Antonio Guzatti, regularmente inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil n. 27.335 - SC, com escrit\u00f3rio profissional no endere\u00e7o descrito no rodap\u00e9, vem respeitosamente \u00e0 presen\u00e7a de Vossa Excel\u00eancia postular a presente: A\u00c7\u00c3O PARA CONCESS\u00c3O DE APOSENTADORIA ESPECIAL Em face de: INSTITUTO NACIONAL DE SEGURO SOCIAL - INSS, entidade Federal, com sede administrativa na cidade de S\u00e3o Miguel do Oeste \u2013 SC, CEP. 89900-000, pelas raz\u00f5es de fato e direito a seguir aduzidas.\n\n\fI. DOS FATOS\n\nO autor requereu em um primeiro momento administrativamente, sua aposentadoria por tempo de contribui\u00e7\u00e3o na data de 22/09/2015 sob o n\u00ba 1741315813, junto \u00e0 autarquia/r\u00e9.\n\nNa data do requerimento apresentou todos os documentos exigidos para a comprova\u00e7\u00e3o do seu tempo de servi\u00e7o, conforme c\u00f3pias inclusas. Entretanto, em processo administrativo, n\u00e3o fora reconhecido o beneficio pleiteado, tendo em vista que alega o requerido que as atividades exercidas nos periodos de 06/03/1997 a 22/09/2015, \u201cn\u00e3o foram consideradas prejudiciais \u00e0 sa\u00fade ou \u00e0 integridade f\u00edsica\u201d.\n\nDenota-se, portanto que n\u00e3o foram consideradas insalubres os respectivos per\u00edodos, a que faz jus o autor.\n\ndatas:\n\nOs per\u00edodos especiais s\u00e3o os laborados nas respectivas\n\nCELESC DISTRIBUI\u00c7\u00c3O S/A: A) Per\u00edodo 02/05/1988 \u00e0 30/04/1989 \u2013 ajudante de eletricista de distribui\u00e7\u00e3o; ENQUADRADO NO ANEXO III, C\u00d3DIGO 1.1.8 \u2013 DECRETO 53.831/64;\nB) Per\u00edodo 01/05/1989 \u00e0 30/04/1995 \u2013 eletricista de escrit\u00f3rio; ENQUADRADO NO ANEXO III, C\u00d3DIGO 1.1.8 \u2013 DECRETO 53.831/64;\nC) Per\u00edodo 01/05/1995 \u00e0 30/04/2007 \u2013 eletricista; at\u00e9 1997 ENQUADRADO NO ANEXO III, C\u00d3DIGO 1.1.8 \u2013 DECRETO 53.831/64; ap\u00f3s pelo DECRETO 2.172/97\nD) Per\u00edodo 01/05/2007 \u00e0 15/04/2009 \u2013 auxiliar operacional; DECRETO 2.172/97\nE) Per\u00edodo 16/04/1999 \u00e0 29/09/2013 \u2013 assistente operacional; DECRETO 2.172/97\nF) Per\u00edodo 30/09/2013 at\u00e9 a presente data \u2013 eletricista; DECRETO 2.172/97. Obs.: Laudo anexo\n\n\fA autarquia desprezou os per\u00edodos supra citados utilizando, para tanto, artif\u00edcios n\u00e3o prescritos em lei, desprezando o fato de que os per\u00edodos especiais remontam \u00e9pocas passadas e bem anteriores \u00e0 edi\u00e7\u00e3o das medidas adotadas pela autarquia para negar o enquadramento, convers\u00e3o e, conseq\u00fcentemente, o benef\u00edcio.\nOra, Excel\u00eancia, o per\u00edodo em que o autor trabalhou para a entidade CELESC, caracteriza de forma cabal o periodo especial, tendo em vista que no laudo confeccionado Por Engenheiro de Seguran\u00e7a do Trabalho Sr. Egberto de Carli Vascouto, CREA: 019.506-8, consta que o autor permanecia em exposi\u00e7\u00e3o \u201cHABITUAL E PERMANENTE ao RISCO EL\u00c9TRICO, proveniente de tens\u00f5es acima de 380 Volts, colocando em risco a sua integridade f\u00edsica\u201d n\u00e3o havendo que se falar, que tal perido n\u00e3o fora considerado prejudicial \u00e0 saude do autor.\nSendo que o mesmo possui de tempo especial, \u00e0 \u00e9poca do pedido administrativo, sendo 27 (vinte e sete anos) e 04 (quatro) meses e (20) vinte dias, n\u00e3o havendo que se falar em tempo inferior ao minimo exigido, conforme alegado na decis\u00e3o expedida pelo requerido/INSS.\nOportuno lembrar que o enquadramento dos per\u00edodos especiais \u00e9 feito na conformidade das \u00e9pocas em que houve o labor com a sujei\u00e7\u00e3o ao agente nocivo, ou seja, no anexo e legisla\u00e7\u00e3o contempor\u00e2neos \u00e0 ele. Os per\u00edodos especiais s\u00e3o fatos j\u00e1 consumados sob a \u00e9gide de outras regras de direito, uma vez que as exig\u00eancias legais foram cumpridas, fazendo parte do patrim\u00f4nio jur\u00eddico do segurado/autor n\u00e3o podendo mais, ser alterado por regras posteriores.\nO enquadramento destes per\u00edodos especiais, nos referidos anexos, resultam na convers\u00e3o dos mesmos para tempo comum, para fins de compor a contagem de tempo de servi\u00e7o para a concess\u00e3o de sua aposentadoria por tempo de servi\u00e7o.\nO laudo t\u00e9cnico realizado pela empregadora apresentados pelo autor quando do requerimento do benef\u00edcio s\u00e3o h\u00e1beis e corretos para serem enquadrados nos referidos anexos pela legisla\u00e7\u00e3o contempor\u00e2nea \u00e0 \u00e9poca do labor, n\u00e3o pode a autarquia tentar transmutar uma situa\u00e7\u00e3o legal com outras regras supervenientes.\nDe acordo com os requisitos legais - Lei n\u00ba 8.213/91, decreto 611, decretos 83.080/79, 53.831/64 e 2.172/97, os documentos que comprovam a exposi\u00e7\u00e3o \u00e0 agentes agressivos no ambiente laboral, para serem considerados especiais s\u00e3o: laudos e SB 40 (atual DSS 8030), que hoje se chama PPP, foram confeccionados por profissional habilitado na \u00e1rea de engenharia/medicina e seguran\u00e7a do trabalho, onde constam as informa\u00e7\u00f5es sobre as condi\u00e7\u00f5es ambientais, qual agente agressivo, descri\u00e7\u00e3o do local de trabalho,\n\n\faparelhos utiliza\u00e7\u00f5es nas medi\u00e7\u00f5es (ru\u00eddo, calor ou tens\u00e3o el\u00e9trica), se a empresa utiliza Epis mencionar, etc., ou seja, o laudo atesta a condi\u00e7\u00e3o especial do ambiente laboral. O requisito legal para enquadramento \u00e9 a exposi\u00e7\u00e3o do segurado ao agente agressivo no ambiente de trabalho, independentemente da utiliza\u00e7\u00e3o ou n\u00e3o de epi\u00b4s.\n\nOportuno frisar que o enunciado de n.\u00ba 20 do Conselho de Recursos da previd\u00eancia, editado pelo INSS, estabelece que:\n\n\"o simples fornecimento de equipamento de prote\u00e7\u00e3o individual de trabalho pelo empregador n\u00e3o exclu\u00eda hip\u00f3tese de exposi\u00e7\u00e3o do trabalhador aos agentes nocivos \u00e0 sa\u00fade devendo ser considerado todo o ambiente de trabalho\".\n\nAssim, os pedidos de aposentadoria, cujos per\u00edodos especiais foram relegados, deveriam estar sendo re-analisados enquandrando-os nos respectivos anexos.\n\nSaliente-se que no laudo fornecido pela empregadora informam acerca da exposi\u00e7\u00e3o HABITUAL E PERMANENTE ao RISCO EL\u00c9TRICO, sendo o mesmo, prejudicial \u00e0 sa\u00fade e a integridade fisica do trabalhador.\n\nAssim, inconformado com o indeferimento do seu pedido de aposentadoria em 22/09/2015 sob o n\u00ba 1741315813, ap\u00f3s v\u00e1rios cumprimentos \u00e0s exig\u00eancias tecidas pela r\u00e9, o autor vindica a legisla\u00e7\u00e3o correta por interm\u00e9dio do judici\u00e1rio junto aos autos n\u00ba 5000491-12.2016.4.04.7210;\n\nDA SENTEN\u00c7A 12.2016.4.04.7210\n\nDOS\n\nAUTOS\n\n5000491-\n\nO autor pretendia o reconhecimento do desempenho das atividades sujeitas a condi\u00e7\u00f5es especiais, prejudiciais \u00e0 sua sa\u00fade, no(s) per\u00edodo(s) de 2.5.1988 a 30.4.1989; de 1\u00ba.5.1989 a 30.4.1995; de 1\u00ba.5.1995 a 30.4.2007; de 1\u00ba.5.2007 a 15.4.2009; de 16.4.1999 a 29.9.2013 e de 30.9.2013 a 16.9.2015 e, consequentemente, a concess\u00e3o de aposentadoria especial.\n\na) Atividades desenvolvidas nos per\u00edodos de 6.3.1997 a 30.4.2007 (eletricista); de 1\u00ba.5.2007 a 15.4.2009 (auxiliar operacional); de 16.4.1999 a 29.9.2013 (assistente operacional) e de 30.9.2013 a 16.9.2015 - data do PPP (eletricista), na empresa Celesc Distribui\u00e7\u00e3o S.A.:\n\nO laudo t\u00e9cnico fornecido pela empresa (evento 3-4) indica que a parte autora, nos per\u00edodos em quest\u00e3o, no exerc\u00edcio das atividades inerentes ao cargo, esteve exposta, de forma habitual e permanente, \u00e0 eletricidade, a\n\n\fpartir de 380 volts, bem como de forma ocasional ao ru\u00eddo de motosserra, de forma intermitente ao ve\u00edculo proveniente Ford Ranger, al\u00e9m de vibra\u00e7\u00e3o proveniente do manuseio da motosserra, de forma ocasional.\n\nApesar do laudo registrar que o autor fazia uso de equipamento de prote\u00e7\u00e3o individual, tal item n\u00e3o elimina os riscos de choque el\u00e9trico, face \u00e0 possibilidade de contato acidental de outras partes do corpo com pontos energizados, bem como descargas el\u00e9tricas provocadas pela alta tens\u00e3o.\n\nAssim, considerando que no caso concreto restou devidamente comprovado que o autor trabalhou exposto a risco proveniente de exposi\u00e7\u00e3o a tens\u00f5es el\u00e9tricas superiores a 250 volts, deve ser reconhecida a especialidade do per\u00edodo de 6.3.1997 a 7.12.2012.\n\nSomat\u00f3rio do Tempo de Servi\u00e7o\n\nDeste modo, deve haver reconhecimento e c\u00f4mputo, como tempo de servi\u00e7o especial, do(s) per\u00edodo(s) de atividades desempenhadas pela parte autora de 6.3.1997 a 7.12.2012, al\u00e9m dos per\u00edodos de atividade especial j\u00e1 reconhecidos na via administrativa.\n\nReconhecido na fase administrativa\n\nContagem at\u00e9 a Data de 22/09/2015 Entrada do Requerimento:\n\nReconhecido na fase\n\njudicial\n\nObs.\n\nData Inicial\n\nEspecial\n\n02/05/1988\n\nEspecial\n\n06/03/1997\n\nSubtotal\n\nSomat\u00f3rio (fase adm. + fase judicial)\n\nContagem at\u00e9 a Data de Entrada do Requerimento:\n\nAnos 0\n\nMeses 0\n\nDias 0\n\nData Final 05/03/1997 07/12/2012\n\nMult. 1,0 1,0\n\nAnos 8 15 24 Anos\n\n24\n\nMeses 10 9 7 Meses\n7\n\nDias 4 2 6 Dias\n6\n\nAssim, contava a autora, em 22.9.2015 (data de entrada do requerimento administrativo), com 24 anos, 07 meses e 06 dias de tempo de servi\u00e7o especial, n\u00e3o fazendo jus, a \u00e9poca, \u00e0 concess\u00e3o de aposentadoria especial, j\u00e1 que n\u00e3o contava com o m\u00ednimo de 25 anos de tempo de servi\u00e7o especial.\n\n\fTendo a senten\u00e7a ficado assim redigida:\nAnte o exposto, JULGO EXTINTO O PROCESSO SEM RESOLU\u00c7\u00c3O DE M\u00c9RITO, por aus\u00eancia de interesse de agir (CPC, art. 485, inciso VI), em rela\u00e7\u00e3o ao pedido de reconhecimento de tempo de atividade especial, no intervalo de 2.5.1988 a 5.3.1997 e julgo PARCIALMENTE PROCEDENTE quanto aos demais pedidos deduzidos na inicial, extinguindo o feito com resolu\u00e7\u00e3o do m\u00e9rito nos termos do artigo 487, inciso I, do C\u00f3digo de Processo Civil (Lei n. 13.105, de 16.3.2015), para:\n1. Reconhecer o exerc\u00edcio de atividade especial no(s) per\u00edodo(s) de 6.3.1997 a 7.12.2012.\nSem honor\u00e1rios e custas, tendo em vista o disposto na parte inicial do art. 55 da Lei n\u00ba 9.099/95, aplic\u00e1vel nos Juizados Especiais Federais por for\u00e7a do disposto no art. 1\u00ba da Lei n\u00ba 10.259/2001, n\u00e3o tendo ficado, ainda, caracterizada a litig\u00e2ncia de m\u00e1-f\u00e9 de qualquer das partes.\nDou esta senten\u00e7a por publicada com a sua libera\u00e7\u00e3o no sistema. Registrada eletronicamente. Intimem-se e oportunamente arquivem-se os autos.\nN\u00e3o concordando o autor a \u00e9poca com a senten\u00e7a do magistrado que reconheceu como atividade especial apenas at\u00e9 2012, ingressou com recurso inominado, todavia a senten\u00e7a manteve-se na integra.\nTodavia, tendo a respectiva senten\u00e7a reconhecido como per\u00edodo especial somente at\u00e9 07.12.2012, contudo em data de 25/07/2017 o autor realizou pedido de Aposentadoria Especial NOVAMENTE junto ao INSS, n\u00famero do benef\u00edcio 1821328393.\nTendo a decis\u00e3o do INSS ficado assim redigida:\n\n\fAssim, inconformado com o indeferimento do seu pedido de aposentadoria, ap\u00f3s v\u00e1rios cumprimentos \u00e0s exig\u00eancias tecidas pela r\u00e9, o autor vindica a legisla\u00e7\u00e3o correta por interm\u00e9dio do judici\u00e1rio.\nII. DO M\u00c9RITO - PER\u00cdODOS ESPECIAIS\nPara que possamos compreender o \"enquadramento\" dos per\u00edodos para que sejam considerados especiais e, conseq\u00fcentemente, terem a devida convers\u00e3o e seu c\u00f4mputo na contagem de tempo de servi\u00e7o da aposentadoria do autor, fa\u00e7amos uma pr\u00e9via digress\u00e3o acerca da mat\u00e9ria:\nA aposentadoria especial, prevista no art. 57 da Lei n.\u00ba 8.213/91, \u00e9 devida ao segurado que, al\u00e9m da car\u00eancia, tiver trabalhado sujeito a condi\u00e7\u00f5es especiais que prejudiquem a sa\u00fade ou a integridade f\u00edsica durante 15, 20 ou 25 anos.\nEm se tratando de aposentadoria especial, portanto, n\u00e3o h\u00e1 convers\u00e3o de tempo de servi\u00e7o especial em comum, visto que o que enseja a outorga do benef\u00edcio \u00e9 o labor, durante todo o per\u00edodo m\u00ednimo exigido na norma em comento (15, 20, ou 25 anos), sob condi\u00e7\u00f5es nocivas.\n\n\fNo caso em exame, tem-se a seguinte composi\u00e7\u00e3o do tempo de servi\u00e7o da parte autora:\na) De 17/09/2015 a 25/07/2017 Devidamente reconhecido de 02/05/1988 a 07/12/2012 b) Tempo especial: 24 anos, 7 meses, 06 dias;\nOcorre que o STF no julgamento do ARE 664335 - o qual versava sobre a descaracteriza\u00e7\u00e3o da atividade especial quando o segurado recebe o EPI, analisou e afastou este argumento com base nas seguintes premissas:\na) a norma inscrita no art. 195, \u00a7 5\u00ba, CRFB/88, veda a cria\u00e7\u00e3o, majora\u00e7\u00e3o ou extens\u00e3o de benef\u00edcio sem a correspondente fonte de custeio, disposi\u00e7\u00e3o dirigida ao legislador ordin\u00e1rio, sendo inexig\u00edvel quando se tratar de benef\u00edcio criado diretamente pela Constitui\u00e7\u00e3o. Deveras, o direito \u00e0 aposentadoria especial foi outorgado aos seus destinat\u00e1rios por norma constitucional (em sua origem o art. 202, e atualmente o art. 201, \u00a7 1\u00ba, CRFB/88); b) desde a Constitui\u00e7\u00e3o de 1988 at\u00e9 a edi\u00e7\u00e3o da MP n. 1.729 (em 1998) as aposentadorias especiais eram custeadas pelos instrumentos tradicionais de financiamento da previd\u00eancia social mencionados no art. 195, da CF/88, quais sejam, (i) recursos provenientes dos or\u00e7amentos dos entes federativos e (ii) contribui\u00e7\u00f5es sociais pagas pelo empregador e pelo segurado. A bem da verdade, o que a Lei 9.738/98 fez foi reformular o modelo de financiamento. (STF, ARE 664335, Pleno, j. 04.12.2014).\n\u00c9 poss\u00edvel o reconhecimento de tempo especial prestado com exposi\u00e7\u00e3o a agente nocivo periculoso em data posterior a 05/03/1997, desde que o laudo t\u00e9cnico comprove a permanente exposi\u00e7\u00e3o \u00e0 atividade nociva, independentemente de previs\u00e3o em legisla\u00e7\u00e3o espec\u00edfica.\nAs atividades perigosas continuam previstas no art. 193 da CLT, j\u00e1 com a reda\u00e7\u00e3o definida pela Lei n.\u00ba 12.740/12:\nS\u00e3o consideradas atividades ou opera\u00e7\u00f5es perigosas, na forma da regulamenta\u00e7\u00e3o aprovada pelo Minist\u00e9rio do Trabalho e Emprego, aquelas que, por sua natureza ou\n\n\fm\u00e9todos de trabalho, impliquem risco acentuado em virtude de exposi\u00e7\u00e3o permanente do trabalhador a:\nI - inflam\u00e1veis, explosivos ou energia el\u00e9trica;\nII - roubos ou outras esp\u00e9cies de viol\u00eancia f\u00edsica nas atividades profissionais de seguran\u00e7a pessoal ou patrimonial.\nConsiderou a TNU que o STJ tem como firme que a nova reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n.\u00ba 9.032/95 ao art. 57 da Lei de Benef\u00edcios da Previd\u00eancia Social n\u00e3o se limitou a considerar como tempo de servi\u00e7o especial apenas aqueles relativos aos agentes que fossem previstos em lei ou regulamento da previd\u00eancia, mas, sim, todos os resultantes da a\u00e7\u00e3o efetiva de \"agentes nocivos qu\u00edmicos, f\u00edsicos, biol\u00f3gicos ou associa\u00e7\u00e3o de agentes prejudiciais \u00e0 sa\u00fade ou \u00e0 integridade f\u00edsica\".\nTranscrevo excerto da emenda do julgado:\nDIREITO PREVIDENCI\u00c1RIO. APOSENTADORIA POR TEMPO ESPECIAL. ELETRICIDADE ACIMA DE 250 VOLTS. AGENTE NOCIVO N\u00c3O MENCIONADO NO DECRETO 2.172/97. CAR\u00c1TER MERAMENTE EXEMPLIFICATIVO DOS REGULAMENTOS DA PREVID\u00caNCIA SOCIAL. (...) 2.3. Nada obstante, esta Turma Nacional, em suas \u00faltimas decis\u00f5es sobre o tema realizou o que considerou ser um distinguishing fundamental entre o Recurso Repetitivo referido e a normativa vigente. Assim, passou-se a entender que, a posi\u00e7\u00e3o do Superior Tribunal de Justi\u00e7a n\u00e3o teria ido de encontro \u00e0 ideia de que as atividades perigosas n\u00e3o mais poderia ser contadas como tempo de servi\u00e7o especial ap\u00f3s 05 de mar\u00e7o de 1997, mas t\u00e3o-somente teria admitido essa possibilidade para as situa\u00e7\u00f5es onde houvesse lei extravagante espec\u00edfica reconhecendo a atividade como especial, sendo esse, por exemplo, o caso da eletricidade acima de 250 volts. [...]. 3. Nessa ordem de ideias, considero, venia concessa, que os derradeiros julgados desta TNU acima citados afastaramse do posicionamento que \u00e9 franca e pacificamente adotado pelo Superior Tribunal de Justi\u00e7a sobre o assunto. De fato, a Corte Federal decidiu que \u00e9 poss\u00edvel o reconhecimento de tempo especial do trabalho prestado com exposi\u00e7\u00e3o ao agente nocivo eletricidade em data posterior a 05 de mar\u00e7o de 1997,\n\n\fdesde que o laudo t\u00e9cnico comprove a permanente exposi\u00e7\u00e3o do eletricit\u00e1rio \u00e0 atividade nociva independentemente de considerar a previs\u00e3o dele em legisla\u00e7\u00e3o espec\u00edfica. Tanto \u00e9 deste modo que, diferentemente da TNU, o STJ n\u00e3o fixou qualquer limite temporal para que se deixasse de contar o per\u00edodo em labor de eletricit\u00e1rio como especial. 3.1. Ao que tudo leva a crer, o que Superior Tribunal de Justi\u00e7a teve como firme, foi que a nova reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei no. 9.032/95 ao art. 57 da Lei de Benef\u00edcios da Previd\u00eancia Social n\u00e3o limitou a considerar como tempo de servi\u00e7o especial apenas aqueles que fossem previstos em Lei ou Regulamento da previd\u00eancia e sim todos aqueles resultantes da a\u00e7\u00e3o efetiva de \"agentes nocivos qu\u00edmicos, f\u00edsicos, biol\u00f3gicos ou associa\u00e7\u00e3o de agentes prejudiciais \u00e0 sa\u00fade ou \u00e0 integridade f\u00edsica,\" (art. 57, \u00a7 4o). 3.2. Desse modo, mais importante que qualificar doutrinariamente um agente como sendo catalizador de insalubridade, periculosidade ou penosidade, muito mais importante para fins de aplica\u00e7\u00e3o das noveis disposi\u00e7\u00f5es da Lei no. 9.528/97 \u00e9 saber se um agente nocivo/prejudicial (qualifica\u00e7\u00e3o que, por sinal, pode muito bem ser interpretada como aglutinadora de formas de periculosidade) \u00e9 capaz de deteriorar/expor a sa\u00fade/integridade f\u00edsica do trabalhador. \u00c9 a prova disso que transforma o tempo de comum para especial na l\u00f3gica da novel legisla\u00e7\u00e3o. (...) (PEDILEF 50012383420124047102, Rel. Juiz Federal BRUNO LEONARDO C\u00c2MARA CARR\u00c1, DOU 26/09/2014 P\u00c1G. 152/227) (grifei)\nEmbora o \u2018leading case\u2019 efetivamente versasse sobre eletricidade, a decis\u00e3o do Superior Tribunal de Justi\u00e7a (REsp n.\u00ba 1.306.113) n\u00e3o fez esta restri\u00e7\u00e3o. De outro norte, a mesma Lei n.\u00ba 12.740/12 modificou o art. 193 da CLT para o efeito de ampliar o rol de atividades perigosas, considerando como tais aquelas que submetem o trabalhador a riscos acentuados em virtude da exposi\u00e7\u00e3o a inflam\u00e1veis, a explosivos ou \u00e0 energia el\u00e9trica, roubos ou outras esp\u00e9cies de viol\u00eancia f\u00edsica.\nDesse modo, ao contr\u00e1rio da conclus\u00e3o extra\u00edda no precedente citado, a Lei n.\u00ba 12.740 \u00e9 mais abrangente do que a revogada Lei n.\u00ba 7.369/85. Dessa forma, pensamos que o distinguish foi feito pela TNU, e n\u00e3o pelo STJ, pois h\u00e1 previs\u00e3o expressa na CLT sobre a exist\u00eancia de atividades perigosas.\n\n\fPoderia se argumentar, como \u00e9 feito recorrentemente em mat\u00e9ria previdenci\u00e1ria, que o reconhecimento da especialidade da atividade feriria o princ\u00edpio do equil\u00edbrio financeiro e atuarial.\nA jurisprud\u00eancia do Superior Tribunal de Justi\u00e7a se consolidou no sentido de que o rol de atividades especiais, constantes nos regulamentos de benef\u00edcios da Previd\u00eancia Social, tem car\u00e1ter exemplificativo.\nEnt\u00e3o Excel\u00eancia, a conclus\u00e3o extra\u00edda no precedente citado, a Lei n.\u00ba 12.740 \u00e9 mais abrangente do que a revogada Lei n.\u00ba 7.369/85. Dessa forma, h\u00e1 previs\u00e3o expressa na CLT sobre a exist\u00eancia de atividades perigosas.\nA Lei 9.032/95, ao acrescentar os \u00a7\u00a7 4\u00ba e 5\u00ba ao art. 57 da Lei 8.213/91, modificou a sistem\u00e1tica de aposentadoria com contagem de tempo especial at\u00e9 ent\u00e3o existente. A aposentadoria por categoria profissional deixou de existir, prevendo a lei a possibilidade de contagem de tempo especial se o trabalho estivesse sendo exercido sob condi\u00e7\u00f5es que prejudicassem a sa\u00fade ou a integridade f\u00edsica.\nMesmo ap\u00f3s a edi\u00e7\u00e3o da Lei 9.032/95, os Decretos 53.831/64 e 83.080/79 foram mantidos em vigor pelo art. 152 da Lei 8.213/91 (hoje revogado), at\u00e9 que fossem integralmente regulamentados os art. 57 e 58 da referida Lei 8.213/91. A regulamenta\u00e7\u00e3o s\u00f3 veio ocorrer em 5 de mar\u00e7o de 1997, em virtude da edi\u00e7\u00e3o do Decreto 2.172/97, mas a partir da Lei 9.032/95 passou-se a exigir que o trabalho sujeito a condi\u00e7\u00f5es prejudiciais \u00e0 sa\u00fade, para fins de ser computado como especial, fosse n\u00e3o ocasional e nem intermitente, devendo ser demonstrada a efetiva exposi\u00e7\u00e3o a agentes nocivos (\u00a7\u00a7 3\u00ba e 4\u00ba do art. 57 da Lei 8.213/91, com a reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei 9.032/95).\nO legislador, ao editar as Lei 9.032/95 e 9.528/97, teve a inten\u00e7\u00e3o de reduzir as hip\u00f3teses de contagem de tempo especial de trabalho, excluindo o enquadramento profissional e, ap\u00f3s o Decreto 2.172/97, o trabalho perigoso. A periculosidade, em regra, deixou de ser agente de risco para a aposentadoria do regime geral de previd\u00eancia.\nA retirada do agente periculosidade como ensejador da contagem de tempo especial no regime geral ficou clara com a promulga\u00e7\u00e3o da Emenda Constitucional 47/05.\nIsso porque dita emenda 47/05 permitiu aos servidores p\u00fablicos, nos termos de lei complementar, a contagem especial de tempo de trabalho exercido em atividades de risco (inciso II) e sob condi\u00e7\u00f5es especiais que prejudiquem a sa\u00fade ou a integridade f\u00edsica (inciso III do \u00a7 4\u00ba do art. 40 da Constitui\u00e7\u00e3o). J\u00e1 para os\n\n\fsegurados do regime geral, no entanto, restringiu o direito \u00e0queles segurados que trabalhem de atividades que prejudiquem a sa\u00fade ou a integridade f\u00edsica (\u00a7 1\u00ba do art. 201 da Constitui\u00e7\u00e3o), nada se referindo aos que atuam sob risco.\nAssim o Superior Tribunal de Justi\u00e7a, no julgamento do REsp 1.306.113/SC (DJ 7-3-2013), de que foi relator o Sr. Ministro Herman Benjamin, submetido ao regime de recursos repetitivos, definiu que as atividades nocivas \u00e0 sa\u00fade relacionadas nas normas regulamentadoras s\u00e3o meramente exemplificativas, podendo o car\u00e1ter especial do trabalho ser reconhecido em outras atividades desde que permanentes, n\u00e3o ocasionais e nem intermitentes. Em consequ\u00eancia, considerou o agente eletricidade como suficiente para caracterizar agente nocivo \u00e0 sa\u00fade, deferindo a contagem especial mesmo depois da edi\u00e7\u00e3o do Decreto 2.172/97.\nNecess\u00e1rio, entretanto, que laudo t\u00e9cnico (ou elemento material equivalente) comprove a permanente exposi\u00e7\u00e3o \u00e0 atividade nociva porquanto o sistema n\u00e3o mais compactua com presun\u00e7\u00f5es sobre a nocividade de tais atividades.\nNa hip\u00f3tese dos autos o PPP, que ora se anexa, encontra-se devidamente preenchido por respons\u00e1vel t\u00e9cnico e assinado por representante legal da empresa, conferindo-lhe plena validade para a comprova\u00e7\u00e3o do car\u00e1ter especial da atividade.\nDe outro lado, apesar do laudo registrar que o autor fazia uso de equipamentos de prote\u00e7\u00e3o individual, tal item n\u00e3o elimina os riscos de choque el\u00e9trico, face a possibilidade de contato acidental de outras partes do corpo com pontos energizados, bem como descargas el\u00e9tricas provocadas pela alta tens\u00e3o.\nEMENTA: (5008284-80.2017.4.04.7108, SEGUNDA TURMA RECURSAL DO RS, Relator JOS\u00c9 FRANCISCO ANDREOTTI SPIZZIRRI, julgado em 17/10/2017).\nAli\u00e1s, \u00e0 jurisprud\u00eancia da Turma Nacional de Uniformiza\u00e7\u00e3o e ao entendimento majorit\u00e1rio do TRF-4\u00aaRegi\u00e3o, no sentido de entender poss\u00edvel, em tese, o reconhecimento da periculosidade mesmo ap\u00f3s o advento do Dec. 2172/97, em havendo documento nos autos indicando a presen\u00e7a do fator de risco. Nesses termos, o elucidativo precedente sobre o tema:\nPEDIDO NACIONAL DE UNIFORMIZA\u00c7\u00c3O DE JURISPRUD\u00caNCIA. PREVIDENCI\u00c1RIO. TEMPO ESPECIAL. VIGILANTE. PERICULOSIDADE AP\u00d3S 05/03/1997. CONSOANTE O ENTENDIMENTO AFIRMADO PELO STJ NO JULGAMENTO DO RESP n.\u00ba 1.306.113/SC, AS NORMAS REGULAMENTADORAS QUE ESTABELECEM OS CASOS DE AGENTES E\n\n\fATIVIDADES NOCIVOS \u00c0 SA\u00daDE DO TRABALHADOR S\u00c3O EXEMPLIFICATIVAS. ASSIM, \u00c9 POSS\u00cdVEL O RECONHECIMENTO DESDE QUE COMPROVADA A ESPECIALIDADE POR LAUDO T\u00c9CNICO CORRESPODENTE. INCIDENTE CONHECIDO E IMPROVIDO. 1. Trata-se de Pedido Nacional de Uniformiza\u00e7\u00e3o de Jurisprud\u00eancia veiculado pelo INSS em face de ac\u00f3rd\u00e3o exarado pela Segunda Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Se\u00e7\u00e3o Judici\u00e1ria do Estado do Rio Grande do Sul, que deu parcial provimento ao recurso inominado interposto pela parte autora, assentando o entendimento de que \u00e9 poss\u00edvel o reconhecimento de tempo especial na condi\u00e7\u00e3o de vigilante fundado no exerc\u00edcio de atividade perigosa em per\u00edodo posterior a 05/03/1997. Sustenta a Autarquia Previdenci\u00e1ria, em s\u00edntese, que: (a) desde 29/04/1995, a caracteriza\u00e7\u00e3o do tempo de trabalho exercido sob condi\u00e7\u00f5es especiais, para fins previdenci\u00e1rios, exige a comprova\u00e7\u00e3o da exposi\u00e7\u00e3o, habitual e permanente, n\u00e3o ocasional nem intermitente, a agente prejudicial \u00e0 sa\u00fade (ou \u00e0 integridade f\u00edsica), o que n\u00e3o ocorre com as atividades de risco, abrangidas no conceito de periculosidade, por exposi\u00e7\u00e3o a perigo potencial dado pela legisla\u00e7\u00e3o trabalhista; (b) o trabalho perigoso, embora ofere\u00e7a riscos, n\u00e3o provoca danos \u00e0 sa\u00fade do trabalhador, n\u00e3o gerando, portanto, o direito \u00e0 aposentadoria especial; e (c) como a revoga\u00e7\u00e3o expl\u00edcita das disposi\u00e7\u00f5es constantes do Decreto n.\u00ba 83.080/79 s\u00f3 veio a ocorrer com o advento do Decreto n.\u00ba 2.172, de 05/03/1997, este deve ser considerado o marco legal m\u00e1ximo para o reconhecimento de tempo especial presumido, prestado em condi\u00e7\u00f5es perigosas. Aponta como paradigmas julgados desta TNU (PEDILEFs de n\u00fameros 2009.72.60.000443-9 / SC, 2009.70.66.0000586 / PR e 2009.72.51.000968-0 / SC). 2. O Min. Presidente desta TNU admitiu o incidente nacional de uniformiza\u00e7\u00e3o. 3. Considero que o(s) paradigma(s) apontado(s) mostra(m)-se v\u00e1lido(s) para o conhecimento do pleito de uniformiza\u00e7\u00e3o. 4. Considerando o car\u00e1ter acentuadamente objetivo dos incidentes de uniformiza\u00e7\u00e3o, n\u00e3o h\u00e1 impedimento para a an\u00e1lise deste incidente. E, mutatis mutandis, \u00e9 o que decidiu o C. STJ por meio de sua Corte Especial, quando afirmou que o Ministro que participou do julgamento do recurso especial\n\n\fn\u00e3o estaria impedido de analisar os embargos de\n\ndiverg\u00eancia: EMBARGOS DE DECLARA\u00c7\u00c3O NO\n\nAGRAVO REGIMENTAL NOS EMBARGOS DE\n\nDIVERG\u00caNCIA EM RECURSO ESPECIAL. NULIDADE.\n\nIMPEDIMENTO DE MINISTRO QUE PARTICIPOU DO\n\nJULGAMENTO DO RECURSO ESPECIAL PARA\n\nJULGAR EMBARGOS DE DIVERG\u00caNCIA.\n\nINEXIST\u00caNCIA. MULTA DO ART. 557, \u00a7 2\u00ba, DO CPC.\n\nAC\u00d3RD\u00c3OS PARADIGMAS. SIMILITUDE F\u00c1TICA.\n\nAUS\u00caNCIA.\n\nEMBARGOS\n\nDECLARAT\u00d3RIOS\n\nPARCIALMENTE ACOLHIDOS, SEM EFEITOS\n\nMODIFICATIVOS. I - Os embargos de diverg\u00eancia s\u00e3o\n\njulgados pela integralidade dos membros que comp\u00f5em a\n\nc. Corte Especial, n\u00e3o se reconhecendo qualquer\n\nimpedimento de Ministro que tenha atuado no julgamento\n\ndo recurso especial. Precedente: EDcl no AgRg nos\n\nEREsp 198.761/DF, Segunda Se\u00e7\u00e3o, Rel. Min. Nancy\n\nAndrighi, DJ de 19/3/2001. II - A compara\u00e7\u00e3o entre\n\nac\u00f3rd\u00e3os para o fim de demonstrar o diss\u00eddio\n\njurisprudencial (no caso espec\u00edfico: sobre a aplica\u00e7\u00e3o da\n\nmulta do art. 557, \u00a7 2\u00ba, do CPC) pressup\u00f5e a exist\u00eancia\n\nde similitude f\u00e1tica entre os casos confrontados, assim\n\ncomo a demonstra\u00e7\u00e3o da ado\u00e7\u00e3o de teses jur\u00eddicas\n\ndistintas em cada qual, circunst\u00e2ncia que n\u00e3o se verifica,\n\npor\u00e9m, na esp\u00e9cie. Embargos de declara\u00e7\u00e3o\n\nparcialmente acolhidos para sanar omiss\u00e3o, sem\n\natribui\u00e7\u00e3o de efeitos modificativos. (EDcl no AgRg nos\n\nEREsp 1137553 / SP, Corte Especial, Rel. Min. FELIX\n\nFISCHER, DJe 06/06/2011) (grifei) 5. A diverg\u00eancia\n\napresentada pelo recorrente envolve a possibilidade do\n\nreconhecimento da especialidade por periculosidade na\n\natividade de vigilantemesmo ap\u00f3s 05/03/1997. Trata-se,\n\nsem d\u00favida, de tema pol\u00eamico. Em 2013, a maioria dos\n\nintegrantes desta Turma de Uniformiza\u00e7\u00e3o acabou\n\nemprestando interpreta\u00e7\u00e3o restritiva ao que foi decidido\n\npelo STJ no julgamento do REsp n.\u00ba 1.306.113/SC.\n\nNaquela ocasi\u00e3o, prevaleceu o voto do colega Gl\u00e1ucio\n\nMaciel, no sentido de que o ac\u00f3rd\u00e3o versava sobre\n\neletricidade, que continha regulamenta\u00e7\u00e3o espec\u00edfica,\n\nprevista na Lei n.\u00ba 7.369/85, revogada apenas pela Lei n.\u00ba\n\n12.740/12. Em suma, seria poss\u00edvel o c\u00f4mputo como\n\nespecial, desde que houvesse previs\u00e3o expressa na\n\nlegisla\u00e7\u00e3o infraconstitucional (TNU, PEDILEF\n\n50136301820124047001, Juiz Federal Gl\u00e1ucio Maciel,\n\n\fDOU 16/08/2013). 6. Em que pese o respeito que tenho pelos colegas que integravam este colegiado na ocasi\u00e3o, sempre entendi que esta n\u00e3o era a melhor interpreta\u00e7\u00e3o, considerando uma vis\u00e3o sistem\u00e1tica do benef\u00edcio de aposentadoria especial, bem como o posicionamento do Superior Tribunal Justi\u00e7a em rela\u00e7\u00e3o ao car\u00e1ter exemplificativo das regulamenta\u00e7\u00f5es editadas pelo Poder Executivo. Inicialmente indago: como a legisla\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria qualifica um tempo de servi\u00e7o como especial? Dentre as peculiaridades que revestem o direito previdenci\u00e1rio, sem d\u00favida que uma das mais emblem\u00e1ticas diz respeito ao maior emprego de conceitos indeterminados nos enunciados normativos que consagram presta\u00e7\u00f5es previdenci\u00e1rias. Se compararmos, por exemplo, com o direito tribut\u00e1rio, no qual a precis\u00e3o conceitual \u00e9 maior, a diferen\u00e7a \u00e9 bastante sens\u00edvel. Exemplifico: qual o n\u00edvel de comprometimento da capacidade laboral seria suficiente para que algu\u00e9m seja considerado totalmente incapaz e insuscept\u00edvel de reabilita\u00e7\u00e3o para o exerc\u00edcio de atividade que lhe garanta a subsist\u00eancia para fazer jus a aposentadoria por invalidez? Especificamente naquilo que interessa para o presente incidente, onde est\u00e1 conceituado o que se considera como atividade especial? 7. Nossa Constitui\u00e7\u00e3o Federal, no \u00a71\u00ba do art. 201 admite a concess\u00e3o de aposentadorias especiais com requisitos e crit\u00e9rios diferenciados, nos casos de atividades exercidas sob condi\u00e7\u00f5es especiais que prejudiquem a sa\u00fade ou a integridade f\u00edsica, e quando se tratar de segurados portadores de defici\u00eancia. A Lei n.\u00ba 8.213/91 n\u00e3o fixa um conceito de tais atividades. Doutrinariamente, considerase como sendo tempo especial que d\u00e1 ensejo \u00e0 concess\u00e3o de um benef\u00edcio especial aquele laborado de forma insalubre, perigosa ou penosa. Ali\u00e1s, as defini\u00e7\u00f5es de insalubridade, de periculosidade e de penosidade sempre estiveram ausentes da legisla\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria, que vem tomando de empr\u00e9stimo os conceitos da CLT, ampliados por outros diplomas esparsos. Com a modifica\u00e7\u00e3o operada na reda\u00e7\u00e3o do \u00a7 1\u00ba do art. 58 da LBPS, pela Lei n.\u00ba 9.732/98, a adequa\u00e7\u00e3o do emprego desses conceitos fica ainda mais evidente, porquanto o referido dispositivo prev\u00ea: \"\u00a7 1\u00ba: \"A comprova\u00e7\u00e3o da efetiva exposi\u00e7\u00e3o do segurado aos agentes nocivos ser\u00e1 feita mediante formul\u00e1rio, na forma estabelecida pelo\n\n\fInstituto Nacional do Seguro Social - INSS, emitido pela empresa ou seu preposto, com base em laudo t\u00e9cnico de condi\u00e7\u00f5es ambientais do trabalho expedido por m\u00e9dico do trabalho ou engenheiro de seguran\u00e7a do trabalho nos termos da legisla\u00e7\u00e3o trabalhista\". Ent\u00e3o, \u00e9 cada vez menos justific\u00e1vel que uma atividade seja considera especial no \u00e2mbito trabalhista e n\u00e3o o seja na esfera da previd\u00eancia. A distin\u00e7\u00e3o em princ\u00edpio, s\u00f3 poderia ser feita expressamente pela Lei, o que como sabemos, n\u00e3o foi efetivada. 8. No exerc\u00edcio do Poder Regulamentar, dando cumprimento ao \u00f4nus atribu\u00eddo pelo legislador, t\u00eam sido baixados decretos que contemplavam atividades insalubres, perigosas e penosas. As rela\u00e7\u00f5es que disciplinavam as atividades consideradas especiais, para fins previdenci\u00e1rios, integrantes dos Decretos de n\u00fameros 53.831/64 e 83.080/79, ficaram prejudicadas com a revoga\u00e7\u00e3o do art. 152 da LBPS e da Lei n.\u00ba 5.527/68, operadas pela MP n.\u00ba 1.523/96 (convertida na Lei n.\u00ba 9.528/97). Mas as atividades perigosas desapareceram do mundo jur\u00eddico? A resposta \u00e9 negativa. Compreende-se que a administra\u00e7\u00e3o - no escopo de evitar que fosse concedido o benef\u00edcio em situa\u00e7\u00f5es nas quais havia uma mera presun\u00e7\u00e3o - orientese restritivamente. No que tange a supress\u00e3o dos agentes comprovadamente perigosos. entendo que a interpreta\u00e7\u00e3o da administra\u00e7\u00e3o \u00e9 ilegal. Como \u00e9 cedi\u00e7o, desde a lista do anexo do Decreto n.\u00ba 2.172/97, encontramos apenas agentes insalubres (f\u00edsicos qu\u00edmicos e biol\u00f3gicos). Avaliando a quest\u00e3o a partir do senso comum, seria adequado imaginar que, nos dias de hoje, haveria atividade mais perigosa e com maior probabilidade de afetar a sa\u00fade do obreiro do que, por exemplo, os vigilantes que fazem o transporte de valores e realizam a seguran\u00e7a de estabelecimentos banc\u00e1rios? Em um Pa\u00eds cuja seguran\u00e7a p\u00fablica \u00e9 cada vez menos efetiva, n\u00e3o h\u00e1 como negar que as atividades de seguran\u00e7a privada, vem ocupando espa\u00e7o que n\u00e3o \u00e9 exercido adequadamente pela seguran\u00e7a p\u00fablica. E os trabalhadores que exercem este nobre mister tem a sua sa\u00fade afetada n\u00e3o apenas pelo elevado n\u00edvel de estresse a ela inerente, como pelo risco concreto de perder a vida neste of\u00edcio. Assim, quando ficar comprovado, o desempenho desta atividade perigosa, em car\u00e1ter habitual e permanente, notadamente em raz\u00e3o do\n\n\fmanuseio de arma de fogo, \u00e9 de ser reconhecida a especialidade das atividades exercidas. 9. Segundo os tratadistas, enquanto na insalubridade a aposentadoria franqueada com tempo laboral reduzido parece ser orientada pelo reconhecimento do maior desgaste na sa\u00fade produzido pelo exerc\u00edcio da atividade, na periculosidade o benef\u00edcio seria devido valorando-se o grau de risco acentuado de que o trabalhador sofra danos f\u00edsicos de grandes propor\u00e7\u00f5es de maneira s\u00fabita. Considerando a preponder\u00e2ncia de crit\u00e9rios cient\u00edficos na insalubridade, n\u00e3o h\u00e1 maiores dificuldades em aceitar que o magistrado possa valer-se de prova pericial que ateste a nocividade das atividades desenvolvidas. Tamb\u00e9m no caso de atividades perigosas, as provas produzidas podem convencer o Poder Judici\u00e1rio de que as caracter\u00edsticas particulares nas quais a atividade foi desenvolvida recomendam um enquadramento do per\u00edodo como especial. No julgamento do REsp n.\u00ba 1.306.113, julgado na sistem\u00e1tica dos recursos repetitivos, o STJ reafirmou o entendimento sedimentado na S\u00famula 198 do extinto TFR. Em suma, o STJ decidiu que as atividades nocivas \u00e0 sa\u00fade relacionadas nas normas regulamentadoras s\u00e3o meramente exemplificativas: RECURSO ESPECIAL. MAT\u00c9RIA REPETITIVA. ART. 543-C DO CPC E RESOLU\u00c7\u00c3O STJ 8/2008. RECURSO REPRESENTATIVO DE CONTROV\u00c9RSIA. ATIVIDADE ESPECIAL. AGENTE ELETRICIDADE. SUPRESS\u00c3O PELO DECRETO 2.172/1997 (ANEXO IV). ARTS. 57 E 58 DA LEI 8.213/1991. ROL DE ATIVIDADES E AGENTES NOCIVOS. CAR\u00c1TER EXEMPLIFICATIVO. AGENTES PREJUDICIAIS N\u00c3O PREVISTOS. REQUISITOS PARA CARACTERIZA\u00c7\u00c3O. SUPORTE T\u00c9CNICO M\u00c9DICO E JUR\u00cdDICO. EXPOSI\u00c7\u00c3O PERMANENTE, N\u00c3O OCASIONAL NEM INTERMITENTE (ART. 57, \u00a7 3\u00ba, DA LEI 8.213/1991). 1. Trata-se de Recurso Especial interposto pela autarquia previdenci\u00e1ria com o escopo de prevalecer a tese de que a supress\u00e3o do agente eletricidade do rol de agentes nocivos pelo Decreto 2.172/1997 (Anexo IV) culmina na impossibilidade de configura\u00e7\u00e3o como tempo especial (arts. 57 e 58 da Lei 8.213/1991) de tal hip\u00f3tese a partir da vig\u00eancia do citado ato normativo. 2. \u00c0 luz da interpreta\u00e7\u00e3o sistem\u00e1tica, as normas regulamentadoras que\n\n\festabelecem os casos de agentes e atividades\n\nnocivos \u00e0 sa\u00fade do trabalhador s\u00e3o exemplificativas,\n\npodendo ser tido como distinto o labor que a t\u00e9cnica\n\nm\u00e9dica e a legisla\u00e7\u00e3o correlata considerarem como\n\nprejudiciais ao obreiro, desde que o trabalho seja\n\npermanente, n\u00e3o ocasional, nem intermitente, em\n\ncondi\u00e7\u00f5es especiais (art. 57, \u00a7 3\u00ba, da Lei 8.213/1991).\n\nPrecedentes do STJ. 3. No caso concreto, o Tribunal\n\nde origem embasou-se em elementos t\u00e9cnicos (laudo\n\npericial) e na legisla\u00e7\u00e3o trabalhista para reputar como\n\nespecial o trabalho exercido pelo recorrido, por\n\nconsequ\u00eancia da exposi\u00e7\u00e3o habitual \u00e0 eletricidade, o\n\nque est\u00e1 de acordo com o entendimento fixado pelo\n\nSTJ. 4. Recurso Especial n\u00e3o provido. Ac\u00f3rd\u00e3o\n\nsubmetido ao regime do art. 543-C do CPC e da\n\nResolu\u00e7\u00e3o 8/2008 do STJ. (REsp 1306113/SC, Rel.\n\nMinistro HERMAN BENJAMIN, PRIMEIRA SE\u00c7\u00c3O,\n\njulgado em 14/11/2012, DJe 07/03/2013) Ressalto, por\n\nrelevante, que desde per\u00edodo anterior a Constitui\u00e7\u00e3o\n\nFederal, a comunidade jur\u00eddica j\u00e1 havia reconhecido a\n\npossibilidade de considerar uma atividade especial\n\nquando a per\u00edcia comprova esta situa\u00e7\u00e3o, ainda que\n\natividade n\u00e3o estivesse expressamente inclu\u00edda na\n\nregulamenta\u00e7\u00e3o baixada pela administra\u00e7\u00e3o. Mas no\n\ncaso considerado no presente incidente, o\n\nreconhecimento do legislador foi materializado na nova\n\nreda\u00e7\u00e3o do art. 193, com a reda\u00e7\u00e3o delineada pela Lei n\u00ba\n\n12.740/12: \"Art. 193- S\u00e3o consideradas atividades ou\n\nopera\u00e7\u00f5es perigosas, na forma da regulamenta\u00e7\u00e3o\n\naprovada pelo Minist\u00e9rio do Trabalho e Emprego, aquelas\n\nque, por sua natureza ou m\u00e9todos de trabalho, impliquem\n\nrisco acentuado em virtude de exposi\u00e7\u00e3o permanente do\n\ntrabalhador a: I - inflam\u00e1veis, explosivos ou energia\n\nel\u00e9trica; II - roubos ou outras esp\u00e9cies de viol\u00eancia f\u00edsica\n\nnas atividades profissionais de seguran\u00e7a pessoal ou\n\npatrimonial.\" 10. Embora o leading case efetivamente\n\nversasse sobre eletricidade, a decis\u00e3o do Superior\n\nTribunal de Justi\u00e7a (REsp n.\u00ba 1.306.113) n\u00e3o fez a\n\nrestri\u00e7\u00e3o\n\nimaginada\n\nno\n\nPEDILEF\n\n50136301820124047001. De outro giro, a mesma Lei n.\u00ba\n\n12.740/12 modificou o art. 193 da CLT para o efeito de\n\nampliar o rol de atividades perigosas, considerando como\n\ntais aquelas que submetem o trabalhador a riscos\n\nacentuados em virtude da exposi\u00e7\u00e3o a inflam\u00e1veis, a\n\n\fexplosivos ou \u00e0 energia el\u00e9trica, roubos ou outras esp\u00e9cies de viol\u00eancia f\u00edsica. Ent\u00e3o, ao contr\u00e1rio da conclus\u00e3o extra\u00edda no precedente citado, a Lei n.\u00ba 12.740 \u00e9 mais abrangente do que a revogada Lei n.\u00ba 7.369/85. Dessa forma, pensamos que o distinguish foi feito pela TNU, e n\u00e3o pelo STJ, pois h\u00e1 previs\u00e3o expressa na CLT sobre a exist\u00eancia de atividades perigosas. 11. Poderia se argumentar, como \u00e9 feito recorrentemente em mat\u00e9ria previdenci\u00e1ria, que o reconhecimento da especialidade da atividade feriria o princ\u00edpio do equil\u00edbrio financeiro e atuarial. Ocorre que o STF no julgamento do ARE 664335 - o qual versava sobre a descaracteriza\u00e7\u00e3o da atividade especial quando o segurado recebe o EPI, analisou e afastou este argumento com base nas seguintes premissas: a) a norma inscrita no art. 195, \u00a7 5\u00ba, CRFB/88, veda a cria\u00e7\u00e3o, majora\u00e7\u00e3o ou extens\u00e3o de benef\u00edcio sem a correspondente fonte de custeio, disposi\u00e7\u00e3o dirigida ao legislador ordin\u00e1rio, sendo inexig\u00edvel quando se tratar de benef\u00edcio criado diretamente pela Constitui\u00e7\u00e3o. Deveras, o direito \u00e0 aposentadoria especial foi outorgado aos seus destinat\u00e1rios por norma constitucional (em sua origem o art. 202, e atualmente o art. 201, \u00a7 1\u00ba, CRFB/88); b) desde a Constitui\u00e7\u00e3o de 1988 at\u00e9 a edi\u00e7\u00e3o da MP n. 1.729 (em 1998) as aposentadorias especiais eram custeadas pelos instrumentos tradicionais de financiamento da previd\u00eancia social mencionados no art. 195, da CF/88, quais sejam, (i) recursos provenientes dos or\u00e7amentos dos entes federativos e (ii) contribui\u00e7\u00f5es sociais pagas pelo empregador e pelo segurado. A bem da verdade, o que a Lei 9.738/98 fez foi reformular o modelo de financiamento. (STF, ARE 664335, Pleno, j. 04.12.2014). 12. Este colegiado, ao enfrentar o tema, em julgado de 09/2014, reconheceu que os seus ac\u00f3rd\u00e3os anteriores estariam se afastando do que vem decidindo o Superior Tribunal de Justi\u00e7a, ou seja, que \u00e9 poss\u00edvel o reconhecimento de tempo especial prestado com exposi\u00e7\u00e3o a agente nocivo periculoso em data posterior a 05/03/1997, desde que o laudo t\u00e9cnico comprove a permanente exposi\u00e7\u00e3o \u00e0 atividade nociva, independentemente de previs\u00e3o em legisla\u00e7\u00e3o espec\u00edfica. Considerou esta TNU que o STJ tem como firme que a nova reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n.\u00ba 9.032/95 ao art. 57 da Lei de Benef\u00edcios da Previd\u00eancia Social n\u00e3o se limitou a considerar como tempo de servi\u00e7o especial apenas\n\n\faqueles relativos aos agentes que fossem previstos em lei ou regulamento da previd\u00eancia, mas, sim, todos os resultantes da a\u00e7\u00e3o efetiva de \"agentes nocivos qu\u00edmicos, f\u00edsicos, biol\u00f3gicos ou associa\u00e7\u00e3o de agentes prejudiciais \u00e0 sa\u00fade ou \u00e0 integridade f\u00edsica\". Transcrevo excerto da emenda do julgado: DIREITO PREVIDENCI\u00c1RIO. APOSENTADORIA POR TEMPO ESPECIAL. ELETRICIDADE ACIMA DE 250 VOLTS. AGENTE NOCIVO N\u00c3O MENCIONADO NO DECRETO 2.172/97. CAR\u00c1TER MERAMENTE EXEMPLIFICATIVO DOS REGULAMENTOS DA PREVID\u00caNCIA SOCIAL. (...) 2.3. Nada obstante, esta Turma Nacional, em suas \u00faltimas decis\u00f5es sobre o tema realizou o que considerou ser um distinguishing fundamental entre o Recurso Repetitivo referido e a normativa vigente. Assim, passou-se a entender que, a posi\u00e7\u00e3o do Superior Tribunal de Justi\u00e7a n\u00e3o teria ido de encontro \u00e0 ideia de que as atividades perigosas n\u00e3o mais poderia ser contadas como tempo de servi\u00e7o especial ap\u00f3s 05 de mar\u00e7o de 1997, mas t\u00e3osomente teria admitido essa possibilidade para as situa\u00e7\u00f5es onde houvesse lei extravagante espec\u00edfica reconhecendo a atividade como especial, sendo esse, por exemplo, o caso da eletricidade acima de 250 volts. [...].3. Nessa ordem de id\u00e9ias, considero, venia concessa, que os derradeiros julgados desta TNU acima citados afastaram-se do posicionamento que \u00e9 franca e pacificamente adotado pelo Superior Tribunal de Justi\u00e7a sobre o assunto. De fato, a Corte Federal decidiu que \u00e9 poss\u00edvel o reconhecimento de tempo especial do trabalho prestado com exposi\u00e7\u00e3o ao agente nocivo eletricidade em data posterior a 05 de mar\u00e7o de 1997, desde que o laudo t\u00e9cnico comprove a permanente exposi\u00e7\u00e3o do eletricit\u00e1rio \u00e0 atividade nociva independentemente de considerar a previs\u00e3o dele em legisla\u00e7\u00e3o espec\u00edfica. Tanto \u00e9 deste modo que, diferentemente da TNU, o STJ n\u00e3o fixou qualquer limite temporal para que se deixasse de contar o per\u00edodo em labor de eletricit\u00e1rio como especial. 3.1. Ao que tudo leva a crer, o que Superior Tribunal de Justi\u00e7a teve como firme, foi que a nova reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei no. 9.032/95 ao art. 57 da Lei de Benef\u00edcios da Previd\u00eancia Social n\u00e3o limitou a considerar como tempo de servi\u00e7o especial apenas aqueles que fossem previstos em Lei ou Regulamento da previd\u00eancia e sim todos aqueles resultantes da a\u00e7\u00e3o efetiva de\n\n\f\"agentes nocivos qu\u00edmicos, f\u00edsicos, biol\u00f3gicos ou associa\u00e7\u00e3o de agentes prejudiciais \u00e0 sa\u00fade ou \u00e0 integridade f\u00edsica,\" (art. 57, \u00a7 4o). 3.2. Desse modo, mais importante que qualificar doutrinariamente um agente como sendo catalizador de insalubridade, periculosidade ou penosidade, muito mais importante para fins de aplica\u00e7\u00e3o das noveis disposi\u00e7\u00f5es da Lei no. 9.528/97 \u00e9 saber se um agente nocivo/prejudicial (qualifica\u00e7\u00e3o que, por sinal, pode muito bem ser interpretada como aglutinadora de formas de periculosidade) \u00e9 capaz de deteriorar/expor a sa\u00fade/integridade f\u00edsica do trabalhador. \u00c9 a prova disso que transforma o tempo de comum para especial na l\u00f3gica da novel legisla\u00e7\u00e3o. (...) (PEDILEF 50012383420124047102, Rel. Juiz Federal BRUNO LEONARDO C\u00c2MARA CARR\u00c1, DOU 26/09/2014 P\u00c1G. 152/227) (grifei) 13. Desse modo, considerando o posicionamento do Superior Tribunal de Justi\u00e7a esposado no RESP n.\u00ba 1.306.113 / SC - acompanhado de outros julgados (AgRg no AREsp 143834 / RN, Primeira Turma, Rel. Min. BENEDITO GON\u00c7ALVES, DJe 25/06/2013) -, e no PEDILEF cuja ementa se transcreveu supra, reconhe\u00e7o como poss\u00edvel a aceita\u00e7\u00e3o do tempo especial prestado com exposi\u00e7\u00e3o a agente nocivo periculosidade em data posterior a 05/03/1997. Necess\u00e1rio, entretanto, que laudo t\u00e9cnico (ou elemento material equivalente) comprove a permanente exposi\u00e7\u00e3o \u00e0 atividade nociva porquanto o sistema n\u00e3o mais compactua com presun\u00e7\u00f5es sobre a nocividade de tais atividades. Saliento, ainda, que o STJ, no REsp n.\u00ba 1109813 / PR e nos EDcl no REsp n.\u00ba 1109813 / PR (Sexta Turma, Rela. Mina. MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, DJe 27/06/2012) e no AgRg no Ag n.\u00ba 1053682 / SP (Sexta Turma, Rel. Min. OG FERNANDES, DJe 08/09/2009), especificamente para o caso dovigilante, assentou a possibilidade de reconhecimento da especialidade para o trabalhador vigia mesmo ap\u00f3s 1997 (n\u00e3o se estabeleceu limite ap\u00f3s 1995), desde que comprovada a especialidade pelo laudo t\u00e9cnico correspondente. Demonstrando a continuidade deste posicionamento, especificamente sobre a atividade de vigilante, cabe destacar decis\u00f5es monocr\u00e1ticas recentes do STJ cuja conclus\u00e3o proposta est\u00e1 em sintonia com a linha proposta neste voto, ou seja, admissibilidade do tempo especial para o vigilante depois de 05.03.1997(sem grifo\n\n\fno original) : \"Trata-se de Agravo, interposto pelo INSS INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL, contra decis\u00e3o do Tribunal Regional Federal da 5\u00aa Regi\u00e3o, que, com fundamento na S\u00famula 7/STJ, negou seguimento ao seu Recurso Especial, de ac\u00f3rd\u00e3o assim ementado: \"Previdenci\u00e1rio. vigilante.Atividade Perigosa. Tempo de servi\u00e7o exercido de forma habitual e permanente conforme prova nos autos. Decreto 2.782/98. Direito Adquirido. Honor\u00e1rios advocat\u00edcios estipulados em 10% sobre o valor da condena\u00e7\u00e3o. Aplica\u00e7\u00e3o da S\u00famula 111 do STJ. Apelo e remessa oficial parcialmente providos. Apelo da parte autora provido\" (fl. 171e). Opostos Embargos de Declara\u00e7\u00e3o (fls. 188/197e), foram rejeitados (fls. 199/205e). Alega o recorrente, no Recurso Especial, fundamentado na al\u00ednea a do permissivo constitucional, al\u00e9m de negativa da presta\u00e7\u00e3o jurisdicional, viola\u00e7\u00e3o aos arts. 57 e 58, ambos da Lei 8.213/91, e anexo IV do Decreto 2.172/97. Sustenta, em s\u00edntese, que o reconhecimento de tempo de servi\u00e7o especial, ainda que devidamente comprovado por meio de laudo t\u00e9cnico ou judicial, carece de previs\u00e3o legal/regulamentar, e, no caso, a atividade devigilante somente pode ser reconhecida at\u00e9 04/03/1997, pois exclu\u00eddo do rol de agentes nocivos. Argumenta \"que as normas trabalhistas sobre \"adicional de periculosidade\" (Lei n. 7.369/85 e seu regulamento) n\u00e3o guardam rela\u00e7\u00e3o com legisla\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria sobre contagem especial de tempo de servi\u00e7o. Ambos os campos normativos jamais se confundiram: n\u00e3o \u00e9 por ter contagem especial na Previd\u00eancia que o labor d\u00e1 direito a adicional remunerat\u00f3rio, e n\u00e3o \u00e9 por dar direito a adicional remunerat\u00f3rio que o labor d\u00e1 direito a contagem especial junto \u00e0 Previd\u00eancia\" (fl. 213e). (...) Conclui afirmando que, \"diversamente da legisla\u00e7\u00e3o anterior, que previa (D. 89.312/84, art. 35), a Lei n. 8.213/91, servi\u00e7o considerado perigoso, insalubre ou penoso repetindo o texto constitucional, foi expressa em considerar somente condi\u00e7\u00f5es que prejudiquem a sa\u00fade ou a integridade f\u00edsica (art. 57).\" (fls. 213/214e). Negado seguimento ao Recurso Especial (fl. 232e), foi interposto o presente Agravo (fls. 236/239e).Sem contraminuta (fl. 245e). N\u00e3o merece acolhimento o recurso. Destaco, inicialmente, inexistir a alegada negativa de presta\u00e7\u00e3o jurisdicional, pois apesar de rejeitados os Embargos de Declara\u00e7\u00e3o, a\n\n\fmat\u00e9ria em debate foi devidamente enfrentada pelo\n\ncolegiado de origem, que sobre ela emitiu\n\npronunciamento de forma fundamentada, ainda que em\n\nsentido contr\u00e1rio \u00e0 pretens\u00e3o do recorrente. \u00c9 de\n\nsalientar que, tendo encontrado motiva\u00e7\u00e3o suficiente para\n\nfundar a decis\u00e3o, n\u00e3o fica o \u00f3rg\u00e3o julgador obrigado a\n\nresponder, um a um, os questionamentos suscitados\n\npelas partes, mormente se not\u00f3rio seu car\u00e1ter de\n\ninfring\u00eancia do julgado. No mais, conforme decidido pela\n\nPrimeira Se\u00e7\u00e3o desta Corte, no julgamento do Recurso\n\nEspecial 1.306.113/SC, de relatoria do Ministro HERMAN\n\nBENJAMIN, feito submetido ao procedimento previsto no\n\nart. 543-C do CPC, a supress\u00e3o de agente do rol de\n\natividades e agentes nocivos pelo Decreto 2.172/1997\n\n(Anexo IV) n\u00e3o impossibilita a configura\u00e7\u00e3o do tempo de\n\nservi\u00e7o como especial, pois as normas\n\nregulamentadoras, que estabelecem os casos de agentes\n\ne atividades nocivos \u00e0 sa\u00fade do trabalhador, s\u00e3o\n\nexemplificativas. (...) (AGRAVO EM RECURSO\n\nESPECIAL n\u00ba 745.896 - PE, ASSUSETE MAGALH\u00c3ES, j.\n\n12.8.2015) PROCESSUAL CIVIL E PREVIDENCI\u00c1RIO.\n\nRECURSO ESPECIAL. SUPOSTA OFENSA AO ARTIGO\n\n535 DO CPC. N\u00c3O CARACTERIZA\u00c7\u00c3O.\n\nAPOSENTADORIA ESPECIAL. ATIVIDADE DE\n\nVIGILANTE. ROL DE ATIVIDADES E AGENTES\n\nNOCIVOS.\n\nCAR\u00c1TER\n\nEXEMPLIFICATIVO.\n\nCARACTERIZA\u00c7\u00c3O COMO ATIVIDADE LABORAL\n\nESPECIAL. FORMUL\u00c1RIO E LAUDO T\u00c9CNICO\n\nPERICIAL EXISTENTES. EXPOSI\u00c7\u00c3O DE FORMA\n\nHABITUAL E PERMANENTE. S\u00daMULA 7/STJ\n\nCONVERS\u00c3O DE TEMPO COMUM EM TEMPO\n\nESPECIAL. RECURSO ESPECIAL REPETITIVO\n\n1.310.034/PR. RECURSO ESPECIAL PARCIALMENTE\n\nPROVIDO. (...) No caso dos autos o Tribunal a quo foi\n\nenf\u00e1tico em consignar que a atividade de\n\nvigilante,posterior ao ano de 1995, foi comprovada por\n\ninterm\u00e9dio de laudo pericial, em que explicitada a\n\nsubmiss\u00e3o aos agentes nocivos de modo habitual e\n\npermanente. Nesse sentido, colhe-se trecho do voto\n\ncondutor do ac\u00f3rd\u00e3o que bem elucida a quest\u00e3o, in verbis\n\n(e-STJ, fls. 239): Na hip\u00f3tese vertente, os per\u00edodos\n\ncontroversos de atividade laboral exercidos em condi\u00e7\u00f5es\n\nespeciais est\u00e3o assim detalhados: Per\u00edodo: 01-01-1995 a\n\n01-06-1995 Empresa: ORBRAM - Seguran\u00e7a e\n\n\fTransporte de Valores Ltda. Ramo: Servi\u00e7o de vigil\u00e2ncia\n\nFun\u00e7\u00e3o/Atividades:vigilante banc\u00e1rio fazendo uso de\n\narma de fogo. Categoria profissional: Guarda, por\n\nequipara\u00e7\u00e3o.\n\nAgente\n\nnocivo:\n\npericulosidade.Enquadramento legal: C\u00f3digo 2.5.7 do\n\nQuadro Anexo do Decreto n. 53.831/64 e S\u00famula 198 do\n\nExtinto TFR. Provas: Formul\u00e1rio DSS-8030 (evento1 -\n\nPROCADM8). Conclus\u00e3o: Restou devidamente\n\ncomprovado nos autos o exerc\u00edcio de atividade especial\n\npela parte autora no per\u00edodo antes indicado, conforme a\n\nlegisla\u00e7\u00e3o aplic\u00e1vel \u00e0 esp\u00e9cie, em virtude de sua\n\nexposi\u00e7\u00e3o, de forma habitual e permanente, ao agente\n\nperigoso acima citado, bem como em face do\n\nenquadramento por categoria profissional, este limitado a\n\n28-04-1995. Per\u00edodos: 01-06-1995 a 15-03-1997 e de 10-\n\n12-1998 a 31-03-2008 Empresas: Metropolitana\n\nVigil\u00e2ncia Comercial e Industrial S/C Ltda./GOCIL -\n\nServi\u00e7os de Vigil\u00e2ncia e Seguran\u00e7a Ltda.\n\nFun\u00e7\u00e3o/Atividades:vigilante fazendo uso de arma de fogo.\n\nAgente nocivo: periculosidade. Enquadramento legal:\n\nS\u00famula 198 do Extinto TFR. Provas: Perfis\n\nprofissiogr\u00e1ficos previdenci\u00e1rios (evento1 - FORM6 e\n\nPROCADM10). Conclus\u00e3o: Restou devidamente\n\ncomprovado nos autos o exerc\u00edcio de atividade especial\n\npela parte autora nos per\u00edodos antes indicados, conforme\n\na legisla\u00e7\u00e3o aplic\u00e1vel \u00e0 esp\u00e9cie, em virtude de sua\n\nexposi\u00e7\u00e3o, de forma habitual e permanente, ao agente\n\nperigoso acima citado. Com efeito, o Tribunal a quo,\n\nsoberano na an\u00e1lise das circunst\u00e2ncias f\u00e1ticas da causa,\n\nconcluiu que restou comprovado, por meio da\n\napresenta\u00e7\u00e3o do formul\u00e1rio e laudo t\u00e9cnico\n\napericulosidade durante toda a jornada de trabalho de\n\nforma habitual e permanente. Assim, a invers\u00e3o do\n\njulgado implicaria o reexame das provas carreadas aos\n\nautos, atraindo \u00e0 esp\u00e9cie o \u00f3bice da S\u00famula n.\u00ba 7/STJ.\n\nConfira-se: AGRAVO REGIMENTAL. PREVIDENCI\u00c1RIO.\n\nVIGIA. ROL EXEMPLIFICATIVO. COMPROVA\u00c7\u00c3O.\n\nREEXAME DE MAT\u00c9RIA F\u00c1TICA. S\u00daMULA N. 7/STJ.\n\nAGRAVO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 1. Tendo o\n\nTribunal de origem conclu\u00eddo, com base no acervo f\u00e1tico\n\nprobat\u00f3rio dos autos, que a atividade desempenhada\n\npelo segurado n\u00e3o se caracteriza como nociva a autorizar\n\nseu reconhecimento como especial, a invers\u00e3o do\n\ndecidido esbarra no enunciado n\u00ba 7 desta Corte. 2.\n\n\fAgravo regimental a que se nega provimento. (AgRg no\n\nREsp 1188052/SP, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE\n\nASSIS MOURA, SEXTA TURMA, julgado em 28/08/2012,\n\nDJe 05/09/2012) (...) (RECURSO ESPECIAL N\u00ba\n\n1.517.023-PR, MAURO CAMPBELL MARQUES, j.\n\n21.08.2015) 14. Assim, entendo que esta Turma de\n\nUniformiza\u00e7\u00e3o deve rever o seu entendimento, em\n\nsintonia com a jurisprud\u00eancia do STJ, fixando a tese de\n\nque \u00e9 poss\u00edvel o reconhecimento de tempo especial\n\nprestado com exposi\u00e7\u00e3o ao agente nocivopericulosidade,\n\nna atividade de vigilante, em data posterior a 05/03/1997,\n\ndesde que laudo t\u00e9cnico comprove a permanente\n\nexposi\u00e7\u00e3o \u00e0 atividade nociva. 15. Em face de todo o\n\nexposto, e nos termos da fundamenta\u00e7\u00e3o, tenho que o\n\npedido nacional de uniformiza\u00e7\u00e3o de jurisprud\u00eancia\n\nformulado pelo INSS deve ser conhecido e\n\nimprovido,Vistos, relatados e discutidos estes autos, em\n\nque s\u00e3o partes as acima indicadas, decide a Turma\n\nNacional de Uniformiza\u00e7\u00e3o de Jurisprud\u00eancia dos\n\nJuizados Especiais Federais CONHECER E IMPROVER\n\nO INCIDENTE NACIONAL DE UNIFORMIZA\u00c7\u00c3O DE\n\nJURISPRUD\u00caNCIA veiculado pelo INSS, nos termos do\n\nvoto-ementa\n\ndo\n\nRelator.\n\n(PEDILEF\n\n50077497320114047105, JUIZ FEDERAL DANIEL\n\nMACHADO DA ROCHA, TNU, DOU 06/11/2015\n\nP\u00c1GINAS 138/358.). (Grifei)\n\nOcorre suceder altera\u00e7\u00e3o de entendimento deste colegiado, n\u00e3o mais refletindo os recentes precedentes a posi\u00e7\u00e3o antes transcrita, invocada pela autarquia previdenci\u00e1ria. Cita-se decis\u00e3o atualizada da TNU, nos seguintes termos:\n\nINCIDENTE DE UNIFORMIZA\u00c7\u00c3O INTERPOSTO PELO INSS. CONVERS\u00c3O DE TEMPO ESPECIAL EM COMUM. VIGILANTE AP\u00d3S A ENTRADA EM VIGOR DO DECRETO N\u00ba 2.172, DE 06/03/1997. POSSIBILIDADE. EXIG\u00caNCIA DE COMPROVA\u00c7\u00c3O DE AGENTE NOCIVO POR LAUDO T\u00c9CNICO OU DOCUMENTO EQUIVALENTE. PEDILEF n\u00ba 500774973.2011.4.04.7105. INCIDENTE CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO. 1. Prolatado ac\u00f3rd\u00e3o pela Terceira Turma Recursal do Rio Grande do Sul, o qual deu provimento ao recurso de senten\u00e7a da parte autora para reconhecer a especialidade da atividade de vigilante\n\n\fcom uso de arma em per\u00edodo posterior \u00e0 entrada em vigor do Decreto n\u00ba 2.172, de 05 de mar\u00e7o de 1997. 2. Interposto incidente de uniformiza\u00e7\u00e3o pela INSS, com fundamento no art. 14, \u00a7 2\u00ba, da Lei n\u00ba 10.259/2001. Sustenta a Autarquia Previdenci\u00e1ria, em s\u00edntese, que: (a) desde 29/04/1995, a caracteriza\u00e7\u00e3o do tempo de trabalho exercido sob condi\u00e7\u00f5es especiais, para fins previdenci\u00e1rios, exige a comprova\u00e7\u00e3o da exposi\u00e7\u00e3o, habitual e permanente, n\u00e3o ocasional nem intermitente, a agente prejudicial \u00e0 sa\u00fade (ou \u00e0 integridade f\u00edsica), o que n\u00e3o ocorre com as atividades de risco, abrangidas no conceito de periculosidade, por exposi\u00e7\u00e3o a perigo potencial dado pela legisla\u00e7\u00e3o trabalhista; (b) o trabalho perigoso, embora ofere\u00e7a riscos, n\u00e3o provoca danos \u00e0 sa\u00fade do trabalhador, n\u00e3o gerando, portanto, o direito \u00e0 aposentadoria especial; e (c) como a revoga\u00e7\u00e3o expl\u00edcita das disposi\u00e7\u00f5es constantes do Decreto n.\u00ba 83.080/79 s\u00f3 veio a ocorrer com o advento do Decreto n.\u00ba 2.172, de 05/03/1997, este deve ser considerado o marco legal m\u00e1ximo para o reconhecimento de tempo especial presumido, prestado em condi\u00e7\u00f5es perigosas. Aponta como paradigma julgado desta TNU (PEDILEF n.\u00ba 200570510038001, Relator (a): Ju\u00edza Federal Joana Carolina Lins Pereira. DJ: 16/11/2009). 3. Incidente admitido na origem, sendo os autos encaminhados \u00e0 TNU e distribu\u00eddos a este Relator. 4. Nos termos do art. 14, \u00a7 2\u00ba, da Lei n\u00ba 10.259/01, o pedido de uniformiza\u00e7\u00e3o nacional de jurisprud\u00eancia \u00e9 cab\u00edvel quando houver diverg\u00eancia entre decis\u00f5es sobre quest\u00f5es de direito material proferidas por turmas recursais de diferentes regi\u00f5es ou em contrariedade \u00e0 s\u00famula ou jurisprud\u00eancia dominante da Turma Nacional de Uniformiza\u00e7\u00e3o ou do Superior Tribunal de Justi\u00e7a. 5. No caso dos autos, o incidente merece ser conhecido. 6. Esta Turma Nacional de Uniformiza\u00e7\u00e3o modificou recentemente seu entendimento acerca da mat\u00e9ria em controv\u00e9rsia. Ressalvado posicionamento pessoal em sentido contr\u00e1rio, esta Corte passou a entender que \u00e9 poss\u00edvel o reconhecimento de tempo especial prestado com exposi\u00e7\u00e3o a agente nocivo periculoso em data posterior a 05/03/1997, desde que laudo t\u00e9cnico (ou elemento material equivalente) comprove a permanente exposi\u00e7\u00e3o \u00e0 atividade nociva, independentemente de previs\u00e3o em legisla\u00e7\u00e3o espec\u00edfica. PEDIDO NACIONAL DE\n\n\fUNIFORMIZA\u00c7\u00c3O\n\nDE\n\nJURISPRUD\u00caNCIA.\n\nPREVIDENCI\u00c1RIO. TEMPO ESPECIAL. VIGILANTE.\n\nPERICULOSIDADE AP\u00d3S 05/03/1997. POSSIBILIDADE\n\nDO RECONHECIMENTO, DESDE QUE COMPROVADA\n\nA ESPECIALIDADE POR LAUDO T\u00c9CNICO\n\nCORRESPODENTE, INDEPENDENTEMENTE DE\n\nPREVIS\u00c3O EM LEGISLA\u00c7\u00c3O ESPEC\u00cdFICA. INCIDENTE\n\nCONHECIDO E IMPROVIDO. 1. Trata-se de Pedido\n\nNacional de Uniformiza\u00e7\u00e3o de Jurisprud\u00eancia veiculado\n\npelo INSS em face de ac\u00f3rd\u00e3o exarado pela Segunda\n\nTurma Recursal dos Juizados Especiais Federais da\n\nSe\u00e7\u00e3o Judici\u00e1ria do Estado do Rio Grande do Sul, que\n\ndeu parcial provimento ao recurso inominado interposto\n\npela parte autora, assentando o entendimento de que \u00e9\n\nposs\u00edvel o reconhecimento de tempo especial na\n\ncondi\u00e7\u00e3o de vigilante fundado no exerc\u00edcio de atividade\n\nperigosa em per\u00edodo posterior a 05/03/1997. (...) As\n\natividades perigosas continuam previstas no art. 193\n\nda CLT, j\u00e1 com a reda\u00e7\u00e3o definida pela Lei n.\u00ba\n\n12.740/12: S\u00e3o consideradas atividades ou opera\u00e7\u00f5es\n\nperigosas, na forma da regulamenta\u00e7\u00e3o aprovada pelo\n\nMinist\u00e9rio do Trabalho e Emprego, aquelas que, por sua\n\nnatureza ou m\u00e9todos de trabalho, impliquem risco\n\nacentuado em virtude de exposi\u00e7\u00e3o permanente do\n\ntrabalhador a: I \u2013 inflam\u00e1veis, explosivos ou energia\n\nel\u00e9trica; II \u2013 roubos ou outras esp\u00e9cies de viol\u00eancia f\u00edsica\n\nnas atividades profissionais de seguran\u00e7a pessoal ou\n\npatrimonial. 9. Segundo os tratadistas, enquanto na\n\ninsalubridade a aposentadoria franqueada com tempo\n\nlaboral reduzido parece ser orientada pelo\n\nreconhecimento do maior desgaste na sa\u00fade produzido\n\npelo exerc\u00edcio da atividade, na periculosidade o benef\u00edcio\n\nseria devido valorando-se o grau de risco acentuado de\n\nque o trabalhador sofra danos f\u00edsicos de grandes\n\npropor\u00e7\u00f5es de maneira s\u00fabita. Considerando a\n\npreponder\u00e2ncia de crit\u00e9rios cient\u00edficos na insalubridade,\n\nn\u00e3o h\u00e1 maiores dificuldades em aceitar que o magistrado\n\npossa valer-se de prova pericial que ateste a nocividade\n\ndas atividades desenvolvidas. Tamb\u00e9m no caso de\n\natividades perigosas, as provas produzidas podem\n\nconvencer o Poder Judici\u00e1rio de que as caracter\u00edsticas\n\nparticulares nas quais a atividade foi desenvolvida\n\nrecomendam um enquadramento do per\u00edodo como\n\nespecial. No julgamento do REsp n.\u00ba 1.306.113, julgado\n\n\fna sistem\u00e1tica dos recursos repetitivos, o Superior\n\nTribunal de Justi\u00e7a decidiu que as atividades nocivas\n\n\u00e0 sa\u00fade relacionadas nas normas regulamentadoras\n\ns\u00e3o meramente exemplificativas (...) (TNU - PEDILEF:\n\n50025230220124047122, Relator: JUIZ FEDERAL\n\nDOUGLAS CAMARINHA GONZALES, Data de\n\nJulgamento: 19/11/2015,\n\nData de Publica\u00e7\u00e3o:\n\n22/01/2016)\n\nPREVIDENCI\u00c1RIO. PEDIDO DE UNIFORMIZA\u00c7\u00c3O\n\nINTERPOSTO PELO INSS. APOSENTADORIA POR\n\nTEMPO DE CONTRIBUI\u00c7\u00c3O. RECONHECIMENTO DO\n\nTEMPO ESPECIAL. MOTORISTA SUJEITO \u00c0\n\nPERICULOSIDADE. PER\u00cdODO POSTERIOR AO\n\nDECRETO 2172/97. QUEST\u00c3O DE ORDEM 13 DA TNU.\n\nINCIDENTE N\u00c3O CONHECIDO.\n\n(...)\n\n(TNU - PEDILEF: 50000672420124047108, Relator:\n\nJU\u00cdZA FEDERAL SUSANA SBROGIO GALIA, Data de\n\nJulgamento: 16/03/2016,\n\nData de Publica\u00e7\u00e3o:\n\n01/04/2016)\n\nNesses termos, ou seja, considerando que a eletricidade acima de 250 volts estaria prevista especificamente na Lei no. 7.369/85 como agente perigoso, destacando que o autor estava sujeito a eletricidade acima de 380 volts, pode ser considerado o tempo de trabalho permanente sob sua influ\u00eancia como tempo de servi\u00e7o especial.\n\nTanto seria assim que - completam as decis\u00f5es da TNU sobre o tema - com a revoga\u00e7\u00e3o da normativa espec\u00edfica pela Lei no. 12.740/12, j\u00e1 n\u00e3o mais se poderia considerar como especial nem mesmo o tempo do eletricit\u00e1rio submetido a correntes superiores a 250 volts, verbis:\n\nPREVIDENCI\u00c1RIO. TEMPO ESPECIAL. AGENTE PERIGO. LEIS 9.032/95 E 9.528/97. N\u00c3O PREVIS\u00c3O NO DECRETO 2.172/97. TERMO FINAL: 5-3-1997. EMENDA CONSTITUCIONAL 47/05. DISTIN\u00c7\u00c3O ENTRE A CONTAGEM DE TEMPO ESPECIAL PARA O SEGURADO DO REGIME GERAL E O DO SERVI\u00c7O P\u00daBLICO. NECESSIDADE DE LEI ESPEC\u00cdFICA. PEDIDO DE UNIFORMIZA\u00c7\u00c3O PARCIALMENTE PROVIDO. 1. O recorrente, INSS, pretende a modifica\u00e7\u00e3o do ac\u00f3rd\u00e3o que, por maioria, reformando a senten\u00e7a, julgou procedente o pedido de contagem de tempo\n\n\fespecial em per\u00edodo posterior \u00e0 edi\u00e7\u00e3o do Decreto 2.172/97, em 5-3-1997, em decorr\u00eancia de atividade laborativa perigosa, exercida de forma habitual e permanente no transporte de combust\u00edveis (g\u00e1s liquefeito de petr\u00f3leo). Foram reconhecidos como tempo de servi\u00e7o especial os per\u00edodos de: 16-9-2002 a 3-6-2006, 19-62006 a 13-4-2007 e 16-4-2007 a 22-1-2010. Sustenta o recorrente que, a partir da vig\u00eancia do Decreto 2.172/97, a periculosidade n\u00e3o enseja a contagem de tempo especial para fins previdenci\u00e1rios. Indicou os ac\u00f3rd\u00e3os paradigmas proferidos no Pedilef 2007.83.00.507212-3 (DJ 24-06-2010), AgRg no REsp 992.150/RS (DJ 17-122010) e AgRg no REsp 992.855/SC (DJ 24-11-2008).\nAssim: \u201c(...) Contudo, deve ser feito o distinguish dessa decis\u00e3o, haja vista ter tratado de eletricidade, que continha regulamenta\u00e7\u00e3o espec\u00edfica, prevista na Lei 7.369/85, revogada apenas pela Lei 12.740/12. O que se extrai do ac\u00f3rd\u00e3o do Superior Tribunal de Justi\u00e7a \u00e9 que, n\u00e3o obstante a aus\u00eancia de previs\u00e3o constitucional da periculosidade como ensejadora da contagem de tempo de servi\u00e7o especial no regime geral de previd\u00eancia ap\u00f3s 5-7-2005, data da promulga\u00e7\u00e3o da Emenda 47/05, \u00e9 poss\u00edvel essa contagem pelo risco, desde que haja sua previs\u00e3o expressa na legisla\u00e7\u00e3o infraconstitucional. (...) (PEDILEF 50136301820124047001, JUIZ FEDERAL GL\u00c1UCIO FERREIRA MACIEL GON\u00c7ALVES, TNU, DOU 16/08/2013 p\u00e1g. 79/115.)\u201d\nO Superior Tribunal de Justi\u00e7a, entende que \u00e9 poss\u00edvel o reconhecimento de tempo especial prestado com exposi\u00e7\u00e3o a agente nocivo periculoso em data posterior a 05/03/1997, desde que o laudo t\u00e9cnico comprove a permanente exposi\u00e7\u00e3o \u00e0 atividade nociva, independentemente de previs\u00e3o em legisla\u00e7\u00e3o espec\u00edfica, como \u00e9 o caso em tela.\nConsiderou a TNU que o STJ tem como firme que a nova reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n.\u00ba 9.032/95 ao art. 57 da Lei de Benef\u00edcios da Previd\u00eancia Social n\u00e3o se limitou a considerar como tempo de servi\u00e7o especial apenas aqueles relativos aos agentes que fossem previstos em lei ou regulamento da previd\u00eancia, mas, sim, todos os resultantes da a\u00e7\u00e3o efetiva de \u201cagentes nocivos qu\u00edmicos, f\u00edsicos, biol\u00f3gicos ou associa\u00e7\u00e3o de agentes prejudiciais \u00e0 sa\u00fade ou \u00e0 integridade f\u00edsica.\n\n\fNo caso, ficou comprovado que o autor esteve exposto ao agente agressivo eletricidade, com tens\u00e3o acima de 250 volts, no caso em tela acima de 380 volts, de forma habitual e permanente de 17/09/2015 at\u00e9 25/07/2017 motivo pelo qual deve ser reconhecido o per\u00edodo de 17/09/2015 at\u00e9 25/07/2017 para computar como aposentadoria especial, sendo que tal per\u00edodo n\u00e3o fora reconhecido pelo INSS.\nInsta destacar que pela decis\u00e3o do INSS, juntamente com o per\u00edodo reconhecido judicialmente, conta a autor assim com 24 anos, 07 meses e 06 dias de tempo de servi\u00e7o especial, restando apenas 3 meses e 24 dias, para a aposentadoria especial.\nSeja levado em considera\u00e7\u00e3o pelo Ilustre Magistrado, a fim de computar o tempo de servi\u00e7o especial de 17/09/2015 at\u00e9 25/07/2017, tendo em vista encontrar-se reconhecido no PPP, a exposi\u00e7\u00e3o \u201cHABITUAL E PERMANENTE ao RISCO EL\u00c9TRICO, proveniente de tens\u00f5es acima de 380 Volts, colocando em risco a sua integridade f\u00edsica\u201d.\nEmbora Excel\u00eancia a Lei 12.740/2012, tenha revogado a Lei 7.369/85, a mesma ainda preconiza sobre as atividades ou opera\u00e7\u00f5es perigosas, aquelas que, por sua natureza ou m\u00e9todos de trabalho, impliquem risco acentuado em virtude de exposi\u00e7\u00e3o permanente do trabalhador a energia el\u00e9trica;\nDe todo acervo legal exposto, verificamos que, resumidamente, a parte Autora, comprovou os per\u00edodos especiais e seu enquadramento na legisla\u00e7\u00e3o vindicado.\nPor tais raz\u00f5es, resta provado pelos documentos e entendimento Jurisprudencial consolidado o direito do autor, devendo ser como medida de justi\u00e7a, a fim de computar o tempo de servi\u00e7o especial o per\u00edodo de 17/09/2015 at\u00e9 25/07/2017, fazendo jus, portanto o autor, \u00e0 concess\u00e3o de aposentadoria especial, j\u00e1 que conta com mais de 25 anos de tempo de servi\u00e7o especial.\nDA CONVERS\u00c3O DE COMUM PARA ESPECIAL\nPara regularizar a situa\u00e7\u00e3o, o Presidente, Lula, editou o Decreto n\u00ba4.827 de 03 de setembro de 2003, que restabeleceu a aposentadoria especial, alterando o artigo 70 do Regulamento da Previd\u00eancia Social, assim dispondo:\n\u201cDecreto n\u00ba4.827, de 03 de setembro de 2003 - Altera o artigo 70 do regulamento da Previd\u00eancia Social, aprovado pelo Decreto n\u00ba3.048, de 06 de maio de 1999\u201d.\n\n\f\u201cArt. 1\u00ba - O art.70 do Regulamento da Previd\u00eancia Social, aprovado pelo Decreto n\u00ba3.048, de 06 de maio de 1999, passa a vigorar com a seguinte reda\u00e7\u00e3o:\n\u201cArt.70 \u2013 A convers\u00e3o de tempo de atividade sob condi\u00e7\u00f5es especiais em tempo de atividade comum darse-\u00e1 de acordo com a seguinte tabela:\u201d\nDesse modo, tem-se que, em se tratando de periculosidade por sujei\u00e7\u00e3o a altas tens\u00f5es el\u00e9tricas, o requisito da perman\u00eancia n\u00e3o \u00e9 imprescind\u00edvel, j\u00e1 que o tempo de exposi\u00e7\u00e3o n\u00e3o \u00e9 um fator condicionante para que ocorra um acidente ou choque el\u00e9trico, tendo em vista a presen\u00e7a constante do risco potencial, n\u00e3o restando desnaturada a especialidade da atividade pelos intervalos sem perigo direto.\nIII. DO DIREITO ADQUIRIDO DO AUTOR\nAo c\u00f4mputo como especial\nComo anteriormente exposto, os per\u00edodos especiais vindicados na presente est\u00e3o sob a \u00e9gide do decreto 83.080/79, e anexo I, c\u00f3digo 1.1.5; decreto 53.831/64, anexo III c\u00f3digo 1.1.6 e decreto 2.172/97, anexo IV, mantidos pelo decreto 611, artigo 292. Tais per\u00edodos j\u00e1 satisfizeram as exig\u00eancias legais contempor\u00e2neas \u00e0 \u00e9poca do labor para assim serem considerados, fazendo parte do patrim\u00f4nio jur\u00eddico do trabalhador, n\u00e3o podendo, \"medidas posteriores\", recha\u00e7arem tais per\u00edodos. Assim, computando-se os per\u00edodos especiais e seu \"plus\" da convers\u00e3o e somando-se os mesmos ao per\u00edodo comum, o autor faz jus \u00e0 percep\u00e7\u00e3o do benef\u00edcio de aposentadoria comum, sob a \u00e9gide da Lei n\u00ba 8.213/91.\nRessaltamos, que no lapso de tempo entre o requerimento do benef\u00edcio, sua negativa e a interposi\u00e7\u00e3o da a\u00e7\u00e3o judicial, foram editados in\u00fameros atos normativos de car\u00e1ter restritivos, aos direitos aqui pleiteados, n\u00e3o podendo, os mesmos, serem aplicados ao presente caso, sob pena de ferir o direito adquirido do autor, al\u00e9m de afrontar a CF/88 e legisla\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria pertinente \u00e0 esp\u00e9cie. Assim n\u00e3o devem, para o presente caso, serem usadas, instru\u00e7\u00f5es normativas, circulares, ordens de servi\u00e7o que inibam a pronta aplica\u00e7\u00e3o das regras de direito ora invocadas.\nA edi\u00e7\u00e3o de atos normativos previdenci\u00e1rios, n\u00e3o constituem, atualmente, garantia de que ocorrer\u00e1, efetivamente, o seu cumprimento,\n\n\fprincipalmente quando editados na v\u00e3 tentativa de cumprir-se ordem judicial (a\u00e7\u00e3o civil p\u00fablica), que sequer transitou em julgado.\nIV. DOS PEDIDOS\nDiante do todo exposto, requer a Vossa Excel\u00eancia que:\na) Seja CITADO o Instituto Nacional de Seguro Social - INSS, ag\u00eancia de S\u00e3o Miguel do Oeste/SC, com sede na Rua 15 de Novembro, 1640, na pessoa de seu representante legal, para que apresente a sua defesa, querendo, sob pena de revelia e confiss\u00e3o, bem como para que acompanhe todos os demais atos e termos processuais at\u00e9 o final e em assim sendo, que \"data m\u00e1xima v\u00eania\", Vossa Excel\u00eancia venha a JULGAR PROCEDENTE A PRESENTE DEMANDA, condenando-se a autarquia nos seguintes pedidos:\na.1) Que os per\u00edodos especiais, anteriormente descritos sejam reconhecidos como atividade especial, e perfazendo assim o direito a convers\u00e3o do per\u00edodo trabalhado na empresa CELESC:\na.1.1) Per\u00edodo 17/09/2015 at\u00e9 25/07/2017; DECRETO 2.172/97\na.2) Que os per\u00edodos especiais supracitados, sejam computados na contagem de tempo de servi\u00e7o com o plus da convers\u00e3o para o benef\u00edcio requerido em 25/07/2017, data do pedido realizado administrativamente.\nb) Com o resultado do c\u00f4mputo do tempo de servi\u00e7o, com a convers\u00e3o dos per\u00edodos especiais, seja a autarquia compelida a implantar, imediatamente, o benef\u00edcio aposentadoria por tempo especial do Autor, com base em normas legais e n\u00e3o em medidas administrativas ilegais (ordens de servi\u00e7o - instru\u00e7\u00f5es normativas, etc.) Desde a data do requerimento do benef\u00edcio, ocorrida em 25/07/2017 com o pagamento das parcelas em atraso, devidamente corrigidas;\n\n\fc) Cumprimento de sua obriga\u00e7\u00e3o de fazer, por for\u00e7a dos pedidos constantes nas al\u00edneas \"a\" \"b\" e \"c\" supra, no prazo de 15 dias contados do transito em julgado da R. decis\u00e3o a ser proferida, sob pena do artigo 500, do C\u00f3digo de Processo Civil, aplicando-se multa di\u00e1ria at\u00e9 o efetivo cumprimento, al\u00e9m de outras comina\u00e7\u00f5es legais pertinentes;\nd) Seja, oficiado o r\u00e9u para trazer aos autos todos os documentos constantes do processo administrativo, nos termos do artigo 396, do C\u00f3digo de Processo Civil;\ne) Seja ao final, JULGADA TOTALMENTE PROCEDENTE A PRESENTE A\u00c7\u00c3O, no sentido de condenar o r\u00e9u a conceder ao autor APOSENTADORIA ESPECIAL POR TEMPO DE CONTRIBUI\u00c7\u00c3O COM RECONHECIMENTO E CONVERS\u00c3O DO PER\u00cdODO.\nf) A condena\u00e7\u00e3o da autarquia r\u00e9 a pagar as parcelas vencidas e vincendas, monetariamente corrigidas desde o respectivo vencimento e acrescidas de juros de mora, incidentes at\u00e9 a data do efetivo pagamento;\ng) A condena\u00e7\u00e3o do INSS ao pagamento das despesas processuais e honor\u00e1rias advocat\u00edcios, estes na forma do artigo 85 do CPC, na propor\u00e7\u00e3o de 20% sobre o valor da causa;\nh) Fica consignado que todas as intima\u00e7\u00f5es devem obrigatoriamente ser feitas em nome do bacharel Dr. MUNIR ANTONIO GUZATTI, OAB/SC \u2013 27.335, sob pena de nulidade.\nV. DAS PROVAS\nRequer provar o alegado atrav\u00e9s de todos os meios de prova em direito admitidos, sendo principalmente, pelos documentos anexos a presente, juntada de novos documentos, per\u00edcias, al\u00e9m dos demais meios necess\u00e1rios, sem exce\u00e7\u00e3o de quaisquer, para perfeita instru\u00e7\u00e3o da a\u00e7\u00e3o.\n\n\freais)\n\nVI. VALOR DA CAUSA\nD\u00e1-se \u00e0 causa o valor de R$ 36.000,00 (trinta e seis mil\nTermos em que, Pede deferimento. S\u00e3o Miguel do Oeste/SC, 22 de novembro de 2017;\nMUNIR ANTONIO GUZATTI OAB/SC n\u00ba 27.335\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 5 (C\u00edvel) - IdDocumentoCompleto: 5003309-41.2014.4.04.7101-711400627027011771180000000007", "text": "EXCELENT\u00cdSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) FEDERAL DA VARA FEDERAL DE RIO GRANDE/RS\nALMIR ROG\u00c9RIO ANCHIETA DA SILVA, brasileiro, casado, industri\u00e1rio, RG 6046670508, CPF 513.368.200-04, residente \u00e0 Rua Tiradentes n\u00ba 309, Bairro Cidade Nova, CEP: 96.211-080 Rio Grande/RS, por interm\u00e9dio de seus advogados Paulo Roberto \u00c1vila Castro, brasileiro, casado, advogado, inscrito na OAB/RS sob o n\u00ba 89.852 e Rodrigo Paix\u00e3o Pereira, brasileiro, advogado, inscrito na OAB/RS sob o n\u00ba 69.177, com endere\u00e7o para receber intima\u00e7\u00f5es na Rua Francisco Marques, 259, Centro, Rio Grande/RS vem \u00e0 presen\u00e7a de Vossa Excel\u00eancia para requerer:\nCONCESS\u00c3O DE APOSENTADORIA ESPECIAL\nEm desfavor do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), autarquia federal com sede nesta cidade na Rua General Bacelar n\u00b0 97, CEP: 96.200-370, pelas seguintes raz\u00f5es de fato e direito a seguir:\n\n\f1 - DOS FATOS O Autor deu entrada com o requerimento administrativo em 10.03.2014 sob n\u00ba 165.708.390-7, sendo o mesmo indeferido pela Autarquia em 19.04.2014 conforme documento. O tempo de servi\u00e7o do autor \u00e9 composto por PER\u00cdODOS ESPECIAIS E COMUNS. Os per\u00edodos comuns s\u00e3o os laborados para as seguintes empresas: - Refinaria de Petr\u00f3leo Ipiranga S/A no per\u00edodo de 01/03/1987 a 27/08/1989. - Momentum Engenharia LTDA no per\u00edodo de 19/03/1990 a 04/04/1990.\nO per\u00edodo especial foi laborado para as seguintes empresas:\n- N.C Braga LTDA no per\u00edodo de 23/04/1990 a 22/08/1991. - N.C Braga LTDA no per\u00edodo de 20/02/1992 a 12/01/1995. - Refinaria de Petr\u00f3leo Riograndense S/A no per\u00edodo de 16/01/1995 at\u00e9 a presente data.\nNa Empresa N.C Braga LTDA esteve exposto ao agente f\u00edsico ru\u00eddo e a produtos qu\u00edmicos de forma habitual e permanente, n\u00e3o eventual nem intermitente sendo que os n\u00edveis avaliados foram entre 79,3dB e 96,3 dB bem como os produtos qu\u00edmicos a que estava exposto foram Tolueno, Benzeno e Xileno pelos servi\u00e7os prestados como servente no interior da Planta Industrial da Refinaria de Petr\u00f3leo Riograndense S/A.\n\n\fA documenta\u00e7\u00e3o apresentada pelo Autor \u00e9 o PPP emitido pela Empresa, onde constam todas essas informa\u00e7\u00f5es ora prestadas.\nAs condi\u00e7\u00f5es de trabalho do Autor como Servente, expuseram-no ao agente f\u00edsico ru\u00eddo e aos agentes qu\u00edmicos derivados de hidrocarbonetos (tolueno, benzeno e xileno), conforme prev\u00ea Portaria n\u00ba 3.214, de 08/06/1978 e NR 15, anexos 01, 02; 7; 12 e 13, respectivamente. Os agentes detectados s\u00e3o prejudiciais \u00e0 sa\u00fade e/ou a integridade f\u00edsica do trabalhador, nos termos da legisla\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria.\nNa Empresa Refinaria de Petr\u00f3leo Ipiranga S/A depois sucedida por Refinaria de Petr\u00f3leo Riograndense S/A, como Operador de Processamento I, Operador de Processamento II e Operador Pleno tendo conclu\u00eddo o Expert da seguinte forma: \u201cO Sr. Almir Rog\u00e9rio Anchieta da Silva, nos per\u00edodos em que exerceu para a Refinaria de Petr\u00f3leo Ipiranga S/A; as fun\u00e7\u00f5es de Operador de Processamento I \u2013 16/01/95 a 31/07/98, Operador de Processamento II \u2013 01/08/98 a 04/03/97, para fins de aposentadoria especial, esteve com suas atividades enquadradas no c\u00f3digo 1.2.10, do Anexo I, do Decreto 83.080, de 24/01/79, pelo exerc\u00edcio de atividades, de modo habitual, e permanente, em \u00e1reas de fabrica\u00e7\u00e3o de derivados de petr\u00f3leo e solventes contendo benzol, toluol e xilol, no interior de planta petrol\u00edfera e como insalubre no C\u00f3digo 1.2.11, do Anexo III, do Decreto 53.831 de 25/03/64, pelo exerc\u00edcio de atividades com exposi\u00e7\u00e3o, de modo habitual e permanente, a vapores org\u00e2nicos.\nNos per\u00edodos em que exerceu para a Refinaria de Petr\u00f3leo Ipiranga S.A, as fun\u00e7\u00f5es de Operador de Processamento II \u2013 05/03/97 a 30/09/03 e Operador Pleno \u2013 01/10/03 a 31/12/03, para fins de aposentadoria especial, esteve com suas atividades enquadradas nos C\u00f3digos 1.0.17, dos Anexos IV, dos Decretos 2.172 de 05/03/97 3 3.048 de 06/05/99, pelo exerc\u00edcio de atividades, de modo habitual e permanente, em\n\n\f\u00e1reas de processamento de petr\u00f3leo e seus derivados, no interior de planta\npetrol\u00edfera.\nNeste sentido o TRF da 4\u00aa Regi\u00e3o j\u00e1 decidiu acerca da\nespecialidade do labor apenas em raz\u00e3o de ser prestado no interior de\nRefinarias de Petr\u00f3leo:\nPREVIDENCI\u00c1RIO. ATIVIDADE ESPECIAL. DIGITADOR. OPERADOR DE COMPUTADOR. OPERADOR DE MINI COMPUTADOR. REFINARIA DE PETR\u00d3LEO. RU\u00cdDO. PERICULOSIDADE. LAUDO PERICIAL. CONVERS\u00c3O EM COMUM. REQUISITOS. APOSENTADORIA POR TEMPO DE SERVI\u00c7O.\n[...]. 4. Conforme apurado no laudo pericial judicial, presente o risco do trabalho administrativo, por ser desenvolvido em refinaria de petr\u00f3leo, \u00e9 de se reconhecer a periculosidade, independentemente da inscri\u00e7\u00e3o em Regulamento (S\u00famula 198 do extinto TFR).\n5. Admitida a especialidade da atividade desenvolvida de 08/08/1977 a 31/05/1994, \u00e9 devida a convers\u00e3o do respectivo tempo de servi\u00e7o para comum, nos termos do art. 28 da Lei 9.711, de 1998, utilizando-se, para obten\u00e7\u00e3o do acr\u00e9scimo devido, o fator multiplicador 0,4 para o homem - 25 anos de especial para 35 anos de comum. (...).\n(TRF4, AC 2003.70.00.056232-7, Quinta Turma, Relator Francisco Donizete Gomes, D.E. 27/08/2007) (grifei)\nNa mesma linha, os seguintes precedentes:\nPREVIDENCI\u00c1RIO. APOSENTADORIA POR TEMPO DE SERVI\u00c7O. ATIVIDADES ESPECIAIS. HONOR\u00c1RIOS ADVOCAT\u00cdCIOS.\nDemonstrada a sujei\u00e7\u00e3o \u00e0 periculosidade decorrente do trabalho em locais com risco de explos\u00e3o, pela presen\u00e7a de g\u00e1s liquefeito de petr\u00f3leo, resta demonstrada a especialidade. A atividade de vigia /vigilante \u00e9 id\u00eantica a de guarda (item 2.5.7 do Quadro Anexo ao Decreto n\u00ba 53.831/64), raz\u00e3o pela qual \u00e9 devido o enquadramento dessa atividade como especial, por categoria profissional, at\u00e9 28-04-95. Presentes os requisitos de tempo de servi\u00e7o e car\u00eancia, \u00e9 devida a aposentadoria ao segurado, desde a data do requerimento administrativo, conforme os ditames da Lei 8.213/91. Os honor\u00e1rios advocat\u00edcios a que foi condenada a Autarquia incidem t\u00e3o somente sobre as parcelas vencidas at\u00e9 a data da prola\u00e7\u00e3o da senten\u00e7a, exclu\u00eddas as parcelas vincendas, na forma da S\u00famula 111 do STJ.\n\n\f(TRF4, AC 2000.71.10.003419-0, Turma Suplementar, Relatora Luciane Amaral Corr\u00eaa M\u00fcnch, D.E. 13/12/2006)\n\nPREVIDENCI\u00c1RIO. CONCESS\u00c3O DE APOSENTADORIA POR TEMPO DE SERVI\u00c7O. REQUISITOS. ATIVIDADE ESPECIAL. IND\u00daSTRIA PETROL\u00cdFERA.\n1. A parte autora faz jus \u00e0 concess\u00e3o de aposentadoria por tempo de servi\u00e7o quando preenchidos os requisitos dos arts. 52 e seguintes da Lei Previdenci\u00e1ria. 2. O enquadramento como atividade especial \u00e9 poss\u00edvel quando comprovado o exerc\u00edcio de atividade profissional sujeita a condi\u00e7\u00f5es que prejudiquem a sa\u00fade ou a integridade f\u00edsica da parte autora.\n(TRF4, AC 2000.71.00.003169-4, Sexta Turma, Relator Tadaaqui Hirose, DJ 27/08/2003)\n\n'PREVIDENCI\u00c1RIO. TEMPO DE SERVI\u00c7O ESPECIAL.\n\nPERICULOSIDADE.\n\nPREVIS\u00c3O\n\nEXPRESSA\n\nNO\n\nREGULAMENTO. S\u00daMULA N. 198 DO TFR. INTENSIDADE DA\n\nEXPOSI\u00c7\u00c3O.\n\n1. A lista de atividades perigosas, insalubres ou penosas prevista nos anexos do RBPS n\u00e3o \u00e9 taxativa.\n\n2. Embora a atividade desempenhada n\u00e3o esteja expressamente prevista em normas espec\u00edficas, sua periculosidade \u00e9 evidente, porquanto realizada em \u00e1reas de risco, com sujei\u00e7\u00e3o a explos\u00f5es e inc\u00eandios, devendo-se, em consequ\u00eancia, reconhecer a especialidade do tempo de servi\u00e7o do autor.\n\n3. Em se tratando de periculosidade, sua caracteriza\u00e7\u00e3o independe da exposi\u00e7\u00e3o do segurado durante toda a jornada, como ocorre na insalubridade, na qual ganha import\u00e2ncia o tempo em que o organismo se sujeita \u00e0 presen\u00e7a da nocividade. A exposi\u00e7\u00e3o regular do segurado \u00e0 possibilidade de um evento, de um acidente tipo, que, em ocorrendo, j\u00e1 traz como consequ\u00eancia o infort\u00fanio, \u00e9 suficiente para configura\u00e7\u00e3o como especial do respectivo tempo de servi\u00e7o.'\n\n(AC 1999.04.01.139079-3, Rel. para ac\u00f3rd\u00e3o Juiz Luiz Carlos de Castro Lugon, DJU 27-6-2001).\n\nPortanto, evidente a especialidade do trabalho exercido pelo Autor no interior da planta industrial da Refinaria de Petr\u00f3leo Ipiranga S/A.\nQuanto ao agente nocivo ru\u00eddo, at\u00e9 05-03-1997 \u00e9 considerada nociva \u00e0 sa\u00fade a atividade sujeita a ru\u00eddos superiores a 80 decib\u00e9is, conforme previs\u00e3o mais ben\u00e9fica do Decreto n. 53.831/64, tendo em vista\n\n\fque, at\u00e9 aquela data, s\u00e3o aplic\u00e1veis concomitantemente, para fins de enquadramento, os Decretos n. 53.831/64, n. 72.771/73 e n. 83.080/79. Em rela\u00e7\u00e3o ao per\u00edodo posterior, exige-se a exposi\u00e7\u00e3o a ru\u00eddos superiores a 90 decib\u00e9is at\u00e9 18-11-2003 (Anexo IV dos Decretos n. 2.172/97 e n. 3.048/99, este na reda\u00e7\u00e3o original) e, a partir de ent\u00e3o, a ru\u00eddos superiores a 85 decib\u00e9is, conforme a altera\u00e7\u00e3o trazida pelo Decreto n. 4.882, de 18-112003, ao Decreto n. 3.048/99.\nA indica\u00e7\u00e3o da exposi\u00e7\u00e3o ao n\u00edvel de ru\u00eddo superior a 85 dB como nociva \u00e0 sa\u00fade feita pelo Decreto n. 4.882/2003 implica necessariamente considerar que, em \u00e9poca imediatamente anterior, a agress\u00e3o ao organismo era, no m\u00ednimo, a mesma, justificando, assim, com base em crit\u00e9rio cient\u00edfico, o reconhecimento, como especial, da atividade sujeita \u00e0queles n\u00edveis de press\u00e3o sonoros mesmo se exercida no per\u00edodo anterior (mais especificamente de 06-03-1997 a 18-11-2003). N\u00e3o \u00e9 razo\u00e1vel n\u00e3o considerar nociva \u00e0 sa\u00fade a exposi\u00e7\u00e3o ao n\u00edvel de ru\u00eddo superior a 85dB entre 06-03-1997 e 18-11-2003 quando, no per\u00edodo subsequente, considera-se justamente tal exposi\u00e7\u00e3o como prejudicial \u00e0 sa\u00fade do trabalhador/segurado, lastreada em crit\u00e9rio cient\u00edfico que necessariamente deve prevalecer sobre o crit\u00e9rio cient\u00edfico que, mais de 6 anos antes, embasou a norma anterior. N\u00e3o se trata, aqui, em verdade, de quest\u00e3o de direito intertemporal, isto \u00e9, n\u00e3o se almeja a aplica\u00e7\u00e3o retroativa do Decreto n. 4.882/2003: o disposto nesse Decreto serve apenas de comprova\u00e7\u00e3o de que a exposi\u00e7\u00e3o a n\u00edveis de ru\u00eddo superiores a 85 dB \u00e9 prejudicial \u00e0 sa\u00fade desde momento anterior (06-03-1997), quando editada norma que aumentou o n\u00edvel de toler\u00e2ncia. Ou seja, o Decreto n. 2.172/97 aumentou o n\u00edvel de toler\u00e2ncia da exposi\u00e7\u00e3o de ru\u00eddo de 80 para 90 decib\u00e9is quando deveria t\u00ea-lo aumentado para apenas 85db. Comprova-se isso justamente pelo fato de que crit\u00e9rio cient\u00edfico posterior, suporte do disposto no Decreto n. 4.882/2003 - editado em \u00e9poca em que,\n\n\fseguramente, havia mais recursos materiais para atenuar a nocividade do ru\u00eddo - estabeleceu como limite m\u00e1ximo de toler\u00e2ncia (acima do qual \u00e9 nociva \u00e0 sa\u00fade) a exposi\u00e7\u00e3o a 85 dB. Nesse sentido, o Decreto n. 2.172/97 colide com o art. 57, caput e \u00a7\u00a73\u00ba, 4\u00ba e 5\u00ba, da Lei n. 8.213/91, na medida em que deixa de considerar como prejudicial \u00e0 sa\u00fade a exposi\u00e7\u00e3o a n\u00edveis de press\u00e3o sonora entre 85 e 90 dB, quando tal exposi\u00e7\u00e3o efetivamente \u00e9 prejudicial \u00e0 sa\u00fade e \u00e0 integridade f\u00edsica. Em nada modifica tal conclus\u00e3o a autoriza\u00e7\u00e3o legislativa (art. 58, caput, da Lei n. 8.213/91) dada ao Poder Executivo para definir a rela\u00e7\u00e3o de agentes f\u00edsicos, qu\u00edmicos e biol\u00f3gicos prejudiciais \u00e0 sa\u00fade ou \u00e0 integridade f\u00edsica, pois tal autoriza\u00e7\u00e3o n\u00e3o \u00e9 um mandado em branco do Legislativo ao Executivo, uma vez que este tem o dever de elencar os agentes f\u00edsicos, qu\u00edmicos e biol\u00f3gicos, e os respectivos n\u00edveis de exposi\u00e7\u00e3o, que efetivamente trazem consequ\u00eancias danosas \u00e0 sa\u00fade e \u00e0 integridade f\u00edsica dos segurados, sob pena de incorrer em ilegalidade.\nTodavia, o Superior Tribunal de Justi\u00e7a, em recentes decis\u00f5es, deixou assentado que tal an\u00e1lise envolve quest\u00e3o de direito intertemporal, n\u00e3o sendo poss\u00edvel atribuir retroatividade \u00e0 norma sem expressa previs\u00e3o legal, de modo que deve prevalecer o n\u00edvel de ru\u00eddo estabelecido em cada uma das legisla\u00e7\u00f5es antes mencionadas (AgRg no REsp n. 1309696, Primeira Turma, Rel. Ministro Benedito Gon\u00e7alves, DJe de 28-062013; AgRg no REsp n. 1326237, Primeira Turma, Rel. Min. S\u00e9rgio Kukina, DJe de 13-05-2013; AgRg no REsp n. 1367806, Segunda Turma, Rel. Ministro Herman Benjamin, DJe de 03-06-2013; REsp n. 1365898, Segunda Turma, Rel. Ministra Eliana Calmon, DJe de 17-04-2013; e AgRg no REsp n. 1352046, Rel. Ministro Humberto Martins, DJe de 08-022013). Desse modo, deve ser admitida como especial a atividade em que o segurado ficou sujeito a ru\u00eddos superiores a 80 decib\u00e9is, at\u00e9 05-03-1997; superiores a 90 decib\u00e9is, entre 06-03-1997 e 18-11-2003; e superiores a\n\n\f85dB, a contar de 19-11-2003, data em que passou a viger o Decreto n. 4.882.\nA documenta\u00e7\u00e3o apresentada pelo Autor \u00e9 os DIRBEN 8030, LTCAT e PPP emitido pela Empresa, onde constam todas essas informa\u00e7\u00f5es ora prestadas.\nDiante da negativa da autarquia, restou ao autor a busca da tutela jurisdicional.\n2 - DOS FUNDAMENTOS Da convers\u00e3o do tempo de servi\u00e7o comum em especial: At\u00e9 o advento da Lei n\u00ba 9.032, de 29/04/1995, que modificou a reda\u00e7\u00e3o do artigo 57, \u00a7 3\u00ba da Lei n\u00ba 8.213/91, \u00e9 expressamente permitida a convers\u00e3o de tempo de servi\u00e7o comum em especial, independentemente do implemento das condi\u00e7\u00f5es para obten\u00e7\u00e3o da aposentadoria especial dar-se somente a posteriori. Logo os contratos constantes na CTPS: Aprendiz SENAI na Empresa Refinaria de Petr\u00f3leo Ipiranga S/A de 01/03/1987 a 27/08/1989 e Ajudante na Empresa Momentum Engenharia LTDA de 19/03/1990 a 04/04/1990 atingem a 02 anos 06 meses 12 dias, com a aludida convers\u00e3o (0,71) perfazendo 01 anos 09 meses 19 dias.\nPer\u00edodo de servi\u00e7o especial: O reconhecimento da especialidade e o enquadramento da atividade exercida sob condi\u00e7\u00f5es nocivas s\u00e3o disciplinados pela lei em vigor \u00e0 \u00e9poca em que efetivamente exercidos, passando a integrar, como direito adquirido, o patrim\u00f4nio jur\u00eddico do trabalhador. Desse modo, uma vez prestado o servi\u00e7o sob a \u00e9gide de legisla\u00e7\u00e3o que o ampara, o segurado adquire o direito \u00e0 contagem como tal, bem como \u00e0 comprova\u00e7\u00e3o das\n\n\fcondi\u00e7\u00f5es de trabalho na forma ent\u00e3o exigida, n\u00e3o se aplicando retroativamente uma lei nova que venha a estabelecer restri\u00e7\u00f5es \u00e0 admiss\u00e3o do tempo de servi\u00e7o especial.\nNo per\u00edodo de trabalho at\u00e9 28/04/1995 \u00e9 admiss\u00edvel o reconhecimento da especialidade por categoria profissional ou por sujei\u00e7\u00e3o a agentes nocivos, aceitando-se qualquer meio de prova.\nA partir de 29/04/1995, inclusive, foi definitivamente extinto o enquadramento por categoria profissional - \u00e0 exce\u00e7\u00e3o daquelas a que se refere a Lei n\u00ba 5.527/68, cujo enquadramento por categoria deve ser feito at\u00e9 13-10-1996, dia anterior \u00e0 publica\u00e7\u00e3o da Medida Provis\u00f3ria n\u00ba 1.523, que revogou expressamente a Lei em quest\u00e3o - de modo que, no interregno compreendido entre 29-04-1995 (ou 14-10-1996) e 05-03-1997, em que vigentes as altera\u00e7\u00f5es introduzidas pela Lei n\u00ba 9.032/95 no art. 57 da Lei de Benef\u00edcios, necess\u00e1ria a demonstra\u00e7\u00e3o efetiva de exposi\u00e7\u00e3o, de forma permanente, n\u00e3o ocasional nem intermitente, a agentes prejudiciais \u00e0 sa\u00fade ou \u00e0 integridade f\u00edsica, por qualquer meio de prova, considerando-se suficiente, para tanto, a apresenta\u00e7\u00e3o de formul\u00e1rio-padr\u00e3o preenchido pela empresa, sem a exig\u00eancia de embasamento em laudo t\u00e9cnico, ressalvados os agentes nocivos ru\u00eddo, frio e calor, conforme visto acima.\nA partir de 06-03-1997, data da entrada em vigor do Decreto n\u00ba 2.172/97, que regulamentou as disposi\u00e7\u00f5es introduzidas no art. 58 da Lei de Benef\u00edcios pela Medida Provis\u00f3ria n\u00ba 1.523/96 (convertida na Lei n\u00ba 9.528/97), passou-se a exigir, para fins de reconhecimento de tempo de servi\u00e7o especial, a comprova\u00e7\u00e3o da efetiva sujei\u00e7\u00e3o do segurado a agentes agressivos por meio da apresenta\u00e7\u00e3o de formul\u00e1rio-padr\u00e3o, embasado em laudo t\u00e9cnico, ou por meio de per\u00edcia t\u00e9cnica.\nPara fins de enquadramento das categorias profissionais, devem ser considerados os Decretos n\u00ba 53.831/64 (Quadro Anexo - 2\u00aa parte), n\u00ba\n\n\f72.771/73 (Quadro II do Anexo) e n\u00ba 83.080/79 (Anexo II) at\u00e9 28-04-1995, data da extin\u00e7\u00e3o do reconhecimento da atividade especial por presun\u00e7\u00e3o legal, ressalvadas as exce\u00e7\u00f5es acima mencionadas. J\u00e1 para o enquadramento dos agentes nocivos, devem ser considerados os Decretos n\u00ba 53.831/64 (Quadro Anexo - 1\u00aa parte), n\u00ba 72.771/73 (Quadro I do Anexo) e n\u00ba 83.080/79 (Anexo I) at\u00e9 05-03-1997, e os Decretos n\u00ba 2.172/97 (Anexo IV) e n\u00ba 3.048/99 a partir de 06-03-1997, ressalvado o agente nocivo ru\u00eddo, ao qual se aplica tamb\u00e9m o Decreto n\u00ba 4.882/03. Al\u00e9m dessas hip\u00f3teses de enquadramento, sempre poss\u00edvel tamb\u00e9m a verifica\u00e7\u00e3o da especialidade da atividade no caso concreto, por meio de per\u00edcia t\u00e9cnica, nos termos da S\u00famula n\u00ba 198 do extinto Tribunal Federal de Recursos (STJ, AGRESP n\u00ba 228832/SC, Relator Ministro Hamilton Carvalhido, Sexta Turma, DJU de 30-06-2003).\nCom rela\u00e7\u00e3o ao agente nocivo hidrocarbonetos (e outros compostos de carbono), o Quadro Anexo do Decreto n\u00ba 53.831, de 25-031964, o Anexo I do Decreto n\u00ba 83.080, de 24-01-1979, e o Anexo IV do Decreto n\u00ba 2.172, de 05-03-1997, cuidando de detalhar os crit\u00e9rios para efeitos de concess\u00e3o da aposentadoria especial aos 25 anos de servi\u00e7o, consideravam insalubres as atividades expostas a poeiras, gases, vapores, neblinas e fumos de derivados do carbono nas opera\u00e7\u00f5es executadas com derivados t\u00f3xicos do carbono, em que o segurado ficava sujeito habitual e permanentemente (C\u00f3digos 1.2.11, 1.2.10; 1.0.3, 1.0.17 e 1.0.19, na devida ordem.\nOs contratos constantes na CTPS, acompanhado dos formul\u00e1rios PPP \u2013 N.C Braga de 23/04/90 a 22/08/91e de 20/02/92 a 12/01/95 e DIRBEN 8030, Laudo T\u00e9cnico Pericial e PPP \u2013 Refinaria de Petr\u00f3leo Ipiranga S/A que sucedeu Refinaria de Petr\u00f3leo Riograndense S/A de 16/01/95 a 10/03/14 alcan\u00e7ando 23 anos 04 meses 15 dias.\n\n\fDesta forma ap\u00f3s o somat\u00f3rio do tempo de servi\u00e7o comum convertido em especial, mais o tempo de servi\u00e7o especial faz juz a aposentadoria especial por ter alcan\u00e7ado o tempo na data do requerimento administrativo (10/03/2014) de 25 anos 02 meses 04 dias.\n\nAssim se destaca:\n\nPREVIDENCI\u00c1RIO. TEMPO DE SERVI\u00c7O ESPECIAL.\n\nPERICULOSIDADE.\n\nPREVIS\u00c3O\n\nEXPRESSA\n\nNO\n\nREGULAMENTO. S\u00daMULA N. 198 DO TFR. INTENSIDADE DA\n\nEXPOSI\u00c7\u00c3O.\n\n1. A lista de atividades perigosas, insalubres ou penosas prevista nos anexos do RBPS n\u00e3o \u00e9 taxativa.\n\n2. Embora a atividade desempenhada n\u00e3o esteja expressamente prevista em normas espec\u00edficas, sua periculosidade \u00e9 evidente, porquanto realizada em \u00e1reas de risco, com sujei\u00e7\u00e3o a explos\u00f5es e inc\u00eandios, devendo-se, em conseq\u00fc\u00eancia, reconhecer a especialidade do tempo de servi\u00e7o do autor.\n\n3. Em se tratando de periculosidade, sua caracteriza\u00e7\u00e3o independe da exposi\u00e7\u00e3o do segurado durante toda a jornada, como ocorre na insalubridade, na qual ganha import\u00e2ncia o tempo em que o organismo se sujeita \u00e0 presen\u00e7a da nocividade. A exposi\u00e7\u00e3o regular do segurado \u00e0 possibilidade de um evento, de um acidente tipo, que, em ocorrendo, j\u00e1 traz como consequ\u00eancia o infort\u00fanio, \u00e9 suficiente para configura\u00e7\u00e3o como especial do respectivo tempo de servi\u00e7o.'\n\n(AC 1999.04.01.139079-3, Rel. para ac\u00f3rd\u00e3o Juiz Luiz Carlos de Castro Lugon, DJU 27-6-2001).\n\nA fun\u00e7\u00e3o exercida pelo Autor, na empresa foi de Operador de Processamento I, Operador de Processamento II, Operador Pleno e Operador S\u00eanior, conforme documentos que seguem em anexo.\nEssas atividades foram realizadas em condi\u00e7\u00f5es especiais conforme formul\u00e1rios DIRBEN 8030 e Laudo T\u00e9cnico Pericial e PPP anexos, n\u00e3o podendo ser consideradas comuns, e sim como atividade especial, conforme a pr\u00f3pria legisla\u00e7\u00e3o pertinente que regulava a mat\u00e9ria \u00e0 \u00e9poca do exerc\u00edcio pelo Autor.\n\n\fDiante deste dado, observa-se que o Autor conta com todos os requisitos preenchidos quando do pedido administrativo, de sua Aposentadoria Especial.\nVale lembrar que a Constitui\u00e7\u00e3o Federal de 1988 em seu artigo 201, par\u00e1grafo 1\u00ba garantiu a ado\u00e7\u00e3o de requisitos e crit\u00e9rios diferenciados para a concess\u00e3o de aposentadoria aos benefici\u00e1rios do regime geral de previd\u00eancia social, que exercessem atividades sob condi\u00e7\u00f5es especiais que prejudiquem a sa\u00fade ou a integridade f\u00edsica, definidos em lei complementar.\nNesta toada, o art. 57 da Lei 8.213/91, conferiu aos segurados sujeitos a condi\u00e7\u00f5es insalubres a possibilidade de requerer aposentadoria com tempo de contribui\u00e7\u00e3o reduzido (15, 20 ou 25 anos), veja-se:\nArt. 57. A aposentadoria especial ser\u00e1 devida, uma vez cumprida a car\u00eancia exigida nesta Lei, ao segurado que tiver trabalhado sujeito a condi\u00e7\u00f5es especiais que prejudiquem a sa\u00fade ou a integridade f\u00edsica, durante 15 (quinze), 20 (vinte) ou 25 (vinte e cinco) anos, conforme dispuser a lei.\nAinda, em seu par\u00e1grafo 5\u00ba, o referido art. 57 estabeleceu regramento para a convers\u00e3o de per\u00edodos laborados sob condi\u00e7\u00f5es insalubres em tempo de servi\u00e7o comum para fins de c\u00f4mputo de tempo para a aposentadoria, principalmente com a edi\u00e7\u00e3o do decreto n.\u00ba 4.827, de 03 de setembro de 2003, o qual modifica o art. 70 do decreto n.\u00ba 3.048/99, possibilitando a convers\u00e3o da atividade especial em comum. Portanto, \u00e9 assegurado a todo aquele que exercer atividades especiais, a convers\u00e3o do tempo trabalhado.\nNo que diz respeito ao enquadramento de tempo de servi\u00e7o especial, atualmente n\u00e3o h\u00e1 maiores discuss\u00f5es, inclusive por for\u00e7a da orienta\u00e7\u00e3o tra\u00e7ada no \u00e2mbito judicial pelo Superior Tribunal de Justi\u00e7a e pelos Tribunais Regionais Federais.\n\n\fInicialmente, a atividade prestada at\u00e9 a Lei n. 9.032/95, mais\nprecisamente 28/04/1995, pode ser enquadrada como especial com base em\nqualquer um dos Decretos ns. 53.831/64 ou 83.080/79. Para a prova, segue-\nse a legisla\u00e7\u00e3o vigente at\u00e9 ent\u00e3o, sendo desnecess\u00e1ria a exist\u00eancia de laudo\nt\u00e9cnico.\nComo dito alhures, com o advento da Lei 9.032, de 28/04/1995,\nque alterou a reda\u00e7\u00e3o do art. 57 da Lei 8.213/91, restou extinto o\nenquadramento exclusivamente pela atividade profissional, adotando\ncrit\u00e9rios mais rigorosos para a concess\u00e3o do benef\u00edcio, somente sendo\nposs\u00edvel, a partir de ent\u00e3o, o reconhecimento de tempo de servi\u00e7o especial\nnas hip\u00f3teses em que restasse comprovada a efetiva exposi\u00e7\u00e3o a algum dos\nagentes nocivos arrolados nos anexos dos Decretos 53.831/64 e 83.080/79.\nTal crit\u00e9rio se manteve somente at\u00e9 05/03/1997, data da edi\u00e7\u00e3o\ndo Decreto 2.172, sendo, a partir de ent\u00e3o, efetuado exclusivamente com\nbase no anexo IV do referido Decreto, posteriormente repetido, na sua\ness\u00eancia, pelo Decreto 3.048/99 hoje em vigor.\nVeja-se o entendimento do Superior Tribunal de Justi\u00e7a:\nRECURSO ESPECIAL. PREVIDENCI\u00c1RIO. TEMPO DE SERVI\u00c7O. ATIVIDADE ESPECIAL. CONVERS\u00c3O. POSSIBILIDADE. EXIG\u00caNCIA DE COMPROVA\u00c7\u00c3O. LEI N\u00ba 9.032/95 E DECRETO N\u00ba 2.172/97. DESNECESSIDADE EM RELA\u00c7\u00c3O AO SERVI\u00c7O PRESTADO NO REGIME ANTERIOR.\n1. O direito \u00e0 contagem, convers\u00e3o e averba\u00e7\u00e3o de tempo de servi\u00e7o \u00e9 de natureza subjetiva, enquanto relativo \u00e0 realiza\u00e7\u00e3o de fato continuado, constitutivo de requisito \u00e0 aquisi\u00e7\u00e3o de direito subjetivo outro, estatut\u00e1rio ou previdenci\u00e1rio, n\u00e3o havendo raz\u00e3o legal ou doutrin\u00e1ria para identificar-lhe a norma legal de reg\u00eancia com aquela que esteja a viger somente ao tempo da produ\u00e7\u00e3o do direito \u00e0 aposentadoria de que \u00e9 instrumental.\n2. O tempo de servi\u00e7o \u00e9 regido sempre pela lei vigente ao tempo da sua presta\u00e7\u00e3o. Dessa forma, em respeito ao direito adquirido, se o trabalhador laborou em condi\u00e7\u00f5es adversas e a lei da \u00e9poca permitia a contagem de forma mais vantajosa, o tempo de servi\u00e7o assim deve ser contado.\n\n\f3. At\u00e9 o in\u00edcio da vig\u00eancia do Decreto n\u00ba 2.172/97, que regulamentou a Lei n\u00ba 9.032/95, a cada dia trabalhado em atividades enquadradas como especiais (Decretos n\u00ba 53.831/64 e 83.080/79), realizava-se o suporte f\u00e1tico da norma que autorizava a contagem desse tempo de servi\u00e7o de forma diferenciada, de modo que o tempo de servi\u00e7o convertido restou imediatamente incorporado ao patrim\u00f4nio jur\u00eddico do segurado, tal como previsto na lei de reg\u00eancia.\n4. A exig\u00eancia da comprova\u00e7\u00e3o t\u00e9cnica da efetiva exposi\u00e7\u00e3o do trabalhador aos agentes nocivos (Lei n\u00ba 9.032/95), para fins de contagem diferenciada do tempo de servi\u00e7o, s\u00f3 teve lugar a partir da vig\u00eancia do Decreto n\u00ba 2.172/97, at\u00e9 a edi\u00e7\u00e3o da Lei n\u00ba 9.711/98.\n5. Recurso improvido.\n(Origem: STJ - SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTI\u00c7A, Classe: RESP - RECURSO ESPECIAL \u2013 461800, Processo: 200201128276, UF: RS, \u00d3rg\u00e3o Julgador: SEXTA TURMA, Des. Hamilton Carvalhido, Data da decis\u00e3o: 21/10/2003 Documento: STJ000529558)\nA partir de 06/03/1997 aplic\u00e1vel o Decreto n. 2.172/97,\nposteriormente substitu\u00eddo pelo de n. 3.048/99, este alterado em parte pelo\nDecreto n. 4.882/2003. Exig\u00edvel, pois, para a prova, laudo t\u00e9cnico.\nPor sua vez, manteve-se a possibilidade da convers\u00e3o de tempo\nde servi\u00e7o especial para comum, inclusive com per\u00edodo posterior a\n28/05/1998 e sem tempo m\u00ednimo de exerc\u00edcio da atividade. Nesse sentido:\nPREVIDENCI\u00c1RIO. RECURSO ESPECIAL. CONVERS\u00c3O DE TEMPO DE SERVI\u00c7O ESPECIAL EM COMUM. AUS\u00caNCIA DE LIMITA\u00c7\u00c3O AO PER\u00cdODO TRABALHADO.\n1. Com as modifica\u00e7\u00f5es legislativas acerca da possibilidade de convers\u00e3o do tempo exercido em atividades insalubres, perigosas ou penosas, em atividade comum, infere-se que n\u00e3o h\u00e1 mais qualquer tipo de limita\u00e7\u00e3o quanto ao per\u00edodo laborado, ou seja, as regras aplicam-se ao trabalho prestado em qualquer per\u00edodo, inclusive ap\u00f3s 28/05/1998. Precedente desta 5.\u00aa Turma.\n2. Recurso especial desprovido.\n(Origem: STJ - SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTI\u00c7A, Classe: RESP - RECURSO ESPECIAL \u2013 1010028, Processo: 200702796223, UF: RN, \u00d3rg\u00e3o Julgador: QUINTA TURMA, Des. Laurita Vaz, Data da decis\u00e3o: 28/02/2008 Documento: STJ000822905)\n\n\fAssim, possui o autor direito legitimo de ver convertido o per\u00edodo considerado comum em per\u00edodo especial, conforme comprovam os documentos inclusos nos autos.\n\n3 - Da antecipa\u00e7\u00e3o dos efeitos da tutela\n\nEm vista do exposto, observa-se que a \u00fanica forma de evitar danos irrepar\u00e1veis \u00e0 requerente \u00e9 exatamente concess\u00e3o do benef\u00edcio.\n\nH\u00e1 larga prova da necessidade da demandante e a verossimilhan\u00e7a do direito \u00e9 patente diante de toda a legisla\u00e7\u00e3o e jurisprud\u00eancia citadas.\n\nDemonstrados, pois, tais requisitos, o provimento antecipat\u00f3rio deve ser deferido. Nesse rumo:\n\nPREVIDENCI\u00c1RIO. APOSENTADORIA POR TEMPO DE\n\nSERVI\u00c7O.\n\nANTECIPA\u00c7\u00c3O\n\nDE\n\nTUTELA.\n\nVEROSSIMILHAN\u00c7A NA SENTEN\u00c7A. FUNDADO RECEIO\n\nDE DANO IRREPAR\u00c1VEL. SEGURADO DESEMPREGADO.\n\nANTECIPA\u00c7\u00c3O DE TUTELA CONFIRMADA. 1. A senten\u00e7a\n\nde m\u00e9rito que julga procedente a a\u00e7\u00e3o, acolhendo a pretens\u00e3o do\n\nautor, torna inequ\u00edvoca a verossimilhan\u00e7a do direito alegado. 2. O\n\nfundado receio de dano irrepar\u00e1vel est\u00e1 configurado no fato de a\n\nparte segurada estar desempregada, o que aliado \u00e0 idade, dificulta o\n\nadequado retorno ao ex\u00edguo mercado de trabalho, impedindo,\n\nassim, a sua subsist\u00eancia, o que demonstra a necessidade do\n\nbenef\u00edcio para prover seu sustento. 3. Presentes os requisitos do\n\nart. 273 do CPC, h\u00e1 que ser mantida a antecipa\u00e7\u00e3o dos efeitos\n\nda tutela. (TRF4 - AGRAVO DE INSTRUMENTO N\u00ba\n\n2005.04.01.044735-9, 6\u00aa Turma, Des. Federal JO\u00c3O BATISTA\n\nPINTO SILVEIRA, D.J.U. 29/03/2006(grifou-se)\n\nCumpre assinalar, ali\u00e1s, que o entendimento de que n\u00e3o pode\n\nhaver antecipa\u00e7\u00e3o de tutela contra a Fazenda P\u00fablica est\u00e1 ultrapassado, pois\n\nfere os comezinhos princ\u00edpios de direito, o direito que todos t\u00eam de um\n\ntratamento igualit\u00e1rio. Inclusive o Supremo Tribunal Federal entende que,\n\nem quest\u00f5es previdenci\u00e1rias, n\u00e3o se aplica o que foi decidido na ADC (cf.\n\nReclama\u00e7\u00f5es 1.157, 1.022 e 1.104 ajuizadas pelo INSS).\n\n\fNesses termos, se requer a antecipa\u00e7\u00e3o da tutela jurisdicional para determinar ao INSS que conceda de imediato, o benef\u00edcio assistencial \u00e0 parte autora.\n4 \u2013 Da gratuidade da Justi\u00e7a\nA respeito do tema, vale dizer que n\u00e3o h\u00e1 confundir o benef\u00edcio da gratuidade da justi\u00e7a, com a assist\u00eancia judici\u00e1ria gratuita. O primeiro \u00e9 benef\u00edcio que se defere diante da afirma\u00e7\u00e3o da necessidade, nos termos do art. 4\u00ba da Lei 1.060/50 e sob as penas estabelecidas no art. 4\u00ba, \u00a7 1\u00ba, do mesmo diploma. A segunda \u00e9 servi\u00e7o prestado pelo Estado \u00e0queles que provarem necessidade, conforme o art. 5\u00ba, LXXIV, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal.\nNa esp\u00e9cie, trata-se de pedido de gratuidade da justi\u00e7a que, por dizer com o direito de acesso ao Judici\u00e1rio, \u00e9 instituto nobre, que recomenda liberalidade no seu deferimento. Bastante, portanto, a afirma\u00e7\u00e3o da pobreza, sob as penas da lei.\nRequer-se, portanto, desde j\u00e1, a concess\u00e3o da gratuidade da justi\u00e7a.\n5- Do valor da causa\nPara fins de c\u00e1lculo do valor da causa \u00e9 importante observar:\nData do pedido administrativo: 10/03/2014 Ajuizamento da a\u00e7\u00e3o: Maio/2014 N\u00ba de parcelas vencidas: 03 (Tr\u00eas) meses N\u00ba de parcelas vincendas: 12 (Doze) meses Total de parcelas: 15 (quinze) meses. Valor do benef\u00edcio: R$3.359,37 (M\u00e9dia dos 80% maiores sal\u00e1rios de contribui\u00e7\u00e3o) 03 x R$3.359,37 = R$ 10.078,11 (parcelas vencidas) 12 x R$3.359,37 = R$ 40.312,44 (parcelas vincendas) Total: Assim sendo:\n\n\fConclui-se que o valor da causa alcan\u00e7a a cifra de R$50.390,55 (cinquenta mil trezentos e noventa reais e cinquenta e cinco centavos).\n6 - Do pedido\nDiante do exposto, requer:\na) O deferimento da tutela antecipat\u00f3ria, determinando este Ju\u00edzo ao r\u00e9u que conceda, imediatamente, o benef\u00edcio \u00e0 requerente;\nb) A cita\u00e7\u00e3o do r\u00e9u para, querendo, apresentar defesa, no prazo de lei;\nc) Seja julgado PROCEDENTE o pedido aviado pela requerente, para, confirmando os efeitos da antecipa\u00e7\u00e3o de tutela, seja o r\u00e9u condenado a conceder o benef\u00edcio de aposentadoria especial assistencial \u00e0 parte autora, desde a data do requerimento administrativo (10.03.2014), pagando as parcelas vencidas atualizadas monetariamente desde o vencimento de cada presta\u00e7\u00e3o, acrescidas de juros legais de 1% ao m\u00eas, a contar da cita\u00e7\u00e3o;\nd) A averba\u00e7\u00e3o e o reconhecimento do per\u00edodo especial: N.C Braga LTDA no per\u00edodo de 23/04/1990 a 22/08/1991, N.C Braga LTDA no per\u00edodo de 20/02/1992 a 12/01/1995 e Refinaria de Petr\u00f3leo Riograndense S/A no per\u00edodo de 16/01/1995 a 10/03/2014 alcan\u00e7ando 23 anos 04 meses 15 dias;\ne) A convers\u00e3o de tempo comum em especial nos seguintes per\u00edodos: Aprendiz SENAI na Empresa Refinaria de Petr\u00f3leo Ipiranga S/A de 01/03/1987 a 27/08/1989 e Ajudante na Empresa Momentum Engenharia LTDA de 19/03/1990 a 04/04/1990 pelo coeficiente 0,71 alcan\u00e7ando 01 ano 09 meses 19 dias que somados aos 23 anos 04 meses 15 dias de especial totalizam 25 anos 02 meses 04 dias de tempo especial;\nf) A designa\u00e7\u00e3o, se necess\u00e1rio for, de exame pericial por Perito T\u00e9cnico, a fim de avaliar a atividade prestada em condi\u00e7\u00f5es especiais com preju\u00edzo da sa\u00fade ou integridade f\u00edsica da requerente;\n\n\fg) A concess\u00e3o do benef\u00edcio da GRATUIDADE DA JUSTI\u00c7A; h) A condena\u00e7\u00e3o do r\u00e9u ao pagamento das custas processuais e de honor\u00e1rios advocat\u00edcios;\nProtesta, ademais, por todas as formas de prova em direito admitidas, especialmente a documental e a pericial.\nD\u00e1-se a causa o valor de R$50.390,55 (cinquenta mil trezentos e noventa reais e cinquenta e cinco centavos).\nNesses termos, roga deferimento.\nRio Grande/RS, 20 de maio de 2014.\nPaulo Roberto \u00c1vila Castro OAB/RS 89.852\n\n\f" } ], "similar_texts_federais_solon": [ { "header": "Texto Similar 1 (Solon) - IdDocumentoCompleto: 5013120-63.2016.4.04.7001-701472662690807010180299393790", "text": "EXCELENT\u00cdSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (\u00cdZA) FEDERAL DA VARA FEDERAL DA SE\u00c7\u00c3O\nJUDICI\u00c1RIA DE LONDRINA- SUBSE\u00c7\u00c3O JUDICI\u00c1RIA DO ESTADO DO PARANA\n\nSERGIO HUMBERTO BERNADELI PARREIRA, j\u00e1 qualificado no cadastro eletr\u00f4nico, v\u00eam mui respeitosamente \u00e0 alta presen\u00e7a de Vossa Excel\u00eancia, atrav\u00e9s de seus procuradores in fine, com escrit\u00f3rio profissional \u00e0 Rua Pernambuco, n. 269, sala 2.202, na cidade de Londrina/PR, onde recebem intima\u00e7\u00f5es, impetrar o presente:\nMANDADO DE SEGURAN\u00c7A\n\nem face do INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL- INSS na pessoa do titular ag\u00eancia da PREVID\u00caNCIA SOCIAL LONDRINA \u2013 JO\u00c3O C\u00c2NDIDO e o CHEFE DO SERVI\u00c7O DE BENEF\u00cdCIOS DA RESPECTIVA AG\u00caNCIA, no mesmo endere\u00e7o, nesta cidade de Londrina-PR, sob o permissivo insculpido no inciso LXIX do artigo 5\u00ba da CF/88 c.c Lei 1.533/51 e Lei 12.016/2009, pelos motivos de fato e de direito a seguir expostos.\n\nCLAUDINEY ERNANI GIANNINI OAB N. 45.167\n\nNestes termos, pede e espera deferimento. Londrina, data do protocolo.\nEDSON CHAVES FILHO OAB/PR N. 51.335\n\n\f1. DOS FATOS\nO (a) impetrante \u00e9 servidor (a) p\u00fablico municipal, de regime estatut\u00e1rio, ocupante do cargo de M\u00e9dico.\nConforme reza a legisla\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria, para a contagem rec\u00edproca de tempo de servi\u00e7o, precisa ser expedida a Certid\u00e3o de Tempo de Servi\u00e7o do INSS tornando poss\u00edvel a \u201cmigra\u00e7\u00e3o\u201d do referido tempo de servi\u00e7o ao RJU.\nEm 18.08.2016, o impetrante requereu a expedi\u00e7\u00e3o da Certid\u00e3o de Tempo de Contribui\u00e7\u00e3o perante as autoridades coatoras.\nPara os per\u00edodos entre 02.05.1991 at\u00e9 01.04.1993 e 28.10.1993 at\u00e9 03.04.1995, o impetrante requereu a convers\u00e3o por enquadramento em categoria profissional (m\u00e9dico), tendo sido realizado a juntada da CTPS, sendo reconhecido pelo INSS a categoria profissional, inclusive tendo sido lan\u00e7ado na CTC a fun\u00e7\u00e3o \u201cm\u00e9dico\u201d (vide CTC em anexo).\nNo caso em tela, analisando a legisla\u00e7\u00e3o vigente \u00e0 \u00e9poca do efetivo labor, tem-se que quanto \u00e0 atividade m\u00e9dica, o Decreto n\u00ba 63.230/69, Quadro II, 2.1.3, e o Decreto 83.080/79, Anexo II, 2.1.3, enquadram a atividade de m\u00e9dico como especial.\nAssim, basta ao impetrante a demonstra\u00e7\u00e3o do exerc\u00edcio da atividade m\u00e9dica no per\u00edodo postulado para que este seja considerado como realizado sob condi\u00e7\u00f5es especiais.\nTodavia, a autoridade requerida expediu a CTC, sem convers\u00e3o.\nAnte ao exposto, requer seja concedida a ordem, determinando o INSS expe\u00e7a em favor do (a) impetrante a certid\u00e3o de Tempo de Contribui\u00e7\u00e3o (CTC), reconhecendo a especialidade e enquadramento dos per\u00edodos entre 02.05.1991 at\u00e9 01.04.1993 e 28.10.1993 at\u00e9 03.04.1995, enquanto atividade prejudiciais \u00e0 sa\u00fade, acrescido do multiplicador de 1,40.\n2. DO DIREITO 2.1. DA EMISS\u00c3O DA CERTID\u00c3O POR TEMPO DE CONTRIBUI\u00c7\u00c3O\n\n\fPrimeiramente, impende frisar que o direito a obten\u00e7\u00e3o de certid\u00f5es dos \u00f3rg\u00e3os p\u00fablicos \u00e9 direito fundamental dos indiv\u00edduos e tem sede no artigo 5\u00ba, inciso XXXIV, al\u00ednea \"b\", da Constitui\u00e7\u00e3o Federal de 1988, in verbis:\nXXXIV- s\u00e3o a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas: [...] b) a obten\u00e7\u00e3o de certid\u00f5es em reparti\u00e7\u00e3o p\u00fablica, para defesa de direitos e esclarecimento de situa\u00e7\u00f5es de interesse pessoal.\"\nPortanto, a emiss\u00e3o de certid\u00e3o por tempo de contribui\u00e7\u00e3o insere-se nessa previs\u00e3o constitucional, caracterizado-se como direito fundamental do impetrante, at\u00e9 porque nada mais \u00e9 do que um documento p\u00fablico fornecido pela Administra\u00e7\u00e3o P\u00fablica, visando a certifica\u00e7\u00e3o da exist\u00eancia de tempo de servi\u00e7o, a fim de ser utilizado para fins de contagem rec\u00edproca.\nA prop\u00f3sito, segundo Jos\u00e9 Cretella Junior: \"Certid\u00e3o p\u00fablica ou certid\u00e3o administrativa \u00e9 o documento fornecido pela administra\u00e7\u00e3o ao interessado, afirmando a exist\u00eancia de um fato, fundamentado em busca efetuada nos arquivos da reparti\u00e7\u00e3o. Faz f\u00e9 publica, at\u00e9 prova em contr\u00e1rio.\"1\nCONSTITUCIONAL E PREVIDENCI\u00c1RIO. MANDADO DE SEGURAN\u00c7A. EXPEDI\u00c7\u00c3O DE NOVA CERTID\u00c3O OU SEGUNDA VIA DE CERTID\u00c3O DE TEMPO DE SERVI\u00c7O OU DE CONTRIBUI\u00c7\u00c3O. A concess\u00e3o de mandado de seguran\u00e7a pressup\u00f5e direito l\u00edquido e certo, a aflorar sem maiores indaga\u00e7\u00f5es, devendo a prova colacionada ser extreme de d\u00favidas, o que se verifica quando o pedido \u00e9 de expedi\u00e7\u00e3o de nova certid\u00e3o ou segunda via de certid\u00e3o de tempo de servi\u00e7o ou de contribui\u00e7\u00e3o. (TRF4, APELREEX 2008.71.12.001501-0, Quinta Turma, Relator Fernando Quadros da Silva, D.E. 16/11/2009)\nOs artigos 94 e 96 da Lei 8.213/91, permitem o c\u00f4mputo rec\u00edproco do tempo de contribui\u00e7\u00e3o exercido na atividade privada, rural e urbana e de servi\u00e7o p\u00fablico, hip\u00f3tese em que os sistemas de previd\u00eancia social se compensar\u00e3o financeiramente no sistema a que o interessado estiver vinculado ao requerer o benef\u00edcio.\n2.2. CONTAGEM REC\u00cdPROCA \u2013 TEMPO DE SERVI\u00c7O INSALUBRE\nA mudan\u00e7a de regime n\u00e3o constitui \u00f3bice \u00e0 averba\u00e7\u00e3o do tempo de servi\u00e7o anterior ao Regime Jur\u00eddico \u00danico. Tendo o (a) impetrante\n1 Coment\u00e1rios \u00e0 Constitui\u00e7\u00e3o de 1988. V. I. Forense, p. 429\n\n\flaborado em condi\u00e7\u00f5es insalubres/perigosas, \u00e0 luz da legisla\u00e7\u00e3o que lhe reconheceu a peculiaridade das atividades desempenhadas, haja vista a legisla\u00e7\u00e3o geral de previd\u00eancia social, a qual regulou o caso do demandante at\u00e9 sua inclus\u00e3o no regime estatut\u00e1rio, deve ser promovida a imediata averba\u00e7\u00e3o do per\u00edodo laborado.\nComo muito bem preleciona o mestre Cl\u00f3vis Bevil\u00e1cqua, em sua obra \"C\u00f3digo Civil\", v. I, p. 99, \"Direito adquirido \u00e9 um bem jur\u00eddico criado por um fato capaz de produzi-lo, segundo as prescri\u00e7\u00f5es da lei ent\u00e3o vigente, e que, de acordo com os preceitos da mesma lei, entrou para o patrim\u00f4nio do titular.\"\nMuito oportuno \u00e9 trazer \u00e0 cola\u00e7\u00e3o, ainda, li\u00e7\u00e3o do renomado doutrinador Jos\u00e9 Afonso da Silva, in \"Curso de Direito Constitucional Positivo\" (18\u00aa ed., Malheiros, 2000, pp. 435-7), que, ao debater a tem\u00e1tica da sucess\u00e3o de leis no tempo e a necessidade de assegurar o valor da seguran\u00e7a jur\u00eddica, especialmente quanto \u00e0 estabilidade dos direitos subjetivos, ensina-nos que a seguran\u00e7a jur\u00eddica consiste no \"conjunto de condi\u00e7\u00f5es que tornam poss\u00edvel \u00e0s pessoas o conhecimento antecipado e reflexivo das conseq\u00fc\u00eancias diretas de seus atos e de seus fatos \u00e0 luz da liberdade reconhecida\".\nEspecifica, ainda, o direito subjetivo como \"um direito exercit\u00e1vel segundo a vontade do titular e exig\u00edvel na via jurisdicional quando seu exerc\u00edcio \u00e9 obstado pelo sujeito obrigado \u00e0 presta\u00e7\u00e3o correspondente. Se tal direito \u00e9 exercido, foi devidamente prestado, tornou-se situa\u00e7\u00e3o jur\u00eddica consumada (direito consumado, direito satisfeito, extinguiu-se a rela\u00e7\u00e3o jur\u00eddica que o fundamentava)\".\nE continua: \"Se o direito subjetivo n\u00e3o foi exercido, vindo a lei nova, transforma-se em direito adquirido, porque era direito exercit\u00e1vel e exig\u00edvel \u00e0 vontade de seu titular. Incorporou-se no seu patrim\u00f4nio, para ser exercido quando convier. A lei nova n\u00e3o pode prejudic\u00e1-lo, s\u00f3 pelo fato de o titular n\u00e3o o ter exercido antes\" .\nEm virtude disso, a impetrante, uma vez exercido atividades nocivas, faz jus \u00e0 averba\u00e7\u00e3o do tempo de servi\u00e7o prestado sob condi\u00e7\u00f5es especiais, devidamente majorado, conforme previsto pela legisla\u00e7\u00e3o ent\u00e3o vigente, em raz\u00e3o de ter incorporado ao seu patrim\u00f4nio jur\u00eddico.\nADMINISTRATIVO. MANDADO DE SEGURAN\u00c7A. QUEST\u00d5ES PRELIMINARES. TEMPO DE SERVI\u00c7O INSALUBRE . REGIME CLT. TRANSFORMA\u00c7\u00c3O PARA O REGIME JUR\u00cdDICO \u00daNICO. AVERBA\u00c7\u00c3O . [...]\n\n\fExercendo o impetrante atividade insalubre como odont\u00f3logo, operando direta e habitualmente raio X ou subst\u00e2ncias radioativas, enquanto regido pela CLT, possu\u00eda o direito de computar o tempo de servi\u00e7o com incid\u00eancia do multiplicador 1.4, a reduzir o tempo necess\u00e1rio a aposentadoria. Submetido ao RJU, mediante convers\u00e3o de regime, assegurada a contagem do tempo de servi\u00e7o anterior, nos termos do art-7 da Lei-8162/91, \u00e9 evidente que n\u00e3o perdeu o tempo anterior, por j\u00e1 integrado ao seu patrim\u00f4nio jur\u00eddico. Negativa da administra\u00e7\u00e3o de proceder \u00e0 averba\u00e7\u00e3o pretendida afastada, porque o servi\u00e7o j\u00e1 foi prestado, a condi\u00e7\u00e3o insalubre existiu e nenhuma lei pode alter\u00e1-la. Viola\u00e7\u00e3o do direito adquirido pelo servidor que a ele sempre far\u00e1 jus, a despeito de qualquer lei contr\u00e1ria superveniente. (...)\" (TRF 4\u00aa Regi\u00e3o, 4\u00aa Turma, AMS n\u00ba 97.04.68193-3/SC, Rel. Des. S\u00edlvia Goraieb, DJ 01-07-1998, p. 707).\"\nEm id\u00eantico sentido, v\u00eam decidindo as 5\u00aa e 6\u00aa Turmas da Egr\u00e9gia Corte Superior:\nSERVIDOR P\u00daBLICO EX- CELETISTA . CONTAGEM DE TEMPO DE SERVI\u00c7O PRESTADO SOB CONDI\u00c7\u00d5ES INSALUBRE S. DIREITO ADQUIRIDO ENQUANTO CELETISTA . RECURSO ESPECIAL (...). 3. Ao servidor p\u00fablico que, quando celetista , teve incorporado ao seu patrim\u00f4nio o direito \u00e0 contagem de tempo de servi\u00e7o com acr\u00e9scimo legal pelo fato de exercer atividade insalubre , se reconhece o direito \u00e0 Certid\u00e3o de Tempo de Servi\u00e7o da qual conste o tempo integral que perfez sob o p\u00e1lio da lei da \u00e9poca. (...). (STJ, 5\u00aa Turma, REsp. n\u00ba 307.670/PB, Rel. Min. Edson Vidigal, un\u00e2nime, DJ 18-062001, p. 180).\"\nAdemais, a Corte Superior, no REsp. n\u00ba 295.283/SC, (6\u00aa Turma, Rel. Min. Fernando Gon\u00e7alves, decis\u00e3o 30-07-2002, un\u00e2nime) manteve decis\u00e3o da 4\u00aa Turma do TRF4.\nPor fim, o STF tamb\u00e9m \u00e9 un\u00edssono acerca da mat\u00e9ria, em conformidade com o seguinte precedente:\n1. Trata-se de recurso extraordin\u00e1rio contra ac\u00f3rd\u00e3o que deixou de reconhecer, a servidor p\u00fablico, contagem especial de tempo de servi\u00e7o prestado sob condi\u00e7\u00f5es insalubre s, antes de sua transforma\u00e7\u00e3o em estatut\u00e1rio. 2. Consistente o recurso. A orienta\u00e7\u00e3o do ac\u00f3rd\u00e3o recorrido est\u00e1 em desconformidade com a do Plen\u00e1rio desta Corte, que, ao julgar o RE n\u00ba 209.899, Rel. Min. MAUR\u00cdCIO CORR\u00caA, DJ de 06.06.2003, concluiu que o tempo de servi\u00e7o p\u00fablico federal, prestado sob regime celetista, deve ser contado para todos os efeitos, incorporando-se ao patrim\u00f4nio dos servidores p\u00fablicos transformados em estatut\u00e1rios.\n\n\fNo mesmo sentido, confiram-se: RE n\u00ba 334.647, Rel. Min. SEP\u00daLVEDA PERTENCE; RE n\u00ba 352.322, 2\u00aa Turma, Rel. Min. ELLEN GRACIE; RE n\u00ba 370.523, Rel. Min. MAURICIO CORR\u00caA; RE n\u00ba 386.990, Rel. Min. MARCO AUR\u00c9LIO; RE n\u00ba 413.258, Rel. Min. CARLOS VELLOSO; RE n\u00ba 315.640, Rel. Min. NELSON JOBIM. 3. Ante o exposto, adotando os fundamentos desses precedentes e com base no art. 557, \u00a7 1\u00ba-A, do C\u00f3digo de Processo Civil, com a reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n\u00ba 9.756, de 17.12.1998, conhe\u00e7o do RE, e lhe dou provimento, para julgar procedente o pedido, invertendo-se os \u00f4nus da sucumb\u00eancia. Publique-se. Int.\" (RE n\u00ba 466.216/RS. STF, decis\u00e3o monocr\u00e1tica. Rel. Min. Cezar Peluso, DJU 13.02.2006)\n2.3. DAS ATIVIDADES ESPECIAIS\nO (a) impetrante, conforme destacado alhures, trabalhou sujeito a condi\u00e7\u00f5es especiais prejudiciais a sua sa\u00fade e integridade f\u00edsica, pois exerceu atividades que o expunham de modo habitual e permanente, n\u00e3o ocasional e nem intermitente a agentes nocivos.\nCom rela\u00e7\u00e3o ao reconhecimento da atividade exercida como especial, \u00e9 de ressaltar-se que o tempo de servi\u00e7o \u00e9 disciplinado pela lei em vigor \u00e0 \u00e9poca em que efetivamente exercido, passando a integrar, como direito adquirido, o patrim\u00f4nio jur\u00eddico do trabalhador. Desse modo, uma vez prestado o servi\u00e7o sob a \u00e9gide de legisla\u00e7\u00e3o que o ampara, o segurado adquire o direito \u00e0 contagem como tal, bem como \u00e0 comprova\u00e7\u00e3o das condi\u00e7\u00f5es de trabalho na forma ent\u00e3o exigida, n\u00e3o se aplicando retroativamente uma lei nova que venha a estabelecer restri\u00e7\u00f5es \u00e0 admiss\u00e3o do tempo de servi\u00e7o especial.2\nTem-se, a seguinte evolu\u00e7\u00e3o legislativa quanto ao tema sub judice:\na) no per\u00edodo de trabalho at\u00e9 28-04-95, quando vigente a Lei n\u00ba 3.807/60 (Lei Org\u00e2nica da Previd\u00eancia Social) e suas altera\u00e7\u00f5es e, posteriormente, a\n2 Nesse sentido, \u00e9 a orienta\u00e7\u00e3o adotada pela Terceira Se\u00e7\u00e3o do Egr\u00e9gio Superior Tribunal de Justi\u00e7a (AGREsp n\u00ba 493.458/RS, Relator Ministro Gilson Dipp, Quinta Turma, DJU de 23-06-2003, p. 429, e REsp n\u00ba 491.338/RS, Relator Ministro Hamilton Carvalhido, Sexta Turma, DJU de 23-062003, p. 457), a qual passou a ter previs\u00e3o legislativa expressa com a edi\u00e7\u00e3o do Decreto n\u00ba 4.827/2003, que introduziu o \u00a7 1\u00ba ao art. 70 do Decreto n\u00ba 3.048/99.\n\n\fLei n\u00ba 8.213/91 (Lei de Benef\u00edcios), em sua reda\u00e7\u00e3o original (arts. 57 e 58), poss\u00edvel o reconhecimento da especialidade do trabalho quando houver a comprova\u00e7\u00e3o do exerc\u00edcio de atividade enquadr\u00e1vel como especial nos decretos regulamentadores e/ou na legisla\u00e7\u00e3o especial ou quando demonstrada a sujei\u00e7\u00e3o do segurado a agentes nocivos por qualquer meio de prova (exceto para ru\u00eddo, em que necess\u00e1ria sempre a aferi\u00e7\u00e3o do n\u00edvel de decib\u00e9is por meio de per\u00edcia t\u00e9cnica, carreada aos autos ou noticiada em formul\u00e1rio emitido pela empresa, a fim de se verificar a nocividade ou n\u00e3o desse agente);\nb) a partir de 29-04-95, inclusive, foi definitivamente extinto o enquadramento por categoria profissional, de modo que, no interregno compreendido entre esta data e 05-03-97, em que vigentes as altera\u00e7\u00f5es introduzidas pela Lei n\u00ba 9.032/95 no art. 57 da Lei de Benef\u00edcios, necess\u00e1ria a demonstra\u00e7\u00e3o efetiva de exposi\u00e7\u00e3o, de forma permanente, n\u00e3o ocasional nem intermitente, a agentes prejudiciais \u00e0 sa\u00fade ou \u00e0 integridade f\u00edsica, por qualquer meio de prova, considerando-se suficiente, para tanto, a apresenta\u00e7\u00e3o de formul\u00e1rio-padr\u00e3o preenchido pela empresa, sem a exig\u00eancia de embasamento em laudo t\u00e9cnico;\nc) no lapso temporal compreendido entre 06-03-97 e 28-05-98, em que vigente o Decreto n\u00ba 2.172/97, que regulamentou as disposi\u00e7\u00f5es introduzidas no art. 58 da Lei de Benef\u00edcios pela Medida Provis\u00f3ria n\u00ba 1.523/96 (convertida na Lei n\u00ba 9.528/97), passou-se a exigir, para fins de reconhecimento de tempo de servi\u00e7o especial, a comprova\u00e7\u00e3o da efetiva sujei\u00e7\u00e3o do segurado a agentes agressivos por meio da apresenta\u00e7\u00e3o de formul\u00e1rio-padr\u00e3o, embasado em laudo t\u00e9cnico, ou por meio de per\u00edcia t\u00e9cnica; 3\nPara fins de enquadramento das categorias profissionais, devem ser considerados os Decretos n\u00bas 53.831/64 (Quadro Anexo - 2\u00aa parte) e 83.080/79 (Anexo II) at\u00e9 28-04-95, data da extin\u00e7\u00e3o do reconhecimento da atividade especial por presun\u00e7\u00e3o legal.\nJ\u00e1 para o enquadramento dos agentes nocivos, devem ser considerados os Decretos n\u00bas 53.831/64 (Quadro Anexo - 1\u00aa parte) e 83.080/79 (Anexo I) at\u00e9 05-03-97 e o Decreto n\u00ba 2.172/97 (Anexo IV) no interregno compreendido entre 06-03-97 e 28-05-98.\n3 Essas conclus\u00f5es s\u00e3o suportadas por remansosa jurisprud\u00eancia do Superior Tribunal de Justi\u00e7a (REsp n\u00ba 461.800/RS, 6\u00aa Turma, Rel. Min. Hamilton Carvalhido, DJU de 25-02-2004; REsp n\u00ba 513.832/PR, 5\u00aa Turma, Rel. Min. Laurita Vaz, DJU de 04-08-2003, p. 419; REsp n\u00ba 397.207/RN, 5\u00aa Turma, Rel. Min. Jorge Scartezzini, DJU de 01-03-2004).\n\n\f2.3.1. DA UTILIZA\u00c7\u00c3O DE EPI\u2019S\nConv\u00e9m destacar que a utiliza\u00e7\u00e3o de EPI\u2019s \u00e9 insuficiente para afastar a especialidade da atividade para fins previdenci\u00e1rios.\nNesse sentido, a Turma de Uniformiza\u00e7\u00e3o das Decis\u00f5es das Turmas Recursais dos Juizados Especiais Federais sumulou a quest\u00e3o editando o verbete n\u00ba 09:\n\u201cAposentadoria Especial \u2013 Equipamento de Prote\u00e7\u00e3o Individual. O uso de Equipamento de Prote\u00e7\u00e3o Individual (EPI), ainda que elimine a insalubridade, no caso de exposi\u00e7\u00e3o a ru\u00eddo, n\u00e3o descaracteriza o tempo de servi\u00e7o especial prestado\u201d.\n2.4. CASO DOS AUTOS\nNo caso em exame, conforme se comprova dos documentos anexados aos autos, as atividades do impetrante, est\u00e3o encartadas a profiss\u00e3o junto \u00e0 CTPS.\nPara todo o per\u00edodo controvertido, o impetrante esteve exposto \u00e0 agentes nocivos inerentes ao cargo de m\u00e9dico.\nIncontroverso pois o pr\u00f3prio INSS lan\u00e7ou na Certid\u00e3o de Tempo de Contribui\u00e7\u00e3o a profiss\u00e3o do impetrante (incontroverso), inequ\u00edvoco reconhecimento de que o impetrante exerceu a fun\u00e7\u00e3o de m\u00e9dico nos per\u00edodos laborados.\nNesse caso, portanto, o enquadramento se d\u00e1 por ocasi\u00e3o da categoria profissional (m\u00e9dico).\n2.4.1. DO ENQUADRAMENTO PELA CATEGORIA PROFISSIONAL - M\u00c9DICO\nNo per\u00edodo postulado, o impetrante laborou no cargo de m\u00e9dico, onde tem-se que quanto \u00e0 atividade m\u00e9dica, o C\u00f3digo 2.1.4 do Anexo III, do Decreto n. 53.831/64, o Decreto n\u00ba 63.230/69, Quadro II, 2.1.3, e o Decreto 83.080/79, Anexo II, 2.1.3 e C\u00f3digo 1.0.0 do Quadro Anexo I, enquadram a atividade de m\u00e9dico como especial.\n\n\fAssim, basta ao impetrante a demonstra\u00e7\u00e3o do exerc\u00edcio da atividade m\u00e9dica no per\u00edodo postulado para que este seja considerado como realizado sob condi\u00e7\u00f5es especiais.\nMesmo que n\u00e3o houvesse a apresenta\u00e7\u00e3o do Formul\u00e1rio SB-40 ou DSS-8030, de sorte a demonstrar as condi\u00e7\u00f5es em que efetivamente o segurado exerceu suas atividades, desses documentos, e essa demonstra\u00e7\u00e3o, n\u00e3o s\u00e3o necess\u00e1rios em virtude do per\u00edodo de trabalho em atividade especial que se deseja reconhecer (m\u00e9dico (a)), e da legisla\u00e7\u00e3o vigente no referido per\u00edodo, acima detalhada, segundo a qual basta a comprova\u00e7\u00e3o do exerc\u00edcio da atividade e do enquadramento legal dessa atividade como especial. \u00c9 a pr\u00f3pria lei que considera o s\u00f3 exerc\u00edcio dessa atividade como exerc\u00edcio em condi\u00e7\u00f5es nocivas.4\nO Relator Francisco Donizete Gomes, do E. TRF da 4\u00aa Regi\u00e3o, para os casos de enquadramento por categoria profissional, assim disp\u00f4s:\nEst\u00e1 correto que n\u00e3o houve apresenta\u00e7\u00e3o do Formul\u00e1rio SB-40 ou DSS8030, de sorte a demonstrar as condi\u00e7\u00f5es em que efetivamente a impetrante exerceu a atividade m\u00e9dica. Todavia, esses documentos, e essa demonstra\u00e7\u00e3o, n\u00e3o s\u00e3o necess\u00e1rios em virtude do per\u00edodo de trabalho em atividade especial que se deseja reconhecer, e da legisla\u00e7\u00e3o vigente no referido per\u00edodo, acima detalhada, segundo a qual basta a comprova\u00e7\u00e3o do exerc\u00edcio da atividade e do enquadramento legal dessa atividade como especial. \u00c9 a pr\u00f3pria lei que considera o s\u00f3 exerc\u00edcio dessa atividade como exerc\u00edcio em condi\u00e7\u00f5es nocivas.5\nO entendimento do Col. STJ:\nDIREITO ADMINISTRATIVO. RECURSO ESPECIAL. SERVIDOR P\u00daBLICO FEDERAL. M\u00c9DICO LOTADO NO MINIST\u00c9RIO DA SA\u00daDE. TEMPO DE SERVI\u00c7O SOB O REGIME CELETISTA. ATIVIDADE PREVISTA COMO INSALUBRE PELOS DECRETOS 53.831/64 E 83.080/79. CONTAGEM. POSSIBILIDADE. COMPROVA\u00c7\u00c3O DO EFETIVO EXERC\u00cdCIO. DESNECESSIDADE. PRECEDENTES DO STJ. RECURSO ESPECIAL CONHECIDO E PROVIDO. 1. Tendo o servidor, no per\u00edodo de 30/3/79 at\u00e9 a vig\u00eancia da Lei 8.112/90, quando ainda regido pelo regime celetista, exercido atividade considerada especial pelos Decretos 53.831/64 e 83.080/79 (m\u00e9dico), \u00e9 leg\u00edtima a convers\u00e3o e averba\u00e7\u00e3o do tempo de servi\u00e7o em comum para fins de aposentadoria por tempo de servi\u00e7o, sendo desnecess\u00e1rio\n4 TRF4, AMS 2003.71.00.057293-1, Quinta Turma, Relator Francisco Donizete Gomes, D.E. 20/08/2007 5 Idem\n\n\fcomprovar o efetivo exerc\u00edcio da atividade. Precedentes do STJ. 2. Recurso especial conhecido e provido. (REsp 976.631/RJ, Rel. Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA, QUINTA TURMA, julgado em 20/11/2008, DJe 09/12/2008; sublinhou-se)\nAcresce que, conforme a jurisprud\u00eancia dominante do STJ, at\u00e9 a publica\u00e7\u00e3o da Lei n\u00ba 9.032, de 1995, a especialidade pode ser reconhecida pelo simples enquadramento da categoria profissional, como vem de ser feito. Confira-se:\nPROCESSUAL CIVIL E PREVIDENCI\u00c1RIO. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. TEMPO DE SERVI\u00c7O ESPECIAL. ENGENHEIRO MEC\u00c2NICO. CONVERS\u00c3O. EXPOSI\u00c7\u00c3O A CONDI\u00c7\u00d5ES ESPECIAIS PREJUDICIAIS \u00c0 SA\u00daDE OU \u00c0 INTEGRIDADE F\u00cdSICA. AUS\u00caNCIA DE COMPROVA\u00c7\u00c3O. 1. O reconhecimento do tempo de servi\u00e7o especial apenas em face do enquadramento na categoria profissional do trabalhador foi poss\u00edvel at\u00e9 a publica\u00e7\u00e3o da Lei n.\u00ba 9.032/95. 2. Todavia, o rol de atividades arroladas nos Decretos n.os 53.831/64 e 83.080/79 \u00e9 exemplificativo, n\u00e3o existindo impedimento em considerar que outras atividades sejam tidas como insalubres, perigosas ou penosas, desde que estejam devidamente comprovadas. Precedentes. 3. No caso em apre\u00e7o, conforme assegurado pelas inst\u00e2ncias ordin\u00e1rias, o segurado n\u00e3o comprovou que efetivamente exerceu a atividade de Engenheiro Mec\u00e2nico sob condi\u00e7\u00f5es especiais. 4. Inexistindo qualquer fundamento relevante que justifique a interposi\u00e7\u00e3o de agravo regimental ou que venha a infirmar as raz\u00f5es consideradas no julgado agravado, deve ser mantida a decis\u00e3o por seus pr\u00f3prios fundamentos. 5. Agravo regimental desprovido. (AgRg no Ag 803513/RJ, Rel. Ministra LAURITA VAZ, QUINTA TURMA, julgado em 28/11/2006, DJ 18/12/2006 p. 493)\nAdemais, a autoridade impetrada em nenhum momento questionou o enquadramento como especial da atividade exercida pela impetrante, outrossim, restou anotado pela pr\u00f3pria administra\u00e7\u00e3o na CTC a categoria profissional.\nPREVIDENCI\u00c1RIO. APOSENTADORIA ESPECIAL. CONCESS\u00c3O. M\u00c9DICO. INEXIG\u00caNCIA DE LAUDO T\u00c9CNICO. MULTA. HONOR\u00c1RIOS ADVOCAT\u00cdCIOS. 1. A presta\u00e7\u00e3o de atividade enquadrada, pela legisla\u00e7\u00e3o da \u00e9poca, como especial, gera direito adquirido do segurado \u00e0 contagem como tal, inclusive no que afeta \u00e0 forma de comprova\u00e7\u00e3o respectiva. 2. A profiss\u00e3o de m\u00e9dico est\u00e1 prevista como especial, atrav\u00e9s do c\u00f3digo 2.1.3 presente no Decreto n\u00ba 53.831/64 e no Decreto n\u00ba 83.080/79. 3. At\u00e9 o advento da Lei n.\u00ba 9032, em 29/04/1995, \u00e9 poss\u00edvel o reconhecimento de tempo de servi\u00e7o pela atividade ou grupo profissional do trabalhador, cujas profiss\u00f5es presumia-se a exist\u00eancia, no seu exerc\u00edcio, de sujei\u00e7\u00e3o a condi\u00e7\u00f5es\n\n\fagressivas \u00e0 sa\u00fade ou perigosas. 4 [...]. (TRF4, AC 2001.04.01.073670-4, Quinta Turma, Relator Paulo Afonso Brum Vaz, DJ 07/01/2004)\nNo tocante \u00e0 possibilidade de enquadramento por atividade, \u00e9 pertinente transcrever a li\u00e7\u00e3o de Wladimir Novaes Martinez:\nDe acordo com a legisla\u00e7\u00e3o vigente \u00e0 \u00e9poca, os segurados constantes dessas listagens de profiss\u00f5es, ocupa\u00e7\u00f5es e fun\u00e7\u00f5es, tinham direito \u00e0 aposentadoria especial em condi\u00e7\u00f5es particulares (...) Eles deveriam pertencer a uma daquelas categorias profissionais, o que era suficiente para fazer jus ao benef\u00edcio [...]. Cada profiss\u00e3o tem sua atividade regulamentada, que \u00e9 a inerente a sua forma\u00e7\u00e3o educacional. Se a do engenheiro inclui elabora\u00e7\u00e3o de projetos e plantas, exercida em escrit\u00f3rios sem exposi\u00e7\u00e3o aos agentes nocivos, ele podia ocupar-se dessas atividades sem preju\u00edzo do direito. (Aposentadoria especial em 520 Perguntas e Respostas, 3.ed. S\u00e3o Paulo: LTr, 2002, p. 63 e 64).\nRessalte-se, tamb\u00e9m, a li\u00e7\u00e3o da Ju\u00edza Federal Maria Helena Carreira Alvim Ribeiro:\nO Decreto 53.831/64, que regulamentou a aposentadoria especial institu\u00edda pela Lei 3.807/60, classificava as atividades sob condi\u00e7\u00f5es especiais pela exposi\u00e7\u00e3o aos agentes nocivos e pelas categorias profissionais. [...] N\u00e3o existe dissenso na jurisprud\u00eancia com refer\u00eancia \u00e0 presun\u00e7\u00e3o juris et jure de exposi\u00e7\u00e3o aos agentes nocivos relativamente \u00e0s categorias profissionais relacionadas nos Anexos I e II do Decreto 83.080/79 e no anexo do Decreto 53.831/64, presumindo a exposi\u00e7\u00e3o do segurado aos agentes nocivos at\u00e9 a edi\u00e7\u00e3o da Lei 9.032/95. (Aposentadoria especial: Regime Geral da Previd\u00eancia Social, Curitiba: Juru\u00e1, 2004, p. 366 e 368).\nEm se tratando de enquadramento por atividade, vi\u00e1vel at\u00e9 a edi\u00e7\u00e3o da Lei n\u00ba 9.032/95, verificado por meio de documenta\u00e7\u00e3o id\u00f4nea, torna-se desnecess\u00e1ria a apresenta\u00e7\u00e3o de documenta\u00e7\u00e3o comprobat\u00f3ria da exposi\u00e7\u00e3o a agentes nocivos.\n4. DO PEDIDO\n\n\f- Requer seja deferida a ordem liminar, determinando de pronto, que o INSS expe\u00e7a em favor do impetrante a certid\u00e3o de tempo de contribui\u00e7\u00e3o nos termos supracitados;\n\n- Sucessivamente, requer o deferimento da liminar por ocasi\u00e3o da prola\u00e7\u00e3o da r. senten\u00e7a;\n\n1. A concess\u00e3o das benesses da assist\u00eancia judici\u00e1ria gratuita, nos termos da Lei 1.060/50, pois se declara a impetrante pobre, de forma que, arcando com \u00e0s custa processuais, estas trar\u00e3o enormes preju\u00edzos \u00e0s suas subsist\u00eancia;\n\n2. Requer seja julgado procedente o presente writ, concedendo a ordem de seguran\u00e7a para reconhecer os per\u00edodos entre 02.05.1991 at\u00e9 01.04.1993 e 28.10.1993 at\u00e9 03.04.1995, como atividades especiais, aplicando o multiplicador legal de 1,4, determinando ao INSS em expedir nova certid\u00e3o de Tempo de Contribui\u00e7\u00e3o;\n\n3. A notifica\u00e7\u00e3o das Autoridade Coatoras na pessoa de seus representantes legais, nos endere\u00e7os supra mencionados para que apresentem informa\u00e7\u00f5es;\n\n3.1. Seja dado ci\u00eancia do feito ao \u00f3rg\u00e3o de representa\u00e7\u00e3o judicial da pessoa jur\u00eddica interessada, enviando-lhe c\u00f3pia da inicial sem documentos, para que, querendo, ingresse no feito, na forma do artigo 7\u00ba, inciso II, da Lei n\u00ba 12.016/09;\n\n4. A manifesta\u00e7\u00e3o do Minist\u00e9rio Publico Federal para que oferte parecer, no prazo de 10 (dez) dias, nos termos do artigo 12 da mencionada Lei;\n\n5. A concess\u00e3o dos benef\u00edcios da Assist\u00eancia Judici\u00e1ria Gratuita nos moldes da Lei 1.060/50, uma vez que o Autor declara n\u00e3o estar em condi\u00e7\u00f5es de arcar com as despesas processuais, sem preju\u00edzo de seu pr\u00f3prio sustento;\n\nD\u00e1-se ao valor da causa em R$ 100,00 (cem reais).\n\nNestes Termos, Pede e espera deferimento. Londrina, 31 de agosto de 2016.\n\nCLAUDINEY ERNANI GIANNINI OAB N. 45.167\n\nEDSON CHAVES FILHO OAB/PR N. 51.335\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 2 (Solon) - IdDocumentoCompleto: 5002611-88.2017.4.04.7114-711495714238483431297193965488", "text": "EXCELENT\u00cdSSIMO(A) SENHOR(A) JUIZ(\u00cdZA) DA _____ VARA FEDERAL DA COMARCA DE LAJEADO, RIO GRANDE DO SUL\nALBERTO LUIZ VOLKMER, brasileiro, funcion\u00e1rio p\u00fablico municipal, portador de RG 8013484277, CPF 299.041.70010, residente e domiciliado na rua Albano R\u00fccker, 35, bairro Cristo Rei, Estrela/RS, vem respeitosamente a presen\u00e7a de Vossa Excel\u00eancia, por seus procuradores constitu\u00eddos, propor a presente\nA\u00c7\u00c3O PREVIDENCI\u00c1RIA DE EMISS\u00c3O DE CERTID\u00c3O DE TEMPO DE CONTRIBUI\u00c7\u00c3O COM CONVERSAO DE\nTEMPO ESPECIAL contra INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL \u2013 INSS, Autarquia Federal respons\u00e1vel pela concess\u00e3o e manuten\u00e7\u00e3o de benef\u00edcios previdenci\u00e1rios, pelos seguintes fatos e fundamentos direito:\nI \u2013 OS FATOS O autor, em 20/08/2009, requereu junto ao INSS \u2013 ag\u00eancia de Estrela,\nCertid\u00e3o de Tempo de Contribui\u00e7\u00e3o referente aos per\u00edodos contribu\u00eddos para o regime geral, com vistas a averba\u00e7\u00e3o destes no regime pr\u00f3prio de previd\u00eancia dos servidores p\u00fablicos do Munic\u00edpio de Estrela - FUNPREV.\nA certid\u00e3o foi emitida regularmente, bem como o respectivo per\u00edodo foi averbado junto ao ente p\u00fablico municipal, conforme Portaria n.\u00ba 1549-04/16 do Munic\u00edpio de Estrela, em anexo.\nOcorre que parte do per\u00edodo constante na CTC foi exercido sob condi\u00e7\u00f5es especiais de trabalho, vindo o autor a requerer a emiss\u00e3o nova CTC para os per\u00edodos abaixo relacionados, com a convers\u00e3o para tempo comum, pelo multiplicador 1,4, previsto na legisla\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria:\nAv. Benjamin Constant, 820 - Lajeado RS Fone: (51) 3748.1313 - grelifo@gregoryfontana.com.br\n\n\fEMPRESA\n\nIN\u00cdCIO\n\nFIM\n\nCoop. Regional Auriverde Coop. Languiru Ltda\n\n19/01/1987 23/07/1990\n\n10/07/1990 31/01/1992\n\nTEMPO\n\nCONTRIBUI\u00c7\u00c3O\n\nANOS M\u00caS DIAS\n\n3\n\n5\n\n23\n\nTEMPO\n\nCONVERTIDO\n\nANOS M\u00caS DIAS\n\n4\n\n10 14\n\n1\n\n6\n\n9\n\n2\n\n1\n\n18\n\nA convers\u00e3o acima resulta num acr\u00e9scimo de 01 ano, 11 meses e 29 dias no tempo total de contribui\u00e7\u00e3o do autor, per\u00edodo este que n\u00e3o foi abrangido pela CTC expedida pelo r\u00e9u.\n\nII. DA COMPROVA\u00c7\u00c3O DA ATIVIDADE ESPECIAL\nPara a comprova\u00e7\u00e3o da especialidade dos per\u00edodos, o autor apresenta em anexo os formul\u00e1rios padr\u00e3o do INSS (DIRBEN-8030 e PPP) com indica\u00e7\u00e3o da fun\u00e7\u00e3o de M\u00c9DICO VETERIN\u00c1RIO desempenhada nos dois per\u00edodos.\nVale referir que at\u00e9 28/04/1995 \u00e9 poss\u00edvel o enquadramento por categoria profissional, conforme c\u00f3digo 1.3.1 do quadro anexo ao Decreto 53.831/64 e c\u00f3digo 2.1.3 do Anexo II do Decreto 83.080/79.\nConforme entendimento jurisprudencial, a an\u00e1lise da especialidade deve observar a legisla\u00e7\u00e3o vigente na \u00e9poca da presta\u00e7\u00e3o laboral, valendo o enquadramento por categoria profissional at\u00e9 28/04/1995:\n\nPREVIDENCI\u00c1RIO. REMESSA NECESS\u00c1RIA. CONDENA\u00c7\u00c3O DE VALOR\n\nFACILMENTE\n\nDETERMIN\u00c1VEL.\n\nN\u00c3O\n\nCONHECIMENTO.\n\nAPOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUI\u00c7\u00c3O. ATIVIDADE\n\nESPECIAL. AGENTE NOCIVO ELETRICIDADE. HABITUALIDADE E\n\nPERMAN\u00caNCIA. CONCESS\u00c3O. CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA E JUROS DE\n\nMORA. FASE DE CUMPRIMENTO DE SENTEN\u00c7A. DIFERIMENTO. 1(...)\n\n4. O reconhecimento da especialidade e o enquadramento da atividade\n\nexercida sob condi\u00e7\u00f5es nocivas s\u00e3o disciplinados pela lei em vigor \u00e0\n\n\u00e9poca em que efetivamente exercidos, passando a integrar, como\n\ndireito adquirido, o patrim\u00f4nio jur\u00eddico do trabalhador. 5. At\u00e9 28-04-\n\n1995 \u00e9 admiss\u00edvel o reconhecimento da especialidade por\n\ncategoria profissional ou por sujei\u00e7\u00e3o a agentes nocivos, admitindo-se\n\nqualquer meio de prova (exceto para ru\u00eddo e calor); a partir de 29-04-1995\n\nn\u00e3o mais \u00e9 poss\u00edvel o enquadramento por categoria profissional, sendo\n\nnecess\u00e1ria a comprova\u00e7\u00e3o da exposi\u00e7\u00e3o do segurado a agentes nocivos\n\npor qualquer meio de prova at\u00e9 05-03-1997 e, a partir de ent\u00e3o, atrav\u00e9s de\n\nformul\u00e1rio embasado em laudo t\u00e9cnico, ou por meio de per\u00edcia t\u00e9cnica. 6. A\n\nexposi\u00e7\u00e3o a eletricidade enseja o reconhecimento do tempo de servi\u00e7o\n\nAv. Benjamin Constant, 820 - Lajeado RS Fone: (51) 3748.1313 - grelifo@gregoryfontana.com.br\n\n\fcomo especial. 7. A habitualidade e perman\u00eancia do tempo de trabalho em condi\u00e7\u00f5es especiais prejudiciais \u00e0 sa\u00fade ou \u00e0 integridade f\u00edsica referidas no artigo 57, \u00a7 3\u00ba, da Lei 8.213/91 n\u00e3o pressup\u00f5em a submiss\u00e3o cont\u00ednua ao agente nocivo durante toda a jornada de trabalho. N\u00e3o se interpreta como ocasional, eventual ou intermitente a exposi\u00e7\u00e3o \u00ednsita ao desenvolvimento das fun\u00e7\u00f5es cometidas ao trabalhador, que est\u00e1 integrada \u00e0 sua rotina de trabalho. Em se tratando de exposi\u00e7\u00e3o a atas tens\u00f5es, o risco de choque el\u00e9trico \u00e9 inerente \u00e0 atividade, cujos danos podem se concretizar em mera fra\u00e7\u00e3o de segundo. 8. Comprovada a exposi\u00e7\u00e3o do segurado a agente nocivo, na forma exigida pela legisla\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria aplic\u00e1vel \u00e0 esp\u00e9cie, poss\u00edvel reconhecer-se a especialidade do tempo de labor correspondente. 9. Preenchidos os requisitos legais, tem o segurado direito \u00e0 obten\u00e7\u00e3o de aposentadoria por tempo de contribui\u00e7\u00e3o integral 10. Delibera\u00e7\u00e3o sobre \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e taxas de juros diferida para a fase de cumprimento de senten\u00e7a, a iniciar-se com a observ\u00e2ncia dos crit\u00e9rios da Lei 11.960/2009, de modo a racionalizar o andamento do processo, permitindo-se a expedi\u00e7\u00e3o de precat\u00f3rio pelo valor incontroverso, enquanto pendente, no Supremo Tribunal Federal, decis\u00e3o sobre o tema com car\u00e1ter geral e vinculante. Precedentes do STJ e do TRF da 4\u00aa Regi\u00e3o. (TRF4, AC 5048593-16.2016.404.7000, QUINTA TURMA, Relator (AUX\u00cdLIO ROGER) TA\u00cdS SCHILLING FERRAZ, juntado aos autos em 16/05/2017)\n\nADMINISTRATIVO. SERVIDOR P\u00daBLICO. M\u00c9DICO. INSALUBRIDADE.\nDIFEREN\u00c7AS DE PROVENTOS. APOSENTADORIA. REVIS\u00c3O. Em virtude de a atividade m\u00e9dica estar elencada nos Decretos n\u00ba 53.831/64 e n\u00ba 83.080/79 n\u00e3o h\u00e1 necessidade de que o autor fa\u00e7a prova t\u00e9cnica de que laborou de forma insalubre, sendo reconhecida a atividade especial por categoria profissional. Basta que o requerente demonstre que efetivamente desempenhou a atividade. (TRF4, APELREEX 5060634-\n11.2013.404.7100, Terceira Turma, Relatora p/ Ac\u00f3rd\u00e3o Salise Monteiro Sanchotene, juntado aos autos em 12/02/2015)\n\nINCIDENTE\n\nDE\n\nUNIFORMIZA\u00c7\u00c3O.\n\nPREVIDENCI\u00c1RIO.\n\nRECONHECIMENTO DE TEMPO ESPECIAL POR ENQUADRAMENTO DE\n\nCATEGORIA PROFISSIONAL AT\u00c9 28/04/1995. COMPROVA\u00c7\u00c3O DO\n\nEXERC\u00cdCIO DA ATIVIDADE POR QUALQUER MEIO. POSSIBILIDADE. 1.\n\nPara o enquadramento por categoria profissional at\u00e9 o advento\n\nda Lei n\u00ba 9.032/1995, \u00e9 aceit\u00e1vel qualquer meio de prova do\n\nexerc\u00edcio da atividade. 2. Precedentes da pr\u00f3pria TRU. 3. Incidente\n\nconhecido em parte e provido. (, IUJEF 0025249-06.2007.404.7195,\n\nTURMA REGIONAL DE UNIFORMIZA\u00c7\u00c3O DA 4\u00aa REGI\u00c3O, Relatora LU\u00cdSA\n\nHICKEL GAMBA, D.E. 15/04/2013).\n\nDessa forma, vi\u00e1vel o reconhecimento da especialidade dos per\u00edodos trabalhados como m\u00e9dico veterin\u00e1rio, por enquadramento por categoria profissional, conforme exposto.\n\nAv. Benjamin Constant, 820 - Lajeado RS Fone: (51) 3748.1313 - grelifo@gregoryfontana.com.br\n\n\fIII. DA POSSIBILIDADE DE EMISS\u00c3O DA CTC COM PER\u00cdODO CONVERTIDO\nConforme noticiado, o requerente desempenhou atividades sujeito a condi\u00e7\u00f5es especiais de trabalho de acordo com a legisla\u00e7\u00e3o do RGPS, fazendo\njus a convers\u00e3o do tempo especial para tempo comum, pelo multiplicador 1,4.\nO tempo de servi\u00e7o exercido sob condi\u00e7\u00f5es nocivas integra o patrim\u00f4nio\njur\u00eddico do trabalhador, como direito adquirido. Assim, a CTC deve ser expedida com o acr\u00e9scimo resultante da convers\u00e3o do tempo especial para comum, pois incorporado ao direito do segurado.\nNesse sentido \u00e9 a jurisprud\u00eancia de nossos Tribunais:\nINCIDENTE DE UNIFORMIZA\u00c7\u00c3O DE JURISPRUD\u00caNCIA. PREVIDENCI\u00c1RIO. EXPEDI\u00c7\u00c3O DE CERTID\u00c3O DE TEMPO DE SERVI\u00c7O ESPECIAL PARA CONTAGEM DIFERENCIADA EM REGIME PR\u00d3PRIO. POSSIBILIDADE. REITERA\u00c7\u00c3O DA JURISPRUD\u00caNCIA DA TNU. INCIDENTE PROVIDO Trata-se de incidente de uniformiza\u00e7\u00e3o interposto pela parte autora em face de ac\u00f3rd\u00e3o proferido pela 5\u00aa Turma Recursal da 3\u00aa Regi\u00e3o, a qual manteve senten\u00e7a de improced\u00eancia de pedido que visava \u00e0 expedi\u00e7\u00e3o de certid\u00e3o de tempo de servi\u00e7o laborado no regime geral, com a contagem diferenciada decorrente do exerc\u00edcio de atividade especial. Na decis\u00e3o recorrida, reputou-se que o \u00e9 poss\u00edvel o reconhecimento da especialidade do trabalho apenas para fins de concess\u00e3o de benef\u00edcio ou averba\u00e7\u00e3o no regime geral, n\u00e3o havendo base jur\u00eddica para emiss\u00e3o de certid\u00e3o com contagem diferenciada para fins de averba\u00e7\u00e3o em regime pr\u00f3prio de previd\u00eancia. O recorrente argumenta que tal entendimento contraria a postura dessa Turma Nacional de Uniformiza\u00e7\u00e3o, consubstanciada na S\u00famula n. 66, e no julgamento do PEDILEF n. 200450500092565. Argumenta, nesse compasso, que \u00e9 perfeitamente poss\u00edvel que seja reconhecido o tempo de servi\u00e7o especial a fim de que este seja posteriormente averbado no regime pr\u00f3prio. Sem contrarraz\u00f5es, o incidente foi admitido pela Presid\u00eancia da Turma Recursal de origem. \u00c9 o breve relat\u00f3rio. Inicialmente, cumpre destacar que o recurso \u00e9 tempestivo e\nque a diverg\u00eancia se encontra suficientemente demonstrada. Quanto ao m\u00e9rito, ressalto que essa Turma Nacional de Uniformiza\u00e7\u00e3o possui decis\u00e3o recente na qual a controv\u00e9rsia foi enfrentada, decidindo-se por manter o entendimento uniformizado no sentido de ser poss\u00edvel o acolhimento da pretens\u00e3o autoral. Por\nesclarecedor, transcrevo o teor de tal precedente (que integra as raz\u00f5es de decidir do presente feito): INCIDENTE DE UNIFORMIZA\u00c7\u00c3O \u2013 PREVIDENCI\u00c1RIO \u2013 TRABALHO PRIVADO \u2013 POSSIBILIDADE DE EXPEDI\u00c7\u00c3O DA CERTID\u00c3O DE TEMPO DE SERVI\u00c7O ESPECIAL PARA EFEITO DE CONTAGEM DIFERENCIADA EM REGIME PR\u00d3PRIO DE PREVID\u00caNCIA DO SERVIDOR P\u00daBLICO \u2013 CONQUANTO OSCILANTE A JURISPRUD\u00caNCIA DO E. STJ, ESTA TURMA UNIFORMIZADORA, EM CONSON\u00c2NCIA COM JULGADOS DO STF, VEM ENTENDENDO PELA ADMISSIBILIDADE DA PRETENS\u00c3O AUTORAL \u2013 ARESTO DA TURMA RECURSAL DE ORIGEM DE ACORDO COM A JURISPRUD\u00caNCIA DESTA CASA \u2013 INCID\u00caNCIA DA QUEST\u00c3O DE ORDEM N\u00ba 13 \u2013 PEDILEF N\u00c3O CONHECIDO VOTO Trata-se de incidente de uniformiza\u00e7\u00e3o nacional suscitado pela parte ora requerente, pretendendo a reforma de ac\u00f3rd\u00e3o\nAv. Benjamin Constant, 820 - Lajeado RS Fone: (51) 3748.1313 - grelifo@gregoryfontana.com.br\n\n\foriundo de Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Se\u00e7\u00e3o\nJudici\u00e1ria do Rio Grande do Sul que, mantendo a senten\u00e7a, reconheceu o direito \u00e0 expedi\u00e7\u00e3o de certid\u00e3o contendo tempo especial de trabalho, por entender que o servidor p\u00fablico que laborou em condi\u00e7\u00f5es especiais sob regime celetista tem direito \u00e0 contagem diferenciada desse per\u00edodo, conquanto posteriormente tenha adquirido a condi\u00e7\u00e3o de estatut\u00e1rio. No caso vertente, h\u00e1 ind\u00edcios da\ndiverg\u00eancia suscitada, porquanto os paradigmas do e. STJ retratam a impossibilidade de convers\u00e3o de tempo especial em comum para fins de contagem rec\u00edproca em regime diverso, logo, em sentido oposto ao ac\u00f3rd\u00e3o vergastado. Relatei. Passo a proferir o VOTO. Revisando a jurisprud\u00eancia do e. STJ sobre o tema, observo que aquela Corte mant\u00e9m entendimentos oscilantes, ora admitindo a possibilidade da convers\u00e3o do tempo de servi\u00e7o especial em comum (para fim de contagem rec\u00edproca entre os Regimes Geral e Pr\u00f3prio de Previd\u00eancia), ora n\u00e3o admitindo. A t\u00edtulo de exemplifica\u00e7\u00e3o, menciono os seguintes julgados na linha do aresto combatido: AgRg no Ag 901106/SC; AgRg no REsp 449417/PR; e AgRg no REsp 524267/PB. No sentido favor\u00e1vel ao requerente, destaco: REsp 448302/PR; REsp 534638/PR; EDcl no REsp 640322/RN; REsp 925359/MG; EREsp 524267/PB e AgRg no REsp 1082452/PB. O posicionamento mais recente da Corte Cidad\u00e3 est\u00e1 em rota de colis\u00e3o ao ac\u00f3rd\u00e3o da Turma Recursal do Rio Grande do Sul. Confira-se: PREVIDENCI\u00c1RIO. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. TEMPO DE SERVI\u00c7O. CONTAGEM REC\u00cdPROCA. ATIVIDADE INSALUBRE PRESTADA NA INICIATIVA PRIVADA. CONTAGEM ESPECIAL PARA FINS DE CONCESS\u00c3O DE APOSENTADORIA NO SERVI\u00c7O P\u00daBLICO. IMPOSSIBILIDADE 1. A 3\u00aa Se\u00e7\u00e3o, ao julgar o EREsp 524.267/PB, espelhando a jurisprud\u00eancia sedimentada desta Corte, decidiu que, objetivando a contagem rec\u00edproca de tempo de servi\u00e7o, vale dizer, a soma do tempo de servi\u00e7o de atividade privada (urbana ou rural) ao servi\u00e7o p\u00fablico, n\u00e3o se admite a convers\u00e3o do tempo de servi\u00e7o especial em comum, ante a expressa proibi\u00e7\u00e3o legal (artigo 4\u00ba, I, da Lei n. 6.226/75 e o artigo 96, I, da Lei n. 8.213/91). 2. Agravo Regimental improvido. (AgRg no REsp 1082452/PB, Rel. Ministro NEFI CORDEIRO, SEXTA TURMA, julgado em 09/12/2014, DJe 19/12/2014) Por outro lado, esta Casa j\u00e1 se manifestou a se admitir a convers\u00e3o do tempo de servi\u00e7o especial em comum, para fim de contagem rec\u00edproca em diferentes regimes de previd\u00eancia. Observe-se: INCIDENTE DE UNIFORMIZA\u00c7\u00c3O. TEMPO DE SERVI\u00c7O. CONTAGEM REC\u00cdPROCA. ATIVIDADE ESPECIAL NO REGIME GERAL. UTILIZA\u00c7\u00c3O DO TEMPO NO REGIME PROPRIO. POSSIBILIDADE. AC\u00d3RD\u00c3O NO MESMO SENTIDO DO ENTENDIMENTO FIRMADO PELA TNU. APLICA\u00c7\u00c3O DA QUEST\u00c3O DE ORDEM 13/TNU. INCIDENTE N\u00c3O CONHECIDO. 1. Pedido de reconhecimento do per\u00edodo de 05.11.1984 a 01.08.1994 como laborado em atividade especial e sua convers\u00e3o em tempo comum, bem como a expedi\u00e7\u00e3o de Certid\u00e3o de Tempo de Contribui\u00e7\u00e3o para averba\u00e7\u00e3o junto a regime pr\u00f3prio de previd\u00eancia. 2. Senten\u00e7a de parcial proced\u00eancia do pedido, reconhecendo a especialidade dos lapsos de 05.11.1984 a 21.09.1993 e de 28.07.1994 a 01.08.1994 e determinando a expedi\u00e7\u00e3o da respectiva CTC. 3. Manuten\u00e7\u00e3o da senten\u00e7a pela 2\u00aa Turma Recursal do Rio Grande do Sul. 4. Incidente de uniformiza\u00e7\u00e3o de jurisprud\u00eancia, interposto pelo INSS, com fundamento no art. 14, \u00a7 2\u00ba, da Lei n\u00ba 10.259/2001. 5. Alega\u00e7\u00e3o de que o ac\u00f3rd\u00e3o \u00e9 divergente da jurisprud\u00eancia dominante do Superior Tribunal de Justi\u00e7a. 6. Incidente inadmitido pela Presid\u00eancia da Turma Recursal de origem, ao argumento de que a mat\u00e9ria se encontra pacificada na TNU na linha do ac\u00f3rd\u00e3o recorrido. 7. Pedido de reconsidera\u00e7\u00e3o na forma do RITNU. 8. Com raz\u00e3o a Presid\u00eancia da 2\u00aa Turma Recursal do Rio Grande do Sul. Est\u00e1 Turma Nacional de Uniformiza\u00e7\u00e3o j\u00e1 firmou entendimento no sentido de possibilidade da\nAv. Benjamin Constant, 820 - Lajeado RS Fone: (51) 3748.1313 - grelifo@gregoryfontana.com.br\n\n\futiliza\u00e7\u00e3o em regime pr\u00f3prio de previd\u00eancia de tempo de servi\u00e7o reconhecido como especial e convertido em tempo comum enquanto o segurado exercia atividade vinculada ao Regime Geral da Previd\u00eancia Social. Nesse sentido, os seguintes precedentes: PEDILEF 200833007023647 (JUIZ FEDERAL ADEL AM\u00c9RICO DE OLIVEIRA, DOU 27/04/2012), PEDILEF 200650500062065 (JU\u00cdZA FEDERAL VANESSA VIEIRA DE MELLO, DOU 28/10/2011), PEDILEF 200450500029971 (JU\u00cdZA FEDERAL ROSANA NOYA WEIBEL KAUFMANN, DJ 01/03/2010) e PEDILEF 200450500092565 (JU\u00cdZA FEDERAL JACQUELINE MICHELS BILHALVA, TNU - Turma Nacional de Uniformiza\u00e7\u00e3o, DJ 13/10/2009). 9. Portanto, o ac\u00f3rd\u00e3o se encontra na mesma linha de entendimento deste Colegiado, motivo pelo qual se aplica o disposto na Quest\u00e3o de Ordem 13/TNU \u2013 \u201cN\u00e3o cabe Pedido de Uniformiza\u00e7\u00e3o, quando a jurisprud\u00eancia da Turma Nacional de Uniformiza\u00e7\u00e3o de Jurisprud\u00eancia dos Juizados Especiais Federais se firmou no mesmo sentido do ac\u00f3rd\u00e3o recorrido\u201d. 10. Incidente de uniformiza\u00e7\u00e3o de jurisprud\u00eancia n\u00e3o conhecido, nos termos acima. (PEDILEF 200971500147603, JUIZ FEDERAL ADEL\nAM\u00c9RICO DE OLIVEIRA, TNU, DOU 17/05/2013 p\u00e1g. 105/162.) Conv\u00e9m agora arrematar que os julgados do STJ que d\u00e3o suporte ao aresto combatido, bem como o posicionamento desta Corte de Uniformiza\u00e7\u00e3o, convergem com o entendimento da 1\u00aa Turma do STF a qual, em novembro do ano passado, ratificou a jurisprud\u00eancia no sentido de que \"o servidor que laborou em condi\u00e7\u00f5es insalubres, quando regido pelo regime celetista, pode somar esse per\u00edodo, ainda que convertido em tempo de atividade comum, com a incid\u00eancia dos acr\u00e9scimos legais, ao tempo trabalhado posteriormente sob o regime estatut\u00e1rio, inclusive para fins de aposentadoria e contagem rec\u00edproca entre regimes previdenci\u00e1rios distintos\" (RE 603581 AgR/SC - SANTA CATARINA).\nForte na jurisprud\u00eancia do Supremo Tribunal Federal, VOTO no sentido de N\u00c3O CONHECER do Incidente, NEGANDO-LHE SEGUIMENTO com fulcro no Art. 9\u00ba, IX, do RI/TNU e na Quest\u00e3o de Ordem n\u00ba 13 , desta Turma Nacional. Publique-se. Registre-se. Intime-se.A Turma Nacional de Uniformiza\u00e7\u00e3o, por unanimidade, N\u00c3O CONHECEU do presente Incidente de Uniformiza\u00e7\u00e3o, nos termos do voto-ementa do Juiz Federal Relator. (PEDILEF 50068326620114047101, JUIZ FEDERAL WILSON JOS\u00c9 WITZEL, TNU, DOU 09/10/2015 P\u00c1GINAS 117/255.) Pois bem, no referido julgado, o incidente n\u00e3o foi conhecido, com fulcro na Quest\u00e3o de Ordem n. 13, por estar a decis\u00e3o recorrida de acordo com o entendimento uniformizado. No presente caso, diferentemente, a Turma Recursal de origem negou a possibilidade de se emitir a certid\u00e3o de tempo de servi\u00e7o com o reconhecimento da especialidade da atividade. Assim, o incidente deve ser conhecido e provido, a fim de reiterar o entendimento de que \u00e9 poss\u00edvel a expedi\u00e7\u00e3o de certid\u00e3o de tempo de servi\u00e7o laborado no regime geral de previd\u00eancia com a contagem diferenciada em raz\u00e3o de atividade especial. Ante o exposto, voto por DAR PROVIMENTO ao incidente de uniformiza\u00e7\u00e3o. (PEDILEF 00034910820104036317, JUIZ FEDERAL GERSON LUIZ ROCHA, TNU, DOU 27/09/2016).\nPREVIDENCI\u00c1RIO E PROCESSUAL CIVIL. MANDADO DE SEGURAN\u00c7A. DIREITO \u00c0 EXPEDI\u00c7\u00c3O DE CTC. TEMPO ESPECIAL. Comprovado o\nexerc\u00edcio de atividade especial, faz jus o impetrante \u00e0 convers\u00e3o do respectivo tempo de servi\u00e7o, acrescido do fator de convers\u00e3o, sendo devida a expedi\u00e7\u00e3o da correspondente certid\u00e3o por tempo\nAv. Benjamin Constant, 820 - Lajeado RS Fone: (51) 3748.1313 - grelifo@gregoryfontana.com.br\n\n\fde contribui\u00e7\u00e3o. (TRF4 5014087-90.2016.404.7201, QUINTA TURMA,\nRelator PAULO AFONSO BRUM VAZ, juntado aos autos em 22/03/2017).\nDIREITO PREVIDENCI\u00c1RIO. TEMPO ESPECIAL. CATEGORIA PROFISSIONAL. PERICULOSIDADE. CONVERS\u00c3O DE TEMPO DE SERVI\u00c7O ESPECIAL EM COMUM. EMISS\u00c3O DE CERTID\u00c3O DE TEMPO DE CONTRIBUI\u00c7\u00c3O - CTC. 1. Comprovada a exposi\u00e7\u00e3o do segurado a agente nocivo, na forma exigida pela legisla\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria aplic\u00e1vel \u00e0 esp\u00e9cie, poss\u00edvel reconhecer-se a especialidade da atividade laboral por\nele exercida. 2. Demonstrado o exerc\u00edcio de tarefa sujeita a enquadramento por categoria profissional (engenheiro de minas), os per\u00edodos respectivos devem ser considerados tempo especial.\n3. A exposi\u00e7\u00e3o \u00e0 periculosidade decorrente do risco de explos\u00e3o enseja o reconhecimento do tempo de servi\u00e7o como especial, mediante o enquadramento na S\u00famula 198 do Extinto TFR. 4. Os equipamentos de prote\u00e7\u00e3o individual n\u00e3o s\u00e3o suficientes, por si s\u00f3, para descaracterizar a especialidade da atividade desempenhada pelo segurado, devendo cada\ncaso ser apreciado em suas particularidades. 5. Possibilidade de emiss\u00e3o de Certid\u00e3o de Tempo de Contribui\u00e7\u00e3o - CTC, para fins de contagem rec\u00edproca, com o devido acr\u00e9scimo decorrente da convers\u00e3o da atividade especial em tempo comum. (TRF4, AC\n5065893-21.2012.404.7100, SEXTA TURMA, Relatora MARINA VASQUES DUARTE DE BARROS FALC\u00c3O, juntado aos autos em 02/12/2016).\nPREVIDENCI\u00c1RIO E ADMINISTRATIVO. ATIVIDADE ESPECIAL. CONVERS\u00c3O DE TEMPO DE SERVI\u00c7O ESPECIAL EM COMUM. FUNCION\u00c1RIO P\u00daBLICO EX CELETISTA. UTILIZA\u00c7\u00c3O NO RPPS. EXPEDI\u00c7\u00c3O DE CERTID\u00c3O DE TEMPO DE SERVI\u00c7O. POSSIBILIDADE. TUTELA ESPECIFICA. 1. Uma vez exercida atividade enquadr\u00e1vel como especial, sob a \u00e9gide da legisla\u00e7\u00e3o que a ampara, o segurado adquire o direito ao reconhecimento como tal e ao acr\u00e9scimo decorrente da sua\nconvers\u00e3o em comum. 2. O servidor tem direito a certid\u00e3o de tempo de servi\u00e7o com a devida convers\u00e3o do labor efetuado em condi\u00e7\u00f5es especiais, e o INSS n\u00e3o pode escusar-se da obriga\u00e7\u00e3o de\nfornecer certid\u00e3o de tempo de servi\u00e7o prestado perante o RGPS, com a convers\u00e3o do tempo especial em comum, ao fundamento de que invi\u00e1vel o c\u00f4mputo deste para fins de concess\u00e3o de benef\u00edcio no regime pr\u00f3prio do servidor - ex-segurado da Autarquia Previdenci\u00e1ria. 3.Majora\u00e7\u00e3o da verba honor\u00e1ria. 4. Determina-se o cumprimento imediato do ac\u00f3rd\u00e3o naquilo que se refere \u00e0 obriga\u00e7\u00e3o de expedi\u00e7\u00e3o da CTC do tempo de servi\u00e7o convertido, entregando a antiga CTC, por se tratar de decis\u00e3o de efic\u00e1cia mandamental que dever\u00e1 ser efetivada mediante as atividades de cumprimento da senten\u00e7a stricto sensu previstas no art. 497 do CPC/15, sem a necessidade de um processo executivo aut\u00f4nomo (sine intervallo). (TRF4 5015121-25.2010.404.7100, SEXTA TURMA, Relator (AUXILIO VANIA) \u00c9ZIO TEIXEIRA, juntado aos autos em 11/11/2016).\nAv. Benjamin Constant, 820 - Lajeado RS Fone: (51) 3748.1313 - grelifo@gregoryfontana.com.br\n\n\fIII \u2013 DA ANTECIPA\u00c7\u00c3O DE TUTELA\nDiante de tais fatos, evidentes as les\u00f5es que acometem o peticion\u00e1rio, raz\u00e3o pela qual, torna-se justific\u00e1vel a antecipa\u00e7\u00e3o de tutela ora pleiteada, sob pena de o mesmo vir a sofrer mais danos, os quais, por sua natureza, tornarse-\u00e3o irrepar\u00e1veis.\nQuanto ao \"FUMUS BONI JURIS\", este resta demonstrado quando da verifica\u00e7\u00e3o dos documentos apresentados que provam que o autor efetivamente trabalhou como m\u00e9dico veterin\u00e1rio no per\u00edodo postulado, fazendo jus a convers\u00e3o pleiteada.\nNo caso dos autos, temos um contexto probat\u00f3rio que autoriza o sucesso da demanda.\nJ\u00e1 quanto ao \u201cPERICULUM IN MORA\u201d resta evidenciado quando do somat\u00f3rio do tempo total de contribui\u00e7\u00e3o do autor com vistas ao recebimento da aposentadoria estatut\u00e1ria junto ao ente Municipal.\nObserve-se que o autor \u00e9 servidor p\u00fablico, tendo ingressado no servi\u00e7o p\u00fablico antes da Emenda Constitucional 20/98, tendo direito especialmente \u00e0 regra de transi\u00e7\u00e3o prevista na EC 47, que lhe permitiria se aposentar antes de completar o requisito et\u00e1rio da aposentadoria volunt\u00e1ria (60 anos).\nDessa forma, com o acr\u00e9scimo resultante da convers\u00e3o postulada no seu tempo total de contribui\u00e7\u00e3o, antes poder\u00e1 acessar a aposentadoria estatut\u00e1ria pretendida.\nAinda que se possa argumentar que o presente feito n\u00e3o obriga o ente municipal a proceder a averba\u00e7\u00e3o do acr\u00e9scimo resultante da convers\u00e3o, \u00e9 certo que o procedimento de emiss\u00e3o da CTC convertida \u00e9 requisito obrigat\u00f3rio para o enfrentamento da quest\u00e3o futura.\nDessa forma, evidente o preju\u00edzo que o autor esta tendo, vez que como n\u00e3o foi emitida a CTC com o acr\u00e9scimo, o autor n\u00e3o pode atualizar seus assentos funcionais junto ao ente p\u00fablico, de maneira a lhe proporcionar a aposentadoria volunt\u00e1ria estatut\u00e1ria, o que por si s\u00f3 j\u00e1 justifica a presente demanda.\nComprovados tais fatos, a liminar pleiteada deve ser concedida, uma vez que a antecipa\u00e7\u00e3o de tutela nestes casos j\u00e1 \u00e9 pr\u00e1tica constante por diversos magistrados, onde houve s\u00e1bias decis\u00f5es, antecipando os efeitos da senten\u00e7a, e determinando a emiss\u00e3o da CTC.\nAv. Benjamin Constant, 820 - Lajeado RS Fone: (51) 3748.1313 - grelifo@gregoryfontana.com.br\n\n\fIV \u2013 DA MANIFESTA\u00c7\u00c3O DO AUTOR NO INTERESSE DE REALIZA\u00c7\u00c3O AUDI\u00caNCIA DE CONCILIA\u00c7\u00c3O\nEm cumprimento a novel legisla\u00e7\u00e3o processual em vigor, o autor manifesta expressamente que N\u00c3O tem interesse na realiza\u00e7\u00e3o da audi\u00eancia de concilia\u00e7\u00e3o, conforme art. 1\u00ba, \u00a73\u00ba C/C Art. 319, inciso VII ambos do NCPC, tendo em vista a not\u00f3ria negativa do INSS em fornecer a CTC com per\u00edodo convertido.\nV \u2013 ASSIST\u00caNCIA JUDICI\u00c1RIA GRATUITA\nO Autor n\u00e3o possui condi\u00e7\u00f5es financeiras dispon\u00edveis para arcar com custas judiciais, honor\u00e1rios advocat\u00edcios e demais despesas processuais, sem que isso acarrete s\u00e9rio preju\u00edzo ao seu sustento e de sua fam\u00edlia. Ademais, o Autor faz juntar a declara\u00e7\u00e3o de pobreza (Doc. Anexo: Declara\u00e7\u00e3o de hipossufici\u00eancia).\nVI \u2013 DO PEDIDO\na) Seja recebida a presente a\u00e7\u00e3o com todos os documentos que a acompanham;\nb) A cita\u00e7\u00e3o do INSS para que responda, querendo, a presente a\u00e7\u00e3o sob pena de revelia e confiss\u00e3o;\nc) O deferimento da ANTECIPA\u00c7\u00c3O DE TUTELA, a fim de que o INSS expe\u00e7a nova CTC com o acr\u00e9scimo resultante da convers\u00e3o dos per\u00edodos especiais postulados, para que o Autor deixe de sofrer os preju\u00edzos demonstrados at\u00e9 senten\u00e7a final;\nd) Que seja julgada TOTALMENTE PROCEDENTE a presente a\u00e7\u00e3o, bem como mantida a decis\u00e3o que antecipou os efeitos da tutela, condenando-se o INSS a emitir a CTC com o acr\u00e9scimo de tempo resultante da convers\u00e3o dos per\u00edodos especiais informados (item I);\ne) Requer a produ\u00e7\u00e3o de todas as provas em direito admitidas, na amplitude dos Artigos 369 e seguintes do Novo C\u00f3digo de Processo Civil, tais como per\u00edcias, depoimentos pessoais e de testemunhas a serem arroladas oportunamente, protestando, ainda, pela juntada de novos documentos at\u00e9 o t\u00e9rmino da instru\u00e7\u00e3o processual.\nAv. Benjamin Constant, 820 - Lajeado RS Fone: (51) 3748.1313 - grelifo@gregoryfontana.com.br\n\n\ff) A concess\u00e3o do benef\u00edcio de assist\u00eancia judici\u00e1ria gratuita por ser o Autor pobre na forma da lei; g) Honor\u00e1rios advocat\u00edcios no importe de 20% sobre o total da condena\u00e7\u00e3o, ou outro crit\u00e9rio adotado por este ju\u00edzo que seja correspondente ao trabalho realizado pelos procuradores da parte autora; h) Atribui-se \u00e0 causa o valor de R$ 1.000,00.\nNestes termos, Pede deferimento. Lajeado/RS, 25 de Maio de 2017. Claudia Volkmer Destefani OAB/RS 74.750\nAv. Benjamin Constant, 820 - Lajeado RS Fone: (51) 3748.1313 - grelifo@gregoryfontana.com.br\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 3 (Solon) - IdDocumentoCompleto: 5007471-29.2021.4.04.7200-721617648088584663712858433074", "text": "_______________________________________________________________________ EXCELENT\u00cdSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DO JUIZADO ESPECIAL FEDERAL DE FLORIAN\u00d3POLIS/SE\u00c7\u00c3O JUDICI\u00c1RIA DO ESTADO DE SANTA CATARINA\nPEDIDO DE TUTELA DE EVID\u00caNCIA E/OU URG\u00caNCIA ASSUNTO: SERVIDORA P\u00daBLICA M\u00c9DICA. ACR\u00c9SCIMO DE TEMPO TEMA 942 DO STF.\nTELMA SAKUNO, brasileira, Servidora p\u00fablica, Casada, residente e domiciliada na Rua Ismar Pedro Bez, n\u00ba 121, Lagoa da Concei\u00e7\u00e3o, Florian\u00f3polis/SC, CEP 88062-223, CPF 629.167.509-91, vem, perante Vossa Excel\u00eancia, por seus procuradores constitu\u00eddos, (com escrit\u00f3rio localizado no endere\u00e7o indicado no rodap\u00e9 desta peti\u00e7\u00e3o e e-mail vanusavarela.adv@gmail.com), propor a presente\nA\u00c7\u00c3O DE AVERBA\u00c7\u00c3O/ACR\u00c9SCIMO DE TEMPO DE FORMA ESPECIAL COM RECONHECIMENTO DE DIREITO ADQUIRIDO ANTES DA EC 103 DE\n13/11/2019 C/C COM PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA em face da Universidade Federal de Santa Catarina \u2013 UFSC inscrita no CNPJ 83.899.526/0001-82, pessoa jur\u00eddica de direito p\u00fablico, que deve ser citada na pessoa de seu procurador no Pr\u00e9dio da Reitoria Campus Universit\u00e1rio - Trindade - Florian\u00f3polis SC- CEP 88040900; em face do INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL \u2013 INSS, Autarquia Federal, inscrita no CNPJ sob o n\u00ba. 29.979.036/0416-88, com representa\u00e7\u00e3o na Pra\u00e7a Pereira Oliveira, n\u00ba. 13, Centro, Florian\u00f3polis \u2013 SC, pelos fatos e fundamentos a seguir aduzidos. _______________________________________________________________________\n1 de 27\n\n\f_______________________________________________________________________ 1. DOS FATOS EM RELA\u00c7\u00c3O A UFSC\nA parte Autora nasceu em 21/01/1968, \u00e9 m\u00e9dica, servidora p\u00fablica no Hospital Universit\u00e1rio da Universidade Federal de Santa Catarina, admitida em 20/03/1995 e mant\u00e9m o v\u00ednculo at\u00e9 a presente data.\nEm 16/07/2019, a parte Autora requereu averba\u00e7\u00e3o/acr\u00e9scimo de tempo especial no percentual de 20% de todo per\u00edodo laborado na atividade de m\u00e9dica, entre outros pedidos, inclusive realiza\u00e7\u00e3o de laudos como LTCAT e PPP junto ao seu Empregador, UFSC.\nA UFSC analisou, mas n\u00e3o deferiu o acr\u00e9scimo de tempo requerido. O processo administrativo integral, juntamos em anexo inclusive com o PPP, LTCAT e demais laudos emitidos.\nPor meio das fichas financeira e funcional, denota-se que sempre houve pagamento do adicional de Raio X, ou seja, desde sua posse at\u00e9 os dias atuais, a parte Autora sempre trabalhou na atividade de m\u00e9dica no setor de Radiologia, atividade essa considerada insalubre pelo pr\u00f3prio empregador, tanto que paga o adicional.\n2. DOS FATOS EM RELA\u00c7AO AO INSS\nDesde 2017 a parte Autora vem tentando obter certid\u00e3o de tempo de contribui\u00e7\u00e3o, CTC em face do INSS, conta com pedido Retroa\u00e7\u00e3o de (Data de In\u00edcio de Contribui\u00e7\u00e3o) RDIC do per\u00edodo de 01/02/1991 a 01/02/1993 para posterior averba\u00e7\u00e3o, de todos os per\u00edodos anteriores a 02/08/1994 na UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina, CNPJ-83.899.526/0001-82.\nContudo a saga continua at\u00e9 o presente momento, pois, ap\u00f3s todas as tentativas abaixo descriminadas n\u00e3o houve emiss\u00e3o da CTC.\nO primeiro requerimento ocorreu em 2017:\n_______________________________________________________________________\n2 de 27\n\n\f_______________________________________________________________________\nNa segunda oportunidade fora requerido revis\u00e3o da CTC acima que foi emitida com erro, e foi feito novo pedido de revis\u00e3o em 19/04/2018, conforme: _______________________________________________________________________\n3 de 27\n\n\f_______________________________________________________________________\n_______________________________________________________________________ 4 de 27\n\n\f_______________________________________________________________________ Em 30/07/2019 a parte Autora requereu mais uma vez a CTC e pediu\nretroa\u00e7\u00e3o de DIC, comprovando o exerc\u00edcio da atividade, mas o INSS indeferiu sob o pretexto que foi requerido CTC e o nome do servi\u00e7o deveria ser revis\u00e3o de CTC.\nEm 29/04/2020 foi novamente solicitado a CTC com RDIC, desde ent\u00e3o, foram emitidas duas exig\u00eancias distintas que foram devidamente cumpridas e, passados quase 01 anos ap\u00f3s o protocolo do pedido. O INSS simplesmente n\u00e3o fez a CTC e o servi\u00e7o se encontra na situa\u00e7\u00e3o EM AN\u00c1LISE.\nA parte Autora preenche os requisitos para aposentadoria, considerando a averba\u00e7\u00e3o de todos os per\u00edodos laborados e devidamente averbados antes de 1994 para a UFSC.\nDevido \u00e0 demora no INSS em emitir a CTC e principalmente a negativa de emitir CTC por que considera que deveria ser pedido revis\u00e3o e n\u00e3o emiss\u00e3o, necess\u00e1rio esta a\u00e7\u00e3o judicial para que a CTC seja emitida e garantido o direito a aposentar.\nNa quest\u00e3o de M\u00e9rito em rela\u00e7\u00e3o ao INSS, salientamos: \uf0b7 O direito ao melhor benef\u00edcio: \u00e9 sabido que o fato da parte ter requerido emiss\u00e3o de CTC n\u00e3o impede que o INSS emita a mesma por achar que deveria ser requerimento \u201crevis\u00e3o de CTC, afinal, isso \u00e9 um desservi\u00e7o de uma Autarquia Federal, j\u00e1 que todos os documentos necess\u00e1rios para analisar, se encontram devidamente no processo;\n\uf0b7 Quanto a RDIC (retroa\u00e7\u00e3o da Data de In\u00edcio da Contribui\u00e7\u00e3o): Conforme vemos no processo administrativo anexo, a parte Autora juntou todos os documentos necess\u00e1rios e principalmente Certificado de resid\u00eancia apto a comprovar que j\u00e1 havia o labor na atividade m\u00e9dica, apenas n\u00e3o havia naquele momento a contribui\u00e7\u00e3o;\n_______________________________________________________________________\n5 de 27\n\n\f_______________________________________________________________________ \uf0b7 Quanto a emiss\u00e3o de CTC com acr\u00e9scimo de tempo especial: \u00c9 sabido que o INSS n\u00e3o tem permitido emiss\u00e3o de CTC com acr\u00e9scimo de tempo especial, conforme a\u00e7\u00e3o com negativa id\u00eantica que citamos:\n\uf0b7 Quanto aos motivos do cabimento da a\u00e7\u00e3o judicial: conforme vemos abaixo, o processo iniciado em 30/07/2019 foi indeferido de forma injusta e ilegal, al\u00e9m do que, o processo iniciado em 29/04/2021, j\u00e1 se encontra h\u00e1 quase um ano sem que haja conclus\u00e3o, logo, ambos versam sobre o mesmo pedido e n\u00e3o h\u00e1 como a parte Autora ficar eternamente aguardando a boa vontade do R\u00e9u, INSS.\nDestarte, requer, que o INSS seja condenado a revisar/emitir a Certid\u00e3o de Tempo de Contribui\u00e7\u00e3o, j\u00e1 que foi ultrapassado consideravelmente o prazo administrativo para conclus\u00e3o da tarefa quanto ao processo 1415834503 que est\u00e1 em _______________________________________________________________________\n6 de 27\n\n\f_______________________________________________________________________ An\u00e1lise, bem como a negativa da emiss\u00e3o de CTC atrav\u00e9s do processo 938799450 ser totalmente ilegal, injusto e desproporcional pelos motivos de m\u00e9rito enumerados acima e esmiu\u00e7ados no processo administrativo juntado em anexo.\n3. DA OBRIGATORIEDADE DE INTERLIGA\u00c7\u00c3O ENTRE OS R\u00c9US INSS E UFSC\nConforme descrito acima a tentativa de obter a CTC pelo R\u00e9u INSS perdura mais de 4 anos, enquanto que o preenchimento dos requisitos para aposentar depende da emiss\u00e3o da CTC.\nPortanto, foi necess\u00e1rio ajuizar a a\u00e7\u00e3o em face de ambos os R\u00e9us para efetivar o direito perante o empregador UFSC, e sobretudo economia processual perante a justi\u00e7a, visto que uma demanda se insere diretamente na outra.\nVisto isso, s\u00e3o leg\u00edtimos nesta a\u00e7\u00e3o o INSS para responder quanto a emiss\u00e3o da CTC, e a UFSC para responder quanto ao acr\u00e9scimo de tempo e preenchimento dos requisitos para a aposentaria.\n4. DO DIREITO\n4.1 DA TESE FIRMADA NO JULGAMENTO DO TEMA 942 NO STF\nConforme observamos no requerimento administrativo, a parte Autora requereu acr\u00e9scimo de tempo especial para preencher os requisitos e se aposentar antes da vig\u00eancia da EC 103 de 13/11/2019.\nNo tocante ao acr\u00e9scimo de tempo, o STF atrav\u00e9s do tema 942 reparou a injusti\u00e7a existente para os servidores p\u00fablicos que laboravam expostos a agentes nocivos \u00e0 sa\u00fade permitindo a aplica\u00e7\u00e3o das regras do regime geral de previd\u00eancia social _______________________________________________________________________\n7 de 27\n\n\f_______________________________________________________________________ para a averba\u00e7\u00e3o do tempo de servi\u00e7o prestado em atividades exercidas sob condi\u00e7\u00f5es especiais, nocivas \u00e0 sa\u00fade ou \u00e0 integridade f\u00edsica, com convers\u00e3o do tempo especial em comum, mediante contagem diferenciada, conforme tese abaixo fixada:\nTRIBUNAL PLENO. Decis\u00e3o: O Tribunal, por maioria, apreciando o tema 942 da repercuss\u00e3o geral, negou provimento ao recurso extraordin\u00e1rio, nos termos do voto do Ministro Edson Fachin, Redator para o ac\u00f3rd\u00e3o, vencido o Ministro Luiz Fux (Relator), que dava provimento ao recurso. Foi fixada a seguinte tese: \"At\u00e9 a edi\u00e7\u00e3o da Emenda Constitucional n\u00ba 103/2019, o direito \u00e0 convers\u00e3o, em tempo comum, do prestado sob condi\u00e7\u00f5es especiais que prejudiquem a sa\u00fade ou a integridade f\u00edsica de servidor p\u00fablico decorre da previs\u00e3o de ado\u00e7\u00e3o de requisitos e crit\u00e9rios diferenciados para a jubila\u00e7\u00e3o daquele enquadrado na hip\u00f3tese prevista no ent\u00e3o vigente inciso III do \u00a7 4\u00ba do art. 40 da Constitui\u00e7\u00e3o da Rep\u00fablica, devendo ser aplicadas as normas do regime geral de previd\u00eancia social relativas \u00e0 aposentadoria especial contidas na Lei 8.213/1991 para viabilizar sua concretiza\u00e7\u00e3o enquanto n\u00e3o sobrevier lei complementar disciplinadora da mat\u00e9ria. Ap\u00f3s a vig\u00eancia da EC n.\u00ba 103/2019, o direito \u00e0 convers\u00e3o em tempo comum, do prestado sob condi\u00e7\u00f5es especiais pelos servidores obedecer\u00e1 \u00e0 legisla\u00e7\u00e3o complementar dos entes federados, nos termos da compet\u00eancia conferida pelo art. 40, \u00a7 4\u00ba-C, da Constitui\u00e7\u00e3o da Rep\u00fablica\". Os Ministros Alexandre de Moraes, Marco Aur\u00e9lio, Ricardo Lewandowski e Roberto Barroso, fixavam tese diversa. N\u00e3o participou deste julgamento, por motivo de licen\u00e7a m\u00e9dica, o Ministro Celso de Mello. Plen\u00e1rio, Sess\u00e3o Virtual de 21.8.2020 a 28.8.2020.\nDesse modo, aplica-se a decis\u00e3o do STF buscando aqui inclusive a tutela de evid\u00eancia.\nNo entanto a jurisprud\u00eancia do TRF da Quarta Regi\u00e3o h\u00e1 muito tempo j\u00e1 sedimentou a justa coer\u00eancia quanto ao direito dos servidores p\u00fablicos expostos a agentes nocivos conforme:\n_______________________________________________________________________\n8 de 27\n\n\f_______________________________________________________________________ 4.2 DAS REITERADAS DECIS\u00d5ES FAVOR\u00c1VEIS ACERCA DA MAT\u00c9RIA\n\nNo tocante ao entendimento jurisprudencial, ressaltamos que tal entendimento vem sendo aplicado em sucessivos julgamentos proferidos no \u00e2mbito do TRF da 4\u00aa Regi\u00e3o, sen\u00e3o vejamos:\n\nPREVIDENCI\u00c1RIO. APOSENTADORIA ESPECIAL.\n\nEXPOSI\u00c7\u00c3O A AGENTES BIOL\u00d3GICOS. M\u00c9DICO. \u00a7 8\u00ba DO\n\nARTIGO\n\n57\n\nDA\n\nLEI\n\nN\u00ba\n\n8.213/91.\n\nINCONSTITUCIONALIDADE. 1. Exercida atividade\n\nenquadr\u00e1vel como especial, sob a \u00e9gide da legisla\u00e7\u00e3o que a\n\nampara, o segurado adquire o direito ao reconhecimento como\n\ntal [...]. 3. Comprovado o exerc\u00edcio de atividade especial por mais\n\nde 25 anos, a parte autora faz jus \u00e0 concess\u00e3o da aposentadoria\n\nespecial, desde a data do requerimento administrativo. [...]. 4. A\n\nCorte Especial deste Tribunal, em julgamento realizado em\n\n24/05/2012, afirmou a inconstitucionalidade do \u00a7 8\u00ba do artigo 57\n\nda Lei n\u00ba 8.213/91, raz\u00e3o pela qual n\u00e3o subsiste a necessidade de\n\nafastamento do segurado, ap\u00f3s a concess\u00e3o do benef\u00edcio, de\n\nqualquer atividade sujeita \u00e0 contagem especial. [...]. (TRF4\n\n5000689-36.2013.404.7216, QUINTA TURMA, Relator PAULO\n\nAFONSO BRUM VAZ, juntado aos autos em 13/05/2016).\n\nGrifamos.\n\nE ainda:\n\nPREVIDENCI\u00c1RIO.\n\nDECAD\u00caNCIA.\n\nN\u00c3O\n\nOCORR\u00caNCIA.APOSENTADORIA ESPECIAL. ATIVIDADE\n\nESPECIAL. CATEGORIA PROFISSIONAL. PROFESSOR.\n\nM\u00c9DICO. AGENTES NOCIVOS BIOL\u00d3GICOS.\n\nHABITUALIDADE E PERMAN\u00caNCIA. CONCESS\u00c3O.\n\nHONOR\u00c1RIOS ADVOCAT\u00cdCIOS. [...] 9. Comprovada a\n\nexposi\u00e7\u00e3o do segurado a agente nocivo, na forma exigida pela\n\nlegisla\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria aplic\u00e1vel \u00e0 esp\u00e9cie, poss\u00edvel\n\nreconhecer-se a especialidade do tempo de labor\n\ncorrespondente. 10. Implementados mais de 25 anos de tempo de\n\natividade sob condi\u00e7\u00f5es nocivas e cumprida a car\u00eancia m\u00ednima,\n\n_______________________________________________________________________\n\n9 de 27\n\n\f_______________________________________________________________________ \u00e9 devida a concess\u00e3o do benef\u00edcio de aposentadoria especial, a contar da data do requerimento administrativo, nos termos do \u00a7 2\u00ba do art. 57 c/c art. 49, II, da Lei n. 8.213/91.[...]. (TRF4 500327820.2011.404.7200, QUINTA TURMA, Relator SCHILLING FERRAZ). Grifamos.\nAdemais, essa mat\u00e9ria j\u00e1 foi apreciada com senten\u00e7as favor\u00e1veis em recentes decis\u00f5es da Terceira Turma Recursal de SC sobre o tema:\n\uf0b7 5010265-28.2018.4.04.7200, Terceira Turma Recursal de SC, Relator p/ Ac\u00f3rd\u00e3o Jo\u00e3o Batista Lazzari, julgado em 27/06/2019;\n\uf0b7 5018350-76.2013.404.7200, Terceira Turma Recursal de SC, Relator p/ Ac\u00f3rd\u00e3o Adamastor Nicolau Turnes, julgado em 26/01/2016;\n\uf0b7 5020006-34.2014.404.7200, Terceira Turma Recursal de SC, Relator p/ Ac\u00f3rd\u00e3o Jo\u00e3o Batista Lazzari, julgado em 15/09/2015;\n\uf0b7 5001399-70.2014.404.7200, Terceira Turma Recursal de SC, Relator p/ Ac\u00f3rd\u00e3o Adamastor Nicolau Turnes, julgado em 28/07/2015;\n\uf0b7 5020141-80.2013.404.7200, Terceira Turma Recursal de SC, Relator p/ Ac\u00f3rd\u00e3o Jo\u00e3o Batista Lazzari, julgado em 23/06/2015;\n\uf0b7 5001610-09.2014.404.7200, Terceira Turma Recursal de SC, Relator p/ Ac\u00f3rd\u00e3o Gilson Jacobsen, julgado em 23/06/2015;\n\uf0b7 5025984-55.2015.4.04.7200, Terceira Turma Recursal de SC, Relator p/ Ac\u00f3rd\u00e3o Jo\u00e3o Batista Lazzari, julgado em 15/11/2017, entre outras.\n\nAgR,\n\nOutrossim, no STF, o Ministro Marco Aur\u00e9lio decidiu ARE 727541\n\nATIVIDADES EXERCIDAS EM CONDI\u00c7\u00d5ES DE RISCO OU INSALUBRES \u2013 APOSENTADORIA ESPECIAL \u2013 SERVIDOR\n\n_______________________________________________________________________\n\n10 de 27\n\n\f_______________________________________________________________________ P\u00daBLICO- ARTIGO 40, \u00a74\u00ba, DA CONSTITUI\u00c7\u00c3O FEDERAL \u2013 INEXIST\u00caNCIA DE LEI COMPLEMENTAR \u2013 MORA LEGISLATIVA \u2013 PRECEDENTES DO PLEN\u00c1RIO. O pronunciamento do Tribunal de origem est\u00e1 em harmonia com a jurisprud\u00eancia do Supremo. Enquanto n\u00e3o editada a lei reguladora do direito assegurado constitucionalmente, o crit\u00e9rio a ser levado em conta \u00e9 o da Lei n\u00ba 8.213/91, mais precisamente o definido no artigo 57. Adotam-se os par\u00e2metros previstos para os trabalhadores em geral. (ARE 727541 AgR, Relator(a): Min. Marco Aur\u00e9lio, Primeira Turma, julgado em 09/04/2013, Ac\u00f3rd\u00e3o Eletr\u00f4nico DJe076 DIVULG 23-04-2013 PUBLIC 24-04-2013)\nPortanto, as decis\u00f5es dos nobres magistrados devem ser mantidas e aplicadas no presente caso por representarem a justi\u00e7a e a correta aplica\u00e7\u00e3o da Lei, devendo assim serem julgados procedente os pedidos da parte Autora, com o intuito de garantir a contagem de tempo de forma especial e a verifica\u00e7\u00e3o do cumprimento das melhores regras de aposentadorias dispon\u00edveis nas regras de transi\u00e7\u00e3o, tendo em vista que a parte ingressou no servi\u00e7o p\u00fablico antes de 1998.\n4.3 DO DIREITO A CONVERS\u00c3O E AVERBA\u00c7\u00c3O DE TEMPO ESPECIAL\nA parte Autora pleiteia o reconhecimento do tempo de servi\u00e7o prestado de forma especial perante a Uni\u00e3o por laborar como m\u00e9dica e a consequente averba\u00e7\u00e3o desse tempo com a convers\u00e3o do tempo para comum (1,4 homens e 1,2 mulheres) para que implemente os requisitos de aposentadoria e consequentemente o recebimento de abono de perman\u00eancia.\nA s\u00famula vinculante n\u00ba 33 preenche a lacuna de regulamenta\u00e7\u00e3o provocada pela des\u00eddia legislativa em rela\u00e7\u00e3o a concess\u00e3o de aposentadorias especiais e de averba\u00e7\u00e3o de tempo especial, ou seja, de contagem diferenciada do tempo de servi\u00e7o p\u00fablico exercido sob condi\u00e7\u00f5es que prejudiquem a sa\u00fade ou a integridade f\u00edsica, consoante: _______________________________________________________________________\n11 de 27\n\n\f_______________________________________________________________________ Aplicam-se ao servidor p\u00fablico, no que couber, as regras do Regime Geral de Previd\u00eancia Social sobre aposentadoria especial de que trata o artigo 40, par\u00e1grafo 4\u00ba, inciso III, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal, at\u00e9 edi\u00e7\u00e3o de lei complementar espec\u00edfica.1\nSegundo o texto aprovado, devem ser aplicadas aos servidores, as mesmas regras vigentes no Regime Geral de Previd\u00eancia que beneficiam os trabalhadores, cujas atividades representam risco \u00e0 sa\u00fade, o que abrange n\u00e3o s\u00f3 a concess\u00e3o da aposentadoria especial prevista nos artigos 57 e 58 da Lei n\u00b0. 8.213/91, mas tamb\u00e9m a contagem diferenciada do tempo especial para fins de qualquer esp\u00e9cie de aposentadoria consoante determina o Artigo 40 da Constitui\u00e7\u00e3o Federal:\nArt. 40, \u00a7 4\u00ba, \u00c9 vedada a ado\u00e7\u00e3o de requisitos e crit\u00e9rios diferenciados para a concess\u00e3o de aposentadoria aos abrangidos pelo regime de que trata este artigo, ressalvados, nos termos definidos em leis complementares, os casos de servidores: III cujas atividades sejam exercidas sob condi\u00e7\u00f5es especiais que prejudiquem a sa\u00fade ou a integridade f\u00edsica.\nA leitura do dispositivo deixa certo que n\u00e3o se est\u00e1 a falar aqui de uma modalidade de aposentadoria, aquela conhecida no RGPS como \u201caposentadoria especial\u201d, mas t\u00e3o somente da necessidade de oferecer aos servidores cujas atividades sejam exercidas sob risco \u00e0 sa\u00fade e \u00e0 integridade f\u00edsica, crit\u00e9rios diferenciados para a concess\u00e3o de aposentadoria, este \u00faltimo termo utilizado de forma gen\u00e9rica sem qualquer adjetiva\u00e7\u00e3o, como bem se pode ver.\nPara ratificar que a S\u00famula determina que as regras do Regime Geral se aplicam aos Servidores P\u00fablicos n\u00e3o somente numa modalidade de aposentadoria basta ler o artigo 57 da Lei 8.213/91:\nArt. 57. A aposentadoria especial ser\u00e1 devida, uma vez cumprida a car\u00eancia exigida nesta Lei, ao segurado que tiver trabalhado sujeito a condi\u00e7\u00f5es especiais que prejudiquem a sa\u00fade ou a integridade f\u00edsica, durante 15 (quinze), 20 (vinte) ou 25 (vinte e\n1 Fonte: http://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=264538.\n_______________________________________________________________________\n12 de 27\n\n\f_______________________________________________________________________ cinco) anos, conforme dispuser a lei. (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n\u00ba 9.032, de 1995) \u00a7 5\u00ba O tempo de trabalho exercido sob condi\u00e7\u00f5es especiais que sejam ou venham a ser consideradas prejudiciais \u00e0 sa\u00fade ou \u00e0 integridade f\u00edsica ser\u00e1 somado, ap\u00f3s a respectiva convers\u00e3o ao tempo de trabalho exercido em atividade comum, segundo crit\u00e9rios estabelecidos pelo Minist\u00e9rio da Previd\u00eancia e Assist\u00eancia Social, para efeito de concess\u00e3o de qualquer benef\u00edcio.\nAdemais, o texto da norma contida no artigo 40 \u00e9 praticamente id\u00eantico ao da norma constitucional que prev\u00ea a ado\u00e7\u00e3o de crit\u00e9rios diferenciados no Regime Geral de Previd\u00eancia, qual seja, o par\u00e1grafo 1\u00ba do artigo 201, assim redigido:\nArt. 201, \u00a7 1\u00ba \u00c9 vedada a ado\u00e7\u00e3o de requisitos e crit\u00e9rios diferenciados para a concess\u00e3o de aposentadoria aos benefici\u00e1rios do regime geral de previd\u00eancia social, ressalvados os casos de atividades exercidas sob condi\u00e7\u00f5es especiais que prejudiquem a sa\u00fade ou a integridade f\u00edsica e quando se tratar de segurados portadores de defici\u00eancia, nos termos definidos em lei complementar.\nV\u00ea-se pois, que por via da isonomia, o legislador constitucional optou por aplicar o mesmo modelo de norma aos trabalhadores vinculados ao Regime Geral de Previd\u00eancia e aos servidores p\u00fablicos no que diz respeito ao exerc\u00edcio de atividade que prejudique a sa\u00fade ou a integridade f\u00edsica.\nAssim, importante observar que tanto a aposentadoria especial dos artigos 57 e 58 da Lei n\u00b0. 8.213/91, quanto a contagem diferenciada do tempo especial prevista no Decreto n\u00b0. 3.048/99, t\u00eam fundamento no que disp\u00f5e o citado par\u00e1grafo 1\u00ba do artigo 201 da Constitui\u00e7\u00e3o Federal. Isso porque, tal norma constitui reserva legal espec\u00edfica, sem a qual nenhum dos dois institutos poderia existir, afinal a regra \u00e9 a proibi\u00e7\u00e3o da ado\u00e7\u00e3o de crit\u00e9rios diferenciados para aposentadoria.\n_______________________________________________________________________\n13 de 27\n\n\f_______________________________________________________________________ N\u00e3o havendo, ent\u00e3o, d\u00favidas sobre o fato de ambas as normas\nprevidenci\u00e1rias citadas constitu\u00edrem regras para a concess\u00e3o de crit\u00e9rios diferenciados para a aposentadoria, n\u00e3o h\u00e1 como buscar o seu fundamento em outra norma tanto que temos a exist\u00eancia do tema 942 acima citado.\nAcerca da convers\u00e3o do tempo especial em comum, cita-se que o Decreto 4.827/2003, este que alterou o disposto no artigo 70 do Decreto 3.048/99, passou a admitir tal convers\u00e3o independentemente da data em que o trabalho foi prestado (\u00a72\u00ba, do art. 70, do RPS).\nO caput do citado artigo ainda prev\u00ea como dever\u00e1 ser feita esta convers\u00e3o, criando uma tabela com os respectivos multiplicadores:\n\nTEMPO A CONVERTER\nDE 15 ANOS DE 20 ANOS DE 25 ANOS\n\nMULTIPLICADORES\n\nMulher (para 30) 2,00 1,50 1,20\n\nHomem (para 35) 2,33 1,75 1,40\n\nRessalte-se que a tabela \u00e9 mera solu\u00e7\u00e3o matem\u00e1tica para a convers\u00e3o do tempo, onde 35/25 = 1,4 para homens e 30/25= 1,2 para mulheres.\nDesta forma, resta evidenciado o direito da parte Requerente em ter reconhecido \u00e0 contagem de tempo de servi\u00e7o considerado especial, para que este seja convertido em tempo comum, e desta forma seja respeitado sua garantia Constitucional \u00e0 intangibilidade ao direito adquirido ao acr\u00e9scimo de tempo e suas consequ\u00eancias nas modalidades de aposentadoria.\n\n_______________________________________________________________________ 14 de 27\n\n\f_______________________________________________________________________\n\nPer\u00edodo Simples\n\nConvertido em Especial\n\nPer\u00edodos de Contribui\u00e7\u00e3o\n\nData/Inicial Data/Final Tipo Anos Meses Dias Anos Meses Dias\n\nTempo de RDIC 01/02/1991 01/02/1993 30 2\n\n0\n\n2 2\n\n0\n\n2\n\nAut\u00f4noma 01/03/1993 31/08/1993 30 0\n\n6 20\n\n6 24\n\nCTC\n\n28/06/1993 01/08/1994 30 1\n\n1 41\n\n3 25\n\nEstatut\u00e1ria-UFSC 02/08/1994 28/09/2019 25 25 2 27 30 2 10\n\nRessaltando que o per\u00edodo de 28/06/1993 a 01/08/1994 a parte Autora era contratada pela UFSC fazendo exatamente o mesmo labor que iniciou como cargo de estatut\u00e1ria em 02/08/1994. Portanto, requer tamb\u00e9m que os per\u00edodos anteriores a Lei 9.032 de 28 de abril de 1995, seja computado com acr\u00e9scimo de 20% por enquadramento por categoria profissional.\n\n4.4 DAS MODALIDADES DE APOSENTADORIA QUE A PARTE AUTORA FAZ JUS\n\nA concess\u00e3o de aposentadoria \u00e9 devida \u00e0 parte Autora considerando o\n\nacr\u00e9scimo de tempo especial, convers\u00e3o at\u00e9 a Emenda 103/2019 mais o tempo que o INSS\n\ndeve disponibilizar para averba\u00e7\u00e3o por meio da CTC.\n\nAssim, preencheu os requisitos conforme artigo 3\u00ba da Emenda\n\nConstitucional n\u00ba 47/2005 desde 28/09/2019:\n\nDESCRI\u00c7\u00c3O DO\nREQUISITO\n\nREQUISITO LEGAL\n\nSITUA\u00c7\u00c3O EM 28/09/2019\n\nIdade m\u00ednima\n\nVari\u00e1vel\n\n51 anos\n\nTempo m\u00ednimo de contribui\u00e7\u00e3o\n\n28 anos e 09 meses e 11 dias\nde tempo simples e 33 anos e 35 anos (h) 30 anos (m) 09 meses e 28 dias com\nacr\u00e9scimo de tempo especial\n\n_______________________________________________________________________\n\n15 de 27\n\n\f_______________________________________________________________________\n\nSoma do tempo e idade do\n\n85 (51 anos, 08 meses e 09\n\nservidor para a concess\u00e3o\n\n95 (h) 85 (m)\n\ndias de idade + 33 anos, 09\n\nda aposentadoria\n\nmeses e 28 dias de tempo)\n\nTempo m\u00ednimo de servi\u00e7o p\u00fablico\n\n25 anos\n\n25 anos 02 meses e 27 dias de tempo de servi\u00e7o p\u00fablico simples\n\n25 anos 02 meses e 27 dias de\n\nTempo m\u00ednimo na carreira\n\n15 anos\n\ntempo de servi\u00e7o p\u00fablico\n\nsimples\n\nTempo m\u00ednimo no cargo da aposentadoria\n\n5 anos\n\n25 anos 02 meses e 27 dias de tempo de servi\u00e7o p\u00fablico simples\n\nO (a) servidor (a) cumpre os requisitos para a\n\nSIM, DESDE 28/09/2019\n\nconcess\u00e3o da aposentadoria conforme essas regras?\n\nLogo, a parte Autora tem direito a aposentadoria com integralidade e paridade desde essa data.\n\n4.5 DO DIREITO \u00c0 CONTAGEM DE TEMPO ESPECIAL POR CATEGORIA PROFISSIONAL AT\u00c9 A EDI\u00c7\u00c3O DA LEI 9.032 DE 28/04/1995\nA legisla\u00e7\u00e3o vigente at\u00e9 28/04/1995 garantia o direito \u00e0 contagem de tempo especial por enquadramento por categoria profissional do m\u00e9dico.\nNo presente caso, existe o direito \u00e0 aplica\u00e7\u00e3o da presun\u00e7\u00e3o da exposi\u00e7\u00e3o e da contagem de tempo especial por categoria no tempo do RPPS.\nIsso ocorre porque as atividades que contavam com presun\u00e7\u00e3o legal de exposi\u00e7\u00e3o foram relacionadas no Anexo do Decreto 53.831/64 e nos Anexos I e II do Decreto 83.030/79, sendo consideradas para efeito do enquadramento como tempo especial durante a vig\u00eancia dos referidos decretos.\nAdemais, o pr\u00f3prio artigo 70, \u00a7 1\u00ba do Decreto 3.048/99 estabelece que \u201ca caracteriza\u00e7\u00e3o e a comprova\u00e7\u00e3o do tempo de atividade sob condi\u00e7\u00f5es especiais obedecer\u00e1 ao disposto na legisla\u00e7\u00e3o em vigor na \u00e9poca da presta\u00e7\u00e3o do servi\u00e7o\u201d. _______________________________________________________________________\n\n16 de 27\n\n\f_______________________________________________________________________ Conforme a documenta\u00e7\u00e3o anexa aos autos verifica-se que a parte\nAutora exerceu a profiss\u00e3o de M\u00e9dica. Salienta-se que esta atividade profissional se encontra na classifica\u00e7\u00e3o\ndos Servi\u00e7os e Atividades Profissionais considerados especiais no Decreto 53.831/64 (C\u00f3digo 2.1.3), com tempo m\u00ednimo de trabalho de 25 anos.\nAdemais, o Decreto 83.080/79 tamb\u00e9m inseriu no rol das atividades profissionais que d\u00e3o direito a aposentadoria especial a fun\u00e7\u00e3o de medicina (anexo II, C\u00f3digo 2.1.3).\nDessa forma, a parte tem direito a contagem no RPPS com a presun\u00e7\u00e3o da atividade especial por categoria profissional, com base na legisla\u00e7\u00e3o vigente \u00e0 \u00e9poca. _______________________________________________________________________\n17 de 27\n\n\f_______________________________________________________________________ 4.6 DO CONJUNTO PROBAT\u00d3RIO EXISTENTE\nConforme vemos no pr\u00f3prio processo administrativo a UFSC confirma que a parte Autora labora exposta a agentes nocivos \u00e0 sa\u00fade conforme PPP, LTCAT e demais laudos emitidos, que destacamos parte:\n_______________________________________________________________________ 18 de 27\n\n\f_______________________________________________________________________ 5. DA TUTELA DE EVID\u00caNCIA E DE URG\u00caNCIA\nAs tutelas jurisdicionais provis\u00f3rias, como o pr\u00f3prio nome diz, s\u00e3o tutelas jurisdicionais n\u00e3o definitivas, concedidas pelo Poder Judici\u00e1rio em ju\u00edzo de cogni\u00e7\u00e3o sum\u00e1ria, que exigem, necessariamente, confirma\u00e7\u00e3o posterior, atrav\u00e9s de senten\u00e7a, proferida mediante cogni\u00e7\u00e3o exauriente.\nAs tutelas provis\u00f3rias s\u00e3o o g\u00eanero, dos quais derivam duas esp\u00e9cies: tutela provis\u00f3ria de urg\u00eancia e tutela provis\u00f3ria da evid\u00eancia.\nA tutela de urg\u00eancia exige demonstra\u00e7\u00e3o de probabilidade do direito e perigo de dano ou risco ao resultado \u00fatil do processo (artigo 300). A tutela da evid\u00eancia independe de tais requisitos, porque ela \u00e9 uma tutela \u201cn\u00e3o urgente\u201d (artigo 311).\nPortanto, uma primeira forma de distingui-las \u00e9 pensar sempre que uma delas, a de urg\u00eancia, depende da prem\u00eancia do tempo; j\u00e1 a outra, a da evid\u00eancia, n\u00e3o.\nReza o artigo 311 do CPC/2015, que a tutela de evid\u00eancia ser\u00e1 concedida, independentemente da demonstra\u00e7\u00e3o de perigo de dano ou de risco ao resultado \u00fatil do processo, quando:\nI - ficar caracterizado o abuso do direito de defesa ou o manifesto prop\u00f3sito protelat\u00f3rio da parte; II - as alega\u00e7\u00f5es de fato puderem ser comprovadas apenas documentalmente e houver tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em s\u00famula vinculante; III - se tratar de pedido reipersecut\u00f3rio fundado em prova documental adequada do contrato de dep\u00f3sito, caso em que ser\u00e1 decretada a ordem de entrega do objeto custodiado, sob comina\u00e7\u00e3o de multa; IV - a peti\u00e7\u00e3o inicial for instru\u00edda com prova documental suficiente dos fatos constitutivos do direito do autor, a que o r\u00e9u n\u00e3o oponha prova capaz de gerar d\u00favida razo\u00e1vel. Par\u00e1grafo \u00fanico. Nas hip\u00f3teses dos incisos II e III, o juiz poder\u00e1 decidir liminarmente.\nDa tutela de urg\u00eancia:\n_______________________________________________________________________\n19 de 27\n\n\f_______________________________________________________________________ Art. 300. A tutela de urg\u00eancia ser\u00e1 concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado \u00fatil do processo.\nNo presente caso est\u00e3o presentes ambas as tutelas \u2013 de evid\u00eancia e de urg\u00eancia, vejamos:\n\uf0b7 A tutela de evid\u00eancia \u00e9 clara, pois existe dispositivo legal, CONTITUCIONAL, S\u00famula Vinculante e Julgamento do STF no tema 942 que garantem o direito \u00e0 convers\u00e3o de tempo especial para servidor p\u00fablico e direito a aposentadoria especial. Contudo, a parte R\u00e9 nega o direito e contraria as evid\u00eancias e a pr\u00f3pria Lei/JURISPRUD\u00caNCIA. Logo, resta demonstrado que o direito da parte Autora \u00e9 t\u00e3o evidente que o caminho do processo deve ser encurtado. Quanto \u00e0 CTC, \u00e9 evidente o direito da parte Autora como segurada a ter emitida sua CTC, ainda mais com previs\u00e3o legal de prazo para conclus\u00e3o deste servi\u00e7o.\n\uf0b7 A tutela de urg\u00eancia \u00e9 premente, pois a parte Autora j\u00e1 tem 26 anos e 06 meses de tempo de servi\u00e7o p\u00fablico e mais de 34 anos e 11 meses de tempo de contribui\u00e7\u00e3o convertido na data de hoje. Assim, a parte poderia estar aposentada, fazendo qualquer coisa da vida. Ademais, n\u00e3o existe dinheiro que possa compensar/ indenizar um dia de descanso, o gozo em fam\u00edlia ou at\u00e9 mesmo uma viagem que a pessoa sonha em fazer ap\u00f3s se aposentar. A tutela de urg\u00eancia tamb\u00e9m \u00e9 presente para emiss\u00e3o de sua CTC, que j\u00e1 estourou h\u00e1 muito tempo o prazo para conclus\u00e3o do servi\u00e7o, prejudicando seu direito \u00e0 aposentadoria no \u00f3rg\u00e3o de destino da CTC.\nDo contr\u00e1rio, a parte Autora ser\u00e1 prejudicada diante da exist\u00eancia do risco de n\u00e3o usufruir seu direito adquirido, por n\u00e3o haver a convers\u00e3o de tempo especial,\n_______________________________________________________________________\n20 de 27\n\n\f_______________________________________________________________________ bem como a emiss\u00e3o correta de CTC, que consequentemente garantir\u00e1 a aposentadoria com integralidade e paridade.\nDesse modo, caso n\u00e3o seja concedida a medida antecipat\u00f3ria, a demora da presta\u00e7\u00e3o jurisdicional que \u00e9 fato em nosso pa\u00eds vai anular os direitos da parte Autora, j\u00e1 que ser\u00e1 obrigado a continuar trabalhando mesmo tendo direito \u00e0 convers\u00e3o de tempo, \u00e0 aposentadoria especial e \u00e0 revis\u00e3o de sua CTC para posterior averba\u00e7\u00e3o na Uni\u00e3o. Conforme citado acima, n\u00e3o h\u00e1 dinheiro que pague os dias que poderia estar aposentada ao inv\u00e9s de trabalhando.\nDeste modo, se permitir\u00e1 uma injusti\u00e7a irrepar\u00e1vel ferindo todas as garantias constitucionais. Injusti\u00e7a esta que n\u00e3o ter\u00e1 compensa\u00e7\u00e3o poss\u00edvel \u00e0 parte Autora, estando presente, portanto, a urg\u00eancia e a necessidade de imediata antecipa\u00e7\u00e3o da tutela no presente caso para que seja declarado o direito \u00e0 aposentadoria especial que a parte Autora faz jus.\nOutrossim, ratificamos que ser\u00e3o irrevers\u00edveis esses per\u00edodos trabalhados, pois os R\u00e9us n\u00e3o disp\u00f5em de meios legais de ressarcimento, caso a demanda se resolva a favor da parte Autora diante da impossibilidade de descanso merecido ser devolvido.\nPresente os pressupostos que autorizam o deferimento da tutela, a parte Autora faz jus \u00e0 concess\u00e3o desta, devendo ser declarado imediatamente o direito \u00e0 convers\u00e3o de tempo especial, bem como \u00e0 aposentadoria especial que a parte Autora faz jus.\n6. PREQUESTIONAMENTO\nComo se v\u00ea, a parte R\u00e9, quando negou o c\u00f4mputo de tempo especial, violou o disposto nos artigos 5\u00ba, V, X e XXXVI2 (direito adquirido), artigo 7\u00ba, XXIII e\n2 Art. 5\u00ba Todos s\u00e3o iguais perante a lei, sem distin\u00e7\u00e3o de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no Pa\u00eds a inviolabilidade do direito \u00e0 vida, \u00e0 liberdade, \u00e0 igualdade, \u00e0 seguran\u00e7a e \u00e0 propriedade, nos termos seguintes: XXXVI - a lei n\u00e3o prejudicar\u00e1 o direito adquirido, o ato jur\u00eddico perfeito e a coisa julgada;\n_______________________________________________________________________\n21 de 27\n\n\f_______________________________________________________________________ XXIV3; artigo 24, XII e par\u00e1grafos4, art. 37 caput5 e artigo 40, \u00a7 1\u00ba, III6, \u00a7 4\u00ba, III, art. 2\u00ba, 3\u00ba e 6\u00ba da EC 41/2003, artigos 2\u00ba e 3\u00ba da EC 47/2005, todos da Constitui\u00e7\u00e3o Federal de 1988, assim como art. 6\u00ba da LICC, motivo pelo qual requer-se o expl\u00edcito pronunciamento deste Dr. Ju\u00edzo acerca da eventual inconstitucionalidade, no intuito de resguardar a interposi\u00e7\u00e3o de recurso aos Tribunais Superiores.\n7. REQUERIMENTOS\nDiante de todo o exposto, requer:\nEm car\u00e1ter liminar em face do INSS (Autarquia Federal):\nConceder a antecipa\u00e7\u00e3o dos efeitos da tutela para: a) Condenar o INSS a revisar/emitir a Certid\u00e3o de Tempo de Contribui\u00e7\u00e3o da parte Autora com todos os per\u00edodos anteriores a 02/08/1994 que dever\u00e1 ser emitida em favor da UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina, CNPJ-83.899.526/0001-82 observando a: \uf0b7 Retroa\u00e7\u00e3o da DIC (data de In\u00edcio de Contribui\u00e7\u00e3o) e consequentemente emita a guia de pagamento no curso do processo e posteriormente, ap\u00f3s o devido pagamento emita a CTC,\n3 Art. 7\u00ba S\u00e3o direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, al\u00e9m de outros que visem \u00e0 melhoria de sua condi\u00e7\u00e3o social: XXIII - adicional de remunera\u00e7\u00e3o para as atividades penosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei; XXIV - aposentadoria; 4 Art. 24. Compete \u00e0 Uni\u00e3o, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre: XII - previd\u00eancia social, prote\u00e7\u00e3o e defesa da sa\u00fade; 5 Art. 37. A administra\u00e7\u00e3o p\u00fablica direta e indireta de qualquer dos Poderes da Uni\u00e3o, dos Estados, do Distrito Federal e dos Munic\u00edpios obedecer\u00e1 aos princ\u00edpios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e efici\u00eancia e, tamb\u00e9m, ao seguinte. 6 Art. 40. Aos servidores titulares de cargos efetivos da Uni\u00e3o, dos Estados, do Distrito Federal e dos Munic\u00edpios, inclu\u00eddas suas autarquias e funda\u00e7\u00f5es, \u00e9 assegurado regime de previd\u00eancia de car\u00e1ter contributivo e solid\u00e1rio, mediante contribui\u00e7\u00e3o do respectivo ente p\u00fablico, dos servidores ativos e inativos e dos pensionistas, observados crit\u00e9rios que preservem o equil\u00edbrio financeiro e atuarial e o disposto neste artigo. \u00a7 1\u00ba Os servidores abrangidos pelo regime de previd\u00eancia de que trata este artigo ser\u00e3o aposentados, calculados os seus proventos a partir dos valores fixados na forma dos \u00a7\u00a7 3\u00ba e 17: III - voluntariamente, desde que cumprido tempo m\u00ednimo de dez anos de efetivo exerc\u00edcio no servi\u00e7o p\u00fablico e cinco anos no cargo efetivo em que se dar\u00e1 a aposentadoria, observadas as seguintes condi\u00e7\u00f5es.\n_______________________________________________________________________\n22 de 27\n\n\f_______________________________________________________________________ \uf0b7 Com acr\u00e9scimo de tempo especial com multiplicador de 1,2 de todos os per\u00edodos laborados e compreendidos antes de 01/08/1994, por enquadramento por categoria profissional;\nb) Em caso de deferimento de tutela antecipada, requer que o INSS seja intimado para comprovar o cumprimento da revis\u00e3o/emiss\u00e3o da CTC nestes autos;\nEm car\u00e1ter liminar em face da UFSC: Conceder a antecipa\u00e7\u00e3o dos efeitos da tutela para:\n\uf0b7 Determinar \u00e0 Uni\u00e3o que proceda \u00e0 averba\u00e7\u00e3o do tempo especial com multiplicador de 1,2, de todo o tempo que a parte Autora exerceu atividade exposta a agentes nocivos \u00e0 sa\u00fade, ou seja, durante todo o per\u00edodo que exerceu a atividade, desde sua admiss\u00e3o at\u00e9 a data de vig\u00eancia da EC 103/2019, com todos os benef\u00edcios que o tempo de servi\u00e7o averbado garantir \u00e0 parte Autora;\nEm car\u00e1ter definitivo em rela\u00e7\u00e3o ao INSS:\n1) A cita\u00e7\u00e3o do INSS para, querendo, responder \u00e0 presente demanda, no prazo legal, advertindo-se que, em caso de in\u00e9rcia, presumir-se\u00e3o aceitos como verdadeiros os fatos articulados pela parte Autora (art. 344 do NCPC);\n2) A intima\u00e7\u00e3o do INSS para juntar aos autos a c\u00f3pia integral dos processos ora discutidos, se assim vossa excel\u00eancia considerar necess\u00e1rio;\n_______________________________________________________________________\n23 de 27\n\n\f_______________________________________________________________________ 3) A proced\u00eancia da presente a\u00e7\u00e3o para condenar o INSS \u00e0 retroagir a DIC do per\u00edodo de 01 DE FEVEREIRO DE 1991 A 01 DE FEVEREIRO DE 1993 emitindo a guia para pagamento dos valores atrasados sem juros, para posterior aproveitamento atrav\u00e9s da CTC com todos os per\u00edodos requeridos comtemplando o per\u00edodo de RDIC que \u00e9 de 01/02/1991 a 01/02/1993 mais o per\u00edodo laborado como aut\u00f4noma de 01/03/1993 a 31/08/1993 e mais o per\u00edodo trabalhado na FAPEU compreendido entre 28/06/1993 a 01/08/1994, todos com acr\u00e9scimo de 20%, visto a exist\u00eancia do direito ao acr\u00e9scimo de tempo especial por categoria profissional para averbar na UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina, CNPJ-83.899.526/0001-82, inclusive se deferida a tutela antecipada para esse fim, que a mesma seja ratificada em senten\u00e7a de m\u00e9rito.\nEm car\u00e1ter definitivo em rela\u00e7\u00e3o a UFSC:\n4) A cita\u00e7\u00e3o da UFSC para, querendo, responder \u00e0 presente demanda, no prazo legal, advertindo-se que, em caso de in\u00e9rcia, presumir-se-\u00e3o aceitos como verdadeiros os fatos articulados pela parte Autora (art. 344 do NCPC);\n5) A intima\u00e7\u00e3o da Uni\u00e3o para juntar aos autos a c\u00f3pia integral do processo ora discutido, al\u00e9m da apresenta\u00e7\u00e3o de todas as resolu\u00e7\u00f5es, fichas financeiras, portarias, PPP, LTCAT e laudos que determinaram o pagamento do adicional de Raio X \u00e0 parte Autora, se Vossa Excel\u00eancia considerar necess\u00e1rio, ratificando que estamos juntando os documentos completos em anexo;\n6) A proced\u00eancia da pretens\u00e3o deduzida, condenando-se a UFSC a reconhecer o direito \u00e0 convers\u00e3o de tempo especial e proceder \u00e0\n_______________________________________________________________________\n24 de 27\n\n\f_______________________________________________________________________ averba\u00e7\u00e3o do tempo especial com multiplicador de 1,2, de todo o tempo que a parte Autora exerceu atividade exposta a agentes nocivos \u00e0 sa\u00fade, ou seja, durante todo o per\u00edodo que exerceu a atividade, desde sua admiss\u00e3o (02/08/1994 at\u00e9 a data do in\u00edcio da de vig\u00eancia da EC 103/2019, com todos os benef\u00edcios que o tempo de servi\u00e7o averbado garantir \u00e0 parte Autora, inclusive se deferida a tutela antecipada para esse fim, que a mesma seja ratificada em senten\u00e7a de m\u00e9rito\n7) A proced\u00eancia da pretens\u00e3o deduzida, condenando-se a UFSC a declarar o direito a aposentadoria volunt\u00e1ria com paridade e integralidade, tendo em vista o cumprimento, por parte da parte Autora, de todos os requisitos do art. 3\u00ba da EC 47/2005 desde 28/09/2019, aceitando e averbando a CTC emitida pelo INSS com os devidos acr\u00e9scimos de tempo especial compreendidos;\n8) A condena\u00e7\u00e3o do R\u00e9u ao pagamento de honor\u00e1rios advocat\u00edcios, na base de 20% (vinte por cento);\n9) Requer-se que ao final da presente demanda, caso sejam encontradas diferen\u00e7as em favor da autora, quando da expedi\u00e7\u00e3o da RPV ou do precat\u00f3rio, que os valores referentes aos honor\u00e1rios contratuais (contrato de honor\u00e1rios em anexo), sejam expedidos em nome da sociedade de advogados contratada pela parte Autora, qual seja, VARELA & GRESSLER ADVOCACIA E CONSULTORIA, OAB/SC 2683, CNPJ 23752824/0001-13 no percentual constante no contrato de honor\u00e1rios em anexo, assim como dos eventuais honor\u00e1rios de sucumb\u00eancia;\n10) Em respeito ao art. 319 do NCPC informa a parte que n\u00e3o tem interesse na realiza\u00e7\u00e3o de audi\u00eancia de concilia\u00e7\u00e3o tendo em vista que n\u00e3o tem sido a postura dos R\u00e9us efetuar proposta de acordo em casos an\u00e1logos. Requer, entretanto, que se houver interesse destes\n_______________________________________________________________________\n25 de 27\n\n\f_______________________________________________________________________ que os mesmos apresentem a proposta por escrito, em conjunto com a contesta\u00e7\u00e3o.\nInformamos que n\u00e3o h\u00e1 atrasados na presente a\u00e7\u00e3o, visto que servidor p\u00fablico passa da atividade para a inatividade e a regra de aposentadoria buscado para aposentar n\u00e3o gera direito a abono de perman\u00eancia.\nD\u00e1-se \u00e0 causa o valor de R$ 1.000,00 (mil reais).\nPede deferimento. Florian\u00f3polis, 05 de abril de 2021.\nVANUSA VARELA PINTO OAB/SC 30.699\nEspecialista em Direito Previdenci\u00e1rio\nRol de documentos:\n1. Procura\u00e7\u00e3o em face do INSS e da UFSC; 2. C\u00f3pia documento de identifica\u00e7\u00e3o da parte Autora; 3. Dados funcionais; 4. Ficha financeira completa; 5. Contracheques; 6. Processo administrativo completo que indeferiu a emiss\u00e3o da CTC no INSS; 7. Processo administrativo completo, contendo Laudos emitidos pela UFSC que\ncomprovam a exposi\u00e7\u00e3o a agentes nocivos, PPP e LTCAT; _______________________________________________________________________\n26 de 27\n\n\f_______________________________________________________________________ 8. CNIS; 9. CTC emitida errada.\n_______________________________________________________________________ 27 de 27\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 4 (Solon) - IdDocumentoCompleto: 5026880-43.2020.4.04.7000-701591184427166767877863783500", "text": "EXMO (A) SR (A) DR (A) JUIZ (A) FEDERAL DA VARA PREVIDENCI\u00c1RIA DE CURITIBA, ESTADO DO PARAN\u00c1.\nEDSON ROSA RODRIGUES, brasileiro, vigilante, casado, portador do Rg n\u00ba 177796255, inscrito no CPF/MF sob n\u00ba 062.983.928-07, residente e domiciliado na Rua do Cedro, n\u00ba 517, Casa 03, Bairro Paequembu, Munic\u00edpio Colombo - Paran\u00e1, CEP n\u00ba 83.414-680, vem, com o devido e acato perante V. Exa., por seu procurador infra-assinado, o Dr. Marlon Alexandre de Souza Witt, inscrito na OAB/PR sob n.\u00ba 49.672, com endere\u00e7o profissional sito \u00e0 Rua Jo\u00e3o Negr\u00e3o, n\u00b0 731, Cj. 2102, Centro, Curitiba/PR, onde costuma receber intima\u00e7\u00f5es, apresentar:\nA\u00c7\u00c3O DE REVIS\u00c3O DE BENEF\u00cdCIO PREVIDENCI\u00c1RIO DE APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUI\u00c7\u00c3O PARA APOSENTADORIA ESPECIAL (NB/42-\n191.494.460-4)\nem face do INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL, Autarquia Federal, com Superintend\u00eancia em Curitiba, na Rua Jo\u00e3o Negr\u00e3o n\u00ba 11, 15\u00ba andar, onde pode ser Citada, pelos fatos e fundamentos jur\u00eddicos a seguir expostos\nRua: Jo\u00e3o Negr\u00e3o, n\u00b0 731, Sala 2102, Centro, Curitiba/PR, CEP: 80.010-200 Fone/Fax: (041) 3024 7505/ 3026 7506 \u2013 9107 5599 www.witt.adv.br\n\n\fI) DOS FATOS A parte autora requereu em 27/04/2020 (data de entrada do requerimento - DER) no Instituto Nacional do Seguro Social \u2013 INSS - a concess\u00e3o do benef\u00edcio previdenci\u00e1rio de APOSENTADORIA ESPECIAL. O benef\u00edcio foi CONCEDIDO sob o seguinte fundamento:\nContudo, o segurado satisfazia todos os requisitos legais para a concess\u00e3o do benef\u00edcio de APOSENTADORIA ESPECIAL na DER, visto que completava todos os requisitos para a concess\u00e3o do benef\u00edcio, vejamos:\nRua: Jo\u00e3o Negr\u00e3o, n\u00b0 731, Sala 2102, Centro, Curitiba/PR, CEP: 80.010-200 Fone/Fax: (041) 3024 7505/ 3026 7506 \u2013 9107 5599 www.witt.adv.br\n\n\fDestarte, o segurado completaria os requisitos legais necess\u00e1rios (artigos 201, \u00a77\u00b0, I, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal) para a concess\u00e3o do benef\u00edcio de aposentadoria especial, visto que comprova o exerc\u00edcio de atividade com exposi\u00e7\u00e3o aos fatores de risco em per\u00edodo superior a 25 (vinte e cinco) anos na DER.\nRua: Jo\u00e3o Negr\u00e3o, n\u00b0 731, Sala 2102, Centro, Curitiba/PR, CEP: 80.010-200 Fone/Fax: (041) 3024 7505/ 3026 7506 \u2013 9107 5599 www.witt.adv.br\n\n\fVale ressaltar que o INSS n\u00e3o reconheceu o tempo laborado em condi\u00e7\u00f5es especiais, que prejudicaram a sa\u00fade e integridade f\u00edsica e ps\u00edquica do segurado, conforme se verifica do relat\u00f3rio de c\u00e1lculo de tempo de servi\u00e7o em anexo.\n\nAssim, o direito controvertido, ora posto sub judice, e n\u00e3o reconhecido pela autarquia previdenci\u00e1ria, restringe-se aos per\u00edodos declinados conforme tabela explicativa abaixo, conforme a data de entrada e sa\u00edda do segurado nos respectivos empregadores, a devida comprova\u00e7\u00e3o, e a fundamenta\u00e7\u00e3o legal que d\u00e3o suporte ao direito ora pleiteado, vejamos:\n\nPER\u00cdODO (ADMISS\u00c3O - DEMISS\u00c3O\n29/04/1995 a 03/01/1997\n\nATIVIDADES (FUNDAMENTA\u00c7\u00c3O\nLEGAL) Vigilante\n\nFatores de Risco: Arma de Fogo.\n\nEMPRESA (COMPROVA\u00c7\u00c3O ESPECIALIDADE) PIRES SERVI\u00c7OS DE\nSEGURAN\u00c7A E TRANSPORTES DE\nVALORES\n\n17/01/1997 a 30/09/2002\n\nLegisla\u00e7\u00e3o Correlata:\n\nPresun\u00e7\u00e3o Legal.\n\n(Anexo II, Decreto\n\nCTPS de n\u00ba 51149, s\u00e9rie 00011-\n\n53831/64, e 83080/79, item\n\nSP, fls. 13.\n\n2.5.7, e IN INSS n\u00b0 20/07, Formul\u00e1rio DSS8030 (fls. 110 \u2013\n\nart. 170, II).\n\nPA).\n\nLaudo T\u00e9cnico (fls. 111/113 \u2013\n\nPA).\n\nRequerimento de\n\nEnquadramento de Atividade\n\ncomo Especial (fls. 149/166 \u2013\n\nPA).\n\nVigilante\n\nOFFICIO TECNOLOGIA\n\nEM VIGIL\u00c2NCIA\n\nFatores de Risco: Arma de\n\nELETR\u00d4NICA LTDA\n\nRua: Jo\u00e3o Negr\u00e3o, n\u00b0 731, Sala 2102, Centro, Curitiba/PR, CEP: 80.010-200 Fone/Fax: (041) 3024 7505/ 3026 7506 \u2013 9107 5599 www.witt.adv.br\n\n\fFogo.\n\nPresun\u00e7\u00e3o Legal.\n\nLegisla\u00e7\u00e3o\n\nCorrelata: CTPS de n\u00ba 51149, s\u00e9rie 00011-\n\n(Anexo II, Decreto\n\nSP, fls. 14.\n\n53831/64, e 83080/79, item\n\nRequerimento de\n\n2.5.7, e IN INSS n\u00b0 20/07, Enquadramento de Atividade\n\nart. 170, II).\n\ncomo Especial (fls. 149/166 \u2013\n\nPA).\n\n01/10/2002 a 31/12/2005\n\nVigilante\n\nF. MOREIRA EMPRESA DE\n\nSEGURAN\u00c7A E\n\nFatores de Risco: Arma de\n\nVIGIL\u00c2NCIA LTDA\n\nFogo.\n\nPresun\u00e7\u00e3o Legal.\n\nLegisla\u00e7\u00e3o Correlata: (Anexo CTPS de n\u00ba 51149, s\u00e9rie 00011-\n\nII, Decreto 53831/64, e SP, continua\u00e7\u00e3o, fls. 12.\n\n83080/79, item 2.5.7, e IN\n\nRequerimento de\n\nINSS n\u00b0 20/07, art. 170, II). Enquadramento de Atividade\n\ncomo Especial (fls. 149/166 \u2013\n\nPA).\n\n03/10/2006 a 20/10/2009\n\nVigilante\n\nALBATROZ SEGURAN\u00c7A\n\nE VIGIL\u00c2NCIA LTDA\n\nFatores de Risco: Arma de\n\nFogo.\n\nPresun\u00e7\u00e3o Legal.\n\nCTPS de n\u00ba 51149, s\u00e9rie 00011-\n\nLegisla\u00e7\u00e3o\n\nCorrelata: SP, continua\u00e7\u00e3o, fls. 13.\n\n(Anexo II, Decreto Formul\u00e1rio PPP (fls. 98/99 \u2013\n\n53831/64, e 83080/79, item\n\nPA).\n\n2.5.7, e IN INSS n\u00b0 20/07,\n\nRequerimento de\n\nart. 170, II).\n\nEnquadramento de Atividade\n\ncomo Especial (fls. 149/166 \u2013\n\nPA).\n\nRua: Jo\u00e3o Negr\u00e3o, n\u00b0 731, Sala 2102, Centro, Curitiba/PR, CEP: 80.010-200 Fone/Fax: (041) 3024 7505/ 3026 7506 \u2013 9107 5599 www.witt.adv.br\n\n\f08/11/2010 a 30/07/2015\n\nVigilante\n\nGP \u2013 GUARDA\n\nPATRIMONIAL DE S\u00c3O\n\nFatores de Risco: Arma de\n\nPAULO LTDA\n\nFogo.\n\nPresun\u00e7\u00e3o Legal.\n\nLegisla\u00e7\u00e3o Correlata: (Anexo Formul\u00e1rio PPP (fls. 22/24 \u2013\n\nII, Decreto 53831/64, e\n\nPA).\n\n83080/79, item 2.5.7, e IN CTPS de n\u00ba 51149, s\u00e9rie 00011-\n\nINSS n\u00b0 20/07, art. 170, II).\n\nSP, continua\u00e7\u00e3o, fls. 14.\n\nFormul\u00e1rio PPP (fls. 106/109 \u2013\n\nPA).\n\nRequerimento de\n\nEnquadramento de Atividade\n\ncomo Especial (fls. 149/166 \u2013\n\nPA).\n\n06/04/2012 a 16/11/2012\n\nVigilante\n\nWORLD PRESTA\u00c7\u00c3O DE\n\nSERVI\u00c7OS EIRELI\n\nFatores de Risco: Arma de\n\nFogo.\n\nPresun\u00e7\u00e3o Legal.\n\nCTPS de n\u00ba 51149, s\u00e9rie 00011-\n\nLegisla\u00e7\u00e3o\n\nCorrelata: SP, continua\u00e7\u00e3o, fls. 15.\n\n(Anexo II, Decreto\n\nRequerimento de\n\n53831/64, e 83080/79, item Enquadramento de Atividade\n\n2.5.7, e IN INSS n\u00b0 20/07, como Especial (fls. 149/166 \u2013\n\nart. 170, II).\n\nPA).\n\n27/02/2015 a 11/05/2016\n\nVigilante\n\nG4S VANGUARDA\n\nSEGURAN\u00c7A E\n\nFatores de Risco: Arma de\n\nVIGIL\u00c2NCIA\n\nFogo.\n\nPresun\u00e7\u00e3o Legal.\n\nLegisla\u00e7\u00e3o\n\nCorrelata: CTPS de n\u00ba 51149, s\u00e9rie 00011-\n\nRua: Jo\u00e3o Negr\u00e3o, n\u00b0 731, Sala 2102, Centro, Curitiba/PR, CEP: 80.010-200 Fone/Fax: (041) 3024 7505/ 3026 7506 \u2013 9107 5599 www.witt.adv.br\n\n\f01/03/2016 a 26/10/2016 01/06/2017 a 12/11/2019\n\n(Anexo II, Decreto SP, continua\u00e7\u00e3o, fls. 16.\n\n53831/64, e 83080/79, item Formul\u00e1rio PPP (fls. 100 \u2013 PA).\n\n2.5.7, e IN INSS n\u00b0 20/07, Ficha de Registro (fls. 101/103\n\nart. 170, II).\n\n\u2013 PA).\n\nRequerimento de\n\nEnquadramento de Atividade\n\ncomo Especial (fls. 149/166 \u2013\n\nPA).\n\nVigilante\n\nGOCIL SERVI\u00c7OS DE\n\nVIGIL\u00c2NCIA E\n\nFatores de Risco: Arma de\n\nSEGURAN\u00c7A LTDA\n\nFogo.\n\nPresun\u00e7\u00e3o Legal.\n\nLegisla\u00e7\u00e3o\n\nCorrelata: CTPS de n\u00ba 51149, s\u00e9rie 00011-\n\n(Anexo II, Decreto SP, continua\u00e7\u00e3o, fls. 17.\n\n53831/64, e 83080/79, item Formul\u00e1rio PPP (fls. 104/105 \u2013\n\n2.5.7, e IN INSS n\u00b0 20/07,\n\nPA).\n\nart. 170, II).\n\nRequerimento de\n\nEnquadramento de Atividade\n\ncomo Especial (fls. 149/166 \u2013\n\nPA).\n\nVigilante\n\nGRABER SISTEMAS DE\n\nSEGURAN\u00c7A LTDA\n\nFatores de Risco: Arma de\n\nFogo.\n\nPresun\u00e7\u00e3o Legal.\n\nCTPS de n\u00ba 51149, s\u00e9rie 00011-\n\nLegisla\u00e7\u00e3o\n\nCorrelata: SP, continua\u00e7\u00e3o, fls. 18.\n\n(Anexo II, Decreto Ficha de Registro (fls. 96/97 \u2013\n\n53831/64, e 83080/79, item\n\nPA).\n\n2.5.7, e IN INSS n\u00b0 20/07, Formul\u00e1rio PPP (fls. 114/115 \u2013\n\nart. 170, II).\n\nPA).\n\nRua: Jo\u00e3o Negr\u00e3o, n\u00b0 731, Sala 2102, Centro, Curitiba/PR, CEP: 80.010-200 Fone/Fax: (041) 3024 7505/ 3026 7506 \u2013 9107 5599 www.witt.adv.br\n\n\fRequerimento de Enquadramento de Atividade como Especial (fls. 149/166 \u2013\nPA). Frise-se que a parte requerente apresentou na DER os seguintes documentos que comprovam o tempo de servi\u00e7o, inclusive nos per\u00edodos exercidos EM CONDI\u00c7\u00d5ES ESPECIAIS, conforme TABELA ACIMA:\n\u2794 Carteiras de Trabalho e Previd\u00eancia Social- CTPS; \u2794 Perfil Profissiogr\u00e1fico Previdenc\u00e1rio- PPP; \u2794 Formul\u00e1rios; \u2794 Laudos T\u00e9cnicos a) DA EMPRESA PIRES SERVI\u00c7OS DE SEGURAN\u00c7A E TRANSPORTES DE VALORES Em dilig\u00eancia junto a empresa o autor obteve o formul\u00e1rio DSS8030, o qual apresenta os seguintes fatores de risco nos exerc\u00edcios das fun\u00e7\u00f5es:\nAdemais, tamb\u00e9m foi fornecido laudo t\u00e9cnico o qual deixa evidente o risco atribu\u00eddo \u00e0 fun\u00e7\u00e3o exercida, veja-se:\nRua: Jo\u00e3o Negr\u00e3o, n\u00b0 731, Sala 2102, Centro, Curitiba/PR, CEP: 80.010-200 Fone/Fax: (041) 3024 7505/ 3026 7506 \u2013 9107 5599 www.witt.adv.br\n\n\fDeste modo, comprovado o porte de arma no exerc\u00edcio das fun\u00e7\u00f5es, \u00e9 devido o enquadramento da atividade como especial, sendo devidamente convertido em comum pelo fator 1,40.\nb) DA EMPRESA ALBATROZ SEGURAN\u00c7A E VIGIL\u00c2NCIA LTDA Em dilig\u00eancia junto a empresa o autor obteve o formul\u00e1rio PPP, o qual apresenta os seguintes fatores de risco nos exerc\u00edcios das fun\u00e7\u00f5es:\nDeste modo, comprovado o porte de arma no exerc\u00edcio das fun\u00e7\u00f5es, \u00e9 devido o enquadramento da atividade como especial, sendo devidamente convertido em comum pelo fator 1,40.\nc) DA EMPRESA GP \u2013 GUARDA PATRIMONIAL DE S\u00c3O PAULO LTDA Em dilig\u00eancia junto a empresa o autor obteve o formul\u00e1rio PPP, o qual apresenta os seguintes fatores de risco nos exerc\u00edcios das fun\u00e7\u00f5es:\nRua: Jo\u00e3o Negr\u00e3o, n\u00b0 731, Sala 2102, Centro, Curitiba/PR, CEP: 80.010-200 Fone/Fax: (041) 3024 7505/ 3026 7506 \u2013 9107 5599 www.witt.adv.br\n\n\fDeste modo, comprovado o porte de arma no exerc\u00edcio das fun\u00e7\u00f5es, \u00e9 devido o enquadramento da atividade como especial, sendo devidamente convertido em comum pelo fator 1,40.\nd) DA EMPRESA G4S VANGUARDA SEGURAN\u00c7A E VIGIL\u00c2NCIA Em dilig\u00eancia junto a empresa o autor obteve o formul\u00e1rio PPP, o qual apresenta os seguintes fatores de risco nos exerc\u00edcios das fun\u00e7\u00f5es:\nRua: Jo\u00e3o Negr\u00e3o, n\u00b0 731, Sala 2102, Centro, Curitiba/PR, CEP: 80.010-200 Fone/Fax: (041) 3024 7505/ 3026 7506 \u2013 9107 5599 www.witt.adv.br\n\n\fDeste modo, comprovado o porte de arma no exerc\u00edcio das fun\u00e7\u00f5es, \u00e9 devido o enquadramento da atividade como especial, sendo devidamente convertido em comum pelo fator 1,40.\ne) DA EMPRESA GOCIL SERVI\u00c7OS DE VIGIL\u00c2NCIA E SEGURAN\u00c7A LTDA\nEm dilig\u00eancia junto a empresa o autor obteve o formul\u00e1rio PPP, o qual apresenta os seguintes fatores de risco nos exerc\u00edcios das fun\u00e7\u00f5es:\nDeste modo, comprovado o porte de arma no exerc\u00edcio das fun\u00e7\u00f5es, \u00e9 devido o enquadramento da atividade como especial, sendo devidamente convertido em comum pelo fator 1,40.\nf) DA EMPRESA POLISERVICE SISTEMA DE SEGURAN\u00c7A S/A Em dilig\u00eancia junto a empresa o autor obteve o formul\u00e1rio PPP, o qual apresenta os seguintes fatores de risco nos exerc\u00edcios das fun\u00e7\u00f5es:\nRua: Jo\u00e3o Negr\u00e3o, n\u00b0 731, Sala 2102, Centro, Curitiba/PR, CEP: 80.010-200 Fone/Fax: (041) 3024 7505/ 3026 7506 \u2013 9107 5599 www.witt.adv.br\n\n\fDeste modo, comprovado o porte de arma no exerc\u00edcio das fun\u00e7\u00f5es, \u00e9 devido o enquadramento da atividade como especial, sendo devidamente convertido em comum pelo fator 1,40.\nII) DO DIREITO II.1) DO TEMPO DE SERVI\u00c7O N\u00c3O RECONHECIDO PELO INSS \u2013 DO RECONHECIMENTO DAS ATIVIDADES ESPECIAIS\nMister ressaltar que o INSS n\u00e3o considerou Mister ressaltar que o INSS n\u00e3o considerou o labor do segurado exercido sob condi\u00e7\u00f5es especiais, inclusive o tempo de servi\u00e7o normal, conforme se verifica pelo relat\u00f3rio para c\u00e1lculo de tempo de servi\u00e7o expedido pelo INSS em anexo.\nO direito do segurado, referente ao labor exercido em condi\u00e7\u00f5es especiais e a sua convers\u00e3o em servi\u00e7o comum, para o c\u00f4mputo na aposentadoria integral por tempo de servi\u00e7o est\u00e1 assegurado na Constitui\u00e7\u00e3o federal em seus artigos 7\u00b0, inciso XXIII, 194, Par\u00e1grafo \u00fanico, inc. III, e 201, \u00a71\u00b0, com respaldo no artigo 15 da Emenda Constitucional n\u00b0 20, de 15 de dezembro de 1998, assim disp\u00f5em:\nArt. 7\u00ba S\u00e3o direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, al\u00e9m de outros que visem \u00e0 melhoria de sua condi\u00e7\u00e3o social:\nRua: Jo\u00e3o Negr\u00e3o, n\u00b0 731, Sala 2102, Centro, Curitiba/PR, CEP: 80.010-200 Fone/Fax: (041) 3024 7505/ 3026 7506 \u2013 9107 5599 www.witt.adv.br\n\n\fXXIII - adicional de remunera\u00e7\u00e3o para as atividades penosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei; Art. 201. A previd\u00eancia social ser\u00e1 organizada sob a forma de regime geral, de car\u00e1ter contributivo e de filia\u00e7\u00e3o obrigat\u00f3ria, observados crit\u00e9rios que preservem o equil\u00edbrio financeiro e atuarial, e atender\u00e1, nos termos da lei, a: (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Emenda Constitucional n\u00ba 20, de 1998). \u00a7 1\u00ba \u00c9 vedada a ado\u00e7\u00e3o de requisitos e crit\u00e9rios diferenciados para a concess\u00e3o de aposentadoria aos benefici\u00e1rios do regime geral de previd\u00eancia social, ressalvados os casos de atividades exercidas sob condi\u00e7\u00f5es especiais que prejudiquem a sa\u00fade ou a integridade f\u00edsica e quando se tratar de segurados portadores de defici\u00eancia, nos termos definidos em lei complementar. (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Emenda Constitucional n\u00ba 47, de 2005).\nVerifica-se, no caso em comento, que a Autarquia Previdenci\u00e1ria desrespeitou um dos Princ\u00edpios basilares do Direito Previdenci\u00e1rio, que \u00e9 a prote\u00e7\u00e3o e a seletividade na concess\u00e3o dos benef\u00edcios aos que dela necessitam.\nNas palavras dos Juristas Carlos Alberto Pereira de Castro e Jo\u00e3o Batista Lazzari:\n\u201cA aposentadoria especial \u00e9 uma esp\u00e9cie de aposentadoria por tempo de contribui\u00e7\u00e3o, com redu\u00e7\u00e3o do tempo necess\u00e1rio \u00e0 inativa\u00e7\u00e3o, concedida em raz\u00e3o do exerc\u00edcio de atividades consideradas prejudiciais \u00e0 sa\u00fade ou \u00e0 integridade f\u00edsica. Ou seja, \u00e9 um benef\u00edcio de natureza previdenci\u00e1ria que se presta a reparar financeiramente o trabalhador sujeito a condi\u00e7\u00f5es de trabalho inadequadas\u201d.1\nO segurado faz jus ao reconhecimento dos per\u00edodos laborados em condi\u00e7\u00f5es especiais, de acordo com as \u00e9pocas da presta\u00e7\u00e3o dos servi\u00e7os, e posterior convers\u00e3o para atividade comum, nos termos dos artigos 57, caput, \u00a75\u00b0, da Lei 8213/91-LBPS, e 70 Do Decreto 3048/99-\n1 CASTRO, Carlos Alberto Pereira de; LAZZARI, Jo\u00e3o Batista. Manual de Direito Previdenci\u00e1rio. 10\u00aa ed. Ver. E atual. Florian\u00f3polis: Conceito Editorial, 2008, p.564.\nRua: Jo\u00e3o Negr\u00e3o, n\u00b0 731, Sala 2102, Centro, Curitiba/PR, CEP: 80.010-200 Fone/Fax: (041) 3024 7505/ 3026 7506 \u2013 9107 5599 www.witt.adv.br\n\n\fRPS.\nCom rela\u00e7\u00e3o ao reconhecimento da presta\u00e7\u00e3o de servi\u00e7os exercido sob condi\u00e7\u00f5es especiais, para fins de convers\u00e3o para atividade comum e concess\u00e3o de qualquer benef\u00edcio previdenci\u00e1rio, os Tribunais p\u00e1trios v\u00eam entendendo que o tempo de servi\u00e7o \u00e9 disciplinado pela lei em vigor \u00e0 \u00e9poca em que efetivamente exercido, passando a integrar, como direito adquirido, o patrim\u00f4nio jur\u00eddico do trabalhador.\nDesse modo, uma vez prestado o servi\u00e7o sob a \u00e9gide de legisla\u00e7\u00e3o que o ampara, o segurado adquire o direito \u00e0 contagem como tal, bem como \u00e0 comprova\u00e7\u00e3o das condi\u00e7\u00f5es de trabalho na forma ent\u00e3o exigida, n\u00e3o se aplicando retroativamente uma lei nova que venha a estabelecer restri\u00e7\u00f5es \u00e0 admiss\u00e3o do tempo de servi\u00e7o especial.\nNesse mesmo sentido, \u00e9 a orienta\u00e7\u00e3o adotada pela Terceira Se\u00e7\u00e3o do Egr\u00e9gio Superior Tribunal de Justi\u00e7a (AGRESP n\u00ba 493.458/RS, Relator Ministro Gilson Dipp, Quinta Turma, DJU de 23-06-2003, p. 429, e RESP n\u00ba 491.338/RS, Relator Ministro Hamilton Carvalhido, da Sexta Turma, DJU de 23-06-2003, p. 457), a qual passou a ter previs\u00e3o legislativa expressa com a edi\u00e7\u00e3o do Decreto n\u00ba 4.827/2003, que introduziu o \u00a7 1\u00ba ao art. 70 do Decreto n\u00ba 3.048/99.\n\u201cOs benef\u00edcios previdenci\u00e1rios devem regular-se pela lei vigente ao tempo em que preenchidos os requisitos necess\u00e1rios \u00e0 sua concess\u00e3o. Incid\u00eancia, nesse dom\u00ednio, da regra \"tempus regit actum\", que indica o estatuto de reg\u00eancia ordinariamente aplic\u00e1vel em mat\u00e9ria de institui\u00e7\u00e3o e/ou de majora\u00e7\u00e3o de benef\u00edcios de car\u00e1ter previdenci\u00e1rio\u201d2, de acordo com os preceitos tempus regit actum, e artigo 5\u00b0, XXXVI3, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal.\nEste tamb\u00e9m \u00e9 o entendimento do eminente Supremo Tribunal Federal:\n2 STF/RE 567360 ED, Relator(a): Min. CELSO DE MELLO, Segunda Turma, julgado em 09/06/2009, PROCESSO ELETR\u00d4NICO DJe-148 DIVULG 06-08-2009 PUBLIC 07-08-2009. 3 XXXVI - a lei n\u00e3o prejudicar\u00e1 o direito adquirido, o ato jur\u00eddico perfeito e a coisa julgada;\nRua: Jo\u00e3o Negr\u00e3o, n\u00b0 731, Sala 2102, Centro, Curitiba/PR, CEP: 80.010-200 Fone/Fax: (041) 3024 7505/ 3026 7506 \u2013 9107 5599 www.witt.adv.br\n\n\fEMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. PREVIDENCI\u00c1RIO. PENS\u00c3O POR MORTE. FILHA SOLTEIRA UNIVERSIT\u00c1RIA. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO. 1. A pens\u00e3o por morte rege-se pela legisla\u00e7\u00e3o em vigor na data do falecimento do segurado. Princ\u00edpio da lei do tempo rege o ato (tempus regit actum). Precedentes. 2. Impossibilidade de verificar, no caso concreto, se, na data do falecimento do segurado, a benefici\u00e1ria cumpria os requisitos legais para receber o benef\u00edcio previdenci\u00e1rio. Incid\u00eancia das S\u00famulas 279 e 280 do Supremo Tribunal Federal. Precedentes. (AI 732564 AgR, Relator(a): Min. C\u00c1RMEN L\u00daCIA, Primeira Turma, julgado em 25/08/2009, DJe-204 DIVULG 28-10-2009 PUBLIC 29-10-2009 EMENT VOL-02380-11 PP-02238).\nPosicionamento semelhante adota o e. TRF da 4\u00aa Regi\u00e3o, conforme: EINF n. 2005.71.00.031824-5/RS, Terceira Se\u00e7\u00e3o, Lu\u00eds Alberto D\"Azevedo Aurvalle, D.E. de 18-112009; APELREEX n. 0000867-68.2010.404.9999/RS, Sexta Turma, Rel. Des. Federal Celso Kipper, D.E. de 30-03-2010; APELREEX n. 0001126-86.2008.404.7201/SC, Sexta Turma, Rel. Des. Federal Jo\u00e3o Batista Pinto Silveira, D.E. de 17-03-2010; APELREEX n. 2007.71.00.033522-7/RS; Quinta Turma, Rel. Des. Federal Fernando Quadros da Silva; D.E. de 25-01-2010).\nFeito estas considera\u00e7\u00f5es, e tendo em vista a diversidade de diplomas legais que se sucederam na disciplina da mat\u00e9ria, necess\u00e1rio inicialmente definir qual a legisla\u00e7\u00e3o aplic\u00e1vel ao caso concreto, ou seja, qual a legisla\u00e7\u00e3o vigente quando da presta\u00e7\u00e3o da atividade pela parte autora.\nTem-se, ent\u00e3o, a seguinte evolu\u00e7\u00e3o legislativa quanto ao tema sub judice:\na) no per\u00edodo de trabalho at\u00e9 28-04-1995, quando vigente a Lei n. 3.807/60 (Lei Org\u00e2nica da Previd\u00eancia Social) e suas altera\u00e7\u00f5es e, posteriormente, a Lei n. 8.213/91 (Lei de Benef\u00edcios), em sua reda\u00e7\u00e3o original (arts. 57 e 58), poss\u00edvel o reconhecimento da especialidade\nRua: Jo\u00e3o Negr\u00e3o, n\u00b0 731, Sala 2102, Centro, Curitiba/PR, CEP: 80.010-200 Fone/Fax: (041) 3024 7505/ 3026 7506 \u2013 9107 5599 www.witt.adv.br\n\n\fdo trabalho quando houver a comprova\u00e7\u00e3o do exerc\u00edcio de atividade enquadr\u00e1vel como especial nos decretos regulamentadores e/ou na legisla\u00e7\u00e3o especial ou quando demonstrada a sujei\u00e7\u00e3o do segurado a agentes nocivos por qualquer meio de prova, exceto para os agentes nocivos ru\u00eddo e calor (STJ, AgRg no REsp n. 941885/SP, Quinta Turma, Rel. Ministro Jorge Mussi, DJe de 04-08-2008; e STJ, REsp n. 639066/RJ, Quinta Turma, Rel. Ministro Arnaldo Esteves Lima, DJ de 07-11-2005), em que necess\u00e1ria a mensura\u00e7\u00e3o de seus n\u00edveis por meio de per\u00edcia t\u00e9cnica, carreada aos autos ou noticiada em formul\u00e1rio emitido pela empresa, a fim de se verificar a nocividade ou n\u00e3o desses agentes;\nb) a partir de 29-04-1995, inclusive, foi definitivamente extinto o enquadramento por categoria profissional - \u00e0 exce\u00e7\u00e3o daquelas a que se refere a Lei n. 5.527/68, cujo enquadramento por categoria deve ser feito at\u00e9 13-10-1996, dia anterior \u00e0 publica\u00e7\u00e3o da Medida Provis\u00f3ria n. 1.523, de 14-10-1996, que revogou expressamente a Lei em quest\u00e3o - de modo que, no interregno compreendido entre 29-04-1995 (ou 14-10-1996) e 05-03-1997, em que vigentes as altera\u00e7\u00f5es introduzidas pela Lei n. 9.032/95 no art. 57 da Lei de Benef\u00edcios, necess\u00e1ria a demonstra\u00e7\u00e3o efetiva de exposi\u00e7\u00e3o, de forma permanente, n\u00e3o ocasional nem intermitente, a agentes prejudiciais \u00e0 sa\u00fade ou \u00e0 integridade f\u00edsica, por qualquer meio de prova, considerando-se suficiente, para tanto, a apresenta\u00e7\u00e3o de formul\u00e1rio-padr\u00e3o preenchido pela empresa, sem a exig\u00eancia de embasamento em laudo t\u00e9cnico, ressalvados os agentes nocivos ru\u00eddo e calor, em rela\u00e7\u00e3o aos quais \u00e9 imprescind\u00edvel a realiza\u00e7\u00e3o de per\u00edcia t\u00e9cnica, conforme visto acima;\nc) a partir de 06-03-1997, data da entrada em vigor do Decreto n. 2.172/97, que regulamentou as disposi\u00e7\u00f5es introduzidas no art. 58 da Lei de Benef\u00edcios pela Medida Provis\u00f3ria n. 1.523/96 (convertida na Lei n. 9.528/97), passou-se a exigir, para fins de reconhecimento de tempo de servi\u00e7o especial, a comprova\u00e7\u00e3o da efetiva sujei\u00e7\u00e3o do segurado a agentes agressivos por meio da apresenta\u00e7\u00e3o de formul\u00e1rio-padr\u00e3o, embasado em laudo t\u00e9cnico, ou por meio de per\u00edcia t\u00e9cnica.\nAinda, quanto ao enquadramento das categorias profissionais devem ser considerados os Decretos n. 53.831/64 (Quadro Anexo - 2\u00aa parte), n. 72.771/73 (Quadro II do Anexo) e n.\nRua: Jo\u00e3o Negr\u00e3o, n\u00b0 731, Sala 2102, Centro, Curitiba/PR, CEP: 80.010-200 Fone/Fax: (041) 3024 7505/ 3026 7506 \u2013 9107 5599 www.witt.adv.br\n\n\f83.080/79 (Anexo II) at\u00e9 28-04-1995, data da extin\u00e7\u00e3o do reconhecimento da atividade especial por presun\u00e7\u00e3o legal, ressalvadas as exce\u00e7\u00f5es acima mencionadas.\nJ\u00e1 para o enquadramento dos agentes nocivos, devem ser considerados os Decretos n. 53.831/64 (Quadro Anexo - 1\u00aa parte), n. 72.771/73 (Quadro I do Anexo) e n. 83.080/79 (Anexo I) at\u00e9 05-03-1997, e os Decretos n. 2.172/97 (Anexo IV) e n. 3.048/99 a partir de 06-03-1997, ressalvado o agente nocivo ru\u00eddo, ao qual se aplica tamb\u00e9m o Decreto n. 4.882/03.\nAl\u00e9m dessas hip\u00f3teses de enquadramento, sempre poss\u00edvel tamb\u00e9m a verifica\u00e7\u00e3o da especialidade da atividade no caso concreto, por meio de per\u00edcia t\u00e9cnica, nos termos da S\u00famula n. 198 do extinto Tribunal Federal de Recursos (STJ, AGRESP n. 228832/SC, Relator Ministro Hamilton Carvalhido, Sexta Turma, DJU de 30-06-2003).\nNo tocante a atividade de vigilante, lembra-se que o Egr\u00e9gio Superior Tribunal de Justi\u00e7a no julgamento do Tema Repetitivo n\u00ba 534 firmou a seguinte tese: As normas regulamentadoras que estabelecem os casos de agentes e atividades nocivos \u00e0 sa\u00fade do trabalhador s\u00e3o exemplificativas, podendo ser tido como distinto o labor que a t\u00e9cnica m\u00e9dica e a legisla\u00e7\u00e3o correlata considerarem como prejudiciais ao obreiro, desde que o trabalho seja permanente, n\u00e3o ocasional, nem intermitente, em condi\u00e7\u00f5es especiais (art. 57, \u00a7 3\u00ba, da Lei 8.213/1991).\nNesse sentido, fica claro que a S\u00famula 198 do TRF, bem como, o julgamento do tema n\u00ba 534, n\u00e3o limita o ju\u00edzo de valor apenas para as situa\u00e7\u00f5es previstas nos decretos, permitindo o enquadramento como especial quando efetivamente prejudicial \u00e0 sa\u00fade.\nEm conformidade com tais S\u00famulas, a Turma Nacional de Uniformiza\u00e7\u00e3o fixou entendimento atrav\u00e9s do Representativo de Controv\u00e9rsia n\u00ba 128, onde foi fixada a seguinte tese:\n\u201c\u00c9 poss\u00edvel o reconhecimento de tempo especial prestado com exposi\u00e7\u00e3o ao agente nocivo periculosidade, na atividade de vigilante, em data posterior \u00e0 vig\u00eancia do Decreto n. 2.172/92, de 05/03/1997, desde que laudo t\u00e9cnico (ou\nRua: Jo\u00e3o Negr\u00e3o, n\u00b0 731, Sala 2102, Centro, Curitiba/PR, CEP: 80.010-200 Fone/Fax: (041) 3024 7505/ 3026 7506 \u2013 9107 5599 www.witt.adv.br\n\n\felemento material equivalente) comprove a permanente exposi\u00e7\u00e3o \u00e0 atividade nociva, com o uso de arma de fogo\u201d.\nCom base no julgamento pela Turma Nacional de Uniformiza\u00e7\u00e3o, o porte de arma de fogo \u00e9 suficiente para caracterizar a periculosidade na atividade desempenhada pelo segurado, o que encontra-se devidamente demonstrado no caso em quest\u00e3o.\nTanto \u00e9 assim que a jurisprud\u00eancia recente do Superior Tribunal de Justi\u00e7a se manifesta na mesma forma, conforme demonstrado anteriormente nos julgados apresentados em anexo ao presente recurso.\nNesse sentido, cumpre ressaltar que o Art. 927, do C\u00f3digo de Processo Civil, \u00e9 firme em apontar o dever de observar os precedentes firmados em decis\u00f5es proferidas na seguinte forma:\nArt. 927. Os ju\u00edzes e os tribunais observar\u00e3o:\nI - as decis\u00f5es do Supremo Tribunal Federal em controle concentrado de constitucionalidade;\nII - os enunciados de s\u00famula vinculante;\nIII - os ac\u00f3rd\u00e3os em incidente de assun\u00e7\u00e3o de compet\u00eancia ou de resolu\u00e7\u00e3o de demandas repetitivas e em julgamento de recursos extraordin\u00e1rio e especial repetitivos;\nIV - os enunciados das s\u00famulas do Supremo Tribunal Federal em mat\u00e9ria constitucional e do Superior Tribunal de Justi\u00e7a em mat\u00e9ria infraconstitucional;\nRua: Jo\u00e3o Negr\u00e3o, n\u00b0 731, Sala 2102, Centro, Curitiba/PR, CEP: 80.010-200 Fone/Fax: (041) 3024 7505/ 3026 7506 \u2013 9107 5599 www.witt.adv.br\n\n\fV - a orienta\u00e7\u00e3o do plen\u00e1rio ou do \u00f3rg\u00e3o especial aos quais estiverem vinculados.\nPortanto, fica demonstrado que, o julgamento com base nas orienta\u00e7\u00f5es anteriormente apresentadas, todas fixadas com for\u00e7a de precedente vinculantes obrigat\u00f3rios, demonstram que a atividade de vigilante com a comprova\u00e7\u00e3o do porte de arma de fogo merece o enquadramento como especial.\nNecess\u00e1rio trazer a baila a li\u00e7\u00e3o da Professora ADRIANE BRAMANTE, em sua obra Aposentadoria Especial, teoria e pr\u00e1tica4 a qual ilustra o caso em comento:\n\u201c...\u00e9 ineg\u00e1vel que h\u00e1 exposi\u00e7\u00e3o ao risco iminente e possibilidade de um acidente\u2044acontecimento s\u00fabito que pode ocasionar preju\u00edzo \u00e0 integridade f\u00edsica do trabalhador, principalmente no que tange \u00e0s atividade de seguran\u00e7a pessoal e patrimonial que, como todos sabemos, atualmente \u00e9 bastante prec\u00e1ria\u201d.\nDesta maneira, o segurado faz JUS ao reconhecimento de todo o labor exercido em condi\u00e7\u00f5es especiais, que prejudicou sua sa\u00fade e integridade f\u00edsica e ps\u00edquica, e posteriormente a devida convers\u00e3o para a atividade comum, com a aplica\u00e7\u00e3o do fator 1,4, nos termos do artigo 70, do Decreto n\u00b0 3048/99.\nQuanto ao fator 1,4 aplic\u00e1vel \u00e0 convers\u00e3o das atividades exercidas sob condi\u00e7\u00f5es insalubres, penosas ou perigosas para a atividade comum, as jurisprud\u00eancias da Turma Nacional de Uniformiza\u00e7\u00e3o, e do Egr\u00e9gio Superior Tribunal de Justi\u00e7a, pacificaram os seus entendimentos no sentido que deve ser aplicado o FATOR 1,4, mesmo antes da publica\u00e7\u00e3o da Lei 8213/91, nos termos do Processo 2007.63.06.00.8925-8/TNU, e REsp 1151363, e REsp 956110.\n4 LADENTHIN, Adriane Bramante de Castro. Aposentadoria Especial: teoria e pr\u00e1tica. Curitiba: Juru\u00e1, 3a. edi\u00e7\u00e3o, 2016, p. 107.\nRua: Jo\u00e3o Negr\u00e3o, n\u00b0 731, Sala 2102, Centro, Curitiba/PR, CEP: 80.010-200 Fone/Fax: (041) 3024 7505/ 3026 7506 \u2013 9107 5599 www.witt.adv.br\n\n\fII.2) DA CONCESS\u00c3O DA APOSENTADORIA ESPECIAL\nA aposentadoria especial, modalidade de aposentadoria que o segurado pode se aposentar com tempo de servi\u00e7o ou de contribui\u00e7\u00e3o inferior ao limite legal, foi assegurada como direito constitucional na reda\u00e7\u00e3o original do art. 202, inciso II, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal, nos seguintes termos:\n\u201cArt. 202. \u00c9 assegurada aposentadoria, nos termos da lei, calculando-se o benef\u00edcio sobre a m\u00e9dia dos trinta e seis \u00faltimos sal\u00e1rios de contribui\u00e7\u00e3o, corrigidos monetariamente m\u00eas a m\u00eas, e comprovada a regularidade dos reajustes dos sal\u00e1rios de contribui\u00e7\u00e3o de modo a preservar seus valores reais e obedecidas as seguintes condi\u00e7\u00f5es: [...] II - ap\u00f3s trinta e cinco anos de trabalho, ao homem, e, ap\u00f3s trinta, \u00e0 mulher, ou em tempo inferior, se sujeitos a trabalho sob condi\u00e7\u00f5es especiais, que prejudiquem a sa\u00fade ou a integridade f\u00edsica, definidas em lei.\u201d\nEm 15 de dezembro de 1998, com a edi\u00e7\u00e3o da Emenda Constitucional n.\u00ba 20, a aposentadoria especial foi mantida como direito constitucional do segurado, prevista no art. 201, \u00a7 1.\u00ba, com a seguinte reda\u00e7\u00e3o:\n\u201c\u00a71\u00ba - \u00c9 vedada a ado\u00e7\u00e3o de requisitos e crit\u00e9rios diferenciados para a concess\u00e3o de aposentadoria aos benefici\u00e1rios do regime geral de previd\u00eancia social, ressalvados os casos de atividades exercidas sob condi\u00e7\u00f5es especiais que prejudiquem a sa\u00fade ou a integridade f\u00edsica, definidos em lei complementar.\u201d\nA Emenda Constitucional n.\u00ba 47, de 05 de julho de 2005, novamente alterou a reda\u00e7\u00e3o do texto do \u00a7 1.\u00ba do art. 201 da Constitui\u00e7\u00e3o, desta vez para incluir o direito dos portadores de defici\u00eancia, ao lado dos segurados que trabalharam expostos a agentes nocivos \u00e0 sa\u00fade ou \u00e0\nRua: Jo\u00e3o Negr\u00e3o, n\u00b0 731, Sala 2102, Centro, Curitiba/PR, CEP: 80.010-200 Fone/Fax: (041) 3024 7505/ 3026 7506 \u2013 9107 5599 www.witt.adv.br\n\n\fintegridade f\u00edsica, de se aposentarem com tempo de contribui\u00e7\u00e3o inferior ao limite previsto para a aposentadoria por tempo de contribui\u00e7\u00e3o:\n\u201c1\u00ba \u00c9 vedada a ado\u00e7\u00e3o de requisitos e crit\u00e9rios diferenciados para a concess\u00e3o de aposentadoria aos benefici\u00e1rios do regime geral de previd\u00eancia social, ressalvados os casos de atividades exercidas sob condi\u00e7\u00f5es especiais que prejudiquem a sa\u00fade ou a integridade f\u00edsica e quando se tratar de segurados portadores de defici\u00eancia, nos termos definidos em lei complementar.\u201d\nA lei complementar prevista no dispositivo constitucional citado n\u00e3o foi editada pelo Congresso Nacional at\u00e9 a presente data. Por\u00e9m, a falta da norma n\u00e3o impediu a concess\u00e3o de benef\u00edcios de aposentadoria especial pelo INSS aos segurados do Regime Geral de Previd\u00eancia, j\u00e1 que o art. 15 da EC n.\u00ba 20/98 estabeleceu que devem permanecer em vigor o disposto nos arts. 57 e 58 da Lei n\u00ba 8.213/91, na reda\u00e7\u00e3o vigente \u00e0 data da publica\u00e7\u00e3o da emenda, at\u00e9 que venha a ser publicada a lei complementar.\nPor sua vez, o art. 57 da Lei 8.213/91, na reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei 9.032/95, disp\u00f5e que aposentadoria especial ser\u00e1 devida, uma vez cumprida a car\u00eancia exigida, ao segurado que tiver trabalhado sujeito a condi\u00e7\u00f5es especiais que prejudiquem a sa\u00fade ou a integridade f\u00edsica, durante 15 (quinze), 20 (vinte) ou 25 (vinte e cinco) anos.\nNesse contexto, importante anotar tamb\u00e9m que at\u00e9 28/04/95, para a caracteriza\u00e7\u00e3o da atividade como especial, bastava o enquadramento da fun\u00e7\u00e3o desempenhada no rol de categoria profissional prevista em lei (Decretos n\u00ba 53.831/64 e n\u00ba 83.080/79). \u00c9 como disp\u00f5e o pr\u00f3prio Decreto n\u00ba 53.831/64:\n\u201cArt. 1\u00ba. A Aposentadoria Especial, a que se refere o art. 31 da Lei n\u00ba 3.807/60, ser\u00e1 concedida ao segurado que exer\u00e7a ou tenha exercido atividade profissional em servi\u00e7os considerados insalubres, perigosos ou penosos nos termos deste decreto.\nRua: Jo\u00e3o Negr\u00e3o, n\u00b0 731, Sala 2102, Centro, Curitiba/PR, CEP: 80.010-200 Fone/Fax: (041) 3024 7505/ 3026 7506 \u2013 9107 5599 www.witt.adv.br\n\n\fArt. 2\u00ba. Para efeitos de concess\u00e3o de Aposentadoria Especial, ser\u00e3o considerados servi\u00e7os insalubres perigosos ou penosos, os constantes no Quadro anexo (...).\u201d\nAp\u00f3s a edi\u00e7\u00e3o da Lei n\u00ba 9.032/95, em data de 29/04/95, passou a ser necess\u00e1rio prova da exposi\u00e7\u00e3o a agentes nocivos mediante formul\u00e1rio expedido pela empresa empregadora. Assim disp\u00f5e o art. 57 da Lei n\u00ba 8.213/91 ap\u00f3s as altera\u00e7\u00f5es trazidas pela Lei n\u00ba 9.032/95:\n\u201cArt. 57. A aposentadoria especial ser\u00e1 devida, uma vez cumprida a car\u00eancia exigida nesta lei, ao segurado que tiver trabalhado sujeito a condi\u00e7\u00f5es especiais que prejudiquem a sa\u00fade ou a integridade f\u00edsica, durante 15 (quinze), 20 (vinte) ou 25 (vinte e cinco) anos, conforme dispuser a lei. (...) \u00a7 3\u00ba A concess\u00e3o da aposentadoria especial depender\u00e1 de comprova\u00e7\u00e3o pelo segurado, perante o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), do tempo de trabalho permanente, n\u00e3o ocasional nem intermitente, em condi\u00e7\u00f5es especiais que prejudiquem a sa\u00fade ou a integridade f\u00edsica, durante o per\u00edodo m\u00ednimo fixado. \u00a7 4\u00ba O segurado dever\u00e1 comprovar, al\u00e9m do tempo de trabalho, exposi\u00e7\u00e3o aos agentes nocivos qu\u00edmicos, f\u00edsicos, biol\u00f3gicos ou associa\u00e7\u00e3o de agentes prejudiciais \u00e0 sa\u00fade ou \u00e0 integridade f\u00edsica, pelo per\u00edodo equivalente ao exigido para a concess\u00e3o do benef\u00edcio.\u201d\nComo se pode observar, tal legisla\u00e7\u00e3o exigia a comprova\u00e7\u00e3o a exposi\u00e7\u00e3o a agentes nocivos, mas n\u00e3o mencionou o modo como essa exposi\u00e7\u00e3o deveria ser comprovada. Portanto, basta a comprova\u00e7\u00e3o via formul\u00e1rio (SB-40, DSS-8030 ou PPP) do qual conste a exposi\u00e7\u00e3o a agentes nocivos de modo habitual e permanente.\nAnota-se que a exig\u00eancia de laudo pericial somente passou a ser feita com a publica\u00e7\u00e3o da Lei n\u00ba 9.528 de 10/12/97 que, convalidando a Medida Provis\u00f3ria n\u00ba 1.523-5/97, alterou o art. 58 da Lei n\u00ba 8.213/91, estabelecendo da seguinte forma:\nRua: Jo\u00e3o Negr\u00e3o, n\u00b0 731, Sala 2102, Centro, Curitiba/PR, CEP: 80.010-200 Fone/Fax: (041) 3024 7505/ 3026 7506 \u2013 9107 5599 www.witt.adv.br\n\n\f\u201cArt. 58 (...) \u00a7 1\u00ba A comprova\u00e7\u00e3o da efetiva exposi\u00e7\u00e3o do segurado aos agentes nocivos ser\u00e1 feita mediante formul\u00e1rio, na forma estabelecida pelo Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, emitido pela empresa ou seu preposto, com base em laudo t\u00e9cnico de condi\u00e7\u00f5es ambientais do trabalho expedido por m\u00e9dico do trabalho ou engenheiro de seguran\u00e7a do trabalho. \u00a7 2\u00ba Do laudo t\u00e9cnico referido no par\u00e1grafo anterior dever\u00e3o constar informa\u00e7\u00e3o sobre a exist\u00eancia de tecnologia de prote\u00e7\u00e3o coletiva que diminua a intensidade do agente agressivo a limites de toler\u00e2ncia e recomenda\u00e7\u00e3o sobre a sua ado\u00e7\u00e3o pelo estabelecimento respectivo. \u00a7 3\u00ba A empresa que n\u00e3o mantiver laudo t\u00e9cnico atualizado com refer\u00eancia aos agentes nocivos existentes no ambiente de trabalho de seus trabalhadores ou que emitir documento de comprova\u00e7\u00e3o de efetiva exposi\u00e7\u00e3o em desacordo com o respectivo laudo estar\u00e1 sujeita \u00e0 penalidade prevista no art. 133 desta Lei.\u201d\nIn casu, conforme aduzido acima, os per\u00edodos laborado pelo Autor nas empresas acima elencadas, foram em atividades especial e, conforme demonstrado anteriormente, na data do protocolo administrativo a segurada j\u00e1 contava com mais de 25 anos de tempo especial, raz\u00e3o pela qual requer seja reconhecido todo o per\u00edodo laborado pela Autora nas empresas outrora citadas como sendo em atividade especial, para ao final ser CONCEDIDO o benef\u00edcio previdenci\u00e1rio da APOSENTADORIA ESPECIAL.\nII.3) DA INCONSTITUCIONALIDADE DO \u00a78\u00ba DO ART. 57 C/C ART 46 DA LEI N. 8.213/91\nO \u00a78\u00ba do artigo 57, c/c o artigo 46, ambos da Lei n\u00ba 8.213/1991, dizem que o segurado que obtiver aposentadoria especial e continuar no exerc\u00edcio de atividade que lhe seja prejudicial \u00e0 sa\u00fade e a integridade f\u00edsica ter\u00e1 sua aposentadoria cancelada. Vejamos a transcri\u00e7\u00e3o legal:\nRua: Jo\u00e3o Negr\u00e3o, n\u00b0 731, Sala 2102, Centro, Curitiba/PR, CEP: 80.010-200 Fone/Fax: (041) 3024 7505/ 3026 7506 \u2013 9107 5599 www.witt.adv.br\n\n\f\u201cArt. 57 - A aposentadoria especial ser\u00e1 devida, uma vez cumprida a car\u00eancia exigida nesta Lei, ao segurado que tiver trabalhado sujeito a condi\u00e7\u00f5es especiais que prejudiquem a sa\u00fade ou a integridade f\u00edsica, durante 15 (quinze), 20 (vinte) ou 25 (vinte e cinco) anos, conforme dispuser a lei. (...)\n\u00a7 8\u00ba Aplica-se o disposto no art. 46 ao segurado aposentado nos termos deste artigo que continuar no exerc\u00edcio de atividade ou opera\u00e7\u00e3o que o sujeite aos agentes nocivos constantes da rela\u00e7\u00e3o referida no art. 58 desta Lei.\u201d\n\u201cArt. 46 - O aposentado por invalidez que retornar voluntariamente \u00e0 atividade ter\u00e1 sua aposentadoria automaticamente cancelada, a partir da data do retorno.\u201d\nOcorre que a veda\u00e7\u00e3o contida no \u00a78\u00ba do Artigo 57 da Lei 8.213/91 est\u00e1 em disson\u00e2ncia com o \u00a71\u00ba do art. 201 da Constitui\u00e7\u00e3o, cujo texto transcrevemos:\n\u201cArt. 201 - A previd\u00eancia social ser\u00e1 organizada sob a forma de regime geral, de car\u00e1ter contributivo e de filia\u00e7\u00e3o obrigat\u00f3ria, observados crit\u00e9rios que preservem o equil\u00edbrio financeiro e atuarial, e atender\u00e1, nos termos da lei, a: (...) \u00a7 1\u00ba \u00c9 vedada a ado\u00e7\u00e3o de requisitos e crit\u00e9rios diferenciados para a concess\u00e3o de aposentadoria aos benefici\u00e1rios do regime geral de previd\u00eancia social, ressalvados os casos de atividades exercidas sob condi\u00e7\u00f5es especiais que prejudiquem a sa\u00fade ou a integridade f\u00edsica e quando se tratar de segurados portadores de defici\u00eancia, nos termos definidos em lei complementar. (...)\u201d\nRua: Jo\u00e3o Negr\u00e3o, n\u00b0 731, Sala 2102, Centro, Curitiba/PR, CEP: 80.010-200 Fone/Fax: (041) 3024 7505/ 3026 7506 \u2013 9107 5599 www.witt.adv.br\n\n\fNota-se do par\u00e1grafo acima transcrito que n\u00e3o h\u00e1 qualquer condi\u00e7\u00e3o Constitucionalmente prevista para a percep\u00e7\u00e3o da aposentadoria especial. Ademais, o artigo 5\u00ba, XIII da Constitui\u00e7\u00e3o Federal garante o livre exerc\u00edcio de qualquer trabalho, of\u00edcio ou profiss\u00e3o. Portanto, equivocada a veda\u00e7\u00e3o infraconstitucional do \u00a78\u00ba do Artigo 57 da Lei 8.213/91.\nImporta observar, ainda, que pelo artigo 6\u00ba da Constitui\u00e7\u00e3o tanto o trabalho quanto a previd\u00eancia social s\u00e3o direitos sociais garantidos a todos, n\u00e3o havendo porque condicionar a percep\u00e7\u00e3o da aposentadoria \u00e0 ren\u00fancia de um direito social igualmente garantido, qual seja: o trabalho. Ainda mais considerando que o valor social do trabalho \u00e9 fundamento da Rep\u00fablica, conforme artigo 1\u00ba, IV da CF/88.\nSobre tal tema insta transcrever o entendimento exarado pela Corte Especial do TRF4, quando do Julgamento da Argui\u00e7\u00e3o de Inconstitucionalidade n\u00ba 500140177.2012.404.0000/TRF:\n\u201cA restri\u00e7\u00e3o \u00e0 continuidade do desempenho da atividade por parte do trabalhador que obt\u00e9m aposentadoria especial cerceia, sem que haja autoriza\u00e7\u00e3o constitucional para tanto (pois a constitui\u00e7\u00e3o somente permite restri\u00e7\u00e3o relacionada \u00e0 qualifica\u00e7\u00e3o profissional), o desempenho de atividade profissional, e veda o acesso \u00e0 previd\u00eancia social ao segurado que implementou os requisitos estabelecidos na legisla\u00e7\u00e3o de reg\u00eancia. Note-se que a regra sequer tem car\u00e1ter protetivo. Isso porque n\u00e3o veda o trabalho especial, ou mesmo sua continuidade, impedindo apenas o pagamento da aposentadoria. N\u00e3o h\u00e1 impedimento, por exemplo, a que o segurado permane\u00e7a trabalhando em atividades que impliquem exposi\u00e7\u00e3o a agentes nocivos sem requerer aposentadoria especial; ou que aguarde para se aposentar por tempo de contribui\u00e7\u00e3o, a fim de poder cumular o benef\u00edcio com a remunera\u00e7\u00e3o da atividade, caso mantenha o v\u00ednculo. Como nada impede que se aposentando sem a considera\u00e7\u00e3o do tempo especial, pe\u00e7a, quando do afastamento definitivo do trabalho, a convers\u00e3o da aposentadoria\nRua: Jo\u00e3o Negr\u00e3o, n\u00b0 731, Sala 2102, Centro, Curitiba/PR, CEP: 80.010-200 Fone/Fax: (041) 3024 7505/ 3026 7506 \u2013 9107 5599 www.witt.adv.br\n\n\fpor tempo de contribui\u00e7\u00e3o em aposentadoria especial. O que se percebe \u00e9 que a regra n\u00e3o protege o trabalhador, tendo, ao fim e ao cabo, mero car\u00e1ter fiscal.\u201d\nRessalte-se que a Constitui\u00e7\u00e3o Federal deve ser interpretada de forma sistem\u00e1tica e, considerando que o artigo 6\u00ba garante ao trabalhador tanto a previd\u00eancia quanto o trabalho, n\u00e3o pode o legislador infraconstitucional condicionar o exerc\u00edcio de um direito (trabalho: exerc\u00edcio de atividade especial) \u00e0 ren\u00fancia de outro (previd\u00eancia: percep\u00e7\u00e3o de aposentadoria especial) j\u00e1 que ambos est\u00e3o previstos na Constitui\u00e7\u00e3o, sem qualquer restri\u00e7\u00e3o neste sentido.\nCumpre observar que o TRF-4 tamb\u00e9m estabeleceu, no julgamento da Argui\u00e7\u00e3o de Inconstitucionalidade em comento, que a Constitui\u00e7\u00e3o, em seu artigo 7\u00ba, quando prev\u00ea a prote\u00e7\u00e3o do trabalhador, n\u00e3o veda o exerc\u00edcio de trabalho sujeito \u00e0 condi\u00e7\u00f5es insalubres ou periculosas \u00e0quele que percebe aposentadoria especial. Vejamos trecho do ac\u00f3rd\u00e3o que assim disp\u00f5e:\n\u201cAinda, no A Carta Maior, em seu artigo 7\u00ba, \u00e9 verdade, estabelece que constitui direito dos trabalhadores urbanos e rurais a 'redu\u00e7\u00e3o dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de sa\u00fade, higiene e seguran\u00e7a'(inciso XXII). Mas n\u00e3o veda o trabalho perigoso ou insalubre ao segurado que obteve aposentadoria especial, pois esta \u00e9 um direito inalien\u00e1vel do trabalhador, direito este, a prop\u00f3sito, novamente ratificado no inciso XXVI do referido artigo 7\u00ba da CF. A proibi\u00e7\u00e3o de trabalho perigoso ou insalubre s\u00f3 existe nos termos do inciso XXXIII do mesmo artigo 7\u00ba, ou seja, para os menores de dezoito anos: Art. 7\u00ba S\u00e3o direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, al\u00e9m de outros que visem \u00e0 melhoria de sua condi\u00e7\u00e3o social: ... XXII - redu\u00e7\u00e3o dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de sa\u00fade, higiene e s eguran\u00e7a; ...\nRua: Jo\u00e3o Negr\u00e3o, n\u00b0 731, Sala 2102, Centro, Curitiba/PR, CEP: 80.010-200 Fone/Fax: (041) 3024 7505/ 3026 7506 \u2013 9107 5599 www.witt.adv.br\n\n\fXXIV - aposentadoria; ... XXXIII - proibi\u00e7\u00e3o de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condi\u00e7\u00e3o de aprendiz, a partir de quatorze anos; (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Emenda Constitucional n\u00ba 20, de 1998)\u201d\nNeste mesmo sentido o seguinte trecho:\n\u201c(...)Inconstitucional, assim, a norma em exame, a qual, se adotada, pode implicar cerceamento ao desempenho de atividade, por exemplo, de profissionais de sa\u00fade (enfermeiros, t\u00e9cnicos em radiologia, m\u00e9dicos, dentistas, etc.), e trabalhadores especializados, seja de n\u00edvel superior ou n\u00edvel m\u00e9dio, de ind\u00fastrias dos mais diversos ramos. Ter\u00e3o eles que escolher entre se aposentar ou deixar a atividade para a qual se prepararam, muitas vezes por longos anos ou, (burlando com facilidade a norma restritiva, mas perdendo a garantia que a lei e a Constitui\u00e7\u00e3o asseguram), aguardar para requerer aposentadoria por tempo de contribui\u00e7\u00e3o sem se valer do tempo especial. O fato \u00e9 que, obtendo o segurado aposentadoria especial, algum trabalhador vai ter que continuar a exercer a atividade que at\u00e9 ent\u00e3o ele vinha desempenhando. E a Constitui\u00e7\u00e3o n\u00e3o veda que ele pr\u00f3prio, depois de aposentado, continue a desempenhar a atividade. Ao Estado incumbe exigir a ado\u00e7\u00e3o de medidas que eliminem a insalubridade, de modo que os riscos a que submetidos os segurados se tornem apenas potenciais, n\u00e3o podendo optar simplesmente pelo cerceamento do direito ao trabalho e \u00e0 previd\u00eancia social.\u201d\nDiante de todo exposto, entende-se que \u00e9 assegurado \u00e0 Autora, pela Constitui\u00e7\u00e3o Federal, a op\u00e7\u00e3o pela continuidade na atividade especial mesmo ap\u00f3s a implanta\u00e7\u00e3o do benef\u00edcio, o que desde j\u00e1 se requer.\nRua: Jo\u00e3o Negr\u00e3o, n\u00b0 731, Sala 2102, Centro, Curitiba/PR, CEP: 80.010-200 Fone/Fax: (041) 3024 7505/ 3026 7506 \u2013 9107 5599 www.witt.adv.br\n\n\fIII) DA REAFIRMA\u00c7\u00c3O DA DER\n\nCaso n\u00e3o seja entendido o direito do autor \u00e0 aposentadoria por tempo de contribui\u00e7\u00e3o quando da DER, requer a reafirma\u00e7\u00e3o da mesma com efeitos financeiros a contar do preenchimento dos requisitos necess\u00e1rios \u00e0 concess\u00e3o.\n\nNos termos do artigo 690, da Instru\u00e7\u00e3o Normativa n\u00ba 77/20155 do INSS e ratificada pela IN n\u00ba 85, \u00e9 poss\u00edvel tamb\u00e9m em sede judicial, admitindo-se c\u00f4mputo do tempo de contribui\u00e7\u00e3o inclusive quanto ao per\u00edodo posterior ao ajuizamento da a\u00e7\u00e3o, desde que observado o contradit\u00f3rio, e at\u00e9 a data do julgamento da apela\u00e7\u00e3o ou remessa necess\u00e1ria, conforme jurisprud\u00eancia do eminente Tribunal Regional Federal da 4\u00aa Regi\u00e3o:\n\nEMENTA: PROCESSUAL CIVIL E PREVIDENCI\u00c1RIO.\n\nEMBARGOS DE DECLARA\u00c7\u00c3O. HIP\u00d3TESE ENSEJADORA DO\n\nRECURSO. EXIST\u00caNCIA DE OMISS\u00c3O. EFEITOS\n\nINFRINGENTES. APOSENTADORIA POR TEMPO DE\n\nSERVI\u00c7O/CONTRIBUI\u00c7\u00c3O. REAFIRMA\u00c7\u00c3O DA DER.\n\nPOSSIBILIDADE AT\u00c9 A DATA DO JULGAMENTO DA APELA\u00c7\u00c3O\n\nOU REMESSA NECESS\u00c1RIA NO SEGUNDO GRAU DE\n\nJURISDI\u00c7\u00c3O.\n\nBENEF\u00cdCIO\n\nCONCEDIDO\n\nADMINISTRATIVAMENTE NO CURSO DA A\u00c7\u00c3O.\n\nPOSSIBILIDADE DE EXECU\u00c7\u00c3O DO BENEF\u00cdCIO CONCEDIDO\n\nNO JULGADO COM OP\u00c7\u00c3O PELA MANUTEN\u00c7\u00c3O DO\n\nBENEF\u00cdCIO MAIS VANTAJOSO 1. A acolhida dos embargos\n\ndeclarat\u00f3rios s\u00f3 tem cabimento nas hip\u00f3teses de omiss\u00e3o, contradi\u00e7\u00e3o,\n\nobscuridade e erro material. 2. Diante da exist\u00eancia de omiss\u00e3o, imp\u00f5e-se a\n\n5 Art. 690. Se durante a an\u00e1lise do requerimento for verificado que na DER o segurado n\u00e3o satisfazia os requisitos para o reconhecimento do direito, mas que os implementou em momento posterior, dever\u00e1 o servidor informar ao interessado sobre a possibilidade de reafirma\u00e7\u00e3o da DER, exigindo-se para sua efetiva\u00e7\u00e3o a expressa concord\u00e2ncia por escrito.\n\nRua: Jo\u00e3o Negr\u00e3o, n\u00b0 731, Sala 2102, Centro, Curitiba/PR, CEP: 80.010-200 Fone/Fax: (041) 3024 7505/ 3026 7506 \u2013 9107 5599 www.witt.adv.br\n\n\fcorre\u00e7\u00e3o do ac\u00f3rd\u00e3o no ponto em que equivocado, ainda que, sanada a omiss\u00e3o, a altera\u00e7\u00e3o da decis\u00e3o surja como conseq\u00fc\u00eancia necess\u00e1ria. 3. A 3\u00aa Se\u00e7\u00e3o desta Corte tem admitido a reafirma\u00e7\u00e3o da DER, prevista pela Instru\u00e7\u00e3o Normativa n\u00ba 77/2015 do INSS e ratificada pela IN n\u00ba 85, de 18/02/2016, tamb\u00e9m em sede judicial, nas hip\u00f3teses em que o segurado implementa todas as condi\u00e7\u00f5es para a concess\u00e3o do benef\u00edcio ap\u00f3s a conclus\u00e3o do processo administrativo, admitindo-se c\u00f4mputo do tempo de contribui\u00e7\u00e3o inclusive quanto ao per\u00edodo posterior ao ajuizamento da a\u00e7\u00e3o, desde que at\u00e9 a data do julgamento da apela\u00e7\u00e3o ou remessa necess\u00e1ria. 4. Deve ser assegurada aos benefici\u00e1rios da Previd\u00eancia Social a possibilidade de execu\u00e7\u00e3o das diferen\u00e7as do benef\u00edcio concedido no julgado at\u00e9 o momento em que deferido um mais vantajoso na via administrativa, com a op\u00e7\u00e3o de continuar percebendo o benef\u00edcio concedido no curso da a\u00e7\u00e3o, de renda mais vantajosa. 5. Embargos de declara\u00e7\u00e3o providos com efeitos infringentes. (TRF4 5004882-75.2014.4.04.7211, SEXTA TURMA, Relator JO\u00c3O BATISTA PINTO SILVEIRA, juntado aos autos em 13/11/2017).\nEMENTA: PREVIDENCI\u00c1RIO. APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUI\u00c7\u00c3O. REAFIRMA\u00c7\u00c3O DA DER. JUROS E CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA. 1. No Incidente de Assun\u00e7\u00e3o de Compet\u00eancia n\u00ba 5007975-25.2013.4.04.7003, a Terceira Se\u00e7\u00e3o assentou que a reafirma\u00e7\u00e3o da DER, prevista pela Instru\u00e7\u00e3o Normativa n\u00ba 77/2015 do INSS e ratificada pela IN n\u00ba 85, \u00e9 poss\u00edvel tamb\u00e9m em sede judicial, admitindo-se c\u00f4mputo do tempo de contribui\u00e7\u00e3o inclusive quanto ao per\u00edodo posterior ao ajuizamento da a\u00e7\u00e3o, desde que observado o contradit\u00f3rio, e at\u00e9 a data do julgamento da apela\u00e7\u00e3o ou remessa necess\u00e1ria. 2. O Supremo Tribunal Federal reconheceu no RE 870947, com repercuss\u00e3o geral, a inconstitucionalidade do uso da TR, determinando a ado\u00e7\u00e3o do IPCA-E para o c\u00e1lculo da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria nas d\u00edvidas n\u00e3o-tribut\u00e1rias da Fazenda P\u00fablica. 3. Os juros de mora, a contar da cita\u00e7\u00e3o, devem incidir \u00e0 taxa de 1% ao m\u00eas, at\u00e9 29-06-2009. A partir de ent\u00e3o, incidem uma \u00fanica vez, at\u00e9 o efetivo pagamento do d\u00e9bito, segundo o \u00edndice\nRua: Jo\u00e3o Negr\u00e3o, n\u00b0 731, Sala 2102, Centro, Curitiba/PR, CEP: 80.010-200 Fone/Fax: (041) 3024 7505/ 3026 7506 \u2013 9107 5599 www.witt.adv.br\n\n\foficial de remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica aplicado \u00e0 caderneta de poupan\u00e7a. 4. Precedente do Supremo Tribunal Federal com efeito vinculante, que deve ser observado, inclusive, pelos \u00f3rg\u00e3os do Poder Judici\u00e1rio. (TRF4, AC 508482348.2016.4.04.7100, SEXTA TURMA, Relator ARTUR C\u00c9SAR DE SOUZA, juntado aos autos em 12/04/2018).\nIII.1) DOS EFEITOS FINANCEIROS DA REAFIRMA\u00c7\u00c3O DA DER\nVale ressaltar que a reafirma\u00e7\u00e3o da DER pode ser requerida pelas partes a qualquer momento, depois de ajuizada a a\u00e7\u00e3o, ou podendo ocorrer de of\u00edcio pelo ju\u00edzo monocr\u00e1tico ou colegiado, conforme jurisprud\u00eancia dominante do eminente TRF-4\u00aa:\nEMENTA: PREVIDENCI\u00c1RIO. APOSENTADORIA. TEMPO ESPECIAL. CUMPRIMENTO DOS REQUISITOS LEGAIS. REAFIRMA\u00c7\u00c3O DA DER. CONSECT\u00c1RIOS LEGAIS. ANTECIPA\u00c7\u00c3O DE TUTELA. CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA E JUROS. 1. Uma vez exercida atividade enquadr\u00e1vel como especial, sob a \u00e9gide da legisla\u00e7\u00e3o que a ampara, o segurado adquire o direito ao reconhecimento como tal e ao acr\u00e9scimo decorrente da sua convers\u00e3o em tempo de servi\u00e7o comum no \u00e2mbito do Regime Geral de Previd\u00eancia Social. 2. At\u00e9 28/04/1995 \u00e9 admiss\u00edvel o reconhecimento da especialidade por categoria profissional ou por sujei\u00e7\u00e3o a agentes nocivos, aceitando-se qualquer meio de prova (exceto para ru\u00eddo); a partir de 29/04/1995 n\u00e3o mais \u00e9 poss\u00edvel o enquadramento por categoria profissional, devendo existir comprova\u00e7\u00e3o da sujei\u00e7\u00e3o a agentes nocivos por qualquer meio de prova at\u00e9 05/03/1997 e, a partir de ent\u00e3o, por meio de formul\u00e1rio embasado em laudo t\u00e9cnico, ou por meio de per\u00edcia t\u00e9cnica. 3. Poss\u00edvel a reafirma\u00e7\u00e3o da DER de of\u00edcio. Jurisprud\u00eancia deste Regional. 4. Havendo mais de 35 anos de tempo de servi\u00e7o/contribui\u00e7\u00e3o, na (nova) DER, a parte autora tem o direito \u00e0 aposentadoria por tempo de contribui\u00e7\u00e3o. 5. Antecipa\u00e7\u00e3o de tutela cab\u00edvel (implanta\u00e7\u00e3o do benef\u00edcio). Jurisprud\u00eancia deste Regional. 6. O Plen\u00e1rio do STF concluiu\nRua: Jo\u00e3o Negr\u00e3o, n\u00b0 731, Sala 2102, Centro, Curitiba/PR, CEP: 80.010-200 Fone/Fax: (041) 3024 7505/ 3026 7506 \u2013 9107 5599 www.witt.adv.br\n\n\fo julgamento do Tema 810, consoante acompanhamento processual do RE 870947 no Portal do STF. Dessarte, a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria incidir\u00e1 a contar do vencimento de cada presta\u00e7\u00e3o e ser\u00e1 calculada pelos \u00edndices oficiais e aceitos na jurisprud\u00eancia, quais sejam: - INPC (de 04/2006 a 29/06/2009, conforme o art. 31 da Lei n.\u00ba 10.741/03, combinado com a Lei n.\u00ba 11.430/06, precedida da MP n.\u00ba 316, de 11/08/2006, que acrescentou o art. 41-A na Lei n.\u00ba 8.213/91); - IPCA-E (a partir de 30-06-2009, conforme RE 870.947, j. 20/09/2017). Os juros de mora ser\u00e3o de 1% (um por cento) ao m\u00eas, a contar da cita\u00e7\u00e3o (S\u00famula 204 do STJ), at\u00e9 29/06/2009. A partir de 30/06/2009, seguir\u00e3o os \u00edndices oficiais de remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica e juros aplicados \u00e0 caderneta de poupan\u00e7a, conforme art. 5\u00ba da Lei 11.960/09, que deu nova reda\u00e7\u00e3o ao art. 1\u00ba-F da Lei n\u00ba 9.494/97. (TRF4, AC 000014728.2015.4.04.9999, TURMA REGIONAL SUPLEMENTAR DE SC, Relator JORGE ANTONIO MAURIQUE, D.E. 09/03/2018).\nNesse contexto, deve ser reafirmada a DER desde quando entender esse ju\u00edzo que os requisitos legais para concess\u00e3o do benef\u00edcio foram preenchidos.\nPortanto, n\u00e3o sendo o entendimento deste colegiado, quanto ao reconhecimento dos per\u00edodos assinalados neste petit\u00f3rio, requer a reafirma\u00e7\u00e3o da DER a partir do momento do implemento dos requisitos autorizadores a concess\u00e3o do benef\u00edcio, inclusive gerando efeitos financeiros com o pagamento das parcelas.\nIV) DOS PEDIDOS\nFACE O EXPOSTO, requer a proced\u00eancia da a\u00e7\u00e3o e a condena\u00e7\u00e3o do INSS em aten\u00e7\u00e3o aos seguintes requerimentos:\na) A devida RETIFICA\u00c7\u00c3O DO CNIS (Cadastro Nacional De Informa\u00e7\u00f5es Sociais) do segurado pela Autarquia Previdenci\u00e1ria, para que constem como tempo de contribui\u00e7\u00e3o exercido sob condi\u00e7\u00f5es especiais, nos seguintes per\u00edodos: 29/04/1995 a\nRua: Jo\u00e3o Negr\u00e3o, n\u00b0 731, Sala 2102, Centro, Curitiba/PR, CEP: 80.010-200 Fone/Fax: (041) 3024 7505/ 3026 7506 \u2013 9107 5599 www.witt.adv.br\n\n\f03/01/1997, 17/01/1997 a 30/09/2002, 01/10/2002 a 31/12/2005, 03/10/2006 a 20/10/2009, 08/11/2010 a 30/07/2015, 06/04/2012 a 16/11/2012, 27/02/2015 a 11/05/2016, 01/03/2016 a 26/10/2016, 01/06/2017 a 12/11/2019;\nb) A CONVERS\u00c3O DOS PER\u00cdODOS ESPECIAIS assinalados acima para O COMUM, com o fator multiplicador 1,4, nos termos da fundamenta\u00e7\u00e3o;\nc) A REVIS\u00c3O DO BENEF\u00cdCIO DE APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUI\u00c7\u00c3O PARA APOSENTADORIA ESPECIAL, COM EFEITOS FINANCEIROS A PARTIR DA DER, COM EFEITOS FINANCEIROS A PARTIR DA DER (data de entrada do requerimento administrativo)- 27/04/2020;\nd) SUCESSIVAMENTE, N\u00c3O SENDO COMPLETADO OS REQUISITOS PARA A CONCESS\u00c3O DO BENEF\u00cdCIO DE APOSENTADORIA ESPECIAL, REQUER A REVIS\u00c3O DA APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUI\u00c7\u00c3O COM EFEITOS FINANCEIROS A PARTIR DA DER (data de entrada do requerimento administrativo) \u2013 27/04/2020;\ne) EM CASO DE DESCUMPRIMENTO DAS ORDENS JUDICIAIS ACIMA, ou porventura de outras decis\u00f5es deste mm. Ju\u00edzo, a APLICA\u00c7\u00c3O DE MULTA DI\u00c1RIA AO INSS, DE ACORDO COM O ART. 497 e 537 DO C\u00d3DIGO DE PROCESSO CIVIL BRASILEIRO;\nf) CALCULAR A RMI DO BENEF\u00cdCIO DE APOSENTADORIA da parte autora atrav\u00e9s da aplica\u00e7\u00e3o do contido nos artigos 29, I, da LBPS, e 32, \u00a79\u00b0, 56, \u00a74\u00ba do Decreto 3048/99, calculando o sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio com os mesmos \u00edndices e forma de corre\u00e7\u00e3o dos sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o, conforme planilha em anexo;\ng) PAGAR TODAS AS PRESTA\u00c7\u00d5ES PREVIDENCI\u00c1RIAS DESDE A data de entrada do requerimento - DER (27/04/2020), em decorr\u00eancia da concess\u00e3o acima e do c\u00e1lculo aqui determinado, desde o ajuizamento da demanda e at\u00e9 o tr\u00e2nsito em julgado, atualizadas\nRua: Jo\u00e3o Negr\u00e3o, n\u00b0 731, Sala 2102, Centro, Curitiba/PR, CEP: 80.010-200 Fone/Fax: (041) 3024 7505/ 3026 7506 \u2013 9107 5599 www.witt.adv.br\n\n\fmonetariamente pelo IPCA-e, nos termos do art. 1\u00ba-F da Lei 9.494/97, desde a \u00e9poca da compet\u00eancia de cada parcela at\u00e9 efetiva liquida\u00e7\u00e3o (art. 10, da Lei 9711/98), pelos mesmos \u00edndices legais que reajustam os benef\u00edcios mantidos pelo RGPS (art. 31, da Lei 10741/03), acrescidas de juros morat\u00f3rios a contar da cita\u00e7\u00e3o v\u00e1lida (art. 240, caput, do CPC, e S\u00famulas n\u00b0 204 do C. STJ, e 75 do E. TRF/4\u00aa Regi\u00e3o), honor\u00e1rios advocat\u00edcios na base de 20% (vinte por cento) sobre o valor da condena\u00e7\u00e3o (artigo 85, \u00a72\u00ba do CPC), e demais encargos da sucumb\u00eancia;\nh) A REAFIRMA\u00c7\u00c3O DA DER, nos termos aqui pugnados, caso entenda necess\u00e1rio.\nFinalmente, requer a Vossa Excel\u00eancia:\na) A concess\u00e3o dos benef\u00edcios da Assist\u00eancia Judici\u00e1ria Gratuita, j\u00e1 que n\u00e3o pode a parte autora, arcar com as despesas de um processo sem preju\u00edzo de seu sustento e de sua fam\u00edlia, nos termos do art. 5.\u00ba, inciso LXXIV, da Carta Magna e da Lei n.\u00ba 1060/50;\nb) A CITA\u00c7\u00c3O do Instituto Nacional do Seguro Social, para que, querendo, ofere\u00e7a RESPOSTA, sob as penas da Lei e seu Regulamento, presumindo-se verdadeiros os fatos articulados acaso n\u00e3o a apresente, julgando ao final PROCEDENTE O PEDIDO;\nc) Seja determinada a juntada, pelo INSS, do Processo Administrativo conforme disp\u00f5e o art. 11 da Lei 10259/01; e a sua condena\u00e7\u00e3o no pagamento de custas processuais e honor\u00e1rios advocat\u00edcios na raz\u00e3o de 20%, de acordo com o 85, \u00a72\u00ba do C\u00f3digo de Processo Civil;\nd) A produ\u00e7\u00e3o de todos os meios de prova em direito admitidas, especialmente a testemunhal, a documental e o depoimento pessoal do autor.\nO segurado DECLARA, atrav\u00e9s do seu procurador, que:\na) Todas as c\u00f3pias reprogr\u00e1ficas dos documentos anexados no presente processo\nRua: Jo\u00e3o Negr\u00e3o, n\u00b0 731, Sala 2102, Centro, Curitiba/PR, CEP: 80.010-200 Fone/Fax: (041) 3024 7505/ 3026 7506 \u2013 9107 5599 www.witt.adv.br\n\n\fs\u00e3o aut\u00eanticas e conferem com o original, de acordo com o artigo 1\u00b0, da Lei 11.925, de 17 de Abril de 2009;\nb) O c\u00e1lculo da RMI (renda mensal inicial) do benef\u00edcio ora requerido, e das respectivas diferen\u00e7as pleiteadas, s\u00e3o valores aproximados, de acordo com os documentos acostados na inicial.\nD\u00e1-se \u00e0 causa o valor de R$ 26.867,04 (vinte e seis mil oitocentos e sessenta e sete reais e quatro centavos), de acordo com planilha de c\u00e1lculo das diferen\u00e7as devidas desde a DER (27/04/2020), em anexo.\nTermos em que, Pede e espera deferimento. Curitiba/PR, data do protocolo eletr\u00f4nico. MARLON ALEXANDRE DE SOUZA WITT\nOAB/PR N\u00b0 49.672\nRua: Jo\u00e3o Negr\u00e3o, n\u00b0 731, Sala 2102, Centro, Curitiba/PR, CEP: 80.010-200 Fone/Fax: (041) 3024 7505/ 3026 7506 \u2013 9107 5599 www.witt.adv.br\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 5 (Solon) - IdDocumentoCompleto: 5008084-10.2016.4.04.7205-721465901627187000221997232968", "text": "EXCELENT\u00cdSSIMO SENHOR JUIZ DA _____VARA FEDERAL DE BLUMENAU SE\u00c7\u00c3O JUDICI\u00c1RIA DE SANTA CATARINA\n\npropor\n\nORESTES CRIST\u00d3V\u00c3O vem atrav\u00e9s de sua advogada ao final firmada,\n\nA\u00c7\u00c3O DE REVIS\u00c3O DE APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUI\u00c7\u00c3O [Procedimento Comum]\n\ncontra o INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS, pelo que passa a expor ao final requerer:\n\n\f1. Do Requerimento Administrativo\nEm 16 de dezembro de 2011 o Autor requereu o benef\u00edcio de aposentadoria por tempo de contribui\u00e7\u00e3o/especial, perante o INSS, sob o NB 158.137.470-1 8 ocasi\u00e3o em que restou negado, sob a justificativa de falta de tempo de contribui\u00e7\u00e3o. A Autarquia Previdenci\u00e1ria apurou em favor do Autor 31 anos 08 meses 19 dias, conforme corrobora a c\u00f3pia do PA em anexo.\nEm 23 de outubro de 2012 o Autor novamente solicitou o benef\u00edcio de aposentadoria por tempo de contribui\u00e7\u00e3o/especial, agora sob o NB 161478874-7, sendo o pedido tamb\u00e9m negado por falta de tempo de contribui\u00e7\u00e3o. A Autarquia Previdenci\u00e1ria apurou em favor do Autor 32 anos 06 meses 03 dias, conforme PA em anexo.\nEm 19 de novembro de 2013, o Autor ingressou com A\u00e7\u00e3o Previdenci\u00e1ria e-proc n\u00ba 50145381120134047205, objetivando a comprova\u00e7\u00e3o de tempo laborado na condi\u00e7\u00e3o de segurado especial. As partes firmaram acordo, sendo reconhecido em favor do Autor o tempo campesino de 20.10.1976 a 01.08.1979.\nA aposentadoria do Autor foi concedida com as seguintes caracter\u00edsticas: DIB: 30/06/2012 \u2013RMI: R$ 1.708,60 \u2013 Tempo de Contribui\u00e7\u00e3o: 35 anos 00 meses 15 dias \u2013 Fator Previdenci\u00e1rio: 0,5434. Pretende agora a revis\u00e3o de sua aposentadoria tendo em vista que exerceu atividade especial e n\u00e3o foi objeto de pedido nos autos em ep\u00edgrafe.\n2. Da Atividade Especial\n2.1. Pl\u00e1sticos Cremer S/A\n2.1.1. Per\u00edodo 19/03/1980 a 01/01/1987\nA empregadora informa, no formul\u00e1rio previdenci\u00e1rio [datado 11/02/2009] que o Autor, no per\u00edodo de 19/03/1980 a 01/01/1987 esteve exposto a ru\u00eddo de 80 dB(A). Verifica-se que as informa\u00e7\u00f5es no PPP, quanto aos agentes nocivos, foram extra\u00eddas do Laudo Pericial de Insalubridade, do setor de Ferramentaria, datado de 10/06/1991, enquanto que a descri\u00e7\u00e3o das atividades teve como base o LTCAT 2006/Setor Inje\u00e7\u00e3o. Vejamos.\n\n\fDe acordo com o PPP, a atividade do Autor est\u00e1 assim descrita: [19/03/1980 a 01/01/1987 : operar m\u00e1quinas injetoras e m\u00e1quinas para acabamento, moinhos; Abastecer a m\u00e1quina injetora com mat\u00e9ria-prima; Fazer servi\u00e7o de acabamento manual com corte de rebarbas; revisar, embalar e armazenar produtos acabados conforme ficha de especifica\u00e7\u00e3o; registrar em formul\u00e1rios espec\u00edficos os produtos e a quantidade de produzida, auxiliar nos servi\u00e7os de trocas de moldes nas m\u00e1quinas].\nPois bem, a descri\u00e7\u00e3o das atividades do Autor foi extra\u00edda do LTCAT 2006/Setor Inje\u00e7\u00e3o, enquanto que os agentes nocivos foram extra\u00eddos do Setor Ferramentaria, Laudo Pericial de Insalubridade de 1991[80 dB(A)]. Ora o LTCAT 2006/setor Inje\u00e7\u00e3o aponta ru\u00eddo de 88 dB(A), devendo ser utilizado esse documento, pois o Autor n\u00e3o trabalhou na ferramentaria nesse interst\u00edcio, o que coloca em d\u00favida o conte\u00fado do documento.\nCumpre informar que, em situa\u00e7\u00e3o id\u00eantica a do Autor [Santo Godozprocesso n\u00ba 5002114-34.2013.404.7205, PPP/LTCAT em anexo], a empregadora baseou-se no LTCAT 2006/setor INJE\u00c7\u00c3O, pgs. 69-70, para emitir o PPP, quer em rela\u00e7\u00e3o \u00e0s atividades, quer em rela\u00e7\u00e3o aos riscos. Quanto aos fatores de risco, a empregadora informa que o ru\u00eddo \u00e9 de 88 dB(A).\nPortanto, o Laudo Pericial de Insalubridade, datado de 1991, n\u00e3o se presta para a comprova\u00e7\u00e3o das atividades e agentes nocivos, porque o Autor n\u00e3o trabalhou no setor de ferramentaria, no per\u00edodo de 19/03/1980 a 01/01/1987. Assim, o documento h\u00e1bil para a comprova\u00e7\u00e3o das atividades do Autor, no que tange ao interst\u00edcio em an\u00e1lise \u00e9 o LTCAT 2006/setor INJE\u00c7\u00c3O, pgs. 69-70, ainda que extempor\u00e2neo, a exemplo do que ocorreu com o colaborador Santa Godoz, conforme acima informado.\n2.1.2. Per\u00edodo 02/01/1987 a 29/01/2009\nA empregadora informa ru\u00eddo de 80 dB(A) e LEQ 82 dB(A) e \u00f3leos e graxas. Agora no setor de manuten\u00e7\u00e3o, no cargo de mec\u00e2nico de manuten\u00e7\u00e3o, torneiro ferramenteiro, erosionador ferramenteiro, t\u00e9cnico ferramenteiro, a empregadora utilizou-se do LTCAT 2006/Setor de Ferramentaria/Manuten\u00e7\u00e3o, pgs. 55-56 quer para descrever as atividades, quer para informar os agentes nocivos. Consta que o Autor trabalhou exposto ao agente ru\u00eddo de 82 dB(A) LEQ e qu\u00edmicos solventes, \u00f3leos e graxas.\n\n\fOportuno informar que a atividade realizada pelo Autor foi considerada especial/insalubre em processos de natureza previdenci\u00e1ria e trabalhista, conforme se descreve [documentos em anexo]:\n\uf0a7 Laudo Pericial de Insalubridade [Reclamat\u00f3ria Trabalhista n\u00ba 1.637/91 movida por Carlos Adolar Morauer], na empresa Pl\u00e1sticos Cremer S/A, confirma que na atividade de ferramenteiro h\u00e1 o contato com querosene e \u00f3leos minerais, produtos classificados como insalubres pela NR-15 \u2013 Anexo 13: \u201cEmprego de produtos contendo hidrocarbonetos arom\u00e1ticos como solventes ou em limpeza de pe\u00e7as\u201d; \u201cManipula\u00e7\u00e3o de alcatr\u00e3o, breu, betume, antraceno, negro-de-fumo, \u00f3leos minerais, \u00f3leo queimado, parafina ou outras subst\u00e2ncias cancer\u00edgenas afins\u201d.\n\uf0a7 Laudo Pericial [A\u00e7\u00e3o Ordin\u00e1ria n\u00ba 2002.72.05.003627-3 movida por Joel Keller], na Empresa Pl\u00e1sticos Cremer S/A, comprova que na atividade de ferramenteiro, h\u00e1 contato com produtos insalut\u00edferos como solventes, graxas e \u00f3leos minerais(hidrocarbonetos arom\u00e1ticos) de modo habitual e permanente e que referidos agentes s\u00e3o considerados cancer\u00edgenos pela legisla\u00e7\u00e3o. O MM Juiz da 3\u00aa Vara Federal de Blumenau reconheceu a especialidade da atividade realizada.\n\uf0a7 Senten\u00e7a/voto/Ac\u00f3rd\u00e3o [A\u00e7\u00e3o Previdenci\u00e1ria n\u00ba 50037839.2012.4.04.7205/SC, movida por Homero Agostinho Moser] reconheceram o direito a especialidade da atividade de ajustador ferramenteiro e, por conseguinte a aposentadoria especial.\nNesse sentido, a atividade realizada pelo Autor deve ser considerada especial sob pena de ofensa ao princ\u00edpio da equidade, onde situa\u00e7\u00f5es iguais devem ter conduzir a solu\u00e7\u00f5es semelhantes.\nAinda, o Laudo Pericial de Insalubridade, datado de 1991, avaliou a atividade dos mec\u00e2nicos, no setor de manuten\u00e7\u00e3o geral e concluiu pela insalubridade, em grau m\u00e1ximo, pela exposi\u00e7\u00e3o aos agentes qu\u00edmicos \u00f3leos minerais e, em grau m\u00e9dio, pela contato com radia\u00e7\u00f5es ultravioletas, decorrentes da opera\u00e7\u00e3o de solda, conforme documento em anexo.\n\n\f2.1.3. Quadro demonstrativo das atividades especiais\n\nEmpresa Pl\u00e1sticos Cremer\nPl\u00e1sticos Cremer\n\nPer\u00edodo\n\nAtividade\n\nAgente nocivo/documenta\u00e7\u00e3o Legisla\u00e7\u00e3o\n\n19/03/1980 a 01/01/1987\n02/01/1987 a DER\n\nOperador de m\u00e1quina, operar m\u00e1quina de acabamento Acabamento Mec\u00e2nico de manuten\u00e7\u00e3o/ Mec\u00e2nico de Manuten\u00e7\u00e3o de Moldes/ Torneiro Ferramenteiro I, II, Erosinador Ferramenteiro, T\u00e9cnico Ferramenteiro\n\nRu\u00eddo 88 dB(A) PPP LTCAT 2006/SETOR INJE\u00c7\u00c3O\n\nDecreto 53.831/64 1.1.6\n\nRu\u00eddo\n\nLEQ 82 dB(A)\n\n\u00d3leos, graxas e solventes\n\nPPP\n\nLTCAT\n\n2006/SETOR\n\nFERRAMENTARIA\n\nMANUTEN\u00c7AO\n\nLaudo Pericial Trabalhista n\u00ba\n\n1.637/91\n\nLaudo Pericial Previdenci\u00e1rio \u2013\n\nA\u00e7\u00e3o Ordin\u00e1ria processo n\u00ba\n\n20027205003627-3\n\nSenten\u00e7a/Voto/Ac\u00f3rd\u00e3o A\u00e7\u00e3o\n\nPrevidenci\u00e1ria n\u00ba\n\n5003783-9.2012.4.04.7205/SC\n\nDecreto 53.831/64 1.1.6, 1.2.11 Lei n\u00ba 9.732/98 NR 15 - Anexo 13 Decreto 3.048/99 1.0.17\n\n3. Do Direito\n\nA pretens\u00e3o do Autor encontra guarida no art. 57 e seguintes da Lei n\u00ba 8.213/91, a Lei n\u00ba 9.732/98, art. 2\u00ba, art. 70 do Decreto 3.048/99, anexo IV, Decreto n\u00ba 53.831/64, no art. 122 da Lei n\u00ba 8.213/91 e no art. 187 do Decreto n\u00ba 3.048/99, art. 4\u00ba, II, art. 5\u00ba, inciso XXXVI e \u00a7 1\u00ba e 2\u00ba , art. 201, \u00a7 1\u00ba, ambos CF/88, art. 58 \u00a7 1\u00ba da Lei n\u00ba 8.213/91, NR-6 , NR-15 \u2013Anexo13 do Minist\u00e9rio do Trabalho e Emprego, Conven\u00e7\u00e3o da OIT n\u00ba155 Seguran\u00e7a e Sa\u00fade dos Trabalhadores e o Meio Ambiente de Trabalho.\n\nAinda, a pretens\u00e3o do Autor encontra guarida nos arts. 1\u00ba, 2\u00ba, 3\u00ba e 8\u00ba do NCPC que dizem respeito \u00e0 liberdade, \u00e0 igualdade de todos perante a ordem jur\u00eddica.\n\n\fConforme prev\u00ea o art. 369 do NCPC, todos os meios legais, bem como os moralmente leg\u00edtimos, s\u00e3o h\u00e1beis para provar a verdade dos fatos em que se funda a a\u00e7\u00e3o. Incluem-se nesses meios de prova, a prova documental, a prova testemunhal, prova pericial, inspe\u00e7\u00e3o judicial, previstos no Cap\u00edtulo XII do NCPC, inclusive para efeitos previdenci\u00e1rios, visto que nada obstante as exig\u00eancias legais para o enquadramento da atividade especial, a comprova\u00e7\u00e3o da natureza especial da atividade pode se dar por qualquer meio de prova, conforme afirma Jos\u00e9 Ant\u00f4nio Savaris1, na obra Direito Processual Previdenci\u00e1rio. A utiliza\u00e7\u00e3o de prova produzida, pelo Autor, em outro processo encontra guarida no art. 372 do NCPC.\nQuanto \u00e0 atividade especial, consoante entendimento firmado pelo Superior Tribunal de Justi\u00e7a o tempo de servi\u00e7o \u00e9 disciplinado pela lei vigente \u00e0 \u00e9poca em que efetivamente prestado, passando a integrar, como direito aut\u00f4nomo, o patrim\u00f4nio jur\u00eddico do trabalhador.\nPREVIDENCI\u00c1RIO. CONVERS\u00c3O DO TEMPO DE SERVI\u00c7O ESPECIAL EM COMUM. COMPROVA\u00c7\u00c3O DE ATIVIDADE PERMANENTE EM CONDI\u00c7\u00d5ES ESPECIAIS. LEI 9.032/95. IRRETROATIVIDADE. I - O tempo de servi\u00e7o \u00e9 disciplinado pela lei vigente \u00e0 \u00e9poca em que efetivamente prestado, passando a integrar, como direito aut\u00f4nomo, o patrim\u00f4nio jur\u00eddico do trabalhador. A lei nova que venha a estabelecer restri\u00e7\u00e3o ao c\u00f4mputo do tempo de servi\u00e7o n\u00e3o pode ser aplicada retroativamente, em raz\u00e3o da intangibilidade do direito adquirido. II - A exig\u00eancia de comprova\u00e7\u00e3o do tempo de trabalho permanente, n\u00e3o ocasional e nem intermitente, em condi\u00e7\u00f5es especiais, estabelecida no \u00a7 3\u00ba do art. 57, da Lei 8.213/91, na reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n.\u00ba 9.032/95, s\u00f3 pode aplicarse ao tempo de servi\u00e7o prestado durante a sua vig\u00eancia e n\u00e3o retroativamente, porque se trata, de condi\u00e7\u00e3o restritiva ao reconhecimento do direito. Se a legisla\u00e7\u00e3o anterior n\u00e3o exigia a comprova\u00e7\u00e3o da exposi\u00e7\u00e3o permanente aos agentes nocivos, a lei posterior que passou a exigir tal condi\u00e7\u00e3o, tem ineg\u00e1vel car\u00e1ter restritivo ao exerc\u00edcio do direito, n\u00e3o podendo ser aplicada a situa\u00e7\u00f5es pret\u00e9ritas. III - Recurso conhecido e provido.2\nPois bem, a Lei n\u00ba 9.732 de 11/12/1998, que alterou o artigo 58 da Lei n\u00ba 8.213/91, determinou fosse observada a legisla\u00e7\u00e3o trabalhista para comprova\u00e7\u00e3o da exposi\u00e7\u00e3o do segurado a agentes nocivos, vejamos: Art.58. \u201comissis\u201d \u00a7 1\u00ba A comprova\u00e7\u00e3o da efetiva exposi\u00e7\u00e3o do segurado aos agentes nocivos ser\u00e1 feita mediante formul\u00e1rio, na forma estabelecida pelo Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, emitido pela empresa ou seu preposto, com base em laudo t\u00e9cnico de condi\u00e7\u00f5es ambientais do trabalho expedido por m\u00e9dico do trabalho ou engenheiro de seguran\u00e7a do trabalho nos termos da legisla\u00e7\u00e3o trabalhista.\n1 Savaris, Jos\u00e9 Ant\u00f4nio. Direito Processual Previdenci\u00e1rio. Curitiba: Juru\u00e1, 2010, pg. 243\n2 http://www.stj.jus.br/SCON/jurisprudencia/doc.jsp?livre=414083&&b=ACOR&p=true&t=&l=10&i=5\n\n\fNesta senda, verifica-se que a partir de 11/12/1998 deve ser observado os limites de toler\u00e2ncia fixados pela legisla\u00e7\u00e3o trabalhista. Pois bem, o Autor com base na documenta\u00e7\u00e3o apresentada pela empregadora esteve em contato com agentes qu\u00edmicos (HIDROCARBONETOS AROM\u00c1TICOS/ AVALIA\u00c7\u00c3O QUALITATIVA), ou seja, n\u00e3o dependem de quantifica\u00e7\u00e3o, consoante NR-15 ANEXO 13: 1. Rela\u00e7\u00e3o de atividades e opera\u00e7\u00f5es, envolvendo agentes qu\u00edmicos considerados insalubres em decorr\u00eancia de inspe\u00e7\u00e3o realizada no local de trabalho: HIDROCARBONETOS E OUTROS COMPOSTOS DE CARBONO. Portanto, n\u00e3o h\u00e1 que se falar em tempo de exposi\u00e7\u00e3o (permanente/intermitente/eventual) para a caracteriza\u00e7\u00e3o da especialidade.\nNesse sentido, a decis\u00e3o do TRF 4\u00aa Regi\u00e3o, in verbis:\nNOCIVO RU\u00cdDO. HIDROCARBONETOS. EPI. JULGAMENTO PELO STF EM REPERCUSS\u00c3O GERAL. APOSENTADORIA ESPECIAL. REQUISITOS. 1. Comprovada a exposi\u00e7\u00e3o do segurado a agente nocivo, na forma exigida pela legisla\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria aplic\u00e1vel \u00e0 esp\u00e9cie, poss\u00edvel reconhecer-se a especialidade da atividade laboral por ele exercida. 2. A exposi\u00e7\u00e3o \u00e0 periculosidade decorrente do risco de explos\u00e3o enseja o reconhecimento do tempo de servi\u00e7o como especial, mediante o enquadramento na S\u00famula 198 do Extinto TFR. 3. No per\u00edodo entre 06/03/1997 e 18/11/2003, para fins de caracteriza\u00e7\u00e3o da especialidade do labor em raz\u00e3o da exposi\u00e7\u00e3o ao agente f\u00edsico ru\u00eddo, aplica-se o limite de 90dB, conforme c\u00f3digo 2.0.1 do Anexo IV do Decreto n. 2.172/97 e c\u00f3digo 2.0.1 do Anexo IV do Decreto n. 3.048/99, este na reda\u00e7\u00e3o original. 4. A partir da vig\u00eancia do Decreto n. 4.882/2003, que alterou a reda\u00e7\u00e3o do c\u00f3digo 2.0.1 Anexo IV do Decreto n\u00ba 3.048/99, aplica-se o limite de n\u00edvel de ru\u00eddo de 85dB. 5. Comprovada a exposi\u00e7\u00e3o do segurado ao agente f\u00edsico ru\u00eddo acima dos limites de toler\u00e2ncia, na forma exigida pela legisla\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria aplic\u00e1vel \u00e0 esp\u00e9cie, poss\u00edvel reconhecer-se a especialidade da atividade laboral por ele exercida. 6. No que tange aos hidrocarbonetos, os riscos ocupacionais gerados pelos agentes qu\u00edmicos n\u00e3o requerem a an\u00e1lise quantitativa de sua concentra\u00e7\u00e3o ou intensidade m\u00e1xima e m\u00ednima no ambiente de trabalho, dado que s\u00e3o caracterizados pela avalia\u00e7\u00e3o qualitativa. 7. O uso de equipamentos de prote\u00e7\u00e3o individual EPI, no caso de exposi\u00e7\u00e3o a ru\u00eddo, ainda que reduza os n\u00edveis do agente f\u00edsico a patamares inferiores aos previstos na legisla\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria, n\u00e3o descaracteriza a especialidade do labor. Quanto aos demais agentes, o uso de EPI somente descaracteriza a atividade em condi\u00e7\u00f5es especiais se comprovada, no caso concreto, a real efetividade, suficiente para afastar completamente a rela\u00e7\u00e3o nociva a que o empregado se submete. Entendimento em conson\u00e2ncia com o julgamento pelo STF do Recurso Extraordin\u00e1rio com Agravo (ARE) n. 664.335, com repercuss\u00e3o geral reconhecida (tema n. 555). 8. No caso dos autos, a parte autora tem direito \u00e0 aposentadoria especial, porquanto implementados os requisitos para sua concess\u00e3o.3\n3 APELA\u00c7\u00c3O C\u00cdVEL N\u00ba 501328981.2011.4.04.7112/ RS. RELATOR : V\u00c2NIA HACK DE ALMEIDA\n\n\fNo que pertine ao uso de EPI para \u00f3leos, graxas e solventes cumpre registrar que somente com o advento da Portaria n\u00ba 3, do MINIST\u00c9RIO DO TRABALHO E EMPREGO - SECRETARIA DE SEGURAN\u00c7A E SA\u00daDE NO TRABALHO PORTARIA (DOU de 21/02/92) o creme protetor passou a ser classificado como EPI - \u201cClassifica os Cremes Protetores como Equipamento de Prote\u00e7\u00e3o Individual (EPI), com sua inclus\u00e3o na Norma Regulamentadora \u2013 NR-6 da Portaria n.\u00b03.214/78 e demais providencias\u201d.\nNesse sentido, a informa\u00e7\u00e3o prestada pelo empregador, no que tange ao per\u00edodo de 19/03/1980 a 21/02/1992, quanto \u00e0 efic\u00e1cia do EPI [creme protetor] \u00e9 falsa, constituindo crime de falsidade ideol\u00f3gica, nos termos do art. 297, do C\u00f3digo Penal, inclusive pass\u00edvel de multa nos termos do art. 283 do Decreto n\u00ba 3.048/99.\nOutrossim, n\u00e3o h\u00e1 que se falar em utiliza\u00e7\u00e3o de EPI\u2019s no caso sub judice. A pr\u00f3pria Autarquia Federal, atrav\u00e9s da IN INSS n\u00ba 77/2015, no art. 279, \u00a7 6 estabelece as condi\u00e7\u00f5es para a elimina\u00e7\u00e3o dos riscos, pelo uso do EPI, em demonstra\u00e7\u00f5es ambientais, a partir de 3 de dezembro de 1998, respeitado o disposto na NR-06 do Minist\u00e9rio do Trabalho e Emprego4.\nAinda, nos termos da Resolu\u00e7\u00e3o CONFEA5 n\u00ba 359/1991, que disp\u00f5e sobre o exerc\u00edcio profissional, o registro e as atividades do Engenheiro de Seguran\u00e7a do Trabalho, cabe ao Engenheiro de Seguran\u00e7a do Trabalho, dentre outras, especificar, controlar e fiscalizar sistemas de prote\u00e7\u00e3o coletiva e equipamentos de seguran\u00e7a, inclusive os de prote\u00e7\u00e3o individual e os de prote\u00e7\u00e3o contra inc\u00eandio, assegurando-se de sua qualidade e efici\u00eancia.( art. 4, 11). Nessa dire\u00e7\u00e3o, com base na Resolu\u00e7\u00e3o supracitada, n\u00e3o \u00e9 dado ao Engenheiro de Seguran\u00e7a do Trabalho a atribui\u00e7\u00e3o de avaliar a efic\u00e1cia do EPI.\n4 \u201c\u00a7 6\u00ba Somente ser\u00e1 considerada a ado\u00e7\u00e3o de Equipamento de Prote\u00e7\u00e3o Individual - EPI em demonstra\u00e7\u00f5es ambientais emitidas a partir\nde 3 de dezembro de 1998, data da publica\u00e7\u00e3o da MP n\u00ba 1.729, de 2 de dezembro de 1998, convertida na Lei n\u00ba 9.732, de 11 de dezembro de 1998, e desde que comprovadamente elimine ou neutralize a nocividade e seja respeitado o disposto na NR-06 do MTE, havendo ainda necessidade de que seja assegurada e devidamente registrada pela empresa, no PPP, a observ\u00e2ncia:[...] \u201c I - da hierarquia estabelecida no item 9.3.5.4 da NR-09 do MTE, ou seja, medidas de prote\u00e7\u00e3o coletiva, medidas de car\u00e1ter administrativo ou de organiza\u00e7\u00e3o do trabalho e utiliza\u00e7\u00e3o de EPI, nesta ordem, admitindo-se a utiliza\u00e7\u00e3o de EPI somente em situa\u00e7\u00f5es de inviabilidade t\u00e9cnica, insufici\u00eancia ou interinidade \u00e0 implementa\u00e7\u00e3o do EPC ou, ainda, em car\u00e1ter complementar ou emergencial; II - das condi\u00e7\u00f5es de funcionamento e do uso ininterrupto do EPI ao longo do tempo, conforme especifica\u00e7\u00e3o t\u00e9cnica do fabricante, ajustada \u00e0s condi\u00e7\u00f5es de campo; III - do prazo de validade, conforme Certificado de Aprova\u00e7\u00e3o do MTE; IV - da periodicidade de troca definida pelos programas ambientais, comprovada mediante recibo assinado pelo usu\u00e1rio em \u00e9poca pr\u00f3pria; e V - da higieniza\u00e7\u00e3o.\n5 Conselho Federal de Engenharia e Agronomia\n\n\fO e. Superior Tribunal de Justi\u00e7a, int\u00e9rprete maior da legisla\u00e7\u00e3o federal no \u00e2mbito do Poder Judici\u00e1rio, no que pertine ao uso de EPI adota o seguinte entendimento:\nPREVIDENCI\u00c1RIO. REGIME GERAL DE PREVID\u00caNCIA SOCIAL. TEMPO ESPECIAL. EPI. NEUTRALIZA\u00c7\u00c3O DA INSALUBRIDADE. S\u00daMULA 7/STJ. RU\u00cdDO. LIMITE DE 90 DB NO PER\u00cdODO DE 6.3.1997 A 18.11.2003. DECRETO 4.882/2003. LIMITE DE 85 DB. RETROA\u00c7\u00c3O. IMPOSSIBILIDADE. APLICA\u00c7\u00c3O DA LEI VIGENTE \u00c0 \u00c9POCA DA PRESTA\u00c7\u00c3O DO SERVI\u00c7O. 1. \"\u00c9 assente nesta Corte que o fornecimento pela empresa ao empregado Equipamento de Prote\u00e7\u00e3o Individual - EPI n\u00e3o afasta, por si s\u00f3, o direito ao benef\u00edcio de aposentadoria com a contagem de tempo especial, devendo ser apreciado caso a caso, a fim de comprovar sua real efetividade por meio de per\u00edcia t\u00e9cnica especializada e desde que devidamente demonstrado o uso permanente pelo empregado durante a jornada de trabalho. \u00c9 incab\u00edvel, em sede de recurso especial, a an\u00e1lise da efic\u00e1cia do EPI para determinar a elimina\u00e7\u00e3o ou neutraliza\u00e7\u00e3o da insalubridade, devido ao \u00f3bice da S\u00famula 7/STJ.\" (STJ, AgRg no AREsp 402.122/RS, Rel. Ministro Humberto Martins, Segunda Turma, DJe de 25/10/2013). 2. O limite de toler\u00e2ncia para configura\u00e7\u00e3o da especialidade do tempo de servi\u00e7o para o agente ru\u00eddo deve ser de 90 dB no per\u00edodo de 6.3.1997 a 18.11.2003, conforme Anexo IV do Decreto 2.172/1997 e Anexo IV do Decreto 3.048/1999, n\u00e3o sendo poss\u00edvel aplica\u00e7\u00e3o retroativa do Decreto 4.882/2003, que reduziu o patamar para 85 dB, sob pena de ofensa ao art. 6\u00ba da LINDB (exLICC). Precedentes do STJ. 3. In casu, ciente de que o Tribunal de origem reconheceu que o recorrido ficou exposto a ru\u00eddos em n\u00edvel aproximado de 89,70 dB, n\u00e3o pode ser considerado como especial o per\u00edodo compreendido entre 6/3/1997 e 17/11/2003. 4. Recurso Especial parcialmente provido.6\n6 RECURSO ESPECIAL N\u00ba 1.580.530 - SC (2016/0025106-5) RELATOR : MINISTRO HERMAN BENJAMIN RECORRENTE : https://ww2.stj.jus.br/processo/revista/documento/mediado/?componente=ATC&sequencial=57703584&num_r egistro=201600251065&data=20160524&tipo=5&formato=PDF\n\n\f4\u00aa Regi\u00e3o:\n\nNo que pertine a mat\u00e9ria, trazemos \u00e0 baila decis\u00e3o do Tribunal Regional da\n\nPREVIDENCI\u00c1RIO. APOSENTADORIA POR TEMPO DE SERVI\u00c7O/CONTRIBUI\u00c7\u00c3O. ATIVIDADE ESPECIAL. AGENTES NOCIVOS RU\u00cdDO E HIDROCARBONETOS. EQUIPAMENTO DE PROTE\u00c7\u00c3O INDIVIDUAL. HABITUALIDADE E PERMAN\u00caNCIA. TEMPO ESPECIAL - CONVERS\u00c3O EM TEMPO COMUM DEPOIS DE 28/05/1998. CONCESS\u00c3O. 1. O reconhecimento da especialidade e o enquadramento da atividade exercida sob condi\u00e7\u00f5es nocivas s\u00e3o disciplinados pela lei em vigor \u00e0 \u00e9poca em que efetivamente exercidos, passando a integrar, como direito adquirido, o patrim\u00f4nio jur\u00eddico do trabalhador. 2. At\u00e9 28-04-1995 \u00e9 admiss\u00edvel o reconhecimento da especialidade por categoria profissional ou por sujei\u00e7\u00e3o a agentes nocivos, admitindo-se qualquer meio de prova (exceto para ru\u00eddo e calor); a partir de 29-04-1995 n\u00e3o mais \u00e9 poss\u00edvel o enquadramento por categoria profissional, sendo necess\u00e1ria a comprova\u00e7\u00e3o da exposi\u00e7\u00e3o do segurado a agentes nocivos por qualquer meio de prova at\u00e9 05-031997 e, a partir de ent\u00e3o, atrav\u00e9s de formul\u00e1rio embasado em laudo t\u00e9cnico, ou por meio de per\u00edcia t\u00e9cnica. 3. A exposi\u00e7\u00e3o a hidrocarbonetos arom\u00e1ticos e ru\u00eddo enseja o reconhecimento do tempo de servi\u00e7o como especial. 4. N\u00e3o havendo provas consistentes de que o uso de EPIs neutralizava os efeitos dos agentes nocivos a que foi exposto o segurado durante o per\u00edodo laboral, deve-se enquadrar a respectiva atividade como especial. 5. A habitualidade e perman\u00eancia do tempo de trabalho em condi\u00e7\u00f5es especiais prejudiciais \u00e0 sa\u00fade ou \u00e0 integridade f\u00edsica referidas no artigo 57, \u00a7 3\u00ba, da Lei 8.213/91 n\u00e3o pressup\u00f5em a submiss\u00e3o cont\u00ednua ao agente nocivo durante toda a jornada de trabalho. N\u00e3o se interpreta como ocasional, eventual ou intermitente a exposi\u00e7\u00e3o \u00ednsita ao desenvolvimento das atividades cometidas ao trabalhador, integrada \u00e0 sua rotina de trabalho. Precedentes desta Corte. 6. O trabalhador que tenha exercido atividades em condi\u00e7\u00f5es especiais, mesmo que posteriores a maio de 1998, tem direito adquirido, protegido constitucionalmente, \u00e0 convers\u00e3o do tempo de servi\u00e7o, de forma majorada, para fins de aposentadoria comum (Precedentes desta Corte e do STJ). 7. Comprovada a exposi\u00e7\u00e3o do segurado a agente nocivo, na forma exigida pela legisla\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria aplic\u00e1vel \u00e0 esp\u00e9cie, poss\u00edvel reconhecer-se a especialidade do tempo de labor correspondente. 8. Preenchidos os requisitos legais, tem o segurado direito \u00e0 obten\u00e7\u00e3o de aposentadoria por tempo de contribui\u00e7\u00e3o integral.7\n\n7 APELA\u00c7\u00c3O/REEXAME NECESS\u00c1RIO N\u00ba 5054497-81.2011.404.7100/RS\n\n\fPor sua vez, a Suprema Corte, no Recurso Extraordin\u00e1rio com Agravo (ARE) 664335, na data de 04/12/20148, decidiu que a declara\u00e7\u00e3o do empregador no \u00e2mbito do Perfil Profissiogr\u00e1fico Previdenci\u00e1rio, acerca da efic\u00e1cia do protetor auricular n\u00e3o descaracteriza o tempo de servi\u00e7o especial para aposentadoria e de que a efic\u00e1cia do EPI n\u00e3o decorre da sua certifica\u00e7\u00e3o no Minist\u00e9rio do Trabalho ou da elabora\u00e7\u00e3o de laudo t\u00e9cnico por profissional competente. Portanto, por analogia, a decis\u00e3o da Corte Maior pode ser aplicada ao caso em tela.\n51. N\u00e3o me parece reverter a conclus\u00e3o obtida o argumento de que a presun\u00e7\u00e3o de efic\u00e1cia do EPI decorre da sua certifica\u00e7\u00e3o no Minist\u00e9rio do Trabalho, da elabora\u00e7\u00e3o de laudo t\u00e9cnico por profissional competente, e da observ\u00e2ncia de par\u00e2metros internacionais. Ocorre que esses mecanismos de controle ex ante n\u00e3o consideram as vari\u00e1veis de campo, que, como visto, s\u00e3o bastante relevantes na atenua\u00e7\u00e3o da efic\u00e1cia do EPI. O argumento igualmente desconsidera que o conhecimento padr\u00e3o e as NRs 6 e 9 do Minist\u00e9rio do Trabalho preconizam a prioridade dos equipamentos de prote\u00e7\u00e3o coletiva em face dos individuais, enquanto a tese do INSS levaria \u00e0 prioriza\u00e7\u00e3o, na pr\u00e1tica, dos equipamentos individuais em detrimento dos coletivos, diante do menor custo que os primeiros, via de regra, possuem. Grifou-se\nQuanto aos efeitos financeiros, o Egr\u00e9gio Tribunal Federal da 4\u00aa Regi\u00e3o adota o entendimento de que deve retroagir \u00e0 data da concess\u00e3o do benef\u00edcio, in verbis:\nPREVIDENCI\u00c1RIO. REVI\u00c3O DE BENEF\u00cdCIO CONCEDIDO. PREVIDENCI\u00c1RIO. APOSENTADORIA POR TEMPO DE SERVI\u00c7O. REVIS\u00c3O DA RENDA MENSAL INICIAL. TEMPO DE SERVI\u00c7O URBANO EXERCIDO COMO EMPREGADO. 1. \u00c9 devido o reconhecimento do tempo de servi\u00e7o urbano como empregado, sem anota\u00e7\u00e3o em Carteira de Trabalho e Previd\u00eancia Social, quando comprovado mediante in\u00edcio de prova material corroborado por testemunhas. 2. Comprovado o tempo de servi\u00e7o urbano controverso, \u00e9 devida a a majora\u00e7\u00e3o da RMI da aposentadoria por tempo de servi\u00e7o para 88% do sal\u00e1rio de benef\u00edcio. 3. Com rela\u00e7\u00e3o ao termo inicial dos efeitos financeiros da revis\u00e3o, a jurisprud\u00eancia pac\u00edfica desta Corte \u00e9 no sentido de que deve retroagir \u00e0 data da concess\u00e3o do benef\u00edcio, tendo em vista que o deferimento de verbas trabalhistas representa o reconhecimento tardio de um direito j\u00e1 incorporado ao patrim\u00f4nio jur\u00eddico do segurado.9\n8 http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=7734901 9 REEXAME NECESS\u00c1RIO C\u00cdVEL N\u00ba 0015817-77.2013.4.04.9999/SC. RELATORA: Des. Federal V\u00c2NIA HACK DE ALMEIDA. http://jurisprudencia.trf4.jus.br/pesquisa/inteiro_teor.php?orgao=1&documento=7963972&termosPesquisados= efeitos|financeiros|revisao|aposentadoria\n\n\fVale destacar que o Supremo Tribunal Federal negou seguimento ao Recurso Extraordin\u00e1rio, do INSS, no que tange a mat\u00e9ria, ante a aus\u00eancia de ofensa constitucional direta, in verbis:\nRECURSO EXTRAORDIN\u00c1RIO. CONSTITUCIONAL E PREVIDENCI\u00c1RIO. REVIS\u00c3O DE BENEF\u00cdCIO PREVIDENCI\u00c1RIO. MARCO TEMPORAL DE EFEITOS FINANCEIROS. IMPOSSIBILIDADE DE REEXAME DO CONJUNTO F\u00c1TICO-PROBAT\u00d3RIO E DE AN\u00c1LISE PR\u00c9VIA DA LEGISLA\u00c7\u00c3O INFRACONSTITUCIONAL: S\u00daMULA N. 279 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. AUS\u00caNCIA DE OFENSA CONSTITUCIONAL DIRETA. INVIABILIDADE DE RECURSO EXTRAORDIN\u00c1RIO COM BASE NA AL. B DO INC. III DO ART. 102 DA CONSTITUI\u00c7\u00c3O DA REP\u00daBLICA. RECURSO AO QUAL SE NEGA SEGUIMENTO.\n4. Do Requerimento\nIsto posto, requer:\n\nCita\u00e7\u00e3o do Requerido para que, querendo, conteste os termos da presente, sob pena de revelia e confiss\u00e3o.\nProced\u00eancia do pedido para, ao final, condenar o Requerido a:\n\n\uf0b7 Reconhecer como tempo de servi\u00e7o especial os per\u00edodos de 19/03/1980 a 01/01/1987 e de 02/01/1987 a DER;\n\uf0b7 Revisar o benef\u00edcio de aposentadoria por tempo de contribui\u00e7\u00e3o para\n\na modalidade especial, a contar da DER;\n\n\uf0b7 Ad\n\ncautelam,\n\ncaso\n\nna\n\nDER\n\no\n\nAutor\n\nn\u00e3o complete o tempo m\u00ednimo para a obten\u00e7\u00e3o da aposentadoria, na modalidade especial,\n\nrequer a revis\u00e3o do benef\u00edcio, considerando a nova contagem de tempo de contribui\u00e7\u00e3o com\n\na convers\u00e3o da atividade especial em comum, pelo fator 1,4;\n\n\uf0b7 Pagar as parcelas vencidas e vincendas a contar do requerimento\n\nadministrativo, acrescidas de juros e corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, at\u00e9 a data do efetivo pagamento,\n\nrespeitada a prescri\u00e7\u00e3o quinquenal.\n\n\fProdu\u00e7\u00e3o de todos os meios de prova em direito admitidas, notadamente a documental inclusa, pericial e demais que se fizerem necess\u00e1rias.\nCondena\u00e7\u00e3o do Requerido ao pagamento de honor\u00e1rios advocat\u00edcios nos termos da legisla\u00e7\u00e3o.\nConcess\u00e3o dos benef\u00edcios da Gratuidade da Justi\u00e7a, nos termos do art. 98, da Lei n\u00ba 13.105/2015.\nD\u00e1 \u00e0 causa o valor de R$ 88.438,94 (oitenta e oito mil, quatrocentos e trinta e oito reais e noventa e quatro centavos).\nNestes termos Pede deferimento.\nBlumenau, 14 de junho de 2016.\nT\u00c2NIA PIAZZA OAB/SC 10.717\n\n\f" } ] } }, { "data": { "original_header": "Documento Original - IdDocumentoCompleto: 5002830-68.2016.4.04.7201-721457010790737880270000000052", "original_text": "Dr. Joni Gilmar Consoli OAB/SC 32037\nEXCELENTISSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA VARA/JUIZADO ESPECIAL FEDERAL DA CIDADE DE JOINVILLE- SE\u00c7\u00c3O JUDICIARIA DO ESTADO DE SANTA CATARINA\nELIEZER ALVES DE SOUZA, brasileiro (a), motorista, inscrito (a) no CPF sob o n\u00ba 026.551.469-05, portador (a) da c\u00e9dula de identidade RG sob n\u00ba 804.4147-9, residente e domiciliado na Rua Nivaldo Vdgelsanger, n\u00ba 81, Bairro Vila Nova, no munic\u00edpio de Joinviile, Estado de Santa Catarina, CEP n\u00ba 89237-781, vem a presen\u00e7a de Vossa Excel\u00eancia propor a presente\nA\u00c7\u00c3O ORDIN\u00c1RIA DE CORRE\u00c7\u00c3O DOS SALDOS DOFUNDO DE GARANTIA POR TEMPO DE SERVI\u00c7O (FGTS)\nEm face de CAIXA ECON\u00d4MICA FEDERAL, podendo ser citada na Rua Alameda Aristiliano Ramos 993, Rio do Sul, Santa Catarina, pelos motivos de fato e raz\u00f5es de direito que passa a expor.\nI \u2013 S\u00cdNTESE F\u00c1TICA\nRua dos Ca\u00e7adores, 102 - Laranjeiras - Rio do Sul/SC \u2013 CEP: 89160-000. Fone: (47) 3521-0881 / (47) 9988-0122 / e-mail: drjoni@advocaciaconsoli.com.br\n\n\fDr. Joni Gilmar Consoli OAB/SC 32037\nA parte autora busca o provimento jurisdicional para ver corrigida uma grave injusti\u00e7a que vem sendo imposta a todos os trabalhadores brasileiros que possuem Fundo de Garantia por Tempo de Servi\u00e7o.\nO FGTS, fruto originariamente da lei n\u00b0 5107/66 e atualmente regulamentado pela lei 8036/90, serve de modo primordial como uma \u201cseguran\u00e7a\u201d ao trabalhador demitido sem justa causa; de modo secund\u00e1rio, pode complementar sua renda para aquisi\u00e7\u00e3o de seleta lista de bens e servi\u00e7os, como faz exemplo o financiamento para compra da casa pr\u00f3pria.\nA Caixa Econ\u00f4mica Federal, por sua vez, ingressa na demanda em virtude de ser definido por lei1 como \u201cagente operador\u201d do Fundo, sendo a respons\u00e1vel direta para responder tanto ativa quanto passivamente em lit\u00edgios que versem sobre FGTS, conforme j\u00e1 pacificado entendimento jurisprudencial.\nEstabelecido o apertado acervo de dados que comp\u00f5e o pano de fundo desta demanda, passamos \u00e0 an\u00e1lise do efetivo ponto controvertido. O requerimento por provimento jurisdicional manejado nos presentes autos encontra sua raz\u00e3o de ser basilar em virtude de uma contradi\u00e7\u00e3o f\u00e1tica ocorrida supervenientemente \u00e0 prola\u00e7\u00e3o da Lei do FGTS, em 1990.\nIsto porque, conforme pode-se vislumbrar atrav\u00e9s de r\u00e1pida leitura dos artigos 2\u00ba e 13 da referida legisla\u00e7\u00e3o, ficou definido naquela \u00e9poca que os valores depositados na conta vinculada dos trabalhadores seriam atualizados monetariamente pelos mesmos \u00edndices aplicados \u00e0 caderneta de poupan\u00e7a e angariariam adicionalmente juros de 0,25% ao m\u00eas:\nArt. 2\u00ba O FGTS \u00e9 constitu\u00eddo pelos saldos das contas vinculadas a que se refere esta lei e outros recursos a ele incorporados, devendo ser aplicados com atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e juros, de modo a assegurar a cobertura de suas obriga\u00e7\u00f5es. Art. 13. Os dep\u00f3sitos efetuados nas contas vinculadas ser\u00e3o corrigidos monetariamente com base nos par\u00e2metros fixados para atualiza\u00e7\u00e3o dos saldos dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a e capitaliza\u00e7\u00e3o juros de (tr\u00eas) por cento ao ano.\n1 Artigo 4\u00b0 da Lei n\u00b0 8036/90\nRua dos Ca\u00e7adores, 102 - Laranjeiras - Rio do Sul/SC \u2013 CEP: 89160-000. Fone: (47) 3521-0881 / (47) 9988-0122 / e-mail: drjoni@advocaciaconsoli.com.br\n\n\fDr. Joni Gilmar Consoli OAB/SC 32037\nComo bem se sabe, a poupan\u00e7a era \u2013 e \u00e9 \u2013 atualizada monetariamente pela Taxa Referencial (TR), conforme menciona a Lei n\u00b0 8177/91:\nArt. 12. Em cada per\u00edodo de rendimento, os dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a ser\u00e3o remunerados: I - como remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica, por taxa correspondente \u00e0 acumula\u00e7\u00e3o das TRD, no per\u00edodo transcorrido entre o dia do \u00faltimo cr\u00e9dito de rendimento, inclusive, e o dia do cr\u00e9dito de rendimento, exclusive; (...)\nA simbiose entre a atualiza\u00e7\u00e3o da poupan\u00e7a e dos saldos de FGTS \u00e9 confirmada pelo artigo 17 da mesma lei n\u00b0 8.177/91, in verbis:\nArt. 17. A partir de fevereiro de 1991, os saldos das contas do Fundo de Garantia por Tempo de Servi\u00e7o (FGTS) passam a ser remunerados pela taxa aplic\u00e1vel \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a com data de anivers\u00e1rio no dia 1\u00b0, observada a periodicidade mensal para remunera\u00e7\u00e3o. Par\u00e1grafo \u00fanico. As taxas de juros previstas na legisla\u00e7\u00e3o em vigor do FGTS s\u00e3o mantidas e consideradas como adicionais \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o prevista neste artigo.\nInobstante, referido indexador \u00e9 calculado pelo Banco Central do Brasil (e, diretamente, pelo Conselho Monet\u00e1rio Nacional) a partir de requisitos e especifica\u00e7\u00f5es constantes do artigo 1\u00b0 da mesma norma, como se v\u00ea a seguir:\nArt. 1\u00b0 O Banco Central do Brasil divulgar\u00e1 Taxa Referencial (TR), calculada a partir da remunera\u00e7\u00e3o mensal m\u00e9dia l\u00edquida de impostos, dos dep\u00f3sitos a prazo fixos captados nos bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos m\u00faltiplos com carteira comercial ou de investimentos, caixas econ\u00f4micas, ou dos t\u00edtulos p\u00fablicos federais, estaduais e municipais, de acordo com metodologia a ser aprovada pelo Conselho Monet\u00e1rio Nacional, no prazo de sessenta dias, e enviada ao conhecimento do Senado Federal. (...) \u00a7 2\u00b0 As institui\u00e7\u00f5es que venham a ser utilizadas como bancos de refer\u00eancia, dentre elas, necessariamente, as dez maiores do Pa\u00eds, classificadas pelo volume de dep\u00f3sitos a prazo fixo, est\u00e3o obrigadas\nRua dos Ca\u00e7adores, 102 - Laranjeiras - Rio do Sul/SC \u2013 CEP: 89160-000. Fone: (47) 3521-0881 / (47) 9988-0122 / e-mail: drjoni@advocaciaconsoli.com.br\n\n\fDr. Joni Gilmar Consoli OAB/SC 32037\na fornecer as informa\u00e7\u00f5es de que trata este artigo, segundo normas estabelecidas pelo Conselho Monet\u00e1rio Nacional, sujeitando-se a institui\u00e7\u00e3o e seus administradores, no caso de infra\u00e7\u00e3o \u00e0s referidas normas, \u00e0s penas estabelecidas no art. 44 da Lei n\u00b0 4.595, de 31 de dezembro de 1964. \u00a7 3\u00b0 Enquanto n\u00e3o aprovada a metodologia de c\u00e1lculo de que trata este artigo, o Banco Central do Brasil fixar\u00e1 a TR.\nComo mencionado alhures, o CMN, por ter o poder de fixar unilateralmente e a seu bel-prazer os detalhes acerca da metodologia de c\u00e1lculo aludida no caput do dispositivo acima transcrito, \u00e9 o respons\u00e1vel direto por escolher o percentual real da TR. Hodiernamente em vig\u00eancia temos a Resolu\u00e7\u00e3o n\u00ba 3354/06.\nCom tudo isso em mente, chegamos, finalmente, ao cerne da quest\u00e3o: a Lei do FGTS, quando previu a utiliza\u00e7\u00e3o da TR como indexador para a atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, encontrava no cen\u00e1rio nacional um \u00edndice que rivalizava com os demais, estando sempre pr\u00f3ximo, em percentuais, dos demais \u00edndices utilizados para corre\u00e7\u00e3o de valores, torna-se vis\u00edvel que, a partir do ano de 1999, referido \u00edndice n\u00e3o mais se prestava \u00e0 finalidade que dele se esperava e, ao inv\u00e9s de corrigir monetariamente os dep\u00f3sitos, acabou causando a perda parcial dos mesmos perante a infla\u00e7\u00e3o acumulada em cada per\u00edodo.\nDesta maneira, h\u00e1 uma contradi\u00e7\u00e3o f\u00e1tica merecedora de aten\u00e7\u00e3o \u2013 e interven\u00e7\u00e3o \u2013 por parte deste eminente ju\u00edzo: a lei que incluiu a TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o do FGTS assim o fez em um per\u00edodo onde a Taxa Referencial claramente cumpria seu papel \u2013 e assim o fez at\u00e9 1998, atualizando os saldos de FGTS em patamar superior \u00e0 infla\u00e7\u00e3o, assim como todos os outros \u00edndices semelhantes. Destarte, ao deixar de atualizar os dep\u00f3sitos do FGTS de maneira satisfat\u00f3ria a partir de 1999, referido \u00edndice n\u00e3o mais cumpria a finalidade para a qual a lei n\u00b0 8036/90 o escolheu.\n\u00c9 poss\u00edvel finalizar o resumo dos fatos deixando consignada apenas uma indaga\u00e7\u00e3o ao Poder Judici\u00e1rio: qual \u00e9 o comando mais importante da Lei n\u00b0 8036/90, a necessidade de corrigir monetariamente os saldos de FGTS ou a necessidade de utiliza\u00e7\u00e3o da TR? Conforme restar\u00e1 demonstrado a seguir, o entendimento segundo o qual a previs\u00e3o de atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u00e9 suficiente para permitir a substitui\u00e7\u00e3o do \u00edndice que, manipulado\nRua dos Ca\u00e7adores, 102 - Laranjeiras - Rio do Sul/SC \u2013 CEP: 89160-000. Fone: (47) 3521-0881 / (47) 9988-0122 / e-mail: drjoni@advocaciaconsoli.com.br\n\n\fDr. Joni Gilmar Consoli OAB/SC 32037\nartificialmente segundo interesses do BACEN / CMN, n\u00e3o representa sequer a garantia de reposi\u00e7\u00e3o da infla\u00e7\u00e3o, \u00e9 o mais acertado.\nPor essa raz\u00e3o, vem \u00e0 presen\u00e7a de Vossa Excel\u00eancia requerer a substitui\u00e7\u00e3o da TR por outro \u00edndice, id\u00f4neo, na corre\u00e7\u00e3o do FGTS desde 1999.\nII \u2013 PRELIMINARMENTE \u2013 DISCUSS\u00c3O DO DIREITO \u2013 JUNTADA DE EXTRATOS E AN\u00c1LISE DO QUANTUM DESDE A INICIAL\nAntes de adentrarmos as quest\u00f5es de m\u00e9rito da demanda, imperioso se faz destacar, por extremamente oportuno, que a presente a\u00e7\u00e3o versa sobre a declara\u00e7\u00e3o de um direito a ser reconhecido ao postulante \u2013 qual seja a de que os valores depositados em seu Fundo de Garantia sejam revisados, recalculados conforme \u00edndices que mantenham o poder de compra dos valores recolhidos no decorrer dos anos.\nConforme j\u00e1 destacado, a a\u00e7\u00e3o se justifica, em apertada s\u00edntese, na medida em que o FGTS dos trabalhadores brasileiros vem sendo atualizado pelo \u00edndice \u201cTR\u201d, o qual n\u00e3o reflete minimamente a realidade financeira nacional e culmina, sem d\u00favidas, na defasagem dos recolhimentos em compara\u00e7\u00e3o a qualquer outro \u00edndice (como, por exemplo, o INPC).\nO que est\u00e1 em jogo, Excel\u00eancia, \u00e9 o reconhecimento ou n\u00e3o do direito que a parte autora sustenta possuir, no sentido de lhe ser deferido ou indeferido o pleito pela substitui\u00e7\u00e3o da TR por outro \u00edndice que, desde 1999, reflita equitativamente as varia\u00e7\u00f5es (a maior) da moeda nacional no decorrer de todo esse per\u00edodo. Conforme restar\u00e1 demonstrado a seguir, as diferen\u00e7as de um montante remunerado pela TR e de outro (de igual valor) remunerado pelo INPC poder\u00e1 superar os 80% nos \u00faltimos 14/15 anos.\nE, por \u00f3bvio, a discuss\u00e3o acerca do direito independe da juntada dos extratos para apura\u00e7\u00e3o do valor a ser corrigido em caso de provimento da a\u00e7\u00e3o: sendo o quantum apurado em R$ 100,00 ou R$ 20.000,00, o direito pleiteado \u00e9 o mesmo em qualquer caso.\nRua dos Ca\u00e7adores, 102 - Laranjeiras - Rio do Sul/SC \u2013 CEP: 89160-000. Fone: (47) 3521-0881 / (47) 9988-0122 / e-mail: drjoni@advocaciaconsoli.com.br\n\n\fDr. Joni Gilmar Consoli OAB/SC 32037\nNo entanto, por mais que se entenda desnecess\u00e1rio, neste momento processual, diligenciar pela juntada dos extratos da conta vinculada ao FGTS da parte autora, esta, por cautela e para evitar que a liquida\u00e7\u00e3o de senten\u00e7a se arraste por mais tempo do que o estritamente necess\u00e1rio, opta por trazer aos autos, desde j\u00e1, todos os extratos e os demonstrativos correspondentes \u00e0 substitui\u00e7\u00e3o da TR por outros \u00edndices (suficientemente identificados nos pr\u00f3prios anexos), cujo valor final representa o montante que se requer com o provimento jurisdicional.\nDestarte, requer sejam aceitos os extratos (retirados diretamente junto \u00e0 r\u00e9) e os c\u00e1lculos anexos, submetendo-os ao contradit\u00f3rio quando da instru\u00e7\u00e3o processual.\nIII \u2013 PRELIMINARMENTE \u2013 DO PREQUESTIONAMENTO\nAntes de adentrar no exame de m\u00e9rito, imperioso se mostra requerer expressamente a este douto ju\u00edzo que declare prequestionados todos os temas tratados nesta peti\u00e7\u00e3o, tanto em rela\u00e7\u00e3o a inconstitucionalidades materiais e formais quanto no que tange a ilegalidades normativas, como se ver\u00e1 detalhadamente nos pr\u00f3ximos itens desta exordial.\nIV \u2013 LEGITIMIDADE PASSIVA DA CAIXA\nConforme j\u00e1 dito, a Caixa Econ\u00f4mica Federal foi inclu\u00edda no polo passivo da demanda em raz\u00e3o de sua caracter\u00edstica de gestora do Fundo de Garantia. N\u00e3o h\u00e1 qualquer margem, destarte, para alega\u00e7\u00e3o de ilegitimidade passiva da institui\u00e7\u00e3o financeira demandada, haja vista que at\u00e9 mesmo a jurisprud\u00eancia do Superior Tribunal de Justi\u00e7a j\u00e1 demonstra estar assentada em um \u00fanico sentido:\nFGTS. CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA. IPC DE JANEIRO/89 (42,72%). LEGITIMIDADE PASSIVA \"AD CAUSAM\" EXCLUSIVA DA CEF. PRESCRI\u00c7\u00c3O. MAT\u00c9RIA N\u00c3O PREQUESTIONADA.\nI - A Se\u00e7\u00e3o de Direito P\u00fablico do STJ firmou orienta\u00e7\u00e3o de que apenas a CEF \u00e9 parte leg\u00edtima para figurar no p\u00f3lo passivo das a\u00e7\u00f5es em que se discute corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria das contas vinculadas ao FGTS (Incidente de Uniformiza\u00e7\u00e3o de Jurisprud\u00eancia no REsp n\u00ba 77.791/SC,\nRua dos Ca\u00e7adores, 102 - Laranjeiras - Rio do Sul/SC \u2013 CEP: 89160-000. Fone: (47) 3521-0881 / (47) 9988-0122 / e-mail: drjoni@advocaciaconsoli.com.br\n\n\fDr. Joni Gilmar Consoli OAB/SC 32037\nrelator para o ac\u00f3rd\u00e3o Ministro JOS\u00c9 DE JESUS FILHO, DJU de 30/06/97)\n(...) IV - Recurso conhecido, mas improvido. (STJ - REsp: 181718 SP 1998/0050554-7, Relator: Ministro ADHEMAR MACIEL, Data de Julgamento: 30/09/1998, T2 - SEGUNDA TURMA, Data de Publica\u00e7\u00e3o: DJ 01.02.1999 p. 165)\nIsto posto, requer-se, preemptivamente, seja indeferida qualquer pleito de ilegitimidade passiva formulado pela requerida, tanto por for\u00e7a dos precedentes acima quanto em raz\u00e3o da prola\u00e7\u00e3o da S\u00famula n\u00b0 249 do Superior Tribunal de Justi\u00e7a2.\nV \u2013 DA PRESCRI\u00c7\u00c3O\nTamb\u00e9m conforme j\u00e1 exposto, o que se requer nesta lide \u00e9 a substitui\u00e7\u00e3o da Taxa Referencial por outro \u00edndice id\u00f4neo (ou seja, n\u00e3o manipulado artificialmente segundo interesses econ\u00f4micos reprov\u00e1veis do BACEN / CMN) e faticamente representativo da varia\u00e7\u00e3o do poder econ\u00f4mico da moeda a cada per\u00edodo. Tal substitui\u00e7\u00e3o dever\u00e1 ser realizada desde 1999, j\u00e1 que, conforme farta prova anexa, foi a partir deste exerc\u00edcio que a TR foi arbitrariamente reduzida a ponto de sequer cobrir a infla\u00e7\u00e3o do per\u00edodo.\nEm car\u00e1ter preventivo (assim como o item IV acima), a parte autora deixa consignado, desde j\u00e1, que seu pedido jamais poder\u00e1 ser declarado fulminado pela prescri\u00e7\u00e3o, j\u00e1 que esta \u00e9 trinten\u00e1ria. Neste sentido:\nCONSTITUCIONAL - FGTS - NATUREZA INSTITUCIONAL LEGITIMIDADE PASSIVA EXCLUSIVA DA CEF INOCORR\u00caNCIA DE PRESCRI\u00c7\u00c3O - ILEGITIMIDADE AD CAUSAM DO BANCO DO BRASIL S/A - EXPURGOS INFLACION\u00c1RIOS - JUROS PROGRESSIVOS. (...) 3. Inocorr\u00eancia da prescri\u00e7\u00e3o, posto que a a\u00e7\u00e3o foi proposta dentro do prazo legal, a teor da S\u00famula 210 do STJ, que consagrou o prazo prescricional de 30 (trinta) anos. (...)\n2 A Caixa Econ\u00f4mica Federal tem legitimidade passiva para integrar processo em que se discute corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria do FGTS\nRua dos Ca\u00e7adores, 102 - Laranjeiras - Rio do Sul/SC \u2013 CEP: 89160-000. Fone: (47) 3521-0881 / (47) 9988-0122 / e-mail: drjoni@advocaciaconsoli.com.br\n\n\fDr. Joni Gilmar Consoli OAB/SC 32037\n7. Apela\u00e7\u00e3o dos Primeiros Apelantes a que se d\u00e1 parcial provimento e improvido o recurso da CEF. 8. Recurso Adesivo conhecido e provido. (TRF-2 - AC: 164984 98.02.09660-1, Relator: Desembargador Federal WANDERLEY DE ANDRADE MONTEIRO, Data de Julgamento: 03/10/2001, TERCEIRA TURMA, Data de Publica\u00e7\u00e3o: DJU - Data::14/08/2003 - P\u00e1gina::114)\nPor tais raz\u00f5es e em tendo transcorrido apenas 14 anos desde o per\u00edodo inicialmente requerido (1999), requer seja afastado qualquer argumento de prescri\u00e7\u00e3o do direito de a\u00e7\u00e3o.\nVI \u2013 DO M\u00c9RITO\nPor meio da Lei n\u00ba 4.380, de 21 de agosto de 1964, foi institu\u00edda a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria para os dep\u00f3sitos de Poupan\u00e7a \u2013 os quais j\u00e1 eram remunerados a 6% ao ano por juros (por for\u00e7a do Decreto Imperial n\u00ba 2.723, de 12 de janeiro de 1861). Sendo assim, evidente resta que se trata de dois institutos completamente diferentes, de modo que um investimento remunerado a juros n\u00e3o est\u00e1, necessariamente, sendo atualizado monetariamente: este \u00faltimo depende de um \u00edndice pr\u00f3prio.\nNesse diapas\u00e3o, enquanto os juros s\u00e3o conceituados como a remunera\u00e7\u00e3o do capital (dinheiro) emprestado durante um determinado per\u00edodo, a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria se presta \u00e0 recupera\u00e7\u00e3o do poder de compra do valor emprestado, podendo ser conceituada como um ajuste per\u00edodo de valores tendo por base o valor da infla\u00e7\u00e3o de um per\u00edodo, objetivando compensar a perda de valor da moeda no mercado.\nComo \u00e9 cedi\u00e7o, durante a hist\u00f3ria recente e tamb\u00e9m na atualidade, muitos s\u00e3o os \u00edndices que se prop\u00f5e a efetuar a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria de valores, cada qual com sua pr\u00f3pria sistem\u00e1tica. No entanto, a Taxa Referencial, por ser diretamente fixada pelo Conselho Monet\u00e1rio Nacional, parece ser o \u00fanico indexador que, desde 1999, sequer cobre as perdas com a infla\u00e7\u00e3o. Por esta raz\u00e3o, o STF, no julgamento da ADI n\u00b0 493-0/DF, definiu que a TR n\u00e3o pode ser considerada um \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria:\nRua dos Ca\u00e7adores, 102 - Laranjeiras - Rio do Sul/SC \u2013 CEP: 89160-000. Fone: (47) 3521-0881 / (47) 9988-0122 / e-mail: drjoni@advocaciaconsoli.com.br\n\n\fDr. Joni Gilmar Consoli OAB/SC 32037\nA Taxa Referencial (TR) n\u00e3o \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, pois, refletindo as varia\u00e7\u00f5es do custo prim\u00e1rio da capta\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos a prazo fixo, n\u00e3o constitui \u00edndice que reflita a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda.\nNesta A\u00e7\u00e3o Declarat\u00f3ria de Inconstitucionalidade, restou definido que a Taxa Referencial possui caracter\u00edsticas predominantes de taxa de juros e n\u00e3o de indexador de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. Por isso, foi efetivamente declarado inconstitucional o artigo 18 da Lei n\u00ba 8.177/91, cujo texto original estabelecia que os saldos devedores e as presta\u00e7\u00f5es dos contratos integrantes do Sistema Financeiro Habitacional passariam a ser corrigidos pela TR. Veja-se:\nA\u00e7\u00e3o direta de inconstitucionalidade. - (...) A taxa referencial (TR) n\u00e3o \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, pois, refletindo as varia\u00e7\u00f5es do custo prim\u00e1rio da capta\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos a prazo fixo, n\u00e3o constitui \u00edndice que reflita a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda. Por isso, n\u00e3o h\u00e1 necessidade de se examinar a quest\u00e3o de saber se as normas que alteram \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria se aplicam imediatamente, alcan\u00e7ando, pois, as presta\u00e7\u00f5es futuras de contratos celebrados no passado, sem violarem o disposto no artigo 5, XXXVI, da Carta Magna.- Tamb\u00e9m ofendem o ato jur\u00eddico perfeito os dispositivos impugnados que alteram o crit\u00e9rio de reajuste das presta\u00e7\u00f5es nos contratos j\u00e1 celebrados pelo sistema do Plano de Equival\u00eancia Salarial por Categoria Profissional (PES/CP). A\u00e7\u00e3o direta de inconstitucionalidade julgada procedente, para declarar a inconstitucionalidade dos artigos 18, \"caput\" e par\u00e1grafos 1 e 4; 20; 21 e par\u00e1grafo \u00fanico; 23 e par\u00e1grafos; e 24 e par\u00e1grafos, todos da Lei n. 8.177, de 1 de maio de 1991. (ADI 493, Relator (a): Min. Moreira Alves, Tribunal Pleno, julgado em 25/06/1992, DJ 04-091992 PP-14089 EMENT VOL-01674-02 PP-00260 RTJ VOL-0014303 PP-00724)\nAl\u00e9m do \u00f3rg\u00e3o m\u00e1ximo, tamb\u00e9m o pr\u00f3prio Superior Tribunal de Justi\u00e7a j\u00e1 exteriorizou em reiteradas oportunidades entendimento segundo o qual a utiliza\u00e7\u00e3o da Taxa Referencial deveria ser recha\u00e7ada, servindo como exemplo o seguinte julgado:\nSFH. PLANO DE EQUIVAL\u00caNCIA SALARIAL. REAJUSTE DAS PRESTA\u00c7\u00d5ES. ILEGITIMIDADE PASSIVA DA UNI\u00c3O. NULIDADE DO AC\u00d3RD\u00c3O. INOCORR\u00caNCIA. VANTAGENS\nRua dos Ca\u00e7adores, 102 - Laranjeiras - Rio do Sul/SC \u2013 CEP: 89160-000. Fone: (47) 3521-0881 / (47) 9988-0122 / e-mail: drjoni@advocaciaconsoli.com.br\n\n\fDr. Joni Gilmar Consoli OAB/SC 32037\n\nPESSOAIS. INCLUS\u00c3O. CORRE\u00c7\u00c3O PELA TR. IMPOSSIBILIDADE. PRECEDENTES. (...) 4. Inaplic\u00e1vel a TR como fator de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria Entendimento consagrado nesta Corte na esteira de orienta\u00e7\u00e3o tra\u00e7ada pelo STF. 5. Recurso especial conhecido e parcialmente provido. (REsp 209.466/BA, Rel. Ministro FRANCISCO PE\u00c7ANHA MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 07/08/2001, DJ 17/06/2002, p. 231)\n\nMuito embora estes julgamentos j\u00e1 n\u00e3o mais reflitam a posi\u00e7\u00e3o majorit\u00e1ria dos tribunais superiores, \u00e9 preciso deixar claro que o Direito, no seu vi\u00e9s extremamente din\u00e2mico, sempre carece de rean\u00e1lises quanto \u00e0s premissas j\u00e1 fixadas \u2013 refletindo a presente lide um apelo nesse sentido. A raz\u00e3o pela qual movemos a a\u00e7\u00e3o pode ser visualizada rapidamente no quadro comparativo abaixo, donde constam os \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o adotados anualmente por diferentes indexadores:\n\nANO 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 (at\u00e9 setembro)\n\nTR 335,51% 1.156,22% 2.474,73% 951,19% 31,6207% 9,5551% 9,7849% 7,7938% 5,7295% 2,0962% 2,2852% 2,8023% 4,6485% 1,8184% 2,8335% 2,0377% 1,4452% 1,6348% 0,7090% 0,6887% 1,2079% 0,2897% 0,12%\n\nINPC 475,11% 1.149,05% 2.489,11% 929,32% 21,98% 9,125% 4,34% 2,49% 8,43% 5,27% 9,44% 14,74% 10,38% 6,13% 5,05% 2,81% 5,15% 6,48% 4,11% 6,46% 6,07% 6,17% 3,61%\n\nIPCA 472,69% 1.119,09% 2,477,15% 916,43% 22,41% 9,56% 5,22% 1,65% 8,94% 5,97% 7,67% 12,53% 9,30% 7,60% 5,69% 3,14% 4,46% 5,90% 4,31% 5,91% 6,50% 5,84% 3,79%\n\nRua dos Ca\u00e7adores, 102 - Laranjeiras - Rio do Sul/SC \u2013 CEP: 89160-000. Fone: (47) 3521-0881 / (47) 9988-0122 / e-mail: drjoni@advocaciaconsoli.com.br\n\n\fDr. Joni Gilmar Consoli OAB/SC 32037\n\nAt\u00e9 1998, na pr\u00e1tica, a Taxa Referencial mostrava resultados semelhantes aos dos outros indexadores (pouco menos em alguns anos, compensando em outros com \u00edndices superiores), n\u00e3o acarretando preju\u00edzo aos trabalhadores com contas de FGTS. No entanto, desde 1999, o que se v\u00ea \u00e9 que o comando de garantir a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria n\u00e3o \u00e9 observado pelo Banco Central, que manipula a TR de modo a deix\u00e1-la propositalmente abaixo da infla\u00e7\u00e3o \u2013 j\u00e1 que, deste modo, ocorre capta\u00e7\u00e3o de dinheiro \u201cmais barato\u201d, \u00e0 custa do trabalhador.\nVeja-se, conforme tabela abaixo, que a TR n\u00e3o alcan\u00e7a a infla\u00e7\u00e3o desde 1999, restando evidente que referida taxa, de fato, n\u00e3o mais funciona como indexador de qualquer atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria id\u00f4nea:\n\nANO\n\nINFLA\u00c7\n\nTR\n\n\u00c3O\n\n1999\n\n8,94\n\n5,7295%\n\n2000\n\n5,97\n\n2,0962%\n\n2001\n\n7,67\n\n2,2852%\n\n2002\n\n12,53\n\n2,8023%\n\n2003\n\n9,30\n\n4,6485%\n\n2004\n\n7,60\n\n1,8184%\n\n2005\n\n5,69\n\n2,8335%\n\n2006\n\n3,14\n\n2,0377%\n\n2007\n\n4,46\n\n1,4452%\n\n2008\n\n5,90\n\n1,6348%\n\n2009\n\n4,31\n\n0,7090%\n\nRua dos Ca\u00e7adores, 102 - Laranjeiras - Rio do Sul/SC \u2013 CEP: 89160-000. Fone: (47) 3521-0881 / (47) 9988-0122 / e-mail: drjoni@advocaciaconsoli.com.br\n\n\fDr. Joni Gilmar Consoli OAB/SC 32037\n\n2010\n\n5,91\n\n2011\n\n6,50\n\n2012\n\n5,84\n\n0,6887% 1,2079% 0,2897%\n\nApesar de n\u00e3o termos as medi\u00e7\u00f5es oficiais finais de 2013, sabemos que a Taxa Referencial alcan\u00e7ar\u00e1, historicamente, a maior dist\u00e2ncia (discrep\u00e2ncia) em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 infla\u00e7\u00e3o do per\u00edodo.\n\nSendo assim, se mostra supervenientemente inconstitucional o artigo que determina a utiliza\u00e7\u00e3o da TR como fator de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, j\u00e1 que confere \u00e0 Taxa Referencial um dever para o qual a mesma n\u00e3o se presta desde 1999, sendo mais importante a previs\u00e3o de corre\u00e7\u00e3o do que a previs\u00e3o de utiliza\u00e7\u00e3o da TR \u2013 decorrendo da\u00ed a necessidade do Poder Judici\u00e1rio determinar sua modifica\u00e7\u00e3o no caso em concreto.\n\nComo se n\u00e3o bastasse o requerimento ser manejado com base em evidente prova documental apta a respaldar o pedido por um vi\u00e9s eminentemente positivista, pugnamos, igualmente, por quest\u00e3o de justi\u00e7a com a classe trabalhadora do pa\u00eds: como \u00e9 cedi\u00e7o, n\u00e3o \u00e9 dado ao empregado o poder de gerir, investir ou dispor de seu Fundo de Garantia, de modo que o dinheiro depositado na conta vinculada obrigatoriamente ficar\u00e1 preso mesmo que existam investimentos muito melhores a serem realizados. At\u00e9 mesmo a transfer\u00eancia do dinheiro da conta do FGTS para uma conta poupan\u00e7a (investimento mais seguro e menos rent\u00e1vel do mercado financeiro) traria enormes vantagens ao trabalhador.\n\nPor\u00e9m, o que ocorre \u00e9 que o governo capta os recursos do FGTS sem corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria (ou com uma corre\u00e7\u00e3o \u201crid\u00edcula\u201d pela TR) e os empresta \u2013 muitas vezes aos pr\u00f3prios trabalhadores \u2013 a juros elevados. Trata-se claramente de hip\u00f3tese de locupletamento il\u00edcito institucionalizado.\n\nRua dos Ca\u00e7adores, 102 - Laranjeiras - Rio do Sul/SC \u2013 CEP: 89160-000. Fone: (47) 3521-0881 / (47) 9988-0122 / e-mail: drjoni@advocaciaconsoli.com.br\n\n\fDr. Joni Gilmar Consoli OAB/SC 32037\nE \u00e9 exatamente para corrigir essa injusti\u00e7a que, se valendo principalmente dos comandos legais principiol\u00f3gicos 3, dever\u00e1 este eminente ju\u00edzo determinar que a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria assegurada ao trabalhador com conta vinculada de FGTS, junto \u00e0 requerida, merece observ\u00e2ncia sobre a previs\u00e3o de utiliza\u00e7\u00e3o da extremamente defasada Taxa Referencial, o que acarretar\u00e1 na sua modifica\u00e7\u00e3o pelo INPC4, IPCA5 ou outro \u00edndice que, na vis\u00e3o do Judici\u00e1rio, reflita idoneamente a atualiza\u00e7\u00e3o do poder econ\u00f4mico dos dep\u00f3sitos realizados desde 1999.\nVII \u2013 ANOTA\u00c7\u00d5ES FINAIS QUANTO AO M\u00c9RITO\nA Taxa Referencial, enquanto \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria assim considerada pela atual jurisprud\u00eancia p\u00e1tria, n\u00e3o pode ser reduzida a zero, como tem sido nos \u00faltimos meses, pois afronta flagrantemente o artigo 2\u00ba da Lei n\u00ba 8.036/90, que garante atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria aos dep\u00f3sitos feitos no FGTS.\nComo \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, a TR deveria garantir o poder aquisitivo dos dep\u00f3sitos do FGTS, que se perfaz levando em conta os \u00edndices de infla\u00e7\u00e3o. Desde janeiro de 1999, a TR se distanciou sensivelmente dos \u00edndices oficiais de infla\u00e7\u00e3o, impingindo profundas perdas aos dep\u00f3sitos do FGTS, tornando-se inid\u00f4nea para garantir a reposi\u00e7\u00e3o de perdas monet\u00e1rias.\nA inidoneidade da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria decorre de mudan\u00e7as introduzidas na sua metodologia de c\u00e1lculo pelo Banco Central do Brasil/CMN que, atrav\u00e9s do mecanismo econ\u00f4mico de um redutor, vem nitidamente manipulando o \u00edndice para que ele se desprenda da infla\u00e7\u00e3o at\u00e9 anul\u00e1-la completamente, a despeito de um quadro de infla\u00e7\u00e3o persistente no Pa\u00eds.\nA Caixa Econ\u00f4mica Federal est\u00e1 se prestando ao papel de espoliador do FGTS, na medida em que disp\u00f5e do patrim\u00f4nio do trabalhador sem a devida contrapresta\u00e7\u00e3o. A\n3 LICC, artigo 5\u00b0: Na aplica\u00e7\u00e3o da lei, o juiz atender\u00e1 aos fins sociais a que ela se dirige e \u00e0s exig\u00eancias do bem comum. 4 O qual se indica por j\u00e1 ser o \u00edndice respons\u00e1vel pela atualiza\u00e7\u00e3o do sal\u00e1rio m\u00ednimo, com arrimo na Lei n\u00b0 12.382/2011, em seu artigo 2\u00b0, \u00a71\u00b0. 5 O qual se indica por ser o indexador utilizado nas medi\u00e7\u00f5es de metas inflacion\u00e1rias pelo governo.\nRua dos Ca\u00e7adores, 102 - Laranjeiras - Rio do Sul/SC \u2013 CEP: 89160-000. Fone: (47) 3521-0881 / (47) 9988-0122 / e-mail: drjoni@advocaciaconsoli.com.br\n\n\fDr. Joni Gilmar Consoli OAB/SC 32037\ncorre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria aplicada ao FGTS tem sido h\u00e1 muito tempo menor que a infla\u00e7\u00e3o registrada, de forma que descumpre n\u00e3o s\u00f3 o artigo 2\u00ba da lei n\u00ba 8.036/90, artigo 233 do C\u00f3digo Civil, mas tamb\u00e9m toda a l\u00f3gica e princ\u00edpios do mercado econ\u00f4mico.\nQuem empresta tem direito a ser remunerado com juros e a totalidade da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. O trabalhador n\u00e3o pode ser obrigado a subsidiar ainda mais os projetos do Governo Federal. O \u201cainda mais\u201d decorre do fato de os juros de 3% do FGTS serem os menores do mercado, o qu\u00ea, por si s\u00f3, demonstra que ele j\u00e1 est\u00e1 fazendo sua parte sob a perspectiva social.\nNegar o direito de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria aos dep\u00f3sitos do FGTS, Fundo do qual o trabalhador n\u00e3o pode simplesmente sacar seu dinheiro para aplicar em outro fundo mais rent\u00e1vel, configura ato de tirania, incompat\u00edvel com um Estado Democr\u00e1tico de Direito e deve ser de pronto recha\u00e7ado.\nSe o Governo Brasileiro remunerasse os investidores internacionais com TR mais 3% a.a, como faz com os trabalhadores, haveria um fuga em massa dos investimentos no Pa\u00eds. Nem mesmo os investidores nacionais manteriam seu capital no pa\u00eds.\nSendo a TR \u00edndice inid\u00f4neo para restabelecer o poder aquisitivo dos dep\u00f3sitos do FGTS, sua substitui\u00e7\u00e3o por outro \u00edndice que melhor recomponha as perdas monet\u00e1rias se torna imperioso, a fim de fazer prevalecer o artigo 2\u00ba da lei n\u00ba 8.036/90 e artigo 233 do C\u00f3digo Civil.\nPosto que desde janeiro de 1999 o redutor criado artificialmente pelo Banco Central/CMN promoveu o completo distanciamento da TR dos \u00edndices oficiais de infla\u00e7\u00e3o, temos que desde ent\u00e3o ela perdeu sua condi\u00e7\u00e3o de repor as perdas inflacion\u00e1rias dos dep\u00f3sitos do FGTS, devendo desde esta data ser substitu\u00edda pelo INPC, alternativamente, pelo IPCA.\nRua dos Ca\u00e7adores, 102 - Laranjeiras - Rio do Sul/SC \u2013 CEP: 89160-000. Fone: (47) 3521-0881 / (47) 9988-0122 / e-mail: drjoni@advocaciaconsoli.com.br\n\n\fDr. Joni Gilmar Consoli OAB/SC 32037\n\nVIII \u2013 PRECEDENTE JURISPRUDENCIAL \u2013 DO RECONHECIMENTO, PELO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, DA IMPRESTABILIDADE DA TR\nCOMO \u00cdNDICE DE CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA\n\nComo j\u00e1 exposto anteriormente, a Taxa Referencial n\u00e3o constitui \u2013 pelo menos a partir de 1999 \u2013 \u00edndices apto a corrigir monetariamente qualquer montante. Nesse sentido, manter a aplica\u00e7\u00e3o da TR \u00e9 o mesmo que julgar que o demandante n\u00e3o possui direito \u00e0 corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria.\n\nComunga deste entendimento o Supremo Tribunal Federal que, em recente julgado, disp\u00f4s o seguinte:\n\nRECURSO\n\nEXTRAORDIN\u00c1RIO.\n\nCONSTITUCIONAL. \u201c\u00cdNDICE OFICIAL DE\n\nREMUNERA\u00c7\u00c3O B\u00c1SICA DA CADERNETA DE\n\nPOUPAN\u00c7A\u201d: INCONSTITUCIONALIDADE DA\n\nEXPRESS\u00c3O. AC\u00d3RD\u00c3O RECORRIDO DISSONANTE\n\nDA JURISPRUD\u00caNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL\n\nFEDERAL. \u00cdNDICE DE CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA:\n\nOFENSA CONSTITUCIONAL INDIRETA. RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO.\nRelat\u00f3rio 1. \u201cRecurso extraordin\u00e1rio interposto com base na al\u00ednea a do inc\u201d. III do art. 102 da\n\nConstitui\u00e7\u00e3o da Rep\u00fablica contra julgado do Tribunal Regional Federal da 4\u00aa Regi\u00e3o, que\n\ndecidiu:\u201d\n\nAGRAVO DE INSTRUMENTO. PREVIDENCI\u00c1RIO. EXECU\u00c7\u00c3O. PRECAT\u00d3RIO/RPV COMPLR. EC N. 62/2009. ART. 100, \u00a7 12, DA CF. CONSTITUCIONALIDADE. INCID\u00caNCIA IMEDIATA. 1. O \u00a7 12 do artigo 100 da Constitui\u00e7\u00e3o Federal, introduzido pela EC n. 62, de 09/11/2009 (publicada em 10/12/2009), tem aplica\u00e7\u00e3o imediata aos feitos de natureza previdenci\u00e1ria, sendo constitucional. 2. Entendimento firmado no sentido de que a TR mostra-se v\u00e1lida como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. 3. Nada impede o legislador constitucional ou infraconstitucional de dispor sobre corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e taxa de juros e, em se tratando de rela\u00e7\u00e3o de direito p\u00fablico, n\u00e3o h\u00e1 \u00f3bice a incid\u00eancia imediata da lei, desde que respeitado per\u00edodo anterior \u00e0 vig\u00eancia da nova norma (veda\u00e7\u00e3o \u00e0 retroatividade), pois n\u00e3o existe direito adquirido a regime jur\u00eddico\u201d (fl. 68).\n\nRua dos Ca\u00e7adores, 102 - Laranjeiras - Rio do Sul/SC \u2013 CEP: 89160-000. Fone: (47) 3521-0881 / (47) 9988-0122 / e-mail: drjoni@advocaciaconsoli.com.br\n\n\fDr. Joni Gilmar Consoli OAB/SC 32037\n2. O Agravante alega que o Tribunal a quo teria contrariado os arts. 1\u00ba, inc. III, 5\u00ba, caput e incs. XXII, XXXVI, e 37, caput, da Constitui\u00e7\u00e3o da Rep\u00fablica. Argumenta que: \u201cA EC n. 62/2009, em seu art. 1\u00ba, \u00a7 12, instituiu que \u201e\u201dA partir da promulga\u00e7\u00e3o desta Emenda Constitucional, a atualiza\u00e7\u00e3o de valores de requisit\u00f3rios , ap\u00f3s sua expedi\u00e7\u00e3o, at\u00e9 o efetivo pagamento, independentemente de sua natureza, ser\u00e1 feita pelo \u00edndice oficial de remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica da caderneta de poupan\u00e7a, e, para fins de compensa\u00e7\u00e3o da mora, incidir\u00e3o juros simples no mesmo percentual de juros indecentes sobre a caderneta de poupan\u00e7a, ficando exclu\u00edda a incid\u00eancia de juros compensat\u00f3rios\u201d. Como se sabe, o \u00edndice de remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sico da poupan\u00e7a \u00e9 a Taxa Referencial (TR), \u00edndice controlado pelo Estado, e utilizado como instrumento de controle da economia, vide os sucessivos \u00edndices mensais zerados, a fim de controle de aporte de capital nas poupan\u00e7as. Tanto a TR n\u00e3o se presta como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, que o STF j\u00e1 decidiu nesse sentido:A taxa referencial (TR) n\u00e3o \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria (...) n\u00e3o constitui \u00edndice que reflita a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda\u201f (ADI 493-0/DF, Relator Min. Moreira Alves, Plen\u00e1rio, DJ 4.9.1992). (...) Assim sendo, texto t\u00e3o danoso ao cidad\u00e3o n\u00e3o poder\u00e1 ser tolerado pelo Judici\u00e1rio, merecendo a declara\u00e7\u00e3o de inconstitucionalidade do \u00a7 12 do artigo 100 da Constitui\u00e7\u00e3o Federal, adicionado pela EC n. 62/2009. (...) Assim, declarada a inconstitucionalidade do \u00edndice aplicado ao precat\u00f3rio pago nos autos, deve ser tomado como vigente e aplicado ao caso concreto o \u00edndice IPCA-E\u201d (fls. 72-73). (...) 5. Pelo exposto, dou parcial provimento a este recurso extraordin\u00e1rio (art. 557, \u00a7 1\u00ba-A, do C\u00f3digo de Processo Civil e art. 21, \u00a7 2\u00ba, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal) para reafirmar a inconstitucionalidade da express\u00e3o \u201c\u00edndice oficial de remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica da caderneta de poupan\u00e7a\u201d, constante do \u00a7 12 do art. 100 da Constitui\u00e7\u00e3o da Rep\u00fablica e determinar que o Tribunal de origem julgue como de direito quanto \u00e0 aplica\u00e7\u00e3o de outro \u00edndice que n\u00e3o a taxa referencial (TR). Publique-se. Bras\u00edlia, 13 de junho de 2013.Ministra C\u00c1RMEN L\u00daCIA Relatora (STF - RE: 747706 SC , Relator: Min. C\u00c1RMEN L\u00daCIA, Data de Julgamento: 13/06/2013, Data de Publica\u00e7\u00e3o: DJe-124 DIVULG 27/06/2013 PUBLIC 28/06/2013)\nNesse ponto, o STF apenas reconhece aquilo que \u00e9 \u00f3bvio a qualquer\nindiv\u00edduo de boa-f\u00e9: os trabalhadores s\u00e3o lesados mensalmente atrav\u00e9s da aplica\u00e7\u00e3o de um\n\u00edndice que, ao contr\u00e1rio do momento de sua fixa\u00e7\u00e3o (1991), n\u00e3o mais representa qualquer\nsombra de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria id\u00f4nea. Imposs\u00edvel presumir, portanto, que era do esp\u00edrito da\nRua dos Ca\u00e7adores, 102 - Laranjeiras - Rio do Sul/SC \u2013 CEP: 89160-000. Fone: (47) 3521-0881 / (47) 9988-0122 / e-mail: drjoni@advocaciaconsoli.com.br\n\n\fDr. Joni Gilmar Consoli OAB/SC 32037\nlei que os trabalhadores obtivessem atualiza\u00e7\u00e3o irris\u00f3ria de seus dep\u00f3sitos de FGTS, motivo pelo qual, mais uma vez, reiteramos os pleitos iniciais.\nIX \u2013 PRECEDENTE JURISPRUDENCIAL \u2013 DA PROCED\u00caNCIA DO PEDIDO DE REVIS\u00c3O DA CORRE\u00c7\u00c3O DO FGTS EM CONCRETO\nFinalmente, insta ressaltarmos, apesar de se tratar de informa\u00e7\u00e3o vastamente difundida e que provavelmente j\u00e1 adentra na seara de \u201cfato not\u00f3rio\u201d ou de \u201cconhecimento geral\u201d, que estamos diante de um \u201cboom\u201d de a\u00e7\u00f5es id\u00eanticas \u00e0 presente Brasil afora. Por isso mesmo, \u00e9 importante que o Poder Judici\u00e1rio, visando sempre garantir a seguran\u00e7a jur\u00eddica, fa\u00e7a o poss\u00edvel para tutelar os direitos dos demandantes de maneira semelhante, evitando a inser\u00e7\u00e3o de um car\u00e1ter de \u201csorte\u201d ou \u201cazar\u201d no deferimento ou indeferimento dos pedidos formulados pelo litigante.\nPor isso, e visando at\u00e9 mesmo auxiliar no convencimento pessoal do eminente julgador, imperioso se torna trazer ao vosso conhecimento o entendimento j\u00e1 exteriorizado por magistrados que prolataram senten\u00e7a de proced\u00eancia dos pedidos de revis\u00e3o do FGTS atrav\u00e9s da modifica\u00e7\u00e3o do \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u2013 como \u00e9 o caso do pedido manejado na presente lide.\nPara tanto, citamos a senten\u00e7a dos autos eletr\u00f4nicos n\u00b0 500953335.2013.404.7002/PR, a qual traz na \u00edntegra em anexo. Nela, o Juiz Federal Diego Viegas V\u00e9ras, de Foz do Igua\u00e7u, decide pela proced\u00eancia dos pedidos com base nos seguintes fundamentos, sintetizados e destacados neste momento para facilitar e agilizar o entendimento:\n(...) A Lei, portanto, disp\u00f5e que o fundo dever\u00e1 ser corrigido monetariamente e a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria n\u00e3o representa qualquer acr\u00e9scimo, mas simples recomposi\u00e7\u00e3o do valor da moeda corro\u00eddo pelo processo inflacion\u00e1rio (STJ, REsp n\u00ba 1.191.868, 2\u00aa Turma, Rel. Min. Eliana Calmon, j. 15/06/2010 e p. 22/06/2010). A Taxa Referencial (TR) como bem trazido pela parte autora, foi \u00edndice capaz de refletir a infla\u00e7\u00e3o ocorrida na economia brasileira por significativo per\u00edodo de tempo, durante o qual n\u00e3o havia quaisquer Rua dos Ca\u00e7adores, 102 - Laranjeiras - Rio do Sul/SC \u2013 CEP: 89160-000. Fone: (47) 3521-0881 / (47) 9988-0122 / e-mail: drjoni@advocaciaconsoli.com.br\n\n\fDr. Joni Gilmar Consoli OAB/SC 32037\nraz\u00f5es para se opor a sua aplica\u00e7\u00e3o. N\u00e3o \u00e9, contudo, a realidade desde janeiro de 1999, a partir de quando o \u00edndice deixou de espelhar a desvaloriza\u00e7\u00e3o da moeda. (...) ...foi com o julgamento das ADI 4425 e 4357, onde o Supremo Tribunal Federal analisou a inconstitucionalidade da Emenda Constitucional n\u00ba 62/2009, que ficou inconteste o entendimento daquela Corte no sentido de que a TR n\u00e3o pode ser utilizada como \u00edndice de atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, eis que n\u00e3o \u00e9 capaz de espelhar o processo inflacion\u00e1rio brasileiro. (...) Veja-se: com a TR ostentando seus \u00edndices praticamente zerados desde o ano de 2009, os saldos das contas do FGTS acabaram sendo remunerados t\u00e3o somente pelos juros anuais de 3% previstos na Lei 8.036/90. Ou seja, os juros que deveriam, supostamente, remunerar o capital , n\u00e3o s\u00e3o sequer suficientes para repor o poder de compra perdido pela infla\u00e7\u00e3o acumulada. (...) Tem-se, em resumo, que a Lei n\u00ba 8.036/90, lei espec\u00edfica do FGTS, determina que ao saldo de suas contas deve ser obrigatoriamente aplicado \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. N\u00e3o sendo a Taxa Referencial (TR), \u00edndice disposto pela Lei 8.177/91, h\u00e1bil a atualizar monetariamente tais saldos,e estando tal \u00edndice em lei n\u00e3o espec\u00edfica do FGTS, entende-se que como inconstitucional a utiliza\u00e7\u00e3o da TR para tal fim, subsistindo a necessidade de aplicar-se \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria que reflita a infla\u00e7\u00e3o do per\u00edodo, tal como prev\u00ea a Lei n\u00ba 8.036/90. (...) Ante o exposto, JULGO PROCEDENTES os pedidos, condenando a CEF a pagar \u00e0 parte autora os valores correspondentes \u00e0 diferen\u00e7a de FGTS em raz\u00e3o da aplica\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria pelo IPCA-E desde janeiro de 1999 em diante at\u00e9 seu efetivo saque, cujo valor dever\u00e1 ser apurado em sede de cumprimento de senten\u00e7a. Caso n\u00e3o tenha havido saque, tal diferen\u00e7a dever\u00e1 ser depositada diretamente na conta vinculada do autor.\nJ\u00e1 nos autos n\u00b0 3279-88.2013.4.01.3810/MG, o Juiz Federal M\u00e1rcio Jos\u00e9\nde Aguiar Barbosa, de Pouso Alegre, ao tamb\u00e9m decidir favoravelmente ao pleito do\ntrabalhador, realizou detalhada an\u00e1lise jur\u00eddico-econ\u00f4mica acerca da utiliza\u00e7\u00e3o da TR como\n\u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria no FGTS, podendo ser considerada sua fundamenta\u00e7\u00e3o uma\nverdadeira aula sobre o tema. Em suas irretoc\u00e1veis li\u00e7\u00f5es, diz:\nRua dos Ca\u00e7adores, 102 - Laranjeiras - Rio do Sul/SC \u2013 CEP: 89160-000. Fone: (47) 3521-0881 / (47) 9988-0122 / e-mail: drjoni@advocaciaconsoli.com.br\n\n\fDr. Joni Gilmar Consoli OAB/SC 32037\nDesde a primeira legisla\u00e7\u00e3o, houve a preocupa\u00e7\u00e3o de assegurar \u00e0s contas vinculadas a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria (...). Nessa \u00e9poca, portanto, o FGTS tinha tr\u00edplice fun\u00e7\u00e3o: 1) pec\u00falio opcional do empregado formado por contribui\u00e7\u00f5es do empregador; 2) seguro-desemprego substitutivo da estabilidade prevista na CLT, titulo IV, cap\u00edtulos V e VII; e 3) indeniza\u00e7\u00e3o pela despedida arbitr\u00e1ria. (...) Dessa forma, a partir da CR/88 \u2013 regulamentada pela lei 8.036/90 \u2013 o FGTS perdeu as fun\u00e7\u00f5es de \u201cseguro-desemprego\u201d e de \u201cindeniza\u00e7\u00e3o pela despedida sem justa causa\u201d, assumidas, respectivamente, pelo atual \u201cseguro-desemprego\u201d (Lei 7.988/90 e altera\u00e7\u00f5es) e pela multa do art. 10 do ADCT-CR/88 (com as altera\u00e7\u00f5es da legisla\u00e7\u00e3o complementar). Manteve sua fun\u00e7\u00e3o de pec\u00falio do trabalhador formado por contribui\u00e7\u00f5es do empregador, por\u00e9m n\u00e3o mais facultativo: o FGTS se tornou um pec\u00falio obrigat\u00f3rio. N\u00e3o h\u00e1 mais op\u00e7\u00e3o: todos os empregados s\u00e3o benefici\u00e1rios e filiados obrigat\u00f3rios do FGTS. Al\u00e9m de ser um pec\u00falio obrigat\u00f3rio cujas hip\u00f3teses de levantamento s\u00e3o bastante restritas e quase sempre vinculadas \u00e0 extin\u00e7\u00e3o do contrato de trabalho ou aquisi\u00e7\u00e3o/financiamento da casa pr\u00f3pria (art. 20 da lei 8.036/90), o FGTS tem uma importante distin\u00e7\u00e3o em rela\u00e7\u00e3o a outros pec\u00falios privados e poupan\u00e7as /aplica\u00e7\u00f5es realizadas no mercado financeiro: o FGTS N\u00c3O TEM PORTABILIDADE. Ao contr\u00e1rio de outras op\u00e7\u00f5es postas \u00e0 disposi\u00e7\u00e3o de empregados e patr\u00f5es para formar pec\u00falios ou poupan\u00e7as, como os fundos de previd\u00eancia privada ou as aplica\u00e7\u00f5es em caderneta de poupan\u00e7a, fundos de investimento, t\u00edtulos p\u00fablicos ou privados, o titular do FGTS n\u00e3o tem possibilidade de transferir seus recursos para aplica\u00e7\u00f5es mais rent\u00e1veis, mais bem geridas ou mais seguras. Ainda que sua remunera\u00e7\u00e3o seja muito insatisfat\u00f3ria ou que o titular da conta do FGTS discorde das pol\u00edticas de gest\u00e3o do fundo ou que se atemorize quanto a sua solidez, n\u00e3o h\u00e1 o que fazer, o titular do FGTS n\u00e3o pode transferir ou sacar seus recursos e aplic\u00e1-los em outra modalidade dispon\u00edvel de poupan\u00e7a ou previd\u00eancia. Essas tr\u00eas caracter\u00edsticas \u2013 obrigatoriedade, aus\u00eancia de portabilidade e prazo longo/indeterminado \u2013 que t\u00eam base constitucional e legal, tornam ainda mais importante a quest\u00e3o da recomposi\u00e7\u00e3o do seu valor vis a vis os efeitos corrosivos da infla\u00e7\u00e3o sobre a moeda na qual os dep\u00f3sitos s\u00e3o realizados: o saldo do FGTS, enquanto pec\u00falio obrigat\u00f3rio, n\u00e3o port\u00e1vel, por prazo indeterminado e previsto constitucionalmente, \u00e9 uma obriga\u00e7\u00e3o de valor devida pela institui\u00e7\u00e3o operadora ao trabalhador titular da conta vinculada, protegida constitucional e legalmente dos efeitos inflacion\u00e1rios sobre a moeda. Saliente-se que o art. 13 da lei 8.036/90, expressamente, se ad\u00e9qua a esse entendimento, uma vez que afirma a necessidade de \u201ccorre\u00e7\u00e3o\nRua dos Ca\u00e7adores, 102 - Laranjeiras - Rio do Sul/SC \u2013 CEP: 89160-000.\nFone: (47) 3521-0881 / (47) 9988-0122 / e-mail: drjoni@advocaciaconsoli.com.br\n\n\fDr. Joni Gilmar Consoli OAB/SC 32037\nmonet\u00e1ria\u201d sobre os dep\u00f3sitos efetuados no FGTS \u2013 reproduzindo express\u00e3o utilizada em todas as leis que regularam o FGTS desde a Lei 5.107/1966. Na \u00e9poca de sua edi\u00e7\u00e3o (1990), seguindo tamb\u00e9m a legisla\u00e7\u00e3o precedente, o art. 13 da lei 8.036/90 vinculou a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u00e0 atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria das cadernetas de poupan\u00e7a, que na \u00e9poca eram corrigidas por \u00edndices de pre\u00e7o, circunst\u00e2ncia que se alteraria a partir da edi\u00e7\u00e3o da lei 8.177/1991. (...) A lei 8.177/91 \u2013 uma das medidas do chamado \u201cPlano Collor II\u201d \u2013 promoveu diversas medidas de desindexa\u00e7\u00e3o da economia que foram mantidas e aperfei\u00e7oadas no \u201cPlano Real\u201d, dentre as quais a substitui\u00e7\u00e3o da ub\u00edqua corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria das cadernetas de poupan\u00e7a por uma remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica n\u00e3o mais atrelada \u00e0 infla\u00e7\u00e3o passada, mas, inicialmente, \u00e0 previs\u00e3o feita pelo mercado financeiro de infla\u00e7\u00e3o futura: a taxa referencial ou TR. Como estabelecido no art. 1\u00ba da lei 8.177/91, o c\u00e1lculo da taxa referencial de cada dia seria feito a partir da m\u00e9dia das remunera\u00e7\u00f5es mensais dos t\u00edtulos p\u00fablicos e privados negociados no mercado financeiro naquele dia. (...) Desse modo, teoricamente, a TR foi criada para remunerar as cadernetas de poupan\u00e7a com a expectativa de infla\u00e7\u00e3o futura no per\u00edodo de aplica\u00e7\u00e3o, no lugar da infla\u00e7\u00e3o passada. Desindexava-se, assim, a caderneta de poupan\u00e7a (principal ativo financeiro na \u00e9poca) dos \u00edndices de infla\u00e7\u00e3o passada. Nessa \u00e9poca havia ainda duas outras particularidades do mercado financeiro que tornavam o c\u00e1lculo da TR mais f\u00e1cil e mais pr\u00f3ximo dessa previs\u00e3o te\u00f3rica: 1) o imposto de renda incidente sobre as aplica\u00e7\u00f5es financeiras tinha como base de c\u00e1lculo apenas o \u201crendimento real\u201d, isto \u00e9, acima da infla\u00e7\u00e3o, e diversos foram os \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria utilizados pelo Fisco (OTN, BTN, BTN-fiscal e, por fim, UFIR) para identificar o \u201crendimento real\u201d; 2) o rendimento real l\u00edquido (isto \u00e9, descontado do IR) das aplica\u00e7\u00f5es era bem superior a 0,5% ao m\u00eas, que sempre foi a taxa de juros remunerat\u00f3rios da poupan\u00e7a. Essas duas particularidades permitiam que o c\u00e1lculo da TR fosse feito de forma bem simples. Se considerarmos \u201cRB\u201d o rendimento bruto m\u00e9dio dos t\u00edtulos, \u201cIF\u201d a infla\u00e7\u00e3o futura prevista pelo mercado e \u201cJR\u201d os juros reais mensais m\u00e9dios, ter\u00edamos: (1 + RB) = (1 + IF) x (1 + JR). Para saber a previs\u00e3o de infla\u00e7\u00e3o futura (IF), ter\u00edamos (1 + IF) = (1 + RB) / (1 + JR). A metodologia inicial do Banco Central para c\u00e1lculo da TR era bem simples: bastava estimar a taxa de juros reais na economia por um determinado fator (chamaremos de JR) e calcular: (1 + TR) = (1 + RB)/ (1 + JR), onde RB era a m\u00e9dia da remunera\u00e7\u00e3o bruta mensal da amostra de t\u00edtulos p\u00fablicos e privados.\nRua dos Ca\u00e7adores, 102 - Laranjeiras - Rio do Sul/SC \u2013 CEP: 89160-000. Fone: (47) 3521-0881 / (47) 9988-0122 / e-mail: drjoni@advocaciaconsoli.com.br\n\n\fDr. Joni Gilmar Consoli OAB/SC 32037\nA partir de 1995, com a primeira edi\u00e7\u00e3o da MP 2.074-73 (MP 1.053, de 30/06/1995), que viria se tornar a lei 10.192/2001, foi criada a TBF \u2013 taxa b\u00e1sica financeira \u2013 definida como a m\u00e9dia de remunera\u00e7\u00e3o bruta mensal da amostra de t\u00edtulos do mercado financeiro e o c\u00e1lculo da TR passou a se vincular \u00e0 TBF pela f\u00f3rmula simples: (1 + TR) = (1 + TBF)/ (1 + JR), e o fator JR foi sendo alterado pelas resolu\u00e7\u00f5es do CMN para se adequar \u00e0s previs\u00f5es de juros reais. A partir de 1996 (lei 8.981/95), o imposto de renda sobre as aplica\u00e7\u00f5es financeiras passou a ser calculado n\u00e3o mais sobre a remunera\u00e7\u00e3o real (descontada a infla\u00e7\u00e3o), mas sobre a remunera\u00e7\u00e3o total das aplica\u00e7\u00f5es, abandonando-se paulatinamente a utiliza\u00e7\u00e3o da UFIR como indexador no \u00e2mbito fiscal, e, com a estabiliza\u00e7\u00e3o promovida pelo Plano Real, as taxas de juros reais come\u00e7aram a ceder. Esses dois fatores fizeram com que o c\u00e1lculo da TR tivesse que se modificar, pois n\u00e3o havia mais a garantia de que o rendimento l\u00edquido das aplica\u00e7\u00f5es financeiras fosse sempre superar a previs\u00e3o de infla\u00e7\u00e3o futura mais uma taxa de juros de 0,5% ao m\u00eas. Com efeito, \u00e9 poss\u00edvel demonstrar que, com a cobran\u00e7a do IR sobre o total da remunera\u00e7\u00e3o da aplica\u00e7\u00e3o financeira, quanto maior a infla\u00e7\u00e3o e quanto menor a taxa de juros reais, maior a parcela dos juros reais que seria paga ao Fisco como imposto de renda \u2013 e, portanto, menor a taxa de juros reais l\u00edquida do per\u00edodo. A taxa de juros reais l\u00edquida poderia cair abaixo dos juros da poupan\u00e7a. Na hip\u00f3tese de a taxa de juros reais l\u00edquida das aplica\u00e7\u00f5es financeiras ficar abaixo da taxa de juros da poupan\u00e7a, haveria uma migra\u00e7\u00e3o em massa dos investidores dos t\u00edtulos p\u00fablicos e privados para a caderneta de poupan\u00e7a, provocando grandes transtornos no mercado financeiro e na d\u00edvida p\u00fablica. Fazia-se necess\u00e1rio adequar o c\u00e1lculo da TR de modo que a remunera\u00e7\u00e3o total da poupan\u00e7a (TR + 0,5% ao m\u00eas) n\u00e3o superasse a remunera\u00e7\u00e3o l\u00edquida m\u00e9dia dos t\u00edtulos p\u00fablicos e privados. Inicialmente, com a Resolu\u00e7\u00e3o CMN 2.387/97, o fator (1+ JR) foi substitu\u00eddo simplesmente pelo fator R, vinculado \u00e0 pr\u00f3pria TBF por um c\u00e1lculo um pouco mais complexo e utilizando dois par\u00e2metros, \u201ca\u201d e \u201cb\u201d determinados no normativo. A partir da Resolu\u00e7\u00e3o CMN 2.604, de 23/04/1999, o fator R passou a se vincular \u00e0 TBF e \u00e0 taxa de juros da poupan\u00e7a pela f\u00f3rmula R = a + b x TBF, onde \u201ca\u201d sempre foi 1,005 (fator referente \u00e0 taxa de juros mensais da poupan\u00e7a) e \u201cb\u201d foi sendo alterado \u00e0 medida que as taxas de juros brutas ca\u00edam ao longo do tempo. A primeira TR nessa nova metodologia foi referente a 01/06/1999 (art. 3\u00ba da Res. 2.604/99). O fator \u201cb\u201d, fixado inicialmente em 0,48, foi sendo reduzido at\u00e9 que, na reda\u00e7\u00e3o atual da Resolu\u00e7\u00e3o 3.354/2007, para TBF abaixo de 11%, esse fator \u201cb\u201d tem sido discricionariamente fixado pelo BACEN.\nRua dos Ca\u00e7adores, 102 - Laranjeiras - Rio do Sul/SC \u2013 CEP: 89160-000. Fone: (47) 3521-0881 / (47) 9988-0122 / e-mail: drjoni@advocaciaconsoli.com.br\n\n\fDr. Joni Gilmar Consoli OAB/SC 32037\nCom tal metodologia, o c\u00e1lculo da TR se desvinculou de seus objetivos iniciais (indicar a previs\u00e3o do mercado financeiro para a infla\u00e7\u00e3o no per\u00edodo futuro escolhido) para se ater t\u00e3o somente \u00e0 necessidade de impedir que a poupan\u00e7a concorra com outras aplica\u00e7\u00f5es financeiras. (...) Olhando as curvas dos \u00edndices do IPCA e da TR (curvas irregulares, a da TR quase sempre abaixo do IPCA que \u00e9 a linha mais irregular) verifica-se que at\u00e9 meados de 1999 as duas curvas estavam praticamente sobrepostas (\u00edndices mensais muito pr\u00f3ximos) e a partir do segundo semestre de 1999 h\u00e1 um descolamento, com os \u00edndices da TR quase sempre muito inferiores ao IPCA, chegando ao final do per\u00edodo com TR igual ou muito pr\u00f3xima de 0%. O descolamento se deu, basicamente, a partir da metodologia iniciada pela Resolu\u00e7\u00e3o CMN n\u00ba 2.604, de 23/04/1999, com efeitos a partir de 01/06/1999. (...) Se j\u00e1 quando de sua introdu\u00e7\u00e3o a TR n\u00e3o mais podia ser utilizada como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria (pois mesmo como \u201cprevis\u00e3o de infla\u00e7\u00e3o futura\u201d ela jamais p\u00f4de antecipar, de forma matematicamente precisa, essa infla\u00e7\u00e3o e, portanto, n\u00e3o podia ser utilizada como tal) e isso foi reconhecido pelo E. STF no julgamento da ADIN 493-0/DF, no \u00faltimo sesquidec\u00eanio ela se desvinculou totalmente de qualquer correla\u00e7\u00e3o com a infla\u00e7\u00e3o passada ou futura, n\u00e3o podendo jamais servir como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e de manuten\u00e7\u00e3o do valor real de direitos e obriga\u00e7\u00f5es, como reconhecido pelo E. STF nos recentes julgamentos das ADI 4357/DF, ADI 4372/DF, ADI 4400/DF, ADI 4425/DF, que afastaram a utiliza\u00e7\u00e3o da TR para corre\u00e7\u00e3o das d\u00edvidas judiciais como estabelecido na EC 62/09 e na lei 11960/09. H\u00e1 dois importantes pontos a se observar. Em primeiro lugar, a metodologia da TR fixada no art. 1\u00ba da lei 8.177/91 \u00e9 ampla o suficiente para permitir que sucessivos e distintos c\u00e1lculos normatizados pelas resolu\u00e7\u00f5es do CMN sejam consideradas v\u00e1lidas, pois em nenhum momento a lei 8.177/91 estabelece a obrigatoriedade de a TR se vincular a uma \u201cprevis\u00e3o de infla\u00e7\u00e3o futura\u201d ou algo semelhante \u2013 apesar de que esse era seu fundamento do ponto de vista estritamente econ\u00f4mico, quando da publica\u00e7\u00e3o da lei 8.177/91. Em segundo lugar, as altera\u00e7\u00f5es realizadas no c\u00e1lculo da TR e que finalizaram por reduzi-la a algo pr\u00f3ximo de zero, tiveram como fundamento o fato de que as cadernetas de poupan\u00e7a e as demais aplica\u00e7\u00f5es financeiras s\u00e3o port\u00e1veis, intercambi\u00e1veis, concorrem entre si pelos recursos dos aplicadores: n\u00e3o h\u00e1 nenhuma ilegitimidade ou invalidade evidente em reduzir a remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica da poupan\u00e7a a percentuais \u00ednfimos, pois o poupador pode, a qualquer tempo, retirar seus recursos da\nRua dos Ca\u00e7adores, 102 - Laranjeiras - Rio do Sul/SC \u2013 CEP: 89160-000.\nFone: (47) 3521-0881 / (47) 9988-0122 / e-mail: drjoni@advocaciaconsoli.com.br\n\n\fDr. Joni Gilmar Consoli OAB/SC 32037\ncaderneta de poupan\u00e7a e coloc\u00e1-los em outra aplica\u00e7\u00e3o financeira, se n\u00e3o estiver satisfeito. Al\u00e9m disso, as cadernetas de poupan\u00e7a podem ser sacadas a qualquer tempo e rendem mensalmente, s\u00e3o t\u00edpicas aplica\u00e7\u00f5es de curt\u00edssimo prazo, que permitem esse livre tr\u00e2nsito de recursos, se a rentabilidade ficar a desejar. Isto \u00e9, para a caderneta de poupan\u00e7a, a TR calculada da forma atual n\u00e3o \u00e9 inv\u00e1lida nem ileg\u00edtima. Mas tais caracter\u00edsticas de livre portabilidade, de curt\u00edssimo prazo e de facultatividade da poupan\u00e7a s\u00e3o exatamente opostas \u00e0s caracter\u00edsticas do FGTS, como j\u00e1 analisado anteriormente. (...) O art. 13 da lei 8.036/90, ao estabelecer que \u201cOs dep\u00f3sitos efetuados nas contas vinculadas ser\u00e3o corrigidos monetariamente com base nos par\u00e2metros fixados para atualiza\u00e7\u00e3o dos saldos dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a e capitaliza\u00e7\u00e3o juros de (tr\u00eas) por cento ao ano\u201d, claramente objetivava dar continuidade ao princ\u00edpio estabelecido desde a lei 5.107/66 de que o pec\u00falio representado pelo FGTS \u00e9 uma obriga\u00e7\u00e3o de valor, imune aos efeitos corrosivos da infla\u00e7\u00e3o, sujeito a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria de seus dep\u00f3sitos e ainda vencendo juros remunerat\u00f3rios \u201creais\u201d (acima da infla\u00e7\u00e3o) de 3% ao ano. N\u00e3o apenas dava continuidade \u00e0 tradi\u00e7\u00e3o do FGTS, como densificava de forma v\u00e1lida, conforme \u00e0 Constitui\u00e7\u00e3o, o direito trabalhista fixado no art. 7\u00ba, III, da CR/88, que previu o pec\u00falio obrigat\u00f3rio do fundo de garantia. Tratando-se de pec\u00falio obrigat\u00f3rio, n\u00e3o port\u00e1vel, a ser usufru\u00eddo ap\u00f3s longo prazo de sua forma\u00e7\u00e3o, \u00e9 mais razo\u00e1vel a interpreta\u00e7\u00e3o de que a norma constitucional cont\u00e9m implicitamente a obrigatoriedade de que o valor desse fundo seja protegido da corros\u00e3o inflacion\u00e1ria. (...) Est\u00e1 claro que fatores alheios ao legislador da lei 8.036/90 fizeram com que o art. 13 progressivamente se tornasse inconstitucional, na parte em que vincula a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria das contas do FGTS aos \u00edndices de atualiza\u00e7\u00e3o da poupan\u00e7a e estes, por sua vez, passam a ser calculados por metodologia prevista nos arts. 1\u00ba e 17 da lei 8.177/91, que n\u00e3o mais garante a recomposi\u00e7\u00e3o das perdas inflacion\u00e1rias. Como se viu no t\u00f3pico anterior, a metodologia iniciada pela Resolu\u00e7\u00e3o CMN 2.604, de 23/04/1999, com efeitos a partir de 01/06/1999, deu in\u00edcio ao descolamento da TR dos \u00edndices de infla\u00e7\u00e3o, sendo esse o momento que se deve fixar para a recomposi\u00e7\u00e3o das contas do FGTS. Diante do exposto, tendo em vista o que j\u00e1 decidido pelo E. STF no caso da lei 11.960/09 e o fato de o FGTS ser um pec\u00falio constitucional obrigat\u00f3rio, n\u00e3o port\u00e1vel e de longo prazo, cuja garantia de recomposi\u00e7\u00e3o das perdas inflacion\u00e1rias est\u00e1 impl\u00edcita na disposi\u00e7\u00e3o do art. 7\u00ba, III, da CR/88, que assegura esse direito\nRua dos Ca\u00e7adores, 102 - Laranjeiras - Rio do Sul/SC \u2013 CEP: 89160-000.\nFone: (47) 3521-0881 / (47) 9988-0122 / e-mail: drjoni@advocaciaconsoli.com.br\n\n\fDr. Joni Gilmar Consoli OAB/SC 32037\ntrabalhista fundamental a todos os trabalhadores, \u00e9 de se declarar inconstitucional, pelo menos desde a superveni\u00eancia dos efeitos da Resolu\u00e7\u00e3o CMN 2.604, de 23/04/1999, a vincula\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria do FGTS \u00e0 TR, conforme art. 13 da lei 8.036/90 c/c arts. 1\u00ba e 17 da lei 8.177/91.\nDiante do acima exposto, pugnamos que tamb\u00e9m este respeitoso ju\u00edzo d\u00ea provimento aos pleitos formulados pela parte autora, na forma seguinte.\nX \u2013 DOS PEDIDOS\nAntes o exposto, a parte autora pleiteia a Vossa Excel\u00eancia que:\n1) Em an\u00e1lise de m\u00e9rito, determine \u00e0 Caixa Econ\u00f4mica Federal que, cumulativamente:\n1.1) Venha a pagar \u00e0 parte autora o montante correspondente ao valor corrigido pelo \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria deferido (INPC/IPCA/outro definido pelo Douto Ju\u00edzo) nos meses em que a TR foi zero, nas parcelas vencidas (conforme c\u00e1lculos anexos, que contemplam a revis\u00e3o pelos dois \u00edndices supracitados) e vincendas;\n1.2) Pagar \u00e0 parte autora o montante correspondente ao valor corrigido pelo \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria deferido (INPC/IPCA/outro definido pelo Douto Ju\u00edzo), desde Janeiro de 1999, nos meses em que a TR n\u00e3o foi zero, mas foi menor que a infla\u00e7\u00e3o do per\u00edodo (tudo conforme c\u00e1lculos em anexo) ou, alternativamente, pagar a favor da parte autora o montante correspondente \u00e0s diferen\u00e7as de FGTS em raz\u00e3o da aplica\u00e7\u00e3o do \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o definido, correspondentes \u00e0s perdas inflacion\u00e1rias do trabalhador nas contas do FGTS, no entender deste Ju\u00edzo, desde Janeiro de 1999, inclusive nos meses em que a TR foi zero, sendo tais valores acrescidos de juros de mora de 1% a. M. (um por cento ao m\u00eas), a contar da cita\u00e7\u00e3o, at\u00e9 o efetivo pagamento.\n2) A declara\u00e7\u00e3o de inconstitucionalidade superveniente da parte do artigo 13 da Lei n\u00b0 8036/90, c/c arts. 1\u00ba e 17 da lei 8.177/91, a qual determina a utiliza\u00e7\u00e3o da Taxa Referencial como indexador de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria para os dep\u00f3sitos realizados na conta vinculada ao FGTS.\n3) Que se ordene a cita\u00e7\u00e3o da requerida, para querendo contestar a presente a\u00e7\u00e3o, sob pena de revelia e efeitos da confiss\u00e3o;\n4) A concess\u00e3o de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e juros legais sobre os valores devidos pela condena\u00e7\u00e3o de que tratam os itens acima;\nRua dos Ca\u00e7adores, 102 - Laranjeiras - Rio do Sul/SC \u2013 CEP: 89160-000. Fone: (47) 3521-0881 / (47) 9988-0122 / e-mail: drjoni@advocaciaconsoli.com.br\n\n\fDr. Joni Gilmar Consoli OAB/SC 32037\n5) A condena\u00e7\u00e3o da R\u00e9 ao pagamento das custas e honor\u00e1rios advocat\u00edcios na ordem de 20% sobre o valor da condena\u00e7\u00e3o;\n6) A concess\u00e3o dos benef\u00edcios da justi\u00e7a gratuita \u00e0 parte autora, uma vez que pobre no sentido jur\u00eddico do termo, conforme declara\u00e7\u00e3o de hipossufici\u00eancia anexa.\nProtesta provar o alegado por todos os meios de prova admitidos em direito, principalmente prova documental. Adicionalmente, pede a declara\u00e7\u00e3o expressa de prequestionamento de todos os dispositivos direta e indiretamente mencionados nesta exordial, de maneira a possibilitar o protocolo de posteriores recursos.\nAtribui-se \u00e0 causa o valor de R$ 1.867,16 (Hum mil oitocentos e sessenta e sete reais com dezesseis centavos)\nPor ser a medida de justi\u00e7a, pede e espera deferimento.\nRio do Sul, 19 de Fevereiro de 2016.\nDr. Joni Gilmar Consoli OAB/ SC 32.037\nRua dos Ca\u00e7adores, 102 - Laranjeiras - Rio do Sul/SC \u2013 CEP: 89160-000. Fone: (47) 3521-0881 / (47) 9988-0122 / e-mail: drjoni@advocaciaconsoli.com.br\n\n\f", "similar_texts_federais_bgem3": [ { "header": "Texto Similar 1 (C\u00edvel) - IdDocumentoCompleto: 5002325-27.2014.4.04.7208-721393612611577800240000000001", "text": "Ana Elisa Mamfrim Farias\nOAB/SC 19.343\nEXCELENT\u00cdSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA VARA FEDERAL DE ITAJA\u00cd - SC\nOSNI HARDIT, brasileiro, solteiro, portador da C\u00e9dula de Identidade n\u00ba 3.274.681, inscrito no CPF sob o n\u00ba 840.843.679-15, residente e domiciliado na Rua Fabio Jos\u00e9 da Silva, n\u00ba 372, Bairro Nossa Senhora das Gra\u00e7as, Navegantes/SC atrav\u00e9s de seu procurador eletronicamente assinada (constitu\u00eddo conforme instrumento procurat\u00f3rio em anexo), vem respeitosamente \u00e0 presen\u00e7a de Vossa Excel\u00eancia, ajuizar\nA\u00c7\u00c3O ORDIN\u00c1RIA COM PEDIDO LIMINAR\nEm face de CAIXA ECON\u00d4MICA FEDERAL, institui\u00e7\u00e3o financeira sob a forma de empresa p\u00fablica, vinculada ao Minist\u00e9rio da Fazenda, com CNPJ n\u00ba 00.360.305/0001-04, pelos motivos de fato e raz\u00f5es de direito que passa a expor.\nI \u2013 S\u00cdNTESE F\u00c1TICA\nSucintamente, a parte autora busca o provimento jurisdicional para ver corrigida uma grave injusti\u00e7a que vem sendo imposta a todos os trabalhadores brasileiros que possuem Fundo de Garantia por Tempo de Servi\u00e7o. ______________________________________________________________________ Escrit\u00f3rio: Avenida Conselheiro Jo\u00e3o Gaya, 444 Centro \u2013 Navegantes \u2013 SC \u2013 CEP 88375-000 Telefone: (47) 33425347/ 96023874 anaelisa.advogada@hotmail.com\n\n\fAna Elisa Mamfrim Farias\nOAB/SC 19.343\nO FGTS, fruto originariamente da lei n\u00b0 5107/66 e a tualmente regulamentado pela lei 8036/90, serve de modo primordial como uma \u201cseguran\u00e7a\u201d ao trabalhador demitido sem justa causa; de modo secund\u00e1rio, pode complementar sua renda para aquisi\u00e7\u00e3o de seleta lista de bens e servi\u00e7os, como faz exemplo o financiamento para compra da casa pr\u00f3pria.\nA Caixa Econ\u00f4mica Federal, por sua vez, ingressa na demanda em virtude de ser definido por leia como \u201cagente operador\u201d do Fundo, sendo a respons\u00e1vel direta para responder tanto ativa quanto passivamente em lit\u00edgios que versem sobre FGTS, conforme j\u00e1 pacificado entendimento jurisprudencial.\nEstabelecido o apertado acervo de dados que comp\u00f5e o pano de fundo desta demanda, passamos \u00e0 an\u00e1lise do efetivo ponto controvertido. O requerimento por provimento jurisdicional manejado nos presentes autos encontra sua raz\u00e3o de ser basilar em virtude de uma contradi\u00e7\u00e3o f\u00e1tica ocorrida supervenientemente \u00e0 prola\u00e7\u00e3o da Lei do FGTS, em 1990.\nIsto porque, conforme se pode vislumbrar atrav\u00e9s de r\u00e1pida leitura dos artigos 2\u00ba e 13 da referida legisla\u00e7\u00e3o, ficou definido naquela \u00e9poca que os valores depositados na conta vinculada dos trabalhadores seriam atualizados monetariamente pelos mesmos \u00edndices aplicados \u00e0 caderneta de poupan\u00e7a e angariariam adicionalmente juros de 0,25% ao m\u00eas:\nArt. 2\u00ba O FGTS \u00e9 constitu\u00eddo pelos saldos das contas vinculadas a que se refere esta lei e outros recursos a ele incorporados, devendo ser aplicados com atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e juros, de modo a assegurar a cobertura de suas obriga\u00e7\u00f5es. Art. 13. Os dep\u00f3sitos efetuados nas contas vinculadas ser\u00e3o corrigidos monetariamente com base nos par\u00e2metros fixados\na Artigo 4\u00b0 da Lei n\u00b0 8036/90\n______________________________________________________________________ Escrit\u00f3rio: Avenida Conselheiro Jo\u00e3o Gaya, 444 Centro \u2013 Navegantes \u2013 SC \u2013 CEP 88375-000 Telefone: (47) 33425347/ 96023874 anaelisa.advogada@hotmail.com\n\n\fAna Elisa Mamfrim Farias\nOAB/SC 19.343\npara atualiza\u00e7\u00e3o dos saldos dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a e capitaliza\u00e7\u00e3o juros de (tr\u00eas) por cento ao ano.\nComo bem se sabe, a poupan\u00e7a era \u2013 e \u00e9 \u2013 atualizada monetariamente pela Taxa Referencial (TR), conforme menciona a Lei n\u00b0\n8177/91:\nArt. 12. Em cada per\u00edodo de rendimento, os dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a ser\u00e3o remunerados: I - como remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica, por taxa correspondente \u00e0 acumula\u00e7\u00e3o das TRD, no per\u00edodo transcorrido entre o dia do \u00faltimo cr\u00e9dito de rendimento, inclusive, e o dia do cr\u00e9dito de rendimento, exclusive; (...)\nA simbiose entre a atualiza\u00e7\u00e3o da poupan\u00e7a e dos saldos de FGTS \u00e9 confirmada pelo artigo 17 da mesma lei n\u00b08. 177/91, in verbis:\nArt. 17. A partir de fevereiro de 1991, os saldos das contas do Fundo de Garantia por Tempo de Servi\u00e7o (FGTS) passam a ser remunerados pela taxa aplic\u00e1vel \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a com data de anivers\u00e1rio no dia 1\u00b0, observada a periodicidade mensal para remunera\u00e7\u00e3o. Par\u00e1grafo \u00fanico. As taxas de juros previstas na legisla\u00e7\u00e3o em vigor do FGTS s\u00e3o mantidas e consideradas como adicionais \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o prevista neste artigo.\nInobstante, referido indexador \u00e9 calculado pelo Banco Central\ndo Brasil (e, diretamente, pelo Conselho Monet\u00e1rio Nacional) a partir de requisitos e especifica\u00e7\u00f5es constantes do artigo 1\u00b0 da mesma norma, como se\nv\u00ea a seguir:\nArt. 1\u00b0 O Banco Central do Brasil divulgar\u00e1 Taxa Re ferencial (TR), calculada a partir da remunera\u00e7\u00e3o mensal m\u00e9dia l\u00edquida de impostos, dos dep\u00f3sitos a prazo fixo captados nos bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos m\u00faltiplos com carteira comercial ou de investimentos, caixas econ\u00f4micas, ou dos t\u00edtulos p\u00fablicos federais, estaduais e municipais, de acordo com metodologia a ser aprovada pelo Conselho Monet\u00e1rio\n______________________________________________________________________ Escrit\u00f3rio: Avenida Conselheiro Jo\u00e3o Gaya, 444 Centro \u2013 Navegantes \u2013 SC \u2013 CEP 88375-000 Telefone: (47) 33425347/ 96023874 anaelisa.advogada@hotmail.com\n\n\fAna Elisa Mamfrim Farias\nOAB/SC 19.343\nNacional, no prazo de sessenta dias, e enviada ao conhecimento do Senado Federal. (...) \u00a7 2\u00b0 As institui\u00e7\u00f5es que venham a ser utilizadas co mo bancos de refer\u00eancia, dentre elas, necessariamente, as dez maiores do Pa\u00eds, classificadas pelo volume de dep\u00f3sitos a prazo fixo, est\u00e3o obrigadas a fornecer as informa\u00e7\u00f5es de que trata este artigo, segundo normas estabelecidas pelo Conselho Monet\u00e1rio Nacional, sujeitando-se a institui\u00e7\u00e3o e seus administradores, no caso de infra\u00e7\u00e3o \u00e0s referidas normas, \u00e0s penas estabelecidas no art. 44 da Lei n\u00b0 4.595, de 31 de dezembro de 1964. \u00a7 3\u00b0 Enquanto n\u00e3o aprovada a metodologia de c\u00e1lculo de que trata este artigo, o Banco Central do Brasil fixar\u00e1 a TR.\nComo mencionado alhures, o CMN, por ter o poder de fixar unilateralmente e a seu bel-prazer os detalhes acerca da metodologia de c\u00e1lculo aludida no caput do dispositivo acima transcrito, \u00e9 o respons\u00e1vel direto por escolher o percentual real da TR. Hodiernamente em vig\u00eancia temos a Resolu\u00e7\u00e3o n\u00ba 3354/06.\nCom tudo isso em mente, chegamos, finalmente, ao cerne da quest\u00e3o: a Lei do FGTS, quando previu a utiliza\u00e7\u00e3o da TR como indexador para a atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, encontrava no cen\u00e1rio nacional um \u00edndice que rivalizava com os demais, estando sempre pr\u00f3ximo, em percentuais, dos demais \u00edndices utilizados para corre\u00e7\u00e3o de valores. No entanto, conforme provas em anexo (notadamente o parecer do Departamento Intersindical de Estat\u00edstica e Estudos Socioecon\u00f4micos - DIEESE), torna-se vis\u00edvel que, a partir do ano de 1999, referido \u00edndice n\u00e3o mais se prestava \u00e0 finalidade que dele se esperava e, ao inv\u00e9s de corrigir monetariamente os dep\u00f3sitos, acabou causando a perda parcial dos mesmos perante a infla\u00e7\u00e3o acumulada em cada per\u00edodo.\nDesta maneira, h\u00e1 uma contradi\u00e7\u00e3o f\u00e1tica merecedora de aten\u00e7\u00e3o \u2013 e interven\u00e7\u00e3o \u2013 por parte deste eminente ju\u00edzo: a lei que incluiu a TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o do FGTS assim o fez em um per\u00edodo onde a Taxa\n______________________________________________________________________ Escrit\u00f3rio: Avenida Conselheiro Jo\u00e3o Gaya, 444 Centro \u2013 Navegantes \u2013 SC \u2013 CEP 88375-000 Telefone: (47) 33425347/ 96023874 anaelisa.advogada@hotmail.com\n\n\fAna Elisa Mamfrim Farias\nOAB/SC 19.343\nReferencial claramente cumpria seu papel \u2013 e assim o fez at\u00e9 1998, atualizando os saldos de FGTS em patamar superior \u00e0 infla\u00e7\u00e3o, assim como todos os outros \u00edndices semelhantes. Destarte, ao deixar de atualizar os dep\u00f3sitos do FGTS de maneira satisfat\u00f3ria a partir de 1999, referido \u00edndice n\u00e3o mais cumpria a finalidade para a qual a lei n\u00b08036 /90 o escolheu.\n\u00c9 poss\u00edvel finalizar o resumo dos fatos deixando consignada apenas uma indaga\u00e7\u00e3o ao Poder Judici\u00e1rio: qual \u00e9 o comando mais importante da Lei n\u00b0 8036/90, a necessidade de corrigir moneta riamente os saldos de FGTS ou a necessidade de utiliza\u00e7\u00e3o da TR? Conforme restar\u00e1 demonstrado a seguir, o entendimento segundo o qual a previs\u00e3o de atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u00e9 suficiente para permitir a substitui\u00e7\u00e3o do \u00edndice que, manipulado artificialmente segundo interesses do BACEN / CMN, n\u00e3o representa sequer a garantia de reposi\u00e7\u00e3o da infla\u00e7\u00e3o, \u00e9 o mais acertado.\nPor essa raz\u00e3o, vem \u00e0 presen\u00e7a de Vossa Excel\u00eancia requerer a substitui\u00e7\u00e3o da TR por outro \u00edndice, id\u00f4neo, na corre\u00e7\u00e3o do FGTS desde 1999.\nII \u2013 PRELIMINARMENTE \u2013 DISCUSS\u00c3O DO DIREITO \u2013 JUNTADA DE EXTRATOS E AN\u00c1LISE DO QUANTUM DESDE A INICIAL\nAntes de adentrarmos as quest\u00f5es de m\u00e9rito da demanda, imperioso se faz destacar, por extremamente oportuno, que a presente a\u00e7\u00e3o versa sobre a declara\u00e7\u00e3o de um direito a ser reconhecido ao postulante \u2013 qual seja, a de que os valores depositados em seu Fundo de Garantia sejam revisados, recalculados conforme \u00edndices que mantenham o poder de compra dos valores recolhidos no decorrer dos anos.\n______________________________________________________________________ Escrit\u00f3rio: Avenida Conselheiro Jo\u00e3o Gaya, 444 Centro \u2013 Navegantes \u2013 SC \u2013 CEP 88375-000 Telefone: (47) 33425347/ 96023874 anaelisa.advogada@hotmail.com\n\n\fAna Elisa Mamfrim Farias\nOAB/SC 19.343\nConforme j\u00e1 destacado, a a\u00e7\u00e3o se justifica, em apertada s\u00edntese, na medida em que o FGTS dos trabalhadores brasileiros vem sendo atualizado pelo \u00edndice \u201cTR\u201d, o qual n\u00e3o reflete minimamente a realidade financeira nacional e culmina, sem d\u00favidas, na defasagem dos recolhimentos em compara\u00e7\u00e3o a qualquer outro \u00edndice (como, por exemplo, o INPC).\nO que est\u00e1 em jogo, Excel\u00eancia, \u00e9 o reconhecimento ou n\u00e3o do direito que a parte autora sustenta possuir, no sentido de lhe ser deferido ou indeferido o pleito pela substitui\u00e7\u00e3o da TR por outro \u00edndice que, desde 1999, reflita equitativamente as varia\u00e7\u00f5es (a maior) da moeda nacional no decorrer de todo esse per\u00edodo. Conforme restar\u00e1 demonstrado a seguir, as diferen\u00e7as de um montante remunerado pela TR e de outro (de igual valor) remunerado pelo INPC poder\u00e1 superar os 80% nos \u00faltimos 14/15 anos.\nE, por \u00f3bvio, a discuss\u00e3o acerca do direito independe da juntada dos extratos para apura\u00e7\u00e3o do valor a ser corrigido em caso de provimento da a\u00e7\u00e3o: sendo o quantum apurado em R$ 100,00 ou R$ 20.000,00, o direito pleiteado \u00e9 o mesmo em qualquer caso.\nNo entanto, por mais que se entenda desnecess\u00e1rio, neste momento processual, diligenciar pela juntada dos extratos da conta vinculada ao FGTS da parte autora, esta, por cautela e para evitar que a liquida\u00e7\u00e3o de senten\u00e7a se arraste por mais tempo do que o estritamente necess\u00e1rio, opta por trazer aos autos, desde j\u00e1, todos os extratos e os demonstrativos correspondentes \u00e0 substitui\u00e7\u00e3o da TR por outros \u00edndices (suficientemente identificados nos pr\u00f3prios anexos), cujo valor final representa o montante que se requer com o provimento jurisdicional.\n______________________________________________________________________ Escrit\u00f3rio: Avenida Conselheiro Jo\u00e3o Gaya, 444 Centro \u2013 Navegantes \u2013 SC \u2013 CEP 88375-000 Telefone: (47) 33425347/ 96023874 anaelisa.advogada@hotmail.com\n\n\fAna Elisa Mamfrim Farias\nOAB/SC 19.343\nDestarte, requer sejam aceitos os extratos (retirados diretamente junto \u00e0 r\u00e9) e os c\u00e1lculos anexos, submetendo-os ao contradit\u00f3rio quando da instru\u00e7\u00e3o processual.\nIII \u2013 PRELIMINARMENTE \u2013 DO PREQUESTIONAMENTO\nAntes de adentrar no exame de m\u00e9rito, imperioso se mostra requerer expressamente a este douto ju\u00edzo que declare prequestionados todos os temas tratados nesta peti\u00e7\u00e3o, tanto em rela\u00e7\u00e3o a inconstitucionalidades materiais e formais quanto no que tange a ilegalidades normativas, como se ver\u00e1 detalhadamente nos pr\u00f3ximos itens desta exordial.\nIV \u2013 LEGITIMIDADE PASSIVA DA CAIXA\nConforme j\u00e1 dito, a Caixa Econ\u00f4mica Federal foi inclu\u00edda no polo passivo da demanda em raz\u00e3o de sua caracter\u00edstica de gestora do Fundo de Garantia. N\u00e3o h\u00e1 qualquer margem, destarte, para alega\u00e7\u00e3o de ilegitimidade passiva da institui\u00e7\u00e3o financeira demandada, haja vista que at\u00e9 mesmo a jurisprud\u00eancia do Superior Tribunal de Justi\u00e7a j\u00e1 demonstra estar assentada em um \u00fanico sentido:\nFGTS. CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA. IPC DE JANEIRO/89 (42,72%). LEGITIMIDADE PASSIVA \"AD CAUSAM\" EXCLUSIVA DA CEF. PRESCRI\u00c7\u00c3O. MAT\u00c9RIA N\u00c3O PREQUESTIONADA. I - A Se\u00e7\u00e3o de Direito P\u00fablico do STJ firmou orienta\u00e7\u00e3o de que apenas a CEF \u00e9 parte leg\u00edtima para figurar no p\u00f3lo passivo das a\u00e7\u00f5es em que se discute corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria das contas vinculadas ao FGTS (Incidente de Uniformiza\u00e7\u00e3o de Jurisprud\u00eancia no REsp n\u00ba 77.791/SC, relator para o ac\u00f3rd\u00e3o Ministro JOS\u00c9 DE JESUS FILHO, DJU de 30/06/97) (...) IV - Recurso conhecido, mas improvido. (STJ - REsp: 181718 SP 1998/0050554-7, Relator: Ministro ADHEMAR MACIEL, ______________________________________________________________________ Escrit\u00f3rio: Avenida Conselheiro Jo\u00e3o Gaya, 444 Centro \u2013 Navegantes \u2013 SC \u2013 CEP 88375-000 Telefone: (47) 33425347/ 96023874 anaelisa.advogada@hotmail.com\n\n\fAna Elisa Mamfrim Farias\nOAB/SC 19.343\nData de Julgamento: 30/09/1998, T2 - SEGUNDA TURMA, Data de Publica\u00e7\u00e3o: DJ 01.02.1999 p. 165)\nIsto posto, requer-se, preemptivamente, seja indeferida qualquer pleito de ilegitimidade passiva formulado pela requerida, tanto por for\u00e7a dos precedentes acima quanto em raz\u00e3o da prola\u00e7\u00e3o da S\u00famula n\u00b0249 do Superior Tribunal de Justi\u00e7aa.\nV \u2013 DA PRESCRI\u00c7\u00c3O\nTamb\u00e9m conforme j\u00e1 exposto, o que se requer nesta lide \u00e9 a substitui\u00e7\u00e3o da Taxa Referencial por outro \u00edndice id\u00f4neo (ou seja, n\u00e3o manipulado artificialmente segundo interesses econ\u00f4micos reprov\u00e1veis do BACEN / CMN) e faticamente representativo da varia\u00e7\u00e3o do poder econ\u00f4mico da moeda a cada per\u00edodo. Tal substitui\u00e7\u00e3o dever\u00e1 ser realizada desde 1999, j\u00e1 que, conforme farta prova anexa, foi a partir deste exerc\u00edcio que a TR foi arbitrariamente reduzida a ponto de sequer cobrir a infla\u00e7\u00e3o do per\u00edodo.\nEm car\u00e1ter preventivo (assim como o item IV acima), a parte autora deixa consignado, desde j\u00e1, que seu pedido jamais poder\u00e1 ser declarado fulminado pela prescri\u00e7\u00e3o, j\u00e1 que esta \u00e9 trinten\u00e1ria. Neste sentido:\nCONSTITUCIONAL - FGTS - NATUREZA INSTITUCIONAL LEGITIMIDADE PASSIVA EXCLUSIVA DA CEF INOCORR\u00caNCIA DE PRESCRI\u00c7\u00c3O - ILEGITIMIDADE AD CAUSAM DO BANCO DO BRASIL S/A - EXPURGOS INFLACION\u00c1RIOS - JUROS PROGRESSIVOS. (...) 3. Inocorr\u00eancia da prescri\u00e7\u00e3o, posto que a a\u00e7\u00e3o foi proposta dentro do prazo legal, a teor da S\u00famula 210 do STJ, que consagrou o prazo prescricional de 30 (trinta) anos. (...)\na A Caixa Econ\u00f4mica Federal tem legitimidade passiva para integrar processo em que se discute corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria do FGTS\n______________________________________________________________________ Escrit\u00f3rio: Avenida Conselheiro Jo\u00e3o Gaya, 444 Centro \u2013 Navegantes \u2013 SC \u2013 CEP 88375-000 Telefone: (47) 33425347/ 96023874 anaelisa.advogada@hotmail.com\n\n\fAna Elisa Mamfrim Farias\nOAB/SC 19.343\n7. Apela\u00e7\u00e3o dos Primeiros Apelantes a que se d\u00e1 parcial provimento e improvido o recurso da CEF. 8. Recurso Adesivo conhecido e provido. (TRF-2 - AC: 164984 98.02.09660-1, Relator: Desembargador Federal WANDERLEY DE ANDRADE MONTEIRO, Data de Julgamento: 03/10/2001, TERCEIRA TURMA, Data de Publica\u00e7\u00e3o: DJU - Data::14/08/2003 - P\u00e1gina::114)\nPor tais raz\u00f5es e em tendo transcorrido apenas 14 anos desde o per\u00edodo inicialmente requerido (1999), requer seja afastado qualquer argumento de prescri\u00e7\u00e3o do direito de a\u00e7\u00e3o.\nVI \u2013 DO M\u00c9RITO\nPor meio da Lei n\u00ba 4.380, de 21 de agosto de 1964, foi institu\u00edda a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria para os dep\u00f3sitos de Poupan\u00e7a \u2013 os quais j\u00e1 eram remunerados a 6% ao ano por juros (por for\u00e7a do Decreto Imperial n\u00ba 2.723, de 12 de janeiro de 1861). Sendo assim, evidente resta que se tratam de dois institutos completamente diferentes, de modo que um investimento remunerado a juros n\u00e3o est\u00e1, necessariamente, sendo atualizado monetariamente: este \u00faltimo depende de um \u00edndice pr\u00f3prio.\nNesse diapas\u00e3o, enquanto os juros s\u00e3o conceituados como a remunera\u00e7\u00e3o do capital (dinheiro) emprestado durante um determinado per\u00edodo, a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria se presta \u00e0 recupera\u00e7\u00e3o do poder de compra do valor emprestado, podendo ser conceituada como um ajuste per\u00edodo de valores tendo por base o valor da infla\u00e7\u00e3o de um per\u00edodo, objetivando compensar a perda de valor da moeda no mercado.\nComo \u00e9 cedi\u00e7o, durante a hist\u00f3ria recente e tamb\u00e9m na atualidade, muitos s\u00e3o os \u00edndices que se prop\u00f5e a efetuar a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria de valores, cada qual com sua pr\u00f3pria sistem\u00e1tica. No entanto, a Taxa\n______________________________________________________________________ Escrit\u00f3rio: Avenida Conselheiro Jo\u00e3o Gaya, 444 Centro \u2013 Navegantes \u2013 SC \u2013 CEP 88375-000 Telefone: (47) 33425347/ 96023874 anaelisa.advogada@hotmail.com\n\n\fAna Elisa Mamfrim Farias\nOAB/SC 19.343\nReferencial, por ser diretamente fixada pelo Conselho Monet\u00e1rio Nacional,\nparece ser o \u00fanico indexador que, desde 1999, sequer cobre as perdas com a\ninfla\u00e7\u00e3o. Por esta raz\u00e3o, o STF, no julgamento da ADI n\u00b0 493-0/DF, definiu\nque a TR n\u00e3o pode ser considerada um \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria:\nA Taxa Referencial (TR) n\u00e3o \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, pois, refletindo as varia\u00e7\u00f5es do custo prim\u00e1rio da capta\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos a prazo fixo, n\u00e3o constitui \u00edndice que reflita a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda.\nNesta A\u00e7\u00e3o Declarat\u00f3ria de Inconstitucionalidade, restou\ndefinido que a Taxa Referencial possui caracter\u00edsticas predominantes de taxa\nde juros e n\u00e3o de indexador de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. Por isso, foi efetivamente\ndeclarado inconstitucional o artigo 18 da Lei n\u00ba 8.177/91, cujo texto original\nestabelecia que os saldos devedores e as presta\u00e7\u00f5es dos contratos integrantes\ndo Sistema Financeiro Habitacional passariam a ser corrigidos pela TR. Veja-\nse:\nA\u00e7\u00e3o direta de inconstitucionalidade.- (...) A taxa referencial (TR) n\u00e3o \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, pois, refletindo as varia\u00e7\u00f5es do custo prim\u00e1rio da capta\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos a prazo fixo, n\u00e3o constitui \u00edndice que reflita a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda. Por isso, n\u00e3o h\u00e1 necessidade de se examinar a quest\u00e3o de saber se as normas que alteram \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria se aplicam imediatamente, alcan\u00e7ando, pois, as presta\u00e7\u00f5es futuras de contratos celebrados no passado, sem violarem o disposto no artigo 5, XXXVI, da Carta Magna.- Tamb\u00e9m ofendem o ato jur\u00eddico perfeito os dispositivos impugnados que alteram o crit\u00e9rio de reajuste das presta\u00e7\u00f5es nos contratos j\u00e1 celebrados pelo sistema do Plano de Equival\u00eancia Salarial por Categoria Profissional (PES/CP). A\u00e7\u00e3o direta de inconstitucionalidade julgada procedente, para declarar a inconstitucionalidade dos artigos 18, \"caput\" e par\u00e1grafos 1 e 4; 20; 21 e par\u00e1grafo \u00fanico; 23 e par\u00e1grafos; e 24 e par\u00e1grafos, todos da Lei n. 8.177, de 1 de maio de 1991. (ADI 493, Relator (a): Min. Moreira Alves, Tribunal Pleno, julgado em 25/06/1992, DJ 04-\n______________________________________________________________________ Escrit\u00f3rio: Avenida Conselheiro Jo\u00e3o Gaya, 444 Centro \u2013 Navegantes \u2013 SC \u2013 CEP 88375-000 Telefone: (47) 33425347/ 96023874 anaelisa.advogada@hotmail.com\n\n\fAna Elisa Mamfrim Farias\nOAB/SC 19.343\n09-1992 PP-14089 EMENT VOL-01674-02 PP-00260 RTJ VOL-00143-03 PP-00724)\nAl\u00e9m do \u00f3rg\u00e3o m\u00e1ximo, tamb\u00e9m o pr\u00f3prio Superior Tribunal de Justi\u00e7a j\u00e1 exteriorizou em reiteradas oportunidades entendimento segundo o qual a utiliza\u00e7\u00e3o da Taxa Referencial deveria ser recha\u00e7ada, servindo como exemplo o seguinte julgado:\n\nSFH. PLANO DE EQUIVAL\u00caNCIA SALARIAL. REAJUSTE DAS PRESTA\u00c7\u00d5ES. ILEGITIMIDADE PASSIVA DA UNI\u00c3O. NULIDADE DO AC\u00d3RD\u00c3O. INOCORR\u00caNCIA. VANTAGENS PESSOAIS. INCLUS\u00c3O. CORRE\u00c7\u00c3O PELA TR. IMPOSSIBILIDADE. PRECEDENTES. (...) 4. Inaplic\u00e1vel a TR como fator de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria Entendimento consagrado nesta Corte na esteira de orienta\u00e7\u00e3o tra\u00e7ada pelo STF. 5. Recurso especial conhecido e parcialmente provido. (REsp 209.466/BA, Rel. Ministro FRANCISCO PE\u00c7ANHA MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 07/08/2001, DJ 17/06/2002, p. 231)\nMuito embora estes julgamentos j\u00e1 n\u00e3o mais reflitam a posi\u00e7\u00e3o\nmajorit\u00e1ria dos tribunais superiores, \u00e9 preciso deixar claro que o Direito, no seu\nvi\u00e9s extremamente din\u00e2mico, sempre carece de rean\u00e1lises quanto \u00e0s\npremissas j\u00e1 fixadas \u2013 refletindo a presente lide um apelo nesse sentido. A\nraz\u00e3o pela qual movemos a a\u00e7\u00e3o pode ser visualizada rapidamente no quadro\ncomparativo abaixo, donde constam os \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o adotados\nanualmente por diferentes indexadores:\n\nANO 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000\n\nTR 335,51% 1.156,22% 2.474,73% 951,19% 31,6207% 9,5551% 9,7849% 7,7938% 5,7295% 2,0962%\n\nINPC 475,11% 1.149,05% 2.489,11% 929,32% 21,98% 9,125%\n4,34% 2,49% 8,43% 5,27%\n\nIPCA 472,69% 1.119,09% 2,477,15% 916,43% 22,41%\n9,56% 5,22% 1,65% 8,94% 5,97%\n\n______________________________________________________________________ Escrit\u00f3rio: Avenida Conselheiro Jo\u00e3o Gaya, 444 Centro \u2013 Navegantes \u2013 SC \u2013 CEP 88375-000 Telefone: (47) 33425347/ 96023874 anaelisa.advogada@hotmail.com\n\n\f2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 (at\u00e9 setembro)\n\n2,2852% 2,8023% 4,6485% 1,8184% 2,8335% 2,0377% 1,4452% 1,6348% 0,7090% 0,6887% 1,2079% 0,2897%\n0,12%\n\nAna Elisa Mamfrim Farias\nOAB/SC 19.343\n\n9,44% 14,74% 10,38% 6,13% 5,05% 2,81% 5,15% 6,48% 4,11% 6,46% 6,07% 6,17% 3,61%\n\n7,67% 12,53% 9,30% 7,60% 5,69% 3,14% 4,46% 5,90% 4,31% 5,91% 6,50% 5,84% 3,79%\n\nAt\u00e9 1998, na pr\u00e1tica, a Taxa Referencial mostrava resultados semelhantes aos dos outros indexadores (pouco menos em alguns anos, compensando em outros com \u00edndices superiores), n\u00e3o acarretando preju\u00edzo aos trabalhadores com contas de FGTS. No entanto, desde 1999, o que se v\u00ea \u00e9 que o comando de garantir a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria n\u00e3o \u00e9 observado pelo Banco Central, que manipula a TR de modo a deix\u00e1-la propositalmente abaixo da infla\u00e7\u00e3o \u2013 j\u00e1 que, deste modo, ocorre capta\u00e7\u00e3o de dinheiro \u201cmais barato\u201d, \u00e0 custa do trabalhador.\n\nVeja-se, conforme tabela abaixo, que a TR n\u00e3o alcan\u00e7a a infla\u00e7\u00e3o desde 1999, restando evidente que referida taxa, de fato, n\u00e3o mais funciona como indexador de qualquer atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria id\u00f4nea:\n\nANO INFLA\u00c7\u00c3\n\nTR\n\nO\n\n1999\n\n8,94\n\n5,7295%\n\n2000\n\n5,97\n\n2,0962%\n\n______________________________________________________________________ Escrit\u00f3rio: Avenida Conselheiro Jo\u00e3o Gaya, 444 Centro \u2013 Navegantes \u2013 SC \u2013 CEP 88375-000 Telefone: (47) 33425347/ 96023874 anaelisa.advogada@hotmail.com\n\n\fAna Elisa Mamfrim Farias\nOAB/SC 19.343\n\n2001\n\n7,67\n\n2,2852%\n\n2002\n\n12,53\n\n2,8023%\n\n2003\n\n9,30\n\n4,6485%\n\n2004\n\n7,60\n\n1,8184%\n\n2005\n\n5,69\n\n2,8335%\n\n2006\n\n3,14\n\n2,0377%\n\n2007\n\n4,46\n\n1,4452%\n\n2008\n\n5,90\n\n1,6348%\n\n2009\n\n4,31\n\n0,7090%\n\n2010\n\n5,91\n\n0,6887%\n\n2011\n\n6,50\n\n1,2079%\n\n2012\n\n5,84\n\n0,2897%\n\nApesar de n\u00e3o termos as medi\u00e7\u00f5es oficiais finais de 2013,\n\nsabemos que a Taxa Referencial alcan\u00e7ar\u00e1, historicamente, a maior dist\u00e2ncia\n\n(discrep\u00e2ncia) em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 infla\u00e7\u00e3o do per\u00edodo.\n\nSendo assim, se mostra supervenientemente inconstitucional o artigo que determina a utiliza\u00e7\u00e3o da TR como fator de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, j\u00e1 que confere \u00e0 Taxa Referencial um dever para o qual a mesma n\u00e3o se presta desde 1999, sendo mais importante a previs\u00e3o de corre\u00e7\u00e3o do que a previs\u00e3o de utiliza\u00e7\u00e3o da TR \u2013 decorrendo da\u00ed a necessidade do Poder Judici\u00e1rio determinar sua modifica\u00e7\u00e3o no caso em concreto.\n\nComo se n\u00e3o bastasse o requerimento ser manejado com base\nem evidente prova documental apta a respaldar o pedido por um vi\u00e9s\n______________________________________________________________________ Escrit\u00f3rio: Avenida Conselheiro Jo\u00e3o Gaya, 444 Centro \u2013 Navegantes \u2013 SC \u2013 CEP 88375-000 Telefone: (47) 33425347/ 96023874 anaelisa.advogada@hotmail.com\n\n\fAna Elisa Mamfrim Farias\nOAB/SC 19.343\neminentemente positivista, pugnamos, igualmente, por quest\u00e3o de justi\u00e7a com a classe trabalhadora do pa\u00eds: como \u00e9 cedi\u00e7o, n\u00e3o \u00e9 dado ao empregado o poder de gerir, investir ou dispor de seu Fundo de Garantia, de modo que o dinheiro depositado na conta vinculada obrigatoriamente ficar\u00e1 preso mesmo que existam investimentos muito melhores a serem realizados. At\u00e9 mesmo a transfer\u00eancia do dinheiro da conta do FGTS para uma conta poupan\u00e7a (investimento mais seguro e menos rent\u00e1vel do mercado financeiro) traria enormes vantagens ao trabalhador.\nPor\u00e9m, o que ocorre \u00e9 que o governo capta os recursos do FGTS sem corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria (ou com uma corre\u00e7\u00e3o \u201crid\u00edcula\u201d pela TR) e os empresta \u2013 muitas vezes aos pr\u00f3prios trabalhadores \u2013 a juros elevados. Tratase claramente de hip\u00f3tese de locupletamento il\u00edcito institucionalizado.\nE \u00e9 exatamente para corrigir essa injusti\u00e7a que, se valendo principalmente dos comandos legais principiol\u00f3gicos a, dever\u00e1 este eminente ju\u00edzo determinar que a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria assegurada ao trabalhador com conta vinculada de FGTS, junto \u00e0 requerida, merece observ\u00e2ncia sobre a previs\u00e3o de utiliza\u00e7\u00e3o da extremamente defasada Taxa Referencial, o que acarretar\u00e1 na sua modifica\u00e7\u00e3o pelo INPCb, IPCAc ou outro \u00edndice que, na vis\u00e3o do Judici\u00e1rio, reflita idoneamente a atualiza\u00e7\u00e3o do poder econ\u00f4mico dos dep\u00f3sitos realizados desde 1999.\nVII \u2013 ANOTA\u00c7\u00d5ES FINAIS QUANTO AO M\u00c9RITO\nA Taxa Referencial, enquanto \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria assim considerada pela atual jurisprud\u00eancia p\u00e1tria, n\u00e3o pode ser reduzida a zero, como tem sido nos \u00faltimos meses, pois afronta flagrantemente o artigo 2\u00ba\na LICC, artigo 5\u00b0: Na aplica\u00e7\u00e3o da lei, o juiz atender\u00e1 aos fins sociais a que ela se dirige e \u00e0s exig\u00eancias do bem comum. b O qual se indica por j\u00e1 ser o \u00edndice respons\u00e1vel pela atualiza\u00e7\u00e3o do sal\u00e1rio m\u00ednimo, com arrimo na Lei n\u00b0 12.382/2011, em seu artigo 2\u00b0, \u00a71\u00b0. c O qual se indica por ser o indexador utilizado nas medi\u00e7\u00f5es de metas inflacion\u00e1rias pelo governo.\n______________________________________________________________________ Escrit\u00f3rio: Avenida Conselheiro Jo\u00e3o Gaya, 444 Centro \u2013 Navegantes \u2013 SC \u2013 CEP 88375-000 Telefone: (47) 33425347/ 96023874 anaelisa.advogada@hotmail.com\n\n\fAna Elisa Mamfrim Farias\nOAB/SC 19.343\nda Lei n\u00ba 8.036/90, que garante atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria aos dep\u00f3sitos feitos no FGTS.\nComo \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, a TR deveria garantir o poder aquisitivo dos dep\u00f3sitos do FGTS, que se perfaz levando em conta os \u00edndices de infla\u00e7\u00e3o. Desde janeiro de 1999, a TR se distanciou sensivelmente dos \u00edndices oficiais de infla\u00e7\u00e3o, impingindo profundas perdas aos dep\u00f3sitos do FGTS, tornando-se inid\u00f4nea para garantir a reposi\u00e7\u00e3o de perdas monet\u00e1rias.\nA inidoneidade da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria decorre de mudan\u00e7as introduzidas na sua metodologia de c\u00e1lculo pelo Banco Central do Brasil/CMN que, atrav\u00e9s do mecanismo econ\u00f4mico de um redutor, vem nitidamente manipulando o \u00edndice para que ele se desprenda da infla\u00e7\u00e3o at\u00e9 anul\u00e1-la completamente, a despeito de um quadro de infla\u00e7\u00e3o persistente no Pa\u00eds.\nA Caixa Econ\u00f4mica Federal est\u00e1 se prestando ao papel de espoliador do FGTS, na medida em que disp\u00f5e do patrim\u00f4nio do trabalhador sem a devida contrapresta\u00e7\u00e3o. A corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria aplicada ao FGTS tem sido h\u00e1 muito tempo menor que a infla\u00e7\u00e3o registrada, de forma que descumpre n\u00e3o s\u00f3 o artigo 2\u00ba da lei n\u00ba 8.036/90, artigo 233 do C\u00f3digo Civil, mas tamb\u00e9m toda a l\u00f3gica e princ\u00edpios do mercado econ\u00f4mico.\nQuem empresta tem direito a ser remunerado com juros e a totalidade da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. O trabalhador n\u00e3o pode ser obrigado a subsidiar ainda mais os projetos do Governo Federal. O \u201cainda mais\u201d decorre do fato de os juros de 3% do FGTS serem os menores do mercado, o qu\u00ea, por si s\u00f3, demonstra que ele j\u00e1 est\u00e1 fazendo sua parte sob a perspectiva social.\n______________________________________________________________________ Escrit\u00f3rio: Avenida Conselheiro Jo\u00e3o Gaya, 444 Centro \u2013 Navegantes \u2013 SC \u2013 CEP 88375-000 Telefone: (47) 33425347/ 96023874 anaelisa.advogada@hotmail.com\n\n\fAna Elisa Mamfrim Farias\nOAB/SC 19.343\nNegar o direito de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria aos dep\u00f3sitos do FGTS, Fundo do qual o trabalhador n\u00e3o pode simplesmente sacar seu dinheiro para aplicar em outro fundo mais rent\u00e1vel, configura ato de tirania, incompat\u00edvel com um Estado Democr\u00e1tico de Direito e deve ser de pronto recha\u00e7ado.\nSe o Governo Brasileiro remunerasse os investidores internacionais com TR mais 3% a.a, como faz com os trabalhadores, haveria um fuga em massa dos investimentos no Pa\u00eds. Nem mesmo os investidores nacionais manteriam seu capital no pa\u00eds.\nSendo a TR \u00edndice inid\u00f4neo para restabelecer o poder aquisitivo dos dep\u00f3sitos do FGTS, sua substitui\u00e7\u00e3o por outro \u00edndice que melhor recomponha as perdas monet\u00e1rias se torna imperioso, a fim de fazer prevalecer o artigo 2\u00ba da lei n\u00ba 8.036/90 e artigo 233 do C\u00f3digo Civil.\nPosto que desde janeiro de 1999 o redutor criado artificialmente pelo Banco Central/CMN promoveu o completo distanciamento da TR dos \u00edndices oficiais de infla\u00e7\u00e3o, temos que desde ent\u00e3o ela perdeu sua condi\u00e7\u00e3o de repor as perdas inflacion\u00e1rias dos dep\u00f3sitos do FGTS, devendo desde esta data ser substitu\u00edda pelo INPC, alternativamente, pelo IPCA.\nVIII \u2013 PRECEDENTE JURISPRUDENCIAL \u2013 DO RECONHECIMENTO, PELO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, DA IMPRESTABILIDADE DA TR COMO \u00cdNDICE DE CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA\nComo j\u00e1 exposto anteriormente, a Taxa Referencial n\u00e3o constitui \u2013 pelo menos a partir de 1999 \u2013 \u00edndice apto a corrigir monetariamente qualquer montante. Nesse sentido, manter a aplica\u00e7\u00e3o da TR \u00e9 o mesmo que julgar que o demandante n\u00e3o possui direito \u00e0 corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria.\n______________________________________________________________________ Escrit\u00f3rio: Avenida Conselheiro Jo\u00e3o Gaya, 444 Centro \u2013 Navegantes \u2013 SC \u2013 CEP 88375-000 Telefone: (47) 33425347/ 96023874 anaelisa.advogada@hotmail.com\n\n\fAna Elisa Mamfrim Farias\nOAB/SC 19.343\nComunga deste entendimento o Supremo Tribunal Federal que, em recente julgado, disp\u00f4s o seguinte:\n\nRECURSO\n\nEXTRAORDIN\u00c1RIO.\n\nCONSTITUCIONAL. \u00cdNDICE OFICIAL DE\n\nREMUNERA\u00c7\u00c3O B\u00c1SICA DA CADERNETA DE\n\nPOUPAN\u00c7A\u201d: INCONSTITUCIONALIDADE DA\n\nEXPRESS\u00c3O.\n\nAC\u00d3RD\u00c3O\n\nRECORRIDO\n\nDISSONANTE DA JURISPRUD\u00caNCIA DO\n\nSUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. \u00cdNDICE DE\n\nCORRE\u00c7\u00c3O\n\nMONET\u00c1RIA:\n\nOFENSA\n\nCONSTITUCIONAL INDIRETA. RECURSO\n\nPARCIALMENTE PROVIDO.\n\nRelat\u00f3rio\n\n1. Recurso extraordin\u00e1rio interposto com base na\n\nal\u00ednea a do inc. III do art. 102 da Constitui\u00e7\u00e3o da\n\nRep\u00fablica contra julgado do Tribunal Regional\n\nFederal da 4\u00aa Regi\u00e3o, que decidiu:\u201c\n\nAGRAVO DE INSTRUMENTO. PREVIDENCI\u00c1RIO.\n\nEXECU\u00c7\u00c3O. PRECAT\u00d3RIO/RPV COMPLR. EC N.\n\n62/2009. ART. 100, \u00a7 12, DA CF.\n\nCONSTITUCIONALIDADE. INCID\u00caNCIA IMEDIATA.\n\n1. O \u00a7 12 do artigo 100 da Constitui\u00e7\u00e3o Federal,\n\nintroduzido pela EC n. 62, de 09/11/2009 (publicada\n\nem 10/12/2009), tem aplica\u00e7\u00e3o imediata aos feitos\n\nde natureza previdenci\u00e1ria, sendo constitucional. 2.\n\nEntendimento firmado no sentido de que a TR\n\nmostra-se v\u00e1lida como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria.\n\n3. Nada impede o legislador constitucional ou\n\ninfraconstitucional de dispor sobre corre\u00e7\u00e3o\n\nmonet\u00e1ria e taxa de juros e, em se tratando de\n\nrela\u00e7\u00e3o de direito p\u00fablico, n\u00e3o h\u00e1 \u00f3bice a incid\u00eancia\n\nimediata da lei, desde que respeitado per\u00edodo\n\nanterior \u00e0 vig\u00eancia da nova norma (veda\u00e7\u00e3o \u00e0\n\nretroatividade), pois n\u00e3o existe direito adquirido a\n\nregime jur\u00eddico\u201d (fl. 68).\n\n2. O Agravante alega que o Tribunal a quo teria\n\ncontrariado os arts. 1\u00ba, inc. III, 5\u00ba, caput e incs. XXII,\n\nXXXVI, e 37, caput, da Constitui\u00e7\u00e3o da Rep\u00fablica.\n\nArgumenta que: \u201cA EC n. 62/2009, em seu art. 1\u00ba, \u00a7\n\n12, instituiu que \u2018\u201dA partir da promulga\u00e7\u00e3o desta\n\nEmenda Constitucional, a atualiza\u00e7\u00e3o de valores de\n\nrequisit\u00f3rios , ap\u00f3s sua expedi\u00e7\u00e3o, at\u00e9 o efetivo\n\n______________________________________________________________________ Escrit\u00f3rio: Avenida Conselheiro Jo\u00e3o Gaya, 444 Centro \u2013 Navegantes \u2013 SC \u2013 CEP 88375-000 Telefone: (47) 33425347/ 96023874 anaelisa.advogada@hotmail.com\n\n\fAna Elisa Mamfrim Farias\nOAB/SC 19.343\npagamento, independentemente de sua natureza, ser\u00e1 feita pelo \u00edndice oficial de remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica da caderneta de poupan\u00e7a, e, para fins de compensa\u00e7\u00e3o da mora, incidir\u00e3o juros simples no mesmo percentual de juros indecentes sobre a caderneta de poupan\u00e7a, ficando exclu\u00edda a incid\u00eancia de juros compensat\u00f3rios\u201d. Como se sabe, o \u00edndice de remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sico da poupan\u00e7a \u00e9 a Taxa Referencial (TR), \u00edndice controlado pelo Estado, e utilizado como instrumento de controle da economia, vide os sucessivos \u00edndices mensais zerados, a fim de controle de aporte de capital nas poupan\u00e7as. Tanto a TR n\u00e3o se presta como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, que o STF j\u00e1 decidiu nesse sentido:A taxa referencial (TR) n\u00e3o \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria (...) n\u00e3o constitui \u00edndice que reflita a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda\u2019 (ADI 493-0/DF, Relator Min. Moreira Alves, Plen\u00e1rio, DJ 4.9.1992). (...) Assim sendo, texto t\u00e3o danoso ao cidad\u00e3o n\u00e3o poder\u00e1 ser tolerado pelo Judici\u00e1rio, merecendo a declara\u00e7\u00e3o de inconstitucionalidade do \u00a7 12 do artigo 100 da Constitui\u00e7\u00e3o Federal, adicionado pela EC n. 62/2009. (...) Assim, declarada a inconstitucionalidade do \u00edndice aplicado ao precat\u00f3rio pago nos autos, deve ser tomado como vigente e aplicado ao caso concreto o \u00edndice IPCA-E\u201d (fls. 72-73). (...) 5. Pelo exposto, dou parcial provimento a este recurso extraordin\u00e1rio (art. 557, \u00a7 1\u00ba-A, do C\u00f3digo de Processo Civil e art. 21, \u00a7 2\u00ba, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal) para reafirmar a inconstitucionalidade da express\u00e3o \u201c\u00edndice oficial de remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica da caderneta de poupan\u00e7a\u201d, constante do \u00a7 12 do art. 100 da Constitui\u00e7\u00e3o da Rep\u00fablica e determinar que o Tribunal de origem julgue como de direito quanto \u00e0 aplica\u00e7\u00e3o de outro \u00edndice que n\u00e3o a taxa referencial (TR). Publique-se. Bras\u00edlia, 13 de junho de 2013.Ministra C\u00c1RMEN L\u00daCIA Relatora (STF - RE: 747706 SC , Relator: Min. C\u00c1RMEN L\u00daCIA, Data de Julgamento: 13/06/2013, Data de Publica\u00e7\u00e3o: DJe-124 DIVULG 27/06/2013 PUBLIC 28/06/2013)\n______________________________________________________________________ Escrit\u00f3rio: Avenida Conselheiro Jo\u00e3o Gaya, 444 Centro \u2013 Navegantes \u2013 SC \u2013 CEP 88375-000 Telefone: (47) 33425347/ 96023874 anaelisa.advogada@hotmail.com\n\n\fAna Elisa Mamfrim Farias\nOAB/SC 19.343\nNesse ponto, o STF apenas reconhece aquilo que \u00e9 \u00f3bvio a qualquer indiv\u00edduo de boa-f\u00e9: os trabalhadores s\u00e3o lesados mensalmente atrav\u00e9s da aplica\u00e7\u00e3o de um \u00edndice que, ao contr\u00e1rio do momento de sua fixa\u00e7\u00e3o (1991), n\u00e3o mais representa qualquer sombra de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria id\u00f4nea. Imposs\u00edvel presumir, portanto, que era do esp\u00edrito da lei que os trabalhadores obtivessem atualiza\u00e7\u00e3o irris\u00f3ria de seus dep\u00f3sitos de FGTS, motivo pelo qual, mais uma vez, reiteramos os pleitos iniciais.\nIX \u2013 DOS PEDIDOS\nAntes o exposto, a parte autora pleiteia a Vossa Excel\u00eancia que:\n1) Em an\u00e1lise de m\u00e9rito, determine \u00e0 Caixa Econ\u00f4mica Federal que, cumulativamente:\n1.1) Venha a pagar \u00e0 parte autora o montante correspondente ao valor corrigido pelo \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria deferido (INPC/IPCA/outro definido pelo Douto Ju\u00edzo) nos meses em que a TR foi zero, nas parcelas vencidas (conforme c\u00e1lculos anexos, que contemplam a revis\u00e3o pelos dois \u00edndices supracitados) e vincendas;\n1.2) Pagar \u00e0 parte autora o montante correspondente ao valor corrigido pelo \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria deferido (INPC/IPCA/outro definido pelo Douto Ju\u00edzo), desde Janeiro de 1999, nos meses em que a TR n\u00e3o foi zero, mas foi menor que a infla\u00e7\u00e3o do per\u00edodo (tudo conforme c\u00e1lculos em anexo) ou, alternativamente, pagar a favor da parte autora o montante correspondente \u00e0s diferen\u00e7as de FGTS em raz\u00e3o da aplica\u00e7\u00e3o do \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o definido, correspondentes \u00e0s perdas inflacion\u00e1rias do trabalhador nas contas do FGTS, no entender deste Ju\u00edzo, desde Janeiro de 1999, inclusive nos meses em que a TR foi zero.\n______________________________________________________________________ Escrit\u00f3rio: Avenida Conselheiro Jo\u00e3o Gaya, 444 Centro \u2013 Navegantes \u2013 SC \u2013 CEP 88375-000 Telefone: (47) 33425347/ 96023874 anaelisa.advogada@hotmail.com\n\n\fAna Elisa Mamfrim Farias\nOAB/SC 19.343 2) A declara\u00e7\u00e3o de inconstitucionalidade superveniente da parte do artigo 13 da Lei n\u00b0 8036/90, a qual determ ina a utiliza\u00e7\u00e3o da Taxa Referencial como indexador de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria para os dep\u00f3sitos realizados na conta vinculada ao FGTS. 3) Que se ordene a cita\u00e7\u00e3o da requerida, para querendo contestar a presente a\u00e7\u00e3o, sob pena de revelia e efeitos da confiss\u00e3o; 4) A concess\u00e3o de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e juros legais sobre os valores devidos pela condena\u00e7\u00e3o de que tratam os itens acima; 5) A condena\u00e7\u00e3o da R\u00e9 ao pagamento das custas e honor\u00e1rios advocat\u00edcios na ordem de 20% sobre o valor da condena\u00e7\u00e3o; 6) A concess\u00e3o dos benef\u00edcios da justi\u00e7a gratuita \u00e0 parte autora, uma vez que pobre no sentido jur\u00eddico do termo, conforme declara\u00e7\u00e3o de hipossufici\u00eancia anexa.\nProtesta provar o alegado por todos os meios de prova admitidos em direito, principalmente prova documental. Adicionalmente, pede a declara\u00e7\u00e3o expressa de prequestionamento de todos os dispositivos direta e indiretamente mencionados nesta exordial, de maneira a possibilitar o protocolo de posteriores recursos.\nAtribui-se \u00e0 causa o valor de R$ 1.841,45 (um mil oitocentos e vinte e seis reais e quarenta e cinco centavos)\nNavegantes, 28 de Fevereiro de 2014\nANA ELISA MAMFRIM FARIAS OAB/ SC 19.343\n______________________________________________________________________ Escrit\u00f3rio: Avenida Conselheiro Jo\u00e3o Gaya, 444 Centro \u2013 Navegantes \u2013 SC \u2013 CEP 88375-000 Telefone: (47) 33425347/ 96023874 anaelisa.advogada@hotmail.com\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 2 (C\u00edvel) - IdDocumentoCompleto: 5003002-81.2014.4.04.7103-711408975477071541290000000034", "text": "EVERSON ANDRE BATISTA ALFARO / ADRIANA FERRARI PESSANO BASTOS Advogado OAB/RS -68.223 / Advogada OAB/RS 64.986\n____________________________________________________________________________________\nEXCELENT\u00cdSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA ........ VARA DA\nSUBSE\u00c7\u00c3O JUDICI\u00c1RIA DE URUGUAIANA- SE\u00c7\u00c3O JUDICI\u00c1RIA DO ESTADO DO\nRIO GRANDE DO SUL\n\nANDERSON LUCAS SILVA SANTANA, brasileiro, solteiro, trabalhador rural, portador do RG sob n. 3095170613 e inscrito no CPF sob n. 014.448.700-41, residente e domiciliado na Quadra 8, casa 11, Bairro Bethania, nesta cidade da Uruguaiana/RS, atrav\u00e9s de seus procuradores eletronicamente/infra assinados, (constitu\u00eddos conforme instrumento procurat\u00f3rio em anexo), vem respeitosamente \u00e0 presen\u00e7a de Vossa Excel\u00eancia, ajuizar\n\nA\u00c7\u00c3O ORDIN\u00c1RIA COM PEDIDO LIMINAR\n\nEm face de CAIXA ECON\u00d4MICA FEDERAL, CNPJ: 00.360.305/0526-86, podendo ser citada na Rua Bento Martins, n. 2926, CEP: 97501-636, Ag: 0526-6, Bairro Centro de Uruguaiana/RS, pelos motivos de fato e raz\u00f5es de direito que passa a expor.\n\nI \u2013 S\u00cdNTESE F\u00c1TICA\n\nSucintamente, a parte autora busca o provimento jurisdicional para ver corrigida uma grave injusti\u00e7a que vem sendo imposta a todos os trabalhadores brasileiros que possuem Fundo de Garantia por Tempo de Servi\u00e7o.\n\nO FGTS, fruto originariamente da lei n\u00b0 5107/66 e atualmente\n\nregulamentado pela lei 8036/90, serve de modo primordial como uma \u201cseguran\u00e7a\u201d ao\n\nALFARO ADVOGADOS - FONE: 2102-9614 /3411-2727/ 3412-1040 RUA: J\u00daLIO DE CASTILHOS, n. 2835, SALA 201 \u2013 ED FIRENZE\nURUGUAIANA/RS \u2013 CEP: 97510-250 - MSN: batisalfaro@hotmail.com\n\nP\u00e1gina 1\n\n\fEVERSON ANDRE BATISTA ALFARO / ADRIANA FERRARI PESSANO BASTOS Advogado OAB/RS -68.223 / Advogada OAB/RS 64.986\n____________________________________________________________________________________\ntrabalhador demitido sem justa causa; de modo secund\u00e1rio, pode complementar sua\nrenda para aquisi\u00e7\u00e3o de seleta lista de bens e servi\u00e7os, como faz exemplo o\nfinanciamento para compra da casa pr\u00f3pria.\n\nA Caixa Econ\u00f4mica Federal, por sua vez, ingressa na demanda em virtude de ser definido por lei como \u201cagente operador\u201d do Fundo, sendo a respons\u00e1vel direta para responder tanto ativa quanto passivamente em lit\u00edgios que versem sobre FGTS, conforme j\u00e1 pacificado entendimento jurisprudencial.\n\nEstabelecido o apertado acervo de dados que comp\u00f5e o pano de fundo desta demanda, passamos \u00e0 an\u00e1lise do efetivo ponto controvertido. O requerimento por provimento jurisdicional manejado nos presentes autos encontra sua raz\u00e3o de ser basilar em virtude de uma contradi\u00e7\u00e3o f\u00e1tica ocorrida supervenientemente \u00e0 prola\u00e7\u00e3o da Lei do FGTS, em 1990.\n\nIsto porque, conforme pode-se vislumbrar atrav\u00e9s de r\u00e1pida leitura dos artigos 2\u00ba e 13 da referida legisla\u00e7\u00e3o, ficou definido naquela \u00e9poca que os valores depositados na conta vinculada dos trabalhadores seriam atualizados monetariamente pelos mesmos \u00edndices aplicados \u00e0 caderneta de poupan\u00e7a e angariariam adicionalmente juros de 0,25% ao m\u00eas:\n\nArt. 2\u00ba O FGTS \u00e9 constitu\u00eddo pelos saldos das contas vinculadas a que se refere esta lei e outros recursos a ele incorporados, devendo ser aplicados com atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e juros, de modo a assegurar a cobertura de suas obriga\u00e7\u00f5es.\nArt. 13. Os dep\u00f3sitos efetuados nas contas vinculadas ser\u00e3o corrigidos monetariamente com base nos par\u00e2metros fixados para atualiza\u00e7\u00e3o dos saldos dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a e capitaliza\u00e7\u00e3o juros de (tr\u00eas) por cento ao ano.\n\nComo bem se sabe, a poupan\u00e7a era \u2013 e \u00e9 \u2013 atualizada monetariamente pela Taxa Referencial (TR), conforme menciona a Lei n\u00b0 8177/91:\n\nArt. 12. Em cada per\u00edodo de rendimento, os dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a ser\u00e3o\n\nremunerados:\n\nI - como remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica, por taxa correspondente \u00e0 acumula\u00e7\u00e3o das\n\nTRD, no per\u00edodo transcorrido entre o dia do \u00faltimo cr\u00e9dito de rendimento, inclusive, e o\n\ndia do cr\u00e9dito de rendimento, exclusive;\n\nALFARO ADVOGADOS - FONE: 2102-9614 /3411-2727/ 3412-1040 RUA: J\u00daLIO DE CASTILHOS, n. 2835, SALA 201 \u2013 ED FIRENZE\nURUGUAIANA/RS \u2013 CEP: 97510-250 - MSN: batisalfaro@hotmail.com\n\nP\u00e1gina 2\n\n\fEVERSON ANDRE BATISTA ALFARO / ADRIANA FERRARI PESSANO BASTOS Advogado OAB/RS -68.223 / Advogada OAB/RS 64.986\n____________________________________________________________________________________\n(...)\n\nA simbiose entre a atualiza\u00e7\u00e3o da poupan\u00e7a e dos saldos de FGTS \u00e9 confirmada pelo artigo 17 da mesma lei n\u00b0 8.177/91, in verbis:\n\nArt. 17. A partir de fevereiro de 1991, os saldos das contas do Fundo de Garantia por Tempo de Servi\u00e7o (FGTS) passam a ser remunerados pela taxa aplic\u00e1vel \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a com data de anivers\u00e1rio no dia 1\u00b0, observada a periodicidade mensal para remunera\u00e7\u00e3o.\nPar\u00e1grafo \u00fanico. As taxas de juros previstas na legisla\u00e7\u00e3o em vigor do FGTS s\u00e3o mantidas e consideradas como adicionais \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o prevista neste artigo.\n\nInobstante, referido indexador \u00e9 calculado pelo Banco Central do Brasil (e, diretamente, pelo Conselho Monet\u00e1rio Nacional) a partir de requisitos e especifica\u00e7\u00f5es constantes do artigo 1\u00b0 da mesma norma, como se v\u00ea a seguir:\n\nArt. 1\u00b0 O Banco Central do Brasil divulgar\u00e1 Taxa Referencial (TR), calculada a partir da remunera\u00e7\u00e3o mensal m\u00e9dia l\u00edquida de impostos, dos dep\u00f3sitos a prazo fixo captados nos bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos m\u00faltiplos com carteira comercial ou de investimentos, caixas econ\u00f4micas, ou dos t\u00edtulos p\u00fablicos federais, estaduais e municipais, de acordo com metodologia a ser aprovada pelo Conselho Monet\u00e1rio Nacional, no prazo de sessenta dias, e enviada ao conhecimento do Senado Federal.\n(...) \u00a7 2\u00b0 As institui\u00e7\u00f5es que venham a ser utilizadas como bancos de refer\u00eancia, dentre elas, necessariamente, as dez maiores do Pa\u00eds, classificadas pelo volume de dep\u00f3sitos a prazo fixo, est\u00e3o obrigadas a fornecer as informa\u00e7\u00f5es de que trata este artigo, segundo normas estabelecidas pelo Conselho Monet\u00e1rio Nacional, sujeitando-se a institui\u00e7\u00e3o e seus administradores, no caso de infra\u00e7\u00e3o \u00e0s referidas normas, \u00e0s penas estabelecidas no art. 44 da Lei n\u00b0 4.595, de 31 de dezembro de 1964. \u00a7 3\u00b0 Enquanto n\u00e3o aprovada a metodologia de c\u00e1lculo de que trata este artigo, o Banco Central do Brasil fixar\u00e1 a TR.\n\nComo mencionado alhures, o CMN, por ter o poder de fixar\n\nunilateralmente e a seu bel-prazer os detalhes acerca da metodologia de c\u00e1lculo aludida\n\nALFARO ADVOGADOS - FONE: 2102-9614 /3411-2727/ 3412-1040 RUA: J\u00daLIO DE CASTILHOS, n. 2835, SALA 201 \u2013 ED FIRENZE\nURUGUAIANA/RS \u2013 CEP: 97510-250 - MSN: batisalfaro@hotmail.com\n\nP\u00e1gina 3\n\n\fEVERSON ANDRE BATISTA ALFARO / ADRIANA FERRARI PESSANO BASTOS Advogado OAB/RS -68.223 / Advogada OAB/RS 64.986\n____________________________________________________________________________________\nno caput do dispositivo acima transcrito, \u00e9 o respons\u00e1vel direto por escolher o percentual real da TR. Hodiernamente em vig\u00eancia temos a Resolu\u00e7\u00e3o n\u00ba 3354/06.\nCom tudo isso em mente, chegamos, finalmente, ao cerne da quest\u00e3o: a Lei do FGTS, quando previu a utiliza\u00e7\u00e3o da TR como indexador para a atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, encontrava no cen\u00e1rio nacional um \u00edndice que rivalizava com os demais, estando sempre pr\u00f3ximo, em percentuais, dos demais \u00edndices utilizados para corre\u00e7\u00e3o de valores. No entanto, conforme provas em anexo (notadamente o parecer do Departamento Intersindical de Estat\u00edstica e Estudos Socioecon\u00f4micos - DIEESE), tornase vis\u00edvel que, a partir do ano de 1999, referido \u00edndice n\u00e3o mais se prestava \u00e0 finalidade que dele se esperava e, ao inv\u00e9s de corrigir monetariamente os dep\u00f3sitos, acabou causando a perda parcial dos mesmos perante a infla\u00e7\u00e3o acumulada em cada per\u00edodo.\nDesta maneira, h\u00e1 uma contradi\u00e7\u00e3o f\u00e1tica merecedora de aten\u00e7\u00e3o \u2013 e interven\u00e7\u00e3o \u2013 por parte deste eminente ju\u00edzo: a lei que incluiu a TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o do FGTS assim o fez em um per\u00edodo onde a Taxa Referencial claramente cumpria seu papel \u2013 e assim o fez at\u00e9 1998, atualizando os saldos de FGTS em patamar superior \u00e0 infla\u00e7\u00e3o, assim como todos os outros \u00edndices semelhantes. Destarte, ao deixar de atualizar os dep\u00f3sitos do FGTS de maneira satisfat\u00f3ria a partir de 1999, referido \u00edndice n\u00e3o mais cumpria a finalidade para a qual a lei n\u00b0 8036/90 o escolheu.\n\u00c9 poss\u00edvel finalizar o resumo dos fatos deixando consignada apenas uma indaga\u00e7\u00e3o ao Poder Judici\u00e1rio: qual \u00e9 o comando mais importante da Lei n\u00b0 8036/90, a necessidade de corrigir monetariamente os saldos de FGTS ou a necessidade de utiliza\u00e7\u00e3o da TR? Conforme restar\u00e1 demonstrado a seguir, o entendimento segundo o qual a previs\u00e3o de atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u00e9 suficiente para permitir a substitui\u00e7\u00e3o do \u00edndice que, manipulado artificialmente segundo interesses do BACEN / CMN, n\u00e3o representa sequer a garantia de reposi\u00e7\u00e3o da infla\u00e7\u00e3o, \u00e9 o mais acertado.\nPor essa raz\u00e3o, vem \u00e0 presen\u00e7a de Vossa Excel\u00eancia requerer a substitui\u00e7\u00e3o da TR por outro \u00edndice, id\u00f4neo, na corre\u00e7\u00e3o do FGTS desde 1999.\n\nII \u2013 PRELIMINARMENTE \u2013 DO PREQUESTIONAMENTO\n\nALFARO ADVOGADOS - FONE: 2102-9614 /3411-2727/ 3412-1040 RUA: J\u00daLIO DE CASTILHOS, n. 2835, SALA 201 \u2013 ED FIRENZE\nURUGUAIANA/RS \u2013 CEP: 97510-250 - MSN: batisalfaro@hotmail.com\n\nP\u00e1gina 4\n\n\fEVERSON ANDRE BATISTA ALFARO / ADRIANA FERRARI PESSANO BASTOS Advogado OAB/RS -68.223 / Advogada OAB/RS 64.986\n____________________________________________________________________________________\nAntes de adentrar no exame de m\u00e9rito, imperioso se mostra requerer\nexpressamente a este douto ju\u00edzo que declare prequestionados todos os temas tratados\nnesta peti\u00e7\u00e3o, tanto em rela\u00e7\u00e3o a inconstitucionalidades materiais e formais quanto no\nque tange a ilegalidades normativas, como se ver\u00e1 detalhadamente nos pr\u00f3ximos itens\ndesta exordial.\n\nIII \u2013 LEGITIMIDADE PASSIVA DA CAIXA\n\nConforme j\u00e1 dito, a Caixa Econ\u00f4mica Federal foi inclu\u00edda no polo passivo da demanda em raz\u00e3o de sua caracter\u00edstica de gestora do Fundo de Garantia. N\u00e3o h\u00e1 qualquer margem, destarte, para alega\u00e7\u00e3o de ilegitimidade passiva da institui\u00e7\u00e3o financeira demandada, haja vista que at\u00e9 mesmo a jurisprud\u00eancia do Superior Tribunal de Justi\u00e7a j\u00e1 demonstra estar assentada em um \u00fanico sentido:\n\nFGTS. CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA. IPC DE JANEIRO/89 (42,72%). LEGITIMIDADE PASSIVA \"AD CAUSAM\" EXCLUSIVA DA CEF. PRESCRI\u00c7\u00c3O. MAT\u00c9RIA N\u00c3O PREQUESTIONADA.\nI - A Se\u00e7\u00e3o de Direito P\u00fablico do STJ firmou orienta\u00e7\u00e3o de que apenas a CEF \u00e9 parte leg\u00edtima para figurar no p\u00f3lo passivo das a\u00e7\u00f5es em que se discute corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria das contas vinculadas ao FGTS (Incidente de Uniformiza\u00e7\u00e3o de Jurisprud\u00eancia no REsp n\u00ba 77.791/SC, relator para o ac\u00f3rd\u00e3o Ministro JOS\u00c9 DE JESUS FILHO, DJU de 30/06/97)\n(...) IV - Recurso conhecido, mas improvido. (STJ - REsp: 181718 SP 1998/0050554-7, Relator: Ministro ADHEMAR MACIEL, Data de Julgamento: 30/09/1998, T2 - SEGUNDA TURMA, Data de Publica\u00e7\u00e3o: DJ 01.02.1999 p. 165)\n\nIsto posto, requer-se, preemptivamente, seja indeferida qualquer pleito de ilegitimidade passiva formulado pela requerida, tanto por for\u00e7a dos precedentes acima quanto em raz\u00e3o da prola\u00e7\u00e3o da S\u00famula n\u00b0 249 do Superior Tribunal de Justi\u00e7a .\n\nIV \u2013 DA PRESCRI\u00c7\u00c3O\n\nTamb\u00e9m conforme j\u00e1 exposto, o que se requer nesta lide \u00e9 a substitui\u00e7\u00e3o\n\nda Taxa Referencial por outro \u00edndice id\u00f4neo (ou seja, n\u00e3o manipulado artificialmente\n\nsegundo interesses econ\u00f4micos reprov\u00e1veis do BACEN / CMN) e faticamente\n\nALFARO ADVOGADOS - FONE: 2102-9614 /3411-2727/ 3412-1040 RUA: J\u00daLIO DE CASTILHOS, n. 2835, SALA 201 \u2013 ED FIRENZE\nURUGUAIANA/RS \u2013 CEP: 97510-250 - MSN: batisalfaro@hotmail.com\n\nP\u00e1gina 5\n\n\fEVERSON ANDRE BATISTA ALFARO / ADRIANA FERRARI PESSANO BASTOS Advogado OAB/RS -68.223 / Advogada OAB/RS 64.986\n____________________________________________________________________________________\nrepresentativo da varia\u00e7\u00e3o do poder econ\u00f4mico da moeda a cada per\u00edodo. Tal\nsubstitui\u00e7\u00e3o dever\u00e1 ser realizada desde 1999, j\u00e1 que, conforme farta prova anexa, foi a\npartir deste exerc\u00edcio que a TR foi arbitrariamente reduzida a ponto de sequer cobrir a\ninfla\u00e7\u00e3o do per\u00edodo.\n\nEm car\u00e1ter preventivo (assim como o item IV acima), a parte autora deixa consignado, desde j\u00e1, que seu pedido jamais poder\u00e1 ser declarado fulminado pela prescri\u00e7\u00e3o, j\u00e1 que esta \u00e9 trinten\u00e1ria. Neste sentido:\n\nCONSTITUCIONAL - FGTS - NATUREZA INSTITUCIONAL - LEGITIMIDADE PASSIVA EXCLUSIVA DA CEF - INOCORR\u00caNCIA DE PRESCRI\u00c7\u00c3O - ILEGITIMIDADE AD CAUSAM DO BANCO DO BRASIL S/A - EXPURGOS INFLACION\u00c1RIOS - JUROS PROGRESSIVOS.\n(...) 3. Inocorr\u00eancia da prescri\u00e7\u00e3o, posto que a a\u00e7\u00e3o foi proposta dentro do prazo legal, a teor da S\u00famula 210 do STJ, que consagrou o prazo prescricional de 30 (trinta) anos. (...) 7. Apela\u00e7\u00e3o dos Primeiros Apelantes a que se d\u00e1 parcial provimento e improvido o recurso da CEF. 8. Recurso Adesivo conhecido e provido. (TRF-2 - AC: 164984 98.02.09660-1, Relator: Desembargador Federal WANDERLEY DE ANDRADE MONTEIRO, Data de Julgamento: 03/10/2001, TERCEIRA TURMA, Data de Publica\u00e7\u00e3o: DJU - Data::14/08/2003 - P\u00e1gina::114)\n\nPor tais raz\u00f5es e em tendo transcorrido apenas 14 anos desde o per\u00edodo inicialmente requerido (1999), requer seja afastado qualquer argumento de prescri\u00e7\u00e3o do direito de a\u00e7\u00e3o.\n\nV \u2013 DO M\u00c9RITO\n\nPor meio da Lei n\u00ba 4.380, de 21 de agosto de 1964, foi institu\u00edda a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria para os dep\u00f3sitos de Poupan\u00e7a \u2013 os quais j\u00e1 eram remunerados a 6% ao ano por juros (por for\u00e7a do Decreto Imperial n\u00ba 2.723, de 12 de janeiro de 1861). Sendo assim, evidente resta que se tratam de dois institutos completamente diferentes,\n\nALFARO ADVOGADOS - FONE: 2102-9614 /3411-2727/ 3412-1040 RUA: J\u00daLIO DE CASTILHOS, n. 2835, SALA 201 \u2013 ED FIRENZE\nURUGUAIANA/RS \u2013 CEP: 97510-250 - MSN: batisalfaro@hotmail.com\n\nP\u00e1gina 6\n\n\fEVERSON ANDRE BATISTA ALFARO / ADRIANA FERRARI PESSANO BASTOS Advogado OAB/RS -68.223 / Advogada OAB/RS 64.986\n____________________________________________________________________________________\nde modo que um investimento remunerado a juros n\u00e3o est\u00e1, necessariamente, sendo\natualizado monetariamente: este \u00faltimo depende de um \u00edndice pr\u00f3prio.\n\nNesse diapas\u00e3o, enquanto os juros s\u00e3o conceituados como a remunera\u00e7\u00e3o do capital (dinheiro) emprestado durante um determinado per\u00edodo, a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria se presta \u00e0 recupera\u00e7\u00e3o do poder de compra do valor emprestado, podendo ser conceituada como um ajuste per\u00edodo de valores tendo por base o valor da infla\u00e7\u00e3o de um per\u00edodo, objetivando compensar a perda de valor da moeda no mercado.\n\nComo \u00e9 cedi\u00e7o, durante a hist\u00f3ria recente e tamb\u00e9m na atualidade, muitos s\u00e3o os \u00edndices que se prop\u00f5e a efetuar a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria de valores, cada qual com sua pr\u00f3pria sistem\u00e1tica. No entanto, a Taxa Referencial, por ser diretamente fixada pelo Conselho Monet\u00e1rio Nacional, parece ser o \u00fanico indexador que, desde 1999, sequer cobre as perdas com a infla\u00e7\u00e3o. Por esta raz\u00e3o, o STF, no julgamento da ADI n\u00b0 4930/DF, definiu que a TR n\u00e3o pode ser considerada um \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria:\n\nA Taxa Referencial (TR) n\u00e3o \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, pois, refletindo as varia\u00e7\u00f5es do custo prim\u00e1rio da capta\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos a prazo fixo, n\u00e3o constitui \u00edndice que reflita a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda.\n\nNesta A\u00e7\u00e3o Declarat\u00f3ria de Inconstitucionalidade, restou definido que a Taxa Referencial possui caracter\u00edsticas predominantes de taxa de juros e n\u00e3o de indexador de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. Por isso, foi efetivamente declarado inconstitucional o artigo 18 da Lei n\u00ba 8.177/91, cujo texto original estabelecia que os saldos devedores e as presta\u00e7\u00f5es dos contratos integrantes do Sistema Financeiro Habitacional passariam a ser corrigidos pela TR. Veja-se:\n\nA\u00e7\u00e3o direta de inconstitucionalidade.- (...) A taxa referencial (TR) n\u00e3o \u00e9\n\n\u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, pois, refletindo as varia\u00e7\u00f5es do custo prim\u00e1rio da\n\ncapta\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos a prazo fixo, n\u00e3o constitui \u00edndice que reflita a varia\u00e7\u00e3o do poder\n\naquisitivo da moeda. Por isso, n\u00e3o h\u00e1 necessidade de se examinar a quest\u00e3o de saber se\n\nas normas que alteram \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria se aplicam imediatamente,\n\nalcan\u00e7ando, pois, as presta\u00e7\u00f5es futuras de contratos celebrados no passado, sem\n\nviolarem o disposto no artigo 5, XXXVI, da Carta Magna.- Tamb\u00e9m ofendem o ato\n\njur\u00eddico perfeito os dispositivos impugnados que alteram o crit\u00e9rio de reajuste das\n\npresta\u00e7\u00f5es nos contratos j\u00e1 celebrados pelo sistema do Plano de Equival\u00eancia Salarial\n\nALFARO ADVOGADOS - FONE: 2102-9614 /3411-2727/ 3412-1040 RUA: J\u00daLIO DE CASTILHOS, n. 2835, SALA 201 \u2013 ED FIRENZE\nURUGUAIANA/RS \u2013 CEP: 97510-250 - MSN: batisalfaro@hotmail.com\n\nP\u00e1gina 7\n\n\fEVERSON ANDRE BATISTA ALFARO / ADRIANA FERRARI PESSANO BASTOS Advogado OAB/RS -68.223 / Advogada OAB/RS 64.986\n____________________________________________________________________________________\npor Categoria Profissional (PES/CP). A\u00e7\u00e3o direta de inconstitucionalidade julgada\nprocedente, para declarar a inconstitucionalidade dos artigos 18, \"caput\" e par\u00e1grafos 1\ne 4; 20; 21 e par\u00e1grafo \u00fanico; 23 e par\u00e1grafos; e 24 e par\u00e1grafos, todos da Lei n. 8.177,\nde 1 de maio de 1991. (ADI 493, Relator (a): Min. Moreira Alves, Tribunal Pleno, julgado\nem 25/06/1992, DJ 04-09-1992 PP-14089 EMENT VOL-01674-02 PP-00260 RTJ VOL-\n00143-03 PP-00724)\n\nAl\u00e9m do \u00f3rg\u00e3o m\u00e1ximo, tamb\u00e9m o pr\u00f3prio Superior Tribunal de Justi\u00e7a j\u00e1 exteriorizou em reiteradas oportunidades entendimento segundo o qual a utiliza\u00e7\u00e3o da Taxa Referencial deveria ser recha\u00e7ada, servindo como exemplo o seguinte julgado:\n\nSFH. PLANO DE EQUIVAL\u00caNCIA SALARIAL. REAJUSTE DAS PRESTA\u00c7\u00d5ES. ILEGITIMIDADE PASSIVA DA UNI\u00c3O. NULIDADE DO AC\u00d3RD\u00c3O. INOCORR\u00caNCIA. VANTAGENS PESSOAIS. INCLUS\u00c3O. CORRE\u00c7\u00c3O PELA TR. IMPOSSIBILIDADE. PRECEDENTES.\n(...) 4. Inaplic\u00e1vel a TR como fator de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria Entendimento consagrado nesta Corte na esteira de orienta\u00e7\u00e3o tra\u00e7ada pelo STF. 5. Recurso especial conhecido e parcialmente provido. (REsp 209.466/BA, Rel. Ministro FRANCISCO PE\u00c7ANHA MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 07/08/2001, DJ 17/06/2002, p. 231)\n\nMuito embora estes julgamentos j\u00e1 n\u00e3o mais reflitam a posi\u00e7\u00e3o majorit\u00e1ria dos tribunais superiores, \u00e9 preciso deixar claro que o Direito, no seu vi\u00e9s extremamente din\u00e2mico, sempre carece de rean\u00e1lises quanto \u00e0s premissas j\u00e1 fixadas \u2013 refletindo a presente lide um apelo nesse sentido. A raz\u00e3o pela qual movemos a a\u00e7\u00e3o pode ser visualizada rapidamente no quadro comparativo abaixo, donde constam os \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o adotados anualmente por diferentes indexadores:\n\nANO TR INPC IPCA\n\n1991 335,51% 475,11% 472,69%\n\n1992 1.156,22% 1.149,05% 1.119,09%\n\n1993 2.474,73% 2.489,11% 2,477,15%\n\n1994 951,19% 929,32% 916,43%\n\n1995 31,6207% 21,98%\n\n22,41%\n\n1996 9,5551% 9,125%\n\n9,56%\n\nALFARO ADVOGADOS - FONE: 2102-9614 /3411-2727/ 3412-1040 RUA: J\u00daLIO DE CASTILHOS, n. 2835, SALA 201 \u2013 ED FIRENZE\nURUGUAIANA/RS \u2013 CEP: 97510-250 - MSN: batisalfaro@hotmail.com\n\nP\u00e1gina 8\n\n\fEVERSON ANDRE BATISTA ALFARO / ADRIANA FERRARI PESSANO BASTOS Advogado OAB/RS -68.223 / Advogada OAB/RS 64.986\n____________________________________________________________________________________\n1997 9,7849% 4,34% 5,22%\n\n1998 7,7938% 2,49% 1,65%\n\n1999 5,7295% 8,43% 8,94%\n\n2000 2,0962% 5,27% 5,97%\n\n2001 2,2852% 9,44% 7,67%\n\n2002 2,8023% 14,74%\n\n12,53%\n\n2003 4,6485% 10,38%\n\n9,30%\n\n2004 1,8184% 6,13% 7,60%\n\n2005 2,8335% 5,05% 5,69%\n\n2006 2,0377% 2,81% 3,14%\n\n2007 1,4452% 5,15% 4,46%\n\n2008 1,6348% 6,48% 5,90%\n\n2009 0,7090% 4,11% 4,31%\n\n2010 0,6887% 6,46% 5,91%\n\n2011 1,2079% 6,07% 6,50%\n\n2012 0,2897% 6,17% 5,84%\n\n2013 (at\u00e9 setembro)\n\n0,12% 3,61% 3,79%\n\nAt\u00e9 1998, na pr\u00e1tica, a Taxa Referencial mostrava resultados semelhantes aos dos outros indexadores (pouco menos em alguns anos, compensando em outros com \u00edndices superiores), n\u00e3o acarretando preju\u00edzo aos trabalhadores com contas de FGTS. No entanto, desde 1999, o que se v\u00ea \u00e9 que o comando de garantir a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria n\u00e3o \u00e9 observado pelo Banco Central, que manipula a TR de modo a deix\u00e1-la propositalmente abaixo da infla\u00e7\u00e3o \u2013 j\u00e1 que, deste modo, ocorre capta\u00e7\u00e3o de dinheiro \u201cmais barato\u201d, \u00e0 custa do trabalhador.\n\nVeja-se, conforme tabela abaixo, que a TR n\u00e3o alcan\u00e7a a infla\u00e7\u00e3o desde 1999, restando evidente que referida taxa, de fato, n\u00e3o mais funciona como indexador de qualquer atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria id\u00f4nea:\n\nANO INFLA\u00c7\u00c3O TR\n\n1999\n8,94\n5,7295%\n2000 5,97 2,0962%\nALFARO ADVOGADOS - FONE: 2102-9614 /3411-2727/ 3412-1040 RUA: J\u00daLIO DE CASTILHOS, n. 2835, SALA 201 \u2013 ED FIRENZE\nURUGUAIANA/RS \u2013 CEP: 97510-250 - MSN: batisalfaro@hotmail.com\n\nP\u00e1gina 9\n\n\fEVERSON ANDRE BATISTA ALFARO / ADRIANA FERRARI PESSANO BASTOS Advogado OAB/RS -68.223 / Advogada OAB/RS 64.986\n____________________________________________________________________________________\n2001 7,67 2,2852%\n\n2002 12,53 2,8023%\n\n2003 9,30 4,6485%\n\n2004 7,60 1,8184%\n\n2005 5,69 2,8335%\n\n2006 3,14 2,0377%\n\n2007 4,46 1,4452%\n\n2008 5,90 1,6348%\n\n2009 4,31 0,7090%\n\n2010 5,91 0,6887%\n\n2011\n\n6,50 1,2079%\n\n2012\n\n5,84 0,2897%\n\nApesar de n\u00e3o termos as medi\u00e7\u00f5es oficiais finais de 2013, sabemos que a\n\nTaxa Referencial alcan\u00e7ar\u00e1, historicamente, a maior dist\u00e2ncia (discrep\u00e2ncia) em rela\u00e7\u00e3o\n\n\u00e0 infla\u00e7\u00e3o do per\u00edodo.\n\nSendo assim, se mostra supervenientemente inconstitucional o artigo que determina a utiliza\u00e7\u00e3o da TR como fator de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, j\u00e1 que confere \u00e0 Taxa Referencial um dever para o qual a mesma n\u00e3o se presta desde 1999, sendo mais importante a previs\u00e3o de corre\u00e7\u00e3o do que a previs\u00e3o de utiliza\u00e7\u00e3o da TR \u2013 decorrendo da\u00ed a necessidade do Poder Judici\u00e1rio determinar sua modifica\u00e7\u00e3o no caso em concreto.\n\nComo se n\u00e3o bastasse o requerimento ser manejado com base em evidente prova documental apta a respaldar o pedido por um vi\u00e9s eminentemente positivista, pugnamos, igualmente, por quest\u00e3o de justi\u00e7a com a classe trabalhadora do pa\u00eds: como \u00e9 cedi\u00e7o, n\u00e3o \u00e9 dado ao empregado o poder de gerir, investir ou dispor de seu Fundo de Garantia, de modo que o dinheiro depositado na conta vinculada obrigatoriamente ficar\u00e1 preso mesmo que existam investimentos muito melhores a serem realizados. At\u00e9 mesmo a transfer\u00eancia do dinheiro da conta do FGTS para uma conta poupan\u00e7a (investimento mais seguro e menos rent\u00e1vel do mercado financeiro) traria enormes vantagens ao trabalhador.\n\nPor\u00e9m, o que ocorre \u00e9 que o governo capta os recursos do FGTS sem\n\ncorre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria (ou com uma corre\u00e7\u00e3o \u201crid\u00edcula\u201d pela TR) e os empresta \u2013 muitas\n\nvezes aos pr\u00f3prios trabalhadores \u2013 a juros elevados. Trata-se claramente de hip\u00f3tese de\n\nlocupletamento il\u00edcito institucionalizado.\n\nALFARO ADVOGADOS - FONE: 2102-9614 /3411-2727/ 3412-1040 RUA: J\u00daLIO DE CASTILHOS, n. 2835, SALA 201 \u2013 ED FIRENZE\nURUGUAIANA/RS \u2013 CEP: 97510-250 - MSN: batisalfaro@hotmail.com\n\nP\u00e1gina 10\n\n\fEVERSON ANDRE BATISTA ALFARO / ADRIANA FERRARI PESSANO BASTOS Advogado OAB/RS -68.223 / Advogada OAB/RS 64.986\n____________________________________________________________________________________\nE \u00e9 exatamente para corrigir essa injusti\u00e7a que, se valendo principalmente dos comandos legais principiol\u00f3gicos, dever\u00e1 este eminente ju\u00edzo determinar que a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria assegurada ao trabalhador com conta vinculada de FGTS, junto \u00e0 requerida, merece observ\u00e2ncia sobre a previs\u00e3o de utiliza\u00e7\u00e3o da extremamente defasada Taxa Referencial, o que acarretar\u00e1 na sua modifica\u00e7\u00e3o pelo INPC, IPCA ou outro \u00edndice que, na vis\u00e3o do Judici\u00e1rio, reflita idoneamente a atualiza\u00e7\u00e3o do poder econ\u00f4mico dos dep\u00f3sitos realizados desde 1999.\nVI \u2013 ANOTA\u00c7\u00d5ES FINAIS QUANTO AO M\u00c9RITO\nA Taxa Referencial, enquanto \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria assim considerada pela atual jurisprud\u00eancia p\u00e1tria, n\u00e3o pode ser reduzida a zero, como tem sido nos \u00faltimos meses, pois afronta flagrantemente o artigo 2\u00ba da Lei n\u00ba 8.036/90, que garante atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria aos dep\u00f3sitos feitos no FGTS.\nComo \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, a TR deveria garantir o poder aquisitivo dos dep\u00f3sitos do FGTS, que se perfaz levando em conta os \u00edndices de infla\u00e7\u00e3o. Desde janeiro de 1999, a TR se distanciou sensivelmente dos \u00edndices oficiais de infla\u00e7\u00e3o, impingindo profundas perdas aos dep\u00f3sitos do FGTS, tornando-se inid\u00f4nea para garantir a reposi\u00e7\u00e3o de perdas monet\u00e1rias.\nA inidoneidade da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria decorre de mudan\u00e7as introduzidas na sua metodologia de c\u00e1lculo pelo Banco Central do Brasil/CMN que, atrav\u00e9s do mecanismo econ\u00f4mico de um redutor, vem nitidamente manipulando o \u00edndice para que ele se desprenda da infla\u00e7\u00e3o at\u00e9 anul\u00e1-la completamente, a despeito de um quadro de infla\u00e7\u00e3o persistente no Pa\u00eds.\nA Caixa Econ\u00f4mica Federal est\u00e1 se prestando ao papel de espoliador do FGTS, na medida em que disp\u00f5e do patrim\u00f4nio do trabalhador sem a devida contrapresta\u00e7\u00e3o. A corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria aplicada ao FGTS tem sido h\u00e1 muito tempo menor que a infla\u00e7\u00e3o registrada, de forma que descumpre n\u00e3o s\u00f3 o artigo 2\u00ba da lei n\u00ba 8.036/90, artigo 233 do C\u00f3digo Civil, mas tamb\u00e9m toda a l\u00f3gica e princ\u00edpios do mercado econ\u00f4mico.\n\nALFARO ADVOGADOS - FONE: 2102-9614 /3411-2727/ 3412-1040 RUA: J\u00daLIO DE CASTILHOS, n. 2835, SALA 201 \u2013 ED FIRENZE\nURUGUAIANA/RS \u2013 CEP: 97510-250 - MSN: batisalfaro@hotmail.com\n\nP\u00e1gina 11\n\n\fEVERSON ANDRE BATISTA ALFARO / ADRIANA FERRARI PESSANO BASTOS Advogado OAB/RS -68.223 / Advogada OAB/RS 64.986\n____________________________________________________________________________________\nQuem empresta tem direito a ser remunerado com juros e a totalidade da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. O trabalhador n\u00e3o pode ser obrigado a subsidiar ainda mais os projetos do Governo Federal. O \u201cainda mais\u201d decorre do fato de os juros de 3% do FGTS serem os menores do mercado, o qu\u00ea, por si s\u00f3, demonstra que ele j\u00e1 est\u00e1 fazendo sua parte sob a perspectiva social.\nNegar o direito de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria aos dep\u00f3sitos do FGTS, Fundo do qual o trabalhador n\u00e3o pode simplesmente sacar seu dinheiro para aplicar em outro fundo mais rent\u00e1vel, configura ato de tirania, incompat\u00edvel com um Estado Democr\u00e1tico de Direito e deve ser de pronto recha\u00e7ado.\nSe o Governo Brasileiro remunerasse os investidores internacionais com TR mais 3% a.a, como faz com os trabalhadores, haveria um fuga em massa dos investimentos no Pa\u00eds. Nem mesmo os investidores nacionais manteriam seu capital no pa\u00eds.\nSendo a TR \u00edndice inid\u00f4neo para restabelecer o poder aquisitivo dos dep\u00f3sitos do FGTS, sua substitui\u00e7\u00e3o por outro \u00edndice que melhor recomponha as perdas monet\u00e1rias se torna imperioso, a fim de fazer prevalecer o artigo 2\u00ba da lei n\u00ba 8.036/90 e artigo 233 do C\u00f3digo Civil.\nPosto que desde janeiro de 1999 o redutor criado artificialmente pelo Banco Central/CMN promoveu o completo distanciamento da TR dos \u00edndices oficiais de infla\u00e7\u00e3o, temos que desde ent\u00e3o ela perdeu sua condi\u00e7\u00e3o de repor as perdas inflacion\u00e1rias dos dep\u00f3sitos do FGTS, devendo desde esta data ser substitu\u00edda pelo INPC, alternativamente, pelo IPCA.\nVII \u2013 PRECEDENTE JURISPRUDENCIAL \u2013 DO RECONHECIMENTO, PELO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, DA IMPRESTABILIDADE DA TR COMO \u00cdNDICE DE CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA\nComo j\u00e1 exposto anteriormente, a Taxa Referencial n\u00e3o constitui \u2013 pelo menos a partir de 1999 \u2013 \u00edndice apto a corrigir monetariamente qualquer montante. Nesse sentido, manter a aplica\u00e7\u00e3o da TR \u00e9 o mesmo que julgar que o demandante n\u00e3o possui direito \u00e0 corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria.\n\nALFARO ADVOGADOS - FONE: 2102-9614 /3411-2727/ 3412-1040 RUA: J\u00daLIO DE CASTILHOS, n. 2835, SALA 201 \u2013 ED FIRENZE\nURUGUAIANA/RS \u2013 CEP: 97510-250 - MSN: batisalfaro@hotmail.com\n\nP\u00e1gina 12\n\n\fEVERSON ANDRE BATISTA ALFARO / ADRIANA FERRARI PESSANO BASTOS Advogado OAB/RS -68.223 / Advogada OAB/RS 64.986\n____________________________________________________________________________________\nComunga deste entendimento o Supremo Tribunal Federal que, em\nrecente julgado, disp\u00f4s o seguinte:\n\nRECURSO EXTRAORDIN\u00c1RIO. CONSTITUCIONAL. \u00cdNDICE OFICIAL DE\n\nREMUNERA\u00c7\u00c3O\n\nB\u00c1SICA\n\nDA\n\nCADERNETA\n\nDE\n\nPOUPAN\u00c7A\u201d:\n\nINCONSTITUCIONALIDADE DA EXPRESS\u00c3O. AC\u00d3RD\u00c3O RECORRIDO DISSONANTE\n\nDA JURISPRUD\u00caNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. \u00cdNDICE DE CORRE\u00c7\u00c3O\n\nMONET\u00c1RIA: OFENSA CONSTITUCIONAL INDIRETA. RECURSO PARCIALMENTE\n\nPROVIDO.\n\nRelat\u00f3rio\n\n1. Recurso extraordin\u00e1rio interposto com base na al\u00ednea a do inc. III do\n\nart. 102 da Constitui\u00e7\u00e3o da Rep\u00fablica contra julgado do Tribunal Regional Federal da\n\n4\u00aa Regi\u00e3o, que decidiu:\u201c\n\nAGRAVO DE INSTRUMENTO. PREVIDENCI\u00c1RIO. EXECU\u00c7\u00c3O.\n\nPRECAT\u00d3RIO/RPV COMPLR. EC N. 62/2009. ART. 100, \u00a7 12, DA CF.\n\nCONSTITUCIONALIDADE. INCID\u00caNCIA IMEDIATA. 1. O \u00a7 12 do artigo 100 da\n\nConstitui\u00e7\u00e3o Federal, introduzido pela EC n. 62, de 09/11/2009 (publicada em\n\n10/12/2009), tem aplica\u00e7\u00e3o imediata aos feitos de natureza previdenci\u00e1ria, sendo\n\nconstitucional. 2. Entendimento firmado no sentido de que a TR mostra-se v\u00e1lida como\n\n\u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. 3. Nada impede o legislador constitucional ou\n\ninfraconstitucional de dispor sobre corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e taxa de juros e, em se tratando\n\nde rela\u00e7\u00e3o de direito p\u00fablico, n\u00e3o h\u00e1 \u00f3bice a incid\u00eancia imediata da lei, desde que\n\nrespeitado per\u00edodo anterior \u00e0 vig\u00eancia da nova norma (veda\u00e7\u00e3o \u00e0 retroatividade), pois\n\nn\u00e3o existe direito adquirido a regime jur\u00eddico\u201d (fl. 68).\n\n2. O Agravante alega que o Tribunal a quo teria contrariado os arts. 1\u00ba,\n\ninc. III, 5\u00ba, caput e incs. XXII, XXXVI, e 37, caput, da Constitui\u00e7\u00e3o da Rep\u00fablica.\n\nArgumenta que: \u201cA EC n. 62/2009, em seu art. 1\u00ba, \u00a7 12, instituiu que \u201e\u201dA partir da\n\npromulga\u00e7\u00e3o desta Emenda Constitucional, a atualiza\u00e7\u00e3o de valores de requisit\u00f3rios ,\n\nap\u00f3s sua expedi\u00e7\u00e3o, at\u00e9 o efetivo pagamento, independentemente de sua natureza, ser\u00e1\n\nfeita pelo \u00edndice oficial de remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica da caderneta de poupan\u00e7a, e, para fins\n\nde compensa\u00e7\u00e3o da mora, incidir\u00e3o juros simples no mesmo percentual de juros\n\nindecentes sobre a caderneta de poupan\u00e7a, ficando exclu\u00edda a incid\u00eancia de juros\n\ncompensat\u00f3rios\u201d. Como se sabe, o \u00edndice de remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sico da poupan\u00e7a \u00e9 a Taxa\n\nReferencial (TR), \u00edndice controlado pelo Estado, e utilizado como instrumento de\n\ncontrole da economia, vide os sucessivos \u00edndices mensais zerados, a fim de controle de\n\naporte de capital nas poupan\u00e7as. Tanto a TR n\u00e3o se presta como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o\n\nALFARO ADVOGADOS - FONE: 2102-9614 /3411-2727/ 3412-1040 RUA: J\u00daLIO DE CASTILHOS, n. 2835, SALA 201 \u2013 ED FIRENZE\nURUGUAIANA/RS \u2013 CEP: 97510-250 - MSN: batisalfaro@hotmail.com\n\nP\u00e1gina 13\n\n\fEVERSON ANDRE BATISTA ALFARO / ADRIANA FERRARI PESSANO BASTOS Advogado OAB/RS -68.223 / Advogada OAB/RS 64.986\n____________________________________________________________________________________\nmonet\u00e1ria, que o STF j\u00e1 decidiu nesse sentido:A taxa referencial (TR) n\u00e3o \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria (...) n\u00e3o constitui \u00edndice que reflita a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda\u201f (ADI 493-0/DF, Relator Min. Moreira Alves, Plen\u00e1rio, DJ 4.9.1992). (...) Assim sendo, texto t\u00e3o danoso ao cidad\u00e3o n\u00e3o poder\u00e1 ser tolerado pelo Judici\u00e1rio, merecendo a declara\u00e7\u00e3o de inconstitucionalidade do \u00a7 12 do artigo 100 da Constitui\u00e7\u00e3o Federal, adicionado pela EC n. 62/2009. (...) Assim, declarada a inconstitucionalidade do \u00edndice aplicado ao precat\u00f3rio pago nos autos, deve ser tomado como vigente e aplicado ao caso concreto o \u00edndice IPCA-E\u201d (fls. 72-73).\n(...) 5. Pelo exposto, dou parcial provimento a este recurso extraordin\u00e1rio (art. 557, \u00a7 1\u00ba-A, do C\u00f3digo de Processo Civil e art. 21, \u00a7 2\u00ba, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal) para reafirmar a inconstitucionalidade da express\u00e3o \u201c\u00edndice oficial de remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica da caderneta de poupan\u00e7a\u201d, constante do \u00a7 12 do art. 100 da Constitui\u00e7\u00e3o da Rep\u00fablica e determinar que o Tribunal de origem julgue como de direito quanto \u00e0 aplica\u00e7\u00e3o de outro \u00edndice que n\u00e3o a taxa referencial (TR). Publiquese. Bras\u00edlia, 13 de junho de 2013.Ministra C\u00c1RMEN L\u00daCIA Relatora (STF - RE: 747706 SC , Relator: Min. C\u00c1RMEN L\u00daCIA, Data de Julgamento: 13/06/2013, Data de Publica\u00e7\u00e3o: DJe-124 DIVULG 27/06/2013 PUBLIC 28/06/2013)\n\nNesse ponto, o STF apenas reconhece aquilo que \u00e9 \u00f3bvio a qualquer indiv\u00edduo de boa-f\u00e9: os trabalhadores s\u00e3o lesados mensalmente atrav\u00e9s da aplica\u00e7\u00e3o de um \u00edndice que, ao contr\u00e1rio do momento de sua fixa\u00e7\u00e3o (1991), n\u00e3o mais representa qualquer sombra de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria id\u00f4nea. Imposs\u00edvel presumir, portanto, que era do esp\u00edrito da lei que os trabalhadores obtivessem atualiza\u00e7\u00e3o irris\u00f3ria de seus dep\u00f3sitos de FGTS, motivo pelo qual, mais uma vez, reiteramos os pleitos iniciais.\n\nIX \u2013 DOS PEDIDOS\n\nAntes o exposto, a parte autora pleiteia a Vossa Excel\u00eancia que, cumulativamente:\n\n1) Em an\u00e1lise de m\u00e9rito, determine \u00e0 Caixa Econ\u00f4mica Federal que: 1.1) Venha a pagar \u00e0 parte autora o montante correspondente ao valor corrigido pelo \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria deferido (INPC/IPCA/outro definido pelo Douto Ju\u00edzo) nos meses em que a TR foi zero, nas parcelas vencidas e vincendas;\n\nALFARO ADVOGADOS - FONE: 2102-9614 /3411-2727/ 3412-1040 RUA: J\u00daLIO DE CASTILHOS, n. 2835, SALA 201 \u2013 ED FIRENZE\nURUGUAIANA/RS \u2013 CEP: 97510-250 - MSN: batisalfaro@hotmail.com\n\nP\u00e1gina 14\n\n\fEVERSON ANDRE BATISTA ALFARO / ADRIANA FERRARI PESSANO BASTOS Advogado OAB/RS -68.223 / Advogada OAB/RS 64.986\n____________________________________________________________________________________\n1.2) Pagar \u00e0 parte autora o montante correspondente ao valor corrigido pelo \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria deferido (INPC/IPCA/outro definido pelo Douto Ju\u00edzo), desde Janeiro de 1999, nos meses em que a TR n\u00e3o foi zero, mas foi menor que a infla\u00e7\u00e3o do per\u00edodo ou, alternativamente, pagar a favor da parte autora o montante correspondente \u00e0s diferen\u00e7as de FGTS em raz\u00e3o da aplica\u00e7\u00e3o do \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o definido, correspondentes \u00e0s perdas inflacion\u00e1rias do trabalhador nas contas do FGTS, no entender deste Ju\u00edzo, desde Janeiro de 1999, inclusive nos meses em que a TR foi zero.\n2) A declara\u00e7\u00e3o de inconstitucionalidade da parte do artigo 13 da Lei n\u00b0 8036/90, a qual determina a utiliza\u00e7\u00e3o da Taxa Referencial como indexador de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria para os dep\u00f3sitos realizados na conta vinculada ao FGTS.\n3) Que se ordene a cita\u00e7\u00e3o da requerida, para querendo contestar a presente a\u00e7\u00e3o, sob pena de revelia e efeitos da confiss\u00e3o;\n4) A concess\u00e3o de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e juros legais sobre os valores devidos pela condena\u00e7\u00e3o de que tratam os itens acima;\n5) A condena\u00e7\u00e3o da R\u00e9 ao pagamento das custas e honor\u00e1rios advocat\u00edcios na ordem de 20% sobre o valor da condena\u00e7\u00e3o;\n6) A concess\u00e3o dos benef\u00edcios da justi\u00e7a gratuita \u00e0 parte autora, uma vez que pobre no sentido jur\u00eddico do termo, conforme declara\u00e7\u00e3o de hipossufici\u00eancia anexa.\nProtesta provar o alegado por todos os meios de prova admitidos em direito, principalmente prova documental \u2013 pugnando desde j\u00e1 pela juntada dos extratos do Fundo de Garantia apenas em sede de liquida\u00e7\u00e3o de senten\u00e7a, conforme exposto preliminarmente. Adicionalmente, pede a declara\u00e7\u00e3o expressa de prequestionamento de todos os dispositivos direta e indiretamente mencionados nesta exordial, de maneira a possibilitar o protocolo de posteriores recursos.\nAtribui-se \u00e0 causa o valor de R$ 1.000,00.\nNestes Termos P. Deferimento.\nUruguaiana, 25 de agosto de 2014\n\nPp. Everson Andre Batista Alfaro OAB/RS n. 68.223\n\nPp. Adriana Ferrari Pessano Bastos OAB/RS n. 64.986\n\nALFARO ADVOGADOS - FONE: 2102-9614 /3411-2727/ 3412-1040 RUA: J\u00daLIO DE CASTILHOS, n. 2835, SALA 201 \u2013 ED FIRENZE\nURUGUAIANA/RS \u2013 CEP: 97510-250 - MSN: batisalfaro@hotmail.com\n\nP\u00e1gina 15\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 3 (C\u00edvel) - IdDocumentoCompleto: 5018604-24.2014.4.04.7100-711394562305773431120000000002", "text": "Raquel Kelly de Aguiar Sartori \u2013 OAB/RS 55481 Jeferson Pettenon \u2013 OAB/RS 77.752\nExmo. Sr. Dr. Juiz Federal do Juizado Especial Federal da Subse\u00e7\u00e3o de Porto Alegre, Se\u00e7\u00e3o Judici\u00e1ria do Rio Grande do Sul.\nANA MARIA BRITO GASPARINI, brasileira, casada, assistente administrativo, CPF n\u00ba 525.314.060-34, RG n\u00ba 6044747531, residente e domiciliada na Rua Fernando Pessoa, n\u00ba 52, Cachoeirinha, RS, com fundamento na legisla\u00e7\u00e3o vigente e com suporte na pac\u00edfica jurisprud\u00eancia dos tribunais, vem, por seus procuradores infra assinados, propor a presente A\u00c7\u00c3O ORDIN\u00c1RIA DE REVIS\u00c3O DA CORRE\u00c7\u00c3O DO FGTS contra a CAIXA ECON\u00d4MICA FEDERAL, institui\u00e7\u00e3o financeira sob a forma de empresa p\u00fablica, inscrita no CGC sob n. 00.360.305/0001-04, podendo ser citada na Rua 03 de Outubro, n\u00b0 603, centro, Santo \u00c2ngelo, RS, conforme raz\u00f5es e pedidos a seguir articulados:\nI - DOS FATOS\nA parte autora \u00e9 titular de conta do Fundo de Garantia por Tempo de Servi\u00e7o, conforme documenta\u00e7\u00e3o em anexo.\nO Fundo de Garantia por Tempo de Servi\u00e7o foi criado na d\u00e9cada de 1960 para proteger o trabalhador, como suced\u00e2neo da antiga estabilidade decenal. \u00c9 constitu\u00eddo por valores depositados pelas empresas em nome de seus empregados e possibilita que o trabalhador forme um patrim\u00f4nio.\nNesse sentido, verifica-se no s\u00edtio eletr\u00f4nico da Caixa Econ\u00f4mica Federal que o FGTS hoje financia programas de habita\u00e7\u00e3o popular, saneamento b\u00e1sico e infraestrutura urbana.\nAssim, o FGTS \u00e9 regido pelas disposi\u00e7\u00f5es da Lei n\u00ba 8.036, de 11 de maio de 1990, por normas e diretrizes estabelecidas pelo seu Conselho Curador e gerido pela Caixa Econ\u00f4mica Federal.\nDos artigos 2\u00ba e 13 da Lei n\u00ba 8.036/90 extra\u00edmos que h\u00e1 uma obrigatoriedade de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e de remunera\u00e7\u00e3o por meio de juros dos dep\u00f3sitos efetuados nas contas vinculadas do FGTS, sen\u00e3o vejamos:\nArt. 2\u00ba O FGTS \u00e9 constitu\u00eddo pelos saldos das contas vinculadas a que se refere esta lei e outros recursos a ele incorporados, devendo ser aplicados com atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e juros, de modo a assegurar a cobertura de suas obriga\u00e7\u00f5es. Art. 13. Os dep\u00f3sitos efetuados nas contas vinculadas ser\u00e3o corrigidos monetariamente com base nos par\u00e2metros fixados para atualiza\u00e7\u00e3o dos saldos dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a e capitaliza\u00e7\u00e3o juros de (tr\u00eas) por cento ao ano.\n_____________________________________________________________________________________ Rua Duque de Caxias, 1135, Santo \u00c2ngelo, RS \u2013 Fone 3313 2966 - E\u2019mail brasilantoniosartori@yahoo.com.br\n\n\fRaquel Kelly de Aguiar Sartori \u2013 OAB/RS 55481 Jeferson Pettenon \u2013 OAB/RS 77.752\nRessalte-se que o par\u00e2metro fixado para a atualiza\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos dos saldos de poupan\u00e7a e consequentemente dos dep\u00f3sito do FGTS \u00e9 a Taxa Referencial \u2013 TR, conforme prescrevem os artigos 12 e 17 da Lei n\u00ba 8.177, de 1\u00ba de mar\u00e7o de 1991, com reda\u00e7\u00e3o da lei n\u00ba 12.703, de 7 de agosto de 2012, cuja dic\u00e7\u00e3o \u00e9 a seguinte:\nArt. 12. Em cada per\u00edodo de rendimento, os dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a ser\u00e3o remunerados:I - como remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica, por taxa correspondente \u00e0 acumula\u00e7\u00e3o das TRD, no per\u00edodo transcorrido entre o dia do \u00faltimo cr\u00e9dito de rendimento, inclusive, e o dia do cr\u00e9dito de rendimento, exclusive;II - como remunera\u00e7\u00e3o adicional, por juros de: (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n \u00ba 12.703, de 2012)a) 0,5% (cinco d\u00e9cimos por cento) ao m\u00eas, enquanto a meta da taxa Selic ao ano, definida pelo Banco Central do Brasil, for superior a 8,5% (oito inteiros e cinco d\u00e9cimos por cento); ou (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n \u00ba 12.703, de 2012)b) 70% (setenta por cento) da meta da taxa Selic ao ano, definida pelo Banco Central do Brasil, mensalizada, vigente na data de in\u00edcio do per\u00edodo de rendimento, nos demais casos. (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n \u00ba 12.703, de 2012)(...)\nArt. 17. A partir de fevereiro de 1991, os saldos das contas do Fundo de Garantia por Tempo de Servi\u00e7o (FGTS) passam a ser remunerados pela taxa aplic\u00e1vel \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a com data de anivers\u00e1rio no dia 1\u00b0, observada a periodicidade mensal para remunera\u00e7\u00e3o. Par\u00e1grafo \u00fanico. As taxas de juros previstas na legisla\u00e7\u00e3o em vigor do FGTS s\u00e3o mantidas e consideradas como adicionais \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o prevista neste artigo.\nRetrata a Lei n\u00ba 8.177/91 a forma como a TR ser\u00e1 calculada:\nArt. 1\u00b0 O Banco Central do Brasil divulgar\u00e1 Taxa Referencial (TR), calculada a partir da remunera\u00e7\u00e3o mensal m\u00e9dia l\u00edquida de impostos, dos dep\u00f3sitos a prazo fixo captados nos bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos m\u00faltiplos com carteira comercial ou de investimentos, caixas econ\u00f4micas, ou dos t\u00edtulos p\u00fablicos federais, estaduais e municipais, de acordo com metodologia a ser aprovada pelo Conselho Monet\u00e1rio Nacional, no prazo de sessenta dias, e enviada ao conhecimento do Senado Federal.\u00a7 1\u00b0 A TR ser\u00e1 mensalmente divulgada pelo Banco Central do Brasil, no m\u00e1ximo at\u00e9 o oitavo dia \u00fatil do m\u00eas de refer\u00eancia. (Revogado pela Lei n\u00ba 8.660, de 1993)\u00a7 2\u00b0 As institui\u00e7\u00f5es que venham a ser utilizadas como bancos de refer\u00eancia, dentre elas, necessariamente, as dez maiores do Pa\u00eds, classificadas pelo volume de dep\u00f3sitos a prazo fixo, est\u00e3o obrigadas a fornecer as informa\u00e7\u00f5es de que trata este artigo, segundo normas estabelecidas pelo Conselho Monet\u00e1rio Nacional, sujeitando-se a institui\u00e7\u00e3o e seus administradores, no caso de infra\u00e7\u00e3o \u00e0s referidas normas, \u00e0s penas estabelecidas no art. 44 da Lei n\u00b0 4.595, de 31 de dezembro de 1964.\u00a7 3\u00b0 Enquanto n\u00e3o aprovada a metodologia\n_____________________________________________________________________________________ Rua Duque de Caxias, 1135, Santo \u00c2ngelo, RS \u2013 Fone 3313 2966 - E\u2019mail brasilantoniosartori@yahoo.com.br\n\n\fRaquel Kelly de Aguiar Sartori \u2013 OAB/RS 55481 Jeferson Pettenon \u2013 OAB/RS 77.752\nde c\u00e1lculo de que trata este artigo, o Banco Central do Brasil fixar\u00e1 a TR.\nLogo, a metodologia de c\u00e1lculo foi h\u00e1 muito tempo definida pela Banco Central-Conselho Monet\u00e1rio Nacional (CMN), e hoje est\u00e1 vigente sob a forma da Resolu\u00e7\u00e3o n\u00ba 3.354, de 31 de mar\u00e7o de 2006.\nOcorre que, desde o ano de 1999 tudo que foi corrigido pela TR ficou abaixo do \u00edndice de infla\u00e7\u00e3o. Isso causou uma perda na conta do FGTS do autor.\nVeja as perdas/ganhos anuais em rela\u00e7\u00e3o ao INPC-IBGE.\n\nAno\n\niferen\u00e7a\n\n1999\n\n2,49%\n\n2000\n\n3,02%\n\n2001\n\n6,54%\n\n2002\n\n10,40%\n\n2003\n\n5,20%\n\n2004\n\n4,07%\n\n2005\n\n2,11%\n\n2006\n\n0,75%\n\n2007\n\n3,53%\n\n2008\n\n4,55%\n\n009\n\n3,27%\n\n2010\n\n5,43%\n\n2011\n\n4,59%\n\n2012\n\n5,56%\n\nSendo assim, o autor tem tido preju\u00edzo, o qual deve ser recomposto pelo Judici\u00e1rio.\n\nII- DO DIREITO\n\nII.I - O FGTS e a TR\n\n_____________________________________________________________________________________ Rua Duque de Caxias, 1135, Santo \u00c2ngelo, RS \u2013 Fone 3313 2966 - E\u2019mail brasilantoniosartori@yahoo.com.br\n\n\fRaquel Kelly de Aguiar Sartori \u2013 OAB/RS 55481 Jeferson Pettenon \u2013 OAB/RS 77.752\nEst\u00e1 em debate, a quest\u00e3o referente \u00e0 adequa\u00e7\u00e3o da forma de corre\u00e7\u00e3o dos saldos das contas vinculadas do Fundo de Garantia do Tempo de Servi\u00e7o \u2013 FGTS.\nEsses saldos s\u00e3o provenientes dos dep\u00f3sitos mensais, em valor correspondente a 8% do sal\u00e1rio, feitos em nome dos trabalhadores e constituem a base da forma\u00e7\u00e3o do patrim\u00f4nio do Fundo. Tal debate considera, tamb\u00e9m, os resultados econ\u00f4micos alcan\u00e7ados pelo Fundo, nos \u00faltimos anos, atrav\u00e9s da aplica\u00e7\u00e3o de seus recursos \u201cpela Caixa Econ\u00f4mica Federal-CEF e pelos demais \u00f3rg\u00e3os do Sistema Financeiro de Habita\u00e7\u00e3o \u2013SFH, exclusivamente segundo crit\u00e9rios fixados pelo Conselho Curador do FGTS \u2013 CCFGTS\u201d\nA corre\u00e7\u00e3o mensal dos dep\u00f3sitos do FGTS compreende a aplica\u00e7\u00e3o de duas taxas que correspondem a diferentes objetivos. Uma dessas taxas diz respeito \u00e0 corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos dep\u00f3sitos nas contas vinculadas, atrav\u00e9s da aplica\u00e7\u00e3o da Taxa Referencial \u2013TR, que \u00e9 o fator de atualiza\u00e7\u00e3o do valor monet\u00e1rio, vigente desde 1991. A segunda refere-se \u00e0 valoriza\u00e7\u00e3o do saldo do FGTS por meio da capitaliza\u00e7\u00e3o de juros \u00e0 taxa de 3% ao ano.\nII.II - O Fundo de Garantia do Tempo de Servi\u00e7o\nO Fundo de Garantia do Tempo de Servi\u00e7o (FGTS) pode ser caracterizado como um t\u00edpico fundo parafiscal. Seus recursos t\u00eam origem na cobran\u00e7a de uma contribui\u00e7\u00e3o espec\u00edfica, cumprem fun\u00e7\u00f5es de seguro social e contribuem para o financiamento de investimentos de cunho social nas \u00e1reas de habita\u00e7\u00e3o, saneamento e infraestrutura urbana.\nEssa natureza dual do Fundo - formado por contas de poupan\u00e7a individual dos trabalhadores e que serve de funding para financiamento em investimentos espec\u00edficos - determina as caracter\u00edsticas de seu retorno financeiro.\nDe um lado, os cotistas titulares das contas individuais t\u00eam seus saldos legalmente corrigidos pela TR acrescidos de 3% anuais. De outro lado, a aplica\u00e7\u00e3o destes recursos no mercado financeiro e habitacional resulta em rendimentos vari\u00e1veis, segundo as condi\u00e7\u00f5es de mercado das aplica\u00e7\u00f5es.\nO FGTS foi criado em 1966, em substitui\u00e7\u00e3o ao estatuto da estabilidade decenal no emprego. Esse estatuto determinava que o trabalhador que completasse 10 anos no emprego tornava-se est\u00e1vel, podendo ser demitido apenas por motivo de \u201cjusta causa\u201d ap\u00f3s confirma\u00e7\u00e3o de \u201cfalta grave\u201d, por meio de inqu\u00e9rito administrativo.\nA legisla\u00e7\u00e3o previa um car\u00e1ter opcional para o regime do FGTS, tornando obrigat\u00f3rio para as empresas o recolhimento, em conta vinculada ao nome de cada trabalhador, optante ou n\u00e3o pelo novo regime, de percentual correspondente a 8% sobre a remunera\u00e7\u00e3o mensal de cada empregado.\nOs dep\u00f3sitos do FGTS na conta dos trabalhadores estavam sujeitos \u00e0 corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, de acordo com a legisla\u00e7\u00e3o espec\u00edfica, e capitaliza\u00e7\u00e3o de juros, segundo faixas de tempo de servi\u00e7o do trabalhador. Neste aspecto, a legisla\u00e7\u00e3o foi mudada, j\u00e1 em 1971, sendo a capitaliza\u00e7\u00e3o dos juros dos dep\u00f3sitos fixada na taxa de 3% ao ano, para os novos trabalhadores.\n_____________________________________________________________________________________ Rua Duque de Caxias, 1135, Santo \u00c2ngelo, RS \u2013 Fone 3313 2966 - E\u2019mail brasilantoniosartori@yahoo.com.br\n\n\fRaquel Kelly de Aguiar Sartori \u2013 OAB/RS 55481 Jeferson Pettenon \u2013 OAB/RS 77.752\nCriado o FGTS, constitu\u00eddo pelo conjunto das contas vinculadas dos trabalhadores, a responsabilidade por geri-lo coube ao Banco Nacional da Habilita\u00e7\u00e3o que tinha tamb\u00e9m como determina\u00e7\u00e3o legal assegurar a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e os juros na aplica\u00e7\u00e3o dos recursos do FGTS.\nAs formas de corre\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos vinculados ao FGTS sofreram v\u00e1rias mudan\u00e7as ao longo dos anos.\nEssa corre\u00e7\u00e3o foi trimestral at\u00e9 1969, semestral de 1969 a 1972, anual de 1972 a 1975, trimestral de 1975 a 1989 e, finalmente, mensal a partir de 1989. As corre\u00e7\u00f5es trimestrais e semestrais dos saldos das contas foram extremamente danosas, representando perdas significativas para os trabalhadores. Al\u00e9m disso, nem sempre os \u00edndices utilizados para a corre\u00e7\u00e3o dos saldos representavam a verdadeira evolu\u00e7\u00e3o dos pre\u00e7os da economia. Tudo isso se constitu\u00eda em confisco do patrim\u00f4nio do trabalhador, especialmente durante a segunda metade dos anos 80 e in\u00edcio dos anos 90, per\u00edodo de infla\u00e7\u00e3o muito elevada e de v\u00e1rios planos de estabiliza\u00e7\u00e3o, quando ocorreram diversas mudan\u00e7as nos crit\u00e9rios de c\u00e1lculo da infla\u00e7\u00e3o, que resultaram em expurgos de parte da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria devida sobre o saldo das contas vinculadas dos trabalhadores. Em setembro de 2000, o Supremo Tribunal Federal (STF) determinou a reposi\u00e7\u00e3o de 68,90% dos expurgos ocorridos, relativos aos Planos Ver\u00e3o (16,65%) e Collor (44,80%), nas contas existentes entre dezembro de 1988 a abril de 1990.\nPara al\u00e9m da corre\u00e7\u00e3o mensal, a partir de 1989, a nova lei do FGTS mant\u00e9m a determina\u00e7\u00e3o de que, sobre o saldo das contas vinculadas e de outros recursos a ele incorporados, deveriam ser aplicados juros e corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. Al\u00e9m disso, importante decis\u00e3o referiu-se \u00e0 gest\u00e3o tripartite do fundo, conforme o Art 3\u00ba, cuja reda\u00e7\u00e3o atualizada \u00e9:\n\u201c O FGTS ser\u00e1 regido por normas e diretrizes estabelecidas por um Conselho Curador composto por representa\u00e7\u00e3o dos trabalhadores, empregadores e \u00f3rg\u00e3o de entidades governamentais, na forma estabelecida pelo Poder Executivo.\u201d\nII.III - An\u00e1lise da Corre\u00e7\u00e3o Monet\u00e1ria e do FGTS\nA corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria existe entre n\u00f3s desde a d\u00e9cada de 1960. O principal te\u00f3rico da Corre\u00e7\u00e3o Monet\u00e1ria, o Advogado Tributarista Bulh\u00f5es Pedreira explica o seguinte:\n\u2019\u201dPor analogia com as unidades de medidas f\u00edsicas podemos dizer que o n\u00edvel geral de pre\u00e7os \u00e9 o padr\u00e3o prim\u00e1rio do valor financeiro, enquanto que a unidade monet\u00e1ria serve como padr\u00e3o secund\u00e1rio \u2013 usado, na pr\u00e1tica, para exprimir o valor financeiro, mas que deve ser aferido pelo padr\u00e3o prim\u00e1rio porque sujeito a modifica\u00e7\u00f5es.\u201d (BULH\u00d5ES PEDREIRA, Jos\u00e9 Luiz, \u201cCorre\u00e7\u00e3o Monet\u00e1ria; Indexa\u00e7\u00e3o Cambial. Obriga\u00e7\u00e3o Pecuni\u00e1ria\u201d, in \u201cRevista de Direito Administrativo\u201d, c. 193 p, 353 a 372 Jul/Set 1993).\n_____________________________________________________________________________________ Rua Duque de Caxias, 1135, Santo \u00c2ngelo, RS \u2013 Fone 3313 2966 - E\u2019mail brasilantoniosartori@yahoo.com.br\n\n\fRaquel Kelly de Aguiar Sartori \u2013 OAB/RS 55481 Jeferson Pettenon \u2013 OAB/RS 77.752\nAinda, o autor Let\u00e1cio Jansen1 diz que Bulh\u00f5es Pedreira teria conseguido institucionalizar e colocar em pr\u00e1tica a sua doutrina principalmente atrav\u00e9s da Lei n\u00ba 4.357, de 1964, que criou o primeiro indexador da Economia Brasileira \u2013 a ORTN (obriga\u00e7\u00e3o reajust\u00e1vel do tesouro nacional), uma obriga\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria cuja fun\u00e7\u00e3o era fazer variar, periodicamente, a moeda nacional segundo a perda de seus respectivos poderes aquisitivos.\nDesde esta data, uma pl\u00eaiade de \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria foi se sucedendo, at\u00e9 a entrada em vigor da Medida Provis\u00f3ria n\u00ba 294, de 31 de janeiro de 1991, que se transformou na Lei n\u00ba 8.177, de 1\u00ba de mar\u00e7o de 1991. Nesta oportunidade o Governo Collor pretendeu substituir a s\u00e9rie de indexadores tradicionais da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria brasileira (ORTN, OTN e BTN) que eram vinculados \u00e0 varia\u00e7\u00e3o dos n\u00edveis gerais de pre\u00e7os, pela Taxa Referencial, que tinha natureza financeira.\nAinda hoje permanece a perplexidade em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 natureza jur\u00eddica da TR, at\u00e9 por conta da pr\u00f3pria inconsist\u00eancia da lei que a criou, que ora a trata como taxa de juros (artigo 39) ora como indexador (artigo 18).\nTaxas de juros objetivam promover a remunera\u00e7\u00e3o do capital. S\u00e3o calculadas por quem disponibiliza o capital em benef\u00edcio de outra pessoa, f\u00edsica ou jur\u00eddica, para que empregue para satisfa\u00e7\u00e3o de determinada necessidade, na expectativa de lucro. Os indexadores, por outro lado, podem ser entendidos como \u00edndices calculados a partir da varia\u00e7\u00e3o de pre\u00e7os de mercado em determinado per\u00edodo. O seu objetivo est\u00e1 na corre\u00e7\u00e3o dos efeitos inflacion\u00e1rios, quando se compara valores monet\u00e1rios em diferentes \u00e9pocas.\nPois bem. Quando o STF enfrentou o tema da natureza da TR, disse atrav\u00e9s do voto vencedor da ADI 493-0/DF que:\nA Taxa Referencial (TR) n\u00e3o \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, pois, refletindo as varia\u00e7\u00f5es do custo prim\u00e1rio da capta\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos a prazo fixo, n\u00e3o constitui \u00edndice que reflita a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda.\nN\u00e3o obstante, os Ministros vencidos Celso de Mello, Marco Aur\u00e9lio e Ilmar Galv\u00e3o entenderam que a estrutura de c\u00e1lculo da taxa referencial n\u00e3o era suficiente para impedir sua utiliza\u00e7\u00e3o como par\u00e2metro de indexa\u00e7\u00e3o da economia.\nMesmo assim, naquela oportunidade, o STF entendeu que a TR possu\u00eda natureza de taxa de juros e declarou inconstitucional o artigo 18 da Lei n\u00ba 8.177/91, cujo texto original estabelecia que os saldos devedores e as presta\u00e7\u00f5es dos contratos integrantes do SFH, passariam a ser atualizados pela taxa aplic\u00e1vel \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica dos Dep\u00f3sitos de Poupan\u00e7a. Vale a pena transcrever a ementa deste julgado:\nA\u00e7\u00e3o direta de inconstitucionalidade.- Se a lei alcan\u00e7ar os efeitos futuros de contratos celebrados anteriormente a ela, ser\u00e1 essa lei retroativa (retroatividade m\u00ednima) porque vai interferir na causa, que e um ato ou fato ocorrido no passado.O disposto no artigo 5, XXXVI, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal se\n1http://www.scamargo.adv.br/scripts/forum/textoTema.asp?id=81&tema=nvalidade+da+taxa+referenci al+(TR)%3A+o+Significado+da+ADI+493-0-df\n_____________________________________________________________________________________ Rua Duque de Caxias, 1135, Santo \u00c2ngelo, RS \u2013 Fone 3313 2966 - E\u2019mail brasilantoniosartori@yahoo.com.br\n\n\fRaquel Kelly de Aguiar Sartori \u2013 OAB/RS 55481 Jeferson Pettenon \u2013 OAB/RS 77.752\naplica a toda e qualquer lei infraconstitucional, sem qualquer distin\u00e7\u00e3o entre lei de direito p\u00fablico e lei de direito privado, ou entre lei de ordem p\u00fablica e lei dispositiva. Precedente do S.T.F..- Ocorr\u00eancia, no caso, de viola\u00e7\u00e3o de direito adquirido. A taxa referencial (TR) n\u00e3o \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, pois, refletindo as varia\u00e7\u00f5es do custo prim\u00e1rio da capta\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos a prazo fixo, n\u00e3o constitui \u00edndice que reflita a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda. Por isso, n\u00e3o h\u00e1 necessidade de se examinar a quest\u00e3o de saber se as normas que alteram \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria se aplicam imediatamente, alcan\u00e7ando, pois, as presta\u00e7\u00f5es futuras de contratos celebrados no passado, sem violarem o disposto no artigo 5, XXXVI, da Carta Magna.Tamb\u00e9m ofendem o ato jur\u00eddico perfeito os dispositivos impugnados que alteram o crit\u00e9rio de reajuste das presta\u00e7\u00f5es nos contratos j\u00e1 celebrados pelo sistema do Plano de Equival\u00eancia Salarial por Categoria Profissional (PES/CP). A\u00e7\u00e3o direta de inconstitucionalidade julgada procedente, para declarar a inconstitucionalidade dos artigos 18, \"caput\" e par\u00e1grafos 1 e 4; 20; 21 e par\u00e1grafo \u00fanico; 23 e par\u00e1grafos; e 24 e par\u00e1grafos, todos da Lei n. 8.177, de 1 de maio de 1991. (ADI 493, Relator (a): Min. Moreira Alves, Tribunal Pleno, julgado em 25/06/1992, DJ 04-09-1992 PP14089 EMENT VOL-01674-02 PP-00260 RTJ VOL-00143-03 PP-00724)\nO pr\u00f3prio STJ rejeitou a TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, tanto para a poupan\u00e7a, quanto para o SFH. Neste sentido:\nCOMERCIAL. M\u00daTUO RURAL. CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA. VINCULA\u00c7\u00c3O AO CRIT\u00c9RIO DE REAJUSTE DOS DEP\u00d3SITOS EM CADERNETA DE POUPAN\u00c7A. LICITUDE. SUBSTITUI\u00c7\u00c3O PELA TR NOS MESES SUBSEQUENTES A FEVEREIRO/91. PREVIS\u00c3O DE UTILIZA\u00c7\u00c3O DA OTN. INDEXADOR CONTRATUALMENTE ELEITO. SUBSTITUI\u00c7\u00c3O EX LEGE PELA TR. INCONSTITUCIONALIDADE DECLARADA. ADO\u00c7\u00c3O DO INPC. PRECEDENTES. I \u2013 NO CONTRATO DE M\u00daTUO RURAL \u00c9 L\u00cdCITO O PACTO DE VINCULA\u00c7\u00c3O DA CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA AO CRIT\u00c9RIO DE ATUALIZA\u00c7\u00c3O DOS DEP\u00d3SITOS EM CADERNETA DE POUPAN\u00c7A, RESULTANDO DEVIDA A INCID\u00caNCIA DO MESMO INDEXADOR NOS MESES SUBSEQUENTES A FEVEREIRO/91. (ART. 13 DA LEI 8.177). II \u2013 EM FACE DA POSI\u00c7\u00c3O DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL INADMITINDO A TR COMO FATOR DE ATUALIZA\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA SUBSTITUTIVO DO BTN, A CORRE\u00c7\u00c3O DOS VALORES, CUJA FORMA DE REAJUSTE ESTAVA, POR LEI OU CONTRATO, ATRELADA A VARIA\u00c7\u00c3O DO VALOR DE REFERIDO T\u00cdTULO DA D\u00cdVIDA P\u00daBLICA, CUMPRE SEJA PROCEDIDA, A PARTIR DA LEI 8.177/91, COM BASE NO INPC (REsp. 40.777/GO, Rel. Ministro S\u00c1LVIO DE FIGUEIREDO TEIXEIRA, QUARTA TURMA, julgado em 13/11/1995, DJ 11/12/1995, p. 43225) (grifamos)\n_____________________________________________________________________________________ Rua Duque de Caxias, 1135, Santo \u00c2ngelo, RS \u2013 Fone 3313 2966 - E\u2019mail brasilantoniosartori@yahoo.com.br\n\n\fRaquel Kelly de Aguiar Sartori \u2013 OAB/RS 55481 Jeferson Pettenon \u2013 OAB/RS 77.752\nADMINISTRATIVO - SFH - REAJUSTE DAS PRESTA\u00c7\u00d5ES E DO SALDO DEVEDOR - PLANO DE EQUIVAL\u00caNCIA SALARIAL (PES) - INAPLICABILIDADE DA TR \u2013 ADIN 4930/STF - VANTAGENS PESSOAIS INCORPORADAS DEFINITIVAMENTE AO SAL\u00c1RIO - INCLUS\u00c3O NO C\u00c1LCULO - DIVERG\u00caNCIA JURISPRUDENCIAL N\u00c3O COMPROVADA RISTJ, ART. 255 E PAR\u00c1GRAFOS - S\u00daMULA 13/STJ PRECEDENTES STJ.- Nos contratos vinculados ao PES, o reajustamento das presta\u00e7\u00f5es deve obedecer \u00e0 varia\u00e7\u00e3o salarial dos mutu\u00e1rios, a fim de preservara equa\u00e7\u00e3o econ\u00f4mico-financeira do pactuado.- As vantagens pessoais incorporadas, definitivamente, ao sal\u00e1rio ou vencimento do mutu\u00e1rio, incluem-se na verifica\u00e7\u00e3o da equival\u00eancia para fixa\u00e7\u00e3o das parcelas.- Declarada pelo STF a inconstitucionalidade da TR como fator de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria (ADIN 493-0), o reajustamento do saldo devedor,a exemplo das presta\u00e7\u00f5es mensais, tamb\u00e9m deve obedecer ao Plano de Equival\u00eancia Salarial.- Recurso conhecido e parcialmente provido(Resp 140.839/BA, Rel. Ministro FRANCISCO PE\u00c7ANHA MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 23/11/1999, DJ 21/02/2000, p. 112) (grifamos)\nSFH. PLANO DE EQUIVAL\u00caNCIA SALARIAL. REAJUSTE DAS PRESTA\u00c7\u00d5ES. ILEGITIMIDADE PASSIVA DA UNI\u00c3O. NULIDADE DO AC\u00d3RD\u00c3O. INOCORR\u00caNCIA. VANTAGENS PESSOAIS. INCLUS\u00c3O. CORRE\u00c7\u00c3O PELA TR. IMPOSSIBILIDADE. PRECEDENTES.(...)4. Inaplic\u00e1vel a TR como fator de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria Entendimento consagrado nesta Corte na esteira de orienta\u00e7\u00e3o tra\u00e7ada pelo STF.5. Recurso especial conhecido e parcialmente provido.(REsp 209.466/BA, Rel. Ministro FRANCISCO PE\u00c7ANHA MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 07/08/2001, DJ 17/06/2002, p. 231) (grifamos)\nTodavia, a Corte de Justi\u00e7a, fazendo uma releitura do voto do Ministro Moreira Alves do STF, mudou de entendimento, e passou a adotar a constitucionalidade da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, conforme demonstra o seguinte julgado:\nSISTEMA FINANCEIRO DA HABITA\u00c7\u00c3O. SALDO DEVEDOR. ATUALIZA\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA. TR.1. N\u00e3o \u00e9 inconstitucional a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria com base na Taxa Referencial - TR. O que \u00e9 inconstitucional \u00e9 sua aplica\u00e7\u00e3o retroativa. Foi isso o que decidiu o STF da ADI 493/DF, Pleno, Min. Moreira Alves, DJ de 04.09.1992, ao estabelecer o \u00e2mbito de incid\u00eancia da Lei 8.177, de 1991.2. Aos contratos de m\u00fatuo habitacional firmados no \u00e2mbito do SFH que prevejam a corre\u00e7\u00e3o do saldo devedor pela taxa b\u00e1sica aplic\u00e1vel aos dep\u00f3sitos da poupan\u00e7a aplica-se a Taxa Referencial, por expressa determina\u00e7\u00e3o legal. Precedentes da Corte Especial: AGEREsp 725917 / DF, Min. Laurita Vaz, DJ 19.06.2006; DERESP 453600 / DF, Min. Aldir Passarinho Junior, DJ\n_____________________________________________________________________________________ Rua Duque de Caxias, 1135, Santo \u00c2ngelo, RS \u2013 Fone 3313 2966 - E\u2019mail brasilantoniosartori@yahoo.com.br\n\n\fRaquel Kelly de Aguiar Sartori \u2013 OAB/RS 55481 Jeferson Pettenon \u2013 OAB/RS 77.752\n24.04.2006.3. Embargos de diverg\u00eancia a que se nega provimento.(EREsp 752.879/DF, Rel. Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI, CORTE ESPECIAL, julgado em 19/12/2006, DJ 12/03/2007, p. 184) (grifamos)\nEm rela\u00e7\u00e3o ao FGTS, h\u00e1 at\u00e9 a s\u00famula do STJ sobre a aplica\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. Neste sentido:\nA Taxa Referencial (TR) \u00e9 o \u00edndice aplic\u00e1vel, a t\u00edtulo de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, aos d\u00e9bitos com o FGTS recolhidos pelo empregador mas n\u00e3o repassados ao fundo. (S\u00famula 459, PRIMEIRA SE\u00c7\u00c3O, julgado em 25/08/2010, DJe 08/09/2010)\nComo dito alhures, aplica\u00e7\u00e3o de \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria se presta para recuperar o poder de compra do valor emprestado. Este poder de compra \u00e9 diretamente influenciado por um processo inflacion\u00e1rio. O pr\u00f3prio STJ reconhece a influ\u00eancia da infla\u00e7\u00e3o e da defla\u00e7\u00e3o na composi\u00e7\u00e3o do \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, sen\u00e3o vejamos:\nPREVIDENCI\u00c1RIO E ECON\u00d4MICO. T\u00cdTULO EXECUTIVO JUDICIAL. DETERMINA\u00c7\u00c3ODE CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA PELO IGP-M. \u00cdNDICES DE DEFLA\u00c7\u00c3O.APLICABILIDADE. OFENSA AO PRINC\u00cdPIO DA IRREDUTIBILIDADE DOS VENCIMENTOS. N\u00c3O OCORR\u00caNCIA. PRESERVA\u00c7\u00c3O DO VALOR NOMINAL DA OBRIGA\u00c7\u00c3O. PRECEDENTES.1. \"A corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria nada mais \u00e9 do que um mecanismo de manuten\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda, n\u00e3o devendo representar, consequentemente, por si s\u00f3, nem um plus nem um minus em sua subst\u00e2ncia. Corrigir o valor nominal da obriga\u00e7\u00e3o representa, portanto, manter, no tempo, o seu poder de compra original, alterado pelas oscila\u00e7\u00f5es inflacion\u00e1rias positivas e negativas ocorridas no per\u00edodo. Atualizar a obriga\u00e7\u00e3o levando em conta apenas oscila\u00e7\u00f5es positivas importaria distorcer a realidade econ\u00f4mica produzindo um resultado que n\u00e3o representa a simples manuten\u00e7\u00e3o do primitivo poder aquisitivo, mas um indevido acr\u00e9scimo no valor real. Nessa linha, estabelece o Manual de Orienta\u00e7\u00e3o de Procedimento de C\u00e1lculos aprovado pelo Conselho da Justi\u00e7a Federal que, n\u00e3o havendo decis\u00e3o judicial em contr\u00e1rio, \"os \u00edndices negativos de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria (defla\u00e7\u00e3o) ser\u00e3o considerados no c\u00e1lculo de atualiza\u00e7\u00e3o\", com a ressalva de que, se, no c\u00e1lculo final, 'a atualiza\u00e7\u00e3o implicar redu\u00e7\u00e3o do principal, deve prevalecer o valor nominal'\" (Corte Especial, REsp 1.265.580/RS, Rel. Min. TEORI ALBINO ZAVASCKI, DJe18/4/12).2. No precedente da Corte Especial, mencionado na decis\u00e3o agravada, ficou expressamente consignado que se, na atualiza\u00e7\u00e3o da d\u00edvida, houver redu\u00e7\u00e3o do principal, deve prevalecer o valor nominal, em respeito ao princ\u00edpio da irredutibilidade de vencimentos,previsto nos arts. 7\u00ba, VI e 37, XV, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal.3. A compreens\u00e3o no sentido de que n\u00e3o h\u00e1 viola\u00e7\u00e3o ao princ\u00edpio da irredutibilidade dos vencimentos, quando preservado o valor nominal da obriga\u00e7\u00e3o, encontra respaldo na jurisprud\u00eancia do STF e do STJ.4. Agravo regimental improvido.(AgRg nos EREsp 1252558/RS, Rel.\n_____________________________________________________________________________________ Rua Duque de Caxias, 1135, Santo \u00c2ngelo, RS \u2013 Fone 3313 2966 - E\u2019mail brasilantoniosartori@yahoo.com.br\n\n\fRaquel Kelly de Aguiar Sartori \u2013 OAB/RS 55481 Jeferson Pettenon \u2013 OAB/RS 77.752\n\nMinistro SERGIO KUKINA, PRIMEIRA SE\u00c7\u00c3O, julgado em 13/03/2013, DJe 21/03/2013)(grifos nossos)\n\nN\u00e3o podemos nos esquecer de que a cultura da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria est\u00e1 de tal forma arraigada ao nosso sistema econ\u00f4mico, que o pr\u00f3prio C\u00f3digo Civil de 2002, traz diversos dispositivos garantindo atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria:\n\nArt. 389. N\u00e3o cumprida a obriga\u00e7\u00e3o, responde o devedor por perdas e danos, mais juros e atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria segundo \u00edndices oficiais regularmente estabelecidos, e honor\u00e1rios de advogado. Art. 395. Responde o devedor pelos preju\u00edzos a que sua mora der causa, mais juros, atualiza\u00e7\u00e3o dos valores monet\u00e1rios segundo \u00edndices oficiais regularmente estabelecidos, e honor\u00e1rios de advogado. Art. 404. As perdas e danos, nas obriga\u00e7\u00f5es de pagamento em dinheiro, ser\u00e3o pagas com atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria segundo \u00edndices oficiais regularmente estabelecidos, abrangendo juros, custas e honor\u00e1rios de advogado, sem preju\u00edzo da pena convencional. Art. 418. Se a parte que deu as arras n\u00e3o executar o contrato, poder\u00e1 a outra t\u00ea-lo por desfeito, retendo-as; se a inexecu\u00e7\u00e3o for de quem recebeu as arras, poder\u00e1 quem as deu haver o contrato por desfeito, e exigir sua devolu\u00e7\u00e3o mais o equivalente, com atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria segundo \u00edndices oficiais regularmente estabelecidos, juros e honor\u00e1rios de advogado. Art. 772. A mora do segurador em pagar o sinistro obriga \u00e0 atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria da indeniza\u00e7\u00e3o devida segundo \u00edndices oficiais regularmente estabelecidos, sem preju\u00edzo dos juros morat\u00f3rios. Art. 884. Aquele que, sem justa causa, se enriquecer \u00e0 custa de outrem, ser\u00e1 obrigado a restituir o indevidamente auferido, feita a atualiza\u00e7\u00e3o dos valores monet\u00e1rios.\n\nEste retrospecto da evolu\u00e7\u00e3o legal e jurisprudencial a respeito da aplica\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria se fez necess\u00e1rio para que pud\u00e9ssemos chegar ao n\u00facleo do argumento desta a\u00e7\u00e3o.\n\nHoje, no pa\u00eds, h\u00e1 dois tipos de \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. \u00cdndices que refletem a infla\u00e7\u00e3o e, portanto, recuperam o poder de compra do valor aplicado, como o IPCA e o INPC, e um \u00edndice que n\u00e3o reflete a infla\u00e7\u00e3o, e consequentemente n\u00e3o recupera o poder de compra do valor aplicado \u2013 a Taxa Referencial/TR.\n\nHistoricamente, \u00e9 preciso lembrar que a Taxa Referencial nunca foi igual \u00e0 infla\u00e7\u00e3o. Nem quando experimentamos hiperinfla\u00e7\u00e3o, nem quando experimentamos defla\u00e7\u00e3o. Todavia, os \u00edndices da TR, do INPC e do IPCA, sempre andaram pr\u00f3ximos. Em outras palavras, imperava a razoabilidade nos \u00edndices da TR para que pudessem atingir a finalidade de corre\u00e7\u00e3o do valor do capital.\n\nANO 1991 1992\n\nTR 335,51% 1.156,22%\n\nINPC 475,11% 1.149,05%\n\nIPCA 472,69% 1.119,09%\n\n_____________________________________________________________________________________ Rua Duque de Caxias, 1135, Santo \u00c2ngelo, RS \u2013 Fone 3313 2966 - E\u2019mail brasilantoniosartori@yahoo.com.br\n\n\fRaquel Kelly de Aguiar Sartori \u2013 OAB/RS 55481 Jeferson Pettenon \u2013 OAB/RS 77.752\n\n1993 1994 1995 1996\n\n2.474,73% 951,19% 31,6207% 9,5551%\n\n2.489,11% 929,32% 21,98% 9,125%\n\n2,477,15% 916,43% 22,41% 9,56%\n\nN\u00e3o obstante, o cen\u00e1rio come\u00e7a a mudar a partir de 1999. A TR se distancia expressivamente do INPC e do IPCA, ao ponto de hoje a infla\u00e7\u00e3o superar 6% ao ano e a TR ser igual a zero. Logo, ela n\u00e3o se presta para o fim de manter o poder aquisitivo dos dep\u00f3sitos do FGTS, que s\u00e3o um patrim\u00f4nio do trabalhador.\n\nO sentimento geral \u00e9 que h\u00e1 muito tempo o FGTS \u00e9 um fundo in\u00edquo por ele n\u00e3o ter recomposi\u00e7\u00e3o inflacion\u00e1ria dos seus recursos. Na verdade, o trabalhador n\u00e3o est\u00e1 financiando programas de habita\u00e7\u00e3o popular, saneamento b\u00e1sico e infraestrutura urbana, ele est\u00e1 subsidiando.\n\nAo contr\u00e1rio de outros investimentos, o FGTS n\u00e3o \u00e9 um fundo de livre disposi\u00e7\u00e3o por parte do trabalhador, n\u00e3o podendo ele decidir sponte pr\u00f3pria quais as aplica\u00e7\u00f5es que lhe s\u00e3o mais convenientes ou rent\u00e1veis. O trabalhador tem que se submeter a pol\u00edticas econ\u00f4micas e sociais que lhe s\u00e3o altamente prejudiciais.\n\nOra, mas a pr\u00f3pria Lei do FGTS diz em seu artigo 2\u00ba que \u00e9 garantida a atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e juros. Quando a TR \u00e9 igual a zero este artigo \u00e9 descumprido. Quando a TR \u00e9 m\u00ednima e totalmente desproporcional em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 infla\u00e7\u00e3o, este artigo tamb\u00e9m \u00e9 descumprido e o patrim\u00f4nio do trabalhador \u00e9 subtra\u00eddo por quem tem o dever legal de administr\u00e1-lo.\n\nEm um cen\u00e1rio de TR zero e infla\u00e7\u00e3o p\u00fablica e not\u00f3ria, estamos diante de uma situa\u00e7\u00e3o de confisco. O Governo Federal, atrav\u00e9s da Caixa Econ\u00f4mica Federal, est\u00e1 confiscando os rendimentos dos trabalhadores, para subsidiar pol\u00edticas p\u00fablicas, sem a menor possibilidade de inger\u00eancia destes trabalhadores.\n\nAssim como em nosso Estado Democr\u00e1tico de Direito, a Constitui\u00e7\u00e3o veda que se utilize o tributo com efeito de confisco, o trabalhador n\u00e3o pode ser punido com o confisco do que a pr\u00f3pria Caixa define em seu s\u00edtio eletr\u00f4nico, como um patrim\u00f4nio do trabalhador, e definitivamente o \u00e9.\n\nQuando se fala em patrim\u00f4nio, imediatamente sobrev\u00e9m li\u00e7\u00e3o da Professora Maria Helena Diniz ao comentar o artigo 91 do Novo C\u00f3digo Civil:\n\nArt. 91. Constitui universalidade de direito o complexo de rela\u00e7\u00f5es jur\u00eddicas de uma pessoa, dotadas de valor econ\u00f4mico.\n\nUniversalidade de direito. \u00c9 a constitu\u00edda por bens singulares corp\u00f3reos heterog\u00eaneos ou incorp\u00f3reos (complexo de rela\u00e7\u00f5es jur\u00eddicas), a que a norma jur\u00eddica, com o intuito de produzir certos efeitos, d\u00e1 unidade, por serem dotados de valor econ\u00f4mico, como p. ex., o patrim\u00f4nio (...) O patrim\u00f4nio e a heran\u00e7a s\u00e3o considerados como um conjunto, ou seja, como uma universalidade. Embora se constituam ou n\u00e3o de bens materiais e de cr\u00e9ditos, esses bens se unificam numa express\u00e3o econ\u00f4mica, que \u00e9 o valor. O patrim\u00f4nio \u00e9 complexo de rela\u00e7\u00f5es jur\u00eddicas de uma pessoa apreci\u00e1veis\n_____________________________________________________________________________________ Rua Duque de Caxias, 1135, Santo \u00c2ngelo, RS \u2013 Fone 3313 2966 - E\u2019mail brasilantoniosartori@yahoo.com.br\n\n\fRaquel Kelly de Aguiar Sartori \u2013 OAB/RS 55481 Jeferson Pettenon \u2013 OAB/RS 77.752\n\neconomicamente. Incluem-se no patrim\u00f4nio: a posse, os direitos reais, as obriga\u00e7\u00f5es e as a\u00e7\u00f5es correspondentes a tais direitos. O patrim\u00f4nio abrange direitos e deveres redut\u00edveis a dinheiro. (C\u00f3digo Civil Anotado, Ed. Saraiva, pag. 100) (grifamos).\n\nLevando em conta que a rela\u00e7\u00e3o jur\u00eddica entre os trabalhadores e a Caixa \u00e9 de direito pessoal, o artigo 233 do C\u00f3digo Civil se torna inafast\u00e1vel, na medida em que determina que a obriga\u00e7\u00e3o de dar coisa certa abrange os acess\u00f3rios, ainda que n\u00e3o mencionados.\n\nArt. 233. A obriga\u00e7\u00e3o de dar coisa certa abrange os acess\u00f3rios dela embora n\u00e3o mencionados, salvo se o contr\u00e1rio resultar do t\u00edtulo ou das circunst\u00e2ncias do caso.\n\nmonet\u00e1ria.\n\nOra, acess\u00f3rios de dinheiro s\u00e3o os juros e a corre\u00e7\u00e3o\n\nE ent\u00e3o voltamos \u00e0 Taxa Referencial.\n\nII.IV- DA MANIPULA\u00c7\u00c3O DA TR PELO BANCO CENTRAL\n\nIndependentemente da discuss\u00e3o sobre sua natureza jur\u00eddica, vamos aqui partir do pressuposto, assentado pela jurisprud\u00eancia, principalmente do STJ, que a TR \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria.\n\nTanto o artigo 1\u00ba da lei n\u00ba 8.177/91 quando o artigo 5\u00ba da Lei n\u00ba 10.192/01 (que convolou a MP 1.053/95) atribu\u00edram ao Banco Central a regulamenta\u00e7\u00e3o da metodologia de c\u00e1lculo da TR, conforme crit\u00e9rio estabelecido na lei e a expedi\u00e7\u00e3o das instru\u00e7\u00f5es necess\u00e1rias ao cumprimento do artigo que criou a TBF.\n\nArt. 1\u00b0 O Banco Central do Brasil divulgar\u00e1 Taxa Referencial (TR), calculada a partir da remunera\u00e7\u00e3o mensal m\u00e9dia l\u00edquida de impostos, dos dep\u00f3sitos a prazo fixo captados nos bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos m\u00faltiplos com carteira comercial ou de investimentos, caixas econ\u00f4micas, ou dos t\u00edtulos p\u00fablicos federais, estaduais e municipais, de acordo com metodologia a ser aprovada pelo Conselho Monet\u00e1rio Nacional, no prazo de sessenta dias, e enviada ao conhecimento do Senado Federal. . (Lei n\u00ba 8177/91) Artigo 5\u00ba Fica institu\u00edda Taxa B\u00e1sica Financeira \u2013 TBF, para ser utilizada exclusivamente como base de remunera\u00e7\u00e3o de opera\u00e7\u00f5es realizadas no mercado financeiro, de prazo de dura\u00e7\u00e3o igual ou superior a sessenta dias. Par\u00e1grafo \u00fanico. O Conselho Monet\u00e1rio Nacional expedir\u00e1 as instru\u00e7\u00f5es necess\u00e1rias ao cumprimento do disposto neste artigo, podendo inclusive, ampliar o prazo m\u00ednimo previsto no caput. (Lei n\u00ba 10.192/01)\n\nNo mister de regulamentar a TR, o Banco Central/CMN vem ao longo dos anos criando e reinventando f\u00f3rmulas para encontr\u00e1-la. Pelo menos desde a Resolu\u00e7\u00e3o 2.075, de 26 de maio de 1994, h\u00e1 f\u00f3rmulas para encontrar a TR. Todavia, \u00e9 com a institui\u00e7\u00e3o da Taxa B\u00e1sica Financeira, pela Medida Provis\u00f3ria 1.053/95, de 30 de junho de 1995, que a forma de c\u00e1lculo da TR sofre uma expressiva reviravolta.\n_____________________________________________________________________________________ Rua Duque de Caxias, 1135, Santo \u00c2ngelo, RS \u2013 Fone 3313 2966 - E\u2019mail brasilantoniosartori@yahoo.com.br\n\n\fRaquel Kelly de Aguiar Sartori \u2013 OAB/RS 55481 Jeferson Pettenon \u2013 OAB/RS 77.752\n\nDesde a Resolu\u00e7\u00e3o 2.437, de 30 de outubro de 1997, a TR \u00e9 calculada levando em conta a Taxa B\u00e1sica Financeira e um Redutor.\n\nseguinte:\n\nA Resolu\u00e7\u00e3o 3.354/06, hoje vigente sobre o assunto, diz o\n\nArt. 1\u00ba Estabelecer que, para fins de c\u00e1lculo da Taxa B\u00e1sica Financeira - TBF e da Taxa Referencial - TR, de que tratam os arts. 1\u00ba da Lei 8.177, de 1\u00ba de mar\u00e7o de 1991, 1\u00ba da Lei 8.660, de 28 de maio de 1993, e 5\u00ba da Lei 10.192, de 14 de fevereiro de 2001, deve ser constitu\u00edda amostra das 30 maiores institui\u00e7\u00f5es financeiras do Pa\u00eds, assim consideradas em fun\u00e7\u00e3o do volume de capta\u00e7\u00e3o efetuado por meio de certificados e recibos de dep\u00f3sito banc\u00e1rio (CDB/RDB), com prazo de 30 a 35 dias corridos, inclusive, e remunerados a taxas prefixadas, entre bancos m\u00faltiplos, bancos comerciais, bancos de investimento e caixas econ\u00f4micas. Art. 2\u00ba A TBF e a TR s\u00e3o calculadas a partir da remunera\u00e7\u00e3o mensal m\u00e9dia dos CDB/RDB emitidos a taxas de mercado prefixadas, com prazo de 30 a 35 dias corridos, inclusive, com base em informa\u00e7\u00f5es prestadas pelas institui\u00e7\u00f5es integrantes da amostra de que trata o art. 1\u00ba, na forma a ser determinada pelo Banco Central do Brasil. Art. 4\u00ba Para cada dia do m\u00eas - dia de refer\u00eancia -, o Banco Central do Brasil deve calcular a TBF, para o per\u00edodo de um m\u00eas, com in\u00edcio no pr\u00f3prio dia de refer\u00eancia e t\u00e9rmino no dia correspondente ao dia de refer\u00eancia no m\u00eas seguinte, considerada a hip\u00f3tese prevista no \u00a7 2\u00ba, inciso IV. (...) Art. 5\u00ba Para cada TBF obtida, segundo a metodologia descrita no art. 4\u00ba, deve ser calculada a correspondente TR, pela aplica\u00e7\u00e3o de um redutor \"R\", de acordo com a seguinte f\u00f3rmula: TR = max {0,100 {[ (1 + TBF/100) / R ] - 1}} (em %). \u00a7 1\u00ba O valor do redutor 'R' deve ser calculado para todos os dias, inclusive n\u00e3o-\u00fateis, de acordo com a seguinte f\u00f3rmula: R = (a + b . TBF/100), onde:Resolu\u00e7\u00e3o n\u00ba 3354, de 31 de mar\u00e7o de 2006. TBF = TBF relativa ao dia de refer\u00eancia; a = 1,005; b = valor determinado de acordo com a tabela abaixo, em fun\u00e7\u00e3o da TBF obtida, segundo a metodologia descrita no art. 4\u00ba, em termos percentuais ao ano: TBF (% a.a.) b TBF maior que 16 0,48 TBF menor ou igual a 16 e maior que 15 0,44 TBF menor ou igual a 15 e maior que 14 0,40 TBF menor ou igual a 14 e maior que 13 0,36 TBF menor ou igual a 13 e maior ou igual a 11 0,32 Reda\u00e7\u00e3o dada pela Resolu\u00e7\u00e3o 3.446, de 05/03/2007. \u00a7 2\u00ba Fica o Banco Central do Brasil autorizado a determinar\no valor do par\u00e2metro \"b\" no caso de a TBF obtida ser inferior a 11% a.a. (onze por cento ao ano).\n\n_____________________________________________________________________________________ Rua Duque de Caxias, 1135, Santo \u00c2ngelo, RS \u2013 Fone 3313 2966 - E\u2019mail brasilantoniosartori@yahoo.com.br\n\n\fRaquel Kelly de Aguiar Sartori \u2013 OAB/RS 55481 Jeferson Pettenon \u2013 OAB/RS 77.752\nO peculiar nesta determina\u00e7\u00e3o do Banco Central/CMN, que de resto se repete desde 1997, \u00e9 que a TBF e TR s\u00e3o exatamente iguais em sua g\u00eanese at\u00e9 o momento em que se determina que se aplique um redutor \u00e0 TBF para se chegar \u00e0 TR.\nN\u00e3o h\u00e1 na Lei da TR previs\u00e3o de aplica\u00e7\u00e3o de redutor, assim como n\u00e3o h\u00e1 na Lei que criou a TBF. Todavia, causa estranheza que diante de um comando aberto como o do art. 5\u00ba da MP n\u00ba 1.503/95 (Lei n\u00ba 10.192/01), o Banco Central/CMN, com amplos poderes para regulamentar o assunto, n\u00e3o tenha institu\u00eddo um redutor, mas o tenha feito ao regulamentar o artigo 1\u00ba da lei n\u00ba 8.177/91, que n\u00e3o era t\u00e3o flex\u00edvel.\nO Economista C\u00e9sar Roberto Buzin explica o que o Banco Central/CMN est\u00e1 fazendo com a TR, neste trecho do Parecer Econ\u00f4mico que ora se transcreve nesta inicial.\nObjeto de discuss\u00e3o \u00e9 a utiliza\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, que apesar de n\u00e3o ter sido criada como um \u00edndice de indexa\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, vem sendo utilizada para tal finalidade na corre\u00e7\u00e3o dos valores aplicados \u00e0 caderneta de poupan\u00e7a e outras aplica\u00e7\u00f5es como os dep\u00f3sitos do FGTS, dinheiro pertencente aos trabalhadores, por\u00e9m, com gest\u00e3o de terceiros.\nA posi\u00e7\u00e3o adotada pelo Superior Tribunal de Justi\u00e7a, em agosto de 2010, a respeito da utiliza\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria foi sacramentada por meio da cria\u00e7\u00e3o da S\u00famula 454, com a seguinte reda\u00e7\u00e3o: \u201cPactuada a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria nos contrato do SFH pelo mesmo \u00edndice aplic\u00e1vel \u00e0 caderneta de poupan\u00e7a, incide a Taxa Referencial (TR) a partir da vig\u00eancia da Lei 8.177/91\u201d.\nA TR \u00e9 calculada a partir da Taxa B\u00e1sica Financeira (TBF), uma m\u00e9dia de taxas de juros pagas nas aplica\u00e7\u00f5es em certificados de dep\u00f3sitos banc\u00e1rios (CDB) emitidas pelas 30 maiores institui\u00e7\u00f5es financeiras.\nPara calcular o valor da TR, \u00e9 preciso aplicar um redutor sobre a TBF, que depende de dois par\u00e2metros, chamados de \u201ca\u201d e \u201cb\u201d. O par\u00e2metro \u201ca\u201d \u00e9 o fator de 1,005, equivalente \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o da caderneta antiga, ou seja, 0,5% ao m\u00eas, ou 6,17% ao ano de juros remunerat\u00f3rio. Enquanto que o \u201cb\u201d \u00e9 um decimal menor do que 1, arbitrado pelo BACEN e que varia de acordo com o n\u00edvel de taxa de juros b\u00e1sica da economia, divulgada ap\u00f3s as reuni\u00f5es do Comit\u00ea de Pol\u00edtica Monet\u00e1ria do BC (Copom).\nPara calcular o redutor (R) o par\u00e2metro \u201cb\u201d \u00e9 multiplicado pelo valor da TBF e somado ao par\u00e2metro \u201ca\u201d, ou seja,\nR= a + b x TBF TR= 1+TBF \u2013 1\n_____________________________________________________________________________________ Rua Duque de Caxias, 1135, Santo \u00c2ngelo, RS \u2013 Fone 3313 2966 - E\u2019mail brasilantoniosartori@yahoo.com.br\n\n\fRaquel Kelly de Aguiar Sartori \u2013 OAB/RS 55481 Jeferson Pettenon \u2013 OAB/RS 77.752\n\nA f\u00f3rmula significa que os novos dep\u00f3sitos realizados nas contas de dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a tenham como remunera\u00e7\u00e3o adicional (TR): (i) 0,5% a. m. enquanto a meta da taxa SELC, taxa b\u00e1sica de juros, definida pelo BACEN, estiver acima de 8,5% a.a e (ii) 70% da meta da taxa SELIC, mensalizada, vigente na data do in\u00edcio do per\u00edodo de rendimento.\n\nNo n\u00edvel atual de taxa de juros decrescente de uma economia estabilizada e num cen\u00e1rio para os pr\u00f3ximos anos, de juros baixos, a TR permanecer\u00e1 por um longo per\u00edodo indeterminado como zero.\n\nNa esteira do que foi deduzido no Parecer, um quadro comparativo entre os percentuais da TR, INPC e IPCA, desde 1997, os dep\u00f3sitos nas contas vinculadas do FGTS dos trabalhadores est\u00e3o perdendo poder de compra, notadamente a partir de 1999.\n\nANO 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 (at\u00e9 mar\u00e7o)\n\nTR 9,7849% 7,7938% 5,7295% 2,0962% 2,2852% 2,8023% 4,6485% 1,8184% 2,8335% 2,0377% 1,4452% 1,6348% 0,7090% 0,6887% 1,2079% 0,2897% 0,00%\n\nINPC 4,34% 2,49% 8,43% 5,27% 9,44% 14,74% 10,38% 6,13% 5,05% 2,81% 5,15% 6,48% 4,11% 6,46% 6,07% 6,17% 2,05%\n\nIPCA 5,22% 1,65% 8,94% 5,97% 7,67% 12,53% 9,30% 7,60% 5,69% 3,14% 4,46% 5,90% 4,31% 5,91% 6,50% 5,84% 1,94%\n\nExcel\u00eancia, hoje, o trabalhador que tem seu dinheiro aplicado no FGTS, e de l\u00e1 n\u00e3o pode retir\u00e1-lo para outro investimento, est\u00e1 sendo remunerado com 0,247% de juros ao m\u00eas e mais nada. N\u00e3o h\u00e1 nem corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria nem Taxa Referencial (independentemente da sua natureza jur\u00eddica), em flagrante ofensa ao artigo 2\u00ba da Lei n\u00ba 8.036/90, que imp\u00f5e a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos valores depositados pelo empregador.\n\nAinda que se argumente que a aplica\u00e7\u00e3o do Redutor pelo Banco Central/CMN seja legal, sua redu\u00e7\u00e3o a zero em um cen\u00e1rio de infla\u00e7\u00e3o superior a 6% ao ano, configura flagrante afronta ao artigo 2\u00ba da Lei n\u00ba 8.036/90, que determina a atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, bem como ao artigo 233 do C\u00f3digo Civil, quando sonega os acess\u00f3rios da obriga\u00e7\u00e3o de dar.\n\nMas \u00e9 necess\u00e1rio ir mais al\u00e9m e revisitar o entendimento jurisprudencial sobre a TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, m\u00e1xime a partir da institui\u00e7\u00e3o de um redutor que tem por efeito zerar o \u00edndice da TR em um ambiente de infla\u00e7\u00e3o.\n_____________________________________________________________________________________ Rua Duque de Caxias, 1135, Santo \u00c2ngelo, RS \u2013 Fone 3313 2966 - E\u2019mail brasilantoniosartori@yahoo.com.br\n\n\fRaquel Kelly de Aguiar Sartori \u2013 OAB/RS 55481 Jeferson Pettenon \u2013 OAB/RS 77.752\nO quadro comparativo mostra que a TR n\u00e3o se presta como atualizador monet\u00e1rio do FGTS, pelo menos desde janeiro de 1999. Desde o momento em que o Banco Central/CMN estabeleceu um redutor para a TR, ela deixou de ser um \u00edndice confi\u00e1vel para atualizar monetariamente as contas do FGTS, porque se descola dos \u00edndices de infla\u00e7\u00e3o, sendo reduzido ano a ano. A finalidade da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u00e9 manter o poder de compra do capital, e esta finalidade nem de perto vem sendo alcan\u00e7ada pela TR. A anula\u00e7\u00e3o total da TR \u00e9 s\u00f3 o desfecho desta pol\u00edtica predat\u00f3ria para o trabalhador.\nO trabalhador, que luta para formar um patrim\u00f4nio, tem que poder confiar na lei. Esta confian\u00e7a est\u00e1 quebrada.\nH\u00e1 a n\u00edtida expropria\u00e7\u00e3o do patrim\u00f4nio do trabalhador, na medida em que se nega a ele a devida atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. Como dito no estudo acostado \u00e0 inicial:\nA atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u00e9 o elemento mais importante do mercado financeiro, pois sem a medi\u00e7\u00e3o precisa da perda do poder aquisitivo da moeda com o decorrer do tempo, ocorre uma gigantesca destrui\u00e7\u00e3o de valor. O objetivo fundamental de escolha de um \u00edndice de atualiza\u00e7\u00e3o nos ativos (neg\u00f3cios, contratos, aplica\u00e7\u00f5es e etc) \u00e9 de proteger o patrim\u00f4nio, evitando que ele seja corro\u00eddo pela infla\u00e7\u00e3o.\nO Poder Judici\u00e1rio h\u00e1 de se opor a este esbulho, confisco, expropria\u00e7\u00e3o que o trabalhador est\u00e1 sofrendo, desde janeiro de 1999, com as constantes redu\u00e7\u00f5es da TR em rela\u00e7\u00e3o aos \u00edndices de infla\u00e7\u00e3o, culminando na sua completa nulidade, ininterruptamente, desde setembro de 2012.\nEm 1991 e 1992, quando o STF julgou a ADI 493-0/DF, ele deixou bem assentado que a TR n\u00e3o constitu\u00eda \u00edndice que refletia a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda. Esta caracter\u00edstica da TR tem se confirmado ao longo dos anos. A sua aplica\u00e7\u00e3o aos saldos dos dep\u00f3sitos do FGTS tem gerado \u201cgigantesca destrui\u00e7\u00e3o de valor\u201d do patrim\u00f4nio do trabalhador. H\u00e1 anos, os trabalhadores que tem dep\u00f3sitos no FGTS n\u00e3o experimentam ganhos reais em sua aplica\u00e7\u00e3o. Ao contr\u00e1rio. H\u00e1 muito tempo, os trabalhadores tem rendimentos inferiores \u00e0 infla\u00e7\u00e3o, mesmo levando em conta a remunera\u00e7\u00e3o dos juros de 3% ao ano.\nO que torna a TR um \u00edndice inid\u00f4neo \u00e9 a intensa inger\u00eancia do Banco Central/CMN na sua formula\u00e7\u00e3o. Como explica o Economista C\u00e9sar Buzim:\nA TR deveria servir como refer\u00eancia para os juros vigentes no Brasil, sendo divulgada mensalmente, a fim de evitar que a taxa de juros no m\u00eas corrente refletisse a infla\u00e7\u00e3o do m\u00eas anterior, apesar das suas caracter\u00edsticas, foi usada como \u00edndice econ\u00f4mico de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria (...) A mudan\u00e7a no comportamento da TR n\u00e3o se deve somente a oscila\u00e7\u00f5es da economia, mas tamb\u00e9m \u00e0 sistem\u00e1tica apurat\u00f3ria desse \u00edndice. Inicialmente, ficou estabelecido que o BACEN efetuaria o c\u00e1lculo da TR a partir da remunera\u00e7\u00e3o mensal m\u00e9dia dos certificados e recibos de dep\u00f3sito banc\u00e1rio (CDB/RDB) emitidos por uma amostra de institui\u00e7\u00f5es\n_____________________________________________________________________________________ Rua Duque de Caxias, 1135, Santo \u00c2ngelo, RS \u2013 Fone 3313 2966 - E\u2019mail brasilantoniosartori@yahoo.com.br\n\n\fRaquel Kelly de Aguiar Sartori \u2013 OAB/RS 55481 Jeferson Pettenon \u2013 OAB/RS 77.752\nfinanceiras, levando em conta a taxa m\u00e9dia de remunera\u00e7\u00e3o dos CDB/RDB\u00b4s e um redutor fixado por resolu\u00e7\u00e3o do CMN. Como consequ\u00eancia da atua\u00e7\u00e3o do BACEN, a taxa referencial deixou de refletir o \u00edndice inflacion\u00e1rio a partir de 1999. (...) O preju\u00edzo causado aos trabalhadores devido \u00e0 aplica\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u00e9 tamanho que quando analisado o fator de corre\u00e7\u00e3o acumulado do FGTS visualiza-se que a rentabilidade desse fundo n\u00e3o supera os \u00edndices inflacion\u00e1rios desde 2002, rendendo menos que a infla\u00e7\u00e3o a partir de 2007, apesar da aplica\u00e7\u00e3o de juros de 3% a.a. Diante do exposto, podemos afirmar que a TR n\u00e3o rep\u00f5e mais as perdas inflacion\u00e1rias, o que afeta consideravelmente os poupadores, bem como os trabalhadores que possuem o FGTS. (...)\nCom base nas normas Resolu\u00e7\u00e3o CMN n\u00ba 2.437, de 30.10.98, Resolu\u00e7\u00e3o CMN n\u00ba 2.604, de 23.04.99. resolu\u00e7\u00e3o CMN n\u00ba 2.809, de 21.12.00, Resolu\u00e7\u00e3o CMN n\u00ba 3.354 de 31.03.2006, Resolu\u00e7\u00e3o CMN n\u00ba 3.446 de 05.03.2007 e Circular n\u00ba 3.356 de 11.07.2007, que estabeleceram no decorrer dos anos a forma de c\u00e1lculo da TR, bem como nas informa\u00e7\u00f5es disponibilizadas pelo BACEN foi constru\u00edda planilha demonstrando a evolu\u00e7\u00e3o do fator de pondera\u00e7\u00e3o \u201cb\u201d, elemento essencial para o c\u00e1lculo do redutor da TR.\n\nAs primeiras mudan\u00e7as significativas da TR ocorreram atrav\u00e9s das Resolu\u00e7\u00f5es CMN n\u00ba 2.387/97 e n\u00ba 2.437/97 que estabeleceram a f\u00f3rmula de c\u00e1lculo do redutor da TR com duas novas vari\u00e1veis, ambas definidas pelo BACEN, quais sejam: a constante \u201ca\u201d e o fator de pondera\u00e7\u00e3o \u201cb\u201d.\n\nA partir da Resolu\u00e7\u00e3o CMN n\u00ba 2.809/2000, o BACEN passou a determinar o fator \u201cb\u201d, sem crit\u00e9rio t\u00e9cnico conhecido, a partir de certo patamar, conforme visualizado na tabela abaixo:\n\nMS \u2013 \u00e9 a meta para a taxa SELIC em (% a.a)\n\nMS\n\n\u201cb\u201d\n\nMS\n\n>\n\n16\n\n0,48\n\n16 >=\n\nMS >15 0,44\n\n15 >=\n\nMS >14 0,40\n\n14 >=\n\nMS >13 0,36\n\n13 >=\n\nMS >12 0,32\n\n12 >=\n\nMS >11 0,28\n\n11 >=\n\nMS >10 0,24\n\n10\n\nAbaixo de 10 fator \u201cb\u201d determinado pelo BACEN\n\nEssa discricionariedade do BACEN na valora\u00e7\u00e3o do fator \u201cb\u201d, acolhida pelas circulares e resolu\u00e7\u00f5es posteriores, impactou o c\u00e1lculo do Redutor da TR.\n\n_____________________________________________________________________________________ Rua Duque de Caxias, 1135, Santo \u00c2ngelo, RS \u2013 Fone 3313 2966 - E\u2019mail brasilantoniosartori@yahoo.com.br\n\n\fRaquel Kelly de Aguiar Sartori \u2013 OAB/RS 55481 Jeferson Pettenon \u2013 OAB/RS 77.752\n\nDe pouco adiantaria ao trabalhador que fosse determinado ao Banco Central/CMN que recalculasse a TR, pois uma nova f\u00f3rmula estaria igualmente sob a discricionariedade e subjetivismo total do Banco. Basta avaliar a sucess\u00e3o de resolu\u00e7\u00f5es do Banco Central/CMN sobre o tema, conforme Parecer do referido Economista.\n\nPartindo da premissa inequ\u00edvoca de que a TR n\u00e3o rep\u00f5e as perdas monet\u00e1rias dos dep\u00f3sitos do FGTS, outro caminho n\u00e3o existe se n\u00e3o o de adotar um novo \u00edndice que verdadeiramente corrija estes dep\u00f3sitos.\n\nMonet\u00e1ria\n\nII.V- Dos \u00cdndices que Efetivamente Produzem Corre\u00e7\u00e3o\n\nA Lei de Introdu\u00e7\u00e3o \u00e0s Normas do direito Brasileiro estabelece em seu artigo 5\u00ba que na aplica\u00e7\u00e3o da lei, o juiz atender\u00e1 aos fins sociais a que ela se dirige e \u00e0s exig\u00eancias do bem comum.\n\nA Lei do FGTS tem um fim social indiscut\u00edvel, proteger o trabalhador e constituir um patrim\u00f4nio que lhe sirva de arrimo em v\u00e1rias situa\u00e7\u00f5es de sua vida.\n\nDiante de tudo que foi demonstrado, o juiz atender\u00e1 aos fins sociais da Lei do FGTS ao reconhecer que corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, reposi\u00e7\u00e3o dos \u00edndices inflacion\u00e1rios de forma a garantir o poder de compra daquele dinheiro ali depositado no Fundo, \u00e9 efetivamente devida pela Caixa.\n\nSe a TR n\u00e3o pode ser considerada um \u00edndice id\u00f4neo, sobrev\u00e9m a necessidade de substitu\u00ed-la por um \u00edndice que realmente reponha as perdas monet\u00e1rias. E ent\u00e3o, nada obsta que o juiz considere \u00edndices previsto em outra legisla\u00e7\u00e3o.\n\nAt\u00e9 por uma quest\u00e3o de equidade, o melhor \u00edndice que pode substituir a TR \u00e9 o \u00edndice que corrige monetariamente o sal\u00e1rios dos trabalhadores e os benef\u00edcios previdenci\u00e1rios. Este \u00edndice est\u00e1 previsto na Lei 12.382 de 25 de fevereiro de 2011, cujos primeiros artigos trazem a seguinte dic\u00e7\u00e3o:\n\nArt. 1o O sal\u00e1rio m\u00ednimo passa a corresponder ao valor de R$ 545,00 (quinhentos e quarenta e cinco reais). Par\u00e1grafo \u00fanico. Em virtude do disposto no caput, o valor di\u00e1rio do sal\u00e1rio m\u00ednimo corresponder\u00e1 a R$ 18,17 (dezoito reais e dezessete centavos) e o valor hor\u00e1rio, a R$ 2,48 (dois reais e quarenta e oito centavos). Art. 2o Ficam estabelecidas as diretrizes para a pol\u00edtica de valoriza\u00e7\u00e3o do sal\u00e1rio m\u00ednimo a vigorar entre 2012 e 2015, inclusive, a serem aplicadas em 1o de janeiro do respectivo ano. \u00a7 1o Os reajustes para a preserva\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo do sal\u00e1rio m\u00ednimo corresponder\u00e3o \u00e0 varia\u00e7\u00e3o do \u00cdndice Nacional de Pre\u00e7os ao Consumidor - INPC, calculado e divulgado pela Funda\u00e7\u00e3o Instituto Brasileiro de Geografia e Estat\u00edstica - IBGE, acumulada nos doze meses anteriores ao m\u00eas do reajuste. \u00a7 2o Na hip\u00f3tese de n\u00e3o divulga\u00e7\u00e3o do INPC referente a um ou mais meses compreendidos no per\u00edodo do c\u00e1lculo at\u00e9 o \u00faltimo\n_____________________________________________________________________________________ Rua Duque de Caxias, 1135, Santo \u00c2ngelo, RS \u2013 Fone 3313 2966 - E\u2019mail brasilantoniosartori@yahoo.com.br\n\n\fRaquel Kelly de Aguiar Sartori \u2013 OAB/RS 55481 Jeferson Pettenon \u2013 OAB/RS 77.752\ndia \u00fatil imediatamente anterior \u00e0 vig\u00eancia do reajuste, o Poder Executivo estimar\u00e1 os \u00edndices dos meses n\u00e3o dispon\u00edveis. \u00a7 3o Verificada a hip\u00f3tese de que trata o \u00a7 2o, os \u00edndices estimados permanecer\u00e3o v\u00e1lidos para os fins desta Lei, sem qualquer revis\u00e3o, sendo os eventuais res\u00edduos compensados no reajuste subsequente, sem retroatividade. \u00a7 4o A t\u00edtulo de aumento real, ser\u00e3o aplicados os seguintes percentuais: I - em 2012, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do Produto Interno Bruto - PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2010; II - em 2013, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2011; III - em 2014, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2012; e IV - em 2015, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2013. \u00a7 5o Para fins do disposto no \u00a7 4o, ser\u00e1 utilizada a taxa de crescimento real do PIB para o ano de refer\u00eancia, divulgada pelo IBGE at\u00e9 o \u00faltimo dia \u00fatil do ano imediatamente anterior ao de aplica\u00e7\u00e3o do respectivo aumento real.\nN\u00e3o h\u00e1 porque ter dois pesos e duas medidas. Se o sal\u00e1rio m\u00ednimo \u00e9 corrigido monetariamente pelo INPC, o dep\u00f3sito do FGTS que, em \u00faltimas an\u00e1lise, \u00e9 um sal\u00e1rio indireto do trabalhador, tamb\u00e9m h\u00e1 de s\u00ea-lo.\nE observe que o objetivo da Lei em corrigir o sal\u00e1rio m\u00ednimo pelo INPC decorre exclusivamente da necessidade de preservar seu poder aquisitivo. A necessidade de preservar o poder aquisitivo \u00e9 um constante em todas as transa\u00e7\u00f5es financeiras, e ela s\u00f3 aperfei\u00e7oa quando rep\u00f5e efetivamente as perdas inflacion\u00e1rias.\nOutro \u00edndice que se mostra aplic\u00e1vel, na hip\u00f3tese deste douto Ju\u00edzo entender que n\u00e3o se aplicaria o INPC, \u00e9 o IPCA, \u00edndice oficial do Governo Federal para medi\u00e7\u00e3o das metas inflacion\u00e1rias, contratadas com o FMI, a partir de julho de 1999 (informa\u00e7\u00e3o obtida no Portal Brasil (www.portalbrail.net).\nAmbos os \u00edndices s\u00e3o infinitamente mais adequados a preservar o poder aquisitivo dos dep\u00f3sitos do FGTS do que a aniquilada TR.\nII.VI - Do Posicionamento dos Tribunais Superiores\n\u00c9 posicionamento consolidado no STF de que a TR n\u00e3o serve como corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria.\nAo julgar um caso de um credor do Instituto Nacional de Seguro Social (INSS), em maio/2013, a ministra C\u00e1rmen L\u00facia reafirmou a posi\u00e7\u00e3o da Corte de que a Taxa Referencial (TR) - que remunera a poupan\u00e7a - n\u00e3o serve para recompor a perda inflacion\u00e1ria da moeda. Vejamos:\n_____________________________________________________________________________________ Rua Duque de Caxias, 1135, Santo \u00c2ngelo, RS \u2013 Fone 3313 2966 - E\u2019mail brasilantoniosartori@yahoo.com.br\n\n\fRaquel Kelly de Aguiar Sartori \u2013 OAB/RS 55481 Jeferson Pettenon \u2013 OAB/RS 77.752\n\nRECURSO EXTRAORDIN\u00c1RIO. CONSTITUCIONAL. \u201c\u00cdNDICE\n\nOFICIAL DE REMUNERA\u00c7\u00c3O B\u00c1SICA DA CADERNETA DE\n\nPOUPAN\u00c7A\u201d: INCONSTITUCIONALIDADE DA EXPRESS\u00c3O.\n\nAC\u00d3RD\u00c3O\n\nRECORRIDO\n\nDISSONANTE\n\nDA\n\nJURISPRUD\u00caNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL.\n\n\u00cdNDICE DE CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA: OFENSA\n\nCONSTITUCIONAL INDIRETA. RECURSO PARCIALMENTE\n\nPROVIDO. Relat\u00f3rio 1. Recurso extraordin\u00e1rio interposto com\n\nbase na al\u00ednea a do inc. III do art. 102 da Constitui\u00e7\u00e3o da\n\nRep\u00fablica contra julgado do Tribunal Regional Federal da 4\u00aa\n\nRegi\u00e3o, que decidiu: \u201cAGRAVO DE INSTRUMENTO.\n\nPREVIDENCI\u00c1RIO. EXECU\u00c7\u00c3O. PRECAT\u00d3RIO/RPV\n\nCOMPLEMENTAR. EC N. 62/2009. ART. 100, \u00a7 12, DA CF.\n\nCONSTITUCIONALIDADE. INCID\u00caNCIA IMEDIATA. 1. O \u00a7 12\n\ndo artigo 100 da Constitui\u00e7\u00e3o Federal, introduzido pela EC n.\n\n62, de 09/11/2009 (publicada em 10/12/2009), tem aplica\u00e7\u00e3o\n\nimediata aos feitos de natureza previdenci\u00e1ria, sendo\n\nconstitucional. 2. Entendimento firmado no sentido de que a TR\n\nmostra-se v\u00e1lida como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. 3. Nada\n\nimpede o legislador constitucional ou infraconstitucional de\n\ndispor sobre corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e taxa de juros e, em se\n\ntratando de rela\u00e7\u00e3o de direito p\u00fablico, n\u00e3o h\u00e1 \u00f3bice a incid\u00eancia\n\nimediata da lei, desde que respeitado per\u00edodo anterior \u00e0\n\nvig\u00eancia da nova norma (veda\u00e7\u00e3o \u00e0 retroatividade), pois n\u00e3o\n\nexiste direito adquirido a regime jur\u00eddico\u201d (fl. 68). 2. O\n\nAgravante alega que o Tribunal a quo teria contrariado os arts.\n\n1\u00ba, inc. III, 5\u00ba, caput e incs. XXII, XXXVI, e 37, caput, da\n\nConstitui\u00e7\u00e3o da Rep\u00fablica. Argumenta que: \u201cA EC n. 62/2009,\n\nem seu art. 1\u00ba, \u00a7 12, instituiu que \u2018A partir da promulga\u00e7\u00e3o\n\ndesta Emenda Constitucional, a atualiza\u00e7\u00e3o de valores de\n\nrequisit\u00f3rios , ap\u00f3s sua expedi\u00e7\u00e3o, at\u00e9 o efetivo pagamento,\n\nindependentemente de sua natureza, ser\u00e1 feita pelo \u00edndice\n\noficial de remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica da caderneta de poupan\u00e7a, e,\n\npara fins de compensa\u00e7\u00e3o da mora, incidir\u00e3o juros simples no\n\nmesmo percentual de juros indecentes sobre a caderneta de\n\npoupan\u00e7a, ficando exclu\u00edda a incid\u00eancia de juros\n\ncompensat\u00f3rios\u2019. Como se sabe, o \u00edndice de remunera\u00e7\u00e3o\n\nb\u00e1sico da poupan\u00e7a \u00e9 a Taxa Referencial \u2013 TR, \u00edndice\n\ncontrolado pelo Estado, e utilizado como instrumento de\n\ncontrole da economia \u2013 vide os sucessivos \u00edndices mensais\n\nzerados, a fim de controle de aporte de capital nas poupan\u00e7as.\n\nTanto a TR n\u00e3o se presta como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria,\n\nque o STF j\u00e1 decidiu nesse sentido: \u2018A taxa referencial (TR)\n\nn\u00e3o \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria (...) n\u00e3o constitui \u00edndice\n\nque reflita a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda\u2019 (ADI\n\n493-0/DF, Relator Min. Moreira Alves, Plen\u00e1rio, DJ 4.9.1992).\n\n(...) Assim sendo, texto t\u00e3o danoso ao cidad\u00e3o n\u00e3o poder\u00e1 ser\n\ntolerado pelo Judici\u00e1rio, merecendo a declara\u00e7\u00e3o de\n\ninconstitucionalidade do \u00a7 12 do artigo 100 da Constitui\u00e7\u00e3o\n\nFederal, adicionado pela EC n. 62/2009. (...) Assim, declarada\n\na inconstitucionalidade do \u00edndice aplicado ao precat\u00f3rio pago\n\nnos autos, deve ser tomado como vigente e aplicado ao caso\n\nconcreto o \u00edndice IPCA-E\u201d (fls. 72-73). Apreciada a mat\u00e9ria\n\ntrazida na esp\u00e9cie, DECIDO. 3. Raz\u00e3o jur\u00eddica assiste, em\n\n_____________________________________________________________________________________ Rua Duque de Caxias, 1135, Santo \u00c2ngelo, RS \u2013 Fone 3313 2966 - E\u2019mail brasilantoniosartori@yahoo.com.br\n\n\fRaquel Kelly de Aguiar Sartori \u2013 OAB/RS 55481 Jeferson Pettenon \u2013 OAB/RS 77.752\nparte, ao Recorrente. O Desembargador Relator no Tribunal Regional Federal da 4\u00aa Regi\u00e3o afirmou: \u201cQuando da an\u00e1lise do pedido de efeito suspensivo, foi proferida a seguinte decis\u00e3o: \u2018(...) Firmou-se na 3\u00aa Se\u00e7\u00e3o deste Tribunal o entendimento de que a Lei n. 11.960, de 29/06/2009 (publicada em 30/06/2009), que alterou o art. 1\u00ba-F da Lei n. 9.494/97, determinando a incid\u00eancia nos d\u00e9bitos da Fazenda P\u00fablica, para fins de atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, remunera\u00e7\u00e3o do capital e compensa\u00e7\u00e3o da mora, uma \u00fanica vez, at\u00e9 o efetivo pagamento, dos \u00edndices oficiais de remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica e juros da caderneta de poupan\u00e7a, aplica-se imediatamente aos feitos de natureza previdenci\u00e1ria, sendo constitucional. N\u00e3o h\u00e1 raz\u00e3o para tratamento diferenciado em rela\u00e7\u00e3o ao \u00a7 12 do artigo 100 da Constitui\u00e7\u00e3o Federal, introduzido pela EC n. 62, de 09/11/2009 (publicada em 10/12/2009), que trata especificamente da situa\u00e7\u00e3o a atualiza\u00e7\u00e3o de valores de requisit\u00f3rios, ap\u00f3s sua expedi\u00e7\u00e3o, at\u00e9 o efetivo pagamento. A Taxa Referencial, segundo entendeu o Superior Tribunal de Justi\u00e7a, pode ser utilizada como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. O que n\u00e3o se mostra poss\u00edvel \u00e9 sua substitui\u00e7\u00e3o em pactos j\u00e1 firmados, de modo a violar o direito adquirido e o ato jur\u00eddico perfeito. A S\u00famula n. 295 do Superior Tribunal de Justi\u00e7a, a prop\u00f3sito, enuncia: A Taxa Referencial (TR) \u00e9 indexador v\u00e1lido para contratos posteriores \u00e0 Lei n. 8.177/91, desde que pactuada. Colhe-se da jurisprud\u00eancia desta Corte: (...). A situa\u00e7\u00e3o dos autos \u00e9 um pouco diversa, pois se discute sobre a incid\u00eancia imediata de norma que disp\u00f4s sobre os acr\u00e9scimos aplic\u00e1veis aos d\u00e9bitos previdenci\u00e1rios. Apropriada, contudo, a aplica\u00e7\u00e3o do entendimento de que a TR mostra-se v\u00e1lida como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. Por outro lado, nada impede o legislador constitucional ou infraconstitucional de dispor sobre corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e taxa de juros. Em se tratando de rela\u00e7\u00e3o de direito p\u00fablico, nada obsta a incid\u00eancia imediata da lei, desde que respeitado per\u00edodo anterior \u00e0 vig\u00eancia da nova norma (veda\u00e7\u00e3o \u00e0 retroatividade), pois n\u00e3o existe direito adquirido a regime jur\u00eddico. Assim, tratando-se de norma nova que disp\u00f4s, para o futuro, sobre os acr\u00e9scimos aplic\u00e1veis a cr\u00e9ditos previdenci\u00e1rios, n\u00e3o se cogita de viola\u00e7\u00e3o \u00e0 cl\u00e1usula constitucional que assegura o direito de propriedade (art. 5\u00ba, XXII, CF), ou mesmo \u00e0quela que protege o direito adquirido e o ato jur\u00eddico perfeito (art. 5\u00ba, XXXVI, CF). Como n\u00e3o se cogita de viola\u00e7\u00e3o do princ\u00edpio da isonomia, certo que situa\u00e7\u00f5es d\u00edspares podem receber tratamento diferenciado, de modo que a utiliza\u00e7\u00e3o de indexadores diversos, mas id\u00f4neos, para atualiza\u00e7\u00e3o de cr\u00e9ditos de naturezas diversas, n\u00e3o contraria o artigo 5\u00ba, caput, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal. Da mesma forma, como a norma produz efeitos para o futuro, n\u00e3o est\u00e1 a ofender a coisa julgada (art. 5\u00ba, inciso XXXVI CF), certo que a coisa julgada somente incide em rela\u00e7\u00e3o \u00e0s situa\u00e7\u00f5es especificamente na decis\u00e3o judicial, de modo que a defini\u00e7\u00e3o do \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria referente a per\u00edodo posterior n\u00e3o est\u00e1 forrada ao advento de mudan\u00e7a normativa. Consigno, por fim, que a norma que validamente disp\u00f5e sobre os acr\u00e9scimos aplic\u00e1veis a d\u00e9bito do poder p\u00fablico evidentemente\n_____________________________________________________________________________________ Rua Duque de Caxias, 1135, Santo \u00c2ngelo, RS \u2013 Fone 3313 2966 - E\u2019mail brasilantoniosartori@yahoo.com.br\n\n\fRaquel Kelly de Aguiar Sartori \u2013 OAB/RS 55481 Jeferson Pettenon \u2013 OAB/RS 77.752\nn\u00e3o est\u00e1 a violar os princ\u00edpios da moralidade e da efici\u00eancia (art. 37 da CF). Oportuna a refer\u00eancia a precedentes do Superior Tribunal de Justi\u00e7a: (...). Segue em sentido assemelhado precedente do Supremo Tribunal Federal que espelha a posi\u00e7\u00e3o daquela Corte: \u2018Agravo regimental em agravo de instrumento. 2. Execu\u00e7\u00e3o contra a Fazenda P\u00fablica. Juros de mora. Art. 1\u00ba-F da Lei n. 9.494/97, com reda\u00e7\u00e3o dada pela MP n. 2.180-35/2001. 3. Entendimento pac\u00edfico desta Corte no sentido de que a MP n. 2.180-35/2001 tem natureza processual. Aplica\u00e7\u00e3o imediata aos processos em curso. 4. Agravo regimental a que se nega provimento\u2019 (AgR no AI n. 776.497. Relator: Min. GILMAR MENDES Julgamento: 15/02/2011. \u00d3rg\u00e3o Julgador: Segunda Turma STF). Diante de todo o exposto, defiro o pedido de efeito suspensivo\u2019. N\u00e3o havendo novos elementos a ensejar a altera\u00e7\u00e3o do entendimento acima esbo\u00e7ado, deve o mesmo ser mantido por seus pr\u00f3prios fundamentos, dada a sua adequa\u00e7\u00e3o ao caso concreto\u201d (fls. 66-67 v. - grifos nossos). O ac\u00f3rd\u00e3o recorrido destoa da jurisprud\u00eancia deste Supremo Tribunal, que declarou a inconstitucionalidade da express\u00e3o \u201c\u00edndice oficial de remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica da caderneta de poupan\u00e7a\u201d, constante do \u00a7 12 do art. 100 da Constitui\u00e7\u00e3o da Rep\u00fablica (acrescentado pela Emenda Constitucional n. 62/2009): \u201co Tribunal julgou procedente a a\u00e7\u00e3o para declarar a inconstitucionalidade da express\u00e3o \u2018na data de expedi\u00e7\u00e3o do precat\u00f3rio\u2019, contida no \u00a7 2\u00ba; os \u00a7\u00a7 9\u00ba e 10; e das express\u00f5es \u2018\u00edndice oficial de remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica da caderneta de poupan\u00e7a\u2019 e \u2018independentemente de sua natureza\u2019, constantes do \u00a7 12, todos dispositivos do art. 100 da CF, com a reda\u00e7\u00e3o dada pela EC n. 62/2009, vencidos os Ministros Gilmar Mendes, Teori Zavascki e Dias Toffoli. Votou o Presidente, Ministro Joaquim Barbosa\u201d (ADI 4.357, Relator o Ministro Luiz Fux, Plen\u00e1rio, DJe n. 59/2013, de 2.4.2013 \u2013 grifos nossos). 4. Quanto \u00e0 determina\u00e7\u00e3o do \u00edndice a ser aplicado na corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria do precat\u00f3rio, trata-se de mat\u00e9ria a ser decidida com base em norma infralegal (Resolu\u00e7\u00e3o n. 122/2010 do Conselho da Justi\u00e7a Federal), n\u00e3o afeta a este Supremo Tribunal: \u201cAGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDIN\u00c1RIO. TRIBUT\u00c1RIO. PRECAT\u00d3RIO. ATUALIZA\u00c7\u00c3O. \u00cdNDICE DE CORRE\u00c7\u00c3O. A REPERCUSS\u00c3O GERAL N\u00c3O DISPENSA O PREENCHIMENTO DOS DEMAIS REQUISITOS DE ADMISSIBILIDADE DOS RECURSOS. ART. 323 DO RISTF C.C. ART. 102, III, \u00a7 3\u00ba, DA CONSTITUI\u00c7\u00c3O FEDERAL. MAT\u00c9RIA INFRACONSTITUCIONAL. OFENSA REFLEXA. REEXAME DE MAT\u00c9RIA F\u00c1TICO-PROBAT\u00d3RIA. IMPOSSIBILIDADE. S\u00daMULA N. 279 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. INVIABILIDADE DO RECURSO EXTRAORDIN\u00c1RIO. (...). 3. Deveras, entendimento diverso do adotado pelo ac\u00f3rd\u00e3o recorrido \u2013 como deseja o recorrente \u2013 quanto ao \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria adequado para a atualiza\u00e7\u00e3o do valor do presente precat\u00f3rio, demandaria a an\u00e1lise da legisla\u00e7\u00e3o infraconstitucional que disciplina a esp\u00e9cie (Resolu\u00e7\u00e3o n. 115/2010, do CNJ), bem como o reexame do contexto f\u00e1tico-probat\u00f3rio engendrado nos autos, o\n_____________________________________________________________________________________ Rua Duque de Caxias, 1135, Santo \u00c2ngelo, RS \u2013 Fone 3313 2966 - E\u2019mail brasilantoniosartori@yahoo.com.br\n\n\fRaquel Kelly de Aguiar Sartori \u2013 OAB/RS 55481 Jeferson Pettenon \u2013 OAB/RS 77.752\nque inviabiliza o extraordin\u00e1rio, a teor do Enunciado da S\u00famula n. 279 do Supremo Tribunal Federal, que interdita a esta Corte, em sede de recurso extraordin\u00e1rio, sindicar mat\u00e9ria f\u00e1tica, \u2018verbis\u2019: (...). (Precedentes: RE n 404.801-AgR, Relator o Ministro Cezar Peluso, 1\u00aa Turma, Dj de 04.03.05; AI n. 466.584AgR, Relator o Ministro Nelson Jobim, 2\u00aa Turma, DJ de 21.05.04, entre outros). 4. \u2018In casu\u2019, o ac\u00f3rd\u00e3o originariamente recorrido assentou: \u2018AGRAVO DE INSTRUMENTO \u2013 PRECAT\u00d3RIO \u2013 N\u00c3O INCID\u00caNCIA DE JUROS DE MORA \u2013 INTELIG\u00caNCIA DA S\u00daMULA 17, DO STF \u2013 ATUALIZA\u00c7\u00c3O \u2013 \u00cdNDICE DE REMUNERA\u00c7\u00c3O DA CADERNETA DE POUPAN\u00c7A \u2013 RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO. 1) \u00c9 vedada a incid\u00eancia de juros no c\u00e1lculo da atualiza\u00e7\u00e3o dos valores de precat\u00f3rios, exceto se houver mora no seu pagamento (STF: S\u00famula Vinculante n. 17). 2) Ap\u00f3s o advento da emenda Constitucional n. 62/2009, a atualiza\u00e7\u00e3o de valores de precat\u00f3rios, ap\u00f3s sua expedi\u00e7\u00e3o, at\u00e9 o efetivo pagamento, independentemente de sua natureza, passou a ser feita pelo \u00edndice oficial de remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica da caderneta de poupan\u00e7a (CF/88: art. 100, \u00a7 12\u00ba). 3) Recurso conhecido e parcialmente provido\u2019. 5. Agravo regimental a que se nega provimento\u201d (RE 684.571-AgR, Relator o Ministro Luiz Fux, Primeira Turma, DJe 30.10.2012 \u2013 grifos nossos). 5. Pelo exposto, dou parcial provimento a este recurso extraordin\u00e1rio (art. 557, \u00a7 1\u00ba-A, do C\u00f3digo de Processo Civil e art. 21, \u00a7 2\u00ba, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal) para reafirmar a inconstitucionalidade da express\u00e3o \u201c\u00edndice oficial de remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica da caderneta de poupan\u00e7a\u201d, constante do \u00a7 12 do art. 100 da Constitui\u00e7\u00e3o da Rep\u00fablica e determinar que o Tribunal de origem julgue como de direito quanto \u00e0 aplica\u00e7\u00e3o de outro \u00edndice que n\u00e3o a taxa referencial (TR). Publique-se. Bras\u00edlia, 13 de junho de 2013. Ministra C\u00c1RMEN L\u00daCIA Relatora (RE 747706, Relator(a): Min. C\u00c1RMEN L\u00daCIA, julgado em 13/06/2013, publicado em DJe-124 DIVULG 27/06/2013 PUBLIC 28/06/2013)\nNo dia 27 de maio, o ministro Castro Meira, do STJ, proferiu decis\u00e3o semelhante, favor\u00e1vel a uma credora da Uni\u00e3o que teve a indeniza\u00e7\u00e3o reconhecida pela Justi\u00e7a por viola\u00e7\u00e3o de direitos fundamentais. E foi al\u00e9m: determinou a aplica\u00e7\u00e3o do IPCA para atualizar o valor dos precat\u00f3rios. A Uni\u00e3o recorreu da decis\u00e3o alegando que a decis\u00e3o do Supremo ainda n\u00e3o havia sido publicada. No dia 26 de junho, a 1\u00aa Se\u00e7\u00e3o do STJ rejeitou o recurso.\nEXECU\u00c7\u00c3O EM MANDADO DE SEGURAN\u00c7A N\u00ba 11.761 - DF (2008/0132683-2)RELATOR : MINISTRO PRESIDENTE DA PRIMEIRA SE\u00c7\u00c3OEXEQUENTE : HELIANA CALMON DOS REIS IN\u00c1CIO DE SOUZAADVOGADO : MARCELO PIRES TORRE\u00c3O E OUTRO(S)EXECUTADO : UNI\u00c3O A Coordenadoria de Execu\u00e7\u00e3o Judicial-CEJU prestou a seguinte informa\u00e7\u00e3o: Transitada em julgado a decis\u00e3o que homologou os c\u00e1lculos apresentados pela Uni\u00e3o nos embargos \u00e0 execu\u00e7\u00e3o e remetidos os autos a esta Unidade, conforme decis\u00e3o de fl. 124 dos embargos, procedeu-se atualiza\u00e7\u00e3o da conta de liquida\u00e7\u00e3o. Apurou-se como devido \u00e0 exequente, em\n_____________________________________________________________________________________ Rua Duque de Caxias, 1135, Santo \u00c2ngelo, RS \u2013 Fone 3313 2966 - E\u2019mail brasilantoniosartori@yahoo.com.br\n\n\fRaquel Kelly de Aguiar Sartori \u2013 OAB/RS 55481 Jeferson Pettenon \u2013 OAB/RS 77.752\nabril/2013, o valor de R$ 971.061,57 (novecentos e setenta e um mil, sessenta e um reais e cinquenta e sete centavos), conforme demonstrado na planilha anexa. No c\u00e1lculo do quantum debeatur foram mantidos os crit\u00e9rios empregados na conta elaborada pela Uni\u00e3o e homologada na decis\u00e3o de fls. 40-43 dos embargos, quais sejam: \" Incid\u00eancia de juros de mora no percentual de 0,5% ao m\u00eas, at\u00e9 o tr\u00e2nsito em julgado dos embargos, ocorrido em agosto/2011; \" Corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria pelo IPCA-E/IBGE. Destaque-se que estendeu-se a utiliza\u00e7\u00e3o do IPCA-E para atualiza\u00e7\u00e3o da conta at\u00e9 a data corrente, tendo em vista ter sido esse o \u00edndice empregado na conta homologada e, ainda, porque o Supremo Tribunal Federal, no julgamento da ADI 4357, ac\u00f3rd\u00e3o pendente de publica\u00e7\u00e3o, julgou parcialmente inconstitucional o \u00a7 12 no tocante \u00e0s express\u00f5es \"\u00edndice oficial de remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica da caderneta de poupan\u00e7a\" e \"independentemente de sua natureza\" e, por arrastamento, essas mesmas express\u00f5es constantes no art. 1\u00b0F da lei n. 9.494/1997, alterado pelo art. 5\u00b0 da lei n. 11.960/2009 (Ata n\u00b0 5, de 14/3/2013, publicada no DJe n. 59, de 1/4/2013), excluindo, desse modo, a Taxa Referencial - TR como fator de atualiza\u00e7\u00e3o das condena\u00e7\u00f5es impostas \u00e0 Fazenda P\u00fablica. Registre-se, ainda, que nessa ADI tamb\u00e9m foi declarada a inconstitucionalidade dos \u00a7\u00a7 9\u00b0 e 10 do art. 100 da Constitui\u00e7\u00e3o Federal, que tratam da compensa\u00e7\u00e3o de d\u00e9bitos dos benefici\u00e1rios de precat\u00f3rios junto \u00e1 Fazenda P\u00fablica devedora. Diante do exposto, submetemos estes autos \u00e0 considera\u00e7\u00e3o de Vossa Excel\u00eancia com a proposi\u00e7\u00e3o de que sejam intimadas as partes para se manifestarem sobre o c\u00e1lculo atualizado por esta Unidade para expedi\u00e7\u00e3o do respectivo precat\u00f3rio (e-STJ fl. 343). Instadas, as partes manifestaram-se. A exequente aprovou os c\u00e1lculos (e-STJ fl. 352), enquanto a Uni\u00e3o discordou no ponto em que \"foi considerada a varia\u00e7\u00e3o do IPCA-e para corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria para todo o per\u00edodo quanto o correto seria aplicar a varia\u00e7\u00e3o da TR a partir de julho de 2009, nos termos da Lei 11.960/2009 e Manual de C\u00e1lculos da Justi\u00e7a Federal\" (e-STJ fl. 355). \u00c9 o relat\u00f3rio. Decido. Corretos s\u00e3o os c\u00e1lculos apresentados pela CEJU, porquanto, al\u00e9m de ter sido o IPCA-E o \u00edndice empregado na conta homologada, olvida-se a Uni\u00e3o de que o Supremo Tribunal Federal, na ADI 4.357/DF, em 14.3.2013, declarou a inconstitucionalidade, por arrasto, das express\u00f5es \"independentemente de sua natureza\" (para efeito de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria) e \"\u00edndices oficiais de remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica\", contidos no art. 1\u00ba F da Lei 9.494/97, com a reda\u00e7\u00e3o da Lei 11.960/2009. Significa dizer que, no tocante \u00e0 corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, mesmo a partir de julho/2009, continuar\u00e1 sendo adotado o IPCA-E/IBGE, e n\u00e3o mais o \u00edndice previsto no Manual de Orienta\u00e7\u00e3o de Procedimentos para os C\u00e1lculos na Justi\u00e7a Federal. Ante o exposto, expe\u00e7a o precat\u00f3rio nos termos da planilha de c\u00e1lculos elaborada pela CEJU \u00e0s e-STJ fls. 343-344. Publique-se. Intime-se. Bras\u00edlia, 27 de maio de 2013. Ministro Castro Meira Presidente da Se\u00e7\u00e3o (Ministro CASTRO MEIRA, 31/05/2013)\n_____________________________________________________________________________________ Rua Duque de Caxias, 1135, Santo \u00c2ngelo, RS \u2013 Fone 3313 2966 - E\u2019mail brasilantoniosartori@yahoo.com.br\n\n\fRaquel Kelly de Aguiar Sartori \u2013 OAB/RS 55481 Jeferson Pettenon \u2013 OAB/RS 77.752\nSendo assim, Excel\u00eancia, \u00e9 pac\u00edfico nos Tribunais Superiores que n\u00e3o se aplica a TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o.\nIII \u2013 CONCLUS\u00d5ES\nA Taxa Referencial, enquanto \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria assim considerada pela atual jurisprud\u00eancia p\u00e1tria, n\u00e3o pode ser reduzida a Zero, como tem sido nos \u00faltimos meses, pois afronta flagrantemente o artigo 2\u00ba da Lei n\u00ba 8.036/90, que garante atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria aos dep\u00f3sitos feitos no FGTS.\nComo \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, a TR deveria garantir o poder aquisitivo dos dep\u00f3sitos do FGTS, que se perfaz levando em conta os \u00edndices de infla\u00e7\u00e3o. Desde janeiro de 1999, a TR se distanciou sensivelmente dos \u00edndices oficiais de infla\u00e7\u00e3o, impingindo profundas perdas aos dep\u00f3sitos do FGTS, tornando-se inid\u00f4nea para garantir a reposi\u00e7\u00e3o de perdas monet\u00e1rias.\nA inidoneidade da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria decorre de mudan\u00e7as introduzidas na sua metodologia de c\u00e1lculo pelo Banco Central do Brasil/CMN que, atrav\u00e9s do mecanismo econ\u00f4mico de um redutor, vem nitidamente manipulando o \u00edndice para que ele se desprenda da infla\u00e7\u00e3o at\u00e9 anul\u00e1-la completamente, a despeito de um quadro de infla\u00e7\u00e3o persistente no Pa\u00eds.\nA Caixa Econ\u00f4mica Federal est\u00e1 se prestando ao papel de espoliador do FGTS, na medida em que disp\u00f5e do patrim\u00f4nio do trabalhador sem a devida contrapresta\u00e7\u00e3o. A corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria aplicada ao FGTS tem sido h\u00e1 muito tempo menor que a infla\u00e7\u00e3o registrada, de forma que descumpre n\u00e3o s\u00f3 o artigo 2\u00ba da lei n\u00ba 8.036/90, artigo 233 do C\u00f3digo Civil, mas tamb\u00e9m toda a l\u00f3gica e princ\u00edpios do mercado econ\u00f4mico.\nQuem empresta tem direito a ser remunerado com juros e a totalidade da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. O trabalhador n\u00e3o pode ser obrigado a subsidiar ainda mais os projetos do Governo Federal. O \u201cainda mais\u201d decorre do fato de os juros de 3% do FGTS serem os menores do mercado, o qu\u00ea, por si s\u00f3, demonstra que ele j\u00e1 est\u00e1 fazendo sua parte sob a perspectiva social.\nNegar o direito de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria aos dep\u00f3sitos do FGTS, Fundo do qual o trabalhador n\u00e3o pode simplesmente sacar seu dinheiro para aplicar em outro fundo mais rent\u00e1vel, configura ato de tirania, incompat\u00edvel com um Estado Democr\u00e1tico de Direito e deve ser de pronto recha\u00e7ado.\nSe o Governo Brasileiro remunerasse os investidores internacionais com TR mais 3% a.a, como faz com os trabalhadores, haveria um fuga em massa dos investimentos no Pa\u00eds, e certamente estar\u00edamos experimentando uma tsunami econ\u00f4mica e n\u00e3o uma simples \u201cmarolinha\u201d.\nSendo a TR \u00edndice inid\u00f4neo para restabelecer o poder aquisitivo dos dep\u00f3sitos do FGTS, sua substitui\u00e7\u00e3o por outro \u00edndice que melhor recomponha as perdas monet\u00e1rias se torna imperioso, a fim de fazer prevalecer o artigo 2\u00ba da lei n\u00ba 8.036/90 e artigo 233 do C\u00f3digo Civil.\nPosto que desde janeiro de 1999 o redutor criado pelo Banco Central/CMN promoveu o completo distanciamento da TR dos \u00edndices oficiais de infla\u00e7\u00e3o, temos que desde ent\u00e3o ela perdeu sua condi\u00e7\u00e3o de repor as perdas\n_____________________________________________________________________________________ Rua Duque de Caxias, 1135, Santo \u00c2ngelo, RS \u2013 Fone 3313 2966 - E\u2019mail brasilantoniosartori@yahoo.com.br\n\n\fRaquel Kelly de Aguiar Sartori \u2013 OAB/RS 55481 Jeferson Pettenon \u2013 OAB/RS 77.752\ninflacion\u00e1rias dos dep\u00f3sitos do FGTS, devendo desde esta data ser substitu\u00edda pelo INPC, alternativamente, pelo IPCA.\nIV - PREQUESTIONAMENTOS:\nRequer-se, desde j\u00e1, o prequestionamento dos seguintes princ\u00edpios e artigos constitucionais:\n- direito a propriedade: art. 5\u00ba, XXII, da CF; - princ\u00edpio da igualdade: art. 5\u00ba, caput da CF; - princ\u00edpio da moralidade e efici\u00eancia: art. 37, caput da CF;\nV - DOS PEDIDOS\nIsto posto, requer:\na) A cita\u00e7\u00e3o da CEF - Caixa Econ\u00f4mica Federal, no endere\u00e7o de sua sede, para responder no prazo legal, querendo, a presente a\u00e7\u00e3o.\nb) A proced\u00eancia da presente a\u00e7\u00e3o, a fim de:\nb.1) condenar a R\u00e9 a proceder a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos valores do FGTS depositados em favor da parte autora, a partir de 1999, em \u00edndice diferente do da TR, utilizando para a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria o INPC, ou, sucessivamente, IPCA-e, ou algum outro \u00edndice que efetivamente recomponha o valor monet\u00e1rio, perdido pela infla\u00e7\u00e3o;\nb.2) condenar a R\u00e9 no pagamento dos valores ao final apurados, promovendo o cr\u00e9dito respectivo na Conta Vinculada do FGTS da parte autora;\nc) A condena\u00e7\u00e3o da R\u00e9 ao pagamento de custas e honor\u00e1rios advocat\u00edcios no montante de 20% do valor da condena\u00e7\u00e3o, em caso de recurso;\nd) A concess\u00e3o da benesse da AJG, nos termos da declara\u00e7\u00e3o em anexo;\ne) A juntada do contrato de honor\u00e1rios advocat\u00edcios, requerendo, ao final, antes da libera\u00e7\u00e3o dos valores para a conta vinculada ao FGTS, valores esses que a r\u00e9 for condenada a pagar ao autor, que o montante pactuado no instrumento contratual anexo seja liberado diretamente para este patrono, atrav\u00e9s de alvar\u00e1, conforme art. 22, \u00a74\u00ba do EOAB.\nf) A produ\u00e7\u00e3o de todos os meios de provas em direito admitidas, pugnando que esse ju\u00edzo determine que a R\u00e9 junte aos autos todos os extratos da evolu\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos, atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e juros creditados na conta vinculada do autor, posto que \u00e9 a atual administradora dos recursos do FGTS.\ng) Requer, por fim, que este MM. Ju\u00edzo manifeste-se em sua r. senten\u00e7a sobre a utiliza\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o, se desobedeceria os limites materiais de in\u00fameros fundamentos e princ\u00edpios constitucionais, como o Estado Democr\u00e1tico de Direito, atentando contra a Dignidade da pessoa Humana (art. 1\u00ba e\n_____________________________________________________________________________________ Rua Duque de Caxias, 1135, Santo \u00c2ngelo, RS \u2013 Fone 3313 2966 - E\u2019mail brasilantoniosartori@yahoo.com.br\n\n\fRaquel Kelly de Aguiar Sartori \u2013 OAB/RS 55481 Jeferson Pettenon \u2013 OAB/RS 77.752\ninciso III, da CF), bem como os princ\u00edpios da igualdade, seguran\u00e7a jur\u00eddica (art. 5\u00ba, caput, da CF), da prote\u00e7\u00e3o ao direito de propriedade, direito adquirido (art. 5\u00ba, XXII e XXXVI da CF) e moralidade (art. 37 da CF), prequestionando a mat\u00e9ria ora aventada a fim de viabilizar eventual interposi\u00e7\u00e3o de recurso especial ou recurso extraordin\u00e1rio.\nD\u00e1 \u00e0 causa, para efeitos meramente fiscais, o valor de R$ 3.093,52 (tr\u00eas mil e noventa e tr\u00eas reais e cinquenta e dois centavos).\nNestes termos, Pede deferimento. Santo \u00c2ngelo, RS, 11 de mar\u00e7o de 2014. Jeferson Pettenon, OAB/RS 77.752. Raquel Kelly de Aguiar Sartori, OAB/RS 55.481.\n_____________________________________________________________________________________ Rua Duque de Caxias, 1135, Santo \u00c2ngelo, RS \u2013 Fone 3313 2966 - E\u2019mail brasilantoniosartori@yahoo.com.br\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 4 (C\u00edvel) - IdDocumentoCompleto: 5006147-43.2017.4.04.7200-721491303911596960244712159113", "text": "EXCELENT\u00cdSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A)FEDERAL DO JUIZADO ESPECIAL FEDERAL PREVIDENCI\u00c1RIO DA SUBSE\u00c7\u00c3O JUDICI\u00c1RIA DE FLORIAN\u00d3POLIS \u2013 SC.\nERNANDES JOS\u00c9 ROSA, brasileiro, casado, portador da c\u00e9dula de identidade n\u00ba 559.993, inscrito no CPF sob n\u00ba. 246.397.029-49, residente e domiciliado na Rua Teixeira, n\u00ba 96, Serraria, CEP 88115-010, S\u00e3o Jos\u00e9/SC, por sua procuradora signat\u00e1ria, instrumento de mandato ora incluso, ANA CL\u00c1UDIA DE O. POTTHOFF, brasileira, casada, advogada, inscrita na OAB/SC sob n\u00ba 42.570, com escrit\u00f3rio profissional localizado na Rua Adhemar da Silva, 1189, Bairro Kobrasol, S\u00e3o Jos\u00e9/SC, vem, respeitosamente, \u00e0 presen\u00e7a de Vossa Excel\u00eancia, interpor a presente\nA\u00c7\u00c3O ORDIN\u00c1RIA DE CORRE\u00c7\u00c3O DOS SALDOS DO FUNDO DE GARANTIA POR TEMPO DE SERVI\u00c7O (FGTS) COM PEDIDO DE\nTUTELA ANTECIPADA, em face do\nCAIXA ECON\u00d4MICA FEDERAL, inscrito no CNPJ n\u00ba 00.360.305/1348-10, com sede na Rua Paschoal Ap\u00f3stolo Pitsica, S/N\u00ba - Agron\u00f4mica, CEP 88.025-220 \u2013 Florian\u00f3polis/SC, pelas raz\u00f5es de fato e de direito que passa a expor, pelos fatos e fundamentos jur\u00eddicos, a seguir exposto:\nI \u2013 PRELIMINARMENTE\nRequer a concess\u00e3o de ASSIST\u00caNCIA JUDICI\u00c1RIA GRATUITA, por ser pobre, sem condi\u00e7\u00f5es de pagar as custas processuais, de acordo com a lei 7.510/86.\nSolicita-se que a Institui\u00e7\u00e3o requerida acoste ao presente processo, c\u00f3pia do processo administrativo do ora requerente.\nII \u2013 DOS FATOS\nO presente processo trata de quest\u00e3o de extrema import\u00e2ncia para milh\u00f5es de trabalhadores brasileiros e diz respeito ao Fundo de Garantia por Tempo de Servi\u00e7o.\nComo \u00e9 cedi\u00e7o, o Fundo de Garantia por Tempo de Servi\u00e7o foi criado na d\u00e9cada de 1960 para proteger o trabalhador, como suced\u00e2neo da antiga estabilidade decenal. \u00c9 constitu\u00eddo por valores depositados pelas empresas em nome de seus empregados e possibilita que o trabalhador forme um patrim\u00f4nio.\nRua Adhemar da Silva, n\u00ba 1189, Kobrasol \u2013 S\u00e3o Jos\u00e9/SC. Fone (48) 3094.6595/9123.6595\nwww.acpadvocacia.com\u2013 anaclaudiaprev@gmail.com\n\n\fConsta no s\u00edtio eletr\u00f4nico da Caixa Econ\u00f4mica Federal que o FGTS hoje financia programas de habita\u00e7\u00e3o popular, saneamento b\u00e1sico e infraestrutura urbana.\nO FGTS \u00e9 regido pelas disposi\u00e7\u00f5es da Lei n\u00ba 8.036, de 11 de maio de 1990, por normas e diretrizes estabelecidas pelo seu Conselho Curador e gerido pela Caixa Econ\u00f4mica Federal.\nDos artigos 2\u00ba e 13 da Lei n\u00ba 8.036/90 extrai-se que h\u00e1 uma obrigatoriedade de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e de remunera\u00e7\u00e3o atrav\u00e9s de juros dos dep\u00f3sitos efetuados nas contas vinculadas do FGTS, sen\u00e3o vejamos:\nArt. 2\u00ba O FGTS \u00e9 constitu\u00eddo pelos saldos das contas vinculadas a que se refere esta lei e outros recursos a ele incorporados, devendo ser aplicados com atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e juros, de modo a assegurar a cobertura de suas obriga\u00e7\u00f5es.\nArt. 13. Os dep\u00f3sitos efetuados nas contas vinculadas ser\u00e3o corrigidos monetariamente com base nos par\u00e2metros fixados para atualiza\u00e7\u00e3o dos saldos dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a e capitaliza\u00e7\u00e3o juros de (tr\u00eas) por cento ao ano.\nRessalte-se que o par\u00e2metro fixado para a atualiza\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos dos saldos de poupan\u00e7a e consequentemente dos dep\u00f3sitos do FGTS \u00e9 a Taxa Referencial \u2013 TR, conforme prescrevem os artigos 12 e 17 da Lei n\u00ba 8.177, de 1\u00ba de mar\u00e7o de 1991, com reda\u00e7\u00e3o da lei n\u00ba 12.703, de 7 de agosto de 2012, cuja dic\u00e7\u00e3o \u00e9 a seguinte:\nArt. 12. Em cada per\u00edodo de rendimento, os dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a ser\u00e3o remunerados: I - como remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica, por taxa correspondente \u00e0 acumula\u00e7\u00e3o das TRD, no per\u00edodo transcorrido entre o dia do \u00faltimo cr\u00e9dito de rendimento, inclusive, e o dia do cr\u00e9dito de rendimento, exclusive; II - como remunera\u00e7\u00e3o adicional, por juros de: (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n \u00ba 12.703, de 2012) a) 0,5% (cinco d\u00e9cimos por cento) ao m\u00eas, enquanto a meta da taxa Selic ao ano, definida pelo Banco Central do Brasil, for superior a 8,5% (oito inteiros e cinco d\u00e9cimos por cento); ou (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n \u00ba 12.703, de 2012) b) 70% (setenta por cento) da meta da taxa Selic ao ano, definida pelo Banco Central do Brasil, mensalizada, vigente na data de in\u00edcio do per\u00edodo de rendimento, nos demais casos. (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n \u00ba 12.703, de 2012) (...) Art. 17. A partir de fevereiro de 1991, os saldos das contas do Fundo de Garantia por Tempo de Servi\u00e7o (FGTS) passam a ser remunerados pela taxa aplic\u00e1vel \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a com data de anivers\u00e1rio no dia 1\u00b0, observada a periodicidade mensal para remunera\u00e7\u00e3o. Par\u00e1grafo \u00fanico. As taxas de juros previstas na legisla\u00e7\u00e3o em vigor do FGTS s\u00e3o mantidas e consideradas como adicionais \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o prevista neste artigo.\nRetrata a Lei n\u00ba 8.177/91, a forma como a TR ser\u00e1 calculada:\nArt. 1\u00b0 O Banco Central do Brasil divulgar\u00e1 Taxa Referencial (TR), calculada a partir da remunera\u00e7\u00e3o mensal m\u00e9dia l\u00edquida de impostos, dos\nRua Adhemar da Silva, n\u00ba 1189, Kobrasol \u2013 S\u00e3o Jos\u00e9/SC. Fone (48) 3094.6595/9123.6595\nwww.acpadvocacia.com\u2013 anaclaudiaprev@gmail.com\n\n\fdep\u00f3sitos a prazo fixo captados nos bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos m\u00faltiplos com carteira comercial ou de investimentos, caixas econ\u00f4micas, ou dos t\u00edtulos p\u00fablicos federais, estaduais e municipais, de acordo com metodologia a ser aprovada pelo Conselho Monet\u00e1rio Nacional, no prazo de sessenta dias, e enviada ao conhecimento do Senado Federal. \u00a7 1\u00b0 A TR ser\u00e1 mensalmente divulgada pelo Banco Central do Brasil, no m\u00e1ximo at\u00e9 o oitavo dia \u00fatil do m\u00eas de refer\u00eancia. (Revogado pela Lei n\u00ba 8.660, de 1993) \u00a7 2\u00b0 As institui\u00e7\u00f5es que venham a ser utilizadas como bancos de refer\u00eancia, dentre elas, necessariamente, as dez maiores do Pa\u00eds, classificadas pelo volume de dep\u00f3sitos a prazo fixo, est\u00e3o obrigadas a fornecer as informa\u00e7\u00f5es de que trata este artigo, segundo normasestabelecidas pelo Conselho Monet\u00e1rio Nacional, sujeitando-se a institui\u00e7\u00e3o e seus administradores, no caso de infra\u00e7\u00e3o \u00e0s referidas normas, \u00e0s penas estabelecidas no art. 44 da Lei n\u00b0 4.595, de 31 de dezembro de 1964. \u00a7 3\u00b0 Enquanto n\u00e3o aprovada a metodologia de c\u00e1lculo de que trata este artigo, o Banco Central do Brasil fixar\u00e1 a TR.\nA metodologia de c\u00e1lculo foi h\u00e1 muito tempo definida pelo Banco Central-Conselho Monet\u00e1rio Nacional (CMN), e hoje est\u00e1 vigente sob a forma da Resolu\u00e7\u00e3o n\u00ba 3.354, de 31 de mar\u00e7o de 2006.\nOcorre que, h\u00e1 muito tempo, a TR n\u00e3o reflete mais a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, tendo se distanciado completamente dos \u00edndices oficiais de infla\u00e7\u00e3o. Nos meses de setembro, outubro e novembro de 2009, janeiro e fevereiro de 2010, fevereiro e junho de 2012 e de setembro de 2012 em diante, a TR tem sido completamente anulada, como se n\u00e3o existisse qualquer infla\u00e7\u00e3o no per\u00edodo pass\u00edvel de corre\u00e7\u00e3o.\nEis a raz\u00e3o desta a\u00e7\u00e3o.\nIII \u2013 LEGITIMIDADE PASSIVA DA CAIXA\nPosto que a lide versa sobre corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos dep\u00f3sitos de FGTS, sobressai irrefut\u00e1vel a legitimidade passiva e exclusiva da Caixa Econ\u00f4mica Federal, conforme precedentes do STJ, sen\u00e3o vejamos:\nA\u00c7\u00c3O RESCIS\u00d3RIA. ADMINISTRATIVO. FGTS. CORRE\u00c7\u00c3O DOS SALDOS DAS CONTAS VINCULADAS. DIFEREN\u00c7AS DE EXPURGOS INFLACION\u00c1RIOS. TEMA J\u00c1 PACIFICADO NO STJ. PROCED\u00caNCIA DA A\u00c7\u00c3O. 1. A mat\u00e9ria referente \u00e0 corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria das contas vinculadas ao FGTS, em raz\u00e3o das diferen\u00e7as de expurgos inflacion\u00e1rios, foi decidida pela Primeira Se\u00e7\u00e3o deste Superior Tribunal, no REsp n. 1.111.201 - PE e no REsp n. 1.112.520 - PE, de relatoria do Exmo. Min. Benedito Gon\u00e7alves, ambos submetidos ao regime do art. 543-C do CPC e da Resolu\u00e7\u00e3o n. 8/08 do STJ, que tratam dos recursos representativos da controv\u00e9rsia, publicados no DJe de 4.3.2010. (...) 3. Quanto \u00e0s demais preliminares alegadas, devidamente prequestionadas, esta Corte tem o entendimento no sentido de que, nas demandas que tratam da atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos saldos das contas\nRua Adhemar da Silva, n\u00ba 1189, Kobrasol \u2013 S\u00e3o Jos\u00e9/SC. Fone (48) 3094.6595/9123.6595\nwww.acpadvocacia.com\u2013 anaclaudiaprev@gmail.com\n\n\fvinculadas do FGTS, a legitimidade passiva ad causam \u00e9 exclusiva da Caixa Econ\u00f4mica Federal, por ser gestora do Fundo, com a exclus\u00e3o da Uni\u00e3o e dos bancos deposit\u00e1rios (S\u00famula 249/STJ). (...) (AR 1.962/SC, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, PRIMEIRA SE\u00c7\u00c3O, julgado em 08/02/2012, DJe 27/02/2012) S\u00famula 249/STJ \u2013 A Caixa Econ\u00f4mica Federal tem legitimidade passiva para integrar processo em que se discute corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria do FGTS.\nAssim, a presente a\u00e7\u00e3o se dirige exclusivamente contra a Caixa Econ\u00f4mica Federal, conforme pacificamente definido pela jurisprud\u00eancia p\u00e1tria.\nIV \u2013 DA PRESCRI\u00c7\u00c3O\nQuanto ao prazo prescricional, j\u00e1 est\u00e1 amplamente assentado na doutrina e jurisprud\u00eancia p\u00e1tria, que em rela\u00e7\u00e3o ao pleito de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria do FGTS, a prescri\u00e7\u00e3o \u00e9 trinten\u00e1ria.\nNeste sentido, decis\u00e3o do STJ:\nAssim, a a\u00e7\u00e3o ora proposta n\u00e3o est\u00e1 alcan\u00e7ada pela prescri\u00e7\u00e3o trinten\u00e1ria, conforme se demonstrar\u00e1 adiante.\nV - DOS FUNDAMENTOS JUR\u00cdDICOS\nA) A corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria\nA corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria existe entre n\u00f3s desde a d\u00e9cada de 1960. O principal te\u00f3rico da Corre\u00e7\u00e3o Monet\u00e1ria, o Advogado Tributarista Bulh\u00f5es Pedreira explica o seguinte:\n\u201dPor analogia com as unidades de medidas f\u00edsicas podemos dizer que o n\u00edvel geral de pre\u00e7os \u00e9 o padr\u00e3o prim\u00e1rio do valor financeiro, enquanto que a unidade monet\u00e1ria serve como padr\u00e3o secund\u00e1rio \u2013 usado, na pr\u00e1tica, para exprimir o valor financeiro, mas que deve ser aferido pelo padr\u00e3o prim\u00e1rio porque sujeito a modifica\u00e7\u00f5es.\u201d (BULH\u00d5ES PEDREIRA, Jos\u00e9 Luiz, \u201cCorre\u00e7\u00e3o Monet\u00e1ria; Indexa\u00e7\u00e3o Cambial. Obriga\u00e7\u00e3o Pecuni\u00e1ria\u201d, in \u201cRevista de Direito Administrativo\u201d, c. 193 p, 353 a 372 Jul/Set 1993).\u201d\nAinda, o autor Let\u00e1cioJansen diz que Bulh\u00f5es Pedreira teria conseguido institucionalizar e colocar em pr\u00e1tica a sua doutrina principalmente atrav\u00e9s da Lei n\u00ba4.357, de 1964, que criou o primeiro indexador da Economia Brasileira \u2013 a ORTN (Obriga\u00e7\u00e3o Reajust\u00e1vel do Tesouro Nacional), uma obriga\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria cuja fun\u00e7\u00e3o era fazer variar, periodicamente, a moeda nacional segundo a perda de seus respectivos poderes aquisitivo (http://www.scamargo.adv.br/scripts/forum/textoTema.asp?id=81&tema=nvalidade+da+taxa+ref erencial+(TR)%3A+o+Significado+da+ADI+493-0-df).\nDesde esta data, uma pl\u00eaiade de \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria foi se sucedendo, at\u00e9 a entrada em vigor da Medida Provis\u00f3ria n\u00ba 294, de 31 de janeiro de 1991, que se transformou na Lei n\u00ba 8.177, de 1\u00ba de mar\u00e7o de 1991. Nesta oportunidade o Governo Collor pretendeu substituir a s\u00e9rie de indexadores tradicionais da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria brasileira (ORTN, OTN e BTN) que\nRua Adhemar da Silva, n\u00ba 1189, Kobrasol \u2013 S\u00e3o Jos\u00e9/SC. Fone (48) 3094.6595/9123.6595\nwww.acpadvocacia.com\u2013 anaclaudiaprev@gmail.com\n\n\feram vinculados \u00e0 varia\u00e7\u00e3o dos n\u00edveis gerais de pre\u00e7os, pela Taxa Referencial, que tinha natureza financeira.\nAinda hoje permanece a perplexidade em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 natureza jur\u00eddica da TR, at\u00e9 por conta da pr\u00f3pria inconsist\u00eancia da lei que a criou, que ora a trata como taxa de juros (artigo 39) ora como indexador (artigo 18).\nTaxas de juros objetivam promover a remunera\u00e7\u00e3o do capital. S\u00e3o calculadas por quem disponibiliza o capital em benef\u00edcio de outra pessoa, f\u00edsica ou jur\u00eddica, para que empregue para satisfa\u00e7\u00e3o de determinada necessidade, na expectativa de lucro. Os indexadores, por outro lado, podem ser entendidos como \u00edndices calculados a partir da varia\u00e7\u00e3o de pre\u00e7os de mercado em determinado per\u00edodo. O seu objetivo est\u00e1 na corre\u00e7\u00e3o dos efeitos inflacion\u00e1rios, quando se compara valores monet\u00e1rios em diferentes \u00e9pocas.\nPois bem. Quando o STF enfrentou o tema da natureza da TR, disse atrav\u00e9s do voto vencedor da ADI 493-0/DF que:\nA Taxa Referencial (TR) n\u00e3o \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, pois, refletindo as varia\u00e7\u00f5es do custo prim\u00e1rio da capta\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos a prazo fixo, n\u00e3o constitui \u00edndice que reflita a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda.\nN\u00e3o obstante, os Ministros vencidos Celso de Mello, Marco Aur\u00e9lio e Ilmar Galv\u00e3o entenderam que a estrutura de c\u00e1lculo da taxa referencial n\u00e3o era suficiente para impedir sua utiliza\u00e7\u00e3o como par\u00e2metro de indexa\u00e7\u00e3o da economia.\nMesmo assim, naquela oportunidade, o STF entendeu que a TR possu\u00eda natureza de taxa de juros e declarou inconstitucional o artigo 18 da Lei n\u00ba 8.177/91, cujo texto original estabelecia que os saldos devedores e as presta\u00e7\u00f5es dos contratos integrantes do SFH, passariam a ser atualizados pela taxa aplic\u00e1vel \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica dos Dep\u00f3sitos de Poupan\u00e7a. Vale a pena transcrever a ementa deste julgado:\nA\u00e7\u00e3o direta de inconstitucionalidade.- Se a lei alcan\u00e7ar os efeitos futuros de contratos celebrados anteriormente a ela, ser\u00e1 essa lei retroativa (retroatividade m\u00ednima) porque vai interferir na causa, que e um ato ou fato ocorrido no passado.- O disposto no artigo 5, XXXVI, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal se aplica a toda e qualquer lei infraconstitucional, sem qualquer distin\u00e7\u00e3o entre lei de direito p\u00fablico e lei de direitoprivado, ou entre lei de ordem p\u00fablica e lei dispositiva. Precedente do S.T.F..- Ocorr\u00eancia, no caso, de viola\u00e7\u00e3o de direito adquirido. A taxa referencial (TR) n\u00e3o \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, pois, refletindo as varia\u00e7\u00f5es do custo prim\u00e1rio da capta\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos a prazo fixo, n\u00e3o constitui \u00edndice que reflita a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda. Por isso, n\u00e3o h\u00e1 necessidade de se examinar a quest\u00e3o de saber se as normas que alteram \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria se aplicam imediatamente, alcan\u00e7ando, pois, as presta\u00e7\u00f5es futuras de contratos celebrados no passado, sem violarem o disposto no artigo 5, XXXVI, da Carta Magna.- Tamb\u00e9m ofendem o ato jur\u00eddico perfeito os dispositivos impugnados que alteram o crit\u00e9rio de reajuste das presta\u00e7\u00f5es nos contratos j\u00e1 celebrados pelo sistema do Plano de Equival\u00eancia Salarial por Categoria Profissional (PES/CP). A\u00e7\u00e3o direta de inconstitucionalidade julgada procedente, para declarar a inconstitucionalidade dos artigos 18, \"caput\" e par\u00e1grafos 1 e 4; 20; 21 e par\u00e1grafo \u00fanico; 23 e par\u00e1grafos; e 24 e par\u00e1grafos, todos da Lei n. 8.177, de 1 de maio de 1991. (ADI 493, Relator (a): Min. Moreira Alves, Tribunal Pleno, julgado em 25/06/1992, DJ\nRua Adhemar da Silva, n\u00ba 1189, Kobrasol \u2013 S\u00e3o Jos\u00e9/SC. Fone (48) 3094.6595/9123.6595\nwww.acpadvocacia.com\u2013 anaclaudiaprev@gmail.com\n\n\f04-09-1992 PP-14089 EMENT VOL-01674-02 PP-00260 RTJ VOL-00143-03 PP-00724).\nPor algum tempo, o pr\u00f3prio STJ rejeitou a TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, tanto para a poupan\u00e7a, quanto para o SFH. Neste sentido:\nCOMERCIAL. M\u00daTUO RURAL. CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA. VINCULA\u00c7\u00c3O AO CRIT\u00c9RIO DE REAJUSTE DOS DEP\u00d3SITOS EM CADERNETA DE POUPAN\u00c7A. LICITUDE. SUBSTITUI\u00c7\u00c3O PELA TR NOS MESES SUBSEQUENTES A FEVEREIRO/91. PREVIS\u00c3O DE UTILIZA\u00c7\u00c3O DA OTN. INDEXADOR CONTRATUALMENTE ELEITO. SUBSTITUI\u00c7\u00c3O EX LEGE PELA TR. INCONSTITUCIONALIDADE DECLARADA. ADO\u00c7\u00c3O DO INPC. PRECEDENTES. I \u2013 NO CONTRATO DE M\u00daTUO RURAL \u00c9 L\u00cdCITO O PACTO DE VINCULA\u00c7\u00c3O DA CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA AO CRIT\u00c9RIO DE ATUALIZA\u00c7\u00c3O DOS DEP\u00d3SITOS EM CADERNETA DE POUPAN\u00c7A, RESULTANDO DEVIDA A INCID\u00caNCIA DO MESMO INDEXADOR NOS MESES SUBSEQUENTES A FEVEREIRO/91. (ART. 13 DA LEI 8.177). II \u2013 EM FACE DA POSI\u00c7\u00c3O DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL INADMITINDO A TR COMO FATOR DE ATUALIZA\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA SUBSTITUTIVO DO BTN, A CORRE\u00c7\u00c3O DOS VALORES, CUJA FORMA DE REAJUSTE ESTAVA, POR LEI OU CONTRATO, ATRELADA A VARIA\u00c7\u00c3O DO VALOR DE REFERIDO T\u00cdTULO DA D\u00cdVIDA P\u00daBLICA, CUMPRE SEJA PROCEDIDA, A PARTIR DA LEI 8.177/91, COM BASE NO INPC (REsp. 40.777/GO, Rel. Ministro S\u00c1LVIO DE FIGUEIREDO TEIXEIRA, QUARTA TURMA, julgado em 13/11/1995, DJ 11/12/1995, p. 43225) (grifamos) ADMINISTRATIVO - SFH - REAJUSTE DAS PRESTA\u00c7\u00d5ES E DO SALDO DEVEDOR - PLANO DE EQUIVAL\u00caNCIA SALARIAL (PES) INAPLICABILIDADE DA TR \u2013 ADIN 493-0/STF - VANTAGENS PESSOAIS INCORPORADAS DEFINITIVAMENTE AO SAL\u00c1RIO INCLUS\u00c3O NO C\u00c1LCULO - DIVERG\u00caNCIA JURISPRUDENCIALN\u00c3O COMPROVADA - RISTJ, ART. 255 E PAR\u00c1GRAFOS - S\u00daMULA 13/STJ PRECEDENTES STJ. - Nos contratos vinculados ao PES, o reajustamento das presta\u00e7\u00f5es deve obedecer \u00e0 varia\u00e7\u00e3o salarial dos mutu\u00e1rios, a fim de preservar a equa\u00e7\u00e3o econ\u00f4mico-financeira do pactuado.- As vantagens pessoais incorporadas, definitivamente, ao sal\u00e1rio ou vencimento do mutu\u00e1rio, incluem-se na verifica\u00e7\u00e3o da equival\u00eancia para fixa\u00e7\u00e3o das parcelas. - Declarada pelo STF a inconstitucionalidade da TR como fator de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria (ADIN 493-0), o reajustamento do saldo devedor, a exemplo das presta\u00e7\u00f5es mensais, tamb\u00e9m deve obedecer ao Plano de Equival\u00eancia Salarial. - Recurso conhecido e parcialmente provido. (Resp 140.839/BA, Rel. Ministro FRANCISCO PE\u00c7ANHA MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 23/11/1999, DJ 21/02/2000, p. 112) (grifamos) SFH. PLANO DE EQUIVAL\u00caNCIA SALARIAL. REAJUSTE DAS PRESTA\u00c7\u00d5ES. ILEGITIMIDADE PASSIVA DA UNI\u00c3O. NULIDADE DO AC\u00d3RD\u00c3O. INOCORR\u00caNCIA. VANTAGENS PESSOAIS. INCLUS\u00c3O. CORRE\u00c7\u00c3O PELA TR. IMPOSSIBILIDADE. PRECEDENTES. (...) 4. Inaplic\u00e1vel a TR como fator de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria Entendimento consagrado nesta Corte na esteira de orienta\u00e7\u00e3o tra\u00e7ada pelo STF. 5. Recurso especialconhecido e parcialmente provido. (REsp 209.466/BA, Rel. Ministro FRANCISCO PE\u00c7ANHA MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 07/08/2001, DJ 17/06/2002, p. 231) (grifamos)\nRua Adhemar da Silva, n\u00ba 1189, Kobrasol \u2013 S\u00e3o Jos\u00e9/SC. Fone (48) 3094.6595/9123.6595\nwww.acpadvocacia.com\u2013 anaclaudiaprev@gmail.com\n\n\fTodavia, a Corte de Justi\u00e7a, fazendo uma releitura do voto do Ministro Moreira Alves do STF, mudou de entendimento, e passou a adotar a constitucionalidade da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, conforme demonstra o seguinte julgado:\nSISTEMA FINANCEIRO DA HABITA\u00c7\u00c3O. SALDO DEVEDOR. ATUALIZA\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA. TR. 1. N\u00e3o \u00e9 inconstitucional a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria com base na Taxa Referencial - TR. O que \u00e9 inconstitucional \u00e9 sua aplica\u00e7\u00e3o retroativa. Foi isso o que decidiu o STF da ADI 493/DF, Pleno, Min. Moreira Alves, DJ de 04.09.1992, ao estabelecer o \u00e2mbito de incid\u00eancia da Lei 8.177, de 1991. 2. Aos contratos de m\u00fatuo habitacional firmados no \u00e2mbito do SFH que prevejam a corre\u00e7\u00e3o do saldo devedor pela taxa b\u00e1sica aplic\u00e1vel aos dep\u00f3sitos da poupan\u00e7a aplica-se a Taxa Referencial, por expressa determina\u00e7\u00e3o legal. Precedentes da Corte Especial: AGEREsp 725917 / DF, Min. Laurita Vaz, DJ 19.06.2006; DERESP 453600 / DF, Min. Aldir Passarinho Junior, DJ 24.04.2006. 3. Embargos de diverg\u00eancia a que se nega provimento. (EREsp 752.879/DF, Rel. Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI, CORTE ESPECIAL, julgado em 19/12/2006, DJ 12/03/2007, p. 184) (grifamos)\nEm rela\u00e7\u00e3o ao FGTS, h\u00e1 at\u00e9 a s\u00famula do STJ sobre a aplica\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. Neste sentido:\nA Taxa Referencial (TR) \u00e9 o \u00edndice aplic\u00e1vel, a t\u00edtulo de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, aos d\u00e9bitos com o FGTS recolhidos pelo empregador mas n\u00e3o repassados ao fundo. (S\u00famula 459, PRIMEIRA SE\u00c7\u00c3O, julgado em 25/08/2010, DJe 08/09/2010).\nComo dito alhures, aplica\u00e7\u00e3o de \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria se presta para recuperar o poder de compra do valor emprestado. Este poder de compra \u00e9 diretamente influenciado por um processo inflacion\u00e1rio. O pr\u00f3prio STJ reconhece a influ\u00eancia da infla\u00e7\u00e3o e da defla\u00e7\u00e3o na composi\u00e7\u00e3o do \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, sen\u00e3o vejamos:\nPREVIDENCI\u00c1RIO E ECON\u00d4MICO. T\u00cdTULO EXECUTIVO JUDICIAL. DETERMINA\u00c7\u00c3O DE CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA PELO IGP-M. \u00cdNDICES DE DEFLA\u00c7\u00c3O. APLICABILIDADE. OFENSA AO PRINC\u00cdPIO DA IRREDUTIBILIDADE DOS VENCIMENTOS. N\u00c3O OCORR\u00caNCIA. PRESERVA\u00c7\u00c3O DO VALOR NOMINAL DA OBRIGA\u00c7\u00c3O. PRECEDENTES. 1. \"A corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria nada mais \u00e9 do que um mecanismo de manuten\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda, n\u00e3o devendo representar, consequentemente, por si s\u00f3, nem um plus nem um minus em sua subst\u00e2ncia. Corrigir o valor nominal da obriga\u00e7\u00e3o representa, portanto, manter, no tempo, o seu poder de compra original, alterado pelas oscila\u00e7\u00f5es inflacion\u00e1rias positivas e negativas ocorridas no per\u00edodo. Atualizar a obriga\u00e7\u00e3o levando em conta apenas oscila\u00e7\u00f5es positivas importaria distorcer a realidade econ\u00f4mica produzindo um resultado que n\u00e3o representa a simples manuten\u00e7\u00e3o do primitivo poder aquisitivo, mas um indevido acr\u00e9scimo no valor real. Nessa linha, estabelece o Manual de Orienta\u00e7\u00e3o de Procedimento de C\u00e1lculos aprovado pelo Conselho da Justi\u00e7a Federal que, n\u00e3o havendo decis\u00e3o judicial em contr\u00e1rio, \"os \u00edndices negativos de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria (defla\u00e7\u00e3o) ser\u00e3o considerados no c\u00e1lculo de atualiza\u00e7\u00e3o\", com a ressalva de que, se, no c\u00e1lculo final, 'a atualiza\u00e7\u00e3o implicar redu\u00e7\u00e3o do principal, deve prevalecer o valor\nRua Adhemar da Silva, n\u00ba 1189, Kobrasol \u2013 S\u00e3o Jos\u00e9/SC. Fone (48) 3094.6595/9123.6595\nwww.acpadvocacia.com\u2013 anaclaudiaprev@gmail.com\n\n\fnominal'\" (Corte Especial, REsp 1.265.580/RS, Rel. Min. TEORI ALBINO ZAVASCKI, DJe 18/4/12). 2. No precedente da Corte Especial, mencionado na decis\u00e3o agravada, ficou expressamente consignado que se, na atualiza\u00e7\u00e3o da d\u00edvida, houver redu\u00e7\u00e3o do principal, deve prevalecer o valor nominal, em respeito ao princ\u00edpio da irredutibilidade de vencimentos, previsto nos arts. 7\u00ba, VI e 37, XV, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal. 3. A compreens\u00e3o no sentido de que n\u00e3o h\u00e1 viola\u00e7\u00e3o ao princ\u00edpio da irredutibilidade dos vencimentos, quando preservado o valor nominal da obriga\u00e7\u00e3o, encontra respaldo na jurisprud\u00eancia do STF e do STJ. 4. Agravo regimental improvido. (AgRg nos EREsp 1252558/RS, Rel. Ministro SERGIO KUKINA, PRIMEIRA SE\u00c7\u00c3O, julgado em 13/03/2013, DJe 21/03/2013)(grifos nossos).\nN\u00e3o podemos nos esquecer de que a cultura da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria est\u00e1 de tal forma arraigada ao nosso sistema econ\u00f4mico, que o pr\u00f3prio C\u00f3digo Civil de 2002, traz diversos dispositivos garantindo atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria:\nArt. 389. N\u00e3o cumprida a obriga\u00e7\u00e3o, responde o devedor por perdas e danos, mais juros e atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria segundo \u00edndices oficiais regularmente estabelecidos, e honor\u00e1rios de advogado. Art. 395. Responde o devedor pelos preju\u00edzos a que sua mora der causa, mais juros, atualiza\u00e7\u00e3o dos valores monet\u00e1rios segundo \u00edndices oficiais regularmente estabelecidos, e honor\u00e1rios de advogado. Art. 404. As perdas e danos, nas obriga\u00e7\u00f5es de pagamento em dinheiro, ser\u00e3o pagas com atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria segundo \u00edndicesoficiais regularmente estabelecidos, abrangendo juros, custas e honor\u00e1rios de advogado, sem preju\u00edzo da pena convencional. Art. 418. Se a parte que deu as arras n\u00e3o executar o contrato, poder\u00e1 a outra t\u00ea-lo por desfeito, retendo-as; se a inexecu\u00e7\u00e3o for de quem recebeu as arras, poder\u00e1 quem as deu haver o contrato por desfeito, e exigir sua devolu\u00e7\u00e3o mais o equivalente, com atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria segundo \u00edndices oficiais regularmente estabelecidos, juros e honor\u00e1rios de advogado. Art. 772. A mora do segurador em pagar o sinistro obriga \u00e0 atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria da indeniza\u00e7\u00e3o devida segundo \u00edndices oficiais regularmente estabelecidos, sem preju\u00edzo dos juros morat\u00f3rios. Art. 884. Aquele que, sem justa causa, se enriquecer \u00e0 custa de outrem, ser\u00e1 obrigado a restituir o indevidamente auferido, feita a atualiza\u00e7\u00e3o dos valores monet\u00e1rios.\nEste retrospecto da evolu\u00e7\u00e3o legal e jurisprudencial a respeito da aplica\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria se fez necess\u00e1rio para que pud\u00e9ssemos chegar ao n\u00facleo do argumento desta a\u00e7\u00e3o.\nHoje, no pa\u00eds, h\u00e1 dois tipos de \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. \u00cdndices que refletem a infla\u00e7\u00e3o e, portanto, recuperam o poder de compra do valor aplicado, como o IPCA e o INPC, e um \u00edndice que n\u00e3o reflete a infla\u00e7\u00e3o, e consequentemente n\u00e3o recupera o poder de compra do valor aplicado \u2013 a Taxa Referencial/TR.\nHistoricamente, \u00e9 preciso lembrar que a Taxa Referencial nunca foi igual \u00e0 infla\u00e7\u00e3o. Nem quando experimentamos hiperinfla\u00e7\u00e3o, nem quando experimentamos defla\u00e7\u00e3o. Todavia, os \u00edndices da TR, do INPC e do IPCA, sempre andaram pr\u00f3ximos. Em outras\nRua Adhemar da Silva, n\u00ba 1189, Kobrasol \u2013 S\u00e3o Jos\u00e9/SC. Fone (48) 3094.6595/9123.6595\nwww.acpadvocacia.com\u2013 anaclaudiaprev@gmail.com\n\n\fpalavras, imperava a razoabilidade nos \u00edndices da TR para que pudessem atingir a finalidade de corre\u00e7\u00e3o do valor do capital.\n\nANO 1991 1992 1993 1994 1995 1996\n\nTR 335,51% 1.156,22% 2.474,73% 951,19% 31,6207% 9,5551%\n\nINPC 475,11% 1.149,05% 2.489,11% 929,32% 21,98% 9,125%\n\nIPCA 472,69% .119,09% 2,477,15% 916,43% 22,41% 9,56%\n\nN\u00e3o obstante, o cen\u00e1rio come\u00e7a a mudar a partir de 1999. A TR se distancia expressivamente do INPC e do IPCA, ao ponto de hoje a infla\u00e7\u00e3o superar 6% ao ano e a TR ser igual a zero. Logo, ela n\u00e3o se presta para o fim de manter o poder aquisitivo dos dep\u00f3sitos do FGTS, que s\u00e3o um patrim\u00f4nio do trabalhador.\n\nO sentimento geral \u00e9 que h\u00e1 muito tempo o FGTS \u00e9 um fundo in\u00edquo por ele n\u00e3o ter recomposi\u00e7\u00e3o inflacion\u00e1ria dos seus recursos. Na verdade, o trabalhador n\u00e3o est\u00e1 financiando programas de habita\u00e7\u00e3o popular, saneamento b\u00e1sico e infraestrutura urbana, ele est\u00e1 subsidiando.\n\nAo contr\u00e1rio de outros investimentos, o FGTS n\u00e3o \u00e9 um fundo de livre disposi\u00e7\u00e3o por parte do trabalhador, n\u00e3o podendo ele decidir sponte pr\u00f3pria quais as aplica\u00e7\u00f5es que lhe s\u00e3o mais convenientes ou rent\u00e1veis. O trabalhador tem que se submeter a pol\u00edticas econ\u00f4micas e sociais que lhe s\u00e3o altamente prejudiciais.\n\nOra, mas a pr\u00f3pria Lei do FGTS diz em seu artigo 2\u00ba que \u00e9 garantida a atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e juros. Quando a TR \u00e9 igual a zero este artigo \u00e9 descumprido. Quando a TR \u00e9 m\u00ednima e totalmente desproporcional em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 infla\u00e7\u00e3o, este artigo tamb\u00e9m \u00e9 descumprido e o patrim\u00f4nio do trabalhador \u00e9 subtra\u00eddo por quem tem o dever legal de administr\u00e1-lo.\n\nEm um cen\u00e1rio de TR zero e infla\u00e7\u00e3o p\u00fablica e not\u00f3ria, estamos diante de uma situa\u00e7\u00e3o de confisco. O Governo Federal, atrav\u00e9s da Caixa Econ\u00f4mica Federal, est\u00e1 confiscando os rendimentos dos trabalhadores, para subsidiar pol\u00edticas p\u00fablicas, sem a menor possibilidade de inger\u00eancia destes trabalhadores.\n\nAssim como em nosso Estado Democr\u00e1tico de Direito, a Constitui\u00e7\u00e3o veda que se utilize o tributo com efeito de confisco, o trabalhador n\u00e3o pode ser punido com o confisco do que a pr\u00f3pria Caixa define em seu s\u00edtio eletr\u00f4nico, como um patrim\u00f4nio do trabalhador, e definitivamente o \u00e9.\n\nQuando se fala em patrim\u00f4nio, imediatamente sobrev\u00e9m li\u00e7\u00e3o da Professora Maria Helena Diniz ao comentar o artigo 91 do Novo C\u00f3digo Civil:\n\nArt. 91. Constitui universalidade de direito o complexo de rela\u00e7\u00f5es jur\u00eddicas de uma pessoa, dotadas de valor econ\u00f4mico. Universalidade de direito. \u00c9 a constitu\u00edda por bens singulares corp\u00f3reos heterog\u00eaneos ou incorp\u00f3reos (complexo de rela\u00e7\u00f5es jur\u00eddicas), a que a norma jur\u00eddica, com o intuito de produzir certos efeitos, d\u00e1 unidade, por\n\nRua Adhemar da Silva, n\u00ba 1189, Kobrasol \u2013 S\u00e3o Jos\u00e9/SC. Fone (48) 3094.6595/9123.6595\nwww.acpadvocacia.com\u2013 anaclaudiaprev@gmail.com\n\n\fserem dotados de valor econ\u00f4mico, como p. ex., o patrim\u00f4nio (...) O patrim\u00f4nio e a heran\u00e7a s\u00e3o considerados como um conjunto, ou seja, como uma universalidade. Embora se constituam ou n\u00e3o de bens materiais e de cr\u00e9ditos, esses bens se unificam numa express\u00e3o econ\u00f4mica, que \u00e9 o valor. O patrim\u00f4nio \u00e9 complexo de rela\u00e7\u00f5es jur\u00eddicas de uma pessoa apreci\u00e1veis economicamente. Incluem-se no patrim\u00f4nio: a posse, os direitos reais, as obriga\u00e7\u00f5es e as a\u00e7\u00f5es correspondentes a tais direitos. O patrim\u00f4nio abrange direitos e deveres redut\u00edveis a dinheiro. (C\u00f3digo Civil Anotado, Ed. Saraiva, pag. 100) (grifamos).\nLevando em conta que a rela\u00e7\u00e3o jur\u00eddica entre os trabalhadores e a Caixa \u00e9 de direito pessoal, o artigo 233 do C\u00f3digo Civil se torna inafast\u00e1vel, na medida em que determina que a obriga\u00e7\u00e3o de dar coisa certa abrange os acess\u00f3rios, ainda que n\u00e3o mencionados.\nArt. 233. A obriga\u00e7\u00e3o de dar coisa certa abrange os acess\u00f3rios dela embora n\u00e3o mencionados, salvo se o contr\u00e1rio resultar do t\u00edtulo ou das circunst\u00e2ncias do caso.\nOra, acess\u00f3rios de dinheiro s\u00e3o os juros e a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria.\nE ent\u00e3o voltamos \u00e0 Taxa Referencial.\nB) DA Manipula\u00e7\u00e3o da TR pelo Banco Central/CMN\nIndependentemente da discuss\u00e3o sobre sua natureza jur\u00eddica, vamos aqui partir do pressuposto, assentado pela jurisprud\u00eancia, principalmente do STJ, que a TR \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria.\nTanto o artigo 1\u00ba da lei n\u00ba 8.177/91 quando o artigo 5\u00ba da Lei n\u00ba 10.192/01 (que convolou a MP 1.053/95) atribu\u00edram ao Banco Central a regulamenta\u00e7\u00e3o da metodologia de c\u00e1lculo da TR, conforme crit\u00e9rio estabelecido na lei e a expedi\u00e7\u00e3o das instru\u00e7\u00f5es necess\u00e1rias ao cumprimento do artigo que criou a TBF.\nArt. 1\u00b0 O Banco Central do Brasil divulgar\u00e1 Taxa Referencial (TR), calculada a partir da remunera\u00e7\u00e3o mensal m\u00e9dia l\u00edquida de impostos, dos dep\u00f3sitos a prazo fixo captados nos bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos m\u00faltiplos com carteira comercial ou de investimentos, caixas econ\u00f4micas, ou dos t\u00edtulos p\u00fablicos federais, estaduais e municipais, de acordo com metodologia a ser aprovada pelo Conselho Monet\u00e1rio Nacional, no prazo de sessenta dias, e enviada ao conhecimento do Senado Federal. . (Lei n\u00ba 8177/91) Artigo 5\u00ba Fica institu\u00edda Taxa B\u00e1sica Financeira \u2013 TBF, para ser utilizada exclusivamente como base de remunera\u00e7\u00e3o de opera\u00e7\u00f5es realizadas no mercado financeiro, de prazo de dura\u00e7\u00e3o igual ou superior a sessenta dias. Par\u00e1grafo \u00fanico. O Conselho Monet\u00e1rio Nacional expedir\u00e1 as instru\u00e7\u00f5es necess\u00e1rias ao cumprimento do disposto neste artigo, podendo inclusive, ampliar o prazo m\u00ednimo previsto no caput. (Lei n\u00ba 10.192/01).\nNo mister de regulamentar a TR, o Banco Central/CMN vem ao longo dos anos criando e reinventando f\u00f3rmulas para encontr\u00e1-la. Pelo menos desde a Resolu\u00e7\u00e3o 2.075, de 26 de maio de 1994, h\u00e1 f\u00f3rmulas para encontrar a TR. Todavia, \u00e9 com a institui\u00e7\u00e3o da Taxa B\u00e1sica Financeira, pela Medida Provis\u00f3ria 1.053/95, de 30 de junho de 1995, que a forma de c\u00e1lculo da TR sofre uma expressiva reviravolta.\nRua Adhemar da Silva, n\u00ba 1189, Kobrasol \u2013 S\u00e3o Jos\u00e9/SC. Fone (48) 3094.6595/9123.6595\nwww.acpadvocacia.com\u2013 anaclaudiaprev@gmail.com\n\n\fDesde a Resolu\u00e7\u00e3o 2.437, de 30 de outubro de 1997, a TR \u00e9 calculada levando em conta a Taxa B\u00e1sica Financeira e um Redutor.\nA Resolu\u00e7\u00e3o 3.354/06, hoje vigente sobre o assunto, diz o seguinte:\nArt. 1\u00ba Estabelecer que, para fins de c\u00e1lculo da Taxa B\u00e1sica Financeira - TBF e da Taxa Referencial - TR, de que tratam os arts. 1\u00ba da Lei 8.177, de 1\u00ba de mar\u00e7o de 1991, 1\u00ba da Lei 8.660, de 28 de maio de 1993, e 5\u00ba da Lei 10.192, de 14 de fevereiro de 2001, deve ser constitu\u00edda amostra das 30 maiores institui\u00e7\u00f5es financeiras do Pa\u00eds, assim consideradas emfun\u00e7\u00e3o do volume de capta\u00e7\u00e3o efetuado por meio de certificados e recibos de dep\u00f3sito banc\u00e1rio (CDB/RDB), com prazo de 30 a 35 dias corridos, inclusive, e remunerados a taxas prefixadas, entre bancos m\u00faltiplos, bancos comerciais, bancos de investimento e caixas econ\u00f4micas.Art. 2\u00ba A TBF e a TR s\u00e3o calculadas a partir da remunera\u00e7\u00e3o mensal m\u00e9dia dos CDB/RDB emitidos a taxas de mercado prefixadas, com prazo de 30 a 35 dias corridos, inclusive, com base em informa\u00e7\u00f5es prestadas pelas institui\u00e7\u00f5es integrantes da amostra de que trata o art. 1\u00ba, na forma a ser determinada pelo Banco Central do Brasil. Art. 4\u00ba Para cada dia do m\u00eas - dia de refer\u00eancia -, o Banco Central do Brasil deve calcular a TBF, para o per\u00edodo de um m\u00eas, com in\u00edcio no pr\u00f3prio dia de refer\u00eancia e t\u00e9rmino no dia correspondente ao dia de refer\u00eancia no m\u00eas seguinte, considerada a hip\u00f3tese prevista no \u00a7 2\u00ba, inciso IV. (...) Art. 5\u00ba Para cada TBF obtida, segundo a metodologia descrita no art. 4\u00ba, deve ser calculada a correspondente TR, pela aplica\u00e7\u00e3o de um redutor \"R\", de acordo com a seguinte f\u00f3rmula: TR = max {0,100 {[ (1 + TBF/100) / R ] - 1}} (em %). \u00a7 1\u00ba O valor do redutor 'R' deve ser calculado para todos os dias, inclusive n\u00e3o-\u00fateis, de acordo com a seguinte f\u00f3rmula: R = (a + b . TBF/100), onde:Resolu\u00e7\u00e3o n\u00ba 3354, de 31 de mar\u00e7o de 2006. TBF = TBF relativa ao dia de refer\u00eancia; a = 1,005; b = valor determinado de acordo com a tabela abaixo, em fun\u00e7\u00e3o da TBF obtida, segundo a metodologia descrita no art. 4\u00ba, em termos percentuais ao ano: TBF (% a.a.) b TBF maior que 16 0,48 TBF menor ou igual a 16 e maior que 15 0,44 TBF menor ou igual a 15 e maior que 14 0,40 TBF menor ou igual a 14 e maior que 13 0,36 TBF menor ou igual a 13 e maior ou igual a 11 0,32 Reda\u00e7\u00e3o dada pela Resolu\u00e7\u00e3o 3.446, de 05/03/2007. \u00a7 2\u00ba Fica o Banco Central do Brasil autorizado a determinar o valor do par\u00e2metro \"b\" no caso de a TBF obtida ser inferior a 11% a.a. (onze por cento ao ano).\nO peculiar nesta determina\u00e7\u00e3o do Banco Central/CMN, que de resto se repete desde 1997, \u00e9 que a TBF e TR s\u00e3o exatamente iguais em sua g\u00eanese at\u00e9 o momento em que se determina que se aplique um redutor \u00e0 TBF para se chegar \u00e0 TR.\nN\u00e3o h\u00e1 na Lei da TR previs\u00e3o de aplica\u00e7\u00e3o de redutor, assim como n\u00e3o h\u00e1 na Lei que criou a TBF. Todavia, causa estranheza que diante de um comando aberto como o do art. 5\u00ba da MP n\u00ba 1.503/95 (Lei n\u00ba 10.192/01), o Banco Central/CMN, com amplos poderes para regulamentar o assunto, n\u00e3o tenha institu\u00eddo um redutor, mas o tenha feito ao regulamentar o artigo 1\u00ba da lei n\u00ba 8.177/91, que n\u00e3o era t\u00e3o flex\u00edvel.\nRua Adhemar da Silva, n\u00ba 1189, Kobrasol \u2013 S\u00e3o Jos\u00e9/SC. Fone (48) 3094.6595/9123.6595\nwww.acpadvocacia.com\u2013 anaclaudiaprev@gmail.com\n\n\fO Economista C\u00e9sar Roberto Buzin explica o qu\u00ea o Banco Central/CMN est\u00e1 fazendo com a TR, neste trecho do Parecer Econ\u00f4mico que se junta a esta inicial.\n\nObjeto de discuss\u00e3o \u00e9 a utiliza\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, que apesar de n\u00e3o ter sido criada como um \u00edndice de indexa\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, vem sendo utilizada para tal finalidade na corre\u00e7\u00e3o dos valores aplicados \u00e0 caderneta de poupan\u00e7a e outras aplica\u00e7\u00f5es como os dep\u00f3sitos do FGTS, dinheiro pertencente aos trabalhadores, por\u00e9m, com gest\u00e3o de terceiros.A posi\u00e7\u00e3o adotada pelo Superior Tribunal de Justi\u00e7a, em agosto de 2010, a respeito da utiliza\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria foi sacramentada por meio da cria\u00e7\u00e3o da S\u00famula 454, com a seguinte reda\u00e7\u00e3o: \u201cPactuada a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria nos contrato do SFH pelo mesmo \u00edndice aplic\u00e1vel \u00e0 caderneta de poupan\u00e7a, incide a Taxa Referencial (TR) a partir da vig\u00eancia da Lei 8.177/91\u201d. A TR \u00e9 calculada a partir da Taxa B\u00e1sica Financeira (TBF), uma m\u00e9dia de taxas de juros pagas nas aplica\u00e7\u00f5es em certificados de dep\u00f3sitos banc\u00e1rios (CDB) emitidas pelas 30 maiores institui\u00e7\u00f5es financeiras. Para calcular o valor da TR, \u00e9 preciso aplicar um redutor sobre a TBF, que depende de dois par\u00e2metros, chamados de \u201ca\u201d e \u201cb\u201d. O par\u00e2metro \u201ca\u201d \u00e9 o fator de 1,005, equivalente \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o da caderneta antiga, ou seja, 0,5% ao m\u00eas, ou 6,17% ao ano de juros remunerat\u00f3rio. Enquanto que o \u201cb\u201d \u00e9 um decimal menor do que 1, arbitrado pelo BACEN e que varia de acordo com o n\u00edvel de taxa de juros b\u00e1sica da economia, divulgada ap\u00f3s as reuni\u00f5es do Comit\u00ea de Pol\u00edtica Monet\u00e1ria do BC (Copom). Para calcular o redutor (R) o par\u00e2metro \u201cb\u201d \u00e9 multiplicado pelo valor da TBF e somado ao par\u00e2metro \u201ca\u201d, ou seja, R= a + b x TBF TR= 1+TBF \u2013 1 A f\u00f3rmula significa que os novos dep\u00f3sitos realizados nas contas de dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a tenham como remunera\u00e7\u00e3o adicional (TR): (i) 0,5% a. m. enquanto a meta da taxa SELC, taxa b\u00e1sica de juros, definida pelo BACEN, estiver acima de 8,5% a.a e (ii) 70% da meta da taxa SELIC, mensalizada, vigente na data do in\u00edcio do per\u00edodo de rendimento. No n\u00edvel atual de taxa de juros decrescente de uma economia estabilizada e num cen\u00e1rio para os pr\u00f3ximos anos, de juros baixos, a TR permanecer\u00e1 por um longo per\u00edodo indeterminado como zero.\n\nNa esteira do que foi deduzido no Parecer, um quadro comparativo entre os percentuais da TR, INPC e IPCA, desde 1997, os dep\u00f3sitos nas contas vinculadas do FGTS dos trabalhadores est\u00e3o perdendo poder de compra, notadamente a partir de 1999.\n\nANO 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006\n\nTR 9,7849% 7,7938% 5,7295% 2,0962% 2,2852% 2,8023% 4,6485% 1,8184% 2,8335% 2,0377%\n\nINPC 4,34% 2,49% 8,43% 5,27% 9,44% 14,74% 10,38% 6,13% 5,05% 2,81%\n\nIPCA 5,22% 1,65% 8,94% 5,97% 7,67% 12,53% 9,30% 7,60% 5,69% 3,14%\n\nRua Adhemar da Silva, n\u00ba 1189, Kobrasol \u2013 S\u00e3o Jos\u00e9/SC. Fone (48) 3094.6595/9123.6595\nwww.acpadvocacia.com\u2013 anaclaudiaprev@gmail.com\n\n\f2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 (at\u00e9 mar\u00e7o)\n\n1,4452% 1,6348% 0,7090% 0,6887% 1,2079% 0,2897% 0,00%\n\n5,15% 6,48% 4,11% 6,46% 6,07% 6,17% 2,05%\n\n4,46% 5,90% 4,31% 5,91% 6,50% 5,84% 1,94%\n\nExcel\u00eancia, hoje, o trabalhador que tem seu dinheiro aplicado no FGTS, e de l\u00e1 n\u00e3o pode retir\u00e1-lo para outro investimento, est\u00e1 sendo remunerado com 0,247% de juros ao m\u00eas e mais nada. N\u00e3o h\u00e1 nem corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria nem Taxa Referencial (independentemente da sua natureza jur\u00eddica), em flagrante ofensa ao artigo 2\u00ba da Lei n\u00ba 8.036/90, que imp\u00f5e a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos valores depositados pelo empregador.\n\nAinda que se argumente que a aplica\u00e7\u00e3o do Redutor pelo Banco Central/CMN seja legal, sua redu\u00e7\u00e3o a zero em um cen\u00e1rio de infla\u00e7\u00e3o superior a 6% ao ano, configura flagrante afronta ao artigo 2\u00ba da Lei n\u00ba 8.036/90, que determina a atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, bem como ao artigo 233 do C\u00f3digo Civil, quando sonega os acess\u00f3rios da obriga\u00e7\u00e3o de dar.\n\nMas \u00e9 necess\u00e1rio ir mais al\u00e9m e revisitar o entendimento jurisprudencial sobre a TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, m\u00e1xime a partir da institui\u00e7\u00e3o de um redutor que tem por efeito zerar o \u00edndice da TR em um ambiente de infla\u00e7\u00e3o.\n\nO quadro comparativo mostra que a TR n\u00e3o se presta como atualizador monet\u00e1rio do FGTS, pelo menos desde janeiro de 1999. Desde o momento em que o Banco Central/CMN estabeleceu um redutor para a TR, ela deixou de ser um \u00edndice confi\u00e1vel para atualizar monetariamente as contas do FGTS, porque se descola dos \u00edndices de infla\u00e7\u00e3o, sendo reduzido ano a ano. A finalidade da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u00e9 manter o poder de compra do capital, e esta finalidade nem de perto vem sendo alcan\u00e7ada pela TR. A anula\u00e7\u00e3o total da TR \u00e9 s\u00f3 o desfecho desta pol\u00edtica predat\u00f3ria para o trabalhador.\n\nO trabalhador, que luta para formar um patrim\u00f4nio, tem que poder confiar na lei. Esta confian\u00e7a est\u00e1 quebrada.\n\nH\u00e1 a n\u00edtida expropria\u00e7\u00e3o do patrim\u00f4nio do trabalhador, na medida em que se nega a ele a devida atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. Como dito no estudo acostado \u00e0 inicial:\n\nA atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u00e9 o elemento mais importante do mercado financeiro, pois sem a medi\u00e7\u00e3o precisa da perda do poder aquisitivo da moeda com o decorrer do tempo, ocorre uma gigantesca destrui\u00e7\u00e3o de valor. O objetivo fundamental de escolha de um \u00edndice de atualiza\u00e7\u00e3o nos ativos (neg\u00f3cios, contratos, aplica\u00e7\u00f5es e etc) \u00e9 de proteger o patrim\u00f4nio, evitando que ele seja corro\u00eddo pela infla\u00e7\u00e3o.\n\nO Poder Judici\u00e1rio h\u00e1 de se opor a este esbulho, confisco, expropria\u00e7\u00e3o que o trabalhador est\u00e1 sofrendo, desde janeiro de 1999, com as constantes redu\u00e7\u00f5es da TR em rela\u00e7\u00e3o aos \u00edndices de infla\u00e7\u00e3o, culminando na sua completa nulidade, ininterruptamente, desde setembro de 2012.\n\nRua Adhemar da Silva, n\u00ba 1189, Kobrasol \u2013 S\u00e3o Jos\u00e9/SC. Fone (48) 3094.6595/9123.6595\nwww.acpadvocacia.com\u2013 anaclaudiaprev@gmail.com\n\n\fEm 1991 e 1992, quando o STF julgou a ADI 493-0/DF, ele deixou bem assentado que a TR n\u00e3o constitu\u00eda \u00edndice que refletia a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivoda moeda. Esta caracter\u00edstica da TR tem se confirmado ao longo dos anos. A sua aplica\u00e7\u00e3o aos saldos dos dep\u00f3sitos do FGTS tem gerado \u201cgigantesca destrui\u00e7\u00e3o de valor\u201d do patrim\u00f4nio do trabalhador. H\u00e1 anos, os trabalhadores que tem dep\u00f3sitos no FGTS n\u00e3o experimentam ganhos reais em sua aplica\u00e7\u00e3o. Ao contr\u00e1rio. H\u00e1 muito tempo, os trabalhadores tem rendimentos inferiores \u00e0 infla\u00e7\u00e3o, mesmo levando em conta a remunera\u00e7\u00e3o dos juros de 3% ao ano.\nO que torna a TR um \u00edndice inid\u00f4neo \u00e9 a intensa inger\u00eancia do Banco Central/CMN na sua formula\u00e7\u00e3o. Como explica o Economista C\u00e9sar Buzim:\nA TR deveria servir como refer\u00eancia para os juros vigentes no Brasil, sendo divulgada mensalmente, a fim de evitar que a taxa de juros no m\u00eas corrente refletisse a infla\u00e7\u00e3o do m\u00eas anterior, apesar das suas caracter\u00edsticas, foi usada como \u00edndice econ\u00f4mico de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria (...) A mudan\u00e7a no comportamento da TR n\u00e3o se deve somente a oscila\u00e7\u00f5es da economia,mas tamb\u00e9m \u00e0 sistem\u00e1tica apurat\u00f3ria desse \u00edndice. Inicialmente, ficou estabelecido que o BACEN efetuaria o c\u00e1lculo da TR a partir da remunera\u00e7\u00e3o mensal m\u00e9dia dos certificados e recibos de dep\u00f3sito banc\u00e1rio (CDB/RDB) emitidos por uma amostra de institui\u00e7\u00f5es financeiras, levando em conta a taxa m\u00e9dia de remunera\u00e7\u00e3o dos CDB/RDB\u00b4s e um redutor fixado por resolu\u00e7\u00e3o do CMN. Como consequ\u00eancia da atua\u00e7\u00e3o do BACEN, a taxa referencial deixou de refletir o \u00edndice inflacion\u00e1rio a partir de 1999. (...) O preju\u00edzo causado aos trabalhadores devido \u00e0 aplica\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u00e9 tamanho que quando analisado o fator de corre\u00e7\u00e3o acumulado do FGTS visualiza-se que a rentabilidade desse fundo n\u00e3o supera os \u00edndices inflacion\u00e1rios desde 2002, rendendo menos que a infla\u00e7\u00e3o a partir de 2007, apesar da aplica\u00e7\u00e3o de juros de 3% a.a. Diante do exposto, podemos afirmar que a TR n\u00e3o rep\u00f5e mais as perdas inflacion\u00e1rias, o que afeta consideravelmente os poupadores, bem como os trabalhadores que possuem o FGTS. (...) Com base nas normas Resolu\u00e7\u00e3o CMN n\u00ba 2.437, de 30.10.98, Resolu\u00e7\u00e3o CMN n\u00ba 2.604, de 23.04.99. resolu\u00e7\u00e3o CMN n\u00ba 2.809, de 21.12.00, Resolu\u00e7\u00e3o CMN n\u00ba 3.354 de 31.03.2006, Resolu\u00e7\u00e3o CMN n\u00ba 3.446 de 05.03.2007 e Circular n\u00ba 3.356 de 11.07.2007, que estabeleceram no decorrer dos anos a forma de c\u00e1lculo da TR, bem como nas informa\u00e7\u00f5es disponibilizadas pelo BACEN foi constru\u00edda planilha demonstrando a evolu\u00e7\u00e3o do fator de pondera\u00e7\u00e3o \u201cb\u201d, elemento essencial para o c\u00e1lculo do redutor da TR. As primeiras mudan\u00e7as significativas da TR ocorreram atrav\u00e9s das Resolu\u00e7\u00f5es CMN n\u00ba 2.387/97 e n\u00ba 2.437/97 que estabeleceram a f\u00f3rmula de c\u00e1lculo do redutor da TR com duas novas vari\u00e1veis, ambas definidas pelo BACEN, quais sejam: a constante \u201ca\u201d e o fator de pondera\u00e7\u00e3o \u201cb\u201d. A partir da Resolu\u00e7\u00e3o CMN n\u00ba 2.809/2000, o BACEN passou a determinar o fator \u201cb\u201d, sem crit\u00e9rio t\u00e9cnico conhecido, a partir de certo patamar, conforme visualizado na tabela abaixo: MS \u2013 \u00e9 a meta para a taxa SELIC em (% a.a) Essa discricionariedade do BACEN na valora\u00e7\u00e3o do fator \u201cb\u201d, acolhida pelas circulares e resolu\u00e7\u00f5es posteriores, impactou o c\u00e1lculo do Redutor da TR.\nRua Adhemar da Silva, n\u00ba 1189, Kobrasol \u2013 S\u00e3o Jos\u00e9/SC. Fone (48) 3094.6595/9123.6595\nwww.acpadvocacia.com\u2013 anaclaudiaprev@gmail.com\n\n\fDe pouco adiantaria ao trabalhador que fosse determinado ao Banco Central/CMN que recalculasse a TR, pois uma nova f\u00f3rmula estaria igualmente sob a discricionariedade e subjetivismo total do Banco. Basta avaliar a sucess\u00e3o de resolu\u00e7\u00f5es do Banco Central/CMN sobre o tema, conforme Parecer do referido Economista.\nPartindo da premissa inequ\u00edvoca de que a TR n\u00e3o rep\u00f5e as perdas monet\u00e1rias dos dep\u00f3sitos do FGTS, outro caminho n\u00e3o existe se n\u00e3o o de adotar um novo \u00edndice que verdadeiramente corrija estes dep\u00f3sitos.\nC) Dos \u00cdndices que efetivamente produzem corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria\nA Lei de Introdu\u00e7\u00e3o \u00e0s Normas do direito Brasileiro estabelece em seu artigo 5\u00ba que na aplica\u00e7\u00e3o da lei, o juiz atender\u00e1 aos fins sociais a que ela se dirige e \u00e0s exig\u00eancias do bem comum.\nA Lei do FGTS tem um fim social indiscut\u00edvel, proteger o trabalhador e constituir um patrim\u00f4nio que lhe sirva de arrimo em v\u00e1rias situa\u00e7\u00f5es de sua vida.\nDiante de tudo que foi demonstrado, o juiz atender\u00e1 aos fins sociais da Lei do FGTS ao reconhecer que corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, reposi\u00e7\u00e3o dos \u00edndices inflacion\u00e1rios de forma a garantir o poder de compra daquele dinheiro ali depositado no Fundo, \u00e9 efetivamente devida pela Caixa.\nSe a TR n\u00e3o pode ser considerada um \u00edndice id\u00f4neo, sobrev\u00e9m a necessidade de substitu\u00ed-la por um \u00edndice que realmente reponha as perdas monet\u00e1rias. E ent\u00e3o, nada obsta que o juiz considere \u00edndices previstos em outra legisla\u00e7\u00e3o.\nAt\u00e9 por uma quest\u00e3o de equidade, o melhor \u00edndice que pode substituir a TR \u00e9 o \u00edndice que corrige monetariamente os sal\u00e1rios dos trabalhadores e os benef\u00edcios previdenci\u00e1rios. Este \u00edndice est\u00e1 previsto na Lei 12.382 de 25 de fevereiro de 2011, cujos primeiros artigos trazem a seguinte dic\u00e7\u00e3o:\nArt. 1o O sal\u00e1rio m\u00ednimo passa a corresponder ao valor de R$ 545,00 (quinhentos e quarenta e cinco reais). Par\u00e1grafo \u00fanico. Em virtude do disposto no caput, o valor di\u00e1rio do sal\u00e1rio m\u00ednimo corresponder\u00e1 a R$ 18,17 (dezoito reais e dezessete centavos) e o valor hor\u00e1rio, a R$ 2,48 (dois reais e quarenta e oito centavos). Art. 2o Ficam estabelecidas as diretrizes para a pol\u00edtica de valoriza\u00e7\u00e3o do sal\u00e1rio m\u00ednimo a vigorar entre 2012 e 2015, inclusive, a serem aplicadas em 1o de janeiro do respectivo ano. \u00a7 1o Os reajustes para a preserva\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo do sal\u00e1rio m\u00ednimo corresponder\u00e3o \u00e0 varia\u00e7\u00e3o do \u00cdndice Nacional de Pre\u00e7os ao Consumidor - INPC, calculado e divulgado pela Funda\u00e7\u00e3o Instituto Brasileiro de Geografia e Estat\u00edstica - IBGE, acumulada nos doze meses anteriores ao m\u00eas do reajuste. \u00a7 2o Na hip\u00f3tese de n\u00e3o divulga\u00e7\u00e3o do INPC referente a um ou mais meses compreendidos no per\u00edodo do c\u00e1lculo at\u00e9 o \u00faltimo dia \u00fatil imediatamente anterior \u00e0 vig\u00eancia do reajuste, o Poder Executivo estimar\u00e1 os \u00edndices dos meses n\u00e3o dispon\u00edveis. \u00a7 3o Verificada a hip\u00f3tese de que trata o \u00a7 2o, os \u00edndices estimados permanecer\u00e3o v\u00e1lidos para os fins desta Lei, sem qualquer revis\u00e3o, sendo os eventuais res\u00edduos compensados no reajuste subsequente, sem retroatividade.\nRua Adhemar da Silva, n\u00ba 1189, Kobrasol \u2013 S\u00e3o Jos\u00e9/SC. Fone (48) 3094.6595/9123.6595\nwww.acpadvocacia.com\u2013 anaclaudiaprev@gmail.com\n\n\f\u00a7 4o A t\u00edtulo de aumento real, ser\u00e3o aplicados os seguintes percentuais:em 2012, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do Produto Interno Bruto - PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2010; II - em 2013, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2011; III - em 2014, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2012; e IV - em 2015, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2013. \u00a7 5o Para fins do disposto no \u00a7 4o, ser\u00e1 utilizada a taxa de crescimento real do PIB para o ano de refer\u00eancia, divulgada pelo IBGE at\u00e9 o \u00faltimo dia \u00fatil do ano imediatamente anterior ao de aplica\u00e7\u00e3o do respectivo aumento real.\nN\u00e3o h\u00e1 porque ter dois pesos e duas medidas. Se o sal\u00e1rio m\u00ednimo \u00e9 corrigido monetariamente pelo INPC, o dep\u00f3sito do FGTS que, em \u00faltima an\u00e1lise, \u00e9 um sal\u00e1rio indireto do trabalhador, tamb\u00e9m h\u00e1 de s\u00ea-lo.\nE observe que o objetivo da Lei em corrigir o sal\u00e1rio m\u00ednimo pelo INPC decorre exclusivamente da necessidade de preservar seu poder aquisitivo. A necessidade de preservar o poder aquisitivo \u00e9 um constante em todas as transa\u00e7\u00f5es financeiras, e ela s\u00f3 aperfei\u00e7oa quando rep\u00f5e efetivamente as perdas inflacion\u00e1rias.\nOutro \u00edndice que se mostra aplic\u00e1vel, na hip\u00f3tese deste douto Ju\u00edzo entender que n\u00e3o se aplicaria o INPC, \u00e9 o IPCA, \u00edndice oficial do Governo Federal para medi\u00e7\u00e3o das metas inflacion\u00e1rias, contratadas com o FMI, a partir de julho de 1999 (informa\u00e7\u00e3o obtida no Portal Brasil (www.portalbrasil.net).\nAmbos os \u00edndices s\u00e3o infinitamente mais adequados a preservar o poder aquisitivo dos dep\u00f3sitos do FGTS do que a aniquilada TR.\nD) O outro lado da moeda\nAinda \u00e9 necess\u00e1rio aprofundarmos um pouco mais nas consequ\u00eancias que esta subtra\u00e7\u00e3o de recursos do patrim\u00f4nio do trabalhador traz a todos, individual e coletivamente.\n\u00c9 de conhecimento geral que o Sistema Financeiro de Habita\u00e7\u00e3o disp\u00f5e dos recursos do FGTS para financiar o maior sonho de todo brasileiro \u2013 casa pr\u00f3pria. Tamb\u00e9m \u00e9 de conhecimento geral que a Caixa Econ\u00f4mica Federal \u00e9 o Banco que mais se utiliza destes recursos do SFH para financiar, emprestar dinheiro para os brasileiros comprarem a casa pr\u00f3pria.\nE, embora em princ\u00edpio, n\u00e3o haja correla\u00e7\u00e3o entre o trabalhador que tem dep\u00f3sitos no FGTS que s\u00e3o emprestados para financiar a casa pr\u00f3pria, e aquele que se vale do empr\u00e9stimo do SFH para adquirir sua casa pr\u00f3pria, em algum momento, trabalhador e mutu\u00e1rio s\u00e3o a mesma pessoa.\nE neste contexto de mutu\u00e1rio e trabalhador serem amesma pessoa \u00e9 que se evidencia a maior sordidez da hist\u00f3ria recente deste Pa\u00eds.\nRua Adhemar da Silva, n\u00ba 1189, Kobrasol \u2013 S\u00e3o Jos\u00e9/SC. Fone (48) 3094.6595/9123.6595\nwww.acpadvocacia.com\u2013 anaclaudiaprev@gmail.com\n\n\fJ\u00e1 seria reprov\u00e1vel o fato de a Caixa pegar um dinheiro a juros baixos e sem nenhuma corre\u00e7\u00e3o e emprest\u00e1-lo a juros muito altos, mesmo sem corre\u00e7\u00e3o (uma vez que a TR corrige presta\u00e7\u00f5es do SFH), evidencia que a institui\u00e7\u00e3o banc\u00e1ria leva imensa vantagem nesta negocia\u00e7\u00e3o.\nMas a situa\u00e7\u00e3o piora consideravelmente quando, a Caixa pega dinheiro a juros baixos, sem nenhuma corre\u00e7\u00e3o para o trabalhador, e empresta para ele mesmo.\nSuponhamos que um trabalhador queira adquirir uma casa pr\u00f3pria utilizando recursos do seu FGTS. Ele encontra o im\u00f3vel, mas verifica que seus recursos n\u00e3o s\u00e3o suficientes para adquiri-lo. Ent\u00e3o ele se dirige a um Banco para financiar a diferen\u00e7a, comprometendo sua renda por muitos anos.\nA maioria dos trabalhadores brasileiros, quando quer adquirir um im\u00f3vel, dirige-se \u00e0 Caixa Econ\u00f4mica Federal.\nTodavia, se o dep\u00f3sito do FGTS tivesse sido devidamente corrigido, se ele mantivesse seu poder de compra, ou o empr\u00e9stimo seria menor ou sequer haveria necessidade de o trabalhador comprometer sua renda e anos de trabalho para adquirir aquilo que \u00e9 o nosso sonho mais prim\u00e1rio, nossa necessidade mais rela como indiv\u00edduo e como povo brasileiro.\nA Caixa est\u00e1 emprestando para o trabalhador aquilo que ela deixou de pagar a ele a t\u00edtulo de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria na sua conta de FGTS.\nO Trabalhador Brasileiro n\u00e3o merece isto!\nA Caixa vale-se da fragilidade humana para colocar-se como realizadora de sonhos, ao mesmo tempo em que, ano ap\u00f3s ano, aufere lucros exorbitantes \u00e0s custas do trabalhador.\nVI \u2013 CONCLUS\u00d5ES\nA Taxa Referencial, enquanto \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria assim considerada pela atual jurisprud\u00eancia p\u00e1tria, n\u00e3o pode ser reduzida a Zero, como tem sido nos \u00faltimos meses, pois afronta flagrantemente o artigo 2\u00ba da Lei n\u00ba 8.036/90, que garante atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria aos dep\u00f3sitos feitos no FGTS.\nComo \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, a TR deveria garantir o poder aquisitivo dos dep\u00f3sitos do FGTS, que se perfaz levando em conta os \u00edndices de infla\u00e7\u00e3o. Desde janeiro de 1999, a TR se distanciou sensivelmente dos \u00edndices oficiais de infla\u00e7\u00e3o, impingindo profundas perdas aos dep\u00f3sitos do FGTS, tornando-se inid\u00f4nea para garantir a reposi\u00e7\u00e3o de perdas monet\u00e1rias.\nA inidoneidade da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria decorre de mudan\u00e7as introduzidas na sua metodologia de c\u00e1lculo pelo Banco Central do Brasil/CMN que, atrav\u00e9s do mecanismo econ\u00f4mico de um redutor, vem nitidamente manipulando o \u00edndice para que ele se desprenda da infla\u00e7\u00e3o at\u00e9 anul\u00e1-la completamente, a despeito de um quadro de infla\u00e7\u00e3o persistente no Pa\u00eds.\nA Caixa Econ\u00f4mica Federal est\u00e1 se prestando ao papel de espoliador do FGTS, na medida em que disp\u00f5e do patrim\u00f4nio do trabalhador sem a devida contrapresta\u00e7\u00e3o. A\nRua Adhemar da Silva, n\u00ba 1189, Kobrasol \u2013 S\u00e3o Jos\u00e9/SC. Fone (48) 3094.6595/9123.6595\nwww.acpadvocacia.com\u2013 anaclaudiaprev@gmail.com\n\n\fcorre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria aplicada ao FGTS tem sido h\u00e1 muito tempo menor que a infla\u00e7\u00e3o registrada, de forma que descumpre n\u00e3o s\u00f3 o artigo 2\u00ba da lei n\u00ba 8.036/90, artigo 233 do C\u00f3digo Civil, mas tamb\u00e9m toda a l\u00f3gica e princ\u00edpios do mercado econ\u00f4mico.\nQuem empresta tem direito a ser remunerado com juros e a totalidade da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. O trabalhador n\u00e3o pode ser obrigado a subsidiar ainda mais os projetos do Governo Federal. O \u201cainda mais\u201d decorre do fato de os juros de 3% do FGTS serem os menores do mercado, o qu\u00ea, por si s\u00f3, demonstra que ele j\u00e1 est\u00e1 fazendo sua parte sob a perspectiva social.\nNegar o direito de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria aos dep\u00f3sitos do FGTS, Fundo do qual o trabalhador n\u00e3o pode simplesmente sacar seu dinheiro para aplicar em outro fundo mais rent\u00e1vel, configura ato de tirania, incompat\u00edvel com um Estado Democr\u00e1tico de Direito e deve ser de pronto recha\u00e7ado.\nSe o Governo Brasileiro remunerasse os investidores internacionais com TR mais 3% a.a, como faz com os trabalhadores, haveria um fuga em massa dos investimentos no Pa\u00eds, e certamente estar\u00edamos experimentando uma tsunami econ\u00f4mica e n\u00e3o uma simples \u201cmarolinha\u201d.\nSendo a TR \u00edndice inid\u00f4neo para restabelecer o poder aquisitivo dos dep\u00f3sitos do FGTS, sua substitui\u00e7\u00e3o por outro \u00edndice que melhor recomponha as perdas monet\u00e1rias se torna imperioso, a fim de fazer prevalecer o artigo 2\u00ba da lei n\u00ba 8.036/90 e artigo 233 do C\u00f3digo Civil.\nPosto que, desde janeiro de 1999, o redutor criado pelo Banco Central/CMN promoveu o completo distanciamento da TR dos \u00edndices oficiais de infla\u00e7\u00e3o, temos que desde ent\u00e3o ela perdeu sua condi\u00e7\u00e3o de repor as perdas inflacion\u00e1rias dos dep\u00f3sitos do FGTS, devendo desde esta data ser substitu\u00edda pelo INPC, alternativamente, pelo IPCA.\nVII \u2013 DA PLANILHA DE C\u00c1LCULOS\nJunta o Autor planilha contendo o c\u00e1lculo da diferen\u00e7a a receber, em anexo, na monta de R$ 3.280,97 (tr\u00eas mil duzentos e oitenta reais e noventa e sete centavos), devidamente corrigido e atualizado monetariamente.\nVII \u2013 DA TUTELA ANTECIPADA\nO Artigo 273 do C\u00f3digo de Processo Civil preceitua que \u00e9 poss\u00edvel a concess\u00e3o de tutela antecipada se o Juiz se convencer da verossimilhan\u00e7a da alega\u00e7\u00e3o e houver o fundado receio de dano irrepar\u00e1vel ou de dif\u00edcil repara\u00e7\u00e3o.\nA verossimilhan\u00e7a da alega\u00e7\u00e3o j\u00e1 foi amplamente demonstrada.\nO fundado receio de dano de dif\u00edcil repara\u00e7\u00e3o adv\u00e9m do fato de que a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u00e9 uma obriga\u00e7\u00e3o de trato sucessivo.\nRua Adhemar da Silva, n\u00ba 1189, Kobrasol \u2013 S\u00e3o Jos\u00e9/SC. Fone (48) 3094.6595/9123.6595\nwww.acpadvocacia.com\u2013 anaclaudiaprev@gmail.com\n\n\fO Artigo 12 da Lei n\u00ba 8.177/91, com reda\u00e7\u00e3o da Lei n\u00ba 12.703/12, determina que a remunera\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos ser\u00e1 feita em cada per\u00edodo de rendimento.\nCada per\u00edodo de rendimento que a Caixa sonega a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos dep\u00f3sitos do FGTS, o dano contra o trabalhador se configura.\nO dano que a aus\u00eancia de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria traz \u00e9, indubitavelmente, individual homog\u00eaneo. O nexo entre o sujeito ativo e o respons\u00e1vel pelo dano se d\u00e1 em uma situa\u00e7\u00e3o jur\u00eddica com origem comum para todos os titulares do direito violado.\nApesar da origem comum, n\u00e3o se exige que cada um dos indiv\u00edduos atingidos pela viola\u00e7\u00e3o do direito, pade\u00e7am do mesmo mal. O dano \u00e9 divis\u00edvel.\nMas mesmo sendo divis\u00edvel \u00e9 de f\u00e1cil percep\u00e7\u00e3o que, no geral, a aus\u00eancia de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria implica em menos dinheiro \u00e0 disposi\u00e7\u00e3o do trabalhador para a consecu\u00e7\u00e3o dos seus neg\u00f3cios jur\u00eddicos naquelas hip\u00f3teses em que a lei permite.\nCada casa que o trabalhador deixa de comprar, cada presta\u00e7\u00e3o de im\u00f3vel que ele deixa de abater, cada tratamento de neoplasia maligna que ele deixa de fazer, cada rem\u00e9dio para o tratamento de HIV que ele deixa de comprar porque seu FGTS perdeu o poder aquisitivo, \u00e9 um dano de dif\u00edcil repara\u00e7\u00e3o que se renova.\nAcres\u00e7a-se a este dano, a situa\u00e7\u00e3o de ref\u00e9m que o trabalhador com dep\u00f3sito do FGTS se encontra quando quer financiar seu im\u00f3vel pelo SFH com a Caixa. Hoje, e enquanto durar a TR zero, ele ter\u00e1 que financiar mais do que seria necess\u00e1rio, pois o que lhe pertence de direito \u2013 corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u2013 n\u00e3o est\u00e1 incidindo sobre seu dep\u00f3sito.\nE ao que tudo indica, este dano continuar\u00e1 se repetindo por um longo per\u00edodo. Verificase no Estudo Econ\u00f4mico que ao tempo em que esta a\u00e7\u00e3o perdurar, a TR continuar\u00e1 anulada, ou reduzida a patamares m\u00ednimos, impondo aos trabalhadores mais perda do seu poder aquisitivo, mas dilapida\u00e7\u00e3o do seu patrim\u00f4nio e mais restri\u00e7\u00f5es \u00e0 sua capacidade de fazer neg\u00f3cio jur\u00eddico.\nN\u00e3o h\u00e1 d\u00favida de que h\u00e1 um risco de dif\u00edcil repara\u00e7\u00e3o na medida em que n\u00e3o \u00e9 poss\u00edvel quantific\u00e1-lo, mas n\u00e3o h\u00e1 como neg\u00e1-lo, tanto se levarmos em conta o trabalhador individualmente considerado como a coletividade de trabalhadores.\nAssim, imperioso \u00e9 que desde j\u00e1 a TR seja substitu\u00edda pelo INPC, \u00edndice que corrige o sal\u00e1rio m\u00ednimo ou pelo IPCA, \u00edndice oficial de medida de infla\u00e7\u00e3o. \u00cdndices que minimamente rep\u00f5em as perdas monet\u00e1rias haja vista que hoje n\u00e3o h\u00e1 nenhum tipo de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos dep\u00f3sitos do Fundo.\nPor outro lado, n\u00e3o h\u00e1 dano de irreversibilidade do provimento antecipado porque \u00e9 da natureza do FGTS ser um fundo de aplica\u00e7\u00e3o a longo prazo. Eventual decis\u00e3o que n\u00e3o reconhe\u00e7a o direito ora pleiteado, permitir\u00e1 que a Caixa utilize de mecanismos legais para promover a devida compensa\u00e7\u00e3o ao longo do tempo.\nAssim, requer a concess\u00e3o da tutela para substituir imediatamente a TR, como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria nos dep\u00f3sitos do FGTS dos ora substitu\u00eddos, pelo INPC, IPCA ou\nRua Adhemar da Silva, n\u00ba 1189, Kobrasol \u2013 S\u00e3o Jos\u00e9/SC. Fone (48) 3094.6595/9123.6595\nwww.acpadvocacia.com\u2013 anaclaudiaprev@gmail.com\n\n\f\u00edndice que, no entender deste Ju\u00edzo, melhor reflita as perdas inflacion\u00e1rias daqui por diante, at\u00e9 o tr\u00e2nsito em julgado do presente feito.\nIX - DOS PEDIDOS\nAntes o exporto, o Autor requer:\n1) A concess\u00e3o da tutela antecipada para que a TR seja substitu\u00edda pelo INPC como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos efetuados em nome dos substitu\u00eddos a partir da concess\u00e3o at\u00e9 o tr\u00e2nsito em julgado da presente a\u00e7\u00e3o, com a consequente aplica\u00e7\u00e3o do novo \u00edndice sobre os dep\u00f3sitos constantes das contas vinculadas do Autor ; ou\n2) que a TR seja substitu\u00edda pelo IPCA como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos efetuados em nome dos substitu\u00eddos a partir de sua concess\u00e3o at\u00e9 o tr\u00e2nsito em julgado da presente a\u00e7\u00e3o, com a consequente aplica\u00e7\u00e3o do novo \u00edndice sobre os dep\u00f3sitos constantes das contas vinculadas do Autor ; ou\n3) a aplica\u00e7\u00e3o de qualquer outro \u00edndice que reponha as perdas inflacion\u00e1rias do trabalhador nas contas do FGTS, no entender deste Doutor Ju\u00edzo, at\u00e9 o tr\u00e2nsito em julgado da presente a\u00e7\u00e3o, com a consequente aplica\u00e7\u00e3o do novo \u00edndice sobre os dep\u00f3sitos constantes das contas vinculadas do (s) Autor (es).\n4) A cita\u00e7\u00e3o da requerida, para querendo contestar a presente a\u00e7\u00e3o.\n5) Ao final, a confirma\u00e7\u00e3o da tutela antecipada e a condena\u00e7\u00e3o da Caixa para:\n5.1) pagar, a favor do Autor o valor correspondente \u00e0s diferen\u00e7as de FGTS em raz\u00e3o da aplica\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria pelo INPC nos meses em que a TR foi zero, nas parcelas vencidas e vincendas; e 5.2) pagar, a favor do Autor o valor correspondente \u00e0s diferen\u00e7as de FGTS em raz\u00e3o da aplica\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria pelo INPC, desde Janeiro de 1999, nos meses em que a TR n\u00e3o foi zero, mas foi menor que a infla\u00e7\u00e3o do per\u00edodo; ou 5.3) pagar, a favor do Autor o valor correspondente \u00e0s diferen\u00e7as de FGTS em raz\u00e3o da aplica\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria pelo IPCA nos meses em que a TR foi zero; e 5.4) pagar, a favor do Autor o valor correspondente \u00e0s diferen\u00e7as de FGTS em raz\u00e3o da aplica\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria pelo IPCA, desde Janeiro de 1999, nos meses em que a TR n\u00e3o foi zero, mas foi menor que a infla\u00e7\u00e3o do per\u00edodo; ou 5.5) pagar, a favor do Autor o valor correspondente \u00e0s diferen\u00e7as de FGTS em raz\u00e3o da aplica\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria por qualquer outro \u00edndice que reponha as perdas inflacion\u00e1rias do trabalhador nas contas do FGTS, no entender deste Ju\u00edzo, desde Janeiro de 1999, inclusive nos meses em que a TR foi zero.\n6) Sobre os valores devidos pela condena\u00e7\u00e3o de que tratam os itens acima, dever\u00e3o incidir corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria desde a inadimpl\u00eancia da Caixa, bem como os juros legais.\n7) A condena\u00e7\u00e3o da Caixa ao pagamento das custas e honor\u00e1rios advocat\u00edcios de 20% sobre o valor da condena\u00e7\u00e3o.\nRua Adhemar da Silva, n\u00ba 1189, Kobrasol \u2013 S\u00e3o Jos\u00e9/SC. Fone (48) 3094.6595/9123.6595\nwww.acpadvocacia.com\u2013 anaclaudiaprev@gmail.com\n\n\f8) O benef\u00edcio da justi\u00e7a gratuita. Protesta provar o alegado por todos os meios de prova admitidos em direito, principalmente prova documental. Atribui-se \u00e0 causa o valor de R$ 3.280,97 (tr\u00eas mil duzentos e oitenta reais e noventa e sete centavos), para fins de distribui\u00e7\u00e3o. Nestes termos, Pede deferimento. S\u00e3o Jos\u00e9, 04 de abril de 2017. ANA CL\u00c1UDIA DE OLIVEIRA POTTHOFF OAB/SC 42.570 EDUARDA DE OLIVEIRA LUCID\u00d3RIO ESTAGI\u00c1RIA\nRua Adhemar da Silva, n\u00ba 1189, Kobrasol \u2013 S\u00e3o Jos\u00e9/SC. Fone (48) 3094.6595/9123.6595\nwww.acpadvocacia.com\u2013 anaclaudiaprev@gmail.com\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 5 (C\u00edvel) - IdDocumentoCompleto: 5009278-46.2014.4.04.7001-701398883148235920020000000032", "text": "S\u00c9RGIO ANTONIO TIZZIANI\nadvogado\nEXCELENT\u00cdSSIMO SENHOR JUIZ FEDERAL DO JUIZADO ESPECIAL FEDERAL DA SE\u00c7\u00c3O JUDICI\u00c1RIA DE LONDRINA - Pr.\n\nDORVAIR JANU\u00c1RIO, brasileiro, casado, trabalhador rural, residente e domiciliado na Rua Archangelo Massaro, 334, CEP. 86.083-330, Jd S\u00e3o Paulo, neste Munic\u00edpio de Londrina-Pr. portador da c\u00e9dula de identidade RG n\u00ba 3.801.256-8-SSP/Pr e inscrito no CPF/MF sob o n\u00ba 528.184.389-34, por seu advogado que esta subscreve, vem mui respeitosamente \u00e0 presen\u00e7a de Vossa Excel\u00eancia, ajuizar\nA\u00c7\u00c3O ORDIN\u00c1RIA DE CORRE\u00c7\u00c3O DOS SALDOS DO FUNDO DE GARANTIA POR TEMPO DE SERVI\u00c7O (FGTS) COM PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA\nEm desfavor da CAIXA ECON\u00d4MICA FEDERAL, com sede no SBS quadra 04 lotes 3/4 Matriz, Bras\u00edlia \u2013 DF, CEP: 70.092-900, pelas raz\u00f5es de fato e de direito que passa a expor.\n\nI \u2013 S\u00cdNTESE F\u00c1TICA\n\nO processo em tela trata de quest\u00e3o de extrema import\u00e2ncia para milh\u00f5es de trabalhadores brasileiros e diz respeito ao Fundo de Garantia por Tempo de Servi\u00e7o. O Fundo de Garantia por Tempo de Servi\u00e7o foi criado na d\u00e9cada de 1960 para proteger o trabalhador, como suced\u00e2neo da antiga estabilidade decenal. \u00c9 constitu\u00eddo por valores depositados pelas empresas em nome de seus empregados e possibilita que o trabalhador forme um patrim\u00f4nio.\nNesse sentido, verifica-se no s\u00edtio eletr\u00f4nico da Caixa Econ\u00f4mica Federal que o FGTS hoje financia programas de habita\u00e7\u00e3o popular, saneamento b\u00e1sico e infraestrutura urbana.\nAssim, o FGTS \u00e9 regido pelas disposi\u00e7\u00f5es da Lei n\u00ba 8.036, de 11 de maio de 1990, por normas e diretrizes estabelecidas pelo seu Conselho Curador e gerido pela Caixa Econ\u00f4mica Federal.\n\nAvenida Souza Naves, 9 - sala 1002 - Edif. J\u00falio Fuganti - tel. (43) 3323.5624 - 1\n\n86.010-921\n\n-\n\nLondrina\n\n- Pr.\n\n\fS\u00c9RGIO ANTONIO TIZZIANI\nadvogado\nDos artigos 2\u00ba e 13 da Lei n\u00ba 8.036/90 extra\u00edmos que h\u00e1 uma obrigatoriedade de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e de remunera\u00e7\u00e3o por meio de juros dos dep\u00f3sitos efetuados nas contas vinculadas do FGTS, sen\u00e3o vejamos:\nArt. 2\u00ba O FGTS \u00e9 constitu\u00eddo pelos saldos das contas vinculadas a que se refere esta lei e outros recursos a ele incorporados, devendo ser aplicados com atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e juros, de modo a assegurar a cobertura de suas obriga\u00e7\u00f5es.\nArt. 13. Os dep\u00f3sitos efetuados nas contas vinculadas ser\u00e3o corrigidos monetariamente com base nos par\u00e2metros fixados para atualiza\u00e7\u00e3o dos saldos dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a e capitaliza\u00e7\u00e3o juros de (tr\u00eas) por cento ao ano.\nRessalte-se que o par\u00e2metro fixado para a atualiza\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos dos saldos de poupan\u00e7a e consequentemente dos dep\u00f3sito do FGTS \u00e9 a Taxa Referencial \u2013 TR, conforme prescrevem os artigos 12 e 17 da Lei n\u00ba 8.177, de 1\u00ba de mar\u00e7o de 1991, com reda\u00e7\u00e3o da lei n\u00ba 12.703, de 7 de agosto de 2012, cuja dic\u00e7\u00e3o \u00e9 a seguinte:\nArt. 12. Em cada per\u00edodo de rendimento, os dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a ser\u00e3o remunerados: I - como remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica, por taxa correspondente \u00e0 acumula\u00e7\u00e3o das TRD, no per\u00edodo transcorrido entre o dia do \u00faltimo cr\u00e9dito de rendimento, inclusive, e o dia do cr\u00e9dito de rendimento, exclusive; II - como remunera\u00e7\u00e3o adicional, por juros de: (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n \u00ba 12.703, de 2012)a) 0,5% (cinco d\u00e9cimos por cento) ao m\u00eas, enquanto a meta da taxa Selic ao ano, definida pelo Banco Central do Brasil, for superior a 8,5% (oito inteiros e cinco d\u00e9cimos por cento); ou (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n \u00ba 12.703, de 2012)b) 70% (setenta por cento) da meta da taxa Selic ao ano, definida pelo Banco Central do Brasil, mensalizada, vigente na data de in\u00edcio do per\u00edodo de rendimento, nos demais casos. (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n \u00ba 12.703, de 2012)(...)\nArt. 17. A partir de fevereiro de 1991, os saldos das contas do Fundo de Garantia por Tempo de Servi\u00e7o (FGTS) passam a ser remunerados pela taxa aplic\u00e1vel \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a com data de anivers\u00e1rio no dia 1\u00b0, observada a periodicidade mensal para remunera\u00e7\u00e3o. Par\u00e1grafo \u00fanico. As taxas de juros previstas na legisla\u00e7\u00e3o em vigor do FGTS s\u00e3o mantidas e consideradas como adicionais \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o prevista neste artigo.\n\nRetrata a Lei n\u00ba 8.177/91 a forma como a TR ser\u00e1 calculada:\n\nArt. 1\u00b0 O Banco Central do Brasil divulgar\u00e1 Taxa Referencial (TR), calculada a partir da remunera\u00e7\u00e3o mensal m\u00e9dia l\u00edquida de impostos, dos dep\u00f3sitos a prazo fixo captados nos bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos m\u00faltiplos com carteira comercial ou de investimentos, caixas econ\u00f4micas, ou dos t\u00edtulos p\u00fablicos federais, estaduais e municipais, de acordo com metodologia a ser aprovada pelo Conselho Monet\u00e1rio Nacional, no prazo de sessenta dias, e enviada ao conhecimento do Senado Federal.\u00a7 1\u00b0 A TR ser\u00e1 mensalmente divulgada pelo Banco Central do Brasil, no m\u00e1ximo at\u00e9 o oitavo dia \u00fatil do m\u00eas de refer\u00eancia. (Revogado pela Lei n\u00ba 8.660, de 1993)\u00a7 2\u00b0 As institui\u00e7\u00f5es que venham a ser utilizadas como bancos de refer\u00eancia, dentre elas, necessariamente, as dez maiores do Pa\u00eds, classificadas pelo volume de dep\u00f3sitos a prazo fixo, est\u00e3o obrigadas a fornecer as informa\u00e7\u00f5es de que trata este artigo, segundo normas estabelecidas pelo Conselho Monet\u00e1rio Nacional, sujeitandose a institui\u00e7\u00e3o e seus administradores, no caso de infra\u00e7\u00e3o \u00e0s referidas normas, \u00e0s penas estabelecidas no art. 44 da Lei n\u00b0 4.595, de 31 de dezembro de 1964.\u00a7 3\u00b0 Enquanto n\u00e3o aprovada a metodologia de c\u00e1lculo de que trata este artigo, o Banco Central do Brasil fixar\u00e1 a TR.\n\nAvenida Souza Naves, 9 - sala 1002 - Edif. J\u00falio Fuganti - tel. (43) 3323.5624 - 2\n\n86.010-921\n\n-\n\nLondrina\n\n- Pr.\n\n\fS\u00c9RGIO ANTONIO TIZZIANI\nadvogado\nLogo, a metodologia de c\u00e1lculo foi h\u00e1 muito tempo definida pelo Banco Central-Conselho Monet\u00e1rio Nacional (CMN), e hoje est\u00e1 vigente sob a forma da Resolu\u00e7\u00e3o n\u00ba 3.354, de 31 de mar\u00e7o de 2006.\nOcorre que, h\u00e1 muito tempo, a TR n\u00e3o reflete mais a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, tendo se distanciado completamente dos \u00edndices oficiais de infla\u00e7\u00e3o. Nos meses de setembro, outubro e novembro de 2009, janeiro e fevereiro de 2010, fevereiro e junho de 2012 e de setembro de 2012 em diante, a TR tem sido completamente anulada, como se n\u00e3o existisse qualquer infla\u00e7\u00e3o no per\u00edodo pass\u00edvel de corre\u00e7\u00e3o.\nII - PRELIMINARMENTE\na) LEGITIMIDADE PASSIVA DA CAIXA ECON\u00d4MICA FEDERAL\nTendo-se em vista que o processo em tela versa sobre corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos dep\u00f3sitos de FGTS, sobressai irrefut\u00e1vel a legitimidade passiva e exclusiva da Caixa Econ\u00f4mica Federal, conforme precedentes do STJ, sen\u00e3o vejamos:\nA\u00c7\u00c3O RESCIS\u00d3RIA. ADMINISTRATIVO. FGTS. CORRE\u00c7\u00c3O DOS SALDOS DAS CONTAS VINCULADAS. DIFEREN\u00c7AS DE EXPURGOS INFLACION\u00c1RIOS. TEMA J\u00c1 PACIFICADO NO STJ. PROCED\u00caNCIA DA A\u00c7\u00c3O.1. A mat\u00e9ria referente \u00e0 corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria das contas vinculadas ao FGTS, em raz\u00e3o das diferen\u00e7as de expurgos inflacion\u00e1rios, foi decidida pela Primeira Se\u00e7\u00e3o deste Superior Tribunal, no REsp n.1.111.201 - PE e no REsp n. 1.112.520 - PE, de relatoria do Exmo.Min. Benedito Gon\u00e7alves, ambos submetidos ao regime do art. 543-C do CPC e da Resolu\u00e7\u00e3o n. 8/08 do STJ, que tratam dos recursos representativos da controv\u00e9rsia, publicados no DJe de 4.3.2010.(...)3. Quanto \u00e0s demais preliminares alegadas, devidamente prequestionadas, esta Corte tem o entendimento no sentido de que, nas demandas que tratam da atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos saldos das contas vinculadas do FGTS, a legitimidade passiva ad causam \u00e9 exclusiva da Caixa Econ\u00f4mica Federal, por ser gestora do Fundo, com a exclus\u00e3o da Uni\u00e3o e dos bancos deposit\u00e1rios (S\u00famula 249/STJ).(...)(AR 1.962/SC, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, PRIMEIRA SE\u00c7\u00c3O, julgado em 08/02/2012, DJe 27/02/2012)\nS\u00famula 249/STJ \u2013 A Caixa Econ\u00f4mica Federal tem legitimidade passiva para integrar processo em que se discute corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria do FGTS.\nAssim, a presente a\u00e7\u00e3o foi proposta exclusivamente contra a Caixa Econ\u00f4mica Federal, conforme pacificamente definido pela jurisprud\u00eancia nacional.\nb) DA PRESCRI\u00c7\u00c3O\n\nAvenida Souza Naves, 9 - sala 1002 - Edif. J\u00falio Fuganti - tel. (43) 3323.5624 - 3\n\n86.010-921\n\n-\n\nLondrina\n\n- Pr.\n\n\fS\u00c9RGIO ANTONIO TIZZIANI\nadvogado\nNo que tange ao prazo prescricional, j\u00e1 est\u00e1 amplamente assentado na doutrina e jurisprud\u00eancia, que em rela\u00e7\u00e3o ao pleito de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria do FGTS, a prescri\u00e7\u00e3o \u00e9 trinten\u00e1ria.\nNeste sentido, decis\u00e3o do STJ:\nRECURSO ESPECIAL. TRIBUT\u00c1RIO. FGTS. CORRE\u00c7\u00c3O DOS SALDOS DAS CONTAS VINCULADAS. DIFEREN\u00c7AS DE EXPURGOS INFLACION\u00c1RIOS. TEMA J\u00c1 JULGADO PELO REGIME DO ART. 543-C DO CPC E DA RESOLU\u00c7\u00c3O N. 8/08 DO STJ, QUE TRATAM DOS RECURSOS REPRESENTATIVOS DE CONTROV\u00c9RSIA.(...)3. No REsp n. 1.112.520 - PE, por seu turno, firmou-se o seguinte entendimento: 4. Outrossim, n\u00e3o deve prevalecer a interpreta\u00e7\u00e3o da recorrente quanto \u00e0 ocorr\u00eancia de prescri\u00e7\u00e3o quinquenal, pois este Tribunal j\u00e1 decidiu que \u00e9 trinten\u00e1ria a prescri\u00e7\u00e3o para cobran\u00e7a de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria de contas vinculadas ao FGTS, nos termos das S\u00famula 210/STJ: \"A a\u00e7\u00e3o de cobran\u00e7a das contribui\u00e7\u00f5es para o FGTS prescreve em (30) trinta anos\".(...)(REsp 1150446 RJ 2009/0143136-0, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, Julgamento: 10/08/2010, \u00d3rg\u00e3o Julgador: T2 - SEGUNDA TURMA, Publica\u00e7\u00e3o: DJe 10/09/2010)\nAssim, a a\u00e7\u00e3o ora proposta n\u00e3o est\u00e1 alcan\u00e7ada pela prescri\u00e7\u00e3o trinten\u00e1ria, conforme se demonstrar\u00e1 adiante.\n\nIII - NO M\u00c9RITO - DOS FUNDAMENTOS JUR\u00cdDICOS\n\nA) An\u00e1lise da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e do FGTS\nA corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria existe entre n\u00f3s desde a d\u00e9cada de 1960. O principal te\u00f3rico da Corre\u00e7\u00e3o Monet\u00e1ria, o Advogado Tributarista Bulh\u00f5es Pedreira explica o seguinte:\n\u2019\u201dPor analogia com as unidades de medidas f\u00edsicas podemos dizer que o n\u00edvel geral de pre\u00e7os \u00e9 o padr\u00e3o prim\u00e1rio do valor financeiro, enquanto que a unidade monet\u00e1ria serve como padr\u00e3o secund\u00e1rio \u2013 usado, na pr\u00e1tica, para exprimir o valor financeiro, mas que deve ser aferido pelo padr\u00e3o prim\u00e1rio porque sujeito a modifica\u00e7\u00f5es.\u201d (BULH\u00d5ES PEDREIRA, Jos\u00e9 Luiz, \u201cCorre\u00e7\u00e3o Monet\u00e1ria; Indexa\u00e7\u00e3o Cambial. Obriga\u00e7\u00e3o Pecuni\u00e1ria\u201d, in \u201cRevista de Direito Administrativo\u201d, c. 193 p, 353 a 372 Jul/Set 1993).\n\nAinda, o autor Let\u00e1cio Jansen diz que Bulh\u00f5es Pedreira teria conseguido institucionalizar e colocar em pr\u00e1tica a sua doutrina principalmente atrav\u00e9s da Lei n\u00ba 4.357, de 1964, que criou o primeiro indexador da Economia Brasileira \u2013 a ORTN (obriga\u00e7\u00e3o reajust\u00e1vel do tesouro nacional), uma obriga\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria cuja fun\u00e7\u00e3o era fazer variar, periodicamente, a moeda nacional segundo a perda de seus respectivos poderes aquisitivos.\n\nDesde esta data, uma pl\u00eaiade de \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria foi se sucedendo, at\u00e9 a entrada em vigor da Medida Provis\u00f3ria n\u00ba 294, de 31 de janeiro de 1991, que se transformou na Lei n\u00ba 8.177, de 1\u00ba de mar\u00e7o de 1991. Nesta oportunidade o Governo Collor pretendeu substituir a\n\nAvenida Souza Naves, 9 - sala 1002 - Edif. J\u00falio Fuganti - tel. (43) 3323.5624 - 4\n\n86.010-921\n\n-\n\nLondrina\n\n- Pr.\n\n\fS\u00c9RGIO ANTONIO TIZZIANI\nadvogado\ns\u00e9rie de indexadores tradicionais da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria brasileira (ORTN, OTN e BTN) que eram vinculados \u00e0 varia\u00e7\u00e3o dos n\u00edveis gerais de pre\u00e7os, pela Taxa Referencial, que tinha natureza financeira.\n\nAinda hoje permanece a perplexidade em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 natureza jur\u00eddica da TR, at\u00e9 por conta da pr\u00f3pria inconsist\u00eancia da lei que a criou, que ora a trata como taxa de juros (artigo 39) ora como indexador (artigo 18).\n\nTaxas de juros objetivam promover a remunera\u00e7\u00e3o do capital. S\u00e3o calculadas por quem disponibiliza a capital em benef\u00edcio de outra pessoa, f\u00edsica ou jur\u00eddica, para que empregue para satisfa\u00e7\u00e3o de determinada necessidade, na expectativa de lucro. Os indexadores, por outro lado, podem ser entendidos como \u00edndices calculados a partir da varia\u00e7\u00e3o de pre\u00e7os de mercado em determinado per\u00edodo. O seu objetivo est\u00e1 na corre\u00e7\u00e3o dos efeitos inflacion\u00e1rios, quando se compara valores monet\u00e1rios em diferentes \u00e9pocas.\n\nPois bem. Quando o STF enfrentou o tema da natureza da TR, disse atrav\u00e9s do voto vencedor da ADI 493-0/DF que:\n\nA Taxa Referencial (TR) n\u00e3o \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, pois, refletindo as varia\u00e7\u00f5es do custo prim\u00e1rio da capta\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos a prazo fixo, n\u00e3o constitui \u00edndice que reflita a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda.\n\nN\u00e3o obstante, os Ministros vencidos Celso de Mello, Marco Aur\u00e9lio e Ilmar Galv\u00e3o entenderam que a estrutura de c\u00e1lculo da taxa referencial n\u00e3o era suficiente para impedir sua utiliza\u00e7\u00e3o como par\u00e2metro de indexa\u00e7\u00e3o da economia.\n\nMesmo assim, naquela oportunidade, o STF entendeu que a TR possu\u00eda natureza de taxa de juros e declarou inconstitucional o artigo 18 da Lei n\u00ba 8.177/91, cujo texto original estabelecia que os saldos devedores e as presta\u00e7\u00f5es dos contratos integrantes do SFH, passariam a ser atualizados pela taxa aplic\u00e1vel \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica dos Dep\u00f3sitos de Poupan\u00e7a. Vale a pena transcrever a ementa deste julgado:\n\nA\u00e7\u00e3o direta de inconstitucionalidade.- Se a lei alcan\u00e7ar os efeitos futuros de contratos celebrados anteriormente a ela, ser\u00e1 essa lei retroativa (retroatividade m\u00ednima) porque vai interferir na causa, que e um ato ou fato ocorrido no passado.- O disposto no artigo 5, XXXVI, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal se aplica a toda e qualquer lei infraconstitucional, sem qualquer distin\u00e7\u00e3o entre lei de direito p\u00fablico e lei de direito privado, ou entre lei de ordem p\u00fablica e lei dispositiva. Precedente do S.T.F..Ocorr\u00eancia, no caso, de viola\u00e7\u00e3o de direito adquirido. A taxa referencial (TR) n\u00e3o \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, pois, refletindo as varia\u00e7\u00f5es do custo prim\u00e1rio da capta\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos a prazo fixo, n\u00e3o constitui \u00edndice que reflita a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda. Por isso, n\u00e3o h\u00e1 necessidade de se examinar a quest\u00e3o de saber se as normas que alteram \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria se aplicam imediatamente, alcan\u00e7ando, pois, as presta\u00e7\u00f5es futuras de contratos celebrados no passado, sem violarem o disposto no artigo 5, XXXVI, da Carta Magna.- Tamb\u00e9m ofendem o ato jur\u00eddico perfeito os dispositivos impugnados que alteram o crit\u00e9rio de\n\nAvenida Souza Naves, 9 - sala 1002 - Edif. J\u00falio Fuganti - tel. (43) 3323.5624 - 5\n\n86.010-921\n\n-\n\nLondrina\n\n- Pr.\n\n\fS\u00c9RGIO ANTONIO TIZZIANI\nadvogado reajuste das presta\u00e7\u00f5es nos contratos j\u00e1 celebrados pelo sistema do Plano de Equival\u00eancia Salarial por Categoria Profissional (PES/CP). A\u00e7\u00e3o direta de inconstitucionalidade julgada procedente, para declarar a inconstitucionalidade dos artigos 18, \"caput\" e par\u00e1grafos 1 e 4; 20; 21 e par\u00e1grafo \u00fanico; 23 e par\u00e1grafos; e 24 e par\u00e1grafos, todos da Lei n. 8.177, de 1 de maio de 1991. (ADI 493, Relator (a): Min. Moreira Alves, Tribunal Pleno, julgado em 25/06/1992, DJ 04-09-1992 PP-14089 EMENT VOL-01674-02 PP-00260 RTJ VOL-00143-03 PP-00724)\nPor algum tempo, o pr\u00f3prio STJ rejeitou a TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, tanto para a poupan\u00e7a, quanto para o SFH. Neste sentido:\nCOMERCIAL. M\u00daTUO RURAL. CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA. VINCULA\u00c7\u00c3O AO CRIT\u00c9RIO DE REAJUSTE DOS DEP\u00d3SITOS EM CADERNETA DE POUPAN\u00c7A. LICITUDE. SUBSTITUI\u00c7\u00c3O PELA TR NOS MESES SUBSEQUENTES A FEVEREIRO/91. PREVIS\u00c3O DE UTILIZA\u00c7\u00c3O DA OTN. INDEXADOR CONTRATUALMENTE ELEITO. SUBSTITUI\u00c7\u00c3O EX LEGE PELA TR. INCONSTITUCIONALIDADE DECLARADA. ADO\u00c7\u00c3O DO INPC. PRECEDENTES.\nI \u2013 NO CONTRATO DE M\u00daTUO RURAL \u00c9 L\u00cdCITO O PACTO DE VINCULA\u00c7\u00c3O DA CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA AO CRIT\u00c9RIO DE ATUALIZA\u00c7\u00c3O DOS DEP\u00d3SITOS EM CADERNETA DE POUPAN\u00c7A, RESULTANDO DEVIDA A INCID\u00caNCIA DO MESMO INDEXADOR NOS MESES SUBSEQUENTES A FEVEREIRO/91. (ART. 13 DA LEI 8.177).\nII \u2013 EM FACE DA POSI\u00c7\u00c3O DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL INADMITINDO A TR COMO FATOR DE ATUALIZA\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA SUBSTITUTIVO DO BTN, A CORRE\u00c7\u00c3O DOS VALORES, CUJA FORMA DE REAJUSTE ESTAVA, POR LEI OU CONTRATO, ATRELADA A VARIA\u00c7\u00c3O DO VALOR DE REFERIDO T\u00cdTULO DA D\u00cdVIDA P\u00daBLICA, CUMPRE SEJA PROCEDIDA, A PARTIR DA LEI 8.177/91, COM BASE NO INPC (REsp. 40.777/GO, Rel. Ministro S\u00c1LVIO DE FIGUEIREDO TEIXEIRA, QUARTA TURMA, julgado em 13/11/1995, DJ 11/12/1995, p. 43225) (grifamos)\nADMINISTRATIVO - SFH - REAJUSTE DAS PRESTA\u00c7\u00d5ES E DO SALDO DEVEDOR - PLANO DE EQUIVAL\u00caNCIA SALARIAL (PES) - INAPLICABILIDADE DA TR \u2013 ADIN 493-0/STF - VANTAGENS PESSOAIS INCORPORADAS DEFINITIVAMENTE AO SAL\u00c1RIO - INCLUS\u00c3O NO C\u00c1LCULO DIVERG\u00caNCIA JURISPRUDENCIAL N\u00c3O COMPROVADA - RISTJ, ART. 255 E PAR\u00c1GRAFOS S\u00daMULA 13/STJ -PRECEDENTES STJ.- Nos contratos vinculados ao PES, o reajustamento das presta\u00e7\u00f5es deve obedecer \u00e0 varia\u00e7\u00e3o salarial dos mutu\u00e1rios, a fim de preservara equa\u00e7\u00e3o econ\u00f4mico-financeira do pactuado.- As vantagens pessoais incorporadas, definitivamente, ao sal\u00e1rio ou vencimento do mutu\u00e1rio, incluem-se na verifica\u00e7\u00e3o da equival\u00eancia para fixa\u00e7\u00e3o das parcelas.- Declarada pelo STF a inconstitucionalidade da TR como fator de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria (ADIN 493-0), o reajustamento do saldo devedor,a exemplo das presta\u00e7\u00f5es mensais, tamb\u00e9m deve obedecer ao Plano de Equival\u00eancia Salarial.- Recurso conhecido e parcialmente provido(Resp 140.839/BA, Rel. Ministro FRANCISCO PE\u00c7ANHA MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 23/11/1999, DJ 21/02/2000, p. 112) (grifamos)\nSFH. PLANO DE EQUIVAL\u00caNCIA SALARIAL. REAJUSTE DAS PRESTA\u00c7\u00d5ES. ILEGITIMIDADE PASSIVA DA UNI\u00c3O. NULIDADE DO AC\u00d3RD\u00c3O. INOCORR\u00caNCIA. VANTAGENS PESSOAIS. INCLUS\u00c3O. CORRE\u00c7\u00c3O PELA TR. IMPOSSIBILIDADE. PRECEDENTES.(...)4. Inaplic\u00e1vel a TR como fator de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria Entendimento consagrado nesta Corte na esteira de orienta\u00e7\u00e3o tra\u00e7ada pelo STF.5. Recurso especial conhecido e parcialmente provido.(REsp 209.466/BA, Rel. Ministro FRANCISCO PE\u00c7ANHA MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 07/08/2001, DJ 17/06/2002, p. 231) (grifamos)\nTodavia, a Corte de Justi\u00e7a, fazendo uma releitura do voto do Ministro Moreira Alves do STF, mudou de entendimento, e passou a adotar a constitucionalidade da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, conforme demonstra o seguinte julgado:\n\nAvenida Souza Naves, 9 - sala 1002 - Edif. J\u00falio Fuganti - tel. (43) 3323.5624 - 6\n\n86.010-921\n\n-\n\nLondrina\n\n- Pr.\n\n\fS\u00c9RGIO ANTONIO TIZZIANI\nadvogado\nSISTEMA FINANCEIRO DA HABITA\u00c7\u00c3O. SALDO DEVEDOR. ATUALIZA\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA. TR.1. N\u00e3o \u00e9 inconstitucional a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria com base na Taxa Referencial - TR. O que \u00e9 inconstitucional \u00e9 sua aplica\u00e7\u00e3o retroativa. Foi isso o que decidiu o STF da ADI 493/DF, Pleno, Min. Moreira Alves, DJ de 04.09.1992, ao estabelecer o \u00e2mbito de incid\u00eancia da Lei 8.177, de 1991.2. Aos contratos de m\u00fatuo habitacional firmados no \u00e2mbito do SFH que prevejam a corre\u00e7\u00e3o do saldo devedor pela taxa b\u00e1sica aplic\u00e1vel aos dep\u00f3sitos da poupan\u00e7a aplica-se a Taxa Referencial, por expressa determina\u00e7\u00e3o legal. Precedentes da Corte Especial: AGEREsp 725917 / DF, Min. Laurita Vaz, DJ 19.06.2006; DERESP 453600 / DF, Min. Aldir Passarinho Junior, DJ 24.04.2006.3. Embargos de diverg\u00eancia a que se nega provimento.(EREsp 752.879/DF, Rel. Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI, CORTE ESPECIAL, julgado em 19/12/2006, DJ 12/03/2007, p. 184) (grifamos)\n\nEm rela\u00e7\u00e3o ao FGTS, h\u00e1 at\u00e9 a s\u00famula do STJ sobre a aplica\u00e7\u00e3o\nda TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. Neste sentido:\nA Taxa Referencial (TR) \u00e9 o \u00edndice aplic\u00e1vel, a t\u00edtulo de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, aos d\u00e9bitos com o FGTS recolhidos pelo empregador mas n\u00e3o repassados ao fundo. (S\u00famula 459, PRIMEIRA SE\u00c7\u00c3O, julgado em 25/08/2010, DJe 08/09/2010)\nComo dito alhures, aplica\u00e7\u00e3o de \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria se presta para recuperar o poder de compra do valor emprestado. Este poder de compra \u00e9 diretamente influenciado por um processo inflacion\u00e1rio. O pr\u00f3prio STJ reconhece a influ\u00eancia da infla\u00e7\u00e3o e da defla\u00e7\u00e3o na composi\u00e7\u00e3o do\n\u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, sen\u00e3o vejamos:\nPREVIDENCI\u00c1RIO E ECON\u00d4MICO. T\u00cdTULO EXECUTIVO JUDICIAL. DETERMINA\u00c7\u00c3ODE CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA PELO IGP-M. \u00cdNDICES DE DEFLA\u00c7\u00c3O.APLICABILIDADE. OFENSA AO PRINC\u00cdPIO DA IRREDUTIBILIDADE DOS VENCIMENTOS. N\u00c3O OCORR\u00caNCIA. PRESERVA\u00c7\u00c3O DO VALOR NOMINAL DA OBRIGA\u00c7\u00c3O. PRECEDENTES.1. \"A corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria nada mais \u00e9 do que um mecanismo de manuten\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda, n\u00e3o devendo representar, consequentemente, por si s\u00f3, nem um plus nem um minus em sua subst\u00e2ncia. Corrigir o valor nominal da obriga\u00e7\u00e3o representa, portanto, manter, no tempo, o seu poder de compra original, alterado pelas oscila\u00e7\u00f5es inflacion\u00e1rias positivas e negativas ocorridas no per\u00edodo. Atualizar a obriga\u00e7\u00e3o levando em conta apenas oscila\u00e7\u00f5es positivas importaria distorcer a realidade econ\u00f4mica produzindo um resultado que n\u00e3o representa a simples manuten\u00e7\u00e3o do primitivo poder aquisitivo, mas um indevido acr\u00e9scimo no valor real. Nessa linha, estabelece o Manual de Orienta\u00e7\u00e3o de Procedimento de C\u00e1lculos aprovado pelo Conselho da Justi\u00e7a Federal que, n\u00e3o havendo decis\u00e3o judicial em contr\u00e1rio, \"os \u00edndices negativos de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria (defla\u00e7\u00e3o) ser\u00e3o considerados no c\u00e1lculo de atualiza\u00e7\u00e3o\", com a ressalva de que, se, no c\u00e1lculo final, 'a atualiza\u00e7\u00e3o implicar redu\u00e7\u00e3o do principal, deve prevalecer o valor nominal'\" (Corte Especial, REsp 1.265.580/RS, Rel. Min. TEORI ALBINO ZAVASCKI, DJe18/4/12).2. No precedente da Corte Especial, mencionado na decis\u00e3o agravada, ficou expressamente consignado que se, na atualiza\u00e7\u00e3o da d\u00edvida, houver redu\u00e7\u00e3o do principal, deve prevalecer o valor nominal, em respeito ao princ\u00edpio da irredutibilidade de vencimentos, previsto nos arts. 7\u00ba, VI e 37, XV, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal.3. A compreens\u00e3o no sentido de que n\u00e3o h\u00e1 viola\u00e7\u00e3o ao princ\u00edpio da irredutibilidade dos vencimentos, quando preservado o valor nominal da obriga\u00e7\u00e3o, encontra respaldo na jurisprud\u00eancia do STF e do STJ.4. Agravo regimental improvido.(AgRg nos EREsp 1252558/RS, Rel. Ministro SERGIO KUKINA, PRIMEIRA SE\u00c7\u00c3O, julgado em 13/03/2013, DJe 21/03/2013)(grifos nossos)\nN\u00e3o podemos nos esquecer de que a cultura da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria est\u00e1 de tal forma arraigada ao nosso sistema econ\u00f4mico, que o\n\nAvenida Souza Naves, 9 - sala 1002 - Edif. J\u00falio Fuganti - tel. (43) 3323.5624 - 7\n\n86.010-921\n\n-\n\nLondrina\n\n- Pr.\n\n\fS\u00c9RGIO ANTONIO TIZZIANI\nadvogado\npr\u00f3prio C\u00f3digo Civil de 2002, traz diversos dispositivos garantindo atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria:\nArt. 389. N\u00e3o cumprida a obriga\u00e7\u00e3o, responde o devedor por perdas e danos, mais juros e atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria segundo \u00edndices oficiais regularmente estabelecidos, e honor\u00e1rios de advogado.\nArt. 395. Responde o devedor pelos preju\u00edzos a que sua mora der causa, mais juros, atualiza\u00e7\u00e3o dos valores monet\u00e1rios segundo \u00edndices oficiais regularmente estabelecidos, e honor\u00e1rios de advogado.\nArt. 404. As perdas e danos, nas obriga\u00e7\u00f5es de pagamento em dinheiro, ser\u00e3o pagas com atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria segundo \u00edndices oficiais regularmente estabelecidos, abrangendo juros, custas e honor\u00e1rios de advogado, sem preju\u00edzo da pena convencional.\nArt. 418. Se a parte que deu as arras n\u00e3o executar o contrato, poder\u00e1 a outra t\u00ea-lo por desfeito, retendo-as; se a inexecu\u00e7\u00e3o for de quem recebeu as arras, poder\u00e1 quem as deu haver o contrato por desfeito, e exigir sua devolu\u00e7\u00e3o mais o equivalente, com atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria segundo \u00edndices oficiais regularmente estabelecidos, juros e honor\u00e1rios de advogado.\nArt. 772. A mora do segurador em pagar o sinistro obriga \u00e0 atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria da indeniza\u00e7\u00e3o devida segundo \u00edndices oficiais regularmente estabelecidos, sem preju\u00edzo dos juros morat\u00f3rios.\nArt. 884. Aquele que, sem justa causa, se enriquecer \u00e0 custa de outrem, ser\u00e1 obrigado a restituir o indevidamente auferido, feita a atualiza\u00e7\u00e3o dos valores monet\u00e1rios.\nEste retrospecto da evolu\u00e7\u00e3o legal e jurisprudencial a respeito da aplica\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria se fez necess\u00e1rio para que pud\u00e9ssemos chegar ao n\u00facleo do argumento desta a\u00e7\u00e3o.\nHoje, no pa\u00eds, h\u00e1 dois tipos de \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. \u00cdndices que refletem a infla\u00e7\u00e3o e, portanto, recuperam o poder de compra do valor aplicado, como o IPCA e o INPC, e um \u00edndice que n\u00e3o reflete a infla\u00e7\u00e3o, e consequentemente n\u00e3o recupera o poder de compra do valor aplicado \u2013 a Taxa Referencial/TR.\nHistoricamente, \u00e9 preciso lembrar que a Taxa Referencial nunca foi igual \u00e0 infla\u00e7\u00e3o. Nem quando experimentamos hiperinfla\u00e7\u00e3o, nem quando experimentamos defla\u00e7\u00e3o. Todavia, os \u00edndices da TR, do INPC e do IPCA, sempre andaram pr\u00f3ximos. Em outras palavras, imperava a razoabilidade nos \u00edndices da TR para que pudessem atingir a finalidade de corre\u00e7\u00e3o do valor do capital.\n\nANO\n\nTR\n\nINPC\n\nIPCA\n\nAvenida Souza Naves, 9 - sala 1002 - Edif. J\u00falio Fuganti - tel. (43) 3323.5624 - 8\n\n86.010-921\n\n-\n\nLondrina\n\n- Pr.\n\n\f1991 1992 1993 1994 1995 1996\n\n335,51% 1.156,22% 2.474,73% 951,19% 31,6207% 9,5551%\n\n475,11% 1.149,05% 2.489,11% 929,32% 21,98% 9,125%\n\nS\u00c9RGIO ANTONIO TIZZIANI\nadvogado\n472,69% 1.119,09% 2,477,15% 916,43% 22,41% 9,56%\n\nN\u00e3o obstante, o cen\u00e1rio come\u00e7a a mudar a partir de 1999. A TR se distancia expressivamente do INPC e do IPCA, ao ponto de hoje a infla\u00e7\u00e3o superar 6% ao ano e a TR ser igual a zero. Logo, ela n\u00e3o se presta para o fim de manter o poder aquisitivo dos dep\u00f3sitos do FGTS, que s\u00e3o um patrim\u00f4nio do trabalhador.\nO sentimento geral \u00e9 que h\u00e1 muito tempo o FGTS \u00e9 um fundo in\u00edquo por ele n\u00e3o ter recomposi\u00e7\u00e3o inflacion\u00e1ria dos seus recursos. Na verdade, o trabalhador n\u00e3o est\u00e1 financiando programas de habita\u00e7\u00e3o popular, saneamento b\u00e1sico e infraestrutura urbana, ele est\u00e1 subsidiando.\nAo contr\u00e1rio de outros investimentos, o FGTS n\u00e3o \u00e9 um fundo de livre disposi\u00e7\u00e3o por parte do trabalhador, n\u00e3o podendo ele decidir sponte pr\u00f3pria quais as aplica\u00e7\u00f5es que lhe s\u00e3o mais convenientes ou rent\u00e1veis. O trabalhador tem que se submeter a pol\u00edticas econ\u00f4micas e sociais que lhe s\u00e3o altamente prejudiciais.\nOra, mas a pr\u00f3pria Lei do FGTS diz em seu artigo 2\u00ba que \u00e9 garantida a atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e juros. Quando a TR \u00e9 igual a zero este artigo \u00e9 descumprido. Quando a TR \u00e9 m\u00ednima e totalmente desproporcional em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 infla\u00e7\u00e3o, este artigo tamb\u00e9m \u00e9 descumprido e o patrim\u00f4nio do trabalhador \u00e9 subtra\u00eddo por quem tem o dever legal de administr\u00e1-lo.\nEm um cen\u00e1rio de TR zero e infla\u00e7\u00e3o p\u00fablica e not\u00f3ria, estamos diante de uma situa\u00e7\u00e3o de confisco. O Governo Federal, atrav\u00e9s da Caixa Econ\u00f4mica Federal, est\u00e1 confiscando os rendimentos dos trabalhadores, para subsidiar pol\u00edticas p\u00fablicas, sem a menor possibilidade de inger\u00eancia destes trabalhadores.\nAssim como em nosso Estado Democr\u00e1tico de Direito, a Constitui\u00e7\u00e3o veda que se utilize o tributo com efeito de confisco, o trabalhador n\u00e3o pode ser punido com o confisco do que a pr\u00f3pria Caixa define em seu s\u00edtio eletr\u00f4nico, como um patrim\u00f4nio do trabalhador, e definitivamente o \u00e9.\nQuando se fala em patrim\u00f4nio, imediatamente sobrev\u00e9m li\u00e7\u00e3o da Professora Maria Helena Diniz ao comentar o artigo 91 do Novo C\u00f3digo Civil:\n\nAvenida Souza Naves, 9 - sala 1002 - Edif. J\u00falio Fuganti - tel. (43) 3323.5624 - 9\n\n86.010-921\n\n-\n\nLondrina\n\n- Pr.\n\n\fS\u00c9RGIO ANTONIO TIZZIANI\nadvogado\nArt. 91. Constitui universalidade de direito o complexo de rela\u00e7\u00f5es jur\u00eddicas de uma pessoa, dotadas de valor econ\u00f4mico.\nUniversalidade de direito. \u00c9 a constitu\u00edda por bens singulares corp\u00f3reos heterog\u00eaneos ou incorp\u00f3reos (complexo de rela\u00e7\u00f5es jur\u00eddicas), a que a norma jur\u00eddica, com o intuito de produzir certos efeitos, d\u00e1 unidade, por serem dotados de valor econ\u00f4mico, como p. ex., o patrim\u00f4nio (...) O patrim\u00f4nio e a heran\u00e7a s\u00e3o considerados como um conjunto, ou seja, como uma universalidade. Embora se constituam ou n\u00e3o de bens materiais e de cr\u00e9ditos, esses bens se unificam numa express\u00e3o econ\u00f4mica, que \u00e9 o valor. O patrim\u00f4nio \u00e9 complexo de rela\u00e7\u00f5es jur\u00eddicas de uma pessoa apreci\u00e1veis economicamente. Incluem-se no patrim\u00f4nio: a posse, os direitos reais, as obriga\u00e7\u00f5es e as a\u00e7\u00f5es correspondentes a tais direitos. O patrim\u00f4nio abrange direitos e deveres redut\u00edveis a dinheiro. (C\u00f3digo Civil Anotado, Ed. Saraiva, pag. 100) (grifamos).\nLevando em conta que a rela\u00e7\u00e3o jur\u00eddica entre os trabalhadores e a Caixa \u00e9 de direito pessoal, o artigo 233 do C\u00f3digo Civil se torna inafast\u00e1vel, na medida em que determina que a obriga\u00e7\u00e3o de dar coisa certa abrange os acess\u00f3rios, ainda que n\u00e3o mencionados.\nArt. 233. A obriga\u00e7\u00e3o de dar coisa certa abrange os acess\u00f3rios dela embora n\u00e3o mencionados, salvo se o contr\u00e1rio resultar do t\u00edtulo ou das circunst\u00e2ncias do caso.\nOra, acess\u00f3rios de dinheiro s\u00e3o os juros e a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria.\nE ent\u00e3o voltamos \u00e0 Taxa Referencial.\nB) Da Manipula\u00e7\u00e3o da TR pelo Banco Central/CMN\nIndependentemente da discuss\u00e3o sobre sua natureza jur\u00eddica, vamos aqui partir do pressuposto, assentado pela jurisprud\u00eancia, principalmente do STJ, que a TR \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria.\nTanto o artigo 1\u00ba da lei n\u00ba 8.177/91 quando o artigo 5\u00ba da Lei n\u00ba 10.192/01 (que convolou a MP 1.053/95) atribu\u00edram ao Banco Central a regulamenta\u00e7\u00e3o da metodologia de c\u00e1lculo da TR, conforme crit\u00e9rio estabelecido na lei e a expedi\u00e7\u00e3o das instru\u00e7\u00f5es necess\u00e1rias ao cumprimento do artigo que criou a TBF.\nArt. 1\u00b0 O Banco Central do Brasil divulgar\u00e1 Taxa Referencial (TR), calculada a partir da remunera\u00e7\u00e3o mensal m\u00e9dia l\u00edquida de impostos, dos dep\u00f3sitos a prazo fixo captados nos bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos m\u00faltiplos com carteira comercial ou de investimentos, caixas econ\u00f4micas, ou dos t\u00edtulos p\u00fablicos federais, estaduais e municipais, de acordo com metodologia a ser aprovada pelo Conselho Monet\u00e1rio Nacional, no prazo de sessenta dias, e enviada ao conhecimento do Senado Federal. . (Lei n\u00ba 8177/91)\n\nAvenida Souza Naves, 9 - sala 1002 - Edif. J\u00falio Fuganti - tel. (43) 3323.5624 - 10\n\n86.010-921\n\n-\n\nLondrina\n\n- Pr.\n\n\fS\u00c9RGIO ANTONIO TIZZIANI\nadvogado\nArtigo 5\u00ba Fica institu\u00edda Taxa B\u00e1sica Financeira \u2013 TBF, para ser utilizada exclusivamente como base de remunera\u00e7\u00e3o de opera\u00e7\u00f5es realizadas no mercado financeiro, de prazo de dura\u00e7\u00e3o igual ou superior a sessenta dias.\n\nPar\u00e1grafo \u00fanico. O Conselho Monet\u00e1rio Nacional expedir\u00e1 as instru\u00e7\u00f5es necess\u00e1rias ao cumprimento do disposto neste artigo, podendo inclusive, ampliar o prazo m\u00ednimo previsto no caput. (Lei n\u00ba 10.192/01)\n\nNo mister de regulamentar a TR, o Banco Central/CMN vem ao longo dos anos criando e reinventando f\u00f3rmulas para encontr\u00e1-la. Pelo menos desde a Resolu\u00e7\u00e3o 2.075, de 26 de maio de 1994, h\u00e1 f\u00f3rmulas para encontrar a TR. Todavia, \u00e9 com a institui\u00e7\u00e3o da Taxa B\u00e1sica Financeira, pela Medida Provis\u00f3ria 1.053/95, de 30 de junho de 1995, que a forma de c\u00e1lculo da TR sofre uma expressiva reviravolta.\n\nDesde a Resolu\u00e7\u00e3o 2.437, de 30 de outubro de 1997, a TR \u00e9 calculada levando em conta a Taxa B\u00e1sica Financeira e um Redutor.\n\nseguinte:\n\nA Resolu\u00e7\u00e3o 3.354/06, hoje vigente sobre o assunto, diz o\n\nArt. 1\u00ba Estabelecer que, para fins de c\u00e1lculo da Taxa B\u00e1sica Financeira - TBF e da Taxa Referencial - TR, de que tratam os arts. 1\u00ba da Lei 8.177, de 1\u00ba de mar\u00e7o de 1991, 1\u00ba da Lei 8.660, de 28 de maio de 1993, e 5\u00ba da Lei 10.192, de 14 de fevereiro de 2001, deve ser constitu\u00edda amostra das 30 maiores institui\u00e7\u00f5es financeiras do Pa\u00eds, assim consideradas em fun\u00e7\u00e3o do volume de capta\u00e7\u00e3o efetuado por meio de certificados e recibos de dep\u00f3sito banc\u00e1rio (CDB/RDB), com prazo de 30 a 35 dias corridos, inclusive, e remunerados a taxas prefixadas, entre bancos m\u00faltiplos, bancos comerciais, bancos de investimento e caixas econ\u00f4micas.\n\nArt. 2\u00ba A TBF e a TR s\u00e3o calculadas a partir da remunera\u00e7\u00e3o mensal m\u00e9dia dos CDB/RDB emitidos a taxas de mercado prefixadas, com prazo de 30 a 35 dias corridos, inclusive, com base em informa\u00e7\u00f5es prestadas pelas institui\u00e7\u00f5es integrantes da amostra de que trata o art. 1\u00ba, na forma a ser determinada pelo Banco Central do Brasil.\n\nArt. 4\u00ba Para cada dia do m\u00eas - dia de refer\u00eancia -, o Banco Central do Brasil deve calcular a TBF, para o per\u00edodo de um m\u00eas, com in\u00edcio no pr\u00f3prio dia de refer\u00eancia e t\u00e9rmino no dia correspondente ao dia de refer\u00eancia no m\u00eas seguinte, considerada a hip\u00f3tese prevista no \u00a7 2\u00ba, inciso IV. (...)\n\nArt. 5\u00ba Para cada TBF obtida, segundo a metodologia descrita no art. 4\u00ba, deve ser calculada a correspondente TR, pela aplica\u00e7\u00e3o de um redutor \"R\", de acordo com a seguinte f\u00f3rmula:\n\nTR = max {0,100 {[ (1 + TBF/100) / R ] - 1}} (em %).\n\n\u00a7 1\u00ba O valor do redutor 'R' deve ser calculado para todos os dias, inclusive n\u00e3o-\u00fateis, de acordo com a seguinte f\u00f3rmula:\n\nAvenida Souza Naves, 9 - sala 1002 - Edif. J\u00falio Fuganti - tel. (43) 3323.5624 - 11\n\n86.010-921\n\n-\n\nLondrina\n\n- Pr.\n\n\fS\u00c9RGIO ANTONIO TIZZIANI\nadvogado\nR = (a + b . TBF/100), onde:Resolu\u00e7\u00e3o n\u00ba 3354, de 31 de mar\u00e7o de 2006.\n\nTBF = TBF relativa ao dia de refer\u00eancia;\n\na = 1,005;\n\nb = valor determinado de acordo com a tabela abaixo, em fun\u00e7\u00e3o da TBF obtida, segundo a metodologia descrita no art. 4\u00ba, em termos percentuais ao ano:\nTBF (% a.a.) b\nTBF maior que 16 0,48\nTBF menor ou igual a 16 e maior que 15 0,44\nTBF menor ou igual a 15 e maior que 14 0,40\nTBF menor ou igual a 14 e maior que 13 0,36\nTBF menor ou igual a 13 e maior ou igual a 11 0,32\nReda\u00e7\u00e3o dada pela Resolu\u00e7\u00e3o 3.446, de 05/03/2007.\n\u00a7 2\u00ba Fica o Banco Central do Brasil autorizado a determinar o valor do par\u00e2metro \"b\" no caso de a TBF obtida ser inferior a 11% a.a. (onze por cento ao ano).\n\nO peculiar nesta determina\u00e7\u00e3o do Banco Central/CMN, que de resto se repete desde 1997, \u00e9 que a TBF e TR s\u00e3o exatamente iguais em sua g\u00eanese at\u00e9 o momento em que se determina que se aplique um redutor \u00e0 TBF para se chegar \u00e0 TR.\n\nN\u00e3o h\u00e1 na Lei da TR previs\u00e3o de aplica\u00e7\u00e3o de redutor, assim como n\u00e3o h\u00e1 na Lei que criou a TBF. Todavia, causa estranheza que diante de um comando aberto como o do art. 5\u00ba da MP n\u00ba 1.503/95 (Lei n\u00ba 10.192/01), o Banco Central/CMN, com amplos poderes para regulamentar o assunto, n\u00e3o tenha institu\u00eddo um redutor, mas o tenha feito ao regulamentar o artigo 1\u00ba da lei n\u00ba 8.177/91, que n\u00e3o era t\u00e3o flex\u00edvel.\n\nO Economista C\u00e9sar Roberto Buzin explica o qu\u00ea o Banco Central/CMN est\u00e1 fazendo com a TR, neste trecho do Parecer Econ\u00f4mico que se junta a esta inicial.\n\nObjeto de discuss\u00e3o \u00e9 a utiliza\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, que apesar de n\u00e3o ter sido criada como um \u00edndice de indexa\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, vem sendo utilizada para tal finalidade na corre\u00e7\u00e3o dos valores aplicados \u00e0 caderneta de poupan\u00e7a e outras aplica\u00e7\u00f5es como os dep\u00f3sitos do FGTS, dinheiro pertencente aos trabalhadores, por\u00e9m, com gest\u00e3o de terceiros.\n\nA posi\u00e7\u00e3o adotada pelo Superior Tribunal de Justi\u00e7a, em agosto de 2010, a\n\nrespeito da utiliza\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria foi\n\nsacramentada por meio da cria\u00e7\u00e3o da S\u00famula 454, com a seguinte reda\u00e7\u00e3o:\n\n\u201cPactuada a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria nos contrato do SFH pelo mesmo \u00edndice\n\nAvenida Souza Naves, 9 - sala 1002 - Edif. J\u00falio Fuganti - tel. (43) 3323.5624 - 12\n\n86.010-921\n\n-\n\nLondrina\n\n- Pr.\n\n\fS\u00c9RGIO ANTONIO TIZZIANI\nadvogado\naplic\u00e1vel \u00e0 caderneta de poupan\u00e7a, incide a Taxa Referencial (TR) a partir da vig\u00eancia da Lei 8.177/91\u201d.\n\nA TR \u00e9 calculada a partir da Taxa B\u00e1sica Financeira (TBF), uma m\u00e9dia de taxas de juros pagas nas aplica\u00e7\u00f5es em certificados de dep\u00f3sitos banc\u00e1rios (CDB) emitidas pelas 30 maiores institui\u00e7\u00f5es financeiras.\n\nPara calcular o valor da TR, \u00e9 preciso aplicar um redutor sobre a TBF, que depende de dois par\u00e2metros, chamados de \u201ca\u201d e \u201cb\u201d. O par\u00e2metro \u201ca\u201d \u00e9 o fator de 1,005, equivalente \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o da caderneta antiga, ou seja, 0,5% ao m\u00eas, ou 6,17% ao ano de juros remunerat\u00f3rio. Enquanto que o \u201cb\u201d \u00e9 um decimal menor do que 1, arbitrado pelo BACEN e que varia de acordo com o n\u00edvel de taxa de juros b\u00e1sica da economia, divulgada ap\u00f3s as reuni\u00f5es do Comit\u00ea de Pol\u00edtica Monet\u00e1ria do BC (Copom).\n\nPara calcular o redutor (R) o par\u00e2metro \u201cb\u201d \u00e9 multiplicado pelo valor da TBF e somado ao par\u00e2metro \u201ca\u201d, ou seja,\n\nR= a + b x TBF\n\nTR= 1+TBF \u2013 1\n\nA f\u00f3rmula significa que os novos dep\u00f3sitos realizados nas contas de dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a tenham como remunera\u00e7\u00e3o adicional (TR): (i) 0,5% a. m. enquanto a meta da taxa SELC, taxa b\u00e1sica de juros, definida pelo BACEN, estiver acima de 8,5% a.a e (ii) 70% da meta da taxa SELIC, mensalizada, vigente na data do in\u00edcio do per\u00edodo de rendimento.\n\nNo n\u00edvel atual de taxa de juros decrescente de uma economia estabilizada e num cen\u00e1rio para os pr\u00f3ximos anos, de juros baixos, a TR permanecer\u00e1 por um longo per\u00edodo indeterminado como zero.\n\nNa esteira do que foi deduzido no Parecer, um quadro comparativo entre os percentuais da TR, INPC e IPCA, desde 1997, os dep\u00f3sitos nas contas vinculadas do FGTS dos trabalhadores est\u00e3o perdendo poder de compra, notadamente a partir de 1999.\n\nANO 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010\n\nTR 9,7849% 7,7938% 5,7295% 2,0962% 2,2852% 2,8023% 4,6485% 1,8184% 2,8335% 2,0377% 1,4452% 1,6348% 0,7090% 0,6887%\n\nINPC 4,34% 2,49% 8,43% 5,27% 9,44% 14,74% 10,38% 6,13% 5,05% 2,81% 5,15% 6,48% 4,11% 6,46%\n\nIPCA 5,22% 1,65% 8,94% 5,97% 7,67% 12,53% 9,30% 7,60% 5,69% 3,14% 4,46% 5,90% 4,31% 5,91%\n\nAvenida Souza Naves, 9 - sala 1002 - Edif. J\u00falio Fuganti - tel. (43) 3323.5624 - 13\n\n86.010-921\n\n-\n\nLondrina\n\n- Pr.\n\n\f2011 2012 2013 (at\u00e9 mar\u00e7o)\n\n1,2079% 0,2897% 0,00%\n\n6,07% 6,17% 2,05%\n\nS\u00c9RGIO ANTONIO TIZZIANI\nadvogado\n6,50% 5,84% 1,94%\n\nExcel\u00eancia, hoje, o trabalhador que tem seu dinheiro aplicado no FGTS, e de l\u00e1 n\u00e3o pode retir\u00e1-lo para outro investimento, est\u00e1 sendo remunerado com 0,247% de juros ao m\u00eas e mais nada. N\u00e3o h\u00e1 nem corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria nem Taxa Referencial (independentemente da sua natureza jur\u00eddica), em flagrante ofensa ao artigo 2\u00ba da Lei n\u00ba 8.036/90, que imp\u00f5e a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos valores depositados pelo empregador.\nAinda que se argumente que a aplica\u00e7\u00e3o do Redutor pelo Banco Central/CMN seja legal, sua redu\u00e7\u00e3o a zero em um cen\u00e1rio de infla\u00e7\u00e3o superior a 6% ao ano, configura flagrante afronta ao artigo 2\u00ba da Lei n\u00ba 8.036/90, que determina a atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, bem como ao artigo 233 do C\u00f3digo Civil, quando sonega os acess\u00f3rios da obriga\u00e7\u00e3o de dar.\nMas \u00e9 necess\u00e1rio ir mais al\u00e9m e revisitar o entendimento jurisprudencial sobre a TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, m\u00e1xime a partir da institui\u00e7\u00e3o de um redutor que tem por efeito zerar o \u00edndice da TR em um ambiente de infla\u00e7\u00e3o.\nO quadro comparativo mostra que a TR n\u00e3o se presta como atualizador monet\u00e1rio do FGTS, pelo menos desde janeiro de 1999. Desde o momento em que o Banco Central/CMN estabeleceu um redutor para a TR, ela deixou de ser um \u00edndice confi\u00e1vel para atualizar monetariamente as contas do FGTS, porque se descola dos \u00edndices de infla\u00e7\u00e3o, sendo reduzido ano a ano. A finalidade da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u00e9 manter o poder de compra do capital, e esta finalidade nem de perto vem sendo alcan\u00e7ada pela TR. A anula\u00e7\u00e3o total da TR \u00e9 s\u00f3 o desfecho desta pol\u00edtica predat\u00f3ria para o trabalhador.\nO trabalhador, que luta para formar um patrim\u00f4nio, tem que poder confiar na lei. Esta confian\u00e7a est\u00e1 quebrada.\nH\u00e1 a n\u00edtida expropria\u00e7\u00e3o do patrim\u00f4nio do trabalhador, na medida em que se nega a ele a devida atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. Como dito no estudo acostado \u00e0 inicial:\nA atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u00e9 o elemento mais importante do mercado financeiro, pois sem a medi\u00e7\u00e3o precisa da perda do poder aquisitivo da moeda com o decorrer do tempo, ocorre uma gigantesca destrui\u00e7\u00e3o de valor. O objetivo fundamental de escolha de um \u00edndice de atualiza\u00e7\u00e3o nos ativos (neg\u00f3cios, contratos, aplica\u00e7\u00f5es e etc) \u00e9 de proteger o patrim\u00f4nio, evitando que ele seja corro\u00eddo pela infla\u00e7\u00e3o.\n\nAvenida Souza Naves, 9 - sala 1002 - Edif. J\u00falio Fuganti - tel. (43) 3323.5624 - 14\n\n86.010-921\n\n-\n\nLondrina\n\n- Pr.\n\n\fS\u00c9RGIO ANTONIO TIZZIANI\nadvogado\nO Poder Judici\u00e1rio h\u00e1 de se opor a este esbulho, confisco, expropria\u00e7\u00e3o que o trabalhador est\u00e1 sofrendo, desde janeiro de 1999, com as constantes redu\u00e7\u00f5es da TR em rela\u00e7\u00e3o aos \u00edndices de infla\u00e7\u00e3o, culminando na sua completa nulidade, ininterruptamente, desde setembro de 2012.\n\nEm 1991 e 1992, quando o STF julgou a ADI 493-0/DF, ele deixou bem assentado que a TR n\u00e3o constitu\u00eda \u00edndice que refletia a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda. Esta caracter\u00edstica da TR tem se confirmado ao longo dos anos. A sua aplica\u00e7\u00e3o aos saldos dos dep\u00f3sitos do FGTS tem gerado \u201cgigantesca destrui\u00e7\u00e3o de valor\u201d do patrim\u00f4nio do trabalhador. H\u00e1 anos, os trabalhadores que tem dep\u00f3sitos no FGTS n\u00e3o experimentam ganhos reais em sua aplica\u00e7\u00e3o. Ao contr\u00e1rio. H\u00e1 muito tempo, os trabalhadores tem rendimentos inferiores \u00e0 infla\u00e7\u00e3o, mesmo levando em conta a remunera\u00e7\u00e3o dos juros de 3% ao ano.\n\nO que torna a TR um \u00edndice inid\u00f4neo \u00e9 a intensa inger\u00eancia do Banco Central/CMN na sua formula\u00e7\u00e3o. Como explica o Economista C\u00e9sar Buzim:\n\nA TR deveria servir como refer\u00eancia para os juros vigentes no Brasil, sendo divulgada mensalmente, a fim de evitar que a taxa de juros no m\u00eas corrente refletisse a infla\u00e7\u00e3o do m\u00eas anterior, apesar das suas caracter\u00edsticas, foi usada como \u00edndice econ\u00f4mico de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria (...)\n\nA mudan\u00e7a no comportamento da TR n\u00e3o se deve somente a oscila\u00e7\u00f5es da economia, mas tamb\u00e9m \u00e0 sistem\u00e1tica apurat\u00f3ria desse \u00edndice. Inicialmente, ficou estabelecido que o BACEN efetuaria o c\u00e1lculo da TR a partir da remunera\u00e7\u00e3o mensal m\u00e9dia dos certificados e recibos de dep\u00f3sito banc\u00e1rio (CDB/RDB) emitidos por uma amostra de institui\u00e7\u00f5es financeiras, levando em conta a taxa m\u00e9dia de remunera\u00e7\u00e3o dos CDB/RDB\u00b4s e um redutor fixado por resolu\u00e7\u00e3o do CMN.\n\nComo consequ\u00eancia da atua\u00e7\u00e3o do BACEN, a taxa referencial deixou de refletir o \u00edndice inflacion\u00e1rio a partir de 1999.\n\n(...)\n\nO preju\u00edzo causado aos trabalhadores devido \u00e0 aplica\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u00e9 tamanho que quando analisado o fator de corre\u00e7\u00e3o acumulado do FGTS visualiza-se que a rentabilidade desse fundo n\u00e3o supera os \u00edndices inflacion\u00e1rios desde 2002, rendendo menos que a infla\u00e7\u00e3o a partir de 2007, apesar da aplica\u00e7\u00e3o de juros de 3% a.a.\n\nDiante do exposto, podemos afirmar que a TR n\u00e3o rep\u00f5e mais as perdas inflacion\u00e1rias, o que afeta consideravelmente os poupadores, bem como os trabalhadores que possuem o FGTS. (...)\n\nCom base nas normas Resolu\u00e7\u00e3o CMN n\u00ba 2.437, de 30.10.98, Resolu\u00e7\u00e3o CMN\n\nn\u00ba 2.604, de 23.04.99. resolu\u00e7\u00e3o CMN n\u00ba 2.809, de 21.12.00, Resolu\u00e7\u00e3o CMN n\u00ba\n\n3.354 de 31.03.2006, Resolu\u00e7\u00e3o CMN n\u00ba 3.446 de 05.03.2007 e Circular n\u00ba 3.356\n\nAvenida Souza Naves, 9 - sala 1002 - Edif. J\u00falio Fuganti - tel. (43) 3323.5624 - 15\n\n86.010-921\n\n-\n\nLondrina\n\n- Pr.\n\n\fS\u00c9RGIO ANTONIO TIZZIANI\nadvogado\nde 11.07.2007, que estabeleceram no decorrer dos anos a forma de c\u00e1lculo da TR, bem como nas informa\u00e7\u00f5es disponibilizadas pelo BACEN foi constru\u00edda planilha demonstrando a evolu\u00e7\u00e3o do fator de pondera\u00e7\u00e3o \u201cb\u201d, elemento essencial para o c\u00e1lculo do redutor da TR.\nAs primeiras mudan\u00e7as significativas da TR ocorreram atrav\u00e9s das Resolu\u00e7\u00f5es CMN n\u00ba 2.387/97 e n\u00ba 2.437/97 que estabeleceram a f\u00f3rmula de c\u00e1lculo do redutor da TR com duas novas vari\u00e1veis, ambas definidas pelo BACEN, quais sejam: a constante \u201ca\u201d e o fator de pondera\u00e7\u00e3o \u201cb\u201d.\nA partir da Resolu\u00e7\u00e3o CMN n\u00ba 2.809/2000, o BACEN passou a determinar o fator \u201cb\u201d, sem crit\u00e9rio t\u00e9cnico conhecido, a partir de certo patamar, conforme visualizado na tabela abaixo:\n\nMS \u2013 \u00e9 a meta para a taxa SELIC em (% a.a)\n\nMS\n\n\u201cb\u201d\n\nMS\n\n>\n\n16\n\n0,48\n\n16 >=\n\nMS >15 0,44\n\n15 >=\n\nMS >14 0,40\n\n14 >=\n\nMS >13 0,36\n\n13 >=\n\nMS >12 0,32\n\n12 >=\n\nMS >11 0,28\n\n11 >=\n\nMS >10 0,24\n\n10\n\nAbaixo de 10 fator \u201cb\u201d determinado pelo BACEN\n\nEssa discricionariedade do BACEN na valora\u00e7\u00e3o do fator \u201cb\u201d, acolhida pelas circulares e resolu\u00e7\u00f5es posteriores, impactou o c\u00e1lculo do Redutor da TR.\n\nDe pouco adiantaria ao trabalhador que fosse determinado ao Banco Central/CMN que recalculasse a TR, pois uma nova f\u00f3rmula estaria igualmente sob a discricionariedade e subjetivismo total do Banco. Basta avaliar a sucess\u00e3o de resolu\u00e7\u00f5es do Banco Central/CMN sobre o tema, conforme Parecer do referido Economista.\n\nPartindo da premissa inequ\u00edvoca de que a TR n\u00e3o rep\u00f5e as perdas monet\u00e1rias dos dep\u00f3sitos do FGTS, outro caminho n\u00e3o existe se n\u00e3o o de adotar um novo \u00edndice que verdadeiramente corrija estes dep\u00f3sitos.\n\nC) Dos \u00cdndices que efetivamente produzem corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria\n\nAvenida Souza Naves, 9 - sala 1002 - Edif. J\u00falio Fuganti - tel. (43) 3323.5624 - 16\n\n86.010-921\n\n-\n\nLondrina\n\n- Pr.\n\n\fS\u00c9RGIO ANTONIO TIZZIANI\nadvogado\nA Lei de Introdu\u00e7\u00e3o \u00e0s Normas do direito Brasileiro estabelece em seu artigo 5\u00ba que na aplica\u00e7\u00e3o da lei, o juiz atender\u00e1 aos fins sociais a que ela se dirige e \u00e0s exig\u00eancias do bem comum.\nA Lei do FGTS tem um fim social indiscut\u00edvel, proteger o trabalhador e constituir um patrim\u00f4nio que lhe sirva de arrimo em v\u00e1rias situa\u00e7\u00f5es de sua vida.\nDiante de tudo que foi demonstrado, o juiz atender\u00e1 aos fins sociais da Lei do FGTS ao reconhecer que corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, reposi\u00e7\u00e3o dos \u00edndices inflacion\u00e1rios de forma a garantir o poder de compra daquele dinheiro ali depositado no Fundo, \u00e9 efetivamente devida pela Caixa.\nSe a TR n\u00e3o pode ser considerada um \u00edndice id\u00f4neo, sobrev\u00e9m a necessidade de substitu\u00ed-la por um \u00edndice que realmente reponha as perdas monet\u00e1rias. E ent\u00e3o, nada obsta que o juiz considere \u00edndices previsto em outra legisla\u00e7\u00e3o.\nAt\u00e9 por uma quest\u00e3o de equidade, o melhor \u00edndice que pode substituir a TR \u00e9 o \u00edndice que corrige monetariamente o sal\u00e1rios dos trabalhadores e os benef\u00edcios previdenci\u00e1rios. Este \u00edndice est\u00e1 previsto na Lei 12.382 de 25 de fevereiro de 2011, cujos primeiros artigos trazem a seguinte dic\u00e7\u00e3o:\nArt. 1o O sal\u00e1rio m\u00ednimo passa a corresponder ao valor de R$ 545,00 (quinhentos e quarenta e cinco reais).\nPar\u00e1grafo \u00fanico. Em virtude do disposto no caput, o valor di\u00e1rio do sal\u00e1rio m\u00ednimo corresponder\u00e1 a R$ 18,17 (dezoito reais e dezessete centavos) e o valor hor\u00e1rio, a R$ 2,48 (dois reais e quarenta e oito centavos).\nArt. 2o Ficam estabelecidas as diretrizes para a pol\u00edtica de valoriza\u00e7\u00e3o do sal\u00e1rio m\u00ednimo a vigorar entre 2012 e 2015, inclusive, a serem aplicadas em 1o de janeiro do respectivo ano.\n\u00a7 1o Os reajustes para a preserva\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo do sal\u00e1rio m\u00ednimo corresponder\u00e3o \u00e0 varia\u00e7\u00e3o do \u00cdndice Nacional de Pre\u00e7os ao Consumidor INPC, calculado e divulgado pela Funda\u00e7\u00e3o Instituto Brasileiro de Geografia e Estat\u00edstica - IBGE, acumulada nos doze meses anteriores ao m\u00eas do reajuste.\n\u00a7 2o Na hip\u00f3tese de n\u00e3o divulga\u00e7\u00e3o do INPC referente a um ou mais meses compreendidos no per\u00edodo do c\u00e1lculo at\u00e9 o \u00faltimo dia \u00fatil imediatamente anterior \u00e0 vig\u00eancia do reajuste, o Poder Executivo estimar\u00e1 os \u00edndices dos meses n\u00e3o dispon\u00edveis.\n\u00a7 3o Verificada a hip\u00f3tese de que trata o \u00a7 2o, os \u00edndices estimados permanecer\u00e3o v\u00e1lidos para os fins desta Lei, sem qualquer revis\u00e3o, sendo os eventuais res\u00edduos compensados no reajuste subsequente, sem retroatividade.\n\nAvenida Souza Naves, 9 - sala 1002 - Edif. J\u00falio Fuganti - tel. (43) 3323.5624 - 17\n\n86.010-921\n\n-\n\nLondrina\n\n- Pr.\n\n\fS\u00c9RGIO ANTONIO TIZZIANI\nadvogado\n\u00a7 4o A t\u00edtulo de aumento real, ser\u00e3o aplicados os seguintes percentuais:\nI - em 2012, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do Produto Interno Bruto - PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2010;\nII - em 2013, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2011;\nIII - em 2014, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2012; e\nIV - em 2015, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2013.\n\u00a7 5o Para fins do disposto no \u00a7 4o, ser\u00e1 utilizada a taxa de crescimento real do PIB para o ano de refer\u00eancia, divulgada pelo IBGE at\u00e9 o \u00faltimo dia \u00fatil do ano imediatamente anterior ao de aplica\u00e7\u00e3o do respectivo aumento real.\nN\u00e3o h\u00e1 porque ter dois pesos e duas medidas. Se o sal\u00e1rio m\u00ednimo \u00e9 corrigido monetariamente pelo INPC, o dep\u00f3sito do FGTS que, em \u00faltima an\u00e1lise, \u00e9 um sal\u00e1rio indireto do trabalhador, tamb\u00e9m h\u00e1 de s\u00ea-lo.\nE observe que o objetivo da Lei em corrigir o sal\u00e1rio m\u00ednimo pelo INPC decorre exclusivamente da necessidade de preservar seu poder aquisitivo. A necessidade de preservar o poder aquisitivo \u00e9 um constante em todas as transa\u00e7\u00f5es financeiras, e ela s\u00f3 aperfei\u00e7oa quando rep\u00f5e efetivamente as perdas inflacion\u00e1rias.\nOutro \u00edndice que se mostra aplic\u00e1vel, na hip\u00f3tese deste douto Ju\u00edzo entender que n\u00e3o se aplicaria o INPC, \u00e9 o IPCA, \u00edndice oficial do Governo Federal para medi\u00e7\u00e3o das metas inflacion\u00e1rias, contratadas com o FMI, a partir de julho de 1999 (informa\u00e7\u00e3o obtida no Portal Brasil (WWW.portalbrasil.net).\nAmbos os \u00edndices s\u00e3o infinitamente mais adequados a preservar o poder aquisitivo dos dep\u00f3sitos do FGTS do que a aniquilada TR.\nIV. - DO PREQUESTIONAMENTO PARA EVENTUAL INTERPOSI\u00c7\u00c3O DE RECURSO ESPECIAL OU RECURSO EXTRAORDIN\u00c1RIO\n\nInicialmente \u00e9 importante retratar que o tema em debate cuida de mat\u00e9ria de ordem p\u00fablica, a qual ultrapassa a esfera individual do cidad\u00e3o atingindo toda a ordem social quer seja jur\u00eddica, quer seja em \u00e2mbito pol\u00edticosocial afetando, dessa forma, toda a parcela da sociedade comprometida com o bem comum.\nSublinha-se que a mat\u00e9ria ora ventilada, afronta de pronto preceitos Constitucionais que violam os Direitos Garantia de todos os trabalhadores que possuem conta vinculada do FGTS.\n\nAvenida Souza Naves, 9 - sala 1002 - Edif. J\u00falio Fuganti - tel. (43) 3323.5624 - 18\n\n86.010-921\n\n-\n\nLondrina\n\n- Pr.\n\n\fS\u00c9RGIO ANTONIO TIZZIANI\nadvogado\nAssim, h\u00e1 repercuss\u00e3o geral na presente a\u00e7\u00e3o, frente ao Estado Democr\u00e1tico de Direito, compromiss\u00e1rio e dirigente que tem como postulado a seguran\u00e7a jur\u00eddica.\nNo mais, com efeito, o tema apresenta relev\u00e2ncia do ponto de vista jur\u00eddico, uma vez que a defini\u00e7\u00e3o sobe a constitucionalidade dessa exa\u00e7\u00e3o nortear\u00e1 o julgamento de in\u00fameros processos similares, que tramitam neste e nos demais tribunais brasileiros. Al\u00e9m de fixar a interpreta\u00e7\u00e3o da Corte sobre os dispositivos constitucionais suscitados no feito.\n\nNesse contexto, em breve s\u00edntese, a aplica\u00e7\u00e3o da T.R como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria do FGTS, encontraria respaldo em dois artigos da Lei n\u00ba 8.036/90, art. 2\u00ba e art. 13.\n\nAssim, entendemos, data v\u00eania, que h\u00e1 uma obrigatoriedade de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e de remunera\u00e7\u00e3o por meio de juros dos dep\u00f3sitos efetuados nas contas vinculadas do FGTS, sen\u00e3o vejamos:\nArt. 2\u00ba O FGTS \u00e9 constitu\u00eddo pelos saldos das contas vinculadas a que se refere esta lei e outros recursos a ele incorporados, devendo ser aplicados com atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e juros, de modo a assegurar a cobertura de suas obriga\u00e7\u00f5es.\nArt. 13. Os dep\u00f3sitos efetuados nas contas vinculadas ser\u00e3o corrigidos monetariamente com base nos par\u00e2metros fixados para atualiza\u00e7\u00e3o dos saldos dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a e capitaliza\u00e7\u00e3o juros de (tr\u00eas) por cento ao ano.\nTodavia, a realiza\u00e7\u00e3o de interpreta\u00e7\u00e3o ou decis\u00e3o diversa, no sentido que as contas vinculadas do FGTS devem ser corrigidas pela TR, por for\u00e7a do citado artigo 13, viria a ferir v\u00e1rios preceitos constitucionais.\n\nNesse sentido, referido artigo 13, desobedeceria os limites materiais de in\u00fameros fundamentos e princ\u00edpios constitucionais, como o Estado Democr\u00e1tico de Direito, atentando contra a Dignidade da pessoa Humana (art. 1\u00ba e inciso III, da CF), bem como os princ\u00edpios da igualdade, seguran\u00e7a jur\u00eddica (art. 5\u00ba, caput, da CF), da prote\u00e7\u00e3o ao direito de propriedade, direito adquirido (art. 5\u00ba, XXII e XXXVI da CF) e moralidade (art. 37 da CF).\n\nNessa mesma linha, recentemente o Supremo Tribunal Federal decidiu pela inconstitucionalidade da utiliza\u00e7\u00e3o da Taxa Referencial - TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria para o pagamento dos chamados precat\u00f3rios (ADI n\u00ba 4357) reafirmando entendimento anteriormente adotado por aquela Corte na ADI n\u00ba 493. Essa decis\u00e3o tem desdobramentos que v\u00e3o al\u00e9m do processo no qual foi tomada. Isso porque a Lei n\u00ba 8.036/90 que estabelece as bases do Fundo de Garantia por Tempo de Servi\u00e7o \u2013 FGTS \u2013 tamb\u00e9m prev\u00ea a\n\nAvenida Souza Naves, 9 - sala 1002 - Edif. J\u00falio Fuganti - tel. (43) 3323.5624 - 19\n\n86.010-921\n\n-\n\nLondrina\n\n- Pr.\n\n\fS\u00c9RGIO ANTONIO TIZZIANI\nadvogado\naplica\u00e7\u00e3o de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e h\u00e1 muito tempo \u00e9 utilizado o referido \u00edndice (TR) para corrigir referido fundo, o mesmo agora considerado inconstitucional para este fim pelo STF.\nAssim, a parte autora h\u00e1 por bem PREQUESTIONAR a mat\u00e9ria, para efeito de eventual interposi\u00e7\u00e3o de Recurso Especial e/ou Extraordin\u00e1rio, conforme fundamentos que passa a expor:\n\nInicialmente devemos nos recordar que a dignidade da pessoa humana \u00e9 valor constitucional supremo que agrega em torno de si a unanimidade dos demais direitos e garantias fundamentais do homem, envolvendo-se tanto em rela\u00e7\u00e3o aos direito \u00e0 vida como, tamb\u00e9m, aos direitos pessoais tradicionais, os direitos sociais, econ\u00f4micos, e as liberdades p\u00fablicas em geral.\nEm verdade quando o texto constitucional proclama a dignidade da pessoa humana est\u00e1 corroborando um imperativo de justi\u00e7a social, e consigna, acima de tudo, um sobreprinc\u00edpio (\u00e9 o caso dos diretos fundamentais).\nNesse sentido, em rela\u00e7\u00e3o ao caso concreto, \u00e9 necess\u00e1rio aprofundarmos um pouco mais nas consequ\u00eancias que esta subtra\u00e7\u00e3o de recursos do patrim\u00f4nio do trabalhador traz a todos, individual e coletivamente.\n\u00c9 de conhecimento geral que o Sistema Financeiro de Habita\u00e7\u00e3o disp\u00f5e dos recursos do FGTS para financiar o maior sonho de todo brasileiro \u2013 casa pr\u00f3pria. Tamb\u00e9m \u00e9 de conhecimento geral que a Caixa Econ\u00f4mica Federal \u00e9 o Banco que mais se utiliza destes recursos do SFH para financiar, emprestar dinheiro para os brasileiros comprarem a casa pr\u00f3pria.\n\nE, embora em princ\u00edpio, n\u00e3o haja correla\u00e7\u00e3o entre o trabalhador que tem dep\u00f3sitos no FGTS que s\u00e3o emprestados para financiar a casa pr\u00f3pria, e aquele que se vale do empr\u00e9stimo do SFH para adquirir sua casa pr\u00f3pria, em algum momento, trabalhador e mutu\u00e1rio s\u00e3o a mesma pessoa.\n\nE neste contexto de mutu\u00e1rio e trabalhador serem a mesma pessoa \u00e9 que se evidencia a maior sordidez da hist\u00f3ria recente deste Pa\u00eds.\n\nJ\u00e1 seria reprov\u00e1vel o fato de a Caixa pegar um dinheiro a juros baixos e sem nenhuma corre\u00e7\u00e3o e emprest\u00e1-lo a juros muito altos, mesmo sem corre\u00e7\u00e3o (uma vez que a TR corrige presta\u00e7\u00f5es do SFH), evidencia que a institui\u00e7\u00e3o banc\u00e1ria leva imensa vantagem nesta negocia\u00e7\u00e3o.\n\nMas a situa\u00e7\u00e3o piora consideravelmente quando, a Caixa pega dinheiro a juros baixos, sem nenhuma corre\u00e7\u00e3o para o trabalhador, e empresta para ele mesmo.\n\nSuponhamos que um trabalhador queira adquirir uma casa pr\u00f3pria utilizando recursos do seu FGTS. Ele encontra o im\u00f3vel, mas verifica que\n\nAvenida Souza Naves, 9 - sala 1002 - Edif. J\u00falio Fuganti - tel. (43) 3323.5624 - 20\n\n86.010-921\n\n-\n\nLondrina\n\n- Pr.\n\n\fS\u00c9RGIO ANTONIO TIZZIANI\nadvogado\nseus recursos n\u00e3o s\u00e3o suficiente para adquiri-lo. Ent\u00e3o ele se dirige a um Banco para financiar a diferen\u00e7a, comprometendo sua renda por muitos anos.\nA maioria dos trabalhadores brasileiros, quando quer adquirir um im\u00f3vel, dirige-se \u00e0 Caixa Econ\u00f4mica Federal.\nTodavia, se o dep\u00f3sito do FGTS tivesse sido devidamente corrigido, se ele mantivesse seu poder de compra, ou o empr\u00e9stimo seria menor ou sequer haveria necessidade de o trabalhador comprometer sua renda e anos de trabalho para adquirir aquilo que \u00e9 o nosso sonho mais prim\u00e1rio, nossa necessidade mais rela como indiv\u00edduo e como povo brasileiro.\nA Caixa est\u00e1 emprestando para o trabalhador aquilo que ela deixou de pagar a ele a t\u00edtulo de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria na sua conta de FGTS.\nO Trabalhador Brasileiro n\u00e3o merece isto!\nA Caixa vale-se da fragilidade humana para colocar-se como realizadora de sonhos, ao mesmo tempo em que, ano ap\u00f3s ano, aufere lucros exorbitantes \u00e0s custas do trabalhador.\nAinda em rela\u00e7\u00e3o aos dispositivos constitucionais violados, apontamos a viola\u00e7\u00e3o ao direito de propriedade (art. 5\u00ba, XXII da CF) .\n\nO direito de propriedade decorre da pr\u00f3pria lei natural. Por isso, \u00e9 uma exig\u00eancia da natureza intelectual do homem. Enquanto os irracionais se contentam com a satisfa\u00e7\u00e3o de suas necessidades imediatas, o homem pode prever o seu futuro. Assim, para subsistir hoje e no tempo futuro, precisa apropriar-se de bens naturais, de consumo, bens fung\u00edveis e, tamb\u00e9m, de produ\u00e7\u00e3o.\n\nA propriedade \u00e9 a express\u00e3o da pessoa humana. \u00c9 fruto do seu trabalho ou do de seus antepassados. \u00c9 o espelho do indiv\u00edduo, que precisa de um aconchego preservado pela privacidade, onde pode ser ele mesmo, cercado dos sinais que identificam o seu eu. Ela estimula o trabalho, sendo o homem atra\u00eddo espontaneamente pela perspectiva da recompensa direta e pessoal de seus esfor\u00e7os.\n\nFinalmente, a propriedade \u00e9 penhor de uma sociedade articulada ou organizada, ao contr\u00e1rio da meramente coletiva, que tem por consequ\u00eancia uma sociedade massificada, sem diversifica\u00e7\u00e3o nem liberdade. Ela defende os cidad\u00e3os contra a concentra\u00e7\u00e3o de todos os poderes nas m\u00e3os do Estado, garantindo a liberdade dos indiv\u00edduos e sua independ\u00eancia em rela\u00e7\u00e3o ao poder.\n\nNesse sentido: \"A propriedade faz parte da natureza do homem e da\nnatureza das coisas. Como o trabalho, ela encerra um mist\u00e9rio \u2013 \u00e9 a proje\u00e7\u00e3o da personalidade humana sobre as coisas. A pessoa tende \u00e0 propriedade por um impulso\n\nAvenida Souza Naves, 9 - sala 1002 - Edif. J\u00falio Fuganti - tel. (43) 3323.5624 - 21\n\n86.010-921\n\n-\n\nLondrina\n\n- Pr.\n\n\fS\u00c9RGIO ANTONIO TIZZIANI\nadvogado\ninstintivo, do mesmo modo que a nossa natureza animal tende ao alimento. O apetite da propriedade \u00e9 t\u00e3o natural \u00e0 nossa esp\u00e9cie como a fome e a sede; apenas \u00e9 de notar que estes s\u00e3o apetites da nossa natureza inferior, ao passo que aquele procede da nossa natureza superior. Todo o homem tem alma de propriet\u00e1rio, mesmo os que se julgam seus inimigos. \u00c9 isto que se entende quando se afirma que a propriedade decorre do direito natural\" (R.G. Renard, L\u2019\u00c9glise et la Question Sociale, p. 137 et seq.).\nPartindo das premissas acima, em 1991 e 1992, quando o STF julgou a ADI 493-0/DF, ele deixou bem assentado que a TR n\u00e3o constitu\u00eda \u00edndice que refletia a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda. Esta caracter\u00edstica da TR tem se confirmado ao longo dos anos. A sua aplica\u00e7\u00e3o aos saldos dos dep\u00f3sitos do FGTS tem gerado \u201cgigantesca destrui\u00e7\u00e3o de valor\u201d do patrim\u00f4nio do trabalhador. H\u00e1 anos, os trabalhadores que tem dep\u00f3sitos no FGTS n\u00e3o experimentam ganhos reais em sua aplica\u00e7\u00e3o. Ao contr\u00e1rio. H\u00e1 muito tempo, os trabalhadores tem rendimentos inferiores \u00e0 infla\u00e7\u00e3o, mesmo levando em conta a remunera\u00e7\u00e3o dos juros de 3% ao ano.\nO que torna a TR um \u00edndice inid\u00f4neo \u00e9 a intensa inger\u00eancia do Banco Central/CMN na sua formula\u00e7\u00e3o.\nDe pouco adiantaria ao trabalhador que fosse determinado ao Banco Central/CMN que recalculasse a TR, pois uma nova f\u00f3rmula estaria igualmente sob a discricionariedade e subjetivismo total do Banco. Basta avaliar a sucess\u00e3o de resolu\u00e7\u00f5es do Banco Central/CMN sobre o tema, conforme Parecer do referido Economista.\nPartindo da premissa inequ\u00edvoca de que a TR n\u00e3o rep\u00f5e as perdas monet\u00e1rias dos dep\u00f3sitos do FGTS - verifica-se de forma incontest\u00e1vel a destrui\u00e7\u00e3o de valor \u201ddo patrim\u00f4nio do trabalhador., outro caminho n\u00e3o existe se n\u00e3o o de adotar um novo \u00edndice que verdadeiramente corrija estes dep\u00f3sitos.\nComo se sabe, o \u00edndice de remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sico da poupan\u00e7a \u00e9 a Taxa Referencial \u2013 TR, \u00edndice controlado pelo Estado, e utilizado como instrumento de controle da economia \u2013 vide os sucessivos \u00edndices mensais zerados, a fim de controle de aporte de capital nas poupan\u00e7as. Tanto a TR n\u00e3o se presta como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, que o STF j\u00e1 decidiu nesse sentido: \u2018A taxa referencial (TR) n\u00e3o \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria (...) n\u00e3o constitui \u00edndice que reflita a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda\u2019 (ADI 4930/DF, Relator Min. Moreira Alves, Plen\u00e1rio, DJ 4.9.1992).\nAssim sendo, texto t\u00e3o danoso ao cidad\u00e3o (art. 13 da lei 8.036/90) n\u00e3o poder\u00e1 ser tolerado pelo Judici\u00e1rio.\nLogo, declarada a inconstitucionalidade o \u00edndice aplicado ao precat\u00f3rio pago nos autos, deve ser tomado como vigente e aplicado ao caso concreto - atribuindo-se outro \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o, como retratado nos pedidos da presente a\u00e7\u00e3o.\n\nAvenida Souza Naves, 9 - sala 1002 - Edif. J\u00falio Fuganti - tel. (43) 3323.5624 - 22\n\n86.010-921\n\n-\n\nLondrina\n\n- Pr.\n\n\fS\u00c9RGIO ANTONIO TIZZIANI\nadvogado\nA ofensa ao art. 5\u00ba, caput, da CF, na vertente da seguran\u00e7a jur\u00eddica das rela\u00e7\u00f5es com a Caixa Econ\u00f4mica Federal, verifica-se, notadamente ap\u00f3s o reconhecimento pelo SFT que a TR n\u00e3o se presta como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, nesse sentido: \u2018A taxa referencial (TR) n\u00e3o \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria (...) n\u00e3o constitui \u00edndice que reflita a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda\u2019 (ADI 493-0/DF, Relator Min. Moreira Alves, Plen\u00e1rio, DJ 4.9.1992).\n\nLogo, como citado, resta clara a viola\u00e7\u00e3o aos arts. 1\u00ba, inc. III, 5\u00ba, caput e incs. XXII, XXXVI, e 37, caput, da Constitui\u00e7\u00e3o da Rep\u00fablica.\n\nFrise-se, o SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL j\u00e1 decidiu que envolve quest\u00e3o constitucional a discuss\u00e3o a respeito da aplica\u00e7\u00e3o ou n\u00e3o, nas contas vinculadas do FGTS, de \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria expurgados em decorr\u00eancia de planos de estabiliza\u00e7\u00e3o da economia.\nCom efeito, no dia 31-08-2000, em Sess\u00e3o Plen\u00e1ria, o STF ao apreciar o RE- n. 226855-RS consolidou entendimento de que a decis\u00e3o judicial que decreta a proced\u00eancia de pedido de pagamento de \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, sob a alega\u00e7\u00e3o de direito adquirido, trata de quest\u00e3o constitucional, pois est\u00e1 fundamentada na Constitui\u00e7\u00e3o Federal (art. 5\u00ba, XXXVI).\nOu seja, ao apreciar pedido de aplica\u00e7\u00e3o de \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria extralegais, a decis\u00e3o judicial est\u00e1, obrigatoriamente, posicionando-se quanto \u00e0 exist\u00eancia ou n\u00e3o de direito adquirido.\nPois bem, nos casos em que se pleiteiam a aplica\u00e7\u00e3o nas suas contas vinculadas do FGTS, de \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria com discuss\u00e3o de previs\u00e3o em leis vigentes - tratamos de an\u00e1lise de direito adquirido.\nA concess\u00e3o ou n\u00e3o do pedido depende ent\u00e3o da aprecia\u00e7\u00e3o, pelo juiz da causa, da exist\u00eancia ou n\u00e3o de direito adquirido aos \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria.\nLogo, caso o entendimento seja no sentido que n\u00e3o h\u00e1 aplica\u00e7\u00e3o de direito adquirido ao \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o/atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria (TR) - torna-se poss\u00edvel a interpreta\u00e7\u00e3o no sentido de aplica\u00e7\u00e3o do \u00edndice que realmente cumpra o disposto no art.2\u00ba da lei n\u00ba n\u00ba 8.036/90.\nAssim, a parte autora requer, desde j\u00e1, que este MM.Juiz Federal \" a quo\" manifeste-se em sua r. senten\u00e7a sobre a ofensa aos dispositivos constitucionais citados.\nPortanto, resta PREQUESTIONADA a mat\u00e9ria pugnando pela PROCED\u00caNCIA DO PREQUESTIONAMENTO suscitado, requerendo ao\n\nAvenida Souza Naves, 9 - sala 1002 - Edif. J\u00falio Fuganti - tel. (43) 3323.5624 - 23\n\n86.010-921\n\n-\n\nLondrina\n\n- Pr.\n\n\fS\u00c9RGIO ANTONIO TIZZIANI\nadvogado\nExcelent\u00edssimo JUIZ FEDERAL que se pronuncie de forma objetiva, expl\u00edcita e fundamentada sobre o assunto.\n\nV - DA TUTELA ANTECIPADA\n\nO Artigo 273 do C\u00f3digo de Processo Civil preceitua que \u00e9 poss\u00edvel a concess\u00e3o de tutela antecipada se o Juiz se convencer da verossimilhan\u00e7a da alega\u00e7\u00e3o e houver o fundado receio de dano irrepar\u00e1vel ou de dif\u00edcil repara\u00e7\u00e3o.\n\nA verossimilhan\u00e7a da alega\u00e7\u00e3o j\u00e1 foi amplamente demonstrada.\n\nO fundado receio de dano de dif\u00edcil repara\u00e7\u00e3o adv\u00e9m do fato de que a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u00e9 um obriga\u00e7\u00e3o de trato sucessivo.\n\nO Artigo 12 da Lei n\u00ba 8.177/91, com reda\u00e7\u00e3o da Lei n\u00ba 12.703/12, determina que a remunera\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos ser\u00e1 feita em cada per\u00edodo de rendimento.\n\nCada per\u00edodo de rendimento que a Caixa sonega a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos dep\u00f3sitos do FGTS, o dano contra o trabalhador se configura.\n\nO dano que a aus\u00eancia de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria traz \u00e9, indubitavelmente, individual homog\u00eaneo. O nexo entre o sujeito ativo e o respons\u00e1vel pelo dano se d\u00e1 em uma situa\u00e7\u00e3o jur\u00eddica com origem comum para todos os titulares do direito violado.\n\nApesar da origem comum, n\u00e3o se exige que cada um dos indiv\u00edduos atingidos pela viola\u00e7\u00e3o do direito pade\u00e7am do mesmo mal. O dano \u00e9 divis\u00edvel.\n\nMas mesmo sendo divis\u00edvel \u00e9 de f\u00e1cil percep\u00e7\u00e3o que, no geral, a aus\u00eancia de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria implica em menos dinheiro \u00e0 disposi\u00e7\u00e3o do trabalhador para a consecu\u00e7\u00e3o dos seus neg\u00f3cios jur\u00eddicos naquelas hip\u00f3teses em que a lei permite.\n\nCada casa que o trabalhador deixa de comprar, cada presta\u00e7\u00e3o de im\u00f3vel que ele deixa de abater, cada tratamento de neoplasia maligna que ele deixa de fazer, cada rem\u00e9dio para o tratamento de HIV que ele deixa de comprar porque seu FGTS perdeu o poder aquisitivo, \u00e9 um dano de dif\u00edcil repara\u00e7\u00e3o que se renova.\n\nAcres\u00e7a-se a este dano, a situa\u00e7\u00e3o de ref\u00e9m que o trabalhador\n\ncom dep\u00f3sito do FGTS se encontra quando quer financiar seu im\u00f3vel pelo SFH\n\nAvenida Souza Naves, 9 - sala 1002 - Edif. J\u00falio Fuganti - tel. (43) 3323.5624 - 24\n\n86.010-921\n\n-\n\nLondrina\n\n- Pr.\n\n\fS\u00c9RGIO ANTONIO TIZZIANI\nadvogado\ncom a Caixa. Hoje, e enquanto durar a TR zero, ele ter\u00e1 que financiar mais do que seria necess\u00e1rio, pois o que lhe pertence de direito \u2013 corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u2013 n\u00e3o est\u00e1 incidindo sobre seu dep\u00f3sito.\nE ao que tudo indica, este dano continuar\u00e1 se repetindo por um longo per\u00edodo. Verifica-se no Estudo Econ\u00f4mico que ao tempo em que esta a\u00e7\u00e3o perdurar, a TR continuar\u00e1 anulada, ou reduzida a patamares m\u00ednimos, impondo aos trabalhadores mais perda do seu poder aquisitivo, mas dilapida\u00e7\u00e3o do seu patrim\u00f4nio e mais restri\u00e7\u00f5es \u00e0 sua capacidade de fazer neg\u00f3cio jur\u00eddico.\nN\u00e3o h\u00e1 d\u00favida de que h\u00e1 um risco de dif\u00edcil repara\u00e7\u00e3o na medida em que n\u00e3o \u00e9 poss\u00edvel quantific\u00e1-lo, mas n\u00e3o h\u00e1 como neg\u00e1-lo, tanto se levarmos em conta o trabalhador individualmente considerado como a coletividade de trabalhadores.\nAssim, imperioso \u00e9 que desde j\u00e1 a TR seja substitu\u00edda pelo INPC, \u00edndice que corrige o sal\u00e1rio m\u00ednimo ou pelo IPCA, \u00edndice oficial de medida de infla\u00e7\u00e3o. \u00cdndices que minimamente rep\u00f5em as perdas monet\u00e1rias haja vista que hoje n\u00e3o h\u00e1 nenhum tipo de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos dep\u00f3sitos do Fundo.\nPor outro lado, n\u00e3o h\u00e1 dano de irreversibilidade do provimento antecipado porque \u00e9 da natureza do FGTS ser um fundo de aplica\u00e7\u00e3o a longo prazo. Eventual decis\u00e3o que n\u00e3o reconhe\u00e7a o direito ora pleiteado, permitir\u00e1 que a Caixa utilize de mecanismos legais para promover a devida compensa\u00e7\u00e3o ao longo do tempo.\nAssim, requer a concess\u00e3o da tutela para substituir imediatamente a TR, como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria nos dep\u00f3sitos do FGTS dos ora substitu\u00eddos, pelo INPC, IPCA ou \u00edndice que, no entender deste Ju\u00edzo, melhor reflita as perdas inflacion\u00e1rias daqui por diante, at\u00e9 o tr\u00e2nsito em julgado do presente feito.\nVI.- DOS HONOR\u00c1RIOS ADVOCAT\u00cdCIOS\nNo que tange a possibilidade de condena\u00e7\u00e3o da requerida em honor\u00e1rios advocat\u00edcios, o STF reiterou o entendimento de que cabe a cobran\u00e7a de honor\u00e1rios advocat\u00edcios nas a\u00e7\u00f5es entre o FGTS e os titulares das contas vinculadas. A decis\u00e3o foi tomada por unanimidade no julgamento do RExt 581.160, com repercuss\u00e3o geral reconhecida, interposto contra ac\u00f3rd\u00e3o do TRF da 1\u00aa regi\u00e3o.\n\nAvenida Souza Naves, 9 - sala 1002 - Edif. J\u00falio Fuganti - tel. (43) 3323.5624 - 25\n\n86.010-921\n\n-\n\nLondrina\n\n- Pr.\n\n\fS\u00c9RGIO ANTONIO TIZZIANI\nadvogado\nSegundo o relator, ministro Ricardo Lewandowski, o ac\u00f3rd\u00e3o recorrido julgou constitucional o artigo 29-C da lei 8.036/90, inserido pela MP 2.164/01, que veda a condena\u00e7\u00e3o em honor\u00e1rios advocat\u00edcios nas a\u00e7\u00f5es entre o FGTS e os titulares das contas vinculadas.\nOcorre que o STF j\u00e1 declarou o artigo inconstitucional no julgamento da ADIn 2.736, em que foi relator o ministro Cezar Peluso, que excluiu o artigo 29-C da lei 8.036 do ordenamento legal. \"Entendo que o RExt deve ter o mesmo destino da ADIn, de modo que dou provimento ao pedido\", concluiu o ministro.\nNesse sentido:\nEmenta: RECURSO EXTRAORDIN\u00c1RIO COM REPERCUSS\u00c3O GERAL RECONHECIDA. CONSTITUCIONAL. ART. 9\u00ba DA MP 2.164-41/2001. INTRODU\u00c7\u00c3O DO ART. 29-C NA LEI 8.036/1990. HONOR\u00c1RIOS ADVOCAT\u00cdCIOS. SUCUMB\u00caNCIA. A\u00c7\u00d5ES ENVOLVENDO O FGTS E TITULARES DE CONTAS VINCULADAS. INCONSTITUCIONALIDADE DECLARADA NA ADI 2.736/DF. RECURSO PROVIDO. I - O Supremo Tribunal Federal, no julgamento da ADI 2.736/DF, Rel. Min. Cezar Peluso, declarou a inconstitucionalidade do art. 9\u00ba da MP 2.164-41/2001, na parte em que introduziu o art. 29-C na lei 8.036/1990, que vedava a condena\u00e7\u00e3o em honor\u00e1rios advocat\u00edcios \u201cnas a\u00e7\u00f5es entre o FGTS e os titulares de contas vinculadas, bem como naquelas em que figuram os respectivos representantes ou substitutos processuais\u201d. II - Os mesmos argumentos devem ser aplicados \u00e0 solu\u00e7\u00e3o do lit\u00edgio de que trata o presente recurso. III - Recurso extraordin\u00e1rio conhecido e provido.( RE 581160 / MG MINAS GERAIS . PROCESSO ELETR\u00d4NICO. Relator(a): Min. RICARDO LEWANDOWSKI REPERCUSS\u00c3O GERAL - M\u00c9RITO. Julgamento: 20/06/2012 . \u00d3rg\u00e3o Julgador: Tribunal Pleno.DJe-166 DIVULG 22-08-2012 PUBLIC 23-08-2012Tema 116 - Direito a honor\u00e1rios advocat\u00edcios nas a\u00e7\u00f5es que visam obter expurgos inflacion\u00e1rios de FGTS.- Ac\u00f3rd\u00e3os citados: ADI 162 MC, ADI 525 MC, ADI 1647, ADI 1753 MC,ADI 2213 MC, ADI 2736.)\n\nVII- CONCLUS\u00d5ES\n\nA Taxa Referencial, enquanto \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria assim considerada pela atual jurisprud\u00eancia p\u00e1tria, n\u00e3o pode ser reduzida a Zero, como tem sido nos \u00faltimos meses, pois afronta flagrantemente o artigo 2\u00ba da Lei n\u00ba 8.036/90, que garante atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria aos dep\u00f3sitos feitos no FGTS.\n\nComo \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, a TR deveria garantir o poder aquisitivo dos dep\u00f3sitos do FGTS, que se perfaz levando em conta os \u00edndices de infla\u00e7\u00e3o. Desde janeiro de 1999, a TR se distanciou sensivelmente dos\n\nAvenida Souza Naves, 9 - sala 1002 - Edif. J\u00falio Fuganti - tel. (43) 3323.5624 - 26\n\n86.010-921\n\n-\n\nLondrina\n\n- Pr.\n\n\fS\u00c9RGIO ANTONIO TIZZIANI\nadvogado\n\u00edndices oficiais de infla\u00e7\u00e3o, impingindo profundas perdas aos dep\u00f3sitos do FGTS, tornando-se inid\u00f4nea para garantir a reposi\u00e7\u00e3o de perdas monet\u00e1rias.\nA inidoneidade da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria decorre de mudan\u00e7as introduzidas na sua metodologia de c\u00e1lculo pelo Banco Central do Brasil/CMN que, atrav\u00e9s do mecanismo econ\u00f4mico de um redutor, vem nitidamente manipulando o \u00edndice para que ele se desprenda da infla\u00e7\u00e3o at\u00e9 anul\u00e1-la completamente, a despeito de um quadro de infla\u00e7\u00e3o persistente no Pa\u00eds.\nA Caixa Econ\u00f4mica Federal est\u00e1 se prestando ao papel de espoliador do FGTS, na medida em que disp\u00f5e do patrim\u00f4nio do trabalhador sem a devida contrapresta\u00e7\u00e3o. A corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria aplicada ao FGTS tem sido h\u00e1 muito tempo menor que a infla\u00e7\u00e3o registrada, de forma que descumpre n\u00e3o s\u00f3 o artigo 2\u00ba da lei n\u00ba 8.036/90, artigo 233 do C\u00f3digo Civil, mas tamb\u00e9m toda a l\u00f3gica e princ\u00edpios do mercado econ\u00f4mico.\nQuem empresta tem direito a ser remunerado com juros e a totalidade da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. O trabalhador n\u00e3o pode ser obrigado a subsidiar ainda mais os projetos do Governo Federal. O \u201cainda mais\u201d decorre do fato de os juros de 3% do FGTS serem os menores do mercado, o qu\u00ea, por si s\u00f3, demonstra que ele j\u00e1 est\u00e1 fazendo sua parte sob a perspectiva social.\nNegar o direito de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria aos dep\u00f3sitos do FGTS, Fundo do qual o trabalhador n\u00e3o pode simplesmente sacar seu dinheiro para aplicar em outro fundo mais rent\u00e1vel, configura ato de tirania, incompat\u00edvel com um Estado Democr\u00e1tico de Direito e deve ser de pronto recha\u00e7ado.\nSe o Governo Brasileiro remunerasse os investidores internacionais com TR mais 3% a.a, como faz com os trabalhadores, haveria um fuga em massa dos investimentos no Pa\u00eds, e certamente estar\u00edamos experimentando uma tsunami econ\u00f4mica e n\u00e3o uma simples \u201cmarolinha\u201d.\nSendo a TR \u00edndice inid\u00f4neo para restabelecer o poder aquisitivo dos dep\u00f3sitos do FGTS, sua substitui\u00e7\u00e3o por outro \u00edndice que melhor recomponha as perdas monet\u00e1rias se torna imperioso, a fim de fazer prevalecer o artigo 2\u00ba da lei n\u00ba 8.036/90 e artigo 233 do C\u00f3digo Civil.\nPosto que desde janeiro de 1999 o redutor criado pelo Banco Central/CMN promoveu o completo distanciamento da TR dos \u00edndices oficiais de infla\u00e7\u00e3o, temos que desde ent\u00e3o ela perdeu sua condi\u00e7\u00e3o de repor as perdas inflacion\u00e1rias dos dep\u00f3sitos do FGTS, devendo desde esta data ser substitu\u00edda pelo INPC, alternativamente, pelo IPCA.\n\nAvenida Souza Naves, 9 - sala 1002 - Edif. J\u00falio Fuganti - tel. (43) 3323.5624 - 27\n\n86.010-921\n\n-\n\nLondrina\n\n- Pr.\n\n\fVIII - DOS PEDIDOS\n\nS\u00c9RGIO ANTONIO TIZZIANI\nadvogado\n\nAntes o exporto, o Autor requer:\n\na) Seja a presente a\u00e7\u00e3o julgada totalmente procedente, requerendose:\n\na.1) A concess\u00e3o de tutela antecipada para que a TR seja substitu\u00edda pelo INPC como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos efetuados em nome do autor(es)a partir da concess\u00e3o at\u00e9 o tr\u00e2nsito em julgado da presente a\u00e7\u00e3o, com a consequente aplica\u00e7\u00e3o do novo \u00edndice sobre os dep\u00f3sitos constantes das contas vinculadas do (s) Autor (es); ou\n\na.2) que a TR seja substitu\u00edda pelo IPCA como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos efetuados em nome do(s) autor(es) a partir de sua concess\u00e3o at\u00e9 o tr\u00e2nsito em julgado da presente a\u00e7\u00e3o, com a consequente aplica\u00e7\u00e3o do novo \u00edndice sobre os dep\u00f3sitos constantes das contas vinculadas do (s) Autor (es); ou\n\na.3) a aplica\u00e7\u00e3o de qualquer outro \u00edndice que reponha as perdas inflacion\u00e1rias do trabalhador nas contas do FGTS, no entender deste Doutor Ju\u00edzo, at\u00e9 o tr\u00e2nsito em julgado da presente a\u00e7\u00e3o, com a consequente aplica\u00e7\u00e3o do novo \u00edndice sobre os dep\u00f3sitos constantes das contas vinculadas do (s) Autor (es).\n\nb) A cita\u00e7\u00e3o da requerida, para querendo contestar a presente a\u00e7\u00e3o.\n\nCaixa para:\n\nc) Ao final, a confirma\u00e7\u00e3o da tutela antecipada e a condena\u00e7\u00e3o da\n\nc.1) pagar, a favor do Autor o valor correspondente \u00e0s diferen\u00e7as de FGTS em raz\u00e3o da aplica\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria pelo INPC nos meses em que a TR foi zero, nas parcelas vencidas e vincendas; e\n\nc.2) pagar, a favor do Autor o valor correspondente \u00e0s diferen\u00e7as de FGTS em raz\u00e3o da aplica\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria pelo INPC, desde Janeiro de 1999, nos meses em que a TR n\u00e3o foi zero, mas foi menor que a infla\u00e7\u00e3o do per\u00edodo; ou\n\nc.3) pagar, a favor do Autor o valor correspondente \u00e0s diferen\u00e7as de FGTS em raz\u00e3o da aplica\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria pelo IPCA nos meses em que a TR foi zero; e\n\nc.4) pagar, a favor do Autor o valor correspondente \u00e0s diferen\u00e7as de FGTS em raz\u00e3o da aplica\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria pelo IPCA, desde Janeiro de 1999, nos meses em que a TR n\u00e3o foi zero, mas foi menor que a infla\u00e7\u00e3o do per\u00edodo; ou\n\nc.5) pagar, a favor do Autor o valor correspondente \u00e0s diferen\u00e7as de FGTS em raz\u00e3o da aplica\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria por qualquer outro \u00edndice que reponha as perdas inflacion\u00e1rias do trabalhador nas contas do FGTS, no entender deste Ju\u00edzo, desde Janeiro de 1999, inclusive nos meses em que a TR foi zero.\n\nAvenida Souza Naves, 9 - sala 1002 - Edif. J\u00falio Fuganti - tel. (43) 3323.5624 - 28\n\n86.010-921\n\n-\n\nLondrina\n\n- Pr.\n\n\fS\u00c9RGIO ANTONIO TIZZIANI\nadvogado\nd) Sobre os valores devidos pela condena\u00e7\u00e3o de que tratam os itens acima, dever\u00e3o incidir corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria desde a inadimpl\u00eancia da Caixa, bem como os juros legais.\ne) A condena\u00e7\u00e3o da Caixa ao pagamento das custas e honor\u00e1rios advocat\u00edcios de 20% sobre o valor da condena\u00e7\u00e3o.\nf) A concess\u00e3o da gratuidade da justi\u00e7a, porquanto a parte autora n\u00e3o possui condi\u00e7\u00f5es financeiras para recolhimento de custas ou despesas processuais. Subsidiariamente, requer sejam as custas recolhidas ao final;\ng) Requer, ainda, que este MM. Juiz Federal \"a quo\" manifeste-se em sua r. senten\u00e7a sobre a exig\u00eancia de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria do art. 2\u00ba da lei n\u00ba 8.036/90 que garante atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria aos dep\u00f3sitos das contas vinculadas do FGTS;\nh) Requer, por fim, que este MM. Juiz Federal \"a quo\" manifestese em sua r. senten\u00e7a sobre os fundamentos que a utiliza\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o desobedeceria os limites materiais de in\u00fameros fundamentos e princ\u00edpios constitucionais, como o Estado Democr\u00e1tico de Direito, atentando contra a Dignidade da pessoa Humana (art. 1\u00ba e inciso III, da CF), bem como os princ\u00edpios da igualdade, seguran\u00e7a jur\u00eddica (art. 5\u00ba, caput, da CF), da prote\u00e7\u00e3o ao direito de propriedade, direito adquirido (art. 5\u00ba, XXII e XXXVI da CF) e moralidade (art. 37 da CF). Logo, resta PREQUESTIONADA a mat\u00e9ria pugnando pela PROCED\u00caNCIA DO PREQUESTIONAMENTO suscitado, requerendo ao Excelent\u00edssimo JUIZ FEDERAL que se pronuncie de forma objetiva, expl\u00edcita e fundamentada sobre o assunto.\nProtesta provar o alegado por todos os meios de prova admitidos em direito, principalmente prova documental.\nAtribui-se \u00e0 causa o valor l\u00edquido apurado na(s) planilha(s) de c\u00e1lculo acostadas, em montante de R$. 1.868,24.\nLondrina, 29 de Abril de 2014.\n\nS\u00e9rgio Antonio Tizziani Advogado \u2013 OAB.Pr. 24.989\n\nAvenida Souza Naves, 9 - sala 1002 - Edif. J\u00falio Fuganti - tel. (43) 3323.5624 - 29\n\n86.010-921\n\n-\n\nLondrina\n\n- Pr.\n\n\f" } ], "similar_texts_federais_solon": [ { "header": "Texto Similar 1 (Solon) - IdDocumentoCompleto: 5002171-50.2016.4.04.7204-721459193332553610210000000001", "text": "S\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nEXCELENT\u00cdSSIMO (A) SENHOR (A) JUIZ (A) FEDERAL DA ___ VARA FEDERAL DA SUBSE\u00c7\u00c3O JUDICI\u00c1RIA DE CRICI\u00daMA - SC\n\nA PARTE AUTORA, j\u00e1 qualificada eletronicamente, por seus procuradores que esta subscrevem, Dr. GEBDIEL GON\u00c7ALVES S\u00c1, brasileiro, casado, advogado devidamente inscrito na OAB/SC sob o n\u00ba 23.914 e JAIR S\u00c1 JUNIOR, brasileiro, casado, advogado devidamente inscrito na OAB/SC 26.344, ambos com endere\u00e7o profissional a Rua Jo\u00e3o Pessoa, n\u00ba 380, centro, munic\u00edpio de Crici\u00fama, SC, onde recebe avisos e intima\u00e7\u00f5es, v\u00eam \u00e0 presen\u00e7a de V. Ex\u00aa, com o devido respeito, propor a presente:\nA\u00c7\u00c3O ORDIN\u00c1RIA DE CORRE\u00c7\u00c3O DOS SALDOS DO FGTS\nEm desfavor da CAIXA ECON\u00d4MICA FEDERAL, com sede no SBS quadra 04 lotes 3/4 Matriz, Bras\u00edlia \u2013 DF, CEP: 70092-900 e com filial nesta cidade, situada \u00e0 rua Santo Antonio, 180, CEP 88801-440, pelas raz\u00f5es de fato e de direito que passa a expor.\n1. DOS FATOS\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nO processo em tela trata de quest\u00e3o de extrema import\u00e2ncia para\nmilh\u00f5es de trabalhadores brasileiros e diz respeito ao Fundo de Garantia por\nTempo de Servi\u00e7o. O Fundo de Garantia por Tempo de Servi\u00e7o foi criado na\nd\u00e9cada de 1960 para proteger o trabalhador, como suced\u00e2neo da antiga\nestabilidade decenal. \u00c9 constitu\u00eddo por valores depositados pelas empresas em\nnome de seus empregados e possibilita que o trabalhador forme um patrim\u00f4nio.\nNesse sentido, verifica-se no s\u00edtio eletr\u00f4nico da Caixa Econ\u00f4mica\nFederal que o FGTS hoje financia programas de habita\u00e7\u00e3o popular, saneamento\nb\u00e1sico e infraestrutura urbana.\nAssim, o FGTS \u00e9 regido pelas disposi\u00e7\u00f5es da Lei n\u00ba 8.036, de 11 de\nmaio de 1990, por normas e diretrizes estabelecidas pelo seu Conselho Curador e\ngerido pela Caixa Econ\u00f4mica Federal. Dos artigos 2\u00ba e 13 da Lei n\u00ba 8.036/90 extraI-se que h\u00e1 uma\nobrigatoriedade de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e de remunera\u00e7\u00e3o por meio de juros\ndos dep\u00f3sitos efetuados nas contas vinculadas do FGTS, sen\u00e3o vejamos:\nArt. 2\u00ba O FGTS \u00e9 constitu\u00eddo pelos saldos das contas vinculadas a que se refere esta lei e outros recursos a ele incorporados, devendo ser aplicados com atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e juros, de modo a assegurar a cobertura de suas obriga\u00e7\u00f5es. Art. 13. Os dep\u00f3sitos efetuados nas contas vinculadas ser\u00e3o corrigidos monetariamente com base nos par\u00e2metros fixados para atualiza\u00e7\u00e3o dos saldos dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a e capitaliza\u00e7\u00e3o juros de (tr\u00eas) por cento ao ano.\n\nRessalte-se que o par\u00e2metro fixado para a atualiza\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos dos saldos de poupan\u00e7a e consequentemente dos dep\u00f3sitos do FGTS \u00e9 a Taxa Referencial \u2013 TR, conforme prescrevem os artigos 12 e 17 da Lei n\u00ba 8.177, de 1\u00ba de mar\u00e7o de 1991, com reda\u00e7\u00e3o da lei n\u00ba 12.703, de 7 de agosto de 2012, cuja dic\u00e7\u00e3o \u00e9 a seguinte:\n\nArt. 12. Em cada per\u00edodo de rendimento, os dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a ser\u00e3o remunerados:I - como remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica, por taxa correspondente \u00e0 acumula\u00e7\u00e3o das TRD, no per\u00edodo transcorrido entre o dia do \u00faltimo cr\u00e9dito de rendimento, inclusive, e o dia do cr\u00e9dito de rendimento, exclusive;II - como remunera\u00e7\u00e3o adicional, por juros de: (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n \u00ba 12.703, de 2012)a) 0,5% (cinco d\u00e9cimos por cento) ao m\u00eas, enquanto a meta da taxa Selic\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nao ano, definida pelo Banco Central do Brasil, for superior a 8,5% (oito inteiros e cinco d\u00e9cimos por cento); ou (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n \u00ba 12.703, de 2012)b) 70% (setenta por cento) da meta da taxa Selic ao ano, definida pelo Banco Central do Brasil, mensalizada, vigente na data de in\u00edcio do per\u00edodo de rendimento, nos demais casos. (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n \u00ba 12.703, de 2012)(...)\n\nArt. 17. A partir de fevereiro de 1991, os saldos das contas do Fundo de Garantia por Tempo de Servi\u00e7o (FGTS) passam a ser remunerados pela taxa aplic\u00e1vel \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a com data de anivers\u00e1rio no dia 1\u00b0, observada a periodicidade mensal para remunera\u00e7\u00e3o. Par\u00e1grafo \u00fanico. As taxas de juros previstas na legisla\u00e7\u00e3o em vigor do FGTS s\u00e3o mantidas e consideradas como adicionais \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o prevista neste artigo.\nRetrata a Lei n\u00ba 8.177/91 a forma como a TR ser\u00e1 calculada:\nArt. 1\u00b0 O Banco Central do Brasil divulgar\u00e1 Taxa Referencial (TR), calculada a partir da remunera\u00e7\u00e3o mensal m\u00e9dia l\u00edquida de impostos, dos dep\u00f3sitos a prazo fixo captados nos bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos m\u00faltiplos com carteira comercial ou de investimentos, caixas econ\u00f4micas, ou dos t\u00edtulos p\u00fablicos federais, estaduais e municipais, de acordo com metodologia a ser aprovada pelo Conselho Monet\u00e1rio Nacional, no prazo de sessenta dias, e enviada ao conhecimento do Senado Federal.\u00a7 1\u00b0 A TR ser\u00e1 mensalmente divulgada pelo Banco Central do Brasil, no m\u00e1ximo at\u00e9 o oitavo dia \u00fatil do m\u00eas de refer\u00eancia. (Revogado pela Lei n\u00ba 8.660, de 1993)\u00a7 2\u00b0 As institui\u00e7\u00f5es que venham a ser utilizadas como bancos de refer\u00eancia, dentre elas, necessariamente, as dez maiores do Pa\u00eds, classificadas pelo volume de dep\u00f3sitos a prazo fixo, est\u00e3o obrigadas a fornecer as informa\u00e7\u00f5es de que trata este artigo, segundo normas estabelecidas pelo Conselho Monet\u00e1rio Nacional, sujeitando-se a institui\u00e7\u00e3o e seus administradores, no caso de infra\u00e7\u00e3o \u00e0s referidas normas, \u00e0s penas estabelecidas no art. 44 da Lei n\u00b0 4.595, de 31 de dezembro de 1964.\u00a7 3\u00b0 Enquanto n\u00e3o aprovada a metodologia de c\u00e1lculo de que trata este artigo, o Banco Central do Brasil fixar\u00e1 a TR.\n\nLogo, a metodologia de c\u00e1lculo foi h\u00e1 muito tempo definida pela Banco Central-Conselho Monet\u00e1rio Nacional (CMN), e hoje est\u00e1 vigente sob a forma da Resolu\u00e7\u00e3o n\u00ba 3.354, de 31 de mar\u00e7o de 2006.\nOcorre que, h\u00e1 muito tempo, a TR n\u00e3o reflete mais a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, tendo se distanciado completamente dos \u00edndices oficiais de infla\u00e7\u00e3o. Nos meses de setembro, outubro e novembro de 2009, janeiro e fevereiro de 2010, fevereiro e junho de 2012 e de setembro de 2012 em diante, a TR tem sido completamente anulada, como se n\u00e3o existisse qualquer infla\u00e7\u00e3o no per\u00edodo pass\u00edvel de corre\u00e7\u00e3o.\n\n2. PRELIMINARMENTE\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\na) LEGITIMIDADE PASSIVA DA CAIXA ECON\u00d4MICA FEDERAL\nTendo-se em vista que o processo em tela versa sobre corre\u00e7\u00e3o\nmonet\u00e1ria dos dep\u00f3sitos de FGTS, sobressai irrefut\u00e1vel a legitimidade passiva e\nexclusiva da Caixa Econ\u00f4mica Federal, conforme precedentes do STJ, sen\u00e3o\nvejamos:\nA\u00c7\u00c3O RESCIS\u00d3RIA. ADMINISTRATIVO. FGTS. CORRE\u00c7\u00c3O DOS SALDOS DAS CONTAS VINCULADAS. DIFEREN\u00c7AS DE EXPURGOS INFLACION\u00c1RIOS. TEMA J\u00c1 PACIFICADO NO STJ. PROCED\u00caNCIA DA A\u00c7\u00c3O.1. A mat\u00e9ria referente \u00e0 corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria das contas vinculadas ao FGTS, em raz\u00e3o das diferen\u00e7as de expurgos inflacion\u00e1rios, foi decidida pela Primeira Se\u00e7\u00e3o deste Superior Tribunal, no REsp n.1.111.201 - PE e no REsp n. 1.112.520 - PE, de relatoria do Exmo.Min. Benedito Gon\u00e7alves, ambos submetidos ao regime do art. 543-C do CPC e da Resolu\u00e7\u00e3o n. 8/08 do STJ, que tratam dos recursos representativos da controv\u00e9rsia, publicados no DJe de 4.3.2010.(...)3. Quanto \u00e0s demais preliminares alegadas, devidamente prequestionadas, esta Corte tem o entendimento no sentido de que, nas demandas que tratam da atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos saldos das contas vinculadas do FGTS, a legitimidade passiva ad causam \u00e9 exclusiva da Caixa Econ\u00f4mica Federal, por ser gestora do Fundo, com a exclus\u00e3o da Uni\u00e3o e dos bancos deposit\u00e1rios (S\u00famula 249/STJ).(...)(AR 1.962/SC, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, PRIMEIRA SE\u00c7\u00c3O, julgado em 08/02/2012, DJe 27/02/2012)\nS\u00famula 249/STJ \u2013 A Caixa Econ\u00f4mica Federal tem legitimidade passiva para integrar processo em que se discute corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria do FGTS.\nAssim, a presente a\u00e7\u00e3o foi proposta exclusivamente contra a\nCaixa Econ\u00f4mica Federal, conforme pacificamente definido pela jurisprud\u00eancia\nnacional.\nb) DA PRESCRI\u00c7\u00c3O\nNo que tange ao prazo prescricional, j\u00e1 est\u00e1 amplamente\nassentado na doutrina e jurisprud\u00eancia, que em rela\u00e7\u00e3o ao pleito de corre\u00e7\u00e3o\nmonet\u00e1ria do FGTS, a prescri\u00e7\u00e3o \u00e9 trinten\u00e1ria.\nNeste sentido, decis\u00e3o do STJ:\nRECURSO ESPECIAL. TRIBUT\u00c1RIO. FGTS. CORRE\u00c7\u00c3O DOS SALDOS DAS CONTAS VINCULADAS. DIFEREN\u00c7AS DE EXPURGOS INFLACION\u00c1RIOS. TEMA J\u00c1 JULGADO PELO REGIME DO ART. 543-C DO CPC E DA RESOLU\u00c7\u00c3O N. 8/08 DO STJ, QUE TRATAM DOS RECURSOS REPRESENTATIVOS DE CONTROV\u00c9RSIA.(...)3. No REsp n. 1.112.520 - PE, por seu turno, firmou-se o seguinte entendimento: 4. Outrossim,\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nn\u00e3o deve prevalecer a interpreta\u00e7\u00e3o da recorrente quanto \u00e0 ocorr\u00eancia de prescri\u00e7\u00e3o quinquenal, pois este Tribunal j\u00e1 decidiu que \u00e9 trinten\u00e1ria a prescri\u00e7\u00e3o para cobran\u00e7a de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria de contas vinculadas ao FGTS, nos termos das S\u00famula 210/STJ: \"A a\u00e7\u00e3o de cobran\u00e7a das contribui\u00e7\u00f5es para o FGTS prescreve em (30) trinta anos\".(...)(REsp 1150446 RJ 2009/0143136-0, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, Julgamento: 10/08/2010, \u00d3rg\u00e3o Julgador: T2 - SEGUNDA TURMA, Publica\u00e7\u00e3o: DJe 10/09/2010)\n\nAssim, a a\u00e7\u00e3o ora proposta n\u00e3o est\u00e1 alcan\u00e7ada pela prescri\u00e7\u00e3o trinten\u00e1ria, conforme se demonstrar\u00e1 adiante.\n\n2. DO M\u00c9RITO\n\na) AN\u00c1LISE DA CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA E DO FGTS\nA corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria existe entre n\u00f3s desde a d\u00e9cada de 1960. O principal te\u00f3rico da Corre\u00e7\u00e3o Monet\u00e1ria, o Advogado Tributarista Bulh\u00f5es Pedreira explica o seguinte:\n\u2019\u201dPor analogia com as unidades de medidas f\u00edsicas podemos dizer que o n\u00edvel geral de pre\u00e7os \u00e9 o padr\u00e3o prim\u00e1rio do valor financeiro, enquanto que a unidade monet\u00e1ria serve como padr\u00e3o secund\u00e1rio \u2013 usado, na pr\u00e1tica, para exprimir o valor financeiro, mas que deve ser aferido pelo padr\u00e3o prim\u00e1rio porque sujeito a modifica\u00e7\u00f5es.\u201d (BULH\u00d5ES PEDREIRA, Jos\u00e9 Luiz, \u201cCorre\u00e7\u00e3o Monet\u00e1ria; Indexa\u00e7\u00e3o Cambial. Obriga\u00e7\u00e3o Pecuni\u00e1ria\u201d, in \u201cRevista de Direito Administrativo\u201d, c. 193 p, 353 a 372 Jul/Set 1993).\nAinda, o autor Let\u00e1cio Jansen diz que Bulh\u00f5es Pedreira teria conseguido institucionalizar e colocar em pr\u00e1tica a sua doutrina principalmente atrav\u00e9s da Lei n\u00ba 4.357, de 1964, que criou o primeiro indexador da Economia Brasileira \u2013 a ORTN (obriga\u00e7\u00e3o reajust\u00e1vel do tesouro nacional), uma obriga\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria cuja fun\u00e7\u00e3o era fazer variar, periodicamente, a moeda nacional segundo a perda de seus respectivos poderes aquisitivos http://www.scamargo.adv.br/scripts/forum/textoTema.asp?id=81&tema=nvalida de+da+taxa+referencial+(TR)%3A+o+Significado+da+ADI+493-0-df).\nDesde esta data, uma pl\u00eaiade de \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria foi se sucedendo, at\u00e9 a entrada em vigor da Medida Provis\u00f3ria n\u00ba 294, de 31 de\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\njaneiro de 1991, que se transformou na Lei n\u00ba 8.177, de 1\u00ba de mar\u00e7o de 1991. Nesta oportunidade o Governo Collor pretendeu substituir a s\u00e9rie de indexadores tradicionais da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria brasileira (ORTN, OTN e BTN) que eram vinculados \u00e0 varia\u00e7\u00e3o dos n\u00edveis gerais de pre\u00e7os, pela Taxa Referencial, que tinha natureza financeira.\nAinda hoje permanece a perplexidade em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 natureza jur\u00eddica da TR, at\u00e9 por conta da pr\u00f3pria inconsist\u00eancia da lei que a criou, que ora a trata como taxa de juros (artigo 39) ora como indexador (artigo 18).\nTaxas de juros objetivam promover a remunera\u00e7\u00e3o do capital. S\u00e3o calculadas por quem disponibiliza o capital em benef\u00edcio de outra pessoa, f\u00edsica ou jur\u00eddica, para que empregue para satisfa\u00e7\u00e3o de determinada necessidade, na expectativa de lucro. Os indexadores, por outro lado, podem ser entendidos como \u00edndices calculados a partir da varia\u00e7\u00e3o de pre\u00e7os de mercado em determinado per\u00edodo. O seu objetivo est\u00e1 na corre\u00e7\u00e3o dos efeitos inflacion\u00e1rios, quando se compara valores monet\u00e1rios em diferentes \u00e9pocas.\nPois bem. Quando o STF enfrentou o tema da natureza da TR, disse atrav\u00e9s do voto vencedor da ADI 493-0/DF que:\nA Taxa Referencial (TR) n\u00e3o \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, pois, refletindo as varia\u00e7\u00f5es do custo prim\u00e1rio da capta\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos a prazo fixo, n\u00e3o constitui \u00edndice que reflita a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda.\n\nN\u00e3o obstante, os Ministros vencidos Celso de Mello, Marco Aur\u00e9lio e Ilmar Galv\u00e3o entenderam que a estrutura de c\u00e1lculo da taxa referencial n\u00e3o era suficiente para impedir sua utiliza\u00e7\u00e3o como par\u00e2metro de indexa\u00e7\u00e3o da economia.\nMesmo assim, naquela oportunidade, o STF entendeu que a TR possu\u00eda natureza de taxa de juros e declarou inconstitucional o artigo 18 da Lei n\u00ba 8.177/91, cujo texto original estabelecia que os saldos devedores e as presta\u00e7\u00f5es dos contratos integrantes do SFH, passariam a ser atualizados pela taxa aplic\u00e1vel \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica dos Dep\u00f3sitos de Poupan\u00e7a. Vale a pena transcrever a ementa deste julgado:\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nA\u00e7\u00e3o direta de inconstitucionalidade.- Se a lei alcan\u00e7ar os efeitos futuros de contratos celebrados anteriormente a ela, ser\u00e1 essa lei retroativa (retroatividade m\u00ednima) porque vai interferir na causa, que e um ato ou fato ocorrido no passado.- O disposto no artigo 5, XXXVI, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal se aplica a toda e qualquer lei infraconstitucional, sem qualquer distin\u00e7\u00e3o entre lei de direito p\u00fablico e lei de direito privado, ou entre lei de ordem p\u00fablica e lei dispositiva. Precedente do S.T.F..- Ocorr\u00eancia, no caso, de viola\u00e7\u00e3o de direito adquirido. A taxa referencial (TR) n\u00e3o \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, pois, refletindo as varia\u00e7\u00f5es do custo prim\u00e1rio da capta\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos a prazo fixo, n\u00e3o constitui \u00edndice que reflita a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda. Por isso, n\u00e3o h\u00e1 necessidade de se examinar a quest\u00e3o de saber se as normas que alteram \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria se aplicam imediatamente, alcan\u00e7ando, pois, as presta\u00e7\u00f5es futuras de contratos celebrados no passado, sem violarem o disposto no artigo 5, XXXVI, da Carta Magna.- Tamb\u00e9m ofendem o ato jur\u00eddico perfeito os dispositivos impugnados que alteram o crit\u00e9rio de reajuste das presta\u00e7\u00f5es nos contratos j\u00e1 celebrados pelo sistema do Plano de Equival\u00eancia Salarial por Categoria Profissional (PES/CP). A\u00e7\u00e3o direta de inconstitucionalidade julgada procedente, para declarar a inconstitucionalidade dos artigos 18, \"caput\" e par\u00e1grafos 1 e 4; 20; 21 e par\u00e1grafo \u00fanico; 23 e par\u00e1grafos; e 24 e par\u00e1grafos, todos da Lei n. 8.177, de 1 de maio de 1991. (ADI 493, Relator (a): Min. Moreira Alves, Tribunal Pleno, julgado em 25/06/1992, DJ 04-09-1992 PP-14089 EMENT VOL-01674-02 PP-00260 RTJ VOL-00143-03 PP-00724)\n\nPor algum tempo, o pr\u00f3prio STJ rejeitou a TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, tanto para a poupan\u00e7a, quanto para o SFH. Neste sentido:\n\nCOMERCIAL. M\u00daTUO RURAL. CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA. VINCULA\u00c7\u00c3O AO\n\nCRIT\u00c9RIO DE REAJUSTE DOS DEP\u00d3SITOS EM CADERNETA DE POUPAN\u00c7A. LICITUDE.\n\nSUBSTITUI\u00c7\u00c3O PELA TR NOS MESES SUBSEQUENTES A FEVEREIRO/91. PREVIS\u00c3O DE\n\nUTILIZA\u00c7\u00c3O DA OTN. INDEXADOR CONTRATUALMENTE ELEITO. SUBSTITUI\u00c7\u00c3O EX\n\nLEGE PELA TR. INCONSTITUCIONALIDADE DECLARADA. ADO\u00c7\u00c3O DO INPC.\n\nPRECEDENTES.\n\nI \u2013 NO CONTRATO DE M\u00daTUO RURAL \u00c9 L\u00cdCITO O PACTO DE VINCULA\u00c7\u00c3O DA\n\nCORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA AO CRIT\u00c9RIO DE ATUALIZA\u00c7\u00c3O DOS DEP\u00d3SITOS EM\n\nCADERNETA DE POUPAN\u00c7A, RESULTANDO DEVIDA A INCID\u00caNCIA DO MESMO\n\nINDEXADOR NOS MESES SUBSEQUENTES A FEVEREIRO/91. (ART. 13 DA LEI 8.177).\n\nII \u2013 EM FACE DA POSI\u00c7\u00c3O DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL INADMITINDO A TR\n\nCOMO FATOR DE ATUALIZA\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA SUBSTITUTIVO DO BTN, A CORRE\u00c7\u00c3O\n\nDOS VALORES, CUJA FORMA DE REAJUSTE ESTAVA, POR LEI OU CONTRATO,\n\nATRELADA A VARIA\u00c7\u00c3O DO VALOR DE REFERIDO T\u00cdTULO DA D\u00cdVIDA P\u00daBLICA,\n\nCUMPRE SEJA PROCEDIDA, A PARTIR DA LEI 8.177/91, COM BASE NO INPC (REsp.\n\n40.777/GO, Rel. Ministro S\u00c1LVIO DE FIGUEIREDO TEIXEIRA, QUARTA TURMA,\n\njulgado em 13/11/1995, DJ 11/12/1995, p. 43225) (grifamos)\n\nADMINISTRATIVO - SFH - REAJUSTE DAS PRESTA\u00c7\u00d5ES E DO SALDO DEVEDOR -\n\nPLANO DE EQUIVAL\u00caNCIA SALARIAL (PES) - INAPLICABILIDADE DA TR \u2013 ADIN 493-\n\n0/STF - VANTAGENS PESSOAIS INCORPORADAS DEFINITIVAMENTE AO SAL\u00c1RIO -\n\nINCLUS\u00c3O NO C\u00c1LCULO - DIVERG\u00caNCIA JURISPRUDENCIAL\n\nN\u00c3O\n\nCOMPROVADA - RISTJ, ART. 255 E PAR\u00c1GRAFOS - S\u00daMULA 13/STJ -PRECEDENTES\n\nSTJ.- Nos contratos vinculados ao PES, o reajustamento das presta\u00e7\u00f5es deve\n\nobedecer \u00e0 varia\u00e7\u00e3o salarial dos mutu\u00e1rios, a fim de preservara equa\u00e7\u00e3o\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\necon\u00f4mico-financeira do pactuado.- As vantagens pessoais incorporadas, definitivamente, ao sal\u00e1rio ou vencimento do mutu\u00e1rio, incluem-se na verifica\u00e7\u00e3o da equival\u00eancia para fixa\u00e7\u00e3o das parcelas.- Declarada pelo STF a inconstitucionalidade da TR como fator de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria (ADIN 493-0), o reajustamento do saldo devedor,a exemplo das presta\u00e7\u00f5es mensais, tamb\u00e9m deve obedecer ao Plano de Equival\u00eancia Salarial.- Recurso conhecido e parcialmente provido(Resp 140.839/BA, Rel. Ministro FRANCISCO PE\u00c7ANHA MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 23/11/1999, DJ 21/02/2000, p. 112) (grifamos)\n\nSFH. PLANO DE EQUIVAL\u00caNCIA SALARIAL. REAJUSTE DAS PRESTA\u00c7\u00d5ES. ILEGITIMIDADE PASSIVA DA UNI\u00c3O. NULIDADE DO AC\u00d3RD\u00c3O. INOCORR\u00caNCIA. VANTAGENS PESSOAIS. INCLUS\u00c3O. CORRE\u00c7\u00c3O PELA TR. IMPOSSIBILIDADE. PRECEDENTES.(...)4. Inaplic\u00e1vel a TR como fator de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria Entendimento consagrado nesta Corte na esteira de orienta\u00e7\u00e3o tra\u00e7ada pelo STF.5. Recurso especial conhecido e parcialmente provido.(REsp 209.466/BA, Rel. Ministro FRANCISCO PE\u00c7ANHA MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 07/08/2001, DJ 17/06/2002, p. 231) (grifamos)\n\nTodavia, a Corte de Justi\u00e7a, fazendo uma releitura do voto do\nMinistro Moreira Alves do STF, mudou de entendimento, e passou a adotar a\nconstitucionalidade da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, conforme\ndemonstra o seguinte julgado:\nSISTEMA FINANCEIRO DA HABITA\u00c7\u00c3O. SALDO DEVEDOR. ATUALIZA\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA. TR.1. N\u00e3o \u00e9 inconstitucional a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria com base na Taxa Referencial - TR. O que \u00e9 inconstitucional \u00e9 sua aplica\u00e7\u00e3o retroativa. Foi isso o que decidiu o STF da ADI 493/DF, Pleno, Min. Moreira Alves, DJ de 04.09.1992, ao estabelecer o \u00e2mbito de incid\u00eancia da Lei 8.177, de 1991.2. Aos contratos de m\u00fatuo habitacional firmados no \u00e2mbito do SFH que prevejam a corre\u00e7\u00e3o do saldo devedor pela taxa b\u00e1sica aplic\u00e1vel aos dep\u00f3sitos da poupan\u00e7a aplica-se a Taxa Referencial, por expressa determina\u00e7\u00e3o legal. Precedentes da Corte Especial: AGEREsp 725917 / DF, Min. Laurita Vaz, DJ 19.06.2006; DERESP 453600 / DF, Min. Aldir Passarinho Junior, DJ 24.04.2006.3. Embargos de diverg\u00eancia a que se nega provimento.(EREsp 752.879/DF, Rel. Ministro\nTEORI ALBINO ZAVASCKI, CORTE ESPECIAL, julgado em 19/12/2006, DJ 12/03/2007, p. 184) (grifamos)\nEm rela\u00e7\u00e3o ao FGTS, h\u00e1 at\u00e9 a s\u00famula do STJ sobre a aplica\u00e7\u00e3o da\nTR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. Neste sentido:\nA Taxa Referencial (TR) \u00e9 o \u00edndice aplic\u00e1vel, a t\u00edtulo de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, aos d\u00e9bitos com o FGTS recolhidos pelo empregador\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nmas n\u00e3o repassados ao fundo. (S\u00famula 459, PRIMEIRA SE\u00c7\u00c3O, julgado em 25/08/2010, DJe 08/09/2010)\n\nComo dito alhures, aplica\u00e7\u00e3o de \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria se\npresta para recuperar o poder de compra do valor emprestado. Este poder de\ncompra \u00e9 diretamente influenciado por um processo inflacion\u00e1rio. O pr\u00f3prio STJ\nreconhece a influ\u00eancia da infla\u00e7\u00e3o e da defla\u00e7\u00e3o na composi\u00e7\u00e3o do \u00edndice de\ncorre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, sen\u00e3o vejamos:\nPREVIDENCI\u00c1RIO E ECON\u00d4MICO. T\u00cdTULO EXECUTIVO JUDICIAL. DETERMINA\u00c7\u00c3ODE CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA PELO IGP-M. \u00cdNDICES DE DEFLA\u00c7\u00c3O.APLICABILIDADE. OFENSA AO PRINC\u00cdPIO DA IRREDUTIBILIDADE DOS VENCIMENTOS. N\u00c3O OCORR\u00caNCIA. PRESERVA\u00c7\u00c3O DO VALOR NOMINAL DA OBRIGA\u00c7\u00c3O. PRECEDENTES.1. \"A corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria nada mais \u00e9 do que um mecanismo de manuten\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda, n\u00e3o devendo representar, consequentemente, por si s\u00f3, nem um plus nem um minus em sua subst\u00e2ncia. Corrigir o valor nominal da obriga\u00e7\u00e3o representa, portanto, manter, no tempo, o seu poder de compra original, alterado pelas oscila\u00e7\u00f5es inflacion\u00e1rias positivas e negativas ocorridas no per\u00edodo. Atualizar a obriga\u00e7\u00e3o levando em conta apenas oscila\u00e7\u00f5es positivas importaria distorcer a realidade econ\u00f4mica produzindo um resultado que n\u00e3o representa a simples manuten\u00e7\u00e3o do primitivo poder aquisitivo, mas um indevido acr\u00e9scimo no valor real. Nessa linha, estabelece o Manual de Orienta\u00e7\u00e3o de Procedimento de C\u00e1lculos aprovado pelo Conselho da Justi\u00e7a Federal que, n\u00e3o havendo decis\u00e3o judicial em contr\u00e1rio, \"os \u00edndices negativos de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria (defla\u00e7\u00e3o) ser\u00e3o considerados no c\u00e1lculo de atualiza\u00e7\u00e3o\", com a ressalva de que, se, no c\u00e1lculo final, 'a atualiza\u00e7\u00e3o implicar redu\u00e7\u00e3o do principal, deve prevalecer o valor nominal'\" (Corte Especial, REsp 1.265.580/RS, Rel. Min. TEORI ALBINO ZAVASCKI, DJe18/4/12).2. No precedente da Corte Especial, mencionado na decis\u00e3o agravada, ficou expressamente consignado que se, na atualiza\u00e7\u00e3o da d\u00edvida, houver redu\u00e7\u00e3o do principal, deve prevalecer o valor nominal, em respeito ao princ\u00edpio da irredutibilidade de vencimentos,previsto nos arts. 7\u00ba, VI e 37, XV, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal.3. A compreens\u00e3o no sentido de que n\u00e3o h\u00e1 viola\u00e7\u00e3o ao princ\u00edpio da irredutibilidade dos vencimentos, quando preservado o valor nominal da obriga\u00e7\u00e3o, encontra respaldo na jurisprud\u00eancia do STF e do STJ.4. Agravo regimental improvido.(AgRg nos EREsp 1252558/RS, Rel. Ministro SERGIO KUKINA, PRIMEIRA SE\u00c7\u00c3O, julgado em 13/03/2013, DJe 21/03/2013)(grifos nossos)\n\nN\u00e3o podemos nos esquecer de que a cultura da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria est\u00e1 de tal forma arraigada ao nosso sistema econ\u00f4mico, que o pr\u00f3prio C\u00f3digo Civil de 2002, traz diversos dispositivos garantindo atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria:\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nArt. 389. N\u00e3o cumprida a obriga\u00e7\u00e3o, responde o devedor por perdas e danos, mais juros e atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria segundo \u00edndices oficiais regularmente estabelecidos, e honor\u00e1rios de advogado. Art. 395. Responde o devedor pelos preju\u00edzos a que sua mora der causa, mais juros, atualiza\u00e7\u00e3o dos valores monet\u00e1rios segundo \u00edndices oficiais regularmente estabelecidos, e honor\u00e1rios de advogado. Art. 404. As perdas e danos, nas obriga\u00e7\u00f5es de pagamento em dinheiro, ser\u00e3o pagas com atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria segundo \u00edndices oficiais regularmente estabelecidos, abrangendo juros, custas e honor\u00e1rios de advogado, sem preju\u00edzo da pena convencional. Art. 418. Se a parte que deu as arras n\u00e3o executar o contrato, poder\u00e1 a outra t\u00ea-lo por desfeito, retendo-as; se a inexecu\u00e7\u00e3o for de quem recebeu as arras, poder\u00e1 quem as deu haver o contrato por desfeito, e exigir sua devolu\u00e7\u00e3o mais o equivalente, com atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria segundo \u00edndices oficiais regularmente estabelecidos, juros e honor\u00e1rios de advogado. Art. 772. A mora do segurador em pagar o sinistro obriga \u00e0 atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria da indeniza\u00e7\u00e3o devida segundo \u00edndices oficiais regularmente estabelecidos, sem preju\u00edzo dos juros morat\u00f3rios. Art. 884. Aquele que, sem justa causa, se enriquecer \u00e0 custa de outrem, ser\u00e1 obrigado a restituir o indevidamente auferido, feita a atualiza\u00e7\u00e3o dos valores monet\u00e1rios.\n\nEste retrospecto da evolu\u00e7\u00e3o legal e jurisprudencial a respeito da aplica\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria se fez necess\u00e1rio para que pud\u00e9ssemos chegar ao n\u00facleo do argumento desta a\u00e7\u00e3o.\nHoje, no pa\u00eds, h\u00e1 dois tipos de \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. \u00cdndices que refletem a infla\u00e7\u00e3o e, portanto, recuperam o poder de compra do valor aplicado, como o IPCA e o INPC, e um \u00edndice que n\u00e3o reflete a infla\u00e7\u00e3o, e consequentemente n\u00e3o recupera o poder de compra do valor aplicado \u2013 a Taxa Referencial/TR.\nHistoricamente, \u00e9 preciso lembrar que a Taxa Referencial nunca foi igual \u00e0 infla\u00e7\u00e3o. Nem quando experimentamos hiperinfla\u00e7\u00e3o, nem quando experimentamos defla\u00e7\u00e3o. Todavia, os \u00edndices da TR, do INPC e do IPCA, sempre andaram pr\u00f3ximos. Em outras palavras, imperava a razoabilidade nos \u00edndices da TR para que pudessem atingir a finalidade de corre\u00e7\u00e3o do valor do capital.\n\nANO 1991 1992\n\nTR 335,51% 1.156,22%\n\nINPC 475,11% 1.149,05%\n\nIPCA 472,69% 1.119,09%\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\n1993 1994 1995 1996\n\n2.474,73% 951,19% 31,6207% 9,5551%\n\n2.489,11% 929,32% 21,98% 9,125%\n\n2,477,15% 916,43% 22,41% 9,56%\n\nN\u00e3o obstante, o cen\u00e1rio come\u00e7a a mudar a partir de 1999. A TR se distancia expressivamente do INPC e do IPCA, ao ponto de hoje a infla\u00e7\u00e3o superar 6% ao ano e a TR ser igual a zero. Logo, ela n\u00e3o se presta para o fim de manter o poder aquisitivo dos dep\u00f3sitos do FGTS, que s\u00e3o um patrim\u00f4nio do trabalhador.\nO sentimento geral \u00e9 que h\u00e1 muito tempo o FGTS \u00e9 um fundo in\u00edquo por ele n\u00e3o ter recomposi\u00e7\u00e3o inflacion\u00e1ria dos seus recursos. Na verdade, o trabalhador n\u00e3o est\u00e1 financiando programas de habita\u00e7\u00e3o popular, saneamento b\u00e1sico e infraestrutura urbana, ele est\u00e1 subsidiando.\nAo contr\u00e1rio de outros investimentos, o FGTS n\u00e3o \u00e9 um fundo de livre disposi\u00e7\u00e3o por parte do trabalhador, n\u00e3o podendo ele decidir sponte pr\u00f3pria quais as aplica\u00e7\u00f5es que lhe s\u00e3o mais convenientes ou rent\u00e1veis. O trabalhador tem que se submeter a pol\u00edticas econ\u00f4micas e sociais que lhe s\u00e3o altamente prejudiciais.\nOra, mas a pr\u00f3pria Lei do FGTS diz em seu artigo 2\u00ba que \u00e9 garantida a atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e juros. Quando a TR \u00e9 igual a zero este artigo \u00e9 descumprido. Quando a TR \u00e9 m\u00ednima e totalmente desproporcional em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 infla\u00e7\u00e3o, este artigo tamb\u00e9m \u00e9 descumprido e o patrim\u00f4nio do trabalhador \u00e9 subtra\u00eddo por quem tem o dever legal de administr\u00e1-lo.\nEm um cen\u00e1rio de TR zero e infla\u00e7\u00e3o p\u00fablica e not\u00f3ria, estamos diante de uma situa\u00e7\u00e3o de confisco. O Governo Federal, atrav\u00e9s da Caixa Econ\u00f4mica Federal, est\u00e1 confiscando os rendimentos dos trabalhadores, para subsidiar pol\u00edticas p\u00fablicas, sem a menor possibilidade de inger\u00eancia destes trabalhadores.\nAssim como em nosso Estado Democr\u00e1tico de Direito, a Constitui\u00e7\u00e3o veda que se utilize o tributo com efeito de confisco, o trabalhador\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nn\u00e3o pode ser punido com o confisco do que a pr\u00f3pria Caixa define em seu s\u00edtio\neletr\u00f4nico, como um patrim\u00f4nio do trabalhador, e definitivamente o \u00e9.\nQuando se fala em patrim\u00f4nio, imediatamente sobrev\u00e9m li\u00e7\u00e3o da\nProfessora Maria Helena Diniz ao comentar o artigo 91 do Novo C\u00f3digo Civil:\nArt. 91. Constitui universalidade de direito o complexo de rela\u00e7\u00f5es jur\u00eddicas de uma pessoa, dotadas de valor econ\u00f4mico. Universalidade de direito. \u00c9 a constitu\u00edda por bens singulares corp\u00f3reos heterog\u00eaneos ou incorp\u00f3reos (complexo de rela\u00e7\u00f5es jur\u00eddicas), a que a norma jur\u00eddica, com o intuito de produzir certos efeitos, d\u00e1 unidade, por serem dotados de valor econ\u00f4mico, como p. ex., o patrim\u00f4nio (...) O patrim\u00f4nio e a heran\u00e7a s\u00e3o considerados como um conjunto, ou seja, como uma universalidade. Embora se constituam ou n\u00e3o de bens materiais e de cr\u00e9ditos, esses bens se unificam numa express\u00e3o econ\u00f4mica, que \u00e9 o valor. O patrim\u00f4nio \u00e9 complexo de rela\u00e7\u00f5es jur\u00eddicas de uma pessoa apreci\u00e1veis economicamente. Incluem-se no patrim\u00f4nio: a posse, os direitos reais, as obriga\u00e7\u00f5es e as a\u00e7\u00f5es correspondentes a tais direitos. O patrim\u00f4nio abrange direitos e deveres redut\u00edveis a dinheiro. (C\u00f3digo Civil Anotado, Ed. Saraiva, pag. 100) (grifamos).\n\nLevando em conta que a rela\u00e7\u00e3o jur\u00eddica entre os trabalhadores e a Caixa \u00e9 de direito pessoal, o artigo 233 do C\u00f3digo Civil se torna inafast\u00e1vel, na medida em que determina que a obriga\u00e7\u00e3o de dar coisa certa abrange os acess\u00f3rios, ainda que n\u00e3o mencionados.\n\nArt. 233. A obriga\u00e7\u00e3o de dar coisa certa abrange os acess\u00f3rios dela embora n\u00e3o mencionados, salvo se o contr\u00e1rio resultar do t\u00edtulo ou das circunst\u00e2ncias do caso.\nOra, acess\u00f3rios de dinheiro s\u00e3o os juros e a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. E ent\u00e3o voltamos \u00e0 Taxa Referencial.\nb) Manipula\u00e7\u00e3o da TR pelo Banco Central/CMN\nIndependentemente da discuss\u00e3o sobre sua natureza jur\u00eddica, vamos aqui partir do pressuposto, assentado pela jurisprud\u00eancia, principalmente do STJ, que a TR \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria.\nTanto o artigo 1\u00ba da lei n\u00ba 8.177/91 quando o artigo 5\u00ba da Lei n\u00ba 10.192/01 (que convolou a MP 1.053/95) atribu\u00edram ao Banco Central a regulamenta\u00e7\u00e3o da metodologia de c\u00e1lculo da TR, conforme crit\u00e9rio\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nestabelecido na lei e a expedi\u00e7\u00e3o das instru\u00e7\u00f5es necess\u00e1rias ao cumprimento\ndo artigo que criou a TBF.\nArt. 1\u00b0 O Banco Central do Brasil divulgar\u00e1 Taxa Referencial (TR), calculada a partir da remunera\u00e7\u00e3o mensal m\u00e9dia l\u00edquida de impostos, dos dep\u00f3sitos a prazo fixo captados nos bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos m\u00faltiplos com carteira comercial ou de investimentos, caixas econ\u00f4micas, ou dos t\u00edtulos p\u00fablicos federais, estaduais e municipais, de acordo com metodologia a ser aprovada pelo Conselho Monet\u00e1rio Nacional, no prazo de sessenta dias, e enviada ao conhecimento do Senado Federal. . (Lei n\u00ba 8177/91) Artigo 5\u00ba Fica institu\u00edda Taxa B\u00e1sica Financeira \u2013 TBF, para ser utilizada exclusivamente como base de remunera\u00e7\u00e3o de opera\u00e7\u00f5es realizadas no mercado financeiro, de prazo de dura\u00e7\u00e3o igual ou superior a sessenta dias. Par\u00e1grafo \u00fanico. O Conselho Monet\u00e1rio Nacional expedir\u00e1 as instru\u00e7\u00f5es necess\u00e1rias ao cumprimento do disposto neste artigo, podendo inclusive,\nampliar o prazo m\u00ednimo previsto no caput. (Lei n\u00ba 10.192/01)\n\nNo mister de regulamentar a TR, o Banco Central/CMN vem ao\nlongo dos anos criando e reinventando f\u00f3rmulas para encontr\u00e1-la. Pelo menos\ndesde a Resolu\u00e7\u00e3o 2.075, de 26 de maio de 1994, h\u00e1 f\u00f3rmulas para encontrar a\nTR. Todavia, \u00e9 com a institui\u00e7\u00e3o da Taxa B\u00e1sica Financeira, pela Medida\nProvis\u00f3ria 1.053/95, de 30 de junho de 1995, que a forma de c\u00e1lculo da TR sofre\numa expressiva reviravolta.\nDesde a Resolu\u00e7\u00e3o 2.437, de 30 de outubro de 1997, a TR \u00e9\ncalculada levando em conta a Taxa B\u00e1sica Financeira e um Redutor.\nA Resolu\u00e7\u00e3o 3.354/06, hoje vigente sobre o assunto, diz o seguinte:\nArt. 1\u00ba Estabelecer que, para fins de c\u00e1lculo da Taxa B\u00e1sica Financeira - TBF e da Taxa Referencial - TR, de que tratam os arts. 1\u00ba da Lei 8.177, de 1\u00ba de mar\u00e7o de 1991, 1\u00ba da Lei 8.660, de 28 de maio de 1993, e 5\u00ba da Lei 10.192, de 14 de fevereiro de 2001, deve ser constitu\u00edda amostra das 30 maiores institui\u00e7\u00f5es financeiras do Pa\u00eds, assim consideradas em fun\u00e7\u00e3o do volume de capta\u00e7\u00e3o efetuado por meio de certificados e recibos de dep\u00f3sito banc\u00e1rio (CDB/RDB), com prazo de 30 a 35 dias corridos, inclusive, e remunerados a taxas prefixadas, entre bancos m\u00faltiplos, bancos comerciais, bancos de investimento e caixas econ\u00f4micas. Art. 2\u00ba A TBF e a TR s\u00e3o calculadas a partir da remunera\u00e7\u00e3o mensal m\u00e9dia dos CDB/RDB emitidos a taxas de mercado prefixadas, com prazo de 30 a 35 dias corridos, inclusive, com base em informa\u00e7\u00f5es prestadas pelas institui\u00e7\u00f5es integrantes da amostra de que trata o art. 1\u00ba, na forma a ser determinada pelo Banco Central do Brasil. Art. 4\u00ba Para cada dia do m\u00eas - dia de refer\u00eancia -, o Banco Central do Brasil deve calcular a TBF, para o per\u00edodo de um m\u00eas, com in\u00edcio no pr\u00f3prio dia de refer\u00eancia e t\u00e9rmino no dia correspondente ao dia de refer\u00eancia no m\u00eas seguinte, considerada a hip\u00f3tese prevista no \u00a7 2\u00ba, inciso IV. (...)\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nArt. 5\u00ba Para cada TBF obtida, segundo a metodologia descrita no art. 4\u00ba, deve ser calculada a correspondente TR, pela aplica\u00e7\u00e3o de um redutor \"R\", de acordo com a seguinte f\u00f3rmula: TR = max {0,100 {[ (1 + TBF/100) / R ] - 1}} (em %). \u00a7 1\u00ba O valor do redutor 'R' deve ser calculado para todos os dias, inclusive n\u00e3o-\u00fateis, de acordo com a seguinte f\u00f3rmula: R = (a + b . TBF/100), onde:Resolu\u00e7\u00e3o n\u00ba 3354, de 31 de mar\u00e7o de 2006. TBF = TBF relativa ao dia de refer\u00eancia; a = 1,005; b = valor determinado de acordo com a tabela abaixo, em fun\u00e7\u00e3o da TBF obtida, segundo a metodologia descrita no art. 4\u00ba, em termos percentuais ao ano: TBF (% a.a.) b TBF maior que 16 0,48 TBF menor ou igual a 16 e maior que 15 0,44 TBF menor ou igual a 15 e maior que 14 0,40 TBF menor ou igual a 14 e maior que 13 0,36 TBF menor ou igual a 13 e maior ou igual a 11 0,32 Reda\u00e7\u00e3o dada pela Resolu\u00e7\u00e3o 3.446, de 05/03/2007. \u00a7 2\u00ba Fica o Banco Central do Brasil autorizado a determinar o valor do par\u00e2metro \"b\" no caso de a TBF obtida ser inferior a 11% a.a. (onze por cento ao ano).\n\nO peculiar nesta determina\u00e7\u00e3o do Banco Central/CMN, que de resto se repete desde 1997, \u00e9 que a TBF e TR s\u00e3o exatamente iguais em sua g\u00eanese at\u00e9 o momento em que se determina que se aplique um redutor \u00e0 TBF para se chegar \u00e0 TR.\nN\u00e3o h\u00e1 na Lei da TR previs\u00e3o de aplica\u00e7\u00e3o de redutor, assim como n\u00e3o h\u00e1 na Lei que criou a TBF. Todavia, causa estranheza que diante de um comando aberto como o do art. 5\u00ba da MP n\u00ba 1.503/95 (Lei n\u00ba 10.192/01), o Banco Central/CMN, com amplos poderes para regulamentar o assunto, n\u00e3o tenha institu\u00eddo um redutor, mas o tenha feito ao regulamentar o artigo 1\u00ba da lei n\u00ba 8.177/91, que n\u00e3o era t\u00e3o flex\u00edvel.\nExcel\u00eancia, hoje, o trabalhador que tem seu dinheiro aplicado no FGTS, e de l\u00e1 n\u00e3o pode retir\u00e1-lo para outro investimento, est\u00e1 sendo remunerado com 0,247% de juros ao m\u00eas e mais nada. N\u00e3o h\u00e1 nem corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria nem Taxa Referencial (independentemente da sua natureza jur\u00eddica), em flagrante ofensa ao artigo 2\u00ba da Lei n\u00ba 8.036/90, que imp\u00f5e a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos valores depositados pelo empregador.\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nAinda que se argumente que a aplica\u00e7\u00e3o do Redutor pelo Banco Central/CMN seja legal, sua redu\u00e7\u00e3o a zero em um cen\u00e1rio de infla\u00e7\u00e3o superior a 6% ao ano, configura flagrante afronta ao artigo 2\u00ba da Lei n\u00ba 8.036/90, que determina a atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, bem como ao artigo 233 do C\u00f3digo Civil, quando sonega os acess\u00f3rios da obriga\u00e7\u00e3o de dar.\nMas \u00e9 necess\u00e1rio ir mais al\u00e9m e revisitar o entendimento jurisprudencial sobre a TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, m\u00e1xime a partir da institui\u00e7\u00e3o de um redutor que tem por efeito zerar o \u00edndice da TR em um ambiente de infla\u00e7\u00e3o.\nO quadro comparativo mostra que a TR n\u00e3o se presta como atualizador monet\u00e1rio do FGTS, pelo menos desde janeiro de 1999. Desde o momento em que o Banco Central/CMN estabeleceu um redutor para a TR, ela deixou de ser um \u00edndice confi\u00e1vel para atualizar monetariamente as contas do FGTS, porque se descola dos \u00edndices de infla\u00e7\u00e3o, sendo reduzido ano a ano. A finalidade da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u00e9 manter o poder de compra do capital, e esta finalidade nem de perto vem sendo alcan\u00e7ada pela TR. A anula\u00e7\u00e3o total da TR \u00e9 s\u00f3 o desfecho desta pol\u00edtica predat\u00f3ria para o trabalhador.\nO trabalhador, que luta para formar um patrim\u00f4nio, tem que poder confiar na lei. Esta confian\u00e7a est\u00e1 quebrada.\nH\u00e1 a n\u00edtida expropria\u00e7\u00e3o do patrim\u00f4nio do trabalhador, na medida em que se nega a ele a devida atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria.\nO Poder Judici\u00e1rio h\u00e1 de se opor a este esbulho, confisco, expropria\u00e7\u00e3o que o trabalhador est\u00e1 sofrendo, desde janeiro de 1999, com as constantes redu\u00e7\u00f5es da TR em rela\u00e7\u00e3o aos \u00edndices de infla\u00e7\u00e3o, culminando na sua completa nulidade, ininterruptamente, desde setembro de 2012.\nEm 1991 e 1992, quando o STF julgou a ADI 493-0/DF, ele deixou bem assentado que a TR n\u00e3o constitu\u00eda \u00edndice que refletia a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda. Esta caracter\u00edstica da TR tem se confirmado ao longo dos anos. A sua aplica\u00e7\u00e3o aos saldos dos dep\u00f3sitos do FGTS tem gerado\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\n\u201cgigantesca destrui\u00e7\u00e3o de valor\u201d do patrim\u00f4nio do trabalhador. H\u00e1 anos, os trabalhadores que tem dep\u00f3sitos no FGTS n\u00e3o experimentam ganhos reais em sua aplica\u00e7\u00e3o. Ao contr\u00e1rio. H\u00e1 muito tempo, os trabalhadores tem rendimentos inferiores \u00e0 infla\u00e7\u00e3o, mesmo levando em conta a remunera\u00e7\u00e3o dos juros de 3% ao ano.\nO que torna a TR um \u00edndice inid\u00f4neo \u00e9 a intensa inger\u00eancia do Banco Central/CMN na sua formula\u00e7\u00e3o.\nDe pouco adiantaria ao trabalhador que fosse determinado ao Banco Central/CMN que recalculasse a TR, pois uma nova f\u00f3rmula estaria igualmente sob a discricionariedade e subjetivismo total do Banco. Basta avaliar a sucess\u00e3o de resolu\u00e7\u00f5es do Banco Central/CMN sobre o tema, conforme Parecer do referido Economista.\nPartindo da premissa inequ\u00edvoca de que a TR n\u00e3o rep\u00f5e as perdas monet\u00e1rias dos dep\u00f3sitos do FGTS, outro caminho n\u00e3o existe se n\u00e3o o de adotar um novo \u00edndice que verdadeiramente corrija estes dep\u00f3sitos.\n\nc) DOS \u00cdNDICES QUE EFETIVAMENTE PRODUZEM CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA\n\nA Lei de Introdu\u00e7\u00e3o \u00e0s Normas do direito Brasileiro estabelece em seu artigo 5\u00ba que na aplica\u00e7\u00e3o da lei, o juiz atender\u00e1 aos fins sociais a que ela se dirige e \u00e0s exig\u00eancias do bem comum.\nA Lei do FGTS tem um fim social indiscut\u00edvel, proteger o trabalhador e constituir um patrim\u00f4nio que lhe sirva de arrimo em v\u00e1rias situa\u00e7\u00f5es de sua vida.\nDiante de tudo que foi demonstrado, o juiz atender\u00e1 aos fins sociais da Lei do FGTS ao reconhecer que corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, reposi\u00e7\u00e3o dos \u00edndices inflacion\u00e1rios de forma a garantir o poder de compra daquele dinheiro ali depositado no Fundo, \u00e9 efetivamente devida pela Caixa.\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nSe a TR n\u00e3o pode ser considerada um \u00edndice id\u00f4neo, sobrev\u00e9m a necessidade de substitu\u00ed-la por um \u00edndice que realmente reponha as perdas monet\u00e1rias. E ent\u00e3o, nada obsta que o juiz considere \u00edndices previsto em outra legisla\u00e7\u00e3o.\nAt\u00e9 por uma quest\u00e3o de equidade, o melhor \u00edndice que pode substituir a TR \u00e9 o \u00edndice que corrige monetariamente o sal\u00e1rios dos trabalhadores e os benef\u00edcios previdenci\u00e1rios. Este \u00edndice est\u00e1 previsto na Lei 12.382 de 25 de fevereiro de 2011, cujos primeiros artigos trazem a seguinte dic\u00e7\u00e3o:\n\nArt. 1o O sal\u00e1rio m\u00ednimo passa a corresponder ao valor de R$ 545,00 (quinhentos e quarenta e cinco reais).\nPar\u00e1grafo \u00fanico. Em virtude do disposto no caput, o valor di\u00e1rio do sal\u00e1rio m\u00ednimo corresponder\u00e1 a R$ 18,17 (dezoito reais e dezessete centavos) e o valor hor\u00e1rio, a R$ 2,48 (dois reais e quarenta e oito centavos).\nArt. 2o Ficam estabelecidas as diretrizes para a pol\u00edtica de valoriza\u00e7\u00e3o do sal\u00e1rio m\u00ednimo a vigorar entre 2012 e 2015, inclusive, a serem aplicadas em 1o de janeiro do respectivo ano.\n\u00a7 1o Os reajustes para a preserva\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo do sal\u00e1rio m\u00ednimo corresponder\u00e3o \u00e0 varia\u00e7\u00e3o do \u00cdndice Nacional de Pre\u00e7os ao Consumidor INPC, calculado e divulgado pela Funda\u00e7\u00e3o Instituto Brasileiro de Geografia e Estat\u00edstica - IBGE, acumulada nos doze meses anteriores ao m\u00eas do reajuste.\n\u00a7 2o Na hip\u00f3tese de n\u00e3o divulga\u00e7\u00e3o do INPC referente a um ou mais meses compreendidos no per\u00edodo do c\u00e1lculo at\u00e9 o \u00faltimo dia \u00fatil imediatamente anterior \u00e0 vig\u00eancia do reajuste, o Poder Executivo estimar\u00e1 os \u00edndices dos meses n\u00e3o dispon\u00edveis.\n\u00a7 3o Verificada a hip\u00f3tese de que trata o \u00a7 2o, os \u00edndices estimados permanecer\u00e3o v\u00e1lidos para os fins desta Lei, sem qualquer revis\u00e3o, sendo os eventuais res\u00edduos compensados no reajuste subsequente, sem retroatividade.\n\u00a7 4o A t\u00edtulo de aumento real, ser\u00e3o aplicados os seguintes percentuais:\nI - em 2012, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do Produto Interno Bruto - PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2010;\nII - em 2013, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2011;\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nIII - em 2014, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2012; e\n\nIV - em 2015, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2013.\n\n\u00a7 5o Para fins do disposto no \u00a7 4o, ser\u00e1 utilizada a taxa de crescimento real do PIB para o ano de refer\u00eancia, divulgada pelo IBGE at\u00e9 o \u00faltimo dia \u00fatil do ano imediatamente anterior ao de aplica\u00e7\u00e3o do respectivo aumento real.\n\nN\u00e3o h\u00e1 porque ter dois pesos e duas medidas. Se o sal\u00e1rio m\u00ednimo \u00e9 corrigido monetariamente pelo INPC, o dep\u00f3sito do FGTS que, em \u00faltimas an\u00e1lise, \u00e9 um sal\u00e1rio indireto do trabalhador, tamb\u00e9m h\u00e1 de s\u00ea-lo.\nE observe que o objetivo da Lei em corrigir o sal\u00e1rio m\u00ednimo pelo INPC decorre exclusivamente da necessidade de preservar seu poder aquisitivo. A necessidade de preservar o poder aquisitivo \u00e9 um constante em todas as transa\u00e7\u00f5es financeiras, e ela s\u00f3 aperfei\u00e7oa quando rep\u00f5e efetivamente as perdas inflacion\u00e1rias.\nOutro \u00edndice que se mostra aplic\u00e1vel, na hip\u00f3tese deste douto Ju\u00edzo entender que n\u00e3o se aplicaria o INPC, \u00e9 o IPCA, \u00edndice oficial do Governo Federal para medi\u00e7\u00e3o das metas inflacion\u00e1rias, contratadas com o FMI, a partir de julho de 1999.\nAmbos os \u00edndices s\u00e3o infinitamente mais adequados a preservar o poder aquisitivo dos dep\u00f3sitos do FGTS do que a aniquilada TR.\n\n3. DO PREQUESTIONAMENTO PARA EVENTUAL INTERPOSI\u00c7\u00c3O DE RECURSO ESPECIAL OU RECURSO EXTRAORDIN\u00c1RIO\n\nInicialmente \u00e9 importante retratar que o tema em debate cuida de mat\u00e9ria de ordem p\u00fablica, a qual ultrapassa a esfera individual do cidad\u00e3o atingindo toda a ordem social quer seja jur\u00eddica, quer seja em \u00e2mbito pol\u00edticosocial afetando, dessa forma, toda a parcela da sociedade comprometida com o bem comum.\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nSublinha-se que a mat\u00e9ria ora ventilada, afronta de pronto preceitos Constitucionais que violam os Direitos Garantia de todos os trabalhadores que possuem conta vinculada do FGTS.\nAssim, h\u00e1 repercuss\u00e3o geral na presente a\u00e7\u00e3o, frente ao Estado Democr\u00e1tico de Direito, compromiss\u00e1rio e dirigente que tem como postulado a seguran\u00e7a jur\u00eddica.\nNo mais, com efeito, o tema apresenta relev\u00e2ncia do ponto de vista jur\u00eddico, uma vez que a defini\u00e7\u00e3o sobe a constitucionalidade dessa exa\u00e7\u00e3o nortear\u00e1 o julgamento de in\u00fameros processos similares, que tramitam neste e nos demais tribunais brasileiros. Al\u00e9m de fixar a interpreta\u00e7\u00e3o da Corte sobre os dispositivos constitucionais suscitados no feito.\nNesse contexto, em breve s\u00edntese, a aplica\u00e7\u00e3o da T.R como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria do FGTS, encontraria respaldo em dois artigos da Lei n\u00ba 8.036/90, art. 2\u00ba e art. 13.\nAssim, entendemos, data venia, que h\u00e1 uma obrigatoriedade de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e de remunera\u00e7\u00e3o por meio de juros dos dep\u00f3sitos efetuados nas contas vinculadas do FGTS, sen\u00e3o vejamos:\n\nArt. 2\u00ba O FGTS \u00e9 constitu\u00eddo pelos saldos das contas vinculadas a que se refere esta lei e outros recursos a ele incorporados, devendo ser aplicados com atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e juros, de modo a assegurar a cobertura de suas obriga\u00e7\u00f5es. Art. 13. Os dep\u00f3sitos efetuados nas contas vinculadas ser\u00e3o corrigidos monetariamente com base nos par\u00e2metros fixados para atualiza\u00e7\u00e3o dos saldos dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a e capitaliza\u00e7\u00e3o juros de (tr\u00eas) por cento ao ano.\nTodavia, a realiza\u00e7\u00e3o de interpreta\u00e7\u00e3o ou decis\u00e3o diversa, no\nsentido que as contas vinculadas do FGTS devem ser corrigidas pela TR, por for\u00e7a\ndo citado artigo 13, viria a ferir v\u00e1rios preceitos constitucionais.\nNesse sentido, referido artigo 13, desobedeceria os limites\nmateriais de in\u00fameros fundamentos e princ\u00edpios constitucionais, como o Estado\nDemocr\u00e1tico de Direito, atentando contra a Dignidade da pessoa Humana (art.\n1\u00ba e inciso III, da CF), bem como os princ\u00edpios da igualdade, seguran\u00e7a jur\u00eddica\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\n(art. 5\u00ba, caput, da CF), da prote\u00e7\u00e3o ao direito de propriedade, direito adquirido (art. 5\u00ba, XXII e XXXVI da CF) e moralidade (art. 37 da CF).\nNessa mesma linha, recentemente o Supremo Tribunal Federal decidiu pela inconstitucionalidade da utiliza\u00e7\u00e3o da Taxa Referencial - TR - como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria para o pagamento dos chamados precat\u00f3rios (ADI n\u00ba 4357) reafirmando entendimento anteriormente adotado por aquela Corte na ADI n\u00ba 493. Essa decis\u00e3o tem desdobramentos que v\u00e3o al\u00e9m do processo no qual foi tomada. Isso porque a Lei n\u00ba 8.036/90 que estabelece as bases do Fundo de Garantia por Tempo de Servi\u00e7o \u2013 FGTS \u2013 tamb\u00e9m prev\u00ea a aplica\u00e7\u00e3o de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e h\u00e1 muito tempo \u00e9 utilizado o referido \u00edndice (TR) para corrigir referido fundo, o mesmo agora considerado inconstitucional para este fim pelo STF.\nAssim, a parte autora h\u00e1 por bem PREQUESTIONAR a mat\u00e9ria, para efeito de eventual interposi\u00e7\u00e3o de Recurso Especial e/ou Extraordin\u00e1rio, conforme fundamentos que passa a expor:\nInicialmente devemos nos recordar que a dignidade da pessoa humana \u00e9 valor constitucional supremo que agrega em torno de si a unanimidade dos demais direitos e garantias fundamentais do homem, envolvendo-se tanto em rela\u00e7\u00e3o aos direito \u00e0 vida como, tamb\u00e9m, aos direitos pessoais tradicionais, os direitos sociais, econ\u00f4micos, e as liberdades p\u00fablicas em geral.\nEm verdade quando o texto constitucional proclama a dignidade da pessoa humana est\u00e1 corroborando um imperativo de justi\u00e7a social, e consigna, acima de tudo, um sobreprinc\u00edpio (\u00e9 o caso dos diretos fundamentais).\nNesse sentido, em rela\u00e7\u00e3o ao caso concreto, \u00e9 necess\u00e1rio aprofundarmos um pouco mais nas consequ\u00eancias que esta subtra\u00e7\u00e3o de recursos do patrim\u00f4nio do trabalhador traz a todos, individual e coletivamente.\n\u00c9 de conhecimento geral que o Sistema Financeiro de Habita\u00e7\u00e3o disp\u00f5e dos recursos do FGTS para financiar o maior sonho de todo brasileiro \u2013\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\ncasa pr\u00f3pria. Tamb\u00e9m \u00e9 de conhecimento geral que a Caixa Econ\u00f4mica Federal \u00e9 o Banco que mais se utiliza destes recursos do SFH para financiar, emprestar dinheiro para os brasileiros comprarem a casa pr\u00f3pria.\nE, embora em princ\u00edpio, n\u00e3o haja correla\u00e7\u00e3o entre o trabalhador que tem dep\u00f3sitos no FGTS que s\u00e3o emprestados para financiar a casa pr\u00f3pria, e aquele que se vale do empr\u00e9stimo do SFH para adquirir sua casa pr\u00f3pria, em algum momento, trabalhador e mutu\u00e1rio s\u00e3o a mesma pessoa.\nE neste contexto de mutu\u00e1rio e trabalhador serem a mesma pessoa \u00e9 que se evidencia a maior sordidez da hist\u00f3ria recente deste Pa\u00eds.\nJ\u00e1 seria reprov\u00e1vel o fato de a Caixa pegar um dinheiro a juros baixos e sem nenhuma corre\u00e7\u00e3o e emprest\u00e1-lo a juros muito altos, mesmo sem corre\u00e7\u00e3o (uma vez que a TR corrige presta\u00e7\u00f5es do SFH), evidencia que a institui\u00e7\u00e3o banc\u00e1ria leva imensa vantagem nesta negocia\u00e7\u00e3o.\nMas a situa\u00e7\u00e3o piora consideravelmente quando, a Caixa pega dinheiro a juros baixos, sem nenhuma corre\u00e7\u00e3o para o trabalhador, e empresta para ele mesmo.\nSuponhamos que um trabalhador queira adquirir uma casa pr\u00f3pria utilizando recursos do seu FGTS. Ele encontra o im\u00f3vel, mas verifica que seus recursos n\u00e3o s\u00e3o suficiente para adquiri-lo. Ent\u00e3o ele se dirige a um Banco para financiar a diferen\u00e7a, comprometendo sua renda por muitos anos.\nA maioria dos trabalhadores brasileiros, quando quer adquirir um im\u00f3vel, dirige-se \u00e0 Caixa Econ\u00f4mica Federal.\nTodavia, se o dep\u00f3sito do FGTS tivesse sido devidamente corrigido, se ele mantivesse seu poder de compra, ou o empr\u00e9stimo seria menor ou sequer haveria necessidade de o trabalhador comprometer sua renda e anos de trabalho para adquirir aquilo que \u00e9 o nosso sonho mais prim\u00e1rio, nossa necessidade mais rela como indiv\u00edduo e como povo brasileiro.\nA Caixa est\u00e1 emprestando para o trabalhador aquilo que ela deixou de pagar a ele a t\u00edtulo de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria na sua conta de FGTS.\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nO Trabalhador Brasileiro n\u00e3o merece isto! A Caixa vale-se da fragilidade humana para colocar-se como realizadora de sonhos, ao mesmo tempo em que, ano ap\u00f3s ano, aufere lucros exorbitantes \u00e0s custas do trabalhador. Ainda em rela\u00e7\u00e3o aos dispositivos constitucionais violados, apontamos a viola\u00e7\u00e3o ao direito de propriedade (art. 5\u00ba, XXII da CF) .\n\nO direito de propriedade decorre da pr\u00f3pria lei natural. Por isso, \u00e9 uma exig\u00eancia da natureza intelectual do homem. Enquanto os irracionais se contentam com a satisfa\u00e7\u00e3o de suas necessidades imediatas, o homem pode prever o seu futuro. Assim, para subsistir hoje e no tempo futuro, precisa apropriar-se de bens naturais, de consumo, bens fung\u00edveis e, tamb\u00e9m, de produ\u00e7\u00e3o.\n\nA propriedade \u00e9 a express\u00e3o da pessoa humana. \u00c9 fruto do seu trabalho ou do de seus antepassados. \u00c9 o espelho do indiv\u00edduo, que precisa de um aconchego preservado pela privacidade, onde pode ser ele mesmo, cercado dos sinais que identificam o seu eu. Ela estimula o trabalho, sendo o homem atra\u00eddo espontaneamente pela perspectiva da recompensa direta e pessoal de seus esfor\u00e7os.\n\nFinalmente, a propriedade \u00e9 penhor de uma sociedade articulada ou organizada, ao contr\u00e1rio da meramente coletiva, que tem por conseq\u00fc\u00eancia uma sociedade massificada, sem diversifica\u00e7\u00e3o nem liberdade. Ela defende os cidad\u00e3os contra a concentra\u00e7\u00e3o de todos os poderes nas m\u00e3os do Estado, garantindo a liberdade dos indiv\u00edduos e sua independ\u00eancia em rela\u00e7\u00e3o ao poder.\nNesse sentido:\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\n\"A propriedade faz parte da natureza do homem e da natureza das coisas. Como o trabalho, ela encerra um mist\u00e9rio \u2013 \u00e9 a proje\u00e7\u00e3o da personalidade humana sobre as coisas. A pessoa tende \u00e0 propriedade por um impulso instintivo, do mesmo modo que a nossa natureza animal tende ao alimento. O apetite da propriedade \u00e9 t\u00e3o natural \u00e0 nossa esp\u00e9cie como a fome e a sede; apenas \u00e9 de notar que estes s\u00e3o apetites da nossa natureza inferior, ao passo que aquele procede da nossa natureza superior. Todo o homem tem alma de propriet\u00e1rio, mesmo os que se julgam seus inimigos. \u00c9 isto que se entende quando se afirma que a propriedade decorre do direito natural\" (R.G. Renard, L\u2019\u00c9glise et la Question Sociale, p. 137 et seq.).\n\nPartindo das premissas acima, em 1991 e 1992, quando o STF julgou a ADI 493-0/DF, ele deixou bem assentado que a TR n\u00e3o constitu\u00eda \u00edndice que refletia a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda. Esta caracter\u00edstica da TR tem se confirmado ao longo dos anos. A sua aplica\u00e7\u00e3o aos saldos dos dep\u00f3sitos do FGTS tem gerado \u201cgigantesca destrui\u00e7\u00e3o de valor\u201d do patrim\u00f4nio do trabalhador. H\u00e1 anos, os trabalhadores que tem dep\u00f3sitos no FGTS n\u00e3o experimentam ganhos reais em sua aplica\u00e7\u00e3o. Ao contr\u00e1rio. H\u00e1 muito tempo, os trabalhadores tem rendimentos inferiores \u00e0 infla\u00e7\u00e3o, mesmo levando em conta a remunera\u00e7\u00e3o dos juros de 3% ao ano.\nO que torna a TR um \u00edndice inid\u00f4neo \u00e9 a intensa inger\u00eancia do Banco Central/CMN na sua formula\u00e7\u00e3o.\nDe pouco adiantaria ao trabalhador que fosse determinado ao Banco Central/CMN que recalculasse a TR, pois uma nova f\u00f3rmula estaria igualmente sob a discricionariedade e subjetivismo total do Banco. Basta avaliar a sucess\u00e3o de resolu\u00e7\u00f5es do Banco Central/CMN sobre o tema, conforme Parecer do referido Economista.\nPartindo da premissa inequ\u00edvoca de que a TR n\u00e3o rep\u00f5e as perdas monet\u00e1rias dos dep\u00f3sitos do FGTS - verifica-se de forma incontest\u00e1vel a destrui\u00e7\u00e3o de valor \u201ddo patrim\u00f4nio do trabalhador., outro caminho n\u00e3o existe se n\u00e3o o de adotar um novo \u00edndice que verdadeiramente corrija estes dep\u00f3sitos.\nComo se sabe, o \u00edndice de remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sico da poupan\u00e7a \u00e9 a Taxa Referencial \u2013 TR, \u00edndice controlado pelo Estado, e utilizado como instrumento de controle da economia \u2013 vide os sucessivos \u00edndices mensais\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nzerados, a fim de controle de aporte de capital nas poupan\u00e7as. Tanto a TR n\u00e3o se presta como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, que o STF j\u00e1 decidiu nesse sentido: \u2018A taxa referencial (TR) n\u00e3o \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria (...) n\u00e3o constitui \u00edndice que reflita a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda\u2019 (ADI 4930/DF, Relator Min. Moreira Alves, Plen\u00e1rio, DJ 4.9.1992).\nAssim sendo, texto t\u00e3o danoso ao cidad\u00e3o (art. 13 da lei 8.036/90) n\u00e3o poder\u00e1 ser tolerado pelo Judici\u00e1rio.\nLogo, declarada a inconstitucionalidade o \u00edndice aplicado ao precat\u00f3rio pago nos autos, deve ser tomado como vigente e aplicado ao caso concreto - atribuindo-se outro \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o, como retratado nos pedidos da presente a\u00e7\u00e3o.\nA ofensa ao art. 5\u00ba, caput, da CF, na vertente da seguran\u00e7a jur\u00eddica das rela\u00e7\u00f5es com a Caixa Econ\u00f4mica Federal, verifica-se, notadamente ap\u00f3s o reconhecimento pelo SFT que a TR n\u00e3o se presta como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, nesse sentido:\n\u2018A taxa referencial (TR) n\u00e3o \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria (...) n\u00e3o constitui \u00edndice que reflita a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda\u2019 (ADI 493-0/DF, Relator Min. Moreira Alves, Plen\u00e1rio, DJ 4.9.1992).\n\nLogo, como citado, resta clara a viola\u00e7\u00e3o aos arts. 1\u00ba, inc. III, 5\u00ba, caput e incs. XXII, XXXVI, e 37, caput, da Constitui\u00e7\u00e3o da Rep\u00fablica.\nFrise-se, o SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL j\u00e1 decidiu que envolve quest\u00e3o constitucional a discuss\u00e3o a respeito da aplica\u00e7\u00e3o ou n\u00e3o, nas contas vinculadas do FGTS, de \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria expurgados em decorr\u00eancia de planos de estabiliza\u00e7\u00e3o da economia.\nCom efeito, no dia 31-08-2000, em Sess\u00e3o Plen\u00e1ria, o STF ao apreciar o RE- n. 226855-RS consolidou entendimento de que a decis\u00e3o judicial que decreta a proced\u00eancia de pedido de pagamento de \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, sob a alega\u00e7\u00e3o de direito adquirido, trata de quest\u00e3o constitucional, pois est\u00e1 fundamentada na Constitui\u00e7\u00e3o Federal (art. 5\u00ba, XXXVI).\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nOu seja, ao apreciar pedido de aplica\u00e7\u00e3o de \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria extralegais, a decis\u00e3o judicial est\u00e1, obrigatoriamente, posicionandose quanto \u00e0 exist\u00eancia ou n\u00e3o de direito adquirido.\nPois bem, nos casos em que se pleiteiam a aplica\u00e7\u00e3o nas suas contas vinculadas do FGTS, de \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria com discuss\u00e3o de previs\u00e3o em leis vigentes - tratamos de an\u00e1lise de direito adquirido.\nA concess\u00e3o ou n\u00e3o do pedido depende ent\u00e3o da aprecia\u00e7\u00e3o, pelo juiz da causa, da exist\u00eancia ou n\u00e3o de direito adquirido aos \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria.\nLogo, caso o entendimento seja no sentido que n\u00e3o h\u00e1 aplica\u00e7\u00e3o de direito adquirido ao \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o/atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria (TR) - torna-se poss\u00edvel a interpreta\u00e7\u00e3o no sentido de aplica\u00e7\u00e3o do \u00edndice que realmente cumpra o disposto no art.2\u00ba da lei n\u00ba n\u00ba 8.036/90.\nAssim, a parte autora requer, desde j\u00e1, que este MM.Juiz Federal \" a quo\" manifeste-se em sua r. senten\u00e7a sobre a ofensa aos dispositivos constitucionais citados.\nPortanto, resta PREQUESTIONADA a mat\u00e9ria pugnando pela PROCED\u00caNCIA DO PREQUESTIONAMENTO suscitado, requerendo ao Excelent\u00edssimo JUIZ FEDERAL que se pronuncie de forma objetiva, expl\u00edcita e fundamentada sobre o assunto.\n\n4. DOS HONOR\u00c1RIOS ADVOCAT\u00cdCIOS\nNo que tange a possibilidade de condena\u00e7\u00e3o da requerida em honor\u00e1rios advocat\u00edcios, o STF reiterou o entendimento de que cabe a cobran\u00e7a de honor\u00e1rios advocat\u00edcios nas a\u00e7\u00f5es entre o FGTS e os titulares das contas vinculadas. A decis\u00e3o foi tomada por unanimidade no julgamento do RExt 581.160, com repercuss\u00e3o geral reconhecida, interposto contra ac\u00f3rd\u00e3o do TRF da 1\u00aa regi\u00e3o.\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nSegundo o relator, ministro Ricardo Lewandowski, o ac\u00f3rd\u00e3o\nrecorrido julgou constitucional o artigo 29-C da lei 8.036/90, inserido pela MP\n2.164/01, que veda a condena\u00e7\u00e3o em honor\u00e1rios advocat\u00edcios nas a\u00e7\u00f5es entre\no FGTS e os titulares das contas vinculadas.\nOcorre que o STF j\u00e1 declarou o artigo inconstitucional no\njulgamento da ADIn 2.736, em que foi relator o ministro Cezar Peluso, que excluiu\no artigo 29-C da lei 8.036 do ordenamento legal. \"Entendo que o RExt deve ter o\nmesmo destino da ADIn, de modo que dou provimento ao pedido\", concluiu o\nministro.\nNesse sentido:\nEmenta: RECURSO EXTRAORDIN\u00c1RIO COM REPERCUSS\u00c3O GERAL RECONHECIDA. CONSTITUCIONAL. ART. 9\u00ba DA MP 2.164-41/2001. INTRODU\u00c7\u00c3O DO ART. 29-C NA LEI 8.036/1990. HONOR\u00c1RIOS ADVOCAT\u00cdCIOS. SUCUMB\u00caNCIA. A\u00c7\u00d5ES ENVOLVENDO O FGTS E TITULARES DE CONTAS VINCULADAS. INCONSTITUCIONALIDADE DECLARADA NA ADI 2.736/DF. RECURSO PROVIDO. I O Supremo Tribunal Federal, no julgamento da ADI 2.736/DF, Rel. Min. Cezar Peluso, declarou a inconstitucionalidade do art. 9\u00ba da MP 2.164-41/2001, na parte em que introduziu o art. 29-C na lei 8.036/1990, que vedava a condena\u00e7\u00e3o em honor\u00e1rios advocat\u00edcios \u201cnas a\u00e7\u00f5es entre o FGTS e os titulares de contas vinculadas, bem como naquelas em que figuram os respectivos representantes ou substitutos processuais\u201d. II - Os mesmos argumentos devem ser aplicados \u00e0 solu\u00e7\u00e3o do lit\u00edgio de que trata o presente recurso. III - Recurso extraordin\u00e1rio conhecido e provido.( RE 581160 / MG - MINAS GERAIS . PROCESSO ELETR\u00d4NICO. Relator(a): Min. RICARDO LEWANDOWSKI REPERCUSS\u00c3O GERAL - M\u00c9RITO. Julgamento: 20/06/2012 . \u00d3rg\u00e3o Julgador: Tribunal Pleno.DJe-166 DIVULG 22-08-2012 PUBLIC 23-08-2012- Tema 116 - Direito a honor\u00e1rios advocat\u00edcios nas a\u00e7\u00f5es que visam obter expurgos inflacion\u00e1rios de FGTS.- Ac\u00f3rd\u00e3os citados: ADI 162 MC, ADI 525 MC, ADI 1647, ADI 1753 MC,ADI 2213 MC, ADI 2736.)\n\n5. CONCLUS\u00d5ES\nA Taxa Referencial, enquanto \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria assim considerada pela atual jurisprud\u00eancia p\u00e1tria, n\u00e3o pode ser reduzida a Zero, como tem sido nos \u00faltimos meses, pois afronta flagrantemente o artigo 2\u00ba da Lei n\u00ba 8.036/90, que garante atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria aos dep\u00f3sitos feitos no FGTS.\nComo \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, a TR deveria garantir o poder aquisitivo dos dep\u00f3sitos do FGTS, que se perfaz levando em conta os\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\n\u00edndices de infla\u00e7\u00e3o. Desde janeiro de 1999, a TR se distanciou sensivelmente dos \u00edndices oficiais de infla\u00e7\u00e3o, impingindo profundas perdas aos dep\u00f3sitos do FGTS, tornando-se inid\u00f4nea para garantir a reposi\u00e7\u00e3o de perdas monet\u00e1rias.\nA inidoneidade da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria decorre de mudan\u00e7as introduzidas na sua metodologia de c\u00e1lculo pelo Banco Central do Brasil/CMN que, atrav\u00e9s do mecanismo econ\u00f4mico de um redutor, vem nitidamente manipulando o \u00edndice para que ele se desprenda da infla\u00e7\u00e3o at\u00e9 anul\u00e1-la completamente, a despeito de um quadro de infla\u00e7\u00e3o persistente no Pa\u00eds.\nA Caixa Econ\u00f4mica Federal est\u00e1 se prestando ao papel de espoliador do FGTS, na medida em que disp\u00f5e do patrim\u00f4nio do trabalhador sem a devida contrapresta\u00e7\u00e3o. A corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria aplicada ao FGTS tem sido h\u00e1 muito tempo menor que a infla\u00e7\u00e3o registrada, de forma que descumpre n\u00e3o s\u00f3 o artigo 2\u00ba da lei n\u00ba 8.036/90, artigo 233 do C\u00f3digo Civil, mas tamb\u00e9m toda a l\u00f3gica e princ\u00edpios do mercado econ\u00f4mico.\nQuem empresta tem direito a ser remunerado com juros e a totalidade da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. O trabalhador n\u00e3o pode ser obrigado a subsidiar ainda mais os projetos do Governo Federal. O \u201cainda mais\u201d decorre do fato de os juros de 3% do FGTS serem os menores do mercado, o qu\u00ea, por si s\u00f3, demonstra que ele j\u00e1 est\u00e1 fazendo sua parte sob a perspectiva social.\nNegar o direito de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria aos dep\u00f3sitos do FGTS, Fundo do qual o trabalhador n\u00e3o pode simplesmente sacar seu dinheiro para aplicar em outro fundo mais rent\u00e1vel, configura ato de tirania, incompat\u00edvel com um Estado Democr\u00e1tico de Direito e deve ser de pronto recha\u00e7ado.\nSe o Governo Brasileiro remunerasse os investidores internacionais com TR mais 3% a.a, como faz com os trabalhadores, haveria um fuga em massa dos investimentos no Pa\u00eds, e certamente estar\u00edamos experimentando uma tsunami econ\u00f4mica e n\u00e3o uma simples \u201cmarolinha\u201d.\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nSendo a TR \u00edndice inid\u00f4neo para restabelecer o poder aquisitivo dos dep\u00f3sitos do FGTS, sua substitui\u00e7\u00e3o por outro \u00edndice que melhor recomponha as perdas monet\u00e1rias se torna imperioso, a fim de fazer prevalecer o artigo 2\u00ba da lei n\u00ba 8.036/90 e artigo 233 do C\u00f3digo Civil.\nPosto que desde janeiro de 1999 o redutor criado pelo Banco Central/CMN promoveu o completo distanciamento da TR dos \u00edndices oficiais de infla\u00e7\u00e3o, temos que desde ent\u00e3o ela perdeu sua condi\u00e7\u00e3o de repor as perdas inflacion\u00e1rias dos dep\u00f3sitos do FGTS, devendo desde esta data ser substitu\u00edda pelo INPC, alternativamente, pelo IPCA.\n\n6. DA DESNECESSIDADE DA JUNTADA DE EXTRATOS QUANDO DA PROPOSITURA DA A\u00c7\u00c3O\nConforme relatado nos autos, os trabalhadores substitu\u00eddos pelo autor possuem dep\u00f3sito em conta vinculada do FGTS junto a institui\u00e7\u00e3o financeira r\u00e9.\nA Resolu\u00e7\u00e3o 913 do Banco Central determina, em seu art. 1, par\u00e1grafo 1., que a Institui\u00e7\u00e3o Financeira deve \u201cmanter arquivos dos microfilmes, de f\u00e1cil consulta, devidamente ordenados classificados e catalogados, sem preju\u00edzo de outras medidas que objetivem facilitar e agilizar as consultas...\u201d\nN\u00e3o h\u00e1 a necessidade da juntada dos extratos das contas vinculadas ao FGTS em nome dos interessados, pois o \u201cdocumento essencial \u00e0 propositura da a\u00e7\u00e3o\u201d n\u00e3o pode ser confundido com \"\u00f4nus da prova do fato constitutivo do direito\". Sabe-se que ao autor cabe provar os fatos que alega na exordial, entretanto isso quer dizer que deve faz\u00ea-lo mediante apresenta\u00e7\u00e3o de prova pr\u00e9-constitu\u00edda quando do ajuizamento da a\u00e7\u00e3o.\nTal prova pode ser produzida durante a instru\u00e7\u00e3o processual, que \u00e9 o momento oportuno para tanto, e pelos meios de prova regulares, inclusive, se for o caso, mediante requisi\u00e7\u00e3o dos documentos ou das informa\u00e7\u00f5es diretamente a quem as possua.\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nTal entendimento est\u00e1 em conson\u00e2ncia com o entendimento do\nSTJ sobre o tema, conforme a jurisprud\u00eancia que segue:\nCONSTITUCIONAL. PROCESSUAL CIVIL. A\u00c7\u00c3O CIVIL COLETIVA. DIFEREN\u00c7AS DE CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA DE CONTAS DO FGTS. LEGITIMA\u00c7\u00c3O ATIVA DAS ENTIDADES SINDICAIS. NATUREZA E LIMITES. PROVA DO FATO CONSTITUTIVO DO DIREITO AFIRMADO E DOCUMENTO ESSENCIAL \u00c0 PROPOSITURA DA DEMANDA. DISTIN\u00c7\u00d5ES. 1. As entidades sindicais t\u00eam legitimidade ativa para demandar em ju\u00edzo a tutela de direitos subjetivos individuais dos integrantes da categoria, desde que se tratem de direitos homog\u00eaneos e que guardem rela\u00e7\u00e3o de pertencialidade com os fins institucionais do Sindicato demandante. 2. A legitima\u00e7\u00e3o ativa, nesses casos, se opera em regime de substitui\u00e7\u00e3o processual, visando a obter senten\u00e7a condenat\u00f3ria de car\u00e1ter gen\u00e9rico, nos moldes da prevista no art. 95 da Lei n. 8078/90, sem qualquer ju\u00edzo a respeito da situa\u00e7\u00e3o particular dos substitu\u00eddos, dispensando, nesses limites, a autoriza\u00e7\u00e3o individual dos substitu\u00eddos. 3. A individualiza\u00e7\u00e3o da situa\u00e7\u00e3o particular, bem assim a correspondente liquida\u00e7\u00e3o e execu\u00e7\u00e3o dos valores devidos a cada um dos substitu\u00eddos, se n\u00e3o compostas espontaneamente, ser\u00e3o objeto de a\u00e7\u00e3o pr\u00f3pria (a\u00e7\u00e3o de cumprimento da senten\u00e7a condenat\u00f3ria gen\u00e9rica), a ser promovida pelos interessados, ou pelo Sindicato, aqui em regime de representa\u00e7\u00e3o. 4. N\u00e3o se pode confundir \"documento essencial \u00e0 propositura da a\u00e7\u00e3o\" com \"\u00f4nus da prova do fato constitutivo do direito\". Ao autor cumpre provar os fatos que d\u00e3o sustento ao direito afirmado na peti\u00e7\u00e3o inicial, mas isso n\u00e3o significa dizer que deve faz\u00ea-lo mediante apresenta\u00e7\u00e3o de prova pr\u00e9constitu\u00edda e j\u00e1 por ocasi\u00e3o do ajuizamento da demanda. Nada impede que o fa\u00e7a na instru\u00e7\u00e3o processual e pelos meios de prova regulares. 5. Em se tratando de a\u00e7\u00e3o coletiva para tutela de direitos individuais homog\u00eaneos, que visa a uma senten\u00e7a condenat\u00f3ria gen\u00e9rica, a prova do fato constitutivo do direito subjetivo individual dever\u00e1 ser produzida por ocasi\u00e3o da a\u00e7\u00e3o de cumprimento, oportunidade em que se far\u00e1 o exame das situa\u00e7\u00f5es particulares dos substitu\u00eddos, visando a identificar e mensurar cada um dos direitos subjetivos genericamente reconhecidos na senten\u00e7a de proced\u00eancia. 6. Recurso especial a que se nega provimento. RECURSO ESPECIAL N\u00ba 487.202 - RJ (2002/0138531-8)\nAssim, os autores fazem jus a receberem C\u00d3PIA DO EXTRATOS\nANAL\u00cdTICO DO FGTS, os quais dever\u00e3o ser apresentados pela r\u00e9.\n\n7. DO VALOR DA CAUSA\n\nNos termos da pac\u00edfica jurisprud\u00eancia do STJ, nos casos de litiscons\u00f3rcio ativo, o valor da causa para o fim de fixa\u00e7\u00e3o de compet\u00eancia deve ser individual a cada litisconsorte.\nAssim \u00e9 a jurisprud\u00eancia do STJ:\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nPROCESSUAL CIVIL. JUIZADOS ESPECIAIS. VALOR DA CAUSA INFERIOR A SESSENTA SAL\u00c1RIOS M\u00cdNIMOS. LITISCONS\u00d3RCIO ATIVO. VALOR INDIVIDUAL DE CADA LITISCONSORTE. S\u00daMULA 83/STJ. RECURSO ESPECIAL N\u00c3O CONHECIDO. Em se tratando de litiscons\u00f3rcio ativo facultativo, para que se fixe a compet\u00eancia dos Juizados Especiais, deve ser considerado o valor de cada autor, individualmente, n\u00e3o importando se a soma ultrapassa o limite dos 60 (sessenta) sal\u00e1rios m\u00ednimos. Precedentes. S\u00famula 83/STJ. Agravo regimental improvido.(STJ - AgRg no REsp: 1376544 SP 2012/0214836-8, Relator: Ministro HUMBERTO MARTINS, Data de Julgamento: 28/05/2013, T2 - SEGUNDA TURMA, Data de Publica\u00e7\u00e3o: DJe 05/06/2013)\nAssim, verifica-se que o Juizado Especial Federal \u00e9 competente\npara a aprecia\u00e7\u00e3o da presente demanda.\n8. DOS PEDIDOS\n\na\u00e7\u00e3o.\n\nAnte ao exporto, requer: a) A cita\u00e7\u00e3o da requerida, para querendo contestar a presente\n\nb) Seja a presente a\u00e7\u00e3o JULGADA TOTALMENTE PROCEDENTE para condenar a r\u00e9 a:\n\nb.1) Aplicar nas contas do FGTS da parte autora em substitui\u00e7\u00e3o a TR, do INPC, ou, sucessivamente, aplica\u00e7\u00e3o do IPCA, ou, sucessivamente a aplica\u00e7\u00e3o de qualquer outro \u00edndice que reponha as perdas inflacion\u00e1rias do trabalhador nas contas do FGTS, no entender deste Douto Ju\u00edzo, de acordo com os pedidos anteriores, bem como\n\nb.2) Pagar em favor do(a) autor(a), o valor correspondente \u00e0s diferen\u00e7as de FGTS em raz\u00e3o da aplica\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria pelo INPC nos meses em que a TR foi zero, nas parcelas vencidas e vincendas, bem como pagar, em favor do(a) autor(a), o valor correspondente \u00e0s diferen\u00e7as de FGTS\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nem raz\u00e3o da aplica\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria pelo INPC, desde Janeiro de 1999, nos meses em que a TR n\u00e3o foi zero, mas foi menor que a infla\u00e7\u00e3o do per\u00edodo; ou, sucessivamente,\n\nb.3) Pagar em favor do(a) autor(a), o valor correspondente \u00e0s diferen\u00e7as de FGTS em raz\u00e3o da aplica\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria pelo lPCA nos meses em que a TR foi zero, bem como, a pagar em favor do(a) autor(a), o valor correspondente \u00e0s diferen\u00e7as de FGTS em raz\u00e3o da aplica\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria pelo IPCA desde Janeiro de 1999, nos meses em que a TR n\u00e3o foi zero, mas foi menor que a infla\u00e7\u00e3o do per\u00edodo; ou, sucessivamente,\n\nb.4 ) Pagar em favor do(a) autor(a), o valor correspondente \u00e0s diferen\u00e7as de FGTS em raz\u00e3o da aplica\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria por qualquer outro \u00edndice que reponha as perdas inflacion\u00e1rias do trabalhador nas contas do FGTS, no entender deste Douto Ju\u00edzo, desde janeiro de 1999, inclusive nos meses em que a TR foi zero.\n\nc) Sobre os valores devidos pela condena\u00e7\u00e3o de que tratam os itens acima, dever\u00e3o incidir corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria desde a inadimpl\u00eancia da Caixa, bem como os juros legais.\n\nd) Seja compelida a requerida para que, apresente c\u00f3pia dos extratos anal\u00edticos do FGTS do(a) autor(a), com fixa\u00e7\u00e3o de prazo para cumprimento da ordem e fixa\u00e7\u00e3o de multa di\u00e1ria em caso de descumprimento.\n\ne) A condena\u00e7\u00e3o da Caixa ao pagamento das custas e honor\u00e1rios advocat\u00edcios de 20% sobre o valor da condena\u00e7\u00e3o.\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nf) A concess\u00e3o em favor do(a) autor(a) do Benef\u00edcio da Assist\u00eancia Judici\u00e1ria, eis que os mesmos n\u00e3o possuem condi\u00e7\u00f5es de suportar as custas e demais despesas processuais, sem preju\u00edzo do seu sustento e de suas fam\u00edlias, nos termos da Lei 1.060/50 e 5.584/70.\n\ng) Ainda, que este MM. Juiz Federal \"a quo\" manifeste-se em sua r. senten\u00e7a sobre a exig\u00eancia de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria do art. 2\u00ba da lei n\u00ba 8.036/90 que garante atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria aos dep\u00f3sitos das contas vinculadas do FGTS;\n\nh) Por fim, que este MM.Juiz Federal \"a quo\" manifeste-se em sua r. senten\u00e7a sobre os fundamentos que a utiliza\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o desobedeceria os limites materiais de in\u00fameros fundamentos e princ\u00edpios constitucionais, como o Estado Democr\u00e1tico de Direito, atentando contra a Dignidade da pessoa Humana (art. 1\u00ba e inciso III, da CF), bem como os princ\u00edpios da igualdade, seguran\u00e7a jur\u00eddica (art. 5\u00ba, caput, da CF), da prote\u00e7\u00e3o ao direito de propriedade, direito adquirido (art. 5\u00ba, XXII e XXXVI da CF) e moralidade (art. 37 da CF). Logo, resta PREQUESTIONADA a mat\u00e9ria pugnando pela PROCED\u00caNCIA DO PREQUESTIONAMENTO suscitado, requerendo ao Excelent\u00edssimo JUIZ FEDERAL que se pronuncie de forma objetiva, expl\u00edcita e fundamentada sobre o assunto.\n\nProtesta provar o alegado por todos os meios de prova admitidos em direito, em especial a prova documental.\nAtribu\u00ed-se \u00e0 causa o valor de R$ 1.000,00. Crici\u00fama, 02 de Mar\u00e7o de 2016.\n\nJAIR S\u00c1 JUNIOR OAB/SC 26.344 OAB/SP 322.667\n\nGEBDIEL GON\u00c7ALVES S\u00c1 OAB/SC 23.914\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 2 (Solon) - IdDocumentoCompleto: 5011267-60.2014.4.04.7204-721405598917798740250000000011", "text": "S\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nEXCELENT\u00cdSSIMO (A) SENHOR (A) JUIZ (A) FEDERAL DA ___ VARA FEDERAL DA SUBSE\u00c7\u00c3O JUDICI\u00c1RIA DE CRICI\u00daMA - SC\n\nA PARTE AUTORA, j\u00e1 qualificada eletronicamente, por seus procuradores que esta subscrevem, Dr. GEBDIEL GON\u00c7ALVES S\u00c1, brasileiro, casado, advogado devidamente inscrito na OAB/SC sob o n\u00ba 23.914 e JAIR S\u00c1 JUNIOR, brasileiro, casado, advogado devidamente inscrito na OAB/SC 26.344, ambos com endere\u00e7o profissional a Rua Jo\u00e3o Pessoa, n\u00ba 380, centro, munic\u00edpio de Crici\u00fama, SC, onde recebe avisos e intima\u00e7\u00f5es, v\u00eam \u00e0 presen\u00e7a de V. Ex\u00aa, com o devido respeito, propor a presente:\nA\u00c7\u00c3O ORDIN\u00c1RIA DE CORRE\u00c7\u00c3O DOS SALDOS DO FGTS\nEm desfavor da CAIXA ECON\u00d4MICA FEDERAL, com sede no SBS quadra 04 lotes 3/4 Matriz, Bras\u00edlia \u2013 DF, CEP: 70092-900 e com filial nesta cidade, situada \u00e0 rua Santo Antonio, 180, CEP 88801-440, pelas raz\u00f5es de fato e de direito que passa a expor.\n1. DOS FATOS\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nO processo em tela trata de quest\u00e3o de extrema import\u00e2ncia para\nmilh\u00f5es de trabalhadores brasileiros e diz respeito ao Fundo de Garantia por\nTempo de Servi\u00e7o. O Fundo de Garantia por Tempo de Servi\u00e7o foi criado na\nd\u00e9cada de 1960 para proteger o trabalhador, como suced\u00e2neo da antiga\nestabilidade decenal. \u00c9 constitu\u00eddo por valores depositados pelas empresas em\nnome de seus empregados e possibilita que o trabalhador forme um patrim\u00f4nio.\nNesse sentido, verifica-se no s\u00edtio eletr\u00f4nico da Caixa Econ\u00f4mica\nFederal que o FGTS hoje financia programas de habita\u00e7\u00e3o popular, saneamento\nb\u00e1sico e infraestrutura urbana.\nAssim, o FGTS \u00e9 regido pelas disposi\u00e7\u00f5es da Lei n\u00ba 8.036, de 11 de\nmaio de 1990, por normas e diretrizes estabelecidas pelo seu Conselho Curador e\ngerido pela Caixa Econ\u00f4mica Federal. Dos artigos 2\u00ba e 13 da Lei n\u00ba 8.036/90 extraI-se que h\u00e1 uma\nobrigatoriedade de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e de remunera\u00e7\u00e3o por meio de juros\ndos dep\u00f3sitos efetuados nas contas vinculadas do FGTS, sen\u00e3o vejamos:\nArt. 2\u00ba O FGTS \u00e9 constitu\u00eddo pelos saldos das contas vinculadas a que se refere esta lei e outros recursos a ele incorporados, devendo ser aplicados com atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e juros, de modo a assegurar a cobertura de suas obriga\u00e7\u00f5es. Art. 13. Os dep\u00f3sitos efetuados nas contas vinculadas ser\u00e3o corrigidos monetariamente com base nos par\u00e2metros fixados para atualiza\u00e7\u00e3o dos saldos dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a e capitaliza\u00e7\u00e3o juros de (tr\u00eas) por cento ao ano.\n\nRessalte-se que o par\u00e2metro fixado para a atualiza\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos dos saldos de poupan\u00e7a e consequentemente dos dep\u00f3sitos do FGTS \u00e9 a Taxa Referencial \u2013 TR, conforme prescrevem os artigos 12 e 17 da Lei n\u00ba 8.177, de 1\u00ba de mar\u00e7o de 1991, com reda\u00e7\u00e3o da lei n\u00ba 12.703, de 7 de agosto de 2012, cuja dic\u00e7\u00e3o \u00e9 a seguinte:\n\nArt. 12. Em cada per\u00edodo de rendimento, os dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a ser\u00e3o remunerados:I - como remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica, por taxa correspondente \u00e0 acumula\u00e7\u00e3o das TRD, no per\u00edodo transcorrido entre o dia do \u00faltimo cr\u00e9dito de rendimento, inclusive, e o dia do cr\u00e9dito de rendimento, exclusive;II - como remunera\u00e7\u00e3o adicional, por juros de: (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n \u00ba 12.703, de 2012)a) 0,5% (cinco d\u00e9cimos por cento) ao m\u00eas, enquanto a meta da taxa Selic\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nao ano, definida pelo Banco Central do Brasil, for superior a 8,5% (oito inteiros e cinco d\u00e9cimos por cento); ou (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n \u00ba 12.703, de 2012)b) 70% (setenta por cento) da meta da taxa Selic ao ano, definida pelo Banco Central do Brasil, mensalizada, vigente na data de in\u00edcio do per\u00edodo de rendimento, nos demais casos. (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n \u00ba 12.703, de 2012)(...)\n\nArt. 17. A partir de fevereiro de 1991, os saldos das contas do Fundo de Garantia por Tempo de Servi\u00e7o (FGTS) passam a ser remunerados pela taxa aplic\u00e1vel \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a com data de anivers\u00e1rio no dia 1\u00b0, observada a periodicidade mensal para remunera\u00e7\u00e3o. Par\u00e1grafo \u00fanico. As taxas de juros previstas na legisla\u00e7\u00e3o em vigor do FGTS s\u00e3o mantidas e consideradas como adicionais \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o prevista neste artigo.\nRetrata a Lei n\u00ba 8.177/91 a forma como a TR ser\u00e1 calculada:\nArt. 1\u00b0 O Banco Central do Brasil divulgar\u00e1 Taxa Referencial (TR), calculada a partir da remunera\u00e7\u00e3o mensal m\u00e9dia l\u00edquida de impostos, dos dep\u00f3sitos a prazo fixo captados nos bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos m\u00faltiplos com carteira comercial ou de investimentos, caixas econ\u00f4micas, ou dos t\u00edtulos p\u00fablicos federais, estaduais e municipais, de acordo com metodologia a ser aprovada pelo Conselho Monet\u00e1rio Nacional, no prazo de sessenta dias, e enviada ao conhecimento do Senado Federal.\u00a7 1\u00b0 A TR ser\u00e1 mensalmente divulgada pelo Banco Central do Brasil, no m\u00e1ximo at\u00e9 o oitavo dia \u00fatil do m\u00eas de refer\u00eancia. (Revogado pela Lei n\u00ba 8.660, de 1993)\u00a7 2\u00b0 As institui\u00e7\u00f5es que venham a ser utilizadas como bancos de refer\u00eancia, dentre elas, necessariamente, as dez maiores do Pa\u00eds, classificadas pelo volume de dep\u00f3sitos a prazo fixo, est\u00e3o obrigadas a fornecer as informa\u00e7\u00f5es de que trata este artigo, segundo normas estabelecidas pelo Conselho Monet\u00e1rio Nacional, sujeitando-se a institui\u00e7\u00e3o e seus administradores, no caso de infra\u00e7\u00e3o \u00e0s referidas normas, \u00e0s penas estabelecidas no art. 44 da Lei n\u00b0 4.595, de 31 de dezembro de 1964.\u00a7 3\u00b0 Enquanto n\u00e3o aprovada a metodologia de c\u00e1lculo de que trata este artigo, o Banco Central do Brasil fixar\u00e1 a TR.\n\nLogo, a metodologia de c\u00e1lculo foi h\u00e1 muito tempo definida pela Banco Central-Conselho Monet\u00e1rio Nacional (CMN), e hoje est\u00e1 vigente sob a forma da Resolu\u00e7\u00e3o n\u00ba 3.354, de 31 de mar\u00e7o de 2006.\nOcorre que, h\u00e1 muito tempo, a TR n\u00e3o reflete mais a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, tendo se distanciado completamente dos \u00edndices oficiais de infla\u00e7\u00e3o. Nos meses de setembro, outubro e novembro de 2009, janeiro e fevereiro de 2010, fevereiro e junho de 2012 e de setembro de 2012 em diante, a TR tem sido completamente anulada, como se n\u00e3o existisse qualquer infla\u00e7\u00e3o no per\u00edodo pass\u00edvel de corre\u00e7\u00e3o.\n\n2. PRELIMINARMENTE\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\na) LEGITIMIDADE PASSIVA DA CAIXA ECON\u00d4MICA FEDERAL\nTendo-se em vista que o processo em tela versa sobre corre\u00e7\u00e3o\nmonet\u00e1ria dos dep\u00f3sitos de FGTS, sobressai irrefut\u00e1vel a legitimidade passiva e\nexclusiva da Caixa Econ\u00f4mica Federal, conforme precedentes do STJ, sen\u00e3o\nvejamos:\nA\u00c7\u00c3O RESCIS\u00d3RIA. ADMINISTRATIVO. FGTS. CORRE\u00c7\u00c3O DOS SALDOS DAS CONTAS VINCULADAS. DIFEREN\u00c7AS DE EXPURGOS INFLACION\u00c1RIOS. TEMA J\u00c1 PACIFICADO NO STJ. PROCED\u00caNCIA DA A\u00c7\u00c3O.1. A mat\u00e9ria referente \u00e0 corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria das contas vinculadas ao FGTS, em raz\u00e3o das diferen\u00e7as de expurgos inflacion\u00e1rios, foi decidida pela Primeira Se\u00e7\u00e3o deste Superior Tribunal, no REsp n.1.111.201 - PE e no REsp n. 1.112.520 - PE, de relatoria do Exmo.Min. Benedito Gon\u00e7alves, ambos submetidos ao regime do art. 543-C do CPC e da Resolu\u00e7\u00e3o n. 8/08 do STJ, que tratam dos recursos representativos da controv\u00e9rsia, publicados no DJe de 4.3.2010.(...)3. Quanto \u00e0s demais preliminares alegadas, devidamente prequestionadas, esta Corte tem o entendimento no sentido de que, nas demandas que tratam da atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos saldos das contas vinculadas do FGTS, a legitimidade passiva ad causam \u00e9 exclusiva da Caixa Econ\u00f4mica Federal, por ser gestora do Fundo, com a exclus\u00e3o da Uni\u00e3o e dos bancos deposit\u00e1rios (S\u00famula 249/STJ).(...)(AR 1.962/SC, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, PRIMEIRA SE\u00c7\u00c3O, julgado em 08/02/2012, DJe 27/02/2012)\nS\u00famula 249/STJ \u2013 A Caixa Econ\u00f4mica Federal tem legitimidade passiva para integrar processo em que se discute corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria do FGTS.\nAssim, a presente a\u00e7\u00e3o foi proposta exclusivamente contra a\nCaixa Econ\u00f4mica Federal, conforme pacificamente definido pela jurisprud\u00eancia\nnacional.\nb) DA PRESCRI\u00c7\u00c3O\nNo que tange ao prazo prescricional, j\u00e1 est\u00e1 amplamente\nassentado na doutrina e jurisprud\u00eancia, que em rela\u00e7\u00e3o ao pleito de corre\u00e7\u00e3o\nmonet\u00e1ria do FGTS, a prescri\u00e7\u00e3o \u00e9 trinten\u00e1ria.\nNeste sentido, decis\u00e3o do STJ:\nRECURSO ESPECIAL. TRIBUT\u00c1RIO. FGTS. CORRE\u00c7\u00c3O DOS SALDOS DAS CONTAS VINCULADAS. DIFEREN\u00c7AS DE EXPURGOS INFLACION\u00c1RIOS. TEMA J\u00c1 JULGADO PELO REGIME DO ART. 543-C DO CPC E DA RESOLU\u00c7\u00c3O N. 8/08 DO STJ, QUE TRATAM DOS RECURSOS REPRESENTATIVOS DE CONTROV\u00c9RSIA.(...)3. No REsp n. 1.112.520 - PE, por seu turno, firmou-se o seguinte entendimento: 4. Outrossim,\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nn\u00e3o deve prevalecer a interpreta\u00e7\u00e3o da recorrente quanto \u00e0 ocorr\u00eancia de prescri\u00e7\u00e3o quinquenal, pois este Tribunal j\u00e1 decidiu que \u00e9 trinten\u00e1ria a prescri\u00e7\u00e3o para cobran\u00e7a de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria de contas vinculadas ao FGTS, nos termos das S\u00famula 210/STJ: \"A a\u00e7\u00e3o de cobran\u00e7a das contribui\u00e7\u00f5es para o FGTS prescreve em (30) trinta anos\".(...)(REsp 1150446 RJ 2009/0143136-0, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, Julgamento: 10/08/2010, \u00d3rg\u00e3o Julgador: T2 - SEGUNDA TURMA, Publica\u00e7\u00e3o: DJe 10/09/2010)\n\nAssim, a a\u00e7\u00e3o ora proposta n\u00e3o est\u00e1 alcan\u00e7ada pela prescri\u00e7\u00e3o trinten\u00e1ria, conforme se demonstrar\u00e1 adiante.\n\n2. DO M\u00c9RITO\n\na) AN\u00c1LISE DA CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA E DO FGTS\nA corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria existe entre n\u00f3s desde a d\u00e9cada de 1960. O principal te\u00f3rico da Corre\u00e7\u00e3o Monet\u00e1ria, o Advogado Tributarista Bulh\u00f5es Pedreira explica o seguinte:\n\u2019\u201dPor analogia com as unidades de medidas f\u00edsicas podemos dizer que o n\u00edvel geral de pre\u00e7os \u00e9 o padr\u00e3o prim\u00e1rio do valor financeiro, enquanto que a unidade monet\u00e1ria serve como padr\u00e3o secund\u00e1rio \u2013 usado, na pr\u00e1tica, para exprimir o valor financeiro, mas que deve ser aferido pelo padr\u00e3o prim\u00e1rio porque sujeito a modifica\u00e7\u00f5es.\u201d (BULH\u00d5ES PEDREIRA, Jos\u00e9 Luiz, \u201cCorre\u00e7\u00e3o Monet\u00e1ria; Indexa\u00e7\u00e3o Cambial. Obriga\u00e7\u00e3o Pecuni\u00e1ria\u201d, in \u201cRevista de Direito Administrativo\u201d, c. 193 p, 353 a 372 Jul/Set 1993).\nAinda, o autor Let\u00e1cio Jansen diz que Bulh\u00f5es Pedreira teria conseguido institucionalizar e colocar em pr\u00e1tica a sua doutrina principalmente atrav\u00e9s da Lei n\u00ba 4.357, de 1964, que criou o primeiro indexador da Economia Brasileira \u2013 a ORTN (obriga\u00e7\u00e3o reajust\u00e1vel do tesouro nacional), uma obriga\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria cuja fun\u00e7\u00e3o era fazer variar, periodicamente, a moeda nacional segundo a perda de seus respectivos poderes aquisitivos http://www.scamargo.adv.br/scripts/forum/textoTema.asp?id=81&tema=nvalida de+da+taxa+referencial+(TR)%3A+o+Significado+da+ADI+493-0-df).\nDesde esta data, uma pl\u00eaiade de \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria foi se sucedendo, at\u00e9 a entrada em vigor da Medida Provis\u00f3ria n\u00ba 294, de 31 de\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\njaneiro de 1991, que se transformou na Lei n\u00ba 8.177, de 1\u00ba de mar\u00e7o de 1991. Nesta oportunidade o Governo Collor pretendeu substituir a s\u00e9rie de indexadores tradicionais da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria brasileira (ORTN, OTN e BTN) que eram vinculados \u00e0 varia\u00e7\u00e3o dos n\u00edveis gerais de pre\u00e7os, pela Taxa Referencial, que tinha natureza financeira.\nAinda hoje permanece a perplexidade em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 natureza jur\u00eddica da TR, at\u00e9 por conta da pr\u00f3pria inconsist\u00eancia da lei que a criou, que ora a trata como taxa de juros (artigo 39) ora como indexador (artigo 18).\nTaxas de juros objetivam promover a remunera\u00e7\u00e3o do capital. S\u00e3o calculadas por quem disponibiliza o capital em benef\u00edcio de outra pessoa, f\u00edsica ou jur\u00eddica, para que empregue para satisfa\u00e7\u00e3o de determinada necessidade, na expectativa de lucro. Os indexadores, por outro lado, podem ser entendidos como \u00edndices calculados a partir da varia\u00e7\u00e3o de pre\u00e7os de mercado em determinado per\u00edodo. O seu objetivo est\u00e1 na corre\u00e7\u00e3o dos efeitos inflacion\u00e1rios, quando se compara valores monet\u00e1rios em diferentes \u00e9pocas.\nPois bem. Quando o STF enfrentou o tema da natureza da TR, disse atrav\u00e9s do voto vencedor da ADI 493-0/DF que:\nA Taxa Referencial (TR) n\u00e3o \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, pois, refletindo as varia\u00e7\u00f5es do custo prim\u00e1rio da capta\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos a prazo fixo, n\u00e3o constitui \u00edndice que reflita a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda.\n\nN\u00e3o obstante, os Ministros vencidos Celso de Mello, Marco Aur\u00e9lio e Ilmar Galv\u00e3o entenderam que a estrutura de c\u00e1lculo da taxa referencial n\u00e3o era suficiente para impedir sua utiliza\u00e7\u00e3o como par\u00e2metro de indexa\u00e7\u00e3o da economia.\nMesmo assim, naquela oportunidade, o STF entendeu que a TR possu\u00eda natureza de taxa de juros e declarou inconstitucional o artigo 18 da Lei n\u00ba 8.177/91, cujo texto original estabelecia que os saldos devedores e as presta\u00e7\u00f5es dos contratos integrantes do SFH, passariam a ser atualizados pela taxa aplic\u00e1vel \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica dos Dep\u00f3sitos de Poupan\u00e7a. Vale a pena transcrever a ementa deste julgado:\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nA\u00e7\u00e3o direta de inconstitucionalidade.- Se a lei alcan\u00e7ar os efeitos futuros de contratos celebrados anteriormente a ela, ser\u00e1 essa lei retroativa (retroatividade m\u00ednima) porque vai interferir na causa, que e um ato ou fato ocorrido no passado.- O disposto no artigo 5, XXXVI, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal se aplica a toda e qualquer lei infraconstitucional, sem qualquer distin\u00e7\u00e3o entre lei de direito p\u00fablico e lei de direito privado, ou entre lei de ordem p\u00fablica e lei dispositiva. Precedente do S.T.F..- Ocorr\u00eancia, no caso, de viola\u00e7\u00e3o de direito adquirido. A taxa referencial (TR) n\u00e3o \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, pois, refletindo as varia\u00e7\u00f5es do custo prim\u00e1rio da capta\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos a prazo fixo, n\u00e3o constitui \u00edndice que reflita a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda. Por isso, n\u00e3o h\u00e1 necessidade de se examinar a quest\u00e3o de saber se as normas que alteram \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria se aplicam imediatamente, alcan\u00e7ando, pois, as presta\u00e7\u00f5es futuras de contratos celebrados no passado, sem violarem o disposto no artigo 5, XXXVI, da Carta Magna.- Tamb\u00e9m ofendem o ato jur\u00eddico perfeito os dispositivos impugnados que alteram o crit\u00e9rio de reajuste das presta\u00e7\u00f5es nos contratos j\u00e1 celebrados pelo sistema do Plano de Equival\u00eancia Salarial por Categoria Profissional (PES/CP). A\u00e7\u00e3o direta de inconstitucionalidade julgada procedente, para declarar a inconstitucionalidade dos artigos 18, \"caput\" e par\u00e1grafos 1 e 4; 20; 21 e par\u00e1grafo \u00fanico; 23 e par\u00e1grafos; e 24 e par\u00e1grafos, todos da Lei n. 8.177, de 1 de maio de 1991. (ADI 493, Relator (a): Min. Moreira Alves, Tribunal Pleno, julgado em 25/06/1992, DJ 04-09-1992 PP-14089 EMENT VOL-01674-02 PP-00260 RTJ VOL-00143-03 PP-00724)\n\nPor algum tempo, o pr\u00f3prio STJ rejeitou a TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, tanto para a poupan\u00e7a, quanto para o SFH. Neste sentido:\n\nCOMERCIAL. M\u00daTUO RURAL. CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA. VINCULA\u00c7\u00c3O AO\n\nCRIT\u00c9RIO DE REAJUSTE DOS DEP\u00d3SITOS EM CADERNETA DE POUPAN\u00c7A. LICITUDE.\n\nSUBSTITUI\u00c7\u00c3O PELA TR NOS MESES SUBSEQUENTES A FEVEREIRO/91. PREVIS\u00c3O DE\n\nUTILIZA\u00c7\u00c3O DA OTN. INDEXADOR CONTRATUALMENTE ELEITO. SUBSTITUI\u00c7\u00c3O EX\n\nLEGE PELA TR. INCONSTITUCIONALIDADE DECLARADA. ADO\u00c7\u00c3O DO INPC.\n\nPRECEDENTES.\n\nI \u2013 NO CONTRATO DE M\u00daTUO RURAL \u00c9 L\u00cdCITO O PACTO DE VINCULA\u00c7\u00c3O DA\n\nCORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA AO CRIT\u00c9RIO DE ATUALIZA\u00c7\u00c3O DOS DEP\u00d3SITOS EM\n\nCADERNETA DE POUPAN\u00c7A, RESULTANDO DEVIDA A INCID\u00caNCIA DO MESMO\n\nINDEXADOR NOS MESES SUBSEQUENTES A FEVEREIRO/91. (ART. 13 DA LEI 8.177).\n\nII \u2013 EM FACE DA POSI\u00c7\u00c3O DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL INADMITINDO A TR\n\nCOMO FATOR DE ATUALIZA\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA SUBSTITUTIVO DO BTN, A CORRE\u00c7\u00c3O\n\nDOS VALORES, CUJA FORMA DE REAJUSTE ESTAVA, POR LEI OU CONTRATO,\n\nATRELADA A VARIA\u00c7\u00c3O DO VALOR DE REFERIDO T\u00cdTULO DA D\u00cdVIDA P\u00daBLICA,\n\nCUMPRE SEJA PROCEDIDA, A PARTIR DA LEI 8.177/91, COM BASE NO INPC (REsp.\n\n40.777/GO, Rel. Ministro S\u00c1LVIO DE FIGUEIREDO TEIXEIRA, QUARTA TURMA,\n\njulgado em 13/11/1995, DJ 11/12/1995, p. 43225) (grifamos)\n\nADMINISTRATIVO - SFH - REAJUSTE DAS PRESTA\u00c7\u00d5ES E DO SALDO DEVEDOR -\n\nPLANO DE EQUIVAL\u00caNCIA SALARIAL (PES) - INAPLICABILIDADE DA TR \u2013 ADIN 493-\n\n0/STF - VANTAGENS PESSOAIS INCORPORADAS DEFINITIVAMENTE AO SAL\u00c1RIO -\n\nINCLUS\u00c3O NO C\u00c1LCULO - DIVERG\u00caNCIA JURISPRUDENCIAL\n\nN\u00c3O\n\nCOMPROVADA - RISTJ, ART. 255 E PAR\u00c1GRAFOS - S\u00daMULA 13/STJ -PRECEDENTES\n\nSTJ.- Nos contratos vinculados ao PES, o reajustamento das presta\u00e7\u00f5es deve\n\nobedecer \u00e0 varia\u00e7\u00e3o salarial dos mutu\u00e1rios, a fim de preservara equa\u00e7\u00e3o\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\necon\u00f4mico-financeira do pactuado.- As vantagens pessoais incorporadas, definitivamente, ao sal\u00e1rio ou vencimento do mutu\u00e1rio, incluem-se na verifica\u00e7\u00e3o da equival\u00eancia para fixa\u00e7\u00e3o das parcelas.- Declarada pelo STF a inconstitucionalidade da TR como fator de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria (ADIN 493-0), o reajustamento do saldo devedor,a exemplo das presta\u00e7\u00f5es mensais, tamb\u00e9m deve obedecer ao Plano de Equival\u00eancia Salarial.- Recurso conhecido e parcialmente provido(Resp 140.839/BA, Rel. Ministro FRANCISCO PE\u00c7ANHA MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 23/11/1999, DJ 21/02/2000, p. 112) (grifamos)\n\nSFH. PLANO DE EQUIVAL\u00caNCIA SALARIAL. REAJUSTE DAS PRESTA\u00c7\u00d5ES. ILEGITIMIDADE PASSIVA DA UNI\u00c3O. NULIDADE DO AC\u00d3RD\u00c3O. INOCORR\u00caNCIA. VANTAGENS PESSOAIS. INCLUS\u00c3O. CORRE\u00c7\u00c3O PELA TR. IMPOSSIBILIDADE. PRECEDENTES.(...)4. Inaplic\u00e1vel a TR como fator de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria Entendimento consagrado nesta Corte na esteira de orienta\u00e7\u00e3o tra\u00e7ada pelo STF.5. Recurso especial conhecido e parcialmente provido.(REsp 209.466/BA, Rel. Ministro FRANCISCO PE\u00c7ANHA MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 07/08/2001, DJ 17/06/2002, p. 231) (grifamos)\n\nTodavia, a Corte de Justi\u00e7a, fazendo uma releitura do voto do\nMinistro Moreira Alves do STF, mudou de entendimento, e passou a adotar a\nconstitucionalidade da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, conforme\ndemonstra o seguinte julgado:\nSISTEMA FINANCEIRO DA HABITA\u00c7\u00c3O. SALDO DEVEDOR. ATUALIZA\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA. TR.1. N\u00e3o \u00e9 inconstitucional a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria com base na Taxa Referencial - TR. O que \u00e9 inconstitucional \u00e9 sua aplica\u00e7\u00e3o retroativa. Foi isso o que decidiu o STF da ADI 493/DF, Pleno, Min. Moreira Alves, DJ de 04.09.1992, ao estabelecer o \u00e2mbito de incid\u00eancia da Lei 8.177, de 1991.2. Aos contratos de m\u00fatuo habitacional firmados no \u00e2mbito do SFH que prevejam a corre\u00e7\u00e3o do saldo devedor pela taxa b\u00e1sica aplic\u00e1vel aos dep\u00f3sitos da poupan\u00e7a aplica-se a Taxa Referencial, por expressa determina\u00e7\u00e3o legal. Precedentes da Corte Especial: AGEREsp 725917 / DF, Min. Laurita Vaz, DJ 19.06.2006; DERESP 453600 / DF, Min. Aldir Passarinho Junior, DJ 24.04.2006.3. Embargos de diverg\u00eancia a que se nega provimento.(EREsp 752.879/DF, Rel. Ministro\nTEORI ALBINO ZAVASCKI, CORTE ESPECIAL, julgado em 19/12/2006, DJ 12/03/2007, p. 184) (grifamos)\nEm rela\u00e7\u00e3o ao FGTS, h\u00e1 at\u00e9 a s\u00famula do STJ sobre a aplica\u00e7\u00e3o da\nTR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. Neste sentido:\nA Taxa Referencial (TR) \u00e9 o \u00edndice aplic\u00e1vel, a t\u00edtulo de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, aos d\u00e9bitos com o FGTS recolhidos pelo empregador\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nmas n\u00e3o repassados ao fundo. (S\u00famula 459, PRIMEIRA SE\u00c7\u00c3O, julgado em 25/08/2010, DJe 08/09/2010)\n\nComo dito alhures, aplica\u00e7\u00e3o de \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria se\npresta para recuperar o poder de compra do valor emprestado. Este poder de\ncompra \u00e9 diretamente influenciado por um processo inflacion\u00e1rio. O pr\u00f3prio STJ\nreconhece a influ\u00eancia da infla\u00e7\u00e3o e da defla\u00e7\u00e3o na composi\u00e7\u00e3o do \u00edndice de\ncorre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, sen\u00e3o vejamos:\nPREVIDENCI\u00c1RIO E ECON\u00d4MICO. T\u00cdTULO EXECUTIVO JUDICIAL. DETERMINA\u00c7\u00c3ODE CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA PELO IGP-M. \u00cdNDICES DE DEFLA\u00c7\u00c3O.APLICABILIDADE. OFENSA AO PRINC\u00cdPIO DA IRREDUTIBILIDADE DOS VENCIMENTOS. N\u00c3O OCORR\u00caNCIA. PRESERVA\u00c7\u00c3O DO VALOR NOMINAL DA OBRIGA\u00c7\u00c3O. PRECEDENTES.1. \"A corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria nada mais \u00e9 do que um mecanismo de manuten\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda, n\u00e3o devendo representar, consequentemente, por si s\u00f3, nem um plus nem um minus em sua subst\u00e2ncia. Corrigir o valor nominal da obriga\u00e7\u00e3o representa, portanto, manter, no tempo, o seu poder de compra original, alterado pelas oscila\u00e7\u00f5es inflacion\u00e1rias positivas e negativas ocorridas no per\u00edodo. Atualizar a obriga\u00e7\u00e3o levando em conta apenas oscila\u00e7\u00f5es positivas importaria distorcer a realidade econ\u00f4mica produzindo um resultado que n\u00e3o representa a simples manuten\u00e7\u00e3o do primitivo poder aquisitivo, mas um indevido acr\u00e9scimo no valor real. Nessa linha, estabelece o Manual de Orienta\u00e7\u00e3o de Procedimento de C\u00e1lculos aprovado pelo Conselho da Justi\u00e7a Federal que, n\u00e3o havendo decis\u00e3o judicial em contr\u00e1rio, \"os \u00edndices negativos de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria (defla\u00e7\u00e3o) ser\u00e3o considerados no c\u00e1lculo de atualiza\u00e7\u00e3o\", com a ressalva de que, se, no c\u00e1lculo final, 'a atualiza\u00e7\u00e3o implicar redu\u00e7\u00e3o do principal, deve prevalecer o valor nominal'\" (Corte Especial, REsp 1.265.580/RS, Rel. Min. TEORI ALBINO ZAVASCKI, DJe18/4/12).2. No precedente da Corte Especial, mencionado na decis\u00e3o agravada, ficou expressamente consignado que se, na atualiza\u00e7\u00e3o da d\u00edvida, houver redu\u00e7\u00e3o do principal, deve prevalecer o valor nominal, em respeito ao princ\u00edpio da irredutibilidade de vencimentos,previsto nos arts. 7\u00ba, VI e 37, XV, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal.3. A compreens\u00e3o no sentido de que n\u00e3o h\u00e1 viola\u00e7\u00e3o ao princ\u00edpio da irredutibilidade dos vencimentos, quando preservado o valor nominal da obriga\u00e7\u00e3o, encontra respaldo na jurisprud\u00eancia do STF e do STJ.4. Agravo regimental improvido.(AgRg nos EREsp 1252558/RS, Rel. Ministro SERGIO KUKINA, PRIMEIRA SE\u00c7\u00c3O, julgado em 13/03/2013, DJe 21/03/2013)(grifos nossos)\n\nN\u00e3o podemos nos esquecer de que a cultura da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria est\u00e1 de tal forma arraigada ao nosso sistema econ\u00f4mico, que o pr\u00f3prio C\u00f3digo Civil de 2002, traz diversos dispositivos garantindo atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria:\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nArt. 389. N\u00e3o cumprida a obriga\u00e7\u00e3o, responde o devedor por perdas e danos, mais juros e atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria segundo \u00edndices oficiais regularmente estabelecidos, e honor\u00e1rios de advogado. Art. 395. Responde o devedor pelos preju\u00edzos a que sua mora der causa, mais juros, atualiza\u00e7\u00e3o dos valores monet\u00e1rios segundo \u00edndices oficiais regularmente estabelecidos, e honor\u00e1rios de advogado. Art. 404. As perdas e danos, nas obriga\u00e7\u00f5es de pagamento em dinheiro, ser\u00e3o pagas com atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria segundo \u00edndices oficiais regularmente estabelecidos, abrangendo juros, custas e honor\u00e1rios de advogado, sem preju\u00edzo da pena convencional. Art. 418. Se a parte que deu as arras n\u00e3o executar o contrato, poder\u00e1 a outra t\u00ea-lo por desfeito, retendo-as; se a inexecu\u00e7\u00e3o for de quem recebeu as arras, poder\u00e1 quem as deu haver o contrato por desfeito, e exigir sua devolu\u00e7\u00e3o mais o equivalente, com atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria segundo \u00edndices oficiais regularmente estabelecidos, juros e honor\u00e1rios de advogado. Art. 772. A mora do segurador em pagar o sinistro obriga \u00e0 atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria da indeniza\u00e7\u00e3o devida segundo \u00edndices oficiais regularmente estabelecidos, sem preju\u00edzo dos juros morat\u00f3rios. Art. 884. Aquele que, sem justa causa, se enriquecer \u00e0 custa de outrem, ser\u00e1 obrigado a restituir o indevidamente auferido, feita a atualiza\u00e7\u00e3o dos valores monet\u00e1rios.\n\nEste retrospecto da evolu\u00e7\u00e3o legal e jurisprudencial a respeito da aplica\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria se fez necess\u00e1rio para que pud\u00e9ssemos chegar ao n\u00facleo do argumento desta a\u00e7\u00e3o.\nHoje, no pa\u00eds, h\u00e1 dois tipos de \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. \u00cdndices que refletem a infla\u00e7\u00e3o e, portanto, recuperam o poder de compra do valor aplicado, como o IPCA e o INPC, e um \u00edndice que n\u00e3o reflete a infla\u00e7\u00e3o, e consequentemente n\u00e3o recupera o poder de compra do valor aplicado \u2013 a Taxa Referencial/TR.\nHistoricamente, \u00e9 preciso lembrar que a Taxa Referencial nunca foi igual \u00e0 infla\u00e7\u00e3o. Nem quando experimentamos hiperinfla\u00e7\u00e3o, nem quando experimentamos defla\u00e7\u00e3o. Todavia, os \u00edndices da TR, do INPC e do IPCA, sempre andaram pr\u00f3ximos. Em outras palavras, imperava a razoabilidade nos \u00edndices da TR para que pudessem atingir a finalidade de corre\u00e7\u00e3o do valor do capital.\n\nANO 1991 1992\n\nTR 335,51% 1.156,22%\n\nINPC 475,11% 1.149,05%\n\nIPCA 472,69% 1.119,09%\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\n1993 1994 1995 1996\n\n2.474,73% 951,19% 31,6207% 9,5551%\n\n2.489,11% 929,32% 21,98% 9,125%\n\n2,477,15% 916,43% 22,41% 9,56%\n\nN\u00e3o obstante, o cen\u00e1rio come\u00e7a a mudar a partir de 1999. A TR se distancia expressivamente do INPC e do IPCA, ao ponto de hoje a infla\u00e7\u00e3o superar 6% ao ano e a TR ser igual a zero. Logo, ela n\u00e3o se presta para o fim de manter o poder aquisitivo dos dep\u00f3sitos do FGTS, que s\u00e3o um patrim\u00f4nio do trabalhador.\nO sentimento geral \u00e9 que h\u00e1 muito tempo o FGTS \u00e9 um fundo in\u00edquo por ele n\u00e3o ter recomposi\u00e7\u00e3o inflacion\u00e1ria dos seus recursos. Na verdade, o trabalhador n\u00e3o est\u00e1 financiando programas de habita\u00e7\u00e3o popular, saneamento b\u00e1sico e infraestrutura urbana, ele est\u00e1 subsidiando.\nAo contr\u00e1rio de outros investimentos, o FGTS n\u00e3o \u00e9 um fundo de livre disposi\u00e7\u00e3o por parte do trabalhador, n\u00e3o podendo ele decidir sponte pr\u00f3pria quais as aplica\u00e7\u00f5es que lhe s\u00e3o mais convenientes ou rent\u00e1veis. O trabalhador tem que se submeter a pol\u00edticas econ\u00f4micas e sociais que lhe s\u00e3o altamente prejudiciais.\nOra, mas a pr\u00f3pria Lei do FGTS diz em seu artigo 2\u00ba que \u00e9 garantida a atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e juros. Quando a TR \u00e9 igual a zero este artigo \u00e9 descumprido. Quando a TR \u00e9 m\u00ednima e totalmente desproporcional em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 infla\u00e7\u00e3o, este artigo tamb\u00e9m \u00e9 descumprido e o patrim\u00f4nio do trabalhador \u00e9 subtra\u00eddo por quem tem o dever legal de administr\u00e1-lo.\nEm um cen\u00e1rio de TR zero e infla\u00e7\u00e3o p\u00fablica e not\u00f3ria, estamos diante de uma situa\u00e7\u00e3o de confisco. O Governo Federal, atrav\u00e9s da Caixa Econ\u00f4mica Federal, est\u00e1 confiscando os rendimentos dos trabalhadores, para subsidiar pol\u00edticas p\u00fablicas, sem a menor possibilidade de inger\u00eancia destes trabalhadores.\nAssim como em nosso Estado Democr\u00e1tico de Direito, a Constitui\u00e7\u00e3o veda que se utilize o tributo com efeito de confisco, o trabalhador\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nn\u00e3o pode ser punido com o confisco do que a pr\u00f3pria Caixa define em seu s\u00edtio\neletr\u00f4nico, como um patrim\u00f4nio do trabalhador, e definitivamente o \u00e9.\nQuando se fala em patrim\u00f4nio, imediatamente sobrev\u00e9m li\u00e7\u00e3o da\nProfessora Maria Helena Diniz ao comentar o artigo 91 do Novo C\u00f3digo Civil:\nArt. 91. Constitui universalidade de direito o complexo de rela\u00e7\u00f5es jur\u00eddicas de uma pessoa, dotadas de valor econ\u00f4mico. Universalidade de direito. \u00c9 a constitu\u00edda por bens singulares corp\u00f3reos heterog\u00eaneos ou incorp\u00f3reos (complexo de rela\u00e7\u00f5es jur\u00eddicas), a que a norma jur\u00eddica, com o intuito de produzir certos efeitos, d\u00e1 unidade, por serem dotados de valor econ\u00f4mico, como p. ex., o patrim\u00f4nio (...) O patrim\u00f4nio e a heran\u00e7a s\u00e3o considerados como um conjunto, ou seja, como uma universalidade. Embora se constituam ou n\u00e3o de bens materiais e de cr\u00e9ditos, esses bens se unificam numa express\u00e3o econ\u00f4mica, que \u00e9 o valor. O patrim\u00f4nio \u00e9 complexo de rela\u00e7\u00f5es jur\u00eddicas de uma pessoa apreci\u00e1veis economicamente. Incluem-se no patrim\u00f4nio: a posse, os direitos reais, as obriga\u00e7\u00f5es e as a\u00e7\u00f5es correspondentes a tais direitos. O patrim\u00f4nio abrange direitos e deveres redut\u00edveis a dinheiro. (C\u00f3digo Civil Anotado, Ed. Saraiva, pag. 100) (grifamos).\n\nLevando em conta que a rela\u00e7\u00e3o jur\u00eddica entre os trabalhadores e a Caixa \u00e9 de direito pessoal, o artigo 233 do C\u00f3digo Civil se torna inafast\u00e1vel, na medida em que determina que a obriga\u00e7\u00e3o de dar coisa certa abrange os acess\u00f3rios, ainda que n\u00e3o mencionados.\n\nArt. 233. A obriga\u00e7\u00e3o de dar coisa certa abrange os acess\u00f3rios dela embora n\u00e3o mencionados, salvo se o contr\u00e1rio resultar do t\u00edtulo ou das circunst\u00e2ncias do caso.\nOra, acess\u00f3rios de dinheiro s\u00e3o os juros e a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. E ent\u00e3o voltamos \u00e0 Taxa Referencial.\nb) Manipula\u00e7\u00e3o da TR pelo Banco Central/CMN\nIndependentemente da discuss\u00e3o sobre sua natureza jur\u00eddica, vamos aqui partir do pressuposto, assentado pela jurisprud\u00eancia, principalmente do STJ, que a TR \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria.\nTanto o artigo 1\u00ba da lei n\u00ba 8.177/91 quando o artigo 5\u00ba da Lei n\u00ba 10.192/01 (que convolou a MP 1.053/95) atribu\u00edram ao Banco Central a regulamenta\u00e7\u00e3o da metodologia de c\u00e1lculo da TR, conforme crit\u00e9rio\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nestabelecido na lei e a expedi\u00e7\u00e3o das instru\u00e7\u00f5es necess\u00e1rias ao cumprimento\ndo artigo que criou a TBF.\nArt. 1\u00b0 O Banco Central do Brasil divulgar\u00e1 Taxa Referencial (TR), calculada a partir da remunera\u00e7\u00e3o mensal m\u00e9dia l\u00edquida de impostos, dos dep\u00f3sitos a prazo fixo captados nos bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos m\u00faltiplos com carteira comercial ou de investimentos, caixas econ\u00f4micas, ou dos t\u00edtulos p\u00fablicos federais, estaduais e municipais, de acordo com metodologia a ser aprovada pelo Conselho Monet\u00e1rio Nacional, no prazo de sessenta dias, e enviada ao conhecimento do Senado Federal. . (Lei n\u00ba 8177/91) Artigo 5\u00ba Fica institu\u00edda Taxa B\u00e1sica Financeira \u2013 TBF, para ser utilizada exclusivamente como base de remunera\u00e7\u00e3o de opera\u00e7\u00f5es realizadas no mercado financeiro, de prazo de dura\u00e7\u00e3o igual ou superior a sessenta dias. Par\u00e1grafo \u00fanico. O Conselho Monet\u00e1rio Nacional expedir\u00e1 as instru\u00e7\u00f5es necess\u00e1rias ao cumprimento do disposto neste artigo, podendo inclusive,\nampliar o prazo m\u00ednimo previsto no caput. (Lei n\u00ba 10.192/01)\n\nNo mister de regulamentar a TR, o Banco Central/CMN vem ao\nlongo dos anos criando e reinventando f\u00f3rmulas para encontr\u00e1-la. Pelo menos\ndesde a Resolu\u00e7\u00e3o 2.075, de 26 de maio de 1994, h\u00e1 f\u00f3rmulas para encontrar a\nTR. Todavia, \u00e9 com a institui\u00e7\u00e3o da Taxa B\u00e1sica Financeira, pela Medida\nProvis\u00f3ria 1.053/95, de 30 de junho de 1995, que a forma de c\u00e1lculo da TR sofre\numa expressiva reviravolta.\nDesde a Resolu\u00e7\u00e3o 2.437, de 30 de outubro de 1997, a TR \u00e9\ncalculada levando em conta a Taxa B\u00e1sica Financeira e um Redutor.\nA Resolu\u00e7\u00e3o 3.354/06, hoje vigente sobre o assunto, diz o seguinte:\nArt. 1\u00ba Estabelecer que, para fins de c\u00e1lculo da Taxa B\u00e1sica Financeira - TBF e da Taxa Referencial - TR, de que tratam os arts. 1\u00ba da Lei 8.177, de 1\u00ba de mar\u00e7o de 1991, 1\u00ba da Lei 8.660, de 28 de maio de 1993, e 5\u00ba da Lei 10.192, de 14 de fevereiro de 2001, deve ser constitu\u00edda amostra das 30 maiores institui\u00e7\u00f5es financeiras do Pa\u00eds, assim consideradas em fun\u00e7\u00e3o do volume de capta\u00e7\u00e3o efetuado por meio de certificados e recibos de dep\u00f3sito banc\u00e1rio (CDB/RDB), com prazo de 30 a 35 dias corridos, inclusive, e remunerados a taxas prefixadas, entre bancos m\u00faltiplos, bancos comerciais, bancos de investimento e caixas econ\u00f4micas. Art. 2\u00ba A TBF e a TR s\u00e3o calculadas a partir da remunera\u00e7\u00e3o mensal m\u00e9dia dos CDB/RDB emitidos a taxas de mercado prefixadas, com prazo de 30 a 35 dias corridos, inclusive, com base em informa\u00e7\u00f5es prestadas pelas institui\u00e7\u00f5es integrantes da amostra de que trata o art. 1\u00ba, na forma a ser determinada pelo Banco Central do Brasil. Art. 4\u00ba Para cada dia do m\u00eas - dia de refer\u00eancia -, o Banco Central do Brasil deve calcular a TBF, para o per\u00edodo de um m\u00eas, com in\u00edcio no pr\u00f3prio dia de refer\u00eancia e t\u00e9rmino no dia correspondente ao dia de refer\u00eancia no m\u00eas seguinte, considerada a hip\u00f3tese prevista no \u00a7 2\u00ba, inciso IV. (...)\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nArt. 5\u00ba Para cada TBF obtida, segundo a metodologia descrita no art. 4\u00ba, deve ser calculada a correspondente TR, pela aplica\u00e7\u00e3o de um redutor \"R\", de acordo com a seguinte f\u00f3rmula: TR = max {0,100 {[ (1 + TBF/100) / R ] - 1}} (em %). \u00a7 1\u00ba O valor do redutor 'R' deve ser calculado para todos os dias, inclusive n\u00e3o-\u00fateis, de acordo com a seguinte f\u00f3rmula: R = (a + b . TBF/100), onde:Resolu\u00e7\u00e3o n\u00ba 3354, de 31 de mar\u00e7o de 2006. TBF = TBF relativa ao dia de refer\u00eancia; a = 1,005; b = valor determinado de acordo com a tabela abaixo, em fun\u00e7\u00e3o da TBF obtida, segundo a metodologia descrita no art. 4\u00ba, em termos percentuais ao ano: TBF (% a.a.) b TBF maior que 16 0,48 TBF menor ou igual a 16 e maior que 15 0,44 TBF menor ou igual a 15 e maior que 14 0,40 TBF menor ou igual a 14 e maior que 13 0,36 TBF menor ou igual a 13 e maior ou igual a 11 0,32 Reda\u00e7\u00e3o dada pela Resolu\u00e7\u00e3o 3.446, de 05/03/2007. \u00a7 2\u00ba Fica o Banco Central do Brasil autorizado a determinar o valor do par\u00e2metro \"b\" no caso de a TBF obtida ser inferior a 11% a.a. (onze por cento ao ano).\n\nO peculiar nesta determina\u00e7\u00e3o do Banco Central/CMN, que de resto se repete desde 1997, \u00e9 que a TBF e TR s\u00e3o exatamente iguais em sua g\u00eanese at\u00e9 o momento em que se determina que se aplique um redutor \u00e0 TBF para se chegar \u00e0 TR.\nN\u00e3o h\u00e1 na Lei da TR previs\u00e3o de aplica\u00e7\u00e3o de redutor, assim como n\u00e3o h\u00e1 na Lei que criou a TBF. Todavia, causa estranheza que diante de um comando aberto como o do art. 5\u00ba da MP n\u00ba 1.503/95 (Lei n\u00ba 10.192/01), o Banco Central/CMN, com amplos poderes para regulamentar o assunto, n\u00e3o tenha institu\u00eddo um redutor, mas o tenha feito ao regulamentar o artigo 1\u00ba da lei n\u00ba 8.177/91, que n\u00e3o era t\u00e3o flex\u00edvel.\nExcel\u00eancia, hoje, o trabalhador que tem seu dinheiro aplicado no FGTS, e de l\u00e1 n\u00e3o pode retir\u00e1-lo para outro investimento, est\u00e1 sendo remunerado com 0,247% de juros ao m\u00eas e mais nada. N\u00e3o h\u00e1 nem corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria nem Taxa Referencial (independentemente da sua natureza jur\u00eddica), em flagrante ofensa ao artigo 2\u00ba da Lei n\u00ba 8.036/90, que imp\u00f5e a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos valores depositados pelo empregador.\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nAinda que se argumente que a aplica\u00e7\u00e3o do Redutor pelo Banco Central/CMN seja legal, sua redu\u00e7\u00e3o a zero em um cen\u00e1rio de infla\u00e7\u00e3o superior a 6% ao ano, configura flagrante afronta ao artigo 2\u00ba da Lei n\u00ba 8.036/90, que determina a atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, bem como ao artigo 233 do C\u00f3digo Civil, quando sonega os acess\u00f3rios da obriga\u00e7\u00e3o de dar.\nMas \u00e9 necess\u00e1rio ir mais al\u00e9m e revisitar o entendimento jurisprudencial sobre a TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, m\u00e1xime a partir da institui\u00e7\u00e3o de um redutor que tem por efeito zerar o \u00edndice da TR em um ambiente de infla\u00e7\u00e3o.\nO quadro comparativo mostra que a TR n\u00e3o se presta como atualizador monet\u00e1rio do FGTS, pelo menos desde janeiro de 1999. Desde o momento em que o Banco Central/CMN estabeleceu um redutor para a TR, ela deixou de ser um \u00edndice confi\u00e1vel para atualizar monetariamente as contas do FGTS, porque se descola dos \u00edndices de infla\u00e7\u00e3o, sendo reduzido ano a ano. A finalidade da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u00e9 manter o poder de compra do capital, e esta finalidade nem de perto vem sendo alcan\u00e7ada pela TR. A anula\u00e7\u00e3o total da TR \u00e9 s\u00f3 o desfecho desta pol\u00edtica predat\u00f3ria para o trabalhador.\nO trabalhador, que luta para formar um patrim\u00f4nio, tem que poder confiar na lei. Esta confian\u00e7a est\u00e1 quebrada.\nH\u00e1 a n\u00edtida expropria\u00e7\u00e3o do patrim\u00f4nio do trabalhador, na medida em que se nega a ele a devida atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria.\nO Poder Judici\u00e1rio h\u00e1 de se opor a este esbulho, confisco, expropria\u00e7\u00e3o que o trabalhador est\u00e1 sofrendo, desde janeiro de 1999, com as constantes redu\u00e7\u00f5es da TR em rela\u00e7\u00e3o aos \u00edndices de infla\u00e7\u00e3o, culminando na sua completa nulidade, ininterruptamente, desde setembro de 2012.\nEm 1991 e 1992, quando o STF julgou a ADI 493-0/DF, ele deixou bem assentado que a TR n\u00e3o constitu\u00eda \u00edndice que refletia a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda. Esta caracter\u00edstica da TR tem se confirmado ao longo dos anos. A sua aplica\u00e7\u00e3o aos saldos dos dep\u00f3sitos do FGTS tem gerado\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\n\u201cgigantesca destrui\u00e7\u00e3o de valor\u201d do patrim\u00f4nio do trabalhador. H\u00e1 anos, os trabalhadores que tem dep\u00f3sitos no FGTS n\u00e3o experimentam ganhos reais em sua aplica\u00e7\u00e3o. Ao contr\u00e1rio. H\u00e1 muito tempo, os trabalhadores tem rendimentos inferiores \u00e0 infla\u00e7\u00e3o, mesmo levando em conta a remunera\u00e7\u00e3o dos juros de 3% ao ano.\nO que torna a TR um \u00edndice inid\u00f4neo \u00e9 a intensa inger\u00eancia do Banco Central/CMN na sua formula\u00e7\u00e3o.\nDe pouco adiantaria ao trabalhador que fosse determinado ao Banco Central/CMN que recalculasse a TR, pois uma nova f\u00f3rmula estaria igualmente sob a discricionariedade e subjetivismo total do Banco. Basta avaliar a sucess\u00e3o de resolu\u00e7\u00f5es do Banco Central/CMN sobre o tema, conforme Parecer do referido Economista.\nPartindo da premissa inequ\u00edvoca de que a TR n\u00e3o rep\u00f5e as perdas monet\u00e1rias dos dep\u00f3sitos do FGTS, outro caminho n\u00e3o existe se n\u00e3o o de adotar um novo \u00edndice que verdadeiramente corrija estes dep\u00f3sitos.\n\nc) DOS \u00cdNDICES QUE EFETIVAMENTE PRODUZEM CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA\n\nA Lei de Introdu\u00e7\u00e3o \u00e0s Normas do direito Brasileiro estabelece em seu artigo 5\u00ba que na aplica\u00e7\u00e3o da lei, o juiz atender\u00e1 aos fins sociais a que ela se dirige e \u00e0s exig\u00eancias do bem comum.\nA Lei do FGTS tem um fim social indiscut\u00edvel, proteger o trabalhador e constituir um patrim\u00f4nio que lhe sirva de arrimo em v\u00e1rias situa\u00e7\u00f5es de sua vida.\nDiante de tudo que foi demonstrado, o juiz atender\u00e1 aos fins sociais da Lei do FGTS ao reconhecer que corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, reposi\u00e7\u00e3o dos \u00edndices inflacion\u00e1rios de forma a garantir o poder de compra daquele dinheiro ali depositado no Fundo, \u00e9 efetivamente devida pela Caixa.\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nSe a TR n\u00e3o pode ser considerada um \u00edndice id\u00f4neo, sobrev\u00e9m a necessidade de substitu\u00ed-la por um \u00edndice que realmente reponha as perdas monet\u00e1rias. E ent\u00e3o, nada obsta que o juiz considere \u00edndices previsto em outra legisla\u00e7\u00e3o.\nAt\u00e9 por uma quest\u00e3o de equidade, o melhor \u00edndice que pode substituir a TR \u00e9 o \u00edndice que corrige monetariamente o sal\u00e1rios dos trabalhadores e os benef\u00edcios previdenci\u00e1rios. Este \u00edndice est\u00e1 previsto na Lei 12.382 de 25 de fevereiro de 2011, cujos primeiros artigos trazem a seguinte dic\u00e7\u00e3o:\n\nArt. 1o O sal\u00e1rio m\u00ednimo passa a corresponder ao valor de R$ 545,00 (quinhentos e quarenta e cinco reais).\nPar\u00e1grafo \u00fanico. Em virtude do disposto no caput, o valor di\u00e1rio do sal\u00e1rio m\u00ednimo corresponder\u00e1 a R$ 18,17 (dezoito reais e dezessete centavos) e o valor hor\u00e1rio, a R$ 2,48 (dois reais e quarenta e oito centavos).\nArt. 2o Ficam estabelecidas as diretrizes para a pol\u00edtica de valoriza\u00e7\u00e3o do sal\u00e1rio m\u00ednimo a vigorar entre 2012 e 2015, inclusive, a serem aplicadas em 1o de janeiro do respectivo ano.\n\u00a7 1o Os reajustes para a preserva\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo do sal\u00e1rio m\u00ednimo corresponder\u00e3o \u00e0 varia\u00e7\u00e3o do \u00cdndice Nacional de Pre\u00e7os ao Consumidor INPC, calculado e divulgado pela Funda\u00e7\u00e3o Instituto Brasileiro de Geografia e Estat\u00edstica - IBGE, acumulada nos doze meses anteriores ao m\u00eas do reajuste.\n\u00a7 2o Na hip\u00f3tese de n\u00e3o divulga\u00e7\u00e3o do INPC referente a um ou mais meses compreendidos no per\u00edodo do c\u00e1lculo at\u00e9 o \u00faltimo dia \u00fatil imediatamente anterior \u00e0 vig\u00eancia do reajuste, o Poder Executivo estimar\u00e1 os \u00edndices dos meses n\u00e3o dispon\u00edveis.\n\u00a7 3o Verificada a hip\u00f3tese de que trata o \u00a7 2o, os \u00edndices estimados permanecer\u00e3o v\u00e1lidos para os fins desta Lei, sem qualquer revis\u00e3o, sendo os eventuais res\u00edduos compensados no reajuste subsequente, sem retroatividade.\n\u00a7 4o A t\u00edtulo de aumento real, ser\u00e3o aplicados os seguintes percentuais:\nI - em 2012, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do Produto Interno Bruto - PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2010;\nII - em 2013, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2011;\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nIII - em 2014, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2012; e\n\nIV - em 2015, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2013.\n\n\u00a7 5o Para fins do disposto no \u00a7 4o, ser\u00e1 utilizada a taxa de crescimento real do PIB para o ano de refer\u00eancia, divulgada pelo IBGE at\u00e9 o \u00faltimo dia \u00fatil do ano imediatamente anterior ao de aplica\u00e7\u00e3o do respectivo aumento real.\n\nN\u00e3o h\u00e1 porque ter dois pesos e duas medidas. Se o sal\u00e1rio m\u00ednimo \u00e9 corrigido monetariamente pelo INPC, o dep\u00f3sito do FGTS que, em \u00faltimas an\u00e1lise, \u00e9 um sal\u00e1rio indireto do trabalhador, tamb\u00e9m h\u00e1 de s\u00ea-lo.\nE observe que o objetivo da Lei em corrigir o sal\u00e1rio m\u00ednimo pelo INPC decorre exclusivamente da necessidade de preservar seu poder aquisitivo. A necessidade de preservar o poder aquisitivo \u00e9 um constante em todas as transa\u00e7\u00f5es financeiras, e ela s\u00f3 aperfei\u00e7oa quando rep\u00f5e efetivamente as perdas inflacion\u00e1rias.\nOutro \u00edndice que se mostra aplic\u00e1vel, na hip\u00f3tese deste douto Ju\u00edzo entender que n\u00e3o se aplicaria o INPC, \u00e9 o IPCA, \u00edndice oficial do Governo Federal para medi\u00e7\u00e3o das metas inflacion\u00e1rias, contratadas com o FMI, a partir de julho de 1999.\nAmbos os \u00edndices s\u00e3o infinitamente mais adequados a preservar o poder aquisitivo dos dep\u00f3sitos do FGTS do que a aniquilada TR.\n\n3. DO PREQUESTIONAMENTO PARA EVENTUAL INTERPOSI\u00c7\u00c3O DE RECURSO ESPECIAL OU RECURSO EXTRAORDIN\u00c1RIO\n\nInicialmente \u00e9 importante retratar que o tema em debate cuida de mat\u00e9ria de ordem p\u00fablica, a qual ultrapassa a esfera individual do cidad\u00e3o atingindo toda a ordem social quer seja jur\u00eddica, quer seja em \u00e2mbito pol\u00edticosocial afetando, dessa forma, toda a parcela da sociedade comprometida com o bem comum.\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nSublinha-se que a mat\u00e9ria ora ventilada, afronta de pronto preceitos Constitucionais que violam os Direitos Garantia de todos os trabalhadores que possuem conta vinculada do FGTS.\nAssim, h\u00e1 repercuss\u00e3o geral na presente a\u00e7\u00e3o, frente ao Estado Democr\u00e1tico de Direito, compromiss\u00e1rio e dirigente que tem como postulado a seguran\u00e7a jur\u00eddica.\nNo mais, com efeito, o tema apresenta relev\u00e2ncia do ponto de vista jur\u00eddico, uma vez que a defini\u00e7\u00e3o sobe a constitucionalidade dessa exa\u00e7\u00e3o nortear\u00e1 o julgamento de in\u00fameros processos similares, que tramitam neste e nos demais tribunais brasileiros. Al\u00e9m de fixar a interpreta\u00e7\u00e3o da Corte sobre os dispositivos constitucionais suscitados no feito.\nNesse contexto, em breve s\u00edntese, a aplica\u00e7\u00e3o da T.R como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria do FGTS, encontraria respaldo em dois artigos da Lei n\u00ba 8.036/90, art. 2\u00ba e art. 13.\nAssim, entendemos, data venia, que h\u00e1 uma obrigatoriedade de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e de remunera\u00e7\u00e3o por meio de juros dos dep\u00f3sitos efetuados nas contas vinculadas do FGTS, sen\u00e3o vejamos:\n\nArt. 2\u00ba O FGTS \u00e9 constitu\u00eddo pelos saldos das contas vinculadas a que se refere esta lei e outros recursos a ele incorporados, devendo ser aplicados com atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e juros, de modo a assegurar a cobertura de suas obriga\u00e7\u00f5es. Art. 13. Os dep\u00f3sitos efetuados nas contas vinculadas ser\u00e3o corrigidos monetariamente com base nos par\u00e2metros fixados para atualiza\u00e7\u00e3o dos saldos dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a e capitaliza\u00e7\u00e3o juros de (tr\u00eas) por cento ao ano.\nTodavia, a realiza\u00e7\u00e3o de interpreta\u00e7\u00e3o ou decis\u00e3o diversa, no\nsentido que as contas vinculadas do FGTS devem ser corrigidas pela TR, por for\u00e7a\ndo citado artigo 13, viria a ferir v\u00e1rios preceitos constitucionais.\nNesse sentido, referido artigo 13, desobedeceria os limites\nmateriais de in\u00fameros fundamentos e princ\u00edpios constitucionais, como o Estado\nDemocr\u00e1tico de Direito, atentando contra a Dignidade da pessoa Humana (art.\n1\u00ba e inciso III, da CF), bem como os princ\u00edpios da igualdade, seguran\u00e7a jur\u00eddica\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\n(art. 5\u00ba, caput, da CF), da prote\u00e7\u00e3o ao direito de propriedade, direito adquirido (art. 5\u00ba, XXII e XXXVI da CF) e moralidade (art. 37 da CF).\nNessa mesma linha, recentemente o Supremo Tribunal Federal decidiu pela inconstitucionalidade da utiliza\u00e7\u00e3o da Taxa Referencial - TR - como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria para o pagamento dos chamados precat\u00f3rios (ADI n\u00ba 4357) reafirmando entendimento anteriormente adotado por aquela Corte na ADI n\u00ba 493. Essa decis\u00e3o tem desdobramentos que v\u00e3o al\u00e9m do processo no qual foi tomada. Isso porque a Lei n\u00ba 8.036/90 que estabelece as bases do Fundo de Garantia por Tempo de Servi\u00e7o \u2013 FGTS \u2013 tamb\u00e9m prev\u00ea a aplica\u00e7\u00e3o de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e h\u00e1 muito tempo \u00e9 utilizado o referido \u00edndice (TR) para corrigir referido fundo, o mesmo agora considerado inconstitucional para este fim pelo STF.\nAssim, a parte autora h\u00e1 por bem PREQUESTIONAR a mat\u00e9ria, para efeito de eventual interposi\u00e7\u00e3o de Recurso Especial e/ou Extraordin\u00e1rio, conforme fundamentos que passa a expor:\nInicialmente devemos nos recordar que a dignidade da pessoa humana \u00e9 valor constitucional supremo que agrega em torno de si a unanimidade dos demais direitos e garantias fundamentais do homem, envolvendo-se tanto em rela\u00e7\u00e3o aos direito \u00e0 vida como, tamb\u00e9m, aos direitos pessoais tradicionais, os direitos sociais, econ\u00f4micos, e as liberdades p\u00fablicas em geral.\nEm verdade quando o texto constitucional proclama a dignidade da pessoa humana est\u00e1 corroborando um imperativo de justi\u00e7a social, e consigna, acima de tudo, um sobreprinc\u00edpio (\u00e9 o caso dos diretos fundamentais).\nNesse sentido, em rela\u00e7\u00e3o ao caso concreto, \u00e9 necess\u00e1rio aprofundarmos um pouco mais nas consequ\u00eancias que esta subtra\u00e7\u00e3o de recursos do patrim\u00f4nio do trabalhador traz a todos, individual e coletivamente.\n\u00c9 de conhecimento geral que o Sistema Financeiro de Habita\u00e7\u00e3o disp\u00f5e dos recursos do FGTS para financiar o maior sonho de todo brasileiro \u2013\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\ncasa pr\u00f3pria. Tamb\u00e9m \u00e9 de conhecimento geral que a Caixa Econ\u00f4mica Federal \u00e9 o Banco que mais se utiliza destes recursos do SFH para financiar, emprestar dinheiro para os brasileiros comprarem a casa pr\u00f3pria.\nE, embora em princ\u00edpio, n\u00e3o haja correla\u00e7\u00e3o entre o trabalhador que tem dep\u00f3sitos no FGTS que s\u00e3o emprestados para financiar a casa pr\u00f3pria, e aquele que se vale do empr\u00e9stimo do SFH para adquirir sua casa pr\u00f3pria, em algum momento, trabalhador e mutu\u00e1rio s\u00e3o a mesma pessoa.\nE neste contexto de mutu\u00e1rio e trabalhador serem a mesma pessoa \u00e9 que se evidencia a maior sordidez da hist\u00f3ria recente deste Pa\u00eds.\nJ\u00e1 seria reprov\u00e1vel o fato de a Caixa pegar um dinheiro a juros baixos e sem nenhuma corre\u00e7\u00e3o e emprest\u00e1-lo a juros muito altos, mesmo sem corre\u00e7\u00e3o (uma vez que a TR corrige presta\u00e7\u00f5es do SFH), evidencia que a institui\u00e7\u00e3o banc\u00e1ria leva imensa vantagem nesta negocia\u00e7\u00e3o.\nMas a situa\u00e7\u00e3o piora consideravelmente quando, a Caixa pega dinheiro a juros baixos, sem nenhuma corre\u00e7\u00e3o para o trabalhador, e empresta para ele mesmo.\nSuponhamos que um trabalhador queira adquirir uma casa pr\u00f3pria utilizando recursos do seu FGTS. Ele encontra o im\u00f3vel, mas verifica que seus recursos n\u00e3o s\u00e3o suficiente para adquiri-lo. Ent\u00e3o ele se dirige a um Banco para financiar a diferen\u00e7a, comprometendo sua renda por muitos anos.\nA maioria dos trabalhadores brasileiros, quando quer adquirir um im\u00f3vel, dirige-se \u00e0 Caixa Econ\u00f4mica Federal.\nTodavia, se o dep\u00f3sito do FGTS tivesse sido devidamente corrigido, se ele mantivesse seu poder de compra, ou o empr\u00e9stimo seria menor ou sequer haveria necessidade de o trabalhador comprometer sua renda e anos de trabalho para adquirir aquilo que \u00e9 o nosso sonho mais prim\u00e1rio, nossa necessidade mais rela como indiv\u00edduo e como povo brasileiro.\nA Caixa est\u00e1 emprestando para o trabalhador aquilo que ela deixou de pagar a ele a t\u00edtulo de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria na sua conta de FGTS.\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nO Trabalhador Brasileiro n\u00e3o merece isto! A Caixa vale-se da fragilidade humana para colocar-se como realizadora de sonhos, ao mesmo tempo em que, ano ap\u00f3s ano, aufere lucros exorbitantes \u00e0s custas do trabalhador. Ainda em rela\u00e7\u00e3o aos dispositivos constitucionais violados, apontamos a viola\u00e7\u00e3o ao direito de propriedade (art. 5\u00ba, XXII da CF) .\n\nO direito de propriedade decorre da pr\u00f3pria lei natural. Por isso, \u00e9 uma exig\u00eancia da natureza intelectual do homem. Enquanto os irracionais se contentam com a satisfa\u00e7\u00e3o de suas necessidades imediatas, o homem pode prever o seu futuro. Assim, para subsistir hoje e no tempo futuro, precisa apropriar-se de bens naturais, de consumo, bens fung\u00edveis e, tamb\u00e9m, de produ\u00e7\u00e3o.\n\nA propriedade \u00e9 a express\u00e3o da pessoa humana. \u00c9 fruto do seu trabalho ou do de seus antepassados. \u00c9 o espelho do indiv\u00edduo, que precisa de um aconchego preservado pela privacidade, onde pode ser ele mesmo, cercado dos sinais que identificam o seu eu. Ela estimula o trabalho, sendo o homem atra\u00eddo espontaneamente pela perspectiva da recompensa direta e pessoal de seus esfor\u00e7os.\n\nFinalmente, a propriedade \u00e9 penhor de uma sociedade articulada ou organizada, ao contr\u00e1rio da meramente coletiva, que tem por conseq\u00fc\u00eancia uma sociedade massificada, sem diversifica\u00e7\u00e3o nem liberdade. Ela defende os cidad\u00e3os contra a concentra\u00e7\u00e3o de todos os poderes nas m\u00e3os do Estado, garantindo a liberdade dos indiv\u00edduos e sua independ\u00eancia em rela\u00e7\u00e3o ao poder.\nNesse sentido:\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\n\"A propriedade faz parte da natureza do homem e da natureza das coisas. Como o trabalho, ela encerra um mist\u00e9rio \u2013 \u00e9 a proje\u00e7\u00e3o da personalidade humana sobre as coisas. A pessoa tende \u00e0 propriedade por um impulso instintivo, do mesmo modo que a nossa natureza animal tende ao alimento. O apetite da propriedade \u00e9 t\u00e3o natural \u00e0 nossa esp\u00e9cie como a fome e a sede; apenas \u00e9 de notar que estes s\u00e3o apetites da nossa natureza inferior, ao passo que aquele procede da nossa natureza superior. Todo o homem tem alma de propriet\u00e1rio, mesmo os que se julgam seus inimigos. \u00c9 isto que se entende quando se afirma que a propriedade decorre do direito natural\" (R.G. Renard, L\u2019\u00c9glise et la Question Sociale, p. 137 et seq.).\n\nPartindo das premissas acima, em 1991 e 1992, quando o STF julgou a ADI 493-0/DF, ele deixou bem assentado que a TR n\u00e3o constitu\u00eda \u00edndice que refletia a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda. Esta caracter\u00edstica da TR tem se confirmado ao longo dos anos. A sua aplica\u00e7\u00e3o aos saldos dos dep\u00f3sitos do FGTS tem gerado \u201cgigantesca destrui\u00e7\u00e3o de valor\u201d do patrim\u00f4nio do trabalhador. H\u00e1 anos, os trabalhadores que tem dep\u00f3sitos no FGTS n\u00e3o experimentam ganhos reais em sua aplica\u00e7\u00e3o. Ao contr\u00e1rio. H\u00e1 muito tempo, os trabalhadores tem rendimentos inferiores \u00e0 infla\u00e7\u00e3o, mesmo levando em conta a remunera\u00e7\u00e3o dos juros de 3% ao ano.\nO que torna a TR um \u00edndice inid\u00f4neo \u00e9 a intensa inger\u00eancia do Banco Central/CMN na sua formula\u00e7\u00e3o.\nDe pouco adiantaria ao trabalhador que fosse determinado ao Banco Central/CMN que recalculasse a TR, pois uma nova f\u00f3rmula estaria igualmente sob a discricionariedade e subjetivismo total do Banco. Basta avaliar a sucess\u00e3o de resolu\u00e7\u00f5es do Banco Central/CMN sobre o tema, conforme Parecer do referido Economista.\nPartindo da premissa inequ\u00edvoca de que a TR n\u00e3o rep\u00f5e as perdas monet\u00e1rias dos dep\u00f3sitos do FGTS - verifica-se de forma incontest\u00e1vel a destrui\u00e7\u00e3o de valor \u201ddo patrim\u00f4nio do trabalhador., outro caminho n\u00e3o existe se n\u00e3o o de adotar um novo \u00edndice que verdadeiramente corrija estes dep\u00f3sitos.\nComo se sabe, o \u00edndice de remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sico da poupan\u00e7a \u00e9 a Taxa Referencial \u2013 TR, \u00edndice controlado pelo Estado, e utilizado como instrumento de controle da economia \u2013 vide os sucessivos \u00edndices mensais\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nzerados, a fim de controle de aporte de capital nas poupan\u00e7as. Tanto a TR n\u00e3o se presta como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, que o STF j\u00e1 decidiu nesse sentido: \u2018A taxa referencial (TR) n\u00e3o \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria (...) n\u00e3o constitui \u00edndice que reflita a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda\u2019 (ADI 4930/DF, Relator Min. Moreira Alves, Plen\u00e1rio, DJ 4.9.1992).\nAssim sendo, texto t\u00e3o danoso ao cidad\u00e3o (art. 13 da lei 8.036/90) n\u00e3o poder\u00e1 ser tolerado pelo Judici\u00e1rio.\nLogo, declarada a inconstitucionalidade o \u00edndice aplicado ao precat\u00f3rio pago nos autos, deve ser tomado como vigente e aplicado ao caso concreto - atribuindo-se outro \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o, como retratado nos pedidos da presente a\u00e7\u00e3o.\nA ofensa ao art. 5\u00ba, caput, da CF, na vertente da seguran\u00e7a jur\u00eddica das rela\u00e7\u00f5es com a Caixa Econ\u00f4mica Federal, verifica-se, notadamente ap\u00f3s o reconhecimento pelo SFT que a TR n\u00e3o se presta como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, nesse sentido:\n\u2018A taxa referencial (TR) n\u00e3o \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria (...) n\u00e3o constitui \u00edndice que reflita a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda\u2019 (ADI 493-0/DF, Relator Min. Moreira Alves, Plen\u00e1rio, DJ 4.9.1992).\n\nLogo, como citado, resta clara a viola\u00e7\u00e3o aos arts. 1\u00ba, inc. III, 5\u00ba, caput e incs. XXII, XXXVI, e 37, caput, da Constitui\u00e7\u00e3o da Rep\u00fablica.\nFrise-se, o SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL j\u00e1 decidiu que envolve quest\u00e3o constitucional a discuss\u00e3o a respeito da aplica\u00e7\u00e3o ou n\u00e3o, nas contas vinculadas do FGTS, de \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria expurgados em decorr\u00eancia de planos de estabiliza\u00e7\u00e3o da economia.\nCom efeito, no dia 31-08-2000, em Sess\u00e3o Plen\u00e1ria, o STF ao apreciar o RE- n. 226855-RS consolidou entendimento de que a decis\u00e3o judicial que decreta a proced\u00eancia de pedido de pagamento de \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, sob a alega\u00e7\u00e3o de direito adquirido, trata de quest\u00e3o constitucional, pois est\u00e1 fundamentada na Constitui\u00e7\u00e3o Federal (art. 5\u00ba, XXXVI).\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nOu seja, ao apreciar pedido de aplica\u00e7\u00e3o de \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria extralegais, a decis\u00e3o judicial est\u00e1, obrigatoriamente, posicionandose quanto \u00e0 exist\u00eancia ou n\u00e3o de direito adquirido.\nPois bem, nos casos em que se pleiteiam a aplica\u00e7\u00e3o nas suas contas vinculadas do FGTS, de \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria com discuss\u00e3o de previs\u00e3o em leis vigentes - tratamos de an\u00e1lise de direito adquirido.\nA concess\u00e3o ou n\u00e3o do pedido depende ent\u00e3o da aprecia\u00e7\u00e3o, pelo juiz da causa, da exist\u00eancia ou n\u00e3o de direito adquirido aos \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria.\nLogo, caso o entendimento seja no sentido que n\u00e3o h\u00e1 aplica\u00e7\u00e3o de direito adquirido ao \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o/atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria (TR) - torna-se poss\u00edvel a interpreta\u00e7\u00e3o no sentido de aplica\u00e7\u00e3o do \u00edndice que realmente cumpra o disposto no art.2\u00ba da lei n\u00ba n\u00ba 8.036/90.\nAssim, a parte autora requer, desde j\u00e1, que este MM.Juiz Federal \" a quo\" manifeste-se em sua r. senten\u00e7a sobre a ofensa aos dispositivos constitucionais citados.\nPortanto, resta PREQUESTIONADA a mat\u00e9ria pugnando pela PROCED\u00caNCIA DO PREQUESTIONAMENTO suscitado, requerendo ao Excelent\u00edssimo JUIZ FEDERAL que se pronuncie de forma objetiva, expl\u00edcita e fundamentada sobre o assunto.\n\n4. DOS HONOR\u00c1RIOS ADVOCAT\u00cdCIOS\nNo que tange a possibilidade de condena\u00e7\u00e3o da requerida em honor\u00e1rios advocat\u00edcios, o STF reiterou o entendimento de que cabe a cobran\u00e7a de honor\u00e1rios advocat\u00edcios nas a\u00e7\u00f5es entre o FGTS e os titulares das contas vinculadas. A decis\u00e3o foi tomada por unanimidade no julgamento do RExt 581.160, com repercuss\u00e3o geral reconhecida, interposto contra ac\u00f3rd\u00e3o do TRF da 1\u00aa regi\u00e3o.\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nSegundo o relator, ministro Ricardo Lewandowski, o ac\u00f3rd\u00e3o\nrecorrido julgou constitucional o artigo 29-C da lei 8.036/90, inserido pela MP\n2.164/01, que veda a condena\u00e7\u00e3o em honor\u00e1rios advocat\u00edcios nas a\u00e7\u00f5es entre\no FGTS e os titulares das contas vinculadas.\nOcorre que o STF j\u00e1 declarou o artigo inconstitucional no\njulgamento da ADIn 2.736, em que foi relator o ministro Cezar Peluso, que excluiu\no artigo 29-C da lei 8.036 do ordenamento legal. \"Entendo que o RExt deve ter o\nmesmo destino da ADIn, de modo que dou provimento ao pedido\", concluiu o\nministro.\nNesse sentido:\nEmenta: RECURSO EXTRAORDIN\u00c1RIO COM REPERCUSS\u00c3O GERAL RECONHECIDA. CONSTITUCIONAL. ART. 9\u00ba DA MP 2.164-41/2001. INTRODU\u00c7\u00c3O DO ART. 29-C NA LEI 8.036/1990. HONOR\u00c1RIOS ADVOCAT\u00cdCIOS. SUCUMB\u00caNCIA. A\u00c7\u00d5ES ENVOLVENDO O FGTS E TITULARES DE CONTAS VINCULADAS. INCONSTITUCIONALIDADE DECLARADA NA ADI 2.736/DF. RECURSO PROVIDO. I O Supremo Tribunal Federal, no julgamento da ADI 2.736/DF, Rel. Min. Cezar Peluso, declarou a inconstitucionalidade do art. 9\u00ba da MP 2.164-41/2001, na parte em que introduziu o art. 29-C na lei 8.036/1990, que vedava a condena\u00e7\u00e3o em honor\u00e1rios advocat\u00edcios \u201cnas a\u00e7\u00f5es entre o FGTS e os titulares de contas vinculadas, bem como naquelas em que figuram os respectivos representantes ou substitutos processuais\u201d. II - Os mesmos argumentos devem ser aplicados \u00e0 solu\u00e7\u00e3o do lit\u00edgio de que trata o presente recurso. III - Recurso extraordin\u00e1rio conhecido e provido.( RE 581160 / MG - MINAS GERAIS . PROCESSO ELETR\u00d4NICO. Relator(a): Min. RICARDO LEWANDOWSKI REPERCUSS\u00c3O GERAL - M\u00c9RITO. Julgamento: 20/06/2012 . \u00d3rg\u00e3o Julgador: Tribunal Pleno.DJe-166 DIVULG 22-08-2012 PUBLIC 23-08-2012- Tema 116 - Direito a honor\u00e1rios advocat\u00edcios nas a\u00e7\u00f5es que visam obter expurgos inflacion\u00e1rios de FGTS.- Ac\u00f3rd\u00e3os citados: ADI 162 MC, ADI 525 MC, ADI 1647, ADI 1753 MC,ADI 2213 MC, ADI 2736.)\n\n5. CONCLUS\u00d5ES\nA Taxa Referencial, enquanto \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria assim considerada pela atual jurisprud\u00eancia p\u00e1tria, n\u00e3o pode ser reduzida a Zero, como tem sido nos \u00faltimos meses, pois afronta flagrantemente o artigo 2\u00ba da Lei n\u00ba 8.036/90, que garante atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria aos dep\u00f3sitos feitos no FGTS.\nComo \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, a TR deveria garantir o poder aquisitivo dos dep\u00f3sitos do FGTS, que se perfaz levando em conta os\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\n\u00edndices de infla\u00e7\u00e3o. Desde janeiro de 1999, a TR se distanciou sensivelmente dos \u00edndices oficiais de infla\u00e7\u00e3o, impingindo profundas perdas aos dep\u00f3sitos do FGTS, tornando-se inid\u00f4nea para garantir a reposi\u00e7\u00e3o de perdas monet\u00e1rias.\nA inidoneidade da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria decorre de mudan\u00e7as introduzidas na sua metodologia de c\u00e1lculo pelo Banco Central do Brasil/CMN que, atrav\u00e9s do mecanismo econ\u00f4mico de um redutor, vem nitidamente manipulando o \u00edndice para que ele se desprenda da infla\u00e7\u00e3o at\u00e9 anul\u00e1-la completamente, a despeito de um quadro de infla\u00e7\u00e3o persistente no Pa\u00eds.\nA Caixa Econ\u00f4mica Federal est\u00e1 se prestando ao papel de espoliador do FGTS, na medida em que disp\u00f5e do patrim\u00f4nio do trabalhador sem a devida contrapresta\u00e7\u00e3o. A corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria aplicada ao FGTS tem sido h\u00e1 muito tempo menor que a infla\u00e7\u00e3o registrada, de forma que descumpre n\u00e3o s\u00f3 o artigo 2\u00ba da lei n\u00ba 8.036/90, artigo 233 do C\u00f3digo Civil, mas tamb\u00e9m toda a l\u00f3gica e princ\u00edpios do mercado econ\u00f4mico.\nQuem empresta tem direito a ser remunerado com juros e a totalidade da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. O trabalhador n\u00e3o pode ser obrigado a subsidiar ainda mais os projetos do Governo Federal. O \u201cainda mais\u201d decorre do fato de os juros de 3% do FGTS serem os menores do mercado, o qu\u00ea, por si s\u00f3, demonstra que ele j\u00e1 est\u00e1 fazendo sua parte sob a perspectiva social.\nNegar o direito de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria aos dep\u00f3sitos do FGTS, Fundo do qual o trabalhador n\u00e3o pode simplesmente sacar seu dinheiro para aplicar em outro fundo mais rent\u00e1vel, configura ato de tirania, incompat\u00edvel com um Estado Democr\u00e1tico de Direito e deve ser de pronto recha\u00e7ado.\nSe o Governo Brasileiro remunerasse os investidores internacionais com TR mais 3% a.a, como faz com os trabalhadores, haveria um fuga em massa dos investimentos no Pa\u00eds, e certamente estar\u00edamos experimentando uma tsunami econ\u00f4mica e n\u00e3o uma simples \u201cmarolinha\u201d.\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nSendo a TR \u00edndice inid\u00f4neo para restabelecer o poder aquisitivo dos dep\u00f3sitos do FGTS, sua substitui\u00e7\u00e3o por outro \u00edndice que melhor recomponha as perdas monet\u00e1rias se torna imperioso, a fim de fazer prevalecer o artigo 2\u00ba da lei n\u00ba 8.036/90 e artigo 233 do C\u00f3digo Civil.\nPosto que desde janeiro de 1999 o redutor criado pelo Banco Central/CMN promoveu o completo distanciamento da TR dos \u00edndices oficiais de infla\u00e7\u00e3o, temos que desde ent\u00e3o ela perdeu sua condi\u00e7\u00e3o de repor as perdas inflacion\u00e1rias dos dep\u00f3sitos do FGTS, devendo desde esta data ser substitu\u00edda pelo INPC, alternativamente, pelo IPCA.\n\n6. DA DESNECESSIDADE DA JUNTADA DE EXTRATOS QUANDO DA PROPOSITURA DA A\u00c7\u00c3O\nConforme relatado nos autos, os trabalhadores substitu\u00eddos pelo autor possuem dep\u00f3sito em conta vinculada do FGTS junto a institui\u00e7\u00e3o financeira r\u00e9.\nA Resolu\u00e7\u00e3o 913 do Banco Central determina, em seu art. 1, par\u00e1grafo 1., que a Institui\u00e7\u00e3o Financeira deve \u201cmanter arquivos dos microfilmes, de f\u00e1cil consulta, devidamente ordenados classificados e catalogados, sem preju\u00edzo de outras medidas que objetivem facilitar e agilizar as consultas...\u201d\nN\u00e3o h\u00e1 a necessidade da juntada dos extratos das contas vinculadas ao FGTS em nome dos interessados, pois o \u201cdocumento essencial \u00e0 propositura da a\u00e7\u00e3o\u201d n\u00e3o pode ser confundido com \"\u00f4nus da prova do fato constitutivo do direito\". Sabe-se que ao autor cabe provar os fatos que alega na exordial, entretanto isso quer dizer que deve faz\u00ea-lo mediante apresenta\u00e7\u00e3o de prova pr\u00e9-constitu\u00edda quando do ajuizamento da a\u00e7\u00e3o.\nTal prova pode ser produzida durante a instru\u00e7\u00e3o processual, que \u00e9 o momento oportuno para tanto, e pelos meios de prova regulares, inclusive, se for o caso, mediante requisi\u00e7\u00e3o dos documentos ou das informa\u00e7\u00f5es diretamente a quem as possua.\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nTal entendimento est\u00e1 em conson\u00e2ncia com o entendimento do\nSTJ sobre o tema, conforme a jurisprud\u00eancia que segue:\nCONSTITUCIONAL. PROCESSUAL CIVIL. A\u00c7\u00c3O CIVIL COLETIVA. DIFEREN\u00c7AS DE CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA DE CONTAS DO FGTS. LEGITIMA\u00c7\u00c3O ATIVA DAS ENTIDADES SINDICAIS. NATUREZA E LIMITES. PROVA DO FATO CONSTITUTIVO DO DIREITO AFIRMADO E DOCUMENTO ESSENCIAL \u00c0 PROPOSITURA DA DEMANDA. DISTIN\u00c7\u00d5ES. 1. As entidades sindicais t\u00eam legitimidade ativa para demandar em ju\u00edzo a tutela de direitos subjetivos individuais dos integrantes da categoria, desde que se tratem de direitos homog\u00eaneos e que guardem rela\u00e7\u00e3o de pertencialidade com os fins institucionais do Sindicato demandante. 2. A legitima\u00e7\u00e3o ativa, nesses casos, se opera em regime de substitui\u00e7\u00e3o processual, visando a obter senten\u00e7a condenat\u00f3ria de car\u00e1ter gen\u00e9rico, nos moldes da prevista no art. 95 da Lei n. 8078/90, sem qualquer ju\u00edzo a respeito da situa\u00e7\u00e3o particular dos substitu\u00eddos, dispensando, nesses limites, a autoriza\u00e7\u00e3o individual dos substitu\u00eddos. 3. A individualiza\u00e7\u00e3o da situa\u00e7\u00e3o particular, bem assim a correspondente liquida\u00e7\u00e3o e execu\u00e7\u00e3o dos valores devidos a cada um dos substitu\u00eddos, se n\u00e3o compostas espontaneamente, ser\u00e3o objeto de a\u00e7\u00e3o pr\u00f3pria (a\u00e7\u00e3o de cumprimento da senten\u00e7a condenat\u00f3ria gen\u00e9rica), a ser promovida pelos interessados, ou pelo Sindicato, aqui em regime de representa\u00e7\u00e3o. 4. N\u00e3o se pode confundir \"documento essencial \u00e0 propositura da a\u00e7\u00e3o\" com \"\u00f4nus da prova do fato constitutivo do direito\". Ao autor cumpre provar os fatos que d\u00e3o sustento ao direito afirmado na peti\u00e7\u00e3o inicial, mas isso n\u00e3o significa dizer que deve faz\u00ea-lo mediante apresenta\u00e7\u00e3o de prova pr\u00e9constitu\u00edda e j\u00e1 por ocasi\u00e3o do ajuizamento da demanda. Nada impede que o fa\u00e7a na instru\u00e7\u00e3o processual e pelos meios de prova regulares. 5. Em se tratando de a\u00e7\u00e3o coletiva para tutela de direitos individuais homog\u00eaneos, que visa a uma senten\u00e7a condenat\u00f3ria gen\u00e9rica, a prova do fato constitutivo do direito subjetivo individual dever\u00e1 ser produzida por ocasi\u00e3o da a\u00e7\u00e3o de cumprimento, oportunidade em que se far\u00e1 o exame das situa\u00e7\u00f5es particulares dos substitu\u00eddos, visando a identificar e mensurar cada um dos direitos subjetivos genericamente reconhecidos na senten\u00e7a de proced\u00eancia. 6. Recurso especial a que se nega provimento. RECURSO ESPECIAL N\u00ba 487.202 - RJ (2002/0138531-8)\nAssim, os autores fazem jus a receberem C\u00d3PIA DO EXTRATOS\nANAL\u00cdTICO DO FGTS, os quais dever\u00e3o ser apresentados pela r\u00e9.\n\n7. DO VALOR DA CAUSA\n\nNos termos da pac\u00edfica jurisprud\u00eancia do STJ, nos casos de litiscons\u00f3rcio ativo, o valor da causa para o fim de fixa\u00e7\u00e3o de compet\u00eancia deve ser individual a cada litisconsorte.\nAssim \u00e9 a jurisprud\u00eancia do STJ:\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nPROCESSUAL CIVIL. JUIZADOS ESPECIAIS. VALOR DA CAUSA INFERIOR A SESSENTA SAL\u00c1RIOS M\u00cdNIMOS. LITISCONS\u00d3RCIO ATIVO. VALOR INDIVIDUAL DE CADA LITISCONSORTE. S\u00daMULA 83/STJ. RECURSO ESPECIAL N\u00c3O CONHECIDO. Em se tratando de litiscons\u00f3rcio ativo facultativo, para que se fixe a compet\u00eancia dos Juizados Especiais, deve ser considerado o valor de cada autor, individualmente, n\u00e3o importando se a soma ultrapassa o limite dos 60 (sessenta) sal\u00e1rios m\u00ednimos. Precedentes. S\u00famula 83/STJ. Agravo regimental improvido.(STJ - AgRg no REsp: 1376544 SP 2012/0214836-8, Relator: Ministro HUMBERTO MARTINS, Data de Julgamento: 28/05/2013, T2 - SEGUNDA TURMA, Data de Publica\u00e7\u00e3o: DJe 05/06/2013)\nAssim, verifica-se que o Juizado Especial Federal \u00e9 competente\npara a aprecia\u00e7\u00e3o da presente demanda.\n8. DOS PEDIDOS\n\na\u00e7\u00e3o.\n\nAnte ao exporto, requer: a) A cita\u00e7\u00e3o da requerida, para querendo contestar a presente\n\nb) Seja a presente a\u00e7\u00e3o JULGADA TOTALMENTE PROCEDENTE para condenar a r\u00e9 a:\n\nb.1) Aplicar nas contas do FGTS da parte autora em substitui\u00e7\u00e3o a TR, do INPC, ou, sucessivamente, aplica\u00e7\u00e3o do IPCA, ou, sucessivamente a aplica\u00e7\u00e3o de qualquer outro \u00edndice que reponha as perdas inflacion\u00e1rias do trabalhador nas contas do FGTS, no entender deste Douto Ju\u00edzo, de acordo com os pedidos anteriores, bem como\n\nb.2) Pagar em favor do(a) autor(a), o valor correspondente \u00e0s diferen\u00e7as de FGTS em raz\u00e3o da aplica\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria pelo INPC nos meses em que a TR foi zero, nas parcelas vencidas e vincendas, bem como pagar, em favor do(a) autor(a), o valor correspondente \u00e0s diferen\u00e7as de FGTS\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nem raz\u00e3o da aplica\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria pelo INPC, desde Janeiro de 1999, nos meses em que a TR n\u00e3o foi zero, mas foi menor que a infla\u00e7\u00e3o do per\u00edodo; ou, sucessivamente,\n\nb.3) Pagar em favor do(a) autor(a), o valor correspondente \u00e0s diferen\u00e7as de FGTS em raz\u00e3o da aplica\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria pelo lPCA nos meses em que a TR foi zero, bem como, a pagar em favor do(a) autor(a), o valor correspondente \u00e0s diferen\u00e7as de FGTS em raz\u00e3o da aplica\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria pelo IPCA desde Janeiro de 1999, nos meses em que a TR n\u00e3o foi zero, mas foi menor que a infla\u00e7\u00e3o do per\u00edodo; ou, sucessivamente,\n\nb.4 ) Pagar em favor do(a) autor(a), o valor correspondente \u00e0s diferen\u00e7as de FGTS em raz\u00e3o da aplica\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria por qualquer outro \u00edndice que reponha as perdas inflacion\u00e1rias do trabalhador nas contas do FGTS, no entender deste Douto Ju\u00edzo, desde janeiro de 1999, inclusive nos meses em que a TR foi zero.\n\nc) Sobre os valores devidos pela condena\u00e7\u00e3o de que tratam os itens acima, dever\u00e3o incidir corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria desde a inadimpl\u00eancia da Caixa, bem como os juros legais.\n\nd) Seja compelida a requerida para que, apresente c\u00f3pia dos extratos anal\u00edticos do FGTS do(a) autor(a), com fixa\u00e7\u00e3o de prazo para cumprimento da ordem e fixa\u00e7\u00e3o de multa di\u00e1ria em caso de descumprimento.\n\ne) A condena\u00e7\u00e3o da Caixa ao pagamento das custas e honor\u00e1rios advocat\u00edcios de 20% sobre o valor da condena\u00e7\u00e3o.\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nf) A concess\u00e3o em favor do(a) autor(a) do Benef\u00edcio da Assist\u00eancia Judici\u00e1ria, eis que os mesmos n\u00e3o possuem condi\u00e7\u00f5es de suportar as custas e demais despesas processuais, sem preju\u00edzo do seu sustento e de suas fam\u00edlias, nos termos da Lei 1.060/50 e 5.584/70.\n\ng) Ainda, que este MM. Juiz Federal \"a quo\" manifeste-se em sua r. senten\u00e7a sobre a exig\u00eancia de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria do art. 2\u00ba da lei n\u00ba 8.036/90 que garante atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria aos dep\u00f3sitos das contas vinculadas do FGTS;\n\nh) Por fim, que este MM.Juiz Federal \"a quo\" manifeste-se em sua r. senten\u00e7a sobre os fundamentos que a utiliza\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o desobedeceria os limites materiais de in\u00fameros fundamentos e princ\u00edpios constitucionais, como o Estado Democr\u00e1tico de Direito, atentando contra a Dignidade da pessoa Humana (art. 1\u00ba e inciso III, da CF), bem como os princ\u00edpios da igualdade, seguran\u00e7a jur\u00eddica (art. 5\u00ba, caput, da CF), da prote\u00e7\u00e3o ao direito de propriedade, direito adquirido (art. 5\u00ba, XXII e XXXVI da CF) e moralidade (art. 37 da CF). Logo, resta PREQUESTIONADA a mat\u00e9ria pugnando pela PROCED\u00caNCIA DO PREQUESTIONAMENTO suscitado, requerendo ao Excelent\u00edssimo JUIZ FEDERAL que se pronuncie de forma objetiva, expl\u00edcita e fundamentada sobre o assunto.\n\nProtesta provar o alegado por todos os meios de prova admitidos em direito, em especial a prova documental.\nAtribu\u00ed-se \u00e0 causa o valor de R$ 10.000,00. Crici\u00fama, 10 de dezembro de 2013.\n\nJAIR S\u00c1 JUNIOR OAB/SC 26.344 OAB/SP 322.667\n\nGEBDIEL GON\u00c7ALVES S\u00c1 OAB/SC 23.914\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 3 (Solon) - IdDocumentoCompleto: 5016158-27.2014.4.04.7204-721415034492542060210000000032", "text": "S\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nEXCELENT\u00cdSSIMO (A) SENHOR (A) JUIZ (A) FEDERAL DA ___ VARA FEDERAL DA SUBSE\u00c7\u00c3O JUDICI\u00c1RIA DE CRICI\u00daMA - SC\n\nA PARTE AUTORA, j\u00e1 qualificada eletronicamente, por seus procuradores que esta subscrevem, Dr. GEBDIEL GON\u00c7ALVES S\u00c1, brasileiro, casado, advogado devidamente inscrito na OAB/SC sob o n\u00ba 23.914 e JAIR S\u00c1 JUNIOR, brasileiro, casado, advogado devidamente inscrito na OAB/SC 26.344, ambos com endere\u00e7o profissional a Rua Jo\u00e3o Pessoa, n\u00ba 380, centro, munic\u00edpio de Crici\u00fama, SC, onde recebe avisos e intima\u00e7\u00f5es, v\u00eam \u00e0 presen\u00e7a de V. Ex\u00aa, com o devido respeito, propor a presente:\nA\u00c7\u00c3O ORDIN\u00c1RIA DE CORRE\u00c7\u00c3O DOS SALDOS DO FGTS\nEm desfavor da CAIXA ECON\u00d4MICA FEDERAL, com sede no SBS quadra 04 lotes 3/4 Matriz, Bras\u00edlia \u2013 DF, CEP: 70092-900 e com filial nesta cidade, situada \u00e0 rua Santo Antonio, 180, CEP 88801-440, pelas raz\u00f5es de fato e de direito que passa a expor.\n1. DOS FATOS\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nO processo em tela trata de quest\u00e3o de extrema import\u00e2ncia para\nmilh\u00f5es de trabalhadores brasileiros e diz respeito ao Fundo de Garantia por\nTempo de Servi\u00e7o. O Fundo de Garantia por Tempo de Servi\u00e7o foi criado na\nd\u00e9cada de 1960 para proteger o trabalhador, como suced\u00e2neo da antiga\nestabilidade decenal. \u00c9 constitu\u00eddo por valores depositados pelas empresas em\nnome de seus empregados e possibilita que o trabalhador forme um patrim\u00f4nio.\nNesse sentido, verifica-se no s\u00edtio eletr\u00f4nico da Caixa Econ\u00f4mica\nFederal que o FGTS hoje financia programas de habita\u00e7\u00e3o popular, saneamento\nb\u00e1sico e infraestrutura urbana.\nAssim, o FGTS \u00e9 regido pelas disposi\u00e7\u00f5es da Lei n\u00ba 8.036, de 11 de\nmaio de 1990, por normas e diretrizes estabelecidas pelo seu Conselho Curador e\ngerido pela Caixa Econ\u00f4mica Federal. Dos artigos 2\u00ba e 13 da Lei n\u00ba 8.036/90 extraI-se que h\u00e1 uma\nobrigatoriedade de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e de remunera\u00e7\u00e3o por meio de juros\ndos dep\u00f3sitos efetuados nas contas vinculadas do FGTS, sen\u00e3o vejamos:\nArt. 2\u00ba O FGTS \u00e9 constitu\u00eddo pelos saldos das contas vinculadas a que se refere esta lei e outros recursos a ele incorporados, devendo ser aplicados com atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e juros, de modo a assegurar a cobertura de suas obriga\u00e7\u00f5es. Art. 13. Os dep\u00f3sitos efetuados nas contas vinculadas ser\u00e3o corrigidos monetariamente com base nos par\u00e2metros fixados para atualiza\u00e7\u00e3o dos saldos dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a e capitaliza\u00e7\u00e3o juros de (tr\u00eas) por cento ao ano.\n\nRessalte-se que o par\u00e2metro fixado para a atualiza\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos dos saldos de poupan\u00e7a e consequentemente dos dep\u00f3sitos do FGTS \u00e9 a Taxa Referencial \u2013 TR, conforme prescrevem os artigos 12 e 17 da Lei n\u00ba 8.177, de 1\u00ba de mar\u00e7o de 1991, com reda\u00e7\u00e3o da lei n\u00ba 12.703, de 7 de agosto de 2012, cuja dic\u00e7\u00e3o \u00e9 a seguinte:\n\nArt. 12. Em cada per\u00edodo de rendimento, os dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a ser\u00e3o remunerados:I - como remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica, por taxa correspondente \u00e0 acumula\u00e7\u00e3o das TRD, no per\u00edodo transcorrido entre o dia do \u00faltimo cr\u00e9dito de rendimento, inclusive, e o dia do cr\u00e9dito de rendimento, exclusive;II - como remunera\u00e7\u00e3o adicional, por juros de: (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n \u00ba 12.703, de 2012)a) 0,5% (cinco d\u00e9cimos por cento) ao m\u00eas, enquanto a meta da taxa Selic\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nao ano, definida pelo Banco Central do Brasil, for superior a 8,5% (oito inteiros e cinco d\u00e9cimos por cento); ou (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n \u00ba 12.703, de 2012)b) 70% (setenta por cento) da meta da taxa Selic ao ano, definida pelo Banco Central do Brasil, mensalizada, vigente na data de in\u00edcio do per\u00edodo de rendimento, nos demais casos. (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n \u00ba 12.703, de 2012)(...)\n\nArt. 17. A partir de fevereiro de 1991, os saldos das contas do Fundo de Garantia por Tempo de Servi\u00e7o (FGTS) passam a ser remunerados pela taxa aplic\u00e1vel \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a com data de anivers\u00e1rio no dia 1\u00b0, observada a periodicidade mensal para remunera\u00e7\u00e3o. Par\u00e1grafo \u00fanico. As taxas de juros previstas na legisla\u00e7\u00e3o em vigor do FGTS s\u00e3o mantidas e consideradas como adicionais \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o prevista neste artigo.\nRetrata a Lei n\u00ba 8.177/91 a forma como a TR ser\u00e1 calculada:\nArt. 1\u00b0 O Banco Central do Brasil divulgar\u00e1 Taxa Referencial (TR), calculada a partir da remunera\u00e7\u00e3o mensal m\u00e9dia l\u00edquida de impostos, dos dep\u00f3sitos a prazo fixo captados nos bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos m\u00faltiplos com carteira comercial ou de investimentos, caixas econ\u00f4micas, ou dos t\u00edtulos p\u00fablicos federais, estaduais e municipais, de acordo com metodologia a ser aprovada pelo Conselho Monet\u00e1rio Nacional, no prazo de sessenta dias, e enviada ao conhecimento do Senado Federal.\u00a7 1\u00b0 A TR ser\u00e1 mensalmente divulgada pelo Banco Central do Brasil, no m\u00e1ximo at\u00e9 o oitavo dia \u00fatil do m\u00eas de refer\u00eancia. (Revogado pela Lei n\u00ba 8.660, de 1993)\u00a7 2\u00b0 As institui\u00e7\u00f5es que venham a ser utilizadas como bancos de refer\u00eancia, dentre elas, necessariamente, as dez maiores do Pa\u00eds, classificadas pelo volume de dep\u00f3sitos a prazo fixo, est\u00e3o obrigadas a fornecer as informa\u00e7\u00f5es de que trata este artigo, segundo normas estabelecidas pelo Conselho Monet\u00e1rio Nacional, sujeitando-se a institui\u00e7\u00e3o e seus administradores, no caso de infra\u00e7\u00e3o \u00e0s referidas normas, \u00e0s penas estabelecidas no art. 44 da Lei n\u00b0 4.595, de 31 de dezembro de 1964.\u00a7 3\u00b0 Enquanto n\u00e3o aprovada a metodologia de c\u00e1lculo de que trata este artigo, o Banco Central do Brasil fixar\u00e1 a TR.\n\nLogo, a metodologia de c\u00e1lculo foi h\u00e1 muito tempo definida pela Banco Central-Conselho Monet\u00e1rio Nacional (CMN), e hoje est\u00e1 vigente sob a forma da Resolu\u00e7\u00e3o n\u00ba 3.354, de 31 de mar\u00e7o de 2006.\nOcorre que, h\u00e1 muito tempo, a TR n\u00e3o reflete mais a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, tendo se distanciado completamente dos \u00edndices oficiais de infla\u00e7\u00e3o. Nos meses de setembro, outubro e novembro de 2009, janeiro e fevereiro de 2010, fevereiro e junho de 2012 e de setembro de 2012 em diante, a TR tem sido completamente anulada, como se n\u00e3o existisse qualquer infla\u00e7\u00e3o no per\u00edodo pass\u00edvel de corre\u00e7\u00e3o.\n\n2. PRELIMINARMENTE\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\na) LEGITIMIDADE PASSIVA DA CAIXA ECON\u00d4MICA FEDERAL\nTendo-se em vista que o processo em tela versa sobre corre\u00e7\u00e3o\nmonet\u00e1ria dos dep\u00f3sitos de FGTS, sobressai irrefut\u00e1vel a legitimidade passiva e\nexclusiva da Caixa Econ\u00f4mica Federal, conforme precedentes do STJ, sen\u00e3o\nvejamos:\nA\u00c7\u00c3O RESCIS\u00d3RIA. ADMINISTRATIVO. FGTS. CORRE\u00c7\u00c3O DOS SALDOS DAS CONTAS VINCULADAS. DIFEREN\u00c7AS DE EXPURGOS INFLACION\u00c1RIOS. TEMA J\u00c1 PACIFICADO NO STJ. PROCED\u00caNCIA DA A\u00c7\u00c3O.1. A mat\u00e9ria referente \u00e0 corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria das contas vinculadas ao FGTS, em raz\u00e3o das diferen\u00e7as de expurgos inflacion\u00e1rios, foi decidida pela Primeira Se\u00e7\u00e3o deste Superior Tribunal, no REsp n.1.111.201 - PE e no REsp n. 1.112.520 - PE, de relatoria do Exmo.Min. Benedito Gon\u00e7alves, ambos submetidos ao regime do art. 543-C do CPC e da Resolu\u00e7\u00e3o n. 8/08 do STJ, que tratam dos recursos representativos da controv\u00e9rsia, publicados no DJe de 4.3.2010.(...)3. Quanto \u00e0s demais preliminares alegadas, devidamente prequestionadas, esta Corte tem o entendimento no sentido de que, nas demandas que tratam da atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos saldos das contas vinculadas do FGTS, a legitimidade passiva ad causam \u00e9 exclusiva da Caixa Econ\u00f4mica Federal, por ser gestora do Fundo, com a exclus\u00e3o da Uni\u00e3o e dos bancos deposit\u00e1rios (S\u00famula 249/STJ).(...)(AR 1.962/SC, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, PRIMEIRA SE\u00c7\u00c3O, julgado em 08/02/2012, DJe 27/02/2012)\nS\u00famula 249/STJ \u2013 A Caixa Econ\u00f4mica Federal tem legitimidade passiva para integrar processo em que se discute corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria do FGTS.\nAssim, a presente a\u00e7\u00e3o foi proposta exclusivamente contra a\nCaixa Econ\u00f4mica Federal, conforme pacificamente definido pela jurisprud\u00eancia\nnacional.\nb) DA PRESCRI\u00c7\u00c3O\nNo que tange ao prazo prescricional, j\u00e1 est\u00e1 amplamente\nassentado na doutrina e jurisprud\u00eancia, que em rela\u00e7\u00e3o ao pleito de corre\u00e7\u00e3o\nmonet\u00e1ria do FGTS, a prescri\u00e7\u00e3o \u00e9 trinten\u00e1ria.\nNeste sentido, decis\u00e3o do STJ:\nRECURSO ESPECIAL. TRIBUT\u00c1RIO. FGTS. CORRE\u00c7\u00c3O DOS SALDOS DAS CONTAS VINCULADAS. DIFEREN\u00c7AS DE EXPURGOS INFLACION\u00c1RIOS. TEMA J\u00c1 JULGADO PELO REGIME DO ART. 543-C DO CPC E DA RESOLU\u00c7\u00c3O N. 8/08 DO STJ, QUE TRATAM DOS RECURSOS REPRESENTATIVOS DE CONTROV\u00c9RSIA.(...)3. No REsp n. 1.112.520 - PE, por seu turno, firmou-se o seguinte entendimento: 4. Outrossim,\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nn\u00e3o deve prevalecer a interpreta\u00e7\u00e3o da recorrente quanto \u00e0 ocorr\u00eancia de prescri\u00e7\u00e3o quinquenal, pois este Tribunal j\u00e1 decidiu que \u00e9 trinten\u00e1ria a prescri\u00e7\u00e3o para cobran\u00e7a de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria de contas vinculadas ao FGTS, nos termos das S\u00famula 210/STJ: \"A a\u00e7\u00e3o de cobran\u00e7a das contribui\u00e7\u00f5es para o FGTS prescreve em (30) trinta anos\".(...)(REsp 1150446 RJ 2009/0143136-0, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, Julgamento: 10/08/2010, \u00d3rg\u00e3o Julgador: T2 - SEGUNDA TURMA, Publica\u00e7\u00e3o: DJe 10/09/2010)\n\nAssim, a a\u00e7\u00e3o ora proposta n\u00e3o est\u00e1 alcan\u00e7ada pela prescri\u00e7\u00e3o trinten\u00e1ria, conforme se demonstrar\u00e1 adiante.\n\n2. DO M\u00c9RITO\n\na) AN\u00c1LISE DA CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA E DO FGTS\nA corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria existe entre n\u00f3s desde a d\u00e9cada de 1960. O principal te\u00f3rico da Corre\u00e7\u00e3o Monet\u00e1ria, o Advogado Tributarista Bulh\u00f5es Pedreira explica o seguinte:\n\u2019\u201dPor analogia com as unidades de medidas f\u00edsicas podemos dizer que o n\u00edvel geral de pre\u00e7os \u00e9 o padr\u00e3o prim\u00e1rio do valor financeiro, enquanto que a unidade monet\u00e1ria serve como padr\u00e3o secund\u00e1rio \u2013 usado, na pr\u00e1tica, para exprimir o valor financeiro, mas que deve ser aferido pelo padr\u00e3o prim\u00e1rio porque sujeito a modifica\u00e7\u00f5es.\u201d (BULH\u00d5ES PEDREIRA, Jos\u00e9 Luiz, \u201cCorre\u00e7\u00e3o Monet\u00e1ria; Indexa\u00e7\u00e3o Cambial. Obriga\u00e7\u00e3o Pecuni\u00e1ria\u201d, in \u201cRevista de Direito Administrativo\u201d, c. 193 p, 353 a 372 Jul/Set 1993).\nAinda, o autor Let\u00e1cio Jansen diz que Bulh\u00f5es Pedreira teria conseguido institucionalizar e colocar em pr\u00e1tica a sua doutrina principalmente atrav\u00e9s da Lei n\u00ba 4.357, de 1964, que criou o primeiro indexador da Economia Brasileira \u2013 a ORTN (obriga\u00e7\u00e3o reajust\u00e1vel do tesouro nacional), uma obriga\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria cuja fun\u00e7\u00e3o era fazer variar, periodicamente, a moeda nacional segundo a perda de seus respectivos poderes aquisitivos http://www.scamargo.adv.br/scripts/forum/textoTema.asp?id=81&tema=nvalida de+da+taxa+referencial+(TR)%3A+o+Significado+da+ADI+493-0-df).\nDesde esta data, uma pl\u00eaiade de \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria foi se sucedendo, at\u00e9 a entrada em vigor da Medida Provis\u00f3ria n\u00ba 294, de 31 de\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\njaneiro de 1991, que se transformou na Lei n\u00ba 8.177, de 1\u00ba de mar\u00e7o de 1991. Nesta oportunidade o Governo Collor pretendeu substituir a s\u00e9rie de indexadores tradicionais da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria brasileira (ORTN, OTN e BTN) que eram vinculados \u00e0 varia\u00e7\u00e3o dos n\u00edveis gerais de pre\u00e7os, pela Taxa Referencial, que tinha natureza financeira.\nAinda hoje permanece a perplexidade em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 natureza jur\u00eddica da TR, at\u00e9 por conta da pr\u00f3pria inconsist\u00eancia da lei que a criou, que ora a trata como taxa de juros (artigo 39) ora como indexador (artigo 18).\nTaxas de juros objetivam promover a remunera\u00e7\u00e3o do capital. S\u00e3o calculadas por quem disponibiliza o capital em benef\u00edcio de outra pessoa, f\u00edsica ou jur\u00eddica, para que empregue para satisfa\u00e7\u00e3o de determinada necessidade, na expectativa de lucro. Os indexadores, por outro lado, podem ser entendidos como \u00edndices calculados a partir da varia\u00e7\u00e3o de pre\u00e7os de mercado em determinado per\u00edodo. O seu objetivo est\u00e1 na corre\u00e7\u00e3o dos efeitos inflacion\u00e1rios, quando se compara valores monet\u00e1rios em diferentes \u00e9pocas.\nPois bem. Quando o STF enfrentou o tema da natureza da TR, disse atrav\u00e9s do voto vencedor da ADI 493-0/DF que:\nA Taxa Referencial (TR) n\u00e3o \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, pois, refletindo as varia\u00e7\u00f5es do custo prim\u00e1rio da capta\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos a prazo fixo, n\u00e3o constitui \u00edndice que reflita a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda.\n\nN\u00e3o obstante, os Ministros vencidos Celso de Mello, Marco Aur\u00e9lio e Ilmar Galv\u00e3o entenderam que a estrutura de c\u00e1lculo da taxa referencial n\u00e3o era suficiente para impedir sua utiliza\u00e7\u00e3o como par\u00e2metro de indexa\u00e7\u00e3o da economia.\nMesmo assim, naquela oportunidade, o STF entendeu que a TR possu\u00eda natureza de taxa de juros e declarou inconstitucional o artigo 18 da Lei n\u00ba 8.177/91, cujo texto original estabelecia que os saldos devedores e as presta\u00e7\u00f5es dos contratos integrantes do SFH, passariam a ser atualizados pela taxa aplic\u00e1vel \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica dos Dep\u00f3sitos de Poupan\u00e7a. Vale a pena transcrever a ementa deste julgado:\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nA\u00e7\u00e3o direta de inconstitucionalidade.- Se a lei alcan\u00e7ar os efeitos futuros de contratos celebrados anteriormente a ela, ser\u00e1 essa lei retroativa (retroatividade m\u00ednima) porque vai interferir na causa, que e um ato ou fato ocorrido no passado.- O disposto no artigo 5, XXXVI, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal se aplica a toda e qualquer lei infraconstitucional, sem qualquer distin\u00e7\u00e3o entre lei de direito p\u00fablico e lei de direito privado, ou entre lei de ordem p\u00fablica e lei dispositiva. Precedente do S.T.F..- Ocorr\u00eancia, no caso, de viola\u00e7\u00e3o de direito adquirido. A taxa referencial (TR) n\u00e3o \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, pois, refletindo as varia\u00e7\u00f5es do custo prim\u00e1rio da capta\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos a prazo fixo, n\u00e3o constitui \u00edndice que reflita a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda. Por isso, n\u00e3o h\u00e1 necessidade de se examinar a quest\u00e3o de saber se as normas que alteram \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria se aplicam imediatamente, alcan\u00e7ando, pois, as presta\u00e7\u00f5es futuras de contratos celebrados no passado, sem violarem o disposto no artigo 5, XXXVI, da Carta Magna.- Tamb\u00e9m ofendem o ato jur\u00eddico perfeito os dispositivos impugnados que alteram o crit\u00e9rio de reajuste das presta\u00e7\u00f5es nos contratos j\u00e1 celebrados pelo sistema do Plano de Equival\u00eancia Salarial por Categoria Profissional (PES/CP). A\u00e7\u00e3o direta de inconstitucionalidade julgada procedente, para declarar a inconstitucionalidade dos artigos 18, \"caput\" e par\u00e1grafos 1 e 4; 20; 21 e par\u00e1grafo \u00fanico; 23 e par\u00e1grafos; e 24 e par\u00e1grafos, todos da Lei n. 8.177, de 1 de maio de 1991. (ADI 493, Relator (a): Min. Moreira Alves, Tribunal Pleno, julgado em 25/06/1992, DJ 04-09-1992 PP-14089 EMENT VOL-01674-02 PP-00260 RTJ VOL-00143-03 PP-00724)\n\nPor algum tempo, o pr\u00f3prio STJ rejeitou a TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, tanto para a poupan\u00e7a, quanto para o SFH. Neste sentido:\n\nCOMERCIAL. M\u00daTUO RURAL. CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA. VINCULA\u00c7\u00c3O AO\n\nCRIT\u00c9RIO DE REAJUSTE DOS DEP\u00d3SITOS EM CADERNETA DE POUPAN\u00c7A. LICITUDE.\n\nSUBSTITUI\u00c7\u00c3O PELA TR NOS MESES SUBSEQUENTES A FEVEREIRO/91. PREVIS\u00c3O DE\n\nUTILIZA\u00c7\u00c3O DA OTN. INDEXADOR CONTRATUALMENTE ELEITO. SUBSTITUI\u00c7\u00c3O EX\n\nLEGE PELA TR. INCONSTITUCIONALIDADE DECLARADA. ADO\u00c7\u00c3O DO INPC.\n\nPRECEDENTES.\n\nI \u2013 NO CONTRATO DE M\u00daTUO RURAL \u00c9 L\u00cdCITO O PACTO DE VINCULA\u00c7\u00c3O DA\n\nCORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA AO CRIT\u00c9RIO DE ATUALIZA\u00c7\u00c3O DOS DEP\u00d3SITOS EM\n\nCADERNETA DE POUPAN\u00c7A, RESULTANDO DEVIDA A INCID\u00caNCIA DO MESMO\n\nINDEXADOR NOS MESES SUBSEQUENTES A FEVEREIRO/91. (ART. 13 DA LEI 8.177).\n\nII \u2013 EM FACE DA POSI\u00c7\u00c3O DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL INADMITINDO A TR\n\nCOMO FATOR DE ATUALIZA\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA SUBSTITUTIVO DO BTN, A CORRE\u00c7\u00c3O\n\nDOS VALORES, CUJA FORMA DE REAJUSTE ESTAVA, POR LEI OU CONTRATO,\n\nATRELADA A VARIA\u00c7\u00c3O DO VALOR DE REFERIDO T\u00cdTULO DA D\u00cdVIDA P\u00daBLICA,\n\nCUMPRE SEJA PROCEDIDA, A PARTIR DA LEI 8.177/91, COM BASE NO INPC (REsp.\n\n40.777/GO, Rel. Ministro S\u00c1LVIO DE FIGUEIREDO TEIXEIRA, QUARTA TURMA,\n\njulgado em 13/11/1995, DJ 11/12/1995, p. 43225) (grifamos)\n\nADMINISTRATIVO - SFH - REAJUSTE DAS PRESTA\u00c7\u00d5ES E DO SALDO DEVEDOR -\n\nPLANO DE EQUIVAL\u00caNCIA SALARIAL (PES) - INAPLICABILIDADE DA TR \u2013 ADIN 493-\n\n0/STF - VANTAGENS PESSOAIS INCORPORADAS DEFINITIVAMENTE AO SAL\u00c1RIO -\n\nINCLUS\u00c3O NO C\u00c1LCULO - DIVERG\u00caNCIA JURISPRUDENCIAL\n\nN\u00c3O\n\nCOMPROVADA - RISTJ, ART. 255 E PAR\u00c1GRAFOS - S\u00daMULA 13/STJ -PRECEDENTES\n\nSTJ.- Nos contratos vinculados ao PES, o reajustamento das presta\u00e7\u00f5es deve\n\nobedecer \u00e0 varia\u00e7\u00e3o salarial dos mutu\u00e1rios, a fim de preservara equa\u00e7\u00e3o\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\necon\u00f4mico-financeira do pactuado.- As vantagens pessoais incorporadas, definitivamente, ao sal\u00e1rio ou vencimento do mutu\u00e1rio, incluem-se na verifica\u00e7\u00e3o da equival\u00eancia para fixa\u00e7\u00e3o das parcelas.- Declarada pelo STF a inconstitucionalidade da TR como fator de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria (ADIN 493-0), o reajustamento do saldo devedor,a exemplo das presta\u00e7\u00f5es mensais, tamb\u00e9m deve obedecer ao Plano de Equival\u00eancia Salarial.- Recurso conhecido e parcialmente provido(Resp 140.839/BA, Rel. Ministro FRANCISCO PE\u00c7ANHA MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 23/11/1999, DJ 21/02/2000, p. 112) (grifamos)\n\nSFH. PLANO DE EQUIVAL\u00caNCIA SALARIAL. REAJUSTE DAS PRESTA\u00c7\u00d5ES. ILEGITIMIDADE PASSIVA DA UNI\u00c3O. NULIDADE DO AC\u00d3RD\u00c3O. INOCORR\u00caNCIA. VANTAGENS PESSOAIS. INCLUS\u00c3O. CORRE\u00c7\u00c3O PELA TR. IMPOSSIBILIDADE. PRECEDENTES.(...)4. Inaplic\u00e1vel a TR como fator de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria Entendimento consagrado nesta Corte na esteira de orienta\u00e7\u00e3o tra\u00e7ada pelo STF.5. Recurso especial conhecido e parcialmente provido.(REsp 209.466/BA, Rel. Ministro FRANCISCO PE\u00c7ANHA MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 07/08/2001, DJ 17/06/2002, p. 231) (grifamos)\n\nTodavia, a Corte de Justi\u00e7a, fazendo uma releitura do voto do\nMinistro Moreira Alves do STF, mudou de entendimento, e passou a adotar a\nconstitucionalidade da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, conforme\ndemonstra o seguinte julgado:\nSISTEMA FINANCEIRO DA HABITA\u00c7\u00c3O. SALDO DEVEDOR. ATUALIZA\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA. TR.1. N\u00e3o \u00e9 inconstitucional a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria com base na Taxa Referencial - TR. O que \u00e9 inconstitucional \u00e9 sua aplica\u00e7\u00e3o retroativa. Foi isso o que decidiu o STF da ADI 493/DF, Pleno, Min. Moreira Alves, DJ de 04.09.1992, ao estabelecer o \u00e2mbito de incid\u00eancia da Lei 8.177, de 1991.2. Aos contratos de m\u00fatuo habitacional firmados no \u00e2mbito do SFH que prevejam a corre\u00e7\u00e3o do saldo devedor pela taxa b\u00e1sica aplic\u00e1vel aos dep\u00f3sitos da poupan\u00e7a aplica-se a Taxa Referencial, por expressa determina\u00e7\u00e3o legal. Precedentes da Corte Especial: AGEREsp 725917 / DF, Min. Laurita Vaz, DJ 19.06.2006; DERESP 453600 / DF, Min. Aldir Passarinho Junior, DJ 24.04.2006.3. Embargos de diverg\u00eancia a que se nega provimento.(EREsp 752.879/DF, Rel. Ministro\nTEORI ALBINO ZAVASCKI, CORTE ESPECIAL, julgado em 19/12/2006, DJ 12/03/2007, p. 184) (grifamos)\nEm rela\u00e7\u00e3o ao FGTS, h\u00e1 at\u00e9 a s\u00famula do STJ sobre a aplica\u00e7\u00e3o da\nTR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. Neste sentido:\nA Taxa Referencial (TR) \u00e9 o \u00edndice aplic\u00e1vel, a t\u00edtulo de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, aos d\u00e9bitos com o FGTS recolhidos pelo empregador\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nmas n\u00e3o repassados ao fundo. (S\u00famula 459, PRIMEIRA SE\u00c7\u00c3O, julgado em 25/08/2010, DJe 08/09/2010)\n\nComo dito alhures, aplica\u00e7\u00e3o de \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria se\npresta para recuperar o poder de compra do valor emprestado. Este poder de\ncompra \u00e9 diretamente influenciado por um processo inflacion\u00e1rio. O pr\u00f3prio STJ\nreconhece a influ\u00eancia da infla\u00e7\u00e3o e da defla\u00e7\u00e3o na composi\u00e7\u00e3o do \u00edndice de\ncorre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, sen\u00e3o vejamos:\nPREVIDENCI\u00c1RIO E ECON\u00d4MICO. T\u00cdTULO EXECUTIVO JUDICIAL. DETERMINA\u00c7\u00c3ODE CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA PELO IGP-M. \u00cdNDICES DE DEFLA\u00c7\u00c3O.APLICABILIDADE. OFENSA AO PRINC\u00cdPIO DA IRREDUTIBILIDADE DOS VENCIMENTOS. N\u00c3O OCORR\u00caNCIA. PRESERVA\u00c7\u00c3O DO VALOR NOMINAL DA OBRIGA\u00c7\u00c3O. PRECEDENTES.1. \"A corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria nada mais \u00e9 do que um mecanismo de manuten\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda, n\u00e3o devendo representar, consequentemente, por si s\u00f3, nem um plus nem um minus em sua subst\u00e2ncia. Corrigir o valor nominal da obriga\u00e7\u00e3o representa, portanto, manter, no tempo, o seu poder de compra original, alterado pelas oscila\u00e7\u00f5es inflacion\u00e1rias positivas e negativas ocorridas no per\u00edodo. Atualizar a obriga\u00e7\u00e3o levando em conta apenas oscila\u00e7\u00f5es positivas importaria distorcer a realidade econ\u00f4mica produzindo um resultado que n\u00e3o representa a simples manuten\u00e7\u00e3o do primitivo poder aquisitivo, mas um indevido acr\u00e9scimo no valor real. Nessa linha, estabelece o Manual de Orienta\u00e7\u00e3o de Procedimento de C\u00e1lculos aprovado pelo Conselho da Justi\u00e7a Federal que, n\u00e3o havendo decis\u00e3o judicial em contr\u00e1rio, \"os \u00edndices negativos de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria (defla\u00e7\u00e3o) ser\u00e3o considerados no c\u00e1lculo de atualiza\u00e7\u00e3o\", com a ressalva de que, se, no c\u00e1lculo final, 'a atualiza\u00e7\u00e3o implicar redu\u00e7\u00e3o do principal, deve prevalecer o valor nominal'\" (Corte Especial, REsp 1.265.580/RS, Rel. Min. TEORI ALBINO ZAVASCKI, DJe18/4/12).2. No precedente da Corte Especial, mencionado na decis\u00e3o agravada, ficou expressamente consignado que se, na atualiza\u00e7\u00e3o da d\u00edvida, houver redu\u00e7\u00e3o do principal, deve prevalecer o valor nominal, em respeito ao princ\u00edpio da irredutibilidade de vencimentos,previsto nos arts. 7\u00ba, VI e 37, XV, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal.3. A compreens\u00e3o no sentido de que n\u00e3o h\u00e1 viola\u00e7\u00e3o ao princ\u00edpio da irredutibilidade dos vencimentos, quando preservado o valor nominal da obriga\u00e7\u00e3o, encontra respaldo na jurisprud\u00eancia do STF e do STJ.4. Agravo regimental improvido.(AgRg nos EREsp 1252558/RS, Rel. Ministro SERGIO KUKINA, PRIMEIRA SE\u00c7\u00c3O, julgado em 13/03/2013, DJe 21/03/2013)(grifos nossos)\n\nN\u00e3o podemos nos esquecer de que a cultura da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria est\u00e1 de tal forma arraigada ao nosso sistema econ\u00f4mico, que o pr\u00f3prio C\u00f3digo Civil de 2002, traz diversos dispositivos garantindo atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria:\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nArt. 389. N\u00e3o cumprida a obriga\u00e7\u00e3o, responde o devedor por perdas e danos, mais juros e atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria segundo \u00edndices oficiais regularmente estabelecidos, e honor\u00e1rios de advogado. Art. 395. Responde o devedor pelos preju\u00edzos a que sua mora der causa, mais juros, atualiza\u00e7\u00e3o dos valores monet\u00e1rios segundo \u00edndices oficiais regularmente estabelecidos, e honor\u00e1rios de advogado. Art. 404. As perdas e danos, nas obriga\u00e7\u00f5es de pagamento em dinheiro, ser\u00e3o pagas com atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria segundo \u00edndices oficiais regularmente estabelecidos, abrangendo juros, custas e honor\u00e1rios de advogado, sem preju\u00edzo da pena convencional. Art. 418. Se a parte que deu as arras n\u00e3o executar o contrato, poder\u00e1 a outra t\u00ea-lo por desfeito, retendo-as; se a inexecu\u00e7\u00e3o for de quem recebeu as arras, poder\u00e1 quem as deu haver o contrato por desfeito, e exigir sua devolu\u00e7\u00e3o mais o equivalente, com atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria segundo \u00edndices oficiais regularmente estabelecidos, juros e honor\u00e1rios de advogado. Art. 772. A mora do segurador em pagar o sinistro obriga \u00e0 atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria da indeniza\u00e7\u00e3o devida segundo \u00edndices oficiais regularmente estabelecidos, sem preju\u00edzo dos juros morat\u00f3rios. Art. 884. Aquele que, sem justa causa, se enriquecer \u00e0 custa de outrem, ser\u00e1 obrigado a restituir o indevidamente auferido, feita a atualiza\u00e7\u00e3o dos valores monet\u00e1rios.\n\nEste retrospecto da evolu\u00e7\u00e3o legal e jurisprudencial a respeito da aplica\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria se fez necess\u00e1rio para que pud\u00e9ssemos chegar ao n\u00facleo do argumento desta a\u00e7\u00e3o.\nHoje, no pa\u00eds, h\u00e1 dois tipos de \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. \u00cdndices que refletem a infla\u00e7\u00e3o e, portanto, recuperam o poder de compra do valor aplicado, como o IPCA e o INPC, e um \u00edndice que n\u00e3o reflete a infla\u00e7\u00e3o, e consequentemente n\u00e3o recupera o poder de compra do valor aplicado \u2013 a Taxa Referencial/TR.\nHistoricamente, \u00e9 preciso lembrar que a Taxa Referencial nunca foi igual \u00e0 infla\u00e7\u00e3o. Nem quando experimentamos hiperinfla\u00e7\u00e3o, nem quando experimentamos defla\u00e7\u00e3o. Todavia, os \u00edndices da TR, do INPC e do IPCA, sempre andaram pr\u00f3ximos. Em outras palavras, imperava a razoabilidade nos \u00edndices da TR para que pudessem atingir a finalidade de corre\u00e7\u00e3o do valor do capital.\n\nANO 1991 1992\n\nTR 335,51% 1.156,22%\n\nINPC 475,11% 1.149,05%\n\nIPCA 472,69% 1.119,09%\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\n1993 1994 1995 1996\n\n2.474,73% 951,19% 31,6207% 9,5551%\n\n2.489,11% 929,32% 21,98% 9,125%\n\n2,477,15% 916,43% 22,41% 9,56%\n\nN\u00e3o obstante, o cen\u00e1rio come\u00e7a a mudar a partir de 1999. A TR se distancia expressivamente do INPC e do IPCA, ao ponto de hoje a infla\u00e7\u00e3o superar 6% ao ano e a TR ser igual a zero. Logo, ela n\u00e3o se presta para o fim de manter o poder aquisitivo dos dep\u00f3sitos do FGTS, que s\u00e3o um patrim\u00f4nio do trabalhador.\nO sentimento geral \u00e9 que h\u00e1 muito tempo o FGTS \u00e9 um fundo in\u00edquo por ele n\u00e3o ter recomposi\u00e7\u00e3o inflacion\u00e1ria dos seus recursos. Na verdade, o trabalhador n\u00e3o est\u00e1 financiando programas de habita\u00e7\u00e3o popular, saneamento b\u00e1sico e infraestrutura urbana, ele est\u00e1 subsidiando.\nAo contr\u00e1rio de outros investimentos, o FGTS n\u00e3o \u00e9 um fundo de livre disposi\u00e7\u00e3o por parte do trabalhador, n\u00e3o podendo ele decidir sponte pr\u00f3pria quais as aplica\u00e7\u00f5es que lhe s\u00e3o mais convenientes ou rent\u00e1veis. O trabalhador tem que se submeter a pol\u00edticas econ\u00f4micas e sociais que lhe s\u00e3o altamente prejudiciais.\nOra, mas a pr\u00f3pria Lei do FGTS diz em seu artigo 2\u00ba que \u00e9 garantida a atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e juros. Quando a TR \u00e9 igual a zero este artigo \u00e9 descumprido. Quando a TR \u00e9 m\u00ednima e totalmente desproporcional em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 infla\u00e7\u00e3o, este artigo tamb\u00e9m \u00e9 descumprido e o patrim\u00f4nio do trabalhador \u00e9 subtra\u00eddo por quem tem o dever legal de administr\u00e1-lo.\nEm um cen\u00e1rio de TR zero e infla\u00e7\u00e3o p\u00fablica e not\u00f3ria, estamos diante de uma situa\u00e7\u00e3o de confisco. O Governo Federal, atrav\u00e9s da Caixa Econ\u00f4mica Federal, est\u00e1 confiscando os rendimentos dos trabalhadores, para subsidiar pol\u00edticas p\u00fablicas, sem a menor possibilidade de inger\u00eancia destes trabalhadores.\nAssim como em nosso Estado Democr\u00e1tico de Direito, a Constitui\u00e7\u00e3o veda que se utilize o tributo com efeito de confisco, o trabalhador\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nn\u00e3o pode ser punido com o confisco do que a pr\u00f3pria Caixa define em seu s\u00edtio\neletr\u00f4nico, como um patrim\u00f4nio do trabalhador, e definitivamente o \u00e9.\nQuando se fala em patrim\u00f4nio, imediatamente sobrev\u00e9m li\u00e7\u00e3o da\nProfessora Maria Helena Diniz ao comentar o artigo 91 do Novo C\u00f3digo Civil:\nArt. 91. Constitui universalidade de direito o complexo de rela\u00e7\u00f5es jur\u00eddicas de uma pessoa, dotadas de valor econ\u00f4mico. Universalidade de direito. \u00c9 a constitu\u00edda por bens singulares corp\u00f3reos heterog\u00eaneos ou incorp\u00f3reos (complexo de rela\u00e7\u00f5es jur\u00eddicas), a que a norma jur\u00eddica, com o intuito de produzir certos efeitos, d\u00e1 unidade, por serem dotados de valor econ\u00f4mico, como p. ex., o patrim\u00f4nio (...) O patrim\u00f4nio e a heran\u00e7a s\u00e3o considerados como um conjunto, ou seja, como uma universalidade. Embora se constituam ou n\u00e3o de bens materiais e de cr\u00e9ditos, esses bens se unificam numa express\u00e3o econ\u00f4mica, que \u00e9 o valor. O patrim\u00f4nio \u00e9 complexo de rela\u00e7\u00f5es jur\u00eddicas de uma pessoa apreci\u00e1veis economicamente. Incluem-se no patrim\u00f4nio: a posse, os direitos reais, as obriga\u00e7\u00f5es e as a\u00e7\u00f5es correspondentes a tais direitos. O patrim\u00f4nio abrange direitos e deveres redut\u00edveis a dinheiro. (C\u00f3digo Civil Anotado, Ed. Saraiva, pag. 100) (grifamos).\n\nLevando em conta que a rela\u00e7\u00e3o jur\u00eddica entre os trabalhadores e a Caixa \u00e9 de direito pessoal, o artigo 233 do C\u00f3digo Civil se torna inafast\u00e1vel, na medida em que determina que a obriga\u00e7\u00e3o de dar coisa certa abrange os acess\u00f3rios, ainda que n\u00e3o mencionados.\n\nArt. 233. A obriga\u00e7\u00e3o de dar coisa certa abrange os acess\u00f3rios dela embora n\u00e3o mencionados, salvo se o contr\u00e1rio resultar do t\u00edtulo ou das circunst\u00e2ncias do caso.\nOra, acess\u00f3rios de dinheiro s\u00e3o os juros e a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. E ent\u00e3o voltamos \u00e0 Taxa Referencial.\nb) Manipula\u00e7\u00e3o da TR pelo Banco Central/CMN\nIndependentemente da discuss\u00e3o sobre sua natureza jur\u00eddica, vamos aqui partir do pressuposto, assentado pela jurisprud\u00eancia, principalmente do STJ, que a TR \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria.\nTanto o artigo 1\u00ba da lei n\u00ba 8.177/91 quando o artigo 5\u00ba da Lei n\u00ba 10.192/01 (que convolou a MP 1.053/95) atribu\u00edram ao Banco Central a regulamenta\u00e7\u00e3o da metodologia de c\u00e1lculo da TR, conforme crit\u00e9rio\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nestabelecido na lei e a expedi\u00e7\u00e3o das instru\u00e7\u00f5es necess\u00e1rias ao cumprimento\ndo artigo que criou a TBF.\nArt. 1\u00b0 O Banco Central do Brasil divulgar\u00e1 Taxa Referencial (TR), calculada a partir da remunera\u00e7\u00e3o mensal m\u00e9dia l\u00edquida de impostos, dos dep\u00f3sitos a prazo fixo captados nos bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos m\u00faltiplos com carteira comercial ou de investimentos, caixas econ\u00f4micas, ou dos t\u00edtulos p\u00fablicos federais, estaduais e municipais, de acordo com metodologia a ser aprovada pelo Conselho Monet\u00e1rio Nacional, no prazo de sessenta dias, e enviada ao conhecimento do Senado Federal. . (Lei n\u00ba 8177/91) Artigo 5\u00ba Fica institu\u00edda Taxa B\u00e1sica Financeira \u2013 TBF, para ser utilizada exclusivamente como base de remunera\u00e7\u00e3o de opera\u00e7\u00f5es realizadas no mercado financeiro, de prazo de dura\u00e7\u00e3o igual ou superior a sessenta dias. Par\u00e1grafo \u00fanico. O Conselho Monet\u00e1rio Nacional expedir\u00e1 as instru\u00e7\u00f5es necess\u00e1rias ao cumprimento do disposto neste artigo, podendo inclusive,\nampliar o prazo m\u00ednimo previsto no caput. (Lei n\u00ba 10.192/01)\n\nNo mister de regulamentar a TR, o Banco Central/CMN vem ao\nlongo dos anos criando e reinventando f\u00f3rmulas para encontr\u00e1-la. Pelo menos\ndesde a Resolu\u00e7\u00e3o 2.075, de 26 de maio de 1994, h\u00e1 f\u00f3rmulas para encontrar a\nTR. Todavia, \u00e9 com a institui\u00e7\u00e3o da Taxa B\u00e1sica Financeira, pela Medida\nProvis\u00f3ria 1.053/95, de 30 de junho de 1995, que a forma de c\u00e1lculo da TR sofre\numa expressiva reviravolta.\nDesde a Resolu\u00e7\u00e3o 2.437, de 30 de outubro de 1997, a TR \u00e9\ncalculada levando em conta a Taxa B\u00e1sica Financeira e um Redutor.\nA Resolu\u00e7\u00e3o 3.354/06, hoje vigente sobre o assunto, diz o seguinte:\nArt. 1\u00ba Estabelecer que, para fins de c\u00e1lculo da Taxa B\u00e1sica Financeira - TBF e da Taxa Referencial - TR, de que tratam os arts. 1\u00ba da Lei 8.177, de 1\u00ba de mar\u00e7o de 1991, 1\u00ba da Lei 8.660, de 28 de maio de 1993, e 5\u00ba da Lei 10.192, de 14 de fevereiro de 2001, deve ser constitu\u00edda amostra das 30 maiores institui\u00e7\u00f5es financeiras do Pa\u00eds, assim consideradas em fun\u00e7\u00e3o do volume de capta\u00e7\u00e3o efetuado por meio de certificados e recibos de dep\u00f3sito banc\u00e1rio (CDB/RDB), com prazo de 30 a 35 dias corridos, inclusive, e remunerados a taxas prefixadas, entre bancos m\u00faltiplos, bancos comerciais, bancos de investimento e caixas econ\u00f4micas. Art. 2\u00ba A TBF e a TR s\u00e3o calculadas a partir da remunera\u00e7\u00e3o mensal m\u00e9dia dos CDB/RDB emitidos a taxas de mercado prefixadas, com prazo de 30 a 35 dias corridos, inclusive, com base em informa\u00e7\u00f5es prestadas pelas institui\u00e7\u00f5es integrantes da amostra de que trata o art. 1\u00ba, na forma a ser determinada pelo Banco Central do Brasil. Art. 4\u00ba Para cada dia do m\u00eas - dia de refer\u00eancia -, o Banco Central do Brasil deve calcular a TBF, para o per\u00edodo de um m\u00eas, com in\u00edcio no pr\u00f3prio dia de refer\u00eancia e t\u00e9rmino no dia correspondente ao dia de refer\u00eancia no m\u00eas seguinte, considerada a hip\u00f3tese prevista no \u00a7 2\u00ba, inciso IV. (...)\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nArt. 5\u00ba Para cada TBF obtida, segundo a metodologia descrita no art. 4\u00ba, deve ser calculada a correspondente TR, pela aplica\u00e7\u00e3o de um redutor \"R\", de acordo com a seguinte f\u00f3rmula: TR = max {0,100 {[ (1 + TBF/100) / R ] - 1}} (em %). \u00a7 1\u00ba O valor do redutor 'R' deve ser calculado para todos os dias, inclusive n\u00e3o-\u00fateis, de acordo com a seguinte f\u00f3rmula: R = (a + b . TBF/100), onde:Resolu\u00e7\u00e3o n\u00ba 3354, de 31 de mar\u00e7o de 2006. TBF = TBF relativa ao dia de refer\u00eancia; a = 1,005; b = valor determinado de acordo com a tabela abaixo, em fun\u00e7\u00e3o da TBF obtida, segundo a metodologia descrita no art. 4\u00ba, em termos percentuais ao ano: TBF (% a.a.) b TBF maior que 16 0,48 TBF menor ou igual a 16 e maior que 15 0,44 TBF menor ou igual a 15 e maior que 14 0,40 TBF menor ou igual a 14 e maior que 13 0,36 TBF menor ou igual a 13 e maior ou igual a 11 0,32 Reda\u00e7\u00e3o dada pela Resolu\u00e7\u00e3o 3.446, de 05/03/2007. \u00a7 2\u00ba Fica o Banco Central do Brasil autorizado a determinar o valor do par\u00e2metro \"b\" no caso de a TBF obtida ser inferior a 11% a.a. (onze por cento ao ano).\n\nO peculiar nesta determina\u00e7\u00e3o do Banco Central/CMN, que de resto se repete desde 1997, \u00e9 que a TBF e TR s\u00e3o exatamente iguais em sua g\u00eanese at\u00e9 o momento em que se determina que se aplique um redutor \u00e0 TBF para se chegar \u00e0 TR.\nN\u00e3o h\u00e1 na Lei da TR previs\u00e3o de aplica\u00e7\u00e3o de redutor, assim como n\u00e3o h\u00e1 na Lei que criou a TBF. Todavia, causa estranheza que diante de um comando aberto como o do art. 5\u00ba da MP n\u00ba 1.503/95 (Lei n\u00ba 10.192/01), o Banco Central/CMN, com amplos poderes para regulamentar o assunto, n\u00e3o tenha institu\u00eddo um redutor, mas o tenha feito ao regulamentar o artigo 1\u00ba da lei n\u00ba 8.177/91, que n\u00e3o era t\u00e3o flex\u00edvel.\nExcel\u00eancia, hoje, o trabalhador que tem seu dinheiro aplicado no FGTS, e de l\u00e1 n\u00e3o pode retir\u00e1-lo para outro investimento, est\u00e1 sendo remunerado com 0,247% de juros ao m\u00eas e mais nada. N\u00e3o h\u00e1 nem corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria nem Taxa Referencial (independentemente da sua natureza jur\u00eddica), em flagrante ofensa ao artigo 2\u00ba da Lei n\u00ba 8.036/90, que imp\u00f5e a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos valores depositados pelo empregador.\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nAinda que se argumente que a aplica\u00e7\u00e3o do Redutor pelo Banco Central/CMN seja legal, sua redu\u00e7\u00e3o a zero em um cen\u00e1rio de infla\u00e7\u00e3o superior a 6% ao ano, configura flagrante afronta ao artigo 2\u00ba da Lei n\u00ba 8.036/90, que determina a atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, bem como ao artigo 233 do C\u00f3digo Civil, quando sonega os acess\u00f3rios da obriga\u00e7\u00e3o de dar.\nMas \u00e9 necess\u00e1rio ir mais al\u00e9m e revisitar o entendimento jurisprudencial sobre a TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, m\u00e1xime a partir da institui\u00e7\u00e3o de um redutor que tem por efeito zerar o \u00edndice da TR em um ambiente de infla\u00e7\u00e3o.\nO quadro comparativo mostra que a TR n\u00e3o se presta como atualizador monet\u00e1rio do FGTS, pelo menos desde janeiro de 1999. Desde o momento em que o Banco Central/CMN estabeleceu um redutor para a TR, ela deixou de ser um \u00edndice confi\u00e1vel para atualizar monetariamente as contas do FGTS, porque se descola dos \u00edndices de infla\u00e7\u00e3o, sendo reduzido ano a ano. A finalidade da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u00e9 manter o poder de compra do capital, e esta finalidade nem de perto vem sendo alcan\u00e7ada pela TR. A anula\u00e7\u00e3o total da TR \u00e9 s\u00f3 o desfecho desta pol\u00edtica predat\u00f3ria para o trabalhador.\nO trabalhador, que luta para formar um patrim\u00f4nio, tem que poder confiar na lei. Esta confian\u00e7a est\u00e1 quebrada.\nH\u00e1 a n\u00edtida expropria\u00e7\u00e3o do patrim\u00f4nio do trabalhador, na medida em que se nega a ele a devida atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria.\nO Poder Judici\u00e1rio h\u00e1 de se opor a este esbulho, confisco, expropria\u00e7\u00e3o que o trabalhador est\u00e1 sofrendo, desde janeiro de 1999, com as constantes redu\u00e7\u00f5es da TR em rela\u00e7\u00e3o aos \u00edndices de infla\u00e7\u00e3o, culminando na sua completa nulidade, ininterruptamente, desde setembro de 2012.\nEm 1991 e 1992, quando o STF julgou a ADI 493-0/DF, ele deixou bem assentado que a TR n\u00e3o constitu\u00eda \u00edndice que refletia a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda. Esta caracter\u00edstica da TR tem se confirmado ao longo dos anos. A sua aplica\u00e7\u00e3o aos saldos dos dep\u00f3sitos do FGTS tem gerado\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\n\u201cgigantesca destrui\u00e7\u00e3o de valor\u201d do patrim\u00f4nio do trabalhador. H\u00e1 anos, os trabalhadores que tem dep\u00f3sitos no FGTS n\u00e3o experimentam ganhos reais em sua aplica\u00e7\u00e3o. Ao contr\u00e1rio. H\u00e1 muito tempo, os trabalhadores tem rendimentos inferiores \u00e0 infla\u00e7\u00e3o, mesmo levando em conta a remunera\u00e7\u00e3o dos juros de 3% ao ano.\nO que torna a TR um \u00edndice inid\u00f4neo \u00e9 a intensa inger\u00eancia do Banco Central/CMN na sua formula\u00e7\u00e3o.\nDe pouco adiantaria ao trabalhador que fosse determinado ao Banco Central/CMN que recalculasse a TR, pois uma nova f\u00f3rmula estaria igualmente sob a discricionariedade e subjetivismo total do Banco. Basta avaliar a sucess\u00e3o de resolu\u00e7\u00f5es do Banco Central/CMN sobre o tema, conforme Parecer do referido Economista.\nPartindo da premissa inequ\u00edvoca de que a TR n\u00e3o rep\u00f5e as perdas monet\u00e1rias dos dep\u00f3sitos do FGTS, outro caminho n\u00e3o existe se n\u00e3o o de adotar um novo \u00edndice que verdadeiramente corrija estes dep\u00f3sitos.\n\nc) DOS \u00cdNDICES QUE EFETIVAMENTE PRODUZEM CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA\n\nA Lei de Introdu\u00e7\u00e3o \u00e0s Normas do direito Brasileiro estabelece em seu artigo 5\u00ba que na aplica\u00e7\u00e3o da lei, o juiz atender\u00e1 aos fins sociais a que ela se dirige e \u00e0s exig\u00eancias do bem comum.\nA Lei do FGTS tem um fim social indiscut\u00edvel, proteger o trabalhador e constituir um patrim\u00f4nio que lhe sirva de arrimo em v\u00e1rias situa\u00e7\u00f5es de sua vida.\nDiante de tudo que foi demonstrado, o juiz atender\u00e1 aos fins sociais da Lei do FGTS ao reconhecer que corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, reposi\u00e7\u00e3o dos \u00edndices inflacion\u00e1rios de forma a garantir o poder de compra daquele dinheiro ali depositado no Fundo, \u00e9 efetivamente devida pela Caixa.\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nSe a TR n\u00e3o pode ser considerada um \u00edndice id\u00f4neo, sobrev\u00e9m a necessidade de substitu\u00ed-la por um \u00edndice que realmente reponha as perdas monet\u00e1rias. E ent\u00e3o, nada obsta que o juiz considere \u00edndices previsto em outra legisla\u00e7\u00e3o.\nAt\u00e9 por uma quest\u00e3o de equidade, o melhor \u00edndice que pode substituir a TR \u00e9 o \u00edndice que corrige monetariamente o sal\u00e1rios dos trabalhadores e os benef\u00edcios previdenci\u00e1rios. Este \u00edndice est\u00e1 previsto na Lei 12.382 de 25 de fevereiro de 2011, cujos primeiros artigos trazem a seguinte dic\u00e7\u00e3o:\n\nArt. 1o O sal\u00e1rio m\u00ednimo passa a corresponder ao valor de R$ 545,00 (quinhentos e quarenta e cinco reais).\nPar\u00e1grafo \u00fanico. Em virtude do disposto no caput, o valor di\u00e1rio do sal\u00e1rio m\u00ednimo corresponder\u00e1 a R$ 18,17 (dezoito reais e dezessete centavos) e o valor hor\u00e1rio, a R$ 2,48 (dois reais e quarenta e oito centavos).\nArt. 2o Ficam estabelecidas as diretrizes para a pol\u00edtica de valoriza\u00e7\u00e3o do sal\u00e1rio m\u00ednimo a vigorar entre 2012 e 2015, inclusive, a serem aplicadas em 1o de janeiro do respectivo ano.\n\u00a7 1o Os reajustes para a preserva\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo do sal\u00e1rio m\u00ednimo corresponder\u00e3o \u00e0 varia\u00e7\u00e3o do \u00cdndice Nacional de Pre\u00e7os ao Consumidor INPC, calculado e divulgado pela Funda\u00e7\u00e3o Instituto Brasileiro de Geografia e Estat\u00edstica - IBGE, acumulada nos doze meses anteriores ao m\u00eas do reajuste.\n\u00a7 2o Na hip\u00f3tese de n\u00e3o divulga\u00e7\u00e3o do INPC referente a um ou mais meses compreendidos no per\u00edodo do c\u00e1lculo at\u00e9 o \u00faltimo dia \u00fatil imediatamente anterior \u00e0 vig\u00eancia do reajuste, o Poder Executivo estimar\u00e1 os \u00edndices dos meses n\u00e3o dispon\u00edveis.\n\u00a7 3o Verificada a hip\u00f3tese de que trata o \u00a7 2o, os \u00edndices estimados permanecer\u00e3o v\u00e1lidos para os fins desta Lei, sem qualquer revis\u00e3o, sendo os eventuais res\u00edduos compensados no reajuste subsequente, sem retroatividade.\n\u00a7 4o A t\u00edtulo de aumento real, ser\u00e3o aplicados os seguintes percentuais:\nI - em 2012, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do Produto Interno Bruto - PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2010;\nII - em 2013, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2011;\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nIII - em 2014, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2012; e\n\nIV - em 2015, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2013.\n\n\u00a7 5o Para fins do disposto no \u00a7 4o, ser\u00e1 utilizada a taxa de crescimento real do PIB para o ano de refer\u00eancia, divulgada pelo IBGE at\u00e9 o \u00faltimo dia \u00fatil do ano imediatamente anterior ao de aplica\u00e7\u00e3o do respectivo aumento real.\n\nN\u00e3o h\u00e1 porque ter dois pesos e duas medidas. Se o sal\u00e1rio m\u00ednimo \u00e9 corrigido monetariamente pelo INPC, o dep\u00f3sito do FGTS que, em \u00faltimas an\u00e1lise, \u00e9 um sal\u00e1rio indireto do trabalhador, tamb\u00e9m h\u00e1 de s\u00ea-lo.\nE observe que o objetivo da Lei em corrigir o sal\u00e1rio m\u00ednimo pelo INPC decorre exclusivamente da necessidade de preservar seu poder aquisitivo. A necessidade de preservar o poder aquisitivo \u00e9 um constante em todas as transa\u00e7\u00f5es financeiras, e ela s\u00f3 aperfei\u00e7oa quando rep\u00f5e efetivamente as perdas inflacion\u00e1rias.\nOutro \u00edndice que se mostra aplic\u00e1vel, na hip\u00f3tese deste douto Ju\u00edzo entender que n\u00e3o se aplicaria o INPC, \u00e9 o IPCA, \u00edndice oficial do Governo Federal para medi\u00e7\u00e3o das metas inflacion\u00e1rias, contratadas com o FMI, a partir de julho de 1999.\nAmbos os \u00edndices s\u00e3o infinitamente mais adequados a preservar o poder aquisitivo dos dep\u00f3sitos do FGTS do que a aniquilada TR.\n\n3. DO PREQUESTIONAMENTO PARA EVENTUAL INTERPOSI\u00c7\u00c3O DE RECURSO ESPECIAL OU RECURSO EXTRAORDIN\u00c1RIO\n\nInicialmente \u00e9 importante retratar que o tema em debate cuida de mat\u00e9ria de ordem p\u00fablica, a qual ultrapassa a esfera individual do cidad\u00e3o atingindo toda a ordem social quer seja jur\u00eddica, quer seja em \u00e2mbito pol\u00edticosocial afetando, dessa forma, toda a parcela da sociedade comprometida com o bem comum.\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nSublinha-se que a mat\u00e9ria ora ventilada, afronta de pronto preceitos Constitucionais que violam os Direitos Garantia de todos os trabalhadores que possuem conta vinculada do FGTS.\nAssim, h\u00e1 repercuss\u00e3o geral na presente a\u00e7\u00e3o, frente ao Estado Democr\u00e1tico de Direito, compromiss\u00e1rio e dirigente que tem como postulado a seguran\u00e7a jur\u00eddica.\nNo mais, com efeito, o tema apresenta relev\u00e2ncia do ponto de vista jur\u00eddico, uma vez que a defini\u00e7\u00e3o sobe a constitucionalidade dessa exa\u00e7\u00e3o nortear\u00e1 o julgamento de in\u00fameros processos similares, que tramitam neste e nos demais tribunais brasileiros. Al\u00e9m de fixar a interpreta\u00e7\u00e3o da Corte sobre os dispositivos constitucionais suscitados no feito.\nNesse contexto, em breve s\u00edntese, a aplica\u00e7\u00e3o da T.R como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria do FGTS, encontraria respaldo em dois artigos da Lei n\u00ba 8.036/90, art. 2\u00ba e art. 13.\nAssim, entendemos, data venia, que h\u00e1 uma obrigatoriedade de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e de remunera\u00e7\u00e3o por meio de juros dos dep\u00f3sitos efetuados nas contas vinculadas do FGTS, sen\u00e3o vejamos:\n\nArt. 2\u00ba O FGTS \u00e9 constitu\u00eddo pelos saldos das contas vinculadas a que se refere esta lei e outros recursos a ele incorporados, devendo ser aplicados com atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e juros, de modo a assegurar a cobertura de suas obriga\u00e7\u00f5es. Art. 13. Os dep\u00f3sitos efetuados nas contas vinculadas ser\u00e3o corrigidos monetariamente com base nos par\u00e2metros fixados para atualiza\u00e7\u00e3o dos saldos dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a e capitaliza\u00e7\u00e3o juros de (tr\u00eas) por cento ao ano.\nTodavia, a realiza\u00e7\u00e3o de interpreta\u00e7\u00e3o ou decis\u00e3o diversa, no\nsentido que as contas vinculadas do FGTS devem ser corrigidas pela TR, por for\u00e7a\ndo citado artigo 13, viria a ferir v\u00e1rios preceitos constitucionais.\nNesse sentido, referido artigo 13, desobedeceria os limites\nmateriais de in\u00fameros fundamentos e princ\u00edpios constitucionais, como o Estado\nDemocr\u00e1tico de Direito, atentando contra a Dignidade da pessoa Humana (art.\n1\u00ba e inciso III, da CF), bem como os princ\u00edpios da igualdade, seguran\u00e7a jur\u00eddica\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\n(art. 5\u00ba, caput, da CF), da prote\u00e7\u00e3o ao direito de propriedade, direito adquirido (art. 5\u00ba, XXII e XXXVI da CF) e moralidade (art. 37 da CF).\nNessa mesma linha, recentemente o Supremo Tribunal Federal decidiu pela inconstitucionalidade da utiliza\u00e7\u00e3o da Taxa Referencial - TR - como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria para o pagamento dos chamados precat\u00f3rios (ADI n\u00ba 4357) reafirmando entendimento anteriormente adotado por aquela Corte na ADI n\u00ba 493. Essa decis\u00e3o tem desdobramentos que v\u00e3o al\u00e9m do processo no qual foi tomada. Isso porque a Lei n\u00ba 8.036/90 que estabelece as bases do Fundo de Garantia por Tempo de Servi\u00e7o \u2013 FGTS \u2013 tamb\u00e9m prev\u00ea a aplica\u00e7\u00e3o de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e h\u00e1 muito tempo \u00e9 utilizado o referido \u00edndice (TR) para corrigir referido fundo, o mesmo agora considerado inconstitucional para este fim pelo STF.\nAssim, a parte autora h\u00e1 por bem PREQUESTIONAR a mat\u00e9ria, para efeito de eventual interposi\u00e7\u00e3o de Recurso Especial e/ou Extraordin\u00e1rio, conforme fundamentos que passa a expor:\nInicialmente devemos nos recordar que a dignidade da pessoa humana \u00e9 valor constitucional supremo que agrega em torno de si a unanimidade dos demais direitos e garantias fundamentais do homem, envolvendo-se tanto em rela\u00e7\u00e3o aos direito \u00e0 vida como, tamb\u00e9m, aos direitos pessoais tradicionais, os direitos sociais, econ\u00f4micos, e as liberdades p\u00fablicas em geral.\nEm verdade quando o texto constitucional proclama a dignidade da pessoa humana est\u00e1 corroborando um imperativo de justi\u00e7a social, e consigna, acima de tudo, um sobreprinc\u00edpio (\u00e9 o caso dos diretos fundamentais).\nNesse sentido, em rela\u00e7\u00e3o ao caso concreto, \u00e9 necess\u00e1rio aprofundarmos um pouco mais nas consequ\u00eancias que esta subtra\u00e7\u00e3o de recursos do patrim\u00f4nio do trabalhador traz a todos, individual e coletivamente.\n\u00c9 de conhecimento geral que o Sistema Financeiro de Habita\u00e7\u00e3o disp\u00f5e dos recursos do FGTS para financiar o maior sonho de todo brasileiro \u2013\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\ncasa pr\u00f3pria. Tamb\u00e9m \u00e9 de conhecimento geral que a Caixa Econ\u00f4mica Federal \u00e9 o Banco que mais se utiliza destes recursos do SFH para financiar, emprestar dinheiro para os brasileiros comprarem a casa pr\u00f3pria.\nE, embora em princ\u00edpio, n\u00e3o haja correla\u00e7\u00e3o entre o trabalhador que tem dep\u00f3sitos no FGTS que s\u00e3o emprestados para financiar a casa pr\u00f3pria, e aquele que se vale do empr\u00e9stimo do SFH para adquirir sua casa pr\u00f3pria, em algum momento, trabalhador e mutu\u00e1rio s\u00e3o a mesma pessoa.\nE neste contexto de mutu\u00e1rio e trabalhador serem a mesma pessoa \u00e9 que se evidencia a maior sordidez da hist\u00f3ria recente deste Pa\u00eds.\nJ\u00e1 seria reprov\u00e1vel o fato de a Caixa pegar um dinheiro a juros baixos e sem nenhuma corre\u00e7\u00e3o e emprest\u00e1-lo a juros muito altos, mesmo sem corre\u00e7\u00e3o (uma vez que a TR corrige presta\u00e7\u00f5es do SFH), evidencia que a institui\u00e7\u00e3o banc\u00e1ria leva imensa vantagem nesta negocia\u00e7\u00e3o.\nMas a situa\u00e7\u00e3o piora consideravelmente quando, a Caixa pega dinheiro a juros baixos, sem nenhuma corre\u00e7\u00e3o para o trabalhador, e empresta para ele mesmo.\nSuponhamos que um trabalhador queira adquirir uma casa pr\u00f3pria utilizando recursos do seu FGTS. Ele encontra o im\u00f3vel, mas verifica que seus recursos n\u00e3o s\u00e3o suficiente para adquiri-lo. Ent\u00e3o ele se dirige a um Banco para financiar a diferen\u00e7a, comprometendo sua renda por muitos anos.\nA maioria dos trabalhadores brasileiros, quando quer adquirir um im\u00f3vel, dirige-se \u00e0 Caixa Econ\u00f4mica Federal.\nTodavia, se o dep\u00f3sito do FGTS tivesse sido devidamente corrigido, se ele mantivesse seu poder de compra, ou o empr\u00e9stimo seria menor ou sequer haveria necessidade de o trabalhador comprometer sua renda e anos de trabalho para adquirir aquilo que \u00e9 o nosso sonho mais prim\u00e1rio, nossa necessidade mais rela como indiv\u00edduo e como povo brasileiro.\nA Caixa est\u00e1 emprestando para o trabalhador aquilo que ela deixou de pagar a ele a t\u00edtulo de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria na sua conta de FGTS.\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nO Trabalhador Brasileiro n\u00e3o merece isto! A Caixa vale-se da fragilidade humana para colocar-se como realizadora de sonhos, ao mesmo tempo em que, ano ap\u00f3s ano, aufere lucros exorbitantes \u00e0s custas do trabalhador. Ainda em rela\u00e7\u00e3o aos dispositivos constitucionais violados, apontamos a viola\u00e7\u00e3o ao direito de propriedade (art. 5\u00ba, XXII da CF) .\n\nO direito de propriedade decorre da pr\u00f3pria lei natural. Por isso, \u00e9 uma exig\u00eancia da natureza intelectual do homem. Enquanto os irracionais se contentam com a satisfa\u00e7\u00e3o de suas necessidades imediatas, o homem pode prever o seu futuro. Assim, para subsistir hoje e no tempo futuro, precisa apropriar-se de bens naturais, de consumo, bens fung\u00edveis e, tamb\u00e9m, de produ\u00e7\u00e3o.\n\nA propriedade \u00e9 a express\u00e3o da pessoa humana. \u00c9 fruto do seu trabalho ou do de seus antepassados. \u00c9 o espelho do indiv\u00edduo, que precisa de um aconchego preservado pela privacidade, onde pode ser ele mesmo, cercado dos sinais que identificam o seu eu. Ela estimula o trabalho, sendo o homem atra\u00eddo espontaneamente pela perspectiva da recompensa direta e pessoal de seus esfor\u00e7os.\n\nFinalmente, a propriedade \u00e9 penhor de uma sociedade articulada ou organizada, ao contr\u00e1rio da meramente coletiva, que tem por conseq\u00fc\u00eancia uma sociedade massificada, sem diversifica\u00e7\u00e3o nem liberdade. Ela defende os cidad\u00e3os contra a concentra\u00e7\u00e3o de todos os poderes nas m\u00e3os do Estado, garantindo a liberdade dos indiv\u00edduos e sua independ\u00eancia em rela\u00e7\u00e3o ao poder.\nNesse sentido:\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\n\"A propriedade faz parte da natureza do homem e da natureza das coisas. Como o trabalho, ela encerra um mist\u00e9rio \u2013 \u00e9 a proje\u00e7\u00e3o da personalidade humana sobre as coisas. A pessoa tende \u00e0 propriedade por um impulso instintivo, do mesmo modo que a nossa natureza animal tende ao alimento. O apetite da propriedade \u00e9 t\u00e3o natural \u00e0 nossa esp\u00e9cie como a fome e a sede; apenas \u00e9 de notar que estes s\u00e3o apetites da nossa natureza inferior, ao passo que aquele procede da nossa natureza superior. Todo o homem tem alma de propriet\u00e1rio, mesmo os que se julgam seus inimigos. \u00c9 isto que se entende quando se afirma que a propriedade decorre do direito natural\" (R.G. Renard, L\u2019\u00c9glise et la Question Sociale, p. 137 et seq.).\n\nPartindo das premissas acima, em 1991 e 1992, quando o STF julgou a ADI 493-0/DF, ele deixou bem assentado que a TR n\u00e3o constitu\u00eda \u00edndice que refletia a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda. Esta caracter\u00edstica da TR tem se confirmado ao longo dos anos. A sua aplica\u00e7\u00e3o aos saldos dos dep\u00f3sitos do FGTS tem gerado \u201cgigantesca destrui\u00e7\u00e3o de valor\u201d do patrim\u00f4nio do trabalhador. H\u00e1 anos, os trabalhadores que tem dep\u00f3sitos no FGTS n\u00e3o experimentam ganhos reais em sua aplica\u00e7\u00e3o. Ao contr\u00e1rio. H\u00e1 muito tempo, os trabalhadores tem rendimentos inferiores \u00e0 infla\u00e7\u00e3o, mesmo levando em conta a remunera\u00e7\u00e3o dos juros de 3% ao ano.\nO que torna a TR um \u00edndice inid\u00f4neo \u00e9 a intensa inger\u00eancia do Banco Central/CMN na sua formula\u00e7\u00e3o.\nDe pouco adiantaria ao trabalhador que fosse determinado ao Banco Central/CMN que recalculasse a TR, pois uma nova f\u00f3rmula estaria igualmente sob a discricionariedade e subjetivismo total do Banco. Basta avaliar a sucess\u00e3o de resolu\u00e7\u00f5es do Banco Central/CMN sobre o tema, conforme Parecer do referido Economista.\nPartindo da premissa inequ\u00edvoca de que a TR n\u00e3o rep\u00f5e as perdas monet\u00e1rias dos dep\u00f3sitos do FGTS - verifica-se de forma incontest\u00e1vel a destrui\u00e7\u00e3o de valor \u201ddo patrim\u00f4nio do trabalhador., outro caminho n\u00e3o existe se n\u00e3o o de adotar um novo \u00edndice que verdadeiramente corrija estes dep\u00f3sitos.\nComo se sabe, o \u00edndice de remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sico da poupan\u00e7a \u00e9 a Taxa Referencial \u2013 TR, \u00edndice controlado pelo Estado, e utilizado como instrumento de controle da economia \u2013 vide os sucessivos \u00edndices mensais\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nzerados, a fim de controle de aporte de capital nas poupan\u00e7as. Tanto a TR n\u00e3o se presta como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, que o STF j\u00e1 decidiu nesse sentido: \u2018A taxa referencial (TR) n\u00e3o \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria (...) n\u00e3o constitui \u00edndice que reflita a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda\u2019 (ADI 4930/DF, Relator Min. Moreira Alves, Plen\u00e1rio, DJ 4.9.1992).\nAssim sendo, texto t\u00e3o danoso ao cidad\u00e3o (art. 13 da lei 8.036/90) n\u00e3o poder\u00e1 ser tolerado pelo Judici\u00e1rio.\nLogo, declarada a inconstitucionalidade o \u00edndice aplicado ao precat\u00f3rio pago nos autos, deve ser tomado como vigente e aplicado ao caso concreto - atribuindo-se outro \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o, como retratado nos pedidos da presente a\u00e7\u00e3o.\nA ofensa ao art. 5\u00ba, caput, da CF, na vertente da seguran\u00e7a jur\u00eddica das rela\u00e7\u00f5es com a Caixa Econ\u00f4mica Federal, verifica-se, notadamente ap\u00f3s o reconhecimento pelo SFT que a TR n\u00e3o se presta como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, nesse sentido:\n\u2018A taxa referencial (TR) n\u00e3o \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria (...) n\u00e3o constitui \u00edndice que reflita a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda\u2019 (ADI 493-0/DF, Relator Min. Moreira Alves, Plen\u00e1rio, DJ 4.9.1992).\n\nLogo, como citado, resta clara a viola\u00e7\u00e3o aos arts. 1\u00ba, inc. III, 5\u00ba, caput e incs. XXII, XXXVI, e 37, caput, da Constitui\u00e7\u00e3o da Rep\u00fablica.\nFrise-se, o SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL j\u00e1 decidiu que envolve quest\u00e3o constitucional a discuss\u00e3o a respeito da aplica\u00e7\u00e3o ou n\u00e3o, nas contas vinculadas do FGTS, de \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria expurgados em decorr\u00eancia de planos de estabiliza\u00e7\u00e3o da economia.\nCom efeito, no dia 31-08-2000, em Sess\u00e3o Plen\u00e1ria, o STF ao apreciar o RE- n. 226855-RS consolidou entendimento de que a decis\u00e3o judicial que decreta a proced\u00eancia de pedido de pagamento de \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, sob a alega\u00e7\u00e3o de direito adquirido, trata de quest\u00e3o constitucional, pois est\u00e1 fundamentada na Constitui\u00e7\u00e3o Federal (art. 5\u00ba, XXXVI).\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nOu seja, ao apreciar pedido de aplica\u00e7\u00e3o de \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria extralegais, a decis\u00e3o judicial est\u00e1, obrigatoriamente, posicionandose quanto \u00e0 exist\u00eancia ou n\u00e3o de direito adquirido.\nPois bem, nos casos em que se pleiteiam a aplica\u00e7\u00e3o nas suas contas vinculadas do FGTS, de \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria com discuss\u00e3o de previs\u00e3o em leis vigentes - tratamos de an\u00e1lise de direito adquirido.\nA concess\u00e3o ou n\u00e3o do pedido depende ent\u00e3o da aprecia\u00e7\u00e3o, pelo juiz da causa, da exist\u00eancia ou n\u00e3o de direito adquirido aos \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria.\nLogo, caso o entendimento seja no sentido que n\u00e3o h\u00e1 aplica\u00e7\u00e3o de direito adquirido ao \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o/atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria (TR) - torna-se poss\u00edvel a interpreta\u00e7\u00e3o no sentido de aplica\u00e7\u00e3o do \u00edndice que realmente cumpra o disposto no art.2\u00ba da lei n\u00ba n\u00ba 8.036/90.\nAssim, a parte autora requer, desde j\u00e1, que este MM.Juiz Federal \" a quo\" manifeste-se em sua r. senten\u00e7a sobre a ofensa aos dispositivos constitucionais citados.\nPortanto, resta PREQUESTIONADA a mat\u00e9ria pugnando pela PROCED\u00caNCIA DO PREQUESTIONAMENTO suscitado, requerendo ao Excelent\u00edssimo JUIZ FEDERAL que se pronuncie de forma objetiva, expl\u00edcita e fundamentada sobre o assunto.\n\n4. DOS HONOR\u00c1RIOS ADVOCAT\u00cdCIOS\nNo que tange a possibilidade de condena\u00e7\u00e3o da requerida em honor\u00e1rios advocat\u00edcios, o STF reiterou o entendimento de que cabe a cobran\u00e7a de honor\u00e1rios advocat\u00edcios nas a\u00e7\u00f5es entre o FGTS e os titulares das contas vinculadas. A decis\u00e3o foi tomada por unanimidade no julgamento do RExt 581.160, com repercuss\u00e3o geral reconhecida, interposto contra ac\u00f3rd\u00e3o do TRF da 1\u00aa regi\u00e3o.\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nSegundo o relator, ministro Ricardo Lewandowski, o ac\u00f3rd\u00e3o\nrecorrido julgou constitucional o artigo 29-C da lei 8.036/90, inserido pela MP\n2.164/01, que veda a condena\u00e7\u00e3o em honor\u00e1rios advocat\u00edcios nas a\u00e7\u00f5es entre\no FGTS e os titulares das contas vinculadas.\nOcorre que o STF j\u00e1 declarou o artigo inconstitucional no\njulgamento da ADIn 2.736, em que foi relator o ministro Cezar Peluso, que excluiu\no artigo 29-C da lei 8.036 do ordenamento legal. \"Entendo que o RExt deve ter o\nmesmo destino da ADIn, de modo que dou provimento ao pedido\", concluiu o\nministro.\nNesse sentido:\nEmenta: RECURSO EXTRAORDIN\u00c1RIO COM REPERCUSS\u00c3O GERAL RECONHECIDA. CONSTITUCIONAL. ART. 9\u00ba DA MP 2.164-41/2001. INTRODU\u00c7\u00c3O DO ART. 29-C NA LEI 8.036/1990. HONOR\u00c1RIOS ADVOCAT\u00cdCIOS. SUCUMB\u00caNCIA. A\u00c7\u00d5ES ENVOLVENDO O FGTS E TITULARES DE CONTAS VINCULADAS. INCONSTITUCIONALIDADE DECLARADA NA ADI 2.736/DF. RECURSO PROVIDO. I O Supremo Tribunal Federal, no julgamento da ADI 2.736/DF, Rel. Min. Cezar Peluso, declarou a inconstitucionalidade do art. 9\u00ba da MP 2.164-41/2001, na parte em que introduziu o art. 29-C na lei 8.036/1990, que vedava a condena\u00e7\u00e3o em honor\u00e1rios advocat\u00edcios \u201cnas a\u00e7\u00f5es entre o FGTS e os titulares de contas vinculadas, bem como naquelas em que figuram os respectivos representantes ou substitutos processuais\u201d. II - Os mesmos argumentos devem ser aplicados \u00e0 solu\u00e7\u00e3o do lit\u00edgio de que trata o presente recurso. III - Recurso extraordin\u00e1rio conhecido e provido.( RE 581160 / MG - MINAS GERAIS . PROCESSO ELETR\u00d4NICO. Relator(a): Min. RICARDO LEWANDOWSKI REPERCUSS\u00c3O GERAL - M\u00c9RITO. Julgamento: 20/06/2012 . \u00d3rg\u00e3o Julgador: Tribunal Pleno.DJe-166 DIVULG 22-08-2012 PUBLIC 23-08-2012- Tema 116 - Direito a honor\u00e1rios advocat\u00edcios nas a\u00e7\u00f5es que visam obter expurgos inflacion\u00e1rios de FGTS.- Ac\u00f3rd\u00e3os citados: ADI 162 MC, ADI 525 MC, ADI 1647, ADI 1753 MC,ADI 2213 MC, ADI 2736.)\n\n5. CONCLUS\u00d5ES\nA Taxa Referencial, enquanto \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria assim considerada pela atual jurisprud\u00eancia p\u00e1tria, n\u00e3o pode ser reduzida a Zero, como tem sido nos \u00faltimos meses, pois afronta flagrantemente o artigo 2\u00ba da Lei n\u00ba 8.036/90, que garante atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria aos dep\u00f3sitos feitos no FGTS.\nComo \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, a TR deveria garantir o poder aquisitivo dos dep\u00f3sitos do FGTS, que se perfaz levando em conta os\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\n\u00edndices de infla\u00e7\u00e3o. Desde janeiro de 1999, a TR se distanciou sensivelmente dos \u00edndices oficiais de infla\u00e7\u00e3o, impingindo profundas perdas aos dep\u00f3sitos do FGTS, tornando-se inid\u00f4nea para garantir a reposi\u00e7\u00e3o de perdas monet\u00e1rias.\nA inidoneidade da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria decorre de mudan\u00e7as introduzidas na sua metodologia de c\u00e1lculo pelo Banco Central do Brasil/CMN que, atrav\u00e9s do mecanismo econ\u00f4mico de um redutor, vem nitidamente manipulando o \u00edndice para que ele se desprenda da infla\u00e7\u00e3o at\u00e9 anul\u00e1-la completamente, a despeito de um quadro de infla\u00e7\u00e3o persistente no Pa\u00eds.\nA Caixa Econ\u00f4mica Federal est\u00e1 se prestando ao papel de espoliador do FGTS, na medida em que disp\u00f5e do patrim\u00f4nio do trabalhador sem a devida contrapresta\u00e7\u00e3o. A corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria aplicada ao FGTS tem sido h\u00e1 muito tempo menor que a infla\u00e7\u00e3o registrada, de forma que descumpre n\u00e3o s\u00f3 o artigo 2\u00ba da lei n\u00ba 8.036/90, artigo 233 do C\u00f3digo Civil, mas tamb\u00e9m toda a l\u00f3gica e princ\u00edpios do mercado econ\u00f4mico.\nQuem empresta tem direito a ser remunerado com juros e a totalidade da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. O trabalhador n\u00e3o pode ser obrigado a subsidiar ainda mais os projetos do Governo Federal. O \u201cainda mais\u201d decorre do fato de os juros de 3% do FGTS serem os menores do mercado, o qu\u00ea, por si s\u00f3, demonstra que ele j\u00e1 est\u00e1 fazendo sua parte sob a perspectiva social.\nNegar o direito de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria aos dep\u00f3sitos do FGTS, Fundo do qual o trabalhador n\u00e3o pode simplesmente sacar seu dinheiro para aplicar em outro fundo mais rent\u00e1vel, configura ato de tirania, incompat\u00edvel com um Estado Democr\u00e1tico de Direito e deve ser de pronto recha\u00e7ado.\nSe o Governo Brasileiro remunerasse os investidores internacionais com TR mais 3% a.a, como faz com os trabalhadores, haveria um fuga em massa dos investimentos no Pa\u00eds, e certamente estar\u00edamos experimentando uma tsunami econ\u00f4mica e n\u00e3o uma simples \u201cmarolinha\u201d.\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nSendo a TR \u00edndice inid\u00f4neo para restabelecer o poder aquisitivo dos dep\u00f3sitos do FGTS, sua substitui\u00e7\u00e3o por outro \u00edndice que melhor recomponha as perdas monet\u00e1rias se torna imperioso, a fim de fazer prevalecer o artigo 2\u00ba da lei n\u00ba 8.036/90 e artigo 233 do C\u00f3digo Civil.\nPosto que desde janeiro de 1999 o redutor criado pelo Banco Central/CMN promoveu o completo distanciamento da TR dos \u00edndices oficiais de infla\u00e7\u00e3o, temos que desde ent\u00e3o ela perdeu sua condi\u00e7\u00e3o de repor as perdas inflacion\u00e1rias dos dep\u00f3sitos do FGTS, devendo desde esta data ser substitu\u00edda pelo INPC, alternativamente, pelo IPCA.\n\n6. DA DESNECESSIDADE DA JUNTADA DE EXTRATOS QUANDO DA PROPOSITURA DA A\u00c7\u00c3O\nConforme relatado nos autos, os trabalhadores substitu\u00eddos pelo autor possuem dep\u00f3sito em conta vinculada do FGTS junto a institui\u00e7\u00e3o financeira r\u00e9.\nA Resolu\u00e7\u00e3o 913 do Banco Central determina, em seu art. 1, par\u00e1grafo 1., que a Institui\u00e7\u00e3o Financeira deve \u201cmanter arquivos dos microfilmes, de f\u00e1cil consulta, devidamente ordenados classificados e catalogados, sem preju\u00edzo de outras medidas que objetivem facilitar e agilizar as consultas...\u201d\nN\u00e3o h\u00e1 a necessidade da juntada dos extratos das contas vinculadas ao FGTS em nome dos interessados, pois o \u201cdocumento essencial \u00e0 propositura da a\u00e7\u00e3o\u201d n\u00e3o pode ser confundido com \"\u00f4nus da prova do fato constitutivo do direito\". Sabe-se que ao autor cabe provar os fatos que alega na exordial, entretanto isso quer dizer que deve faz\u00ea-lo mediante apresenta\u00e7\u00e3o de prova pr\u00e9-constitu\u00edda quando do ajuizamento da a\u00e7\u00e3o.\nTal prova pode ser produzida durante a instru\u00e7\u00e3o processual, que \u00e9 o momento oportuno para tanto, e pelos meios de prova regulares, inclusive, se for o caso, mediante requisi\u00e7\u00e3o dos documentos ou das informa\u00e7\u00f5es diretamente a quem as possua.\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nTal entendimento est\u00e1 em conson\u00e2ncia com o entendimento do\nSTJ sobre o tema, conforme a jurisprud\u00eancia que segue:\nCONSTITUCIONAL. PROCESSUAL CIVIL. A\u00c7\u00c3O CIVIL COLETIVA. DIFEREN\u00c7AS DE CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA DE CONTAS DO FGTS. LEGITIMA\u00c7\u00c3O ATIVA DAS ENTIDADES SINDICAIS. NATUREZA E LIMITES. PROVA DO FATO CONSTITUTIVO DO DIREITO AFIRMADO E DOCUMENTO ESSENCIAL \u00c0 PROPOSITURA DA DEMANDA. DISTIN\u00c7\u00d5ES. 1. As entidades sindicais t\u00eam legitimidade ativa para demandar em ju\u00edzo a tutela de direitos subjetivos individuais dos integrantes da categoria, desde que se tratem de direitos homog\u00eaneos e que guardem rela\u00e7\u00e3o de pertencialidade com os fins institucionais do Sindicato demandante. 2. A legitima\u00e7\u00e3o ativa, nesses casos, se opera em regime de substitui\u00e7\u00e3o processual, visando a obter senten\u00e7a condenat\u00f3ria de car\u00e1ter gen\u00e9rico, nos moldes da prevista no art. 95 da Lei n. 8078/90, sem qualquer ju\u00edzo a respeito da situa\u00e7\u00e3o particular dos substitu\u00eddos, dispensando, nesses limites, a autoriza\u00e7\u00e3o individual dos substitu\u00eddos. 3. A individualiza\u00e7\u00e3o da situa\u00e7\u00e3o particular, bem assim a correspondente liquida\u00e7\u00e3o e execu\u00e7\u00e3o dos valores devidos a cada um dos substitu\u00eddos, se n\u00e3o compostas espontaneamente, ser\u00e3o objeto de a\u00e7\u00e3o pr\u00f3pria (a\u00e7\u00e3o de cumprimento da senten\u00e7a condenat\u00f3ria gen\u00e9rica), a ser promovida pelos interessados, ou pelo Sindicato, aqui em regime de representa\u00e7\u00e3o. 4. N\u00e3o se pode confundir \"documento essencial \u00e0 propositura da a\u00e7\u00e3o\" com \"\u00f4nus da prova do fato constitutivo do direito\". Ao autor cumpre provar os fatos que d\u00e3o sustento ao direito afirmado na peti\u00e7\u00e3o inicial, mas isso n\u00e3o significa dizer que deve faz\u00ea-lo mediante apresenta\u00e7\u00e3o de prova pr\u00e9constitu\u00edda e j\u00e1 por ocasi\u00e3o do ajuizamento da demanda. Nada impede que o fa\u00e7a na instru\u00e7\u00e3o processual e pelos meios de prova regulares. 5. Em se tratando de a\u00e7\u00e3o coletiva para tutela de direitos individuais homog\u00eaneos, que visa a uma senten\u00e7a condenat\u00f3ria gen\u00e9rica, a prova do fato constitutivo do direito subjetivo individual dever\u00e1 ser produzida por ocasi\u00e3o da a\u00e7\u00e3o de cumprimento, oportunidade em que se far\u00e1 o exame das situa\u00e7\u00f5es particulares dos substitu\u00eddos, visando a identificar e mensurar cada um dos direitos subjetivos genericamente reconhecidos na senten\u00e7a de proced\u00eancia. 6. Recurso especial a que se nega provimento. RECURSO ESPECIAL N\u00ba 487.202 - RJ (2002/0138531-8)\nAssim, os autores fazem jus a receberem C\u00d3PIA DO EXTRATOS\nANAL\u00cdTICO DO FGTS, os quais dever\u00e3o ser apresentados pela r\u00e9.\n\n7. DO VALOR DA CAUSA\n\nNos termos da pac\u00edfica jurisprud\u00eancia do STJ, nos casos de litiscons\u00f3rcio ativo, o valor da causa para o fim de fixa\u00e7\u00e3o de compet\u00eancia deve ser individual a cada litisconsorte.\nAssim \u00e9 a jurisprud\u00eancia do STJ:\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nPROCESSUAL CIVIL. JUIZADOS ESPECIAIS. VALOR DA CAUSA INFERIOR A SESSENTA SAL\u00c1RIOS M\u00cdNIMOS. LITISCONS\u00d3RCIO ATIVO. VALOR INDIVIDUAL DE CADA LITISCONSORTE. S\u00daMULA 83/STJ. RECURSO ESPECIAL N\u00c3O CONHECIDO. Em se tratando de litiscons\u00f3rcio ativo facultativo, para que se fixe a compet\u00eancia dos Juizados Especiais, deve ser considerado o valor de cada autor, individualmente, n\u00e3o importando se a soma ultrapassa o limite dos 60 (sessenta) sal\u00e1rios m\u00ednimos. Precedentes. S\u00famula 83/STJ. Agravo regimental improvido.(STJ - AgRg no REsp: 1376544 SP 2012/0214836-8, Relator: Ministro HUMBERTO MARTINS, Data de Julgamento: 28/05/2013, T2 - SEGUNDA TURMA, Data de Publica\u00e7\u00e3o: DJe 05/06/2013)\nAssim, verifica-se que o Juizado Especial Federal \u00e9 competente\npara a aprecia\u00e7\u00e3o da presente demanda.\n8. DOS PEDIDOS\n\na\u00e7\u00e3o.\n\nAnte ao exporto, requer: a) A cita\u00e7\u00e3o da requerida, para querendo contestar a presente\n\nb) Seja a presente a\u00e7\u00e3o JULGADA TOTALMENTE PROCEDENTE para condenar a r\u00e9 a:\n\nb.1) Aplicar nas contas do FGTS da parte autora em substitui\u00e7\u00e3o a TR, do INPC, ou, sucessivamente, aplica\u00e7\u00e3o do IPCA, ou, sucessivamente a aplica\u00e7\u00e3o de qualquer outro \u00edndice que reponha as perdas inflacion\u00e1rias do trabalhador nas contas do FGTS, no entender deste Douto Ju\u00edzo, de acordo com os pedidos anteriores, bem como\n\nb.2) Pagar em favor do(a) autor(a), o valor correspondente \u00e0s diferen\u00e7as de FGTS em raz\u00e3o da aplica\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria pelo INPC nos meses em que a TR foi zero, nas parcelas vencidas e vincendas, bem como pagar, em favor do(a) autor(a), o valor correspondente \u00e0s diferen\u00e7as de FGTS\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nem raz\u00e3o da aplica\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria pelo INPC, desde Janeiro de 1999, nos meses em que a TR n\u00e3o foi zero, mas foi menor que a infla\u00e7\u00e3o do per\u00edodo; ou, sucessivamente,\n\nb.3) Pagar em favor do(a) autor(a), o valor correspondente \u00e0s diferen\u00e7as de FGTS em raz\u00e3o da aplica\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria pelo lPCA nos meses em que a TR foi zero, bem como, a pagar em favor do(a) autor(a), o valor correspondente \u00e0s diferen\u00e7as de FGTS em raz\u00e3o da aplica\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria pelo IPCA desde Janeiro de 1999, nos meses em que a TR n\u00e3o foi zero, mas foi menor que a infla\u00e7\u00e3o do per\u00edodo; ou, sucessivamente,\n\nb.4 ) Pagar em favor do(a) autor(a), o valor correspondente \u00e0s diferen\u00e7as de FGTS em raz\u00e3o da aplica\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria por qualquer outro \u00edndice que reponha as perdas inflacion\u00e1rias do trabalhador nas contas do FGTS, no entender deste Douto Ju\u00edzo, desde janeiro de 1999, inclusive nos meses em que a TR foi zero.\n\nc) Sobre os valores devidos pela condena\u00e7\u00e3o de que tratam os itens acima, dever\u00e3o incidir corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria desde a inadimpl\u00eancia da Caixa, bem como os juros legais.\n\nd) Seja compelida a requerida para que, apresente c\u00f3pia dos extratos anal\u00edticos do FGTS do(a) autor(a), com fixa\u00e7\u00e3o de prazo para cumprimento da ordem e fixa\u00e7\u00e3o de multa di\u00e1ria em caso de descumprimento.\n\ne) A condena\u00e7\u00e3o da Caixa ao pagamento das custas e honor\u00e1rios advocat\u00edcios de 20% sobre o valor da condena\u00e7\u00e3o.\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nf) A concess\u00e3o em favor do(a) autor(a) do Benef\u00edcio da Assist\u00eancia Judici\u00e1ria, eis que os mesmos n\u00e3o possuem condi\u00e7\u00f5es de suportar as custas e demais despesas processuais, sem preju\u00edzo do seu sustento e de suas fam\u00edlias, nos termos da Lei 1.060/50 e 5.584/70.\n\ng) Ainda, que este MM. Juiz Federal \"a quo\" manifeste-se em sua r. senten\u00e7a sobre a exig\u00eancia de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria do art. 2\u00ba da lei n\u00ba 8.036/90 que garante atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria aos dep\u00f3sitos das contas vinculadas do FGTS;\n\nh) Por fim, que este MM.Juiz Federal \"a quo\" manifeste-se em sua r. senten\u00e7a sobre os fundamentos que a utiliza\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o desobedeceria os limites materiais de in\u00fameros fundamentos e princ\u00edpios constitucionais, como o Estado Democr\u00e1tico de Direito, atentando contra a Dignidade da pessoa Humana (art. 1\u00ba e inciso III, da CF), bem como os princ\u00edpios da igualdade, seguran\u00e7a jur\u00eddica (art. 5\u00ba, caput, da CF), da prote\u00e7\u00e3o ao direito de propriedade, direito adquirido (art. 5\u00ba, XXII e XXXVI da CF) e moralidade (art. 37 da CF). Logo, resta PREQUESTIONADA a mat\u00e9ria pugnando pela PROCED\u00caNCIA DO PREQUESTIONAMENTO suscitado, requerendo ao Excelent\u00edssimo JUIZ FEDERAL que se pronuncie de forma objetiva, expl\u00edcita e fundamentada sobre o assunto.\n\nProtesta provar o alegado por todos os meios de prova admitidos em direito, em especial a prova documental.\nAtribu\u00ed-se \u00e0 causa o valor de R$ 1.000,00. Crici\u00fama, 10 de dezembro de 2013.\n\nJAIR S\u00c1 JUNIOR OAB/SC 26.344 OAB/SP 322.667\n\nGEBDIEL GON\u00c7ALVES S\u00c1 OAB/SC 23.914\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 4 (Solon) - IdDocumentoCompleto: 5016042-21.2014.4.04.7204-721414756906983150250000000007", "text": "S\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nEXCELENT\u00cdSSIMO (A) SENHOR (A) JUIZ (A) FEDERAL DA ___ VARA FEDERAL DA SUBSE\u00c7\u00c3O JUDICI\u00c1RIA DE CRICI\u00daMA - SC\n\nA PARTE AUTORA, j\u00e1 qualificada eletronicamente, por seus procuradores que esta subscrevem, Dr. GEBDIEL GON\u00c7ALVES S\u00c1, brasileiro, casado, advogado devidamente inscrito na OAB/SC sob o n\u00ba 23.914 e JAIR S\u00c1 JUNIOR, brasileiro, casado, advogado devidamente inscrito na OAB/SC 26.344, ambos com endere\u00e7o profissional a Rua Jo\u00e3o Pessoa, n\u00ba 380, centro, munic\u00edpio de Crici\u00fama, SC, onde recebe avisos e intima\u00e7\u00f5es, v\u00eam \u00e0 presen\u00e7a de V. Ex\u00aa, com o devido respeito, propor a presente:\nA\u00c7\u00c3O ORDIN\u00c1RIA DE CORRE\u00c7\u00c3O DOS SALDOS DO FGTS\nEm desfavor da CAIXA ECON\u00d4MICA FEDERAL, com sede no SBS quadra 04 lotes 3/4 Matriz, Bras\u00edlia \u2013 DF, CEP: 70092-900 e com filial nesta cidade, situada \u00e0 rua Santo Antonio, 180, CEP 88801-440, pelas raz\u00f5es de fato e de direito que passa a expor.\n1. DOS FATOS\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nO processo em tela trata de quest\u00e3o de extrema import\u00e2ncia para\nmilh\u00f5es de trabalhadores brasileiros e diz respeito ao Fundo de Garantia por\nTempo de Servi\u00e7o. O Fundo de Garantia por Tempo de Servi\u00e7o foi criado na\nd\u00e9cada de 1960 para proteger o trabalhador, como suced\u00e2neo da antiga\nestabilidade decenal. \u00c9 constitu\u00eddo por valores depositados pelas empresas em\nnome de seus empregados e possibilita que o trabalhador forme um patrim\u00f4nio.\nNesse sentido, verifica-se no s\u00edtio eletr\u00f4nico da Caixa Econ\u00f4mica\nFederal que o FGTS hoje financia programas de habita\u00e7\u00e3o popular, saneamento\nb\u00e1sico e infraestrutura urbana.\nAssim, o FGTS \u00e9 regido pelas disposi\u00e7\u00f5es da Lei n\u00ba 8.036, de 11 de\nmaio de 1990, por normas e diretrizes estabelecidas pelo seu Conselho Curador e\ngerido pela Caixa Econ\u00f4mica Federal. Dos artigos 2\u00ba e 13 da Lei n\u00ba 8.036/90 extraI-se que h\u00e1 uma\nobrigatoriedade de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e de remunera\u00e7\u00e3o por meio de juros\ndos dep\u00f3sitos efetuados nas contas vinculadas do FGTS, sen\u00e3o vejamos:\nArt. 2\u00ba O FGTS \u00e9 constitu\u00eddo pelos saldos das contas vinculadas a que se refere esta lei e outros recursos a ele incorporados, devendo ser aplicados com atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e juros, de modo a assegurar a cobertura de suas obriga\u00e7\u00f5es. Art. 13. Os dep\u00f3sitos efetuados nas contas vinculadas ser\u00e3o corrigidos monetariamente com base nos par\u00e2metros fixados para atualiza\u00e7\u00e3o dos saldos dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a e capitaliza\u00e7\u00e3o juros de (tr\u00eas) por cento ao ano.\n\nRessalte-se que o par\u00e2metro fixado para a atualiza\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos dos saldos de poupan\u00e7a e consequentemente dos dep\u00f3sitos do FGTS \u00e9 a Taxa Referencial \u2013 TR, conforme prescrevem os artigos 12 e 17 da Lei n\u00ba 8.177, de 1\u00ba de mar\u00e7o de 1991, com reda\u00e7\u00e3o da lei n\u00ba 12.703, de 7 de agosto de 2012, cuja dic\u00e7\u00e3o \u00e9 a seguinte:\n\nArt. 12. Em cada per\u00edodo de rendimento, os dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a ser\u00e3o remunerados:I - como remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica, por taxa correspondente \u00e0 acumula\u00e7\u00e3o das TRD, no per\u00edodo transcorrido entre o dia do \u00faltimo cr\u00e9dito de rendimento, inclusive, e o dia do cr\u00e9dito de rendimento, exclusive;II - como remunera\u00e7\u00e3o adicional, por juros de: (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n \u00ba 12.703, de 2012)a) 0,5% (cinco d\u00e9cimos por cento) ao m\u00eas, enquanto a meta da taxa Selic\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nao ano, definida pelo Banco Central do Brasil, for superior a 8,5% (oito inteiros e cinco d\u00e9cimos por cento); ou (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n \u00ba 12.703, de 2012)b) 70% (setenta por cento) da meta da taxa Selic ao ano, definida pelo Banco Central do Brasil, mensalizada, vigente na data de in\u00edcio do per\u00edodo de rendimento, nos demais casos. (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n \u00ba 12.703, de 2012)(...)\n\nArt. 17. A partir de fevereiro de 1991, os saldos das contas do Fundo de Garantia por Tempo de Servi\u00e7o (FGTS) passam a ser remunerados pela taxa aplic\u00e1vel \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a com data de anivers\u00e1rio no dia 1\u00b0, observada a periodicidade mensal para remunera\u00e7\u00e3o. Par\u00e1grafo \u00fanico. As taxas de juros previstas na legisla\u00e7\u00e3o em vigor do FGTS s\u00e3o mantidas e consideradas como adicionais \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o prevista neste artigo.\nRetrata a Lei n\u00ba 8.177/91 a forma como a TR ser\u00e1 calculada:\nArt. 1\u00b0 O Banco Central do Brasil divulgar\u00e1 Taxa Referencial (TR), calculada a partir da remunera\u00e7\u00e3o mensal m\u00e9dia l\u00edquida de impostos, dos dep\u00f3sitos a prazo fixo captados nos bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos m\u00faltiplos com carteira comercial ou de investimentos, caixas econ\u00f4micas, ou dos t\u00edtulos p\u00fablicos federais, estaduais e municipais, de acordo com metodologia a ser aprovada pelo Conselho Monet\u00e1rio Nacional, no prazo de sessenta dias, e enviada ao conhecimento do Senado Federal.\u00a7 1\u00b0 A TR ser\u00e1 mensalmente divulgada pelo Banco Central do Brasil, no m\u00e1ximo at\u00e9 o oitavo dia \u00fatil do m\u00eas de refer\u00eancia. (Revogado pela Lei n\u00ba 8.660, de 1993)\u00a7 2\u00b0 As institui\u00e7\u00f5es que venham a ser utilizadas como bancos de refer\u00eancia, dentre elas, necessariamente, as dez maiores do Pa\u00eds, classificadas pelo volume de dep\u00f3sitos a prazo fixo, est\u00e3o obrigadas a fornecer as informa\u00e7\u00f5es de que trata este artigo, segundo normas estabelecidas pelo Conselho Monet\u00e1rio Nacional, sujeitando-se a institui\u00e7\u00e3o e seus administradores, no caso de infra\u00e7\u00e3o \u00e0s referidas normas, \u00e0s penas estabelecidas no art. 44 da Lei n\u00b0 4.595, de 31 de dezembro de 1964.\u00a7 3\u00b0 Enquanto n\u00e3o aprovada a metodologia de c\u00e1lculo de que trata este artigo, o Banco Central do Brasil fixar\u00e1 a TR.\n\nLogo, a metodologia de c\u00e1lculo foi h\u00e1 muito tempo definida pela Banco Central-Conselho Monet\u00e1rio Nacional (CMN), e hoje est\u00e1 vigente sob a forma da Resolu\u00e7\u00e3o n\u00ba 3.354, de 31 de mar\u00e7o de 2006.\nOcorre que, h\u00e1 muito tempo, a TR n\u00e3o reflete mais a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, tendo se distanciado completamente dos \u00edndices oficiais de infla\u00e7\u00e3o. Nos meses de setembro, outubro e novembro de 2009, janeiro e fevereiro de 2010, fevereiro e junho de 2012 e de setembro de 2012 em diante, a TR tem sido completamente anulada, como se n\u00e3o existisse qualquer infla\u00e7\u00e3o no per\u00edodo pass\u00edvel de corre\u00e7\u00e3o.\n\n2. PRELIMINARMENTE\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\na) LEGITIMIDADE PASSIVA DA CAIXA ECON\u00d4MICA FEDERAL\nTendo-se em vista que o processo em tela versa sobre corre\u00e7\u00e3o\nmonet\u00e1ria dos dep\u00f3sitos de FGTS, sobressai irrefut\u00e1vel a legitimidade passiva e\nexclusiva da Caixa Econ\u00f4mica Federal, conforme precedentes do STJ, sen\u00e3o\nvejamos:\nA\u00c7\u00c3O RESCIS\u00d3RIA. ADMINISTRATIVO. FGTS. CORRE\u00c7\u00c3O DOS SALDOS DAS CONTAS VINCULADAS. DIFEREN\u00c7AS DE EXPURGOS INFLACION\u00c1RIOS. TEMA J\u00c1 PACIFICADO NO STJ. PROCED\u00caNCIA DA A\u00c7\u00c3O.1. A mat\u00e9ria referente \u00e0 corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria das contas vinculadas ao FGTS, em raz\u00e3o das diferen\u00e7as de expurgos inflacion\u00e1rios, foi decidida pela Primeira Se\u00e7\u00e3o deste Superior Tribunal, no REsp n.1.111.201 - PE e no REsp n. 1.112.520 - PE, de relatoria do Exmo.Min. Benedito Gon\u00e7alves, ambos submetidos ao regime do art. 543-C do CPC e da Resolu\u00e7\u00e3o n. 8/08 do STJ, que tratam dos recursos representativos da controv\u00e9rsia, publicados no DJe de 4.3.2010.(...)3. Quanto \u00e0s demais preliminares alegadas, devidamente prequestionadas, esta Corte tem o entendimento no sentido de que, nas demandas que tratam da atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos saldos das contas vinculadas do FGTS, a legitimidade passiva ad causam \u00e9 exclusiva da Caixa Econ\u00f4mica Federal, por ser gestora do Fundo, com a exclus\u00e3o da Uni\u00e3o e dos bancos deposit\u00e1rios (S\u00famula 249/STJ).(...)(AR 1.962/SC, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, PRIMEIRA SE\u00c7\u00c3O, julgado em 08/02/2012, DJe 27/02/2012)\nS\u00famula 249/STJ \u2013 A Caixa Econ\u00f4mica Federal tem legitimidade passiva para integrar processo em que se discute corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria do FGTS.\nAssim, a presente a\u00e7\u00e3o foi proposta exclusivamente contra a\nCaixa Econ\u00f4mica Federal, conforme pacificamente definido pela jurisprud\u00eancia\nnacional.\nb) DA PRESCRI\u00c7\u00c3O\nNo que tange ao prazo prescricional, j\u00e1 est\u00e1 amplamente\nassentado na doutrina e jurisprud\u00eancia, que em rela\u00e7\u00e3o ao pleito de corre\u00e7\u00e3o\nmonet\u00e1ria do FGTS, a prescri\u00e7\u00e3o \u00e9 trinten\u00e1ria.\nNeste sentido, decis\u00e3o do STJ:\nRECURSO ESPECIAL. TRIBUT\u00c1RIO. FGTS. CORRE\u00c7\u00c3O DOS SALDOS DAS CONTAS VINCULADAS. DIFEREN\u00c7AS DE EXPURGOS INFLACION\u00c1RIOS. TEMA J\u00c1 JULGADO PELO REGIME DO ART. 543-C DO CPC E DA RESOLU\u00c7\u00c3O N. 8/08 DO STJ, QUE TRATAM DOS RECURSOS REPRESENTATIVOS DE CONTROV\u00c9RSIA.(...)3. No REsp n. 1.112.520 - PE, por seu turno, firmou-se o seguinte entendimento: 4. Outrossim,\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nn\u00e3o deve prevalecer a interpreta\u00e7\u00e3o da recorrente quanto \u00e0 ocorr\u00eancia de prescri\u00e7\u00e3o quinquenal, pois este Tribunal j\u00e1 decidiu que \u00e9 trinten\u00e1ria a prescri\u00e7\u00e3o para cobran\u00e7a de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria de contas vinculadas ao FGTS, nos termos das S\u00famula 210/STJ: \"A a\u00e7\u00e3o de cobran\u00e7a das contribui\u00e7\u00f5es para o FGTS prescreve em (30) trinta anos\".(...)(REsp 1150446 RJ 2009/0143136-0, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, Julgamento: 10/08/2010, \u00d3rg\u00e3o Julgador: T2 - SEGUNDA TURMA, Publica\u00e7\u00e3o: DJe 10/09/2010)\n\nAssim, a a\u00e7\u00e3o ora proposta n\u00e3o est\u00e1 alcan\u00e7ada pela prescri\u00e7\u00e3o trinten\u00e1ria, conforme se demonstrar\u00e1 adiante.\n\n2. DO M\u00c9RITO\n\na) AN\u00c1LISE DA CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA E DO FGTS\nA corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria existe entre n\u00f3s desde a d\u00e9cada de 1960. O principal te\u00f3rico da Corre\u00e7\u00e3o Monet\u00e1ria, o Advogado Tributarista Bulh\u00f5es Pedreira explica o seguinte:\n\u2019\u201dPor analogia com as unidades de medidas f\u00edsicas podemos dizer que o n\u00edvel geral de pre\u00e7os \u00e9 o padr\u00e3o prim\u00e1rio do valor financeiro, enquanto que a unidade monet\u00e1ria serve como padr\u00e3o secund\u00e1rio \u2013 usado, na pr\u00e1tica, para exprimir o valor financeiro, mas que deve ser aferido pelo padr\u00e3o prim\u00e1rio porque sujeito a modifica\u00e7\u00f5es.\u201d (BULH\u00d5ES PEDREIRA, Jos\u00e9 Luiz, \u201cCorre\u00e7\u00e3o Monet\u00e1ria; Indexa\u00e7\u00e3o Cambial. Obriga\u00e7\u00e3o Pecuni\u00e1ria\u201d, in \u201cRevista de Direito Administrativo\u201d, c. 193 p, 353 a 372 Jul/Set 1993).\nAinda, o autor Let\u00e1cio Jansen diz que Bulh\u00f5es Pedreira teria conseguido institucionalizar e colocar em pr\u00e1tica a sua doutrina principalmente atrav\u00e9s da Lei n\u00ba 4.357, de 1964, que criou o primeiro indexador da Economia Brasileira \u2013 a ORTN (obriga\u00e7\u00e3o reajust\u00e1vel do tesouro nacional), uma obriga\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria cuja fun\u00e7\u00e3o era fazer variar, periodicamente, a moeda nacional segundo a perda de seus respectivos poderes aquisitivos http://www.scamargo.adv.br/scripts/forum/textoTema.asp?id=81&tema=nvalida de+da+taxa+referencial+(TR)%3A+o+Significado+da+ADI+493-0-df).\nDesde esta data, uma pl\u00eaiade de \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria foi se sucedendo, at\u00e9 a entrada em vigor da Medida Provis\u00f3ria n\u00ba 294, de 31 de\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\njaneiro de 1991, que se transformou na Lei n\u00ba 8.177, de 1\u00ba de mar\u00e7o de 1991. Nesta oportunidade o Governo Collor pretendeu substituir a s\u00e9rie de indexadores tradicionais da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria brasileira (ORTN, OTN e BTN) que eram vinculados \u00e0 varia\u00e7\u00e3o dos n\u00edveis gerais de pre\u00e7os, pela Taxa Referencial, que tinha natureza financeira.\nAinda hoje permanece a perplexidade em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 natureza jur\u00eddica da TR, at\u00e9 por conta da pr\u00f3pria inconsist\u00eancia da lei que a criou, que ora a trata como taxa de juros (artigo 39) ora como indexador (artigo 18).\nTaxas de juros objetivam promover a remunera\u00e7\u00e3o do capital. S\u00e3o calculadas por quem disponibiliza o capital em benef\u00edcio de outra pessoa, f\u00edsica ou jur\u00eddica, para que empregue para satisfa\u00e7\u00e3o de determinada necessidade, na expectativa de lucro. Os indexadores, por outro lado, podem ser entendidos como \u00edndices calculados a partir da varia\u00e7\u00e3o de pre\u00e7os de mercado em determinado per\u00edodo. O seu objetivo est\u00e1 na corre\u00e7\u00e3o dos efeitos inflacion\u00e1rios, quando se compara valores monet\u00e1rios em diferentes \u00e9pocas.\nPois bem. Quando o STF enfrentou o tema da natureza da TR, disse atrav\u00e9s do voto vencedor da ADI 493-0/DF que:\nA Taxa Referencial (TR) n\u00e3o \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, pois, refletindo as varia\u00e7\u00f5es do custo prim\u00e1rio da capta\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos a prazo fixo, n\u00e3o constitui \u00edndice que reflita a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda.\n\nN\u00e3o obstante, os Ministros vencidos Celso de Mello, Marco Aur\u00e9lio e Ilmar Galv\u00e3o entenderam que a estrutura de c\u00e1lculo da taxa referencial n\u00e3o era suficiente para impedir sua utiliza\u00e7\u00e3o como par\u00e2metro de indexa\u00e7\u00e3o da economia.\nMesmo assim, naquela oportunidade, o STF entendeu que a TR possu\u00eda natureza de taxa de juros e declarou inconstitucional o artigo 18 da Lei n\u00ba 8.177/91, cujo texto original estabelecia que os saldos devedores e as presta\u00e7\u00f5es dos contratos integrantes do SFH, passariam a ser atualizados pela taxa aplic\u00e1vel \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica dos Dep\u00f3sitos de Poupan\u00e7a. Vale a pena transcrever a ementa deste julgado:\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nA\u00e7\u00e3o direta de inconstitucionalidade.- Se a lei alcan\u00e7ar os efeitos futuros de contratos celebrados anteriormente a ela, ser\u00e1 essa lei retroativa (retroatividade m\u00ednima) porque vai interferir na causa, que e um ato ou fato ocorrido no passado.- O disposto no artigo 5, XXXVI, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal se aplica a toda e qualquer lei infraconstitucional, sem qualquer distin\u00e7\u00e3o entre lei de direito p\u00fablico e lei de direito privado, ou entre lei de ordem p\u00fablica e lei dispositiva. Precedente do S.T.F..- Ocorr\u00eancia, no caso, de viola\u00e7\u00e3o de direito adquirido. A taxa referencial (TR) n\u00e3o \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, pois, refletindo as varia\u00e7\u00f5es do custo prim\u00e1rio da capta\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos a prazo fixo, n\u00e3o constitui \u00edndice que reflita a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda. Por isso, n\u00e3o h\u00e1 necessidade de se examinar a quest\u00e3o de saber se as normas que alteram \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria se aplicam imediatamente, alcan\u00e7ando, pois, as presta\u00e7\u00f5es futuras de contratos celebrados no passado, sem violarem o disposto no artigo 5, XXXVI, da Carta Magna.- Tamb\u00e9m ofendem o ato jur\u00eddico perfeito os dispositivos impugnados que alteram o crit\u00e9rio de reajuste das presta\u00e7\u00f5es nos contratos j\u00e1 celebrados pelo sistema do Plano de Equival\u00eancia Salarial por Categoria Profissional (PES/CP). A\u00e7\u00e3o direta de inconstitucionalidade julgada procedente, para declarar a inconstitucionalidade dos artigos 18, \"caput\" e par\u00e1grafos 1 e 4; 20; 21 e par\u00e1grafo \u00fanico; 23 e par\u00e1grafos; e 24 e par\u00e1grafos, todos da Lei n. 8.177, de 1 de maio de 1991. (ADI 493, Relator (a): Min. Moreira Alves, Tribunal Pleno, julgado em 25/06/1992, DJ 04-09-1992 PP-14089 EMENT VOL-01674-02 PP-00260 RTJ VOL-00143-03 PP-00724)\n\nPor algum tempo, o pr\u00f3prio STJ rejeitou a TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, tanto para a poupan\u00e7a, quanto para o SFH. Neste sentido:\n\nCOMERCIAL. M\u00daTUO RURAL. CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA. VINCULA\u00c7\u00c3O AO\n\nCRIT\u00c9RIO DE REAJUSTE DOS DEP\u00d3SITOS EM CADERNETA DE POUPAN\u00c7A. LICITUDE.\n\nSUBSTITUI\u00c7\u00c3O PELA TR NOS MESES SUBSEQUENTES A FEVEREIRO/91. PREVIS\u00c3O DE\n\nUTILIZA\u00c7\u00c3O DA OTN. INDEXADOR CONTRATUALMENTE ELEITO. SUBSTITUI\u00c7\u00c3O EX\n\nLEGE PELA TR. INCONSTITUCIONALIDADE DECLARADA. ADO\u00c7\u00c3O DO INPC.\n\nPRECEDENTES.\n\nI \u2013 NO CONTRATO DE M\u00daTUO RURAL \u00c9 L\u00cdCITO O PACTO DE VINCULA\u00c7\u00c3O DA\n\nCORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA AO CRIT\u00c9RIO DE ATUALIZA\u00c7\u00c3O DOS DEP\u00d3SITOS EM\n\nCADERNETA DE POUPAN\u00c7A, RESULTANDO DEVIDA A INCID\u00caNCIA DO MESMO\n\nINDEXADOR NOS MESES SUBSEQUENTES A FEVEREIRO/91. (ART. 13 DA LEI 8.177).\n\nII \u2013 EM FACE DA POSI\u00c7\u00c3O DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL INADMITINDO A TR\n\nCOMO FATOR DE ATUALIZA\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA SUBSTITUTIVO DO BTN, A CORRE\u00c7\u00c3O\n\nDOS VALORES, CUJA FORMA DE REAJUSTE ESTAVA, POR LEI OU CONTRATO,\n\nATRELADA A VARIA\u00c7\u00c3O DO VALOR DE REFERIDO T\u00cdTULO DA D\u00cdVIDA P\u00daBLICA,\n\nCUMPRE SEJA PROCEDIDA, A PARTIR DA LEI 8.177/91, COM BASE NO INPC (REsp.\n\n40.777/GO, Rel. Ministro S\u00c1LVIO DE FIGUEIREDO TEIXEIRA, QUARTA TURMA,\n\njulgado em 13/11/1995, DJ 11/12/1995, p. 43225) (grifamos)\n\nADMINISTRATIVO - SFH - REAJUSTE DAS PRESTA\u00c7\u00d5ES E DO SALDO DEVEDOR -\n\nPLANO DE EQUIVAL\u00caNCIA SALARIAL (PES) - INAPLICABILIDADE DA TR \u2013 ADIN 493-\n\n0/STF - VANTAGENS PESSOAIS INCORPORADAS DEFINITIVAMENTE AO SAL\u00c1RIO -\n\nINCLUS\u00c3O NO C\u00c1LCULO - DIVERG\u00caNCIA JURISPRUDENCIAL\n\nN\u00c3O\n\nCOMPROVADA - RISTJ, ART. 255 E PAR\u00c1GRAFOS - S\u00daMULA 13/STJ -PRECEDENTES\n\nSTJ.- Nos contratos vinculados ao PES, o reajustamento das presta\u00e7\u00f5es deve\n\nobedecer \u00e0 varia\u00e7\u00e3o salarial dos mutu\u00e1rios, a fim de preservara equa\u00e7\u00e3o\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\necon\u00f4mico-financeira do pactuado.- As vantagens pessoais incorporadas, definitivamente, ao sal\u00e1rio ou vencimento do mutu\u00e1rio, incluem-se na verifica\u00e7\u00e3o da equival\u00eancia para fixa\u00e7\u00e3o das parcelas.- Declarada pelo STF a inconstitucionalidade da TR como fator de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria (ADIN 493-0), o reajustamento do saldo devedor,a exemplo das presta\u00e7\u00f5es mensais, tamb\u00e9m deve obedecer ao Plano de Equival\u00eancia Salarial.- Recurso conhecido e parcialmente provido(Resp 140.839/BA, Rel. Ministro FRANCISCO PE\u00c7ANHA MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 23/11/1999, DJ 21/02/2000, p. 112) (grifamos)\n\nSFH. PLANO DE EQUIVAL\u00caNCIA SALARIAL. REAJUSTE DAS PRESTA\u00c7\u00d5ES. ILEGITIMIDADE PASSIVA DA UNI\u00c3O. NULIDADE DO AC\u00d3RD\u00c3O. INOCORR\u00caNCIA. VANTAGENS PESSOAIS. INCLUS\u00c3O. CORRE\u00c7\u00c3O PELA TR. IMPOSSIBILIDADE. PRECEDENTES.(...)4. Inaplic\u00e1vel a TR como fator de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria Entendimento consagrado nesta Corte na esteira de orienta\u00e7\u00e3o tra\u00e7ada pelo STF.5. Recurso especial conhecido e parcialmente provido.(REsp 209.466/BA, Rel. Ministro FRANCISCO PE\u00c7ANHA MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 07/08/2001, DJ 17/06/2002, p. 231) (grifamos)\n\nTodavia, a Corte de Justi\u00e7a, fazendo uma releitura do voto do\nMinistro Moreira Alves do STF, mudou de entendimento, e passou a adotar a\nconstitucionalidade da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, conforme\ndemonstra o seguinte julgado:\nSISTEMA FINANCEIRO DA HABITA\u00c7\u00c3O. SALDO DEVEDOR. ATUALIZA\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA. TR.1. N\u00e3o \u00e9 inconstitucional a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria com base na Taxa Referencial - TR. O que \u00e9 inconstitucional \u00e9 sua aplica\u00e7\u00e3o retroativa. Foi isso o que decidiu o STF da ADI 493/DF, Pleno, Min. Moreira Alves, DJ de 04.09.1992, ao estabelecer o \u00e2mbito de incid\u00eancia da Lei 8.177, de 1991.2. Aos contratos de m\u00fatuo habitacional firmados no \u00e2mbito do SFH que prevejam a corre\u00e7\u00e3o do saldo devedor pela taxa b\u00e1sica aplic\u00e1vel aos dep\u00f3sitos da poupan\u00e7a aplica-se a Taxa Referencial, por expressa determina\u00e7\u00e3o legal. Precedentes da Corte Especial: AGEREsp 725917 / DF, Min. Laurita Vaz, DJ 19.06.2006; DERESP 453600 / DF, Min. Aldir Passarinho Junior, DJ 24.04.2006.3. Embargos de diverg\u00eancia a que se nega provimento.(EREsp 752.879/DF, Rel. Ministro\nTEORI ALBINO ZAVASCKI, CORTE ESPECIAL, julgado em 19/12/2006, DJ 12/03/2007, p. 184) (grifamos)\nEm rela\u00e7\u00e3o ao FGTS, h\u00e1 at\u00e9 a s\u00famula do STJ sobre a aplica\u00e7\u00e3o da\nTR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. Neste sentido:\nA Taxa Referencial (TR) \u00e9 o \u00edndice aplic\u00e1vel, a t\u00edtulo de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, aos d\u00e9bitos com o FGTS recolhidos pelo empregador\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nmas n\u00e3o repassados ao fundo. (S\u00famula 459, PRIMEIRA SE\u00c7\u00c3O, julgado em 25/08/2010, DJe 08/09/2010)\n\nComo dito alhures, aplica\u00e7\u00e3o de \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria se\npresta para recuperar o poder de compra do valor emprestado. Este poder de\ncompra \u00e9 diretamente influenciado por um processo inflacion\u00e1rio. O pr\u00f3prio STJ\nreconhece a influ\u00eancia da infla\u00e7\u00e3o e da defla\u00e7\u00e3o na composi\u00e7\u00e3o do \u00edndice de\ncorre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, sen\u00e3o vejamos:\nPREVIDENCI\u00c1RIO E ECON\u00d4MICO. T\u00cdTULO EXECUTIVO JUDICIAL. DETERMINA\u00c7\u00c3ODE CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA PELO IGP-M. \u00cdNDICES DE DEFLA\u00c7\u00c3O.APLICABILIDADE. OFENSA AO PRINC\u00cdPIO DA IRREDUTIBILIDADE DOS VENCIMENTOS. N\u00c3O OCORR\u00caNCIA. PRESERVA\u00c7\u00c3O DO VALOR NOMINAL DA OBRIGA\u00c7\u00c3O. PRECEDENTES.1. \"A corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria nada mais \u00e9 do que um mecanismo de manuten\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda, n\u00e3o devendo representar, consequentemente, por si s\u00f3, nem um plus nem um minus em sua subst\u00e2ncia. Corrigir o valor nominal da obriga\u00e7\u00e3o representa, portanto, manter, no tempo, o seu poder de compra original, alterado pelas oscila\u00e7\u00f5es inflacion\u00e1rias positivas e negativas ocorridas no per\u00edodo. Atualizar a obriga\u00e7\u00e3o levando em conta apenas oscila\u00e7\u00f5es positivas importaria distorcer a realidade econ\u00f4mica produzindo um resultado que n\u00e3o representa a simples manuten\u00e7\u00e3o do primitivo poder aquisitivo, mas um indevido acr\u00e9scimo no valor real. Nessa linha, estabelece o Manual de Orienta\u00e7\u00e3o de Procedimento de C\u00e1lculos aprovado pelo Conselho da Justi\u00e7a Federal que, n\u00e3o havendo decis\u00e3o judicial em contr\u00e1rio, \"os \u00edndices negativos de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria (defla\u00e7\u00e3o) ser\u00e3o considerados no c\u00e1lculo de atualiza\u00e7\u00e3o\", com a ressalva de que, se, no c\u00e1lculo final, 'a atualiza\u00e7\u00e3o implicar redu\u00e7\u00e3o do principal, deve prevalecer o valor nominal'\" (Corte Especial, REsp 1.265.580/RS, Rel. Min. TEORI ALBINO ZAVASCKI, DJe18/4/12).2. No precedente da Corte Especial, mencionado na decis\u00e3o agravada, ficou expressamente consignado que se, na atualiza\u00e7\u00e3o da d\u00edvida, houver redu\u00e7\u00e3o do principal, deve prevalecer o valor nominal, em respeito ao princ\u00edpio da irredutibilidade de vencimentos,previsto nos arts. 7\u00ba, VI e 37, XV, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal.3. A compreens\u00e3o no sentido de que n\u00e3o h\u00e1 viola\u00e7\u00e3o ao princ\u00edpio da irredutibilidade dos vencimentos, quando preservado o valor nominal da obriga\u00e7\u00e3o, encontra respaldo na jurisprud\u00eancia do STF e do STJ.4. Agravo regimental improvido.(AgRg nos EREsp 1252558/RS, Rel. Ministro SERGIO KUKINA, PRIMEIRA SE\u00c7\u00c3O, julgado em 13/03/2013, DJe 21/03/2013)(grifos nossos)\n\nN\u00e3o podemos nos esquecer de que a cultura da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria est\u00e1 de tal forma arraigada ao nosso sistema econ\u00f4mico, que o pr\u00f3prio C\u00f3digo Civil de 2002, traz diversos dispositivos garantindo atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria:\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nArt. 389. N\u00e3o cumprida a obriga\u00e7\u00e3o, responde o devedor por perdas e danos, mais juros e atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria segundo \u00edndices oficiais regularmente estabelecidos, e honor\u00e1rios de advogado. Art. 395. Responde o devedor pelos preju\u00edzos a que sua mora der causa, mais juros, atualiza\u00e7\u00e3o dos valores monet\u00e1rios segundo \u00edndices oficiais regularmente estabelecidos, e honor\u00e1rios de advogado. Art. 404. As perdas e danos, nas obriga\u00e7\u00f5es de pagamento em dinheiro, ser\u00e3o pagas com atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria segundo \u00edndices oficiais regularmente estabelecidos, abrangendo juros, custas e honor\u00e1rios de advogado, sem preju\u00edzo da pena convencional. Art. 418. Se a parte que deu as arras n\u00e3o executar o contrato, poder\u00e1 a outra t\u00ea-lo por desfeito, retendo-as; se a inexecu\u00e7\u00e3o for de quem recebeu as arras, poder\u00e1 quem as deu haver o contrato por desfeito, e exigir sua devolu\u00e7\u00e3o mais o equivalente, com atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria segundo \u00edndices oficiais regularmente estabelecidos, juros e honor\u00e1rios de advogado. Art. 772. A mora do segurador em pagar o sinistro obriga \u00e0 atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria da indeniza\u00e7\u00e3o devida segundo \u00edndices oficiais regularmente estabelecidos, sem preju\u00edzo dos juros morat\u00f3rios. Art. 884. Aquele que, sem justa causa, se enriquecer \u00e0 custa de outrem, ser\u00e1 obrigado a restituir o indevidamente auferido, feita a atualiza\u00e7\u00e3o dos valores monet\u00e1rios.\n\nEste retrospecto da evolu\u00e7\u00e3o legal e jurisprudencial a respeito da aplica\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria se fez necess\u00e1rio para que pud\u00e9ssemos chegar ao n\u00facleo do argumento desta a\u00e7\u00e3o.\nHoje, no pa\u00eds, h\u00e1 dois tipos de \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. \u00cdndices que refletem a infla\u00e7\u00e3o e, portanto, recuperam o poder de compra do valor aplicado, como o IPCA e o INPC, e um \u00edndice que n\u00e3o reflete a infla\u00e7\u00e3o, e consequentemente n\u00e3o recupera o poder de compra do valor aplicado \u2013 a Taxa Referencial/TR.\nHistoricamente, \u00e9 preciso lembrar que a Taxa Referencial nunca foi igual \u00e0 infla\u00e7\u00e3o. Nem quando experimentamos hiperinfla\u00e7\u00e3o, nem quando experimentamos defla\u00e7\u00e3o. Todavia, os \u00edndices da TR, do INPC e do IPCA, sempre andaram pr\u00f3ximos. Em outras palavras, imperava a razoabilidade nos \u00edndices da TR para que pudessem atingir a finalidade de corre\u00e7\u00e3o do valor do capital.\n\nANO 1991 1992\n\nTR 335,51% 1.156,22%\n\nINPC 475,11% 1.149,05%\n\nIPCA 472,69% 1.119,09%\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\n1993 1994 1995 1996\n\n2.474,73% 951,19% 31,6207% 9,5551%\n\n2.489,11% 929,32% 21,98% 9,125%\n\n2,477,15% 916,43% 22,41% 9,56%\n\nN\u00e3o obstante, o cen\u00e1rio come\u00e7a a mudar a partir de 1999. A TR se distancia expressivamente do INPC e do IPCA, ao ponto de hoje a infla\u00e7\u00e3o superar 6% ao ano e a TR ser igual a zero. Logo, ela n\u00e3o se presta para o fim de manter o poder aquisitivo dos dep\u00f3sitos do FGTS, que s\u00e3o um patrim\u00f4nio do trabalhador.\nO sentimento geral \u00e9 que h\u00e1 muito tempo o FGTS \u00e9 um fundo in\u00edquo por ele n\u00e3o ter recomposi\u00e7\u00e3o inflacion\u00e1ria dos seus recursos. Na verdade, o trabalhador n\u00e3o est\u00e1 financiando programas de habita\u00e7\u00e3o popular, saneamento b\u00e1sico e infraestrutura urbana, ele est\u00e1 subsidiando.\nAo contr\u00e1rio de outros investimentos, o FGTS n\u00e3o \u00e9 um fundo de livre disposi\u00e7\u00e3o por parte do trabalhador, n\u00e3o podendo ele decidir sponte pr\u00f3pria quais as aplica\u00e7\u00f5es que lhe s\u00e3o mais convenientes ou rent\u00e1veis. O trabalhador tem que se submeter a pol\u00edticas econ\u00f4micas e sociais que lhe s\u00e3o altamente prejudiciais.\nOra, mas a pr\u00f3pria Lei do FGTS diz em seu artigo 2\u00ba que \u00e9 garantida a atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e juros. Quando a TR \u00e9 igual a zero este artigo \u00e9 descumprido. Quando a TR \u00e9 m\u00ednima e totalmente desproporcional em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 infla\u00e7\u00e3o, este artigo tamb\u00e9m \u00e9 descumprido e o patrim\u00f4nio do trabalhador \u00e9 subtra\u00eddo por quem tem o dever legal de administr\u00e1-lo.\nEm um cen\u00e1rio de TR zero e infla\u00e7\u00e3o p\u00fablica e not\u00f3ria, estamos diante de uma situa\u00e7\u00e3o de confisco. O Governo Federal, atrav\u00e9s da Caixa Econ\u00f4mica Federal, est\u00e1 confiscando os rendimentos dos trabalhadores, para subsidiar pol\u00edticas p\u00fablicas, sem a menor possibilidade de inger\u00eancia destes trabalhadores.\nAssim como em nosso Estado Democr\u00e1tico de Direito, a Constitui\u00e7\u00e3o veda que se utilize o tributo com efeito de confisco, o trabalhador\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nn\u00e3o pode ser punido com o confisco do que a pr\u00f3pria Caixa define em seu s\u00edtio\neletr\u00f4nico, como um patrim\u00f4nio do trabalhador, e definitivamente o \u00e9.\nQuando se fala em patrim\u00f4nio, imediatamente sobrev\u00e9m li\u00e7\u00e3o da\nProfessora Maria Helena Diniz ao comentar o artigo 91 do Novo C\u00f3digo Civil:\nArt. 91. Constitui universalidade de direito o complexo de rela\u00e7\u00f5es jur\u00eddicas de uma pessoa, dotadas de valor econ\u00f4mico. Universalidade de direito. \u00c9 a constitu\u00edda por bens singulares corp\u00f3reos heterog\u00eaneos ou incorp\u00f3reos (complexo de rela\u00e7\u00f5es jur\u00eddicas), a que a norma jur\u00eddica, com o intuito de produzir certos efeitos, d\u00e1 unidade, por serem dotados de valor econ\u00f4mico, como p. ex., o patrim\u00f4nio (...) O patrim\u00f4nio e a heran\u00e7a s\u00e3o considerados como um conjunto, ou seja, como uma universalidade. Embora se constituam ou n\u00e3o de bens materiais e de cr\u00e9ditos, esses bens se unificam numa express\u00e3o econ\u00f4mica, que \u00e9 o valor. O patrim\u00f4nio \u00e9 complexo de rela\u00e7\u00f5es jur\u00eddicas de uma pessoa apreci\u00e1veis economicamente. Incluem-se no patrim\u00f4nio: a posse, os direitos reais, as obriga\u00e7\u00f5es e as a\u00e7\u00f5es correspondentes a tais direitos. O patrim\u00f4nio abrange direitos e deveres redut\u00edveis a dinheiro. (C\u00f3digo Civil Anotado, Ed. Saraiva, pag. 100) (grifamos).\n\nLevando em conta que a rela\u00e7\u00e3o jur\u00eddica entre os trabalhadores e a Caixa \u00e9 de direito pessoal, o artigo 233 do C\u00f3digo Civil se torna inafast\u00e1vel, na medida em que determina que a obriga\u00e7\u00e3o de dar coisa certa abrange os acess\u00f3rios, ainda que n\u00e3o mencionados.\n\nArt. 233. A obriga\u00e7\u00e3o de dar coisa certa abrange os acess\u00f3rios dela embora n\u00e3o mencionados, salvo se o contr\u00e1rio resultar do t\u00edtulo ou das circunst\u00e2ncias do caso.\nOra, acess\u00f3rios de dinheiro s\u00e3o os juros e a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. E ent\u00e3o voltamos \u00e0 Taxa Referencial.\nb) Manipula\u00e7\u00e3o da TR pelo Banco Central/CMN\nIndependentemente da discuss\u00e3o sobre sua natureza jur\u00eddica, vamos aqui partir do pressuposto, assentado pela jurisprud\u00eancia, principalmente do STJ, que a TR \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria.\nTanto o artigo 1\u00ba da lei n\u00ba 8.177/91 quando o artigo 5\u00ba da Lei n\u00ba 10.192/01 (que convolou a MP 1.053/95) atribu\u00edram ao Banco Central a regulamenta\u00e7\u00e3o da metodologia de c\u00e1lculo da TR, conforme crit\u00e9rio\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nestabelecido na lei e a expedi\u00e7\u00e3o das instru\u00e7\u00f5es necess\u00e1rias ao cumprimento\ndo artigo que criou a TBF.\nArt. 1\u00b0 O Banco Central do Brasil divulgar\u00e1 Taxa Referencial (TR), calculada a partir da remunera\u00e7\u00e3o mensal m\u00e9dia l\u00edquida de impostos, dos dep\u00f3sitos a prazo fixo captados nos bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos m\u00faltiplos com carteira comercial ou de investimentos, caixas econ\u00f4micas, ou dos t\u00edtulos p\u00fablicos federais, estaduais e municipais, de acordo com metodologia a ser aprovada pelo Conselho Monet\u00e1rio Nacional, no prazo de sessenta dias, e enviada ao conhecimento do Senado Federal. . (Lei n\u00ba 8177/91) Artigo 5\u00ba Fica institu\u00edda Taxa B\u00e1sica Financeira \u2013 TBF, para ser utilizada exclusivamente como base de remunera\u00e7\u00e3o de opera\u00e7\u00f5es realizadas no mercado financeiro, de prazo de dura\u00e7\u00e3o igual ou superior a sessenta dias. Par\u00e1grafo \u00fanico. O Conselho Monet\u00e1rio Nacional expedir\u00e1 as instru\u00e7\u00f5es necess\u00e1rias ao cumprimento do disposto neste artigo, podendo inclusive,\nampliar o prazo m\u00ednimo previsto no caput. (Lei n\u00ba 10.192/01)\n\nNo mister de regulamentar a TR, o Banco Central/CMN vem ao\nlongo dos anos criando e reinventando f\u00f3rmulas para encontr\u00e1-la. Pelo menos\ndesde a Resolu\u00e7\u00e3o 2.075, de 26 de maio de 1994, h\u00e1 f\u00f3rmulas para encontrar a\nTR. Todavia, \u00e9 com a institui\u00e7\u00e3o da Taxa B\u00e1sica Financeira, pela Medida\nProvis\u00f3ria 1.053/95, de 30 de junho de 1995, que a forma de c\u00e1lculo da TR sofre\numa expressiva reviravolta.\nDesde a Resolu\u00e7\u00e3o 2.437, de 30 de outubro de 1997, a TR \u00e9\ncalculada levando em conta a Taxa B\u00e1sica Financeira e um Redutor.\nA Resolu\u00e7\u00e3o 3.354/06, hoje vigente sobre o assunto, diz o seguinte:\nArt. 1\u00ba Estabelecer que, para fins de c\u00e1lculo da Taxa B\u00e1sica Financeira - TBF e da Taxa Referencial - TR, de que tratam os arts. 1\u00ba da Lei 8.177, de 1\u00ba de mar\u00e7o de 1991, 1\u00ba da Lei 8.660, de 28 de maio de 1993, e 5\u00ba da Lei 10.192, de 14 de fevereiro de 2001, deve ser constitu\u00edda amostra das 30 maiores institui\u00e7\u00f5es financeiras do Pa\u00eds, assim consideradas em fun\u00e7\u00e3o do volume de capta\u00e7\u00e3o efetuado por meio de certificados e recibos de dep\u00f3sito banc\u00e1rio (CDB/RDB), com prazo de 30 a 35 dias corridos, inclusive, e remunerados a taxas prefixadas, entre bancos m\u00faltiplos, bancos comerciais, bancos de investimento e caixas econ\u00f4micas. Art. 2\u00ba A TBF e a TR s\u00e3o calculadas a partir da remunera\u00e7\u00e3o mensal m\u00e9dia dos CDB/RDB emitidos a taxas de mercado prefixadas, com prazo de 30 a 35 dias corridos, inclusive, com base em informa\u00e7\u00f5es prestadas pelas institui\u00e7\u00f5es integrantes da amostra de que trata o art. 1\u00ba, na forma a ser determinada pelo Banco Central do Brasil. Art. 4\u00ba Para cada dia do m\u00eas - dia de refer\u00eancia -, o Banco Central do Brasil deve calcular a TBF, para o per\u00edodo de um m\u00eas, com in\u00edcio no pr\u00f3prio dia de refer\u00eancia e t\u00e9rmino no dia correspondente ao dia de refer\u00eancia no m\u00eas seguinte, considerada a hip\u00f3tese prevista no \u00a7 2\u00ba, inciso IV. (...)\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nArt. 5\u00ba Para cada TBF obtida, segundo a metodologia descrita no art. 4\u00ba, deve ser calculada a correspondente TR, pela aplica\u00e7\u00e3o de um redutor \"R\", de acordo com a seguinte f\u00f3rmula: TR = max {0,100 {[ (1 + TBF/100) / R ] - 1}} (em %). \u00a7 1\u00ba O valor do redutor 'R' deve ser calculado para todos os dias, inclusive n\u00e3o-\u00fateis, de acordo com a seguinte f\u00f3rmula: R = (a + b . TBF/100), onde:Resolu\u00e7\u00e3o n\u00ba 3354, de 31 de mar\u00e7o de 2006. TBF = TBF relativa ao dia de refer\u00eancia; a = 1,005; b = valor determinado de acordo com a tabela abaixo, em fun\u00e7\u00e3o da TBF obtida, segundo a metodologia descrita no art. 4\u00ba, em termos percentuais ao ano: TBF (% a.a.) b TBF maior que 16 0,48 TBF menor ou igual a 16 e maior que 15 0,44 TBF menor ou igual a 15 e maior que 14 0,40 TBF menor ou igual a 14 e maior que 13 0,36 TBF menor ou igual a 13 e maior ou igual a 11 0,32 Reda\u00e7\u00e3o dada pela Resolu\u00e7\u00e3o 3.446, de 05/03/2007. \u00a7 2\u00ba Fica o Banco Central do Brasil autorizado a determinar o valor do par\u00e2metro \"b\" no caso de a TBF obtida ser inferior a 11% a.a. (onze por cento ao ano).\n\nO peculiar nesta determina\u00e7\u00e3o do Banco Central/CMN, que de resto se repete desde 1997, \u00e9 que a TBF e TR s\u00e3o exatamente iguais em sua g\u00eanese at\u00e9 o momento em que se determina que se aplique um redutor \u00e0 TBF para se chegar \u00e0 TR.\nN\u00e3o h\u00e1 na Lei da TR previs\u00e3o de aplica\u00e7\u00e3o de redutor, assim como n\u00e3o h\u00e1 na Lei que criou a TBF. Todavia, causa estranheza que diante de um comando aberto como o do art. 5\u00ba da MP n\u00ba 1.503/95 (Lei n\u00ba 10.192/01), o Banco Central/CMN, com amplos poderes para regulamentar o assunto, n\u00e3o tenha institu\u00eddo um redutor, mas o tenha feito ao regulamentar o artigo 1\u00ba da lei n\u00ba 8.177/91, que n\u00e3o era t\u00e3o flex\u00edvel.\nExcel\u00eancia, hoje, o trabalhador que tem seu dinheiro aplicado no FGTS, e de l\u00e1 n\u00e3o pode retir\u00e1-lo para outro investimento, est\u00e1 sendo remunerado com 0,247% de juros ao m\u00eas e mais nada. N\u00e3o h\u00e1 nem corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria nem Taxa Referencial (independentemente da sua natureza jur\u00eddica), em flagrante ofensa ao artigo 2\u00ba da Lei n\u00ba 8.036/90, que imp\u00f5e a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos valores depositados pelo empregador.\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nAinda que se argumente que a aplica\u00e7\u00e3o do Redutor pelo Banco Central/CMN seja legal, sua redu\u00e7\u00e3o a zero em um cen\u00e1rio de infla\u00e7\u00e3o superior a 6% ao ano, configura flagrante afronta ao artigo 2\u00ba da Lei n\u00ba 8.036/90, que determina a atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, bem como ao artigo 233 do C\u00f3digo Civil, quando sonega os acess\u00f3rios da obriga\u00e7\u00e3o de dar.\nMas \u00e9 necess\u00e1rio ir mais al\u00e9m e revisitar o entendimento jurisprudencial sobre a TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, m\u00e1xime a partir da institui\u00e7\u00e3o de um redutor que tem por efeito zerar o \u00edndice da TR em um ambiente de infla\u00e7\u00e3o.\nO quadro comparativo mostra que a TR n\u00e3o se presta como atualizador monet\u00e1rio do FGTS, pelo menos desde janeiro de 1999. Desde o momento em que o Banco Central/CMN estabeleceu um redutor para a TR, ela deixou de ser um \u00edndice confi\u00e1vel para atualizar monetariamente as contas do FGTS, porque se descola dos \u00edndices de infla\u00e7\u00e3o, sendo reduzido ano a ano. A finalidade da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u00e9 manter o poder de compra do capital, e esta finalidade nem de perto vem sendo alcan\u00e7ada pela TR. A anula\u00e7\u00e3o total da TR \u00e9 s\u00f3 o desfecho desta pol\u00edtica predat\u00f3ria para o trabalhador.\nO trabalhador, que luta para formar um patrim\u00f4nio, tem que poder confiar na lei. Esta confian\u00e7a est\u00e1 quebrada.\nH\u00e1 a n\u00edtida expropria\u00e7\u00e3o do patrim\u00f4nio do trabalhador, na medida em que se nega a ele a devida atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria.\nO Poder Judici\u00e1rio h\u00e1 de se opor a este esbulho, confisco, expropria\u00e7\u00e3o que o trabalhador est\u00e1 sofrendo, desde janeiro de 1999, com as constantes redu\u00e7\u00f5es da TR em rela\u00e7\u00e3o aos \u00edndices de infla\u00e7\u00e3o, culminando na sua completa nulidade, ininterruptamente, desde setembro de 2012.\nEm 1991 e 1992, quando o STF julgou a ADI 493-0/DF, ele deixou bem assentado que a TR n\u00e3o constitu\u00eda \u00edndice que refletia a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda. Esta caracter\u00edstica da TR tem se confirmado ao longo dos anos. A sua aplica\u00e7\u00e3o aos saldos dos dep\u00f3sitos do FGTS tem gerado\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\n\u201cgigantesca destrui\u00e7\u00e3o de valor\u201d do patrim\u00f4nio do trabalhador. H\u00e1 anos, os trabalhadores que tem dep\u00f3sitos no FGTS n\u00e3o experimentam ganhos reais em sua aplica\u00e7\u00e3o. Ao contr\u00e1rio. H\u00e1 muito tempo, os trabalhadores tem rendimentos inferiores \u00e0 infla\u00e7\u00e3o, mesmo levando em conta a remunera\u00e7\u00e3o dos juros de 3% ao ano.\nO que torna a TR um \u00edndice inid\u00f4neo \u00e9 a intensa inger\u00eancia do Banco Central/CMN na sua formula\u00e7\u00e3o.\nDe pouco adiantaria ao trabalhador que fosse determinado ao Banco Central/CMN que recalculasse a TR, pois uma nova f\u00f3rmula estaria igualmente sob a discricionariedade e subjetivismo total do Banco. Basta avaliar a sucess\u00e3o de resolu\u00e7\u00f5es do Banco Central/CMN sobre o tema, conforme Parecer do referido Economista.\nPartindo da premissa inequ\u00edvoca de que a TR n\u00e3o rep\u00f5e as perdas monet\u00e1rias dos dep\u00f3sitos do FGTS, outro caminho n\u00e3o existe se n\u00e3o o de adotar um novo \u00edndice que verdadeiramente corrija estes dep\u00f3sitos.\n\nc) DOS \u00cdNDICES QUE EFETIVAMENTE PRODUZEM CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA\n\nA Lei de Introdu\u00e7\u00e3o \u00e0s Normas do direito Brasileiro estabelece em seu artigo 5\u00ba que na aplica\u00e7\u00e3o da lei, o juiz atender\u00e1 aos fins sociais a que ela se dirige e \u00e0s exig\u00eancias do bem comum.\nA Lei do FGTS tem um fim social indiscut\u00edvel, proteger o trabalhador e constituir um patrim\u00f4nio que lhe sirva de arrimo em v\u00e1rias situa\u00e7\u00f5es de sua vida.\nDiante de tudo que foi demonstrado, o juiz atender\u00e1 aos fins sociais da Lei do FGTS ao reconhecer que corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, reposi\u00e7\u00e3o dos \u00edndices inflacion\u00e1rios de forma a garantir o poder de compra daquele dinheiro ali depositado no Fundo, \u00e9 efetivamente devida pela Caixa.\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nSe a TR n\u00e3o pode ser considerada um \u00edndice id\u00f4neo, sobrev\u00e9m a necessidade de substitu\u00ed-la por um \u00edndice que realmente reponha as perdas monet\u00e1rias. E ent\u00e3o, nada obsta que o juiz considere \u00edndices previsto em outra legisla\u00e7\u00e3o.\nAt\u00e9 por uma quest\u00e3o de equidade, o melhor \u00edndice que pode substituir a TR \u00e9 o \u00edndice que corrige monetariamente o sal\u00e1rios dos trabalhadores e os benef\u00edcios previdenci\u00e1rios. Este \u00edndice est\u00e1 previsto na Lei 12.382 de 25 de fevereiro de 2011, cujos primeiros artigos trazem a seguinte dic\u00e7\u00e3o:\n\nArt. 1o O sal\u00e1rio m\u00ednimo passa a corresponder ao valor de R$ 545,00 (quinhentos e quarenta e cinco reais).\nPar\u00e1grafo \u00fanico. Em virtude do disposto no caput, o valor di\u00e1rio do sal\u00e1rio m\u00ednimo corresponder\u00e1 a R$ 18,17 (dezoito reais e dezessete centavos) e o valor hor\u00e1rio, a R$ 2,48 (dois reais e quarenta e oito centavos).\nArt. 2o Ficam estabelecidas as diretrizes para a pol\u00edtica de valoriza\u00e7\u00e3o do sal\u00e1rio m\u00ednimo a vigorar entre 2012 e 2015, inclusive, a serem aplicadas em 1o de janeiro do respectivo ano.\n\u00a7 1o Os reajustes para a preserva\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo do sal\u00e1rio m\u00ednimo corresponder\u00e3o \u00e0 varia\u00e7\u00e3o do \u00cdndice Nacional de Pre\u00e7os ao Consumidor INPC, calculado e divulgado pela Funda\u00e7\u00e3o Instituto Brasileiro de Geografia e Estat\u00edstica - IBGE, acumulada nos doze meses anteriores ao m\u00eas do reajuste.\n\u00a7 2o Na hip\u00f3tese de n\u00e3o divulga\u00e7\u00e3o do INPC referente a um ou mais meses compreendidos no per\u00edodo do c\u00e1lculo at\u00e9 o \u00faltimo dia \u00fatil imediatamente anterior \u00e0 vig\u00eancia do reajuste, o Poder Executivo estimar\u00e1 os \u00edndices dos meses n\u00e3o dispon\u00edveis.\n\u00a7 3o Verificada a hip\u00f3tese de que trata o \u00a7 2o, os \u00edndices estimados permanecer\u00e3o v\u00e1lidos para os fins desta Lei, sem qualquer revis\u00e3o, sendo os eventuais res\u00edduos compensados no reajuste subsequente, sem retroatividade.\n\u00a7 4o A t\u00edtulo de aumento real, ser\u00e3o aplicados os seguintes percentuais:\nI - em 2012, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do Produto Interno Bruto - PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2010;\nII - em 2013, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2011;\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nIII - em 2014, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2012; e\n\nIV - em 2015, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2013.\n\n\u00a7 5o Para fins do disposto no \u00a7 4o, ser\u00e1 utilizada a taxa de crescimento real do PIB para o ano de refer\u00eancia, divulgada pelo IBGE at\u00e9 o \u00faltimo dia \u00fatil do ano imediatamente anterior ao de aplica\u00e7\u00e3o do respectivo aumento real.\n\nN\u00e3o h\u00e1 porque ter dois pesos e duas medidas. Se o sal\u00e1rio m\u00ednimo \u00e9 corrigido monetariamente pelo INPC, o dep\u00f3sito do FGTS que, em \u00faltimas an\u00e1lise, \u00e9 um sal\u00e1rio indireto do trabalhador, tamb\u00e9m h\u00e1 de s\u00ea-lo.\nE observe que o objetivo da Lei em corrigir o sal\u00e1rio m\u00ednimo pelo INPC decorre exclusivamente da necessidade de preservar seu poder aquisitivo. A necessidade de preservar o poder aquisitivo \u00e9 um constante em todas as transa\u00e7\u00f5es financeiras, e ela s\u00f3 aperfei\u00e7oa quando rep\u00f5e efetivamente as perdas inflacion\u00e1rias.\nOutro \u00edndice que se mostra aplic\u00e1vel, na hip\u00f3tese deste douto Ju\u00edzo entender que n\u00e3o se aplicaria o INPC, \u00e9 o IPCA, \u00edndice oficial do Governo Federal para medi\u00e7\u00e3o das metas inflacion\u00e1rias, contratadas com o FMI, a partir de julho de 1999.\nAmbos os \u00edndices s\u00e3o infinitamente mais adequados a preservar o poder aquisitivo dos dep\u00f3sitos do FGTS do que a aniquilada TR.\n\n3. DO PREQUESTIONAMENTO PARA EVENTUAL INTERPOSI\u00c7\u00c3O DE RECURSO ESPECIAL OU RECURSO EXTRAORDIN\u00c1RIO\n\nInicialmente \u00e9 importante retratar que o tema em debate cuida de mat\u00e9ria de ordem p\u00fablica, a qual ultrapassa a esfera individual do cidad\u00e3o atingindo toda a ordem social quer seja jur\u00eddica, quer seja em \u00e2mbito pol\u00edticosocial afetando, dessa forma, toda a parcela da sociedade comprometida com o bem comum.\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nSublinha-se que a mat\u00e9ria ora ventilada, afronta de pronto preceitos Constitucionais que violam os Direitos Garantia de todos os trabalhadores que possuem conta vinculada do FGTS.\nAssim, h\u00e1 repercuss\u00e3o geral na presente a\u00e7\u00e3o, frente ao Estado Democr\u00e1tico de Direito, compromiss\u00e1rio e dirigente que tem como postulado a seguran\u00e7a jur\u00eddica.\nNo mais, com efeito, o tema apresenta relev\u00e2ncia do ponto de vista jur\u00eddico, uma vez que a defini\u00e7\u00e3o sobe a constitucionalidade dessa exa\u00e7\u00e3o nortear\u00e1 o julgamento de in\u00fameros processos similares, que tramitam neste e nos demais tribunais brasileiros. Al\u00e9m de fixar a interpreta\u00e7\u00e3o da Corte sobre os dispositivos constitucionais suscitados no feito.\nNesse contexto, em breve s\u00edntese, a aplica\u00e7\u00e3o da T.R como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria do FGTS, encontraria respaldo em dois artigos da Lei n\u00ba 8.036/90, art. 2\u00ba e art. 13.\nAssim, entendemos, data venia, que h\u00e1 uma obrigatoriedade de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e de remunera\u00e7\u00e3o por meio de juros dos dep\u00f3sitos efetuados nas contas vinculadas do FGTS, sen\u00e3o vejamos:\n\nArt. 2\u00ba O FGTS \u00e9 constitu\u00eddo pelos saldos das contas vinculadas a que se refere esta lei e outros recursos a ele incorporados, devendo ser aplicados com atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e juros, de modo a assegurar a cobertura de suas obriga\u00e7\u00f5es. Art. 13. Os dep\u00f3sitos efetuados nas contas vinculadas ser\u00e3o corrigidos monetariamente com base nos par\u00e2metros fixados para atualiza\u00e7\u00e3o dos saldos dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a e capitaliza\u00e7\u00e3o juros de (tr\u00eas) por cento ao ano.\nTodavia, a realiza\u00e7\u00e3o de interpreta\u00e7\u00e3o ou decis\u00e3o diversa, no\nsentido que as contas vinculadas do FGTS devem ser corrigidas pela TR, por for\u00e7a\ndo citado artigo 13, viria a ferir v\u00e1rios preceitos constitucionais.\nNesse sentido, referido artigo 13, desobedeceria os limites\nmateriais de in\u00fameros fundamentos e princ\u00edpios constitucionais, como o Estado\nDemocr\u00e1tico de Direito, atentando contra a Dignidade da pessoa Humana (art.\n1\u00ba e inciso III, da CF), bem como os princ\u00edpios da igualdade, seguran\u00e7a jur\u00eddica\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\n(art. 5\u00ba, caput, da CF), da prote\u00e7\u00e3o ao direito de propriedade, direito adquirido (art. 5\u00ba, XXII e XXXVI da CF) e moralidade (art. 37 da CF).\nNessa mesma linha, recentemente o Supremo Tribunal Federal decidiu pela inconstitucionalidade da utiliza\u00e7\u00e3o da Taxa Referencial - TR - como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria para o pagamento dos chamados precat\u00f3rios (ADI n\u00ba 4357) reafirmando entendimento anteriormente adotado por aquela Corte na ADI n\u00ba 493. Essa decis\u00e3o tem desdobramentos que v\u00e3o al\u00e9m do processo no qual foi tomada. Isso porque a Lei n\u00ba 8.036/90 que estabelece as bases do Fundo de Garantia por Tempo de Servi\u00e7o \u2013 FGTS \u2013 tamb\u00e9m prev\u00ea a aplica\u00e7\u00e3o de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e h\u00e1 muito tempo \u00e9 utilizado o referido \u00edndice (TR) para corrigir referido fundo, o mesmo agora considerado inconstitucional para este fim pelo STF.\nAssim, a parte autora h\u00e1 por bem PREQUESTIONAR a mat\u00e9ria, para efeito de eventual interposi\u00e7\u00e3o de Recurso Especial e/ou Extraordin\u00e1rio, conforme fundamentos que passa a expor:\nInicialmente devemos nos recordar que a dignidade da pessoa humana \u00e9 valor constitucional supremo que agrega em torno de si a unanimidade dos demais direitos e garantias fundamentais do homem, envolvendo-se tanto em rela\u00e7\u00e3o aos direito \u00e0 vida como, tamb\u00e9m, aos direitos pessoais tradicionais, os direitos sociais, econ\u00f4micos, e as liberdades p\u00fablicas em geral.\nEm verdade quando o texto constitucional proclama a dignidade da pessoa humana est\u00e1 corroborando um imperativo de justi\u00e7a social, e consigna, acima de tudo, um sobreprinc\u00edpio (\u00e9 o caso dos diretos fundamentais).\nNesse sentido, em rela\u00e7\u00e3o ao caso concreto, \u00e9 necess\u00e1rio aprofundarmos um pouco mais nas consequ\u00eancias que esta subtra\u00e7\u00e3o de recursos do patrim\u00f4nio do trabalhador traz a todos, individual e coletivamente.\n\u00c9 de conhecimento geral que o Sistema Financeiro de Habita\u00e7\u00e3o disp\u00f5e dos recursos do FGTS para financiar o maior sonho de todo brasileiro \u2013\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\ncasa pr\u00f3pria. Tamb\u00e9m \u00e9 de conhecimento geral que a Caixa Econ\u00f4mica Federal \u00e9 o Banco que mais se utiliza destes recursos do SFH para financiar, emprestar dinheiro para os brasileiros comprarem a casa pr\u00f3pria.\nE, embora em princ\u00edpio, n\u00e3o haja correla\u00e7\u00e3o entre o trabalhador que tem dep\u00f3sitos no FGTS que s\u00e3o emprestados para financiar a casa pr\u00f3pria, e aquele que se vale do empr\u00e9stimo do SFH para adquirir sua casa pr\u00f3pria, em algum momento, trabalhador e mutu\u00e1rio s\u00e3o a mesma pessoa.\nE neste contexto de mutu\u00e1rio e trabalhador serem a mesma pessoa \u00e9 que se evidencia a maior sordidez da hist\u00f3ria recente deste Pa\u00eds.\nJ\u00e1 seria reprov\u00e1vel o fato de a Caixa pegar um dinheiro a juros baixos e sem nenhuma corre\u00e7\u00e3o e emprest\u00e1-lo a juros muito altos, mesmo sem corre\u00e7\u00e3o (uma vez que a TR corrige presta\u00e7\u00f5es do SFH), evidencia que a institui\u00e7\u00e3o banc\u00e1ria leva imensa vantagem nesta negocia\u00e7\u00e3o.\nMas a situa\u00e7\u00e3o piora consideravelmente quando, a Caixa pega dinheiro a juros baixos, sem nenhuma corre\u00e7\u00e3o para o trabalhador, e empresta para ele mesmo.\nSuponhamos que um trabalhador queira adquirir uma casa pr\u00f3pria utilizando recursos do seu FGTS. Ele encontra o im\u00f3vel, mas verifica que seus recursos n\u00e3o s\u00e3o suficiente para adquiri-lo. Ent\u00e3o ele se dirige a um Banco para financiar a diferen\u00e7a, comprometendo sua renda por muitos anos.\nA maioria dos trabalhadores brasileiros, quando quer adquirir um im\u00f3vel, dirige-se \u00e0 Caixa Econ\u00f4mica Federal.\nTodavia, se o dep\u00f3sito do FGTS tivesse sido devidamente corrigido, se ele mantivesse seu poder de compra, ou o empr\u00e9stimo seria menor ou sequer haveria necessidade de o trabalhador comprometer sua renda e anos de trabalho para adquirir aquilo que \u00e9 o nosso sonho mais prim\u00e1rio, nossa necessidade mais rela como indiv\u00edduo e como povo brasileiro.\nA Caixa est\u00e1 emprestando para o trabalhador aquilo que ela deixou de pagar a ele a t\u00edtulo de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria na sua conta de FGTS.\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nO Trabalhador Brasileiro n\u00e3o merece isto! A Caixa vale-se da fragilidade humana para colocar-se como realizadora de sonhos, ao mesmo tempo em que, ano ap\u00f3s ano, aufere lucros exorbitantes \u00e0s custas do trabalhador. Ainda em rela\u00e7\u00e3o aos dispositivos constitucionais violados, apontamos a viola\u00e7\u00e3o ao direito de propriedade (art. 5\u00ba, XXII da CF) .\n\nO direito de propriedade decorre da pr\u00f3pria lei natural. Por isso, \u00e9 uma exig\u00eancia da natureza intelectual do homem. Enquanto os irracionais se contentam com a satisfa\u00e7\u00e3o de suas necessidades imediatas, o homem pode prever o seu futuro. Assim, para subsistir hoje e no tempo futuro, precisa apropriar-se de bens naturais, de consumo, bens fung\u00edveis e, tamb\u00e9m, de produ\u00e7\u00e3o.\n\nA propriedade \u00e9 a express\u00e3o da pessoa humana. \u00c9 fruto do seu trabalho ou do de seus antepassados. \u00c9 o espelho do indiv\u00edduo, que precisa de um aconchego preservado pela privacidade, onde pode ser ele mesmo, cercado dos sinais que identificam o seu eu. Ela estimula o trabalho, sendo o homem atra\u00eddo espontaneamente pela perspectiva da recompensa direta e pessoal de seus esfor\u00e7os.\n\nFinalmente, a propriedade \u00e9 penhor de uma sociedade articulada ou organizada, ao contr\u00e1rio da meramente coletiva, que tem por conseq\u00fc\u00eancia uma sociedade massificada, sem diversifica\u00e7\u00e3o nem liberdade. Ela defende os cidad\u00e3os contra a concentra\u00e7\u00e3o de todos os poderes nas m\u00e3os do Estado, garantindo a liberdade dos indiv\u00edduos e sua independ\u00eancia em rela\u00e7\u00e3o ao poder.\nNesse sentido:\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\n\"A propriedade faz parte da natureza do homem e da natureza das coisas. Como o trabalho, ela encerra um mist\u00e9rio \u2013 \u00e9 a proje\u00e7\u00e3o da personalidade humana sobre as coisas. A pessoa tende \u00e0 propriedade por um impulso instintivo, do mesmo modo que a nossa natureza animal tende ao alimento. O apetite da propriedade \u00e9 t\u00e3o natural \u00e0 nossa esp\u00e9cie como a fome e a sede; apenas \u00e9 de notar que estes s\u00e3o apetites da nossa natureza inferior, ao passo que aquele procede da nossa natureza superior. Todo o homem tem alma de propriet\u00e1rio, mesmo os que se julgam seus inimigos. \u00c9 isto que se entende quando se afirma que a propriedade decorre do direito natural\" (R.G. Renard, L\u2019\u00c9glise et la Question Sociale, p. 137 et seq.).\n\nPartindo das premissas acima, em 1991 e 1992, quando o STF julgou a ADI 493-0/DF, ele deixou bem assentado que a TR n\u00e3o constitu\u00eda \u00edndice que refletia a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda. Esta caracter\u00edstica da TR tem se confirmado ao longo dos anos. A sua aplica\u00e7\u00e3o aos saldos dos dep\u00f3sitos do FGTS tem gerado \u201cgigantesca destrui\u00e7\u00e3o de valor\u201d do patrim\u00f4nio do trabalhador. H\u00e1 anos, os trabalhadores que tem dep\u00f3sitos no FGTS n\u00e3o experimentam ganhos reais em sua aplica\u00e7\u00e3o. Ao contr\u00e1rio. H\u00e1 muito tempo, os trabalhadores tem rendimentos inferiores \u00e0 infla\u00e7\u00e3o, mesmo levando em conta a remunera\u00e7\u00e3o dos juros de 3% ao ano.\nO que torna a TR um \u00edndice inid\u00f4neo \u00e9 a intensa inger\u00eancia do Banco Central/CMN na sua formula\u00e7\u00e3o.\nDe pouco adiantaria ao trabalhador que fosse determinado ao Banco Central/CMN que recalculasse a TR, pois uma nova f\u00f3rmula estaria igualmente sob a discricionariedade e subjetivismo total do Banco. Basta avaliar a sucess\u00e3o de resolu\u00e7\u00f5es do Banco Central/CMN sobre o tema, conforme Parecer do referido Economista.\nPartindo da premissa inequ\u00edvoca de que a TR n\u00e3o rep\u00f5e as perdas monet\u00e1rias dos dep\u00f3sitos do FGTS - verifica-se de forma incontest\u00e1vel a destrui\u00e7\u00e3o de valor \u201ddo patrim\u00f4nio do trabalhador., outro caminho n\u00e3o existe se n\u00e3o o de adotar um novo \u00edndice que verdadeiramente corrija estes dep\u00f3sitos.\nComo se sabe, o \u00edndice de remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sico da poupan\u00e7a \u00e9 a Taxa Referencial \u2013 TR, \u00edndice controlado pelo Estado, e utilizado como instrumento de controle da economia \u2013 vide os sucessivos \u00edndices mensais\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nzerados, a fim de controle de aporte de capital nas poupan\u00e7as. Tanto a TR n\u00e3o se presta como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, que o STF j\u00e1 decidiu nesse sentido: \u2018A taxa referencial (TR) n\u00e3o \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria (...) n\u00e3o constitui \u00edndice que reflita a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda\u2019 (ADI 4930/DF, Relator Min. Moreira Alves, Plen\u00e1rio, DJ 4.9.1992).\nAssim sendo, texto t\u00e3o danoso ao cidad\u00e3o (art. 13 da lei 8.036/90) n\u00e3o poder\u00e1 ser tolerado pelo Judici\u00e1rio.\nLogo, declarada a inconstitucionalidade o \u00edndice aplicado ao precat\u00f3rio pago nos autos, deve ser tomado como vigente e aplicado ao caso concreto - atribuindo-se outro \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o, como retratado nos pedidos da presente a\u00e7\u00e3o.\nA ofensa ao art. 5\u00ba, caput, da CF, na vertente da seguran\u00e7a jur\u00eddica das rela\u00e7\u00f5es com a Caixa Econ\u00f4mica Federal, verifica-se, notadamente ap\u00f3s o reconhecimento pelo SFT que a TR n\u00e3o se presta como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, nesse sentido:\n\u2018A taxa referencial (TR) n\u00e3o \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria (...) n\u00e3o constitui \u00edndice que reflita a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda\u2019 (ADI 493-0/DF, Relator Min. Moreira Alves, Plen\u00e1rio, DJ 4.9.1992).\n\nLogo, como citado, resta clara a viola\u00e7\u00e3o aos arts. 1\u00ba, inc. III, 5\u00ba, caput e incs. XXII, XXXVI, e 37, caput, da Constitui\u00e7\u00e3o da Rep\u00fablica.\nFrise-se, o SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL j\u00e1 decidiu que envolve quest\u00e3o constitucional a discuss\u00e3o a respeito da aplica\u00e7\u00e3o ou n\u00e3o, nas contas vinculadas do FGTS, de \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria expurgados em decorr\u00eancia de planos de estabiliza\u00e7\u00e3o da economia.\nCom efeito, no dia 31-08-2000, em Sess\u00e3o Plen\u00e1ria, o STF ao apreciar o RE- n. 226855-RS consolidou entendimento de que a decis\u00e3o judicial que decreta a proced\u00eancia de pedido de pagamento de \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, sob a alega\u00e7\u00e3o de direito adquirido, trata de quest\u00e3o constitucional, pois est\u00e1 fundamentada na Constitui\u00e7\u00e3o Federal (art. 5\u00ba, XXXVI).\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nOu seja, ao apreciar pedido de aplica\u00e7\u00e3o de \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria extralegais, a decis\u00e3o judicial est\u00e1, obrigatoriamente, posicionandose quanto \u00e0 exist\u00eancia ou n\u00e3o de direito adquirido.\nPois bem, nos casos em que se pleiteiam a aplica\u00e7\u00e3o nas suas contas vinculadas do FGTS, de \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria com discuss\u00e3o de previs\u00e3o em leis vigentes - tratamos de an\u00e1lise de direito adquirido.\nA concess\u00e3o ou n\u00e3o do pedido depende ent\u00e3o da aprecia\u00e7\u00e3o, pelo juiz da causa, da exist\u00eancia ou n\u00e3o de direito adquirido aos \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria.\nLogo, caso o entendimento seja no sentido que n\u00e3o h\u00e1 aplica\u00e7\u00e3o de direito adquirido ao \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o/atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria (TR) - torna-se poss\u00edvel a interpreta\u00e7\u00e3o no sentido de aplica\u00e7\u00e3o do \u00edndice que realmente cumpra o disposto no art.2\u00ba da lei n\u00ba n\u00ba 8.036/90.\nAssim, a parte autora requer, desde j\u00e1, que este MM.Juiz Federal \" a quo\" manifeste-se em sua r. senten\u00e7a sobre a ofensa aos dispositivos constitucionais citados.\nPortanto, resta PREQUESTIONADA a mat\u00e9ria pugnando pela PROCED\u00caNCIA DO PREQUESTIONAMENTO suscitado, requerendo ao Excelent\u00edssimo JUIZ FEDERAL que se pronuncie de forma objetiva, expl\u00edcita e fundamentada sobre o assunto.\n\n4. DOS HONOR\u00c1RIOS ADVOCAT\u00cdCIOS\nNo que tange a possibilidade de condena\u00e7\u00e3o da requerida em honor\u00e1rios advocat\u00edcios, o STF reiterou o entendimento de que cabe a cobran\u00e7a de honor\u00e1rios advocat\u00edcios nas a\u00e7\u00f5es entre o FGTS e os titulares das contas vinculadas. A decis\u00e3o foi tomada por unanimidade no julgamento do RExt 581.160, com repercuss\u00e3o geral reconhecida, interposto contra ac\u00f3rd\u00e3o do TRF da 1\u00aa regi\u00e3o.\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nSegundo o relator, ministro Ricardo Lewandowski, o ac\u00f3rd\u00e3o\nrecorrido julgou constitucional o artigo 29-C da lei 8.036/90, inserido pela MP\n2.164/01, que veda a condena\u00e7\u00e3o em honor\u00e1rios advocat\u00edcios nas a\u00e7\u00f5es entre\no FGTS e os titulares das contas vinculadas.\nOcorre que o STF j\u00e1 declarou o artigo inconstitucional no\njulgamento da ADIn 2.736, em que foi relator o ministro Cezar Peluso, que excluiu\no artigo 29-C da lei 8.036 do ordenamento legal. \"Entendo que o RExt deve ter o\nmesmo destino da ADIn, de modo que dou provimento ao pedido\", concluiu o\nministro.\nNesse sentido:\nEmenta: RECURSO EXTRAORDIN\u00c1RIO COM REPERCUSS\u00c3O GERAL RECONHECIDA. CONSTITUCIONAL. ART. 9\u00ba DA MP 2.164-41/2001. INTRODU\u00c7\u00c3O DO ART. 29-C NA LEI 8.036/1990. HONOR\u00c1RIOS ADVOCAT\u00cdCIOS. SUCUMB\u00caNCIA. A\u00c7\u00d5ES ENVOLVENDO O FGTS E TITULARES DE CONTAS VINCULADAS. INCONSTITUCIONALIDADE DECLARADA NA ADI 2.736/DF. RECURSO PROVIDO. I O Supremo Tribunal Federal, no julgamento da ADI 2.736/DF, Rel. Min. Cezar Peluso, declarou a inconstitucionalidade do art. 9\u00ba da MP 2.164-41/2001, na parte em que introduziu o art. 29-C na lei 8.036/1990, que vedava a condena\u00e7\u00e3o em honor\u00e1rios advocat\u00edcios \u201cnas a\u00e7\u00f5es entre o FGTS e os titulares de contas vinculadas, bem como naquelas em que figuram os respectivos representantes ou substitutos processuais\u201d. II - Os mesmos argumentos devem ser aplicados \u00e0 solu\u00e7\u00e3o do lit\u00edgio de que trata o presente recurso. III - Recurso extraordin\u00e1rio conhecido e provido.( RE 581160 / MG - MINAS GERAIS . PROCESSO ELETR\u00d4NICO. Relator(a): Min. RICARDO LEWANDOWSKI REPERCUSS\u00c3O GERAL - M\u00c9RITO. Julgamento: 20/06/2012 . \u00d3rg\u00e3o Julgador: Tribunal Pleno.DJe-166 DIVULG 22-08-2012 PUBLIC 23-08-2012- Tema 116 - Direito a honor\u00e1rios advocat\u00edcios nas a\u00e7\u00f5es que visam obter expurgos inflacion\u00e1rios de FGTS.- Ac\u00f3rd\u00e3os citados: ADI 162 MC, ADI 525 MC, ADI 1647, ADI 1753 MC,ADI 2213 MC, ADI 2736.)\n\n5. CONCLUS\u00d5ES\nA Taxa Referencial, enquanto \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria assim considerada pela atual jurisprud\u00eancia p\u00e1tria, n\u00e3o pode ser reduzida a Zero, como tem sido nos \u00faltimos meses, pois afronta flagrantemente o artigo 2\u00ba da Lei n\u00ba 8.036/90, que garante atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria aos dep\u00f3sitos feitos no FGTS.\nComo \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, a TR deveria garantir o poder aquisitivo dos dep\u00f3sitos do FGTS, que se perfaz levando em conta os\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\n\u00edndices de infla\u00e7\u00e3o. Desde janeiro de 1999, a TR se distanciou sensivelmente dos \u00edndices oficiais de infla\u00e7\u00e3o, impingindo profundas perdas aos dep\u00f3sitos do FGTS, tornando-se inid\u00f4nea para garantir a reposi\u00e7\u00e3o de perdas monet\u00e1rias.\nA inidoneidade da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria decorre de mudan\u00e7as introduzidas na sua metodologia de c\u00e1lculo pelo Banco Central do Brasil/CMN que, atrav\u00e9s do mecanismo econ\u00f4mico de um redutor, vem nitidamente manipulando o \u00edndice para que ele se desprenda da infla\u00e7\u00e3o at\u00e9 anul\u00e1-la completamente, a despeito de um quadro de infla\u00e7\u00e3o persistente no Pa\u00eds.\nA Caixa Econ\u00f4mica Federal est\u00e1 se prestando ao papel de espoliador do FGTS, na medida em que disp\u00f5e do patrim\u00f4nio do trabalhador sem a devida contrapresta\u00e7\u00e3o. A corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria aplicada ao FGTS tem sido h\u00e1 muito tempo menor que a infla\u00e7\u00e3o registrada, de forma que descumpre n\u00e3o s\u00f3 o artigo 2\u00ba da lei n\u00ba 8.036/90, artigo 233 do C\u00f3digo Civil, mas tamb\u00e9m toda a l\u00f3gica e princ\u00edpios do mercado econ\u00f4mico.\nQuem empresta tem direito a ser remunerado com juros e a totalidade da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. O trabalhador n\u00e3o pode ser obrigado a subsidiar ainda mais os projetos do Governo Federal. O \u201cainda mais\u201d decorre do fato de os juros de 3% do FGTS serem os menores do mercado, o qu\u00ea, por si s\u00f3, demonstra que ele j\u00e1 est\u00e1 fazendo sua parte sob a perspectiva social.\nNegar o direito de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria aos dep\u00f3sitos do FGTS, Fundo do qual o trabalhador n\u00e3o pode simplesmente sacar seu dinheiro para aplicar em outro fundo mais rent\u00e1vel, configura ato de tirania, incompat\u00edvel com um Estado Democr\u00e1tico de Direito e deve ser de pronto recha\u00e7ado.\nSe o Governo Brasileiro remunerasse os investidores internacionais com TR mais 3% a.a, como faz com os trabalhadores, haveria um fuga em massa dos investimentos no Pa\u00eds, e certamente estar\u00edamos experimentando uma tsunami econ\u00f4mica e n\u00e3o uma simples \u201cmarolinha\u201d.\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nSendo a TR \u00edndice inid\u00f4neo para restabelecer o poder aquisitivo dos dep\u00f3sitos do FGTS, sua substitui\u00e7\u00e3o por outro \u00edndice que melhor recomponha as perdas monet\u00e1rias se torna imperioso, a fim de fazer prevalecer o artigo 2\u00ba da lei n\u00ba 8.036/90 e artigo 233 do C\u00f3digo Civil.\nPosto que desde janeiro de 1999 o redutor criado pelo Banco Central/CMN promoveu o completo distanciamento da TR dos \u00edndices oficiais de infla\u00e7\u00e3o, temos que desde ent\u00e3o ela perdeu sua condi\u00e7\u00e3o de repor as perdas inflacion\u00e1rias dos dep\u00f3sitos do FGTS, devendo desde esta data ser substitu\u00edda pelo INPC, alternativamente, pelo IPCA.\n\n6. DA DESNECESSIDADE DA JUNTADA DE EXTRATOS QUANDO DA PROPOSITURA DA A\u00c7\u00c3O\nConforme relatado nos autos, os trabalhadores substitu\u00eddos pelo autor possuem dep\u00f3sito em conta vinculada do FGTS junto a institui\u00e7\u00e3o financeira r\u00e9.\nA Resolu\u00e7\u00e3o 913 do Banco Central determina, em seu art. 1, par\u00e1grafo 1., que a Institui\u00e7\u00e3o Financeira deve \u201cmanter arquivos dos microfilmes, de f\u00e1cil consulta, devidamente ordenados classificados e catalogados, sem preju\u00edzo de outras medidas que objetivem facilitar e agilizar as consultas...\u201d\nN\u00e3o h\u00e1 a necessidade da juntada dos extratos das contas vinculadas ao FGTS em nome dos interessados, pois o \u201cdocumento essencial \u00e0 propositura da a\u00e7\u00e3o\u201d n\u00e3o pode ser confundido com \"\u00f4nus da prova do fato constitutivo do direito\". Sabe-se que ao autor cabe provar os fatos que alega na exordial, entretanto isso quer dizer que deve faz\u00ea-lo mediante apresenta\u00e7\u00e3o de prova pr\u00e9-constitu\u00edda quando do ajuizamento da a\u00e7\u00e3o.\nTal prova pode ser produzida durante a instru\u00e7\u00e3o processual, que \u00e9 o momento oportuno para tanto, e pelos meios de prova regulares, inclusive, se for o caso, mediante requisi\u00e7\u00e3o dos documentos ou das informa\u00e7\u00f5es diretamente a quem as possua.\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nTal entendimento est\u00e1 em conson\u00e2ncia com o entendimento do\nSTJ sobre o tema, conforme a jurisprud\u00eancia que segue:\nCONSTITUCIONAL. PROCESSUAL CIVIL. A\u00c7\u00c3O CIVIL COLETIVA. DIFEREN\u00c7AS DE CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA DE CONTAS DO FGTS. LEGITIMA\u00c7\u00c3O ATIVA DAS ENTIDADES SINDICAIS. NATUREZA E LIMITES. PROVA DO FATO CONSTITUTIVO DO DIREITO AFIRMADO E DOCUMENTO ESSENCIAL \u00c0 PROPOSITURA DA DEMANDA. DISTIN\u00c7\u00d5ES. 1. As entidades sindicais t\u00eam legitimidade ativa para demandar em ju\u00edzo a tutela de direitos subjetivos individuais dos integrantes da categoria, desde que se tratem de direitos homog\u00eaneos e que guardem rela\u00e7\u00e3o de pertencialidade com os fins institucionais do Sindicato demandante. 2. A legitima\u00e7\u00e3o ativa, nesses casos, se opera em regime de substitui\u00e7\u00e3o processual, visando a obter senten\u00e7a condenat\u00f3ria de car\u00e1ter gen\u00e9rico, nos moldes da prevista no art. 95 da Lei n. 8078/90, sem qualquer ju\u00edzo a respeito da situa\u00e7\u00e3o particular dos substitu\u00eddos, dispensando, nesses limites, a autoriza\u00e7\u00e3o individual dos substitu\u00eddos. 3. A individualiza\u00e7\u00e3o da situa\u00e7\u00e3o particular, bem assim a correspondente liquida\u00e7\u00e3o e execu\u00e7\u00e3o dos valores devidos a cada um dos substitu\u00eddos, se n\u00e3o compostas espontaneamente, ser\u00e3o objeto de a\u00e7\u00e3o pr\u00f3pria (a\u00e7\u00e3o de cumprimento da senten\u00e7a condenat\u00f3ria gen\u00e9rica), a ser promovida pelos interessados, ou pelo Sindicato, aqui em regime de representa\u00e7\u00e3o. 4. N\u00e3o se pode confundir \"documento essencial \u00e0 propositura da a\u00e7\u00e3o\" com \"\u00f4nus da prova do fato constitutivo do direito\". Ao autor cumpre provar os fatos que d\u00e3o sustento ao direito afirmado na peti\u00e7\u00e3o inicial, mas isso n\u00e3o significa dizer que deve faz\u00ea-lo mediante apresenta\u00e7\u00e3o de prova pr\u00e9constitu\u00edda e j\u00e1 por ocasi\u00e3o do ajuizamento da demanda. Nada impede que o fa\u00e7a na instru\u00e7\u00e3o processual e pelos meios de prova regulares. 5. Em se tratando de a\u00e7\u00e3o coletiva para tutela de direitos individuais homog\u00eaneos, que visa a uma senten\u00e7a condenat\u00f3ria gen\u00e9rica, a prova do fato constitutivo do direito subjetivo individual dever\u00e1 ser produzida por ocasi\u00e3o da a\u00e7\u00e3o de cumprimento, oportunidade em que se far\u00e1 o exame das situa\u00e7\u00f5es particulares dos substitu\u00eddos, visando a identificar e mensurar cada um dos direitos subjetivos genericamente reconhecidos na senten\u00e7a de proced\u00eancia. 6. Recurso especial a que se nega provimento. RECURSO ESPECIAL N\u00ba 487.202 - RJ (2002/0138531-8)\nAssim, os autores fazem jus a receberem C\u00d3PIA DO EXTRATOS\nANAL\u00cdTICO DO FGTS, os quais dever\u00e3o ser apresentados pela r\u00e9.\n\n7. DO VALOR DA CAUSA\n\nNos termos da pac\u00edfica jurisprud\u00eancia do STJ, nos casos de litiscons\u00f3rcio ativo, o valor da causa para o fim de fixa\u00e7\u00e3o de compet\u00eancia deve ser individual a cada litisconsorte.\nAssim \u00e9 a jurisprud\u00eancia do STJ:\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nPROCESSUAL CIVIL. JUIZADOS ESPECIAIS. VALOR DA CAUSA INFERIOR A SESSENTA SAL\u00c1RIOS M\u00cdNIMOS. LITISCONS\u00d3RCIO ATIVO. VALOR INDIVIDUAL DE CADA LITISCONSORTE. S\u00daMULA 83/STJ. RECURSO ESPECIAL N\u00c3O CONHECIDO. Em se tratando de litiscons\u00f3rcio ativo facultativo, para que se fixe a compet\u00eancia dos Juizados Especiais, deve ser considerado o valor de cada autor, individualmente, n\u00e3o importando se a soma ultrapassa o limite dos 60 (sessenta) sal\u00e1rios m\u00ednimos. Precedentes. S\u00famula 83/STJ. Agravo regimental improvido.(STJ - AgRg no REsp: 1376544 SP 2012/0214836-8, Relator: Ministro HUMBERTO MARTINS, Data de Julgamento: 28/05/2013, T2 - SEGUNDA TURMA, Data de Publica\u00e7\u00e3o: DJe 05/06/2013)\nAssim, verifica-se que o Juizado Especial Federal \u00e9 competente\npara a aprecia\u00e7\u00e3o da presente demanda.\n8. DOS PEDIDOS\n\na\u00e7\u00e3o.\n\nAnte ao exporto, requer: a) A cita\u00e7\u00e3o da requerida, para querendo contestar a presente\n\nb) Seja a presente a\u00e7\u00e3o JULGADA TOTALMENTE PROCEDENTE para condenar a r\u00e9 a:\n\nb.1) Aplicar nas contas do FGTS da parte autora em substitui\u00e7\u00e3o a TR, do INPC, ou, sucessivamente, aplica\u00e7\u00e3o do IPCA, ou, sucessivamente a aplica\u00e7\u00e3o de qualquer outro \u00edndice que reponha as perdas inflacion\u00e1rias do trabalhador nas contas do FGTS, no entender deste Douto Ju\u00edzo, de acordo com os pedidos anteriores, bem como\n\nb.2) Pagar em favor do(a) autor(a), o valor correspondente \u00e0s diferen\u00e7as de FGTS em raz\u00e3o da aplica\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria pelo INPC nos meses em que a TR foi zero, nas parcelas vencidas e vincendas, bem como pagar, em favor do(a) autor(a), o valor correspondente \u00e0s diferen\u00e7as de FGTS\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nem raz\u00e3o da aplica\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria pelo INPC, desde Janeiro de 1999, nos meses em que a TR n\u00e3o foi zero, mas foi menor que a infla\u00e7\u00e3o do per\u00edodo; ou, sucessivamente,\n\nb.3) Pagar em favor do(a) autor(a), o valor correspondente \u00e0s diferen\u00e7as de FGTS em raz\u00e3o da aplica\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria pelo lPCA nos meses em que a TR foi zero, bem como, a pagar em favor do(a) autor(a), o valor correspondente \u00e0s diferen\u00e7as de FGTS em raz\u00e3o da aplica\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria pelo IPCA desde Janeiro de 1999, nos meses em que a TR n\u00e3o foi zero, mas foi menor que a infla\u00e7\u00e3o do per\u00edodo; ou, sucessivamente,\n\nb.4 ) Pagar em favor do(a) autor(a), o valor correspondente \u00e0s diferen\u00e7as de FGTS em raz\u00e3o da aplica\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria por qualquer outro \u00edndice que reponha as perdas inflacion\u00e1rias do trabalhador nas contas do FGTS, no entender deste Douto Ju\u00edzo, desde janeiro de 1999, inclusive nos meses em que a TR foi zero.\n\nc) Sobre os valores devidos pela condena\u00e7\u00e3o de que tratam os itens acima, dever\u00e3o incidir corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria desde a inadimpl\u00eancia da Caixa, bem como os juros legais.\n\nd) Seja compelida a requerida para que, apresente c\u00f3pia dos extratos anal\u00edticos do FGTS do(a) autor(a), com fixa\u00e7\u00e3o de prazo para cumprimento da ordem e fixa\u00e7\u00e3o de multa di\u00e1ria em caso de descumprimento.\n\ne) A condena\u00e7\u00e3o da Caixa ao pagamento das custas e honor\u00e1rios advocat\u00edcios de 20% sobre o valor da condena\u00e7\u00e3o.\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nf) A concess\u00e3o em favor do(a) autor(a) do Benef\u00edcio da Assist\u00eancia Judici\u00e1ria, eis que os mesmos n\u00e3o possuem condi\u00e7\u00f5es de suportar as custas e demais despesas processuais, sem preju\u00edzo do seu sustento e de suas fam\u00edlias, nos termos da Lei 1.060/50 e 5.584/70.\n\ng) Ainda, que este MM. Juiz Federal \"a quo\" manifeste-se em sua r. senten\u00e7a sobre a exig\u00eancia de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria do art. 2\u00ba da lei n\u00ba 8.036/90 que garante atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria aos dep\u00f3sitos das contas vinculadas do FGTS;\n\nh) Por fim, que este MM.Juiz Federal \"a quo\" manifeste-se em sua r. senten\u00e7a sobre os fundamentos que a utiliza\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o desobedeceria os limites materiais de in\u00fameros fundamentos e princ\u00edpios constitucionais, como o Estado Democr\u00e1tico de Direito, atentando contra a Dignidade da pessoa Humana (art. 1\u00ba e inciso III, da CF), bem como os princ\u00edpios da igualdade, seguran\u00e7a jur\u00eddica (art. 5\u00ba, caput, da CF), da prote\u00e7\u00e3o ao direito de propriedade, direito adquirido (art. 5\u00ba, XXII e XXXVI da CF) e moralidade (art. 37 da CF). Logo, resta PREQUESTIONADA a mat\u00e9ria pugnando pela PROCED\u00caNCIA DO PREQUESTIONAMENTO suscitado, requerendo ao Excelent\u00edssimo JUIZ FEDERAL que se pronuncie de forma objetiva, expl\u00edcita e fundamentada sobre o assunto.\n\nProtesta provar o alegado por todos os meios de prova admitidos em direito, em especial a prova documental.\nAtribu\u00ed-se \u00e0 causa o valor de R$ 1.000,00. Crici\u00fama, 10 de dezembro de 2013.\n\nJAIR S\u00c1 JUNIOR OAB/SC 26.344 OAB/SP 322.667\n\nGEBDIEL GON\u00c7ALVES S\u00c1 OAB/SC 23.914\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 5 (Solon) - IdDocumentoCompleto: 5004118-72.2021.4.04.7202-721620298745423638141692458307", "text": "EXCELENT\u00cdSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA __ VARA DO JU\u00cdZADO ESPECIAL FEDERAL C\u00cdVEL DE CONC\u00d3RDIA, SE\u00c7\u00c3O JUDICI\u00c1RIA DE SANTA CATARINA\n\nGILMAR EGER, j\u00e1 cadastrado eletronicamente, por seus procuradores, infra-assinados, nos termos do instrumento de mandato em anexo, com escrit\u00f3rio profissional na Rua Irm\u00e3os Rudeck, n\u00ba 185, 2\u00ba andar, Edif\u00edcio Sonda, Centro, Fraiburgo \u2013 SC, onde recebem intima\u00e7\u00f5es, vem, com o devido e habitual respeito perante Vossa Excel\u00eancia, propor a presente\n\nA\u00c7\u00c3O DE REVIS\u00c3O E COBRAN\u00c7A DE DIFEREN\u00c7AS DE CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA DO FGTS\n\nem face da CAIXA ECON\u00d4MICA FEDERAL, tamb\u00e9m j\u00e1 devidamente cadastrada eletronicamente, pelos seguintes fundamentos de fato e de direito:\n\n1. DOS FATOS:\n\nA parte Autora \u00e9 optante do Fundo de Garantia do Tempo de\n\nServi\u00e7o \u2013 FGTS, possuindo algumas contas vinculadas ao FGTS ao longo\n\nde sua vida laboral, conforme c\u00f3pias das Carteiras de Trabalho e\n\nPrevid\u00eancia Social em anexo.\n\nOcorre que a Caixa Econ\u00f4mica Federal vem lesando o\n\nDemandante desde 1991, ao aplicar ao saldo das contas de FGTS, como\n\n\u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, a Taxa Referencial (TR).\n\nIsso porque, a Lei n\u00ba 8.036/90, que rege o Fundo de\n\nGarantia do Tempo de Servi\u00e7o, prev\u00ea que a Caixa Econ\u00f4mica Federal\n\ndeve depositar nas contas de FGTS a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e os juros\n\nRua Irm\u00e3os Rudeck, n\u00ba 185, Ed. Sonda, 2\u00ba Andar, Centro, Fraiburgo \u2013 SC, CEP 89.580-000\n\n1\n\nFone/Fax (49) 3246-3138 e 3246-7747, e-mail: contato@damadvogados.com.br\n\n\fdevidos, sendo que a Lei 8.177/91 prev\u00ea que, a partir de fevereiro de 1991, o FGTS deve ser remunerado pela taxa aplic\u00e1vel \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a e pelas taxas de juros previstas na legisla\u00e7\u00e3o do FGTS em vigor, sendo essas taxas de juros, consideradas como adicionais \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o pela taxa aplic\u00e1vel \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a.\nOcorre que, a taxa aplic\u00e1vel \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a desde 1991 \u00e9 a Taxa Referencial - TR, que, conforme j\u00e1 decidido pelo STF, adiante demonstrado, n\u00e3o \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria (ao passo que n\u00e3o reflete a infla\u00e7\u00e3o do per\u00edodo).\nDessa forma, desde 1991 a Caixa Econ\u00f4mica Federal deixou de aplicar \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria as contas de FGTS, aplicando apenas os juros remunerat\u00f3rios consistentes na taxa referencial acrescida dos juros legais previstos na legisla\u00e7\u00e3o do FGTS.\nLogo, considerando que a TR n\u00e3o reflete a infla\u00e7\u00e3o, e que desde 1999 se encontra progressivamente abaixo dos \u00edndices inflacion\u00e1rios, com diferen\u00e7a de at\u00e9 6% ao ano, a utiliza\u00e7\u00e3o dos \u00edndices da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, vem causando s\u00e9rios preju\u00edzos ao trabalhador.\nDessa forma, imp\u00f5e-se ao Poder Judici\u00e1rio que, reconhecendo a ilegalidade da aplica\u00e7\u00e3o da taxa referencial \u00e0s contas do FGTS dos substitu\u00eddos, determine \u00e0 Caixa a correta recomposi\u00e7\u00e3o dos cr\u00e9ditos depositados nas referidas contas, nos termos da fundamenta\u00e7\u00e3o a seguir, bem como que efetue o pagamento das respectivas diferen\u00e7as, a serem apuradas em liquida\u00e7\u00e3o de senten\u00e7a.\nPor tais motivos \u00e9 que a parte Autora ingressa com a presente demanda.\n2. DO DIREITO DO FUNDO DE GARANTIA DO TEMPO DE SERVI\u00c7O \u2013 FGTS:\n\nRua Irm\u00e3os Rudeck, n\u00ba 185, Ed. Sonda, 2\u00ba Andar, Centro, Fraiburgo \u2013 SC, CEP 89.580-000\n\n2\n\nFone/Fax (49) 3246-3138 e 3246-7747, e-mail: contato@damadvogados.com.br\n\n\fA Constitui\u00e7\u00e3o Federal garante ao trabalhador, no t\u00f3pico referente aos direitos sociais a forma\u00e7\u00e3o de um Fundo de Garantia do Tempo de Servi\u00e7o \u2013 FGTS (art. 7, inciso III).\nOu seja, o FGTS foi criado para proteger o trabalhador, com a garantia de que ter\u00e1 uma reserva financeira em casos de necessidade, como no desemprego involunt\u00e1rio, ou para facilitar a aquisi\u00e7\u00e3o de im\u00f3vel ou ainda para garantir melhores condi\u00e7\u00f5es na velhice ou em caso de doen\u00e7a, como ocorre na hip\u00f3tese de aposentadoria.\nDessa forma, para que se efetive o intuito de proteger o trabalhador \u00e9 imperioso que os dep\u00f3sitos em conta de FGTS sejam atualizados por \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria que garanta a recupera\u00e7\u00e3o do valor da moeda frente ao processo inflacion\u00e1rio ocorrido durante o per\u00edodo em que o dinheiro trabalhador permaneceu aplicado na conta de FGTS.\nConforme pacificado pelo E. Tribunal Superior do Trabalho, sob o enfoque do v\u00ednculo trabalhador-empregador, \u201cos\nreferidos dep\u00f3sitos (de FGTS) constituem sal\u00e1rio diferido, pois ostentam condi\u00e7\u00e3o de \u00fanica prote\u00e7\u00e3o conferida ao obreiro em face da dispensa arbitr\u00e1ria ou sem justo motivo, nos termos dos artigos 7\u00ba, I, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal e 10, I, do ADCT. Isso porque, ao trabalhador subordinado que se v\u00ea abruptamente privado de sua fonte de sustento, a Lei n\u00b0 8.036/90, regulamentando os dispositivos constitucionais citados, garante o levantamento dos aludidos dep\u00f3sitos, acrescidos de uma indeniza\u00e7\u00e3o de 40%\u201d.1\nNesse sentido, \u00e9 incontest\u00e1vel que o FGTS \u00e9 cr\u00e9dito trabalhista, advindo da imposi\u00e7\u00e3o estatal da poupan\u00e7a for\u00e7ada, a fim de amparar o trabalhador em situa\u00e7\u00f5es excepcionais, como a despedida arbitr\u00e1ria, por exemplo.\nDiante disto, ao ser depositado na sua conta de FGTS, o valor passa a integrar o patrim\u00f4nio do trabalhador. Tal situa\u00e7\u00e3o n\u00e3o poderia ter outra interpreta\u00e7\u00e3o, na medida em que com o falecimento\n\n1 RR - 77600-06.2003.5.07.0024. 8\u00aa Turma do TST. Relatora Ministra Dora Maria da Costa. DJET de\n\n28/06/2010\n\nRua Irm\u00e3os Rudeck, n\u00ba 185, Ed. Sonda, 2\u00ba Andar, Centro, Fraiburgo \u2013 SC, CEP 89.580-000\n\n3\n\nFone/Fax (49) 3246-3138 e 3246-7747, e-mail: contato@damadvogados.com.br\n\n\fdo mesmo o eventual saldo n\u00e3o \u00e9 restitu\u00eddo \u00e0 empresa, mas repassado aos dependentes previdenci\u00e1rios, ou na falta destes, aos seus sucessores (art. 20, IV, da Lei Federal n\u00ba 8.036/90).\nPor consequ\u00eancia, sendo propriedade do trabalhador, incide a prote\u00e7\u00e3o constitucional do direito de propriedade (art. 5\u00ba, XXI, CF) e, diante desta perspectiva, ao impor a poupan\u00e7a for\u00e7ada do seu patrim\u00f4nio, os valores depositados em contas do FGTS, evidentemente, devem receber corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, a fim de garantir a pr\u00f3pria subsist\u00eancia do direito de propriedade.\nAcrescente-se a isso as singularidades do FGTS: cuida-se de um pec\u00falio constitucional obrigat\u00f3rio, n\u00e3o port\u00e1vel e com prazo indefinido. Ou seja, n\u00e3o h\u00e1 possibilidade do trabalhador titular de transferir seus recursos para aplica\u00e7\u00f5es mais rent\u00e1veis, mais bem geridas ou mais seguras. Logo, \u00e9 do n\u00facleo essencial do art. 7\u00ba, III, da CF/1988 que o Fundo de Garantia seja preservado, ao menos, da infla\u00e7\u00e3o.\nNessa perspectiva, o ministro Gilmar Mendes ao discorrer sobre o direito de propriedade e a quest\u00e3o monet\u00e1ria:\nConstitui aut\u00eantico tru\u00edsmo ressaltar que, hodiernamente, coexistem, lado a lado, o valor da moeda, conferido pelo Estado, e o seu valor de troca interno e externo. Enquanto o valor nominal da moeda se mostra inalter\u00e1vel, salvo decis\u00e3o em contr\u00e1rio do pr\u00f3prio Estado, o seu valor de troca sofre altera\u00e7\u00f5es intr\u00ednsecas em virtude do processo inflacion\u00e1rio ou de outros fatores que influem na sua rela\u00e7\u00e3o com outros padr\u00f5es monet\u00e1rios. [...] A amplitude conferida modernamente ao conceito constitucional de propriedade e a id\u00e9ia de que os valores de \u00edndole patrimonial, inclusive dep\u00f3sitos banc\u00e1rios e outros direitos an\u00e1logos, s\u00e3o abrangidos por essa garantia est\u00e3o a exigir, efetivamente, que eventual altera\u00e7\u00e3o do padr\u00e3o monet\u00e1rio seja contemplada, igualmente, como problema concernente \u00e0 garantia constitucional da propriedade.2\nCorroborando os argumentos acima expostos, o voto do Ministro Ayres Britto na ADI n\u00ba 4425/DF:\n\n2 MENDES, Gilmar Ferreira. COELHO, Inoc\u00eancio Martires. BRANCO, Paulo Gustavo Gonet. Curso de Direito\n\nConstitucional. 2\u00aa ed. S\u00e3o Paulo: Saraiva, 2008, p. 433-436.\n\nRua Irm\u00e3os Rudeck, n\u00ba 185, Ed. Sonda, 2\u00ba Andar, Centro, Fraiburgo \u2013 SC, CEP 89.580-000\n\n4\n\nFone/Fax (49) 3246-3138 e 3246-7747, e-mail: contato@damadvogados.com.br\n\n\f17. Insurg\u00eancia, a meu ver, que \u00e9 de ser acolhida quanto \u00e0 utiliza\u00e7\u00e3o do \u201c\u00edndice oficial de remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica da caderneta de poupan\u00e7a\u201d para a atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos d\u00e9bitos inscritos em precat\u00f3rio. \u00c9 que a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, consoante j\u00e1 defendi em artigo doutrin\u00e1rio, \u00e9 instituto jur\u00eddicoconstitucional, porque tema espec\u00edfico ou a pr\u00f3pria mat\u00e9ria de algumas normas figurantes do nosso Magno Texto, tracejadoras de um peculiar regime jur\u00eddico para ela. Instituto que tem o pagamento em dinheiro como fato-condi\u00e7\u00e3o de sua incid\u00eancia e, como objeto, a agrava\u00e7\u00e3o quantitativa desse mesmo pagamento. Agrava\u00e7\u00e3o, por\u00e9m, que n\u00e3o corresponde a uma sobrepaga, no sentido de constituir obriga\u00e7\u00e3o nova que se adiciona \u00e0 primeira, com o fito de favorecer uma das partes da rela\u00e7\u00e3o jur\u00eddica e desfavorecer a outra. N\u00e3o \u00e9 isso. Ao menos no plano dos fins a que visa a Constitui\u00e7\u00e3o, na mat\u00e9ria, ningu\u00e9m enriquece e ningu\u00e9m empobrece por efeito de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, porque a d\u00edvida que tem o seu valor nominal atualizado ainda \u00e9 a mesma d\u00edvida. Sendo assim, imp\u00f5e-se a compreens\u00e3o de que, com a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, a Constitui\u00e7\u00e3o manda que as coisas mudem..., para que nada mude; quero dizer: o objetivo constitucional \u00e9 mudar o valor nominal de uma dada obriga\u00e7\u00e3o de pagamento em dinheiro, para que essa mesma obriga\u00e7\u00e3o de pagamento em dinheiro n\u00e3o mude quanto ao seu valor real. \u00c9 ainda inferir: a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u00e9 instrumento de preserva\u00e7\u00e3o do valor real de um determinado bem, constitucionalmente protegido e redut\u00edvel a pec\u00fania. Valor real a preservar que \u00e9 sin\u00f4nimo de poder de compra ou \u201cpoder aquisitivo\u201d, tal como se v\u00ea na reda\u00e7\u00e3o do inciso IV do art. 7\u00ba da C.F., atinente ao instituto do sal\u00e1rio m\u00ednimo. E se se coloca assim na aplainada tela da Constitui\u00e7\u00e3o a imagem de um poder aquisitivo a resguardar, \u00e9 porque a express\u00e3o financeira do bem juridicamente protegido passa a experimentar, com o tempo, uma deteriora\u00e7\u00e3o ou perda de subst\u00e2ncia, por efeito, obviamente, do fato econ\u00f4mico gen\u00e9rico a que se d\u00e1 o nome de \u201cinfla\u00e7\u00e3o\u201d. Da\u00ed porque deixar de assegurar a continuidade desse valor real \u00e9, no fim das contas, desequilibrar a equa\u00e7\u00e3o econ\u00f4mico-financeira entre devedor e credor de uma dada obriga\u00e7\u00e3o de pagamento, em desfavor do \u00faltimo. 18. Com efeito, neste ponto de intelec\u00e7\u00e3o das coisas, nota-se que a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria se caracteriza, operacionalmente, pela citada aptid\u00e3o para manter um equil\u00edbrio econ\u00f4mico-financeiro entre sujeitos jur\u00eddicos. E falar de equil\u00edbrio econ\u00f4mico-financeiro entre partes jur\u00eddicas \u00e9, simplesmente, manter as respectivas pretens\u00f5es ou os respectivos interesses no estado em que primitivamente se encontravam. Pois n\u00e3o se trata de favorecer ou beneficiar ningu\u00e9m. O de que se cuida \u00e9 impedir que a perda do poder aquisitivo da moeda redunde no empobrecimento do credor e no correlato enriquecimento do devedor de uma dada obriga\u00e7\u00e3o de pagamento em dinheiro. Pelo que j\u00e1 se pode compreender melhor que a agrava\u00e7\u00e3o no \u201cquantum\u201d devido pelo sujeito passivo da rela\u00e7\u00e3o jur\u00eddica n\u00e3o \u00e9 propriamente qualitativa, mas t\u00e3o-somente quantitativa. A finalidade da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, enquanto instituto de\n\nRua Irm\u00e3os Rudeck, n\u00ba 185, Ed. Sonda, 2\u00ba Andar, Centro, Fraiburgo \u2013 SC, CEP 89.580-000\n\n5\n\nFone/Fax (49) 3246-3138 e 3246-7747, e-mail: contato@damadvogados.com.br\n\n\fDireito Constitucional, n\u00e3o \u00e9 deixar mais rico o benefici\u00e1rio, nem mais pobre o sujeito passivo de uma dada obriga\u00e7\u00e3o de pagamento. \u00c9 deix\u00e1-los tal como qualitativamente se encontravam, no momento em que se formou a rela\u00e7\u00e3o obrigacional. Da\u00ed me parecer correto ajuizar que a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria constitui verdadeiro direito subjetivo do credor, seja ele p\u00fablico, ou, ent\u00e3o, privado. N\u00e3o, por\u00e9m, uma nova categoria de direito subjetivo, superposta \u00e0quele de receber uma presta\u00e7\u00e3o obrigacional em dinheiro. O direito mesmo \u00e0 percep\u00e7\u00e3o da origin\u00e1ria paga \u00e9 que s\u00f3 existe em plenitude, se monetariamente corrigido. Donde a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria constituir-se em elemento do direito subjetivo \u00e0 percep\u00e7\u00e3o de uma determinada paga (integral) em dinheiro. N\u00e3o h\u00e1 dois direitos, portanto, mas um \u00fanico direito de receber, corrigidamente, um valor em dinheiro. Pois que, sem a corre\u00e7\u00e3o, o titular do direito s\u00f3 o recebe mutilada ou parcialmente. Enquanto o sujeito passivo da obriga\u00e7\u00e3o, correlatamente, dessa obriga\u00e7\u00e3o apenas se desincumbe de modo reduzido. 19. Conv\u00e9m insistir no racioc\u00ednio. Se h\u00e1 um direito subjetivo \u00e0 corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria de determinado cr\u00e9dito, direito que, como visto, n\u00e3o difere do cr\u00e9dito origin\u00e1rio, fica evidente que o reajuste h\u00e1 de corresponder ao preciso \u00edndice de desvaloriza\u00e7\u00e3o da moeda, ao cabo de um certo per\u00edodo; quer dizer, conhecido que seja o \u00edndice de deprecia\u00e7\u00e3o do valor real da moeda \u2013 a cada per\u00edodo legalmente estabelecido para a respectiva medi\u00e7\u00e3o \u2013 , \u00e9 ele que por inteiro vai recair sobre a express\u00e3o financeira do instituto jur\u00eddico protegido com a cl\u00e1usula de permanente atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. \u00c9 o mesmo que dizer: medido que seja o tamanho da infla\u00e7\u00e3o num dado per\u00edodo, tem-se, naturalmente, o percentual de defasagem ou de efetiva perda de poder aquisitivo da moeda que vai servir de crit\u00e9rio matem\u00e1tico para a necess\u00e1ria preserva\u00e7\u00e3o do valor real do bem ou direito constitucionalmente protegido.\nNessa esteira, a n\u00e3o aplica\u00e7\u00e3o de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria\nid\u00f4nea a refletir o processo inflacion\u00e1rio acaba por ferir de morte\no direito de propriedade do trabalhador, tendo em vista que seus\ndep\u00f3sitos na conta de FGTS n\u00e3o podem ser sacados a qualquer momento,\nacarretando em enriquecimento il\u00edcito da Caixa Econ\u00f4mica Federal,\nque no final das contas ir\u00e1 lucrar com o empobrecimento do\ntrabalhador.\nAli\u00e1s, o FGTS foi criado para proteger o trabalhador, com\na garantia de que ter\u00e1 uma reserva financeira em casos de\nnecessidade. Ora, se o trabalhador n\u00e3o possui livre disposi\u00e7\u00e3o da\nsua reserva financeira, somente podendo dispor dela em momento\nposterior, a n\u00e3o incid\u00eancia de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria capaz de refletir\n\nRua Irm\u00e3os Rudeck, n\u00ba 185, Ed. Sonda, 2\u00ba Andar, Centro, Fraiburgo \u2013 SC, CEP 89.580-000\n\n6\n\nFone/Fax (49) 3246-3138 e 3246-7747, e-mail: contato@damadvogados.com.br\n\n\fa infla\u00e7\u00e3o obviamente acarreta em preju\u00edzo flagrante do seu direito de propriedade.\nDessa forma, para que se efetive o intuito de proteger o trabalhador \u00e9 imperioso que os dep\u00f3sitos em conta de FGTS sejam atualizados por \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria que garanta a recupera\u00e7\u00e3o do valor da moeda frente ao processo inflacion\u00e1rio ocorrido durante o per\u00edodo em que o dinheiro trabalhador permaneceu aplicado na conta de FGTS.\n\nDA INCONSTITUCIONALIDADE DA UTILIZA\u00c7\u00c3O DA TAXA REFERENCIAL (TR) COMO CRIT\u00c9RIO DE CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA: O Fundo de Garantia por Tempo de Servi\u00e7o (FGTS) foi institu\u00eddo pela Lei n. 5.170, de 13 de setembro de 1966, e \u00e9 composto de recursos captados no setor privado e administrados pela Caixa Econ\u00f4mica Federal, possuindo como principal finalidade a prote\u00e7\u00e3o dos trabalhadores demitidos sem justa causa. Atualmente, o FGTS \u00e9 regido pela Lei n. 8.036, de 11 de maio de 1990, a qual delegou \u00e0 institui\u00e7\u00e3o financeira r\u00e9 a qualidade de agente operador do fundo, cabendo-lhe, al\u00e9m das atribui\u00e7\u00f5es previstas em seu artigo 7\u00ba, realizar a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos fundos de todos os trabalhadores, bem como remuner\u00e1-los com juros, nos termos dos caputs dos artigos 2\u00ba e 13 da Lei n. 8.036/90 e no art. 17 da Lei 8.177/91, in verbis:\n\nLei Federal n\u00ba 8.036/1990: Art. 2\u00ba O FGTS \u00e9 constitu\u00eddo pelos saldos das contas vinculadas a que se refere esta lei e outros recursos a ele incorporados, devendo ser aplicados com atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e juros, de modo a assegurar a cobertura de suas obriga\u00e7\u00f5es.\nArt. 13. Os dep\u00f3sitos efetuados nas contas vinculadas ser\u00e3o corrigidos monetariamente com base nos par\u00e2metros fixados para atualiza\u00e7\u00e3o dos saldos dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a e capitaliza\u00e7\u00e3o juros de (tr\u00eas) por cento ao ano. (...)\n\nLei Federal n\u00ba 8.177/1991\n\nRua Irm\u00e3os Rudeck, n\u00ba 185, Ed. Sonda, 2\u00ba Andar, Centro, Fraiburgo \u2013 SC, CEP 89.580-000\n\n7\n\nFone/Fax (49) 3246-3138 e 3246-7747, e-mail: contato@damadvogados.com.br\n\n\fArt. 17. A partir de fevereiro de 1991, os saldos das contas do Fundo de Garantia por Tempo de Servi\u00e7o (FGTS) passam a ser remunerados pela taxa aplic\u00e1vel \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a com data de anivers\u00e1rio no dia 1\u00b0, observada a periodicidade mensal para remunera\u00e7\u00e3o. Par\u00e1grafo \u00fanico. (...) (grifado)\n\n\u00edndices:\n\nEm suma, os saldos das contas de FGTS s\u00e3o sujeito a dois\na) O primeiro \u00e9 o \u00edndice de 3% ao ano, referente a capitaliza\u00e7\u00e3o de juros, prevista no final do caput art. 13 da Lei 8.036/90; e b) O segundo \u00edndice, que deveria ser o respons\u00e1vel pela atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, \u00e9 aquele equivalente aos \u201cpar\u00e2metros fixados para atualiza\u00e7\u00e3o dos saldos dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a\u201d (caput art. 13 da Lei 8.036/90), o qual, desde a edi\u00e7\u00e3o do art. 17, caput, da Lei Federal n\u00ba 8.177/1991, \u00e9 a Taxa Referencial (TR).\n\nNo entanto, a ado\u00e7\u00e3o da Taxa Referencial como crit\u00e9rio de\n\natualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria n\u00e3o \u00e9 capaz atualmente de refletir idoneamente\n\no fen\u00f4meno inflacion\u00e1rio. Um dos motivos se d\u00e1 pela altera\u00e7\u00e3o que a\n\nTR foi sofrendo ao longo do tempo. Inicialmente, a TR foi criada\n\npara remunerar as cadernetas de poupan\u00e7a com a expectativa de\n\ninfla\u00e7\u00e3o futura no per\u00edodo de aplica\u00e7\u00e3o, no lugar da infla\u00e7\u00e3o\n\npassada. Desindexava-se, assim, a caderneta de poupan\u00e7a (principal\n\nativo financeiro na \u00e9poca) dos \u00edndices de infla\u00e7\u00e3o passada.\n\nOcorre que anteriormente \u00e0 Lei n\u00ba 8.981/95, o imposto de\n\nrenda incidente sobre as aplica\u00e7\u00f5es financeiras tinha como base de\n\nc\u00e1lculo apenas o \u201crendimento real\u201d, isto \u00e9, acima da infla\u00e7\u00e3o, e\n\ndiversos foram os \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria utilizados pelo\n\nFisco (OTN, BTN, BTN-fiscal e, por fim, UFIR) para identificar o\n\n\u201crendimento real\u201d. Todavia, com a edi\u00e7\u00e3o da referida lei, passou-se\n\na incidir o imposto de renda sobre a remunera\u00e7\u00e3o total das\n\naplica\u00e7\u00f5es.\n\nNesse sentido, a fim de evitar uma transfer\u00eancia em massa\n\nde capitais investidos em t\u00edtulos p\u00fablicos e privados para a\n\ncaderneta de poupan\u00e7a, alterou-se a metodologia de c\u00e1lculo da TR\n\n(Resolu\u00e7\u00e3o CMN 2.604, de 23/04/1999), desvinculando-se inclusive da\n\ninfla\u00e7\u00e3o futura, foco inicial da TR.\n\nRua Irm\u00e3os Rudeck, n\u00ba 185, Ed. Sonda, 2\u00ba Andar, Centro, Fraiburgo \u2013 SC, CEP 89.580-000\n\n8\n\nFone/Fax (49) 3246-3138 e 3246-7747, e-mail: contato@damadvogados.com.br\n\n\fDiante do exposto, pede-se v\u00eania para expor o entendimento j\u00e1 exarado pelo Egr\u00e9gio Supremo Tribunal Federal em sede de controle concentrado de constitucionalidade no sentido de que a TR n\u00e3o mais reflete idoneamente o fen\u00f4meno inflacion\u00e1rio. Veja-se trecho do voto do Ministro Ayres Britto na ADI n\u00ba 4425:\n\n20.O que determinou, no entanto, a Emenda Constitucional n\u00ba 62/2009?\n\nQue a atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos valores inscritos em precat\u00f3rio, ap\u00f3s sua\n\nexpedi\u00e7\u00e3o e at\u00e9 o efetivo pagamento, se dar\u00e1 pelo \u201c\u00edndice oficial de\n\nremunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica da caderneta de poupan\u00e7a\u201d. \u00cdndice que, segundo j\u00e1\n\nassentou este Supremo Tribunal Federal na ADI 493, n\u00e3o reflete a perda de\n\npoder aquisitivo da moeda . 9 Cito passagem do minucioso voto do Ministro\n\nMoreira Alves:\n\n\u201cComo se v\u00ea, a TR \u00e9 a taxa que resulta, com a utiliza\u00e7\u00e3o das complexas e\n\nsucessivas f\u00f3rmulas contidas na Resolu\u00e7\u00e3o n\u00ba 1085 do Conselho Monet\u00e1rio\n\nNacional, do c\u00e1lculo da taxa m\u00e9dia ponderada da remunera\u00e7\u00e3o dos\n\nCDB/RDB das vinte institui\u00e7\u00f5es selecionadas, expurgada esta de dois por\n\ncento que representam genericamente o valor da tributa\u00e7\u00e3o e da \u2018taxa real\n\nhist\u00f3rica de juros da economia\u2019 embutidos nessa remunera\u00e7\u00e3o. Seria a TR\n\n\u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, e, portanto, \u00edndice de desvaloriza\u00e7\u00e3o da\n\nmoeda, se inequivocamente essa taxa m\u00e9dia ponderada da remunera\u00e7\u00e3o\n\ndos CDB/RDB com o expurgo de 2% fosse constitu\u00edda apenas do valor\n\ncorrespondente \u00e0 desvaloriza\u00e7\u00e3o esperada da moeda em virtude da\n\ninfla\u00e7\u00e3o. Em se tratando, por\u00e9m, de taxa de remunera\u00e7\u00e3o de t\u00edtulos para\n\nefeito de capta\u00e7\u00e3o de recursos por parte de entidades financeiras, isso n\u00e3o\n\nocorre por causa dos diversos fatores que influem na fixa\u00e7\u00e3o do custo do\n\ndinheiro a ser captado. (...) A varia\u00e7\u00e3o dos valores das taxas desse custo\n\nprefixados por essas entidades decorre de fatores econ\u00f4micos v\u00e1rios,\n\ninclusive peculiares a cada uma delas (assim, suas necessidades de\n\nliquidez) ou comuns a todas (como, por exemplo, a concorr\u00eancia com outras\n\nfontes de capta\u00e7\u00e3o de dinheiro, a pol\u00edtica de juros adotada pelo Banco\n\nCentral, a maior ou menor oferta de moeda), e fatores esses que nada t\u00eam\n\nque ver com o valor de troca da moeda, mas, sim \u2013 o que \u00e9 diverso -, com o\n\ncusto da capta\u00e7\u00e3o desta.\u201d\n\n21.O que se conclui, portanto, \u00e9 que o \u00a7 12 do art. 100 da Constitui\u00e7\u00e3o\n\nacabou por artificializar o conceito de atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. Conceito\n\nque est\u00e1 ontologicamente associado \u00e0 manuten\u00e7\u00e3o do valor real da\n\nmoeda. Valor real que s\u00f3 se mant\u00e9m pela aplica\u00e7\u00e3o de \u00edndice que\n\nreflita a desvaloriza\u00e7\u00e3o dessa moeda em determinado per\u00edodo. Ora, se\n\na corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos valores inscritos em precat\u00f3rio deixa de\n\ncorresponder \u00e0 perda do poder aquisitivo da moeda, o direito reconhecido\n\npor senten\u00e7a judicial transitada em julgado ser\u00e1 satisfeito de forma\n\nexcessiva ou, de rev\u00e9s, deficit\u00e1ria. Em ambas as hip\u00f3teses, com\n\nenriquecimento il\u00edcito de uma das partes da rela\u00e7\u00e3o jur\u00eddica. E n\u00e3o \u00e9 dif\u00edcil\n\nconstatar que a parte prejudicada, no caso, ser\u00e1, quase que\n\nRua Irm\u00e3os Rudeck, n\u00ba 185, Ed. Sonda, 2\u00ba Andar, Centro, Fraiburgo \u2013 SC, CEP 89.580-000\n\n9\n\nFone/Fax (49) 3246-3138 e 3246-7747, e-mail: contato@damadvogados.com.br\n\n\finvariavelmente, o credor da Fazenda P\u00fablica. Basta ver que, nos \u00faltimos quinze anos (1996 a 2010), enquanto a TR (taxa de remunera\u00e7\u00e3o da poupan\u00e7a) foi de 55,77%, a infla\u00e7\u00e3o foi de 97,85%, de acordo com o IPCA. 22.N\u00e3o h\u00e1 como, portanto, deixar de reconhecer a inconstitucionalidade da norma atacada, na medida em que a fixa\u00e7\u00e3o da remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica da caderneta de poupan\u00e7a como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos valores inscritos em precat\u00f3rio implica indevida e intoler\u00e1vel constri\u00e7\u00e3o \u00e0 efic\u00e1cia da atividade jurisdicional. Uma afronta \u00e0 garantia da coisa julgada e, por reverbera\u00e7\u00e3o, ao protoprinc\u00edpio da separa\u00e7\u00e3o dos Poderes.\nAdemais, h\u00e1 de se relembrar que a TR \u00e9 fixada ex ante, ou\nseja, a partir de crit\u00e9rios t\u00e9cnicos que n\u00e3o levam em conta a\ndesvaloriza\u00e7\u00e3o da moeda empiricamente realizada.\nNesse sentido, transcrevem-se trechos do brilhante voto\ndo Ministro Luiz Fux ao julgar o Tema 810 desta Egr\u00e9gia Corte:\nNota-se, pois, que a remunera\u00e7\u00e3o da caderneta de poupan\u00e7a \u2013 diferentemente de qualquer outro \u00edndice oficial de infla\u00e7\u00e3o \u2013 \u00e9 sempre prefixada, seja na parte j\u00e1 prevista na lei (0,5% ao m\u00eas ou 70% da meta da taxa Selic ao ano, consoante as hip\u00f3teses do inciso II), seja na parte fixada pelo Banco Central (a Taxa Referencial relativa \u00e0 respectiva data de anivers\u00e1rio, na forma do inciso I, atualmente calculada com base em CDBs e RDBs prefixados). Essa circunst\u00e2ncia deixa patente a desvincula\u00e7\u00e3o entre a evolu\u00e7\u00e3o dos pre\u00e7os da economia e a remunera\u00e7\u00e3o da caderneta de poupan\u00e7a, o que a impede de caracterizar-se, quer sob o \u00e2ngulo formal (l\u00f3gico-conceitual) quer sob o \u00e2ngulo material (t\u00e9cnicometodol\u00f3gico), como term\u00f4metro da infla\u00e7\u00e3o. [...] Em terceiro lugar, a inidoneidade se manifesta em perspectiva hist\u00f3ricojurisprudencial. O pr\u00f3prio Supremo Tribunal Federal j\u00e1 decidiu que a TR n\u00e3o \u00e9, em abstrato, id\u00f4nea a capturar a perda do poder aquisitivo da moeda. Ao julgar a ADI n\u00ba 493, o plen\u00e1rio desta Corte entendeu que o aludido \u00edndice n\u00e3o foi criado para captar a varia\u00e7\u00e3o de pre\u00e7os na economia. Eis trecho esclarecedor da ementa e do voto condutor do ac\u00f3rd\u00e3o, lavrado pelo Min. Moreira Alves: Ementa: (\u2026) A taxa referencial (TR) n\u00e3o \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, pois, refletindo as varia\u00e7\u00f5es do custo prim\u00e1rio da capta\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos a prazo fixo, n\u00e3o constitui \u00edndice que reflita a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda. Trecho do Voto: \u201c(...) o \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u00e9 um n\u00famero-\u00edndice que traduz, o mais aproximadamente poss\u00edvel, a perda do valor de troca da moeda, mediante compara\u00e7\u00e3o, entre os extremos de determinado per\u00edodo,\nRua Irm\u00e3os Rudeck, n\u00ba 185, Ed. Sonda, 2\u00ba Andar, Centro, Fraiburgo \u2013 SC, CEP 89.580-000 10 Fone/Fax (49) 3246-3138 e 3246-7747, e-mail: contato@damadvogados.com.br\n\n\fda varia\u00e7\u00e3o do pre\u00e7o de certos bens (mercadorias, servi\u00e7os, sal\u00e1rios, etc.), para a revis\u00e3o do pagamento de obriga\u00e7\u00f5es que dever\u00e1 ser feito na medida dessa varia\u00e7\u00e3o. (\u2026) \u00c9, pois, um \u00edndice que se destina a determinar o valor de troa da moeda, e que, por isso mesmo, s\u00f3 pode se calculado com base em fatores econ\u00f4micos exclusivamente ligados a esse valor. Por isso, \u00e9 um \u00edndice neutro, que n\u00e3o admite, para seu c\u00e1lculo, se levem em considera\u00e7\u00e3o fatores outros que n\u00e3o os acima referidos. (\u2026) n\u00e3o \u00e9 isso que ocorre com a Taxa Referencial (TR), que n\u00e3o \u00e9 o \u00edndice de determina\u00e7\u00e3o do valor de troca da moeda, mas, ao contr\u00e1rio, \u00edndice que exprime a taxa m\u00e9dia ponderada do custo de capta\u00e7\u00e3o da moeda por entidades financeiras para sua posterior aplica\u00e7\u00e3o por estas. A varia\u00e7\u00e3o dos valores das taxas desse custo prefixados por essas entidades decorre de fatores econ\u00f4micos v\u00e1rios, inclusive peculiares a cada uma delas (assim, suas necessidades de liquidez) ou comuns a todas (como, por exemplo, a concorr\u00eancia com outras fontes de capta\u00e7\u00e3o de dinheiro, a pol\u00edtica de juros adotada pelo Banco Central, a maior ou menor oferta de moeda), e fatores esses que nada t\u00eam a ver com o valor de troca da moeda, mas, sim \u2013 o que \u00e9 diverso -, com o custo da capta\u00e7\u00e3o desta. Na forma\u00e7\u00e3o desse custo, n\u00e3o entra sequer a desvaloriza\u00e7\u00e3o da moeda (sua perda de valor de troca), que \u00e9 a j\u00e1 ocorrida, mas \u2013 o que \u00e9 expectativa com os riscos de um verdadeiro jogo \u2013 a previs\u00e3o da desvaloriza\u00e7\u00e3o da moeda que poder\u00e1 ocorrer\u201d. (ADI n\u00ba 493, rel. Min. Moreira Alves, Tribunal Pleno, j. em 25/06/1992, DJ 04-09-1992)\nNo mesmo sentido se manifestou o Ministro Celso de Mello:\n\u201cO car\u00e1ter eminentemente remunerat\u00f3rio da TR foi reconhecido, de modo expresso, pela pr\u00f3pria Lei n\u00ba 8.177/91 em seus arts. 12, 17 e 39. Esse aspecto \u2013 que assume ineg\u00e1vel essencialidade na an\u00e1lise do tema \u2013 revelase bastante para descaracterizar a pretendida natureza da TR como \u00edndice de atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria\u201d. (ADI n\u00ba 493, rel. Min. Moreira Alves, Tribunal Pleno, j. em 25/06/1992, DJ 04-09-1992) Mais recentemente, no julgamento das ADIs n\u00ba 4.357 e 4.425, o Supremo Tribunal Federal reiterou essa compreens\u00e3o ao pontuar a inidoneidade prima facie da remunera\u00e7\u00e3o da caderneta de poupan\u00e7a para mensurar o fen\u00f4meno inflacion\u00e1rio, como ficou registrado na ementa: \u201c(...) a infla\u00e7\u00e3o, fen\u00f4meno tipicamente econ\u00f4mico monet\u00e1rio, mostra-se insuscet\u00edvel de capta\u00e7\u00e3o aprior\u00edstica (ex ante), de modo que o meio escolhido pelo legislador constituinte (remunera\u00e7\u00e3o da caderneta de poupan\u00e7a) \u00e9 inid\u00f4neo a promover o fim a que se destina (traduzir a infla\u00e7\u00e3o do per\u00edodo)\u201d. (ADI n\u00ba 4.357, rel. Min. Ayres Britto, relator p/ ac\u00f3rd\u00e3o Min. Luiz Fux, Tribunal Pleno, j. 14/03/2013, DJe188 de 25-09- 2014) [...] Ora, se o Estado n\u00e3o utiliza a caderneta de poupan\u00e7a como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o quando tem o objetivo de passar credibilidade ao investidor\nRua Irm\u00e3os Rudeck, n\u00ba 185, Ed. Sonda, 2\u00ba Andar, Centro, Fraiburgo \u2013 SC, CEP 89.580-000 11 Fone/Fax (49) 3246-3138 e 3246-7747, e-mail: contato@damadvogados.com.br\n\n\fou de atrair contratantes, \u00e9 porque tem consci\u00eancia de que o aludido \u00edndice n\u00e3o \u00e9 adequado a medir a varia\u00e7\u00e3o de pre\u00e7os na economia.\n\nAinda, a fim de demonstrar o completo distanciamento da TR dos \u00edndices que tradicionalmente s\u00e3o utilizados para atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, segue tabela comparativa:\n\nANO 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012\n\nTR 5,7295% 2,0962% 2,2852% 2,8023% 4,6485% 1,8184% 2,8335% 2,0377% 1,4452% 1,6348% 0,7090% 0,6887% 1,2079% 0,2897%\n\nINPC 8,43% 5,27% 9,44% 14,74% 10,38% 6,13% 5,05% 2,81% 5,15% 6,48% 4,11% 6,46% 6,07% 6,19%\n\nIPCA 8,94% 5,97% 7,67% 12,53% 9,30% 7,60% 5,69% 3,14% 4,45% 5,90% 4,31% 5,90% 6,50% 5,83%\n\nObservando-se a tabela acima, verifica-se que at\u00e9 meados de 1999 os \u00edndices do IPCA e da TR estavam muito pr\u00f3ximos, mas a partir do segundo semestre de 1999 aconteceu um descolamento, com os \u00edndices da TR quase sempre muito inferiores ao IPCA, chegando ao final do per\u00edodo com TR igual ou muito pr\u00f3xima de 0%. O descolamento se deu, basicamente, a partir da metodologia iniciada pela j\u00e1 mencionada Resolu\u00e7\u00e3o CMN n\u00b0 2.604, de 23/04/1999, com efeitos a partir de 01/06/1999.\nNessa esteira, hoje, o trabalhador que tem seu dinheiro aplicado no FGTS, e de l\u00e1 n\u00e3o pode retir\u00e1-lo para outro\nRua Irm\u00e3os Rudeck, n\u00ba 185, Ed. Sonda, 2\u00ba Andar, Centro, Fraiburgo \u2013 SC, CEP 89.580-000 12 Fone/Fax (49) 3246-3138 e 3246-7747, e-mail: contato@damadvogados.com.br\n\n\finvestimento, est\u00e1 sendo remunerado com 3% de juros ao ano e nada mais. N\u00e3o h\u00e1 nem corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria nem Taxa Referencial (independentemente de sua natureza jur\u00eddica) em flagrante ofensa ao art. 2\u00ba da Lei n\u00ba 8.036/90, que imp\u00f5e a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos valores depositados pelo empregador.\nDiante destas considera\u00e7\u00f5es, o entendimento fixado pelo STJ no REsp n\u00ba 1614874 (\u201ca remunera\u00e7\u00e3o das contas vinculadas ao FGTS tem disciplina pr\u00f3pria, ditada por lei, que estabelece a TR como forma de atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, sendo vedado, portanto, ao Poder Judici\u00e1rio substituir o mencionado \u00edndice\u201d) se mostra totalmente equivocado, eis que assume que a TR \u00e9 forma de atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, violando frontalmente o entendimento da Suprema Corte no sentido de que \u201ca taxa referencial (TR) n\u00e3o \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria\u201d.\nAssim, a utiliza\u00e7\u00e3o da TR como forma de corre\u00e7\u00e3o dos saldos das contas de FGTS tem gerado uma gigantesca destrui\u00e7\u00e3o do valor do patrim\u00f4nio do trabalhador. H\u00e1 anos, os trabalhadores que tem dep\u00f3sitos no FGTS n\u00e3o experimentam ganhos reais. Ao contr\u00e1rio, h\u00e1 muito tempo os trabalhadores t\u00eam rendimentos inferiores \u00e0 infla\u00e7\u00e3o, mesmo levando em conta a remunera\u00e7\u00e3o dos juros de 3% ao ano previstos no art. 13 da Lei 8.036/90.\nGiza-se que em nenhum momento se defende aqui a inconstitucionalidade da Taxa Referencial (TR) como \u00edndice de remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a. Quem coloca seu dinheiro na poupan\u00e7a o faz por vontade pr\u00f3pria, por outro lado, o trabalhador n\u00e3o possui o direito de escolher em qual fundo seus saldos do FGTS ir\u00e3o ser aplicados.\nNesse sentido, o que se assevera aqui, tal como decidido pelo Supremo Tribunal Federal, \u00e9 a inconstitucionalidade da utiliza\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, porque de capta\u00e7\u00e3o aprior\u00edstica (ex ante) e, como tal, totalmente desvencilhado do real fen\u00f4meno inflacion\u00e1rio, n\u00e3o correspondente \u00e0 real garantia constitucional de propriedade e incompat\u00edvel com a obrigatoriedade e a aus\u00eancia de portabilidade dos dep\u00f3sitos do Fundo de Garantia.\nRua Irm\u00e3os Rudeck, n\u00ba 185, Ed. Sonda, 2\u00ba Andar, Centro, Fraiburgo \u2013 SC, CEP 89.580-000 13 Fone/Fax (49) 3246-3138 e 3246-7747, e-mail: contato@damadvogados.com.br\n\n\fDiante destas premissas verifica-se a viola\u00e7\u00e3o dos arts. 5\u00ba, XXII (direito de propriedade) e 7\u00ba, III (direito ao FGTS), ambos da Constitui\u00e7\u00e3o Federal, na medida em que o trabalhador est\u00e1 sofrendo verdadeiro confisco do Governo Federal, que se apropria de sua propriedade (saldos do FGTS), aplicando corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria que sequer rep\u00f5e as perdas inflacion\u00e1rias, violando o n\u00facleo essencial do direito fundamental ao FGTS.\nAssim, em face do exposto, deve se declarar inconstitucional a express\u00e3o \u201ccom base nos par\u00e2metros fixados para atualiza\u00e7\u00e3o dos saldos dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a\u201d do caput do art. 13 da Lei Federal n\u00ba 8.036/1990 e o caput do art. 17 da Lei Federal n\u00ba 8.177/1991 \u2013 dispositivos os quais imp\u00f5em a corre\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos nas contas vinculadas do FGTS pela Taxa Referencial (TR), determinando que a partir de 1999 a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria das contas de FGTS deixe de ser feita pela TR, passando a ser realizada pelo INPC ou pelo IPCA, eis que estes s\u00e3o capazes de refletir a infla\u00e7\u00e3o.\nDA EXIST\u00caNCIA DE REPERCUSS\u00c3O GERAL A decis\u00e3o proferida pelo Supremo Tribunal Federal no Tema 787 (proferida em 11/12/2014), na qual supostamente afirmou-se n\u00e3o existir Repercuss\u00e3o Geral acerca da mat\u00e9ria que versa sobre a constitucionalidade da utiliza\u00e7\u00e3o da Taxa Referencial (TR) para corre\u00e7\u00e3o dos saldos das contas do FGTS, n\u00e3o se mant\u00e9m mais \u00edntegra, seja ante ao firme posicionamento da atual jurisprud\u00eancia dominante do STF, seja pelas altera\u00e7\u00f5es nas premissas f\u00e1tico-jur\u00eddicas acerca da mat\u00e9ria. Observe-se, que a decis\u00e3o do Tema 787 (ARE 848.240/RN) foi tomada por maioria, e com a premissa de que o STF \u201cafirmou a legitimidade da Taxa Referencial (TR) como \u00edndice de atualiza\u00e7\u00e3o de obriga\u00e7\u00f5es\u201d:\nPROCESSUAL CIVIL. RECURSO EXTRAORDIN\u00c1RIO COM AGRAVO. FGTS. DEP\u00d3SITOS EFETUADOS NA CONTA VINCULADA. \u00cdNDICE DE CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA. APLICA\u00c7\u00c3O DA TAXA REFERENCIAL. MAT\u00c9RIA INFRACONSTITUCIONAL. AUS\u00caNCIA DE REPERCUSS\u00c3O\nRua Irm\u00e3os Rudeck, n\u00ba 185, Ed. Sonda, 2\u00ba Andar, Centro, Fraiburgo \u2013 SC, CEP 89.580-000 14 Fone/Fax (49) 3246-3138 e 3246-7747, e-mail: contato@damadvogados.com.br\n\n\fGERAL. 1. Esta Suprema Corte, em diversas manifesta\u00e7\u00f5es de seu \u00f3rg\u00e3o plen\u00e1rio, afirmou a legitimidade da Taxa Referencial (TR) como \u00edndice de atualiza\u00e7\u00e3o de obriga\u00e7\u00f5es, com a \u00fanica ressalva da inviabilidade de sua aplica\u00e7\u00e3o retroativa para alcan\u00e7ar situa\u00e7\u00f5es pret\u00e9ritas. Nesse sentido: ADI 493-MC, Rel. Min. MOREIRA ALVES, Tribunal Pleno, DJ de 4/9/1992; ADI 768-MC, Rel. Min. MARCO AUR\u00c9LIO, Tribunal Pleno, DJ de 13/11/1992; ADI 959-MC, Rel. Min. SYDNEY SANCHES, Tribunal Pleno, DJ de 13/5/1994. 2. Assim sendo, o exame da inaplicabilidade da TR em situa\u00e7\u00f5es espec\u00edficas pertence ao dom\u00ednio da legisla\u00e7\u00e3o ordin\u00e1ria pertinente a cada caso, a significar que eventual ofensa \u00e0 Carta Magna seria apenas reflexa. 3. Portanto, \u00e9 de natureza infraconstitucional a controv\u00e9rsia relativa \u00e0 aplica\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos dep\u00f3sitos efetuados em conta vinculada do FGTS, fundada na interpreta\u00e7\u00e3o das Leis 7.730/89, 8.036/90 e 8.177/91. 4. \u00c9 cab\u00edvel a atribui\u00e7\u00e3o dos efeitos da declara\u00e7\u00e3o de aus\u00eancia de repercuss\u00e3o geral quando n\u00e3o h\u00e1 mat\u00e9ria constitucional a ser apreciada ou quando eventual ofensa \u00e0 Carta Magna ocorra de forma indireta ou reflexa (RE 584.608 RG, Min. ELLEN GRACIE, DJe de 13/03/2009). 5. Aus\u00eancia de repercuss\u00e3o geral da quest\u00e3o suscitada, nos termos do art. 543-A do CPC. (ARE 848240 RG, Relator(a): Min. TEORI ZAVASCKI, julgado em 11/12/2014, PROCESSO ELETR\u00d4NICO DJe-250 DIVULG 18-12-2014 PUBLIC 19-122014 - grifado)\n\nTodavia, conforme j\u00e1 amplamente exposto, o Pret\u00f3rio Excelso j\u00e1 assentou na ADI 4425 e mais recentemente ao julgar o RE 870947 (Tema 810) que \u201ca taxa referencial (TR) n\u00e3o \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, pois, refletindo as varia\u00e7\u00f5es do custo prim\u00e1rio da capta\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos a prazo fixo, n\u00e3o constitui \u00edndice que reflita a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda\u201d e que \u201cn\u00e3o h\u00e1 como, portanto, deixar de reconhecer a inconstitucionalidade da norma atacada, na medida em que a fixa\u00e7\u00e3o da remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica da caderneta de poupan\u00e7a como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria\u201d.\n\nNesse sentido, j\u00e1 foi decidido pela Suprema Corte que a\n\nTR, enquanto \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, \u00e9 INCONSTITUCIONAL, pois\n\n\u201cn\u00e3o constitui \u00edndice que reflita a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da\n\nmoeda\u201d.\n\nAinda,\n\nfora\n\nproposta\n\na\n\nA\u00e7\u00e3o\n\nDireta\n\nde\n\nInconstitucionalidade n\u00ba 5090, sob relatoria do Ministro Roberto\n\nBarroso, que assim asseverou em sua decis\u00e3o que recebeu a a\u00e7\u00e3o:\n\nEst\u00e3o presentes os requisitos legais. A relev\u00e2ncia da mat\u00e9ria \u00e9 evidente, sendo pertinente a participa\u00e7\u00e3o das requerentes \u2013 a primeira, porque\n\nRua Irm\u00e3os Rudeck, n\u00ba 185, Ed. Sonda, 2\u00ba Andar, Centro, Fraiburgo \u2013 SC, CEP 89.580-000 15 Fone/Fax (49) 3246-3138 e 3246-7747, e-mail: contato@damadvogados.com.br\n\n\fassiste centenas de trabalhadores em demandas relativas \u00e0 atualiza\u00e7\u00e3o do FGTS; e a segunda, porque atua como agente operador do FGTS.\nAli\u00e1s, cumpre ressaltar que o Supremo Tribunal Federal j\u00e1\nreconheceu a possibilidade de revis\u00e3o da decis\u00e3o que em um primeiro\nmomento reconhece inexist\u00eancia de Repercuss\u00e3o Geral, por altera\u00e7\u00e3o\nnas premissas f\u00e1tico-jur\u00eddicas.\nObservem a dic\u00e7\u00e3o do Informativo n\u00ba 605 da Suprema Corte\nacerca do tema:\nREPERCUSS\u00c3O GERAL Repercuss\u00e3o Geral e Altera\u00e7\u00e3o nas Premissas F\u00e1tico-Jur\u00eddicas - 1 O Plen\u00e1rio resolveu quest\u00e3o de ordem no sentido de reconhecer a repercuss\u00e3o geral da mat\u00e9ria discutida em recursos extraordin\u00e1rios, relativa \u00e0 possibilidade, ou n\u00e3o, de se aplicar a al\u00edquota m\u00e1xima do Imposto de Renda de Pessoa F\u00edsica aos valores recebidos acumuladamente pelo benefici\u00e1rio, por culpa exclusiva da autarquia previdenci\u00e1ria. Com base nisso, reformou decis\u00e3o monocr\u00e1tica da Min. Ellen Gracie, que n\u00e3o admitira os recursos, dos quais relatora, ao fundamento de que a quest\u00e3o j\u00e1 teria sido considerada \u201csem repercuss\u00e3o geral\u201d no \u00e2mbito do Plen\u00e1rio Virtual. No caso, ap\u00f3s o STF haver deliberado que o tema versado nos autos n\u00e3o possuiria repercuss\u00e3o geral, o TRF da 4\u00aa Regi\u00e3o declarara a inconstitucionalidade, sem redu\u00e7\u00e3o de texto, do art. 12 da Lei 7.713/88, o qual determina a incid\u00eancia do Imposto de Renda no m\u00eas do recebimento de valores acumulados sobre o total dos rendimentos. A Uni\u00e3o, ao alegar a superveniente altera\u00e7\u00e3o nas premissas f\u00e1tico-jur\u00eddicas, sustentava, em sede de agravo regimental, que os recursos extraordin\u00e1rios interpostos com fulcro no art. 102, III, b, da CF teriam repercuss\u00e3o geral presumida. RE 614232 AgR-QO/RS, rel. Min. Ellen Gracie, 20.10.2010. (RE-614232) RE 614406 AgR-QO/RS, rel. Min. Ellen Gracie, 20.10.2010. (RE-614232)\nNesse interim, verifica-se que o Pret\u00f3rio Excelso\nautoriza a revis\u00e3o da decis\u00e3o que em um primeiro momento aduz que\ninexiste repercuss\u00e3o geral. A altera\u00e7\u00e3o f\u00e1tica se d\u00e1 em raz\u00e3o do crescimento\nimpremedit\u00e1vel do n\u00famero de a\u00e7\u00f5es que versam sobre a mat\u00e9ria no\nPoder Judici\u00e1rio. Quando julgado o Tema 731 do STJ, mais de 409 mil\na\u00e7\u00f5es aguardavam o referido julgamento. Ainda, cumpre salientar que\nap\u00f3s o julgamento que n\u00e3o reconheceu repercuss\u00e3o geral na mat\u00e9ria,\nRua Irm\u00e3os Rudeck, n\u00ba 185, Ed. Sonda, 2\u00ba Andar, Centro, Fraiburgo \u2013 SC, CEP 89.580-000 16 Fone/Fax (49) 3246-3138 e 3246-7747, e-mail: contato@damadvogados.com.br\n\n\fem 2014, a infla\u00e7\u00e3o anual acumulada em 2015, segundo o IPCA, foi de 10,67%, enquanto que a TR acumulada para o mesmo ano foi de 1,79%!\nA altera\u00e7\u00e3o jur\u00eddica se d\u00e1 pelo atual entendimento dominante, julgado em Repercuss\u00e3o Geral (Tema 810) e em sede de controle concentrado de constitucionalidade (ADI 4425), no sentido de que a Taxa Referencial enquanto \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u00e9 inconstitucional.\nSob o tema, o art. 1.035, \u00a73\u00ba, I do CPC disp\u00f5e que sempre haver\u00e1 repercuss\u00e3o geral quando o recurso impugnar ac\u00f3rd\u00e3o que contrarie jurisprud\u00eancia dominante do STF:\nArt. 1.035. O Supremo Tribunal Federal, em decis\u00e3o irrecorr\u00edvel, n\u00e3o conhecer\u00e1 do recurso extraordin\u00e1rio quando a quest\u00e3o constitucional nele versada n\u00e3o tiver repercuss\u00e3o geral, nos termos deste artigo. [...] \u00a73o Haver\u00e1 repercuss\u00e3o geral sempre que o recurso impugnar ac\u00f3rd\u00e3o que: I - contrarie s\u00famula ou jurisprud\u00eancia dominante do Supremo Tribunal Federal;\nNesse \u00ednterim, \u00e9 necess\u00e1rio que o Supremo Tribunal Federal reveja o seu posicionamento acerca da exist\u00eancia de Repercuss\u00e3o Geral sobre a mat\u00e9ria, em face da altera\u00e7\u00e3o e consolida\u00e7\u00e3o da sua jurisprud\u00eancia acerca da constitucionalidade da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e das altera\u00e7\u00f5es f\u00e1ticas supervenientes ao julgamento de 2014, com crescimento descontrol\u00e1vel da infla\u00e7\u00e3o e do n\u00famero de a\u00e7\u00f5es que versam sobre o tema, que foram afetadas pelo julgamento do STJ no REsp Repetitivo n\u00ba 1614874.\nDOS \u00cdNDICES QUE CORRIGEM MONETARIAMENTE Como foi visto, desde 1999, com a metodologia adotada pelo Banco Central do Brasil, a TR n\u00e3o vem mais corrigindo monetariamente os dep\u00f3sitos vinculados \u00e0s contas de FGTS. Ora, se a TR n\u00e3o pode ser considerada um indexador id\u00f4neo, \u00e9 necess\u00e1rio substitu\u00ed-la por outro \u00edndice que, efetivamente, d\u00ea cumprimento aos preceitos do artigo 2\u00ba da Lei n. 8.036/90.\nRua Irm\u00e3os Rudeck, n\u00ba 185, Ed. Sonda, 2\u00ba Andar, Centro, Fraiburgo \u2013 SC, CEP 89.580-000 17 Fone/Fax (49) 3246-3138 e 3246-7747, e-mail: contato@damadvogados.com.br\n\n\fSabe-se que o sal\u00e1rio m\u00ednimo do trabalhador brasileiro \u00e9\ncorrigido pelo INPC, \u00edndice previsto na Lei n. 12.382, de 25 de\nfevereiro de 2011, nos seguintes termos:\nArt. 2\u00ba. Ficam estabelecidas as diretrizes para a pol\u00edtica de valoriza\u00e7\u00e3o do sal\u00e1rio m\u00ednimo a vigorar entre 2012 e 2015, inclusive, a serem aplicadas em 1o de janeiro do respectivo ano. 1\u00ba. Os reajustes para a preserva\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo do sal\u00e1rio m\u00ednimo corresponder\u00e3o \u00e0 varia\u00e7\u00e3o do \u00cdndice Nacional de Pre\u00e7os ao Consumidor \u2013 INPC, calculado e divulgado pela Funda\u00e7\u00e3o Instituto Brasileiro de Geografia e Estat\u00edstica \u2013 IBGE, acumulada nos doze meses anteriores ao m\u00eas do reajuste. 2\u00ba. Na hip\u00f3tese de n\u00e3o divulga\u00e7\u00e3o do INPC referente a um ou mais meses compreendidos no per\u00edodo do c\u00e1lculo at\u00e9 o \u00faltimo dia \u00fatil imediatamente anterior \u00e0 vig\u00eancia do reajuste, o Poder Executivo estimar\u00e1 os \u00edndices dos meses n\u00e3o dispon\u00edveis. 3\u00ba. Verificada a hip\u00f3tese de que trata o \u00a7 2\u00ba, os \u00edndices estimados permanecer\u00e3o v\u00e1lidos para os fins desta Lei, sem qualquer revis\u00e3o, sendo os eventuais res\u00edduos compensados no reajuste subsequente, sem retroatividade. 4\u00ba. A t\u00edtulo de aumento real, ser\u00e3o aplicados os seguintes percentuais:\n1. em 2012, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do Produto Interno Bruto \u2013 PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2010;\n2. em 2013, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2011;\n3. em 2014, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2012; e\n4. em 2015, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de\n5\u00ba. Para fins do disposto no \u00a7 4\u00ba, ser\u00e1 utilizada a taxa de crescimento real do PIB para o ano de refer\u00eancia, divulgada pelo IBGE at\u00e9 o \u00faltimo dia \u00fatil do ano imediatamente anterior ao de aplica\u00e7\u00e3o do respectivo aumento real.\nDesse modo, utilizou-se o INPC para corre\u00e7\u00e3o dos sal\u00e1rios\nm\u00ednimos justamente para preservar o seu poder aquisitivo. Se o\nsal\u00e1rio m\u00ednimo \u00e9 corrigido por esse \u00edndice, nada mais razo\u00e1vel que\ncorrigir os dep\u00f3sitos vinculados ao FGTS pelo mesmo indexador,\njustamente por decorrerem diretamente do sal\u00e1rio do trabalhador.\nCaso n\u00e3o se entenda dessa forma, outro \u00edndice que se\nmostra aplic\u00e1vel e que efetivamente produz corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u00e9 o\nIPCA, \u00edndice estabelecido pelo Governo Federal para medir as metas Rua Irm\u00e3os Rudeck, n\u00ba 185, Ed. Sonda, 2\u00ba Andar, Centro, Fraiburgo \u2013 SC, CEP 89.580-000 18 Fone/Fax (49) 3246-3138 e 3246-7747, e-mail: contato@damadvogados.com.br\n\n\finflacion\u00e1rias contratadas com o FMI ou, ainda, outro \u00edndice estabelecido pelo Ju\u00edzo, desde que respeitada a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria prevista no artigo 2\u00ba da Lei n. 8.036/90.\nAdemais, o parecer cont\u00e1bil em anexo apresenta compara\u00e7\u00f5es interessantes entre a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria (n\u00e3o) efetuada pela TR e a corre\u00e7\u00e3o realizada por outros \u00edndices. Verifica-se, por exemplo, que um trabalhador com sal\u00e1rio de R$1.000,00 (mil reais), se tivesse seus fundos corrigidos pelo INPC desde 1999, teria uma diferen\u00e7a a receber de R$9.098,56 (nove mil e noventa e oito reais e cinquenta e seis centavos).\nDa mesma forma, um trabalhador com o mesmo sal\u00e1rio acima especificado, se tivesse seus rendimentos corrigidos pelo IPCA desde 1999, teria uma diferen\u00e7a a receber de R$8.561,43 (oito mil, quinhentos e sessenta e um reais e quarenta e tr\u00eas centavos). Ou seja, a TR \u00e9 um indexador inid\u00f4neo que merece ser substitu\u00eddo para efetivo cumprimento dos preceitos da Lei n. 8.036/90.\nDOS JUROS DE MORA Independentemente da incid\u00eancia dos juros de capitaliza\u00e7\u00e3o assegurados pela Lei \u2013 que \u00e9 de 6% ao ano aos que optaram pelo fundo at\u00e9 a data de 22.09.71 (de acordo com a Lei n\u00ba 5.107/66 instituidora do FGTS, o artigo 11, par\u00e1grafo 3\u00ba da Lei 7.839/89 e o artigo 13, \u00a7 3\u00ba da Lei 8.036/90 e de 3% ao ano para todos os demais (artigo 13, caput da Lei 8.036/90)\u2013 as diferen\u00e7as devidas aos substitu\u00eddos devem ser majoradas com a incid\u00eancia de juros de mora, nos moldes previstos pelo C\u00f3digo Civil.\n3. DO PEDIDO DE EXIBI\u00c7\u00c3O DE DOCUMENTOS Para que seja efetuado o c\u00e1lculo dos valores a serem pagos \u00e0 parte Autora, bem como, seja realizado o c\u00e1lculo correto do valor da causa, torna-se necess\u00e1rio o acesso a todos os extratos das suas contas de FGTS desde a data de abertura de cada uma das contas. Todavia, a Caixa Econ\u00f4mica Federal, por diversos meios, vem obstaculizando a obten\u00e7\u00e3o dos documentos necess\u00e1rios. Rua Irm\u00e3os Rudeck, n\u00ba 185, Ed. Sonda, 2\u00ba Andar, Centro, Fraiburgo \u2013 SC, CEP 89.580-000 19 Fone/Fax (49) 3246-3138 e 3246-7747, e-mail: contato@damadvogados.com.br\n\n\fVale sinalar, preventivamente, que apesar de a CEF disponibilizar em seu site alguns extratos de FGTS, os extratos referentes a contas de FGTS mais antigas ou, cujos saldos j\u00e1 foram sacados, n\u00e3o est\u00e3o dispon\u00edveis pela internet.\nDessa forma, torna-se necess\u00e1ria a intima\u00e7\u00e3o da CEF para que apresente extratos anal\u00edtico de todas as contas de FGTS da parte Autora desde a data de inicio de cada contrato de emprego at\u00e9 a presente data.\nNesse ponto, destaca-se que a Caixa Econ\u00f4mica Federal \u00e9 respons\u00e1vel pela apresenta\u00e7\u00e3o de todos os extratos de contas de FGTS inclusive, em rela\u00e7\u00e3o aos per\u00edodos anteriores a transposi\u00e7\u00e3o das contas para a Caixa Econ\u00f4mica Federal.\nTal entendimento tamb\u00e9m j\u00e1 restou consolidado pela jurisprud\u00eancia do STJ, segundo o qual, a responsabilidade pela apresenta\u00e7\u00e3o dos extratos anal\u00edticos \u00e9 da CEF, enquanto gestora do FGTS, com amplo acesso aos documentos relacionados ao Fundo. Tal tese foi consolidada com o julgamento do REsp 1.108.034/RN, submetido ao regime do art. 543-C do CPC/1973 (artigo 1036 do CPC/2015). Nesse sentido \u00e9 a s\u00famula 514 do STJ:\n\u201cA CEF \u00e9 respons\u00e1vel pelo fornecimento dos extratos das contas individualizadas vinculadas ao FGTS dos Trabalhadores participantes do Fundo de Garantia do Tempo de Servi\u00e7o, inclusive para fins de exibi\u00e7\u00e3o em ju\u00edzo, independentemente do per\u00edodo em discuss\u00e3o\u201d.\nNa mesma esteira, a jurisprud\u00eancia do TRF4:\nPROCESSUAL CIVIL. FGTS. EXTRATO ANAL\u00cdTICO ANTERIOR \u00c0 MIGRA\u00c7\u00c3O DAS CONTAS FUNDI\u00c1RIAS. APRESENTA\u00c7\u00c3O EM JU\u00cdZO. RESPONSABILIDADE DA CAIXA ECON\u00d4MICA FEDERAL. OBRIGA\u00c7\u00c3O DE TRATO SUCESSIVO. PRESCRI\u00c7\u00c3O. 1. A Caixa Econ\u00f4mica Federal \u00e9 respons\u00e1vel pela apresenta\u00e7\u00e3o, em ju\u00edzo, dos extratos anal\u00edticos anteriores \u00e0 migra\u00e7\u00e3o da contas fundi\u00e1rias. 2. Sendo os dep\u00f3sitos fundi\u00e1rios uma obriga\u00e7\u00e3o de trato sucessivo, os bancos deposit\u00e1rios devem fornecer os extratos dos per\u00edodos n\u00e3o prescritos. 3. Agravo improvido. (TRF4 506090151.2011.404.7100, Terceira Turma, Relator p/ Ac\u00f3rd\u00e3o Carlos Eduardo Thompson Flores Lenz, D.E. 02/08/2012)\nAli\u00e1s, sendo os extratos prova essencial \u00e0 instru\u00e7\u00e3o do feito, a sua apresenta\u00e7\u00e3o tamb\u00e9m tem amparo no art. 370 do CPC:\nRua Irm\u00e3os Rudeck, n\u00ba 185, Ed. Sonda, 2\u00ba Andar, Centro, Fraiburgo \u2013 SC, CEP 89.580-000 20 Fone/Fax (49) 3246-3138 e 3246-7747, e-mail: contato@damadvogados.com.br\n\n\fArt. 370. Caber\u00e1 ao juiz, de of\u00edcio ou a requerimento da parte, determinar as provas necess\u00e1rias ao julgamento do m\u00e9rito.\nDeste modo, a parte autora requerer a exibi\u00e7\u00e3o dos extratos anal\u00edticos de todas as suas contas de FGTS, na forma do no art. 370 do CPC, art. 11, da Lei 10.259/01, art. 7\u00ba, I, da Lei 8.036/90, arts. 23 e 24, do Decreto 99.684/90 e art. 10, da LC 110/01.\n4. DO PEDIDO EM FACE AO EXPOSTO, requer a Vossa Excel\u00eancia: a) A concess\u00e3o do benef\u00edcio da GRATUIDADE DA JUSTI\u00c7A, tendo em vista que a parte Autora n\u00e3o tem como suportar as custas judiciais sem o preju\u00edzo de seu sustento e de sua fam\u00edlia; b) A intima\u00e7\u00e3o da Caixa Econ\u00f4mica Federal para que apresente extratos anal\u00edticos de todas as contas de FGTS da parte Autora; c) A cita\u00e7\u00e3o da requerida para, querendo, apresentar defesa dos termos da lei, advertida das san\u00e7\u00f5es de confiss\u00e3o e revelia; d) A n\u00e3o realiza\u00e7\u00e3o de audi\u00eancia de concilia\u00e7\u00e3o, ante a inefic\u00e1cia do procedimento, tendo em vista o not\u00f3rio e reiterado posicionamento da Caixa Econ\u00f4mica Federal em sentido contr\u00e1rio ao pedido apresentado pela parte Autora; e) A produ\u00e7\u00e3o de todos os meios de provas em direito admitidos, em especial o documental; f) O julgamento da demanda com TOTAL PROCED\u00caNCIA para:\ne.1) declarar inconstitucional a express\u00e3o \u201ccom base nos par\u00e2metros fixados para atualiza\u00e7\u00e3o dos saldos dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a\u201d do caput do art. 13 da Lei Federal n\u00ba 8.036/1990 e o caput do art. 17 da Lei Federal n\u00ba 8.177/1991 \u2013 dispositivos os quais imp\u00f5em a corre\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos nas contas vinculadas do FGTS pela Taxa Referencial (TR);\nRua Irm\u00e3os Rudeck, n\u00ba 185, Ed. Sonda, 2\u00ba Andar, Centro, Fraiburgo \u2013 SC, CEP 89.580-000 21 Fone/Fax (49) 3246-3138 e 3246-7747, e-mail: contato@damadvogados.com.br\n\n\fe.2) que a partir de 1999 a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria das contas de FGTS deixe de ser feita pela TR, passando a ser realizada pelo INPC ou pelo IPCA, eis que estes s\u00e3o capazes de refletir a infla\u00e7\u00e3o, com o consequente pagamento, em favor da parte autora, do valor correspondente \u00e0s diferen\u00e7as do FGTS decorrentes da aplica\u00e7\u00e3o do INPC ou IPCA aos valores vinculados, nos meses em que a TR foi menor que a infla\u00e7\u00e3o do per\u00edodo (parcelas vencidas e vincendas);\ne.3) sobre os valores devidos pela condena\u00e7\u00e3o de que tratam os itens anteriores, a incid\u00eancia de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria desde a inadimpl\u00eancia da Caixa, bem como os juros legais, observando aqueles pr\u00f3prios do FGTS e os juros do c\u00f3digo civil quando tenha ocorrido saque do FGTS em qualquer uma das hip\u00f3teses da previstas no art. 20 da Lei 036/90.\ng) Condenar a r\u00e9 ao pagamento das custas e honor\u00e1rios advocat\u00edcios, em valor a ser arbitrado por este Ju\u00edzo.\nD\u00e1-se \u00e0 causa o valor de R$ 1.100,00 (um mil e cem reais).\nTermos em que pede e espera deferimento. Fraiburgo (SC), 03 de maio de 2021.\n\nDARCISIO ANT\u00d4NIO M\u00dcLLER OAB/SC 17.504\n(assinado digitalmente)\n\nD\u00c9BORA MARIE BUTCI OAB/SC 23.425\n(assinado digitalmente)\n\nDAIANNA HELO\u00cdSE HOEPFNER OAB/SC 30.851\n(assinado digitalmente)\nRua Irm\u00e3os Rudeck, n\u00ba 185, Ed. Sonda, 2\u00ba Andar, Centro, Fraiburgo \u2013 SC, CEP 89.580-000 22 Fone/Fax (49) 3246-3138 e 3246-7747, e-mail: contato@damadvogados.com.br\n\n\f" } ] } }, { "data": { "original_header": "Documento Original - IdDocumentoCompleto: 5058564-25.2016.4.04.7000-701479907530670780010088888560", "original_text": "___________________________________________\nEXCELENTISSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA __ VARA DA JUSTI\u00c7A FEDERAL DA SUBSE\u00c7\u00c3O DE CURITIBA \u2013 SE\u00c7\u00c3O JUDICI\u00c1RIA DO PARAN\u00c1\nCLICEU JOSE AHRENS, brasileiro, solteiro, pensionista, portador do RG n\u00ba. 36108630 e inscrito no CPF sob n\u00b0 47595922968, REPRESENTADO POR: ALICE ABIB AHRENS, brasileiro, solteira, aposentada, portadora do RG n\u00ba. 12235623 e inscrita no CPF sob n\u00b0 40135616972, ambos residentes e domiciliado na Rua Monsenhor Ivo Zanlorenzi, 4400, Campo Comprido, CEP: 81210-000 Curitiba - Paran\u00e1 vem, respeitosamente, perante Vossa Excel\u00eancia, por interm\u00e9dio de seu advogado adiante assinado (procura\u00e7\u00e3o em anexo), com escrit\u00f3rio profissional situado na Avenida Marechal Floriano Peixoto, n\u00ba. 170, 8\u00ba andar, Centro, CEP 80.020-090, Curitiba/PR, propor:\nA\u00c7\u00c3O DE REVIS\u00c3O DE BENEF\u00cdCIO\nEm face do INSS, Instituto Nacional do Seguro Social, autarquia federal, representado por sua Procuradoria Regional, com base nos fatos e fundamentos jur\u00eddicos a seguir aduzidos:\n_____________________________________________________________________________________________\nAv. Marechal Floriano Peixoto, 170 8 andar, sala 805, Centro, Curitiba, Paran\u00e1, CEP 80020-090. 41 3224-1328 contato@lacerdaadvogados.adv.br\n\n\f___________________________________________\nDOS FATOS\nO (A) autor (a) \u00e9 servidor (a) p\u00fablico (a) federal inativo (a) ou pensionista, conforme documentos em anexo.\nOcorre que em seus contracheques percebeu a gratifica\u00e7\u00e3o de desempenho (GD) em pontua\u00e7\u00e3o menor do que o correto, procedimento ilegal, notadamente ap\u00f3s a edi\u00e7\u00e3o da Lei n\u00b0 13.324/2016, que reconheceu O DIREITO A INTEGRALIDADE, COM CORRELA\u00c7\u00c3O DIRETA ENTRE AS PARCELAS QUE COMP\u00d5EM A BASE DE C\u00c1LCULO DA CONTRIBUI\u00c7\u00c3O PREVIDENCI\u00c1RIA \u2013 PSS, E AQUELAS QUE INTEGRAM OS CORRESPONDENTES PROVENTOS DA INATIVIDADE.\nPor meio da Lei n\u00b0 13.324/2016, reconheceu-se que TODAS as contribui\u00e7\u00f5es previdenci\u00e1rias vertidas sobre Gratifica\u00e7\u00f5es de Desempenho devem ser incorporadas integralmente aos proventos de inatividade.\nEm raz\u00e3o da necess\u00e1ria correspond\u00eancia entre contribui\u00e7\u00f5es vertidas e o benef\u00edcio auferido, insurge-se a parte autora em face da situa\u00e7\u00e3o acima exposta, n\u00e3o restando outra alternativa, sen\u00e3o a de buscar a tutela jurisdicional para ter seu benef\u00edcio revisto com base nos crit\u00e9rios estabelecidos pela Lei n\u00b0 13.324/2016, bem como a devolu\u00e7\u00e3o das parcelas sonegadas no passado.\n_____________________________________________________________________________________________\nAv. Marechal Floriano Peixoto, 170 8 andar, sala 805, Centro, Curitiba, Paran\u00e1, CEP 80020-090. 41 3224-1328 contato@lacerdaadvogados.adv.br\n\n\f___________________________________________\n\nPRELIMINARES\n\nI)\n\nDA EXTENS\u00c3O DAS VANTAGENS CONCEDIDAS PELA\n\nLEI N\u00b0 13.324/16 AOS INATIVOS ANTERIORES \u00c0\n\nVIG\u00caNCIA DA EC 41/2003\n\nVale o registro de que os servidores inativos e pensionistas anteriores \u00e0 vig\u00eancia da EC 41/2003, em respeito ao teor original do art. 40, \u00a7 4 da CF, tem para si estendidos quaisquer benef\u00edcios ou vantagens posteriormente concedidos aos servidores em atividade:\n\nArt. 40. Aos servidores titulares de cargos efetivos da Uni\u00e3o, dos Estados, do Distrito Federal e dos Munic\u00edpios, inclu\u00eddas suas autarquias e funda\u00e7\u00f5es, \u00e9 assegurado regime de previd\u00eancia de car\u00e1ter contributivo e solid\u00e1rio, mediante contribui\u00e7\u00e3o do respectivo ente p\u00fablico, dos servidores ativos e inativos e dos pensionistas, observados crit\u00e9rios que preservem o equil\u00edbrio financeiro e atuarial e o disposto neste artigo. (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Emenda Constitucional n\u00ba 41, 19.12.2003)\n(...)\n\u00a7 4\u00ba - Os proventos da aposentadoria ser\u00e3o revistos, na mesma propor\u00e7\u00e3o e na mesma data, sempre que se modificar a remunera\u00e7\u00e3o\ndos servidores em atividade, sendo tamb\u00e9m estendidos aos inativos quaisquer benef\u00edcios ou vantagens posteriormente concedidos aos servidores em atividade, inclusive quando\ndecorrentes da transforma\u00e7\u00e3o ou reclassifica\u00e7\u00e3o do cargo ou fun\u00e7\u00e3o\nX C em que se deu a aposentadoria, na forma da lei. (negritou-se)\n\nDiante da letra cristalina da Lei, n\u00e3o resta qualquer d\u00favida da extens\u00e3o das vantagens ora concedidas aos aposentados/pensionistas anteriores \u00e0 vig\u00eancia da EC 41/2003.\nA Lei n\u00b0 13.324/2016 n\u00e3o especifica a forma de incorpora\u00e7\u00e3o das GDs aos aposentados anteriores a EC 41/2003, mas n\u00e3o pode restar duvida _____________________________________________________________________________________________\nAv. Marechal Floriano Peixoto, 170 8 andar, sala 805, Centro, Curitiba, Paran\u00e1, CEP 80020-090. 41 3224-1328 contato@lacerdaadvogados.adv.br\n\n\f___________________________________________\nque a incorpora\u00e7\u00e3o \u00e9 INTEGRAL.\nApenas para os inativos abrangidos pelos artigos 3\u00ba, 6\u00ba e 6\u00ba-A, da EC n\u00ba. 41/2003 e artigo 3\u00ba da EC 47/2005 h\u00e1 um c\u00e1lculo para a incorpora\u00e7\u00e3o das GDs.\n\nII)\n\nDO RECONHECIMENTO DA RELA\u00c7\u00c3O DIRETA ENTRE\n\nCONTRIBUI\u00c7\u00c3O E BENEF\u00cdCIO \u2013 RESTAURA\u00c7\u00c3O DA\n\nINTEGRALIDADE\n\nA Uni\u00e3o Federal vem recolhendo o PSS, Plano de Seguridade Social, ou contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria, de parcelas das GDs (Gratifica\u00e7\u00f5es de Desempenho) percebidas pelos servidores ativos, e que at\u00e9 o advento da Lei n\u00b0 13.324/2016, n\u00e3o eram incorpor\u00e1veis aos proventos da inatividade.\nTal distor\u00e7\u00e3o obrigava servidores ativos a recolherem PSS sobre 100% da Gratifica\u00e7\u00e3o de Desempenho percebida para posteriormente terem direito a p. ex., apenas 50% da mesma Gratifica\u00e7\u00e3o em seus benef\u00edcios de inatividade, em verdadeira afronta ao regime da integralidade.\nTodavia a Lei n\u00b0 13.324/2016 veio sanar tal erro, ao instituir novel regulamento para a incorpora\u00e7\u00e3o da integralidade das GDs nas aposentadorias e pens\u00f5es.\nConforme se verifica da leitura do artigo 87 da lei em comento, tais valores passam a ser incorporados aos proventos de aposentadoria ou pens\u00e3o:\n\nArt. 87. \u00c9 facultado aos servidores, aos aposentados e aos pensionistas que estejam sujeitos ao disposto nos arts. 3o, 6o ou 6o-A da Emenda Constitucional no 41, de 19 de dezembro de 2003, ou no art. 3o da Emenda Constitucional no 47, de 5 de julho de 2005, optar\npela incorpora\u00e7\u00e3o de gratifica\u00e7\u00f5es de desempenho aos proventos de aposentadoria ou de pens\u00e3o, nos termos dos\n_____________________________________________________________________________________________\nAv. Marechal Floriano Peixoto, 170 8 andar, sala 805, Centro, Curitiba, Paran\u00e1, CEP 80020-090. 41 3224-1328 contato@lacerdaadvogados.adv.br\n\n\f___________________________________________\narts. 88 e 89, relativamente aos seguintes cargos, planos e carreiras:\n(negritou-se)\nO entendimento sufragado passa a ser ent\u00e3o, o de que n\u00e3o h\u00e1 contribui\u00e7\u00e3o sem o benef\u00edcio correspondente, bem como de que o inativo tem direito a integralidade remunerat\u00f3ria com os servidores da ativa.\n\nDO DIREITO\n\nI)\n\nDA INCORPORA\u00c7\u00c3O DA GRATIFICA\u00c7\u00c3O DE\n\nDESEMPENHO NOS PROVENTOS DE APOSENTADORIA\n\nDOS INATIVOS ABRANGIDOS PELOS ARS. 3\u00ba, 6\u00ba E 6\u00ba-A,\n\nDA EC N\u00ba. 41/2003 E ART. 3 EC 47/2005\n\nA presente demanda objetiva a revis\u00e3o imediata do benef\u00edcio do (a) Autor (a), com a incorpora\u00e7\u00e3o da gratifica\u00e7\u00e3o de desempenho (GD) nos proventos de aposentadoria, bem como a restitui\u00e7\u00e3o \u00e0 parte autora dos valores atrasados respeitando a prescri\u00e7\u00e3o quinquenal.\nA revis\u00e3o ora postulada encontra-se respaldada nos termos da Lei n\u00b0 13.324/2016, especialmente em seu artigo 87 e seguintes.\nO artigo 87 e seguintes da Lei n\u00b0 13.324/2016 preveem os crit\u00e9rios para a incorpora\u00e7\u00e3o da gratifica\u00e7\u00e3o de desempenho nos proventos de aposentadoria dos servidores abrangidos pelos artigos 3\u00ba, 6\u00ba e 6\u00ba-A, da Emenda Constitucional n\u00ba. 41/2003 e artigo 3\u00ba da Emenda Constitucional 47/2005, assim dispondo:\nArt. 87. \u00c9 facultado aos servidores, aos aposentados e aos pensionistas que estejam sujeitos ao disposto nos arts. 3o, 6o ou 6o-A da Emenda Constitucional no 41, de 19 de dezembro de 2003, ou no art. 3o da Emenda Constitucional no 47, de 5 de julho de 2005, optar\n_____________________________________________________________________________________________\nAv. Marechal Floriano Peixoto, 170 8 andar, sala 805, Centro, Curitiba, Paran\u00e1, CEP 80020-090. 41 3224-1328 contato@lacerdaadvogados.adv.br\n\n\f___________________________________________\npela incorpora\u00e7\u00e3o de gratifica\u00e7\u00f5es de desempenho aos proventos de aposentadoria ou de pens\u00e3o, nos termos dos\narts. 88 e 89, relativamente aos seguintes cargos, planos e carreiras:\n(...)\nPar\u00e1grafo \u00fanico. A op\u00e7\u00e3o de que trata o caput somente poder\u00e1 ser exercida se o servidor tiver percebido gratifica\u00e7\u00f5es de desempenho por, no m\u00ednimo, sessenta meses, antes da data da aposentadoria ou da institui\u00e7\u00e3o da pens\u00e3o.\nArt. 88. Os servidores de que trata o art. 87 podem optar, em car\u00e1ter irretrat\u00e1vel, pela incorpora\u00e7\u00e3o de gratifica\u00e7\u00f5es de desempenho aos proventos de aposentadoria ou de pens\u00e3o, nos seguintes termos:\nI - a partir de 1o de janeiro de 2017: 67% (sessenta e sete por cento) do valor referente \u00e0 m\u00e9dia dos pontos da gratifica\u00e7\u00e3o de desempenho recebidos nos \u00faltimos sessenta meses de atividade;\nII - a partir de 1o de janeiro de 2018: 84% (oitenta e quatro por cento) do valor referente \u00e0 m\u00e9dia dos pontos da gratifica\u00e7\u00e3o de desempenho recebidos nos \u00faltimos sessenta meses de atividade; e\nIII - a partir de 1o de janeiro de 2019: o valor integral da m\u00e9dia dos pontos da gratifica\u00e7\u00e3o de desempenho recebidos nos \u00faltimos sessenta meses de atividade.\n\u00a7 1o Para fins de c\u00e1lculo do valor devido, o percentual da m\u00e9dia dos pontos de que tratam os incisos I a III do caput ser\u00e1 aplicado sobre o valor do ponto correspondente ao posicionamento do servidor na tabela remunerat\u00f3ria na data da aposentadoria ou da institui\u00e7\u00e3o da pens\u00e3o, respeitadas as altera\u00e7\u00f5es relativas a posicionamentos decorrentes de legisla\u00e7\u00e3o espec\u00edfica.\n(...)\n\u00a7 5o Eventual diferen\u00e7a entre o valor que o servidor ou o pensionista receberia antes da op\u00e7\u00e3o e o valor decorrente da aplica\u00e7\u00e3o das regras dos incisos I e II do caput ser\u00e1 paga a t\u00edtulo de parcela complementar, de natureza provis\u00f3ria, at\u00e9 a implanta\u00e7\u00e3o das parcelas subsequentes.\nArt. 89. Para as aposentadorias e pens\u00f5es j\u00e1 institu\u00eddas na data de vig\u00eancia desta Lei, a op\u00e7\u00e3o, em car\u00e1ter irretrat\u00e1vel, pela incorpora\u00e7\u00e3o de gratifica\u00e7\u00f5es de desempenho aos proventos nos termos dos incisos I a III do caput do art. 88 dever\u00e1 ser feita da data de entrada em vigor desta Lei at\u00e9 31 de outubro de 2018.\n(...)\n\u00a7 3o Eventual diferen\u00e7a entre o valor que o aposentado ou o pensionista recebia antes da op\u00e7\u00e3o e o valor decorrente da aplica\u00e7\u00e3o das regras dos incisos I e II do caput do art. 88 ser\u00e1 paga a t\u00edtulo de parcela complementar, de natureza provis\u00f3ria, at\u00e9 a implanta\u00e7\u00e3o das\n_____________________________________________________________________________________________\nAv. Marechal Floriano Peixoto, 170 8 andar, sala 805, Centro, Curitiba, Paran\u00e1, CEP 80020-090. 41 3224-1328 contato@lacerdaadvogados.adv.br\n\n\f___________________________________________\nparcelas subsequentes.\nArt. 90. Para fins do disposto no \u00a7 5o do art. 88 e no \u00a7 3o do art. 89, ser\u00e1 considerado o valor do ponto vigente a partir de 1o de janeiro de 2017.\nArt. 91. A op\u00e7\u00e3o de que tratam os arts. 88 e 89 somente ser\u00e1 v\u00e1lida com a assinatura de termo de op\u00e7\u00e3o na forma do Anexo XCVI, que incluir\u00e1 a expressa concord\u00e2ncia do servidor, do aposentado ou do pensionista com:\nI - a forma, os prazos e os percentuais definidos nos arts. 88 e 89;\nII - a ren\u00fancia \u00e0 forma de c\u00e1lculo de incorpora\u00e7\u00e3o da gratifica\u00e7\u00e3o de desempenho reconhecida por decis\u00e3o administrativa; e\nIII - a ren\u00fancia ao direito de pleitear, na via administrativa, quaisquer valores ou vantagens decorrentes da forma de c\u00e1lculo da gratifica\u00e7\u00e3o de desempenho incorporada aos proventos de aposentadoria e pens\u00e3o, exceto em caso de comprovado erro material.\nPar\u00e1grafo \u00fanico. Na hip\u00f3tese de pagamento em duplicidade de valores referentes \u00e0s gratifica\u00e7\u00f5es de desempenho previstas nesta Lei, fica o ente p\u00fablico autorizado a reaver a import\u00e2ncia paga a maior administrativamente, por meio de desconto direto nos proventos.\n\nLogo, os benef\u00edcios dos servidores/inativos incursos nos arts. 3\u00ba, 6\u00ba e 6\u00ba-A, da EC n\u00ba. 41/2003 e art. 3\u00ba da EC 47/2005, devem ser revistos conforme os crit\u00e9rios previstos em lei, uma vez que os benef\u00edcios concedidos visam a substituir, na inatividade, a remunera\u00e7\u00e3o at\u00e9 ent\u00e3o percebida pelo servidor, sendo evidente a rela\u00e7\u00e3o direta existente entre a contribui\u00e7\u00e3o recolhida e o benef\u00edcio a ser auferido pelo segurado.\n\nII)\n\nDA INCORPORA\u00c7\u00c3O DA GRATIFICA\u00c7\u00c3O DE\n\nDESEMPENHO NOS PROVENTOS DE APOSENTADORIA\n\nDOS INATIVOS SOB A \u00c9GIDE DA PARIDADE, DA\n\nINTEGRALIDADE E DA ISONOMIA, E DOS INATIVOS\n\nANTERIORES \u00c0 VIG\u00caNCIA DA EC 41/2003\n\n_____________________________________________________________________________________________\nAv. Marechal Floriano Peixoto, 170 8 andar, sala 805, Centro, Curitiba, Paran\u00e1, CEP 80020-090. 41 3224-1328 contato@lacerdaadvogados.adv.br\n\n\f___________________________________________\nVale aqui um adendo. De forma NENHUMA a Uni\u00e3o Federal poder\u00e1 alegar que as GDs n\u00e3o s\u00e3o extensivas aos inativos por serem pro labore faciendo. Simplesmente porque j\u00e1 o fez, estendeu a integralidade das GDs aos inativos atrav\u00e9s do Termo de Acordo 1/2015, convertido no Projeto de Lei n\u00ba 4250/2015, que originou a Lei n\u00b0 13.324/2016, apenas engendrando um c\u00e1lculo para o recebimento dessas parcelas para os aposentados sob a \u00e9gide das ECs 41 e 47.\nVale lembrar que os inativos anteriores a EC 41/2003 TEM DIREITO A TODAS AS VANTAGENS POSTERIORMENTE CONCEDIDOS AOS SERVIDORES EM ATIVIDADE. Inclusive a ora em quest\u00e3o.\nN\u00c3O H\u00c1 POSSIBILIDADE LEGAL DE HAVER QUALQUER DISTIN\u00c7\u00c3O PARA OS APOSENTADOS ANTERIORES A EC 41/2003.\nAssim, devendo ser respeitadas a integralidade, a isonomia, a paridade, e a necess\u00e1ria correspond\u00eancia entre contribui\u00e7\u00e3o vertidas e o benef\u00edcio auferido, sob pena de enriquecimento sem causa do er\u00e1rio, o c\u00e1lculo dos inativos anteriores a EC 41/2003 deve ser realizado na forma acima descrita, qual seja, mediante o pagamento INTEGRAL da Gratifica\u00e7\u00e3o de Desempenho.\n\nIII)\n\nDO REGIME CONTRIBUTIVO NA MODALIDADE\n\nCAPITALIZA\u00c7\u00c3O COLETIVA\n\nExistem diversos modelos de previd\u00eancia social no mundo e cada pa\u00eds decide a maneira como ir\u00e1 proteger socialmente, os seus trabalhadores.\n_____________________________________________________________________________________________\nAv. Marechal Floriano Peixoto, 170 8 andar, sala 805, Centro, Curitiba, Paran\u00e1, CEP 80020-090. 41 3224-1328 contato@lacerdaadvogados.adv.br\n\n\f___________________________________________\nQuanto ao custeio, os sistemas previdenci\u00e1rios se dividem em contributivos e n\u00e3o contributivos. Essa divis\u00e3o leva em considera\u00e7\u00e3o a fonte de arrecada\u00e7\u00e3o da receita necess\u00e1ria ao desempenho da pol\u00edtica de prote\u00e7\u00e3o social. No sistema contributivo a lei especifica as pessoas que est\u00e3o obrigadas a contribuir para o regime, sendo essas pessoas os potenciais benefici\u00e1rios do regime, seus segurados, ou outras pessoas que a lei determine. No sistema n\u00e3o contributivo n\u00e3o existem pessoas obrigadas a contribuir para o custeio do sistema, o que acontece \u00e9 que uma parte da arrecada\u00e7\u00e3o tribut\u00e1ria geral \u00e9 destinada \u00e0 Previd\u00eancia.\nOutra forma de distin\u00e7\u00e3o entre os sistemas previdenci\u00e1rios \u00e9 quanto \u00e0 forma de utiliza\u00e7\u00e3o dos recursos obtidos. De acordo com a doutrina, o sistema contributivo pode ser enquadrado em duas modalidades, a saber: o de reparti\u00e7\u00e3o, em que as contribui\u00e7\u00f5es descontadas do vencimento do funcion\u00e1rio confundem-se na receita geral, s\u00e3o revers\u00f5es ao Tesouro; e o de capitaliza\u00e7\u00e3o, em que as contribui\u00e7\u00f5es dos segurados (\u00e0s vezes completadas por subven\u00e7\u00f5es do Estado) formam um fundo aut\u00f4nomo para pagamento dos benef\u00edcios.\nO sistema de capitaliza\u00e7\u00e3o admite duas formas: a da capitaliza\u00e7\u00e3o individual, no qual as cotiza\u00e7\u00f5es se creditam \u00e0 conta individual de cada segurado, e a da capitaliza\u00e7\u00e3o coletiva, em que as contribui\u00e7\u00f5es dos segurados, em seu conjunto, s\u00e3o consideradas favorecendo a coletividade segurada.\nA EC 20/98 adotou um regime de previd\u00eancia para os servidores p\u00fablicos, com crit\u00e9rios que preservem o equil\u00edbrio financeiro e atuarial, que mais se aproxima do regime contributivo na modalidade de capitaliza\u00e7\u00e3o. Inexistindo previs\u00e3o normativa de creditamento em contas individuais de cada segurado das contribui\u00e7\u00f5es previdenci\u00e1rias vertidas ao regime, constata-se que foi adotado o sistema de capitaliza\u00e7\u00e3o coletiva. Assim disp\u00f4s o artigo 40, \u00a7 2\u00ba e \u00a7 3\u00ba da Constitui\u00e7\u00e3o Federal, com a reda\u00e7\u00e3o dada pela EC 20/98:\n_____________________________________________________________________________________________\nAv. Marechal Floriano Peixoto, 170 8 andar, sala 805, Centro, Curitiba, Paran\u00e1, CEP 80020-090. 41 3224-1328 contato@lacerdaadvogados.adv.br\n\n\f___________________________________________\nArt. 40 - Aos servidores titulares de cargos efetivos da Uni\u00e3o, dos Estados, do Distrito Federal e dos Munic\u00edpios, inclu\u00eddas suas autarquias e funda\u00e7\u00f5es, \u00e9 assegurado regime de previd\u00eancia de car\u00e1ter contributivo, observados crit\u00e9rios que preservem o equil\u00edbrio financeiro e atuarial e o disposto neste artigo.\n(...)\n\u00a7 2\u00ba - Os proventos de aposentadoria e as pens\u00f5es, por ocasi\u00e3o de sua concess\u00e3o, n\u00e3o poder\u00e3o exceder a remunera\u00e7\u00e3o do respectivo servidor, no cargo efetivo em que se deu a aposentadoria ou que serviu de refer\u00eancia para a concess\u00e3o da pens\u00e3o.\n\u00a7 3\u00ba - Os proventos de aposentadoria, por ocasi\u00e3o da sua concess\u00e3o, ser\u00e3o calculados com base na remunera\u00e7\u00e3o do servidor no cargo efetivo em que se der a aposentadoria e, na forma da lei, corresponder\u00e3o \u00e0 totalidade da remunera\u00e7\u00e3o.\nTais determina\u00e7\u00f5es, contidas nas normas acima transcritas, por certo, demonstram que os benef\u00edcios concedidos visam a substituir, na inatividade, a remunera\u00e7\u00e3o at\u00e9 ent\u00e3o percebida pelo servidor, tornando evidente a rela\u00e7\u00e3o direta existente entre a contribui\u00e7\u00e3o recolhida e o benef\u00edcio a ser auferido pelo segurado.\nNeste tra\u00e7ado dos aspectos constitucionais do regime previdenci\u00e1rio dos servidores p\u00fablicos, releva notar que o \u00a7\u00ba12, do artigo 40 da Constitui\u00e7\u00e3o Federal na reda\u00e7\u00e3o ainda da EC 20/98, disp\u00f4s que:\nArt. 40 - Aos servidores titulares de cargos efetivos da Uni\u00e3o, dos Estados, do Distrito Federal e dos Munic\u00edpios, inclu\u00eddas suas autarquias e funda\u00e7\u00f5es, \u00e9 assegurado regime de previd\u00eancia de car\u00e1ter contributivo, observados crit\u00e9rios que preservem o equil\u00edbrio financeiro e atuarial e o disposto neste artigo.\n(...)\n\u00a7 12 - Al\u00e9m do disposto neste artigo, o regime de previd\u00eancia dos servidores p\u00fablicos titulares de cargo efetivo observar\u00e1, no que couber, os requisitos e crit\u00e9rios fixados para o regime geral de previd\u00eancia social. (negritou-se e grifou-se)\n_____________________________________________________________________________________________\nAv. Marechal Floriano Peixoto, 170 8 andar, sala 805, Centro, Curitiba, Paran\u00e1, CEP 80020-090. 41 3224-1328 contato@lacerdaadvogados.adv.br\n\n\f___________________________________________\nAs normas constitucionais do Regime Geral de Previd\u00eancia\nSocial preceituam quanto \u00e0 rela\u00e7\u00e3o entre custeio e benef\u00edcio que:\nArt. 201. A previd\u00eancia social ser\u00e1 organizada sob a forma de regime geral, de car\u00e1ter contributivo e de filia\u00e7\u00e3o obrigat\u00f3ria, observados crit\u00e9rios que preservem o equil\u00edbrio financeiro e atuarial, e atender\u00e1, nos termos da lei, a: (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Emenda Constitucional n\u00ba 20, de 1998) I - cobertura dos eventos de doen\u00e7a, invalidez, morte e idade avan\u00e7ada; (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Emenda Constitucional n\u00ba 20, de 1998) II - prote\u00e7\u00e3o \u00e0 maternidade, especialmente \u00e0 gestante; (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Emenda Constitucional n\u00ba 20, de 1998) III - prote\u00e7\u00e3o ao trabalhador em situa\u00e7\u00e3o de desemprego involunt\u00e1rio; (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Emenda Constitucional n\u00ba 20, de 1998) IV - sal\u00e1rio-fam\u00edlia e aux\u00edlio-reclus\u00e3o para os dependentes dos segurados de baixa renda; (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Emenda Constitucional n\u00ba 20, de 1998) V - pens\u00e3o por morte do segurado, homem ou mulher, ao c\u00f4njuge ou companheiro e dependentes, observado o disposto no \u00a7 2\u00ba. (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Emenda Constitucional n\u00ba 20, de 1998)\n(...)\n\u00a7 2\u00ba Nenhum benef\u00edcio que substitua o sal\u00e1rio de contribui\u00e7\u00e3o ou o rendimento do trabalho do segurado ter\u00e1 valor mensal inferior ao sal\u00e1rio m\u00ednimo. (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Emenda Constitucional n\u00ba 20, de 1998).\n\u00a7 3\u00ba Todos os sal\u00e1rios de contribui\u00e7\u00e3o considerados para o c\u00e1lculo de benef\u00edcio ser\u00e3o devidamente atualizados, na forma da lei. (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Emenda Constitucional n\u00ba 20, de 1998) (...)\n\u00a7 11. Os ganhos habituais do empregado, a qualquer t\u00edtulo, ser\u00e3o incorporados ao sal\u00e1rio para efeito de contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria e consequente repercuss\u00e3o em benef\u00edcios,\nnos casos e na forma da lei. (Inclu\u00eddo dada pela Emenda Constitucional n\u00ba 20, de 1998) (negritou-se e grifou-se)\nReal\u00e7ando ainda mais esta compreens\u00e3o, decorrente de\ninterpreta\u00e7\u00e3o l\u00f3gico-sistem\u00e1tica, de que as contribui\u00e7\u00f5es vertidas pelos servidores\np\u00fablicos ao Regime Pr\u00f3prio de Previd\u00eancia Social guardam necess\u00e1ria\ncorrespond\u00eancia com os benef\u00edcios e servi\u00e7os que lhe s\u00e3o oferecidos pelo regime, o\n\u00a7 5\u00b0 do artigo 195 da Constitui\u00e7\u00e3o Federal, na reda\u00e7\u00e3o da EC 20/98, disp\u00f4s que:\n_____________________________________________________________________________________________\nAv. Marechal Floriano Peixoto, 170 8 andar, sala 805, Centro, Curitiba, Paran\u00e1, CEP 80020-090. 41 3224-1328 contato@lacerdaadvogados.adv.br\n\n\f___________________________________________\nArt. 195. A seguridade social ser\u00e1 financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos or\u00e7amentos da Uni\u00e3o, dos Estados, do Distrito Federal e dos Munic\u00edpios, e das seguintes contribui\u00e7\u00f5es sociais: (...)\n\u00a7 5\u00ba Nenhum benef\u00edcio ou servi\u00e7o da seguridade social poder\u00e1 ser criado, majorado ou estendido sem a correspondente fonte de custeio total. (negritou-se)\nDiante das disposi\u00e7\u00f5es da EC 20/98, conclui-se que h\u00e1 uma correla\u00e7\u00e3o direta entre as parcelas que comp\u00f5em a base de c\u00e1lculo da contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria devida por cada servidor p\u00fablico e aquelas que integrar\u00e3o os seus futuros e correspondentes proventos na inatividade, bem como a pens\u00e3o eventualmente institu\u00edda em favor dos dependentes.\nCom o advento da EC 41/03, n\u00e3o houve inova\u00e7\u00e3o relativamente ao sistema contributivo de capitaliza\u00e7\u00e3o coletiva adotado pela EC 20/98. Ao contr\u00e1rio, pela leitura do texto constitucional, j\u00e1 alterado pela referida emenda, percebe-se uma acentua\u00e7\u00e3o na correla\u00e7\u00e3o existente entre custeio e benef\u00edcio (art. 40, \u00a7 3\u00ba), compreendendo-se o princ\u00edpio da solidariedade, ent\u00e3o acrescido, como um postulado normativo mediante o qual os servidores inativos, pensionistas e os entes p\u00fablicos passariam a contribuir para o regime de previd\u00eancia, em comunh\u00e3o de esfor\u00e7os com os servidores ativos, no intuito de manter a higidez e liquidez do fundo.\nAli\u00e1s, a leitura das normas constitucionais que disciplinam o sal\u00e1rio de contribui\u00e7\u00e3o dos servidores p\u00fablicos deixa patente esta correla\u00e7\u00e3o (remunera\u00e7\u00e3o da ativa = proventos da inatividade), para aqueles servidores que ingressaram no regime antes da EC 41/03:\n_____________________________________________________________________________________________\nAv. Marechal Floriano Peixoto, 170 8 andar, sala 805, Centro, Curitiba, Paran\u00e1, CEP 80020-090. 41 3224-1328 contato@lacerdaadvogados.adv.br\n\n\f___________________________________________\nArt. 40. Aos servidores titulares de cargos efetivos da Uni\u00e3o, dos Estados, do Distrito Federal e dos Munic\u00edpios, inclu\u00eddas suas autarquias e funda\u00e7\u00f5es, \u00e9 assegurado regime de previd\u00eancia de car\u00e1ter contributivo e solid\u00e1rio, mediante contribui\u00e7\u00e3o do respectivo ente p\u00fablico, dos servidores ativos e inativos e dos pensionistas, observados crit\u00e9rios que preservem o equil\u00edbrio financeiro e atuarial e o disposto neste artigo. (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Emenda Constitucional n\u00ba 41, 19.12.2003)\n\u00a7 1\u00ba Os servidores abrangidos pelo regime de previd\u00eancia de que trata este artigo ser\u00e3o aposentados, calculados os seus proventos a partir dos valores fixados na forma dos \u00a7\u00a7 3\u00ba e 17: (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Emenda Constitucional n\u00ba 41, 19.12.2003);\n(...)\n\u00a7 2\u00ba - Os proventos de aposentadoria e as pens\u00f5es, por ocasi\u00e3o de sua concess\u00e3o, n\u00e3o poder\u00e3o exceder a remunera\u00e7\u00e3o do respectivo servidor, no cargo efetivo em que se deu a aposentadoria ou que serviu de refer\u00eancia para a concess\u00e3o da pens\u00e3o. (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Emenda Constitucional n\u00ba 20, de 15/12/98)\n\u00a7 3\u00ba Para o c\u00e1lculo dos proventos de aposentadoria, por ocasi\u00e3o da sua concess\u00e3o, ser\u00e3o consideradas as remunera\u00e7\u00f5es utilizadas como base para as contribui\u00e7\u00f5es do servidor aos regimes de previd\u00eancia de que tratam este artigo e o art. 201, na forma da lei. (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Emenda Constitucional n\u00ba 41, 19.12.2003)\n(...)\n\u00a7 17. Todos os valores de remunera\u00e7\u00e3o considerados para o c\u00e1lculo do benef\u00edcio previsto no \u00a7 3\u00b0 ser\u00e3o devidamente atualizados, na forma da lei. (Inclu\u00eddo pela Emenda Constitucional n\u00ba 41, 19.12.2003)\n\u00a7 18. Incidir\u00e1 contribui\u00e7\u00e3o sobre os proventos de aposentadorias e pens\u00f5es concedidas pelo regime de que trata este artigo que superem o limite m\u00e1ximo estabelecido para os benef\u00edcios do regime geral de previd\u00eancia social de que trata o art. 201, com percentual igual ao estabelecido para os servidores titulares de cargos efetivos. (Inclu\u00eddo pela Emenda Constitucional n\u00ba 41, 19.12.2003)\nConforme se depreende dos dispositivos constitucionais em\napre\u00e7o, conclui-se que os benef\u00edcios concedidos visam a substituir, na inatividade, a\nremunera\u00e7\u00e3o at\u00e9 ent\u00e3o percebida pelo servidor, tornando-se clara a rela\u00e7\u00e3o\nexistente entre a contribui\u00e7\u00e3o recolhida e o benef\u00edcio a ser auferido pelo segurado.\n_____________________________________________________________________________________________\nAv. Marechal Floriano Peixoto, 170 8 andar, sala 805, Centro, Curitiba, Paran\u00e1, CEP 80020-090. 41 3224-1328 contato@lacerdaadvogados.adv.br\n\n\f___________________________________________\n\nIV)\n\nDO ENTEDIMENTO JURISPRUDENCIAL CONSOLIDADO\n\nSOBRE A CORRELA\u00c7\u00c3O ENTRE CUSTO E BENEF\u00cdCIO\n\nMANIFESTA\u00c7\u00c3O DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL \u2013\n\nADINMC 2.010/DF\n\nA mat\u00e9ria n\u00e3o escapou da avalia\u00e7\u00e3o do Supremo Tribunal Federal, ao apreciar a constitucionalidade da Lei 9.783/99 na ADINMC 2.010/DF, de relatoria do Ministro Celso de Mello, cujo ac\u00f3rd\u00e3o restou ementado nos seguintes termos:\n\nEMENTA: SERVIDORES P\u00daBLICOS FEDERAIS - CONTRIBUI\u00c7\u00c3O DE SEGURIDADE SOCIAL - LEI N\u00ba 9.783/99 - ARG\u00dcI\u00c7\u00c3O DE INCONSTITUCIONALIDADE FORMAL E MATERIAL DESSE DIPLOMA LEGISLATIVO - RELEV\u00c2NCIA JUR\u00cdDICA DA TESE PERTINENTE \u00c0 N\u00c3O-INCID\u00caNCIA DA CONTRIBUI\u00c7\u00c3O DE SEGURIDADE SOCIAL SOBRE SERVIDORES INATIVOS E PENSIONISTAS DA UNI\u00c3O FEDERAL (CF, ART. 40, CAPUT, E RESPECTIVO \u00a7 12, C/C O ART. 195, II, NA REDA\u00c7\u00c3O DADA PELA EC N\u00ba 20/98) - AL\u00cdQUOTAS PROGRESSIVAS - ESCALA DE PROGRESSIVIDADE DOS ADICIONAIS TEMPOR\u00c1RIOS (ART. 2\u00ba DA LEI N\u00ba 9.783/99) - ALEGA\u00c7\u00c3O DE OFENSA AO PRINC\u00cdPIO QUE VEDA A TRIBUTA\u00c7\u00c3O CONFISCAT\u00d3RIA (CF, ART. 150, IV) E DE DESCARACTERIZA\u00c7\u00c3O DA FUN\u00c7\u00c3O CONSTITUCIONAL INERENTE \u00c0 CONTRIBUI\u00c7\u00c3O DE SEGURIDADE SOCIAL PLAUSIBILIDADE JUR\u00cdDICA - MEDIDA CAUTELAR DEFERIDA EM PARTE. PRINC\u00cdPIO DA IRREPETIBILIDADE DOS PROJETOS REJEITADOS NA MESMA SESS\u00c3O LEGISLATIVA (CF, ART. 67) MEDIDA PROVIS\u00d3RIA REJEITADA PELO CONGRESSO NACIONAL - POSSIBILIDADE DE APRESENTA\u00c7\u00c3O DE PROJETO DE LEI, PELO PRESIDENTE DA REP\u00daBLICA, NO IN\u00cdCIO DO ANO SEGUINTE \u00c0QUELE EM QUE SE DEU A REJEI\u00c7\u00c3O\nPARLAMENTAR DA MEDIDA PROVIS\u00d3RIA. (...) O REGIME CONTRIBUTIVO \u00c9, POR ESS\u00caNCIA, UM REGIME DE CAR\u00c1TER EMINENTEMENTE RETRIBUTIVO. A QUEST\u00c3O DO EQUIL\u00cdBRIO ATUARIAL (CF, ART. 195, \u00a7 5\u00ba). CONTRIBUI\u00c7\u00c3O DE SEGURIDADE SOCIAL SOBRE PENS\u00d5ES E PROVENTOS: AUS\u00caNCIA DE CAUSA SUFICIENTE. - Sem causa suficiente, n\u00e3o se justifica a institui\u00e7\u00e3o (ou a majora\u00e7\u00e3o) da contribui\u00e7\u00e3o de seguridade social, pois, no regime de previd\u00eancia de car\u00e1ter contributivo, deve haver, necessariamente, correla\u00e7\u00e3o entre custo e benef\u00edcio. A exist\u00eancia de estrita vincula\u00e7\u00e3o causal entre contribui\u00e7\u00e3o e benef\u00edcio p\u00f5e em evid\u00eancia a corre\u00e7\u00e3o\nda f\u00f3rmula segundo a qual n\u00e3o pode haver\ncontribui\u00e7\u00e3o sem benef\u00edcio, nem benef\u00edcio sem _____________________________________________________________________________________________\nAv. Marechal Floriano Peixoto, 170 8 andar, sala 805, Centro, Curitiba, Paran\u00e1, CEP 80020-090. 41 3224-1328 contato@lacerdaadvogados.adv.br\n\n\f___________________________________________\ncontribui\u00e7\u00e3o. Doutrina. Precedente do STF. A CONTRIBUI\u00c7\u00c3O DE\nSEGURIDADE SOCIAL DOS SERVIDORES P\u00daBLICOS EM ATIVIDADE CONSTITUI MODALIDADE DE TRIBUTO VINCULADO. - A contribui\u00e7\u00e3o de seguridade social, devida por servidores p\u00fablicos em atividade, configura modalidade de contribui\u00e7\u00e3o social, qualificando-se como esp\u00e9cie tribut\u00e1ria de car\u00e1ter vinculado, constitucionalmente destinada ao custeio e ao financiamento do regime de previd\u00eancia dos servidores p\u00fablicos titulares de cargo efetivo. Precedentes. (...) (ADI 2010 MC, Relator(a): Min. CELSO DE MELLO, Tribunal Pleno, julgado em 30/09/1999, DJ 12-04-2002 PP-00051\nEMENT VOL-02064-01 PP-00086). (negritou-se e grifou-se)\n\nV)\n\nMANIFESTA\u00c7\u00c3O DA TURMA NACIONAL DE\n\nUNIFORMIZA\u00c7\u00c3O DOS JUIZADOS ESPECIAIS FEDERAIS\n\nSeguindo o posicionamento adotado pelo Supremo Tribunal\nFederal, a Turma de Uniformiza\u00e7\u00e3o dos Juizados Especiais Federais manifestou o\nentendimento de que o regime de previd\u00eancia para os servidores p\u00fablicos adotou o\nsistema de capitaliza\u00e7\u00e3o coletiva, sendo evidente a rela\u00e7\u00e3o direta existente entre a\ncontribui\u00e7\u00e3o recolhida e benef\u00edcio a ser auferido:\nPEDIDO DE UNIFORMIZA\u00c7\u00c3O INTERPOSTO PELA PARTE AUTORA. ADMINISTRATIVO. GRATIFICA\u00c7\u00c3O DE DESEMPENHO DO PLANO GERAL DE CARGOS DO PODER EXECUTIVO GDPGPE. SERVIDOR P\u00daBLICO DA ATIVA. PLANO DE SEGURIDADE SOCIAL DO SERVIDOR - PSS. INCID\u00caNCIA DE CONTRIBUI\u00c7\u00c3O PREVIDENCI\u00c1RIA. LIMITA\u00c7\u00c3O \u00c0 PARCELA\nINCORPOR\u00c1VEL NA APOSENTADORIA. \u201cN\u00c3O H\u00c1 CONTRIBUI\u00c7\u00c3O SEM BENEF\u00cdCIO NEM BENEF\u00cdCIO SEM CONTRIBUI\u00c7\u00c3O (STF - ADC 8 MC; ADI 2.010)\u201d. INCIDENTE CONHECIDO E PROVIDO. (...) Com o advento da Emenda Constitucional n\u00ba 20, em 15 de dezembro de 1998, o sistema de previd\u00eancia dos servidores p\u00fablicos passou por sens\u00edveis altera\u00e7\u00f5es, sendo relevante anotar a clara op\u00e7\u00e3o constituinte pelo regime contributivo na modalidade de capitaliza\u00e7\u00e3o, notadamente pela institui\u00e7\u00e3o de um regime de previd\u00eancia de car\u00e1ter contributivo e com crit\u00e9rios que preservassem o equil\u00edbrio financeiro e atuarial (art. 40, caput) (...) 16. De acordo com a doutrina o sistema contributivo pode ser enquadrado em duas modalidades, a saber: \u201c(...) o de reparti\u00e7\u00e3o (cash system; syst\u00e8me de la repartition), em que as contribui\u00e7\u00f5es descontadas do vencimento do funcion\u00e1rio confundem-se na receita geral, s\u00e3o revers\u00f5es ao Tesouro; e o de capitaliza\u00e7\u00e3o (actuarial system; syst\u00e9me de la capitalisation), em que as\n_____________________________________________________________________________________________\nAv. Marechal Floriano Peixoto, 170 8 andar, sala 805, Centro, Curitiba, Paran\u00e1, CEP 80020-090. 41 3224-1328 contato@lacerdaadvogados.adv.br\n\n\f___________________________________________\ncontribui\u00e7\u00f5es dos segurados (\u00e0s vezes completadas por subven\u00e7\u00f5es do Estado) formam um fundo aut\u00f4nomo para pagamento dos benef\u00edcios. (...) Aprofundando o tema, em especial\no sistema de capitaliza\u00e7\u00e3o, Feij\u00f3 Coimbra leciona que por este sistema: \u201c(...) s\u00e3o colocadas em reserva as cotiza\u00e7\u00f5es dos segurados, durante um per\u00edodo que se pretende mais ou menos longo, para que o capital se acumule. Dito capital, posto a juros, dever\u00e1 transmitir, no futuro, o pagamento das presta\u00e7\u00f5es que ao segurado sejam devidas. Tanto mais vantajoso ser\u00e1 o sistema, quanto mais alongado o per\u00edodo dessa acumula\u00e7\u00e3o, pois a renda do capital permitir\u00e1, por defini\u00e7\u00e3o, o\nacr\u00e9scimo das presta\u00e7\u00f5es. Dito sistema admite duas formas: a da capitaliza\u00e7\u00e3o individual, no qual as cotiza\u00e7\u00f5es se creditam \u00e0 conta individual de cada segurado, e a da capitaliza\u00e7\u00e3o coletiva, em que as contribui\u00e7\u00f5es dos segurados, em seu conjunto, s\u00e3o consideradas favorecendo a coletividade segurada. A capitaliza\u00e7\u00e3o inspira-se\nem t\u00e9cnicas de seguro e poupan\u00e7a, acentuando sua filia\u00e7\u00e3o aos sistemas por que funcionam os seguros privados. O esfor\u00e7o de cada indiv\u00edduo e de cada gera\u00e7\u00e3o conflui para a realiza\u00e7\u00e3o de fundos que, administrados de maneira correta, permitiriam a entrega das presta\u00e7\u00f5es no devido tempo. (...)\u201d (in Direito Previdenci\u00e1rio Brasileiro, Edi\u00e7\u00f5es Trabalhistas, Rio de Janeiro, 1999, p\u00e1g. 235). Resta claro,\nportanto, que a EC n. 20/98 adotou um regime de previd\u00eancia para os servidores p\u00fablicos, com crit\u00e9rios que preservem o equil\u00edbrio financeiro e atuarial, que mais se aproxima do regime contributivo na modalidade de capitaliza\u00e7\u00e3o. 17. Por\noutro lado, inexistindo previs\u00e3o normativa de creditamento em contas individuais de cada segurado das contribui\u00e7\u00f5es previdenci\u00e1rias\nvertidas ao regime, constata-se que foi adotado o sistema de capitaliza\u00e7\u00e3o coletiva. (...) Tais determina\u00e7\u00f5es, por certo, demonstram que os benef\u00edcios concedidos visam a substituir, na inatividade, a remunera\u00e7\u00e3o at\u00e9 ent\u00e3o percebida pelo servidor, tornando evidente a rela\u00e7\u00e3o direta existente entre a contribui\u00e7\u00e3o recolhida e o benef\u00edcio a ser auferido pelo segurado. (...) \u201dNeste tra\u00e7ado dos aspectos constitucionais do regime previdenci\u00e1rio dos servidores p\u00fablicos, releva notar que o \u00a7 12 do art. 40 da CF/88, na reda\u00e7\u00e3o ainda da EC 20/98, disp\u00f4s que \u201cAl\u00e9m do disposto neste artigo, o regime de previd\u00eancia dos servidores p\u00fablicos titulares de cargo efetivo observar\u00e1, no que couber, os requisitos e crit\u00e9rios fixados para o regime geral de previd\u00eancia social\u201d. Negritei. E as normas constitucionais do Regime Geral de Previd\u00eancia Social preceituam quanto \u00e0 rela\u00e7\u00e3o entre custeio e benef\u00edcio que: (...) Real\u00e7ando ainda mais esta compreens\u00e3o, decorrente de interpreta\u00e7\u00e3o l\u00f3gico-sistem\u00e1tica, de que as contribui\u00e7\u00f5es vertidas pelos servidores p\u00fablicos ao RPPS guardam necess\u00e1ria correspond\u00eancia com os benef\u00edcios e servi\u00e7os que lhe s\u00e3o oferecidos pelo regime, o \u00a7 5\u00b0 do\n_____________________________________________________________________________________________\nAv. Marechal Floriano Peixoto, 170 8 andar, sala 805, Centro, Curitiba, Paran\u00e1, CEP 80020-090. 41 3224-1328 contato@lacerdaadvogados.adv.br\n\n\f___________________________________________\nart. 195 da CF/88, na reda\u00e7\u00e3o da EC 20/98, disp\u00f4s que \u201cNenhum benef\u00edcio ou servi\u00e7o da seguridade social poder\u00e1 ser criado, majorado ou estendido sem a correspondente fonte de custeio total\u201d. 18. Com efeito, e diante da tessitura\nconstitucional plasmada pela EC 20/98, tem-se por imperiosa a\nconclus\u00e3o de que h\u00e1 uma correla\u00e7\u00e3o direta entre as parcelas que comp\u00f5em a base de c\u00e1lculo da contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria devida por cada servidor p\u00fablico e aquelas que integrar\u00e3o os seus futuros e correspondentes proventos na inatividade, bem como a pens\u00e3o eventualmente institu\u00edda em favor dos dependentes. (...) Esta compreens\u00e3o da mat\u00e9ria n\u00e3o escapou da arguta avalia\u00e7\u00e3o do C. STF, quando julgou a constitucionalidade da pr\u00f3pria EC 20/98 na ADI n. 2.010, rel. Eminente Ministro Celso de Mello, em cujo ac\u00f3rd\u00e3o restou lapidarmente pontuado: \u201c(...) O REGIME CONTRIBUTIVO \u00c9, POR ESS\u00caNCIA, UM REGIME DE CAR\u00c1TER EMINENTEMENTE RETRIBUTIVO. A QUEST\u00c3O DO\nEQUIL\u00cdBRIO ATUARIAL (CF, ART. 195, \u00a7 5\u00ba). CONTRIBUI\u00c7\u00c3O DE SEGURIDADE SOCIAL SOBRE PENS\u00d5ES E PROVENTOS: AUS\u00caNCIA DE CAUSA SUFICIENTE. - Sem causa suficiente, n\u00e3o se justifica a institui\u00e7\u00e3o (ou a majora\u00e7\u00e3o) da contribui\u00e7\u00e3o de seguridade\nsocial, pois, no regime de previd\u00eancia de car\u00e1ter contributivo, deve haver, necessariamente, correla\u00e7\u00e3o entre custo e benef\u00edcio. A exist\u00eancia de estrita vincula\u00e7\u00e3o causal entre contribui\u00e7\u00e3o e benef\u00edcio p\u00f5e em evid\u00eancia a corre\u00e7\u00e3o da f\u00f3rmula segundo a qual n\u00e3o pode haver contribui\u00e7\u00e3o sem benef\u00edcio, nem benef\u00edcio sem contribui\u00e7\u00e3o. Doutrina. Precedente do STF. (...)\n\u201c(ADI 2010 MC, Relator(a): Min. CELSO DE MELLO, Tribunal Pleno, julgado em 30/09/1999, DJ 12-04-2002 PP-00051 EMENT VOL-0206401 PP-00086) 19. Em decorr\u00eancia deste precedente da Corte, verdadeiro leading case, o C. STF passou a firmar s\u00f3lida jurisprud\u00eancia no sentido de que somente as parcelas incorpor\u00e1veis ao sal\u00e1rio do servidor sofrem a incid\u00eancia da contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria. (...) No \u00e2mbito do TCU, em rela\u00e7\u00e3o aos servidores da casa, aquela corte de contas firmou no AC\u00d3RD\u00c3O N\u00ba 1.967/2004 \u2013 TCU \u2013 Plen\u00e1rio, o seguinte precedente: (...) 20. Pois bem, tecidas essas longas considera\u00e7\u00f5es, entendo que o caso deve ser analisado \u00e0 luz dos princ\u00edpios constitucionais, nomeadamente os princ\u00edpios da contributividade e da solidariedade, este inserido ao texto pela EC n.\n41/2003, do regime previdenci\u00e1rio dos servidores p\u00fablicos. 21. Com o advento da Emenda Constitucional n\u00ba 41, de 19 de dezembro de 2003, entendo que esta n\u00e3o trouxe qualquer inova\u00e7\u00e3o no que pertine ao sistema contributivo de capitaliza\u00e7\u00e3o coletiva adotado pela Emenda Constitucional n\u00ba 20, de 15 de dezembro de 1998. Ao contr\u00e1rio, pela leitura do texto constitucional, j\u00e1 alterado pela referida emenda, percebe-se uma acentua\u00e7\u00e3o na correla\u00e7\u00e3o existente entre\n_____________________________________________________________________________________________\nAv. Marechal Floriano Peixoto, 170 8 andar, sala 805, Centro, Curitiba, Paran\u00e1, CEP 80020-090. 41 3224-1328 contato@lacerdaadvogados.adv.br\n\n\f___________________________________________\ncusteio e benef\u00edcio (art. 40, \u00a7 3\u00ba), compreendendo-se o princ\u00edpio\nda solidariedade, ent\u00e3o acrescido, como um postulado normativo mediante o qual os servidores inativos, pensionistas e os entes p\u00fablicos passariam a contribuir para o regime de previd\u00eancia, em comunh\u00e3o de esfor\u00e7os com o servidores ativos, no intuito de manter a higidez e liquidez do fundo. Ali\u00e1s, a leitura das normas constitucionais que disciplinam o sal\u00e1rio de contribui\u00e7\u00e3o dos servidores p\u00fablicos deixa patente esta correla\u00e7\u00e3o (remunera\u00e7\u00e3o da ativa = proventos da inatividade), para aqueles servidores que ingressaram no regime antes da EC 41/03, verbis: (...) Referida lei foi revogada pela Lei n. 10.887/04, a qual disp\u00f5e em seu artigo 4\u00ba da Lei 10.887/04 acerca da contribui\u00e7\u00e3o social do servidor p\u00fablico dos Poderes da Uni\u00e3o e define como base de c\u00e1lculo: \u201c(...) o vencimento do cargo efetivo, acrescido das vantagens pecuni\u00e1rias permanentes estabelecidas em lei, os adicionais de car\u00e1ter individual ou quaisquer outras vantagens\u201d. (...) Nos dizeres do eminente Ministro do STF e festejado professor de Direito Constitucional Luiz Roberto Barroso, o fato de n\u00e3o haver uma rigidez absoluta entre os conceitos de valor da remunera\u00e7\u00e3o-decontribui\u00e7\u00e3o e o que se reverte em benef cios \u201c(...) n\u00e3o significa, contudo, que o legislador disponha de liberdade absoluta para formatar o sistema segundo quaisquer crit rios de conveni ncia. Em\nvez disso, h\u00e1 pelo menos dois limites principais sua atua\u00e7\u00e3o. Em primeiro lugar, a falta de uma comutatividade absoluta ou r\u00edgida entre contribui\u00e7 es e benef\u00edcios n\u00e3o significa que a correspond\u00eancia possa ser inteiramente despre ada. Ao contr\u00e1rio, a Constitui\u00e7\u00e3o dei a claro que os sal\u00e1rios de contribui\u00e7\u00e3o comp em a base de c\u00e1lculo para a defini\u00e7\u00e3o das presta\u00e7 es previdenci\u00e1rias e que estes, assim como os pr prios benef\u00edcios resultantes, devem ser atuali ados a fim de que preservem a sua e press\u00e3o econ\u00f4mica. (...) Portanto, o regime previdenci\u00e1rio do servidor p\u00fablico exige que haja proporcionalidade entre contribui\u00e7\u00e3o e benef\u00edcio: \u201cn\u00e3o h\u00e1 contribui\u00e7\u00e3o sem benef\u00edcio nem benef\u00edcio sem contribui\u00e7\u00e3o\u201d (STF \u2013 ADI 2.010). (...) Nesta\nsenda, a meu sentir, padece do v\u00edcio de inconstitucionalidade a disposi\u00e7\u00e3o contida no \u00a7 2\u00b0, do art. 4\u00b0, da Lei n\u00b0 10.887/04, na reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n. 12.688/12, no que prev\u00ea a possibilidade-faculdade de inclus\u00e3o pelo servidor p\u00fablico de parcelas remunerat\u00f3rias que n\u00e3o podem ser incorporadas aos proventos da aposentadoria, como \u00e9 o caso da parcela n\u00e3o incorpor\u00e1vel da Gratifica\u00e7\u00e3o de Desempenho em quest\u00e3o, para fins de c\u00e1lculo do benef\u00edcio previdenci\u00e1rio futuro (...) 27. Ante o exposto, CONHE\u00c7O do presente Pedido de Uniformiza\u00e7\u00e3o para, no m\u00e9rito, DAR-LHE PROVIMENTO para firmar a tese de que a incid\u00eancia de contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria do servidor p\u00fablico federal (PSS) limita-se \u00e0 parcela da Gratifica\u00e7\u00e3o de Desempenho do Plano Geral de Cargos do Poder Executivo \u2013 GDPGPE incorpor\u00e1vel aos proventos de aposentadoria e pens\u00e3o. Determino o retorno dos autos \u00e0 origem para adequar seu julgado ao que aqui restou decidido e, consequentemente, julgar a pretens\u00e3o de direito material deduzida \u00e0 luz da tese jur\u00eddica ora definida. \u00c9 COMO VOTO.\n_____________________________________________________________________________________________\nAv. Marechal Floriano Peixoto, 170 8 andar, sala 805, Centro, Curitiba, Paran\u00e1, CEP 80020-090. 41 3224-1328 contato@lacerdaadvogados.adv.br\n\n\f___________________________________________\n(PEDILEF 05033297420134058101, JU\u00cdZA FEDERAL ANGELA CRISTINA MONTEIRO, TNU, DOU 05/02/2016 P\u00c1GINAS 221/329.) (negritou-se e grifou-se)\n\nVI)\n\nMANIFESTA\u00c7\u00c3O DO TRIBUNAL DE CONTAS DA UNI\u00c3O\n\nNo \u00e2mbito do Tribunal de Contas da Uni\u00e3o, em rela\u00e7\u00e3o aos\nservidores da casa, a corte de contas firmou no Ac\u00f3rd\u00e3o n\u00ba. 1.967/2004 \u2013 TCU \u2013\nPlen\u00e1rio, o seguinte precedente:\nAC\u00d3RD\u00c3O N\u00ba 1.967/2004 \u2013 TCU \u2013 Plen\u00e1rio 1. Processo: TC-015.336/2004-9 2. Grupo: II Classe: VII \u2013 Administrativo. 3. Unidade: Tribunal de Contas da Uni\u00e3o. 4. Interessada: Secretaria-Geral de Administra\u00e7\u00e3o (Segedam). 5. Relator: Ministro-Substituto Augusto Sherman Cavalcanti. 6. Representante do Minist\u00e9rio P\u00fablico: Procurador-Geral Lucas Rocha Furtado. 7. Unidade T\u00e9cnica: Conjur. 8. Advogado constitu\u00eddo nos autos: n\u00e3o atuou. 9. Ac\u00f3rd\u00e3o:Vistos, relatados e discutidos estes autos de Representa\u00e7\u00e3o formulada pela Secretaria-Geral de Administra\u00e7\u00e3o (Segedam), ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da Uni\u00e3o, reunidos em Sess\u00e3o Plen\u00e1ria, diante das raz\u00f5es expostas pelo relator, em: 9.1. conhecer da presente Representa\u00e7\u00e3o para firmar entendimento no sentido de que a parcela da Gratifica\u00e7\u00e3o de Desempenho que exceder o percentual m\u00ednimo estabelecido em Resolu\u00e7\u00e3o assegurado aos servidores inativos e pensionistas desta Corte n\u00e3o deve integrar a base de incid\u00eancia da contribui\u00e7\u00e3o para o Plano de Seguridade Social do Servidor P\u00fablico Civil da Uni\u00e3o; e 9.2. autorizar a Presid\u00eancia do Tribunal a restituir os valores descontados da remunera\u00e7\u00e3o dos servidores em desacordo com o entendimento disposto no item 9.1. deste ac\u00f3rd\u00e3o, devidamente corrigidos monetariamente. 10. Ata n\u00ba 43/2004 \u2013 Plen\u00e1rio 11. Data da Sess\u00e3o: 1\u00ba/12/2004 \u2013 Extraordin\u00e1ria de Car\u00e1ter Reservado 12. Especifica\u00e7\u00e3o do qu\u00f3rum: 12.1. Ministros presentes: Valmir Campelo (Presidente), Marcos Vinicios Vila\u00e7a, Adylson Motta, Walton Alencar Rodrigues, Guilherme Palmeira, Ubiratan Aguiar e os Ministros-Substitutos Lincoln Magalh\u00e3es da Rocha e Augusto Sherman Cavalcanti (Relator). 12.2. Auditor presente: Marcos Bemquerer Costa.\n(...)\n\n_____________________________________________________________________________________________\nAv. Marechal Floriano Peixoto, 170 8 andar, sala 805, Centro, Curitiba, Paran\u00e1, CEP 80020-090. 41 3224-1328 contato@lacerdaadvogados.adv.br\n\n\f___________________________________________\n13. Ao que se tem, ap\u00f3s o advento da Emenda Constitucional n\u00ba 20/98, o regime de previd\u00eancia dos servidores p\u00fablicos passou a ter car\u00e1ter contributivo, devendo-se observar crit\u00e9rios que preservem seu equil\u00edbrio financeiro e atuarial, al\u00e9m do disposto na pr\u00f3pria Constitui\u00e7\u00e3o. 14. De acordo com Jos\u00e9 Escol\u00e1stico Abreu de Oliveira, o sistema contributivo \u201epode apresentar-se sob duas modalidades: o de reparti\u00e7\u00e3o (cash system; syst\u00e8me de la repartition), em que as contribui\u00e7\u00f5es descontadas do vencimento do funcion\u00e1rio confundem-se na receita geral, s\u00e3o revers\u00f5es ao Tesouro; e o de capitaliza\u00e7\u00e3o (actuarial system; syst\u00e9me de la capitalisation), em que as contribui\u00e7\u00f5es dos segurados (\u00e0s vezes completadas por subven\u00e7\u00f5es do Estado) formam um fundo aut\u00f4nomo para pagamento dos benef\u00edcios. (...) no sistema de reparti\u00e7\u00e3o (the \u201ecash disbursement\u201f method) as contribui\u00e7\u00f5es dever\u00e3o atender as despesas de cada ano; no sistema de capitaliza\u00e7\u00e3o (the \u201eactuarial reserve\u201f plan), as contribui\u00e7\u00f5es v\u00e3o al\u00e9m das necessidades de cada unidade de tempo, de modo a formar uma reserva para o futuro.\u201f (in Aposentadoria no Servi\u00e7o P\u00fablico, Editora Freitas Bastos, 1970, p\u00e1gs. 146/148 - grifado). 15. Ainda sobre o sistema contributivo, leciona Feij\u00f3 Coimbra: \u201e(...) O funcionamento financeiro das institui\u00e7\u00f5es de seguro social, sob esse aspecto, normalmente obedece a dois tipos: o da capitaliza\u00e7\u00e3o e o da reparti\u00e7\u00e3o. Pelo primeiro, s\u00e3o colocadas em reserva as cotiza\u00e7\u00f5es dos segurados, durante um per\u00edodo que se pretende mais ou menos longo, para que o capital se acumule. Dito capital, posto a juros, dever\u00e1 transmitir, no futuro, o pagamento das presta\u00e7\u00f5es que ao segurado sejam devidas. Tanto mais vantajoso ser\u00e1 o sistema, quanto mais alongado o per\u00edodo dessa acumula\u00e7\u00e3o, pois a renda do capital permitir\u00e1, por defini\u00e7\u00e3o, o acr\u00e9scimo das presta\u00e7\u00f5es. Dito sistema admite duas formas: a da capitaliza\u00e7\u00e3o individual, no qual as cotiza\u00e7\u00f5es se creditam \u00e0 conta individual de cada segurado, e a da capitaliza\u00e7\u00e3o coletiva, em que as contribui\u00e7\u00f5es dos segurados, em seu conjunto, s\u00e3o consideradas favorecendo a coletividade segurada. A capitaliza\u00e7\u00e3o inspira-se em t\u00e9cnicas de seguro e poupan\u00e7a, acentuando sua filia\u00e7\u00e3o aos sistemas por que funcionam os seguros privados. O esfor\u00e7o de cada indiv\u00edduo e de cada gera\u00e7\u00e3o conflui para a realiza\u00e7\u00e3o de fundos que, administrados de maneira correta, permitiriam a entrega das presta\u00e7\u00f5es no devido tempo. J\u00e1 pelo sistema de reparti\u00e7\u00e3o, o volume das quantias arrecadadas em cada per\u00edodo servir\u00e1 para o custeio das presta\u00e7\u00f5es que devidas forem no mesmo per\u00edodo. Esse sistema repousa na id\u00e9ia de solidariedade entre indiv\u00edduos e entre gera\u00e7\u00f5es, e com ele as contribui\u00e7\u00f5es dos que s\u00e3o aptos para o trabalho, dos que t\u00eam renda , s\u00e3o de imediato empregadas no amparo dos que tal situa\u00e7\u00e3o n\u00e3o ostentam (...)\u201f (in Direito Previdenci\u00e1rio Brasileiro, Edi\u00e7\u00f5es Trabalhistas, Rio de Janeiro, 1999, p\u00e1g. 235 - grifado). 16. Pois bem, a Constitui\u00e7\u00e3o Federal, na reda\u00e7\u00e3o dada pela Emenda Constitucional n\u00ba 20/98, determinou que o car\u00e1ter contributivo do regime de previd\u00eancia dos servidores deve se dar com a observ\u00e2ncia de crit\u00e9rios que preservem seu equil\u00edbrio financeiro e atuarial, aproximando-se do regime contributivo na modalidade de capitaliza\u00e7\u00e3o, j\u00e1 que as contribui\u00e7\u00f5es recolhidas se destinam \u00e0 forma\u00e7\u00e3o de reservas para pagamento de benef\u00edcios futuros. Outrossim, na forma da lei, as contribui\u00e7\u00f5es previdenci\u00e1rias n\u00e3o s\u00e3o creditadas \u00e0 conta individual de cada segurado, sendo, portanto, um sistema de capitaliza\u00e7\u00e3o coletiva, em que as contribui\u00e7\u00f5es dos segurados, em seu conjunto, favorecem \u00e0 coletividade segurada. 17. Anote-se, ainda, que os proventos de aposentadoria e as pens\u00f5es, por ocasi\u00e3o de sua concess\u00e3o, n\u00e3o poder\u00e3o exceder a remunera\u00e7\u00e3o do respectivo servidor, no cargo efetivo em que se deu a aposentadoria ou que serviu de refer\u00eancia para a concess\u00e3o da pens\u00e3o (artigo 40, par\u00e1grafo 2\u00ba, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal). Al\u00e9m disso, ser\u00e3o eles calculados com base na remunera\u00e7\u00e3o do servidor no cargo efetivo em que se der a aposentadoria e, na forma da lei, corresponder\u00e3o \u00e0 totalidade da\n_____________________________________________________________________________________________\nAv. Marechal Floriano Peixoto, 170 8 andar, sala 805, Centro, Curitiba, Paran\u00e1, CEP 80020-090. 41 3224-1328 contato@lacerdaadvogados.adv.br\n\n\f___________________________________________\nremunera\u00e7\u00e3o (artigo 40, par\u00e1grafo 3\u00ba, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal). Tais\ndetermina\u00e7\u00f5es, por certo, demonstram que os benef\u00edcios concedidos visam a substituir, na inatividade, a remunera\u00e7\u00e3o at\u00e9 ent\u00e3o percebida pelo servidor, tornando evidente a rela\u00e7\u00e3o direta existente entre a contribui\u00e7\u00e3o recolhida e o benef\u00edcio a ser auferido pelo segurado. (...) 21. De todo o exposto, resulta que, observadas as\nrespectivas peculiaridades, as contribui\u00e7\u00f5es recolhidas pelos servidores p\u00fablicos guardam necess\u00e1ria correspond\u00eancia com os benef\u00edcios e\nservi\u00e7os que lhe s\u00e3o oferecidos, devendo haver correla\u00e7\u00e3o direta entre as parcelas que comp\u00f5em a base de c\u00e1lculo da contribui\u00e7\u00e3o de cada servidor e as que integrar\u00e3o seus correspondentes proventos na inatividade. (...) \u00c9 o relat\u00f3rio. VOTO (...) 7. Ademais, considerando que a\nEmenda Constitucional 41, de 2003, n\u00e3o trouxe altera\u00e7\u00f5es, no que tange ao sistema contributivo adotado a partir da Emenda Constitucional 20, de 1998, prevalece a obrigatoriedade de que sejam preservados o equil\u00edbrio financeiro e atuarial do sistema, os quais ser\u00e3o invi\u00e1veis se n\u00e3o houver correla\u00e7\u00e3o entre custeio e benef\u00edcio. 8.Outro aspecto relevante abordado na manifesta\u00e7\u00e3o da Consultoria Jur\u00eddica \u00e9 que, aliando-se o car\u00e1ter contributivo do regime de previd\u00eancia dos servidores ao preceito contido no \u00a7 2\u00ba do art. 40 da Constitui\u00e7\u00e3o, que limita os proventos de aposentadoria e as pens\u00f5es \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o do servidor no cargo efetivo em que se d\u00e1 a aposentadoria ou\nque serve de refer\u00eancia para a concess\u00e3o da pens\u00e3o, v\u00ea-se corroborada a vincula\u00e7\u00e3o existente entre a contribui\u00e7\u00e3o recolhida e o benef\u00edcio a ser auferido pelo servidor quando de sua inativa\u00e7\u00e3o. (...)\n\nVII)\n\nDO BENEF\u00cdCIO DA JUSTI\u00c7A GRATUITA\n\nA parte autora requer a concess\u00e3o dos benef\u00edcios da gratuidade da justi\u00e7a com fulcro no art. 5\u00b0, inciso LXXIV, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal, nos dispositivos da Lei n\u00b0 1.060/51 c/c o art. 1\u00b0 e seguintes da Lei n\u00b0 7.115/83, declarando ser pessoa juridicamente pobre e sem condi\u00e7\u00f5es de suportar o \u00f4nus do presente processo sem preju\u00edzo de seu sustento e de sua fam\u00edlia, conforme Declara\u00e7\u00e3o de Hipossufici\u00eancia em anexo.\n\n_____________________________________________________________________________________________\nAv. Marechal Floriano Peixoto, 170 8 andar, sala 805, Centro, Curitiba, Paran\u00e1, CEP 80020-090. 41 3224-1328 contato@lacerdaadvogados.adv.br\n\n\f___________________________________________\nDOS PEDIDOS\nAnte o exposto, requer-se:\na) A total proced\u00eancia dos pedidos autorais, para condenar a R\u00e9 a revisar o benef\u00edcio do (a) Autor (a), com a incorpora\u00e7\u00e3o integral da gratifica\u00e7\u00e3o de desempenho (GD) nos proventos de aposentadoria, bem como a restitui\u00e7\u00e3o \u00e0 parte autora dos valores atrasados, respeitado o prazo prescritivo quinquenal;\nb) A cita\u00e7\u00e3o do INSS para, querendo, contestar a presente a\u00e7\u00e3o, sob pena de confiss\u00e3o e revelia;\nc) A condena\u00e7\u00e3o do INSS a pagar honor\u00e1rios advocat\u00edcios de 20% (vinte por cento) sobre o total a ser apurado, em caso de interposi\u00e7\u00e3o de recurso;\nd) A concess\u00e3o \u00e0 parte autora dos benef\u00edcios da justi\u00e7a gratuita, uma vez que, conforme Declara\u00e7\u00e3o de Hipossufici\u00eancia em anexo, \u00e9 pobre na acep\u00e7\u00e3o jur\u00eddica do termo, n\u00e3o possuindo condi\u00e7\u00f5es financeiras de arcar com as custas processuais sem preju\u00edzo do sustento pr\u00f3prio e de sua fam\u00edlia.\ne) Protesta pela produ\u00e7\u00e3o de todos os meios de prova admitidos em direito, inclusive testemunhal e juntada de novos documentos, sem exclus\u00e3o de nenhum outro meio de prova que se fizer necess\u00e1rio ao deslinde da demanda. _____________________________________________________________________________________________\nAv. Marechal Floriano Peixoto, 170 8 andar, sala 805, Centro, Curitiba, Paran\u00e1, CEP 80020-090. 41 3224-1328 contato@lacerdaadvogados.adv.br\n\n\f___________________________________________\nf) Com rela\u00e7\u00e3o aos honor\u00e1rios contratados com o autor no percentual disposto no contrato de honor\u00e1rios, requer que sejam inclusos na mesma requisi\u00e7\u00e3o de pagamento, com base na Resolu\u00e7\u00e3o n\u00ba 168/11 do Conselho da Justi\u00e7a Federal, e que estes sejam depositados em conta diferenciada e individualizada em nome do procurador da causa Eraldo Lacerda Junior, inscrito no CPF sob o n\u00ba 904.212.729-53\nAtribui-se a causa o valor de R$ 70.840,02 (Setenta mil oitocentos e quarenta reais e dois centavos).\nNesses termos, Pede deferimento. Curitiba, 23 de novembro de 2016. ERALDO LACERDA J\u00daNIOR OAB/PR 30.437\n_____________________________________________________________________________________________\nAv. Marechal Floriano Peixoto, 170 8 andar, sala 805, Centro, Curitiba, Paran\u00e1, CEP 80020-090. 41 3224-1328 contato@lacerdaadvogados.adv.br\n\n\f", "similar_texts_federais_bgem3": [ { "header": "Texto Similar 1 (C\u00edvel) - IdDocumentoCompleto: 5053157-38.2016.4.04.7000-701476889460159840033600009199", "text": "___________________________________________\nEXCELENT\u00cdSSIMO SENHOR JUIZ FEDERAL DO __ JUIZADO ESPECIAL FEDERAL DA SUBSE\u00c7\u00c3O JUDICI\u00c1RIA DE CURITIBA, SE\u00c7\u00c3O JUDICI\u00c1RIA DO PARAN\u00c1.\nFRANCISCO LUIZ PEREIRA, brasileiro, solteiro, aposentado, portador do RG n\u00ba. 232403 e inscrito no CPF sob n\u00b0 11080892915, residente e domiciliado na Rua Dr. Ernesto Schwartz, 35, Parolin - CEP 80220-130 - Curitiba Paran\u00e1 vem, respeitosamente, perante Vossa Excel\u00eancia, por interm\u00e9dio de seu advogado adiante assinado (procura\u00e7\u00e3o em anexo), com escrit\u00f3rio profissional situado na Avenida Marechal Floriano Peixoto, n\u00ba. 170, 8\u00ba andar, Centro, CEP 80.020-090, Curitiba/PR, propor:\nA\u00c7\u00c3O DE REVIS\u00c3O DE BENEF\u00cdCIO\nEm face da UNI\u00c3O FEDERAL, pessoa jur\u00eddica de direito p\u00fablico, representado por sua Procuradoria Regional, com base nos fatos e fundamentos jur\u00eddicos a seguir aduzidos:\n_____________________________________________________________________________________________\nAv. Marechal Floriano Peixoto, 170 8 andar, sala 805, Centro, Curitiba, Paran\u00e1, CEP 80020-090. 41 3224-1328 contato@lacerdaadvogados.adv.br\n\n\f___________________________________________\nDOS FATOS\nO (A) autor (a) \u00e9 servidor (a) p\u00fablico (a) federal inativo (a) ou pensionista, conforme documentos em anexo.\nOcorre que em seus contracheques percebeu a gratifica\u00e7\u00e3o de desempenho (GD) em pontua\u00e7\u00e3o menor do que o correto, procedimento ilegal, notadamente ap\u00f3s a edi\u00e7\u00e3o da Lei n\u00b0 13.324/2016, que reconheceu O DIREITO A INTEGRALIDADE, COM CORRELA\u00c7\u00c3O DIRETA ENTRE AS PARCELAS QUE COMP\u00d5EM A BASE DE C\u00c1LCULO DA CONTRIBUI\u00c7\u00c3O PREVIDENCI\u00c1RIA \u2013 PSS, E AQUELAS QUE INTEGRAM OS CORRESPONDENTES PROVENTOS DA INATIVIDADE.\nPor meio da Lei n\u00b0 13.324/2016, reconheceu-se que TODAS as contribui\u00e7\u00f5es previdenci\u00e1rias vertidas sobre Gratifica\u00e7\u00f5es de Desempenho devem ser incorporadas integralmente aos proventos de inatividade.\nEm raz\u00e3o da necess\u00e1ria correspond\u00eancia entre contribui\u00e7\u00f5es vertidas e o benef\u00edcio auferido, insurge-se a parte autora em face da situa\u00e7\u00e3o acima exposta, n\u00e3o restando outra alternativa, sen\u00e3o a de buscar a tutela jurisdicional para ter seu benef\u00edcio revisto com base nos crit\u00e9rios estabelecidos pela Lei n\u00b0 13.324/2016, bem como a devolu\u00e7\u00e3o das parcelas sonegadas no passado.\n_____________________________________________________________________________________________\nAv. Marechal Floriano Peixoto, 170 8 andar, sala 805, Centro, Curitiba, Paran\u00e1, CEP 80020-090. 41 3224-1328 contato@lacerdaadvogados.adv.br\n\n\f___________________________________________\nPRELIMINARES\n\nI)\n\nDA EXTENS\u00c3O DAS VANTAGENS CONCEDIDAS PELA\n\nLEI N\u00b0 13.324/16 AOS INATIVOS ANTERIORES \u00c0\n\nVIG\u00caNCIA DA EC 41/2003\n\nVale o registro de que os servidores inativos e pensionistas anteriores \u00e0 vig\u00eancia da EC 41/2003, em respeito ao teor original do art. 40, \u00a7 4 da CF, tem para si estendidos quaisquer benef\u00edcios ou vantagens posteriormente concedidos aos servidores em atividade:\n\nArt. 40. Aos servidores titulares de cargos efetivos da Uni\u00e3o, dos Estados, do Distrito Federal e dos Munic\u00edpios, inclu\u00eddas suas autarquias e funda\u00e7\u00f5es, \u00e9 assegurado regime de previd\u00eancia de car\u00e1ter contributivo e solid\u00e1rio, mediante contribui\u00e7\u00e3o do respectivo ente p\u00fablico, dos servidores ativos e inativos e dos pensionistas, observados crit\u00e9rios que preservem o equil\u00edbrio financeiro e atuarial e o disposto neste artigo. (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Emenda Constitucional n\u00ba 41, 19.12.2003)\n(...)\n\u00a7 4\u00ba - Os proventos da aposentadoria ser\u00e3o revistos, na mesma propor\u00e7\u00e3o e na mesma data, sempre que se modificar a remunera\u00e7\u00e3o\ndos servidores em atividade, sendo tamb\u00e9m estendidos aos inativos quaisquer benef\u00edcios ou vantagens posteriormente concedidos aos servidores em atividade, inclusive quando\ndecorrentes da transforma\u00e7\u00e3o ou reclassifica\u00e7\u00e3o do cargo ou fun\u00e7\u00e3o\nX C em que se deu a aposentadoria, na forma da lei. (negritou-se)\n\nDiante da letra cristalina da Lei, n\u00e3o resta qualquer d\u00favida da extens\u00e3o das vantagens ora concedidas aos aposentados/pensionistas anteriores \u00e0 vig\u00eancia da EC 41/2003.\nA Lei n\u00b0 13.324/2016 n\u00e3o especifica a forma de incorpora\u00e7\u00e3o das GDs aos aposentados anteriores a EC 41/2003, mas n\u00e3o pode restar duvida que a incorpora\u00e7\u00e3o \u00e9 INTEGRAL.\n_____________________________________________________________________________________________\nAv. Marechal Floriano Peixoto, 170 8 andar, sala 805, Centro, Curitiba, Paran\u00e1, CEP 80020-090. 41 3224-1328 contato@lacerdaadvogados.adv.br\n\n\f___________________________________________\nApenas para os inativos abrangidos pelos artigos 3\u00ba, 6\u00ba e 6\u00ba-A,\nda EC n\u00ba. 41/2003 e artigo 3\u00ba da EC 47/2005 h\u00e1 um c\u00e1lculo para a incorpora\u00e7\u00e3o das\nGDs.\n\nII)\n\nDO RECONHECIMENTO DA RELA\u00c7\u00c3O DIRETA ENTRE\n\nCONTRIBUI\u00c7\u00c3O E BENEF\u00cdCIO \u2013 RESTAURA\u00c7\u00c3O DA\n\nINTEGRALIDADE\n\nA Uni\u00e3o Federal vem recolhendo o PSS, Plano de Seguridade Social, ou contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria, de parcelas das GDs (Gratifica\u00e7\u00f5es de Desempenho) percebidas pelos servidores ativos, e que at\u00e9 o advento da Lei n\u00b0 13.324/2016, n\u00e3o eram incorpor\u00e1veis aos proventos da inatividade.\n\nTal distor\u00e7\u00e3o obrigava servidores ativos a recolherem PSS sobre 100% da Gratifica\u00e7\u00e3o de Desempenho percebida para posteriormente terem direito a p. ex., apenas 50% da mesma Gratifica\u00e7\u00e3o em seus benef\u00edcios de inatividade, em verdadeira afronta ao regime da integralidade.\n\nTodavia a Lei n\u00b0 13.324/2016 veio sanar tal erro, ao instituir novel regulamento para a incorpora\u00e7\u00e3o da integralidade das GDs nas aposentadorias e pens\u00f5es.\n\nConforme se verifica da leitura do artigo 87 da lei em comento, tais valores passam a ser incorporados aos proventos de aposentadoria ou pens\u00e3o:\n\nArt. 87. \u00c9 facultado aos servidores, aos aposentados e aos pensionistas que estejam sujeitos ao disposto nos arts. 3o, 6o ou 6o-A da Emenda Constitucional no 41, de 19 de dezembro de 2003, ou no art. 3o da Emenda Constitucional no 47, de 5 de julho de 2005, optar\npela incorpora\u00e7\u00e3o de gratifica\u00e7\u00f5es de desempenho aos proventos de aposentadoria ou de pens\u00e3o, nos termos dos\narts. 88 e 89, relativamente aos seguintes cargos, planos e carreiras:\n(negritou-se)\n_____________________________________________________________________________________________\nAv. Marechal Floriano Peixoto, 170 8 andar, sala 805, Centro, Curitiba, Paran\u00e1, CEP 80020-090. 41 3224-1328 contato@lacerdaadvogados.adv.br\n\n\f___________________________________________\nO entendimento sufragado passa a ser ent\u00e3o, o de que n\u00e3o h\u00e1\ncontribui\u00e7\u00e3o sem o benef\u00edcio correspondente, bem como de que o inativo\ntem direito a integralidade remunerat\u00f3ria com os servidores da ativa.\n\nDO DIREITO\n\nI)\n\nDA INCORPORA\u00c7\u00c3O DA GRATIFICA\u00c7\u00c3O DE\n\nDESEMPENHO NOS PROVENTOS DE APOSENTADORIA\n\nDOS INATIVOS ABRANGIDOS PELOS ARS. 3\u00ba, 6\u00ba E 6\u00ba-A,\n\nDA EC N\u00ba. 41/2003 E ART. 3 EC 47/2005\n\nA presente demanda objetiva a revis\u00e3o imediata do benef\u00edcio do (a) Autor (a), com a incorpora\u00e7\u00e3o da gratifica\u00e7\u00e3o de desempenho (GD) nos proventos de aposentadoria, bem como a restitui\u00e7\u00e3o \u00e0 parte autora dos valores atrasados respeitando a prescri\u00e7\u00e3o quinquenal.\nA revis\u00e3o ora postulada encontra-se respaldada nos termos da Lei n\u00b0 13.324/2016, especialmente em seu artigo 87 e seguintes.\nO artigo 87 e seguintes da Lei n\u00b0 13.324/2016 preveem os crit\u00e9rios para a incorpora\u00e7\u00e3o da gratifica\u00e7\u00e3o de desempenho nos proventos de aposentadoria dos servidores abrangidos pelos artigos 3\u00ba, 6\u00ba e 6\u00ba-A, da Emenda Constitucional n\u00ba. 41/2003 e artigo 3\u00ba da Emenda Constitucional 47/2005, assim dispondo:\nArt. 87. \u00c9 facultado aos servidores, aos aposentados e aos pensionistas que estejam sujeitos ao disposto nos arts. 3o, 6o ou 6o-A da Emenda Constitucional no 41, de 19 de dezembro de 2003, ou no art. 3o da Emenda Constitucional no 47, de 5 de julho de 2005, optar\npela incorpora\u00e7\u00e3o de gratifica\u00e7\u00f5es de desempenho aos proventos de aposentadoria ou de pens\u00e3o, nos termos dos\narts. 88 e 89, relativamente aos seguintes cargos, planos e carreiras:\n_____________________________________________________________________________________________\nAv. Marechal Floriano Peixoto, 170 8 andar, sala 805, Centro, Curitiba, Paran\u00e1, CEP 80020-090. 41 3224-1328 contato@lacerdaadvogados.adv.br\n\n\f___________________________________________\n(...)\nPar\u00e1grafo \u00fanico. A op\u00e7\u00e3o de que trata o caput somente poder\u00e1 ser exercida se o servidor tiver percebido gratifica\u00e7\u00f5es de desempenho por, no m\u00ednimo, sessenta meses, antes da data da aposentadoria ou da institui\u00e7\u00e3o da pens\u00e3o.\nArt. 88. Os servidores de que trata o art. 87 podem optar, em car\u00e1ter irretrat\u00e1vel, pela incorpora\u00e7\u00e3o de gratifica\u00e7\u00f5es de desempenho aos proventos de aposentadoria ou de pens\u00e3o, nos seguintes termos:\nI - a partir de 1o de janeiro de 2017: 67% (sessenta e sete por cento) do valor referente \u00e0 m\u00e9dia dos pontos da gratifica\u00e7\u00e3o de desempenho recebidos nos \u00faltimos sessenta meses de atividade;\nII - a partir de 1o de janeiro de 2018: 84% (oitenta e quatro por cento) do valor referente \u00e0 m\u00e9dia dos pontos da gratifica\u00e7\u00e3o de desempenho recebidos nos \u00faltimos sessenta meses de atividade; e\nIII - a partir de 1o de janeiro de 2019: o valor integral da m\u00e9dia dos pontos da gratifica\u00e7\u00e3o de desempenho recebidos nos \u00faltimos sessenta meses de atividade.\n\u00a7 1o Para fins de c\u00e1lculo do valor devido, o percentual da m\u00e9dia dos pontos de que tratam os incisos I a III do caput ser\u00e1 aplicado sobre o valor do ponto correspondente ao posicionamento do servidor na tabela remunerat\u00f3ria na data da aposentadoria ou da institui\u00e7\u00e3o da pens\u00e3o, respeitadas as altera\u00e7\u00f5es relativas a posicionamentos decorrentes de legisla\u00e7\u00e3o espec\u00edfica.\n(...)\n\u00a7 5o Eventual diferen\u00e7a entre o valor que o servidor ou o pensionista receberia antes da op\u00e7\u00e3o e o valor decorrente da aplica\u00e7\u00e3o das regras dos incisos I e II do caput ser\u00e1 paga a t\u00edtulo de parcela complementar, de natureza provis\u00f3ria, at\u00e9 a implanta\u00e7\u00e3o das parcelas subsequentes.\nArt. 89. Para as aposentadorias e pens\u00f5es j\u00e1 institu\u00eddas na data de vig\u00eancia desta Lei, a op\u00e7\u00e3o, em car\u00e1ter irretrat\u00e1vel, pela incorpora\u00e7\u00e3o de gratifica\u00e7\u00f5es de desempenho aos proventos nos termos dos incisos I a III do caput do art. 88 dever\u00e1 ser feita da data de entrada em vigor desta Lei at\u00e9 31 de outubro de 2018.\n(...)\n\u00a7 3o Eventual diferen\u00e7a entre o valor que o aposentado ou o pensionista recebia antes da op\u00e7\u00e3o e o valor decorrente da aplica\u00e7\u00e3o das regras dos incisos I e II do caput do art. 88 ser\u00e1 paga a t\u00edtulo de parcela complementar, de natureza provis\u00f3ria, at\u00e9 a implanta\u00e7\u00e3o das parcelas subsequentes.\n_____________________________________________________________________________________________\nAv. Marechal Floriano Peixoto, 170 8 andar, sala 805, Centro, Curitiba, Paran\u00e1, CEP 80020-090. 41 3224-1328 contato@lacerdaadvogados.adv.br\n\n\f___________________________________________ Art. 90. Para fins do disposto no \u00a7 5o do art. 88 e no \u00a7 3o do art. 89, ser\u00e1 considerado o valor do ponto vigente a partir de 1o de janeiro de 2017.\nArt. 91. A op\u00e7\u00e3o de que tratam os arts. 88 e 89 somente ser\u00e1 v\u00e1lida com a assinatura de termo de op\u00e7\u00e3o na forma do Anexo XCVI, que incluir\u00e1 a expressa concord\u00e2ncia do servidor, do aposentado ou do pensionista com:\nI - a forma, os prazos e os percentuais definidos nos arts. 88 e 89;\nII - a ren\u00fancia \u00e0 forma de c\u00e1lculo de incorpora\u00e7\u00e3o da gratifica\u00e7\u00e3o de desempenho reconhecida por decis\u00e3o administrativa; e\nIII - a ren\u00fancia ao direito de pleitear, na via administrativa, quaisquer valores ou vantagens decorrentes da forma de c\u00e1lculo da gratifica\u00e7\u00e3o de desempenho incorporada aos proventos de aposentadoria e pens\u00e3o, exceto em caso de comprovado erro material.\nPar\u00e1grafo \u00fanico. Na hip\u00f3tese de pagamento em duplicidade de valores referentes \u00e0s gratifica\u00e7\u00f5es de desempenho previstas nesta Lei, fica o ente p\u00fablico autorizado a reaver a import\u00e2ncia paga a maior administrativamente, por meio de desconto direto nos proventos.\n\nLogo, os benef\u00edcios dos servidores/inativos incursos nos arts. 3\u00ba, 6\u00ba e 6\u00ba-A, da EC n\u00ba. 41/2003 e art. 3\u00ba da EC 47/2005, devem ser revistos conforme os crit\u00e9rios previstos em lei, uma vez que os benef\u00edcios concedidos visam a substituir, na inatividade, a remunera\u00e7\u00e3o at\u00e9 ent\u00e3o percebida pelo servidor, sendo evidente a rela\u00e7\u00e3o direta existente entre a contribui\u00e7\u00e3o recolhida e o benef\u00edcio a ser auferido pelo segurado.\n\nII)\n\nDA INCORPORA\u00c7\u00c3O DA GRATIFICA\u00c7\u00c3O DE\n\nDESEMPENHO NOS PROVENTOS DE APOSENTADORIA\n\nDOS INATIVOS SOB A \u00c9GIDE DA PARIDADE, DA\n\nINTEGRALIDADE E DA ISONOMIA, E DOS INATIVOS\n\nANTERIORES \u00c0 VIG\u00caNCIA DA EC 41/2003\n\n_____________________________________________________________________________________________\nAv. Marechal Floriano Peixoto, 170 8 andar, sala 805, Centro, Curitiba, Paran\u00e1, CEP 80020-090. 41 3224-1328 contato@lacerdaadvogados.adv.br\n\n\f___________________________________________\nVale aqui um adendo. De forma NENHUMA a Uni\u00e3o Federal poder\u00e1 alegar que as GDs n\u00e3o s\u00e3o extensivas aos inativos por serem pro labore faciendo. Simplesmente porque j\u00e1 o fez, estendeu a integralidade das GDs aos inativos atrav\u00e9s do Termo de Acordo 1/2015, convertido no Projeto de Lei n\u00ba 4250/2015, que originou a Lei n\u00b0 13.324/2016, apenas engendrando um c\u00e1lculo para o recebimento dessas parcelas para os aposentados sob a \u00e9gide das ECs 41 e 47.\nVale lembrar que os inativos anteriores a EC 41/2003 TEM DIREITO A TODAS AS VANTAGENS POSTERIORMENTE CONCEDIDOS AOS SERVIDORES EM ATIVIDADE. Inclusive a ora em quest\u00e3o.\nN\u00c3O H\u00c1 POSSIBILIDADE LEGAL DE HAVER QUALQUER DISTIN\u00c7\u00c3O PARA OS APOSENTADOS ANTERIORES A EC 41/2003.\nAssim, devendo ser respeitadas a integralidade, a isonomia, a paridade, e a necess\u00e1ria correspond\u00eancia entre contribui\u00e7\u00e3o vertidas e o benef\u00edcio auferido, sob pena de enriquecimento sem causa do er\u00e1rio, o c\u00e1lculo dos inativos anteriores a EC 41/2003 deve ser realizado na forma acima descrita, qual seja, mediante o pagamento INTEGRAL da Gratifica\u00e7\u00e3o de Desempenho.\n\nIII)\n\nDO REGIME CONTRIBUTIVO NA MODALIDADE\n\nCAPITALIZA\u00c7\u00c3O COLETIVA\n\nExistem diversos modelos de previd\u00eancia social no mundo e cada pa\u00eds decide a maneira como ir\u00e1 proteger socialmente, os seus trabalhadores.\n_____________________________________________________________________________________________\nAv. Marechal Floriano Peixoto, 170 8 andar, sala 805, Centro, Curitiba, Paran\u00e1, CEP 80020-090. 41 3224-1328 contato@lacerdaadvogados.adv.br\n\n\f___________________________________________\nQuanto ao custeio, os sistemas previdenci\u00e1rios se dividem em contributivos e n\u00e3o contributivos. Essa divis\u00e3o leva em considera\u00e7\u00e3o a fonte de arrecada\u00e7\u00e3o da receita necess\u00e1ria ao desempenho da pol\u00edtica de prote\u00e7\u00e3o social. No sistema contributivo a lei especifica as pessoas que est\u00e3o obrigadas a contribuir para o regime, sendo essas pessoas os potenciais benefici\u00e1rios do regime, seus segurados, ou outras pessoas que a lei determine. No sistema n\u00e3o contributivo n\u00e3o existem pessoas obrigadas a contribuir para o custeio do sistema, o que acontece \u00e9 que uma parte da arrecada\u00e7\u00e3o tribut\u00e1ria geral \u00e9 destinada \u00e0 Previd\u00eancia.\nOutra forma de distin\u00e7\u00e3o entre os sistemas previdenci\u00e1rios \u00e9 quanto \u00e0 forma de utiliza\u00e7\u00e3o dos recursos obtidos. De acordo com a doutrina, o sistema contributivo pode ser enquadrado em duas modalidades, a saber: o de reparti\u00e7\u00e3o, em que as contribui\u00e7\u00f5es descontadas do vencimento do funcion\u00e1rio confundem-se na receita geral, s\u00e3o revers\u00f5es ao Tesouro; e o de capitaliza\u00e7\u00e3o, em que as contribui\u00e7\u00f5es dos segurados (\u00e0s vezes completadas por subven\u00e7\u00f5es do Estado) formam um fundo aut\u00f4nomo para pagamento dos benef\u00edcios.\nO sistema de capitaliza\u00e7\u00e3o admite duas formas: a da capitaliza\u00e7\u00e3o individual, no qual as cotiza\u00e7\u00f5es se creditam \u00e0 conta individual de cada segurado, e a da capitaliza\u00e7\u00e3o coletiva, em que as contribui\u00e7\u00f5es dos segurados, em seu conjunto, s\u00e3o consideradas favorecendo a coletividade segurada.\nA EC 20/98 adotou um regime de previd\u00eancia para os servidores p\u00fablicos, com crit\u00e9rios que preservem o equil\u00edbrio financeiro e atuarial, que mais se aproxima do regime contributivo na modalidade de capitaliza\u00e7\u00e3o. Inexistindo previs\u00e3o normativa de creditamento em contas individuais de cada segurado das contribui\u00e7\u00f5es previdenci\u00e1rias vertidas ao regime, constata-se que foi adotado o sistema de capitaliza\u00e7\u00e3o coletiva. Assim disp\u00f4s o artigo 40, \u00a7 2\u00ba e \u00a7 3\u00ba da Constitui\u00e7\u00e3o Federal, com a reda\u00e7\u00e3o dada pela EC 20/98:\n_____________________________________________________________________________________________\nAv. Marechal Floriano Peixoto, 170 8 andar, sala 805, Centro, Curitiba, Paran\u00e1, CEP 80020-090. 41 3224-1328 contato@lacerdaadvogados.adv.br\n\n\f___________________________________________\nArt. 40 - Aos servidores titulares de cargos efetivos da Uni\u00e3o, dos Estados, do Distrito Federal e dos Munic\u00edpios, inclu\u00eddas suas autarquias e funda\u00e7\u00f5es, \u00e9 assegurado regime de previd\u00eancia de car\u00e1ter contributivo, observados crit\u00e9rios que preservem o equil\u00edbrio financeiro e atuarial e o disposto neste artigo.\n(...)\n\u00a7 2\u00ba - Os proventos de aposentadoria e as pens\u00f5es, por ocasi\u00e3o de sua concess\u00e3o, n\u00e3o poder\u00e3o exceder a remunera\u00e7\u00e3o do respectivo servidor, no cargo efetivo em que se deu a aposentadoria ou que serviu de refer\u00eancia para a concess\u00e3o da pens\u00e3o.\n\u00a7 3\u00ba - Os proventos de aposentadoria, por ocasi\u00e3o da sua concess\u00e3o, ser\u00e3o calculados com base na remunera\u00e7\u00e3o do servidor no cargo efetivo em que se der a aposentadoria e, na forma da lei, corresponder\u00e3o \u00e0 totalidade da remunera\u00e7\u00e3o.\nTais determina\u00e7\u00f5es, contidas nas normas acima transcritas, por certo, demonstram que os benef\u00edcios concedidos visam a substituir, na inatividade, a remunera\u00e7\u00e3o at\u00e9 ent\u00e3o percebida pelo servidor, tornando evidente a rela\u00e7\u00e3o direta existente entre a contribui\u00e7\u00e3o recolhida e o benef\u00edcio a ser auferido pelo segurado.\nNeste tra\u00e7ado dos aspectos constitucionais do regime previdenci\u00e1rio dos servidores p\u00fablicos, releva notar que o \u00a7\u00ba12, do artigo 40 da Constitui\u00e7\u00e3o Federal na reda\u00e7\u00e3o ainda da EC 20/98, disp\u00f4s que:\nArt. 40 - Aos servidores titulares de cargos efetivos da Uni\u00e3o, dos Estados, do Distrito Federal e dos Munic\u00edpios, inclu\u00eddas suas autarquias e funda\u00e7\u00f5es, \u00e9 assegurado regime de previd\u00eancia de car\u00e1ter contributivo, observados crit\u00e9rios que preservem o equil\u00edbrio financeiro e atuarial e o disposto neste artigo.\n(...)\n\u00a7 12 - Al\u00e9m do disposto neste artigo, o regime de previd\u00eancia dos servidores p\u00fablicos titulares de cargo efetivo observar\u00e1, no que couber, os requisitos e crit\u00e9rios fixados para o regime geral de previd\u00eancia social. (negritou-se e grifou-se)\n_____________________________________________________________________________________________\nAv. Marechal Floriano Peixoto, 170 8 andar, sala 805, Centro, Curitiba, Paran\u00e1, CEP 80020-090. 41 3224-1328 contato@lacerdaadvogados.adv.br\n\n\f___________________________________________\nAs normas constitucionais do Regime Geral de Previd\u00eancia\nSocial preceituam quanto \u00e0 rela\u00e7\u00e3o entre custeio e benef\u00edcio que:\nArt. 201. A previd\u00eancia social ser\u00e1 organizada sob a forma de regime geral, de car\u00e1ter contributivo e de filia\u00e7\u00e3o obrigat\u00f3ria, observados crit\u00e9rios que preservem o equil\u00edbrio financeiro e atuarial, e atender\u00e1, nos termos da lei, a: (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Emenda Constitucional n\u00ba 20, de 1998) I - cobertura dos eventos de doen\u00e7a, invalidez, morte e idade avan\u00e7ada; (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Emenda Constitucional n\u00ba 20, de 1998) II - prote\u00e7\u00e3o \u00e0 maternidade, especialmente \u00e0 gestante; (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Emenda Constitucional n\u00ba 20, de 1998) III - prote\u00e7\u00e3o ao trabalhador em situa\u00e7\u00e3o de desemprego involunt\u00e1rio; (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Emenda Constitucional n\u00ba 20, de 1998) IV - sal\u00e1rio-fam\u00edlia e aux\u00edlio-reclus\u00e3o para os dependentes dos segurados de baixa renda; (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Emenda Constitucional n\u00ba 20, de 1998) V - pens\u00e3o por morte do segurado, homem ou mulher, ao c\u00f4njuge ou companheiro e dependentes, observado o disposto no \u00a7 2\u00ba. (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Emenda Constitucional n\u00ba 20, de 1998)\n(...)\n\u00a7 2\u00ba Nenhum benef\u00edcio que substitua o sal\u00e1rio de contribui\u00e7\u00e3o ou o rendimento do trabalho do segurado ter\u00e1 valor mensal inferior ao sal\u00e1rio m\u00ednimo. (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Emenda Constitucional n\u00ba 20, de 1998).\n\u00a7 3\u00ba Todos os sal\u00e1rios de contribui\u00e7\u00e3o considerados para o c\u00e1lculo de benef\u00edcio ser\u00e3o devidamente atualizados, na forma da lei. (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Emenda Constitucional n\u00ba 20, de 1998) (...)\n\u00a7 11. Os ganhos habituais do empregado, a qualquer t\u00edtulo, ser\u00e3o incorporados ao sal\u00e1rio para efeito de contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria e consequente repercuss\u00e3o em benef\u00edcios,\nnos casos e na forma da lei. (Inclu\u00eddo dada pela Emenda Constitucional n\u00ba 20, de 1998) (negritou-se e grifou-se)\nReal\u00e7ando ainda mais esta compreens\u00e3o, decorrente de\ninterpreta\u00e7\u00e3o l\u00f3gico-sistem\u00e1tica, de que as contribui\u00e7\u00f5es vertidas pelos servidores\np\u00fablicos ao Regime Pr\u00f3prio de Previd\u00eancia Social guardam necess\u00e1ria\ncorrespond\u00eancia com os benef\u00edcios e servi\u00e7os que lhe s\u00e3o oferecidos pelo regime, o\n\u00a7 5\u00b0 do artigo 195 da Constitui\u00e7\u00e3o Federal, na reda\u00e7\u00e3o da EC 20/98, disp\u00f4s que:\n_____________________________________________________________________________________________\nAv. Marechal Floriano Peixoto, 170 8 andar, sala 805, Centro, Curitiba, Paran\u00e1, CEP 80020-090. 41 3224-1328 contato@lacerdaadvogados.adv.br\n\n\f___________________________________________\nArt. 195. A seguridade social ser\u00e1 financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos or\u00e7amentos da Uni\u00e3o, dos Estados, do Distrito Federal e dos Munic\u00edpios, e das seguintes contribui\u00e7\u00f5es sociais: (...)\n\u00a7 5\u00ba Nenhum benef\u00edcio ou servi\u00e7o da seguridade social poder\u00e1 ser criado, majorado ou estendido sem a correspondente fonte de custeio total. (negritou-se)\nDiante das disposi\u00e7\u00f5es da EC 20/98, conclui-se que h\u00e1 uma correla\u00e7\u00e3o direta entre as parcelas que comp\u00f5em a base de c\u00e1lculo da contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria devida por cada servidor p\u00fablico e aquelas que integrar\u00e3o os seus futuros e correspondentes proventos na inatividade, bem como a pens\u00e3o eventualmente institu\u00edda em favor dos dependentes.\nCom o advento da EC 41/03, n\u00e3o houve inova\u00e7\u00e3o relativamente ao sistema contributivo de capitaliza\u00e7\u00e3o coletiva adotado pela EC 20/98. Ao contr\u00e1rio, pela leitura do texto constitucional, j\u00e1 alterado pela referida emenda, percebe-se uma acentua\u00e7\u00e3o na correla\u00e7\u00e3o existente entre custeio e benef\u00edcio (art. 40, \u00a7 3\u00ba), compreendendo-se o princ\u00edpio da solidariedade, ent\u00e3o acrescido, como um postulado normativo mediante o qual os servidores inativos, pensionistas e os entes p\u00fablicos passariam a contribuir para o regime de previd\u00eancia, em comunh\u00e3o de esfor\u00e7os com os servidores ativos, no intuito de manter a higidez e liquidez do fundo.\nAli\u00e1s, a leitura das normas constitucionais que disciplinam o sal\u00e1rio de contribui\u00e7\u00e3o dos servidores p\u00fablicos deixa patente esta correla\u00e7\u00e3o (remunera\u00e7\u00e3o da ativa = proventos da inatividade), para aqueles servidores que ingressaram no regime antes da EC 41/03:\n_____________________________________________________________________________________________\nAv. Marechal Floriano Peixoto, 170 8 andar, sala 805, Centro, Curitiba, Paran\u00e1, CEP 80020-090. 41 3224-1328 contato@lacerdaadvogados.adv.br\n\n\f___________________________________________\nArt. 40. Aos servidores titulares de cargos efetivos da Uni\u00e3o, dos Estados, do Distrito Federal e dos Munic\u00edpios, inclu\u00eddas suas autarquias e funda\u00e7\u00f5es, \u00e9 assegurado regime de previd\u00eancia de car\u00e1ter contributivo e solid\u00e1rio, mediante contribui\u00e7\u00e3o do respectivo ente p\u00fablico, dos servidores ativos e inativos e dos pensionistas, observados crit\u00e9rios que preservem o equil\u00edbrio financeiro e atuarial e o disposto neste artigo. (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Emenda Constitucional n\u00ba 41, 19.12.2003)\n\u00a7 1\u00ba Os servidores abrangidos pelo regime de previd\u00eancia de que trata este artigo ser\u00e3o aposentados, calculados os seus proventos a partir dos valores fixados na forma dos \u00a7\u00a7 3\u00ba e 17: (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Emenda Constitucional n\u00ba 41, 19.12.2003);\n(...)\n\u00a7 2\u00ba - Os proventos de aposentadoria e as pens\u00f5es, por ocasi\u00e3o de sua concess\u00e3o, n\u00e3o poder\u00e3o exceder a remunera\u00e7\u00e3o do respectivo servidor, no cargo efetivo em que se deu a aposentadoria ou que serviu de refer\u00eancia para a concess\u00e3o da pens\u00e3o. (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Emenda Constitucional n\u00ba 20, de 15/12/98)\n\u00a7 3\u00ba Para o c\u00e1lculo dos proventos de aposentadoria, por ocasi\u00e3o da sua concess\u00e3o, ser\u00e3o consideradas as remunera\u00e7\u00f5es utilizadas como base para as contribui\u00e7\u00f5es do servidor aos regimes de previd\u00eancia de que tratam este artigo e o art. 201, na forma da lei. (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Emenda Constitucional n\u00ba 41, 19.12.2003)\n(...)\n\u00a7 17. Todos os valores de remunera\u00e7\u00e3o considerados para o c\u00e1lculo do benef\u00edcio previsto no \u00a7 3\u00b0 ser\u00e3o devidamente atualizados, na forma da lei. (Inclu\u00eddo pela Emenda Constitucional n\u00ba 41, 19.12.2003)\n\u00a7 18. Incidir\u00e1 contribui\u00e7\u00e3o sobre os proventos de aposentadorias e pens\u00f5es concedidas pelo regime de que trata este artigo que superem o limite m\u00e1ximo estabelecido para os benef\u00edcios do regime geral de previd\u00eancia social de que trata o art. 201, com percentual igual ao estabelecido para os servidores titulares de cargos efetivos. (Inclu\u00eddo pela Emenda Constitucional n\u00ba 41, 19.12.2003)\nConforme se depreende dos dispositivos constitucionais em\napre\u00e7o, conclui-se que os benef\u00edcios concedidos visam a substituir, na inatividade, a\nremunera\u00e7\u00e3o at\u00e9 ent\u00e3o percebida pelo servidor, tornando-se clara a rela\u00e7\u00e3o\nexistente entre a contribui\u00e7\u00e3o recolhida e o benef\u00edcio a ser auferido pelo segurado.\n_____________________________________________________________________________________________\nAv. Marechal Floriano Peixoto, 170 8 andar, sala 805, Centro, Curitiba, Paran\u00e1, CEP 80020-090. 41 3224-1328 contato@lacerdaadvogados.adv.br\n\n\f___________________________________________\n\nIV)\n\nDO ENTEDIMENTO JURISPRUDENCIAL CONSOLIDADO\n\nSOBRE A CORRELA\u00c7\u00c3O ENTRE CUSTO E BENEF\u00cdCIO\n\nMANIFESTA\u00c7\u00c3O DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL \u2013\n\nADINMC 2.010/DF\n\nA mat\u00e9ria n\u00e3o escapou da avalia\u00e7\u00e3o do Supremo Tribunal Federal, ao apreciar a constitucionalidade da Lei 9.783/99 na ADINMC 2.010/DF, de relatoria do Ministro Celso de Mello, cujo ac\u00f3rd\u00e3o restou ementado nos seguintes termos:\n\nEMENTA: SERVIDORES P\u00daBLICOS FEDERAIS - CONTRIBUI\u00c7\u00c3O DE SEGURIDADE SOCIAL - LEI N\u00ba 9.783/99 - ARG\u00dcI\u00c7\u00c3O DE INCONSTITUCIONALIDADE FORMAL E MATERIAL DESSE DIPLOMA LEGISLATIVO - RELEV\u00c2NCIA JUR\u00cdDICA DA TESE PERTINENTE \u00c0 N\u00c3O-INCID\u00caNCIA DA CONTRIBUI\u00c7\u00c3O DE SEGURIDADE SOCIAL SOBRE SERVIDORES INATIVOS E PENSIONISTAS DA UNI\u00c3O FEDERAL (CF, ART. 40, CAPUT, E RESPECTIVO \u00a7 12, C/C O ART. 195, II, NA REDA\u00c7\u00c3O DADA PELA EC N\u00ba 20/98) - AL\u00cdQUOTAS PROGRESSIVAS - ESCALA DE PROGRESSIVIDADE DOS ADICIONAIS TEMPOR\u00c1RIOS (ART. 2\u00ba DA LEI N\u00ba 9.783/99) - ALEGA\u00c7\u00c3O DE OFENSA AO PRINC\u00cdPIO QUE VEDA A TRIBUTA\u00c7\u00c3O CONFISCAT\u00d3RIA (CF, ART. 150, IV) E DE DESCARACTERIZA\u00c7\u00c3O DA FUN\u00c7\u00c3O CONSTITUCIONAL INERENTE \u00c0 CONTRIBUI\u00c7\u00c3O DE SEGURIDADE SOCIAL PLAUSIBILIDADE JUR\u00cdDICA - MEDIDA CAUTELAR DEFERIDA EM PARTE. PRINC\u00cdPIO DA IRREPETIBILIDADE DOS PROJETOS REJEITADOS NA MESMA SESS\u00c3O LEGISLATIVA (CF, ART. 67) MEDIDA PROVIS\u00d3RIA REJEITADA PELO CONGRESSO NACIONAL - POSSIBILIDADE DE APRESENTA\u00c7\u00c3O DE PROJETO DE LEI, PELO PRESIDENTE DA REP\u00daBLICA, NO IN\u00cdCIO DO ANO SEGUINTE \u00c0QUELE EM QUE SE DEU A REJEI\u00c7\u00c3O\nPARLAMENTAR DA MEDIDA PROVIS\u00d3RIA. (...) O REGIME CONTRIBUTIVO \u00c9, POR ESS\u00caNCIA, UM REGIME DE CAR\u00c1TER EMINENTEMENTE RETRIBUTIVO. A QUEST\u00c3O DO EQUIL\u00cdBRIO ATUARIAL (CF, ART. 195, \u00a7 5\u00ba). CONTRIBUI\u00c7\u00c3O DE SEGURIDADE SOCIAL SOBRE PENS\u00d5ES E PROVENTOS: AUS\u00caNCIA DE CAUSA SUFICIENTE. - Sem causa suficiente, n\u00e3o se justifica a institui\u00e7\u00e3o (ou a majora\u00e7\u00e3o) da contribui\u00e7\u00e3o de seguridade social, pois, no regime de previd\u00eancia de car\u00e1ter contributivo, deve haver, necessariamente, correla\u00e7\u00e3o entre custo e benef\u00edcio. A exist\u00eancia de estrita vincula\u00e7\u00e3o causal entre contribui\u00e7\u00e3o e benef\u00edcio p\u00f5e em evid\u00eancia a corre\u00e7\u00e3o\nda f\u00f3rmula segundo a qual n\u00e3o pode haver\ncontribui\u00e7\u00e3o sem benef\u00edcio, nem benef\u00edcio sem _____________________________________________________________________________________________\nAv. Marechal Floriano Peixoto, 170 8 andar, sala 805, Centro, Curitiba, Paran\u00e1, CEP 80020-090. 41 3224-1328 contato@lacerdaadvogados.adv.br\n\n\f___________________________________________\ncontribui\u00e7\u00e3o. Doutrina. Precedente do STF. A CONTRIBUI\u00c7\u00c3O DE\nSEGURIDADE SOCIAL DOS SERVIDORES P\u00daBLICOS EM ATIVIDADE CONSTITUI MODALIDADE DE TRIBUTO VINCULADO. - A contribui\u00e7\u00e3o de seguridade social, devida por servidores p\u00fablicos em atividade, configura modalidade de contribui\u00e7\u00e3o social, qualificando-se como esp\u00e9cie tribut\u00e1ria de car\u00e1ter vinculado, constitucionalmente destinada ao custeio e ao financiamento do regime de previd\u00eancia dos servidores p\u00fablicos titulares de cargo efetivo. Precedentes. (...) (ADI 2010 MC, Relator(a): Min. CELSO DE MELLO, Tribunal Pleno, julgado em 30/09/1999, DJ 12-04-2002 PP-00051\nEMENT VOL-02064-01 PP-00086). (negritou-se e grifou-se)\n\nV)\n\nMANIFESTA\u00c7\u00c3O DA TURMA NACIONAL DE\n\nUNIFORMIZA\u00c7\u00c3O DOS JUIZADOS ESPECIAIS FEDERAIS\n\nSeguindo o posicionamento adotado pelo Supremo Tribunal\nFederal, a Turma de Uniformiza\u00e7\u00e3o dos Juizados Especiais Federais manifestou o\nentendimento de que o regime de previd\u00eancia para os servidores p\u00fablicos adotou o\nsistema de capitaliza\u00e7\u00e3o coletiva, sendo evidente a rela\u00e7\u00e3o direta existente entre a\ncontribui\u00e7\u00e3o recolhida e benef\u00edcio a ser auferido:\nPEDIDO DE UNIFORMIZA\u00c7\u00c3O INTERPOSTO PELA PARTE AUTORA. ADMINISTRATIVO. GRATIFICA\u00c7\u00c3O DE DESEMPENHO DO PLANO GERAL DE CARGOS DO PODER EXECUTIVO GDPGPE. SERVIDOR P\u00daBLICO DA ATIVA. PLANO DE SEGURIDADE SOCIAL DO SERVIDOR - PSS. INCID\u00caNCIA DE CONTRIBUI\u00c7\u00c3O PREVIDENCI\u00c1RIA. LIMITA\u00c7\u00c3O \u00c0 PARCELA\nINCORPOR\u00c1VEL NA APOSENTADORIA. \u201cN\u00c3O H\u00c1 CONTRIBUI\u00c7\u00c3O SEM BENEF\u00cdCIO NEM BENEF\u00cdCIO SEM CONTRIBUI\u00c7\u00c3O (STF - ADC 8 MC; ADI 2.010)\u201d. INCIDENTE CONHECIDO E PROVIDO. (...) Com o advento da Emenda Constitucional n\u00ba 20, em 15 de dezembro de 1998, o sistema de previd\u00eancia dos servidores p\u00fablicos passou por sens\u00edveis altera\u00e7\u00f5es, sendo relevante anotar a clara op\u00e7\u00e3o constituinte pelo regime contributivo na modalidade de capitaliza\u00e7\u00e3o, notadamente pela institui\u00e7\u00e3o de um regime de previd\u00eancia de car\u00e1ter contributivo e com crit\u00e9rios que preservassem o equil\u00edbrio financeiro e atuarial (art. 40, caput) (...) 16. De acordo com a doutrina o sistema contributivo pode ser enquadrado em duas modalidades, a saber: \u201c(...) o de reparti\u00e7\u00e3o (cash system; syst\u00e8me de la repartition), em que as contribui\u00e7\u00f5es descontadas do vencimento do funcion\u00e1rio confundem-se na receita geral, s\u00e3o revers\u00f5es ao Tesouro; e o de capitaliza\u00e7\u00e3o (actuarial system; syst\u00e9me de la capitalisation), em que as\n_____________________________________________________________________________________________\nAv. Marechal Floriano Peixoto, 170 8 andar, sala 805, Centro, Curitiba, Paran\u00e1, CEP 80020-090. 41 3224-1328 contato@lacerdaadvogados.adv.br\n\n\f___________________________________________\ncontribui\u00e7\u00f5es dos segurados (\u00e0s vezes completadas por subven\u00e7\u00f5es do Estado) formam um fundo aut\u00f4nomo para pagamento dos benef\u00edcios. (...) Aprofundando o tema, em especial\no sistema de capitaliza\u00e7\u00e3o, Feij\u00f3 Coimbra leciona que por este sistema: \u201c(...) s\u00e3o colocadas em reserva as cotiza\u00e7\u00f5es dos segurados, durante um per\u00edodo que se pretende mais ou menos longo, para que o capital se acumule. Dito capital, posto a juros, dever\u00e1 transmitir, no futuro, o pagamento das presta\u00e7\u00f5es que ao segurado sejam devidas. Tanto mais vantajoso ser\u00e1 o sistema, quanto mais alongado o per\u00edodo dessa acumula\u00e7\u00e3o, pois a renda do capital permitir\u00e1, por defini\u00e7\u00e3o, o\nacr\u00e9scimo das presta\u00e7\u00f5es. Dito sistema admite duas formas: a da capitaliza\u00e7\u00e3o individual, no qual as cotiza\u00e7\u00f5es se creditam \u00e0 conta individual de cada segurado, e a da capitaliza\u00e7\u00e3o coletiva, em que as contribui\u00e7\u00f5es dos segurados, em seu conjunto, s\u00e3o consideradas favorecendo a coletividade segurada. A capitaliza\u00e7\u00e3o inspira-se\nem t\u00e9cnicas de seguro e poupan\u00e7a, acentuando sua filia\u00e7\u00e3o aos sistemas por que funcionam os seguros privados. O esfor\u00e7o de cada indiv\u00edduo e de cada gera\u00e7\u00e3o conflui para a realiza\u00e7\u00e3o de fundos que, administrados de maneira correta, permitiriam a entrega das presta\u00e7\u00f5es no devido tempo. (...)\u201d (in Direito Previdenci\u00e1rio Brasileiro, Edi\u00e7\u00f5es Trabalhistas, Rio de Janeiro, 1999, p\u00e1g. 235). Resta claro,\nportanto, que a EC n. 20/98 adotou um regime de previd\u00eancia para os servidores p\u00fablicos, com crit\u00e9rios que preservem o equil\u00edbrio financeiro e atuarial, que mais se aproxima do regime contributivo na modalidade de capitaliza\u00e7\u00e3o. 17. Por\noutro lado, inexistindo previs\u00e3o normativa de creditamento em contas individuais de cada segurado das contribui\u00e7\u00f5es previdenci\u00e1rias\nvertidas ao regime, constata-se que foi adotado o sistema de capitaliza\u00e7\u00e3o coletiva. (...) Tais determina\u00e7\u00f5es, por certo, demonstram que os benef\u00edcios concedidos visam a substituir, na inatividade, a remunera\u00e7\u00e3o at\u00e9 ent\u00e3o percebida pelo servidor, tornando evidente a rela\u00e7\u00e3o direta existente entre a contribui\u00e7\u00e3o recolhida e o benef\u00edcio a ser auferido pelo segurado. (...) \u201dNeste tra\u00e7ado dos aspectos constitucionais do regime previdenci\u00e1rio dos servidores p\u00fablicos, releva notar que o \u00a7 12 do art. 40 da CF/88, na reda\u00e7\u00e3o ainda da EC 20/98, disp\u00f4s que \u201cAl\u00e9m do disposto neste artigo, o regime de previd\u00eancia dos servidores p\u00fablicos titulares de cargo efetivo observar\u00e1, no que couber, os requisitos e crit\u00e9rios fixados para o regime geral de previd\u00eancia social\u201d. Negritei. E as normas constitucionais do Regime Geral de Previd\u00eancia Social preceituam quanto \u00e0 rela\u00e7\u00e3o entre custeio e benef\u00edcio que: (...) Real\u00e7ando ainda mais esta compreens\u00e3o, decorrente de interpreta\u00e7\u00e3o l\u00f3gico-sistem\u00e1tica, de que as contribui\u00e7\u00f5es vertidas pelos servidores p\u00fablicos ao RPPS guardam necess\u00e1ria correspond\u00eancia com os benef\u00edcios e servi\u00e7os que lhe s\u00e3o oferecidos pelo regime, o \u00a7 5\u00b0 do\n_____________________________________________________________________________________________\nAv. Marechal Floriano Peixoto, 170 8 andar, sala 805, Centro, Curitiba, Paran\u00e1, CEP 80020-090. 41 3224-1328 contato@lacerdaadvogados.adv.br\n\n\f___________________________________________\nart. 195 da CF/88, na reda\u00e7\u00e3o da EC 20/98, disp\u00f4s que \u201cNenhum benef\u00edcio ou servi\u00e7o da seguridade social poder\u00e1 ser criado, majorado ou estendido sem a correspondente fonte de custeio total\u201d. 18. Com efeito, e diante da tessitura\nconstitucional plasmada pela EC 20/98, tem-se por imperiosa a\nconclus\u00e3o de que h\u00e1 uma correla\u00e7\u00e3o direta entre as parcelas que comp\u00f5em a base de c\u00e1lculo da contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria devida por cada servidor p\u00fablico e aquelas que integrar\u00e3o os seus futuros e correspondentes proventos na inatividade, bem como a pens\u00e3o eventualmente institu\u00edda em favor dos dependentes. (...) Esta compreens\u00e3o da mat\u00e9ria n\u00e3o escapou da arguta avalia\u00e7\u00e3o do C. STF, quando julgou a constitucionalidade da pr\u00f3pria EC 20/98 na ADI n. 2.010, rel. Eminente Ministro Celso de Mello, em cujo ac\u00f3rd\u00e3o restou lapidarmente pontuado: \u201c(...) O REGIME CONTRIBUTIVO \u00c9, POR ESS\u00caNCIA, UM REGIME DE CAR\u00c1TER EMINENTEMENTE RETRIBUTIVO. A QUEST\u00c3O DO\nEQUIL\u00cdBRIO ATUARIAL (CF, ART. 195, \u00a7 5\u00ba). CONTRIBUI\u00c7\u00c3O DE SEGURIDADE SOCIAL SOBRE PENS\u00d5ES E PROVENTOS: AUS\u00caNCIA DE CAUSA SUFICIENTE. - Sem causa suficiente, n\u00e3o se justifica a institui\u00e7\u00e3o (ou a majora\u00e7\u00e3o) da contribui\u00e7\u00e3o de seguridade\nsocial, pois, no regime de previd\u00eancia de car\u00e1ter contributivo, deve haver, necessariamente, correla\u00e7\u00e3o entre custo e benef\u00edcio. A exist\u00eancia de estrita vincula\u00e7\u00e3o causal entre contribui\u00e7\u00e3o e benef\u00edcio p\u00f5e em evid\u00eancia a corre\u00e7\u00e3o da f\u00f3rmula segundo a qual n\u00e3o pode haver contribui\u00e7\u00e3o sem benef\u00edcio, nem benef\u00edcio sem contribui\u00e7\u00e3o. Doutrina. Precedente do STF. (...)\n\u201c(ADI 2010 MC, Relator(a): Min. CELSO DE MELLO, Tribunal Pleno, julgado em 30/09/1999, DJ 12-04-2002 PP-00051 EMENT VOL-0206401 PP-00086) 19. Em decorr\u00eancia deste precedente da Corte, verdadeiro leading case, o C. STF passou a firmar s\u00f3lida jurisprud\u00eancia no sentido de que somente as parcelas incorpor\u00e1veis ao sal\u00e1rio do servidor sofrem a incid\u00eancia da contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria. (...) No \u00e2mbito do TCU, em rela\u00e7\u00e3o aos servidores da casa, aquela corte de contas firmou no AC\u00d3RD\u00c3O N\u00ba 1.967/2004 \u2013 TCU \u2013 Plen\u00e1rio, o seguinte precedente: (...) 20. Pois bem, tecidas essas longas considera\u00e7\u00f5es, entendo que o caso deve ser analisado \u00e0 luz dos princ\u00edpios constitucionais, nomeadamente os princ\u00edpios da contributividade e da solidariedade, este inserido ao texto pela EC n.\n41/2003, do regime previdenci\u00e1rio dos servidores p\u00fablicos. 21. Com o advento da Emenda Constitucional n\u00ba 41, de 19 de dezembro de 2003, entendo que esta n\u00e3o trouxe qualquer inova\u00e7\u00e3o no que pertine ao sistema contributivo de capitaliza\u00e7\u00e3o coletiva adotado pela Emenda Constitucional n\u00ba 20, de 15 de dezembro de 1998. Ao contr\u00e1rio, pela leitura do texto constitucional, j\u00e1 alterado pela referida emenda, percebe-se uma acentua\u00e7\u00e3o na correla\u00e7\u00e3o existente entre\n_____________________________________________________________________________________________\nAv. Marechal Floriano Peixoto, 170 8 andar, sala 805, Centro, Curitiba, Paran\u00e1, CEP 80020-090. 41 3224-1328 contato@lacerdaadvogados.adv.br\n\n\f___________________________________________\ncusteio e benef\u00edcio (art. 40, \u00a7 3\u00ba), compreendendo-se o princ\u00edpio\nda solidariedade, ent\u00e3o acrescido, como um postulado normativo mediante o qual os servidores inativos, pensionistas e os entes p\u00fablicos passariam a contribuir para o regime de previd\u00eancia, em comunh\u00e3o de esfor\u00e7os com o servidores ativos, no intuito de manter a higidez e liquidez do fundo. Ali\u00e1s, a leitura das normas constitucionais que disciplinam o sal\u00e1rio de contribui\u00e7\u00e3o dos servidores p\u00fablicos deixa patente esta correla\u00e7\u00e3o (remunera\u00e7\u00e3o da ativa = proventos da inatividade), para aqueles servidores que ingressaram no regime antes da EC 41/03, verbis: (...) Referida lei foi revogada pela Lei n. 10.887/04, a qual disp\u00f5e em seu artigo 4\u00ba da Lei 10.887/04 acerca da contribui\u00e7\u00e3o social do servidor p\u00fablico dos Poderes da Uni\u00e3o e define como base de c\u00e1lculo: \u201c(...) o vencimento do cargo efetivo, acrescido das vantagens pecuni\u00e1rias permanentes estabelecidas em lei, os adicionais de car\u00e1ter individual ou quaisquer outras vantagens\u201d. (...) Nos dizeres do eminente Ministro do STF e festejado professor de Direito Constitucional Luiz Roberto Barroso, o fato de n\u00e3o haver uma rigidez absoluta entre os conceitos de valor da remunera\u00e7\u00e3o-decontribui\u00e7\u00e3o e o que se reverte em benef cios \u201c(...) n\u00e3o significa, contudo, que o legislador disponha de liberdade absoluta para formatar o sistema segundo quaisquer crit rios de conveni ncia. Em\nvez disso, h\u00e1 pelo menos dois limites principais sua atua\u00e7\u00e3o. Em primeiro lugar, a falta de uma comutatividade absoluta ou r\u00edgida entre contribui\u00e7 es e benef\u00edcios n\u00e3o significa que a correspond\u00eancia possa ser inteiramente despre ada. Ao contr\u00e1rio, a Constitui\u00e7\u00e3o dei a claro que os sal\u00e1rios de contribui\u00e7\u00e3o comp em a base de c\u00e1lculo para a defini\u00e7\u00e3o das presta\u00e7 es previdenci\u00e1rias e que estes, assim como os pr prios benef\u00edcios resultantes, devem ser atuali ados a fim de que preservem a sua e press\u00e3o econ\u00f4mica. (...) Portanto, o regime previdenci\u00e1rio do servidor p\u00fablico exige que haja proporcionalidade entre contribui\u00e7\u00e3o e benef\u00edcio: \u201cn\u00e3o h\u00e1 contribui\u00e7\u00e3o sem benef\u00edcio nem benef\u00edcio sem contribui\u00e7\u00e3o\u201d (STF \u2013 ADI 2.010). (...) Nesta\nsenda, a meu sentir, padece do v\u00edcio de inconstitucionalidade a disposi\u00e7\u00e3o contida no \u00a7 2\u00b0, do art. 4\u00b0, da Lei n\u00b0 10.887/04, na reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n. 12.688/12, no que prev\u00ea a possibilidade-faculdade de inclus\u00e3o pelo servidor p\u00fablico de parcelas remunerat\u00f3rias que n\u00e3o podem ser incorporadas aos proventos da aposentadoria, como \u00e9 o caso da parcela n\u00e3o incorpor\u00e1vel da Gratifica\u00e7\u00e3o de Desempenho em quest\u00e3o, para fins de c\u00e1lculo do benef\u00edcio previdenci\u00e1rio futuro (...) 27. Ante o exposto, CONHE\u00c7O do presente Pedido de Uniformiza\u00e7\u00e3o para, no m\u00e9rito, DAR-LHE PROVIMENTO para firmar a tese de que a incid\u00eancia de contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria do servidor p\u00fablico federal (PSS) limita-se \u00e0 parcela da Gratifica\u00e7\u00e3o de Desempenho do Plano Geral de Cargos do Poder Executivo \u2013 GDPGPE incorpor\u00e1vel aos proventos de aposentadoria e pens\u00e3o. Determino o retorno dos autos \u00e0 origem para adequar seu julgado ao que aqui restou decidido e, consequentemente, julgar a pretens\u00e3o de direito material deduzida \u00e0 luz da tese jur\u00eddica ora definida. \u00c9 COMO VOTO.\n_____________________________________________________________________________________________\nAv. Marechal Floriano Peixoto, 170 8 andar, sala 805, Centro, Curitiba, Paran\u00e1, CEP 80020-090. 41 3224-1328 contato@lacerdaadvogados.adv.br\n\n\f___________________________________________\n(PEDILEF 05033297420134058101, JU\u00cdZA FEDERAL ANGELA CRISTINA MONTEIRO, TNU, DOU 05/02/2016 P\u00c1GINAS 221/329.) (negritou-se e grifou-se)\n\nVI)\n\nMANIFESTA\u00c7\u00c3O DO TRIBUNAL DE CONTAS DA UNI\u00c3O\n\nNo \u00e2mbito do Tribunal de Contas da Uni\u00e3o, em rela\u00e7\u00e3o aos\nservidores da casa, a corte de contas firmou no Ac\u00f3rd\u00e3o n\u00ba. 1.967/2004 \u2013 TCU \u2013\nPlen\u00e1rio, o seguinte precedente:\nAC\u00d3RD\u00c3O N\u00ba 1.967/2004 \u2013 TCU \u2013 Plen\u00e1rio 1. Processo: TC-015.336/2004-9 2. Grupo: II Classe: VII \u2013 Administrativo. 3. Unidade: Tribunal de Contas da Uni\u00e3o. 4. Interessada: Secretaria-Geral de Administra\u00e7\u00e3o (Segedam). 5. Relator: Ministro-Substituto Augusto Sherman Cavalcanti. 6. Representante do Minist\u00e9rio P\u00fablico: Procurador-Geral Lucas Rocha Furtado. 7. Unidade T\u00e9cnica: Conjur. 8. Advogado constitu\u00eddo nos autos: n\u00e3o atuou. 9. Ac\u00f3rd\u00e3o:Vistos, relatados e discutidos estes autos de Representa\u00e7\u00e3o formulada pela Secretaria-Geral de Administra\u00e7\u00e3o (Segedam), ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da Uni\u00e3o, reunidos em Sess\u00e3o Plen\u00e1ria, diante das raz\u00f5es expostas pelo relator, em: 9.1. conhecer da presente Representa\u00e7\u00e3o para firmar entendimento no sentido de que a parcela da Gratifica\u00e7\u00e3o de Desempenho que exceder o percentual m\u00ednimo estabelecido em Resolu\u00e7\u00e3o assegurado aos servidores inativos e pensionistas desta Corte n\u00e3o deve integrar a base de incid\u00eancia da contribui\u00e7\u00e3o para o Plano de Seguridade Social do Servidor P\u00fablico Civil da Uni\u00e3o; e 9.2. autorizar a Presid\u00eancia do Tribunal a restituir os valores descontados da remunera\u00e7\u00e3o dos servidores em desacordo com o entendimento disposto no item 9.1. deste ac\u00f3rd\u00e3o, devidamente corrigidos monetariamente. 10. Ata n\u00ba 43/2004 \u2013 Plen\u00e1rio 11. Data da Sess\u00e3o: 1\u00ba/12/2004 \u2013 Extraordin\u00e1ria de Car\u00e1ter Reservado 12. Especifica\u00e7\u00e3o do qu\u00f3rum: 12.1. Ministros presentes: Valmir Campelo (Presidente), Marcos Vinicios Vila\u00e7a, Adylson Motta, Walton Alencar Rodrigues, Guilherme Palmeira, Ubiratan Aguiar e os Ministros-Substitutos Lincoln Magalh\u00e3es da Rocha e Augusto Sherman Cavalcanti (Relator). 12.2. Auditor presente: Marcos Bemquerer Costa.\n(...)\n\n_____________________________________________________________________________________________\nAv. Marechal Floriano Peixoto, 170 8 andar, sala 805, Centro, Curitiba, Paran\u00e1, CEP 80020-090. 41 3224-1328 contato@lacerdaadvogados.adv.br\n\n\f___________________________________________\n13. Ao que se tem, ap\u00f3s o advento da Emenda Constitucional n\u00ba 20/98, o regime de previd\u00eancia dos servidores p\u00fablicos passou a ter car\u00e1ter contributivo, devendo-se observar crit\u00e9rios que preservem seu equil\u00edbrio financeiro e atuarial, al\u00e9m do disposto na pr\u00f3pria Constitui\u00e7\u00e3o. 14. De acordo com Jos\u00e9 Escol\u00e1stico Abreu de Oliveira, o sistema contributivo \u201epode apresentar-se sob duas modalidades: o de reparti\u00e7\u00e3o (cash system; syst\u00e8me de la repartition), em que as contribui\u00e7\u00f5es descontadas do vencimento do funcion\u00e1rio confundem-se na receita geral, s\u00e3o revers\u00f5es ao Tesouro; e o de capitaliza\u00e7\u00e3o (actuarial system; syst\u00e9me de la capitalisation), em que as contribui\u00e7\u00f5es dos segurados (\u00e0s vezes completadas por subven\u00e7\u00f5es do Estado) formam um fundo aut\u00f4nomo para pagamento dos benef\u00edcios. (...) no sistema de reparti\u00e7\u00e3o (the \u201ecash disbursement\u201f method) as contribui\u00e7\u00f5es dever\u00e3o atender as despesas de cada ano; no sistema de capitaliza\u00e7\u00e3o (the \u201eactuarial reserve\u201f plan), as contribui\u00e7\u00f5es v\u00e3o al\u00e9m das necessidades de cada unidade de tempo, de modo a formar uma reserva para o futuro.\u201f (in Aposentadoria no Servi\u00e7o P\u00fablico, Editora Freitas Bastos, 1970, p\u00e1gs. 146/148 - grifado). 15. Ainda sobre o sistema contributivo, leciona Feij\u00f3 Coimbra: \u201e(...) O funcionamento financeiro das institui\u00e7\u00f5es de seguro social, sob esse aspecto, normalmente obedece a dois tipos: o da capitaliza\u00e7\u00e3o e o da reparti\u00e7\u00e3o. Pelo primeiro, s\u00e3o colocadas em reserva as cotiza\u00e7\u00f5es dos segurados, durante um per\u00edodo que se pretende mais ou menos longo, para que o capital se acumule. Dito capital, posto a juros, dever\u00e1 transmitir, no futuro, o pagamento das presta\u00e7\u00f5es que ao segurado sejam devidas. Tanto mais vantajoso ser\u00e1 o sistema, quanto mais alongado o per\u00edodo dessa acumula\u00e7\u00e3o, pois a renda do capital permitir\u00e1, por defini\u00e7\u00e3o, o acr\u00e9scimo das presta\u00e7\u00f5es. Dito sistema admite duas formas: a da capitaliza\u00e7\u00e3o individual, no qual as cotiza\u00e7\u00f5es se creditam \u00e0 conta individual de cada segurado, e a da capitaliza\u00e7\u00e3o coletiva, em que as contribui\u00e7\u00f5es dos segurados, em seu conjunto, s\u00e3o consideradas favorecendo a coletividade segurada. A capitaliza\u00e7\u00e3o inspira-se em t\u00e9cnicas de seguro e poupan\u00e7a, acentuando sua filia\u00e7\u00e3o aos sistemas por que funcionam os seguros privados. O esfor\u00e7o de cada indiv\u00edduo e de cada gera\u00e7\u00e3o conflui para a realiza\u00e7\u00e3o de fundos que, administrados de maneira correta, permitiriam a entrega das presta\u00e7\u00f5es no devido tempo. J\u00e1 pelo sistema de reparti\u00e7\u00e3o, o volume das quantias arrecadadas em cada per\u00edodo servir\u00e1 para o custeio das presta\u00e7\u00f5es que devidas forem no mesmo per\u00edodo. Esse sistema repousa na id\u00e9ia de solidariedade entre indiv\u00edduos e entre gera\u00e7\u00f5es, e com ele as contribui\u00e7\u00f5es dos que s\u00e3o aptos para o trabalho, dos que t\u00eam renda , s\u00e3o de imediato empregadas no amparo dos que tal situa\u00e7\u00e3o n\u00e3o ostentam (...)\u201f (in Direito Previdenci\u00e1rio Brasileiro, Edi\u00e7\u00f5es Trabalhistas, Rio de Janeiro, 1999, p\u00e1g. 235 - grifado). 16. Pois bem, a Constitui\u00e7\u00e3o Federal, na reda\u00e7\u00e3o dada pela Emenda Constitucional n\u00ba 20/98, determinou que o car\u00e1ter contributivo do regime de previd\u00eancia dos servidores deve se dar com a observ\u00e2ncia de crit\u00e9rios que preservem seu equil\u00edbrio financeiro e atuarial, aproximando-se do regime contributivo na modalidade de capitaliza\u00e7\u00e3o, j\u00e1 que as contribui\u00e7\u00f5es recolhidas se destinam \u00e0 forma\u00e7\u00e3o de reservas para pagamento de benef\u00edcios futuros. Outrossim, na forma da lei, as contribui\u00e7\u00f5es previdenci\u00e1rias n\u00e3o s\u00e3o creditadas \u00e0 conta individual de cada segurado, sendo, portanto, um sistema de capitaliza\u00e7\u00e3o coletiva, em que as contribui\u00e7\u00f5es dos segurados, em seu conjunto, favorecem \u00e0 coletividade segurada. 17. Anote-se, ainda, que os proventos de aposentadoria e as pens\u00f5es, por ocasi\u00e3o de sua concess\u00e3o, n\u00e3o poder\u00e3o exceder a remunera\u00e7\u00e3o do respectivo servidor, no cargo efetivo em que se deu a aposentadoria ou que serviu de refer\u00eancia para a concess\u00e3o da pens\u00e3o (artigo 40, par\u00e1grafo 2\u00ba, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal). Al\u00e9m disso, ser\u00e3o eles calculados com base na remunera\u00e7\u00e3o do servidor no cargo efetivo em que se der a aposentadoria e, na forma da lei, corresponder\u00e3o \u00e0 totalidade da\n_____________________________________________________________________________________________\nAv. Marechal Floriano Peixoto, 170 8 andar, sala 805, Centro, Curitiba, Paran\u00e1, CEP 80020-090. 41 3224-1328 contato@lacerdaadvogados.adv.br\n\n\f___________________________________________\nremunera\u00e7\u00e3o (artigo 40, par\u00e1grafo 3\u00ba, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal). Tais\ndetermina\u00e7\u00f5es, por certo, demonstram que os benef\u00edcios concedidos visam a substituir, na inatividade, a remunera\u00e7\u00e3o at\u00e9 ent\u00e3o percebida pelo servidor, tornando evidente a rela\u00e7\u00e3o direta existente entre a contribui\u00e7\u00e3o recolhida e o benef\u00edcio a ser auferido pelo segurado. (...) 21. De todo o exposto, resulta que, observadas as\nrespectivas peculiaridades, as contribui\u00e7\u00f5es recolhidas pelos servidores p\u00fablicos guardam necess\u00e1ria correspond\u00eancia com os benef\u00edcios e\nservi\u00e7os que lhe s\u00e3o oferecidos, devendo haver correla\u00e7\u00e3o direta entre as parcelas que comp\u00f5em a base de c\u00e1lculo da contribui\u00e7\u00e3o de cada servidor e as que integrar\u00e3o seus correspondentes proventos na inatividade. (...) \u00c9 o relat\u00f3rio. VOTO (...) 7. Ademais, considerando que a\nEmenda Constitucional 41, de 2003, n\u00e3o trouxe altera\u00e7\u00f5es, no que tange ao sistema contributivo adotado a partir da Emenda Constitucional 20, de 1998, prevalece a obrigatoriedade de que sejam preservados o equil\u00edbrio financeiro e atuarial do sistema, os quais ser\u00e3o invi\u00e1veis se n\u00e3o houver correla\u00e7\u00e3o entre custeio e benef\u00edcio. 8.Outro aspecto relevante abordado na manifesta\u00e7\u00e3o da Consultoria Jur\u00eddica \u00e9 que, aliando-se o car\u00e1ter contributivo do regime de previd\u00eancia dos servidores ao preceito contido no \u00a7 2\u00ba do art. 40 da Constitui\u00e7\u00e3o, que limita os proventos de aposentadoria e as pens\u00f5es \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o do servidor no cargo efetivo em que se d\u00e1 a aposentadoria ou\nque serve de refer\u00eancia para a concess\u00e3o da pens\u00e3o, v\u00ea-se corroborada a vincula\u00e7\u00e3o existente entre a contribui\u00e7\u00e3o recolhida e o benef\u00edcio a ser auferido pelo servidor quando de sua inativa\u00e7\u00e3o. (...)\n\nVII)\n\nDO BENEF\u00cdCIO DA JUSTI\u00c7A GRATUITA\n\nA parte autora requer a concess\u00e3o dos benef\u00edcios da gratuidade da justi\u00e7a com fulcro no art. 5\u00b0, inciso LXXIV, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal, nos dispositivos da Lei n\u00b0 1.060/51 c/c o art. 1\u00b0 e seguintes da Lei n\u00b0 7.115/83, declarando ser pessoa juridicamente pobre e sem condi\u00e7\u00f5es de suportar o \u00f4nus do presente processo sem preju\u00edzo de seu sustento e de sua fam\u00edlia, conforme Declara\u00e7\u00e3o de Hipossufici\u00eancia em anexo.\n\n_____________________________________________________________________________________________\nAv. Marechal Floriano Peixoto, 170 8 andar, sala 805, Centro, Curitiba, Paran\u00e1, CEP 80020-090. 41 3224-1328 contato@lacerdaadvogados.adv.br\n\n\f___________________________________________\nDOS PEDIDOS\nAnte o exposto, requer-se:\na) A total proced\u00eancia dos pedidos autorais, para condenar a R\u00e9 a revisar o benef\u00edcio do (a) Autor (a), com a incorpora\u00e7\u00e3o integral da gratifica\u00e7\u00e3o de desempenho (GD) nos proventos de aposentadoria, bem como a restitui\u00e7\u00e3o \u00e0 parte autora dos valores atrasados, respeitado o prazo prescritivo quinquenal;\nb) A cita\u00e7\u00e3o da Uni\u00e3o Federal para, querendo, contestar a presente a\u00e7\u00e3o, sob pena de confiss\u00e3o e revelia;\nc) A condena\u00e7\u00e3o da Uni\u00e3o Federal a pagar honor\u00e1rios advocat\u00edcios de 20% (vinte por cento) sobre o total a ser apurado, em caso de interposi\u00e7\u00e3o de recurso;\nd) A concess\u00e3o \u00e0 parte autora dos benef\u00edcios da justi\u00e7a gratuita, uma vez que, conforme Declara\u00e7\u00e3o de Hipossufici\u00eancia em anexo, \u00e9 pobre na acep\u00e7\u00e3o jur\u00eddica do termo, n\u00e3o possuindo condi\u00e7\u00f5es financeiras de arcar com as custas processuais sem preju\u00edzo do sustento pr\u00f3prio e de sua fam\u00edlia.\ne) Protesta pela produ\u00e7\u00e3o de todos os meios de prova admitidos em direito, inclusive testemunhal e juntada de novos documentos, sem exclus\u00e3o de nenhum outro meio de prova que se fizer necess\u00e1rio ao deslinde da demanda. _____________________________________________________________________________________________\nAv. Marechal Floriano Peixoto, 170 8 andar, sala 805, Centro, Curitiba, Paran\u00e1, CEP 80020-090. 41 3224-1328 contato@lacerdaadvogados.adv.br\n\n\f___________________________________________\nf) Com rela\u00e7\u00e3o aos honor\u00e1rios contratados com o autor no percentual disposto no contrato de honor\u00e1rios, requer que sejam inclusos na mesma requisi\u00e7\u00e3o de pagamento, com base na Resolu\u00e7\u00e3o n\u00ba 168/11 do Conselho da Justi\u00e7a Federal, e que estes sejam depositados em conta diferenciada e individualizada em nome do procurador da causa Eraldo Lacerda Junior, inscrito no CPF sob o n\u00ba 904.212.729-53.\nAtribui-se a causa o valor de R$ 26.814,83 (Vinte e seis mil oitocentos e quatorze reais e oitenta e tr\u00eas centavos).\nNesses termos, Pede deferimento. Curitiba, 19 de outubro de 2016. ERALDO LACERDA J\u00daNIOR OAB/PR 30.437\n_____________________________________________________________________________________________\nAv. Marechal Floriano Peixoto, 170 8 andar, sala 805, Centro, Curitiba, Paran\u00e1, CEP 80020-090. 41 3224-1328 contato@lacerdaadvogados.adv.br\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 2 (C\u00edvel) - IdDocumentoCompleto: 5058265-48.2016.4.04.7000-701479814305764050010621549604", "text": "___________________________________________\nEXCELENT\u00cdSSIMO SENHOR JUIZ FEDERAL DO __ JUIZADO ESPECIAL FEDERAL DA SUBSE\u00c7\u00c3O JUDICI\u00c1RIA DE CURITIBA, SE\u00c7\u00c3O JUDICI\u00c1RIA DO PARAN\u00c1.\nMARIA ELIZA RIBAS, brasileira, solteira, pensionista, portadora do RG n\u00ba. 40449973 e inscrita no CPF sob n\u00b0 02287291903, residente e domiciliada na Rua Presidente Carlos Cavalcanti, 1267, Centro CEP: 80510-040 Curitiba Paran\u00e1 vem, respeitosamente, perante Vossa Excel\u00eancia, por interm\u00e9dio de seu advogado adiante assinado (procura\u00e7\u00e3o em anexo), com escrit\u00f3rio profissional situado na Avenida Marechal Floriano Peixoto, n\u00ba. 170, 8\u00ba andar, Centro, CEP 80.020-090, Curitiba/PR, propor:\nA\u00c7\u00c3O DE REVIS\u00c3O DE BENEF\u00cdCIO\nEm face da UNI\u00c3O FEDERAL, pessoa jur\u00eddica de direito p\u00fablico, representado por sua Procuradoria Regional, com base nos fatos e fundamentos jur\u00eddicos a seguir aduzidos:\n_____________________________________________________________________________________________\nAv. Marechal Floriano Peixoto, 170 8 andar, sala 805, Centro, Curitiba, Paran\u00e1, CEP 80020-090. 41 3224-1328 contato@lacerdaadvogados.adv.br\n\n\f___________________________________________\nDOS FATOS\nO (A) autor (a) \u00e9 servidor (a) p\u00fablico (a) federal inativo (a) ou pensionista, conforme documentos em anexo.\nOcorre que em seus contracheques percebeu a gratifica\u00e7\u00e3o de desempenho (GD) em pontua\u00e7\u00e3o menor do que o correto, procedimento ilegal, notadamente ap\u00f3s a edi\u00e7\u00e3o da Lei n\u00b0 13.324/2016, que reconheceu O DIREITO A INTEGRALIDADE, COM CORRELA\u00c7\u00c3O DIRETA ENTRE AS PARCELAS QUE COMP\u00d5EM A BASE DE C\u00c1LCULO DA CONTRIBUI\u00c7\u00c3O PREVIDENCI\u00c1RIA \u2013 PSS, E AQUELAS QUE INTEGRAM OS CORRESPONDENTES PROVENTOS DA INATIVIDADE.\nPor meio da Lei n\u00b0 13.324/2016, reconheceu-se que TODAS as contribui\u00e7\u00f5es previdenci\u00e1rias vertidas sobre Gratifica\u00e7\u00f5es de Desempenho devem ser incorporadas integralmente aos proventos de inatividade.\nEm raz\u00e3o da necess\u00e1ria correspond\u00eancia entre contribui\u00e7\u00f5es vertidas e o benef\u00edcio auferido, insurge-se a parte autora em face da situa\u00e7\u00e3o acima exposta, n\u00e3o restando outra alternativa, sen\u00e3o a de buscar a tutela jurisdicional para ter seu benef\u00edcio revisto com base nos crit\u00e9rios estabelecidos pela Lei n\u00b0 13.324/2016, bem como a devolu\u00e7\u00e3o das parcelas sonegadas no passado.\n_____________________________________________________________________________________________\nAv. Marechal Floriano Peixoto, 170 8 andar, sala 805, Centro, Curitiba, Paran\u00e1, CEP 80020-090. 41 3224-1328 contato@lacerdaadvogados.adv.br\n\n\f___________________________________________\n\nMEDIA\u00c7\u00c3O\n\nDA DISPENSA DA AUDI\u00caNCIA DE CONCILIA\u00c7\u00c3O OU\n\nEm atendimento ao disposto no artigo 319, VII, do C\u00f3digo de Processo Civil, a parte autora informa que n\u00e3o tem interesse na realiza\u00e7\u00e3o de audi\u00eancia de concilia\u00e7\u00e3o ou de media\u00e7\u00e3o.\n\nPRELIMINARES\n\nI)\n\nDA EXTENS\u00c3O DAS VANTAGENS CONCEDIDAS PELA\n\nLEI N\u00b0 13.324/16 AOS INATIVOS ANTERIORES \u00c0\n\nVIG\u00caNCIA DA EC 41/2003\n\nVale o registro de que os servidores inativos e pensionistas anteriores \u00e0 vig\u00eancia da EC 41/2003, em respeito ao teor original do art. 40, \u00a7 4 da CF, tem para si estendidos quaisquer benef\u00edcios ou vantagens posteriormente concedidos aos servidores em atividade:\n\nArt. 40. Aos servidores titulares de cargos efetivos da Uni\u00e3o, dos Estados, do Distrito Federal e dos Munic\u00edpios, inclu\u00eddas suas autarquias e funda\u00e7\u00f5es, \u00e9 assegurado regime de previd\u00eancia de car\u00e1ter contributivo e solid\u00e1rio, mediante contribui\u00e7\u00e3o do respectivo ente p\u00fablico, dos servidores ativos e inativos e dos pensionistas, observados crit\u00e9rios que preservem o equil\u00edbrio financeiro e atuarial e o disposto neste artigo. (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Emenda Constitucional n\u00ba 41, 19.12.2003)\n(...)\n\u00a7 4\u00ba - Os proventos da aposentadoria ser\u00e3o revistos, na mesma propor\u00e7\u00e3o e na mesma data, sempre que se modificar a remunera\u00e7\u00e3o\ndos servidores em atividade, sendo tamb\u00e9m estendidos aos inativos quaisquer benef\u00edcios ou vantagens posteriormente concedidos aos servidores em atividade, inclusive quando\ndecorrentes da transforma\u00e7\u00e3o ou reclassifica\u00e7\u00e3o do cargo ou fun\u00e7\u00e3o\nX C em que se deu a aposentadoria, na forma da lei. (negritou-se)\nDiante da letra cristalina da Lei, n\u00e3o resta qualquer d\u00favida\nda extens\u00e3o das vantagens ora concedidas aos\naposentados/pensionistas anteriores \u00e0 vig\u00eancia da EC 41/2003. _____________________________________________________________________________________________\nAv. Marechal Floriano Peixoto, 170 8 andar, sala 805, Centro, Curitiba, Paran\u00e1, CEP 80020-090. 41 3224-1328 contato@lacerdaadvogados.adv.br\n\n\f___________________________________________\nA Lei n\u00b0 13.324/2016 n\u00e3o especifica a forma de incorpora\u00e7\u00e3o\ndas GDs aos aposentados anteriores a EC 41/2003, mas n\u00e3o pode restar duvida\nque a incorpora\u00e7\u00e3o \u00e9 INTEGRAL.\n\nApenas para os inativos abrangidos pelos artigos 3\u00ba, 6\u00ba e 6\u00ba-A, da EC n\u00ba. 41/2003 e artigo 3\u00ba da EC 47/2005 h\u00e1 um c\u00e1lculo para a incorpora\u00e7\u00e3o das GDs.\n\nII)\n\nDO RECONHECIMENTO DA RELA\u00c7\u00c3O DIRETA ENTRE\n\nCONTRIBUI\u00c7\u00c3O E BENEF\u00cdCIO \u2013 RESTAURA\u00c7\u00c3O DA\n\nINTEGRALIDADE\n\nA Uni\u00e3o Federal vem recolhendo o PSS, Plano de Seguridade Social, ou contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria, de parcelas das GDs (Gratifica\u00e7\u00f5es de Desempenho) percebidas pelos servidores ativos, e que at\u00e9 o advento da Lei n\u00b0 13.324/2016, n\u00e3o eram incorpor\u00e1veis aos proventos da inatividade.\nTal distor\u00e7\u00e3o obrigava servidores ativos a recolherem PSS sobre 100% da Gratifica\u00e7\u00e3o de Desempenho percebida para posteriormente terem direito a p. ex., apenas 50% da mesma Gratifica\u00e7\u00e3o em seus benef\u00edcios de inatividade, em verdadeira afronta ao regime da integralidade.\nTodavia a Lei n\u00b0 13.324/2016 veio sanar tal erro, ao instituir novel regulamento para a incorpora\u00e7\u00e3o da integralidade das GDs nas aposentadorias e pens\u00f5es.\n\n_____________________________________________________________________________________________\nAv. Marechal Floriano Peixoto, 170 8 andar, sala 805, Centro, Curitiba, Paran\u00e1, CEP 80020-090. 41 3224-1328 contato@lacerdaadvogados.adv.br\n\n\f___________________________________________\nConforme se verifica da leitura do artigo 87 da lei em comento, tais valores passam a ser incorporados aos proventos de aposentadoria ou pens\u00e3o:\nArt. 87. \u00c9 facultado aos servidores, aos aposentados e aos pensionistas que estejam sujeitos ao disposto nos arts. 3o, 6o ou 6o-A da Emenda Constitucional no 41, de 19 de dezembro de 2003, ou no art. 3o da Emenda Constitucional no 47, de 5 de julho de 2005, optar\npela incorpora\u00e7\u00e3o de gratifica\u00e7\u00f5es de desempenho aos proventos de aposentadoria ou de pens\u00e3o, nos termos dos\narts. 88 e 89, relativamente aos seguintes cargos, planos e carreiras:\n(negritou-se)\nO entendimento sufragado passa a ser ent\u00e3o, o de que n\u00e3o h\u00e1 contribui\u00e7\u00e3o sem o benef\u00edcio correspondente, bem como de que o inativo tem direito a integralidade remunerat\u00f3ria com os servidores da ativa.\n\nDO DIREITO\n\nI)\n\nDA INCORPORA\u00c7\u00c3O DA GRATIFICA\u00c7\u00c3O DE\n\nDESEMPENHO NOS PROVENTOS DE APOSENTADORIA\n\nDOS INATIVOS ABRANGIDOS PELOS ARS. 3\u00ba, 6\u00ba E 6\u00ba-A,\n\nDA EC N\u00ba. 41/2003 E ART. 3 EC 47/2005\n\nA presente demanda objetiva a revis\u00e3o imediata do benef\u00edcio do (a) Autor (a), com a incorpora\u00e7\u00e3o da gratifica\u00e7\u00e3o de desempenho (GD) nos proventos de aposentadoria, bem como a restitui\u00e7\u00e3o \u00e0 parte autora dos valores atrasados respeitando a prescri\u00e7\u00e3o quinquenal.\n\nA revis\u00e3o ora postulada encontra-se respaldada nos termos da Lei n\u00b0 13.324/2016, especialmente em seu artigo 87 e seguintes.\n\n_____________________________________________________________________________________________\nAv. Marechal Floriano Peixoto, 170 8 andar, sala 805, Centro, Curitiba, Paran\u00e1, CEP 80020-090. 41 3224-1328 contato@lacerdaadvogados.adv.br\n\n\f___________________________________________\nO artigo 87 e seguintes da Lei n\u00b0 13.324/2016 preveem os\ncrit\u00e9rios para a incorpora\u00e7\u00e3o da gratifica\u00e7\u00e3o de desempenho nos proventos de\naposentadoria dos servidores abrangidos pelos artigos 3\u00ba, 6\u00ba e 6\u00ba-A, da Emenda\nConstitucional n\u00ba. 41/2003 e artigo 3\u00ba da Emenda Constitucional 47/2005, assim\ndispondo:\nArt. 87. \u00c9 facultado aos servidores, aos aposentados e aos pensionistas que estejam sujeitos ao disposto nos arts. 3o, 6o ou 6o-A da Emenda Constitucional no 41, de 19 de dezembro de 2003, ou no art. 3o da Emenda Constitucional no 47, de 5 de julho de 2005, optar\npela incorpora\u00e7\u00e3o de gratifica\u00e7\u00f5es de desempenho aos proventos de aposentadoria ou de pens\u00e3o, nos termos dos\narts. 88 e 89, relativamente aos seguintes cargos, planos e carreiras:\n(...)\nPar\u00e1grafo \u00fanico. A op\u00e7\u00e3o de que trata o caput somente poder\u00e1 ser exercida se o servidor tiver percebido gratifica\u00e7\u00f5es de desempenho por, no m\u00ednimo, sessenta meses, antes da data da aposentadoria ou da institui\u00e7\u00e3o da pens\u00e3o.\nArt. 88. Os servidores de que trata o art. 87 podem optar, em car\u00e1ter irretrat\u00e1vel, pela incorpora\u00e7\u00e3o de gratifica\u00e7\u00f5es de desempenho aos proventos de aposentadoria ou de pens\u00e3o, nos seguintes termos:\nI - a partir de 1o de janeiro de 2017: 67% (sessenta e sete por cento) do valor referente \u00e0 m\u00e9dia dos pontos da gratifica\u00e7\u00e3o de desempenho recebidos nos \u00faltimos sessenta meses de atividade;\nII - a partir de 1o de janeiro de 2018: 84% (oitenta e quatro por cento) do valor referente \u00e0 m\u00e9dia dos pontos da gratifica\u00e7\u00e3o de desempenho recebidos nos \u00faltimos sessenta meses de atividade; e\nIII - a partir de 1o de janeiro de 2019: o valor integral da m\u00e9dia dos pontos da gratifica\u00e7\u00e3o de desempenho recebidos nos \u00faltimos sessenta meses de atividade.\n\u00a7 1o Para fins de c\u00e1lculo do valor devido, o percentual da m\u00e9dia dos pontos de que tratam os incisos I a III do caput ser\u00e1 aplicado sobre o valor do ponto correspondente ao posicionamento do servidor na tabela remunerat\u00f3ria na data da aposentadoria ou da institui\u00e7\u00e3o da pens\u00e3o, respeitadas as altera\u00e7\u00f5es relativas a posicionamentos decorrentes de legisla\u00e7\u00e3o espec\u00edfica.\n(...)\n\u00a7 5o Eventual diferen\u00e7a entre o valor que o servidor ou o pensionista receberia antes da op\u00e7\u00e3o e o valor decorrente da aplica\u00e7\u00e3o das regras dos incisos I e II do caput ser\u00e1 paga a t\u00edtulo de parcela complementar,\n_____________________________________________________________________________________________\nAv. Marechal Floriano Peixoto, 170 8 andar, sala 805, Centro, Curitiba, Paran\u00e1, CEP 80020-090. 41 3224-1328 contato@lacerdaadvogados.adv.br\n\n\f___________________________________________\nde natureza provis\u00f3ria, at\u00e9 a implanta\u00e7\u00e3o das parcelas subsequentes.\nArt. 89. Para as aposentadorias e pens\u00f5es j\u00e1 institu\u00eddas na data de vig\u00eancia desta Lei, a op\u00e7\u00e3o, em car\u00e1ter irretrat\u00e1vel, pela incorpora\u00e7\u00e3o de gratifica\u00e7\u00f5es de desempenho aos proventos nos termos dos incisos I a III do caput do art. 88 dever\u00e1 ser feita da data de entrada em vigor desta Lei at\u00e9 31 de outubro de 2018.\n(...)\n\u00a7 3o Eventual diferen\u00e7a entre o valor que o aposentado ou o pensionista recebia antes da op\u00e7\u00e3o e o valor decorrente da aplica\u00e7\u00e3o das regras dos incisos I e II do caput do art. 88 ser\u00e1 paga a t\u00edtulo de parcela complementar, de natureza provis\u00f3ria, at\u00e9 a implanta\u00e7\u00e3o das parcelas subsequentes.\nArt. 90. Para fins do disposto no \u00a7 5o do art. 88 e no \u00a7 3o do art. 89, ser\u00e1 considerado o valor do ponto vigente a partir de 1o de janeiro de 2017.\nArt. 91. A op\u00e7\u00e3o de que tratam os arts. 88 e 89 somente ser\u00e1 v\u00e1lida com a assinatura de termo de op\u00e7\u00e3o na forma do Anexo XCVI, que incluir\u00e1 a expressa concord\u00e2ncia do servidor, do aposentado ou do pensionista com:\nI - a forma, os prazos e os percentuais definidos nos arts. 88 e 89;\nII - a ren\u00fancia \u00e0 forma de c\u00e1lculo de incorpora\u00e7\u00e3o da gratifica\u00e7\u00e3o de desempenho reconhecida por decis\u00e3o administrativa; e\nIII - a ren\u00fancia ao direito de pleitear, na via administrativa, quaisquer valores ou vantagens decorrentes da forma de c\u00e1lculo da gratifica\u00e7\u00e3o de desempenho incorporada aos proventos de aposentadoria e pens\u00e3o, exceto em caso de comprovado erro material.\nPar\u00e1grafo \u00fanico. Na hip\u00f3tese de pagamento em duplicidade de valores referentes \u00e0s gratifica\u00e7\u00f5es de desempenho previstas nesta Lei, fica o ente p\u00fablico autorizado a reaver a import\u00e2ncia paga a maior administrativamente, por meio de desconto direto nos proventos.\nLogo, os benef\u00edcios dos servidores/inativos incursos nos arts. 3\u00ba, 6\u00ba e 6\u00ba-A, da EC n\u00ba. 41/2003 e art. 3\u00ba da EC 47/2005, devem ser revistos conforme os crit\u00e9rios previstos em lei, uma vez que os benef\u00edcios concedidos visam a substituir, na inatividade, a remunera\u00e7\u00e3o at\u00e9 ent\u00e3o percebida pelo servidor, sendo evidente a rela\u00e7\u00e3o direta existente entre a contribui\u00e7\u00e3o recolhida e o benef\u00edcio a ser auferido pelo segurado.\n_____________________________________________________________________________________________\nAv. Marechal Floriano Peixoto, 170 8 andar, sala 805, Centro, Curitiba, Paran\u00e1, CEP 80020-090. 41 3224-1328 contato@lacerdaadvogados.adv.br\n\n\f___________________________________________\n\nII)\n\nDA INCORPORA\u00c7\u00c3O DA GRATIFICA\u00c7\u00c3O DE\n\nDESEMPENHO NOS PROVENTOS DE APOSENTADORIA\n\nDOS INATIVOS SOB A \u00c9GIDE DA PARIDADE, DA\n\nINTEGRALIDADE E DA ISONOMIA, E DOS INATIVOS\n\nANTERIORES \u00c0 VIG\u00caNCIA DA EC 41/2003\n\nVale aqui um adendo. De forma NENHUMA a Uni\u00e3o Federal poder\u00e1 alegar que as GDs n\u00e3o s\u00e3o extensivas aos inativos por serem pro labore faciendo. Simplesmente porque j\u00e1 o fez, estendeu a integralidade das GDs aos inativos atrav\u00e9s do Termo de Acordo 1/2015, convertido no Projeto de Lei n\u00ba 4250/2015, que originou a Lei n\u00b0 13.324/2016, apenas engendrando um c\u00e1lculo para o recebimento dessas parcelas para os aposentados sob a \u00e9gide das ECs 41 e 47.\nVale lembrar que os inativos anteriores a EC 41/2003 TEM DIREITO A TODAS AS VANTAGENS POSTERIORMENTE CONCEDIDOS AOS SERVIDORES EM ATIVIDADE. Inclusive a ora em quest\u00e3o.\nN\u00c3O H\u00c1 POSSIBILIDADE LEGAL DE HAVER QUALQUER DISTIN\u00c7\u00c3O PARA OS APOSENTADOS ANTERIORES A EC 41/2003.\nAssim, devendo ser respeitadas a integralidade, a isonomia, a paridade, e a necess\u00e1ria correspond\u00eancia entre contribui\u00e7\u00e3o vertidas e o benef\u00edcio auferido, sob pena de enriquecimento sem causa do er\u00e1rio, o c\u00e1lculo dos inativos anteriores a EC 41/2003 deve ser realizado na forma acima descrita, qual seja, mediante o pagamento INTEGRAL da Gratifica\u00e7\u00e3o de Desempenho.\n_____________________________________________________________________________________________\nAv. Marechal Floriano Peixoto, 170 8 andar, sala 805, Centro, Curitiba, Paran\u00e1, CEP 80020-090. 41 3224-1328 contato@lacerdaadvogados.adv.br\n\n\f___________________________________________\n\nIII)\n\nDO REGIME CONTRIBUTIVO NA MODALIDADE\n\nCAPITALIZA\u00c7\u00c3O COLETIVA\n\nExistem diversos modelos de previd\u00eancia social no mundo e cada pa\u00eds decide a maneira como ir\u00e1 proteger socialmente, os seus trabalhadores.\n\nQuanto ao custeio, os sistemas previdenci\u00e1rios se dividem em contributivos e n\u00e3o contributivos. Essa divis\u00e3o leva em considera\u00e7\u00e3o a fonte de arrecada\u00e7\u00e3o da receita necess\u00e1ria ao desempenho da pol\u00edtica de prote\u00e7\u00e3o social. No sistema contributivo a lei especifica as pessoas que est\u00e3o obrigadas a contribuir para o regime, sendo essas pessoas os potenciais benefici\u00e1rios do regime, seus segurados, ou outras pessoas que a lei determine. No sistema n\u00e3o contributivo n\u00e3o existem pessoas obrigadas a contribuir para o custeio do sistema, o que acontece \u00e9 que uma parte da arrecada\u00e7\u00e3o tribut\u00e1ria geral \u00e9 destinada \u00e0 Previd\u00eancia.\n\nOutra forma de distin\u00e7\u00e3o entre os sistemas previdenci\u00e1rios \u00e9 quanto \u00e0 forma de utiliza\u00e7\u00e3o dos recursos obtidos. De acordo com a doutrina, o sistema contributivo pode ser enquadrado em duas modalidades, a saber: o de reparti\u00e7\u00e3o, em que as contribui\u00e7\u00f5es descontadas do vencimento do funcion\u00e1rio confundem-se na receita geral, s\u00e3o revers\u00f5es ao Tesouro; e o de capitaliza\u00e7\u00e3o, em que as contribui\u00e7\u00f5es dos segurados (\u00e0s vezes completadas por subven\u00e7\u00f5es do Estado) formam um fundo aut\u00f4nomo para pagamento dos benef\u00edcios.\n\nO sistema de capitaliza\u00e7\u00e3o admite duas formas: a da capitaliza\u00e7\u00e3o individual, no qual as cotiza\u00e7\u00f5es se creditam \u00e0 conta individual de cada segurado, e a da capitaliza\u00e7\u00e3o coletiva, em que as contribui\u00e7\u00f5es dos segurados, em seu conjunto, s\u00e3o consideradas favorecendo a coletividade segurada.\n_____________________________________________________________________________________________\nAv. Marechal Floriano Peixoto, 170 8 andar, sala 805, Centro, Curitiba, Paran\u00e1, CEP 80020-090. 41 3224-1328 contato@lacerdaadvogados.adv.br\n\n\f___________________________________________\nA EC 20/98 adotou um regime de previd\u00eancia para os servidores p\u00fablicos, com crit\u00e9rios que preservem o equil\u00edbrio financeiro e atuarial, que mais se aproxima do regime contributivo na modalidade de capitaliza\u00e7\u00e3o. Inexistindo previs\u00e3o normativa de creditamento em contas individuais de cada segurado das contribui\u00e7\u00f5es previdenci\u00e1rias vertidas ao regime, constata-se que foi adotado o sistema de capitaliza\u00e7\u00e3o coletiva. Assim disp\u00f4s o artigo 40, \u00a7 2\u00ba e \u00a7 3\u00ba da Constitui\u00e7\u00e3o Federal, com a reda\u00e7\u00e3o dada pela EC 20/98:\nArt. 40 - Aos servidores titulares de cargos efetivos da Uni\u00e3o, dos Estados, do Distrito Federal e dos Munic\u00edpios, inclu\u00eddas suas autarquias e funda\u00e7\u00f5es, \u00e9 assegurado regime de previd\u00eancia de car\u00e1ter contributivo, observados crit\u00e9rios que preservem o equil\u00edbrio financeiro e atuarial e o disposto neste artigo.\n(...)\n\u00a7 2\u00ba - Os proventos de aposentadoria e as pens\u00f5es, por ocasi\u00e3o de sua concess\u00e3o, n\u00e3o poder\u00e3o exceder a remunera\u00e7\u00e3o do respectivo servidor, no cargo efetivo em que se deu a aposentadoria ou que serviu de refer\u00eancia para a concess\u00e3o da pens\u00e3o.\n\u00a7 3\u00ba - Os proventos de aposentadoria, por ocasi\u00e3o da sua concess\u00e3o, ser\u00e3o calculados com base na remunera\u00e7\u00e3o do servidor no cargo efetivo em que se der a aposentadoria e, na forma da lei, corresponder\u00e3o \u00e0 totalidade da remunera\u00e7\u00e3o.\nTais determina\u00e7\u00f5es, contidas nas normas acima transcritas, por certo, demonstram que os benef\u00edcios concedidos visam a substituir, na inatividade, a remunera\u00e7\u00e3o at\u00e9 ent\u00e3o percebida pelo servidor, tornando evidente a rela\u00e7\u00e3o direta existente entre a contribui\u00e7\u00e3o recolhida e o benef\u00edcio a ser auferido pelo segurado.\nNeste tra\u00e7ado dos aspectos constitucionais do regime previdenci\u00e1rio dos servidores p\u00fablicos, releva notar que o \u00a7\u00ba12, do artigo 40 da Constitui\u00e7\u00e3o Federal na reda\u00e7\u00e3o ainda da EC 20/98, disp\u00f4s que:\n_____________________________________________________________________________________________\nAv. Marechal Floriano Peixoto, 170 8 andar, sala 805, Centro, Curitiba, Paran\u00e1, CEP 80020-090. 41 3224-1328 contato@lacerdaadvogados.adv.br\n\n\f___________________________________________\nArt. 40 - Aos servidores titulares de cargos efetivos da Uni\u00e3o, dos Estados, do Distrito Federal e dos Munic\u00edpios, inclu\u00eddas suas autarquias e funda\u00e7\u00f5es, \u00e9 assegurado regime de previd\u00eancia de car\u00e1ter contributivo, observados crit\u00e9rios que preservem o equil\u00edbrio financeiro e atuarial e o disposto neste artigo.\n(...)\n\u00a7 12 - Al\u00e9m do disposto neste artigo, o regime de previd\u00eancia dos servidores p\u00fablicos titulares de cargo efetivo observar\u00e1, no que couber, os requisitos e crit\u00e9rios fixados para o regime geral de previd\u00eancia social. (negritou-se e grifou-se)\nAs normas constitucionais do Regime Geral de Previd\u00eancia\nSocial preceituam quanto \u00e0 rela\u00e7\u00e3o entre custeio e benef\u00edcio que:\nArt. 201. A previd\u00eancia social ser\u00e1 organizada sob a forma de regime geral, de car\u00e1ter contributivo e de filia\u00e7\u00e3o obrigat\u00f3ria, observados crit\u00e9rios que preservem o equil\u00edbrio financeiro e atuarial, e atender\u00e1, nos termos da lei, a: (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Emenda Constitucional n\u00ba 20, de 1998)\nI - cobertura dos eventos de doen\u00e7a, invalidez, morte e idade avan\u00e7ada; (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Emenda Constitucional n\u00ba 20, de 1998) II - prote\u00e7\u00e3o \u00e0 maternidade, especialmente \u00e0 gestante; (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Emenda Constitucional n\u00ba 20, de 1998) III - prote\u00e7\u00e3o ao trabalhador em situa\u00e7\u00e3o de desemprego involunt\u00e1rio; (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Emenda Constitucional n\u00ba 20, de 1998) IV - sal\u00e1rio-fam\u00edlia e aux\u00edlio-reclus\u00e3o para os dependentes dos segurados de baixa renda; (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Emenda Constitucional n\u00ba 20, de 1998) V - pens\u00e3o por morte do segurado, homem ou mulher, ao c\u00f4njuge ou companheiro e dependentes, observado o disposto no \u00a7 2\u00ba. (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Emenda Constitucional n\u00ba 20, de 1998)\n(...)\n\u00a7 2\u00ba Nenhum benef\u00edcio que substitua o sal\u00e1rio de contribui\u00e7\u00e3o ou o rendimento do trabalho do segurado ter\u00e1 valor mensal inferior ao sal\u00e1rio m\u00ednimo. (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Emenda Constitucional n\u00ba 20, de 1998).\n\u00a7 3\u00ba Todos os sal\u00e1rios de contribui\u00e7\u00e3o considerados para o c\u00e1lculo de benef\u00edcio ser\u00e3o devidamente atualizados, na forma da lei. (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Emenda Constitucional n\u00ba 20, de 1998) (...)\n_____________________________________________________________________________________________\nAv. Marechal Floriano Peixoto, 170 8 andar, sala 805, Centro, Curitiba, Paran\u00e1, CEP 80020-090. 41 3224-1328 contato@lacerdaadvogados.adv.br\n\n\f___________________________________________\n\u00a7 11. Os ganhos habituais do empregado, a qualquer t\u00edtulo, ser\u00e3o incorporados ao sal\u00e1rio para efeito de contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria e consequente repercuss\u00e3o em benef\u00edcios,\nnos casos e na forma da lei. (Inclu\u00eddo dada pela Emenda Constitucional n\u00ba 20, de 1998) (negritou-se e grifou-se)\nReal\u00e7ando ainda mais esta compreens\u00e3o, decorrente de interpreta\u00e7\u00e3o l\u00f3gico-sistem\u00e1tica, de que as contribui\u00e7\u00f5es vertidas pelos servidores p\u00fablicos ao Regime Pr\u00f3prio de Previd\u00eancia Social guardam necess\u00e1ria correspond\u00eancia com os benef\u00edcios e servi\u00e7os que lhe s\u00e3o oferecidos pelo regime, o \u00a7 5\u00b0 do artigo 195 da Constitui\u00e7\u00e3o Federal, na reda\u00e7\u00e3o da EC 20/98, disp\u00f4s que:\nArt. 195. A seguridade social ser\u00e1 financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos or\u00e7amentos da Uni\u00e3o, dos Estados, do Distrito Federal e dos Munic\u00edpios, e das seguintes contribui\u00e7\u00f5es sociais: (...)\n\u00a7 5\u00ba Nenhum benef\u00edcio ou servi\u00e7o da seguridade social poder\u00e1 ser criado, majorado ou estendido sem a correspondente fonte de custeio total. (negritou-se)\nDiante das disposi\u00e7\u00f5es da EC 20/98, conclui-se que h\u00e1 uma correla\u00e7\u00e3o direta entre as parcelas que comp\u00f5em a base de c\u00e1lculo da contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria devida por cada servidor p\u00fablico e aquelas que integrar\u00e3o os seus futuros e correspondentes proventos na inatividade, bem como a pens\u00e3o eventualmente institu\u00edda em favor dos dependentes.\n_____________________________________________________________________________________________\nAv. Marechal Floriano Peixoto, 170 8 andar, sala 805, Centro, Curitiba, Paran\u00e1, CEP 80020-090. 41 3224-1328 contato@lacerdaadvogados.adv.br\n\n\f___________________________________________\nCom o advento da EC 41/03, n\u00e3o houve inova\u00e7\u00e3o relativamente ao sistema contributivo de capitaliza\u00e7\u00e3o coletiva adotado pela EC 20/98. Ao contr\u00e1rio, pela leitura do texto constitucional, j\u00e1 alterado pela referida emenda, percebe-se uma acentua\u00e7\u00e3o na correla\u00e7\u00e3o existente entre custeio e benef\u00edcio (art. 40, \u00a7 3\u00ba), compreendendo-se o princ\u00edpio da solidariedade, ent\u00e3o acrescido, como um postulado normativo mediante o qual os servidores inativos, pensionistas e os entes p\u00fablicos passariam a contribuir para o regime de previd\u00eancia, em comunh\u00e3o de esfor\u00e7os com os servidores ativos, no intuito de manter a higidez e liquidez do fundo.\nAli\u00e1s, a leitura das normas constitucionais que disciplinam o sal\u00e1rio de contribui\u00e7\u00e3o dos servidores p\u00fablicos deixa patente esta correla\u00e7\u00e3o (remunera\u00e7\u00e3o da ativa = proventos da inatividade), para aqueles servidores que ingressaram no regime antes da EC 41/03:\nArt. 40. Aos servidores titulares de cargos efetivos da Uni\u00e3o, dos Estados, do Distrito Federal e dos Munic\u00edpios, inclu\u00eddas suas autarquias e funda\u00e7\u00f5es, \u00e9 assegurado regime de previd\u00eancia de car\u00e1ter contributivo e solid\u00e1rio, mediante contribui\u00e7\u00e3o do respectivo ente p\u00fablico, dos servidores ativos e inativos e dos pensionistas, observados crit\u00e9rios que preservem o equil\u00edbrio financeiro e atuarial e o disposto neste artigo. (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Emenda Constitucional n\u00ba 41, 19.12.2003)\n\u00a7 1\u00ba Os servidores abrangidos pelo regime de previd\u00eancia de que trata este artigo ser\u00e3o aposentados, calculados os seus proventos a partir dos valores fixados na forma dos \u00a7\u00a7 3\u00ba e 17: (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Emenda Constitucional n\u00ba 41, 19.12.2003);\n(...)\n\u00a7 2\u00ba - Os proventos de aposentadoria e as pens\u00f5es, por ocasi\u00e3o de sua concess\u00e3o, n\u00e3o poder\u00e3o exceder a remunera\u00e7\u00e3o do respectivo servidor, no cargo efetivo em que se deu a aposentadoria ou que serviu de refer\u00eancia para a concess\u00e3o da pens\u00e3o. (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Emenda Constitucional n\u00ba 20, de 15/12/98)\n_____________________________________________________________________________________________\nAv. Marechal Floriano Peixoto, 170 8 andar, sala 805, Centro, Curitiba, Paran\u00e1, CEP 80020-090. 41 3224-1328 contato@lacerdaadvogados.adv.br\n\n\f___________________________________________\n\u00a7 3\u00ba Para o c\u00e1lculo dos proventos de aposentadoria, por ocasi\u00e3o da sua concess\u00e3o, ser\u00e3o consideradas as remunera\u00e7\u00f5es utilizadas como base para as contribui\u00e7\u00f5es do servidor aos regimes de previd\u00eancia de que tratam este artigo e o art. 201, na forma da lei. (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Emenda Constitucional n\u00ba 41, 19.12.2003)\n(...)\n\u00a7 17. Todos os valores de remunera\u00e7\u00e3o considerados para o c\u00e1lculo do benef\u00edcio previsto no \u00a7 3\u00b0 ser\u00e3o devidamente atualizados, na forma da lei. (Inclu\u00eddo pela Emenda Constitucional n\u00ba 41, 19.12.2003)\n\u00a7 18. Incidir\u00e1 contribui\u00e7\u00e3o sobre os proventos de aposentadorias e pens\u00f5es concedidas pelo regime de que trata este artigo que superem o limite m\u00e1ximo estabelecido para os benef\u00edcios do regime geral de previd\u00eancia social de que trata o art. 201, com percentual igual ao estabelecido para os servidores titulares de cargos efetivos. (Inclu\u00eddo pela Emenda Constitucional n\u00ba 41, 19.12.2003)\nConforme se depreende dos dispositivos constitucionais em\napre\u00e7o, conclui-se que os benef\u00edcios concedidos visam a substituir, na inatividade, a\nremunera\u00e7\u00e3o at\u00e9 ent\u00e3o percebida pelo servidor, tornando-se clara a rela\u00e7\u00e3o\nexistente entre a contribui\u00e7\u00e3o recolhida e o benef\u00edcio a ser auferido pelo segurado.\n\nIV)\n\nDO ENTEDIMENTO JURISPRUDENCIAL CONSOLIDADO\n\nSOBRE A CORRELA\u00c7\u00c3O ENTRE CUSTO E BENEF\u00cdCIO\n\nMANIFESTA\u00c7\u00c3O DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL \u2013\n\nADINMC 2.010/DF\n\nA mat\u00e9ria n\u00e3o escapou da avalia\u00e7\u00e3o do Supremo Tribunal Federal, ao apreciar a constitucionalidade da Lei 9.783/99 na ADINMC 2.010/DF, de relatoria do Ministro Celso de Mello, cujo ac\u00f3rd\u00e3o restou ementado nos seguintes termos:\n\nEMENTA: SERVIDORES P\u00daBLICOS FEDERAIS - CONTRIBUI\u00c7\u00c3O DE SEGURIDADE SOCIAL - LEI N\u00ba 9.783/99 - ARG\u00dcI\u00c7\u00c3O DE INCONSTITUCIONALIDADE FORMAL E MATERIAL DESSE DIPLOMA LEGISLATIVO - RELEV\u00c2NCIA JUR\u00cdDICA DA TESE PERTINENTE \u00c0 N\u00c3O-INCID\u00caNCIA DA CONTRIBUI\u00c7\u00c3O DE SEGURIDADE SOCIAL SOBRE SERVIDORES INATIVOS E PENSIONISTAS DA UNI\u00c3O FEDERAL (CF, ART. 40, CAPUT, E\n_____________________________________________________________________________________________\nAv. Marechal Floriano Peixoto, 170 8 andar, sala 805, Centro, Curitiba, Paran\u00e1, CEP 80020-090. 41 3224-1328 contato@lacerdaadvogados.adv.br\n\n\f___________________________________________\nRESPECTIVO \u00a7 12, C/C O ART. 195, II, NA REDA\u00c7\u00c3O DADA PELA EC N\u00ba 20/98) - AL\u00cdQUOTAS PROGRESSIVAS - ESCALA DE PROGRESSIVIDADE DOS ADICIONAIS TEMPOR\u00c1RIOS (ART. 2\u00ba DA LEI N\u00ba 9.783/99) - ALEGA\u00c7\u00c3O DE OFENSA AO PRINC\u00cdPIO QUE VEDA A TRIBUTA\u00c7\u00c3O CONFISCAT\u00d3RIA (CF, ART. 150, IV) E DE DESCARACTERIZA\u00c7\u00c3O DA FUN\u00c7\u00c3O CONSTITUCIONAL INERENTE \u00c0 CONTRIBUI\u00c7\u00c3O DE SEGURIDADE SOCIAL PLAUSIBILIDADE JUR\u00cdDICA - MEDIDA CAUTELAR DEFERIDA EM PARTE. PRINC\u00cdPIO DA IRREPETIBILIDADE DOS PROJETOS REJEITADOS NA MESMA SESS\u00c3O LEGISLATIVA (CF, ART. 67) MEDIDA PROVIS\u00d3RIA REJEITADA PELO CONGRESSO NACIONAL - POSSIBILIDADE DE APRESENTA\u00c7\u00c3O DE PROJETO DE LEI, PELO PRESIDENTE DA REP\u00daBLICA, NO IN\u00cdCIO DO ANO SEGUINTE \u00c0QUELE EM QUE SE DEU A REJEI\u00c7\u00c3O\nPARLAMENTAR DA MEDIDA PROVIS\u00d3RIA. (...) O REGIME CONTRIBUTIVO \u00c9, POR ESS\u00caNCIA, UM REGIME DE CAR\u00c1TER EMINENTEMENTE RETRIBUTIVO. A QUEST\u00c3O DO EQUIL\u00cdBRIO ATUARIAL (CF, ART. 195, \u00a7 5\u00ba). CONTRIBUI\u00c7\u00c3O DE SEGURIDADE SOCIAL SOBRE PENS\u00d5ES E PROVENTOS: AUS\u00caNCIA DE CAUSA SUFICIENTE. - Sem causa suficiente, n\u00e3o se justifica a institui\u00e7\u00e3o (ou a majora\u00e7\u00e3o) da contribui\u00e7\u00e3o de seguridade social, pois, no regime de previd\u00eancia de car\u00e1ter contributivo, deve haver, necessariamente, correla\u00e7\u00e3o entre custo e benef\u00edcio. A exist\u00eancia de estrita vincula\u00e7\u00e3o causal entre contribui\u00e7\u00e3o e benef\u00edcio p\u00f5e em evid\u00eancia a corre\u00e7\u00e3o\nda f\u00f3rmula segundo a qual n\u00e3o pode haver\ncontribui\u00e7\u00e3o sem benef\u00edcio, nem benef\u00edcio sem\ncontribui\u00e7\u00e3o. Doutrina. Precedente do STF. A CONTRIBUI\u00c7\u00c3O DE\nSEGURIDADE SOCIAL DOS SERVIDORES P\u00daBLICOS EM ATIVIDADE CONSTITUI MODALIDADE DE TRIBUTO VINCULADO. - A contribui\u00e7\u00e3o de seguridade social, devida por servidores p\u00fablicos em atividade, configura modalidade de contribui\u00e7\u00e3o social, qualificando-se como esp\u00e9cie tribut\u00e1ria de car\u00e1ter vinculado, constitucionalmente destinada ao custeio e ao financiamento do regime de previd\u00eancia dos servidores p\u00fablicos titulares de cargo efetivo. Precedentes. (...) (ADI 2010 MC, Relator(a): Min. CELSO DE MELLO, Tribunal Pleno, julgado em 30/09/1999, DJ 12-04-2002 PP-00051\nEMENT VOL-02064-01 PP-00086). (negritou-se e grifou-se)\n\nV)\n\nMANIFESTA\u00c7\u00c3O DA TURMA NACIONAL DE\n\nUNIFORMIZA\u00c7\u00c3O DOS JUIZADOS ESPECIAIS FEDERAIS\n\n_____________________________________________________________________________________________\nAv. Marechal Floriano Peixoto, 170 8 andar, sala 805, Centro, Curitiba, Paran\u00e1, CEP 80020-090. 41 3224-1328 contato@lacerdaadvogados.adv.br\n\n\f___________________________________________\nSeguindo o posicionamento adotado pelo Supremo Tribunal\nFederal, a Turma de Uniformiza\u00e7\u00e3o dos Juizados Especiais Federais manifestou o\nentendimento de que o regime de previd\u00eancia para os servidores p\u00fablicos adotou o\nsistema de capitaliza\u00e7\u00e3o coletiva, sendo evidente a rela\u00e7\u00e3o direta existente entre a\ncontribui\u00e7\u00e3o recolhida e benef\u00edcio a ser auferido:\nPEDIDO DE UNIFORMIZA\u00c7\u00c3O INTERPOSTO PELA PARTE AUTORA. ADMINISTRATIVO. GRATIFICA\u00c7\u00c3O DE DESEMPENHO DO PLANO GERAL DE CARGOS DO PODER EXECUTIVO GDPGPE. SERVIDOR P\u00daBLICO DA ATIVA. PLANO DE SEGURIDADE SOCIAL DO SERVIDOR - PSS. INCID\u00caNCIA DE CONTRIBUI\u00c7\u00c3O PREVIDENCI\u00c1RIA. LIMITA\u00c7\u00c3O \u00c0 PARCELA\nINCORPOR\u00c1VEL NA APOSENTADORIA. \u201cN\u00c3O H\u00c1 CONTRIBUI\u00c7\u00c3O SEM BENEF\u00cdCIO NEM BENEF\u00cdCIO SEM CONTRIBUI\u00c7\u00c3O (STF - ADC 8 MC; ADI 2.010)\u201d. INCIDENTE CONHECIDO E PROVIDO. (...) Com o advento da Emenda Constitucional n\u00ba 20, em 15 de dezembro de 1998, o sistema de previd\u00eancia dos servidores p\u00fablicos passou por sens\u00edveis altera\u00e7\u00f5es, sendo relevante anotar a clara op\u00e7\u00e3o constituinte pelo regime contributivo na modalidade de capitaliza\u00e7\u00e3o, notadamente pela institui\u00e7\u00e3o de um regime de previd\u00eancia de car\u00e1ter contributivo e com crit\u00e9rios que preservassem o equil\u00edbrio financeiro e atuarial (art. 40, caput) (...) 16. De acordo com a doutrina o sistema contributivo pode ser enquadrado em duas modalidades, a saber: \u201c(...) o de reparti\u00e7\u00e3o (cash system; syst\u00e8me de la repartition), em que as contribui\u00e7\u00f5es descontadas do vencimento do funcion\u00e1rio confundem-se na receita geral, s\u00e3o revers\u00f5es ao Tesouro; e o de capitaliza\u00e7\u00e3o (actuarial system; syst\u00e9me de la capitalisation), em que as contribui\u00e7\u00f5es dos segurados (\u00e0s vezes completadas por subven\u00e7\u00f5es do Estado) formam um fundo aut\u00f4nomo para pagamento dos benef\u00edcios. (...) Aprofundando o tema, em especial\no sistema de capitaliza\u00e7\u00e3o, Feij\u00f3 Coimbra leciona que por este sistema: \u201c(...) s\u00e3o colocadas em reserva as cotiza\u00e7\u00f5es dos segurados, durante um per\u00edodo que se pretende mais ou menos longo, para que o capital se acumule. Dito capital, posto a juros, dever\u00e1 transmitir, no futuro, o pagamento das presta\u00e7\u00f5es que ao segurado sejam devidas. Tanto mais vantajoso ser\u00e1 o sistema, quanto mais alongado o per\u00edodo dessa acumula\u00e7\u00e3o, pois a renda do capital permitir\u00e1, por defini\u00e7\u00e3o, o\nacr\u00e9scimo das presta\u00e7\u00f5es. Dito sistema admite duas formas: a da capitaliza\u00e7\u00e3o individual, no qual as cotiza\u00e7\u00f5es se creditam \u00e0 conta individual de cada segurado, e a da capitaliza\u00e7\u00e3o coletiva, em que as contribui\u00e7\u00f5es dos segurados, em seu conjunto, s\u00e3o consideradas favorecendo a coletividade segurada. A capitaliza\u00e7\u00e3o inspira-se\nem t\u00e9cnicas de seguro e poupan\u00e7a, acentuando sua filia\u00e7\u00e3o aos\n_____________________________________________________________________________________________\nAv. Marechal Floriano Peixoto, 170 8 andar, sala 805, Centro, Curitiba, Paran\u00e1, CEP 80020-090. 41 3224-1328 contato@lacerdaadvogados.adv.br\n\n\f___________________________________________\nsistemas por que funcionam os seguros privados. O esfor\u00e7o de cada indiv\u00edduo e de cada gera\u00e7\u00e3o conflui para a realiza\u00e7\u00e3o de fundos que, administrados de maneira correta, permitiriam a entrega das presta\u00e7\u00f5es no devido tempo. (...)\u201d (in Direito Previdenci\u00e1rio Brasileiro, Edi\u00e7\u00f5es Trabalhistas, Rio de Janeiro, 1999, p\u00e1g. 235). Resta claro,\nportanto, que a EC n. 20/98 adotou um regime de previd\u00eancia para os servidores p\u00fablicos, com crit\u00e9rios que preservem o equil\u00edbrio financeiro e atuarial, que mais se aproxima do regime contributivo na modalidade de capitaliza\u00e7\u00e3o. 17. Por\noutro lado, inexistindo previs\u00e3o normativa de creditamento em contas individuais de cada segurado das contribui\u00e7\u00f5es previdenci\u00e1rias\nvertidas ao regime, constata-se que foi adotado o sistema de capitaliza\u00e7\u00e3o coletiva. (...) Tais determina\u00e7\u00f5es, por certo, demonstram que os benef\u00edcios concedidos visam a substituir, na inatividade, a remunera\u00e7\u00e3o at\u00e9 ent\u00e3o percebida pelo servidor, tornando evidente a rela\u00e7\u00e3o direta existente entre a contribui\u00e7\u00e3o recolhida e o benef\u00edcio a ser auferido pelo segurado. (...) \u201dNeste tra\u00e7ado dos aspectos constitucionais do regime previdenci\u00e1rio dos servidores p\u00fablicos, releva notar que o \u00a7 12 do art. 40 da CF/88, na reda\u00e7\u00e3o ainda da EC 20/98, disp\u00f4s que \u201cAl\u00e9m do disposto neste artigo, o regime de previd\u00eancia dos servidores p\u00fablicos titulares de cargo efetivo observar\u00e1, no que couber, os requisitos e crit\u00e9rios fixados para o regime geral de previd\u00eancia social\u201d. Negritei. E as normas constitucionais do Regime Geral de Previd\u00eancia Social preceituam quanto \u00e0 rela\u00e7\u00e3o entre custeio e benef\u00edcio que: (...) Real\u00e7ando ainda mais esta compreens\u00e3o, decorrente de interpreta\u00e7\u00e3o l\u00f3gico-sistem\u00e1tica, de que as contribui\u00e7\u00f5es vertidas pelos servidores p\u00fablicos ao RPPS guardam necess\u00e1ria correspond\u00eancia com os benef\u00edcios e servi\u00e7os que lhe s\u00e3o oferecidos pelo regime, o \u00a7 5\u00b0 do art. 195 da CF/88, na reda\u00e7\u00e3o da EC 20/98, disp\u00f4s que \u201cNenhum benef\u00edcio ou servi\u00e7o da seguridade social poder\u00e1 ser criado, majorado ou estendido sem a correspondente fonte de custeio total\u201d. 18. Com efeito, e diante da tessitura\nconstitucional plasmada pela EC 20/98, tem-se por imperiosa a\nconclus\u00e3o de que h\u00e1 uma correla\u00e7\u00e3o direta entre as parcelas que comp\u00f5em a base de c\u00e1lculo da contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria devida por cada servidor p\u00fablico e aquelas que integrar\u00e3o os seus futuros e correspondentes proventos na inatividade, bem como a pens\u00e3o eventualmente institu\u00edda em favor dos dependentes. (...) Esta compreens\u00e3o da mat\u00e9ria n\u00e3o escapou da arguta avalia\u00e7\u00e3o do C. STF, quando julgou a constitucionalidade da pr\u00f3pria EC 20/98 na ADI n. 2.010, rel. Eminente Ministro Celso de Mello, em cujo ac\u00f3rd\u00e3o restou lapidarmente pontuado: \u201c(...) O REGIME CONTRIBUTIVO \u00c9, POR\n_____________________________________________________________________________________________\nAv. Marechal Floriano Peixoto, 170 8 andar, sala 805, Centro, Curitiba, Paran\u00e1, CEP 80020-090. 41 3224-1328 contato@lacerdaadvogados.adv.br\n\n\f___________________________________________\nESS\u00caNCIA, UM REGIME DE CAR\u00c1TER EMINENTEMENTE RETRIBUTIVO. A QUEST\u00c3O DO\nEQUIL\u00cdBRIO ATUARIAL (CF, ART. 195, \u00a7 5\u00ba). CONTRIBUI\u00c7\u00c3O DE SEGURIDADE SOCIAL SOBRE PENS\u00d5ES E PROVENTOS: AUS\u00caNCIA DE CAUSA SUFICIENTE. - Sem causa suficiente, n\u00e3o se justifica a institui\u00e7\u00e3o (ou a majora\u00e7\u00e3o) da contribui\u00e7\u00e3o de seguridade\nsocial, pois, no regime de previd\u00eancia de car\u00e1ter contributivo, deve haver, necessariamente, correla\u00e7\u00e3o entre custo e benef\u00edcio. A exist\u00eancia de estrita vincula\u00e7\u00e3o causal entre contribui\u00e7\u00e3o e benef\u00edcio p\u00f5e em evid\u00eancia a corre\u00e7\u00e3o da f\u00f3rmula segundo a qual n\u00e3o pode haver contribui\u00e7\u00e3o sem benef\u00edcio, nem benef\u00edcio sem contribui\u00e7\u00e3o. Doutrina. Precedente do STF. (...)\n\u201c(ADI 2010 MC, Relator(a): Min. CELSO DE MELLO, Tribunal Pleno, julgado em 30/09/1999, DJ 12-04-2002 PP-00051 EMENT VOL-0206401 PP-00086) 19. Em decorr\u00eancia deste precedente da Corte, verdadeiro leading case, o C. STF passou a firmar s\u00f3lida jurisprud\u00eancia no sentido de que somente as parcelas incorpor\u00e1veis ao sal\u00e1rio do servidor sofrem a incid\u00eancia da contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria. (...) No \u00e2mbito do TCU, em rela\u00e7\u00e3o aos servidores da casa, aquela corte de contas firmou no AC\u00d3RD\u00c3O N\u00ba 1.967/2004 \u2013 TCU \u2013 Plen\u00e1rio, o seguinte precedente: (...) 20. Pois bem, tecidas essas longas considera\u00e7\u00f5es, entendo que o caso deve ser analisado \u00e0 luz dos princ\u00edpios constitucionais, nomeadamente os princ\u00edpios da contributividade e da solidariedade, este inserido ao texto pela EC n.\n41/2003, do regime previdenci\u00e1rio dos servidores p\u00fablicos. 21. Com o advento da Emenda Constitucional n\u00ba 41, de 19 de dezembro de 2003, entendo que esta n\u00e3o trouxe qualquer inova\u00e7\u00e3o no que pertine ao sistema contributivo de capitaliza\u00e7\u00e3o coletiva adotado pela Emenda Constitucional n\u00ba 20, de 15 de dezembro de 1998. Ao contr\u00e1rio, pela leitura do texto constitucional, j\u00e1 alterado pela referida emenda, percebe-se uma acentua\u00e7\u00e3o na correla\u00e7\u00e3o existente entre custeio e benef\u00edcio (art. 40, \u00a7 3\u00ba), compreendendo-se o princ\u00edpio\nda solidariedade, ent\u00e3o acrescido, como um postulado normativo mediante o qual os servidores inativos, pensionistas e os entes p\u00fablicos passariam a contribuir para o regime de previd\u00eancia, em comunh\u00e3o de esfor\u00e7os com o servidores ativos, no intuito de manter a higidez e liquidez do fundo. Ali\u00e1s, a leitura das normas constitucionais que disciplinam o sal\u00e1rio de contribui\u00e7\u00e3o dos servidores p\u00fablicos deixa patente esta correla\u00e7\u00e3o (remunera\u00e7\u00e3o da ativa = proventos da inatividade), para aqueles servidores que ingressaram no regime antes da EC 41/03, verbis: (...) Referida lei foi revogada pela Lei n. 10.887/04, a qual disp\u00f5e em seu artigo 4\u00ba da Lei 10.887/04 acerca da contribui\u00e7\u00e3o social do servidor p\u00fablico dos Poderes da Uni\u00e3o e define como base de c\u00e1lculo: \u201c(...) o vencimento do cargo efetivo, acrescido das vantagens pecuni\u00e1rias permanentes estabelecidas em lei, os adicionais de car\u00e1ter individual ou quaisquer outras vantagens\u201d. (...) Nos dizeres do eminente Ministro do STF e festejado professor de Direito Constitucional Luiz Roberto Barroso, o fato de n\u00e3o haver uma\n_____________________________________________________________________________________________\nAv. Marechal Floriano Peixoto, 170 8 andar, sala 805, Centro, Curitiba, Paran\u00e1, CEP 80020-090. 41 3224-1328 contato@lacerdaadvogados.adv.br\n\n\f___________________________________________\nrigidez absoluta entre os conceitos de valor da remunera\u00e7\u00e3o-decontribui\u00e7\u00e3o e o que se reverte em benef cios \u201c(...) n\u00e3o significa, contudo, que o legislador disponha de liberdade absoluta para formatar o sistema segundo quaisquer crit rios de conveni ncia. Em\nvez disso, h\u00e1 pelo menos dois limites principais sua atua\u00e7\u00e3o. Em primeiro lugar, a falta de uma comutatividade absoluta ou r\u00edgida entre contribui\u00e7 es e benef\u00edcios n\u00e3o significa que a correspond\u00eancia possa ser inteiramente despre ada. Ao contr\u00e1rio, a Constitui\u00e7\u00e3o dei a claro que os sal\u00e1rios de contribui\u00e7\u00e3o comp em a base de c\u00e1lculo para a defini\u00e7\u00e3o das presta\u00e7 es previdenci\u00e1rias e que estes, assim como os pr prios benef\u00edcios resultantes, devem ser atuali ados a fim de que preservem a sua e press\u00e3o econ\u00f4mica. (...) Portanto, o regime previdenci\u00e1rio do servidor p\u00fablico exige que haja proporcionalidade entre contribui\u00e7\u00e3o e benef\u00edcio: \u201cn\u00e3o h\u00e1 contribui\u00e7\u00e3o sem benef\u00edcio nem benef\u00edcio sem contribui\u00e7\u00e3o\u201d (STF \u2013 ADI 2.010). (...) Nesta\nsenda, a meu sentir, padece do v\u00edcio de inconstitucionalidade a disposi\u00e7\u00e3o contida no \u00a7 2\u00b0, do art. 4\u00b0, da Lei n\u00b0 10.887/04, na reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n. 12.688/12, no que prev\u00ea a possibilidade-faculdade de inclus\u00e3o pelo servidor p\u00fablico de parcelas remunerat\u00f3rias que n\u00e3o podem ser incorporadas aos proventos da aposentadoria, como \u00e9 o caso da parcela n\u00e3o incorpor\u00e1vel da Gratifica\u00e7\u00e3o de Desempenho em quest\u00e3o, para fins de c\u00e1lculo do benef\u00edcio previdenci\u00e1rio futuro (...) 27. Ante o exposto, CONHE\u00c7O do presente Pedido de Uniformiza\u00e7\u00e3o para, no m\u00e9rito, DAR-LHE PROVIMENTO para firmar a tese de que a incid\u00eancia de contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria do servidor p\u00fablico federal (PSS) limita-se \u00e0 parcela da Gratifica\u00e7\u00e3o de Desempenho do Plano Geral de Cargos do Poder Executivo \u2013 GDPGPE incorpor\u00e1vel aos proventos de aposentadoria e pens\u00e3o. Determino o retorno dos autos \u00e0 origem para adequar seu julgado ao que aqui restou decidido e, consequentemente, julgar a pretens\u00e3o de direito material deduzida \u00e0 luz da tese jur\u00eddica ora definida. \u00c9 COMO VOTO. (PEDILEF 05033297420134058101, JU\u00cdZA FEDERAL ANGELA CRISTINA MONTEIRO, TNU, DOU 05/02/2016 P\u00c1GINAS 221/329.) (negritou-se e grifou-se)\n\nVI)\n\nMANIFESTA\u00c7\u00c3O DO TRIBUNAL DE CONTAS DA UNI\u00c3O\n\nNo \u00e2mbito do Tribunal de Contas da Uni\u00e3o, em rela\u00e7\u00e3o aos servidores da casa, a corte de contas firmou no Ac\u00f3rd\u00e3o n\u00ba. 1.967/2004 \u2013 TCU \u2013 Plen\u00e1rio, o seguinte precedente:\n_____________________________________________________________________________________________\nAv. Marechal Floriano Peixoto, 170 8 andar, sala 805, Centro, Curitiba, Paran\u00e1, CEP 80020-090. 41 3224-1328 contato@lacerdaadvogados.adv.br\n\n\f___________________________________________\nAC\u00d3RD\u00c3O N\u00ba 1.967/2004 \u2013 TCU \u2013 Plen\u00e1rio 1. Processo: TC-015.336/2004-9 2. Grupo: II Classe: VII \u2013 Administrativo. 3. Unidade: Tribunal de Contas da Uni\u00e3o. 4. Interessada: Secretaria-Geral de Administra\u00e7\u00e3o (Segedam). 5. Relator: Ministro-Substituto Augusto Sherman Cavalcanti. 6. Representante do Minist\u00e9rio P\u00fablico: Procurador-Geral Lucas Rocha Furtado. 7. Unidade T\u00e9cnica: Conjur. 8. Advogado constitu\u00eddo nos autos: n\u00e3o atuou. 9. Ac\u00f3rd\u00e3o:Vistos, relatados e discutidos estes autos de Representa\u00e7\u00e3o formulada pela Secretaria-Geral de Administra\u00e7\u00e3o (Segedam), ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da Uni\u00e3o, reunidos em Sess\u00e3o Plen\u00e1ria, diante das raz\u00f5es expostas pelo relator, em: 9.1. conhecer da presente Representa\u00e7\u00e3o para firmar entendimento no sentido de que a parcela da Gratifica\u00e7\u00e3o de Desempenho que exceder o percentual m\u00ednimo estabelecido em Resolu\u00e7\u00e3o assegurado aos servidores inativos e pensionistas desta Corte n\u00e3o deve integrar a base de incid\u00eancia da contribui\u00e7\u00e3o para o Plano de Seguridade Social do Servidor P\u00fablico Civil da Uni\u00e3o; e 9.2. autorizar a Presid\u00eancia do Tribunal a restituir os valores descontados da remunera\u00e7\u00e3o dos servidores em desacordo com o entendimento disposto no item 9.1. deste ac\u00f3rd\u00e3o, devidamente corrigidos monetariamente. 10. Ata n\u00ba 43/2004 \u2013 Plen\u00e1rio 11. Data da Sess\u00e3o: 1\u00ba/12/2004 \u2013 Extraordin\u00e1ria de Car\u00e1ter Reservado 12. Especifica\u00e7\u00e3o do qu\u00f3rum: 12.1. Ministros presentes: Valmir Campelo (Presidente), Marcos Vinicios Vila\u00e7a, Adylson Motta, Walton Alencar Rodrigues, Guilherme Palmeira, Ubiratan Aguiar e os Ministros-Substitutos Lincoln Magalh\u00e3es da Rocha e Augusto Sherman Cavalcanti (Relator). 12.2. Auditor presente: Marcos Bemquerer Costa.\n(...)\n13. Ao que se tem, ap\u00f3s o advento da Emenda Constitucional n\u00ba 20/98, o regime de previd\u00eancia dos servidores p\u00fablicos passou a ter car\u00e1ter contributivo, devendo-se observar crit\u00e9rios que preservem seu equil\u00edbrio financeiro e atuarial, al\u00e9m do disposto na pr\u00f3pria Constitui\u00e7\u00e3o. 14. De acordo com Jos\u00e9 Escol\u00e1stico Abreu de Oliveira, o sistema contributivo \u201epode apresentar-se sob duas modalidades: o de reparti\u00e7\u00e3o (cash system; syst\u00e8me de la repartition), em que as contribui\u00e7\u00f5es descontadas do vencimento do funcion\u00e1rio confundem-se na receita geral, s\u00e3o revers\u00f5es ao Tesouro; e o de capitaliza\u00e7\u00e3o (actuarial system; syst\u00e9me de la capitalisation), em que as contribui\u00e7\u00f5es dos segurados (\u00e0s vezes completadas por subven\u00e7\u00f5es do Estado) formam um fundo aut\u00f4nomo para pagamento dos benef\u00edcios. (...) no sistema de reparti\u00e7\u00e3o (the \u201ecash disbursement\u201f method) as contribui\u00e7\u00f5es dever\u00e3o atender as despesas de cada ano; no sistema de capitaliza\u00e7\u00e3o (the \u201eactuarial reserve\u201f plan), as contribui\u00e7\u00f5es v\u00e3o al\u00e9m das necessidades de cada unidade de tempo, de modo a formar uma reserva para o futuro.\u201f (in Aposentadoria no Servi\u00e7o P\u00fablico, Editora Freitas Bastos, 1970, p\u00e1gs. 146/148 - grifado). 15. Ainda sobre o sistema contributivo, leciona Feij\u00f3 Coimbra: \u201e(...) O funcionamento financeiro das institui\u00e7\u00f5es de seguro social, sob esse aspecto, normalmente obedece a dois tipos: o da capitaliza\u00e7\u00e3o e o da reparti\u00e7\u00e3o. Pelo primeiro, s\u00e3o colocadas em reserva as cotiza\u00e7\u00f5es dos segurados, durante um per\u00edodo que se\n_____________________________________________________________________________________________\nAv. Marechal Floriano Peixoto, 170 8 andar, sala 805, Centro, Curitiba, Paran\u00e1, CEP 80020-090. 41 3224-1328 contato@lacerdaadvogados.adv.br\n\n\f___________________________________________\npretende mais ou menos longo, para que o capital se acumule. Dito capital, posto a juros, dever\u00e1 transmitir, no futuro, o pagamento das presta\u00e7\u00f5es que ao segurado sejam devidas. Tanto mais vantajoso ser\u00e1 o sistema, quanto mais alongado o per\u00edodo dessa acumula\u00e7\u00e3o, pois a renda do capital permitir\u00e1, por defini\u00e7\u00e3o, o acr\u00e9scimo das presta\u00e7\u00f5es. Dito sistema admite duas formas: a da capitaliza\u00e7\u00e3o individual, no qual as cotiza\u00e7\u00f5es se creditam \u00e0 conta individual de cada segurado, e a da capitaliza\u00e7\u00e3o coletiva, em que as contribui\u00e7\u00f5es dos segurados, em seu conjunto, s\u00e3o consideradas favorecendo a coletividade segurada. A capitaliza\u00e7\u00e3o inspira-se em t\u00e9cnicas de seguro e poupan\u00e7a, acentuando sua filia\u00e7\u00e3o aos sistemas por que funcionam os seguros privados. O esfor\u00e7o de cada indiv\u00edduo e de cada gera\u00e7\u00e3o conflui para a realiza\u00e7\u00e3o de fundos que, administrados de maneira correta, permitiriam a entrega das presta\u00e7\u00f5es no devido tempo. J\u00e1 pelo sistema de reparti\u00e7\u00e3o, o volume das quantias arrecadadas em cada per\u00edodo servir\u00e1 para o custeio das presta\u00e7\u00f5es que devidas forem no mesmo per\u00edodo. Esse sistema repousa na id\u00e9ia de solidariedade entre indiv\u00edduos e entre gera\u00e7\u00f5es, e com ele as contribui\u00e7\u00f5es dos que s\u00e3o aptos para o trabalho, dos que t\u00eam renda , s\u00e3o de imediato empregadas no amparo dos que tal situa\u00e7\u00e3o n\u00e3o ostentam (...)\u201f (in Direito Previdenci\u00e1rio Brasileiro, Edi\u00e7\u00f5es Trabalhistas, Rio de Janeiro, 1999, p\u00e1g. 235 - grifado). 16. Pois bem, a Constitui\u00e7\u00e3o Federal, na reda\u00e7\u00e3o dada pela Emenda Constitucional n\u00ba 20/98, determinou que o car\u00e1ter contributivo do regime de previd\u00eancia dos servidores deve se dar com a observ\u00e2ncia de crit\u00e9rios que preservem seu equil\u00edbrio financeiro e atuarial, aproximando-se do regime contributivo na modalidade de capitaliza\u00e7\u00e3o, j\u00e1 que as contribui\u00e7\u00f5es recolhidas se destinam \u00e0 forma\u00e7\u00e3o de reservas para pagamento de benef\u00edcios futuros. Outrossim, na forma da lei, as contribui\u00e7\u00f5es previdenci\u00e1rias n\u00e3o s\u00e3o creditadas \u00e0 conta individual de cada segurado, sendo, portanto, um sistema de capitaliza\u00e7\u00e3o coletiva, em que as contribui\u00e7\u00f5es dos segurados, em seu conjunto, favorecem \u00e0 coletividade segurada. 17. Anote-se, ainda, que os proventos de aposentadoria e as pens\u00f5es, por ocasi\u00e3o de sua concess\u00e3o, n\u00e3o poder\u00e3o exceder a remunera\u00e7\u00e3o do respectivo servidor, no cargo efetivo em que se deu a aposentadoria ou que serviu de refer\u00eancia para a concess\u00e3o da pens\u00e3o (artigo 40, par\u00e1grafo 2\u00ba, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal). Al\u00e9m disso, ser\u00e3o eles calculados com base na remunera\u00e7\u00e3o do servidor no cargo efetivo em que se der a aposentadoria e, na forma da lei, corresponder\u00e3o \u00e0 totalidade da remunera\u00e7\u00e3o (artigo 40, par\u00e1grafo 3\u00ba, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal). Tais\ndetermina\u00e7\u00f5es, por certo, demonstram que os benef\u00edcios\nconcedidos visam a substituir, na inatividade, a remunera\u00e7\u00e3o at\u00e9 ent\u00e3o percebida pelo servidor,\ntornando evidente a rela\u00e7\u00e3o direta existente entre a contribui\u00e7\u00e3o recolhida e o benef\u00edcio a ser auferido pelo segurado. (...) 21. De todo o exposto, resulta que, observadas as\nrespectivas peculiaridades, as contribui\u00e7\u00f5es recolhidas pelos servidores p\u00fablicos guardam necess\u00e1ria correspond\u00eancia com os benef\u00edcios e\nservi\u00e7os que lhe s\u00e3o oferecidos, devendo haver correla\u00e7\u00e3o direta entre as parcelas que comp\u00f5em a base de\nc\u00e1lculo da contribui\u00e7\u00e3o de cada servidor e as que integrar\u00e3o seus correspondentes proventos na inatividade. (...) \u00c9 o relat\u00f3rio. VOTO (...) 7. Ademais, considerando que a\nEmenda Constitucional 41, de 2003, n\u00e3o trouxe altera\u00e7\u00f5es, no que tange ao sistema contributivo adotado a partir da Emenda Constitucional 20, de 1998, prevalece a obrigatoriedade de que sejam preservados o equil\u00edbrio\n_____________________________________________________________________________________________\nAv. Marechal Floriano Peixoto, 170 8 andar, sala 805, Centro, Curitiba, Paran\u00e1, CEP 80020-090. 41 3224-1328 contato@lacerdaadvogados.adv.br\n\n\f___________________________________________\nfinanceiro e atuarial do sistema, os quais ser\u00e3o invi\u00e1veis se n\u00e3o houver correla\u00e7\u00e3o entre custeio e benef\u00edcio. 8.Outro aspecto relevante abordado na manifesta\u00e7\u00e3o da Consultoria Jur\u00eddica \u00e9 que, aliando-se o car\u00e1ter contributivo do regime de previd\u00eancia dos servidores ao preceito contido no \u00a7 2\u00ba do art. 40 da Constitui\u00e7\u00e3o, que limita os proventos de aposentadoria e as pens\u00f5es \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o do servidor no cargo efetivo em que se d\u00e1 a aposentadoria ou\nque serve de refer\u00eancia para a concess\u00e3o da pens\u00e3o, v\u00ea-se corroborada a vincula\u00e7\u00e3o existente entre a contribui\u00e7\u00e3o recolhida e o benef\u00edcio a ser auferido pelo servidor quando de sua inativa\u00e7\u00e3o. (...)\n\nVII)\n\nDO BENEF\u00cdCIO DA JUSTI\u00c7A GRATUITA\n\nA parte autora requer a concess\u00e3o dos benef\u00edcios da gratuidade da justi\u00e7a com fulcro no art. 5\u00b0, inciso LXXIV, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal, nos dispositivos da Lei n\u00b0 1.060/51 c/c o art. 1\u00b0 e seguintes da Lei n\u00b0 7.115/83, declarando ser pessoa juridicamente pobre e sem condi\u00e7\u00f5es de suportar o \u00f4nus do presente processo sem preju\u00edzo de seu sustento e de sua fam\u00edlia, conforme Declara\u00e7\u00e3o de Hipossufici\u00eancia em anexo.\n\nDOS PEDIDOS\n\nAnte o exposto, requer-se:\n\na) A total proced\u00eancia dos pedidos autorais, para condenar a R\u00e9 a revisar o benef\u00edcio do (a) Autor (a), com a incorpora\u00e7\u00e3o integral da gratifica\u00e7\u00e3o de desempenho (GD) nos proventos de aposentadoria, bem como a restitui\u00e7\u00e3o \u00e0 parte autora dos valores atrasados, respeitado o prazo prescritivo quinquenal;\n\n_____________________________________________________________________________________________\nAv. Marechal Floriano Peixoto, 170 8 andar, sala 805, Centro, Curitiba, Paran\u00e1, CEP 80020-090. 41 3224-1328 contato@lacerdaadvogados.adv.br\n\n\f___________________________________________\nb) A cita\u00e7\u00e3o da Uni\u00e3o Federal para, querendo, contestar a presente a\u00e7\u00e3o, sob pena de confiss\u00e3o e revelia;\nc) A condena\u00e7\u00e3o da Uni\u00e3o Federal a pagar honor\u00e1rios advocat\u00edcios de 20% (vinte por cento) sobre o total a ser apurado, em caso de interposi\u00e7\u00e3o de recurso;\nd) A concess\u00e3o \u00e0 parte autora dos benef\u00edcios da justi\u00e7a gratuita, uma vez que, conforme Declara\u00e7\u00e3o de Hipossufici\u00eancia em anexo, \u00e9 pobre na acep\u00e7\u00e3o jur\u00eddica do termo, n\u00e3o possuindo condi\u00e7\u00f5es financeiras de arcar com as custas processuais sem preju\u00edzo do sustento pr\u00f3prio e de sua fam\u00edlia.\ne) Protesta pela produ\u00e7\u00e3o de todos os meios de prova admitidos em direito, inclusive testemunhal e juntada de novos documentos, sem exclus\u00e3o de nenhum outro meio de prova que se fizer necess\u00e1rio ao deslinde da demanda.\nf) Com rela\u00e7\u00e3o aos honor\u00e1rios contratados com o autor no percentual disposto no contrato de honor\u00e1rios, requer que sejam inclusos na mesma requisi\u00e7\u00e3o de pagamento, com base na Resolu\u00e7\u00e3o n\u00ba 168/11 do Conselho da Justi\u00e7a Federal, e que estes sejam depositados em conta diferenciada e individualizada em nome do procurador da causa Eraldo Lacerda Junior, inscrito no CPF sob o n\u00ba 904.212.729-53.\n_____________________________________________________________________________________________\nAv. Marechal Floriano Peixoto, 170 8 andar, sala 805, Centro, Curitiba, Paran\u00e1, CEP 80020-090. 41 3224-1328 contato@lacerdaadvogados.adv.br\n\n\f___________________________________________\nAtribui-se a causa o valor de R$ 21.670,27 (Vinte e um mil seiscentos e setenta reais e vinte e sete centavos).\nNesses termos, Pede deferimento. Curitiba, 21 novembro de 2016. ERALDO LACERDA J\u00daNIOR OAB/PR 30.437\n_____________________________________________________________________________________________\nAv. Marechal Floriano Peixoto, 170 8 andar, sala 805, Centro, Curitiba, Paran\u00e1, CEP 80020-090. 41 3224-1328 contato@lacerdaadvogados.adv.br\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 3 (C\u00edvel) - IdDocumentoCompleto: 5023687-59.2016.4.04.7000-701463077808956920035514698095", "text": "___________________________________________\nEXCELENT\u00cdSSIMO SENHOR JUIZ FEDERAL DO __ JUIZADO ESPECIAL FEDERAL DA SUBSE\u00c7\u00c3O JUDICI\u00c1RIA DE CURITIBA, SE\u00c7\u00c3O JUDICI\u00c1RIA DO PARAN\u00c1.\nLILI SAIKI TOYOSHIMA, brasileira, casada, aposentada, portadora do RG n\u00ba. 4271122 e inscrita no CPF sob n\u00b0 00512281904, residente e domiciliado na Rua Batista Pessine, 320, Vista Alegre, CEP: 80820-000 - Curitiba Paran\u00e1 vem, respeitosamente, perante Vossa Excel\u00eancia, por interm\u00e9dio de seu advogado adiante assinado (procura\u00e7\u00e3o em anexo), com escrit\u00f3rio profissional situado na Avenida Marechal Floriano Peixoto, n\u00ba. 170, 8\u00ba andar, Centro, CEP 80.020-090, Curitiba/PR, propor:\nA\u00c7\u00c3O DE REVIS\u00c3O DE BENEF\u00cdCIO\nEm face da UNI\u00c3O FEDERAL, pessoa jur\u00eddica de direito p\u00fablico, representado por sua Procuradoria Regional, com base nos fatos e fundamentos jur\u00eddicos a seguir aduzidos:\n_____________________________________________________________________________________________\nAv. Marechal Floriano Peixoto, 170 8 andar, sala 805, Centro, Curitiba, Paran\u00e1, CEP 80020-090. 41 3224-1328 contato@lacerdaadvogados.adv.br\n\n\f___________________________________________\nDOS FATOS\n\n1.\n\nO (A) autor (a) \u00e9 servidor (a) p\u00fablico (a) federal inativo\n\n(a) ou pensionista, conforme tabela abaixo e comprovante mensal de rendimentos\n\nem anexo.\n\nCARGO/FUN\u00c7\u00c3O AUXILIAR DE ENFERMAGEM\nGRATIFICA\u00c7\u00c3O GDPST\n\nMATR\u00cdCULA 0570357 / APOSENTADORIA\n\n2.\n\nOcorre que em seus contracheques percebeu a\n\ngratifica\u00e7\u00e3o acima relacionada em pontua\u00e7\u00e3o menor do que o correto, procedimento\n\nilegal, notadamente ap\u00f3s a assinatura do Termo de Acordo 1/2015,\n\nresultante das negocia\u00e7\u00f5es entre Governo Federal a Confedera\u00e7\u00e3o dos\n\nTrabalhadores no Servi\u00e7o P\u00fablico Federal \u2013 CONDSEF e a Central \u00danica dos\n\nTrabalhadores \u2013 CUT (doc. anexo), e que reconheceu:\n\nO DIREITO A INTEGRALIDADE, COM CORRELA\u00c7\u00c3O DIRETA ENTRE AS PARCELAS QUE COMP\u00d5EM A BASE DE C\u00c1LCULO DA CONTRIBUI\u00c7\u00c3O PREVIDENCI\u00c1RIA \u2013 PSS, E AQUELAS QUE INTEGRAM OS CORRESPONDENTES PROVENTOS DA INATIVIDADE.\n\n_____________________________________________________________________________________________\nAv. Marechal Floriano Peixoto, 170 8 andar, sala 805, Centro, Curitiba, Paran\u00e1, CEP 80020-090. 41 3224-1328 contato@lacerdaadvogados.adv.br\n\n\f___________________________________________\n\n3.\n\nA partir do Termo de Acordo 1/2015, reconheceu-se\n\nque TODAS as contribui\u00e7\u00f5es previdenci\u00e1rias vertidas sobre Gratifica\u00e7\u00f5es de\n\nDesempenho devem ser incorporadas integralmente aos proventos de inatividade.\n\nEm raz\u00e3o da necess\u00e1ria correspond\u00eancia entre contribui\u00e7\u00f5es vertidas e o benef\u00edcio auferido, insurge-se a parte autora em face da situa\u00e7\u00e3o acima exposta, n\u00e3o restando outra alternativa, sen\u00e3o a de buscar a tutela jurisdicional para ter seu beneficio revisto com base nos crit\u00e9rios estabelecidos no Termo de Acordo 1/2015, bem como a devolu\u00e7\u00e3o das parcelas sonegadas no passado.\n\nPRELIMINARES\n\nDO RECONHECIMENTO DO DIREITO POR MEIO DO TERMO DE ACORDO 1/2015\n\n4.\n\nPreliminarmente cumpre ressaltar que o direito\n\nora postulado foi reconhecido extrajudicialmente.\n\nO Governo Federal atrav\u00e9s do Minist\u00e9rio do Planejamento, firmou Termo de Acordo com a Confedera\u00e7\u00e3o dos Trabalhadores no Servi\u00e7o P\u00fablico Federal \u2013 CONDSEF e a Central \u00danica dos Trabalhadores \u2013 CUT, estabelecendo a incorpora\u00e7\u00e3o das gratifica\u00e7\u00f5es de desempenho nos proventos de inatividade.\nO Termo de Acordo 1/2015 resultante das negocia\u00e7\u00f5es entre Governo Federal, a CONDSEF e a CUT, prev\u00ea a incorpora\u00e7\u00e3o da gratifica\u00e7\u00e3o de desempenho nos proventos de inatividade dos servidores abrangidos pelos institutos da paridade e da integralidade (em respeito ao teor original do art. 40, \u00a7 4 da CF ), e pelos atingidos pelos artigos 3\u00ba, 6\u00ba e 6\u00ba-A, da EC 41/2003 e artigo 3\u00ba da EC 47/2005, nos seguintes termos:\n_____________________________________________________________________________________________\nAv. Marechal Floriano Peixoto, 170 8 andar, sala 805, Centro, Curitiba, Paran\u00e1, CEP 80020-090. 41 3224-1328 contato@lacerdaadvogados.adv.br\n\n\f___________________________________________\n\u201cCL\u00c1USULA S\u00c9TIMA. A INCORPORA\u00c7\u00c3O DA GRATIFICA\u00c7\u00c3O DE DESEMPENHO (GD) NOS PROVENTOS DE APOSENTADORIA SER\u00c1 DEVIDA AOS SERVIDORES E APOSENTADOS\u201d\n\nClausula S\u00e9tima. A incorpora\u00e7\u00e3o da gratifica\u00e7\u00e3o de desempenho (GD) nos proventos de aposentadoria ser\u00e1 devida aos servidores e aposentados abrangidos pelos artigos 3\u00ba, 6\u00ba e 6\u00ba-A, da Emenda Constitucional n\u00ba. 41/2003 e artigo 3\u00ba da Emenda Constitucional 47/2005.\n\n5.\n\nA forma de incorpora\u00e7\u00e3o da gratifica\u00e7\u00e3o de\n\ndesempenho aos servidores abrangidos pelos arts. 3\u00ba, 6\u00ba e 6\u00ba-A, da EC n\u00ba. 41/2003\n\ne art. 3\u00ba da EC 47/2005 foi tratada nos par\u00e1grafos primeiro, segundo, terceiro e\n\nquarto da Cl\u00e1usula S\u00e9tima:\n\nPar\u00e1grafo Primeiro. A incorpora\u00e7\u00e3o que trata essa cl\u00e1usula dar-se-\u00e1 pela m\u00e9dia aritm\u00e9tica dos pontos concedidos aos servidores no per\u00edodo igual a 60 (sessenta) meses anteriores a data de aposentadoria.\nPar\u00e1grafo Segundo. A gratifica\u00e7\u00e3o de desempenho (GD) que na regra vigente \u00e9 incorporada aos proventos de aposentadoria pela m\u00e9dia dos valores percebidos por per\u00edodo igual a 60 (sessenta) meses passar\u00e1 a ser incorporada pela m\u00e9dia equivalente dos pontos atribu\u00eddos no per\u00edodo igual ou superior a 60 (sessenta) meses anteriores a data de aposentadoria.\nPar\u00e1grafo Terceiro. A diferen\u00e7a de pontos entre a quantidade prevista na regra atual e a m\u00e9dia dos 60 (sessenta) meses anteriores a aposentadoria do servidor ser\u00e1 implementada da seguinte forma: um ter\u00e7o da diferen\u00e7a em janeiro de 2017, um ter\u00e7o da diferen\u00e7a em janeiro de 2018 e um ter\u00e7o da diferen\u00e7a em janeiro de 2019.\n\nPar\u00e1grafo Quarto. Os j\u00e1 aposentados nas condi\u00e7\u00f5es citadas no caput da cl\u00e1usula s\u00e9tima ser\u00e3o contemplados na mesma regra de incorpora\u00e7\u00e3o.\n\n6.\n\nLogo, como se verifica, TRATA-SE DE ATO\n\nINEQU\u00cdVOCO EXTRAJUDICIAL QUE IMPORTA RECONHECIMENTO DO\n\nDIREITO PELO DEVEDOR, qual seja, do direito a integralidade, com\n\ncorrespond\u00eancia entre contribui\u00e7\u00f5es vertidas e o benef\u00edcio auferido, com a\n\nincorpora\u00e7\u00e3o das GDs nos proventos de aposentadoria.\n\n_____________________________________________________________________________________________\nAv. Marechal Floriano Peixoto, 170 8 andar, sala 805, Centro, Curitiba, Paran\u00e1, CEP 80020-090. 41 3224-1328 contato@lacerdaadvogados.adv.br\n\n\f___________________________________________\nDA EXTENS\u00c3O DAS VANTAGENS CONCEDIDAS PELO ACORDO 1/2015 AOS INATIVOS ANTERIORES \u00c0 VIG\u00caNCIA DA EC 41/2003\n\n7.\n\nVale o registro de que os servidores inativos e\n\npensionistas anteriores \u00e0 vig\u00eancia da EC 41/2003, em respeito ao teor original do\n\nart. 40, \u00a7 4 da CF, tem para si estendidos quaisquer benef\u00edcios ou vantagens\n\nposteriormente concedidos aos servidores em atividade:\n\n\u00a7 4\u00ba - Os proventos da aposentadoria ser\u00e3o revistos, na mesma propor\u00e7\u00e3o e na mesma data, sempre que se modificar a remunera\u00e7\u00e3o dos servidores em atividade, sendo tamb\u00e9m estendidos aos inativos quaisquer benef\u00edcios ou vantagens posteriormente concedidos aos servidores em atividade, inclusive quando decorrentes da transforma\u00e7\u00e3o ou reclassifica\u00e7\u00e3o do cargo ou fun\u00e7\u00e3o em que se deu a aposentadoria, na forma da lei.\n\nDiante da letra cristalina da Lei, n\u00e3o resta qualquer d\u00favida da extens\u00e3o das vantagens ora concedidas aos aposentados/pensionistas anteriores \u00e0 vig\u00eancia da EC 41/2003.\n\n7.1. O Acordo 1/2015 n\u00e3o especifica a forma de incorpora\u00e7\u00e3o das GDs aos aposentados anteriores a EC 41/2003, mas n\u00e3o pode restar duvida que a incorpora\u00e7\u00e3o \u00e9 INTEGRAL, nos termos da cl\u00e1usula s\u00e9tima:\n\u201cA INCORPORA\u00c7\u00c3O DA GRATIFICA\u00c7\u00c3O DE DESEMPENHO (GD) NOS PROVENTOS DE APOSENTADORIA SER\u00c1 DEVIDA AOS SERVIDORES E APOSENTADOS\u201d\n\n_____________________________________________________________________________________________\nAv. Marechal Floriano Peixoto, 170 8 andar, sala 805, Centro, Curitiba, Paran\u00e1, CEP 80020-090. 41 3224-1328 contato@lacerdaadvogados.adv.br\n\n\f___________________________________________\nApenas para os inativos abrangidos pelos artigos 3\u00ba, 6\u00ba e 6\u00ba-A, da EC n\u00ba. 41/2003 e artigo 3\u00ba da EC 47/2005 h\u00e1 um c\u00e1lculo para a incorpora\u00e7\u00e3o das GDs.\nDO RECONHECIMENTO DA RELA\u00c7\u00c3O DIRETA ENTRE CONTRIBUI\u00c7\u00c3O E BENEF\u00cdCIO \u2013 RESTAURA\u00c7\u00c3O DA INTEGRALIDADE\n\n8.\n\nA Uni\u00e3o Federal vem recolhendo o PSS, Plano de\n\nSeguridade Social, ou contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria, de parcelas das GDs\n\n(Gratifica\u00e7\u00f5es de Desempenho) percebidas pelos servidores ativos, e que at\u00e9 o\n\nadvento do Acordo 1/2015, n\u00e3o eram incorpor\u00e1veis aos proventos da inatividade.\n\nTal distor\u00e7\u00e3o obrigava servidores ativos a recolherem PSS sobre 100% da Gratifica\u00e7\u00e3o de Desempenho percebida para posteriormente terem direito a p. ex., apenas 50% da mesma Gratifica\u00e7\u00e3o em seus benef\u00edcios de inatividade, em verdadeira afronta ao regime da integralidade.\n\nTodavia o referido Acordo 1/2015 veio sanar tal erro, ao instituir novel regulamento para a incorpora\u00e7\u00e3o da integralidade das GDs nas aposentadorias e pens\u00f5es.\n\nConforme se verifica na Cl\u00e1usula S\u00e9tima, tais valores passam a ser incorporados nas aposentadorias:\n\n\u201cCL\u00c1USULA S\u00c9TIMA. A INCORPORA\u00c7\u00c3O DA GRATIFICA\u00c7\u00c3O DE DESEMPENHO (GD) NOS PROVENTOS DE APOSENTADORIA SER\u00c1 DEVIDA AOS SERVIDORES E APOSENTADOS\u201d\n_____________________________________________________________________________________________\nAv. Marechal Floriano Peixoto, 170 8 andar, sala 805, Centro, Curitiba, Paran\u00e1, CEP 80020-090. 41 3224-1328 contato@lacerdaadvogados.adv.br\n\n\f___________________________________________\nO entendimento sufragado passa a ser ent\u00e3o, o de que n\u00e3o h\u00e1\ncontribui\u00e7\u00e3o sem o benef\u00edcio correspondente, bem como de que o inativo\ntem direito a integralidade remunerat\u00f3ria com os servidores da ativa.\n\nDA INTERRUP\u00c7\u00c3O DA PRESCRI\u00c7AO EM RAZ\u00c3O DO RECONHECIMENTO DO DIREITO DA PARTE AUTORA E SUAS CONSEQU\u00caNCIAS\n\n9.\n\nPor meio do Termo de Acordo 1/2015, resultante\n\ndas negocia\u00e7\u00f5es entre Governo Federal a CONDSEF e a CUT, caracteriza-se ato\n\ninequ\u00edvoco de reconhecimento extrajudicial do direito da parte autora e,\n\nconsequentemente, da exist\u00eancia e legalidade da d\u00edvida de responsabilidade da R\u00e9.\n\nO ato inequ\u00edvoco, ainda que extrajudicial, que importe o reconhecimento do direito pelo devedor, interrompe a prescri\u00e7\u00e3o, nos termos do artigo 202, inciso VI, do C\u00f3digo Civil:\n\nArt. 202. A interrup\u00e7\u00e3o da prescri\u00e7\u00e3o, que somente poder\u00e1 ocorrer uma vez, dar-se-\u00e1: (...) VI - por qualquer ato inequ\u00edvoco, ainda que extrajudicial, que importe reconhecimento do direito pelo devedor.\n(negritou-se)\nNa hip\u00f3tese, o Termo de Acordo 1/2015 ao reconhecer o direito da parte autora a correspond\u00eancia entre as contribui\u00e7\u00f5es vertidas e os proventos de inatividade e \u00e0 integralidade, interrompeu a partir da data da edi\u00e7\u00e3o do referido instrumento, qual seja, 29/09/2015, o prazo prescricional.\n\n_____________________________________________________________________________________________\nAv. Marechal Floriano Peixoto, 170 8 andar, sala 805, Centro, Curitiba, Paran\u00e1, CEP 80020-090. 41 3224-1328 contato@lacerdaadvogados.adv.br\n\n\f___________________________________________\n\n10.\n\nColaciona-se decisum paradigma, o INCIDENTE DE\n\nUNIFORMIZA\u00c7\u00c3O JEF N\u00ba 5018503-64.2012.404.7000/PR, em que foi reconhecida\n\na interrup\u00e7\u00e3o prescritiva em caso similar (o advento do Memorando-Circular\n\nConjunto n\u00ba 21/DIRBEN/PFEINSS, de 15.04.2010):\n\n\u201cINCIDENTE DE UNIFORMIZA\u00c7\u00c3O JEF N\u00ba 5018503-64.2012.404.7000/PR RELATOR: PAULO PAIM DA SILVA RECORRENTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS RECORRIDO: MARINA JESUS CARDOSO ADVOGADO: ERALDO LACERDA JUNIOR MPF: MINIST\u00c9RIO P\u00daBLICO FEDERAL RELAT\u00d3RIO Trata-se de recurso contra ac\u00f3rd\u00e3o da 3\u00aa Turma Recursal do Paran\u00e1, referente a revis\u00e3o com base no artigo 29, II, da Lei 8.213/91, para utiliza\u00e7\u00e3o dos 80% maiores sal\u00e1rios de contribui\u00e7\u00e3o do per\u00edodo b\u00e1sico no c\u00e1lculo da Renda Mensal Inicial, sem o estabelecimento de um divisor m\u00ednimo. O pedido refere-se exclusivamente ao marco interruptivo do prazo prescricional das parcelas em atraso.No ac\u00f3rd\u00e3o recorrido entendeu-se que o Memorando-Circular Conjunto n\u00ba 21/DIRBEN/PFEINSS, de 15.04.2010, n\u00e3o constitui marco interruptivo do prazo prescricional, porque n\u00e3o implicou reconhecimento inequ\u00edvoco do direito aos segurados por parte do INSS. A parte autora da a\u00e7\u00e3o origin\u00e1ria requer uniformiza\u00e7\u00e3o de jurisprud\u00eancia, apontando decis\u00e3o em sentido contr\u00e1rio da 2\u00aa Turma Recursal do Paran\u00e1 (Processo 2010.70.50.014471-7), em que se entendeu que o referido Memorando-Circular constitui marco interruptivo da prescri\u00e7\u00e3o, nos termos do artigo 202, VI, do C\u00f3digo Civil. Indica, igualmente, outros ac\u00f3rd\u00e3os da mesma 2\u00aa Turma Recursal do Paran\u00e1, que servem como paradigma. O pedido foi admitido, opinando o Minist\u00e9rio P\u00fablico Federal pelo provimento do recurso. \u00c9 o relat\u00f3rio. VOTO O C\u00f3digo Civil estabelece: Art. 202. A interrup\u00e7\u00e3o da prescri\u00e7\u00e3o, que somente poder\u00e1 ocorrer uma vez, dar-se-\u00e1: VI - por qualquer ato inequ\u00edvoco, ainda que extrajudicial, que importe reconhecimento do direito pelo devedor. O Memorando-Circular Conjunto n\u00ba 21/DIRBEN/PFEINSS, de 15.04.2010, implicou efetivo reconhecimento do direito pelo INSS, porquanto expressamente estabeleceu que 's\u00e3o pass\u00edveis de revis\u00e3o os benef\u00edcios por\n_____________________________________________________________________________________________\nAv. Marechal Floriano Peixoto, 170 8 andar, sala 805, Centro, Curitiba, Paran\u00e1, CEP 80020-090. 41 3224-1328 contato@lacerdaadvogados.adv.br\n\n\f___________________________________________\nincapacidade e pens\u00f5es derivadas destes, assim como as n\u00e3o precedidas, com DIB a partir de 29/11/1999, em que, no Per\u00edodo B\u00e1sico de C\u00e1lculo - PBC, foram considerados 100% (cem por cento) dos sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o, cabendo revisa-los para que sejam considerados somente os 80% (oitenta pro cento) maiores sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o.' Assim, al\u00e9m de estabelecer a sistem\u00e1tica de revis\u00e3o dos benef\u00edcios, conforme dito no ac\u00f3rd\u00e3o recorrido, tamb\u00e9m estabeleceu materialmente quais benef\u00edcios t\u00eam direito a essa revis\u00e3o, o que est\u00e1 corroborado no entendimento dos ac\u00f3rd\u00e3os paradigmas. O voto \u00e9 por dar provimento ao pedido de uniformiza\u00e7\u00e3o, para uniformizar o entendimento de que: a) o Memorando-Circular Conjunto n\u00ba 21/DIRBEN/PFEINSS, de 15.04.2010, constitui marco interruptivo do prazo prescricional para a revis\u00e3o dos benef\u00edcios com base no artigo 29, II, da Lei 8.213/91; b) essa interrup\u00e7\u00e3o garante o recebimento das parcelas anteriores a cinco anos da publica\u00e7\u00e3o do normativo para pedidos que ingressarem administrativa ou judicialmente em at\u00e9 cinco anos ap\u00f3s a mesma data, uma vez que houve reconhecimento administrativo do direito. Ante o exposto, voto por dar provimento ao pedido de uniformiza\u00e7\u00e3o. PAULO PAIM DA SILVA Relator\u201d (Voto acolhido na sess\u00e3o realizada em21/06/2012). (destaques nossos)\n\n11.\n\nResta claro, portanto, que o reconhecimento do direito\n\ndo (a) Autor (a), atrav\u00e9s do Termo de Acordo 1/2015 de 29/09/2015, resulta na\n\ninterrup\u00e7\u00e3o da prescri\u00e7\u00e3o, devendo esta alcan\u00e7ar apenas os valores que precedem\n\no quinqu\u00eanio anterior a data de edi\u00e7\u00e3o do Termo.\n\nDO DIREITO\n\nDA INCORPORA\u00c7\u00c3O DA GRATIFICA\u00c7\u00c3O DE DESEMPENHO (GD) NOS PROVENTOS DE APOSENTADORIA DOS INATIVOS ABRANGIDOS PELOS ARS. 3\u00ba, 6\u00ba E 6\u00ba-A, DA EC N\u00ba. 41/2003 E ART. 3 EC 47/2005\n\n_____________________________________________________________________________________________\nAv. Marechal Floriano Peixoto, 170 8 andar, sala 805, Centro, Curitiba, Paran\u00e1, CEP 80020-090. 41 3224-1328 contato@lacerdaadvogados.adv.br\n\n\f___________________________________________\n\n12.\n\nA presente demanda objetiva a revis\u00e3o imediata do\n\nbenef\u00edcio do (a) Autor (a), com a incorpora\u00e7\u00e3o da gratifica\u00e7\u00e3o de desempenho\n\n(GD) nos proventos de aposentadoria, bem como a restitui\u00e7\u00e3o \u00e0 parte autora\n\ndos valores atrasados anteriores a 29/09/2015, data de assinatura do Termo\n\nde Acordo 1/2015.\n\nA revis\u00e3o ora postulada encontra-se respaldada nos termos do Acordo 1/2015, fruto das negocia\u00e7\u00f5es entre Governo Federal e a Confedera\u00e7\u00e3o dos Trabalhadores no Servi\u00e7o P\u00fablico Federal \u2013 CONDSEF e a Central \u00danica dos Trabalhadores \u2013 CUT.\n\nA Clausula S\u00e9tima e o Par\u00e1grafo Primeiro do referido instrumento prev\u00eaem os crit\u00e9rios para a incorpora\u00e7\u00e3o da gratifica\u00e7\u00e3o de desempenho nos proventos de aposentadoria dos servidores abrangidos pelos artigos 3\u00ba, 6\u00ba e 6\u00ba-A, da Emenda Constitucional n\u00ba. 41/2003 e artigo 3\u00ba da Emenda Constitucional 47/2005, assim dispondo:\n\nClausula S\u00e9tima. A incorpora\u00e7\u00e3o da gratifica\u00e7\u00e3o de desempenho (GD) nos proventos de aposentadoria ser\u00e1 devida aos servidores e aposentados abrangidos pelos artigos 3\u00ba, 6\u00ba e 6\u00ba-A, da Emenda Constitucional n\u00ba. 41/2003 e artigo 3\u00ba da Emenda Constitucional 47/2005.\nPar\u00e1grafo Primeiro. A incorpora\u00e7\u00e3o que trata essa cl\u00e1usula dar-se-\u00e1\npela m\u00e9dia aritm\u00e9tica dos pontos concedidos aos servidores no per\u00edodo igual a 60 (sessenta) meses anteriores a data de aposentadoria. (negritou-se)\nLogo, os benef\u00edcios dos servidores/inativos incursos nos arts. 3\u00ba,\n6\u00ba e 6\u00ba-A, da EC n\u00ba. 41/2003 e art. 3\u00ba da EC 47/2005, devem ser revistos conforme\nos crit\u00e9rios do Termo de Acordo, uma vez que os benef\u00edcios concedidos visam a\nsubstituir, na inatividade, a remunera\u00e7\u00e3o at\u00e9 ent\u00e3o percebida pelo servidor, sendo\nevidente a rela\u00e7\u00e3o direta existente entre a contribui\u00e7\u00e3o recolhida e o benef\u00edcio a ser\nauferido pelo segurado.\n\n_____________________________________________________________________________________________\nAv. Marechal Floriano Peixoto, 170 8 andar, sala 805, Centro, Curitiba, Paran\u00e1, CEP 80020-090. 41 3224-1328 contato@lacerdaadvogados.adv.br\n\n\f___________________________________________\nDA INCORPORA\u00c7\u00c3O DA GRATIFICA\u00c7\u00c3O DE DESEMPENHO (GD) NOS PROVENTOS DE APOSENTADORIA DOS INATIVOS SOB A \u00c9GIDE DA PARIDADE, DA INTEGRALIDADE E DA ISONOMIA, E DOS INATIVOS ANTERIORES \u00c0 VIG\u00caNCIA DA EC 41/2003\n13. Vale aqui um adendo. De forma NENHUMA a Uni\u00e3o Federal poder\u00e1 alegar que as GDs n\u00e3o s\u00e3o extensivas aos inativos por serem pro labore faciendo. Simplesmente porque j\u00e1 o fez, estendeu a integralidade das GDs aos inativos atrav\u00e9s do Acordo 1/2015, apenas engendrando um c\u00e1lculo para o recebimento dessas parcelas para os aposentados sob a \u00e9gide das ECs 41 e 47, conforme Cl\u00e1usula S\u00e9tima:\n\u201cA INCORPORA\u00c7\u00c3O DA GRATIFICA\u00c7\u00c3O DE DESEMPENHO (GD) NOS PROVENTOS DE APOSENTADORIA SER\u00c1 DEVIDA AOS SERVIDORES E APOSENTADOS\u201d\n13.1. Vale lembrar que os inativos anteriores a EC 41/2003 TEM DIREITO A TODAS AS VANTAGENS POSTERIORMENTE CONCEDIDOS AOS SERVIDORES EM ATIVIDADE. Inclusive a ora em quest\u00e3o.\nN\u00c3O H\u00c1 POSSIBILIDADE LEGAL DE HAVER QUALQUER DISTIN\u00c7\u00c3O PARA OS APOSENTADOS ANTERIORES A EC 41/2003.\n14. Neste diapas\u00e3o, um ponto importante a destacar sobre a forma de c\u00e1lculo encetada pelo Acordo 1/2015, \u00e9 que a partir de seu advento, NENHUM servidor inativo poder\u00e1 receber valor inferior a integralidade da GD que lhe corresponde ao cargo. _____________________________________________________________________________________________\nAv. Marechal Floriano Peixoto, 170 8 andar, sala 805, Centro, Curitiba, Paran\u00e1, CEP 80020-090. 41 3224-1328 contato@lacerdaadvogados.adv.br\n\n\f___________________________________________\nAssim, devendo ser respeitadas a integralidade, a isonomia, a paridade, e a necess\u00e1ria correspond\u00eancia entre contribui\u00e7\u00e3o vertidas e o benef\u00edcio auferido, sob pena de enriquecimento sem causa do er\u00e1rio, o c\u00e1lculo dos inativos anteriores a EC 41/2003 deve ser realizado na forma acima descrita, qual seja, mediante o pagamento INTEGRAL da Gratifica\u00e7\u00e3o de Desempenho.\n\nDO REGIME CONTRIBUTIVO NA MODALIDADE CAPITALIZA\u00c7\u00c3O COLETIVA\n\n15.\n\nExistem diversos modelos de previd\u00eancia social no\n\nmundo e cada pa\u00eds decide a maneira como ir\u00e1 proteger socialmente, os seus\n\ntrabalhadores.\n\nQuanto ao custeio, os sistemas previdenci\u00e1rios se dividem em contributivos e n\u00e3o contributivos. Essa divis\u00e3o leva em considera\u00e7\u00e3o a fonte de arrecada\u00e7\u00e3o da receita necess\u00e1ria ao desempenho da pol\u00edtica de prote\u00e7\u00e3o social. No sistema contributivo a lei especifica as pessoas que est\u00e3o obrigadas a contribuir para o regime, sendo essas pessoas os potenciais benefici\u00e1rios do regime, seus segurados, ou outras pessoas que a lei determine. No sistema n\u00e3o contributivo n\u00e3o existem pessoas obrigadas a contribuir para o custeio do sistema, o que acontece \u00e9 que uma parte da arrecada\u00e7\u00e3o tribut\u00e1ria geral \u00e9 destinada \u00e0 Previd\u00eancia.\n\nOutra forma de distin\u00e7\u00e3o entre os sistemas previdenci\u00e1rios \u00e9 quanto \u00e0 forma de utiliza\u00e7\u00e3o dos recursos obtidos. De acordo com a doutrina, o sistema contributivo pode ser enquadrado em duas modalidades, a saber: o de reparti\u00e7\u00e3o, em que as contribui\u00e7\u00f5es descontadas do vencimento do funcion\u00e1rio confundem-se na receita geral, s\u00e3o revers\u00f5es ao Tesouro; e o de capitaliza\u00e7\u00e3o, em que as contribui\u00e7\u00f5es dos segurados (\u00e0s vezes completadas por subven\u00e7\u00f5es do Estado) formam um fundo aut\u00f4nomo para pagamento dos benef\u00edcios.\n\n_____________________________________________________________________________________________\nAv. Marechal Floriano Peixoto, 170 8 andar, sala 805, Centro, Curitiba, Paran\u00e1, CEP 80020-090. 41 3224-1328 contato@lacerdaadvogados.adv.br\n\n\f___________________________________________\nO sistema de capitaliza\u00e7\u00e3o admite duas formas: a da capitaliza\u00e7\u00e3o individual, no qual as cotiza\u00e7\u00f5es se creditam \u00e0 conta individual de cada segurado, e a da capitaliza\u00e7\u00e3o coletiva, em que as contribui\u00e7\u00f5es dos segurados, em seu conjunto, s\u00e3o consideradas favorecendo a coletividade segurada.\n16. A EC 20/98 adotou um regime de previd\u00eancia para os servidores p\u00fablicos, com crit\u00e9rios que preservem o equil\u00edbrio financeiro e atuarial, que mais se aproxima do regime contributivo na modalidade de capitaliza\u00e7\u00e3o. Inexistindo previs\u00e3o normativa de creditamento em contas individuais de cada segurado das contribui\u00e7\u00f5es previdenci\u00e1rias vertidas ao regime, constata-se que foi adotado o sistema de capitaliza\u00e7\u00e3o coletiva. Assim disp\u00f4s o artigo 40, \u00a7 2\u00ba e \u00a7 3\u00ba da Constitui\u00e7\u00e3o Federal, com a reda\u00e7\u00e3o dada pela EC 20/98:\nArt. 40 - Aos servidores titulares de cargos efetivos da Uni\u00e3o, dos Estados, do Distrito Federal e dos Munic\u00edpios, inclu\u00eddas suas autarquias e funda\u00e7\u00f5es, \u00e9 assegurado regime de previd\u00eancia de car\u00e1ter contributivo, observados crit\u00e9rios que preservem o equil\u00edbrio financeiro e atuarial e o disposto neste artigo.\n(...)\n\u00a7 2\u00ba - Os proventos de aposentadoria e as pens\u00f5es, por ocasi\u00e3o de sua concess\u00e3o, n\u00e3o poder\u00e3o exceder a remunera\u00e7\u00e3o do respectivo servidor, no cargo efetivo em que se deu a aposentadoria ou que serviu de refer\u00eancia para a concess\u00e3o da pens\u00e3o.\n\u00a7 3\u00ba - Os proventos de aposentadoria, por ocasi\u00e3o da sua concess\u00e3o, ser\u00e3o calculados com base na remunera\u00e7\u00e3o do servidor no cargo efetivo em que se der a aposentadoria e, na forma da lei, corresponder\u00e3o \u00e0 totalidade da remunera\u00e7\u00e3o.\nTais determina\u00e7\u00f5es, contidas nas normas acima transcritas, por certo, demonstram que os benef\u00edcios concedidos visam a substituir, na inatividade, a remunera\u00e7\u00e3o at\u00e9 ent\u00e3o percebida pelo servidor, tornando evidente a rela\u00e7\u00e3o direta existente entre a contribui\u00e7\u00e3o recolhida e o benef\u00edcio a ser auferido pelo segurado.\n_____________________________________________________________________________________________\nAv. Marechal Floriano Peixoto, 170 8 andar, sala 805, Centro, Curitiba, Paran\u00e1, CEP 80020-090. 41 3224-1328 contato@lacerdaadvogados.adv.br\n\n\f___________________________________________\nNeste tra\u00e7ado dos aspectos constitucionais do regime\nprevidenci\u00e1rio dos servidores p\u00fablicos, releva notar que o \u00a7 12, do artigo 40 da\nConstitui\u00e7\u00e3o Federal na reda\u00e7\u00e3o ainda da EC 20/98, disp\u00f4s que:\nArt. 40 - Aos servidores titulares de cargos efetivos da Uni\u00e3o, dos Estados, do Distrito Federal e dos Munic\u00edpios, inclu\u00eddas suas autarquias e funda\u00e7\u00f5es, \u00e9 assegurado regime de previd\u00eancia de car\u00e1ter contributivo, observados crit\u00e9rios que preservem o equil\u00edbrio financeiro e atuarial e o disposto neste artigo.\n(...)\n\u00a7 12 - Al\u00e9m do disposto neste artigo, o regime de previd\u00eancia dos servidores p\u00fablicos titulares de cargo efetivo observar\u00e1, no que couber, os requisitos e crit\u00e9rios fixados para o regime geral de previd\u00eancia social. (negritou-se e grifou-se)\nAs normas constitucionais do Regime Geral de Previd\u00eancia\nSocial preceituam quanto \u00e0 rela\u00e7\u00e3o entre custeio e benef\u00edcio que:\nArt. 201. A previd\u00eancia social ser\u00e1 organizada sob a forma de regime geral, de car\u00e1ter contributivo e de filia\u00e7\u00e3o obrigat\u00f3ria, observados crit\u00e9rios que preservem o equil\u00edbrio financeiro e atuarial, e atender\u00e1, nos termos da lei, a: (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Emenda Constitucional n\u00ba 20, de 1998) I - cobertura dos eventos de doen\u00e7a, invalidez, morte e idade avan\u00e7ada; (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Emenda Constitucional n\u00ba 20, de 1998) II - prote\u00e7\u00e3o \u00e0 maternidade, especialmente \u00e0 gestante; (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Emenda Constitucional n\u00ba 20, de 1998) III - prote\u00e7\u00e3o ao trabalhador em situa\u00e7\u00e3o de desemprego involunt\u00e1rio; (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Emenda Constitucional n\u00ba 20, de 1998) IV - sal\u00e1rio-fam\u00edlia e aux\u00edlio-reclus\u00e3o para os dependentes dos segurados de baixa renda; (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Emenda Constitucional n\u00ba 20, de 1998) V - pens\u00e3o por morte do segurado, homem ou mulher, ao c\u00f4njuge ou companheiro e dependentes, observado o disposto no \u00a7 2\u00ba. (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Emenda Constitucional n\u00ba 20, de 1998) (...) \u00a7 2\u00ba Nenhum benef\u00edcio que substitua o sal\u00e1rio de contribui\u00e7\u00e3o ou o rendimento do trabalho do segurado ter\u00e1 valor mensal inferior ao sal\u00e1rio m\u00ednimo. (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Emenda Constitucional n\u00ba 20, de 1998). \u00a7 3\u00ba Todos os sal\u00e1rios de contribui\u00e7\u00e3o considerados para o c\u00e1lculo de benef\u00edcio ser\u00e3o devidamente atualizados, na forma da lei. (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Emenda Constitucional n\u00ba 20, de 1998) (...) \u00a7 11. Os ganhos habituais do empregado, a qualquer t\u00edtulo, ser\u00e3o incorporados ao sal\u00e1rio para efeito de contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria e conseq\u00fcente repercuss\u00e3o em benef\u00edcios, nos casos e na forma da lei. (Inclu\u00eddo dada pela Emenda Constitucional n\u00ba 20, de 1998) (negritou-se e grifou-se)\n_____________________________________________________________________________________________\nAv. Marechal Floriano Peixoto, 170 8 andar, sala 805, Centro, Curitiba, Paran\u00e1, CEP 80020-090. 41 3224-1328 contato@lacerdaadvogados.adv.br\n\n\f___________________________________________\n\n17.\n\nReal\u00e7ando ainda mais esta compreens\u00e3o, decorrente\n\nde interpreta\u00e7\u00e3o l\u00f3gico-sistem\u00e1tica, de que as contribui\u00e7\u00f5es vertidas pelos\n\nservidores p\u00fablicos ao Regime Pr\u00f3prio de Previd\u00eancia Social guardam necess\u00e1ria\n\ncorrespond\u00eancia com os benef\u00edcios e servi\u00e7os que lhe s\u00e3o oferecidos pelo regime, o\n\n\u00a7 5\u00b0 do artigo 195 da Constitui\u00e7\u00e3o Federal, na reda\u00e7\u00e3o da EC 20/98, disp\u00f4s que:\n\nArt. 195. A seguridade social ser\u00e1 financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos or\u00e7amentos da Uni\u00e3o, dos Estados, do Distrito Federal e dos Munic\u00edpios, e das seguintes contribui\u00e7\u00f5es sociais: (...) \u00a7 5\u00ba Nenhum benef\u00edcio ou servi\u00e7o da seguridade social poder\u00e1 ser criado, majorado ou estendido sem a correspondente fonte de custeio total. (negritou-se)\nDiante das disposi\u00e7\u00f5es da EC 20/98, conclui-se que h\u00e1 uma\ncorrela\u00e7\u00e3o direta entre as parcelas que comp\u00f5em a base de c\u00e1lculo da\ncontribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria devida por cada servidor p\u00fablico e aquelas\nque integrar\u00e3o os seus futuros e correspondentes proventos na\ninatividade, bem como a pens\u00e3o eventualmente institu\u00edda em favor dos\ndependentes.\n\nCom o advento da EC 41/03, n\u00e3o houve inova\u00e7\u00e3o relativamente ao sistema contributivo de capitaliza\u00e7\u00e3o coletiva adotado pela EC 20/98. Ao contr\u00e1rio, pela leitura do texto constitucional, j\u00e1 alterado pela referida emenda, percebe-se uma acentua\u00e7\u00e3o na correla\u00e7\u00e3o existente entre custeio e benef\u00edcio (art. 40, \u00a7 3\u00ba), compreendendo-se o princ\u00edpio da solidariedade, ent\u00e3o acrescido, como um postulado normativo mediante o qual os servidores inativos, pensionistas e os entes p\u00fablicos passariam a contribuir para o regime de previd\u00eancia, em comunh\u00e3o de esfor\u00e7os com os servidores ativos, no intuito de manter a higidez e liquidez do fundo.\n\n_____________________________________________________________________________________________\nAv. Marechal Floriano Peixoto, 170 8 andar, sala 805, Centro, Curitiba, Paran\u00e1, CEP 80020-090. 41 3224-1328 contato@lacerdaadvogados.adv.br\n\n\f___________________________________________\nAli\u00e1s, a leitura das normas constitucionais que disciplinam o\nsal\u00e1rio de contribui\u00e7\u00e3o dos servidores p\u00fablicos deixa patente esta correla\u00e7\u00e3o\n(remunera\u00e7\u00e3o da ativa = proventos da inatividade), para aqueles\nservidores que ingressaram no regime antes da EC 41/03:\nArt. 40. Aos servidores titulares de cargos efetivos da Uni\u00e3o, dos Estados, do Distrito Federal e dos Munic\u00edpios, inclu\u00eddas suas autarquias e funda\u00e7\u00f5es, \u00e9 assegurado regime de previd\u00eancia de car\u00e1ter contributivo e solid\u00e1rio, mediante contribui\u00e7\u00e3o do respectivo ente p\u00fablico, dos servidores ativos e inativos e dos pensionistas, observados crit\u00e9rios que preservem o equil\u00edbrio financeiro e atuarial e o disposto neste artigo. (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Emenda Constitucional n\u00ba 41, 19.12.2003) \u00a7 1\u00ba Os servidores abrangidos pelo regime de previd\u00eancia de que trata este artigo ser\u00e3o aposentados, calculados os seus proventos a partir dos valores fixados na forma dos \u00a7\u00a7 3\u00ba e 17: (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Emenda Constitucional n\u00ba 41, 19.12.2003); (...) \u00a7 2\u00ba - Os proventos de aposentadoria e as pens\u00f5es, por ocasi\u00e3o de sua concess\u00e3o, n\u00e3o poder\u00e3o exceder a remunera\u00e7\u00e3o do respectivo servidor, no cargo efetivo em que se deu a aposentadoria ou que serviu de refer\u00eancia para a concess\u00e3o da pens\u00e3o. (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Emenda Constitucional n\u00ba 20, de 15/12/98) \u00a7 3\u00ba Para o c\u00e1lculo dos proventos de aposentadoria, por ocasi\u00e3o da sua concess\u00e3o, ser\u00e3o consideradas as remunera\u00e7\u00f5es utilizadas como base para as contribui\u00e7\u00f5es do servidor aos regimes de previd\u00eancia de que tratam este artigo e o art. 201, na forma da lei. (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Emenda Constitucional n\u00ba 41, 19.12.2003) (...) \u00a7 17. Todos os valores de remunera\u00e7\u00e3o considerados para o c\u00e1lculo do benef\u00edcio previsto no \u00a7 3\u00b0 ser\u00e3o devidamente atualizados, na forma da lei. (Inclu\u00eddo pela Emenda Constitucional n\u00ba 41, 19.12.2003) \u00a7 18. Incidir\u00e1 contribui\u00e7\u00e3o sobre os proventos de aposentadorias e pens\u00f5es concedidas pelo regime de que trata este artigo que superem o limite m\u00e1ximo estabelecido para os benef\u00edcios do regime geral de previd\u00eancia social de que trata o art. 201, com percentual igual ao estabelecido para os servidores titulares de cargos efetivos. (Inclu\u00eddo pela Emenda Constitucional n\u00ba 41, 19.12.2003)\nConforme se depreende dos dispositivos constitucionais em\napre\u00e7o, conclui-se que os benef\u00edcios concedidos visam a substituir, na inatividade, a\nremunera\u00e7\u00e3o at\u00e9 ent\u00e3o percebida pelo servidor, tornando-se clara a rela\u00e7\u00e3o\nexistente entre a contribui\u00e7\u00e3o recolhida e o benef\u00edcio a ser auferido pelo segurado.\nDO ENTEDIMENTO JURISPRUDENCIAL\nCONSOLIDADO SOBRE A CORRELA\u00c7\u00c3O\nENTRE CUSTO E BENEF\u00cdCIO\n_____________________________________________________________________________________________\nAv. Marechal Floriano Peixoto, 170 8 andar, sala 805, Centro, Curitiba, Paran\u00e1, CEP 80020-090. 41 3224-1328 contato@lacerdaadvogados.adv.br\n\n\f___________________________________________\nMANIFESTA\u00c7\u00c3O DO SUPREMO TRIBUNAL\nFEDERAL \u2013 ADINMC 2.010/DF\n\n18.\n\nA mat\u00e9ria n\u00e3o escapou da avalia\u00e7\u00e3o do Supremo\n\nTribunal Federal, ao apreciar a constitucionalidade da Lei 9.783/99 na ADINMC\n\n2.010/DF, de relatoria do Ministro Celso de Mello, cujo ac\u00f3rd\u00e3o restou ementado nos\n\nseguintes termos:\n\nEMENTA: SERVIDORES P\u00daBLICOS FEDERAIS - CONTRIBUI\u00c7\u00c3O DE SEGURIDADE SOCIAL - LEI N\u00ba 9.783/99 - ARG\u00dcI\u00c7\u00c3O DE INCONSTITUCIONALIDADE FORMAL E MATERIAL DESSE DIPLOMA LEGISLATIVO - RELEV\u00c2NCIA JUR\u00cdDICA DA TESE PERTINENTE \u00c0 N\u00c3OINCID\u00caNCIA DA CONTRIBUI\u00c7\u00c3O DE SEGURIDADE SOCIAL SOBRE SERVIDORES INATIVOS E PENSIONISTAS DA UNI\u00c3O FEDERAL (CF, ART. 40, CAPUT, E RESPECTIVO \u00a7 12, C/C O ART. 195, II, NA REDA\u00c7\u00c3O DADA PELA EC N\u00ba 20/98) - AL\u00cdQUOTAS PROGRESSIVAS - ESCALA DE PROGRESSIVIDADE DOS ADICIONAIS TEMPOR\u00c1RIOS (ART. 2\u00ba DA LEI N\u00ba 9.783/99) - ALEGA\u00c7\u00c3O DE OFENSA AO PRINC\u00cdPIO QUE VEDA A TRIBUTA\u00c7\u00c3O CONFISCAT\u00d3RIA (CF, ART. 150, IV) E DE DESCARACTERIZA\u00c7\u00c3O DA FUN\u00c7\u00c3O CONSTITUCIONAL INERENTE \u00c0 CONTRIBUI\u00c7\u00c3O DE SEGURIDADE SOCIAL - PLAUSIBILIDADE JUR\u00cdDICA MEDIDA CAUTELAR DEFERIDA EM PARTE. PRINC\u00cdPIO DA IRREPETIBILIDADE DOS PROJETOS REJEITADOS NA MESMA SESS\u00c3O LEGISLATIVA (CF, ART. 67) - MEDIDA PROVIS\u00d3RIA REJEITADA PELO CONGRESSO NACIONAL - POSSIBILIDADE DE APRESENTA\u00c7\u00c3O DE PROJETO DE LEI, PELO PRESIDENTE DA REP\u00daBLICA, NO IN\u00cdCIO DO ANO SEGUINTE \u00c0QUELE EM QUE SE DEU A REJEI\u00c7\u00c3O PARLAMENTAR DA MEDIDA PROVIS\u00d3RIA. (...) O REGIME CONTRIBUTIVO \u00c9, POR ESS\u00caNCIA, UM REGIME DE CAR\u00c1TER EMINENTEMENTE RETRIBUTIVO. A QUEST\u00c3O DO EQUIL\u00cdBRIO ATUARIAL (CF, ART. 195, \u00a7 5\u00ba). CONTRIBUI\u00c7\u00c3O DE SEGURIDADE SOCIAL SOBRE PENS\u00d5ES E PROVENTOS: AUS\u00caNCIA DE CAUSA SUFICIENTE. - Sem causa suficiente, n\u00e3o se justifica a institui\u00e7\u00e3o (ou a majora\u00e7\u00e3o) da contribui\u00e7\u00e3o de seguridade social, pois, no regime de previd\u00eancia de car\u00e1ter contributivo, deve haver, necessariamente, correla\u00e7\u00e3o entre custo e benef\u00edcio. A exist\u00eancia de estrita vincula\u00e7\u00e3o causal entre contribui\u00e7\u00e3o e\nbenef\u00edcio p\u00f5e em evid\u00eancia a corre\u00e7\u00e3o da f\u00f3rmula segundo a qual n\u00e3o\npode haver contribui\u00e7\u00e3o sem benef\u00edcio, nem benef\u00edcio\nsem contribui\u00e7\u00e3o. Doutrina. Precedente do STF. A CONTRIBUI\u00c7\u00c3O\nDE SEGURIDADE SOCIAL DOS SERVIDORES P\u00daBLICOS EM ATIVIDADE CONSTITUI MODALIDADE DE TRIBUTO VINCULADO. - A contribui\u00e7\u00e3o de seguridade social, devida por servidores p\u00fablicos em atividade, configura modalidade de contribui\u00e7\u00e3o social, qualificando-se como esp\u00e9cie tribut\u00e1ria de car\u00e1ter vinculado, constitucionalmente destinada ao custeio e ao financiamento do regime de previd\u00eancia dos servidores p\u00fablicos titulares de cargo efetivo. Precedentes. (...) (ADI 2010 MC, Relator(a): Min. CELSO DE MELLO, Tribunal Pleno, julgado em 30/09/1999, DJ 12-04-2002 PP-00051 EMENT VOL-02064-01 PP-00086). (negritou-se e grifou-se)\n\n_____________________________________________________________________________________________\nAv. Marechal Floriano Peixoto, 170 8 andar, sala 805, Centro, Curitiba, Paran\u00e1, CEP 80020-090. 41 3224-1328 contato@lacerdaadvogados.adv.br\n\n\f___________________________________________\nMANIFESTA\u00c7\u00c3O DA TURMA NACIONAL DE\nUNIFORMIZA\u00c7\u00c3O DOS JUIZADOS ESPECIAIS\nFEDERAIS\n\n19.\n\nSeguindo o posicionamento adotado pelo Supremo\n\nTribunal Federal, a Turma de Uniformiza\u00e7\u00e3o dos Juizados Especiais Federais\n\nmanifestou o entendimento de que o regime de previd\u00eancia para os servidores\n\np\u00fablicos adotou o sistema de capitaliza\u00e7\u00e3o coletiva, sendo evidente a rela\u00e7\u00e3o direta\n\nexistente entre a contribui\u00e7\u00e3o recolhida e benef\u00edcio a ser auferido:\n\nPEDIDO DE UNIFORMIZA\u00c7\u00c3O INTERPOSTO PELA PARTE AUTORA. ADMINISTRATIVO. GRATIFICA\u00c7\u00c3O DE DESEMPENHO DO PLANO GERAL DE CARGOS DO PODER EXECUTIVO - GDPGPE. SERVIDOR P\u00daBLICO DA ATIVA. PLANO DE SEGURIDADE SOCIAL DO SERVIDOR - PSS. INCID\u00caNCIA DE CONTRIBUI\u00c7\u00c3O PREVIDENCI\u00c1RIA. LIMITA\u00c7\u00c3O \u00c0 PARCELA INCORPOR\u00c1VEL NA APOSENTADORIA. \u201cN\u00c3O H\u00c1 CONTRIBUI\u00c7\u00c3O SEM BENEF\u00cdCIO NEM BENEF\u00cdCIO SEM CONTRIBUI\u00c7\u00c3O (STF - ADC 8 MC; ADI 2.010)\u201d. INCIDENTE CONHECIDO E PROVIDO. (...) Com o advento da Emenda Constitucional n\u00ba 20, em 15 de dezembro de 1998, o sistema de previd\u00eancia dos servidores p\u00fablicos passou por sens\u00edveis altera\u00e7\u00f5es, sendo relevante anotar a clara op\u00e7\u00e3o constituinte pelo regime contributivo na modalidade de capitaliza\u00e7\u00e3o, notadamente pela institui\u00e7\u00e3o de um regime de previd\u00eancia de car\u00e1ter contributivo e com crit\u00e9rios que preservassem o equil\u00edbrio financeiro e atuarial (art. 40, caput) (...) 16. De acordo com a doutrina o sistema contributivo pode ser enquadrado em duas modalidades, a saber: \u201c(...) o de reparti\u00e7\u00e3o (cash system; syst\u00e8me de la repartition), em que as contribui\u00e7\u00f5es descontadas do vencimento do funcion\u00e1rio confundem-se na receita geral, s\u00e3o revers\u00f5es ao Tesouro; e o de capitaliza\u00e7\u00e3o (actuarial system; syst\u00e9me de la capitalisation), em que as contribui\u00e7\u00f5es dos segurados (\u00e0s vezes completadas por subven\u00e7\u00f5es do Estado) formam um fundo aut\u00f4nomo para pagamento dos benef\u00edcios. (...) Aprofundando o tema, em especial o sistema de capitaliza\u00e7\u00e3o, Feij\u00f3 Coimbra leciona que por este sistema: \u201c(...) s\u00e3o colocadas em reserva as cotiza\u00e7\u00f5es dos segurados, durante um per\u00edodo que se pretende mais ou menos longo, para que o capital se acumule. Dito capital, posto a juros, dever\u00e1 transmitir, no futuro, o pagamento das presta\u00e7\u00f5es que ao segurado sejam devidas. Tanto mais vantajoso ser\u00e1 o sistema, quanto mais alongado o per\u00edodo dessa acumula\u00e7\u00e3o, pois a renda do capital permitir\u00e1, por defini\u00e7\u00e3o, o acr\u00e9scimo das presta\u00e7\u00f5es. Dito sistema admite duas formas: a da capitaliza\u00e7\u00e3o individual, no qual as cotiza\u00e7\u00f5es se creditam \u00e0 conta individual de cada segurado, e a da capitaliza\u00e7\u00e3o coletiva, em que as contribui\u00e7\u00f5es dos segurados, em seu conjunto, s\u00e3o consideradas favorecendo a coletividade segurada. A capitaliza\u00e7\u00e3o inspira-se em t\u00e9cnicas de seguro e poupan\u00e7a, acentuando sua filia\u00e7\u00e3o aos sistemas por que funcionam os seguros privados. O esfor\u00e7o de cada indiv\u00edduo e de cada gera\u00e7\u00e3o conflui para a realiza\u00e7\u00e3o de fundos que, administrados de maneira correta, permitiriam a entrega das presta\u00e7\u00f5es no devido tempo. (...)\u201d (in Direito Previdenci\u00e1rio Brasileiro, Edi\u00e7\u00f5es Trabalhistas, Rio de Janeiro, 1999, p\u00e1g. 235). Resta claro, portanto, que a EC n. 20/98 adotou um regime de previd\u00eancia para os servidores p\u00fablicos, com crit\u00e9rios que preservem o\n_____________________________________________________________________________________________\nAv. Marechal Floriano Peixoto, 170 8 andar, sala 805, Centro, Curitiba, Paran\u00e1, CEP 80020-090. 41 3224-1328 contato@lacerdaadvogados.adv.br\n\n\f___________________________________________\nequil\u00edbrio financeiro e atuarial, que mais se aproxima do regime contributivo na modalidade de capitaliza\u00e7\u00e3o. 17. Por outro lado, inexistindo previs\u00e3o normativa de creditamento em contas individuais de cada segurado das contribui\u00e7\u00f5es previdenci\u00e1rias vertidas ao regime, constata-se que foi adotado o sistema de capitaliza\u00e7\u00e3o coletiva. (...) Tais determina\u00e7\u00f5es, por certo, demonstram que os benef\u00edcios concedidos visam a substituir, na inatividade, a remunera\u00e7\u00e3o at\u00e9 ent\u00e3o percebida pelo servidor, tornando\nevidente a rela\u00e7\u00e3o direta existente entre a contribui\u00e7\u00e3o recolhida e o benef\u00edcio a ser auferido pelo segurado. (...)\n\u201dNeste tra\u00e7ado dos aspectos constitucionais do regime previdenci\u00e1rio dos servidores p\u00fablicos, releva notar que o \u00a7 12 do art. 40 da CF/88, na reda\u00e7\u00e3o ainda da EC 20/98, disp\u00f4s que \u201cAl\u00e9m do disposto neste artigo, o regime de previd\u00eancia dos servidores p\u00fablicos titulares de cargo efetivo observar\u00e1, no que couber, os requisitos e crit\u00e9rios fixados para o regime geral de previd\u00eancia social\u201d. Negritei. E as normas constitucionais do Regime Geral de Previd\u00eancia Social preceituam quanto \u00e0 rela\u00e7\u00e3o entre custeio e benef\u00edcio que: (...) Real\u00e7ando ainda mais esta compreens\u00e3o,\ndecorrente de interpreta\u00e7\u00e3o l\u00f3gico-sistem\u00e1tica, de que as contribui\u00e7\u00f5es vertidas pelos servidores p\u00fablicos ao RPPS guardam necess\u00e1ria correspond\u00eancia com os benef\u00edcios e servi\u00e7os que lhe s\u00e3o oferecidos pelo regime,\no \u00a7 5\u00b0 do art. 195 da CF/88, na reda\u00e7\u00e3o da EC 20/98, disp\u00f4s que \u201cNenhum benef\u00edcio ou servi\u00e7o da seguridade social poder\u00e1 ser criado, majorado ou estendido sem a correspondente fonte de custeio total\u201d. 18. Com efeito, e diante da tessitura constitucional plasmada pela EC 20/98, tem-se por imperiosa a conclus\u00e3o de que h\u00e1 uma correla\u00e7\u00e3o direta entre as parcelas que comp\u00f5em a base de c\u00e1lculo da contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria devida por cada servidor p\u00fablico e aquelas que integrar\u00e3o os seus futuros e correspondentes proventos na inatividade, bem como a pens\u00e3o eventualmente institu\u00edda em favor dos dependentes. (...) Esta compreens\u00e3o da mat\u00e9ria n\u00e3o escapou da arguta avalia\u00e7\u00e3o do C. STF, quando julgou a constitucionalidade da pr\u00f3pria EC 20/98 na ADI n. 2.010, rel. Eminente Ministro Celso de Mello, em cujo ac\u00f3rd\u00e3o restou lapidarmente pontuado: \u201c(...) O REGIME CONTRIBUTIVO \u00c9, POR ESS\u00caNCIA, UM REGIME DE CAR\u00c1TER EMINENTEMENTE RETRIBUTIVO. A QUEST\u00c3O DO EQUIL\u00cdBRIO ATUARIAL (CF, ART. 195, \u00a7 5\u00ba). CONTRIBUI\u00c7\u00c3O DE SEGURIDADE SOCIAL SOBRE PENS\u00d5ES E PROVENTOS: AUS\u00caNCIA DE CAUSA SUFICIENTE. - Sem causa suficiente, n\u00e3o se justifica a institui\u00e7\u00e3o (ou a majora\u00e7\u00e3o) da contribui\u00e7\u00e3o de seguridade\nsocial, pois, no regime de previd\u00eancia de car\u00e1ter contributivo, deve haver, necessariamente, correla\u00e7\u00e3o entre custo e benef\u00edcio. A exist\u00eancia de estrita vincula\u00e7\u00e3o causal entre contribui\u00e7\u00e3o e benef\u00edcio p\u00f5e em evid\u00eancia a corre\u00e7\u00e3o da f\u00f3rmula segundo a qual n\u00e3o pode haver contribui\u00e7\u00e3o sem benef\u00edcio, nem benef\u00edcio sem contribui\u00e7\u00e3o. Doutrina. Precedente do STF. (...)\n\u201c(ADI 2010 MC, Relator(a): Min. CELSO DE MELLO, Tribunal Pleno, julgado em 30/09/1999, DJ 12-04-2002 PP-00051 EMENT VOL-02064-01 PP-00086) 19. Em decorr\u00eancia deste precedente da Corte, verdadeiro leading case, o C. STF passou a firmar s\u00f3lida jurisprud\u00eancia no sentido de que somente as parcelas incorpor\u00e1veis ao sal\u00e1rio do servidor sofrem a incid\u00eancia da contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria. (...) No \u00e2mbito do TCU, em rela\u00e7\u00e3o aos servidores da casa, aquela corte de contas firmou no AC\u00d3RD\u00c3O N\u00ba 1.967/2004 \u2013 TCU \u2013 Plen\u00e1rio, o seguinte precedente: (...) 20. Pois bem, tecidas essas longas\n_____________________________________________________________________________________________\nAv. Marechal Floriano Peixoto, 170 8 andar, sala 805, Centro, Curitiba, Paran\u00e1, CEP 80020-090. 41 3224-1328 contato@lacerdaadvogados.adv.br\n\n\f___________________________________________\nconsidera\u00e7\u00f5es, entendo que o caso deve ser analisado \u00e0 luz dos princ\u00edpios constitucionais, nomeadamente os princ\u00edpios da contributividade e da solidariedade, este inserido ao texto pela EC n. 41/2003, do regime previdenci\u00e1rio dos servidores p\u00fablicos. 21. Com o advento da Emenda Constitucional n\u00ba 41, de 19 de dezembro de 2003, entendo que esta n\u00e3o trouxe qualquer inova\u00e7\u00e3o no que pertine ao sistema contributivo de capitaliza\u00e7\u00e3o coletiva adotado pela Emenda Constitucional n\u00ba 20, de 15 de dezembro de 1998. Ao contr\u00e1rio, pela leitura do texto constitucional, j\u00e1 alterado pela referida emenda, percebe-se uma acentua\u00e7\u00e3o na correla\u00e7\u00e3o existente entre custeio e benef\u00edcio (art. 40, \u00a7 3\u00ba), compreendendo-se o princ\u00edpio da solidariedade, ent\u00e3o acrescido, como um postulado normativo mediante o qual os servidores inativos, pensionistas e os entes p\u00fablicos passariam a contribuir para o regime de previd\u00eancia, em comunh\u00e3o de esfor\u00e7os com o servidores ativos, no intuito de manter a higidez e liquidez do fundo. Ali\u00e1s, a leitura das normas constitucionais que disciplinam o sal\u00e1rio de contribui\u00e7\u00e3o dos servidores p\u00fablicos deixa patente esta correla\u00e7\u00e3o (remunera\u00e7\u00e3o da ativa = proventos da inatividade), para aqueles servidores que ingressaram no regime antes da EC 41/03, verbis: (...) Referida lei foi revogada pela Lei n. 10.887/04, a qual disp\u00f5e em seu artigo 4\u00ba da Lei 10.887/04 acerca da contribui\u00e7\u00e3o social do servidor p\u00fablico dos Poderes da Uni\u00e3o e define como base de c\u00e1lculo: \u201c(...) o vencimento do cargo efetivo, acrescido das vantagens pecuni\u00e1rias permanentes estabelecidas em lei, os adicionais de car\u00e1ter individual ou quaisquer outras vantagens\u201d. (...) Nos dizeres do eminente Ministro do STF e festejado professor de Direito Constitucional Luiz Roberto Barroso, o fato de n\u00e3o haver uma rigidez absoluta entre os conceitos de valor da remunera\u00e7\u00e3o-de-contribui\u00e7\u00e3o e o que se reverte em benef cios \u201c(...) n\u00e3o significa, contudo, que o legislador disponha de liberdade absoluta para formatar o sistema segundo quaisquer crit rios de conveni ncia. Em vez disso, h\u00e1 pelo menos dois limites principais sua atua\u00e7\u00e3o. Em primeiro lugar, a falta de uma comutatividade absoluta ou r gida entre contribui\u00e7 es e benef cios n\u00e3o significa que a correspond\u00eancia possa ser inteiramente despre ada. Ao contr\u00e1rio, a Constitui\u00e7\u00e3o dei a claro que os sal\u00e1rios de contribui\u00e7\u00e3o comp em a base de c\u00e1lculo para a defini\u00e7\u00e3o das presta\u00e7 es previdenci\u00e1rias e que estes, assim como os pr prios benef cios resultantes, devem ser atuali ados a fim de que preservem a sua e press\u00e3o econ\u00f4mica. (...)\nPortanto, o regime previdenci\u00e1rio do servidor p\u00fablico exige que haja proporcionalidade entre contribui\u00e7\u00e3o e benef cio: \u201cn\u00e3o h\u00e1 contribui\u00e7\u00e3o sem benef\u00edcio nem benef\u00edcio sem contribui\u00e7\u00e3o\u201d (STF \u2013 ADI 2.010). (...) Nesta senda,\na meu sentir, padece do v\u00edcio de inconstitucionalidade a disposi\u00e7\u00e3o contida no \u00a7 2\u00b0, do art. 4\u00b0, da Lei n\u00b0 10.887/04, na reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n. 12.688/12, no que prev\u00ea a possibilidade-faculdade de inclus\u00e3o pelo servidor p\u00fablico de parcelas remunerat\u00f3rias que n\u00e3o podem ser incorporadas aos proventos da aposentadoria, como \u00e9 o caso da parcela n\u00e3o incorpor\u00e1vel da Gratifica\u00e7\u00e3o de Desempenho em quest\u00e3o, para fins de c\u00e1lculo do benef\u00edcio previdenci\u00e1rio futuro (...) 27. Ante o exposto, CONHE\u00c7O do presente Pedido de Uniformiza\u00e7\u00e3o para, no m\u00e9rito, DAR-LHE PROVIMENTO para firmar a tese de que a incid\u00eancia de contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria do servidor p\u00fablico federal (PSS) limita-se \u00e0 parcela da Gratifica\u00e7\u00e3o de Desempenho do Plano Geral de Cargos do Poder Executivo \u2013 GDPGPE incorpor\u00e1vel aos proventos de aposentadoria e pens\u00e3o. Determino o retorno dos autos \u00e0 origem para adequar seu julgado ao que aqui restou decidido e, consequentemente, julgar a pretens\u00e3o de direito material deduzida \u00e0 luz da tese jur\u00eddica ora definida. \u00c9 COMO VOTO.\n_____________________________________________________________________________________________\nAv. Marechal Floriano Peixoto, 170 8 andar, sala 805, Centro, Curitiba, Paran\u00e1, CEP 80020-090. 41 3224-1328 contato@lacerdaadvogados.adv.br\n\n\f___________________________________________\n(PEDILEF 05033297420134058101, JU\u00cdZA FEDERAL ANGELA CRISTINA MONTEIRO, TNU, DOU 05/02/2016 P\u00c1GINAS 221/329.) (negritou-se e grifouse)\n\nDA UNI\u00c3O\n\nMANIFESTA\u00c7\u00c3O DO TRIBUNAL DE CONTAS\n\n20.\n\nNo \u00e2mbito do Tribunal de Contas da Uni\u00e3o, em\n\nrela\u00e7\u00e3o aos servidores da casa, a corte de contas firmou no Ac\u00f3rd\u00e3o n\u00ba. 1.967/2004\n\n\u2013 TCU \u2013 Plen\u00e1rio, o seguinte precedente:\n\nAC\u00d3RD\u00c3O N\u00ba 1.967/2004 \u2013 TCU \u2013 Plen\u00e1rio 1. Processo: TC-015.336/2004-9 2. Grupo: II Classe: VII \u2013 Administrativo. 3. Unidade: Tribunal de Contas da Uni\u00e3o. 4. Interessada: Secretaria-Geral de Administra\u00e7\u00e3o (Segedam). 5. Relator: Ministro-Substituto Augusto Sherman Cavalcanti. 6. Representante do Minist\u00e9rio P\u00fablico: Procurador-Geral Lucas Rocha Furtado. 7. Unidade T\u00e9cnica: Conjur. 8. Advogado constitu\u00eddo nos autos: n\u00e3o atuou. 9. Ac\u00f3rd\u00e3o:Vistos, relatados e discutidos estes autos de Representa\u00e7\u00e3o formulada pela Secretaria-Geral de Administra\u00e7\u00e3o (Segedam), ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da Uni\u00e3o, reunidos em Sess\u00e3o Plen\u00e1ria, diante das raz\u00f5es expostas pelo relator, em: 9.1. conhecer da presente Representa\u00e7\u00e3o para firmar entendimento no sentido de que a parcela da Gratifica\u00e7\u00e3o de Desempenho que exceder o percentual m\u00ednimo estabelecido em Resolu\u00e7\u00e3o assegurado aos servidores inativos e pensionistas desta Corte n\u00e3o deve integrar a base de incid\u00eancia da contribui\u00e7\u00e3o para o Plano de Seguridade Social do Servidor P\u00fablico Civil da Uni\u00e3o; e 9.2. autorizar a Presid\u00eancia do Tribunal a restituir os valores descontados da remunera\u00e7\u00e3o dos servidores em desacordo com o entendimento disposto no item 9.1. deste ac\u00f3rd\u00e3o, devidamente corrigidos monetariamente. 10. Ata n\u00ba 43/2004 \u2013 Plen\u00e1rio 11. Data da Sess\u00e3o: 1\u00ba/12/2004 \u2013 Extraordin\u00e1ria de Car\u00e1ter Reservado 12. Especifica\u00e7\u00e3o do qu\u00f3rum: 12.1. Ministros presentes: Valmir Campelo (Presidente), Marcos Vinicios Vila\u00e7a, Adylson Motta, Walton Alencar Rodrigues, Guilherme Palmeira, Ubiratan Aguiar e os Ministros-Substitutos Lincoln Magalh\u00e3es da Rocha e Augusto Sherman Cavalcanti (Relator). 12.2. Auditor presente: Marcos Bemquerer Costa.\n\n_____________________________________________________________________________________________\nAv. Marechal Floriano Peixoto, 170 8 andar, sala 805, Centro, Curitiba, Paran\u00e1, CEP 80020-090. 41 3224-1328 contato@lacerdaadvogados.adv.br\n\n\f___________________________________________\n(...) 13. Ao que se tem, ap\u00f3s o advento da Emenda Constitucional n\u00ba 20/98, o regime de previd\u00eancia dos servidores p\u00fablicos passou a ter car\u00e1ter contributivo, devendo-se observar crit\u00e9rios que preservem seu equil\u00edbrio financeiro e atuarial, al\u00e9m do disposto na pr\u00f3pria Constitui\u00e7\u00e3o. 14. De acordo com Jos\u00e9 Escol\u00e1stico Abreu de Oliveira, o sistema contributivo \u201epode apresentar-se sob duas modalidades: o de reparti\u00e7\u00e3o (cash system; syst\u00e8me de la repartition), em que as contribui\u00e7\u00f5es descontadas do vencimento do funcion\u00e1rio confundem-se na receita geral, s\u00e3o revers\u00f5es ao Tesouro; e o de capitaliza\u00e7\u00e3o (actuarial system; syst\u00e9me de la capitalisation), em que as contribui\u00e7\u00f5es dos segurados (\u00e0s vezes completadas por subven\u00e7\u00f5es do Estado) formam um fundo aut\u00f4nomo para pagamento dos benef\u00edcios. (...) no sistema de reparti\u00e7\u00e3o (the \u201ecash disbursement\u201f method) as contribui\u00e7\u00f5es dever\u00e3o atender as despesas de cada ano; no sistema de capitaliza\u00e7\u00e3o (the \u201eactuarial reserve\u201f plan), as contribui\u00e7\u00f5es v\u00e3o al\u00e9m das necessidades de cada unidade de tempo, de modo a formar uma reserva para o futuro.\u201f (in Aposentadoria no Servi\u00e7o P\u00fablico, Editora Freitas Bastos, 1970, p\u00e1gs. 146/148 - grifado). 15. Ainda sobre o sistema contributivo, leciona Feij\u00f3 Coimbra: \u201e(...) O funcionamento financeiro das institui\u00e7\u00f5es de seguro social, sob esse aspecto, normalmente obedece a dois tipos: o da capitaliza\u00e7\u00e3o e o da reparti\u00e7\u00e3o. Pelo primeiro, s\u00e3o colocadas em reserva as cotiza\u00e7\u00f5es dos segurados, durante um per\u00edodo que se pretende mais ou menos longo, para que o capital se acumule. Dito capital, posto a juros, dever\u00e1 transmitir, no futuro, o pagamento das presta\u00e7\u00f5es que ao segurado sejam devidas. Tanto mais vantajoso ser\u00e1 o sistema, quanto mais alongado o per\u00edodo dessa acumula\u00e7\u00e3o, pois a renda do capital permitir\u00e1, por defini\u00e7\u00e3o, o acr\u00e9scimo das presta\u00e7\u00f5es. Dito sistema admite duas formas: a da capitaliza\u00e7\u00e3o individual, no qual as cotiza\u00e7\u00f5es se creditam \u00e0 conta individual de cada segurado, e a da capitaliza\u00e7\u00e3o coletiva, em que as contribui\u00e7\u00f5es dos segurados, em seu conjunto, s\u00e3o consideradas favorecendo a coletividade segurada. A capitaliza\u00e7\u00e3o inspira-se em t\u00e9cnicas de seguro e poupan\u00e7a, acentuando sua filia\u00e7\u00e3o aos sistemas por que funcionam os seguros privados. O esfor\u00e7o de cada indiv\u00edduo e de cada gera\u00e7\u00e3o conflui para a realiza\u00e7\u00e3o de fundos que, administrados de maneira correta, permitiriam a entrega das presta\u00e7\u00f5es no devido tempo. J\u00e1 pelo sistema de reparti\u00e7\u00e3o, o volume das quantias arrecadadas em cada per\u00edodo servir\u00e1 para o custeio das presta\u00e7\u00f5es que devidas forem no mesmo per\u00edodo. Esse sistema repousa na id\u00e9ia de solidariedade entre indiv\u00edduos e entre gera\u00e7\u00f5es, e com ele as contribui\u00e7\u00f5es dos que s\u00e3o aptos para o trabalho, dos que t\u00eam renda , s\u00e3o de imediato empregadas no amparo dos que tal situa\u00e7\u00e3o n\u00e3o ostentam (...)\u201f (in Direito Previdenci\u00e1rio Brasileiro, Edi\u00e7\u00f5es Trabalhistas, Rio de Janeiro, 1999, p\u00e1g. 235 - grifado). 16. Pois bem, a Constitui\u00e7\u00e3o Federal, na reda\u00e7\u00e3o dada pela Emenda Constitucional n\u00ba 20/98, determinou que o car\u00e1ter contributivo do regime de previd\u00eancia dos servidores deve se dar com a observ\u00e2ncia de crit\u00e9rios que preservem seu equil\u00edbrio financeiro e atuarial, aproximando-se do regime contributivo na modalidade de capitaliza\u00e7\u00e3o, j\u00e1 que as contribui\u00e7\u00f5es recolhidas se destinam \u00e0 forma\u00e7\u00e3o de reservas para pagamento de benef\u00edcios futuros. Outrossim, na forma da lei, as contribui\u00e7\u00f5es previdenci\u00e1rias n\u00e3o s\u00e3o creditadas \u00e0 conta individual de cada segurado, sendo, portanto, um sistema de capitaliza\u00e7\u00e3o coletiva, em que as contribui\u00e7\u00f5es dos segurados, em seu conjunto, favorecem \u00e0 coletividade segurada. 17. Anote-se, ainda, que os proventos de aposentadoria e as pens\u00f5es, por ocasi\u00e3o de sua concess\u00e3o, n\u00e3o poder\u00e3o exceder a remunera\u00e7\u00e3o do respectivo servidor, no cargo efetivo em que se deu a aposentadoria ou que serviu de refer\u00eancia para a concess\u00e3o da pens\u00e3o (artigo 40, par\u00e1grafo 2\u00ba, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal). Al\u00e9m disso, ser\u00e3o eles calculados com base na remunera\u00e7\u00e3o do servidor no cargo efetivo em que se\n_____________________________________________________________________________________________\nAv. Marechal Floriano Peixoto, 170 8 andar, sala 805, Centro, Curitiba, Paran\u00e1, CEP 80020-090. 41 3224-1328 contato@lacerdaadvogados.adv.br\n\n\f___________________________________________\nder a aposentadoria e, na forma da lei, corresponder\u00e3o \u00e0 totalidade da remunera\u00e7\u00e3o (artigo 40, par\u00e1grafo 3\u00ba, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal). Tais\ndetermina\u00e7\u00f5es, por certo, demonstram que os benef\u00edcios concedidos visam a substituir, na inatividade, a remunera\u00e7\u00e3o at\u00e9 ent\u00e3o percebida pelo servidor, tornando evidente a rela\u00e7\u00e3o direta existente entre a contribui\u00e7\u00e3o recolhida e o benef\u00edcio a ser auferido pelo segurado. (...) 21. De todo o exposto, resulta que, observadas as\nrespectivas peculiaridades, as contribui\u00e7\u00f5es recolhidas pelos servidores p\u00fablicos guardam necess\u00e1ria correspond\u00eancia com os benef\u00edcios e\nservi\u00e7os que lhe s\u00e3o oferecidos, devendo haver correla\u00e7\u00e3o direta entre as parcelas que comp\u00f5em a base de c\u00e1lculo da contribui\u00e7\u00e3o de cada servidor e as que integrar\u00e3o seus correspondentes proventos na inatividade. (...) \u00c9 o relat\u00f3rio. VOTO (...) 7. Ademais, considerando que a\nEmenda Constitucional 41, de 2003, n\u00e3o trouxe altera\u00e7\u00f5es, no que tange ao sistema contributivo adotado a partir da Emenda Constitucional 20, de 1998, prevalece a obrigatoriedade de que sejam preservados o equil\u00edbrio financeiro e atuarial do sistema, os quais ser\u00e3o invi\u00e1veis se n\u00e3o houver correla\u00e7\u00e3o entre custeio e benef\u00edcio. 8.Outro aspecto relevante abordado na manifesta\u00e7\u00e3o da Consultoria Jur\u00eddica \u00e9 que, aliando-se o car\u00e1ter contributivo do regime de previd\u00eancia dos servidores ao preceito contido no \u00a7 2\u00ba do art. 40 da Constitui\u00e7\u00e3o, que limita os proventos de aposentadoria e as pens\u00f5es \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o do servidor no cargo efetivo em que se d\u00e1 a aposentadoria ou\nque serve de refer\u00eancia para a concess\u00e3o da pens\u00e3o, v\u00ea-se corroborada a vincula\u00e7\u00e3o existente entre a contribui\u00e7\u00e3o recolhida e o benef\u00edcio a ser auferido pelo servidor quando de sua inativa\u00e7\u00e3o. (...)\nDO BENEF\u00cdCIO DA JUSTI\u00c7A GRATUITA\n\n21.\n\nA parte autora requer a concess\u00e3o dos benef\u00edcios da\n\ngratuidade da justi\u00e7a com fulcro no art. 5\u00b0, inciso LXXIV, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal,\n\nnos dispositivos da Lei n\u00b0 1.060/51 c/c o art. 1\u00b0 e seguintes da Lei n\u00b0 7.115/83,\n\ndeclarando ser pessoa juridicamente pobre e sem condi\u00e7\u00f5es de suportar o \u00f4nus do\n\npresente processo sem preju\u00edzo de seu sustento e de sua fam\u00edlia, conforme\n\nDeclara\u00e7\u00e3o de Hipossufici\u00eancia em anexo.\n\n_____________________________________________________________________________________________\nAv. Marechal Floriano Peixoto, 170 8 andar, sala 805, Centro, Curitiba, Paran\u00e1, CEP 80020-090. 41 3224-1328 contato@lacerdaadvogados.adv.br\n\n\f___________________________________________\nDOS PEDIDOS\n\n22.\n\nAnte o exposto, requer-se:\n\na) A total proced\u00eancia dos pedidos autorais, para condenar a R\u00e9 a revisar o benef\u00edcio do (a) Autor (a), com a incorpora\u00e7\u00e3o integral da gratifica\u00e7\u00e3o de desempenho (GD) nos proventos de aposentadoria, bem como a restitui\u00e7\u00e3o \u00e0 parte autora dos valores atrasados anteriores a 29/09/2015, data de assinatura do Termo de Acordo 1/2015, respeitado o prazo prescritivo quinquenal;\nb) A cita\u00e7\u00e3o da Uni\u00e3o Federal para, querendo, contestar a presente a\u00e7\u00e3o, sob pena de confiss\u00e3o e revelia;\nc) A condena\u00e7\u00e3o da Uni\u00e3o Federal a pagar honor\u00e1rios advocat\u00edcios de 20% (vinte por cento) sobre o total a ser apurado, em caso de interposi\u00e7\u00e3o de recurso;\nd) A concess\u00e3o \u00e0 parte autora dos benef\u00edcios da justi\u00e7a gratuita, uma vez que, conforme Declara\u00e7\u00e3o de Hipossufici\u00eancia em anexo, \u00e9 pobre na acep\u00e7\u00e3o jur\u00eddica do termo, n\u00e3o possuindo condi\u00e7\u00f5es financeiras de arcar com as custas processuais sem preju\u00edzo do sustento pr\u00f3prio e de sua fam\u00edlia.\n\n_____________________________________________________________________________________________\nAv. Marechal Floriano Peixoto, 170 8 andar, sala 805, Centro, Curitiba, Paran\u00e1, CEP 80020-090. 41 3224-1328 contato@lacerdaadvogados.adv.br\n\n\f___________________________________________\ne) Protesta pela produ\u00e7\u00e3o de todos os meios de prova admitidos em direito, inclusive testemunhal e juntada de novos documentos, sem exclus\u00e3o de nenhum outro meio de prova que se fizer necess\u00e1rio ao deslinde da demanda.\nAtribui-se a causa o valor de R$ 30.547,82 (Trinta mil quinhentos e quarenta e sete reais e oitenta e dois centavos).\nNesses termos, Pede deferimento. Curitiba, 12 de maio de 2016. ERALDO LACERDA J\u00daNIOR OAB/PR 30.437\n_____________________________________________________________________________________________\nAv. Marechal Floriano Peixoto, 170 8 andar, sala 805, Centro, Curitiba, Paran\u00e1, CEP 80020-090. 41 3224-1328 contato@lacerdaadvogados.adv.br\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 4 (C\u00edvel) - IdDocumentoCompleto: 5023689-29.2016.4.04.7000-701463077808956920035562109461", "text": "___________________________________________\nEXCELENT\u00cdSSIMO SENHOR JUIZ FEDERAL DO __ JUIZADO ESPECIAL FEDERAL DA SUBSE\u00c7\u00c3O JUDICI\u00c1RIA DE CURITIBA, SE\u00c7\u00c3O JUDICI\u00c1RIA DO PARAN\u00c1.\nSOLANGE DE CACIA DOS SANTOS CAXEIRO, brasileira, casada, aposentada, portadora do RG n\u00ba. 9334076 e inscrita no CPF sob n\u00b0 17052262991, residente e domiciliada na AV. Visconde de Guarapuava, 1653, Centro, CEP: 80060-060 - Curitiba - Paran\u00e1 vem, respeitosamente, perante Vossa Excel\u00eancia, por interm\u00e9dio de seu advogado adiante assinado (procura\u00e7\u00e3o em anexo), com escrit\u00f3rio profissional situado na Avenida Marechal Floriano Peixoto, n\u00ba. 170, 8\u00ba andar, Centro, CEP 80.020-090, Curitiba/PR, propor:\nA\u00c7\u00c3O DE REVIS\u00c3O DE BENEF\u00cdCIO\nEm face da UNI\u00c3O FEDERAL, pessoa jur\u00eddica de direito p\u00fablico, representado por sua Procuradoria Regional, com base nos fatos e fundamentos jur\u00eddicos a seguir aduzidos:\n_____________________________________________________________________________________________\nAv. Marechal Floriano Peixoto, 170 8 andar, sala 805, Centro, Curitiba, Paran\u00e1, CEP 80020-090. 41 3224-1328 contato@lacerdaadvogados.adv.br\n\n\f___________________________________________\nDOS FATOS\n\n1.\n\nO (A) autor (a) \u00e9 servidor (a) p\u00fablico (a) federal inativo\n\n(a) ou pensionista, conforme tabela abaixo e comprovante mensal de rendimentos\n\nem anexo.\n\nCARGO/FUN\u00c7\u00c3O AGENTE ADMINISTRATIVO\nGRATIFICA\u00c7\u00c3O GDPST\n\nMATR\u00cdCULA 5699428 / APOSENTADORIA\n\n2.\n\nOcorre que em seus contracheques percebeu a\n\ngratifica\u00e7\u00e3o acima relacionada em pontua\u00e7\u00e3o menor do que o correto, procedimento\n\nilegal, notadamente ap\u00f3s a assinatura do Termo de Acordo 1/2015,\n\nresultante das negocia\u00e7\u00f5es entre Governo Federal a Confedera\u00e7\u00e3o dos\n\nTrabalhadores no Servi\u00e7o P\u00fablico Federal \u2013 CONDSEF e a Central \u00danica dos\n\nTrabalhadores \u2013 CUT (doc. anexo), e que reconheceu:\n\nO DIREITO A INTEGRALIDADE, COM CORRELA\u00c7\u00c3O DIRETA ENTRE AS PARCELAS QUE COMP\u00d5EM A BASE DE C\u00c1LCULO DA CONTRIBUI\u00c7\u00c3O PREVIDENCI\u00c1RIA \u2013 PSS, E AQUELAS QUE INTEGRAM OS CORRESPONDENTES PROVENTOS DA INATIVIDADE.\n\n_____________________________________________________________________________________________\nAv. Marechal Floriano Peixoto, 170 8 andar, sala 805, Centro, Curitiba, Paran\u00e1, CEP 80020-090. 41 3224-1328 contato@lacerdaadvogados.adv.br\n\n\f___________________________________________\n\n3.\n\nA partir do Termo de Acordo 1/2015, reconheceu-se\n\nque TODAS as contribui\u00e7\u00f5es previdenci\u00e1rias vertidas sobre Gratifica\u00e7\u00f5es de\n\nDesempenho devem ser incorporadas integralmente aos proventos de inatividade.\n\nEm raz\u00e3o da necess\u00e1ria correspond\u00eancia entre contribui\u00e7\u00f5es vertidas e o benef\u00edcio auferido, insurge-se a parte autora em face da situa\u00e7\u00e3o acima exposta, n\u00e3o restando outra alternativa, sen\u00e3o a de buscar a tutela jurisdicional para ter seu beneficio revisto com base nos crit\u00e9rios estabelecidos no Termo de Acordo 1/2015, bem como a devolu\u00e7\u00e3o das parcelas sonegadas no passado.\n\nPRELIMINARES\n\nDO RECONHECIMENTO DO DIREITO POR MEIO DO TERMO DE ACORDO 1/2015\n\n4.\n\nPreliminarmente cumpre ressaltar que o direito\n\nora postulado foi reconhecido extrajudicialmente.\n\nO Governo Federal atrav\u00e9s do Minist\u00e9rio do Planejamento, firmou Termo de Acordo com a Confedera\u00e7\u00e3o dos Trabalhadores no Servi\u00e7o P\u00fablico Federal \u2013 CONDSEF e a Central \u00danica dos Trabalhadores \u2013 CUT, estabelecendo a incorpora\u00e7\u00e3o das gratifica\u00e7\u00f5es de desempenho nos proventos de inatividade.\nO Termo de Acordo 1/2015 resultante das negocia\u00e7\u00f5es entre Governo Federal, a CONDSEF e a CUT, prev\u00ea a incorpora\u00e7\u00e3o da gratifica\u00e7\u00e3o de desempenho nos proventos de inatividade dos servidores abrangidos pelos institutos da paridade e da integralidade (em respeito ao teor original do art. 40, \u00a7 4 da CF ), e pelos atingidos pelos artigos 3\u00ba, 6\u00ba e 6\u00ba-A, da EC 41/2003 e artigo 3\u00ba da EC 47/2005, nos seguintes termos:\n_____________________________________________________________________________________________\nAv. Marechal Floriano Peixoto, 170 8 andar, sala 805, Centro, Curitiba, Paran\u00e1, CEP 80020-090. 41 3224-1328 contato@lacerdaadvogados.adv.br\n\n\f___________________________________________\n\u201cCL\u00c1USULA S\u00c9TIMA. A INCORPORA\u00c7\u00c3O DA GRATIFICA\u00c7\u00c3O DE DESEMPENHO (GD) NOS PROVENTOS DE APOSENTADORIA SER\u00c1 DEVIDA AOS SERVIDORES E APOSENTADOS\u201d\n\nClausula S\u00e9tima. A incorpora\u00e7\u00e3o da gratifica\u00e7\u00e3o de desempenho (GD) nos proventos de aposentadoria ser\u00e1 devida aos servidores e aposentados abrangidos pelos artigos 3\u00ba, 6\u00ba e 6\u00ba-A, da Emenda Constitucional n\u00ba. 41/2003 e artigo 3\u00ba da Emenda Constitucional 47/2005.\n\n5.\n\nA forma de incorpora\u00e7\u00e3o da gratifica\u00e7\u00e3o de\n\ndesempenho aos servidores abrangidos pelos arts. 3\u00ba, 6\u00ba e 6\u00ba-A, da EC n\u00ba. 41/2003\n\ne art. 3\u00ba da EC 47/2005 foi tratada nos par\u00e1grafos primeiro, segundo, terceiro e\n\nquarto da Cl\u00e1usula S\u00e9tima:\n\nPar\u00e1grafo Primeiro. A incorpora\u00e7\u00e3o que trata essa cl\u00e1usula dar-se-\u00e1 pela m\u00e9dia aritm\u00e9tica dos pontos concedidos aos servidores no per\u00edodo igual a 60 (sessenta) meses anteriores a data de aposentadoria.\nPar\u00e1grafo Segundo. A gratifica\u00e7\u00e3o de desempenho (GD) que na regra vigente \u00e9 incorporada aos proventos de aposentadoria pela m\u00e9dia dos valores percebidos por per\u00edodo igual a 60 (sessenta) meses passar\u00e1 a ser incorporada pela m\u00e9dia equivalente dos pontos atribu\u00eddos no per\u00edodo igual ou superior a 60 (sessenta) meses anteriores a data de aposentadoria.\nPar\u00e1grafo Terceiro. A diferen\u00e7a de pontos entre a quantidade prevista na regra atual e a m\u00e9dia dos 60 (sessenta) meses anteriores a aposentadoria do servidor ser\u00e1 implementada da seguinte forma: um ter\u00e7o da diferen\u00e7a em janeiro de 2017, um ter\u00e7o da diferen\u00e7a em janeiro de 2018 e um ter\u00e7o da diferen\u00e7a em janeiro de 2019.\n\nPar\u00e1grafo Quarto. Os j\u00e1 aposentados nas condi\u00e7\u00f5es citadas no caput da cl\u00e1usula s\u00e9tima ser\u00e3o contemplados na mesma regra de incorpora\u00e7\u00e3o.\n\n6.\n\nLogo, como se verifica, TRATA-SE DE ATO\n\nINEQU\u00cdVOCO EXTRAJUDICIAL QUE IMPORTA RECONHECIMENTO DO\n\nDIREITO PELO DEVEDOR, qual seja, do direito a integralidade, com\n\ncorrespond\u00eancia entre contribui\u00e7\u00f5es vertidas e o benef\u00edcio auferido, com a\n\nincorpora\u00e7\u00e3o das GDs nos proventos de aposentadoria.\n\n_____________________________________________________________________________________________\nAv. Marechal Floriano Peixoto, 170 8 andar, sala 805, Centro, Curitiba, Paran\u00e1, CEP 80020-090. 41 3224-1328 contato@lacerdaadvogados.adv.br\n\n\f___________________________________________\nDA EXTENS\u00c3O DAS VANTAGENS CONCEDIDAS PELO ACORDO 1/2015 AOS INATIVOS ANTERIORES \u00c0 VIG\u00caNCIA DA EC 41/2003\n\n7.\n\nVale o registro de que os servidores inativos e\n\npensionistas anteriores \u00e0 vig\u00eancia da EC 41/2003, em respeito ao teor original do\n\nart. 40, \u00a7 4 da CF, tem para si estendidos quaisquer benef\u00edcios ou vantagens\n\nposteriormente concedidos aos servidores em atividade:\n\n\u00a7 4\u00ba - Os proventos da aposentadoria ser\u00e3o revistos, na mesma propor\u00e7\u00e3o e na mesma data, sempre que se modificar a remunera\u00e7\u00e3o dos servidores em atividade, sendo tamb\u00e9m estendidos aos inativos quaisquer benef\u00edcios ou vantagens posteriormente concedidos aos servidores em atividade, inclusive quando decorrentes da transforma\u00e7\u00e3o ou reclassifica\u00e7\u00e3o do cargo ou fun\u00e7\u00e3o em que se deu a aposentadoria, na forma da lei.\n\nDiante da letra cristalina da Lei, n\u00e3o resta qualquer d\u00favida da extens\u00e3o das vantagens ora concedidas aos aposentados/pensionistas anteriores \u00e0 vig\u00eancia da EC 41/2003.\n\n7.1. O Acordo 1/2015 n\u00e3o especifica a forma de incorpora\u00e7\u00e3o das GDs aos aposentados anteriores a EC 41/2003, mas n\u00e3o pode restar duvida que a incorpora\u00e7\u00e3o \u00e9 INTEGRAL, nos termos da cl\u00e1usula s\u00e9tima:\n\u201cA INCORPORA\u00c7\u00c3O DA GRATIFICA\u00c7\u00c3O DE DESEMPENHO (GD) NOS PROVENTOS DE APOSENTADORIA SER\u00c1 DEVIDA AOS SERVIDORES E APOSENTADOS\u201d\n\n_____________________________________________________________________________________________\nAv. Marechal Floriano Peixoto, 170 8 andar, sala 805, Centro, Curitiba, Paran\u00e1, CEP 80020-090. 41 3224-1328 contato@lacerdaadvogados.adv.br\n\n\f___________________________________________\nApenas para os inativos abrangidos pelos artigos 3\u00ba, 6\u00ba e 6\u00ba-A, da EC n\u00ba. 41/2003 e artigo 3\u00ba da EC 47/2005 h\u00e1 um c\u00e1lculo para a incorpora\u00e7\u00e3o das GDs.\nDO RECONHECIMENTO DA RELA\u00c7\u00c3O DIRETA ENTRE CONTRIBUI\u00c7\u00c3O E BENEF\u00cdCIO \u2013 RESTAURA\u00c7\u00c3O DA INTEGRALIDADE\n\n8.\n\nA Uni\u00e3o Federal vem recolhendo o PSS, Plano de\n\nSeguridade Social, ou contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria, de parcelas das GDs\n\n(Gratifica\u00e7\u00f5es de Desempenho) percebidas pelos servidores ativos, e que at\u00e9 o\n\nadvento do Acordo 1/2015, n\u00e3o eram incorpor\u00e1veis aos proventos da inatividade.\n\nTal distor\u00e7\u00e3o obrigava servidores ativos a recolherem PSS sobre 100% da Gratifica\u00e7\u00e3o de Desempenho percebida para posteriormente terem direito a p. ex., apenas 50% da mesma Gratifica\u00e7\u00e3o em seus benef\u00edcios de inatividade, em verdadeira afronta ao regime da integralidade.\n\nTodavia o referido Acordo 1/2015 veio sanar tal erro, ao instituir novel regulamento para a incorpora\u00e7\u00e3o da integralidade das GDs nas aposentadorias e pens\u00f5es.\n\nConforme se verifica na Cl\u00e1usula S\u00e9tima, tais valores passam a ser incorporados nas aposentadorias:\n\n\u201cCL\u00c1USULA S\u00c9TIMA. A INCORPORA\u00c7\u00c3O DA GRATIFICA\u00c7\u00c3O DE DESEMPENHO (GD) NOS PROVENTOS DE APOSENTADORIA SER\u00c1 DEVIDA AOS SERVIDORES E APOSENTADOS\u201d\n_____________________________________________________________________________________________\nAv. Marechal Floriano Peixoto, 170 8 andar, sala 805, Centro, Curitiba, Paran\u00e1, CEP 80020-090. 41 3224-1328 contato@lacerdaadvogados.adv.br\n\n\f___________________________________________\nO entendimento sufragado passa a ser ent\u00e3o, o de que n\u00e3o h\u00e1\ncontribui\u00e7\u00e3o sem o benef\u00edcio correspondente, bem como de que o inativo\ntem direito a integralidade remunerat\u00f3ria com os servidores da ativa.\n\nDA INTERRUP\u00c7\u00c3O DA PRESCRI\u00c7AO EM RAZ\u00c3O DO RECONHECIMENTO DO DIREITO DA PARTE AUTORA E SUAS CONSEQU\u00caNCIAS\n\n9.\n\nPor meio do Termo de Acordo 1/2015, resultante\n\ndas negocia\u00e7\u00f5es entre Governo Federal a CONDSEF e a CUT, caracteriza-se ato\n\ninequ\u00edvoco de reconhecimento extrajudicial do direito da parte autora e,\n\nconsequentemente, da exist\u00eancia e legalidade da d\u00edvida de responsabilidade da R\u00e9.\n\nO ato inequ\u00edvoco, ainda que extrajudicial, que importe o reconhecimento do direito pelo devedor, interrompe a prescri\u00e7\u00e3o, nos termos do artigo 202, inciso VI, do C\u00f3digo Civil:\n\nArt. 202. A interrup\u00e7\u00e3o da prescri\u00e7\u00e3o, que somente poder\u00e1 ocorrer uma vez, dar-se-\u00e1: (...) VI - por qualquer ato inequ\u00edvoco, ainda que extrajudicial, que importe reconhecimento do direito pelo devedor.\n(negritou-se)\nNa hip\u00f3tese, o Termo de Acordo 1/2015 ao reconhecer o direito da parte autora a correspond\u00eancia entre as contribui\u00e7\u00f5es vertidas e os proventos de inatividade e \u00e0 integralidade, interrompeu a partir da data da edi\u00e7\u00e3o do referido instrumento, qual seja, 29/09/2015, o prazo prescricional.\n\n_____________________________________________________________________________________________\nAv. Marechal Floriano Peixoto, 170 8 andar, sala 805, Centro, Curitiba, Paran\u00e1, CEP 80020-090. 41 3224-1328 contato@lacerdaadvogados.adv.br\n\n\f___________________________________________\n\n10.\n\nColaciona-se decisum paradigma, o INCIDENTE DE\n\nUNIFORMIZA\u00c7\u00c3O JEF N\u00ba 5018503-64.2012.404.7000/PR, em que foi reconhecida\n\na interrup\u00e7\u00e3o prescritiva em caso similar (o advento do Memorando-Circular\n\nConjunto n\u00ba 21/DIRBEN/PFEINSS, de 15.04.2010):\n\n\u201cINCIDENTE DE UNIFORMIZA\u00c7\u00c3O JEF N\u00ba 5018503-64.2012.404.7000/PR RELATOR: PAULO PAIM DA SILVA RECORRENTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS RECORRIDO: MARINA JESUS CARDOSO ADVOGADO: ERALDO LACERDA JUNIOR MPF: MINIST\u00c9RIO P\u00daBLICO FEDERAL RELAT\u00d3RIO Trata-se de recurso contra ac\u00f3rd\u00e3o da 3\u00aa Turma Recursal do Paran\u00e1, referente a revis\u00e3o com base no artigo 29, II, da Lei 8.213/91, para utiliza\u00e7\u00e3o dos 80% maiores sal\u00e1rios de contribui\u00e7\u00e3o do per\u00edodo b\u00e1sico no c\u00e1lculo da Renda Mensal Inicial, sem o estabelecimento de um divisor m\u00ednimo. O pedido refere-se exclusivamente ao marco interruptivo do prazo prescricional das parcelas em atraso.No ac\u00f3rd\u00e3o recorrido entendeu-se que o Memorando-Circular Conjunto n\u00ba 21/DIRBEN/PFEINSS, de 15.04.2010, n\u00e3o constitui marco interruptivo do prazo prescricional, porque n\u00e3o implicou reconhecimento inequ\u00edvoco do direito aos segurados por parte do INSS. A parte autora da a\u00e7\u00e3o origin\u00e1ria requer uniformiza\u00e7\u00e3o de jurisprud\u00eancia, apontando decis\u00e3o em sentido contr\u00e1rio da 2\u00aa Turma Recursal do Paran\u00e1 (Processo 2010.70.50.014471-7), em que se entendeu que o referido Memorando-Circular constitui marco interruptivo da prescri\u00e7\u00e3o, nos termos do artigo 202, VI, do C\u00f3digo Civil. Indica, igualmente, outros ac\u00f3rd\u00e3os da mesma 2\u00aa Turma Recursal do Paran\u00e1, que servem como paradigma. O pedido foi admitido, opinando o Minist\u00e9rio P\u00fablico Federal pelo provimento do recurso. \u00c9 o relat\u00f3rio. VOTO O C\u00f3digo Civil estabelece: Art. 202. A interrup\u00e7\u00e3o da prescri\u00e7\u00e3o, que somente poder\u00e1 ocorrer uma vez, dar-se-\u00e1: VI - por qualquer ato inequ\u00edvoco, ainda que extrajudicial, que importe reconhecimento do direito pelo devedor. O Memorando-Circular Conjunto n\u00ba 21/DIRBEN/PFEINSS, de 15.04.2010, implicou efetivo reconhecimento do direito pelo INSS, porquanto expressamente estabeleceu que 's\u00e3o pass\u00edveis de revis\u00e3o os benef\u00edcios por\n_____________________________________________________________________________________________\nAv. Marechal Floriano Peixoto, 170 8 andar, sala 805, Centro, Curitiba, Paran\u00e1, CEP 80020-090. 41 3224-1328 contato@lacerdaadvogados.adv.br\n\n\f___________________________________________\nincapacidade e pens\u00f5es derivadas destes, assim como as n\u00e3o precedidas, com DIB a partir de 29/11/1999, em que, no Per\u00edodo B\u00e1sico de C\u00e1lculo - PBC, foram considerados 100% (cem por cento) dos sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o, cabendo revisa-los para que sejam considerados somente os 80% (oitenta pro cento) maiores sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o.' Assim, al\u00e9m de estabelecer a sistem\u00e1tica de revis\u00e3o dos benef\u00edcios, conforme dito no ac\u00f3rd\u00e3o recorrido, tamb\u00e9m estabeleceu materialmente quais benef\u00edcios t\u00eam direito a essa revis\u00e3o, o que est\u00e1 corroborado no entendimento dos ac\u00f3rd\u00e3os paradigmas. O voto \u00e9 por dar provimento ao pedido de uniformiza\u00e7\u00e3o, para uniformizar o entendimento de que: a) o Memorando-Circular Conjunto n\u00ba 21/DIRBEN/PFEINSS, de 15.04.2010, constitui marco interruptivo do prazo prescricional para a revis\u00e3o dos benef\u00edcios com base no artigo 29, II, da Lei 8.213/91; b) essa interrup\u00e7\u00e3o garante o recebimento das parcelas anteriores a cinco anos da publica\u00e7\u00e3o do normativo para pedidos que ingressarem administrativa ou judicialmente em at\u00e9 cinco anos ap\u00f3s a mesma data, uma vez que houve reconhecimento administrativo do direito. Ante o exposto, voto por dar provimento ao pedido de uniformiza\u00e7\u00e3o. PAULO PAIM DA SILVA Relator\u201d (Voto acolhido na sess\u00e3o realizada em21/06/2012). (destaques nossos)\n\n11.\n\nResta claro, portanto, que o reconhecimento do direito\n\ndo (a) Autor (a), atrav\u00e9s do Termo de Acordo 1/2015 de 29/09/2015, resulta na\n\ninterrup\u00e7\u00e3o da prescri\u00e7\u00e3o, devendo esta alcan\u00e7ar apenas os valores que precedem\n\no quinqu\u00eanio anterior a data de edi\u00e7\u00e3o do Termo.\n\nDO DIREITO\n\nDA INCORPORA\u00c7\u00c3O DA GRATIFICA\u00c7\u00c3O DE DESEMPENHO (GD) NOS PROVENTOS DE APOSENTADORIA DOS INATIVOS ABRANGIDOS PELOS ARS. 3\u00ba, 6\u00ba E 6\u00ba-A, DA EC N\u00ba. 41/2003 E ART. 3 EC 47/2005\n\n_____________________________________________________________________________________________\nAv. Marechal Floriano Peixoto, 170 8 andar, sala 805, Centro, Curitiba, Paran\u00e1, CEP 80020-090. 41 3224-1328 contato@lacerdaadvogados.adv.br\n\n\f___________________________________________\n\n12.\n\nA presente demanda objetiva a revis\u00e3o imediata do\n\nbenef\u00edcio do (a) Autor (a), com a incorpora\u00e7\u00e3o da gratifica\u00e7\u00e3o de desempenho\n\n(GD) nos proventos de aposentadoria, bem como a restitui\u00e7\u00e3o \u00e0 parte autora\n\ndos valores atrasados anteriores a 29/09/2015, data de assinatura do Termo\n\nde Acordo 1/2015.\n\nA revis\u00e3o ora postulada encontra-se respaldada nos termos do Acordo 1/2015, fruto das negocia\u00e7\u00f5es entre Governo Federal e a Confedera\u00e7\u00e3o dos Trabalhadores no Servi\u00e7o P\u00fablico Federal \u2013 CONDSEF e a Central \u00danica dos Trabalhadores \u2013 CUT.\n\nA Clausula S\u00e9tima e o Par\u00e1grafo Primeiro do referido instrumento prev\u00eaem os crit\u00e9rios para a incorpora\u00e7\u00e3o da gratifica\u00e7\u00e3o de desempenho nos proventos de aposentadoria dos servidores abrangidos pelos artigos 3\u00ba, 6\u00ba e 6\u00ba-A, da Emenda Constitucional n\u00ba. 41/2003 e artigo 3\u00ba da Emenda Constitucional 47/2005, assim dispondo:\n\nClausula S\u00e9tima. A incorpora\u00e7\u00e3o da gratifica\u00e7\u00e3o de desempenho (GD) nos proventos de aposentadoria ser\u00e1 devida aos servidores e aposentados abrangidos pelos artigos 3\u00ba, 6\u00ba e 6\u00ba-A, da Emenda Constitucional n\u00ba. 41/2003 e artigo 3\u00ba da Emenda Constitucional 47/2005.\nPar\u00e1grafo Primeiro. A incorpora\u00e7\u00e3o que trata essa cl\u00e1usula dar-se-\u00e1\npela m\u00e9dia aritm\u00e9tica dos pontos concedidos aos servidores no per\u00edodo igual a 60 (sessenta) meses anteriores a data de aposentadoria. (negritou-se)\nLogo, os benef\u00edcios dos servidores/inativos incursos nos arts. 3\u00ba,\n6\u00ba e 6\u00ba-A, da EC n\u00ba. 41/2003 e art. 3\u00ba da EC 47/2005, devem ser revistos conforme\nos crit\u00e9rios do Termo de Acordo, uma vez que os benef\u00edcios concedidos visam a\nsubstituir, na inatividade, a remunera\u00e7\u00e3o at\u00e9 ent\u00e3o percebida pelo servidor, sendo\nevidente a rela\u00e7\u00e3o direta existente entre a contribui\u00e7\u00e3o recolhida e o benef\u00edcio a ser\nauferido pelo segurado.\n\n_____________________________________________________________________________________________\nAv. Marechal Floriano Peixoto, 170 8 andar, sala 805, Centro, Curitiba, Paran\u00e1, CEP 80020-090. 41 3224-1328 contato@lacerdaadvogados.adv.br\n\n\f___________________________________________\nDA INCORPORA\u00c7\u00c3O DA GRATIFICA\u00c7\u00c3O DE DESEMPENHO (GD) NOS PROVENTOS DE APOSENTADORIA DOS INATIVOS SOB A \u00c9GIDE DA PARIDADE, DA INTEGRALIDADE E DA ISONOMIA, E DOS INATIVOS ANTERIORES \u00c0 VIG\u00caNCIA DA EC 41/2003\n13. Vale aqui um adendo. De forma NENHUMA a Uni\u00e3o Federal poder\u00e1 alegar que as GDs n\u00e3o s\u00e3o extensivas aos inativos por serem pro labore faciendo. Simplesmente porque j\u00e1 o fez, estendeu a integralidade das GDs aos inativos atrav\u00e9s do Acordo 1/2015, apenas engendrando um c\u00e1lculo para o recebimento dessas parcelas para os aposentados sob a \u00e9gide das ECs 41 e 47, conforme Cl\u00e1usula S\u00e9tima:\n\u201cA INCORPORA\u00c7\u00c3O DA GRATIFICA\u00c7\u00c3O DE DESEMPENHO (GD) NOS PROVENTOS DE APOSENTADORIA SER\u00c1 DEVIDA AOS SERVIDORES E APOSENTADOS\u201d\n13.1. Vale lembrar que os inativos anteriores a EC 41/2003 TEM DIREITO A TODAS AS VANTAGENS POSTERIORMENTE CONCEDIDOS AOS SERVIDORES EM ATIVIDADE. Inclusive a ora em quest\u00e3o.\nN\u00c3O H\u00c1 POSSIBILIDADE LEGAL DE HAVER QUALQUER DISTIN\u00c7\u00c3O PARA OS APOSENTADOS ANTERIORES A EC 41/2003.\n14. Neste diapas\u00e3o, um ponto importante a destacar sobre a forma de c\u00e1lculo encetada pelo Acordo 1/2015, \u00e9 que a partir de seu advento, NENHUM servidor inativo poder\u00e1 receber valor inferior a integralidade da GD que lhe corresponde ao cargo. _____________________________________________________________________________________________\nAv. Marechal Floriano Peixoto, 170 8 andar, sala 805, Centro, Curitiba, Paran\u00e1, CEP 80020-090. 41 3224-1328 contato@lacerdaadvogados.adv.br\n\n\f___________________________________________\nAssim, devendo ser respeitadas a integralidade, a isonomia, a paridade, e a necess\u00e1ria correspond\u00eancia entre contribui\u00e7\u00e3o vertidas e o benef\u00edcio auferido, sob pena de enriquecimento sem causa do er\u00e1rio, o c\u00e1lculo dos inativos anteriores a EC 41/2003 deve ser realizado na forma acima descrita, qual seja, mediante o pagamento INTEGRAL da Gratifica\u00e7\u00e3o de Desempenho.\n\nDO REGIME CONTRIBUTIVO NA MODALIDADE CAPITALIZA\u00c7\u00c3O COLETIVA\n\n15.\n\nExistem diversos modelos de previd\u00eancia social no\n\nmundo e cada pa\u00eds decide a maneira como ir\u00e1 proteger socialmente, os seus\n\ntrabalhadores.\n\nQuanto ao custeio, os sistemas previdenci\u00e1rios se dividem em contributivos e n\u00e3o contributivos. Essa divis\u00e3o leva em considera\u00e7\u00e3o a fonte de arrecada\u00e7\u00e3o da receita necess\u00e1ria ao desempenho da pol\u00edtica de prote\u00e7\u00e3o social. No sistema contributivo a lei especifica as pessoas que est\u00e3o obrigadas a contribuir para o regime, sendo essas pessoas os potenciais benefici\u00e1rios do regime, seus segurados, ou outras pessoas que a lei determine. No sistema n\u00e3o contributivo n\u00e3o existem pessoas obrigadas a contribuir para o custeio do sistema, o que acontece \u00e9 que uma parte da arrecada\u00e7\u00e3o tribut\u00e1ria geral \u00e9 destinada \u00e0 Previd\u00eancia.\n\nOutra forma de distin\u00e7\u00e3o entre os sistemas previdenci\u00e1rios \u00e9 quanto \u00e0 forma de utiliza\u00e7\u00e3o dos recursos obtidos. De acordo com a doutrina, o sistema contributivo pode ser enquadrado em duas modalidades, a saber: o de reparti\u00e7\u00e3o, em que as contribui\u00e7\u00f5es descontadas do vencimento do funcion\u00e1rio confundem-se na receita geral, s\u00e3o revers\u00f5es ao Tesouro; e o de capitaliza\u00e7\u00e3o, em que as contribui\u00e7\u00f5es dos segurados (\u00e0s vezes completadas por subven\u00e7\u00f5es do Estado) formam um fundo aut\u00f4nomo para pagamento dos benef\u00edcios.\n\n_____________________________________________________________________________________________\nAv. Marechal Floriano Peixoto, 170 8 andar, sala 805, Centro, Curitiba, Paran\u00e1, CEP 80020-090. 41 3224-1328 contato@lacerdaadvogados.adv.br\n\n\f___________________________________________\nO sistema de capitaliza\u00e7\u00e3o admite duas formas: a da capitaliza\u00e7\u00e3o individual, no qual as cotiza\u00e7\u00f5es se creditam \u00e0 conta individual de cada segurado, e a da capitaliza\u00e7\u00e3o coletiva, em que as contribui\u00e7\u00f5es dos segurados, em seu conjunto, s\u00e3o consideradas favorecendo a coletividade segurada.\n16. A EC 20/98 adotou um regime de previd\u00eancia para os servidores p\u00fablicos, com crit\u00e9rios que preservem o equil\u00edbrio financeiro e atuarial, que mais se aproxima do regime contributivo na modalidade de capitaliza\u00e7\u00e3o. Inexistindo previs\u00e3o normativa de creditamento em contas individuais de cada segurado das contribui\u00e7\u00f5es previdenci\u00e1rias vertidas ao regime, constata-se que foi adotado o sistema de capitaliza\u00e7\u00e3o coletiva. Assim disp\u00f4s o artigo 40, \u00a7 2\u00ba e \u00a7 3\u00ba da Constitui\u00e7\u00e3o Federal, com a reda\u00e7\u00e3o dada pela EC 20/98:\nArt. 40 - Aos servidores titulares de cargos efetivos da Uni\u00e3o, dos Estados, do Distrito Federal e dos Munic\u00edpios, inclu\u00eddas suas autarquias e funda\u00e7\u00f5es, \u00e9 assegurado regime de previd\u00eancia de car\u00e1ter contributivo, observados crit\u00e9rios que preservem o equil\u00edbrio financeiro e atuarial e o disposto neste artigo.\n(...)\n\u00a7 2\u00ba - Os proventos de aposentadoria e as pens\u00f5es, por ocasi\u00e3o de sua concess\u00e3o, n\u00e3o poder\u00e3o exceder a remunera\u00e7\u00e3o do respectivo servidor, no cargo efetivo em que se deu a aposentadoria ou que serviu de refer\u00eancia para a concess\u00e3o da pens\u00e3o.\n\u00a7 3\u00ba - Os proventos de aposentadoria, por ocasi\u00e3o da sua concess\u00e3o, ser\u00e3o calculados com base na remunera\u00e7\u00e3o do servidor no cargo efetivo em que se der a aposentadoria e, na forma da lei, corresponder\u00e3o \u00e0 totalidade da remunera\u00e7\u00e3o.\nTais determina\u00e7\u00f5es, contidas nas normas acima transcritas, por certo, demonstram que os benef\u00edcios concedidos visam a substituir, na inatividade, a remunera\u00e7\u00e3o at\u00e9 ent\u00e3o percebida pelo servidor, tornando evidente a rela\u00e7\u00e3o direta existente entre a contribui\u00e7\u00e3o recolhida e o benef\u00edcio a ser auferido pelo segurado.\n_____________________________________________________________________________________________\nAv. Marechal Floriano Peixoto, 170 8 andar, sala 805, Centro, Curitiba, Paran\u00e1, CEP 80020-090. 41 3224-1328 contato@lacerdaadvogados.adv.br\n\n\f___________________________________________\nNeste tra\u00e7ado dos aspectos constitucionais do regime\nprevidenci\u00e1rio dos servidores p\u00fablicos, releva notar que o \u00a7 12, do artigo 40 da\nConstitui\u00e7\u00e3o Federal na reda\u00e7\u00e3o ainda da EC 20/98, disp\u00f4s que:\nArt. 40 - Aos servidores titulares de cargos efetivos da Uni\u00e3o, dos Estados, do Distrito Federal e dos Munic\u00edpios, inclu\u00eddas suas autarquias e funda\u00e7\u00f5es, \u00e9 assegurado regime de previd\u00eancia de car\u00e1ter contributivo, observados crit\u00e9rios que preservem o equil\u00edbrio financeiro e atuarial e o disposto neste artigo.\n(...)\n\u00a7 12 - Al\u00e9m do disposto neste artigo, o regime de previd\u00eancia dos servidores p\u00fablicos titulares de cargo efetivo observar\u00e1, no que couber, os requisitos e crit\u00e9rios fixados para o regime geral de previd\u00eancia social. (negritou-se e grifou-se)\nAs normas constitucionais do Regime Geral de Previd\u00eancia\nSocial preceituam quanto \u00e0 rela\u00e7\u00e3o entre custeio e benef\u00edcio que:\nArt. 201. A previd\u00eancia social ser\u00e1 organizada sob a forma de regime geral, de car\u00e1ter contributivo e de filia\u00e7\u00e3o obrigat\u00f3ria, observados crit\u00e9rios que preservem o equil\u00edbrio financeiro e atuarial, e atender\u00e1, nos termos da lei, a: (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Emenda Constitucional n\u00ba 20, de 1998) I - cobertura dos eventos de doen\u00e7a, invalidez, morte e idade avan\u00e7ada; (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Emenda Constitucional n\u00ba 20, de 1998) II - prote\u00e7\u00e3o \u00e0 maternidade, especialmente \u00e0 gestante; (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Emenda Constitucional n\u00ba 20, de 1998) III - prote\u00e7\u00e3o ao trabalhador em situa\u00e7\u00e3o de desemprego involunt\u00e1rio; (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Emenda Constitucional n\u00ba 20, de 1998) IV - sal\u00e1rio-fam\u00edlia e aux\u00edlio-reclus\u00e3o para os dependentes dos segurados de baixa renda; (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Emenda Constitucional n\u00ba 20, de 1998) V - pens\u00e3o por morte do segurado, homem ou mulher, ao c\u00f4njuge ou companheiro e dependentes, observado o disposto no \u00a7 2\u00ba. (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Emenda Constitucional n\u00ba 20, de 1998) (...) \u00a7 2\u00ba Nenhum benef\u00edcio que substitua o sal\u00e1rio de contribui\u00e7\u00e3o ou o rendimento do trabalho do segurado ter\u00e1 valor mensal inferior ao sal\u00e1rio m\u00ednimo. (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Emenda Constitucional n\u00ba 20, de 1998). \u00a7 3\u00ba Todos os sal\u00e1rios de contribui\u00e7\u00e3o considerados para o c\u00e1lculo de benef\u00edcio ser\u00e3o devidamente atualizados, na forma da lei. (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Emenda Constitucional n\u00ba 20, de 1998) (...) \u00a7 11. Os ganhos habituais do empregado, a qualquer t\u00edtulo, ser\u00e3o incorporados ao sal\u00e1rio para efeito de contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria e conseq\u00fcente repercuss\u00e3o em benef\u00edcios, nos casos e na forma da lei. (Inclu\u00eddo dada pela Emenda Constitucional n\u00ba 20, de 1998) (negritou-se e grifou-se)\n_____________________________________________________________________________________________\nAv. Marechal Floriano Peixoto, 170 8 andar, sala 805, Centro, Curitiba, Paran\u00e1, CEP 80020-090. 41 3224-1328 contato@lacerdaadvogados.adv.br\n\n\f___________________________________________\n\n17.\n\nReal\u00e7ando ainda mais esta compreens\u00e3o, decorrente\n\nde interpreta\u00e7\u00e3o l\u00f3gico-sistem\u00e1tica, de que as contribui\u00e7\u00f5es vertidas pelos\n\nservidores p\u00fablicos ao Regime Pr\u00f3prio de Previd\u00eancia Social guardam necess\u00e1ria\n\ncorrespond\u00eancia com os benef\u00edcios e servi\u00e7os que lhe s\u00e3o oferecidos pelo regime, o\n\n\u00a7 5\u00b0 do artigo 195 da Constitui\u00e7\u00e3o Federal, na reda\u00e7\u00e3o da EC 20/98, disp\u00f4s que:\n\nArt. 195. A seguridade social ser\u00e1 financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos or\u00e7amentos da Uni\u00e3o, dos Estados, do Distrito Federal e dos Munic\u00edpios, e das seguintes contribui\u00e7\u00f5es sociais: (...) \u00a7 5\u00ba Nenhum benef\u00edcio ou servi\u00e7o da seguridade social poder\u00e1 ser criado, majorado ou estendido sem a correspondente fonte de custeio total. (negritou-se)\nDiante das disposi\u00e7\u00f5es da EC 20/98, conclui-se que h\u00e1 uma\ncorrela\u00e7\u00e3o direta entre as parcelas que comp\u00f5em a base de c\u00e1lculo da\ncontribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria devida por cada servidor p\u00fablico e aquelas\nque integrar\u00e3o os seus futuros e correspondentes proventos na\ninatividade, bem como a pens\u00e3o eventualmente institu\u00edda em favor dos\ndependentes.\n\nCom o advento da EC 41/03, n\u00e3o houve inova\u00e7\u00e3o relativamente ao sistema contributivo de capitaliza\u00e7\u00e3o coletiva adotado pela EC 20/98. Ao contr\u00e1rio, pela leitura do texto constitucional, j\u00e1 alterado pela referida emenda, percebe-se uma acentua\u00e7\u00e3o na correla\u00e7\u00e3o existente entre custeio e benef\u00edcio (art. 40, \u00a7 3\u00ba), compreendendo-se o princ\u00edpio da solidariedade, ent\u00e3o acrescido, como um postulado normativo mediante o qual os servidores inativos, pensionistas e os entes p\u00fablicos passariam a contribuir para o regime de previd\u00eancia, em comunh\u00e3o de esfor\u00e7os com os servidores ativos, no intuito de manter a higidez e liquidez do fundo.\n\n_____________________________________________________________________________________________\nAv. Marechal Floriano Peixoto, 170 8 andar, sala 805, Centro, Curitiba, Paran\u00e1, CEP 80020-090. 41 3224-1328 contato@lacerdaadvogados.adv.br\n\n\f___________________________________________\nAli\u00e1s, a leitura das normas constitucionais que disciplinam o\nsal\u00e1rio de contribui\u00e7\u00e3o dos servidores p\u00fablicos deixa patente esta correla\u00e7\u00e3o\n(remunera\u00e7\u00e3o da ativa = proventos da inatividade), para aqueles\nservidores que ingressaram no regime antes da EC 41/03:\nArt. 40. Aos servidores titulares de cargos efetivos da Uni\u00e3o, dos Estados, do Distrito Federal e dos Munic\u00edpios, inclu\u00eddas suas autarquias e funda\u00e7\u00f5es, \u00e9 assegurado regime de previd\u00eancia de car\u00e1ter contributivo e solid\u00e1rio, mediante contribui\u00e7\u00e3o do respectivo ente p\u00fablico, dos servidores ativos e inativos e dos pensionistas, observados crit\u00e9rios que preservem o equil\u00edbrio financeiro e atuarial e o disposto neste artigo. (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Emenda Constitucional n\u00ba 41, 19.12.2003) \u00a7 1\u00ba Os servidores abrangidos pelo regime de previd\u00eancia de que trata este artigo ser\u00e3o aposentados, calculados os seus proventos a partir dos valores fixados na forma dos \u00a7\u00a7 3\u00ba e 17: (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Emenda Constitucional n\u00ba 41, 19.12.2003); (...) \u00a7 2\u00ba - Os proventos de aposentadoria e as pens\u00f5es, por ocasi\u00e3o de sua concess\u00e3o, n\u00e3o poder\u00e3o exceder a remunera\u00e7\u00e3o do respectivo servidor, no cargo efetivo em que se deu a aposentadoria ou que serviu de refer\u00eancia para a concess\u00e3o da pens\u00e3o. (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Emenda Constitucional n\u00ba 20, de 15/12/98) \u00a7 3\u00ba Para o c\u00e1lculo dos proventos de aposentadoria, por ocasi\u00e3o da sua concess\u00e3o, ser\u00e3o consideradas as remunera\u00e7\u00f5es utilizadas como base para as contribui\u00e7\u00f5es do servidor aos regimes de previd\u00eancia de que tratam este artigo e o art. 201, na forma da lei. (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Emenda Constitucional n\u00ba 41, 19.12.2003) (...) \u00a7 17. Todos os valores de remunera\u00e7\u00e3o considerados para o c\u00e1lculo do benef\u00edcio previsto no \u00a7 3\u00b0 ser\u00e3o devidamente atualizados, na forma da lei. (Inclu\u00eddo pela Emenda Constitucional n\u00ba 41, 19.12.2003) \u00a7 18. Incidir\u00e1 contribui\u00e7\u00e3o sobre os proventos de aposentadorias e pens\u00f5es concedidas pelo regime de que trata este artigo que superem o limite m\u00e1ximo estabelecido para os benef\u00edcios do regime geral de previd\u00eancia social de que trata o art. 201, com percentual igual ao estabelecido para os servidores titulares de cargos efetivos. (Inclu\u00eddo pela Emenda Constitucional n\u00ba 41, 19.12.2003)\nConforme se depreende dos dispositivos constitucionais em\napre\u00e7o, conclui-se que os benef\u00edcios concedidos visam a substituir, na inatividade, a\nremunera\u00e7\u00e3o at\u00e9 ent\u00e3o percebida pelo servidor, tornando-se clara a rela\u00e7\u00e3o\nexistente entre a contribui\u00e7\u00e3o recolhida e o benef\u00edcio a ser auferido pelo segurado.\nDO ENTEDIMENTO JURISPRUDENCIAL\nCONSOLIDADO SOBRE A CORRELA\u00c7\u00c3O\nENTRE CUSTO E BENEF\u00cdCIO\n_____________________________________________________________________________________________\nAv. Marechal Floriano Peixoto, 170 8 andar, sala 805, Centro, Curitiba, Paran\u00e1, CEP 80020-090. 41 3224-1328 contato@lacerdaadvogados.adv.br\n\n\f___________________________________________\nMANIFESTA\u00c7\u00c3O DO SUPREMO TRIBUNAL\nFEDERAL \u2013 ADINMC 2.010/DF\n\n18.\n\nA mat\u00e9ria n\u00e3o escapou da avalia\u00e7\u00e3o do Supremo\n\nTribunal Federal, ao apreciar a constitucionalidade da Lei 9.783/99 na ADINMC\n\n2.010/DF, de relatoria do Ministro Celso de Mello, cujo ac\u00f3rd\u00e3o restou ementado nos\n\nseguintes termos:\n\nEMENTA: SERVIDORES P\u00daBLICOS FEDERAIS - CONTRIBUI\u00c7\u00c3O DE SEGURIDADE SOCIAL - LEI N\u00ba 9.783/99 - ARG\u00dcI\u00c7\u00c3O DE INCONSTITUCIONALIDADE FORMAL E MATERIAL DESSE DIPLOMA LEGISLATIVO - RELEV\u00c2NCIA JUR\u00cdDICA DA TESE PERTINENTE \u00c0 N\u00c3OINCID\u00caNCIA DA CONTRIBUI\u00c7\u00c3O DE SEGURIDADE SOCIAL SOBRE SERVIDORES INATIVOS E PENSIONISTAS DA UNI\u00c3O FEDERAL (CF, ART. 40, CAPUT, E RESPECTIVO \u00a7 12, C/C O ART. 195, II, NA REDA\u00c7\u00c3O DADA PELA EC N\u00ba 20/98) - AL\u00cdQUOTAS PROGRESSIVAS - ESCALA DE PROGRESSIVIDADE DOS ADICIONAIS TEMPOR\u00c1RIOS (ART. 2\u00ba DA LEI N\u00ba 9.783/99) - ALEGA\u00c7\u00c3O DE OFENSA AO PRINC\u00cdPIO QUE VEDA A TRIBUTA\u00c7\u00c3O CONFISCAT\u00d3RIA (CF, ART. 150, IV) E DE DESCARACTERIZA\u00c7\u00c3O DA FUN\u00c7\u00c3O CONSTITUCIONAL INERENTE \u00c0 CONTRIBUI\u00c7\u00c3O DE SEGURIDADE SOCIAL - PLAUSIBILIDADE JUR\u00cdDICA MEDIDA CAUTELAR DEFERIDA EM PARTE. PRINC\u00cdPIO DA IRREPETIBILIDADE DOS PROJETOS REJEITADOS NA MESMA SESS\u00c3O LEGISLATIVA (CF, ART. 67) - MEDIDA PROVIS\u00d3RIA REJEITADA PELO CONGRESSO NACIONAL - POSSIBILIDADE DE APRESENTA\u00c7\u00c3O DE PROJETO DE LEI, PELO PRESIDENTE DA REP\u00daBLICA, NO IN\u00cdCIO DO ANO SEGUINTE \u00c0QUELE EM QUE SE DEU A REJEI\u00c7\u00c3O PARLAMENTAR DA MEDIDA PROVIS\u00d3RIA. (...) O REGIME CONTRIBUTIVO \u00c9, POR ESS\u00caNCIA, UM REGIME DE CAR\u00c1TER EMINENTEMENTE RETRIBUTIVO. A QUEST\u00c3O DO EQUIL\u00cdBRIO ATUARIAL (CF, ART. 195, \u00a7 5\u00ba). CONTRIBUI\u00c7\u00c3O DE SEGURIDADE SOCIAL SOBRE PENS\u00d5ES E PROVENTOS: AUS\u00caNCIA DE CAUSA SUFICIENTE. - Sem causa suficiente, n\u00e3o se justifica a institui\u00e7\u00e3o (ou a majora\u00e7\u00e3o) da contribui\u00e7\u00e3o de seguridade social, pois, no regime de previd\u00eancia de car\u00e1ter contributivo, deve haver, necessariamente, correla\u00e7\u00e3o entre custo e benef\u00edcio. A exist\u00eancia de estrita vincula\u00e7\u00e3o causal entre contribui\u00e7\u00e3o e\nbenef\u00edcio p\u00f5e em evid\u00eancia a corre\u00e7\u00e3o da f\u00f3rmula segundo a qual n\u00e3o\npode haver contribui\u00e7\u00e3o sem benef\u00edcio, nem benef\u00edcio\nsem contribui\u00e7\u00e3o. Doutrina. Precedente do STF. A CONTRIBUI\u00c7\u00c3O\nDE SEGURIDADE SOCIAL DOS SERVIDORES P\u00daBLICOS EM ATIVIDADE CONSTITUI MODALIDADE DE TRIBUTO VINCULADO. - A contribui\u00e7\u00e3o de seguridade social, devida por servidores p\u00fablicos em atividade, configura modalidade de contribui\u00e7\u00e3o social, qualificando-se como esp\u00e9cie tribut\u00e1ria de car\u00e1ter vinculado, constitucionalmente destinada ao custeio e ao financiamento do regime de previd\u00eancia dos servidores p\u00fablicos titulares de cargo efetivo. Precedentes. (...) (ADI 2010 MC, Relator(a): Min. CELSO DE MELLO, Tribunal Pleno, julgado em 30/09/1999, DJ 12-04-2002 PP-00051 EMENT VOL-02064-01 PP-00086). (negritou-se e grifou-se)\n\n_____________________________________________________________________________________________\nAv. Marechal Floriano Peixoto, 170 8 andar, sala 805, Centro, Curitiba, Paran\u00e1, CEP 80020-090. 41 3224-1328 contato@lacerdaadvogados.adv.br\n\n\f___________________________________________\nMANIFESTA\u00c7\u00c3O DA TURMA NACIONAL DE\nUNIFORMIZA\u00c7\u00c3O DOS JUIZADOS ESPECIAIS\nFEDERAIS\n\n19.\n\nSeguindo o posicionamento adotado pelo Supremo\n\nTribunal Federal, a Turma de Uniformiza\u00e7\u00e3o dos Juizados Especiais Federais\n\nmanifestou o entendimento de que o regime de previd\u00eancia para os servidores\n\np\u00fablicos adotou o sistema de capitaliza\u00e7\u00e3o coletiva, sendo evidente a rela\u00e7\u00e3o direta\n\nexistente entre a contribui\u00e7\u00e3o recolhida e benef\u00edcio a ser auferido:\n\nPEDIDO DE UNIFORMIZA\u00c7\u00c3O INTERPOSTO PELA PARTE AUTORA. ADMINISTRATIVO. GRATIFICA\u00c7\u00c3O DE DESEMPENHO DO PLANO GERAL DE CARGOS DO PODER EXECUTIVO - GDPGPE. SERVIDOR P\u00daBLICO DA ATIVA. PLANO DE SEGURIDADE SOCIAL DO SERVIDOR - PSS. INCID\u00caNCIA DE CONTRIBUI\u00c7\u00c3O PREVIDENCI\u00c1RIA. LIMITA\u00c7\u00c3O \u00c0 PARCELA INCORPOR\u00c1VEL NA APOSENTADORIA. \u201cN\u00c3O H\u00c1 CONTRIBUI\u00c7\u00c3O SEM BENEF\u00cdCIO NEM BENEF\u00cdCIO SEM CONTRIBUI\u00c7\u00c3O (STF - ADC 8 MC; ADI 2.010)\u201d. INCIDENTE CONHECIDO E PROVIDO. (...) Com o advento da Emenda Constitucional n\u00ba 20, em 15 de dezembro de 1998, o sistema de previd\u00eancia dos servidores p\u00fablicos passou por sens\u00edveis altera\u00e7\u00f5es, sendo relevante anotar a clara op\u00e7\u00e3o constituinte pelo regime contributivo na modalidade de capitaliza\u00e7\u00e3o, notadamente pela institui\u00e7\u00e3o de um regime de previd\u00eancia de car\u00e1ter contributivo e com crit\u00e9rios que preservassem o equil\u00edbrio financeiro e atuarial (art. 40, caput) (...) 16. De acordo com a doutrina o sistema contributivo pode ser enquadrado em duas modalidades, a saber: \u201c(...) o de reparti\u00e7\u00e3o (cash system; syst\u00e8me de la repartition), em que as contribui\u00e7\u00f5es descontadas do vencimento do funcion\u00e1rio confundem-se na receita geral, s\u00e3o revers\u00f5es ao Tesouro; e o de capitaliza\u00e7\u00e3o (actuarial system; syst\u00e9me de la capitalisation), em que as contribui\u00e7\u00f5es dos segurados (\u00e0s vezes completadas por subven\u00e7\u00f5es do Estado) formam um fundo aut\u00f4nomo para pagamento dos benef\u00edcios. (...) Aprofundando o tema, em especial o sistema de capitaliza\u00e7\u00e3o, Feij\u00f3 Coimbra leciona que por este sistema: \u201c(...) s\u00e3o colocadas em reserva as cotiza\u00e7\u00f5es dos segurados, durante um per\u00edodo que se pretende mais ou menos longo, para que o capital se acumule. Dito capital, posto a juros, dever\u00e1 transmitir, no futuro, o pagamento das presta\u00e7\u00f5es que ao segurado sejam devidas. Tanto mais vantajoso ser\u00e1 o sistema, quanto mais alongado o per\u00edodo dessa acumula\u00e7\u00e3o, pois a renda do capital permitir\u00e1, por defini\u00e7\u00e3o, o acr\u00e9scimo das presta\u00e7\u00f5es. Dito sistema admite duas formas: a da capitaliza\u00e7\u00e3o individual, no qual as cotiza\u00e7\u00f5es se creditam \u00e0 conta individual de cada segurado, e a da capitaliza\u00e7\u00e3o coletiva, em que as contribui\u00e7\u00f5es dos segurados, em seu conjunto, s\u00e3o consideradas favorecendo a coletividade segurada. A capitaliza\u00e7\u00e3o inspira-se em t\u00e9cnicas de seguro e poupan\u00e7a, acentuando sua filia\u00e7\u00e3o aos sistemas por que funcionam os seguros privados. O esfor\u00e7o de cada indiv\u00edduo e de cada gera\u00e7\u00e3o conflui para a realiza\u00e7\u00e3o de fundos que, administrados de maneira correta, permitiriam a entrega das presta\u00e7\u00f5es no devido tempo. (...)\u201d (in Direito Previdenci\u00e1rio Brasileiro, Edi\u00e7\u00f5es Trabalhistas, Rio de Janeiro, 1999, p\u00e1g. 235). Resta claro, portanto, que a EC n. 20/98 adotou um regime de previd\u00eancia para os servidores p\u00fablicos, com crit\u00e9rios que preservem o\n_____________________________________________________________________________________________\nAv. Marechal Floriano Peixoto, 170 8 andar, sala 805, Centro, Curitiba, Paran\u00e1, CEP 80020-090. 41 3224-1328 contato@lacerdaadvogados.adv.br\n\n\f___________________________________________\nequil\u00edbrio financeiro e atuarial, que mais se aproxima do regime contributivo na modalidade de capitaliza\u00e7\u00e3o. 17. Por outro lado, inexistindo previs\u00e3o normativa de creditamento em contas individuais de cada segurado das contribui\u00e7\u00f5es previdenci\u00e1rias vertidas ao regime, constata-se que foi adotado o sistema de capitaliza\u00e7\u00e3o coletiva. (...) Tais determina\u00e7\u00f5es, por certo, demonstram que os benef\u00edcios concedidos visam a substituir, na inatividade, a remunera\u00e7\u00e3o at\u00e9 ent\u00e3o percebida pelo servidor, tornando\nevidente a rela\u00e7\u00e3o direta existente entre a contribui\u00e7\u00e3o recolhida e o benef\u00edcio a ser auferido pelo segurado. (...)\n\u201dNeste tra\u00e7ado dos aspectos constitucionais do regime previdenci\u00e1rio dos servidores p\u00fablicos, releva notar que o \u00a7 12 do art. 40 da CF/88, na reda\u00e7\u00e3o ainda da EC 20/98, disp\u00f4s que \u201cAl\u00e9m do disposto neste artigo, o regime de previd\u00eancia dos servidores p\u00fablicos titulares de cargo efetivo observar\u00e1, no que couber, os requisitos e crit\u00e9rios fixados para o regime geral de previd\u00eancia social\u201d. Negritei. E as normas constitucionais do Regime Geral de Previd\u00eancia Social preceituam quanto \u00e0 rela\u00e7\u00e3o entre custeio e benef\u00edcio que: (...) Real\u00e7ando ainda mais esta compreens\u00e3o,\ndecorrente de interpreta\u00e7\u00e3o l\u00f3gico-sistem\u00e1tica, de que as contribui\u00e7\u00f5es vertidas pelos servidores p\u00fablicos ao RPPS guardam necess\u00e1ria correspond\u00eancia com os benef\u00edcios e servi\u00e7os que lhe s\u00e3o oferecidos pelo regime,\no \u00a7 5\u00b0 do art. 195 da CF/88, na reda\u00e7\u00e3o da EC 20/98, disp\u00f4s que \u201cNenhum benef\u00edcio ou servi\u00e7o da seguridade social poder\u00e1 ser criado, majorado ou estendido sem a correspondente fonte de custeio total\u201d. 18. Com efeito, e diante da tessitura constitucional plasmada pela EC 20/98, tem-se por imperiosa a conclus\u00e3o de que h\u00e1 uma correla\u00e7\u00e3o direta entre as parcelas que comp\u00f5em a base de c\u00e1lculo da contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria devida por cada servidor p\u00fablico e aquelas que integrar\u00e3o os seus futuros e correspondentes proventos na inatividade, bem como a pens\u00e3o eventualmente institu\u00edda em favor dos dependentes. (...) Esta compreens\u00e3o da mat\u00e9ria n\u00e3o escapou da arguta avalia\u00e7\u00e3o do C. STF, quando julgou a constitucionalidade da pr\u00f3pria EC 20/98 na ADI n. 2.010, rel. Eminente Ministro Celso de Mello, em cujo ac\u00f3rd\u00e3o restou lapidarmente pontuado: \u201c(...) O REGIME CONTRIBUTIVO \u00c9, POR ESS\u00caNCIA, UM REGIME DE CAR\u00c1TER EMINENTEMENTE RETRIBUTIVO. A QUEST\u00c3O DO EQUIL\u00cdBRIO ATUARIAL (CF, ART. 195, \u00a7 5\u00ba). CONTRIBUI\u00c7\u00c3O DE SEGURIDADE SOCIAL SOBRE PENS\u00d5ES E PROVENTOS: AUS\u00caNCIA DE CAUSA SUFICIENTE. - Sem causa suficiente, n\u00e3o se justifica a institui\u00e7\u00e3o (ou a majora\u00e7\u00e3o) da contribui\u00e7\u00e3o de seguridade\nsocial, pois, no regime de previd\u00eancia de car\u00e1ter contributivo, deve haver, necessariamente, correla\u00e7\u00e3o entre custo e benef\u00edcio. A exist\u00eancia de estrita vincula\u00e7\u00e3o causal entre contribui\u00e7\u00e3o e benef\u00edcio p\u00f5e em evid\u00eancia a corre\u00e7\u00e3o da f\u00f3rmula segundo a qual n\u00e3o pode haver contribui\u00e7\u00e3o sem benef\u00edcio, nem benef\u00edcio sem contribui\u00e7\u00e3o. Doutrina. Precedente do STF. (...)\n\u201c(ADI 2010 MC, Relator(a): Min. CELSO DE MELLO, Tribunal Pleno, julgado em 30/09/1999, DJ 12-04-2002 PP-00051 EMENT VOL-02064-01 PP-00086) 19. Em decorr\u00eancia deste precedente da Corte, verdadeiro leading case, o C. STF passou a firmar s\u00f3lida jurisprud\u00eancia no sentido de que somente as parcelas incorpor\u00e1veis ao sal\u00e1rio do servidor sofrem a incid\u00eancia da contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria. (...) No \u00e2mbito do TCU, em rela\u00e7\u00e3o aos servidores da casa, aquela corte de contas firmou no AC\u00d3RD\u00c3O N\u00ba 1.967/2004 \u2013 TCU \u2013 Plen\u00e1rio, o seguinte precedente: (...) 20. Pois bem, tecidas essas longas\n_____________________________________________________________________________________________\nAv. Marechal Floriano Peixoto, 170 8 andar, sala 805, Centro, Curitiba, Paran\u00e1, CEP 80020-090. 41 3224-1328 contato@lacerdaadvogados.adv.br\n\n\f___________________________________________\nconsidera\u00e7\u00f5es, entendo que o caso deve ser analisado \u00e0 luz dos princ\u00edpios constitucionais, nomeadamente os princ\u00edpios da contributividade e da solidariedade, este inserido ao texto pela EC n. 41/2003, do regime previdenci\u00e1rio dos servidores p\u00fablicos. 21. Com o advento da Emenda Constitucional n\u00ba 41, de 19 de dezembro de 2003, entendo que esta n\u00e3o trouxe qualquer inova\u00e7\u00e3o no que pertine ao sistema contributivo de capitaliza\u00e7\u00e3o coletiva adotado pela Emenda Constitucional n\u00ba 20, de 15 de dezembro de 1998. Ao contr\u00e1rio, pela leitura do texto constitucional, j\u00e1 alterado pela referida emenda, percebe-se uma acentua\u00e7\u00e3o na correla\u00e7\u00e3o existente entre custeio e benef\u00edcio (art. 40, \u00a7 3\u00ba), compreendendo-se o princ\u00edpio da solidariedade, ent\u00e3o acrescido, como um postulado normativo mediante o qual os servidores inativos, pensionistas e os entes p\u00fablicos passariam a contribuir para o regime de previd\u00eancia, em comunh\u00e3o de esfor\u00e7os com o servidores ativos, no intuito de manter a higidez e liquidez do fundo. Ali\u00e1s, a leitura das normas constitucionais que disciplinam o sal\u00e1rio de contribui\u00e7\u00e3o dos servidores p\u00fablicos deixa patente esta correla\u00e7\u00e3o (remunera\u00e7\u00e3o da ativa = proventos da inatividade), para aqueles servidores que ingressaram no regime antes da EC 41/03, verbis: (...) Referida lei foi revogada pela Lei n. 10.887/04, a qual disp\u00f5e em seu artigo 4\u00ba da Lei 10.887/04 acerca da contribui\u00e7\u00e3o social do servidor p\u00fablico dos Poderes da Uni\u00e3o e define como base de c\u00e1lculo: \u201c(...) o vencimento do cargo efetivo, acrescido das vantagens pecuni\u00e1rias permanentes estabelecidas em lei, os adicionais de car\u00e1ter individual ou quaisquer outras vantagens\u201d. (...) Nos dizeres do eminente Ministro do STF e festejado professor de Direito Constitucional Luiz Roberto Barroso, o fato de n\u00e3o haver uma rigidez absoluta entre os conceitos de valor da remunera\u00e7\u00e3o-de-contribui\u00e7\u00e3o e o que se reverte em benef cios \u201c(...) n\u00e3o significa, contudo, que o legislador disponha de liberdade absoluta para formatar o sistema segundo quaisquer crit rios de conveni ncia. Em vez disso, h\u00e1 pelo menos dois limites principais sua atua\u00e7\u00e3o. Em primeiro lugar, a falta de uma comutatividade absoluta ou r gida entre contribui\u00e7 es e benef cios n\u00e3o significa que a correspond\u00eancia possa ser inteiramente despre ada. Ao contr\u00e1rio, a Constitui\u00e7\u00e3o dei a claro que os sal\u00e1rios de contribui\u00e7\u00e3o comp em a base de c\u00e1lculo para a defini\u00e7\u00e3o das presta\u00e7 es previdenci\u00e1rias e que estes, assim como os pr prios benef cios resultantes, devem ser atuali ados a fim de que preservem a sua e press\u00e3o econ\u00f4mica. (...)\nPortanto, o regime previdenci\u00e1rio do servidor p\u00fablico exige que haja proporcionalidade entre contribui\u00e7\u00e3o e benef cio: \u201cn\u00e3o h\u00e1 contribui\u00e7\u00e3o sem benef\u00edcio nem benef\u00edcio sem contribui\u00e7\u00e3o\u201d (STF \u2013 ADI 2.010). (...) Nesta senda,\na meu sentir, padece do v\u00edcio de inconstitucionalidade a disposi\u00e7\u00e3o contida no \u00a7 2\u00b0, do art. 4\u00b0, da Lei n\u00b0 10.887/04, na reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n. 12.688/12, no que prev\u00ea a possibilidade-faculdade de inclus\u00e3o pelo servidor p\u00fablico de parcelas remunerat\u00f3rias que n\u00e3o podem ser incorporadas aos proventos da aposentadoria, como \u00e9 o caso da parcela n\u00e3o incorpor\u00e1vel da Gratifica\u00e7\u00e3o de Desempenho em quest\u00e3o, para fins de c\u00e1lculo do benef\u00edcio previdenci\u00e1rio futuro (...) 27. Ante o exposto, CONHE\u00c7O do presente Pedido de Uniformiza\u00e7\u00e3o para, no m\u00e9rito, DAR-LHE PROVIMENTO para firmar a tese de que a incid\u00eancia de contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria do servidor p\u00fablico federal (PSS) limita-se \u00e0 parcela da Gratifica\u00e7\u00e3o de Desempenho do Plano Geral de Cargos do Poder Executivo \u2013 GDPGPE incorpor\u00e1vel aos proventos de aposentadoria e pens\u00e3o. Determino o retorno dos autos \u00e0 origem para adequar seu julgado ao que aqui restou decidido e, consequentemente, julgar a pretens\u00e3o de direito material deduzida \u00e0 luz da tese jur\u00eddica ora definida. \u00c9 COMO VOTO.\n_____________________________________________________________________________________________\nAv. Marechal Floriano Peixoto, 170 8 andar, sala 805, Centro, Curitiba, Paran\u00e1, CEP 80020-090. 41 3224-1328 contato@lacerdaadvogados.adv.br\n\n\f___________________________________________\n(PEDILEF 05033297420134058101, JU\u00cdZA FEDERAL ANGELA CRISTINA MONTEIRO, TNU, DOU 05/02/2016 P\u00c1GINAS 221/329.) (negritou-se e grifouse)\n\nDA UNI\u00c3O\n\nMANIFESTA\u00c7\u00c3O DO TRIBUNAL DE CONTAS\n\n20.\n\nNo \u00e2mbito do Tribunal de Contas da Uni\u00e3o, em\n\nrela\u00e7\u00e3o aos servidores da casa, a corte de contas firmou no Ac\u00f3rd\u00e3o n\u00ba. 1.967/2004\n\n\u2013 TCU \u2013 Plen\u00e1rio, o seguinte precedente:\n\nAC\u00d3RD\u00c3O N\u00ba 1.967/2004 \u2013 TCU \u2013 Plen\u00e1rio 1. Processo: TC-015.336/2004-9 2. Grupo: II Classe: VII \u2013 Administrativo. 3. Unidade: Tribunal de Contas da Uni\u00e3o. 4. Interessada: Secretaria-Geral de Administra\u00e7\u00e3o (Segedam). 5. Relator: Ministro-Substituto Augusto Sherman Cavalcanti. 6. Representante do Minist\u00e9rio P\u00fablico: Procurador-Geral Lucas Rocha Furtado. 7. Unidade T\u00e9cnica: Conjur. 8. Advogado constitu\u00eddo nos autos: n\u00e3o atuou. 9. Ac\u00f3rd\u00e3o:Vistos, relatados e discutidos estes autos de Representa\u00e7\u00e3o formulada pela Secretaria-Geral de Administra\u00e7\u00e3o (Segedam), ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da Uni\u00e3o, reunidos em Sess\u00e3o Plen\u00e1ria, diante das raz\u00f5es expostas pelo relator, em: 9.1. conhecer da presente Representa\u00e7\u00e3o para firmar entendimento no sentido de que a parcela da Gratifica\u00e7\u00e3o de Desempenho que exceder o percentual m\u00ednimo estabelecido em Resolu\u00e7\u00e3o assegurado aos servidores inativos e pensionistas desta Corte n\u00e3o deve integrar a base de incid\u00eancia da contribui\u00e7\u00e3o para o Plano de Seguridade Social do Servidor P\u00fablico Civil da Uni\u00e3o; e 9.2. autorizar a Presid\u00eancia do Tribunal a restituir os valores descontados da remunera\u00e7\u00e3o dos servidores em desacordo com o entendimento disposto no item 9.1. deste ac\u00f3rd\u00e3o, devidamente corrigidos monetariamente. 10. Ata n\u00ba 43/2004 \u2013 Plen\u00e1rio 11. Data da Sess\u00e3o: 1\u00ba/12/2004 \u2013 Extraordin\u00e1ria de Car\u00e1ter Reservado 12. Especifica\u00e7\u00e3o do qu\u00f3rum: 12.1. Ministros presentes: Valmir Campelo (Presidente), Marcos Vinicios Vila\u00e7a, Adylson Motta, Walton Alencar Rodrigues, Guilherme Palmeira, Ubiratan Aguiar e os Ministros-Substitutos Lincoln Magalh\u00e3es da Rocha e Augusto Sherman Cavalcanti (Relator). 12.2. Auditor presente: Marcos Bemquerer Costa.\n\n_____________________________________________________________________________________________\nAv. Marechal Floriano Peixoto, 170 8 andar, sala 805, Centro, Curitiba, Paran\u00e1, CEP 80020-090. 41 3224-1328 contato@lacerdaadvogados.adv.br\n\n\f___________________________________________\n(...) 13. Ao que se tem, ap\u00f3s o advento da Emenda Constitucional n\u00ba 20/98, o regime de previd\u00eancia dos servidores p\u00fablicos passou a ter car\u00e1ter contributivo, devendo-se observar crit\u00e9rios que preservem seu equil\u00edbrio financeiro e atuarial, al\u00e9m do disposto na pr\u00f3pria Constitui\u00e7\u00e3o. 14. De acordo com Jos\u00e9 Escol\u00e1stico Abreu de Oliveira, o sistema contributivo \u201epode apresentar-se sob duas modalidades: o de reparti\u00e7\u00e3o (cash system; syst\u00e8me de la repartition), em que as contribui\u00e7\u00f5es descontadas do vencimento do funcion\u00e1rio confundem-se na receita geral, s\u00e3o revers\u00f5es ao Tesouro; e o de capitaliza\u00e7\u00e3o (actuarial system; syst\u00e9me de la capitalisation), em que as contribui\u00e7\u00f5es dos segurados (\u00e0s vezes completadas por subven\u00e7\u00f5es do Estado) formam um fundo aut\u00f4nomo para pagamento dos benef\u00edcios. (...) no sistema de reparti\u00e7\u00e3o (the \u201ecash disbursement\u201f method) as contribui\u00e7\u00f5es dever\u00e3o atender as despesas de cada ano; no sistema de capitaliza\u00e7\u00e3o (the \u201eactuarial reserve\u201f plan), as contribui\u00e7\u00f5es v\u00e3o al\u00e9m das necessidades de cada unidade de tempo, de modo a formar uma reserva para o futuro.\u201f (in Aposentadoria no Servi\u00e7o P\u00fablico, Editora Freitas Bastos, 1970, p\u00e1gs. 146/148 - grifado). 15. Ainda sobre o sistema contributivo, leciona Feij\u00f3 Coimbra: \u201e(...) O funcionamento financeiro das institui\u00e7\u00f5es de seguro social, sob esse aspecto, normalmente obedece a dois tipos: o da capitaliza\u00e7\u00e3o e o da reparti\u00e7\u00e3o. Pelo primeiro, s\u00e3o colocadas em reserva as cotiza\u00e7\u00f5es dos segurados, durante um per\u00edodo que se pretende mais ou menos longo, para que o capital se acumule. Dito capital, posto a juros, dever\u00e1 transmitir, no futuro, o pagamento das presta\u00e7\u00f5es que ao segurado sejam devidas. Tanto mais vantajoso ser\u00e1 o sistema, quanto mais alongado o per\u00edodo dessa acumula\u00e7\u00e3o, pois a renda do capital permitir\u00e1, por defini\u00e7\u00e3o, o acr\u00e9scimo das presta\u00e7\u00f5es. Dito sistema admite duas formas: a da capitaliza\u00e7\u00e3o individual, no qual as cotiza\u00e7\u00f5es se creditam \u00e0 conta individual de cada segurado, e a da capitaliza\u00e7\u00e3o coletiva, em que as contribui\u00e7\u00f5es dos segurados, em seu conjunto, s\u00e3o consideradas favorecendo a coletividade segurada. A capitaliza\u00e7\u00e3o inspira-se em t\u00e9cnicas de seguro e poupan\u00e7a, acentuando sua filia\u00e7\u00e3o aos sistemas por que funcionam os seguros privados. O esfor\u00e7o de cada indiv\u00edduo e de cada gera\u00e7\u00e3o conflui para a realiza\u00e7\u00e3o de fundos que, administrados de maneira correta, permitiriam a entrega das presta\u00e7\u00f5es no devido tempo. J\u00e1 pelo sistema de reparti\u00e7\u00e3o, o volume das quantias arrecadadas em cada per\u00edodo servir\u00e1 para o custeio das presta\u00e7\u00f5es que devidas forem no mesmo per\u00edodo. Esse sistema repousa na id\u00e9ia de solidariedade entre indiv\u00edduos e entre gera\u00e7\u00f5es, e com ele as contribui\u00e7\u00f5es dos que s\u00e3o aptos para o trabalho, dos que t\u00eam renda , s\u00e3o de imediato empregadas no amparo dos que tal situa\u00e7\u00e3o n\u00e3o ostentam (...)\u201f (in Direito Previdenci\u00e1rio Brasileiro, Edi\u00e7\u00f5es Trabalhistas, Rio de Janeiro, 1999, p\u00e1g. 235 - grifado). 16. Pois bem, a Constitui\u00e7\u00e3o Federal, na reda\u00e7\u00e3o dada pela Emenda Constitucional n\u00ba 20/98, determinou que o car\u00e1ter contributivo do regime de previd\u00eancia dos servidores deve se dar com a observ\u00e2ncia de crit\u00e9rios que preservem seu equil\u00edbrio financeiro e atuarial, aproximando-se do regime contributivo na modalidade de capitaliza\u00e7\u00e3o, j\u00e1 que as contribui\u00e7\u00f5es recolhidas se destinam \u00e0 forma\u00e7\u00e3o de reservas para pagamento de benef\u00edcios futuros. Outrossim, na forma da lei, as contribui\u00e7\u00f5es previdenci\u00e1rias n\u00e3o s\u00e3o creditadas \u00e0 conta individual de cada segurado, sendo, portanto, um sistema de capitaliza\u00e7\u00e3o coletiva, em que as contribui\u00e7\u00f5es dos segurados, em seu conjunto, favorecem \u00e0 coletividade segurada. 17. Anote-se, ainda, que os proventos de aposentadoria e as pens\u00f5es, por ocasi\u00e3o de sua concess\u00e3o, n\u00e3o poder\u00e3o exceder a remunera\u00e7\u00e3o do respectivo servidor, no cargo efetivo em que se deu a aposentadoria ou que serviu de refer\u00eancia para a concess\u00e3o da pens\u00e3o (artigo 40, par\u00e1grafo 2\u00ba, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal). Al\u00e9m disso, ser\u00e3o eles calculados com base na remunera\u00e7\u00e3o do servidor no cargo efetivo em que se\n_____________________________________________________________________________________________\nAv. Marechal Floriano Peixoto, 170 8 andar, sala 805, Centro, Curitiba, Paran\u00e1, CEP 80020-090. 41 3224-1328 contato@lacerdaadvogados.adv.br\n\n\f___________________________________________\nder a aposentadoria e, na forma da lei, corresponder\u00e3o \u00e0 totalidade da remunera\u00e7\u00e3o (artigo 40, par\u00e1grafo 3\u00ba, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal). Tais\ndetermina\u00e7\u00f5es, por certo, demonstram que os benef\u00edcios concedidos visam a substituir, na inatividade, a remunera\u00e7\u00e3o at\u00e9 ent\u00e3o percebida pelo servidor, tornando evidente a rela\u00e7\u00e3o direta existente entre a contribui\u00e7\u00e3o recolhida e o benef\u00edcio a ser auferido pelo segurado. (...) 21. De todo o exposto, resulta que, observadas as\nrespectivas peculiaridades, as contribui\u00e7\u00f5es recolhidas pelos servidores p\u00fablicos guardam necess\u00e1ria correspond\u00eancia com os benef\u00edcios e\nservi\u00e7os que lhe s\u00e3o oferecidos, devendo haver correla\u00e7\u00e3o direta entre as parcelas que comp\u00f5em a base de c\u00e1lculo da contribui\u00e7\u00e3o de cada servidor e as que integrar\u00e3o seus correspondentes proventos na inatividade. (...) \u00c9 o relat\u00f3rio. VOTO (...) 7. Ademais, considerando que a\nEmenda Constitucional 41, de 2003, n\u00e3o trouxe altera\u00e7\u00f5es, no que tange ao sistema contributivo adotado a partir da Emenda Constitucional 20, de 1998, prevalece a obrigatoriedade de que sejam preservados o equil\u00edbrio financeiro e atuarial do sistema, os quais ser\u00e3o invi\u00e1veis se n\u00e3o houver correla\u00e7\u00e3o entre custeio e benef\u00edcio. 8.Outro aspecto relevante abordado na manifesta\u00e7\u00e3o da Consultoria Jur\u00eddica \u00e9 que, aliando-se o car\u00e1ter contributivo do regime de previd\u00eancia dos servidores ao preceito contido no \u00a7 2\u00ba do art. 40 da Constitui\u00e7\u00e3o, que limita os proventos de aposentadoria e as pens\u00f5es \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o do servidor no cargo efetivo em que se d\u00e1 a aposentadoria ou\nque serve de refer\u00eancia para a concess\u00e3o da pens\u00e3o, v\u00ea-se corroborada a vincula\u00e7\u00e3o existente entre a contribui\u00e7\u00e3o recolhida e o benef\u00edcio a ser auferido pelo servidor quando de sua inativa\u00e7\u00e3o. (...)\nDO BENEF\u00cdCIO DA JUSTI\u00c7A GRATUITA\n\n21.\n\nA parte autora requer a concess\u00e3o dos benef\u00edcios da\n\ngratuidade da justi\u00e7a com fulcro no art. 5\u00b0, inciso LXXIV, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal,\n\nnos dispositivos da Lei n\u00b0 1.060/51 c/c o art. 1\u00b0 e seguintes da Lei n\u00b0 7.115/83,\n\ndeclarando ser pessoa juridicamente pobre e sem condi\u00e7\u00f5es de suportar o \u00f4nus do\n\npresente processo sem preju\u00edzo de seu sustento e de sua fam\u00edlia, conforme\n\nDeclara\u00e7\u00e3o de Hipossufici\u00eancia em anexo.\n\n_____________________________________________________________________________________________\nAv. Marechal Floriano Peixoto, 170 8 andar, sala 805, Centro, Curitiba, Paran\u00e1, CEP 80020-090. 41 3224-1328 contato@lacerdaadvogados.adv.br\n\n\f___________________________________________\nDOS PEDIDOS\n\n22.\n\nAnte o exposto, requer-se:\n\na) A total proced\u00eancia dos pedidos autorais, para condenar a R\u00e9 a revisar o benef\u00edcio do (a) Autor (a), com a incorpora\u00e7\u00e3o integral da gratifica\u00e7\u00e3o de desempenho (GD) nos proventos de aposentadoria, bem como a restitui\u00e7\u00e3o \u00e0 parte autora dos valores atrasados anteriores a 29/09/2015, data de assinatura do Termo de Acordo 1/2015, respeitado o prazo prescritivo quinquenal;\nb) A cita\u00e7\u00e3o da Uni\u00e3o Federal para, querendo, contestar a presente a\u00e7\u00e3o, sob pena de confiss\u00e3o e revelia;\nc) A condena\u00e7\u00e3o da Uni\u00e3o Federal a pagar honor\u00e1rios advocat\u00edcios de 20% (vinte por cento) sobre o total a ser apurado, em caso de interposi\u00e7\u00e3o de recurso;\nd) A concess\u00e3o \u00e0 parte autora dos benef\u00edcios da justi\u00e7a gratuita, uma vez que, conforme Declara\u00e7\u00e3o de Hipossufici\u00eancia em anexo, \u00e9 pobre na acep\u00e7\u00e3o jur\u00eddica do termo, n\u00e3o possuindo condi\u00e7\u00f5es financeiras de arcar com as custas processuais sem preju\u00edzo do sustento pr\u00f3prio e de sua fam\u00edlia.\n\n_____________________________________________________________________________________________\nAv. Marechal Floriano Peixoto, 170 8 andar, sala 805, Centro, Curitiba, Paran\u00e1, CEP 80020-090. 41 3224-1328 contato@lacerdaadvogados.adv.br\n\n\f___________________________________________\ne) Protesta pela produ\u00e7\u00e3o de todos os meios de prova admitidos em direito, inclusive testemunhal e juntada de novos documentos, sem exclus\u00e3o de nenhum outro meio de prova que se fizer necess\u00e1rio ao deslinde da demanda.\nAtribui-se a causa o valor de R$ 26.576,58 (Vinte e seis mil quinhentos e setenta e seis reais e cinquenta e oito centavos).\nNesses termos, Pede deferimento. Curitiba, 12 de maio de 2016. ERALDO LACERDA J\u00daNIOR OAB/PR 30.437\n_____________________________________________________________________________________________\nAv. Marechal Floriano Peixoto, 170 8 andar, sala 805, Centro, Curitiba, Paran\u00e1, CEP 80020-090. 41 3224-1328 contato@lacerdaadvogados.adv.br\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 5 (C\u00edvel) - IdDocumentoCompleto: 5022893-38.2016.4.04.7000-701462988039871980035978910931", "text": "___________________________________________\nEXCELENT\u00cdSSIMO SENHOR JUIZ FEDERAL DO __ JUIZADO ESPECIAL FEDERAL DA SUBSE\u00c7\u00c3O JUDICI\u00c1RIA DE CURITIBA, SE\u00c7\u00c3O JUDICI\u00c1RIA DO PARAN\u00c1.\nMIRNA MARIA CARVALHO CUNHA, brasileira, solteira, pensionista, portadora do RG n\u00ba. 125481612 e inscrita no CPF sob n\u00b0 65349407104, REPRESENTADA POR: DIVA MARIA CARVALHO CUNHA, brasileira, solteira, aposentada, portadora do RG n\u00ba. 081932 e inscrita no CPF sob n\u00b0 17554691104, ambas residentes e domiciliadas na Rua Canada, 1574, Bacacheri, CEP: 82510-290 - Curitiba - Paran\u00e1 vem, respeitosamente, perante Vossa Excel\u00eancia, por interm\u00e9dio de seu advogado adiante assinado (procura\u00e7\u00e3o em anexo), com escrit\u00f3rio profissional situado na Avenida Marechal Floriano Peixoto, n\u00ba. 170, 8\u00ba andar, Centro, CEP 80.020-090, Curitiba/PR, propor:\nA\u00c7\u00c3O DE REVIS\u00c3O DE BENEF\u00cdCIO\nEm face da UNI\u00c3O FEDERAL, pessoa jur\u00eddica de direito p\u00fablico, representado por sua Procuradoria Regional, com base nos fatos e fundamentos jur\u00eddicos a seguir aduzidos:\n_____________________________________________________________________________________________\nAv. Marechal Floriano Peixoto, 170 8 andar, sala 805, Centro, Curitiba, Paran\u00e1, CEP 80020-090. 41 3224-1328 contato@lacerdaadvogados.adv.br\n\n\f___________________________________________\nDOS FATOS\n\n1.\n\nO (A) autor (a) \u00e9 servidor (a) p\u00fablico (a) federal inativo\n\n(a) ou pensionista, conforme tabela abaixo e comprovante mensal de rendimentos\n\nem anexo.\n\nCARGO/FUN\u00c7\u00c3O TELEGRAFISTA\nGRATIFICA\u00c7\u00c3O GDPGPE\n\nMATR\u00cdCULA 01628861 / PENS\u00c3O\n\n2.\n\nOcorre que em seus contracheques percebeu a\n\ngratifica\u00e7\u00e3o acima relacionada em pontua\u00e7\u00e3o menor do que o correto, procedimento\n\nilegal, notadamente ap\u00f3s a assinatura do Termo de Acordo 1/2015,\n\nresultante das negocia\u00e7\u00f5es entre Governo Federal a Confedera\u00e7\u00e3o dos\n\nTrabalhadores no Servi\u00e7o P\u00fablico Federal \u2013 CONDSEF e a Central \u00danica dos\n\nTrabalhadores \u2013 CUT (doc. anexo), e que reconheceu:\n\nO DIREITO A INTEGRALIDADE, COM CORRELA\u00c7\u00c3O DIRETA ENTRE AS PARCELAS QUE COMP\u00d5EM A BASE DE C\u00c1LCULO DA CONTRIBUI\u00c7\u00c3O PREVIDENCI\u00c1RIA \u2013 PSS, E AQUELAS QUE INTEGRAM OS CORRESPONDENTES PROVENTOS DA INATIVIDADE.\n\n_____________________________________________________________________________________________\nAv. Marechal Floriano Peixoto, 170 8 andar, sala 805, Centro, Curitiba, Paran\u00e1, CEP 80020-090. 41 3224-1328 contato@lacerdaadvogados.adv.br\n\n\f___________________________________________\n\n3.\n\nA partir do Termo de Acordo 1/2015, reconheceu-se\n\nque TODAS as contribui\u00e7\u00f5es previdenci\u00e1rias vertidas sobre Gratifica\u00e7\u00f5es de\n\nDesempenho devem ser incorporadas integralmente aos proventos de inatividade.\n\nEm raz\u00e3o da necess\u00e1ria correspond\u00eancia entre contribui\u00e7\u00f5es vertidas e o benef\u00edcio auferido, insurge-se a parte autora em face da situa\u00e7\u00e3o acima exposta, n\u00e3o restando outra alternativa, sen\u00e3o a de buscar a tutela jurisdicional para ter seu beneficio revisto com base nos crit\u00e9rios estabelecidos no Termo de Acordo 1/2015, bem como a devolu\u00e7\u00e3o das parcelas sonegadas no passado.\n\nPRELIMINARES\n\nDO RECONHECIMENTO DO DIREITO POR MEIO DO TERMO DE ACORDO 1/2015\n\n4.\n\nPreliminarmente cumpre ressaltar que o direito\n\nora postulado foi reconhecido extrajudicialmente.\n\nO Governo Federal atrav\u00e9s do Minist\u00e9rio do Planejamento, firmou Termo de Acordo com a Confedera\u00e7\u00e3o dos Trabalhadores no Servi\u00e7o P\u00fablico Federal \u2013 CONDSEF e a Central \u00danica dos Trabalhadores \u2013 CUT, estabelecendo a incorpora\u00e7\u00e3o das gratifica\u00e7\u00f5es de desempenho nos proventos de inatividade.\nO Termo de Acordo 1/2015 resultante das negocia\u00e7\u00f5es entre Governo Federal, a CONDSEF e a CUT, prev\u00ea a incorpora\u00e7\u00e3o da gratifica\u00e7\u00e3o de desempenho nos proventos de inatividade dos servidores abrangidos pelos institutos da paridade e da integralidade (em respeito ao teor original do art. 40, \u00a7 4 da CF ), e pelos atingidos pelos artigos 3\u00ba, 6\u00ba e 6\u00ba-A, da EC 41/2003 e artigo 3\u00ba da EC 47/2005, nos seguintes termos:\n_____________________________________________________________________________________________\nAv. Marechal Floriano Peixoto, 170 8 andar, sala 805, Centro, Curitiba, Paran\u00e1, CEP 80020-090. 41 3224-1328 contato@lacerdaadvogados.adv.br\n\n\f___________________________________________\n\u201cCL\u00c1USULA S\u00c9TIMA. A INCORPORA\u00c7\u00c3O DA GRATIFICA\u00c7\u00c3O DE DESEMPENHO (GD) NOS PROVENTOS DE APOSENTADORIA SER\u00c1 DEVIDA AOS SERVIDORES E APOSENTADOS\u201d\n\nClausula S\u00e9tima. A incorpora\u00e7\u00e3o da gratifica\u00e7\u00e3o de desempenho (GD) nos proventos de aposentadoria ser\u00e1 devida aos servidores e aposentados abrangidos pelos artigos 3\u00ba, 6\u00ba e 6\u00ba-A, da Emenda Constitucional n\u00ba. 41/2003 e artigo 3\u00ba da Emenda Constitucional 47/2005.\n\n5.\n\nA forma de incorpora\u00e7\u00e3o da gratifica\u00e7\u00e3o de\n\ndesempenho aos servidores abrangidos pelos arts. 3\u00ba, 6\u00ba e 6\u00ba-A, da EC n\u00ba. 41/2003\n\ne art. 3\u00ba da EC 47/2005 foi tratada nos par\u00e1grafos primeiro, segundo, terceiro e\n\nquarto da Cl\u00e1usula S\u00e9tima:\n\nPar\u00e1grafo Primeiro. A incorpora\u00e7\u00e3o que trata essa cl\u00e1usula dar-se-\u00e1 pela m\u00e9dia aritm\u00e9tica dos pontos concedidos aos servidores no per\u00edodo igual a 60 (sessenta) meses anteriores a data de aposentadoria.\nPar\u00e1grafo Segundo. A gratifica\u00e7\u00e3o de desempenho (GD) que na regra vigente \u00e9 incorporada aos proventos de aposentadoria pela m\u00e9dia dos valores percebidos por per\u00edodo igual a 60 (sessenta) meses passar\u00e1 a ser incorporada pela m\u00e9dia equivalente dos pontos atribu\u00eddos no per\u00edodo igual ou superior a 60 (sessenta) meses anteriores a data de aposentadoria.\nPar\u00e1grafo Terceiro. A diferen\u00e7a de pontos entre a quantidade prevista na regra atual e a m\u00e9dia dos 60 (sessenta) meses anteriores a aposentadoria do servidor ser\u00e1 implementada da seguinte forma: um ter\u00e7o da diferen\u00e7a em janeiro de 2017, um ter\u00e7o da diferen\u00e7a em janeiro de 2018 e um ter\u00e7o da diferen\u00e7a em janeiro de 2019.\n\nPar\u00e1grafo Quarto. Os j\u00e1 aposentados nas condi\u00e7\u00f5es citadas no caput da cl\u00e1usula s\u00e9tima ser\u00e3o contemplados na mesma regra de incorpora\u00e7\u00e3o.\n\n6.\n\nLogo, como se verifica, TRATA-SE DE ATO\n\nINEQU\u00cdVOCO EXTRAJUDICIAL QUE IMPORTA RECONHECIMENTO DO\n\nDIREITO PELO DEVEDOR, qual seja, do direito a integralidade, com\n\ncorrespond\u00eancia entre contribui\u00e7\u00f5es vertidas e o benef\u00edcio auferido, com a\n\nincorpora\u00e7\u00e3o das GDs nos proventos de aposentadoria.\n\n_____________________________________________________________________________________________\nAv. Marechal Floriano Peixoto, 170 8 andar, sala 805, Centro, Curitiba, Paran\u00e1, CEP 80020-090. 41 3224-1328 contato@lacerdaadvogados.adv.br\n\n\f___________________________________________\nDA EXTENS\u00c3O DAS VANTAGENS CONCEDIDAS PELO ACORDO 1/2015 AOS INATIVOS ANTERIORES \u00c0 VIG\u00caNCIA DA EC 41/2003\n\n7.\n\nVale o registro de que os servidores inativos e\n\npensionistas anteriores \u00e0 vig\u00eancia da EC 41/2003, em respeito ao teor original do\n\nart. 40, \u00a7 4 da CF, tem para si estendidos quaisquer benef\u00edcios ou vantagens\n\nposteriormente concedidos aos servidores em atividade:\n\n\u00a7 4\u00ba - Os proventos da aposentadoria ser\u00e3o revistos, na mesma propor\u00e7\u00e3o e na mesma data, sempre que se modificar a remunera\u00e7\u00e3o dos servidores em atividade, sendo tamb\u00e9m estendidos aos inativos quaisquer benef\u00edcios ou vantagens posteriormente concedidos aos servidores em atividade, inclusive quando decorrentes da transforma\u00e7\u00e3o ou reclassifica\u00e7\u00e3o do cargo ou fun\u00e7\u00e3o em que se deu a aposentadoria, na forma da lei.\n\nDiante da letra cristalina da Lei, n\u00e3o resta qualquer d\u00favida da extens\u00e3o das vantagens ora concedidas aos aposentados/pensionistas anteriores \u00e0 vig\u00eancia da EC 41/2003.\n\n7.1. O Acordo 1/2015 n\u00e3o especifica a forma de incorpora\u00e7\u00e3o das GDs aos aposentados anteriores a EC 41/2003, mas n\u00e3o pode restar duvida que a incorpora\u00e7\u00e3o \u00e9 INTEGRAL, nos termos da cl\u00e1usula s\u00e9tima:\n\u201cA INCORPORA\u00c7\u00c3O DA GRATIFICA\u00c7\u00c3O DE DESEMPENHO (GD) NOS PROVENTOS DE APOSENTADORIA SER\u00c1 DEVIDA AOS SERVIDORES E APOSENTADOS\u201d\n\n_____________________________________________________________________________________________\nAv. Marechal Floriano Peixoto, 170 8 andar, sala 805, Centro, Curitiba, Paran\u00e1, CEP 80020-090. 41 3224-1328 contato@lacerdaadvogados.adv.br\n\n\f___________________________________________\nApenas para os inativos abrangidos pelos artigos 3\u00ba, 6\u00ba e 6\u00ba-A, da EC n\u00ba. 41/2003 e artigo 3\u00ba da EC 47/2005 h\u00e1 um c\u00e1lculo para a incorpora\u00e7\u00e3o das GDs.\nDO RECONHECIMENTO DA RELA\u00c7\u00c3O DIRETA ENTRE CONTRIBUI\u00c7\u00c3O E BENEF\u00cdCIO \u2013 RESTAURA\u00c7\u00c3O DA INTEGRALIDADE\n\n8.\n\nA Uni\u00e3o Federal vem recolhendo o PSS, Plano de\n\nSeguridade Social, ou contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria, de parcelas das GDs\n\n(Gratifica\u00e7\u00f5es de Desempenho) percebidas pelos servidores ativos, e que at\u00e9 o\n\nadvento do Acordo 1/2015, n\u00e3o eram incorpor\u00e1veis aos proventos da inatividade.\n\nTal distor\u00e7\u00e3o obrigava servidores ativos a recolherem PSS sobre 100% da Gratifica\u00e7\u00e3o de Desempenho percebida para posteriormente terem direito a p. ex., apenas 50% da mesma Gratifica\u00e7\u00e3o em seus benef\u00edcios de inatividade, em verdadeira afronta ao regime da integralidade.\n\nTodavia o referido Acordo 1/2015 veio sanar tal erro, ao instituir novel regulamento para a incorpora\u00e7\u00e3o da integralidade das GDs nas aposentadorias e pens\u00f5es.\n\nConforme se verifica na Cl\u00e1usula S\u00e9tima, tais valores passam a ser incorporados nas aposentadorias:\n\n\u201cCL\u00c1USULA S\u00c9TIMA. A INCORPORA\u00c7\u00c3O DA GRATIFICA\u00c7\u00c3O DE DESEMPENHO (GD) NOS PROVENTOS DE APOSENTADORIA SER\u00c1 DEVIDA AOS SERVIDORES E APOSENTADOS\u201d\n_____________________________________________________________________________________________\nAv. Marechal Floriano Peixoto, 170 8 andar, sala 805, Centro, Curitiba, Paran\u00e1, CEP 80020-090. 41 3224-1328 contato@lacerdaadvogados.adv.br\n\n\f___________________________________________\nO entendimento sufragado passa a ser ent\u00e3o, o de que n\u00e3o h\u00e1\ncontribui\u00e7\u00e3o sem o benef\u00edcio correspondente, bem como de que o inativo\ntem direito a integralidade remunerat\u00f3ria com os servidores da ativa.\n\nDA INTERRUP\u00c7\u00c3O DA PRESCRI\u00c7AO EM RAZ\u00c3O DO RECONHECIMENTO DO DIREITO DA PARTE AUTORA E SUAS CONSEQU\u00caNCIAS\n\n9.\n\nPor meio do Termo de Acordo 1/2015, resultante\n\ndas negocia\u00e7\u00f5es entre Governo Federal a CONDSEF e a CUT, caracteriza-se ato\n\ninequ\u00edvoco de reconhecimento extrajudicial do direito da parte autora e,\n\nconsequentemente, da exist\u00eancia e legalidade da d\u00edvida de responsabilidade da R\u00e9.\n\nO ato inequ\u00edvoco, ainda que extrajudicial, que importe o reconhecimento do direito pelo devedor, interrompe a prescri\u00e7\u00e3o, nos termos do artigo 202, inciso VI, do C\u00f3digo Civil:\n\nArt. 202. A interrup\u00e7\u00e3o da prescri\u00e7\u00e3o, que somente poder\u00e1 ocorrer uma vez, dar-se-\u00e1: (...) VI - por qualquer ato inequ\u00edvoco, ainda que extrajudicial, que importe reconhecimento do direito pelo devedor.\n(negritou-se)\nNa hip\u00f3tese, o Termo de Acordo 1/2015 ao reconhecer o direito da parte autora a correspond\u00eancia entre as contribui\u00e7\u00f5es vertidas e os proventos de inatividade e \u00e0 integralidade, interrompeu a partir da data da edi\u00e7\u00e3o do referido instrumento, qual seja, 29/09/2015, o prazo prescricional.\n\n_____________________________________________________________________________________________\nAv. Marechal Floriano Peixoto, 170 8 andar, sala 805, Centro, Curitiba, Paran\u00e1, CEP 80020-090. 41 3224-1328 contato@lacerdaadvogados.adv.br\n\n\f___________________________________________\n\n10.\n\nColaciona-se decisum paradigma, o INCIDENTE DE\n\nUNIFORMIZA\u00c7\u00c3O JEF N\u00ba 5018503-64.2012.404.7000/PR, em que foi reconhecida\n\na interrup\u00e7\u00e3o prescritiva em caso similar (o advento do Memorando-Circular\n\nConjunto n\u00ba 21/DIRBEN/PFEINSS, de 15.04.2010):\n\n\u201cINCIDENTE DE UNIFORMIZA\u00c7\u00c3O JEF N\u00ba 5018503-64.2012.404.7000/PR RELATOR: PAULO PAIM DA SILVA RECORRENTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS RECORRIDO: MARINA JESUS CARDOSO ADVOGADO: ERALDO LACERDA JUNIOR MPF: MINIST\u00c9RIO P\u00daBLICO FEDERAL RELAT\u00d3RIO Trata-se de recurso contra ac\u00f3rd\u00e3o da 3\u00aa Turma Recursal do Paran\u00e1, referente a revis\u00e3o com base no artigo 29, II, da Lei 8.213/91, para utiliza\u00e7\u00e3o dos 80% maiores sal\u00e1rios de contribui\u00e7\u00e3o do per\u00edodo b\u00e1sico no c\u00e1lculo da Renda Mensal Inicial, sem o estabelecimento de um divisor m\u00ednimo. O pedido refere-se exclusivamente ao marco interruptivo do prazo prescricional das parcelas em atraso.No ac\u00f3rd\u00e3o recorrido entendeu-se que o Memorando-Circular Conjunto n\u00ba 21/DIRBEN/PFEINSS, de 15.04.2010, n\u00e3o constitui marco interruptivo do prazo prescricional, porque n\u00e3o implicou reconhecimento inequ\u00edvoco do direito aos segurados por parte do INSS. A parte autora da a\u00e7\u00e3o origin\u00e1ria requer uniformiza\u00e7\u00e3o de jurisprud\u00eancia, apontando decis\u00e3o em sentido contr\u00e1rio da 2\u00aa Turma Recursal do Paran\u00e1 (Processo 2010.70.50.014471-7), em que se entendeu que o referido Memorando-Circular constitui marco interruptivo da prescri\u00e7\u00e3o, nos termos do artigo 202, VI, do C\u00f3digo Civil. Indica, igualmente, outros ac\u00f3rd\u00e3os da mesma 2\u00aa Turma Recursal do Paran\u00e1, que servem como paradigma. O pedido foi admitido, opinando o Minist\u00e9rio P\u00fablico Federal pelo provimento do recurso. \u00c9 o relat\u00f3rio. VOTO O C\u00f3digo Civil estabelece: Art. 202. A interrup\u00e7\u00e3o da prescri\u00e7\u00e3o, que somente poder\u00e1 ocorrer uma vez, dar-se-\u00e1: VI - por qualquer ato inequ\u00edvoco, ainda que extrajudicial, que importe reconhecimento do direito pelo devedor. O Memorando-Circular Conjunto n\u00ba 21/DIRBEN/PFEINSS, de 15.04.2010, implicou efetivo reconhecimento do direito pelo INSS, porquanto expressamente estabeleceu que 's\u00e3o pass\u00edveis de revis\u00e3o os benef\u00edcios por\n_____________________________________________________________________________________________\nAv. Marechal Floriano Peixoto, 170 8 andar, sala 805, Centro, Curitiba, Paran\u00e1, CEP 80020-090. 41 3224-1328 contato@lacerdaadvogados.adv.br\n\n\f___________________________________________\nincapacidade e pens\u00f5es derivadas destes, assim como as n\u00e3o precedidas, com DIB a partir de 29/11/1999, em que, no Per\u00edodo B\u00e1sico de C\u00e1lculo - PBC, foram considerados 100% (cem por cento) dos sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o, cabendo revisa-los para que sejam considerados somente os 80% (oitenta pro cento) maiores sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o.' Assim, al\u00e9m de estabelecer a sistem\u00e1tica de revis\u00e3o dos benef\u00edcios, conforme dito no ac\u00f3rd\u00e3o recorrido, tamb\u00e9m estabeleceu materialmente quais benef\u00edcios t\u00eam direito a essa revis\u00e3o, o que est\u00e1 corroborado no entendimento dos ac\u00f3rd\u00e3os paradigmas. O voto \u00e9 por dar provimento ao pedido de uniformiza\u00e7\u00e3o, para uniformizar o entendimento de que: a) o Memorando-Circular Conjunto n\u00ba 21/DIRBEN/PFEINSS, de 15.04.2010, constitui marco interruptivo do prazo prescricional para a revis\u00e3o dos benef\u00edcios com base no artigo 29, II, da Lei 8.213/91; b) essa interrup\u00e7\u00e3o garante o recebimento das parcelas anteriores a cinco anos da publica\u00e7\u00e3o do normativo para pedidos que ingressarem administrativa ou judicialmente em at\u00e9 cinco anos ap\u00f3s a mesma data, uma vez que houve reconhecimento administrativo do direito. Ante o exposto, voto por dar provimento ao pedido de uniformiza\u00e7\u00e3o. PAULO PAIM DA SILVA Relator\u201d (Voto acolhido na sess\u00e3o realizada em21/06/2012). (destaques nossos)\n\n11.\n\nResta claro, portanto, que o reconhecimento do direito\n\ndo (a) Autor (a), atrav\u00e9s do Termo de Acordo 1/2015 de 29/09/2015, resulta na\n\ninterrup\u00e7\u00e3o da prescri\u00e7\u00e3o, devendo esta alcan\u00e7ar apenas os valores que precedem\n\no quinqu\u00eanio anterior a data de edi\u00e7\u00e3o do Termo.\n\nDO DIREITO\n\nDA INCORPORA\u00c7\u00c3O DA GRATIFICA\u00c7\u00c3O DE DESEMPENHO (GD) NOS PROVENTOS DE APOSENTADORIA DOS INATIVOS ABRANGIDOS PELOS ARS. 3\u00ba, 6\u00ba E 6\u00ba-A, DA EC N\u00ba. 41/2003 E ART. 3 EC 47/2005\n\n_____________________________________________________________________________________________\nAv. Marechal Floriano Peixoto, 170 8 andar, sala 805, Centro, Curitiba, Paran\u00e1, CEP 80020-090. 41 3224-1328 contato@lacerdaadvogados.adv.br\n\n\f___________________________________________\n\n12.\n\nA presente demanda objetiva a revis\u00e3o imediata do\n\nbenef\u00edcio do (a) Autor (a), com a incorpora\u00e7\u00e3o da gratifica\u00e7\u00e3o de desempenho\n\n(GD) nos proventos de aposentadoria, bem como a restitui\u00e7\u00e3o \u00e0 parte autora\n\ndos valores atrasados anteriores a 29/09/2015, data de assinatura do Termo\n\nde Acordo 1/2015.\n\nA revis\u00e3o ora postulada encontra-se respaldada nos termos do Acordo 1/2015, fruto das negocia\u00e7\u00f5es entre Governo Federal e a Confedera\u00e7\u00e3o dos Trabalhadores no Servi\u00e7o P\u00fablico Federal \u2013 CONDSEF e a Central \u00danica dos Trabalhadores \u2013 CUT.\n\nA Clausula S\u00e9tima e o Par\u00e1grafo Primeiro do referido instrumento prev\u00eaem os crit\u00e9rios para a incorpora\u00e7\u00e3o da gratifica\u00e7\u00e3o de desempenho nos proventos de aposentadoria dos servidores abrangidos pelos artigos 3\u00ba, 6\u00ba e 6\u00ba-A, da Emenda Constitucional n\u00ba. 41/2003 e artigo 3\u00ba da Emenda Constitucional 47/2005, assim dispondo:\n\nClausula S\u00e9tima. A incorpora\u00e7\u00e3o da gratifica\u00e7\u00e3o de desempenho (GD) nos proventos de aposentadoria ser\u00e1 devida aos servidores e aposentados abrangidos pelos artigos 3\u00ba, 6\u00ba e 6\u00ba-A, da Emenda Constitucional n\u00ba. 41/2003 e artigo 3\u00ba da Emenda Constitucional 47/2005.\nPar\u00e1grafo Primeiro. A incorpora\u00e7\u00e3o que trata essa cl\u00e1usula dar-se-\u00e1\npela m\u00e9dia aritm\u00e9tica dos pontos concedidos aos servidores no per\u00edodo igual a 60 (sessenta) meses anteriores a data de aposentadoria. (negritou-se)\nLogo, os benef\u00edcios dos servidores/inativos incursos nos arts. 3\u00ba,\n6\u00ba e 6\u00ba-A, da EC n\u00ba. 41/2003 e art. 3\u00ba da EC 47/2005, devem ser revistos conforme\nos crit\u00e9rios do Termo de Acordo, uma vez que os benef\u00edcios concedidos visam a\nsubstituir, na inatividade, a remunera\u00e7\u00e3o at\u00e9 ent\u00e3o percebida pelo servidor, sendo\nevidente a rela\u00e7\u00e3o direta existente entre a contribui\u00e7\u00e3o recolhida e o benef\u00edcio a ser\nauferido pelo segurado.\n\n_____________________________________________________________________________________________\nAv. Marechal Floriano Peixoto, 170 8 andar, sala 805, Centro, Curitiba, Paran\u00e1, CEP 80020-090. 41 3224-1328 contato@lacerdaadvogados.adv.br\n\n\f___________________________________________\nDA INCORPORA\u00c7\u00c3O DA GRATIFICA\u00c7\u00c3O DE DESEMPENHO (GD) NOS PROVENTOS DE APOSENTADORIA DOS INATIVOS SOB A \u00c9GIDE DA PARIDADE, DA INTEGRALIDADE E DA ISONOMIA, E DOS INATIVOS ANTERIORES \u00c0 VIG\u00caNCIA DA EC 41/2003\n13. Vale aqui um adendo. De forma NENHUMA a Uni\u00e3o Federal poder\u00e1 alegar que as GDs n\u00e3o s\u00e3o extensivas aos inativos por serem pro labore faciendo. Simplesmente porque j\u00e1 o fez, estendeu a integralidade das GDs aos inativos atrav\u00e9s do Acordo 1/2015, apenas engendrando um c\u00e1lculo para o recebimento dessas parcelas para os aposentados sob a \u00e9gide das ECs 41 e 47, conforme Cl\u00e1usula S\u00e9tima:\n\u201cA INCORPORA\u00c7\u00c3O DA GRATIFICA\u00c7\u00c3O DE DESEMPENHO (GD) NOS PROVENTOS DE APOSENTADORIA SER\u00c1 DEVIDA AOS SERVIDORES E APOSENTADOS\u201d\n13.1. Vale lembrar que os inativos anteriores a EC 41/2003 TEM DIREITO A TODAS AS VANTAGENS POSTERIORMENTE CONCEDIDOS AOS SERVIDORES EM ATIVIDADE. Inclusive a ora em quest\u00e3o.\nN\u00c3O H\u00c1 POSSIBILIDADE LEGAL DE HAVER QUALQUER DISTIN\u00c7\u00c3O PARA OS APOSENTADOS ANTERIORES A EC 41/2003.\n14. Neste diapas\u00e3o, um ponto importante a destacar sobre a forma de c\u00e1lculo encetada pelo Acordo 1/2015, \u00e9 que a partir de seu advento, NENHUM servidor inativo poder\u00e1 receber valor inferior a integralidade da GD que lhe corresponde ao cargo. _____________________________________________________________________________________________\nAv. Marechal Floriano Peixoto, 170 8 andar, sala 805, Centro, Curitiba, Paran\u00e1, CEP 80020-090. 41 3224-1328 contato@lacerdaadvogados.adv.br\n\n\f___________________________________________\nAssim, devendo ser respeitadas a integralidade, a isonomia, a paridade, e a necess\u00e1ria correspond\u00eancia entre contribui\u00e7\u00e3o vertidas e o benef\u00edcio auferido, sob pena de enriquecimento sem causa do er\u00e1rio, o c\u00e1lculo dos inativos anteriores a EC 41/2003 deve ser realizado na forma acima descrita, qual seja, mediante o pagamento INTEGRAL da Gratifica\u00e7\u00e3o de Desempenho.\n\nDO REGIME CONTRIBUTIVO NA MODALIDADE CAPITALIZA\u00c7\u00c3O COLETIVA\n\n15.\n\nExistem diversos modelos de previd\u00eancia social no\n\nmundo e cada pa\u00eds decide a maneira como ir\u00e1 proteger socialmente, os seus\n\ntrabalhadores.\n\nQuanto ao custeio, os sistemas previdenci\u00e1rios se dividem em contributivos e n\u00e3o contributivos. Essa divis\u00e3o leva em considera\u00e7\u00e3o a fonte de arrecada\u00e7\u00e3o da receita necess\u00e1ria ao desempenho da pol\u00edtica de prote\u00e7\u00e3o social. No sistema contributivo a lei especifica as pessoas que est\u00e3o obrigadas a contribuir para o regime, sendo essas pessoas os potenciais benefici\u00e1rios do regime, seus segurados, ou outras pessoas que a lei determine. No sistema n\u00e3o contributivo n\u00e3o existem pessoas obrigadas a contribuir para o custeio do sistema, o que acontece \u00e9 que uma parte da arrecada\u00e7\u00e3o tribut\u00e1ria geral \u00e9 destinada \u00e0 Previd\u00eancia.\n\nOutra forma de distin\u00e7\u00e3o entre os sistemas previdenci\u00e1rios \u00e9 quanto \u00e0 forma de utiliza\u00e7\u00e3o dos recursos obtidos. De acordo com a doutrina, o sistema contributivo pode ser enquadrado em duas modalidades, a saber: o de reparti\u00e7\u00e3o, em que as contribui\u00e7\u00f5es descontadas do vencimento do funcion\u00e1rio confundem-se na receita geral, s\u00e3o revers\u00f5es ao Tesouro; e o de capitaliza\u00e7\u00e3o, em que as contribui\u00e7\u00f5es dos segurados (\u00e0s vezes completadas por subven\u00e7\u00f5es do Estado) formam um fundo aut\u00f4nomo para pagamento dos benef\u00edcios.\n\n_____________________________________________________________________________________________\nAv. Marechal Floriano Peixoto, 170 8 andar, sala 805, Centro, Curitiba, Paran\u00e1, CEP 80020-090. 41 3224-1328 contato@lacerdaadvogados.adv.br\n\n\f___________________________________________\nO sistema de capitaliza\u00e7\u00e3o admite duas formas: a da capitaliza\u00e7\u00e3o individual, no qual as cotiza\u00e7\u00f5es se creditam \u00e0 conta individual de cada segurado, e a da capitaliza\u00e7\u00e3o coletiva, em que as contribui\u00e7\u00f5es dos segurados, em seu conjunto, s\u00e3o consideradas favorecendo a coletividade segurada.\n16. A EC 20/98 adotou um regime de previd\u00eancia para os servidores p\u00fablicos, com crit\u00e9rios que preservem o equil\u00edbrio financeiro e atuarial, que mais se aproxima do regime contributivo na modalidade de capitaliza\u00e7\u00e3o. Inexistindo previs\u00e3o normativa de creditamento em contas individuais de cada segurado das contribui\u00e7\u00f5es previdenci\u00e1rias vertidas ao regime, constata-se que foi adotado o sistema de capitaliza\u00e7\u00e3o coletiva. Assim disp\u00f4s o artigo 40, \u00a7 2\u00ba e \u00a7 3\u00ba da Constitui\u00e7\u00e3o Federal, com a reda\u00e7\u00e3o dada pela EC 20/98:\nArt. 40 - Aos servidores titulares de cargos efetivos da Uni\u00e3o, dos Estados, do Distrito Federal e dos Munic\u00edpios, inclu\u00eddas suas autarquias e funda\u00e7\u00f5es, \u00e9 assegurado regime de previd\u00eancia de car\u00e1ter contributivo, observados crit\u00e9rios que preservem o equil\u00edbrio financeiro e atuarial e o disposto neste artigo.\n(...)\n\u00a7 2\u00ba - Os proventos de aposentadoria e as pens\u00f5es, por ocasi\u00e3o de sua concess\u00e3o, n\u00e3o poder\u00e3o exceder a remunera\u00e7\u00e3o do respectivo servidor, no cargo efetivo em que se deu a aposentadoria ou que serviu de refer\u00eancia para a concess\u00e3o da pens\u00e3o.\n\u00a7 3\u00ba - Os proventos de aposentadoria, por ocasi\u00e3o da sua concess\u00e3o, ser\u00e3o calculados com base na remunera\u00e7\u00e3o do servidor no cargo efetivo em que se der a aposentadoria e, na forma da lei, corresponder\u00e3o \u00e0 totalidade da remunera\u00e7\u00e3o.\nTais determina\u00e7\u00f5es, contidas nas normas acima transcritas, por certo, demonstram que os benef\u00edcios concedidos visam a substituir, na inatividade, a remunera\u00e7\u00e3o at\u00e9 ent\u00e3o percebida pelo servidor, tornando evidente a rela\u00e7\u00e3o direta existente entre a contribui\u00e7\u00e3o recolhida e o benef\u00edcio a ser auferido pelo segurado.\n_____________________________________________________________________________________________\nAv. Marechal Floriano Peixoto, 170 8 andar, sala 805, Centro, Curitiba, Paran\u00e1, CEP 80020-090. 41 3224-1328 contato@lacerdaadvogados.adv.br\n\n\f___________________________________________\nNeste tra\u00e7ado dos aspectos constitucionais do regime\nprevidenci\u00e1rio dos servidores p\u00fablicos, releva notar que o \u00a7 12, do artigo 40 da\nConstitui\u00e7\u00e3o Federal na reda\u00e7\u00e3o ainda da EC 20/98, disp\u00f4s que:\nArt. 40 - Aos servidores titulares de cargos efetivos da Uni\u00e3o, dos Estados, do Distrito Federal e dos Munic\u00edpios, inclu\u00eddas suas autarquias e funda\u00e7\u00f5es, \u00e9 assegurado regime de previd\u00eancia de car\u00e1ter contributivo, observados crit\u00e9rios que preservem o equil\u00edbrio financeiro e atuarial e o disposto neste artigo.\n(...)\n\u00a7 12 - Al\u00e9m do disposto neste artigo, o regime de previd\u00eancia dos servidores p\u00fablicos titulares de cargo efetivo observar\u00e1, no que couber, os requisitos e crit\u00e9rios fixados para o regime geral de previd\u00eancia social. (negritou-se e grifou-se)\nAs normas constitucionais do Regime Geral de Previd\u00eancia\nSocial preceituam quanto \u00e0 rela\u00e7\u00e3o entre custeio e benef\u00edcio que:\nArt. 201. A previd\u00eancia social ser\u00e1 organizada sob a forma de regime geral, de car\u00e1ter contributivo e de filia\u00e7\u00e3o obrigat\u00f3ria, observados crit\u00e9rios que preservem o equil\u00edbrio financeiro e atuarial, e atender\u00e1, nos termos da lei, a: (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Emenda Constitucional n\u00ba 20, de 1998) I - cobertura dos eventos de doen\u00e7a, invalidez, morte e idade avan\u00e7ada; (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Emenda Constitucional n\u00ba 20, de 1998) II - prote\u00e7\u00e3o \u00e0 maternidade, especialmente \u00e0 gestante; (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Emenda Constitucional n\u00ba 20, de 1998) III - prote\u00e7\u00e3o ao trabalhador em situa\u00e7\u00e3o de desemprego involunt\u00e1rio; (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Emenda Constitucional n\u00ba 20, de 1998) IV - sal\u00e1rio-fam\u00edlia e aux\u00edlio-reclus\u00e3o para os dependentes dos segurados de baixa renda; (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Emenda Constitucional n\u00ba 20, de 1998) V - pens\u00e3o por morte do segurado, homem ou mulher, ao c\u00f4njuge ou companheiro e dependentes, observado o disposto no \u00a7 2\u00ba. (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Emenda Constitucional n\u00ba 20, de 1998) (...) \u00a7 2\u00ba Nenhum benef\u00edcio que substitua o sal\u00e1rio de contribui\u00e7\u00e3o ou o rendimento do trabalho do segurado ter\u00e1 valor mensal inferior ao sal\u00e1rio m\u00ednimo. (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Emenda Constitucional n\u00ba 20, de 1998). \u00a7 3\u00ba Todos os sal\u00e1rios de contribui\u00e7\u00e3o considerados para o c\u00e1lculo de benef\u00edcio ser\u00e3o devidamente atualizados, na forma da lei. (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Emenda Constitucional n\u00ba 20, de 1998) (...) \u00a7 11. Os ganhos habituais do empregado, a qualquer t\u00edtulo, ser\u00e3o incorporados ao sal\u00e1rio para efeito de contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria e conseq\u00fcente repercuss\u00e3o em benef\u00edcios, nos casos e na forma da lei. (Inclu\u00eddo dada pela Emenda Constitucional n\u00ba 20, de 1998) (negritou-se e grifou-se)\n_____________________________________________________________________________________________\nAv. Marechal Floriano Peixoto, 170 8 andar, sala 805, Centro, Curitiba, Paran\u00e1, CEP 80020-090. 41 3224-1328 contato@lacerdaadvogados.adv.br\n\n\f___________________________________________\n\n17.\n\nReal\u00e7ando ainda mais esta compreens\u00e3o, decorrente\n\nde interpreta\u00e7\u00e3o l\u00f3gico-sistem\u00e1tica, de que as contribui\u00e7\u00f5es vertidas pelos\n\nservidores p\u00fablicos ao Regime Pr\u00f3prio de Previd\u00eancia Social guardam necess\u00e1ria\n\ncorrespond\u00eancia com os benef\u00edcios e servi\u00e7os que lhe s\u00e3o oferecidos pelo regime, o\n\n\u00a7 5\u00b0 do artigo 195 da Constitui\u00e7\u00e3o Federal, na reda\u00e7\u00e3o da EC 20/98, disp\u00f4s que:\n\nArt. 195. A seguridade social ser\u00e1 financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos or\u00e7amentos da Uni\u00e3o, dos Estados, do Distrito Federal e dos Munic\u00edpios, e das seguintes contribui\u00e7\u00f5es sociais: (...) \u00a7 5\u00ba Nenhum benef\u00edcio ou servi\u00e7o da seguridade social poder\u00e1 ser criado, majorado ou estendido sem a correspondente fonte de custeio total. (negritou-se)\nDiante das disposi\u00e7\u00f5es da EC 20/98, conclui-se que h\u00e1 uma\ncorrela\u00e7\u00e3o direta entre as parcelas que comp\u00f5em a base de c\u00e1lculo da\ncontribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria devida por cada servidor p\u00fablico e aquelas\nque integrar\u00e3o os seus futuros e correspondentes proventos na\ninatividade, bem como a pens\u00e3o eventualmente institu\u00edda em favor dos\ndependentes.\n\nCom o advento da EC 41/03, n\u00e3o houve inova\u00e7\u00e3o relativamente ao sistema contributivo de capitaliza\u00e7\u00e3o coletiva adotado pela EC 20/98. Ao contr\u00e1rio, pela leitura do texto constitucional, j\u00e1 alterado pela referida emenda, percebe-se uma acentua\u00e7\u00e3o na correla\u00e7\u00e3o existente entre custeio e benef\u00edcio (art. 40, \u00a7 3\u00ba), compreendendo-se o princ\u00edpio da solidariedade, ent\u00e3o acrescido, como um postulado normativo mediante o qual os servidores inativos, pensionistas e os entes p\u00fablicos passariam a contribuir para o regime de previd\u00eancia, em comunh\u00e3o de esfor\u00e7os com os servidores ativos, no intuito de manter a higidez e liquidez do fundo.\n\n_____________________________________________________________________________________________\nAv. Marechal Floriano Peixoto, 170 8 andar, sala 805, Centro, Curitiba, Paran\u00e1, CEP 80020-090. 41 3224-1328 contato@lacerdaadvogados.adv.br\n\n\f___________________________________________\nAli\u00e1s, a leitura das normas constitucionais que disciplinam o\nsal\u00e1rio de contribui\u00e7\u00e3o dos servidores p\u00fablicos deixa patente esta correla\u00e7\u00e3o\n(remunera\u00e7\u00e3o da ativa = proventos da inatividade), para aqueles\nservidores que ingressaram no regime antes da EC 41/03:\nArt. 40. Aos servidores titulares de cargos efetivos da Uni\u00e3o, dos Estados, do Distrito Federal e dos Munic\u00edpios, inclu\u00eddas suas autarquias e funda\u00e7\u00f5es, \u00e9 assegurado regime de previd\u00eancia de car\u00e1ter contributivo e solid\u00e1rio, mediante contribui\u00e7\u00e3o do respectivo ente p\u00fablico, dos servidores ativos e inativos e dos pensionistas, observados crit\u00e9rios que preservem o equil\u00edbrio financeiro e atuarial e o disposto neste artigo. (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Emenda Constitucional n\u00ba 41, 19.12.2003) \u00a7 1\u00ba Os servidores abrangidos pelo regime de previd\u00eancia de que trata este artigo ser\u00e3o aposentados, calculados os seus proventos a partir dos valores fixados na forma dos \u00a7\u00a7 3\u00ba e 17: (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Emenda Constitucional n\u00ba 41, 19.12.2003); (...) \u00a7 2\u00ba - Os proventos de aposentadoria e as pens\u00f5es, por ocasi\u00e3o de sua concess\u00e3o, n\u00e3o poder\u00e3o exceder a remunera\u00e7\u00e3o do respectivo servidor, no cargo efetivo em que se deu a aposentadoria ou que serviu de refer\u00eancia para a concess\u00e3o da pens\u00e3o. (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Emenda Constitucional n\u00ba 20, de 15/12/98) \u00a7 3\u00ba Para o c\u00e1lculo dos proventos de aposentadoria, por ocasi\u00e3o da sua concess\u00e3o, ser\u00e3o consideradas as remunera\u00e7\u00f5es utilizadas como base para as contribui\u00e7\u00f5es do servidor aos regimes de previd\u00eancia de que tratam este artigo e o art. 201, na forma da lei. (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Emenda Constitucional n\u00ba 41, 19.12.2003) (...) \u00a7 17. Todos os valores de remunera\u00e7\u00e3o considerados para o c\u00e1lculo do benef\u00edcio previsto no \u00a7 3\u00b0 ser\u00e3o devidamente atualizados, na forma da lei. (Inclu\u00eddo pela Emenda Constitucional n\u00ba 41, 19.12.2003) \u00a7 18. Incidir\u00e1 contribui\u00e7\u00e3o sobre os proventos de aposentadorias e pens\u00f5es concedidas pelo regime de que trata este artigo que superem o limite m\u00e1ximo estabelecido para os benef\u00edcios do regime geral de previd\u00eancia social de que trata o art. 201, com percentual igual ao estabelecido para os servidores titulares de cargos efetivos. (Inclu\u00eddo pela Emenda Constitucional n\u00ba 41, 19.12.2003)\nConforme se depreende dos dispositivos constitucionais em\napre\u00e7o, conclui-se que os benef\u00edcios concedidos visam a substituir, na inatividade, a\nremunera\u00e7\u00e3o at\u00e9 ent\u00e3o percebida pelo servidor, tornando-se clara a rela\u00e7\u00e3o\nexistente entre a contribui\u00e7\u00e3o recolhida e o benef\u00edcio a ser auferido pelo segurado.\nDO ENTEDIMENTO JURISPRUDENCIAL\nCONSOLIDADO SOBRE A CORRELA\u00c7\u00c3O\nENTRE CUSTO E BENEF\u00cdCIO\n_____________________________________________________________________________________________\nAv. Marechal Floriano Peixoto, 170 8 andar, sala 805, Centro, Curitiba, Paran\u00e1, CEP 80020-090. 41 3224-1328 contato@lacerdaadvogados.adv.br\n\n\f___________________________________________\nMANIFESTA\u00c7\u00c3O DO SUPREMO TRIBUNAL\nFEDERAL \u2013 ADINMC 2.010/DF\n\n18.\n\nA mat\u00e9ria n\u00e3o escapou da avalia\u00e7\u00e3o do Supremo\n\nTribunal Federal, ao apreciar a constitucionalidade da Lei 9.783/99 na ADINMC\n\n2.010/DF, de relatoria do Ministro Celso de Mello, cujo ac\u00f3rd\u00e3o restou ementado nos\n\nseguintes termos:\n\nEMENTA: SERVIDORES P\u00daBLICOS FEDERAIS - CONTRIBUI\u00c7\u00c3O DE SEGURIDADE SOCIAL - LEI N\u00ba 9.783/99 - ARG\u00dcI\u00c7\u00c3O DE INCONSTITUCIONALIDADE FORMAL E MATERIAL DESSE DIPLOMA LEGISLATIVO - RELEV\u00c2NCIA JUR\u00cdDICA DA TESE PERTINENTE \u00c0 N\u00c3OINCID\u00caNCIA DA CONTRIBUI\u00c7\u00c3O DE SEGURIDADE SOCIAL SOBRE SERVIDORES INATIVOS E PENSIONISTAS DA UNI\u00c3O FEDERAL (CF, ART. 40, CAPUT, E RESPECTIVO \u00a7 12, C/C O ART. 195, II, NA REDA\u00c7\u00c3O DADA PELA EC N\u00ba 20/98) - AL\u00cdQUOTAS PROGRESSIVAS - ESCALA DE PROGRESSIVIDADE DOS ADICIONAIS TEMPOR\u00c1RIOS (ART. 2\u00ba DA LEI N\u00ba 9.783/99) - ALEGA\u00c7\u00c3O DE OFENSA AO PRINC\u00cdPIO QUE VEDA A TRIBUTA\u00c7\u00c3O CONFISCAT\u00d3RIA (CF, ART. 150, IV) E DE DESCARACTERIZA\u00c7\u00c3O DA FUN\u00c7\u00c3O CONSTITUCIONAL INERENTE \u00c0 CONTRIBUI\u00c7\u00c3O DE SEGURIDADE SOCIAL - PLAUSIBILIDADE JUR\u00cdDICA MEDIDA CAUTELAR DEFERIDA EM PARTE. PRINC\u00cdPIO DA IRREPETIBILIDADE DOS PROJETOS REJEITADOS NA MESMA SESS\u00c3O LEGISLATIVA (CF, ART. 67) - MEDIDA PROVIS\u00d3RIA REJEITADA PELO CONGRESSO NACIONAL - POSSIBILIDADE DE APRESENTA\u00c7\u00c3O DE PROJETO DE LEI, PELO PRESIDENTE DA REP\u00daBLICA, NO IN\u00cdCIO DO ANO SEGUINTE \u00c0QUELE EM QUE SE DEU A REJEI\u00c7\u00c3O PARLAMENTAR DA MEDIDA PROVIS\u00d3RIA. (...) O REGIME CONTRIBUTIVO \u00c9, POR ESS\u00caNCIA, UM REGIME DE CAR\u00c1TER EMINENTEMENTE RETRIBUTIVO. A QUEST\u00c3O DO EQUIL\u00cdBRIO ATUARIAL (CF, ART. 195, \u00a7 5\u00ba). CONTRIBUI\u00c7\u00c3O DE SEGURIDADE SOCIAL SOBRE PENS\u00d5ES E PROVENTOS: AUS\u00caNCIA DE CAUSA SUFICIENTE. - Sem causa suficiente, n\u00e3o se justifica a institui\u00e7\u00e3o (ou a majora\u00e7\u00e3o) da contribui\u00e7\u00e3o de seguridade social, pois, no regime de previd\u00eancia de car\u00e1ter contributivo, deve haver, necessariamente, correla\u00e7\u00e3o entre custo e benef\u00edcio. A exist\u00eancia de estrita vincula\u00e7\u00e3o causal entre contribui\u00e7\u00e3o e\nbenef\u00edcio p\u00f5e em evid\u00eancia a corre\u00e7\u00e3o da f\u00f3rmula segundo a qual n\u00e3o\npode haver contribui\u00e7\u00e3o sem benef\u00edcio, nem benef\u00edcio\nsem contribui\u00e7\u00e3o. Doutrina. Precedente do STF. A CONTRIBUI\u00c7\u00c3O\nDE SEGURIDADE SOCIAL DOS SERVIDORES P\u00daBLICOS EM ATIVIDADE CONSTITUI MODALIDADE DE TRIBUTO VINCULADO. - A contribui\u00e7\u00e3o de seguridade social, devida por servidores p\u00fablicos em atividade, configura modalidade de contribui\u00e7\u00e3o social, qualificando-se como esp\u00e9cie tribut\u00e1ria de car\u00e1ter vinculado, constitucionalmente destinada ao custeio e ao financiamento do regime de previd\u00eancia dos servidores p\u00fablicos titulares de cargo efetivo. Precedentes. (...) (ADI 2010 MC, Relator(a): Min. CELSO DE MELLO, Tribunal Pleno, julgado em 30/09/1999, DJ 12-04-2002 PP-00051 EMENT VOL-02064-01 PP-00086). (negritou-se e grifou-se)\n\n_____________________________________________________________________________________________\nAv. Marechal Floriano Peixoto, 170 8 andar, sala 805, Centro, Curitiba, Paran\u00e1, CEP 80020-090. 41 3224-1328 contato@lacerdaadvogados.adv.br\n\n\f___________________________________________\nMANIFESTA\u00c7\u00c3O DA TURMA NACIONAL DE\nUNIFORMIZA\u00c7\u00c3O DOS JUIZADOS ESPECIAIS\nFEDERAIS\n\n19.\n\nSeguindo o posicionamento adotado pelo Supremo\n\nTribunal Federal, a Turma de Uniformiza\u00e7\u00e3o dos Juizados Especiais Federais\n\nmanifestou o entendimento de que o regime de previd\u00eancia para os servidores\n\np\u00fablicos adotou o sistema de capitaliza\u00e7\u00e3o coletiva, sendo evidente a rela\u00e7\u00e3o direta\n\nexistente entre a contribui\u00e7\u00e3o recolhida e benef\u00edcio a ser auferido:\n\nPEDIDO DE UNIFORMIZA\u00c7\u00c3O INTERPOSTO PELA PARTE AUTORA. ADMINISTRATIVO. GRATIFICA\u00c7\u00c3O DE DESEMPENHO DO PLANO GERAL DE CARGOS DO PODER EXECUTIVO - GDPGPE. SERVIDOR P\u00daBLICO DA ATIVA. PLANO DE SEGURIDADE SOCIAL DO SERVIDOR - PSS. INCID\u00caNCIA DE CONTRIBUI\u00c7\u00c3O PREVIDENCI\u00c1RIA. LIMITA\u00c7\u00c3O \u00c0 PARCELA INCORPOR\u00c1VEL NA APOSENTADORIA. \u201cN\u00c3O H\u00c1 CONTRIBUI\u00c7\u00c3O SEM BENEF\u00cdCIO NEM BENEF\u00cdCIO SEM CONTRIBUI\u00c7\u00c3O (STF - ADC 8 MC; ADI 2.010)\u201d. INCIDENTE CONHECIDO E PROVIDO. (...) Com o advento da Emenda Constitucional n\u00ba 20, em 15 de dezembro de 1998, o sistema de previd\u00eancia dos servidores p\u00fablicos passou por sens\u00edveis altera\u00e7\u00f5es, sendo relevante anotar a clara op\u00e7\u00e3o constituinte pelo regime contributivo na modalidade de capitaliza\u00e7\u00e3o, notadamente pela institui\u00e7\u00e3o de um regime de previd\u00eancia de car\u00e1ter contributivo e com crit\u00e9rios que preservassem o equil\u00edbrio financeiro e atuarial (art. 40, caput) (...) 16. De acordo com a doutrina o sistema contributivo pode ser enquadrado em duas modalidades, a saber: \u201c(...) o de reparti\u00e7\u00e3o (cash system; syst\u00e8me de la repartition), em que as contribui\u00e7\u00f5es descontadas do vencimento do funcion\u00e1rio confundem-se na receita geral, s\u00e3o revers\u00f5es ao Tesouro; e o de capitaliza\u00e7\u00e3o (actuarial system; syst\u00e9me de la capitalisation), em que as contribui\u00e7\u00f5es dos segurados (\u00e0s vezes completadas por subven\u00e7\u00f5es do Estado) formam um fundo aut\u00f4nomo para pagamento dos benef\u00edcios. (...) Aprofundando o tema, em especial o sistema de capitaliza\u00e7\u00e3o, Feij\u00f3 Coimbra leciona que por este sistema: \u201c(...) s\u00e3o colocadas em reserva as cotiza\u00e7\u00f5es dos segurados, durante um per\u00edodo que se pretende mais ou menos longo, para que o capital se acumule. Dito capital, posto a juros, dever\u00e1 transmitir, no futuro, o pagamento das presta\u00e7\u00f5es que ao segurado sejam devidas. Tanto mais vantajoso ser\u00e1 o sistema, quanto mais alongado o per\u00edodo dessa acumula\u00e7\u00e3o, pois a renda do capital permitir\u00e1, por defini\u00e7\u00e3o, o acr\u00e9scimo das presta\u00e7\u00f5es. Dito sistema admite duas formas: a da capitaliza\u00e7\u00e3o individual, no qual as cotiza\u00e7\u00f5es se creditam \u00e0 conta individual de cada segurado, e a da capitaliza\u00e7\u00e3o coletiva, em que as contribui\u00e7\u00f5es dos segurados, em seu conjunto, s\u00e3o consideradas favorecendo a coletividade segurada. A capitaliza\u00e7\u00e3o inspira-se em t\u00e9cnicas de seguro e poupan\u00e7a, acentuando sua filia\u00e7\u00e3o aos sistemas por que funcionam os seguros privados. O esfor\u00e7o de cada indiv\u00edduo e de cada gera\u00e7\u00e3o conflui para a realiza\u00e7\u00e3o de fundos que, administrados de maneira correta, permitiriam a entrega das presta\u00e7\u00f5es no devido tempo. (...)\u201d (in Direito Previdenci\u00e1rio Brasileiro, Edi\u00e7\u00f5es Trabalhistas, Rio de Janeiro, 1999, p\u00e1g. 235). Resta claro, portanto, que a EC n. 20/98 adotou um regime de previd\u00eancia para os servidores p\u00fablicos, com crit\u00e9rios que preservem o\n_____________________________________________________________________________________________\nAv. Marechal Floriano Peixoto, 170 8 andar, sala 805, Centro, Curitiba, Paran\u00e1, CEP 80020-090. 41 3224-1328 contato@lacerdaadvogados.adv.br\n\n\f___________________________________________\nequil\u00edbrio financeiro e atuarial, que mais se aproxima do regime contributivo na modalidade de capitaliza\u00e7\u00e3o. 17. Por outro lado, inexistindo previs\u00e3o normativa de creditamento em contas individuais de cada segurado das contribui\u00e7\u00f5es previdenci\u00e1rias vertidas ao regime, constata-se que foi adotado o sistema de capitaliza\u00e7\u00e3o coletiva. (...) Tais determina\u00e7\u00f5es, por certo, demonstram que os benef\u00edcios concedidos visam a substituir, na inatividade, a remunera\u00e7\u00e3o at\u00e9 ent\u00e3o percebida pelo servidor, tornando\nevidente a rela\u00e7\u00e3o direta existente entre a contribui\u00e7\u00e3o recolhida e o benef\u00edcio a ser auferido pelo segurado. (...)\n\u201dNeste tra\u00e7ado dos aspectos constitucionais do regime previdenci\u00e1rio dos servidores p\u00fablicos, releva notar que o \u00a7 12 do art. 40 da CF/88, na reda\u00e7\u00e3o ainda da EC 20/98, disp\u00f4s que \u201cAl\u00e9m do disposto neste artigo, o regime de previd\u00eancia dos servidores p\u00fablicos titulares de cargo efetivo observar\u00e1, no que couber, os requisitos e crit\u00e9rios fixados para o regime geral de previd\u00eancia social\u201d. Negritei. E as normas constitucionais do Regime Geral de Previd\u00eancia Social preceituam quanto \u00e0 rela\u00e7\u00e3o entre custeio e benef\u00edcio que: (...) Real\u00e7ando ainda mais esta compreens\u00e3o,\ndecorrente de interpreta\u00e7\u00e3o l\u00f3gico-sistem\u00e1tica, de que as contribui\u00e7\u00f5es vertidas pelos servidores p\u00fablicos ao RPPS guardam necess\u00e1ria correspond\u00eancia com os benef\u00edcios e servi\u00e7os que lhe s\u00e3o oferecidos pelo regime,\no \u00a7 5\u00b0 do art. 195 da CF/88, na reda\u00e7\u00e3o da EC 20/98, disp\u00f4s que \u201cNenhum benef\u00edcio ou servi\u00e7o da seguridade social poder\u00e1 ser criado, majorado ou estendido sem a correspondente fonte de custeio total\u201d. 18. Com efeito, e diante da tessitura constitucional plasmada pela EC 20/98, tem-se por imperiosa a conclus\u00e3o de que h\u00e1 uma correla\u00e7\u00e3o direta entre as parcelas que comp\u00f5em a base de c\u00e1lculo da contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria devida por cada servidor p\u00fablico e aquelas que integrar\u00e3o os seus futuros e correspondentes proventos na inatividade, bem como a pens\u00e3o eventualmente institu\u00edda em favor dos dependentes. (...) Esta compreens\u00e3o da mat\u00e9ria n\u00e3o escapou da arguta avalia\u00e7\u00e3o do C. STF, quando julgou a constitucionalidade da pr\u00f3pria EC 20/98 na ADI n. 2.010, rel. Eminente Ministro Celso de Mello, em cujo ac\u00f3rd\u00e3o restou lapidarmente pontuado: \u201c(...) O REGIME CONTRIBUTIVO \u00c9, POR ESS\u00caNCIA, UM REGIME DE CAR\u00c1TER EMINENTEMENTE RETRIBUTIVO. A QUEST\u00c3O DO EQUIL\u00cdBRIO ATUARIAL (CF, ART. 195, \u00a7 5\u00ba). CONTRIBUI\u00c7\u00c3O DE SEGURIDADE SOCIAL SOBRE PENS\u00d5ES E PROVENTOS: AUS\u00caNCIA DE CAUSA SUFICIENTE. - Sem causa suficiente, n\u00e3o se justifica a institui\u00e7\u00e3o (ou a majora\u00e7\u00e3o) da contribui\u00e7\u00e3o de seguridade\nsocial, pois, no regime de previd\u00eancia de car\u00e1ter contributivo, deve haver, necessariamente, correla\u00e7\u00e3o entre custo e benef\u00edcio. A exist\u00eancia de estrita vincula\u00e7\u00e3o causal entre contribui\u00e7\u00e3o e benef\u00edcio p\u00f5e em evid\u00eancia a corre\u00e7\u00e3o da f\u00f3rmula segundo a qual n\u00e3o pode haver contribui\u00e7\u00e3o sem benef\u00edcio, nem benef\u00edcio sem contribui\u00e7\u00e3o. Doutrina. Precedente do STF. (...)\n\u201c(ADI 2010 MC, Relator(a): Min. CELSO DE MELLO, Tribunal Pleno, julgado em 30/09/1999, DJ 12-04-2002 PP-00051 EMENT VOL-02064-01 PP-00086) 19. Em decorr\u00eancia deste precedente da Corte, verdadeiro leading case, o C. STF passou a firmar s\u00f3lida jurisprud\u00eancia no sentido de que somente as parcelas incorpor\u00e1veis ao sal\u00e1rio do servidor sofrem a incid\u00eancia da contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria. (...) No \u00e2mbito do TCU, em rela\u00e7\u00e3o aos servidores da casa, aquela corte de contas firmou no AC\u00d3RD\u00c3O N\u00ba 1.967/2004 \u2013 TCU \u2013 Plen\u00e1rio, o seguinte precedente: (...) 20. Pois bem, tecidas essas longas\n_____________________________________________________________________________________________\nAv. Marechal Floriano Peixoto, 170 8 andar, sala 805, Centro, Curitiba, Paran\u00e1, CEP 80020-090. 41 3224-1328 contato@lacerdaadvogados.adv.br\n\n\f___________________________________________\nconsidera\u00e7\u00f5es, entendo que o caso deve ser analisado \u00e0 luz dos princ\u00edpios constitucionais, nomeadamente os princ\u00edpios da contributividade e da solidariedade, este inserido ao texto pela EC n. 41/2003, do regime previdenci\u00e1rio dos servidores p\u00fablicos. 21. Com o advento da Emenda Constitucional n\u00ba 41, de 19 de dezembro de 2003, entendo que esta n\u00e3o trouxe qualquer inova\u00e7\u00e3o no que pertine ao sistema contributivo de capitaliza\u00e7\u00e3o coletiva adotado pela Emenda Constitucional n\u00ba 20, de 15 de dezembro de 1998. Ao contr\u00e1rio, pela leitura do texto constitucional, j\u00e1 alterado pela referida emenda, percebe-se uma acentua\u00e7\u00e3o na correla\u00e7\u00e3o existente entre custeio e benef\u00edcio (art. 40, \u00a7 3\u00ba), compreendendo-se o princ\u00edpio da solidariedade, ent\u00e3o acrescido, como um postulado normativo mediante o qual os servidores inativos, pensionistas e os entes p\u00fablicos passariam a contribuir para o regime de previd\u00eancia, em comunh\u00e3o de esfor\u00e7os com o servidores ativos, no intuito de manter a higidez e liquidez do fundo. Ali\u00e1s, a leitura das normas constitucionais que disciplinam o sal\u00e1rio de contribui\u00e7\u00e3o dos servidores p\u00fablicos deixa patente esta correla\u00e7\u00e3o (remunera\u00e7\u00e3o da ativa = proventos da inatividade), para aqueles servidores que ingressaram no regime antes da EC 41/03, verbis: (...) Referida lei foi revogada pela Lei n. 10.887/04, a qual disp\u00f5e em seu artigo 4\u00ba da Lei 10.887/04 acerca da contribui\u00e7\u00e3o social do servidor p\u00fablico dos Poderes da Uni\u00e3o e define como base de c\u00e1lculo: \u201c(...) o vencimento do cargo efetivo, acrescido das vantagens pecuni\u00e1rias permanentes estabelecidas em lei, os adicionais de car\u00e1ter individual ou quaisquer outras vantagens\u201d. (...) Nos dizeres do eminente Ministro do STF e festejado professor de Direito Constitucional Luiz Roberto Barroso, o fato de n\u00e3o haver uma rigidez absoluta entre os conceitos de valor da remunera\u00e7\u00e3o-de-contribui\u00e7\u00e3o e o que se reverte em benef cios \u201c(...) n\u00e3o significa, contudo, que o legislador disponha de liberdade absoluta para formatar o sistema segundo quaisquer crit rios de conveni ncia. Em vez disso, h\u00e1 pelo menos dois limites principais sua atua\u00e7\u00e3o. Em primeiro lugar, a falta de uma comutatividade absoluta ou r gida entre contribui\u00e7 es e benef cios n\u00e3o significa que a correspond\u00eancia possa ser inteiramente despre ada. Ao contr\u00e1rio, a Constitui\u00e7\u00e3o dei a claro que os sal\u00e1rios de contribui\u00e7\u00e3o comp em a base de c\u00e1lculo para a defini\u00e7\u00e3o das presta\u00e7 es previdenci\u00e1rias e que estes, assim como os pr prios benef cios resultantes, devem ser atuali ados a fim de que preservem a sua e press\u00e3o econ\u00f4mica. (...)\nPortanto, o regime previdenci\u00e1rio do servidor p\u00fablico exige que haja proporcionalidade entre contribui\u00e7\u00e3o e benef cio: \u201cn\u00e3o h\u00e1 contribui\u00e7\u00e3o sem benef\u00edcio nem benef\u00edcio sem contribui\u00e7\u00e3o\u201d (STF \u2013 ADI 2.010). (...) Nesta senda,\na meu sentir, padece do v\u00edcio de inconstitucionalidade a disposi\u00e7\u00e3o contida no \u00a7 2\u00b0, do art. 4\u00b0, da Lei n\u00b0 10.887/04, na reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n. 12.688/12, no que prev\u00ea a possibilidade-faculdade de inclus\u00e3o pelo servidor p\u00fablico de parcelas remunerat\u00f3rias que n\u00e3o podem ser incorporadas aos proventos da aposentadoria, como \u00e9 o caso da parcela n\u00e3o incorpor\u00e1vel da Gratifica\u00e7\u00e3o de Desempenho em quest\u00e3o, para fins de c\u00e1lculo do benef\u00edcio previdenci\u00e1rio futuro (...) 27. Ante o exposto, CONHE\u00c7O do presente Pedido de Uniformiza\u00e7\u00e3o para, no m\u00e9rito, DAR-LHE PROVIMENTO para firmar a tese de que a incid\u00eancia de contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria do servidor p\u00fablico federal (PSS) limita-se \u00e0 parcela da Gratifica\u00e7\u00e3o de Desempenho do Plano Geral de Cargos do Poder Executivo \u2013 GDPGPE incorpor\u00e1vel aos proventos de aposentadoria e pens\u00e3o. Determino o retorno dos autos \u00e0 origem para adequar seu julgado ao que aqui restou decidido e, consequentemente, julgar a pretens\u00e3o de direito material deduzida \u00e0 luz da tese jur\u00eddica ora definida. \u00c9 COMO VOTO.\n_____________________________________________________________________________________________\nAv. Marechal Floriano Peixoto, 170 8 andar, sala 805, Centro, Curitiba, Paran\u00e1, CEP 80020-090. 41 3224-1328 contato@lacerdaadvogados.adv.br\n\n\f___________________________________________\n(PEDILEF 05033297420134058101, JU\u00cdZA FEDERAL ANGELA CRISTINA MONTEIRO, TNU, DOU 05/02/2016 P\u00c1GINAS 221/329.) (negritou-se e grifouse)\n\nDA UNI\u00c3O\n\nMANIFESTA\u00c7\u00c3O DO TRIBUNAL DE CONTAS\n\n20.\n\nNo \u00e2mbito do Tribunal de Contas da Uni\u00e3o, em\n\nrela\u00e7\u00e3o aos servidores da casa, a corte de contas firmou no Ac\u00f3rd\u00e3o n\u00ba. 1.967/2004\n\n\u2013 TCU \u2013 Plen\u00e1rio, o seguinte precedente:\n\nAC\u00d3RD\u00c3O N\u00ba 1.967/2004 \u2013 TCU \u2013 Plen\u00e1rio 1. Processo: TC-015.336/2004-9 2. Grupo: II Classe: VII \u2013 Administrativo. 3. Unidade: Tribunal de Contas da Uni\u00e3o. 4. Interessada: Secretaria-Geral de Administra\u00e7\u00e3o (Segedam). 5. Relator: Ministro-Substituto Augusto Sherman Cavalcanti. 6. Representante do Minist\u00e9rio P\u00fablico: Procurador-Geral Lucas Rocha Furtado. 7. Unidade T\u00e9cnica: Conjur. 8. Advogado constitu\u00eddo nos autos: n\u00e3o atuou. 9. Ac\u00f3rd\u00e3o:Vistos, relatados e discutidos estes autos de Representa\u00e7\u00e3o formulada pela Secretaria-Geral de Administra\u00e7\u00e3o (Segedam), ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da Uni\u00e3o, reunidos em Sess\u00e3o Plen\u00e1ria, diante das raz\u00f5es expostas pelo relator, em: 9.1. conhecer da presente Representa\u00e7\u00e3o para firmar entendimento no sentido de que a parcela da Gratifica\u00e7\u00e3o de Desempenho que exceder o percentual m\u00ednimo estabelecido em Resolu\u00e7\u00e3o assegurado aos servidores inativos e pensionistas desta Corte n\u00e3o deve integrar a base de incid\u00eancia da contribui\u00e7\u00e3o para o Plano de Seguridade Social do Servidor P\u00fablico Civil da Uni\u00e3o; e 9.2. autorizar a Presid\u00eancia do Tribunal a restituir os valores descontados da remunera\u00e7\u00e3o dos servidores em desacordo com o entendimento disposto no item 9.1. deste ac\u00f3rd\u00e3o, devidamente corrigidos monetariamente. 10. Ata n\u00ba 43/2004 \u2013 Plen\u00e1rio 11. Data da Sess\u00e3o: 1\u00ba/12/2004 \u2013 Extraordin\u00e1ria de Car\u00e1ter Reservado 12. Especifica\u00e7\u00e3o do qu\u00f3rum: 12.1. Ministros presentes: Valmir Campelo (Presidente), Marcos Vinicios Vila\u00e7a, Adylson Motta, Walton Alencar Rodrigues, Guilherme Palmeira, Ubiratan Aguiar e os Ministros-Substitutos Lincoln Magalh\u00e3es da Rocha e Augusto Sherman Cavalcanti (Relator). 12.2. Auditor presente: Marcos Bemquerer Costa.\n\n_____________________________________________________________________________________________\nAv. Marechal Floriano Peixoto, 170 8 andar, sala 805, Centro, Curitiba, Paran\u00e1, CEP 80020-090. 41 3224-1328 contato@lacerdaadvogados.adv.br\n\n\f___________________________________________\n(...) 13. Ao que se tem, ap\u00f3s o advento da Emenda Constitucional n\u00ba 20/98, o regime de previd\u00eancia dos servidores p\u00fablicos passou a ter car\u00e1ter contributivo, devendo-se observar crit\u00e9rios que preservem seu equil\u00edbrio financeiro e atuarial, al\u00e9m do disposto na pr\u00f3pria Constitui\u00e7\u00e3o. 14. De acordo com Jos\u00e9 Escol\u00e1stico Abreu de Oliveira, o sistema contributivo \u201epode apresentar-se sob duas modalidades: o de reparti\u00e7\u00e3o (cash system; syst\u00e8me de la repartition), em que as contribui\u00e7\u00f5es descontadas do vencimento do funcion\u00e1rio confundem-se na receita geral, s\u00e3o revers\u00f5es ao Tesouro; e o de capitaliza\u00e7\u00e3o (actuarial system; syst\u00e9me de la capitalisation), em que as contribui\u00e7\u00f5es dos segurados (\u00e0s vezes completadas por subven\u00e7\u00f5es do Estado) formam um fundo aut\u00f4nomo para pagamento dos benef\u00edcios. (...) no sistema de reparti\u00e7\u00e3o (the \u201ecash disbursement\u201f method) as contribui\u00e7\u00f5es dever\u00e3o atender as despesas de cada ano; no sistema de capitaliza\u00e7\u00e3o (the \u201eactuarial reserve\u201f plan), as contribui\u00e7\u00f5es v\u00e3o al\u00e9m das necessidades de cada unidade de tempo, de modo a formar uma reserva para o futuro.\u201f (in Aposentadoria no Servi\u00e7o P\u00fablico, Editora Freitas Bastos, 1970, p\u00e1gs. 146/148 - grifado). 15. Ainda sobre o sistema contributivo, leciona Feij\u00f3 Coimbra: \u201e(...) O funcionamento financeiro das institui\u00e7\u00f5es de seguro social, sob esse aspecto, normalmente obedece a dois tipos: o da capitaliza\u00e7\u00e3o e o da reparti\u00e7\u00e3o. Pelo primeiro, s\u00e3o colocadas em reserva as cotiza\u00e7\u00f5es dos segurados, durante um per\u00edodo que se pretende mais ou menos longo, para que o capital se acumule. Dito capital, posto a juros, dever\u00e1 transmitir, no futuro, o pagamento das presta\u00e7\u00f5es que ao segurado sejam devidas. Tanto mais vantajoso ser\u00e1 o sistema, quanto mais alongado o per\u00edodo dessa acumula\u00e7\u00e3o, pois a renda do capital permitir\u00e1, por defini\u00e7\u00e3o, o acr\u00e9scimo das presta\u00e7\u00f5es. Dito sistema admite duas formas: a da capitaliza\u00e7\u00e3o individual, no qual as cotiza\u00e7\u00f5es se creditam \u00e0 conta individual de cada segurado, e a da capitaliza\u00e7\u00e3o coletiva, em que as contribui\u00e7\u00f5es dos segurados, em seu conjunto, s\u00e3o consideradas favorecendo a coletividade segurada. A capitaliza\u00e7\u00e3o inspira-se em t\u00e9cnicas de seguro e poupan\u00e7a, acentuando sua filia\u00e7\u00e3o aos sistemas por que funcionam os seguros privados. O esfor\u00e7o de cada indiv\u00edduo e de cada gera\u00e7\u00e3o conflui para a realiza\u00e7\u00e3o de fundos que, administrados de maneira correta, permitiriam a entrega das presta\u00e7\u00f5es no devido tempo. J\u00e1 pelo sistema de reparti\u00e7\u00e3o, o volume das quantias arrecadadas em cada per\u00edodo servir\u00e1 para o custeio das presta\u00e7\u00f5es que devidas forem no mesmo per\u00edodo. Esse sistema repousa na id\u00e9ia de solidariedade entre indiv\u00edduos e entre gera\u00e7\u00f5es, e com ele as contribui\u00e7\u00f5es dos que s\u00e3o aptos para o trabalho, dos que t\u00eam renda , s\u00e3o de imediato empregadas no amparo dos que tal situa\u00e7\u00e3o n\u00e3o ostentam (...)\u201f (in Direito Previdenci\u00e1rio Brasileiro, Edi\u00e7\u00f5es Trabalhistas, Rio de Janeiro, 1999, p\u00e1g. 235 - grifado). 16. Pois bem, a Constitui\u00e7\u00e3o Federal, na reda\u00e7\u00e3o dada pela Emenda Constitucional n\u00ba 20/98, determinou que o car\u00e1ter contributivo do regime de previd\u00eancia dos servidores deve se dar com a observ\u00e2ncia de crit\u00e9rios que preservem seu equil\u00edbrio financeiro e atuarial, aproximando-se do regime contributivo na modalidade de capitaliza\u00e7\u00e3o, j\u00e1 que as contribui\u00e7\u00f5es recolhidas se destinam \u00e0 forma\u00e7\u00e3o de reservas para pagamento de benef\u00edcios futuros. Outrossim, na forma da lei, as contribui\u00e7\u00f5es previdenci\u00e1rias n\u00e3o s\u00e3o creditadas \u00e0 conta individual de cada segurado, sendo, portanto, um sistema de capitaliza\u00e7\u00e3o coletiva, em que as contribui\u00e7\u00f5es dos segurados, em seu conjunto, favorecem \u00e0 coletividade segurada. 17. Anote-se, ainda, que os proventos de aposentadoria e as pens\u00f5es, por ocasi\u00e3o de sua concess\u00e3o, n\u00e3o poder\u00e3o exceder a remunera\u00e7\u00e3o do respectivo servidor, no cargo efetivo em que se deu a aposentadoria ou que serviu de refer\u00eancia para a concess\u00e3o da pens\u00e3o (artigo 40, par\u00e1grafo 2\u00ba, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal). Al\u00e9m disso, ser\u00e3o eles calculados com base na remunera\u00e7\u00e3o do servidor no cargo efetivo em que se\n_____________________________________________________________________________________________\nAv. Marechal Floriano Peixoto, 170 8 andar, sala 805, Centro, Curitiba, Paran\u00e1, CEP 80020-090. 41 3224-1328 contato@lacerdaadvogados.adv.br\n\n\f___________________________________________\nder a aposentadoria e, na forma da lei, corresponder\u00e3o \u00e0 totalidade da remunera\u00e7\u00e3o (artigo 40, par\u00e1grafo 3\u00ba, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal). Tais\ndetermina\u00e7\u00f5es, por certo, demonstram que os benef\u00edcios concedidos visam a substituir, na inatividade, a remunera\u00e7\u00e3o at\u00e9 ent\u00e3o percebida pelo servidor, tornando evidente a rela\u00e7\u00e3o direta existente entre a contribui\u00e7\u00e3o recolhida e o benef\u00edcio a ser auferido pelo segurado. (...) 21. De todo o exposto, resulta que, observadas as\nrespectivas peculiaridades, as contribui\u00e7\u00f5es recolhidas pelos servidores p\u00fablicos guardam necess\u00e1ria correspond\u00eancia com os benef\u00edcios e\nservi\u00e7os que lhe s\u00e3o oferecidos, devendo haver correla\u00e7\u00e3o direta entre as parcelas que comp\u00f5em a base de c\u00e1lculo da contribui\u00e7\u00e3o de cada servidor e as que integrar\u00e3o seus correspondentes proventos na inatividade. (...) \u00c9 o relat\u00f3rio. VOTO (...) 7. Ademais, considerando que a\nEmenda Constitucional 41, de 2003, n\u00e3o trouxe altera\u00e7\u00f5es, no que tange ao sistema contributivo adotado a partir da Emenda Constitucional 20, de 1998, prevalece a obrigatoriedade de que sejam preservados o equil\u00edbrio financeiro e atuarial do sistema, os quais ser\u00e3o invi\u00e1veis se n\u00e3o houver correla\u00e7\u00e3o entre custeio e benef\u00edcio. 8.Outro aspecto relevante abordado na manifesta\u00e7\u00e3o da Consultoria Jur\u00eddica \u00e9 que, aliando-se o car\u00e1ter contributivo do regime de previd\u00eancia dos servidores ao preceito contido no \u00a7 2\u00ba do art. 40 da Constitui\u00e7\u00e3o, que limita os proventos de aposentadoria e as pens\u00f5es \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o do servidor no cargo efetivo em que se d\u00e1 a aposentadoria ou\nque serve de refer\u00eancia para a concess\u00e3o da pens\u00e3o, v\u00ea-se corroborada a vincula\u00e7\u00e3o existente entre a contribui\u00e7\u00e3o recolhida e o benef\u00edcio a ser auferido pelo servidor quando de sua inativa\u00e7\u00e3o. (...)\nDO BENEF\u00cdCIO DA JUSTI\u00c7A GRATUITA\n\n21.\n\nA parte autora requer a concess\u00e3o dos benef\u00edcios da\n\ngratuidade da justi\u00e7a com fulcro no art. 5\u00b0, inciso LXXIV, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal,\n\nnos dispositivos da Lei n\u00b0 1.060/51 c/c o art. 1\u00b0 e seguintes da Lei n\u00b0 7.115/83,\n\ndeclarando ser pessoa juridicamente pobre e sem condi\u00e7\u00f5es de suportar o \u00f4nus do\n\npresente processo sem preju\u00edzo de seu sustento e de sua fam\u00edlia, conforme\n\nDeclara\u00e7\u00e3o de Hipossufici\u00eancia em anexo.\n\n_____________________________________________________________________________________________\nAv. Marechal Floriano Peixoto, 170 8 andar, sala 805, Centro, Curitiba, Paran\u00e1, CEP 80020-090. 41 3224-1328 contato@lacerdaadvogados.adv.br\n\n\f___________________________________________\nDOS PEDIDOS\n\n22.\n\nAnte o exposto, requer-se:\n\na) A total proced\u00eancia dos pedidos autorais, para condenar a R\u00e9 a revisar o benef\u00edcio do (a) Autor (a), com a incorpora\u00e7\u00e3o integral da gratifica\u00e7\u00e3o de desempenho (GD) nos proventos de aposentadoria, bem como a restitui\u00e7\u00e3o \u00e0 parte autora dos valores atrasados anteriores a 29/09/2015, data de assinatura do Termo de Acordo 1/2015, respeitado o prazo prescritivo quinquenal;\nb) A cita\u00e7\u00e3o da Uni\u00e3o Federal para, querendo, contestar a presente a\u00e7\u00e3o, sob pena de confiss\u00e3o e revelia;\nc) A condena\u00e7\u00e3o da Uni\u00e3o Federal a pagar honor\u00e1rios advocat\u00edcios de 20% (vinte por cento) sobre o total a ser apurado, em caso de interposi\u00e7\u00e3o de recurso;\nd) A concess\u00e3o \u00e0 parte autora dos benef\u00edcios da justi\u00e7a gratuita, uma vez que, conforme Declara\u00e7\u00e3o de Hipossufici\u00eancia em anexo, \u00e9 pobre na acep\u00e7\u00e3o jur\u00eddica do termo, n\u00e3o possuindo condi\u00e7\u00f5es financeiras de arcar com as custas processuais sem preju\u00edzo do sustento pr\u00f3prio e de sua fam\u00edlia.\n\n_____________________________________________________________________________________________\nAv. Marechal Floriano Peixoto, 170 8 andar, sala 805, Centro, Curitiba, Paran\u00e1, CEP 80020-090. 41 3224-1328 contato@lacerdaadvogados.adv.br\n\n\f___________________________________________\ne) Protesta pela produ\u00e7\u00e3o de todos os meios de prova admitidos em direito, inclusive testemunhal e juntada de novos documentos, sem exclus\u00e3o de nenhum outro meio de prova que se fizer necess\u00e1rio ao deslinde da demanda.\nAtribui-se a causa o valor de R$ 35.282,68 (Trinta e cinco mil duzentos e oitenta e dois reais e sessenta e oito centavos).\nNesses termos, Pede deferimento. Curitiba, 11 de maio de 2016. ERALDO LACERDA J\u00daNIOR OAB/PR 30.437\n_____________________________________________________________________________________________\nAv. Marechal Floriano Peixoto, 170 8 andar, sala 805, Centro, Curitiba, Paran\u00e1, CEP 80020-090. 41 3224-1328 contato@lacerdaadvogados.adv.br\n\n\f" } ], "similar_texts_federais_solon": [ { "header": "Texto Similar 1 (Solon) - IdDocumentoCompleto: 5058564-25.2016.4.04.7000-701479907530670780010088888560", "text": "___________________________________________\nEXCELENTISSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA __ VARA DA JUSTI\u00c7A FEDERAL DA SUBSE\u00c7\u00c3O DE CURITIBA \u2013 SE\u00c7\u00c3O JUDICI\u00c1RIA DO PARAN\u00c1\nCLICEU JOSE AHRENS, brasileiro, solteiro, pensionista, portador do RG n\u00ba. 36108630 e inscrito no CPF sob n\u00b0 47595922968, REPRESENTADO POR: ALICE ABIB AHRENS, brasileiro, solteira, aposentada, portadora do RG n\u00ba. 12235623 e inscrita no CPF sob n\u00b0 40135616972, ambos residentes e domiciliado na Rua Monsenhor Ivo Zanlorenzi, 4400, Campo Comprido, CEP: 81210-000 Curitiba - Paran\u00e1 vem, respeitosamente, perante Vossa Excel\u00eancia, por interm\u00e9dio de seu advogado adiante assinado (procura\u00e7\u00e3o em anexo), com escrit\u00f3rio profissional situado na Avenida Marechal Floriano Peixoto, n\u00ba. 170, 8\u00ba andar, Centro, CEP 80.020-090, Curitiba/PR, propor:\nA\u00c7\u00c3O DE REVIS\u00c3O DE BENEF\u00cdCIO\nEm face do INSS, Instituto Nacional do Seguro Social, autarquia federal, representado por sua Procuradoria Regional, com base nos fatos e fundamentos jur\u00eddicos a seguir aduzidos:\n_____________________________________________________________________________________________\nAv. Marechal Floriano Peixoto, 170 8 andar, sala 805, Centro, Curitiba, Paran\u00e1, CEP 80020-090. 41 3224-1328 contato@lacerdaadvogados.adv.br\n\n\f___________________________________________\nDOS FATOS\nO (A) autor (a) \u00e9 servidor (a) p\u00fablico (a) federal inativo (a) ou pensionista, conforme documentos em anexo.\nOcorre que em seus contracheques percebeu a gratifica\u00e7\u00e3o de desempenho (GD) em pontua\u00e7\u00e3o menor do que o correto, procedimento ilegal, notadamente ap\u00f3s a edi\u00e7\u00e3o da Lei n\u00b0 13.324/2016, que reconheceu O DIREITO A INTEGRALIDADE, COM CORRELA\u00c7\u00c3O DIRETA ENTRE AS PARCELAS QUE COMP\u00d5EM A BASE DE C\u00c1LCULO DA CONTRIBUI\u00c7\u00c3O PREVIDENCI\u00c1RIA \u2013 PSS, E AQUELAS QUE INTEGRAM OS CORRESPONDENTES PROVENTOS DA INATIVIDADE.\nPor meio da Lei n\u00b0 13.324/2016, reconheceu-se que TODAS as contribui\u00e7\u00f5es previdenci\u00e1rias vertidas sobre Gratifica\u00e7\u00f5es de Desempenho devem ser incorporadas integralmente aos proventos de inatividade.\nEm raz\u00e3o da necess\u00e1ria correspond\u00eancia entre contribui\u00e7\u00f5es vertidas e o benef\u00edcio auferido, insurge-se a parte autora em face da situa\u00e7\u00e3o acima exposta, n\u00e3o restando outra alternativa, sen\u00e3o a de buscar a tutela jurisdicional para ter seu benef\u00edcio revisto com base nos crit\u00e9rios estabelecidos pela Lei n\u00b0 13.324/2016, bem como a devolu\u00e7\u00e3o das parcelas sonegadas no passado.\n_____________________________________________________________________________________________\nAv. Marechal Floriano Peixoto, 170 8 andar, sala 805, Centro, Curitiba, Paran\u00e1, CEP 80020-090. 41 3224-1328 contato@lacerdaadvogados.adv.br\n\n\f___________________________________________\n\nPRELIMINARES\n\nI)\n\nDA EXTENS\u00c3O DAS VANTAGENS CONCEDIDAS PELA\n\nLEI N\u00b0 13.324/16 AOS INATIVOS ANTERIORES \u00c0\n\nVIG\u00caNCIA DA EC 41/2003\n\nVale o registro de que os servidores inativos e pensionistas anteriores \u00e0 vig\u00eancia da EC 41/2003, em respeito ao teor original do art. 40, \u00a7 4 da CF, tem para si estendidos quaisquer benef\u00edcios ou vantagens posteriormente concedidos aos servidores em atividade:\n\nArt. 40. Aos servidores titulares de cargos efetivos da Uni\u00e3o, dos Estados, do Distrito Federal e dos Munic\u00edpios, inclu\u00eddas suas autarquias e funda\u00e7\u00f5es, \u00e9 assegurado regime de previd\u00eancia de car\u00e1ter contributivo e solid\u00e1rio, mediante contribui\u00e7\u00e3o do respectivo ente p\u00fablico, dos servidores ativos e inativos e dos pensionistas, observados crit\u00e9rios que preservem o equil\u00edbrio financeiro e atuarial e o disposto neste artigo. (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Emenda Constitucional n\u00ba 41, 19.12.2003)\n(...)\n\u00a7 4\u00ba - Os proventos da aposentadoria ser\u00e3o revistos, na mesma propor\u00e7\u00e3o e na mesma data, sempre que se modificar a remunera\u00e7\u00e3o\ndos servidores em atividade, sendo tamb\u00e9m estendidos aos inativos quaisquer benef\u00edcios ou vantagens posteriormente concedidos aos servidores em atividade, inclusive quando\ndecorrentes da transforma\u00e7\u00e3o ou reclassifica\u00e7\u00e3o do cargo ou fun\u00e7\u00e3o\nX C em que se deu a aposentadoria, na forma da lei. (negritou-se)\n\nDiante da letra cristalina da Lei, n\u00e3o resta qualquer d\u00favida da extens\u00e3o das vantagens ora concedidas aos aposentados/pensionistas anteriores \u00e0 vig\u00eancia da EC 41/2003.\nA Lei n\u00b0 13.324/2016 n\u00e3o especifica a forma de incorpora\u00e7\u00e3o das GDs aos aposentados anteriores a EC 41/2003, mas n\u00e3o pode restar duvida _____________________________________________________________________________________________\nAv. Marechal Floriano Peixoto, 170 8 andar, sala 805, Centro, Curitiba, Paran\u00e1, CEP 80020-090. 41 3224-1328 contato@lacerdaadvogados.adv.br\n\n\f___________________________________________\nque a incorpora\u00e7\u00e3o \u00e9 INTEGRAL.\nApenas para os inativos abrangidos pelos artigos 3\u00ba, 6\u00ba e 6\u00ba-A, da EC n\u00ba. 41/2003 e artigo 3\u00ba da EC 47/2005 h\u00e1 um c\u00e1lculo para a incorpora\u00e7\u00e3o das GDs.\n\nII)\n\nDO RECONHECIMENTO DA RELA\u00c7\u00c3O DIRETA ENTRE\n\nCONTRIBUI\u00c7\u00c3O E BENEF\u00cdCIO \u2013 RESTAURA\u00c7\u00c3O DA\n\nINTEGRALIDADE\n\nA Uni\u00e3o Federal vem recolhendo o PSS, Plano de Seguridade Social, ou contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria, de parcelas das GDs (Gratifica\u00e7\u00f5es de Desempenho) percebidas pelos servidores ativos, e que at\u00e9 o advento da Lei n\u00b0 13.324/2016, n\u00e3o eram incorpor\u00e1veis aos proventos da inatividade.\nTal distor\u00e7\u00e3o obrigava servidores ativos a recolherem PSS sobre 100% da Gratifica\u00e7\u00e3o de Desempenho percebida para posteriormente terem direito a p. ex., apenas 50% da mesma Gratifica\u00e7\u00e3o em seus benef\u00edcios de inatividade, em verdadeira afronta ao regime da integralidade.\nTodavia a Lei n\u00b0 13.324/2016 veio sanar tal erro, ao instituir novel regulamento para a incorpora\u00e7\u00e3o da integralidade das GDs nas aposentadorias e pens\u00f5es.\nConforme se verifica da leitura do artigo 87 da lei em comento, tais valores passam a ser incorporados aos proventos de aposentadoria ou pens\u00e3o:\n\nArt. 87. \u00c9 facultado aos servidores, aos aposentados e aos pensionistas que estejam sujeitos ao disposto nos arts. 3o, 6o ou 6o-A da Emenda Constitucional no 41, de 19 de dezembro de 2003, ou no art. 3o da Emenda Constitucional no 47, de 5 de julho de 2005, optar\npela incorpora\u00e7\u00e3o de gratifica\u00e7\u00f5es de desempenho aos proventos de aposentadoria ou de pens\u00e3o, nos termos dos\n_____________________________________________________________________________________________\nAv. Marechal Floriano Peixoto, 170 8 andar, sala 805, Centro, Curitiba, Paran\u00e1, CEP 80020-090. 41 3224-1328 contato@lacerdaadvogados.adv.br\n\n\f___________________________________________\narts. 88 e 89, relativamente aos seguintes cargos, planos e carreiras:\n(negritou-se)\nO entendimento sufragado passa a ser ent\u00e3o, o de que n\u00e3o h\u00e1 contribui\u00e7\u00e3o sem o benef\u00edcio correspondente, bem como de que o inativo tem direito a integralidade remunerat\u00f3ria com os servidores da ativa.\n\nDO DIREITO\n\nI)\n\nDA INCORPORA\u00c7\u00c3O DA GRATIFICA\u00c7\u00c3O DE\n\nDESEMPENHO NOS PROVENTOS DE APOSENTADORIA\n\nDOS INATIVOS ABRANGIDOS PELOS ARS. 3\u00ba, 6\u00ba E 6\u00ba-A,\n\nDA EC N\u00ba. 41/2003 E ART. 3 EC 47/2005\n\nA presente demanda objetiva a revis\u00e3o imediata do benef\u00edcio do (a) Autor (a), com a incorpora\u00e7\u00e3o da gratifica\u00e7\u00e3o de desempenho (GD) nos proventos de aposentadoria, bem como a restitui\u00e7\u00e3o \u00e0 parte autora dos valores atrasados respeitando a prescri\u00e7\u00e3o quinquenal.\nA revis\u00e3o ora postulada encontra-se respaldada nos termos da Lei n\u00b0 13.324/2016, especialmente em seu artigo 87 e seguintes.\nO artigo 87 e seguintes da Lei n\u00b0 13.324/2016 preveem os crit\u00e9rios para a incorpora\u00e7\u00e3o da gratifica\u00e7\u00e3o de desempenho nos proventos de aposentadoria dos servidores abrangidos pelos artigos 3\u00ba, 6\u00ba e 6\u00ba-A, da Emenda Constitucional n\u00ba. 41/2003 e artigo 3\u00ba da Emenda Constitucional 47/2005, assim dispondo:\nArt. 87. \u00c9 facultado aos servidores, aos aposentados e aos pensionistas que estejam sujeitos ao disposto nos arts. 3o, 6o ou 6o-A da Emenda Constitucional no 41, de 19 de dezembro de 2003, ou no art. 3o da Emenda Constitucional no 47, de 5 de julho de 2005, optar\n_____________________________________________________________________________________________\nAv. Marechal Floriano Peixoto, 170 8 andar, sala 805, Centro, Curitiba, Paran\u00e1, CEP 80020-090. 41 3224-1328 contato@lacerdaadvogados.adv.br\n\n\f___________________________________________\npela incorpora\u00e7\u00e3o de gratifica\u00e7\u00f5es de desempenho aos proventos de aposentadoria ou de pens\u00e3o, nos termos dos\narts. 88 e 89, relativamente aos seguintes cargos, planos e carreiras:\n(...)\nPar\u00e1grafo \u00fanico. A op\u00e7\u00e3o de que trata o caput somente poder\u00e1 ser exercida se o servidor tiver percebido gratifica\u00e7\u00f5es de desempenho por, no m\u00ednimo, sessenta meses, antes da data da aposentadoria ou da institui\u00e7\u00e3o da pens\u00e3o.\nArt. 88. Os servidores de que trata o art. 87 podem optar, em car\u00e1ter irretrat\u00e1vel, pela incorpora\u00e7\u00e3o de gratifica\u00e7\u00f5es de desempenho aos proventos de aposentadoria ou de pens\u00e3o, nos seguintes termos:\nI - a partir de 1o de janeiro de 2017: 67% (sessenta e sete por cento) do valor referente \u00e0 m\u00e9dia dos pontos da gratifica\u00e7\u00e3o de desempenho recebidos nos \u00faltimos sessenta meses de atividade;\nII - a partir de 1o de janeiro de 2018: 84% (oitenta e quatro por cento) do valor referente \u00e0 m\u00e9dia dos pontos da gratifica\u00e7\u00e3o de desempenho recebidos nos \u00faltimos sessenta meses de atividade; e\nIII - a partir de 1o de janeiro de 2019: o valor integral da m\u00e9dia dos pontos da gratifica\u00e7\u00e3o de desempenho recebidos nos \u00faltimos sessenta meses de atividade.\n\u00a7 1o Para fins de c\u00e1lculo do valor devido, o percentual da m\u00e9dia dos pontos de que tratam os incisos I a III do caput ser\u00e1 aplicado sobre o valor do ponto correspondente ao posicionamento do servidor na tabela remunerat\u00f3ria na data da aposentadoria ou da institui\u00e7\u00e3o da pens\u00e3o, respeitadas as altera\u00e7\u00f5es relativas a posicionamentos decorrentes de legisla\u00e7\u00e3o espec\u00edfica.\n(...)\n\u00a7 5o Eventual diferen\u00e7a entre o valor que o servidor ou o pensionista receberia antes da op\u00e7\u00e3o e o valor decorrente da aplica\u00e7\u00e3o das regras dos incisos I e II do caput ser\u00e1 paga a t\u00edtulo de parcela complementar, de natureza provis\u00f3ria, at\u00e9 a implanta\u00e7\u00e3o das parcelas subsequentes.\nArt. 89. Para as aposentadorias e pens\u00f5es j\u00e1 institu\u00eddas na data de vig\u00eancia desta Lei, a op\u00e7\u00e3o, em car\u00e1ter irretrat\u00e1vel, pela incorpora\u00e7\u00e3o de gratifica\u00e7\u00f5es de desempenho aos proventos nos termos dos incisos I a III do caput do art. 88 dever\u00e1 ser feita da data de entrada em vigor desta Lei at\u00e9 31 de outubro de 2018.\n(...)\n\u00a7 3o Eventual diferen\u00e7a entre o valor que o aposentado ou o pensionista recebia antes da op\u00e7\u00e3o e o valor decorrente da aplica\u00e7\u00e3o das regras dos incisos I e II do caput do art. 88 ser\u00e1 paga a t\u00edtulo de parcela complementar, de natureza provis\u00f3ria, at\u00e9 a implanta\u00e7\u00e3o das\n_____________________________________________________________________________________________\nAv. Marechal Floriano Peixoto, 170 8 andar, sala 805, Centro, Curitiba, Paran\u00e1, CEP 80020-090. 41 3224-1328 contato@lacerdaadvogados.adv.br\n\n\f___________________________________________\nparcelas subsequentes.\nArt. 90. Para fins do disposto no \u00a7 5o do art. 88 e no \u00a7 3o do art. 89, ser\u00e1 considerado o valor do ponto vigente a partir de 1o de janeiro de 2017.\nArt. 91. A op\u00e7\u00e3o de que tratam os arts. 88 e 89 somente ser\u00e1 v\u00e1lida com a assinatura de termo de op\u00e7\u00e3o na forma do Anexo XCVI, que incluir\u00e1 a expressa concord\u00e2ncia do servidor, do aposentado ou do pensionista com:\nI - a forma, os prazos e os percentuais definidos nos arts. 88 e 89;\nII - a ren\u00fancia \u00e0 forma de c\u00e1lculo de incorpora\u00e7\u00e3o da gratifica\u00e7\u00e3o de desempenho reconhecida por decis\u00e3o administrativa; e\nIII - a ren\u00fancia ao direito de pleitear, na via administrativa, quaisquer valores ou vantagens decorrentes da forma de c\u00e1lculo da gratifica\u00e7\u00e3o de desempenho incorporada aos proventos de aposentadoria e pens\u00e3o, exceto em caso de comprovado erro material.\nPar\u00e1grafo \u00fanico. Na hip\u00f3tese de pagamento em duplicidade de valores referentes \u00e0s gratifica\u00e7\u00f5es de desempenho previstas nesta Lei, fica o ente p\u00fablico autorizado a reaver a import\u00e2ncia paga a maior administrativamente, por meio de desconto direto nos proventos.\n\nLogo, os benef\u00edcios dos servidores/inativos incursos nos arts. 3\u00ba, 6\u00ba e 6\u00ba-A, da EC n\u00ba. 41/2003 e art. 3\u00ba da EC 47/2005, devem ser revistos conforme os crit\u00e9rios previstos em lei, uma vez que os benef\u00edcios concedidos visam a substituir, na inatividade, a remunera\u00e7\u00e3o at\u00e9 ent\u00e3o percebida pelo servidor, sendo evidente a rela\u00e7\u00e3o direta existente entre a contribui\u00e7\u00e3o recolhida e o benef\u00edcio a ser auferido pelo segurado.\n\nII)\n\nDA INCORPORA\u00c7\u00c3O DA GRATIFICA\u00c7\u00c3O DE\n\nDESEMPENHO NOS PROVENTOS DE APOSENTADORIA\n\nDOS INATIVOS SOB A \u00c9GIDE DA PARIDADE, DA\n\nINTEGRALIDADE E DA ISONOMIA, E DOS INATIVOS\n\nANTERIORES \u00c0 VIG\u00caNCIA DA EC 41/2003\n\n_____________________________________________________________________________________________\nAv. Marechal Floriano Peixoto, 170 8 andar, sala 805, Centro, Curitiba, Paran\u00e1, CEP 80020-090. 41 3224-1328 contato@lacerdaadvogados.adv.br\n\n\f___________________________________________\nVale aqui um adendo. De forma NENHUMA a Uni\u00e3o Federal poder\u00e1 alegar que as GDs n\u00e3o s\u00e3o extensivas aos inativos por serem pro labore faciendo. Simplesmente porque j\u00e1 o fez, estendeu a integralidade das GDs aos inativos atrav\u00e9s do Termo de Acordo 1/2015, convertido no Projeto de Lei n\u00ba 4250/2015, que originou a Lei n\u00b0 13.324/2016, apenas engendrando um c\u00e1lculo para o recebimento dessas parcelas para os aposentados sob a \u00e9gide das ECs 41 e 47.\nVale lembrar que os inativos anteriores a EC 41/2003 TEM DIREITO A TODAS AS VANTAGENS POSTERIORMENTE CONCEDIDOS AOS SERVIDORES EM ATIVIDADE. Inclusive a ora em quest\u00e3o.\nN\u00c3O H\u00c1 POSSIBILIDADE LEGAL DE HAVER QUALQUER DISTIN\u00c7\u00c3O PARA OS APOSENTADOS ANTERIORES A EC 41/2003.\nAssim, devendo ser respeitadas a integralidade, a isonomia, a paridade, e a necess\u00e1ria correspond\u00eancia entre contribui\u00e7\u00e3o vertidas e o benef\u00edcio auferido, sob pena de enriquecimento sem causa do er\u00e1rio, o c\u00e1lculo dos inativos anteriores a EC 41/2003 deve ser realizado na forma acima descrita, qual seja, mediante o pagamento INTEGRAL da Gratifica\u00e7\u00e3o de Desempenho.\n\nIII)\n\nDO REGIME CONTRIBUTIVO NA MODALIDADE\n\nCAPITALIZA\u00c7\u00c3O COLETIVA\n\nExistem diversos modelos de previd\u00eancia social no mundo e cada pa\u00eds decide a maneira como ir\u00e1 proteger socialmente, os seus trabalhadores.\n_____________________________________________________________________________________________\nAv. Marechal Floriano Peixoto, 170 8 andar, sala 805, Centro, Curitiba, Paran\u00e1, CEP 80020-090. 41 3224-1328 contato@lacerdaadvogados.adv.br\n\n\f___________________________________________\nQuanto ao custeio, os sistemas previdenci\u00e1rios se dividem em contributivos e n\u00e3o contributivos. Essa divis\u00e3o leva em considera\u00e7\u00e3o a fonte de arrecada\u00e7\u00e3o da receita necess\u00e1ria ao desempenho da pol\u00edtica de prote\u00e7\u00e3o social. No sistema contributivo a lei especifica as pessoas que est\u00e3o obrigadas a contribuir para o regime, sendo essas pessoas os potenciais benefici\u00e1rios do regime, seus segurados, ou outras pessoas que a lei determine. No sistema n\u00e3o contributivo n\u00e3o existem pessoas obrigadas a contribuir para o custeio do sistema, o que acontece \u00e9 que uma parte da arrecada\u00e7\u00e3o tribut\u00e1ria geral \u00e9 destinada \u00e0 Previd\u00eancia.\nOutra forma de distin\u00e7\u00e3o entre os sistemas previdenci\u00e1rios \u00e9 quanto \u00e0 forma de utiliza\u00e7\u00e3o dos recursos obtidos. De acordo com a doutrina, o sistema contributivo pode ser enquadrado em duas modalidades, a saber: o de reparti\u00e7\u00e3o, em que as contribui\u00e7\u00f5es descontadas do vencimento do funcion\u00e1rio confundem-se na receita geral, s\u00e3o revers\u00f5es ao Tesouro; e o de capitaliza\u00e7\u00e3o, em que as contribui\u00e7\u00f5es dos segurados (\u00e0s vezes completadas por subven\u00e7\u00f5es do Estado) formam um fundo aut\u00f4nomo para pagamento dos benef\u00edcios.\nO sistema de capitaliza\u00e7\u00e3o admite duas formas: a da capitaliza\u00e7\u00e3o individual, no qual as cotiza\u00e7\u00f5es se creditam \u00e0 conta individual de cada segurado, e a da capitaliza\u00e7\u00e3o coletiva, em que as contribui\u00e7\u00f5es dos segurados, em seu conjunto, s\u00e3o consideradas favorecendo a coletividade segurada.\nA EC 20/98 adotou um regime de previd\u00eancia para os servidores p\u00fablicos, com crit\u00e9rios que preservem o equil\u00edbrio financeiro e atuarial, que mais se aproxima do regime contributivo na modalidade de capitaliza\u00e7\u00e3o. Inexistindo previs\u00e3o normativa de creditamento em contas individuais de cada segurado das contribui\u00e7\u00f5es previdenci\u00e1rias vertidas ao regime, constata-se que foi adotado o sistema de capitaliza\u00e7\u00e3o coletiva. Assim disp\u00f4s o artigo 40, \u00a7 2\u00ba e \u00a7 3\u00ba da Constitui\u00e7\u00e3o Federal, com a reda\u00e7\u00e3o dada pela EC 20/98:\n_____________________________________________________________________________________________\nAv. Marechal Floriano Peixoto, 170 8 andar, sala 805, Centro, Curitiba, Paran\u00e1, CEP 80020-090. 41 3224-1328 contato@lacerdaadvogados.adv.br\n\n\f___________________________________________\nArt. 40 - Aos servidores titulares de cargos efetivos da Uni\u00e3o, dos Estados, do Distrito Federal e dos Munic\u00edpios, inclu\u00eddas suas autarquias e funda\u00e7\u00f5es, \u00e9 assegurado regime de previd\u00eancia de car\u00e1ter contributivo, observados crit\u00e9rios que preservem o equil\u00edbrio financeiro e atuarial e o disposto neste artigo.\n(...)\n\u00a7 2\u00ba - Os proventos de aposentadoria e as pens\u00f5es, por ocasi\u00e3o de sua concess\u00e3o, n\u00e3o poder\u00e3o exceder a remunera\u00e7\u00e3o do respectivo servidor, no cargo efetivo em que se deu a aposentadoria ou que serviu de refer\u00eancia para a concess\u00e3o da pens\u00e3o.\n\u00a7 3\u00ba - Os proventos de aposentadoria, por ocasi\u00e3o da sua concess\u00e3o, ser\u00e3o calculados com base na remunera\u00e7\u00e3o do servidor no cargo efetivo em que se der a aposentadoria e, na forma da lei, corresponder\u00e3o \u00e0 totalidade da remunera\u00e7\u00e3o.\nTais determina\u00e7\u00f5es, contidas nas normas acima transcritas, por certo, demonstram que os benef\u00edcios concedidos visam a substituir, na inatividade, a remunera\u00e7\u00e3o at\u00e9 ent\u00e3o percebida pelo servidor, tornando evidente a rela\u00e7\u00e3o direta existente entre a contribui\u00e7\u00e3o recolhida e o benef\u00edcio a ser auferido pelo segurado.\nNeste tra\u00e7ado dos aspectos constitucionais do regime previdenci\u00e1rio dos servidores p\u00fablicos, releva notar que o \u00a7\u00ba12, do artigo 40 da Constitui\u00e7\u00e3o Federal na reda\u00e7\u00e3o ainda da EC 20/98, disp\u00f4s que:\nArt. 40 - Aos servidores titulares de cargos efetivos da Uni\u00e3o, dos Estados, do Distrito Federal e dos Munic\u00edpios, inclu\u00eddas suas autarquias e funda\u00e7\u00f5es, \u00e9 assegurado regime de previd\u00eancia de car\u00e1ter contributivo, observados crit\u00e9rios que preservem o equil\u00edbrio financeiro e atuarial e o disposto neste artigo.\n(...)\n\u00a7 12 - Al\u00e9m do disposto neste artigo, o regime de previd\u00eancia dos servidores p\u00fablicos titulares de cargo efetivo observar\u00e1, no que couber, os requisitos e crit\u00e9rios fixados para o regime geral de previd\u00eancia social. (negritou-se e grifou-se)\n_____________________________________________________________________________________________\nAv. Marechal Floriano Peixoto, 170 8 andar, sala 805, Centro, Curitiba, Paran\u00e1, CEP 80020-090. 41 3224-1328 contato@lacerdaadvogados.adv.br\n\n\f___________________________________________\nAs normas constitucionais do Regime Geral de Previd\u00eancia\nSocial preceituam quanto \u00e0 rela\u00e7\u00e3o entre custeio e benef\u00edcio que:\nArt. 201. A previd\u00eancia social ser\u00e1 organizada sob a forma de regime geral, de car\u00e1ter contributivo e de filia\u00e7\u00e3o obrigat\u00f3ria, observados crit\u00e9rios que preservem o equil\u00edbrio financeiro e atuarial, e atender\u00e1, nos termos da lei, a: (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Emenda Constitucional n\u00ba 20, de 1998) I - cobertura dos eventos de doen\u00e7a, invalidez, morte e idade avan\u00e7ada; (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Emenda Constitucional n\u00ba 20, de 1998) II - prote\u00e7\u00e3o \u00e0 maternidade, especialmente \u00e0 gestante; (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Emenda Constitucional n\u00ba 20, de 1998) III - prote\u00e7\u00e3o ao trabalhador em situa\u00e7\u00e3o de desemprego involunt\u00e1rio; (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Emenda Constitucional n\u00ba 20, de 1998) IV - sal\u00e1rio-fam\u00edlia e aux\u00edlio-reclus\u00e3o para os dependentes dos segurados de baixa renda; (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Emenda Constitucional n\u00ba 20, de 1998) V - pens\u00e3o por morte do segurado, homem ou mulher, ao c\u00f4njuge ou companheiro e dependentes, observado o disposto no \u00a7 2\u00ba. (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Emenda Constitucional n\u00ba 20, de 1998)\n(...)\n\u00a7 2\u00ba Nenhum benef\u00edcio que substitua o sal\u00e1rio de contribui\u00e7\u00e3o ou o rendimento do trabalho do segurado ter\u00e1 valor mensal inferior ao sal\u00e1rio m\u00ednimo. (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Emenda Constitucional n\u00ba 20, de 1998).\n\u00a7 3\u00ba Todos os sal\u00e1rios de contribui\u00e7\u00e3o considerados para o c\u00e1lculo de benef\u00edcio ser\u00e3o devidamente atualizados, na forma da lei. (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Emenda Constitucional n\u00ba 20, de 1998) (...)\n\u00a7 11. Os ganhos habituais do empregado, a qualquer t\u00edtulo, ser\u00e3o incorporados ao sal\u00e1rio para efeito de contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria e consequente repercuss\u00e3o em benef\u00edcios,\nnos casos e na forma da lei. (Inclu\u00eddo dada pela Emenda Constitucional n\u00ba 20, de 1998) (negritou-se e grifou-se)\nReal\u00e7ando ainda mais esta compreens\u00e3o, decorrente de\ninterpreta\u00e7\u00e3o l\u00f3gico-sistem\u00e1tica, de que as contribui\u00e7\u00f5es vertidas pelos servidores\np\u00fablicos ao Regime Pr\u00f3prio de Previd\u00eancia Social guardam necess\u00e1ria\ncorrespond\u00eancia com os benef\u00edcios e servi\u00e7os que lhe s\u00e3o oferecidos pelo regime, o\n\u00a7 5\u00b0 do artigo 195 da Constitui\u00e7\u00e3o Federal, na reda\u00e7\u00e3o da EC 20/98, disp\u00f4s que:\n_____________________________________________________________________________________________\nAv. Marechal Floriano Peixoto, 170 8 andar, sala 805, Centro, Curitiba, Paran\u00e1, CEP 80020-090. 41 3224-1328 contato@lacerdaadvogados.adv.br\n\n\f___________________________________________\nArt. 195. A seguridade social ser\u00e1 financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos or\u00e7amentos da Uni\u00e3o, dos Estados, do Distrito Federal e dos Munic\u00edpios, e das seguintes contribui\u00e7\u00f5es sociais: (...)\n\u00a7 5\u00ba Nenhum benef\u00edcio ou servi\u00e7o da seguridade social poder\u00e1 ser criado, majorado ou estendido sem a correspondente fonte de custeio total. (negritou-se)\nDiante das disposi\u00e7\u00f5es da EC 20/98, conclui-se que h\u00e1 uma correla\u00e7\u00e3o direta entre as parcelas que comp\u00f5em a base de c\u00e1lculo da contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria devida por cada servidor p\u00fablico e aquelas que integrar\u00e3o os seus futuros e correspondentes proventos na inatividade, bem como a pens\u00e3o eventualmente institu\u00edda em favor dos dependentes.\nCom o advento da EC 41/03, n\u00e3o houve inova\u00e7\u00e3o relativamente ao sistema contributivo de capitaliza\u00e7\u00e3o coletiva adotado pela EC 20/98. Ao contr\u00e1rio, pela leitura do texto constitucional, j\u00e1 alterado pela referida emenda, percebe-se uma acentua\u00e7\u00e3o na correla\u00e7\u00e3o existente entre custeio e benef\u00edcio (art. 40, \u00a7 3\u00ba), compreendendo-se o princ\u00edpio da solidariedade, ent\u00e3o acrescido, como um postulado normativo mediante o qual os servidores inativos, pensionistas e os entes p\u00fablicos passariam a contribuir para o regime de previd\u00eancia, em comunh\u00e3o de esfor\u00e7os com os servidores ativos, no intuito de manter a higidez e liquidez do fundo.\nAli\u00e1s, a leitura das normas constitucionais que disciplinam o sal\u00e1rio de contribui\u00e7\u00e3o dos servidores p\u00fablicos deixa patente esta correla\u00e7\u00e3o (remunera\u00e7\u00e3o da ativa = proventos da inatividade), para aqueles servidores que ingressaram no regime antes da EC 41/03:\n_____________________________________________________________________________________________\nAv. Marechal Floriano Peixoto, 170 8 andar, sala 805, Centro, Curitiba, Paran\u00e1, CEP 80020-090. 41 3224-1328 contato@lacerdaadvogados.adv.br\n\n\f___________________________________________\nArt. 40. Aos servidores titulares de cargos efetivos da Uni\u00e3o, dos Estados, do Distrito Federal e dos Munic\u00edpios, inclu\u00eddas suas autarquias e funda\u00e7\u00f5es, \u00e9 assegurado regime de previd\u00eancia de car\u00e1ter contributivo e solid\u00e1rio, mediante contribui\u00e7\u00e3o do respectivo ente p\u00fablico, dos servidores ativos e inativos e dos pensionistas, observados crit\u00e9rios que preservem o equil\u00edbrio financeiro e atuarial e o disposto neste artigo. (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Emenda Constitucional n\u00ba 41, 19.12.2003)\n\u00a7 1\u00ba Os servidores abrangidos pelo regime de previd\u00eancia de que trata este artigo ser\u00e3o aposentados, calculados os seus proventos a partir dos valores fixados na forma dos \u00a7\u00a7 3\u00ba e 17: (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Emenda Constitucional n\u00ba 41, 19.12.2003);\n(...)\n\u00a7 2\u00ba - Os proventos de aposentadoria e as pens\u00f5es, por ocasi\u00e3o de sua concess\u00e3o, n\u00e3o poder\u00e3o exceder a remunera\u00e7\u00e3o do respectivo servidor, no cargo efetivo em que se deu a aposentadoria ou que serviu de refer\u00eancia para a concess\u00e3o da pens\u00e3o. (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Emenda Constitucional n\u00ba 20, de 15/12/98)\n\u00a7 3\u00ba Para o c\u00e1lculo dos proventos de aposentadoria, por ocasi\u00e3o da sua concess\u00e3o, ser\u00e3o consideradas as remunera\u00e7\u00f5es utilizadas como base para as contribui\u00e7\u00f5es do servidor aos regimes de previd\u00eancia de que tratam este artigo e o art. 201, na forma da lei. (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Emenda Constitucional n\u00ba 41, 19.12.2003)\n(...)\n\u00a7 17. Todos os valores de remunera\u00e7\u00e3o considerados para o c\u00e1lculo do benef\u00edcio previsto no \u00a7 3\u00b0 ser\u00e3o devidamente atualizados, na forma da lei. (Inclu\u00eddo pela Emenda Constitucional n\u00ba 41, 19.12.2003)\n\u00a7 18. Incidir\u00e1 contribui\u00e7\u00e3o sobre os proventos de aposentadorias e pens\u00f5es concedidas pelo regime de que trata este artigo que superem o limite m\u00e1ximo estabelecido para os benef\u00edcios do regime geral de previd\u00eancia social de que trata o art. 201, com percentual igual ao estabelecido para os servidores titulares de cargos efetivos. (Inclu\u00eddo pela Emenda Constitucional n\u00ba 41, 19.12.2003)\nConforme se depreende dos dispositivos constitucionais em\napre\u00e7o, conclui-se que os benef\u00edcios concedidos visam a substituir, na inatividade, a\nremunera\u00e7\u00e3o at\u00e9 ent\u00e3o percebida pelo servidor, tornando-se clara a rela\u00e7\u00e3o\nexistente entre a contribui\u00e7\u00e3o recolhida e o benef\u00edcio a ser auferido pelo segurado.\n_____________________________________________________________________________________________\nAv. Marechal Floriano Peixoto, 170 8 andar, sala 805, Centro, Curitiba, Paran\u00e1, CEP 80020-090. 41 3224-1328 contato@lacerdaadvogados.adv.br\n\n\f___________________________________________\n\nIV)\n\nDO ENTEDIMENTO JURISPRUDENCIAL CONSOLIDADO\n\nSOBRE A CORRELA\u00c7\u00c3O ENTRE CUSTO E BENEF\u00cdCIO\n\nMANIFESTA\u00c7\u00c3O DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL \u2013\n\nADINMC 2.010/DF\n\nA mat\u00e9ria n\u00e3o escapou da avalia\u00e7\u00e3o do Supremo Tribunal Federal, ao apreciar a constitucionalidade da Lei 9.783/99 na ADINMC 2.010/DF, de relatoria do Ministro Celso de Mello, cujo ac\u00f3rd\u00e3o restou ementado nos seguintes termos:\n\nEMENTA: SERVIDORES P\u00daBLICOS FEDERAIS - CONTRIBUI\u00c7\u00c3O DE SEGURIDADE SOCIAL - LEI N\u00ba 9.783/99 - ARG\u00dcI\u00c7\u00c3O DE INCONSTITUCIONALIDADE FORMAL E MATERIAL DESSE DIPLOMA LEGISLATIVO - RELEV\u00c2NCIA JUR\u00cdDICA DA TESE PERTINENTE \u00c0 N\u00c3O-INCID\u00caNCIA DA CONTRIBUI\u00c7\u00c3O DE SEGURIDADE SOCIAL SOBRE SERVIDORES INATIVOS E PENSIONISTAS DA UNI\u00c3O FEDERAL (CF, ART. 40, CAPUT, E RESPECTIVO \u00a7 12, C/C O ART. 195, II, NA REDA\u00c7\u00c3O DADA PELA EC N\u00ba 20/98) - AL\u00cdQUOTAS PROGRESSIVAS - ESCALA DE PROGRESSIVIDADE DOS ADICIONAIS TEMPOR\u00c1RIOS (ART. 2\u00ba DA LEI N\u00ba 9.783/99) - ALEGA\u00c7\u00c3O DE OFENSA AO PRINC\u00cdPIO QUE VEDA A TRIBUTA\u00c7\u00c3O CONFISCAT\u00d3RIA (CF, ART. 150, IV) E DE DESCARACTERIZA\u00c7\u00c3O DA FUN\u00c7\u00c3O CONSTITUCIONAL INERENTE \u00c0 CONTRIBUI\u00c7\u00c3O DE SEGURIDADE SOCIAL PLAUSIBILIDADE JUR\u00cdDICA - MEDIDA CAUTELAR DEFERIDA EM PARTE. PRINC\u00cdPIO DA IRREPETIBILIDADE DOS PROJETOS REJEITADOS NA MESMA SESS\u00c3O LEGISLATIVA (CF, ART. 67) MEDIDA PROVIS\u00d3RIA REJEITADA PELO CONGRESSO NACIONAL - POSSIBILIDADE DE APRESENTA\u00c7\u00c3O DE PROJETO DE LEI, PELO PRESIDENTE DA REP\u00daBLICA, NO IN\u00cdCIO DO ANO SEGUINTE \u00c0QUELE EM QUE SE DEU A REJEI\u00c7\u00c3O\nPARLAMENTAR DA MEDIDA PROVIS\u00d3RIA. (...) O REGIME CONTRIBUTIVO \u00c9, POR ESS\u00caNCIA, UM REGIME DE CAR\u00c1TER EMINENTEMENTE RETRIBUTIVO. A QUEST\u00c3O DO EQUIL\u00cdBRIO ATUARIAL (CF, ART. 195, \u00a7 5\u00ba). CONTRIBUI\u00c7\u00c3O DE SEGURIDADE SOCIAL SOBRE PENS\u00d5ES E PROVENTOS: AUS\u00caNCIA DE CAUSA SUFICIENTE. - Sem causa suficiente, n\u00e3o se justifica a institui\u00e7\u00e3o (ou a majora\u00e7\u00e3o) da contribui\u00e7\u00e3o de seguridade social, pois, no regime de previd\u00eancia de car\u00e1ter contributivo, deve haver, necessariamente, correla\u00e7\u00e3o entre custo e benef\u00edcio. A exist\u00eancia de estrita vincula\u00e7\u00e3o causal entre contribui\u00e7\u00e3o e benef\u00edcio p\u00f5e em evid\u00eancia a corre\u00e7\u00e3o\nda f\u00f3rmula segundo a qual n\u00e3o pode haver\ncontribui\u00e7\u00e3o sem benef\u00edcio, nem benef\u00edcio sem _____________________________________________________________________________________________\nAv. Marechal Floriano Peixoto, 170 8 andar, sala 805, Centro, Curitiba, Paran\u00e1, CEP 80020-090. 41 3224-1328 contato@lacerdaadvogados.adv.br\n\n\f___________________________________________\ncontribui\u00e7\u00e3o. Doutrina. Precedente do STF. A CONTRIBUI\u00c7\u00c3O DE\nSEGURIDADE SOCIAL DOS SERVIDORES P\u00daBLICOS EM ATIVIDADE CONSTITUI MODALIDADE DE TRIBUTO VINCULADO. - A contribui\u00e7\u00e3o de seguridade social, devida por servidores p\u00fablicos em atividade, configura modalidade de contribui\u00e7\u00e3o social, qualificando-se como esp\u00e9cie tribut\u00e1ria de car\u00e1ter vinculado, constitucionalmente destinada ao custeio e ao financiamento do regime de previd\u00eancia dos servidores p\u00fablicos titulares de cargo efetivo. Precedentes. (...) (ADI 2010 MC, Relator(a): Min. CELSO DE MELLO, Tribunal Pleno, julgado em 30/09/1999, DJ 12-04-2002 PP-00051\nEMENT VOL-02064-01 PP-00086). (negritou-se e grifou-se)\n\nV)\n\nMANIFESTA\u00c7\u00c3O DA TURMA NACIONAL DE\n\nUNIFORMIZA\u00c7\u00c3O DOS JUIZADOS ESPECIAIS FEDERAIS\n\nSeguindo o posicionamento adotado pelo Supremo Tribunal\nFederal, a Turma de Uniformiza\u00e7\u00e3o dos Juizados Especiais Federais manifestou o\nentendimento de que o regime de previd\u00eancia para os servidores p\u00fablicos adotou o\nsistema de capitaliza\u00e7\u00e3o coletiva, sendo evidente a rela\u00e7\u00e3o direta existente entre a\ncontribui\u00e7\u00e3o recolhida e benef\u00edcio a ser auferido:\nPEDIDO DE UNIFORMIZA\u00c7\u00c3O INTERPOSTO PELA PARTE AUTORA. ADMINISTRATIVO. GRATIFICA\u00c7\u00c3O DE DESEMPENHO DO PLANO GERAL DE CARGOS DO PODER EXECUTIVO GDPGPE. SERVIDOR P\u00daBLICO DA ATIVA. PLANO DE SEGURIDADE SOCIAL DO SERVIDOR - PSS. INCID\u00caNCIA DE CONTRIBUI\u00c7\u00c3O PREVIDENCI\u00c1RIA. LIMITA\u00c7\u00c3O \u00c0 PARCELA\nINCORPOR\u00c1VEL NA APOSENTADORIA. \u201cN\u00c3O H\u00c1 CONTRIBUI\u00c7\u00c3O SEM BENEF\u00cdCIO NEM BENEF\u00cdCIO SEM CONTRIBUI\u00c7\u00c3O (STF - ADC 8 MC; ADI 2.010)\u201d. INCIDENTE CONHECIDO E PROVIDO. (...) Com o advento da Emenda Constitucional n\u00ba 20, em 15 de dezembro de 1998, o sistema de previd\u00eancia dos servidores p\u00fablicos passou por sens\u00edveis altera\u00e7\u00f5es, sendo relevante anotar a clara op\u00e7\u00e3o constituinte pelo regime contributivo na modalidade de capitaliza\u00e7\u00e3o, notadamente pela institui\u00e7\u00e3o de um regime de previd\u00eancia de car\u00e1ter contributivo e com crit\u00e9rios que preservassem o equil\u00edbrio financeiro e atuarial (art. 40, caput) (...) 16. De acordo com a doutrina o sistema contributivo pode ser enquadrado em duas modalidades, a saber: \u201c(...) o de reparti\u00e7\u00e3o (cash system; syst\u00e8me de la repartition), em que as contribui\u00e7\u00f5es descontadas do vencimento do funcion\u00e1rio confundem-se na receita geral, s\u00e3o revers\u00f5es ao Tesouro; e o de capitaliza\u00e7\u00e3o (actuarial system; syst\u00e9me de la capitalisation), em que as\n_____________________________________________________________________________________________\nAv. Marechal Floriano Peixoto, 170 8 andar, sala 805, Centro, Curitiba, Paran\u00e1, CEP 80020-090. 41 3224-1328 contato@lacerdaadvogados.adv.br\n\n\f___________________________________________\ncontribui\u00e7\u00f5es dos segurados (\u00e0s vezes completadas por subven\u00e7\u00f5es do Estado) formam um fundo aut\u00f4nomo para pagamento dos benef\u00edcios. (...) Aprofundando o tema, em especial\no sistema de capitaliza\u00e7\u00e3o, Feij\u00f3 Coimbra leciona que por este sistema: \u201c(...) s\u00e3o colocadas em reserva as cotiza\u00e7\u00f5es dos segurados, durante um per\u00edodo que se pretende mais ou menos longo, para que o capital se acumule. Dito capital, posto a juros, dever\u00e1 transmitir, no futuro, o pagamento das presta\u00e7\u00f5es que ao segurado sejam devidas. Tanto mais vantajoso ser\u00e1 o sistema, quanto mais alongado o per\u00edodo dessa acumula\u00e7\u00e3o, pois a renda do capital permitir\u00e1, por defini\u00e7\u00e3o, o\nacr\u00e9scimo das presta\u00e7\u00f5es. Dito sistema admite duas formas: a da capitaliza\u00e7\u00e3o individual, no qual as cotiza\u00e7\u00f5es se creditam \u00e0 conta individual de cada segurado, e a da capitaliza\u00e7\u00e3o coletiva, em que as contribui\u00e7\u00f5es dos segurados, em seu conjunto, s\u00e3o consideradas favorecendo a coletividade segurada. A capitaliza\u00e7\u00e3o inspira-se\nem t\u00e9cnicas de seguro e poupan\u00e7a, acentuando sua filia\u00e7\u00e3o aos sistemas por que funcionam os seguros privados. O esfor\u00e7o de cada indiv\u00edduo e de cada gera\u00e7\u00e3o conflui para a realiza\u00e7\u00e3o de fundos que, administrados de maneira correta, permitiriam a entrega das presta\u00e7\u00f5es no devido tempo. (...)\u201d (in Direito Previdenci\u00e1rio Brasileiro, Edi\u00e7\u00f5es Trabalhistas, Rio de Janeiro, 1999, p\u00e1g. 235). Resta claro,\nportanto, que a EC n. 20/98 adotou um regime de previd\u00eancia para os servidores p\u00fablicos, com crit\u00e9rios que preservem o equil\u00edbrio financeiro e atuarial, que mais se aproxima do regime contributivo na modalidade de capitaliza\u00e7\u00e3o. 17. Por\noutro lado, inexistindo previs\u00e3o normativa de creditamento em contas individuais de cada segurado das contribui\u00e7\u00f5es previdenci\u00e1rias\nvertidas ao regime, constata-se que foi adotado o sistema de capitaliza\u00e7\u00e3o coletiva. (...) Tais determina\u00e7\u00f5es, por certo, demonstram que os benef\u00edcios concedidos visam a substituir, na inatividade, a remunera\u00e7\u00e3o at\u00e9 ent\u00e3o percebida pelo servidor, tornando evidente a rela\u00e7\u00e3o direta existente entre a contribui\u00e7\u00e3o recolhida e o benef\u00edcio a ser auferido pelo segurado. (...) \u201dNeste tra\u00e7ado dos aspectos constitucionais do regime previdenci\u00e1rio dos servidores p\u00fablicos, releva notar que o \u00a7 12 do art. 40 da CF/88, na reda\u00e7\u00e3o ainda da EC 20/98, disp\u00f4s que \u201cAl\u00e9m do disposto neste artigo, o regime de previd\u00eancia dos servidores p\u00fablicos titulares de cargo efetivo observar\u00e1, no que couber, os requisitos e crit\u00e9rios fixados para o regime geral de previd\u00eancia social\u201d. Negritei. E as normas constitucionais do Regime Geral de Previd\u00eancia Social preceituam quanto \u00e0 rela\u00e7\u00e3o entre custeio e benef\u00edcio que: (...) Real\u00e7ando ainda mais esta compreens\u00e3o, decorrente de interpreta\u00e7\u00e3o l\u00f3gico-sistem\u00e1tica, de que as contribui\u00e7\u00f5es vertidas pelos servidores p\u00fablicos ao RPPS guardam necess\u00e1ria correspond\u00eancia com os benef\u00edcios e servi\u00e7os que lhe s\u00e3o oferecidos pelo regime, o \u00a7 5\u00b0 do\n_____________________________________________________________________________________________\nAv. Marechal Floriano Peixoto, 170 8 andar, sala 805, Centro, Curitiba, Paran\u00e1, CEP 80020-090. 41 3224-1328 contato@lacerdaadvogados.adv.br\n\n\f___________________________________________\nart. 195 da CF/88, na reda\u00e7\u00e3o da EC 20/98, disp\u00f4s que \u201cNenhum benef\u00edcio ou servi\u00e7o da seguridade social poder\u00e1 ser criado, majorado ou estendido sem a correspondente fonte de custeio total\u201d. 18. Com efeito, e diante da tessitura\nconstitucional plasmada pela EC 20/98, tem-se por imperiosa a\nconclus\u00e3o de que h\u00e1 uma correla\u00e7\u00e3o direta entre as parcelas que comp\u00f5em a base de c\u00e1lculo da contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria devida por cada servidor p\u00fablico e aquelas que integrar\u00e3o os seus futuros e correspondentes proventos na inatividade, bem como a pens\u00e3o eventualmente institu\u00edda em favor dos dependentes. (...) Esta compreens\u00e3o da mat\u00e9ria n\u00e3o escapou da arguta avalia\u00e7\u00e3o do C. STF, quando julgou a constitucionalidade da pr\u00f3pria EC 20/98 na ADI n. 2.010, rel. Eminente Ministro Celso de Mello, em cujo ac\u00f3rd\u00e3o restou lapidarmente pontuado: \u201c(...) O REGIME CONTRIBUTIVO \u00c9, POR ESS\u00caNCIA, UM REGIME DE CAR\u00c1TER EMINENTEMENTE RETRIBUTIVO. A QUEST\u00c3O DO\nEQUIL\u00cdBRIO ATUARIAL (CF, ART. 195, \u00a7 5\u00ba). CONTRIBUI\u00c7\u00c3O DE SEGURIDADE SOCIAL SOBRE PENS\u00d5ES E PROVENTOS: AUS\u00caNCIA DE CAUSA SUFICIENTE. - Sem causa suficiente, n\u00e3o se justifica a institui\u00e7\u00e3o (ou a majora\u00e7\u00e3o) da contribui\u00e7\u00e3o de seguridade\nsocial, pois, no regime de previd\u00eancia de car\u00e1ter contributivo, deve haver, necessariamente, correla\u00e7\u00e3o entre custo e benef\u00edcio. A exist\u00eancia de estrita vincula\u00e7\u00e3o causal entre contribui\u00e7\u00e3o e benef\u00edcio p\u00f5e em evid\u00eancia a corre\u00e7\u00e3o da f\u00f3rmula segundo a qual n\u00e3o pode haver contribui\u00e7\u00e3o sem benef\u00edcio, nem benef\u00edcio sem contribui\u00e7\u00e3o. Doutrina. Precedente do STF. (...)\n\u201c(ADI 2010 MC, Relator(a): Min. CELSO DE MELLO, Tribunal Pleno, julgado em 30/09/1999, DJ 12-04-2002 PP-00051 EMENT VOL-0206401 PP-00086) 19. Em decorr\u00eancia deste precedente da Corte, verdadeiro leading case, o C. STF passou a firmar s\u00f3lida jurisprud\u00eancia no sentido de que somente as parcelas incorpor\u00e1veis ao sal\u00e1rio do servidor sofrem a incid\u00eancia da contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria. (...) No \u00e2mbito do TCU, em rela\u00e7\u00e3o aos servidores da casa, aquela corte de contas firmou no AC\u00d3RD\u00c3O N\u00ba 1.967/2004 \u2013 TCU \u2013 Plen\u00e1rio, o seguinte precedente: (...) 20. Pois bem, tecidas essas longas considera\u00e7\u00f5es, entendo que o caso deve ser analisado \u00e0 luz dos princ\u00edpios constitucionais, nomeadamente os princ\u00edpios da contributividade e da solidariedade, este inserido ao texto pela EC n.\n41/2003, do regime previdenci\u00e1rio dos servidores p\u00fablicos. 21. Com o advento da Emenda Constitucional n\u00ba 41, de 19 de dezembro de 2003, entendo que esta n\u00e3o trouxe qualquer inova\u00e7\u00e3o no que pertine ao sistema contributivo de capitaliza\u00e7\u00e3o coletiva adotado pela Emenda Constitucional n\u00ba 20, de 15 de dezembro de 1998. Ao contr\u00e1rio, pela leitura do texto constitucional, j\u00e1 alterado pela referida emenda, percebe-se uma acentua\u00e7\u00e3o na correla\u00e7\u00e3o existente entre\n_____________________________________________________________________________________________\nAv. Marechal Floriano Peixoto, 170 8 andar, sala 805, Centro, Curitiba, Paran\u00e1, CEP 80020-090. 41 3224-1328 contato@lacerdaadvogados.adv.br\n\n\f___________________________________________\ncusteio e benef\u00edcio (art. 40, \u00a7 3\u00ba), compreendendo-se o princ\u00edpio\nda solidariedade, ent\u00e3o acrescido, como um postulado normativo mediante o qual os servidores inativos, pensionistas e os entes p\u00fablicos passariam a contribuir para o regime de previd\u00eancia, em comunh\u00e3o de esfor\u00e7os com o servidores ativos, no intuito de manter a higidez e liquidez do fundo. Ali\u00e1s, a leitura das normas constitucionais que disciplinam o sal\u00e1rio de contribui\u00e7\u00e3o dos servidores p\u00fablicos deixa patente esta correla\u00e7\u00e3o (remunera\u00e7\u00e3o da ativa = proventos da inatividade), para aqueles servidores que ingressaram no regime antes da EC 41/03, verbis: (...) Referida lei foi revogada pela Lei n. 10.887/04, a qual disp\u00f5e em seu artigo 4\u00ba da Lei 10.887/04 acerca da contribui\u00e7\u00e3o social do servidor p\u00fablico dos Poderes da Uni\u00e3o e define como base de c\u00e1lculo: \u201c(...) o vencimento do cargo efetivo, acrescido das vantagens pecuni\u00e1rias permanentes estabelecidas em lei, os adicionais de car\u00e1ter individual ou quaisquer outras vantagens\u201d. (...) Nos dizeres do eminente Ministro do STF e festejado professor de Direito Constitucional Luiz Roberto Barroso, o fato de n\u00e3o haver uma rigidez absoluta entre os conceitos de valor da remunera\u00e7\u00e3o-decontribui\u00e7\u00e3o e o que se reverte em benef cios \u201c(...) n\u00e3o significa, contudo, que o legislador disponha de liberdade absoluta para formatar o sistema segundo quaisquer crit rios de conveni ncia. Em\nvez disso, h\u00e1 pelo menos dois limites principais sua atua\u00e7\u00e3o. Em primeiro lugar, a falta de uma comutatividade absoluta ou r\u00edgida entre contribui\u00e7 es e benef\u00edcios n\u00e3o significa que a correspond\u00eancia possa ser inteiramente despre ada. Ao contr\u00e1rio, a Constitui\u00e7\u00e3o dei a claro que os sal\u00e1rios de contribui\u00e7\u00e3o comp em a base de c\u00e1lculo para a defini\u00e7\u00e3o das presta\u00e7 es previdenci\u00e1rias e que estes, assim como os pr prios benef\u00edcios resultantes, devem ser atuali ados a fim de que preservem a sua e press\u00e3o econ\u00f4mica. (...) Portanto, o regime previdenci\u00e1rio do servidor p\u00fablico exige que haja proporcionalidade entre contribui\u00e7\u00e3o e benef\u00edcio: \u201cn\u00e3o h\u00e1 contribui\u00e7\u00e3o sem benef\u00edcio nem benef\u00edcio sem contribui\u00e7\u00e3o\u201d (STF \u2013 ADI 2.010). (...) Nesta\nsenda, a meu sentir, padece do v\u00edcio de inconstitucionalidade a disposi\u00e7\u00e3o contida no \u00a7 2\u00b0, do art. 4\u00b0, da Lei n\u00b0 10.887/04, na reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n. 12.688/12, no que prev\u00ea a possibilidade-faculdade de inclus\u00e3o pelo servidor p\u00fablico de parcelas remunerat\u00f3rias que n\u00e3o podem ser incorporadas aos proventos da aposentadoria, como \u00e9 o caso da parcela n\u00e3o incorpor\u00e1vel da Gratifica\u00e7\u00e3o de Desempenho em quest\u00e3o, para fins de c\u00e1lculo do benef\u00edcio previdenci\u00e1rio futuro (...) 27. Ante o exposto, CONHE\u00c7O do presente Pedido de Uniformiza\u00e7\u00e3o para, no m\u00e9rito, DAR-LHE PROVIMENTO para firmar a tese de que a incid\u00eancia de contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria do servidor p\u00fablico federal (PSS) limita-se \u00e0 parcela da Gratifica\u00e7\u00e3o de Desempenho do Plano Geral de Cargos do Poder Executivo \u2013 GDPGPE incorpor\u00e1vel aos proventos de aposentadoria e pens\u00e3o. Determino o retorno dos autos \u00e0 origem para adequar seu julgado ao que aqui restou decidido e, consequentemente, julgar a pretens\u00e3o de direito material deduzida \u00e0 luz da tese jur\u00eddica ora definida. \u00c9 COMO VOTO.\n_____________________________________________________________________________________________\nAv. Marechal Floriano Peixoto, 170 8 andar, sala 805, Centro, Curitiba, Paran\u00e1, CEP 80020-090. 41 3224-1328 contato@lacerdaadvogados.adv.br\n\n\f___________________________________________\n(PEDILEF 05033297420134058101, JU\u00cdZA FEDERAL ANGELA CRISTINA MONTEIRO, TNU, DOU 05/02/2016 P\u00c1GINAS 221/329.) (negritou-se e grifou-se)\n\nVI)\n\nMANIFESTA\u00c7\u00c3O DO TRIBUNAL DE CONTAS DA UNI\u00c3O\n\nNo \u00e2mbito do Tribunal de Contas da Uni\u00e3o, em rela\u00e7\u00e3o aos\nservidores da casa, a corte de contas firmou no Ac\u00f3rd\u00e3o n\u00ba. 1.967/2004 \u2013 TCU \u2013\nPlen\u00e1rio, o seguinte precedente:\nAC\u00d3RD\u00c3O N\u00ba 1.967/2004 \u2013 TCU \u2013 Plen\u00e1rio 1. Processo: TC-015.336/2004-9 2. Grupo: II Classe: VII \u2013 Administrativo. 3. Unidade: Tribunal de Contas da Uni\u00e3o. 4. Interessada: Secretaria-Geral de Administra\u00e7\u00e3o (Segedam). 5. Relator: Ministro-Substituto Augusto Sherman Cavalcanti. 6. Representante do Minist\u00e9rio P\u00fablico: Procurador-Geral Lucas Rocha Furtado. 7. Unidade T\u00e9cnica: Conjur. 8. Advogado constitu\u00eddo nos autos: n\u00e3o atuou. 9. Ac\u00f3rd\u00e3o:Vistos, relatados e discutidos estes autos de Representa\u00e7\u00e3o formulada pela Secretaria-Geral de Administra\u00e7\u00e3o (Segedam), ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da Uni\u00e3o, reunidos em Sess\u00e3o Plen\u00e1ria, diante das raz\u00f5es expostas pelo relator, em: 9.1. conhecer da presente Representa\u00e7\u00e3o para firmar entendimento no sentido de que a parcela da Gratifica\u00e7\u00e3o de Desempenho que exceder o percentual m\u00ednimo estabelecido em Resolu\u00e7\u00e3o assegurado aos servidores inativos e pensionistas desta Corte n\u00e3o deve integrar a base de incid\u00eancia da contribui\u00e7\u00e3o para o Plano de Seguridade Social do Servidor P\u00fablico Civil da Uni\u00e3o; e 9.2. autorizar a Presid\u00eancia do Tribunal a restituir os valores descontados da remunera\u00e7\u00e3o dos servidores em desacordo com o entendimento disposto no item 9.1. deste ac\u00f3rd\u00e3o, devidamente corrigidos monetariamente. 10. Ata n\u00ba 43/2004 \u2013 Plen\u00e1rio 11. Data da Sess\u00e3o: 1\u00ba/12/2004 \u2013 Extraordin\u00e1ria de Car\u00e1ter Reservado 12. Especifica\u00e7\u00e3o do qu\u00f3rum: 12.1. Ministros presentes: Valmir Campelo (Presidente), Marcos Vinicios Vila\u00e7a, Adylson Motta, Walton Alencar Rodrigues, Guilherme Palmeira, Ubiratan Aguiar e os Ministros-Substitutos Lincoln Magalh\u00e3es da Rocha e Augusto Sherman Cavalcanti (Relator). 12.2. Auditor presente: Marcos Bemquerer Costa.\n(...)\n\n_____________________________________________________________________________________________\nAv. Marechal Floriano Peixoto, 170 8 andar, sala 805, Centro, Curitiba, Paran\u00e1, CEP 80020-090. 41 3224-1328 contato@lacerdaadvogados.adv.br\n\n\f___________________________________________\n13. Ao que se tem, ap\u00f3s o advento da Emenda Constitucional n\u00ba 20/98, o regime de previd\u00eancia dos servidores p\u00fablicos passou a ter car\u00e1ter contributivo, devendo-se observar crit\u00e9rios que preservem seu equil\u00edbrio financeiro e atuarial, al\u00e9m do disposto na pr\u00f3pria Constitui\u00e7\u00e3o. 14. De acordo com Jos\u00e9 Escol\u00e1stico Abreu de Oliveira, o sistema contributivo \u201epode apresentar-se sob duas modalidades: o de reparti\u00e7\u00e3o (cash system; syst\u00e8me de la repartition), em que as contribui\u00e7\u00f5es descontadas do vencimento do funcion\u00e1rio confundem-se na receita geral, s\u00e3o revers\u00f5es ao Tesouro; e o de capitaliza\u00e7\u00e3o (actuarial system; syst\u00e9me de la capitalisation), em que as contribui\u00e7\u00f5es dos segurados (\u00e0s vezes completadas por subven\u00e7\u00f5es do Estado) formam um fundo aut\u00f4nomo para pagamento dos benef\u00edcios. (...) no sistema de reparti\u00e7\u00e3o (the \u201ecash disbursement\u201f method) as contribui\u00e7\u00f5es dever\u00e3o atender as despesas de cada ano; no sistema de capitaliza\u00e7\u00e3o (the \u201eactuarial reserve\u201f plan), as contribui\u00e7\u00f5es v\u00e3o al\u00e9m das necessidades de cada unidade de tempo, de modo a formar uma reserva para o futuro.\u201f (in Aposentadoria no Servi\u00e7o P\u00fablico, Editora Freitas Bastos, 1970, p\u00e1gs. 146/148 - grifado). 15. Ainda sobre o sistema contributivo, leciona Feij\u00f3 Coimbra: \u201e(...) O funcionamento financeiro das institui\u00e7\u00f5es de seguro social, sob esse aspecto, normalmente obedece a dois tipos: o da capitaliza\u00e7\u00e3o e o da reparti\u00e7\u00e3o. Pelo primeiro, s\u00e3o colocadas em reserva as cotiza\u00e7\u00f5es dos segurados, durante um per\u00edodo que se pretende mais ou menos longo, para que o capital se acumule. Dito capital, posto a juros, dever\u00e1 transmitir, no futuro, o pagamento das presta\u00e7\u00f5es que ao segurado sejam devidas. Tanto mais vantajoso ser\u00e1 o sistema, quanto mais alongado o per\u00edodo dessa acumula\u00e7\u00e3o, pois a renda do capital permitir\u00e1, por defini\u00e7\u00e3o, o acr\u00e9scimo das presta\u00e7\u00f5es. Dito sistema admite duas formas: a da capitaliza\u00e7\u00e3o individual, no qual as cotiza\u00e7\u00f5es se creditam \u00e0 conta individual de cada segurado, e a da capitaliza\u00e7\u00e3o coletiva, em que as contribui\u00e7\u00f5es dos segurados, em seu conjunto, s\u00e3o consideradas favorecendo a coletividade segurada. A capitaliza\u00e7\u00e3o inspira-se em t\u00e9cnicas de seguro e poupan\u00e7a, acentuando sua filia\u00e7\u00e3o aos sistemas por que funcionam os seguros privados. O esfor\u00e7o de cada indiv\u00edduo e de cada gera\u00e7\u00e3o conflui para a realiza\u00e7\u00e3o de fundos que, administrados de maneira correta, permitiriam a entrega das presta\u00e7\u00f5es no devido tempo. J\u00e1 pelo sistema de reparti\u00e7\u00e3o, o volume das quantias arrecadadas em cada per\u00edodo servir\u00e1 para o custeio das presta\u00e7\u00f5es que devidas forem no mesmo per\u00edodo. Esse sistema repousa na id\u00e9ia de solidariedade entre indiv\u00edduos e entre gera\u00e7\u00f5es, e com ele as contribui\u00e7\u00f5es dos que s\u00e3o aptos para o trabalho, dos que t\u00eam renda , s\u00e3o de imediato empregadas no amparo dos que tal situa\u00e7\u00e3o n\u00e3o ostentam (...)\u201f (in Direito Previdenci\u00e1rio Brasileiro, Edi\u00e7\u00f5es Trabalhistas, Rio de Janeiro, 1999, p\u00e1g. 235 - grifado). 16. Pois bem, a Constitui\u00e7\u00e3o Federal, na reda\u00e7\u00e3o dada pela Emenda Constitucional n\u00ba 20/98, determinou que o car\u00e1ter contributivo do regime de previd\u00eancia dos servidores deve se dar com a observ\u00e2ncia de crit\u00e9rios que preservem seu equil\u00edbrio financeiro e atuarial, aproximando-se do regime contributivo na modalidade de capitaliza\u00e7\u00e3o, j\u00e1 que as contribui\u00e7\u00f5es recolhidas se destinam \u00e0 forma\u00e7\u00e3o de reservas para pagamento de benef\u00edcios futuros. Outrossim, na forma da lei, as contribui\u00e7\u00f5es previdenci\u00e1rias n\u00e3o s\u00e3o creditadas \u00e0 conta individual de cada segurado, sendo, portanto, um sistema de capitaliza\u00e7\u00e3o coletiva, em que as contribui\u00e7\u00f5es dos segurados, em seu conjunto, favorecem \u00e0 coletividade segurada. 17. Anote-se, ainda, que os proventos de aposentadoria e as pens\u00f5es, por ocasi\u00e3o de sua concess\u00e3o, n\u00e3o poder\u00e3o exceder a remunera\u00e7\u00e3o do respectivo servidor, no cargo efetivo em que se deu a aposentadoria ou que serviu de refer\u00eancia para a concess\u00e3o da pens\u00e3o (artigo 40, par\u00e1grafo 2\u00ba, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal). Al\u00e9m disso, ser\u00e3o eles calculados com base na remunera\u00e7\u00e3o do servidor no cargo efetivo em que se der a aposentadoria e, na forma da lei, corresponder\u00e3o \u00e0 totalidade da\n_____________________________________________________________________________________________\nAv. Marechal Floriano Peixoto, 170 8 andar, sala 805, Centro, Curitiba, Paran\u00e1, CEP 80020-090. 41 3224-1328 contato@lacerdaadvogados.adv.br\n\n\f___________________________________________\nremunera\u00e7\u00e3o (artigo 40, par\u00e1grafo 3\u00ba, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal). Tais\ndetermina\u00e7\u00f5es, por certo, demonstram que os benef\u00edcios concedidos visam a substituir, na inatividade, a remunera\u00e7\u00e3o at\u00e9 ent\u00e3o percebida pelo servidor, tornando evidente a rela\u00e7\u00e3o direta existente entre a contribui\u00e7\u00e3o recolhida e o benef\u00edcio a ser auferido pelo segurado. (...) 21. De todo o exposto, resulta que, observadas as\nrespectivas peculiaridades, as contribui\u00e7\u00f5es recolhidas pelos servidores p\u00fablicos guardam necess\u00e1ria correspond\u00eancia com os benef\u00edcios e\nservi\u00e7os que lhe s\u00e3o oferecidos, devendo haver correla\u00e7\u00e3o direta entre as parcelas que comp\u00f5em a base de c\u00e1lculo da contribui\u00e7\u00e3o de cada servidor e as que integrar\u00e3o seus correspondentes proventos na inatividade. (...) \u00c9 o relat\u00f3rio. VOTO (...) 7. Ademais, considerando que a\nEmenda Constitucional 41, de 2003, n\u00e3o trouxe altera\u00e7\u00f5es, no que tange ao sistema contributivo adotado a partir da Emenda Constitucional 20, de 1998, prevalece a obrigatoriedade de que sejam preservados o equil\u00edbrio financeiro e atuarial do sistema, os quais ser\u00e3o invi\u00e1veis se n\u00e3o houver correla\u00e7\u00e3o entre custeio e benef\u00edcio. 8.Outro aspecto relevante abordado na manifesta\u00e7\u00e3o da Consultoria Jur\u00eddica \u00e9 que, aliando-se o car\u00e1ter contributivo do regime de previd\u00eancia dos servidores ao preceito contido no \u00a7 2\u00ba do art. 40 da Constitui\u00e7\u00e3o, que limita os proventos de aposentadoria e as pens\u00f5es \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o do servidor no cargo efetivo em que se d\u00e1 a aposentadoria ou\nque serve de refer\u00eancia para a concess\u00e3o da pens\u00e3o, v\u00ea-se corroborada a vincula\u00e7\u00e3o existente entre a contribui\u00e7\u00e3o recolhida e o benef\u00edcio a ser auferido pelo servidor quando de sua inativa\u00e7\u00e3o. (...)\n\nVII)\n\nDO BENEF\u00cdCIO DA JUSTI\u00c7A GRATUITA\n\nA parte autora requer a concess\u00e3o dos benef\u00edcios da gratuidade da justi\u00e7a com fulcro no art. 5\u00b0, inciso LXXIV, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal, nos dispositivos da Lei n\u00b0 1.060/51 c/c o art. 1\u00b0 e seguintes da Lei n\u00b0 7.115/83, declarando ser pessoa juridicamente pobre e sem condi\u00e7\u00f5es de suportar o \u00f4nus do presente processo sem preju\u00edzo de seu sustento e de sua fam\u00edlia, conforme Declara\u00e7\u00e3o de Hipossufici\u00eancia em anexo.\n\n_____________________________________________________________________________________________\nAv. Marechal Floriano Peixoto, 170 8 andar, sala 805, Centro, Curitiba, Paran\u00e1, CEP 80020-090. 41 3224-1328 contato@lacerdaadvogados.adv.br\n\n\f___________________________________________\nDOS PEDIDOS\nAnte o exposto, requer-se:\na) A total proced\u00eancia dos pedidos autorais, para condenar a R\u00e9 a revisar o benef\u00edcio do (a) Autor (a), com a incorpora\u00e7\u00e3o integral da gratifica\u00e7\u00e3o de desempenho (GD) nos proventos de aposentadoria, bem como a restitui\u00e7\u00e3o \u00e0 parte autora dos valores atrasados, respeitado o prazo prescritivo quinquenal;\nb) A cita\u00e7\u00e3o do INSS para, querendo, contestar a presente a\u00e7\u00e3o, sob pena de confiss\u00e3o e revelia;\nc) A condena\u00e7\u00e3o do INSS a pagar honor\u00e1rios advocat\u00edcios de 20% (vinte por cento) sobre o total a ser apurado, em caso de interposi\u00e7\u00e3o de recurso;\nd) A concess\u00e3o \u00e0 parte autora dos benef\u00edcios da justi\u00e7a gratuita, uma vez que, conforme Declara\u00e7\u00e3o de Hipossufici\u00eancia em anexo, \u00e9 pobre na acep\u00e7\u00e3o jur\u00eddica do termo, n\u00e3o possuindo condi\u00e7\u00f5es financeiras de arcar com as custas processuais sem preju\u00edzo do sustento pr\u00f3prio e de sua fam\u00edlia.\ne) Protesta pela produ\u00e7\u00e3o de todos os meios de prova admitidos em direito, inclusive testemunhal e juntada de novos documentos, sem exclus\u00e3o de nenhum outro meio de prova que se fizer necess\u00e1rio ao deslinde da demanda. _____________________________________________________________________________________________\nAv. Marechal Floriano Peixoto, 170 8 andar, sala 805, Centro, Curitiba, Paran\u00e1, CEP 80020-090. 41 3224-1328 contato@lacerdaadvogados.adv.br\n\n\f___________________________________________\nf) Com rela\u00e7\u00e3o aos honor\u00e1rios contratados com o autor no percentual disposto no contrato de honor\u00e1rios, requer que sejam inclusos na mesma requisi\u00e7\u00e3o de pagamento, com base na Resolu\u00e7\u00e3o n\u00ba 168/11 do Conselho da Justi\u00e7a Federal, e que estes sejam depositados em conta diferenciada e individualizada em nome do procurador da causa Eraldo Lacerda Junior, inscrito no CPF sob o n\u00ba 904.212.729-53\nAtribui-se a causa o valor de R$ 70.840,02 (Setenta mil oitocentos e quarenta reais e dois centavos).\nNesses termos, Pede deferimento. Curitiba, 23 de novembro de 2016. ERALDO LACERDA J\u00daNIOR OAB/PR 30.437\n_____________________________________________________________________________________________\nAv. Marechal Floriano Peixoto, 170 8 andar, sala 805, Centro, Curitiba, Paran\u00e1, CEP 80020-090. 41 3224-1328 contato@lacerdaadvogados.adv.br\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 2 (Solon) - IdDocumentoCompleto: 5004182-30.2017.4.04.7200-721488993607245320242418336576", "text": "Fernanda Ketilyn Alves Leandro Felipe A. de Oliveira Campos Raquel de Lacerda Johansson Acad\u00eamicos\n\nFERNANDO ROCHA MARANH\u00c3O Sociedade de Advogados\nOAB/PR sob n.\u00ba 22 Dimitrya Pirih Maranh\u00e3o Fernando Wilson Rocha Maranh\u00e3o Jos\u00e9 Dantas Loureiro Neto Andrea Caroline Marconatto Cury Danielle Benevides de Moura Rezende Piccinini\nAdvogados\n\nEXCELENT\u00cdSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA VARA FEDERAL DE FLORIAN\u00d3POLIS\n\nPrioridade na tramita\u00e7\u00e3o Justi\u00e7a gratuita\n\nPEDRO AUGUSTO GAZANIGA, brasileiro, casado, aposentado, residente e domiciliado na Rua Ant\u00f4nio Schroeder, 1844, Bela Vista, S\u00e3o Jos\u00e9, Florian\u00f3polis, Santa Catarina, CEP 88.110-401, portador da CI RG n\u00ba568.291SSP/SC e inscrito no CPF/MF sob o n\u00ba 376.026.409-34, vem, respeitosamente \u00e0 presen\u00e7a de Vossa Excel\u00eancia, por seu advogado adiante assinado e constitu\u00eddo na forma do mandato anexo, regularmente inscrito na OAB/SC sob o n\u00ba 38.446A, email dantas@frm.adv.br, com escrit\u00f3rio profissional nos endere\u00e7os abaixo impressos, onde costuma receber intima\u00e7\u00f5es e notifica\u00e7\u00f5es, propor a presente\nA\u00c7\u00c3O REVISIONAL DE BENEF\u00cdCIO PREVIDENCI\u00c1RIO\nem face do INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS, com Procuradoria Geral nesta Cidade, o que faz pelas raz\u00f5es de fato e de direito a seguir expostas:\n_______________________________________________________________________________________________________\nSede: Rua Presidente Carlos Cavalcanti, n.\u00ba 1.210 - Alto S\u00e3o Francisco - Curitiba \u2013 Paran\u00e1 - CEP: 80.510-040 - Fone: (41) 3233-9573 \u2013 Fax: (41) 3233-9399 Filial: Rua Presidente Costa e Silva, 2.152 - Coqueiral - Cascavel \u2013 Paran\u00e1 - Cep: 85.807-450 e-mail: contato@frm.adv.br\n\n\fFERNANDO ROCHA MARANH\u00c3O Sociedade de Advogados\nI - PRELIMINARMENTE\nI.I \u2013 Requerimento de prioridade na tramita\u00e7\u00e3o do feito\nDe acordo com o artigo 1048, do CPC e do Estatuto do Idoso, Lei 10.741/2003, \u00e9 assegurada a prioridade na tramita\u00e7\u00e3o dos processos \u00e0s pessoas com mais de 60 anos de idade, conforme prev\u00ea o seu artigo 71, verbis:\nArt. 71. \u00c9 assegurada prioridade na tramita\u00e7\u00e3o dos processos e procedimentos e na execu\u00e7\u00e3o dos atos e diligencias judiciais em que figure como parte ou interveniente pessoas com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos, em qualquer inst\u00e2ncia.\nDesta forma, requer seja deferida a prioridade na tramita\u00e7\u00e3o feito, vez que a parte Autora possui idade superior a 60 anos.\nI.II \u2013 Requerimento concess\u00e3o da justi\u00e7a gratuita\nRequer ainda a concess\u00e3o dos benef\u00edcios da justi\u00e7a gratuita, com fundamento no artigo 5\u00ba, LXXIV, da CF, que assim disp\u00f5e:\n\u201cArt. 5\u00baTodos s\u00e3o iguais perante a lei, sem distin\u00e7\u00e3o de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no Pa\u00eds a inviolabilidade do direito \u00e0 vida, \u00e0 liberdade, \u00e0 igualdade, \u00e0 seguran\u00e7a e \u00e0 propriedade, nos seguintes termos: ... LXXIV - O Estado prestar\u00e1 assist\u00eancia jur\u00eddica integral e gratuita aos que comprovarem insufici\u00eancia de recursos; ...\u201d\nH\u00e1 tamb\u00e9m previs\u00e3o expressa no C\u00f3digo de Processo Civil, em seu artigo 98, que estabelece:\n\u201cArt. 98. A pessoa natural ou jur\u00eddica, brasileira ou estrangeira, com insufici\u00eancia de recursos para pagar as custas, as despesas processuais e os honor\u00e1rios advocat\u00edcios tem direito \u00e0 gratuidade da justi\u00e7a, na forma da lei.\u201d\n2 _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _\nSEDE: Rua Presidente Carlos Cavalcanti, n.\u00ba 1.210 - Alto S\u00e3o Francisco - Curitiba \u2013 Paran\u00e1 - Cep: 80.510-040 - Fone: (41) 3233-9573 \u2013 Fax: (41) 3233-9399 FILIAL I: Rua Presidente Costa e Silva, 2.152 - Coqueiral - Cascavel \u2013 Paran\u00e1 - Cep: 85.807-450 e-mail: contato@frm.adv.br\n\n\fFERNANDO ROCHA MARANH\u00c3O Sociedade de Advogados\nAinda, a Lei 1.060/50 que no seu artigo 4\u00ba assegura aos\nnecessitados o referido benef\u00edcio legal.\nPara tanto, instrui a presente com declara\u00e7\u00e3o de que sua atual\nsitua\u00e7\u00e3o econ\u00f4mica n\u00e3o lhe permite demandar em ju\u00edzo sem preju\u00edzo de seu\npr\u00f3prio sustento, nos termos do entendimento j\u00e1 consolidado pelo STF \u2013 RE n\u00ba\n205029-6/RS, Rel. Min. Carlos Velloso, 2\u00aa Turma, DJU 7.3.97, p. 5.416.\nNesta linha de racioc\u00ednio, os Tribunais Federais Regionais da\nPrimeira, Segunda e Terceira Regi\u00e3o, tem adotado, desde longa data, o\nseguinte posicionamento:\n\u201cPREVIDENCIARIO. PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. AMPARO ASSISTENCIAL. JUSTI\u00c7A GRATUITA. DETERMINA\u00c7\u00c3O DE JUNTADA DE DOCUMENTOS. DESER\u00c7\u00c3O. 1. Decis\u00e3o que declarou deserto o recurso interposto pela agravante, sob o fundamento de que a autora se absteve de colacionar aos autos os documentos necess\u00e1rios \u00e0 concess\u00e3o da justi\u00e7a gratuita. 2. Para o deferimento da assist\u00eancia judici\u00e1ria gratuita, \u00e9 necess\u00e1rio que a parte interessada afirme, de pr\u00f3prio punho ou por interm\u00e9dio de advogado legalmente constitu\u00eddo, que n\u00e3o tem condi\u00e7\u00f5es de arcar com as despesas processuais sem preju\u00edzo do sustento pr\u00f3prio ou da fam\u00edlia (Precedentes). 3. Presun\u00e7\u00e3o juris tantum de miserabilidade jur\u00eddica a qual, para ser afastada, necessita de prova inequ\u00edvoca em sentido contr\u00e1rio. 4. Agravo a que se d\u00e1 provimento. Agravo a que se d\u00e1 provimento.\u201d (TRF1- Agravo de Instrumento n\u00ba. 2008.01.00.021930-0/GO, 2\u00aa Turma, Rel. Des. Francisco de Assis Betti, Decis\u00e3o 27/08/2008 \u2013 grifo nosso)\n\u201cPROCESSO CIVIL. GRATUIDADE DE JUSTI\u00c7A. CARACTERIZA\u00c7\u00c3O DO ESTADO DE NECESSIDADE. 1 \u2013 A teor do par\u00e1grafo \u00fanico do art. 2\u00ba da Lei n\u00ba 1.060/50, considera-se necessitado, para os fins legais, todo aquele cuja situa\u00e7\u00e3o econ\u00f4mica n\u00e3o lhe permita pagar as custas do processo e os honor\u00e1rios de advogado, sem preju\u00edzo do sustento pr\u00f3prio ou da fam\u00edlia; o que, contudo, n\u00e3o significa estado de miserabilidade, mas apenas deve refletir efetiva insufici\u00eancia financeira, ainda que moment\u00e2nea. 2 \u2013 Apela\u00e7\u00e3o a que se d\u00e1 provimento. (TRF-2, AC 314284, Oitava Turma Especializada, Des. Fed. Poul Erik Dyrlund, DJU de 31/03/2005 \u2013 grifo nosso)\n\u201cPREVIDENCI\u00c1RIO. AGRAVO DE INSTRUMENTO CONTRA DECIS\u00c3O QUE REQUISITOU A COMPROVA\u00c7\u00c3O DA INSUFICI\u00caNCIA DE RECURSOS PARA CONCESS\u00c3O DA JUSTI\u00c7A GRATU\u00cdTA. PROVIDO. I. O direito \u00e0 gratuidade da justi\u00e7a pode ser postulado a qualquer tempo e, em qualquer grau de jurisdi\u00e7\u00e3o. Para seu deferimento, o pr\u00f3prio STF j\u00e1 afirmou que basta a declara\u00e7\u00e3o, feita pelo pr\u00f3prio interessado, de que a sua situa\u00e7\u00e3o econ\u00f4mica n\u00e3o permite vir a Ju\u00edzo\n3 _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _\nSEDE: Rua Presidente Carlos Cavalcanti, n.\u00ba 1.210 - Alto S\u00e3o Francisco - Curitiba \u2013 Paran\u00e1 - Cep: 80.510-040 - Fone: (41) 3233-9573 \u2013 Fax: (41) 3233-9399 FILIAL I: Rua Presidente Costa e Silva, 2.152 - Coqueiral - Cascavel \u2013 Paran\u00e1 - Cep: 85.807-450 e-mail: contato@frm.adv.br\n\n\fFERNANDO ROCHA MARANH\u00c3O Sociedade de Advogados\nsem preju\u00edzo da sua manuten\u00e7\u00e3o ou de sua fam\u00edlia - artigo 4\u00ba da Lei n\u00ba 1.060/50. (RE n\u00ba 205029-6/RS, Rel. Min. Carlos Velloso, 2\u00aa Turma, um., DJU 7.3.97, p. 5.416). II. Essa norma atende ao esp\u00edrito da Constitui\u00e7\u00e3o, que deseja ver facilitado o acesso de todos \u00e0 Justi\u00e7a (CF, art. 5\u00ba, XXXV). III- Agravo provido.\u201d (TRF da 3\u00aa Regi\u00e3o, 7\u00aa Turma, Agravo de Instrumento n\u00ba 85238 SP 2007.03.00.085238-0, Rel. Juiz Convocado Rafael Margalho, julgamento 18.02.2008 \u2013 grifo nosso)\nEsclarece a parte Autora que sua \u00fanica fonte de renda \u00e9 a aposentadoria que percebe do Requerido, dependendo exclusivamente dela para suprir todas as suas necessidades b\u00e1sicas, raz\u00e3o pela qual necessita o deferimento do benef\u00edcio legal para que possa assegurar seu direito constitucional de acesso \u00e0 Justi\u00e7a.\nII \u2013 Dos fatos\nA parte Autora \u00e9 benefici\u00e1ria de aposentadoria por idade concedida em 28/10/2010, benef\u00edcio n\u00ba 151.935.049-7, com a contagem de 24 anos, 01 m\u00eas e 13 dias, conforme se v\u00ea na carta de concess\u00e3o que instrui a presente.\nOcorre que dos 22 anos, 10 meses e 02 dias considerados como tempo de contribui\u00e7\u00e3o, apenas 70 contribui\u00e7\u00f5es, o que corresponde a 5 anos e 8 meses foram vertidas no interregno de julho/1994 at\u00e9 junho/2010, data da sua DIB.\nPara os segurados que buscam o direito a aposentadorias program\u00e1veis ap\u00f3s a edi\u00e7\u00e3o da Lei 9.876/99, apenas uma regra \u00e9 praticada, e esta muitas vezes, confere presta\u00e7\u00e3o inferior \u00e0quela que o segurado teria direito caso lhe fosse ofertada a op\u00e7\u00e3o de escolha.\nNo entanto, dando interpreta\u00e7\u00e3o coerente ao dispositivo legal, \u00e9 poss\u00edvel verificar que a parte Autora tem direito a ter o benef\u00edcio revisto e sua RMI recalculada.\n4 _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _\nSEDE: Rua Presidente Carlos Cavalcanti, n.\u00ba 1.210 - Alto S\u00e3o Francisco - Curitiba \u2013 Paran\u00e1 - Cep: 80.510-040 - Fone: (41) 3233-9573 \u2013 Fax: (41) 3233-9399 FILIAL I: Rua Presidente Costa e Silva, 2.152 - Coqueiral - Cascavel \u2013 Paran\u00e1 - Cep: 85.807-450 e-mail: contato@frm.adv.br\n\n\fFERNANDO ROCHA MARANH\u00c3O Sociedade de Advogados\nIII - Do direito\nIII.I - Da irregularidade cometida pelo Requerido no c\u00e1lculo da renda mensal inicial \u2013 Lei n\u00ba 9.876/99\nConforme se depreende da carta de concess\u00e3o anexa, a Autarquia R\u00e9 apurou um tempo de contribui\u00e7\u00e3o correspondente a 22 anos, 10 m\u00eas e 02 dias, gerando um sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio de R$ 842,02 (oitocentos e quarenta e dois reais e dois centavos) e RMI de R$ 842,02 (oitocentos e quarenta e dois reais e dois centavos).\nO benef\u00edcio foi concedido na vig\u00eancia da Lei 9.876/99, a qual conferiu nova reda\u00e7\u00e3o ao artigo 29, da Lei 8.213/91, que estabelece que para os benef\u00edcios de que tratam as al\u00edneas \u201cb\u201d e \u201cc\u201d, do inciso I, do artigo 18, o sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio consiste na m\u00e9dia aritm\u00e9tica simples dos maiores sal\u00e1riosde-contribui\u00e7\u00e3o correspondentes a oitenta por cento de todo o per\u00edodo contributivo1.\nNo entanto, tendo a parte Autora se filiado ao RGPS antes do advento da Lei 9.876/99, incidiu sobre o seu c\u00e1lculo a regra de transi\u00e7\u00e3o capitulada no artigo 3\u00ba, \u00a7 2\u00ba, deste diploma legal que disciplina:\n1 Art. 18. O Regime Geral de Previd\u00eancia Social compreende as seguintes presta\u00e7\u00f5es, devidas inclusive em raz\u00e3o de eventos decorrentes de acidente do trabalho, expressas em benef\u00edcios e servi\u00e7os: I - quanto ao segurado: a) aposentadoria por invalidez; b) aposentadoria por idade; c) aposentadoria por tempo de contribui\u00e7\u00e3o d) aposentadoria especial; e) aux\u00edlio-doen\u00e7a; f) sal\u00e1rio-fam\u00edlia; g) sal\u00e1rio-maternidade; h) aux\u00edlio-acidente.\n5 _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _\nSEDE: Rua Presidente Carlos Cavalcanti, n.\u00ba 1.210 - Alto S\u00e3o Francisco - Curitiba \u2013 Paran\u00e1 - Cep: 80.510-040 - Fone: (41) 3233-9573 \u2013 Fax: (41) 3233-9399 FILIAL I: Rua Presidente Costa e Silva, 2.152 - Coqueiral - Cascavel \u2013 Paran\u00e1 - Cep: 85.807-450 e-mail: contato@frm.adv.br\n\n\fFERNANDO ROCHA MARANH\u00c3O Sociedade de Advogados\n\u201cArt. 3\u00ba - Para o segurado filiado \u00e0 Previd\u00eancia Social at\u00e9 o dia anterior \u00e0 data de publica\u00e7\u00e3o desta Lei, que vier a cumprir as condi\u00e7\u00f5es exigidas para a concess\u00e3o dos benef\u00edcios do Regime Geral de Previd\u00eancia Social, no c\u00e1lculo do sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio ser\u00e1 considerada a m\u00e9dia aritm\u00e9tica simples dos maiores sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o, correspondentes a, no m\u00ednimo, oitenta por cento de todo o per\u00edodo contributivo decorrido desde a compet\u00eancia julho de 1994, observado o disposto nos incisos I e II do caput do art. 29 da Lei n. 8.213, de 1991, com a reda\u00e7\u00e3o dada por esta Lei. ... \u00a7 2\u00ba - No caso das aposentadorias de que tratam as al\u00edneas \"b\", \"c\" e \"d\" do inciso I do art. 18, o divisor considerado no c\u00e1lculo da m\u00e9dia a que se refere o caput e o \u00a7 1\u00ba n\u00e3o poder\u00e1 ser inferior a sessenta por cento do per\u00edodo decorrido da compet\u00eancia julho de 1994 at\u00e9 a data de in\u00edcio do benef\u00edcio, limitado a cem por cento de todo o per\u00edodo contributivo\u201d.\nA regra de transi\u00e7\u00e3o traz dois comandos: fixa o per\u00edodo b\u00e1sico de c\u00e1lculo de julho/94 at\u00e9 a DER para os segurados que j\u00e1 estavam inscritos no RGPS quando do advento da lei, e cria um divisor m\u00ednimo para os segurados que neste per\u00edodo possuem falhas contributivas.\nTrata-se a norma de direito transit\u00f3rio, pois sendo o per\u00edodo b\u00e1sico de c\u00e1lculo, antes fixado nas \u00faltimas 36 contribui\u00e7\u00f5es pelo artigo 202 da Constitui\u00e7\u00e3o Federal, com a altera\u00e7\u00e3o da Lei estendendo para todo o per\u00edodo contributivo fazia-se necess\u00e1rio criar uma regra intermedi\u00e1ria.\nO elastecimento deste per\u00edodo b\u00e1sico de c\u00e1lculo tinha o objetivo de tornar o benef\u00edcio mais justo e atender ao equil\u00edbrio financeiro e atuarial do sistema, respeitando a trajet\u00f3ria contributiva do segurado.\nA aplica\u00e7\u00e3o do m\u00ednimo divisor visa evitar a eleva\u00e7\u00e3o artificial do benef\u00edcio do segurado, para que com a metodologia de c\u00e1lculo o seu benef\u00edcio n\u00e3o seja concedido em disson\u00e2ncia de suas contribui\u00e7\u00f5es. Enfim, foi criado para \u201cproteger o sistema\u201d, para evitar que o segurado, que tendo vertido contribui\u00e7\u00f5es baixas durante toda sua vida, recolha apenas algumas contribui\u00e7\u00f5es em valor elevado dentro do per\u00edodo b\u00e1sico de c\u00e1lculo.\n6 _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _\nSEDE: Rua Presidente Carlos Cavalcanti, n.\u00ba 1.210 - Alto S\u00e3o Francisco - Curitiba \u2013 Paran\u00e1 - Cep: 80.510-040 - Fone: (41) 3233-9573 \u2013 Fax: (41) 3233-9399 FILIAL I: Rua Presidente Costa e Silva, 2.152 - Coqueiral - Cascavel \u2013 Paran\u00e1 - Cep: 85.807-450 e-mail: contato@frm.adv.br\n\n\fFERNANDO ROCHA MARANH\u00c3O Sociedade de Advogados\nNo entanto, obrigat\u00f3rio considerar que a regra de transi\u00e7\u00e3o n\u00e3o foi criada para ser pior que a nova norma, ou para acarretar um preju\u00edzo ao segurado com trajet\u00f3ria contributiva regular.\nA norma instituidora da mudan\u00e7a na apura\u00e7\u00e3o do benef\u00edcio - Lei 8.213/91 - em seu artigo 29, estabelece:\nArt. 29 - O sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio consiste: I - para os benef\u00edcios de que tratam as al\u00edneas 'b' e 'c' do inciso I do art. 18, na m\u00e9dia aritm\u00e9tica simples dos maiores sal\u00e1rios-decontribui\u00e7\u00e3o correspondentes a 80% de todo o per\u00edodo contributivo, multiplicada pelo fator previdenci\u00e1rio; ... \u00a7 2\u00ba - O valor do sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio n\u00e3o ser\u00e1 inferior ao de um sal\u00e1rio m\u00ednimo, nem superior ao do limite m\u00e1ximo do sal\u00e1rio-de-contribui\u00e7\u00e3o na data de in\u00edcio do benef\u00edcio.'\nOra, tratando-se a Lei 8.976/99 de uma regra de transi\u00e7\u00e3o, n\u00e3o pode impor ao segurado uma situa\u00e7\u00e3o pior do que a regra nova, pois embora as contribui\u00e7\u00f5es n\u00e3o sejam dentro do per\u00edodo fixado de julho/94 at\u00e9 a DER, elas existem, foram recolhidas e s\u00e3o comprovadas pela parte Autora.\nPara elabora\u00e7\u00e3o do c\u00e1lculo dos segurados que se filiaram antes de 26/11/1999 (data da publica\u00e7\u00e3o da lei), o INSS utiliza dois pesos e duas medidas, vez que embora todo o tempo de contribui\u00e7\u00e3o seja contado para o c\u00f4mputo da car\u00eancia e do coeficiente, apenas as contribui\u00e7\u00f5es dentro do per\u00edodo b\u00e1sico de c\u00e1lculo de julho/1994 at\u00e9 a DER s\u00e3o calculadas para aferi\u00e7\u00e3o do sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio, ao contr\u00e1rio do que acontece com os segurados filiados ap\u00f3s estada data.\nQuando o segurado possui falhas contributivas dentro do per\u00edodo b\u00e1sico de c\u00e1lculo, a Autarquia desconsidera o passado de contribui\u00e7\u00f5es do segurado, e lhe atribui nesses meses o valor ZERO, que vai na contram\u00e3o de todo o ordenamento jur\u00eddico2.\n2 MIYASAKI E OLIVEIRA na obra Revis\u00e3o Previdenci\u00e1ria M\u00ednimo Divisor os autores assinalam que \u00e9 necess\u00e1rio interpretar o ordenamento jur\u00eddico como um todo, vez que a lei de custeio\n7 _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _\nSEDE: Rua Presidente Carlos Cavalcanti, n.\u00ba 1.210 - Alto S\u00e3o Francisco - Curitiba \u2013 Paran\u00e1 - Cep: 80.510-040 - Fone: (41) 3233-9573 \u2013 Fax: (41) 3233-9399 FILIAL I: Rua Presidente Costa e Silva, 2.152 - Coqueiral - Cascavel \u2013 Paran\u00e1 - Cep: 85.807-450 e-mail: contato@frm.adv.br\n\n\fFERNANDO ROCHA MARANH\u00c3O Sociedade de Advogados\nA interpreta\u00e7\u00e3o conferida \u00e0 referida norma pelo Requerido, al\u00e9m de n\u00e3o guardar rela\u00e7\u00e3o com a finalidade da regra de transi\u00e7\u00e3o, provoca grande preju\u00edzo ao segurado.\nPor essa raz\u00e3o, deve ser assegurado o direito a quem pleiteia a aposentadoria, de ter efetuado ambos os c\u00e1lculos, pela regra de transi\u00e7\u00e3o e pela regra permanente, e que seja adotado aquele que lhe for mais favor\u00e1vel.\nIII.II - Do afastamento da regra de transi\u00e7\u00e3o Da utiliza\u00e7\u00e3o da regra permanente Do direito ao c\u00e1lculo mais favor\u00e1vel\nAssim como em todos os casos onde \u00e9 prevista a regra de transi\u00e7\u00e3o, ela coexiste com a regra permanente.\nCom o advento da Lei 9.876/99, duas regras de c\u00e1lculo est\u00e3o em vigor. A regra permanente do artigo 29, I, da Lei 8.213/91 (introduzida pela 9.876/99), e o direito transit\u00f3rio do artigo 3\u00ba, tamb\u00e9m da Lei 9.876/99.\nA regra de transi\u00e7\u00e3o vem para proteger a expectativa de direito do segurado filiado antes da Lei 9.876/99, e determina que para aqueles que j\u00e1 estavam no Regime Geral antes de 26/11/1999, assiste o direito (e n\u00e3o a obriga\u00e7\u00e3o) de ter o c\u00e1lculo efetuado com base nos 80% dos maiores sal\u00e1riosde-contribui\u00e7\u00e3o desde julho/1994.\nPara os segurados j\u00e1 filiados em 26/11/1999 pode ser aplicada a regra de transi\u00e7\u00e3o ou a regra permanente.\npro\u00edbe contribui\u00e7\u00f5es abaixo do valor m\u00ednimo, assim como a lei de benef\u00edcio pro\u00edbe a concess\u00e3o de benef\u00edcios inferior a esse valor partindo dessas assertivas que o segurado deve ter um benef\u00edcio correlato as suas contribui\u00e7\u00f5es e que o cidad\u00e3o n\u00e3o pode receber, ou contribuir menos que o sal\u00e1rio m\u00ednimo uma boa forma de solucionar a quest\u00e3o, guardando fidelidade irredutibilidade do sal\u00e1rio \u00e9 incluir nos per\u00edodos sem contribui\u00e7\u00e3o o valor equivalente a um sal\u00e1rio m\u00ednimo. (MIYASAKI, Mario Kendy; OLIVEIRA, Elisangela Cristina. Revis\u00e3o Previdenci\u00e1ria do M\u00ednimo Divisor. Curitiba: Juru\u00e1, 2010, p. 102-106.\n8 _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _\nSEDE: Rua Presidente Carlos Cavalcanti, n.\u00ba 1.210 - Alto S\u00e3o Francisco - Curitiba \u2013 Paran\u00e1 - Cep: 80.510-040 - Fone: (41) 3233-9573 \u2013 Fax: (41) 3233-9399 FILIAL I: Rua Presidente Costa e Silva, 2.152 - Coqueiral - Cascavel \u2013 Paran\u00e1 - Cep: 85.807-450 e-mail: contato@frm.adv.br\n\n\fFERNANDO ROCHA MARANH\u00c3O Sociedade de Advogados\nNo entanto, n\u00e3o se deve desapartar da ess\u00eancia da regra de transi\u00e7\u00e3o, que n\u00e3o foi criada para ser pior que a nova norma, e como tal, n\u00e3o pode prejudicar o segurado com trajet\u00f3ria contributiva regular.\nEmbora j\u00e1 demonstrado anteriormente, ad argumentandum tantum, atualmente na forma de c\u00e1lculo do benef\u00edcio previdenci\u00e1rio, temos duas regras:\na) Regra Permanente: Utiliza-se todo o per\u00edodo contributivo para os segurados filiados ap\u00f3s 26/11/1999, data da publica\u00e7\u00e3o da Lei 9.876/99, com base no artigo 29, I, da Lei 8.213/91, com reda\u00e7\u00e3o conferida pela Lei 9.876/99;\nb) Regra Transit\u00f3ria: Para os segurados filiados antes de 26/11/1999 aplica-se a regra de transi\u00e7\u00e3o, estabelecida pelo artigo 3\u00ba, \u00a72\u00ba, da Lei 9.876/99, para amenizar os efeitos da mudan\u00e7a abrupta da legisla\u00e7\u00e3o.\nCom a altera\u00e7\u00e3o legal promovida pela lei 9.876/99, o per\u00edodo b\u00e1sico de c\u00e1lculo passou a ser todo o per\u00edodo contributivo, uma mudan\u00e7a dr\u00e1stica para o segurado. \u00c9 neste contexto que se cria uma regra de transi\u00e7\u00e3o, para que o segurado n\u00e3o seja prejudicado com uma altera\u00e7\u00e3o legal que restringe o seu direito.\nAssim, a regra de transi\u00e7\u00e3o tem por finalidade propiciar uma passagem suave de um sistema jur\u00eddico mais flex\u00edvel, para um novo regramento mais restritivo e prejudicial.\nOcorre que sendo a regra de transi\u00e7\u00e3o um \u201cinstrumento protetivo do indiv\u00edduo\u201d, n\u00e3o pode ser usada contra ele.\n\u00c9 por esta raz\u00e3o que se afirma: A regra de transi\u00e7\u00e3o n\u00e3o \u00e9 de aplica\u00e7\u00e3o obrigat\u00f3ria. Sendo uma regra de transi\u00e7\u00e3o, n\u00e3o pode impor ao segurado uma situa\u00e7\u00e3o pior do que a regra nova, ao contr\u00e1rio, deve ser op\u00e7\u00e3o do segurado somente se lhe for mais favor\u00e1vel. 9 _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _\nSEDE: Rua Presidente Carlos Cavalcanti, n.\u00ba 1.210 - Alto S\u00e3o Francisco - Curitiba \u2013 Paran\u00e1 - Cep: 80.510-040 - Fone: (41) 3233-9573 \u2013 Fax: (41) 3233-9399 FILIAL I: Rua Presidente Costa e Silva, 2.152 - Coqueiral - Cascavel \u2013 Paran\u00e1 - Cep: 85.807-450 e-mail: contato@frm.adv.br\n\n\fFERNANDO ROCHA MARANH\u00c3O Sociedade de Advogados\nAssim sendo, se a regra de transi\u00e7\u00e3o foi criada para beneficiar o segurado e proteg\u00ea-lo das mudan\u00e7as do ordenamento jur\u00eddico, de forma alguma podem ser usadas contra ele, quando demonstrada a exist\u00eancia de sistem\u00e1tica de c\u00e1lculo mais vantajosa. Este entendimento vem muito bem colocado por Elisangela Cristina de Oliveira e M\u00e1rio Kendy Miyasaki3, sen\u00e3o vejamos:\nAo segurado deve ser assistido o direito de optar pela norma mais ben\u00e9fica, se assim lhe convier. Sendo verificado que os moldes da regra de transi\u00e7\u00e3o diminuem o valor do seu benef\u00edcio, pode eleger o c\u00e1lculo efetuado de conformidade com o artigo 29, da Lei 8.213/91, com reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei 9.876/99, ou seja, todo o per\u00edodo contributivo.\nDiante disto, atendendo a finalidade da norma que \u00e9 propiciar uma regra intermedi\u00e1ria, entre a lei nova mais r\u00edgida e a lei antiga mais ben\u00e9fica, s\u00f3 deve ser aplicada a regra de transi\u00e7\u00e3o caso ela n\u00e3o seja prejudicial ao segurado. A interpreta\u00e7\u00e3o n\u00e3o deve conduzir a um resultado que afaste a pr\u00f3pria raz\u00e3o de ser da regra de transi\u00e7\u00e3o.\nN\u00e3o raras vezes, o segurado possui vasta contribui\u00e7\u00e3o antes da compet\u00eancia julho/1994, ou ainda possui contribui\u00e7\u00f5es em patamares mais elevados, devido seu hist\u00f3rico laboral, que via de regra, decai ao avan\u00e7ar da idade, mas se o Requerido mantiver indiscriminadamente a aplica\u00e7\u00e3o da regra de transi\u00e7\u00e3o, o segurado n\u00e3o poder\u00e1 utiliz\u00e1-las, vez que estas n\u00e3o fazem parte do PBC da regra de transi\u00e7\u00e3o.\nAcres\u00e7a-se que a fixa\u00e7\u00e3o do termo inicial do PBC em julho/1994, n\u00e3o constitui um discriminador v\u00e1lido constitucionalmente, pois conduz a total quebra da capacidade do segurado planejar sua aposentadoria, al\u00e9m de conduzir a PBCs diferenciados em quantidade de contribui\u00e7\u00f5es para segurados inscritos antes de 1999.\n3 MIYASAKI, Mario Kendy; OLIVEIRA, Elisangela Cristina. Revis\u00e3o Previdenci\u00e1ria do M\u00ednimo Divisor. Curitiba: Juru\u00e1, 2010, p. 91.\n1 0 _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _\nSEDE: Rua Presidente Carlos Cavalcanti, n.\u00ba 1.210 - Alto S\u00e3o Francisco - Curitiba \u2013 Paran\u00e1 - Cep: 80.510-040 - Fone: (41) 3233-9573 \u2013 Fax: (41) 3233-9399 FILIAL I: Rua Presidente Costa e Silva, 2.152 - Coqueiral - Cascavel \u2013 Paran\u00e1 - Cep: 85.807-450 e-mail: contato@frm.adv.br\n\n\fFERNANDO ROCHA MARANH\u00c3O Sociedade de Advogados\nNo caso concreto, onde a parte Autora teve exclu\u00eddo per\u00edodos em que se concentravam suas maiores contribui\u00e7\u00f5es, talvez por for\u00e7a inclusive do per\u00edodo macro econ\u00f4mico de crise, da redu\u00e7\u00e3o real do pr\u00f3prio limite de contribui\u00e7\u00e3o ao sistema, ou ainda pelo avan\u00e7ar da idade que impediu-lhe de manter os mesmo n\u00edveis de contribui\u00e7\u00f5es, \u00e9 uma gritante arbitrariedade que espera ver sanada atrav\u00e9s da decis\u00e3o de m\u00e9rito que espera receber.\nS\u00e3o por estes motivos que pleiteia a relativiza\u00e7\u00e3o da regra de transi\u00e7\u00e3o, ou seja, por possui grande parte das suas contribui\u00e7\u00f5es antes de julho/1994, requer seja utilizada a regra permanente e n\u00e3o a de transi\u00e7\u00e3o. \u00c9 um direito que lhe assiste.\nAo rigor do princ\u00edpio da busca pelo menor benef\u00edcio, o Requerido deveria proceder com cautela e efetuar o c\u00e1lculo, computando o c\u00e1lculo da RMI com as 80% maiores contribui\u00e7\u00f5es de todo o per\u00edodo contributivo (como imp\u00f5e a norma), para certificar ao segurado que de fato a regra de transi\u00e7\u00e3o conduz ao melhor benef\u00edcio.\nA mat\u00e9ria aqui tratada j\u00e1 encontra posicionamento favor\u00e1vel em diversas Cortes do Pa\u00eds. Por exemplo, esse entendimento encontra guarida em recentes decis\u00f5es das Superiores Inst\u00e2ncias, momento em que, o colendo STF disp\u00f4s sobre o tema da seguinte maneira:\nEmenta: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDIN\u00c1RIO COM AGRAVO. PREVIDENCI\u00c1RIO. BENEF\u00cdCIO MAIS VANTAJOSO. AGRAVO IMPROVIDO. I O Plen\u00e1rio desta Corte, no RE 630.501-RG/RS, Rel. Min. Ellen Gracie, manifestou-se no sentido de que o segurado tem o direito a escolher o benef\u00edcio mais vantajoso, conforme as diversas datas em que o direito poderia ter sido exercido. II - Agravo regimental improvido. (STF - ARE: 736798 RS, Relator: Min. Ricardo Lewandowski, Data de Julgamento: 29/10/2013, Segunda Turma, Data de Publica\u00e7\u00e3o: DJe-224 Divulg 12-11-2013 Public 13-11-2013)\nA eminente Ministra Ellen Gracie, no julgamento do RE 630.501, proferiu voto em demanda onde se discutia a altera\u00e7\u00e3o de aposentadoria, cujo entendimento se aproveita ao caso concreto: 1 1 _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _\nSEDE: Rua Presidente Carlos Cavalcanti, n.\u00ba 1.210 - Alto S\u00e3o Francisco - Curitiba \u2013 Paran\u00e1 - Cep: 80.510-040 - Fone: (41) 3233-9573 \u2013 Fax: (41) 3233-9399 FILIAL I: Rua Presidente Costa e Silva, 2.152 - Coqueiral - Cascavel \u2013 Paran\u00e1 - Cep: 85.807-450 e-mail: contato@frm.adv.br\n\n\fFERNANDO ROCHA MARANH\u00c3O Sociedade de Advogados\n\u201c... 3. A garantia constitucional do direito adquirido est\u00e1 estampada no artigo 5 , XXXVI, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal: \"Art. 5 Todos s\u00e3o iguais perante a lei, sem distin\u00e7\u00e3o de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no Pa\u00eds a inviolabilidade do direito \u00e0 vida, \u00e0 liberdade, \u00e0 igualdade, \u00e0 seguran\u00e7a e \u00e0 propriedade, nos termos seguintes: (...). XXXVI - a lei n\u00e3o prejudicar\u00e1 o direito adquirido, o ato jur\u00eddico perfeito e a coisa julgada\". O instituto do direito adquirido insere-se, normalmente, nas quest\u00f5es de direito intertemporal. N\u00e3o temos, no nosso direito, uma garantia ampla e gen\u00e9rica de irretroatividade das leis, mas a garantia de que determinadas situa\u00e7\u00f5es Jur\u00eddicas consolidadas n\u00e3o ser\u00e3o alcan\u00e7adas por lei nova. Assegurase, com isso, a ultratividade da lei revogada em determinados casos, de modo que o direito surgido sob sua vig\u00eancia continue a ser reconhecido e assegurado. Pontes de Miranda, comentando a Constitui\u00e7\u00e3o anterior - cujo art. 153, \u00a7 3 , trazia a mesma f\u00f3rmula -, j\u00e1 destacava que a lei nova n\u00e3o pode prejudicar os direitos emanados de fatos pret\u00e9ritos, considerados adquiridos, \"isto \u00e9, os direitos j\u00e1 irradiados e os que ter\u00e3o de irradiar-se\". (Coment\u00e1rios \u00e0 Constitui\u00e7\u00e3o de 1967; com a Emenda n. I, de 1969, 3 ed., Tomo V, Rio de Janeiro: Forense, 1987, p. 67). Celso Ribeiro Bastos d\u00e1 destaque \u00e0 outra perspectiva, esclarecendo que, ao se assegurar o direito adquirido, o que se protege \"n\u00e3o \u00e9 o passado, mas sim o futuro\". Continua: \"0 direito adquirido consiste na faculdade de continuar a extra\u00edrem-se efeitos de um ato contr\u00e1rios aos previstos pela lei atualmente em vigor, ou, se preferirmos, continuar-se a gozar dos efeitos de uma lei 'pret\u00e9rita mesmo depois de ter ela sido revogada. [...]\"o direito adquirido envolve muito mais uma quest\u00e3o de perman\u00eancia da lei no tempo, projetando-se, destarte, para al\u00e9m da sua cessa\u00e7\u00e3o de vig\u00eancia, do que um problema de retroatividade.\"(Coment\u00e1rios \u00e0 Constitui\u00e7\u00e3o do Brasil, 2 vol. S\u00e3o Paulo: Saraiva, 1989, p. 192). 4. Em mat\u00e9ria previdenci\u00e1ria, j\u00e1 est\u00e1 consolidado o entendimento de que \u00e9 assegurado o direito adquirido sempre que, preenchidos os requisitos para o gozo de determinado benef\u00edcio, lei posterior revogue o dito benef\u00edcio, estabele\u00e7a requisitos mais rigorosos para a sua concess\u00e3o ou, ainda, imponha crit\u00e9rios de c\u00e1lculo menos favor\u00e1veis. \u00c9 que, nessas situa\u00e7\u00f5es, coloca-se a quest\u00e3o da supress\u00e3o, de um direito j\u00e1 incorporado ao patrim\u00f4nio do segurado e constitucionalmente protegido contra lei posterior, que, no dizer do art. 5 , inciso XXXVI, da Constitui\u00e7\u00e3o, n\u00e3o pode prejudic\u00e1-lo. Ao longo do tempo, diversas altera\u00e7\u00f5es no regime geral de previd\u00eancia social sobrevieram. Mas, normalmente, houve a preserva\u00e7\u00e3o expressa dos direitos adquiridos e, at\u00e9 mesmo, o estabelecimento de normas de transi\u00e7\u00e3o que procuraram fazer uma concilia\u00e7\u00e3o entre as expectativas dos segurados e a possibilidade de o Estado alterar o regime jur\u00eddico das presta\u00e7\u00f5es sociais. A EC 20/98, que estabeleceu a aposentadoria por tempo de contribui\u00e7\u00e3o em lugar da antiga aposentadoria por tempo de servi\u00e7o, ressalvou;\"Art. 3\u00ba - \u00c9 assegurada a concess\u00e3o de aposentadoria e pens\u00e3o, a qualquer tempo, aos servidores p\u00fablicos e aos segurados do regime geral de previd\u00eancia social, bem como aos seus dependentes, que, at\u00e9 a data da publica\u00e7\u00e3o desta Emenda, tenham cumprido os requisitos para a obten\u00e7\u00e3o destes benef\u00edcios, com base nos crit\u00e9rios da legisla\u00e7\u00e3o ent\u00e3o vigente\". A Lei 9.876/99, que criou o fator previdenci\u00e1rio,\n1 2 _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _\nSEDE: Rua Presidente Carlos Cavalcanti, n.\u00ba 1.210 - Alto S\u00e3o Francisco - Curitiba \u2013 Paran\u00e1 - Cep: 80.510-040 - Fone: (41) 3233-9573 \u2013 Fax: (41) 3233-9399 FILIAL I: Rua Presidente Costa e Silva, 2.152 - Coqueiral - Cascavel \u2013 Paran\u00e1 - Cep: 85.807-450 e-mail: contato@frm.adv.br\n\n\fFERNANDO ROCHA MARANH\u00c3O Sociedade de Advogados\npor sua vez, tamb\u00e9m ressalvou os direitos adquiridos: \"Art. 6\u00ba \u00c9 garantido ao segurado que at\u00e9 o dia anterior \u00e0 data de publica\u00e7\u00e3o desta Lei tenha cumprido os requisitos para a concess\u00e3o de benef\u00edcio o c\u00e1lculo segundo as regras at\u00e9 ent\u00e3o vigentes''. Quando a lei nova menos favor\u00e1vel n\u00e3o ressalva os direitos adquiridos e a Administra\u00e7\u00e3o n\u00e3o os respeita, esta Corte os assegura, dando efetividade \u00e0 garantia constitucional...\u201d\nPara ilustrar ainda mais tal entendimento vejamos o tratamento\ndado pelo e. TRF/4\u00aa Regi\u00e3o, que em decis\u00e3o da 5\u00aa Turma, assentou o direito\nde op\u00e7\u00e3o pelo segurado:\n\u201cRELAT\u00d3RIO: Trata-se de apela\u00e7\u00e3o e remessa oficial interpostas contra senten\u00e7a que assim disp\u00f4s: Ante o exposto, rejeito em parte a prefacial de prescri\u00e7\u00e3o, e, no m\u00e9rito, julgo parcialmente procedente o pedido e extingo o processo, com a resolu\u00e7\u00e3o do m\u00e9rito, com fundamento no art. 269, I, do CPC, para o fim de: i) determinar o INSS a que proceda \u00e0 revis\u00e3o do benef\u00edcio da parteautora, com a utiliza\u00e7\u00e3o de um \u00fanico fator previdenci\u00e1rio, qual seja, aquele que lhe for mais ben\u00e9fico (0,6843); ii) condenar o INSS ao pagamento das parcelas decorrentes da revis\u00e3o, observada a prescri\u00e7\u00e3o quinquenal. (...) Em suas raz\u00f5es, alega ISIDRA RAMOS LOPES a inconstitucionalidade do artigo 3\u00ba da Lei n\u00ba 9.876/99, norma que foi criada como regra de transi\u00e7\u00e3o e limitou o PBC a partir de julho de 1994, invocando o artigo 29, I, da Lei de Benef\u00edcios. O INSS, por sua vez, apelou, arguindo a constitucionalidade do artigo 1\u00ba-F da Lei 9.494/97, na reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei 11.960/2009. Apresentadas as contrarraz\u00f5es, vieram os autos conclusos. \u00c9 o relat\u00f3rio. VOTO: A parte-autora objetiva o afastamento da sistem\u00e1tica de c\u00e1lculo prevista no artigo 3\u00ba da Lei 9.876/99, incluindo-se no per\u00edodo b\u00e1sico de c\u00e1lculo todas as contribui\u00e7\u00f5es vertidas no per\u00edodo de 01.04.1972 a 30.11.2002. No entanto, o magistrado a quo afastou tal pretens\u00e3o nestes termos: A parte-autora \u00e9 benefici\u00e1ria de aposentadoria por tempo de contribui\u00e7\u00e3o, NB 124.847.771-2, desde 17/12/2002. Conforme carta de concess\u00e3o do benef\u00edcio, juntada aos autos, a RMI (R$ 532,46) foi calculada segundo a Lei 9.876, de 29/11/1999. Per\u00edodo B\u00e1sico de C\u00e1lculo. A primeira controv\u00e9rsia posta envolve a sistem\u00e1tica de c\u00e1lculo do sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio da aposentadoria por tempo de contribui\u00e7\u00e3o da autora, j\u00e1 na vig\u00eancia da Lei n.\u00ba 9.876/99. Sobre o thema decidendum, disp\u00f5e a Lei n\u00ba 8.213/1991, com a reda\u00e7\u00e3o dada pela aludida Lei n.\u00ba 9.876/99, in verbis: 'Art. 29 - O sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio consiste:\n1 3 _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _\nSEDE: Rua Presidente Carlos Cavalcanti, n.\u00ba 1.210 - Alto S\u00e3o Francisco - Curitiba \u2013 Paran\u00e1 - Cep: 80.510-040 - Fone: (41) 3233-9573 \u2013 Fax: (41) 3233-9399 FILIAL I: Rua Presidente Costa e Silva, 2.152 - Coqueiral - Cascavel \u2013 Paran\u00e1 - Cep: 85.807-450 e-mail: contato@frm.adv.br\n\n\fFERNANDO ROCHA MARANH\u00c3O Sociedade de Advogados\nI - para os benef\u00edcios de que tratam as al\u00edneas 'b' e 'c' do inciso I do art. 18, na m\u00e9dia aritm\u00e9tica simples dos maiores sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o correspondentes a 80% de todo o per\u00edodo contributivo, multiplicada pelo fator previdenci\u00e1rio; (...).' \u00a7 2\u00ba - O valor do sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio n\u00e3o ser\u00e1 inferior ao de um sal\u00e1rio m\u00ednimo, nem superior ao do limite m\u00e1ximo do sal\u00e1rio-de-contribui\u00e7\u00e3o na data de in\u00edcio do benef\u00edcio.' A Lei n.\u00ba 9.876/99 tamb\u00e9m instituiu regra de transi\u00e7\u00e3o para os segurados j\u00e1 filiados ao RGPS, \u00e0 \u00e9poca de seu advento, nas seguintes letras: 'Art. 3\u00ba Para o segurado filiado \u00e0 Previd\u00eancia Social at\u00e9 o dia anterior \u00e0 data de publica\u00e7\u00e3o desta Lei, que vier a cumprir as condi\u00e7\u00f5es exigidas para a concess\u00e3o dos benef\u00edcios do Regime Geral de Previd\u00eancia Social, no c\u00e1lculo do sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio ser\u00e1 considerada a m\u00e9dia aritm\u00e9tica simples dos maiores sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o, correspondentes a, no m\u00ednimo, oitenta por cento de todo o per\u00edodo contributivo decorrido desde a compet\u00eancia julho de 1994, observado o disposto nos incisos I e II do caput do art. 29 da Lei n.\u00ba 8.213, de 1991, com a reda\u00e7\u00e3o dada por esta Lei. (...) \u00a7 2\u00ba No caso das aposentadorias de que tratam as al\u00edneas b, c e d do inciso I do art. 18, o divisor considerado no c\u00e1lculo da m\u00e9dia a que se refere o caput e o \u00a7 1\u00ba n\u00e3o poder\u00e1 ser inferior a sessenta por cento do per\u00edodo decorrido da compet\u00eancia julho de 1994 at\u00e9 a data de in\u00edcio do benef\u00edcio, limitado a cem por cento de todo o per\u00edodo contributivo.' Pretende a parte-autora seja afastada a sistem\u00e1tica de c\u00e1lculo prevista no artigo 3\u00ba da Lei 9.876/99, incluindo-se no per\u00edodo b\u00e1sico de c\u00e1lculo todas as contribui\u00e7\u00f5es vertidas no per\u00edodo de 01.04.1972 a 30.11.2002. A tese n\u00e3o merece prosperar. Invoco, como raz\u00f5es de decidir, a fundamenta\u00e7\u00e3o exarada no julgamento proferido pelo TRF4 na APELREEX 500227602.2013.404.7214. N\u00e3o obstante os fundamentos esposados pelo douto sentenciante, pe\u00e7o v\u00eania para divergir da solu\u00e7\u00e3o, porquanto, no \u00e2mbito 3\u00aa Turma Recursal do Paran\u00e1, tive oportunidade de acompanhar o entendimento esposado pela eminente Ju\u00edza Federal Fl\u00e1via da Silva Xavier por ocasi\u00e3o do julgamento do Recurso C\u00edvel n\u00ba 50258439320114047000, ocorrido em 06/11/2013, o qual n\u00e3o hesito em adotar como raz\u00f5es de decidir: Trata-se de recurso da parte contra senten\u00e7a que julgou improcedente o pedido de revis\u00e3o da RMI do benef\u00edcio de aposentadoria por idade (NB 1310512547), porquanto apurado nos termos da Lei 9.876/99 (evento 09). Insurge o recorrente alegando, em s\u00edntese (evento 14), que o benef\u00edcio foi concedido mediante aplica\u00e7\u00e3o de crit\u00e9rios equivocados, deduzindo que h\u00e1 erro por parte do INSS na apura\u00e7\u00e3o da RMI, porquanto em descompasso com o previsto no art. 29, inciso I, da Lei 8.213/91, considerando que o segurado \u00e9 filiado antes da promulga\u00e7\u00e3o das regras de transi\u00e7\u00e3o. A senten\u00e7a julgou improcedente o pedido revisional por entender que o c\u00e1lculo efetuado pela autarquia previdenci\u00e1ria est\u00e1 correto ao usar como divisor o correspondente a 60% do per\u00edodo entre julho de 1994 e a DIB (17/08/2003) que, no caso, corresponde a 66 meses.\n1 4 _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _\nSEDE: Rua Presidente Carlos Cavalcanti, n.\u00ba 1.210 - Alto S\u00e3o Francisco - Curitiba \u2013 Paran\u00e1 - Cep: 80.510-040 - Fone: (41) 3233-9573 \u2013 Fax: (41) 3233-9399 FILIAL I: Rua Presidente Costa e Silva, 2.152 - Coqueiral - Cascavel \u2013 Paran\u00e1 - Cep: 85.807-450 e-mail: contato@frm.adv.br\n\n\fFERNANDO ROCHA MARANH\u00c3O Sociedade de Advogados\nObservo que a controv\u00e9rsia instalada gira em torno da correta interpreta\u00e7\u00e3o das disposi\u00e7\u00f5es constantes do art. 3\u00ba da Lei n\u00ba 9.876/99 que estabelece: Art. 3.\u00ba Para o segurado filiado \u00e0 Previd\u00eancia Social at\u00e9 o dia anterior \u00e0 data de publica\u00e7\u00e3o desta Lei, que vier a cumprir as condi\u00e7\u00f5es exigidas para a concess\u00e3o dos benef\u00edcios do Regime Geral de Previd\u00eancia Social, no c\u00e1lculo do sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio ser\u00e1 considerada a m\u00e9dia aritm\u00e9tica simples dos maiores sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o, correspondentes a, no m\u00ednimo, oitenta por cento de todo o per\u00edodo contributivo decorrido desde a compet\u00eancia julho de 1994, observado o disposto nos incisos I e II do caput do art. 29 da Lei no 8.213, de 1991, com a reda\u00e7\u00e3o dada por esta Lei. \u00a7 1.\u00ba Quando se tratar de segurado especial, no c\u00e1lculo do sal\u00e1rio-debenef\u00edcio ser\u00e3o considerados um treze avos da m\u00e9dia aritm\u00e9tica simples dos maiores valores sobre os quais incidiu a sua contribui\u00e7\u00e3o anual, correspondentes a, no m\u00ednimo, oitenta por cento de todo o per\u00edodo contributivo decorrido desde a compet\u00eancia julho de 1994, observado o disposto nos incisos I e II do \u00a7 6o do art. 29 da Lei no 8.213, de 1991, com a reda\u00e7\u00e3o dada por esta Lei. \u00a7 2.\u00ba No caso das aposentadorias de que tratam as al\u00edneas b, c e d do inciso I do art. 18, o divisor considerado no c\u00e1lculo da m\u00e9dia a que se refere o caput e o \u00a7 1\u00ba n\u00e3o poder\u00e1 ser inferior a sessenta por cento do per\u00edodo decorrido da compet\u00eancia julho de 1994 at\u00e9 a data de in\u00edcio do benef\u00edcio, limitado a cem por cento de todo o per\u00edodo contributivo. A Lei n\u00ba 9.876/99 tratou, entre outros assuntos, sobre a altera\u00e7\u00e3o da forma de c\u00e1lculo do sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio, estendendo, como regra, o per\u00edodo b\u00e1sico de c\u00e1lculo a oitenta por cento de todo o per\u00edodo contributivo do segurado e introduzindo o fator previdenci\u00e1rio, coeficiente calculado de acordo com a idade, a expectativa de sobrevida e o tempo de contribui\u00e7\u00e3o do segurado. Tais altera\u00e7\u00f5es t\u00eam como principal justificativa a manuten\u00e7\u00e3o do equil\u00edbrio atuarial dos cofres da Previd\u00eancia, pois antes aquelas vari\u00e1veis n\u00e3o eram consideradas no c\u00e1lculo do benef\u00edcio. Este era calculado apenas com base nos \u00faltimos sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o, at\u00e9 o m\u00e1ximo de trinta e seis, apurados em um per\u00edodo n\u00e3o superior a quarenta e oito meses, n\u00e3o importando o hist\u00f3rico de contribui\u00e7\u00f5es recolhidas pelo segurado durante sua vida laboral. Assim, ainda que as altera\u00e7\u00f5es tenham preservado o equil\u00edbrio financeiro da Previd\u00eancia Social, trouxeram regras mais r\u00edgidas para o c\u00e1lculo da renda mensal dos benef\u00edcios, sendo justific\u00e1vel o estabelecimento de normas de transi\u00e7\u00e3o para aqueles que se filiaram ao Regime Geral da Previd\u00eancia Social antes da vig\u00eancia da lei. Este \u00e9 o prop\u00f3sito do artigo 3\u00ba e seus par\u00e1grafos: estabelecer regras de transi\u00e7\u00e3o que garantam que os segurados n\u00e3o sejam atingidos de forma abrupta por normas mais r\u00edgidas de c\u00e1lculo dos benef\u00edcios. A l\u00f3gica da norma de transi\u00e7\u00e3o \u00e9 minimizar os efeitos de novas regras mais r\u00edgidas para aqueles que j\u00e1 eram filiados ao sistema, mas ainda n\u00e3o haviam adquirido o direito de se aposentar pelas regras antes vigentes, mais ben\u00e9ficas. Fica, ent\u00e3o, estabelecida uma transi\u00e7\u00e3o em que os segurados devem obedecer \u00e0s regras transit\u00f3rias, n\u00e3o t\u00e3o ben\u00e9ficas quanto \u00e0s anteriores nem t\u00e3o r\u00edgidas quanto \u00e0s novas. \u00c9 essa premissa l\u00f3gica que merece ser considerada para efeito de interpreta\u00e7\u00e3o da regra estabelecida no art. 3\u00ba, da Lei n\u00ba 9.876/99.\n1 5 _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _\nSEDE: Rua Presidente Carlos Cavalcanti, n.\u00ba 1.210 - Alto S\u00e3o Francisco - Curitiba \u2013 Paran\u00e1 - Cep: 80.510-040 - Fone: (41) 3233-9573 \u2013 Fax: (41) 3233-9399 FILIAL I: Rua Presidente Costa e Silva, 2.152 - Coqueiral - Cascavel \u2013 Paran\u00e1 - Cep: 85.807-450 e-mail: contato@frm.adv.br\n\n\fFERNANDO ROCHA MARANH\u00c3O Sociedade de Advogados\nNo caso, a regra de transi\u00e7\u00e3o estabelecida pela Lei 9.876/99 para o c\u00e1lculo do sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio estabelece que ser\u00e1 calculado pela m\u00e9dia aritm\u00e9tica simples dos maiores sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o do segurado, correspondentes a, no m\u00ednimo, oitenta por cento do per\u00edodo contributivo decorrido ap\u00f3s julho/1994, multiplicada pelo fator previdenci\u00e1rio (art. 3\u00ba, caput). Contudo, o \u00a7 2.\u00ba estabelece um limite: veda que o divisor utilizado naquela m\u00e9dia seja inferior a sessenta por cento do n\u00famero de meses existente entre julho/1994 e a data de in\u00edcio do benef\u00edcio. \u00c9 justamente este divisor m\u00ednimo da regra de transi\u00e7\u00e3o que est\u00e1 sendo discutido na hip\u00f3tese dos autos. No caso, o n\u00famero de meses apurado entre julho/1994 e a data de in\u00edcio do benef\u00edcio do autor (17/08/2003 - evento 1 / CCON8) \u00e9 de 110 meses. Como o segurado tem apenas 29 sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o comprovadamente recolhidos ap\u00f3s julho/1994, n\u00famero inferior ao correspondente a 60% de 110 meses (no caso, 66 meses), a ele deve ser aplicada a regra do \u00a7 2\u00ba. A interpreta\u00e7\u00e3o literal desse dispositivo \u00e9 condizente com a forma de c\u00e1lculo adotada pelo INSS quando da concess\u00e3o do benef\u00edcio: o sal\u00e1riode-benef\u00edcio deve corresponder \u00e0 soma dos sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o equivalentes a oitenta por cento do per\u00edodo contributivo decorrido ap\u00f3s julho/1994, dividida pelo n\u00famero correspondente a sessenta por cento do n\u00famero de meses existentes entre julho/1994 e a data de in\u00edcio do benef\u00edcio, multiplicada pelo fator previdenci\u00e1rio. No caso do autor, o INSS efetuou a soma dos 29 sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o, dividiu-os por 66 (60% de 110) e multiplicou o resultado pelo fator previdenci\u00e1rio. Ocorre que, no meu sentir, essa regra de transi\u00e7\u00e3o n\u00e3o pode prevalecer em situa\u00e7\u00e3o como a dos autos, em que o n\u00famero de contribui\u00e7\u00f5es recolhidas no PBC \u00e9 inferior ao divisor m\u00ednimo de 60%. Isso porque conduz a situa\u00e7\u00f5es absurdas. A t\u00edtulo de exemplo, por aplica\u00e7\u00e3o da Lei 10.666/2003, \u00e9 poss\u00edvel que uma pessoa obtenha aposentadoria por idade, mesmo que n\u00e3o detenha qualidade de segurado. Assim, por exemplo, se o segurado possuir toda a car\u00eancia e contribui\u00e7\u00f5es necess\u00e1rias \u00e0quela aposentadoria antes de julho/1994 e apenas um \u00fanico sal\u00e1rio-de-contribui\u00e7\u00e3o posterior a essa data, poder\u00e1 se aposentar ap\u00f3s a vig\u00eancia da Lei 9.876/99, ao completar a idade m\u00ednima, mesmo que n\u00e3o tenha qualidade de segurado. Supondo que a DIB fosse em janeiro/2000, o c\u00e1lculo do sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio corresponderia ao \u00fanico sal\u00e1rio-de-contribui\u00e7\u00e3o recolhido posteriormente a julho/1994, dividido por 39 (sessenta por cento de 66 meses - tempo decorrido entre julho/94 e a DIB), multiplicado pelo fator previdenci\u00e1rio, conduzindo a valor muito inferior ao sal\u00e1rio-m\u00ednimo, ainda que este \u00fanico sal\u00e1rio de contribui\u00e7\u00e3o (e todo seu hist\u00f3rico contributivo anterior a julho de 1994) seja equivalente ao teto ou pr\u00f3ximo disso. O benef\u00edcio a ser concedido, ent\u00e3o, desprezaria todo o hist\u00f3rico contributivo do segurado (o que contraria a finalidade da lei 9.876/99) e seria equiparado ao sal\u00e1rio m\u00ednimo por for\u00e7a de disposi\u00e7\u00e3o constitucional. De outro lado, entendo que a interpreta\u00e7\u00e3o proposta pela parte autora, tamb\u00e9m contraria a l\u00f3gica de uma regra de transi\u00e7\u00e3o: a de ser norma intermedi\u00e1ria entre a situa\u00e7\u00e3o anterior ben\u00e9fica e a posterior prejudicial ao segurado.\n1 6 _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _\nSEDE: Rua Presidente Carlos Cavalcanti, n.\u00ba 1.210 - Alto S\u00e3o Francisco - Curitiba \u2013 Paran\u00e1 - Cep: 80.510-040 - Fone: (41) 3233-9573 \u2013 Fax: (41) 3233-9399 FILIAL I: Rua Presidente Costa e Silva, 2.152 - Coqueiral - Cascavel \u2013 Paran\u00e1 - Cep: 85.807-450 e-mail: contato@frm.adv.br\n\n\fFERNANDO ROCHA MARANH\u00c3O Sociedade de Advogados\nAlega a parte autora que, por aplica\u00e7\u00e3o do \u00a7 2\u00ba, quando o segurado n\u00e3o disp\u00f5e de sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o correspondentes a sessenta por cento do n\u00famero de meses existente entre julho/1994 e a data de in\u00edcio do benef\u00edcio, devem ser utilizados no c\u00e1lculo do sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio n\u00e3o apenas oitenta por cento deles, mas at\u00e9 cem por cento dos sal\u00e1rios-decontribui\u00e7\u00e3o existentes naquele per\u00edodo (29, em seu caso). Al\u00e9m disso, o divisor da m\u00e9dia mencionada no caput do art. 3\u00ba da lei deve ser limitado sempre ao n\u00famero de sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o que o segurado tenha naquele mesmo per\u00edodo, em respeito \u00e0 express\u00e3o 'limitado a cem por cento de todo o per\u00edodo contributivo' contida na parte final do \u00a7 2\u00ba. Com base neste racioc\u00ednio, como somente possui 29 sal\u00e1rios-decontribui\u00e7\u00e3o comprovadamente recolhidos ap\u00f3s julho/1994, o sal\u00e1riode-benef\u00edcio equivaleria \u00e0 soma de cem por cento desses sal\u00e1rios, dividida por 29 meses (n\u00famero de contribui\u00e7\u00f5es que possui de julho/1994 at\u00e9 a DIB), multiplicada pelo fator previdenci\u00e1rio. No entanto, a aplica\u00e7\u00e3o da referida interpreta\u00e7\u00e3o pode conduzir a situa\u00e7\u00f5es mais ben\u00e9ficas ao segurado do que a que existiria se fossem aplicadas as regras vigentes antes da Lei n\u00ba 9.876/99, raz\u00e3o pela qual n\u00e3o pode ser esta a interpreta\u00e7\u00e3o conferida \u00e0 norma de transi\u00e7\u00e3o. No mesmo exemplo da aposentadoria por idade citado alhures, o sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio do segurado corresponderia ao \u00fanico sal\u00e1rio-decontribui\u00e7\u00e3o existente ap\u00f3s julho/1994, multiplicado pelo fator previdenci\u00e1rio. Se o segurado sempre houvesse contribu\u00eddo pelo valor m\u00ednimo, mas tivesse recolhido o equivalente ao teto do sal\u00e1rio-decontribui\u00e7\u00e3o ap\u00f3s julho/1994, seu sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio ficaria muito pr\u00f3ximo ao teto, excessivamente alto se comparado ao seu hist\u00f3rico contributivo. Ou, ainda, poderia ocorrer uma situa\u00e7\u00e3o mais prejudicial ao segurado se o sal\u00e1rio-de-contribui\u00e7\u00e3o posterior a julho/1994 fosse de valor \u00ednfimo, levando a sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio tamb\u00e9m seria irris\u00f3rio, n\u00e3o importando as contribui\u00e7\u00f5es anteriores \u00e0quele termo. Isto \u00e9, na situa\u00e7\u00e3o hipot\u00e9tica ora constru\u00edda, a renda-mensal da aposentadoria seria definida com fulcro em um \u00fanico sal\u00e1rio-decontribui\u00e7\u00e3o do segurado. Ambas situa\u00e7\u00f5es contrariam a inten\u00e7\u00e3o do legislador, de vincular o valor da aposentadoria ao hist\u00f3rico de contribui\u00e7\u00f5es do segurado \u00e0 Previd\u00eancia. Por isso, sem deslustro das opini\u00f5es em sentido contr\u00e1rio, entendo que as duas interpreta\u00e7\u00f5es dadas ao art. 3\u00ba, \u00a7 2\u00ba, da Lei n\u00ba 9.876/99 n\u00e3o s\u00e3o compat\u00edveis com a finalidade da regra de transi\u00e7\u00e3o. Isto porque, a interpreta\u00e7\u00e3o aplicada pelo INSS pode prejudicar excessivamente o segurado, colocando-o em situa\u00e7\u00e3o mais prejudicial do que a estabelecida pela nova lei. Por outro lado, a interpreta\u00e7\u00e3o defendida pela parte autora ora beneficia, ora prejudica o segurado, podendo ser mais ben\u00e9fica que o regime anterior ou mais prejudicial do que o regime criado pela lei atual, tal qual exposto na exemplifica\u00e7\u00e3o supra. A resposta que reputo como correta para a solu\u00e7\u00e3o dos casos em que a regra transit\u00f3ria \u00e9 prejudicial ao segurado, est\u00e1 na aplica\u00e7\u00e3o da regra definitiva. Isso porque a regra de transi\u00e7\u00e3o n\u00e3o deve ser mais prejudicial do que aquela estabelecida pela nova lei. Nesse exato sentido \u00e9 a orienta\u00e7\u00e3o jurisprudencial firmada ao interpretar a regra transit\u00f3ria prevista no artigo 9\u00ba, da Emenda Constitucional n\u00ba 20/98, que estabeleceu, al\u00e9m do tempo de\n1 7 _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _\nSEDE: Rua Presidente Carlos Cavalcanti, n.\u00ba 1.210 - Alto S\u00e3o Francisco - Curitiba \u2013 Paran\u00e1 - Cep: 80.510-040 - Fone: (41) 3233-9573 \u2013 Fax: (41) 3233-9399 FILIAL I: Rua Presidente Costa e Silva, 2.152 - Coqueiral - Cascavel \u2013 Paran\u00e1 - Cep: 85.807-450 e-mail: contato@frm.adv.br\n\n\fFERNANDO ROCHA MARANH\u00c3O Sociedade de Advogados\ncontribui\u00e7\u00e3o, idade m\u00ednima e 'ped\u00e1gio', para obten\u00e7\u00e3o de aposentadoria por tempo de contribui\u00e7\u00e3o integral, enquanto o texto permanente (art. 201, \u00a7 7\u00ba, inc. I, CF/88) exige t\u00e3o somente tempo de contribui\u00e7\u00e3o. A solu\u00e7\u00e3o definida pela jurisprud\u00eancia determina a aplica\u00e7\u00e3o da regra definitiva, j\u00e1 que a regra de transi\u00e7\u00e3o \u00e9 prejudicial ao segurado, por exigir requisitos (idade m\u00ednima e 'ped\u00e1gio') n\u00e3o previstos no texto definitivo: PREVIDENCI\u00c1RIO. RECURSO ESPECIAL. CONVERS\u00c3O DE TEMPO ESPECIAL EM COMUM. TEMPO DE SERVI\u00c7O POSTERIOR \u00c0 EC 20/98 PARA APOSENTADORIA POR TEMPO DE SERVI\u00c7O INTEGRAL. POSSIBILIDADE. REGRAS DE TRANSI\u00c7\u00c3O. INAPLICABILIDADE. RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO. 1. (...). 2. A Emenda Constitucional 20/98 extinguiu a aposentadoria proporcional por tempo de servi\u00e7o. Assim, para fazer jus a esse benef\u00edcio, necess\u00e1rio o preenchimento dos requisitos anteriormente \u00e0 data de sua edi\u00e7\u00e3o (15/12/98). 3. Com rela\u00e7\u00e3o \u00e0 aposentadoria integral, entretanto, na reda\u00e7\u00e3o do Projeto de Emenda \u00e0 Constitui\u00e7\u00e3o, o inciso I do \u00a7 7\u00ba do art. 201 da CF/88 associava tempo m\u00ednimo de contribui\u00e7\u00e3o (35 anos para homem, e 30 anos para mulher) \u00e0 idade m\u00ednima de 60 anos e 55 anos, respectivamente. Como a exig\u00eancia da idade m\u00ednima n\u00e3o foi aprovada pela Emenda 20/98, a regra de transi\u00e7\u00e3o para a aposentadoria integral restou sem efeito, j\u00e1 que, no texto permanente (art. 201, \u00a7 7\u00ba, Inciso I), a aposentadoria integral ser\u00e1 concedida levando-se em conta somente o tempo de servi\u00e7o, sem exig\u00eancia de idade ou 'ped\u00e1gio'. 4. Recurso especial conhecido e improvido. (STJ, REsp 797.209/MG, Rel. Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA, QUINTA TURMA, julgado em 16/04/2009, DJe 18/05/2009 destaquei). Portanto, a Lei n\u00ba 9.876/99 e a regra de transi\u00e7\u00e3o do art. 3\u00ba, podem ser interpretadas nos termos seguintes: a) aplica-se a regra de transi\u00e7\u00e3o do art. 3\u00ba, se o n\u00famero de sal\u00e1rios-decontribui\u00e7\u00e3o do segurado, correspondentes a oitenta por cento do per\u00edodo contributivo decorrido ap\u00f3s julho/1994, for superior a sessenta por cento do n\u00famero de meses decorridos entre julho/1994 e a data de in\u00edcio do benef\u00edcio: o sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio corresponder\u00e1 \u00e0 m\u00e9dia aritm\u00e9tica simples dos maiores sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o existentes ap\u00f3s julho/1994, multiplicada pelo fator previdenci\u00e1rio. No c\u00e1lculo da m\u00e9dia, devem ser utilizados mais de oitenta por cento dos sal\u00e1rios-decontribui\u00e7\u00e3o existentes nesse per\u00edodo, at\u00e9 cem por cento, de forma a atingir o divisor m\u00ednimo exigido pelo \u00a7 2\u00ba (60% do n\u00famero de meses decorridos entre julho/1994 e a data de in\u00edcio do benef\u00edcio); b) se o n\u00famero total (cem por cento) de sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o do segurado existentes ap\u00f3s julho/1994 for inferior a sessenta por cento do n\u00famero de meses decorridos entre julho/1994 e a data de in\u00edcio do benef\u00edcio, o c\u00e1lculo deve ser feito com aplica\u00e7\u00e3o da regra definitiva do art. 29 da Lei 8.213/91, com as altera\u00e7\u00f5es introduzidas pela Lei n\u00ba 9.876/99. Em suma: o sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio corresponder\u00e1 \u00e0 m\u00e9dia aritm\u00e9tica simples dos maiores sal\u00e1rios-decontribui\u00e7\u00e3o correspondentes a 80% de todo o per\u00edodo contributivo, nos estritos termos da regra definitiva, sem o marco inicial do PBC fixado em julho de 1994. N\u00e3o h\u00e1 nenhuma coer\u00eancia na aplica\u00e7\u00e3o de uma regra transit\u00f3ria que seja mais prejudicial ao segurado que a pr\u00f3pria regra definitiva. E a regra definitiva \u00e9 a 'verdadeira regra', enquanto a regra de transi\u00e7\u00e3o\n1 8 _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _\nSEDE: Rua Presidente Carlos Cavalcanti, n.\u00ba 1.210 - Alto S\u00e3o Francisco - Curitiba \u2013 Paran\u00e1 - Cep: 80.510-040 - Fone: (41) 3233-9573 \u2013 Fax: (41) 3233-9399 FILIAL I: Rua Presidente Costa e Silva, 2.152 - Coqueiral - Cascavel \u2013 Paran\u00e1 - Cep: 85.807-450 e-mail: contato@frm.adv.br\n\n\fFERNANDO ROCHA MARANH\u00c3O Sociedade de Advogados\nsomente se justifica para amenizar seus efeitos delet\u00e9rios. Se a regra de transi\u00e7\u00e3o \u00e9 mais prejudicial que a definitiva, aplica-se esta \u00faltima. Penso que essa interpreta\u00e7\u00e3o, al\u00e9m de se compatibilizar com os fins da norma e a l\u00f3gica das regras de transi\u00e7\u00e3o, evita situa\u00e7\u00f5es de extremo preju\u00edzo ou extremo benef\u00edcio ao segurado. [...] O INSS dever\u00e1 elaborar novo c\u00e1lculo da renda mensal inicial do benef\u00edcio de aposentadoria por idade, conforme previsto no artigo 29, inciso I, da Lei n\u00ba 8.213/91, e pagar eventuais diferen\u00e7as, desde a data de in\u00edcio do benef\u00edcio (17/08/2003), corrigidos monetariamente pelos mesmos \u00edndices que reajustam os benef\u00edcios mantidos pelo RGPS (Lei 10.741/03, art. 31), e acrescidas de juros de mora de 1% ao m\u00eas a contar da cita\u00e7\u00e3o (S\u00famula 75 do TRF4\u00aa Regi\u00e3o), observada a prescri\u00e7\u00e3o quinquenal. [...] De outro lado, caso a renda mensal inicial do benef\u00edcio da parte autora revisada seja inferior \u00e0quela concedida pelo INSS, dever\u00e1 ser mantido o valor original, nos termos do artigo 122, da Lei n\u00ba 8.213/91. [...] Ante o exposto, voto por DAR PARCIAL PROVIMENTO AO RECURSO.\u201d (Apela\u00e7\u00e3o/Reexame Necess\u00e1rio n\u00ba 5008286-81.2012.4.04.7122/RS \u2013 grifos nossos)\nCom efeito, a regra transit\u00f3ria n\u00e3o pode esvaziar o conte\u00fado\necon\u00f4mico da adequada presta\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria devida aos segurados filiados\nantes da edi\u00e7\u00e3o da Lei 9.876/99. Nessa linha manifesta-se a moderna doutrina\nprevidenci\u00e1ria:\n\u201c...Embora a Lei n\u00ba 9.876/99 n\u00e3o tenha previsto expressamente, h\u00e1 que ser entendido que o segurado poder\u00e1 optar pela regra nova na sua integralidade, ou seja, a m\u00e9dia dos 80% maiores sal\u00e1rios de contribui\u00e7\u00e3o de todo o per\u00edodo em que contribuiu ao sistema e n\u00e3o apenas a partir de julho de 1994. Como paradigma para essa interpreta\u00e7\u00e3o podemos citar o artigo 9\u00ba da Emenda Constitucional n. 20/98, que, ao alterar as regras de concess\u00e3o da aposentadoria por tempo de contribui\u00e7\u00e3o permitiu ao segurado optar pelas regras de transi\u00e7\u00e3o ou pelas novas regras permanentes do artigo 201 da Constitui\u00e7\u00e3o. Al\u00e9m disso, ao tratarmos de regras de transi\u00e7\u00e3o no direito previdenci\u00e1rio, sua estipula\u00e7\u00e3o \u00e9 exatamente para facilitar a adapta\u00e7\u00e3o dos segurados que j\u00e1 estavam contribuindo, mas que ainda n\u00e3o possu\u00edam o direito adquirido ao benef\u00edcio. Portanto, n\u00e3o havendo direito adquirido \u00e0 regra anterior, o segurado teria sempre duas op\u00e7\u00f5es: a regra nova ou a regra de transi\u00e7\u00e3o, podendo sempre optar pela que lhe for mais ben\u00e9fica. Trata-se mais uma vez do reconhecimento do direito ao c\u00e1lculo mais vantajoso para o segurado, dentre as op\u00e7\u00f5es poss\u00edveis de per\u00edodo b\u00e1sico de c\u00e1lculo, desde que preenchidos os demais requisitos para a concess\u00e3o da presta\u00e7\u00e3o.\n1 9 _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _\nSEDE: Rua Presidente Carlos Cavalcanti, n.\u00ba 1.210 - Alto S\u00e3o Francisco - Curitiba \u2013 Paran\u00e1 - Cep: 80.510-040 - Fone: (41) 3233-9573 \u2013 Fax: (41) 3233-9399 FILIAL I: Rua Presidente Costa e Silva, 2.152 - Coqueiral - Cascavel \u2013 Paran\u00e1 - Cep: 85.807-450 e-mail: contato@frm.adv.br\n\n\fFERNANDO ROCHA MARANH\u00c3O Sociedade de Advogados\nA amplia\u00e7\u00e3o do per\u00edodo b\u00e1sico de c\u00e1lculo para todo o per\u00edodo contributivo pode gerar um sal\u00e1rio de benef\u00edcio mais vantajoso em muitos casos, por exemplo: - nos casos de aposentadorias por idade, tempo de contribui\u00e7\u00e3o e especial, em que a aplica\u00e7\u00e3o do divisor m\u00ednimo de 60% do per\u00edodo decorrido da compet\u00eancia julho de 1994 at\u00e9 a data de in\u00edcio do benef\u00edcio, gera compet\u00eancia com sal\u00e1rios de contribui\u00e7\u00e3o zerados; - hip\u00f3teses de segurados que aderiram a Planos de Demiss\u00e3o Incentivada e reduziram os sal\u00e1rios de contribui\u00e7\u00e3o no per\u00edodo que antecede a aposentadoria, mas tem um hist\u00f3rico de contribui\u00e7\u00e3o elevado. Essa tese \u00e9 relativamente nova e at\u00e9 o momento pouco debatida na doutrina e nos tribunais, mas acreditamos que poder\u00e1 ser exitosa pelos fundamentos jur\u00eddicos mencionados e permite que muitos segurados obtenham a justa eleva\u00e7\u00e3o do valor da renda mensal inicial dos seus benef\u00edcios.'(CASTRO, Carlos Alberto Pereira de. e LAZZARI, Jo\u00e3o Batista. Manual de direito previdenci\u00e1rio. Rio de Janeiro: Forense, 2015, p. 601602).\nVerifica-se no exemplo que o c\u00e1lculo da RMI do benef\u00edcio do autor\nn\u00e3o foi corretamente realizado pelo INSS, merecendo reforma a senten\u00e7a no\nponto, a fim de determinar que o INSS elabore novo c\u00e1lculo da renda mensal\ninicial, conforme previsto no artigo 29, inciso I, da Lei n\u00ba 8.213/91, e pagar\neventuais diferen\u00e7as, desde 17/12/2002 (DIB).\nA jurisprud\u00eancia n\u00e3o destoa sobre o tema, sen\u00e3o vejamos:\n\u201cVOTO-VISTA Ap\u00f3s o exame dos autos, concluo por acompanhar integralmente o voto do eminente Relator. A apela\u00e7\u00e3o da parte autora objetiva o reconhecimento da inconstitucionalidade do artigo 3\u00ba, da Lei 9.876/99, norma que representa regra de transi\u00e7\u00e3o e limitou o PBC a partir de julho de 1994, invocando o art. 29, inc. I, da Lei 8.213/91 e que assim disp\u00f5e: 'Art. 3o Para o segurado filiado \u00e0 Previd\u00eancia Social at\u00e9 o dia anterior \u00e0 data de publica\u00e7\u00e3o desta Lei, que vier a cumprir as condi\u00e7\u00f5es exigidas para a concess\u00e3o dos benef\u00edcios do Regime Geral de Previd\u00eancia Social, no c\u00e1lculo do sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio ser\u00e1 considerada a m\u00e9dia aritm\u00e9tica simples dos maiores sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o, correspondentes a, no m\u00ednimo, oitenta por cento de todo o per\u00edodo contributivo decorrido desde a compet\u00eancia julho de 1994, observado o disposto nos incisos I e II do caput do art. 29 da Lei no 8.213, de 1991, com a reda\u00e7\u00e3o dada por esta Lei. \u00a7 1o Quando se tratar de segurado especial, no c\u00e1lculo do sal\u00e1rio-debenef\u00edcio ser\u00e3o considerados um treze avos da m\u00e9dia aritm\u00e9tica simples dos maiores valores sobre os quais incidiu a sua contribui\u00e7\u00e3o anual, correspondentes a, no m\u00ednimo, oitenta por cento de todo o per\u00edodo contributivo decorrido desde a compet\u00eancia julho de 1994, observado o\n2 0 _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _\nSEDE: Rua Presidente Carlos Cavalcanti, n.\u00ba 1.210 - Alto S\u00e3o Francisco - Curitiba \u2013 Paran\u00e1 - Cep: 80.510-040 - Fone: (41) 3233-9573 \u2013 Fax: (41) 3233-9399 FILIAL I: Rua Presidente Costa e Silva, 2.152 - Coqueiral - Cascavel \u2013 Paran\u00e1 - Cep: 85.807-450 e-mail: contato@frm.adv.br\n\n\fFERNANDO ROCHA MARANH\u00c3O Sociedade de Advogados\ndisposto nos incisos I e II do \u00a7 6o do art. 29 da Lei no 8.213, de 1991, com a reda\u00e7\u00e3o dada por esta Lei. \u00a7 2o No caso das aposentadorias de que tratam as al\u00edneas b, c e d do inciso I do art. 18, o divisor considerado no c\u00e1lculo da m\u00e9dia a que se refere o caput e o \u00a7 1o n\u00e3o poder\u00e1 ser inferior a sessenta por cento do per\u00edodo decorrido da compet\u00eancia julho de 1994 at\u00e9 a data de in\u00edcio do benef\u00edcio, limitado a cem por cento de todo o per\u00edodo contributivo.' Anteriormente, na reda\u00e7\u00e3o original do art. 29, I, Lei 8.213/91, o sal\u00e1rio de benef\u00edcio consistia na m\u00e9dia aritm\u00e9tica simples de todos os \u00faltimos sal\u00e1rios de contribui\u00e7\u00e3o at\u00e9 o m\u00e1ximo de 36, apurados em per\u00edodo n\u00e3o superior a 48 meses. Tal disposi\u00e7\u00e3o tornava-se prejudicial ao trabalhador, caso possu\u00edsse longo tempo de contribui\u00e7\u00f5es e com sal\u00e1rios anteriores de valor superior aos \u00faltimos 36. Com a edi\u00e7\u00e3o da Lei 8.213/91, procurou o Legislador prestigiar o hist\u00f3rico laboral do segurado e o pr\u00f3prio equil\u00edbrio atuarial, estabelecendo que o c\u00e1lculo do sal\u00e1rio de benef\u00edcio consistir\u00e1 na m\u00e9dia aritm\u00e9tica simples dos 80% maiores sal\u00e1rios de contribui\u00e7\u00e3o correspondentes a todo o per\u00edodo contributivo: 'Art. 29. O sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio consiste: (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n\u00ba 9.876, de 26.11.99) I - para os benef\u00edcios de que tratam as al\u00edneas b e c do inciso I do art. 18, na m\u00e9dia aritm\u00e9tica simples dos maiores sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o correspondentes a oitenta por cento de todo o per\u00edodo contributivo, multiplicada pelo fator previdenci\u00e1rio; (Inclu\u00eddo pela Lei n\u00ba 9.876, de 26.11.99) II - para os benef\u00edcios de que tratam as al\u00edneas a, d, e e h do inciso I do art. 18, na m\u00e9dia aritm\u00e9tica simples dos maiores sal\u00e1rios-decontribui\u00e7\u00e3o correspondentes a oitenta por cento de todo o per\u00edodo contributivo. (Inclu\u00eddo pela Lei n\u00ba 9.876, de 26.11.99).' Entrementes, pelo art. 3\u00ba, da Lei 9876/99, foi estabelecida uma regra de transi\u00e7\u00e3o, avan\u00e7ando al\u00e9m dos 36 sal\u00e1rios de contribui\u00e7\u00e3o, mas, limitando a considera\u00e7\u00e3o do per\u00edodo contributivo a partir de julho de 1994. Em princ\u00edpio, a regra de transi\u00e7\u00e3o \u00e9 direcionada para regulamentar a mudan\u00e7a de normatiza\u00e7\u00e3o, de modo a minimizar eventual preju\u00edzo ao cidad\u00e3o. N\u00e3o poderia, portanto, tornar-se mais prejudicial do que a pr\u00f3pria nova regra permanente. Mas, no caso em exame, a regra de transi\u00e7\u00e3o somente vem beneficiar os segurados que possu\u00edrem mais e maiores contribui\u00e7\u00f5es a partir de julho de 1994. Da\u00ed que \u00e9 de ser reconhecido o direito do segurado em ter o c\u00e1lculo de seu benef\u00edcio pela regra permanente, considerando todo o seu hist\u00f3rico de sal\u00e1rios de contribui\u00e7\u00e3o, se mais ben\u00e9fica do que a regra de transi\u00e7\u00e3o, que limita os sal\u00e1rios de contribui\u00e7\u00e3o a partir de julho de 1994. Isto porque n\u00e3o poderia a regra de transi\u00e7\u00e3o do art. 3\u00ba Lei 9876/99 penalizar justamente os segurados que mais contribu\u00edram para a previd\u00eancia social. Esse direcionamento encontra resson\u00e2ncia na pr\u00f3pria Resolu\u00e7\u00e3o n\u00ba 77/2015-IN/INSS/PRES., de 21/01/2015, quando prescreve, no art. 687, que 'O INSS deve conceder o melhor benef\u00edcio a que o segurado fizer jus, cabendo ao servidor orientar nesse sentido', inclusive, oferecendo ao segurado o direito de op\u00e7\u00e3o quando satisfeitos requisitos para mais de um tipo de benef\u00edcio, mediante apresenta\u00e7\u00e3o dos demonstrativos financeiros de cada um deles (art. 688).\n2 1 _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _\nSEDE: Rua Presidente Carlos Cavalcanti, n.\u00ba 1.210 - Alto S\u00e3o Francisco - Curitiba \u2013 Paran\u00e1 - Cep: 80.510-040 - Fone: (41) 3233-9573 \u2013 Fax: (41) 3233-9399 FILIAL I: Rua Presidente Costa e Silva, 2.152 - Coqueiral - Cascavel \u2013 Paran\u00e1 - Cep: 85.807-450 e-mail: contato@frm.adv.br\n\n\fFERNANDO ROCHA MARANH\u00c3O Sociedade de Advogados\nSequer se poderia cogitar de ofensa ao equil\u00edbrio financeiro e atuarial (art. 195, \u00a7 5\u00ba, CF), vez que o sal\u00e1rio de benef\u00edcio ser\u00e1 proporcional ao n\u00famero total de contribui\u00e7\u00f5es do segurado. Assim, respeita-se 'a rela\u00e7\u00e3o matem\u00e1tico-financeira entre o volume das contribui\u00e7\u00f5es e o n\u00edvel dos benef\u00edcios programados' (Wladimir Novaes Martinez (No\u00e7\u00f5es de Direito Previdenci\u00e1rio - 5\u00aa. Ed. - S\u00e3o Paulo: LTR, 2013, p.738). Outrossim, n\u00e3o \u00e9 caso de adentrar na an\u00e1lise de eventual inconstitucionalidade a respeito da norma citada, como pugna a parte recorrente, vez que o direcionamento \u00e9, apenas, de interpreta\u00e7\u00e3o da mesma, para concluir que o segurado tem direito ao c\u00e1lculo de seu benef\u00edcio pelas regras permanentes, se mais ben\u00e9ficas do que a regra de transi\u00e7\u00e3o constante do art. 3\u00ba da Lei 9876/99. Ante o exposto, acompanho integralmente eminente Relator e voto no sentido de dar provimento \u00e0 apela\u00e7\u00e3o da parte autora, dar provimento \u00e0 apela\u00e7\u00e3o do INSS e dar parcial provimento \u00e0 remessa oficial. \u00c9 o voto. Juiz Federal LUIZ ANT\u00d4NIO BONAT (Apela\u00e7\u00e3o/Remessa Necess\u00e1ria n\u00ba 5008286-81.2012.4.04.7122/RS \u2013 grifos nossos)\nPortanto, partindo dos precedentes jurisprudenciais invocados prop\u00f5e-se a presente demanda, requerendo, a exemplo do que vem sendo decidido, seja considerada a regra definitiva dada pelo artigo 29, da Lei 8.213/91, como melhor forma de produzir justi\u00e7a mediante toda a vida contributiva da parte Autora.\nDesta forma, de acordo com a regra permanente, deve ser feito o c\u00e1lculo do sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio, utilizando 80% dos maiores sal\u00e1rios de todo o per\u00edodo contributivo, conforme determina o artigo 29, inciso I, da lei 8.213/91, com reda\u00e7\u00e3o conferida pela Lei 9.876/99.\nNo caso concreto, deve ser garantido \u00e0 parte Autora o direito de op\u00e7\u00e3o pela norma que lhe conferir renda mais vantajosa, mantendo assim a m\u00e1xima que rege o direito social que deve ser garantido ao segurado o melhor benef\u00edcio.\nIV - Do direito fundamental \u00e0 previd\u00eancia e do princ\u00edpio da dignidade\n2 2 _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _\nSEDE: Rua Presidente Carlos Cavalcanti, n.\u00ba 1.210 - Alto S\u00e3o Francisco - Curitiba \u2013 Paran\u00e1 - Cep: 80.510-040 - Fone: (41) 3233-9573 \u2013 Fax: (41) 3233-9399 FILIAL I: Rua Presidente Costa e Silva, 2.152 - Coqueiral - Cascavel \u2013 Paran\u00e1 - Cep: 85.807-450 e-mail: contato@frm.adv.br\n\n\fFERNANDO ROCHA MARANH\u00c3O Sociedade de Advogados\nO direito \u00e0 previd\u00eancia \u00e9 um aut\u00eantico direito humano fundamental, pois trata-se de recurso indispens\u00e1vel \u00e0 sobreviv\u00eancia, previsto no artigo 6\u00ba, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal.\nElencado no rol dos direitos sociais, como dimens\u00e3o dos direitos fundamentais do indiv\u00edduo, s\u00e3o presta\u00e7\u00f5es positivas proporcionadas pelo Estado de forma direta ou indiretamente, enunciadas em normas constitucionais, que possibilitam melhores condi\u00e7\u00f5es de vida aos mais fracos, direitos que tendem a realizar a equaliza\u00e7\u00e3o de situa\u00e7\u00f5es sociais desiguais, tratando-se, portanto, de direitos que se ligam ao princ\u00edpio da igualdade.\nO trabalhador, por meio da previd\u00eancia social, faz seu planejamento para situa\u00e7\u00f5es de riscos, geradoras de necessidades, as quais ser\u00e3o cobertas pelas presta\u00e7\u00f5es previdenci\u00e1rias.\nDessa forma, o Estado garante aos cidad\u00e3os que as situa\u00e7\u00f5es de necessidade ser\u00e3o amenizadas pelos benef\u00edcios previdenci\u00e1rios. Para isso, o poder p\u00fablico exige contribui\u00e7\u00f5es, num determinado per\u00edodo de tempo, garantindo ao segurado e/ou a seus dependentes presta\u00e7\u00f5es previdenci\u00e1rias (benef\u00edcios e servi\u00e7os).\nA responsabilidade pelo direito \u00e0 previd\u00eancia \u00e9 atribu\u00edda ao Estado, aliada \u00e0 necessidade de garantir a seguran\u00e7a social a toda a coletividade. \u00c9 fato que a previs\u00e3o constitucional de um direito, por si s\u00f3, n\u00e3o garante sua efetiva\u00e7\u00e3o. Seja pela via administrativa ou atrav\u00e9s da atua\u00e7\u00e3o judicial, \u00e9 necess\u00e1ria a atua\u00e7\u00e3o do Estado na garantia ao acesso e consequente efetiva\u00e7\u00e3o desse direito.\nNo artigo 1\u00ba, da CF, est\u00e1 previsto o princ\u00edpio da dignidade da pessoa humana, que \u00e9 qualificado como direito fundamental.\nOs direitos fundamentais, enquanto considerados como o conjunto de direitos e garantias que tem por finalidade o respeito \u00e0 dignidade, 2 3 _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _\nSEDE: Rua Presidente Carlos Cavalcanti, n.\u00ba 1.210 - Alto S\u00e3o Francisco - Curitiba \u2013 Paran\u00e1 - Cep: 80.510-040 - Fone: (41) 3233-9573 \u2013 Fax: (41) 3233-9399 FILIAL I: Rua Presidente Costa e Silva, 2.152 - Coqueiral - Cascavel \u2013 Paran\u00e1 - Cep: 85.807-450 e-mail: contato@frm.adv.br\n\n\fFERNANDO ROCHA MARANH\u00c3O Sociedade de Advogados\nprotegendo o indiv\u00edduo e garantindo as condi\u00e7\u00f5es m\u00ednimas da vida e desenvolvimento da personalidade humana, s\u00e3o direitos naturais de todos os indiv\u00edduos, cabendo ao Estado a garantia de sua efetividade, sua prote\u00e7\u00e3o e sua promo\u00e7\u00e3o.\nAo Estado, novamente, compete a prote\u00e7\u00e3o e aplica\u00e7\u00e3o efetiva do princ\u00edpio da dignidade humana ao indiv\u00edduo, n\u00e3o podendo ser levado em considera\u00e7\u00e3o classe social ou recursos financeiros, pois como \u00e9 direito fundamental, \u00e9 fundamental para todos.\nIV.I - Da irredutibilidade do valor do benef\u00edcio\nA irredutibilidade do valor do benef\u00edcio, previsto no artigo 194, inciso IV, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal, \u00e9 uma consequ\u00eancia l\u00f3gica das garantias individuais trazidas no artigo 5\u00ba e seus incisos, sendo princ\u00edpio deve nortear a legisla\u00e7\u00e3o e servir de base para a concess\u00e3o e manuten\u00e7\u00e3o dos benef\u00edcios previdenci\u00e1rios.\nNesta linha Wagner Balera disp\u00f5e que:\n\"\u00c9 il\u00edcita e antijur\u00eddica, a modifica\u00e7\u00e3o unilateral do direito que constitui objeto da rela\u00e7\u00e3o existente entre a pessoa protegida e a entidade previdenci\u00e1ria. Benef\u00edcio \u00e9 a presta\u00e7\u00e3o pecuni\u00e1ria exig\u00edvel pelos benefici\u00e1rios, diz a boa defini\u00e7\u00e3o do antigo Regulamento do Regime da Previd\u00eancia Social. Presta\u00e7\u00e3o pecuni\u00e1ria que n\u00e3o pode sofrer modifica\u00e7\u00e3o nem em sua express\u00e3o quantitativa (valor monet\u00e1rio); nem em sua express\u00e3o qualitativa (valor real) (...) O constituinte esteve atento ao problema e dele tratou em v\u00e1rios dispositivos acabando por eleger em objetivo aquilo que \u00e9 regra elementar de toda e qualquer obriga\u00e7\u00e3o jur\u00eddica. O artigo 194, inciso IV, estatui de modo taxativo a: irredutibilidade do valor dos benef\u00edcios.4 (grifo nosso)\n4 BALERA, Wagner. No\u00e7\u00f5es Preliminares de Direito Previdenci\u00e1rio. Florian\u00f3polis: Conceito Editorial, 11\u00aa. Ed., p. 526.\n2 4 _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _\nSEDE: Rua Presidente Carlos Cavalcanti, n.\u00ba 1.210 - Alto S\u00e3o Francisco - Curitiba \u2013 Paran\u00e1 - Cep: 80.510-040 - Fone: (41) 3233-9573 \u2013 Fax: (41) 3233-9399 FILIAL I: Rua Presidente Costa e Silva, 2.152 - Coqueiral - Cascavel \u2013 Paran\u00e1 - Cep: 85.807-450 e-mail: contato@frm.adv.br\n\n\fFERNANDO ROCHA MARANH\u00c3O Sociedade de Advogados\nNeste prisma pode-se afirmar que a legisla\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria deve acompanhar o texto constitucional, n\u00e3o reduzindo o poder de compra, o padr\u00e3o de vida dos que recebem benef\u00edcios previdenci\u00e1rios. A lei vigente n\u00e3o pode vir a privilegiar mais a Autarquia previdenci\u00e1ria do que o segurado que contribuiu para o sistema e que no momento necessita do retorno de toda uma vida contributiva. E que o benef\u00edcio que venha receber m\u00eas a m\u00eas n\u00e3o venha sem aviso pr\u00e9vio e sem raz\u00e3o a ser reduzido.\nEnfim, \u00e9 importante elucidar que a exce\u00e7\u00e3o n\u00e3o \u00e9 a regra atual que disp\u00f5e o c\u00e1lculo utilizando todo o per\u00edodo contributivo, mas a regra de transi\u00e7\u00e3o. O direito transit\u00f3rio apenas protege a expectativa de direito, mas n\u00e3o tem o cond\u00e3o de afastar a regra permanente caso ela seja mais vantajosa ao segurado, conforme j\u00e1 afirmado anteriormente.\nPortanto, permitir que seja concedido um benef\u00edcio inferior ao que teria direito desde o implemento das condi\u00e7\u00f5es m\u00ednimas necess\u00e1rias, violaria a garantia constitucional do desenvolvimento social.\nIV.II - Aplica\u00e7\u00e3o do artigo 122, da Lei 8.213, com a reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei 9.528/97, de acordo com os fins sociais, a analogia, os costumes, e os princ\u00edpios gerais de direito\nO fim social a ser alcan\u00e7ado por qualquer regra jur\u00eddica de direito previdenci\u00e1rio \u00e9 o de conceder, de acordo com o Enunciado 5 - CRPS, o melhor benef\u00edcio, conforme adiante transcrito:\n\u201cENUNCIADO 5/JR/CRPS - SEGURIDADE SOCIAL. CRPS. BENEF\u00cdCIO. CONCESS\u00c3O DO MELHOR QUE O SEGURADO FAZ JUS. ORIENTA\u00c7\u00c3O DO SERVIDOR. NECESSIDADE. A Previd\u00eancia Social deve conceder o melhor benef\u00edcio a que o segurado fizer jus, cabendo ao servidor orient\u00e1-lo nesse sentido. Refer\u00eancias: Dec. 611/92, art. 1\u00ba. Prejulgado 1.\u201d\n2 5 _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _\nSEDE: Rua Presidente Carlos Cavalcanti, n.\u00ba 1.210 - Alto S\u00e3o Francisco - Curitiba \u2013 Paran\u00e1 - Cep: 80.510-040 - Fone: (41) 3233-9573 \u2013 Fax: (41) 3233-9399 FILIAL I: Rua Presidente Costa e Silva, 2.152 - Coqueiral - Cascavel \u2013 Paran\u00e1 - Cep: 85.807-450 e-mail: contato@frm.adv.br\n\n\fFERNANDO ROCHA MARANH\u00c3O Sociedade de Advogados\n\u00c9 indiscut\u00edvel, que o artigo 122, da Lei 8.213/91, com a reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei 9.528/97, em sua primeira parte, define o direito, o fim social que est\u00e1 a reconhecer:\n\u201cSe mais vantajoso, fica assegurado o direito \u00e0 aposentadoria, nas condi\u00e7\u00f5es legalmente previstas na data do cumprimento de todos os requisitos necess\u00e1rios \u00e0 obten\u00e7\u00e3o do benef\u00edcio (...)\u201d\nV - Da utiliza\u00e7\u00e3o dos dados do CNIS\nDe acordo com a Lei 10.403/2002, os dados do Cadastro Nacional de Informa\u00e7\u00f5es Sociais (CNIS) ser\u00e3o considerados prova para concess\u00e3o de benef\u00edcios.\nCom o surgimento desta lei, os dados contidos no CNIS, ser\u00e3o considerados verdadeiros para a concess\u00e3o de qualquer benef\u00edcio, ou seja, \u00e9 o governo quem vai buscar dados, como o tempo de contribui\u00e7\u00e3o do trabalhador, em seu pr\u00f3prio sistema, e n\u00e3o o contr\u00e1rio. Assim, a exig\u00eancia de documentos que comprovem os v\u00ednculos trabalhistas e a rela\u00e7\u00e3o de sal\u00e1rios ser\u00e3o dispensadas de vez.\nDiante da centraliza\u00e7\u00e3o das informa\u00e7\u00f5es do trabalhador no CNIS, foi disciplinado pelo artigo 29-A da Lei 8.213/91, com reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei Complementar n.\u00ba 128/2008, que o INSS utilizar\u00e1 as informa\u00e7\u00f5es constantes no Cadastro Nacional de Informa\u00e7\u00f5es Sociais \u2013 CNIS sobre os v\u00ednculos e as remunera\u00e7\u00f5es dos segurados, para fins de c\u00e1lculo do sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio, comprova\u00e7\u00e3o de filia\u00e7\u00e3o ao Regime Geral de Previd\u00eancia Social, tempo de contribui\u00e7\u00e3o e rela\u00e7\u00e3o de emprego.\nO referido documento possui presun\u00e7\u00e3o juris tantum de veracidade, constituindo-se prova plena e suficiente para demonstrar o valor real do sal\u00e1rio-de-contribui\u00e7\u00e3o da parte Autora nos per\u00edodos em quest\u00e3o. Portanto, n\u00e3o se justifica a n\u00e3o considera\u00e7\u00e3o das contribui\u00e7\u00f5es depois de recolhidas. 2 6 _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _\nSEDE: Rua Presidente Carlos Cavalcanti, n.\u00ba 1.210 - Alto S\u00e3o Francisco - Curitiba \u2013 Paran\u00e1 - Cep: 80.510-040 - Fone: (41) 3233-9573 \u2013 Fax: (41) 3233-9399 FILIAL I: Rua Presidente Costa e Silva, 2.152 - Coqueiral - Cascavel \u2013 Paran\u00e1 - Cep: 85.807-450 e-mail: contato@frm.adv.br\n\n\fFERNANDO ROCHA MARANH\u00c3O Sociedade de Advogados\nConceber um sistema de benef\u00edcios totalmente baseado nas contribui\u00e7\u00f5es, mas n\u00e3o considerar o hist\u00f3rico de remunera\u00e7\u00e3o deste documento \u00e9 uma atrocidade ao direito fundamental do segurado, conforme bem colaciona o julgado a seguir transcrito:\nEmenta: AGRAVO DE INSTRUMENTO. PREVIDENCI\u00c1RIO. DADOS CONSTANTES DO CNIS. PRESUN\u00c7\u00c3O RELATIVA DE VERACIDADE. N\u00e3o tendo o INSS utilizado, no processo concess\u00f3rio, os sal\u00e1rios-decontribui\u00e7\u00e3o cujo valor ora se discute, n\u00e3o se h\u00e1 que falar em manuten\u00e7\u00e3o da forma administrativa de concess\u00e3o. Prevalecem os dados do CNIS, os quais possuem presun\u00e7\u00e3o relativa de veracidade, uma vez que a Autarquia n\u00e3o se desincumbiu do \u00f4nus de demonstrar a sua inconsist\u00eancia. (Processo: AG 37940 PR 2009.04.00.037940-5 Julgamento:10/02/2010 \u00d3rg\u00e3o Julgador: 6\u00aa. Turma Publica\u00e7\u00e3o: D.E. 19/02/2010 Relator: Jos\u00e9 Francisco Andreotti Spizzirri)\nAtualmente, com a confiabilidade do CNIS, que faz prova plena dos recolhimentos bem como dos v\u00ednculos, \u00e9 poss\u00edvel buscar com seguran\u00e7a as contribui\u00e7\u00f5es vertidas pelo menos ap\u00f3s 1982.\nEm aten\u00e7\u00e3o \u00e0 regra atualmente vigente, se o segurado tem como comprovar suas contribui\u00e7\u00f5es antes de julho/1994, deve ter o direito de utiliz\u00e1-las para completar o m\u00ednimo necess\u00e1rio, sem a imputa\u00e7\u00e3o de \u00f4nus decorrentes de falhas contributivas, ou mesmo de redu\u00e7\u00e3o do patamar contributivo dentro do per\u00edodo b\u00e1sico de c\u00e1lculo estabelecido pela regra de transi\u00e7\u00e3o.\nVI - Dos juros e corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria\nApesar do posicionamento das diversas Cortes do pa\u00eds a respeito da aplica\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice oficial de atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, conforme disposto no artigo 1\u00ba-F, da Lei 9.494/97, na reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei 11.960/2009, cuja interpreta\u00e7\u00e3o foi objeto de adequa\u00e7\u00e3o da jurisprud\u00eancia pelo STJ, por for\u00e7a da declara\u00e7\u00e3o de inconstitucionalidade parcial, por arrastamento, do artigo 5\u00ba, da Lei 11.960/2009, que modificou a reda\u00e7\u00e3o do artigo 1\u00ba-F, da Lei 9.494/1997, proclamada no julgamento da ADI 4.357/DF,\n2 7 _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _\nSEDE: Rua Presidente Carlos Cavalcanti, n.\u00ba 1.210 - Alto S\u00e3o Francisco - Curitiba \u2013 Paran\u00e1 - Cep: 80.510-040 - Fone: (41) 3233-9573 \u2013 Fax: (41) 3233-9399 FILIAL I: Rua Presidente Costa e Silva, 2.152 - Coqueiral - Cascavel \u2013 Paran\u00e1 - Cep: 85.807-450 e-mail: contato@frm.adv.br\n\n\fFERNANDO ROCHA MARANH\u00c3O Sociedade de Advogados\nentende a parte Autora que n\u00e3o se aplica na hip\u00f3tese, a atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e os juros morat\u00f3rios com base nos \u00edndices oficiais de remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica e juros aplicados \u00e0 caderneta de poupan\u00e7a.\n\nTal entendimento encontra fundamento no fato de que em se tratando de mat\u00e9ria previdenci\u00e1ria h\u00e1 regramento espec\u00edfico, uma vez que, para fins de corre\u00e7\u00e3o do sal\u00e1rio-de-contribui\u00e7\u00e3o e dos benef\u00edcios em manuten\u00e7\u00e3o, a Lei de Benef\u00edcios da Previd\u00eancia Social determina a utiliza\u00e7\u00e3o de \u00edndice diverso, sen\u00e3o vejamos:\n\nIdoso):\n\nArt. 29-B \u2013 Os sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o considerados no c\u00e1lculo do valor do benef\u00edcio ser\u00e3o corrigidos m\u00eas a m\u00eas de acordo com a varia\u00e7\u00e3o integral do \u00cdndice Nacional de Pre\u00e7os ao Consumidor \u2013 INPC, calculado pela Funda\u00e7\u00e3o Instituto Brasileiro de Geografia e Estat\u00edstica \u2013 IBGE, (Inclu\u00eddo pela Lei n. 10.877, de 2004). Art. 41-A \u2013 O valor dos benef\u00edcios em manuten\u00e7\u00e3o ser\u00e1 reajustado, anualmente, na mesma data do reajuste do sal\u00e1rio m\u00ednimo, pro rata, de acordo com suas respectivas datas de in\u00edcio ou do \u00faltimo reajustamento, com base no \u00cdndice Nacional de Pre\u00e7os ao Consumidor \u2013 INPC, apurado pela Funda\u00e7\u00e3o Instituto Brasileiro de Geografia e Estat\u00edstica \u2013 IBGE, (Inclu\u00eddo pela Lei n. 11.430, de 2006).\nNo mesmo sentido, o artigo 31, da Lei 10.741/2003 (Estatuto do\n\nArt. 31 \u2013 O pagamento de parcelas relativas a benef\u00edcios, efetuado com atraso por responsabilidade da Previd\u00eancia Social, ser\u00e1 atualizado pelo mesmo \u00edndice utilizado para os reajustamentos do Regime Geral de Previd\u00eancia Social, verificado no per\u00edodo compreendido entre o m\u00eas que deveria ter sido pago e o m\u00eas do efetivo pagamento.\nO artigo 1\u00ba-F, da Lei 9.494/1997, portanto, \u00e9 norma geral\nrelativamente \u00e0s condena\u00e7\u00f5es impostas \u00e0 Fazenda P\u00fablica. A lei geral vale\npara os d\u00e9bitos da Fazenda que n\u00e3o possuem regramento espec\u00edfico.\n\nAs disposi\u00e7\u00f5es da Lei 8.213/91 e da Lei 10.741/2003, s\u00e3o espec\u00edficas para benef\u00edcios previdenci\u00e1rios e devem ser consideradas para as condena\u00e7\u00f5es impostas ao INSS, uma vez que a lei geral nova n\u00e3o revoga, nem\n\n2 8 _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _\nSEDE: Rua Presidente Carlos Cavalcanti, n.\u00ba 1.210 - Alto S\u00e3o Francisco - Curitiba \u2013 Paran\u00e1 - Cep: 80.510-040 - Fone: (41) 3233-9573 \u2013 Fax: (41) 3233-9399 FILIAL I: Rua Presidente Costa e Silva, 2.152 - Coqueiral - Cascavel \u2013 Paran\u00e1 - Cep: 85.807-450 e-mail: contato@frm.adv.br\n\n\fFERNANDO ROCHA MARANH\u00c3O Sociedade de Advogados\nmodifica a lei especial anterior em vigor (Lei de Introdu\u00e7\u00e3o \u00e0s Normas, artigo 2\u00ba, \u00a7 2\u00ba).\nO surgimento de norma ampla n\u00e3o tira a autoridade de norma especial vigente, pois n\u00e3o se presume a revoga\u00e7\u00e3o da lei especial pela geral; para tanto, a norma geral deve ser expressa nesse sentido.\nPortanto, resta claro que n\u00e3o h\u00e1 como utilizar um \u00edndice para a atualiza\u00e7\u00e3o dos benef\u00edcios pagos administrativamente (INPC) e outro para pagamento judicial (poupan\u00e7a).\nHaveria flagrante afronta ao princ\u00edpio da isonomia, pois, na hip\u00f3tese do INPC ser superior ao \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o da poupan\u00e7a, o INSS passaria a ter interesse em que os requerimentos administrativos feitos pelos segurados fossem levados ao judici\u00e1rio, pois, caso vencido, pagaria valor menor do que aquele eventualmente devido na seara administrativa.\nEm sentido inverso, sendo o INPC inferior ao \u00edndice que corrige a poupan\u00e7a, os segurados que n\u00e3o necessitem buscar o Judici\u00e1rio para ver o reconhecimento de seus direitos ser\u00e3o prejudicados, de maneira que em Ju\u00edzo o cidad\u00e3o obteria mais proveito do que na seara administrativa, o que tamb\u00e9m \u00e9 inconceb\u00edvel, haja vista os princ\u00edpios da isonomia e de que todos s\u00e3o iguais perante a Lei.\nComo afirmado, n\u00e3o passa despercebido as decis\u00f5es de diversos Ju\u00edzos pela aplica\u00e7\u00e3o da Lei 11.960/2009, inclusive nos d\u00e9bitos previdenci\u00e1rios pagos por for\u00e7a judicial.\nNo entanto, \u00e9 de todo pertinente a tese ora exposta, porque nenhuma das decis\u00f5es em sentido contr\u00e1rio analisa especificamente tais argumentos para que o novo diploma legal n\u00e3o seja aplicado, o que leva a entender que a quest\u00e3o deva ser devidamente analisada pelos Tribunais, com a\n2 9 _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _\nSEDE: Rua Presidente Carlos Cavalcanti, n.\u00ba 1.210 - Alto S\u00e3o Francisco - Curitiba \u2013 Paran\u00e1 - Cep: 80.510-040 - Fone: (41) 3233-9573 \u2013 Fax: (41) 3233-9399 FILIAL I: Rua Presidente Costa e Silva, 2.152 - Coqueiral - Cascavel \u2013 Paran\u00e1 - Cep: 85.807-450 e-mail: contato@frm.adv.br\n\n\fFERNANDO ROCHA MARANH\u00c3O Sociedade de Advogados\npondera\u00e7\u00e3o acerca dos argumentos favor\u00e1veis e contr\u00e1rios \u00e0 incid\u00eancia da nova norma.\nAinda que esse n\u00e3o seja esse o v. entendimento, \u00e9 de salientar que a partir de posicionamentos recentes da Suprema Corte, se observa justi\u00e7a na utiliza\u00e7\u00e3o de indexadores que refletem de forma mais apropriada o que a popula\u00e7\u00e3o tem perdido pela infla\u00e7\u00e3o.\nVI.I - Do afastamento da TR e da utiliza\u00e7\u00e3o do INPC\nO Supremo Tribunal Federal declarou a inconstitucionalidade parcial, por arrastamento, do artigo 5\u00ba, da Lei 11.960/09, que deu nova reda\u00e7\u00e3o ao artigo 1\u00ba-F, da Lei 9.494/97, ao examinar a ADIn 4.357/DF, Rel. Min. Ayres Britto.\nA Suprema Corte declarou inconstitucional a express\u00e3o \u201c\u00edndice oficial de remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica da caderneta de poupan\u00e7a\u201d contida no \u00a7 12, do artigo 100, da CF/88.\nAssim entendeu porque a taxa b\u00e1sica de remunera\u00e7\u00e3o da poupan\u00e7a n\u00e3o mede a infla\u00e7\u00e3o acumulada do per\u00edodo e, portanto, n\u00e3o pode servir de par\u00e2metro para a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria a ser aplicada aos d\u00e9bitos da Fazenda P\u00fablica.\nIgualmente reconheceu a inconstitucionalidade da express\u00e3o \u201cindependentemente de sua natureza\u201d quando os d\u00e9bitos fazend\u00e1rios ostentarem natureza tribut\u00e1ria.\nIsso porque, quando credora a Fazenda, de d\u00edvida de natureza tribut\u00e1ria, incidem os juros pela taxa SELIC como compensa\u00e7\u00e3o pela mora, devendo esse mesmo \u00edndice, por for\u00e7a do princ\u00edpio da equidade, ser aplicado quando for ela devedora nas repeti\u00e7\u00f5es de ind\u00e9bito tribut\u00e1rio.\n3 0 _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _\nSEDE: Rua Presidente Carlos Cavalcanti, n.\u00ba 1.210 - Alto S\u00e3o Francisco - Curitiba \u2013 Paran\u00e1 - Cep: 80.510-040 - Fone: (41) 3233-9573 \u2013 Fax: (41) 3233-9399 FILIAL I: Rua Presidente Costa e Silva, 2.152 - Coqueiral - Cascavel \u2013 Paran\u00e1 - Cep: 85.807-450 e-mail: contato@frm.adv.br\n\n\fFERNANDO ROCHA MARANH\u00c3O Sociedade de Advogados\nComo o artigo 1\u00ba-F, da Lei 9.494/97, com reda\u00e7\u00e3o da Lei\n11.960/09, praticamente reproduz a norma do \u00a7 12, do artigo 100, da CF/88,\no Supremo declarou a inconstitucionalidade parcial, por arrastamento, desse\ndispositivo legal.\nEm virtude da declara\u00e7\u00e3o de inconstitucionalidade parcial do\nartigo 5\u00ba, da Lei 11.960/09, a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria das d\u00edvidas fazend\u00e1rias\ndeve observar \u00edndices que reflitam a infla\u00e7\u00e3o acumulada do per\u00edodo, a ela\nn\u00e3o se aplicando os \u00edndices de remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica da caderneta de\npoupan\u00e7a.\nComo parte do processo de apura\u00e7\u00e3o de valores, invoca-se a\naltera\u00e7\u00e3o dos crit\u00e9rios de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, a partir de 01/07/2009, para\nafastar a TR, substituindo a atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria pelo INPC.\nApesar de se tratar de quest\u00e3o ainda n\u00e3o definida, esse\nentendimento foi refor\u00e7ado em recente manifesta\u00e7\u00e3o da Suprema Corte,\nmomento em que foram dirimidas d\u00favidas que permeavam a discuss\u00e3o sobre\ncorre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria em discuss\u00f5es judiciais, sen\u00e3o vejamos:\nDECIS\u00c3O: Trata-se de recurso extraordin\u00e1rio interposto contra ac\u00f3rd\u00e3o do Tribunal Regional Federal da 3\u00aa Regi\u00e3o, assim ementado: \u201cPREVIDENCI\u00c1RIO. REVIS\u00c3O. READEQUA\u00c7\u00c3O DOS TETOS. EMENDAS CONSTITUCIONAIS N\u00baS 20/1998 E 41/2003. PROCED\u00caNCIA DA A\u00c7\u00c3O. CONSECT\u00c1RIOS LEGAIS. I. Os efeitos financeiros decorrentes da readequa\u00e7\u00e3o dos tetos constitucionais devem sobrevir apenas para os benef\u00edcios previdenci\u00e1rios que sofreram limita\u00e7\u00e3o do teto previsto na legisla\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria \u00e0 \u00e9poca da publica\u00e7\u00e3o das Emendas Constitucionais n.\u00ba 20/1998 e 41/2003. II. No presente caso, verifica-se que a parte autora teve o seu benef\u00edcio concedido no per\u00edodo denominado \"buraco negro\", o que resultou na revis\u00e3o da RMI nos termos preceituados no artigo 144 da Lei n\u00ba 8.213/91. III. Constatou-se, ainda, que o sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio da parte autora foi limitado ao teto legal, sendo, portanto, atingido pelos efeitos do julgamento do Recurso Extraordin\u00e1rio 564.354/SE. IV. Assim sendo, a parte autora faz jus \u00e0 revis\u00e3o de seu benef\u00edcio atrav\u00e9s da aplica\u00e7\u00e3o da readequa\u00e7\u00e3o dos tetos constitucionais previstos nas Emendas n.\u00ba 20/1998 e 41/2003. V. Cumpre esclarecer que a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria incide sobre as presta\u00e7\u00f5es em atraso, desde as respectivas compet\u00eancias, na forma da legisla\u00e7\u00e3o de\n3 1 _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _\nSEDE: Rua Presidente Carlos Cavalcanti, n.\u00ba 1.210 - Alto S\u00e3o Francisco - Curitiba \u2013 Paran\u00e1 - Cep: 80.510-040 - Fone: (41) 3233-9573 \u2013 Fax: (41) 3233-9399 FILIAL I: Rua Presidente Costa e Silva, 2.152 - Coqueiral - Cascavel \u2013 Paran\u00e1 - Cep: 85.807-450 e-mail: contato@frm.adv.br\n\n\fFERNANDO ROCHA MARANH\u00c3O Sociedade de Advogados\nreg\u00eancia, observando-se que, a partir de 11.08.2006, deve ser considerado o INPC como \u00edndice de atualiza\u00e7\u00e3o dos d\u00e9bitos previdenci\u00e1rios, nos termos do artigo 31 da Lei n.\u00ba 10.741/2003, c.c. o art. 41-A da Lei n.\u00ba 8.213/91, com a reda\u00e7\u00e3o que lhe foi dada pela Medida Provis\u00f3ria n.\u00ba 316, de 11 de agosto de 2006, posteriormente convertida na Lei n.\u00ba 11.430 de 26.12.2006, n\u00e3o se aplicando no que tange \u00e0 corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria as disposi\u00e7\u00f5es da Lei n.\u00ba 11.960/09 (AgRg no Resp 1285274/CE - Resp 1270439/PR). VI. Em rela\u00e7\u00e3o aos juros de mora, s\u00e3o aplicados os \u00edndices na forma prevista no Manual de Orienta\u00e7\u00e3o de Procedimentos para os C\u00e1lculos na Justi\u00e7a Federal, sendo devidos desde a cita\u00e7\u00e3o, de forma global para as parcelas anteriores a tal ato processual e de forma decrescente para as parcelas posteriores, e incidem at\u00e9 a data da conta de liquida\u00e7\u00e3o que der origem ao precat\u00f3rio ou \u00e0 requisi\u00e7\u00e3o de pequeno valor - RPV (STF - AI-AGR 492.779/DF). VII. Remessa oficial parcialmente provida. Apela\u00e7\u00e3o do INSS improvida.\u201d O recurso extraordin\u00e1rio busca fundamento no art. 102, III, a, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal. A parte recorrente alega viola\u00e7\u00e3o aos arts. 5\u00ba, XXXV; 7\u00ba, IV; 195, \u00a7 5\u00ba; art. 14, todos da EC 20/98; e 5\u00ba da EC 41/2003. O recurso extraordin\u00e1rio n\u00e3o pode ser provido. Inicialmente, observo que o Supremo Tribunal Federal, ao apreciar o RE 564.354, Rel.\u00aa Min.\u00aa C\u00e1rmen L\u00facia, com repercuss\u00e3o geral reconhecida, entendeu ser poss\u00edvel a aplica\u00e7\u00e3o imediata do art. 14 da Emenda Constitucional n\u00ba 20/1998 e do art. 5\u00ba da Emenda Constitucional n\u00ba 41/2003 \u00e0queles que percebem seus benef\u00edcios com base em limitador anterior, levando-se em conta os sal\u00e1rios de contribui\u00e7\u00e3o que foram utilizados para os c\u00e1lculos iniciais. Veja-se, nesse sentido, a ementa do referido recurso: \u201cDIREITOS CONSTITUCIONAL E PREVIDENCI\u00c1RIO. REVIS\u00c3O DE BENEF\u00cdCIO. ALTERA\u00c7\u00c3O NO TETO DOS BENEF\u00cdCIOS DO REGIME GERAL DE PREVID\u00caNCIA. REFLEXOS NOS BENEF\u00cdCIOS CONCEDIDOS ANTES DA ALTERA\u00c7\u00c3O. EMENDAS CONSTITUCIONAIS N. 20/1998 E 41/2003. DIREITO INTERTEMPORAL: ATO JUR\u00cdDICO PERFEITO. NECESSIDADE DE INTERPRETA\u00c7\u00c3O DA LEI INFRACONSTITUCIONAL. AUS\u00caNCIA DE OFENSA AO PRINC\u00cdPIO DA IRRETROATIVIDADE DAS LEIS. RECURSO EXTRAORDIN\u00c1RIO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 1. H\u00e1 pelo menos duas situa\u00e7\u00f5es jur\u00eddicas em que a atua\u00e7\u00e3o do Supremo Tribunal Federal como guardi\u00e3o da Constitui\u00e7\u00e3o da Rep\u00fablica demanda interpreta\u00e7\u00e3o da legisla\u00e7\u00e3o infraconstitucional: a primeira respeita ao exerc\u00edcio do controle de constitucionalidade das normas, pois n\u00e3o se declara a constitucionalidade ou inconstitucionalidade de uma lei sem antes entend\u00eala; a segunda, que se d\u00e1 na esp\u00e9cie, decorre da garantia constitucional da prote\u00e7\u00e3o ao ato jur\u00eddico perfeito contra lei superveniente, pois a solu\u00e7\u00e3o de controv\u00e9rsia sob essa perspectiva pressup\u00f5e sejam interpretadas as leis postas em conflito e determinados os seus alcances para se dizer da exist\u00eancia ou aus\u00eancia da retroatividade constitucionalmente vedada. 2. N\u00e3o ofende o ato jur\u00eddico perfeito a aplica\u00e7\u00e3o imediata do art. 14 da Emenda Constitucional n. 20/1998 e do art. 5\u00ba da Emenda Constitucional n. 41/2003 aos benef\u00edcios previdenci\u00e1rios limitados a teto do regime geral de previd\u00eancia estabelecido antes da vig\u00eancia dessas normas, de modo a que passem a observar o novo teto constitucional. 3. Negado provimento ao recurso extraordin\u00e1rio.\u201d Vale ressaltar que no referido julgamento n\u00e3o foi imposto limite temporal qualquer. No caso dos autos, o ac\u00f3rd\u00e3o recorrido assentou que:\n3 2 _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _\nSEDE: Rua Presidente Carlos Cavalcanti, n.\u00ba 1.210 - Alto S\u00e3o Francisco - Curitiba \u2013 Paran\u00e1 - Cep: 80.510-040 - Fone: (41) 3233-9573 \u2013 Fax: (41) 3233-9399 FILIAL I: Rua Presidente Costa e Silva, 2.152 - Coqueiral - Cascavel \u2013 Paran\u00e1 - Cep: 85.807-450 e-mail: contato@frm.adv.br\n\n\fFERNANDO ROCHA MARANH\u00c3O Sociedade de Advogados\n\u201cNo presente caso, verifica-se que a parte autora teve o seu benef\u00edcio concedido no per\u00edodo denominado \u201cburaco negro\u201d, o que resultou na revis\u00e3o da RMI nos termos preceituados no artigo 144 da Lei n\u00ba 8.213/91. Constatou-se, ainda, que o sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio da parte autora foi limitado ao teto legal, sendo, portanto, atingido pelos efeitos dos julgamentos do Recurso Extraordin\u00e1rio 564.354/SE. Assim sendo, a parte autora faz jus \u00e0 revis\u00e3o de seu benef\u00edcio atrav\u00e9s da aplica\u00e7\u00e3o da readequa\u00e7\u00e3o dos tetos constitucionais previstos nas Emendas n\u00ba 20/1998 e 41/2003.\u201d Esse entendimento est\u00e1 alinhado com os precedentes desta Corte: ARE 915.305, Rel. Min. Teori Zavascki; RE 937.626, Rel. Min. Edson Fachin; e RE 937.566, Rel. Min. Dias Toffoli. Diante do exposto, com base no art. 557, caput, do CPC e no art. 21, \u00a7 1\u00ba, do RI/STF, nego seguimento ao recurso. Publique-se. Bras\u00edlia, 05 de fevereiro de 2016. Ministro LU\u00cdS ROBERTO BARROSO Relator (Recurso Extraordin\u00e1rio 937.568 \u2013 grifo nosso)\nRECURSO EXTRAORDIN\u00c1RIO \u2013 IMPOSSIBILIDADE DE UTILIZA\u00c7\u00c3O DO \u00cdNDICE OFICIAL DE REMUNERA\u00c7\u00c3O B\u00c1SICA DA CADERNETA DE POUPAN\u00c7A COMO CRIT\u00c9RIO DE CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA DOS D\u00c9BITOS FAZEND\u00c1RIOS SUJEITOS AO REGIME DE EXECU\u00c7\u00c3O INSCRITO NO ART. 100 DA CF/88 \u2013 DECLARA\u00c7\u00c3O DE INCONSTITUCIONALIDADE PARCIAL DO \u00a7 12 DO ART. 100 DA CONSTITUI\u00c7\u00c3O DA REP\u00daBLICA, NA REDA\u00c7\u00c3O DADA PELA EC N\u00ba 62/2009 \u2013 DIRETRIZ JURISPRUDENCIAL FIRMADA PELO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL \u2013 RECURSO DE AGRAVO IMPROVIDO. (RE 747727 AgR, Relator(a): Min. CELSO DE MELLO, Segunda Turma, julgado em 06/08/2013, AC\u00d3RD\u00c3O ELETR\u00d4NICO DJe-175 DIVULG 05-09-2013 PUBLIC 06-092013 \u2013 grifos acrescidos).\nNa mesma toada, a jurisprud\u00eancia dominante do STJ,\ndeterminando o afastamento do \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria previsto no art.\n1\u00ba-F da lei 9.494/97 com reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei 11.960/09, e determinado que\nos d\u00e9bitos previdenci\u00e1rios sejam atualizados pelo INPC mesmo ap\u00f3s julho de\n2009:\n\nPREVIDENCI\u00c1RIO. PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO\n\nESPECIAL. JUROS DE MORA E CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA. ART 5\u00ba DA LEI\n\n11.960/09, QUE MODIFICOU O ART. 1\u00ba-F DA LEI 9.494/97. JULGADO\n\nPENDENTE DE PUBLICA\u00c7\u00c3O NO STF. ADI 4.357/DF. SOBRESTAMENTO DO\n\nFEITO. DESNECESSIDADE. APLICA\u00c7\u00c3O AOS PROCESSOS EM CURSO A\n\nPARTIR\n\nDA\n\nVIG\u00caNCIA.\n\nDECLARA\u00c7\u00c3O\n\nPARCIAL\n\nDE\n\nINCONSTITUCIONALIDADE. \u00cdNDICE DE CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA. INPC PARA\n\nBENEF\u00cdCIOS PREVIDENCI\u00c1RIOS. ART. 41-A DA LEI N. 8.213/91. AGRAVO\n\nN\u00c3O PROVIDO.\n\n1. A pend\u00eancia de publica\u00e7\u00e3o, no STF, de a\u00e7\u00e3o em que se discute a\n\nconstitucionalidade de lei, n\u00e3o enseja o sobrestamento dos recursos que\n\ntramitam no STJ, nem impede o afastamento de determinado artigo\n\ndeclarado inconstitucional pelo STF, em respeito \u00e0 soberania de suas\n\n3 3 _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _\nSEDE: Rua Presidente Carlos Cavalcanti, n.\u00ba 1.210 - Alto S\u00e3o Francisco - Curitiba \u2013 Paran\u00e1 - Cep: 80.510-040 - Fone: (41) 3233-9573 \u2013 Fax: (41) 3233-9399 FILIAL I: Rua Presidente Costa e Silva, 2.152 - Coqueiral - Cascavel \u2013 Paran\u00e1 - Cep: 85.807-450 e-mail: contato@frm.adv.br\n\n\fFERNANDO ROCHA MARANH\u00c3O Sociedade de Advogados\n\ndecis\u00f5es com efeito erga omnes e efic\u00e1cia vinculante. Precedentes.\n\n2. Al\u00e9m da aplica\u00e7\u00e3o imediata da Lei 11.960/09 aos processos em curso\n\nsem, por\u00e9m, retroagir a per\u00edodo anterior \u00e0 sua vig\u00eancia (REsp\n\n1.205.946/SP, Rel. Min. BENEDITO GON\u00c7ALVES, Corte Especial, DJe\n\n2/2/12), deve-se observar, na esteira da decis\u00e3o proferida pelo STF na\n\nADI 4.357/DF, a inconstitucionalidade parcial, por arrastamento, do\n\nart. 5\u00ba da Lei 11.960/09, que modificou o art. 1\u00ba-F da Lei 9.494/97,\n\nquanto aos crit\u00e9rios de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria ali estabelecidos,\n\npermanecendo eficaz em rela\u00e7\u00e3o aos juros de mora, exceto quanto \u00e0s\n\nd\u00edvidas de natureza tribut\u00e1ria (REsp 1.270.439/PR, Rel. Min. CASTRO\n\nMEIRA,\n\nPrimeira\n\nSe\u00e7\u00e3o,\n\nDJe\n\n2/8/13).\n\n3. Por se tratar de benef\u00edcio previdenci\u00e1rio, sobre a corre\u00e7\u00e3o\n\nmonet\u00e1ria incide o INPC a partir da vig\u00eancia da Lei 11.430/06, que\n\nacrescentou o art. 41-A \u00e0 Lei 8.213/91.\n\n4. Agravo regimental n\u00e3o provido.\n\n(AgRg no REsp 1426328/RS, Rel. Ministro Arnaldo Esteves Lima, 1\u00aa. Turma,\n\njulgado em 10/06/2014, DJe 25/06/2014 \u2013 grifos nossos)\n\nPelo exposto, defende a parte Autora, que a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria decorrente de condena\u00e7\u00f5es cujo alvo seja benef\u00edcio previdenci\u00e1rio deva se dar pela aplica\u00e7\u00e3o do INPC, afastando a antiga TR, conforme o melhor entendimento jurisprudencial.\n\nVII - Dos honor\u00e1rios advocat\u00edcios\n\nOs honor\u00e1rios de advogado s\u00e3o devidos por expressa disposi\u00e7\u00e3o legal, entendimento esse ratificado na recente Lei 13.105/2016, o novo CPC.\n\nDe acordo com a nova legisla\u00e7\u00e3o, os honor\u00e1rios, como forma de remunera\u00e7\u00e3o dos trabalhos advocat\u00edcios, teve reconhecido seu car\u00e1ter alimentar, e que os mesmos devem ser fixados na senten\u00e7a, nos termos do disposto no artigo 85 da supra citada Lei:\n\nArt. 85. A senten\u00e7a condenar\u00e1 o vencido a pagar honor\u00e1rios ao advogado do vencedor. \u00a7 1o S\u00e3o devidos honor\u00e1rios advocat\u00edcios na reconven\u00e7\u00e3o, no cumprimento de senten\u00e7a, provis\u00f3rio ou definitivo, na execu\u00e7\u00e3o, resistida ou n\u00e3o, e nos recursos interpostos, cumulativamente. \u00a7 2o Os honor\u00e1rios ser\u00e3o fixados entre o m\u00ednimo de dez e o m\u00e1ximo de vinte por cento sobre o valor da condena\u00e7\u00e3o, do proveito econ\u00f4mico obtido ou, n\u00e3o sendo poss\u00edvel mensur\u00e1-lo, sobre o valor atualizado da causa, atendidos:...\n3 4 _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _\nSEDE: Rua Presidente Carlos Cavalcanti, n.\u00ba 1.210 - Alto S\u00e3o Francisco - Curitiba \u2013 Paran\u00e1 - Cep: 80.510-040 - Fone: (41) 3233-9573 \u2013 Fax: (41) 3233-9399 FILIAL I: Rua Presidente Costa e Silva, 2.152 - Coqueiral - Cascavel \u2013 Paran\u00e1 - Cep: 85.807-450 e-mail: contato@frm.adv.br\n\n\fFERNANDO ROCHA MARANH\u00c3O Sociedade de Advogados\nResta claro, portanto, que de acordo com a atual legisla\u00e7\u00e3o, \u00e9 devida a fixa\u00e7\u00e3o da verba honor\u00e1ria na senten\u00e7a, devendo ser majorada na hip\u00f3tese da interposi\u00e7\u00e3o de recurso inexitoso.\nVIII - Dos pedidos\nDiante do exposto, requer a parte Autora:\na) A cita\u00e7\u00e3o do INSS, na pessoa de seu representante legal, para, querendo, contestar a presente demanda, no prazo legal, sob as penas da Lei;\nb) Seja oportunizado \u00e0 parte Autora, cujo benef\u00edcio foi concedido sob a \u00e9gide da Lei 9.876/99, a verifica\u00e7\u00e3o do c\u00e1lculo com base na regra permanente, com fundamento no direito ao melhor benef\u00edcio;\nc) A verifica\u00e7\u00e3o de que trata o item \u2018b\u2019, dever\u00e1 ser realizada atrav\u00e9s do cotejo entre o c\u00e1lculo da RMI elaborado segundo a regra de transi\u00e7\u00e3o (artigo 3\u00ba, da Lei 9.876/99) em confronto com o disposto na regra permanente (artigo 29, I, da Lei 8.213/91), conforme demonstrado no c\u00e1lculo que instrui a presente;\nd) A integral proced\u00eancia da a\u00e7\u00e3o, com a implanta\u00e7\u00e3o do benef\u00edcio segundo disposto na regra permanente (artigo 29, I, da Lei 8.213/91), na hip\u00f3tese de ser mais ben\u00e9fica \u00e0 parte Autora, a partir da data do tr\u00e2nsito em julgado da decis\u00e3o que julgar a presente demanda (obriga\u00e7\u00e3o de fazer);\ne) Seja determinado ao Requerido que comprove, perante este r. Ju\u00edzo, mesmo que por meio de arquivo magn\u00e9tico, a implanta\u00e7\u00e3o do c\u00e1lculo mais vantajoso no benef\u00edcio da parte Autora;\nf) Seja o Requerido condenado a pagar \u00e0 parte Autora as diferen\u00e7as retroativas, desde a data da entrada do requerimento administrativo, observada a prescri\u00e7\u00e3o quinquenal, as quais dever\u00e3o ser corrigidas monetariamente e acrescidas de juros de mora com aplica\u00e7\u00e3o do INPC 3 5 _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _\nSEDE: Rua Presidente Carlos Cavalcanti, n.\u00ba 1.210 - Alto S\u00e3o Francisco - Curitiba \u2013 Paran\u00e1 - Cep: 80.510-040 - Fone: (41) 3233-9573 \u2013 Fax: (41) 3233-9399 FILIAL I: Rua Presidente Costa e Silva, 2.152 - Coqueiral - Cascavel \u2013 Paran\u00e1 - Cep: 85.807-450 e-mail: contato@frm.adv.br\n\n\fFERNANDO ROCHA MARANH\u00c3O Sociedade de Advogados\nconforme disciplina o artigo 41-A, da Lei 8.213/91 e artigo 31 do Estatuto do Idoso;\ng) Seja o Requerido condenado ao pagamento das verbas de sucumb\u00eancia, na forma da Lei;\nh) Considerando que a quest\u00e3o de m\u00e9rito \u00e9 unicamente de direito, requer o julgamento antecipado da lide, conforme disp\u00f5e o artigo 355, I, do CPC, uma vez suficiente para o julgamento da lide a prova documental que instrui a inicial. Na hip\u00f3tese de n\u00e3o ser esse o v. entendimento, requer a produ\u00e7\u00e3o de todos os meios de prova em direito admitidos, requerendo desde logo, com fundamento no artigo 396, do CPC, a intima\u00e7\u00e3o do Requerido para que fa\u00e7a juntar aos autos c\u00f3pia do processo administrativo de concess\u00e3o do benef\u00edcio objeto da presente demanda, para posterior remessa dos autos \u00e0 Contadoria Judicial visando apura\u00e7\u00e3o da RMI segundo os dois crit\u00e9rios (regra de transi\u00e7\u00e3o artigo 3\u00ba, da Lei 9.876/99 e regra permanente - artigo 29, I, da Lei 8.213/91);\ni) Seja deferido o benef\u00edcio da gratuidade da justi\u00e7a, bem como a prioridade na tramita\u00e7\u00e3o processual.\nD\u00e1-se \u00e0 presente o valor de R$ 88.232,06 (oitenta e oito mil, duzentos e trinta e dois reais e seis centavos j\u00e1 consideradas as 12 parcelas vincendas, de acordo com a planilha de c\u00e1lculo que instrui a presente.\nPede deferimento.\nCuritiba, 06 de mar\u00e7o de 2017\nJOS\u00c9 DANTAS LOUREIRO NETO OAB/PR 14.243\n3 6 _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _\nSEDE: Rua Presidente Carlos Cavalcanti, n.\u00ba 1.210 - Alto S\u00e3o Francisco - Curitiba \u2013 Paran\u00e1 - Cep: 80.510-040 - Fone: (41) 3233-9573 \u2013 Fax: (41) 3233-9399 FILIAL I: Rua Presidente Costa e Silva, 2.152 - Coqueiral - Cascavel \u2013 Paran\u00e1 - Cep: 85.807-450 e-mail: contato@frm.adv.br\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 3 (Solon) - IdDocumentoCompleto: 5001499-89.2018.4.04.7101-711522257857812711290455136199", "text": "EXCELENT\u00cdSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) FEDERAL DA TERCEIRA VARA FEDERAL DA CIRCUNSCRI\u00c7\u00c3O DO RIO GRANDE SE\u00c7\u00c3O JUDICI\u00c1RIA DO RIO GRANDE DO SUL\nOBJETO: DEVOLU\u00c7\u00c3O DE VALORES DE CONTRIBUI\u00c7\u00d5ES PARA O INSS\nLUIZ CARLOS RODRIGUES ANDRADE, brasileiro, casado, porteiro, RG n\u00ba 1008557082, CPF n\u00ba 310.653.760-49, residente e domiciliado nesta cidade de Rio Grande - RS, \u00e0 Rua Rio Capivari, n\u00ba 179, Bairro Parque Marinha, CEP 96215-550, por seus procuradores, advogados, integrantes do escrit\u00f3rio LINDENMEYER ADVOCACIA & ASSOCIADOS S/C (OAB/RS 819), com sede nesta cidade na rua Marechal Floriano, 552; vem respeitosamente perante Vossa Excel\u00eancia promover a presente...\nA\u00c7\u00c3O ORDIN\u00c1RIA\n...em desfavor da UNI\u00c3O FEDERAL, na pessoa do seu representante legal que dever\u00e1 ser citado na sede da ADVOCACIA GERAL da UNI\u00c3O; pelos fatos e fundamentos que passa a expor...\nI \u2013 PRELIMINARMENTE:\nInicialmente, em que pese os pedidos tratarem acerca da inconstitucionalidade de normas, o que, por si s\u00f3, torna imposs\u00edvel o pleito/reconhecimento na via administrativa, demonstrando assim o interesse de agir da parte autora, vem a mesma informar de forma preliminar o entendimento do Tribunal Federal da 4\u00aa Regi\u00e3o, o qual ratifica o interesse de agir judicial caso seja apresentada contesta\u00e7\u00e3o de m\u00e9rito pelos R\u00e9us. Sen\u00e3o vejamos:\nPROCESSUAL CIVIL. RAZ\u00d5ES RECURSAIS DISSOCIADAS DA MAT\u00c9RIA DOS AUTOS. N\u00c3O CONHECIMENTO DO PONTO RECURSAL QUE EST\u00c1 NA MESMA LINHA DO JULGADO. CAR\u00caNCIA DE A\u00c7\u00c3O. INOCORR\u00caNCIA. PREVIDENCI\u00c1RIO. ATIVIDADE ESPECIAL. CONVERS\u00c3O DO TEMPO COMUM EM ESPECIAL. CONCESS\u00c3O DE APOSENTADORIA ESPECIAL.\nTUTELA ESPEC\u00cdFICA. 1. Descabe se cogitar de falta de interesse\n\n\fde agir pela aus\u00eancia de pr\u00e9via postula\u00e7\u00e3o administrativa\n\nquando contestado o pedido. 2. N\u00e3o se conhece de recurso no ponto\n\ncujas raz\u00f5es s\u00e3o inteiramente dissociadas da mat\u00e9ria versada nos autos. 3.\n\nN\u00e3o se conhece da parte do apelo que est\u00e1 na mesma linha do julgado. 4. Uma\n\nvez exercida atividade enquadr\u00e1vel como especial, sob a \u00e9gide da legisla\u00e7\u00e3o\n\nque a ampara, o segurado adquire o direito ao reconhecimento como tal. 5.\n\nConstando dos autos a prova necess\u00e1ria a demonstrar o exerc\u00edcio de atividade\n\nsujeita a condi\u00e7\u00f5es especiais, conforme a legisla\u00e7\u00e3o vigente na data da\n\npresta\u00e7\u00e3o do trabalho, deve ser reconhecido o respectivo tempo de servi\u00e7o. 6.\n\nDemostrado o tempo de servi\u00e7o especial por 15, 20 ou 25 anos, conforme a\n\natividade exercida pelo segurado e a car\u00eancia, \u00e9 devida \u00e0 parte autora a\n\naposentadoria especial, nos termos da Lei n\u00ba 8.213/91. 7. Determina-se o\n\ncumprimento imediato do ac\u00f3rd\u00e3o naquilo que se refere \u00e0 obriga\u00e7\u00e3o de\n\nimplementar o benef\u00edcio, por se tratar de decis\u00e3o de efic\u00e1cia mandamental que\n\ndever\u00e1 ser efetivada mediante as atividades de cumprimento da senten\u00e7a\n\nstricto sensu previstas no art. 461 do CPC, sem a necessidade de um processo\n\nexecutivo\n\naut\u00f4nomo\n\n(sine\n\nintervallo).\n\n(AC 200671990037193, JO\u00c3O BATISTA PINTO SILVEIRA, TRF4 - SEXTA\n\nTURMA, D.E. 06/05/2010)\n\nDe acordo com o demonstrado acima, resta comprovado o interesse de agir da parte autora, o qual ainda ser\u00e1 comprovado ap\u00f3s a contesta\u00e7\u00e3o do R\u00e9u.\n\nII - DOS FATOS\nO requerente j\u00e1 \u00e9 aposentado no Regime Geral de Previd\u00eancia sob o n\u00famero de benef\u00edcio 147.069.366-3 desde o ano de 2009, nada obstante a isso, por ter optado em continuar em atividade econ\u00f4mica segue contribuindo para o INSS.\nCom efeito, o autor \u00e9 segurado da Previd\u00eancia Social, e por consequ\u00eancia, devedor da contribui\u00e7\u00e3o social, para financiamento desta, nos termos do art. 195, I da CF, bem como do art. 11, \u00a7 \u00fanico, letra \"c\", da Lei n\u00ba 8.212, de 24/07/1991.\nNo entanto, n\u00e3o \u00e9 levado em considera\u00e7\u00e3o para que haja a incid\u00eancia de contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria sobre parcelas remunerat\u00f3rias daqueles trabalhadores j\u00e1 aposentados o fato de que o artigo 167, XI da CF, vincula tais contribui\u00e7\u00f5es ao pagamento de benef\u00edcios do RGPS trazidos no art. 201 da Carta Magna, e os mesmos, por encontrarem-se na condi\u00e7\u00e3o de aposentados, contribuem sem direito nenhuma contrapartida.\nO autor, diante desta circunst\u00e2ncia, mesmo tendo contribu\u00eddo uma vida toda para ter a garantia do benef\u00edcio previdenci\u00e1rio v\u00ea-se na obriga\u00e7\u00e3o de continuar aportando para a Previd\u00eancia, indo de encontro ao texto Constitucional, uma vez que, repita-se, tal contribui\u00e7\u00e3o \u00e9 vinculada \u00e0 concess\u00e3o\n\n\fde benef\u00edcios (principio da vincula\u00e7\u00e3o obrigat\u00f3ria), os quais o autor n\u00e3o possui direito por encontrar-se aposentado.\nII - DO DIREITO\nA presente a\u00e7\u00e3o se alicer\u00e7a em argumentos de natureza tribut\u00e1ria, em especial ao fato de que o segurado j\u00e1 aposentado que continua ou retorna ao mercado laboral tem o dever de contribuir para a Previd\u00eancia sobre sua remunera\u00e7\u00e3o, o que se afigura manifestamente inconstitucional e ilegal, conforme demonstraremos com clareza no t\u00f3pico a seguir.\n1 - DO DIREITO A REPETI\u00c7\u00c3O DE IND\u00c9BITO POR INCONSTITUCIONALIDADE DO TRIBUTO\nA contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria do empregado para fins de financiamento da seguridade social esta prevista no art.195 da CF, nos seguintes termos:\nCF.. Art. 195. A seguridade social ser\u00e1 financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos or\u00e7amentos da Uni\u00e3o, dos Estados, do Distrito Federal e dos Munic\u00edpios, e das seguintes contribui\u00e7\u00f5es sociais:\nII - do trabalhador e dos demais segurados da previd\u00eancia social, n\u00e3o incidindo contribui\u00e7\u00e3o sobre aposentadoria e pens\u00e3o concedidas pelo regime geral de previd\u00eancia social de que trata o art. 201;\nNo plano infraconstitucional, a contribui\u00e7\u00e3o do segurado empregado encontra fundamento no art.12 e 20, da Lei 8212/91, tendo este \u00faltimo dispositivo legal a seguinte reda\u00e7\u00e3o:\nArt. 20. A contribui\u00e7\u00e3o do empregado, inclusive o dom\u00e9stico, e a do trabalhador avulso \u00e9 calculada mediante a aplica\u00e7\u00e3o da correspondente al\u00edquota sobre o seu sal\u00e1rio-de-contribui\u00e7\u00e3o mensal, de forma n\u00e3o cumulativa, observado o disposto no art. 28, de acordo com a seguinte tabela.\nA tabela supramencionada determina as al\u00edquotas, as quais podem ser de 8%, 9% ou 11% dependendo do valor da remunera\u00e7\u00e3o s\u00e3o determinadas a utiliza\u00e7\u00e3o da al\u00edquota correspondente.\nComo j\u00e1 explicitado na parte f\u00e1tica desta pe\u00e7a processual, a parte autora se aposentou, mas optou por continuar trabalhando, raz\u00e3o pela qual continuou aportando para o INSS porquanto sua condi\u00e7\u00e3o de segurado obrigat\u00f3rio no Regime Geral de Previd\u00eancia.\nDA INCONSTITUCIONALIDADE DO ART.12 E 20 DA LEI 8212/91\n\n\fO fato de o segurado empregado aposentado que opta por continuar a trabalhar ser obrigado a contribuir para o Regime Geral de Previd\u00eancia afronta diversos dispositivos constitucionais.\nEm primeiro lugar cabe esclarecer que a pr\u00f3pria Constitui\u00e7\u00e3o permite a cobran\u00e7a de contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria de segurados empregados como mencionado alhures.\nTodavia, o permissivo constitucional a nosso, ju\u00edzo se restringe aos segurados n\u00e3o aposentados, porquanto a leitura do inciso II do art.195 da CF deve ser feita em conjunto com o caput e demais par\u00e1grafos da Constitui\u00e7\u00e3o.\nVale repetir o dispositivo, em especial \u00e0 parte sublinhada:\nII - do trabalhador e dos demais segurados da previd\u00eancia social, n\u00e3o incidindo contribui\u00e7\u00e3o sobre aposentadoria e pens\u00e3o concedidas pelo regime geral de previd\u00eancia social de que trata o art. 201;\nCumpre pontuar por primeiro que diferentemente do RPPS, O RGPS veda terminantemente a contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria sobre inativos quanto a aposentadorias e pens\u00f5es.\nPoderia arguir a parte adversa que tal restri\u00e7\u00e3o \u00e9 apenas em cima dos benef\u00edcios e n\u00e3o dos sal\u00e1rios ainda que de aposentados ou pensionistas, mas a hermen\u00eautica constitucional deve ser no sentido de que a preserva\u00e7\u00e3o da incid\u00eancia de contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria tamb\u00e9m alcance os sal\u00e1rios por conta de que o fundamento da parte final do dispositivo foi justamente preservar a renda dos trabalhadores aposentados em especial porque estes j\u00e1 contribu\u00edram toda uma vida para a previd\u00eancia.\nDestaca-se ainda, que a base econ\u00f4mica sobre a qual incide a contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria dos segurados empregados v\u00eam definida no art. 201, \u00a7 11, da CF/88, que tem a seguinte reda\u00e7\u00e3o: \u201cos ganhos habituais do empregado, a qualquer t\u00edtulo, ser\u00e3o incorporados ao sal\u00e1rio para efeito de contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria e consequente repercuss\u00e3o em benef\u00edcios\u201d.\nRepercuss\u00e3o esta que dialoga diretamente com princ\u00edpios norteadores da Seguridade Social, e que no caso em tela, estariam sendo afrontados. Sen\u00e3o vejamos:\n- Princ\u00edpio da contrapartida positivado no \u00a75 do art.195 da CF, o qual transcrevemos:\n\u00a7 5\u00ba Nenhum benef\u00edcio ou servi\u00e7o da seguridade social poder\u00e1 ser criado, majorado ou estendido sem a correspondente fonte de custeio total.\n- Princ\u00edpio da vincula\u00e7\u00e3o obrigat\u00f3ria no XI do art.167 da CF, transcrito abaixo:\n\n\fXI - a utiliza\u00e7\u00e3o dos recursos provenientes das contribui\u00e7\u00f5es sociais de que trata o art. 195, I, a, e II, para a realiza\u00e7\u00e3o de despesas distintas do pagamento de benef\u00edcios do regime geral de previd\u00eancia social de que trata o art. 201.\nOs princ\u00edpios demonstrados dialogam com a ideia de que a contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria est\u00e1 vinculada a um fim que \u00e9 precisamente o direito a obten\u00e7\u00e3o do benef\u00edcio, por\u00e9m em se tratando de aposentados que ainda trabalham n\u00e3o h\u00e1 qualquer contrapartida a ser recebida.\nN\u00e3o se desconhece em momento algum o t\u00e3o utilizado principio da solidariedade, e sequer se pretende na presente demanda o afastamento do mesmo, mas sim, a utiliza\u00e7\u00e3o deste em conjunto com os princ\u00edpios supracitados, uma vez que o principio da solidariedade \u00e9 um principio amplo, ao passo que os demais, princ\u00edpios espec\u00edficos da seguridade social.\nNesse sentido, \u00e9 o entendimento do pr\u00f3prio Supremo Tribunal Federal, mais precisamente no julgamento do RE 593.068/SC, de relatoria do Min. Roberto Barroso que versa sobre a incid\u00eancia ou n\u00e3o da contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria de servidor p\u00fablico sobre parcelas adicionais da remunera\u00e7\u00e3o, como ter\u00e7o de f\u00e9rias, horas extras, adicional noturno e adicional de insalubridade.\nO relator, ministro Roberto Barroso, votou no sentido de dar provimento ao RE ressaltando que a jurisprud\u00eancia do STF - e do STJ - \"\u00e9 reiterada no sentido da n\u00e3o incid\u00eancia de contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria sobre vantagens remunerat\u00f3rias de servidor p\u00fablico que n\u00e3o sejam pass\u00edveis de incorpora\u00e7\u00e3o aos seus proventos de aposentadoria\". A maioria acompanhou o relator.\nEm seu voto, Barroso lembrou ainda que o sistema previdenci\u00e1rio, tanto do RGPS quanto RPPS de Servidores P\u00fablicos, tem car\u00e1ter contributivo e solid\u00e1rio, o que, segundo ele, impede que haja contribui\u00e7\u00e3o sem o correspondente reflexo em qualquer benef\u00edcio efetivo.\nO ministro ressaltou que, embora a incid\u00eancia de contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria sobre as parcelas tenha sido afastada expressamente a partir da vig\u00eancia da lei 12.688/12, a legisla\u00e7\u00e3o anterior deve ser interpretada conforme o preceito estabelecido pelo artigo 201 da CF, segundo o qual a contribui\u00e7\u00e3o incide unicamente sobre as remunera\u00e7\u00f5es ou ganhos habituais que tenham repercuss\u00e3o em benef\u00edcios.\nNesse sentido, o Plen\u00e1rio entendeu ainda, que com a entrada em vigor da EC 20/98, o aspecto contributivo foi refor\u00e7ado, colocando em aparente conflito os princ\u00edpios da contributividade (espec\u00edfico) e solidariedade (amplo). Com e EC 41/2003, o car\u00e1ter solid\u00e1rio foi refor\u00e7ado, no entanto, o car\u00e1ter contributivo n\u00e3o foi derrogado, o que, faz com que a aplica\u00e7\u00e3o do principio da solidariedade OBRIGATORIAMENTE por ser um principio mais amplo e n\u00e3o espec\u00edfico da seguridade social, deva ser relacionada e sempre levando em considera\u00e7\u00e3o o\n\n\fprincipio da contributividade, uma vez que a CF em seu art. 167, XI, traz claramente que toda contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria deve ser vinculada \u00e0 concess\u00e3o de benef\u00edcios.\nSegue abaixo o voto do respeit\u00e1vel Min. Roberto Barroso no RE 593.068/SC, em repercuss\u00e3o geral, o qual foi acompanhado pela maioria:\nPREVIDENCI\u00c1RIO. REGIME PR\u00d3PRIO DOS SERVIDORES P\u00daBLICOS. N\u00c3O INCID\u00caNCIA DE CONTRIBUI\u00c7\u00d5ES PREVIDENCI\u00c1RIAS SOBRE PARCELAS N\u00c3O INCORPOR\u00c1VEIS \u00c0 APOSENTADORIA. 1. O regime previdenci\u00e1rio pr\u00f3prio, aplic\u00e1vel aos servidores p\u00fablicos, regese pelas normas expressas do art. 40 da Constitui\u00e7\u00e3o, e por dois vetores sist\u00eamicos: (a) o car\u00e1ter contributivo; e (b) o princ\u00edpio da solidariedade. 2. A leitura dos \u00a7\u00a7 3\u00ba e 12 do art. 40, c/c o \u00a7 11 do art. 201, deixa claro que somente devem figurar como base de c\u00e1lculo da contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria as remunera\u00e7\u00f5es/ganhos habituais que tenham \u201crepercuss\u00e3o em benef\u00edcios\u201d. Como consequ\u00eancia, ficam exclu\u00eddas as verbas que n\u00e3o se incorporam \u00e0 aposentadoria. 3. Ademais, a dimens\u00e3o contributiva do sistema \u00e9 incompat\u00edvel com a cobran\u00e7a de contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria sem que se confira ao segurado qualquer benef\u00edcio, efetivo ou potencial. 4. Por fim, n\u00e3o \u00e9 poss\u00edvel invocar o princ\u00edpio da solidariedade para inovar no tocante \u00e0 regra que estabelece a base econ\u00f4mica do tributo. 5. \u00c0 luz das premissas estabelecidas, \u00e9 fixada em repercuss\u00e3o geral a seguinte tese: \u201cN\u00e3o incide contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria sobre verba n\u00e3o incorpor\u00e1vel aos proventos de aposentadoria do servidor p\u00fablico, tais como \u2018ter\u00e7o de f\u00e9rias\u2019, \u2018servi\u00e7os extraordin\u00e1rios\u2019, \u2018adicional noturno\u2019 e \u2018adicional de insalubridade.\u201d 6. Provimento parcial do recurso extraordin\u00e1rio, para determinar a restitui\u00e7\u00e3o das parcelas n\u00e3o prescritas.\nO que h\u00e1, portanto, \u00e9 um verdadeiro confisco, sendo o autor obrigado a aportar para o sistema previdenci\u00e1rio n\u00e3o obstante j\u00e1 tenha cumprido sua parte no pacto Inter geracional que caracteriza a modalidade de reparti\u00e7\u00e3o simples como no caso brasileiro.\nImportante trazer aos autos tamb\u00e9m o entendimento recente do Magistrado Federal Luciano Tertuliano da Silva em senten\u00e7a no processo 0000091-\n\n\f85.2017.4.03.6334, que dialoga, embora de forma parcial, com o entendimento aqui defendido. Sen\u00e3o vejamos:\n\n\u201cA solu\u00e7\u00e3o da crise de direito em apre\u00e7o perpassa, portanto, pela an\u00e1lise da compatibilidade vertical do contido no artigo \u00a7 2\u00ba do artigo 18 da Lei n. 8.213/91, com a Constitui\u00e7\u00e3o Federal. O teor de referido ato normativo preconiza que \"o aposentado pelo Regime Geral de Previd\u00eancia Social - RGPS que permanecer em atividade sujeita a este Regime, ou a ele retornar, n\u00e3o far\u00e1 jus a presta\u00e7\u00e3o alguma da Previd\u00eancia Social em decorr\u00eancia do exerc\u00edcio dessa atividade, exceto ao sal\u00e1rio-fam\u00edlia e \u00e0 reabilita\u00e7\u00e3o profissional, quando empregado\". A an\u00e1lise ami\u00fade do caso revela, inevitavelmente, a inconstitucionalidade material do referido par\u00e1grafo 2\u00ba do artigo 18 da Lei n. 8.213/91, isso porque afronta ao car\u00e1ter substantivo do princ\u00edpio constitucional da isonomia - tanto na sua vertente da universalidade prevista no artigo 194, I, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal, como no princ\u00edpio da proibi\u00e7\u00e3o da prote\u00e7\u00e3o insuficiente como vi\u00e9s positivo do princ\u00edpio constitucional da proporcionalidade (artigo 5\u00ba, LIV, CF) -; ofende a regra fundante da dignidade da pessoa humana (artigo 1\u00ba, III, CF) ao esvaziar o direito fundamental ao seguro social, distanciando-se o segurado da finalidade protetiva de qualquer regime previdenci\u00e1rio; e avilta o princ\u00edpio constitucional da moralidade p\u00fablica (artigo 37, CF) ao propiciar situa\u00e7\u00e3o de enriquecimento sem causa por parte da Uni\u00e3o, porquanto a cobran\u00e7a de contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria, neste caso, carece de racionalidade ao n\u00e3o oferecer ao segurado a garantia previdenci\u00e1ria material m\u00ednima, amparando-se unicamente no af\u00e3 tribut\u00e1rio estatal.\n\nAssiste raz\u00e3o o fundamento da inconstitucionalidade apresentado na medida em que \u00e9 inconceb\u00edvel que o segurado-contribuinte tenha comutatividade zerada numa contribui\u00e7\u00e3o com fim especifico previdenci\u00e1rio quando este j\u00e1 \u00e9 aposentado, sendo no ponto manifesta a inconstitucionalidade do indigitado dispositivo legal.\u201d\n\nBosio:\n\nE arremata ainda, este mesmo Magistrado, citando Rosa Elena\n\nO cumprimento desse mister legislativo n\u00e3o pode olvidar, obviamente, o princ\u00edpio da universalidade de cobertura e atendimento delineado expressamente no par\u00e1grafo \u00fanico do artigo 194 da Constitui\u00e7\u00e3o Federal, o qual preconiza \"que se deve proteger todas as pessoas, que toda a comunidade deve estar amparada pelo sistema. Toda pessoa, sem discrimina\u00e7\u00e3o por causa sua nacionalidade, idade, ra\u00e7a, tipo de atividade que exerce, renda, tem direito \u00e0 cobertura de suas conting\u00eancias. \u00c9 denominado de universalidade porque a disciplina se expande ou estende a cobertura das diferentes conting\u00eancias \u00e0 maior quantidade de pessoas poss\u00edvel. A seguridade vai desbordando da restri\u00e7\u00e3o classista, j\u00e1 que a necessidade da cobertura das conting\u00eancias n\u00e3o se admite como privativa de certas categorias sociais, mas sim como um direito que deve ser estendido aos assalariados e, finalmente, ao conjunto da popula\u00e7\u00e3o, sem nenhum tipo de exclus\u00e3o\" (BOSIO, Rosa Elena. Lineamentos B\u00e1sicos de Seguridad Social. C\u00f3rdoba, Argentina, Editora Advocatus, 2005, in SANTOS, Marisa Ferreira dos. Direito Previdenci\u00e1rio Esquematizado. Saraiva, S\u00e3o Paulo, 2011).\n\n\fSe Conclui, portanto, que mesmo aplicando o princ\u00edpio da solidariedade (com a devida cautela visto o que foi dito na tese previdenci\u00e1ria mencionada no primeiro t\u00f3pico) este deve ser feito com o cotejo dos demais princ\u00edpios referidos acima, n\u00e3o sendo em qualquer cen\u00e1rio admiss\u00edvel que haja uma contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria sem qualquer esp\u00e9cie de contrapartida.\nPor tudo isso se mostra evidente a inconstitucionalidade da contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria sobre a remunera\u00e7\u00e3o de segurados do INSS j\u00e1 aposentados, ainda que sem redu\u00e7\u00e3o de texto. Assim, resta cabalmente demonstrado o direito da requerente em pleitear a repeti\u00e7\u00e3o dos valores REPETI\u00c7\u00c3O DE IND\u00c9BITO.\nQuanto \u00e0 restitui\u00e7\u00e3o de valores pagos INDEVIDAMENTE, expressamente disp\u00f5e o C\u00d3DIGO TRIBUT\u00c1RIO NACIONAL no art. 165, da seguinte forma:\n\"Art. 165 (Pagamento indevido - Restitui\u00e7\u00e3o) - O sujeito passivo tem direito, independentemente de pr\u00e9vio protesto, \u00e0 restitui\u00e7\u00e3o total ou parcial do tributo, seja qual for a modalidade do seu pagamento, ressalvado o disposto no \u00a7 4\u00b0 do art. 162, nos seguintes casos: I - cobran\u00e7a ou pagamento espont\u00e2neo de tributo ou maior que o devido em face da legisla\u00e7\u00e3o tribut\u00e1ria aplic\u00e1vel, ou da natureza ou circunst\u00e2ncias materiais do fato gerador efetivamente ocorrido; II - erro na identifica\u00e7\u00e3o do sujeito do sujeito passivo, na determina\u00e7\u00e3o da al\u00edquota aplic\u00e1vel, no c\u00e1lculo do montante do d\u00e9bito ou na elabora\u00e7\u00e3o ou confer\u00eancia de qualquer documento relativo ao pagamento; III - reforma, anula\u00e7\u00e3o, revoga\u00e7\u00e3o ou rescis\u00e3o de decis\u00e3o condenat\u00f3ria.\"\nNo caso concreto, \u00e0 restitui\u00e7\u00e3o pela via de repeti\u00e7\u00e3o se apresenta indiscut\u00edvel, \"data v\u00eania\", pela declarada inconstitucionalidade supra referida ante a pr\u00f3pria natureza da exigibilidade reconhecidamente indevida.\nEsta ocorr\u00eancia verifica-se em todas as compet\u00eancias reclamadas, conforme demonstrativo juntado, em confronto com a rela\u00e7\u00e3o dos sal\u00e1rios de contribui\u00e7\u00e3o.\nIII \u2013 DOS PEDIDOS\nAnte ao exposto, se requer:\na) A proced\u00eancia da a\u00e7\u00e3o nos termos da fundamenta\u00e7\u00e3o supra, para DECLARAR a inconstitucionalidade dos arts. 12 e 20 da Lei 8.212/91, ainda que sem redu\u00e7\u00e3o de texto quanto \u00e0 cobran\u00e7a de contribui\u00e7\u00f5es previdenci\u00e1rias de segurados aposentados e logo RESTITUIR as diferen\u00e7as verificadas ap\u00f3s a aposenta\u00e7\u00e3o, em qualquer dos casos acrescidas de juros e corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, nos termos da lei, ressalvadas expressamente as parcelas j\u00e1 prescritas nos termos da S\u00famula 85 do STJ e sobre parcelas vencidas de vincendas;\n\n\fb) A proced\u00eancia da a\u00e7\u00e3o para determinar ao demandado que se abstenha de proceder o desconto da contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria do autor em qualquer esp\u00e9cie de atividade vinculada ao RGPS.\nc) Seja CITADA a Uni\u00e3o, na pessoa de seu Ilustre Representante Judicial para que, querendo, CONTESTE o presente feito, sob pena de serem considerados verdadeiros os fatos alegados;\nd) Seja ao final julgada totalmente procedente a presente a\u00e7\u00e3o, com a condena\u00e7\u00e3o do INSS ao pagamento de custas processuais e honor\u00e1rios de sucumb\u00eancia nos termos da Lei.\ne) A concess\u00e3o do benef\u00edcio da GRATUIDADE DE JUSTI\u00c7A, a teor do Art. 4\u00ba da Lei 1.060/50, haja vista que a parte Autora n\u00e3o re\u00fane condi\u00e7\u00f5es econ\u00f4micas para arcar com eventuais \u00f4nus de sucumb\u00eancia e demais obriga\u00e7\u00f5es legais sem preju\u00edzo do pr\u00f3prio sustento e ao de sua fam\u00edlia.\nProtesta pela juntada de documentos, pareceres, jurisprud\u00eancia, bem como prova testemunhal, enfim, qualquer g\u00eanero de prova em direito admitido que venha a colaborar para o deslinde do feito.\nRequer ainda, em caso da emiss\u00e3o de Requisi\u00e7\u00e3o de Pequeno Valor (RPV), que esta seja emitida em nome da sociedade profissional civil LINDENMEYER ADVOCACIA E ASSOCIADOS, expressamente designada no instrumento de procura\u00e7\u00e3o.\nD\u00e1-se a causa o valor de R$ 9.018,20.\nNestes termos, espera deferimento.\nRio Grande, 28 de Mar\u00e7o de 2018.\nGuilherme Novo Silveira OAB/RS 92.794\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 4 (Solon) - IdDocumentoCompleto: 5007858-44.2021.4.04.7200-721617898964707797350304341766", "text": "DOUTO JU\u00cdZO FEDERAL DA SUBSE\u00c7\u00c3O JUDICI\u00c1RIA DE FLORIAN\u00d3POLIS SE\u00c7\u00c3O JUDICI\u00c1RIA DO ESTADO DE SANTA CATARINA\nPRIORIDADE LEGAL: art. 20 da Lei 12.016/2009 OBJETO: exclus\u00e3o do INSS e do IRRF retido dos empregados da base de c\u00e1lculo da Contribui\u00e7\u00e3o Previdenci\u00e1ria Patronal, RAT e Contribui\u00e7\u00f5es destinadas a Terceiros\nARCANGEL IND\u00daSTRIA E COM\u00c9RCIO DE COSM\u00c9TICOS LTDA., pessoa jur\u00eddica de direito privado, inscrita no CNPJ/MF sob n\u00ba 76.874.924/0001-89, com sede no Munic\u00edpio de Cambori\u00fa/SC, na Rua Monte Verde, n\u00ba 30, Galp\u00e3o 20/30, bairro Monte Alegre, CEP 88348-670, por interm\u00e9dio de seus Procuradores firmat\u00e1rios (ut Instrumento de Mandato \u2013 Doc. 01), com escrit\u00f3rio na Rua 1101, n\u00ba 60, conjunto 91, Centro, CEP 88330-774, em Balne\u00e1rio Cambori\u00fa/SC, endere\u00e7o eletr\u00f4nico: alexandre@gelsonferrareze.com.br, nos termos do artigo 105/CPC, onde recebe intima\u00e7\u00f5es, notifica\u00e7\u00f5es e demais comunicados, vem, respeitosamente, \u00e0 presen\u00e7a de Vossa Excel\u00eancia, com fulcro no artigo 5\u00ba, inciso LXIX, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal de 1988 e artigo 1\u00ba da Lei 12.016/2009, impetrar MANDADO DE SEGURAN\u00c7A, contra ato de autoridade do Ilmo. Senhor DELEGADO DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL em Florian\u00f3polis/SC, podendo ser encontrado na Rua Dr. Claudino Bento da Silva, n\u00ba 11, Centro, CEP 88010-135, na pr\u00f3pria Comarca de Florian\u00f3polis/SC, \u00f3rg\u00e3o diretamente subordinado ao MINIST\u00c9RIO DA ECONOMIA e representado pela PROCURADORIA DA FAZENDA NACIONAL em Florian\u00f3polis/SC, sediada na Rua Arcipreste Paiva, n\u00ba 107, Centro, CEP 88010530, na pr\u00f3pria Comarca de Florian\u00f3polis/SC, pelos seguintes fundamentos f\u00e1ticos e jur\u00eddicos:\n\n\fI. DOS FATOS\n\nA IMPETRANTE atua no ramo de fabrica\u00e7\u00e3o e com\u00e9rcio atacadista e varejista de cosm\u00e9ticos, conforme demonstra Contrato Social (Doc. 02) e Cadastro Nacional da Pessoa Jur\u00eddica (Doc. 03). E no desempenho das suas atividades, cumpre suas obriga\u00e7\u00f5es com recolhimentos das Contribui\u00e7\u00f5es Previdenci\u00e1rias, nos moldes da legisla\u00e7\u00e3o pertinente, qual seja, art. 195, I, a, e II, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal1, e arts. 20 e 22 da Lei Federal 8.212/19912, sob o regime tribut\u00e1rio do lucro real.\n\nQuando do pagamento ou cre\u0301dito da remunera\u00e7\u00e3o, ante a sistem\u00e1tica de lan\u00e7amento adotada pela Lei Federal 8.212/1991, a IMPETRANTE apura a base de c\u00e1lculo da Contribui\u00e7\u00e3o Previdenci\u00e1ria Patronal, do RAT e das Contribui\u00e7\u00f5es destinadas a Terceiros incidentes sobre a folha, mensurando o cre\u0301dito e recolhendo os tributos previstos na legisla\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria (Docs. 04, 05, 06 e 07, exemplificativamente).\n\nAl\u00e9m da contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria, os trabalhadores tamb\u00e9m est\u00e3o sujeitos a\u0300 incid\u00eancia do Imposto sobre a Renda, que a exemplo da contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria, e\u0301 retido na fonte nos termos da Lei Federal 7.713/1988:\n\nArt. 7\u00ba Ficam sujeito \u00e0 incid\u00eancia do imposto de renda na fonte, calculado de acordo com o disposto no art. 25 desta Lei: I - os rendimentos do trabalho assalariado, pagos ou creditados por pessoas f\u00edsicas ou jur\u00eddicas; II - os demais rendimentos percebidos por pessoas f\u00edsicas, que n\u00e3o estejam sujeitos \u00e0 tributa\u00e7\u00e3o exclusiva na fonte, pagos ou creditados por pessoas jur\u00eddicas.\n\n1 CF/88: Art. 195. Art. 195. A seguridade social ser\u00e1 financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante\n\nrecursos provenientes dos or\u00e7amentos da Uni\u00e3o, dos Estados, do Distrito Federal e dos Munic\u00edpios, e das seguintes contribui\u00e7\u00f5es sociais:\n\nI - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre:\n\na) a folha de sal\u00e1rios e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer t\u00edtulo, \u00e0 pessoa f\u00edsica que lhe preste servi\u00e7o,\n\nmesmo sem v\u00ednculo empregat\u00edcio;\n\nb) a receita ou o faturamento;\n\nc) o lucro;\n\nII - do trabalhador e dos demais segurados da previd\u00eancia social, podendo ser adotadas al\u00edquotas progressivas de acordo com o valor\n\ndo sal\u00e1rio de contribui\u00e7\u00e3o, n\u00e3o incidindo contribui\u00e7\u00e3o sobre aposentadoria e pens\u00e3o concedidas pelo Regime Geral de Previd\u00eancia\n\nSocial;\n\n2 Lei 8.212/1991: Art. 20. A contribui\u00e7\u00e3o do empregado, inclusive o dom\u00e9stico, e a do trabalhador avulso \u00e9 calculada mediante a aplica\u00e7\u00e3o\n\nda correspondente al\u00edquota sobre o seu sal\u00e1rio-de-contribui\u00e7\u00e3o mensal, de forma n\u00e3o cumulativa, observado o disposto no art. 28, de acordo\n\ncom a seguinte tabela:\n\nSal\u00e1rio-de-contribui\u00e7\u00e3o\n\nAl\u00edquota em %\n\nAt\u00e9 249,80\n\n8,00\n\nDe 249,81 at\u00e9 416,33\n\n9,00\n\nDe 416,34 at\u00e9 832,66\n\n11,00\n\n\u00a71\u00ba Os valores do sal\u00e1rio-de-contribui\u00e7\u00e3o ser\u00e3o reajustados, a partir da data de entrada em vigor desta Lei, na mesma \u00e9poca e com os mesmos\n\n\u00edndices que os do reajustamento dos benef\u00edcios de presta\u00e7\u00e3o continuada da Previd\u00eancia Social.\n\n\u00a72\u00ba O disposto neste artigo aplica-se tamb\u00e9m aos segurados empregados e trabalhadores avulsos que prestem servi\u00e7os a microempresas.\n\n_________\n\nArt. 22. A contribui\u00e7\u00e3o a cargo da empresa, destinada \u00e0 Seguridade Social, al\u00e9m do disposto no art. 23, \u00e9 de:\n\nI - vinte por cento sobre o total das remunera\u00e7\u00f5es pagas, devidas ou creditadas a qualquer t\u00edtulo, durante o m\u00eas, aos segurados empregados e\n\ntrabalhadores avulsos que lhe prestem servi\u00e7os, destinadas a retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos\n\nhabituais sob a forma de utilidades e os adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer pelos servi\u00e7os efetivamente prestados, quer pelo\n\ntempo \u00e0 disposi\u00e7\u00e3o do empregador ou tomador de servi\u00e7os, nos termos da lei ou do contrato ou, ainda, de conven\u00e7\u00e3o ou acordo coletivo de\n\ntrabalho ou senten\u00e7a normativa.\n\nII - para o financiamento do benef\u00edcio previsto nos arts. 57 e 58 da Lei n\u00ba 8.213, de 24 de julho de 1991, e daqueles concedidos em raz\u00e3o do\n\ngrau de incid\u00eancia de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho, sobre o total das remunera\u00e7\u00f5es pagas ou creditadas,\n\nno decorrer do m\u00eas, aos segurados empregados e trabalhadores avulsos:\n\na) 1% (um por cento) para as empresas em cuja atividade preponderante o risco de acidentes do trabalho seja considerado leve;\n\nb) 2% (dois por cento) para as empresas em cuja atividade preponderante esse risco seja considerado m\u00e9dio;\n\nc) 3% (tr\u00eas por cento) para as empresas em cuja atividade preponderante esse risco seja considerado grave.\n\nIII - vinte por cento sobre o total das remunera\u00e7\u00f5es pagas ou creditadas a qualquer t\u00edtulo, no decorrer do m\u00eas, aos segurados contribuintes\n\nindividuais que lhe prestem servi\u00e7os;\n\n\f\u00a7 1\u00ba O imposto a que se refere este artigo ser\u00e1 retido por ocasi\u00e3o de cada pagamento ou cr\u00e9dito e, se houver mais de um pagamento ou cr\u00e9dito, pela mesma fonte pagadora, aplicar-se-\u00e1 a al\u00edquota correspondente \u00e0 soma dos rendimentos pagos ou creditados \u00e0 pessoa f\u00edsica no m\u00eas, a qualquer t\u00edtulo.\nNesse sentido, ocorre que a IMPETRANTE vem definindo equivocadamente a base de c\u00e1lculo de suas contribui\u00e7\u00f5es previdenci\u00e1rias patronais, incluindo nessa import\u00e2ncia indiferentes ao tributo previdenci\u00e1rio e sobre a renda constitu\u00eddos.\nIsso porque, a contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria devida pelos Empregadores, que e\u0301 o caso da Impetrante, ter\u00e1\u0301 al\u00edquota base de 20%, adicionada da al\u00edquota do RAT \u2013 Risco Ambiental do Trabalho (1% a 3%), multiplicada pelo FAP \u2013 Fator Acident\u00e1rio de Preven\u00e7\u00e3o (0,5 a 2), e acrescida pelo valor devido a outras entidades, e\u0301 calculada sobre base de c\u00e1lculo que compreende \u201co total das remunera\u00e7\u00f5es pagas, devidas ou creditadas a qualquer t\u00edtulo, durante o m\u00eas, aos segurados empregados e trabalhadores avulsos que lhe prestem servi\u00e7os, destinadas a retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua forma\u201d (art. 22, I, Lei 8.212/1991).\nLogo, denota-se que a AUTORIDADE COATORA usurpa o mandamento legal contido na legisla\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria indicada, majorando a base de c\u00e1lculo da Contribui\u00e7\u00e3o Previdenci\u00e1ria devida pela IMPETRANTE, quando da inclus\u00e3o de valores que n\u00e3o se prestam a retribuir o trabalho desenvolvido por seus empregados, tal como a contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria devida pelo empregado e o imposto de renda retido na fonte.\nIgual situa\u00e7\u00e3o verifica-se com as Contribui\u00e7\u00f5es devidas a Terceiros, recepcionadas pelo art. 240 da CF/88, quais sejam, as \u201ccontribui\u00e7\u00f5es compuls\u00f3rias dos empregadores sobre a folha de sal\u00e1rios, destinadas \u00e0s entidades privadas de servi\u00e7o social e de forma\u00e7\u00e3o profissional vinculadas ao sistema sindical\u201d, e no art. 109 da IN RFB 971/2009. Inclusive no \u00a72o de tal artigo da IN, expressamente consta que esta modalidade de contribui\u00e7\u00e3o se sujeita aos mesmos prazos, san\u00e7\u00f5es e privil\u00e9gios das contribui\u00e7\u00f5es sociais destinadas ao financiamento da seguridade social, e tamb\u00e9m quando a eventual necessidade de cobran\u00e7a judicial3.\nGize-se que a contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria e o imposto de renda devidos pelo Empregado s\u00e3o tributos exigidos pelo Fisco em raz\u00e3o dos rendimentos auferidos pelo trabalhador e, pelo simples fato de serem retidos e recolhidos, antecipada e legalmente pela IMPETRANTE, n\u00e3o alteram sua natureza jur\u00eddica de tributo para remunera\u00e7\u00e3o, conceito este que encontra significado disposto no art. 28, I, da Lei Federal 8.212/1991:\nArt. 28. Entende-se por sal\u00e1rio-de-contribui\u00e7\u00e3o: I - para o empregado e trabalhador avulso: a remunera\u00e7\u00e3o auferida em uma ou mais empresas, assim entendida a totalidade dos rendimentos pagos, devidos ou creditados a qualquer t\u00edtulo, durante o m\u00eas, destinados a retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de utilidades e os adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer pelos servi\u00e7os efetivamente\n3 IN RFB 971/2009: Art. 109. Art. 109. Compete \u00e0 Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB), nos termos do art. 3\u00ba da Lei n\u00ba 11.457, de 16 de mar\u00e7o de 2007, as atividades relativas a tributa\u00e7\u00e3o, fiscaliza\u00e7\u00e3o, arrecada\u00e7\u00e3o e cobran\u00e7a da contribui\u00e7\u00e3o devida por lei a terceiros, ressalvado o disposto no \u00a7 1\u00ba do art. 111. [...]\u00a7 2\u00ba A contribui\u00e7\u00e3o de que trata este artigo sujeita-se aos mesmos prazos, condi\u00e7\u00f5es, san\u00e7\u00f5es e privil\u00e9gios das contribui\u00e7\u00f5es sociais destinadas ao financiamento da seguridade social, inclusive no que diz respeito \u00e0 cobran\u00e7a judicial.\n\n\fprestados, quer pelo tempo \u00e0 disposi\u00e7\u00e3o do empregador ou tomador de servi\u00e7os nos termos da lei ou do contrato ou, ainda, de conven\u00e7\u00e3o ou acordo coletivo de trabalho ou senten\u00e7a normativa;\nNessa esteira, denota-se que o citado art. 28 encontra conson\u00e2ncia constitucional com o contido no art. 195, I, a, CF/88, e, sendo reservada \u00e0 Uni\u00e3o a compet\u00eancia para tributar o Empregador e o Empregado, cuja base de c\u00e1lculo \u00e9 a folha de sal\u00e1rios e os demais rendimentos do trabalho, h\u00e1 n\u00edtido ato ilegal e inconstitucional tomado pela AUTORIDADE COATORA.\nAssim agindo, o Fisco se mostra desrespeitoso em suas cobran\u00e7as aos contribuintes brasileiros, valendo-se de abusos, ilegalidades e inconstitucionalidades. Portanto, a concess\u00e3o da seguran\u00e7a no presente writ \u00e9 a medida judicial que se imp\u00f5e, visando sanar tal ilegalidade e inconstitucionalidade, fazendo a IMPETRANTE jus a justi\u00e7a fiscal quando do pagamento de suas contribui\u00e7\u00f5es sociais patronais.\nII. PRELIMINARES\nII.1. DA LEGITIMIDADE ATIVA E PASSIVA AD CAUSAM\nA legitima\u00e7\u00e3o ativa da IMPETRANTE \u00e9 not\u00f3ria, j\u00e1 que \u00e9 contribuinte das Contribui\u00e7\u00f5es Previdenci\u00e1rias Patronais sobre a folha de sal\u00e1rios.\nSendo o presente mandamus sobre compensa\u00e7\u00e3o em mat\u00e9ria tribut\u00e1ria, tal atribui\u00e7\u00e3o \u00e9 da DELEGACIA DA RECEITA FEDERAL, nos termos do regramento geral, disposto no art. 117 da IN RFB 1717/2017, in verbis:\nArt. 117. A decis\u00e3o sobre o pedido de restitui\u00e7\u00e3o, sobre o pedido de ressarcimento e sobre o pedido de reembolso, caber\u00e1 \u00e0 DRF ou \u00e0 Delegacia Especial da RFB que, \u00e0 data do despacho decis\u00f3rio, tenha jurisdi\u00e7\u00e3o sobre o domic\u00edlio tribut\u00e1rio do sujeito passivo.\nPortanto, indene de d\u00favida a legitima\u00e7\u00e3o passiva da AUTORIDADE COATORA, considerando que a IMPETRANTE \u00e9 estabelecida em Cambori\u00fa/SC, sendo a DRF de seu domic\u00edlio fiscal a de Florian\u00f3polis/SC, tendo em vista que praticou (e ainda pratica) o ato ilegal, exigindo da IMPETRANTE o recolhimento de tributos sobre base de c\u00e1lculo inconstitucional.\nAssim sendo, o presente writ cumpre fielmente com o disposto pelo art. 6\u00ba, \u00a73\u00ba, da Lei 12.016/2009. Alude o referido dispositivo legal que a AUTORIDADE COATORA para fins de impetra\u00e7\u00e3o do mandado de seguran\u00e7a \u00e9 \u201caquela que tenha praticado o ato impugnado ou da qual emane a ordem para a sua pr\u00e1tica\u201d.\nII.2. DA COMPET\u00caNCIA\n\n\fNo mandado de seguran\u00e7a a compet\u00eancia \u00e9 fixada pela qualifica\u00e7\u00e3o da AUTORIDADE COATORA, cujos poderes para controlar e exigir os tributos federais est\u00e3o previstos na legisla\u00e7\u00e3o.\nConquanto a IMPETRANTE possua endere\u00e7o no Munic\u00edpio de Cambori\u00fa/SC, sendo a AUTORIDADE COATORA estabelecida em Florian\u00f3polis/SC, definida est\u00e1 a compet\u00eancia para processamento e julgamento deste mandamus.\nOutrossim, a Justi\u00e7a Federal \u00e9 competente para dirimir conflitos em que sejam partes \u00f3rg\u00e3os da administra\u00e7\u00e3o p\u00fablica, autarquias e empresas p\u00fablicas, nos termos do art. 109/CF. Assim, como no caso em comento figura no polo passivo do mandamus a RECEITA FEDERAL, \u00f3rg\u00e3o inteiramente ligado \u00e0 UNI\u00c3O - FAZENDA NACIONAL, \u00e9 de compet\u00eancia da Justi\u00e7a Federal o processo e julgamento do feito.\nII.3. DO OBJETO L\u00cdQUIDO E CERTO\nEntende-se por direito l\u00edquido aquele capaz de ser comprovado de plano, permitindo uma imediata rea\u00e7\u00e3o \u00e0 Ilegalidade que o amea\u00e7a.\nNos termos ao art. 5o da Constitui\u00e7\u00e3o Federal:\nLXIX - conceder-se-\u00e1 mandado de seguran\u00e7a para proteger direito l\u00edquido e certo, n\u00e3o amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o respons\u00e1vel pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade p\u00fablica ou agente de pessoa jur\u00eddica no exerc\u00edcio de atribui\u00e7\u00f5es do Poder P\u00fablico;\nIgualmente, na Lei 12.016/2009:\nArt. 1\u00ba. Conceder-se-\u00e1 mandado de seguran\u00e7a para proteger direito l\u00edquido e certo, n\u00e3o amparado por habeas corpus ou habeas data, sempre que, ilegalmente ou com abuso de poder, qualquer pessoa f\u00edsica ou jur\u00eddica sofrer viola\u00e7\u00e3o ou houver justo receio de sofr\u00ea-la por parte de autoridade, seja de que categoria for e sejam quais forem as fun\u00e7\u00f5es que exer\u00e7a.\nDoutrinariamente, destacamos as li\u00e7\u00f5es do saudoso HELY LOPES MEIRELLES, que assim se manifesta sobre o direito l\u00edquido4:\n[...] \u00e9 o que se apresenta manifesto na sua exist\u00eancia, delimitado na sua extens\u00e3o e apto a ser exercitado no momento da impetra\u00e7\u00e3o. Por outras palavras, o direito invocado para ser ampar\u00e1vel por mandado de seguran\u00e7a, h\u00e1 de vir expresso em norma legal e trazer em si todos os requisitos e condi\u00e7\u00f5es de sua aplica\u00e7\u00e3o ao Impetrante: se a sua exist\u00eancia for duvidosa; se a sua extens\u00e3o ainda n\u00e3o estiver delimitada; se o seu exerc\u00edcio depender de situa\u00e7\u00f5es e fatos ainda indeterminados, n\u00e3o rende ensejo \u00e0 seguran\u00e7a, embora possa ser defendido por outros meios judiciais.\n4 MEIRELLES, Hely Lopes. Mandado de Seguran\u00e7a: A\u00e7\u00e3o Popular; A\u00e7\u00e3o Civil P\u00fablica; Mandado de Injun\u00e7\u00e3o; \u2018Habeas Data\u2019; A\u00e7\u00e3o Direta de Inconstitucionalidade; A\u00e7\u00e3o Declarat\u00f3ria de Constitucionalidade. 22. ed., atual e compl. S\u00e3o Paulo: Revista dos Tribunais, 2000. p. 35/36.\n\n\fA IMPETRANTE tem um direito l\u00edquido e certo violado por ato inconstitucional/ilegal da AUTORIDADE COATORA, ao incluir na base de c\u00e1lculo da Contribui\u00e7\u00e3o Previdenci\u00e1ria Patronal, RAT e Contribui\u00e7\u00f5es destinada a Terceiros valores que n\u00e3o se prestam a retribuir o trabalho desenvolvido por seus Empregados, notadamente a Contribui\u00e7\u00e3o Previdenci\u00e1ria devida pelo Empregado e o Imposto de Renda Retido na Fonte. Essa ilegalidade onera a opera\u00e7\u00e3o financeira da IMPETRANTE, conforme demonstrado com mais vagar em item pr\u00f3prio. \u00c9, portanto, plenamente cab\u00edvel o manejo do presente writ.\nII.4. DA PRIORIDADE DE PROCESSAMENTO DO MANDADO DE SEGURAN\u00c7A\nPor expressa previs\u00e3o legal contida no art. 20 da Lei Federal 12.016/2009, requer prioridade no processo e julgamento do presente mandamus, vez que est\u00e3o envolvidos direitos l\u00edquidos e certos da IMPETRANTE.\nPor certo, o art. 12/CPC, diz que \u201cos ju\u00edzes e os tribunais atender\u00e3o, preferencialmente, \u00e0 ordem cronol\u00f3gica de conclus\u00e3o para proferir senten\u00e7a ou ac\u00f3rd\u00e3o\u201d. Excluindo-se dessa ordem cronol\u00f3gica, conforme \u00a72\u00ba, inciso VII, do mesmo artigo legal supracitado, \u201cas prefer\u00eancias legais\u201d.\nAssim sendo, n\u00e3o h\u00e1 d\u00favidas que a a\u00e7\u00e3o ora manejada merece ter reconhecida sua prioridade de processo e julgamento neste r. Ju\u00edzo.\n\n\fIII. DO M\u00c9RITO\nIII.1. DA INCONSTITUCIONALIDADE E ILEGALIDADE DA INCLUS\u00c3O NA BASE DE C\u00c1LCULO DA CONTRIBUI\u00c7\u00c3O PREVIDENCI\u00c1RIA PATRONAL, DO RAT E DA CONTRIBUI\u00c7\u00c3O DESTINADA A TERCEIROS SOBRE A CONTRIBUI\u00c7\u00c3O PREVIDENCI\u00c1RIA DO EMPREGADO E O IRPF\nA IMPETRANTE, na condi\u00e7\u00e3o de pessoa jur\u00eddica empregadora est\u00e1 sujeita ao recolhimento de al\u00edquota de 20% \u00e0 t\u00edtulo de Contribui\u00e7\u00e3o Previdenci\u00e1ria, acrescida de RAT multiplicada pelo FAP e ainda, acrescido do valor de outras entidades, incidente sobre o total das remunera\u00e7\u00f5es pagas, devidas ou creditadas destinadas a retribuir o trabalho, prestado por seus Empregados.\nNesse sentido, a contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria devida pelo Empregado (segurado) e o IRRF n\u00e3o podem ser confundidos com rendimento do trabalho desenvolvido, pois s\u00e3o tributos, os quais devem ser retidos e recolhidos por outrem, no caso o Empregador, ora IMPETRANTE, nos termos da legisla\u00e7\u00e3o vigente (art. 195, I, a, CF/88; arts. 20 e 22, I, Lei 8.212/1991; c/c arts. 43, 44 e 45/CTN), facilitando a arrecada\u00e7\u00e3o e gerando seguran\u00e7a aos cofres da Uni\u00e3o e da Previd\u00eancia Social5.\nOu seja, o Empregador nada mais faz do que adequar-se \u00e0 t\u00e9cnica de arrecada\u00e7\u00e3o tribut\u00e1ria, a qual n\u00e3o tem o cond\u00e3o de alterar o sujeito passivo dos tributos em quest\u00e3o (Empregado), muito menos o crit\u00e9rio material da regra matriz de incid\u00eancia tribut\u00e1ria, vez que apenas s\u00e3o retidos e arrecadados pelo Empregador vinculado \u00e0 opera\u00e7\u00e3o.\nNesse sentido, \u00e9 a doutrina de LEANDRO PAULSEN6:\n\u201cO substituto tribut\u00e1rio \u00e9 o terceiro que a lei obriga a apurar o montante devido e cumprir a obriga\u00e7\u00e3o de pagamento do tributo \u2018em lugar\u2019 do contribuinte. Esse terceiro sempre ter\u00e1 rela\u00e7\u00e3o com o fato gerador e a prerrogativa de reter o montante do tributo ou de exigi-lo do contribuinte. Isso porque o substituto operacionaliza o pagamento em lugar, em nome e com o dinheiro do contribuinte. \u00c9 um terceiro que o legislador intercala entre o contribuinte e o Fisco para facilitar a arrecada\u00e7\u00e3o e a fiscaliza\u00e7\u00e3o dos tributos\u201d.\nComo delineado alhures, a contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria devida pela IMPETRANTE encontra fundamento de validade no art. 195, I, a, CF/88, estabelecendo a incid\u00eancia sobre \u201ca folha de sal\u00e1rios e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer t\u00edtulo, \u00e0 pessoa f\u00edsica que lhe preste servi\u00e7o, mesmo sem v\u00ednculo empregat\u00edcio\u201d.\nDestaca-se tamb\u00e9m o teor do art. 201, \u00a711, CF/88:\n\u00a711. Os ganhos habituais do empregado, a qualquer t\u00edtulo, ser\u00e3o incorporados ao sal\u00e1rio para efeito de contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria e conseq\u00fcente repercuss\u00e3o em benef\u00edcios, nos casos e na forma da lei.\n5 CTN: Art. 128. Sem preju\u00edzo do disposto neste cap\u00edtulo, a lei pode atribuir de modo expresso a responsabilidade pelo cr\u00e9dito tribut\u00e1rio a terceira pessoa, vinculada ao fato gerador da respectiva obriga\u00e7\u00e3o, excluindo a responsabilidade do contribuinte ou atribuindo-a a este em car\u00e1ter supletivo do cumprimento total ou parcial da referida obriga\u00e7\u00e3o.\n\n\fConsequ\u00eancia l\u00f3gica \u00e9 que a Carta Magna autoriza contribui\u00e7\u00f5es previdenci\u00e1rias sobre i) folha de sal\u00e1rios e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer t\u00edtulo, \u00e0 pessoa f\u00edsica que lhe preste servi\u00e7o, mesmo sem v\u00ednculo empregat\u00edcio; e, ii) ganhos habituais do Empregado, a qualquer t\u00edtulo.\nPor sua vez, ao editar a Lei Federal 8.212/1991, expressamente consignou, cumprindo a legalidade tribut\u00e1ria, a Contribui\u00e7\u00e3o Previdenci\u00e1ria Patronal, nos seguintes termos:\nArt. 22. A contribui\u00e7\u00e3o a cargo da empresa, destinada \u00e0 Seguridade Social, al\u00e9m do disposto no art. 23, \u00e9 de: I - vinte por cento sobre o total das remunera\u00e7\u00f5es pagas, devidas ou creditadas a qualquer t\u00edtulo, durante o m\u00eas, aos segurados empregados e trabalhadores avulsos que lhe prestem servi\u00e7os, destinadas a retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de utilidades e os adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer pelos servi\u00e7os efetivamente prestados, quer pelo tempo \u00e0 disposi\u00e7\u00e3o do empregador ou tomador de servi\u00e7os, nos termos da lei ou do contrato ou, ainda, de conven\u00e7\u00e3o ou acordo coletivo de trabalho ou senten\u00e7a normativa.\nClaramente denota-se que, atendendo disposi\u00e7\u00e3o constitucional, o Legislador tamb\u00e9m estabeleceu que a base de c\u00e1lculo da Contribui\u00e7\u00e3o Previdenci\u00e1ria Patronal ser\u00e1 aquele valor destinado a retribuir o trabalho exercido pelo Segurado/Empregado, independentemente da nomenclatura que se d\u00ea a rubrica e do v\u00ednculo empregat\u00edcio.\nO conceito de remunera\u00e7\u00e3o \u00e9 definido pelo Direito do Trabalho, especificamente no art. 457 da CLT, veja-se:\nArt. 457. Compreendem-se na remunera\u00e7\u00e3o do empregado, para todos os efeitos legais, al\u00e9m do sal\u00e1rio devido e pago diretamente pelo empregador, como contrapresta\u00e7\u00e3o do servi\u00e7o, as gorjetas que receber. \u00a71o Integram o sal\u00e1rio a import\u00e2ncia fixa estipulada, as gratifica\u00e7\u00f5es legais e as comiss\u00f5es pagas pelo empregador.\nReiterando tal interpreta\u00e7\u00e3o, no julgamento do Tema 20 de repercuss\u00e3o geral, leading case RE 565.160/SC, o STF fixou a seguinte tese:\n\u201cA contribui\u00e7\u00e3o social a cargo do empregador incide sobre ganhos habituais do empregado, quer anteriores ou posteriores \u00e0 Emenda Constitucional n\u00ba 20/1998\u201d.\n6 PAULSEN, Leandro. Curso de Direito Tribut\u00e1rio, 10. Ed. S\u00e3o Paulo: Saraiva, 2019, p. 220.\n\n\fIgualmente o STJ consolidou entendimento no sentido de que \u201cn\u00e3o sofrem a incid\u00eancia de contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria \u2018as import\u00e2ncias pagas a t\u00edtulo de indeniza\u00e7\u00e3o, que n\u00e3o correspondam a servi\u00e7os prestados nem a tempo a\u0300 disposi\u00e7\u00e3o do empregador\u201d (REsp 1.230.957/RS, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, Primeira Se\u00e7\u00e3o, DJe 18/03/2014, submetido ao art. 543-C do CPC).\nPortanto, a Contribui\u00e7\u00e3o Previdenci\u00e1ria Patronal deve incidir somente sobre as quantias pagas ou creditadas que efetivamente retribuam trabalho. O fato de tais rubricas serem retidas, por imposi\u00e7\u00e3o legal (substituto tribut\u00e1rio), faz com que percam a natureza de efetiva retribui\u00e7\u00e3o do labor, considerando que, ap\u00f3s as dedu\u00e7\u00f5es compuls\u00f3rias, e\u0301 que ter-se-\u00e1 a quantia que efetivamente ser\u00e1\u0301 entregue ao Empregado/Trabalhador como contrapresta\u00e7\u00e3o ao servi\u00e7o por ele prestado.\nInobstante, a AUTORIDADE COATORA tem exigido da IMPETRANTE que a Contribui\u00e7\u00e3o Previdenci\u00e1ria Patronal tenha na base de c\u00e1lculo parcelas outras que n\u00e3o se destinam a retribuir o trabalho desenvolvido por seus Empregados, como o Imposto de Renda e a Contribui\u00e7\u00e3o Previdenci\u00e1ria do Segurado.\nIsto \u00e9, para o c\u00e1lculo da Contribui\u00e7\u00e3o Previdenci\u00e1ria Patronal, RAT e Contribui\u00e7\u00e3o destinada a Terceiros, a IMPETRANTE \u00e9 compelida a tomar por base a soma de todos os cr\u00e9ditos dos Empregados, quando deveria levar em considera\u00e7\u00e3o apenas a remunera\u00e7\u00e3o paga como contrapresta\u00e7\u00e3o aos servi\u00e7os prestados. Ocorre que, os valores referentes a Contribui\u00e7\u00e3o do INSS devidos pelos Trabalhadores (segurados obrigat\u00f3rios), por serem retidos direto na folha de pagamento, n\u00e3o incorporam o patrim\u00f4nio de seus Funcion\u00e1rios, assim como id\u00eantica l\u00f3gica \u00e9 o Imposto de Renda tamb\u00e9m retido na fonte, cuja obriga\u00e7\u00e3o tribut\u00e1ria pertence aos pr\u00f3prios Funcion\u00e1rios. Logo, n\u00e3o integram a remunera\u00e7\u00e3o por eles recebida de fato. Por consequ\u00eancia, j\u00e1\u0301 que s\u00e3o destacados da remunera\u00e7\u00e3o auferida como contrapresta\u00e7\u00e3o ao trabalho prestado, n\u00e3o devem figurar como base para o c\u00e1lculo da Contribui\u00e7\u00e3o Previdenci\u00e1ria Patronal, inclusive RAT e daquelas destinadas a Terceiros, que pressup\u00f5e o pagamento e n\u00e3o o desconto.\nRefor\u00e7a-se que tais rubricas, a despeito do que entende a AUTORIDADE COATORA, n\u00e3o s\u00e3o, sob nenhuma \u00f3tica, ganhos do Empregado/Trabalhador, mas sim, receitas p\u00fablicas auferidas pela Uni\u00e3o em raz\u00e3o da demonstra\u00e7\u00e3o de riqueza auferida pelos Trabalhadores (n\u00e3o pelo Empregador!), ou seja, tributos devidos pelos Empregados da IMPRETRANTE Empregadora.\nLogo, n\u00e3o h\u00e1 que se falar em auferimento de IRRF e INSS Segurado para compor a base de c\u00e1lculo das Contribui\u00e7\u00f5es Previdenci\u00e1rias (Patronal, RAT e Terceiros) devidas pela IMPETRANTE, como exige a AUTORIDADE COATORA.\n\n\fInclusive, analogamente, pode-se aproveitar a orienta\u00e7\u00e3o exarada pelo Pret\u00f3rio Excelso, SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, nos autos do sobredito RE 240.785/MG e no RE 574.706/PR, este \u00faltimo com repercuss\u00e3o geral reconhecida, no qual julgou o Tema 69, fixando a tese assim indexada: \u201cO ICMS n\u00e3o comp\u00f5e a base de c\u00e1lculo para a incid\u00eancia do PIS e da COFINS\u201d.\nNessa linha de racioc\u00ednio, \u00e9 for\u00e7oso reconhecer que n\u00e3o h\u00e1 como se admitir, \u00e0 luz da jurisprud\u00eancia sedimentada pelo STF, seja incorreta a inclus\u00e3o do ICMS \u2013 por ser tributo \u2013 na base de c\u00e1lculo do PIS e da COFINS. Em sentido an\u00e1logo, \u00e9 tamb\u00e9m inadequada a inclus\u00e3o das Contribui\u00e7\u00f5es Previdenci\u00e1rias e do Importo de Renda retidos dos Empregados na base de c\u00e1lculo das Contribui\u00e7\u00f5es Previdenci\u00e1rias Patronais, na medida em que s\u00e3o, obviamente, tributos, e, como tais, estranhos ao conceito de remunera\u00e7\u00e3o.\nDo exposto, a IMPETRANTE requer a declara\u00e7\u00e3o de inexigibilidade da Contribui\u00e7\u00e3o Previdenci\u00e1ria Patronal, RAT e Contribui\u00e7\u00f5es destinadas a Terceiros sobre o valor retido dos Empregados/Trabalhadores \u00e0 t\u00edtulo de contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria do segurado e do IRRF, nos termos da legisla\u00e7\u00e3o constitucional e infraconstitucional, haja vista n\u00e3o configurar base de c\u00e1lculo da referida exa\u00e7\u00e3o, pois n\u00e3o se destinam a retribuir o trabalhado desenvolvido pelos Empregados da IMPETRANTE Empregadora.\nIII.2. DAS DECIS\u00d5ES FAVOR\u00c1VEIS APLIC\u00c1VEIS \u00c0S PRETENS\u00d5ES DA IMPETRANTE\nA exemplo da senten\u00e7a da 6a Vara C\u00edvel Federal de S\u00e3o Paulo, o Poder Judici\u00e1rio reconheceu o direito daquela Empresa-Impetrante excluir da base de c\u00e1lculo das contribui\u00e7\u00f5es previdenci\u00e1rias da empresa, os valores relativos \u00e0s contribui\u00e7\u00f5es previdenci\u00e1rias retidas dos empregados (MS 5003989-39.2020.4.03.6100), in verbis:\n\u201c[...]As quantias relativas \u00e0s contribui\u00e7o\u0303es previdenci\u00e1rias devidas pelo empregado, n\u00e3o s\u00e3o \"pagas, devidas ou creditadas\" em seu favor, e sim descontadas de sua folha de sal\u00e1rio, para serem repassadas aos cofres pu\u0301blicos. Assim, n\u00e3o ha\u0301 razoabilidade em incluir os valores retidos a ti\u0301tulo de contribui\u00e7\u00e3o previdencia\u0301ria do empregado na base de ca\u0301lculo da contribui\u00e7\u00e3o previdencia\u0301ria paga pelo empregador, tendo em vista se tratar de de valores sobre os quais os empregados n\u00e3o tem qualquer disponibilidade econo\u0302mica, pois s\u00e3o quantias retidas na fonte por expressa disposi\u00e7\u00e3o legal. Evidente, assim, que as contribui\u00e7o\u0303es previdenci\u00e1rias retidas dos empregados n\u00e3o possuem natureza remunerato\u0301ria, sendo indevida a incide\u0302ncia tribut\u00e1ria. Observado o disposto no artigo 168, I, do CTN e na LC n.o 118/05, que estabelece o prazo quinquenal de prescri\u00e7\u00e3o, reconhe\u00e7o o direito \u00e0 compensa\u00e7\u00e3o dos valores recolhidos indevidamente, a ser requerida administrativamente apo\u0301s o tra\u0302nsito em julgado (art. 170-A do CTN). Nos termos do disposto no artigo 74, da Lei no 9.430/96, admite-se a compensa\u00e7\u00e3o dos valores indevidamente recolhidos com cr\u00e9ditos de quaisquer tributos administrados pela SRF. Em rela\u00e7\u00e3o \u00e0s contribui\u00e7o\u0303es sociais previstas no artigo 11 da Lei no 8.212/91, a compensa\u00e7\u00e3o somente ser\u00e1 possi\u0301vel caso observadas as condi\u00e7o\u0303es previstas pelo artigo 26-A da Lei no 11.547/2007. Em raz\u00e3o da declara\u00e7\u00e3o de inconstitucionalidade, por arrastamento, do art. 1o-F da Lei no 9.494/97, com reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei no 11.960/09, na ADI no 4.357-DF e no 4.425-DF e em consona\u0302ncia com as recentes deciso\u0303es proferidas pelo STJ (Recurso Especial repetitivo n. 1.270.439/PR), as parcelas devidas dever\u00e3o ser atualizados\n\n\fatrav\u00e9s da taxa SELIC, a qual, por sua natureza hi\u0301brida, j\u00e1 engloba tanto corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria quanto juros de mora, calculada a partir da data do pagamento indevido ou a maior at\u00e9 o me\u0302s anterior ao da repeti\u00e7\u00e3o. Desse modo, exclui-se a incide\u0302ncia de juros morato\u0301rios e compensato\u0301rios, entendidos nos conceitos cl\u00e1ssicos firmados anteriormente \u00e0 Lei n\u00b0 9.250/95. DISPOSITIVO Diante do exposto, nos termos do artigo 487, I, do Co\u0301digo de Processo Civil, CONCEDO A SEGURANC\u0327A, para reconhecer o direito da impetrante a\u0300 exclus\u00e3o, da base de ca\u0301lculo das contribui\u00e7o\u0303es previdencia\u0301rias (cota patronal e aquelas devidas a\u0300s entidades terceiras), dos valores relativos a\u0300s contribui\u00e7o\u0303es previdencia\u0301rias retidas dos empregados\u201d.\nNo \u00e2mbito da Justi\u00e7a Federal de Minas Gerais tamb\u00e9m, a 13a Vara\nFederal C\u00edvel de Belo Horizonte, reconheceu o direito daquela Empresa-Impetrante (MS\n1008208-07.2018.4.01.3800), in verbis:\n\u201c[...]Cinge-se a controv\u00e9rsia da presente impetra\u00e7\u00e3o \u00e0 possibilidade de se incluir os valores retidos pela empresa impetrante a ti\u0301tulo de contribui\u00e7\u00e3o devida pelos trabalhadores pessoas fi\u0301sicas e o Imposto de Renda da Pessoa Fi\u0301sica (IRRF) na base de c\u00e1lculo da contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria a ser recolhida pelos empregadores incidente sobre os sal\u00e1rios pagos aos empregados e prestadores de servi\u00e7os, previstas no art. 22, incisos I a III, da Lei no 8.212/91. [...] Neste contexto, consolidou-se o entendimento no a\u0302mbito da jurisprude\u0302ncia p\u00e1tria no sentido de que so\u0301 caberia a incide\u0302ncia da exa\u00e7\u00e3o em tela se a verba trabalhista possuir natureza remunerato\u0301ria, destinando-se a retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua forma, de modo que tal montante deve integrar a base de c\u00e1lculo da contribui\u00e7\u00e3o, consoante se extrai das razo\u0303es de decidir dos votos proferidos pelo STJ no Recurso Especial 1.230.957/RS, AgInt no REsp 1.621.558-RS e REsp no 1.230.957. Desta forma, entendo inafast\u00e1vel a conclus\u00e3o de que as verbas que integram a base de c\u00e1lculo da contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria devida ao empregador restringem-se \u00e0quelas que representam ganhos ou cre\u0301ditos, assim entendidos como acre\u0301scimos, rendimentos, isto \u00e9, valores de natureza remunerato\u0301ria e que representam retribui\u00e7\u00e3o pelo servi\u00e7o/trabalho prestado, ainda que recebidos a qualquer ti\u0301tulo (permanente ou prec\u00e1rio). Diante de tais considera\u00e7o\u0303es e com a devida ve\u0302nia ao entendimento em sentido contr\u00e1rio exposto pela autoridade coatora em suas informa\u00e7o\u0303es, tenho que n\u00e3o se afigura possi\u0301vel concluir que os valores retidos na fonte pelo empregador, na qualidade de respons\u00e1vel tribut\u00e1rio e, por conseguinte, em raz\u00e3o de imposi\u00e7\u00e3o legal, correspondentes \u00e0 tributos devidos pelo empregado \u2013 IRPF e contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria \u2013 possam ser tidos como ganhos ou retribui\u00e7\u00e3o pelo servi\u00e7o/trabalho prestado, a justificar a sua inclus\u00e3o no a\u0302mbito de incide\u0302ncia das aludidas exa\u00e7o\u0303es. Isso porque, ainda que n\u00e3o ostentem car\u00e1ter indenizato\u0301rio ou constem expressamente no rol de exce\u00e7o\u0303es do art. 28, \u00a79o, da Lei n.o 8.212/91, evidencia-se que tais verbas n\u00e3o se constituem em \u201cganhos\u201d, retribui\u00e7\u00e3o pelo servi\u00e7o/trabalho prestado ou qualquer espe\u0301cie de remunera\u00e7\u00e3o a atrair a incide\u0302ncia da exa\u00e7\u00e3o em quest\u00e3o, mas, ao contra\u0301rio, tratam-se eles pro\u0301prios de tributos. E\u0301 dizer: nem em rela\u00e7\u00e3o ao contribuinte de fato \u2013 empregado/prestador de servi\u00e7o \u2013 tais valores se constituem em retribui\u00e7\u00e3o ou ganhos habituais, mas, justamente, em tributo, que, na linha do que vem entendo a jurisprude\u0302ncia p\u00e1tria, n\u00e3o podem ser inclui\u0301dos em suas pro\u0301prias bases de ca\u0301lculos ou na de outros tributos. Em suma e com base em tais preceitos, entendo que n\u00e3o se afigura razo\u00e1vel a interpreta\u00e7\u00e3o dos dispositivos legais aplic\u00e1veis \u00e0 esp\u00e9cie, como sustentado pelo impetrado, no sentido de se admitir que um tributo devido por pessoa distinta do contribuinte da exa\u00e7\u00e3o possa ser entendido como \u201cganho\u201d ou rendimento, t\u00e3o somente a partir da existe\u0302ncia da express\u00e3o \u201ca qualquer ti\u0301tulo\u201d ou pelo fato de tais valores n\u00e3o constarem expressamente do rol de exce\u00e7o\u0303es legais. Por fim, observo ainda que h\u00e1 precedentes recentes na jurisprude\u0302ncia p\u00e1tria que reconhecem que o rol do par\u00e1grafo 9o do art. 28 da Lei no 8.212/91 n\u00e3o \u00e9 taxativo,\n\n\fdevendo ser examinado, no caso concreto, se a parcela paga ao empregado possui natureza salarial, \u00e0 luz do conceito de remunera\u00e7\u00e3o e de sal\u00e1rio-de-contribui\u00e7\u00e3o. Em conclus\u00e3o, entendo indevida a inclus\u00e3o dos valores retidos pela empresa impetrante a ti\u0301tulo de contribui\u00e7\u00e3o devida pelos trabalhadores pessoas fi\u0301sicas e o Imposto de Renda da Pessoa Fi\u0301sica (IRRF) na base de ca\u0301lculo da contribui\u00e7\u00e3o previdencia\u0301ria a ser recolhida pelos empregadores incidente sobre os sala\u0301rios pagos aos empregados, previstas no art. 22, incisos I a III, da Lei no 8.212/91, conforme sustentado pela impetrante, raz\u00e3o pela qual a concess\u00e3o da seguran\u00e7a e\u0301 a medida que se impo\u0303e neste ponto\u201d.\nIII.3. DO DIREITO \u00c0 RESTITUI\u00c7\u00c3O DOS VALORES INDEVIDAMENTE RECOLHIDOS NOS 5 (CINCO) ANOS ANTERIORES AO AJUIZAMENTO DA A\u00c7\u00c3O\nA IMPETRANTE \u00e9 sujeito passivo da rela\u00e7\u00e3o jur\u00eddica tribut\u00e1ria, sendo devedora do tributo em quest\u00e3o: Contribui\u00e7\u00e3o Previdenci\u00e1ria, RAT e Contribui\u00e7\u00f5es destinadas a Terceiros.\nAo mesmo tempo, \u00e9 credora da FAZENDA P\u00daBLICA, pois, conforme j\u00e1 informado, vem realizando o pagamento da Contribui\u00e7\u00e3o Patronal sob base de c\u00e1lculo ilegal e inconstitucional, com a inclus\u00e3o de contribui\u00e7\u00e3o ao INSS dos Segurados/Empregados e do IRRF desses Trabalhadores. Por isso, existe direito \u00e0 restitui\u00e7\u00e3o dos valores pagos indevidamente. Essa restitui\u00e7\u00e3o poder\u00e1 ser feita por meio de compensa\u00e7\u00e3o.\nO Douto SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTI\u00c7A admite a efic\u00e1cia executiva da senten\u00e7a declarat\u00f3ria de compensa\u00e7\u00e3o, consoante S\u00famula 461:\nS\u00famula 461. O contribuinte pode optar por receber, por meio de precat\u00f3rio ou por compensa\u00e7\u00e3o, o ind\u00e9bito tribut\u00e1rio certificado por senten\u00e7a declarat\u00f3ria transitada em julgado.\nDenota-se, portanto: a senten\u00e7a declarat\u00f3ria certifica o direito de cr\u00e9dito do contribuinte \u2013 ora IMPETRANTE \u2013, e assim acaba por legitim\u00e1-lo com o t\u00edtulo executivo para postular a restitui\u00e7\u00e3o ou realizar a compensa\u00e7\u00e3o.\nVale dizer que os direitos \u00e0 restitui\u00e7\u00e3o e compensa\u00e7\u00e3o est\u00e3o expressamente previstos nos artigos 165 e 170, respectivamente, do CTN, veja-se:\nArt. 165. O sujeito passivo tem direito, independentemente de pr\u00e9vio protesto, \u00e0 restitui\u00e7\u00e3o total ou parcial do tributo, seja qual for a modalidade do seu pagamento, ressalvado o disposto no \u00a74\u00ba do artigo 162, nos seguintes casos: I - cobran\u00e7a ou pagamento espont\u00e2neo de tributo indevido ou maior que o devido em face da legisla\u00e7\u00e3o tribut\u00e1ria aplic\u00e1vel, ou da natureza ou circunst\u00e2ncias materiais do fato gerador efetivamente ocorrido; II - erro na edifica\u00e7\u00e3o do sujeito passivo, na determina\u00e7\u00e3o da al\u00edquota aplic\u00e1vel, no c\u00e1lculo do montante do d\u00e9bito ou na elabora\u00e7\u00e3o ou confer\u00eancia de qualquer documento relativo ao pagamento; III - reforma, anula\u00e7\u00e3o, revoga\u00e7\u00e3o ou rescis\u00e3o de decis\u00e3o condenat\u00f3ria.\n\n\fArt. 170. A lei pode, nas condi\u00e7\u00f5es e sob as garantias que estipular, ou cuja estipula\u00e7\u00e3o em cada caso atribuir \u00e0 autoridade administrativa, autorizar a compensa\u00e7\u00e3o de cr\u00e9ditos tribut\u00e1rios com cr\u00e9ditos l\u00edquidos e certos, vencidos ou vincendos, do sujeito passivo contra a Fazenda p\u00fablica. Par\u00e1grafo \u00fanico. Sendo vincendo o cr\u00e9dito do sujeito passivo, a lei determinar\u00e1, para os efeitos deste artigo, a apura\u00e7\u00e3o do seu montante, n\u00e3o podendo, por\u00e9m, cominar redu\u00e7\u00e3o maior que a correspondente ao juro de 1% (um por cento) ao m\u00eas pelo tempo a decorrer entre a data da compensa\u00e7\u00e3o e a do vencimento.\nTamb\u00e9m a Lei Federal 8.383/1991 resguarda o direito \u00e0 compensa\u00e7\u00e3o em caso de pagamento indevido de contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria. Identifique-se:\n\nArt. 66. Nos casos de pagamento indevido ou a maior de tributos, contribui\u00e7\u00f5es federais, inclusive previdenci\u00e1rias, e receitas patrimoniais, mesmo quando resultante de reforma, anula\u00e7\u00e3o, revoga\u00e7\u00e3o ou rescis\u00e3o de decis\u00e3o condenat\u00f3ria, o contribuinte poder\u00e1 efetuar a compensa\u00e7\u00e3o desse valor no recolhimento de import\u00e2ncia correspondente a per\u00edodo subsequente.\nDestaque-se, tamb\u00e9m, que a Lei Federal 9.430/1996, em seu artigo 74, disp\u00f5e sobre a possibilidade de compensa\u00e7\u00e3o dos valores recolhidos indevidamente a t\u00edtulo de PIS e de COFINS com quaisquer tributos federais que sejam administrados pela SECRETARIA DA RECEITA FEDERAL:\n\nArt. 74. O sujeito passivo que apurar cr\u00e9dito, inclusive os judiciais com tr\u00e2nsito em julgado, relativo a tributo ou contribui\u00e7\u00e3o administrado pela Secretaria da Receita Federal, pass\u00edvel de restitui\u00e7\u00e3o ou de ressarcimento, poder\u00e1 utiliz\u00e1-lo na compensa\u00e7\u00e3o de d\u00e9bitos pr\u00f3prios relativos a quaisquer tributos e contribui\u00e7\u00f5es administrados por aquele \u00d3rg\u00e3o.\n\nreza que:\n\nNesse sentido, recentemente o CARF aprovou a S\u00famula 152, a qual\n\nOs cr\u00e9ditos relativos a tributos administrados pela Receita Federal do Brasil (RFB), reconhecidos por senten\u00e7a judicial transitada em julgado que tenha permitido apenas a compensa\u00e7\u00e3o com d\u00e9bitos de tributos da mesma esp\u00e9cie, podem ser compensados com d\u00e9bitos pr\u00f3prios relativos a quaisquer tributos administrados pela Receita Federal do Brasil, observada a legisla\u00e7\u00e3o vigente por ocasi\u00e3o de sua realiza\u00e7\u00e3o.\n\nPortanto, conclui-se, portanto, que a IMPETRANTE possui o direito de obter a declara\u00e7\u00e3o do direito \u00e0 compensa\u00e7\u00e3o com d\u00e9bitos pr\u00f3prios, vencidos ou vincendos, relativos a quaisquer tributos administrados pela SECRETARIA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL e/ou restitui\u00e7\u00e3o dos valores indevidamente recolhidos nos \u00faltimos 05 (cinco) anos (e eventualmente no curso desta demanda), consoante disposi\u00e7\u00e3o do art. 174/CTN que prev\u00ea que \"a a\u00e7\u00e3o para a cobran\u00e7a do cr\u00e9dito tribut\u00e1rio prescreve em cinco anos, contados da data da sua constitui\u00e7\u00e3o definitiva\".\n\nIV. DA CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA PELA TAXA SELIC\nO artigo 161, \u00a71o, do C\u00f3digo Tribut\u00e1rio Nacional, disp\u00f5e sobre a incid\u00eancia dos juros calculados \u00e0 taxa de 1% (um por cento), sobre os d\u00e9bitos de impostos\n\n\ffederais, cujos fatos geradores ocorreram a partir de 1o de janeiro de 1997, aplicando-se juros calculados \u00e0 taxa referencial do Sistema Especial de Liquida\u00e7\u00e3o e Cust\u00f3dia (SELIC).\nA corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria n\u00e3o configura aumento do tributo, apenas recomp\u00f5e seu valor, advindo da degrada\u00e7\u00e3o de processos inflacion\u00e1rios. O pr\u00f3prio CTN assim determina no artigo 97, \u00a72o: \u201cN\u00e3o constitui majora\u00e7\u00e3o de tributo a atualiza\u00e7\u00e3o do valor monet\u00e1rio da respectiva base de c\u00e1lculo\".\nJOS\u00c9 EDUARDO SOARES DE MELO7 entende que a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u00e9 \"simples atualiza\u00e7\u00e3o do valor da moeda, ou a refer\u00eancia deste valor a um \u00edndice para neutralizar os efeitos decorrentes da varia\u00e7\u00e3o do seu valor real\".\nAssim, requer que todos os valores pagos a maior sejam corrigidos pela SELIC de maneira acumulada.\n\nV. DO PREQUESTIONAMENTO\nPelas raz\u00f5es anotadas, para todos os fins jur\u00eddicos e legais, prequestiona-se a incid\u00eancia ao acaso do disposto nos artigos 145, \u00a71\u00ba, artigo 150, inciso I, artigo 195, inciso I, al\u00ednea \u201ca\u201d, e inciso II, artigo 201, \u00a711, artigo 240, todos da Constitui\u00e7\u00e3o Federal de 1988; artigo 20, artigo 22, inciso I, artigo 28, inciso I, da Lei Federal 8.212/1991; artigo 7o a Lei Federal 7.713/1988; artigo 457 da CLT; artigo 109, \u00a72o, da IN RFB 971/2009 ; assim como dos artigos 43, 44, 45, 110 e 128 do C\u00f3digo Tribut\u00e1rio Nacional.\n\nVI. DOS REQUERIMENTOS\n\nEX POSITIS, respeitosamente, requer que Vossa Excel\u00eancia se digne a:\n\nA) processar e julgar, de forma priorit\u00e1ria, o presente Mandado de Seguran\u00e7a, conforme artigo 20 da Lei 12.016/2009;\n\nB) determinar a notifica\u00e7\u00e3o da Autoridade apontada como Coatora, vinculada \u00e0 UNI\u00c3O, pessoa jur\u00eddica de direito p\u00fablico interno, para que nos termos do artigo 7o, inciso I, da Lei 12.016/2009, preste as informa\u00e7\u00f5es de estilo;\n\nC) determinar a ci\u00eancia do feito ao \u00f3rg\u00e3o de representa\u00e7\u00e3o judicial da pessoa jur\u00eddica interessada, no caso a PROCURADORIA DA FAZENDA NACIONAL, consoante disp\u00f5e o artigo 7\u00ba, inciso II, da Lei 12.016/2009;\n\nP\u00daBLICO FEDERAL;\n\nD) determinar seja ouvido o Douto representante do MINIST\u00c9RIO\n\n7 MELO, Jos\u00e9 Eduardo Soares de: \"San\u00e7\u00f5es tribut\u00e1rias inconstitucionais\" in Repert\u00f3rio IOB de Jurisprud\u00eancia, n. 18 \u2013 2a quinzena de setembro de 1998, pp. 453-456, p. 456.\n\n\fE) conceder a ordem de seguran\u00e7a pleiteada, reconhecendo o direito l\u00edquido e certo da IMPETRANTE em excluir os valores retidos \u00e0 t\u00edtulo de imposto de renda retido na fonte e contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria dos Empregados/Segurados da IMPETRANTE, da base de c\u00e1lculo das Contribui\u00e7\u00f5es Previdenci\u00e1rias Patronais, do RAT e das Contribui\u00e7\u00f5es destinadas a Terceiros, por n\u00e3o serem valores que representem sal\u00e1rio de contribui\u00e7\u00e3o e/ou remunera\u00e7\u00e3o, na medida em que n\u00e3o se destinam a retribuir o trabalho prestado pelos Funcion\u00e1rios da Empregadora, nos termos do contido no art. 195, I, a, CF/88 c/c art. 22, I, II e III, da Lei Federal 8.212/1991;\nF) declarar o direito a compensa\u00e7\u00e3o, nos termos da S\u00famula 213/STJ, dos valores pagos a maior, respeitando-se o prazo prescricional, com quaisquer tributos administrados pela SECRETARIA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL, notadamente com as pr\u00f3prias contribui\u00e7\u00f5es sociais e ainda as previdenci\u00e1rias, devendo tal quantia ser atualizada pela taxa SELIC, de maneira acumulada;\nG) determinar \u00e0 AUTORIDADE COATORA que se abstenha de exigir da IMPETRANTE a inclus\u00e3o na base de c\u00e1lculo da Contribui\u00e7\u00e3o Previdenci\u00e1ria Patronal, do RAT e das Contribui\u00e7\u00f5es destinadas a Terceiros, da contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria devida pelos Empregados/Segurados e do imposto de renda retido na fonte desses Funcion\u00e1rios, quando da concess\u00e3o da seguran\u00e7a, declarando tal inexigibilidade;\nH) requer a manifesta\u00e7\u00e3o em vossa r. Senten\u00e7a sobre os fundamentos da inconstitucionalidade/ilegalidade da inclus\u00e3o na base de c\u00e1lculo da Contribui\u00e7\u00e3o Previdenci\u00e1ria Patronal, do RAT e das Contribui\u00e7\u00f5es destinadas a Terceiros, da contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria devida pelos Empregados/Segurados e do imposto de renda retido na fonte desses Funcion\u00e1rios, para fins de prequestionamento dos dispositivos legais, artigos 145, \u00a71\u00ba, artigo 150, inciso I, artigo 195, inciso I, al\u00ednea \u201ca\u201d, e inciso II, artigo 201, \u00a711, artigo 240, todos da Constitui\u00e7\u00e3o Federal de 1988; artigo 20, artigo 22, inciso I, artigo 28, inciso I, da Lei Federal 8.212/1991; artigo 7o a Lei Federal 7.713/1988; artigo 457 da CLT; artigo 109, \u00a72o, da IN RFB 971/2009 ; assim como dos artigos 43, 44, 45, 110 e 128 do C\u00f3digo Tribut\u00e1rio Nacional;\nI) por fim, requer, sejam todas as intima\u00e7\u00f5es e publica\u00e7\u00f5es no Di\u00e1rio Eletr\u00f4nico da Justi\u00e7a sejam efetuados em nome do Advogado Alexandre Matzenbacher (OAB/SC 36.703-A, OAB/RS 67.908, OAB/PR 68.726, OAB/RJ 189.230), sob pena de nulidade.\nD\u00e1-se ao writ o valor R$ 51.789,40 (cinquenta e um mil e setecentos e oitenta e nove reais e quarenta centavos).\nTermos em que pede deferimento.\nDe Balne\u00e1rio Cambori\u00fa/SC para Florian\u00f3polis/SC, em 07 de abril de 2021.\n\n\fALEXANDRE MATZENBACHER OAB/SC 36.703-A\nMAURICIO ROCKENBACH OAB/SC 55.987\nALEXANDRE SCHWARZ OAB/SC 48.452\n\nMAYRA MARINHO MIARELLI OAB/SC 41.973-A\nMARIANE SOLAGNA PATENO OAB/SC 55.361\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 5 (Solon) - IdDocumentoCompleto: 5033914-31.2018.4.04.7100-711528805733440351146956796047", "text": "EXCELENT\u00cdSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(\u00cdZA) FEDERAL DA ___ VARA FEDERAL DA SUBSE\u00c7\u00c3O DE PORTO ALEGRE \u2013 SE\u00c7\u00c3O JUDICI\u00c1RIA DO RIO GRANDE DO SUL.\n\nLORENA SOUZA, brasileira, vi\u00fava, pensionista, portadora do RG n\u00ba 1024788356, inscrita no CPF/MF sob o n\u00ba 369.848.920-15, residente e domiciliada na Av. Otto Niemeyer, 1.702/501 Bloco B, Bairro Camaqu\u00e3, CEP: 91.910-001, Porto Alegre/RS, por seus Procuradores Signat\u00e1rios, com os endere\u00e7os devidamente elencados na Procura\u00e7\u00e3o, vem, respeitosamente, \u00e0 presen\u00e7a de Vossa Excel\u00eancia propor a presente\nA\u00c7\u00c3O DECLARAT\u00d3RIA DE N\u00c3O INCID\u00caNCIA DE IMPOSTO DE RENDA CUMULADA COM PEDIDO DE REPETI\u00c7\u00c3O DE IND\u00c9BITO\nEm face \u00e0 UNI\u00c3O (Fazenda Nacional), pessoa jur\u00eddica de direito p\u00fablico interno, presentada pelo Procurador da Fazenda Nacional, situada na Av. Loureiro da Silva, 445, Cidade Baixa, em Porto Alegre (RS) \u2013 CEP 900-13-900, pelos motivos f\u00e1ticos e jur\u00eddicos a seguir expendidos:\nI- PRELIMINARMENTE\nDa Audi\u00eancia de Concilia\u00e7\u00e3o/Media\u00e7\u00e3o\nTendo em vista o que disp\u00f5e o artigo 319, VII do C\u00f3digo de Processo Civil vigente, a parte autora vem informar a este MM\u00ba ju\u00edzo que possui interesse na realiza\u00e7\u00e3o de audi\u00eancia de concilia\u00e7\u00e3o ou de media\u00e7\u00e3o, no entanto, se reserva ao direito de analisar as propostas a serem, eventualmente, ofertadas pela parte r\u00e9, de modo a sopesar se as mesmas s\u00e3o favor\u00e1veis e, ent\u00e3o, realizar uma poss\u00edvel composi\u00e7\u00e3o do lit\u00edgio.\n\nOAB/RS 3.059 51.3023.6555 www.ena.adv.br contato@ena.adv.br\n\nP\u00e1gina 1\n\n\fIsto posto, caso n\u00e3o haja interesse da reclamada na composi\u00e7\u00e3o do lit\u00edgio, a parte autora requer seja realizado o julgamento antecipado da lide nos termos do artigo 355, I, do CPC.\n\nII \u2013 DO DIREITO\n\nBreve Relato da Les\u00e3o Verificada\n\nA parte autora \u00e9 pensionista da entidade de previd\u00eancia complementar FUNCEF e recebe benef\u00edcio de pens\u00e3o por morte decorrente das contribui\u00e7\u00f5es vertidas por seu falecido marido, enquanto empregado da CEF.\n\nComo \u00e9 sabido, na previd\u00eancia privada, o sistema de capitaliza\u00e7\u00e3o constitui pilar de seu regime, baseado na constitui\u00e7\u00e3o de reservas que garantam o benef\u00edcio contratado, de ades\u00e3o facultativa e organiza\u00e7\u00e3o aut\u00f4noma em rela\u00e7\u00e3o ao regime geral de previd\u00eancia social.\nNo caso espec\u00edfico da FUNCEF, ao longo dos \u00faltimos anos, houve malversa\u00e7\u00e3o dos recursos da entidade de previd\u00eancia complementar, decorrentes de gest\u00e3o temer\u00e1ria e, tamb\u00e9m, de diversas irregularidades verificadas nos investimentos estruturados realizados pela entidade de previd\u00eancia privada, os quais est\u00e3o sendo apurados pela Opera\u00e7\u00e3o Greenfield, da Pol\u00edcia Federal, com o consequente ajuizamento de v\u00e1rias a\u00e7\u00f5es coletivas perante o Estado Brasileiro, cita-se, por exemplo a da Justi\u00e7a Federal do Distrito Federal.\n\nTal gest\u00e3o temer\u00e1ria, ou at\u00e9 mesmo fraudulenta, ocorrida na FUNCEF, resultou na forma\u00e7\u00e3o de um d\u00e9ficit bilion\u00e1rio que est\u00e1 acarretando preju\u00edzo a todos os participantes (ativos) e assistidos (aposentados/pensionistas) dos planos de previd\u00eancia complementar, que est\u00e3o sendo compelidos a realizar contribui\u00e7\u00f5es extraordin\u00e1rias \u00e0 FUNCEF, de modo a manter o equil\u00edbrio atuarial dos planos a que pertencem.\nOs Planos de Previd\u00eancia Privada administrados pela Funda\u00e7\u00e3o dos Economi\u00e1rios Federais \u2013 FUNCEF:\nPLANO REG/REPLAN/SALDADO:\n\n2014 \u2013 D\u00c9FICIT 5,1 BILH\u00d5ES. DEFICIT A SER EQUACIONADO: 1,9 BILH\u00c3O, ATUALIZADO PARA O FINAL DE 2015 PARA 2,3 BILH\u00d5ES. CONTRIBUI\u00c7\u00c3O EXTRAORDIN\u00c1RIA: 2,78% SOBRE O VALOR BRUTO RECEBIDO DA FUNCEF, PELO PRAZO DE 208 MESES\n\n2015 - D\u00c9FICIT 8,1 BILH\u00d5ES. DEFICIT A SER EQUACIONADO: 6,08 BILH\u00d5ES, ATUALIZADO PARA O FINAL DE 2016 PARA 6,84 BILH\u00d5ES. CONTRIBUI\u00c7\u00c3O EXTRAORDIN\u00c1RIA: 7.86% SOBRE O VALOR BRUTO RECEBIDO DA FUNCEF, PELO PRAZO DE 210 MESES.\n\nOAB/RS 3.059 51.3023.6555 www.ena.adv.br contato@ena.adv.br\n\nP\u00e1gina 2\n\n\fPLANO REG/REPLAN/N\u00c3O SALDADO\n2015 - DEFICIT A SER EQUACIONADO: 1,094 BILH\u00c3O. CONTRIBUI\u00c7\u00c3O EXTRAORDIN\u00c1RIA: O PERCENTUAL DE CONTRIBUI\u00c7\u00c3O VARIA DE ACORDO COM A FAIXA DE SAL\u00c1RIOS DE PARTICIPA\u00c7\u00c3O. VAI DE 2,41% A 11,20%. PRAZO DE EQUACIONAMENTO: 235 MESES.\nA Lei Complementar 109/2001 que disciplina o funcionamento das Entidades de Previd\u00eancia Privada, estabelece em seu artigo 21 e par\u00e1grafos, a forma de equacionamento de D\u00e9ficit apresentado por Entidade Fechada de Previd\u00eancia Complementar - EFPC, da seguinte forma:\nArt. 21. O resultado deficit\u00e1rio nos planos ou nas entidades fechadas ser\u00e1 equacionado por patrocinadores, participantes e assistidos, na propor\u00e7\u00e3o existente entre as suas contribui\u00e7\u00f5es, sem preju\u00edzo de a\u00e7\u00e3o regressiva contra dirigentes ou terceiros que deram causa a dano ou preju\u00edzo \u00e0 entidade de previd\u00eancia complementar.\n\u00a7 1o O equacionamento referido no caput poder\u00e1 ser feito, dentre outras formas, por meio do aumento do valor das contribui\u00e7\u00f5es, institui\u00e7\u00e3o de contribui\u00e7\u00e3o adicional ou redu\u00e7\u00e3o do valor dos benef\u00edcios a conceder, observadas as normas estabelecidas pelo \u00f3rg\u00e3o regulador e fiscalizador.\n\u00a7 2o A redu\u00e7\u00e3o dos valores dos benef\u00edcios n\u00e3o se aplica aos assistidos, sendo cab\u00edvel, nesse caso, a institui\u00e7\u00e3o de contribui\u00e7\u00e3o adicional para cobertura do acr\u00e9scimo ocorrido em raz\u00e3o da revis\u00e3o do plano.\n\u00a7 3o Na hip\u00f3tese de retorno \u00e0 entidade dos recursos equivalentes ao d\u00e9ficit previsto no caput deste artigo, em conseq\u00fc\u00eancia de apura\u00e7\u00e3o de responsabilidade mediante a\u00e7\u00e3o judicial ou administrativa, os respectivos valores dever\u00e3o ser aplicados necessariamente na redu\u00e7\u00e3o proporcional das contribui\u00e7\u00f5es devidas ao plano ou em melhoria dos benef\u00edcios.\nNo caso da FUNCEF, levando-se em conta que o sistema de capitaliza\u00e7\u00e3o constitui pilar do sistema previdenci\u00e1rio, baseado, tamb\u00e9m, na constitui\u00e7\u00e3o de reservas que garantam o benef\u00edcio contratado, optou-se por instituir em desfavor dos participantes e assistidos a cobran\u00e7a de contribui\u00e7\u00e3o extraordin\u00e1ria para amortizar o d\u00e9ficit ocorrido no plano de previd\u00eancia complementar.\nAssim, os d\u00e9ficits verificados nos anos de 2014 e 2015, foram equacionados e, ap\u00f3s serem aprovados pela PREVIC - Superintend\u00eancia Nacional de Previd\u00eancia Complementar, foram institu\u00eddos os percentuais de 2,78% e 7,86%, respectivamente, a t\u00edtulo de contribui\u00e7\u00f5es extraordin\u00e1rias, a serem implantados na folha de pagamento dos substitu\u00eddos, com o intento de permitir a manuten\u00e7\u00e3o dos planos de benef\u00edcios.\n\nOAB/RS 3.059 51.3023.6555 www.ena.adv.br contato@ena.adv.br\n\nP\u00e1gina 3\n\n\fComo se n\u00e3o bastasse, no ano de 2016, houve nova ocorr\u00eancia de d\u00e9ficit atuarial , que dever\u00e1 ser equacionado mediante a institui\u00e7\u00e3o de novas contribui\u00e7\u00f5es extraordin\u00e1rias, provavelmente, no importe de 9,5% sobre o valor bruto do benef\u00edcio de complementa\u00e7\u00e3o de aposentadoria, o que ir\u00e1 redundar, num percentual aproximado de 20,14%, a t\u00edtulo de contribui\u00e7\u00f5es extraordin\u00e1rias, relativos aos anos de 2014, 2015 e 2016.\nO artigo 19, da LC 109/2001, estabelece duas formas de contribui\u00e7\u00f5es para as entidades de previd\u00eancia complementar: contribui\u00e7\u00f5es normais e contribui\u00e7\u00f5es extraordin\u00e1rias. Vejamos:\nArt. 19. As contribui\u00e7\u00f5es destinadas \u00e0 constitui\u00e7\u00e3o de reservas ter\u00e3o como finalidade prover o pagamento de benef\u00edcios de car\u00e1ter previdenci\u00e1rio, observadas as especificidades previstas nesta Lei Complementar. Par\u00e1grafo \u00fanico. As contribui\u00e7\u00f5es referidas no caput classificam-se em: I - normais, aquelas destinadas ao custeio dos benef\u00edcios previstos no respectivo plano; e II - extraordin\u00e1rias, aquelas destinadas ao custeio de d\u00e9ficits, servi\u00e7o passado e outras finalidades n\u00e3o inclu\u00eddas na contribui\u00e7\u00e3o normal.\nOcorre, entretanto, que os valores relativos \u00e0s referidas contribui\u00e7\u00f5es previdenci\u00e1rias extraordin\u00e1rias, previstas no inciso II, do par\u00e1grafo \u00fanico do artigo 19, da LC 109/2001, se constituem em verdadeira \u201credu\u00e7\u00e3o de benef\u00edcios\u201d, j\u00e1 que a simples redu\u00e7\u00e3o de valores \u00e9 vedada pelo Artigo 21, \u00a7 2\u00ba da LC 109/2001.\nPortanto, como o valor destas contribui\u00e7\u00f5es extraordin\u00e1rias \u00e9 descontado na folha de pagamento do benef\u00edcio, a parte Autora n\u00e3o possui sequer disponibilidade econ\u00f4mica ou jur\u00eddica de tais valores, n\u00e3o havendo, portanto, configura\u00e7\u00e3o do fato gerador do Imposto de Renda sobre tais contribui\u00e7\u00f5es, e, por isso, referidos valores n\u00e3o podem se subsumir \u00e0 norma de incid\u00eancia tribut\u00e1ria, j\u00e1 que refletem um preju\u00edzo e n\u00e3o rendimentos auferidos (signo presuntivo de riqueza).\nDas Contribui\u00e7\u00f5es Extraordin\u00e1rias \u2013 Aferi\u00e7\u00e3o do Preju\u00edzo\nAntes de adentrar na quest\u00e3o tribut\u00e1ria, objeto da presente a\u00e7\u00e3o, faz-se necess\u00e1rio esclarecer os fundamentos legais para a institui\u00e7\u00e3o de planos de equacionamento das entidades de previd\u00eancia complementar, com o escopo de evidenciar que as referidas contribui\u00e7\u00f5es extraordin\u00e1rias refletem a exata redu\u00e7\u00e3o do benef\u00edcio previdenci\u00e1rio dos substitu\u00eddos e, portanto, n\u00e3o s\u00e3o passiveis de tributa\u00e7\u00e3o, eis que inexiste acr\u00e9scimo patrimonial.\nA Previd\u00eancia Privada no Brasil est\u00e1 prevista na Constitui\u00e7\u00e3o Federal de 1988 em seu art. 202 e par\u00e1grafos:\nArt. 202. O regime de previd\u00eancia privada, de car\u00e1ter complementar e organizado de forma aut\u00f4noma em rela\u00e7\u00e3o ao regime geral de previd\u00eancia\n\nOAB/RS 3.059 51.3023.6555 www.ena.adv.br contato@ena.adv.br\n\nP\u00e1gina 4\n\n\fsocial, ser\u00e1 facultativo, baseado na constitui\u00e7\u00e3o de reservas que garantam o benef\u00edcio contratado, e regulado por lei complementar. (...) \u00a7 2\u00b0 As contribui\u00e7\u00f5es do empregador, os benef\u00edcios e as condi\u00e7\u00f5es contratuais previstas nos estatutos, regulamentos e planos de benef\u00edcios das entidades de previd\u00eancia privada n\u00e3o integram o contrato de trabalho dos participantes, assim como, \u00e0 exce\u00e7\u00e3o dos benef\u00edcios concedidos, n\u00e3o integram a remunera\u00e7\u00e3o dos participantes, nos termos da lei. \u00a7 3\u00ba \u00c9 vedado o aporte de recursos a entidade de previd\u00eancia privada pela Uni\u00e3o, Estados, Distrito Federal e Munic\u00edpios, suas autarquias, funda\u00e7\u00f5es, empresas p\u00fablicas, sociedades de economia mista e outras entidades p\u00fablicas, salvo na qualidade de patrocinador, situa\u00e7\u00e3o na qual, em hip\u00f3tese alguma, sua contribui\u00e7\u00e3o normal poder\u00e1 exceder a do segurado. \u00a7 4\u00ba Lei complementar disciplinar\u00e1 a rela\u00e7\u00e3o entre a Uni\u00e3o, Estados, Distrito Federal ou Munic\u00edpios, inclusive suas autarquias, funda\u00e7\u00f5es, sociedades de economia mista e empresas controladas direta ou indiretamente, enquanto patrocinadoras de entidades fechadas de previd\u00eancia privada, e suas respectivas entidades fechadas de previd\u00eancia privada. (...) (destacamos)\nConforme acima destacado, a Constitui\u00e7\u00e3o Federal veda o aporte de recursos a Entidades Fechadas de Previd\u00eancia Privada por \u00f3rg\u00e3os da administra\u00e7\u00e3o p\u00fablica direta e indireta, inclusive por Empresas P\u00fablicas (natureza jur\u00eddica da Caixa Econ\u00f4mica Federal), salvo no caso de patrocinador, observando-se, todavia, a paridade de contribui\u00e7\u00f5es do patrocinador e dos participantes ou assistidos.\nCom base nesse texto constitucional, foram publicadas, em 30/05/2001, as Leis Complementares 108/2001 e 109/2001, disciplinando o funcionamento das entidades de previd\u00eancia privada, que foram classificadas em abertas e fechadas, estas tendo como patrocinador uma entidade p\u00fablica, \u00e0s quais se aplica a LC 108/2001.\nNo caso de equacionamento de D\u00e9ficit apresentado por Entidade Fechada de Previd\u00eancia Complementar - EFPC, a Lei Complementar 109/2001, que disciplina o funcionamento das Entidades de Previd\u00eancia Privada (abertas e fechadas), estabelece em seu art. 21 e par\u00e1grafos:\nArt. 21. O resultado deficit\u00e1rio nos planos ou nas entidades fechadas ser\u00e1 equacionado por patrocinadores, participantes e assistidos, na propor\u00e7\u00e3o existente entre as suas contribui\u00e7\u00f5es, sem preju\u00edzo de a\u00e7\u00e3o regressiva contra dirigentes ou terceiros que deram causa a dano ou preju\u00edzo \u00e0 entidade de previd\u00eancia complementar. \u00a7 1o O equacionamento referido no caput poder\u00e1 ser feito, dentre outras formas, por meio do aumento do valor das contribui\u00e7\u00f5es, institui\u00e7\u00e3o de contribui\u00e7\u00e3o adicional ou redu\u00e7\u00e3o do valor dos benef\u00edcios a conceder, observadas as normas estabelecidas pelo \u00f3rg\u00e3o regulador e fiscalizador.\n\nOAB/RS 3.059 51.3023.6555 www.ena.adv.br contato@ena.adv.br\n\nP\u00e1gina 5\n\n\f\u00a7 2o A redu\u00e7\u00e3o dos valores dos benef\u00edcios n\u00e3o se aplica aos assistidos, sendo cab\u00edvel, nesse caso, a institui\u00e7\u00e3o de contribui\u00e7\u00e3o adicional para cobertura do acr\u00e9scimo ocorrido em raz\u00e3o da revis\u00e3o do plano. \u00a7 3o Na hip\u00f3tese de retorno \u00e0 entidade dos recursos equivalentes ao d\u00e9ficit previsto no caput deste artigo, em conseq\u00fc\u00eancia de apura\u00e7\u00e3o de responsabilidade mediante a\u00e7\u00e3o judicial ou administrativa, os respectivos valores dever\u00e3o ser aplicados necessariamente na redu\u00e7\u00e3o proporcional das contribui\u00e7\u00f5es devidas ao plano ou em melhoria dos benef\u00edcios. Grifamos\n\nAdemais, tomando como base os Estatutos do Plano REG/REPLAN, verifica-se que h\u00e1 previs\u00e3o de equacionamento do D\u00e9ficit pelo Patrocinador, Participante e Assistido, na propor\u00e7\u00e3o existente entre suas contribui\u00e7\u00f5es, nos arts. 75 a 77 (n\u00e3o optantes pelo saldamento) e art. 117 (optantes pelo saldamento).\n\nComo visto, o crit\u00e9rio adotado pelo legislador para o equacionamento de eventuais d\u00e9ficits, portanto, foi o da propor\u00e7\u00e3o contributiva de cada uma das partes envolvidas na rela\u00e7\u00e3o contratual.\nAinda, a entidade de previd\u00eancia complementar, em acordo com o \u00f3rg\u00e3o regulamentar (PREVIC), optaram pela institui\u00e7\u00e3o de contribui\u00e7\u00f5es extraordin\u00e1rias em desfavor dos participantes e assistidos, na tentativa de respeitar o contido no \u00a7 2\u00ba, do artigo 21, da LC 109/2001, bem como em aten\u00e7\u00e3o ao princ\u00edpio constitucional da irredutibilidade salarial, prevista no artigo 7\u00ba, da CF/88:\n\u201cArt. 7\u00ba S\u00e3o direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, al\u00e9m de outros que visem \u00e0 melhoria de sua condi\u00e7\u00e3o social: [...] VI - irredutibilidade do sal\u00e1rio, salvo o disposto em conven\u00e7\u00e3o ou acordo coletivo\u201d;\n\nVeja-se, ainda, o artigo 194, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal veda a redu\u00e7\u00e3o progressiva dos valores recebidos a t\u00edtulo de complementa\u00e7\u00e3o de aposentadoria:\n\u201cArt. 194 \u2013 A seguridade social compreende um conjunto integrado de a\u00e7\u00f5es de iniciativa dos Poderes P\u00fablicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos \u00e0 sa\u00fade, \u00e0 previd\u00eancia e \u00e0 assist\u00eancia social. (...) IV \u2013 irredutibilidade do valor dos benef\u00edcios; \u201c\n\nDeste modo, em atendimento ao princ\u00edpio da IRREDUTIBILIDADE SALARIAL, os preju\u00edzos que est\u00e3o sendo suportados pela parte autora, n\u00e3o poderiam ser implementados atrav\u00e9s de mera redu\u00e7\u00e3o do benef\u00edcio previdenci\u00e1rio, cabendo, no entanto, a institui\u00e7\u00e3o de contribui\u00e7\u00f5es extraordin\u00e1rias que, de maneira id\u00eantica, refletem a redu\u00e7\u00e3o dos proventos de aposentadoria.\nTais esclarecimentos, acerca da forma de implanta\u00e7\u00e3o das contribui\u00e7\u00f5es extraordin\u00e1rias s\u00e3o de suma import\u00e2ncia, pois, demonstra que a redu\u00e7\u00e3o dos\n\nOAB/RS 3.059 51.3023.6555 www.ena.adv.br contato@ena.adv.br\n\nP\u00e1gina 6\n\n\fbenef\u00edcios previdenci\u00e1rios est\u00e1 sendo realizada atrav\u00e9s da institui\u00e7\u00e3o das contribui\u00e7\u00f5es extraordin\u00e1rias, as quais refletem a exata \u201cfalta de valores\u201d para manuten\u00e7\u00e3o do plano de benef\u00edcios ao qual os assistidos/substitu\u00eddos est\u00e3o vinculados.\nAo se utilizar das regras de hermen\u00eautica, percebe-se que etimologia da palavra \u201cD\u00c9FICIT\u201d1, oriunda do latim DEFICERE, se refere a \u201cfalta de algo\u201d. Confira-se:\n\u201c[...] 2) Do L. deficit, \u201caquilo a que falta algo\u201d, de DEFICERE, \u201crevoltar-se, faltar, falhar\u201d, de DE-, \u201cfora\u201d, mais FACERE, \u201cfazer, realizar\u201d.\nAinda, de acordo com o dicion\u00e1rio, temos o seguinte significado da palavra D\u00e9ficit2:\n\u201cSignificado de Deficit substantivo masculino\nO que falta para preencher certo valor ou quantidade num\u00e9rica; aquilo que est\u00e1 faltando para completar uma conta.\u201d\nComo visto, a palavra d\u00e9ficit demonstra a falta de determinado valor ou quantidade num\u00e9rica e, portanto, jamais poder\u00e1 ser interpretada como um resultado positivo, um acr\u00e9scimo capaz de se subsumir a incid\u00eancia tribut\u00e1ria. N\u00e3o fosse isso, jamais ter\u00edamos como ant\u00f4nimo de d\u00e9ficit, as palavras: \u201cexcedente\u201d, \u201ccr\u00e9dito\u201d, \u201csuper\u00e1vit\u201d, \u201csaldo\u201d3.\nAdemais, vale destacar o conceito de D\u00c9FICIT ATUARIAL, assim descrito pelo IPREV4:\nD\u00e9ficit atuarial. Diferen\u00e7a entre os compromissos l\u00edquidos (passivo atuarial) e os ativos financeiros j\u00e1 capitalizados pelo RPPS, ou seja, \u00e9 a diferen\u00e7a negativa entre os bens e direitos e as obriga\u00e7\u00f5es apuradas ao final de um per\u00edodo cont\u00e1bil (d\u00e9ficit t\u00e9cnico). grifamos\nDeste modo, por qualquer \u00e2ngulo que se analise a quest\u00e3o atinente a natureza jur\u00eddica das contribui\u00e7\u00f5es extraordin\u00e1rias, institu\u00eddas pela LC 109/2001, percebe-se que as mesmas refletem determinada \u201cdiferen\u00e7a negativa\u201d e, portanto, como n\u00e3o se tratam de proventos de qualquer natureza, n\u00e3o podem sofrer a tributa\u00e7\u00e3o do IRPF.\nReafirmando, tal entendimento, conv\u00e9m lembrar, que o valor das referidas contribui\u00e7\u00f5es extraordin\u00e1rias s\u00e3o descontadas na fonte pela entidade de previd\u00eancia\n\n1 http://origemdapalavra.com.br/site/palavras/deficit/ 2 https://www.dicio.com.br/deficit/ 3 https://www.antonimos.com.br/deficit/ 4 http://www.iprev.sc.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=602&Itemid=142\n\nOAB/RS 3.059 51.3023.6555 www.ena.adv.br contato@ena.adv.br\n\nP\u00e1gina 7\n\n\fcomplementar, de modo que a parte autora sequer possui disponibilidade econ\u00f4mica ou jur\u00eddica dos valores vertidos.\nDesta forma, percebe-se que falta de numer\u00e1rio suficiente para garantir o pagamento do benef\u00edcio previdenci\u00e1rio da parte autora, ou seja o d\u00e9ficit atuarial verificado no plano de benef\u00edcios da FUNCEF, trata-se de um preju\u00edzo (saldo negativo), que jamais poderia ser objeto de incid\u00eancia tribut\u00e1ria, eis que n\u00e3o se amolda \u00e0 figura da renda ou proventos de qualquer natureza, conforme exposto no t\u00f3pico subsequente.\nDa Legisla\u00e7\u00e3o Tribut\u00e1ria \u2013 Inexigibilidade do Tributo\nA familiariza\u00e7\u00e3o com o Imposto de Renda necessita de esclarecimentos com rela\u00e7\u00e3o \u00e0 conceitua\u00e7\u00e3o de renda e proventos de qualquer natureza, trazida pelo C\u00f3digo Tribut\u00e1rio Nacional, analisando se esta classifica\u00e7\u00e3o se coaduna com as diretrizes tra\u00e7adas pela norma constitucional. Vejamos o texto de lei:\n\u201cArt. 153. Compete \u00e0 Uni\u00e3o instituir impostos sobre: [...] III \u2013 renda e proventos de qualquer natureza.\u201d\nAinda que reinem d\u00favidas sobre o significado, o conte\u00fado e alcance da express\u00e3o \u2018renda e proventos de qualquer natureza\u2019, a doutrina e a jurisprud\u00eancia h\u00e1 muito v\u00eam se manifestando acerca do assunto. Nas li\u00e7\u00f5es do ilustre ministro do Egr\u00e9gio Superior Tribunal de Justi\u00e7a, Dr. Milton Luiz Pereira 5 temos que:\n\u201cObviamente, a Lei Maior n\u00e3o deu ao legislador ordin\u00e1rio da Uni\u00e3o liberdade para tributar o que lhe aprouver. Pelo contr\u00e1rio, conferiu-lhe apenas o direito de tributar a renda e os proventos de qualquer natureza. Melhor esclarecendo, o IR s\u00f3 pode alcan\u00e7ar a aquisi\u00e7\u00e3o de disponibilidade de riqueza nova, vale dizer o acr\u00e9scimo patrimonial experimentado durante certo per\u00edodo. Logo, n\u00e3o \u00e9 qualquer entrada de dinheiro nos cofres de uma pessoa que pode ser alcan\u00e7ada pelo IR, mas, t\u00e3o somente, os \u201cacr\u00e9scimos patrimoniais\u201d, isto \u00e9, a aquisi\u00e7\u00e3o de disponibilidade de riqueza nova\u201d. grifamos\nPor sua vez, o artigo 43 do C\u00f3digo Tribut\u00e1rio Nacional, disp\u00f5e que o fato gerador do imposto de renda \u00e9 a aquisi\u00e7\u00e3o da disponibilidade econ\u00f4mica ou jur\u00eddica de renda, assim entendido o produto do capital, do trabalho ou da combina\u00e7\u00e3o de ambos, e de proventos de qualquer natureza, assim entendidos os demais acr\u00e9scimos patrimoniais. Confira-se o texto legislado:\n\u201cArt. 43 - O imposto, de compet\u00eancia da Uni\u00e3o sobre a renda e os proventos de qualquer natureza tem como fato gerador a aquisi\u00e7\u00e3o da disponibilidade econ\u00f4mica ou jur\u00eddica:\n\n5 Recurso Especial n\u00b0 36.476-0/SP, registro n\u00b0 93.0018224-2 \u2013 Ministro do Egr\u00e9gio STJ, Dr. Milton Luiz Pereira (in Revista do Superior Tribunal de Justi\u00e7a, de mar\u00e7o de 1994, p. 235).\n\nOAB/RS 3.059 51.3023.6555 www.ena.adv.br contato@ena.adv.br\n\nP\u00e1gina 8\n\n\fI - de renda, assim entendido o produto do capital, do trabalho ou da combina\u00e7\u00e3o de ambos; II - de proventos de qualquer natureza, assim entendidos os acr\u00e9scimos patrimoniais n\u00e3o compreendidos no inciso anterior;\u201d.\nTem-se, assim, que o fato gerador do imposto sobre a renda \u00e9 a aquisi\u00e7\u00e3o da disponibilidade econ\u00f4mica ou jur\u00eddica de renda ou proventos de qualquer natureza, restando verificar se os valores destinados \u00e0 entidade de previd\u00eancia complementar, a t\u00edtulo de contribui\u00e7\u00f5es extraordin\u00e1rias, enquadram-se no conceito de renda ou proventos de qualquer natureza, representando verdadeiro acr\u00e9scimo patrimonial.\nDe acordo com os ensinamentos do ilustre Professor Yves Gandra da Silva Martins6:\n\"O fato gerador \u00e9 a aquisi\u00e7\u00e3o da disponibilidade econ\u00f4mica ou jur\u00eddica, que se realiza na ocorr\u00eancia da eleva\u00e7\u00e3o patrimonial de valores, bens ou direitos relativos. Por esta raz\u00e3o, explicita o legislador complementar que a renda e os proventos implicam, necessariamente, uma aquisi\u00e7\u00e3o.\"\nCorroborando este entendimento, temos as palavras sempre pertinentes de Hugo de Brito Machado7:\n\"(...) N\u00e3o h\u00e1 renda, nem provento, sem que haja acr\u00e9scimo patrimonial, pois o CTN adotou expressamente o conceito de renda como acr\u00e9scimo\u201d.\nV\u00ea-se, portanto, que a renda referida no artigo 43 do CTN, somente pode ser entendida como o produto de capital, do trabalho ou da combina\u00e7\u00e3o de ambos, ou ainda, dos proventos de qualquer natureza, n\u00e3o inclu\u00eddas, por certo, as contribui\u00e7\u00f5es extraordin\u00e1rias, como in casu, porque n\u00e3o s\u00e3o frutos nem do produto do capital, nem do trabalho, nem dos proventos, mas se constituem em verdadeiras redu\u00e7\u00f5es de benef\u00edcio previdenci\u00e1rio, destinadas a recomposi\u00e7\u00e3o do patrim\u00f4nio perdido pela Funda\u00e7\u00e3o, ante a impossibilidade de redu\u00e7\u00e3o de benef\u00edcio da parte autora, disposta no \u00a7 3\u00ba, do artigo 21, da LC 109/2001.\nAssim, a quantia retida \u00e0 FUNCEF, a t\u00edtulo de contribui\u00e7\u00e3o extraordin\u00e1ria institu\u00edda em raz\u00e3o de d\u00e9ficit do plano previdenci\u00e1rio, n\u00e3o configura, acr\u00e9scimo patrimonial e n\u00e3o se trata de rendimento capaz de se subsumir a incid\u00eancia tribut\u00e1ria, pois denota, por via transversa, o montante da diminui\u00e7\u00e3o/redu\u00e7\u00e3o do benef\u00edcio previdenci\u00e1rio.\nNeste momento, percebe-se a regularidade e proced\u00eancia do pleito formalizado pela parte autora, eis que os rendimentos de pens\u00e3o por morte que recebe, atualmente, foram reduzidos, atrav\u00e9s da reten\u00e7\u00e3o de determinados percentuais, vertidos \u00e0 entidade de previd\u00eancia privada FUNCEF.\n\n6 MARTINS, Yves Gandra da Silva. Cadernos de Pesquisas Tribut\u00e1rias, vol. 11, CEUU, 1986, p. 265. 7 MACHADO, Hugo de Britto. Curso de Direito Tribut\u00e1rio. 15\u00aa e.d. S\u00e3o Paulo: Malheiros, 1999, p.236.\n\nOAB/RS 3.059 51.3023.6555 www.ena.adv.br contato@ena.adv.br\n\nP\u00e1gina 9\n\n\fConv\u00e9m destacar, o seguinte trecho do voto proferido no RE n\u00ba 614.406/RS8, pela i. Ministra Relatora, Sr\u00aa Ellen Gracie, que elucida a necessidade de disponibilidade econ\u00f4mica para fins de incid\u00eancia tribut\u00e1ria:\n\u201cS\u00f3 \u00e9 tributado o que efetivamente ingressa para o contribuinte e que est\u00e1 na sua disponibilidade econ\u00f4mica, podendo ser utilizado para o pagamento do tributo\u201d. Grifamos\nAinda, segundo Hugo de Brito Machado9:\n\u201cA renda n\u00e3o se confunde com sua disponibilidade. Pode haver renda, mas esta n\u00e3o ser dispon\u00edvel para seu titular. O fato gerador do imposto de que se cuida n\u00e3o \u00e9 a renda mas a aquisi\u00e7\u00e3o da disponibilidade da renda, ou dos proventos de qualquer natureza. Assim, n\u00e3o basta, para ser devedor desse imposto, o auferir renda, ou proventos. \u00c9 preciso que se tenha adquirido a disponibilidade, que n\u00e3o se configura pelo fato de ter o adquirente da renda a\u00e7\u00e3o para sua cobran\u00e7a. N\u00e3o basta ser credor da renda se est\u00e1 n\u00e3o est\u00e1 dispon\u00edvel, e a disponibilidade pressup\u00f5e aus\u00eancia de obst\u00e1culos jur\u00eddicos a serem removidos. O propriet\u00e1rio de pr\u00e9dios alugados aufere renda desde o momento em que se consuma cada per\u00edodo, geralmente mensal, de vig\u00eancia do contrato de loca\u00e7\u00e3o. Entretanto, se o inquilino n\u00e3o paga, nem oferece ao locador o cr\u00e9dito da quantia correspondente, este n\u00e3o ser\u00e1 devedor do imposto de renda, embora tenha mais do que a\u00e7\u00e3o, porque tem execu\u00e7\u00e3o contra o inquilino, posto ser o contrato de loca\u00e7\u00e3o um t\u00edtulo executivo\u201d grifamos.\nPor todo o exposto, afigura-se evidente que a quantia retida, mensalmente, a t\u00edtulo de contribui\u00e7\u00e3o extraordin\u00e1ria institu\u00edda em raz\u00e3o de d\u00e9ficit do plano previdenci\u00e1rio da FUNCEF, n\u00e3o configura acr\u00e9scimo patrimonial, de modo que o(a) contribuinte possui direito a declara\u00e7\u00e3o de n\u00e3o incid\u00eancia do imposto de renda, sobre os referidos valores, eis que sequer fazem parte da base de c\u00e1lculo da exa\u00e7\u00e3o.\nPor outro lado, \u00e9 princ\u00edpio basilar do Direito Tribut\u00e1rio o da LEGALIDADE, e a Constitui\u00e7\u00e3o Federal garante essa seguran\u00e7a jur\u00eddica ao contribuinte, conforme se v\u00ea abaixo:\n\u201cArt. 150. Sem preju\u00edzo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, \u00e9 vedado \u00e0 Uni\u00e3o, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Munic\u00edpios:\nI - exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabele\u00e7a;\u201d.\nNote-se, por relevante, que o que aqui se pleiteia \u00e9 a declara\u00e7\u00e3o de n\u00e3o incid\u00eancia do imposto de renda e n\u00e3o subs\u00eddio, isen\u00e7\u00e3o, redu\u00e7\u00e3o de base de c\u00e1lculo,\n\n8 Recurso Extraordin\u00e1rio n\u00ba 614.406/RS, STF, \u00d3rg\u00e3o Julgador: Tribunal Pleno, Relator atual: Min. Rosa\nWeber, Relator para o Ac\u00f3rd\u00e3o: Min. Marco Aur\u00e9lio, Julgado em 23/10/2014, publicado no DJE\n27/11/2014. 9 MACHADO, Hugo de Brito. Curso de direito tribut\u00e1rio. 30 ed. S\u00e3o Paulo: Malheiros, 2009. p. 319.\n\nOAB/RS 3.059 51.3023.6555 www.ena.adv.br contato@ena.adv.br\n\nP\u00e1gina 10\n\n\fconcess\u00e3o de cr\u00e9dito presumido, anistia ou mesmo remiss\u00e3o, benef\u00edcios esses tratados no \u00a7 6\u00ba, do mesmo Artigo da Constitui\u00e7\u00e3o. Postula-se, t\u00e3o somente, que a exa\u00e7\u00e3o incida sobre a renda auferida pela parte autora e n\u00e3o sobre as redu\u00e7\u00f5es que est\u00e1 sofrendo.\nFica, pois, claro que os normativos infra-legais que estabeleceram a incid\u00eancia do Imposto de Renda nos casos enfocados na presente demanda, invadiram a esfera de compet\u00eancia legal, afrontando diretamente a Constitui\u00e7\u00e3o Federal, n\u00e3o tendo o cond\u00e3o de sujeitar o(a) contribuinte ao pagamento do tributo aqui questionado, por absoluta inexist\u00eancia de obriga\u00e7\u00e3o tribut\u00e1ria.\nA hip\u00f3tese de incid\u00eancia do Imposto de renda Pessoa F\u00edsica \u00e9 a percep\u00e7\u00e3o dos rendimentos, e a base de c\u00e1lculo da referida exa\u00e7\u00e3o, o montante dos rendimentos percebidos, com as dedu\u00e7\u00f5es admitidas por lei, aplicando-se, ent\u00e3o, a tabela que permite a apura\u00e7\u00e3o do montante devido. Ocorrendo, no plano f\u00e1tico, o que previsto no antecedente da norma, deve ser cumprido o que estabelecido no consequente tal e qual dela consta.\nDesta forma, como os rendimentos auferidos pela parte autora foram reduzidos, em decorr\u00eancia da reten\u00e7\u00e3o na fonte das contribui\u00e7\u00f5es extraordin\u00e1rias e n\u00e3o se permite a dedu\u00e7\u00e3o das contribui\u00e7\u00f5es no ajuste anual (Cosit n\u00ba 354/2017), a base de c\u00e1lculo da exa\u00e7\u00e3o foi, de igual forma, reduzida, inexistindo fundamentos para a tributa\u00e7\u00e3o de valores que sequer foram disponibilizados aos contribuintes.\nDe acordo com Paulo de Barros Carvalho10, a fenomenologia b\u00e1sica da imposi\u00e7\u00e3o tribut\u00e1ria deve ser analisada a partir da base de c\u00e1lculo. Vejamos:\nN\u00e3o \u00e9 suficiente a descri\u00e7\u00e3o hipot\u00e9tica do fato jur\u00eddico tribut\u00e1rio para que conhe\u00e7amos a planta fundamental do tributo. \u00c9 preciso que examinemos, antes de mais nada por imposi\u00e7\u00e3o hier\u00e1rquica, a base de c\u00e1lculo, a fim de que a natureza particular do gravame se apresente na complexidade de se esquematismo formal. \u00c9 o que preceitua o constituinte brasileiro no art. 145, \u00a7 2\u00b0.\nSegundo Hugo de Brito Machado11, a base de c\u00e1lculo deve ser entendida da seguinte forma:\nA grandeza sobre a qual se aplica a al\u00edquota do tributo para determinar-se o respectivo valor. Sendo a al\u00edquota espec\u00edfica a base de c\u00e1lculo ser\u00e1 a unidade de medida adotada pela lei, como, por exemplo, o quilo, o metro, etc. Sendo a al\u00edquota \u2018ad valorem\u2019, a base de c\u00e1lculo ser\u00e1 o valor econ\u00f4mico do fato gerador, ou a ele pertinente, expresso em moeda...\n\n10 CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de direito tribut\u00e1rio. 1991, p. 23. 11 MACHADO, Hugo de Brito. Base de c\u00e1lculo, in MARTINS, Ives Gandra da Silva [coord.]. Base de\nc\u00e1lculo. S\u00e3o Paulo: Resenha Universit\u00e1ria/C.E.E.U, 1982, p. 120-122. (Caderno de Pesquisas\nTribut\u00e1rias, n\u00b0 7).\n\nOAB/RS 3.059 51.3023.6555 www.ena.adv.br contato@ena.adv.br\n\nP\u00e1gina 11\n\n\fA base de c\u00e1lculo \u00e9 um atributo do aspecto material da hip\u00f3tese de incid\u00eancia tribut\u00e1ria, escolhido pelo legislador como medida de sua materialidade.\nC\u00edntia Estafania Fernandes12, utilizando-se dos ensinamentos proferidos pelo eminente professor Paulo de Barros Carvalho, assevera as principais fun\u00e7\u00f5es da base de c\u00e1lculo:\n\nA base de c\u00e1lculo possui tr\u00eas fun\u00e7\u00f5es espec\u00edficas: a) objetiva, que consiste em compor a determina\u00e7\u00e3o da d\u00edvida numa opera\u00e7\u00e3o aritm\u00e9tica; b) mensuradora, pois mede as propor\u00e7\u00f5es reais do fato t\u00edpico dimensionando-o economicamente; c) comparativa, eis que se configura pela compara\u00e7\u00e3o com o crit\u00e9rio material da hip\u00f3tese, afirmando-o (quando este for obscuro), confirmando-o (quando forem compat\u00edveis) ou infirmando-o (quando forem inconcili\u00e1veis).\n\nA base de c\u00e1lculo do imposto de renda est\u00e1 estabelecida no art. 44 do CTN, do seguinte modo:\n\nArt. 44. A base de c\u00e1lculo do imposto \u00e9 o montante, real, arbitrado ou presumido, da renda ou dos proventos tribut\u00e1veis.\n\nEm que pese t\u00e3o clara reda\u00e7\u00e3o, os valores retidos, a t\u00edtulo de contribui\u00e7\u00f5es extraordin\u00e1rias e que denotam o preju\u00edzo/falta de numer\u00e1rio, est\u00e3o sendo inclu\u00eddos, indevidamente, na base de c\u00e1lculo da exa\u00e7\u00e3o.\n\nDeste modo, busca-se atrav\u00e9s da presente a\u00e7\u00e3o, demonstrar que a base de c\u00e1lculo do Imposto de Renda Pessoa F\u00edsica aplic\u00e1vel \u00e0 parte autora, n\u00e3o comporta a incid\u00eancia dos valores vertidos/retidos a t\u00edtulo de contribui\u00e7\u00e3o extraordin\u00e1ria, sob pena de a atividade administrativa al\u00e9m de incorrer em ilegalidade, configurar verdadeiro bis in idem.\n\nDa Solu\u00e7\u00e3o de Consulta Cosit n\u00ba 354/2017 \u2013 Impossibilidade de Dedu\u00e7\u00e3o das Contribui\u00e7\u00f5es Extraordin\u00e1rias\n\nComo se n\u00e3o bastasse a tributa\u00e7\u00e3o realizada sobre valores retidos/contribui\u00e7\u00f5es que refletem os preju\u00edzos do plano previdenci\u00e1rio e n\u00e3o sobre rendimentos, outro aspecto deve ser levado em considera\u00e7\u00e3o, eis que as contribui\u00e7\u00f5es extraordin\u00e1rias vertidas pela parte autora sequer podem ser deduzidas do ajuste anual, conforme determina\u00e7\u00e3o da Secretaria da Receita Federal do Brasil, prevista na Solu\u00e7\u00e3o de Consulta Cosit n\u00ba 354/2017. Confira-se o teor da Solu\u00e7\u00e3o de Consulta, publicada no DOU de 25/07/2017, se\u00e7\u00e3o 1, p\u00e1gina 76:\n\n\u201cASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA F\u00cdSICA - IRPF EMENTA: CONTRIBUI\u00c7\u00c3O EXTRAORDIN\u00c1RIA A PLANO FECHADO DE PREVID\u00caNCIA COMPLEMENTAR. INDEDUTIBILIDADE.\n\n12 FERNANDES, C\u00edntia Estefania. IPTU \u2013 texto e contexto, S\u00e3o Paulo: Quartier Latin, 2005, p. 292.\n\nOAB/RS 3.059 51.3023.6555 www.ena.adv.br contato@ena.adv.br\n\nP\u00e1gina 12\n\n\fAs contribui\u00e7\u00f5es extraordin\u00e1rias, ou seja, aquelas que se destinam ao Custeio de d\u00e9ficit, servi\u00e7o passado e outras finalidades n\u00e3o inclu\u00eddas na.Contribui\u00e7\u00e3o normal, \u00e0s entidades fechadas de previd\u00eancia complementar, n\u00e3o s\u00e3o dedut\u00edveis da base de c\u00e1lculo do imposto sobre a renda de pessoa f\u00edsica. DISPOSITIVOS LEGAIS: Constitui\u00e7\u00e3o Federal (com a reda\u00e7\u00e3o dada pela Emenda Constitucional n\u00ba 3, de 17 de mar\u00e7o de 1993), art. 150, \u00a7 6\u00ba; Lei Complementar n\u00ba 108, de 29 de maio de 2001, art. 6\u00ba; Lei Complementar n\u00ba 109, de 29 de maio de 2001, arts. 18 a 21, 68 e 69; Lei n\u00ba 9.250, de 26 de dezembro de 1995, arts. 4\u00ba, inciso V, e, 8\u00ba, incisos I e II, al\u00ednea e; Lei n\u00ba 9.532, de 10 de dezembro de 1997, art. 11; Instru\u00e7\u00e3o Normativa SRF n\u00ba 588, de 21 de dezembro de 2005, art. 6\u00ba. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL EMENTA: CONSULTA. INEFIC\u00c1CIA PARCIAL. \u00c9 ineficaz a consulta quando, na hip\u00f3tese de versar sobre situa\u00e7\u00e3o determinada ainda n\u00e3o ocorrida, n\u00e3o fique demonstrada a efetiva possibilidade de sua ocorr\u00eancia e, quando n\u00e3o indique os dispositivos da legisla\u00e7\u00e3o tribut\u00e1ria sobre cuja aplica\u00e7\u00e3o haja d\u00favida. DISPOSITIVOS LEGAIS: Instru\u00e7\u00e3o Normativa RFB n\u00ba 1.396, de 16 de setembro de 2013, arts. 1\u00ba, 3\u00ba, \u00a7 2\u00ba, inciso IV, e \u00a7 8\u00ba, e 18, incisos I e II.\u201d grifamos\nAssim, em resultados pr\u00e1ticos, a parte autora est\u00e1 vertendo contribui\u00e7\u00f5es extraordin\u00e1rias \u00e0 entidade de previd\u00eancia fechada FUNCEF, est\u00e1 sendo tributada na fonte sobre o valor total dos benef\u00edcios previdenci\u00e1rios e, ainda, impossibilitada de deduzir as contribui\u00e7\u00f5es destinadas \u00e0 manuten\u00e7\u00e3o do plano previdenci\u00e1rio ao qual est\u00e1 vinculada.\nTal ocorr\u00eancia, al\u00e9m de ensejar a cobran\u00e7a de Imposto de Renda sobre valores que demonstram preju\u00edzo e n\u00e3o renda, acabam, tamb\u00e9m, por gerar um verdadeiro bis in idem, na medida em que se contribui para a entidade de previd\u00eancia complementar, h\u00e1 reten\u00e7\u00e3o/tributa\u00e7\u00e3o na fonte e quando se recebe o benef\u00edcio de aposentadoria complementar (mantidos pelas contribui\u00e7\u00f5es extraordin\u00e1rias), h\u00e1 nova tributa\u00e7\u00e3o, ante a impossibilidade de dedu\u00e7\u00e3o das contribui\u00e7\u00f5es previdenci\u00e1rias, no ajuste anual.\nDesta forma, n\u00e3o resta alternativa \u00e0 autora, sen\u00e3o, postular a declara\u00e7\u00e3o de inexigibilidade da tributa\u00e7\u00e3o sobre os valores vertidos \u00e0 entidade de previd\u00eancia complementar, a t\u00edtulo de contribui\u00e7\u00f5es extraordin\u00e1rias, sob pena e sofrer, de maneira similar, a dupla tributa\u00e7\u00e3o ocorrida na vig\u00eancia das Leis n\u00ba 7.713/88 e 9.250/95, a qual, diga-se de passagem, foi reconhecida pelo judici\u00e1rio (S\u00famula 556 do STJ) e pela pr\u00f3pria Secretaria da Receita Federal do Brasil, atrav\u00e9s da IN 1.343 de Abril de 2013.\n\u00c9 sabido que as contribui\u00e7\u00f5es destinadas \u00e0 previd\u00eancia privada s\u00e3o dedut\u00edveis da base de c\u00e1lculo do Imposto de Renda. Veja o que diz a Lei 9.250/95:\n\u201cArt. 4\u00ba. Na determina\u00e7\u00e3o da base de c\u00e1lculo sujeita \u00e0 incid\u00eancia mensal do imposto de renda poder\u00e3o ser deduzidas: [...]\n\nOAB/RS 3.059 51.3023.6555 www.ena.adv.br contato@ena.adv.br\n\nP\u00e1gina 13\n\n\fV - as contribui\u00e7\u00f5es para as entidades de previd\u00eancia privada domiciliadas no Pa\u00eds, cujo \u00f4nus tenha sido do contribuinte, destinadas a custear benef\u00edcios complementares assemelhados aos da Previd\u00eancia Social; [...] Par\u00e1grafo \u00fanico. A dedu\u00e7\u00e3o permitida pelo inciso V aplica-se exclusivamente \u00e0 base de c\u00e1lculo relativa aos seguintes rendimentos, assegurada, nos demais casos, a dedu\u00e7\u00e3o dos valores pagos a esse t\u00edtulo, por ocasi\u00e3o da apura\u00e7\u00e3o da base de c\u00e1lculo do imposto devido no ano-calend\u00e1rio, conforme disposto na al\u00ednea e do inciso II do art. 8o desta Lei: I - do trabalho com v\u00ednculo empregat\u00edcio ou de administradores; e (Inclu\u00eddo pela Lei n\u00ba 13.202, de 2015) II - proventos de aposentados e pensionistas, quando a fonte pagadora for respons\u00e1vel pelo desconto e respectivo pagamento das contribui\u00e7\u00f5es previdenci\u00e1rias.\u201d\nRegulamentando os termos do inciso II, do artigo 8\u00ba da Lei n\u00ba 9.250/95, supracitado, tem-se o texto \u00ednsito no artigo 11, da Lei n\u00ba 9.532/97, que define o patamar m\u00e1ximo de dedu\u00e7\u00e3o, relativa a contri\u00e7\u00f5es para entidades de previd\u00eancia privada:\nArt. 11. As dedu\u00e7\u00f5es relativas \u00e0s contribui\u00e7\u00f5es para entidades de previd\u00eancia privada, a que se refere a al\u00ednea e do inciso II do art. 8o da Lei no 9.250, de 26 de dezembro de 1995, e \u00e0s contribui\u00e7\u00f5es para o Fundo de Aposentadoria Programada Individual - Fapi, a que se refere a Lei no 9.477, de 24 de julho de 1997, cujo \u00f4nus seja da pr\u00f3pria pessoa f\u00edsica, ficam condicionadas ao recolhimento, tamb\u00e9m, de contribui\u00e7\u00f5es para o regime geral de previd\u00eancia social ou, quando for o caso, para regime pr\u00f3prio de previd\u00eancia social dos servidores titulares de cargo efetivo da Uni\u00e3o, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Munic\u00edpios, observada a contribui\u00e7\u00e3o m\u00ednima, e limitadas a 12% (doze por cento) do total dos rendimentos computados na determina\u00e7\u00e3o da base de c\u00e1lculo do imposto devido na declara\u00e7\u00e3o de rendimentos.\nAinda, cabe citar o Regulamento do Imposto de Renda afirma o seguinte (RIR 3000/99):\n\u201cArt. 74. Na determina\u00e7\u00e3o da base de c\u00e1lculo sujeita \u00e0 incid\u00eancia mensal do imposto, poder\u00e3o ser deduzidas: [...] II - as contribui\u00e7\u00f5es para as entidades de previd\u00eancia privada domiciliadas no Pa\u00eds, cujo \u00f4nus tenha sido do contribuinte, destinadas a custear benef\u00edcios complementares assemelhados aos da Previd\u00eancia Social.\n\u00a7 1\u00ba A dedu\u00e7\u00e3o permitida pelo inciso II aplica-se exclusivamente \u00e0 base de c\u00e1lculo relativa a rendimentos do trabalho com v\u00ednculo empregat\u00edcio ou de administradores, assegurada, nos demais casos, a dedu\u00e7\u00e3o dos valores pagos a esse t\u00edtulo, por ocasi\u00e3o da apura\u00e7\u00e3o da base de c\u00e1lculo do imposto devido no ano-calend\u00e1rio.\u201d\n\nOAB/RS 3.059 51.3023.6555 www.ena.adv.br contato@ena.adv.br\n\nP\u00e1gina 14\n\n\fVale destacar, novamente que os valores vertidos/retidos \u00e0 entidade de Previd\u00eancia Complementar, a t\u00edtulo de contribui\u00e7\u00e3o extraordin\u00e1ria, n\u00e3o visam \u00e0 forma\u00e7\u00e3o de reserva matem\u00e1tica, mas \u00e0 mera recomposi\u00e7\u00e3o da parcela que foi perdida, de modo que os valores pagos \u00e0 entidade de previd\u00eancia privada servir\u00e3o apenas para a manuten\u00e7\u00e3o do benef\u00edcio e, n\u00e3o para sua majora\u00e7\u00e3o.\n\nDeste modo, em tese, o(a) contribuinte possui direito \u00e0 dedu\u00e7\u00e3o do valor correlato da base de c\u00e1lculo do imposto de renda, sob pena de sofrer, inclusive, uma dupla tributa\u00e7\u00e3o, ao passo em que contribuem para a entidade de previd\u00eancia complementar e receber, novamente, o valor das contribui\u00e7\u00f5es, na forma de benef\u00edcio, que \u00e9 tributado, em conformidade com a Lei n\u00ba 9.250/95.\n\nTodavia, como o entendimento fazend\u00e1rio, assentado na Solu\u00e7\u00e3o de Consulta n\u00ba 354/2017, \u00e9 pela impossibilidade de dedu\u00e7\u00e3o das contribui\u00e7\u00f5es extraordin\u00e1rias retidas na fonte, faz-se necess\u00e1rio a declara\u00e7\u00e3o de n\u00e3o incid\u00eancia do Imposto de Renda sobre os valores vertidos a t\u00edtulo de contribui\u00e7\u00e3o extraordin\u00e1ria, sob pena de configura\u00e7\u00e3o da dupla tributa\u00e7\u00e3o.\n\nAssim, a inexigibilidade do tributo deve incidir sobre o pr\u00f3prio valor destinado a recomposi\u00e7\u00e3o dos preju\u00edzos oriundos do d\u00e9ficit previdenci\u00e1rio (isen\u00e7\u00e3o na fonte) e n\u00e3o sobre a dedu\u00e7\u00e3o eventualmente lan\u00e7ada no ajuste anual, de modo a permitir que os rendimentos futuros n\u00e3o sejam tributados em duplicidade.\n\nAs Turmas Recursais da Justi\u00e7a Federal do Rio Grande do Sul, j\u00e1 tiveram a oportunidade de se manifestar sobre a mat\u00e9ria atinente a n\u00e3o incid\u00eancia do imposto de renda sobre contribui\u00e7\u00f5es extraordin\u00e1rias, em rela\u00e7\u00e3o as contribui\u00e7\u00f5es vertidas pelos assistidos da Funda\u00e7\u00e3o BANRISUL, atrav\u00e9s dos seguintes julgados: Recurso C\u00edvel n\u00ba 5034293-40.2016.404.7100 e Recurso C\u00edvel n\u00ba 5066367-50.2016.4.04.7100. Vejamos um trecho proferido nos julgados, que se aplica ao caso espec\u00edfico dos assistidos da FUNCEF:\n\n\u201cAs contribui\u00e7\u00f5es para os planos de entidades de previd\u00eancia privada objetivam,\n\ncomo regra, a forma\u00e7\u00e3o de uma reserva matem\u00e1tica para o pagamento dos\n\nbenef\u00edcios. S\u00e3o os casos da 'contribui\u00e7\u00e3o normal' e da 'contribui\u00e7\u00e3o adicional'\n\n(arts. 19, I a IV, do Regulamento do Plano de Benef\u00edcios I, da Funda\u00e7\u00e3o\n\nBanrisul\n\nde\n\nSeguridade\n\nSocial\n\n-\n\ndispon\u00edvel\n\nem\n\nhttp://www.fbss.org.br/dados/docs/regulamento_PBI_mudanca_PREVIC.pdf).\n\nPor outro lado, a contribui\u00e7\u00e3o extraordin\u00e1ria para a Funda\u00e7\u00e3o Banrisul de Seguridade Social, prevista nos artigos 19, VII, e 26 do Regulamento do Plano de Benef\u00edcios I, \u00e9 destinada 'ao custeio de d\u00e9ficits, servi\u00e7o passado e outras finalidades n\u00e3o inclu\u00eddas na contribui\u00e7\u00e3o normal' (art. 1\u00ba, par\u00e1grafo segundo, do Regulamento do Plano de Benef\u00edcios I, da Funda\u00e7\u00e3o Banrisul de Seguridade Social).\n\nOAB/RS 3.059 51.3023.6555 www.ena.adv.br contato@ena.adv.br\n\nP\u00e1gina 15\n\n\fNo caso dos autos, discute-se exatamente a hip\u00f3tese de contribui\u00e7\u00e3o extraordin\u00e1ria cobrada em raz\u00e3o dos d\u00e9ficits apresentados pelo plano, que encontra previs\u00e3o tamb\u00e9m no art. 21 da Lei Complementar 109/2001: [...] Trata-se, portanto, de quantia que n\u00e3o visa \u00e0 forma\u00e7\u00e3o de reserva matem\u00e1tica, mas \u00e0 mera recomposi\u00e7\u00e3o da parcela que foi perdida. Em verdade, configura, por via transversa, redu\u00e7\u00e3o tempor\u00e1ria do benef\u00edcio percebido, j\u00e1 que a simples redu\u00e7\u00e3o de valores \u00e9 vedada pelo art. 21, \u00a7 2\u00ba, da LC 109/2001.\n\nRefor\u00e7a esse entendimento o fato de a contribui\u00e7\u00e3o extraordin\u00e1ria ser descontada na folha de pagamento do benef\u00edcio, de modo que o assistido n\u00e3o possui disponibilidade econ\u00f4mica nem jur\u00eddica do numer\u00e1rio.\n\nPor todo o exposto, afigura-se evidente que a quantia paga \u00e0 Funda\u00e7\u00e3o Banrisul de Seguridade Social a t\u00edtulo de contribui\u00e7\u00e3o extraordin\u00e1ria institu\u00edda em raz\u00e3o de d\u00e9ficit do plano n\u00e3o configura acr\u00e9scimo patrimonial, de modo que os contribuintes possuem direito \u00e0 dedu\u00e7\u00e3o do valor correlato da base de c\u00e1lculo do imposto de renda.\u201d grifamos\n\nN\u00e3o menos importante, foi a recente decis\u00e3o proferida pelo E. Ministro Luis Roberto Barroso, do C. Supremo Tribunal Federal, no RE 1108944, transito em julgado em 27.04.18, em caso oriundo exatamente do Rio Grande do Sul (50123824520164047108), sobre mat\u00e9ria ora tratada, onde o recurso interposto pela R\u00e9 Uni\u00e3o foi negado provimento, com efeito, pois restringe-se ao \u00e2mbito infraconstitucional, portanto, sem repercuss\u00e3o geral.\n\nComo visto, atrav\u00e9s do julgado acima destacado, como a parte autora realiza o pagamento de contribui\u00e7\u00f5es extraordin\u00e1rias, possui direito a declara\u00e7\u00e3o de n\u00e3o incid\u00eancia de imposto de renda sobre os referidos valores, j\u00e1 que os mesmos n\u00e3o configuram o fato gerador do imposto de renda.\n\nAlternativamente, teria direito de deduzir as referidas contribui\u00e7\u00f5es extraordin\u00e1rias do ajuste anual, em contrariedade ao determinado na Solu\u00e7\u00e3o de Consulta Cosit n\u00ba 354/2017, com o intento de evitar a ocorr\u00eancia do bis in idem.\n\nDOS HONOR\u00c1RIOS ADVOCAT\u00cdCIOS\n\nRequer-se a condena\u00e7\u00e3o da Uni\u00e3o (Fazenda Nacional) ao pagamento de honor\u00e1rios advocat\u00edcios, no percentual de 20%, devidos pelo princ\u00edpio da sucumb\u00eancia, nos termos do artigo 85, do CPC.\n\nDA ASSIST\u00caNCIA JUDICI\u00c1RIA GRATUITA\n\nTendo em vista que a parte autora est\u00e1 sendo compelida a arcar com os preju\u00edzos decorrentes da implanta\u00e7\u00e3o das contribui\u00e7\u00f5es extraordin\u00e1rias, as quais reduzem significativamente seus rendimentos de pens\u00e3o por morte, n\u00e3o se encontra em condi\u00e7\u00f5es de arcar com os custos da presente a\u00e7\u00e3o, de modo que solicita a\n\nOAB/RS 3.059 51.3023.6555 www.ena.adv.br contato@ena.adv.br\n\nP\u00e1gina 16\n\n\fconcess\u00e3o das benesses da assist\u00eancia judici\u00e1ria gratuita, nos termos do 5\u00ba, LXXIV, da CF/88 e artigo 98 e ss. do CPC.\nDOS REQUERIMENTOS:\nDiante de todo o exposto, vem a parte autora, com o respeito e acato devidos \u00e0 Vossa Excel\u00eancia, requerer:\na) seja determinada a cita\u00e7\u00e3o da UNI\u00c3O (Fazenda Nacional), na pessoa do ilustre Procurador Geral da Fazenda Nacional, no endere\u00e7o declinado no pre\u00e2mbulo desta para, querendo, contestar a presente a\u00e7\u00e3o no prazo legal;\nb) seja julgada totalmente procedente a presente a\u00e7\u00e3o para:\n- declarar a inexigibilidade do cr\u00e9dito tribut\u00e1rio incidente sobre os valores retidos a t\u00edtulo de contribui\u00e7\u00f5es extraordin\u00e1rias da parte autora, destinados ao equacionamento dos d\u00e9ficits apresentados e futuros da entidade de previd\u00eancia complementar FUNCEF, nos termos do artigo 19, II, da LC 1209/2001, ante a constata\u00e7\u00e3o de que tais contribui\u00e7\u00f5es extraordin\u00e1rias refletem um preju\u00edzo/falta de numer\u00e1rio e n\u00e3o h\u00e1 disponibilidade econ\u00f4mica ou jur\u00eddica dos referidos valores, reconhecendo, portanto, que as contribui\u00e7\u00f5es extraordin\u00e1rias, n\u00e3o se subsumem a incid\u00eancia da norma tribut\u00e1ria do Imposto de Renda Pessoa F\u00edsica;\n- Alternativamente, requer seja declarada a ilegalidade, inaplicabilidade ou, at\u00e9 mesmo, inconstitucionalidade, da Solu\u00e7\u00e3o de Consulta Cosit n\u00ba 354/2017, permitindo, assim, a dedutibilidade das contribui\u00e7\u00f5es extraordin\u00e1rias no ajuste anual dos substitu\u00eddos, sem que haja qualquer limite percentual, de modo a permitir a consecu\u00e7\u00e3o do princ\u00edpio da capacidade contributiva e, desta forma, evitar a ocorr\u00eancia do bis in idem.\n- Em ambos os casos, requer-se a condena\u00e7\u00e3o da Uni\u00e3o (Fazenda Nacional), a restituir o tributo indevidamente arrecadado, tudo devidamente corrigido desde as datas dos ind\u00e9bitos, acrescido dos juros legais, e com aplica\u00e7\u00e3o da taxa SELIC, declarando-se, ainda, o direito dos substitu\u00eddos em efetuarem a compensa\u00e7\u00e3o do Imposto de Renda indevidamente retido, tudo corrigido e acrescidos dos juros legais, inclusive pela taxa SELIC, com tributo vencido ou vincendo da mesma esp\u00e9cie.\n- Considerando que os fatos est\u00e3o suficientemente comprovados e sendo a mat\u00e9ria unicamente de direito, requer-se o julgamento antecipado da lide, nos termos do art. 355, I, do CPC;\n\nOAB/RS 3.059 51.3023.6555 www.ena.adv.br contato@ena.adv.br\n\nP\u00e1gina 17\n\n\f- Contudo, n\u00e3o sendo esse o entendimento, requer, desde j\u00e1, a produ\u00e7\u00e3o de todas as provas em direito admitidas, inclusive exibi\u00e7\u00e3o de novos documentos e per\u00edcia, desde logo requeridas;\n- Por fim, requer-se a concess\u00e3o das benesses da assist\u00eancia judici\u00e1ria gratuita, nos termos do artigo 5\u00ba, LXXIV, da CF/88 e artigos 98 e ss. do CPC.\nAtribui-se ao presente feito o valor de R$ 2.496,72.\nNestes termos, respeitosamente, Pede Deferimento.\nPorto Alegre/RS, 07 de junho de 2018.\n\nRonaldo G. B. Esp\u00edndola OAB/RS 35.197\n\nKarina B. Nassif Azen OAB/RS 44.572\n\nLuiz Ricardo de Azeredo S\u00e1 OAB/RS 47.534\n\nThiago Ramos Kuster OAB/PR 42.337\n\nOAB/RS 3.059 51.3023.6555 www.ena.adv.br contato@ena.adv.br\n\nP\u00e1gina 18\n\n\f" } ] } }, { "data": { "original_header": "Documento Original - IdDocumentoCompleto: 0034267-45.2015.4.01.3900-760217980", "original_text": "Exibir navega\u00e7\u00e3o\nProcesso Judicial Eletr\u00f4nico\nEntrar Formas de acesso Consulta processual Push Pr\u00e9-requisitos Manuais Fale conosco\n\nFale conosco\nInforma\u00e7\u00f5es Fale Conosco\nProcedimentos para abrir solicita\u00e7\u00e3o:\n1) Usu\u00e1rios externos: entrar em contato pelo telefone 61-3314-1620 ou encaminhar e-mail \u00e0 Central de Servi\u00e7os de Tecnologia da Informa\u00e7\u00e3o (csti@trf1.jus.br), com sugest\u00f5es, d\u00favidas ou relato de problemas t\u00e9cnicos, nesta hip\u00f3tese acompanhado de PrintScreen da tela de erro e descri\u00e7\u00e3o dos procedimentos realizados, com data e hor\u00e1rio da ocorr\u00eancia. Informamos que o e-mail da CSTI n\u00e3o poder\u00e1 ser utilizado para fins de peticionamento, de forma que documentos recebidos nesse sentido ser\u00e3o imediatamente descartados;\n2) Usu\u00e1rios internos: demandas relativas ao PJe, de qualquer natureza, devem ser encaminhadas via e-Sosti, observando-se, nos casos de problema t\u00e9cnico, a necessidade de anexar PrintScreen da tela de erro e descri\u00e7\u00e3o dos procedimentos realizados, com data e hor\u00e1rio da ocorr\u00eancia.\n\nJusti\u00e7a Federal da 1\u00aa Regi\u00e3o\nVaras e Juizados (1\u00ba grau)\n\nVoc\u00ea precisa estar logado para realizar esta opera\u00e7\u00e3o.\n\nkAKkxaEoQrTMpMncfTapgtsNiskeuhEb Modo de assinatura Java Applet PJeOffice\nSaiba como obter o certificado digital\n\nCPF | CNPJ\nSenha\nNova Senha Confirma\u00e7\u00e3o\nSolicitar nova senha\n\nVersao 2.1.10.0-SNAPSHOT_TRF1 (5e5f775c) - Atualizado em 01/09/2022 - 23:54 -\nPr\u00e9-requisitos\nO PJe \u00e9 compat\u00edvel com os principais sistemas operacionais utilizados atualmente.\nPara acessar o PJe \u00e9 necess\u00e1rio possuir os seguintes itens:\n\nNavegador de Internet compat\u00edvel\n\nSeu navegador de Internet n\u00e3o foi homologado para o uso do PJe. Recomendamos que utilize o Mozilla Firefox\n\nVerificando se as popup's est\u00e3o habilitadas\n\nPopup's habilitadas\n\nPopup's desabilitadas em seu navegador de internet. No navegador Firefox, verifique em menu op\u00e7\u00f5es/conte\u00fado\n\nJava e plugins instalados\n\nVerifique se o plugin java est\u00e1 habilitado em seu navegador de internet (menu complementos/plugins).\nCaso n\u00e3o esteja instalado, clique aqui e baixe a vers\u00e3o atualizada\nSen\u00e3o o seu navegador de internet n\u00e3o acessa o Certificado Digital. Recomendamos utilizar o Mozilla Firefox. O seu navegador de internet acessar\u00e1 o PJe apenas por login e senha (h\u00e1 restri\u00e7\u00f5es ao utilizar este tipo de acesso)\n\nPJeOffice\n\nO PJeOffice est\u00e1 indispon\u00edvel ou n\u00e3o instalado\n1 - Para instalar o PJeOffice, clique aqui.\n2 - Para utilizar o Java Applet, clique aqui.\n\nVerificando o aplicativo...\nFormas de acesso Acesso com certificado digital\nPara se cadastrar no PJe \u00e9 necess\u00e1rio ter um certificado digital v\u00e1lido, do tipo A3, que perten\u00e7a \u00e0 cadeia ICP-Brasil, para mais informa\u00e7\u00f5es acesse o link Saiba como obter o certificado digital.\n\nProcedimentos para se cadastrar no PJe 1- Insira o seu certificado digital em seu computador. 2- Na p\u00e1gina de login do PJe, clique no bot\u00e3o Certificado digital. 3- Insira a senha do seu certificado digital. 4- Confirme as suas informa\u00e7\u00f5es pessoais no formul\u00e1rio apresentado. 5- Assine o Termo de Compromisso. Ap\u00f3s seguir este procedimento, o seu cadastro estar\u00e1 conclu\u00eddo.\nPara acessar o sistema, clique no bot\u00e3o Certificado digital na tela de login do PJe. Acesso com login e senha para quem j\u00e1 possui certificado digital\nPrimeiramente, \u00e9 necess\u00e1rio realizar o cadastro utilizando o certificado digital.\nPara acessar o sistema, clique no link \"Solicitar nova senha\" na tela de login do PJe, informe o CPF/CNPJ (apenas n\u00fameros), o e-mail cadastrado no sistema e clique no bot\u00e3o \"Solicitar\".\nO sistema encaminhar\u00e1 para o e-mail informado as instru\u00e7\u00f5es de cadastro de uma nova senha. Acesso para quem n\u00e3o possui o certificado digital\nPara quem que n\u00e3o possui certificado digital \u00e9 necess\u00e1rio dirigir-se pessoalmente a um posto de atendimento do Tribunal levando os seguintes documentos: uma c\u00f3pia do CPF, do RG (ou da OAB no caso de advogado) e um comprovante de resid\u00eancia.\nAp\u00f3s o cadastro, o sistema encaminhar\u00e1 para o e-mail informado as instru\u00e7\u00f5es de cadastro de uma nova senha.\nPara mais informa\u00e7\u00f5es sobre como acessar o PJe, acesse a wiki em Acesso ao PJe.\nManuais\nAcesse os guias r\u00e1pidos para utiliza\u00e7\u00e3o do PJe, de acordo com o seu perfil de usu\u00e1rio, pelos links abaixo Advogados http://www.pje.jus.br/wiki/index.php/Manual_do_Advogado Tribunais, varas e outros \u00f3rg\u00e3os http://www.pje.jus.br/wiki/index.php/Manual_dos_Representantes Pessoas f\u00edsicas n\u00e3o servidores e pessoas jur\u00eddicas http://www.pje.jus.br/wiki/index.php/Manual_do_Usuario_sem_representacao Mais informa\u00e7\u00f5es podem ser encontradas em http://www.cnj.jus.br/wikipje/index.php\n\nAguarde a inicializa\u00e7\u00e3o do certificado digital.\n\nVersao 2.1.10.0-SNAPSHOT_TRF1 (5e5f775c) - Atualizado em 01/09/2022 - 23:54\nSolicitar nova senha\n\nCPF / CNPJ\nEmail\n\nPrimeiro acesso\n\nO PJe permite o acesso com Certificado Digital e tamb\u00e9m atrav\u00e9s de login e senha.\n\nPara acessar o sistema utilizando login e senha (h\u00e1 restri\u00e7\u00f5es ao utilizar este tipo de acesso), por favor veja o Manual de configura\u00e7\u00e3o da utiliza\u00e7\u00e3o do PJe sem certificado digital em nossa wiki.\nCertificado Digital\nO certificado digital \u00e9 um dispositivo criptografico que armazena suas chaves p\u00fablicas e privadas, ou seja, a sua assinatura digital. Esse dispositivo pode ser um cart\u00e3o inteligente (smartcard) ou um token criptogr\u00e1fico.\nQuando utilizado um cart\u00e3o inteligente, \u00e9 necess\u00e1rio que o usu\u00e1rio disponha de uma leitora de smartcard devidamente instalada. Os aplicativos necess\u00e1rios \u00e0 utiliza\u00e7\u00e3o desses dispositivos devem ser fornecidos pela entidade onde foi adquirido o certificado digital.\nCertificado ICP-Brasil a assinatura de documentos no PJe somente pode ser feita utilizando certificados digitais do tipo A3, que pertence \u00e0 cadeia ICP-Brasil. A cadeia de certifica\u00e7\u00e3o deve ser instalada no computador do usu\u00e1rio, o que pode ser feito seguindo as instru\u00e7\u00f5es do reposit\u00f3rio das cadeias de certifica\u00e7\u00e3o do Instituto Nacional de Tecnologia da Informa\u00e7\u00e3o.\n\nVoc\u00ea pode utilizar o bot\u00e3o de Pr\u00e9-requisitos, que realizar\u00e1 um teste em seu computador, analisando os requisitos m\u00ednimos para se ter acesso ao PJe, inclusive a verifica\u00e7\u00e3o de seu certificado digital.\nOutros testes podem ser feitos no s\u00edtio de atendimento do contribuinte da Receita Federal do Brasil (e-CAC) ou utilizando o programa respons\u00e1vel pela administra\u00e7\u00e3o do certificado no seu computador.\nEm caso de problemas nos testes, ser\u00e1 necess\u00e1rio entrar em contato com seu fornecedor de certificado digital ou consultar um t\u00e9cnico especializado para configurar corretamente seu computador.\nEis alguns sites com dicas para instala\u00e7\u00e3o e configura\u00e7\u00e3o da leitora de certificados e de tokens criptogr\u00e1ficos: Certisign Autoridade Certificadora Brasileira de Registros Receita Federal do Brasil\nInstale os drivers da leitora de cart\u00e3o inteligente ou do token criptogr\u00e1fico. Instale a cadeia de certifica\u00e7\u00e3o da ICP-Brasil Instale o navegador Mozilla Firefox Instale ou atualize o Java Teste o uso de seu certificado digital no programa de gerenciamento do cart\u00e3o ou use a Verifica\u00e7\u00e3o de pr\u00e9-requisitos Este v\u00eddeo orienta o usu\u00e1rio sobre como proceder com rela\u00e7\u00e3o \u00e0 advert\u00eancia de seguran\u00e7a (site n\u00e3o confi\u00e1vel) emitida pelo browser.\n\nExistem duas formar de acesso ao PJe, com caracter\u00edsticas diferentes, dependendo das suas necessidades.\nO Push, permite apenas o recebimento de email, informando sobre as movimenta\u00e7\u00f5es dos seus processos.\nO acesso ao PJe pela tela de login com certificado digital \u00e9 a principal forma de acesso e permite, dentre outras coisas (dependendo do seu perfil de acesso), criar novos processos, inserir e abrir documentos em processos, responder intima\u00e7\u00f5es, receber e-mails informando sobre as movimenta\u00e7\u00f5es dos seus processos, etc.\nComo me cadastrar no Push?\nPara se cadastrar no Push \u00e9 necess\u00e1rio que o usu\u00e1rio n\u00e3o seja cadastrado no sistema com certificado digital ou com Usu\u00e1rio e Senha, pois o cadastro diretamente no PJe impede o cadastro no Push.\nCaso voc\u00ea seja cadastrado no PJe com certificado digital ou Usu\u00e1rio e Senha e queira acompanhar as movimenta\u00e7\u00f5es, acesse Menu Principal Processo Outras a\u00e7\u00f5es Incluir no PUSH\nProcedimentos para se cadastrar no Push Clique no link \"Push\", na tela inicial de login do PJe Clique no link \"Ainda n\u00e3o \u00e9 cadastrado?\", na tela do Push Insira o seu CPF, ou o CNPJ, e seu email (deve ser um e-mail v\u00e1lido, pois ser\u00e1 onde voc\u00ea receber\u00e1 o email de confirma\u00e7\u00e3o com o link para confirmar o cadastro) Clique em \"Confirmar\" Entre no email informado e abra o email enviado pelo Push e clique no link de confirma\u00e7ao ou copie e cole o link na barra de endere\u00e7o do seu navegador Preencha os seus dados pessoais e clique em \"Gravar\"\nComo me cadastrar no PJe?\nCom certificado digital\nPara se cadastrar no PJe \u00e9 necess\u00e1rio somente um certificado digital v\u00e1lido, do tipo A3, que perten\u00e7a \u00e0 cadeia ICP-Brasil (para mais explica\u00e7\u00f5es sobre os requisitos para acessar com certificado digital.\nProcedimentos para se cadastrar Insira o seu certificado digital em seu computador Na p\u00e1gina do PJe, clique no bot\u00e3o \"Certificado Digital\" Insira a senha do seu certificado digital Confirme as suas informa\u00e7\u00f5es pessoais no formul\u00e1rio apresentado Assine o \"Termo de Compromisso\". Ap\u00f3s seguir este procedimento, o seu cadastro estar\u00e1 terminado! Para acessar o sistema, clique novamente no bot\u00e3o \"Certificado Digital\", na tela de login do PJe\nCom login e senha Se voc\u00ea possui um certificado digital Insira o seu certificado digital em seu computador Na p\u00e1gina do PJe, clique no bot\u00e3o \"Certificado Digital\" Insira a senha do seu certificado digital Confirme as suas informa\u00e7\u00f5es pessoais no formul\u00e1rio apresentado Assine o \"Termo de Compromisso\" Na tela inicial de login do PJe, clique no bot\u00e3o \"Solicitar nova senha\" Informe o CPF/CNPJ e o e-mail cadastrado no PJe Clique no bot\u00e3o \"Solicitar\" Entre no e-mail informado e procure o e-mail enviado pelo PJe. Nele haver\u00e1 um link. Clique nele ou copie e cole o link na barra de endere\u00e7o do seu navegador Siga as instru\u00e7\u00f5es contidas no e-mail para o cadastro da sua senha Se voc\u00ea n\u00e3o possui certificado digital, por favor entre em contato com posto de atendimento do tribunal e obtenha as informa\u00e7\u00f5es necess\u00e1rias.\nInforma\u00e7\u00f5es Fale Conosco\nProcedimentos para abrir solicita\u00e7\u00e3o:\n1) Usu\u00e1rios externos: entrar em contato pelo telefone 61-3314-1620 ou encaminhar e-mail \u00e0 Central de Servi\u00e7os de Tecnologia da Informa\u00e7\u00e3o (csti@trf1.jus.br), com sugest\u00f5es, d\u00favidas ou relato de problemas t\u00e9cnicos, nesta hip\u00f3tese acompanhado de PrintScreen da tela de erro e descri\u00e7\u00e3o dos procedimentos realizados, com data e hor\u00e1rio da ocorr\u00eancia. Informamos que o e-mail da CSTI n\u00e3o poder\u00e1 ser utilizado para fins de peticionamento, de forma que documentos recebidos nesse sentido ser\u00e3o imediatamente descartados;\n2) Usu\u00e1rios internos: demandas relativas ao PJe, de qualquer natureza, devem ser encaminhadas via e-Sosti, observando-se, nos casos de problema t\u00e9cnico, a necessidade de anexar PrintScreen da tela de erro e descri\u00e7\u00e3o dos procedimentos realizados, com data e hor\u00e1rio da ocorr\u00eancia.\n\nFechar De que forma voc\u00ea gostaria de realizar assinatura digital e autentica\u00e7\u00e3o?\nModo utilizado atualmente no PJe, precisa ser instalado o Java no computador.\nClique aqui para instalar o PJeOffice.\nJ\u00e1 instalado em sua m\u00e1quina.\nVerificando ambiente...\nFechar Assinatura digital e autentica\u00e7\u00e3o utilizando PJeOffice\n\nClique aqui para instalar o PJeOffice.\nJ\u00e1 instalado em sua m\u00e1quina.\nVerificando ambiente...\n\nPJeOffice Indispon\u00edvel O aplicativo PJeOffice n\u00e3o est\u00e1 dispon\u00edvel!\n\nPor favor aguarde", "similar_texts_federais_bgem3": [ { "header": "Texto Similar 1 (C\u00edvel) - IdDocumentoCompleto: 0003036-29.2017.4.01.3900-812412575", "text": "Exibir navega\u00e7\u00e3o\nProcesso Judicial Eletr\u00f4nico\nEntrar Formas de acesso Consulta processual Push Pr\u00e9-requisitos Manuais Fale conosco\n\nFale conosco\nInforma\u00e7\u00f5es Fale Conosco\nProcedimentos para abrir solicita\u00e7\u00e3o:\n1) Usu\u00e1rios externos: entrar em contato pelo telefone 61-3314-1620 ou encaminhar e-mail \u00e0 Central de Servi\u00e7os de Tecnologia da Informa\u00e7\u00e3o (csti@trf1.jus.br), com sugest\u00f5es, d\u00favidas ou relato de problemas t\u00e9cnicos, nesta hip\u00f3tese acompanhado de PrintScreen da tela de erro e descri\u00e7\u00e3o dos procedimentos realizados, com data e hor\u00e1rio da ocorr\u00eancia. Informamos que o e-mail da CSTI n\u00e3o poder\u00e1 ser utilizado para fins de peticionamento, de forma que documentos recebidos nesse sentido ser\u00e3o imediatamente descartados;\n2) Usu\u00e1rios internos: demandas relativas ao PJe, de qualquer natureza, devem ser encaminhadas via e-Sosti, observando-se, nos casos de problema t\u00e9cnico, a necessidade de anexar PrintScreen da tela de erro e descri\u00e7\u00e3o dos procedimentos realizados, com data e hor\u00e1rio da ocorr\u00eancia.\n\nJusti\u00e7a Federal da 1\u00aa Regi\u00e3o\nVaras e Juizados (1\u00ba grau)\n\nVoc\u00ea precisa estar logado para realizar esta opera\u00e7\u00e3o.\n\njVmzJOWFF1GPLC6XJ1a0Diqy6rkqvs43 Modo de assinatura Java Applet PJeOffice\nSaiba como obter o certificado digital\n\nCPF | CNPJ\nSenha\nNova Senha Confirma\u00e7\u00e3o\nSolicitar nova senha\n\nVersao 2.1.10.0-SNAPSHOT_TRF1 (5e5f775c) - Atualizado em 01/09/2022 - 23:54 -\nPr\u00e9-requisitos\nO PJe \u00e9 compat\u00edvel com os principais sistemas operacionais utilizados atualmente.\nPara acessar o PJe \u00e9 necess\u00e1rio possuir os seguintes itens:\n\nNavegador de Internet compat\u00edvel\n\nSeu navegador de Internet n\u00e3o foi homologado para o uso do PJe. Recomendamos que utilize o Mozilla Firefox\n\nVerificando se as popup's est\u00e3o habilitadas\n\nPopup's habilitadas\n\nPopup's desabilitadas em seu navegador de internet. No navegador Firefox, verifique em menu op\u00e7\u00f5es/conte\u00fado\n\nJava e plugins instalados\n\nVerifique se o plugin java est\u00e1 habilitado em seu navegador de internet (menu complementos/plugins).\nCaso n\u00e3o esteja instalado, clique aqui e baixe a vers\u00e3o atualizada\nSen\u00e3o o seu navegador de internet n\u00e3o acessa o Certificado Digital. Recomendamos utilizar o Mozilla Firefox. O seu navegador de internet acessar\u00e1 o PJe apenas por login e senha (h\u00e1 restri\u00e7\u00f5es ao utilizar este tipo de acesso)\n\nPJeOffice\n\nO PJeOffice est\u00e1 indispon\u00edvel ou n\u00e3o instalado\n1 - Para instalar o PJeOffice, clique aqui.\n2 - Para utilizar o Java Applet, clique aqui.\n\nVerificando o aplicativo...\nFormas de acesso Acesso com certificado digital\nPara se cadastrar no PJe \u00e9 necess\u00e1rio ter um certificado digital v\u00e1lido, do tipo A3, que perten\u00e7a \u00e0 cadeia ICP-Brasil, para mais informa\u00e7\u00f5es acesse o link Saiba como obter o certificado digital.\n\nProcedimentos para se cadastrar no PJe 1- Insira o seu certificado digital em seu computador. 2- Na p\u00e1gina de login do PJe, clique no bot\u00e3o Certificado digital. 3- Insira a senha do seu certificado digital. 4- Confirme as suas informa\u00e7\u00f5es pessoais no formul\u00e1rio apresentado. 5- Assine o Termo de Compromisso. Ap\u00f3s seguir este procedimento, o seu cadastro estar\u00e1 conclu\u00eddo.\nPara acessar o sistema, clique no bot\u00e3o Certificado digital na tela de login do PJe. Acesso com login e senha para quem j\u00e1 possui certificado digital\nPrimeiramente, \u00e9 necess\u00e1rio realizar o cadastro utilizando o certificado digital.\nPara acessar o sistema, clique no link \"Solicitar nova senha\" na tela de login do PJe, informe o CPF/CNPJ (apenas n\u00fameros), o e-mail cadastrado no sistema e clique no bot\u00e3o \"Solicitar\".\nO sistema encaminhar\u00e1 para o e-mail informado as instru\u00e7\u00f5es de cadastro de uma nova senha. Acesso para quem n\u00e3o possui o certificado digital\nPara quem que n\u00e3o possui certificado digital \u00e9 necess\u00e1rio dirigir-se pessoalmente a um posto de atendimento do Tribunal levando os seguintes documentos: uma c\u00f3pia do CPF, do RG (ou da OAB no caso de advogado) e um comprovante de resid\u00eancia.\nAp\u00f3s o cadastro, o sistema encaminhar\u00e1 para o e-mail informado as instru\u00e7\u00f5es de cadastro de uma nova senha.\nPara mais informa\u00e7\u00f5es sobre como acessar o PJe, acesse a wiki em Acesso ao PJe.\nManuais\nAcesse os guias r\u00e1pidos para utiliza\u00e7\u00e3o do PJe, de acordo com o seu perfil de usu\u00e1rio, pelos links abaixo Advogados http://www.pje.jus.br/wiki/index.php/Manual_do_Advogado Tribunais, varas e outros \u00f3rg\u00e3os http://www.pje.jus.br/wiki/index.php/Manual_dos_Representantes Pessoas f\u00edsicas n\u00e3o servidores e pessoas jur\u00eddicas http://www.pje.jus.br/wiki/index.php/Manual_do_Usuario_sem_representacao Mais informa\u00e7\u00f5es podem ser encontradas em http://www.cnj.jus.br/wikipje/index.php\n\nAguarde a inicializa\u00e7\u00e3o do certificado digital.\n\nVersao 2.1.10.0-SNAPSHOT_TRF1 (5e5f775c) - Atualizado em 01/09/2022 - 23:54\nSolicitar nova senha\n\nCPF / CNPJ\nEmail\n\nPrimeiro acesso\n\nO PJe permite o acesso com Certificado Digital e tamb\u00e9m atrav\u00e9s de login e senha.\n\nPara acessar o sistema utilizando login e senha (h\u00e1 restri\u00e7\u00f5es ao utilizar este tipo de acesso), por favor veja o Manual de configura\u00e7\u00e3o da utiliza\u00e7\u00e3o do PJe sem certificado digital em nossa wiki.\nCertificado Digital\nO certificado digital \u00e9 um dispositivo criptografico que armazena suas chaves p\u00fablicas e privadas, ou seja, a sua assinatura digital. Esse dispositivo pode ser um cart\u00e3o inteligente (smartcard) ou um token criptogr\u00e1fico.\nQuando utilizado um cart\u00e3o inteligente, \u00e9 necess\u00e1rio que o usu\u00e1rio disponha de uma leitora de smartcard devidamente instalada. Os aplicativos necess\u00e1rios \u00e0 utiliza\u00e7\u00e3o desses dispositivos devem ser fornecidos pela entidade onde foi adquirido o certificado digital.\nCertificado ICP-Brasil a assinatura de documentos no PJe somente pode ser feita utilizando certificados digitais do tipo A3, que pertence \u00e0 cadeia ICP-Brasil. A cadeia de certifica\u00e7\u00e3o deve ser instalada no computador do usu\u00e1rio, o que pode ser feito seguindo as instru\u00e7\u00f5es do reposit\u00f3rio das cadeias de certifica\u00e7\u00e3o do Instituto Nacional de Tecnologia da Informa\u00e7\u00e3o.\n\nVoc\u00ea pode utilizar o bot\u00e3o de Pr\u00e9-requisitos, que realizar\u00e1 um teste em seu computador, analisando os requisitos m\u00ednimos para se ter acesso ao PJe, inclusive a verifica\u00e7\u00e3o de seu certificado digital.\nOutros testes podem ser feitos no s\u00edtio de atendimento do contribuinte da Receita Federal do Brasil (e-CAC) ou utilizando o programa respons\u00e1vel pela administra\u00e7\u00e3o do certificado no seu computador.\nEm caso de problemas nos testes, ser\u00e1 necess\u00e1rio entrar em contato com seu fornecedor de certificado digital ou consultar um t\u00e9cnico especializado para configurar corretamente seu computador.\nEis alguns sites com dicas para instala\u00e7\u00e3o e configura\u00e7\u00e3o da leitora de certificados e de tokens criptogr\u00e1ficos: Certisign Autoridade Certificadora Brasileira de Registros Receita Federal do Brasil\nInstale os drivers da leitora de cart\u00e3o inteligente ou do token criptogr\u00e1fico. Instale a cadeia de certifica\u00e7\u00e3o da ICP-Brasil Instale o navegador Mozilla Firefox Instale ou atualize o Java Teste o uso de seu certificado digital no programa de gerenciamento do cart\u00e3o ou use a Verifica\u00e7\u00e3o de pr\u00e9-requisitos Este v\u00eddeo orienta o usu\u00e1rio sobre como proceder com rela\u00e7\u00e3o \u00e0 advert\u00eancia de seguran\u00e7a (site n\u00e3o confi\u00e1vel) emitida pelo browser.\n\nExistem duas formar de acesso ao PJe, com caracter\u00edsticas diferentes, dependendo das suas necessidades.\nO Push, permite apenas o recebimento de email, informando sobre as movimenta\u00e7\u00f5es dos seus processos.\nO acesso ao PJe pela tela de login com certificado digital \u00e9 a principal forma de acesso e permite, dentre outras coisas (dependendo do seu perfil de acesso), criar novos processos, inserir e abrir documentos em processos, responder intima\u00e7\u00f5es, receber e-mails informando sobre as movimenta\u00e7\u00f5es dos seus processos, etc.\nComo me cadastrar no Push?\nPara se cadastrar no Push \u00e9 necess\u00e1rio que o usu\u00e1rio n\u00e3o seja cadastrado no sistema com certificado digital ou com Usu\u00e1rio e Senha, pois o cadastro diretamente no PJe impede o cadastro no Push.\nCaso voc\u00ea seja cadastrado no PJe com certificado digital ou Usu\u00e1rio e Senha e queira acompanhar as movimenta\u00e7\u00f5es, acesse Menu Principal Processo Outras a\u00e7\u00f5es Incluir no PUSH\nProcedimentos para se cadastrar no Push Clique no link \"Push\", na tela inicial de login do PJe Clique no link \"Ainda n\u00e3o \u00e9 cadastrado?\", na tela do Push Insira o seu CPF, ou o CNPJ, e seu email (deve ser um e-mail v\u00e1lido, pois ser\u00e1 onde voc\u00ea receber\u00e1 o email de confirma\u00e7\u00e3o com o link para confirmar o cadastro) Clique em \"Confirmar\" Entre no email informado e abra o email enviado pelo Push e clique no link de confirma\u00e7ao ou copie e cole o link na barra de endere\u00e7o do seu navegador Preencha os seus dados pessoais e clique em \"Gravar\"\nComo me cadastrar no PJe?\nCom certificado digital\nPara se cadastrar no PJe \u00e9 necess\u00e1rio somente um certificado digital v\u00e1lido, do tipo A3, que perten\u00e7a \u00e0 cadeia ICP-Brasil (para mais explica\u00e7\u00f5es sobre os requisitos para acessar com certificado digital.\nProcedimentos para se cadastrar Insira o seu certificado digital em seu computador Na p\u00e1gina do PJe, clique no bot\u00e3o \"Certificado Digital\" Insira a senha do seu certificado digital Confirme as suas informa\u00e7\u00f5es pessoais no formul\u00e1rio apresentado Assine o \"Termo de Compromisso\". Ap\u00f3s seguir este procedimento, o seu cadastro estar\u00e1 terminado! Para acessar o sistema, clique novamente no bot\u00e3o \"Certificado Digital\", na tela de login do PJe\nCom login e senha Se voc\u00ea possui um certificado digital Insira o seu certificado digital em seu computador Na p\u00e1gina do PJe, clique no bot\u00e3o \"Certificado Digital\" Insira a senha do seu certificado digital Confirme as suas informa\u00e7\u00f5es pessoais no formul\u00e1rio apresentado Assine o \"Termo de Compromisso\" Na tela inicial de login do PJe, clique no bot\u00e3o \"Solicitar nova senha\" Informe o CPF/CNPJ e o e-mail cadastrado no PJe Clique no bot\u00e3o \"Solicitar\" Entre no e-mail informado e procure o e-mail enviado pelo PJe. Nele haver\u00e1 um link. Clique nele ou copie e cole o link na barra de endere\u00e7o do seu navegador Siga as instru\u00e7\u00f5es contidas no e-mail para o cadastro da sua senha Se voc\u00ea n\u00e3o possui certificado digital, por favor entre em contato com posto de atendimento do tribunal e obtenha as informa\u00e7\u00f5es necess\u00e1rias.\nInforma\u00e7\u00f5es Fale Conosco\nProcedimentos para abrir solicita\u00e7\u00e3o:\n1) Usu\u00e1rios externos: entrar em contato pelo telefone 61-3314-1620 ou encaminhar e-mail \u00e0 Central de Servi\u00e7os de Tecnologia da Informa\u00e7\u00e3o (csti@trf1.jus.br), com sugest\u00f5es, d\u00favidas ou relato de problemas t\u00e9cnicos, nesta hip\u00f3tese acompanhado de PrintScreen da tela de erro e descri\u00e7\u00e3o dos procedimentos realizados, com data e hor\u00e1rio da ocorr\u00eancia. Informamos que o e-mail da CSTI n\u00e3o poder\u00e1 ser utilizado para fins de peticionamento, de forma que documentos recebidos nesse sentido ser\u00e3o imediatamente descartados;\n2) Usu\u00e1rios internos: demandas relativas ao PJe, de qualquer natureza, devem ser encaminhadas via e-Sosti, observando-se, nos casos de problema t\u00e9cnico, a necessidade de anexar PrintScreen da tela de erro e descri\u00e7\u00e3o dos procedimentos realizados, com data e hor\u00e1rio da ocorr\u00eancia.\n\nFechar De que forma voc\u00ea gostaria de realizar assinatura digital e autentica\u00e7\u00e3o?\nModo utilizado atualmente no PJe, precisa ser instalado o Java no computador.\nClique aqui para instalar o PJeOffice.\nJ\u00e1 instalado em sua m\u00e1quina.\nVerificando ambiente...\nFechar Assinatura digital e autentica\u00e7\u00e3o utilizando PJeOffice\n\nClique aqui para instalar o PJeOffice.\nJ\u00e1 instalado em sua m\u00e1quina.\nVerificando ambiente...\n\nPJeOffice Indispon\u00edvel O aplicativo PJeOffice n\u00e3o est\u00e1 dispon\u00edvel!\n\nPor favor aguarde" }, { "header": "Texto Similar 2 (C\u00edvel) - IdDocumentoCompleto: 1003783-65.2022.4.01.4003-1299480295", "text": "Exibir navega\u00e7\u00e3o\nProcesso Judicial Eletr\u00f4nico\nEntrar Formas de acesso Consulta processual Push Pr\u00e9-requisitos Manuais Fale conosco\n\nFale conosco\nInforma\u00e7\u00f5es Fale Conosco\nProcedimentos para abrir solicita\u00e7\u00e3o:\n1) Usu\u00e1rios externos: entrar em contato pelo telefone 61-3314-1620 ou encaminhar e-mail \u00e0 Central de Servi\u00e7os de Tecnologia da Informa\u00e7\u00e3o (csti@trf1.jus.br), com sugest\u00f5es, d\u00favidas ou relato de problemas t\u00e9cnicos, nesta hip\u00f3tese acompanhado de PrintScreen da tela de erro e descri\u00e7\u00e3o dos procedimentos realizados, com data e hor\u00e1rio da ocorr\u00eancia. Informamos que o e-mail da CSTI n\u00e3o poder\u00e1 ser utilizado para fins de peticionamento, de forma que documentos recebidos nesse sentido ser\u00e3o imediatamente descartados;\n2) Usu\u00e1rios internos: demandas relativas ao PJe, de qualquer natureza, devem ser encaminhadas via e-Sosti, observando-se, nos casos de problema t\u00e9cnico, a necessidade de anexar PrintScreen da tela de erro e descri\u00e7\u00e3o dos procedimentos realizados, com data e hor\u00e1rio da ocorr\u00eancia.\n\nJusti\u00e7a Federal da 1\u00aa Regi\u00e3o\nVaras e Juizados (1\u00ba grau)\n\nVoc\u00ea precisa estar logado para realizar esta opera\u00e7\u00e3o.\n\nYO00xAqBSRRSjOijxZn2UDovEPkS2ure Modo de assinatura Java Applet PJeOffice\nSaiba como obter o certificado digital\n\nCPF | CNPJ\nSenha\nNova Senha Confirma\u00e7\u00e3o\nSolicitar nova senha\n\nVersao 2.1.10.0-SNAPSHOT_TRF1 (5e5f775c) - Atualizado em 01/09/2022 - 23:54 -\nPr\u00e9-requisitos\nO PJe \u00e9 compat\u00edvel com os principais sistemas operacionais utilizados atualmente.\nPara acessar o PJe \u00e9 necess\u00e1rio possuir os seguintes itens:\n\nNavegador de Internet compat\u00edvel\n\nSeu navegador de Internet n\u00e3o foi homologado para o uso do PJe. Recomendamos que utilize o Mozilla Firefox\n\nVerificando se as popup's est\u00e3o habilitadas\n\nPopup's habilitadas\n\nPopup's desabilitadas em seu navegador de internet. No navegador Firefox, verifique em menu op\u00e7\u00f5es/conte\u00fado\n\nJava e plugins instalados\n\nVerifique se o plugin java est\u00e1 habilitado em seu navegador de internet (menu complementos/plugins).\nCaso n\u00e3o esteja instalado, clique aqui e baixe a vers\u00e3o atualizada\nSen\u00e3o o seu navegador de internet n\u00e3o acessa o Certificado Digital. Recomendamos utilizar o Mozilla Firefox. O seu navegador de internet acessar\u00e1 o PJe apenas por login e senha (h\u00e1 restri\u00e7\u00f5es ao utilizar este tipo de acesso)\n\nPJeOffice\n\nO PJeOffice est\u00e1 indispon\u00edvel ou n\u00e3o instalado\n1 - Para instalar o PJeOffice, clique aqui.\n2 - Para utilizar o Java Applet, clique aqui.\n\nVerificando o aplicativo...\nFormas de acesso Acesso com certificado digital\nPara se cadastrar no PJe \u00e9 necess\u00e1rio ter um certificado digital v\u00e1lido, do tipo A3, que perten\u00e7a \u00e0 cadeia ICP-Brasil, para mais informa\u00e7\u00f5es acesse o link Saiba como obter o certificado digital.\n\nProcedimentos para se cadastrar no PJe 1- Insira o seu certificado digital em seu computador. 2- Na p\u00e1gina de login do PJe, clique no bot\u00e3o Certificado digital. 3- Insira a senha do seu certificado digital. 4- Confirme as suas informa\u00e7\u00f5es pessoais no formul\u00e1rio apresentado. 5- Assine o Termo de Compromisso. Ap\u00f3s seguir este procedimento, o seu cadastro estar\u00e1 conclu\u00eddo.\nPara acessar o sistema, clique no bot\u00e3o Certificado digital na tela de login do PJe. Acesso com login e senha para quem j\u00e1 possui certificado digital\nPrimeiramente, \u00e9 necess\u00e1rio realizar o cadastro utilizando o certificado digital.\nPara acessar o sistema, clique no link \"Solicitar nova senha\" na tela de login do PJe, informe o CPF/CNPJ (apenas n\u00fameros), o e-mail cadastrado no sistema e clique no bot\u00e3o \"Solicitar\".\nO sistema encaminhar\u00e1 para o e-mail informado as instru\u00e7\u00f5es de cadastro de uma nova senha. Acesso para quem n\u00e3o possui o certificado digital\nPara quem que n\u00e3o possui certificado digital \u00e9 necess\u00e1rio dirigir-se pessoalmente a um posto de atendimento do Tribunal levando os seguintes documentos: uma c\u00f3pia do CPF, do RG (ou da OAB no caso de advogado) e um comprovante de resid\u00eancia.\nAp\u00f3s o cadastro, o sistema encaminhar\u00e1 para o e-mail informado as instru\u00e7\u00f5es de cadastro de uma nova senha.\nPara mais informa\u00e7\u00f5es sobre como acessar o PJe, acesse a wiki em Acesso ao PJe.\nManuais\nAcesse os guias r\u00e1pidos para utiliza\u00e7\u00e3o do PJe, de acordo com o seu perfil de usu\u00e1rio, pelos links abaixo Advogados http://www.pje.jus.br/wiki/index.php/Manual_do_Advogado Tribunais, varas e outros \u00f3rg\u00e3os http://www.pje.jus.br/wiki/index.php/Manual_dos_Representantes Pessoas f\u00edsicas n\u00e3o servidores e pessoas jur\u00eddicas http://www.pje.jus.br/wiki/index.php/Manual_do_Usuario_sem_representacao Mais informa\u00e7\u00f5es podem ser encontradas em http://www.cnj.jus.br/wikipje/index.php\n\nAguarde a inicializa\u00e7\u00e3o do certificado digital.\n\nVersao 2.1.10.0-SNAPSHOT_TRF1 (5e5f775c) - Atualizado em 01/09/2022 - 23:54\nSolicitar nova senha\n\nCPF / CNPJ\nEmail\n\nPrimeiro acesso\n\nO PJe permite o acesso com Certificado Digital e tamb\u00e9m atrav\u00e9s de login e senha.\n\nPara acessar o sistema utilizando login e senha (h\u00e1 restri\u00e7\u00f5es ao utilizar este tipo de acesso), por favor veja o Manual de configura\u00e7\u00e3o da utiliza\u00e7\u00e3o do PJe sem certificado digital em nossa wiki.\nCertificado Digital\nO certificado digital \u00e9 um dispositivo criptografico que armazena suas chaves p\u00fablicas e privadas, ou seja, a sua assinatura digital. Esse dispositivo pode ser um cart\u00e3o inteligente (smartcard) ou um token criptogr\u00e1fico.\nQuando utilizado um cart\u00e3o inteligente, \u00e9 necess\u00e1rio que o usu\u00e1rio disponha de uma leitora de smartcard devidamente instalada. Os aplicativos necess\u00e1rios \u00e0 utiliza\u00e7\u00e3o desses dispositivos devem ser fornecidos pela entidade onde foi adquirido o certificado digital.\nCertificado ICP-Brasil a assinatura de documentos no PJe somente pode ser feita utilizando certificados digitais do tipo A3, que pertence \u00e0 cadeia ICP-Brasil. A cadeia de certifica\u00e7\u00e3o deve ser instalada no computador do usu\u00e1rio, o que pode ser feito seguindo as instru\u00e7\u00f5es do reposit\u00f3rio das cadeias de certifica\u00e7\u00e3o do Instituto Nacional de Tecnologia da Informa\u00e7\u00e3o.\n\nVoc\u00ea pode utilizar o bot\u00e3o de Pr\u00e9-requisitos, que realizar\u00e1 um teste em seu computador, analisando os requisitos m\u00ednimos para se ter acesso ao PJe, inclusive a verifica\u00e7\u00e3o de seu certificado digital.\nOutros testes podem ser feitos no s\u00edtio de atendimento do contribuinte da Receita Federal do Brasil (e-CAC) ou utilizando o programa respons\u00e1vel pela administra\u00e7\u00e3o do certificado no seu computador.\nEm caso de problemas nos testes, ser\u00e1 necess\u00e1rio entrar em contato com seu fornecedor de certificado digital ou consultar um t\u00e9cnico especializado para configurar corretamente seu computador.\nEis alguns sites com dicas para instala\u00e7\u00e3o e configura\u00e7\u00e3o da leitora de certificados e de tokens criptogr\u00e1ficos: Certisign Autoridade Certificadora Brasileira de Registros Receita Federal do Brasil\nInstale os drivers da leitora de cart\u00e3o inteligente ou do token criptogr\u00e1fico. Instale a cadeia de certifica\u00e7\u00e3o da ICP-Brasil Instale o navegador Mozilla Firefox Instale ou atualize o Java Teste o uso de seu certificado digital no programa de gerenciamento do cart\u00e3o ou use a Verifica\u00e7\u00e3o de pr\u00e9-requisitos Este v\u00eddeo orienta o usu\u00e1rio sobre como proceder com rela\u00e7\u00e3o \u00e0 advert\u00eancia de seguran\u00e7a (site n\u00e3o confi\u00e1vel) emitida pelo browser.\n\nExistem duas formar de acesso ao PJe, com caracter\u00edsticas diferentes, dependendo das suas necessidades.\nO Push, permite apenas o recebimento de email, informando sobre as movimenta\u00e7\u00f5es dos seus processos.\nO acesso ao PJe pela tela de login com certificado digital \u00e9 a principal forma de acesso e permite, dentre outras coisas (dependendo do seu perfil de acesso), criar novos processos, inserir e abrir documentos em processos, responder intima\u00e7\u00f5es, receber e-mails informando sobre as movimenta\u00e7\u00f5es dos seus processos, etc.\nComo me cadastrar no Push?\nPara se cadastrar no Push \u00e9 necess\u00e1rio que o usu\u00e1rio n\u00e3o seja cadastrado no sistema com certificado digital ou com Usu\u00e1rio e Senha, pois o cadastro diretamente no PJe impede o cadastro no Push.\nCaso voc\u00ea seja cadastrado no PJe com certificado digital ou Usu\u00e1rio e Senha e queira acompanhar as movimenta\u00e7\u00f5es, acesse Menu Principal Processo Outras a\u00e7\u00f5es Incluir no PUSH\nProcedimentos para se cadastrar no Push Clique no link \"Push\", na tela inicial de login do PJe Clique no link \"Ainda n\u00e3o \u00e9 cadastrado?\", na tela do Push Insira o seu CPF, ou o CNPJ, e seu email (deve ser um e-mail v\u00e1lido, pois ser\u00e1 onde voc\u00ea receber\u00e1 o email de confirma\u00e7\u00e3o com o link para confirmar o cadastro) Clique em \"Confirmar\" Entre no email informado e abra o email enviado pelo Push e clique no link de confirma\u00e7ao ou copie e cole o link na barra de endere\u00e7o do seu navegador Preencha os seus dados pessoais e clique em \"Gravar\"\nComo me cadastrar no PJe?\nCom certificado digital\nPara se cadastrar no PJe \u00e9 necess\u00e1rio somente um certificado digital v\u00e1lido, do tipo A3, que perten\u00e7a \u00e0 cadeia ICP-Brasil (para mais explica\u00e7\u00f5es sobre os requisitos para acessar com certificado digital.\nProcedimentos para se cadastrar Insira o seu certificado digital em seu computador Na p\u00e1gina do PJe, clique no bot\u00e3o \"Certificado Digital\" Insira a senha do seu certificado digital Confirme as suas informa\u00e7\u00f5es pessoais no formul\u00e1rio apresentado Assine o \"Termo de Compromisso\". Ap\u00f3s seguir este procedimento, o seu cadastro estar\u00e1 terminado! Para acessar o sistema, clique novamente no bot\u00e3o \"Certificado Digital\", na tela de login do PJe\nCom login e senha Se voc\u00ea possui um certificado digital Insira o seu certificado digital em seu computador Na p\u00e1gina do PJe, clique no bot\u00e3o \"Certificado Digital\" Insira a senha do seu certificado digital Confirme as suas informa\u00e7\u00f5es pessoais no formul\u00e1rio apresentado Assine o \"Termo de Compromisso\" Na tela inicial de login do PJe, clique no bot\u00e3o \"Solicitar nova senha\" Informe o CPF/CNPJ e o e-mail cadastrado no PJe Clique no bot\u00e3o \"Solicitar\" Entre no e-mail informado e procure o e-mail enviado pelo PJe. Nele haver\u00e1 um link. Clique nele ou copie e cole o link na barra de endere\u00e7o do seu navegador Siga as instru\u00e7\u00f5es contidas no e-mail para o cadastro da sua senha Se voc\u00ea n\u00e3o possui certificado digital, por favor entre em contato com posto de atendimento do tribunal e obtenha as informa\u00e7\u00f5es necess\u00e1rias.\nInforma\u00e7\u00f5es Fale Conosco\nProcedimentos para abrir solicita\u00e7\u00e3o:\n1) Usu\u00e1rios externos: entrar em contato pelo telefone 61-3314-1620 ou encaminhar e-mail \u00e0 Central de Servi\u00e7os de Tecnologia da Informa\u00e7\u00e3o (csti@trf1.jus.br), com sugest\u00f5es, d\u00favidas ou relato de problemas t\u00e9cnicos, nesta hip\u00f3tese acompanhado de PrintScreen da tela de erro e descri\u00e7\u00e3o dos procedimentos realizados, com data e hor\u00e1rio da ocorr\u00eancia. Informamos que o e-mail da CSTI n\u00e3o poder\u00e1 ser utilizado para fins de peticionamento, de forma que documentos recebidos nesse sentido ser\u00e3o imediatamente descartados;\n2) Usu\u00e1rios internos: demandas relativas ao PJe, de qualquer natureza, devem ser encaminhadas via e-Sosti, observando-se, nos casos de problema t\u00e9cnico, a necessidade de anexar PrintScreen da tela de erro e descri\u00e7\u00e3o dos procedimentos realizados, com data e hor\u00e1rio da ocorr\u00eancia.\n\nFechar De que forma voc\u00ea gostaria de realizar assinatura digital e autentica\u00e7\u00e3o?\nModo utilizado atualmente no PJe, precisa ser instalado o Java no computador.\nClique aqui para instalar o PJeOffice.\nJ\u00e1 instalado em sua m\u00e1quina.\nVerificando ambiente...\nFechar Assinatura digital e autentica\u00e7\u00e3o utilizando PJeOffice\n\nClique aqui para instalar o PJeOffice.\nJ\u00e1 instalado em sua m\u00e1quina.\nVerificando ambiente...\n\nPJeOffice Indispon\u00edvel O aplicativo PJeOffice n\u00e3o est\u00e1 dispon\u00edvel!\n\nPor favor aguarde" }, { "header": "Texto Similar 3 (C\u00edvel) - IdDocumentoCompleto: 0032527-86.2014.4.01.3900-784837511", "text": "Exibir navega\u00e7\u00e3o\nProcesso Judicial Eletr\u00f4nico\nEntrar Formas de acesso Consulta processual Push Pr\u00e9-requisitos Manuais Fale conosco\n\nFale conosco\nInforma\u00e7\u00f5es Fale Conosco\nProcedimentos para abrir solicita\u00e7\u00e3o:\n1) Usu\u00e1rios externos: entrar em contato pelo telefone 61-3314-1620 ou encaminhar e-mail \u00e0 Central de Servi\u00e7os de Tecnologia da Informa\u00e7\u00e3o (csti@trf1.jus.br), com sugest\u00f5es, d\u00favidas ou relato de problemas t\u00e9cnicos, nesta hip\u00f3tese acompanhado de PrintScreen da tela de erro e descri\u00e7\u00e3o dos procedimentos realizados, com data e hor\u00e1rio da ocorr\u00eancia. Informamos que o e-mail da CSTI n\u00e3o poder\u00e1 ser utilizado para fins de peticionamento, de forma que documentos recebidos nesse sentido ser\u00e3o imediatamente descartados;\n2) Usu\u00e1rios internos: demandas relativas ao PJe, de qualquer natureza, devem ser encaminhadas via e-Sosti, observando-se, nos casos de problema t\u00e9cnico, a necessidade de anexar PrintScreen da tela de erro e descri\u00e7\u00e3o dos procedimentos realizados, com data e hor\u00e1rio da ocorr\u00eancia.\n\nJusti\u00e7a Federal da 1\u00aa Regi\u00e3o\nVaras e Juizados (1\u00ba grau)\n\nVoc\u00ea precisa estar logado para realizar esta opera\u00e7\u00e3o.\n\nFBYA4Ajx1VEhxEaMP1rlqrrblny6Ji4X Modo de assinatura Java Applet PJeOffice\nSaiba como obter o certificado digital\n\nCPF | CNPJ\nSenha\nNova Senha Confirma\u00e7\u00e3o\nSolicitar nova senha\n\nVersao 2.1.10.0-SNAPSHOT_TRF1 (5e5f775c) - Atualizado em 01/09/2022 - 23:54 -\nPr\u00e9-requisitos\nO PJe \u00e9 compat\u00edvel com os principais sistemas operacionais utilizados atualmente.\nPara acessar o PJe \u00e9 necess\u00e1rio possuir os seguintes itens:\n\nNavegador de Internet compat\u00edvel\n\nSeu navegador de Internet n\u00e3o foi homologado para o uso do PJe. Recomendamos que utilize o Mozilla Firefox\n\nVerificando se as popup's est\u00e3o habilitadas\n\nPopup's habilitadas\n\nPopup's desabilitadas em seu navegador de internet. No navegador Firefox, verifique em menu op\u00e7\u00f5es/conte\u00fado\n\nJava e plugins instalados\n\nVerifique se o plugin java est\u00e1 habilitado em seu navegador de internet (menu complementos/plugins).\nCaso n\u00e3o esteja instalado, clique aqui e baixe a vers\u00e3o atualizada\nSen\u00e3o o seu navegador de internet n\u00e3o acessa o Certificado Digital. Recomendamos utilizar o Mozilla Firefox. O seu navegador de internet acessar\u00e1 o PJe apenas por login e senha (h\u00e1 restri\u00e7\u00f5es ao utilizar este tipo de acesso)\n\nPJeOffice\n\nO PJeOffice est\u00e1 indispon\u00edvel ou n\u00e3o instalado\n1 - Para instalar o PJeOffice, clique aqui.\n2 - Para utilizar o Java Applet, clique aqui.\n\nVerificando o aplicativo...\nFormas de acesso Acesso com certificado digital\nPara se cadastrar no PJe \u00e9 necess\u00e1rio ter um certificado digital v\u00e1lido, do tipo A3, que perten\u00e7a \u00e0 cadeia ICP-Brasil, para mais informa\u00e7\u00f5es acesse o link Saiba como obter o certificado digital.\n\nProcedimentos para se cadastrar no PJe 1- Insira o seu certificado digital em seu computador. 2- Na p\u00e1gina de login do PJe, clique no bot\u00e3o Certificado digital. 3- Insira a senha do seu certificado digital. 4- Confirme as suas informa\u00e7\u00f5es pessoais no formul\u00e1rio apresentado. 5- Assine o Termo de Compromisso. Ap\u00f3s seguir este procedimento, o seu cadastro estar\u00e1 conclu\u00eddo.\nPara acessar o sistema, clique no bot\u00e3o Certificado digital na tela de login do PJe. Acesso com login e senha para quem j\u00e1 possui certificado digital\nPrimeiramente, \u00e9 necess\u00e1rio realizar o cadastro utilizando o certificado digital.\nPara acessar o sistema, clique no link \"Solicitar nova senha\" na tela de login do PJe, informe o CPF/CNPJ (apenas n\u00fameros), o e-mail cadastrado no sistema e clique no bot\u00e3o \"Solicitar\".\nO sistema encaminhar\u00e1 para o e-mail informado as instru\u00e7\u00f5es de cadastro de uma nova senha. Acesso para quem n\u00e3o possui o certificado digital\nPara quem que n\u00e3o possui certificado digital \u00e9 necess\u00e1rio dirigir-se pessoalmente a um posto de atendimento do Tribunal levando os seguintes documentos: uma c\u00f3pia do CPF, do RG (ou da OAB no caso de advogado) e um comprovante de resid\u00eancia.\nAp\u00f3s o cadastro, o sistema encaminhar\u00e1 para o e-mail informado as instru\u00e7\u00f5es de cadastro de uma nova senha.\nPara mais informa\u00e7\u00f5es sobre como acessar o PJe, acesse a wiki em Acesso ao PJe.\nManuais\nAcesse os guias r\u00e1pidos para utiliza\u00e7\u00e3o do PJe, de acordo com o seu perfil de usu\u00e1rio, pelos links abaixo Advogados http://www.pje.jus.br/wiki/index.php/Manual_do_Advogado Tribunais, varas e outros \u00f3rg\u00e3os http://www.pje.jus.br/wiki/index.php/Manual_dos_Representantes Pessoas f\u00edsicas n\u00e3o servidores e pessoas jur\u00eddicas http://www.pje.jus.br/wiki/index.php/Manual_do_Usuario_sem_representacao Mais informa\u00e7\u00f5es podem ser encontradas em http://www.cnj.jus.br/wikipje/index.php\n\nAguarde a inicializa\u00e7\u00e3o do certificado digital.\n\nVersao 2.1.10.0-SNAPSHOT_TRF1 (5e5f775c) - Atualizado em 01/09/2022 - 23:54\nSolicitar nova senha\n\nCPF / CNPJ\nEmail\n\nPrimeiro acesso\n\nO PJe permite o acesso com Certificado Digital e tamb\u00e9m atrav\u00e9s de login e senha.\n\nPara acessar o sistema utilizando login e senha (h\u00e1 restri\u00e7\u00f5es ao utilizar este tipo de acesso), por favor veja o Manual de configura\u00e7\u00e3o da utiliza\u00e7\u00e3o do PJe sem certificado digital em nossa wiki.\nCertificado Digital\nO certificado digital \u00e9 um dispositivo criptografico que armazena suas chaves p\u00fablicas e privadas, ou seja, a sua assinatura digital. Esse dispositivo pode ser um cart\u00e3o inteligente (smartcard) ou um token criptogr\u00e1fico.\nQuando utilizado um cart\u00e3o inteligente, \u00e9 necess\u00e1rio que o usu\u00e1rio disponha de uma leitora de smartcard devidamente instalada. Os aplicativos necess\u00e1rios \u00e0 utiliza\u00e7\u00e3o desses dispositivos devem ser fornecidos pela entidade onde foi adquirido o certificado digital.\nCertificado ICP-Brasil a assinatura de documentos no PJe somente pode ser feita utilizando certificados digitais do tipo A3, que pertence \u00e0 cadeia ICP-Brasil. A cadeia de certifica\u00e7\u00e3o deve ser instalada no computador do usu\u00e1rio, o que pode ser feito seguindo as instru\u00e7\u00f5es do reposit\u00f3rio das cadeias de certifica\u00e7\u00e3o do Instituto Nacional de Tecnologia da Informa\u00e7\u00e3o.\n\nVoc\u00ea pode utilizar o bot\u00e3o de Pr\u00e9-requisitos, que realizar\u00e1 um teste em seu computador, analisando os requisitos m\u00ednimos para se ter acesso ao PJe, inclusive a verifica\u00e7\u00e3o de seu certificado digital.\nOutros testes podem ser feitos no s\u00edtio de atendimento do contribuinte da Receita Federal do Brasil (e-CAC) ou utilizando o programa respons\u00e1vel pela administra\u00e7\u00e3o do certificado no seu computador.\nEm caso de problemas nos testes, ser\u00e1 necess\u00e1rio entrar em contato com seu fornecedor de certificado digital ou consultar um t\u00e9cnico especializado para configurar corretamente seu computador.\nEis alguns sites com dicas para instala\u00e7\u00e3o e configura\u00e7\u00e3o da leitora de certificados e de tokens criptogr\u00e1ficos: Certisign Autoridade Certificadora Brasileira de Registros Receita Federal do Brasil\nInstale os drivers da leitora de cart\u00e3o inteligente ou do token criptogr\u00e1fico. Instale a cadeia de certifica\u00e7\u00e3o da ICP-Brasil Instale o navegador Mozilla Firefox Instale ou atualize o Java Teste o uso de seu certificado digital no programa de gerenciamento do cart\u00e3o ou use a Verifica\u00e7\u00e3o de pr\u00e9-requisitos Este v\u00eddeo orienta o usu\u00e1rio sobre como proceder com rela\u00e7\u00e3o \u00e0 advert\u00eancia de seguran\u00e7a (site n\u00e3o confi\u00e1vel) emitida pelo browser.\n\nExistem duas formar de acesso ao PJe, com caracter\u00edsticas diferentes, dependendo das suas necessidades.\nO Push, permite apenas o recebimento de email, informando sobre as movimenta\u00e7\u00f5es dos seus processos.\nO acesso ao PJe pela tela de login com certificado digital \u00e9 a principal forma de acesso e permite, dentre outras coisas (dependendo do seu perfil de acesso), criar novos processos, inserir e abrir documentos em processos, responder intima\u00e7\u00f5es, receber e-mails informando sobre as movimenta\u00e7\u00f5es dos seus processos, etc.\nComo me cadastrar no Push?\nPara se cadastrar no Push \u00e9 necess\u00e1rio que o usu\u00e1rio n\u00e3o seja cadastrado no sistema com certificado digital ou com Usu\u00e1rio e Senha, pois o cadastro diretamente no PJe impede o cadastro no Push.\nCaso voc\u00ea seja cadastrado no PJe com certificado digital ou Usu\u00e1rio e Senha e queira acompanhar as movimenta\u00e7\u00f5es, acesse Menu Principal Processo Outras a\u00e7\u00f5es Incluir no PUSH\nProcedimentos para se cadastrar no Push Clique no link \"Push\", na tela inicial de login do PJe Clique no link \"Ainda n\u00e3o \u00e9 cadastrado?\", na tela do Push Insira o seu CPF, ou o CNPJ, e seu email (deve ser um e-mail v\u00e1lido, pois ser\u00e1 onde voc\u00ea receber\u00e1 o email de confirma\u00e7\u00e3o com o link para confirmar o cadastro) Clique em \"Confirmar\" Entre no email informado e abra o email enviado pelo Push e clique no link de confirma\u00e7ao ou copie e cole o link na barra de endere\u00e7o do seu navegador Preencha os seus dados pessoais e clique em \"Gravar\"\nComo me cadastrar no PJe?\nCom certificado digital\nPara se cadastrar no PJe \u00e9 necess\u00e1rio somente um certificado digital v\u00e1lido, do tipo A3, que perten\u00e7a \u00e0 cadeia ICP-Brasil (para mais explica\u00e7\u00f5es sobre os requisitos para acessar com certificado digital.\nProcedimentos para se cadastrar Insira o seu certificado digital em seu computador Na p\u00e1gina do PJe, clique no bot\u00e3o \"Certificado Digital\" Insira a senha do seu certificado digital Confirme as suas informa\u00e7\u00f5es pessoais no formul\u00e1rio apresentado Assine o \"Termo de Compromisso\". Ap\u00f3s seguir este procedimento, o seu cadastro estar\u00e1 terminado! Para acessar o sistema, clique novamente no bot\u00e3o \"Certificado Digital\", na tela de login do PJe\nCom login e senha Se voc\u00ea possui um certificado digital Insira o seu certificado digital em seu computador Na p\u00e1gina do PJe, clique no bot\u00e3o \"Certificado Digital\" Insira a senha do seu certificado digital Confirme as suas informa\u00e7\u00f5es pessoais no formul\u00e1rio apresentado Assine o \"Termo de Compromisso\" Na tela inicial de login do PJe, clique no bot\u00e3o \"Solicitar nova senha\" Informe o CPF/CNPJ e o e-mail cadastrado no PJe Clique no bot\u00e3o \"Solicitar\" Entre no e-mail informado e procure o e-mail enviado pelo PJe. Nele haver\u00e1 um link. Clique nele ou copie e cole o link na barra de endere\u00e7o do seu navegador Siga as instru\u00e7\u00f5es contidas no e-mail para o cadastro da sua senha Se voc\u00ea n\u00e3o possui certificado digital, por favor entre em contato com posto de atendimento do tribunal e obtenha as informa\u00e7\u00f5es necess\u00e1rias.\nInforma\u00e7\u00f5es Fale Conosco\nProcedimentos para abrir solicita\u00e7\u00e3o:\n1) Usu\u00e1rios externos: entrar em contato pelo telefone 61-3314-1620 ou encaminhar e-mail \u00e0 Central de Servi\u00e7os de Tecnologia da Informa\u00e7\u00e3o (csti@trf1.jus.br), com sugest\u00f5es, d\u00favidas ou relato de problemas t\u00e9cnicos, nesta hip\u00f3tese acompanhado de PrintScreen da tela de erro e descri\u00e7\u00e3o dos procedimentos realizados, com data e hor\u00e1rio da ocorr\u00eancia. Informamos que o e-mail da CSTI n\u00e3o poder\u00e1 ser utilizado para fins de peticionamento, de forma que documentos recebidos nesse sentido ser\u00e3o imediatamente descartados;\n2) Usu\u00e1rios internos: demandas relativas ao PJe, de qualquer natureza, devem ser encaminhadas via e-Sosti, observando-se, nos casos de problema t\u00e9cnico, a necessidade de anexar PrintScreen da tela de erro e descri\u00e7\u00e3o dos procedimentos realizados, com data e hor\u00e1rio da ocorr\u00eancia.\n\nFechar De que forma voc\u00ea gostaria de realizar assinatura digital e autentica\u00e7\u00e3o?\nModo utilizado atualmente no PJe, precisa ser instalado o Java no computador.\nClique aqui para instalar o PJeOffice.\nJ\u00e1 instalado em sua m\u00e1quina.\nVerificando ambiente...\nFechar Assinatura digital e autentica\u00e7\u00e3o utilizando PJeOffice\n\nClique aqui para instalar o PJeOffice.\nJ\u00e1 instalado em sua m\u00e1quina.\nVerificando ambiente...\n\nPJeOffice Indispon\u00edvel O aplicativo PJeOffice n\u00e3o est\u00e1 dispon\u00edvel!\n\nPor favor aguarde" }, { "header": "Texto Similar 4 (C\u00edvel) - IdDocumentoCompleto: 1028160-12.2022.4.01.4000-1300571258", "text": "Exibir navega\u00e7\u00e3o\nProcesso Judicial Eletr\u00f4nico\nEntrar Formas de acesso Consulta processual Push Pr\u00e9-requisitos Manuais Fale conosco\n\nFale conosco\nInforma\u00e7\u00f5es Fale Conosco\nProcedimentos para abrir solicita\u00e7\u00e3o:\n1) Usu\u00e1rios externos: entrar em contato pelo telefone 61-3314-1620 ou encaminhar e-mail \u00e0 Central de Servi\u00e7os de Tecnologia da Informa\u00e7\u00e3o (csti@trf1.jus.br), com sugest\u00f5es, d\u00favidas ou relato de problemas t\u00e9cnicos, nesta hip\u00f3tese acompanhado de PrintScreen da tela de erro e descri\u00e7\u00e3o dos procedimentos realizados, com data e hor\u00e1rio da ocorr\u00eancia. Informamos que o e-mail da CSTI n\u00e3o poder\u00e1 ser utilizado para fins de peticionamento, de forma que documentos recebidos nesse sentido ser\u00e3o imediatamente descartados;\n2) Usu\u00e1rios internos: demandas relativas ao PJe, de qualquer natureza, devem ser encaminhadas via e-Sosti, observando-se, nos casos de problema t\u00e9cnico, a necessidade de anexar PrintScreen da tela de erro e descri\u00e7\u00e3o dos procedimentos realizados, com data e hor\u00e1rio da ocorr\u00eancia.\n\nJusti\u00e7a Federal da 1\u00aa Regi\u00e3o\nVaras e Juizados (1\u00ba grau)\n\nVoc\u00ea precisa estar logado para realizar esta opera\u00e7\u00e3o.\n\nP52pGJdq4ScRbele7r9L53jAgrZctcsE Modo de assinatura Java Applet PJeOffice\nSaiba como obter o certificado digital\n\nCPF | CNPJ\nSenha\nNova Senha Confirma\u00e7\u00e3o\nSolicitar nova senha\n\nVersao 2.1.10.0-SNAPSHOT_TRF1 (5e5f775c) - Atualizado em 01/09/2022 - 23:54 -\nPr\u00e9-requisitos\nO PJe \u00e9 compat\u00edvel com os principais sistemas operacionais utilizados atualmente.\nPara acessar o PJe \u00e9 necess\u00e1rio possuir os seguintes itens:\n\nNavegador de Internet compat\u00edvel\n\nSeu navegador de Internet n\u00e3o foi homologado para o uso do PJe. Recomendamos que utilize o Mozilla Firefox\n\nVerificando se as popup's est\u00e3o habilitadas\n\nPopup's habilitadas\n\nPopup's desabilitadas em seu navegador de internet. No navegador Firefox, verifique em menu op\u00e7\u00f5es/conte\u00fado\n\nJava e plugins instalados\n\nVerifique se o plugin java est\u00e1 habilitado em seu navegador de internet (menu complementos/plugins).\nCaso n\u00e3o esteja instalado, clique aqui e baixe a vers\u00e3o atualizada\nSen\u00e3o o seu navegador de internet n\u00e3o acessa o Certificado Digital. Recomendamos utilizar o Mozilla Firefox. O seu navegador de internet acessar\u00e1 o PJe apenas por login e senha (h\u00e1 restri\u00e7\u00f5es ao utilizar este tipo de acesso)\n\nPJeOffice\n\nO PJeOffice est\u00e1 indispon\u00edvel ou n\u00e3o instalado\n1 - Para instalar o PJeOffice, clique aqui.\n2 - Para utilizar o Java Applet, clique aqui.\n\nVerificando o aplicativo...\nFormas de acesso Acesso com certificado digital\nPara se cadastrar no PJe \u00e9 necess\u00e1rio ter um certificado digital v\u00e1lido, do tipo A3, que perten\u00e7a \u00e0 cadeia ICP-Brasil, para mais informa\u00e7\u00f5es acesse o link Saiba como obter o certificado digital.\n\nProcedimentos para se cadastrar no PJe 1- Insira o seu certificado digital em seu computador. 2- Na p\u00e1gina de login do PJe, clique no bot\u00e3o Certificado digital. 3- Insira a senha do seu certificado digital. 4- Confirme as suas informa\u00e7\u00f5es pessoais no formul\u00e1rio apresentado. 5- Assine o Termo de Compromisso. Ap\u00f3s seguir este procedimento, o seu cadastro estar\u00e1 conclu\u00eddo.\nPara acessar o sistema, clique no bot\u00e3o Certificado digital na tela de login do PJe. Acesso com login e senha para quem j\u00e1 possui certificado digital\nPrimeiramente, \u00e9 necess\u00e1rio realizar o cadastro utilizando o certificado digital.\nPara acessar o sistema, clique no link \"Solicitar nova senha\" na tela de login do PJe, informe o CPF/CNPJ (apenas n\u00fameros), o e-mail cadastrado no sistema e clique no bot\u00e3o \"Solicitar\".\nO sistema encaminhar\u00e1 para o e-mail informado as instru\u00e7\u00f5es de cadastro de uma nova senha. Acesso para quem n\u00e3o possui o certificado digital\nPara quem que n\u00e3o possui certificado digital \u00e9 necess\u00e1rio dirigir-se pessoalmente a um posto de atendimento do Tribunal levando os seguintes documentos: uma c\u00f3pia do CPF, do RG (ou da OAB no caso de advogado) e um comprovante de resid\u00eancia.\nAp\u00f3s o cadastro, o sistema encaminhar\u00e1 para o e-mail informado as instru\u00e7\u00f5es de cadastro de uma nova senha.\nPara mais informa\u00e7\u00f5es sobre como acessar o PJe, acesse a wiki em Acesso ao PJe.\nManuais\nAcesse os guias r\u00e1pidos para utiliza\u00e7\u00e3o do PJe, de acordo com o seu perfil de usu\u00e1rio, pelos links abaixo Advogados http://www.pje.jus.br/wiki/index.php/Manual_do_Advogado Tribunais, varas e outros \u00f3rg\u00e3os http://www.pje.jus.br/wiki/index.php/Manual_dos_Representantes Pessoas f\u00edsicas n\u00e3o servidores e pessoas jur\u00eddicas http://www.pje.jus.br/wiki/index.php/Manual_do_Usuario_sem_representacao Mais informa\u00e7\u00f5es podem ser encontradas em http://www.cnj.jus.br/wikipje/index.php\n\nAguarde a inicializa\u00e7\u00e3o do certificado digital.\n\nVersao 2.1.10.0-SNAPSHOT_TRF1 (5e5f775c) - Atualizado em 01/09/2022 - 23:54\nSolicitar nova senha\n\nCPF / CNPJ\nEmail\n\nPrimeiro acesso\n\nO PJe permite o acesso com Certificado Digital e tamb\u00e9m atrav\u00e9s de login e senha.\n\nPara acessar o sistema utilizando login e senha (h\u00e1 restri\u00e7\u00f5es ao utilizar este tipo de acesso), por favor veja o Manual de configura\u00e7\u00e3o da utiliza\u00e7\u00e3o do PJe sem certificado digital em nossa wiki.\nCertificado Digital\nO certificado digital \u00e9 um dispositivo criptografico que armazena suas chaves p\u00fablicas e privadas, ou seja, a sua assinatura digital. Esse dispositivo pode ser um cart\u00e3o inteligente (smartcard) ou um token criptogr\u00e1fico.\nQuando utilizado um cart\u00e3o inteligente, \u00e9 necess\u00e1rio que o usu\u00e1rio disponha de uma leitora de smartcard devidamente instalada. Os aplicativos necess\u00e1rios \u00e0 utiliza\u00e7\u00e3o desses dispositivos devem ser fornecidos pela entidade onde foi adquirido o certificado digital.\nCertificado ICP-Brasil a assinatura de documentos no PJe somente pode ser feita utilizando certificados digitais do tipo A3, que pertence \u00e0 cadeia ICP-Brasil. A cadeia de certifica\u00e7\u00e3o deve ser instalada no computador do usu\u00e1rio, o que pode ser feito seguindo as instru\u00e7\u00f5es do reposit\u00f3rio das cadeias de certifica\u00e7\u00e3o do Instituto Nacional de Tecnologia da Informa\u00e7\u00e3o.\n\nVoc\u00ea pode utilizar o bot\u00e3o de Pr\u00e9-requisitos, que realizar\u00e1 um teste em seu computador, analisando os requisitos m\u00ednimos para se ter acesso ao PJe, inclusive a verifica\u00e7\u00e3o de seu certificado digital.\nOutros testes podem ser feitos no s\u00edtio de atendimento do contribuinte da Receita Federal do Brasil (e-CAC) ou utilizando o programa respons\u00e1vel pela administra\u00e7\u00e3o do certificado no seu computador.\nEm caso de problemas nos testes, ser\u00e1 necess\u00e1rio entrar em contato com seu fornecedor de certificado digital ou consultar um t\u00e9cnico especializado para configurar corretamente seu computador.\nEis alguns sites com dicas para instala\u00e7\u00e3o e configura\u00e7\u00e3o da leitora de certificados e de tokens criptogr\u00e1ficos: Certisign Autoridade Certificadora Brasileira de Registros Receita Federal do Brasil\nInstale os drivers da leitora de cart\u00e3o inteligente ou do token criptogr\u00e1fico. Instale a cadeia de certifica\u00e7\u00e3o da ICP-Brasil Instale o navegador Mozilla Firefox Instale ou atualize o Java Teste o uso de seu certificado digital no programa de gerenciamento do cart\u00e3o ou use a Verifica\u00e7\u00e3o de pr\u00e9-requisitos Este v\u00eddeo orienta o usu\u00e1rio sobre como proceder com rela\u00e7\u00e3o \u00e0 advert\u00eancia de seguran\u00e7a (site n\u00e3o confi\u00e1vel) emitida pelo browser.\n\nExistem duas formar de acesso ao PJe, com caracter\u00edsticas diferentes, dependendo das suas necessidades.\nO Push, permite apenas o recebimento de email, informando sobre as movimenta\u00e7\u00f5es dos seus processos.\nO acesso ao PJe pela tela de login com certificado digital \u00e9 a principal forma de acesso e permite, dentre outras coisas (dependendo do seu perfil de acesso), criar novos processos, inserir e abrir documentos em processos, responder intima\u00e7\u00f5es, receber e-mails informando sobre as movimenta\u00e7\u00f5es dos seus processos, etc.\nComo me cadastrar no Push?\nPara se cadastrar no Push \u00e9 necess\u00e1rio que o usu\u00e1rio n\u00e3o seja cadastrado no sistema com certificado digital ou com Usu\u00e1rio e Senha, pois o cadastro diretamente no PJe impede o cadastro no Push.\nCaso voc\u00ea seja cadastrado no PJe com certificado digital ou Usu\u00e1rio e Senha e queira acompanhar as movimenta\u00e7\u00f5es, acesse Menu Principal Processo Outras a\u00e7\u00f5es Incluir no PUSH\nProcedimentos para se cadastrar no Push Clique no link \"Push\", na tela inicial de login do PJe Clique no link \"Ainda n\u00e3o \u00e9 cadastrado?\", na tela do Push Insira o seu CPF, ou o CNPJ, e seu email (deve ser um e-mail v\u00e1lido, pois ser\u00e1 onde voc\u00ea receber\u00e1 o email de confirma\u00e7\u00e3o com o link para confirmar o cadastro) Clique em \"Confirmar\" Entre no email informado e abra o email enviado pelo Push e clique no link de confirma\u00e7ao ou copie e cole o link na barra de endere\u00e7o do seu navegador Preencha os seus dados pessoais e clique em \"Gravar\"\nComo me cadastrar no PJe?\nCom certificado digital\nPara se cadastrar no PJe \u00e9 necess\u00e1rio somente um certificado digital v\u00e1lido, do tipo A3, que perten\u00e7a \u00e0 cadeia ICP-Brasil (para mais explica\u00e7\u00f5es sobre os requisitos para acessar com certificado digital.\nProcedimentos para se cadastrar Insira o seu certificado digital em seu computador Na p\u00e1gina do PJe, clique no bot\u00e3o \"Certificado Digital\" Insira a senha do seu certificado digital Confirme as suas informa\u00e7\u00f5es pessoais no formul\u00e1rio apresentado Assine o \"Termo de Compromisso\". Ap\u00f3s seguir este procedimento, o seu cadastro estar\u00e1 terminado! Para acessar o sistema, clique novamente no bot\u00e3o \"Certificado Digital\", na tela de login do PJe\nCom login e senha Se voc\u00ea possui um certificado digital Insira o seu certificado digital em seu computador Na p\u00e1gina do PJe, clique no bot\u00e3o \"Certificado Digital\" Insira a senha do seu certificado digital Confirme as suas informa\u00e7\u00f5es pessoais no formul\u00e1rio apresentado Assine o \"Termo de Compromisso\" Na tela inicial de login do PJe, clique no bot\u00e3o \"Solicitar nova senha\" Informe o CPF/CNPJ e o e-mail cadastrado no PJe Clique no bot\u00e3o \"Solicitar\" Entre no e-mail informado e procure o e-mail enviado pelo PJe. Nele haver\u00e1 um link. Clique nele ou copie e cole o link na barra de endere\u00e7o do seu navegador Siga as instru\u00e7\u00f5es contidas no e-mail para o cadastro da sua senha Se voc\u00ea n\u00e3o possui certificado digital, por favor entre em contato com posto de atendimento do tribunal e obtenha as informa\u00e7\u00f5es necess\u00e1rias.\nInforma\u00e7\u00f5es Fale Conosco\nProcedimentos para abrir solicita\u00e7\u00e3o:\n1) Usu\u00e1rios externos: entrar em contato pelo telefone 61-3314-1620 ou encaminhar e-mail \u00e0 Central de Servi\u00e7os de Tecnologia da Informa\u00e7\u00e3o (csti@trf1.jus.br), com sugest\u00f5es, d\u00favidas ou relato de problemas t\u00e9cnicos, nesta hip\u00f3tese acompanhado de PrintScreen da tela de erro e descri\u00e7\u00e3o dos procedimentos realizados, com data e hor\u00e1rio da ocorr\u00eancia. Informamos que o e-mail da CSTI n\u00e3o poder\u00e1 ser utilizado para fins de peticionamento, de forma que documentos recebidos nesse sentido ser\u00e3o imediatamente descartados;\n2) Usu\u00e1rios internos: demandas relativas ao PJe, de qualquer natureza, devem ser encaminhadas via e-Sosti, observando-se, nos casos de problema t\u00e9cnico, a necessidade de anexar PrintScreen da tela de erro e descri\u00e7\u00e3o dos procedimentos realizados, com data e hor\u00e1rio da ocorr\u00eancia.\n\nFechar De que forma voc\u00ea gostaria de realizar assinatura digital e autentica\u00e7\u00e3o?\nModo utilizado atualmente no PJe, precisa ser instalado o Java no computador.\nClique aqui para instalar o PJeOffice.\nJ\u00e1 instalado em sua m\u00e1quina.\nVerificando ambiente...\nFechar Assinatura digital e autentica\u00e7\u00e3o utilizando PJeOffice\n\nClique aqui para instalar o PJeOffice.\nJ\u00e1 instalado em sua m\u00e1quina.\nVerificando ambiente...\n\nPJeOffice Indispon\u00edvel O aplicativo PJeOffice n\u00e3o est\u00e1 dispon\u00edvel!\n\nPor favor aguarde" }, { "header": "Texto Similar 5 (C\u00edvel) - IdDocumentoCompleto: 1009949-18.2022.4.01.3000-1301385293", "text": "Exibir navega\u00e7\u00e3o\nProcesso Judicial Eletr\u00f4nico\nEntrar Formas de acesso Consulta processual Push Pr\u00e9-requisitos Manuais Fale conosco\n\nFale conosco\nInforma\u00e7\u00f5es Fale Conosco\nProcedimentos para abrir solicita\u00e7\u00e3o:\n1) Usu\u00e1rios externos: entrar em contato pelo telefone 61-3314-1620 ou encaminhar e-mail \u00e0 Central de Servi\u00e7os de Tecnologia da Informa\u00e7\u00e3o (csti@trf1.jus.br), com sugest\u00f5es, d\u00favidas ou relato de problemas t\u00e9cnicos, nesta hip\u00f3tese acompanhado de PrintScreen da tela de erro e descri\u00e7\u00e3o dos procedimentos realizados, com data e hor\u00e1rio da ocorr\u00eancia. Informamos que o e-mail da CSTI n\u00e3o poder\u00e1 ser utilizado para fins de peticionamento, de forma que documentos recebidos nesse sentido ser\u00e3o imediatamente descartados;\n2) Usu\u00e1rios internos: demandas relativas ao PJe, de qualquer natureza, devem ser encaminhadas via e-Sosti, observando-se, nos casos de problema t\u00e9cnico, a necessidade de anexar PrintScreen da tela de erro e descri\u00e7\u00e3o dos procedimentos realizados, com data e hor\u00e1rio da ocorr\u00eancia.\n\nJusti\u00e7a Federal da 1\u00aa Regi\u00e3o\nVaras e Juizados (1\u00ba grau)\n\nVoc\u00ea precisa estar logado para realizar esta opera\u00e7\u00e3o.\n\nkvavfDxraj34RoM56WNBug4Q4X9GI95K Modo de assinatura Java Applet PJeOffice\nSaiba como obter o certificado digital\n\nCPF | CNPJ\nSenha\nNova Senha Confirma\u00e7\u00e3o\nSolicitar nova senha\n\nVersao 2.1.10.0-SNAPSHOT_TRF1 (5e5f775c) - Atualizado em 01/09/2022 - 23:54 -\nPr\u00e9-requisitos\nO PJe \u00e9 compat\u00edvel com os principais sistemas operacionais utilizados atualmente.\nPara acessar o PJe \u00e9 necess\u00e1rio possuir os seguintes itens:\n\nNavegador de Internet compat\u00edvel\n\nSeu navegador de Internet n\u00e3o foi homologado para o uso do PJe. Recomendamos que utilize o Mozilla Firefox\n\nVerificando se as popup's est\u00e3o habilitadas\n\nPopup's habilitadas\n\nPopup's desabilitadas em seu navegador de internet. No navegador Firefox, verifique em menu op\u00e7\u00f5es/conte\u00fado\n\nJava e plugins instalados\n\nVerifique se o plugin java est\u00e1 habilitado em seu navegador de internet (menu complementos/plugins).\nCaso n\u00e3o esteja instalado, clique aqui e baixe a vers\u00e3o atualizada\nSen\u00e3o o seu navegador de internet n\u00e3o acessa o Certificado Digital. Recomendamos utilizar o Mozilla Firefox. O seu navegador de internet acessar\u00e1 o PJe apenas por login e senha (h\u00e1 restri\u00e7\u00f5es ao utilizar este tipo de acesso)\n\nPJeOffice\n\nO PJeOffice est\u00e1 indispon\u00edvel ou n\u00e3o instalado\n1 - Para instalar o PJeOffice, clique aqui.\n2 - Para utilizar o Java Applet, clique aqui.\n\nVerificando o aplicativo...\nFormas de acesso Acesso com certificado digital\nPara se cadastrar no PJe \u00e9 necess\u00e1rio ter um certificado digital v\u00e1lido, do tipo A3, que perten\u00e7a \u00e0 cadeia ICP-Brasil, para mais informa\u00e7\u00f5es acesse o link Saiba como obter o certificado digital.\n\nProcedimentos para se cadastrar no PJe 1- Insira o seu certificado digital em seu computador. 2- Na p\u00e1gina de login do PJe, clique no bot\u00e3o Certificado digital. 3- Insira a senha do seu certificado digital. 4- Confirme as suas informa\u00e7\u00f5es pessoais no formul\u00e1rio apresentado. 5- Assine o Termo de Compromisso. Ap\u00f3s seguir este procedimento, o seu cadastro estar\u00e1 conclu\u00eddo.\nPara acessar o sistema, clique no bot\u00e3o Certificado digital na tela de login do PJe. Acesso com login e senha para quem j\u00e1 possui certificado digital\nPrimeiramente, \u00e9 necess\u00e1rio realizar o cadastro utilizando o certificado digital.\nPara acessar o sistema, clique no link \"Solicitar nova senha\" na tela de login do PJe, informe o CPF/CNPJ (apenas n\u00fameros), o e-mail cadastrado no sistema e clique no bot\u00e3o \"Solicitar\".\nO sistema encaminhar\u00e1 para o e-mail informado as instru\u00e7\u00f5es de cadastro de uma nova senha. Acesso para quem n\u00e3o possui o certificado digital\nPara quem que n\u00e3o possui certificado digital \u00e9 necess\u00e1rio dirigir-se pessoalmente a um posto de atendimento do Tribunal levando os seguintes documentos: uma c\u00f3pia do CPF, do RG (ou da OAB no caso de advogado) e um comprovante de resid\u00eancia.\nAp\u00f3s o cadastro, o sistema encaminhar\u00e1 para o e-mail informado as instru\u00e7\u00f5es de cadastro de uma nova senha.\nPara mais informa\u00e7\u00f5es sobre como acessar o PJe, acesse a wiki em Acesso ao PJe.\nManuais\nAcesse os guias r\u00e1pidos para utiliza\u00e7\u00e3o do PJe, de acordo com o seu perfil de usu\u00e1rio, pelos links abaixo Advogados http://www.pje.jus.br/wiki/index.php/Manual_do_Advogado Tribunais, varas e outros \u00f3rg\u00e3os http://www.pje.jus.br/wiki/index.php/Manual_dos_Representantes Pessoas f\u00edsicas n\u00e3o servidores e pessoas jur\u00eddicas http://www.pje.jus.br/wiki/index.php/Manual_do_Usuario_sem_representacao Mais informa\u00e7\u00f5es podem ser encontradas em http://www.cnj.jus.br/wikipje/index.php\n\nAguarde a inicializa\u00e7\u00e3o do certificado digital.\n\nVersao 2.1.10.0-SNAPSHOT_TRF1 (5e5f775c) - Atualizado em 01/09/2022 - 23:54\nSolicitar nova senha\n\nCPF / CNPJ\nEmail\n\nPrimeiro acesso\n\nO PJe permite o acesso com Certificado Digital e tamb\u00e9m atrav\u00e9s de login e senha.\n\nPara acessar o sistema utilizando login e senha (h\u00e1 restri\u00e7\u00f5es ao utilizar este tipo de acesso), por favor veja o Manual de configura\u00e7\u00e3o da utiliza\u00e7\u00e3o do PJe sem certificado digital em nossa wiki.\nCertificado Digital\nO certificado digital \u00e9 um dispositivo criptografico que armazena suas chaves p\u00fablicas e privadas, ou seja, a sua assinatura digital. Esse dispositivo pode ser um cart\u00e3o inteligente (smartcard) ou um token criptogr\u00e1fico.\nQuando utilizado um cart\u00e3o inteligente, \u00e9 necess\u00e1rio que o usu\u00e1rio disponha de uma leitora de smartcard devidamente instalada. Os aplicativos necess\u00e1rios \u00e0 utiliza\u00e7\u00e3o desses dispositivos devem ser fornecidos pela entidade onde foi adquirido o certificado digital.\nCertificado ICP-Brasil a assinatura de documentos no PJe somente pode ser feita utilizando certificados digitais do tipo A3, que pertence \u00e0 cadeia ICP-Brasil. A cadeia de certifica\u00e7\u00e3o deve ser instalada no computador do usu\u00e1rio, o que pode ser feito seguindo as instru\u00e7\u00f5es do reposit\u00f3rio das cadeias de certifica\u00e7\u00e3o do Instituto Nacional de Tecnologia da Informa\u00e7\u00e3o.\n\nVoc\u00ea pode utilizar o bot\u00e3o de Pr\u00e9-requisitos, que realizar\u00e1 um teste em seu computador, analisando os requisitos m\u00ednimos para se ter acesso ao PJe, inclusive a verifica\u00e7\u00e3o de seu certificado digital.\nOutros testes podem ser feitos no s\u00edtio de atendimento do contribuinte da Receita Federal do Brasil (e-CAC) ou utilizando o programa respons\u00e1vel pela administra\u00e7\u00e3o do certificado no seu computador.\nEm caso de problemas nos testes, ser\u00e1 necess\u00e1rio entrar em contato com seu fornecedor de certificado digital ou consultar um t\u00e9cnico especializado para configurar corretamente seu computador.\nEis alguns sites com dicas para instala\u00e7\u00e3o e configura\u00e7\u00e3o da leitora de certificados e de tokens criptogr\u00e1ficos: Certisign Autoridade Certificadora Brasileira de Registros Receita Federal do Brasil\nInstale os drivers da leitora de cart\u00e3o inteligente ou do token criptogr\u00e1fico. Instale a cadeia de certifica\u00e7\u00e3o da ICP-Brasil Instale o navegador Mozilla Firefox Instale ou atualize o Java Teste o uso de seu certificado digital no programa de gerenciamento do cart\u00e3o ou use a Verifica\u00e7\u00e3o de pr\u00e9-requisitos Este v\u00eddeo orienta o usu\u00e1rio sobre como proceder com rela\u00e7\u00e3o \u00e0 advert\u00eancia de seguran\u00e7a (site n\u00e3o confi\u00e1vel) emitida pelo browser.\n\nExistem duas formar de acesso ao PJe, com caracter\u00edsticas diferentes, dependendo das suas necessidades.\nO Push, permite apenas o recebimento de email, informando sobre as movimenta\u00e7\u00f5es dos seus processos.\nO acesso ao PJe pela tela de login com certificado digital \u00e9 a principal forma de acesso e permite, dentre outras coisas (dependendo do seu perfil de acesso), criar novos processos, inserir e abrir documentos em processos, responder intima\u00e7\u00f5es, receber e-mails informando sobre as movimenta\u00e7\u00f5es dos seus processos, etc.\nComo me cadastrar no Push?\nPara se cadastrar no Push \u00e9 necess\u00e1rio que o usu\u00e1rio n\u00e3o seja cadastrado no sistema com certificado digital ou com Usu\u00e1rio e Senha, pois o cadastro diretamente no PJe impede o cadastro no Push.\nCaso voc\u00ea seja cadastrado no PJe com certificado digital ou Usu\u00e1rio e Senha e queira acompanhar as movimenta\u00e7\u00f5es, acesse Menu Principal Processo Outras a\u00e7\u00f5es Incluir no PUSH\nProcedimentos para se cadastrar no Push Clique no link \"Push\", na tela inicial de login do PJe Clique no link \"Ainda n\u00e3o \u00e9 cadastrado?\", na tela do Push Insira o seu CPF, ou o CNPJ, e seu email (deve ser um e-mail v\u00e1lido, pois ser\u00e1 onde voc\u00ea receber\u00e1 o email de confirma\u00e7\u00e3o com o link para confirmar o cadastro) Clique em \"Confirmar\" Entre no email informado e abra o email enviado pelo Push e clique no link de confirma\u00e7ao ou copie e cole o link na barra de endere\u00e7o do seu navegador Preencha os seus dados pessoais e clique em \"Gravar\"\nComo me cadastrar no PJe?\nCom certificado digital\nPara se cadastrar no PJe \u00e9 necess\u00e1rio somente um certificado digital v\u00e1lido, do tipo A3, que perten\u00e7a \u00e0 cadeia ICP-Brasil (para mais explica\u00e7\u00f5es sobre os requisitos para acessar com certificado digital.\nProcedimentos para se cadastrar Insira o seu certificado digital em seu computador Na p\u00e1gina do PJe, clique no bot\u00e3o \"Certificado Digital\" Insira a senha do seu certificado digital Confirme as suas informa\u00e7\u00f5es pessoais no formul\u00e1rio apresentado Assine o \"Termo de Compromisso\". Ap\u00f3s seguir este procedimento, o seu cadastro estar\u00e1 terminado! Para acessar o sistema, clique novamente no bot\u00e3o \"Certificado Digital\", na tela de login do PJe\nCom login e senha Se voc\u00ea possui um certificado digital Insira o seu certificado digital em seu computador Na p\u00e1gina do PJe, clique no bot\u00e3o \"Certificado Digital\" Insira a senha do seu certificado digital Confirme as suas informa\u00e7\u00f5es pessoais no formul\u00e1rio apresentado Assine o \"Termo de Compromisso\" Na tela inicial de login do PJe, clique no bot\u00e3o \"Solicitar nova senha\" Informe o CPF/CNPJ e o e-mail cadastrado no PJe Clique no bot\u00e3o \"Solicitar\" Entre no e-mail informado e procure o e-mail enviado pelo PJe. Nele haver\u00e1 um link. Clique nele ou copie e cole o link na barra de endere\u00e7o do seu navegador Siga as instru\u00e7\u00f5es contidas no e-mail para o cadastro da sua senha Se voc\u00ea n\u00e3o possui certificado digital, por favor entre em contato com posto de atendimento do tribunal e obtenha as informa\u00e7\u00f5es necess\u00e1rias.\nInforma\u00e7\u00f5es Fale Conosco\nProcedimentos para abrir solicita\u00e7\u00e3o:\n1) Usu\u00e1rios externos: entrar em contato pelo telefone 61-3314-1620 ou encaminhar e-mail \u00e0 Central de Servi\u00e7os de Tecnologia da Informa\u00e7\u00e3o (csti@trf1.jus.br), com sugest\u00f5es, d\u00favidas ou relato de problemas t\u00e9cnicos, nesta hip\u00f3tese acompanhado de PrintScreen da tela de erro e descri\u00e7\u00e3o dos procedimentos realizados, com data e hor\u00e1rio da ocorr\u00eancia. Informamos que o e-mail da CSTI n\u00e3o poder\u00e1 ser utilizado para fins de peticionamento, de forma que documentos recebidos nesse sentido ser\u00e3o imediatamente descartados;\n2) Usu\u00e1rios internos: demandas relativas ao PJe, de qualquer natureza, devem ser encaminhadas via e-Sosti, observando-se, nos casos de problema t\u00e9cnico, a necessidade de anexar PrintScreen da tela de erro e descri\u00e7\u00e3o dos procedimentos realizados, com data e hor\u00e1rio da ocorr\u00eancia.\n\nFechar De que forma voc\u00ea gostaria de realizar assinatura digital e autentica\u00e7\u00e3o?\nModo utilizado atualmente no PJe, precisa ser instalado o Java no computador.\nClique aqui para instalar o PJeOffice.\nJ\u00e1 instalado em sua m\u00e1quina.\nVerificando ambiente...\nFechar Assinatura digital e autentica\u00e7\u00e3o utilizando PJeOffice\n\nClique aqui para instalar o PJeOffice.\nJ\u00e1 instalado em sua m\u00e1quina.\nVerificando ambiente...\n\nPJeOffice Indispon\u00edvel O aplicativo PJeOffice n\u00e3o est\u00e1 dispon\u00edvel!\n\nPor favor aguarde" } ], "similar_texts_federais_solon": [ { "header": "Texto Similar 1 (Solon) - IdDocumentoCompleto: 0026353-56.2017.4.01.3900-782443968", "text": "Exibir navega\u00e7\u00e3o\nProcesso Judicial Eletr\u00f4nico\nEntrar Formas de acesso Consulta processual Push Pr\u00e9-requisitos Manuais Fale conosco\n\nFale conosco\nInforma\u00e7\u00f5es Fale Conosco\nProcedimentos para abrir solicita\u00e7\u00e3o:\n1) Usu\u00e1rios externos: entrar em contato pelo telefone 61-3314-1620 ou encaminhar e-mail \u00e0 Central de Servi\u00e7os de Tecnologia da Informa\u00e7\u00e3o (csti@trf1.jus.br), com sugest\u00f5es, d\u00favidas ou relato de problemas t\u00e9cnicos, nesta hip\u00f3tese acompanhado de PrintScreen da tela de erro e descri\u00e7\u00e3o dos procedimentos realizados, com data e hor\u00e1rio da ocorr\u00eancia. Informamos que o e-mail da CSTI n\u00e3o poder\u00e1 ser utilizado para fins de peticionamento, de forma que documentos recebidos nesse sentido ser\u00e3o imediatamente descartados;\n2) Usu\u00e1rios internos: demandas relativas ao PJe, de qualquer natureza, devem ser encaminhadas via e-Sosti, observando-se, nos casos de problema t\u00e9cnico, a necessidade de anexar PrintScreen da tela de erro e descri\u00e7\u00e3o dos procedimentos realizados, com data e hor\u00e1rio da ocorr\u00eancia.\n\nJusti\u00e7a Federal da 1\u00aa Regi\u00e3o\nVaras e Juizados (1\u00ba grau)\n\nVoc\u00ea precisa estar logado para realizar esta opera\u00e7\u00e3o.\n\nevWsMLUd0jx24G7uB7HG4V2n2GxQG93V Modo de assinatura Java Applet PJeOffice\nSaiba como obter o certificado digital\n\nCPF | CNPJ\nSenha\nNova Senha Confirma\u00e7\u00e3o\nSolicitar nova senha\n\nVersao 2.1.10.0-SNAPSHOT_TRF1 (5e5f775c) - Atualizado em 01/09/2022 - 23:54 -\nPr\u00e9-requisitos\nO PJe \u00e9 compat\u00edvel com os principais sistemas operacionais utilizados atualmente.\nPara acessar o PJe \u00e9 necess\u00e1rio possuir os seguintes itens:\n\nNavegador de Internet compat\u00edvel\n\nSeu navegador de Internet n\u00e3o foi homologado para o uso do PJe. Recomendamos que utilize o Mozilla Firefox\n\nVerificando se as popup's est\u00e3o habilitadas\n\nPopup's habilitadas\n\nPopup's desabilitadas em seu navegador de internet. No navegador Firefox, verifique em menu op\u00e7\u00f5es/conte\u00fado\n\nJava e plugins instalados\n\nVerifique se o plugin java est\u00e1 habilitado em seu navegador de internet (menu complementos/plugins).\nCaso n\u00e3o esteja instalado, clique aqui e baixe a vers\u00e3o atualizada\nSen\u00e3o o seu navegador de internet n\u00e3o acessa o Certificado Digital. Recomendamos utilizar o Mozilla Firefox. O seu navegador de internet acessar\u00e1 o PJe apenas por login e senha (h\u00e1 restri\u00e7\u00f5es ao utilizar este tipo de acesso)\n\nPJeOffice\n\nO PJeOffice est\u00e1 indispon\u00edvel ou n\u00e3o instalado\n1 - Para instalar o PJeOffice, clique aqui.\n2 - Para utilizar o Java Applet, clique aqui.\n\nVerificando o aplicativo...\nFormas de acesso Acesso com certificado digital\nPara se cadastrar no PJe \u00e9 necess\u00e1rio ter um certificado digital v\u00e1lido, do tipo A3, que perten\u00e7a \u00e0 cadeia ICP-Brasil, para mais informa\u00e7\u00f5es acesse o link Saiba como obter o certificado digital.\n\nProcedimentos para se cadastrar no PJe 1- Insira o seu certificado digital em seu computador. 2- Na p\u00e1gina de login do PJe, clique no bot\u00e3o Certificado digital. 3- Insira a senha do seu certificado digital. 4- Confirme as suas informa\u00e7\u00f5es pessoais no formul\u00e1rio apresentado. 5- Assine o Termo de Compromisso. Ap\u00f3s seguir este procedimento, o seu cadastro estar\u00e1 conclu\u00eddo.\nPara acessar o sistema, clique no bot\u00e3o Certificado digital na tela de login do PJe. Acesso com login e senha para quem j\u00e1 possui certificado digital\nPrimeiramente, \u00e9 necess\u00e1rio realizar o cadastro utilizando o certificado digital.\nPara acessar o sistema, clique no link \"Solicitar nova senha\" na tela de login do PJe, informe o CPF/CNPJ (apenas n\u00fameros), o e-mail cadastrado no sistema e clique no bot\u00e3o \"Solicitar\".\nO sistema encaminhar\u00e1 para o e-mail informado as instru\u00e7\u00f5es de cadastro de uma nova senha. Acesso para quem n\u00e3o possui o certificado digital\nPara quem que n\u00e3o possui certificado digital \u00e9 necess\u00e1rio dirigir-se pessoalmente a um posto de atendimento do Tribunal levando os seguintes documentos: uma c\u00f3pia do CPF, do RG (ou da OAB no caso de advogado) e um comprovante de resid\u00eancia.\nAp\u00f3s o cadastro, o sistema encaminhar\u00e1 para o e-mail informado as instru\u00e7\u00f5es de cadastro de uma nova senha.\nPara mais informa\u00e7\u00f5es sobre como acessar o PJe, acesse a wiki em Acesso ao PJe.\nManuais\nAcesse os guias r\u00e1pidos para utiliza\u00e7\u00e3o do PJe, de acordo com o seu perfil de usu\u00e1rio, pelos links abaixo Advogados http://www.pje.jus.br/wiki/index.php/Manual_do_Advogado Tribunais, varas e outros \u00f3rg\u00e3os http://www.pje.jus.br/wiki/index.php/Manual_dos_Representantes Pessoas f\u00edsicas n\u00e3o servidores e pessoas jur\u00eddicas http://www.pje.jus.br/wiki/index.php/Manual_do_Usuario_sem_representacao Mais informa\u00e7\u00f5es podem ser encontradas em http://www.cnj.jus.br/wikipje/index.php\n\nAguarde a inicializa\u00e7\u00e3o do certificado digital.\n\nVersao 2.1.10.0-SNAPSHOT_TRF1 (5e5f775c) - Atualizado em 01/09/2022 - 23:54\nSolicitar nova senha\n\nCPF / CNPJ\nEmail\n\nPrimeiro acesso\n\nO PJe permite o acesso com Certificado Digital e tamb\u00e9m atrav\u00e9s de login e senha.\n\nPara acessar o sistema utilizando login e senha (h\u00e1 restri\u00e7\u00f5es ao utilizar este tipo de acesso), por favor veja o Manual de configura\u00e7\u00e3o da utiliza\u00e7\u00e3o do PJe sem certificado digital em nossa wiki.\nCertificado Digital\nO certificado digital \u00e9 um dispositivo criptografico que armazena suas chaves p\u00fablicas e privadas, ou seja, a sua assinatura digital. Esse dispositivo pode ser um cart\u00e3o inteligente (smartcard) ou um token criptogr\u00e1fico.\nQuando utilizado um cart\u00e3o inteligente, \u00e9 necess\u00e1rio que o usu\u00e1rio disponha de uma leitora de smartcard devidamente instalada. Os aplicativos necess\u00e1rios \u00e0 utiliza\u00e7\u00e3o desses dispositivos devem ser fornecidos pela entidade onde foi adquirido o certificado digital.\nCertificado ICP-Brasil a assinatura de documentos no PJe somente pode ser feita utilizando certificados digitais do tipo A3, que pertence \u00e0 cadeia ICP-Brasil. A cadeia de certifica\u00e7\u00e3o deve ser instalada no computador do usu\u00e1rio, o que pode ser feito seguindo as instru\u00e7\u00f5es do reposit\u00f3rio das cadeias de certifica\u00e7\u00e3o do Instituto Nacional de Tecnologia da Informa\u00e7\u00e3o.\n\nVoc\u00ea pode utilizar o bot\u00e3o de Pr\u00e9-requisitos, que realizar\u00e1 um teste em seu computador, analisando os requisitos m\u00ednimos para se ter acesso ao PJe, inclusive a verifica\u00e7\u00e3o de seu certificado digital.\nOutros testes podem ser feitos no s\u00edtio de atendimento do contribuinte da Receita Federal do Brasil (e-CAC) ou utilizando o programa respons\u00e1vel pela administra\u00e7\u00e3o do certificado no seu computador.\nEm caso de problemas nos testes, ser\u00e1 necess\u00e1rio entrar em contato com seu fornecedor de certificado digital ou consultar um t\u00e9cnico especializado para configurar corretamente seu computador.\nEis alguns sites com dicas para instala\u00e7\u00e3o e configura\u00e7\u00e3o da leitora de certificados e de tokens criptogr\u00e1ficos: Certisign Autoridade Certificadora Brasileira de Registros Receita Federal do Brasil\nInstale os drivers da leitora de cart\u00e3o inteligente ou do token criptogr\u00e1fico. Instale a cadeia de certifica\u00e7\u00e3o da ICP-Brasil Instale o navegador Mozilla Firefox Instale ou atualize o Java Teste o uso de seu certificado digital no programa de gerenciamento do cart\u00e3o ou use a Verifica\u00e7\u00e3o de pr\u00e9-requisitos Este v\u00eddeo orienta o usu\u00e1rio sobre como proceder com rela\u00e7\u00e3o \u00e0 advert\u00eancia de seguran\u00e7a (site n\u00e3o confi\u00e1vel) emitida pelo browser.\n\nExistem duas formar de acesso ao PJe, com caracter\u00edsticas diferentes, dependendo das suas necessidades.\nO Push, permite apenas o recebimento de email, informando sobre as movimenta\u00e7\u00f5es dos seus processos.\nO acesso ao PJe pela tela de login com certificado digital \u00e9 a principal forma de acesso e permite, dentre outras coisas (dependendo do seu perfil de acesso), criar novos processos, inserir e abrir documentos em processos, responder intima\u00e7\u00f5es, receber e-mails informando sobre as movimenta\u00e7\u00f5es dos seus processos, etc.\nComo me cadastrar no Push?\nPara se cadastrar no Push \u00e9 necess\u00e1rio que o usu\u00e1rio n\u00e3o seja cadastrado no sistema com certificado digital ou com Usu\u00e1rio e Senha, pois o cadastro diretamente no PJe impede o cadastro no Push.\nCaso voc\u00ea seja cadastrado no PJe com certificado digital ou Usu\u00e1rio e Senha e queira acompanhar as movimenta\u00e7\u00f5es, acesse Menu Principal Processo Outras a\u00e7\u00f5es Incluir no PUSH\nProcedimentos para se cadastrar no Push Clique no link \"Push\", na tela inicial de login do PJe Clique no link \"Ainda n\u00e3o \u00e9 cadastrado?\", na tela do Push Insira o seu CPF, ou o CNPJ, e seu email (deve ser um e-mail v\u00e1lido, pois ser\u00e1 onde voc\u00ea receber\u00e1 o email de confirma\u00e7\u00e3o com o link para confirmar o cadastro) Clique em \"Confirmar\" Entre no email informado e abra o email enviado pelo Push e clique no link de confirma\u00e7ao ou copie e cole o link na barra de endere\u00e7o do seu navegador Preencha os seus dados pessoais e clique em \"Gravar\"\nComo me cadastrar no PJe?\nCom certificado digital\nPara se cadastrar no PJe \u00e9 necess\u00e1rio somente um certificado digital v\u00e1lido, do tipo A3, que perten\u00e7a \u00e0 cadeia ICP-Brasil (para mais explica\u00e7\u00f5es sobre os requisitos para acessar com certificado digital.\nProcedimentos para se cadastrar Insira o seu certificado digital em seu computador Na p\u00e1gina do PJe, clique no bot\u00e3o \"Certificado Digital\" Insira a senha do seu certificado digital Confirme as suas informa\u00e7\u00f5es pessoais no formul\u00e1rio apresentado Assine o \"Termo de Compromisso\". Ap\u00f3s seguir este procedimento, o seu cadastro estar\u00e1 terminado! Para acessar o sistema, clique novamente no bot\u00e3o \"Certificado Digital\", na tela de login do PJe\nCom login e senha Se voc\u00ea possui um certificado digital Insira o seu certificado digital em seu computador Na p\u00e1gina do PJe, clique no bot\u00e3o \"Certificado Digital\" Insira a senha do seu certificado digital Confirme as suas informa\u00e7\u00f5es pessoais no formul\u00e1rio apresentado Assine o \"Termo de Compromisso\" Na tela inicial de login do PJe, clique no bot\u00e3o \"Solicitar nova senha\" Informe o CPF/CNPJ e o e-mail cadastrado no PJe Clique no bot\u00e3o \"Solicitar\" Entre no e-mail informado e procure o e-mail enviado pelo PJe. Nele haver\u00e1 um link. Clique nele ou copie e cole o link na barra de endere\u00e7o do seu navegador Siga as instru\u00e7\u00f5es contidas no e-mail para o cadastro da sua senha Se voc\u00ea n\u00e3o possui certificado digital, por favor entre em contato com posto de atendimento do tribunal e obtenha as informa\u00e7\u00f5es necess\u00e1rias.\nInforma\u00e7\u00f5es Fale Conosco\nProcedimentos para abrir solicita\u00e7\u00e3o:\n1) Usu\u00e1rios externos: entrar em contato pelo telefone 61-3314-1620 ou encaminhar e-mail \u00e0 Central de Servi\u00e7os de Tecnologia da Informa\u00e7\u00e3o (csti@trf1.jus.br), com sugest\u00f5es, d\u00favidas ou relato de problemas t\u00e9cnicos, nesta hip\u00f3tese acompanhado de PrintScreen da tela de erro e descri\u00e7\u00e3o dos procedimentos realizados, com data e hor\u00e1rio da ocorr\u00eancia. Informamos que o e-mail da CSTI n\u00e3o poder\u00e1 ser utilizado para fins de peticionamento, de forma que documentos recebidos nesse sentido ser\u00e3o imediatamente descartados;\n2) Usu\u00e1rios internos: demandas relativas ao PJe, de qualquer natureza, devem ser encaminhadas via e-Sosti, observando-se, nos casos de problema t\u00e9cnico, a necessidade de anexar PrintScreen da tela de erro e descri\u00e7\u00e3o dos procedimentos realizados, com data e hor\u00e1rio da ocorr\u00eancia.\n\nFechar De que forma voc\u00ea gostaria de realizar assinatura digital e autentica\u00e7\u00e3o?\nModo utilizado atualmente no PJe, precisa ser instalado o Java no computador.\nClique aqui para instalar o PJeOffice.\nJ\u00e1 instalado em sua m\u00e1quina.\nVerificando ambiente...\nFechar Assinatura digital e autentica\u00e7\u00e3o utilizando PJeOffice\n\nClique aqui para instalar o PJeOffice.\nJ\u00e1 instalado em sua m\u00e1quina.\nVerificando ambiente...\n\nPJeOffice Indispon\u00edvel O aplicativo PJeOffice n\u00e3o est\u00e1 dispon\u00edvel!\n\nPor favor aguarde" }, { "header": "Texto Similar 2 (Solon) - IdDocumentoCompleto: 0018321-28.2018.4.01.3900-715932994", "text": "Exibir navega\u00e7\u00e3o\nProcesso Judicial Eletr\u00f4nico\nEntrar Formas de acesso Consulta processual Push Pr\u00e9-requisitos Manuais Fale conosco\n\nFale conosco\nInforma\u00e7\u00f5es Fale Conosco\nProcedimentos para abrir solicita\u00e7\u00e3o:\n1) Usu\u00e1rios externos: entrar em contato pelo telefone 61-3314-1620 ou encaminhar e-mail \u00e0 Central de Servi\u00e7os de Tecnologia da Informa\u00e7\u00e3o (csti@trf1.jus.br), com sugest\u00f5es, d\u00favidas ou relato de problemas t\u00e9cnicos, nesta hip\u00f3tese acompanhado de PrintScreen da tela de erro e descri\u00e7\u00e3o dos procedimentos realizados, com data e hor\u00e1rio da ocorr\u00eancia. Informamos que o e-mail da CSTI n\u00e3o poder\u00e1 ser utilizado para fins de peticionamento, de forma que documentos recebidos nesse sentido ser\u00e3o imediatamente descartados;\n2) Usu\u00e1rios internos: demandas relativas ao PJe, de qualquer natureza, devem ser encaminhadas via e-Sosti, observando-se, nos casos de problema t\u00e9cnico, a necessidade de anexar PrintScreen da tela de erro e descri\u00e7\u00e3o dos procedimentos realizados, com data e hor\u00e1rio da ocorr\u00eancia.\n\nJusti\u00e7a Federal da 1\u00aa Regi\u00e3o\nVaras e Juizados (1\u00ba grau)\n\nVoc\u00ea precisa estar logado para realizar esta opera\u00e7\u00e3o.\n\nXF7VDsxgCT0aOl5BGY5LwB1RmkZWqcAN Modo de assinatura Java Applet PJeOffice\nSaiba como obter o certificado digital\n\nCPF | CNPJ\nSenha\nNova Senha Confirma\u00e7\u00e3o\nSolicitar nova senha\n\nVersao 2.1.10.0-SNAPSHOT_TRF1 (8a14750c) - Atualizado em 16/08/2022 - 23:54 -\nPr\u00e9-requisitos\nO PJe \u00e9 compat\u00edvel com os principais sistemas operacionais utilizados atualmente.\nPara acessar o PJe \u00e9 necess\u00e1rio possuir os seguintes itens:\n\nNavegador de Internet compat\u00edvel\n\nSeu navegador de Internet n\u00e3o foi homologado para o uso do PJe. Recomendamos que utilize o Mozilla Firefox\n\nVerificando se as popup's est\u00e3o habilitadas\n\nPopup's habilitadas\n\nPopup's desabilitadas em seu navegador de internet. No navegador Firefox, verifique em menu op\u00e7\u00f5es/conte\u00fado\n\nJava e plugins instalados\n\nVerifique se o plugin java est\u00e1 habilitado em seu navegador de internet (menu complementos/plugins).\nCaso n\u00e3o esteja instalado, clique aqui e baixe a vers\u00e3o atualizada\nSen\u00e3o o seu navegador de internet n\u00e3o acessa o Certificado Digital. Recomendamos utilizar o Mozilla Firefox. O seu navegador de internet acessar\u00e1 o PJe apenas por login e senha (h\u00e1 restri\u00e7\u00f5es ao utilizar este tipo de acesso)\n\nPJeOffice\n\nO PJeOffice est\u00e1 indispon\u00edvel ou n\u00e3o instalado\n1 - Para instalar o PJeOffice, clique aqui.\n2 - Para utilizar o Java Applet, clique aqui.\n\nVerificando o aplicativo...\nFormas de acesso Acesso com certificado digital\nPara se cadastrar no PJe \u00e9 necess\u00e1rio ter um certificado digital v\u00e1lido, do tipo A3, que perten\u00e7a \u00e0 cadeia ICP-Brasil, para mais informa\u00e7\u00f5es acesse o link Saiba como obter o certificado digital.\n\nProcedimentos para se cadastrar no PJe 1- Insira o seu certificado digital em seu computador. 2- Na p\u00e1gina de login do PJe, clique no bot\u00e3o Certificado digital. 3- Insira a senha do seu certificado digital. 4- Confirme as suas informa\u00e7\u00f5es pessoais no formul\u00e1rio apresentado. 5- Assine o Termo de Compromisso. Ap\u00f3s seguir este procedimento, o seu cadastro estar\u00e1 conclu\u00eddo.\nPara acessar o sistema, clique no bot\u00e3o Certificado digital na tela de login do PJe. Acesso com login e senha para quem j\u00e1 possui certificado digital\nPrimeiramente, \u00e9 necess\u00e1rio realizar o cadastro utilizando o certificado digital.\nPara acessar o sistema, clique no link \"Solicitar nova senha\" na tela de login do PJe, informe o CPF/CNPJ (apenas n\u00fameros), o e-mail cadastrado no sistema e clique no bot\u00e3o \"Solicitar\".\nO sistema encaminhar\u00e1 para o e-mail informado as instru\u00e7\u00f5es de cadastro de uma nova senha. Acesso para quem n\u00e3o possui o certificado digital\nPara quem que n\u00e3o possui certificado digital \u00e9 necess\u00e1rio dirigir-se pessoalmente a um posto de atendimento do Tribunal levando os seguintes documentos: uma c\u00f3pia do CPF, do RG (ou da OAB no caso de advogado) e um comprovante de resid\u00eancia.\nAp\u00f3s o cadastro, o sistema encaminhar\u00e1 para o e-mail informado as instru\u00e7\u00f5es de cadastro de uma nova senha.\nPara mais informa\u00e7\u00f5es sobre como acessar o PJe, acesse a wiki em Acesso ao PJe.\nManuais\nAcesse os guias r\u00e1pidos para utiliza\u00e7\u00e3o do PJe, de acordo com o seu perfil de usu\u00e1rio, pelos links abaixo Advogados http://www.pje.jus.br/wiki/index.php/Manual_do_Advogado Tribunais, varas e outros \u00f3rg\u00e3os http://www.pje.jus.br/wiki/index.php/Manual_dos_Representantes Pessoas f\u00edsicas n\u00e3o servidores e pessoas jur\u00eddicas http://www.pje.jus.br/wiki/index.php/Manual_do_Usuario_sem_representacao Mais informa\u00e7\u00f5es podem ser encontradas em http://www.cnj.jus.br/wikipje/index.php\n\nAguarde a inicializa\u00e7\u00e3o do certificado digital.\n\nVersao 2.1.10.0-SNAPSHOT_TRF1 (8a14750c) - Atualizado em 16/08/2022 - 23:54\nSolicitar nova senha\n\nCPF / CNPJ\nEmail\n\nPrimeiro acesso\n\nO PJe permite o acesso com Certificado Digital e tamb\u00e9m atrav\u00e9s de login e senha.\n\nPara acessar o sistema utilizando login e senha (h\u00e1 restri\u00e7\u00f5es ao utilizar este tipo de acesso), por favor veja o Manual de configura\u00e7\u00e3o da utiliza\u00e7\u00e3o do PJe sem certificado digital em nossa wiki.\nCertificado Digital\nO certificado digital \u00e9 um dispositivo criptografico que armazena suas chaves p\u00fablicas e privadas, ou seja, a sua assinatura digital. Esse dispositivo pode ser um cart\u00e3o inteligente (smartcard) ou um token criptogr\u00e1fico.\nQuando utilizado um cart\u00e3o inteligente, \u00e9 necess\u00e1rio que o usu\u00e1rio disponha de uma leitora de smartcard devidamente instalada. Os aplicativos necess\u00e1rios \u00e0 utiliza\u00e7\u00e3o desses dispositivos devem ser fornecidos pela entidade onde foi adquirido o certificado digital.\nCertificado ICP-Brasil a assinatura de documentos no PJe somente pode ser feita utilizando certificados digitais do tipo A3, que pertence \u00e0 cadeia ICP-Brasil. A cadeia de certifica\u00e7\u00e3o deve ser instalada no computador do usu\u00e1rio, o que pode ser feito seguindo as instru\u00e7\u00f5es do reposit\u00f3rio das cadeias de certifica\u00e7\u00e3o do Instituto Nacional de Tecnologia da Informa\u00e7\u00e3o.\n\nVoc\u00ea pode utilizar o bot\u00e3o de Pr\u00e9-requisitos, que realizar\u00e1 um teste em seu computador, analisando os requisitos m\u00ednimos para se ter acesso ao PJe, inclusive a verifica\u00e7\u00e3o de seu certificado digital.\nOutros testes podem ser feitos no s\u00edtio de atendimento do contribuinte da Receita Federal do Brasil (e-CAC) ou utilizando o programa respons\u00e1vel pela administra\u00e7\u00e3o do certificado no seu computador.\nEm caso de problemas nos testes, ser\u00e1 necess\u00e1rio entrar em contato com seu fornecedor de certificado digital ou consultar um t\u00e9cnico especializado para configurar corretamente seu computador.\nEis alguns sites com dicas para instala\u00e7\u00e3o e configura\u00e7\u00e3o da leitora de certificados e de tokens criptogr\u00e1ficos: Certisign Autoridade Certificadora Brasileira de Registros Receita Federal do Brasil\nInstale os drivers da leitora de cart\u00e3o inteligente ou do token criptogr\u00e1fico. Instale a cadeia de certifica\u00e7\u00e3o da ICP-Brasil Instale o navegador Mozilla Firefox Instale ou atualize o Java Teste o uso de seu certificado digital no programa de gerenciamento do cart\u00e3o ou use a Verifica\u00e7\u00e3o de pr\u00e9-requisitos Este v\u00eddeo orienta o usu\u00e1rio sobre como proceder com rela\u00e7\u00e3o \u00e0 advert\u00eancia de seguran\u00e7a (site n\u00e3o confi\u00e1vel) emitida pelo browser.\n\nExistem duas formar de acesso ao PJe, com caracter\u00edsticas diferentes, dependendo das suas necessidades.\nO Push, permite apenas o recebimento de email, informando sobre as movimenta\u00e7\u00f5es dos seus processos.\nO acesso ao PJe pela tela de login com certificado digital \u00e9 a principal forma de acesso e permite, dentre outras coisas (dependendo do seu perfil de acesso), criar novos processos, inserir e abrir documentos em processos, responder intima\u00e7\u00f5es, receber e-mails informando sobre as movimenta\u00e7\u00f5es dos seus processos, etc.\nComo me cadastrar no Push?\nPara se cadastrar no Push \u00e9 necess\u00e1rio que o usu\u00e1rio n\u00e3o seja cadastrado no sistema com certificado digital ou com Usu\u00e1rio e Senha, pois o cadastro diretamente no PJe impede o cadastro no Push.\nCaso voc\u00ea seja cadastrado no PJe com certificado digital ou Usu\u00e1rio e Senha e queira acompanhar as movimenta\u00e7\u00f5es, acesse Menu Principal Processo Outras a\u00e7\u00f5es Incluir no PUSH\nProcedimentos para se cadastrar no Push Clique no link \"Push\", na tela inicial de login do PJe Clique no link \"Ainda n\u00e3o \u00e9 cadastrado?\", na tela do Push Insira o seu CPF, ou o CNPJ, e seu email (deve ser um e-mail v\u00e1lido, pois ser\u00e1 onde voc\u00ea receber\u00e1 o email de confirma\u00e7\u00e3o com o link para confirmar o cadastro) Clique em \"Confirmar\" Entre no email informado e abra o email enviado pelo Push e clique no link de confirma\u00e7ao ou copie e cole o link na barra de endere\u00e7o do seu navegador Preencha os seus dados pessoais e clique em \"Gravar\"\nComo me cadastrar no PJe?\nCom certificado digital\nPara se cadastrar no PJe \u00e9 necess\u00e1rio somente um certificado digital v\u00e1lido, do tipo A3, que perten\u00e7a \u00e0 cadeia ICP-Brasil (para mais explica\u00e7\u00f5es sobre os requisitos para acessar com certificado digital.\nProcedimentos para se cadastrar Insira o seu certificado digital em seu computador Na p\u00e1gina do PJe, clique no bot\u00e3o \"Certificado Digital\" Insira a senha do seu certificado digital Confirme as suas informa\u00e7\u00f5es pessoais no formul\u00e1rio apresentado Assine o \"Termo de Compromisso\". Ap\u00f3s seguir este procedimento, o seu cadastro estar\u00e1 terminado! Para acessar o sistema, clique novamente no bot\u00e3o \"Certificado Digital\", na tela de login do PJe\nCom login e senha Se voc\u00ea possui um certificado digital Insira o seu certificado digital em seu computador Na p\u00e1gina do PJe, clique no bot\u00e3o \"Certificado Digital\" Insira a senha do seu certificado digital Confirme as suas informa\u00e7\u00f5es pessoais no formul\u00e1rio apresentado Assine o \"Termo de Compromisso\" Na tela inicial de login do PJe, clique no bot\u00e3o \"Solicitar nova senha\" Informe o CPF/CNPJ e o e-mail cadastrado no PJe Clique no bot\u00e3o \"Solicitar\" Entre no e-mail informado e procure o e-mail enviado pelo PJe. Nele haver\u00e1 um link. Clique nele ou copie e cole o link na barra de endere\u00e7o do seu navegador Siga as instru\u00e7\u00f5es contidas no e-mail para o cadastro da sua senha Se voc\u00ea n\u00e3o possui certificado digital, por favor entre em contato com posto de atendimento do tribunal e obtenha as informa\u00e7\u00f5es necess\u00e1rias.\nInforma\u00e7\u00f5es Fale Conosco\nProcedimentos para abrir solicita\u00e7\u00e3o:\n1) Usu\u00e1rios externos: entrar em contato pelo telefone 61-3314-1620 ou encaminhar e-mail \u00e0 Central de Servi\u00e7os de Tecnologia da Informa\u00e7\u00e3o (csti@trf1.jus.br), com sugest\u00f5es, d\u00favidas ou relato de problemas t\u00e9cnicos, nesta hip\u00f3tese acompanhado de PrintScreen da tela de erro e descri\u00e7\u00e3o dos procedimentos realizados, com data e hor\u00e1rio da ocorr\u00eancia. Informamos que o e-mail da CSTI n\u00e3o poder\u00e1 ser utilizado para fins de peticionamento, de forma que documentos recebidos nesse sentido ser\u00e3o imediatamente descartados;\n2) Usu\u00e1rios internos: demandas relativas ao PJe, de qualquer natureza, devem ser encaminhadas via e-Sosti, observando-se, nos casos de problema t\u00e9cnico, a necessidade de anexar PrintScreen da tela de erro e descri\u00e7\u00e3o dos procedimentos realizados, com data e hor\u00e1rio da ocorr\u00eancia.\n\nFechar De que forma voc\u00ea gostaria de realizar assinatura digital e autentica\u00e7\u00e3o?\nModo utilizado atualmente no PJe, precisa ser instalado o Java no computador.\nClique aqui para instalar o PJeOffice.\nJ\u00e1 instalado em sua m\u00e1quina.\nVerificando ambiente...\nFechar Assinatura digital e autentica\u00e7\u00e3o utilizando PJeOffice\n\nClique aqui para instalar o PJeOffice.\nJ\u00e1 instalado em sua m\u00e1quina.\nVerificando ambiente...\n\nPJeOffice Indispon\u00edvel O aplicativo PJeOffice n\u00e3o est\u00e1 dispon\u00edvel!\n\nPor favor aguarde" }, { "header": "Texto Similar 3 (Solon) - IdDocumentoCompleto: 0034816-50.2018.4.01.3900-715919475", "text": "Exibir navega\u00e7\u00e3o\nProcesso Judicial Eletr\u00f4nico\nEntrar Formas de acesso Consulta processual Push Pr\u00e9-requisitos Manuais Fale conosco\n\nFale conosco\nInforma\u00e7\u00f5es Fale Conosco\nProcedimentos para abrir solicita\u00e7\u00e3o:\n1) Usu\u00e1rios externos: entrar em contato pelo telefone 61-3314-1620 ou encaminhar e-mail \u00e0 Central de Servi\u00e7os de Tecnologia da Informa\u00e7\u00e3o (csti@trf1.jus.br), com sugest\u00f5es, d\u00favidas ou relato de problemas t\u00e9cnicos, nesta hip\u00f3tese acompanhado de PrintScreen da tela de erro e descri\u00e7\u00e3o dos procedimentos realizados, com data e hor\u00e1rio da ocorr\u00eancia. Informamos que o e-mail da CSTI n\u00e3o poder\u00e1 ser utilizado para fins de peticionamento, de forma que documentos recebidos nesse sentido ser\u00e3o imediatamente descartados;\n2) Usu\u00e1rios internos: demandas relativas ao PJe, de qualquer natureza, devem ser encaminhadas via e-Sosti, observando-se, nos casos de problema t\u00e9cnico, a necessidade de anexar PrintScreen da tela de erro e descri\u00e7\u00e3o dos procedimentos realizados, com data e hor\u00e1rio da ocorr\u00eancia.\n\nJusti\u00e7a Federal da 1\u00aa Regi\u00e3o\nVaras e Juizados (1\u00ba grau)\n\nVoc\u00ea precisa estar logado para realizar esta opera\u00e7\u00e3o.\n\nXF7VDsxgCT0aOl5BGY5LwB1RmkZWqcAN Modo de assinatura Java Applet PJeOffice\nSaiba como obter o certificado digital\n\nCPF | CNPJ\nSenha\nNova Senha Confirma\u00e7\u00e3o\nSolicitar nova senha\n\nVersao 2.1.10.0-SNAPSHOT_TRF1 (8a14750c) - Atualizado em 16/08/2022 - 23:54 -\nPr\u00e9-requisitos\nO PJe \u00e9 compat\u00edvel com os principais sistemas operacionais utilizados atualmente.\nPara acessar o PJe \u00e9 necess\u00e1rio possuir os seguintes itens:\n\nNavegador de Internet compat\u00edvel\n\nSeu navegador de Internet n\u00e3o foi homologado para o uso do PJe. Recomendamos que utilize o Mozilla Firefox\n\nVerificando se as popup's est\u00e3o habilitadas\n\nPopup's habilitadas\n\nPopup's desabilitadas em seu navegador de internet. No navegador Firefox, verifique em menu op\u00e7\u00f5es/conte\u00fado\n\nJava e plugins instalados\n\nVerifique se o plugin java est\u00e1 habilitado em seu navegador de internet (menu complementos/plugins).\nCaso n\u00e3o esteja instalado, clique aqui e baixe a vers\u00e3o atualizada\nSen\u00e3o o seu navegador de internet n\u00e3o acessa o Certificado Digital. Recomendamos utilizar o Mozilla Firefox. O seu navegador de internet acessar\u00e1 o PJe apenas por login e senha (h\u00e1 restri\u00e7\u00f5es ao utilizar este tipo de acesso)\n\nPJeOffice\n\nO PJeOffice est\u00e1 indispon\u00edvel ou n\u00e3o instalado\n1 - Para instalar o PJeOffice, clique aqui.\n2 - Para utilizar o Java Applet, clique aqui.\n\nVerificando o aplicativo...\nFormas de acesso Acesso com certificado digital\nPara se cadastrar no PJe \u00e9 necess\u00e1rio ter um certificado digital v\u00e1lido, do tipo A3, que perten\u00e7a \u00e0 cadeia ICP-Brasil, para mais informa\u00e7\u00f5es acesse o link Saiba como obter o certificado digital.\n\nProcedimentos para se cadastrar no PJe 1- Insira o seu certificado digital em seu computador. 2- Na p\u00e1gina de login do PJe, clique no bot\u00e3o Certificado digital. 3- Insira a senha do seu certificado digital. 4- Confirme as suas informa\u00e7\u00f5es pessoais no formul\u00e1rio apresentado. 5- Assine o Termo de Compromisso. Ap\u00f3s seguir este procedimento, o seu cadastro estar\u00e1 conclu\u00eddo.\nPara acessar o sistema, clique no bot\u00e3o Certificado digital na tela de login do PJe. Acesso com login e senha para quem j\u00e1 possui certificado digital\nPrimeiramente, \u00e9 necess\u00e1rio realizar o cadastro utilizando o certificado digital.\nPara acessar o sistema, clique no link \"Solicitar nova senha\" na tela de login do PJe, informe o CPF/CNPJ (apenas n\u00fameros), o e-mail cadastrado no sistema e clique no bot\u00e3o \"Solicitar\".\nO sistema encaminhar\u00e1 para o e-mail informado as instru\u00e7\u00f5es de cadastro de uma nova senha. Acesso para quem n\u00e3o possui o certificado digital\nPara quem que n\u00e3o possui certificado digital \u00e9 necess\u00e1rio dirigir-se pessoalmente a um posto de atendimento do Tribunal levando os seguintes documentos: uma c\u00f3pia do CPF, do RG (ou da OAB no caso de advogado) e um comprovante de resid\u00eancia.\nAp\u00f3s o cadastro, o sistema encaminhar\u00e1 para o e-mail informado as instru\u00e7\u00f5es de cadastro de uma nova senha.\nPara mais informa\u00e7\u00f5es sobre como acessar o PJe, acesse a wiki em Acesso ao PJe.\nManuais\nAcesse os guias r\u00e1pidos para utiliza\u00e7\u00e3o do PJe, de acordo com o seu perfil de usu\u00e1rio, pelos links abaixo Advogados http://www.pje.jus.br/wiki/index.php/Manual_do_Advogado Tribunais, varas e outros \u00f3rg\u00e3os http://www.pje.jus.br/wiki/index.php/Manual_dos_Representantes Pessoas f\u00edsicas n\u00e3o servidores e pessoas jur\u00eddicas http://www.pje.jus.br/wiki/index.php/Manual_do_Usuario_sem_representacao Mais informa\u00e7\u00f5es podem ser encontradas em http://www.cnj.jus.br/wikipje/index.php\n\nAguarde a inicializa\u00e7\u00e3o do certificado digital.\n\nVersao 2.1.10.0-SNAPSHOT_TRF1 (8a14750c) - Atualizado em 16/08/2022 - 23:54\nSolicitar nova senha\n\nCPF / CNPJ\nEmail\n\nPrimeiro acesso\n\nO PJe permite o acesso com Certificado Digital e tamb\u00e9m atrav\u00e9s de login e senha.\n\nPara acessar o sistema utilizando login e senha (h\u00e1 restri\u00e7\u00f5es ao utilizar este tipo de acesso), por favor veja o Manual de configura\u00e7\u00e3o da utiliza\u00e7\u00e3o do PJe sem certificado digital em nossa wiki.\nCertificado Digital\nO certificado digital \u00e9 um dispositivo criptografico que armazena suas chaves p\u00fablicas e privadas, ou seja, a sua assinatura digital. Esse dispositivo pode ser um cart\u00e3o inteligente (smartcard) ou um token criptogr\u00e1fico.\nQuando utilizado um cart\u00e3o inteligente, \u00e9 necess\u00e1rio que o usu\u00e1rio disponha de uma leitora de smartcard devidamente instalada. Os aplicativos necess\u00e1rios \u00e0 utiliza\u00e7\u00e3o desses dispositivos devem ser fornecidos pela entidade onde foi adquirido o certificado digital.\nCertificado ICP-Brasil a assinatura de documentos no PJe somente pode ser feita utilizando certificados digitais do tipo A3, que pertence \u00e0 cadeia ICP-Brasil. A cadeia de certifica\u00e7\u00e3o deve ser instalada no computador do usu\u00e1rio, o que pode ser feito seguindo as instru\u00e7\u00f5es do reposit\u00f3rio das cadeias de certifica\u00e7\u00e3o do Instituto Nacional de Tecnologia da Informa\u00e7\u00e3o.\n\nVoc\u00ea pode utilizar o bot\u00e3o de Pr\u00e9-requisitos, que realizar\u00e1 um teste em seu computador, analisando os requisitos m\u00ednimos para se ter acesso ao PJe, inclusive a verifica\u00e7\u00e3o de seu certificado digital.\nOutros testes podem ser feitos no s\u00edtio de atendimento do contribuinte da Receita Federal do Brasil (e-CAC) ou utilizando o programa respons\u00e1vel pela administra\u00e7\u00e3o do certificado no seu computador.\nEm caso de problemas nos testes, ser\u00e1 necess\u00e1rio entrar em contato com seu fornecedor de certificado digital ou consultar um t\u00e9cnico especializado para configurar corretamente seu computador.\nEis alguns sites com dicas para instala\u00e7\u00e3o e configura\u00e7\u00e3o da leitora de certificados e de tokens criptogr\u00e1ficos: Certisign Autoridade Certificadora Brasileira de Registros Receita Federal do Brasil\nInstale os drivers da leitora de cart\u00e3o inteligente ou do token criptogr\u00e1fico. Instale a cadeia de certifica\u00e7\u00e3o da ICP-Brasil Instale o navegador Mozilla Firefox Instale ou atualize o Java Teste o uso de seu certificado digital no programa de gerenciamento do cart\u00e3o ou use a Verifica\u00e7\u00e3o de pr\u00e9-requisitos Este v\u00eddeo orienta o usu\u00e1rio sobre como proceder com rela\u00e7\u00e3o \u00e0 advert\u00eancia de seguran\u00e7a (site n\u00e3o confi\u00e1vel) emitida pelo browser.\n\nExistem duas formar de acesso ao PJe, com caracter\u00edsticas diferentes, dependendo das suas necessidades.\nO Push, permite apenas o recebimento de email, informando sobre as movimenta\u00e7\u00f5es dos seus processos.\nO acesso ao PJe pela tela de login com certificado digital \u00e9 a principal forma de acesso e permite, dentre outras coisas (dependendo do seu perfil de acesso), criar novos processos, inserir e abrir documentos em processos, responder intima\u00e7\u00f5es, receber e-mails informando sobre as movimenta\u00e7\u00f5es dos seus processos, etc.\nComo me cadastrar no Push?\nPara se cadastrar no Push \u00e9 necess\u00e1rio que o usu\u00e1rio n\u00e3o seja cadastrado no sistema com certificado digital ou com Usu\u00e1rio e Senha, pois o cadastro diretamente no PJe impede o cadastro no Push.\nCaso voc\u00ea seja cadastrado no PJe com certificado digital ou Usu\u00e1rio e Senha e queira acompanhar as movimenta\u00e7\u00f5es, acesse Menu Principal Processo Outras a\u00e7\u00f5es Incluir no PUSH\nProcedimentos para se cadastrar no Push Clique no link \"Push\", na tela inicial de login do PJe Clique no link \"Ainda n\u00e3o \u00e9 cadastrado?\", na tela do Push Insira o seu CPF, ou o CNPJ, e seu email (deve ser um e-mail v\u00e1lido, pois ser\u00e1 onde voc\u00ea receber\u00e1 o email de confirma\u00e7\u00e3o com o link para confirmar o cadastro) Clique em \"Confirmar\" Entre no email informado e abra o email enviado pelo Push e clique no link de confirma\u00e7ao ou copie e cole o link na barra de endere\u00e7o do seu navegador Preencha os seus dados pessoais e clique em \"Gravar\"\nComo me cadastrar no PJe?\nCom certificado digital\nPara se cadastrar no PJe \u00e9 necess\u00e1rio somente um certificado digital v\u00e1lido, do tipo A3, que perten\u00e7a \u00e0 cadeia ICP-Brasil (para mais explica\u00e7\u00f5es sobre os requisitos para acessar com certificado digital.\nProcedimentos para se cadastrar Insira o seu certificado digital em seu computador Na p\u00e1gina do PJe, clique no bot\u00e3o \"Certificado Digital\" Insira a senha do seu certificado digital Confirme as suas informa\u00e7\u00f5es pessoais no formul\u00e1rio apresentado Assine o \"Termo de Compromisso\". Ap\u00f3s seguir este procedimento, o seu cadastro estar\u00e1 terminado! Para acessar o sistema, clique novamente no bot\u00e3o \"Certificado Digital\", na tela de login do PJe\nCom login e senha Se voc\u00ea possui um certificado digital Insira o seu certificado digital em seu computador Na p\u00e1gina do PJe, clique no bot\u00e3o \"Certificado Digital\" Insira a senha do seu certificado digital Confirme as suas informa\u00e7\u00f5es pessoais no formul\u00e1rio apresentado Assine o \"Termo de Compromisso\" Na tela inicial de login do PJe, clique no bot\u00e3o \"Solicitar nova senha\" Informe o CPF/CNPJ e o e-mail cadastrado no PJe Clique no bot\u00e3o \"Solicitar\" Entre no e-mail informado e procure o e-mail enviado pelo PJe. Nele haver\u00e1 um link. Clique nele ou copie e cole o link na barra de endere\u00e7o do seu navegador Siga as instru\u00e7\u00f5es contidas no e-mail para o cadastro da sua senha Se voc\u00ea n\u00e3o possui certificado digital, por favor entre em contato com posto de atendimento do tribunal e obtenha as informa\u00e7\u00f5es necess\u00e1rias.\nInforma\u00e7\u00f5es Fale Conosco\nProcedimentos para abrir solicita\u00e7\u00e3o:\n1) Usu\u00e1rios externos: entrar em contato pelo telefone 61-3314-1620 ou encaminhar e-mail \u00e0 Central de Servi\u00e7os de Tecnologia da Informa\u00e7\u00e3o (csti@trf1.jus.br), com sugest\u00f5es, d\u00favidas ou relato de problemas t\u00e9cnicos, nesta hip\u00f3tese acompanhado de PrintScreen da tela de erro e descri\u00e7\u00e3o dos procedimentos realizados, com data e hor\u00e1rio da ocorr\u00eancia. Informamos que o e-mail da CSTI n\u00e3o poder\u00e1 ser utilizado para fins de peticionamento, de forma que documentos recebidos nesse sentido ser\u00e3o imediatamente descartados;\n2) Usu\u00e1rios internos: demandas relativas ao PJe, de qualquer natureza, devem ser encaminhadas via e-Sosti, observando-se, nos casos de problema t\u00e9cnico, a necessidade de anexar PrintScreen da tela de erro e descri\u00e7\u00e3o dos procedimentos realizados, com data e hor\u00e1rio da ocorr\u00eancia.\n\nFechar De que forma voc\u00ea gostaria de realizar assinatura digital e autentica\u00e7\u00e3o?\nModo utilizado atualmente no PJe, precisa ser instalado o Java no computador.\nClique aqui para instalar o PJeOffice.\nJ\u00e1 instalado em sua m\u00e1quina.\nVerificando ambiente...\nFechar Assinatura digital e autentica\u00e7\u00e3o utilizando PJeOffice\n\nClique aqui para instalar o PJeOffice.\nJ\u00e1 instalado em sua m\u00e1quina.\nVerificando ambiente...\n\nPJeOffice Indispon\u00edvel O aplicativo PJeOffice n\u00e3o est\u00e1 dispon\u00edvel!\n\nPor favor aguarde" }, { "header": "Texto Similar 4 (Solon) - IdDocumentoCompleto: 0040536-57.2015.4.01.3300-975435668", "text": "Exibir navega\u00e7\u00e3o\nProcesso Judicial Eletr\u00f4nico\nEntrar Formas de acesso Consulta processual Push Pr\u00e9-requisitos Manuais Fale conosco\n\nFale conosco\nInforma\u00e7\u00f5es Fale Conosco\nProcedimentos para abrir solicita\u00e7\u00e3o:\n1) Usu\u00e1rios externos: entrar em contato pelo telefone 61-3314-1620 ou encaminhar e-mail \u00e0 Central de Servi\u00e7os de Tecnologia da Informa\u00e7\u00e3o (csti@trf1.jus.br), com sugest\u00f5es, d\u00favidas ou relato de problemas t\u00e9cnicos, nesta hip\u00f3tese acompanhado de PrintScreen da tela de erro e descri\u00e7\u00e3o dos procedimentos realizados, com data e hor\u00e1rio da ocorr\u00eancia. Informamos que o e-mail da CSTI n\u00e3o poder\u00e1 ser utilizado para fins de peticionamento, de forma que documentos recebidos nesse sentido ser\u00e3o imediatamente descartados;\n2) Usu\u00e1rios internos: demandas relativas ao PJe, de qualquer natureza, devem ser encaminhadas via e-Sosti, observando-se, nos casos de problema t\u00e9cnico, a necessidade de anexar PrintScreen da tela de erro e descri\u00e7\u00e3o dos procedimentos realizados, com data e hor\u00e1rio da ocorr\u00eancia.\n\nJusti\u00e7a Federal da 1\u00aa Regi\u00e3o\nVaras e Juizados (1\u00ba grau)\n\nVoc\u00ea precisa estar logado para realizar esta opera\u00e7\u00e3o.\n\ndMIlOViQ3resBhGL772eqbeAVh38a70f Modo de assinatura Java Applet PJeOffice\nSaiba como obter o certificado digital\n\nCPF | CNPJ\nSenha\nNova Senha Confirma\u00e7\u00e3o\nSolicitar nova senha\n\nVersao 2.1.10.0-SNAPSHOT_TRF1 (8a14750c) - Atualizado em 16/08/2022 - 23:54 -\nPr\u00e9-requisitos\nO PJe \u00e9 compat\u00edvel com os principais sistemas operacionais utilizados atualmente.\nPara acessar o PJe \u00e9 necess\u00e1rio possuir os seguintes itens:\n\nNavegador de Internet compat\u00edvel\n\nSeu navegador de Internet n\u00e3o foi homologado para o uso do PJe. Recomendamos que utilize o Mozilla Firefox\n\nVerificando se as popup's est\u00e3o habilitadas\n\nPopup's habilitadas\n\nPopup's desabilitadas em seu navegador de internet. No navegador Firefox, verifique em menu op\u00e7\u00f5es/conte\u00fado\n\nJava e plugins instalados\n\nVerifique se o plugin java est\u00e1 habilitado em seu navegador de internet (menu complementos/plugins).\nCaso n\u00e3o esteja instalado, clique aqui e baixe a vers\u00e3o atualizada\nSen\u00e3o o seu navegador de internet n\u00e3o acessa o Certificado Digital. Recomendamos utilizar o Mozilla Firefox. O seu navegador de internet acessar\u00e1 o PJe apenas por login e senha (h\u00e1 restri\u00e7\u00f5es ao utilizar este tipo de acesso)\n\nPJeOffice\n\nO PJeOffice est\u00e1 indispon\u00edvel ou n\u00e3o instalado\n1 - Para instalar o PJeOffice, clique aqui.\n2 - Para utilizar o Java Applet, clique aqui.\n\nVerificando o aplicativo...\nFormas de acesso Acesso com certificado digital\nPara se cadastrar no PJe \u00e9 necess\u00e1rio ter um certificado digital v\u00e1lido, do tipo A3, que perten\u00e7a \u00e0 cadeia ICP-Brasil, para mais informa\u00e7\u00f5es acesse o link Saiba como obter o certificado digital.\n\nProcedimentos para se cadastrar no PJe 1- Insira o seu certificado digital em seu computador. 2- Na p\u00e1gina de login do PJe, clique no bot\u00e3o Certificado digital. 3- Insira a senha do seu certificado digital. 4- Confirme as suas informa\u00e7\u00f5es pessoais no formul\u00e1rio apresentado. 5- Assine o Termo de Compromisso. Ap\u00f3s seguir este procedimento, o seu cadastro estar\u00e1 conclu\u00eddo.\nPara acessar o sistema, clique no bot\u00e3o Certificado digital na tela de login do PJe. Acesso com login e senha para quem j\u00e1 possui certificado digital\nPrimeiramente, \u00e9 necess\u00e1rio realizar o cadastro utilizando o certificado digital.\nPara acessar o sistema, clique no link \"Solicitar nova senha\" na tela de login do PJe, informe o CPF/CNPJ (apenas n\u00fameros), o e-mail cadastrado no sistema e clique no bot\u00e3o \"Solicitar\".\nO sistema encaminhar\u00e1 para o e-mail informado as instru\u00e7\u00f5es de cadastro de uma nova senha. Acesso para quem n\u00e3o possui o certificado digital\nPara quem que n\u00e3o possui certificado digital \u00e9 necess\u00e1rio dirigir-se pessoalmente a um posto de atendimento do Tribunal levando os seguintes documentos: uma c\u00f3pia do CPF, do RG (ou da OAB no caso de advogado) e um comprovante de resid\u00eancia.\nAp\u00f3s o cadastro, o sistema encaminhar\u00e1 para o e-mail informado as instru\u00e7\u00f5es de cadastro de uma nova senha.\nPara mais informa\u00e7\u00f5es sobre como acessar o PJe, acesse a wiki em Acesso ao PJe.\nManuais\nAcesse os guias r\u00e1pidos para utiliza\u00e7\u00e3o do PJe, de acordo com o seu perfil de usu\u00e1rio, pelos links abaixo Advogados http://www.pje.jus.br/wiki/index.php/Manual_do_Advogado Tribunais, varas e outros \u00f3rg\u00e3os http://www.pje.jus.br/wiki/index.php/Manual_dos_Representantes Pessoas f\u00edsicas n\u00e3o servidores e pessoas jur\u00eddicas http://www.pje.jus.br/wiki/index.php/Manual_do_Usuario_sem_representacao Mais informa\u00e7\u00f5es podem ser encontradas em http://www.cnj.jus.br/wikipje/index.php\n\nAguarde a inicializa\u00e7\u00e3o do certificado digital.\n\nVersao 2.1.10.0-SNAPSHOT_TRF1 (8a14750c) - Atualizado em 16/08/2022 - 23:54\nSolicitar nova senha\n\nCPF / CNPJ\nEmail\n\nPrimeiro acesso\n\nO PJe permite o acesso com Certificado Digital e tamb\u00e9m atrav\u00e9s de login e senha.\n\nPara acessar o sistema utilizando login e senha (h\u00e1 restri\u00e7\u00f5es ao utilizar este tipo de acesso), por favor veja o Manual de configura\u00e7\u00e3o da utiliza\u00e7\u00e3o do PJe sem certificado digital em nossa wiki.\nCertificado Digital\nO certificado digital \u00e9 um dispositivo criptografico que armazena suas chaves p\u00fablicas e privadas, ou seja, a sua assinatura digital. Esse dispositivo pode ser um cart\u00e3o inteligente (smartcard) ou um token criptogr\u00e1fico.\nQuando utilizado um cart\u00e3o inteligente, \u00e9 necess\u00e1rio que o usu\u00e1rio disponha de uma leitora de smartcard devidamente instalada. Os aplicativos necess\u00e1rios \u00e0 utiliza\u00e7\u00e3o desses dispositivos devem ser fornecidos pela entidade onde foi adquirido o certificado digital.\nCertificado ICP-Brasil a assinatura de documentos no PJe somente pode ser feita utilizando certificados digitais do tipo A3, que pertence \u00e0 cadeia ICP-Brasil. A cadeia de certifica\u00e7\u00e3o deve ser instalada no computador do usu\u00e1rio, o que pode ser feito seguindo as instru\u00e7\u00f5es do reposit\u00f3rio das cadeias de certifica\u00e7\u00e3o do Instituto Nacional de Tecnologia da Informa\u00e7\u00e3o.\n\nVoc\u00ea pode utilizar o bot\u00e3o de Pr\u00e9-requisitos, que realizar\u00e1 um teste em seu computador, analisando os requisitos m\u00ednimos para se ter acesso ao PJe, inclusive a verifica\u00e7\u00e3o de seu certificado digital.\nOutros testes podem ser feitos no s\u00edtio de atendimento do contribuinte da Receita Federal do Brasil (e-CAC) ou utilizando o programa respons\u00e1vel pela administra\u00e7\u00e3o do certificado no seu computador.\nEm caso de problemas nos testes, ser\u00e1 necess\u00e1rio entrar em contato com seu fornecedor de certificado digital ou consultar um t\u00e9cnico especializado para configurar corretamente seu computador.\nEis alguns sites com dicas para instala\u00e7\u00e3o e configura\u00e7\u00e3o da leitora de certificados e de tokens criptogr\u00e1ficos: Certisign Autoridade Certificadora Brasileira de Registros Receita Federal do Brasil\nInstale os drivers da leitora de cart\u00e3o inteligente ou do token criptogr\u00e1fico. Instale a cadeia de certifica\u00e7\u00e3o da ICP-Brasil Instale o navegador Mozilla Firefox Instale ou atualize o Java Teste o uso de seu certificado digital no programa de gerenciamento do cart\u00e3o ou use a Verifica\u00e7\u00e3o de pr\u00e9-requisitos Este v\u00eddeo orienta o usu\u00e1rio sobre como proceder com rela\u00e7\u00e3o \u00e0 advert\u00eancia de seguran\u00e7a (site n\u00e3o confi\u00e1vel) emitida pelo browser.\n\nExistem duas formar de acesso ao PJe, com caracter\u00edsticas diferentes, dependendo das suas necessidades.\nO Push, permite apenas o recebimento de email, informando sobre as movimenta\u00e7\u00f5es dos seus processos.\nO acesso ao PJe pela tela de login com certificado digital \u00e9 a principal forma de acesso e permite, dentre outras coisas (dependendo do seu perfil de acesso), criar novos processos, inserir e abrir documentos em processos, responder intima\u00e7\u00f5es, receber e-mails informando sobre as movimenta\u00e7\u00f5es dos seus processos, etc.\nComo me cadastrar no Push?\nPara se cadastrar no Push \u00e9 necess\u00e1rio que o usu\u00e1rio n\u00e3o seja cadastrado no sistema com certificado digital ou com Usu\u00e1rio e Senha, pois o cadastro diretamente no PJe impede o cadastro no Push.\nCaso voc\u00ea seja cadastrado no PJe com certificado digital ou Usu\u00e1rio e Senha e queira acompanhar as movimenta\u00e7\u00f5es, acesse Menu Principal Processo Outras a\u00e7\u00f5es Incluir no PUSH\nProcedimentos para se cadastrar no Push Clique no link \"Push\", na tela inicial de login do PJe Clique no link \"Ainda n\u00e3o \u00e9 cadastrado?\", na tela do Push Insira o seu CPF, ou o CNPJ, e seu email (deve ser um e-mail v\u00e1lido, pois ser\u00e1 onde voc\u00ea receber\u00e1 o email de confirma\u00e7\u00e3o com o link para confirmar o cadastro) Clique em \"Confirmar\" Entre no email informado e abra o email enviado pelo Push e clique no link de confirma\u00e7ao ou copie e cole o link na barra de endere\u00e7o do seu navegador Preencha os seus dados pessoais e clique em \"Gravar\"\nComo me cadastrar no PJe?\nCom certificado digital\nPara se cadastrar no PJe \u00e9 necess\u00e1rio somente um certificado digital v\u00e1lido, do tipo A3, que perten\u00e7a \u00e0 cadeia ICP-Brasil (para mais explica\u00e7\u00f5es sobre os requisitos para acessar com certificado digital.\nProcedimentos para se cadastrar Insira o seu certificado digital em seu computador Na p\u00e1gina do PJe, clique no bot\u00e3o \"Certificado Digital\" Insira a senha do seu certificado digital Confirme as suas informa\u00e7\u00f5es pessoais no formul\u00e1rio apresentado Assine o \"Termo de Compromisso\". Ap\u00f3s seguir este procedimento, o seu cadastro estar\u00e1 terminado! Para acessar o sistema, clique novamente no bot\u00e3o \"Certificado Digital\", na tela de login do PJe\nCom login e senha Se voc\u00ea possui um certificado digital Insira o seu certificado digital em seu computador Na p\u00e1gina do PJe, clique no bot\u00e3o \"Certificado Digital\" Insira a senha do seu certificado digital Confirme as suas informa\u00e7\u00f5es pessoais no formul\u00e1rio apresentado Assine o \"Termo de Compromisso\" Na tela inicial de login do PJe, clique no bot\u00e3o \"Solicitar nova senha\" Informe o CPF/CNPJ e o e-mail cadastrado no PJe Clique no bot\u00e3o \"Solicitar\" Entre no e-mail informado e procure o e-mail enviado pelo PJe. Nele haver\u00e1 um link. Clique nele ou copie e cole o link na barra de endere\u00e7o do seu navegador Siga as instru\u00e7\u00f5es contidas no e-mail para o cadastro da sua senha Se voc\u00ea n\u00e3o possui certificado digital, por favor entre em contato com posto de atendimento do tribunal e obtenha as informa\u00e7\u00f5es necess\u00e1rias.\nInforma\u00e7\u00f5es Fale Conosco\nProcedimentos para abrir solicita\u00e7\u00e3o:\n1) Usu\u00e1rios externos: entrar em contato pelo telefone 61-3314-1620 ou encaminhar e-mail \u00e0 Central de Servi\u00e7os de Tecnologia da Informa\u00e7\u00e3o (csti@trf1.jus.br), com sugest\u00f5es, d\u00favidas ou relato de problemas t\u00e9cnicos, nesta hip\u00f3tese acompanhado de PrintScreen da tela de erro e descri\u00e7\u00e3o dos procedimentos realizados, com data e hor\u00e1rio da ocorr\u00eancia. Informamos que o e-mail da CSTI n\u00e3o poder\u00e1 ser utilizado para fins de peticionamento, de forma que documentos recebidos nesse sentido ser\u00e3o imediatamente descartados;\n2) Usu\u00e1rios internos: demandas relativas ao PJe, de qualquer natureza, devem ser encaminhadas via e-Sosti, observando-se, nos casos de problema t\u00e9cnico, a necessidade de anexar PrintScreen da tela de erro e descri\u00e7\u00e3o dos procedimentos realizados, com data e hor\u00e1rio da ocorr\u00eancia.\n\nFechar De que forma voc\u00ea gostaria de realizar assinatura digital e autentica\u00e7\u00e3o?\nModo utilizado atualmente no PJe, precisa ser instalado o Java no computador.\nClique aqui para instalar o PJeOffice.\nJ\u00e1 instalado em sua m\u00e1quina.\nVerificando ambiente...\nFechar Assinatura digital e autentica\u00e7\u00e3o utilizando PJeOffice\n\nClique aqui para instalar o PJeOffice.\nJ\u00e1 instalado em sua m\u00e1quina.\nVerificando ambiente...\n\nPJeOffice Indispon\u00edvel O aplicativo PJeOffice n\u00e3o est\u00e1 dispon\u00edvel!\n\nPor favor aguarde" }, { "header": "Texto Similar 5 (Solon) - IdDocumentoCompleto: 0021185-59.2019.4.01.3300-1286804014", "text": "Exibir navega\u00e7\u00e3o\nProcesso Judicial Eletr\u00f4nico\nEntrar Formas de acesso Consulta processual Push Pr\u00e9-requisitos Manuais Fale conosco\n\nFale conosco\nInforma\u00e7\u00f5es Fale Conosco\nProcedimentos para abrir solicita\u00e7\u00e3o:\n1) Usu\u00e1rios externos: entrar em contato pelo telefone 61-3314-1620 ou encaminhar e-mail \u00e0 Central de Servi\u00e7os de Tecnologia da Informa\u00e7\u00e3o (csti@trf1.jus.br), com sugest\u00f5es, d\u00favidas ou relato de problemas t\u00e9cnicos, nesta hip\u00f3tese acompanhado de PrintScreen da tela de erro e descri\u00e7\u00e3o dos procedimentos realizados, com data e hor\u00e1rio da ocorr\u00eancia. Informamos que o e-mail da CSTI n\u00e3o poder\u00e1 ser utilizado para fins de peticionamento, de forma que documentos recebidos nesse sentido ser\u00e3o imediatamente descartados;\n2) Usu\u00e1rios internos: demandas relativas ao PJe, de qualquer natureza, devem ser encaminhadas via e-Sosti, observando-se, nos casos de problema t\u00e9cnico, a necessidade de anexar PrintScreen da tela de erro e descri\u00e7\u00e3o dos procedimentos realizados, com data e hor\u00e1rio da ocorr\u00eancia.\n\nJusti\u00e7a Federal da 1\u00aa Regi\u00e3o\nVaras e Juizados (1\u00ba grau)\n\nVoc\u00ea precisa estar logado para realizar esta opera\u00e7\u00e3o.\n\nLLFHd1mmgj1SNADAmiTzaOUjvvowTO2n Modo de assinatura Java Applet PJeOffice\nSaiba como obter o certificado digital\n\nCPF | CNPJ\nSenha\nNova Senha Confirma\u00e7\u00e3o\nSolicitar nova senha\n\nVersao 2.1.10.0-SNAPSHOT_TRF1 (8a14750c) - Atualizado em 16/08/2022 - 23:54 -\nPr\u00e9-requisitos\nO PJe \u00e9 compat\u00edvel com os principais sistemas operacionais utilizados atualmente.\nPara acessar o PJe \u00e9 necess\u00e1rio possuir os seguintes itens:\n\nNavegador de Internet compat\u00edvel\n\nSeu navegador de Internet n\u00e3o foi homologado para o uso do PJe. Recomendamos que utilize o Mozilla Firefox\n\nVerificando se as popup's est\u00e3o habilitadas\n\nPopup's habilitadas\n\nPopup's desabilitadas em seu navegador de internet. No navegador Firefox, verifique em menu op\u00e7\u00f5es/conte\u00fado\n\nJava e plugins instalados\n\nVerifique se o plugin java est\u00e1 habilitado em seu navegador de internet (menu complementos/plugins).\nCaso n\u00e3o esteja instalado, clique aqui e baixe a vers\u00e3o atualizada\nSen\u00e3o o seu navegador de internet n\u00e3o acessa o Certificado Digital. Recomendamos utilizar o Mozilla Firefox. O seu navegador de internet acessar\u00e1 o PJe apenas por login e senha (h\u00e1 restri\u00e7\u00f5es ao utilizar este tipo de acesso)\n\nPJeOffice\n\nO PJeOffice est\u00e1 indispon\u00edvel ou n\u00e3o instalado\n1 - Para instalar o PJeOffice, clique aqui.\n2 - Para utilizar o Java Applet, clique aqui.\n\nVerificando o aplicativo...\nFormas de acesso Acesso com certificado digital\nPara se cadastrar no PJe \u00e9 necess\u00e1rio ter um certificado digital v\u00e1lido, do tipo A3, que perten\u00e7a \u00e0 cadeia ICP-Brasil, para mais informa\u00e7\u00f5es acesse o link Saiba como obter o certificado digital.\n\nProcedimentos para se cadastrar no PJe 1- Insira o seu certificado digital em seu computador. 2- Na p\u00e1gina de login do PJe, clique no bot\u00e3o Certificado digital. 3- Insira a senha do seu certificado digital. 4- Confirme as suas informa\u00e7\u00f5es pessoais no formul\u00e1rio apresentado. 5- Assine o Termo de Compromisso. Ap\u00f3s seguir este procedimento, o seu cadastro estar\u00e1 conclu\u00eddo.\nPara acessar o sistema, clique no bot\u00e3o Certificado digital na tela de login do PJe. Acesso com login e senha para quem j\u00e1 possui certificado digital\nPrimeiramente, \u00e9 necess\u00e1rio realizar o cadastro utilizando o certificado digital.\nPara acessar o sistema, clique no link \"Solicitar nova senha\" na tela de login do PJe, informe o CPF/CNPJ (apenas n\u00fameros), o e-mail cadastrado no sistema e clique no bot\u00e3o \"Solicitar\".\nO sistema encaminhar\u00e1 para o e-mail informado as instru\u00e7\u00f5es de cadastro de uma nova senha. Acesso para quem n\u00e3o possui o certificado digital\nPara quem que n\u00e3o possui certificado digital \u00e9 necess\u00e1rio dirigir-se pessoalmente a um posto de atendimento do Tribunal levando os seguintes documentos: uma c\u00f3pia do CPF, do RG (ou da OAB no caso de advogado) e um comprovante de resid\u00eancia.\nAp\u00f3s o cadastro, o sistema encaminhar\u00e1 para o e-mail informado as instru\u00e7\u00f5es de cadastro de uma nova senha.\nPara mais informa\u00e7\u00f5es sobre como acessar o PJe, acesse a wiki em Acesso ao PJe.\nManuais\nAcesse os guias r\u00e1pidos para utiliza\u00e7\u00e3o do PJe, de acordo com o seu perfil de usu\u00e1rio, pelos links abaixo Advogados http://www.pje.jus.br/wiki/index.php/Manual_do_Advogado Tribunais, varas e outros \u00f3rg\u00e3os http://www.pje.jus.br/wiki/index.php/Manual_dos_Representantes Pessoas f\u00edsicas n\u00e3o servidores e pessoas jur\u00eddicas http://www.pje.jus.br/wiki/index.php/Manual_do_Usuario_sem_representacao Mais informa\u00e7\u00f5es podem ser encontradas em http://www.cnj.jus.br/wikipje/index.php\n\nAguarde a inicializa\u00e7\u00e3o do certificado digital.\n\nVersao 2.1.10.0-SNAPSHOT_TRF1 (8a14750c) - Atualizado em 16/08/2022 - 23:54\nSolicitar nova senha\n\nCPF / CNPJ\nEmail\n\nPrimeiro acesso\n\nO PJe permite o acesso com Certificado Digital e tamb\u00e9m atrav\u00e9s de login e senha.\n\nPara acessar o sistema utilizando login e senha (h\u00e1 restri\u00e7\u00f5es ao utilizar este tipo de acesso), por favor veja o Manual de configura\u00e7\u00e3o da utiliza\u00e7\u00e3o do PJe sem certificado digital em nossa wiki.\nCertificado Digital\nO certificado digital \u00e9 um dispositivo criptografico que armazena suas chaves p\u00fablicas e privadas, ou seja, a sua assinatura digital. Esse dispositivo pode ser um cart\u00e3o inteligente (smartcard) ou um token criptogr\u00e1fico.\nQuando utilizado um cart\u00e3o inteligente, \u00e9 necess\u00e1rio que o usu\u00e1rio disponha de uma leitora de smartcard devidamente instalada. Os aplicativos necess\u00e1rios \u00e0 utiliza\u00e7\u00e3o desses dispositivos devem ser fornecidos pela entidade onde foi adquirido o certificado digital.\nCertificado ICP-Brasil a assinatura de documentos no PJe somente pode ser feita utilizando certificados digitais do tipo A3, que pertence \u00e0 cadeia ICP-Brasil. A cadeia de certifica\u00e7\u00e3o deve ser instalada no computador do usu\u00e1rio, o que pode ser feito seguindo as instru\u00e7\u00f5es do reposit\u00f3rio das cadeias de certifica\u00e7\u00e3o do Instituto Nacional de Tecnologia da Informa\u00e7\u00e3o.\n\nVoc\u00ea pode utilizar o bot\u00e3o de Pr\u00e9-requisitos, que realizar\u00e1 um teste em seu computador, analisando os requisitos m\u00ednimos para se ter acesso ao PJe, inclusive a verifica\u00e7\u00e3o de seu certificado digital.\nOutros testes podem ser feitos no s\u00edtio de atendimento do contribuinte da Receita Federal do Brasil (e-CAC) ou utilizando o programa respons\u00e1vel pela administra\u00e7\u00e3o do certificado no seu computador.\nEm caso de problemas nos testes, ser\u00e1 necess\u00e1rio entrar em contato com seu fornecedor de certificado digital ou consultar um t\u00e9cnico especializado para configurar corretamente seu computador.\nEis alguns sites com dicas para instala\u00e7\u00e3o e configura\u00e7\u00e3o da leitora de certificados e de tokens criptogr\u00e1ficos: Certisign Autoridade Certificadora Brasileira de Registros Receita Federal do Brasil\nInstale os drivers da leitora de cart\u00e3o inteligente ou do token criptogr\u00e1fico. Instale a cadeia de certifica\u00e7\u00e3o da ICP-Brasil Instale o navegador Mozilla Firefox Instale ou atualize o Java Teste o uso de seu certificado digital no programa de gerenciamento do cart\u00e3o ou use a Verifica\u00e7\u00e3o de pr\u00e9-requisitos Este v\u00eddeo orienta o usu\u00e1rio sobre como proceder com rela\u00e7\u00e3o \u00e0 advert\u00eancia de seguran\u00e7a (site n\u00e3o confi\u00e1vel) emitida pelo browser.\n\nExistem duas formar de acesso ao PJe, com caracter\u00edsticas diferentes, dependendo das suas necessidades.\nO Push, permite apenas o recebimento de email, informando sobre as movimenta\u00e7\u00f5es dos seus processos.\nO acesso ao PJe pela tela de login com certificado digital \u00e9 a principal forma de acesso e permite, dentre outras coisas (dependendo do seu perfil de acesso), criar novos processos, inserir e abrir documentos em processos, responder intima\u00e7\u00f5es, receber e-mails informando sobre as movimenta\u00e7\u00f5es dos seus processos, etc.\nComo me cadastrar no Push?\nPara se cadastrar no Push \u00e9 necess\u00e1rio que o usu\u00e1rio n\u00e3o seja cadastrado no sistema com certificado digital ou com Usu\u00e1rio e Senha, pois o cadastro diretamente no PJe impede o cadastro no Push.\nCaso voc\u00ea seja cadastrado no PJe com certificado digital ou Usu\u00e1rio e Senha e queira acompanhar as movimenta\u00e7\u00f5es, acesse Menu Principal Processo Outras a\u00e7\u00f5es Incluir no PUSH\nProcedimentos para se cadastrar no Push Clique no link \"Push\", na tela inicial de login do PJe Clique no link \"Ainda n\u00e3o \u00e9 cadastrado?\", na tela do Push Insira o seu CPF, ou o CNPJ, e seu email (deve ser um e-mail v\u00e1lido, pois ser\u00e1 onde voc\u00ea receber\u00e1 o email de confirma\u00e7\u00e3o com o link para confirmar o cadastro) Clique em \"Confirmar\" Entre no email informado e abra o email enviado pelo Push e clique no link de confirma\u00e7ao ou copie e cole o link na barra de endere\u00e7o do seu navegador Preencha os seus dados pessoais e clique em \"Gravar\"\nComo me cadastrar no PJe?\nCom certificado digital\nPara se cadastrar no PJe \u00e9 necess\u00e1rio somente um certificado digital v\u00e1lido, do tipo A3, que perten\u00e7a \u00e0 cadeia ICP-Brasil (para mais explica\u00e7\u00f5es sobre os requisitos para acessar com certificado digital.\nProcedimentos para se cadastrar Insira o seu certificado digital em seu computador Na p\u00e1gina do PJe, clique no bot\u00e3o \"Certificado Digital\" Insira a senha do seu certificado digital Confirme as suas informa\u00e7\u00f5es pessoais no formul\u00e1rio apresentado Assine o \"Termo de Compromisso\". Ap\u00f3s seguir este procedimento, o seu cadastro estar\u00e1 terminado! Para acessar o sistema, clique novamente no bot\u00e3o \"Certificado Digital\", na tela de login do PJe\nCom login e senha Se voc\u00ea possui um certificado digital Insira o seu certificado digital em seu computador Na p\u00e1gina do PJe, clique no bot\u00e3o \"Certificado Digital\" Insira a senha do seu certificado digital Confirme as suas informa\u00e7\u00f5es pessoais no formul\u00e1rio apresentado Assine o \"Termo de Compromisso\" Na tela inicial de login do PJe, clique no bot\u00e3o \"Solicitar nova senha\" Informe o CPF/CNPJ e o e-mail cadastrado no PJe Clique no bot\u00e3o \"Solicitar\" Entre no e-mail informado e procure o e-mail enviado pelo PJe. Nele haver\u00e1 um link. Clique nele ou copie e cole o link na barra de endere\u00e7o do seu navegador Siga as instru\u00e7\u00f5es contidas no e-mail para o cadastro da sua senha Se voc\u00ea n\u00e3o possui certificado digital, por favor entre em contato com posto de atendimento do tribunal e obtenha as informa\u00e7\u00f5es necess\u00e1rias.\nInforma\u00e7\u00f5es Fale Conosco\nProcedimentos para abrir solicita\u00e7\u00e3o:\n1) Usu\u00e1rios externos: entrar em contato pelo telefone 61-3314-1620 ou encaminhar e-mail \u00e0 Central de Servi\u00e7os de Tecnologia da Informa\u00e7\u00e3o (csti@trf1.jus.br), com sugest\u00f5es, d\u00favidas ou relato de problemas t\u00e9cnicos, nesta hip\u00f3tese acompanhado de PrintScreen da tela de erro e descri\u00e7\u00e3o dos procedimentos realizados, com data e hor\u00e1rio da ocorr\u00eancia. Informamos que o e-mail da CSTI n\u00e3o poder\u00e1 ser utilizado para fins de peticionamento, de forma que documentos recebidos nesse sentido ser\u00e3o imediatamente descartados;\n2) Usu\u00e1rios internos: demandas relativas ao PJe, de qualquer natureza, devem ser encaminhadas via e-Sosti, observando-se, nos casos de problema t\u00e9cnico, a necessidade de anexar PrintScreen da tela de erro e descri\u00e7\u00e3o dos procedimentos realizados, com data e hor\u00e1rio da ocorr\u00eancia.\n\nFechar De que forma voc\u00ea gostaria de realizar assinatura digital e autentica\u00e7\u00e3o?\nModo utilizado atualmente no PJe, precisa ser instalado o Java no computador.\nClique aqui para instalar o PJeOffice.\nJ\u00e1 instalado em sua m\u00e1quina.\nVerificando ambiente...\nFechar Assinatura digital e autentica\u00e7\u00e3o utilizando PJeOffice\n\nClique aqui para instalar o PJeOffice.\nJ\u00e1 instalado em sua m\u00e1quina.\nVerificando ambiente...\n\nPJeOffice Indispon\u00edvel O aplicativo PJeOffice n\u00e3o est\u00e1 dispon\u00edvel!\n\nPor favor aguarde" } ] } }, { "data": { "original_header": "Documento Original - IdDocumentoCompleto: 5073545-21.2014.4.04.7100-711412887619525341160000000310", "original_text": "*120140057267* 120140057267\nEXMO. DR. JUIZ FEDERAL DA __ VARA FEDERAL DA SECAO JUDICIARIA DE PORTO ALEGRE\n\nUNIAO, pessoa juridica de direito publico interno, com fun-\n\ndamento na Lei no. 6830,de 22 de setembro de 1980, vem, mui respei-\n\ntosamente, por seu representante legal infra-assinado, propor a\n\npresente EXECUCAO FISCAL, para cobranca da divida no valor de\n\nR$ ************41.569,52(QUARENTA E UM MIL, QUINHENTOS E SESSENTA E N\n\nOVE REAIS E CINQUENTA E DOIS CENTAVOS. ******************************)\n\natualizada para o mes de 08/2014, conforme as anexas certidoes de Di-\n\nvida Ativa sob numero (s) 43.092.444-5, 43.092.445-3, 45.371.739-0,\n\n45.371.740-3,********************************************************\n\ncontra:\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDevedor\n\nIdentificacao\n\nGINATO TRANSPORTES LTDA - EPP\n\nCGC: 06.313.208/0001-47\n\nEndereco\n\nTelefone\n\nBECO JOSE PARIS 546 PREDIO 1\n\nCEP\n\nBairro\n\nMunicipio\n\nUF\n\n91140-310 SARANDI\n\nPORTO ALEGRE\n\nRS\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nPara tanto, requer-se na forma do artigo 8\n\nda Lei 6.830 e art. 172, paragrafo 2, do Codigo de Processo Civil:\n\n1.A citacao da(o) Executada (o),pelo correio,com Aviso de Recepcao(AR)\n\n,para pagar, no prazo legal, as dividas inscritas, devidamente atua-\n\nlizadas, acrescidas de juros, encargos previstos no Decreto-Lei\n\nNo 1.025/1969, alterado pelo Decreto-Lei No. 1.645/1978, custas e\n\ndespesas processuais, ou nomear bens livres e desembaracados para\n\ngarantir a execucao em consonancia com a legislacao em vigor, sob\n\npena de lhe serem penhorados ou arrestados tantos bens quanto bastem\n\na plena execucao da divida.\n\n2.Nao paga a divida ou nao garantida a execucao,a expedicao de mandado\n\nde penhora e avaliacao a recair sobre tantos bens quanto bastem a\n\ngarantia integral da divida, inclusive imoveis, nesse caso proce-\n\nF.0001 (continua)\n\n\f*120140057267* 120140057267\ndendo-se a intimacao do conjuge e a notificacao do cartorio de registro de imoveis competente.\nDa-se a causa o valor da divida com os acrescimos calculados ate a data da distribuicao, nos termos do artigo 6o, paragrafo 4o da Lei de Execucoes Fiscais.\nNestes Termos, p.deferimento PORTO ALEGRE, 24/08/2014\n\n-----------------------------------------------\n\nJOSE DIOGO CYRILLO DA SILVA\n\nMAT- 154373\n\nN.OAB- 33506\n\nProcuradoria: RIO GRANDE DO SUL Endereco: AV. LOUREIRO, 445, SL 601 Cep: 90013-900 Bairro: Municipio: PORTO ALEGRE\n\nUF: RS\n\nF.0002 (final)\n\n\f*120140057267* 120140057267\n\nUNIAO FEDERAL\n\nMINISTERIO DA FAZENDA\n\nDISCRIMINATIVO DE CREDITO INSCRITO - SINTETICO POR COMPETENCIA\n\nProcuradoria-Geral da Fazenda Nacional\n\nOrigem:19.200.800 Tramitacao:19.200.800\n\nCredito: 45.371.740-3\n\nProcesso Administrativo - Originario: 453717403\n\nDevedor: GINATO TRANSPORTES LTDA - EPP\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nEndereco: BECO JOSE PARIS 546 PREDIO 1\n\nBairro : SARANDI\n\nMunic.: PORTO ALEGRE\n\nUF\n\n: RS\n\nCEP\n\n: 91140-310\n\nFase Atual: 534 em 23/08/2014 Doc.: DCGB - DCG BATCH ----------------------------------------------------------------------\n\n(**) TOTAL (*) ORIGINARIO (**) ATUALIZADO\n\nCompet. Moeda(*)\n\n(**) JUROS (**) MULTA MORA\n\n--/---- -------------- --------.---,-- --------.---,-- --------.---,--\n\n04/2013 REAL\n\n1.351,83\n\n1.024,58\n\n1.024,58\n\n122,34\n\n204,91\n\n05/2013 REAL\n\n1.511,58\n\n1.150,97\n\n1.150,97\n\n130,41\n\n230,20\n\n06/2013 REAL\n\n1.503,28\n\n1.150,97\n\n1.150,97\n\n122,11\n\n230,20\n\n07/2013 REAL\n\n1.495,12\n\n1.150,97\n\n1.150,97\n\n113,95\n\n230,20\n\n08/2013 REAL\n\n1.464,61\n\n1.133,70\n\n1.133,70\n\n104,18\n\n226,73\n\n09/2013 REAL\n\n1.201,41\n\n935,83\n\n935,83\n\n78,42\n\n187,16\n\n10/2013 REAL\n\n1.194,70\n\n935,83\n\n935,83\n\n71,70\n\n187,17\n\n11/2013 REAL\n\n1.187,29\n\n935,83\n\n935,83\n\n64,29\n\n187,17\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nTotal do Credito\n\n10.909,82\n\n8.418,68\n\n807,40\n\n1.683,74\n\nSobre o valor total incide encargos legais previsto no Decreto-Lei No.\n\n1.025/69,alterado pelo Decreto-Lei No. 1.645/78, e custas processuais.\n\n** Valores atualizados para 08/2014 em REAL\n\nc/multa ajuizam.\n\nUfir de conversao:\n\n0,9108\n\nF.0001 (final)\n\n\f*120140057267* 120140057267\n\nUNIAO FEDERAL\n\nMINISTERIO DA FAZENDA\n\nDISCRIMINATIVO DE CREDITO INSCRITO - SINTETICO POR COMPETENCIA\n\nProcuradoria-Geral da Fazenda Nacional\n\nOrigem:19.200.800 Tramitacao:19.200.800\n\nCredito: 43.092.444-5\n\nProcesso Administrativo - Originario: 430924445\n\nDevedor: GINATO TRANSPORTES LTDA - EPP\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nEndereco: BECO JOSE PARIS 546 PREDIO 1\n\nBairro : SARANDI\n\nMunic.: PORTO ALEGRE\n\nUF\n\n: RS\n\nCEP\n\n: 91140-310\n\nFase Atual: 534 em 23/08/2014 Doc.: DCGB - DCG BATCH ----------------------------------------------------------------------\n\n(**) TOTAL (*) ORIGINARIO (**) ATUALIZADO\n\nCompet. Moeda(*)\n\n(**) JUROS (**) MULTA MORA\n\n--/---- -------------- --------.---,-- --------.---,-- --------.---,--\n\n04/2012 REAL\n\n280,94\n\n202,04\n\n202,04\n\n38,49\n\n40,41\n\n05/2012 REAL\n\n371,13\n\n268,14\n\n268,14\n\n49,36\n\n53,63\n\n06/2012 REAL\n\n383,58\n\n278,50\n\n278,50\n\n49,38\n\n55,70\n\n07/2012 REAL\n\n462,78\n\n337,70\n\n337,70\n\n57,54\n\n67,54\n\n08/2012 REAL\n\n444,93\n\n325,96\n\n325,96\n\n53,78\n\n65,19\n\n09/2012 REAL\n\n433,83\n\n319,25\n\n319,25\n\n50,73\n\n63,85\n\n10/2012 REAL\n\n430,65\n\n318,20\n\n318,20\n\n48,81\n\n63,64\n\n11/2012 REAL\n\n349,74\n\n259,47\n\n259,47\n\n38,38\n\n51,89\n\n12/2012 REAL\n\n380,88\n\n283,83\n\n283,83\n\n40,28\n\n56,77\n\n01/2013 REAL\n\n406,33\n\n303,91\n\n303,91\n\n41,64\n\n60,78\n\n02/2013 REAL\n\n425,08\n\n319,25\n\n319,25\n\n41,98\n\n63,85\n\n03/2013 REAL\n\n424,35\n\n320,17\n\n320,17\n\n40,15\n\n64,03\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nTotal do Credito\n\n4.794,22\n\n3.536,42\n\n550,52\n\n707,28\n\nSobre o valor total incide encargos legais previsto no Decreto-Lei No.\n\n1.025/69,alterado pelo Decreto-Lei No. 1.645/78, e custas processuais.\n\n** Valores atualizados para 08/2014 em REAL\n\nc/multa ajuizam.\n\nUfir de conversao:\n\n0,9108\n\nF.0001 (final)\n\n\f*120140057267* 120140057267\n\nUNIAO FEDERAL\n\nMINISTERIO DA FAZENDA\n\nDISCRIMINATIVO DE CREDITO INSCRITO - SINTETICO POR COMPETENCIA\n\nProcuradoria-Geral da Fazenda Nacional\n\nOrigem:19.200.800 Tramitacao:19.200.800\n\nCredito: 43.092.445-3\n\nProcesso Administrativo - Originario: 430924453\n\nDevedor: GINATO TRANSPORTES LTDA - EPP\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nEndereco: BECO JOSE PARIS 546 PREDIO 1\n\nBairro : SARANDI\n\nMunic.: PORTO ALEGRE\n\nUF\n\n: RS\n\nCEP\n\n: 91140-310\n\nFase Atual: 534 em 23/08/2014 Doc.: DCGB - DCG BATCH ----------------------------------------------------------------------\n\n(**) TOTAL (*) ORIGINARIO (**) ATUALIZADO\n\nCompet. Moeda(*)\n\n(**) JUROS (**) MULTA MORA\n\n--/---- -------------- --------.---,-- --------.---,-- --------.---,--\n\n04/2012 REAL\n\n898,99\n\n646,52\n\n646,52\n\n123,17\n\n129,30\n\n05/2012 REAL\n\n1.209,40\n\n873,79\n\n873,79\n\n160,86\n\n174,75\n\n06/2012 REAL\n\n1.203,46\n\n873,79\n\n873,79\n\n154,92\n\n174,75\n\n07/2012 REAL\n\n1.480,94\n\n1.080,67\n\n1.080,67\n\n184,15\n\n216,12\n\n08/2012 REAL\n\n1.423,84\n\n1.043,10\n\n1.043,10\n\n172,11\n\n208,63\n\n09/2012 REAL\n\n1.388,29\n\n1.021,63\n\n1.021,63\n\n162,34\n\n204,32\n\n10/2012 REAL\n\n1.378,13\n\n1.018,28\n\n1.018,28\n\n156,20\n\n203,65\n\n11/2012 REAL\n\n1.142,48\n\n847,59\n\n847,59\n\n125,36\n\n169,53\n\n12/2012 REAL\n\n1.253,75\n\n934,32\n\n934,32\n\n132,57\n\n186,86\n\n01/2013 REAL\n\n1.300,29\n\n972,54\n\n972,54\n\n133,25\n\n194,50\n\n02/2013 REAL\n\n1.360,29\n\n1.021,63\n\n1.021,63\n\n134,34\n\n204,32\n\n03/2013 REAL\n\n1.357,96\n\n1.024,58\n\n1.024,58\n\n128,47\n\n204,91\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nTotal do Credito\n\n15.397,82\n\n11.358,44\n\n1.767,74\n\n2.271,64\n\nSobre o valor total incide encargos legais previsto no Decreto-Lei No.\n\n1.025/69,alterado pelo Decreto-Lei No. 1.645/78, e custas processuais.\n\n** Valores atualizados para 08/2014 em REAL\n\nc/multa ajuizam.\n\nUfir de conversao:\n\n0,9108\n\nF.0001 (final)\n\n\f*120140057267* 120140057267\n\nUNIAO FEDERAL\n\nMINISTERIO DA FAZENDA\n\nDISCRIMINATIVO DE CREDITO INSCRITO - SINTETICO POR COMPETENCIA\n\nProcuradoria-Geral da Fazenda Nacional\n\nOrigem:19.200.800 Tramitacao:19.200.800\n\nCredito: 45.371.739-0\n\nProcesso Administrativo - Originario: 453717390\n\nDevedor: GINATO TRANSPORTES LTDA - EPP\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nEndereco: BECO JOSE PARIS 546 PREDIO 1\n\nBairro : SARANDI\n\nMunic.: PORTO ALEGRE\n\nUF\n\n: RS\n\nCEP\n\n: 91140-310\n\nFase Atual: 534 em 23/08/2014 Doc.: DCGB - DCG BATCH ----------------------------------------------------------------------\n\n(**) TOTAL (*) ORIGINARIO (**) ATUALIZADO\n\nCompet. Moeda(*)\n\n(**) JUROS (**) MULTA MORA\n\n--/---- -------------- --------.---,-- --------.---,-- --------.---,--\n\n04/2013 REAL\n\n422,43\n\n320,17\n\n320,17\n\n38,23\n\n64,03\n\n05/2013 REAL\n\n472,35\n\n359,67\n\n359,67\n\n40,75\n\n71,93\n\n06/2013 REAL\n\n469,76\n\n359,67\n\n359,67\n\n38,16\n\n71,93\n\n07/2013 REAL\n\n467,21\n\n359,67\n\n359,67\n\n35,61\n\n71,93\n\n08/2013 REAL\n\n457,68\n\n354,27\n\n354,27\n\n32,56\n\n70,85\n\n09/2013 REAL\n\n419,09\n\n326,44\n\n326,44\n\n27,36\n\n65,29\n\n10/2013 REAL\n\n416,74\n\n326,44\n\n326,44\n\n25,01\n\n65,29\n\n11/2013 REAL\n\n414,16\n\n326,44\n\n326,44\n\n22,43\n\n65,29\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nTotal do Credito\n\n3.539,42\n\n2.732,77\n\n260,11\n\n546,54\n\nSobre o valor total incide encargos legais previsto no Decreto-Lei No.\n\n1.025/69,alterado pelo Decreto-Lei No. 1.645/78, e custas processuais.\n\n** Valores atualizados para 08/2014 em REAL\n\nc/multa ajuizam.\n\nUfir de conversao:\n\n0,9108\n\nF.0001 (final)\n\n\f*120140057267* 120140057267\n\nCERTIDAO DE DIVIDA ATIVA(CDA)\n\nCertifico que do registroda divida ativa da Uniao consta a inscricao da divida cujo os dados sao os seguintes:\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nP G F N\n\nLivro/ Data de\n\nProcesso Administrativo Nm.Inscricao\n\nde Origem Folha Inscricao Original\n\nDesmembrado Divida Ativa\n\n19.200.800 0098/488 27/06/2014 453717403\n\n45.371.740-3\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDevedor\n\nGINATO TRANSPORTES LTDA - EPP\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nEndereco\n\nTelefone\n\nBECO JOSE PARIS 546 PREDIO 1\n\nCEP\n\nBairro\n\nMunicipio\n\nUF\n\n91140-310 SARANDI\n\nPORTO ALEGRE\n\nRS\n\nIdentificacao\n\nCGC: 06.313.208/0001-47\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nPeriodo da Divida\n\nValor Originario Moeda\n\n04/2013 a 11/2013\n\n8.418,68 REAL\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDocumento Original DCGB - DCG BATCH\n\nOrgao de Origem 19.001.010 Lancamento 10/05/2014 Calculo 23/08/2014\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nPrinc.Atualizado\n\nJuros\n\nMulta\n\nValor Total\n\n8.418,68\n\n807,40\n\n1.683,74\n\n10.909,82\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nF.Legal\n\nPeriodo\n\nDescricao / Embasamento Legal\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n041.00\n\nATRIBUICAO DE COMPETENCIA PARA FISCALIZAR, ARRECADAR E COBRA\n\n041.02 desde 01/11/2004 PERIODO DE 11/2004 A 12/2004 MP N. 222, DE 04.10.2004, ARTIGOS 1. E 3., POSTERIORMENTE CONVERTIDA NA LEI N. 11.098, DE 13.01.2005, ARTIGOS 1. E 3.; DECRETO N. 5.256, DE 27.10.2004, ANEXO I, ART. 18, I. PERIODO DE 01/2005 A 02/2005 MP N. 222, DE 04.10.2004, ARTIGOS 1. E 3., CONVERTIDA NA LEI N. 11.098, DE 13.01.2005, ARTIGOS 1. E 3.; DECRETO N. 5.256, DE 27.10.2004, ANEXO I, ART. 18, I. PERIODO DE 03/2005 A 05/2005 LEI N. 11.098, DE 13.01.2005, ARTIGOS 1. E 3.; DECRETO N. 5.256, DE 27.10.2004, ANEXO I, ART. 18, I; DECRETO N. 5.403, DE 28.03.2005, ANEXO I, ART.\n----------------------------------------------------------------------\n\n-------------------------------------------------- ------------\n\nJOSE DIOGO CYRILLO DA SILVA\n\nMAT- 0154373 F.0001\n\nDATA: 23/08/2014 LOCAL: PORTO ALEGRE\n\n(continua)\n\n\f*120140057267* 120140057267\n\nCERTIDAO DE DIVIDA ATIVA(CDA)\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nP G F N\n\nLivro/ Data de\n\nProcesso Administrativo Nm.Inscricao\n\nde Origem Folha Inscricao Original\n\nDesmembrado Divida Ativa\n\n19.200.800 0098/488 27/06/2014 453717403\n\n45.371.740-3\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDevedor\n\nGINATO TRANSPORTES LTDA - EPP\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nF.Legal\n\nPeriodo\n\nDescricao / Embasamento Legal\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n041.02\n\ndesde 01/11/2004 15, I. PERIODO DE 06/2005 A 14.08.2005 LEI N. 11.098, DE 13.01.2005, ARTIGOS 1. E 3.; DECRETO N. 5.403, DE 28.03.2005, ANEXO I, ART. 15, I; DECRETO N. 5.469, DE 15.06.2005, ANEXO I, ART. 18, I. A PARTIR DE 15.08.2005 MP N. 258, DE 21.07.2005, ART. 3., CAPUT E PARAGRAFO 1., ART. 10 E INCISO I DO ART. 12. A PARTIR DE 19.11.2005 LEI N. 11.098, DE 13.01.2005, ARTIGOS 1. E 3.; DECRETO N. 5.469, DE 15.06.2005, ANEXO I, ART. 18, I. A PARTIR DE 02.05.2007 LEI N. 11.457, DE 16.03.07, ARTS. 2 E 3.\n\n089.00\n\nGFIP - GUIA DE RECOLHIMENTO DO FGTS E INFORMACOES A PREVIDENCIA SOCIAL\n\n089.04\n\ndesde 01/12/2008 LEI N. 8.212, DE 24.07.91, ART. 32, IV (ACRESCENTADO PELA MP N. 1.596-14/97, COM REDACAO DA MP N. 449, DE 03.12.2008, CONVERTIDA NA LEI N. 11.941, DE 27.05.2009) E ART. 33 (COM A REDACAO DA LEI N. 10.256, DE 09.07.2001E ALTERACAO DA MP N. 449, DE 03.12.08, CONVERTIDA NA LEI N. 11.941, DE 27.05.09), PARAGRAFO 7. (ACRESCENTADO PELA MP N. 1.59614/97, CONVERTIDA NA LEI N. 9.528, DE 10.12.97, ALTERADA PELA MP N. 449, DE 03.12.08, CONVERTIDA NA LEI N. 11.941, DE 2705.09) REDACAO); DECRETO N. 2.803, DE 20.10.98; REGULAMENTO DA PREVIDENCIA SOCIAL - RPS, APROVADO PELO DECRETO N. 3.048, DE 06.05.99, ART. 225, IV, PARAGRAFOS 1., 2., 3. E 4. E ART. 245, CAPUT E PARAGRAFO 1.;\n\n200.00\n\nCONTRIBUICAO DA EMPRESA SOBRE A REMUNERACAO DE EMPREGADOS\n\n200.08 desde 01/12/1999 LEI N. 8.212, DE 24.07.91, ART. 22, I (COM A REDACAO DADA\n----------------------------------------------------------------------\n\n-------------------------------------------------- ------------\n\nJOSE DIOGO CYRILLO DA SILVA\n\nMAT- 0154373 F.0002\n\nDATA: 23/08/2014 LOCAL: PORTO ALEGRE\n\n(continua)\n\n\f*120140057267* 120140057267\n\nCERTIDAO DE DIVIDA ATIVA(CDA)\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nP G F N\n\nLivro/ Data de\n\nProcesso Administrativo Nm.Inscricao\n\nde Origem Folha Inscricao Original\n\nDesmembrado Divida Ativa\n\n19.200.800 0098/488 27/06/2014 453717403\n\n45.371.740-3\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDevedor\n\nGINATO TRANSPORTES LTDA - EPP\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nF.Legal\n\nPeriodo\n\nDescricao / Embasamento Legal\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n200.08\n\ndesde 01/12/1999 PELA LEI N. 9.876, DE 26.11.99); REGULAMENTO DA PREVIDENCIA SOCIAL, APROVADO PELO DECRETO N. 3.048, DE 06.05.99, ART. 12, I E PARAGRAFO UNICO, ART. 201, I, PARAGRAFO 1. E ART. 216, I, \"B\" (COM AS ALTERACOES DADAS PELO DECRETO N. 3.265, DE 29.11.99).\n\n301.00\n\nCONTRIBUICAO DAS EMPRESAS PARA FINANCIAMENTO DOS BENEFICIOS EM RAZAO DA INCAPACIDADE LABORATIVA\n\n301.08\n\ndesde 01/12/1999 LEI N. 8.212, DE 24.07.91, ART. 22, II (COM A REDACAO DADA PELA LEI N. 9.732, DE 11.12.98); REGULAMENTO DA PREVIDENCIA SOCIAL, APROVADO PELO DECRETO N. 3.048, DE 06.05.99, ART. 12, I, PARAGRAFO UNICO, NA REDACAO DADA PELO DECRETO N. 3.265, DE 29.11.99, ART. 202, I, II E III E PARAGRAFOS 1. AO 6.. A PARTIR DE 01/2010 LEI N. 8.212, DE 24.07.91, ART. 22, II (COM A REDACAO DADA PELA LEI N. 9.732, DE 11.12.98); REGULAMENTO DA PREVIDENCIA SOCIAL, APROVADO PELO DECRETO N. 3.048, DE 06.05.99, ART. 12, I, PARAGRAFO UNICO, NA REDACAO DADA PELO DECRETO N. 3.265, DE 29.11.99, ART. 202, I, II E III E PARAGRAFOS 1. AO 6 E ART. 202-A (ACRESCENTADO PELO DECRETO N. 6.042, DE 12.02.07, COM REDACAO DO DECRETO N. 6.957, DE 09.09.09) E DECRETO N. 6.957, DE 09.09.10, ARTIGOS 2. E 4..\n\n400.00\n\nCONTRIBUICAO DEVIDA A TERCEIROS - SALARIO EDUCACAO\n\n400.05 desde 01/11/2004 CONSTITUICAO FEDERAL, ART. 212, PARAGRAFO 5., COMBINADO COM O ART. 34, CAPUT, DAS DISPOSICOES CONSTITUCIONAIS TRANSITORIAS; LEI N. 9.424, DE 26.12.96, ART. 15, CAPUT; MP\n----------------------------------------------------------------------\n\n-------------------------------------------------- ------------\n\nJOSE DIOGO CYRILLO DA SILVA\n\nMAT- 0154373 F.0003\n\nDATA: 23/08/2014 LOCAL: PORTO ALEGRE\n\n(continua)\n\n\f*120140057267* 120140057267\n\nCERTIDAO DE DIVIDA ATIVA(CDA)\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nP G F N\n\nLivro/ Data de\n\nProcesso Administrativo Nm.Inscricao\n\nde Origem Folha Inscricao Original\n\nDesmembrado Divida Ativa\n\n19.200.800 0098/488 27/06/2014 453717403\n\n45.371.740-3\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDevedor\n\nGINATO TRANSPORTES LTDA - EPP\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nF.Legal\n\nPeriodo\n\nDescricao / Embasamento Legal\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n400.05\n\ndesde 01/11/2004 N. 1.565, DE 09.01.97 E REEDICOES ATE A MP N. 1.607, DE 11.12.97, E REEDICOES ATE A MP N. 1.607-24, DE 19.11.98, CONVERTIDAS NA LEI N. 9.766, DE 18.12.98; LEI N. 9.601, DE 21.01.98, ART. 2.; DECRETO N. 3.142, DE 16.08.99, ART. 1., 2., 6., INCISO II PARAGRAFO 1.; MP N. 222, DE 04.10.2004, ART. 3., POSTERIORMENTE CONVERTIDA NA LEI N. 11.098, DE 13.01.2005, ARTIGO 3., DECRETO N. 87.043, DE 22.03.82, ARTIGOS 1., 2., 3., I, PARAGRAFOS 1., 2., 4., 5. E ART. 13; DECRETO N. 5.256, DE 27.10.2004, ART. 18, I. A PARTIR DE 01.01.2007: CONSTITUICAO FEDERAL, ART. 212, PARAGRAFO 5., COMBINADO COM O ART.34, CAPUT, DAS DISPOSICOES CONSTITUCIONAIS TRANSITORIAS; LEI N. 9.424, DE 26.12.96, ART. 15, CAPUT; LEI N. 9.766, DE 18..12.98, ART. 1.; DECRETO N. 6003, DE 28.12.06, ARTIGO 1., PARAGRAFO 1. E ARTIGOS 10 E 11.\n\n405.00\n\nTERCEIROS - INCRA\n\n405.04\n\ndesde 01/11/2004 LEI N. 2.613, DE 23.09.55, ART. 6., PARAGRAFO 4., (COM AS ALTERACOES DA LEI N. 4.863, DE 29.11.65, ART. 35, PARAGRAFO 2., VIII); DECRETO-LEI N. 1.146, DE 31.12.70, ART. 1., I, ITEM 2, ARTIGOS 3. E 4.; LEI COMPLEMENTAR N. 11, DE 25.05.71, ART. 15, II; DECRETO-LEI N. 2.318, DE 30.12.86, ART. 3.; MP N. 222, DE 04.10.2004, ART. 3.; DECRETO N. 5.256, DE 27.10.2004, ART. 18, I.\n\n408.00\n\nTERCEIROS - SEST/SENAT\n\n408.04 desde 01/11/2004 LEI N. 8.706, DE 14.09.93, ART. 7., I, PARAGRAFOS 1. E 2.;\n----------------------------------------------------------------------\n\n-------------------------------------------------- ------------\n\nJOSE DIOGO CYRILLO DA SILVA\n\nMAT- 0154373 F.0004\n\nDATA: 23/08/2014 LOCAL: PORTO ALEGRE\n\n(continua)\n\n\f*120140057267* 120140057267\n\nCERTIDAO DE DIVIDA ATIVA(CDA)\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nP G F N\n\nLivro/ Data de\n\nProcesso Administrativo Nm.Inscricao\n\nde Origem Folha Inscricao Original\n\nDesmembrado Divida Ativa\n\n19.200.800 0098/488 27/06/2014 453717403\n\n45.371.740-3\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDevedor\n\nGINATO TRANSPORTES LTDA - EPP\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nF.Legal\n\nPeriodo\n\nDescricao / Embasamento Legal\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n408.04\n\ndesde 01/11/2004 DECRETO N. 1.007, DE 13.12.93, ART. 1., I, \"A\", II, \"A\" E ART. 2., I, PARAGRAFOS 1. E 2. (COM AS ALTERACOES DADAS PELO ART. 1. DO DECRETO N. 1.092, DE 21.03.94), ART. 3., PARAGRAFO 1.\n\n411.00\n\nTERCEIROS - SENAI\n\n411.04\n\ndesde 01/11/2004 DECRETO-LEI N. 4.048, DE 22.01.42, ART. 4. E 6. (COM AS ALTERACOES DO DECRETO-LEI N. 4.936, DE 07.11.42, ARTIGOS 3. E 6.); DECRETO-LEI N. 6.246, DE 05.02.44, ART. 1.; MP N. 222, DE 04.10.2004, ART. 3.; DECRETO N. 5.256, DE 27.10.2004, ART. 18, I.\n\n412.00\n\nTERCEIROS - SESI\n\n412.04\n\ndesde 01/11/2004 DECRETO-LEI N. 9.403, DE 25.06.46, ART. 3.; DECRETO-LEI N. 2.318, DE 30.12.86, ARTIGOS 1. E 3.; MP N. 222, DE 04.10.2004, ART. 3.; DECRETO N. 5.256, DE 27.10.2004, ART. 18, I.\n\n415.00\n\nTERCEIROS - SEBRAE\n\n415.04 desde 01/11/2004 LEI N. 8.029, DE 12.04.90, ART. 8.,PARAGRAFO 3. (COM A REDACAO DADA PELA LEI N. 8.154, DE 28.12.90), COMBINADO COM O ART. 1. DO DECRETO-LEI N. 2.318, DE 30.12.86 E PARAGRAFO 4.; MP N. 222, DE 04.10.2004, ART. 3.; DECRETO N. 5.256, DE 27.10.2004, ART. 18, I.\n----------------------------------------------------------------------\n\n-------------------------------------------------- ------------\n\nJOSE DIOGO CYRILLO DA SILVA\n\nMAT- 0154373 F.0005\n\nDATA: 23/08/2014 LOCAL: PORTO ALEGRE\n\n(continua)\n\n\f*120140057267* 120140057267\n\nCERTIDAO DE DIVIDA ATIVA(CDA)\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nP G F N\n\nLivro/ Data de\n\nProcesso Administrativo Nm.Inscricao\n\nde Origem Folha Inscricao Original\n\nDesmembrado Divida Ativa\n\n19.200.800 0098/488 27/06/2014 453717403\n\n45.371.740-3\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDevedor\n\nGINATO TRANSPORTES LTDA - EPP\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nF.Legal\n\nPeriodo\n\nDescricao / Embasamento Legal\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n600.00\n\nCORRECAO MONETARIA\n\n600.08\n\ndesde 01/01/1995 LEI N. 8.981, DE 20.01.95, ART. 6.. REGULAMENTO DA ORGANIZACAO E DO CUSTEIO DA SEGURIDADE SOCIAL-ROCSS, APROVADO PELO DECRETO N. 356, DE 07.12.91, COM A NOVA REDACAO DADA PELO DECRETO N. 612, DE 21.07.92 E ALTERACOES POSTERIORES, ART. 39, PARAGRAFO 5., RENUMERADO PARA PARAGRAFO 9., PELO ART. 1. DO DECRETO N. 738 DE 28.01.93, E PARAGRAFO 10 (ACRESCENTADO PELO DECRETO N. 738, DE 28.01.93); REGULAMENTO DA ORGANIZACAO E DO CUSTEIO DA SEGURIDADE SOCIAL-ROCSS, APROVADO PELO DECRETO N. 2.173, DE 05.03.97, ART. 58, I. VALORES ORIGINARIOS EM REAL E SEM ATUALIZACAO\n\n601.00\n\nACRESCIMOS LEGAIS - MULTA\n\n601.10\n\ndesde 01/12/2008 LEI N. 8.212, DE 24.07.91, ART. 35, (COMBINADO COM O ART. 61 DA LEI N. 9.430, DE 27.12.96) COM REDACAO DA MP N. 449 DE 04.12.2008, CONVERTIDA NA LEI N. 11.941, DE 27.05.2009.CALCULO DA MULTA: PARA PAGAMENTO DE OBRIGACAO VENCIDA, NAO INCLUIDA EM AUTO-DE-INFRACAO: 0,33%, POR DIA DE ATRASO, CALCULADA A PARTIR DO PRIMEIRO DIA SUBSEQUENTE AO DO VENCIMENTO DO PRAZO PREVISTO PARA O PAGAMENTO DA CONTRIBUICAO ATE O DIA EM QUE OCORRER O SEU PAGAMENTO, LIMITADO A 20%.\n\n602.00\n\nACRESCIMOS LEGAIS - JUROS\n\n602.08 desde 01/12/2008 LEI N. 8.212, DE 24.07.91, ART. 35, COMBINADO COM O ART. 61\n----------------------------------------------------------------------\n\n-------------------------------------------------- ------------\n\nJOSE DIOGO CYRILLO DA SILVA\n\nMAT- 0154373 F.0006\n\nDATA: 23/08/2014 LOCAL: PORTO ALEGRE\n\n(continua)\n\n\f*120140057267* 120140057267\n\nCERTIDAO DE DIVIDA ATIVA(CDA)\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nP G F N\n\nLivro/ Data de\n\nProcesso Administrativo Nm.Inscricao\n\nde Origem Folha Inscricao Original\n\nDesmembrado Divida Ativa\n\n19.200.800 0098/488 27/06/2014 453717403\n\n45.371.740-3\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDevedor\n\nGINATO TRANSPORTES LTDA - EPP\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nF.Legal\n\nPeriodo\n\nDescricao / Embasamento Legal\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n602.08\n\ndesde 01/12/2008 DA LEI N. 9.430, DE 27.12.96, COM REDACAO DA MP N. 449, DE 04.12.2008, CONVERTIDA NA LEI N. 11.941, DE 27.05.2009. CALCULO DOS JUROS: JUROS CALCULADOS SOBRE O VALOR ORIGINARIO, MEDIANTE A APLICACAO DOS SEGUINTES PERCENTUAIS: A) TAXA MEDIA MENSAL DE CAPTACAO DO TESOURO NACIONAL RELATIVA A DIVIDA MOBILIARIA FEDERAL / TAXA REFERENCIAL DO SISTEMA ESPECIAL DE LIQUIDACAO E DE CUSTODIA - SELIC, A PARTIR DO PRIMEIRO DIA DO MES SUBSEQUENT AO VENCIMENTO DO PRAZO ATE O MES ANTERIOR AO DO PAGAMENTO B) 1% (UM POR CENTO) NO MES DO PAGAMENTO.\n\n700.00\n\nENCARGO LEGAL DE 20% (VINTE POR CENTO)\n\n700.01\n\ndesde 01/05/2007 DECRETO-LEI N. 1.025/69, ART. 1; DECRETO-LEI N. 1.645/78, ART. 3; LEI 7.799/89, ART. 64, PARAGRAFO 2 E LEI N. 8.383/91, ART. 57, PARAGRAFO 2.\n\n800.00\n\nPRAZO E OBRIGACAO DE RECOLHIMENTO - EMPRESAS EM GERAL\n\n800.11 desde 01/10/2008 LEI N. 8.212, DE 24.07.91, ART. 30, I (COM A ALTERACAO DA LEI N. 8.620, DE 05.01.93, DA LEI N. 9.876, DE 26.11.99, DA MP N. 351, DE 22.01.07, CONVERTIDA NA LEI N. 11.488, DE 25.06.07 E DA MP N. 447, DE 14.11.08, CONVERTIDA NA LEI N. 11.933, DE 28.04.2009); LEI N. 8.620, DE 05.01.93, ART. 7., PARAGRAFOS 1. E 2.; LEI N. 10.666, DE 08.05.03, ART. 4., PARAGRAFO 1., COMBINADO COM O ART. 15; REGULAMENTO DA PREVIDENCIA SOCIAL, APROVADO PELO DECRETO N. 3.048, DE 06.05.99, ART. 216, I, \"B\" E PARAGRAFOS 1. AO 6., COM AS ALTERACOES DO DECRETO N. 3.265, DE 29.11.99.\n----------------------------------------------------------------------\n\n-------------------------------------------------- ------------\n\nJOSE DIOGO CYRILLO DA SILVA\n\nMAT- 0154373 F.0007\n\nDATA: 23/08/2014 LOCAL: PORTO ALEGRE\n\n(continua)\n\n\f*120140057267* 120140057267\n\nCERTIDAO DE DIVIDA ATIVA(CDA)\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nP G F N\n\nLivro/ Data de\n\nProcesso Administrativo Nm.Inscricao\n\nde Origem Folha Inscricao Original\n\nDesmembrado Divida Ativa\n\n19.200.800 0098/488 27/06/2014 453717403\n\n45.371.740-3\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDevedor\n\nGINATO TRANSPORTES LTDA - EPP\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nF.Legal\n\nPeriodo\n\nDescricao / Embasamento Legal\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nE para que se possa proceder a cobranca em acao propria, nos termos da Lei No. 6830 de 22/09/80, art 20. e seus paragrafos e demais dispositivos legais em vigor, foi extraida a presente certidao.\nSobre o valor total incide encargos legais previsto no DecretoLei No. 1.025/69,alterado pelo Decreto-Lei No. 1.645/78, e custas processuais.\n\n-------------------------------------------------- ------------\n\nJOSE DIOGO CYRILLO DA SILVA\n\nMAT- 0154373 F.0008\n\nDATA: 23/08/2014 LOCAL: PORTO ALEGRE\n\n(final)\n\n\f*120140057267* 120140057267\n\nCERTIDAO DE DIVIDA ATIVA(CDA)\n\nCertifico que do registroda divida ativa da Uniao consta a inscricao da divida cujo os dados sao os seguintes:\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nP G F N\n\nLivro/ Data de\n\nProcesso Administrativo Nm.Inscricao\n\nde Origem Folha Inscricao Original\n\nDesmembrado Divida Ativa\n\n19.200.800 0084/120 05/10/2013 430924445\n\n43.092.444-5\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDevedor\n\nGINATO TRANSPORTES LTDA - EPP\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nEndereco\n\nTelefone\n\nBECO JOSE PARIS 546 PREDIO 1\n\nCEP\n\nBairro\n\nMunicipio\n\nUF\n\n91140-310 SARANDI\n\nPORTO ALEGRE\n\nRS\n\nIdentificacao\n\nCGC: 06.313.208/0001-47\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nPeriodo da Divida\n\nValor Originario Moeda\n\n04/2012 a 03/2013\n\n3.536,42 REAL\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDocumento Original DCGB - DCG BATCH\n\nOrgao de Origem 19.001.010 Lancamento 17/08/2013 Calculo 23/08/2014\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nPrinc.Atualizado\n\nJuros\n\nMulta\n\nValor Total\n\n3.536,42\n\n550,52\n\n707,28\n\n4.794,22\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nF.Legal\n\nPeriodo\n\nDescricao / Embasamento Legal\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n041.00\n\nATRIBUICAO DE COMPETENCIA PARA FISCALIZAR, ARRECADAR E COBRA\n\n041.02 desde 01/11/2004 PERIODO DE 11/2004 A 12/2004 MP N. 222, DE 04.10.2004, ARTIGOS 1. E 3., POSTERIORMENTE CONVERTIDA NA LEI N. 11.098, DE 13.01.2005, ARTIGOS 1. E 3.; DECRETO N. 5.256, DE 27.10.2004, ANEXO I, ART. 18, I. PERIODO DE 01/2005 A 02/2005 MP N. 222, DE 04.10.2004, ARTIGOS 1. E 3., CONVERTIDA NA LEI N. 11.098, DE 13.01.2005, ARTIGOS 1. E 3.; DECRETO N. 5.256, DE 27.10.2004, ANEXO I, ART. 18, I. PERIODO DE 03/2005 A 05/2005 LEI N. 11.098, DE 13.01.2005, ARTIGOS 1. E 3.; DECRETO N. 5.256, DE 27.10.2004, ANEXO I, ART. 18, I; DECRETO N. 5.403, DE 28.03.2005, ANEXO I, ART.\n----------------------------------------------------------------------\n\n-------------------------------------------------- ------------\n\nJOSE DIOGO CYRILLO DA SILVA\n\nMAT- 0154373 F.0001\n\nDATA: 23/08/2014 LOCAL: PORTO ALEGRE\n\n(continua)\n\n\f*120140057267* 120140057267\n\nCERTIDAO DE DIVIDA ATIVA(CDA)\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nP G F N\n\nLivro/ Data de\n\nProcesso Administrativo Nm.Inscricao\n\nde Origem Folha Inscricao Original\n\nDesmembrado Divida Ativa\n\n19.200.800 0084/120 05/10/2013 430924445\n\n43.092.444-5\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDevedor\n\nGINATO TRANSPORTES LTDA - EPP\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nF.Legal\n\nPeriodo\n\nDescricao / Embasamento Legal\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n041.02\n\ndesde 01/11/2004 15, I. PERIODO DE 06/2005 A 14.08.2005 LEI N. 11.098, DE 13.01.2005, ARTIGOS 1. E 3.; DECRETO N. 5.403, DE 28.03.2005, ANEXO I, ART. 15, I; DECRETO N. 5.469, DE 15.06.2005, ANEXO I, ART. 18, I. A PARTIR DE 15.08.2005 MP N. 258, DE 21.07.2005, ART. 3., CAPUT E PARAGRAFO 1., ART. 10 E INCISO I DO ART. 12. A PARTIR DE 19.11.2005 LEI N. 11.098, DE 13.01.2005, ARTIGOS 1. E 3.; DECRETO N. 5.469, DE 15.06.2005, ANEXO I, ART. 18, I. A PARTIR DE 02.05.2007 LEI N. 11.457, DE 16.03.07, ARTS. 2 E 3.\n\n089.00\n\nGFIP - GUIA DE RECOLHIMENTO DO FGTS E INFORMACOES A PREVIDENCIA SOCIAL\n\n089.04\n\ndesde 01/12/2008 LEI N. 8.212, DE 24.07.91, ART. 32, IV (ACRESCENTADO PELA MP N. 1.596-14/97, COM REDACAO DA MP N. 449, DE 03.12.2008, CONVERTIDA NA LEI N. 11.941, DE 27.05.2009) E ART. 33 (COM A REDACAO DA LEI N. 10.256, DE 09.07.2001E ALTERACAO DA MP N. 449, DE 03.12.08, CONVERTIDA NA LEI N. 11.941, DE 27.05.09), PARAGRAFO 7. (ACRESCENTADO PELA MP N. 1.59614/97, CONVERTIDA NA LEI N. 9.528, DE 10.12.97, ALTERADA PELA MP N. 449, DE 03.12.08, CONVERTIDA NA LEI N. 11.941, DE 2705.09) REDACAO); DECRETO N. 2.803, DE 20.10.98; REGULAMENTO DA PREVIDENCIA SOCIAL - RPS, APROVADO PELO DECRETO N. 3.048, DE 06.05.99, ART. 225, IV, PARAGRAFOS 1., 2., 3. E 4. E ART. 245, CAPUT E PARAGRAFO 1.;\n\n100.00\n\nCONTRIBUICAO DOS SEGURADOS (EMPREGADOS, TRABALHADORES TEMPORARIOS E AVULSOS)\n\n100.15 desde 01/12/1999 LEI N. 8.212, DE 24.07.91, ART. 20 (COM A REDACAO DADA PELA\n----------------------------------------------------------------------\n\n-------------------------------------------------- ------------\n\nJOSE DIOGO CYRILLO DA SILVA\n\nMAT- 0154373 F.0002\n\nDATA: 23/08/2014 LOCAL: PORTO ALEGRE\n\n(continua)\n\n\f*120140057267* 120140057267\n\nCERTIDAO DE DIVIDA ATIVA(CDA)\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nP G F N\n\nLivro/ Data de\n\nProcesso Administrativo Nm.Inscricao\n\nde Origem Folha Inscricao Original\n\nDesmembrado Divida Ativa\n\n19.200.800 0084/120 05/10/2013 430924445\n\n43.092.444-5\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDevedor\n\nGINATO TRANSPORTES LTDA - EPP\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nF.Legal\n\nPeriodo\n\nDescricao / Embasamento Legal\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n100.15\n\ndesde 01/12/1999 LEI N. 9.032, DE 28.04.95, ALTERADA POSTERIORMENTE PELA LEI N. 9.129, DE 20.11.95), COMBINADO COM OS ARTIGOS 12, I (COM AS ALTERACOES DA LEI N. 8.647, DE 13.04.93, DA LEI N. 9.506, DE 30.10.97 E DA LEI N. 9.876, DE 26/11/99) E ART. 28, I E PARAGRAFOS (COM A REDACAO DADA PELA LEI N. 9.528, DE 10.12.97); LEI N. 8.620, DE 05.01.93, ART. 7., PARAGRAFO 2.; LEI N. 9.311, DE 24.10.96, ART. 17, II; LEI N. 9.317, DE 05.12.96, ART. 3., PARAGRAFO 2., \"H\"; REGULAMENTO DA PREVIDENCIA SOCIAL - RPS, APROVADO PELO DECRETO N. 3.048, DE 06.05.99, ART. 9., I, \"G\" (ALINEA ACRESCENTADA PELO DECRETO N. 3.265, DE 29.11.99), PARAGRAFO 1. A 7., ART. 198, ART. 214, I, PARAGRAFOS 1. A 15, ART. 216, I, \"A\"(ALTERADO PELO DECRETO N. 4.729, DE 09.06.03) E \"B\" (ALTERACAO DO DECRETO N. 6.722, DE 20.12.08), PARAGRAFOS 1. A 6., ARTIGOS 217 E 218.\n\n600.00\n\nCORRECAO MONETARIA\n\n600.08\n\ndesde 01/01/1995 LEI N. 8.981, DE 20.01.95, ART. 6.. REGULAMENTO DA ORGANIZACAO E DO CUSTEIO DA SEGURIDADE SOCIAL-ROCSS, APROVADO PELO DECRETO N. 356, DE 07.12.91, COM A NOVA REDACAO DADA PELO DECRETO N. 612, DE 21.07.92 E ALTERACOES POSTERIORES, ART. 39, PARAGRAFO 5., RENUMERADO PARA PARAGRAFO 9., PELO ART. 1. DO DECRETO N. 738 DE 28.01.93, E PARAGRAFO 10 (ACRESCENTADO PELO DECRETO N. 738, DE 28.01.93); REGULAMENTO DA ORGANIZACAO E DO CUSTEIO DA SEGURIDADE SOCIAL-ROCSS, APROVADO PELO DECRETO N. 2.173, DE 05.03.97, ART. 58, I. VALORES ORIGINARIOS EM REAL E SEM ATUALIZACAO\n\n601.00 ACRESCIMOS LEGAIS - MULTA\n----------------------------------------------------------------------\n\n-------------------------------------------------- ------------\n\nJOSE DIOGO CYRILLO DA SILVA\n\nMAT- 0154373 F.0003\n\nDATA: 23/08/2014 LOCAL: PORTO ALEGRE\n\n(continua)\n\n\f*120140057267* 120140057267\n\nCERTIDAO DE DIVIDA ATIVA(CDA)\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nP G F N\n\nLivro/ Data de\n\nProcesso Administrativo Nm.Inscricao\n\nde Origem Folha Inscricao Original\n\nDesmembrado Divida Ativa\n\n19.200.800 0084/120 05/10/2013 430924445\n\n43.092.444-5\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDevedor\n\nGINATO TRANSPORTES LTDA - EPP\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nF.Legal\n\nPeriodo\n\nDescricao / Embasamento Legal\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n601.10\n\ndesde 01/12/2008 LEI N. 8.212, DE 24.07.91, ART. 35, (COMBINADO COM O ART. 61 DA LEI N. 9.430, DE 27.12.96) COM REDACAO DA MP N. 449 DE 04.12.2008, CONVERTIDA NA LEI N. 11.941, DE 27.05.2009.CALCULO DA MULTA: PARA PAGAMENTO DE OBRIGACAO VENCIDA, NAO INCLUIDA EM AUTO-DE-INFRACAO: 0,33%, POR DIA DE ATRASO, CALCULADA A PARTIR DO PRIMEIRO DIA SUBSEQUENTE AO DO VENCIMENTO DO PRAZO PREVISTO PARA O PAGAMENTO DA CONTRIBUICAO ATE O DIA EM QUE OCORRER O SEU PAGAMENTO, LIMITADO A 20%.\n\n602.00\n\nACRESCIMOS LEGAIS - JUROS\n\n602.08\n\ndesde 01/12/2008 LEI N. 8.212, DE 24.07.91, ART. 35, COMBINADO COM O ART. 61 DA LEI N. 9.430, DE 27.12.96, COM REDACAO DA MP N. 449, DE 04.12.2008, CONVERTIDA NA LEI N. 11.941, DE 27.05.2009. CALCULO DOS JUROS: JUROS CALCULADOS SOBRE O VALOR ORIGINARIO, MEDIANTE A APLICACAO DOS SEGUINTES PERCENTUAIS: A) TAXA MEDIA MENSAL DE CAPTACAO DO TESOURO NACIONAL RELATIVA A DIVIDA MOBILIARIA FEDERAL / TAXA REFERENCIAL DO SISTEMA ESPECIAL DE LIQUIDACAO E DE CUSTODIA - SELIC, A PARTIR DO PRIMEIRO DIA DO MES SUBSEQUENT AO VENCIMENTO DO PRAZO ATE O MES ANTERIOR AO DO PAGAMENTO B) 1% (UM POR CENTO) NO MES DO PAGAMENTO.\n\n700.00\n\nENCARGO LEGAL DE 20% (VINTE POR CENTO)\n\n700.01 desde 01/05/2007 DECRETO-LEI N. 1.025/69, ART. 1; DECRETO-LEI N. 1.645/78, ART. 3; LEI 7.799/89, ART. 64, PARAGRAFO 2 E LEI N. 8.383/91, ART. 57, PARAGRAFO 2.\n----------------------------------------------------------------------\n\n-------------------------------------------------- ------------\n\nJOSE DIOGO CYRILLO DA SILVA\n\nMAT- 0154373 F.0004\n\nDATA: 23/08/2014 LOCAL: PORTO ALEGRE\n\n(continua)\n\n\f*120140057267* 120140057267\n\nCERTIDAO DE DIVIDA ATIVA(CDA)\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nP G F N\n\nLivro/ Data de\n\nProcesso Administrativo Nm.Inscricao\n\nde Origem Folha Inscricao Original\n\nDesmembrado Divida Ativa\n\n19.200.800 0084/120 05/10/2013 430924445\n\n43.092.444-5\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDevedor\n\nGINATO TRANSPORTES LTDA - EPP\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nF.Legal\n\nPeriodo\n\nDescricao / Embasamento Legal\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n800.00\n\nPRAZO E OBRIGACAO DE RECOLHIMENTO - EMPRESAS EM GERAL\n\n800.11 desde 01/10/2008 LEI N. 8.212, DE 24.07.91, ART. 30, I (COM A ALTERACAO DA LEI N. 8.620, DE 05.01.93, DA LEI N. 9.876, DE 26.11.99, DA MP N. 351, DE 22.01.07, CONVERTIDA NA LEI N. 11.488, DE 25.06.07 E DA MP N. 447, DE 14.11.08, CONVERTIDA NA LEI N. 11.933, DE 28.04.2009); LEI N. 8.620, DE 05.01.93, ART. 7., PARAGRAFOS 1. E 2.; LEI N. 10.666, DE 08.05.03, ART. 4., PARAGRAFO 1., COMBINADO COM O ART. 15; REGULAMENTO DA PREVIDENCIA SOCIAL, APROVADO PELO DECRETO N. 3.048, DE 06.05.99, ART. 216, I, \"B\" E PARAGRAFOS 1. AO 6., COM AS ALTERACOES DO DECRETO N. 3.265, DE 29.11.99.\n----------------------------------------------------------------------\n\nE para que se possa proceder a cobranca em acao propria, nos termos da Lei No. 6830 de 22/09/80, art 20. e seus paragrafos e demais dispositivos legais em vigor, foi extraida a presente certidao.\nSobre o valor total incide encargos legais previsto no DecretoLei No. 1.025/69,alterado pelo Decreto-Lei No. 1.645/78, e custas processuais.\n\n-------------------------------------------------- ------------\n\nJOSE DIOGO CYRILLO DA SILVA\n\nMAT- 0154373 F.0005\n\nDATA: 23/08/2014 LOCAL: PORTO ALEGRE\n\n(final)\n\n\f*120140057267* 120140057267\n\nCERTIDAO DE DIVIDA ATIVA(CDA)\n\nCertifico que do registroda divida ativa da Uniao consta a inscricao da divida cujo os dados sao os seguintes:\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nP G F N\n\nLivro/ Data de\n\nProcesso Administrativo Nm.Inscricao\n\nde Origem Folha Inscricao Original\n\nDesmembrado Divida Ativa\n\n19.200.800 0084/121 05/10/2013 430924453\n\n43.092.445-3\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDevedor\n\nGINATO TRANSPORTES LTDA - EPP\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nEndereco\n\nTelefone\n\nBECO JOSE PARIS 546 PREDIO 1\n\nCEP\n\nBairro\n\nMunicipio\n\nUF\n\n91140-310 SARANDI\n\nPORTO ALEGRE\n\nRS\n\nIdentificacao\n\nCGC: 06.313.208/0001-47\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nPeriodo da Divida\n\nValor Originario Moeda\n\n04/2012 a 03/2013\n\n11.358,44 REAL\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDocumento Original DCGB - DCG BATCH\n\nOrgao de Origem 19.001.010 Lancamento 17/08/2013 Calculo 23/08/2014\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nPrinc.Atualizado\n\nJuros\n\nMulta\n\nValor Total\n\n11.358,44\n\n1.767,74\n\n2.271,64\n\n15.397,82\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nF.Legal\n\nPeriodo\n\nDescricao / Embasamento Legal\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n041.00\n\nATRIBUICAO DE COMPETENCIA PARA FISCALIZAR, ARRECADAR E COBRA\n\n041.02 desde 01/11/2004 PERIODO DE 11/2004 A 12/2004 MP N. 222, DE 04.10.2004, ARTIGOS 1. E 3., POSTERIORMENTE CONVERTIDA NA LEI N. 11.098, DE 13.01.2005, ARTIGOS 1. E 3.; DECRETO N. 5.256, DE 27.10.2004, ANEXO I, ART. 18, I. PERIODO DE 01/2005 A 02/2005 MP N. 222, DE 04.10.2004, ARTIGOS 1. E 3., CONVERTIDA NA LEI N. 11.098, DE 13.01.2005, ARTIGOS 1. E 3.; DECRETO N. 5.256, DE 27.10.2004, ANEXO I, ART. 18, I. PERIODO DE 03/2005 A 05/2005 LEI N. 11.098, DE 13.01.2005, ARTIGOS 1. E 3.; DECRETO N. 5.256, DE 27.10.2004, ANEXO I, ART. 18, I; DECRETO N. 5.403, DE 28.03.2005, ANEXO I, ART.\n----------------------------------------------------------------------\n\n-------------------------------------------------- ------------\n\nJOSE DIOGO CYRILLO DA SILVA\n\nMAT- 0154373 F.0001\n\nDATA: 23/08/2014 LOCAL: PORTO ALEGRE\n\n(continua)\n\n\f*120140057267* 120140057267\n\nCERTIDAO DE DIVIDA ATIVA(CDA)\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nP G F N\n\nLivro/ Data de\n\nProcesso Administrativo Nm.Inscricao\n\nde Origem Folha Inscricao Original\n\nDesmembrado Divida Ativa\n\n19.200.800 0084/121 05/10/2013 430924453\n\n43.092.445-3\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDevedor\n\nGINATO TRANSPORTES LTDA - EPP\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nF.Legal\n\nPeriodo\n\nDescricao / Embasamento Legal\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n041.02\n\ndesde 01/11/2004 15, I. PERIODO DE 06/2005 A 14.08.2005 LEI N. 11.098, DE 13.01.2005, ARTIGOS 1. E 3.; DECRETO N. 5.403, DE 28.03.2005, ANEXO I, ART. 15, I; DECRETO N. 5.469, DE 15.06.2005, ANEXO I, ART. 18, I. A PARTIR DE 15.08.2005 MP N. 258, DE 21.07.2005, ART. 3., CAPUT E PARAGRAFO 1., ART. 10 E INCISO I DO ART. 12. A PARTIR DE 19.11.2005 LEI N. 11.098, DE 13.01.2005, ARTIGOS 1. E 3.; DECRETO N. 5.469, DE 15.06.2005, ANEXO I, ART. 18, I. A PARTIR DE 02.05.2007 LEI N. 11.457, DE 16.03.07, ARTS. 2 E 3.\n\n089.00\n\nGFIP - GUIA DE RECOLHIMENTO DO FGTS E INFORMACOES A PREVIDENCIA SOCIAL\n\n089.04\n\ndesde 01/12/2008 LEI N. 8.212, DE 24.07.91, ART. 32, IV (ACRESCENTADO PELA MP N. 1.596-14/97, COM REDACAO DA MP N. 449, DE 03.12.2008, CONVERTIDA NA LEI N. 11.941, DE 27.05.2009) E ART. 33 (COM A REDACAO DA LEI N. 10.256, DE 09.07.2001E ALTERACAO DA MP N. 449, DE 03.12.08, CONVERTIDA NA LEI N. 11.941, DE 27.05.09), PARAGRAFO 7. (ACRESCENTADO PELA MP N. 1.59614/97, CONVERTIDA NA LEI N. 9.528, DE 10.12.97, ALTERADA PELA MP N. 449, DE 03.12.08, CONVERTIDA NA LEI N. 11.941, DE 2705.09) REDACAO); DECRETO N. 2.803, DE 20.10.98; REGULAMENTO DA PREVIDENCIA SOCIAL - RPS, APROVADO PELO DECRETO N. 3.048, DE 06.05.99, ART. 225, IV, PARAGRAFOS 1., 2., 3. E 4. E ART. 245, CAPUT E PARAGRAFO 1.;\n\n200.00\n\nCONTRIBUICAO DA EMPRESA SOBRE A REMUNERACAO DE EMPREGADOS\n\n200.08 desde 01/12/1999 LEI N. 8.212, DE 24.07.91, ART. 22, I (COM A REDACAO DADA\n----------------------------------------------------------------------\n\n-------------------------------------------------- ------------\n\nJOSE DIOGO CYRILLO DA SILVA\n\nMAT- 0154373 F.0002\n\nDATA: 23/08/2014 LOCAL: PORTO ALEGRE\n\n(continua)\n\n\f*120140057267* 120140057267\n\nCERTIDAO DE DIVIDA ATIVA(CDA)\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nP G F N\n\nLivro/ Data de\n\nProcesso Administrativo Nm.Inscricao\n\nde Origem Folha Inscricao Original\n\nDesmembrado Divida Ativa\n\n19.200.800 0084/121 05/10/2013 430924453\n\n43.092.445-3\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDevedor\n\nGINATO TRANSPORTES LTDA - EPP\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nF.Legal\n\nPeriodo\n\nDescricao / Embasamento Legal\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n200.08\n\ndesde 01/12/1999 PELA LEI N. 9.876, DE 26.11.99); REGULAMENTO DA PREVIDENCIA SOCIAL, APROVADO PELO DECRETO N. 3.048, DE 06.05.99, ART. 12, I E PARAGRAFO UNICO, ART. 201, I, PARAGRAFO 1. E ART. 216, I, \"B\" (COM AS ALTERACOES DADAS PELO DECRETO N. 3.265, DE 29.11.99).\n\n301.00\n\nCONTRIBUICAO DAS EMPRESAS PARA FINANCIAMENTO DOS BENEFICIOS EM RAZAO DA INCAPACIDADE LABORATIVA\n\n301.08\n\ndesde 01/12/1999 LEI N. 8.212, DE 24.07.91, ART. 22, II (COM A REDACAO DADA PELA LEI N. 9.732, DE 11.12.98); REGULAMENTO DA PREVIDENCIA SOCIAL, APROVADO PELO DECRETO N. 3.048, DE 06.05.99, ART. 12, I, PARAGRAFO UNICO, NA REDACAO DADA PELO DECRETO N. 3.265, DE 29.11.99, ART. 202, I, II E III E PARAGRAFOS 1. AO 6.. A PARTIR DE 01/2010 LEI N. 8.212, DE 24.07.91, ART. 22, II (COM A REDACAO DADA PELA LEI N. 9.732, DE 11.12.98); REGULAMENTO DA PREVIDENCIA SOCIAL, APROVADO PELO DECRETO N. 3.048, DE 06.05.99, ART. 12, I, PARAGRAFO UNICO, NA REDACAO DADA PELO DECRETO N. 3.265, DE 29.11.99, ART. 202, I, II E III E PARAGRAFOS 1. AO 6 E ART. 202-A (ACRESCENTADO PELO DECRETO N. 6.042, DE 12.02.07, COM REDACAO DO DECRETO N. 6.957, DE 09.09.09) E DECRETO N. 6.957, DE 09.09.10, ARTIGOS 2. E 4..\n\n400.00\n\nCONTRIBUICAO DEVIDA A TERCEIROS - SALARIO EDUCACAO\n\n400.05 desde 01/11/2004 CONSTITUICAO FEDERAL, ART. 212, PARAGRAFO 5., COMBINADO COM O ART. 34, CAPUT, DAS DISPOSICOES CONSTITUCIONAIS TRANSITORIAS; LEI N. 9.424, DE 26.12.96, ART. 15, CAPUT; MP\n----------------------------------------------------------------------\n\n-------------------------------------------------- ------------\n\nJOSE DIOGO CYRILLO DA SILVA\n\nMAT- 0154373 F.0003\n\nDATA: 23/08/2014 LOCAL: PORTO ALEGRE\n\n(continua)\n\n\f*120140057267* 120140057267\n\nCERTIDAO DE DIVIDA ATIVA(CDA)\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nP G F N\n\nLivro/ Data de\n\nProcesso Administrativo Nm.Inscricao\n\nde Origem Folha Inscricao Original\n\nDesmembrado Divida Ativa\n\n19.200.800 0084/121 05/10/2013 430924453\n\n43.092.445-3\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDevedor\n\nGINATO TRANSPORTES LTDA - EPP\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nF.Legal\n\nPeriodo\n\nDescricao / Embasamento Legal\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n400.05\n\ndesde 01/11/2004 N. 1.565, DE 09.01.97 E REEDICOES ATE A MP N. 1.607, DE 11.12.97, E REEDICOES ATE A MP N. 1.607-24, DE 19.11.98, CONVERTIDAS NA LEI N. 9.766, DE 18.12.98; LEI N. 9.601, DE 21.01.98, ART. 2.; DECRETO N. 3.142, DE 16.08.99, ART. 1., 2., 6., INCISO II PARAGRAFO 1.; MP N. 222, DE 04.10.2004, ART. 3., POSTERIORMENTE CONVERTIDA NA LEI N. 11.098, DE 13.01.2005, ARTIGO 3., DECRETO N. 87.043, DE 22.03.82, ARTIGOS 1., 2., 3., I, PARAGRAFOS 1., 2., 4., 5. E ART. 13; DECRETO N. 5.256, DE 27.10.2004, ART. 18, I. A PARTIR DE 01.01.2007: CONSTITUICAO FEDERAL, ART. 212, PARAGRAFO 5., COMBINADO COM O ART.34, CAPUT, DAS DISPOSICOES CONSTITUCIONAIS TRANSITORIAS; LEI N. 9.424, DE 26.12.96, ART. 15, CAPUT; LEI N. 9.766, DE 18..12.98, ART. 1.; DECRETO N. 6003, DE 28.12.06, ARTIGO 1., PARAGRAFO 1. E ARTIGOS 10 E 11.\n\n405.00\n\nTERCEIROS - INCRA\n\n405.04\n\ndesde 01/11/2004 LEI N. 2.613, DE 23.09.55, ART. 6., PARAGRAFO 4., (COM AS ALTERACOES DA LEI N. 4.863, DE 29.11.65, ART. 35, PARAGRAFO 2., VIII); DECRETO-LEI N. 1.146, DE 31.12.70, ART. 1., I, ITEM 2, ARTIGOS 3. E 4.; LEI COMPLEMENTAR N. 11, DE 25.05.71, ART. 15, II; DECRETO-LEI N. 2.318, DE 30.12.86, ART. 3.; MP N. 222, DE 04.10.2004, ART. 3.; DECRETO N. 5.256, DE 27.10.2004, ART. 18, I.\n\n411.00\n\nTERCEIROS - SENAI\n\n411.04 desde 01/11/2004 DECRETO-LEI N. 4.048, DE 22.01.42, ART. 4. E 6. (COM AS\n----------------------------------------------------------------------\n\n-------------------------------------------------- ------------\n\nJOSE DIOGO CYRILLO DA SILVA\n\nMAT- 0154373 F.0004\n\nDATA: 23/08/2014 LOCAL: PORTO ALEGRE\n\n(continua)\n\n\f*120140057267* 120140057267\n\nCERTIDAO DE DIVIDA ATIVA(CDA)\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nP G F N\n\nLivro/ Data de\n\nProcesso Administrativo Nm.Inscricao\n\nde Origem Folha Inscricao Original\n\nDesmembrado Divida Ativa\n\n19.200.800 0084/121 05/10/2013 430924453\n\n43.092.445-3\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDevedor\n\nGINATO TRANSPORTES LTDA - EPP\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nF.Legal\n\nPeriodo\n\nDescricao / Embasamento Legal\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n411.04\n\ndesde 01/11/2004 ALTERACOES DO DECRETO-LEI N. 4.936, DE 07.11.42, ARTIGOS 3. E 6.); DECRETO-LEI N. 6.246, DE 05.02.44, ART. 1.; MP N. 222, DE 04.10.2004, ART. 3.; DECRETO N. 5.256, DE 27.10.2004, ART. 18, I.\n\n412.00\n\nTERCEIROS - SESI\n\n412.04\n\ndesde 01/11/2004 DECRETO-LEI N. 9.403, DE 25.06.46, ART. 3.; DECRETO-LEI N. 2.318, DE 30.12.86, ARTIGOS 1. E 3.; MP N. 222, DE 04.10.2004, ART. 3.; DECRETO N. 5.256, DE 27.10.2004, ART. 18, I.\n\n413.00\n\nTERCEIROS - SENAC\n\n413.04\n\ndesde 01/11/2004 DECRETO-LEI N. 8.621, DE 10.01.46, ARTIGOS 4. E 5.; DECRETOLEI N. 2.318, DE 30.12.86, ARTIGOS 1. E 3.; MP N. 222, DE 04.10.2004, ART. 3.; DECRETO N. 5.256, DE 27.10.2004, ART. 18, I.\n\n414.00\n\nTERCEIROS - SESC\n\n414.04\n\ndesde 01/11/2004 DECRETO-LEI N. 9.853, DE 13.09.46, ART. 3.; DECRETO-LEI N. 2.318, DE 30.12.86, ARTIGOS 1. E 3.; MP N. 222, DE 04.10.2004, ART. 3.; DECRETO N. 5.256, DE 27.10.2004, ART. 18, I.\n\n415.00 TERCEIROS - SEBRAE\n----------------------------------------------------------------------\n\n-------------------------------------------------- ------------\n\nJOSE DIOGO CYRILLO DA SILVA\n\nMAT- 0154373 F.0005\n\nDATA: 23/08/2014 LOCAL: PORTO ALEGRE\n\n(continua)\n\n\f*120140057267* 120140057267\n\nCERTIDAO DE DIVIDA ATIVA(CDA)\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nP G F N\n\nLivro/ Data de\n\nProcesso Administrativo Nm.Inscricao\n\nde Origem Folha Inscricao Original\n\nDesmembrado Divida Ativa\n\n19.200.800 0084/121 05/10/2013 430924453\n\n43.092.445-3\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDevedor\n\nGINATO TRANSPORTES LTDA - EPP\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nF.Legal\n\nPeriodo\n\nDescricao / Embasamento Legal\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n415.04\n\ndesde 01/11/2004 LEI N. 8.029, DE 12.04.90, ART. 8.,PARAGRAFO 3. (COM A REDACAO DADA PELA LEI N. 8.154, DE 28.12.90), COMBINADO COM O ART. 1. DO DECRETO-LEI N. 2.318, DE 30.12.86 E PARAGRAFO 4.; MP N. 222, DE 04.10.2004, ART. 3.; DECRETO N. 5.256, DE 27.10.2004, ART. 18, I.\n\n600.00\n\nCORRECAO MONETARIA\n\n600.08\n\ndesde 01/01/1995 LEI N. 8.981, DE 20.01.95, ART. 6.. REGULAMENTO DA ORGANIZACAO E DO CUSTEIO DA SEGURIDADE SOCIAL-ROCSS, APROVADO PELO DECRETO N. 356, DE 07.12.91, COM A NOVA REDACAO DADA PELO DECRETO N. 612, DE 21.07.92 E ALTERACOES POSTERIORES, ART. 39, PARAGRAFO 5., RENUMERADO PARA PARAGRAFO 9., PELO ART. 1. DO DECRETO N. 738 DE 28.01.93, E PARAGRAFO 10 (ACRESCENTADO PELO DECRETO N. 738, DE 28.01.93); REGULAMENTO DA ORGANIZACAO E DO CUSTEIO DA SEGURIDADE SOCIAL-ROCSS, APROVADO PELO DECRETO N. 2.173, DE 05.03.97, ART. 58, I. VALORES ORIGINARIOS EM REAL E SEM ATUALIZACAO\n\n601.00\n\nACRESCIMOS LEGAIS - MULTA\n\n601.10 desde 01/12/2008 LEI N. 8.212, DE 24.07.91, ART. 35, (COMBINADO COM O ART. 61 DA LEI N. 9.430, DE 27.12.96) COM REDACAO DA MP N. 449 DE 04.12.2008, CONVERTIDA NA LEI N. 11.941, DE 27.05.2009.CALCULO DA MULTA: PARA PAGAMENTO DE OBRIGACAO VENCIDA, NAO INCLUIDA EM AUTO-DE-INFRACAO: 0,33%, POR DIA DE ATRASO, CALCULADA A PARTIR DO PRIMEIRO DIA SUBSEQUENTE AO DO VENCIMENTO DO PRAZO PREVISTO PARA O PAGAMENTO DA\n----------------------------------------------------------------------\n\n-------------------------------------------------- ------------\n\nJOSE DIOGO CYRILLO DA SILVA\n\nMAT- 0154373 F.0006\n\nDATA: 23/08/2014 LOCAL: PORTO ALEGRE\n\n(continua)\n\n\f*120140057267* 120140057267\n\nCERTIDAO DE DIVIDA ATIVA(CDA)\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nP G F N\n\nLivro/ Data de\n\nProcesso Administrativo Nm.Inscricao\n\nde Origem Folha Inscricao Original\n\nDesmembrado Divida Ativa\n\n19.200.800 0084/121 05/10/2013 430924453\n\n43.092.445-3\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDevedor\n\nGINATO TRANSPORTES LTDA - EPP\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nF.Legal\n\nPeriodo\n\nDescricao / Embasamento Legal\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n601.10 desde 01/12/2008 CONTRIBUICAO ATE O DIA EM QUE OCORRER O SEU PAGAMENTO, LIMITADO A 20%.\n\n602.00\n\nACRESCIMOS LEGAIS - JUROS\n\n602.08\n\ndesde 01/12/2008 LEI N. 8.212, DE 24.07.91, ART. 35, COMBINADO COM O ART. 61 DA LEI N. 9.430, DE 27.12.96, COM REDACAO DA MP N. 449, DE 04.12.2008, CONVERTIDA NA LEI N. 11.941, DE 27.05.2009. CALCULO DOS JUROS: JUROS CALCULADOS SOBRE O VALOR ORIGINARIO, MEDIANTE A APLICACAO DOS SEGUINTES PERCENTUAIS: A) TAXA MEDIA MENSAL DE CAPTACAO DO TESOURO NACIONAL RELATIVA A DIVIDA MOBILIARIA FEDERAL / TAXA REFERENCIAL DO SISTEMA ESPECIAL DE LIQUIDACAO E DE CUSTODIA - SELIC, A PARTIR DO PRIMEIRO DIA DO MES SUBSEQUENT AO VENCIMENTO DO PRAZO ATE O MES ANTERIOR AO DO PAGAMENTO B) 1% (UM POR CENTO) NO MES DO PAGAMENTO.\n\n700.00\n\nENCARGO LEGAL DE 20% (VINTE POR CENTO)\n\n700.01\n\ndesde 01/05/2007 DECRETO-LEI N. 1.025/69, ART. 1; DECRETO-LEI N. 1.645/78, ART. 3; LEI 7.799/89, ART. 64, PARAGRAFO 2 E LEI N. 8.383/91, ART. 57, PARAGRAFO 2.\n\n800.00\n\nPRAZO E OBRIGACAO DE RECOLHIMENTO - EMPRESAS EM GERAL\n\n800.11 desde 01/10/2008 LEI N. 8.212, DE 24.07.91, ART. 30, I (COM A ALTERACAO DA LEI N. 8.620, DE 05.01.93, DA LEI N. 9.876, DE 26.11.99,\n----------------------------------------------------------------------\n\n-------------------------------------------------- ------------\n\nJOSE DIOGO CYRILLO DA SILVA\n\nMAT- 0154373 F.0007\n\nDATA: 23/08/2014 LOCAL: PORTO ALEGRE\n\n(continua)\n\n\f*120140057267* 120140057267\n\nCERTIDAO DE DIVIDA ATIVA(CDA)\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nP G F N\n\nLivro/ Data de\n\nProcesso Administrativo Nm.Inscricao\n\nde Origem Folha Inscricao Original\n\nDesmembrado Divida Ativa\n\n19.200.800 0084/121 05/10/2013 430924453\n\n43.092.445-3\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDevedor\n\nGINATO TRANSPORTES LTDA - EPP\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nF.Legal\n\nPeriodo\n\nDescricao / Embasamento Legal\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n800.11 desde 01/10/2008 DA MP N. 351, DE 22.01.07, CONVERTIDA NA LEI N. 11.488, DE 25.06.07 E DA MP N. 447, DE 14.11.08, CONVERTIDA NA LEI N. 11.933, DE 28.04.2009); LEI N. 8.620, DE 05.01.93, ART. 7., PARAGRAFOS 1. E 2.; LEI N. 10.666, DE 08.05.03, ART. 4., PARAGRAFO 1., COMBINADO COM O ART. 15; REGULAMENTO DA PREVIDENCIA SOCIAL, APROVADO PELO DECRETO N. 3.048, DE 06.05.99, ART. 216, I, \"B\" E PARAGRAFOS 1. AO 6., COM AS ALTERACOES DO DECRETO N. 3.265, DE 29.11.99.\n----------------------------------------------------------------------\n\nE para que se possa proceder a cobranca em acao propria, nos termos da Lei No. 6830 de 22/09/80, art 20. e seus paragrafos e demais dispositivos legais em vigor, foi extraida a presente certidao.\nSobre o valor total incide encargos legais previsto no DecretoLei No. 1.025/69,alterado pelo Decreto-Lei No. 1.645/78, e custas processuais.\n\n-------------------------------------------------- ------------\n\nJOSE DIOGO CYRILLO DA SILVA\n\nMAT- 0154373 F.0008\n\nDATA: 23/08/2014 LOCAL: PORTO ALEGRE\n\n(final)\n\n\f*120140057267* 120140057267\n\nCERTIDAO DE DIVIDA ATIVA(CDA)\n\nCertifico que do registroda divida ativa da Uniao consta a inscricao da divida cujo os dados sao os seguintes:\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nP G F N\n\nLivro/ Data de\n\nProcesso Administrativo Nm.Inscricao\n\nde Origem Folha Inscricao Original\n\nDesmembrado Divida Ativa\n\n19.200.800 0098/487 27/06/2014 453717390\n\n45.371.739-0\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDevedor\n\nGINATO TRANSPORTES LTDA - EPP\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nEndereco\n\nTelefone\n\nBECO JOSE PARIS 546 PREDIO 1\n\nCEP\n\nBairro\n\nMunicipio\n\nUF\n\n91140-310 SARANDI\n\nPORTO ALEGRE\n\nRS\n\nIdentificacao\n\nCGC: 06.313.208/0001-47\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nPeriodo da Divida\n\nValor Originario Moeda\n\n04/2013 a 11/2013\n\n2.732,77 REAL\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDocumento Original DCGB - DCG BATCH\n\nOrgao de Origem 19.001.010 Lancamento 10/05/2014 Calculo 23/08/2014\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nPrinc.Atualizado\n\nJuros\n\nMulta\n\nValor Total\n\n2.732,77\n\n260,11\n\n546,54\n\n3.539,42\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nF.Legal\n\nPeriodo\n\nDescricao / Embasamento Legal\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n041.00\n\nATRIBUICAO DE COMPETENCIA PARA FISCALIZAR, ARRECADAR E COBRA\n\n041.02 desde 01/11/2004 PERIODO DE 11/2004 A 12/2004 MP N. 222, DE 04.10.2004, ARTIGOS 1. E 3., POSTERIORMENTE CONVERTIDA NA LEI N. 11.098, DE 13.01.2005, ARTIGOS 1. E 3.; DECRETO N. 5.256, DE 27.10.2004, ANEXO I, ART. 18, I. PERIODO DE 01/2005 A 02/2005 MP N. 222, DE 04.10.2004, ARTIGOS 1. E 3., CONVERTIDA NA LEI N. 11.098, DE 13.01.2005, ARTIGOS 1. E 3.; DECRETO N. 5.256, DE 27.10.2004, ANEXO I, ART. 18, I. PERIODO DE 03/2005 A 05/2005 LEI N. 11.098, DE 13.01.2005, ARTIGOS 1. E 3.; DECRETO N. 5.256, DE 27.10.2004, ANEXO I, ART. 18, I; DECRETO N. 5.403, DE 28.03.2005, ANEXO I, ART.\n----------------------------------------------------------------------\n\n-------------------------------------------------- ------------\n\nJOSE DIOGO CYRILLO DA SILVA\n\nMAT- 0154373 F.0001\n\nDATA: 23/08/2014 LOCAL: PORTO ALEGRE\n\n(continua)\n\n\f*120140057267* 120140057267\n\nCERTIDAO DE DIVIDA ATIVA(CDA)\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nP G F N\n\nLivro/ Data de\n\nProcesso Administrativo Nm.Inscricao\n\nde Origem Folha Inscricao Original\n\nDesmembrado Divida Ativa\n\n19.200.800 0098/487 27/06/2014 453717390\n\n45.371.739-0\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDevedor\n\nGINATO TRANSPORTES LTDA - EPP\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nF.Legal\n\nPeriodo\n\nDescricao / Embasamento Legal\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n041.02\n\ndesde 01/11/2004 15, I. PERIODO DE 06/2005 A 14.08.2005 LEI N. 11.098, DE 13.01.2005, ARTIGOS 1. E 3.; DECRETO N. 5.403, DE 28.03.2005, ANEXO I, ART. 15, I; DECRETO N. 5.469, DE 15.06.2005, ANEXO I, ART. 18, I. A PARTIR DE 15.08.2005 MP N. 258, DE 21.07.2005, ART. 3., CAPUT E PARAGRAFO 1., ART. 10 E INCISO I DO ART. 12. A PARTIR DE 19.11.2005 LEI N. 11.098, DE 13.01.2005, ARTIGOS 1. E 3.; DECRETO N. 5.469, DE 15.06.2005, ANEXO I, ART. 18, I. A PARTIR DE 02.05.2007 LEI N. 11.457, DE 16.03.07, ARTS. 2 E 3.\n\n089.00\n\nGFIP - GUIA DE RECOLHIMENTO DO FGTS E INFORMACOES A PREVIDENCIA SOCIAL\n\n089.04\n\ndesde 01/12/2008 LEI N. 8.212, DE 24.07.91, ART. 32, IV (ACRESCENTADO PELA MP N. 1.596-14/97, COM REDACAO DA MP N. 449, DE 03.12.2008, CONVERTIDA NA LEI N. 11.941, DE 27.05.2009) E ART. 33 (COM A REDACAO DA LEI N. 10.256, DE 09.07.2001E ALTERACAO DA MP N. 449, DE 03.12.08, CONVERTIDA NA LEI N. 11.941, DE 27.05.09), PARAGRAFO 7. (ACRESCENTADO PELA MP N. 1.59614/97, CONVERTIDA NA LEI N. 9.528, DE 10.12.97, ALTERADA PELA MP N. 449, DE 03.12.08, CONVERTIDA NA LEI N. 11.941, DE 2705.09) REDACAO); DECRETO N. 2.803, DE 20.10.98; REGULAMENTO DA PREVIDENCIA SOCIAL - RPS, APROVADO PELO DECRETO N. 3.048, DE 06.05.99, ART. 225, IV, PARAGRAFOS 1., 2., 3. E 4. E ART. 245, CAPUT E PARAGRAFO 1.;\n\n100.00\n\nCONTRIBUICAO DOS SEGURADOS (EMPREGADOS, TRABALHADORES TEMPORARIOS E AVULSOS)\n\n100.15 desde 01/12/1999 LEI N. 8.212, DE 24.07.91, ART. 20 (COM A REDACAO DADA PELA\n----------------------------------------------------------------------\n\n-------------------------------------------------- ------------\n\nJOSE DIOGO CYRILLO DA SILVA\n\nMAT- 0154373 F.0002\n\nDATA: 23/08/2014 LOCAL: PORTO ALEGRE\n\n(continua)\n\n\f*120140057267* 120140057267\n\nCERTIDAO DE DIVIDA ATIVA(CDA)\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nP G F N\n\nLivro/ Data de\n\nProcesso Administrativo Nm.Inscricao\n\nde Origem Folha Inscricao Original\n\nDesmembrado Divida Ativa\n\n19.200.800 0098/487 27/06/2014 453717390\n\n45.371.739-0\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDevedor\n\nGINATO TRANSPORTES LTDA - EPP\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nF.Legal\n\nPeriodo\n\nDescricao / Embasamento Legal\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n100.15\n\ndesde 01/12/1999 LEI N. 9.032, DE 28.04.95, ALTERADA POSTERIORMENTE PELA LEI N. 9.129, DE 20.11.95), COMBINADO COM OS ARTIGOS 12, I (COM AS ALTERACOES DA LEI N. 8.647, DE 13.04.93, DA LEI N. 9.506, DE 30.10.97 E DA LEI N. 9.876, DE 26/11/99) E ART. 28, I E PARAGRAFOS (COM A REDACAO DADA PELA LEI N. 9.528, DE 10.12.97); LEI N. 8.620, DE 05.01.93, ART. 7., PARAGRAFO 2.; LEI N. 9.311, DE 24.10.96, ART. 17, II; LEI N. 9.317, DE 05.12.96, ART. 3., PARAGRAFO 2., \"H\"; REGULAMENTO DA PREVIDENCIA SOCIAL - RPS, APROVADO PELO DECRETO N. 3.048, DE 06.05.99, ART. 9., I, \"G\" (ALINEA ACRESCENTADA PELO DECRETO N. 3.265, DE 29.11.99), PARAGRAFO 1. A 7., ART. 198, ART. 214, I, PARAGRAFOS 1. A 15, ART. 216, I, \"A\"(ALTERADO PELO DECRETO N. 4.729, DE 09.06.03) E \"B\" (ALTERACAO DO DECRETO N. 6.722, DE 20.12.08), PARAGRAFOS 1. A 6., ARTIGOS 217 E 218.\n\n600.00\n\nCORRECAO MONETARIA\n\n600.08\n\ndesde 01/01/1995 LEI N. 8.981, DE 20.01.95, ART. 6.. REGULAMENTO DA ORGANIZACAO E DO CUSTEIO DA SEGURIDADE SOCIAL-ROCSS, APROVADO PELO DECRETO N. 356, DE 07.12.91, COM A NOVA REDACAO DADA PELO DECRETO N. 612, DE 21.07.92 E ALTERACOES POSTERIORES, ART. 39, PARAGRAFO 5., RENUMERADO PARA PARAGRAFO 9., PELO ART. 1. DO DECRETO N. 738 DE 28.01.93, E PARAGRAFO 10 (ACRESCENTADO PELO DECRETO N. 738, DE 28.01.93); REGULAMENTO DA ORGANIZACAO E DO CUSTEIO DA SEGURIDADE SOCIAL-ROCSS, APROVADO PELO DECRETO N. 2.173, DE 05.03.97, ART. 58, I. VALORES ORIGINARIOS EM REAL E SEM ATUALIZACAO\n\n601.00 ACRESCIMOS LEGAIS - MULTA\n----------------------------------------------------------------------\n\n-------------------------------------------------- ------------\n\nJOSE DIOGO CYRILLO DA SILVA\n\nMAT- 0154373 F.0003\n\nDATA: 23/08/2014 LOCAL: PORTO ALEGRE\n\n(continua)\n\n\f*120140057267* 120140057267\n\nCERTIDAO DE DIVIDA ATIVA(CDA)\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nP G F N\n\nLivro/ Data de\n\nProcesso Administrativo Nm.Inscricao\n\nde Origem Folha Inscricao Original\n\nDesmembrado Divida Ativa\n\n19.200.800 0098/487 27/06/2014 453717390\n\n45.371.739-0\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDevedor\n\nGINATO TRANSPORTES LTDA - EPP\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nF.Legal\n\nPeriodo\n\nDescricao / Embasamento Legal\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n601.10\n\ndesde 01/12/2008 LEI N. 8.212, DE 24.07.91, ART. 35, (COMBINADO COM O ART. 61 DA LEI N. 9.430, DE 27.12.96) COM REDACAO DA MP N. 449 DE 04.12.2008, CONVERTIDA NA LEI N. 11.941, DE 27.05.2009.CALCULO DA MULTA: PARA PAGAMENTO DE OBRIGACAO VENCIDA, NAO INCLUIDA EM AUTO-DE-INFRACAO: 0,33%, POR DIA DE ATRASO, CALCULADA A PARTIR DO PRIMEIRO DIA SUBSEQUENTE AO DO VENCIMENTO DO PRAZO PREVISTO PARA O PAGAMENTO DA CONTRIBUICAO ATE O DIA EM QUE OCORRER O SEU PAGAMENTO, LIMITADO A 20%.\n\n602.00\n\nACRESCIMOS LEGAIS - JUROS\n\n602.08\n\ndesde 01/12/2008 LEI N. 8.212, DE 24.07.91, ART. 35, COMBINADO COM O ART. 61 DA LEI N. 9.430, DE 27.12.96, COM REDACAO DA MP N. 449, DE 04.12.2008, CONVERTIDA NA LEI N. 11.941, DE 27.05.2009. CALCULO DOS JUROS: JUROS CALCULADOS SOBRE O VALOR ORIGINARIO, MEDIANTE A APLICACAO DOS SEGUINTES PERCENTUAIS: A) TAXA MEDIA MENSAL DE CAPTACAO DO TESOURO NACIONAL RELATIVA A DIVIDA MOBILIARIA FEDERAL / TAXA REFERENCIAL DO SISTEMA ESPECIAL DE LIQUIDACAO E DE CUSTODIA - SELIC, A PARTIR DO PRIMEIRO DIA DO MES SUBSEQUENT AO VENCIMENTO DO PRAZO ATE O MES ANTERIOR AO DO PAGAMENTO B) 1% (UM POR CENTO) NO MES DO PAGAMENTO.\n\n700.00\n\nENCARGO LEGAL DE 20% (VINTE POR CENTO)\n\n700.01 desde 01/05/2007 DECRETO-LEI N. 1.025/69, ART. 1; DECRETO-LEI N. 1.645/78, ART. 3; LEI 7.799/89, ART. 64, PARAGRAFO 2 E LEI N. 8.383/91, ART. 57, PARAGRAFO 2.\n----------------------------------------------------------------------\n\n-------------------------------------------------- ------------\n\nJOSE DIOGO CYRILLO DA SILVA\n\nMAT- 0154373 F.0004\n\nDATA: 23/08/2014 LOCAL: PORTO ALEGRE\n\n(continua)\n\n\f*120140057267* 120140057267\n\nCERTIDAO DE DIVIDA ATIVA(CDA)\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nP G F N\n\nLivro/ Data de\n\nProcesso Administrativo Nm.Inscricao\n\nde Origem Folha Inscricao Original\n\nDesmembrado Divida Ativa\n\n19.200.800 0098/487 27/06/2014 453717390\n\n45.371.739-0\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDevedor\n\nGINATO TRANSPORTES LTDA - EPP\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nF.Legal\n\nPeriodo\n\nDescricao / Embasamento Legal\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n800.00\n\nPRAZO E OBRIGACAO DE RECOLHIMENTO - EMPRESAS EM GERAL\n\n800.11 desde 01/10/2008 LEI N. 8.212, DE 24.07.91, ART. 30, I (COM A ALTERACAO DA LEI N. 8.620, DE 05.01.93, DA LEI N. 9.876, DE 26.11.99, DA MP N. 351, DE 22.01.07, CONVERTIDA NA LEI N. 11.488, DE 25.06.07 E DA MP N. 447, DE 14.11.08, CONVERTIDA NA LEI N. 11.933, DE 28.04.2009); LEI N. 8.620, DE 05.01.93, ART. 7., PARAGRAFOS 1. E 2.; LEI N. 10.666, DE 08.05.03, ART. 4., PARAGRAFO 1., COMBINADO COM O ART. 15; REGULAMENTO DA PREVIDENCIA SOCIAL, APROVADO PELO DECRETO N. 3.048, DE 06.05.99, ART. 216, I, \"B\" E PARAGRAFOS 1. AO 6., COM AS ALTERACOES DO DECRETO N. 3.265, DE 29.11.99.\n----------------------------------------------------------------------\n\nE para que se possa proceder a cobranca em acao propria, nos termos da Lei No. 6830 de 22/09/80, art 20. e seus paragrafos e demais dispositivos legais em vigor, foi extraida a presente certidao.\nSobre o valor total incide encargos legais previsto no DecretoLei No. 1.025/69,alterado pelo Decreto-Lei No. 1.645/78, e custas processuais.\n\n-------------------------------------------------- ------------\n\nJOSE DIOGO CYRILLO DA SILVA\n\nMAT- 0154373 F.0005\n\nDATA: 23/08/2014 LOCAL: PORTO ALEGRE\n\n(final)\n\n\f", "similar_texts_federais_bgem3": [ { "header": "Texto Similar 1 (C\u00edvel) - IdDocumentoCompleto: 5050794-06.2015.4.04.7100-711439828771334221160000000002", "text": "*120150055169* 120150055169\nEXMO. DR. JUIZ FEDERAL DA __ VARA FEDERAL DA SECAO JUDICIARIA DE PORTO ALEGRE\n\nUNIAO, pessoa juridica de direito publico interno, com fun-\n\ndamento na Lei no. 6830,de 22 de setembro de 1980, vem, mui respei-\n\ntosamente, por seu representante legal infra-assinado, propor a\n\npresente EXECUCAO FISCAL, para cobranca da divida no valor de\n\nR$ ************24.156,71(VINTE E QUATRO MIL, CENTO E CINQUENTA E SEIS\n\nREAIS E SETENTA E UM CENTAVOS. *************************************)\n\natualizada para o mes de 07/2015, conforme as anexas certidoes de Di-\n\nvida Ativa sob numero (s) 42.680.344-2, 42.680.345-0,**************\n\ncontra:\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDevedor\n\nIdentificacao\n\nASSOCIACAO DOS SERVIDORES CIVIS FEDERAIS N RI CGC: 87.965.190/0001-60\n\nEndereco\n\nTelefone\n\nR DR FLORES 62 CONJ 801\n\nCEP\n\nBairro\n\nMunicipio\n\nUF\n\n90020-120 CENTRO\n\nPORTO ALEGRE\n\nRS\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nPara tanto, requer-se na forma do artigo 8\n\nda Lei 6.830 e art. 172, paragrafo 2, do Codigo de Processo Civil:\n\n1.A citacao da(o) Executada (o),pelo correio,com Aviso de Recepcao(AR)\n\n,para pagar, no prazo legal, as dividas inscritas, devidamente atua-\n\nlizadas, acrescidas de juros, encargos previstos no Decreto-Lei\n\nNo 1.025/1969, alterado pelo Decreto-Lei No. 1.645/1978, custas e\n\ndespesas processuais, ou nomear bens livres e desembaracados para\n\ngarantir a execucao em consonancia com a legislacao em vigor, sob\n\npena de lhe serem penhorados ou arrestados tantos bens quanto bastem\n\na plena execucao da divida.\n\n2.Nao paga a divida ou nao garantida a execucao,a expedicao de mandado\n\nde penhora e avaliacao a recair sobre tantos bens quanto bastem a\n\ngarantia integral da divida, inclusive imoveis, nesse caso proce-\n\ndendo-se a intimacao do conjuge e a notificacao do cartorio de re-\n\nF.0001 (continua)\n\n\f*120150055169* 120150055169\ngistro de imoveis competente. Da-se a causa o valor da divida com os\nacrescimos calculados ate a data da distribuicao, nos termos do artigo 6o, paragrafo 4o da Lei de Execucoes Fiscais.\nNestes Termos, p.deferimento PORTO ALEGRE, 29/07/2015\n\n-----------------------------------------------\n\nJOSE DIOGO CYRILLO DA SILVA\n\nMAT- 154373\n\nN.OAB- 33506\n\nProcuradoria: RIO GRANDE DO SUL Endereco: AV. LOUREIRO DA SILVA 445 Cep: 90013-900 Bairro: CENTRO HISTORICO Municipio: PORTO ALEGRE\n\n9. ANDAR,SALA 901 UF: RS\n\nF.0002 (final)\n\n\f*120150055169* 120150055169\n\nUNIAO FEDERAL\n\nMINISTERIO DA FAZENDA\n\nDISCRIMINATIVO DE CREDITO INSCRITO - SINTETICO POR COMPETENCIA\n\nProcuradoria-Geral da Fazenda Nacional\n\nOrigem:19.200.800 Tramitacao:19.200.800\n\nCredito: 42.680.345-0\n\nProcesso Administrativo - Originario: 426803450\n\nDevedor: ASSOCIACAO DOS SERVIDORES CIVIS FEDERAIS N RIO G DO SUL\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nEndereco: R DR FLORES 62 CONJ 801\n\nBairro : CENTRO\n\nMunic.: PORTO ALEGRE\n\nUF\n\n: RS\n\nCEP\n\n: 90020-120\n\nFase Atual: 534 em 18/07/2015 Doc.: DCGB - DCG BATCH ----------------------------------------------------------------------\n\n(**) TOTAL (*) ORIGINARIO (**) ATUALIZADO\n\nCompet. Moeda(*)\n\n(**) JUROS (**) MULTA MORA\n\n--/---- -------------- --------.---,-- --------.---,-- --------.---,--\n\n03/2011 REAL\n\n2.469,74\n\n1.535,15\n\n1.535,15\n\n627,56\n\n307,03\n\n04/2011 REAL\n\n1.996,66\n\n1.248,77\n\n1.248,77\n\n498,13\n\n249,76\n\n05/2011 REAL\n\n2.172,39\n\n1.366,89\n\n1.366,89\n\n532,13\n\n273,37\n\n06/2011 REAL\n\n517,99\n\n327,93\n\n327,93\n\n124,48\n\n65,58\n\n07/2011 REAL\n\n2.078,46\n\n1.324,78\n\n1.324,78\n\n488,71\n\n264,97\n\n08/2011 REAL\n\n2.236,28\n\n1.433,98\n\n1.433,98\n\n515,50\n\n286,80\n\n09/2011 REAL\n\n635,05\n\n409,53\n\n409,53\n\n143,62\n\n81,90\n\n10/2011 REAL\n\n505,70\n\n327,93\n\n327,93\n\n112,19\n\n65,58\n\n11/2011 REAL\n\n436,20\n\n284,54\n\n284,54\n\n94,74\n\n56,92\n\n12/2011 REAL\n\n385,21\n\n252,75\n\n252,75\n\n81,91\n\n50,55\n\n13/2011 REAL\n\n502,72\n\n327,93\n\n327,93\n\n109,21\n\n65,58\n\n01/2012 REAL\n\n578,75\n\n381,61\n\n381,61\n\n120,82\n\n76,32\n\n02/2012 REAL\n\n251,67\n\n166,85\n\n166,85\n\n51,46\n\n33,36\n\n03/2012 REAL\n\n250,48\n\n166,85\n\n166,85\n\n50,27\n\n33,36\n\n04/2012 REAL\n\n249,25\n\n166,85\n\n166,85\n\n49,04\n\n33,36\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nTotal do Credito\n\n15.266,55\n\n9.722,34\n\n3.599,77\n\n1.944,44\n\nSobre o valor total incide encargos legais previsto no Decreto-Lei No.\n\n1.025/69,alterado pelo Decreto-Lei No. 1.645/78, e custas processuais.\n\n** Valores atualizados para 07/2015 em REAL\n\nc/multa ajuizam.\n\nUfir de conversao:\n\n0,9108\n\nF.0001 (final)\n\n\f*120150055169* 120150055169\n\nUNIAO FEDERAL\n\nMINISTERIO DA FAZENDA\n\nDISCRIMINATIVO DE CREDITO INSCRITO - SINTETICO POR COMPETENCIA\n\nProcuradoria-Geral da Fazenda Nacional\n\nOrigem:19.200.800 Tramitacao:19.200.800\n\nCredito: 42.680.344-2\n\nProcesso Administrativo - Originario: 426803442\n\nDevedor: ASSOCIACAO DOS SERVIDORES CIVIS FEDERAIS N RIO G DO SUL\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nEndereco: R DR FLORES 62 CONJ 801\n\nBairro : CENTRO\n\nMunic.: PORTO ALEGRE\n\nUF\n\n: RS\n\nCEP\n\n: 90020-120\n\nFase Atual: 534 em 18/07/2015 Doc.: DCGB - DCG BATCH ----------------------------------------------------------------------\n\n(**) TOTAL (*) ORIGINARIO (**) ATUALIZADO\n\nCompet. Moeda(*)\n\n(**) JUROS (**) MULTA MORA\n\n--/---- -------------- --------.---,-- --------.---,-- --------.---,--\n\n03/2011 REAL\n\n832,46\n\n517,44\n\n517,44\n\n211,53\n\n103,49\n\n04/2011 REAL\n\n626,38\n\n391,76\n\n391,76\n\n156,27\n\n78,35\n\n05/2011 REAL\n\n681,51\n\n428,81\n\n428,81\n\n166,94\n\n85,76\n\n06/2011 REAL\n\n162,49\n\n102,87\n\n102,87\n\n39,05\n\n20,57\n\n07/2011 REAL\n\n652,03\n\n415,60\n\n415,60\n\n153,31\n\n83,12\n\n08/2011 REAL\n\n701,55\n\n449,86\n\n449,86\n\n161,72\n\n89,97\n\n09/2011 REAL\n\n199,21\n\n128,47\n\n128,47\n\n45,05\n\n25,69\n\n10/2011 REAL\n\n158,63\n\n102,87\n\n102,87\n\n35,19\n\n20,57\n\n11/2011 REAL\n\n153,96\n\n100,43\n\n100,43\n\n33,44\n\n20,09\n\n12/2011 REAL\n\n120,85\n\n79,29\n\n79,29\n\n25,70\n\n15,86\n\n13/2011 REAL\n\n157,70\n\n102,87\n\n102,87\n\n34,26\n\n20,57\n\n01/2012 REAL\n\n181,55\n\n119,71\n\n119,71\n\n37,90\n\n23,94\n\n02/2012 REAL\n\n78,95\n\n52,34\n\n52,34\n\n16,14\n\n10,47\n\n03/2012 REAL\n\n78,58\n\n52,34\n\n52,34\n\n15,77\n\n10,47\n\n04/2012 REAL\n\n78,19\n\n52,34\n\n52,34\n\n15,38\n\n10,47\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nTotal do Credito\n\n4.864,04\n\n3.097,00\n\n1.147,65\n\n619,39\n\nSobre o valor total incide encargos legais previsto no Decreto-Lei No.\n\n1.025/69,alterado pelo Decreto-Lei No. 1.645/78, e custas processuais.\n\n** Valores atualizados para 07/2015 em REAL\n\nc/multa ajuizam.\n\nUfir de conversao:\n\n0,9108\n\nF.0001 (final)\n\n\f*120150055169* 120150055169\n\nCERTIDAO DE DIVIDA ATIVA(CDA)\n\nCertifico que do registroda divida ativa da Uniao consta a inscricao da divida cujo os dados sao os seguintes:\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nP G F N\n\nLivro/ Data de\n\nProcesso Administrativo Nm.Inscricao\n\nde Origem Folha Inscricao Original\n\nDesmembrado Divida Ativa\n\n19.200.800 0081/126 25/08/2013 426803450\n\n42.680.345-0\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDevedor\n\nASSOCIACAO DOS SERVIDORES CIVIS FEDERAIS N RIO G DO SUL\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nEndereco\n\nTelefone\n\nR DR FLORES 62 CONJ 801\n\nCEP\n\nBairro\n\nMunicipio\n\nUF\n\n90020-120 CENTRO\n\nPORTO ALEGRE\n\nRS\n\nIdentificacao\n\nCGC: 87.965.190/0001-60\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nPeriodo da Divida\n\nValor Originario Moeda\n\n03/2011 a 04/2012\n\n9.722,34 REAL\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDocumento Original DCGB - DCG BATCH\n\nOrgao de Origem 19.001.010\n\nCalculo 29/07/2015\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nPrinc.Atualizado\n\nJuros\n\nMulta\n\nValor Total\n\n9.722,34\n\n3.599,77\n\n1.944,44\n\n15.266,55\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nF.Legal\n\nPeriodo\n\nDescricao / Embasamento Legal\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n041.00\n\nATRIBUICAO DE COMPETENCIA PARA FISCALIZAR, ARRECADAR E COBRAR\n\n041.02 desde 01/11/2004 PERIODO DE 11/2004 A 12/2004 MP N. 222, DE 04.10.2004, ARTIGOS 1. E 3., POSTERIORMENTE CONVERTIDA NA LEI N. 11.098, DE 13.01.2005, ARTIGOS 1. E 3.; DECRETO N. 5.256, DE 27.10.2004, ANEXO I, ART. 18, I. PERIODO DE 01/2005 A 02/2005 MP N. 222, DE 04.10.2004, ARTIGOS 1. E 3., CONVERTIDA NA LEI N. 11.098, DE 13.01.2005, ARTIGOS 1. E 3.; DECRETO N. 5.256, DE 27.10.2004, ANEXO I, ART. 18, I. PERIODO DE 03/2005 A 05/2005 LEI N. 11.098, DE 13.01.2005, ARTIGOS 1. E 3.; DECRETO N. 5.256, DE 27.10.2004, ANEXO I,\n----------------------------------------------------------------------\n\n-------------------------------------------------- ------------\n\nJOSE DIOGO CYRILLO DA SILVA\n\nMAT- 0154373 F.0001\n\nDATA: 18/07/2015 LOCAL: PORTO ALEGRE\n\n(continua)\n\n\f*120150055169* 120150055169\n\nCERTIDAO DE DIVIDA ATIVA(CDA)\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nP G F N\n\nLivro/ Data de\n\nProcesso Administrativo Nm.Inscricao\n\nde Origem Folha Inscricao Original\n\nDesmembrado Divida Ativa\n\n19.200.800 0081/126 25/08/2013 426803450\n\n42.680.345-0\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDevedor\n\nASSOCIACAO DOS SERVIDORES CIVIS FEDERAIS N RIO G DO SUL\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nF.Legal\n\nPeriodo\n\nDescricao / Embasamento Legal\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n041.02\n\ndesde 01/11/2004 ART. 18, I; DECRETO N. 5.403, DE 28.03.2005, ANEXO I, ART. 15, I. PERIODO DE 06/2005 A 14.08.2005 LEI N. 11.098, DE 13.01.2005, ARTIGOS 1. E 3.; DECRETO N. 5.403, DE 28.03.2005, ANEXO I, ART. 15, I; DECRETO N. 5.469, DE 15.06.2005, ANEXO I, ART. 18, I. A PARTIR DE 15.08.2005 MP N. 258, DE 21.07.2005, ART. 3., CAPUT E PARAGRAFO 1., ART. 10 E INCISO I DO ART. 12. A PARTIR DE 19.11.2005 LEI N. 11.098, DE 13.01.2005, ARTIGOS 1. E 3.; DECRETO N. 5.469, DE 15.06.2005, ANEXO I, ART. 18, I. A PARTIR DE 02.05.2007 LEI N. 11.457, DE 16.03.07, ARTS. 2 E 3.\n\n089.00\n\nGFIP - GUIA DE RECOLHIMENTO DO FGTS E INFORMACOES A PREVIDENCIA SOCIAL\n\n089.04\n\ndesde 01/12/2008 LEI N. 8.212, DE 24.07.91, ART. 32, IV (ACRESCENTADO PELA MP N. 1.596-14/97, COM REDACAO DA MP N. 449, DE 03.12.2008, CONVERTIDA NA LEI N. 11.941, DE 27.05.2009) E ART. 33 (COM A REDACAO DA LEI N. 10.256, DE 09.07.2001E ALTERACAO DA MP N. 449, DE 03.12.08, CONVERTIDA NA LEI N. 11.941, DE 27.05.09), PARAGRAFO 7. (ACRESCENTADO PELA MP N. 1.596-14/97, CONVERTIDA NA LEI N. 9.528, DE 10.12.97, ALTERADA PELA MP N. 449, DE 03.12.08, CONVERTIDA NA LEI N. 11.941, DE 2705.09) REDACAO); DECRETO N. 2.803, DE 20.10.98; REGULAMENTO DA PREVIDENCIA SOCIAL - RPS, APROVADO PELO DECRETO N. 3.048, DE 06.05.99, ART. 225, IV, PARAGRAFOS 1., 2., 3. E 4. E ART. 245, CAPUT E PARAGRAFO 1.;\n\n200.00\n\nCONTRIBUICAO DA EMPRESA SOBRE A REMUNERACAO DE EMPREGADOS\n\n200.08 desde 01/12/1999 LEI N. 8.212, DE 24.07.91, ART. 22, I (COM A REDACAO DADA\n----------------------------------------------------------------------\n\n-------------------------------------------------- ------------\n\nJOSE DIOGO CYRILLO DA SILVA\n\nMAT- 0154373 F.0002\n\nDATA: 18/07/2015 LOCAL: PORTO ALEGRE\n\n(continua)\n\n\f*120150055169* 120150055169\n\nCERTIDAO DE DIVIDA ATIVA(CDA)\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nP G F N\n\nLivro/ Data de\n\nProcesso Administrativo Nm.Inscricao\n\nde Origem Folha Inscricao Original\n\nDesmembrado Divida Ativa\n\n19.200.800 0081/126 25/08/2013 426803450\n\n42.680.345-0\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDevedor\n\nASSOCIACAO DOS SERVIDORES CIVIS FEDERAIS N RIO G DO SUL\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nF.Legal\n\nPeriodo\n\nDescricao / Embasamento Legal\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n200.08\n\ndesde 01/12/1999 PELA LEI N. 9.876, DE 26.11.99); REGULAMENTO DA PREVIDENCIA SOCIAL, APROVADO PELO DECRETO N. 3.048, DE 06.05.99, ART. 12, I E PARAGRAFO UNICO, ART. 201, I, PARAGRAFO 1. E ART. 216, I, \"B\" (COM AS ALTERACOES DADAS PELO DECRETO N. 3.265, DE 29.11.99).\n\n301.00\n\nCONTRIBUICAO DAS EMPRESAS PARA FINANCIAMENTO DOS BENEFICIOS EM RAZAO DA INCAPACIDADE LABORATIVA\n\n301.08\n\ndesde 01/12/1999 LEI N. 8.212, DE 24.07.91, ART. 22, II (COM A REDACAO DADA PELA LEI N. 9.732, DE 11.12.98); REGULAMENTO DA PREVIDENCIA SOCIAL, APROVADO PELO DECRETO N. 3.048, DE 06.05.99, ART. 12, I, PARAGRAFO UNICO, NA REDACAO DADA PELO DECRETO N. 3.265, DE 29.11.99, ART. 202, I, II E III E PARAGRAFOS 1. AO 6. A PARTIR DE 01/2010 LEI N. 8.212, DE 24.07.91, ART. 22, II (COM A REDACAO DADA PELA LEI N. 9.732, DE 11.12.98); REGULAMENTO DA PREVIDENCIA SOCIAL, APROVADO PELO DECRETO N. 3.048, DE 06.05.99, ART. 12, I, PARAGRAFO UNICO, NA REDACAO DADA PELO DECRETO N. 3.265, DE 29.11.99, ART. 202, I, II E III E PARAGRAFOS 1. AO 6 E ART. 202-A (ACRESCENTADO PELO DECRETO N. 6.042, DE 12.02.07, COM REDACAO DO DECRETO N. 6.957, DE 09.09.09) E DECRETO N. 6.957, DE 09.09.09, ARTIGOS 2. E 4; LEI 10.666, DE 08/05/2003, ART.10.\n\n400.00\n\nCONTRIBUICAO DEVIDA A TERCEIROS - SALARIO EDUCACAO\n\n400.05 desde 01/11/2004 CONSTITUICAO FEDERAL, ART. 212, PARAGRAFO 5., COMBINADO COM O ART. 34, CAPUT, DAS DISPOSICOES CONSTITUCIONAIS\n----------------------------------------------------------------------\n\n-------------------------------------------------- ------------\n\nJOSE DIOGO CYRILLO DA SILVA\n\nMAT- 0154373 F.0003\n\nDATA: 18/07/2015 LOCAL: PORTO ALEGRE\n\n(continua)\n\n\f*120150055169* 120150055169\n\nCERTIDAO DE DIVIDA ATIVA(CDA)\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nP G F N\n\nLivro/ Data de\n\nProcesso Administrativo Nm.Inscricao\n\nde Origem Folha Inscricao Original\n\nDesmembrado Divida Ativa\n\n19.200.800 0081/126 25/08/2013 426803450\n\n42.680.345-0\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDevedor\n\nASSOCIACAO DOS SERVIDORES CIVIS FEDERAIS N RIO G DO SUL\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nF.Legal\n\nPeriodo\n\nDescricao / Embasamento Legal\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n400.05\n\ndesde 01/11/2004 TRANSITORIAS; LEI N. 9.424, DE 26.12.96, ART. 15, CAPUT; MP N. 1.565, DE 09.01.97 E REEDICOES ATE A MP N. 1.607, DE 11.12.97, E REEDICOES ATE A MP N. 1.607-24, DE 19.11.98, CONVERTIDAS NA LEI N. 9.766, DE 18.12.98; LEI N. 9.601, DE 21.01.98, ART. 2.; DECRETO N. 3.142, DE 16.08.99, ART. 1., 2., 6., INCISO II PARAGRAFO 1.; MP N. 222, DE 04.10.2004, ART. 3., POSTERIORMENTE CONVERTIDA NA LEI N. 11.098, DE 13.01.2005, ARTIGO 3., DECRETO N. 87.043, DE 22.03.82, ARTIGOS 1., 2., 3., I, PARAGRAFOS 1., 2., 4., 5. E ART. 13; DECRETO N. 5.256, DE 27.10.2004, ART. 18, I. A PARTIR DE 01.01.2007: CONSTITUICAO FEDERAL, ART. 212, PARAGRAFO 5., COMBINADO COM O ART.34, CAPUT, DAS DISPOSICOES CONSTITUCIONAIS TRANSITORIAS; LEI N. 9.424, DE 26.12.96, ART. 15, CAPUT; LEI N. 9.766, DE 18..12.98, ART. 1.; DECRETO N. 6003, DE 28.12.06, ARTIGO 1., PARAGRAFO 1. E ARTIGOS 10 E 11.\n\n405.00\n\nTERCEIROS - INCRA\n\n405.04\n\ndesde 01/11/2004 LEI N. 2.613, DE 23.09.55, ART. 6., PARAGRAFO 4., (COM AS ALTERACOES DA LEI N. 4.863, DE 29.11.65, ART. 35, PARAGRAFO 2., VIII); DECRETO-LEI N. 1.146, DE 31.12.70, ART. 1., I, ITEM 2, ARTIGOS 3. E 4.; LEI COMPLEMENTAR N. 11, DE 25.05.71, ART. 15, II; DECRETO-LEI N. 2.318, DE 30.12.86, ART. 3.; MP N. 222, DE 04.10.2004, ART. 3.; DECRETO N. 5.256, DE 27.10.2004, ART. 18, I.\n\n414.00\n\nTERCEIROS - SESC\n\n414.04 desde 01/11/2004 DECRETO-LEI N. 9.853, DE 13.09.46, ART. 3.; DECRETO-LEI N.\n----------------------------------------------------------------------\n\n-------------------------------------------------- ------------\n\nJOSE DIOGO CYRILLO DA SILVA\n\nMAT- 0154373 F.0004\n\nDATA: 18/07/2015 LOCAL: PORTO ALEGRE\n\n(continua)\n\n\f*120150055169* 120150055169\n\nCERTIDAO DE DIVIDA ATIVA(CDA)\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nP G F N\n\nLivro/ Data de\n\nProcesso Administrativo Nm.Inscricao\n\nde Origem Folha Inscricao Original\n\nDesmembrado Divida Ativa\n\n19.200.800 0081/126 25/08/2013 426803450\n\n42.680.345-0\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDevedor\n\nASSOCIACAO DOS SERVIDORES CIVIS FEDERAIS N RIO G DO SUL\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nF.Legal\n\nPeriodo\n\nDescricao / Embasamento Legal\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n414.04\n\ndesde 01/11/2004 2.318, DE 30.12.86, ARTIGOS 1. E 3.; MP N. 222, DE 04.10.2004, ART. 3.; DECRETO N. 5.256, DE 27.10.2004, ART. 18, I.\n\n415.00\n\nTERCEIROS - SEBRAE\n\n415.04\n\ndesde 01/11/2004 LEI N. 8.029, DE 12.04.90, ART. 8.,PARAGRAFO 3. (COM A REDACAO DADA PELA LEI N. 8.154, DE 28.12.90), COMBINADO COM O ART. 1. DO DECRETO-LEI N. 2.318, DE 30.12.86 E PARAGRAFO 4.; MP N. 222, DE 04.10.2004, ART. 3.; DECRETO N. 5.256, DE 27.10.2004, ART. 18, I.\n\n600.00\n\nCORRECAO MONETARIA\n\n600.08\n\ndesde 01/01/1995 LEI N. 8.981, DE 20.01.95, ART. 6.. REGULAMENTO DA ORGANIZACAO E DO CUSTEIO DA SEGURIDADE SOCIAL-ROCSS, APROVADO PELO DECRETO N. 356, DE 07.12.91, COM A NOVA REDACAO DADA PELO DECRETO N. 612, DE 21.07.92 E ALTERACOES POSTERIORES, ART. 39, PARAGRAFO 5., RENUMERADO PARA PARAGRAFO 9., PELO ART. 1. DO DECRETO N. 738 DE 28.01.93, E PARAGRAFO 10 (ACRESCENTADO PELO DECRETO N. 738, DE 28.01.93); REGULAMENTO DA ORGANIZACAO E DO CUSTEIO DA SEGURIDADE SOCIAL-ROCSS, APROVADO PELO DECRETO N. 2.173, DE 05.03.97, ART. 58, I. VALORES ORIGINARIOS EM REAL E SEM ATUALIZACAO\n\n601.00\n\nACRESCIMOS LEGAIS - MULTA\n\n601.10 desde 01/12/2008 LEI N. 8.212, DE 24.07.91, ART. 35, (COMBINADO COM O ART.\n----------------------------------------------------------------------\n\n-------------------------------------------------- ------------\n\nJOSE DIOGO CYRILLO DA SILVA\n\nMAT- 0154373 F.0005\n\nDATA: 18/07/2015 LOCAL: PORTO ALEGRE\n\n(continua)\n\n\f*120150055169* 120150055169\n\nCERTIDAO DE DIVIDA ATIVA(CDA)\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nP G F N\n\nLivro/ Data de\n\nProcesso Administrativo Nm.Inscricao\n\nde Origem Folha Inscricao Original\n\nDesmembrado Divida Ativa\n\n19.200.800 0081/126 25/08/2013 426803450\n\n42.680.345-0\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDevedor\n\nASSOCIACAO DOS SERVIDORES CIVIS FEDERAIS N RIO G DO SUL\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nF.Legal\n\nPeriodo\n\nDescricao / Embasamento Legal\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n601.10\n\ndesde 01/12/2008 61 DA LEI N. 9.430, DE 27.12.96) COM REDACAO DA MP N. 449 DE 04.12.2008, CONVERTIDA NA LEI N. 11.941, DE 27.05.2009.CALCULO DA MULTA: PARA PAGAMENTO DE OBRIGACAO VENCIDA, NAO INCLUIDA EM AUTO-DE-INFRACAO: 0,33%, POR DIA DE ATRASO, CALCULADA A PARTIR DO PRIMEIRO DIA SUBSEQUENTE AO DO VENCIMENTO DO PRAZO PREVISTO PARA O PAGAMENTO DA CONTRIBUICAO ATE O DIA EM QUE OCORRER O SEU PAGAMENTO, LIMITADO A 20%.\n\n602.00\n\nACRESCIMOS LEGAIS - JUROS\n\n602.08\n\ndesde 01/12/2008\n\nLEI N. 8.212, DE 24.07.91, ART. 35, COMBINADO COM O ART. 61\n\nDA LEI N. 9.430, DE 27.12.96, COM REDACAO DA MP N. 449, DE\n\n04.12.2008, CONVERTIDA NA LEI N. 11.941, DE 27.05.2009.\n\nCALCULO DOS JUROS: JUROS CALCULADOS SOBRE O VALOR\n\nORIGINARIO, MEDIANTE A APLICACAO DOS SEGUINTES\n\nPERCENTUAIS: A) TAXA MEDIA MENSAL DE CAPTACAO DO TESOURO\n\nNACIONAL RELATIVA A\n\nDIVIDA MOBILIARIA FEDERAL / TAXA\n\nREFERENCIAL DO SISTEMA ESPECIAL\n\nDE LIQUIDACAO E DE\n\nCUSTODIA - SELIC, A PARTIR DO PRIMEIRO DIA DO MES\n\nSUBSEQUENTE AO VENCIMENTO DO PRAZO ATE O MES ANTERIOR AO DO\n\nPAGAMENTO B) 1% (UM POR CENTO) NO MES DO PAGAMENTO.\n\n700.00\n\nENCARGO LEGAL DE 20% (VINTE POR CENTO)\n\n700.01\n\ndesde 01/05/2007 DECRETO-LEI N. 1.025/69, ART. 1; DECRETO-LEI N. 1.645/78, ART. 3; LEI 7.799/89, ART. 64, PARAGRAFO 2 E LEI N. 8.383/91, ART. 57, PARAGRAFO 2.\n\n800.00 PRAZO E OBRIGACAO DE RECOLHIMENTO - EMPRESAS EM GERAL\n----------------------------------------------------------------------\n\n-------------------------------------------------- ------------\n\nJOSE DIOGO CYRILLO DA SILVA\n\nMAT- 0154373 F.0006\n\nDATA: 18/07/2015 LOCAL: PORTO ALEGRE\n\n(continua)\n\n\f*120150055169* 120150055169\n\nCERTIDAO DE DIVIDA ATIVA(CDA)\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nP G F N\n\nLivro/ Data de\n\nProcesso Administrativo Nm.Inscricao\n\nde Origem Folha Inscricao Original\n\nDesmembrado Divida Ativa\n\n19.200.800 0081/126 25/08/2013 426803450\n\n42.680.345-0\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDevedor\n\nASSOCIACAO DOS SERVIDORES CIVIS FEDERAIS N RIO G DO SUL\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nF.Legal\n\nPeriodo\n\nDescricao / Embasamento Legal\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n800.11 desde 01/10/2008 LEI N. 8.212, DE 24.07.91, ART. 30, I (COM A ALTERACAO DA LEI N. 8.620, DE 05.01.93, DA LEI N. 9.876, DE 26.11.99, DA MP N. 351, DE 22.01.07, CONVERTIDA NA LEI N. 11.488, DE 25.06.07 E DA MP N. 447, DE 14.11.08, CONVERTIDA NA LEI N. 11.933, DE 28.04.2009); LEI N. 8.620, DE 05.01.93, ART. 7., PARAGRAFOS 1. E 2.; LEI N. 10.666, DE 08.05.03, ART. 4., PARAGRAFO 1., COMBINADO COM O ART. 15; REGULAMENTO DA PREVIDENCIA SOCIAL, APROVADO PELO DECRETO N. 3.048, DE 06.05.99, ART. 216, I, \"B\" E PARAGRAFOS 1. AO 6., COM AS ALTERACOES DO DECRETO N. 3.265, DE 29.11.99.\n----------------------------------------------------------------------\n\nE para que se possa proceder a cobranca em acao propria, nos termos da Lei No. 6830 de 22/09/80, art 20. e seus paragrafos e demais dispositivos legais em vigor, foi extraida a presente certidao.\nSobre o valor total incide encargos legais previsto no DecretoLei No. 1.025/69,alterado pelo Decreto-Lei No. 1.645/78, e custas processuais.\n\n-------------------------------------------------- ------------\n\nJOSE DIOGO CYRILLO DA SILVA\n\nMAT- 0154373 F.0007\n\nDATA: 18/07/2015 LOCAL: PORTO ALEGRE\n\n(final)\n\n\f*120150055169* 120150055169\n\nCERTIDAO DE DIVIDA ATIVA(CDA)\n\nCertifico que do registroda divida ativa da Uniao consta a inscricao da divida cujo os dados sao os seguintes:\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nP G F N\n\nLivro/ Data de\n\nProcesso Administrativo Nm.Inscricao\n\nde Origem Folha Inscricao Original\n\nDesmembrado Divida Ativa\n\n19.200.800 0081/125 25/08/2013 426803442\n\n42.680.344-2\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDevedor\n\nASSOCIACAO DOS SERVIDORES CIVIS FEDERAIS N RIO G DO SUL\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nEndereco\n\nTelefone\n\nR DR FLORES 62 CONJ 801\n\nCEP\n\nBairro\n\nMunicipio\n\nUF\n\n90020-120 CENTRO\n\nPORTO ALEGRE\n\nRS\n\nIdentificacao\n\nCGC: 87.965.190/0001-60\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nPeriodo da Divida\n\nValor Originario Moeda\n\n03/2011 a 04/2012\n\n3.097,00 REAL\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDocumento Original DCGB - DCG BATCH\n\nOrgao de Origem 19.001.010\n\nCalculo 29/07/2015\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nPrinc.Atualizado\n\nJuros\n\nMulta\n\nValor Total\n\n3.097,00\n\n1.147,65\n\n619,39\n\n4.864,04\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nF.Legal\n\nPeriodo\n\nDescricao / Embasamento Legal\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n041.00\n\nATRIBUICAO DE COMPETENCIA PARA FISCALIZAR, ARRECADAR E COBRAR\n\n041.02 desde 01/11/2004 PERIODO DE 11/2004 A 12/2004 MP N. 222, DE 04.10.2004, ARTIGOS 1. E 3., POSTERIORMENTE CONVERTIDA NA LEI N. 11.098, DE 13.01.2005, ARTIGOS 1. E 3.; DECRETO N. 5.256, DE 27.10.2004, ANEXO I, ART. 18, I. PERIODO DE 01/2005 A 02/2005 MP N. 222, DE 04.10.2004, ARTIGOS 1. E 3., CONVERTIDA NA LEI N. 11.098, DE 13.01.2005, ARTIGOS 1. E 3.; DECRETO N. 5.256, DE 27.10.2004, ANEXO I, ART. 18, I. PERIODO DE 03/2005 A 05/2005 LEI N. 11.098, DE 13.01.2005, ARTIGOS 1. E 3.; DECRETO N. 5.256, DE 27.10.2004, ANEXO I,\n----------------------------------------------------------------------\n\n-------------------------------------------------- ------------\n\nJOSE DIOGO CYRILLO DA SILVA\n\nMAT- 0154373 F.0001\n\nDATA: 18/07/2015 LOCAL: PORTO ALEGRE\n\n(continua)\n\n\f*120150055169* 120150055169\n\nCERTIDAO DE DIVIDA ATIVA(CDA)\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nP G F N\n\nLivro/ Data de\n\nProcesso Administrativo Nm.Inscricao\n\nde Origem Folha Inscricao Original\n\nDesmembrado Divida Ativa\n\n19.200.800 0081/125 25/08/2013 426803442\n\n42.680.344-2\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDevedor\n\nASSOCIACAO DOS SERVIDORES CIVIS FEDERAIS N RIO G DO SUL\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nF.Legal\n\nPeriodo\n\nDescricao / Embasamento Legal\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n041.02\n\ndesde 01/11/2004 ART. 18, I; DECRETO N. 5.403, DE 28.03.2005, ANEXO I, ART. 15, I. PERIODO DE 06/2005 A 14.08.2005 LEI N. 11.098, DE 13.01.2005, ARTIGOS 1. E 3.; DECRETO N. 5.403, DE 28.03.2005, ANEXO I, ART. 15, I; DECRETO N. 5.469, DE 15.06.2005, ANEXO I, ART. 18, I. A PARTIR DE 15.08.2005 MP N. 258, DE 21.07.2005, ART. 3., CAPUT E PARAGRAFO 1., ART. 10 E INCISO I DO ART. 12. A PARTIR DE 19.11.2005 LEI N. 11.098, DE 13.01.2005, ARTIGOS 1. E 3.; DECRETO N. 5.469, DE 15.06.2005, ANEXO I, ART. 18, I. A PARTIR DE 02.05.2007 LEI N. 11.457, DE 16.03.07, ARTS. 2 E 3.\n\n089.00\n\nGFIP - GUIA DE RECOLHIMENTO DO FGTS E INFORMACOES A PREVIDENCIA SOCIAL\n\n089.04\n\ndesde 01/12/2008 LEI N. 8.212, DE 24.07.91, ART. 32, IV (ACRESCENTADO PELA MP N. 1.596-14/97, COM REDACAO DA MP N. 449, DE 03.12.2008, CONVERTIDA NA LEI N. 11.941, DE 27.05.2009) E ART. 33 (COM A REDACAO DA LEI N. 10.256, DE 09.07.2001E ALTERACAO DA MP N. 449, DE 03.12.08, CONVERTIDA NA LEI N. 11.941, DE 27.05.09), PARAGRAFO 7. (ACRESCENTADO PELA MP N. 1.596-14/97, CONVERTIDA NA LEI N. 9.528, DE 10.12.97, ALTERADA PELA MP N. 449, DE 03.12.08, CONVERTIDA NA LEI N. 11.941, DE 2705.09) REDACAO); DECRETO N. 2.803, DE 20.10.98; REGULAMENTO DA PREVIDENCIA SOCIAL - RPS, APROVADO PELO DECRETO N. 3.048, DE 06.05.99, ART. 225, IV, PARAGRAFOS 1., 2., 3. E 4. E ART. 245, CAPUT E PARAGRAFO 1.;\n\n100.00 CONTRIBUICAO DOS SEGURADOS (EMPREGADOS, TRABALHADORES TEMPORARIOS E AVULSOS)\n----------------------------------------------------------------------\n\n-------------------------------------------------- ------------\n\nJOSE DIOGO CYRILLO DA SILVA\n\nMAT- 0154373 F.0002\n\nDATA: 18/07/2015 LOCAL: PORTO ALEGRE\n\n(continua)\n\n\f*120150055169* 120150055169\n\nCERTIDAO DE DIVIDA ATIVA(CDA)\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nP G F N\n\nLivro/ Data de\n\nProcesso Administrativo Nm.Inscricao\n\nde Origem Folha Inscricao Original\n\nDesmembrado Divida Ativa\n\n19.200.800 0081/125 25/08/2013 426803442\n\n42.680.344-2\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDevedor\n\nASSOCIACAO DOS SERVIDORES CIVIS FEDERAIS N RIO G DO SUL\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nF.Legal\n\nPeriodo\n\nDescricao / Embasamento Legal\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n100.15\n\ndesde 01/12/1999 LEI N. 8.212, DE 24.07.91, ART. 20 (COM A REDACAO DADA PELA LEI N. 9.032, DE 28.04.95, ALTERADA POSTERIORMENTE PELA LEI N. 9.129, DE 20.11.95), COMBINADO COM OS ARTIGOS 12, I (COM AS ALTERACOES DA LEI N. 8.647, DE 13.04.93, DA LEI N. 9.506, DE 30.10.97 E DA LEI N. 9.876, DE 26/11/99) E ART. 28, I E PARAGRAFOS (COM A REDACAO DADA PELA LEI N. 9.528, DE 10.12.97); LEI N. 8.620, DE 05.01.93, ART. 7., PARAGRAFO 2.; LEI N. 9.311, DE 24.10.96, ART. 17, II; LEI N. 9.317, DE 05.12.96, ART. 3., PARAGRAFO 2., \"H\"; REGULAMENTO DA PREVIDENCIA SOCIAL - RPS, APROVADO PELO DECRETO N. 3.048, DE 06.05.99, ART. 9., I, \"G\" (ALINEA ACRESCENTADA PELO DECRETO N. 3.265, DE 29.11.99), PARAGRAFO 1. A 7., ART. 198, ART. 214, I, PARAGRAFOS 1. A 15, ART. 216, I, \"A\"(ALTERADO PELO DECRETO N. 4.729, DE 09.06.03) E \"B\" (ALTERACAO DO DECRETO N. 6.722, DE 20.12.08), PARAGRAFOS 1. A 6., ARTIGOS 217 E 218.\n\n600.00\n\nCORRECAO MONETARIA\n\n600.08\n\ndesde 01/01/1995 LEI N. 8.981, DE 20.01.95, ART. 6.. REGULAMENTO DA ORGANIZACAO E DO CUSTEIO DA SEGURIDADE SOCIAL-ROCSS, APROVADO PELO DECRETO N. 356, DE 07.12.91, COM A NOVA REDACAO DADA PELO DECRETO N. 612, DE 21.07.92 E ALTERACOES POSTERIORES, ART. 39, PARAGRAFO 5., RENUMERADO PARA PARAGRAFO 9., PELO ART. 1. DO DECRETO N. 738 DE 28.01.93, E PARAGRAFO 10 (ACRESCENTADO PELO DECRETO N. 738, DE 28.01.93); REGULAMENTO DA ORGANIZACAO E DO CUSTEIO DA SEGURIDADE SOCIAL-ROCSS, APROVADO PELO DECRETO N. 2.173, DE 05.03.97, ART. 58, I. VALORES ORIGINARIOS EM REAL E SEM ATUALIZACAO\n\n601.00 ACRESCIMOS LEGAIS - MULTA\n----------------------------------------------------------------------\n\n-------------------------------------------------- ------------\n\nJOSE DIOGO CYRILLO DA SILVA\n\nMAT- 0154373 F.0003\n\nDATA: 18/07/2015 LOCAL: PORTO ALEGRE\n\n(continua)\n\n\f*120150055169* 120150055169\n\nCERTIDAO DE DIVIDA ATIVA(CDA)\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nP G F N\n\nLivro/ Data de\n\nProcesso Administrativo Nm.Inscricao\n\nde Origem Folha Inscricao Original\n\nDesmembrado Divida Ativa\n\n19.200.800 0081/125 25/08/2013 426803442\n\n42.680.344-2\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDevedor\n\nASSOCIACAO DOS SERVIDORES CIVIS FEDERAIS N RIO G DO SUL\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nF.Legal\n\nPeriodo\n\nDescricao / Embasamento Legal\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n601.10\n\ndesde 01/12/2008 LEI N. 8.212, DE 24.07.91, ART. 35, (COMBINADO COM O ART. 61 DA LEI N. 9.430, DE 27.12.96) COM REDACAO DA MP N. 449 DE 04.12.2008, CONVERTIDA NA LEI N. 11.941, DE 27.05.2009.CALCULO DA MULTA: PARA PAGAMENTO DE OBRIGACAO VENCIDA, NAO INCLUIDA EM AUTO-DE-INFRACAO: 0,33%, POR DIA DE ATRASO, CALCULADA A PARTIR DO PRIMEIRO DIA SUBSEQUENTE AO DO VENCIMENTO DO PRAZO PREVISTO PARA O PAGAMENTO DA CONTRIBUICAO ATE O DIA EM QUE OCORRER O SEU PAGAMENTO, LIMITADO A 20%.\n\n602.00\n\nACRESCIMOS LEGAIS - JUROS\n\n602.08\n\ndesde 01/12/2008\n\nLEI N. 8.212, DE 24.07.91, ART. 35, COMBINADO COM O ART. 61\n\nDA LEI N. 9.430, DE 27.12.96, COM REDACAO DA MP N. 449, DE\n\n04.12.2008, CONVERTIDA NA LEI N. 11.941, DE 27.05.2009.\n\nCALCULO DOS JUROS: JUROS CALCULADOS SOBRE O VALOR\n\nORIGINARIO, MEDIANTE A APLICACAO DOS SEGUINTES\n\nPERCENTUAIS: A) TAXA MEDIA MENSAL DE CAPTACAO DO TESOURO\n\nNACIONAL RELATIVA A\n\nDIVIDA MOBILIARIA FEDERAL / TAXA\n\nREFERENCIAL DO SISTEMA ESPECIAL\n\nDE LIQUIDACAO E DE\n\nCUSTODIA - SELIC, A PARTIR DO PRIMEIRO DIA DO MES\n\nSUBSEQUENTE AO VENCIMENTO DO PRAZO ATE O MES ANTERIOR AO DO\n\nPAGAMENTO B) 1% (UM POR CENTO) NO MES DO PAGAMENTO.\n\n700.00\n\nENCARGO LEGAL DE 20% (VINTE POR CENTO)\n\n700.01 desde 01/05/2007 DECRETO-LEI N. 1.025/69, ART. 1; DECRETO-LEI N. 1.645/78, ART. 3; LEI 7.799/89, ART. 64, PARAGRAFO 2 E LEI N. 8.383/91, ART. 57, PARAGRAFO 2.\n----------------------------------------------------------------------\n\n-------------------------------------------------- ------------\n\nJOSE DIOGO CYRILLO DA SILVA\n\nMAT- 0154373 F.0004\n\nDATA: 18/07/2015 LOCAL: PORTO ALEGRE\n\n(continua)\n\n\f*120150055169* 120150055169\n\nCERTIDAO DE DIVIDA ATIVA(CDA)\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nP G F N\n\nLivro/ Data de\n\nProcesso Administrativo Nm.Inscricao\n\nde Origem Folha Inscricao Original\n\nDesmembrado Divida Ativa\n\n19.200.800 0081/125 25/08/2013 426803442\n\n42.680.344-2\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDevedor\n\nASSOCIACAO DOS SERVIDORES CIVIS FEDERAIS N RIO G DO SUL\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nF.Legal\n\nPeriodo\n\nDescricao / Embasamento Legal\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n800.00\n\nPRAZO E OBRIGACAO DE RECOLHIMENTO - EMPRESAS EM GERAL\n\n800.11 desde 01/10/2008 LEI N. 8.212, DE 24.07.91, ART. 30, I (COM A ALTERACAO DA LEI N. 8.620, DE 05.01.93, DA LEI N. 9.876, DE 26.11.99, DA MP N. 351, DE 22.01.07, CONVERTIDA NA LEI N. 11.488, DE 25.06.07 E DA MP N. 447, DE 14.11.08, CONVERTIDA NA LEI N. 11.933, DE 28.04.2009); LEI N. 8.620, DE 05.01.93, ART. 7., PARAGRAFOS 1. E 2.; LEI N. 10.666, DE 08.05.03, ART. 4., PARAGRAFO 1., COMBINADO COM O ART. 15; REGULAMENTO DA PREVIDENCIA SOCIAL, APROVADO PELO DECRETO N. 3.048, DE 06.05.99, ART. 216, I, \"B\" E PARAGRAFOS 1. AO 6., COM AS ALTERACOES DO DECRETO N. 3.265, DE 29.11.99.\n----------------------------------------------------------------------\n\nE para que se possa proceder a cobranca em acao propria, nos termos da Lei No. 6830 de 22/09/80, art 20. e seus paragrafos e demais dispositivos legais em vigor, foi extraida a presente certidao.\nSobre o valor total incide encargos legais previsto no DecretoLei No. 1.025/69,alterado pelo Decreto-Lei No. 1.645/78, e custas processuais.\n\n-------------------------------------------------- ------------\n\nJOSE DIOGO CYRILLO DA SILVA\n\nMAT- 0154373 F.0005\n\nDATA: 18/07/2015 LOCAL: PORTO ALEGRE\n\n(final)\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 2 (C\u00edvel) - IdDocumentoCompleto: 5067507-02.2014.4.04.7000-701412880606119550180000000140", "text": "*120140054716* 120140054716\nEXMO. DR. JUIZ FEDERAL DA __ VARA FEDERAL DA SECAO JUDICIARIA DE CURITIBA\n\nUNIAO, pessoa juridica de direito publico interno, com fun-\n\ndamento na Lei no. 6830,de 22 de setembro de 1980, vem, mui respei-\n\ntosamente, por seu representante legal infra-assinado, propor a\n\npresente EXECUCAO FISCAL, para cobranca da divida no valor de\n\nR$ ************98.802,65(NOVENTA E OITO MIL, OITOCENTOS E DOIS REAIS\n\nE SESSENTA E CINCO CENTAVOS. ****************************************)\n\natualizada para o mes de 08/2014, conforme as anexas certidoes de Di-\n\nvida Ativa sob numero (s) 45.463.575-3, 45.463.576-1,**************\n\ncontra:\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDevedor\n\nIdentificacao\n\nGESSOVIP DECORACOES LTDA - ME\n\nCGC: 07.960.658/0001-94\n\nEndereco\n\nTelefone\n\nR JOAO PAROLIN 1588 CASA 04\n\nCEP\n\nBairro\n\nMunicipio\n\nUF\n\n80220-290 PAROLIN\n\nCURITIBA\n\nPR\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nPara tanto, requer-se na forma do artigo 8\n\nda Lei 6.830 e art. 172, paragrafo 2, do Codigo de Processo Civil:\n\n1.A citacao da(o) Executada (o),pelo correio,com Aviso de Recepcao(AR)\n\n,para pagar, no prazo legal, as dividas inscritas, devidamente atua-\n\nlizadas, acrescidas de juros, encargos previstos no Decreto-Lei\n\nNo 1.025/1969, alterado pelo Decreto-Lei No. 1.645/1978, custas e\n\ndespesas processuais, ou nomear bens livres e desembaracados para\n\ngarantir a execucao em consonancia com a legislacao em vigor, sob\n\npena de lhe serem penhorados ou arrestados tantos bens quanto bastem\n\na plena execucao da divida.\n\n2.Nao paga a divida ou nao garantida a execucao,a expedicao de mandado\n\nde penhora e avaliacao a recair sobre tantos bens quanto bastem a\n\ngarantia integral da divida, inclusive imoveis, nesse caso proce-\n\ndendo-se a intimacao do conjuge e a notificacao do cartorio de re-\n\nF.0001 (continua)\n\n\f*120140054716* 120140054716\ngistro de imoveis competente. Da-se a causa o valor da divida com os\nacrescimos calculados ate a data da distribuicao, nos termos do artigo 6o, paragrafo 4o da Lei de Execucoes Fiscais.\nNestes Termos, p.deferimento CURITIBA, 23/08/2014\n\n-----------------------------------------------\n\nSANDRO MONTEIRO DE SOUZA\n\nMAT- 1286858\n\nN.OAB- 42812\n\nProcuradoria: PARANA Endereco: MARECHAL DEODORO, 555 Cep: 80020-911 Bairro: CENTRO Municipio: CURITIBA\n\n7. ANDAR UF: PR\n\nF.0002 (final)\n\n\f*120140054716* 120140054716\n\nUNIAO FEDERAL\n\nMINISTERIO DA FAZENDA\n\nDISCRIMINATIVO DE CREDITO INSCRITO - SINTETICO POR COMPETENCIA\n\nProcuradoria-Geral da Fazenda Nacional\n\nOrigem:14.200.800 Tramitacao:14.200.800\n\nCredito: 45.463.576-1\n\nProcesso Administrativo - Originario: 454635761\n\nDevedor: GESSOVIP DECORACOES LTDA - ME\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nEndereco: R JOAO PAROLIN 1588 CASA 04\n\nBairro : PAROLIN\n\nMunic.: CURITIBA\n\nUF\n\n: PR\n\nCEP\n\n: 80220-290\n\nFase Atual: 534 em 23/08/2014 Doc.: DCGB - DCG BATCH ----------------------------------------------------------------------\n\n(**) TOTAL (*) ORIGINARIO (**) ATUALIZADO\n\nCompet. Moeda(*)\n\n(**) JUROS (**) MULTA MORA\n\n--/---- -------------- --------.---,-- --------.---,-- --------.---,--\n\n03/2011 REAL\n\n498,00\n\n330,81\n\n330,81\n\n101,03\n\n66,16\n\n12/2011 REAL\n\n311,57\n\n219,30\n\n219,30\n\n48,41\n\n43,86\n\n03/2012 REAL\n\n306,56\n\n219,30\n\n219,30\n\n43,40\n\n43,86\n\n04/2012 REAL\n\n94,21\n\n67,75\n\n67,75\n\n12,91\n\n13,55\n\n05/2012 REAL\n\n3.127,04\n\n2.259,25\n\n2.259,25\n\n415,93\n\n451,86\n\n06/2012 REAL\n\n12.038,57\n\n8.740,70\n\n8.740,70\n\n1.549,72\n\n1.748,15\n\n07/2012 REAL\n\n11.357,60\n\n8.287,81\n\n8.287,81\n\n1.412,22\n\n1.657,57\n\n08/2012 REAL\n\n4.441,32\n\n3.253,70\n\n3.253,70\n\n536,88\n\n650,74\n\n09/2012 REAL\n\n5.464,23\n\n4.021,08\n\n4.021,08\n\n638,94\n\n804,21\n\n10/2012 REAL\n\n6.483,57\n\n4.790,58\n\n4.790,58\n\n734,87\n\n958,12\n\n11/2012 REAL\n\n6.596,78\n\n4.894,12\n\n4.894,12\n\n723,82\n\n978,84\n\n12/2012 REAL\n\n4.509,69\n\n3.360,66\n\n3.360,66\n\n476,89\n\n672,14\n\n01/2013 REAL\n\n4.290,23\n\n3.208,85\n\n3.208,85\n\n439,61\n\n641,77\n\n02/2013 REAL\n\n312,58\n\n234,75\n\n234,75\n\n30,88\n\n46,95\n\n03/2013 REAL\n\n311,00\n\n234,65\n\n234,65\n\n29,42\n\n46,93\n\n04/2013 REAL\n\n315,40\n\n239,05\n\n239,05\n\n28,55\n\n47,80\n\n05/2013 REAL\n\n372,73\n\n283,80\n\n283,80\n\n32,17\n\n56,76\n\n06/2013 REAL\n\n4.656,22\n\n3.565,00\n\n3.565,00\n\n378,23\n\n712,99\n\n** Valores atualizados para 08/2014 em REAL\n\nUfir de conversao:\n\n0,9108\n\nc/multa ajuizam. F.0001(continua)\n\n\f*120140054716* 120140054716\n\nUNIAO FEDERAL\n\nMINISTERIO DA FAZENDA\n\nDISCRIMINATIVO DE CREDITO INSCRITO - SINTETICO POR COMPETENCIA\n\nProcuradoria-Geral da Fazenda Nacional\n\nOrigem:14.200.800 Tramitacao:14.200.800\n\nCredito: 45.463.576-1\n\nProcesso Administrativo - Originario: 454635761\n\nDevedor: GESSOVIP DECORACOES LTDA - ME\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n(**) TOTAL (*) ORIGINARIO (**) ATUALIZADO\n\nCompet. Moeda(*)\n\n(**) JUROS (**) MULTA MORA\n\n--/---- -------------- --------.---,-- --------.---,-- --------.---,--\n\nTotal do Credito\n\n65.487,30\n\n48.211,16\n\n7.633,88\n\n9.642,26\n\nSobre o valor total incide encargos legais previsto no Decreto-Lei No.\n\n1.025/69,alterado pelo Decreto-Lei No. 1.645/78, e custas processuais.\n\n** Valores atualizados para 08/2014 em REAL\n\nc/multa ajuizam.\n\nUfir de conversao:\n\n0,9108\n\nF.0002 (final)\n\n\f*120140054716* 120140054716\n\nUNIAO FEDERAL\n\nMINISTERIO DA FAZENDA\n\nDISCRIMINATIVO DE CREDITO INSCRITO - SINTETICO POR COMPETENCIA\n\nProcuradoria-Geral da Fazenda Nacional\n\nOrigem:14.200.800 Tramitacao:14.200.800\n\nCredito: 45.463.575-3\n\nProcesso Administrativo - Originario: 454635753\n\nDevedor: GESSOVIP DECORACOES LTDA - ME\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nEndereco: R JOAO PAROLIN 1588 CASA 04\n\nBairro : PAROLIN\n\nMunic.: CURITIBA\n\nUF\n\n: PR\n\nCEP\n\n: 80220-290\n\nFase Atual: 534 em 23/08/2014 Doc.: DCGB - DCG BATCH ----------------------------------------------------------------------\n\n(**) TOTAL (*) ORIGINARIO (**) ATUALIZADO\n\nCompet. Moeda(*)\n\n(**) JUROS (**) MULTA MORA\n\n--/---- -------------- --------.---,-- --------.---,-- --------.---,--\n\n12/2011 REAL\n\n96,61\n\n68,00\n\n68,00\n\n15,01\n\n13,60\n\n03/2012 REAL\n\n95,06\n\n68,00\n\n68,00\n\n13,46\n\n13,60\n\n05/2012 REAL\n\n607,97\n\n439,25\n\n439,25\n\n80,87\n\n87,85\n\n06/2012 REAL\n\n2.663,40\n\n1.933,79\n\n1.933,79\n\n342,85\n\n386,76\n\n07/2012 REAL\n\n2.743,12\n\n2.001,69\n\n2.001,69\n\n341,09\n\n400,34\n\n08/2012 REAL\n\n1.261,74\n\n924,35\n\n924,35\n\n152,52\n\n184,87\n\n09/2012 REAL\n\n1.610,05\n\n1.184,82\n\n1.184,82\n\n188,27\n\n236,96\n\n10/2012 REAL\n\n1.925,85\n\n1.422,98\n\n1.422,98\n\n218,28\n\n284,59\n\n11/2012 REAL\n\n1.820,83\n\n1.350,87\n\n1.350,87\n\n199,79\n\n270,17\n\n12/2012 REAL\n\n1.166,13\n\n869,02\n\n869,02\n\n123,31\n\n173,80\n\n01/2013 REAL\n\n1.136,02\n\n849,68\n\n849,68\n\n116,41\n\n169,93\n\n02/2013 REAL\n\n96,92\n\n72,79\n\n72,79\n\n9,57\n\n14,56\n\n03/2013 REAL\n\n96,43\n\n72,76\n\n72,76\n\n9,12\n\n14,55\n\n04/2013 REAL\n\n97,79\n\n74,12\n\n74,12\n\n8,85\n\n14,82\n\n05/2013 REAL\n\n115,56\n\n87,99\n\n87,99\n\n9,97\n\n17,60\n\n06/2013 REAL\n\n1.314,76\n\n1.006,63\n\n1.006,63\n\n106,80\n\n201,33\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nTotal do Credito\n\n16.848,24\n\n12.426,74\n\n1.936,17\n\n2.485,33\n\nSobre o valor total incide encargos legais previsto no Decreto-Lei No.\n\n1.025/69,alterado pelo Decreto-Lei No. 1.645/78, e custas processuais.\n\n** Valores atualizados para 08/2014 em REAL\n\nc/multa ajuizam.\n\nUfir de conversao:\n\n0,9108\n\nF.0001 (final)\n\n\f*120140054716* 120140054716\n\nCERTIDAO DE DIVIDA ATIVA(CDA)\n\nCertifico que do registroda divida ativa da Uniao consta a inscricao da divida cujo os dados sao os seguintes:\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nP G F N\n\nLivro/ Data de\n\nProcesso Administrativo Nm.Inscricao\n\nde Origem Folha Inscricao Original\n\nDesmembrado Divida Ativa\n\n14.200.800 0107/039 04/07/2014 454635761\n\n45.463.576-1\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDevedor\n\nGESSOVIP DECORACOES LTDA - ME\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nEndereco\n\nTelefone\n\nR JOAO PAROLIN 1588 CASA 04\n\nCEP\n\nBairro\n\nMunicipio\n\nUF\n\n80220-290 PAROLIN\n\nCURITIBA\n\nPR\n\nIdentificacao\n\nCGC: 07.960.658/0001-94\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nPeriodo da Divida\n\nValor Originario Moeda\n\n03/2011 a 06/2013\n\n48.211,16 REAL\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDocumento Original DCGB - DCG BATCH\n\nOrgao de Origem 14.001.010 Lancamento 17/05/2014 Calculo 23/08/2014\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nPrinc.Atualizado\n\nJuros\n\nMulta\n\nValor Total\n\n48.211,16\n\n7.633,88\n\n9.642,26\n\n65.487,30\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nF.Legal\n\nPeriodo\n\nDescricao / Embasamento Legal\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n041.00\n\nATRIBUICAO DE COMPETENCIA PARA FISCALIZAR, ARRECADAR E COBRA\n\n041.02 desde 01/11/2004 PERIODO DE 11/2004 A 12/2004 MP N. 222, DE 04.10.2004, ARTIGOS 1. E 3., POSTERIORMENTE CONVERTIDA NA LEI N. 11.098, DE 13.01.2005, ARTIGOS 1. E 3.; DECRETO N. 5.256, DE 27.10.2004, ANEXO I, ART. 18, I. PERIODO DE 01/2005 A 02/2005 MP N. 222, DE 04.10.2004, ARTIGOS 1. E 3., CONVERTIDA NA LEI N. 11.098, DE 13.01.2005, ARTIGOS 1. E 3.; DECRETO N. 5.256, DE 27.10.2004, ANEXO I, ART. 18, I. PERIODO DE 03/2005 A 05/2005 LEI N. 11.098, DE 13.01.2005, ARTIGOS 1. E 3.; DECRETO N. 5.256, DE 27.10.2004, ANEXO I, ART. 18, I; DECRETO N. 5.403, DE 28.03.2005, ANEXO I, ART.\n----------------------------------------------------------------------\n\n-------------------------------------------------- ------------\n\nSANDRO MONTEIRO DE SOUZA\n\nMAT- 1286858 F.0001\n\nDATA: 23/08/2014 LOCAL: CURITIBA\n\n(continua)\n\n\f*120140054716* 120140054716\n\nCERTIDAO DE DIVIDA ATIVA(CDA)\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nP G F N\n\nLivro/ Data de\n\nProcesso Administrativo Nm.Inscricao\n\nde Origem Folha Inscricao Original\n\nDesmembrado Divida Ativa\n\n14.200.800 0107/039 04/07/2014 454635761\n\n45.463.576-1\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDevedor\n\nGESSOVIP DECORACOES LTDA - ME\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nF.Legal\n\nPeriodo\n\nDescricao / Embasamento Legal\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n041.02\n\ndesde 01/11/2004 15, I. PERIODO DE 06/2005 A 14.08.2005 LEI N. 11.098, DE 13.01.2005, ARTIGOS 1. E 3.; DECRETO N. 5.403, DE 28.03.2005, ANEXO I, ART. 15, I; DECRETO N. 5.469, DE 15.06.2005, ANEXO I, ART. 18, I. A PARTIR DE 15.08.2005 MP N. 258, DE 21.07.2005, ART. 3., CAPUT E PARAGRAFO 1., ART. 10 E INCISO I DO ART. 12. A PARTIR DE 19.11.2005 LEI N. 11.098, DE 13.01.2005, ARTIGOS 1. E 3.; DECRETO N. 5.469, DE 15.06.2005, ANEXO I, ART. 18, I. A PARTIR DE 02.05.2007 LEI N. 11.457, DE 16.03.07, ARTS. 2 E 3.\n\n089.00\n\nGFIP - GUIA DE RECOLHIMENTO DO FGTS E INFORMACOES A PREVIDENCIA SOCIAL\n\n089.04\n\ndesde 01/12/2008 LEI N. 8.212, DE 24.07.91, ART. 32, IV (ACRESCENTADO PELA MP N. 1.596-14/97, COM REDACAO DA MP N. 449, DE 03.12.2008, CONVERTIDA NA LEI N. 11.941, DE 27.05.2009) E ART. 33 (COM A REDACAO DA LEI N. 10.256, DE 09.07.2001E ALTERACAO DA MP N. 449, DE 03.12.08, CONVERTIDA NA LEI N. 11.941, DE 27.05.09), PARAGRAFO 7. (ACRESCENTADO PELA MP N. 1.59614/97, CONVERTIDA NA LEI N. 9.528, DE 10.12.97, ALTERADA PELA MP N. 449, DE 03.12.08, CONVERTIDA NA LEI N. 11.941, DE 2705.09) REDACAO); DECRETO N. 2.803, DE 20.10.98; REGULAMENTO DA PREVIDENCIA SOCIAL - RPS, APROVADO PELO DECRETO N. 3.048, DE 06.05.99, ART. 225, IV, PARAGRAFOS 1., 2., 3. E 4. E ART. 245, CAPUT E PARAGRAFO 1.;\n\n200.00\n\nCONTRIBUICAO DA EMPRESA SOBRE A REMUNERACAO DE EMPREGADOS\n\n200.08 desde 01/12/1999 LEI N. 8.212, DE 24.07.91, ART. 22, I (COM A REDACAO DADA\n----------------------------------------------------------------------\n\n-------------------------------------------------- ------------\n\nSANDRO MONTEIRO DE SOUZA\n\nMAT- 1286858 F.0002\n\nDATA: 23/08/2014 LOCAL: CURITIBA\n\n(continua)\n\n\f*120140054716* 120140054716\n\nCERTIDAO DE DIVIDA ATIVA(CDA)\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nP G F N\n\nLivro/ Data de\n\nProcesso Administrativo Nm.Inscricao\n\nde Origem Folha Inscricao Original\n\nDesmembrado Divida Ativa\n\n14.200.800 0107/039 04/07/2014 454635761\n\n45.463.576-1\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDevedor\n\nGESSOVIP DECORACOES LTDA - ME\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nF.Legal\n\nPeriodo\n\nDescricao / Embasamento Legal\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n200.08\n\ndesde 01/12/1999 PELA LEI N. 9.876, DE 26.11.99); REGULAMENTO DA PREVIDENCIA SOCIAL, APROVADO PELO DECRETO N. 3.048, DE 06.05.99, ART. 12, I E PARAGRAFO UNICO, ART. 201, I, PARAGRAFO 1. E ART. 216, I, \"B\" (COM AS ALTERACOES DADAS PELO DECRETO N. 3.265, DE 29.11.99).\n\n203.00\n\nCONTRIBUICAO DA EMPRESA S/ A REMUNERACAO DE TRANSPORTADORES AUTONOMOS - FRETES E CARRETOS\n\n203.06\n\ndesde 01/03/2000 LEI N. 8.212, DE 24.07.91, ART. 22, III(ACRESCENTADO PELA LEI N. 9.876, DE 26.11.99); REGULAMENTO DA PREVIDENCIA SOCIAL, APROVADO PELO DECRETO N. 3.048, DE 06.05.99, ART. 9., V, ART. 12, I E PARAGRAFO UNICO E ART. 201, II E PARAGRAFOS 1., 4. E 8. (COM AS ALTERACOES DADAS PELO DECRETO N. 3.265, DE 29.11.99).\n\n224.00\n\nCONTRIBUICAO DAS EMPRESAS/COOPERATIVAS S/ AS REMUNERACOES PAGAS, DISTRIBUIDAS OU CREDITADAS A AUTONOMOS, AVULSOS E DEMAIS PESSOAS FISICAS E DOS COOPERADOS, DE QUE TRATA A LEI COMPLEMENTAR N. 84/96 ATE 02/2000 E CONTRIB. DAS EMPRESAS S/ A REM. A CONTRIBUINTES INDIVIDUAIS, DE QUE TRATA A LEI N. 8.212/91, NA REDACAO DADA PELA LEI N. 9.876/\n\n224.05 desde 01/03/2000 LEI N. 8.212, DE 24.07.91, ART. 22, III (COM AS ALTERACOES DA LEI N. 9.876, DE 26.11.99; REGULAMENTO DA PREVIDENCIA SOCIAL, APROVADO PELO DECRETO N. 3.048, DE 06.05.99, ART. 12, I E PARAGRAFO UNICO, ART. 201, II, PARAGRAFOS 1., 2., 3., 5. E 8., COM AS ALTERACOES DO DECRETO N. 3.265, DE 29.11.99 E DO DECRETO N. 3.452, DE 09.05.00.\n----------------------------------------------------------------------\n\n-------------------------------------------------- ------------\n\nSANDRO MONTEIRO DE SOUZA\n\nMAT- 1286858 F.0003\n\nDATA: 23/08/2014 LOCAL: CURITIBA\n\n(continua)\n\n\f*120140054716* 120140054716\n\nCERTIDAO DE DIVIDA ATIVA(CDA)\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nP G F N\n\nLivro/ Data de\n\nProcesso Administrativo Nm.Inscricao\n\nde Origem Folha Inscricao Original\n\nDesmembrado Divida Ativa\n\n14.200.800 0107/039 04/07/2014 454635761\n\n45.463.576-1\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDevedor\n\nGESSOVIP DECORACOES LTDA - ME\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nF.Legal\n\nPeriodo\n\nDescricao / Embasamento Legal\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n301.00\n\nCONTRIBUICAO DAS EMPRESAS PARA FINANCIAMENTO DOS BENEFICIOS EM RAZAO DA INCAPACIDADE LABORATIVA\n\n301.08\n\ndesde 01/12/1999 LEI N. 8.212, DE 24.07.91, ART. 22, II (COM A REDACAO DADA PELA LEI N. 9.732, DE 11.12.98); REGULAMENTO DA PREVIDENCIA SOCIAL, APROVADO PELO DECRETO N. 3.048, DE 06.05.99, ART. 12, I, PARAGRAFO UNICO, NA REDACAO DADA PELO DECRETO N. 3.265, DE 29.11.99, ART. 202, I, II E III E PARAGRAFOS 1. AO 6.. A PARTIR DE 01/2010 LEI N. 8.212, DE 24.07.91, ART. 22, II (COM A REDACAO DADA PELA LEI N. 9.732, DE 11.12.98); REGULAMENTO DA PREVIDENCIA SOCIAL, APROVADO PELO DECRETO N. 3.048, DE 06.05.99, ART. 12, I, PARAGRAFO UNICO, NA REDACAO DADA PELO DECRETO N. 3.265, DE 29.11.99, ART. 202, I, II E III E PARAGRAFOS 1. AO 6 E ART. 202-A (ACRESCENTADO PELO DECRETO N. 6.042, DE 12.02.07, COM REDACAO DO DECRETO N. 6.957, DE 09.09.09) E DECRETO N. 6.957, DE 09.09.10, ARTIGOS 2. E 4..\n\n400.00\n\nCONTRIBUICAO DEVIDA A TERCEIROS - SALARIO EDUCACAO\n\n400.05 desde 01/11/2004 CONSTITUICAO FEDERAL, ART. 212, PARAGRAFO 5., COMBINADO COM O ART. 34, CAPUT, DAS DISPOSICOES CONSTITUCIONAIS TRANSITORIAS; LEI N. 9.424, DE 26.12.96, ART. 15, CAPUT; MP N. 1.565, DE 09.01.97 E REEDICOES ATE A MP N. 1.607, DE 11.12.97, E REEDICOES ATE A MP N. 1.607-24, DE 19.11.98, CONVERTIDAS NA LEI N. 9.766, DE 18.12.98; LEI N. 9.601, DE 21.01.98, ART. 2.; DECRETO N. 3.142, DE 16.08.99, ART. 1., 2., 6., INCISO II PARAGRAFO 1.; MP N. 222, DE 04.10.2004, ART. 3., POSTERIORMENTE CONVERTIDA NA LEI N. 11.098, DE 13.01.2005, ARTIGO 3., DECRETO N. 87.043, DE 22.03.82,\n----------------------------------------------------------------------\n\n-------------------------------------------------- ------------\n\nSANDRO MONTEIRO DE SOUZA\n\nMAT- 1286858 F.0004\n\nDATA: 23/08/2014 LOCAL: CURITIBA\n\n(continua)\n\n\f*120140054716* 120140054716\n\nCERTIDAO DE DIVIDA ATIVA(CDA)\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nP G F N\n\nLivro/ Data de\n\nProcesso Administrativo Nm.Inscricao\n\nde Origem Folha Inscricao Original\n\nDesmembrado Divida Ativa\n\n14.200.800 0107/039 04/07/2014 454635761\n\n45.463.576-1\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDevedor\n\nGESSOVIP DECORACOES LTDA - ME\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nF.Legal\n\nPeriodo\n\nDescricao / Embasamento Legal\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n400.05\n\ndesde 01/11/2004 ARTIGOS 1., 2., 3., I, PARAGRAFOS 1., 2., 4., 5. E ART. 13; DECRETO N. 5.256, DE 27.10.2004, ART. 18, I. A PARTIR DE 01.01.2007: CONSTITUICAO FEDERAL, ART. 212, PARAGRAFO 5., COMBINADO COM O ART.34, CAPUT, DAS DISPOSICOES CONSTITUCIONAIS TRANSITORIAS; LEI N. 9.424, DE 26.12.96, ART. 15, CAPUT; LEI N. 9.766, DE 18..12.98, ART. 1.; DECRETO N. 6003, DE 28.12.06, ARTIGO 1., PARAGRAFO 1. E ARTIGOS 10 E 11.\n\n405.00\n\nTERCEIROS - INCRA\n\n405.04\n\ndesde 01/11/2004 LEI N. 2.613, DE 23.09.55, ART. 6., PARAGRAFO 4., (COM AS ALTERACOES DA LEI N. 4.863, DE 29.11.65, ART. 35, PARAGRAFO 2., VIII); DECRETO-LEI N. 1.146, DE 31.12.70, ART. 1., I, ITEM 2, ARTIGOS 3. E 4.; LEI COMPLEMENTAR N. 11, DE 25.05.71, ART. 15, II; DECRETO-LEI N. 2.318, DE 30.12.86, ART. 3.; MP N. 222, DE 04.10.2004, ART. 3.; DECRETO N. 5.256, DE 27.10.2004, ART. 18, I.\n\n409.00\n\nTERCEIROS - SEST/SENAT (FPAS 620) - CONTRIBUICAO DO TRANSPORTADOR AUTONOMO - RECOLHIDA PELA EMPRESA\n\n409.03\n\ndesde 01/11/2004 LEI N. 8.706, DE 14.09.93, ART. 7., II, PARAGRAFOS 1. E 2.; DECRETO N. 1.007, DE 13.12.93 (COM AS ALTERACOES DADAS PELO ART. 1., DO DECRETO N. 1.092, DE 21.03.94), ART. 1., I, \"B\", II, \"B\", ART. 2., II, PARAGRAFO 3., ART. 3., PARAGRAFO 1.\n\n413.00 TERCEIROS - SENAC\n----------------------------------------------------------------------\n\n-------------------------------------------------- ------------\n\nSANDRO MONTEIRO DE SOUZA\n\nMAT- 1286858 F.0005\n\nDATA: 23/08/2014 LOCAL: CURITIBA\n\n(continua)\n\n\f*120140054716* 120140054716\n\nCERTIDAO DE DIVIDA ATIVA(CDA)\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nP G F N\n\nLivro/ Data de\n\nProcesso Administrativo Nm.Inscricao\n\nde Origem Folha Inscricao Original\n\nDesmembrado Divida Ativa\n\n14.200.800 0107/039 04/07/2014 454635761\n\n45.463.576-1\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDevedor\n\nGESSOVIP DECORACOES LTDA - ME\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nF.Legal\n\nPeriodo\n\nDescricao / Embasamento Legal\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n413.04\n\ndesde 01/11/2004 DECRETO-LEI N. 8.621, DE 10.01.46, ARTIGOS 4. E 5.; DECRETOLEI N. 2.318, DE 30.12.86, ARTIGOS 1. E 3.; MP N. 222, DE 04.10.2004, ART. 3.; DECRETO N. 5.256, DE 27.10.2004, ART. 18, I.\n\n414.00\n\nTERCEIROS - SESC\n\n414.04\n\ndesde 01/11/2004 DECRETO-LEI N. 9.853, DE 13.09.46, ART. 3.; DECRETO-LEI N. 2.318, DE 30.12.86, ARTIGOS 1. E 3.; MP N. 222, DE 04.10.2004, ART. 3.; DECRETO N. 5.256, DE 27.10.2004, ART. 18, I.\n\n415.00\n\nTERCEIROS - SEBRAE\n\n415.04\n\ndesde 01/11/2004 LEI N. 8.029, DE 12.04.90, ART. 8.,PARAGRAFO 3. (COM A REDACAO DADA PELA LEI N. 8.154, DE 28.12.90), COMBINADO COM O ART. 1. DO DECRETO-LEI N. 2.318, DE 30.12.86 E PARAGRAFO 4.; MP N. 222, DE 04.10.2004, ART. 3.; DECRETO N. 5.256, DE 27.10.2004, ART. 18, I.\n\n600.00\n\nCORRECAO MONETARIA\n\n600.08 desde 01/01/1995 LEI N. 8.981, DE 20.01.95, ART. 6.. REGULAMENTO DA ORGANIZACAO E DO CUSTEIO DA SEGURIDADE SOCIAL-ROCSS, APROVADO PELO DECRETO N. 356, DE 07.12.91, COM A NOVA REDACAO DADA PELO DECRETO N. 612, DE 21.07.92 E ALTERACOES POSTERIORES, ART. 39, PARAGRAFO 5., RENUMERADO PARA\n----------------------------------------------------------------------\n\n-------------------------------------------------- ------------\n\nSANDRO MONTEIRO DE SOUZA\n\nMAT- 1286858 F.0006\n\nDATA: 23/08/2014 LOCAL: CURITIBA\n\n(continua)\n\n\f*120140054716* 120140054716\n\nCERTIDAO DE DIVIDA ATIVA(CDA)\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nP G F N\n\nLivro/ Data de\n\nProcesso Administrativo Nm.Inscricao\n\nde Origem Folha Inscricao Original\n\nDesmembrado Divida Ativa\n\n14.200.800 0107/039 04/07/2014 454635761\n\n45.463.576-1\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDevedor\n\nGESSOVIP DECORACOES LTDA - ME\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nF.Legal\n\nPeriodo\n\nDescricao / Embasamento Legal\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n600.08\n\ndesde 01/01/1995 PARAGRAFO 9., PELO ART. 1. DO DECRETO N. 738 DE 28.01.93, E PARAGRAFO 10 (ACRESCENTADO PELO DECRETO N. 738, DE 28.01.93); REGULAMENTO DA ORGANIZACAO E DO CUSTEIO DA SEGURIDADE SOCIAL-ROCSS, APROVADO PELO DECRETO N. 2.173, DE 05.03.97, ART. 58, I. VALORES ORIGINARIOS EM REAL E SEM ATUALIZACAO\n\n601.00\n\nACRESCIMOS LEGAIS - MULTA\n\n601.10\n\ndesde 01/12/2008 LEI N. 8.212, DE 24.07.91, ART. 35, (COMBINADO COM O ART. 61 DA LEI N. 9.430, DE 27.12.96) COM REDACAO DA MP N. 449 DE 04.12.2008, CONVERTIDA NA LEI N. 11.941, DE 27.05.2009.CALCULO DA MULTA: PARA PAGAMENTO DE OBRIGACAO VENCIDA, NAO INCLUIDA EM AUTO-DE-INFRACAO: 0,33%, POR DIA DE ATRASO, CALCULADA A PARTIR DO PRIMEIRO DIA SUBSEQUENTE AO DO VENCIMENTO DO PRAZO PREVISTO PARA O PAGAMENTO DA CONTRIBUICAO ATE O DIA EM QUE OCORRER O SEU PAGAMENTO, LIMITADO A 20%.\n\n602.00\n\nACRESCIMOS LEGAIS - JUROS\n\n602.08 desde 01/12/2008 LEI N. 8.212, DE 24.07.91, ART. 35, COMBINADO COM O ART. 61 DA LEI N. 9.430, DE 27.12.96, COM REDACAO DA MP N. 449, DE 04.12.2008, CONVERTIDA NA LEI N. 11.941, DE 27.05.2009. CALCULO DOS JUROS: JUROS CALCULADOS SOBRE O VALOR ORIGINARIO, MEDIANTE A APLICACAO DOS SEGUINTES PERCENTUAIS: A) TAXA MEDIA MENSAL DE CAPTACAO DO TESOURO NACIONAL RELATIVA A DIVIDA MOBILIARIA FEDERAL / TAXA REFERENCIAL DO SISTEMA ESPECIAL DE LIQUIDACAO E DE\n----------------------------------------------------------------------\n\n-------------------------------------------------- ------------\n\nSANDRO MONTEIRO DE SOUZA\n\nMAT- 1286858 F.0007\n\nDATA: 23/08/2014 LOCAL: CURITIBA\n\n(continua)\n\n\f*120140054716* 120140054716\n\nCERTIDAO DE DIVIDA ATIVA(CDA)\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nP G F N\n\nLivro/ Data de\n\nProcesso Administrativo Nm.Inscricao\n\nde Origem Folha Inscricao Original\n\nDesmembrado Divida Ativa\n\n14.200.800 0107/039 04/07/2014 454635761\n\n45.463.576-1\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDevedor\n\nGESSOVIP DECORACOES LTDA - ME\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nF.Legal\n\nPeriodo\n\nDescricao / Embasamento Legal\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n602.08\n\ndesde 01/12/2008 CUSTODIA - SELIC, A PARTIR DO PRIMEIRO DIA DO MES SUBSEQUENT AO VENCIMENTO DO PRAZO ATE O MES ANTERIOR AO DO PAGAMENTO B) 1% (UM POR CENTO) NO MES DO PAGAMENTO.\n\n700.00\n\nENCARGO LEGAL DE 20% (VINTE POR CENTO)\n\n700.01\n\ndesde 01/05/2007 DECRETO-LEI N. 1.025/69, ART. 1; DECRETO-LEI N. 1.645/78, ART. 3; LEI 7.799/89, ART. 64, PARAGRAFO 2 E LEI N. 8.383/91, ART. 57, PARAGRAFO 2.\n\n800.00\n\nPRAZO E OBRIGACAO DE RECOLHIMENTO - EMPRESAS EM GERAL\n\n800.11 desde 01/10/2008 LEI N. 8.212, DE 24.07.91, ART. 30, I (COM A ALTERACAO DA LEI N. 8.620, DE 05.01.93, DA LEI N. 9.876, DE 26.11.99, DA MP N. 351, DE 22.01.07, CONVERTIDA NA LEI N. 11.488, DE 25.06.07 E DA MP N. 447, DE 14.11.08, CONVERTIDA NA LEI N. 11.933, DE 28.04.2009); LEI N. 8.620, DE 05.01.93, ART. 7., PARAGRAFOS 1. E 2.; LEI N. 10.666, DE 08.05.03, ART. 4., PARAGRAFO 1., COMBINADO COM O ART. 15; REGULAMENTO DA PREVIDENCIA SOCIAL, APROVADO PELO DECRETO N. 3.048, DE 06.05.99, ART. 216, I, \"B\" E PARAGRAFOS 1. AO 6., COM AS ALTERACOES DO DECRETO N. 3.265, DE 29.11.99.\n----------------------------------------------------------------------\n\n-------------------------------------------------- ------------\n\nSANDRO MONTEIRO DE SOUZA\n\nMAT- 1286858 F.0008\n\nDATA: 23/08/2014 LOCAL: CURITIBA\n\n(continua)\n\n\f*120140054716* 120140054716\n\nCERTIDAO DE DIVIDA ATIVA(CDA)\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nP G F N\n\nLivro/ Data de\n\nProcesso Administrativo Nm.Inscricao\n\nde Origem Folha Inscricao Original\n\nDesmembrado Divida Ativa\n\n14.200.800 0107/039 04/07/2014 454635761\n\n45.463.576-1\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDevedor\n\nGESSOVIP DECORACOES LTDA - ME\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nE para que se possa proceder a cobranca em acao propria, nos termos da Lei No. 6830 de 22/09/80, art 20. e seus paragrafos e demais dispositivos legais em vigor, foi extraida a presente certidao.\nSobre o valor total incide encargos legais previsto no DecretoLei No. 1.025/69,alterado pelo Decreto-Lei No. 1.645/78, e custas processuais.\n\n-------------------------------------------------- ------------\n\nSANDRO MONTEIRO DE SOUZA\n\nMAT- 1286858 F.0009\n\nDATA: 23/08/2014 LOCAL: CURITIBA\n\n(final)\n\n\f*120140054716* 120140054716\n\nCERTIDAO DE DIVIDA ATIVA(CDA)\n\nCertifico que do registroda divida ativa da Uniao consta a inscricao da divida cujo os dados sao os seguintes:\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nP G F N\n\nLivro/ Data de\n\nProcesso Administrativo Nm.Inscricao\n\nde Origem Folha Inscricao Original\n\nDesmembrado Divida Ativa\n\n14.200.800 0107/038 04/07/2014 454635753\n\n45.463.575-3\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDevedor\n\nGESSOVIP DECORACOES LTDA - ME\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nEndereco\n\nTelefone\n\nR JOAO PAROLIN 1588 CASA 04\n\nCEP\n\nBairro\n\nMunicipio\n\nUF\n\n80220-290 PAROLIN\n\nCURITIBA\n\nPR\n\nIdentificacao\n\nCGC: 07.960.658/0001-94\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nPeriodo da Divida\n\nValor Originario Moeda\n\n12/2011 a 06/2013\n\n12.426,74 REAL\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDocumento Original DCGB - DCG BATCH\n\nOrgao de Origem 14.001.010 Lancamento 17/05/2014 Calculo 23/08/2014\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nPrinc.Atualizado\n\nJuros\n\nMulta\n\nValor Total\n\n12.426,74\n\n1.936,17\n\n2.485,33\n\n16.848,24\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nF.Legal\n\nPeriodo\n\nDescricao / Embasamento Legal\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n041.00\n\nATRIBUICAO DE COMPETENCIA PARA FISCALIZAR, ARRECADAR E COBRA\n\n041.02 desde 01/11/2004 PERIODO DE 11/2004 A 12/2004 MP N. 222, DE 04.10.2004, ARTIGOS 1. E 3., POSTERIORMENTE CONVERTIDA NA LEI N. 11.098, DE 13.01.2005, ARTIGOS 1. E 3.; DECRETO N. 5.256, DE 27.10.2004, ANEXO I, ART. 18, I. PERIODO DE 01/2005 A 02/2005 MP N. 222, DE 04.10.2004, ARTIGOS 1. E 3., CONVERTIDA NA LEI N. 11.098, DE 13.01.2005, ARTIGOS 1. E 3.; DECRETO N. 5.256, DE 27.10.2004, ANEXO I, ART. 18, I. PERIODO DE 03/2005 A 05/2005 LEI N. 11.098, DE 13.01.2005, ARTIGOS 1. E 3.; DECRETO N. 5.256, DE 27.10.2004, ANEXO I, ART. 18, I; DECRETO N. 5.403, DE 28.03.2005, ANEXO I, ART.\n----------------------------------------------------------------------\n\n-------------------------------------------------- ------------\n\nSANDRO MONTEIRO DE SOUZA\n\nMAT- 1286858 F.0001\n\nDATA: 23/08/2014 LOCAL: CURITIBA\n\n(continua)\n\n\f*120140054716* 120140054716\n\nCERTIDAO DE DIVIDA ATIVA(CDA)\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nP G F N\n\nLivro/ Data de\n\nProcesso Administrativo Nm.Inscricao\n\nde Origem Folha Inscricao Original\n\nDesmembrado Divida Ativa\n\n14.200.800 0107/038 04/07/2014 454635753\n\n45.463.575-3\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDevedor\n\nGESSOVIP DECORACOES LTDA - ME\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nF.Legal\n\nPeriodo\n\nDescricao / Embasamento Legal\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n041.02\n\ndesde 01/11/2004 15, I. PERIODO DE 06/2005 A 14.08.2005 LEI N. 11.098, DE 13.01.2005, ARTIGOS 1. E 3.; DECRETO N. 5.403, DE 28.03.2005, ANEXO I, ART. 15, I; DECRETO N. 5.469, DE 15.06.2005, ANEXO I, ART. 18, I. A PARTIR DE 15.08.2005 MP N. 258, DE 21.07.2005, ART. 3., CAPUT E PARAGRAFO 1., ART. 10 E INCISO I DO ART. 12. A PARTIR DE 19.11.2005 LEI N. 11.098, DE 13.01.2005, ARTIGOS 1. E 3.; DECRETO N. 5.469, DE 15.06.2005, ANEXO I, ART. 18, I. A PARTIR DE 02.05.2007 LEI N. 11.457, DE 16.03.07, ARTS. 2 E 3.\n\n089.00\n\nGFIP - GUIA DE RECOLHIMENTO DO FGTS E INFORMACOES A PREVIDENCIA SOCIAL\n\n089.04\n\ndesde 01/12/2008 LEI N. 8.212, DE 24.07.91, ART. 32, IV (ACRESCENTADO PELA MP N. 1.596-14/97, COM REDACAO DA MP N. 449, DE 03.12.2008, CONVERTIDA NA LEI N. 11.941, DE 27.05.2009) E ART. 33 (COM A REDACAO DA LEI N. 10.256, DE 09.07.2001E ALTERACAO DA MP N. 449, DE 03.12.08, CONVERTIDA NA LEI N. 11.941, DE 27.05.09), PARAGRAFO 7. (ACRESCENTADO PELA MP N. 1.59614/97, CONVERTIDA NA LEI N. 9.528, DE 10.12.97, ALTERADA PELA MP N. 449, DE 03.12.08, CONVERTIDA NA LEI N. 11.941, DE 2705.09) REDACAO); DECRETO N. 2.803, DE 20.10.98; REGULAMENTO DA PREVIDENCIA SOCIAL - RPS, APROVADO PELO DECRETO N. 3.048, DE 06.05.99, ART. 225, IV, PARAGRAFOS 1., 2., 3. E 4. E ART. 245, CAPUT E PARAGRAFO 1.;\n\n100.00\n\nCONTRIBUICAO DOS SEGURADOS (EMPREGADOS, TRABALHADORES TEMPORARIOS E AVULSOS)\n\n100.15 desde 01/12/1999 LEI N. 8.212, DE 24.07.91, ART. 20 (COM A REDACAO DADA PELA\n----------------------------------------------------------------------\n\n-------------------------------------------------- ------------\n\nSANDRO MONTEIRO DE SOUZA\n\nMAT- 1286858 F.0002\n\nDATA: 23/08/2014 LOCAL: CURITIBA\n\n(continua)\n\n\f*120140054716* 120140054716\n\nCERTIDAO DE DIVIDA ATIVA(CDA)\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nP G F N\n\nLivro/ Data de\n\nProcesso Administrativo Nm.Inscricao\n\nde Origem Folha Inscricao Original\n\nDesmembrado Divida Ativa\n\n14.200.800 0107/038 04/07/2014 454635753\n\n45.463.575-3\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDevedor\n\nGESSOVIP DECORACOES LTDA - ME\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nF.Legal\n\nPeriodo\n\nDescricao / Embasamento Legal\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n100.15\n\ndesde 01/12/1999 LEI N. 9.032, DE 28.04.95, ALTERADA POSTERIORMENTE PELA LEI N. 9.129, DE 20.11.95), COMBINADO COM OS ARTIGOS 12, I (COM AS ALTERACOES DA LEI N. 8.647, DE 13.04.93, DA LEI N. 9.506, DE 30.10.97 E DA LEI N. 9.876, DE 26/11/99) E ART. 28, I E PARAGRAFOS (COM A REDACAO DADA PELA LEI N. 9.528, DE 10.12.97); LEI N. 8.620, DE 05.01.93, ART. 7., PARAGRAFO 2.; LEI N. 9.311, DE 24.10.96, ART. 17, II; LEI N. 9.317, DE 05.12.96, ART. 3., PARAGRAFO 2., \"H\"; REGULAMENTO DA PREVIDENCIA SOCIAL - RPS, APROVADO PELO DECRETO N. 3.048, DE 06.05.99, ART. 9., I, \"G\" (ALINEA ACRESCENTADA PELO DECRETO N. 3.265, DE 29.11.99), PARAGRAFO 1. A 7., ART. 198, ART. 214, I, PARAGRAFOS 1. A 15, ART. 216, I, \"A\"(ALTERADO PELO DECRETO N. 4.729, DE 09.06.03) E \"B\" (ALTERACAO DO DECRETO N. 6.722, DE 20.12.08), PARAGRAFOS 1. A 6., ARTIGOS 217 E 218.\n\n114.00\n\nCONTRIBUINTE INDIVIDUAL - CONTRIBUICOES DESCONTADAS PELA EMPRESA/COOPERATIVA DE TRABALHO\n\n114.01 desde 01/04/2003 LEI N. 8.212, DE 24.07.91, ART. 12, V, ART. 21, ART. 28, III, ART. 30, I, \"B\" ,PARAGRAFO 2., COM REDACAO DA LEI N. 9.876, DE 26.11.99 E ALTERACOES DA MP 447, DE 14.11.2008, CONVERTIDA NA LEI N. 11.933, DE 28.04.2009, E PARAGRAFOS 4. E 5., COM AS ALTERACOES INTRODUZIDAS PELA LEI N. 9.876, DE 26.11.99 C/C ART. 4.,\"CAPUT\" E PARAGRAFO 1. DA LEI N. 10.666, DE 08.05.2003, ALTERADOS PELA LEI N. 11.933, DE 28.04.2009. DECRETO N. 3.048, DE 06.05.99, ART. 9., V, ART. 199, ART. 214, III, PARAGRAFOS 3. E 5., ART. 216, I, PARAGRAFOS 20, 21, 23, 26 A 31 , COM A REDACAO DADA PELO DECRETO N. 4.729, DE 09.06.03 E ALTERACAO DO DECRETO N. 6.722, DE 30.12.2008.\n----------------------------------------------------------------------\n\n-------------------------------------------------- ------------\n\nSANDRO MONTEIRO DE SOUZA\n\nMAT- 1286858 F.0003\n\nDATA: 23/08/2014 LOCAL: CURITIBA\n\n(continua)\n\n\f*120140054716* 120140054716\n\nCERTIDAO DE DIVIDA ATIVA(CDA)\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nP G F N\n\nLivro/ Data de\n\nProcesso Administrativo Nm.Inscricao\n\nde Origem Folha Inscricao Original\n\nDesmembrado Divida Ativa\n\n14.200.800 0107/038 04/07/2014 454635753\n\n45.463.575-3\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDevedor\n\nGESSOVIP DECORACOES LTDA - ME\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nF.Legal\n\nPeriodo\n\nDescricao / Embasamento Legal\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n600.00\n\nCORRECAO MONETARIA\n\n600.08\n\ndesde 01/01/1995 LEI N. 8.981, DE 20.01.95, ART. 6.. REGULAMENTO DA ORGANIZACAO E DO CUSTEIO DA SEGURIDADE SOCIAL-ROCSS, APROVADO PELO DECRETO N. 356, DE 07.12.91, COM A NOVA REDACAO DADA PELO DECRETO N. 612, DE 21.07.92 E ALTERACOES POSTERIORES, ART. 39, PARAGRAFO 5., RENUMERADO PARA PARAGRAFO 9., PELO ART. 1. DO DECRETO N. 738 DE 28.01.93, E PARAGRAFO 10 (ACRESCENTADO PELO DECRETO N. 738, DE 28.01.93); REGULAMENTO DA ORGANIZACAO E DO CUSTEIO DA SEGURIDADE SOCIAL-ROCSS, APROVADO PELO DECRETO N. 2.173, DE 05.03.97, ART. 58, I. VALORES ORIGINARIOS EM REAL E SEM ATUALIZACAO\n\n601.00\n\nACRESCIMOS LEGAIS - MULTA\n\n601.10\n\ndesde 01/12/2008 LEI N. 8.212, DE 24.07.91, ART. 35, (COMBINADO COM O ART. 61 DA LEI N. 9.430, DE 27.12.96) COM REDACAO DA MP N. 449 DE 04.12.2008, CONVERTIDA NA LEI N. 11.941, DE 27.05.2009.CALCULO DA MULTA: PARA PAGAMENTO DE OBRIGACAO VENCIDA, NAO INCLUIDA EM AUTO-DE-INFRACAO: 0,33%, POR DIA DE ATRASO, CALCULADA A PARTIR DO PRIMEIRO DIA SUBSEQUENTE AO DO VENCIMENTO DO PRAZO PREVISTO PARA O PAGAMENTO DA CONTRIBUICAO ATE O DIA EM QUE OCORRER O SEU PAGAMENTO, LIMITADO A 20%.\n\n602.00\n\nACRESCIMOS LEGAIS - JUROS\n\n602.08 desde 01/12/2008 LEI N. 8.212, DE 24.07.91, ART. 35, COMBINADO COM O ART. 61\n----------------------------------------------------------------------\n\n-------------------------------------------------- ------------\n\nSANDRO MONTEIRO DE SOUZA\n\nMAT- 1286858 F.0004\n\nDATA: 23/08/2014 LOCAL: CURITIBA\n\n(continua)\n\n\f*120140054716* 120140054716\n\nCERTIDAO DE DIVIDA ATIVA(CDA)\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nP G F N\n\nLivro/ Data de\n\nProcesso Administrativo Nm.Inscricao\n\nde Origem Folha Inscricao Original\n\nDesmembrado Divida Ativa\n\n14.200.800 0107/038 04/07/2014 454635753\n\n45.463.575-3\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDevedor\n\nGESSOVIP DECORACOES LTDA - ME\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nF.Legal\n\nPeriodo\n\nDescricao / Embasamento Legal\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n602.08\n\ndesde 01/12/2008 DA LEI N. 9.430, DE 27.12.96, COM REDACAO DA MP N. 449, DE 04.12.2008, CONVERTIDA NA LEI N. 11.941, DE 27.05.2009. CALCULO DOS JUROS: JUROS CALCULADOS SOBRE O VALOR ORIGINARIO, MEDIANTE A APLICACAO DOS SEGUINTES PERCENTUAIS: A) TAXA MEDIA MENSAL DE CAPTACAO DO TESOURO NACIONAL RELATIVA A DIVIDA MOBILIARIA FEDERAL / TAXA REFERENCIAL DO SISTEMA ESPECIAL DE LIQUIDACAO E DE CUSTODIA - SELIC, A PARTIR DO PRIMEIRO DIA DO MES SUBSEQUENT AO VENCIMENTO DO PRAZO ATE O MES ANTERIOR AO DO PAGAMENTO B) 1% (UM POR CENTO) NO MES DO PAGAMENTO.\n\n700.00\n\nENCARGO LEGAL DE 20% (VINTE POR CENTO)\n\n700.01\n\ndesde 01/05/2007 DECRETO-LEI N. 1.025/69, ART. 1; DECRETO-LEI N. 1.645/78, ART. 3; LEI 7.799/89, ART. 64, PARAGRAFO 2 E LEI N. 8.383/91, ART. 57, PARAGRAFO 2.\n\n800.00\n\nPRAZO E OBRIGACAO DE RECOLHIMENTO - EMPRESAS EM GERAL\n\n800.11 desde 01/10/2008 LEI N. 8.212, DE 24.07.91, ART. 30, I (COM A ALTERACAO DA LEI N. 8.620, DE 05.01.93, DA LEI N. 9.876, DE 26.11.99, DA MP N. 351, DE 22.01.07, CONVERTIDA NA LEI N. 11.488, DE 25.06.07 E DA MP N. 447, DE 14.11.08, CONVERTIDA NA LEI N. 11.933, DE 28.04.2009); LEI N. 8.620, DE 05.01.93, ART. 7., PARAGRAFOS 1. E 2.; LEI N. 10.666, DE 08.05.03, ART. 4., PARAGRAFO 1., COMBINADO COM O ART. 15; REGULAMENTO DA PREVIDENCIA SOCIAL, APROVADO PELO DECRETO N. 3.048, DE 06.05.99, ART. 216, I, \"B\" E PARAGRAFOS 1. AO 6., COM AS ALTERACOES DO DECRETO N. 3.265, DE 29.11.99.\n----------------------------------------------------------------------\n\n-------------------------------------------------- ------------\n\nSANDRO MONTEIRO DE SOUZA\n\nMAT- 1286858 F.0005\n\nDATA: 23/08/2014 LOCAL: CURITIBA\n\n(continua)\n\n\f*120140054716* 120140054716\n\nCERTIDAO DE DIVIDA ATIVA(CDA)\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nP G F N\n\nLivro/ Data de\n\nProcesso Administrativo Nm.Inscricao\n\nde Origem Folha Inscricao Original\n\nDesmembrado Divida Ativa\n\n14.200.800 0107/038 04/07/2014 454635753\n\n45.463.575-3\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDevedor\n\nGESSOVIP DECORACOES LTDA - ME\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nF.Legal\n\nPeriodo\n\nDescricao / Embasamento Legal\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nE para que se possa proceder a cobranca em acao propria, nos termos da Lei No. 6830 de 22/09/80, art 20. e seus paragrafos e demais dispositivos legais em vigor, foi extraida a presente certidao.\nSobre o valor total incide encargos legais previsto no DecretoLei No. 1.025/69,alterado pelo Decreto-Lei No. 1.645/78, e custas processuais.\n\n-------------------------------------------------- ------------\n\nSANDRO MONTEIRO DE SOUZA\n\nMAT- 1286858 F.0006\n\nDATA: 23/08/2014 LOCAL: CURITIBA\n\n(final)\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 3 (C\u00edvel) - IdDocumentoCompleto: 5054205-91.2014.4.04.7100-711406744864852281160000000126", "text": "*120140013846* 120140013846\nEXMO. DR. JUIZ FEDERAL DA __ VARA FEDERAL DA SECAO JUDICIARIA DE PORTO ALEGRE\n\nUNIAO, pessoa juridica de direito publico interno, com fun-\n\ndamento na Lei no. 6830,de 22 de setembro de 1980, vem, mui respei-\n\ntosamente, por seu representante legal infra-assinado, propor a\n\npresente EXECUCAO FISCAL, para cobranca da divida no valor de\n\nR$ ************67.446,51(SESSENTA E SETE MIL, QUATROCENTOS E QUARENTA\n\nE SEIS REAIS E CINQUENTA E UM CENTAVOS. ****************************)\n\natualizada para o mes de 03/2014, conforme as anexas certidoes de Di-\n\nvida Ativa sob numero (s) 39.388.100-8, 39.388.101-6, 43.132.881-1,\n\n43.132.882-0,********************************************************\n\ncontra:\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDevedor\n\nIdentificacao\n\nSUPERMARCAS PARTICIPACOES LTDA - ME\n\nCGC: 88.789.599/0001-35\n\nEndereco\n\nTelefone\n\nR PADRE CHAGAS 79 CONJ. 401\n\nCEP\n\nBairro\n\nMunicipio\n\nUF\n\n90570-080 MOINHOS DE VENTO\n\nPORTO ALEGRE\n\nRS\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nPara tanto, requer-se na forma do artigo 8\n\nda Lei 6.830 e art. 172, paragrafo 2, do Codigo de Processo Civil:\n\n1.A citacao da(o) Executada (o),pelo correio,com Aviso de Recepcao(AR)\n\n,para pagar, no prazo legal, as dividas inscritas, devidamente atua-\n\nlizadas, acrescidas de juros, encargos previstos no Decreto-Lei\n\nNo 1.025/1969, alterado pelo Decreto-Lei No. 1.645/1978, custas e\n\ndespesas processuais, ou nomear bens livres e desembaracados para\n\ngarantir a execucao em consonancia com a legislacao em vigor, sob\n\npena de lhe serem penhorados ou arrestados tantos bens quanto bastem\n\na plena execucao da divida.\n\n2.Nao paga a divida ou nao garantida a execucao,a expedicao de mandado\n\nde penhora e avaliacao a recair sobre tantos bens quanto bastem a\n\ngarantia integral da divida, inclusive imoveis, nesse caso proce-\n\nF.0001 (continua)\n\n\f*120140013846* 120140013846\ndendo-se a intimacao do conjuge e a notificacao do cartorio de registro de imoveis competente.\nDa-se a causa o valor da divida com os acrescimos calculados ate a data da distribuicao, nos termos do artigo 6o, paragrafo 4o da Lei de Execucoes Fiscais.\nNestes Termos, p.deferimento PORTO ALEGRE, 16/03/2014\n\n-----------------------------------------------\n\nJOSE DIOGO CYRILLO DA SILVA\n\nMAT- 154373\n\nN.OAB- 33506\n\nProcuradoria: RIO GRANDE DO SUL Endereco: AV. LOUREIRO, 445, SL 601 Cep: 90013-900 Bairro: Municipio: PORTO ALEGRE\n\nUF: RS\n\nF.0002 (final)\n\n\f*120140013846* 120140013846\n\nUNIAO FEDERAL\n\nMINISTERIO DA FAZENDA\n\nDISCRIMINATIVO DE CREDITO INSCRITO - SINTETICO POR COMPETENCIA\n\nProcuradoria-Geral da Fazenda Nacional\n\nOrigem:19.200.800 Tramitacao:19.200.800\n\nCredito: 43.132.882-0\n\nProcesso Administrativo - Originario: 431328820\n\nDevedor: SUPERMARCAS PARTICIPACOES LTDA - ME\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nEndereco: R PADRE CHAGAS 79 CONJ. 401\n\nBairro : MOINHOS DE VENTO\n\nMunic.: PORTO ALEGRE\n\nUF\n\n: RS\n\nCEP\n\n: 90570-080\n\nFase Atual: 534 em 15/03/2014 Doc.: DCGB - DCG BATCH ----------------------------------------------------------------------\n\n(**) TOTAL (*) ORIGINARIO (**) ATUALIZADO\n\nCompet. Moeda(*)\n\n(**) JUROS (**) MULTA MORA\n\n--/---- -------------- --------.---,-- --------.---,-- --------.---,--\n\n09/2009 REAL\n\n365,27\n\n227,54\n\n227,54\n\n92,21\n\n45,52\n\n10/2009 REAL\n\n363,79\n\n227,54\n\n227,54\n\n90,73\n\n45,52\n\n11/2009 REAL\n\n482,81\n\n303,39\n\n303,39\n\n118,75\n\n60,67\n\n12/2009 REAL\n\n360,61\n\n227,54\n\n227,54\n\n87,55\n\n45,52\n\n01/2010 REAL\n\n352,56\n\n223,29\n\n223,29\n\n84,60\n\n44,67\n\n02/2010 REAL\n\n350,86\n\n223,29\n\n223,29\n\n82,90\n\n44,67\n\n03/2010 REAL\n\n349,38\n\n223,29\n\n223,29\n\n81,42\n\n44,67\n\n04/2010 REAL\n\n347,69\n\n223,29\n\n223,29\n\n79,73\n\n44,67\n\n05/2010 REAL\n\n345,92\n\n223,29\n\n223,29\n\n77,96\n\n44,67\n\n06/2010 REAL\n\n344,01\n\n223,29\n\n223,29\n\n76,05\n\n44,67\n\n07/2010 REAL\n\n342,04\n\n223,29\n\n223,29\n\n74,08\n\n44,67\n\n08/2010 REAL\n\n453,51\n\n297,73\n\n297,73\n\n96,24\n\n59,54\n\n09/2010 REAL\n\n338,33\n\n223,29\n\n223,29\n\n70,37\n\n44,67\n\n10/2010 REAL\n\n336,51\n\n223,29\n\n223,29\n\n68,55\n\n44,67\n\n11/2010 REAL\n\n334,43\n\n223,29\n\n223,29\n\n66,47\n\n44,67\n\n12/2010 REAL\n\n332,51\n\n223,29\n\n223,29\n\n64,55\n\n44,67\n\n01/2011 REAL\n\n330,65\n\n223,29\n\n223,29\n\n62,69\n\n44,67\n\n02/2011 REAL\n\n430,81\n\n292,76\n\n292,76\n\n79,49\n\n58,56\n\n03/2011 REAL\n\n333,98\n\n228,26\n\n228,26\n\n60,06\n\n45,66\n\n04/2011 REAL\n\n324,51\n\n223,29\n\n223,29\n\n56,55\n\n44,67\n\n** Valores atualizados para 03/2014 em REAL\n\nc/multa ajuizam.\n\nUfir de conversao:\n\n0,9108\n\nF.0001(continua)\n\n\f*120140013846* 120140013846\n\nUNIAO FEDERAL\n\nMINISTERIO DA FAZENDA\n\nDISCRIMINATIVO DE CREDITO INSCRITO - SINTETICO POR COMPETENCIA\n\nProcuradoria-Geral da Fazenda Nacional\n\nOrigem:19.200.800 Tramitacao:19.200.800\n\nCredito: 43.132.882-0\n\nProcesso Administrativo - Originario: 431328820\n\nDevedor: SUPERMARCAS PARTICIPACOES LTDA - ME\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n(**) TOTAL (*) ORIGINARIO (**) ATUALIZADO\n\nCompet. Moeda(*)\n\n(**) JUROS (**) MULTA MORA\n\n--/---- -------------- --------.---,-- --------.---,-- --------.---,--\n\n05/2011 REAL\n\n322,35\n\n223,29\n\n223,29\n\n54,39\n\n44,67\n\n06/2011 REAL\n\n320,20\n\n223,29\n\n223,29\n\n52,24\n\n44,67\n\n07/2011 REAL\n\n317,80\n\n223,29\n\n223,29\n\n49,84\n\n44,67\n\n08/2011 REAL\n\n770,69\n\n545,11\n\n545,11\n\n116,56\n\n109,02\n\n09/2011 REAL\n\n607,04\n\n432,06\n\n432,06\n\n88,57\n\n86,41\n\n10/2011 REAL\n\n701,26\n\n502,19\n\n502,19\n\n98,63\n\n100,44\n\n11/2011 REAL\n\n673,88\n\n485,75\n\n485,75\n\n90,98\n\n97,15\n\n12/2011 REAL\n\n418,69\n\n303,76\n\n303,76\n\n54,18\n\n60,75\n\n01/2012 REAL\n\n416,42\n\n303,76\n\n303,76\n\n51,91\n\n60,75\n\n02/2012 REAL\n\n413,94\n\n303,76\n\n303,76\n\n49,43\n\n60,75\n\n03/2012 REAL\n\n515,25\n\n380,09\n\n380,09\n\n59,14\n\n76,02\n\n04/2012 REAL\n\n941,39\n\n698,26\n\n698,26\n\n103,48\n\n139,65\n\n05/2012 REAL\n\n1.289,82\n\n961,26\n\n961,26\n\n136,31\n\n192,25\n\n06/2012 REAL\n\n1.283,29\n\n961,26\n\n961,26\n\n129,78\n\n192,25\n\n07/2012 REAL\n\n1.276,65\n\n961,26\n\n961,26\n\n123,14\n\n192,25\n\n08/2012 REAL\n\n1.271,45\n\n961,26\n\n961,26\n\n117,94\n\n192,25\n\n09/2012 REAL\n\n1.265,58\n\n961,26\n\n961,26\n\n112,07\n\n192,25\n\n10/2012 REAL\n\n1.393,04\n\n1.062,49\n\n1.062,49\n\n118,04\n\n212,51\n\n11/2012 REAL\n\n1.770,08\n\n1.355,76\n\n1.355,76\n\n143,17\n\n271,15\n\n12/2012 REAL\n\n1.761,95\n\n1.355,76\n\n1.355,76\n\n135,04\n\n271,15\n\n01/2013 REAL\n\n1.755,30\n\n1.355,76\n\n1.355,76\n\n128,39\n\n271,15\n\n02/2013 REAL\n\n1.747,86\n\n1.355,76\n\n1.355,76\n\n120,95\n\n271,15\n\n03/2013 REAL\n\n1.739,58\n\n1.355,76\n\n1.355,76\n\n112,67\n\n271,15\n\n** Valores atualizados para 03/2014 em REAL\n\nUfir de conversao:\n\n0,9108\n\nc/multa ajuizam. F.0002(continua)\n\n\f*120140013846* 120140013846\n\nUNIAO FEDERAL\n\nMINISTERIO DA FAZENDA\n\nDISCRIMINATIVO DE CREDITO INSCRITO - SINTETICO POR COMPETENCIA\n\nProcuradoria-Geral da Fazenda Nacional\n\nOrigem:19.200.800 Tramitacao:19.200.800\n\nCredito: 43.132.882-0\n\nProcesso Administrativo - Originario: 431328820\n\nDevedor: SUPERMARCAS PARTICIPACOES LTDA - ME\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n(**) TOTAL (*) ORIGINARIO (**) ATUALIZADO\n\nCompet. Moeda(*)\n\n(**) JUROS (**) MULTA MORA\n\n--/---- -------------- --------.---,-- --------.---,-- --------.---,--\n\n04/2013 REAL\n\n1.731,43\n\n1.355,76\n\n1.355,76\n\n104,52\n\n271,15\n\n05/2013 REAL\n\n1.723,17\n\n1.355,76\n\n1.355,76\n\n96,26\n\n271,15\n\n06/2013 REAL\n\n1.713,40\n\n1.355,76\n\n1.355,76\n\n86,49\n\n271,15\n\n07/2013 REAL\n\n1.703,77\n\n1.355,76\n\n1.355,76\n\n76,86\n\n271,15\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nTotal do Credito\n\n37.065,46\n\n27.402,77\n\n4.181,93\n\n5.480,76\n\nSobre o valor total incide encargos legais previsto no Decreto-Lei No.\n\n1.025/69,alterado pelo Decreto-Lei No. 1.645/78, e custas processuais.\n\n** Valores atualizados para 03/2014 em REAL\n\nc/multa ajuizam.\n\nUfir de conversao:\n\n0,9108\n\nF.0003 (final)\n\n\f*120140013846* 120140013846\n\nUNIAO FEDERAL\n\nMINISTERIO DA FAZENDA\n\nDISCRIMINATIVO DE CREDITO INSCRITO - SINTETICO POR COMPETENCIA\n\nProcuradoria-Geral da Fazenda Nacional\n\nOrigem:19.200.800 Tramitacao:19.200.800\n\nCredito: 39.388.100-8\n\nProcesso Administrativo - Originario: 393881008\n\nDevedor: SUPERMARCAS PARTICIPACOES LTDA - ME\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nEndereco: R PADRE CHAGAS 79 CONJ. 401\n\nBairro : MOINHOS DE VENTO\n\nMunic.: PORTO ALEGRE\n\nUF\n\n: RS\n\nCEP\n\n: 90570-080\n\nFase Atual: 534 em 15/03/2014 Doc.: DCGB - DCG BATCH ----------------------------------------------------------------------\n\n(**) TOTAL (*) ORIGINARIO (**) ATUALIZADO\n\nCompet. Moeda(*)\n\n(**) JUROS (**) MULTA MORA\n\n--/---- -------------- --------.---,-- --------.---,-- --------.---,--\n\n01/2008 REAL\n\n171,18\n\n95,24\n\n95,24\n\n56,89\n\n19,05\n\n02/2008 REAL\n\n170,38\n\n95,24\n\n95,24\n\n56,09\n\n19,05\n\n03/2008 REAL\n\n54,11\n\n30,40\n\n30,40\n\n17,63\n\n6,08\n\n04/2008 REAL\n\n168,68\n\n95,24\n\n95,24\n\n54,39\n\n19,05\n\n05/2008 REAL\n\n182,56\n\n103,64\n\n103,64\n\n58,19\n\n20,73\n\n06/2008 REAL\n\n171,65\n\n98,04\n\n98,04\n\n54,00\n\n19,61\n\n07/2008 REAL\n\n170,65\n\n98,04\n\n98,04\n\n53,00\n\n19,61\n\n08/2008 REAL\n\n225,63\n\n130,45\n\n130,45\n\n69,09\n\n26,09\n\n09/2008 REAL\n\n217,83\n\n126,81\n\n126,81\n\n65,66\n\n25,36\n\n10/2008 REAL\n\n224,11\n\n131,24\n\n131,24\n\n66,62\n\n26,25\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nTotal do Credito\n\n1.756,78\n\n1.004,34\n\n551,56\n\n200,88\n\nSobre o valor total incide encargos legais previsto no Decreto-Lei No.\n\n1.025/69,alterado pelo Decreto-Lei No. 1.645/78, e custas processuais.\n\n** Valores atualizados para 03/2014 em REAL\n\nc/multa ajuizam.\n\nUfir de conversao:\n\n0,9108\n\nF.0001 (final)\n\n\f*120140013846* 120140013846\n\nUNIAO FEDERAL\n\nMINISTERIO DA FAZENDA\n\nDISCRIMINATIVO DE CREDITO INSCRITO - SINTETICO POR COMPETENCIA\n\nProcuradoria-Geral da Fazenda Nacional\n\nOrigem:19.200.800 Tramitacao:19.200.800\n\nCredito: 39.388.101-6\n\nProcesso Administrativo - Originario: 393881016\n\nDevedor: SUPERMARCAS PARTICIPACOES LTDA - ME\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nEndereco: R PADRE CHAGAS 79 CONJ. 401\n\nBairro : MOINHOS DE VENTO\n\nMunic.: PORTO ALEGRE\n\nUF\n\n: RS\n\nCEP\n\n: 90570-080\n\nFase Atual: 534 em 15/03/2014 Doc.: DCGB - DCG BATCH ----------------------------------------------------------------------\n\n(**) TOTAL (*) ORIGINARIO (**) ATUALIZADO\n\nCompet. Moeda(*)\n\n(**) JUROS (**) MULTA MORA\n\n--/---- -------------- --------.---,-- --------.---,-- --------.---,--\n\n01/2008 REAL\n\n573,42\n\n319,04\n\n319,04\n\n190,57\n\n63,81\n\n02/2008 REAL\n\n570,74\n\n319,04\n\n319,04\n\n187,89\n\n63,81\n\n03/2008 REAL\n\n181,26\n\n101,84\n\n101,84\n\n59,05\n\n20,37\n\n04/2008 REAL\n\n565,06\n\n319,04\n\n319,04\n\n182,21\n\n63,81\n\n05/2008 REAL\n\n611,56\n\n347,18\n\n347,18\n\n194,94\n\n69,44\n\n06/2008 REAL\n\n575,00\n\n328,42\n\n328,42\n\n180,89\n\n65,69\n\n07/2008 REAL\n\n571,65\n\n328,42\n\n328,42\n\n177,54\n\n65,69\n\n08/2008 REAL\n\n693,23\n\n400,81\n\n400,81\n\n212,26\n\n80,16\n\n09/2008 REAL\n\n729,73\n\n424,80\n\n424,80\n\n219,96\n\n84,97\n\n10/2008 REAL\n\n750,72\n\n439,64\n\n439,64\n\n223,15\n\n87,93\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nTotal do Credito\n\n5.822,37\n\n3.328,23\n\n1.828,46\n\n665,68\n\nSobre o valor total incide encargos legais previsto no Decreto-Lei No.\n\n1.025/69,alterado pelo Decreto-Lei No. 1.645/78, e custas processuais.\n\n** Valores atualizados para 03/2014 em REAL\n\nc/multa ajuizam.\n\nUfir de conversao:\n\n0,9108\n\nF.0001 (final)\n\n\f*120140013846* 120140013846\n\nUNIAO FEDERAL\n\nMINISTERIO DA FAZENDA\n\nDISCRIMINATIVO DE CREDITO INSCRITO - SINTETICO POR COMPETENCIA\n\nProcuradoria-Geral da Fazenda Nacional\n\nOrigem:19.200.800 Tramitacao:19.200.800\n\nCredito: 43.132.881-1\n\nProcesso Administrativo - Originario: 431328811\n\nDevedor: SUPERMARCAS PARTICIPACOES LTDA - ME\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nEndereco: R PADRE CHAGAS 79 CONJ. 401\n\nBairro : MOINHOS DE VENTO\n\nMunic.: PORTO ALEGRE\n\nUF\n\n: RS\n\nCEP\n\n: 90570-080\n\nFase Atual: 534 em 15/03/2014 Doc.: DCGB - DCG BATCH ----------------------------------------------------------------------\n\n(**) TOTAL (*) ORIGINARIO (**) ATUALIZADO\n\nCompet. Moeda(*)\n\n(**) JUROS (**) MULTA MORA\n\n--/---- -------------- --------.---,-- --------.---,-- --------.---,--\n\n04/2010 REAL\n\n94,35\n\n60,59\n\n60,59\n\n21,64\n\n12,12\n\n05/2010 REAL\n\n105,22\n\n67,92\n\n67,92\n\n23,72\n\n13,58\n\n06/2010 REAL\n\n104,63\n\n67,92\n\n67,92\n\n23,13\n\n13,58\n\n07/2010 REAL\n\n104,03\n\n67,92\n\n67,92\n\n22,53\n\n13,58\n\n08/2010 REAL\n\n155,19\n\n101,88\n\n101,88\n\n32,93\n\n20,38\n\n09/2010 REAL\n\n102,90\n\n67,92\n\n67,92\n\n21,40\n\n13,58\n\n10/2010 REAL\n\n102,35\n\n67,92\n\n67,92\n\n20,85\n\n13,58\n\n11/2010 REAL\n\n101,72\n\n67,92\n\n67,92\n\n20,22\n\n13,58\n\n12/2010 REAL\n\n101,14\n\n67,92\n\n67,92\n\n19,64\n\n13,58\n\n01/2011 REAL\n\n100,57\n\n67,92\n\n67,92\n\n19,07\n\n13,58\n\n02/2011 REAL\n\n147,42\n\n100,18\n\n100,18\n\n27,20\n\n20,04\n\n03/2011 REAL\n\n101,59\n\n69,43\n\n69,43\n\n18,27\n\n13,89\n\n04/2011 REAL\n\n98,70\n\n67,92\n\n67,92\n\n17,20\n\n13,58\n\n05/2011 REAL\n\n98,05\n\n67,92\n\n67,92\n\n16,55\n\n13,58\n\n06/2011 REAL\n\n97,39\n\n67,92\n\n67,92\n\n15,89\n\n13,58\n\n07/2011 REAL\n\n96,66\n\n67,92\n\n67,92\n\n15,16\n\n13,58\n\n08/2011 REAL\n\n322,35\n\n228,00\n\n228,00\n\n48,75\n\n45,60\n\n09/2011 REAL\n\n207,73\n\n147,85\n\n147,85\n\n30,31\n\n29,57\n\n10/2011 REAL\n\n293,30\n\n210,04\n\n210,04\n\n41,25\n\n42,01\n\n11/2011 REAL\n\n281,85\n\n203,17\n\n203,17\n\n38,05\n\n40,63\n\n** Valores atualizados para 03/2014 em REAL\n\nc/multa ajuizam.\n\nUfir de conversao:\n\n0,9108\n\nF.0001(continua)\n\n\f*120140013846* 120140013846\n\nUNIAO FEDERAL\n\nMINISTERIO DA FAZENDA\n\nDISCRIMINATIVO DE CREDITO INSCRITO - SINTETICO POR COMPETENCIA\n\nProcuradoria-Geral da Fazenda Nacional\n\nOrigem:19.200.800 Tramitacao:19.200.800\n\nCredito: 43.132.881-1\n\nProcesso Administrativo - Originario: 431328811\n\nDevedor: SUPERMARCAS PARTICIPACOES LTDA - ME\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n(**) TOTAL (*) ORIGINARIO (**) ATUALIZADO\n\nCompet. Moeda(*)\n\n(**) JUROS (**) MULTA MORA\n\n--/---- -------------- --------.---,-- --------.---,-- --------.---,--\n\n12/2011 REAL\n\n143,28\n\n103,95\n\n103,95\n\n18,54\n\n20,79\n\n01/2012 REAL\n\n142,51\n\n103,95\n\n103,95\n\n17,77\n\n20,79\n\n02/2012 REAL\n\n141,65\n\n103,95\n\n103,95\n\n16,91\n\n20,79\n\n03/2012 REAL\n\n172,38\n\n127,16\n\n127,16\n\n19,79\n\n25,43\n\n04/2012 REAL\n\n322,15\n\n238,95\n\n238,95\n\n35,41\n\n47,79\n\n05/2012 REAL\n\n427,97\n\n318,95\n\n318,95\n\n45,23\n\n63,79\n\n06/2012 REAL\n\n425,80\n\n318,95\n\n318,95\n\n43,06\n\n63,79\n\n07/2012 REAL\n\n423,60\n\n318,95\n\n318,95\n\n40,86\n\n63,79\n\n08/2012 REAL\n\n421,88\n\n318,95\n\n318,95\n\n39,14\n\n63,79\n\n09/2012 REAL\n\n419,93\n\n318,95\n\n318,95\n\n37,19\n\n63,79\n\n10/2012 REAL\n\n463,59\n\n353,59\n\n353,59\n\n39,28\n\n70,72\n\n11/2012 REAL\n\n592,68\n\n453,95\n\n453,95\n\n47,94\n\n90,79\n\n12/2012 REAL\n\n589,95\n\n453,95\n\n453,95\n\n45,21\n\n90,79\n\n01/2013 REAL\n\n587,73\n\n453,95\n\n453,95\n\n42,99\n\n90,79\n\n02/2013 REAL\n\n585,23\n\n453,95\n\n453,95\n\n40,49\n\n90,79\n\n03/2013 REAL\n\n582,46\n\n453,95\n\n453,95\n\n37,72\n\n90,79\n\n04/2013 REAL\n\n579,74\n\n453,95\n\n453,95\n\n35,00\n\n90,79\n\n05/2013 REAL\n\n576,97\n\n453,95\n\n453,95\n\n32,23\n\n90,79\n\n06/2013 REAL\n\n573,70\n\n453,95\n\n453,95\n\n28,96\n\n90,79\n\n07/2013 REAL\n\n570,48\n\n453,95\n\n453,95\n\n25,74\n\n90,79\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nTotal do Credito\n\n11.560,82\n\n8.648,03\n\n1.183,22\n\n1.729,57\n\nSobre o valor total incide encargos legais previsto no Decreto-Lei No.\n\n1.025/69,alterado pelo Decreto-Lei No. 1.645/78, e custas processuais.\n\n** Valores atualizados para 03/2014 em REAL\n\nc/multa ajuizam.\n\nUfir de conversao:\n\n0,9108\n\nF.0002 (final)\n\n\f*120140013846* 120140013846\n\nCERTIDAO DE DIVIDA ATIVA(CDA)\n\nCertifico que do registroda divida ativa da Uniao consta a inscricao da divida cujo os dados sao os seguintes:\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nP G F N\n\nLivro/ Data de\n\nProcesso Administrativo Nm.Inscricao\n\nde Origem Folha Inscricao Original\n\nDesmembrado Divida Ativa\n\n19.200.800 0092/462 28/02/2014 431328820\n\n43.132.882-0\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDevedor\n\nSUPERMARCAS PARTICIPACOES LTDA - ME\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nEndereco\n\nTelefone\n\nR PADRE CHAGAS 79 CONJ. 401\n\nCEP\n\nBairro\n\nMunicipio\n\nUF\n\n90570-080 MOINHOS DE VENTO\n\nPORTO ALEGRE\n\nRS\n\nIdentificacao\n\nCGC: 88.789.599/0001-35\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nPeriodo da Divida\n\nValor Originario Moeda\n\n09/2009 a 07/2013\n\n27.402,77 REAL\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDocumento Original DCGB - DCG BATCH\n\nOrgao de Origem 19.001.010 Lancamento 21/08/2013 Calculo 15/03/2014\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nPrinc.Atualizado\n\nJuros\n\nMulta\n\nValor Total\n\n27.402,77\n\n4.181,93\n\n5.480,76\n\n37.065,46\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nF.Legal\n\nPeriodo\n\nDescricao / Embasamento Legal\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n041.00\n\nATRIBUICAO DE COMPETENCIA PARA FISCALIZAR, ARRECADAR E COBRA\n\n041.02 desde 01/11/2004 PERIODO DE 11/2004 A 12/2004 MP N. 222, DE 04.10.2004, ARTIGOS 1. E 3., POSTERIORMENTE CONVERTIDA NA LEI N. 11.098, DE 13.01.2005, ARTIGOS 1. E 3.; DECRETO N. 5.256, DE 27.10.2004, ANEXO I, ART. 18, I. PERIODO DE 01/2005 A 02/2005 MP N. 222, DE 04.10.2004, ARTIGOS 1. E 3., CONVERTIDA NA LEI N. 11.098, DE 13.01.2005, ARTIGOS 1. E 3.; DECRETO N. 5.256, DE 27.10.2004, ANEXO I, ART. 18, I. PERIODO DE 03/2005 A 05/2005 LEI N. 11.098, DE 13.01.2005, ARTIGOS 1. E 3.; DECRETO N. 5.256, DE 27.10.2004, ANEXO I, ART. 18, I; DECRETO N. 5.403, DE 28.03.2005, ANEXO I, ART.\n----------------------------------------------------------------------\n\n-------------------------------------------------- ------------\n\nJOSE DIOGO CYRILLO DA SILVA\n\nMAT- 0154373 F.0001\n\nDATA: 15/03/2014 LOCAL: PORTO ALEGRE\n\n(continua)\n\n\f*120140013846* 120140013846\n\nCERTIDAO DE DIVIDA ATIVA(CDA)\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nP G F N\n\nLivro/ Data de\n\nProcesso Administrativo Nm.Inscricao\n\nde Origem Folha Inscricao Original\n\nDesmembrado Divida Ativa\n\n19.200.800 0092/462 28/02/2014 431328820\n\n43.132.882-0\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDevedor\n\nSUPERMARCAS PARTICIPACOES LTDA - ME\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nF.Legal\n\nPeriodo\n\nDescricao / Embasamento Legal\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n041.02\n\ndesde 01/11/2004 15, I. PERIODO DE 06/2005 A 14.08.2005 LEI N. 11.098, DE 13.01.2005, ARTIGOS 1. E 3.; DECRETO N. 5.403, DE 28.03.2005, ANEXO I, ART. 15, I; DECRETO N. 5.469, DE 15.06.2005, ANEXO I, ART. 18, I. A PARTIR DE 15.08.2005 MP N. 258, DE 21.07.2005, ART. 3., CAPUT E PARAGRAFO 1., ART. 10 E INCISO I DO ART. 12. A PARTIR DE 19.11.2005 LEI N. 11.098, DE 13.01.2005, ARTIGOS 1. E 3.; DECRETO N. 5.469, DE 15.06.2005, ANEXO I, ART. 18, I. A PARTIR DE 02.05.2007 LEI N. 11.457, DE 16.03.07, ARTS. 2 E 3.\n\n089.00\n\nGFIP - GUIA DE RECOLHIMENTO DO FGTS E INFORMACOES A PREVIDENCIA SOCIAL\n\n089.04\n\ndesde 01/12/2008 LEI N. 8.212, DE 24.07.91, ART. 32, IV (ACRESCENTADO PELA MP N. 1.596-14/97, COM REDACAO DA MP N. 449, DE 03.12.2008, CONVERTIDA NA LEI N. 11.941, DE 27.05.2009) E ART. 33 (COM A REDACAO DA LEI N. 10.256, DE 09.07.2001E ALTERACAO DA MP N. 449, DE 03.12.08, CONVERTIDA NA LEI N. 11.941, DE 27.05.09), PARAGRAFO 7. (ACRESCENTADO PELA MP N. 1.59614/97, CONVERTIDA NA LEI N. 9.528, DE 10.12.97, ALTERADA PELA MP N. 449, DE 03.12.08, CONVERTIDA NA LEI N. 11.941, DE 2705.09) REDACAO); DECRETO N. 2.803, DE 20.10.98; REGULAMENTO DA PREVIDENCIA SOCIAL - RPS, APROVADO PELO DECRETO N. 3.048, DE 06.05.99, ART. 225, IV, PARAGRAFOS 1., 2., 3. E 4. E ART. 245, CAPUT E PARAGRAFO 1.;\n\n200.00\n\nCONTRIBUICAO DA EMPRESA SOBRE A REMUNERACAO DE EMPREGADOS\n\n200.08 desde 01/12/1999 LEI N. 8.212, DE 24.07.91, ART. 22, I (COM A REDACAO DADA\n----------------------------------------------------------------------\n\n-------------------------------------------------- ------------\n\nJOSE DIOGO CYRILLO DA SILVA\n\nMAT- 0154373 F.0002\n\nDATA: 15/03/2014 LOCAL: PORTO ALEGRE\n\n(continua)\n\n\f*120140013846* 120140013846\n\nCERTIDAO DE DIVIDA ATIVA(CDA)\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nP G F N\n\nLivro/ Data de\n\nProcesso Administrativo Nm.Inscricao\n\nde Origem Folha Inscricao Original\n\nDesmembrado Divida Ativa\n\n19.200.800 0092/462 28/02/2014 431328820\n\n43.132.882-0\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDevedor\n\nSUPERMARCAS PARTICIPACOES LTDA - ME\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nF.Legal\n\nPeriodo\n\nDescricao / Embasamento Legal\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n200.08\n\ndesde 01/12/1999 PELA LEI N. 9.876, DE 26.11.99); REGULAMENTO DA PREVIDENCIA SOCIAL, APROVADO PELO DECRETO N. 3.048, DE 06.05.99, ART. 12, I E PARAGRAFO UNICO, ART. 201, I, PARAGRAFO 1. E ART. 216, I, \"B\" (COM AS ALTERACOES DADAS PELO DECRETO N. 3.265, DE 29.11.99).\n\n301.00\n\nCONTRIBUICAO DAS EMPRESAS PARA FINANCIAMENTO DOS BENEFICIOS EM RAZAO DA INCAPACIDADE LABORATIVA\n\n301.08\n\ndesde 01/12/1999 LEI N. 8.212, DE 24.07.91, ART. 22, II (COM A REDACAO DADA PELA LEI N. 9.732, DE 11.12.98); REGULAMENTO DA PREVIDENCIA SOCIAL, APROVADO PELO DECRETO N. 3.048, DE 06.05.99, ART. 12, I, PARAGRAFO UNICO, NA REDACAO DADA PELO DECRETO N. 3.265, DE 29.11.99, ART. 202, I, II E III E PARAGRAFOS 1. AO 6.. A PARTIR DE 01/2010 LEI N. 8.212, DE 24.07.91, ART. 22, II (COM A REDACAO DADA PELA LEI N. 9.732, DE 11.12.98); REGULAMENTO DA PREVIDENCIA SOCIAL, APROVADO PELO DECRETO N. 3.048, DE 06.05.99, ART. 12, I, PARAGRAFO UNICO, NA REDACAO DADA PELO DECRETO N. 3.265, DE 29.11.99, ART. 202, I, II E III E PARAGRAFOS 1. AO 6 E ART. 202-A (ACRESCENTADO PELO DECRETO N. 6.042, DE 12.02.07, COM REDACAO DO DECRETO N. 6.957, DE 09.09.09) E DECRETO N. 6.957, DE 09.09.10, ARTIGOS 2. E 4..\n\n400.00\n\nCONTRIBUICAO DEVIDA A TERCEIROS - SALARIO EDUCACAO\n\n400.05 desde 01/11/2004 CONSTITUICAO FEDERAL, ART. 212, PARAGRAFO 5., COMBINADO COM O ART. 34, CAPUT, DAS DISPOSICOES CONSTITUCIONAIS TRANSITORIAS; LEI N. 9.424, DE 26.12.96, ART. 15, CAPUT; MP\n----------------------------------------------------------------------\n\n-------------------------------------------------- ------------\n\nJOSE DIOGO CYRILLO DA SILVA\n\nMAT- 0154373 F.0003\n\nDATA: 15/03/2014 LOCAL: PORTO ALEGRE\n\n(continua)\n\n\f*120140013846* 120140013846\n\nCERTIDAO DE DIVIDA ATIVA(CDA)\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nP G F N\n\nLivro/ Data de\n\nProcesso Administrativo Nm.Inscricao\n\nde Origem Folha Inscricao Original\n\nDesmembrado Divida Ativa\n\n19.200.800 0092/462 28/02/2014 431328820\n\n43.132.882-0\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDevedor\n\nSUPERMARCAS PARTICIPACOES LTDA - ME\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nF.Legal\n\nPeriodo\n\nDescricao / Embasamento Legal\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n400.05\n\ndesde 01/11/2004 N. 1.565, DE 09.01.97 E REEDICOES ATE A MP N. 1.607, DE 11.12.97, E REEDICOES ATE A MP N. 1.607-24, DE 19.11.98, CONVERTIDAS NA LEI N. 9.766, DE 18.12.98; LEI N. 9.601, DE 21.01.98, ART. 2.; DECRETO N. 3.142, DE 16.08.99, ART. 1., 2., 6., INCISO II PARAGRAFO 1.; MP N. 222, DE 04.10.2004, ART. 3., POSTERIORMENTE CONVERTIDA NA LEI N. 11.098, DE 13.01.2005, ARTIGO 3., DECRETO N. 87.043, DE 22.03.82, ARTIGOS 1., 2., 3., I, PARAGRAFOS 1., 2., 4., 5. E ART. 13; DECRETO N. 5.256, DE 27.10.2004, ART. 18, I. A PARTIR DE 01.01.2007: CONSTITUICAO FEDERAL, ART. 212, PARAGRAFO 5., COMBINADO COM O ART.34, CAPUT, DAS DISPOSICOES CONSTITUCIONAIS TRANSITORIAS; LEI N. 9.424, DE 26.12.96, ART. 15, CAPUT; LEI N. 9.766, DE 18..12.98, ART. 1.; DECRETO N. 6003, DE 28.12.06, ARTIGO 1., PARAGRAFO 1. E ARTIGOS 10 E 11.\n\n405.00\n\nTERCEIROS - INCRA\n\n405.04\n\ndesde 01/11/2004 LEI N. 2.613, DE 23.09.55, ART. 6., PARAGRAFO 4., (COM AS ALTERACOES DA LEI N. 4.863, DE 29.11.65, ART. 35, PARAGRAFO 2., VIII); DECRETO-LEI N. 1.146, DE 31.12.70, ART. 1., I, ITEM 2, ARTIGOS 3. E 4.; LEI COMPLEMENTAR N. 11, DE 25.05.71, ART. 15, II; DECRETO-LEI N. 2.318, DE 30.12.86, ART. 3.; MP N. 222, DE 04.10.2004, ART. 3.; DECRETO N. 5.256, DE 27.10.2004, ART. 18, I.\n\n413.00\n\nTERCEIROS - SENAC\n\n413.04 desde 01/11/2004 DECRETO-LEI N. 8.621, DE 10.01.46, ARTIGOS 4. E 5.; DECRETO-\n----------------------------------------------------------------------\n\n-------------------------------------------------- ------------\n\nJOSE DIOGO CYRILLO DA SILVA\n\nMAT- 0154373 F.0004\n\nDATA: 15/03/2014 LOCAL: PORTO ALEGRE\n\n(continua)\n\n\f*120140013846* 120140013846\n\nCERTIDAO DE DIVIDA ATIVA(CDA)\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nP G F N\n\nLivro/ Data de\n\nProcesso Administrativo Nm.Inscricao\n\nde Origem Folha Inscricao Original\n\nDesmembrado Divida Ativa\n\n19.200.800 0092/462 28/02/2014 431328820\n\n43.132.882-0\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDevedor\n\nSUPERMARCAS PARTICIPACOES LTDA - ME\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nF.Legal\n\nPeriodo\n\nDescricao / Embasamento Legal\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n413.04\n\ndesde 01/11/2004 LEI N. 2.318, DE 30.12.86, ARTIGOS 1. E 3.; MP N. 222, DE 04.10.2004, ART. 3.; DECRETO N. 5.256, DE 27.10.2004, ART. 18, I.\n\n414.00\n\nTERCEIROS - SESC\n\n414.04\n\ndesde 01/11/2004 DECRETO-LEI N. 9.853, DE 13.09.46, ART. 3.; DECRETO-LEI N. 2.318, DE 30.12.86, ARTIGOS 1. E 3.; MP N. 222, DE 04.10.2004, ART. 3.; DECRETO N. 5.256, DE 27.10.2004, ART. 18, I.\n\n415.00\n\nTERCEIROS - SEBRAE\n\n415.04\n\ndesde 01/11/2004 LEI N. 8.029, DE 12.04.90, ART. 8.,PARAGRAFO 3. (COM A REDACAO DADA PELA LEI N. 8.154, DE 28.12.90), COMBINADO COM O ART. 1. DO DECRETO-LEI N. 2.318, DE 30.12.86 E PARAGRAFO 4.; MP N. 222, DE 04.10.2004, ART. 3.; DECRETO N. 5.256, DE 27.10.2004, ART. 18, I.\n\n600.00\n\nCORRECAO MONETARIA\n\n600.08 desde 01/01/1995 LEI N. 8.981, DE 20.01.95, ART. 6.. REGULAMENTO DA ORGANIZACAO E DO CUSTEIO DA SEGURIDADE SOCIAL-ROCSS, APROVADO PELO DECRETO N. 356, DE 07.12.91, COM A NOVA REDACAO DADA PELO DECRETO N. 612, DE 21.07.92 E ALTERACOES POSTERIORES, ART. 39, PARAGRAFO 5., RENUMERADO PARA PARAGRAFO 9., PELO ART. 1. DO DECRETO N. 738 DE 28.01.93,\n----------------------------------------------------------------------\n\n-------------------------------------------------- ------------\n\nJOSE DIOGO CYRILLO DA SILVA\n\nMAT- 0154373 F.0005\n\nDATA: 15/03/2014 LOCAL: PORTO ALEGRE\n\n(continua)\n\n\f*120140013846* 120140013846\n\nCERTIDAO DE DIVIDA ATIVA(CDA)\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nP G F N\n\nLivro/ Data de\n\nProcesso Administrativo Nm.Inscricao\n\nde Origem Folha Inscricao Original\n\nDesmembrado Divida Ativa\n\n19.200.800 0092/462 28/02/2014 431328820\n\n43.132.882-0\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDevedor\n\nSUPERMARCAS PARTICIPACOES LTDA - ME\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nF.Legal\n\nPeriodo\n\nDescricao / Embasamento Legal\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n600.08\n\ndesde 01/01/1995 E PARAGRAFO 10 (ACRESCENTADO PELO DECRETO N. 738, DE 28.01.93); REGULAMENTO DA ORGANIZACAO E DO CUSTEIO DA SEGURIDADE SOCIAL-ROCSS, APROVADO PELO DECRETO N. 2.173, DE 05.03.97, ART. 58, I. VALORES ORIGINARIOS EM REAL E SEM ATUALIZACAO\n\n601.00\n\nACRESCIMOS LEGAIS - MULTA\n\n601.10\n\ndesde 01/12/2008 LEI N. 8.212, DE 24.07.91, ART. 35, (COMBINADO COM O ART. 61 DA LEI N. 9.430, DE 27.12.96) COM REDACAO DA MP N. 449 DE 04.12.2008, CONVERTIDA NA LEI N. 11.941, DE 27.05.2009.CALCULO DA MULTA: PARA PAGAMENTO DE OBRIGACAO VENCIDA, NAO INCLUIDA EM AUTO-DE-INFRACAO: 0,33%, POR DIA DE ATRASO, CALCULADA A PARTIR DO PRIMEIRO DIA SUBSEQUENTE AO DO VENCIMENTO DO PRAZO PREVISTO PARA O PAGAMENTO DA CONTRIBUICAO ATE O DIA EM QUE OCORRER O SEU PAGAMENTO, LIMITADO A 20%.\n\n602.00\n\nACRESCIMOS LEGAIS - JUROS\n\n602.08 desde 01/12/2008 LEI N. 8.212, DE 24.07.91, ART. 35, COMBINADO COM O ART. 61 DA LEI N. 9.430, DE 27.12.96, COM REDACAO DA MP N. 449, DE 04.12.2008, CONVERTIDA NA LEI N. 11.941, DE 27.05.2009. CALCULO DOS JUROS: JUROS CALCULADOS SOBRE O VALOR ORIGINARIO, MEDIANTE A APLICACAO DOS SEGUINTES PERCENTUAIS: A) TAXA MEDIA MENSAL DE CAPTACAO DO TESOURO NACIONAL RELATIVA A DIVIDA MOBILIARIA FEDERAL / TAXA REFERENCIAL DO SISTEMA ESPECIAL DE LIQUIDACAO E DE CUSTODIA - SELIC, A PARTIR DO PRIMEIRO DIA DO MES SUBSEQUENT\n----------------------------------------------------------------------\n\n-------------------------------------------------- ------------\n\nJOSE DIOGO CYRILLO DA SILVA\n\nMAT- 0154373 F.0006\n\nDATA: 15/03/2014 LOCAL: PORTO ALEGRE\n\n(continua)\n\n\f*120140013846* 120140013846\n\nCERTIDAO DE DIVIDA ATIVA(CDA)\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nP G F N\n\nLivro/ Data de\n\nProcesso Administrativo Nm.Inscricao\n\nde Origem Folha Inscricao Original\n\nDesmembrado Divida Ativa\n\n19.200.800 0092/462 28/02/2014 431328820\n\n43.132.882-0\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDevedor\n\nSUPERMARCAS PARTICIPACOES LTDA - ME\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nF.Legal\n\nPeriodo\n\nDescricao / Embasamento Legal\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n602.08 desde 01/12/2008 AO VENCIMENTO DO PRAZO ATE O MES ANTERIOR AO DO PAGAMENTO B) 1% (UM POR CENTO) NO MES DO PAGAMENTO.\n\n700.00\n\nENCARGO LEGAL DE 20% (VINTE POR CENTO)\n\n700.01\n\ndesde 01/05/2007 DECRETO-LEI N. 1.025/69, ART. 1; DECRETO-LEI N. 1.645/78, ART. 3; LEI 7.799/89, ART. 64, PARAGRAFO 2 E LEI N. 8.383/91, ART. 57, PARAGRAFO 2.\n\n800.00\n\nPRAZO E OBRIGACAO DE RECOLHIMENTO - EMPRESAS EM GERAL\n\n800.11 desde 01/10/2008 LEI N. 8.212, DE 24.07.91, ART. 30, I (COM A ALTERACAO DA LEI N. 8.620, DE 05.01.93, DA LEI N. 9.876, DE 26.11.99, DA MP N. 351, DE 22.01.07, CONVERTIDA NA LEI N. 11.488, DE 25.06.07 E DA MP N. 447, DE 14.11.08, CONVERTIDA NA LEI N. 11.933, DE 28.04.2009); LEI N. 8.620, DE 05.01.93, ART. 7., PARAGRAFOS 1. E 2.; LEI N. 10.666, DE 08.05.03, ART. 4., PARAGRAFO 1., COMBINADO COM O ART. 15; REGULAMENTO DA PREVIDENCIA SOCIAL, APROVADO PELO DECRETO N. 3.048, DE 06.05.99, ART. 216, I, \"B\" E PARAGRAFOS 1. AO 6., COM AS ALTERACOES DO DECRETO N. 3.265, DE 29.11.99.\n----------------------------------------------------------------------\n\n-------------------------------------------------- ------------\n\nJOSE DIOGO CYRILLO DA SILVA\n\nMAT- 0154373 F.0007\n\nDATA: 15/03/2014 LOCAL: PORTO ALEGRE\n\n(continua)\n\n\f*120140013846* 120140013846\n\nCERTIDAO DE DIVIDA ATIVA(CDA)\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nP G F N\n\nLivro/ Data de\n\nProcesso Administrativo Nm.Inscricao\n\nde Origem Folha Inscricao Original\n\nDesmembrado Divida Ativa\n\n19.200.800 0092/462 28/02/2014 431328820\n\n43.132.882-0\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDevedor\n\nSUPERMARCAS PARTICIPACOES LTDA - ME\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nE para que se possa proceder a cobranca em acao propria, nos termos da Lei No. 6830 de 22/09/80, art 20. e seus paragrafos e demais dispositivos legais em vigor, foi extraida a presente certidao.\nSobre o valor total incide encargos legais previsto no DecretoLei No. 1.025/69,alterado pelo Decreto-Lei No. 1.645/78, e custas processuais.\n\n-------------------------------------------------- ------------\n\nJOSE DIOGO CYRILLO DA SILVA\n\nMAT- 0154373 F.0008\n\nDATA: 15/03/2014 LOCAL: PORTO ALEGRE\n\n(final)\n\n\f*120140013846* 120140013846\n\nCERTIDAO DE DIVIDA ATIVA(CDA)\n\nCertifico que do registroda divida ativa da Uniao consta a inscricao da divida cujo os dados sao os seguintes:\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nP G F N\n\nLivro/ Data de\n\nProcesso Administrativo Nm.Inscricao\n\nde Origem Folha Inscricao Original\n\nDesmembrado Divida Ativa\n\n19.200.800 0049/077 24/12/2011 393881008\n\n39.388.100-8\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDevedor\n\nSUPERMARCAS PARTICIPACOES LTDA - ME\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nEndereco\n\nTelefone\n\nR PADRE CHAGAS 79 CONJ. 401\n\nCEP\n\nBairro\n\nMunicipio\n\nUF\n\n90570-080 MOINHOS DE VENTO\n\nPORTO ALEGRE\n\nRS\n\nIdentificacao\n\nCGC: 88.789.599/0001-35\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nPeriodo da Divida\n\nValor Originario Moeda\n\n01/2008 a 10/2008\n\n1.004,34 REAL\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDocumento Original DCGB - DCG BATCH\n\nOrgao de Origem 19.001.010 Lancamento 27/11/2010 Calculo 15/03/2014\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nPrinc.Atualizado\n\nJuros\n\nMulta\n\nValor Total\n\n1.004,34\n\n551,56\n\n200,88\n\n1.756,78\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nF.Legal\n\nPeriodo\n\nDescricao / Embasamento Legal\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n041.00\n\nATRIBUICAO DE COMPETENCIA PARA FISCALIZAR, ARRECADAR E COBRA\n\n041.02 desde 01/11/2004 PERIODO DE 11/2004 A 12/2004 MP N. 222, DE 04.10.2004, ARTIGOS 1. E 3., POSTERIORMENTE CONVERTIDA NA LEI N. 11.098, DE 13.01.2005, ARTIGOS 1. E 3.; DECRETO N. 5.256, DE 27.10.2004, ANEXO I, ART. 18, I. PERIODO DE 01/2005 A 02/2005 MP N. 222, DE 04.10.2004, ARTIGOS 1. E 3., CONVERTIDA NA LEI N. 11.098, DE 13.01.2005, ARTIGOS 1. E 3.; DECRETO N. 5.256, DE 27.10.2004, ANEXO I, ART. 18, I. PERIODO DE 03/2005 A 05/2005 LEI N. 11.098, DE 13.01.2005, ARTIGOS 1. E 3.; DECRETO N. 5.256, DE 27.10.2004, ANEXO I, ART. 18, I; DECRETO N. 5.403, DE 28.03.2005, ANEXO I, ART.\n----------------------------------------------------------------------\n\n-------------------------------------------------- ------------\n\nJOSE DIOGO CYRILLO DA SILVA\n\nMAT- 0154373 F.0001\n\nDATA: 15/03/2014 LOCAL: PORTO ALEGRE\n\n(continua)\n\n\f*120140013846* 120140013846\n\nCERTIDAO DE DIVIDA ATIVA(CDA)\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nP G F N\n\nLivro/ Data de\n\nProcesso Administrativo Nm.Inscricao\n\nde Origem Folha Inscricao Original\n\nDesmembrado Divida Ativa\n\n19.200.800 0049/077 24/12/2011 393881008\n\n39.388.100-8\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDevedor\n\nSUPERMARCAS PARTICIPACOES LTDA - ME\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nF.Legal\n\nPeriodo\n\nDescricao / Embasamento Legal\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n041.02\n\ndesde 01/11/2004 15, I. PERIODO DE 06/2005 A 14.08.2005 LEI N. 11.098, DE 13.01.2005, ARTIGOS 1. E 3.; DECRETO N. 5.403, DE 28.03.2005, ANEXO I, ART. 15, I; DECRETO N. 5.469, DE 15.06.2005, ANEXO I, ART. 18, I. A PARTIR DE 15.08.2005 MP N. 258, DE 21.07.2005, ART. 3., CAPUT E PARAGRAFO 1., ART. 10 E INCISO I DO ART. 12. A PARTIR DE 19.11.2005 LEI N. 11.098, DE 13.01.2005, ARTIGOS 1. E 3.; DECRETO N. 5.469, DE 15.06.2005, ANEXO I, ART. 18, I. A PARTIR DE 02.05.2007 LEI N. 11.457, DE 16.03.07, ARTS. 2 E 3.\n\n089.00\n\nGFIP - GUIA DE RECOLHIMENTO DO FGTS E INFORMACOES A PREVIDENCIA SOCIAL\n\n089.03\n\n01/11/2004 30/11/2008 LEI N. 8.212, DE 24.07.91, ART. 32, IV (ACRESCENTADO PELA MP N. 1.596-14/97, CONVERTIDA NA LEI N. 9.528, DE 10.12.97, COMBINADO COM OS PARAGRAFOS 4. E 7.) E ART. 33 (COM A REDACAO POSTERIOR DA LEI N. 10.256, DE 09.07.2001), PARAGRAFO 7. (ACRESCENTADO PELA MP N. 1.596-14/97, CONVERTIDA NA LEI N. 9.528, DE 10.12.97); DECRETO N. 2.803, DE 20.10.98; REGULAMENTO DA PREVIDENCIA SOCIAL - RPS, APROVADO PELO DECRETO N. 3.048, DE 06.05.99, ART. 225, IV, PARAGRAFOS 1., 2., 3. E 4. E ART. 245, CAPUT E PARAGRAFO 1.\n\n100.00\n\nCONTRIBUICAO DOS SEGURADOS (EMPREGADOS, TRABALHADORES TEMPORARIOS E AVULSOS)\n\n100.15 desde 01/12/1999 LEI N. 8.212, DE 24.07.91, ART. 20 (COM A REDACAO DADA PELA LEI N. 9.032, DE 28.04.95, ALTERADA POSTERIORMENTE PELA LEI N. 9.129, DE 20.11.95), COMBINADO COM OS ARTIGOS 12, I\n----------------------------------------------------------------------\n\n-------------------------------------------------- ------------\n\nJOSE DIOGO CYRILLO DA SILVA\n\nMAT- 0154373 F.0002\n\nDATA: 15/03/2014 LOCAL: PORTO ALEGRE\n\n(continua)\n\n\f*120140013846* 120140013846\n\nCERTIDAO DE DIVIDA ATIVA(CDA)\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nP G F N\n\nLivro/ Data de\n\nProcesso Administrativo Nm.Inscricao\n\nde Origem Folha Inscricao Original\n\nDesmembrado Divida Ativa\n\n19.200.800 0049/077 24/12/2011 393881008\n\n39.388.100-8\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDevedor\n\nSUPERMARCAS PARTICIPACOES LTDA - ME\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nF.Legal\n\nPeriodo\n\nDescricao / Embasamento Legal\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n100.15\n\ndesde 01/12/1999 (COM AS ALTERACOES DA LEI N. 8.647, DE 13.04.93, DA LEI N. 9.506, DE 30.10.97 E DA LEI N. 9.876, DE 26/11/99) E ART. 28, I E PARAGRAFOS (COM A REDACAO DADA PELA LEI N. 9.528, DE 10.12.97); LEI N. 8.620, DE 05.01.93, ART. 7., PARAGRAFO 2.; LEI N. 9.311, DE 24.10.96, ART. 17, II; LEI N. 9.317, DE 05.12.96, ART. 3., PARAGRAFO 2., \"H\"; REGULAMENTO DA PREVIDENCIA SOCIAL - RPS, APROVADO PELO DECRETO N. 3.048, DE 06.05.99, ART. 9., I, \"G\" (ALINEA ACRESCENTADA PELO DECRETO N. 3.265, DE 29.11.99), PARAGRAFO 1. A 7., ART. 198, ART. 214, I, PARAGRAFOS 1. A 15, ART. 216, I, \"A\"(ALTERADO PELO DECRETO N. 4.729, DE 09.06.03) E \"B\" (ALTERACAO DO DECRETO N. 6.722, DE 20.12.08), PARAGRAFOS 1. A 6., ARTIGOS 217 E 218.\n\n600.00\n\nCORRECAO MONETARIA\n\n600.08\n\ndesde 01/01/1995 LEI N. 8.981, DE 20.01.95, ART. 6.. REGULAMENTO DA ORGANIZACAO E DO CUSTEIO DA SEGURIDADE SOCIAL-ROCSS, APROVADO PELO DECRETO N. 356, DE 07.12.91, COM A NOVA REDACAO DADA PELO DECRETO N. 612, DE 21.07.92 E ALTERACOES POSTERIORES, ART. 39, PARAGRAFO 5., RENUMERADO PARA PARAGRAFO 9., PELO ART. 1. DO DECRETO N. 738 DE 28.01.93, E PARAGRAFO 10 (ACRESCENTADO PELO DECRETO N. 738, DE 28.01.93); REGULAMENTO DA ORGANIZACAO E DO CUSTEIO DA SEGURIDADE SOCIAL-ROCSS, APROVADO PELO DECRETO N. 2.173, DE 05.03.97, ART. 58, I. VALORES ORIGINARIOS EM REAL E SEM ATUALIZACAO\n\n601.00\n\nACRESCIMOS LEGAIS - MULTA\n\n601.10 desde 01/12/2008 LEI N. 8.212, DE 24.07.91, ART. 35, (COMBINADO COM O ART.\n----------------------------------------------------------------------\n\n-------------------------------------------------- ------------\n\nJOSE DIOGO CYRILLO DA SILVA\n\nMAT- 0154373 F.0003\n\nDATA: 15/03/2014 LOCAL: PORTO ALEGRE\n\n(continua)\n\n\f*120140013846* 120140013846\n\nCERTIDAO DE DIVIDA ATIVA(CDA)\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nP G F N\n\nLivro/ Data de\n\nProcesso Administrativo Nm.Inscricao\n\nde Origem Folha Inscricao Original\n\nDesmembrado Divida Ativa\n\n19.200.800 0049/077 24/12/2011 393881008\n\n39.388.100-8\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDevedor\n\nSUPERMARCAS PARTICIPACOES LTDA - ME\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nF.Legal\n\nPeriodo\n\nDescricao / Embasamento Legal\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n601.10\n\ndesde 01/12/2008 61 DA LEI N. 9.430, DE 27.12.96) COM REDACAO DA MP N. 449 DE 04.12.2008, CONVERTIDA NA LEI N. 11.941, DE 27.05.2009.CALCULO DA MULTA: PARA PAGAMENTO DE OBRIGACAO VENCIDA, NAO INCLUIDA EM AUTO-DE-INFRACAO: 0,33%, POR DIA DE ATRASO, CALCULADA A PARTIR DO PRIMEIRO DIA SUBSEQUENTE AO DO VENCIMENTO DO PRAZO PREVISTO PARA O PAGAMENTO DA CONTRIBUICAO ATE O DIA EM QUE OCORRER O SEU PAGAMENTO, LIMITADO A 20%.\n\n602.00\n\nACRESCIMOS LEGAIS - JUROS\n\n602.07\n\n01/04/1997 30/11/2008 LEI N. 8.212, DE 24.07.91, ART. 34 (RESTABELECIDO COM A REDACAO DADA PELA MP N. 1.571, DE 01.04.97, ART. 1., E REEDICOES POSTERIORES ATE A MP N. 1.523-8, DE 28.05.97, E REEDICOES, REPUBLICADA NA MP N. 1.596-14, DE 10.11.97, CONVERTIDAS NA LEI N. 9.528, DE 10.12.97); REGULAMENTO DA ORGANIZACAO DO CUSTEIO DA SEGURIDADE SOCIAL - ROCSS, APROVADO PELO DECRETO N. 2.173, DE 05.03.97, ART. 58 , I, \"A\", \"B\", \"C\", PARAGRAFOS 1., 4. E 5. E ART. 61, PARAGRAFO UNICO; REGULAMENTO DA PREVIDENCIA SOCIAL, APROVADO PELO DECRETO N. 3.048, DE 06.05.1999, ART. 239, II, \"A\", \"B\" E \"C\", PARAGRAFOS 1., 4. E 7. E ART. 242, PARAGRAFO 2.; CALCULO DOS JUROS: JUROS CALCULADOS SOBRE O VALOR ORIGINARIO, MEDIANTE A APLICACAO DOS SEGUINTES PERCENTUAIS: A) 1% (UM POR CENTO) NO MES SUBSEQUENTE AO DA COMPETENCIA; B) TAXA MEDIA MENSAL DE CAPTACAO DO TESOURO NACIONAL RELATIVA A DIVIDA MOBILIARIA FEDERAL / TAXA REFERENCIAL DO SISTEMA ESPECIAL DE LIQUIDACAO E DE CUSTODIA - SELIC, NOS RESPECTIVOS PERIODOS; C) 1% (UM POR CENTO) NO MES DO PAGAMENTO.\n\n700.00 ENCARGO LEGAL DE 20% (VINTE POR CENTO)\n----------------------------------------------------------------------\n\n-------------------------------------------------- ------------\n\nJOSE DIOGO CYRILLO DA SILVA\n\nMAT- 0154373 F.0004\n\nDATA: 15/03/2014 LOCAL: PORTO ALEGRE\n\n(continua)\n\n\f*120140013846* 120140013846\n\nCERTIDAO DE DIVIDA ATIVA(CDA)\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nP G F N\n\nLivro/ Data de\n\nProcesso Administrativo Nm.Inscricao\n\nde Origem Folha Inscricao Original\n\nDesmembrado Divida Ativa\n\n19.200.800 0049/077 24/12/2011 393881008\n\n39.388.100-8\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDevedor\n\nSUPERMARCAS PARTICIPACOES LTDA - ME\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nF.Legal\n\nPeriodo\n\nDescricao / Embasamento Legal\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n700.01\n\ndesde 01/05/2007 DECRETO-LEI N. 1.025/69, ART. 1; DECRETO-LEI N. 1.645/78, ART. 3; LEI 7.799/89, ART. 64, PARAGRAFO 2 E LEI N. 8.383/91, ART. 57, PARAGRAFO 2.\n\n800.00\n\nPRAZO E OBRIGACAO DE RECOLHIMENTO - EMPRESAS EM GERAL\n\n800.10\n\n01/12/1999 30/09/2008 LEI N. 8.212, DE 24.07.91, ART. 30, I (COM A ALTERACAO DA LEI N. 8.620, DE 05.01.93, E DA LEI N. 9.876, DE 26.11.99); LEI N. 8.620, DE 05.01.93, ART. 7., PARAGRAFOS 1. E 2.; REGULAMENTO DA PREVIDENCIA SOCIAL, APROVADO PELO DECRETO N. 3.048, DE 06.05.1999, ART. 216, I, \"B\" E PARAGRAFOS 1. AO 6., COM AS ALTERACOES DO DECRETO N. 3.265, DE 29.11.99. PERIODO: A PARTIR DE 04.2003: LEI N. 8.212, DE 24.07.91, ART. 30, I (COM A ALTERACAO DA LEI N. 8.620, DE 05.01.93 E DA LEI N. 9.876, DE 26.11.99); LEI N. 8.620, DE 05.01.93, ART. 7., PARAGRAFOS 1. E 2.; LEI N. 10.666, DE 08.05.03, ART. 4., PARAGRAFO 1., COMBINADO COM O ART. 15; REGULAMENTO DA PREVIDENCIA SOCIAL, APROVADO PELO DECRETO N. 3.048, DE 06.05.99, ART. 216, I, \"B\" E PARAGRAFOS 1. AO 6., COM AS ALTERACOES DO DECRETO N. 3.265, DE 29.11.99.\n\n800.11 desde 01/10/2008 LEI N. 8.212, DE 24.07.91, ART. 30, I (COM A ALTERACAO DA LEI N. 8.620, DE 05.01.93, DA LEI N. 9.876, DE 26.11.99, DA MP N. 351, DE 22.01.07, CONVERTIDA NA LEI N. 11.488, DE 25.06.07 E DA MP N. 447, DE 14.11.08, CONVERTIDA NA LEI N. 11.933, DE 28.04.2009); LEI N. 8.620, DE 05.01.93, ART. 7., PARAGRAFOS 1. E 2.; LEI N. 10.666, DE 08.05.03, ART. 4., PARAGRAFO 1., COMBINADO COM O ART. 15; REGULAMENTO DA PREVIDENCIA SOCIAL, APROVADO PELO DECRETO N. 3.048, DE\n----------------------------------------------------------------------\n\n-------------------------------------------------- ------------\n\nJOSE DIOGO CYRILLO DA SILVA\n\nMAT- 0154373 F.0005\n\nDATA: 15/03/2014 LOCAL: PORTO ALEGRE\n\n(continua)\n\n\f*120140013846* 120140013846\n\nCERTIDAO DE DIVIDA ATIVA(CDA)\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nP G F N\n\nLivro/ Data de\n\nProcesso Administrativo Nm.Inscricao\n\nde Origem Folha Inscricao Original\n\nDesmembrado Divida Ativa\n\n19.200.800 0049/077 24/12/2011 393881008\n\n39.388.100-8\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDevedor\n\nSUPERMARCAS PARTICIPACOES LTDA - ME\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nF.Legal\n\nPeriodo\n\nDescricao / Embasamento Legal\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n800.11 desde 01/10/2008 06.05.99, ART. 216, I, \"B\" E PARAGRAFOS 1. AO 6., COM AS ALTERACOES DO DECRETO N. 3.265, DE 29.11.99.\n----------------------------------------------------------------------\n\nE para que se possa proceder a cobranca em acao propria, nos termos da Lei No. 6830 de 22/09/80, art 20. e seus paragrafos e demais dispositivos legais em vigor, foi extraida a presente certidao.\nSobre o valor total incide encargos legais previsto no DecretoLei No. 1.025/69,alterado pelo Decreto-Lei No. 1.645/78, e custas processuais.\n\n-------------------------------------------------- ------------\n\nJOSE DIOGO CYRILLO DA SILVA\n\nMAT- 0154373 F.0006\n\nDATA: 15/03/2014 LOCAL: PORTO ALEGRE\n\n(final)\n\n\f*120140013846* 120140013846\n\nCERTIDAO DE DIVIDA ATIVA(CDA)\n\nCertifico que do registroda divida ativa da Uniao consta a inscricao da divida cujo os dados sao os seguintes:\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nP G F N\n\nLivro/ Data de\n\nProcesso Administrativo Nm.Inscricao\n\nde Origem Folha Inscricao Original\n\nDesmembrado Divida Ativa\n\n19.200.800 0049/078 24/12/2011 393881016\n\n39.388.101-6\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDevedor\n\nSUPERMARCAS PARTICIPACOES LTDA - ME\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nEndereco\n\nTelefone\n\nR PADRE CHAGAS 79 CONJ. 401\n\nCEP\n\nBairro\n\nMunicipio\n\nUF\n\n90570-080 MOINHOS DE VENTO\n\nPORTO ALEGRE\n\nRS\n\nIdentificacao\n\nCGC: 88.789.599/0001-35\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nPeriodo da Divida\n\nValor Originario Moeda\n\n01/2008 a 10/2008\n\n3.328,23 REAL\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDocumento Original DCGB - DCG BATCH\n\nOrgao de Origem 19.001.010 Lancamento 27/11/2010 Calculo 15/03/2014\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nPrinc.Atualizado\n\nJuros\n\nMulta\n\nValor Total\n\n3.328,23\n\n1.828,46\n\n665,68\n\n5.822,37\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nF.Legal\n\nPeriodo\n\nDescricao / Embasamento Legal\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n041.00\n\nATRIBUICAO DE COMPETENCIA PARA FISCALIZAR, ARRECADAR E COBRA\n\n041.02 desde 01/11/2004 PERIODO DE 11/2004 A 12/2004 MP N. 222, DE 04.10.2004, ARTIGOS 1. E 3., POSTERIORMENTE CONVERTIDA NA LEI N. 11.098, DE 13.01.2005, ARTIGOS 1. E 3.; DECRETO N. 5.256, DE 27.10.2004, ANEXO I, ART. 18, I. PERIODO DE 01/2005 A 02/2005 MP N. 222, DE 04.10.2004, ARTIGOS 1. E 3., CONVERTIDA NA LEI N. 11.098, DE 13.01.2005, ARTIGOS 1. E 3.; DECRETO N. 5.256, DE 27.10.2004, ANEXO I, ART. 18, I. PERIODO DE 03/2005 A 05/2005 LEI N. 11.098, DE 13.01.2005, ARTIGOS 1. E 3.; DECRETO N. 5.256, DE 27.10.2004, ANEXO I, ART. 18, I; DECRETO N. 5.403, DE 28.03.2005, ANEXO I, ART.\n----------------------------------------------------------------------\n\n-------------------------------------------------- ------------\n\nJOSE DIOGO CYRILLO DA SILVA\n\nMAT- 0154373 F.0001\n\nDATA: 15/03/2014 LOCAL: PORTO ALEGRE\n\n(continua)\n\n\f*120140013846* 120140013846\n\nCERTIDAO DE DIVIDA ATIVA(CDA)\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nP G F N\n\nLivro/ Data de\n\nProcesso Administrativo Nm.Inscricao\n\nde Origem Folha Inscricao Original\n\nDesmembrado Divida Ativa\n\n19.200.800 0049/078 24/12/2011 393881016\n\n39.388.101-6\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDevedor\n\nSUPERMARCAS PARTICIPACOES LTDA - ME\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nF.Legal\n\nPeriodo\n\nDescricao / Embasamento Legal\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n041.02\n\ndesde 01/11/2004 15, I. PERIODO DE 06/2005 A 14.08.2005 LEI N. 11.098, DE 13.01.2005, ARTIGOS 1. E 3.; DECRETO N. 5.403, DE 28.03.2005, ANEXO I, ART. 15, I; DECRETO N. 5.469, DE 15.06.2005, ANEXO I, ART. 18, I. A PARTIR DE 15.08.2005 MP N. 258, DE 21.07.2005, ART. 3., CAPUT E PARAGRAFO 1., ART. 10 E INCISO I DO ART. 12. A PARTIR DE 19.11.2005 LEI N. 11.098, DE 13.01.2005, ARTIGOS 1. E 3.; DECRETO N. 5.469, DE 15.06.2005, ANEXO I, ART. 18, I. A PARTIR DE 02.05.2007 LEI N. 11.457, DE 16.03.07, ARTS. 2 E 3.\n\n089.00\n\nGFIP - GUIA DE RECOLHIMENTO DO FGTS E INFORMACOES A PREVIDENCIA SOCIAL\n\n089.03\n\n01/11/2004 30/11/2008 LEI N. 8.212, DE 24.07.91, ART. 32, IV (ACRESCENTADO PELA MP N. 1.596-14/97, CONVERTIDA NA LEI N. 9.528, DE 10.12.97, COMBINADO COM OS PARAGRAFOS 4. E 7.) E ART. 33 (COM A REDACAO POSTERIOR DA LEI N. 10.256, DE 09.07.2001), PARAGRAFO 7. (ACRESCENTADO PELA MP N. 1.596-14/97, CONVERTIDA NA LEI N. 9.528, DE 10.12.97); DECRETO N. 2.803, DE 20.10.98; REGULAMENTO DA PREVIDENCIA SOCIAL - RPS, APROVADO PELO DECRETO N. 3.048, DE 06.05.99, ART. 225, IV, PARAGRAFOS 1., 2., 3. E 4. E ART. 245, CAPUT E PARAGRAFO 1.\n\n200.00\n\nCONTRIBUICAO DA EMPRESA SOBRE A REMUNERACAO DE EMPREGADOS\n\n200.08 desde 01/12/1999 LEI N. 8.212, DE 24.07.91, ART. 22, I (COM A REDACAO DADA PELA LEI N. 9.876, DE 26.11.99); REGULAMENTO DA PREVIDENCIA SOCIAL, APROVADO PELO DECRETO N. 3.048, DE 06.05.99, ART. 12, I E PARAGRAFO UNICO, ART. 201, I,\n----------------------------------------------------------------------\n\n-------------------------------------------------- ------------\n\nJOSE DIOGO CYRILLO DA SILVA\n\nMAT- 0154373 F.0002\n\nDATA: 15/03/2014 LOCAL: PORTO ALEGRE\n\n(continua)\n\n\f*120140013846* 120140013846\n\nCERTIDAO DE DIVIDA ATIVA(CDA)\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nP G F N\n\nLivro/ Data de\n\nProcesso Administrativo Nm.Inscricao\n\nde Origem Folha Inscricao Original\n\nDesmembrado Divida Ativa\n\n19.200.800 0049/078 24/12/2011 393881016\n\n39.388.101-6\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDevedor\n\nSUPERMARCAS PARTICIPACOES LTDA - ME\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nF.Legal\n\nPeriodo\n\nDescricao / Embasamento Legal\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n200.08 desde 01/12/1999 PARAGRAFO 1. E ART. 216, I, \"B\" (COM AS ALTERACOES DADAS PELO DECRETO N. 3.265, DE 29.11.99).\n\n301.00\n\nCONTRIBUICAO DAS EMPRESAS PARA FINANCIAMENTO DOS BENEFICIOS EM RAZAO DA INCAPACIDADE LABORATIVA\n\n301.08\n\ndesde 01/12/1999 LEI N. 8.212, DE 24.07.91, ART. 22, II (COM A REDACAO DADA PELA LEI N. 9.732, DE 11.12.98); REGULAMENTO DA PREVIDENCIA SOCIAL, APROVADO PELO DECRETO N. 3.048, DE 06.05.99, ART. 12, I, PARAGRAFO UNICO, NA REDACAO DADA PELO DECRETO N. 3.265, DE 29.11.99, ART. 202, I, II E III E PARAGRAFOS 1. AO 6.. A PARTIR DE 01/2010 LEI N. 8.212, DE 24.07.91, ART. 22, II (COM A REDACAO DADA PELA LEI N. 9.732, DE 11.12.98); REGULAMENTO DA PREVIDENCIA SOCIAL, APROVADO PELO DECRETO N. 3.048, DE 06.05.99, ART. 12, I, PARAGRAFO UNICO, NA REDACAO DADA PELO DECRETO N. 3.265, DE 29.11.99, ART. 202, I, II E III E PARAGRAFOS 1. AO 6 E ART. 202-A (ACRESCENTADO PELO DECRETO N. 6.042, DE 12.02.07, COM REDACAO DO DECRETO N. 6.957, DE 09.09.09) E DECRETO N. 6.957, DE 09.09.10, ARTIGOS 2. E 4..\n\n400.00\n\nCONTRIBUICAO DEVIDA A TERCEIROS - SALARIO EDUCACAO\n\n400.05 desde 01/11/2004 CONSTITUICAO FEDERAL, ART. 212, PARAGRAFO 5., COMBINADO COM O ART. 34, CAPUT, DAS DISPOSICOES CONSTITUCIONAIS TRANSITORIAS; LEI N. 9.424, DE 26.12.96, ART. 15, CAPUT; MP N. 1.565, DE 09.01.97 E REEDICOES ATE A MP N. 1.607, DE 11.12.97, E REEDICOES ATE A MP N. 1.607-24, DE 19.11.98, CONVERTIDAS NA LEI N. 9.766, DE 18.12.98; LEI N. 9.601, DE\n----------------------------------------------------------------------\n\n-------------------------------------------------- ------------\n\nJOSE DIOGO CYRILLO DA SILVA\n\nMAT- 0154373 F.0003\n\nDATA: 15/03/2014 LOCAL: PORTO ALEGRE\n\n(continua)\n\n\f*120140013846* 120140013846\n\nCERTIDAO DE DIVIDA ATIVA(CDA)\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nP G F N\n\nLivro/ Data de\n\nProcesso Administrativo Nm.Inscricao\n\nde Origem Folha Inscricao Original\n\nDesmembrado Divida Ativa\n\n19.200.800 0049/078 24/12/2011 393881016\n\n39.388.101-6\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDevedor\n\nSUPERMARCAS PARTICIPACOES LTDA - ME\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nF.Legal\n\nPeriodo\n\nDescricao / Embasamento Legal\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n400.05\n\ndesde 01/11/2004 21.01.98, ART. 2.; DECRETO N. 3.142, DE 16.08.99, ART. 1., 2., 6., INCISO II PARAGRAFO 1.; MP N. 222, DE 04.10.2004, ART. 3., POSTERIORMENTE CONVERTIDA NA LEI N. 11.098, DE 13.01.2005, ARTIGO 3., DECRETO N. 87.043, DE 22.03.82, ARTIGOS 1., 2., 3., I, PARAGRAFOS 1., 2., 4., 5. E ART. 13; DECRETO N. 5.256, DE 27.10.2004, ART. 18, I. A PARTIR DE 01.01.2007: CONSTITUICAO FEDERAL, ART. 212, PARAGRAFO 5., COMBINADO COM O ART.34, CAPUT, DAS DISPOSICOES CONSTITUCIONAIS TRANSITORIAS; LEI N. 9.424, DE 26.12.96, ART. 15, CAPUT; LEI N. 9.766, DE 18..12.98, ART. 1.; DECRETO N. 6003, DE 28.12.06, ARTIGO 1., PARAGRAFO 1. E ARTIGOS 10 E 11.\n\n405.00\n\nTERCEIROS - INCRA\n\n405.04\n\ndesde 01/11/2004 LEI N. 2.613, DE 23.09.55, ART. 6., PARAGRAFO 4., (COM AS ALTERACOES DA LEI N. 4.863, DE 29.11.65, ART. 35, PARAGRAFO 2., VIII); DECRETO-LEI N. 1.146, DE 31.12.70, ART. 1., I, ITEM 2, ARTIGOS 3. E 4.; LEI COMPLEMENTAR N. 11, DE 25.05.71, ART. 15, II; DECRETO-LEI N. 2.318, DE 30.12.86, ART. 3.; MP N. 222, DE 04.10.2004, ART. 3.; DECRETO N. 5.256, DE 27.10.2004, ART. 18, I.\n\n413.00\n\nTERCEIROS - SENAC\n\n413.04 desde 01/11/2004 DECRETO-LEI N. 8.621, DE 10.01.46, ARTIGOS 4. E 5.; DECRETOLEI N. 2.318, DE 30.12.86, ARTIGOS 1. E 3.; MP N. 222, DE 04.10.2004, ART. 3.; DECRETO N. 5.256, DE 27.10.2004, ART. 18, I.\n----------------------------------------------------------------------\n\n-------------------------------------------------- ------------\n\nJOSE DIOGO CYRILLO DA SILVA\n\nMAT- 0154373 F.0004\n\nDATA: 15/03/2014 LOCAL: PORTO ALEGRE\n\n(continua)\n\n\f*120140013846* 120140013846\n\nCERTIDAO DE DIVIDA ATIVA(CDA)\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nP G F N\n\nLivro/ Data de\n\nProcesso Administrativo Nm.Inscricao\n\nde Origem Folha Inscricao Original\n\nDesmembrado Divida Ativa\n\n19.200.800 0049/078 24/12/2011 393881016\n\n39.388.101-6\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDevedor\n\nSUPERMARCAS PARTICIPACOES LTDA - ME\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nF.Legal\n\nPeriodo\n\nDescricao / Embasamento Legal\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n414.00\n\nTERCEIROS - SESC\n\n414.04\n\ndesde 01/11/2004 DECRETO-LEI N. 9.853, DE 13.09.46, ART. 3.; DECRETO-LEI N. 2.318, DE 30.12.86, ARTIGOS 1. E 3.; MP N. 222, DE 04.10.2004, ART. 3.; DECRETO N. 5.256, DE 27.10.2004, ART. 18, I.\n\n415.00\n\nTERCEIROS - SEBRAE\n\n415.04\n\ndesde 01/11/2004 LEI N. 8.029, DE 12.04.90, ART. 8.,PARAGRAFO 3. (COM A REDACAO DADA PELA LEI N. 8.154, DE 28.12.90), COMBINADO COM O ART. 1. DO DECRETO-LEI N. 2.318, DE 30.12.86 E PARAGRAFO 4.; MP N. 222, DE 04.10.2004, ART. 3.; DECRETO N. 5.256, DE 27.10.2004, ART. 18, I.\n\n600.00\n\nCORRECAO MONETARIA\n\n600.08 desde 01/01/1995 LEI N. 8.981, DE 20.01.95, ART. 6.. REGULAMENTO DA ORGANIZACAO E DO CUSTEIO DA SEGURIDADE SOCIAL-ROCSS, APROVADO PELO DECRETO N. 356, DE 07.12.91, COM A NOVA REDACAO DADA PELO DECRETO N. 612, DE 21.07.92 E ALTERACOES POSTERIORES, ART. 39, PARAGRAFO 5., RENUMERADO PARA PARAGRAFO 9., PELO ART. 1. DO DECRETO N. 738 DE 28.01.93, E PARAGRAFO 10 (ACRESCENTADO PELO DECRETO N. 738, DE 28.01.93); REGULAMENTO DA ORGANIZACAO E DO CUSTEIO DA SEGURIDADE SOCIAL-ROCSS, APROVADO PELO DECRETO N. 2.173, DE 05.03.97, ART. 58, I. VALORES ORIGINARIOS EM REAL E SEM ATUALIZACAO\n----------------------------------------------------------------------\n\n-------------------------------------------------- ------------\n\nJOSE DIOGO CYRILLO DA SILVA\n\nMAT- 0154373 F.0005\n\nDATA: 15/03/2014 LOCAL: PORTO ALEGRE\n\n(continua)\n\n\f*120140013846* 120140013846\n\nCERTIDAO DE DIVIDA ATIVA(CDA)\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nP G F N\n\nLivro/ Data de\n\nProcesso Administrativo Nm.Inscricao\n\nde Origem Folha Inscricao Original\n\nDesmembrado Divida Ativa\n\n19.200.800 0049/078 24/12/2011 393881016\n\n39.388.101-6\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDevedor\n\nSUPERMARCAS PARTICIPACOES LTDA - ME\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nF.Legal\n\nPeriodo\n\nDescricao / Embasamento Legal\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n601.00\n\nACRESCIMOS LEGAIS - MULTA\n\n601.10\n\ndesde 01/12/2008 LEI N. 8.212, DE 24.07.91, ART. 35, (COMBINADO COM O ART. 61 DA LEI N. 9.430, DE 27.12.96) COM REDACAO DA MP N. 449 DE 04.12.2008, CONVERTIDA NA LEI N. 11.941, DE 27.05.2009.CALCULO DA MULTA: PARA PAGAMENTO DE OBRIGACAO VENCIDA, NAO INCLUIDA EM AUTO-DE-INFRACAO: 0,33%, POR DIA DE ATRASO, CALCULADA A PARTIR DO PRIMEIRO DIA SUBSEQUENTE AO DO VENCIMENTO DO PRAZO PREVISTO PARA O PAGAMENTO DA CONTRIBUICAO ATE O DIA EM QUE OCORRER O SEU PAGAMENTO, LIMITADO A 20%.\n\n602.00\n\nACRESCIMOS LEGAIS - JUROS\n\n602.07 01/04/1997 30/11/2008 LEI N. 8.212, DE 24.07.91, ART. 34 (RESTABELECIDO COM A REDACAO DADA PELA MP N. 1.571, DE 01.04.97, ART. 1., E REEDICOES POSTERIORES ATE A MP N. 1.523-8, DE 28.05.97, E REEDICOES, REPUBLICADA NA MP N. 1.596-14, DE 10.11.97, CONVERTIDAS NA LEI N. 9.528, DE 10.12.97); REGULAMENTO DA ORGANIZACAO DO CUSTEIO DA SEGURIDADE SOCIAL - ROCSS, APROVADO PELO DECRETO N. 2.173, DE 05.03.97, ART. 58 , I, \"A\", \"B\", \"C\", PARAGRAFOS 1., 4. E 5. E ART. 61, PARAGRAFO UNICO; REGULAMENTO DA PREVIDENCIA SOCIAL, APROVADO PELO DECRETO N. 3.048, DE 06.05.1999, ART. 239, II, \"A\", \"B\" E \"C\", PARAGRAFOS 1., 4. E 7. E ART. 242, PARAGRAFO 2.; CALCULO DOS JUROS: JUROS CALCULADOS SOBRE O VALOR ORIGINARIO, MEDIANTE A APLICACAO DOS SEGUINTES PERCENTUAIS: A) 1% (UM POR CENTO) NO MES SUBSEQUENTE AO DA COMPETENCIA; B) TAXA MEDIA MENSAL DE CAPTACAO DO TESOURO NACIONAL RELATIVA A DIVIDA MOBILIARIA FEDERAL / TAXA\n----------------------------------------------------------------------\n\n-------------------------------------------------- ------------\n\nJOSE DIOGO CYRILLO DA SILVA\n\nMAT- 0154373 F.0006\n\nDATA: 15/03/2014 LOCAL: PORTO ALEGRE\n\n(continua)\n\n\f*120140013846* 120140013846\n\nCERTIDAO DE DIVIDA ATIVA(CDA)\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nP G F N\n\nLivro/ Data de\n\nProcesso Administrativo Nm.Inscricao\n\nde Origem Folha Inscricao Original\n\nDesmembrado Divida Ativa\n\n19.200.800 0049/078 24/12/2011 393881016\n\n39.388.101-6\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDevedor\n\nSUPERMARCAS PARTICIPACOES LTDA - ME\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nF.Legal\n\nPeriodo\n\nDescricao / Embasamento Legal\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n602.07\n\n01/04/1997 30/11/2008 REFERENCIAL DO SISTEMA ESPECIAL DE LIQUIDACAO E DE CUSTODIA - SELIC, NOS RESPECTIVOS PERIODOS; C) 1% (UM POR CENTO) NO MES DO PAGAMENTO.\n\n700.00\n\nENCARGO LEGAL DE 20% (VINTE POR CENTO)\n\n700.01\n\ndesde 01/05/2007 DECRETO-LEI N. 1.025/69, ART. 1; DECRETO-LEI N. 1.645/78, ART. 3; LEI 7.799/89, ART. 64, PARAGRAFO 2 E LEI N. 8.383/91, ART. 57, PARAGRAFO 2.\n\n800.00\n\nPRAZO E OBRIGACAO DE RECOLHIMENTO - EMPRESAS EM GERAL\n\n800.10\n\n01/12/1999 30/09/2008 LEI N. 8.212, DE 24.07.91, ART. 30, I (COM A ALTERACAO DA LEI N. 8.620, DE 05.01.93, E DA LEI N. 9.876, DE 26.11.99); LEI N. 8.620, DE 05.01.93, ART. 7., PARAGRAFOS 1. E 2.; REGULAMENTO DA PREVIDENCIA SOCIAL, APROVADO PELO DECRETO N. 3.048, DE 06.05.1999, ART. 216, I, \"B\" E PARAGRAFOS 1. AO 6., COM AS ALTERACOES DO DECRETO N. 3.265, DE 29.11.99. PERIODO: A PARTIR DE 04.2003: LEI N. 8.212, DE 24.07.91, ART. 30, I (COM A ALTERACAO DA LEI N. 8.620, DE 05.01.93 E DA LEI N. 9.876, DE 26.11.99); LEI N. 8.620, DE 05.01.93, ART. 7., PARAGRAFOS 1. E 2.; LEI N. 10.666, DE 08.05.03, ART. 4., PARAGRAFO 1., COMBINADO COM O ART. 15; REGULAMENTO DA PREVIDENCIA SOCIAL, APROVADO PELO DECRETO N. 3.048, DE 06.05.99, ART. 216, I, \"B\" E PARAGRAFOS 1. AO 6., COM AS ALTERACOES DO DECRETO N. 3.265, DE 29.11.99.\n\n800.11 desde 01/10/2008 LEI N. 8.212, DE 24.07.91, ART. 30, I (COM A ALTERACAO DA\n----------------------------------------------------------------------\n\n-------------------------------------------------- ------------\n\nJOSE DIOGO CYRILLO DA SILVA\n\nMAT- 0154373 F.0007\n\nDATA: 15/03/2014 LOCAL: PORTO ALEGRE\n\n(continua)\n\n\f*120140013846* 120140013846\n\nCERTIDAO DE DIVIDA ATIVA(CDA)\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nP G F N\n\nLivro/ Data de\n\nProcesso Administrativo Nm.Inscricao\n\nde Origem Folha Inscricao Original\n\nDesmembrado Divida Ativa\n\n19.200.800 0049/078 24/12/2011 393881016\n\n39.388.101-6\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDevedor\n\nSUPERMARCAS PARTICIPACOES LTDA - ME\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nF.Legal\n\nPeriodo\n\nDescricao / Embasamento Legal\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n800.11 desde 01/10/2008 LEI N. 8.620, DE 05.01.93, DA LEI N. 9.876, DE 26.11.99, DA MP N. 351, DE 22.01.07, CONVERTIDA NA LEI N. 11.488, DE 25.06.07 E DA MP N. 447, DE 14.11.08, CONVERTIDA NA LEI N. 11.933, DE 28.04.2009); LEI N. 8.620, DE 05.01.93, ART. 7., PARAGRAFOS 1. E 2.; LEI N. 10.666, DE 08.05.03, ART. 4., PARAGRAFO 1., COMBINADO COM O ART. 15; REGULAMENTO DA PREVIDENCIA SOCIAL, APROVADO PELO DECRETO N. 3.048, DE 06.05.99, ART. 216, I, \"B\" E PARAGRAFOS 1. AO 6., COM AS ALTERACOES DO DECRETO N. 3.265, DE 29.11.99.\n----------------------------------------------------------------------\n\nE para que se possa proceder a cobranca em acao propria, nos termos da Lei No. 6830 de 22/09/80, art 20. e seus paragrafos e demais dispositivos legais em vigor, foi extraida a presente certidao.\nSobre o valor total incide encargos legais previsto no DecretoLei No. 1.025/69,alterado pelo Decreto-Lei No. 1.645/78, e custas processuais.\n\n-------------------------------------------------- ------------\n\nJOSE DIOGO CYRILLO DA SILVA\n\nMAT- 0154373 F.0008\n\nDATA: 15/03/2014 LOCAL: PORTO ALEGRE\n\n(final)\n\n\f*120140013846* 120140013846\n\nCERTIDAO DE DIVIDA ATIVA(CDA)\n\nCertifico que do registroda divida ativa da Uniao consta a inscricao da divida cujo os dados sao os seguintes:\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nP G F N\n\nLivro/ Data de\n\nProcesso Administrativo Nm.Inscricao\n\nde Origem Folha Inscricao Original\n\nDesmembrado Divida Ativa\n\n19.200.800 0092/461 28/02/2014 431328811\n\n43.132.881-1\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDevedor\n\nSUPERMARCAS PARTICIPACOES LTDA - ME\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nEndereco\n\nTelefone\n\nR PADRE CHAGAS 79 CONJ. 401\n\nCEP\n\nBairro\n\nMunicipio\n\nUF\n\n90570-080 MOINHOS DE VENTO\n\nPORTO ALEGRE\n\nRS\n\nIdentificacao\n\nCGC: 88.789.599/0001-35\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nPeriodo da Divida\n\nValor Originario Moeda\n\n04/2010 a 07/2013\n\n8.648,03 REAL\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDocumento Original DCGB - DCG BATCH\n\nOrgao de Origem 19.001.010 Lancamento 21/08/2013 Calculo 15/03/2014\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nPrinc.Atualizado\n\nJuros\n\nMulta\n\nValor Total\n\n8.648,03\n\n1.183,22\n\n1.729,57\n\n11.560,82\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nF.Legal\n\nPeriodo\n\nDescricao / Embasamento Legal\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n041.00\n\nATRIBUICAO DE COMPETENCIA PARA FISCALIZAR, ARRECADAR E COBRA\n\n041.02 desde 01/11/2004 PERIODO DE 11/2004 A 12/2004 MP N. 222, DE 04.10.2004, ARTIGOS 1. E 3., POSTERIORMENTE CONVERTIDA NA LEI N. 11.098, DE 13.01.2005, ARTIGOS 1. E 3.; DECRETO N. 5.256, DE 27.10.2004, ANEXO I, ART. 18, I. PERIODO DE 01/2005 A 02/2005 MP N. 222, DE 04.10.2004, ARTIGOS 1. E 3., CONVERTIDA NA LEI N. 11.098, DE 13.01.2005, ARTIGOS 1. E 3.; DECRETO N. 5.256, DE 27.10.2004, ANEXO I, ART. 18, I. PERIODO DE 03/2005 A 05/2005 LEI N. 11.098, DE 13.01.2005, ARTIGOS 1. E 3.; DECRETO N. 5.256, DE 27.10.2004, ANEXO I, ART. 18, I; DECRETO N. 5.403, DE 28.03.2005, ANEXO I, ART.\n----------------------------------------------------------------------\n\n-------------------------------------------------- ------------\n\nJOSE DIOGO CYRILLO DA SILVA\n\nMAT- 0154373 F.0001\n\nDATA: 15/03/2014 LOCAL: PORTO ALEGRE\n\n(continua)\n\n\f*120140013846* 120140013846\n\nCERTIDAO DE DIVIDA ATIVA(CDA)\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nP G F N\n\nLivro/ Data de\n\nProcesso Administrativo Nm.Inscricao\n\nde Origem Folha Inscricao Original\n\nDesmembrado Divida Ativa\n\n19.200.800 0092/461 28/02/2014 431328811\n\n43.132.881-1\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDevedor\n\nSUPERMARCAS PARTICIPACOES LTDA - ME\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nF.Legal\n\nPeriodo\n\nDescricao / Embasamento Legal\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n041.02\n\ndesde 01/11/2004 15, I. PERIODO DE 06/2005 A 14.08.2005 LEI N. 11.098, DE 13.01.2005, ARTIGOS 1. E 3.; DECRETO N. 5.403, DE 28.03.2005, ANEXO I, ART. 15, I; DECRETO N. 5.469, DE 15.06.2005, ANEXO I, ART. 18, I. A PARTIR DE 15.08.2005 MP N. 258, DE 21.07.2005, ART. 3., CAPUT E PARAGRAFO 1., ART. 10 E INCISO I DO ART. 12. A PARTIR DE 19.11.2005 LEI N. 11.098, DE 13.01.2005, ARTIGOS 1. E 3.; DECRETO N. 5.469, DE 15.06.2005, ANEXO I, ART. 18, I. A PARTIR DE 02.05.2007 LEI N. 11.457, DE 16.03.07, ARTS. 2 E 3.\n\n089.00\n\nGFIP - GUIA DE RECOLHIMENTO DO FGTS E INFORMACOES A PREVIDENCIA SOCIAL\n\n089.04\n\ndesde 01/12/2008 LEI N. 8.212, DE 24.07.91, ART. 32, IV (ACRESCENTADO PELA MP N. 1.596-14/97, COM REDACAO DA MP N. 449, DE 03.12.2008, CONVERTIDA NA LEI N. 11.941, DE 27.05.2009) E ART. 33 (COM A REDACAO DA LEI N. 10.256, DE 09.07.2001E ALTERACAO DA MP N. 449, DE 03.12.08, CONVERTIDA NA LEI N. 11.941, DE 27.05.09), PARAGRAFO 7. (ACRESCENTADO PELA MP N. 1.59614/97, CONVERTIDA NA LEI N. 9.528, DE 10.12.97, ALTERADA PELA MP N. 449, DE 03.12.08, CONVERTIDA NA LEI N. 11.941, DE 2705.09) REDACAO); DECRETO N. 2.803, DE 20.10.98; REGULAMENTO DA PREVIDENCIA SOCIAL - RPS, APROVADO PELO DECRETO N. 3.048, DE 06.05.99, ART. 225, IV, PARAGRAFOS 1., 2., 3. E 4. E ART. 245, CAPUT E PARAGRAFO 1.;\n\n100.00\n\nCONTRIBUICAO DOS SEGURADOS (EMPREGADOS, TRABALHADORES TEMPORARIOS E AVULSOS)\n\n100.15 desde 01/12/1999 LEI N. 8.212, DE 24.07.91, ART. 20 (COM A REDACAO DADA PELA\n----------------------------------------------------------------------\n\n-------------------------------------------------- ------------\n\nJOSE DIOGO CYRILLO DA SILVA\n\nMAT- 0154373 F.0002\n\nDATA: 15/03/2014 LOCAL: PORTO ALEGRE\n\n(continua)\n\n\f*120140013846* 120140013846\n\nCERTIDAO DE DIVIDA ATIVA(CDA)\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nP G F N\n\nLivro/ Data de\n\nProcesso Administrativo Nm.Inscricao\n\nde Origem Folha Inscricao Original\n\nDesmembrado Divida Ativa\n\n19.200.800 0092/461 28/02/2014 431328811\n\n43.132.881-1\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDevedor\n\nSUPERMARCAS PARTICIPACOES LTDA - ME\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nF.Legal\n\nPeriodo\n\nDescricao / Embasamento Legal\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n100.15\n\ndesde 01/12/1999 LEI N. 9.032, DE 28.04.95, ALTERADA POSTERIORMENTE PELA LEI N. 9.129, DE 20.11.95), COMBINADO COM OS ARTIGOS 12, I (COM AS ALTERACOES DA LEI N. 8.647, DE 13.04.93, DA LEI N. 9.506, DE 30.10.97 E DA LEI N. 9.876, DE 26/11/99) E ART. 28, I E PARAGRAFOS (COM A REDACAO DADA PELA LEI N. 9.528, DE 10.12.97); LEI N. 8.620, DE 05.01.93, ART. 7., PARAGRAFO 2.; LEI N. 9.311, DE 24.10.96, ART. 17, II; LEI N. 9.317, DE 05.12.96, ART. 3., PARAGRAFO 2., \"H\"; REGULAMENTO DA PREVIDENCIA SOCIAL - RPS, APROVADO PELO DECRETO N. 3.048, DE 06.05.99, ART. 9., I, \"G\" (ALINEA ACRESCENTADA PELO DECRETO N. 3.265, DE 29.11.99), PARAGRAFO 1. A 7., ART. 198, ART. 214, I, PARAGRAFOS 1. A 15, ART. 216, I, \"A\"(ALTERADO PELO DECRETO N. 4.729, DE 09.06.03) E \"B\" (ALTERACAO DO DECRETO N. 6.722, DE 20.12.08), PARAGRAFOS 1. A 6., ARTIGOS 217 E 218.\n\n600.00\n\nCORRECAO MONETARIA\n\n600.08\n\ndesde 01/01/1995 LEI N. 8.981, DE 20.01.95, ART. 6.. REGULAMENTO DA ORGANIZACAO E DO CUSTEIO DA SEGURIDADE SOCIAL-ROCSS, APROVADO PELO DECRETO N. 356, DE 07.12.91, COM A NOVA REDACAO DADA PELO DECRETO N. 612, DE 21.07.92 E ALTERACOES POSTERIORES, ART. 39, PARAGRAFO 5., RENUMERADO PARA PARAGRAFO 9., PELO ART. 1. DO DECRETO N. 738 DE 28.01.93, E PARAGRAFO 10 (ACRESCENTADO PELO DECRETO N. 738, DE 28.01.93); REGULAMENTO DA ORGANIZACAO E DO CUSTEIO DA SEGURIDADE SOCIAL-ROCSS, APROVADO PELO DECRETO N. 2.173, DE 05.03.97, ART. 58, I. VALORES ORIGINARIOS EM REAL E SEM ATUALIZACAO\n\n601.00 ACRESCIMOS LEGAIS - MULTA\n----------------------------------------------------------------------\n\n-------------------------------------------------- ------------\n\nJOSE DIOGO CYRILLO DA SILVA\n\nMAT- 0154373 F.0003\n\nDATA: 15/03/2014 LOCAL: PORTO ALEGRE\n\n(continua)\n\n\f*120140013846* 120140013846\n\nCERTIDAO DE DIVIDA ATIVA(CDA)\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nP G F N\n\nLivro/ Data de\n\nProcesso Administrativo Nm.Inscricao\n\nde Origem Folha Inscricao Original\n\nDesmembrado Divida Ativa\n\n19.200.800 0092/461 28/02/2014 431328811\n\n43.132.881-1\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDevedor\n\nSUPERMARCAS PARTICIPACOES LTDA - ME\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nF.Legal\n\nPeriodo\n\nDescricao / Embasamento Legal\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n601.10\n\ndesde 01/12/2008 LEI N. 8.212, DE 24.07.91, ART. 35, (COMBINADO COM O ART. 61 DA LEI N. 9.430, DE 27.12.96) COM REDACAO DA MP N. 449 DE 04.12.2008, CONVERTIDA NA LEI N. 11.941, DE 27.05.2009.CALCULO DA MULTA: PARA PAGAMENTO DE OBRIGACAO VENCIDA, NAO INCLUIDA EM AUTO-DE-INFRACAO: 0,33%, POR DIA DE ATRASO, CALCULADA A PARTIR DO PRIMEIRO DIA SUBSEQUENTE AO DO VENCIMENTO DO PRAZO PREVISTO PARA O PAGAMENTO DA CONTRIBUICAO ATE O DIA EM QUE OCORRER O SEU PAGAMENTO, LIMITADO A 20%.\n\n602.00\n\nACRESCIMOS LEGAIS - JUROS\n\n602.08\n\ndesde 01/12/2008 LEI N. 8.212, DE 24.07.91, ART. 35, COMBINADO COM O ART. 61 DA LEI N. 9.430, DE 27.12.96, COM REDACAO DA MP N. 449, DE 04.12.2008, CONVERTIDA NA LEI N. 11.941, DE 27.05.2009. CALCULO DOS JUROS: JUROS CALCULADOS SOBRE O VALOR ORIGINARIO, MEDIANTE A APLICACAO DOS SEGUINTES PERCENTUAIS: A) TAXA MEDIA MENSAL DE CAPTACAO DO TESOURO NACIONAL RELATIVA A DIVIDA MOBILIARIA FEDERAL / TAXA REFERENCIAL DO SISTEMA ESPECIAL DE LIQUIDACAO E DE CUSTODIA - SELIC, A PARTIR DO PRIMEIRO DIA DO MES SUBSEQUENT AO VENCIMENTO DO PRAZO ATE O MES ANTERIOR AO DO PAGAMENTO B) 1% (UM POR CENTO) NO MES DO PAGAMENTO.\n\n700.00\n\nENCARGO LEGAL DE 20% (VINTE POR CENTO)\n\n700.01 desde 01/05/2007 DECRETO-LEI N. 1.025/69, ART. 1; DECRETO-LEI N. 1.645/78, ART. 3; LEI 7.799/89, ART. 64, PARAGRAFO 2 E LEI N. 8.383/91, ART. 57, PARAGRAFO 2.\n----------------------------------------------------------------------\n\n-------------------------------------------------- ------------\n\nJOSE DIOGO CYRILLO DA SILVA\n\nMAT- 0154373 F.0004\n\nDATA: 15/03/2014 LOCAL: PORTO ALEGRE\n\n(continua)\n\n\f*120140013846* 120140013846\n\nCERTIDAO DE DIVIDA ATIVA(CDA)\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nP G F N\n\nLivro/ Data de\n\nProcesso Administrativo Nm.Inscricao\n\nde Origem Folha Inscricao Original\n\nDesmembrado Divida Ativa\n\n19.200.800 0092/461 28/02/2014 431328811\n\n43.132.881-1\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDevedor\n\nSUPERMARCAS PARTICIPACOES LTDA - ME\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nF.Legal\n\nPeriodo\n\nDescricao / Embasamento Legal\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n800.00\n\nPRAZO E OBRIGACAO DE RECOLHIMENTO - EMPRESAS EM GERAL\n\n800.11 desde 01/10/2008 LEI N. 8.212, DE 24.07.91, ART. 30, I (COM A ALTERACAO DA LEI N. 8.620, DE 05.01.93, DA LEI N. 9.876, DE 26.11.99, DA MP N. 351, DE 22.01.07, CONVERTIDA NA LEI N. 11.488, DE 25.06.07 E DA MP N. 447, DE 14.11.08, CONVERTIDA NA LEI N. 11.933, DE 28.04.2009); LEI N. 8.620, DE 05.01.93, ART. 7., PARAGRAFOS 1. E 2.; LEI N. 10.666, DE 08.05.03, ART. 4., PARAGRAFO 1., COMBINADO COM O ART. 15; REGULAMENTO DA PREVIDENCIA SOCIAL, APROVADO PELO DECRETO N. 3.048, DE 06.05.99, ART. 216, I, \"B\" E PARAGRAFOS 1. AO 6., COM AS ALTERACOES DO DECRETO N. 3.265, DE 29.11.99.\n----------------------------------------------------------------------\n\nE para que se possa proceder a cobranca em acao propria, nos termos da Lei No. 6830 de 22/09/80, art 20. e seus paragrafos e demais dispositivos legais em vigor, foi extraida a presente certidao.\nSobre o valor total incide encargos legais previsto no DecretoLei No. 1.025/69,alterado pelo Decreto-Lei No. 1.645/78, e custas processuais.\n\n-------------------------------------------------- ------------\n\nJOSE DIOGO CYRILLO DA SILVA\n\nMAT- 0154373 F.0005\n\nDATA: 15/03/2014 LOCAL: PORTO ALEGRE\n\n(final)\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 4 (C\u00edvel) - IdDocumentoCompleto: 5038690-79.2015.4.04.7100-711435190374263231160000000002", "text": "*120150017469* 120150017469\nEXMO. DR. JUIZ FEDERAL DA __ VARA FEDERAL DA SECAO JUDICIARIA DE PORTO ALEGRE\n\nUNIAO, pessoa juridica de direito publico interno, com fun-\n\ndamento na Lei no. 6830,de 22 de setembro de 1980, vem, mui respei-\n\ntosamente, por seu representante legal infra-assinado, propor a\n\npresente EXECUCAO FISCAL, para cobranca da divida no valor de\n\nR$ ************24.288,79(VINTE E QUATRO MIL, DUZENTOS E OITENTA E OIT\n\nO REAIS E SETENTA E NOVE CENTAVOS. **********************************)\n\natualizada para o mes de 05/2015, conforme as anexas certidoes de Di-\n\nvida Ativa sob numero (s) 43.638.325-0, 43.638.326-8,**************\n\ncontra:\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDevedor\n\nIdentificacao\n\nVANIA COMERCIO DE CONFECCOES LTDA - ME\n\nCGC: 01.056.366/0001-45\n\nEndereco\n\nTelefone\n\nR DR FLORES 105 SALA 307\n\nCEP\n\nBairro\n\nMunicipio\n\nUF\n\n90020-122 CENTRO\n\nPORTO ALEGRE\n\nRS\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nPara tanto, requer-se na forma do artigo 8\n\nda Lei 6.830 e art. 172, paragrafo 2, do Codigo de Processo Civil:\n\n1.A citacao da(o) Executada (o),pelo correio,com Aviso de Recepcao(AR)\n\n,para pagar, no prazo legal, as dividas inscritas, devidamente atua-\n\nlizadas, acrescidas de juros, encargos previstos no Decreto-Lei\n\nNo 1.025/1969, alterado pelo Decreto-Lei No. 1.645/1978, custas e\n\ndespesas processuais, ou nomear bens livres e desembaracados para\n\ngarantir a execucao em consonancia com a legislacao em vigor, sob\n\npena de lhe serem penhorados ou arrestados tantos bens quanto bastem\n\na plena execucao da divida.\n\n2.Nao paga a divida ou nao garantida a execucao,a expedicao de mandado\n\nde penhora e avaliacao a recair sobre tantos bens quanto bastem a\n\ngarantia integral da divida, inclusive imoveis, nesse caso proce-\n\ndendo-se a intimacao do conjuge e a notificacao do cartorio de re-\n\nF.0001 (continua)\n\n\f*120150017469* 120150017469\ngistro de imoveis competente. Da-se a causa o valor da divida com os\nacrescimos calculados ate a data da distribuicao, nos termos do artigo 6o, paragrafo 4o da Lei de Execucoes Fiscais.\nNestes Termos, p.deferimento PORTO ALEGRE, 16/05/2015\n\n-----------------------------------------------\n\nJOSE DIOGO CYRILLO DA SILVA\n\nMAT- 154373\n\nN.OAB- 33506\n\nProcuradoria: RIO GRANDE DO SUL Endereco: AV. LOUREIRO DA SILVA 445 Cep: 90013-900 Bairro: CENTRO HISTORICO Municipio: PORTO ALEGRE\n\n9. ANDAR,SALA 901 UF: RS\n\nF.0002 (final)\n\n\f*120150017469* 120150017469\n\nUNIAO FEDERAL\n\nMINISTERIO DA FAZENDA\n\nDISCRIMINATIVO DE CREDITO INSCRITO - SINTETICO POR COMPETENCIA\n\nProcuradoria-Geral da Fazenda Nacional\n\nOrigem:19.200.800 Tramitacao:19.200.800\n\nCredito: 43.638.326-8\n\nProcesso Administrativo - Originario: 436383268\n\nDevedor: VANIA COMERCIO DE CONFECCOES LTDA - ME\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nEndereco: R DR FLORES 105 SALA 307\n\nBairro : CENTRO\n\nMunic.: PORTO ALEGRE\n\nUF\n\n: RS\n\nCEP\n\n: 90020-122\n\nFase Atual: 534 em 16/05/2015 Doc.: DCGB - DCG BATCH ----------------------------------------------------------------------\n\n(**) TOTAL (*) ORIGINARIO (**) ATUALIZADO\n\nCompet. Moeda(*)\n\n(**) JUROS (**) MULTA MORA\n\n--/---- -------------- --------.---,-- --------.---,-- --------.---,--\n\n05/2011 REAL\n\n864,93\n\n551,35\n\n551,35\n\n203,30\n\n110,28\n\n06/2011 REAL\n\n859,55\n\n551,35\n\n551,35\n\n197,92\n\n110,28\n\n07/2011 REAL\n\n853,66\n\n551,35\n\n551,35\n\n192,03\n\n110,28\n\n08/2011 REAL\n\n848,47\n\n551,35\n\n551,35\n\n186,84\n\n110,28\n\n09/2011 REAL\n\n843,63\n\n551,35\n\n551,35\n\n182,00\n\n110,28\n\n10/2011 REAL\n\n838,90\n\n551,35\n\n551,35\n\n177,27\n\n110,28\n\n11/2011 REAL\n\n833,88\n\n551,35\n\n551,35\n\n172,25\n\n110,28\n\n12/2011 REAL\n\n914,43\n\n608,20\n\n608,20\n\n184,59\n\n121,64\n\n13/2011 REAL\n\n504,18\n\n333,35\n\n333,35\n\n104,15\n\n66,68\n\n01/2012 REAL\n\n913,46\n\n610,60\n\n610,60\n\n180,74\n\n122,12\n\n02/2012 REAL\n\n908,46\n\n610,60\n\n610,60\n\n175,74\n\n122,12\n\n03/2012 REAL\n\n904,11\n\n610,60\n\n610,60\n\n171,39\n\n122,12\n\n04/2012 REAL\n\n899,59\n\n610,60\n\n610,60\n\n166,87\n\n122,12\n\n05/2012 REAL\n\n895,67\n\n610,60\n\n610,60\n\n162,95\n\n122,12\n\n06/2012 REAL\n\n891,54\n\n610,60\n\n610,60\n\n158,82\n\n122,12\n\n07/2012 REAL\n\n525,77\n\n361,80\n\n361,80\n\n91,61\n\n72,36\n\n08/2012 REAL\n\n523,83\n\n361,80\n\n361,80\n\n89,67\n\n72,36\n\n09/2012 REAL\n\n521,60\n\n361,80\n\n361,80\n\n87,44\n\n72,36\n\n** Valores atualizados para 05/2015 em REAL\n\nUfir de conversao:\n\n0,9108\n\nc/multa ajuizam. F.0001(continua)\n\n\f*120150017469* 120150017469\n\nUNIAO FEDERAL\n\nMINISTERIO DA FAZENDA\n\nDISCRIMINATIVO DE CREDITO INSCRITO - SINTETICO POR COMPETENCIA\n\nProcuradoria-Geral da Fazenda Nacional\n\nOrigem:19.200.800 Tramitacao:19.200.800\n\nCredito: 43.638.326-8\n\nProcesso Administrativo - Originario: 436383268\n\nDevedor: VANIA COMERCIO DE CONFECCOES LTDA - ME\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n(**) TOTAL (*) ORIGINARIO (**) ATUALIZADO\n\nCompet. Moeda(*)\n\n(**) JUROS (**) MULTA MORA\n\n--/---- -------------- --------.---,-- --------.---,-- --------.---,--\n\nTotal do Credito\n\n14.345,66\n\n9.550,00\n\n2.885,58\n\n1.910,08\n\nSobre o valor total incide encargos legais previsto no Decreto-Lei No.\n\n1.025/69,alterado pelo Decreto-Lei No. 1.645/78, e custas processuais.\n\n** Valores atualizados para 05/2015 em REAL\n\nc/multa ajuizam.\n\nUfir de conversao:\n\n0,9108\n\nF.0002 (final)\n\n\f*120150017469* 120150017469\n\nUNIAO FEDERAL\n\nMINISTERIO DA FAZENDA\n\nDISCRIMINATIVO DE CREDITO INSCRITO - SINTETICO POR COMPETENCIA\n\nProcuradoria-Geral da Fazenda Nacional\n\nOrigem:19.200.800 Tramitacao:19.200.800\n\nCredito: 43.638.325-0\n\nProcesso Administrativo - Originario: 436383250\n\nDevedor: VANIA COMERCIO DE CONFECCOES LTDA - ME\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nEndereco: R DR FLORES 105 SALA 307\n\nBairro : CENTRO\n\nMunic.: PORTO ALEGRE\n\nUF\n\n: RS\n\nCEP\n\n: 90020-122\n\nFase Atual: 534 em 16/05/2015 Doc.: DCGB - DCG BATCH ----------------------------------------------------------------------\n\n(**) TOTAL (*) ORIGINARIO (**) ATUALIZADO\n\nCompet. Moeda(*)\n\n(**) JUROS (**) MULTA MORA\n\n--/---- -------------- --------.---,-- --------.---,-- --------.---,--\n\n11/2008 REAL\n\n31,54\n\n17,32\n\n17,32\n\n10,76\n\n3,46\n\n05/2011 REAL\n\n363,71\n\n231,85\n\n231,85\n\n85,49\n\n46,37\n\n06/2011 REAL\n\n361,45\n\n231,85\n\n231,85\n\n83,23\n\n46,37\n\n07/2011 REAL\n\n358,97\n\n231,85\n\n231,85\n\n80,75\n\n46,37\n\n08/2011 REAL\n\n356,79\n\n231,85\n\n231,85\n\n78,57\n\n46,37\n\n09/2011 REAL\n\n354,75\n\n231,85\n\n231,85\n\n76,53\n\n46,37\n\n10/2011 REAL\n\n352,76\n\n231,85\n\n231,85\n\n74,54\n\n46,37\n\n11/2011 REAL\n\n350,65\n\n231,85\n\n231,85\n\n72,43\n\n46,37\n\n12/2011 REAL\n\n377,29\n\n250,94\n\n250,94\n\n76,16\n\n50,19\n\n13/2011 REAL\n\n169,31\n\n111,95\n\n111,95\n\n34,97\n\n22,39\n\n01/2012 REAL\n\n386,47\n\n258,34\n\n258,34\n\n76,46\n\n51,67\n\n02/2012 REAL\n\n384,36\n\n258,34\n\n258,34\n\n74,35\n\n51,67\n\n03/2012 REAL\n\n382,53\n\n258,34\n\n258,34\n\n72,52\n\n51,67\n\n04/2012 REAL\n\n380,62\n\n258,34\n\n258,34\n\n70,61\n\n51,67\n\n05/2012 REAL\n\n378,96\n\n258,34\n\n258,34\n\n68,95\n\n51,67\n\n06/2012 REAL\n\n377,20\n\n258,34\n\n258,34\n\n67,19\n\n51,67\n\n07/2012 REAL\n\n176,56\n\n121,50\n\n121,50\n\n30,76\n\n24,30\n\n08/2012 REAL\n\n175,91\n\n121,50\n\n121,50\n\n30,11\n\n24,30\n\n09/2012 REAL\n\n175,17\n\n121,50\n\n121,50\n\n29,37\n\n24,30\n\n** Valores atualizados para 05/2015 em REAL\n\nUfir de conversao:\n\n0,9108\n\nc/multa ajuizam. F.0001(continua)\n\n\f*120150017469* 120150017469\n\nUNIAO FEDERAL\n\nMINISTERIO DA FAZENDA\n\nDISCRIMINATIVO DE CREDITO INSCRITO - SINTETICO POR COMPETENCIA\n\nProcuradoria-Geral da Fazenda Nacional\n\nOrigem:19.200.800 Tramitacao:19.200.800\n\nCredito: 43.638.325-0\n\nProcesso Administrativo - Originario: 436383250\n\nDevedor: VANIA COMERCIO DE CONFECCOES LTDA - ME\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n(**) TOTAL (*) ORIGINARIO (**) ATUALIZADO\n\nCompet. Moeda(*)\n\n(**) JUROS (**) MULTA MORA\n\n--/---- -------------- --------.---,-- --------.---,-- --------.---,--\n\nTotal do Credito\n\n5.895,00\n\n3.917,70\n\n1.193,75\n\n783,55\n\nSobre o valor total incide encargos legais previsto no Decreto-Lei No.\n\n1.025/69,alterado pelo Decreto-Lei No. 1.645/78, e custas processuais.\n\n** Valores atualizados para 05/2015 em REAL\n\nc/multa ajuizam.\n\nUfir de conversao:\n\n0,9108\n\nF.0002 (final)\n\n\f*120150017469* 120150017469\n\nCERTIDAO DE DIVIDA ATIVA(CDA)\n\nCertifico que do registroda divida ativa da Uniao consta a inscricao da divida cujo os dados sao os seguintes:\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nP G F N\n\nLivro/ Data de\n\nProcesso Administrativo Nm.Inscricao\n\nde Origem Folha Inscricao Original\n\nDesmembrado Divida Ativa\n\n19.200.800 0089/324 08/12/2013 436383268\n\n43.638.326-8\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDevedor\n\nVANIA COMERCIO DE CONFECCOES LTDA - ME\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nEndereco\n\nTelefone\n\nR DR FLORES 105 SALA 307\n\nCEP\n\nBairro\n\nMunicipio\n\nUF\n\n90020-122 CENTRO\n\nPORTO ALEGRE\n\nRS\n\nIdentificacao\n\nCGC: 01.056.366/0001-45\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nPeriodo da Divida\n\nValor Originario Moeda\n\n05/2011 a 09/2012\n\n9.550,00 REAL\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDocumento Original DCGB - DCG BATCH\n\nOrgao de Origem 19.001.010\n\nCalculo 16/05/2015\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nPrinc.Atualizado\n\nJuros\n\nMulta\n\nValor Total\n\n9.550,00\n\n2.885,58\n\n1.910,08\n\n14.345,66\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nF.Legal\n\nPeriodo\n\nDescricao / Embasamento Legal\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n041.00\n\nATRIBUICAO DE COMPETENCIA PARA FISCALIZAR, ARRECADAR E COBRAR\n\n041.02 desde 01/11/2004 PERIODO DE 11/2004 A 12/2004 MP N. 222, DE 04.10.2004, ARTIGOS 1. E 3., POSTERIORMENTE CONVERTIDA NA LEI N. 11.098, DE 13.01.2005, ARTIGOS 1. E 3.; DECRETO N. 5.256, DE 27.10.2004, ANEXO I, ART. 18, I. PERIODO DE 01/2005 A 02/2005 MP N. 222, DE 04.10.2004, ARTIGOS 1. E 3., CONVERTIDA NA LEI N. 11.098, DE 13.01.2005, ARTIGOS 1. E 3.; DECRETO N. 5.256, DE 27.10.2004, ANEXO I, ART. 18, I. PERIODO DE 03/2005 A 05/2005 LEI N. 11.098, DE 13.01.2005, ARTIGOS 1. E 3.; DECRETO N. 5.256, DE 27.10.2004, ANEXO I,\n----------------------------------------------------------------------\n\n-------------------------------------------------- ------------\n\nJOSE DIOGO CYRILLO DA SILVA\n\nMAT- 0154373 F.0001\n\nDATA: 16/05/2015 LOCAL: PORTO ALEGRE\n\n(continua)\n\n\f*120150017469* 120150017469\n\nCERTIDAO DE DIVIDA ATIVA(CDA)\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nP G F N\n\nLivro/ Data de\n\nProcesso Administrativo Nm.Inscricao\n\nde Origem Folha Inscricao Original\n\nDesmembrado Divida Ativa\n\n19.200.800 0089/324 08/12/2013 436383268\n\n43.638.326-8\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDevedor\n\nVANIA COMERCIO DE CONFECCOES LTDA - ME\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nF.Legal\n\nPeriodo\n\nDescricao / Embasamento Legal\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n041.02\n\ndesde 01/11/2004 ART. 18, I; DECRETO N. 5.403, DE 28.03.2005, ANEXO I, ART. 15, I. PERIODO DE 06/2005 A 14.08.2005 LEI N. 11.098, DE 13.01.2005, ARTIGOS 1. E 3.; DECRETO N. 5.403, DE 28.03.2005, ANEXO I, ART. 15, I; DECRETO N. 5.469, DE 15.06.2005, ANEXO I, ART. 18, I. A PARTIR DE 15.08.2005 MP N. 258, DE 21.07.2005, ART. 3., CAPUT E PARAGRAFO 1., ART. 10 E INCISO I DO ART. 12. A PARTIR DE 19.11.2005 LEI N. 11.098, DE 13.01.2005, ARTIGOS 1. E 3.; DECRETO N. 5.469, DE 15.06.2005, ANEXO I, ART. 18, I. A PARTIR DE 02.05.2007 LEI N. 11.457, DE 16.03.07, ARTS. 2 E 3.\n\n089.00\n\nGFIP - GUIA DE RECOLHIMENTO DO FGTS E INFORMACOES A PREVIDENCIA SOCIAL\n\n089.04\n\ndesde 01/12/2008 LEI N. 8.212, DE 24.07.91, ART. 32, IV (ACRESCENTADO PELA MP N. 1.596-14/97, COM REDACAO DA MP N. 449, DE 03.12.2008, CONVERTIDA NA LEI N. 11.941, DE 27.05.2009) E ART. 33 (COM A REDACAO DA LEI N. 10.256, DE 09.07.2001E ALTERACAO DA MP N. 449, DE 03.12.08, CONVERTIDA NA LEI N. 11.941, DE 27.05.09), PARAGRAFO 7. (ACRESCENTADO PELA MP N. 1.596-14/97, CONVERTIDA NA LEI N. 9.528, DE 10.12.97, ALTERADA PELA MP N. 449, DE 03.12.08, CONVERTIDA NA LEI N. 11.941, DE 2705.09) REDACAO); DECRETO N. 2.803, DE 20.10.98; REGULAMENTO DA PREVIDENCIA SOCIAL - RPS, APROVADO PELO DECRETO N. 3.048, DE 06.05.99, ART. 225, IV, PARAGRAFOS 1., 2., 3. E 4. E ART. 245, CAPUT E PARAGRAFO 1.;\n\n200.00\n\nCONTRIBUICAO DA EMPRESA SOBRE A REMUNERACAO DE EMPREGADOS\n\n200.08 desde 01/12/1999 LEI N. 8.212, DE 24.07.91, ART. 22, I (COM A REDACAO DADA\n----------------------------------------------------------------------\n\n-------------------------------------------------- ------------\n\nJOSE DIOGO CYRILLO DA SILVA\n\nMAT- 0154373 F.0002\n\nDATA: 16/05/2015 LOCAL: PORTO ALEGRE\n\n(continua)\n\n\f*120150017469* 120150017469\n\nCERTIDAO DE DIVIDA ATIVA(CDA)\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nP G F N\n\nLivro/ Data de\n\nProcesso Administrativo Nm.Inscricao\n\nde Origem Folha Inscricao Original\n\nDesmembrado Divida Ativa\n\n19.200.800 0089/324 08/12/2013 436383268\n\n43.638.326-8\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDevedor\n\nVANIA COMERCIO DE CONFECCOES LTDA - ME\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nF.Legal\n\nPeriodo\n\nDescricao / Embasamento Legal\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n200.08\n\ndesde 01/12/1999 PELA LEI N. 9.876, DE 26.11.99); REGULAMENTO DA PREVIDENCIA SOCIAL, APROVADO PELO DECRETO N. 3.048, DE 06.05.99, ART. 12, I E PARAGRAFO UNICO, ART. 201, I, PARAGRAFO 1. E ART. 216, I, \"B\" (COM AS ALTERACOES DADAS PELO DECRETO N. 3.265, DE 29.11.99).\n\n224.00\n\nCONTRIBUICAO DAS EMPRESAS/COOPERATIVAS S/ AS REMUNERACOES PAGAS, DISTRIBUIDAS OU CREDITADAS A AUTONOMOS, AVULSOS E DEMAIS PESSOAS FISICAS E DOS COOPERADOS, DE QUE TRATA A LEI COMPLEMENTAR N. 84/96 ATE 02/2000 E CONTRIB. DAS EMPRESAS S/ A REM. A CONTRIBUINTES INDIVIDUAIS, DE QUE TRATA A LEI N. 8.212/91, NA REDACAO DADA PELA LEI N. 9.876/99\n\n224.05\n\ndesde 01/03/2000 LEI N. 8.212, DE 24.07.91, ART. 22, III (COM AS ALTERACOES DA LEI N. 9.876, DE 26.11.99; REGULAMENTO DA PREVIDENCIA SOCIAL, APROVADO PELO DECRETO N. 3.048, DE 06.05.99, ART. 12, I E PARAGRAFO UNICO, ART. 201, II, PARAGRAFOS 1., 2., 3., 5. E 8., COM AS ALTERACOES DO DECRETO N. 3.265, DE 29.11.99 E DO DECRETO N. 3.452, DE 09.05.00.\n\n301.00\n\nCONTRIBUICAO DAS EMPRESAS PARA FINANCIAMENTO DOS BENEFICIOS EM RAZAO DA INCAPACIDADE LABORATIVA\n\n301.08 desde 01/12/1999 LEI N. 8.212, DE 24.07.91, ART. 22, II (COM A REDACAO DADA PELA LEI N. 9.732, DE 11.12.98); REGULAMENTO DA PREVIDENCIA SOCIAL, APROVADO PELO DECRETO N. 3.048, DE 06.05.99, ART. 12, I, PARAGRAFO UNICO, NA REDACAO DADA PELO DECRETO N. 3.265, DE 29.11.99, ART. 202, I, II E III E\n----------------------------------------------------------------------\n\n-------------------------------------------------- ------------\n\nJOSE DIOGO CYRILLO DA SILVA\n\nMAT- 0154373 F.0003\n\nDATA: 16/05/2015 LOCAL: PORTO ALEGRE\n\n(continua)\n\n\f*120150017469* 120150017469\n\nCERTIDAO DE DIVIDA ATIVA(CDA)\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nP G F N\n\nLivro/ Data de\n\nProcesso Administrativo Nm.Inscricao\n\nde Origem Folha Inscricao Original\n\nDesmembrado Divida Ativa\n\n19.200.800 0089/324 08/12/2013 436383268\n\n43.638.326-8\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDevedor\n\nVANIA COMERCIO DE CONFECCOES LTDA - ME\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nF.Legal\n\nPeriodo\n\nDescricao / Embasamento Legal\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n301.08\n\ndesde 01/12/1999 PARAGRAFOS 1. AO 6. A PARTIR DE 01/2010 LEI N. 8.212, DE 24.07.91, ART. 22, II (COM A REDACAO DADA PELA LEI N. 9.732, DE 11.12.98); REGULAMENTO DA PREVIDENCIA SOCIAL, APROVADO PELO DECRETO N. 3.048, DE 06.05.99, ART. 12, I, PARAGRAFO UNICO, NA REDACAO DADA PELO DECRETO N. 3.265, DE 29.11.99, ART. 202, I, II E III E PARAGRAFOS 1. AO 6 E ART. 202-A (ACRESCENTADO PELO DECRETO N. 6.042, DE 12.02.07, COM REDACAO DO DECRETO N. 6.957, DE 09.09.09) E DECRETO N. 6.957, DE 09.09.09, ARTIGOS 2. E 4; LEI 10.666, DE 08/05/2003, ART.10.\n\n400.00\n\nCONTRIBUICAO DEVIDA A TERCEIROS - SALARIO EDUCACAO\n\n400.05 desde 01/11/2004 CONSTITUICAO FEDERAL, ART. 212, PARAGRAFO 5., COMBINADO COM O ART. 34, CAPUT, DAS DISPOSICOES CONSTITUCIONAIS TRANSITORIAS; LEI N. 9.424, DE 26.12.96, ART. 15, CAPUT; MP N. 1.565, DE 09.01.97 E REEDICOES ATE A MP N. 1.607, DE 11.12.97, E REEDICOES ATE A MP N. 1.607-24, DE 19.11.98, CONVERTIDAS NA LEI N. 9.766, DE 18.12.98; LEI N. 9.601, DE 21.01.98, ART. 2.; DECRETO N. 3.142, DE 16.08.99, ART. 1., 2., 6., INCISO II PARAGRAFO 1.; MP N. 222, DE 04.10.2004, ART. 3., POSTERIORMENTE CONVERTIDA NA LEI N. 11.098, DE 13.01.2005, ARTIGO 3., DECRETO N. 87.043, DE 22.03.82, ARTIGOS 1., 2., 3., I, PARAGRAFOS 1., 2., 4., 5. E ART. 13; DECRETO N. 5.256, DE 27.10.2004, ART. 18, I. A PARTIR DE 01.01.2007: CONSTITUICAO FEDERAL, ART. 212, PARAGRAFO 5., COMBINADO COM O ART.34, CAPUT, DAS DISPOSICOES CONSTITUCIONAIS TRANSITORIAS; LEI N. 9.424, DE 26.12.96, ART. 15, CAPUT; LEI N. 9.766, DE 18..12.98, ART. 1.; DECRETO N. 6003, DE 28.12.06, ARTIGO 1., PARAGRAFO 1. E ARTIGOS 10 E 11.\n----------------------------------------------------------------------\n\n-------------------------------------------------- ------------\n\nJOSE DIOGO CYRILLO DA SILVA\n\nMAT- 0154373 F.0004\n\nDATA: 16/05/2015 LOCAL: PORTO ALEGRE\n\n(continua)\n\n\f*120150017469* 120150017469\n\nCERTIDAO DE DIVIDA ATIVA(CDA)\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nP G F N\n\nLivro/ Data de\n\nProcesso Administrativo Nm.Inscricao\n\nde Origem Folha Inscricao Original\n\nDesmembrado Divida Ativa\n\n19.200.800 0089/324 08/12/2013 436383268\n\n43.638.326-8\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDevedor\n\nVANIA COMERCIO DE CONFECCOES LTDA - ME\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nF.Legal\n\nPeriodo\n\nDescricao / Embasamento Legal\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n405.00\n\nTERCEIROS - INCRA\n\n405.04\n\ndesde 01/11/2004 LEI N. 2.613, DE 23.09.55, ART. 6., PARAGRAFO 4., (COM AS ALTERACOES DA LEI N. 4.863, DE 29.11.65, ART. 35, PARAGRAFO 2., VIII); DECRETO-LEI N. 1.146, DE 31.12.70, ART. 1., I, ITEM 2, ARTIGOS 3. E 4.; LEI COMPLEMENTAR N. 11, DE 25.05.71, ART. 15, II; DECRETO-LEI N. 2.318, DE 30.12.86, ART. 3.; MP N. 222, DE 04.10.2004, ART. 3.; DECRETO N. 5.256, DE 27.10.2004, ART. 18, I.\n\n413.00\n\nTERCEIROS - SENAC\n\n413.04\n\ndesde 01/11/2004 DECRETO-LEI N. 8.621, DE 10.01.46, ARTIGOS 4. E 5.; DECRETO-LEI N. 2.318, DE 30.12.86, ARTIGOS 1. E 3.; MP N. 222, DE 04.10.2004, ART. 3.; DECRETO N. 5.256, DE 27.10.2004, ART. 18, I.\n\n414.00\n\nTERCEIROS - SESC\n\n414.04\n\ndesde 01/11/2004 DECRETO-LEI N. 9.853, DE 13.09.46, ART. 3.; DECRETO-LEI N. 2.318, DE 30.12.86, ARTIGOS 1. E 3.; MP N. 222, DE 04.10.2004, ART. 3.; DECRETO N. 5.256, DE 27.10.2004, ART. 18, I.\n\n415.00\n\nTERCEIROS - SEBRAE\n\n415.04 desde 01/11/2004 LEI N. 8.029, DE 12.04.90, ART. 8.,PARAGRAFO 3. (COM A\n----------------------------------------------------------------------\n\n-------------------------------------------------- ------------\n\nJOSE DIOGO CYRILLO DA SILVA\n\nMAT- 0154373 F.0005\n\nDATA: 16/05/2015 LOCAL: PORTO ALEGRE\n\n(continua)\n\n\f*120150017469* 120150017469\n\nCERTIDAO DE DIVIDA ATIVA(CDA)\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nP G F N\n\nLivro/ Data de\n\nProcesso Administrativo Nm.Inscricao\n\nde Origem Folha Inscricao Original\n\nDesmembrado Divida Ativa\n\n19.200.800 0089/324 08/12/2013 436383268\n\n43.638.326-8\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDevedor\n\nVANIA COMERCIO DE CONFECCOES LTDA - ME\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nF.Legal\n\nPeriodo\n\nDescricao / Embasamento Legal\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n415.04\n\ndesde 01/11/2004 REDACAO DADA PELA LEI N. 8.154, DE 28.12.90), COMBINADO COM O ART. 1. DO DECRETO-LEI N. 2.318, DE 30.12.86 E PARAGRAFO 4.; MP N. 222, DE 04.10.2004, ART. 3.; DECRETO N. 5.256, DE 27.10.2004, ART. 18, I.\n\n600.00\n\nCORRECAO MONETARIA\n\n600.08\n\ndesde 01/01/1995 LEI N. 8.981, DE 20.01.95, ART. 6.. REGULAMENTO DA ORGANIZACAO E DO CUSTEIO DA SEGURIDADE SOCIAL-ROCSS, APROVADO PELO DECRETO N. 356, DE 07.12.91, COM A NOVA REDACAO DADA PELO DECRETO N. 612, DE 21.07.92 E ALTERACOES POSTERIORES, ART. 39, PARAGRAFO 5., RENUMERADO PARA PARAGRAFO 9., PELO ART. 1. DO DECRETO N. 738 DE 28.01.93, E PARAGRAFO 10 (ACRESCENTADO PELO DECRETO N. 738, DE 28.01.93); REGULAMENTO DA ORGANIZACAO E DO CUSTEIO DA SEGURIDADE SOCIAL-ROCSS, APROVADO PELO DECRETO N. 2.173, DE 05.03.97, ART. 58, I. VALORES ORIGINARIOS EM REAL E SEM ATUALIZACAO\n\n601.00\n\nACRESCIMOS LEGAIS - MULTA\n\n601.10 desde 01/12/2008 LEI N. 8.212, DE 24.07.91, ART. 35, (COMBINADO COM O ART. 61 DA LEI N. 9.430, DE 27.12.96) COM REDACAO DA MP N. 449 DE 04.12.2008, CONVERTIDA NA LEI N. 11.941, DE 27.05.2009.CALCULO DA MULTA: PARA PAGAMENTO DE OBRIGACAO VENCIDA, NAO INCLUIDA EM AUTO-DE-INFRACAO: 0,33%, POR DIA DE ATRASO, CALCULADA A PARTIR DO PRIMEIRO DIA SUBSEQUENTE AO DO VENCIMENTO DO PRAZO PREVISTO PARA O PAGAMENTO DA CONTRIBUICAO ATE O DIA EM QUE OCORRER O SEU PAGAMENTO,\n----------------------------------------------------------------------\n\n-------------------------------------------------- ------------\n\nJOSE DIOGO CYRILLO DA SILVA\n\nMAT- 0154373 F.0006\n\nDATA: 16/05/2015 LOCAL: PORTO ALEGRE\n\n(continua)\n\n\f*120150017469* 120150017469\n\nCERTIDAO DE DIVIDA ATIVA(CDA)\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nP G F N\n\nLivro/ Data de\n\nProcesso Administrativo Nm.Inscricao\n\nde Origem Folha Inscricao Original\n\nDesmembrado Divida Ativa\n\n19.200.800 0089/324 08/12/2013 436383268\n\n43.638.326-8\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDevedor\n\nVANIA COMERCIO DE CONFECCOES LTDA - ME\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nF.Legal\n\nPeriodo\n\nDescricao / Embasamento Legal\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n601.10 desde 01/12/2008 LIMITADO A 20%.\n\n602.00\n\nACRESCIMOS LEGAIS - JUROS\n\n602.08\n\ndesde 01/12/2008\n\nLEI N. 8.212, DE 24.07.91, ART. 35, COMBINADO COM O ART. 61\n\nDA LEI N. 9.430, DE 27.12.96, COM REDACAO DA MP N. 449, DE\n\n04.12.2008, CONVERTIDA NA LEI N. 11.941, DE 27.05.2009.\n\nCALCULO DOS JUROS: JUROS CALCULADOS SOBRE O VALOR\n\nORIGINARIO, MEDIANTE A APLICACAO DOS SEGUINTES\n\nPERCENTUAIS: A) TAXA MEDIA MENSAL DE CAPTACAO DO TESOURO\n\nNACIONAL RELATIVA A\n\nDIVIDA MOBILIARIA FEDERAL / TAXA\n\nREFERENCIAL DO SISTEMA ESPECIAL\n\nDE LIQUIDACAO E DE\n\nCUSTODIA - SELIC, A PARTIR DO PRIMEIRO DIA DO MES\n\nSUBSEQUENTE AO VENCIMENTO DO PRAZO ATE O MES ANTERIOR AO DO\n\nPAGAMENTO B) 1% (UM POR CENTO) NO MES DO PAGAMENTO.\n\n700.00\n\nENCARGO LEGAL DE 20% (VINTE POR CENTO)\n\n700.01\n\ndesde 01/05/2007 DECRETO-LEI N. 1.025/69, ART. 1; DECRETO-LEI N. 1.645/78, ART. 3; LEI 7.799/89, ART. 64, PARAGRAFO 2 E LEI N. 8.383/91, ART. 57, PARAGRAFO 2.\n\n800.00\n\nPRAZO E OBRIGACAO DE RECOLHIMENTO - EMPRESAS EM GERAL\n\n800.11 desde 01/10/2008 LEI N. 8.212, DE 24.07.91, ART. 30, I (COM A ALTERACAO DA LEI N. 8.620, DE 05.01.93, DA LEI N. 9.876, DE 26.11.99, DA MP N. 351, DE 22.01.07, CONVERTIDA NA LEI N. 11.488, DE\n----------------------------------------------------------------------\n\n-------------------------------------------------- ------------\n\nJOSE DIOGO CYRILLO DA SILVA\n\nMAT- 0154373 F.0007\n\nDATA: 16/05/2015 LOCAL: PORTO ALEGRE\n\n(continua)\n\n\f*120150017469* 120150017469\n\nCERTIDAO DE DIVIDA ATIVA(CDA)\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nP G F N\n\nLivro/ Data de\n\nProcesso Administrativo Nm.Inscricao\n\nde Origem Folha Inscricao Original\n\nDesmembrado Divida Ativa\n\n19.200.800 0089/324 08/12/2013 436383268\n\n43.638.326-8\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDevedor\n\nVANIA COMERCIO DE CONFECCOES LTDA - ME\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nF.Legal\n\nPeriodo\n\nDescricao / Embasamento Legal\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n800.11 desde 01/10/2008 25.06.07 E DA MP N. 447, DE 14.11.08, CONVERTIDA NA LEI N. 11.933, DE 28.04.2009); LEI N. 8.620, DE 05.01.93, ART. 7., PARAGRAFOS 1. E 2.; LEI N. 10.666, DE 08.05.03, ART. 4., PARAGRAFO 1., COMBINADO COM O ART. 15; REGULAMENTO DA PREVIDENCIA SOCIAL, APROVADO PELO DECRETO N. 3.048, DE 06.05.99, ART. 216, I, \"B\" E PARAGRAFOS 1. AO 6., COM AS ALTERACOES DO DECRETO N. 3.265, DE 29.11.99.\n----------------------------------------------------------------------\n\nE para que se possa proceder a cobranca em acao propria, nos termos da Lei No. 6830 de 22/09/80, art 20. e seus paragrafos e demais dispositivos legais em vigor, foi extraida a presente certidao.\nSobre o valor total incide encargos legais previsto no DecretoLei No. 1.025/69,alterado pelo Decreto-Lei No. 1.645/78, e custas processuais.\n\n-------------------------------------------------- ------------\n\nJOSE DIOGO CYRILLO DA SILVA\n\nMAT- 0154373 F.0008\n\nDATA: 16/05/2015 LOCAL: PORTO ALEGRE\n\n(final)\n\n\f*120150017469* 120150017469\n\nCERTIDAO DE DIVIDA ATIVA(CDA)\n\nCertifico que do registroda divida ativa da Uniao consta a inscricao da divida cujo os dados sao os seguintes:\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nP G F N\n\nLivro/ Data de\n\nProcesso Administrativo Nm.Inscricao\n\nde Origem Folha Inscricao Original\n\nDesmembrado Divida Ativa\n\n19.200.800 0089/323 08/12/2013 436383250\n\n43.638.325-0\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDevedor\n\nVANIA COMERCIO DE CONFECCOES LTDA - ME\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nEndereco\n\nTelefone\n\nR DR FLORES 105 SALA 307\n\nCEP\n\nBairro\n\nMunicipio\n\nUF\n\n90020-122 CENTRO\n\nPORTO ALEGRE\n\nRS\n\nIdentificacao\n\nCGC: 01.056.366/0001-45\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nPeriodo da Divida\n\nValor Originario Moeda\n\n11/2008 a 09/2012\n\n3.917,70 REAL\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDocumento Original DCGB - DCG BATCH\n\nOrgao de Origem 19.001.010\n\nCalculo 16/05/2015\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nPrinc.Atualizado\n\nJuros\n\nMulta\n\nValor Total\n\n3.917,70\n\n1.193,75\n\n783,55\n\n5.895,00\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nF.Legal\n\nPeriodo\n\nDescricao / Embasamento Legal\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n041.00\n\nATRIBUICAO DE COMPETENCIA PARA FISCALIZAR, ARRECADAR E COBRAR\n\n041.02 desde 01/11/2004 PERIODO DE 11/2004 A 12/2004 MP N. 222, DE 04.10.2004, ARTIGOS 1. E 3., POSTERIORMENTE CONVERTIDA NA LEI N. 11.098, DE 13.01.2005, ARTIGOS 1. E 3.; DECRETO N. 5.256, DE 27.10.2004, ANEXO I, ART. 18, I. PERIODO DE 01/2005 A 02/2005 MP N. 222, DE 04.10.2004, ARTIGOS 1. E 3., CONVERTIDA NA LEI N. 11.098, DE 13.01.2005, ARTIGOS 1. E 3.; DECRETO N. 5.256, DE 27.10.2004, ANEXO I, ART. 18, I. PERIODO DE 03/2005 A 05/2005 LEI N. 11.098, DE 13.01.2005, ARTIGOS 1. E 3.; DECRETO N. 5.256, DE 27.10.2004, ANEXO I,\n----------------------------------------------------------------------\n\n-------------------------------------------------- ------------\n\nJOSE DIOGO CYRILLO DA SILVA\n\nMAT- 0154373 F.0001\n\nDATA: 16/05/2015 LOCAL: PORTO ALEGRE\n\n(continua)\n\n\f*120150017469* 120150017469\n\nCERTIDAO DE DIVIDA ATIVA(CDA)\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nP G F N\n\nLivro/ Data de\n\nProcesso Administrativo Nm.Inscricao\n\nde Origem Folha Inscricao Original\n\nDesmembrado Divida Ativa\n\n19.200.800 0089/323 08/12/2013 436383250\n\n43.638.325-0\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDevedor\n\nVANIA COMERCIO DE CONFECCOES LTDA - ME\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nF.Legal\n\nPeriodo\n\nDescricao / Embasamento Legal\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n041.02\n\ndesde 01/11/2004 ART. 18, I; DECRETO N. 5.403, DE 28.03.2005, ANEXO I, ART. 15, I. PERIODO DE 06/2005 A 14.08.2005 LEI N. 11.098, DE 13.01.2005, ARTIGOS 1. E 3.; DECRETO N. 5.403, DE 28.03.2005, ANEXO I, ART. 15, I; DECRETO N. 5.469, DE 15.06.2005, ANEXO I, ART. 18, I. A PARTIR DE 15.08.2005 MP N. 258, DE 21.07.2005, ART. 3., CAPUT E PARAGRAFO 1., ART. 10 E INCISO I DO ART. 12. A PARTIR DE 19.11.2005 LEI N. 11.098, DE 13.01.2005, ARTIGOS 1. E 3.; DECRETO N. 5.469, DE 15.06.2005, ANEXO I, ART. 18, I. A PARTIR DE 02.05.2007 LEI N. 11.457, DE 16.03.07, ARTS. 2 E 3.\n\n088.00\n\nEMPRESA OPTANTE PELO SIMPLES\n\n088.02\n\ndesde 01/06/1999 LEI N. 8.212, DE 24.07.91, ART. 22 (COM AS ALTERACOES DA MP N. 1.596-14, DE 10.11.97, CONVERTIDA NA LEI N. 9.528, DE 10.12.97, DAS LEIS N. 9.711, DE 20.11.98, N. 9.732, DE 11.12.98, N. 9.876, DE 26.11.99, N. 10.170, DE 29.12.00 E N. 10.256, DE 07.07.01), ART. 30, I, \"A\" E \"B\"; LEI N. 8.870, DE 15.04.94, ART. 25, NA REDACAO ORIGINAL E COM A REDACAO DA LEI N.10.256, DE 09.07.01; LEI COMPLEMENTAR N. 84, DE 18.01.96; LEI N. 9.317, DE 05.12.96, ARTIGOS 2. E 3., PARAGRAFOS 1. E 2., \"F\" E \"H\", NA REDACAO ORIGINAL E COM AS ALTERACOES DA LEI N. 10.256, DE 09.07.2001; LEI N. 10.034, DE 24.10.00; LEI N. 10.666, DE 08.05.03, ART. 1, PARAGRAFOS 1. E 2.. LEI N. 9.876, DE 26.11.99; DECRETO N. 1.197/94, ART. 25; REGULAMENTO DA PREVIDENCIA SOCIAL, APROVADO PELO DECRETO N. 3.048, DE 06.05.99, ART. 216, I, \"A\" E \"B\".\n\n089.00 GFIP - GUIA DE RECOLHIMENTO DO FGTS E INFORMACOES A\n----------------------------------------------------------------------\n\n-------------------------------------------------- ------------\n\nJOSE DIOGO CYRILLO DA SILVA\n\nMAT- 0154373 F.0002\n\nDATA: 16/05/2015 LOCAL: PORTO ALEGRE\n\n(continua)\n\n\f*120150017469* 120150017469\n\nCERTIDAO DE DIVIDA ATIVA(CDA)\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nP G F N\n\nLivro/ Data de\n\nProcesso Administrativo Nm.Inscricao\n\nde Origem Folha Inscricao Original\n\nDesmembrado Divida Ativa\n\n19.200.800 0089/323 08/12/2013 436383250\n\n43.638.325-0\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDevedor\n\nVANIA COMERCIO DE CONFECCOES LTDA - ME\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nF.Legal\n\nPeriodo\n\nDescricao / Embasamento Legal\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n089.00\n\nPREVIDENCIA SOCIAL\n\n089.03\n\n01/11/2004 30/11/2008 LEI N. 8.212, DE 24.07.91, ART. 32, IV (ACRESCENTADO PELA MP N. 1.596-14/97, CONVERTIDA NA LEI N. 9.528, DE 10.12.97, COMBINADO COM OS PARAGRAFOS 4. E 7.) E ART. 33 (COM A REDACAO POSTERIOR DA LEI N. 10.256, DE 09.07.2001), PARAGRAFO 7. (ACRESCENTADO PELA MP N. 1.596-14/97, CONVERTIDA NA LEI N. 9.528, DE 10.12.97); DECRETO N. 2.803, DE 20.10.98; REGULAMENTO DA PREVIDENCIA SOCIAL - RPS, APROVADO PELO DECRETO N. 3.048, DE 06.05.99, ART. 225, IV, PARAGRAFOS 1., 2., 3. E 4. E ART. 245, CAPUT E PARAGRAFO 1.;\n\n089.04\n\ndesde 01/12/2008 LEI N. 8.212, DE 24.07.91, ART. 32, IV (ACRESCENTADO PELA MP N. 1.596-14/97, COM REDACAO DA MP N. 449, DE 03.12.2008, CONVERTIDA NA LEI N. 11.941, DE 27.05.2009) E ART. 33 (COM A REDACAO DA LEI N. 10.256, DE 09.07.2001E ALTERACAO DA MP N. 449, DE 03.12.08, CONVERTIDA NA LEI N. 11.941, DE 27.05.09), PARAGRAFO 7. (ACRESCENTADO PELA MP N. 1.596-14/97, CONVERTIDA NA LEI N. 9.528, DE 10.12.97, ALTERADA PELA MP N. 449, DE 03.12.08, CONVERTIDA NA LEI N. 11.941, DE 2705.09) REDACAO); DECRETO N. 2.803, DE 20.10.98; REGULAMENTO DA PREVIDENCIA SOCIAL - RPS, APROVADO PELO DECRETO N. 3.048, DE 06.05.99, ART. 225, IV, PARAGRAFOS 1., 2., 3. E 4. E ART. 245, CAPUT E PARAGRAFO 1.;\n\n100.00\n\nCONTRIBUICAO DOS SEGURADOS (EMPREGADOS, TRABALHADORES TEMPORARIOS E AVULSOS)\n\n100.15 desde 01/12/1999 LEI N. 8.212, DE 24.07.91, ART. 20 (COM A REDACAO DADA PELA\n----------------------------------------------------------------------\n\n-------------------------------------------------- ------------\n\nJOSE DIOGO CYRILLO DA SILVA\n\nMAT- 0154373 F.0003\n\nDATA: 16/05/2015 LOCAL: PORTO ALEGRE\n\n(continua)\n\n\f*120150017469* 120150017469\n\nCERTIDAO DE DIVIDA ATIVA(CDA)\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nP G F N\n\nLivro/ Data de\n\nProcesso Administrativo Nm.Inscricao\n\nde Origem Folha Inscricao Original\n\nDesmembrado Divida Ativa\n\n19.200.800 0089/323 08/12/2013 436383250\n\n43.638.325-0\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDevedor\n\nVANIA COMERCIO DE CONFECCOES LTDA - ME\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nF.Legal\n\nPeriodo\n\nDescricao / Embasamento Legal\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n100.15\n\ndesde 01/12/1999 LEI N. 9.032, DE 28.04.95, ALTERADA POSTERIORMENTE PELA LEI N. 9.129, DE 20.11.95), COMBINADO COM OS ARTIGOS 12, I (COM AS ALTERACOES DA LEI N. 8.647, DE 13.04.93, DA LEI N. 9.506, DE 30.10.97 E DA LEI N. 9.876, DE 26/11/99) E ART. 28, I E PARAGRAFOS (COM A REDACAO DADA PELA LEI N. 9.528, DE 10.12.97); LEI N. 8.620, DE 05.01.93, ART. 7., PARAGRAFO 2.; LEI N. 9.311, DE 24.10.96, ART. 17, II; LEI N. 9.317, DE 05.12.96, ART. 3., PARAGRAFO 2., \"H\"; REGULAMENTO DA PREVIDENCIA SOCIAL - RPS, APROVADO PELO DECRETO N. 3.048, DE 06.05.99, ART. 9., I, \"G\" (ALINEA ACRESCENTADA PELO DECRETO N. 3.265, DE 29.11.99), PARAGRAFO 1. A 7., ART. 198, ART. 214, I, PARAGRAFOS 1. A 15, ART. 216, I, \"A\"(ALTERADO PELO DECRETO N. 4.729, DE 09.06.03) E \"B\" (ALTERACAO DO DECRETO N. 6.722, DE 20.12.08), PARAGRAFOS 1. A 6., ARTIGOS 217 E 218.\n\n114.00\n\nCONTRIBUINTE INDIVIDUAL - CONTRIBUICOES DESCONTADAS PELA EMPRESA/COOPERATIVA DE TRABALHO\n\n114.01 desde 01/04/2003 LEI N. 8.212, DE 24.07.91, ART. 12, V, ART. 21, ART. 28, III, ART. 30, I, \"B\" ,PARAGRAFO 2., COM REDACAO DA LEI N. 9.876, DE 26.11.99 E ALTERACOES DA MP 447, DE 14.11.2008, CONVERTIDA NA LEI N. 11.933, DE 28.04.2009, E PARAGRAFOS 4. E 5., COM AS ALTERACOES INTRODUZIDAS PELA LEI N. 9.876, DE 26.11.99 C/C ART. 4.,\"CAPUT\" E PARAGRAFO 1. DA LEI N. 10.666, DE 08.05.2003, ALTERADOS PELA LEI N. 11.933, DE 28.04.2009. DECRETO N. 3.048, DE 06.05.99, ART. 9., V, ART. 199, ART. 214, III, PARAGRAFOS 3. E 5., ART. 216, I, PARAGRAFOS 20, 21, 23, 26 A 31 , COM A REDACAO DADA PELO DECRETO N. 4.729, DE 09.06.03 E ALTERACAO DO DECRETO N. 6.722, DE 30.12.2008.\n----------------------------------------------------------------------\n\n-------------------------------------------------- ------------\n\nJOSE DIOGO CYRILLO DA SILVA\n\nMAT- 0154373 F.0004\n\nDATA: 16/05/2015 LOCAL: PORTO ALEGRE\n\n(continua)\n\n\f*120150017469* 120150017469\n\nCERTIDAO DE DIVIDA ATIVA(CDA)\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nP G F N\n\nLivro/ Data de\n\nProcesso Administrativo Nm.Inscricao\n\nde Origem Folha Inscricao Original\n\nDesmembrado Divida Ativa\n\n19.200.800 0089/323 08/12/2013 436383250\n\n43.638.325-0\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDevedor\n\nVANIA COMERCIO DE CONFECCOES LTDA - ME\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nF.Legal\n\nPeriodo\n\nDescricao / Embasamento Legal\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n600.00\n\nCORRECAO MONETARIA\n\n600.08\n\ndesde 01/01/1995 LEI N. 8.981, DE 20.01.95, ART. 6.. REGULAMENTO DA ORGANIZACAO E DO CUSTEIO DA SEGURIDADE SOCIAL-ROCSS, APROVADO PELO DECRETO N. 356, DE 07.12.91, COM A NOVA REDACAO DADA PELO DECRETO N. 612, DE 21.07.92 E ALTERACOES POSTERIORES, ART. 39, PARAGRAFO 5., RENUMERADO PARA PARAGRAFO 9., PELO ART. 1. DO DECRETO N. 738 DE 28.01.93, E PARAGRAFO 10 (ACRESCENTADO PELO DECRETO N. 738, DE 28.01.93); REGULAMENTO DA ORGANIZACAO E DO CUSTEIO DA SEGURIDADE SOCIAL-ROCSS, APROVADO PELO DECRETO N. 2.173, DE 05.03.97, ART. 58, I. VALORES ORIGINARIOS EM REAL E SEM ATUALIZACAO\n\n601.00\n\nACRESCIMOS LEGAIS - MULTA\n\n601.10\n\ndesde 01/12/2008 LEI N. 8.212, DE 24.07.91, ART. 35, (COMBINADO COM O ART. 61 DA LEI N. 9.430, DE 27.12.96) COM REDACAO DA MP N. 449 DE 04.12.2008, CONVERTIDA NA LEI N. 11.941, DE 27.05.2009.CALCULO DA MULTA: PARA PAGAMENTO DE OBRIGACAO VENCIDA, NAO INCLUIDA EM AUTO-DE-INFRACAO: 0,33%, POR DIA DE ATRASO, CALCULADA A PARTIR DO PRIMEIRO DIA SUBSEQUENTE AO DO VENCIMENTO DO PRAZO PREVISTO PARA O PAGAMENTO DA CONTRIBUICAO ATE O DIA EM QUE OCORRER O SEU PAGAMENTO, LIMITADO A 20%.\n\n602.00\n\nACRESCIMOS LEGAIS - JUROS\n\n602.07 01/04/1997 30/11/2008 LEI N. 8.212, DE 24.07.91, ART. 34 (RESTABELECIDO COM A\n----------------------------------------------------------------------\n\n-------------------------------------------------- ------------\n\nJOSE DIOGO CYRILLO DA SILVA\n\nMAT- 0154373 F.0005\n\nDATA: 16/05/2015 LOCAL: PORTO ALEGRE\n\n(continua)\n\n\f*120150017469* 120150017469\n\nCERTIDAO DE DIVIDA ATIVA(CDA)\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nP G F N\n\nLivro/ Data de\n\nProcesso Administrativo Nm.Inscricao\n\nde Origem Folha Inscricao Original\n\nDesmembrado Divida Ativa\n\n19.200.800 0089/323 08/12/2013 436383250\n\n43.638.325-0\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDevedor\n\nVANIA COMERCIO DE CONFECCOES LTDA - ME\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nF.Legal\n\nPeriodo\n\nDescricao / Embasamento Legal\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n602.07\n\n01/04/1997 30/11/2008\n\nREDACAO DADA PELA MP N. 1.571, DE 01.04.97, ART. 1., E\n\nREEDICOES POSTERIORES ATE A MP N. 1.523-8, DE 28.05.97, E\n\nREEDICOES, REPUBLICADA NA MP N. 1.596-14, DE 10.11.97,\n\nCONVERTIDAS NA LEI N. 9.528, DE 10.12.97); REGULAMENTO\n\nDA ORGANIZACAO DO CUSTEIO DA SEGURIDADE SOCIAL - ROCSS,\n\nAPROVADO PELO DECRETO N. 2.173, DE 05.03.97, ART. 58 , I,\n\n\"A\", \"B\", \"C\", PARAGRAFOS 1., 4. E 5. E ART. 61, PARAGRAFO\n\nUNICO; REGULAMENTO DA PREVIDENCIA SOCIAL, APROVADO PELO\n\nDECRETO N. 3.048, DE 06.05.1999, ART. 239, II, \"A\", \"B\" E\n\n\"C\", PARAGRAFOS 1., 4. E 7. E ART. 242, PARAGRAFO 2.;\n\nCALCULO DOS JUROS: JUROS CALCULADOS SOBRE O VALOR\n\nORIGINARIO, MEDIANTE A APLICACAO DOS SEGUINTES\n\nPERCENTUAIS: A) 1% (UM POR CENTO) NO MES SUBSEQUENTE AO DA\n\nCOMPETENCIA; B) TAXA MEDIA MENSAL DE CAPTACAO DO TESOURO\n\nNACIONAL RELATIVA A\n\nDIVIDA MOBILIARIA FEDERAL / TAXA\n\nREFERENCIAL DO SISTEMA ESPECIAL\n\nDE LIQUIDACAO E DE\n\nCUSTODIA - SELIC, NOS RESPECTIVOS PERIODOS; C) 1% (UM POR\n\nCENTO) NO MES DO PAGAMENTO.\n\n602.08\n\ndesde 01/12/2008\n\nLEI N. 8.212, DE 24.07.91, ART. 35, COMBINADO COM O ART. 61\n\nDA LEI N. 9.430, DE 27.12.96, COM REDACAO DA MP N. 449, DE\n\n04.12.2008, CONVERTIDA NA LEI N. 11.941, DE 27.05.2009.\n\nCALCULO DOS JUROS: JUROS CALCULADOS SOBRE O VALOR\n\nORIGINARIO, MEDIANTE A APLICACAO DOS SEGUINTES\n\nPERCENTUAIS: A) TAXA MEDIA MENSAL DE CAPTACAO DO TESOURO\n\nNACIONAL RELATIVA A\n\nDIVIDA MOBILIARIA FEDERAL / TAXA\n\nREFERENCIAL DO SISTEMA ESPECIAL\n\nDE LIQUIDACAO E DE\n\nCUSTODIA - SELIC, A PARTIR DO PRIMEIRO DIA DO MES\n\nSUBSEQUENTE AO VENCIMENTO DO PRAZO ATE O MES ANTERIOR AO DO\n\nPAGAMENTO B) 1% (UM POR CENTO) NO MES DO PAGAMENTO.\n\n700.00 ENCARGO LEGAL DE 20% (VINTE POR CENTO)\n----------------------------------------------------------------------\n\n-------------------------------------------------- ------------\n\nJOSE DIOGO CYRILLO DA SILVA\n\nMAT- 0154373 F.0006\n\nDATA: 16/05/2015 LOCAL: PORTO ALEGRE\n\n(continua)\n\n\f*120150017469* 120150017469\n\nCERTIDAO DE DIVIDA ATIVA(CDA)\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nP G F N\n\nLivro/ Data de\n\nProcesso Administrativo Nm.Inscricao\n\nde Origem Folha Inscricao Original\n\nDesmembrado Divida Ativa\n\n19.200.800 0089/323 08/12/2013 436383250\n\n43.638.325-0\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDevedor\n\nVANIA COMERCIO DE CONFECCOES LTDA - ME\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nF.Legal\n\nPeriodo\n\nDescricao / Embasamento Legal\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n700.01\n\ndesde 01/05/2007 DECRETO-LEI N. 1.025/69, ART. 1; DECRETO-LEI N. 1.645/78, ART. 3; LEI 7.799/89, ART. 64, PARAGRAFO 2 E LEI N. 8.383/91, ART. 57, PARAGRAFO 2.\n\n800.00\n\nPRAZO E OBRIGACAO DE RECOLHIMENTO - EMPRESAS EM GERAL\n\n800.11 desde 01/10/2008 LEI N. 8.212, DE 24.07.91, ART. 30, I (COM A ALTERACAO DA LEI N. 8.620, DE 05.01.93, DA LEI N. 9.876, DE 26.11.99, DA MP N. 351, DE 22.01.07, CONVERTIDA NA LEI N. 11.488, DE 25.06.07 E DA MP N. 447, DE 14.11.08, CONVERTIDA NA LEI N. 11.933, DE 28.04.2009); LEI N. 8.620, DE 05.01.93, ART. 7., PARAGRAFOS 1. E 2.; LEI N. 10.666, DE 08.05.03, ART. 4., PARAGRAFO 1., COMBINADO COM O ART. 15; REGULAMENTO DA PREVIDENCIA SOCIAL, APROVADO PELO DECRETO N. 3.048, DE 06.05.99, ART. 216, I, \"B\" E PARAGRAFOS 1. AO 6., COM AS ALTERACOES DO DECRETO N. 3.265, DE 29.11.99.\n----------------------------------------------------------------------\n\nE para que se possa proceder a cobranca em acao propria, nos termos da Lei No. 6830 de 22/09/80, art 20. e seus paragrafos e demais dispositivos legais em vigor, foi extraida a presente certidao.\nSobre o valor total incide encargos legais previsto no DecretoLei No. 1.025/69,alterado pelo Decreto-Lei No. 1.645/78, e custas processuais.\n\n-------------------------------------------------- ------------\n\nJOSE DIOGO CYRILLO DA SILVA\n\nMAT- 0154373 F.0007\n\nDATA: 16/05/2015 LOCAL: PORTO ALEGRE\n\n(final)\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 5 (C\u00edvel) - IdDocumentoCompleto: 5073496-77.2014.4.04.7100-711412887619525341160000000238", "text": "*120140057209* 120140057209\nEXMO. DR. JUIZ FEDERAL DA __ VARA FEDERAL DA SECAO JUDICIARIA DE PORTO ALEGRE\n\nUNIAO, pessoa juridica de direito publico interno, com fun-\n\ndamento na Lei no. 6830,de 22 de setembro de 1980, vem, mui respei-\n\ntosamente, por seu representante legal infra-assinado, propor a\n\npresente EXECUCAO FISCAL, para cobranca da divida no valor de\n\nR$ ************59.643,46(CINQUENTA E NOVE MIL, SEISCENTOS E QUARENTA\n\nE TRES REAIS E QUARENTA E SEIS CENTAVOS. ****************************)\n\natualizada para o mes de 08/2014, conforme as anexas certidoes de Di-\n\nvida Ativa sob numero (s) 45.281.820-6, 45.281.821-4,**************\n\ncontra:\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDevedor\n\nIdentificacao\n\nENFACO IMOVEIS E CONSTRUCOES LTDA - ME\n\nCGC: 04.652.190/0001-82\n\nEndereco\n\nTelefone\n\nR MOSTARDEIRO 455\n\nCEP\n\nBairro\n\nMunicipio\n\nUF\n\n90430-001 MOINHOS DE VENTO\n\nPORTO ALEGRE\n\nRS\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nPara tanto, requer-se na forma do artigo 8\n\nda Lei 6.830 e art. 172, paragrafo 2, do Codigo de Processo Civil:\n\n1.A citacao da(o) Executada (o),pelo correio,com Aviso de Recepcao(AR)\n\n,para pagar, no prazo legal, as dividas inscritas, devidamente atua-\n\nlizadas, acrescidas de juros, encargos previstos no Decreto-Lei\n\nNo 1.025/1969, alterado pelo Decreto-Lei No. 1.645/1978, custas e\n\ndespesas processuais, ou nomear bens livres e desembaracados para\n\ngarantir a execucao em consonancia com a legislacao em vigor, sob\n\npena de lhe serem penhorados ou arrestados tantos bens quanto bastem\n\na plena execucao da divida.\n\n2.Nao paga a divida ou nao garantida a execucao,a expedicao de mandado\n\nde penhora e avaliacao a recair sobre tantos bens quanto bastem a\n\ngarantia integral da divida, inclusive imoveis, nesse caso proce-\n\ndendo-se a intimacao do conjuge e a notificacao do cartorio de re-\n\nF.0001 (continua)\n\n\f*120140057209* 120140057209\ngistro de imoveis competente. Da-se a causa o valor da divida com os\nacrescimos calculados ate a data da distribuicao, nos termos do artigo 6o, paragrafo 4o da Lei de Execucoes Fiscais.\nNestes Termos, p.deferimento PORTO ALEGRE, 24/08/2014\n\n-----------------------------------------------\n\nJOSE DIOGO CYRILLO DA SILVA\n\nMAT- 154373\n\nN.OAB- 33506\n\nProcuradoria: RIO GRANDE DO SUL Endereco: AV. LOUREIRO, 445, SL 601 Cep: 90013-900 Bairro: Municipio: PORTO ALEGRE\n\nUF: RS\n\nF.0002 (final)\n\n\f*120140057209* 120140057209\n\nUNIAO FEDERAL\n\nMINISTERIO DA FAZENDA\n\nDISCRIMINATIVO DE CREDITO INSCRITO - SINTETICO POR COMPETENCIA\n\nProcuradoria-Geral da Fazenda Nacional\n\nOrigem:19.200.800 Tramitacao:19.200.800\n\nCredito: 45.281.821-4\n\nProcesso Administrativo - Originario: 452818214\n\nDevedor: ENFACO IMOVEIS E CONSTRUCOES LTDA - ME\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nEndereco: R MOSTARDEIRO 455\n\nBairro : MOINHOS DE VENTO\n\nMunic.: PORTO ALEGRE\n\nUF\n\n: RS\n\nCEP\n\n: 90430-001\n\nFase Atual: 534 em 23/08/2014 Doc.: DCGB - DCG BATCH ----------------------------------------------------------------------\n\n(**) TOTAL (*) ORIGINARIO (**) ATUALIZADO\n\nCompet. Moeda(*)\n\n(**) JUROS (**) MULTA MORA\n\n--/---- -------------- --------.---,-- --------.---,-- --------.---,--\n\n06/2013 REAL\n\n6.381,83\n\n4.886,17\n\n4.886,17\n\n518,42\n\n977,24\n\n07/2013 REAL\n\n5.872,85\n\n4.521,05\n\n4.521,05\n\n447,59\n\n904,21\n\n08/2013 REAL\n\n5.611,33\n\n4.343,48\n\n4.343,48\n\n399,16\n\n868,69\n\n09/2013 REAL\n\n5.749,41\n\n4.478,43\n\n4.478,43\n\n375,29\n\n895,69\n\n10/2013 REAL\n\n6.981,75\n\n5.469,03\n\n5.469,03\n\n418,92\n\n1.093,80\n\n11/2013 REAL\n\n5.583,11\n\n4.400,66\n\n4.400,66\n\n302,32\n\n880,13\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nTotal do Credito\n\n36.180,28\n\n28.098,82\n\n2.461,70\n\n5.619,76\n\nSobre o valor total incide encargos legais previsto no Decreto-Lei No.\n\n1.025/69,alterado pelo Decreto-Lei No. 1.645/78, e custas processuais.\n\n** Valores atualizados para 08/2014 em REAL\n\nc/multa ajuizam.\n\nUfir de conversao:\n\n0,9108\n\nF.0001 (final)\n\n\f*120140057209* 120140057209\n\nUNIAO FEDERAL\n\nMINISTERIO DA FAZENDA\n\nDISCRIMINATIVO DE CREDITO INSCRITO - SINTETICO POR COMPETENCIA\n\nProcuradoria-Geral da Fazenda Nacional\n\nOrigem:19.200.800 Tramitacao:19.200.800\n\nCredito: 45.281.820-6\n\nProcesso Administrativo - Originario: 452818206\n\nDevedor: ENFACO IMOVEIS E CONSTRUCOES LTDA - ME\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nEndereco: R MOSTARDEIRO 455\n\nBairro : MOINHOS DE VENTO\n\nMunic.: PORTO ALEGRE\n\nUF\n\n: RS\n\nCEP\n\n: 90430-001\n\nFase Atual: 534 em 23/08/2014 Doc.: DCGB - DCG BATCH ----------------------------------------------------------------------\n\n(**) TOTAL (*) ORIGINARIO (**) ATUALIZADO\n\nCompet. Moeda(*)\n\n(**) JUROS (**) MULTA MORA\n\n--/---- -------------- --------.---,-- --------.---,-- --------.---,--\n\n06/2013 REAL\n\n2.381,07\n\n1.823,03\n\n1.823,03\n\n193,43\n\n364,61\n\n07/2013 REAL\n\n2.162,77\n\n1.664,95\n\n1.664,95\n\n164,83\n\n332,99\n\n08/2013 REAL\n\n2.090,59\n\n1.618,23\n\n1.618,23\n\n148,71\n\n323,65\n\n09/2013 REAL\n\n2.185,31\n\n1.702,21\n\n1.702,21\n\n142,65\n\n340,45\n\n10/2013 REAL\n\n2.614,35\n\n2.047,90\n\n2.047,90\n\n156,87\n\n409,58\n\n11/2013 REAL\n\n2.088,51\n\n1.646,18\n\n1.646,18\n\n113,09\n\n329,24\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nTotal do Credito\n\n13.522,60\n\n10.502,50\n\n919,58\n\n2.100,52\n\nSobre o valor total incide encargos legais previsto no Decreto-Lei No.\n\n1.025/69,alterado pelo Decreto-Lei No. 1.645/78, e custas processuais.\n\n** Valores atualizados para 08/2014 em REAL\n\nc/multa ajuizam.\n\nUfir de conversao:\n\n0,9108\n\nF.0001 (final)\n\n\f*120140057209* 120140057209\n\nCERTIDAO DE DIVIDA ATIVA(CDA)\n\nCertifico que do registroda divida ativa da Uniao consta a inscricao da divida cujo os dados sao os seguintes:\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nP G F N\n\nLivro/ Data de\n\nProcesso Administrativo Nm.Inscricao\n\nde Origem Folha Inscricao Original\n\nDesmembrado Divida Ativa\n\n19.200.800 0098/204 20/06/2014 452818214\n\n45.281.821-4\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDevedor\n\nENFACO IMOVEIS E CONSTRUCOES LTDA - ME\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nEndereco\n\nTelefone\n\nR MOSTARDEIRO 455\n\nCEP\n\nBairro\n\nMunicipio\n\nUF\n\n90430-001 MOINHOS DE VENTO\n\nPORTO ALEGRE\n\nRS\n\nIdentificacao\n\nCGC: 04.652.190/0001-82\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nPeriodo da Divida\n\nValor Originario Moeda\n\n06/2013 a 11/2013\n\n28.098,82 REAL\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDocumento Original DCGB - DCG BATCH\n\nOrgao de Origem 19.001.010 Lancamento 03/05/2014 Calculo 23/08/2014\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nPrinc.Atualizado\n\nJuros\n\nMulta\n\nValor Total\n\n28.098,82\n\n2.461,70\n\n5.619,76\n\n36.180,28\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nF.Legal\n\nPeriodo\n\nDescricao / Embasamento Legal\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n041.00\n\nATRIBUICAO DE COMPETENCIA PARA FISCALIZAR, ARRECADAR E COBRA\n\n041.02 desde 01/11/2004 PERIODO DE 11/2004 A 12/2004 MP N. 222, DE 04.10.2004, ARTIGOS 1. E 3., POSTERIORMENTE CONVERTIDA NA LEI N. 11.098, DE 13.01.2005, ARTIGOS 1. E 3.; DECRETO N. 5.256, DE 27.10.2004, ANEXO I, ART. 18, I. PERIODO DE 01/2005 A 02/2005 MP N. 222, DE 04.10.2004, ARTIGOS 1. E 3., CONVERTIDA NA LEI N. 11.098, DE 13.01.2005, ARTIGOS 1. E 3.; DECRETO N. 5.256, DE 27.10.2004, ANEXO I, ART. 18, I. PERIODO DE 03/2005 A 05/2005 LEI N. 11.098, DE 13.01.2005, ARTIGOS 1. E 3.; DECRETO N. 5.256, DE 27.10.2004, ANEXO I, ART. 18, I; DECRETO N. 5.403, DE 28.03.2005, ANEXO I, ART.\n----------------------------------------------------------------------\n\n-------------------------------------------------- ------------\n\nJOSE DIOGO CYRILLO DA SILVA\n\nMAT- 0154373 F.0001\n\nDATA: 23/08/2014 LOCAL: PORTO ALEGRE\n\n(continua)\n\n\f*120140057209* 120140057209\n\nCERTIDAO DE DIVIDA ATIVA(CDA)\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nP G F N\n\nLivro/ Data de\n\nProcesso Administrativo Nm.Inscricao\n\nde Origem Folha Inscricao Original\n\nDesmembrado Divida Ativa\n\n19.200.800 0098/204 20/06/2014 452818214\n\n45.281.821-4\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDevedor\n\nENFACO IMOVEIS E CONSTRUCOES LTDA - ME\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nF.Legal\n\nPeriodo\n\nDescricao / Embasamento Legal\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n041.02\n\ndesde 01/11/2004 15, I. PERIODO DE 06/2005 A 14.08.2005 LEI N. 11.098, DE 13.01.2005, ARTIGOS 1. E 3.; DECRETO N. 5.403, DE 28.03.2005, ANEXO I, ART. 15, I; DECRETO N. 5.469, DE 15.06.2005, ANEXO I, ART. 18, I. A PARTIR DE 15.08.2005 MP N. 258, DE 21.07.2005, ART. 3., CAPUT E PARAGRAFO 1., ART. 10 E INCISO I DO ART. 12. A PARTIR DE 19.11.2005 LEI N. 11.098, DE 13.01.2005, ARTIGOS 1. E 3.; DECRETO N. 5.469, DE 15.06.2005, ANEXO I, ART. 18, I. A PARTIR DE 02.05.2007 LEI N. 11.457, DE 16.03.07, ARTS. 2 E 3.\n\n089.00\n\nGFIP - GUIA DE RECOLHIMENTO DO FGTS E INFORMACOES A PREVIDENCIA SOCIAL\n\n089.04\n\ndesde 01/12/2008 LEI N. 8.212, DE 24.07.91, ART. 32, IV (ACRESCENTADO PELA MP N. 1.596-14/97, COM REDACAO DA MP N. 449, DE 03.12.2008, CONVERTIDA NA LEI N. 11.941, DE 27.05.2009) E ART. 33 (COM A REDACAO DA LEI N. 10.256, DE 09.07.2001E ALTERACAO DA MP N. 449, DE 03.12.08, CONVERTIDA NA LEI N. 11.941, DE 27.05.09), PARAGRAFO 7. (ACRESCENTADO PELA MP N. 1.59614/97, CONVERTIDA NA LEI N. 9.528, DE 10.12.97, ALTERADA PELA MP N. 449, DE 03.12.08, CONVERTIDA NA LEI N. 11.941, DE 2705.09) REDACAO); DECRETO N. 2.803, DE 20.10.98; REGULAMENTO DA PREVIDENCIA SOCIAL - RPS, APROVADO PELO DECRETO N. 3.048, DE 06.05.99, ART. 225, IV, PARAGRAFOS 1., 2., 3. E 4. E ART. 245, CAPUT E PARAGRAFO 1.;\n\n200.00\n\nCONTRIBUICAO DA EMPRESA SOBRE A REMUNERACAO DE EMPREGADOS\n\n200.08 desde 01/12/1999 LEI N. 8.212, DE 24.07.91, ART. 22, I (COM A REDACAO DADA\n----------------------------------------------------------------------\n\n-------------------------------------------------- ------------\n\nJOSE DIOGO CYRILLO DA SILVA\n\nMAT- 0154373 F.0002\n\nDATA: 23/08/2014 LOCAL: PORTO ALEGRE\n\n(continua)\n\n\f*120140057209* 120140057209\n\nCERTIDAO DE DIVIDA ATIVA(CDA)\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nP G F N\n\nLivro/ Data de\n\nProcesso Administrativo Nm.Inscricao\n\nde Origem Folha Inscricao Original\n\nDesmembrado Divida Ativa\n\n19.200.800 0098/204 20/06/2014 452818214\n\n45.281.821-4\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDevedor\n\nENFACO IMOVEIS E CONSTRUCOES LTDA - ME\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nF.Legal\n\nPeriodo\n\nDescricao / Embasamento Legal\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n200.08\n\ndesde 01/12/1999 PELA LEI N. 9.876, DE 26.11.99); REGULAMENTO DA PREVIDENCIA SOCIAL, APROVADO PELO DECRETO N. 3.048, DE 06.05.99, ART. 12, I E PARAGRAFO UNICO, ART. 201, I, PARAGRAFO 1. E ART. 216, I, \"B\" (COM AS ALTERACOES DADAS PELO DECRETO N. 3.265, DE 29.11.99).\n\n224.00\n\nCONTRIBUICAO DAS EMPRESAS/COOPERATIVAS S/ AS REMUNERACOES PAGAS, DISTRIBUIDAS OU CREDITADAS A AUTONOMOS, AVULSOS E DEMAIS PESSOAS FISICAS E DOS COOPERADOS, DE QUE TRATA A LEI COMPLEMENTAR N. 84/96 ATE 02/2000 E CONTRIB. DAS EMPRESAS S/ A REM. A CONTRIBUINTES INDIVIDUAIS, DE QUE TRATA A LEI N. 8.212/91, NA REDACAO DADA PELA LEI N. 9.876/\n\n224.05\n\ndesde 01/03/2000 LEI N. 8.212, DE 24.07.91, ART. 22, III (COM AS ALTERACOES DA LEI N. 9.876, DE 26.11.99; REGULAMENTO DA PREVIDENCIA SOCIAL, APROVADO PELO DECRETO N. 3.048, DE 06.05.99, ART. 12, I E PARAGRAFO UNICO, ART. 201, II, PARAGRAFOS 1., 2., 3., 5. E 8., COM AS ALTERACOES DO DECRETO N. 3.265, DE 29.11.99 E DO DECRETO N. 3.452, DE 09.05.00.\n\n301.00\n\nCONTRIBUICAO DAS EMPRESAS PARA FINANCIAMENTO DOS BENEFICIOS EM RAZAO DA INCAPACIDADE LABORATIVA\n\n301.08 desde 01/12/1999 LEI N. 8.212, DE 24.07.91, ART. 22, II (COM A REDACAO DADA PELA LEI N. 9.732, DE 11.12.98); REGULAMENTO DA PREVIDENCIA SOCIAL, APROVADO PELO DECRETO N. 3.048, DE 06.05.99, ART. 12, I, PARAGRAFO UNICO, NA REDACAO DADA PELO DECRETO N. 3.265, DE 29.11.99, ART. 202, I, II E III E PARAGRAFOS 1. AO 6.. A PARTIR DE 01/2010 LEI N.\n----------------------------------------------------------------------\n\n-------------------------------------------------- ------------\n\nJOSE DIOGO CYRILLO DA SILVA\n\nMAT- 0154373 F.0003\n\nDATA: 23/08/2014 LOCAL: PORTO ALEGRE\n\n(continua)\n\n\f*120140057209* 120140057209\n\nCERTIDAO DE DIVIDA ATIVA(CDA)\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nP G F N\n\nLivro/ Data de\n\nProcesso Administrativo Nm.Inscricao\n\nde Origem Folha Inscricao Original\n\nDesmembrado Divida Ativa\n\n19.200.800 0098/204 20/06/2014 452818214\n\n45.281.821-4\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDevedor\n\nENFACO IMOVEIS E CONSTRUCOES LTDA - ME\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nF.Legal\n\nPeriodo\n\nDescricao / Embasamento Legal\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n301.08\n\ndesde 01/12/1999 8.212, DE 24.07.91, ART. 22, II (COM A REDACAO DADA PELA LEI N. 9.732, DE 11.12.98); REGULAMENTO DA PREVIDENCIA SOCIAL, APROVADO PELO DECRETO N. 3.048, DE 06.05.99, ART. 12, I, PARAGRAFO UNICO, NA REDACAO DADA PELO DECRETO N. 3.265, DE 29.11.99, ART. 202, I, II E III E PARAGRAFOS 1. AO 6 E ART. 202-A (ACRESCENTADO PELO DECRETO N. 6.042, DE 12.02.07, COM REDACAO DO DECRETO N. 6.957, DE 09.09.09) E DECRETO N. 6.957, DE 09.09.10, ARTIGOS 2. E 4..\n\n400.00\n\nCONTRIBUICAO DEVIDA A TERCEIROS - SALARIO EDUCACAO\n\n400.05\n\ndesde 01/11/2004 CONSTITUICAO FEDERAL, ART. 212, PARAGRAFO 5., COMBINADO COM O ART. 34, CAPUT, DAS DISPOSICOES CONSTITUCIONAIS TRANSITORIAS; LEI N. 9.424, DE 26.12.96, ART. 15, CAPUT; MP N. 1.565, DE 09.01.97 E REEDICOES ATE A MP N. 1.607, DE 11.12.97, E REEDICOES ATE A MP N. 1.607-24, DE 19.11.98, CONVERTIDAS NA LEI N. 9.766, DE 18.12.98; LEI N. 9.601, DE 21.01.98, ART. 2.; DECRETO N. 3.142, DE 16.08.99, ART. 1., 2., 6., INCISO II PARAGRAFO 1.; MP N. 222, DE 04.10.2004, ART. 3., POSTERIORMENTE CONVERTIDA NA LEI N. 11.098, DE 13.01.2005, ARTIGO 3., DECRETO N. 87.043, DE 22.03.82, ARTIGOS 1., 2., 3., I, PARAGRAFOS 1., 2., 4., 5. E ART. 13; DECRETO N. 5.256, DE 27.10.2004, ART. 18, I. A PARTIR DE 01.01.2007: CONSTITUICAO FEDERAL, ART. 212, PARAGRAFO 5., COMBINADO COM O ART.34, CAPUT, DAS DISPOSICOES CONSTITUCIONAIS TRANSITORIAS; LEI N. 9.424, DE 26.12.96, ART. 15, CAPUT; LEI N. 9.766, DE 18..12.98, ART. 1.; DECRETO N. 6003, DE 28.12.06, ARTIGO 1., PARAGRAFO 1. E ARTIGOS 10 E 11.\n\n405.00 TERCEIROS - INCRA\n----------------------------------------------------------------------\n\n-------------------------------------------------- ------------\n\nJOSE DIOGO CYRILLO DA SILVA\n\nMAT- 0154373 F.0004\n\nDATA: 23/08/2014 LOCAL: PORTO ALEGRE\n\n(continua)\n\n\f*120140057209* 120140057209\n\nCERTIDAO DE DIVIDA ATIVA(CDA)\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nP G F N\n\nLivro/ Data de\n\nProcesso Administrativo Nm.Inscricao\n\nde Origem Folha Inscricao Original\n\nDesmembrado Divida Ativa\n\n19.200.800 0098/204 20/06/2014 452818214\n\n45.281.821-4\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDevedor\n\nENFACO IMOVEIS E CONSTRUCOES LTDA - ME\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nF.Legal\n\nPeriodo\n\nDescricao / Embasamento Legal\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n405.04\n\ndesde 01/11/2004 LEI N. 2.613, DE 23.09.55, ART. 6., PARAGRAFO 4., (COM AS ALTERACOES DA LEI N. 4.863, DE 29.11.65, ART. 35, PARAGRAFO 2., VIII); DECRETO-LEI N. 1.146, DE 31.12.70, ART. 1., I, ITEM 2, ARTIGOS 3. E 4.; LEI COMPLEMENTAR N. 11, DE 25.05.71, ART. 15, II; DECRETO-LEI N. 2.318, DE 30.12.86, ART. 3.; MP N. 222, DE 04.10.2004, ART. 3.; DECRETO N. 5.256, DE 27.10.2004, ART. 18, I.\n\n413.00\n\nTERCEIROS - SENAC\n\n413.04\n\ndesde 01/11/2004 DECRETO-LEI N. 8.621, DE 10.01.46, ARTIGOS 4. E 5.; DECRETOLEI N. 2.318, DE 30.12.86, ARTIGOS 1. E 3.; MP N. 222, DE 04.10.2004, ART. 3.; DECRETO N. 5.256, DE 27.10.2004, ART. 18, I.\n\n414.00\n\nTERCEIROS - SESC\n\n414.04\n\ndesde 01/11/2004 DECRETO-LEI N. 9.853, DE 13.09.46, ART. 3.; DECRETO-LEI N. 2.318, DE 30.12.86, ARTIGOS 1. E 3.; MP N. 222, DE 04.10.2004, ART. 3.; DECRETO N. 5.256, DE 27.10.2004, ART. 18, I.\n\n415.00\n\nTERCEIROS - SEBRAE\n\n415.04 desde 01/11/2004 LEI N. 8.029, DE 12.04.90, ART. 8.,PARAGRAFO 3. (COM A REDACAO DADA PELA LEI N. 8.154, DE 28.12.90), COMBINADO COM O ART. 1. DO DECRETO-LEI N. 2.318, DE 30.12.86 E\n----------------------------------------------------------------------\n\n-------------------------------------------------- ------------\n\nJOSE DIOGO CYRILLO DA SILVA\n\nMAT- 0154373 F.0005\n\nDATA: 23/08/2014 LOCAL: PORTO ALEGRE\n\n(continua)\n\n\f*120140057209* 120140057209\n\nCERTIDAO DE DIVIDA ATIVA(CDA)\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nP G F N\n\nLivro/ Data de\n\nProcesso Administrativo Nm.Inscricao\n\nde Origem Folha Inscricao Original\n\nDesmembrado Divida Ativa\n\n19.200.800 0098/204 20/06/2014 452818214\n\n45.281.821-4\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDevedor\n\nENFACO IMOVEIS E CONSTRUCOES LTDA - ME\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nF.Legal\n\nPeriodo\n\nDescricao / Embasamento Legal\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n415.04 desde 01/11/2004 PARAGRAFO 4.; MP N. 222, DE 04.10.2004, ART. 3.; DECRETO N. 5.256, DE 27.10.2004, ART. 18, I.\n\n600.00\n\nCORRECAO MONETARIA\n\n600.08\n\ndesde 01/01/1995 LEI N. 8.981, DE 20.01.95, ART. 6.. REGULAMENTO DA ORGANIZACAO E DO CUSTEIO DA SEGURIDADE SOCIAL-ROCSS, APROVADO PELO DECRETO N. 356, DE 07.12.91, COM A NOVA REDACAO DADA PELO DECRETO N. 612, DE 21.07.92 E ALTERACOES POSTERIORES, ART. 39, PARAGRAFO 5., RENUMERADO PARA PARAGRAFO 9., PELO ART. 1. DO DECRETO N. 738 DE 28.01.93, E PARAGRAFO 10 (ACRESCENTADO PELO DECRETO N. 738, DE 28.01.93); REGULAMENTO DA ORGANIZACAO E DO CUSTEIO DA SEGURIDADE SOCIAL-ROCSS, APROVADO PELO DECRETO N. 2.173, DE 05.03.97, ART. 58, I. VALORES ORIGINARIOS EM REAL E SEM ATUALIZACAO\n\n601.00\n\nACRESCIMOS LEGAIS - MULTA\n\n601.10\n\ndesde 01/12/2008 LEI N. 8.212, DE 24.07.91, ART. 35, (COMBINADO COM O ART. 61 DA LEI N. 9.430, DE 27.12.96) COM REDACAO DA MP N. 449 DE 04.12.2008, CONVERTIDA NA LEI N. 11.941, DE 27.05.2009.CALCULO DA MULTA: PARA PAGAMENTO DE OBRIGACAO VENCIDA, NAO INCLUIDA EM AUTO-DE-INFRACAO: 0,33%, POR DIA DE ATRASO, CALCULADA A PARTIR DO PRIMEIRO DIA SUBSEQUENTE AO DO VENCIMENTO DO PRAZO PREVISTO PARA O PAGAMENTO DA CONTRIBUICAO ATE O DIA EM QUE OCORRER O SEU PAGAMENTO, LIMITADO A 20%.\n\n602.00 ACRESCIMOS LEGAIS - JUROS\n----------------------------------------------------------------------\n\n-------------------------------------------------- ------------\n\nJOSE DIOGO CYRILLO DA SILVA\n\nMAT- 0154373 F.0006\n\nDATA: 23/08/2014 LOCAL: PORTO ALEGRE\n\n(continua)\n\n\f*120140057209* 120140057209\n\nCERTIDAO DE DIVIDA ATIVA(CDA)\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nP G F N\n\nLivro/ Data de\n\nProcesso Administrativo Nm.Inscricao\n\nde Origem Folha Inscricao Original\n\nDesmembrado Divida Ativa\n\n19.200.800 0098/204 20/06/2014 452818214\n\n45.281.821-4\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDevedor\n\nENFACO IMOVEIS E CONSTRUCOES LTDA - ME\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nF.Legal\n\nPeriodo\n\nDescricao / Embasamento Legal\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n602.08\n\ndesde 01/12/2008 LEI N. 8.212, DE 24.07.91, ART. 35, COMBINADO COM O ART. 61 DA LEI N. 9.430, DE 27.12.96, COM REDACAO DA MP N. 449, DE 04.12.2008, CONVERTIDA NA LEI N. 11.941, DE 27.05.2009. CALCULO DOS JUROS: JUROS CALCULADOS SOBRE O VALOR ORIGINARIO, MEDIANTE A APLICACAO DOS SEGUINTES PERCENTUAIS: A) TAXA MEDIA MENSAL DE CAPTACAO DO TESOURO NACIONAL RELATIVA A DIVIDA MOBILIARIA FEDERAL / TAXA REFERENCIAL DO SISTEMA ESPECIAL DE LIQUIDACAO E DE CUSTODIA - SELIC, A PARTIR DO PRIMEIRO DIA DO MES SUBSEQUENT AO VENCIMENTO DO PRAZO ATE O MES ANTERIOR AO DO PAGAMENTO B) 1% (UM POR CENTO) NO MES DO PAGAMENTO.\n\n700.00\n\nENCARGO LEGAL DE 20% (VINTE POR CENTO)\n\n700.01\n\ndesde 01/05/2007 DECRETO-LEI N. 1.025/69, ART. 1; DECRETO-LEI N. 1.645/78, ART. 3; LEI 7.799/89, ART. 64, PARAGRAFO 2 E LEI N. 8.383/91, ART. 57, PARAGRAFO 2.\n\n800.00\n\nPRAZO E OBRIGACAO DE RECOLHIMENTO - EMPRESAS EM GERAL\n\n800.11 desde 01/10/2008 LEI N. 8.212, DE 24.07.91, ART. 30, I (COM A ALTERACAO DA LEI N. 8.620, DE 05.01.93, DA LEI N. 9.876, DE 26.11.99, DA MP N. 351, DE 22.01.07, CONVERTIDA NA LEI N. 11.488, DE 25.06.07 E DA MP N. 447, DE 14.11.08, CONVERTIDA NA LEI N. 11.933, DE 28.04.2009); LEI N. 8.620, DE 05.01.93, ART. 7., PARAGRAFOS 1. E 2.; LEI N. 10.666, DE 08.05.03, ART. 4., PARAGRAFO 1., COMBINADO COM O ART. 15; REGULAMENTO DA PREVIDENCIA SOCIAL, APROVADO PELO DECRETO N. 3.048, DE 06.05.99, ART. 216, I, \"B\" E PARAGRAFOS 1. AO 6., COM AS\n----------------------------------------------------------------------\n\n-------------------------------------------------- ------------\n\nJOSE DIOGO CYRILLO DA SILVA\n\nMAT- 0154373 F.0007\n\nDATA: 23/08/2014 LOCAL: PORTO ALEGRE\n\n(continua)\n\n\f*120140057209* 120140057209\n\nCERTIDAO DE DIVIDA ATIVA(CDA)\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nP G F N\n\nLivro/ Data de\n\nProcesso Administrativo Nm.Inscricao\n\nde Origem Folha Inscricao Original\n\nDesmembrado Divida Ativa\n\n19.200.800 0098/204 20/06/2014 452818214\n\n45.281.821-4\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDevedor\n\nENFACO IMOVEIS E CONSTRUCOES LTDA - ME\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nF.Legal\n\nPeriodo\n\nDescricao / Embasamento Legal\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n800.11 desde 01/10/2008 ALTERACOES DO DECRETO N. 3.265, DE 29.11.99.\n----------------------------------------------------------------------\n\nE para que se possa proceder a cobranca em acao propria, nos termos da Lei No. 6830 de 22/09/80, art 20. e seus paragrafos e demais dispositivos legais em vigor, foi extraida a presente certidao.\nSobre o valor total incide encargos legais previsto no DecretoLei No. 1.025/69,alterado pelo Decreto-Lei No. 1.645/78, e custas processuais.\n\n-------------------------------------------------- ------------\n\nJOSE DIOGO CYRILLO DA SILVA\n\nMAT- 0154373 F.0008\n\nDATA: 23/08/2014 LOCAL: PORTO ALEGRE\n\n(final)\n\n\f*120140057209* 120140057209\n\nCERTIDAO DE DIVIDA ATIVA(CDA)\n\nCertifico que do registroda divida ativa da Uniao consta a inscricao da divida cujo os dados sao os seguintes:\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nP G F N\n\nLivro/ Data de\n\nProcesso Administrativo Nm.Inscricao\n\nde Origem Folha Inscricao Original\n\nDesmembrado Divida Ativa\n\n19.200.800 0098/203 20/06/2014 452818206\n\n45.281.820-6\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDevedor\n\nENFACO IMOVEIS E CONSTRUCOES LTDA - ME\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nEndereco\n\nTelefone\n\nR MOSTARDEIRO 455\n\nCEP\n\nBairro\n\nMunicipio\n\nUF\n\n90430-001 MOINHOS DE VENTO\n\nPORTO ALEGRE\n\nRS\n\nIdentificacao\n\nCGC: 04.652.190/0001-82\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nPeriodo da Divida\n\nValor Originario Moeda\n\n06/2013 a 11/2013\n\n10.502,50 REAL\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDocumento Original DCGB - DCG BATCH\n\nOrgao de Origem 19.001.010 Lancamento 03/05/2014 Calculo 23/08/2014\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nPrinc.Atualizado\n\nJuros\n\nMulta\n\nValor Total\n\n10.502,50\n\n919,58\n\n2.100,52\n\n13.522,60\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nF.Legal\n\nPeriodo\n\nDescricao / Embasamento Legal\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n041.00\n\nATRIBUICAO DE COMPETENCIA PARA FISCALIZAR, ARRECADAR E COBRA\n\n041.02 desde 01/11/2004 PERIODO DE 11/2004 A 12/2004 MP N. 222, DE 04.10.2004, ARTIGOS 1. E 3., POSTERIORMENTE CONVERTIDA NA LEI N. 11.098, DE 13.01.2005, ARTIGOS 1. E 3.; DECRETO N. 5.256, DE 27.10.2004, ANEXO I, ART. 18, I. PERIODO DE 01/2005 A 02/2005 MP N. 222, DE 04.10.2004, ARTIGOS 1. E 3., CONVERTIDA NA LEI N. 11.098, DE 13.01.2005, ARTIGOS 1. E 3.; DECRETO N. 5.256, DE 27.10.2004, ANEXO I, ART. 18, I. PERIODO DE 03/2005 A 05/2005 LEI N. 11.098, DE 13.01.2005, ARTIGOS 1. E 3.; DECRETO N. 5.256, DE 27.10.2004, ANEXO I, ART. 18, I; DECRETO N. 5.403, DE 28.03.2005, ANEXO I, ART.\n----------------------------------------------------------------------\n\n-------------------------------------------------- ------------\n\nJOSE DIOGO CYRILLO DA SILVA\n\nMAT- 0154373 F.0001\n\nDATA: 23/08/2014 LOCAL: PORTO ALEGRE\n\n(continua)\n\n\f*120140057209* 120140057209\n\nCERTIDAO DE DIVIDA ATIVA(CDA)\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nP G F N\n\nLivro/ Data de\n\nProcesso Administrativo Nm.Inscricao\n\nde Origem Folha Inscricao Original\n\nDesmembrado Divida Ativa\n\n19.200.800 0098/203 20/06/2014 452818206\n\n45.281.820-6\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDevedor\n\nENFACO IMOVEIS E CONSTRUCOES LTDA - ME\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nF.Legal\n\nPeriodo\n\nDescricao / Embasamento Legal\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n041.02\n\ndesde 01/11/2004 15, I. PERIODO DE 06/2005 A 14.08.2005 LEI N. 11.098, DE 13.01.2005, ARTIGOS 1. E 3.; DECRETO N. 5.403, DE 28.03.2005, ANEXO I, ART. 15, I; DECRETO N. 5.469, DE 15.06.2005, ANEXO I, ART. 18, I. A PARTIR DE 15.08.2005 MP N. 258, DE 21.07.2005, ART. 3., CAPUT E PARAGRAFO 1., ART. 10 E INCISO I DO ART. 12. A PARTIR DE 19.11.2005 LEI N. 11.098, DE 13.01.2005, ARTIGOS 1. E 3.; DECRETO N. 5.469, DE 15.06.2005, ANEXO I, ART. 18, I. A PARTIR DE 02.05.2007 LEI N. 11.457, DE 16.03.07, ARTS. 2 E 3.\n\n089.00\n\nGFIP - GUIA DE RECOLHIMENTO DO FGTS E INFORMACOES A PREVIDENCIA SOCIAL\n\n089.04\n\ndesde 01/12/2008 LEI N. 8.212, DE 24.07.91, ART. 32, IV (ACRESCENTADO PELA MP N. 1.596-14/97, COM REDACAO DA MP N. 449, DE 03.12.2008, CONVERTIDA NA LEI N. 11.941, DE 27.05.2009) E ART. 33 (COM A REDACAO DA LEI N. 10.256, DE 09.07.2001E ALTERACAO DA MP N. 449, DE 03.12.08, CONVERTIDA NA LEI N. 11.941, DE 27.05.09), PARAGRAFO 7. (ACRESCENTADO PELA MP N. 1.59614/97, CONVERTIDA NA LEI N. 9.528, DE 10.12.97, ALTERADA PELA MP N. 449, DE 03.12.08, CONVERTIDA NA LEI N. 11.941, DE 2705.09) REDACAO); DECRETO N. 2.803, DE 20.10.98; REGULAMENTO DA PREVIDENCIA SOCIAL - RPS, APROVADO PELO DECRETO N. 3.048, DE 06.05.99, ART. 225, IV, PARAGRAFOS 1., 2., 3. E 4. E ART. 245, CAPUT E PARAGRAFO 1.;\n\n100.00\n\nCONTRIBUICAO DOS SEGURADOS (EMPREGADOS, TRABALHADORES TEMPORARIOS E AVULSOS)\n\n100.15 desde 01/12/1999 LEI N. 8.212, DE 24.07.91, ART. 20 (COM A REDACAO DADA PELA\n----------------------------------------------------------------------\n\n-------------------------------------------------- ------------\n\nJOSE DIOGO CYRILLO DA SILVA\n\nMAT- 0154373 F.0002\n\nDATA: 23/08/2014 LOCAL: PORTO ALEGRE\n\n(continua)\n\n\f*120140057209* 120140057209\n\nCERTIDAO DE DIVIDA ATIVA(CDA)\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nP G F N\n\nLivro/ Data de\n\nProcesso Administrativo Nm.Inscricao\n\nde Origem Folha Inscricao Original\n\nDesmembrado Divida Ativa\n\n19.200.800 0098/203 20/06/2014 452818206\n\n45.281.820-6\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDevedor\n\nENFACO IMOVEIS E CONSTRUCOES LTDA - ME\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nF.Legal\n\nPeriodo\n\nDescricao / Embasamento Legal\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n100.15\n\ndesde 01/12/1999 LEI N. 9.032, DE 28.04.95, ALTERADA POSTERIORMENTE PELA LEI N. 9.129, DE 20.11.95), COMBINADO COM OS ARTIGOS 12, I (COM AS ALTERACOES DA LEI N. 8.647, DE 13.04.93, DA LEI N. 9.506, DE 30.10.97 E DA LEI N. 9.876, DE 26/11/99) E ART. 28, I E PARAGRAFOS (COM A REDACAO DADA PELA LEI N. 9.528, DE 10.12.97); LEI N. 8.620, DE 05.01.93, ART. 7., PARAGRAFO 2.; LEI N. 9.311, DE 24.10.96, ART. 17, II; LEI N. 9.317, DE 05.12.96, ART. 3., PARAGRAFO 2., \"H\"; REGULAMENTO DA PREVIDENCIA SOCIAL - RPS, APROVADO PELO DECRETO N. 3.048, DE 06.05.99, ART. 9., I, \"G\" (ALINEA ACRESCENTADA PELO DECRETO N. 3.265, DE 29.11.99), PARAGRAFO 1. A 7., ART. 198, ART. 214, I, PARAGRAFOS 1. A 15, ART. 216, I, \"A\"(ALTERADO PELO DECRETO N. 4.729, DE 09.06.03) E \"B\" (ALTERACAO DO DECRETO N. 6.722, DE 20.12.08), PARAGRAFOS 1. A 6., ARTIGOS 217 E 218.\n\n114.00\n\nCONTRIBUINTE INDIVIDUAL - CONTRIBUICOES DESCONTADAS PELA EMPRESA/COOPERATIVA DE TRABALHO\n\n114.01 desde 01/04/2003 LEI N. 8.212, DE 24.07.91, ART. 12, V, ART. 21, ART. 28, III, ART. 30, I, \"B\" ,PARAGRAFO 2., COM REDACAO DA LEI N. 9.876, DE 26.11.99 E ALTERACOES DA MP 447, DE 14.11.2008, CONVERTIDA NA LEI N. 11.933, DE 28.04.2009, E PARAGRAFOS 4. E 5., COM AS ALTERACOES INTRODUZIDAS PELA LEI N. 9.876, DE 26.11.99 C/C ART. 4.,\"CAPUT\" E PARAGRAFO 1. DA LEI N. 10.666, DE 08.05.2003, ALTERADOS PELA LEI N. 11.933, DE 28.04.2009. DECRETO N. 3.048, DE 06.05.99, ART. 9., V, ART. 199, ART. 214, III, PARAGRAFOS 3. E 5., ART. 216, I, PARAGRAFOS 20, 21, 23, 26 A 31 , COM A REDACAO DADA PELO DECRETO N. 4.729, DE 09.06.03 E ALTERACAO DO DECRETO N. 6.722, DE 30.12.2008.\n----------------------------------------------------------------------\n\n-------------------------------------------------- ------------\n\nJOSE DIOGO CYRILLO DA SILVA\n\nMAT- 0154373 F.0003\n\nDATA: 23/08/2014 LOCAL: PORTO ALEGRE\n\n(continua)\n\n\f*120140057209* 120140057209\n\nCERTIDAO DE DIVIDA ATIVA(CDA)\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nP G F N\n\nLivro/ Data de\n\nProcesso Administrativo Nm.Inscricao\n\nde Origem Folha Inscricao Original\n\nDesmembrado Divida Ativa\n\n19.200.800 0098/203 20/06/2014 452818206\n\n45.281.820-6\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDevedor\n\nENFACO IMOVEIS E CONSTRUCOES LTDA - ME\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nF.Legal\n\nPeriodo\n\nDescricao / Embasamento Legal\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n600.00\n\nCORRECAO MONETARIA\n\n600.08\n\ndesde 01/01/1995 LEI N. 8.981, DE 20.01.95, ART. 6.. REGULAMENTO DA ORGANIZACAO E DO CUSTEIO DA SEGURIDADE SOCIAL-ROCSS, APROVADO PELO DECRETO N. 356, DE 07.12.91, COM A NOVA REDACAO DADA PELO DECRETO N. 612, DE 21.07.92 E ALTERACOES POSTERIORES, ART. 39, PARAGRAFO 5., RENUMERADO PARA PARAGRAFO 9., PELO ART. 1. DO DECRETO N. 738 DE 28.01.93, E PARAGRAFO 10 (ACRESCENTADO PELO DECRETO N. 738, DE 28.01.93); REGULAMENTO DA ORGANIZACAO E DO CUSTEIO DA SEGURIDADE SOCIAL-ROCSS, APROVADO PELO DECRETO N. 2.173, DE 05.03.97, ART. 58, I. VALORES ORIGINARIOS EM REAL E SEM ATUALIZACAO\n\n601.00\n\nACRESCIMOS LEGAIS - MULTA\n\n601.10\n\ndesde 01/12/2008 LEI N. 8.212, DE 24.07.91, ART. 35, (COMBINADO COM O ART. 61 DA LEI N. 9.430, DE 27.12.96) COM REDACAO DA MP N. 449 DE 04.12.2008, CONVERTIDA NA LEI N. 11.941, DE 27.05.2009.CALCULO DA MULTA: PARA PAGAMENTO DE OBRIGACAO VENCIDA, NAO INCLUIDA EM AUTO-DE-INFRACAO: 0,33%, POR DIA DE ATRASO, CALCULADA A PARTIR DO PRIMEIRO DIA SUBSEQUENTE AO DO VENCIMENTO DO PRAZO PREVISTO PARA O PAGAMENTO DA CONTRIBUICAO ATE O DIA EM QUE OCORRER O SEU PAGAMENTO, LIMITADO A 20%.\n\n602.00\n\nACRESCIMOS LEGAIS - JUROS\n\n602.08 desde 01/12/2008 LEI N. 8.212, DE 24.07.91, ART. 35, COMBINADO COM O ART. 61\n----------------------------------------------------------------------\n\n-------------------------------------------------- ------------\n\nJOSE DIOGO CYRILLO DA SILVA\n\nMAT- 0154373 F.0004\n\nDATA: 23/08/2014 LOCAL: PORTO ALEGRE\n\n(continua)\n\n\f*120140057209* 120140057209\n\nCERTIDAO DE DIVIDA ATIVA(CDA)\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nP G F N\n\nLivro/ Data de\n\nProcesso Administrativo Nm.Inscricao\n\nde Origem Folha Inscricao Original\n\nDesmembrado Divida Ativa\n\n19.200.800 0098/203 20/06/2014 452818206\n\n45.281.820-6\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDevedor\n\nENFACO IMOVEIS E CONSTRUCOES LTDA - ME\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nF.Legal\n\nPeriodo\n\nDescricao / Embasamento Legal\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n602.08\n\ndesde 01/12/2008 DA LEI N. 9.430, DE 27.12.96, COM REDACAO DA MP N. 449, DE 04.12.2008, CONVERTIDA NA LEI N. 11.941, DE 27.05.2009. CALCULO DOS JUROS: JUROS CALCULADOS SOBRE O VALOR ORIGINARIO, MEDIANTE A APLICACAO DOS SEGUINTES PERCENTUAIS: A) TAXA MEDIA MENSAL DE CAPTACAO DO TESOURO NACIONAL RELATIVA A DIVIDA MOBILIARIA FEDERAL / TAXA REFERENCIAL DO SISTEMA ESPECIAL DE LIQUIDACAO E DE CUSTODIA - SELIC, A PARTIR DO PRIMEIRO DIA DO MES SUBSEQUENT AO VENCIMENTO DO PRAZO ATE O MES ANTERIOR AO DO PAGAMENTO B) 1% (UM POR CENTO) NO MES DO PAGAMENTO.\n\n700.00\n\nENCARGO LEGAL DE 20% (VINTE POR CENTO)\n\n700.01\n\ndesde 01/05/2007 DECRETO-LEI N. 1.025/69, ART. 1; DECRETO-LEI N. 1.645/78, ART. 3; LEI 7.799/89, ART. 64, PARAGRAFO 2 E LEI N. 8.383/91, ART. 57, PARAGRAFO 2.\n\n800.00\n\nPRAZO E OBRIGACAO DE RECOLHIMENTO - EMPRESAS EM GERAL\n\n800.11 desde 01/10/2008 LEI N. 8.212, DE 24.07.91, ART. 30, I (COM A ALTERACAO DA LEI N. 8.620, DE 05.01.93, DA LEI N. 9.876, DE 26.11.99, DA MP N. 351, DE 22.01.07, CONVERTIDA NA LEI N. 11.488, DE 25.06.07 E DA MP N. 447, DE 14.11.08, CONVERTIDA NA LEI N. 11.933, DE 28.04.2009); LEI N. 8.620, DE 05.01.93, ART. 7., PARAGRAFOS 1. E 2.; LEI N. 10.666, DE 08.05.03, ART. 4., PARAGRAFO 1., COMBINADO COM O ART. 15; REGULAMENTO DA PREVIDENCIA SOCIAL, APROVADO PELO DECRETO N. 3.048, DE 06.05.99, ART. 216, I, \"B\" E PARAGRAFOS 1. AO 6., COM AS ALTERACOES DO DECRETO N. 3.265, DE 29.11.99.\n----------------------------------------------------------------------\n\n-------------------------------------------------- ------------\n\nJOSE DIOGO CYRILLO DA SILVA\n\nMAT- 0154373 F.0005\n\nDATA: 23/08/2014 LOCAL: PORTO ALEGRE\n\n(continua)\n\n\f*120140057209* 120140057209\n\nCERTIDAO DE DIVIDA ATIVA(CDA)\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nP G F N\n\nLivro/ Data de\n\nProcesso Administrativo Nm.Inscricao\n\nde Origem Folha Inscricao Original\n\nDesmembrado Divida Ativa\n\n19.200.800 0098/203 20/06/2014 452818206\n\n45.281.820-6\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDevedor\n\nENFACO IMOVEIS E CONSTRUCOES LTDA - ME\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nF.Legal\n\nPeriodo\n\nDescricao / Embasamento Legal\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nE para que se possa proceder a cobranca em acao propria, nos termos da Lei No. 6830 de 22/09/80, art 20. e seus paragrafos e demais dispositivos legais em vigor, foi extraida a presente certidao.\nSobre o valor total incide encargos legais previsto no DecretoLei No. 1.025/69,alterado pelo Decreto-Lei No. 1.645/78, e custas processuais.\n\n-------------------------------------------------- ------------\n\nJOSE DIOGO CYRILLO DA SILVA\n\nMAT- 0154373 F.0006\n\nDATA: 23/08/2014 LOCAL: PORTO ALEGRE\n\n(final)\n\n\f" } ], "similar_texts_federais_solon": [ { "header": "Texto Similar 1 (Solon) - IdDocumentoCompleto: 5006625-92.2015.4.04.7209-721448487791492990290000000002", "text": "*120150100549* 120150100549\nEXMO. DR. JUIZ FEDERAL DA ___ VARA FEDERAL DA SUBSECAO JUDICIARIA DE JARAGUA DO SUL\n\nUNIAO, pessoa juridica de direito publico interno, com fun-\n\ndamento na Lei no. 6830,de 22 de setembro de 1980, vem, mui respei-\n\ntosamente, por seu representante legal infra-assinado, propor a\n\npresente EXECUCAO FISCAL, para cobranca da divida no valor de\n\nR$ ************24.460,38(VINTE E QUATRO MIL, QUATROCENTOS E SESSENTA\n\nREAIS E TRINTA E OITO CENTAVOS. *************************************)\n\natualizada para o mes de 11/2015, conforme as anexas certidoes de Di-\n\nvida Ativa sob numero (s) 12.179.125-4,****************************\n\ncontra:\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDevedor\n\nIdentificacao\n\nCARGO EXPRESS SERVICO DE TRANSPORTE LTDA - ME CGC: 08.657.147/0001-60\n\nEndereco\n\nTelefone\n\nR JOAO MORETTI 92 SALA 01\n\nCEP\n\nBairro\n\nMunicipio\n\nUF\n\n89254-170 RAU\n\nJARAGUA DO SUL\n\nSC\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nPara tanto, requer-se na forma do artigo 8\n\nda Lei 6.830 e art. 172, paragrafo 2, do Codigo de Processo Civil:\n\n1.A citacao da(o) Executada (o),pelo correio,com Aviso de Recepcao(AR)\n\n,para pagar, no prazo legal, as dividas inscritas, devidamente atua-\n\nlizadas, acrescidas de juros, encargos previstos no Decreto-Lei\n\nNo 1.025/1969, alterado pelo Decreto-Lei No. 1.645/1978, custas e\n\ndespesas processuais, ou nomear bens livres e desembaracados para\n\ngarantir a execucao em consonancia com a legislacao em vigor, sob\n\npena de lhe serem penhorados ou arrestados tantos bens quanto bastem\n\na plena execucao da divida.\n\n2.Nao paga a divida ou nao garantida a execucao,a expedicao de mandado\n\nde penhora e avaliacao a recair sobre tantos bens quanto bastem a\n\ngarantia integral da divida, inclusive imoveis, nesse caso proce-\n\ndendo-se a intimacao do conjuge e a notificacao do cartorio de re-\n\nF.0001 (continua)\n\n\f*120150100549* 120150100549\ngistro de imoveis competente. Da-se a causa o valor da divida com os\nacrescimos calculados ate a data da distribuicao, nos termos do artigo 6o, paragrafo 4o da Lei de Execucoes Fiscais.\nNestes Termos, p.deferimento JOINVILLE, 04/11/2015\n\n-----------------------------------------------\n\nFRANCISCO JOSE TARSO DE SABOIA\n\nMAT- 1796326\n\nN.OAB- 18015\n\nProcuradoria: JOINVILLE Endereco: RUA PRES.PRUDENTE DE MORAES Cep: 89218-000 Bairro: SANTO ANTONIO Municipio: JOINVILLE\n\n80 UF: SC\n\nF.0002 (final)\n\n\f*120150100549* 120150100549\n\nUNIAO FEDERAL\n\nMINISTERIO DA FAZENDA\n\nDISCRIMINATIVO DE CREDITO INSCRITO - SINTETICO POR COMPETENCIA\n\nProcuradoria-Geral da Fazenda Nacional\n\nOrigem:20.200.801 Tramitacao:20.200.801\n\nCredito: 12.179.125-4\n\nProcesso Administrativo - Originario: 121791254\n\nDevedor: CARGO EXPRESS SERVICO DE TRANSPORTE LTDA - ME\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nEndereco: R JOAO MORETTI 92 SALA 01\n\nBairro : RAU\n\nMunic.: JARAGUA DO SUL\n\nUF\n\n: SC\n\nCEP\n\n: 89254-170\n\nFase Atual: 534 em 30/10/2015 Doc.: DCGB - DCG BATCH ----------------------------------------------------------------------\n\n(**) TOTAL (*) ORIGINARIO (**) ATUALIZADO\n\nCompet. Moeda(*)\n\n(**) JUROS (**) MULTA MORA\n\n--/---- -------------- --------.---,-- --------.---,-- --------.---,--\n\n13/2010 REAL\n\n42,47\n\n25,15\n\n25,15\n\n12,29\n\n5,03\n\n06/2012 REAL\n\n691,42\n\n453,15\n\n453,15\n\n147,64\n\n90,63\n\n07/2012 REAL\n\n93,32\n\n61,44\n\n61,44\n\n19,59\n\n12,29\n\n08/2012 REAL\n\n663,06\n\n438,10\n\n438,10\n\n137,34\n\n87,62\n\n09/2012 REAL\n\n683,03\n\n453,12\n\n453,12\n\n139,29\n\n90,62\n\n10/2012 REAL\n\n648,20\n\n431,59\n\n431,59\n\n130,30\n\n86,31\n\n11/2012 REAL\n\n731,57\n\n488,89\n\n488,89\n\n144,91\n\n97,77\n\n13/2012 REAL\n\n308,20\n\n205,96\n\n205,96\n\n61,05\n\n41,19\n\n01/2013 REAL\n\n121,24\n\n81,62\n\n81,62\n\n23,30\n\n16,32\n\n02/2013 REAL\n\n97,32\n\n65,76\n\n65,76\n\n18,41\n\n13,15\n\n03/2013 REAL\n\n621,84\n\n421,90\n\n421,90\n\n115,56\n\n84,38\n\n04/2013 REAL\n\n874,06\n\n595,45\n\n595,45\n\n159,52\n\n119,09\n\n05/2013 REAL\n\n840,69\n\n575,10\n\n575,10\n\n150,57\n\n115,02\n\n06/2013 REAL\n\n724,14\n\n497,82\n\n497,82\n\n126,75\n\n99,57\n\n07/2013 REAL\n\n61,16\n\n42,25\n\n42,25\n\n10,46\n\n8,45\n\n08/2013 REAL\n\n133,01\n\n92,34\n\n92,34\n\n22,20\n\n18,47\n\n09/2013 REAL\n\n744,12\n\n519,53\n\n519,53\n\n120,68\n\n103,91\n\n10/2013 REAL\n\n683,88\n\n479,88\n\n479,88\n\n108,02\n\n95,98\n\n11/2013 REAL\n\n906,22\n\n639,44\n\n639,44\n\n138,89\n\n127,89\n\n12/2013 REAL\n\n807,88\n\n573,50\n\n573,50\n\n119,68\n\n114,70\n\n** Valores atualizados para 11/2015 em REAL\n\nc/multa ajuizam.\n\nUfir de conversao:\n\n0,9108\n\nF.0001(continua)\n\n\f*120150100549* 120150100549\n\nUNIAO FEDERAL\n\nMINISTERIO DA FAZENDA\n\nDISCRIMINATIVO DE CREDITO INSCRITO - SINTETICO POR COMPETENCIA\n\nProcuradoria-Geral da Fazenda Nacional\n\nOrigem:20.200.801 Tramitacao:20.200.801\n\nCredito: 12.179.125-4\n\nProcesso Administrativo - Originario: 121791254\n\nDevedor: CARGO EXPRESS SERVICO DE TRANSPORTE LTDA - ME\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n(**) TOTAL (*) ORIGINARIO (**) ATUALIZADO\n\nCompet. Moeda(*)\n\n(**) JUROS (**) MULTA MORA\n\n--/---- -------------- --------.---,-- --------.---,-- --------.---,--\n\n13/2013 REAL\n\n370,64\n\n261,53\n\n261,53\n\n56,80\n\n52,31\n\n01/2014 REAL\n\n669,72\n\n478,10\n\n478,10\n\n96,00\n\n95,62\n\n02/2014 REAL\n\n612,02\n\n439,32\n\n439,32\n\n84,83\n\n87,87\n\n04/2014 REAL\n\n527,23\n\n383,11\n\n383,11\n\n67,50\n\n76,62\n\n06/2014 REAL\n\n340,98\n\n251,00\n\n251,00\n\n39,78\n\n50,20\n\n07/2014 REAL\n\n1.072,34\n\n794,44\n\n794,44\n\n119,01\n\n158,89\n\n08/2014 REAL\n\n868,90\n\n648,09\n\n648,09\n\n91,19\n\n129,62\n\n09/2014 REAL\n\n896,84\n\n673,71\n\n673,71\n\n88,39\n\n134,74\n\n10/2014 REAL\n\n730,46\n\n552,21\n\n552,21\n\n67,81\n\n110,44\n\n11/2014 REAL\n\n785,35\n\n598,04\n\n598,04\n\n67,70\n\n119,61\n\n12/2014 REAL\n\n944,87\n\n724,70\n\n724,70\n\n75,23\n\n144,94\n\n13/2014 REAL\n\n618,59\n\n471,06\n\n471,06\n\n53,32\n\n94,21\n\n01/2015 REAL\n\n784,22\n\n605,29\n\n605,29\n\n57,87\n\n121,06\n\n02/2015 REAL\n\n684,66\n\n532,72\n\n532,72\n\n45,39\n\n106,55\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nTotal do Credito\n\n20.383,65\n\n14.555,31\n\n2.917,27\n\n2.911,07\n\nSobre o valor total incide encargos legais previsto no Decreto-Lei No.\n\n1.025/69,alterado pelo Decreto-Lei No. 1.645/78, e custas processuais.\n\n** Valores atualizados para 11/2015 em REAL\n\nc/multa ajuizam.\n\nUfir de conversao:\n\n0,9108\n\nF.0002 (final)\n\n\f*120150100549* 120150100549\n\nCERTIDAO DE DIVIDA ATIVA(CDA)\n\nCertifico que do registroda divida ativa da Uniao consta a inscricao da divida cujo os dados sao os seguintes:\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nP G F N\n\nLivro/ Data de\n\nProcesso Administrativo Nm.Inscricao\n\nde Origem Folha Inscricao Original\n\nDesmembrado Divida Ativa\n\n20.200.801 0052/233 22/08/2015 121791254\n\n12.179.125-4\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDevedor\n\nCARGO EXPRESS SERVICO DE TRANSPORTE LTDA - ME\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nEndereco\n\nTelefone\n\nR JOAO MORETTI 92 SALA 01\n\nCEP\n\nBairro\n\nMunicipio\n\nUF\n\n89254-170 RAU\n\nJARAGUA DO SUL\n\nSC\n\nIdentificacao\n\nCGC: 08.657.147/0001-60\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nPeriodo da Divida\n\nValor Originario Moeda\n\n13/2010 a 02/2015\n\n14.555,31 REAL\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDocumento Original DCGB - DCG BATCH\n\nOrgao de Origem 20.024.020\n\nCalculo 03/11/2015\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nPrinc.Atualizado\n\nJuros\n\nMulta\n\nValor Total\n\n14.555,31\n\n2.917,27\n\n2.911,07\n\n20.383,65\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nF.Legal\n\nPeriodo\n\nDescricao / Embasamento Legal\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n041.00\n\nATRIBUICAO DE COMPETENCIA PARA FISCALIZAR, ARRECADAR E COBRAR\n\n041.02 desde 01/11/2004 PERIODO DE 11/2004 A 12/2004 MP N. 222, DE 04.10.2004, ARTIGOS 1. E 3., POSTERIORMENTE CONVERTIDA NA LEI N. 11.098, DE 13.01.2005, ARTIGOS 1. E 3.; DECRETO N. 5.256, DE 27.10.2004, ANEXO I, ART. 18, I. PERIODO DE 01/2005 A 02/2005 MP N. 222, DE 04.10.2004, ARTIGOS 1. E 3., CONVERTIDA NA LEI N. 11.098, DE 13.01.2005, ARTIGOS 1. E 3.; DECRETO N. 5.256, DE 27.10.2004, ANEXO I, ART. 18, I. PERIODO DE 03/2005 A 05/2005 LEI N. 11.098, DE 13.01.2005, ARTIGOS 1. E 3.; DECRETO N. 5.256, DE 27.10.2004, ANEXO I,\n----------------------------------------------------------------------\n\n-------------------------------------------------- ------------\n\nFRANCISCO JOSE TARSO DE SABOIA\n\nMAT- 1796326 F.0001\n\nDATA: 30/10/2015 LOCAL: JOINVILLE\n\n(continua)\n\n\f*120150100549* 120150100549\n\nCERTIDAO DE DIVIDA ATIVA(CDA)\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nP G F N\n\nLivro/ Data de\n\nProcesso Administrativo Nm.Inscricao\n\nde Origem Folha Inscricao Original\n\nDesmembrado Divida Ativa\n\n20.200.801 0052/233 22/08/2015 121791254\n\n12.179.125-4\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDevedor\n\nCARGO EXPRESS SERVICO DE TRANSPORTE LTDA - ME\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nF.Legal\n\nPeriodo\n\nDescricao / Embasamento Legal\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n041.02\n\ndesde 01/11/2004 ART. 18, I; DECRETO N. 5.403, DE 28.03.2005, ANEXO I, ART. 15, I. PERIODO DE 06/2005 A 14.08.2005 LEI N. 11.098, DE 13.01.2005, ARTIGOS 1. E 3.; DECRETO N. 5.403, DE 28.03.2005, ANEXO I, ART. 15, I; DECRETO N. 5.469, DE 15.06.2005, ANEXO I, ART. 18, I. A PARTIR DE 15.08.2005 MP N. 258, DE 21.07.2005, ART. 3., CAPUT E PARAGRAFO 1., ART. 10 E INCISO I DO ART. 12. A PARTIR DE 19.11.2005 LEI N. 11.098, DE 13.01.2005, ARTIGOS 1. E 3.; DECRETO N. 5.469, DE 15.06.2005, ANEXO I, ART. 18, I. A PARTIR DE 02.05.2007 LEI N. 11.457, DE 16.03.07, ARTS. 2 E 3.\n\n088.00\n\nEMPRESA OPTANTE PELO SIMPLES\n\n088.02\n\ndesde 01/06/1999 LEI N. 8.212, DE 24.07.91, ART. 22 (COM AS ALTERACOES DA MP N. 1.596-14, DE 10.11.97, CONVERTIDA NA LEI N. 9.528, DE 10.12.97, DAS LEIS N. 9.711, DE 20.11.98, N. 9.732, DE 11.12.98, N. 9.876, DE 26.11.99, N. 10.170, DE 29.12.00 E N. 10.256, DE 07.07.01), ART. 30, I, \"A\" E \"B\"; LEI N. 8.870, DE 15.04.94, ART. 25, NA REDACAO ORIGINAL E COM A REDACAO DA LEI N.10.256, DE 09.07.01; LEI COMPLEMENTAR N. 84, DE 18.01.96; LEI N. 9.317, DE 05.12.96, ARTIGOS 2. E 3., PARAGRAFOS 1. E 2., \"F\" E \"H\", NA REDACAO ORIGINAL E COM AS ALTERACOES DA LEI N. 10.256, DE 09.07.2001; LEI N. 10.034, DE 24.10.00; LEI N. 10.666, DE 08.05.03, ART. 1, PARAGRAFOS 1. E 2.. LEI N. 9.876, DE 26.11.99; DECRETO N. 1.197/94, ART. 25; REGULAMENTO DA PREVIDENCIA SOCIAL, APROVADO PELO DECRETO N. 3.048, DE 06.05.99, ART. 216, I, \"A\" E \"B\".\n\n089.00 GFIP - GUIA DE RECOLHIMENTO DO FGTS E INFORMACOES A\n----------------------------------------------------------------------\n\n-------------------------------------------------- ------------\n\nFRANCISCO JOSE TARSO DE SABOIA\n\nMAT- 1796326 F.0002\n\nDATA: 30/10/2015 LOCAL: JOINVILLE\n\n(continua)\n\n\f*120150100549* 120150100549\n\nCERTIDAO DE DIVIDA ATIVA(CDA)\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nP G F N\n\nLivro/ Data de\n\nProcesso Administrativo Nm.Inscricao\n\nde Origem Folha Inscricao Original\n\nDesmembrado Divida Ativa\n\n20.200.801 0052/233 22/08/2015 121791254\n\n12.179.125-4\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDevedor\n\nCARGO EXPRESS SERVICO DE TRANSPORTE LTDA - ME\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nF.Legal\n\nPeriodo\n\nDescricao / Embasamento Legal\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n089.00\n\nPREVIDENCIA SOCIAL\n\n089.04\n\ndesde 01/12/2008 LEI N. 8.212, DE 24.07.91, ART. 32, IV (ACRESCENTADO PELA MP N. 1.596-14/97, COM REDACAO DA MP N. 449, DE 03.12.2008, CONVERTIDA NA LEI N. 11.941, DE 27.05.2009) E ART. 33 (COM A REDACAO DA LEI N. 10.256, DE 09.07.2001E ALTERACAO DA MP N. 449, DE 03.12.08, CONVERTIDA NA LEI N. 11.941, DE 27.05.09), PARAGRAFO 7. (ACRESCENTADO PELA MP N. 1.596-14/97, CONVERTIDA NA LEI N. 9.528, DE 10.12.97, ALTERADA PELA MP N. 449, DE 03.12.08, CONVERTIDA NA LEI N. 11.941, DE 2705.09) REDACAO); DECRETO N. 2.803, DE 20.10.98; REGULAMENTO DA PREVIDENCIA SOCIAL - RPS, APROVADO PELO DECRETO N. 3.048, DE 06.05.99, ART. 225, IV, PARAGRAFOS 1., 2., 3. E 4. E ART. 245, CAPUT E PARAGRAFO 1.;\n\n100.00\n\nCONTRIBUICAO DOS SEGURADOS (EMPREGADOS, TRABALHADORES TEMPORARIOS E AVULSOS)\n\n100.15 desde 01/12/1999 LEI N. 8.212, DE 24.07.91, ART. 20 (COM A REDACAO DADA PELA LEI N. 9.032, DE 28.04.95, ALTERADA POSTERIORMENTE PELA LEI N. 9.129, DE 20.11.95), COMBINADO COM OS ARTIGOS 12, I (COM AS ALTERACOES DA LEI N. 8.647, DE 13.04.93, DA LEI N. 9.506, DE 30.10.97 E DA LEI N. 9.876, DE 26/11/99) E ART. 28, I E PARAGRAFOS (COM A REDACAO DADA PELA LEI N. 9.528, DE 10.12.97); LEI N. 8.620, DE 05.01.93, ART. 7., PARAGRAFO 2.; LEI N. 9.311, DE 24.10.96, ART. 17, II; LEI N. 9.317, DE 05.12.96, ART. 3., PARAGRAFO 2., \"H\"; REGULAMENTO DA PREVIDENCIA SOCIAL - RPS, APROVADO PELO DECRETO N. 3.048, DE 06.05.99, ART. 9., I, \"G\" (ALINEA\n----------------------------------------------------------------------\n\n-------------------------------------------------- ------------\n\nFRANCISCO JOSE TARSO DE SABOIA\n\nMAT- 1796326 F.0003\n\nDATA: 30/10/2015 LOCAL: JOINVILLE\n\n(continua)\n\n\f*120150100549* 120150100549\n\nCERTIDAO DE DIVIDA ATIVA(CDA)\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nP G F N\n\nLivro/ Data de\n\nProcesso Administrativo Nm.Inscricao\n\nde Origem Folha Inscricao Original\n\nDesmembrado Divida Ativa\n\n20.200.801 0052/233 22/08/2015 121791254\n\n12.179.125-4\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDevedor\n\nCARGO EXPRESS SERVICO DE TRANSPORTE LTDA - ME\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nF.Legal\n\nPeriodo\n\nDescricao / Embasamento Legal\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n100.15\n\ndesde 01/12/1999 ACRESCENTADA PELO DECRETO N. 3.265, DE 29.11.99), PARAGRAFO 1. A 7., ART. 198, ART. 214, I, PARAGRAFOS 1. A 15, ART. 216, I, \"A\"(ALTERADO PELO DECRETO N. 4.729, DE 09.06.03) E \"B\" (ALTERACAO DO DECRETO N. 6.722, DE 20.12.08), PARAGRAFOS 1. A 6., ARTIGOS 217 E 218.\n\n114.00\n\nCONTRIBUINTE INDIVIDUAL - CONTRIBUICOES DESCONTADAS PELA EMPRESA/COOPERATIVA DE TRABALHO\n\n114.01\n\ndesde 01/04/2003 LEI N. 8.212, DE 24.07.91, ART. 12, V, ART. 21, ART. 28, III, ART. 30, I, \"B\" ,PARAGRAFO 2., COM REDACAO DA LEI N. 9.876, DE 26.11.99 E ALTERACOES DA MP 447, DE 14.11.2008, CONVERTIDA NA LEI N. 11.933, DE 28.04.2009, E PARAGRAFOS 4. E 5., COM AS ALTERACOES INTRODUZIDAS PELA LEI N. 9.876, DE 26.11.99 C/C ART. 4.,\"CAPUT\" E PARAGRAFO 1. DA LEI N. 10.666, DE 08.05.2003, ALTERADOS PELA LEI N. 11.933, DE 28.04.2009. DECRETO N. 3.048, DE 06.05.99, ART. 9., V, ART. 199, ART. 214, III, PARAGRAFOS 3. E 5., ART. 216, I, PARAGRAFOS 20, 21, 23, 26 A 31 , COM A REDACAO DADA PELO DECRETO N. 4.729, DE 09.06.03 E ALTERACAO DO DECRETO N. 6.722, DE 30.12.2008.\n\n600.00\n\nCORRECAO MONETARIA\n\n600.08 desde 01/01/1995 LEI N. 8.981, DE 20.01.95, ART. 6.. REGULAMENTO DA ORGANIZACAO E DO CUSTEIO DA SEGURIDADE SOCIAL-ROCSS, APROVADO PELO DECRETO N. 356, DE 07.12.91, COM A NOVA REDACAO DADA PELO DECRETO N. 612, DE 21.07.92 E ALTERACOES POSTERIORES, ART. 39, PARAGRAFO 5., RENUMERADO PARA\n----------------------------------------------------------------------\n\n-------------------------------------------------- ------------\n\nFRANCISCO JOSE TARSO DE SABOIA\n\nMAT- 1796326 F.0004\n\nDATA: 30/10/2015 LOCAL: JOINVILLE\n\n(continua)\n\n\f*120150100549* 120150100549\n\nCERTIDAO DE DIVIDA ATIVA(CDA)\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nP G F N\n\nLivro/ Data de\n\nProcesso Administrativo Nm.Inscricao\n\nde Origem Folha Inscricao Original\n\nDesmembrado Divida Ativa\n\n20.200.801 0052/233 22/08/2015 121791254\n\n12.179.125-4\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDevedor\n\nCARGO EXPRESS SERVICO DE TRANSPORTE LTDA - ME\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nF.Legal\n\nPeriodo\n\nDescricao / Embasamento Legal\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n600.08\n\ndesde 01/01/1995 PARAGRAFO 9., PELO ART. 1. DO DECRETO N. 738 DE 28.01.93, E PARAGRAFO 10 (ACRESCENTADO PELO DECRETO N. 738, DE 28.01.93); REGULAMENTO DA ORGANIZACAO E DO CUSTEIO DA SEGURIDADE SOCIAL-ROCSS, APROVADO PELO DECRETO N. 2.173, DE 05.03.97, ART. 58, I. VALORES ORIGINARIOS EM REAL E SEM ATUALIZACAO\n\n601.00\n\nACRESCIMOS LEGAIS - MULTA\n\n601.10\n\ndesde 01/12/2008 LEI N. 8.212, DE 24.07.91, ART. 35, (COMBINADO COM O ART. 61 DA LEI N. 9.430, DE 27.12.96) COM REDACAO DA MP N. 449 DE 04.12.2008, CONVERTIDA NA LEI N. 11.941, DE 27.05.2009.CALCULO DA MULTA: PARA PAGAMENTO DE OBRIGACAO VENCIDA, NAO INCLUIDA EM AUTO-DE-INFRACAO: 0,33%, POR DIA DE ATRASO, CALCULADA A PARTIR DO PRIMEIRO DIA SUBSEQUENTE AO DO VENCIMENTO DO PRAZO PREVISTO PARA O PAGAMENTO DA CONTRIBUICAO ATE O DIA EM QUE OCORRER O SEU PAGAMENTO, LIMITADO A 20%.\n\n602.00\n\nACRESCIMOS LEGAIS - JUROS\n\n602.08 desde 01/12/2008\n\nLEI N. 8.212, DE 24.07.91, ART. 35, COMBINADO COM O ART. 61\n\nDA LEI N. 9.430, DE 27.12.96, COM REDACAO DA MP N. 449, DE\n\n04.12.2008, CONVERTIDA NA LEI N. 11.941, DE 27.05.2009.\n\nCALCULO DOS JUROS: JUROS CALCULADOS SOBRE O VALOR\n\nORIGINARIO, MEDIANTE A APLICACAO DOS SEGUINTES\n\nPERCENTUAIS: A) TAXA MEDIA MENSAL DE CAPTACAO DO TESOURO\n\nNACIONAL RELATIVA A\n\nDIVIDA MOBILIARIA FEDERAL / TAXA\n\nREFERENCIAL DO SISTEMA ESPECIAL\n\nDE LIQUIDACAO E DE\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n-------------------------------------------------- ------------\n\nFRANCISCO JOSE TARSO DE SABOIA\n\nMAT- 1796326 F.0005\n\nDATA: 30/10/2015 LOCAL: JOINVILLE\n\n(continua)\n\n\f*120150100549* 120150100549\n\nCERTIDAO DE DIVIDA ATIVA(CDA)\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nP G F N\n\nLivro/ Data de\n\nProcesso Administrativo Nm.Inscricao\n\nde Origem Folha Inscricao Original\n\nDesmembrado Divida Ativa\n\n20.200.801 0052/233 22/08/2015 121791254\n\n12.179.125-4\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDevedor\n\nCARGO EXPRESS SERVICO DE TRANSPORTE LTDA - ME\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nF.Legal\n\nPeriodo\n\nDescricao / Embasamento Legal\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n602.08\n\ndesde 01/12/2008 CUSTODIA - SELIC, A PARTIR DO PRIMEIRO DIA DO MES SUBSEQUENTE AO VENCIMENTO DO PRAZO ATE O MES ANTERIOR AO DO PAGAMENTO B) 1% (UM POR CENTO) NO MES DO PAGAMENTO.\n\n700.00\n\nENCARGO LEGAL DE 20% (VINTE POR CENTO)\n\n700.01\n\ndesde 01/05/2007 DECRETO-LEI N. 1.025/69, ART. 1; DECRETO-LEI N. 1.645/78, ART. 3; LEI 7.799/89, ART. 64, PARAGRAFO 2 E LEI N. 8.383/91, ART. 57, PARAGRAFO 2.\n\n800.00\n\nPRAZO E OBRIGACAO DE RECOLHIMENTO - EMPRESAS EM GERAL\n\n800.11 desde 01/10/2008 LEI N. 8.212, DE 24.07.91, ART. 30, I (COM A ALTERACAO DA LEI N. 8.620, DE 05.01.93, DA LEI N. 9.876, DE 26.11.99, DA MP N. 351, DE 22.01.07, CONVERTIDA NA LEI N. 11.488, DE 25.06.07 E DA MP N. 447, DE 14.11.08, CONVERTIDA NA LEI N. 11.933, DE 28.04.2009); LEI N. 8.620, DE 05.01.93, ART. 7., PARAGRAFOS 1. E 2.; LEI N. 10.666, DE 08.05.03, ART. 4., PARAGRAFO 1., COMBINADO COM O ART. 15; REGULAMENTO DA PREVIDENCIA SOCIAL, APROVADO PELO DECRETO N. 3.048, DE 06.05.99, ART. 216, I, \"B\" E PARAGRAFOS 1. AO 6., COM AS ALTERACOES DO DECRETO N. 3.265, DE 29.11.99.\n----------------------------------------------------------------------\n\n-------------------------------------------------- ------------\n\nFRANCISCO JOSE TARSO DE SABOIA\n\nMAT- 1796326 F.0006\n\nDATA: 30/10/2015 LOCAL: JOINVILLE\n\n(continua)\n\n\f*120150100549* 120150100549\n\nCERTIDAO DE DIVIDA ATIVA(CDA)\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nP G F N\n\nLivro/ Data de\n\nProcesso Administrativo Nm.Inscricao\n\nde Origem Folha Inscricao Original\n\nDesmembrado Divida Ativa\n\n20.200.801 0052/233 22/08/2015 121791254\n\n12.179.125-4\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDevedor\n\nCARGO EXPRESS SERVICO DE TRANSPORTE LTDA - ME\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nE para que se possa proceder a cobranca em acao propria, nos termos da Lei No. 6830 de 22/09/80, art 20. e seus paragrafos e demais dispositivos legais em vigor, foi extraida a presente certidao.\nSobre o valor total incide encargos legais previsto no DecretoLei No. 1.025/69,alterado pelo Decreto-Lei No. 1.645/78, e custas processuais.\n\n-------------------------------------------------- ------------\n\nFRANCISCO JOSE TARSO DE SABOIA\n\nMAT- 1796326 F.0007\n\nDATA: 30/10/2015 LOCAL: JOINVILLE\n\n(final)\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 2 (Solon) - IdDocumentoCompleto: 5000602-23.2016.4.04.7201-721453215243492940290000000002", "text": "*120160005878* 120160005878\nEXMO. DR. JUIZ FEDERAL DA ___ VARA FEDERAL DA SUBSECAO JUDICIARIA DE JOINVILLE\n\nUNIAO, pessoa juridica de direito publico interno, com fun-\n\ndamento na Lei no. 6830,de 22 de setembro de 1980, vem, mui respei-\n\ntosamente, por seu representante legal infra-assinado, propor a\n\npresente EXECUCAO FISCAL, para cobranca da divida no valor de\n\nR$ ************43.528,25(QUARENTA E TRES MIL, QUINHENTOS E VINTE E OI\n\nTO REAIS E VINTE E CINCO CENTAVOS. **********************************)\n\natualizada para o mes de 01/2016, conforme as anexas certidoes de Di-\n\nvida Ativa sob numero (s) 12.346.531-1, 12.346.532-0,**************\n\ncontra:\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDevedor\n\nIdentificacao\n\nFOX COMERCIO DE PECAS EIRELI - EPP\n\nCGC: 05.810.723/0001-70\n\nEndereco\n\nTelefone\n\nR CARAMURU 20\n\nCEP\n\nBairro\n\nMunicipio\n\nUF\n\n89213-150 NOVA BRASILIA\n\nJOINVILLE\n\nSC\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nPara tanto, requer-se na forma do artigo 8\n\nda Lei 6.830 e art. 172, paragrafo 2, do Codigo de Processo Civil:\n\n1.A citacao da(o) Executada (o),pelo correio,com Aviso de Recepcao(AR)\n\n,para pagar, no prazo legal, as dividas inscritas, devidamente atua-\n\nlizadas, acrescidas de juros, encargos previstos no Decreto-Lei\n\nNo 1.025/1969, alterado pelo Decreto-Lei No. 1.645/1978, custas e\n\ndespesas processuais, ou nomear bens livres e desembaracados para\n\ngarantir a execucao em consonancia com a legislacao em vigor, sob\n\npena de lhe serem penhorados ou arrestados tantos bens quanto bastem\n\na plena execucao da divida.\n\n2.Nao paga a divida ou nao garantida a execucao,a expedicao de mandado\n\nde penhora e avaliacao a recair sobre tantos bens quanto bastem a\n\ngarantia integral da divida, inclusive imoveis, nesse caso proce-\n\ndendo-se a intimacao do conjuge e a notificacao do cartorio de re-\n\nF.0001 (continua)\n\n\f*120160005878* 120160005878\ngistro de imoveis competente. Da-se a causa o valor da divida com os\nacrescimos calculados ate a data da distribuicao, nos termos do artigo 6o, paragrafo 4o da Lei de Execucoes Fiscais.\nNestes Termos, p.deferimento JOINVILLE, 09/01/2016\n\n-----------------------------------------------\n\nFRANCISCO JOSE TARSO DE SABOIA\n\nMAT- 1796326\n\nN.OAB- 18015\n\nProcuradoria: JOINVILLE Endereco: RUA PRES.PRUDENTE DE MORAES Cep: 89218-000 Bairro: SANTO ANTONIO Municipio: JOINVILLE\n\n80 UF: SC\n\nF.0002 (final)\n\n\f*120160005878* 120160005878\n\nUNIAO FEDERAL\n\nMINISTERIO DA FAZENDA\n\nDISCRIMINATIVO DE CREDITO INSCRITO - SINTETICO POR COMPETENCIA\n\nProcuradoria-Geral da Fazenda Nacional\n\nOrigem:20.200.801 Tramitacao:20.200.801\n\nCredito: 12.346.532-0\n\nProcesso Administrativo - Originario: 123465320\n\nDevedor: FOX COMERCIO DE PECAS EIRELI - EPP\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nEndereco: R CARAMURU 20\n\nBairro : NOVA BRASILIA\n\nMunic.: JOINVILLE\n\nUF\n\n: SC\n\nCEP\n\n: 89213-150\n\nFase Atual: 534 em 09/01/2016 Doc.: DCGO - LDCG / DCG ONLINE ----------------------------------------------------------------------\n\n(**) TOTAL (*) ORIGINARIO (**) ATUALIZADO\n\nCompet. Moeda(*)\n\n(**) JUROS (**) MULTA MORA\n\n--/---- -------------- --------.---,-- --------.---,-- --------.---,--\n\n03/2013 REAL\n\n870,41\n\n581,79\n\n581,79\n\n172,26\n\n116,36\n\n04/2013 REAL\n\n138,72\n\n93,09\n\n93,09\n\n27,01\n\n18,62\n\n05/2013 REAL\n\n895,62\n\n603,52\n\n603,52\n\n171,40\n\n120,70\n\n07/2013 REAL\n\n687,69\n\n467,92\n\n467,92\n\n126,19\n\n93,58\n\n08/2013 REAL\n\n684,39\n\n467,92\n\n467,92\n\n122,89\n\n93,58\n\n09/2013 REAL\n\n680,58\n\n467,92\n\n467,92\n\n119,08\n\n93,58\n\n10/2013 REAL\n\n677,22\n\n467,92\n\n467,92\n\n115,72\n\n93,58\n\n11/2013 REAL\n\n673,53\n\n467,92\n\n467,92\n\n112,03\n\n93,58\n\n12/2013 REAL\n\n669,55\n\n467,92\n\n467,92\n\n108,05\n\n93,58\n\n13/2013 REAL\n\n673,53\n\n467,92\n\n467,92\n\n112,03\n\n93,58\n\n01/2014 REAL\n\n858,22\n\n603,10\n\n603,10\n\n134,50\n\n120,62\n\n02/2014 REAL\n\n691,68\n\n488,71\n\n488,71\n\n105,22\n\n97,75\n\n03/2014 REAL\n\n658,41\n\n467,92\n\n467,92\n\n96,91\n\n93,58\n\n04/2014 REAL\n\n654,33\n\n467,92\n\n467,92\n\n92,83\n\n93,58\n\n05/2014 REAL\n\n692,81\n\n498,35\n\n498,35\n\n94,79\n\n99,67\n\n06/2014 REAL\n\n688,06\n\n498,35\n\n498,35\n\n90,04\n\n99,67\n\n07/2014 REAL\n\n683,75\n\n498,35\n\n498,35\n\n85,73\n\n99,67\n\n08/2014 REAL\n\n706,34\n\n518,26\n\n518,26\n\n84,43\n\n103,65\n\n09/2014 REAL\n\n681,22\n\n503,34\n\n503,34\n\n77,21\n\n100,67\n\n10/2014 REAL\n\n676,99\n\n503,34\n\n503,34\n\n72,98\n\n100,67\n\n** Valores atualizados para 01/2016 em REAL\n\nc/multa ajuizam.\n\nUfir de conversao:\n\n0,9108\n\nF.0001(continua)\n\n\f*120160005878* 120160005878\n\nUNIAO FEDERAL\n\nMINISTERIO DA FAZENDA\n\nDISCRIMINATIVO DE CREDITO INSCRITO - SINTETICO POR COMPETENCIA\n\nProcuradoria-Geral da Fazenda Nacional\n\nOrigem:20.200.801 Tramitacao:20.200.801\n\nCredito: 12.346.532-0\n\nProcesso Administrativo - Originario: 123465320\n\nDevedor: FOX COMERCIO DE PECAS EIRELI - EPP\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n(**) TOTAL (*) ORIGINARIO (**) ATUALIZADO\n\nCompet. Moeda(*)\n\n(**) JUROS (**) MULTA MORA\n\n--/---- -------------- --------.---,-- --------.---,-- --------.---,--\n\n11/2014 REAL\n\n881,28\n\n659,94\n\n659,94\n\n89,35\n\n131,99\n\n12/2014 REAL\n\n704,51\n\n531,30\n\n531,30\n\n66,95\n\n106,26\n\n13/2014 REAL\n\n672,16\n\n503,34\n\n503,34\n\n68,15\n\n100,67\n\n01/2015 REAL\n\n663,30\n\n503,34\n\n503,34\n\n59,29\n\n100,67\n\n02/2015 REAL\n\n658,07\n\n503,34\n\n503,34\n\n54,06\n\n100,67\n\n03/2015 REAL\n\n653,29\n\n503,34\n\n503,34\n\n49,28\n\n100,67\n\n04/2015 REAL\n\n648,30\n\n503,34\n\n503,34\n\n44,29\n\n100,67\n\n05/2015 REAL\n\n694,56\n\n543,77\n\n543,77\n\n42,03\n\n108,76\n\n06/2015 REAL\n\n688,15\n\n543,77\n\n543,77\n\n35,62\n\n108,76\n\n07/2015 REAL\n\n682,11\n\n543,77\n\n543,77\n\n29,58\n\n108,76\n\n08/2015 REAL\n\n676,09\n\n543,77\n\n543,77\n\n23,56\n\n108,76\n\n09/2015 REAL\n\n696,47\n\n565,21\n\n565,21\n\n18,21\n\n113,05\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nTotal do Credito\n\n21.961,34\n\n16.049,71\n\n2.701,67\n\n3.209,96\n\nSobre o valor total incide encargos legais previsto no Decreto-Lei No.\n\n1.025/69,alterado pelo Decreto-Lei No. 1.645/78, e custas processuais.\n\n** Valores atualizados para 01/2016 em REAL\n\nc/multa ajuizam.\n\nUfir de conversao:\n\n0,9108\n\nF.0002 (final)\n\n\f*120160005878* 120160005878\n\nUNIAO FEDERAL\n\nMINISTERIO DA FAZENDA\n\nDISCRIMINATIVO DE CREDITO INSCRITO - SINTETICO POR COMPETENCIA\n\nProcuradoria-Geral da Fazenda Nacional\n\nOrigem:20.200.801 Tramitacao:20.200.801\n\nCredito: 12.346.531-1\n\nProcesso Administrativo - Originario: 123465311\n\nDevedor: FOX COMERCIO DE PECAS EIRELI - EPP\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nEndereco: R CARAMURU 20\n\nBairro : NOVA BRASILIA\n\nMunic.: JOINVILLE\n\nUF\n\n: SC\n\nCEP\n\n: 89213-150\n\nFase Atual: 534 em 09/01/2016 Doc.: DCGO - LDCG / DCG ONLINE ----------------------------------------------------------------------\n\n(**) TOTAL (*) ORIGINARIO (**) ATUALIZADO\n\nCompet. Moeda(*)\n\n(**) JUROS (**) MULTA MORA\n\n--/---- -------------- --------.---,-- --------.---,-- --------.---,--\n\n11/2010 REAL\n\n938,35\n\n548,52\n\n548,52\n\n280,13\n\n109,70\n\n06/2011 REAL\n\n1.434,37\n\n870,95\n\n870,95\n\n389,23\n\n174,19\n\n07/2011 REAL\n\n578,00\n\n353,26\n\n353,26\n\n154,09\n\n70,65\n\n08/2011 REAL\n\n493,26\n\n303,21\n\n303,21\n\n129,41\n\n60,64\n\n09/2011 REAL\n\n684,33\n\n422,95\n\n422,95\n\n176,79\n\n84,59\n\n10/2011 REAL\n\n594,20\n\n369,21\n\n369,21\n\n151,15\n\n73,84\n\n11/2011 REAL\n\n609,09\n\n380,61\n\n380,61\n\n152,36\n\n76,12\n\n12/2011 REAL\n\n628,76\n\n395,10\n\n395,10\n\n154,64\n\n79,02\n\n13/2011 REAL\n\n328,59\n\n205,33\n\n205,33\n\n82,19\n\n41,07\n\n12/2012 REAL\n\n486,42\n\n321,58\n\n321,58\n\n100,53\n\n64,31\n\n03/2013 REAL\n\n327,69\n\n219,03\n\n219,03\n\n64,85\n\n43,81\n\n05/2013 REAL\n\n343,88\n\n231,72\n\n231,72\n\n65,81\n\n46,35\n\n07/2013 REAL\n\n230,95\n\n157,14\n\n157,14\n\n42,38\n\n31,43\n\n08/2013 REAL\n\n229,84\n\n157,14\n\n157,14\n\n41,27\n\n31,43\n\n09/2013 REAL\n\n228,56\n\n157,14\n\n157,14\n\n39,99\n\n31,43\n\n10/2013 REAL\n\n227,43\n\n157,14\n\n157,14\n\n38,86\n\n31,43\n\n11/2013 REAL\n\n226,19\n\n157,14\n\n157,14\n\n37,62\n\n31,43\n\n12/2013 REAL\n\n224,85\n\n157,14\n\n157,14\n\n36,28\n\n31,43\n\n13/2013 REAL\n\n226,19\n\n157,14\n\n157,14\n\n37,62\n\n31,43\n\n01/2014 REAL\n\n352,25\n\n247,54\n\n247,54\n\n55,20\n\n49,51\n\n** Valores atualizados para 01/2016 em REAL\n\nc/multa ajuizam.\n\nUfir de conversao:\n\n0,9108\n\nF.0001(continua)\n\n\f*120160005878* 120160005878\n\nUNIAO FEDERAL\n\nMINISTERIO DA FAZENDA\n\nDISCRIMINATIVO DE CREDITO INSCRITO - SINTETICO POR COMPETENCIA\n\nProcuradoria-Geral da Fazenda Nacional\n\nOrigem:20.200.801 Tramitacao:20.200.801\n\nCredito: 12.346.531-1\n\nProcesso Administrativo - Originario: 123465311\n\nDevedor: FOX COMERCIO DE PECAS EIRELI - EPP\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n(**) TOTAL (*) ORIGINARIO (**) ATUALIZADO\n\nCompet. Moeda(*)\n\n(**) JUROS (**) MULTA MORA\n\n--/---- -------------- --------.---,-- --------.---,-- --------.---,--\n\n02/2014 REAL\n\n232,28\n\n164,12\n\n164,12\n\n35,34\n\n32,82\n\n03/2014 REAL\n\n221,11\n\n157,14\n\n157,14\n\n32,54\n\n31,43\n\n04/2014 REAL\n\n219,75\n\n157,14\n\n157,14\n\n31,18\n\n31,43\n\n05/2014 REAL\n\n232,66\n\n167,36\n\n167,36\n\n31,83\n\n33,47\n\n06/2014 REAL\n\n231,07\n\n167,36\n\n167,36\n\n30,24\n\n33,47\n\n07/2014 REAL\n\n229,62\n\n167,36\n\n167,36\n\n28,79\n\n33,47\n\n08/2014 REAL\n\n237,20\n\n174,04\n\n174,04\n\n28,35\n\n34,81\n\n09/2014 REAL\n\n228,77\n\n169,03\n\n169,03\n\n25,93\n\n33,81\n\n10/2014 REAL\n\n227,35\n\n169,03\n\n169,03\n\n24,51\n\n33,81\n\n11/2014 REAL\n\n361,72\n\n270,87\n\n270,87\n\n36,68\n\n54,17\n\n12/2014 REAL\n\n236,58\n\n178,42\n\n178,42\n\n22,48\n\n35,68\n\n13/2014 REAL\n\n225,73\n\n169,03\n\n169,03\n\n22,89\n\n33,81\n\n01/2015 REAL\n\n222,75\n\n169,03\n\n169,03\n\n19,91\n\n33,81\n\n02/2015 REAL\n\n220,99\n\n169,03\n\n169,03\n\n18,15\n\n33,81\n\n03/2015 REAL\n\n219,39\n\n169,03\n\n169,03\n\n16,55\n\n33,81\n\n04/2015 REAL\n\n217,71\n\n169,03\n\n169,03\n\n14,87\n\n33,81\n\n05/2015 REAL\n\n233,25\n\n182,61\n\n182,61\n\n14,12\n\n36,52\n\n06/2015 REAL\n\n231,09\n\n182,61\n\n182,61\n\n11,96\n\n36,52\n\n07/2015 REAL\n\n229,06\n\n182,61\n\n182,61\n\n9,93\n\n36,52\n\n08/2015 REAL\n\n227,04\n\n182,61\n\n182,61\n\n7,91\n\n36,52\n\n09/2015 REAL\n\n233,88\n\n189,81\n\n189,81\n\n6,11\n\n37,96\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nTotal do Credito\n\n14.312,20\n\n9.676,26\n\n2.700,67\n\n1.935,27\n\nSobre o valor total incide encargos legais previsto no Decreto-Lei No.\n\n1.025/69,alterado pelo Decreto-Lei No. 1.645/78, e custas processuais.\n\n** Valores atualizados para 01/2016 em REAL\n\nc/multa ajuizam.\n\nUfir de conversao:\n\n0,9108\n\nF.0002 (final)\n\n\f*120160005878* 120160005878\n\nCERTIDAO DE DIVIDA ATIVA(CDA)\n\nCertifico que do registroda divida ativa da Uniao consta a inscricao da divida cujo os dados sao os seguintes:\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nP G F N\n\nLivro/ Data de\n\nProcesso Administrativo Nm.Inscricao\n\nde Origem Folha Inscricao Original\n\nDesmembrado Divida Ativa\n\n20.200.801 0056/045 27/12/2015 123465320\n\n12.346.532-0\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDevedor\n\nFOX COMERCIO DE PECAS EIRELI - EPP\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nEndereco\n\nTelefone\n\nR CARAMURU 20\n\nCEP\n\nBairro\n\nMunicipio\n\nUF\n\n89213-150 NOVA BRASILIA\n\nJOINVILLE\n\nSC\n\nIdentificacao\n\nCGC: 05.810.723/0001-70\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nPeriodo da Divida\n\nValor Originario Moeda\n\n03/2013 a 09/2015\n\n16.049,71 REAL\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDocumento Original DCGO - LDCG / DCG ONLINE\n\nOrgao de Origem 20.024.030\n\nCalculo 09/01/2016\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nPrinc.Atualizado\n\nJuros\n\nMulta\n\nValor Total\n\n16.049,71\n\n2.701,67\n\n3.209,96\n\n21.961,34\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nF.Legal\n\nPeriodo\n\nDescricao / Embasamento Legal\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n041.00\n\nATRIBUICAO DE COMPETENCIA PARA FISCALIZAR, ARRECADAR E COBRAR\n\n041.02 desde 01/11/2004 PERIODO DE 11/2004 A 12/2004 MP N. 222, DE 04.10.2004, ARTIGOS 1. E 3., POSTERIORMENTE CONVERTIDA NA LEI N. 11.098, DE 13.01.2005, ARTIGOS 1. E 3.; DECRETO N. 5.256, DE 27.10.2004, ANEXO I, ART. 18, I. PERIODO DE 01/2005 A 02/2005 MP N. 222, DE 04.10.2004, ARTIGOS 1. E 3., CONVERTIDA NA LEI N. 11.098, DE 13.01.2005, ARTIGOS 1. E 3.; DECRETO N. 5.256, DE 27.10.2004, ANEXO I, ART. 18, I. PERIODO DE 03/2005 A 05/2005 LEI N. 11.098, DE 13.01.2005, ARTIGOS 1. E 3.; DECRETO N. 5.256, DE 27.10.2004, ANEXO I,\n----------------------------------------------------------------------\n\n-------------------------------------------------- ------------\n\nFRANCISCO JOSE TARSO DE SABOIA\n\nMAT- 1796326 F.0001\n\nDATA: 09/01/2016 LOCAL: JOINVILLE\n\n(continua)\n\n\f*120160005878* 120160005878\n\nCERTIDAO DE DIVIDA ATIVA(CDA)\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nP G F N\n\nLivro/ Data de\n\nProcesso Administrativo Nm.Inscricao\n\nde Origem Folha Inscricao Original\n\nDesmembrado Divida Ativa\n\n20.200.801 0056/045 27/12/2015 123465320\n\n12.346.532-0\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDevedor\n\nFOX COMERCIO DE PECAS EIRELI - EPP\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nF.Legal\n\nPeriodo\n\nDescricao / Embasamento Legal\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n041.02\n\ndesde 01/11/2004 ART. 18, I; DECRETO N. 5.403, DE 28.03.2005, ANEXO I, ART. 15, I. PERIODO DE 06/2005 A 14.08.2005 LEI N. 11.098, DE 13.01.2005, ARTIGOS 1. E 3.; DECRETO N. 5.403, DE 28.03.2005, ANEXO I, ART. 15, I; DECRETO N. 5.469, DE 15.06.2005, ANEXO I, ART. 18, I. A PARTIR DE 15.08.2005 MP N. 258, DE 21.07.2005, ART. 3., CAPUT E PARAGRAFO 1., ART. 10 E INCISO I DO ART. 12. A PARTIR DE 19.11.2005 LEI N. 11.098, DE 13.01.2005, ARTIGOS 1. E 3.; DECRETO N. 5.469, DE 15.06.2005, ANEXO I, ART. 18, I. A PARTIR DE 02.05.2007 LEI N. 11.457, DE 16.03.07, ARTS. 2 E 3.\n\n089.00\n\nGFIP - GUIA DE RECOLHIMENTO DO FGTS E INFORMACOES A PREVIDENCIA SOCIAL\n\n089.04\n\ndesde 01/12/2008 LEI N. 8.212, DE 24.07.91, ART. 32, IV (ACRESCENTADO PELA MP N. 1.596-14/97, COM REDACAO DA MP N. 449, DE 03.12.2008, CONVERTIDA NA LEI N. 11.941, DE 27.05.2009) E ART. 33 (COM A REDACAO DA LEI N. 10.256, DE 09.07.2001E ALTERACAO DA MP N. 449, DE 03.12.08, CONVERTIDA NA LEI N. 11.941, DE 27.05.09), PARAGRAFO 7. (ACRESCENTADO PELA MP N. 1.596-14/97, CONVERTIDA NA LEI N. 9.528, DE 10.12.97, ALTERADA PELA MP N. 449, DE 03.12.08, CONVERTIDA NA LEI N. 11.941, DE 2705.09) REDACAO); DECRETO N. 2.803, DE 20.10.98; REGULAMENTO DA PREVIDENCIA SOCIAL - RPS, APROVADO PELO DECRETO N. 3.048, DE 06.05.99, ART. 225, IV, PARAGRAFOS 1., 2., 3. E 4. E ART. 245, CAPUT E PARAGRAFO 1.;\n\n200.00\n\nCONTRIBUICAO DA EMPRESA SOBRE A REMUNERACAO DE EMPREGADOS\n\n200.08 desde 01/12/1999 LEI N. 8.212, DE 24.07.91, ART. 22, I (COM A REDACAO DADA\n----------------------------------------------------------------------\n\n-------------------------------------------------- ------------\n\nFRANCISCO JOSE TARSO DE SABOIA\n\nMAT- 1796326 F.0002\n\nDATA: 09/01/2016 LOCAL: JOINVILLE\n\n(continua)\n\n\f*120160005878* 120160005878\n\nCERTIDAO DE DIVIDA ATIVA(CDA)\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nP G F N\n\nLivro/ Data de\n\nProcesso Administrativo Nm.Inscricao\n\nde Origem Folha Inscricao Original\n\nDesmembrado Divida Ativa\n\n20.200.801 0056/045 27/12/2015 123465320\n\n12.346.532-0\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDevedor\n\nFOX COMERCIO DE PECAS EIRELI - EPP\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nF.Legal\n\nPeriodo\n\nDescricao / Embasamento Legal\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n200.08\n\ndesde 01/12/1999 PELA LEI N. 9.876, DE 26.11.99); REGULAMENTO DA PREVIDENCIA SOCIAL, APROVADO PELO DECRETO N. 3.048, DE 06.05.99, ART. 12, I E PARAGRAFO UNICO, ART. 201, I, PARAGRAFO 1. E ART. 216, I, \"B\" (COM AS ALTERACOES DADAS PELO DECRETO N. 3.265, DE 29.11.99).\n\n224.00\n\nCONTRIBUICAO DAS EMPRESAS/COOPERATIVAS S/ AS REMUNERACOES PAGAS, DISTRIBUIDAS OU CREDITADAS A AUTONOMOS, AVULSOS E DEMAIS PESSOAS FISICAS E DOS COOPERADOS, DE QUE TRATA A LEI COMPLEMENTAR N. 84/96 ATE 02/2000 E CONTRIB. DAS EMPRESAS S/ A REM. A CONTRIBUINTES INDIVIDUAIS, DE QUE TRATA A LEI N. 8.212/91, NA REDACAO DADA PELA LEI N. 9.876/99\n\n224.05\n\ndesde 01/03/2000 LEI N. 8.212, DE 24.07.91, ART. 22, III (COM AS ALTERACOES DA LEI N. 9.876, DE 26.11.99; REGULAMENTO DA PREVIDENCIA SOCIAL, APROVADO PELO DECRETO N. 3.048, DE 06.05.99, ART. 12, I E PARAGRAFO UNICO, ART. 201, II, PARAGRAFOS 1., 2., 3., 5. E 8., COM AS ALTERACOES DO DECRETO N. 3.265, DE 29.11.99 E DO DECRETO N. 3.452, DE 09.05.00.\n\n301.00\n\nCONTRIBUICAO DAS EMPRESAS PARA FINANCIAMENTO DOS BENEFICIOS EM RAZAO DA INCAPACIDADE LABORATIVA\n\n301.08 desde 01/12/1999 LEI N. 8.212, DE 24.07.91, ART. 22, II (COM A REDACAO DADA PELA LEI N. 9.732, DE 11.12.98); REGULAMENTO DA PREVIDENCIA SOCIAL, APROVADO PELO DECRETO N. 3.048, DE 06.05.99, ART. 12, I, PARAGRAFO UNICO, NA REDACAO DADA PELO DECRETO N. 3.265, DE 29.11.99, ART. 202, I, II E III E\n----------------------------------------------------------------------\n\n-------------------------------------------------- ------------\n\nFRANCISCO JOSE TARSO DE SABOIA\n\nMAT- 1796326 F.0003\n\nDATA: 09/01/2016 LOCAL: JOINVILLE\n\n(continua)\n\n\f*120160005878* 120160005878\n\nCERTIDAO DE DIVIDA ATIVA(CDA)\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nP G F N\n\nLivro/ Data de\n\nProcesso Administrativo Nm.Inscricao\n\nde Origem Folha Inscricao Original\n\nDesmembrado Divida Ativa\n\n20.200.801 0056/045 27/12/2015 123465320\n\n12.346.532-0\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDevedor\n\nFOX COMERCIO DE PECAS EIRELI - EPP\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nF.Legal\n\nPeriodo\n\nDescricao / Embasamento Legal\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n301.08\n\ndesde 01/12/1999 PARAGRAFOS 1. AO 6. A PARTIR DE 01/2010 LEI N. 8.212, DE 24.07.91, ART. 22, II (COM A REDACAO DADA PELA LEI N. 9.732, DE 11.12.98); REGULAMENTO DA PREVIDENCIA SOCIAL, APROVADO PELO DECRETO N. 3.048, DE 06.05.99, ART. 12, I, PARAGRAFO UNICO, NA REDACAO DADA PELO DECRETO N. 3.265, DE 29.11.99, ART. 202, I, II E III E PARAGRAFOS 1. AO 6 E ART. 202-A (ACRESCENTADO PELO DECRETO N. 6.042, DE 12.02.07, COM REDACAO DO DECRETO N. 6.957, DE 09.09.09) E DECRETO N. 6.957, DE 09.09.09, ARTIGOS 2. E 4; LEI 10.666, DE 08/05/2003, ART.10.\n\n400.00\n\nCONTRIBUICAO DEVIDA A TERCEIROS - SALARIO EDUCACAO\n\n400.05 desde 01/11/2004 CONSTITUICAO FEDERAL, ART. 212, PARAGRAFO 5., COMBINADO COM O ART. 34, CAPUT, DAS DISPOSICOES CONSTITUCIONAIS TRANSITORIAS; LEI N. 9.424, DE 26.12.96, ART. 15, CAPUT; MP N. 1.565, DE 09.01.97 E REEDICOES ATE A MP N. 1.607, DE 11.12.97, E REEDICOES ATE A MP N. 1.607-24, DE 19.11.98, CONVERTIDAS NA LEI N. 9.766, DE 18.12.98; LEI N. 9.601, DE 21.01.98, ART. 2.; DECRETO N. 3.142, DE 16.08.99, ART. 1., 2., 6., INCISO II PARAGRAFO 1.; MP N. 222, DE 04.10.2004, ART. 3., POSTERIORMENTE CONVERTIDA NA LEI N. 11.098, DE 13.01.2005, ARTIGO 3., DECRETO N. 87.043, DE 22.03.82, ARTIGOS 1., 2., 3., I, PARAGRAFOS 1., 2., 4., 5. E ART. 13; DECRETO N. 5.256, DE 27.10.2004, ART. 18, I. A PARTIR DE 01.01.2007: CONSTITUICAO FEDERAL, ART. 212, PARAGRAFO 5., COMBINADO COM O ART.34, CAPUT, DAS DISPOSICOES CONSTITUCIONAIS TRANSITORIAS; LEI N. 9.424, DE 26.12.96, ART. 15, CAPUT; LEI N. 9.766, DE 18..12.98, ART. 1.; DECRETO N. 6003, DE 28.12.06, ARTIGO 1., PARAGRAFO 1. E ARTIGOS 10 E 11.\n----------------------------------------------------------------------\n\n-------------------------------------------------- ------------\n\nFRANCISCO JOSE TARSO DE SABOIA\n\nMAT- 1796326 F.0004\n\nDATA: 09/01/2016 LOCAL: JOINVILLE\n\n(continua)\n\n\f*120160005878* 120160005878\n\nCERTIDAO DE DIVIDA ATIVA(CDA)\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nP G F N\n\nLivro/ Data de\n\nProcesso Administrativo Nm.Inscricao\n\nde Origem Folha Inscricao Original\n\nDesmembrado Divida Ativa\n\n20.200.801 0056/045 27/12/2015 123465320\n\n12.346.532-0\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDevedor\n\nFOX COMERCIO DE PECAS EIRELI - EPP\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nF.Legal\n\nPeriodo\n\nDescricao / Embasamento Legal\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n405.00\n\nTERCEIROS - INCRA\n\n405.04\n\ndesde 01/11/2004 LEI N. 2.613, DE 23.09.55, ART. 6., PARAGRAFO 4., (COM AS ALTERACOES DA LEI N. 4.863, DE 29.11.65, ART. 35, PARAGRAFO 2., VIII); DECRETO-LEI N. 1.146, DE 31.12.70, ART. 1., I, ITEM 2, ARTIGOS 3. E 4.; LEI COMPLEMENTAR N. 11, DE 25.05.71, ART. 15, II; DECRETO-LEI N. 2.318, DE 30.12.86, ART. 3.; MP N. 222, DE 04.10.2004, ART. 3.; DECRETO N. 5.256, DE 27.10.2004, ART. 18, I.\n\n413.00\n\nTERCEIROS - SENAC\n\n413.04\n\ndesde 01/11/2004 DECRETO-LEI N. 8.621, DE 10.01.46, ARTIGOS 4. E 5.; DECRETO-LEI N. 2.318, DE 30.12.86, ARTIGOS 1. E 3.; MP N. 222, DE 04.10.2004, ART. 3.; DECRETO N. 5.256, DE 27.10.2004, ART. 18, I.\n\n414.00\n\nTERCEIROS - SESC\n\n414.04\n\ndesde 01/11/2004 DECRETO-LEI N. 9.853, DE 13.09.46, ART. 3.; DECRETO-LEI N. 2.318, DE 30.12.86, ARTIGOS 1. E 3.; MP N. 222, DE 04.10.2004, ART. 3.; DECRETO N. 5.256, DE 27.10.2004, ART. 18, I.\n\n415.00\n\nTERCEIROS - SEBRAE\n\n415.04 desde 01/11/2004 LEI N. 8.029, DE 12.04.90, ART. 8.,PARAGRAFO 3. (COM A\n----------------------------------------------------------------------\n\n-------------------------------------------------- ------------\n\nFRANCISCO JOSE TARSO DE SABOIA\n\nMAT- 1796326 F.0005\n\nDATA: 09/01/2016 LOCAL: JOINVILLE\n\n(continua)\n\n\f*120160005878* 120160005878\n\nCERTIDAO DE DIVIDA ATIVA(CDA)\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nP G F N\n\nLivro/ Data de\n\nProcesso Administrativo Nm.Inscricao\n\nde Origem Folha Inscricao Original\n\nDesmembrado Divida Ativa\n\n20.200.801 0056/045 27/12/2015 123465320\n\n12.346.532-0\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDevedor\n\nFOX COMERCIO DE PECAS EIRELI - EPP\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nF.Legal\n\nPeriodo\n\nDescricao / Embasamento Legal\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n415.04\n\ndesde 01/11/2004 REDACAO DADA PELA LEI N. 8.154, DE 28.12.90), COMBINADO COM O ART. 1. DO DECRETO-LEI N. 2.318, DE 30.12.86 E PARAGRAFO 4.; MP N. 222, DE 04.10.2004, ART. 3.; DECRETO N. 5.256, DE 27.10.2004, ART. 18, I.\n\n600.00\n\nCORRECAO MONETARIA\n\n600.08\n\ndesde 01/01/1995 LEI N. 8.981, DE 20.01.95, ART. 6.. REGULAMENTO DA ORGANIZACAO E DO CUSTEIO DA SEGURIDADE SOCIAL-ROCSS, APROVADO PELO DECRETO N. 356, DE 07.12.91, COM A NOVA REDACAO DADA PELO DECRETO N. 612, DE 21.07.92 E ALTERACOES POSTERIORES, ART. 39, PARAGRAFO 5., RENUMERADO PARA PARAGRAFO 9., PELO ART. 1. DO DECRETO N. 738 DE 28.01.93, E PARAGRAFO 10 (ACRESCENTADO PELO DECRETO N. 738, DE 28.01.93); REGULAMENTO DA ORGANIZACAO E DO CUSTEIO DA SEGURIDADE SOCIAL-ROCSS, APROVADO PELO DECRETO N. 2.173, DE 05.03.97, ART. 58, I. VALORES ORIGINARIOS EM REAL E SEM ATUALIZACAO\n\n601.00\n\nACRESCIMOS LEGAIS - MULTA\n\n601.10 desde 01/12/2008 LEI N. 8.212, DE 24.07.91, ART. 35, (COMBINADO COM O ART. 61 DA LEI N. 9.430, DE 27.12.96) COM REDACAO DA MP N. 449 DE 04.12.2008, CONVERTIDA NA LEI N. 11.941, DE 27.05.2009.CALCULO DA MULTA: PARA PAGAMENTO DE OBRIGACAO VENCIDA, NAO INCLUIDA EM AUTO-DE-INFRACAO: 0,33%, POR DIA DE ATRASO, CALCULADA A PARTIR DO PRIMEIRO DIA SUBSEQUENTE AO DO VENCIMENTO DO PRAZO PREVISTO PARA O PAGAMENTO DA CONTRIBUICAO ATE O DIA EM QUE OCORRER O SEU PAGAMENTO,\n----------------------------------------------------------------------\n\n-------------------------------------------------- ------------\n\nFRANCISCO JOSE TARSO DE SABOIA\n\nMAT- 1796326 F.0006\n\nDATA: 09/01/2016 LOCAL: JOINVILLE\n\n(continua)\n\n\f*120160005878* 120160005878\n\nCERTIDAO DE DIVIDA ATIVA(CDA)\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nP G F N\n\nLivro/ Data de\n\nProcesso Administrativo Nm.Inscricao\n\nde Origem Folha Inscricao Original\n\nDesmembrado Divida Ativa\n\n20.200.801 0056/045 27/12/2015 123465320\n\n12.346.532-0\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDevedor\n\nFOX COMERCIO DE PECAS EIRELI - EPP\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nF.Legal\n\nPeriodo\n\nDescricao / Embasamento Legal\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n601.10 desde 01/12/2008 LIMITADO A 20%.\n\n602.00\n\nACRESCIMOS LEGAIS - JUROS\n\n602.08\n\ndesde 01/12/2008\n\nLEI N. 8.212, DE 24.07.91, ART. 35, COMBINADO COM O ART. 61\n\nDA LEI N. 9.430, DE 27.12.96, COM REDACAO DA MP N. 449, DE\n\n04.12.2008, CONVERTIDA NA LEI N. 11.941, DE 27.05.2009.\n\nCALCULO DOS JUROS: JUROS CALCULADOS SOBRE O VALOR\n\nORIGINARIO, MEDIANTE A APLICACAO DOS SEGUINTES\n\nPERCENTUAIS: A) TAXA MEDIA MENSAL DE CAPTACAO DO TESOURO\n\nNACIONAL RELATIVA A\n\nDIVIDA MOBILIARIA FEDERAL / TAXA\n\nREFERENCIAL DO SISTEMA ESPECIAL\n\nDE LIQUIDACAO E DE\n\nCUSTODIA - SELIC, A PARTIR DO PRIMEIRO DIA DO MES\n\nSUBSEQUENTE AO VENCIMENTO DO PRAZO ATE O MES ANTERIOR AO DO\n\nPAGAMENTO B) 1% (UM POR CENTO) NO MES DO PAGAMENTO.\n\n700.00\n\nENCARGO LEGAL DE 20% (VINTE POR CENTO)\n\n700.01\n\ndesde 01/05/2007 DECRETO-LEI N. 1.025/69, ART. 1; DECRETO-LEI N. 1.645/78, ART. 3; LEI 7.799/89, ART. 64, PARAGRAFO 2 E LEI N. 8.383/91, ART. 57, PARAGRAFO 2.\n\n800.00\n\nPRAZO E OBRIGACAO DE RECOLHIMENTO - EMPRESAS EM GERAL\n\n800.11 desde 01/10/2008 LEI N. 8.212, DE 24.07.91, ART. 30, I (COM A ALTERACAO DA LEI N. 8.620, DE 05.01.93, DA LEI N. 9.876, DE 26.11.99, DA MP N. 351, DE 22.01.07, CONVERTIDA NA LEI N. 11.488, DE\n----------------------------------------------------------------------\n\n-------------------------------------------------- ------------\n\nFRANCISCO JOSE TARSO DE SABOIA\n\nMAT- 1796326 F.0007\n\nDATA: 09/01/2016 LOCAL: JOINVILLE\n\n(continua)\n\n\f*120160005878* 120160005878\n\nCERTIDAO DE DIVIDA ATIVA(CDA)\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nP G F N\n\nLivro/ Data de\n\nProcesso Administrativo Nm.Inscricao\n\nde Origem Folha Inscricao Original\n\nDesmembrado Divida Ativa\n\n20.200.801 0056/045 27/12/2015 123465320\n\n12.346.532-0\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDevedor\n\nFOX COMERCIO DE PECAS EIRELI - EPP\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nF.Legal\n\nPeriodo\n\nDescricao / Embasamento Legal\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n800.11 desde 01/10/2008 25.06.07 E DA MP N. 447, DE 14.11.08, CONVERTIDA NA LEI N. 11.933, DE 28.04.2009); LEI N. 8.620, DE 05.01.93, ART. 7., PARAGRAFOS 1. E 2.; LEI N. 10.666, DE 08.05.03, ART. 4., PARAGRAFO 1., COMBINADO COM O ART. 15; REGULAMENTO DA PREVIDENCIA SOCIAL, APROVADO PELO DECRETO N. 3.048, DE 06.05.99, ART. 216, I, \"B\" E PARAGRAFOS 1. AO 6., COM AS ALTERACOES DO DECRETO N. 3.265, DE 29.11.99.\n----------------------------------------------------------------------\n\nE para que se possa proceder a cobranca em acao propria, nos termos da Lei No. 6830 de 22/09/80, art 20. e seus paragrafos e demais dispositivos legais em vigor, foi extraida a presente certidao.\nSobre o valor total incide encargos legais previsto no DecretoLei No. 1.025/69,alterado pelo Decreto-Lei No. 1.645/78, e custas processuais.\n\n-------------------------------------------------- ------------\n\nFRANCISCO JOSE TARSO DE SABOIA\n\nMAT- 1796326 F.0008\n\nDATA: 09/01/2016 LOCAL: JOINVILLE\n\n(final)\n\n\f*120160005878* 120160005878\n\nCERTIDAO DE DIVIDA ATIVA(CDA)\n\nCertifico que do registroda divida ativa da Uniao consta a inscricao da divida cujo os dados sao os seguintes:\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nP G F N\n\nLivro/ Data de\n\nProcesso Administrativo Nm.Inscricao\n\nde Origem Folha Inscricao Original\n\nDesmembrado Divida Ativa\n\n20.200.801 0056/044 27/12/2015 123465311\n\n12.346.531-1\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDevedor\n\nFOX COMERCIO DE PECAS EIRELI - EPP\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nEndereco\n\nTelefone\n\nR CARAMURU 20\n\nCEP\n\nBairro\n\nMunicipio\n\nUF\n\n89213-150 NOVA BRASILIA\n\nJOINVILLE\n\nSC\n\nIdentificacao\n\nCGC: 05.810.723/0001-70\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nPeriodo da Divida\n\nValor Originario Moeda\n\n11/2010 a 09/2015\n\n9.676,26 REAL\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDocumento Original DCGO - LDCG / DCG ONLINE\n\nOrgao de Origem 20.024.030\n\nCalculo 09/01/2016\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nPrinc.Atualizado\n\nJuros\n\nMulta\n\nValor Total\n\n9.676,26\n\n2.700,67\n\n1.935,27\n\n14.312,20\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nF.Legal\n\nPeriodo\n\nDescricao / Embasamento Legal\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n041.00\n\nATRIBUICAO DE COMPETENCIA PARA FISCALIZAR, ARRECADAR E COBRAR\n\n041.02 desde 01/11/2004 PERIODO DE 11/2004 A 12/2004 MP N. 222, DE 04.10.2004, ARTIGOS 1. E 3., POSTERIORMENTE CONVERTIDA NA LEI N. 11.098, DE 13.01.2005, ARTIGOS 1. E 3.; DECRETO N. 5.256, DE 27.10.2004, ANEXO I, ART. 18, I. PERIODO DE 01/2005 A 02/2005 MP N. 222, DE 04.10.2004, ARTIGOS 1. E 3., CONVERTIDA NA LEI N. 11.098, DE 13.01.2005, ARTIGOS 1. E 3.; DECRETO N. 5.256, DE 27.10.2004, ANEXO I, ART. 18, I. PERIODO DE 03/2005 A 05/2005 LEI N. 11.098, DE 13.01.2005, ARTIGOS 1. E 3.; DECRETO N. 5.256, DE 27.10.2004, ANEXO I,\n----------------------------------------------------------------------\n\n-------------------------------------------------- ------------\n\nFRANCISCO JOSE TARSO DE SABOIA\n\nMAT- 1796326 F.0001\n\nDATA: 09/01/2016 LOCAL: JOINVILLE\n\n(continua)\n\n\f*120160005878* 120160005878\n\nCERTIDAO DE DIVIDA ATIVA(CDA)\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nP G F N\n\nLivro/ Data de\n\nProcesso Administrativo Nm.Inscricao\n\nde Origem Folha Inscricao Original\n\nDesmembrado Divida Ativa\n\n20.200.801 0056/044 27/12/2015 123465311\n\n12.346.531-1\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDevedor\n\nFOX COMERCIO DE PECAS EIRELI - EPP\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nF.Legal\n\nPeriodo\n\nDescricao / Embasamento Legal\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n041.02\n\ndesde 01/11/2004 ART. 18, I; DECRETO N. 5.403, DE 28.03.2005, ANEXO I, ART. 15, I. PERIODO DE 06/2005 A 14.08.2005 LEI N. 11.098, DE 13.01.2005, ARTIGOS 1. E 3.; DECRETO N. 5.403, DE 28.03.2005, ANEXO I, ART. 15, I; DECRETO N. 5.469, DE 15.06.2005, ANEXO I, ART. 18, I. A PARTIR DE 15.08.2005 MP N. 258, DE 21.07.2005, ART. 3., CAPUT E PARAGRAFO 1., ART. 10 E INCISO I DO ART. 12. A PARTIR DE 19.11.2005 LEI N. 11.098, DE 13.01.2005, ARTIGOS 1. E 3.; DECRETO N. 5.469, DE 15.06.2005, ANEXO I, ART. 18, I. A PARTIR DE 02.05.2007 LEI N. 11.457, DE 16.03.07, ARTS. 2 E 3.\n\n088.00\n\nEMPRESA OPTANTE PELO SIMPLES\n\n088.02\n\ndesde 01/06/1999 LEI N. 8.212, DE 24.07.91, ART. 22 (COM AS ALTERACOES DA MP N. 1.596-14, DE 10.11.97, CONVERTIDA NA LEI N. 9.528, DE 10.12.97, DAS LEIS N. 9.711, DE 20.11.98, N. 9.732, DE 11.12.98, N. 9.876, DE 26.11.99, N. 10.170, DE 29.12.00 E N. 10.256, DE 07.07.01), ART. 30, I, \"A\" E \"B\"; LEI N. 8.870, DE 15.04.94, ART. 25, NA REDACAO ORIGINAL E COM A REDACAO DA LEI N.10.256, DE 09.07.01; LEI COMPLEMENTAR N. 84, DE 18.01.96; LEI N. 9.317, DE 05.12.96, ARTIGOS 2. E 3., PARAGRAFOS 1. E 2., \"F\" E \"H\", NA REDACAO ORIGINAL E COM AS ALTERACOES DA LEI N. 10.256, DE 09.07.2001; LEI N. 10.034, DE 24.10.00; LEI N. 10.666, DE 08.05.03, ART. 1, PARAGRAFOS 1. E 2.. LEI N. 9.876, DE 26.11.99; DECRETO N. 1.197/94, ART. 25; REGULAMENTO DA PREVIDENCIA SOCIAL, APROVADO PELO DECRETO N. 3.048, DE 06.05.99, ART. 216, I, \"A\" E \"B\".\n\n089.00 GFIP - GUIA DE RECOLHIMENTO DO FGTS E INFORMACOES A\n----------------------------------------------------------------------\n\n-------------------------------------------------- ------------\n\nFRANCISCO JOSE TARSO DE SABOIA\n\nMAT- 1796326 F.0002\n\nDATA: 09/01/2016 LOCAL: JOINVILLE\n\n(continua)\n\n\f*120160005878* 120160005878\n\nCERTIDAO DE DIVIDA ATIVA(CDA)\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nP G F N\n\nLivro/ Data de\n\nProcesso Administrativo Nm.Inscricao\n\nde Origem Folha Inscricao Original\n\nDesmembrado Divida Ativa\n\n20.200.801 0056/044 27/12/2015 123465311\n\n12.346.531-1\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDevedor\n\nFOX COMERCIO DE PECAS EIRELI - EPP\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nF.Legal\n\nPeriodo\n\nDescricao / Embasamento Legal\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n089.00\n\nPREVIDENCIA SOCIAL\n\n089.04\n\ndesde 01/12/2008 LEI N. 8.212, DE 24.07.91, ART. 32, IV (ACRESCENTADO PELA MP N. 1.596-14/97, COM REDACAO DA MP N. 449, DE 03.12.2008, CONVERTIDA NA LEI N. 11.941, DE 27.05.2009) E ART. 33 (COM A REDACAO DA LEI N. 10.256, DE 09.07.2001E ALTERACAO DA MP N. 449, DE 03.12.08, CONVERTIDA NA LEI N. 11.941, DE 27.05.09), PARAGRAFO 7. (ACRESCENTADO PELA MP N. 1.596-14/97, CONVERTIDA NA LEI N. 9.528, DE 10.12.97, ALTERADA PELA MP N. 449, DE 03.12.08, CONVERTIDA NA LEI N. 11.941, DE 2705.09) REDACAO); DECRETO N. 2.803, DE 20.10.98; REGULAMENTO DA PREVIDENCIA SOCIAL - RPS, APROVADO PELO DECRETO N. 3.048, DE 06.05.99, ART. 225, IV, PARAGRAFOS 1., 2., 3. E 4. E ART. 245, CAPUT E PARAGRAFO 1.;\n\n100.00\n\nCONTRIBUICAO DOS SEGURADOS (EMPREGADOS, TRABALHADORES TEMPORARIOS E AVULSOS)\n\n100.15 desde 01/12/1999 LEI N. 8.212, DE 24.07.91, ART. 20 (COM A REDACAO DADA PELA LEI N. 9.032, DE 28.04.95, ALTERADA POSTERIORMENTE PELA LEI N. 9.129, DE 20.11.95), COMBINADO COM OS ARTIGOS 12, I (COM AS ALTERACOES DA LEI N. 8.647, DE 13.04.93, DA LEI N. 9.506, DE 30.10.97 E DA LEI N. 9.876, DE 26/11/99) E ART. 28, I E PARAGRAFOS (COM A REDACAO DADA PELA LEI N. 9.528, DE 10.12.97); LEI N. 8.620, DE 05.01.93, ART. 7., PARAGRAFO 2.; LEI N. 9.311, DE 24.10.96, ART. 17, II; LEI N. 9.317, DE 05.12.96, ART. 3., PARAGRAFO 2., \"H\"; REGULAMENTO DA PREVIDENCIA SOCIAL - RPS, APROVADO PELO DECRETO N. 3.048, DE 06.05.99, ART. 9., I, \"G\" (ALINEA\n----------------------------------------------------------------------\n\n-------------------------------------------------- ------------\n\nFRANCISCO JOSE TARSO DE SABOIA\n\nMAT- 1796326 F.0003\n\nDATA: 09/01/2016 LOCAL: JOINVILLE\n\n(continua)\n\n\f*120160005878* 120160005878\n\nCERTIDAO DE DIVIDA ATIVA(CDA)\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nP G F N\n\nLivro/ Data de\n\nProcesso Administrativo Nm.Inscricao\n\nde Origem Folha Inscricao Original\n\nDesmembrado Divida Ativa\n\n20.200.801 0056/044 27/12/2015 123465311\n\n12.346.531-1\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDevedor\n\nFOX COMERCIO DE PECAS EIRELI - EPP\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nF.Legal\n\nPeriodo\n\nDescricao / Embasamento Legal\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n100.15\n\ndesde 01/12/1999 ACRESCENTADA PELO DECRETO N. 3.265, DE 29.11.99), PARAGRAFO 1. A 7., ART. 198, ART. 214, I, PARAGRAFOS 1. A 15, ART. 216, I, \"A\"(ALTERADO PELO DECRETO N. 4.729, DE 09.06.03) E \"B\" (ALTERACAO DO DECRETO N. 6.722, DE 20.12.08), PARAGRAFOS 1. A 6., ARTIGOS 217 E 218.\n\n114.00\n\nCONTRIBUINTE INDIVIDUAL - CONTRIBUICOES DESCONTADAS PELA EMPRESA/COOPERATIVA DE TRABALHO\n\n114.01\n\ndesde 01/04/2003 LEI N. 8.212, DE 24.07.91, ART. 12, V, ART. 21, ART. 28, III, ART. 30, I, \"B\" ,PARAGRAFO 2., COM REDACAO DA LEI N. 9.876, DE 26.11.99 E ALTERACOES DA MP 447, DE 14.11.2008, CONVERTIDA NA LEI N. 11.933, DE 28.04.2009, E PARAGRAFOS 4. E 5., COM AS ALTERACOES INTRODUZIDAS PELA LEI N. 9.876, DE 26.11.99 C/C ART. 4.,\"CAPUT\" E PARAGRAFO 1. DA LEI N. 10.666, DE 08.05.2003, ALTERADOS PELA LEI N. 11.933, DE 28.04.2009. DECRETO N. 3.048, DE 06.05.99, ART. 9., V, ART. 199, ART. 214, III, PARAGRAFOS 3. E 5., ART. 216, I, PARAGRAFOS 20, 21, 23, 26 A 31 , COM A REDACAO DADA PELO DECRETO N. 4.729, DE 09.06.03 E ALTERACAO DO DECRETO N. 6.722, DE 30.12.2008.\n\n600.00\n\nCORRECAO MONETARIA\n\n600.08 desde 01/01/1995 LEI N. 8.981, DE 20.01.95, ART. 6.. REGULAMENTO DA ORGANIZACAO E DO CUSTEIO DA SEGURIDADE SOCIAL-ROCSS, APROVADO PELO DECRETO N. 356, DE 07.12.91, COM A NOVA REDACAO DADA PELO DECRETO N. 612, DE 21.07.92 E ALTERACOES POSTERIORES, ART. 39, PARAGRAFO 5., RENUMERADO PARA\n----------------------------------------------------------------------\n\n-------------------------------------------------- ------------\n\nFRANCISCO JOSE TARSO DE SABOIA\n\nMAT- 1796326 F.0004\n\nDATA: 09/01/2016 LOCAL: JOINVILLE\n\n(continua)\n\n\f*120160005878* 120160005878\n\nCERTIDAO DE DIVIDA ATIVA(CDA)\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nP G F N\n\nLivro/ Data de\n\nProcesso Administrativo Nm.Inscricao\n\nde Origem Folha Inscricao Original\n\nDesmembrado Divida Ativa\n\n20.200.801 0056/044 27/12/2015 123465311\n\n12.346.531-1\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDevedor\n\nFOX COMERCIO DE PECAS EIRELI - EPP\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nF.Legal\n\nPeriodo\n\nDescricao / Embasamento Legal\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n600.08\n\ndesde 01/01/1995 PARAGRAFO 9., PELO ART. 1. DO DECRETO N. 738 DE 28.01.93, E PARAGRAFO 10 (ACRESCENTADO PELO DECRETO N. 738, DE 28.01.93); REGULAMENTO DA ORGANIZACAO E DO CUSTEIO DA SEGURIDADE SOCIAL-ROCSS, APROVADO PELO DECRETO N. 2.173, DE 05.03.97, ART. 58, I. VALORES ORIGINARIOS EM REAL E SEM ATUALIZACAO\n\n601.00\n\nACRESCIMOS LEGAIS - MULTA\n\n601.10\n\ndesde 01/12/2008 LEI N. 8.212, DE 24.07.91, ART. 35, (COMBINADO COM O ART. 61 DA LEI N. 9.430, DE 27.12.96) COM REDACAO DA MP N. 449 DE 04.12.2008, CONVERTIDA NA LEI N. 11.941, DE 27.05.2009.CALCULO DA MULTA: PARA PAGAMENTO DE OBRIGACAO VENCIDA, NAO INCLUIDA EM AUTO-DE-INFRACAO: 0,33%, POR DIA DE ATRASO, CALCULADA A PARTIR DO PRIMEIRO DIA SUBSEQUENTE AO DO VENCIMENTO DO PRAZO PREVISTO PARA O PAGAMENTO DA CONTRIBUICAO ATE O DIA EM QUE OCORRER O SEU PAGAMENTO, LIMITADO A 20%.\n\n602.00\n\nACRESCIMOS LEGAIS - JUROS\n\n602.08 desde 01/12/2008\n\nLEI N. 8.212, DE 24.07.91, ART. 35, COMBINADO COM O ART. 61\n\nDA LEI N. 9.430, DE 27.12.96, COM REDACAO DA MP N. 449, DE\n\n04.12.2008, CONVERTIDA NA LEI N. 11.941, DE 27.05.2009.\n\nCALCULO DOS JUROS: JUROS CALCULADOS SOBRE O VALOR\n\nORIGINARIO, MEDIANTE A APLICACAO DOS SEGUINTES\n\nPERCENTUAIS: A) TAXA MEDIA MENSAL DE CAPTACAO DO TESOURO\n\nNACIONAL RELATIVA A\n\nDIVIDA MOBILIARIA FEDERAL / TAXA\n\nREFERENCIAL DO SISTEMA ESPECIAL\n\nDE LIQUIDACAO E DE\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n-------------------------------------------------- ------------\n\nFRANCISCO JOSE TARSO DE SABOIA\n\nMAT- 1796326 F.0005\n\nDATA: 09/01/2016 LOCAL: JOINVILLE\n\n(continua)\n\n\f*120160005878* 120160005878\n\nCERTIDAO DE DIVIDA ATIVA(CDA)\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nP G F N\n\nLivro/ Data de\n\nProcesso Administrativo Nm.Inscricao\n\nde Origem Folha Inscricao Original\n\nDesmembrado Divida Ativa\n\n20.200.801 0056/044 27/12/2015 123465311\n\n12.346.531-1\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDevedor\n\nFOX COMERCIO DE PECAS EIRELI - EPP\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nF.Legal\n\nPeriodo\n\nDescricao / Embasamento Legal\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n602.08\n\ndesde 01/12/2008 CUSTODIA - SELIC, A PARTIR DO PRIMEIRO DIA DO MES SUBSEQUENTE AO VENCIMENTO DO PRAZO ATE O MES ANTERIOR AO DO PAGAMENTO B) 1% (UM POR CENTO) NO MES DO PAGAMENTO.\n\n700.00\n\nENCARGO LEGAL DE 20% (VINTE POR CENTO)\n\n700.01\n\ndesde 01/05/2007 DECRETO-LEI N. 1.025/69, ART. 1; DECRETO-LEI N. 1.645/78, ART. 3; LEI 7.799/89, ART. 64, PARAGRAFO 2 E LEI N. 8.383/91, ART. 57, PARAGRAFO 2.\n\n800.00\n\nPRAZO E OBRIGACAO DE RECOLHIMENTO - EMPRESAS EM GERAL\n\n800.11 desde 01/10/2008 LEI N. 8.212, DE 24.07.91, ART. 30, I (COM A ALTERACAO DA LEI N. 8.620, DE 05.01.93, DA LEI N. 9.876, DE 26.11.99, DA MP N. 351, DE 22.01.07, CONVERTIDA NA LEI N. 11.488, DE 25.06.07 E DA MP N. 447, DE 14.11.08, CONVERTIDA NA LEI N. 11.933, DE 28.04.2009); LEI N. 8.620, DE 05.01.93, ART. 7., PARAGRAFOS 1. E 2.; LEI N. 10.666, DE 08.05.03, ART. 4., PARAGRAFO 1., COMBINADO COM O ART. 15; REGULAMENTO DA PREVIDENCIA SOCIAL, APROVADO PELO DECRETO N. 3.048, DE 06.05.99, ART. 216, I, \"B\" E PARAGRAFOS 1. AO 6., COM AS ALTERACOES DO DECRETO N. 3.265, DE 29.11.99.\n----------------------------------------------------------------------\n\n-------------------------------------------------- ------------\n\nFRANCISCO JOSE TARSO DE SABOIA\n\nMAT- 1796326 F.0006\n\nDATA: 09/01/2016 LOCAL: JOINVILLE\n\n(continua)\n\n\f*120160005878* 120160005878\n\nCERTIDAO DE DIVIDA ATIVA(CDA)\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nP G F N\n\nLivro/ Data de\n\nProcesso Administrativo Nm.Inscricao\n\nde Origem Folha Inscricao Original\n\nDesmembrado Divida Ativa\n\n20.200.801 0056/044 27/12/2015 123465311\n\n12.346.531-1\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDevedor\n\nFOX COMERCIO DE PECAS EIRELI - EPP\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nE para que se possa proceder a cobranca em acao propria, nos termos da Lei No. 6830 de 22/09/80, art 20. e seus paragrafos e demais dispositivos legais em vigor, foi extraida a presente certidao.\nSobre o valor total incide encargos legais previsto no DecretoLei No. 1.025/69,alterado pelo Decreto-Lei No. 1.645/78, e custas processuais.\n\n-------------------------------------------------- ------------\n\nFRANCISCO JOSE TARSO DE SABOIA\n\nMAT- 1796326 F.0007\n\nDATA: 09/01/2016 LOCAL: JOINVILLE\n\n(final)\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 3 (Solon) - IdDocumentoCompleto: 5142047-19.2018.4.04.9445-41543578361843551103600957642", "text": "Espelho de Valores Cadastrados.\n\nData: 01/12/2018\n\nPROCESSO ORIGIN\u00c1RIO TIPO\n\n: 5142047-19.2018.4.04.9445 : 5007754-03.2017.4.04.7100/RS : RPV\n\nREQUERENTE : COLLIN, RAMOS E JESUS ADVOGADOS ADVOGADO : MARCELO ARMIGLIATTO DE JESUS - RS048528\n\nDEPRECANTE : Ju\u00edzo Substituto da 20\u00aa VF de Porto Alegre :\n\nREQUERIDO : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS\n\nASSUNTO\n\n: 08011402 - Honor\u00e1rios Advocat\u00edcios\n\nTipo de Despesa : 12 - NATUREZA ALIMENT\u00cdCIA - Benef\u00edcios previdenci\u00e1rios e indeniza\u00e7\u00f5es por morte ou invalidez (12)\n\nTrans. Requisi\u00e7\u00e3o : 30/11/2018 13:45:54\n\nData de Entrada\n\n: 01/12/2018 01:52:27\n\nREQUISI\u00c7\u00c3O\n\n: 18710085910\n\nData Ajuizamento : 07/02/2017\n\nData TJ. Conhecim. : 07/03/2018\n\nData TJ. Embargos : 22/10/2018\n\nEsp\u00e9cie Requisi\u00e7\u00e3o : Original\n\nRPV de natureza N\u00c3O tribut\u00e1ria\n\nTipo\n\nHonor\u00e1rio\n\nNome\n\nCOLLIN, RAMOS E JESUS ADVOGADOS\n\nCPF/CGC\n\n07.205.947/0001-88\n\nValor Principal\n\n4.672,47\n\nData Base 01/05/2018\n\nJuros de mora fixados na senten\u00e7a:\n\nN\u00e3o incidem\n\nRenuncia\n\nN\u00e3o\n\nStatus\n\nLiberado\n\nDoen\u00e7a Grave\n\nN\u00e3o\n\nCompensa\u00e7\u00e3o\n\nN\u00e3o\n\nIR-RRA\n\nN\u00e3o\n\nTipo Hon. Judicial Honor\u00e1rios de Sucumb\u00eancia\n\nMeses Exe. Anterior -\n\nValor Exe. Anterior -\n\nMeses Exe. Corrente -\n\nValor Exe. Corrente -\n\nAno Exe. Corrente -\n\nStatus Servidor\n\n-\n\nValor Inicial PSS\n\n-\n\nData Base PSS\n\n-\n\nValor total execu\u00e7\u00e3o -\n\nData base execu\u00e7\u00e3o -\n\nValor Requisitado 4.672,47\n\n\fValor Total da Requisi\u00e7\u00e3o:\n\n4.672,47\n\nObserva\u00e7\u00f5es:\n1)RPVs classificadas pelo ju\u00edzo requisitante como de natureza n\u00e3o tribut\u00e1ria ser\u00e3o atualizadas da data base do c\u00e1lculo informada na requisi\u00e7\u00e3o de pagamento at\u00e9 o efetivo pagamento pelo IPCA-E.\n2) RPVs classificadas pelo ju\u00edzo requisitante como de natureza tribut\u00e1ria ser\u00e3o atualizadas da data base do c\u00e1lculo informada na requisi\u00e7\u00e3o de pagamento at\u00e9 o efetivo pagamento pela SELIC.\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 4 (Solon) - IdDocumentoCompleto: 5216652-49.2018.4.04.9666-41538139001619151101948857624", "text": "Espelho de Valores Cadastrados.\n\nData: 29/09/2018\n\nPROCESSO ORIGIN\u00c1RIO TIPO\n\n: 5216652-49.2018.4.04.9666 : 5003218-41.2016.4.04.7210/SC : RPV\n\nREQUERENTE : DERCIO MENEGASSI ADVOGADO : LEON\u00c9SIO ECKERT - SC007745\n\nREQUERIDO : DEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRA-ESTRUTURA DE TRANSPORTES - DN PROCURADOR : ALEXANDRE AZAMBUJA CASSEPP - PC1585127\n\nDEPRECANTE : Ju\u00edzo Substituto da 1\u00aa VF de S\u00e3o Miguel do Oeste\n\nASSUNTO\n\n: 02200201 - Acidente de tr\u00e2nsito\n\nTipo de Despesa : 21 - NATUREZA N\u00c3O ALIMENT\u00cdCIA (21)\n\nTrans. Requisi\u00e7\u00e3o Data de Entrada\n\n: 28/09/2018 13:41:33 : 28/09/2018 13:41:33\n\nREQUISI\u00c7\u00c3O\n\n: 18720034440\n\nData Ajuizamento : 05/10/2016\n\nData TJ. Conhecim. : 04/08/2018\n\nData TJ. Embargos :\n\nEsp\u00e9cie Requisi\u00e7\u00e3o : Original\n\nRPV de natureza N\u00c3O tribut\u00e1ria\n\nTipo\n\nBenefici\u00e1rio\n\nNome\n\nDERCIO MENEGASSI\n\nCPF/CGC\n\n550.339.549-20\n\nValor Principal\n\n21.987,85\n\nData Base 01/08/2018\n\nValor Juros\n\n2.967,01\n\nData Base 01/08/2018\n\nJuros de mora fixados na senten\u00e7a:\n\nPoupan\u00e7a\n\nRenuncia\n\nN\u00e3o\n\nStatus\n\nLiberado\n\nDoen\u00e7a Grave\n\nN\u00e3o\n\nCompensa\u00e7\u00e3o\n\nN\u00e3o\n\nIR-RRA\n\nN\u00e3o\n\nMeses Exe. Anterior -\n\nValor Exe. Anterior -\n\nMeses Exe. Corrente -\n\nValor Exe. Corrente -\n\nAno Exe. Corrente -\n\nStatus Servidor\n\n-\n\nValor Inicial PSS\n\n-\n\nData Base PSS\n\n-\n\nValor total execu\u00e7\u00e3o -\n\nData base execu\u00e7\u00e3o -\n\nValor Requisitado 24.954,86\n\n\fValor Total da Requisi\u00e7\u00e3o:\n\n24.954,86\n\nObserva\u00e7\u00f5es:\n1)RPVs classificadas pelo ju\u00edzo requisitante como de natureza n\u00e3o tribut\u00e1ria ser\u00e3o atualizadas da data base do c\u00e1lculo informada na requisi\u00e7\u00e3o de pagamento at\u00e9 o efetivo pagamento pelo IPCA-E.\n2) RPVs classificadas pelo ju\u00edzo requisitante como de natureza tribut\u00e1ria ser\u00e3o atualizadas da data base do c\u00e1lculo informada na requisi\u00e7\u00e3o de pagamento at\u00e9 o efetivo pagamento pela SELIC.\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 5 (Solon) - IdDocumentoCompleto: 5073545-21.2014.4.04.7100-711412887619525341160000000310", "text": "*120140057267* 120140057267\nEXMO. DR. JUIZ FEDERAL DA __ VARA FEDERAL DA SECAO JUDICIARIA DE PORTO ALEGRE\n\nUNIAO, pessoa juridica de direito publico interno, com fun-\n\ndamento na Lei no. 6830,de 22 de setembro de 1980, vem, mui respei-\n\ntosamente, por seu representante legal infra-assinado, propor a\n\npresente EXECUCAO FISCAL, para cobranca da divida no valor de\n\nR$ ************41.569,52(QUARENTA E UM MIL, QUINHENTOS E SESSENTA E N\n\nOVE REAIS E CINQUENTA E DOIS CENTAVOS. ******************************)\n\natualizada para o mes de 08/2014, conforme as anexas certidoes de Di-\n\nvida Ativa sob numero (s) 43.092.444-5, 43.092.445-3, 45.371.739-0,\n\n45.371.740-3,********************************************************\n\ncontra:\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDevedor\n\nIdentificacao\n\nGINATO TRANSPORTES LTDA - EPP\n\nCGC: 06.313.208/0001-47\n\nEndereco\n\nTelefone\n\nBECO JOSE PARIS 546 PREDIO 1\n\nCEP\n\nBairro\n\nMunicipio\n\nUF\n\n91140-310 SARANDI\n\nPORTO ALEGRE\n\nRS\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nPara tanto, requer-se na forma do artigo 8\n\nda Lei 6.830 e art. 172, paragrafo 2, do Codigo de Processo Civil:\n\n1.A citacao da(o) Executada (o),pelo correio,com Aviso de Recepcao(AR)\n\n,para pagar, no prazo legal, as dividas inscritas, devidamente atua-\n\nlizadas, acrescidas de juros, encargos previstos no Decreto-Lei\n\nNo 1.025/1969, alterado pelo Decreto-Lei No. 1.645/1978, custas e\n\ndespesas processuais, ou nomear bens livres e desembaracados para\n\ngarantir a execucao em consonancia com a legislacao em vigor, sob\n\npena de lhe serem penhorados ou arrestados tantos bens quanto bastem\n\na plena execucao da divida.\n\n2.Nao paga a divida ou nao garantida a execucao,a expedicao de mandado\n\nde penhora e avaliacao a recair sobre tantos bens quanto bastem a\n\ngarantia integral da divida, inclusive imoveis, nesse caso proce-\n\nF.0001 (continua)\n\n\f*120140057267* 120140057267\ndendo-se a intimacao do conjuge e a notificacao do cartorio de registro de imoveis competente.\nDa-se a causa o valor da divida com os acrescimos calculados ate a data da distribuicao, nos termos do artigo 6o, paragrafo 4o da Lei de Execucoes Fiscais.\nNestes Termos, p.deferimento PORTO ALEGRE, 24/08/2014\n\n-----------------------------------------------\n\nJOSE DIOGO CYRILLO DA SILVA\n\nMAT- 154373\n\nN.OAB- 33506\n\nProcuradoria: RIO GRANDE DO SUL Endereco: AV. LOUREIRO, 445, SL 601 Cep: 90013-900 Bairro: Municipio: PORTO ALEGRE\n\nUF: RS\n\nF.0002 (final)\n\n\f*120140057267* 120140057267\n\nUNIAO FEDERAL\n\nMINISTERIO DA FAZENDA\n\nDISCRIMINATIVO DE CREDITO INSCRITO - SINTETICO POR COMPETENCIA\n\nProcuradoria-Geral da Fazenda Nacional\n\nOrigem:19.200.800 Tramitacao:19.200.800\n\nCredito: 45.371.740-3\n\nProcesso Administrativo - Originario: 453717403\n\nDevedor: GINATO TRANSPORTES LTDA - EPP\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nEndereco: BECO JOSE PARIS 546 PREDIO 1\n\nBairro : SARANDI\n\nMunic.: PORTO ALEGRE\n\nUF\n\n: RS\n\nCEP\n\n: 91140-310\n\nFase Atual: 534 em 23/08/2014 Doc.: DCGB - DCG BATCH ----------------------------------------------------------------------\n\n(**) TOTAL (*) ORIGINARIO (**) ATUALIZADO\n\nCompet. Moeda(*)\n\n(**) JUROS (**) MULTA MORA\n\n--/---- -------------- --------.---,-- --------.---,-- --------.---,--\n\n04/2013 REAL\n\n1.351,83\n\n1.024,58\n\n1.024,58\n\n122,34\n\n204,91\n\n05/2013 REAL\n\n1.511,58\n\n1.150,97\n\n1.150,97\n\n130,41\n\n230,20\n\n06/2013 REAL\n\n1.503,28\n\n1.150,97\n\n1.150,97\n\n122,11\n\n230,20\n\n07/2013 REAL\n\n1.495,12\n\n1.150,97\n\n1.150,97\n\n113,95\n\n230,20\n\n08/2013 REAL\n\n1.464,61\n\n1.133,70\n\n1.133,70\n\n104,18\n\n226,73\n\n09/2013 REAL\n\n1.201,41\n\n935,83\n\n935,83\n\n78,42\n\n187,16\n\n10/2013 REAL\n\n1.194,70\n\n935,83\n\n935,83\n\n71,70\n\n187,17\n\n11/2013 REAL\n\n1.187,29\n\n935,83\n\n935,83\n\n64,29\n\n187,17\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nTotal do Credito\n\n10.909,82\n\n8.418,68\n\n807,40\n\n1.683,74\n\nSobre o valor total incide encargos legais previsto no Decreto-Lei No.\n\n1.025/69,alterado pelo Decreto-Lei No. 1.645/78, e custas processuais.\n\n** Valores atualizados para 08/2014 em REAL\n\nc/multa ajuizam.\n\nUfir de conversao:\n\n0,9108\n\nF.0001 (final)\n\n\f*120140057267* 120140057267\n\nUNIAO FEDERAL\n\nMINISTERIO DA FAZENDA\n\nDISCRIMINATIVO DE CREDITO INSCRITO - SINTETICO POR COMPETENCIA\n\nProcuradoria-Geral da Fazenda Nacional\n\nOrigem:19.200.800 Tramitacao:19.200.800\n\nCredito: 43.092.444-5\n\nProcesso Administrativo - Originario: 430924445\n\nDevedor: GINATO TRANSPORTES LTDA - EPP\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nEndereco: BECO JOSE PARIS 546 PREDIO 1\n\nBairro : SARANDI\n\nMunic.: PORTO ALEGRE\n\nUF\n\n: RS\n\nCEP\n\n: 91140-310\n\nFase Atual: 534 em 23/08/2014 Doc.: DCGB - DCG BATCH ----------------------------------------------------------------------\n\n(**) TOTAL (*) ORIGINARIO (**) ATUALIZADO\n\nCompet. Moeda(*)\n\n(**) JUROS (**) MULTA MORA\n\n--/---- -------------- --------.---,-- --------.---,-- --------.---,--\n\n04/2012 REAL\n\n280,94\n\n202,04\n\n202,04\n\n38,49\n\n40,41\n\n05/2012 REAL\n\n371,13\n\n268,14\n\n268,14\n\n49,36\n\n53,63\n\n06/2012 REAL\n\n383,58\n\n278,50\n\n278,50\n\n49,38\n\n55,70\n\n07/2012 REAL\n\n462,78\n\n337,70\n\n337,70\n\n57,54\n\n67,54\n\n08/2012 REAL\n\n444,93\n\n325,96\n\n325,96\n\n53,78\n\n65,19\n\n09/2012 REAL\n\n433,83\n\n319,25\n\n319,25\n\n50,73\n\n63,85\n\n10/2012 REAL\n\n430,65\n\n318,20\n\n318,20\n\n48,81\n\n63,64\n\n11/2012 REAL\n\n349,74\n\n259,47\n\n259,47\n\n38,38\n\n51,89\n\n12/2012 REAL\n\n380,88\n\n283,83\n\n283,83\n\n40,28\n\n56,77\n\n01/2013 REAL\n\n406,33\n\n303,91\n\n303,91\n\n41,64\n\n60,78\n\n02/2013 REAL\n\n425,08\n\n319,25\n\n319,25\n\n41,98\n\n63,85\n\n03/2013 REAL\n\n424,35\n\n320,17\n\n320,17\n\n40,15\n\n64,03\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nTotal do Credito\n\n4.794,22\n\n3.536,42\n\n550,52\n\n707,28\n\nSobre o valor total incide encargos legais previsto no Decreto-Lei No.\n\n1.025/69,alterado pelo Decreto-Lei No. 1.645/78, e custas processuais.\n\n** Valores atualizados para 08/2014 em REAL\n\nc/multa ajuizam.\n\nUfir de conversao:\n\n0,9108\n\nF.0001 (final)\n\n\f*120140057267* 120140057267\n\nUNIAO FEDERAL\n\nMINISTERIO DA FAZENDA\n\nDISCRIMINATIVO DE CREDITO INSCRITO - SINTETICO POR COMPETENCIA\n\nProcuradoria-Geral da Fazenda Nacional\n\nOrigem:19.200.800 Tramitacao:19.200.800\n\nCredito: 43.092.445-3\n\nProcesso Administrativo - Originario: 430924453\n\nDevedor: GINATO TRANSPORTES LTDA - EPP\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nEndereco: BECO JOSE PARIS 546 PREDIO 1\n\nBairro : SARANDI\n\nMunic.: PORTO ALEGRE\n\nUF\n\n: RS\n\nCEP\n\n: 91140-310\n\nFase Atual: 534 em 23/08/2014 Doc.: DCGB - DCG BATCH ----------------------------------------------------------------------\n\n(**) TOTAL (*) ORIGINARIO (**) ATUALIZADO\n\nCompet. Moeda(*)\n\n(**) JUROS (**) MULTA MORA\n\n--/---- -------------- --------.---,-- --------.---,-- --------.---,--\n\n04/2012 REAL\n\n898,99\n\n646,52\n\n646,52\n\n123,17\n\n129,30\n\n05/2012 REAL\n\n1.209,40\n\n873,79\n\n873,79\n\n160,86\n\n174,75\n\n06/2012 REAL\n\n1.203,46\n\n873,79\n\n873,79\n\n154,92\n\n174,75\n\n07/2012 REAL\n\n1.480,94\n\n1.080,67\n\n1.080,67\n\n184,15\n\n216,12\n\n08/2012 REAL\n\n1.423,84\n\n1.043,10\n\n1.043,10\n\n172,11\n\n208,63\n\n09/2012 REAL\n\n1.388,29\n\n1.021,63\n\n1.021,63\n\n162,34\n\n204,32\n\n10/2012 REAL\n\n1.378,13\n\n1.018,28\n\n1.018,28\n\n156,20\n\n203,65\n\n11/2012 REAL\n\n1.142,48\n\n847,59\n\n847,59\n\n125,36\n\n169,53\n\n12/2012 REAL\n\n1.253,75\n\n934,32\n\n934,32\n\n132,57\n\n186,86\n\n01/2013 REAL\n\n1.300,29\n\n972,54\n\n972,54\n\n133,25\n\n194,50\n\n02/2013 REAL\n\n1.360,29\n\n1.021,63\n\n1.021,63\n\n134,34\n\n204,32\n\n03/2013 REAL\n\n1.357,96\n\n1.024,58\n\n1.024,58\n\n128,47\n\n204,91\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nTotal do Credito\n\n15.397,82\n\n11.358,44\n\n1.767,74\n\n2.271,64\n\nSobre o valor total incide encargos legais previsto no Decreto-Lei No.\n\n1.025/69,alterado pelo Decreto-Lei No. 1.645/78, e custas processuais.\n\n** Valores atualizados para 08/2014 em REAL\n\nc/multa ajuizam.\n\nUfir de conversao:\n\n0,9108\n\nF.0001 (final)\n\n\f*120140057267* 120140057267\n\nUNIAO FEDERAL\n\nMINISTERIO DA FAZENDA\n\nDISCRIMINATIVO DE CREDITO INSCRITO - SINTETICO POR COMPETENCIA\n\nProcuradoria-Geral da Fazenda Nacional\n\nOrigem:19.200.800 Tramitacao:19.200.800\n\nCredito: 45.371.739-0\n\nProcesso Administrativo - Originario: 453717390\n\nDevedor: GINATO TRANSPORTES LTDA - EPP\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nEndereco: BECO JOSE PARIS 546 PREDIO 1\n\nBairro : SARANDI\n\nMunic.: PORTO ALEGRE\n\nUF\n\n: RS\n\nCEP\n\n: 91140-310\n\nFase Atual: 534 em 23/08/2014 Doc.: DCGB - DCG BATCH ----------------------------------------------------------------------\n\n(**) TOTAL (*) ORIGINARIO (**) ATUALIZADO\n\nCompet. Moeda(*)\n\n(**) JUROS (**) MULTA MORA\n\n--/---- -------------- --------.---,-- --------.---,-- --------.---,--\n\n04/2013 REAL\n\n422,43\n\n320,17\n\n320,17\n\n38,23\n\n64,03\n\n05/2013 REAL\n\n472,35\n\n359,67\n\n359,67\n\n40,75\n\n71,93\n\n06/2013 REAL\n\n469,76\n\n359,67\n\n359,67\n\n38,16\n\n71,93\n\n07/2013 REAL\n\n467,21\n\n359,67\n\n359,67\n\n35,61\n\n71,93\n\n08/2013 REAL\n\n457,68\n\n354,27\n\n354,27\n\n32,56\n\n70,85\n\n09/2013 REAL\n\n419,09\n\n326,44\n\n326,44\n\n27,36\n\n65,29\n\n10/2013 REAL\n\n416,74\n\n326,44\n\n326,44\n\n25,01\n\n65,29\n\n11/2013 REAL\n\n414,16\n\n326,44\n\n326,44\n\n22,43\n\n65,29\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nTotal do Credito\n\n3.539,42\n\n2.732,77\n\n260,11\n\n546,54\n\nSobre o valor total incide encargos legais previsto no Decreto-Lei No.\n\n1.025/69,alterado pelo Decreto-Lei No. 1.645/78, e custas processuais.\n\n** Valores atualizados para 08/2014 em REAL\n\nc/multa ajuizam.\n\nUfir de conversao:\n\n0,9108\n\nF.0001 (final)\n\n\f*120140057267* 120140057267\n\nCERTIDAO DE DIVIDA ATIVA(CDA)\n\nCertifico que do registroda divida ativa da Uniao consta a inscricao da divida cujo os dados sao os seguintes:\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nP G F N\n\nLivro/ Data de\n\nProcesso Administrativo Nm.Inscricao\n\nde Origem Folha Inscricao Original\n\nDesmembrado Divida Ativa\n\n19.200.800 0098/488 27/06/2014 453717403\n\n45.371.740-3\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDevedor\n\nGINATO TRANSPORTES LTDA - EPP\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nEndereco\n\nTelefone\n\nBECO JOSE PARIS 546 PREDIO 1\n\nCEP\n\nBairro\n\nMunicipio\n\nUF\n\n91140-310 SARANDI\n\nPORTO ALEGRE\n\nRS\n\nIdentificacao\n\nCGC: 06.313.208/0001-47\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nPeriodo da Divida\n\nValor Originario Moeda\n\n04/2013 a 11/2013\n\n8.418,68 REAL\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDocumento Original DCGB - DCG BATCH\n\nOrgao de Origem 19.001.010 Lancamento 10/05/2014 Calculo 23/08/2014\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nPrinc.Atualizado\n\nJuros\n\nMulta\n\nValor Total\n\n8.418,68\n\n807,40\n\n1.683,74\n\n10.909,82\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nF.Legal\n\nPeriodo\n\nDescricao / Embasamento Legal\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n041.00\n\nATRIBUICAO DE COMPETENCIA PARA FISCALIZAR, ARRECADAR E COBRA\n\n041.02 desde 01/11/2004 PERIODO DE 11/2004 A 12/2004 MP N. 222, DE 04.10.2004, ARTIGOS 1. E 3., POSTERIORMENTE CONVERTIDA NA LEI N. 11.098, DE 13.01.2005, ARTIGOS 1. E 3.; DECRETO N. 5.256, DE 27.10.2004, ANEXO I, ART. 18, I. PERIODO DE 01/2005 A 02/2005 MP N. 222, DE 04.10.2004, ARTIGOS 1. E 3., CONVERTIDA NA LEI N. 11.098, DE 13.01.2005, ARTIGOS 1. E 3.; DECRETO N. 5.256, DE 27.10.2004, ANEXO I, ART. 18, I. PERIODO DE 03/2005 A 05/2005 LEI N. 11.098, DE 13.01.2005, ARTIGOS 1. E 3.; DECRETO N. 5.256, DE 27.10.2004, ANEXO I, ART. 18, I; DECRETO N. 5.403, DE 28.03.2005, ANEXO I, ART.\n----------------------------------------------------------------------\n\n-------------------------------------------------- ------------\n\nJOSE DIOGO CYRILLO DA SILVA\n\nMAT- 0154373 F.0001\n\nDATA: 23/08/2014 LOCAL: PORTO ALEGRE\n\n(continua)\n\n\f*120140057267* 120140057267\n\nCERTIDAO DE DIVIDA ATIVA(CDA)\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nP G F N\n\nLivro/ Data de\n\nProcesso Administrativo Nm.Inscricao\n\nde Origem Folha Inscricao Original\n\nDesmembrado Divida Ativa\n\n19.200.800 0098/488 27/06/2014 453717403\n\n45.371.740-3\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDevedor\n\nGINATO TRANSPORTES LTDA - EPP\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nF.Legal\n\nPeriodo\n\nDescricao / Embasamento Legal\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n041.02\n\ndesde 01/11/2004 15, I. PERIODO DE 06/2005 A 14.08.2005 LEI N. 11.098, DE 13.01.2005, ARTIGOS 1. E 3.; DECRETO N. 5.403, DE 28.03.2005, ANEXO I, ART. 15, I; DECRETO N. 5.469, DE 15.06.2005, ANEXO I, ART. 18, I. A PARTIR DE 15.08.2005 MP N. 258, DE 21.07.2005, ART. 3., CAPUT E PARAGRAFO 1., ART. 10 E INCISO I DO ART. 12. A PARTIR DE 19.11.2005 LEI N. 11.098, DE 13.01.2005, ARTIGOS 1. E 3.; DECRETO N. 5.469, DE 15.06.2005, ANEXO I, ART. 18, I. A PARTIR DE 02.05.2007 LEI N. 11.457, DE 16.03.07, ARTS. 2 E 3.\n\n089.00\n\nGFIP - GUIA DE RECOLHIMENTO DO FGTS E INFORMACOES A PREVIDENCIA SOCIAL\n\n089.04\n\ndesde 01/12/2008 LEI N. 8.212, DE 24.07.91, ART. 32, IV (ACRESCENTADO PELA MP N. 1.596-14/97, COM REDACAO DA MP N. 449, DE 03.12.2008, CONVERTIDA NA LEI N. 11.941, DE 27.05.2009) E ART. 33 (COM A REDACAO DA LEI N. 10.256, DE 09.07.2001E ALTERACAO DA MP N. 449, DE 03.12.08, CONVERTIDA NA LEI N. 11.941, DE 27.05.09), PARAGRAFO 7. (ACRESCENTADO PELA MP N. 1.59614/97, CONVERTIDA NA LEI N. 9.528, DE 10.12.97, ALTERADA PELA MP N. 449, DE 03.12.08, CONVERTIDA NA LEI N. 11.941, DE 2705.09) REDACAO); DECRETO N. 2.803, DE 20.10.98; REGULAMENTO DA PREVIDENCIA SOCIAL - RPS, APROVADO PELO DECRETO N. 3.048, DE 06.05.99, ART. 225, IV, PARAGRAFOS 1., 2., 3. E 4. E ART. 245, CAPUT E PARAGRAFO 1.;\n\n200.00\n\nCONTRIBUICAO DA EMPRESA SOBRE A REMUNERACAO DE EMPREGADOS\n\n200.08 desde 01/12/1999 LEI N. 8.212, DE 24.07.91, ART. 22, I (COM A REDACAO DADA\n----------------------------------------------------------------------\n\n-------------------------------------------------- ------------\n\nJOSE DIOGO CYRILLO DA SILVA\n\nMAT- 0154373 F.0002\n\nDATA: 23/08/2014 LOCAL: PORTO ALEGRE\n\n(continua)\n\n\f*120140057267* 120140057267\n\nCERTIDAO DE DIVIDA ATIVA(CDA)\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nP G F N\n\nLivro/ Data de\n\nProcesso Administrativo Nm.Inscricao\n\nde Origem Folha Inscricao Original\n\nDesmembrado Divida Ativa\n\n19.200.800 0098/488 27/06/2014 453717403\n\n45.371.740-3\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDevedor\n\nGINATO TRANSPORTES LTDA - EPP\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nF.Legal\n\nPeriodo\n\nDescricao / Embasamento Legal\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n200.08\n\ndesde 01/12/1999 PELA LEI N. 9.876, DE 26.11.99); REGULAMENTO DA PREVIDENCIA SOCIAL, APROVADO PELO DECRETO N. 3.048, DE 06.05.99, ART. 12, I E PARAGRAFO UNICO, ART. 201, I, PARAGRAFO 1. E ART. 216, I, \"B\" (COM AS ALTERACOES DADAS PELO DECRETO N. 3.265, DE 29.11.99).\n\n301.00\n\nCONTRIBUICAO DAS EMPRESAS PARA FINANCIAMENTO DOS BENEFICIOS EM RAZAO DA INCAPACIDADE LABORATIVA\n\n301.08\n\ndesde 01/12/1999 LEI N. 8.212, DE 24.07.91, ART. 22, II (COM A REDACAO DADA PELA LEI N. 9.732, DE 11.12.98); REGULAMENTO DA PREVIDENCIA SOCIAL, APROVADO PELO DECRETO N. 3.048, DE 06.05.99, ART. 12, I, PARAGRAFO UNICO, NA REDACAO DADA PELO DECRETO N. 3.265, DE 29.11.99, ART. 202, I, II E III E PARAGRAFOS 1. AO 6.. A PARTIR DE 01/2010 LEI N. 8.212, DE 24.07.91, ART. 22, II (COM A REDACAO DADA PELA LEI N. 9.732, DE 11.12.98); REGULAMENTO DA PREVIDENCIA SOCIAL, APROVADO PELO DECRETO N. 3.048, DE 06.05.99, ART. 12, I, PARAGRAFO UNICO, NA REDACAO DADA PELO DECRETO N. 3.265, DE 29.11.99, ART. 202, I, II E III E PARAGRAFOS 1. AO 6 E ART. 202-A (ACRESCENTADO PELO DECRETO N. 6.042, DE 12.02.07, COM REDACAO DO DECRETO N. 6.957, DE 09.09.09) E DECRETO N. 6.957, DE 09.09.10, ARTIGOS 2. E 4..\n\n400.00\n\nCONTRIBUICAO DEVIDA A TERCEIROS - SALARIO EDUCACAO\n\n400.05 desde 01/11/2004 CONSTITUICAO FEDERAL, ART. 212, PARAGRAFO 5., COMBINADO COM O ART. 34, CAPUT, DAS DISPOSICOES CONSTITUCIONAIS TRANSITORIAS; LEI N. 9.424, DE 26.12.96, ART. 15, CAPUT; MP\n----------------------------------------------------------------------\n\n-------------------------------------------------- ------------\n\nJOSE DIOGO CYRILLO DA SILVA\n\nMAT- 0154373 F.0003\n\nDATA: 23/08/2014 LOCAL: PORTO ALEGRE\n\n(continua)\n\n\f*120140057267* 120140057267\n\nCERTIDAO DE DIVIDA ATIVA(CDA)\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nP G F N\n\nLivro/ Data de\n\nProcesso Administrativo Nm.Inscricao\n\nde Origem Folha Inscricao Original\n\nDesmembrado Divida Ativa\n\n19.200.800 0098/488 27/06/2014 453717403\n\n45.371.740-3\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDevedor\n\nGINATO TRANSPORTES LTDA - EPP\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nF.Legal\n\nPeriodo\n\nDescricao / Embasamento Legal\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n400.05\n\ndesde 01/11/2004 N. 1.565, DE 09.01.97 E REEDICOES ATE A MP N. 1.607, DE 11.12.97, E REEDICOES ATE A MP N. 1.607-24, DE 19.11.98, CONVERTIDAS NA LEI N. 9.766, DE 18.12.98; LEI N. 9.601, DE 21.01.98, ART. 2.; DECRETO N. 3.142, DE 16.08.99, ART. 1., 2., 6., INCISO II PARAGRAFO 1.; MP N. 222, DE 04.10.2004, ART. 3., POSTERIORMENTE CONVERTIDA NA LEI N. 11.098, DE 13.01.2005, ARTIGO 3., DECRETO N. 87.043, DE 22.03.82, ARTIGOS 1., 2., 3., I, PARAGRAFOS 1., 2., 4., 5. E ART. 13; DECRETO N. 5.256, DE 27.10.2004, ART. 18, I. A PARTIR DE 01.01.2007: CONSTITUICAO FEDERAL, ART. 212, PARAGRAFO 5., COMBINADO COM O ART.34, CAPUT, DAS DISPOSICOES CONSTITUCIONAIS TRANSITORIAS; LEI N. 9.424, DE 26.12.96, ART. 15, CAPUT; LEI N. 9.766, DE 18..12.98, ART. 1.; DECRETO N. 6003, DE 28.12.06, ARTIGO 1., PARAGRAFO 1. E ARTIGOS 10 E 11.\n\n405.00\n\nTERCEIROS - INCRA\n\n405.04\n\ndesde 01/11/2004 LEI N. 2.613, DE 23.09.55, ART. 6., PARAGRAFO 4., (COM AS ALTERACOES DA LEI N. 4.863, DE 29.11.65, ART. 35, PARAGRAFO 2., VIII); DECRETO-LEI N. 1.146, DE 31.12.70, ART. 1., I, ITEM 2, ARTIGOS 3. E 4.; LEI COMPLEMENTAR N. 11, DE 25.05.71, ART. 15, II; DECRETO-LEI N. 2.318, DE 30.12.86, ART. 3.; MP N. 222, DE 04.10.2004, ART. 3.; DECRETO N. 5.256, DE 27.10.2004, ART. 18, I.\n\n408.00\n\nTERCEIROS - SEST/SENAT\n\n408.04 desde 01/11/2004 LEI N. 8.706, DE 14.09.93, ART. 7., I, PARAGRAFOS 1. E 2.;\n----------------------------------------------------------------------\n\n-------------------------------------------------- ------------\n\nJOSE DIOGO CYRILLO DA SILVA\n\nMAT- 0154373 F.0004\n\nDATA: 23/08/2014 LOCAL: PORTO ALEGRE\n\n(continua)\n\n\f*120140057267* 120140057267\n\nCERTIDAO DE DIVIDA ATIVA(CDA)\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nP G F N\n\nLivro/ Data de\n\nProcesso Administrativo Nm.Inscricao\n\nde Origem Folha Inscricao Original\n\nDesmembrado Divida Ativa\n\n19.200.800 0098/488 27/06/2014 453717403\n\n45.371.740-3\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDevedor\n\nGINATO TRANSPORTES LTDA - EPP\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nF.Legal\n\nPeriodo\n\nDescricao / Embasamento Legal\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n408.04\n\ndesde 01/11/2004 DECRETO N. 1.007, DE 13.12.93, ART. 1., I, \"A\", II, \"A\" E ART. 2., I, PARAGRAFOS 1. E 2. (COM AS ALTERACOES DADAS PELO ART. 1. DO DECRETO N. 1.092, DE 21.03.94), ART. 3., PARAGRAFO 1.\n\n411.00\n\nTERCEIROS - SENAI\n\n411.04\n\ndesde 01/11/2004 DECRETO-LEI N. 4.048, DE 22.01.42, ART. 4. E 6. (COM AS ALTERACOES DO DECRETO-LEI N. 4.936, DE 07.11.42, ARTIGOS 3. E 6.); DECRETO-LEI N. 6.246, DE 05.02.44, ART. 1.; MP N. 222, DE 04.10.2004, ART. 3.; DECRETO N. 5.256, DE 27.10.2004, ART. 18, I.\n\n412.00\n\nTERCEIROS - SESI\n\n412.04\n\ndesde 01/11/2004 DECRETO-LEI N. 9.403, DE 25.06.46, ART. 3.; DECRETO-LEI N. 2.318, DE 30.12.86, ARTIGOS 1. E 3.; MP N. 222, DE 04.10.2004, ART. 3.; DECRETO N. 5.256, DE 27.10.2004, ART. 18, I.\n\n415.00\n\nTERCEIROS - SEBRAE\n\n415.04 desde 01/11/2004 LEI N. 8.029, DE 12.04.90, ART. 8.,PARAGRAFO 3. (COM A REDACAO DADA PELA LEI N. 8.154, DE 28.12.90), COMBINADO COM O ART. 1. DO DECRETO-LEI N. 2.318, DE 30.12.86 E PARAGRAFO 4.; MP N. 222, DE 04.10.2004, ART. 3.; DECRETO N. 5.256, DE 27.10.2004, ART. 18, I.\n----------------------------------------------------------------------\n\n-------------------------------------------------- ------------\n\nJOSE DIOGO CYRILLO DA SILVA\n\nMAT- 0154373 F.0005\n\nDATA: 23/08/2014 LOCAL: PORTO ALEGRE\n\n(continua)\n\n\f*120140057267* 120140057267\n\nCERTIDAO DE DIVIDA ATIVA(CDA)\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nP G F N\n\nLivro/ Data de\n\nProcesso Administrativo Nm.Inscricao\n\nde Origem Folha Inscricao Original\n\nDesmembrado Divida Ativa\n\n19.200.800 0098/488 27/06/2014 453717403\n\n45.371.740-3\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDevedor\n\nGINATO TRANSPORTES LTDA - EPP\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nF.Legal\n\nPeriodo\n\nDescricao / Embasamento Legal\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n600.00\n\nCORRECAO MONETARIA\n\n600.08\n\ndesde 01/01/1995 LEI N. 8.981, DE 20.01.95, ART. 6.. REGULAMENTO DA ORGANIZACAO E DO CUSTEIO DA SEGURIDADE SOCIAL-ROCSS, APROVADO PELO DECRETO N. 356, DE 07.12.91, COM A NOVA REDACAO DADA PELO DECRETO N. 612, DE 21.07.92 E ALTERACOES POSTERIORES, ART. 39, PARAGRAFO 5., RENUMERADO PARA PARAGRAFO 9., PELO ART. 1. DO DECRETO N. 738 DE 28.01.93, E PARAGRAFO 10 (ACRESCENTADO PELO DECRETO N. 738, DE 28.01.93); REGULAMENTO DA ORGANIZACAO E DO CUSTEIO DA SEGURIDADE SOCIAL-ROCSS, APROVADO PELO DECRETO N. 2.173, DE 05.03.97, ART. 58, I. VALORES ORIGINARIOS EM REAL E SEM ATUALIZACAO\n\n601.00\n\nACRESCIMOS LEGAIS - MULTA\n\n601.10\n\ndesde 01/12/2008 LEI N. 8.212, DE 24.07.91, ART. 35, (COMBINADO COM O ART. 61 DA LEI N. 9.430, DE 27.12.96) COM REDACAO DA MP N. 449 DE 04.12.2008, CONVERTIDA NA LEI N. 11.941, DE 27.05.2009.CALCULO DA MULTA: PARA PAGAMENTO DE OBRIGACAO VENCIDA, NAO INCLUIDA EM AUTO-DE-INFRACAO: 0,33%, POR DIA DE ATRASO, CALCULADA A PARTIR DO PRIMEIRO DIA SUBSEQUENTE AO DO VENCIMENTO DO PRAZO PREVISTO PARA O PAGAMENTO DA CONTRIBUICAO ATE O DIA EM QUE OCORRER O SEU PAGAMENTO, LIMITADO A 20%.\n\n602.00\n\nACRESCIMOS LEGAIS - JUROS\n\n602.08 desde 01/12/2008 LEI N. 8.212, DE 24.07.91, ART. 35, COMBINADO COM O ART. 61\n----------------------------------------------------------------------\n\n-------------------------------------------------- ------------\n\nJOSE DIOGO CYRILLO DA SILVA\n\nMAT- 0154373 F.0006\n\nDATA: 23/08/2014 LOCAL: PORTO ALEGRE\n\n(continua)\n\n\f*120140057267* 120140057267\n\nCERTIDAO DE DIVIDA ATIVA(CDA)\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nP G F N\n\nLivro/ Data de\n\nProcesso Administrativo Nm.Inscricao\n\nde Origem Folha Inscricao Original\n\nDesmembrado Divida Ativa\n\n19.200.800 0098/488 27/06/2014 453717403\n\n45.371.740-3\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDevedor\n\nGINATO TRANSPORTES LTDA - EPP\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nF.Legal\n\nPeriodo\n\nDescricao / Embasamento Legal\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n602.08\n\ndesde 01/12/2008 DA LEI N. 9.430, DE 27.12.96, COM REDACAO DA MP N. 449, DE 04.12.2008, CONVERTIDA NA LEI N. 11.941, DE 27.05.2009. CALCULO DOS JUROS: JUROS CALCULADOS SOBRE O VALOR ORIGINARIO, MEDIANTE A APLICACAO DOS SEGUINTES PERCENTUAIS: A) TAXA MEDIA MENSAL DE CAPTACAO DO TESOURO NACIONAL RELATIVA A DIVIDA MOBILIARIA FEDERAL / TAXA REFERENCIAL DO SISTEMA ESPECIAL DE LIQUIDACAO E DE CUSTODIA - SELIC, A PARTIR DO PRIMEIRO DIA DO MES SUBSEQUENT AO VENCIMENTO DO PRAZO ATE O MES ANTERIOR AO DO PAGAMENTO B) 1% (UM POR CENTO) NO MES DO PAGAMENTO.\n\n700.00\n\nENCARGO LEGAL DE 20% (VINTE POR CENTO)\n\n700.01\n\ndesde 01/05/2007 DECRETO-LEI N. 1.025/69, ART. 1; DECRETO-LEI N. 1.645/78, ART. 3; LEI 7.799/89, ART. 64, PARAGRAFO 2 E LEI N. 8.383/91, ART. 57, PARAGRAFO 2.\n\n800.00\n\nPRAZO E OBRIGACAO DE RECOLHIMENTO - EMPRESAS EM GERAL\n\n800.11 desde 01/10/2008 LEI N. 8.212, DE 24.07.91, ART. 30, I (COM A ALTERACAO DA LEI N. 8.620, DE 05.01.93, DA LEI N. 9.876, DE 26.11.99, DA MP N. 351, DE 22.01.07, CONVERTIDA NA LEI N. 11.488, DE 25.06.07 E DA MP N. 447, DE 14.11.08, CONVERTIDA NA LEI N. 11.933, DE 28.04.2009); LEI N. 8.620, DE 05.01.93, ART. 7., PARAGRAFOS 1. E 2.; LEI N. 10.666, DE 08.05.03, ART. 4., PARAGRAFO 1., COMBINADO COM O ART. 15; REGULAMENTO DA PREVIDENCIA SOCIAL, APROVADO PELO DECRETO N. 3.048, DE 06.05.99, ART. 216, I, \"B\" E PARAGRAFOS 1. AO 6., COM AS ALTERACOES DO DECRETO N. 3.265, DE 29.11.99.\n----------------------------------------------------------------------\n\n-------------------------------------------------- ------------\n\nJOSE DIOGO CYRILLO DA SILVA\n\nMAT- 0154373 F.0007\n\nDATA: 23/08/2014 LOCAL: PORTO ALEGRE\n\n(continua)\n\n\f*120140057267* 120140057267\n\nCERTIDAO DE DIVIDA ATIVA(CDA)\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nP G F N\n\nLivro/ Data de\n\nProcesso Administrativo Nm.Inscricao\n\nde Origem Folha Inscricao Original\n\nDesmembrado Divida Ativa\n\n19.200.800 0098/488 27/06/2014 453717403\n\n45.371.740-3\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDevedor\n\nGINATO TRANSPORTES LTDA - EPP\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nF.Legal\n\nPeriodo\n\nDescricao / Embasamento Legal\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nE para que se possa proceder a cobranca em acao propria, nos termos da Lei No. 6830 de 22/09/80, art 20. e seus paragrafos e demais dispositivos legais em vigor, foi extraida a presente certidao.\nSobre o valor total incide encargos legais previsto no DecretoLei No. 1.025/69,alterado pelo Decreto-Lei No. 1.645/78, e custas processuais.\n\n-------------------------------------------------- ------------\n\nJOSE DIOGO CYRILLO DA SILVA\n\nMAT- 0154373 F.0008\n\nDATA: 23/08/2014 LOCAL: PORTO ALEGRE\n\n(final)\n\n\f*120140057267* 120140057267\n\nCERTIDAO DE DIVIDA ATIVA(CDA)\n\nCertifico que do registroda divida ativa da Uniao consta a inscricao da divida cujo os dados sao os seguintes:\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nP G F N\n\nLivro/ Data de\n\nProcesso Administrativo Nm.Inscricao\n\nde Origem Folha Inscricao Original\n\nDesmembrado Divida Ativa\n\n19.200.800 0084/120 05/10/2013 430924445\n\n43.092.444-5\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDevedor\n\nGINATO TRANSPORTES LTDA - EPP\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nEndereco\n\nTelefone\n\nBECO JOSE PARIS 546 PREDIO 1\n\nCEP\n\nBairro\n\nMunicipio\n\nUF\n\n91140-310 SARANDI\n\nPORTO ALEGRE\n\nRS\n\nIdentificacao\n\nCGC: 06.313.208/0001-47\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nPeriodo da Divida\n\nValor Originario Moeda\n\n04/2012 a 03/2013\n\n3.536,42 REAL\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDocumento Original DCGB - DCG BATCH\n\nOrgao de Origem 19.001.010 Lancamento 17/08/2013 Calculo 23/08/2014\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nPrinc.Atualizado\n\nJuros\n\nMulta\n\nValor Total\n\n3.536,42\n\n550,52\n\n707,28\n\n4.794,22\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nF.Legal\n\nPeriodo\n\nDescricao / Embasamento Legal\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n041.00\n\nATRIBUICAO DE COMPETENCIA PARA FISCALIZAR, ARRECADAR E COBRA\n\n041.02 desde 01/11/2004 PERIODO DE 11/2004 A 12/2004 MP N. 222, DE 04.10.2004, ARTIGOS 1. E 3., POSTERIORMENTE CONVERTIDA NA LEI N. 11.098, DE 13.01.2005, ARTIGOS 1. E 3.; DECRETO N. 5.256, DE 27.10.2004, ANEXO I, ART. 18, I. PERIODO DE 01/2005 A 02/2005 MP N. 222, DE 04.10.2004, ARTIGOS 1. E 3., CONVERTIDA NA LEI N. 11.098, DE 13.01.2005, ARTIGOS 1. E 3.; DECRETO N. 5.256, DE 27.10.2004, ANEXO I, ART. 18, I. PERIODO DE 03/2005 A 05/2005 LEI N. 11.098, DE 13.01.2005, ARTIGOS 1. E 3.; DECRETO N. 5.256, DE 27.10.2004, ANEXO I, ART. 18, I; DECRETO N. 5.403, DE 28.03.2005, ANEXO I, ART.\n----------------------------------------------------------------------\n\n-------------------------------------------------- ------------\n\nJOSE DIOGO CYRILLO DA SILVA\n\nMAT- 0154373 F.0001\n\nDATA: 23/08/2014 LOCAL: PORTO ALEGRE\n\n(continua)\n\n\f*120140057267* 120140057267\n\nCERTIDAO DE DIVIDA ATIVA(CDA)\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nP G F N\n\nLivro/ Data de\n\nProcesso Administrativo Nm.Inscricao\n\nde Origem Folha Inscricao Original\n\nDesmembrado Divida Ativa\n\n19.200.800 0084/120 05/10/2013 430924445\n\n43.092.444-5\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDevedor\n\nGINATO TRANSPORTES LTDA - EPP\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nF.Legal\n\nPeriodo\n\nDescricao / Embasamento Legal\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n041.02\n\ndesde 01/11/2004 15, I. PERIODO DE 06/2005 A 14.08.2005 LEI N. 11.098, DE 13.01.2005, ARTIGOS 1. E 3.; DECRETO N. 5.403, DE 28.03.2005, ANEXO I, ART. 15, I; DECRETO N. 5.469, DE 15.06.2005, ANEXO I, ART. 18, I. A PARTIR DE 15.08.2005 MP N. 258, DE 21.07.2005, ART. 3., CAPUT E PARAGRAFO 1., ART. 10 E INCISO I DO ART. 12. A PARTIR DE 19.11.2005 LEI N. 11.098, DE 13.01.2005, ARTIGOS 1. E 3.; DECRETO N. 5.469, DE 15.06.2005, ANEXO I, ART. 18, I. A PARTIR DE 02.05.2007 LEI N. 11.457, DE 16.03.07, ARTS. 2 E 3.\n\n089.00\n\nGFIP - GUIA DE RECOLHIMENTO DO FGTS E INFORMACOES A PREVIDENCIA SOCIAL\n\n089.04\n\ndesde 01/12/2008 LEI N. 8.212, DE 24.07.91, ART. 32, IV (ACRESCENTADO PELA MP N. 1.596-14/97, COM REDACAO DA MP N. 449, DE 03.12.2008, CONVERTIDA NA LEI N. 11.941, DE 27.05.2009) E ART. 33 (COM A REDACAO DA LEI N. 10.256, DE 09.07.2001E ALTERACAO DA MP N. 449, DE 03.12.08, CONVERTIDA NA LEI N. 11.941, DE 27.05.09), PARAGRAFO 7. (ACRESCENTADO PELA MP N. 1.59614/97, CONVERTIDA NA LEI N. 9.528, DE 10.12.97, ALTERADA PELA MP N. 449, DE 03.12.08, CONVERTIDA NA LEI N. 11.941, DE 2705.09) REDACAO); DECRETO N. 2.803, DE 20.10.98; REGULAMENTO DA PREVIDENCIA SOCIAL - RPS, APROVADO PELO DECRETO N. 3.048, DE 06.05.99, ART. 225, IV, PARAGRAFOS 1., 2., 3. E 4. E ART. 245, CAPUT E PARAGRAFO 1.;\n\n100.00\n\nCONTRIBUICAO DOS SEGURADOS (EMPREGADOS, TRABALHADORES TEMPORARIOS E AVULSOS)\n\n100.15 desde 01/12/1999 LEI N. 8.212, DE 24.07.91, ART. 20 (COM A REDACAO DADA PELA\n----------------------------------------------------------------------\n\n-------------------------------------------------- ------------\n\nJOSE DIOGO CYRILLO DA SILVA\n\nMAT- 0154373 F.0002\n\nDATA: 23/08/2014 LOCAL: PORTO ALEGRE\n\n(continua)\n\n\f*120140057267* 120140057267\n\nCERTIDAO DE DIVIDA ATIVA(CDA)\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nP G F N\n\nLivro/ Data de\n\nProcesso Administrativo Nm.Inscricao\n\nde Origem Folha Inscricao Original\n\nDesmembrado Divida Ativa\n\n19.200.800 0084/120 05/10/2013 430924445\n\n43.092.444-5\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDevedor\n\nGINATO TRANSPORTES LTDA - EPP\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nF.Legal\n\nPeriodo\n\nDescricao / Embasamento Legal\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n100.15\n\ndesde 01/12/1999 LEI N. 9.032, DE 28.04.95, ALTERADA POSTERIORMENTE PELA LEI N. 9.129, DE 20.11.95), COMBINADO COM OS ARTIGOS 12, I (COM AS ALTERACOES DA LEI N. 8.647, DE 13.04.93, DA LEI N. 9.506, DE 30.10.97 E DA LEI N. 9.876, DE 26/11/99) E ART. 28, I E PARAGRAFOS (COM A REDACAO DADA PELA LEI N. 9.528, DE 10.12.97); LEI N. 8.620, DE 05.01.93, ART. 7., PARAGRAFO 2.; LEI N. 9.311, DE 24.10.96, ART. 17, II; LEI N. 9.317, DE 05.12.96, ART. 3., PARAGRAFO 2., \"H\"; REGULAMENTO DA PREVIDENCIA SOCIAL - RPS, APROVADO PELO DECRETO N. 3.048, DE 06.05.99, ART. 9., I, \"G\" (ALINEA ACRESCENTADA PELO DECRETO N. 3.265, DE 29.11.99), PARAGRAFO 1. A 7., ART. 198, ART. 214, I, PARAGRAFOS 1. A 15, ART. 216, I, \"A\"(ALTERADO PELO DECRETO N. 4.729, DE 09.06.03) E \"B\" (ALTERACAO DO DECRETO N. 6.722, DE 20.12.08), PARAGRAFOS 1. A 6., ARTIGOS 217 E 218.\n\n600.00\n\nCORRECAO MONETARIA\n\n600.08\n\ndesde 01/01/1995 LEI N. 8.981, DE 20.01.95, ART. 6.. REGULAMENTO DA ORGANIZACAO E DO CUSTEIO DA SEGURIDADE SOCIAL-ROCSS, APROVADO PELO DECRETO N. 356, DE 07.12.91, COM A NOVA REDACAO DADA PELO DECRETO N. 612, DE 21.07.92 E ALTERACOES POSTERIORES, ART. 39, PARAGRAFO 5., RENUMERADO PARA PARAGRAFO 9., PELO ART. 1. DO DECRETO N. 738 DE 28.01.93, E PARAGRAFO 10 (ACRESCENTADO PELO DECRETO N. 738, DE 28.01.93); REGULAMENTO DA ORGANIZACAO E DO CUSTEIO DA SEGURIDADE SOCIAL-ROCSS, APROVADO PELO DECRETO N. 2.173, DE 05.03.97, ART. 58, I. VALORES ORIGINARIOS EM REAL E SEM ATUALIZACAO\n\n601.00 ACRESCIMOS LEGAIS - MULTA\n----------------------------------------------------------------------\n\n-------------------------------------------------- ------------\n\nJOSE DIOGO CYRILLO DA SILVA\n\nMAT- 0154373 F.0003\n\nDATA: 23/08/2014 LOCAL: PORTO ALEGRE\n\n(continua)\n\n\f*120140057267* 120140057267\n\nCERTIDAO DE DIVIDA ATIVA(CDA)\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nP G F N\n\nLivro/ Data de\n\nProcesso Administrativo Nm.Inscricao\n\nde Origem Folha Inscricao Original\n\nDesmembrado Divida Ativa\n\n19.200.800 0084/120 05/10/2013 430924445\n\n43.092.444-5\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDevedor\n\nGINATO TRANSPORTES LTDA - EPP\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nF.Legal\n\nPeriodo\n\nDescricao / Embasamento Legal\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n601.10\n\ndesde 01/12/2008 LEI N. 8.212, DE 24.07.91, ART. 35, (COMBINADO COM O ART. 61 DA LEI N. 9.430, DE 27.12.96) COM REDACAO DA MP N. 449 DE 04.12.2008, CONVERTIDA NA LEI N. 11.941, DE 27.05.2009.CALCULO DA MULTA: PARA PAGAMENTO DE OBRIGACAO VENCIDA, NAO INCLUIDA EM AUTO-DE-INFRACAO: 0,33%, POR DIA DE ATRASO, CALCULADA A PARTIR DO PRIMEIRO DIA SUBSEQUENTE AO DO VENCIMENTO DO PRAZO PREVISTO PARA O PAGAMENTO DA CONTRIBUICAO ATE O DIA EM QUE OCORRER O SEU PAGAMENTO, LIMITADO A 20%.\n\n602.00\n\nACRESCIMOS LEGAIS - JUROS\n\n602.08\n\ndesde 01/12/2008 LEI N. 8.212, DE 24.07.91, ART. 35, COMBINADO COM O ART. 61 DA LEI N. 9.430, DE 27.12.96, COM REDACAO DA MP N. 449, DE 04.12.2008, CONVERTIDA NA LEI N. 11.941, DE 27.05.2009. CALCULO DOS JUROS: JUROS CALCULADOS SOBRE O VALOR ORIGINARIO, MEDIANTE A APLICACAO DOS SEGUINTES PERCENTUAIS: A) TAXA MEDIA MENSAL DE CAPTACAO DO TESOURO NACIONAL RELATIVA A DIVIDA MOBILIARIA FEDERAL / TAXA REFERENCIAL DO SISTEMA ESPECIAL DE LIQUIDACAO E DE CUSTODIA - SELIC, A PARTIR DO PRIMEIRO DIA DO MES SUBSEQUENT AO VENCIMENTO DO PRAZO ATE O MES ANTERIOR AO DO PAGAMENTO B) 1% (UM POR CENTO) NO MES DO PAGAMENTO.\n\n700.00\n\nENCARGO LEGAL DE 20% (VINTE POR CENTO)\n\n700.01 desde 01/05/2007 DECRETO-LEI N. 1.025/69, ART. 1; DECRETO-LEI N. 1.645/78, ART. 3; LEI 7.799/89, ART. 64, PARAGRAFO 2 E LEI N. 8.383/91, ART. 57, PARAGRAFO 2.\n----------------------------------------------------------------------\n\n-------------------------------------------------- ------------\n\nJOSE DIOGO CYRILLO DA SILVA\n\nMAT- 0154373 F.0004\n\nDATA: 23/08/2014 LOCAL: PORTO ALEGRE\n\n(continua)\n\n\f*120140057267* 120140057267\n\nCERTIDAO DE DIVIDA ATIVA(CDA)\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nP G F N\n\nLivro/ Data de\n\nProcesso Administrativo Nm.Inscricao\n\nde Origem Folha Inscricao Original\n\nDesmembrado Divida Ativa\n\n19.200.800 0084/120 05/10/2013 430924445\n\n43.092.444-5\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDevedor\n\nGINATO TRANSPORTES LTDA - EPP\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nF.Legal\n\nPeriodo\n\nDescricao / Embasamento Legal\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n800.00\n\nPRAZO E OBRIGACAO DE RECOLHIMENTO - EMPRESAS EM GERAL\n\n800.11 desde 01/10/2008 LEI N. 8.212, DE 24.07.91, ART. 30, I (COM A ALTERACAO DA LEI N. 8.620, DE 05.01.93, DA LEI N. 9.876, DE 26.11.99, DA MP N. 351, DE 22.01.07, CONVERTIDA NA LEI N. 11.488, DE 25.06.07 E DA MP N. 447, DE 14.11.08, CONVERTIDA NA LEI N. 11.933, DE 28.04.2009); LEI N. 8.620, DE 05.01.93, ART. 7., PARAGRAFOS 1. E 2.; LEI N. 10.666, DE 08.05.03, ART. 4., PARAGRAFO 1., COMBINADO COM O ART. 15; REGULAMENTO DA PREVIDENCIA SOCIAL, APROVADO PELO DECRETO N. 3.048, DE 06.05.99, ART. 216, I, \"B\" E PARAGRAFOS 1. AO 6., COM AS ALTERACOES DO DECRETO N. 3.265, DE 29.11.99.\n----------------------------------------------------------------------\n\nE para que se possa proceder a cobranca em acao propria, nos termos da Lei No. 6830 de 22/09/80, art 20. e seus paragrafos e demais dispositivos legais em vigor, foi extraida a presente certidao.\nSobre o valor total incide encargos legais previsto no DecretoLei No. 1.025/69,alterado pelo Decreto-Lei No. 1.645/78, e custas processuais.\n\n-------------------------------------------------- ------------\n\nJOSE DIOGO CYRILLO DA SILVA\n\nMAT- 0154373 F.0005\n\nDATA: 23/08/2014 LOCAL: PORTO ALEGRE\n\n(final)\n\n\f*120140057267* 120140057267\n\nCERTIDAO DE DIVIDA ATIVA(CDA)\n\nCertifico que do registroda divida ativa da Uniao consta a inscricao da divida cujo os dados sao os seguintes:\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nP G F N\n\nLivro/ Data de\n\nProcesso Administrativo Nm.Inscricao\n\nde Origem Folha Inscricao Original\n\nDesmembrado Divida Ativa\n\n19.200.800 0084/121 05/10/2013 430924453\n\n43.092.445-3\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDevedor\n\nGINATO TRANSPORTES LTDA - EPP\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nEndereco\n\nTelefone\n\nBECO JOSE PARIS 546 PREDIO 1\n\nCEP\n\nBairro\n\nMunicipio\n\nUF\n\n91140-310 SARANDI\n\nPORTO ALEGRE\n\nRS\n\nIdentificacao\n\nCGC: 06.313.208/0001-47\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nPeriodo da Divida\n\nValor Originario Moeda\n\n04/2012 a 03/2013\n\n11.358,44 REAL\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDocumento Original DCGB - DCG BATCH\n\nOrgao de Origem 19.001.010 Lancamento 17/08/2013 Calculo 23/08/2014\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nPrinc.Atualizado\n\nJuros\n\nMulta\n\nValor Total\n\n11.358,44\n\n1.767,74\n\n2.271,64\n\n15.397,82\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nF.Legal\n\nPeriodo\n\nDescricao / Embasamento Legal\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n041.00\n\nATRIBUICAO DE COMPETENCIA PARA FISCALIZAR, ARRECADAR E COBRA\n\n041.02 desde 01/11/2004 PERIODO DE 11/2004 A 12/2004 MP N. 222, DE 04.10.2004, ARTIGOS 1. E 3., POSTERIORMENTE CONVERTIDA NA LEI N. 11.098, DE 13.01.2005, ARTIGOS 1. E 3.; DECRETO N. 5.256, DE 27.10.2004, ANEXO I, ART. 18, I. PERIODO DE 01/2005 A 02/2005 MP N. 222, DE 04.10.2004, ARTIGOS 1. E 3., CONVERTIDA NA LEI N. 11.098, DE 13.01.2005, ARTIGOS 1. E 3.; DECRETO N. 5.256, DE 27.10.2004, ANEXO I, ART. 18, I. PERIODO DE 03/2005 A 05/2005 LEI N. 11.098, DE 13.01.2005, ARTIGOS 1. E 3.; DECRETO N. 5.256, DE 27.10.2004, ANEXO I, ART. 18, I; DECRETO N. 5.403, DE 28.03.2005, ANEXO I, ART.\n----------------------------------------------------------------------\n\n-------------------------------------------------- ------------\n\nJOSE DIOGO CYRILLO DA SILVA\n\nMAT- 0154373 F.0001\n\nDATA: 23/08/2014 LOCAL: PORTO ALEGRE\n\n(continua)\n\n\f*120140057267* 120140057267\n\nCERTIDAO DE DIVIDA ATIVA(CDA)\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nP G F N\n\nLivro/ Data de\n\nProcesso Administrativo Nm.Inscricao\n\nde Origem Folha Inscricao Original\n\nDesmembrado Divida Ativa\n\n19.200.800 0084/121 05/10/2013 430924453\n\n43.092.445-3\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDevedor\n\nGINATO TRANSPORTES LTDA - EPP\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nF.Legal\n\nPeriodo\n\nDescricao / Embasamento Legal\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n041.02\n\ndesde 01/11/2004 15, I. PERIODO DE 06/2005 A 14.08.2005 LEI N. 11.098, DE 13.01.2005, ARTIGOS 1. E 3.; DECRETO N. 5.403, DE 28.03.2005, ANEXO I, ART. 15, I; DECRETO N. 5.469, DE 15.06.2005, ANEXO I, ART. 18, I. A PARTIR DE 15.08.2005 MP N. 258, DE 21.07.2005, ART. 3., CAPUT E PARAGRAFO 1., ART. 10 E INCISO I DO ART. 12. A PARTIR DE 19.11.2005 LEI N. 11.098, DE 13.01.2005, ARTIGOS 1. E 3.; DECRETO N. 5.469, DE 15.06.2005, ANEXO I, ART. 18, I. A PARTIR DE 02.05.2007 LEI N. 11.457, DE 16.03.07, ARTS. 2 E 3.\n\n089.00\n\nGFIP - GUIA DE RECOLHIMENTO DO FGTS E INFORMACOES A PREVIDENCIA SOCIAL\n\n089.04\n\ndesde 01/12/2008 LEI N. 8.212, DE 24.07.91, ART. 32, IV (ACRESCENTADO PELA MP N. 1.596-14/97, COM REDACAO DA MP N. 449, DE 03.12.2008, CONVERTIDA NA LEI N. 11.941, DE 27.05.2009) E ART. 33 (COM A REDACAO DA LEI N. 10.256, DE 09.07.2001E ALTERACAO DA MP N. 449, DE 03.12.08, CONVERTIDA NA LEI N. 11.941, DE 27.05.09), PARAGRAFO 7. (ACRESCENTADO PELA MP N. 1.59614/97, CONVERTIDA NA LEI N. 9.528, DE 10.12.97, ALTERADA PELA MP N. 449, DE 03.12.08, CONVERTIDA NA LEI N. 11.941, DE 2705.09) REDACAO); DECRETO N. 2.803, DE 20.10.98; REGULAMENTO DA PREVIDENCIA SOCIAL - RPS, APROVADO PELO DECRETO N. 3.048, DE 06.05.99, ART. 225, IV, PARAGRAFOS 1., 2., 3. E 4. E ART. 245, CAPUT E PARAGRAFO 1.;\n\n200.00\n\nCONTRIBUICAO DA EMPRESA SOBRE A REMUNERACAO DE EMPREGADOS\n\n200.08 desde 01/12/1999 LEI N. 8.212, DE 24.07.91, ART. 22, I (COM A REDACAO DADA\n----------------------------------------------------------------------\n\n-------------------------------------------------- ------------\n\nJOSE DIOGO CYRILLO DA SILVA\n\nMAT- 0154373 F.0002\n\nDATA: 23/08/2014 LOCAL: PORTO ALEGRE\n\n(continua)\n\n\f*120140057267* 120140057267\n\nCERTIDAO DE DIVIDA ATIVA(CDA)\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nP G F N\n\nLivro/ Data de\n\nProcesso Administrativo Nm.Inscricao\n\nde Origem Folha Inscricao Original\n\nDesmembrado Divida Ativa\n\n19.200.800 0084/121 05/10/2013 430924453\n\n43.092.445-3\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDevedor\n\nGINATO TRANSPORTES LTDA - EPP\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nF.Legal\n\nPeriodo\n\nDescricao / Embasamento Legal\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n200.08\n\ndesde 01/12/1999 PELA LEI N. 9.876, DE 26.11.99); REGULAMENTO DA PREVIDENCIA SOCIAL, APROVADO PELO DECRETO N. 3.048, DE 06.05.99, ART. 12, I E PARAGRAFO UNICO, ART. 201, I, PARAGRAFO 1. E ART. 216, I, \"B\" (COM AS ALTERACOES DADAS PELO DECRETO N. 3.265, DE 29.11.99).\n\n301.00\n\nCONTRIBUICAO DAS EMPRESAS PARA FINANCIAMENTO DOS BENEFICIOS EM RAZAO DA INCAPACIDADE LABORATIVA\n\n301.08\n\ndesde 01/12/1999 LEI N. 8.212, DE 24.07.91, ART. 22, II (COM A REDACAO DADA PELA LEI N. 9.732, DE 11.12.98); REGULAMENTO DA PREVIDENCIA SOCIAL, APROVADO PELO DECRETO N. 3.048, DE 06.05.99, ART. 12, I, PARAGRAFO UNICO, NA REDACAO DADA PELO DECRETO N. 3.265, DE 29.11.99, ART. 202, I, II E III E PARAGRAFOS 1. AO 6.. A PARTIR DE 01/2010 LEI N. 8.212, DE 24.07.91, ART. 22, II (COM A REDACAO DADA PELA LEI N. 9.732, DE 11.12.98); REGULAMENTO DA PREVIDENCIA SOCIAL, APROVADO PELO DECRETO N. 3.048, DE 06.05.99, ART. 12, I, PARAGRAFO UNICO, NA REDACAO DADA PELO DECRETO N. 3.265, DE 29.11.99, ART. 202, I, II E III E PARAGRAFOS 1. AO 6 E ART. 202-A (ACRESCENTADO PELO DECRETO N. 6.042, DE 12.02.07, COM REDACAO DO DECRETO N. 6.957, DE 09.09.09) E DECRETO N. 6.957, DE 09.09.10, ARTIGOS 2. E 4..\n\n400.00\n\nCONTRIBUICAO DEVIDA A TERCEIROS - SALARIO EDUCACAO\n\n400.05 desde 01/11/2004 CONSTITUICAO FEDERAL, ART. 212, PARAGRAFO 5., COMBINADO COM O ART. 34, CAPUT, DAS DISPOSICOES CONSTITUCIONAIS TRANSITORIAS; LEI N. 9.424, DE 26.12.96, ART. 15, CAPUT; MP\n----------------------------------------------------------------------\n\n-------------------------------------------------- ------------\n\nJOSE DIOGO CYRILLO DA SILVA\n\nMAT- 0154373 F.0003\n\nDATA: 23/08/2014 LOCAL: PORTO ALEGRE\n\n(continua)\n\n\f*120140057267* 120140057267\n\nCERTIDAO DE DIVIDA ATIVA(CDA)\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nP G F N\n\nLivro/ Data de\n\nProcesso Administrativo Nm.Inscricao\n\nde Origem Folha Inscricao Original\n\nDesmembrado Divida Ativa\n\n19.200.800 0084/121 05/10/2013 430924453\n\n43.092.445-3\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDevedor\n\nGINATO TRANSPORTES LTDA - EPP\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nF.Legal\n\nPeriodo\n\nDescricao / Embasamento Legal\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n400.05\n\ndesde 01/11/2004 N. 1.565, DE 09.01.97 E REEDICOES ATE A MP N. 1.607, DE 11.12.97, E REEDICOES ATE A MP N. 1.607-24, DE 19.11.98, CONVERTIDAS NA LEI N. 9.766, DE 18.12.98; LEI N. 9.601, DE 21.01.98, ART. 2.; DECRETO N. 3.142, DE 16.08.99, ART. 1., 2., 6., INCISO II PARAGRAFO 1.; MP N. 222, DE 04.10.2004, ART. 3., POSTERIORMENTE CONVERTIDA NA LEI N. 11.098, DE 13.01.2005, ARTIGO 3., DECRETO N. 87.043, DE 22.03.82, ARTIGOS 1., 2., 3., I, PARAGRAFOS 1., 2., 4., 5. E ART. 13; DECRETO N. 5.256, DE 27.10.2004, ART. 18, I. A PARTIR DE 01.01.2007: CONSTITUICAO FEDERAL, ART. 212, PARAGRAFO 5., COMBINADO COM O ART.34, CAPUT, DAS DISPOSICOES CONSTITUCIONAIS TRANSITORIAS; LEI N. 9.424, DE 26.12.96, ART. 15, CAPUT; LEI N. 9.766, DE 18..12.98, ART. 1.; DECRETO N. 6003, DE 28.12.06, ARTIGO 1., PARAGRAFO 1. E ARTIGOS 10 E 11.\n\n405.00\n\nTERCEIROS - INCRA\n\n405.04\n\ndesde 01/11/2004 LEI N. 2.613, DE 23.09.55, ART. 6., PARAGRAFO 4., (COM AS ALTERACOES DA LEI N. 4.863, DE 29.11.65, ART. 35, PARAGRAFO 2., VIII); DECRETO-LEI N. 1.146, DE 31.12.70, ART. 1., I, ITEM 2, ARTIGOS 3. E 4.; LEI COMPLEMENTAR N. 11, DE 25.05.71, ART. 15, II; DECRETO-LEI N. 2.318, DE 30.12.86, ART. 3.; MP N. 222, DE 04.10.2004, ART. 3.; DECRETO N. 5.256, DE 27.10.2004, ART. 18, I.\n\n411.00\n\nTERCEIROS - SENAI\n\n411.04 desde 01/11/2004 DECRETO-LEI N. 4.048, DE 22.01.42, ART. 4. E 6. (COM AS\n----------------------------------------------------------------------\n\n-------------------------------------------------- ------------\n\nJOSE DIOGO CYRILLO DA SILVA\n\nMAT- 0154373 F.0004\n\nDATA: 23/08/2014 LOCAL: PORTO ALEGRE\n\n(continua)\n\n\f*120140057267* 120140057267\n\nCERTIDAO DE DIVIDA ATIVA(CDA)\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nP G F N\n\nLivro/ Data de\n\nProcesso Administrativo Nm.Inscricao\n\nde Origem Folha Inscricao Original\n\nDesmembrado Divida Ativa\n\n19.200.800 0084/121 05/10/2013 430924453\n\n43.092.445-3\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDevedor\n\nGINATO TRANSPORTES LTDA - EPP\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nF.Legal\n\nPeriodo\n\nDescricao / Embasamento Legal\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n411.04\n\ndesde 01/11/2004 ALTERACOES DO DECRETO-LEI N. 4.936, DE 07.11.42, ARTIGOS 3. E 6.); DECRETO-LEI N. 6.246, DE 05.02.44, ART. 1.; MP N. 222, DE 04.10.2004, ART. 3.; DECRETO N. 5.256, DE 27.10.2004, ART. 18, I.\n\n412.00\n\nTERCEIROS - SESI\n\n412.04\n\ndesde 01/11/2004 DECRETO-LEI N. 9.403, DE 25.06.46, ART. 3.; DECRETO-LEI N. 2.318, DE 30.12.86, ARTIGOS 1. E 3.; MP N. 222, DE 04.10.2004, ART. 3.; DECRETO N. 5.256, DE 27.10.2004, ART. 18, I.\n\n413.00\n\nTERCEIROS - SENAC\n\n413.04\n\ndesde 01/11/2004 DECRETO-LEI N. 8.621, DE 10.01.46, ARTIGOS 4. E 5.; DECRETOLEI N. 2.318, DE 30.12.86, ARTIGOS 1. E 3.; MP N. 222, DE 04.10.2004, ART. 3.; DECRETO N. 5.256, DE 27.10.2004, ART. 18, I.\n\n414.00\n\nTERCEIROS - SESC\n\n414.04\n\ndesde 01/11/2004 DECRETO-LEI N. 9.853, DE 13.09.46, ART. 3.; DECRETO-LEI N. 2.318, DE 30.12.86, ARTIGOS 1. E 3.; MP N. 222, DE 04.10.2004, ART. 3.; DECRETO N. 5.256, DE 27.10.2004, ART. 18, I.\n\n415.00 TERCEIROS - SEBRAE\n----------------------------------------------------------------------\n\n-------------------------------------------------- ------------\n\nJOSE DIOGO CYRILLO DA SILVA\n\nMAT- 0154373 F.0005\n\nDATA: 23/08/2014 LOCAL: PORTO ALEGRE\n\n(continua)\n\n\f*120140057267* 120140057267\n\nCERTIDAO DE DIVIDA ATIVA(CDA)\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nP G F N\n\nLivro/ Data de\n\nProcesso Administrativo Nm.Inscricao\n\nde Origem Folha Inscricao Original\n\nDesmembrado Divida Ativa\n\n19.200.800 0084/121 05/10/2013 430924453\n\n43.092.445-3\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDevedor\n\nGINATO TRANSPORTES LTDA - EPP\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nF.Legal\n\nPeriodo\n\nDescricao / Embasamento Legal\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n415.04\n\ndesde 01/11/2004 LEI N. 8.029, DE 12.04.90, ART. 8.,PARAGRAFO 3. (COM A REDACAO DADA PELA LEI N. 8.154, DE 28.12.90), COMBINADO COM O ART. 1. DO DECRETO-LEI N. 2.318, DE 30.12.86 E PARAGRAFO 4.; MP N. 222, DE 04.10.2004, ART. 3.; DECRETO N. 5.256, DE 27.10.2004, ART. 18, I.\n\n600.00\n\nCORRECAO MONETARIA\n\n600.08\n\ndesde 01/01/1995 LEI N. 8.981, DE 20.01.95, ART. 6.. REGULAMENTO DA ORGANIZACAO E DO CUSTEIO DA SEGURIDADE SOCIAL-ROCSS, APROVADO PELO DECRETO N. 356, DE 07.12.91, COM A NOVA REDACAO DADA PELO DECRETO N. 612, DE 21.07.92 E ALTERACOES POSTERIORES, ART. 39, PARAGRAFO 5., RENUMERADO PARA PARAGRAFO 9., PELO ART. 1. DO DECRETO N. 738 DE 28.01.93, E PARAGRAFO 10 (ACRESCENTADO PELO DECRETO N. 738, DE 28.01.93); REGULAMENTO DA ORGANIZACAO E DO CUSTEIO DA SEGURIDADE SOCIAL-ROCSS, APROVADO PELO DECRETO N. 2.173, DE 05.03.97, ART. 58, I. VALORES ORIGINARIOS EM REAL E SEM ATUALIZACAO\n\n601.00\n\nACRESCIMOS LEGAIS - MULTA\n\n601.10 desde 01/12/2008 LEI N. 8.212, DE 24.07.91, ART. 35, (COMBINADO COM O ART. 61 DA LEI N. 9.430, DE 27.12.96) COM REDACAO DA MP N. 449 DE 04.12.2008, CONVERTIDA NA LEI N. 11.941, DE 27.05.2009.CALCULO DA MULTA: PARA PAGAMENTO DE OBRIGACAO VENCIDA, NAO INCLUIDA EM AUTO-DE-INFRACAO: 0,33%, POR DIA DE ATRASO, CALCULADA A PARTIR DO PRIMEIRO DIA SUBSEQUENTE AO DO VENCIMENTO DO PRAZO PREVISTO PARA O PAGAMENTO DA\n----------------------------------------------------------------------\n\n-------------------------------------------------- ------------\n\nJOSE DIOGO CYRILLO DA SILVA\n\nMAT- 0154373 F.0006\n\nDATA: 23/08/2014 LOCAL: PORTO ALEGRE\n\n(continua)\n\n\f*120140057267* 120140057267\n\nCERTIDAO DE DIVIDA ATIVA(CDA)\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nP G F N\n\nLivro/ Data de\n\nProcesso Administrativo Nm.Inscricao\n\nde Origem Folha Inscricao Original\n\nDesmembrado Divida Ativa\n\n19.200.800 0084/121 05/10/2013 430924453\n\n43.092.445-3\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDevedor\n\nGINATO TRANSPORTES LTDA - EPP\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nF.Legal\n\nPeriodo\n\nDescricao / Embasamento Legal\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n601.10 desde 01/12/2008 CONTRIBUICAO ATE O DIA EM QUE OCORRER O SEU PAGAMENTO, LIMITADO A 20%.\n\n602.00\n\nACRESCIMOS LEGAIS - JUROS\n\n602.08\n\ndesde 01/12/2008 LEI N. 8.212, DE 24.07.91, ART. 35, COMBINADO COM O ART. 61 DA LEI N. 9.430, DE 27.12.96, COM REDACAO DA MP N. 449, DE 04.12.2008, CONVERTIDA NA LEI N. 11.941, DE 27.05.2009. CALCULO DOS JUROS: JUROS CALCULADOS SOBRE O VALOR ORIGINARIO, MEDIANTE A APLICACAO DOS SEGUINTES PERCENTUAIS: A) TAXA MEDIA MENSAL DE CAPTACAO DO TESOURO NACIONAL RELATIVA A DIVIDA MOBILIARIA FEDERAL / TAXA REFERENCIAL DO SISTEMA ESPECIAL DE LIQUIDACAO E DE CUSTODIA - SELIC, A PARTIR DO PRIMEIRO DIA DO MES SUBSEQUENT AO VENCIMENTO DO PRAZO ATE O MES ANTERIOR AO DO PAGAMENTO B) 1% (UM POR CENTO) NO MES DO PAGAMENTO.\n\n700.00\n\nENCARGO LEGAL DE 20% (VINTE POR CENTO)\n\n700.01\n\ndesde 01/05/2007 DECRETO-LEI N. 1.025/69, ART. 1; DECRETO-LEI N. 1.645/78, ART. 3; LEI 7.799/89, ART. 64, PARAGRAFO 2 E LEI N. 8.383/91, ART. 57, PARAGRAFO 2.\n\n800.00\n\nPRAZO E OBRIGACAO DE RECOLHIMENTO - EMPRESAS EM GERAL\n\n800.11 desde 01/10/2008 LEI N. 8.212, DE 24.07.91, ART. 30, I (COM A ALTERACAO DA LEI N. 8.620, DE 05.01.93, DA LEI N. 9.876, DE 26.11.99,\n----------------------------------------------------------------------\n\n-------------------------------------------------- ------------\n\nJOSE DIOGO CYRILLO DA SILVA\n\nMAT- 0154373 F.0007\n\nDATA: 23/08/2014 LOCAL: PORTO ALEGRE\n\n(continua)\n\n\f*120140057267* 120140057267\n\nCERTIDAO DE DIVIDA ATIVA(CDA)\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nP G F N\n\nLivro/ Data de\n\nProcesso Administrativo Nm.Inscricao\n\nde Origem Folha Inscricao Original\n\nDesmembrado Divida Ativa\n\n19.200.800 0084/121 05/10/2013 430924453\n\n43.092.445-3\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDevedor\n\nGINATO TRANSPORTES LTDA - EPP\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nF.Legal\n\nPeriodo\n\nDescricao / Embasamento Legal\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n800.11 desde 01/10/2008 DA MP N. 351, DE 22.01.07, CONVERTIDA NA LEI N. 11.488, DE 25.06.07 E DA MP N. 447, DE 14.11.08, CONVERTIDA NA LEI N. 11.933, DE 28.04.2009); LEI N. 8.620, DE 05.01.93, ART. 7., PARAGRAFOS 1. E 2.; LEI N. 10.666, DE 08.05.03, ART. 4., PARAGRAFO 1., COMBINADO COM O ART. 15; REGULAMENTO DA PREVIDENCIA SOCIAL, APROVADO PELO DECRETO N. 3.048, DE 06.05.99, ART. 216, I, \"B\" E PARAGRAFOS 1. AO 6., COM AS ALTERACOES DO DECRETO N. 3.265, DE 29.11.99.\n----------------------------------------------------------------------\n\nE para que se possa proceder a cobranca em acao propria, nos termos da Lei No. 6830 de 22/09/80, art 20. e seus paragrafos e demais dispositivos legais em vigor, foi extraida a presente certidao.\nSobre o valor total incide encargos legais previsto no DecretoLei No. 1.025/69,alterado pelo Decreto-Lei No. 1.645/78, e custas processuais.\n\n-------------------------------------------------- ------------\n\nJOSE DIOGO CYRILLO DA SILVA\n\nMAT- 0154373 F.0008\n\nDATA: 23/08/2014 LOCAL: PORTO ALEGRE\n\n(final)\n\n\f*120140057267* 120140057267\n\nCERTIDAO DE DIVIDA ATIVA(CDA)\n\nCertifico que do registroda divida ativa da Uniao consta a inscricao da divida cujo os dados sao os seguintes:\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nP G F N\n\nLivro/ Data de\n\nProcesso Administrativo Nm.Inscricao\n\nde Origem Folha Inscricao Original\n\nDesmembrado Divida Ativa\n\n19.200.800 0098/487 27/06/2014 453717390\n\n45.371.739-0\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDevedor\n\nGINATO TRANSPORTES LTDA - EPP\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nEndereco\n\nTelefone\n\nBECO JOSE PARIS 546 PREDIO 1\n\nCEP\n\nBairro\n\nMunicipio\n\nUF\n\n91140-310 SARANDI\n\nPORTO ALEGRE\n\nRS\n\nIdentificacao\n\nCGC: 06.313.208/0001-47\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nPeriodo da Divida\n\nValor Originario Moeda\n\n04/2013 a 11/2013\n\n2.732,77 REAL\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDocumento Original DCGB - DCG BATCH\n\nOrgao de Origem 19.001.010 Lancamento 10/05/2014 Calculo 23/08/2014\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nPrinc.Atualizado\n\nJuros\n\nMulta\n\nValor Total\n\n2.732,77\n\n260,11\n\n546,54\n\n3.539,42\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nF.Legal\n\nPeriodo\n\nDescricao / Embasamento Legal\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n041.00\n\nATRIBUICAO DE COMPETENCIA PARA FISCALIZAR, ARRECADAR E COBRA\n\n041.02 desde 01/11/2004 PERIODO DE 11/2004 A 12/2004 MP N. 222, DE 04.10.2004, ARTIGOS 1. E 3., POSTERIORMENTE CONVERTIDA NA LEI N. 11.098, DE 13.01.2005, ARTIGOS 1. E 3.; DECRETO N. 5.256, DE 27.10.2004, ANEXO I, ART. 18, I. PERIODO DE 01/2005 A 02/2005 MP N. 222, DE 04.10.2004, ARTIGOS 1. E 3., CONVERTIDA NA LEI N. 11.098, DE 13.01.2005, ARTIGOS 1. E 3.; DECRETO N. 5.256, DE 27.10.2004, ANEXO I, ART. 18, I. PERIODO DE 03/2005 A 05/2005 LEI N. 11.098, DE 13.01.2005, ARTIGOS 1. E 3.; DECRETO N. 5.256, DE 27.10.2004, ANEXO I, ART. 18, I; DECRETO N. 5.403, DE 28.03.2005, ANEXO I, ART.\n----------------------------------------------------------------------\n\n-------------------------------------------------- ------------\n\nJOSE DIOGO CYRILLO DA SILVA\n\nMAT- 0154373 F.0001\n\nDATA: 23/08/2014 LOCAL: PORTO ALEGRE\n\n(continua)\n\n\f*120140057267* 120140057267\n\nCERTIDAO DE DIVIDA ATIVA(CDA)\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nP G F N\n\nLivro/ Data de\n\nProcesso Administrativo Nm.Inscricao\n\nde Origem Folha Inscricao Original\n\nDesmembrado Divida Ativa\n\n19.200.800 0098/487 27/06/2014 453717390\n\n45.371.739-0\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDevedor\n\nGINATO TRANSPORTES LTDA - EPP\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nF.Legal\n\nPeriodo\n\nDescricao / Embasamento Legal\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n041.02\n\ndesde 01/11/2004 15, I. PERIODO DE 06/2005 A 14.08.2005 LEI N. 11.098, DE 13.01.2005, ARTIGOS 1. E 3.; DECRETO N. 5.403, DE 28.03.2005, ANEXO I, ART. 15, I; DECRETO N. 5.469, DE 15.06.2005, ANEXO I, ART. 18, I. A PARTIR DE 15.08.2005 MP N. 258, DE 21.07.2005, ART. 3., CAPUT E PARAGRAFO 1., ART. 10 E INCISO I DO ART. 12. A PARTIR DE 19.11.2005 LEI N. 11.098, DE 13.01.2005, ARTIGOS 1. E 3.; DECRETO N. 5.469, DE 15.06.2005, ANEXO I, ART. 18, I. A PARTIR DE 02.05.2007 LEI N. 11.457, DE 16.03.07, ARTS. 2 E 3.\n\n089.00\n\nGFIP - GUIA DE RECOLHIMENTO DO FGTS E INFORMACOES A PREVIDENCIA SOCIAL\n\n089.04\n\ndesde 01/12/2008 LEI N. 8.212, DE 24.07.91, ART. 32, IV (ACRESCENTADO PELA MP N. 1.596-14/97, COM REDACAO DA MP N. 449, DE 03.12.2008, CONVERTIDA NA LEI N. 11.941, DE 27.05.2009) E ART. 33 (COM A REDACAO DA LEI N. 10.256, DE 09.07.2001E ALTERACAO DA MP N. 449, DE 03.12.08, CONVERTIDA NA LEI N. 11.941, DE 27.05.09), PARAGRAFO 7. (ACRESCENTADO PELA MP N. 1.59614/97, CONVERTIDA NA LEI N. 9.528, DE 10.12.97, ALTERADA PELA MP N. 449, DE 03.12.08, CONVERTIDA NA LEI N. 11.941, DE 2705.09) REDACAO); DECRETO N. 2.803, DE 20.10.98; REGULAMENTO DA PREVIDENCIA SOCIAL - RPS, APROVADO PELO DECRETO N. 3.048, DE 06.05.99, ART. 225, IV, PARAGRAFOS 1., 2., 3. E 4. E ART. 245, CAPUT E PARAGRAFO 1.;\n\n100.00\n\nCONTRIBUICAO DOS SEGURADOS (EMPREGADOS, TRABALHADORES TEMPORARIOS E AVULSOS)\n\n100.15 desde 01/12/1999 LEI N. 8.212, DE 24.07.91, ART. 20 (COM A REDACAO DADA PELA\n----------------------------------------------------------------------\n\n-------------------------------------------------- ------------\n\nJOSE DIOGO CYRILLO DA SILVA\n\nMAT- 0154373 F.0002\n\nDATA: 23/08/2014 LOCAL: PORTO ALEGRE\n\n(continua)\n\n\f*120140057267* 120140057267\n\nCERTIDAO DE DIVIDA ATIVA(CDA)\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nP G F N\n\nLivro/ Data de\n\nProcesso Administrativo Nm.Inscricao\n\nde Origem Folha Inscricao Original\n\nDesmembrado Divida Ativa\n\n19.200.800 0098/487 27/06/2014 453717390\n\n45.371.739-0\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDevedor\n\nGINATO TRANSPORTES LTDA - EPP\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nF.Legal\n\nPeriodo\n\nDescricao / Embasamento Legal\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n100.15\n\ndesde 01/12/1999 LEI N. 9.032, DE 28.04.95, ALTERADA POSTERIORMENTE PELA LEI N. 9.129, DE 20.11.95), COMBINADO COM OS ARTIGOS 12, I (COM AS ALTERACOES DA LEI N. 8.647, DE 13.04.93, DA LEI N. 9.506, DE 30.10.97 E DA LEI N. 9.876, DE 26/11/99) E ART. 28, I E PARAGRAFOS (COM A REDACAO DADA PELA LEI N. 9.528, DE 10.12.97); LEI N. 8.620, DE 05.01.93, ART. 7., PARAGRAFO 2.; LEI N. 9.311, DE 24.10.96, ART. 17, II; LEI N. 9.317, DE 05.12.96, ART. 3., PARAGRAFO 2., \"H\"; REGULAMENTO DA PREVIDENCIA SOCIAL - RPS, APROVADO PELO DECRETO N. 3.048, DE 06.05.99, ART. 9., I, \"G\" (ALINEA ACRESCENTADA PELO DECRETO N. 3.265, DE 29.11.99), PARAGRAFO 1. A 7., ART. 198, ART. 214, I, PARAGRAFOS 1. A 15, ART. 216, I, \"A\"(ALTERADO PELO DECRETO N. 4.729, DE 09.06.03) E \"B\" (ALTERACAO DO DECRETO N. 6.722, DE 20.12.08), PARAGRAFOS 1. A 6., ARTIGOS 217 E 218.\n\n600.00\n\nCORRECAO MONETARIA\n\n600.08\n\ndesde 01/01/1995 LEI N. 8.981, DE 20.01.95, ART. 6.. REGULAMENTO DA ORGANIZACAO E DO CUSTEIO DA SEGURIDADE SOCIAL-ROCSS, APROVADO PELO DECRETO N. 356, DE 07.12.91, COM A NOVA REDACAO DADA PELO DECRETO N. 612, DE 21.07.92 E ALTERACOES POSTERIORES, ART. 39, PARAGRAFO 5., RENUMERADO PARA PARAGRAFO 9., PELO ART. 1. DO DECRETO N. 738 DE 28.01.93, E PARAGRAFO 10 (ACRESCENTADO PELO DECRETO N. 738, DE 28.01.93); REGULAMENTO DA ORGANIZACAO E DO CUSTEIO DA SEGURIDADE SOCIAL-ROCSS, APROVADO PELO DECRETO N. 2.173, DE 05.03.97, ART. 58, I. VALORES ORIGINARIOS EM REAL E SEM ATUALIZACAO\n\n601.00 ACRESCIMOS LEGAIS - MULTA\n----------------------------------------------------------------------\n\n-------------------------------------------------- ------------\n\nJOSE DIOGO CYRILLO DA SILVA\n\nMAT- 0154373 F.0003\n\nDATA: 23/08/2014 LOCAL: PORTO ALEGRE\n\n(continua)\n\n\f*120140057267* 120140057267\n\nCERTIDAO DE DIVIDA ATIVA(CDA)\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nP G F N\n\nLivro/ Data de\n\nProcesso Administrativo Nm.Inscricao\n\nde Origem Folha Inscricao Original\n\nDesmembrado Divida Ativa\n\n19.200.800 0098/487 27/06/2014 453717390\n\n45.371.739-0\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDevedor\n\nGINATO TRANSPORTES LTDA - EPP\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nF.Legal\n\nPeriodo\n\nDescricao / Embasamento Legal\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n601.10\n\ndesde 01/12/2008 LEI N. 8.212, DE 24.07.91, ART. 35, (COMBINADO COM O ART. 61 DA LEI N. 9.430, DE 27.12.96) COM REDACAO DA MP N. 449 DE 04.12.2008, CONVERTIDA NA LEI N. 11.941, DE 27.05.2009.CALCULO DA MULTA: PARA PAGAMENTO DE OBRIGACAO VENCIDA, NAO INCLUIDA EM AUTO-DE-INFRACAO: 0,33%, POR DIA DE ATRASO, CALCULADA A PARTIR DO PRIMEIRO DIA SUBSEQUENTE AO DO VENCIMENTO DO PRAZO PREVISTO PARA O PAGAMENTO DA CONTRIBUICAO ATE O DIA EM QUE OCORRER O SEU PAGAMENTO, LIMITADO A 20%.\n\n602.00\n\nACRESCIMOS LEGAIS - JUROS\n\n602.08\n\ndesde 01/12/2008 LEI N. 8.212, DE 24.07.91, ART. 35, COMBINADO COM O ART. 61 DA LEI N. 9.430, DE 27.12.96, COM REDACAO DA MP N. 449, DE 04.12.2008, CONVERTIDA NA LEI N. 11.941, DE 27.05.2009. CALCULO DOS JUROS: JUROS CALCULADOS SOBRE O VALOR ORIGINARIO, MEDIANTE A APLICACAO DOS SEGUINTES PERCENTUAIS: A) TAXA MEDIA MENSAL DE CAPTACAO DO TESOURO NACIONAL RELATIVA A DIVIDA MOBILIARIA FEDERAL / TAXA REFERENCIAL DO SISTEMA ESPECIAL DE LIQUIDACAO E DE CUSTODIA - SELIC, A PARTIR DO PRIMEIRO DIA DO MES SUBSEQUENT AO VENCIMENTO DO PRAZO ATE O MES ANTERIOR AO DO PAGAMENTO B) 1% (UM POR CENTO) NO MES DO PAGAMENTO.\n\n700.00\n\nENCARGO LEGAL DE 20% (VINTE POR CENTO)\n\n700.01 desde 01/05/2007 DECRETO-LEI N. 1.025/69, ART. 1; DECRETO-LEI N. 1.645/78, ART. 3; LEI 7.799/89, ART. 64, PARAGRAFO 2 E LEI N. 8.383/91, ART. 57, PARAGRAFO 2.\n----------------------------------------------------------------------\n\n-------------------------------------------------- ------------\n\nJOSE DIOGO CYRILLO DA SILVA\n\nMAT- 0154373 F.0004\n\nDATA: 23/08/2014 LOCAL: PORTO ALEGRE\n\n(continua)\n\n\f*120140057267* 120140057267\n\nCERTIDAO DE DIVIDA ATIVA(CDA)\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nP G F N\n\nLivro/ Data de\n\nProcesso Administrativo Nm.Inscricao\n\nde Origem Folha Inscricao Original\n\nDesmembrado Divida Ativa\n\n19.200.800 0098/487 27/06/2014 453717390\n\n45.371.739-0\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nDevedor\n\nGINATO TRANSPORTES LTDA - EPP\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n----------------------------------------------------------------------\n\nF.Legal\n\nPeriodo\n\nDescricao / Embasamento Legal\n\n----------------------------------------------------------------------\n\n800.00\n\nPRAZO E OBRIGACAO DE RECOLHIMENTO - EMPRESAS EM GERAL\n\n800.11 desde 01/10/2008 LEI N. 8.212, DE 24.07.91, ART. 30, I (COM A ALTERACAO DA LEI N. 8.620, DE 05.01.93, DA LEI N. 9.876, DE 26.11.99, DA MP N. 351, DE 22.01.07, CONVERTIDA NA LEI N. 11.488, DE 25.06.07 E DA MP N. 447, DE 14.11.08, CONVERTIDA NA LEI N. 11.933, DE 28.04.2009); LEI N. 8.620, DE 05.01.93, ART. 7., PARAGRAFOS 1. E 2.; LEI N. 10.666, DE 08.05.03, ART. 4., PARAGRAFO 1., COMBINADO COM O ART. 15; REGULAMENTO DA PREVIDENCIA SOCIAL, APROVADO PELO DECRETO N. 3.048, DE 06.05.99, ART. 216, I, \"B\" E PARAGRAFOS 1. AO 6., COM AS ALTERACOES DO DECRETO N. 3.265, DE 29.11.99.\n----------------------------------------------------------------------\n\nE para que se possa proceder a cobranca em acao propria, nos termos da Lei No. 6830 de 22/09/80, art 20. e seus paragrafos e demais dispositivos legais em vigor, foi extraida a presente certidao.\nSobre o valor total incide encargos legais previsto no DecretoLei No. 1.025/69,alterado pelo Decreto-Lei No. 1.645/78, e custas processuais.\n\n-------------------------------------------------- ------------\n\nJOSE DIOGO CYRILLO DA SILVA\n\nMAT- 0154373 F.0005\n\nDATA: 23/08/2014 LOCAL: PORTO ALEGRE\n\n(final)\n\n\f" } ] } }, { "data": { "original_header": "Documento Original - IdDocumentoCompleto: 5006217-70.2016.4.04.7208-721460637059536700220000000001", "original_text": "EXCELENT\u00cdSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) FEDERAL DA SE\u00c7\u00c3O JUDICI\u00c1RIA DE ITAJA\u00cd \u2013 SANTA CATARINA.\nARMINDA ZAIDINI MITZ, brasileira, casada, t\u00e9cnica em enfermagem, portadora do RG n. 4.186.722-1, expedido pela SSP/PR, inscrita no CPF sob o n. 869.732.669-91, domiciliada e residente na Rua 422, n. 1225 Apto 303, Bairro Morretes, Porto Belo/SC, CEP 88.220-000, vem a presen\u00e7a de Vossa Excel\u00eancia propor a presente:\nA\u00c7\u00c3O ORDIN\u00c1RIA PARA CONCESS\u00c3O DE BENEF\u00cdCIO PREVIDENCI\u00c1RIO\nEm face de INSTITUTO NACIONAL DE SEGURIDADE SOCIAL, autarquia federal, com Procuradoria Regional situada na Rua 121 n. 92, CEP 88.220-000, na cidade de Itapema/SC, mediante os seguintes fatos e fundamentos que passa a expor.\nI. DOS FATOS A Parte Autora requereu em 27/10/2014, a concess\u00e3o do benef\u00edcio de Aposentadoria por Tempo de Contribui\u00e7\u00e3o junto a ag\u00eancia da Previd\u00eancia Social de Itapema/SC.\n\n\fEntretanto, o benef\u00edcio restou indeferido pelo INSS, sob a alega\u00e7\u00e3o de que n\u00e3o teria alcan\u00e7ado o tempo m\u00ednimo de contribui\u00e7\u00e3o exigida na legisla\u00e7\u00e3o para a concess\u00e3o do benef\u00edcio, conforme segue:\n\u201cEm aten\u00e7\u00e3o ao seu pedido de Aposentadoria por Tempo de Contribui\u00e7\u00e3o, formulado em 27/10/2014, informamos que, ap\u00f3s a an\u00e1lise da documenta\u00e7\u00e3o apresentada, n\u00e3o foi reconhecido o direito ao benef\u00edcio, pois at\u00e9 16/12/98 foi comprovado apenas 06 anos, 10 meses e 16 dias, ou seja n\u00e3o atingindo o tempo m\u00ednimo de contribui\u00e7\u00f5es exigidas, 30 (trinta) anos se homem e 25 (vinte e cinco) anos se mulher, nem tampouco comprovou na data do requerimento o per\u00edodo adicional de contribui\u00e7\u00e3o equivalente a, no m\u00ednimo, 40% do tempo que, em 16/12/98, faltava para atingir o tempo m\u00ednimo exig\u00edvel nesta data. Tempo de Contribui\u00e7\u00e3o apurado at\u00e9 a DER: 20 anos, 04 meses e 20 dias. Tempo m\u00ednimo necess\u00e1rio at\u00e9 a DER: 30 anos, 00 meses e 00 dias.\u201d\nPor\u00e9m, o INSS n\u00e3o considerou no c\u00e1lculo do tempo de contribui\u00e7\u00e3o o per\u00edodo de atividade especial laborado pela Parte Autora.\nCaso o INSS houvesse reconhecido o per\u00edodo de atividade especial que deixou de averbar, a Parte Autora teria direito a concess\u00e3o do benef\u00edcio de aposentadoria por tempo de contribui\u00e7\u00e3o.\nDesta forma, a limita\u00e7\u00e3o apresentada pelo INSS n\u00e3o se justifica, raz\u00e3o pela qual busca o Poder Judici\u00e1rio para ver seu direito reconhecido.\nII. DOS FUNDAMENTOS DE M\u00c9RITO\nCom rela\u00e7\u00e3o ao reconhecimento da atividade exercida como especial, \u00e9 de ressaltar-se que o tempo de servi\u00e7o \u00e9 disciplinado pela lei em vigor \u00e0 \u00e9poca em que efetivamente exercido, passando a integrar, como direito adquirido, o patrim\u00f4nio jur\u00eddico do trabalhador.\nDesse modo, uma vez prestado o servi\u00e7o sob a \u00e9gide de legisla\u00e7\u00e3o que o ampara, o segurado adquire o direito \u00e0 contagem como\n\n\ftal, bem como \u00e0 comprova\u00e7\u00e3o das condi\u00e7\u00f5es de trabalho na forma ent\u00e3o\nexigida, n\u00e3o se aplicando retroativamente uma lei nova que venha a\nestabelecer restri\u00e7\u00f5es \u00e0 admiss\u00e3o do tempo de servi\u00e7o especial.\nNesse sentido, ali\u00e1s, \u00e9 a orienta\u00e7\u00e3o adotada pelo\nSupremo Tribunal Federal:\nAGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDIN\u00c1RIO. CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO E PREVIDENCI\u00c1RIO. ATIVIDADE INSALUBRE. CONTAGEM DO TEMPO DE SERVI\u00c7O PARA FINS DE APOSENTADORIA. PER\u00cdODO ANTERIOR \u00c0 SUPERVENI\u00caNCIA DO REGIME JUR\u00cdDICO \u00daNICO.\n1. Atividade insalubre, perigosa ou penosa. Contagem do tempo de servi\u00e7o para fins de aposentadoria. Possibilidade. O tempo de servi\u00e7o exercido alternadamente em atividade que seja ou venha a ser considerada perigosa, insalubre ou penosa \u00e9 somado, ap\u00f3s a respectiva convers\u00e3o, segundo crit\u00e9rios de equival\u00eancia fixados pelo MPAS, para efeito de qualquer esp\u00e9cie de aposentadoria. Legisla\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria vigente \u00e0 \u00e9poca da presta\u00e7\u00e3o laboral: Consolida\u00e7\u00e3o das Leis da Previd\u00eancia Social, artigo 35, \u00a7 2\u00ba.\n2. Superveni\u00eancia do Regime Jur\u00eddico \u00danico: novo regime jur\u00eddico que, apesar de prever a edi\u00e7\u00e3o de lei espec\u00edfica para regulamentar a concess\u00e3o de aposentadoria para os agentes p\u00fablicos que exercerem atividade em condi\u00e7\u00f5es insalubres, perigosas ou penosas, n\u00e3o desconsiderou nem desqualificou o tempo de servi\u00e7o prestado nos moldes da legisla\u00e7\u00e3o anterior (Lei n. 8.112/90, artigo 103, V). Agravo regimental n\u00e3o provido.\n(STF, AgRg no RE n. 431.200, 1\u00aa Turma, Min. Eros Grau, julgado em 29/03/2005, sem grifo no original).\nIgualmente \u00e9 o entendimento adotado pela Terceira\nSe\u00e7\u00e3o do Superior Tribunal de Justi\u00e7a:\nEMBARGOS DE DIVERG\u00caNCIA. RECURSO ESPECIAL. PREVIDENCI\u00c1RIO. APOSENTADORIA POR TEMPO DE SERVI\u00c7O. CONVERS\u00c3O DE TEMPO ESPECIAL. POSSIBILIDADE.\nSegundo precedentes, \u201co segurado que presta servi\u00e7o em condi\u00e7\u00f5es especiais, nos termos da legisla\u00e7\u00e3o ent\u00e3o vigente, e que teria direito por isso \u00e0 aposentadoria especial, faz jus ao c\u00f4mputo do tempo nos moldes previstos \u00e0 \u00e9poca em que realizada a atividade. Isso se verifica \u00e0 medida em que se trabalha. Assim, eventual altera\u00e7\u00e3o no regime ocorrida\n\n\fposteriormente, mesmo que n\u00e3o mais reconhe\u00e7a aquela atividade como especial, n\u00e3o retira do trabalhador o direito \u00e0 contagem de servi\u00e7o na forma anterior, porque j\u00e1 inserida em seu patrim\u00f4nio jur\u00eddico.\" (Precedente: Resp 392.833/RN) Embargos rejeitados.\n(STJ, EREsp n. 345554/PB, 3\u00aa Se\u00e7\u00e3o, Ministro Jos\u00e9 Arnaldo da Fonseca, julgado em 11/02/2004, sem grifo no original).\nReferido posicionamento passou a ter expressa previs\u00e3o\nlegislativa com a edi\u00e7\u00e3o do Decreto n.\u00ba 4.827/2003, o qual alterou a reda\u00e7\u00e3o\ndo art. 70, \u00a71\u00ba, do Decreto n.\u00ba 3.048/99, in verbis:\n\nArt. 70. [...]\n\u00a7 1\u00b0 A caracteriza\u00e7\u00e3o e a comprova\u00e7\u00e3o do tempo de atividade sob condi\u00e7\u00f5es especiais obedecer\u00e1 ao disposto na legisla\u00e7\u00e3o em vigor na \u00e9poca da presta\u00e7\u00e3o do servi\u00e7o. (Grifou-se)\nFeita essa considera\u00e7\u00e3o e tendo em vista a diversidade de diplomas legais que se sucederam na disciplina da mat\u00e9ria, necess\u00e1rio, inicialmente, definir qual a legisla\u00e7\u00e3o aplic\u00e1vel ao presente caso, ou seja, qual a legisla\u00e7\u00e3o vigente quando da presta\u00e7\u00e3o da atividade pela Parte Autora.\n\nTem-se, ent\u00e3o, a seguinte evolu\u00e7\u00e3o legislativa quanto ao tema sub judice:\n\nPER\u00cdODO TRABALHADO De 28/08/1974 a 02/02/1976\nAtividade: Professora\nDe 10/07/1990 a 21/11/1994 Atividade: Assistente de Sa\u00fade\n\nENQUADRAMENTO Quadro Anexo ao Decreto n\u00b0 53.831, de 1964. (Item 2.1.4 do Quadro Anexo)\nPresun\u00e7\u00e3o de Legal dos Agentes Nocivos - Sem Exig\u00eancia de Laudo T\u00e9cnico. Tempo Comum\n\n\fDe 01/11/1995 a 04/03/1997 Atividade: Auxiliar de Enfermagem\n\nDecreto 53.831/64 (Quadro Anexo a que se refere o art. 2\u00ba e 83.080/79 (Anexos I e II)\n\nDe 01/09/1997 a 29/03/2001 Atividade: Auxiliar de Enfermagem\nDe 10/03/2003 a 31/05/2014 Atividade: Auxiliar de Enfermagem\nDe 01/05/2007 a 16/05/2009 Atividade: T\u00e9cnica Enfermagem\n\nPresun\u00e7\u00e3o Legal dos Agentes Nocivos - Sem Exig\u00eancia de Laudo T\u00e9cnico, exceto para ru\u00eddo (n\u00edvel de press\u00e3o sonora elevado). Anexo IV do Decreto n\u00b0 2.172 de 1997.\nCom Exig\u00eancia de Laudo T\u00e9cnico para todos os agentes nocivos Anexo IV do Decreto n\u00b0 3.048 de 1999.\nCom Exig\u00eancia de Laudo T\u00e9cnico para todos os agentes nocivos Anexo IV do Decreto n\u00b0 3.048 de 1999.\nCom Exig\u00eancia de Laudo T\u00e9cnico para todos os agentes nocivos\n\nFrise-se que, muito embora a Lei n\u00ba 9.032/95, que deu\nnova reda\u00e7\u00e3o ao \u00a7 3\u00ba do art. 57 da Lei n\u00ba 8.213/91, tenha vedado a\nconvers\u00e3o do tempo comum para especial, a 3\u00aa Se\u00e7\u00e3o do Colendo STJ\nconsolidou o entendimento de que o trabalhador que tenha exercido\natividades em condi\u00e7\u00f5es especiais, mesmo que posteriores a maio de 1998,\ntem direito \u00e0 convers\u00e3o do tempo de servi\u00e7o, de forma majorada, para fins\nde aposentadoria comum. Nesse sentido:\nAGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. APOSENTADORIA POR TEMPO DE SERVI\u00c7O. LABOR PRESTADO EM CONDI\u00c7\u00d5ES ESPECIAIS. CONVERS\u00c3O EM TEMPO COMUM AP\u00d3S 1988. POSSIBILIDADE.\n1. O \u00a7 5\u00ba do art. 57 da Lei 8.213/91 est\u00e1 em plena vig\u00eancia, possibilitando a convers\u00e3o de todo tempo trabalhado em condi\u00e7\u00f5es especiais, ao trabalhador que tenha exercido atividades em condi\u00e7\u00f5es especiais, mesmo que posteriores a maio de 1998, em raz\u00e3o do direito adquirido, protegido\n\n\fconstitucionalmente, \u00e0 convers\u00e3o do tempo de servi\u00e7o, de forma majorada, para fins de aposentadoria comum.\n2. Agravo regimental a que se d\u00e1 parcial provimento.\n(STJ, AgRg no REsp 739107 / SP, 6\u00aa Turma, Ministro Og Fernandes, DJe 14/12/2009, sem grifo no original)\nPREVIDENCI\u00c1RIO E PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO ESPECIAL. APOSENTADORIA. SERVI\u00c7O PRESTADO EM CONDI\u00c7\u00d5ES ESPECIAIS AP\u00d3S MAIO DE 1998. CONVERS\u00c3O EM TEMPO COMUM. POSSIBILIDADE. ART. 60 DO DECRETO 83.080/79 E 6o. DA LICC. AUS\u00caNCIA DE PREQUESTIONAMENTO. RECURSO ESPECIAL DESPROVIDO.\n1. Os pleitos previdenci\u00e1rios possuem relevante valor social de prote\u00e7\u00e3o ao Trabalhador Segurado da Previd\u00eancia Social, sendo, portanto, julgados sob tal orienta\u00e7\u00e3o exeg\u00e9tica.\n2. O Trabalhador que tenha exercido atividades em condi\u00e7\u00f5es especiais, mesmo que posteriores a maio de 1998, tem direito adquirido, protegido constitucionalmente, \u00e0 convers\u00e3o do tempo de servi\u00e7o, de forma majorada, para fins de aposentadoria comum.\n3. Agravo Regimental do INSS desprovido.\n(STJ, 5\u00aa Turma, AgRg no REsp 1104011 / RS, Ministro Napole\u00e3o Nunes Maia Filho, DJe 09/11/2009, sem grifo no original)\nPara fins de enquadramento das categorias profissionais, devem ser considerado o Quadro Anexo ao Decreto n\u00b0 53.831, de 1964. (Item 2.1.4 do Quadro Anexo) e 83.080/79 (Anexos I e II) at\u00e9 28/04/95, data da extin\u00e7\u00e3o do reconhecimento da atividade especial por presun\u00e7\u00e3o legal.\nJ\u00e1 para o enquadramento dos agentes nocivos, devem ser considerados os Decretos 53.831/64 (Quadro Anexo - 1\u00aa parte) e 83.080/79 (Anexo I e II) at\u00e9 05/03/97 e o Decreto 2.172/97 (Anexo IV) no interregno compreendido entre 06/03/97 e 28/05/98.\nAl\u00e9m dessas hip\u00f3teses de enquadramento, sempre poss\u00edvel tamb\u00e9m a verifica\u00e7\u00e3o da especialidade da atividade no caso\n\n\fconcreto, por meio de per\u00edcia t\u00e9cnica, conforme entendimento do Superior Tribunal de Justi\u00e7a, que assim determina:\n\nAGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO ESPECIAL. PREVIDENCI\u00c1RIO. ATIVIDADE INSALUBRE N\u00c3O PREVISTA EM REGULAMENTO. MAT\u00c9RIA PACIFICADA. AUS\u00caNCIA DE IMPUGNA\u00c7\u00c3O DOS FUNDAMENTOS DA DECIS\u00c3O AGRAVADA. S\u00daMULA 182/STJ. INCID\u00caNCIA DA S\u00daMULA N\u00ba 198 DO EXTINTO TFR. 1. A jurisprud\u00eancia desta Corte Superior de Justi\u00e7a \u00e9 firme no sentido de que ao trabalhador que exerce atividade insalubre, ainda que n\u00e3o inscrita em regulamento, mas comprovada por per\u00edcia judicial, \u00e9 devido o benef\u00edcio de aposentadoria especial. 2. Fundamentada a decis\u00e3o agravada no sentido de que a quest\u00e3o j\u00e1 est\u00e1 pacificada no \u00e2mbito deste Superior Tribunal de Justi\u00e7a, deveria o recorrente, em sede de agravo regimental, demonstrar que outra \u00e9 a positiva\u00e7\u00e3o do direito na jurisprud\u00eancia desta Corte. 3. \"\u00c9 invi\u00e1vel o agravo do art. 545 do CPC que deixa de atacar especificamente os fundamentos da decis\u00e3o agravada.\" (S\u00famula do STJ, Enunciado n\u00ba 182). 4. \"Atendidos os demais requisitos, \u00e9 devida a aposentadoria especial, se per\u00edcia judicial constata que a atividade exercida pelo segurado \u00e9 perigosa, insalubre ou penosa, mesmo n\u00e3o inscrita em Regulamento.\" (S\u00famula do extinto TFR, Enunciado n\u00ba 198). 5. Agravo regimental improvido. (AgRg no REsp 228.832/SC, Rel. Ministro HAMILTON CARVALHIDO, SEXTA TURMA, julgado em 13/05/2003, DJ 30/06/2003, p. 320)\nNo presente caso, tem-se o per\u00edodo de trabalho da parte\nAutora tido como especial:\n\nPer\u00edodo: Empresa: Atividade/fun\u00e7\u00e3o: Agente nocivo:\nProva: Conclus\u00e3o:\n\n28/08/1974 a 02/02/1976\nPrefeitura Municipal de Irati/PR\nProfessora\nEnquadramento Ficto \u2013 C\u00f3digo 2.1.4 do Anexo do Decreto 53.831/64. C\u00f3pia da CTPS p\u00e1gina 10.\nEst\u00e1 comprovado o Exerc\u00edcio de atividade especial neste per\u00edodo, conforme a legisla\u00e7\u00e3o da \u00e9poca da presta\u00e7\u00e3o do servi\u00e7o, em virtude de seu enquadramento ficto por categoria.\n\n\fPer\u00edodo: Empresa: Atividade/fun\u00e7\u00e3o: Agente nocivo:\nProva: Conclus\u00e3o:\nPer\u00edodo: Empresa: Atividade/fun\u00e7\u00e3o: Agente nocivo: Prova: Conclus\u00e3o:\nPer\u00edodo: Empresa: Atividade/fun\u00e7\u00e3o: Agente nocivo: Prova: Conclus\u00e3o:\nPer\u00edodo: Empresa: Atividade/fun\u00e7\u00e3o: Agente nocivo:\n\n01/11/1995 a 04/03/1997 Centro M\u00e9dico Hospitalar Irati/PR Auxiliar de Enfermagem Enquadramento \u2013 Decreto 53.831/64 (Quadro Anexo a que se refere o art. 2\u00ba e 83.080/79 (Anexos I e II). C\u00f3pia da CTPS p\u00e1gina 12. Est\u00e1 comprovado o Exerc\u00edcio de atividade especial neste per\u00edodo, conforme a legisla\u00e7\u00e3o da \u00e9poca da presta\u00e7\u00e3o do servi\u00e7o.\n01/09/1997 a 29/03/2001 Centro M\u00e9dico Hospitalar Irati/PR Auxiliar de Enfermagem Enquadramento \u2013 Anexo IV do Decreto n\u00b0 2.172 de 1997. C\u00f3pia da CTPS p\u00e1gina 13. Est\u00e1 comprovado o Exerc\u00edcio de atividade especial neste per\u00edodo, conforme a legisla\u00e7\u00e3o da \u00e9poca da presta\u00e7\u00e3o do servi\u00e7o. Podendo ainda ser comprovado por outros meios de prova, bem como a realiza\u00e7\u00e3o de per\u00edcia em estabelecimento similar.\n10/03/2003 a 31/05/2014 Clinica Renal Iraty/PR Auxiliar de Enfermagem Enquadramento \u2013 Anexo IV do Decreto n\u00b0 3.048 de 1999. C\u00f3pia da CTPS p\u00e1gina 14 e Perfil Profissiogr\u00e1fico Previdenci\u00e1rio \u2013 PPP, em anexo. Est\u00e1 comprovado o Exerc\u00edcio de atividade especial neste per\u00edodo, conforme a legisla\u00e7\u00e3o da \u00e9poca da presta\u00e7\u00e3o do servi\u00e7o.\n01/05/2007 a 16/05/2009 Irmandade do Hospital de Caridade de Irati/PR T\u00e9cnica em Enfermagem Enquadramento \u2013 Anexo IV do Decreto n\u00b0 3.048 de\n\n\fProva: Conclus\u00e3o:\n\n1999.\nC\u00f3pia da CTPS p\u00e1gina 15 e Perfil Profissiogr\u00e1fico Previdenci\u00e1rio \u2013 PPP, em anexo. Est\u00e1 comprovado o Exerc\u00edcio de atividade especial neste per\u00edodo, conforme a legisla\u00e7\u00e3o da \u00e9poca da presta\u00e7\u00e3o do servi\u00e7o.\n\nNo tocante \u00e0 comprova\u00e7\u00e3o da exposi\u00e7\u00e3o ao agente nocivo, cuidando-se de per\u00edodo precedente \u00e0 vig\u00eancia da Lei n.\u00ba 9.032/95, que deu nova reda\u00e7\u00e3o aos par\u00e1grafos 3\u00ba e 4\u00ba do art. 57 da Lei de Benef\u00edcios, \u00e9 suficiente que a atividade seja enquadrada nas rela\u00e7\u00f5es dos Decretos n\u00ba 53.831/64 ou 83.080/79, sendo dispens\u00e1vel exame pericial, exceto para a atividade com exposi\u00e7\u00e3o a ru\u00eddo. Uma vez que, certas categorias profissionais estavam arroladas como especiais em fun\u00e7\u00e3o da atividade profissional exercida pelo trabalhador, havendo, por conseguinte, uma presun\u00e7\u00e3o legal de exerc\u00edcio em condi\u00e7\u00f5es ambientais agressivas ou perigosas. Para essas hip\u00f3teses, o reconhecimento do tempo de servi\u00e7o especial n\u00e3o depende da exposi\u00e7\u00e3o efetiva aos agentes insalubres.\nContudo, computado o per\u00edodo em que exerceu atividade especial e, somadas essas contribui\u00e7\u00f5es \u00e0quelas j\u00e1 consideradas pelo INSS quando do requerimento do benef\u00edcio, conclui-se que a Parte Autora possui 25 (vinte e cinco) anos, 05 (cinco) meses e 17 (dezessete) dias de contribui\u00e7\u00e3o, conforme relat\u00f3rio de tempo de contribui\u00e7\u00e3o em anexo.\n\n\fAssim, na data da entrada do requerimento a Parte Autora preenchia todos os requisitos necess\u00e1rios para a concess\u00e3o do benef\u00edcio de aposentadoria por tempo de contribui\u00e7\u00e3o.\nIII. DOS PEDIDOS\nDiante do exposto, requer:\n1) A cita\u00e7\u00e3o do Instituto Nacional do Seguro Social \u2013 INSS, na pessoa do seu representante legal, para que responda a presente demanda, no prazo legal, sob pena de revelia;\n2) A concess\u00e3o do benef\u00edcio da justi\u00e7a gratuita em virtude da Parte Autora n\u00e3o poder arcar com o pagamento das custas processuais e honor\u00e1rios advocat\u00edcios sem preju\u00edzo do seu sustento ou de sua fam\u00edlia, condi\u00e7\u00e3o que expressamente declara, na forma do art. 4\u00ba da Lei n.\u00ba 1.060/50;\n3) A condena\u00e7\u00e3o do Instituto Nacional do Seguro Social \u2013 INSS para averbar/reconhecer o per\u00edodo em que a Parte Autora exerceu atividade especial com a respectiva convers\u00e3o de 28/08/1974 a 02/02/1976, 01/11/1995 a 04/03/1997, 01/09/1997 a 29/03/2001, 01/05/2007 a 16/05/2009 e 10/03/2003 at\u00e9 31/05/2014.\n4) A condena\u00e7\u00e3o do Instituto Nacional do Seguro Social \u2013 INSS para conceder o benef\u00edcio de aposentadoria por tempo de contribui\u00e7\u00e3o, bem como pagar as parcelas vencidas desde a data do requerimento administrativo, monetariamente corrigidas desde o respectivo vencimento e acrescidas de juros legais morat\u00f3rios, ambos incidentes at\u00e9 a data do efetivo pagamento;\n5) A condena\u00e7\u00e3o do Instituto Nacional do Seguro Social \u2013 INSS para arcar com as custas processuais e honor\u00e1rios advocat\u00edcios;\n6) Que sejam os Honor\u00e1rios Advocat\u00edcios destacados, nos termos do artigo 22, \u00a74\u00ba da Lei 8.906/94 e S\u00famula Vinculante 47 do Superior Tribunal Federal, uma vez que tal verba possui natureza alimentar;\n\n\f7) Requer provar o alegado por todos os meios de prova admitidos em direito, notadamente a documental.\n8) A parte Autora informa a este Douto Ju\u00edzo que n\u00e3o possui interesse na designa\u00e7\u00e3o de audi\u00eancia de concilia\u00e7\u00e3o nos termos do art. 334 do NCPC;\nD\u00e1-se \u00e0 causa o valor provis\u00f3rio de R$ 10.560,00(dez mil quinhentos e sessenta reais).\nNesses termos, Pede deferimento Itapema/SC, 13 de abril de 2016.\n____________________________ LA\u00c9RCIO FLORES DA SILVA OAB/SC 44.977\n\n\f", "similar_texts_federais_bgem3": [ { "header": "Texto Similar 1 (C\u00edvel) - IdDocumentoCompleto: 5001508-21.2018.4.04.7111-711521825369257071295003198929", "text": "EXMO(A). SR(A). DR(A). JUIZ(A) FEDERAL DA VARA FEDERAL DE SANTA CRUZ DO SUL \u2013 SE\u00c7\u00c3O JUDICI\u00c1RIA DO RIO GRANDE DO SUL\nLUIS SELMAR DE QUEIROZ, brasileiro, CPF n.\u00ba 701.110.65020, residente e domiciliado Na Rua Padre Luiz Mueller, n.\u00ba 188, bairro Bom Jesus, em Santa Cruz do Sul/RS, CEP 96.845-470, por seus procuradores ao final assinados, com escrit\u00f3rio profissional na Rua Gen. Andrade Neves. 155/116, Porto Alegre, conforme instrumento de procura\u00e7\u00e3o em anexo, vem, \u00e0 presen\u00e7a de V. Exa., propor a presente a\u00e7\u00e3o de\nPROCEDIMENTO COMUM CONCESS\u00c3O DE APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUI\u00c7\u00c3O COM PEDIDO DE RECONHECIMENTO DE\nTEMPO ESPECIAL E COMUM\nContra o INSS \u2013 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL, autarquia federal, que pode ser citada na pessoa de seu representante legal, na Rua Jer\u00f4nimo Coelho, n.\u00ba 127, Bairro Centro, em Porto Alegre/RS, pelas raz\u00f5es de fato e de direito que passa a expor:\n\n\fI.\n\nDOS FATOS\n\n1.\n\nInicialmente, cumpre referir que em 11 de dezembro de 2015 a\n\nparte Autora requereu o benef\u00edcio denominado Aposentadoria por Tempo de Contribui\u00e7\u00e3o\n\njunto \u00e0 Ag\u00eancia da Previd\u00eancia Social. Para comprova\u00e7\u00e3o do tempo contribu\u00eddo, apresentou\n\na sua Carteira de Trabalho e Previd\u00eancia Social e Perfil Profissiogr\u00e1fico Previdenci\u00e1rio \u2013\n\nPPP, que cont\u00eam informa\u00e7\u00f5es sobre atividades exercidas em condi\u00e7\u00f5es especiais. O pedido\n\nfoi protocolado sob o n\u00famero 176.097.173-9, conforme c\u00f3pia do processo administrativo, em\n\nanexo.\n\n2.\n\nGize-se, por outro lado, que de acordo com os documentos\n\napresentados, a parte Demandante contava, na data do requerimento COM MAIS DE 35\n\nANOS DE TEMPO DE CONTRIBUI\u00c7\u00c3O.\n\nCumpre ressaltarmos que durante parte de sua vida profissional, a parte Autora trabalhou exposta a agentes nocivos e prejudiciais \u00e0 sua sa\u00fade e integridade f\u00edsica, tendo apresentado para a comprova\u00e7\u00e3o os formul\u00e1rios pr\u00f3prios para este fim.\n\nEntretanto, a parte Demandante teve, de forma arbitr\u00e1ria e ilegal, indeferido o seu pedido de benef\u00edcio pela Previd\u00eancia Social, por falta de tempo de contribui\u00e7\u00e3o.\n\n3.\n\nEm sendo assim, inconformada com a arbitrariedade da\n\nAutarquia Previdenci\u00e1ria e n\u00e3o tendo mais a quem recorrer, a parte Autora aju\u00edza a presente\n\na\u00e7\u00e3o com o intuito de que lhe seja concedido o benef\u00edcio denominado APOSENTADORIA\n\nPOR TEMPO DE CONTRIBUI\u00c7\u00c3O, desde 11 de dezembro de 2015, data do requerimento\n\nadministrativo.\n\nII. DO DIREITO A) DA LEGISLA\u00c7\u00c3O APLIC\u00c1VEL:\n\n2\n\n\f1.\n\nConforme preceitua o art. 56 do Decreto n.\u00ba 3.048/99, A\n\nAposentadoria por Tempo de Contribui\u00e7\u00e3o, uma vez cumprida a car\u00eancia exigida, ser\u00e1\n\ndevida nos termos do \u00a7 7\u00ba do art. 201 da Constitui\u00e7\u00e3o.\n\n2.\n\nNo caso dos autos, pretende a parte Autora a manuten\u00e7\u00e3o dos\n\nper\u00edodos de labor reconhecidos e enquadrados pelo INSS como de atividade especial,\n\nsituados entre 01/02/1996 a 01/06/2004 (APESC \u2013 Hospital Santa Cruz) e de 03/07/1997 a\n\n17/08/2015 (Hospital Ana Nery SCS), bem como o reconhecimento e enquadramento dos\n\nper\u00edodos de labor situados entre 07/01/1994 a 31/01/1996 (APESC \u2013 Hospital Santa Cruz),\n\ne de 18/08/2015 a 11/12/2015 (Hospital Ana Nery SCS) como especiais, e a sua convers\u00e3o\n\npara tempo comum pelo multiplicador 1,4, uma vez que exerceu, nestes contratos de\n\ntrabalho, atividades exposta de modo habitual e permanente, n\u00e3o ocasional e nem\n\nintermitente aos agentes nocivos \u00e0 sua sa\u00fade e integridade f\u00edsica, que somado ao tempo\n\ntrabalhado nas demais empresas, lhe garante a concess\u00e3o do benef\u00edcio de Aposentadoria\n\npor Tempo de Contribui\u00e7\u00e3o.\n\n3.\n\nO art. 201, \u00a7 7\u00ba, inciso I da Constitui\u00e7\u00e3o Federal, assegura a\n\naposentadoria ao segurado que completar trinta e cinco (35) anos de contribui\u00e7\u00e3o se homem\n\ne trinta (30), se mulher. Exige a Lei 8.213/91, ainda, como requisito \u00e0 concess\u00e3o do\n\nbenef\u00edcio, a manuten\u00e7\u00e3o da qualidade de segurado e o cumprimento da car\u00eancia.\n\nA car\u00eancia, no caso benef\u00edcio pleiteado, de acordo com o art. 25, inciso II, da Lei de Benef\u00edcios, s\u00e3o 180 contribui\u00e7\u00f5es mensais. Com isto, conclui-se que a parte Suplicante preencheu todas as condi\u00e7\u00f5es necess\u00e1rias a concess\u00e3o do benef\u00edcio de Aposentadoria por Tempo de Contribui\u00e7\u00e3o.\n\nB) DA CONVERS\u00c3O DE TEMPO ESPECIAL EM COMUM:\n\n1.\n\nNo tocante a possibilidade de convers\u00e3o do tempo especial em\n\ncomum ap\u00f3s 28/05/1998, o TRF da 4\u00aa Regi\u00e3o e o STJ j\u00e1 pacificaram o entendimento\n\nfavor\u00e1vel a tese, consoante se v\u00ea dos julgados recentes a seguir colacionados:\n\n3\n\n\fEMENTA: PREVIDENCI\u00c1RIO. PROCESSO CIVIL. DECAD\u00caNCIA.\n\nIRRETROATIVIDADE.\n\nPRESCRI\u00c7\u00c3O\n\nQUINQUENAL.\n\nOCORR\u00caNCIA. APOSENTADORIA POR TEMPO DE SERVI\u00c7O.\n\nMAJORA\u00c7\u00c3O. ATIVIDADE ESPECIAL. AGENTE NOCIVO RU\u00cdDO.\n\nIRSM DE FEVEREIRO/94. LEI 10.999/04. LEI N. 8.213/91. TETOS.\n\nOBSERV\u00c2NCIA. 1. O prazo de decad\u00eancia do direito ou a\u00e7\u00e3o do\n\nsegurado ou benefici\u00e1rio para a revis\u00e3o do ato de concess\u00e3o do\n\nbenef\u00edcio, previsto no art. 103, caput, da Lei n. 8.213/91 - a partir da\n\nreda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n. 9.528, de 10-12-1997, alterada pelas Leis n.\n\n9.711/98 e 10.839/04, todas precedidas de uma ou mais medidas\n\nprovis\u00f3rias - somente \u00e9 aplic\u00e1vel aos segurados que tiveram\n\nbenef\u00edcios concedidos ap\u00f3s a publica\u00e7\u00e3o da lei que o previu pela\n\nprimeira vez, n\u00e3o podendo esta incidir sobre situa\u00e7\u00f5es jur\u00eddicas j\u00e1\n\nconstitu\u00eddas sob a vig\u00eancia da legisla\u00e7\u00e3o anterior. 2. Tendo em vista\n\nque o benef\u00edcio da parte autora foi concedido antes da publica\u00e7\u00e3o da\n\nLei n. 9.528/97, inexiste prazo decadencial para que aquela pleiteie a\n\nrevis\u00e3o da RMI do benef\u00edcio. 3. Transcorrido o prazo de cinco anos\n\nentre a data da concess\u00e3o do benef\u00edcio na via administrativa e a data\n\ndo ajuizamento da demanda, restam prescritas as parcelas anteriores\n\naos cinco anos precedentes \u00e0 propositura da a\u00e7\u00e3o. 4. O\n\nreconhecimento da especialidade e o enquadramento da\n\natividade exercida sob condi\u00e7\u00f5es nocivas s\u00e3o disciplinados pela\n\nlei em vigor \u00e0 \u00e9poca em que efetivamente exercidos, passando a\n\nintegrar, como direito adquirido, o patrim\u00f4nio jur\u00eddico do\n\ntrabalhador. 5. Considerando que o \u00a7 5.\u00ba do art. 57 da Lei n.\n\n8.213/91 n\u00e3o foi revogado pela Lei n. 9.711/98, e que, por\n\ndisposi\u00e7\u00e3o constitucional (art. 15 da Emenda Constitucional n.\n\n20, de 15-12-1998), permanecem em vigor os arts. 57 e 58 da Lei\n\nde Benef\u00edcios at\u00e9 que a lei complementar a que se refere o art.\n\n201, \u00a7 1.\u00ba, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal, seja publicada, \u00e9 poss\u00edvel a\n\nconvers\u00e3o de tempo de servi\u00e7o especial em comum inclusive\n\nap\u00f3s 28-05-1998. Precedentes do STJ. 6. At\u00e9 28-04-1995 \u00e9\n\nadmiss\u00edvel o reconhecimento da especialidade por categoria\n\nprofissional ou por sujei\u00e7\u00e3o a agentes nocivos, aceitando-se qualquer\n\nmeio de prova (exceto para ru\u00eddo e calor); a partir de 29-04-1995 n\u00e3o\n\nmais \u00e9 poss\u00edvel o enquadramento por categoria profissional, devendo\n\nexistir comprova\u00e7\u00e3o da sujei\u00e7\u00e3o a agentes nocivos por qualquer meio\n\nde prova at\u00e9 05-03-1997 e, a partir de ent\u00e3o, por meio de formul\u00e1rio\n\nembasado em laudo t\u00e9cnico, ou por meio de per\u00edcia t\u00e9cnica. (...)\n\n(TRF4, APELREEX 0003372-46.2008.404.7107, Sexta Turma, Relatora Eliana Paggiarin Marinho, D.E. 03/02/2012) Grifo nosso\n\nPREVIDENCI\u00c1RIO E PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO ESPECIAL. APOSENTADORIA. SERVI\u00c7O PRESTADO EM CONDI\u00c7\u00d5ES ESPECIAIS AP\u00d3S MAIO DE 1998. CONVERS\u00c3O EM TEMPO COMUM. POSSIBILIDADE. ART. 60 DO DECRETO 83.080/79 E 6o. DA LICC. AUS\u00caNCIA DE PREQUESTIONAMENTO. RECURSO ESPECIAL DESPROVIDO.\n1. O Trabalhador que tenha exercido atividades em condi\u00e7\u00f5es especiais, mesmo que posteriores a maio de 1998, tem direito adquirido, protegido constitucionalmente, \u00e0 convers\u00e3o do tempo de servi\u00e7o, de forma majorada, para fins de aposentadoria comum. Nesse sentido: REsp. 1.151.363/MG, representativo da\n4\n\n\fcontrov\u00e9rsia, de relatoria do douto Ministro JORGE MUSSI e julgado pela Terceira Se\u00e7\u00e3o desta Corte no dia 23.3.2011. 2. Agravo Regimental do INSS desprovido. (AgRg no REsp 1069632/MG, Rel. Ministro NAPOLE\u00c3O NUNES MAIA FILHO, QUINTA TURMA, julgado em 07/04/2011, DJe 14/04/2011) Grifei\nPortanto, n\u00e3o restam d\u00favidas de que \u00e9 poss\u00edvel a convers\u00e3o das atividades trabalhadas em condi\u00e7\u00f5es especiais em tempo de atividade comum.\n\nESPECIAIS:\n\nC) DA ATIVIDADE LABORAL EM CONDI\u00c7\u00d5ES\n\n1.\n\nComo pode ser constada pela an\u00e1lise da c\u00f3pia do processo\n\nadministrativo anexado aos autos, a parte Autora laborou na(s) empresa(s) abaixo\n\nrelacionada(s) durante o(s) seguinte(s) per\u00edodo(s) de tempo de servi\u00e7o que dever\u00e1 (\u00e3o)\n\nser considerado(s) especial e convertido(s) em comum:\n\nEmpresa\n\nPer\u00edodo\n\nAPESC \u2013 Hospital Santa Cruz\n\n07/01/1994 a 01/06/2004\n\nHospital Ana Nery SCS 03/07/1997 a 11/12/2015\n\nAgentes Nocivos\nPorteiro e Auxiliar de Enfermagem\nAgentes biol\u00f3gicos ENQUADRADO em PARTE pelo INSS\nAuxiliar e T\u00e9cnico de Enfermagem\nAgentes biol\u00f3gicos ENQUADRADO em PARTE pelo INSS\n\nDocumentos\nPPP de fls. 20/22 do processo\nadministrativo\nPPP de fl. 23 do processo administrativo\n\n5\n\n\fDessa forma, veremos a seguir que os agentes nocivos que estava exposta a parte Autora encontram guarida na legisla\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria.\nD) QUANTO \u00c0 DEMONSTRA\u00c7\u00c3O DA EFETIVA PRESEN\u00c7A DE CONDI\u00c7\u00d5ES ESPECIAIS NAS EMPRESAS EM QUE LABOROU A PARTE DEMANDANTE:\n\nI.\n\nAPESC \u2013 HOSPITAL SANTA CRUZ\n\n*\n\nDe 07/01/1994 a 31/01/1996: Analisando-se o formul\u00e1rio sobre\n\natividades exercidas em condi\u00e7\u00f5es especiais, verifica-se que a parte Autora laborou como\n\nPorteiro, em ambiente hospitalar, cujo enquadramento por categoria profissional est\u00e1\n\nprevisto no c\u00f3digo 2.1.3, bem como exposta aos agentes nocivos biol\u00f3gicos c\u00f3digo 1.3.2\n\ntodos do Decreto n.\u00ba 83.080/79, de modo habitual e permanente, n\u00e3o ocasional nem\n\nintermitente.\n\n*\n\nDe 01/02/1996 a 01/06/2004: Per\u00edodo reconhecido e\n\nenquadrado administrativamente pelo INSS \u2013 c\u00f3digo 3.0.1 (Microorganismos e parasitas\n\ninfecciosos vivos e suas toxinas) do Decreto n.\u00ba 3.048/99 de modo habitual e permanente,\n\nn\u00e3o ocasional nem intermitente.\n\nII. HOSPITAL ANA NERY SCS\n\n*\n\nDe 03/07/1997 a 17/08/2015: Per\u00edodo reconhecido e\n\nenquadrado administrativamente pelo INSS \u2013 c\u00f3digo 3.0.1 (Microorganismos e parasitas\n\ninfecciosos vivos e suas toxinas) do Decreto n.\u00ba 3.048/99 de modo habitual e permanente,\n\nn\u00e3o ocasional nem intermitente.\n\n*\n\nDe 18/08/2015 a 11/12/2015: Analisando-se o formul\u00e1rio sobre\n\natividades exercidas em condi\u00e7\u00f5es especiais verifica-se que a parte Autora laborou como\n\nAuxiliar e T\u00e9cnico de Enfermagem, exposta aos agentes biol\u00f3gicos c\u00f3digo 3.0.1\n\n6\n\n\f(Microorganismos e parasitas infecciosos vivos e suas toxinas) do Decreto n.\u00ba 3.048/99 de modo habitual e permanente, n\u00e3o ocasional nem intermitente.\n\nEm consequ\u00eancia, os per\u00edodos acima dever\u00e3o ser considerados como tempo laborado em condi\u00e7\u00f5es especiais e convertidos para comum, mediante sua multiplica\u00e7\u00e3o pelo coeficiente 1,40.\nResta claro, portanto, que contava a parte Autora com mais de 35 anos de tempo de contribui\u00e7\u00e3o na data do requerimento administrativo.\n\nE) DA ATIVIDADE PRINCIPAL E SECUND\u00c1RIA:\n\n1.\n\nInicialmente, cumpre referir que a parte Autora trabalhou como\n\nAuxiliar e T\u00e9cnico de Enfermagem em mais de um hospital, concomitantemente.\n\n2.\n\nAdemais, de referir que a atividade principal a ser considerada\n\npelo Instituto deve ser aquela onde haja as maiores contribui\u00e7\u00f5es, bem como o c\u00e1lculo da\n\nRMI deve ser efetuado com base na soma da m\u00e9dia dos sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o de cada\n\numa das demais atividades concomitantes.\n\nAinda, a legisla\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria \u00e9 taxativa no sentido de que, para o segurado que contribuir em raz\u00e3o de atividades concomitantes, o sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio ser\u00e1 calculado com base na m\u00e9dia dos sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o de cada uma das demais atividades concomitantes.\n\nal\u00ednea b, in verbis:\n\nNesse sentido disp\u00f5e o art. 32 da lei de benef\u00edcios, inciso II,\n\nArt. 32 (...) II \u2013 quando n\u00e3o se verificar a hip\u00f3tese do inciso anterior, o sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio corresponde \u00e0 soma das seguintes parcelas: a) (...)\n7\n\n\fb) um percentual da m\u00e9dica do sal\u00e1rio-de-contribui\u00e7\u00e3o de cada uma das demais atividades, equivalente \u00e0 rela\u00e7\u00e3o entre o n\u00famero de meses completo de contribui\u00e7\u00e3o e os do per\u00edodo de car\u00eancia do benef\u00edcio requerido;\nc) (...)\u201d\nNo caso dos autos computado o tempo de labor na atividade prim\u00e1ria e secund\u00e1ria, com o devido acr\u00e9scimo do tempo especial convertido em comum j\u00e1 reconhecido pelo Instituto e postulado nos autos, dividido pelo n\u00famero de meses de labor na atividade secund\u00e1ria, o benef\u00edcio de Aposentadoria por Tempo de Contribui\u00e7\u00e3o ter\u00e1 a m\u00e9dia do sal\u00e1rio-de-contribui\u00e7\u00e3o de cada uma das atividades, cujo sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio consistir\u00e1 na soma das m\u00e9dias.\n\n3.\n\nAssim, deve ser fixada, como data de in\u00edcio de benef\u00edcio, a data\n\ndo requerimento administrativo, ocorrido em 11 de dezembro de 2015. Ademais, at\u00e9 a\n\npresente data j\u00e1 venceram diversas presta\u00e7\u00f5es, que dever\u00e3o ser pagas de uma s\u00f3 vez,\n\nacrescidas das presta\u00e7\u00f5es que se venceram a partir de agora e antes da efetiva implanta\u00e7\u00e3o\n\ndo benef\u00edcio, bem como juros de mora e corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, a partir da data em que\n\ndeveriam ter sido pagas.\n\nIII. DOS PEDIDOS Deste modo, REQUER a parte Autora:\n\n1)\n\nRequer a concess\u00e3o do benepl\u00e1cito da Assist\u00eancia Judici\u00e1ria\n\nGratuita, tendo em vista n\u00e3o ter a parte Autora condi\u00e7\u00f5es de arcar com as despesas\n\nprocessuais oriundas do feito, conforme declara\u00e7\u00e3o em anexo.\n\n2)\n\nInforma, preliminarmente, que N\u00c3O POSSUI INTERESSE na\n\naudi\u00eancia de concilia\u00e7\u00e3o ou media\u00e7\u00e3o obrigat\u00f3ria, nos termos do art. 334 do NCPC,\n\nmotivo pelo qual requer, desde j\u00e1, a cita\u00e7\u00e3o do INSS, na pessoa de um de seus\n\nprocuradores federais, para que tome ci\u00eancia dos termos da presente a\u00e7\u00e3o e, querendo,\n\napresente contesta\u00e7\u00e3o, no prazo legal, sob pena de revelia e confiss\u00e3o.\n\n8\n\n\f3)\n\nA cita\u00e7\u00e3o do INSS, na pessoa de um de seus procuradores\n\nfederais, para que tome ci\u00eancia dos termos da presente a\u00e7\u00e3o e, querendo, apresente\n\ncontesta\u00e7\u00e3o, no prazo legal, sob pena de revelia e confiss\u00e3o.\n\n4)\n\nAo final, espera pela TOTAL PROCED\u00caNCIA dos pedidos ora\n\nformulados, concedendo definitivamente a APOSENTADORIA POR TEMPO DE\n\nCONTRIBUI\u00c7\u00c3O, desde a data do requerimento administrativo, ocorrido em 11 de\n\ndezembro de 2015 a favor da parte Requerente, bem como a aplica\u00e7\u00e3o da lei mais ben\u00e9fica\n\nao caso em tela, bem como seja condenada a:\n\n4.1)\n\nmanter o enquadramento dos per\u00edodos de labor especiais\n\nsituados entre 01/02/1996 a 01/06/2004 (APESC \u2013 Hospital Santa Cruz) e de 03/07/1997 a\n\n17/08/2015 (Hospital Ana Nery SCS);\n\n4.2)\n\nreconhecer e enquadrar os per\u00edodos de labor situados entre\n\n07/01/1994 a 31/01/1996 (APESC \u2013 Hospital Santa Cruz) e de 18/08/2015 a 11/12/2015\n\n(Hospital Ana Nery SCS) como de labor especial e a sua convers\u00e3o para tempo comum pelo\n\nmultiplicador 1,4;\n\n4.3)\n\no reconhecimento da atividade principal como sendo aquela\n\nonde haja as maiores contribui\u00e7\u00f5es, bem como de que o c\u00e1lculo da RMI seja efetuado\n\nconsiderando o acr\u00e9scimo do tempo especial convertido em comum, com base na soma da\n\nm\u00e9dia dos sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o de cada uma das demais atividades concomitantes.\n\n4.4)\n\nao pagamento integral das parcelas j\u00e1 vencidas desde a DER,\n\nat\u00e9 a efetiva implanta\u00e7\u00e3o do benef\u00edcio, bem como as parcelas vincendas;\n\n4.5)\n\nao pagamento de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria desde a data em que\n\ndeveria ter sido concedido e pago o benef\u00edcio, ou seja, desde a data do requerimento\n\nadministrativo, com a incid\u00eancia de juros de mora.\n\n5)\n\nRequer a produ\u00e7\u00e3o de todos os meios de prova admitidos em\n\ndireito, em especial a prova pericial, necess\u00e1ria para corroborar com a prova documental j\u00e1\n\nacostada.\n\n6)\n\nPostula pela intima\u00e7\u00e3o das empresas para que juntem ao feito o\n\nLTCAT e todas as fichas de entrega dos equipamentos de prote\u00e7\u00e3o individual fornecidos ao\n\nempregado;\n\n9\n\n\f7)\n\nPor derradeiro, requer, ainda, seja condenada a Autarquia R\u00e9\n\nao pagamento de custas processuais e honor\u00e1rios advocat\u00edcios ao patrono da parte\n\nAutora.\n\n8)\n\nPor fim, com base no disposto na Resolu\u00e7\u00e3o n.\u00ba 115, de 29 de\n\njunho de 2010, art. 5\u00ba, \u00a7 2\u00ba, do Conselho Nacional de Justi\u00e7a c/c art. 22 do Estatuto da\n\nAdvocacia, Lei n.\u00ba 8.906/1994, requer que ao final da presente demanda, caso sejam\n\nencontradas diferen\u00e7as em favor da parte Autora, quando da expedi\u00e7\u00e3o da RPV ou do\n\nPrecat\u00f3rio, que os valores referentes aos HONOR\u00c1RIOS CONTRATUAIS, sejam expedidos\n\nem nome da sociedade de advogados WOIDA, MAGNAGO, SKREBSKY, COLLA &\n\nADVOGADOS ASSOCIADOS S/C, inscrita na OAB/RS sob o n\u00b0 815, CNPJ\n\n02.423.362/0001-10, no percentual constante no contrato de honor\u00e1rios posteriormente\n\nanexado.\n\n9)\n\nAinda, postula que a requisi\u00e7\u00e3o de pagamento \u2013 RPV referente\n\n\u00c0 VERBA HONOR\u00c1RIA DE SUCUMB\u00caNCIA seja expedida EXCLUSIVAMENTE em nome\n\nda sociedade de advogados WOIDA, MAGNAGO, SKREBSKY, COLLA E ADVOGADOS\n\nASSOCIADOS S/C, inscrita na OAB/RS sob o n\u00b0. 815, CNPJ n\u00b0. 02.423.362/0001-10,\n\nconsoante cl\u00e1usula d\u00e9cima - sexta do contrato social em anexo, que disp\u00f5e sobre a cess\u00e3o\n\nde cr\u00e9ditos em prol da sociedade.\n\nD\u00e1-se \u00e0 causa o valor provis\u00f3rio de R$ 41.959,69 (Quarenta e um mil, novecentos e cinq\u00fcenta e nove reais e sessenta e nove centavos).\nRMI considerando a concess\u00e3o do benef\u00edcio de Aposentadoria por Tempo de Contribui\u00e7\u00e3o de R$ 895,10.\n\nPorto Alegre, 23 de mar\u00e7o de 2018.\n\nManoel Skrebsky OAB/RS 24.818\n\nCristina Werner D\u00e1vila OAB/RS 63.724\n\n10\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 2 (C\u00edvel) - IdDocumentoCompleto: 5088656-98.2021.4.04.7100-711640178024292701475862094206", "text": "EXCELENT\u00cdSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA ___ VARA FEDERAL DE PORTO ALEGRE-RS\nVIVIANE LUTZ MONTEIRO, brasileira, solteira, t\u00e9cnica em enfermagem, inscrita no CPF sob o n\u00ba 701.219.660-20 e no RG sob o n\u00ba 2070277691, residente e domiciliada na Rua Eloi Jacob Kerber, 160, Bairro S\u00e3o Jo\u00e3o, no Munic\u00edpio de Montenegro/RS, por seus procuradores, vem, respeitosamente, \u00e0 presen\u00e7a de Vossa Excel\u00eancia, propor a presente\nA\u00c7\u00c3O DE CONCESS\u00c3O DE APOSENTADORIA ESPECIAL\nem face do INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL \u2013 INSS, Autarquia Federal com sede na Travessa Mario Cinco Paus, n.\u00ba 17, em Porto Alegre - RS, pelos seguintes motivos de fato e de direito:\n1. DOS FATOS\nA Autora requereu administrativamente, em 02/09/2020 (DER), NB 195.501.5284, o benef\u00edcio de Aposentadoria Especial, apresentando suas Carteiras de Trabalho e Previd\u00eancia Social (CTPS), al\u00e9m de PPPs, os quais indicavam expressamente o exerc\u00edcio de atividades que exp\u00f5e o trabalhador a agentes nocivos \u00e0 sa\u00fade e/ou integridade f\u00edsica, de forma habitual e permanente. No entanto, a Autarquia indeferiu o benef\u00edcio, computandolhe t\u00e3o somente 29 anos, 01 m\u00eas e 02 dias de tempo de contribui\u00e7\u00e3o.\nNa ocasi\u00e3o, o INSS deixou de reconhecer os seguintes per\u00edodos especiais:\n\n\fEMPRESA FRS S/A AGRO AVICOLA INDUSTRIAL\nZARAPLAST SA\nCAL\u00c7ADOS CLASSE LTDA UNIMED VALE DO CA\u00cd\n\nPER\u00cdODO 16/01/1991 A 25/09/1995 20/02/2004 A 12/04/2004 13/05/1998 A 28/10/1999 29/10/1999 A 23/03/2000 24/03/2000 A 26/08/2003\n07/06/2005 a 14/11/2007\n17/12/2007 a 15/03/2009\n\nPor fim, embora a Segurada tenha preenchido todos os requisitos desde a DER (02/09/2020), NB 195.501.528-4, a Autarquia R\u00e9 n\u00e3o lhe concedeu o benef\u00edcio.\nDesta forma, resta evidente o preju\u00edzo da Autora que, preenchendo todos os requisitos necess\u00e1rios, teve o benef\u00edcio negado, sendo que j\u00e1 contava tempo suficiente \u00e0 aposenta\u00e7\u00e3o.\n2. DO DIREITO\n2.1 DOS REQUISITOS DA APOSENTADORIA ESPECIAL\nDisp\u00f5e o art. 57, caput, da Lei 8.213/91 que a aposentadoria especial ser\u00e1 devida, cumprida a car\u00eancia, ao segurado que tiver trabalhado sujeito a condi\u00e7\u00f5es especiais que prejudiquem a sa\u00fade ou a integridade f\u00edsica, durante 15, 20 ou 25 anos, conforme dispuser a lei. Semelhante reda\u00e7\u00e3o se encontra no art. 64 caput do Decreto 3.048/99.\nO reconhecimento da especialidade da atividade \u00e9 disciplinado pela lei em vigor ao tempo do exerc\u00edcio do trabalho e passa a integrar o patrim\u00f4nio jur\u00eddico do trabalhador. Vale dizer, prestado o servi\u00e7o sob o amparo de uma legisla\u00e7\u00e3o espec\u00edfica, o segurado adquire o direito \u00e0 contagem e \u00e0 comprova\u00e7\u00e3o das condi\u00e7\u00f5es de trabalho na forma daquela\n\n\fregulamenta\u00e7\u00e3o, n\u00e3o se aplicando retroativamente uma lei nova que venha a estabelecer restri\u00e7\u00f5es \u00e0 admiss\u00e3o do tempo de servi\u00e7o especial.\nNesse sentido \u00e9 a orienta\u00e7\u00e3o adotada pela Terceira Se\u00e7\u00e3o do Egr\u00e9gio Superior Tribunal de Justi\u00e7a (AR n. 3320/PR, Rel. Ministra Maria Thereza de Assis Moura, DJe de 24-09-2008; EREsp n. 345554/PB, Rel. Ministro Jos\u00e9 Arnaldo da Fonseca, DJ de 0803-2004; AGREsp n. 493.458/RS, Quinta Turma, Rel. Ministro Gilson Dipp, DJU de 23-062003; e REsp n. 491.338/RS, Sexta Turma, Rel. Ministro Hamilton Carvalhido, DJU de 23-062003) e tamb\u00e9m do Tribunal Regional da 4\u00aa Regi\u00e3o (EINF n. 2005.71.00.031824-5/RS, Terceira Se\u00e7\u00e3o, Lu\u00eds Alberto D\"Azevedo Aurvalle, D.E. de 18-11-2009; APELREEX n. 0000867-68.2010.404.9999/RS, Sexta Turma, Rel. Des. Federal Celso Kipper, D.E. de 30-032010; APELREEX n. 0001126-86.2008.404.7201/SC, Sexta Turma, Rel. Des. Federal Jo\u00e3o Batista Pinto Silveira, D.E. de 17-03-2010; APELREEX n. 2007.71.00.033522-7/RS; Quinta Turma, Rel. Des. Federal Fernando Quadros da Silva; D.E. de 25-01-2010).\nPosto isso, e considerando a diversidade de normas que se sucederam na disciplina da mat\u00e9ria, imp\u00f5e-se a determina\u00e7\u00e3o de qual legisla\u00e7\u00e3o aplic\u00e1vel ao caso concreto, ou seja, vigente ao tempo da presta\u00e7\u00e3o da atividade pelo trabalhador.\nSobre a mat\u00e9ria em comento, roga-se v\u00eania para transcrever parte do voto do Desembargador Federal Celso Kipper, no julgamento da Apela\u00e7\u00e3o C\u00edvel n\u00ba 002002138.2011.404.9999/RS, perante a 6\u00aa Turma do Tribunal Federal Regional da 4\u00aa Regi\u00e3o, no qual descreveu brilhantemente a evolu\u00e7\u00e3o legislativa quanto ao tema em discuss\u00e3o:\n\u201ca) no per\u00edodo de trabalho at\u00e9 28-04-1995, quando -vigente a Lei n. 3.807/60 (Lei Org\u00e2nica da Previd\u00eancia Social) e suas altera\u00e7\u00f5es e, posteriormente, a Lei n. 8.213/91 (Lei de Benef\u00edcios), em sua reda\u00e7\u00e3o original (arts. 57 e 58), poss\u00edvel o reconhecimento da especialidade do trabalho quando houver a comprova\u00e7\u00e3o do exerc\u00edcio de atividade enquadr\u00e1vel como especial nos decretos regulamentadores e/ou na legisla\u00e7\u00e3o especial ou quando demonstrada a sujei\u00e7\u00e3o do segurado a agentes nocivos por qualquer meio de prova, exceto para os agentes nocivos ru\u00eddo e calor (STJ, AgRg no REsp n. 941885/SP, Quinta Turma, Rel. Ministro Jorge Mussi, DJe de 04-08-2008; e STJ, REsp n. 639066/RJ, Quinta Turma, Rel. Ministro Arnaldo Esteves Lima, DJ de 07-11-2005), em que necess\u00e1ria a mensura\u00e7\u00e3o de seus n\u00edveis por meio de per\u00edcia t\u00e9cnica, carreada aos autos ou noticiada em formul\u00e1rio emitido pela empresa, a fim de se verificar a nocividade ou n\u00e3o desses agentes; b) a partir de 29-04-1995, inclusive, foi definitivamente extinto o enquadramento por categoria profissional - \u00e0 exce\u00e7\u00e3o daquelas a que se refere a Lei n. 5.527/68, cujo enquadramento por categoria deve ser feito at\u00e9 13-10-1996, dia anterior \u00e0 publica\u00e7\u00e3o da Medida Provis\u00f3ria n. 1.523, de 14-10-1996, que revogou\n\n\fexpressamente a Lei em quest\u00e3o - de modo que, no interregno compreendido entre 29-04-1995 (ou 14-10-1996) e 05-03-1997, em que vigentes as altera\u00e7\u00f5es introduzidas pela Lei n. 9.032/95 no art. 57 da Lei de Benef\u00edcios, necess\u00e1ria a demonstra\u00e7\u00e3o efetiva de exposi\u00e7\u00e3o, de forma permanente, n\u00e3o ocasional nem intermitente, a agentes prejudiciais \u00e0 sa\u00fade ou \u00e0 integridade f\u00edsica, por qualquer meio de prova, considerando-se suficiente, para tanto, a apresenta\u00e7\u00e3o de formul\u00e1riopadr\u00e3o preenchido pela empresa, sem a exig\u00eancia de embasamento em laudo t\u00e9cnico, ressalvados. os agentes nocivos ru\u00eddo e calor, em rela\u00e7\u00e3o aos quais \u00e9 imprescind\u00edvel a realiza\u00e7\u00e3o de per\u00edcia t\u00e9cnica, .conforme visto acima; c) a partir de 06-03-1997, data da entrada em vigor do Decreto n. 2.172/97, que regulamentou as disposi\u00e7\u00f5es introduzidas no art. 58 da Lei de Benef\u00edcios pela Medida Provis\u00f3ria n. 1.523/96 (convertida na Lei n. 9.528/97), passou-se a exigir, para fins de reconhecimento de tempo de servi\u00e7o especial, a comprova\u00e7\u00e3o da efetiva sujei\u00e7\u00e3o do segurado a agentes agressivos por meio da apresenta\u00e7\u00e3o de formul\u00e1rio-padr\u00e3o, embasado em laudo t\u00e9cnico, ou por meio de per\u00edcia t\u00e9cnica. Observo, ainda, quanto ao enquadramento das categorias profissionais, que devem ser considerados os Decretos n. 53.831/64 (Quadro Anexo - 2\u00aa parte), n. 72.771/73 (Quadro II do Anexo) e n. 83.080/79 (Anexo II) at\u00e9 28-04-1995, data da extin\u00e7\u00e3o do reconhecimento da atividade especial por presun\u00e7\u00e3o legal, ressalvadas as exce\u00e7\u00f5es acima mencionadas. J\u00e1 para o enquadramento dos agentes nocivos, devem ser considerados os Decretos n. 53.831/64 (Quadro Anexo - 1\u00aa parte), n. 72.771/73 (Quadro I do Anexo) e n. 83.080/79 (Anexo I) at\u00e9 05-03-1997, e os Decretos n. 2.172/97 (Anexo IV) e n. 3.048/99 a partir de 06-03-1997, ressalvado o agente nocivo ru\u00eddo, ao qual se aplica tamb\u00e9m o Decreto n. 4.882/03. Al\u00e9m dessas hip\u00f3teses de enquadramento, sempre poss\u00edvel tamb\u00e9m a verifica\u00e7\u00e3o da especialidade da atividade no caso concreto, por meio de per\u00edcia t\u00e9cnica, nos termos da S\u00famula n. 198 do extinto Tribunal Federal de Recursos (STJ, AGRESP n. 228832/SC, Relator Ministro Hamilton Carvalhido, Sexta Turma, DJU de 30-06-2003). Especificamente quanto ao agente nocivo ru\u00eddo, o Quadro Anexo do Decreto n. 53.831, de 25-03-1964, o Quadro I do Decreto n. 72.771, de 06-09-1973, o Anexo I do Decreto n. 83.080, de 24-01-1979, o Anexo IV do Decreto n. 2.172, de 05-03-1997, e o Anexo IV do Decreto n. 3.048, de 06-05-1999, alterado pelo Decreto n. 4.882, de 18-11-2003, consideram insalubres as atividades que exp\u00f5em o segurado a n\u00edveis de press\u00e3o sonora superiores a 80, 85 e 90 decib\u00e9is, de acordo com os C\u00f3digos 1.1.6, 1.1.5, 2.0.1 e 2.0.1, nos termos abaixo: At\u00e9 05-03-1997: 1. Anexo do Decreto n. 53.831/64 - superior a 80 dB; 2. Quadro I do Decreto n. 72.771/73 e Anexo I do Decreto n. 83.080/79 - superior a 90 dB. De 06-03-1997 a 06-05-1999: Anexo IV do Decreto n. 2.172/97 - superior a 90 dB. De 07-05-1999 a 18-11-2003: Anexo IV do Decreto n. 3.048/99, na reda\u00e7\u00e3o original - superior a 90 dB. A partir de 19-11-2003: Anexo IV do Decreto n. 3.048/1999 com a altera\u00e7\u00e3o introduzida pelo Decreto n. 4.882/2003 - superior a 85 dB. Quanto ao per\u00edodo anterior a 06-03-1997, j\u00e1 foi pacificado pela Se\u00e7\u00e3o Previdenci\u00e1ria desta Corte (AR n. 2005.04.01.056007-3, Rel. Des. Federal Lu\u00eds Alberto D'Azevedo Aurvalle, D.E. de 16-07-2008; EIAC n. 2000.04.01.091675-1, Rel. Des. Federal Celso Kipper, D.J. de 07-06-2006; e EIAC n. 2000.04.01.137021-0, Rel. Des. Federal Jo\u00e3o Batista Pinto Silveira, D.J. de 01-03-2006) e tamb\u00e9m pelo INSS na esfera administrativa (Instru\u00e7\u00e3o Normativa n. 57/2001 e posteriores), que s\u00e3o aplic\u00e1veis concomitantemente, para fins de enquadramento, os Decretos n. 53.831/64, n. 72.771/73 e n. 83.080/79. Desse modo, at\u00e9 05-03-1997, \u00e9 considerada nociva \u00e0 sa\u00fade a atividade sujeita a ru\u00eddos superiores a 80 decib\u00e9is, conforme previs\u00e3o mais\n\n\fben\u00e9fica do Decreto n. 53.831/64. No que tange ao per\u00edodo posterior, como visto acima, exige-se a exposi\u00e7\u00e3o a ru\u00eddos superiores a 90 decib\u00e9is at\u00e9 18-11-2003 (Anexo IV dos Decretos n. 2.172/97 e n. 3.048/99, este na reda\u00e7\u00e3o original) e, a partir de ent\u00e3o, a ru\u00eddos superiores a 85 decib\u00e9is, conforme a altera\u00e7\u00e3o trazida pelo Decreto n. 4.882, de 18-11-2003, ao Decreto n. 3.048/99.\u201d\nNesta linha, tem-se que a caracteriza\u00e7\u00e3o do tempo especial \u00e9 admitida,\nmediante o enquadramento pela categoria profissional (at\u00e9 28/04/1995), ou pela efetiva\nexposi\u00e7\u00e3o ao agente nocivo \u00e0 sa\u00fade ou \u00e0 integridade f\u00edsica, conforme a lei vigente ao tempo da\npresta\u00e7\u00e3o do trabalho.\n\n2.2 DOS PER\u00cdODOS E DA EXPOSI\u00c7\u00c3O AOS AGENTES NOCIVOS\nA Autora trabalhou exposta a agentes nocivos \u00e0 sa\u00fade e \u00e0 integridade f\u00edsica, de forma habitual e permanente, por mais de 25 anos, nos seguintes intervalos de tempo, e nas seguintes condi\u00e7\u00f5es:\n\nPER\u00cdODO/FUN\u00c7\u00c3O/ ENQUADRAMENTO\n\nEMPRESA\n\nAGENTES NOCIVOS\n\nPROVA\n\n16/01/1991 a 25/09/1995 AUXILIAR DE F\u00c1BRICA\n13/05/1998 a 28/10/1999\n\n1) C\u00f3pia da CTPS (fl. 09 do P.A.);\n\n2) Formul\u00e1rio PPP (fl. 50 do P.A.);\n\nDoux Frangosul S.A.\n\nF\u00cdSICO:\n\n3) Laudo T\u00e9cnico (fls. 54-59 do P.A.)\n\nAgro Av\u00edcola\n\nRu\u00eddo acima do limite 4) Fls. 15 e 16 do Laudo T\u00e9cnico em\n\nIndustrial\n\nde toler\u00e2ncia e Umidade anexo, em complementa\u00e7\u00e3o, pois a\n\nempresa n\u00e3o as havia fornecido ao\n\ntempo\n\ndo\n\nRequerimento\n\nAdministrativo.\n\nAJUDANTE DE ACABAMENTO\n\n29/10/1999 a 23/03/2000\nAJUDANTE DE ALMOXARIFADO/RECEB\n\nIndustria de Com\u00e9rcio de Pl\u00e1sticos Zaraplast\nLtda.\n\n24/03/2000 a 26/08/2003\n\nAUXILIAR DE ALMOXARIFADO\n\nF\u00cdSICO: Ru\u00eddo e Calor acima do\nlimite de toler\u00e2ncia\n\n1) C\u00f3pia da CTPS (fl. 11 do P.A.); 2) Formul\u00e1rio PPP (fl. 47-49 do P.A.); Obs.: A empresa n\u00e3o forneceu Laudo T\u00e9cnico, sendo que o ru\u00eddo informado a partir de 29/10/1999 est\u00e1 incorreto no PPP, motivo pelo qual requer se oficie \u00e0 empresa solicitando a apresenta\u00e7\u00e3o do Laudo T\u00e9cnico, bem como a realiza\u00e7\u00e3o de per\u00edcia em empresa similar, acaso necess\u00e1rio.\n\n20/02/2004 a 12/04/2004\nAUXILIAR DE PRODU\u00c7\u00c3O\n\nDoux Frangosul S.A. Agro Av\u00edcola Industrial\n\nF\u00cdSICO: Ru\u00eddo, Umidade e Frio\nacima do limite de toler\u00e2ncia\n\n1) C\u00f3pia da CTPS (fl. 09 do P.A.); 2) Formul\u00e1rio PPP (fl. 46 do P.A.); 3) Laudo T\u00e9cnico (fls. 54-59 do P.A.)\n\n\f1) C\u00f3pia da CTPS (fl. 13 do P.A.); 2) Formul\u00e1rio PPP (fls. 42-43 do P.A.); 3) Certid\u00e3o de Baixa de inscri\u00e7\u00e3o de CNPJ (fl. 44)\n\n07/06/2005 a 14/11/2007 SERVI\u00c7OS GERAIS\n\nCal\u00e7ados Classe Ltda.\n\nF\u00cdSICO: Ru\u00eddo e Calor acima do\nlimite de toler\u00e2ncia\nQU\u00cdMICO: Cola e solventes\n\nHAJA VISTA QUE O PPP INFORMA\n\nQUE N\u00c3O FORAM CONSTATADOS\n\nOS INDICES DE EXPOSI\u00c7\u00c3O A\n\nFATORES DE RISCO, TENDO EM\n\nVISTA QUE N\u00c3O FORAM\n\nREALIZADOS TESTES, AS\n\nDESCRI\u00c7\u00d5ES DAS ATIVIDADES\n\nREALIZADAS PELO AUTOR V\u00c3O\n\nDE ENCONTRO COM A\n\nVERACIDADE\n\nDESTAS\n\nINFORMA\u00c7\u00d5ES, MOTIVO PELO\n\nQUAL SE REQUER A UTILIZA\u00c7\u00c3O\n\nPOR SIMILARIDADE DO LAUDO\n\nEM ANEXO.\n\n17/12/2007 a 15/03/2009 COPEIRA\n\nUnimed Vale do Ca\u00ed\n\nBIOL\u00d3GICO: V\u00edrus, fungos, bact\u00e9rias,\ndoen\u00e7as infectocontagiosas\n\n1) C\u00f3pia da CTPS (fl. 30 do P.A.);\n\n2) Formul\u00e1rio PPP (fls. 39-41 do\n\nP.A.);\n\nDEVIDO \u00c0 OMISS\u00c3O EM\n\nRELA\u00c7\u00c3O \u00c0 EXPOSI\u00c7\u00c3O A\n\nAGENTES NOCIVOS, CONFORME\n\nEXPLICITADO ABAIXO, REQUER\n\nA REALIZA\u00c7\u00c3O DE PER\u00cdCIA\n\nTECNICA\n\nNA\n\nEMPRESA,\n\nREFERENTE \u00c0 FUN\u00c7\u00c3O DE\n\nCOPEIRA.\n\nOportuno mencionar que, referente ao per\u00edodo de 17/12/2007 a 15/03/2009, quando a Autora exerceu atividades de copeira junto ao Hospital Unimed Vale do Ca\u00ed, o PPP (pg. 39 PA PPP em anexo) deixou de apontar exposi\u00e7\u00e3o a agentes nocivos \u00e0 sa\u00fade, o que causa estranheza, tendo em vista que isto vai de encontro com o LTCAT (pg. 52 do PA em anexo) da mesma empresa, em que \u00e9 indicado, pelo menos, dois agentes nocivos a que a Autora estava exposta habitualmente e permanentemente, quais sejam, ru\u00eddo e \u00e1lcalis c\u00e1usticos, conforme depreende-se da leitura:\n\n\fEm complemento, h\u00e1 exposi\u00e7\u00e3o a agentes nocivos biol\u00f3gicos nas profiss\u00f5es exercidas em ambientes hospitalares, com tr\u00e2nsito e contato entre pacientes, o que \u00e9 amplamente reconhecido pela jurisprud\u00eancia, conforme se verifica do precedente a seguir:\n\n\fPREVIDENCI\u00c1RIO. APOSENTADORIA ESPECIAL OU APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUI\u00c7\u00c3O. ATIVIDADE ESPECIAL. AGENTES BIOL\u00d3GICOS NOCIVOS. COPEIRA EM AMBIENTE HOSPITALAR. SERVENTE DE LIMPEZA DE HOSPITAL. AUXILIAR E T\u00c9CNICA DE ENFERMAGEM. RECONHECIMENTO. CONVERS\u00c3O. A lei em vigor quando da presta\u00e7\u00e3o dos servi\u00e7os define a configura\u00e7\u00e3o do tempo como especial ou comum, o qual passa a integrar o patrim\u00f4nio jur\u00eddico do trabalhador, como direito adquirido. At\u00e9 28.4.1995 \u00e9 admiss\u00edvel o reconhecimento da especialidade do trabalho por categoria profissional; a partir de 29.4.1995 \u00e9 necess\u00e1ria a demonstra\u00e7\u00e3o da efetiva exposi\u00e7\u00e3o, de forma n\u00e3o ocasional nem intermitente, a agentes prejudiciais \u00e0 sa\u00fade, por qualquer meio de prova; a contar de 06.5.1997 a comprova\u00e7\u00e3o deve ser feita por formul\u00e1rio-padr\u00e3o embasado em laudo t\u00e9cnico ou por per\u00edcia t\u00e9cnica. Conforme entendimento firmado pela 3\u00aa Se\u00e7\u00e3o deste Tribunal Regional Federal, \u00e9 cab\u00edvel o reconhecimento da especialidade do trabalho exercido sob exposi\u00e7\u00e3o a agentes biol\u00f3gicos. A exposi\u00e7\u00e3o a agentes biol\u00f3gicos n\u00e3o precisa ser permanente para caracterizar a insalubridade do labor, sendo poss\u00edvel o c\u00f4mputo do tempo de servi\u00e7o especial diante do risco de cont\u00e1gio sempre presente. Esta Corte assentou o entendimento de que n\u00e3o s\u00f3 as profiss\u00f5es desenvolvidas em ambientes hospitalares que estejam relacionadas \u00e0 medicina e enfermagem se caracterizam como labor especial, mas tamb\u00e9m as atividades de trabalhadores que atuem diretamente com esses pacientes (como serventes e copeiros, que transitam pelos quartos de interna\u00e7\u00e3o). \u00c9 constitucional a veda\u00e7\u00e3o de continuidade da percep\u00e7\u00e3o de aposentadoria especial se o benefici\u00e1rio permanece laborando em atividade especial ou a ela retorna, seja essa atividade especial aquela que ensejou a aposenta\u00e7\u00e3o precoce ou n\u00e3o. Nas hip\u00f3teses em que o segurado solicitar a aposentadoria e continuar a exercer o labor especial, a data de in\u00edcio do benef\u00edcio ser\u00e1 a data de entrada do requerimento, remontando a esse marco, inclusive, os efeitos financeiros. Efetivada, contudo, seja na via administrativa, seja na judicial a implanta\u00e7\u00e3o do benef\u00edcio, uma vez verificado o retorno ao labor nocivo ou sua continuidade, cessar\u00e1 o pagamento do benef\u00edcio, nos termos da modula\u00e7\u00e3o de efeitos do Tema 709 do STF. Demonstrado o preenchimento dos requisitos, o segurado tem direito \u00e0 concess\u00e3o da aposentadoria especial ou aposentadoria por tempo de contribui\u00e7\u00e3o, mediante a convers\u00e3o dos per\u00edodos de atividade especial, a partir da data do requerimento administrativo, respeitada eventual prescri\u00e7\u00e3o quinquenal. A influ\u00eancia de vari\u00e1veis, tais como a incid\u00eancia ou n\u00e3o do fator previdenci\u00e1rio e a limita\u00e7\u00e3o imposta pelo Tema 709 do STF, conforme seja considerado o direito \u00e0 aposentadoria integral por tempo de contribui\u00e7\u00e3o (com incid\u00eancia de fator previdenci\u00e1rio) ou aposentadoria especial (sem incid\u00eancia de fator previdenci\u00e1rio, mas com eventual limita\u00e7\u00e3o \u00e0 continuidade do labor sob condi\u00e7\u00f5es especiais, nos termos do Tema 709 do STF) n\u00e3o permite identificar, de plano, qual a alternativa mais ben\u00e9fica \u00e0 parte autora, devendo, por ocasi\u00e3o da implementa\u00e7\u00e3o, ser observada a situa\u00e7\u00e3o mais vantajosa \u00e0 segurada. Determinada a imediata implanta\u00e7\u00e3o do benef\u00edcio, valendo-se da tutela espec\u00edfica da obriga\u00e7\u00e3o de fazer prevista no artigo 461 do C\u00f3digo de Processo Civil de 1973, bem como nos artigos 497, 536 e par\u00e1grafos e 537, do C\u00f3digo de Processo Civil de 2015, independentemente de requerimento expresso por parte do segurado ou benefici\u00e1rio. (TRF4, AC 5005067-77.2018.4.04.7016, TURMA REGIONAL SUPLEMENTAR DO PR, Relator M\u00c1RCIO\n\n\fANT\u00d4NIO ROCHA, juntado aos autos em 02/07/2021)\nDesta forma, restou comprovado que na DER 02/09/2020, a Autora fazia jus \u00e0 concess\u00e3o da aposentadoria especial, ou alternativamente, \u00e0 convers\u00e3o do tempo especial em comum e, consequentemente, ao benef\u00edcio da aposentadoria por tempo de contribui\u00e7\u00e3o, requerendo a realiza\u00e7\u00e3o de per\u00edcia na Unimed Vale do Ca\u00ed para a fun\u00e7\u00e3o de copeira.\n2.3 DA APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUI\u00c7\u00c3O - CONVERS\u00c3O DE TEMPO ESPECIAL EM TEMPO COMUM\n\nO art. 57, \u00a7 5\u00ba, da Lei 8.213/91 garante a convers\u00e3o e a soma do tempo de trabalho exercido sob condi\u00e7\u00f5es especiais, consideradas prejudiciais \u00e0 sa\u00fade ou \u00e0 integridade f\u00edsica ao tempo de trabalho exercido em atividade comum, para efeito de concess\u00e3o de qualquer benef\u00edcio.\nO Decreto 3.048/99, por sua vez, em seu art. 70, disp\u00f5e sobre a forma de convers\u00e3o de tempo de atividade especial em comum, mediante a apresenta\u00e7\u00e3o da seguinte tabela:\n\nTEMPO A CONVERTER\nDE 15 ANOS DE 20 ANOS DE 25 ANOS\n\nMULTIPLICADORES\n\nMULHER (PARA 30)\n\nHOMEM (PARA 35)\n\n2,00\n\n2,33\n\n1,50\n\n1,75\n\n1,20\n\n1,40\n\nSobre este tema, o Superior Tribunal de Justi\u00e7a, no julgamento do Recurso\nEspecial Repetitivo n. 1151363, de relatoria do Ministro Jorge Mussi, pacificou o entendimento\nde que \u00e9 poss\u00edvel a convers\u00e3o mesmo ap\u00f3s 28-05-1998:\nPREVIDENCI\u00c1RIO. RECONHECIMENTO DE ATIVIDADE ESPECIAL AP\u00d3S 1998. MP N. 1.663-14, CONVERTIDA NA LEI N. 9.711/1998 SEM REVOGA\u00c7\u00c3O DA REGRA DE CONVERS\u00c3O. 1. Permanece a possibilidade de convers\u00e3o do tempo de servi\u00e7o exercido em atividades especiais para comum ap\u00f3s 1998, pois a partir da \u00faltima reedi\u00e7\u00e3o da MP n. 1.663, parcialmente convertida na Lei 9.711/1998, a norma tornou-se\n\n\fdefinitiva sem a parte do texto que revogava o referido \u00a7 5\u00ba do art. 57 da Lei n. 8.213/91. 2. Precedentes do STF e do STJ.\nAssim, considerando que o par\u00e1grafo 5.\u00ba do art. 57 da Lei n. 8.213/91 n\u00e3o foi revogado nem expressa, nem tacitamente pela Lei n. 9.711/98 e que, por disposi\u00e7\u00e3o constitucional (art. 15 da Emenda Constitucional n. 20, de 15-12-1998), permanecem em vigor os artigos 57 e 58 da Lei de Benef\u00edcios at\u00e9 que a lei complementar a que se refere o art. 201, \u00a7 1.\u00ba, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal, seja publicada, \u00e9 poss\u00edvel a convers\u00e3o de tempo de servi\u00e7o especial em comum inclusive ap\u00f3s 28-05-1998, o que se requer sucessivamente, acaso n\u00e3o se conceda o benef\u00edcio de aposentadoria especial.\n3. DO DANO MORAL\nConforme j\u00e1 exposto, os erros cometidos pelo INSS ao indeferir o benef\u00edcio postulado foram superiores ao ordin\u00e1rio, pois a autarquia previdenci\u00e1ria deixou de computar todos os per\u00edodos em que a Autora exerceu labor sob condi\u00e7\u00f5es especiais, sem sequer apresentar qualquer justificativa plaus\u00edvel.\nEssa atitude arbitr\u00e1ria faz com que o Segurado permane\u00e7a h\u00e1 longo per\u00edodo sem o benef\u00edcio previdenci\u00e1rio a que faz jus, passando por dificuldades financeiras para manter sua subsist\u00eancia.\nOra, o dano experimentado pela Autora \u00e9 superior ao ordin\u00e1rio, pois foi cerceado dos proventos a que faz jus sem qualquer justificativa.\nO que se v\u00ea Exa., \u00e9 que ocorreu uma sucess\u00e3o de erros por parte do INSS, que est\u00e3o penalizando a subsist\u00eancia do Autor e de sua fam\u00edlia e at\u00e9 mesmo o direito a uma vida digna.\nNo que tange a responsabilidade de indenizar, segue a seguinte ementa:\nEMENTA: DIREITO PREVIDENCI\u00c1RIO. APOSENTADORIA RURAL POR IDADE. REGIME DE ECONOMIA FAMILIAR. TRABALHO RURAL. COMPROVA\u00c7\u00c3O. IDADE M\u00cdNIMA. IMPLEMENTO. RESTABELECIMENTO. DANO MORAL. N\u00c3O CONFIGURADO. CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA E JUROS DE MORA. 1. Atingida a idade m\u00ednima exigida e comprovado o exerc\u00edcio da\n\n\fatividade rural em regime de economia familiar, pelo per\u00edodo exigido em lei, mediante a produ\u00e7\u00e3o de in\u00edcio de prova material, corroborada por prova testemunhal consistente, o segurado faz jus ao restabelecimento da aposentadoria rural por idade. 2. Nas a\u00e7\u00f5es de natureza previdenci\u00e1ria, a condena\u00e7\u00e3o em danos morais \u00e9 excepcional, n\u00e3o sendo cab\u00edvel na hip\u00f3tese de revis\u00e3o de benef\u00edcio na via administrativa, quando o INSS atua no exerc\u00edcio de suas atribui\u00e7\u00f5es, interpretando a legisla\u00e7\u00e3o tomando decis\u00f5es posteriormente sujeitas ao controle jurisdicional. 3. Para configura\u00e7\u00e3o do dano moral deve ser evidenciado que a atua\u00e7\u00e3o da autarquia ocorreu de forma ilegal ou negligente, produzindo com isso efeitos danosos \u00e0 vida do segurado. Hip\u00f3tese n\u00e3o configurada. 4. O Supremo Tribunal Federal reconheceu no RE 870947, com repercuss\u00e3o geral, a inconstitucionalidade do uso da TR, sem modula\u00e7\u00e3o de efeitos. 5. O Superior Tribunal de Justi\u00e7a, no REsp 1495146, em precedente tamb\u00e9m vinculante, e tendo presente a inconstitucionalidade da TR como fator de atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, distinguiu os cr\u00e9ditos de natureza previdenci\u00e1ria, em rela\u00e7\u00e3o aos quais, com base na legisla\u00e7\u00e3o anterior, determinou a aplica\u00e7\u00e3o do INPC, daqueles de car\u00e1ter administrativo, para os quais dever\u00e1 ser utilizado o IPCA-E. 6. Os juros de mora, a contar da cita\u00e7\u00e3o, devem incidir \u00e0 taxa de 1% ao m\u00eas, at\u00e9 29/06/2009. A partir de ent\u00e3o, incidem uma \u00fanica vez, at\u00e9 o efetivo pagamento do d\u00e9bito, segundo o percentual aplicado \u00e0 caderneta de poupan\u00e7a. (TRF4, AC 5004721-95.2014.4.04.7104, SEXTA TURMA, Relatora TA\u00cdS SCHILLING FERRAZ, juntado aos autos em 03/09/2020) (grifei)\nNeste diapas\u00e3o, devidamente demonstrado o nexo causal entre a conduta do INSS e o dano sofrido pela Autora, imp\u00f5e-se a condena\u00e7\u00e3o do INSS a fim de ressarci-la dos preju\u00edzos morais sofridos, em valor a ser fixado por V. Exa., mas n\u00e3o inferior ao valor das parcelas vencidas e vincendas, notadamente R$ 10.000,00 (dez mil reais).\n4. DOS PEDIDOS\nAnte ao exposto, requer o recebimento da inicial e:\n1- A cita\u00e7\u00e3o do R\u00e9u, na pessoa de seu representante legal, para que, querendo, venha contestar a presente a\u00e7\u00e3o, sob pena de revelia e confiss\u00e3o;\n2- A produ\u00e7\u00e3o de todos os meios de prova em direito admitidos, em especial a oitiva de testemunhas, a juntada de documentos novos, inclusive aqueles eventualmente n\u00e3o anexados ao processo administrativo, e a realiza\u00e7\u00e3o de PER\u00cdCIA T\u00c9CNICA no ambiente de trabalho, entre outros que se mostrem necess\u00e1rios;\n3- A realiza\u00e7\u00e3o de per\u00edcia t\u00e9cnica na Unimed Vale do Ca\u00ed, a fim de\n\n\felucidar a obscuridade apontada na exordial, referente ao cargo de copeira;\n4- A TOTAL PROCED\u00caNCIA da presente a\u00e7\u00e3o, condenando o R\u00e9u a CONCEDER \u00e0 autora o benef\u00edcio de Aposentadoria Especial (NB 195.501.528-4), desde a DER (02/09/2020), mediante o reconhecimento como especial dos per\u00edodos descritos no item 2.2,\n4. SUCESSIVAMENTE, a condena\u00e7\u00e3o do R\u00e9u a CONCEDER a Aposentadoria por Tempo de Contribui\u00e7\u00e3o NB 195.501.528-4, mediante a convers\u00e3o do per\u00edodos especiais descritos no item 2.2 em comum, desde a DER (02/09/2020) de acordo com o que for mais favor\u00e1vel a Autora;\n5. Em quaisquer das hip\u00f3teses, seja de concess\u00e3o de aposentadoria especial ou de aposentadoria por tempo de contribui\u00e7\u00e3o, requer a condena\u00e7\u00e3o do r\u00e9u ao pagamento das parcelas vencidas desde a DER fixada, al\u00e9m das parcelas vincendas, bem como custas judiciais e honor\u00e1rios advocat\u00edcios e acr\u00e9scimo de juros e corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, na forma da lei;\n6. Sucessivamente, para fins de argumenta\u00e7\u00e3o e cautela, requer a reafirma\u00e7\u00e3o da DER para quando a autora preencheu os requisitos \u00e0 concess\u00e3o do benef\u00edcio pleiteado que for mais vantajoso (aposentadoria especial ou aposentadoria por tempo de contribui\u00e7\u00e3o), bem como o reconhecimento dos per\u00edodos de atividade especial, determinando-se a averba\u00e7\u00e3o pelo INSS;\n7. A concess\u00e3o da Assist\u00eancia Judici\u00e1ria Gratuita, uma vez que a Autora n\u00e3o tem condi\u00e7\u00f5es de arcar com as despesas processuais sem preju\u00edzo da pr\u00f3pria subsist\u00eancia e de sua fam\u00edlia;\n8. Seja o INSS condenado a pagar indeniza\u00e7\u00e3o por danos morais ao autor, no valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais) e;\n9. Por fim, informa a parte autora que n\u00e3o possui interesse na\n\n\frealiza\u00e7\u00e3o de audi\u00eancia de concilia\u00e7\u00e3o ou de media\u00e7\u00e3o;\nD\u00e1-se \u00e0 causa o valor de R$ 75.359,41 (soma de todas as diferen\u00e7as vencidas desde a DER, mais as 12 diferen\u00e7as vincendas e danos morais).\nNesses termos, pede deferimento. Montenegro, 22 de dezembro de 2021.\nFELIPE PASINI FERNANDES \u2013 OAB/RS 80.817\nFILIPE OST BARRETO \u2013 Estagi\u00e1rio de Direito\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 3 (C\u00edvel) - IdDocumentoCompleto: 5015517-31.2017.4.04.7205-721506104468170120246642266163", "text": "Dra. Mariana Lauria Lopes OAB/SC 37.328\nEXCELENT\u00cdSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA ____VARA FEDERAL DE BLUMENAU \u2013 SANTA CATARINA.\n\nJOACIR CLOVIS PRIESTER, devidamente qualificado eletronicamente, por sua advogada legalmente constitu\u00edda, com endere\u00e7o profissional constante no incluso instrumento de procura\u00e7\u00e3o, vem respeitosamente \u00e0 presen\u00e7a de Vossa Excel\u00eancia, propor\nA\u00c7\u00c3O DE CONCESS\u00c3O DE BENEF\u00cdCIO PREVIDENCI\u00c1RIO APOSENTADORIA ESPECIAL C/C AVERBA\u00c7\u00c3O DE TEMPO DE SERVI\u00c7O EM ATIVIDADE ESPECIAL, face ao\nINSTITUTO NACIONAL DE SEGURIDADE SOCIAL (INSS), autarquia com sede conhecida nesta cidade de Blumenau (SC), que dever\u00e1 ser citada na pessoa de seu procurador legal, pelos fatos e fundamentos que a seguir exp\u00f5e\n\nI. DOS FATOS\n\nO Requerente \u00e9 segurado do INSS, e solicitou a concess\u00e3o de benef\u00edcio previdenci\u00e1rio nos seguintes termos:\n\nNIT N\u00ba BENEF\u00cdCIO N\u00ba ESP\u00c9CIE DER SITUA\u00c7\u00c3O\n\n12286533069 181.391.708-3 46 - APOSENTADORIA ESPECIAL 02.02.2017 INDEFERIDO\n\nNo momento do protocolo do pedido de concess\u00e3o junto a Autarquia Requerida, o Requerente apresentou todos os documentos necess\u00e1rios \u00e0 comprova\u00e7\u00e3o das suas atividades laborais e seus agentes nocivos a sa\u00fade.\n\nDa Atividade Comum\n\n1\n\n\fDra. Mariana Lauria Lopes OAB/SC 37.328\n\nObserva-se conforme c\u00f3pia do processo administrativo, que a autarquia Requerida n\u00e3o considerou determinado per\u00edodo de contribui\u00e7\u00f5es, qual seja:\n\nPER\u00cdODO\n\nEMPRESA\n\n02.09.1986 a 05.04.1987\n\nGlopress Educacional S.A.\nCTPS pg. 13.\n\n01.04.1994 a 12.12.1994 06.07.1996 a 21.07.1996\n\nHOH - M\u00e1quinas e Equipamentos Industriais Ltda.\nCTPS pg. 14.\nGelre Trabalho Tempor\u00e1rio S.A.\nCTPS pg. 49.\n\n01.08.1998 a 20.06.2001\n\nAuto Posto Itoupava Ltda.\nCTPS pg. 17.\n\n15.02.2004 a 03.03.2004 01.02.2010 a 20.03.2015\n\nEco Maq Ind e Com de M\u00e1quinas e Equipamentos Ltda.\nCTPS pg. 18.\nMCF Ltda.\nCTPS pg. 19.\n\n01.12.2015 a 02.02.2017 Tempo de Contribui\u00e7\u00e3o\n\nMetal Hobby Metal Mec\u00e2nica Eireli.\nCNIS.\n10 anos, 06 meses e 25 dias\n\nDa Atividade Especial\n\nObserva-se que na c\u00f3pia do Processo Administrativo n\u00e3o foram considerados totalmente alguns anos laborados em atividades especiais.\n\nO autor exerceu Atividades Especiais, nos seguintes per\u00edodos:\n\nPER\u00cdODO\n\nEMPRESA\n\n02.09.1986 a\n05.04.1987 01.04.1994\n\nGlopress Industrial Ltda.\nHOH Bombas e\n\nFUN\u00c7\u00c3O\nALIMENTADOR PRODU\u00c7\u00c3O\n\nLOCALIZA\u00c7\u00c3O DAS PROVAS NOS AUTOS Processo\nAdministrativo, pg. 35 a 38. Processo\n\n2\n\n\fDra. Mariana Lauria Lopes OAB/SC 37.328\n\na 12.12.1994 06.07.1996\na 21.07.1996 01.08.1998\na 20.06.2001\n15.02.2004 a\n03.03.2004\n01.02.2010 a\n20.03.2015 01.12.2015\na 02.02.2017\n\nM\u00e1quinas Industriais Ltda. Gelre Trabalho Tempor\u00e1rio S.A.\n\nPOLIDOR AJUDANTE GERAL\n\nAuto Posto Itoupava Ltda.\n\nFRENTISTA\n\nEco Maq Ind\u00fastria e Com\u00e9rcio de M\u00e1quinas e Equipamentos Ltda.\n\nPOLIDOR\n\nMCF Ltda.\n\nPOLIDOR\n\nMetal Hobby Metal Mec\u00e2nica\nEireli.\n\nPOLIDOR\n\nAdministrativo, pg. 53 a 61. Processo\nAdministrativo, pg. 76 a 90. Processo\nAdministrativo, pg. 96 a 104.\nProcesso Administrativo, pg.\n105 a 121.\nProcesso Administrativo, pg.\n122 a 142. Processo Administrativo, pg. 143 a 150.\n\nnocivos.\n\nTotalizando assim, 10 anos, 06 meses e 25 dias exposto a agentes\n\nAssim, o Requerente roga pelo reconhecimento e averba\u00e7\u00e3o dos per\u00edodos de atividades especiais comprovados e n\u00e3o reconhecidos pela Autarquia Requerida. Perfazendo um tempo final de 25 anos, 01 m\u00eas e 03 dias, ou seja, tempo suficiente para a Concess\u00e3o do benef\u00edcio da Aposentadoria Especial, no momento da DER (02.02.2017).\n\nII. FUNDAMENTOS\nA Aposentadoria Especial est\u00e1 prevista no artigo 201, \u00a71\u00ba de nossa Carta Magna. Por conseguinte, a Lei 8.213/91, regulamentando a previs\u00e3o constitucional, estabeleceu a necessidade do desempenho de atividades nocivas durante 15, 20 ou 25 anos para a concess\u00e3o da aposentadoria especial, dependendo da profiss\u00e3o e/ou agentes nocivos, conforme art. 57 da aludida Lei.\nAssim, indiscut\u00edvel o direito da parte autora ao reconhecimento da atividade especial prestada.\nDa Exposi\u00e7\u00e3o aos Agentes Nocivos\nDestarte passa-se \u00e0 an\u00e1lise da comprova\u00e7\u00e3o dos agentes nocivos presentes em todos os per\u00edodos contributivos e laborados pelo Requerente.\n\n3\n\n\fDra. Mariana Lauria Lopes OAB/SC 37.328\n- 02.09.1986 a 05.04.1987: Laborou na Glopress Industrial Ltda., no cargo e fun\u00e7\u00e3o de Alimentador Produ\u00e7\u00e3o, no setor de F\u00e1brica, estando exposto ao agente nocivo ru\u00eddo de 88.5 dB(A) e \u00d3leos e Graxas, enquadrado pelo Decreto n\u00ba 3.048/99, c\u00f3digo 1.0.19 e 2.0.1, Decreto n\u00ba 53.831/64 c\u00f3digos 1.1.6 e 1.2.11, e Decreto n\u00ba 83.080/79, c\u00f3digo 1.1.5 e 1.2.10 do Anexo I.\n- 01.04.1994 a 12.12.1994: Trabalhou na HOH Bombas e M\u00e1quinas Industriais Ltda., no cargo e fun\u00e7\u00e3o de Polidor, no setor de Usinagem, estando exposto ao agente nocivo ru\u00eddo de 85 a 100 dB(A), enquadrado pelo enquadrado pelo Decreto n\u00ba 3.048/99, c\u00f3digo 2.0.1, Decreto n\u00ba 53.831/64 c\u00f3digos 1.1.6, e Decreto n\u00ba 83.080/79, c\u00f3digo 1.1.5 do Anexo I.\n- 06.07.1996 a 21.07.1996: Laborou no cargo e fun\u00e7\u00e3o de Ajudante Geral, na empresa Gelre Trabalho Tempor\u00e1rio S.A., no setor de Corte Guilhotina, estando exposto ao agente nocivo ru\u00eddo de 82 a 88 dB(A), enquadrado pelo Decreto n\u00ba 3.048/99, c\u00f3digo 2.0.1, Decreto n\u00ba 53.831/64 c\u00f3digos 1.1.6, e Decreto n\u00ba 83.080/79, c\u00f3digo 1.1.5 do Anexo I.\n- 01.08.1998 a 20.06.2001: Laborou no cargo de Frentista, na empresa Auto Posto Itoupava Ltda., no setor de Pista de Abastecimento, estando exposto ao agente qu\u00edmico Combust\u00edvel, Inc\u00eandio e Explos\u00e3o, enquadrados pelos Decreto n\u00ba 3.048/99, c\u00f3digo 1.0.19, Decreto n\u00ba 53.831/64 c\u00f3digos 1.2.11, Decreto n\u00ba 83.080/79, c\u00f3digo 1.2.10 do Anexo I e Periculosidade.\n- 15.02.2004 a 03.03.2004: Laborou no cargo e fun\u00e7\u00e3o de Polidor, na empresa Eco Maq Industria e Com\u00e9rcio de M\u00e1quinas e Equipamentos Ltda., no setor de Polimento, estando exposto ao agente nocivo ru\u00eddo de 91.8 dB(A) e a agentes qu\u00edmicos, enquadrado pelo Decreto n\u00ba 3.048/99, c\u00f3digo 1.0.19 e 2.0.1, Decreto n\u00ba 53.831/64 c\u00f3digos 1.1.6 e 1.2.11, e Decreto n\u00ba 83.080/79, c\u00f3digo 1.1.5 e 1.2.10 do Anexo I.\n- 01.02.2010 a 20.03.2015: Laborou no cargo e fun\u00e7\u00e3o de Polidor, na empresa MCF Ltda., no setor de Pintura, estando exposto ao agente nocivo Hidrocarbonetos Arom\u00e1ticos, enquadrado pelo Decreto n\u00ba 3.048/99, c\u00f3digo 1.0.19, Decreto n\u00ba 53.831/64 c\u00f3digos 1.2.11, e Decreto n\u00ba 83.080/79, c\u00f3digo 1.2.10 do Anexo I.\n- 01.12.2015 a 02.02.2017: Laborou no cargo de Polidor, na empresa Metal Hobby Metal Mec\u00e2nica Eireli., no setor de Manuten\u00e7\u00e3o, estando exposto ao agente nocivo ru\u00eddo de 109.7 dB(A), enquadrado pelo enquadrado pelo Decreto n\u00ba 3.048/99, c\u00f3digo 2.0.1, Decreto n\u00ba 53.831/64 c\u00f3digos 1.1.6, e Decreto n\u00ba 83.080/79, c\u00f3digo 1.1.5 do Anexo I.\nNeste sentido destacamos o entendimento dos Tribunais:\n4\n\n\fDra. Mariana Lauria Lopes OAB/SC 37.328\nDIREITO PREVIDENCI\u00c1RIO. TEMPO DE SERVI\u00c7O URBANO. TEMPO ESPECIAL. AGENTES NOCIVOS. EPI. CONVERS\u00c3O DE TEMPO ESPECIAL EM COMUM. APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUI\u00c7\u00c3O. REVIS\u00c3O. CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA E JUROS DE MORA. FASE DE CUMPRIMENTO DE SENTEN\u00c7A. DIFERIMENTO. CUMPRIMENTO IMEDIATO DO AC\u00d3RD\u00c3O. HONOR\u00c1RIOS. 1. O tempo de servi\u00e7o urbano fundado em CTPS e RAIS deve ser computado, por for\u00e7a do art. 62, \u00a7 1\u00ba c/c \u00a7 2\u00ba, inciso I, al\u00ednea \"a\" do Decreto n\u00ba 3.048/99. 2. Comprovada a exposi\u00e7\u00e3o do segurado a agente nocivo, na forma exigida pela legisla\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria aplic\u00e1vel \u00e0 esp\u00e9cie, poss\u00edvel reconhecer-se a especialidade da atividade laboral por ele exercida. 3. \u00c9 admitida como especial a atividade em que o segurado ficou exposto a ru\u00eddos superiores a 80 decib\u00e9is at\u00e9 5/3/1997, em que aplic\u00e1veis concomitantemente, para fins de enquadramento, os Decretos 53.831/64 e 83.080/79; superiores a 90 decib\u00e9is no per\u00edodo de 6/3/1997 a 18/11/2003, de acordo com o Decreto 2.172/97, e, a partir de 19/11/2003 superiores a 85 decib\u00e9is, nos termos do Decreto 4.882/2003. 4. \u00c9 poss\u00edvel reconhecer a exposi\u00e7\u00e3o a ru\u00eddo acima do limite de toler\u00e2ncia, quando o formul\u00e1rio DSS-8030 indica ru\u00eddo de 80 dB(A) e sua conclus\u00e3o foi pelo exerc\u00edcio de atividade prejudicial \u00e0 sa\u00fade. 5. Os equipamentos de prote\u00e7\u00e3o individual n\u00e3o s\u00e3o suficientes, por si s\u00f3, para descaracterizar a especialidade da atividade desempenhada pelo segurado, devendo cada caso ser apreciado em suas particularidades. 6. O acr\u00e9scimo do tempo de servi\u00e7o assegura a revis\u00e3o da aposentadoria por tempo de contribui\u00e7\u00e3o a partir da data de entrada do requerimento administrativo. 7. Delibera\u00e7\u00e3o sobre \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e taxas de juros diferida para a fase de cumprimento de senten\u00e7a, a iniciar-se com a observ\u00e2ncia dos crit\u00e9rios da Lei 11.960/2009, de modo a racionalizar o andamento do processo, permitindo-se a expedi\u00e7\u00e3o de precat\u00f3rio pelo valor incontroverso, enquanto pendente, no Supremo Tribunal Federal, decis\u00e3o sobre o tema com car\u00e1ter geral e vinculante. Precedentes do STJ e do TRF da 4\u00aa Regi\u00e3o. 8. Determinado o cumprimento imediato do ac\u00f3rd\u00e3o no tocante \u00e0 implanta\u00e7\u00e3o do benef\u00edcio, a ser efetivada em 45 dias, nos termos do artigo 497, caput, do novo C\u00f3digo de Processo Civil. (TRF4 5017218-66.2013.404.7108, SEXTA TURMA, Relator EZIO TEIXEIRA, juntado aos autos em 20/12/2016).\nEMENTA: PREVIDENCI\u00c1RIO. TEMPO DE SERVI\u00c7O RURAL. REGIME DE ECONOMIA FAMILIAR. RECONHECIMENTO. ATIVIDADE ESPECIAL. AGENTES NOCIVOS RU\u00cdDO E AGENTES QU\u00cdMICOS. RECONHECIMENTO. CONVERS\u00c3O EM TEMPO COMUM. APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUI\u00c7\u00c3O. CONCESS\u00c3O. HONOR\u00c1RIOS ADVOCAT\u00cdCIOS. MAJORA\u00c7\u00c3O. 1. Admiss\u00edvel o c\u00f4mputo de labor rural a partir dos 12 anos de idade, at\u00e9 o advento da Lei n.\u00ba 8.213/91. Precedentes do STJ. 2. Comprovado o labor rural em regime de economia familiar, mediante a produ\u00e7\u00e3o de in\u00edcio de prova material, corroborada por prova testemunhal id\u00f4nea, o segurado faz jus ao respectivo tempo de servi\u00e7o. 3. O reconhecimento da especialidade e o enquadramento da atividade exercida sob condi\u00e7\u00f5es nocivas s\u00e3o disciplinados pela lei em vigor \u00e0 \u00e9poca em que efetivamente exercidos, passando a integrar, como direito adquirido, o patrim\u00f4nio jur\u00eddico do trabalhador. 4. At\u00e9 28/04/1995 \u00e9 admiss\u00edvel o reconhecimento da especialidade por categoria profissional ou por sujei\u00e7\u00e3o a agentes nocivos, aceitando-se qualquer meio de prova (exceto para ru\u00eddo e calor); a partir de 29/04/1995 n\u00e3o mais \u00e9 poss\u00edvel o enquadramento por categoria profissional, devendo existir comprova\u00e7\u00e3o da sujei\u00e7\u00e3o a agentes nocivos por qualquer meio de prova at\u00e9 05/03/1997 e, a partir de ent\u00e3o, por meio de formul\u00e1rio embasado em laudo t\u00e9cnico, ou por meio de per\u00edcia t\u00e9cnica. 5. Tendo havido oscila\u00e7\u00e3o dos n\u00edveis de toler\u00e2ncia da exposi\u00e7\u00e3o a ru\u00eddo ocupacional, previstos nos normativos que se sucederam, devem ser considerados os par\u00e2metros previstos pela norma vigente ao tempo da presta\u00e7\u00e3o do servi\u00e7o, ainda que mais recentemente tenha havido redu\u00e7\u00e3o do n\u00edvel m\u00e1ximo de exposi\u00e7\u00e3o segura. Precedentes do STJ (Ag.Rg. no REsp 1381224/PR) 6. A exposi\u00e7\u00e3o a radia\u00e7\u00f5es n\u00e3o ionizantes e agentes qu\u00edmicos (C\u00e1dmio, Chumbo, Cromo, tolueno, xileno e acetato de etila) enseja o reconhecimento do tempo de servi\u00e7o como\n5\n\n\fDra. Mariana Lauria Lopes OAB/SC 37.328\nespecial. 7. Preenchidos os requisitos legais, tem o segurado direito \u00e0 obten\u00e7\u00e3o de aposentadoria por tempo de servi\u00e7o proporcional/ contribui\u00e7\u00e3o integral, na data do requerimento, devendo ser implantada aquela que resultar mais vantajosa ao segurado. 9. Majora\u00e7\u00e3o dos honor\u00e1rios advocat\u00edcios para 10% sobre o valor das parcelas vencidas at\u00e9 a data da senten\u00e7a. (TRF-4 - APELREEX: 49436220154049999 RS 0004943-62.2015.404.9999, Relator: TA\u00cdS SCHILLING FERRAZ, Data de Julgamento: 20/10/2015, QUINTA TURMA, Data de Publica\u00e7\u00e3o: D.E. 05/11/2015).\nPREVIDENCI\u00c1RIO. TEMPO ESPECIAL. TEMPO URBANO. AGENTES NOCIVOS. COMBUST\u00cdVEIS. PERICULOSIDADE. APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUI\u00c7\u00c3O. JUROS E CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA. LEI 11.960/2009. CRIT\u00c9RIOS DE ATUALIZA\u00c7\u00c3O. DIFERIMENTO PARA A FASE PR\u00d3PRIA (EXECU\u00c7\u00c3O). 1. O tempo de servi\u00e7o urbano pode ser demonstrado mediante a apresenta\u00e7\u00e3o da CTPS, cujas anota\u00e7\u00f5es constituem prova plena, para todos os efeitos, dos v\u00ednculos empregat\u00edcios ali registrados, gozando de presun\u00e7\u00e3o iuris tantum de veracidade, salvo suspeitas objetivas e razoavelmente fundadas acerca dos assentos contidos do documento. 2. A atividade desenvolvida em local onde h\u00e1 o armazenamento de combust\u00edveis e presen\u00e7a de bomba abastecedora deve ser considerada especial em raz\u00e3o da periculosidade inerente \u00e0 exposi\u00e7\u00e3o a subst\u00e2ncias inflam\u00e1veis, situa\u00e7\u00e3o em que h\u00e1 risco potencial de explos\u00e3o e inc\u00eandio. 3. Preenchidos os requisitos legais, a parte autora faz jus \u00e0 aposentadoria integral por tempo de contribui\u00e7\u00e3o, com incid\u00eancia do fator previdenci\u00e1rio, a contar da data do requerimento administrativo. 4. Delibera\u00e7\u00e3o sobre \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e taxas de juros diferida para a fase de cumprimento de senten\u00e7a, de modo a racionalizar o andamento do processo, e diante da pend\u00eancia, nos tribunais superiores, de decis\u00e3o sobre o tema com car\u00e1ter geral e vinculante. Precedentes. 5. O INSS \u00e9 isento do pagamento das custas processuais quando demandado na Justi\u00e7a Estadual do Rio Grande do Sul, devendo, contudo, pagar eventuais despesas processuais, como as relacionadas a correio, publica\u00e7\u00e3o de editais e condu\u00e7\u00e3o de oficiais de justi\u00e7a (artigo 11 da Lei Estadual n\u00ba 8.121/85, com a reda\u00e7\u00e3o da Lei Estadual n\u00ba 13.471/2010, j\u00e1 considerada a inconstitucionalidade formal reconhecida na ADI n\u00ba 70038755864 julgada pelo \u00d3rg\u00e3o Especial do TJ/RS). (TRF4, APELREEX 0010938-90.2014.404.9999, SEXTA TURMA, Relator HERMES SIEDLER DA CONCEI\u00c7\u00c3O J\u00daNIOR, D.E. 06/10/2016).\nDe acordo com os Decretos 53.831/64, 83.080/79, e 3.048/99, considerando as atividades desempenhadas no presente caso, faz-se necess\u00e1ria a exposi\u00e7\u00e3o a agentes nocivos durante 25 anos para a concess\u00e3o da aposentadoria especial. Desta forma, o Autor adquiriu o direito ao benef\u00edcio, haja vista que laborou em condi\u00e7\u00f5es especiais durante 25 anos, 01 m\u00eas e 03 dias.\nPor todo o exposto, resta devidamente demonstrado o direito do Requerente \u00e0 concess\u00e3o do benef\u00edcio de Aposentadoria Especial.\nDo Direito ao Benef\u00edcio Mais Vantajoso\nNo que tange a concess\u00e3o do benef\u00edcio mais vantajoso, o direito do segurado resta devidamente amparado pelo artigo 122, da Lei n. 8.213/91.\nAssim, indiscut\u00edvel o direito da parte autora a concess\u00e3o do benef\u00edcio mais vantajoso a que este teria direito, independente do requerimento administrativo.\n6\n\n\fDas Presta\u00e7\u00f5es Vencidas\n\nDra. Mariana Lauria Lopes OAB/SC 37.328\n\nAl\u00e9m do direito ao reconhecimento da atividade exercida, o Requerente ainda tem o direito aos valores atrasados, contando-se desde a data do requerimento administrativo (DER), ou seja, desde 02.02.2017, monetariamente corrigidos.\n\nDa Possibilidade de Perman\u00eancia em Atividades Nocivas\n\nInicialmente, destaca-se as previs\u00f5es contidas no par\u00e1grafo 8\u00ba do art. 57 e no art. 46 da Lei 8.213/91. Com base nos dispositivos supracitados, verifica-se que a restri\u00e7\u00e3o ao trabalho para os benefici\u00e1rios de aposentadoria especial est\u00e1 embasada nos mesmos fundamentos da aposentadoria por invalidez, o que constitui um evidente equ\u00edvoco do legislador, uma vez que a veda\u00e7\u00e3o ao trabalho imposta ao aposentado por invalidez decorre de aus\u00eancia de capacidade laborativa.\n\nAssim sendo, o cancelamento do benef\u00edcio por incapacidade se justifica quando o segurado retorna \u00e0s atividades laborativas, \u00e0 medida que o principal requisito para concess\u00e3o do benef\u00edcio deixa de ser preenchido.\n\nPor outro lado, o benefici\u00e1rio de aposentadoria especial ainda goza de plena capacidade laborativa, e a aposentadoria precoce deve t\u00e3o somente retribuir o desempenho das atividades nocivas, sem qualquer medida que venha a coibir o livre exerc\u00edcio da sua profiss\u00e3o, o que constitui um direito previsto no artigo 5\u00ba, inciso XIII, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal. Tal previs\u00e3o \u00e9 refor\u00e7ada no art. 6\u00ba da Carta Magna.\n\nDeve-se destacar que o \u00a7 8\u00ba do art. 57 da Lei 8.213/91 n\u00e3o possui car\u00e1ter protetivo, haja vista que n\u00e3o h\u00e1 veda\u00e7\u00e3o para que o segurado continue exercendo atividades consideradas nocivas ap\u00f3s a concess\u00e3o da aposentadoria, mas apenas determina\u00e7\u00e3o para que seja suspenso o pagamento em caso de retorno \u00e0 atividade. Trata-se, portanto, de mera previs\u00e3o punitiva, que restringe direito fundamental e viola o princ\u00edpio da dignidade da pessoa humana, esculpido no art. 1\u00ba, inciso III, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal.\n\nAdemais, a aposentadoria especial \u00e9 prevista no art. 201 da Constitui\u00e7\u00e3o Federal para aqueles trabalhadores que exercem atividades em condi\u00e7\u00f5es que prejudiquem a sa\u00fade ou a integridade f\u00edsica, em conson\u00e2ncia com o princ\u00edpio da m\u00e1xima efetividade dos direitos fundamentais, sem qualquer outra condicionante ao gozo do benef\u00edcio.\n\n7\n\n\fDra. Mariana Lauria Lopes OAB/SC 37.328\nCabe destacar ainda, que a Autarquia Previdenci\u00e1ria n\u00e3o sofrer\u00e1 nenhum preju\u00edzo em virtude da continuidade do desempenho do trabalho, muito pelo contr\u00e1rio, visto que o segurado continuar\u00e1 vertendo contribui\u00e7\u00f5es \u00e0 Previd\u00eancia Social.\nPor todas as raz\u00f5es expostas, tal mat\u00e9ria possui natureza de ordem p\u00fablica, sendo que a veda\u00e7\u00e3o prevista no \u00a7 8\u00ba do art. 57 da lei 8.213/91 foi julgada inconstitucional pelo TRF da 4\u00aa Regi\u00e3o. A argui\u00e7\u00e3o de inconstitucionalidade restou assim ementada:\nPREVIDENCI\u00c1RIO. CONSTITUCIONAL. ARGUI\u00c7\u00c3O DE INCONSTUCIONALIDADE. \u00a7 8\u00ba DO ARTIGO 57 DA LEI N\u00ba 8.213/91. APOSENTADORIA ESPECIAL. VEDA\u00c7\u00c3O DE PERCEP\u00c7\u00c3O POR TRABALHADOR QUE CONTINUA NA ATIVA, DESEMPENHANDO ATIVIDADE EM CONDI\u00c7\u00d5ES ESPECIAIS.1. Comprovado o exerc\u00edcio de atividade especial por mais de 25 anos, o segurado faz jus \u00e0 concess\u00e3o da aposentadoria especial, nos termos do artigo 57 e \u00a7 1\u00ba da Lei 8.213, de 24-07-1991, observado, ainda, o disposto no art. 18, I, \"d\" c/c 29, II, da LB, a contar da data do requerimento administrativo. 2. O \u00a7 8\u00ba do artigo 57 da Lei n\u00ba 8.213/91 veda a percep\u00e7\u00e3o de aposentadoria especial por parte do trabalhador que continuar exercendo atividade especial.3. A restri\u00e7\u00e3o \u00e0 continuidade do desempenho da atividade por parte do trabalhador que obt\u00e9m aposentadoria especial cerceia, sem que haja autoriza\u00e7\u00e3o constitucional para tanto (pois a constitui\u00e7\u00e3o somente permite restri\u00e7\u00e3o relacionada \u00e0 qualifica\u00e7\u00e3o profissional), o desempenho de atividade profissional, e veda o acesso \u00e0 previd\u00eancia social ao segurado que implementou os requisitos estabelecidos na legisla\u00e7\u00e3o de reg\u00eancia.4. A regra em quest\u00e3o n\u00e3o possui car\u00e1ter protetivo, pois n\u00e3o veda o trabalho especial, ou mesmo sua continuidade, impedindo apenas o pagamento da aposentadoria. Nada obsta que o segurado permane\u00e7a trabalhando em atividades que impliquem exposi\u00e7\u00e3o a agentes nocivos sem requerer aposentadoria especial; ou que aguarde para se aposentar por tempo de contribui\u00e7\u00e3o, a fim de poder cumular o benef\u00edcio com a remunera\u00e7\u00e3o da atividade, caso mantenha o v\u00ednculo; como nada impede que se aposentando sem a considera\u00e7\u00e3o do tempo especial, pe\u00e7a, quando do afastamento definitivo do trabalho, a convers\u00e3o da aposentadoria por tempo de contribui\u00e7\u00e3o em aposentadoria especial. A regra, portanto, n\u00e3o tem por escopo a prote\u00e7\u00e3o do trabalhador, ostentando mero car\u00e1ter fiscal e cerceando de forma indevida o desempenho de atividade profissional.4. A interpreta\u00e7\u00e3o conforme a constitui\u00e7\u00e3o n\u00e3o tem cabimento quando conduz a entendimento que contrarie sentido expresso\nda lei.5. Reconhecimento da inconstitucionalidade do \u00a7 8\u00ba do artigo 57 da Lei n\u00ba 8.213/91. (Argui\u00e7\u00e3o De Inconstitucionalidade 5001401-\n77.2012.404.0000, Rel. Des. Federal Ricardo Teixeira Do Valle Pereira) (Grifo pr\u00f3prio).\nConsiderando todos os motivos elencados, resta demonstrada a inconstitucionalidade e a incoer\u00eancia do par\u00e1grafo 8\u00ba do artigo 57 da lei 8.213/91, que veda ao benefici\u00e1rio de aposentadoria especial o direito de exercer sua profiss\u00e3o, de forma que \u00e9 imperioso que seja garantido o livre exerc\u00edcio profissional ap\u00f3s a concess\u00e3o do benef\u00edcio.\n8\n\n\fDra. Mariana Lauria Lopes OAB/SC 37.328\nIII. REQUERIMENTO\nNestes termos, requer:\na) A CITA\u00c7\u00c3O do Instituto Nacional de Seguro Social \u2013 INSS, na pessoa de seu procurador aut\u00e1rquico, para, querendo, contestar os termos da presente;\nb) A PROCED\u00caNCIA da presente demanda, computando, inicialmente, os per\u00edodos referente \u00e0 Atividade Comum de 02.09.1986 a 05.04.1987, de 01.04.1994 a 12.12.1994, de 06.07.1996 a 21.07.1996, de 01.08.1998 a 20.06.2001, de 15.02.2004 a 03.03.2004, de 01.02.2010 a 20.03.2015 e de 01.12.2015 a 02.02.2017;\nb.1) Determinar a averba\u00e7\u00e3o do per\u00edodo referente \u00e0 Atividade Especial de 02.09.1986 a 05.04.1987, de 01.04.1994 a 12.12.1994, de 06.07.1996 a 21.07.1996, de 01.08.1998 a 20.06.2001, de 15.02.2004 a 03.03.2004, de 01.02.2010 a 20.03.2015 e de 01.12.2015 a 02.02.2017, totalizando um tempo de contribui\u00e7\u00e3o de 25 anos, 01 m\u00eas e 03 dias;\nc) A CONDENA\u00c7\u00c3O do Instituto Nacional do Seguro Social-INSS, a CONCEDER A APOSENTADORIA ESPECIAL NB 181.391.708-3 no momento da DER, ou seja, em 02.02.2017 e, em caso de n\u00e3o implemento dos requisitos m\u00ednimos necess\u00e1rios a concess\u00e3o desta;\nc.1) A CONDENA\u00c7\u00c3O do Instituto Nacional do Seguro Social-INSS, a CONCEDER A APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUI\u00c7\u00c3O no momento da DER, ou seja, em 02.02.2017, nos termos do artigo 122, da Lei n. 8213/91;\nd) Requer ainda o reconhecimento do direito do Autor em continuar a exercer labor com exposi\u00e7\u00e3o ao risco, sem que o seu livre exerc\u00edcio profissional prejudique a Aposentadoria Especial;\ne) Em caso de n\u00e3o implemento dos requisitos m\u00ednimos necess\u00e1rios a concess\u00e3o, REQUER A REAFIRMA\u00c7\u00c3O DA DER para quando o autor preenchia todos os requisitos para uma aposentadoria;\nf) A DETERMINA\u00c7\u00c3O para que o Requerido pague os valores que deixou de repassar ao segurado desde a DER (02.02.2017) at\u00e9 a senten\u00e7a, acrescidos de juros e corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, desde a data da entrada do requerimento na esfera administrativa, at\u00e9 o efetivo pagamento;\n9\n\n\fDra. Mariana Lauria Lopes OAB/SC 37.328\ng) A produ\u00e7\u00e3o de todos os meios de provas em direito admitidas, notadamente a documental acostada, o processo administrativo postulado, a oitiva de testemunhas que comparecer\u00e3o perante este Ju\u00edzo independente de intima\u00e7\u00e3o e todos os demais que se fizerem necess\u00e1rios para o deslinde da presente;\nh) A concess\u00e3o do benef\u00edcio da justi\u00e7a gratuita tendo em vista que a parte autora n\u00e3o tem recursos financeiros suficientes para custear as despesas processuais;\ni) A parte Autora RENUNCIA EXPRESSAMENTE aos valores que excederem o limite de 60 (sessenta) sal\u00e1rios m\u00ednimos, definidos como teto fixador da compet\u00eancia dos Juizados Especiais Federais, nos termos do artigo 3\u00ba da Lei n\u00ba 10.259/01.\nD\u00e1-se a causa o valor de R$ 1.000,00 (Um Mil Reais) para fins meramente fiscais.\nNestes termos, Pede deferimento.\nBlumenau, 22 de setembro de 2017.\nMariana Lauria Lopes OAB/SC 37.328\n10\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 4 (C\u00edvel) - IdDocumentoCompleto: 5009542-12.2018.4.04.7102-711544450944340781127440235926", "text": "EXCELENT\u00cdSSIMO JUIZ DE DIREITO DA 1\u00aa VARA FEDERAL DE SANTA MARIA-RS\nEMENTA: PREVIDENCI\u00c1RIO. APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUI\u00c7\u00c3O. RECONHECIMENTO DE ATIVIDADE ESPECIAL.\nARI VIEIRA DOS SANTOS, brasileiro, casado, pedreiro, portador do documento de identidade sob o n.\u00ba 1045213947, CPF sob o n.\u00ba 549.004.680-53, residente e domiciliado na rua Vinte, n\u00ba 10, bairro Juscelino Kubitschek, CEP 97.037.096, em Santa Maria/RS, vem a presen\u00e7a de Vossa Excel\u00eancia, por meio de sua procuradora signat\u00e1ria, propor a presente\nA\u00c7\u00c3O JUDICIAL PARA REVIS\u00c3O DE BENEF\u00cdCIO PREVIDENCI\u00c1RIO\ncontra o INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL (INSS), pessoa jur\u00eddica de direito p\u00fablico, na pessoa do seu representante legal, pelos fatos e fundamentos que a seguir aduz.\n1\n\n\f1. FATOS A Parte Autora requereu em 20/08/2018 a concess\u00e3o do benef\u00edcio\nde Aposentadoria por Tempo de Contribui\u00e7\u00e3o na ag\u00eancia da Previd\u00eancia Social da sua cidade.\nEntretanto, o benef\u00edcio restou indeferido pelo INSS, sob a alega\u00e7\u00e3o de que a parte autora n\u00e3o teria alcan\u00e7ado o tempo m\u00ednimo de contribui\u00e7\u00e3o exigido na legisla\u00e7\u00e3o para a concess\u00e3o da benesse.\nPor\u00e9m, o INSS n\u00e3o considerou no c\u00e1lculo do tempo de contribui\u00e7\u00e3o o per\u00edodo de atividade especial entre c\u00e1lculo do tempo de contribui\u00e7\u00e3o o per\u00edodo de atividade especial entre 01/08/1984 e 30/12/1987, 11/01/1988 e 31/10/1989, 13/02/1990 e 31/01/1992, 01/02/1992 e 23/11/1993, 11/04/1994 e 09/05/1996, 01/11/1996 e 22/04/2001, 01/11/2001 e 03/09/2010, laborados nos cargos de Contra Mestre, Oleiro, Pedreiro.\nCaso o INSS houvesse reconhecido o per\u00edodo de atividade especial que deixou de averbar, a parte autora teria direito \u00e0 concess\u00e3o do benef\u00edcio de aposentadoria por tempo de contribui\u00e7\u00e3o.\nDestarte, n\u00e3o restou outra alternativa ao demandante sen\u00e3o buscar a tutela jurisdicional do Estado para ver concedido o seu benef\u00edcio.\n2. FUNDAMENTA\u00c7\u00c3O DE M\u00c9RITO Veja-se, inicialmente, todos os per\u00edodos laborados pelo autor:\n\nEMPRESA\n\nDATA DE IN\u00cdCIO\n\nDATA DE SA\u00cdDA\n\nSociedade Pallotti\n\nVicente 01/08/1984\n\n30/12/1987\n\nDarci Roggia e Outros 11/01/1988\n\n31/10/1989\n\n2\n\n\fSociedade Pallotti\n\nVicente 13/02/1990\n\n23/11/1993\n\nAlvaro Peranzoni e 11/04/1994 Outros\n\n09/05/1996\n\nSociedade Pallotti\n\nVicente 04/11/1996\n\n27/04/2001\n\nSociedade Pallotti\n\nVicente 01/11/2001\n\n03/09/2010\n\nRecolhimento Individual\n\n01/08/2011\n\n31/05/2017\n\nAux\u00edlio-doen\u00e7a previdenci\u00e1rio\n\n31/05/2017\n\n27/11/2017\n\nTempo de Contribui\u00e7\u00e3o:\n\n30 anos, 03 meses e 18 dias.\n\nCom rela\u00e7\u00e3o ao reconhecimento da atividade exercida como especial, \u00e9 de ressaltar-se que o tempo de servi\u00e7o \u00e9 disciplinado pela lei em vigor \u00e0 \u00e9poca em que efetivamente exercido, passando a integrar, como direito adquirido, o patrim\u00f4nio jur\u00eddico do trabalhador.\nDesse modo, uma vez prestado o servi\u00e7o sob a \u00e9gide de legisla\u00e7\u00e3o que o ampara, o segurado adquire o direito \u00e0 contagem como tal, bem como \u00e0 comprova\u00e7\u00e3o das condi\u00e7\u00f5es de trabalho na forma ent\u00e3o exigida, n\u00e3o se\n\n3\n\n\faplicando retroativamente uma lei nova que venha a estabelecer restri\u00e7\u00f5es \u00e0\nadmiss\u00e3o do tempo de servi\u00e7o especial.\nNesse sentido, ali\u00e1s, \u00e9 a orienta\u00e7\u00e3o adotada pelo Supremo Tribunal\nFederal:\nAGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDIN\u00c1RIO. CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO E PREVIDENCI\u00c1RIO. ATIVIDADE INSALUBRE. CONTAGEM DO TEMPO DE SERVI\u00c7O PARA FINS DE APOSENTADORIA. PER\u00cdODO ANTERIOR \u00c0 SUPERVENI\u00caNCIA DO REGIME JUR\u00cdDICO \u00daNICO.\n1. Atividade insalubre, perigosa ou penosa. Contagem do tempo de servi\u00e7o para fins de aposentadoria. Possibilidade. O tempo de servi\u00e7o exercido alternadamente em atividade que seja ou venha a ser considerada perigosa, insalubre ou penosa \u00e9 somado, ap\u00f3s a respectiva convers\u00e3o, segundo crit\u00e9rios de equival\u00eancia fixados pelo MPAS, para efeito de qualquer esp\u00e9cie de aposentadoria. Legisla\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria vigente \u00e0 \u00e9poca da presta\u00e7\u00e3o laboral: Consolida\u00e7\u00e3o das Leis da Previd\u00eancia Social, artigo 35, \u00a7 2\u00ba.\n2. Superveni\u00eancia do Regime Jur\u00eddico \u00danico: novo regime jur\u00eddico que, apesar de prever a edi\u00e7\u00e3o de lei espec\u00edfica para regulamentar a concess\u00e3o de aposentadoria para os agentes p\u00fablicos que exercerem atividade em condi\u00e7\u00f5es insalubres, perigosas ou penosas, n\u00e3o desconsiderou nem desqualificou o tempo de servi\u00e7o prestado nos moldes da legisla\u00e7\u00e3o anterior (Lei n. 8.112/90, artigo 103, V). Agravo regimental n\u00e3o provido.\n(STF, AgRg no RE n. 431.200, 1\u00aa Turma, Min. Eros Grau, julgado em 29/03/2005, sem grifo no original).\nIgualmente \u00e9 o posicionamento consolidado do Superior Tribunal\nde Justi\u00e7a:\nEMBARGOS DE DIVERG\u00caNCIA. RECURSO ESPECIAL. PREVIDENCI\u00c1RIO. TEMPO DE SERVI\u00c7O ESPECIAL. EXPOSI\u00c7\u00c3O A RU\u00cdDO. LIMITE DE TOLER\u00c2NCIA. PER\u00cdODO DE 06/03/1997 A 18/11/2003. RETROA\u00c7\u00c3O DO DECRETO 4.882/2003. IMPOSSIBILIDADE. APLICA\u00c7\u00c3O DA LEI VIGENTE \u00c0 \u00c9POCA DA PRESTA\u00c7\u00c3O DO SERVI\u00c7O. MAT\u00c9RIA SUBMETIDA AO REGIME DO ART. 543-C DO CPC. 1. O tempo de servi\u00e7o \u00e9 regido pela legisla\u00e7\u00e3o vigente \u00e0 \u00e9poca da presta\u00e7\u00e3o, n\u00e3o sendo poss\u00edvel a aplica\u00e7\u00e3o retroativa do Decreto 4.882/2003. 2. \u00c9 de 90 decib\u00e9is o limite de toler\u00e2ncia que caracteriza, como de atividade especial, o tempo de servi\u00e7o prestado com exposi\u00e7\u00e3o a ru\u00eddo, no per\u00edodo compreendido entre 06/03/1997 e 18/11/2003, vig\u00eancia do Decreto 2.171/1997 - entendimento firmado no REsp 1.398.260/PR, representativo da controv\u00e9rsia. 3. Agravo regimental n\u00e3o provido. (STJ, AgRg no REsp 1232182/RS, Rel. Ministro OLINDO MENEZES (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TRF 1\u00aa REGI\u00c3O), PRIMEIRA TURMA, julgado em 08/09/2015, DJe 22/09/2015, sem grifo no original).\n4\n\n\fReferido posicionamento passou a ter expressa previs\u00e3o legislativa com a edi\u00e7\u00e3o do Decreto n.\u00ba 4.827/2003, o qual alterou a reda\u00e7\u00e3o do art. 70, \u00a71\u00ba, do Decreto n.\u00ba 3.048/99, in verbis:\n\nArt. 70. [...] \u00a7 1\u00b0 A caracteriza\u00e7\u00e3o e a comprova\u00e7\u00e3o do tempo de atividade sob condi\u00e7\u00f5es especiais obedecer\u00e1 ao disposto na legisla\u00e7\u00e3o em vigor na \u00e9poca da presta\u00e7\u00e3o do servi\u00e7o. (Grifou-se)\nFeita essa considera\u00e7\u00e3o e tendo em vista a diversidade de diplomas legais que se sucederam na disciplina da mat\u00e9ria, necess\u00e1rio, inicialmente, definir qual a legisla\u00e7\u00e3o aplic\u00e1vel ao presente caso, ou seja, qual a legisla\u00e7\u00e3o vigente quando da presta\u00e7\u00e3o da atividade pela Parte Autora.\n\nTem-se, ent\u00e3o, a seguinte evolu\u00e7\u00e3o legislativa quanto ao tema sub judice:\n\nPER\u00cdODO TRABALHADO At\u00e9 28/04/1995\nDe 29/04/1995 a 13/10/1996\nDe 14/10/1996 a 05/03/1997 De 06/03/1997 a 05/05/1999 A partir de 06/05/1999\n\nENQUADRAMENTO Quadro Anexo ao Decreto n\u00b0 53.831, de 1964. Anexos I e II do RBPS, aprovado pelo Decreto 83.080 de 1979. Sem Exig\u00eancia de Laudo T\u00e9cnico, exceto para ru\u00eddo (n\u00edvel de press\u00e3o sonora elevado). Anexo I do Decreto 83.080 de 1979. C\u00f3digo 1.0.0 do anexo ao Decreto n\u00b0 53.831, de 1964. Sem Exig\u00eancia de Laudo T\u00e9cnico, exceto para ru\u00eddo (n\u00edvel de press\u00e3o sonora elevado).\nAnexo I do Decreto 83.080 de 1979. C\u00f3digo 1.0.0 do anexo ao Decreto n\u00b0 53.831, de 1964. Com Exig\u00eancia de Laudo T\u00e9cnico, exceto para ru\u00eddo (n\u00edvel de press\u00e3o sonora elevado). Anexo IV do Decreto n\u00b0 2.172 de 1997. Com Exig\u00eancia de Laudo T\u00e9cnico para todos os agentes nocivos Anexo IV do Decreto n\u00b0 3.048 de 1999. Com Exig\u00eancia de Laudo T\u00e9cnico\n\n5\n\n\fpara todos os agentes nocivos\nRessalta-se que, muito embora a Lei n.\u00ba 9.032/95, que deu nova reda\u00e7\u00e3o ao \u00a7 3\u00ba do art. 57 da Lei n.\u00ba 8.213/91, tenha vedado a convers\u00e3o do tempo comum para especial, a 3\u00aa Se\u00e7\u00e3o do Colendo STJ consolidou o entendimento de que o trabalhador que tenha exercido atividades em condi\u00e7\u00f5es especiais, mesmo que posteriores a maio de 1998, tem direito \u00e0 convers\u00e3o do tempo de servi\u00e7o, de forma majorada, para fins de aposentadoria comum. Nesse sentido:\nAGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. APOSENTADORIA POR TEMPO DE SERVI\u00c7O. LABOR PRESTADO EM CONDI\u00c7\u00d5ES ESPECIAIS. CONVERS\u00c3O EM TEMPO COMUM AP\u00d3S 1988. POSSIBILIDADE. 1. O \u00a7 5\u00ba do art. 57 da Lei 8.213/91 est\u00e1 em plena vig\u00eancia, possibilitando a convers\u00e3o de todo tempo trabalhado em condi\u00e7\u00f5es especiais, ao trabalhador que tenha exercido atividades em condi\u00e7\u00f5es especiais, mesmo que posteriores a maio de 1998, em raz\u00e3o do direito adquirido, protegido constitucionalmente, \u00e0 convers\u00e3o do tempo de servi\u00e7o, de forma majorada, para fins de aposentadoria comum. 2. Agravo regimental a que se d\u00e1 parcial provimento. (STJ, AgRg no REsp 739107 / SP, 6\u00aa Turma, Ministro Og Fernandes, DJe 14/12/2009, sem grifo no original)\nPREVIDENCI\u00c1RIO E PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO ESPECIAL. APOSENTADORIA. SERVI\u00c7O PRESTADO EM CONDI\u00c7\u00d5ES ESPECIAIS AP\u00d3S MAIO DE 1998. CONVERS\u00c3O EM TEMPO COMUM. POSSIBILIDADE. ART. 60 DO DECRETO 83.080/79 E 6o. DA LICC. AUS\u00caNCIA DE PREQUESTIONAMENTO. RECURSO ESPECIAL DESPROVIDO. 1. Os pleitos previdenci\u00e1rios possuem relevante valor social de prote\u00e7\u00e3o ao Trabalhador Segurado da Previd\u00eancia Social, sendo, portanto, julgados sob tal orienta\u00e7\u00e3o exeg\u00e9tica. 2. O Trabalhador que tenha exercido atividades em condi\u00e7\u00f5es especiais, mesmo que posteriores a maio de 1998, tem direito adquirido, protegido constitucionalmente, \u00e0 convers\u00e3o do tempo de servi\u00e7o, de forma majorada, para fins de aposentadoria comum. 3. Agravo Regimental do INSS desprovido. (STJ, 5\u00aa Turma, AgRg no REsp 1104011 / RS, Ministro Napole\u00e3o Nunes Maia Filho, DJe 09/11/2009, sem grifo no original)\n6\n\n\fPara fins de enquadramento das categorias profissionais, devem ser considerados os Decretos n\u00bas 53.831/64 (Quadro Anexo - 2\u00aa parte) e 83.080/79 (Anexo II) at\u00e9 28/04/95, data da extin\u00e7\u00e3o do reconhecimento da atividade especial por presun\u00e7\u00e3o legal.\n\nJ\u00e1 para o enquadramento dos agentes nocivos, devem ser considerados os Decretos n\u00bas 53.831/64 (Quadro Anexo - 1\u00aa parte) e 83.080/79 (Anexo I) at\u00e9 05/03/97 e o Decreto n.\u00ba 2.172/97 (Anexo IV) no interregno compreendido entre 06/03/97 e 28/05/98.\nAl\u00e9m dessas hip\u00f3teses de enquadramento, sempre poss\u00edvel tamb\u00e9m a verifica\u00e7\u00e3o da especialidade da atividade no caso concreto, por meio de per\u00edcia t\u00e9cnica, nos termos da S\u00famula n.\u00ba 198 do extinto Tribunal Federal de Recursos (STJ, AGREsp n\u00ba 228832/SC, Relator Ministro Hamilton Carvalhido, Sexta Turma, DJU de 30-06-2003) .\n\n1988:\n\nVeja-se, para tanto, o artigo 201, \u00a71\u00ba da Constitui\u00e7\u00e3o Federal de\n\nArt. 201. A previd\u00eancia social ser\u00e1 organizada sob a forma de regime geral, de car\u00e1ter contributivo e de filia\u00e7\u00e3o obrigat\u00f3ria, observados crit\u00e9rios que preservem o equil\u00edbrio financeiro e atuarial, e atender\u00e1, nos termos da lei, a: (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Emenda Constitucional n\u00ba 20, de 1998) (Vide Emenda Constitucional n\u00ba 20, de 1998)\n\u00a7 1\u00ba \u00c9 vedada a ado\u00e7\u00e3o de requisitos e crit\u00e9rios diferenciados para a concess\u00e3o de aposentadoria aos benefici\u00e1rios do regime geral de\nprevid\u00eancia social, ressalvados os casos de atividades exercidas sob condi\u00e7\u00f5es especiais que prejudiquem a sa\u00fade ou a integridade f\u00edsica e quando se tratar de\nsegurados portadores de defici\u00eancia, nos termos definidos em lei complementar. (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Emenda Constitucional n\u00ba 47, de 2005) (Regulamento) (Vig\u00eancia)\nDestaca-se ainda, a fim de corroborar o ale o que reza o artigo 57,\n\u00a7 5\u00ba da Lei n\u00ba 8.213/91:\n\nArt. 57. A aposentadoria especial ser\u00e1 devida, uma vez cumprida a car\u00eancia exigida nesta Lei, ao segurado que tiver trabalhado sujeito a condi\u00e7\u00f5es especiais que prejudiquem a sa\u00fade ou a integridade f\u00edsica, durante 15 (quinze), 20 (vinte) ou 25 (vinte e cinco) anos, conforme dispuser a lei.\n\u00a7 5\u00ba O tempo de trabalho exercido sob condi\u00e7\u00f5es especiais que sejam ou venham a ser consideradas prejudiciais \u00e0 sa\u00fade ou \u00e0 integridade\n\n7\n\n\ff\u00edsica ser\u00e1 somado, ap\u00f3s a respectiva convers\u00e3o ao tempo de trabalho exercido em atividade comum, segundo crit\u00e9rios estabelecidos pelo Minist\u00e9rio da Previd\u00eancia e Assist\u00eancia Social, para efeito de concess\u00e3o de qualquer benef\u00edcio.\nA partir dos pressupostos processuais elencados supra, o Decreto n\u00ba 3.048/99, em seu artigo 70, disp\u00f5e de tabela \u00e0 ser utilizada para com vers\u00e3o, inclusive no caso em tela, sen\u00e3o vejamos:\nVeja-se os per\u00edodos laborados pelo demandante sob condi\u00e7\u00f5es habitual e permanentemente nocivas \u00e0 sa\u00fade:\n\uf0b7 Per\u00edodo entre 01/08/1984 e 30/12/1987 Empresa: Sociedade Vicente Pallotti Cargo: Oleiro Nesse sentido,\nPREVIDENCI\u00c1RIO. ATIVIDADE ESPECIAL. CATEGORIA PROFISSIONAL. OLEIRO. AGENTES NOCIVOS. RU\u00cdDO. CALOR. HABITUALIDADE E PERMAN\u00caNCIA NA EXPOSI\u00c7\u00c3O AOS AGENTES NOCIVOS. EPI. CUSTEIO. TEMPO DE SERVI\u00c7O ESPECIAL COMPROVADO \u2013 DIREITO \u00c0 AVERBA\u00c7\u00c3O. (...) 9. Comprovado o exerc\u00edcio de atividade que, sendo prejudiciais \u00e0 sa\u00fade ou \u00e0 integridade f\u00edsica do segurado, s\u00e3o enquadr\u00e1veis como especiais, imp\u00f5e-se sua averba\u00e7\u00e3o, para fins de concess\u00e3o da aposentadoria especial, ou para fins de c\u00f4mputo do acr\u00e9scimo decorrente de sua convers\u00e3o em tempo de servi\u00e7o comum, na obten\u00e7\u00e3o de aposentadoria por tempo de contribui\u00e7\u00e3o. (TRF-4APELREEX: 184620720154049999 RS 0018462-07.2015.4.04.9999, Relator: TA\u00cdS SCHILLING FERRAZ, Data de Julgamento: 23/05/2018, SEXTA TURMA) (grifo nosso)\n\uf0b7 Per\u00edodo entre 11/01/1988 e 31/10/1989\n8\n\n\fEmpresa: Darci Roggia e Outros\nCargo: Pedreiro\n\uf0b7 Per\u00edodo entre 03/02/1990 e 31/01/1992\nEmpresa: Sociedade Vicente Pallotti\nCargo: Pedreiro\n\uf0b7 Per\u00edodo entre 01/02/1992 e 23/11/1993\nEmpresa: Sociedade Vicente Pallotti\nCargo: Mestre de Obras\n\uf0b7 Per\u00edodo entre 11/04/1994 e 09/05/1996\nEmpresa: Alvaro Peranzoni e Outros\nCargo: Contra mestre\n\uf0b7 Per\u00edodo entre 01/11/1996 e 22/04/2001\nEmpresa: Sociedade Vicente Pallotti\nCargo: Pedreiro\n\uf0b7 Per\u00edodo entre 01/11/2001 e 03/09/2010\nEmpresa: Sociedade Vicente Pallotti\nCargo: Pedreiro\nNo que tange \u00e0 todo o per\u00edodo laborado como pedreiro, veja-se o que tem decidido a jurisprud\u00eancia p\u00e1tria:\nRECURSO ESPECIAL. PREVIDENCI\u00c1RIO. ATIVIDADE EXERCIDA EM CONDI\u00c7\u00d5ES ESPECIAIS AT\u00c9 O ADVENTO DA LEI N\u00ba 9.032/95. DESNECESSIDADE DE COMPROVA\u00c7\u00c3O DA INSALUBRIDADE, PRESUMIDA PELA LEGISLA\u00c7\u00c3O ANTERIOR. TEMPO DE SERVI\u00c7O. CONVERS\u00c3O EM TEMPO COMUM. POSSIBILIDADE. DIREITO ADQUIRIDO AO DISPOSTO NA LEGISLA\u00c7\u00c3O EM VIGOR \u00c0 \u00c9POCA DO TRABALHO ESPECIAL REALIZADO, N\u00c3O-INCID\u00caNCIA DO PRINC\u00cdPIO DA APLICABILIDADE IMEDIATA DA LEI PREVIDENCI\u00c1RIA. ROL EXEMPLIFICATIVO DAS ATIVIDADES\nESPECIAIS. TRABALHO EXERCIDO COMO PEDREIRO. AGENTE\nAGRESSIVO PRESENTE. PER\u00cdCIA FAVOR\u00c1VEL AO SEGURADO. N\u00c3O VIOLA\u00c7\u00c3O \u00c0 S\u00daMULA 7/STJ. PRECEDENTES. RECURSO ESPECIAL AO QUAL SE D\u00c1 PROVIMENTO. 1. O STJ adota a tese de que o direito ao c\u00f4mputo diferenciado do tempo de servi\u00e7o prestado em condi\u00e7\u00f5es especiais, por for\u00e7a das normas vigentes \u00e0 \u00e9poca da referida atividade, incorpora-se ao patrim\u00f4nio jur\u00eddico do segurado. Assim, \u00e9 l\u00edcita a sua convers\u00e3o em tempo de servi\u00e7o comum, n\u00e3o\n9\n\n\fpodendo ela sofrer qualquer restri\u00e7\u00e3o imposta pela legisla\u00e7\u00e3o posterior, em respeito ao princ\u00edpio do direito adquirido. (...) 3.A jurisprud\u00eancia se pacificou no sentido de que as atividades insalubres previstas em lei s\u00e3o meramente explicativas, o que permite afirmar que, na an\u00e1lise das atividades especiais, dever\u00e1\nprevalecer o intuito protetivo ao trabalhador. Sendo assim, n\u00e3o se parece razo\u00e1vel afirmar que o agente insalubre da atividade do pedreiro seria apenas uma caracter\u00edstica do seu local de trabalho, j\u00e1 que ele est\u00e1 em constante contato com o cimento, em diversas etapas de uma obra, \u00e0s vezes direta, outras indiretamente, n\u00e3o se podendo afirmar, com total seguran\u00e7a, que em algum momento ele deixar\u00e1 de interferir na sa\u00fade do trabalhador. (STJ- REsp: 354737 RS 2001/0128342-4, Relator:\nMinistra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, Data de Julgamento: 18/11/2008, T6- SEXTA TURMA, Data de Publica\u00e7\u00e3o: \uf0e0 DJe 09/12/2008) (grifo nosso)\nNo caso em tela, como pode-se observar acima, a parte autora laborou durante grande parte do tempo sob condi\u00e7\u00f5es nocivas \u00e0 sua sa\u00fade.\nNo tocante \u00e0 comprova\u00e7\u00e3o da exposi\u00e7\u00e3o ao agente nocivo, cuidando-se de per\u00edodo precedente \u00e0 vig\u00eancia da Lei n.\u00ba 9.032/95, que deu nova reda\u00e7\u00e3o aos par\u00e1grafos 3\u00ba e 4\u00ba do art. 57 da Lei de Benef\u00edcios, \u00e9 suficiente que a atividade seja enquadrada nas rela\u00e7\u00f5es dos Decretos n.\u00ba 53.831/64 ou 83.080/79, sendo dispens\u00e1vel exame pericial, exceto para a atividade com exposi\u00e7\u00e3o a ru\u00eddo. \u00c9 que certas categorias profissionais estavam arroladas como especiais em fun\u00e7\u00e3o da atividade profissional exercida pelo trabalhador, havendo, por conseguinte, uma presun\u00e7\u00e3o legal de exerc\u00edcio em condi\u00e7\u00f5es ambientais agressivas ou perigosas. Para essas hip\u00f3teses, o reconhecimento do tempo de servi\u00e7o especial n\u00e3o depende da exposi\u00e7\u00e3o efetiva aos agentes insalubres.\nA referida presun\u00e7\u00e3o legal prevaleceu at\u00e9 a publica\u00e7\u00e3o da Lei n.\u00ba 9.032/95, de 28.04.95, que, al\u00e9m de estabelecer a obrigatoriedade do trabalho em condi\u00e7\u00f5es especiais de forma permanente, n\u00e3o ocasional e nem intermitente, passou a exigir para a comprova\u00e7\u00e3o da atividade especial os formul\u00e1rios SB-40 e DSS-8030, o que subsistiu at\u00e9 o advento do Decreto n\u00ba 2.172 de 06.03.1997.\n10\n\n\fCom a edi\u00e7\u00e3o do referido decreto, que veio regulamentar a MP n.\u00ba 1.523, de 11.10.1996, convertida na Lei n\u00ba 9.528, de 10.12.97, passou-se a exigir a elabora\u00e7\u00e3o de laudo t\u00e9cnico de condi\u00e7\u00f5es ambientais do trabalho expedido por m\u00e9dico do trabalho ou engenheiro de seguran\u00e7a do trabalho.\nAssim, por qualquer \u00e2ngulo que se analise a quest\u00e3o, resta demonstrado o direito do autor de ver reconhecidos os per\u00edodos laborados sob condi\u00e7\u00f5es especiais.\nLogo, computado o per\u00edodo em que exerceu a atividade exercida sob condi\u00e7\u00f5es especiais e, somadas essas contribui\u00e7\u00f5es \u00e0quelas j\u00e1 consideradas pelo INSS quando do requerimento do benef\u00edcio, conclui-se que a parte autora possui tempo de contribui\u00e7\u00e3o suficiente, fazendo jus ao benef\u00edcio de aposentadoria por tempo de contribui\u00e7\u00e3o com reconhecimento de atividade especial.\n\n3. REQUERIMENTOS Diante do exposto, requer:\n\n1. A cita\u00e7\u00e3o do Instituto Nacional do Seguro Social \u2013 INSS, na pessoa do seu representante legal, para que responda a presente demanda, no prazo legal, sob pena de revelia;\n\n2. A concess\u00e3o do benef\u00edcio da justi\u00e7a gratuita em virtude da Parte Autora n\u00e3o poder arcar com o pagamento das custas processuais e honor\u00e1rios advocat\u00edcios sem preju\u00edzo do seu sustento ou de sua fam\u00edlia, condi\u00e7\u00e3o que expressamente declara, na forma do art. 4\u00ba da Lei n.\u00ba 1.060/50;\n\npara:\n\n3. A condena\u00e7\u00e3o do Instituto Nacional do Seguro Social \u2013 INSS\n\n3.a. Reconhecer e averbar os per\u00edodos entre 01/08/1984 e 30/12/1987, 11/01/1988 e 31/10/1989, 13/02/1990 e 23/11/1993,\n\n11\n\n\f11/04/1994 e 09/05/1996, 04/11/1996 e 27/04/2001, 01/11/2001 e 03/09/2010, 01/08/2011 e 31/05/2017 e entre 31/05/2017 e 27/11/2017.\n3.b. Reconhecer e averbar, bem como realizar a convers\u00e3o do per\u00edodo de atividade especial laborados entre 20/06/1986 e 09/11/1986, 01/12/1986 e 14/08/1987, 01/09/1987 e 15/11/1988, 02/01/1989 e 12/03/1991, 10/05/2011 e 31/01/2014, 01/02/2014 e 30/11/2015 e entre 01/12/2015 e 14/08/2017.\n4. A condena\u00e7\u00e3o do Instituto Nacional do Seguro Social \u2013 INSS para conceder o benef\u00edcio de aposentadoria por tempo de contribui\u00e7\u00e3o com reconhecimento de tempo especial, bem como pagar as parcelas vencidas desde a data do requerimento administrativo, monetariamente corrigidas desde o respectivo vencimento e acrescidas de juros legais morat\u00f3rios, ambos incidentes at\u00e9 a data do efetivo pagamento;\n5. A condena\u00e7\u00e3o do Instituto Nacional do Seguro Social \u2013 INSS para arcar com as custas processuais e honor\u00e1rios advocat\u00edcios;\n6. A reserva dos honor\u00e1rios advocat\u00edcios contratuais com requisi\u00e7\u00e3o em separado dos valores do Autor e de seus Advogados (30%) e ap\u00f3s, sejam requisitados os valores dos atrasados em sua integralidade para satisfa\u00e7\u00e3o da presente execu\u00e7\u00e3o;\n7. Requer, ainda, em eventual enquadramento da parte autora em outra modalidade de aposentadoria, a altera\u00e7\u00e3o da mesma tendo em vista ser o melhor benef\u00edcio;\n8. Requer, por fim, provar o alegado por todos os meios de prova admitidos em direito, notadamente a documental e testemunhal.\n9. Informa, por fim, n\u00e3o ter interesse na realiza\u00e7\u00e3o de audi\u00eancia de\nconcilia\u00e7\u00e3o/media\u00e7\u00e3o, nos termos do art. 334, \u00a74\u00ba, I do CPC/2015.\nD\u00e1-se \u00e0 causa o valor de R$ 15.264,00.\n12\n\n\fTermos em que, Pede deferimento.\nSanta Maria, 10 de Dezembro de 2018. Manoela Chagas Fortes\nOAB RS/79.855\n13\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 5 (C\u00edvel) - IdDocumentoCompleto: 5006155-89.2014.4.04.7114-711408362514612911180000000011", "text": "EXMO (A) SR (A) JUIZ (A) FEDERAL DA 2\u00aa VARA FEDERAL DA CIRCUNSCRI\u00c7\u00c3O JUDICI\u00c1RIA DE LAJEADO - RS\nAposentadoria por tempo de servi\u00e7o com acr\u00e9scimo decorrente da convers\u00e3o de atividade especial em comum\nELENIZA ELENA LEUZE KUNZ, brasileira, casada, industri\u00e1ria, portadora do RG n\u00ba 2058233673, CTPS n\u00ba 28752/00043-RS, PIS n\u00ba 12491702268, CPF n\u00ba 720.765.420-00, residente e domiciliada em Nova Santa Cruz, interior, na cidade de Santa Clara do Sul, RS, vem \u00e0 presen\u00e7a de V. Exa., por sua procuradora, propor a presente\nA\u00c7\u00c3O PREVIDENCI\u00c1RIA\ncontra\nINSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL INSS, Autarquia Federal, com ag\u00eancia na cidade de Lajeado (RS), pelos fatos e fundamentos que passa a expor e, ao final, requerer:\nI \u2013 DOS FATOS\n1.1 Breve hist\u00f3rico da vida profissional da Requerente:\n1. A Requerente nasceu em 11 de abril de 1975, em Santa Clara do Sul, RS. De 11 de abril de 1987 a 02 de mar\u00e7o de 1993 desenvolveu atividades rurais em regime de economia familiar, junto a terras de propriedade de sua fam\u00edlia. A Autarquia R\u00e9 reconheceu como sendo especial e enquadrou como tempo de servi\u00e7o somente at\u00e9 a data de 31/10/1991, informando que os per\u00edodos posteriores somente poderiam ser considerados caso fossem\n\n\findenizados, provid\u00eancia j\u00e1 tomada pela Autora, mediante a quita\u00e7\u00e3o, na data de 25/06/2014, do valor R$ 6.345,25, referente ao per\u00edodo de 01/11/1991 a 31/03/1993, conforme comprovante de pagamento em anexo.\nPortanto uma vez preenchido o requisito da indeniza\u00e7\u00e3o do per\u00edodo rural postulado, requer o enquadramento deste como sendo de tempo de servi\u00e7o.\nEm 03 de mar\u00e7o de 1993, a Autora come\u00e7ou a trabalhar sob o regime da Consolida\u00e7\u00e3o das Leis do Trabalho, como auxiliar de ind\u00fastria, para Cal\u00e7ados Andreza Ltda., no qual permaneceu at\u00e9 13 de maio de 2011. A partir de ent\u00e3o, a Autora seguiu trabalhando em atividade urbana, conforme descri\u00e7\u00f5es abaixo, tudo conforme comprovam as c\u00f3pias da CTPS e demais documentos em anexo.\n2. Resumidamente, a Requerente desenvolveu as seguintes atividades, perfazendo o tempo de servi\u00e7o demonstrado no \u201crelat\u00f3rio de c\u00e1lculo de tempo de servi\u00e7o\u201d anexo \u00e0 presente a\u00e7\u00e3o:\n1) de 02/03/1981 a 02/03/1993, como trabalhadora rural \u2013 regime de economia familiar, em terras de sua fam\u00edlia (per\u00edodo enquadrado como sendo de tempo de servi\u00e7o pela Autarquia R\u00e9 somente at\u00e9 a data de 31/10/1991);\n2) de 03/03/1993 a 13/05/2011, como auxiliar de ind\u00fastria, para Cal\u00e7ados Andreza Ltda.;\n3) de 04/07/2011 a 11/12/2013, como operador j\u00fanior, para Cal\u00e7ados Beira Rio S/A.\n3. Ocorre que no contrato de trabalho exercido junto \u00e0 Cal\u00e7ados Andreza Ltda., empresa acima grifada, a Requerente laborou em atividades que a sujeitavam a permanecer, habitualmente, exposta a condi\u00e7\u00f5es nocivas \u00e0 sa\u00fade e integridade f\u00edsica, em raz\u00e3o do contato com produtos qu\u00edmicos e ru\u00eddos, raz\u00e3o pela qual vem postular a convers\u00e3o desses per\u00edodos de trabalho, exercidos em condi\u00e7\u00f5es especiais em atividade comum, com o c\u00f4mputo desses per\u00edodos no seu tempo de servi\u00e7o.\n\n\f1.2 Somat\u00f3rio dos per\u00edodos laborais da Requerente:\n\nEfetuado o somat\u00f3rio dos per\u00edodos laborais prestados pela Requerente, a\u00ed inclu\u00eddos o per\u00edodo de atividade urbana bem como o per\u00edodo rural trabalhado em regime de economia familiar, resulta a Requerente com tempo de servi\u00e7o de 30 anos 1 m\u00eas e 18 dias, conforme relat\u00f3rio em anexo, o que corresponde \u00e0 possibilidade de obten\u00e7\u00e3o da aposentadoria por tempo de servi\u00e7o integral, equivalente ao percentual de 100% (cem por cento) do sal\u00e1riode-benef\u00edcio.\n\n1.3 Da pretens\u00e3o resistida por parte do INSS:\n\nEm raz\u00e3o do per\u00edodo de atividade encontrado, a Autora protocolou junto ao Posto de Benef\u00edcios do Instituto-R\u00e9u, no munic\u00edpio de Lajeado, seu pedido de aposentadoria por tempo de servi\u00e7o integral, sendo os seguintes os dados do seu processo administrativo:\n\n1. N\u00ba do Requerimento Administrativo\n2. Data do requerimento administrativo\n3. Raz\u00f5es do indeferimento\n\n165.620.284-8\n12/12/2013\nProcesso indeferido por falta de tempo de contribui\u00e7\u00e3o at\u00e9 16/12/1998 ou at\u00e9 a DER.\n\nPesquisando mais a fundo o motivo do indeferimento, a Requerente descobriu que o Instituto Demandado n\u00e3o computou o tempo de servi\u00e7o exercido sob atividades especiais com o acr\u00e9scimo de 20%, bem como n\u00e3o computou todo o per\u00edodo de labor rural, raz\u00e3o pela qual chegou a t\u00e3o \u00ednfimo tempo de contribui\u00e7\u00e3o ap\u00f3s a contagem dos seus per\u00edodos laborais.\nOcorre que a Requerente n\u00e3o pode se conformar com tal decis\u00e3o, uma vez que, no momento do protocolo do pedido, trazia consigo exatamente todos os documentos que junta neste momento aos autos, al\u00e9m de outros mais, que quedaram com o \u00f3rg\u00e3o Demandado, todos eles comprobat\u00f3rios do trabalho rural, como se ver\u00e1 a seguir.\n1.4 Do trabalho rural\nDe 11 de abril de 1987 a 02 de mar\u00e7o de 1993, a Autora desenvolveu atividades rurais em regime de economia familiar, junto a terras de propriedade de sua fam\u00edlia, conforme amplamente comprovado nos autos\n\n\fmediante juntada de notas fiscais de produtor rural em nome de seu pai, hist\u00f3rico escolar, certid\u00e3o de casamento e depoimento de testemunhas, que confirmaram o car\u00e1ter especial das atividades desenvolvidas pela Autora naquele per\u00edodo.\nA Autarquia R\u00e9 reconheceu como sendo especial e enquadrou como tempo de servi\u00e7o somente at\u00e9 a data de 31/10/1991, informando que os per\u00edodos posteriores somente poderiam ser considerados caso fossem indenizados, provid\u00eancia j\u00e1 tomada pela Autora, mediante a quita\u00e7\u00e3o, na data de 25/06/2014, do valor R$ 6.345,25, referente ao per\u00edodo de 01/11/1991 a 31/03/1993, conforme comprovante de pagamento em anexo.\nPortanto uma vez preenchido o requisito da indeniza\u00e7\u00e3o do per\u00edodo rural postulado, requer o enquadramento deste como sendo de tempo de servi\u00e7o, eis que comprovado o labor rural em regime de economia familiar durante todo o per\u00edodo.\n1.5 Do trabalho urbano\nA Requerente comprova a realiza\u00e7\u00e3o de trabalho urbano mediante a apresenta\u00e7\u00e3o de c\u00f3pia de sua CTPS, onde constam todos os contratos cumpridos sob o regime da Consolida\u00e7\u00e3o das Leis do Trabalho pela mesma, inclusive os exercidos sob condi\u00e7\u00f5es especiais, todos mencionados linhas acima. Requer sejam todos esses per\u00edodos computados no seu tempo de servi\u00e7o.\n1.6 Das atividades exercidas em condi\u00e7\u00f5es especiais:\nConforme mencionado linhas acima, durante o per\u00edodo trabalhado em atividade urbana junto \u00e0 ind\u00fastria de Cal\u00e7ados Andreza Ltda. a Requerente laborou exposta a agentes agressivos, os quais permitem considerar as atividades exercidas nesses per\u00edodos como sendo especiais.\nAssim, a Autora requereu, junto \u00e0 Autarquia Previdenci\u00e1ria, o benef\u00edcio de Aposentadoria por Tempo de Servi\u00e7o, com reconhecimento de per\u00edodos trabalhados em atividade sujeita a condi\u00e7\u00f5es especiais, com sua convers\u00e3o em tempo de servi\u00e7o comum, que foi indeferido, conforme documento anexo.\n\n\fDados sobre as atividades especiais:\n\nPer\u00edodo\n03/03/1993 a 13/05/2011\n\nProfiss\u00e3o\nAuxiliar de ind\u00fastria\n\nAgente nocivo\n\nEmpresa\n\nRu\u00eddo, cola e\n\nCal\u00e7ados Andreza Ltda.\n\nsolvente\n\nDentre as provas documentais apresentadas, a Autora juntou:\n( x ) C\u00f3pia da Carteira de Trabalho e Previd\u00eancia Social; ( x ) Formul\u00e1rio PPP emitido pela empresa Cal\u00e7ados Andreza Ltda. ( x ) Laudo T\u00e9cnico de Atualiza\u00e7\u00e3o do Programa de Preven\u00e7\u00e3o de Riscos Ambientais da empresa Cal\u00e7ados Andreza Ltda.\nEm rela\u00e7\u00e3o \u00e0s provas apresentadas, cabe destacar que, efetivamente, os formul\u00e1rios PPP bem como o laudo t\u00e9cnico PPRA, ambos emitidos pela empresa Cal\u00e7ados Andreza Ltda., reconhecem o contato da requerente com os ru\u00eddos e agentes insalut\u00edferos acima mencionados, confirmando as alega\u00e7\u00f5es da Autora, detalhando as condi\u00e7\u00f5es de trabalho da mesma, o contato com os agentes nocivos e o uso ou n\u00e3o de Equipamentos de Prote\u00e7\u00e3o Individual.\nFrisa-se, inclusive, que a utiliza\u00e7\u00e3o de EPI\u2019s informada nos formul\u00e1rios PPP n\u00e3o descaracteriza o tempo de servi\u00e7o especial prestado, conforme entendimento adotado pelo Egr\u00e9gio Tribunal Regional Federal da 4\u00aa Regi\u00e3o, citando-se como exemplo a seguinte decis\u00e3o:\nE M E N T A : PREVIDENCI\u00c1RIO. REVIS\u00c3O DE BENEF\u00cdCIO. APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUI\u00c7\u00c3O. HIDROCARBONETOS. RU\u00cdDO. EPI. 1. \u00c9 obrigat\u00f3rio o reexame de senten\u00e7a il\u00edquida - ou se a condena\u00e7\u00e3o for de valor certo (l\u00edquido) e superior a sessenta (60) sal\u00e1rios m\u00ednimos - proferida contra a Uni\u00e3o, os Estados, o Distrito Federal, os Munic\u00edpios e as respectivas autarquias e funda\u00e7\u00f5es de direito p\u00fablico, consoante decis\u00e3o proferida pela Corte Especial do Superior Tribunal de Justi\u00e7a no julgamento do Recurso Especial Repetitivo n.\u00ba 1101727/PR, em 04-11-09. 2. A convers\u00e3o da atividade especial para comum pode ser feita mesmo em per\u00edodo posterior a 28.05.98, pois a Lei n\u00ba 9.711, de 28 de\n\n\fnovembro de 1998, deixou de convalidar a revoga\u00e7\u00e3o do \u00a75\u00ba do art. 57 da Lei n\u00ba 8.213/91 prevista na Medida Provis\u00f3ria n\u00ba 1663-10. N\u00e3o obstante o art. 28 da Lei 9.711 estabele\u00e7a crit\u00e9rios para convers\u00e3o do tempo especial em comum at\u00e9 28.05.98, pressupondo a revoga\u00e7\u00e3o do mencionado \u00a75\u00ba, o legislador ordin\u00e1rio deixou de converter em lei a referida revoga\u00e7\u00e3o, motivo pelo qual descabe qualquer limita\u00e7\u00e3o temporal ao direito do segurado. 3. \u00c9 poss\u00edvel o enquadramento como especial da atividade prestada sob exposi\u00e7\u00e3o a ru\u00eddo superior a 80 dB at\u00e9 05.03.1997, em face da vig\u00eancia concomitante dos Decretos 53.831/64 (c\u00f3digo 1.1.6) e 83.080/79 (c\u00f3digo 1.1.5 do anexo I). A partir dessa data o n\u00edvel de ru\u00eddo deve ser superior a 90 dB, e a partir de 19.11.2003 deve ser superior a 85 dB para possibilitar o enquadramento como atividade especial. 4. O uso de Equipamento de Prote\u00e7\u00e3o Individual (EPI), ainda que elimine a insalubridade, no caso de exposi\u00e7\u00e3o a ru\u00eddo, n\u00e3o descaracteriza o tempo de servi\u00e7o especial prestado. 5. A exposi\u00e7\u00e3o habitual e permanente a hidrocarbonetos durante a jornada de trabalho torna a atividade especial, pois esses agentes est\u00e3o arrolados nos itens 1.2.11 do quadro do Decreto n\u00ba 53.831/64, 1.2.10 do Decreto n\u00ba 83.080/79, 1.0.3, do Decreto 2.172/97, 1.0.3 d (utiliza\u00e7\u00e3o de produtos que contenham benzeno, como colas, tintas, vernizes, produtos gr\u00e1ficos e solventes) e 1.0.7, b, do Decreto 3.048/99 (utiliza\u00e7\u00e3o de \u00f3leos minerais e parafinas), impondo a devida convers\u00e3o para atividade comum. 6. Na data da DER, a parte autora tem direito \u00e0 aposentadoria por tempo de contribui\u00e7\u00e3o integral, com renda mensal de 100% do sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio e incid\u00eancia do fator previdenci\u00e1rio, nos termos dos arts. 52 e 53, I e II, da Lei n\u00ba 8.213/91, c/c o art. 201, \u00a7 7\u00ba, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal. (TRF4 5011079-93.2011.404.7100, Quinta Turma, Relator p/ Ac\u00f3rd\u00e3o Rogerio Favreto, D.E. 04/07/2012) (grifamos)\nAssim, diante das provas apresentadas, n\u00e3o resta d\u00favida de que a Requerente efetivamente laborou em atividades consideradas especiais nesses per\u00edodos. De qualquer forma, requer a Autora a realiza\u00e7\u00e3o de uma per\u00edcia t\u00e9cnica, por perito designado por este MM. Ju\u00edzo, a fim de que reste incontroverso este ponto no presente feito.\nII - DO DIREITO:\nA legisla\u00e7\u00e3o onde se encontra amparado o direito da Autora Requisitos legais exigidos para a concess\u00e3o da aposentadoria por tempo de servi\u00e7o:\nA) A qualidade de segurado:\nA Demandante prova a sua qualidade de segurada empregada, assim definido no artigo 11, inciso I, letra \u201ca\u201d, da Lei no 8.213/91, atrav\u00e9s da\n\n\fc\u00f3pia de sua Carteira de Trabalho e Previd\u00eancia Social, conforme orienta\u00e7\u00e3o do par\u00e1grafo 2o do artigo 60, do Decreto no 2.172/97.\nB) O evento determinante: tempo de servi\u00e7o\nInicialmente, importante frisar que o tempo de servi\u00e7o da Demandante pode ser dividido em duas esp\u00e9cies: de atividade comum n\u00e3o sujeita a qualquer esp\u00e9cie de convers\u00e3o e de atividade especial, sujeita \u00e0 convers\u00e3o em atividade comum, diante da incid\u00eancia da insalubridade/periculosidade ou do exerc\u00edcio de profiss\u00e3o enquadrada como sendo especial pela legisla\u00e7\u00e3o vigente \u00e0 \u00e9poca, raz\u00e3o pela qual deve ser computado no total do tempo de servi\u00e7o, o percentual previsto de 20% (vinte por cento).\nConforme antes mencionado, a atividade urbana, segundo preceitua o art. 60, par\u00e1grafo 2o, letra \u201ca\u201d, do decreto no 2.172/97, est\u00e1 satisfatoriamente comprovada pela c\u00f3pia da CTPS em anexo.\nEm rela\u00e7\u00e3o \u00e0 aposentadoria especial, a Autora alega que nos per\u00edodos supra descritos laborou sujeita a condi\u00e7\u00f5es especiais \u00e0 sua sa\u00fade e integridade f\u00edsica, nos seguintes termos:\na) trabalhou em atividade profissional especial, elencada nos Decretos n. 53.831, de 25-03-1964 e n. 83.080, de 24-01-1979, o que garante seu c\u00f4mputo como tempo de servi\u00e7o especial independentemente de laudo pericial at\u00e9 29-041995, data do advento da Lei 9.032, que passou a exigir prova de efetiva submiss\u00e3o aos agentes nocivos; OU\nb) trabalhou em atividade que o submetia, de modo habitual e permanente, a algum dos agentes nocivos elencados nos Decretos n. 53.831, de 25-03-1964 e n. 83.080, de 24-01.-979. O enquadramento em tais diplomas perdurou at\u00e9 0503-1997, quando passou a ser disciplinado no Decreto 2.172. Por fim, desde 6-51999, os agentes nocivos encontram previs\u00e3o no Decreto 3.048. Entende que, pelo menos at\u00e9 o advento da Lei 9.032/95, que passou a exigir prova de efetiva submiss\u00e3o aos agentes nocivos, a comprova\u00e7\u00e3o de que seu labor foi especial pode dar-se pela apresenta\u00e7\u00e3o dos formul\u00e1rios SB-40 ou DSS-8030.\nc) Alega que tem direito adquirido (art. 5\u00ba, XXXIV, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal) a ver considerados tais per\u00edodos como tempo de servi\u00e7o especial, de acordo com a sistem\u00e1tica vigente \u00e0 \u00e9poca em que o labor foi executado. Ainda, que tem direito \u00e0 convers\u00e3o de todo o tempo de servi\u00e7o especial em tempo de servi\u00e7o comum, consoante facultado pelo \u00a7 5\u00ba do art. 57 da Lei 8.213/91. Embora tal dispositivo tenha sido revogado pela Medida Provis\u00f3ria n. 1663, de 28-5-1998,\n\n\fem tendo o Congresso Nacional rejeitado tal revoga\u00e7\u00e3o quando de sua convers\u00e3o na Lei 9.711, de 20 de novembro de 1998, continua sendo vi\u00e1vel a convers\u00e3o.\nAfirma a Autora que, somando-se o per\u00edodo especial convertido em comum ao restante tempo de servi\u00e7o comum, atinge tempo suficiente \u00e0 aposenta\u00e7\u00e3o por tempo de servi\u00e7o, antes do advento da Emenda Constitucional n\u00ba 20, de 15-12-1998, tendo, portanto, direito adquirido ao benef\u00edcio de forma proporcional ou integral, consoante disposto em seu art. 3\u00ba.\nCaso assim n\u00e3o considere o julgador, a Autora, no m\u00ednimo, enquadra-se na regra de transi\u00e7\u00e3o do art. 9\u00ba, \u00a7 1\u00ba, da Emenda Constitucional n. 20, que resguarda o direito \u00e0 aposenta\u00e7\u00e3o proporcional \u00e0queles que antes de seu advento j\u00e1 fossem filiados ao Regime Geral de Previd\u00eancia Social.\nEm \u00faltimo caso, argumenta que lhe assiste direito \u00e0 aposentadoria por tempo de contribui\u00e7\u00e3o, nos moldes do art. 201, \u00a7 7\u00ba,I, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal.\nAl\u00e9m disso, se houver totalizado o tempo m\u00ednimo para a aposentadoria integral ou proporcional antes do advento da Lei 9.876, de 26 de novembro de 1999, argumenta ter direito adquirido a renda mensal inicial de seu benef\u00edcio calculada pela aplica\u00e7\u00e3o do percentual respectivo sobre a m\u00e9dia aritm\u00e9tica simples dos 36 \u00faltimos sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o monetariamente atualizados, integrantes de um per\u00edodo b\u00e1sico de c\u00e1lculo de 48 meses, sem aplica\u00e7\u00e3o do fator previdenci\u00e1rio. Tal pretens\u00e3o esteia-se no art. 6\u00ba da Lei 9.876/99, que garante ao segurado que at\u00e9 o dia anterior \u00e0 publica\u00e7\u00e3o do diploma tenha cumprido os requisitos para a concess\u00e3o do benef\u00edcio o c\u00e1lculo consoante as regras ent\u00e3o vigentes, isto \u00e9, de acordo com os art. 29 da Lei 8.213/91, em sua reda\u00e7\u00e3o original.\nPor fim, caso n\u00e3o lhe assista direito \u00e0 aposenta\u00e7\u00e3o, postula a averba\u00e7\u00e3o do tempo de servi\u00e7o em discuss\u00e3o como submetido a condi\u00e7\u00f5es especiais, com sua convers\u00e3o em tempo de servi\u00e7o comum.\nNo que se refere \u00e0 data de in\u00edcio do benef\u00edcio, dever\u00e1 reger-se pelo disposto no art. 54 da Lei 8.213/91.\nC) Comprova\u00e7\u00e3o da exposi\u00e7\u00e3o da Autora aos agentes nocivos \u00e0 sa\u00fade:\nA comprova\u00e7\u00e3o da exposi\u00e7\u00e3o da Autora a agentes agressivos que permitem enquadrar suas atividades como sendo especiais encontra-se devidamente atendida, pela apresenta\u00e7\u00e3o do Perfil Profissiogr\u00e1fico Previdenci\u00e1rio e do Laudo T\u00e9cnico de Avalia\u00e7\u00e3o de Riscos Ambientais, emitidos pela empresa Cal\u00e7ados Andreza Ltda., que fazem prova do exerc\u00edcio das atividades em condi\u00e7\u00f5es especiais.\n\n\fAdemais, caso entenda Vossa Excel\u00eancia ser insuficiente os documentos acima mencionados, poder\u00e1 ser nomeado Perito do Ju\u00edzo, a fim de elaborar novo laudo t\u00e9cnico pericial, dando conta da exist\u00eancia de insalubridade/periculosidade nas atividades desenvolvidas pela Autora.\nQuanto \u00e0 possibilidade de convers\u00e3o das atividades exercidas mesmo ap\u00f3s maio de 1998, destaca a parte autora que o art. 28 da Medida Provis\u00f3ria n\u00ba 1.663/10, de 28.05.1998, n\u00e3o foi convalidado pela Lei 9.711/98, quando de sua convers\u00e3o, em 20.11.1998. Entende a requerente que \u00e9 poss\u00edvel, mesmo depois de 28/05/98, a convers\u00e3o do tempo de servi\u00e7o especial em comum, nos termos da reda\u00e7\u00e3o original do art. 57, \u00a7 5\u00ba da Lei n\u00ba 8.213/91, em pleno vigor, nada obstante a reda\u00e7\u00e3o do art. 28 da Lei n\u00ba 9.711/98, que n\u00e3o o revogou, nem t\u00e1cita, nem expressamente. Na colid\u00eancia entre preceptivos legais, haver-se-\u00e1 de prestigiar aquele cuja reda\u00e7\u00e3o seja a mais clara e consent\u00e2nea com o sistema jur\u00eddico em que inserido, o que infelizmente n\u00e3o restou observado na decis\u00e3o recorrida.\nPara afastar qualquer d\u00favida acerca da mat\u00e9ria, a atual reda\u00e7\u00e3o do art. 70 do Regulamento da Previd\u00eancia Social (Decreto n\u00ba 3.048/99), dada pelo Decreto n\u00ba 4.827/2003, admite expressamente a convers\u00e3o do tempo de atividade especial em tempo de servi\u00e7o comum, de acordo com a tabela especificada no citado dispositivo, asseverando o \u00a72o que \u201cas regras de convers\u00e3o de tempo de atividade sob condi\u00e7\u00f5es especiais em tempo de atividade comum constantes deste artigo aplicam-se ao trabalho prestado em qualquer per\u00edodo\u201d (grifo nosso).\nCabe lembrar que recentemente a Turma Nacional de Uniformiza\u00e7\u00e3o de Jurisprud\u00eancia dos Juizados Especiais Federais (TNU), decidiu, por maioria, cancelar o enunciado n\u00ba 16 da s\u00famula de jurisprud\u00eancia da pr\u00f3pria TNU. O texto cancelado impedia a convers\u00e3o do tempo de servi\u00e7o comum em especial, para o trabalhador que tivesse exercido atividade insalubre em per\u00edodo posterior a 28 de maio de 1998, mat\u00e9ria id\u00eantica \u00e0 discutida na presente a\u00e7\u00e3o.\nD) Cumprimento da car\u00eancia exigida em lei:\nConsiderando que a Demandante requereu sua aposentadoria por tempo de servi\u00e7o no ano de 2013, segundo a mencionada tabela, dever\u00e1 contar com, no m\u00ednimo, 180 meses de contribui\u00e7\u00e3o. Segundo se verifica dos documentos inclusos, em especial sua CTPS, conclui-se que a mesma est\u00e1\n\n\fcontribuindo para a Previd\u00eancia Social desde mar\u00e7o de 1993. Logo, est\u00e1 mais do que preenchido o requisito relativo ao per\u00edodo de car\u00eancia.\nIII - DO PEDIDO\nDiante do exposto, requer:\na) o recebimento da presente peti\u00e7\u00e3o inicial, bem assim a determina\u00e7\u00e3o de seu registro e autua\u00e7\u00e3o na forma da Lei;\nb) a cita\u00e7\u00e3o do Instituto Demandado, na pessoa de seu Procurador-Regional, para que apresente contesta\u00e7\u00e3o, querendo, no prazo legal;\nc) A condena\u00e7\u00e3o do INSS a:\n1. Averbar, em favor da Autora, o per\u00edodo de 01/11/1991 a 02/03/1993 como tempo rural, laborado em regime de economia familiar;\n2. Averbar, em favor da Autora, o per\u00edodo de 03/03/1993 a 13/05/2011 como laborado em condi\u00e7\u00f5es especiais, convertendo-os em tempo de servi\u00e7o comum, com o acr\u00e9scimo legal de 20% do tempo de servi\u00e7o;\n3. computar o tempo de servi\u00e7o especial convertido em tempo comum ao restante do tempo de servi\u00e7o rural e urbano j\u00e1 reconhecidos administrativamente e ao tempo rural postulado no item 1 acima;\n4. conceder ao (\u00e0) autor (a) o benef\u00edcio de:\n3.1) aposentadoria integral por tempo de servi\u00e7o ou contribui\u00e7\u00e3o, acaso compute pelo menos 30 (trinta) anos de servi\u00e7o, correspondente a 100% do sal\u00e1rio-debenef\u00edcio, bem como a pagar as parcelas vencidas e vincendas, monetariamente corrigidas desde o respectivo vencimento e acrescidas de juros legais morat\u00f3rios, incidentes at\u00e9 a data do efetivo pagamento OU, alternativamente, 3.2) aposentadoria proporcional por tempo de servi\u00e7o, acaso compute mais de 25 (vinte e cinco) e menos de 30 (trinta) anos de servi\u00e7o, bem como a pagar as parcelas vencidas e vincendas, monetariamente corrigidas desde o respectivo vencimento e acrescidas de juros legais morat\u00f3rios, incidentes at\u00e9 a data do efetivo pagamento;\n\n\f5. calcular a renda mensal inicial do benef\u00edcio calculada pela aplica\u00e7\u00e3o do percentual respectivo (correspondente \u00e0 aposentadoria proporcional ou integral) sobre a m\u00e9dia aritm\u00e9tica simples dos 36 \u00faltimos sal\u00e1rios-decontribui\u00e7\u00e3o monetariamente atualizados, integrantes de um per\u00edodo b\u00e1sico de c\u00e1lculo de 48 meses, sem aplica\u00e7\u00e3o do fator previdenci\u00e1rio (art. 29 da Lei 8.213/91, em sua reda\u00e7\u00e3o original);\n6. seja julgado PROCEDENTE o pedido e condenada a Autarquia-R\u00e9 ao pagamento das custas processuais e da verba honor\u00e1ria advocat\u00edcia, esta arbitrada em 20% (vinte por cento) sobre o valor da condena\u00e7\u00e3o;\n7. A concess\u00e3o do benef\u00edcio da Assist\u00eancia Judici\u00e1ria Gratuita \u00e0 Autora, uma vez que a mesma \u00e9 pessoa pobre, na acep\u00e7\u00e3o legal do termo, n\u00e3o possuindo condi\u00e7\u00f5es de arcar com as despesas processuais sem preju\u00edzo do sustento pr\u00f3prio e de sua fam\u00edlia, conforme anexa Declara\u00e7\u00e3o.\nProtesta por todo o g\u00eanero de provas em Direito admitidas, especialmente a juntada de documentos, realiza\u00e7\u00e3o de per\u00edcia t\u00e9cnica e oitiva de testemunhas.\nD\u00e1-se \u00e0 causa, para fins processuais, o valor de R$ 1.753,74.\nNestes Termos, Pede DEFERIMENTO.\nLajeado, 14 de agosto de 2014.\np.p. FERNANDA PINHEIRO BROD OAB(RS) 51.594\np.p. FABIANE DECKER FAURI OAB(RS) 73.771\n\n\f" } ], "similar_texts_federais_solon": [ { "header": "Texto Similar 1 (Solon) - IdDocumentoCompleto: 5032245-26.2021.4.04.7200-721635162142435556042283691725", "text": "AO JU\u00cdZO DA VARA FEDERAL DE FLORIAN\u00d3POLIS \u2013 SE\u00c7\u00c3O JUDICI\u00c1RIA DE SANTA CATARINA\nSEGREDO DE JUSTI\u00c7A\nAssunto: Aposentadoria por Tempo de Contribui\u00e7\u00e3o \u2013 Regra de Transi\u00e7\u00e3o n\u00ba 1, com reconhecimento de atividade especial e convers\u00e3o em tempo comum. Pr\u00e9vio Requerimento Administrativo. Valor da causa: R$ 126.000,97 (cento e vinte e seis mil reais e noventa e sete centavos).\nKARLA SALETE TRATSK NITZ, brasileira, casada, m\u00e9dica, inscrita no RG n\u00ba 2146436 SSP/SC, CPF n\u00ba 657.230.749-20, residente e domiciliada na Rua Prefeito Jos\u00e9 Koerich, n\u00ba 5333, Centro, Santo Amaro da Imperatriz/SC, CEP 88.140-000, vem, por meio de seus procuradores constitu\u00eddos, propor a presente:\nA\u00c7\u00c3O DE CONCESS\u00c3O DE APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUI\u00c7\u00c3O \u2013 REGRA DE TRANSI\u00c7\u00c3O N\u00ba 1: PONTOS, COM RECONHECIMENTO E CONVERS\u00c3O\nDE TEMPO ESPECIAL EM COMUM\nEm face do INSTITUTO NACIONAL DE SEGURIDADE SOCIAL, com sede no pr\u00e9dio da Autarquia na Pra\u00e7a Pereira Oliveira, 13 \u2013 5\u00ba andar \u2013 sala 503 \u2013 Ed. IPASE - Florian\u00f3polis/SC - CEP: 88.010-540, pelos motivos de fato e de direito a seguir aduzidos:\n\n\f1. PRELIMINARMENTE\n1.1. Do segredo de justi\u00e7a\nA regra de publicidade dos atos processuais pode ser sopesada quando a lide ou os documentos nela acostados disserem a respeito da intimidade das partes, tal como ocorre no presente caso.\nO C\u00f3digo de Processo Civil, no inciso III do artigo 189, institui a necessidade de segredo de justi\u00e7a em causas que versem sobre dados \u00edntimos, vejamos:\nArt. 189. Os atos processuais s\u00e3o p\u00fablicos, todavia tramitam em segredo de justi\u00e7a os processos: III - em que constem dados protegidos pelo direito constitucional \u00e0 intimidade;\nA comprova\u00e7\u00e3o do direito do autor carece de documentos que tratam de todas as informa\u00e7\u00f5es acerca de dados pessoais, dentre quais os sal\u00e1rios, lugar de labor, RG, CPF e outros.\nSendo assim, para que se preserve a intimidade da parte, requerse a este Douto Ju\u00edzo que determine a tramita\u00e7\u00e3o do feito sob segredo de justi\u00e7a.\n1.2. Da Justi\u00e7a Gratuita\nA autora \u00e9 pessoa hipossuficiente e n\u00e3o tem condi\u00e7\u00f5es de arcar com custas e despesas processuais sem preju\u00edzo pr\u00f3prio e ou de sua fam\u00edlia, de forma que faz jus aos benef\u00edcios da gratuidade judicial, garantidos pelo art. 98 do CPC/2015 e pela CF/88.\n2. DA S\u00cdNTESE F\u00c1TICA\n\n\fA Autora iniciou sua contribui\u00e7\u00e3o ao Regime Geral de Previd\u00eancia Social em 01/08/1984 e, desde a sua filia\u00e7\u00e3o, vem exercendo a atividade de M\u00c9DICA, estando exposta a agentes nocivos.\nNo dia 17/07/2020, buscando a concess\u00e3o do benef\u00edcio de Aposentadoria, protocolou requerimento administrativo, o qual tramitou sob o n\u00famero de protocolo 128697603.\nOcorre que o INSS negou o benef\u00edcio, pois reconheceu apenas 33 anos, 3 meses e 4 dias de contribui\u00e7\u00e3o, tendo deixado de computar diversas compet\u00eancias para o c\u00e1lculo das contribui\u00e7\u00f5es.\nColaciona-se tabela com as informa\u00e7\u00f5es relevantes acerca do benef\u00edcio pleiteado:\n\nDADOS PARA APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUI\u00c7\u00c3O\n\nSEGURADA:\n\nKARLA SALETE TRATSK NITZ\n\nNIT:\n\n114.55677.18-8\n\nNASCIMENTO:\n\n05/01/1971\n\nTEMPO DE CONTRIBUI\u00c7\u00c3O:\n\n37 ANOS, 05 MESES E 21 DIAS\n\nIDADE NA DER:\n\n49 ANOS\n\nSECRETARIA DE ESTADO DA SEGURAN\u00c7A P\u00daBLICA DE SANTA CATARINA: CTC MUNIC\u00cdPIO DE BIGUA\u00c7U:\nATIVIDADE ESPECIAL\n\n01/02/1999 A 19/01/2000\n01/08/1998 A 31/12/1998 01/01/1999 A 01/08/1999 02/08/1999 A 30/10/1999 01/08/1998 a 31/12/1998 01/01/1999 a 01/08/1999 01/01/1999 a 30/11/1999 02/08/1999 a 30/10/1999 01/12/1999 a 31/12/1999 01/02/2000 a 30/04/2006 01/04/2006 a 31/03/2009 15/05/2006 a 30/06/2006 01/06/2006 a 30/06/2006 01/10/2006 a 31/10/2006 01/11/2006 a 30/11/2006 01/12/2006 a 31/12/2006 01/06/2007 a 31/07/2007 01/12/2008 a 10/03/2009\n\n\f11/03/2009 a 08/07/2009 01/05/2009 a 30/06/2020 01/04/2018 a 31/08/2019 01/08/2018 a 31/08/2018 01/10/2018 a 31/10/2018 01/01/2019 a 31/03/2019 01/10/2019 a 31/01/2020\n\n\f\f\fDessa forma, visto que preenchidos os requisitos para a aposentadoria por tempo de contribui\u00e7\u00e3o pela regra de transi\u00e7\u00e3o n\u00ba 1 (pontos), passa-se a an\u00e1lise das peculiaridades do caso e da prova da atividade especial de m\u00e9dica.\n3. DO DIREITO\n3.1. DA APOSENTADORIA PELA REGRA DE TRANSI\u00c7\u00c3O 1\nA aposentadoria \u2013 regra de transi\u00e7\u00e3o 1 possui previs\u00e3o no art. 15 da EC 103/2019.\nOs requisitos para concess\u00e3o deste benef\u00edcio s\u00e3o: a) tempo m\u00ednimo 30 anos de contribui\u00e7\u00e3o para mulheres e 35\nanos para os homens; b) Somat\u00f3rio da idade e do tempo de contribui\u00e7\u00e3o, inclu\u00eddas as\nfra\u00e7\u00f5es, equivalentes a 86 pontos para mulheres e 96 pontos para os homens; Da an\u00e1lise do dispositivo legal, constata-se, portanto, que s\u00e3o dois os requisitos para a concess\u00e3o do benef\u00edcio em tela: (a) tempo de contribui\u00e7\u00e3o, (b) pontua\u00e7\u00e3o.\n\n\f3.1.1. Do Tempo de Contribui\u00e7\u00e3o Feitas estas considera\u00e7\u00f5es iniciais, verifica-se o tempo de\ncontribui\u00e7\u00e3o exigido para que a Autora preencha os requisitos desta modalidade de aposentadoria \u00e9 30 anos de tempo de contribui\u00e7\u00e3o.\nAssim, a Autora preenche os requisitos tempo de contribui\u00e7\u00e3o, pois na DER conta com 37 anos, 05 meses e 21 dias de tempo de contribui\u00e7\u00e3o, o que lhe garante o direito ao benef\u00edcio requerido. 3.1.2. Da pontua\u00e7\u00e3o\nQuanto \u00e0 pontua\u00e7\u00e3o, a Autora possui 87,06 pontos, o que torna o requisito superado.\nDiante do exposto, comprovados os requisitos necess\u00e1rios, faz jus a Autora a concess\u00e3o do benef\u00edcio, desde a data de entrada do requerimento. 3.2. DOS PER\u00cdODOS N\u00c3O CONSIDERADOS PELO INSS 3.2.1. Dos v\u00ednculos p\u00fablicos\n\n\fA Autora teve v\u00ednculo com a Prefeitura Municipal de Bigua\u00e7u no per\u00edodo de 01/08/1998 a 31/12/1998, 01/01/1999 a 01/08/1999 e 02/08/1999 a 30/10/1999, conforme Certid\u00f5es de Tempo de Contribui\u00e7\u00e3o e Declara\u00e7\u00f5es de Tempo de Contribui\u00e7\u00f5es destinadas ao INSS anexas. Vejamos:\n\u25cf 01/08/1998 a 31/12/1998:\n\u25cf 01/08/1998 a 01/08/1999 e 01/08/1999 a 30/10/1999\n\n\f\fRessalta que o per\u00edodo laborado para o Estado de Santa Catarina de 01/02/1999 a 19/01/2000, conforme CTC anexada no processo administrativo, requerido para fins de contagem de tempo de contribui\u00e7\u00e3o, restou reconhecido administrativamente pela Autarquia, devidamente regularizado no CNIS da autora, tornando o per\u00edodo incontroverso.\nDessa forma, requer sejam somadas as contribui\u00e7\u00f5es 01/08/1998 a 31/12/1998, 01/01/1999 a 01/08/1999 e de 02/08/1999 a 30/10/1999 (Munic\u00edpio de Bigua\u00e7u), bem como do per\u00edodo de 01/02/1999 a 19/01/2000 (Estado de Santa Catarina) em que a Autora laborou nos referidos v\u00ednculos p\u00fablicos em seu tempo de contribui\u00e7\u00e3o.\n3.3. DA ATIVIDADE ESPECIAL\nRequer a Autora a aposentadoria pela regra de transi\u00e7\u00e3o 1, com reconhecimento e convers\u00e3o do per\u00edodo laborado em atividade especial pela exposi\u00e7\u00e3o aos agentes nocivos \u00e0 sa\u00fade e integridade f\u00edsica.\nA Autora exerceu a atividade laboral de M\u00c9DICA com exposi\u00e7\u00e3o aos agentes nocivos \u00e0 sa\u00fade e integridade f\u00edsica, para fins de c\u00f4mputo de atividade especial, nos seguintes per\u00edodos:\n\u2022 01/08/1998 a 31/12/1998 \u2022 01/01/1999 a 01/08/1999 \u2022 01/01/1999 a 30/11/1999 \u2022 02/08/1999 a 30/10/1999 \u2022 01/12/1999 a 31/12/1999 \u2022 01/02/2000 a 30/04/2006 \u2022 01/04/2006 a 31/03/2009 \u2022 15/05/2006 a 30/06/2006 \u2022 01/06/2006 a 30/06/2006\n\n\f\u2022 01/10/2006 a 31/10/2006 \u2022 01/11/2006 a 30/11/2006 \u2022 01/12/2006 a 31/12/2006 \u2022 01/06/2007 a 31/07/2007 (incontroverso) \u2022 01/12/2008 a 10/03/2009 \u2022 11/03/2009 a 08/07/2009 \u2022 01/05/2009 a 30/06/2020 \u2022 01/04/2018 a 31/08/2019 \u2022 01/08/2018 a 31/08/2018 \u2022 01/10/2018 a 31/10/2018 \u2022 01/01/2019 a 31/03/2019 \u2022 01/10/2019 a 31/01/2020\nCumpre ressaltar que o INSS reconheceu, no processo administrativo, a atividade especial da Autora no per\u00edodo de 01/06/2007 a 31/07/2007, tornando-se tal per\u00edodo incontroverso.\nAssim, requer o reconhecimento dos citados per\u00edodos como atividades especiais e consequente convers\u00e3o de tempo especial em comum.\n3.3.1. Da atividade especial ap\u00f3s 28/04/1995\nAtualmente a caracteriza\u00e7\u00e3o da atividade especial depende da comprova\u00e7\u00e3o pelo Segurado, perante o INSS, do tempo de trabalho permanente, n\u00e3o ocasional nem intermitente, exercido em condi\u00e7\u00f5es especiais que prejudiquem a sa\u00fade ou a integridade f\u00edsica, nos termos do que prescreve o artigo 57 \u00a75\u00ba da Lei 8.213/91, in verbis:\nArt. 57 (...) \u00a7 5\u00ba O tempo de trabalho exercido sob condi\u00e7\u00f5es especiais que sejam ou venham a ser consideradas prejudiciais \u00e0 sa\u00fade ou \u00e0\n\n\fintegridade f\u00edsica ser\u00e1 somado, ap\u00f3s a respectiva convers\u00e3o ao tempo de trabalho exercido em atividade comum, segundo crit\u00e9rios estabelecidos pelo Minist\u00e9rio da Previd\u00eancia e Assist\u00eancia Social, para efeito de concess\u00e3o de qualquer benef\u00edcio.\nCom efeito, n\u00e3o h\u00e1 d\u00favida que as condi\u00e7\u00f5es ensejadoras para o reconhecimento da atividade especial pleiteada est\u00e3o reunidas no presente caso, o que se afirma com arrimo nos documentos anexos.\nFeitas essas considera\u00e7\u00f5es, passa-se \u00e0 an\u00e1lise conjunta dos agentes nocivos aos quais a Autora estava exposta, quando do desempenho de atividades t\u00edpicas da fun\u00e7\u00e3o de m\u00e9dico.\nPor oportuno, no que tange \u00e0 exposi\u00e7\u00e3o a agentes nocivos, evidente que as atividades de m\u00e9dica exercidas pela Autora considerando o contato constante com agentes nocivos \u00e0 sa\u00fade, \u00e9 caracterizadora de atividade especial.\nEm vista disso, \u00e9 imperativo o reconhecimento da especialidade do labor desempenhado nos per\u00edodos em apre\u00e7o, sobretudo porque COMPROVADA a nocividade, habitualidade e perman\u00eancia da Autora no local onde presente agentes nocivos \u00e0 sa\u00fade!\nPortanto, demonstrado o exerc\u00edcio da atividade especial, \u00e9 direito da Autora ver reconhecido e convertido o tempo de labor especial, por ser express\u00e3o da mais l\u00eddima e salutar justi\u00e7a!\n3.3.2. Da comprova\u00e7\u00e3o por meio de PPP\nA Autora laborou exercendo a fun\u00e7\u00e3o de m\u00e9dica, a comprova\u00e7\u00e3o da exposi\u00e7\u00e3o aos agentes nocivos se d\u00e1 atrav\u00e9s do PPP anexo, como se pode verificar a seguir:\n\n\f\u25cf 01/08/1998 a 30/10/1999 (Munic\u00edpio de Bigua\u00e7u):\n\u25cf 01/01/1999 a 30/11/1999, 01/12/1999 a 31/12/1999, 01/02/2000 a 30/04/2006, 01/06/2006 a 30/06/2006 (Aut\u00f4nomo):\n\u25cf 01/04/2006 a 31/03/2009 e 01/05/2009 a 30/06/2020 (UNIMED Grande Florian\u00f3polis \u2013 Cooperativa De Trabalho M\u00e9dico):\n\u25cf 01/10/2006 a 31/10/2006, 01/12/2006 a 31/12/2006, 01/06/2007 a 31/07/2007 (Sociedade Hospitalar S\u00e3o Francisco):\n\n\f\u25cf Educa\u00e7\u00e3o):\n\n01/11/2006 a 30/11/2006 (Funda\u00e7\u00e3o Catarinense De\n\n\u25cf 01/04/2018 a 31/08/2019, 01/10/2019 a 31/01/2020 (Ophtalmotrauma Ltda \u2013 Clinica Oftalmol\u00f3gica):\n\n\u25cf 01/08/2018 a 31/08/2018, 01/10/2018 a 31/10/2018, 01/01/2019 a 31/03/2019 (Fundo do Plano de Sa\u00fade dos Servidores P\u00fablicos Estaduais de Santa Catarina):\n\n\fAssim sendo, a Autora requer o reconhecimento do labor especial ap\u00f3s 29/04/1995, pela exposi\u00e7\u00e3o aos agentes nocivos \u00e0 sa\u00fade, com a convers\u00e3o em tempo comum aplicando-se o fator 1,2.\n3.3.3. Da atividade especial no per\u00edodo de aux\u00edlio-doen\u00e7a\nDentre os per\u00edodos que a Autora busca o reconhecimento da atividade especial existem per\u00edodos de aux\u00edlio-doen\u00e7a, sendo estes de 01/12/2008 a 10/03/2009 e 11/03/2009 a 08/07/2009.\nO STJ proferiu entendimento de que o per\u00edodo de aux\u00edlio-doen\u00e7a pode ser reconhecido como especial no Tema repetitivo 988, como se pode verificar a seguir:\nO Segurado que exerce atividades em condi\u00e7\u00f5es especiais, quando em gozo de aux\u00edlio-doen\u00e7a, seja acident\u00e1rio ou previdenci\u00e1rio, faz jus ao c\u00f4mputo desse mesmo per\u00edodo como tempo de servi\u00e7o especial.\nInconteste, portanto, o direito da Autora ao reconhecimento e convers\u00e3o da atividade especial tamb\u00e9m no per\u00edodo em que percebeu aux\u00edlio-doen\u00e7a, tendo em vista nos per\u00edodos anteriores e posteriores a percep\u00e7\u00e3o do benef\u00edcio exercia atividade especial, conforme comprova\u00e7\u00e3o no item anterior.\n\n\fPortanto, \u00e9 direito da Autora ver reconhecido como atividade especial os per\u00edodos de 01/12/2008 a 10/03/2009 e 11/03/2009 a 08/07/2009 em que percebeu aux\u00edlio-doen\u00e7a, com a convers\u00e3o em tempo comum.\n4. DO PEDIDO SUBSIDI\u00c1RIO DE REAFIRMA\u00c7\u00c3O DA DER\nSubsidiariamente, na remota hip\u00f3tese de n\u00e3o se reconhecer a especialidade do per\u00edodo laborado junto ao Munic\u00edpio de Bigua\u00e7u, t\u00e3o somente como comum, vem requerer a reafirma\u00e7\u00e3o da DER para data em que esta implementa os requisitos, ou seja, 22/07/2020.\nTamb\u00e9m, subsidiariamente, na remota hip\u00f3tese de n\u00e3o se reconhecer o direito ao benef\u00edcio de Aposentadoria por Tempo de Contribui\u00e7\u00e3o pela Regra de Transi\u00e7\u00e3o n\u00ba1 na data do requerimento administrativo efetuado pela Autora, vem requerer a reafirma\u00e7\u00e3o da DER para data em que esta implementa os requisitos.\n5. DOS PEDIDOS.\nDiante do exposto requer: 1) A tramita\u00e7\u00e3o do feito sob segredo de justi\u00e7a; 2) O deferimento do pedido de gratuidade judicial; 3) A cita\u00e7\u00e3o do r\u00e9u para responder o feito, assim querendo, dentro do prazo legal, sob as penas da lei; 4) A proced\u00eancia dos pedidos para: a) Reconhecer como incontroverso o reconhecimento da atividade especial no per\u00edodo de 01/06/2007 a 31/07/2007, visto que j\u00e1 houve reconhecimento na via administrativa; b) Que sejam somadas as contribui\u00e7\u00f5es de 01/08/1998 a 31/12/1998, 01/01/1999 a 01/08/1999, 02/08/1999 a 30/10/1999 em que a\n\n\fAutora laborou para a PREFEITURA MUNICIPAL DE BIGUA\u00c7U no seu tempo de contribui\u00e7\u00e3o, conforme CTC em anexo;\nc) O reconhecimento da atividade especial com base nos PPP\u2019s apresentados, tendo em vista que sempre trabalhou exposta aos agentes nocivos \u00e0 sa\u00fade e integridade f\u00edsica, nos per\u00edodos de:\n\u25cf 01/01/1999 a 30/11/1999; \u25cf 01/08/1999 a 30/10/1999; \u25cf 01/08/1999 a 30/11/1999; \u25cf 01/12/1999 a 31/12/1999; \u25cf 01/02/2000 a 30/04/2006; \u25cf 01/04/2006 a 31/03/2009; \u25cf 01/06/2006 a 30/06/2006; \u25cf 01/10/2006 a 31/10/2006; \u25cf 01/11/2006 a 30/11/2006 \u25cf 01/12/2006 a 31/12/2006; \u25cf 01/06/2007 a 31/07/2007; \u25cf 01/12/2008 a 10/03/2009; \u25cf 11/03/2009 a 08/07/2009; \u25cf 01/05/2009 a 30/06/2020; \u25cf 01/04/2018 a 31/08/2019; \u25cf 01/08/2018 a 31/08/2018; \u25cf 01/10/2018 a 31/10/2018; \u25cf 01/01/2019 a 31/03/2019; \u25cf 01/10/2019 a 31/01/2020. d) Seja realizada a devida convers\u00e3o da atividade especial em tempo comum, aplicando-se o fator 1.2 (mulher); e) Com fulcro no art. 680 e ss. da IN n\u00b0 77/2015, do INSS/PRESS, e no art. 59, do Decreto n\u00b0 3.048/99, havendo per\u00edodos na CTPS ou no CNIS n\u00e3o expressamente requeridos, ainda que concomitantes entre si, o Autora\n\n\fn\u00e3o abre m\u00e3o de utiliz\u00e1-los nos c\u00e1lculos de tempo de contribui\u00e7\u00e3o, de RMI e de car\u00eancia, para todos os fins previdenci\u00e1rios;\nf) Acerca do reconhecimento da atividade especial, requerse seja analisada a especialidade de todos os per\u00edodos de contribui\u00e7\u00e3o, ainda que concomitantes entre si, cujo trabalho tenha se dado exposto a agentes nocivos, para fins de reconhecimento de direito, mesmo que sem efeito pr\u00e1tico para os c\u00e1lculos de tempo de contribui\u00e7\u00e3o, com base no art. 680 e ss. da IN n\u00b0 77/2015, do INSS/PRESS, art. 66, do Decreto n\u00b0 3.048/99 e no art. 20, do NCPC;\ng) Condenar a autarquia R\u00e9 a conceder o benef\u00edcio de aposentadoria por tempo de contribui\u00e7\u00e3o pela regra de transi\u00e7\u00e3o 1, desde a DER, ou seja, 17/07/2020, pagando \u00e0 Autora as parcelas vincendas e vencidas acrescidas dos juros e corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria;\nh) Subsidiariamente, na remota hip\u00f3tese de n\u00e3o se reconhecer como tempo especial o per\u00edodo laborado junto ao Munic\u00edpio de Bigua\u00e7u, e t\u00e3o somente como tempo comum, vem requerer a reafirma\u00e7\u00e3o da DER para data em que esta implementa os requisitos para a aposentadoria pela regra de transi\u00e7\u00e3o n\u00ba 1, ou seja, 22/07/2020;\ni) Subsidiariamente, caso a Autora n\u00e3o preencha os requisitos da aposentadoria pela regra de transi\u00e7\u00e3o 1, requer seja projetada a DER para a data em que a Autora supera os requisitos para concess\u00e3o de aposentadoria sem a incid\u00eancia do fator previdenci\u00e1rio;\nj) Subsidiariamente, caso a Autora mesmo com a proje\u00e7\u00e3o da DER n\u00e3o preencha os requisitos da aposentadoria pela regra de transi\u00e7\u00e3o 1, requer seja concedida aposentadoria que fizer jus;\nk) Sejam os sal\u00e1rios de contribui\u00e7\u00e3o da atividade principal somados \u00e0s das atividades secund\u00e1rias, com base no art. 32, da Lei 8.213/91, com altera\u00e7\u00e3o trazida pela Lei 13.846/2019;\n\n\f5) Intimar o r\u00e9u para que traga aos autos na primeira oportunidade que lhe couber, a c\u00f3pia do processo administrativo com a sua conclus\u00e3o;\n6) A condena\u00e7\u00e3o do r\u00e9u ao pagamento de honor\u00e1rios advocat\u00edcios, na base de 20% (vinte por cento) sobre o valor da condena\u00e7\u00e3o;\n7) Protesta pela produ\u00e7\u00e3o de todos os meios de prova em direito admitidos, em especial a documental e pericial, sem preju\u00edzo de outras que eventualmente se fizerem necess\u00e1rias ao longo da instru\u00e7\u00e3o\n8) Requer, ainda, com base no \u00a7 4\u00ba do art. 22 da Lei n\u00ba 8.906/1994, que, ao final da presente demanda, caso sejam encontradas diferen\u00e7as em favor da Parte Autora, quando da expedi\u00e7\u00e3o da RPV ou do precat\u00f3rio, os valores referentes aos honor\u00e1rios contratuais (contrato anexo) sejam expedidos em nome da sociedade COELHO, MARTINS & PAWLICK \u2013 ADVOGADOS ASSOCIADOS, CNPJ 13.608.937/0001-96, no percentual constante no contrato de honor\u00e1rios em anexo, assim como eventuais honor\u00e1rios de sucumb\u00eancia\n9) Deixa de manifestar interesse na concilia\u00e7\u00e3o, tendo em vista que a natureza da causa n\u00e3o comporta a auto composi\u00e7\u00e3o\nD\u00e1-se o valor da causa de R$ 126.000,97 (cento e vinte e seis mil reais e noventa e sete centavos).\nNestes termos, pede e espera deferimento. Florian\u00f3polis, 25 de outubro de 2021.\n\nVICTOR HUGO COELHO MARTINS OAB/SC 30.095\n\nKLEBER COELHO OAB/SC 11.669\n\nTHIAGO PAWLICK MARTINS OAB/SC 44.665\n\nFERNANDO OLIVEIRA CABRAL OAB/SC 44.256\n\n\f\u25cf Rol de documentos:\n1. Procura\u00e7\u00e3o; 2. Identidade; 3. Comprovante de resid\u00eancia; 4. Declara\u00e7\u00e3o de Hipossufici\u00eancia; 5. CTPS; 6. C\u00f3pia do Processo Administrativo; 7. CTC e PPP \u2013 Munic\u00edpio de Bigua\u00e7u; 8. PPP \u2013 Aut\u00f4nomo; 9. PPP \u2013 Unimed; 10. PPP \u2013 Sociedade Hospitalar S\u00e3o Francisco de Assis; 11. PPP \u2013 Funda\u00e7\u00e3o Catarinense de Educa\u00e7\u00e3o Especial; 12. PPP \u2013 Ophtalmotrauma; 13. PPP \u2013 Fundo do Plano de Sa\u00fade dos Serv. P\u00fabl. Est. de S.C.; 14. Extrato Previdenci\u00e1rio (CNIS); 15. C\u00e1lculo do Tempo de Contribui\u00e7\u00e3o; 16. C\u00e1lculo do Valor da Causa; 17. Contrato de Honor\u00e1rios.\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 2 (Solon) - IdDocumentoCompleto: 5001914-77.2020.4.04.7012-701592589793870760165700354047", "text": "EXCELENT\u00cdSSIMO SENHOR DOUTOR JU\u00cdZ DA VARA PREVIDENCI\u00c1RIA DA JUSTI\u00c7A FEDERAL DE PATO BRANCO DO ESTADO PARAN\u00c1\nDELAIR TERESINHA LIRA MACHADO, brasileira, casada, diretora geral de Centro de Forma\u00e7\u00e3o de Condutores, inscrita no CPF sob n\u00ba 649.128.339-91, com C\u00e9dula de Identidade n\u00ba 602746 SSP/RO, residente e domiciliada na Rua Ol\u00edmpio Marques, n\u00ba 71, bairro S\u00e3o Jos\u00e9, Palmas-PR, CEP 85.555-000, por interm\u00e9dio de sua advogada que esta subscreve, vem respeitosamente \u00e0 presen\u00e7a de Vossa Excel\u00eancia, propor A\u00c7\u00c3O PREVIDENCI\u00c1RIA DE PEDIDO DE APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUI\u00c7\u00c3O C/C PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA\nEm face de INSTITUTO NACIONAL E SEGURO SOCIAL \u2013 INSS, na pessoa de seu representante legal, com sede na Rua Tapaj\u00f3s, n\u00ba 520, bairro Centro, CEP 85.501-043, na cidade de Pato Branco, Estado do Paran\u00e1, pelos motivos de fato e de direito a seguir aduzidos.\n\n\fI \u2013 PRELIMINARMENTE I.I \u2013 DA JUSTI\u00c7A GRATUITA\nA Requerente n\u00e3o disp\u00f5e de recursos financeiros para custear as despesas processuais e honor\u00e1rios advocat\u00edcios, sem preju\u00edzo do pr\u00f3prio sustento.\nDiante disso, requer a concess\u00e3o de assist\u00eancia judici\u00e1ria gratuita, nos termos do artigo 5\u00ba, LXXIV, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal.\nArt. 5\u00ba Todos s\u00e3o iguais perante a lei, sem distin\u00e7\u00e3o de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no Pa\u00eds a inviolabilidade do direito \u00e0 vida, \u00e0 liberdade, \u00e0 igualdade, \u00e0 seguran\u00e7a e \u00e0 propriedade, nos termos seguintes: LXXIV - o Estado prestar\u00e1 assist\u00eancia jur\u00eddica integral e gratuita aos que comprovarem insufici\u00eancia de recursos;\nA fim de comprovar essa necessidade eminente, juntam-se aos autos pr\u00f3-labore, tendo em vista a Requerente recebe apenas um sal\u00e1rio m\u00ednimo, e tem uma fam\u00edlia para alimentar e manter.\nI.II \u2013 DA TUTELA ANTECIPADA\nCom advento da Lei n. 8.952/94, foi institu\u00edda a antecipa\u00e7\u00e3o da tutela final como meio de dar efetividade a pretens\u00e3o plaus\u00edvel, impedindo, assim, a agonia da tardia ou ineficaz satisfa\u00e7\u00e3o.\nEm sede de Demanda Previdenci\u00e1ria a agonia ou ineficaz satisfa\u00e7\u00e3o \u00e9 mais saliente ainda, porque os ben\u00e9ficos ou proventos visam substituir a remunera\u00e7\u00e3o percebida na ativa, evitando-se assim, que o beneficiado fique privado dos meios necess\u00e1rios \u00e0 exist\u00eancia.\nDiversamente daqueles que buscam substitui a atividade remunerada pela aposentadoria, a Requerente buscou o benef\u00edcio da\n\n\faposentadoria tendo em vista entender j\u00e1 ter preenchido todos os requisito exigidos pela lei para se aposentar por tempo de servi\u00e7o.\nA antecipa\u00e7\u00e3o dos proventos pleiteados nesta demanda ficam vinculados aos preenchimentos de tr\u00eas requisitos, vale dizer, (a) Prova inequ\u00edvoca que leve a um ju\u00edzo de probabilidade da pretens\u00e3o: (b) Fundado receio de dano irrepar\u00e1vel ou de dif\u00edcil repara\u00e7\u00e3o, e (c) Inexist\u00eancia de perigo de irreversibilidade dos efeitos f\u00e1ticos do provimento.\nO primeiro pressuposto, ou seja, prova inequ\u00edvoca que eleve a ju\u00edzo de probabilidade da pretens\u00e3o emerge dos in\u00fameros documentos juntados nestes autos.\nEm segundo lugar, a natureza alimentar dos proventos uma vez que ele substitui o sal\u00e1rio pago em decorr\u00eancia a atividade laboral e como tal tem a mesma natureza de propiciar a substancia de quem deles necessita.\nE mais, se a Requerente busca o Poder Judici\u00e1rio, para haver confirmado o seu direto a aposentadoria, consequentemente, aos proventos \u00e9 porque deles necessita.\nO ac\u00f3rd\u00e3o da Terceira C\u00e2mara Civil do TJSP no AI n. 61.559-1, julgado a 05/11/1985, citando Yussef Said Cahali, in verbis:\nOutro n\u00e3o \u00e9 o ensinamento do Juiz Paulo Afonso Brum Vaz, artigo retro citado, ao dizer que N\u00c3O SE PODE NEGAR QUE ESTA NATUREZA ALIMENTAR DA PRESTA\u00c7\u00c3O BUSCADA, ACOPLADA \u00c0 HIPOSSUFICI\u00caNCIA DO SEGURADO, E ATE A POSSIBILIDADE DE SEU \u00d3BITO NO CURSO DO PROCESSO, EM RAZ\u00c3O DA SENSIBILIDADE OU DO PR\u00d3PRIO ESTADO MOVIDO, PATENTEIA UM FUNDADO RECEIO DE DANO IRREPAR\u00c1VEL OU DE DIF\u00cdCIL REPARA\u00c7\u00c3O RECOMENDANDO CONCESS\u00c3O DA TUTELA ANTECIPADA.\n\n\fOs documentos apresentados pela Requerente concretizam aquilo que a norma previdenci\u00e1ria tem por in\u00edcio de prova material (art. 55, \u00a7 3\u00ba, da Lei n.\u00ba. 8.213/91).\nPermitindo-se, deste modo, a comprova\u00e7\u00e3o do tempo comum e do tempo especial para fins de aposentadoria por tempo de contribui\u00e7\u00e3o, porquanto com a confirma\u00e7\u00e3o dos fatos representados nos documentos coligidos nestes autos e pelas testemunhas a serem no futuro inquiridas a verossimilhan\u00e7a de que a Requerente trabalhou com atividade insalubres e como dom\u00e9stica.\nEm virtude disso deve ser somado o tempo comum e especial para se aposentar por tempo de contribui\u00e7\u00e3o, pois o legislador constitucional ao assegurar o direito \u00e0 aposentadoria consubstanciou na norma o fato trabalho e o fato tempo, ressaltando como valores jur\u00eddicosociais m\u00e1ximos, haja vista que o trabalho \u00e9 principio fundamental (art. 1\u00ba, Inc. IV), \u00e9 objetivo fundamental (art. 3\u00ba, I a IV, implicitamente) , \u00e9 direito social (art. 6\u00ba, 7\u00ba), \u00e9 princ\u00edpio e valor da atividade econ\u00f4mica (art. 170, I at\u00e9 IX), \u00e9 base da ordem social (art. 193).\nAssim agindo, elevou o trabalho tamb\u00e9m, direito, e o seu tempo como fonte de uma s\u00e9rie de direitos, dentre eles, o da aposentadoria.\nPor consequ\u00eancia, toda pessoa que prestou uma jornada de trabalho durante determinado lapso de tempo deve t\u00ea-lo computado quando da substitutividade da atividade remunerada pela inatividade, tamb\u00e9m, remunerada, pouco importando o tipo de trabalho.\nII \u2013 DOS FATOS\nA Requerente nasceu no dia 01 de dezembro de 1969, natural de Mari\u00f3polis, Estado do Paran\u00e1, e desde muito nova come\u00e7ou a laborar.\n\n\fFiliou-se \u00e0 Previd\u00eancia Social no dia 01 de outubro de 1984, sendo que at\u00e9 a presente data possui diversos anos de contribui\u00e7\u00e3o \u00e0 Previd\u00eancia Social.\nA tabela a seguir demonstra de forma objetiva as profiss\u00f5es desenvolvidas e o tempo de contribui\u00e7\u00e3o.\n\nEmpresa\n\nCargo\n\nSerm\u00e9dico6 Empregado\n\nOrganiza\u00e7\u00e3o\n\nHospitalar\n\nLtda\n\nSerm\u00e9dico Empregado\n\nOrganiza\u00e7\u00e3o\n\nHospitalar\n\nLtda\n\nSerm\u00e9dico Empregado\n\nOrganiza\u00e7\u00e3o\n\nHospitalar\n\nLtda\n\nRosane\n\nEmpregado\n\nGobbi\n\nRosane\n\nEmpregado\n\nGobbi\n\nJos\u00e9\n\nEmpregado\n\nAugusto de\n\nOliveira\n\nA.S.\n\nEmpregado\n\nMachado\n\nInicio\n\nFim\n\nTipo\n\nFator Ano Meses Dias\n\n01/10/1984 02/05/1986 Especial 1,20 1 10\n\n26\n\n25\n\n01/08/1986 31/10/1988 Especial 1,20 2 8\n\n12\n\n25\n\n01/12/1988 05/05/1989 Especial 1,20 25\n\n6\n\n6\n\n01/11/1990 08/01/1991 Normal 1,0\n\n2\n\n8\n\n01/11/1991 04/05/1991 Normal 1,0\n\n6\n\n4\n\n01/06/1992 30/07/1993 Especial 1,20 1 4\n\n24\n\n25\n\n01/11/1994 03/12/1995 Normal 1,0 1 1\n\n3\n\n\fPrefeitura Empregado 13/05/1997 31/12/1997 Especial 1,20\n\nQuedas do\n\n25\n\nIgua\u00e7\u00fa\n\nPrefeitura Empregado 06/01/1998 30/06/1999 Especial 1,20\n\nQuedas do\n\n25\n\nIgua\u00e7\u00fa\n\nPrefeitura Empregado 01/07/1999 20/10/2000 Especial 1,20\n\nQuedas do\n\n25\n\nIgua\u00e7\u00fa\n\nWalter\n\nEmpregado 08/05/2001 09/11/2006 Normal 1,0\n\nNicolau\n\nCentro de Contribuinte 01/08/2007 30/06/2015 Normal 1,0\n\nForma\u00e7\u00e3o de Individual\n\nCondutores\n\nPazio\n\nCentro de Contribuinte 01/07/2015 01/05/2020 Normal 1,0\n\nForma\u00e7\u00e3o de Individual\n\nCondutores\n\nPalmas\n\nTOTAL\n\n9\n\n4\n\n1 9\n\n13\n\n1\n\n6\n\n1\n\n5\n\n6\n\n3\n\n7\n\n11\n\n00\n\n4\n\n10\n\n23 88\n\n125\n\nanos meses dias\n\nConvertendo dias em meses, meses em anos, totaliza 30 ANOS, 07 MESES, 14 DIAS de contribui\u00e7\u00e3o.\nA Requerente, postulou junto ao INSS, concess\u00e3o de aposentadoria por tempo de contribui\u00e7\u00e3o, entretanto, teve seu pedido\n\n\findeferido. O requerimento da aposentadoria foi protocolado no dia 29 de janeiro de 2020, NB 194.286.704-0.\nSegundo o INSS, o tempo que a Requerente laborou como dom\u00e9stica entre a datas 08/05/2001 e 09/11/2006, o empregador Walter Nicolau n\u00e3o contribui com o INSS.\nAinda, a Requerente trabalhou por alguns per\u00edodos em atividade insalubre, apresentou PPP\u2019s que comprova atividade especial, por\u00e9m o INSS n\u00e3o considerou tal tempo como especial.\nAssim, o INSS indeferiu o processo administrativo para concess\u00e3o de aposentadoria por tempo de contribui\u00e7\u00e3o, alegando que a Requerente n\u00e3o possu\u00eda tempo suficiente para tal, totalizando 23 anos, 9 meses e 17 dias de tempo de contribui\u00e7\u00e3o.\nTodavia, considerando os v\u00ednculos na CTPS e do tempo de contribui\u00e7\u00e3o como individual, e ainda, considerando o tempo de trabalho em local insalubre, comprovado com os PPP\u2019s, a Requerente soma como tempo de contribui\u00e7\u00e3o 30 anos, 4 meses e 11 dias.\nDestarte, buscando a corre\u00e7\u00e3o de tamanho injusti\u00e7a, recorrente e, a parte Requerente, \u00e0 via judicial competente.\nIII - DO M\u00c9RITO III.I \u2013 DA APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUI\u00c7\u00c3O\nO direito \u00e0 Aposentadoria por Tempo de Contribui\u00e7\u00e3o \u00e9 elencado no artigo 201 da Constitui\u00e7\u00e3o Federal de 1988:\nArt. 201. A previd\u00eancia social ser\u00e1 organizada sob a forma do Regime Geral de Previd\u00eancia Social, de car\u00e1ter contributivo e de filia\u00e7\u00e3o obrigat\u00f3ria, observados crit\u00e9rios que preservem o equil\u00edbrio financeiro e atuarial, e atender\u00e1, na forma da lei, a:\n\n\f\u00a7 7\u00ba \u00c9 assegurada aposentadoria no regime geral de previd\u00eancia social, nos termos da lei, obedecidas as seguintes condi\u00e7\u00f5es.\nAinda, preconiza o Decreto 3.048/99, em seu artigo 56, a aposentadoria por tempo de contribui\u00e7\u00e3o ser\u00e1 devida ao segurado ap\u00f3s trinta e cinco anos de contribui\u00e7\u00e3o, se homem, ou trinta anos, se mulher, observado o disposto no artigo 199-A.\nO fato gerador da aposentadoria em apre\u00e7o \u00e9 o tempo de contribui\u00e7\u00e3o, o qual, na regra permanente da nova legisla\u00e7\u00e3o \u00e9 de 30 anos para mulheres. Trata-se do per\u00edodo de v\u00ednculo previdenci\u00e1rio,\nNo caso em comento, v\u00ea-se claramente que os requisitos encontram-se cumpridos, na medida em que restar\u00e3o declarados, no decorrer deste procedimento, todos os demais per\u00edodos.\nO INSS ao negar o direito de aposentadoria por tempo de contribui\u00e7\u00e3o \u00e0 Requerente, age com afronta a lei, contrariando o que consta nas provas robustas qual seja a CTPS e contribui\u00e7\u00f5es ao INSS, sendo um direito justo ao recebimento da respectiva aposentadoria.\nA S\u00famula n\u00ba 12 do TST, preconiza que a CTPS do empregado consiste numa prova relativa, v\u00e1lida at\u00e9 que se prove em contr\u00e1rio. Vejamos:\nS\u00daMULA N\u00ba 12 - CARTEIRA PROFISSIONAL As anota\u00e7\u00f5es apostas pelo empregador na carteira profissional do empregado n\u00e3o geram presun\u00e7\u00e3o \"juris et de jure\", mas apenas \"juris tantum.\"\nAinda, a S\u00famula 75 do TNU, trata acerca da CTPS no pedido de aposentadoria.\nS\u00famula 75 Enunciado A Carteira de Trabalho e Previd\u00eancia Social (CTPS) em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 qual n\u00e3o se aponta defeito formal que lhe comprometa a fidedignidade goza de presun\u00e7\u00e3o relativa de veracidade, formando prova suficiente de tempo de servi\u00e7o para fins previdenci\u00e1rios, ainda que a anota\u00e7\u00e3o de v\u00ednculo de emprego n\u00e3o conste no Cadastro Nacional de Informa\u00e7\u00f5es Sociais (CNIS).\n\n\fA Lei 8213/91, no seu artigo 55, \u00a7 3\u00ba, descreve que o tempo de servi\u00e7o ser\u00e1 comprovado por meio de prova material contempor\u00e2nea dos fatos, desta feita, a CTPS \u00e9 prova essencial para comprovar o tempo de servi\u00e7o. Vejamos:\nArt. 55. O tempo de servi\u00e7o ser\u00e1 comprovado na forma estabelecida no Regulamento, compreendendo, al\u00e9m do correspondente \u00e0s atividades de qualquer das categorias de segurados de que trata o art. 11 desta Lei, mesmo que anterior \u00e0 perda da qualidade de segurado: \u00a7 3\u00ba A comprova\u00e7\u00e3o do tempo de servi\u00e7o para os fins desta Lei, inclusive mediante justificativa administrativa ou judicial, observado o disposto no art. 108 desta Lei, s\u00f3 produzir\u00e1 efeito quando for baseada em in\u00edcio de prova material contempor\u00e2nea dos fatos, n\u00e3o admitida a prova exclusivamente testemunhal, exceto na ocorr\u00eancia de motivo de for\u00e7a maior ou caso fortuito, na forma prevista no regulamento.\nTendo em vista os fatos, da Requerente n\u00e3o comprovar o efetivo recolhimento das contribui\u00e7\u00f5es devidas, o artigo 36 da Lei 8213/91, preleciona acerca do assunto:\nArt. 36. Para o segurado empregado dom\u00e9stico que, tendo satisfeito as condi\u00e7\u00f5es exigidas para a concess\u00e3o do benef\u00edcio requerido, n\u00e3o comprovar o efetivo recolhimento das contribui\u00e7\u00f5es devidas, ser\u00e1 concedido o benef\u00edcio de valor m\u00ednimo, devendo sua renda ser recalculada quando da apresenta\u00e7\u00e3o da prova do recolhimento das contribui\u00e7\u00f5es.\nConforme artigo supracitado, no caso da Requerente, que trabalhou como empregada dom\u00e9stica, n\u00e3o conseguiu comprovar as contribui\u00e7\u00f5es do per\u00edodo que trabalhou como dom\u00e9stica, esse per\u00edodo dever\u00e1 ser concedido o benef\u00edcio do valor m\u00ednimo.\nA Lei 8212/91, artigo 30, V, disp\u00f5e sobre a obrigatoriedade do pagamento das contribui\u00e7\u00f5es ser dever do empregador.\n\n\fArt. 30. A arrecada\u00e7\u00e3o e o recolhimento das contribui\u00e7\u00f5es ou de outras import\u00e2ncias devidas \u00e0 Seguridade Social obedecem \u00e0s seguintes normas V - o empregador dom\u00e9stico \u00e9 obrigado a arrecadar e a recolher a contribui\u00e7\u00e3o do segurado empregado a seu servi\u00e7o, assim como a parcela a seu cargo, at\u00e9 o dia 7 do m\u00eas seguinte ao da compet\u00eancia;\nDiante das provas incontest\u00e1veis, das leis mencionadas anteriormente, fica claro e evidente o direito da Requerente, devendo ser considerado todo o tempo que a Requerente laborou.\nIII.II \u2013 DA CONVERS\u00c3O DOS PER\u00cdODOS ESPECIAIS EM ATIVIDADE COMUM\nComo fora exposto e tamb\u00e9m exemplificado no quadro supra, a Requerente laborou na condi\u00e7\u00e3o de t\u00e9cnica de enfermeira nas empresas Serm\u00e9dico Organiza\u00e7\u00e3o Hospitalar LTDA, Jos\u00e9 Augusto de Oliveira e Prefeitura Quedas do Igua\u00e7\u00fa, per\u00edodos j\u00e1 expostos anteriormente no quadro.\nMaria Helena Carreira Alvim Ribeiro conceitua aposentadoria especial como benef\u00edcio que visa garantir ao segurado uma compensa\u00e7\u00e3o pelo desgaste resultante do tempo de servi\u00e7o prestado em condi\u00e7\u00f5es prejudiciais \u00e0 sua sa\u00fade.\nEm raz\u00e3o da relev\u00e2ncia da mat\u00e9ria, a aposentadoria especial tem status constitucional. A esse respeito, disp\u00f5e o art. 201, \u00a7 1\u00ba da Constitui\u00e7\u00e3o Federal, que preleciona:\nArt. 201. A previd\u00eancia social ser\u00e1 organizada sob a forma do Regime Geral de Previd\u00eancia Social, de car\u00e1ter contributivo e de filia\u00e7\u00e3o obrigat\u00f3ria, observados crit\u00e9rios que preservem o equil\u00edbrio financeiro e atuarial, e atender\u00e1, na forma da lei, a: \u00a7 1\u00ba \u00c9 vedada a ado\u00e7\u00e3o de requisitos ou crit\u00e9rios diferenciados para concess\u00e3o de benef\u00edcios, ressalvada, nos termos de lei complementar, a possibilidade de previs\u00e3o de idade e tempo de\n\n\fcontribui\u00e7\u00e3o distintos da regra geral para concess\u00e3o de aposentadoria exclusivamente em favor dos segurados:\nA raz\u00e3o do constituinte ressalvar esse direito, \u00e9 o reconhecimento de que existem algumas atividades dignas de especial aten\u00e7\u00e3o em virtude de que as mesmas s\u00e3o exercidas em condi\u00e7\u00f5es prejudiciais \u00e0 sa\u00fade ou integridade f\u00edsica do segurado.\nO trabalhador \u00e9 submetido \u00e0 exposi\u00e7\u00e3o de agentes nocivos de natureza qu\u00edmica, f\u00edsica, biol\u00f3gica ou ainda a associa\u00e7\u00e3o desses agentes prejudiciais e, consequentemente, tem a perda de sua qualidade de vida.\nA Requerente trabalhou por alguns anos como t\u00e9cnica de enfermagem, atividade considerada insalubre.\nNo desempenho de sua fun\u00e7\u00e3o, a Requerente estava habitualmente exposta a diversas doen\u00e7as e agentes qu\u00edmicos.\nDiariamente a Requerente recebia pacientes, prestava cuidados de higiene e conforto ao paciente, prestava atendimento no ambulat\u00f3rio do pronto socorro, fazia preven\u00e7\u00e3o de infec\u00e7\u00e3o hospitalar, realizava transfus\u00e3o de sangue, curativos, monitorava pacientes graves, aplicava injet\u00e1veis, verificava press\u00e3o, febre, sinais vitais, ministrava medica\u00e7\u00e3o, fazia transfus\u00e3o de sangue, realizava tricotomias, desinfec\u00e7\u00e3o e esteriliza\u00e7\u00e3o dos materiais, fazia anota\u00e7\u00f5es nos relat\u00f3rios de acompanhamento de pacientes, colhia material para exames laboratoriais e participava dos procedimentos p\u00f3s-morte.\nNota-se que a Requerente desempenhava diversas atividades nocivas a sua sa\u00fade, que a todo momento estava exposta a todos os tipos de doen\u00e7as e problemas f\u00edsicos e psicol\u00f3gicos decorrentes da profiss\u00e3o que exercia.\n\u00c9 de conhecimento, que a convers\u00e3o consiste em transformar o per\u00edodo laborado em atividade especial para tempo de atividade comum com determinado acr\u00e9scimo em favor do trabalhador; pois embora n\u00e3o\n\n\ftenha conseguido o tempo total para sair em benef\u00edcio na aposentadoria especial, esteve sujeito a trabalho que de alguma forma lhe prejudicou a sa\u00fade.\nO fato da Requerente n\u00e3o ter o completado os 25 anos de tempo especial, n\u00e3o elimina o risco que a mesma esteve submetido durante os per\u00edodos em que houve exposi\u00e7\u00e3o ao agente nocivo, motivo pelo qual negar o computo diferenciado para tais per\u00edodos seria o mesmo que negar efic\u00e1cia, ainda que parcialmente, \u00e0 prote\u00e7\u00e3o social de al\u00e7ada constitucional prevista.\nPor esta raz\u00e3o, a convers\u00e3o do tempo especial em tempo comum para aqueles segurados que n\u00e3o completaram o direito \u00e0 aposentadoria especial \u00e9 mero corol\u00e1rio do tratamento diferenciado que a legisla\u00e7\u00e3o lhes conferiu, fazendo incidir, independentemente do per\u00edodo laborado. Vejamos a tabela contemplada no artigo 70 do Decreto 3.048/99:\n\nArt.70. A convers\u00e3o de tempo de atividade sob condi\u00e7\u00f5es especiais em tempo de atividade comum dar-se-\u00e1 de acordo com a seguinte tabela:\n\nTEMPO A CONVERTER\nDE 15 ANOS DE 20 ANOS DE 25 ANOS\n\nMULHER (PARA 30) 2,00 1,50 1,20\n\nMULTIPLICADORES HOMEM (PARA 35) 2,33 1,75 1,40\n\n\u00a71oA caracteriza\u00e7\u00e3o e a comprova\u00e7\u00e3o do tempo de atividade sob condi\u00e7\u00f5es especiais obedecer\u00e1 ao disposto na legisla\u00e7\u00e3o em vigor na \u00e9poca da presta\u00e7\u00e3o do servi\u00e7o. \u00a72oAs regras de convers\u00e3o de tempo de atividade sob condi\u00e7\u00f5es especiais em tempo de atividade comum constantes deste artigo aplicam-se ao trabalho prestado em qualquer per\u00edodo.\n\nAssim, se o pr\u00f3prio Poder Executivo reconhece o direito \u00e0 convers\u00e3o do tempo comum em especial, independentemente da \u00e9poca\n\n\fda presta\u00e7\u00e3o laboral, n\u00e3o \u00e9 razo\u00e1vel que o Poder Judici\u00e1rio negue tal pretens\u00e3o, sob pena de inaugurar uma celeuma que sequer existe na via administrativa, desvirtuando o verdadeiro escopo da presta\u00e7\u00e3o jurisdicional que \u00e9 solucionar conflitos \u2013 e n\u00e3o cri\u00e1-los.\nEste \u00e9 o entendimento recente do colendo STJ:\nPREVIDENCI\u00c1RIO. FATOR DE CONVERS\u00c3O DO TEMPO DE SERVI\u00c7O ESPECIAL EM COMUM. REGRA DO DECRETO N. 3.048/1999, ART. 70. APLICA\u00c7\u00c3O PARA O TRABALHO DESEMPENHADO EM QUALQUER \u00c9POCA (PRECEDENTES).1. Conforme precedentes do Superior Tribunal de Justi\u00e7a, para fins de convers\u00e3o do tempo de servi\u00e7o especial em comum, deve ser aplicada a tabela contida no art. 70 do Decreto n. 3.048/1999 para o trabalho desempenhado em qualquer \u00e9poca.2. Agravo regimental improvido. (STJ. AgRg no Ag 1358845/PR, Rel. Ministro SEBASTI\u00c3O REIS J\u00daNIOR, SEXTA TURMA, julgado em 04/10/2011, DJe 09/11/2011). (grifo nosso).\nAssim, pode-se constatar que diante de toda a argumenta\u00e7\u00e3o, provas da atividade comum e especial, a Requerente faz jus \u00e0 aposentadoria por tempo de contribui\u00e7\u00e3o.\nIV \u2013 DOS PEDIDOS\nPelas raz\u00f5es de fato e de direito acima exposto, requer-se:\na) Que seja deferido os benef\u00edcios da justi\u00e7a gratuita, nos termos do artigo 5\u00ba, LXXIV, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal, por n\u00e3o possuir condi\u00e7\u00f5es financeiras favor\u00e1veis, para arcar com as custas do processo sem preju\u00edzo do sustento pr\u00f3prio;\nb) Que seja citada a Requerida por meio oficial de justi\u00e7a, no endere\u00e7o supracitado na peti\u00e7\u00e3o inicial, para que apresente\n\n\fdefesa sob pena de sofrer as consequ\u00eancias jur\u00eddicas da revelia; c) Que seja deferida a antecipa\u00e7\u00e3o dos efeitos da tutela, em car\u00e1ter liminar, no sentido de obrigar o Requerido a conceder o benef\u00edcio previdenci\u00e1rio da aposentadoria por tempo de contribui\u00e7\u00e3o no prazo m\u00e1ximo de 30 dias; d) Caso n\u00e3o seja deferida em sede liminar a antecipa\u00e7\u00e3o dos efeitos da tutela, pede-se que seja concedida a tutela antecipada ap\u00f3s a apresenta\u00e7\u00e3o da defesa do Requerido; e) Que seja ao final confirmada a antecipa\u00e7\u00e3o dos efeitos da tutela e julgada procedente o pedido da Requerente para condenar o Requerido para que proceda a concess\u00e3o do benef\u00edcio previdenci\u00e1rio da aposentadoria por tempo de contribui\u00e7\u00e3o e pague os retroativos devidos desde a data do requerimento administrativo; f) Que na hip\u00f3tese de reconhecimento da proced\u00eancia do pedido por parte do Requerido da presente a\u00e7\u00e3o, que haja julgamento antecipado da lide; g) Que na hip\u00f3tese de n\u00e3o haver o reconhecimento da proced\u00eancia do pedido, que seja condenado o Requerido ao pagamento das custas e da sucumb\u00eancia dos honor\u00e1rios advocat\u00edcios, no importe de 10% e 20% do valor da causa; h) Que seja reconhecida a proced\u00eancia total da presente demanda; i) Que seja reconhecida a convers\u00e3o do tempo especial em comum, em favor da Requerente, conforme descrito anteriormente; j) Que seja concedida a aposentadoria por tempo de contribui\u00e7\u00e3o, diante dos fatos e provas apresentados;\n\n\fk) Requer-se que seja provado os fatos narrados na inicial por meio de prova documental e prova testemunhal, e de todos os meios admitidos em direito, que forem necess\u00e1rios para a concess\u00e3o de seu direito;\nD\u00e1-se o valor da causa R$ 11.976,00 (onze mil novecentos e setenta e seis reais)\nPalmas, 18 de junho de 2020.\nNestes termos, Pede deferimento.\nRafaela Lira Machado OAB/PR 97.977\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 3 (Solon) - IdDocumentoCompleto: 5003978-58.2018.4.04.7003-701522791760184260026382274934", "text": "EXCELENT\u00cdSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA VARA C\u00cdVEL DO JUIZADO ESPECIAL FEDERAL DA SUBSE\u00c7\u00c3O JUDICI\u00c1RIA DE MARING\u00c1-PR.\nANGELA MARIA CASTRO, brasileira, solteira, desempregada, portadora de R.G n\u00ba. 3.823.869-8-SSP-PR e inscrita no CPF 571.426.969-15, residente e domiciliada na rua S\u00e3o Pedro n\u00ba. 1234, Zona 07, Maring\u00e1 PR, vem perante Vossa Excel\u00eancia, ajuizar a presente\nA\u00c7\u00c3O DE CONCESS\u00c3O DE APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUI\u00c7\u00c3O COM C\u00d4MPUTO DE TEMPO ESPECIAL em face do Instituto Nacional de Seguro Social \u2013 INSS, na pessoa de seu representante legal da procuradoria federal da autarquia previdenci\u00e1ria, no endere\u00e7o Av. Advogado Hor\u00e1cio Raccanello Filho, 5589 - Zona 7, Maring\u00e1 - PR, 87020-035 com os seguintes fundamentos f\u00e1ticos e jur\u00eddicos a serem deduzidos a seguir:\nDOS FATOS A autora requereu administrativamente o benef\u00edcio previdenci\u00e1rio da aposentadoria por tempo de contribui\u00e7\u00e3o ao INSS em 23/08/2017.\n\n\fO INSS indeferiu o pedido da aposentadoria por tempo de contribui\u00e7\u00e3o integral por n\u00e3o reconhecer o tempo trabalhado pela autora, admitindo apenas o tempo de 25 anos e 08 meses de contribui\u00e7\u00e3o. Deixou de reconhecer como tempo especial, ou tempo de atividade especial dois per\u00edodos em que a autora trabalho coo vigilante, o primeiro entre 03/12/2001 e 03/11/2005 quando trabalhou para a empresa Pires Servi\u00e7os de Seguran\u00e7a, fls. 17 da CTPS, e o segundo per\u00edodo entre 04/11/2005 e 20/11/2016, quando prestou servi\u00e7os para a empresa Poliservi\u00e7e \u2013 Sistemas de Seguran\u00e7a S/C Ltda, p\u00e1gina 18 da CTPS da autora. Em ambos os per\u00edodos o INSS deixou de reconhecer a atividade especial devidamente documentada pelos PPPs anexos.\nEm que pese a autora tenha ficado afastada de suas atividades por um per\u00edodo consider\u00e1vel, n\u00e3o se pode negar o direito \u00e0 aposentadoria pois conforme documenta\u00e7\u00e3o m\u00e9dica anexa, os per\u00edodos de afastamento foram decorrentes da pr\u00f3pria atividade exercida pela autora.\nCumpre ressaltar que a autora continua a recolher suas contribui\u00e7\u00f5es, agora como aut\u00f4noma, devendo estas contribui\u00e7\u00f5es entrar no c\u00f4mputo do c\u00e1lculo do valor de sua aposentadoria.\nDO DIREITO\nO INSS ao negar o direito de aposentadoria da autora , est\u00e1 negando o que diz a pr\u00f3pria lei 8.213/91 e demais dispositivos aplic\u00e1veis \u00e0 esp\u00e9cie, eis que o exerc\u00edcio da atividade de vigilante armada, implica em risco \u00e0 sua integridade f\u00edsica e \u00e0 pr\u00f3pria vida. Aplica-se ao caso a Sumula 26 da Turma Nacional de Uniformiza\u00e7\u00e3o da Jurisprud\u00eancia dos Juizados Especiais Federais porquanto n\u00e3o haja qualquer d\u00favida acerca do direito da autora \u00e0 aposentadoria especial. A autora esteve exposta de forma habitual e permanente, n\u00e3o ocasional nem intermitente aos agentes nocivos a sua integridade f\u00edsica.\n\n\fAntes da reda\u00e7\u00e3o da Lei 9.032/95, diversas categorias profissionais se valiam do privil\u00e9gio de gozarem da contagem especial de tempo de contribui\u00e7\u00e3o, em virtude de figurarem na lista de profiss\u00f5es que concediam este direito, gozando de presun\u00e7\u00e3o absoluta de tempo especial.\nAtualmente, no entanto, \u00e9 necess\u00e1ria a comprova\u00e7\u00e3o do tempo de trabalho de forma permanente, n\u00e3o ocasional nem intermitente, em condi\u00e7\u00f5es especiais que prejudiquem a sa\u00fade ou a integridade f\u00edsica, n\u00e3o mais valendo meramente a presun\u00e7\u00e3o de que executa esta fun\u00e7\u00e3o.\nQuanto ao uso do equipamento individual, embora exista entendimentos diversos, basta a simples execu\u00e7\u00e3o do trabalho em condi\u00e7\u00f5es que ensejam tempo especial, que possam prejudicar a sa\u00fade ou a integridade f\u00edsica, tem-se a s\u00famula 09 do Conselho da Justi\u00e7a Federal (CJF):\n\u201cS\u00famula n\u00ba 09 do CJF: Aposentadoria Especial \u2013 Equipamento de Prote\u00e7\u00e3o Individual \u2013 O uso de Equipamento de Prote\u00e7\u00e3o Individual (EPI), ainda que elimine a insalubridade, no caso de exposi\u00e7\u00e3o a ru\u00eddo, n\u00e3o descaracteriza o tempo de servi\u00e7o especial prestado.\u201d\nA convers\u00e3o do tempo de servi\u00e7o prestado em atividade especial em tempo comum n\u00e3o se confunde com a aposentadoria especial, mas visa tamb\u00e9m reparar os danos causados pelas condi\u00e7\u00f5es adversas de trabalho do segurado, permitindo-lhe somar o tempo de servi\u00e7o prestado em condi\u00e7\u00f5es especiais, convertido, com o tempo de atividade comum, para obter o benef\u00edcio previdenci\u00e1rio de aposentadoria por tempo de contribui\u00e7\u00e3o.\nAssim, esta consiste na transforma\u00e7\u00e3o do tempo de trabalho prestado em condi\u00e7\u00f5es penosas, insalubres ou perigosas em tempo comum, aplicando-se a esse per\u00edodo o \u00edndice previsto pela legisla\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria.\nPortanto, ao converter o tempo de servi\u00e7o especial (atividades insalubres, penosas e perigosas) anterior \u00e0\n\n\fLei 8.213/91 em tempo de servi\u00e7o comum, deve ser utilizado o fator de convers\u00e3o (multiplicador) 1,4 para a concess\u00e3o de aposentadoria por tempo de contribui\u00e7\u00e3o.\nDiz o art. 70, do Decreto 3.048/99: Art. 70. A convers\u00e3o de tempo de atividade sob condi\u00e7\u00f5es especiais em tempo de atividade comum dar-se-\u00e1 de acordo com a seguinte tabela: TEMPO A CONVERTER MULTIPLICADORES MULHER (PARA 30) HOMEM (PARA 35) DE 15 ANOS 2,00 2,33 DE 20 ANOS 1,50 1,75 DE 25 ANOS 1,20 1,4\n\n\fA quest\u00e3o aqui \u00e9 que o a R\u00e9 n\u00e3o considerou a documenta\u00e7\u00e3o acostada, PPPs, que demostram cabalmente a atividade perigosa e, portanto, especial, a ensejar a aposentadoria com a contagem de tempo diferenciada. Considerados os documentos acostados, resta incontroverso o direito \u00e0 aposentadoria da autora e outro n\u00e3o pode ser o entendimento deste MM Ju\u00edzo.\nDA TUTELA DE URG\u00caNCIA\nEst\u00e3o preenchidos os requisitos do art. 300 do CPC a enseja a concess\u00e3o de tutela de urg\u00eancia a ensejar a determina\u00e7\u00e3o do ju\u00edzo para que a R\u00e9 implante desde logo, em car\u00e1ter liminar, o benef\u00edcio de aposentadoria por tempo de contribui\u00e7\u00e3o.\nOs requisitos da verossimilhan\u00e7a das alega\u00e7\u00f5es e de prova inequ\u00edvoca est\u00e3o provados tendo em vista que a CTPS, o PPP, bem como todo o procedimento administrativo de concess\u00e3o da aposentadoria por tempo de contribui\u00e7\u00e3o integral em\nOs requisitos de que haja fundado receio de dano irrepar\u00e1vel ou de dif\u00edcil repara\u00e7\u00e3o est\u00e1 caracterizado porque se trata de verba de natureza alimentar, sendo o autor idoso e necessitando dos proventos da aposentadoria para sobreviver.\nAli\u00e1s, n\u00e3o h\u00e1 \u00f3bice de concess\u00e3o de tutela antecipada para a concess\u00e3o de aposentadoria por tempo de contribui\u00e7\u00e3o integral, dado o seu car\u00e1ter alimentar.\nDO PEDIDO\nPelas raz\u00f5es de fato e de direito acima expostas, requer-se:\n- Que seja deferido os benef\u00edcios da justi\u00e7a judici\u00e1ria gratuita, nos termos do artigo 12 da Lei 1.060/50, por ser\n\n\fpobre na acep\u00e7\u00e3o legal, n\u00e3o podendo arcar com as custas do processo sem preju\u00edzo do sustento pr\u00f3prio;\n- Que seja deferida a antecipa\u00e7\u00e3o dos efeitos da tutela, em car\u00e1ter liminar, no sentido de obrigar o r\u00e9u a conceder a aposentadoria por tempo de contribui\u00e7\u00e3o integral, reconhecendo como especiais as atividades exercidas nos dois \u00faltimos contratos de trabalho da autora.\n- Que caso n\u00e3o seja deferida em sede liminar a antecipa\u00e7\u00e3o dos efeitos da tutela, pede-se que seja concedida a tutela antecipada ap\u00f3s a apresenta\u00e7\u00e3o da defesa da R\u00e9.\n- Que seja ao final confirmada a antecipa\u00e7\u00e3o dos efeitos da tutela e julgada procedente o pedido do autor para condenar o r\u00e9u no sentido de obrigar o r\u00e9u a conceder a aposentadoria por tempo de contribui\u00e7\u00e3o integral, reconhecendo como especial o per\u00edodo trabalhado entre 03/12/2001 a 20/11/2016, relativos aos dois \u00faltimos contratos de trabalho da autora, multiplicando tal per\u00edodo em 1.4, para chegar-se ao tempo total de contribui\u00e7\u00e3o.\n- Que sejam pagos os retroativos desde a data do requerimento administrativo em 23/08/2017.\n- Que seja citado o r\u00e9u, no endere\u00e7o supracitado na peti\u00e7\u00e3o inicial, para que apresente defesa sob pena de sofrer as consequ\u00eancias jur\u00eddicas da revelia;\n- Requer, ainda, a autora que o INSS anexa na integra o processo administrativo;\nProtesta pela produ\u00e7\u00e3o de todas as provas em direito admitidas em especial a oitiva de testemunhas e juntada de novos documentos.\nRequer a condena\u00e7\u00e3o da R\u00e9 ao pagamento das custas processuais e honor\u00e1rios advocat\u00edcios de sucumb\u00eancia.\n\n\fD\u00e1-se o valor da causa R$36.000.00 De Londrina para Maring\u00e1 03 de Abril de 2018. Nesses termos, Pede e espera deferimento. Lu\u00eds Ot\u00e1vio Cazotti Betio OAB-PR 70.319\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 4 (Solon) - IdDocumentoCompleto: 5043941-73.2018.4.04.7100-711532982012148761144859405562", "text": "EXMO(A). SR(A). DR(A). JUIZ(A) FEDERAL DA VARA FEDERAL DE PORTO ALEGRE SE\u00c7\u00c3O JUDICI\u00c1RIA DO RIO GRANDE DO SUL/RS\nJEANETE HUBNER DA LUZ, brasileira, casada, CPF n. 382.959.110-15, residente e domiciliada na Rua dos Ciprestes, n. 65, Bairro Ponta Grossa, em Porto Alegre/RS, CEP 91.780-791, por seus procuradores ao final assinados, com escrit\u00f3rio profissional na Rua Gen. Andrade Neves, 155/116, Porto Alegre, conforme instrumento de procura\u00e7\u00e3o em anexo, vem, \u00e0 presen\u00e7a de V. Exa., propor a presente\nPROCEDIMENTO COMUM CONCESS\u00c3O DE APOSENTADORIA ESPECIAL OU APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUI\u00c7\u00c3O\nContra INSS \u2013 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL, autarquia federal, que pode ser citada na pessoa de seu representante legal, na Rua Jer\u00f4nimo Coelho, n.\u00ba 127, Bairro Centro, em Porto Alegre/RS, pelas raz\u00f5es de fato e de direito que passa a expor:\n\n\fI.\n\nDOS FATOS\n\n1.\n\nInicialmente, cumpre referir que em 27 de setembro de 2016\n\na parte Autora requereu o benef\u00edcio denominado Aposentadoria por Tempo de Contribui\u00e7\u00e3o\n\njunto \u00e0 Ag\u00eancia da Previd\u00eancia Social. Para comprova\u00e7\u00e3o do tempo contribu\u00eddo, apresentou\n\na sua Carteira de Trabalho e Previd\u00eancia Social e Perfil Profissiogr\u00e1fico Previdenci\u00e1rio \u2013\n\nPPP, que cont\u00eam informa\u00e7\u00f5es sobre atividades exercidas em condi\u00e7\u00f5es especiais. O pedido\n\nfoi protocolado sob o n\u00famero 179.858.903-3 e indeferido por falta de tempo de\n\ncontribui\u00e7\u00e3o, conforme c\u00f3pia do processo administrativo, em anexo.\n\n2.\n\nDe esclarecer que de acordo com os documentos\n\napresentados, a parte Demandante contava, na data do requerimento COM MAIS DE 30\n\nANOS DE TEMPO DE CONTRIBUIC\u00c3O, suficientes \u00e0 concess\u00e3o da Aposentadoria por\n\nTempo de Contribui\u00e7\u00e3o, entretanto, teve indeferido o benef\u00edcio.\n\n3.\n\nPor ouro lado, impende notar que a parte Autora segue\n\nlaborando para a mesma empresa, mesmo ap\u00f3s a data de entrada do requerimento,\n\nimplementando 25 anos de labor especial em 28/07/2017, motivo pelo qual faz jus a\n\nconcess\u00e3o do benef\u00edcio de Aposentadoria Especial na data da reafirma\u00e7\u00e3o.\n\n4.\n\nAssim, inconformada com a arbitrariedade da Autarquia\n\nPrevidenci\u00e1ria, a parte Autora aju\u00edza a presente a\u00e7\u00e3o com o intuito de que lhe concedido o\n\nbenef\u00edcio de APOSENTADORIA ESPECIAL, desde 28 de julho de 2017, data da\n\nreafirma\u00e7\u00e3o da DER ou, ainda, sucessivamente, Aposentadoria por Tempo de Contribui\u00e7\u00e3o\n\nna data do requerimento administrativo ocorrido em 27/09/2016.\n\nII. DO DIREITO A) DA LEGISLA\u00c7\u00c3O APLIC\u00c1VEL:\n\n\f1.\n\nA Aposentadoria Especial se d\u00e1 em virtude das condi\u00e7\u00f5es\n\npeculiares sob as quais o trabalho \u00e9 prestado, presumindo a lei que o seu desempenho n\u00e3o\n\npoderia ser efetivado pelo mesmo per\u00edodo das demais atividades profissionais.\n\n2.\n\nPretende a parte Autora o reconhecimento e\n\nenquadramento dos per\u00edodos de labor situados entre 23/03/1987 a 31/05/1988 (Hospital\n\nM\u00e3e de Deus), de 14/10/1991 a 03/05/1993 e de 28/04/1995 a 28/07/2017 (Associa\u00e7\u00e3o\n\nHospitalar Vila Nova) como especial, uma vez que exerceu neste(s) contrato(s) de trabalho,\n\natividades exposta de modo habitual e permanente aos agentes nocivos \u00e0 sua sa\u00fade e\n\nintegridade f\u00edsica, por mais de 25 anos.\n\n3.\n\nPor outro lado, de referir que a Constitui\u00e7\u00e3o Federal consagra\n\no princ\u00edpio da irretroatividade da lei, em respeito ao ato jur\u00eddico perfeito e ao direito adquirido.\n\nAto jur\u00eddico perfeito \u00e9 aquele que j\u00e1 est\u00e1 consumado segundo uma norma vigente. Direito\n\nadquirido \u00e9 todo aquele que j\u00e1 se incorporou ao patrim\u00f4nio jur\u00eddico ou \u00e0 personalidade de\n\nseu titular. Desta maneira, nem lei, nem fato posterior pode alterar essa situa\u00e7\u00e3o. Serve de\n\nbaliza e limite \u00e0 atua\u00e7\u00e3o do legislador e da incid\u00eancia da lei nova.\n\nSendo assim, a legisla\u00e7\u00e3o aplic\u00e1vel para an\u00e1lise do tempo de servi\u00e7o e a sua submiss\u00e3o ou n\u00e3o \u00e0 condi\u00e7\u00f5es especiais, \u00e9 aquela vigente na data em que o trabalho foi prestado. Nada obstante a clareza da conclus\u00e3o, a mesma n\u00e3o foi obedecida pela Autarquia Previdenci\u00e1ria.\n\nDesse modo, se no per\u00edodo em que o obreiro desenvolveu o labor n\u00e3o era exigido laudo pericial, o INSS n\u00e3o pode fazer retroagir a lei para ordenar que o segurado fa\u00e7a prova que n\u00e3o era imposta. Ademais, esta \u00e9 a interpreta\u00e7\u00e3o mais justa, pois se naquela \u00e9poca a atividade ou o agente eram considerados nocivos \u00e0 sa\u00fade e o segurado mesmo assim exercia o trabalho, submetendo-se \u00e0quelas condi\u00e7\u00f5es, n\u00e3o \u00e9 poss\u00edvel que lei posterior deixe de consider\u00e1-Io como tal, retroagindo em preju\u00edzo do trabalhador para eliminar direito que j\u00e1 incorporou.\n\nB) DO TEMPO ESPECIAL:\n\n\f1.\n\nA aposentadoria especial \u00e9 uma modalidade extraordin\u00e1ria de\n\naposentadoria por tempo de servi\u00e7o, na qual, em raz\u00e3o da exposi\u00e7\u00e3o do trabalhador \u00e0\n\nagentes nocivos \u00e0 sa\u00fade e integridade f\u00edsica, garante-se a benesse de laborar por um\n\nper\u00edodo menor. Todavia, existem casos em que os trabalhadores n\u00e3o trabalharam,\n\nsubmetidos a atividades especiais, por tempo suficiente para a percep\u00e7\u00e3o do benef\u00edcio. S\u00e3o\n\ncasos em que houve exerc\u00edcio sucessivo de atividades sujeitas ao regime comum e\n\nespecial.\n\nO \u00a7 3\u00b0 do art. 57, da Lei n\u00b0 8.213/91, em sua reda\u00e7\u00e3o original, possibilitava a soma do tempo de servi\u00e7o especial e comum, e vice-versa, ou seja, era poss\u00edvel a obten\u00e7\u00e3o do benef\u00edcio de aposentadoria especial, mesmo n\u00e3o havendo desempenho integral de atividade especial, bem como de aposentadoria por tempo de servi\u00e7o, desde que operada a respectiva convers\u00e3o.\n\nAqueles que exercem atividade em condi\u00e7\u00f5es danosas \u00e0 sa\u00fade devem ser tratados de forma diferenciada no momento de sua aposenta\u00e7\u00e3o. Na realidade, h\u00e1 um fator de discrimen l\u00f3gico e constitucionalmente aceito \u2013 o trabalho em condi\u00e7\u00f5es prejudiciais ao estado f\u00edsico ou mental do trabalhador \u2013 a respaldar a diferencia\u00e7\u00e3o feita entre os diversos trabalhadores.\n\nDa mesma forma, se o trabalhador realiza atividade em condi\u00e7\u00f5es especiais apenas certo per\u00edodo, este n\u00e3o poder\u00e1 ser desconsiderado quando do requerimento da aposentadoria, ainda que comum. Ali\u00e1s, esta conclus\u00e3o deflui da pr\u00f3pria Constitui\u00e7\u00e3o.\n\nNo art. 201, \u00a7 1\u00b0, do texto constitucional, menciona-se a possibilidade de ado\u00e7\u00e3o de requisitos e crit\u00e9rios diferenciados para os casos de atividades realizadas \u201csob condi\u00e7\u00f5es especiais que prejudiquem a sa\u00fade ou a integridade f\u00edsica\u201d. Portanto, ainda que em rela\u00e7\u00e3o a parte do tempo, \u00e9 poss\u00edvel o estabelecimento de tais requisitos ou crit\u00e9rios diferenciados.\n\nESPECIAIS:\n\nC) DA ATIVIDADE LABORADA EM CONDI\u00c7\u00d5ES\n\n\f1.\n\nConsoante preceitua o art. 57 da lei n. 8.213/91 o benef\u00edcio de\n\naposentadoria especial ser\u00e1 devido ao segurado da Previd\u00eancia Social que tenha trabalhado\n\nem exposi\u00e7\u00e3o a agentes nocivos durante quinze, vinte ou vinte e cinco anos, conforme o\n\ncaso.\n\nComo pode ser constada pela an\u00e1lise da c\u00f3pia do processo administrativo anexado aos autos, a parte Autora laborou nas empresas abaixo referidas durante os per\u00edodos de tempo de servi\u00e7o especial que dever\u00e3o ser considerados para fins de Aposentadoria Especial:\n\nEmpresa\n\nPer\u00edodo\n\nAgentes Nocivos\n\nDocumentos\n\nHospital M\u00e3e de Deus \u2013 23/03/1987 a 31/05/1988\nAESC\n\nEscritur\u00e1ria e Secret\u00e1ria PPP fls. 21/22 e\n\ndo processo\n\nAgentes biol\u00f3gicos\n\nadministrativo\n\n14/10/1991 a 03/05/1993 Associa\u00e7\u00e3o Hospitalar\ne de 28/04/1995 a Vila Nova\n28/07/2017\n\nRecepcionista Agentes biol\u00f3gicos\n\nPPP fls. 23/24 do processo administrativo e PPP atualizado e laudo em\nanexo\n\nDessa forma, veremos a seguir que os agentes nocivos \u00e0 que estava exposta a parte Autora encontram guarida na legisla\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria.\n\nDE CONDI\u00c7\u00d3ES DEMANDANTE:\n\nD) QUANTO \u00c0 DEMONSTRA\u00c7\u00c3O DA EFETIVA PRESEN\u00c7A ESPECIAIS NA EMPRESA EM QUE LABOROU A PARTE\n\nI.\n\nAESC \u2013 HOSPITAL M\u00c3E DE DEUS\n\n\f*\n\nDe 23/03/1987 a 31/05/1988: Analisando-se o formul\u00e1rio sobre\n\natividades exercidas em condi\u00e7\u00f5es especiais verifica-se que a parte Autora laborou como\n\nEscritur\u00e1ria e Secret\u00e1ria, em ambiente hospitalar, cujo enquadramento equiparado por\n\ncategoria profissional est\u00e1 previsto no c\u00f3digo 2.1.3, bem como exposta aos agentes\n\nbiol\u00f3gicos inerentes a fun\u00e7\u00e3o c\u00f3digo 1.3.4 do Decreto n.\u00ba 83.080/79, de modo habitual e\n\npermanente, n\u00e3o ocasional, nem intermitente.\n\nII. ASSOCIA\u00c7\u00c3O HOSPITALAR VILA NOVA\n\n*\n\nDe 14/10/1991 a 03/05/1993 e de 28/04/1995 a 28/07/2017:\n\nAnalisando-se o formul\u00e1rio sobre atividades exercidas em condi\u00e7\u00f5es especiais verifica-se\n\nque a parte Autora laborou como Recepcionista, em ambiente hospitalar, cujo\n\nenquadramento equiparado por categoria profissional est\u00e1 previsto no c\u00f3digo 2.1.3, bem\n\ncomo exposta aos agentes nocivos biol\u00f3gicos c\u00f3digo 1.3.2 todos do Decreto n.\u00ba 83.080/79, e\n\nc\u00f3digo 3.0.1 do Decreto n.\u00ba 3.048/99, de modo habitual e permanente, n\u00e3o ocasional nem\n\nintermitente.\n\nDe referir que, apesar do laudo informar a exposi\u00e7\u00e3o aos agentes biol\u00f3gicos de modo intermitente, a empresa recolhe para o INSS pelo c\u00f3digo 04 da GFIP, al\u00edquota suplementar de 6%, para fins de Aposentadoria Especial, conforme conclus\u00e3o expressa contida no laudo t\u00e9cnico da empresa, em anexo.\n\nEm consequ\u00eancia, no(s) per\u00edodo(s) em quest\u00e3o dever\u00e1 ser reconhecido o enquadramento pela exposi\u00e7\u00e3o aos agentes de risco, contando a parte Autora com mais de 25 anos de tempo de contribui\u00e7\u00e3o especial na data do requerimento administrativo, fazendo jus a concess\u00e3o da Aposentadoria Especial.\n\nE) DA APOSENTADORIA ESPECIAL:\n\n\f1.\n\nA Constitui\u00e7\u00e3o Federal tem por fundamento a promo\u00e7\u00e3o do\n\nbem estar de todos e a dignidade da pessoa humana, conforme demanda seu art. 1\u00b0, inciso\n\n111, in verbis:\n\n\"Art. 1\u00b0 A Rep\u00fablica Federativa do Brasil, formada pela uni\u00e3o indissol\u00favel dos Estados e Munic\u00edpios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democr\u00e1tico de Direito e tem como fundamentos: [...] III - a dignidade da pessoa humana - grifo nosso. \"\nNo mesmo sentido, preceitua o art. 196:\n\n\"Art. 196. A sa\u00fade \u00e9 direito de todos e dever do Estado, garantido mediante pol\u00edticas sociais e econ\u00f4micas que visem \u00e0 redu\u00e7\u00e3o do risco de doen\u00e7a e de outros agravos e ao acesso universal e igualit\u00e1rio \u00e0s a\u00e7\u00f5es e servi\u00e7os para sua promo\u00e7\u00e3o, prote\u00e7\u00e3o e recupera\u00e7\u00e3o.\"\nAssim, a lei maior da nossa Rep\u00fablica estabelece que a sa\u00fade \u00e9 direito de todos e dever do Estado, al\u00e9m disso, o art. 201 da Carta Magna estabelece que os planos de previd\u00eancia social, nos termos de Lei, atender\u00e3o a cobertura dos eventos decorrentes da idade avan\u00e7ada.\n\n\"Art. 201. A previd\u00eancia social ser\u00e1 organizada sob a forma de regime geral, de car\u00e1ter contributivo e de filia\u00e7\u00e3o obrigat\u00f3ria, observados crit\u00e9rios que preservem o equil\u00edbrio financeiro e atuarial, e atender\u00e1, nos termos da lei (...). \"\n\nespecial.\n\nInclui-se nesse rol, portanto, o benef\u00edcio de aposentadoria\n\nA Lei 8.213/91 disp\u00f5e em seu art. 57 que a aposentadoria especial ser\u00e1 devida ao segurado que, havendo cumprido, o per\u00edodo de car\u00eancia exigido nesta Lei, tenha trabalhado com exposi\u00e7\u00e3o a agentes nocivos durante quinze, vinte ou vinte e cinco anos, in verbis:\n\n\f\"Art. 57. A aposentadoria especial ser\u00e1 devida, uma vez cumprida a car\u00eancia exigida nesta Lei, ao segurado que tiver trabalhado sujeito a condi\u00e7\u00f5es especiais que prejudiquem a sa\u00fade ou a integridade f\u00edsica, durante 15 (quinze), 20 (vinte) ou 25 (vinte e cinco) anos, conforme dispuser a lei\".\nAl\u00e9m disso, o Decreto 3.048/99 traz o seguinte:\n\"Art. 65 Considera-se trabalho permanente, para efeito desta Subse\u00e7\u00e3o, aquele que \u00e9 exercido de forma n\u00e3o ocasional nem intermitente, no qual a exposi\u00e7\u00e3o do empregado, do trabalhador avulso ou do cooperado ao agente nocivo seja indissoci\u00e1vel da produ\u00e7\u00e3o do bem ou da presta\u00e7\u00e3o do servi\u00e7o\". (Alterado pelo Decreto n\u00b04.882, de 18/11/2003 - DOU DE 19/11/2003)\nNo caso da parte Autora, mesmo restando comprovada a exposi\u00e7\u00e3o permanente, n\u00e3o ocasional nem intermitente \u00e0 agentes nocivos, que prejudiquem a sa\u00fade ou \u00e0 integridade f\u00edsica, n\u00e3o houve a concess\u00e3o da aposentadoria especial a que faz jus.\nN\u00e3o resta a menor d\u00favida que a n\u00e3o concess\u00e3o do benef\u00edcio requerido pela parte Autora foi injusto, ilegal e arbitr\u00e1rio, devendo ser imediatamente concedido.\nO art. 201, \u00a71\u00b0 da Constitui\u00e7\u00e3o Federal assegura a concess\u00e3o de aposentadoria ao benefici\u00e1rio do regime geral de previd\u00eancia social que exer\u00e7a atividades sob condi\u00e7\u00f5es especiais que prejudiquem a sa\u00fade ou a integridade f\u00edsica, definidos em lei complementar, sen\u00e3o vejamos:\n\"\u00a7 1\u00b0\u00c9 vedada a ado\u00e7\u00e3o de requisitos e crit\u00e9rios diferenciados para a concess\u00e3o de aposentadoria aos benefici\u00e1rios do regime geral de previd\u00eancia social, ressalvados os casos de atividades exercidas sob condi\u00e7\u00f5es especiais que prejudiquem a sa\u00fade ou a integridade f\u00edsica e quando se tratar de segurados portadores de defici\u00eancia, nos termos definidos em lei complementar. (Alterado pela EC147, de 05/07105).\nExige a lei 8.213/91, ainda, como requisito \u00e0 concess\u00e3o do benef\u00edcio, a manuten\u00e7\u00e3o da qualidade de segurado e o cumprimento da car\u00eancia.\n\n\fA car\u00eancia, no caso benef\u00edcio pleiteado, de acordo com o art. 25, inciso 11, da lei de Benef\u00edcios, s\u00e3o 180 contribui\u00e7\u00f5es mensais. Com isto, conclui-se que a parte Autora preencheu todas as condi\u00e7\u00f5es necess\u00e1rias para a concess\u00e3o do benef\u00edcio ora pleiteado.\n\n2.\n\nO valor do benef\u00edcio de aposentadoria especial \u00e9 de 100%\n\n(cem por cento) do sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio, conforme prev\u00ea o artigo 57, \u00a7 1\u00b0, da lei 8.213/91.\n\nO sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio por sua vez ser\u00e1 equivalente \u00e0 m\u00e9dia aritm\u00e9tica simples dos maiores sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o correspondentes a oitenta por cento de todo o per\u00edodo contributivo. N\u00e3o h\u00e1 aplica\u00e7\u00e3o do fator previdenci\u00e1rio (artigo 29, inciso 11, da lB). Vejamos, com a m\u00e1xima v\u00eania, o que disp\u00f5em os referidos dispositivos legais:\n\n\"Art. 57. A aposentadoria especial ser\u00e1 devida, uma vez cumprida a car\u00eancia exigida nesta Lei, ao segurado que tiver trabalhado sujeito a condi\u00e7\u00f5es especiais que prejudiquem a sa\u00fade ou a integridade f\u00edsica, durante 15 (quinze), 20 (vinte) ou 25 (vinte e cinco) anos, conforme dispuser a lei. (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n\u00b09.032, de 28.4.95)\n\u00a7 1\u00b0 A aposentadoria especial, observado o disposto no Art. 33 desta Lei, consistir\u00e1 numa renda mensal equivalente a 100% (cem por cento) do sal\u00e1rio-de-beneficio (...)\". (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n\u00b09.032, de 28.4.95)\n\"Art. 29. O sal\u00e1rio-de-beneficio consiste: (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n\u00b09.876, de 26.11.99)\nI - para os beneficios de que tratam as al\u00edneas b e c do inciso I do Art. 18, na m\u00e9dia aritm\u00e9tica simples dos maiores sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o correspondentes a oitenta por cento de todo o per\u00edodo contributivo, multiplicada pelo fator previdenci\u00e1rio; (inciso acrescentado pela Lei n\u00b09.876, de 26.11.99)\nIII - para os benef\u00edcios de que tratam as al\u00edneas a, d, e e h do inciso I do Art. 18, na m\u00e9dia aritm\u00e9tica simples dos maiores sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o correspondentes a oitenta por cento de todo o per\u00edodo contributivo. (Inciso acrescentado pela Lei n\u00b0 9.876, de 26.11.99) (Convalidado pelo Ato Declarat\u00f3rio n\u00b01 do Senado Federal de 20.7.2005)\n\"Art. 18. O Regime Geral de Previd\u00eancia Social compreende as seguintes presta\u00e7\u00f5es, devidas inclusive em raz\u00e3o de eventos decorrentes de acidente do trabalho, expressas em benef\u00edcios e servi\u00e7os:\nI - quanto ao segurado:\na) aposentadoria por invalidez;\nb) aposentadoria por idade;\nc) aposentadoria por tempo de servi\u00e7o;\nd) aposentadoria especial;\ne) aux\u00edlio-doen\u00e7a;\nf) sal\u00e1rio-fam\u00edlia;\n\n\fg) sal\u00e1rio-matemidade; h) aux\u00edlio-acidente; i) (Revoga da pela Lei n\u00b08.870, de 15.4.94)(...)\".\nF) REAFIRMA\u00c7\u00c3O DA DER\n\n1.\n\nA parte Autora postula pela reafirmada a DER na data em que\n\npreenchidos os 25 anos de labor especial, vez que permanece laborando para a mesma\n\nempresa, isto \u00e9, no Hospital Vila Nova, desde 28/04/1995 e exercendo as mesmas\n\nfun\u00e7\u00f5es com exposi\u00e7\u00e3o aos agentes biol\u00f3gicos, consoante PPP atualizado e laudo em\n\nanexo.\n\nAdemais, a Previd\u00eancia Social est\u00e1 regida por princ\u00edpios e objetivos que devem ser obedecidos a fim de possibilitar a concess\u00e3o de um benef\u00edcio, tanto quanto poss\u00edvel, pr\u00f3ximo da renda auferida pelo segurado de acordo com os requisitos por ele implementados.\n\nAdemais, a Instru\u00e7\u00e3o Normativa n.\u00ba 45 de 06/08/2010 \u00e9 taxativa ao referir sobre a reafirma\u00e7\u00e3o da DER, in verbis:\n\nseguir colacionada:\n\nArt. 623. Se por ocasi\u00e3o do despacho, for verificado que na DER o segurado n\u00e3o satisfazia as condi\u00e7\u00f5es m\u00ednimas exigidas para a concess\u00e3o do benef\u00edcio pleiteado, mas que os completou em momento posterior ao pedido inicial ser\u00e1 dispensada nova habilita\u00e7\u00e3o, admitindo-se, apenas, a reafirma\u00e7\u00e3o da DER. (Grifei)\nNesse sentido, inclusive \u00e9 o entendimento da Jurisprud\u00eancia a\nDECIS\u00c3O: Tendo em vista que, na hip\u00f3tese dos autos, h\u00e1 a possibilidade de reafirma\u00e7\u00e3o da DER, ainda que de of\u00edcio, para fins complementares de tempo de servi\u00e7o especial, na eventual reforma da senten\u00e7a, via remessa oficial, por decorr\u00eancia do afastamento de tempo de servi\u00e7o especial proveniente de incab\u00edvel convers\u00e3o de tempo comum pelo fator 0,71, intime-se o INSS para que, havendo interesse, manifeste-se sobre a consist\u00eancia dos registros de contribui\u00e7\u00f5es previdenci\u00e1rias constantes do CNIS, posteriores \u00e0 DER, frente \u00e0 possibilidade de serem considerados como tempo de contribui\u00e7\u00e3o, bem como\n\n\fexerc\u00edcio de labor em condi\u00e7\u00f5es especais, nos termos do art. 462 do CPC/1973, bem como dos artigos 10 e 493 e par\u00e1grafo \u00fanico do CPC/2015, qualificando-se como fatos constitutivos do direito \u00e0 aposentadoria especial. (TRF4 5069028-41.2012.404.7100, QUINTA TURMA, Relator FRANCISCO DONIZETE GOMES, juntado aos autos em 18/05/2017) Grifei\nDECIS\u00c3O: Tendo em vista o julgamento do Incidente de Assun\u00e7\u00e3o de Compet\u00eancia pela Terceira Se\u00e7\u00e3o desta Corte (5007975-25.2013.4.04.7003/PR), no que se refere \u00e0 quest\u00e3o relativa \u00e0 possibilidade de concess\u00e3o de benef\u00edcio previdenci\u00e1rio, mediante reafirma\u00e7\u00e3o da DER, com o c\u00f4mputo de tempo de servi\u00e7o posterior ao ajuizamento da a\u00e7\u00e3o, intime-se a parte autora, no prazo de 10 (dez) dias, para comprovar a continuidade de labor em condi\u00e7\u00f5es especiais. Ap\u00f3s, intime-se o INSS, no mesmo prazo, para manifesta\u00e7\u00e3o. Voltem-me conclusos. Publique-se. (TRF4 5014542-22.2011.404.7107, SEXTA TURMA, Relator JO\u00c3O BATISTA PINTO SILVEIRA, juntado aos autos em 16/05/2017) Grifo nosso\nInclusive o assunto foi objeto de Incidente de Assun\u00e7\u00e3o de Compet\u00eancia, previsto no art. 947 do NCPC onde foi admitida a possibilidade de reafirma\u00e7\u00e3o da DER quando o segurado implementar os requisitos ap\u00f3s o fim do processo administrativo, in verbis:\nEMENTA: INCIDENTE DE ASSUN\u00c7\u00c3O DE COMPET\u00caNCIA. REAFIRMA\u00c7\u00c3O DA DER. POSSIBILIDADE. A 3\u00aa Se\u00e7\u00e3o desta Corte tem admitido a reafirma\u00e7\u00e3o da DER, prevista pela Instru\u00e7\u00e3o Normativa n\u00ba 77/2015 do INSS e ratificada pela IN n\u00ba 85, de 18/02/2016, tamb\u00e9m em sede judicial, nas hip\u00f3teses em que o segurado implementa todas as condi\u00e7\u00f5es para a concess\u00e3o do benef\u00edcio ap\u00f3s a conclus\u00e3o do processo administrativo, admitindo-se c\u00f4mputo do tempo de contribui\u00e7\u00e3o inclusive quanto ao per\u00edodo posterior ao ajuizamento da a\u00e7\u00e3o, desde que observado o contradit\u00f3rio, e at\u00e9 a data do julgamento da apela\u00e7\u00e3o ou remessa necess\u00e1ria. Incumbe \u00e0 parte autora demonstrar a exist\u00eancia do fato superveniente (art. 493 do NCPC) em momento anterior \u00e0 inclus\u00e3o do processo em pauta de julgamento, atrav\u00e9s de formul\u00e1rio PPP, laudo da empresa, PPRA, LTCAT etc., oportunizando-se ao INSS manifestar-se sobre a prova juntada, bem como sobre a inconsist\u00eancia dos registros do extrato do CNIS. Honor\u00e1rios advocat\u00edcios incidir\u00e3o sobre as parcelas vencidas a contar da data da reafirma\u00e7\u00e3o da DER at\u00e9 a senten\u00e7a ou o ac\u00f3rd\u00e3o que reconhecer e conceder o direito \u00e0 aposentadoria ao segurado.\n\n\fJuros de mora e corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dever\u00e3o ser calculados a contar da data em que reafirmada a DER.\n\nAC\u00d3RD\u00c3O Vistos e relatados estes autos em que s\u00e3o partes as\n\nacima indicadas, decide a Colenda 3\u00aa Se\u00e7\u00e3o do Tribunal Regional\n\nFederal da 4\u00aa Regi\u00e3o, por unanimidade, admitir o incidente de\n\nassun\u00e7\u00e3o de compet\u00eancia e, no m\u00e9rito, resolver quest\u00e3o de direito no\n\nsentido de ser cab\u00edvel a reafirma\u00e7\u00e3o da DER at\u00e9, no m\u00e1ximo, a data\n\ndo julgamento da apela\u00e7\u00e3o ou remessa necess\u00e1ria no segundo grau\n\nde jurisdi\u00e7\u00e3o, nos termos do voto do Relator, e, por maioria, fixar\n\nbalizas para a uniformiza\u00e7\u00e3o da jurisprud\u00eancia da Corte quanto ao\n\ninstituto da reafirma\u00e7\u00e3o da DER e decidir que a quest\u00e3o de direito\n\nfixada deve ser aplicada no caso concreto em julgamento pela\n\npr\u00f3pria 3\u00aa Se\u00e7\u00e3o, nos termos do voto da Des. Federal Salise Monteiro\n\nSanchotene, determinada a juntada da transcri\u00e7\u00e3o das notas de\n\njulgamento, na forma do relat\u00f3rio, votos e notas taquigr\u00e1ficas que\n\nficam fazendo parte integrante do presente julgado.\n\n(APELA\u00c7\u00c3O/REMESSA\n\nNECESS\u00c1RIA\n\nN\u00ba\n\n5007975-25.2013.4.04.7003/PR, julgado em 06/04/2017,\n\nDesembargador Federal PAULO AFONSO BRUM VAZ)\n\nG) TEMA 709 \u2013 POSSIBILIDADE DE PERCEP\u00c7\u00c3O DO BENEF\u00cdCIO DA APOSENTADORIA ESPECIAL NA HIP\u00d3TESE EM QUE O SEGURADO PERMANECE NO EXERC\u00cdCIO DE ATIVIDADES LABORAIS NOCIVAS \u00c0 SA\u00daDE.\n\nEMENTA. DIREITO PREVIDENCI\u00c1RIO E CONSTITUCIONAL.\n\nCONSTITUCIONALIDADE DO ART. 57, \u00a7 8\u00ba, DA LEI N\u00ba 8.213/91.\n\nDISCUSS\u00c3O ACERCA DA POSSIBILIDADE DE PERCEP\u00c7\u00c3O DO\n\nBENEF\u00cdCIO\n\nDA\n\nAPOSENTADORIA\n\nESPECIAL\n\nINDEPENDENTEMENTE DO AFASTAMENTO DO BENEFICI\u00c1RIO\n\nDAS ATIVIDADES LABORAIS NOCIVAS \u00c0 SA\u00daDE. MAT\u00c9RIA\n\nPASS\u00cdVEL DE REPETI\u00c7\u00c3O EM IN\u00daMEROS PROCESSOS, COM\n\nREPERCUSS\u00c3O NA ESFERA DE INTERESSE DE\n\nBENEFICI\u00c1RIOS DA PREVID\u00caNCIA SOCIAL. PRESEN\u00c7A DE\n\nREPERCUSS\u00c3O GERAL. Decis\u00e3o: O Tribunal, por unanimidade,\n\nreputou constitucional a quest\u00e3o. O Tribunal, por maioria,\n\nreconheceu a exist\u00eancia de repercuss\u00e3o geral da quest\u00e3o\n\nconstitucional suscitada, vencido o Ministro Teori Zavascki. N\u00e3o se\n\nmanifestou o Ministro Joaquim Barbosa. Ministro DIAS TOFFOLI\n\nRelator, RE 788092 RG/SC\n\nO art. 57, \u00a7 8\u00ba da lei de benef\u00edcios determina que se aplique o disposto no art. 46 ao segurado aposentado que voluntariamente retorne a atividade laborativa ou continue a trabalhar ap\u00f3s a concess\u00e3o do benef\u00edcio de aposentadoria especial. Contudo, tal determina\u00e7\u00e3o cerceia o direito social protetivo ao trabalho, sendo, portanto, inconstitucional. A norma n\u00e3o visa proteger o trabalhador da exposi\u00e7\u00e3o aos\n\n\fagentes agressores da atividade laboral, pois n\u00e3o impede a concess\u00e3o do benef\u00edcio\nde Aposentadoria por Tempo de Contribui\u00e7\u00e3o e a perman\u00eancia no labor especial nas\nmesmas condi\u00e7\u00f5es.\nNesse sentido o Tribunal Regional Federal da 4\u00aa Regi\u00e3o j\u00e1 se\nmanifestou sobre o tema por ocasi\u00e3o do julgamento de Argui\u00e7\u00e3o de Inconstitucionalidade do\n\u00a78\u00ba do art. 57da Lei n\u00ba 8.213/91, consoante se observa da respectiva ementa a seguir\ntranscrita de que N\u00c3O \u00e9 necess\u00e1rio o afastamento da atividade insalubre ap\u00f3s a\nimplanta\u00e7\u00e3o do benef\u00edcio de Aposentadoria Especial pelo INSS, n\u00e3o prejudicando,\ninclusive, o recebimento das parcelas vencidas desde a DER, in verbis:\nPREVIDENCI\u00c1RIO. CONSTITUCIONAL. ARGUI\u00c7\u00c3O DE INCONSTITUCIONALIDADE. \u00a7 8\u00ba DO ARTIGO 57 DA LEI N\u00ba 8.213/91. APOSENTADORIA ESPECIAL. VEDA\u00c7\u00c3O DE PERCEP\u00c7\u00c3O POR TRABALHADOR QUE CONTINUA NA ATIVA, DESEMPENHANDO ATIVIDADE EM CONDI\u00c7\u00d5ES ESPECIAIS. 1. Comprovado o exerc\u00edcio de atividade especial por mais de 25 anos, o segurado faz jus \u00e0 concess\u00e3o da aposentadoria especial, nos termos do artigo 57 e \u00a7 1\u00ba da Lei 8.213, de 24-07-1991, observado, ainda, o disposto no art. 18, I, \"d\" c/c 29, II, da LB, a contar da data do requerimento administrativo. 2. O \u00a7 8\u00ba do artigo 57 da Lei n\u00ba 8.213/91 veda a percep\u00e7\u00e3o de aposentadoria especial por parte do trabalhador que continuar exercendo atividade especial. 3. A restri\u00e7\u00e3o \u00e0 continuidade do desempenho da atividade por parte do trabalhador que obt\u00e9m aposentadoria especial cerceia, sem que haja autoriza\u00e7\u00e3o constitucional para tanto (pois a constitui\u00e7\u00e3o somente permite restri\u00e7\u00e3o relacionada \u00e0 qualifica\u00e7\u00e3o profissional), o desempenho de atividade profissional, e veda o acesso \u00e0 previd\u00eancia social ao segurado que implementou os requisitos estabelecidos na legisla\u00e7\u00e3o de reg\u00eancia. 3. A regra em quest\u00e3o n\u00e3o possui car\u00e1ter protetivo, pois n\u00e3o veda o trabalho especial, ou mesmo sua continuidade, impedindo apenas o pagamento da aposentadoria. Nada obsta que o segurado permane\u00e7a trabalhando em atividades que impliquem exposi\u00e7\u00e3o a agentes nocivos sem requerer aposentadoria especial; ou que aguarde para se aposentar por tempo de contribui\u00e7\u00e3o, a fim de poder cumular o benef\u00edcio com a remunera\u00e7\u00e3o da atividade, caso mantenha o v\u00ednculo; como nada impede que se aposentando sem a considera\u00e7\u00e3o do tempo especial, pe\u00e7a, quando do afastamento definitivo do trabalho, a convers\u00e3o da aposentadoria por tempo de contribui\u00e7\u00e3o em aposentadoria especial. A regra, portanto, n\u00e3o tem por escopo a prote\u00e7\u00e3o do trabalhador, ostentando mero car\u00e1ter fiscal e cerceando de forma indevida o desempenho de atividade profissional. 4. A interpreta\u00e7\u00e3o conforme a constitui\u00e7\u00e3o n\u00e3o tem cabimento quando conduz a entendimento que contrarie sentido expresso da lei. 5. Reconhecimento da inconstitucionalidade do \u00a7 8\u00ba do artigo 57 da Lei n\u00ba 8.213/91.\n\n\f(TRF4, ARGUI\u00c7\u00c3O DE INCONSTITUCIONALIDADE n. 5001401-77.2012.404.0000, Corte Especial, Des. Federal Ricardo Teixeira do Valle Pereira, por maioria, publicado em 31/05/2012). grifei\nEMENTA: PREVIDENCI\u00c1RIO. ATIVIDADE ESPECIAL. CONCESS\u00c3O DE APOSENTADORIA ESPECIAL. PERMAN\u00caNCIA NA ATIVIDADE ESPECIAL AP\u00d3S A IMPLANTA\u00c7\u00c3O DO BENEF\u00cdCIO. POSSIBILIDADE. ANTECIPA\u00c7\u00c3O DE TUTELA. MANUTEN\u00c7\u00c3O. 1. Apresentada a prova necess\u00e1ria a demonstrar o exerc\u00edcio de atividade sujeita a condi\u00e7\u00f5es especiais, conforme a legisla\u00e7\u00e3o vigente na data da presta\u00e7\u00e3o do trabalho, deve ser reconhecido o respectivo tempo de servi\u00e7o. 2. Demonstrado o tempo de servi\u00e7o especial por 15, 20 ou 25 anos, conforme a atividade exercida pelo segurado e a car\u00eancia, \u00e9 devida \u00e0 parte autora a aposentadoria especial, nos termos da Lei n.\u00ba 8.213/91. 3. Reconhecida a inconstitucionalidade do \u00a7 8.\u00ba do art. 57 da LBPS pela Corte Especial deste Tribunal, resta assegurada \u00e0 parte autora a possibilidade de continuar exercendo atividades laborais sujeitas a condi\u00e7\u00f5es nocivas ap\u00f3s a implanta\u00e7\u00e3o do benef\u00edcio. 4. Atendidos os pressupostos legais, quais sejam: a verossimilhan\u00e7a do direito alegado e o fundado receio de dano irrepar\u00e1vel (art. 273 do CPC), \u00e9 de ser mantida a antecipa\u00e7\u00e3o da tutela deferida na senten\u00e7a. (TRF4, APELREEX 5003879-48.2010.404.7107, Sexta Turma, Relator p/ Ac\u00f3rd\u00e3o Jo\u00e3o Batista Pinto Silveira, juntado aos autos em 03/02/2016) Grifei\nPor sua vez, a Previd\u00eancia Social est\u00e1 regida por princ\u00edpios e objetivos que devem ser obedecidos a fim de viabilizar a concess\u00e3o de um benef\u00edcio, tanto quanto poss\u00edvel, pr\u00f3ximo da renda auferida pelo segurado, assegurando, inclusive, a continuidade na atividade laborativa como garantia constitucional social do direito ao trabalho.\nPor todos os fatos acima narrados, a presente a\u00e7\u00e3o merece ser julgada totalmente procedente condenando o INSS a conceder o benef\u00edcio de Aposentadoria Especial independente do afastamento da atividade que exponha a agentes de risco desde a data do pedido administrativo.\nDeve ser fixada, como data de in\u00edcio de benef\u00edcio, a data do requerimento administrativo, que ocorreu no dia 28 de julho de 2017. Assim, at\u00e9 a presente data j\u00e1 venceram diversas presta\u00e7\u00f5es, que dever\u00e3o ser pagas de uma s\u00f3 vez, acrescidas das presta\u00e7\u00f5es que se venceram a partir de agora e antes da efetiva implanta\u00e7\u00e3o do\n\n\fbenef\u00edcio, bem como juros de mora e corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, a partir da data em que deveriam ter sido pagas.\n\nIV. DOS PEDIDOS Deste modo, REQUER a parte Autora:\n\n1)\n\nRequer a concess\u00e3o do benepl\u00e1cito da Assist\u00eancia Judici\u00e1ria\n\nGratuita, tendo em vista n\u00e3o ter a parte Autora condi\u00e7\u00f5es de arcar com as despesas\n\nprocessuais oriundas do feito, conforme declara\u00e7\u00e3o em anexo.\n\n2)\n\nInforma, preliminarmente, que N\u00c3O POSSUI INTERESSE na\n\naudi\u00eancia de concilia\u00e7\u00e3o ou media\u00e7\u00e3o obrigat\u00f3ria, nos termos do art. 334 do NCPC,\n\nmotivo pelo qual requer, desde j\u00e1, a cita\u00e7\u00e3o do INSS, na pessoa de um de seus\n\nprocuradores federais, para que tome ci\u00eancia dos termos da presente a\u00e7\u00e3o e, querendo,\n\napresente contesta\u00e7\u00e3o, no prazo legal, sob pena de revelia e confiss\u00e3o.\n\n3)\n\nA cita\u00e7\u00e3o do INSS, na pessoa de um de seus procuradores\n\nfederais, para que tome ci\u00eancia dos termos da presente a\u00e7\u00e3o e, querendo, apresente\n\ncontesta\u00e7\u00e3o, no prazo legal, sob pena de revelia e confiss\u00e3o:\n\n4)\n\nRequer a TOTAL PROCED\u00caNCIA dos pedidos ora formulados\n\npara o fim de CONCEDER o benef\u00edcio de APOSENTADORIA ESPECIAL desde 28 de julho\n\nde 2017, data da reafirma\u00e7\u00e3o da DER, bem como seja condenada:\n\n4.1)\n\na reconhecer e enquadrar o tempo de servi\u00e7o laborado em\n\ncondi\u00e7\u00f5es especiais prestado pela parte Autora nos per\u00edodos situados entre 23/03/1987 a\n\n31/05/1988 (Hospital M\u00e3e de Deus), de 14/10/1991 a 03/05/1993 e de 28/04/1995 a\n\n28/07/2017 (Associa\u00e7\u00e3o Hospitalar Vila Nova);\n\n4.2)\n\nconceder o benef\u00edcio de Aposentadoria Especial \u00e0 parte Autora\n\nindependente do seu afastamento da atividade que exponha aos agentes de risco;\n\n\f4.3)\n\nalternativamente, em n\u00e3o sendo deferido o benef\u00edcio de\n\nAposentadoria Especial, requer a concess\u00e3o da Aposentadoria por Tempo de Contribui\u00e7\u00e3o,\n\nmediante a convers\u00e3o de todo o tempo, na forma mais vantajosa, ou seja, de tempo\n\nespecial, inclusive ap\u00f3s 28/05/1998, para tempo comum pelo multiplicador 1,2, ou, ainda, a\n\nconvers\u00e3o inversa do tempo comum para especial, desde a data do requerimento\n\nadministrativo ocorrido em 27/09/2016;\n\n4.4)\n\nao pagamento integral das parcelas j\u00e1 vencidas, at\u00e9 a efetiva\n\nconcess\u00e3o do benef\u00edcio, bem como as parcelas vincendas, acrescidas de corre\u00e7\u00e3o\n\nmonet\u00e1ria desde a data em que deveria ter sido concedido e pago o benef\u00edcio, ou seja,\n\ndesde a data do requerimento administrativo, com a incid\u00eancia de juros de mora.\n\n5)\n\nRequer a produ\u00e7\u00e3o de todos os meios de prova admitidos em\n\ndireito, em especial a prova pericial, caso seja necess\u00e1ria para corroborar com a prova\n\ndocumental j\u00e1 acostada.\n\n6)\n\nPor derradeiro, requer, ainda, seja condenada a Autarquia R\u00e9\n\nao pagamento de custas processuais e honor\u00e1rios advocat\u00edcios ao patrono da parte Autora,\n\nque V. Exa. houver por bem arbitrar.\n\n7)\n\nPor fim, com base no disposto na Resolu\u00e7\u00e3o n.\u00ba 115, de 29 de\n\njunho de 2010, art. 5\u00ba, \u00a7 2\u00ba, do Conselho Nacional de Justi\u00e7a c/c art. 22 do Estatuto da\n\nAdvocacia, Lei n.\u00ba 8.906/1994, requer que ao final da presente demanda, caso sejam\n\nencontradas diferen\u00e7as em favor da parte Autora, quando da expedi\u00e7\u00e3o da RPV ou do\n\nPrecat\u00f3rio, que os valores referentes aos HONOR\u00c1RIOS CONTRATUAIS, sejam\n\nrequisitados em nome da sociedade de advogados WOIDA, MAGNAGO, SKREBSKY,\n\nCOLLA & ADVOGADOS ASSOCIADOS S/C, inscrita na OAB/RS sob o n\u00b0 815, CNPJ\n\n02.423.362/0001-10, no percentual constante no contrato de honor\u00e1rios ora anexado.\n\n8)\n\nAinda, postula que a requisi\u00e7\u00e3o de pagamento \u2013RPV referente\n\n\u00c0 VERBA HONOR\u00c1RIA DE SUCUMB\u00caNCIA seja expedida EXCLUSIVAMENTE em nome\n\n\fda sociedade de advogados WOIDA, MAGNAGO, SKREBSKY, COLLA E ADVOGADOS ASSOCIADOS S/C, inscrita na OAB/RS sob o n\u00b0. 815, CNPJ n\u00b0. 02.423.362/0001-10, consoante cl\u00e1usula d\u00e9cima - sexta do contrato social em anexo, que disp\u00f5e sobre a cess\u00e3o de cr\u00e9ditos em prol da sociedade.\n\nD\u00e1-se \u00e0 causa o valor provis\u00f3rio de R$ 60.735,98 (Sessenta mil, setecentos e trinta e cinco reais e noventa e oito centavos), consoante c\u00e1lculo em anexo.\n\nEspecial R$ 1.778,39.\n\nRMI considerando a concess\u00e3o do benef\u00edcio de Aposentadoria\n\nPorto Alegre, 30 de julho de 2018.\n\nManoel Skrebsky OAB/RS 24.818\n\nCristina Werner D\u00e1vila OAB/RS 63.724\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 5 (Solon) - IdDocumentoCompleto: 5005821-74.2017.4.04.7009-701501160781641270028760274240", "text": "EXCELENT\u00cdSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA VARA DO JUIZADO ESPECIAL FEDERAL DE PONTA GROSSA \u2013 SE\u00c7\u00c3O JUDICI\u00c1RIA DO ESTADO DO PARAN\u00c1.\nANTONIO VOGLER, brasileiro, casado, vidraceiro, portador do CPF n\u00ba 395.803.00925 e RG n\u00ba 3.011.670-4, residente e domiciliado na Rua: Agenor Machado Bege, n\u00ba 511, Los Angeles, CEP 84.071-447, Ponta Grossa/Paran\u00e1, vem mui respeitosamente \u00e0 presen\u00e7a de V. Exa., por seu procurador infra-assinado, para propor\nA\u00c7\u00c3O PREVIDENCI\u00c1RIA DE CONCESS\u00c3O DE APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUI\u00c7\u00c3O\ncontra, o INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL, autarquia p\u00fablica de direito privado, com sede \u00e0 Rua: Marques do Paran\u00e1, 799, Ronda, Ponta Grossa/PR, pelos seguintes fatos e fundamentos:\nPRELIMINAR\nAUDI\u00caNCIA DE CONCILIA\u00c7\u00c3O/MEDIA\u00c7\u00c3O: o autor manifesta o desinteresse no auto composi\u00e7\u00e3o nos termos do artigo 334 \u00a7 5\u00ba do CPC/2015, por se tratar de a\u00e7\u00e3o proposta contra o INSS, que dificilmente realiza acordo nesses casos, requerendo a dispensa da referida audi\u00eancia de que trata o art. 334 caputs do CPC/2015;\n1. DOS FATOS\n____________________________________________________________________________\n\n\fO Autor, requereu, junto a Autarquia Previdenci\u00e1ria, benef\u00edcio de Aposentadoria por Tempo de Contribui\u00e7\u00e3o, com o reconhecimento do per\u00edodo trabalhado em atividade sujeita a condi\u00e7\u00f5es especiais, com sua convers\u00e3o em tempo de servi\u00e7o comum, nos termos da legisla\u00e7\u00e3o pertinente, cujo benef\u00edcio encontra-se identificado na forma seguinte:\n\nN\u00famero do Benef\u00edcio DER Raz\u00f5es do indeferimento Tempo de servi\u00e7o considerado at\u00e9 a DER\n\n42/178.328.713-3 01/03/2017 Falta de tempo de contribui\u00e7\u00e3o 34 anos, 07 meses e 15 dias\n\nPara a sua surpresa, o pedido foi indeferido na esfera administrativa, o INSS n\u00e3o considerou os per\u00edodos laborados em atividade especial, deixando de reconhecer os seguintes per\u00edodos:\n\nPer\u00edodo\n\nFun\u00e7\u00e3o\n\n09/03/1989 a 19/12/1989 Ajudante de Produ\u00e7\u00e3o\n\n22/02/1990 a 14/07/1994\n\nAjudante de Servi\u00e7os Gerais\n\nAgente Nocivo Ru\u00eddo\nRu\u00eddo\n\nEmpresa\nLouis Dreyfus Commodities Brasil S/A\nLouis Dreyfus Commodities Brasil S/A\n\nAssim, de acordo com os per\u00edodos e os ambientes de trabalho acima identificados, verificase que o autor estava exposto a agentes agressivos \u00e0 sua sa\u00fade e integridade f\u00edsica, de modo habitual e permanente, os quais superam as toler\u00e2ncias legalmente estabelecidas;\n\n\u00c9 oportuno lembrar que, a referida decis\u00e3o foi tomada pelo INSS, apesar da empresa haver prestado as informa\u00e7\u00f5es legais atinentes \u00e0 atividade do(a) autor, atrav\u00e9s das quais exsurge como INDUVIDOSA A INSALUBRIDADE conforme PPP e Laudo T\u00e9cnico compravam, por via de consequ\u00eancia, o car\u00e1ter especial do c\u00f4mputo deste tempo de servi\u00e7o, mediante sua convers\u00e3o para simples;\n\n2. DOS FUNDAMENTOS\n2.1. Da Atividade Especial ____________________________________________________________________________\n\n\fDesde longa data, o trabalho prestado sob condi\u00e7\u00f5es especiais - com exposi\u00e7\u00e3o a agentes prejudiciais \u00e0 sa\u00fade ou \u00e0 integridade f\u00edsica, confere ao segurado o direito \u00e0 aposentadoria especial.\nConsiderou o legislador, com elogi\u00e1vel pondera\u00e7\u00e3o, que o segurado exposto por um longo per\u00edodo no ambiente de trabalho a agentes nocivos qu\u00edmicos, f\u00edsicos, biol\u00f3gicos ou \u00e0 associa\u00e7\u00e3o de agentes prejudiciais \u00e0 sa\u00fade ou \u00e0 integridade f\u00edsica, mereceria aposentar-se um pouco mais cedo.\nDesta feita, para fins de qualifica\u00e7\u00e3o ou n\u00e3o de uma atividade como especial, deve ser considerada a lei vigente na data em que o segurado executou os servi\u00e7os profissionais, por uma raz\u00e3o bastante simples: as condi\u00e7\u00f5es na qual uma determinada atividade \u00e9 exercida hoje n\u00e3o s\u00e3o as mesmas de 15 ou 20 anos atr\u00e1s (avan\u00e7os tecnol\u00f3gicos, condi\u00e7\u00f5es de seguran\u00e7a e salubridade, etc). E, justamente em virtude deste entendimento, no que concerne \u00e0 forma de comprova\u00e7\u00e3o da efetiva exposi\u00e7\u00e3o a agentes nocivos, tamb\u00e9m deve ser aplicada a lei vigente \u00e0 \u00e9poca do exerc\u00edcio da atividade. Afinal, se em determinada ocasi\u00e3o o trabalhador esteve exposto a agentes nocivos e a empresa preencheu corretamente sua documenta\u00e7\u00e3o segundo a lei ent\u00e3o vigente, as altera\u00e7\u00f5es trazidas ao longo do tempo n\u00e3o tem o cond\u00e3o de alter\u00e1-las, posto que o autor possui o chamado direito adquirido (art. 5o, XXXIV, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal).\nAssim sendo o segurado tem direito a ver computado o tempo de servi\u00e7o conforme legisla\u00e7\u00e3o vigente \u00e0 \u00e9poca em que exerceu a profiss\u00e3o. E esta \u00e9 a interpreta\u00e7\u00e3o mais justa, pois se naquela \u00e9poca a atividade ou o agente eram considerados nocivos \u00e0 sa\u00fade e o segurado mesmo assim exercia o trabalho, submetendo-se \u00e0quelas condi\u00e7\u00f5es, n\u00e3o \u00e9 poss\u00edvel que lei posterior deixe de consider\u00e1-lo como tal, retroagindo em preju\u00edzo do trabalhador para eliminar direito que j\u00e1 incorporou. A incorpora\u00e7\u00e3o de tempo de servi\u00e7o \u00e9 algo que ocorre dia a dia, m\u00eas a m\u00eas, ano a ano, e n\u00e3o apenas ao final, quando do requerimento de algum benef\u00edcio.\nPor fim tendo em vista a diversidade de diplomas legais acerca da mat\u00e9ria em discuss\u00e3o, se faz necess\u00e1rio um breve resumo da evolu\u00e7\u00e3o legislativa, para tanto, importante a transcri\u00e7\u00e3o do relato do Desembargador Federal Rogerio Favreto na APELREEX 5007682-23.2012.404.7122:\n\u201cO tempo de servi\u00e7o especial \u00e9 disciplinado pela lei vigente \u00e0 \u00e9poca em que exercido, passando a integrar, como direito adquirido, o patrim\u00f4nio jur\u00eddico do trabalhador. Desse ____________________________________________________________________________\n\n\fmodo, uma vez prestado o servi\u00e7o, o segurado adquire o direito \u00e0 sua contagem pela legisla\u00e7\u00e3o ent\u00e3o vigente, n\u00e3o podendo ser prejudicado pela lei nova. Nesse sentido, ali\u00e1s, \u00e9 a orienta\u00e7\u00e3o adotada pela Terceira Se\u00e7\u00e3o do Egr\u00e9gio Superior Tribunal de Justi\u00e7a (AGRESP 493.458/RS, Rel. Min. Gilson Dipp, 5\u00aa Turma, DJU 23/06/2003, e REsp 491.338/RS, Rel. Min. Hamilton Carvalhido, 6\u00aa Turma, DJU 23/06/2003), a qual passou a ter previs\u00e3o legislativa expressa com a edi\u00e7\u00e3o do Decreto n.\u00ba 4.827/03, que inseriu o \u00a7 1\u00ba no art. 70 do Decreto n.\u00ba 3.048/99.\nIsso assentado, e tendo em vista a diversidade de diplomas legais que se sucederam na disciplina da mat\u00e9ria, necess\u00e1rio definir qual a legisla\u00e7\u00e3o aplic\u00e1vel ao caso concreto, ou seja, qual a legisla\u00e7\u00e3o vigente quando da presta\u00e7\u00e3o da atividade pela parte autora.\nTem-se, ent\u00e3o, a seguinte evolu\u00e7\u00e3o legislativa quanto ao tema sub judice:\na) no per\u00edodo de trabalho at\u00e9 28/04/1995, quando vigente a Lei n.\u00ba 3.807/60 (Lei Org\u00e2nica da Previd\u00eancia Social) e suas altera\u00e7\u00f5es e, posteriormente, a Lei n.\u00ba 8.213/91 (Lei de Benef\u00edcios), em sua reda\u00e7\u00e3o original (arts. 57 e 58), poss\u00edvel o reconhecimento da especialidade do trabalho quando houver a comprova\u00e7\u00e3o do exerc\u00edcio de atividade profissional enquadr\u00e1vel como especial nos decretos regulamentadores e/ou na legisla\u00e7\u00e3o especial ou quando demonstrada a sujei\u00e7\u00e3o do segurado a agentes nocivos por qualquer meio de prova, exceto para ru\u00eddo, em que necess\u00e1ria sempre a aferi\u00e7\u00e3o do n\u00edvel de decib\u00e9is (dB) por meio de parecer t\u00e9cnico trazido aos autos, ou simplesmente referido no formul\u00e1rio padr\u00e3o emitido pela empresa;\nb) a partir de 29/04/1995, inclusive, foi definitivamente extinto o enquadramento por categoria profissional, de modo que, no interregno compreendido entre esta data e 05/03/1997, em que vigentes as altera\u00e7\u00f5es introduzidas pela Lei n.\u00ba 9.032/95, no art. 57 da Lei de Benef\u00edcios, necess\u00e1ria a demonstra\u00e7\u00e3o efetiva de exposi\u00e7\u00e3o, de forma permanente, n\u00e3o ocasional nem intermitente, a agentes prejudiciais \u00e0 sa\u00fade ou \u00e0 integridade f\u00edsica, por qualquer meio de prova, considerando-se suficiente, para tanto, a apresenta\u00e7\u00e3o de formul\u00e1rio padr\u00e3o preenchido pela empresa, sem a exig\u00eancia de embasamento em laudo t\u00e9cnico;\nc) ap\u00f3s 06/03/1997, quando vigente o Decreto n.\u00ba 2.172/97, que regulamentou as disposi\u00e7\u00f5es introduzidas no art. 58 da Lei de Benef\u00edcios pela Lei n.\u00ba 9.528/97, passou-se a exigir, para fins de reconhecimento de tempo de servi\u00e7o especial, a comprova\u00e7\u00e3o da efetiva sujei\u00e7\u00e3o do segurado a agentes agressivos por meio da apresenta\u00e7\u00e3o de formul\u00e1rio padr\u00e3o, embasado em laudo t\u00e9cnico, ou por meio de per\u00edcia t\u00e9cnica.\nEssa interpreta\u00e7\u00e3o das sucessivas normas que regulam o tempo de servi\u00e7o especial est\u00e1 conforme a jurisprud\u00eancia do Superior Tribunal de Justi\u00e7a (EDcl no REsp 415.298/SC, 5\u00aa Turma, Rel. Min. Arnaldo Esteves Lima, DJe 06/04/2009; AgRg no Ag 1053682/SP, 6\u00aa Turma, Rel. Min. Og Fernandes, DJe 08/09/2009; REsp 956.110/SP, 5\u00aa Turma, Rel. Min. Napole\u00e3o Nunes Maia Filho, DJ 22/10/2007; AgRg no REsp 746.102/SP, 6\u00aa Turma, Rel. Min. Og Fernandes, DJe 07/12/2009). Pelo acima exposto, passo a demonstrar o per\u00edodo em que o Autor desempenhou atividade\nespecial, ante a sua exposi\u00e7\u00e3o a agentes nocivos a sua sa\u00fade e integridade f\u00edsica.\n____________________________________________________________________________\n\n\f2.1.1 \u2013 Do per\u00edodo de 09/03/1989 a 14/07/1994\nO autor no per\u00edodo supra, exerceu respectivamente as fun\u00e7\u00f5es de Ajudante de Produ\u00e7\u00e3o e Ajudante de Servi\u00e7os Gerais, na empresa Louis Dreyfus Commodities Brasil S/A, nos setores de moega e carregamento de farelo, e de acordo com PPP apresentado pela empresa, o autor executava as seguintes atividades:\n\nEstando exposto ao agente f\u00edsico ru\u00eddo conforme tabela abaixo:\n\nPer\u00edodo 09/03/1989 a 19/12/1989 22/02/1990 a 14/07/1994\n\nSetor\n\nN\u00edvel de Ru\u00eddo\n\nMoega\n\n83,4 dB(A)\n\nCarregamento de farelo 86,6 dB(A)\n\nNeste ponto, requer o reconhecimento do per\u00edodo de 09/03/1989 a 14/07/1994, como atividade especial, ante a exposi\u00e7\u00e3o do agente f\u00edsico ru\u00eddo acima dos limites de toler\u00e2ncia, estabelecidos no Art. 280 da Instru\u00e7\u00e3o Normativa n\u00b0 77, de 21 de janeiro de 2015.\nAssim, aplicando-se a legisla\u00e7\u00e3o vigente \u00e0 \u00e9poca do exerc\u00edcio do labor especial, requer o reconhecido do referido per\u00edodo como laborado sob condi\u00e7\u00f5es especiais, uma vez que havia exposi\u00e7\u00e3o ao agente nocivo e prejudicial \u00e0 sa\u00fade.\n2.2 \u2013 Do uso de EPI em rela\u00e7\u00e3o ao agente f\u00edsico ru\u00eddo anteriores a 1998\n____________________________________________________________________________\n\n\fEm rela\u00e7\u00e3o aos equipamentos de prote\u00e7\u00e3o individuais \u2013 EPI - cabe ressaltar que de acordo com o entendimento da Turma Recursal, somente a partir de 03/12/1998 se torna poss\u00edvel a verifica\u00e7\u00e3o acerca do afastamento da nocividade pela utiliza\u00e7\u00e3o de EPIs eficazes, consoante disposi\u00e7\u00e3o do art. 179, \u00a7 6\u00ba da IN 27/2008, do INSS, a qual foi repetido no art. 279, \u00a7 6\u00ba da IN 77/2015, e neste mesmo sentido, segue o entendimento da Turma Regional de Uniformiza\u00e7\u00e3o da 4\u00aa Regi\u00e3o e do TRF4:\nTRU\nPREVIDENCI\u00c1RIO. TEMPO DE SERVI\u00c7O ESPECIAL. LISTA DE AGENTES NOCIVOS. ENQUADRAMENTO. (...) d) O enquadramento da atividade especial por exposi\u00e7\u00e3o a agentes nocivos \u00e0 sa\u00fade a partir de 03.12.1998, em raz\u00e3o da nova reda\u00e7\u00e3o do artigo 58 da Lei 8.213/91 pela Medida Provis\u00f3ria 1.729/98, convertida na Lei 9.732/98, deve observar os limites de toler\u00e2ncia previstos na legisla\u00e7\u00e3o trabalhista, especialmente a Portaria 3.218/78 do Minist\u00e9rio do Trabalho e seus anexos, como a Norma Regulamentadora n\u00ba 15 (NR-15), que trata das atividades e opera\u00e7\u00f5es insalubres. A partir dessa data \u00e9 de se verificar o afastamento da nocividade pelo uso de Equipamentos de Prote\u00e7\u00e3o Individual - epi, consoante artigo 179, \u00a7 6\u00ba, da Instru\u00e7\u00e3o Normativa 27/2008, do INSS. e) a partir de 01.01.2004 o Laudo T\u00e9cnico de Condi\u00e7\u00f5es Ambientais do Trabalho - LTCAT \u00e9 substitu\u00eddo pelo Perfil Profissiogr\u00e1fico Previdenci\u00e1rio - PPP. Nesse caso, o laudo fica arquivado na empresa, sem necessidade de entrega ao segurado. f) embargos parcialmente providos. (IUJEF 0015148-07.2007.404.7195, Turma Regional de Uniformiza\u00e7\u00e3o da 4\u00aa Regi\u00e3o, Relator Paulo Paim da Silva, D.E. 08/01/2013). (Grifo nosso)\nTRF4\nPREVIDENCI\u00c1RIO. TEMPO ESPECIAL. AGENTES NOCIVOS. RU\u00cdDO. HIDROCARBONETOS. FUMOS MET\u00c1LICOS. RADIA\u00c7\u00d5ES N\u00c3O IONIZANTES. UMIDADE. APOSENTADORIA ESPECIAL. PER\u00cdCIA. EPI. CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA. LEI 11.960/09. INAPLICABILIDADE. JUROS MORAT\u00d3RIOS. CUSTAS PROCESSUAIS 4. A utiliza\u00e7\u00e3o de equipamentos de prote\u00e7\u00e3o individual (EPI) \u00e9 irrelevante para o reconhecimento das condi\u00e7\u00f5es especiais, prejudiciais \u00e0 sa\u00fade ou \u00e0 integridade f\u00edsica do trabalhador, da atividade exercida no per\u00edodo anterior a 02 de junho de 1998, conforme reconhecido pelo pr\u00f3prio INSS por meio da Ordem de Servi\u00e7o INSS/DSS n\u00ba 564/97, em vigor at\u00e9 a mencionada data. Quanto ao per\u00edodo posterior a tal data, n\u00e3o restou comprovado nos autos o efetivo fornecimento, pelas empresas, do referido dispositivo, tampouco demonstrado o uso permanente pelo empregado durante a jornada de trabalho. (...) (TRF-4 - APELREEX: 196567620144049999 RS 0019656-76.2014.404.9999, Relator: PAULO PAIM DA SILVA, Data de Julgamento: 17/12/2014, SEXTA TURMA, Data de Publica\u00e7\u00e3o: D.E. 21/01/2015) (grifo nosso)\n2.3 - Da Aposentadoria Por Tempo de Contribui\u00e7\u00e3o\n____________________________________________________________________________\n\n\fCaso o pedido do autor seja totalmente procedente, o mesmo requer sua aposentadoria pela regra da Lei 13.183/2015, levando em conta a idade e o tempo de contribui\u00e7\u00e3o, cujo alcan\u00e7ara os pontos necess\u00e1rios para sua aposentadoria (95 pontos). Assim sendo, o Autor requer a concess\u00e3o de seu benef\u00edcio nos moldes do art. 29-C da Lei 8.213/91 (sem incid\u00eancia do fator previdenci\u00e1rio).\n3. DOS REQUERIMENTOS\n\u00c0 vista do exposto, arrazoado e fundamentado, consubstanciando-se nos fatos narrados na exordial e no Direito aplic\u00e1vel \u00e0 esp\u00e9cie, REQUER se digne Vossa Excel\u00eancia:\n1) CITA\u00c7\u00c3O DO R\u00c9U \u2013 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL \u2013 INSS, na pessoa de seu representante legal, para, querendo, apresentar defesa, no prazo legal, sob pena de revelia e presun\u00e7\u00e3o de verdade quanto aos fatos articulados;\n2) PROCED\u00caNCIA DA PRESENTE A\u00c7\u00c3O, com a condena\u00e7\u00e3o do INSS a:\na) conceder ao Autor a Aposentadoria Por Tempo de Contribui\u00e7\u00e3o sob n\u00b0 178.328.7133 desde a DER 01/03/2017, considerando para efeitos de concess\u00e3o do referido benef\u00edcio o tempo de servi\u00e7o especial, de acordo com a legisla\u00e7\u00e3o vigente a \u00e9poca da implementa\u00e7\u00e3o dos requisitos legais; b) averbar em favor do autor como tempo de servi\u00e7o laborado em condi\u00e7\u00f5es especiais, o per\u00edodo de 09/03/1989 a 14/07/1994; c) conceder o benef\u00edcio de Aposentadoria por Tempo de Contribui\u00e7\u00e3o nos moldes do art. 29-C da Lei 8.213/91; d) pagar as diferen\u00e7as vencidas e vincendas, decorrentes do novo c\u00e1lculo da RMI, desde a data de in\u00edcio do benef\u00edcio, respeitada a prescri\u00e7\u00e3o q\u00fcinq\u00fcenal, monetariamente corrigidas desde o respectivo vencimento, de acordo com as S\u00daMULAS 43 e 148 do STJ, inclusive sobre as parcelas anteriores ao ajuizamento e acrescidas de juros legais morat\u00f3rios de 12% ao ano (Embargos de Diverg\u00eancia em Recurso Especial n. 215.674, STJ) na forma da S\u00daMULA 03 do TRF da 4a Regi\u00e3o, incidentes at\u00e9 a data do efetivo pagamento, bem como, honor\u00e1rios advocat\u00edcios de 10% (dez por cento) sobre o total a ser apurado em liquida\u00e7\u00e3o de senten\u00e7a; e) Pagar os valores atrasados por meio de RPV/Precat\u00f3rio expedido (a) de acordo com a Resolu\u00e7\u00e3o 438/05 do Conselho da Justi\u00e7a Federal;\n3) Caso necess\u00e1rio, requer sejam computados os per\u00edodos laborados posteriores ao requerimento administrativo, em 01/03/2017, com a altera\u00e7\u00e3o ou a reafirma\u00e7\u00e3o da data de entrada do ____________________________________________________________________________\n\n\frequerimento administrativo, para a data em que a parte autora implemente o tempo m\u00ednimo necess\u00e1rio para a obten\u00e7\u00e3o da Aposentadoria Por Tempo de Contribui\u00e7\u00e3o nos termos do art. 29-C da Lei 8.213/91, com a consequente condena\u00e7\u00e3o do INSS em conceder o benef\u00edcio a partir desta data.\n4) BENEF\u00cdCIO DA JUSTI\u00c7A GRATUITA. \u00c0 concess\u00e3o dos benef\u00edcios da Justi\u00e7a Gratuita, de conformidade com a Lei n. 1.060 de 15.12.50, com o art. 4o da Lei n. 7.510, de 04.06.86, vez que o Autor n\u00e3o possui condi\u00e7\u00f5es de arcar com as custas processuais e honor\u00e1rios advocat\u00edcios sem preju\u00edzo do pr\u00f3prio sustento ou de sua fam\u00edlia;\n5) PREFER\u00caNCIA NO JULGAMENTO do presente feito, caso o autor possuir idade superior a 60 (sessenta) anos, encontrando-se amparado pelo benef\u00edcios da Lei n\u00ba 10.741, de 1\u00ba de outubro de 2003 \u2013 Estatuto do Idoso;\n6) EMOLUMENTOS JUDICIAIS E SUCUMB\u00caNCIA. \u00c0 condena\u00e7\u00e3o do R\u00e9u, ao pagamento das custas processuais, dos honor\u00e1rios de advogado, a t\u00edtulo de sucumb\u00eancia, na base de c\u00e1lculo de 20% (vinte por cento) sobre o total a ser apurado em fase de liquida\u00e7\u00e3o de senten\u00e7a, em caso de recurso, e dos demais emolumentos judiciais que se fizerem necess\u00e1rios, na forma da Lei;\n7) PROVAS. \u00c0 produ\u00e7\u00e3o de todos os meios de prova em Direito admitidas, sem exce\u00e7\u00e3o de natureza alguma, especialmente a prova documental inclusa, oitiva do representante legal do r\u00e9u, sob pena de confesso, oitiva de testemunhas, periciais e inspe\u00e7\u00e3o judicial bem como outras que se fizerem;\nD\u00e1-se a causa o valor de R$ 56.220,00 (cinquenta e seis mil duzentos e vinte reais).\nNestes termos, pede deferimento. Ponta Grossa, 27 de julho de 2017.\nLILIAN PENKAL OAB/PR 43.230\n____________________________________________________________________________\n\n\f" } ] } }, { "data": { "original_header": "Documento Original - IdDocumentoCompleto: 5009444-78.2014.4.04.7001-701397215475238700050000000024", "original_text": "Advogados\nwww.yamamoto.com.br\n\nmauro s. yamamoto marisa c. bobroff gustavo munhoz lucas z. yamamoto ma\u00edra z. yamamoto\n\nEXCELENT\u00cdSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DA __\u00aa VARA FEDERAL C\u00cdVEL DE LONDRINA - PARAN\u00c1\n\nHERMES MORAIS DE AGUIAR, brasileiro, casado, motorista, portador da c\u00e9dula de identidade RG n. 2.196.491, SSP/PR, inscrito no CPF/MF sob o n. 362.803.139-72, residente e domiciliado na Rua Lu\u00eds Ant\u00f4nio Cupini, 235, Distrito de Warta, Londrina/PR, CEP 86105000, v\u00eam respeitosamente perante Vossa Excel\u00eancia, por interm\u00e9dio de sua advogada infra-assinado, propor:\nA\u00c7\u00c3O DE REVIS\u00c3O DA CORRE\u00c7\u00c3O DO FUNDO DE GARANTIA POR TEMPO DE SERVI\u00c7O - FGTS;\nEm face de CAIXA ECON\u00d4MICA FEDERAL, empresa p\u00fablica, inscrita no CNPJ sob n\u00ba 00.360.305/0001-04, podendo ser citada na Avenida Maring\u00e1, n\u00ba 1100, CEP 86060-000, Vit\u00f3ria, Londrina/PR.\n1 Londrina: Rua Sergipe, 1617, Centro, CEP 86020-330. Fone/Fax: (43) 3324-6046.\nyamamoto@yamamoto.com.br\n\n\fI. FATOS\nO presente processo versa sobre a forma de corre\u00e7\u00e3o e incid\u00eancia de \u00edndices financeiros sobre os dep\u00f3sitos nas contas vinculadas de Fundo de Garantia por Tempo de Servi\u00e7o (FGTS).\nInstitu\u00eddo na d\u00e9cada de 1960, o Fundo de Garantia por Tempo de Servi\u00e7o \u00e9 a garantia que o trabalhador possui de contar com um dep\u00f3sito mensal feito em seu nome. Com o FGTS, o trabalhador tem a oportunidade de formar um patrim\u00f4nio, que pode ser sacado em momentos especiais, como o da aquisi\u00e7\u00e3o da casa pr\u00f3pria ou aposentadoria.\nFrise-se ainda que os valores depositados nas contas vinculadas s\u00e3o utilizados para financiar programas de habita\u00e7\u00e3o popular, saneamento b\u00e1sico, infraestrutura urbana, al\u00e9m de outros projetos de desenvolvimento.\nO FGTS \u00e9 regido pelas disposi\u00e7\u00f5es da Lei n\u00ba 8.036/90, por normas estabelecidas pelo seu Conselho Curador e gerido pela Caixa Econ\u00f4mica Federal.\nDo artigo 2\u00ba caput da Lei n\u00ba 8.036/90, verifica-se que h\u00e1 obrigatoriedade de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e de remunera\u00e7\u00e3o atrav\u00e9s de juros dos dep\u00f3sitos efetuados nas contas vinculadas do FGTS:\nArtigo 2\u00ba O FGTS \u00e9 constitu\u00eddo pelos saldos das contas vinculadas a que se refere esta lei e outros recursos a ele incorporados, devendo ser aplicados com atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e juros, de modo a assegurar a cobertura de suas obriga\u00e7\u00f5es.\nConforme se observa, a lei foi clara em definir que ao saldo das contas do FGTS seria aplicado a atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. O par\u00e2metro fixado para essa atualiza\u00e7\u00e3o \u00e9 a Taxa Referencial \u2013 TR, conforme prescrevem os artigos 12 e 17 da Lei n\u00ba 8.177/91, com reda\u00e7\u00e3o da Lei n\u00ba 12.703/2012, cujo texto \u00e9 o seguinte:\n2\nAdvogados\n\n\fArt. 12. Em cada per\u00edodo de rendimento, os dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a ser\u00e3o remunerados: I - como remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica, por taxa correspondente \u00e0 acumula\u00e7\u00e3o das TRD, no per\u00edodo transcorrido entre o dia do \u00faltimo cr\u00e9dito de rendimento, inclusive, e o dia do cr\u00e9dito de rendimento, exclusive; II - como remunera\u00e7\u00e3o adicional, por juros de: (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n \u00ba 12.703, de 2012) a) 0,5% (cinco d\u00e9cimos por cento) ao m\u00eas, enquanto a meta da taxa Selic ao ano, definida pelo Banco Central do Brasil, for superior a 8,5% (oito inteiros e cinco d\u00e9cimos por cento); ou (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n \u00ba 12.703, de 2012) b) 70% (setenta por cento) da meta da taxa Selic ao ano, definida pelo Banco Central do Brasil, mensalizada, vigente na data de in\u00edcio do per\u00edodo de rendimento, nos demais casos. (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n \u00ba 12.703, de 2012) \u00a7 1\u00b0 A remunera\u00e7\u00e3o ser\u00e1 calculada sobre o menor saldo apresentado em cada per\u00edodo de rendimento. \u00a7 2\u00b0 Para os efeitos do disposto neste artigo, considera-se per\u00edodo de rendimento: I - para os dep\u00f3sitos de pessoas f\u00edsicas e entidades sem fins lucrativos, o m\u00eas corrido, a partir da data de anivers\u00e1rio da conta de dep\u00f3sito de poupan\u00e7a; II - para os demais dep\u00f3sitos, o trimestre corrido a partir da data de anivers\u00e1rio da conta de dep\u00f3sito de poupan\u00e7a. \u00a7 3\u00b0 A data de anivers\u00e1rio da conta de dep\u00f3sito de poupan\u00e7a ser\u00e1 o dia do m\u00eas de sua abertura, considerando-se a data de anivers\u00e1rio das contas abertas nos dias 29, 30 e 31 como o dia 1\u00b0 do m\u00eas seguinte. \u00a7 4\u00b0 O cr\u00e9dito dos rendimentos ser\u00e1 efetuado: I - mensalmente, na data de anivers\u00e1rio da conta, para os dep\u00f3sitos de pessoa f\u00edsica e de entidades sem fins lucrativos; e II - trimestralmente, na data de anivers\u00e1rio no \u00faltimo m\u00eas do trimestre, para os demais dep\u00f3sitos.\n3\nAdvogados\n\n\fArt. 17. A partir de fevereiro de 1991, os saldos das contas do Fundo de Garantia por Tempo de Servi\u00e7o (FGTS) passam a ser remunerados pela taxa aplic\u00e1vel \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a com data de anivers\u00e1rio no dia 1\u00b0, observada a periodicidade mensal para remunera\u00e7\u00e3o. Par\u00e1grafo \u00fanico. As taxas de juros previstas na legisla\u00e7\u00e3o em vigor do FGTS s\u00e3o mantidas e consideradas como adicionais \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o prevista neste artigo.\nOcorre que, h\u00e1 muito tempo, a Taxa Referencial n\u00e3o mais reflete a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, tendo se distanciado completamente dos \u00edndices oficiais de infla\u00e7\u00e3o.\nDesta forma, mesmo que a Lei n\u00ba 8.177/91 preveja a TR como \u00edndice para corre\u00e7\u00e3o do FGTS, esta n\u00e3o vem servindo ao seu prop\u00f3sito que seria o de proteger a poupan\u00e7a do FGTS contra a corros\u00e3o inflacion\u00e1ria.\nII. DA LEGITIMIDADE PASSIVA DA CAIXA\nPosto que a lide versa sobre corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria de dep\u00f3sitos a t\u00edtulo de FGTS, sobressai irrefut\u00e1vel a legitimidade passiva e exclusiva da Caixa Econ\u00f4mica Federal, conforme precedentes do STJ, vejamos:\nA\u00c7\u00c3O RESCIS\u00d3RIA. ADMINISTRATIVO. FGTS. CORRE\u00c7\u00c3O DOS SALDOS DAS CONTAS VINCULADAS. DIFEREN\u00c7AS DE EXPURGOS INFLACION\u00c1RIAS. TEMA J\u00c1 PACIFICADO NO STJ. PROCED\u00caNCIA DA A\u00c7\u00c3O. 1. A mat\u00e9ria referente a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria das contas vinculadas ao FGTS, em raz\u00e3o das diferen\u00e7as de expurgos inflacion\u00e1rios, foi decidida pela Primeira Se\u00e7\u00e3o deste Superior Tribunal, no REsp 1.112.520 \u2013 PE, de relatoria do Exmo. Min\u00ba Benedito Gon\u00e7alves, ambos submetidos ao regime do art. 543-C do CPC e da Resolu\u00e7\u00e3o n\u00ba 8/08 do STJ, que tratam dos recursos representativos da controv\u00e9rsia, publicados no DJe de\n4\nAdvogados\n\n\f4.3.2010.(...) 3. Quanto \u00e0s demais preliminares alegadas, devidamente prequestionadas, esta Corte tem o entendimento de que, nas demandas que tratam da atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos saldos das contas vinculadas do FGTS, a legitimidade passiva ad causam \u00e9 exclusiva da Caixa Econ\u00f4mica Federal, por ser gestora do Fundo, com a exclus\u00e3o da Uni\u00e3o e dos bancos deposit\u00e1rios (S\u00famula 249/STJ). (AR 1.962/SC, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, PRIMEIRA SE\u00c7\u00c3O, julgado em 08/02/2012, DJe 27/02/2012). (...)\nS\u00famula 249/STJ \u2013 A Caixa Econ\u00f4mica Federal tem legitimidade passiva para integrar processo em que se discute corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria do FGTS.\nAssim, presente todos os requisitos de legitimidade, a presente a\u00e7\u00e3o dirige-se em face de Caixa Econ\u00f4mica Federal.\nIII. DA PRESCRI\u00c7\u00c3O\nNo que concerne ao prazo prescricional, a p\u00e1tria doutrina \u00e9 s\u00f3lida em afirmar que, se tratando de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e demais mat\u00e9rias relativas ao FGTS, o lapso prescricional \u00e9 trinten\u00e1rio.\nNeste sentido, decis\u00e3o do STJ:\nRECURSO ESPECIAL. TRIBUT\u00c1RIO. FGTS. CORRE\u00c7\u00c3O DOS SALDOS DAS CONTAS VINCULADAS. DIFEREN\u00c7AS DE EXPURGOS INFLACION\u00c1RIOS. TEMA J\u00c1 JULGADO PELO REGIME DO ART. 543-C DO CPC E DA RESOLU\u00c7\u00c3O N\u00ba 8/08 DO STJ, QUE TRTAM DOS RECURSOS REPRESENTATIVOS DE CONTROV\u00c9RSIA. (...) 3. No REsp n\u00ba 1.112.520 \u2013 PE, por seu turno, firmou-se o seguinte\n5\nAdvogados\n\n\fentendimento: 4. Outrossim, n\u00e3o deve prevalecer a interpreta\u00e7\u00e3o da recorrente quanto \u00e0 ocorr\u00eancia de prescri\u00e7\u00e3o quinquenal, pois este Tribunal j\u00e1 decidiu que \u00e9 trinten\u00e1ria a prescri\u00e7\u00e3o para cobran\u00e7a de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria de contas vinculadas ao FGTS, nos termos das S\u00famulas 210/STJ: \u201cA a\u00e7\u00e3o de cobran\u00e7a das contribui\u00e7\u00f5es para o FGTS prescreve em (30) trinta anos\u201d. (...) (REsp 1150446/RJ, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 10/08/2010, DJe 10/09/2010).\nSendo assim, o objeto da presente n\u00e3o est\u00e1 ao alcance da prescri\u00e7\u00e3o trinten\u00e1ria, haja vista que a irresigna\u00e7\u00e3o da Parte Autora inicia-se a partir do ano de 1999, conforme demonstrar-se-\u00e1 nas raz\u00f5es de direito a seguir expostas.\nIV. FUNDAMENTOS\na. Justi\u00e7a Gratuita\nA Parte Autora n\u00e3o re\u00fane condi\u00e7\u00f5es de arcar com os custos do processo sem preju\u00edzo do sustento pr\u00f3prio ou de sua fam\u00edlia, conforme declara\u00e7\u00e3o e comprovante de renda anexos, raz\u00e3o pela qual requer a concess\u00e3o do benef\u00edcio da Justi\u00e7a Gratuita, na forma da Lei n\u00ba 1.060/50.\nb. Da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria\nA corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria existe entre n\u00f3s desde a d\u00e9cada de 1960. Desde ent\u00e3o, v\u00e1rios \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria se sucederam, at\u00e9 a entrada em vigor da Medida Provis\u00f3ria n\u00ba 294, de 31 de janeiro de 1991, que se converteu na Lei n\u00ba 8.177/91. Substitu\u00edram-se, ent\u00e3o, diversos indexadores tradicionais de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria pela Taxa Referencial, que possu\u00eda natureza financeira.\nA partir de ent\u00e3o, registrou-se in\u00fameras diverg\u00eancias doutrin\u00e1rias em\n6\nAdvogados\n\n\frela\u00e7\u00e3o \u00e0 natureza jur\u00eddica da TR, isso decorrente da pr\u00f3pria inconsist\u00eancia da lei que a criou, tratando-a ora como taxa de juros (artigo 39), ora como indexador (artigo 18). \u00c9 importante frisar que taxas de juros objetivam promover a remunera\u00e7\u00e3o de capital, na expectativa de lucro. Por outro lado, indexadores podem ser entendidos como \u00edndices calculados a partir da varia\u00e7\u00e3o de pre\u00e7os de mercado em determinado per\u00edodo, tendo como uma de suas principais finalidades a corre\u00e7\u00e3o dos efeitos inflacion\u00e1rios, quando se compara valores monet\u00e1rios em diferentes \u00e9pocas.\nPor esse motivo, o STF j\u00e1 decidiu que a TR n\u00e3o se presta \u00e0 corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, sendo a decis\u00e3o na ADIN 493-0/DF o marco principal deste posicionamento, servindo de base para as demais. Vejamos:\n\u201cA taxa referencial (TR) n\u00e3o \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, pois, refletindo as varia\u00e7\u00f5es do custo prim\u00e1rio da capta\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos a prazo fixo, n\u00e3o constitui \u00edndice que reflita a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda.\u201d\nAtualmente, o Brasil conta com diversos \u00edndices para corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. H\u00e1 os que refletem a infla\u00e7\u00e3o e, portanto, recuperam o poder de compra do valor aplicado, como, por exemplo, o \u00cdndice Nacional de Pre\u00e7os ao Consumidor \u2013 INPC (adotado por esta Egr\u00e9gia Corte) e o \u00cdndice de Pre\u00e7os ao Consumidor Amplo \u2013 IPCA.\nA incid\u00eancia da TR se distancia consideravelmente do INPC e IPCA, de maneira que, em dias atuais a infla\u00e7\u00e3o supera facilmente os 6% ao ano, enquanto a TR incide em percentuais pr\u00f3ximos ou iguais a zero. Al\u00e9m disso, o FGTS n\u00e3o \u00e9 um fundo de investimento comum, pois n\u00e3o h\u00e1 possibilidade de saque a qualquer momento, fato este que impossibilita o investimento em um fundo mais vantajoso.\nDito isso, verifica-se que a TR n\u00e3o pode ser considerada como \u00edndice apto a manter o poder aquisitivo dos dep\u00f3sitos do FGTS, estes por sua vez, considerados como verdadeiro patrim\u00f4nio do trabalhador.\n7\nAdvogados\n\n\fc. Natureza jur\u00eddica do FGTS\nConforme decis\u00e3o da 1\u00aa Vara de Pouso Alegre, da lavra do Excelent\u00edssimo Juiz Federal M\u00e1rcio Jos\u00e9 de Aguiar Barbosa1, proferida em procedimento do juizado especial federal c\u00edvel (0003279-88.2013.4.01.3810 \u2013 c\u00f3pia anexa), o Fundo de Garantia por Tempo de Servi\u00e7o possui natureza jur\u00eddica de pec\u00falio constitucional obrigat\u00f3rio, n\u00e3o port\u00e1vel e de longo prazo (artigo 7\u00ba, incisos I, II e III da CF/88, regulamentados pela Lei n\u00ba 8.036/90).\nEstas tr\u00eas caracter\u00edsticas \u2013 obrigatoriedade, aus\u00eancia de portabilidade e prazo longo/indeterminado \u2013 que t\u00eam base constitucional e legal, tornam ainda mais importante a quest\u00e3o da recomposi\u00e7\u00e3o de seu valor contra os efeitos corrosivos da infla\u00e7\u00e3o sobre a moeda na qual os dep\u00f3sitos s\u00e3o realizados.\nEm outras palavras, o saldo do FGTS, enquanto pec\u00falio obrigat\u00f3rio, n\u00e3o port\u00e1vel, por prazo indeterminado e previsto constitucionalmente, \u00e9 uma obriga\u00e7\u00e3o de valor devida pela institui\u00e7\u00e3o operadora ao trabalhador titular da conta vinculada, protegida constitucional e legalmente dos efeitos inflacion\u00e1rios sobre a moeda.\nd. Inconsist\u00eancia legal da TR aplicada ao FGTS\nAinda na esteira da brilhante decis\u00e3o da decis\u00e3o da 1\u00aa Vara de Pouso Alegre, da lavra do Excelent\u00edssimo Juiz Federal M\u00e1rcio Jos\u00e9 de Aguiar Barbosa 2 , proferida em procedimento do juizado especial federal c\u00edvel (0003279-88.2013.4.01.3810 \u2013 c\u00f3pia anexa), tem-se que, historicamente, a Taxa Referencial constituiu um dos mecanismos criados pelo Governo Federal para a desindexa\u00e7\u00e3o da economia, substituindo a corre\u00e7\u00e3o da poupan\u00e7a por \u00edndices inflacion\u00e1rios passados, por um m\u00e9todo que\n1 Dispon\u00edvel em: http://processual.trf1.jus.br/consultaProcessual/processo.php?proc=0003279882013401 3810&secao=PSA&pg=1&trf1_captcha_id=10f368210a6027f02ba6850322dccb33&trf1_capt cha=hnzw&enviar=Pesquisar. Acesso em: 25/01/2014. 2 Dispon\u00edvel em: http://processual.trf1.jus.br/consultaProcessual/processo.php?proc=0003279882013401 3810&secao=PSA&pg=1&trf1_captcha_id=10f368210a6027f02ba6850322dccb33&trf1_capt cha=hnzw&enviar=Pesquisar. Acesso em: 25/01/2014.\n8\nAdvogados\n\n\fconsideraria a previs\u00e3o do mercado financeiro de infla\u00e7\u00e3o futura, constituindo uma das medidas do \u201cPlano Collor II\u201d, aperfei\u00e7oadas pelo \u201cPlano Real\u201d.\nDesse modo, a TR foi criada para remunerar as cadernetas de poupan\u00e7a com a expectativa de infla\u00e7\u00e3o futura no per\u00edodo de aplica\u00e7\u00e3o, no lugar da infla\u00e7\u00e3o passada, acrescida da 0,5% de juros, que sempre foi a taxa de juros remunerat\u00f3rios da poupan\u00e7a.\nA Taxa Referencial \u00e9 controlada pelo Banco Central, \u00f3rg\u00e3o executivo do Conselho Monet\u00e1rio Nacional, que fixa as diretrizes metodol\u00f3gicas para sua apura\u00e7\u00e3o, a teor do que disp\u00f5em o artigo 1\u00ba da Lei n\u00ba 8.177/91:\nArtigo 1\u00ba O Banco Central do Brasil divulgar\u00e1 a Taxa Referencial (TR), calculada a partir da remunera\u00e7\u00e3o mensal m\u00e9dia liquida de impostos, dos dep\u00f3sitos a prazo fixo captados nos bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos m\u00faltiplos com carteira comercial ou de investimentos, caixas econ\u00f4micas, ou dos t\u00edtulos p\u00fablicos federais, estaduais e municipais, de acordo com metodologia a ser aprovada pelo Conselho monet\u00e1rio Nacional, no prazo de sessenta dias, e enviada ao conhecimento do Senado Federal.\nO contexto legal da \u00e9poca de sua concep\u00e7\u00e3o tornava o c\u00e1lculo da TR f\u00e1cil e mais pr\u00f3ximo de uma previs\u00e3o te\u00f3rica, pois o imposto de renda somente incidia sobre o rendimento real, sendo utilizando diversos \u00edndices pelo Fisco para apura\u00e7\u00e3o deste rendimento real l\u00edquido (OTN, BTN, BTNfiscal e, por fim, a UFIR).\nEntretanto, a partir de 1995, com a edi\u00e7\u00e3o da MP 2.074-73 (MP 1.053, de 30/06/1995), que viria a se tornar a Lei n\u00ba 10.192/2001 (Plano Real), foi criada a Taxa B\u00e1sica Financeira \u2013 TBF, definida como m\u00e9dia da remunera\u00e7\u00e3o bruta mensal da amostra de t\u00edtulos do mercado financeiro, sendo que o c\u00e1lculo da TR passou a se vincular \u00e0 TBF, sendo o fator juros\n9\nAdvogados\n\n\freais alterado pelas resolu\u00e7\u00f5es do Conselho Monet\u00e1rio Nacional para se adequar \u00e0s previs\u00f5es de juros reais.\nCom o advento da Lei n\u00ba 8.981/95, o imposto de renda sobre as aplica\u00e7\u00f5es financeiras passou a ser calculada n\u00e3o mais sobre a remunera\u00e7\u00e3o real, mas sobre a remunera\u00e7\u00e3o total das aplica\u00e7\u00f5es, abandonando-se paulatinamente a UFIR como indexador no \u00e2mbito fiscal, e, com a estabiliza\u00e7\u00e3o promovida pelo Plano Real, as taxas de juros reais come\u00e7aram a ceder.\nEsses dois fatores fizeram com que o c\u00e1lculo da TR tivesse que se modificar, pois n\u00e3o havia mais a garantia de que o rendimento l\u00edquido das aplica\u00e7\u00f5es financeiras fosse sempre superar a previs\u00e3o da infla\u00e7\u00e3o futura acrescida de 0,5% que constituem os juros da poupan\u00e7a; situa\u00e7\u00e3o esta que poderia provocar uma migra\u00e7\u00e3o em massa dos investidores dos t\u00edtulos p\u00fablicos e privados para a caderneta de poupan\u00e7a, provocando grandes transtornos no mercado financeiro.\nDesde a Resolu\u00e7\u00e3o 2.437, de 30 de outubro de 1997, a TR \u00e9 calculada considerando a Taxa B\u00e1sica Financeira e um Redutor.\nA partir da Resolu\u00e7\u00e3o CMN n\u00ba 2.604, de 23/04/1999, foi novamente modificada a metodologia da TR, sendo que, a partir de ent\u00e3o, a TR se desvinculou de seus objetivo iniciais (indicar a previs\u00e3o futura de infla\u00e7\u00e3o), para se ater t\u00e3o somente \u00e0 necessidade de impedir que a poupan\u00e7a concorra com outras aplica\u00e7\u00f5es financeiras.\nO gr\u00e1fico abaixo d\u00e1 uma id\u00e9ia do hist\u00f3rico da SELIC, do IPCA (IBGE) e da TR de janeiro/1999 a dezembro/2013 (linhas irregulares), com os respectivos polin\u00f4mios de aproxima\u00e7\u00e3o (linhas suaves)3:\n3 Dispon\u00edvel em: http://processual.trf1.jus.br/consultaProcessual/processo.php?proc=0003279882013401 3810&secao=PSA&pg=1&trf1_captcha_id=10f368210a6027f02ba6850322dccb33&trf1_capt cha=hnzw&enviar=Pesquisar. Acesso em: 25/01/2014.\n10\nAdvogados\n\n\fV\u00ea-se que h\u00e1 uma queda cont\u00ednua dos \u00edndices mensais da SELIC e da TR, com a TR tendendo a zero e alcan\u00e7ando esse valor nulo em 2012, enquanto o IPCA tem inicialmente um movimento de queda (que se percebe no polin\u00f4mio de aproxima\u00e7\u00e3o, pois os \u00edndices mensais s\u00e3o muito irregulares) at\u00e9 chegar pr\u00f3ximo \u00e0 m\u00e9dia de 0,45% ao m\u00eas por volta de 2006, mantendo-se nesse n\u00edvel m\u00e9dio desde ent\u00e3o4.\nOlhando as curvas dos \u00edndices do IPCA e da TR (curvas irregulares, a da TR quase sempre abaixo do IPCA que \u00e9 a linha mais irregular) verifica-se que at\u00e9 meados de 1999 as duas curvas estavam praticamente sobrepostas (\u00edndices mensais muito pr\u00f3ximos) e a partir do segundo semestre de 1999 h\u00e1 um descolamento, com os \u00edndices da TR quase sempre muito inferiores ao IPCA, chegando ao final do per\u00edodo com TR igual ou muito pr\u00f3xima de 0%. O descolamento se deu, basicamente, a partir da metodologia iniciada pela Resolu\u00e7\u00e3o CMN n\u00ba 2.604, de 23/04/1999, com efeitos a partir de 01/06/19995.\n4 Dispon\u00edvel em: http://processual.trf1.jus.br/consultaProcessual/processo.php?proc=0003279882013401 3810&secao=PSA&pg=1&trf1_captcha_id=10f368210a6027f02ba6850322dccb33&trf1_capt cha=hnzw&enviar=Pesquisar. Acesso em: 25/01/2014. 5 Dispon\u00edvel em: http://processual.trf1.jus.br/consultaProcessual/processo.php?proc=0003279882013401 3810&secao=PSA&pg=1&trf1_captcha_id=10f368210a6027f02ba6850322dccb33&trf1_capt cha=hnzw&enviar=Pesquisar. Acesso em: 25/01/2014.\n11\nAdvogados\n\n\fEm resumo, a remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica das cadernetas de poupan\u00e7a, que desde sua cria\u00e7\u00e3o no final dos anos 60 tinha sido realizada por algum \u00edndice de infla\u00e7\u00e3o passada, foi substitu\u00edda pela TR por for\u00e7a da lei 8.177/91, num movimento de desindexa\u00e7\u00e3o da economia, inicialmente substituindo a infla\u00e7\u00e3o passada pela previs\u00e3o de infla\u00e7\u00e3o futura \u2013 objetivo do c\u00e1lculo da TR nos seus prim\u00f3rdios \u2013 e, posteriormente, desvinculando-se totalmente tamb\u00e9m da infla\u00e7\u00e3o futura, pelas sucessivas metodologias de c\u00e1lculo desse \u00edndice financeiro6.\nSe j\u00e1 quando de sua introdu\u00e7\u00e3o a TR n\u00e3o mais podia ser utilizada como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria (pois mesmo como \u201cprevis\u00e3o de infla\u00e7\u00e3o futura\u201d ela jamais p\u00f4de antecipar, de forma matematicamente precisa, essa infla\u00e7\u00e3o e, portanto, n\u00e3o podia ser utilizada como tal) e isso foi reconhecido pelo E. STF no julgamento da ADIN 493-0/DF, no \u00faltimo sesquidec\u00eanio ela se desvinculou totalmente de qualquer correla\u00e7\u00e3o com a infla\u00e7\u00e3o passada ou futura, n\u00e3o podendo jamais servir como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e de manuten\u00e7\u00e3o do valor real de direitos e obriga\u00e7\u00f5es, como reconhecido pelo E. STF nos recentes julgamentos das ADI 4357/DF, ADI 4372/DF, ADI 4400/DF, ADI 4425/DF, que afastaram a utiliza\u00e7\u00e3o da TR para corre\u00e7\u00e3o das d\u00edvidas judiciais como estabelecido na EC 62/09 e na lei 11960/097.\n\u00c9 oportuno realizar uma compara\u00e7\u00e3o entre TR, INPC e IPCA, desde 1997:\n\nANO 1997 1998 1999 2000\n\nTR 9,7849% 7,7938% 5,7295% 2,0962%\n\nINPC 4,34% 2,49% 8,43% 5,27%\n\nIPCA 5,22% 1,65% 8,94% 5,97%\n\n6 Dispon\u00edvel em: http://processual.trf1.jus.br/consultaProcessual/processo.php?proc=0003279882013401 3810&secao=PSA&pg=1&trf1_captcha_id=10f368210a6027f02ba6850322dccb33&trf1_capt cha=hnzw&enviar=Pesquisar. Acesso em: 25/01/2014. 7 Dispon\u00edvel em: http://processual.trf1.jus.br/consultaProcessual/processo.php?proc=0003279882013401 3810&secao=PSA&pg=1&trf1_captcha_id=10f368210a6027f02ba6850322dccb33&trf1_capt cha=hnzw&enviar=Pesquisar. Acesso em: 25/01/2014.\n12\nAdvogados\n\n\f2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 (at\u00e9 mar\u00e7o)\n\n2,2852% 2,8023% 4,6485% 1,8184% 2,8335% 2,0377% 1,4452% 1,6348% 0,7090% 0,6887% 1,2079% 0,2897%\n0,00%\n\n9,44% 14,74% 10,38% 6,13% 5,05% 2,81% 5,15% 6,48% 4,11% 6,46% 6,07% 6,17% 2,05%\n\n7,67% 12,53% 9,30% 7,60% 5,69% 3,14% 4,46% 5,90% 4,31% 5,91% 6,50% 5,84% 1,94%\n\nAo analisar o quadro comparativo, verifica-se que a TR n\u00e3o se presta como indexador monet\u00e1rio de FGTS, ao menos, desde janeiro de 1999. Deixou de ser um \u00edndice seguro para fins de atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria das contas do FGTS, isso em decorr\u00eancia da diferencia\u00e7\u00e3o acentuada dos \u00edndices de infla\u00e7\u00e3o, sendo a TR reduzida ano ap\u00f3s ano.\nEm um cen\u00e1rio com infla\u00e7\u00e3o superior a 6% ao ano, a aplica\u00e7\u00e3o da TR configura desrespeito caput ao artigo 2\u00ba da Lei n\u00ba 8.036/90, que determina a atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos valores do FGTS, de modo a assegurar a cobertura de suas obriga\u00e7\u00f5es, o que, por si s\u00f3, autoriza a substitui\u00e7\u00e3o da TR por outro \u00edndice que recomponha efetivamente a infla\u00e7\u00e3o.\nConv\u00e9m destacar, ainda, a acertada decis\u00e3o do Excelent\u00edssimo Juiz Federal M\u00e1rcio Jos\u00e9 de Aguiar Barbosa8, no sentido de que fatores alheios ao legislador da Lei n\u00ba 8.036/90, fizeram com que o artigo 13 fosse progressivamente se tornando inconstitucional, na parte em que vincula a\n8 Dispon\u00edvel em: http://processual.trf1.jus.br/consultaProcessual/processo.php?proc=0003279882013401 3810&secao=PSA&pg=1&trf1_captcha_id=10f368210a6027f02ba6850322dccb33&trf1_capt cha=hnzw&enviar=Pesquisar. Acesso em: 25/01/2014.\n13\nAdvogados\n\n\fcorre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria do FGTS aos \u00edndices de atualiza\u00e7\u00e3o da poupan\u00e7a, e, estes, passam a ser calculados por metodologia prevista nos artigos 1\u00ba e 17 da Lei n\u00ba 8.177/91, que n\u00e3o mais garante a recomposi\u00e7\u00e3o de perdas inflacion\u00e1rias.\nNesse sentido, considerando que a metodologia criada pela Resolu\u00e7\u00e3o CMN n\u00ba 2.604/99, com efeitos a partir de 01/06/1999, deu in\u00edcio ao descolamento da TR, estes deve ser o momento para fixa\u00e7\u00e3o da recomposi\u00e7\u00e3o das perdas do FGTS.\nH\u00e1 que se reconhecer, ainda, diante do reconhecimento pelo STF da inadequa\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria (ADIN 493-0/DF), bem como pelo fato de o FGTS ser um pec\u00falio constitucional obrigat\u00f3rio, n\u00e3o port\u00e1vel e de longo prazo, cuja garantia contra perdas est\u00e1 prevista de forma impl\u00edcita na disposi\u00e7\u00e3o do artigo 7\u00ba, inciso III, da CF/88, que assegura este direito fundamental aos trabalhadores, a inconstitucionalidade, pelo menos desde a superveni\u00eancia dos efeitos da Resolu\u00e7\u00e3o CMN 2.604, de 23/04/1999, da vincula\u00e7\u00e3o do FGTS \u00e0 TR, conforme artigo 13 da Lei n\u00ba 8.036/90 c/c artigos 1\u00ba e 17 da Lei n\u00ba 8.177/91.\ne. \u00cdndices que produzem corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria\nA Lei n\u00ba 4.657/42, conhecida como a Lei de Introdu\u00e7\u00e3o \u00e0s normas do Direito Brasileiro disp\u00f5e em seu artigo 5\u00ba que, ao aplicar uma determinada lei, o magistrado dever\u00e1 atentar-se aos fins sociais a que ela se dirige e \u00e0s exig\u00eancias que visam o bem comum.\nA Lei do FGTS possui um fim indiscutivelmente social, proteger o trabalhador e constituir um patrim\u00f4nio que lhe seja \u00fatil em v\u00e1rias situa\u00e7\u00f5es de sua vida.\nDiante de tudo que foi exposto at\u00e9 ent\u00e3o, o juiz atender\u00e1 aos fins sociais da Lei do FGTS ao reconhecer que corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria - reposi\u00e7\u00e3o dos \u00edndices inflacion\u00e1rios de forma a garantir o poder de compra daquele\n14\nAdvogados\n\n\fdinheiro ali depositado, \u00e9 efetivamente devida pela Caixa Econ\u00f4mica Federal.\nSob essa \u00f3tica, verifica-se que a Taxa Referencial \u00e9 instrumento inaplic\u00e1vel como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, sobrevindo, portanto, a necessidade de substitui\u00e7\u00e3o por \u00edndice que realmente reponha as perdas monet\u00e1rias do per\u00edodo. Portanto, nada obsta ao Magistrado considerar \u00edndice previsto em outra legisla\u00e7\u00e3o.\nRespeitando os princ\u00edpios constitucionais e presando pela equidade, o \u00edndice adequado substituir a TR seria o \u00cdndice Nacional de Pre\u00e7os ao Consumidor (INPC), que corrige monetariamente o sal\u00e1rio dos trabalhadores e os benef\u00edcios previdenci\u00e1rios. O INPC \u00e9 regulado pela Lei n\u00ba 12.382/2011, que, em linhas iniciais, traz o seguinte conte\u00fado:\nArt. 1\u00ba O sal\u00e1rio m\u00ednimo passa a corresponder ao valor de R$ 545,00 (quinhentos e quarenta e cinco reais). Par\u00e1grafo \u00fanico. Em virtude do disposto no caput, o valor di\u00e1rio do sal\u00e1rio m\u00ednimo corresponder\u00e1 a R$ 18,17 (dezoito reais e dezessete centavos) e o valor hor\u00e1rio, a R$ 2,48 (dois reais e quarenta e oito centavos).\nArt. 2o Ficam estabelecidas as diretrizes para a pol\u00edtica de valoriza\u00e7\u00e3o do sal\u00e1rio m\u00ednimo a vigorar entre 2012 e 2015, inclusive, a serem aplicadas em 1o de janeiro do respectivo ano. \u00a7 1o Os reajustes para a preserva\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo do sal\u00e1rio m\u00ednimo corresponder\u00e3o \u00e0 varia\u00e7\u00e3o do \u00cdndice Nacional de Pre\u00e7os ao Consumidor - INPC, calculado e divulgado pela Funda\u00e7\u00e3o Instituto Brasileiro de Geografia e Estat\u00edstica - IBGE, acumulada nos doze meses anteriores ao m\u00eas do reajuste. \u00a7 2o Na hip\u00f3tese de n\u00e3o divulga\u00e7\u00e3o do INPC referente a um ou mais meses compreendidos no per\u00edodo do c\u00e1lculo at\u00e9 o \u00faltimo dia\n15\nAdvogados\n\n\f\u00fatil imediatamente anterior \u00e0 vig\u00eancia do reajuste, o Poder Executivo estimar\u00e1 os \u00edndices dos meses n\u00e3o dispon\u00edveis. \u00a7 3o Verificada a hip\u00f3tese de que trata o \u00a7 2o, os \u00edndices estimados permanecer\u00e3o v\u00e1lidos para os fins desta Lei, sem qualquer revis\u00e3o, sendo os eventuais res\u00edduos compensados no reajuste subsequente, sem retroatividade. \u00a7 4o A t\u00edtulo de aumento real, ser\u00e3o aplicados os seguintes percentuais: I - em 2012, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do Produto Interno Bruto - PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2010; II - em 2013, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2011; III - em 2014, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2012; e IV - em 2015, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2013. \u00a7 5o Para fins do disposto no \u00a7 4o, ser\u00e1 utilizada a taxa de crescimento real do PIB para o ano de refer\u00eancia, divulgada pelo IBGE at\u00e9 o \u00faltimo dia \u00fatil do ano imediatamente anterior ao de aplica\u00e7\u00e3o do respectivo aumento real.\nPercebe-se que n\u00e3o existe raz\u00e3o para corrigir o sal\u00e1rio m\u00ednimo (obriga\u00e7\u00e3o principal) por um \u00edndice, o INPC, e corrigir os dep\u00f3sitos do FGTS (obriga\u00e7\u00e3o acess\u00f3ria), por outro, a Taxa Referencial, haja vista que os dep\u00f3sitos do FGTS s\u00e3o, em \u00faltima an\u00e1lise, um tipo de sal\u00e1rio, indireto, pertencente ao trabalhador. Nesse sentido, conclui-se que nada mais justo que os dep\u00f3sitos do FGTS sejam, tamb\u00e9m, corrigidos sob a incid\u00eancia do INPC.\nAl\u00e9m do INPC, outro \u00edndice que se mostra aplic\u00e1vel para uma melhor corre\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos do FGTS \u00e9 o IPCA, \u00edndice oficial do Governo\n16\nAdvogados\n\n\fFederal para medi\u00e7\u00e3o das metas inflacion\u00e1rias, contratadas com o Fundo Monet\u00e1rio Internacional a partir de julho de 1994.\nNeste caso, ambos os \u00edndices se mostram infinitamente mais adequados para a preserva\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo dos dep\u00f3sitos do FGTS, bem como cumprir a fun\u00e7\u00e3o social deste instituto, se comparados \u00e0 Taxa Referencial.\nV. Conclus\u00f5es\nSucintamente, a Taxa Referencial, enquanto \u00edndice monet\u00e1rio de corre\u00e7\u00e3o assim considerado pela jurisprud\u00eancia vigente, n\u00e3o poder\u00e1 ser reduzida a 0% (zero por cento), a exemplo dos \u00faltimos meses, pois afronta o artigo 2\u00ba da Lei n\u00ba 8.036/90, dispositivo, este, que assegura a incid\u00eancia de atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria aos dep\u00f3sitos feitos no FGTS.\nDesde janeiro de 1999, por\u00e9m, a TR tomou caminho diverso dos \u00edndices oficiais de infla\u00e7\u00e3o, provocando profundas perdas aos dep\u00f3sitos fundi\u00e1rios, tornando-se o atual \u00edndice, instrumento incapaz de garantir a reposi\u00e7\u00e3o de perdas monet\u00e1rias.\nA incapacidade da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria decorre de mudan\u00e7as introduzidas na sua metodologia de c\u00e1lculo pelo Banco Central do Brasil/CMN que, atrav\u00e9s de um mecanismo redutor, vem manipulando o \u00edndice para que ele se desprenda da infla\u00e7\u00e3o at\u00e9 anul\u00e1-la completamente, a despeito de um quadro de infla\u00e7\u00e3o crescente no Pa\u00eds.\nNada mais natural, sob o prisma econ\u00f4mico, que aquele que empresta tem direito a ser remunerado com juros e a integridade da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. Al\u00e9m disso, a n\u00e3o incid\u00eancia de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria nos dep\u00f3sitos do FGTS, fundo o qual o trabalhador n\u00e3o pode simplesmente sacar seu capital para investir em outro mais rent\u00e1vel, configura-se como verdadeiro abuso de direito, incompat\u00edvel com um Estado Democr\u00e1tico de Direito e deve ser de pronto recha\u00e7ado.\n17\nAdvogados\n\n\fA partir do momento que o Governo se utiliza dos valores fundi\u00e1rios para empreender seus projetos e pol\u00edticas e, na maioria dos casos, injetando dinheiro no mercado a juros nada moderados e sem abrir m\u00e3o de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, nada mais coerente que a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos fundos do FGTS seja feita acompanhando os \u00edndices inflacion\u00e1rios.\nPortanto, sendo a Taxa Referencial um \u00edndice que n\u00e3o reestabelece o poder aquisitivo corro\u00eddo pela infla\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos do FGTS, faz-se mister sua substitui\u00e7\u00e3o por outro \u00edndice que melhor recomponha as perdas monet\u00e1rias da Parte Autora.\nVI. REQUERIMENTOS\nDiante do exposto, requer seja a presente A\u00e7\u00e3o julgada totalmente procedente, acolhendo-se os pedidos formulados pela Parte Autora:\n1. Requer a concess\u00e3o de Justi\u00e7a Gratuita, nos termos da Lei n\u00ba 1.060/50.\n2. A cita\u00e7\u00e3o da Requerida, para querendo contestar a presente a\u00e7\u00e3o no prazo legal, sob pena de confiss\u00e3o e revelia.\n3. Requer-se a produ\u00e7\u00e3o de todas as provas admitidas em direito, em especial da prova documental, protestando pela juntada superveniente de outros documentos que se fa\u00e7am necess\u00e1rios para a boa instru\u00e7\u00e3o da causa, inclusive com a juntada pela CEF de outros extratos da Parte Autora.\n4. Requer-se o reconhecimento da inconsist\u00eancia legal e constitucional da Taxa Referencial aplicada como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o para os dep\u00f3sitos de FGTS, condenando-se a Caixa Econ\u00f4mica Federal \u00e0 recomposi\u00e7\u00e3o da perda de poder aquisitivo da moeda desde 01/06/1999, devendo observar o seguinte:\ni. No caso de dep\u00f3sitos de FGTS n\u00e3o levantados at\u00e9 a data da recomposi\u00e7\u00e3o, dever\u00e1 a CEF recalcular a corre\u00e7\u00e3o do FGTS,\n18\nAdvogados\n\n\fsubstituindo-a por \u00edndice que efetivamente represente a infla\u00e7\u00e3o e permita a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, podendo ser utilizando o INPC ou outro \u00edndice da escolha do Magistrado, mantendo-se os juros remunerat\u00f3rios de 3% ao ano, bem como pagando juros morat\u00f3rios de 1% ao m\u00eas sobre as diferen\u00e7as corrigidas;\nii. No caso de dep\u00f3sitos j\u00e1 levantados entre 01/06/1999 e a data da recomposi\u00e7\u00e3o, dever\u00e1 a CEF recalcular a corre\u00e7\u00e3o do FGTS, substituindo-a por \u00edndice que efetivamente represente a infla\u00e7\u00e3o e permita a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, podendo ser utilizando o INPC ou outro \u00edndice da escolha do Magistrado, mantendo-se os juros remunerat\u00f3rios de 3% ao ano, bem como pagando juros morat\u00f3rios de 1% ao m\u00eas sobre as diferen\u00e7as corrigidas, desde a data de cita\u00e7\u00e3o at\u00e9 a data do dep\u00f3sito em Ju\u00edzo.\niii. Para pagamento dos valores, requer seja considerado o estado da (s) conta (s) de FGTS da Parte Autora no momento do cumprimento da Senten\u00e7a; devendo a CEF observar as contas j\u00e1 levantadas por ocasi\u00e3o do cumprimento da Senten\u00e7a, em rela\u00e7\u00e3o aos quais as diferen\u00e7as devidas dever\u00e3o ser pagas mediante dep\u00f3sito em Ju\u00edzo, com libera\u00e7\u00e3o por Alvar\u00e1 \u00e0 Parte Autora; sendo que, somente em rela\u00e7\u00e3o \u00e0s contas ainda n\u00e3o levantadas por ocasi\u00e3o do cumprimento a Senten\u00e7a, \u00e9 que as diferen\u00e7as dever\u00e3o ser depositadas na conta vinculada do FGTS.\n5. Requer, por fim, a condena\u00e7\u00e3o da Requerida ao pagamento de custas e honor\u00e1rios advocat\u00edcios.\nD\u00e1-se \u00e0 causa o valor de R$ 43.440,00 (quarenta e tr\u00eas mil, quatrocentos e quarente reais), renunciando-se desde j\u00e1 ao excedente a 60 (sessenta) sal\u00e1rios m\u00ednimos para a presente data, sem preju\u00edzo do recebimento de quantia maior em caso de ac\u00famulo superior devido \u00e0 incid\u00eancia de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e juros.\n19\nAdvogados\n\n\fPede deferimento. Londrina, 11 de abril de 2014. Ma\u00edra Zucoli Yamamoto OAB/PR n. 60.534\n20\nAdvogados\n\n\f", "similar_texts_federais_bgem3": [ { "header": "Texto Similar 1 (C\u00edvel) - IdDocumentoCompleto: 5011414-45.2016.4.04.7001-701469471661742830045459516935", "text": "Advogados\n\nmauro s. yamamoto marisa c. bobroff gustavo munhoz\n\nlucas z. yamamoto ma\u00edra z. yamamoto\n\nEXCELENT\u00cdSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DA ___VARA FEDERAL E JUIZADO ESPECIAL DE LONDRINA - PARAN\u00c1\n\nCELIA REGINA DE QUEIROZ RODRIGUES, brasileira, casada, servidora p\u00fablico municipal, portadora da c\u00e9dula de identidade RG n. 5.221.896-9 SSP/PR, inscrito no CPF/MF sob o n. 048.954.718-45, residente e domiciliado na Rua dos Ip\u00eas, 110, Jardim Novo Horizonte, Rol\u00e2ndia/PR, CEP 86600-000, v\u00eam respeitosamente perante Vossa Excel\u00eancia, por interm\u00e9dio de sua advogada infra-assinado, propor:\nA\u00c7\u00c3O DE REVIS\u00c3O DA CORRE\u00c7\u00c3O DO FUNDO DE GARANTIA POR TEMPO DE SERVI\u00c7O - FGTS;\nEm face de CAIXA ECON\u00d4MICA FEDERAL, empresa p\u00fablica, inscrita no CNPJ sob n\u00ba 00.360.305/0001-04, podendo ser citada na Pra\u00e7a Rui Barbosa, n. 486, CEP 86800-700, Centro, Apucarana/PR.\n1 Londrina: Rua Sergipe, 1.617, Centro, CEP 86020-330 Fone/Fax: (43) 3324-6046\n. yamamoto@yamamoto.com.br\n\n\fI. FATOS\nO presente processo versa sobre a forma de corre\u00e7\u00e3o e incid\u00eancia de \u00edndices financeiros sobre os dep\u00f3sitos nas contas vinculadas de Fundo de Garantia por Tempo de Servi\u00e7o (FGTS).\nInstitu\u00eddo na d\u00e9cada de 1960, o Fundo de Garantia por Tempo de Servi\u00e7o \u00e9 a garantia que o trabalhador possui de contar com um dep\u00f3sito mensal feito em seu nome. Com o FGTS, o trabalhador tem a oportunidade de formar um patrim\u00f4nio, que pode ser sacado em momentos especiais, como o da aquisi\u00e7\u00e3o da casa pr\u00f3pria ou aposentadoria.\nFrise-se ainda que os valores depositados nas contas vinculadas s\u00e3o utilizados para financiar programas de habita\u00e7\u00e3o popular, saneamento b\u00e1sico, infraestrutura urbana, al\u00e9m de outros projetos de desenvolvimento.\nO FGTS \u00e9 regido pelas disposi\u00e7\u00f5es da Lei n\u00ba 8.036/90, por normas estabelecidas pelo seu Conselho Curador e gerido pela Caixa Econ\u00f4mica Federal.\nDo artigo 2\u00ba caput da Lei n\u00ba 8.036/90, verifica-se que h\u00e1 obrigatoriedade de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e de remunera\u00e7\u00e3o atrav\u00e9s de juros dos dep\u00f3sitos efetuados nas contas vinculadas do FGTS:\nArtigo 2\u00ba O FGTS \u00e9 constitu\u00eddo pelos saldos das contas vinculadas a que se refere esta lei e outros recursos a ele incorporados, devendo ser aplicados com atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e juros, de modo a assegurar a cobertura de suas obriga\u00e7\u00f5es.\nConforme se observa, a lei foi clara em definir que ao saldo das contas do FGTS seria aplicado a atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. O par\u00e2metro fixado para essa atualiza\u00e7\u00e3o \u00e9 a Taxa Referencial \u2013 TR, conforme prescrevem os artigos 12 e 17 da Lei n\u00ba 8.177/91, com reda\u00e7\u00e3o da Lei n\u00ba 12.703/2012, cujo texto \u00e9 o seguinte:\n2 Advogados\n\n\fArt. 12. Em cada per\u00edodo de rendimento, os dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a ser\u00e3o remunerados: I - como remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica, por taxa correspondente \u00e0 acumula\u00e7\u00e3o das TRD, no per\u00edodo transcorrido entre o dia do \u00faltimo cr\u00e9dito de rendimento, inclusive, e o dia do cr\u00e9dito de rendimento, exclusive; II - como remunera\u00e7\u00e3o adicional, por juros de: (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n \u00ba 12.703, de 2012) a) 0,5% (cinco d\u00e9cimos por cento) ao m\u00eas, enquanto a meta da taxa Selic ao ano, definida pelo Banco Central do Brasil, for superior a 8,5% (oito inteiros e cinco d\u00e9cimos por cento); ou (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n \u00ba 12.703, de 2012) b) 70% (setenta por cento) da meta da taxa Selic ao ano, definida pelo Banco Central do Brasil, mensalizada, vigente na data de in\u00edcio do per\u00edodo de rendimento, nos demais casos. (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n \u00ba 12.703, de 2012) \u00a7 1\u00b0 A remunera\u00e7\u00e3o ser\u00e1 calculada sobre o menor saldo apresentado em cada per\u00edodo de rendimento. \u00a7 2\u00b0 Para os efeitos do disposto neste artigo, considera-se per\u00edodo de rendimento: I - para os dep\u00f3sitos de pessoas f\u00edsicas e entidades sem fins lucrativos, o m\u00eas corrido, a partir da data de anivers\u00e1rio da conta de dep\u00f3sito de poupan\u00e7a; II - para os demais dep\u00f3sitos, o trimestre corrido a partir da data de anivers\u00e1rio da conta de dep\u00f3sito de poupan\u00e7a. \u00a7 3\u00b0 A data de anivers\u00e1rio da conta de dep\u00f3sito de poupan\u00e7a ser\u00e1 o dia do m\u00eas de sua abertura, considerando-se a data de anivers\u00e1rio das contas abertas nos dias 29, 30 e 31 como o dia 1\u00b0 do m\u00eas seguinte. \u00a7 4\u00b0 O cr\u00e9dito dos rendimentos ser\u00e1 efetuado: I - mensalmente, na data de anivers\u00e1rio da conta, para os dep\u00f3sitos de pessoa f\u00edsica e de entidades sem fins lucrativos; e II - trimestralmente, na data de anivers\u00e1rio no \u00faltimo m\u00eas do trimestre, para os demais dep\u00f3sitos.\n3 Advogados\n\n\fArt. 17. A partir de fevereiro de 1991, os saldos das contas do Fundo de Garantia por Tempo de Servi\u00e7o (FGTS) passam a ser remunerados pela taxa aplic\u00e1vel \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a com data de anivers\u00e1rio no dia 1\u00b0, observada a periodicidade mensal para remunera\u00e7\u00e3o. Par\u00e1grafo \u00fanico. As taxas de juros previstas na legisla\u00e7\u00e3o em vigor do FGTS s\u00e3o mantidas e consideradas como adicionais \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o prevista neste artigo.\nOcorre que, h\u00e1 muito tempo, a Taxa Referencial n\u00e3o mais reflete a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, tendo se distanciado completamente dos \u00edndices oficiais de infla\u00e7\u00e3o.\nDesta forma, mesmo que a Lei n\u00ba 8.177/91 preveja a TR como \u00edndice para corre\u00e7\u00e3o do FGTS, esta n\u00e3o vem servindo ao seu prop\u00f3sito que seria o de proteger a poupan\u00e7a do FGTS contra a corros\u00e3o inflacion\u00e1ria.\nII. DA LEGITIMIDADE PASSIVA DA CAIXA\nPosto que a lide versa sobre corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria de dep\u00f3sitos a t\u00edtulo de FGTS, sobressai irrefut\u00e1vel a legitimidade passiva e exclusiva da Caixa Econ\u00f4mica Federal, conforme precedentes do STJ, vejamos:\nA\u00c7\u00c3O RESCIS\u00d3RIA. ADMINISTRATIVO. FGTS. CORRE\u00c7\u00c3O DOS SALDOS DAS CONTAS VINCULADAS. DIFEREN\u00c7AS DE EXPURGOS INFLACION\u00c1RIAS. TEMA J\u00c1 PACIFICADO NO STJ. PROCED\u00caNCIA DA A\u00c7\u00c3O. 1. A mat\u00e9ria referente a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria das contas vinculadas ao FGTS, em raz\u00e3o das diferen\u00e7as de expurgos inflacion\u00e1rios, foi decidida pela Primeira Se\u00e7\u00e3o deste Superior Tribunal, no REsp 1.112.520 \u2013 PE, de relatoria do Exmo. Min\u00ba Benedito Gon\u00e7alves, ambos submetidos ao regime do art. 543-C do CPC e da Resolu\u00e7\u00e3o n\u00ba 8/08 do STJ, que tratam dos recursos representativos da controv\u00e9rsia, publicados no DJe de 4.3.2010.(...) 3. Quanto \u00e0s demais preliminares alegadas, devidamente prequestionadas, esta Corte tem o entendimento de que, nas demandas que tratam da\n4 Advogados\n\n\fatualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos saldos das contas vinculadas do FGTS, a legitimidade passiva ad causam \u00e9 exclusiva da Caixa Econ\u00f4mica Federal, por ser gestora do Fundo, com a exclus\u00e3o da Uni\u00e3o e dos bancos deposit\u00e1rios (S\u00famula 249/STJ). (AR 1.962/SC, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, PRIMEIRA SE\u00c7\u00c3O, julgado em 08/02/2012, DJe 27/02/2012). (...)\nS\u00famula 249/STJ \u2013 A Caixa Econ\u00f4mica Federal tem legitimidade passiva para integrar processo em que se discute corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria do FGTS.\nAssim, presente todos os requisitos de legitimidade, a presente a\u00e7\u00e3o dirige-se em face de Caixa Econ\u00f4mica Federal.\nIII. DA PRESCRI\u00c7\u00c3O\nNo que concerne ao prazo prescricional, a p\u00e1tria doutrina \u00e9 s\u00f3lida em afirmar que, se tratando de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e demais mat\u00e9rias relativas ao FGTS, o lapso prescricional \u00e9 trinten\u00e1rio.\nNeste sentido, decis\u00e3o do STJ:\nRECURSO ESPECIAL. TRIBUT\u00c1RIO. FGTS. CORRE\u00c7\u00c3O DOS SALDOS DAS CONTAS VINCULADAS. DIFEREN\u00c7AS DE EXPURGOS INFLACION\u00c1RIOS. TEMA J\u00c1 JULGADO PELO REGIME DO ART. 543-C DO CPC E DA RESOLU\u00c7\u00c3O N\u00ba 8/08 DO STJ, QUE TRTAM DOS RECURSOS REPRESENTATIVOS DE CONTROV\u00c9RSIA. (...) 3. No REsp n\u00ba 1.112.520 \u2013 PE, por seu turno, firmou-se o seguinte entendimento: 4. Outrossim, n\u00e3o deve prevalecer a interpreta\u00e7\u00e3o da recorrente quanto \u00e0 ocorr\u00eancia de prescri\u00e7\u00e3o quinquenal, pois este Tribunal j\u00e1 decidiu que \u00e9 trinten\u00e1ria a prescri\u00e7\u00e3o para cobran\u00e7a de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria de contas\n5 Advogados\n\n\fvinculadas ao FGTS, nos termos das S\u00famulas 210/STJ: \u201cA a\u00e7\u00e3o de cobran\u00e7a das contribui\u00e7\u00f5es para o FGTS prescreve em (30) trinta anos\u201d. (...) (REsp 1150446/RJ, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 10/08/2010, DJe 10/09/2010).\nSendo assim, o objeto da presente n\u00e3o est\u00e1 ao alcance da prescri\u00e7\u00e3o trinten\u00e1ria, haja vista que a irresigna\u00e7\u00e3o da Parte Autora inicia-se a partir do ano de 1999, conforme demonstrar-se-\u00e1 nas raz\u00f5es de direito a seguir expostas.\nIV. FUNDAMENTOS\na. Justi\u00e7a Gratuita\nA Parte Autora n\u00e3o re\u00fane condi\u00e7\u00f5es de arcar com os custos do processo sem preju\u00edzo do sustento pr\u00f3prio ou de sua fam\u00edlia, conforme declara\u00e7\u00e3o anexa, raz\u00e3o pela qual requer a concess\u00e3o do benef\u00edcio da Justi\u00e7a Gratuita, na forma da Lei n\u00ba 1.060/50.\nb. Da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria\nA corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria existe entre n\u00f3s desde a d\u00e9cada de 1960. Desde ent\u00e3o, v\u00e1rios \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria se sucederam, at\u00e9 a entrada em vigor da Medida Provis\u00f3ria n\u00ba 294, de 31 de janeiro de 1991, que se converteu na Lei n\u00ba 8.177/91. Substitu\u00edram-se, ent\u00e3o, diversos indexadores tradicionais de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria pela Taxa Referencial, que possu\u00eda natureza financeira.\nA partir de ent\u00e3o, registrou-se in\u00fameras diverg\u00eancias doutrin\u00e1rias em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 natureza jur\u00eddica da TR, isso decorrente da pr\u00f3pria inconsist\u00eancia da lei que a criou, tratando-a ora como taxa de juros (artigo 39), ora como indexador (artigo 18). \u00c9 importante frisar que taxas de juros objetivam promover a remunera\u00e7\u00e3o de capital, na expectativa de lucro. Por outro lado, indexadores podem ser entendidos como \u00edndices calculados a partir da varia\u00e7\u00e3o de pre\u00e7os de mercado em determinado per\u00edodo, tendo como uma de suas principais finalidades a corre\u00e7\u00e3o dos efeitos inflacion\u00e1rios, quando se compara valores monet\u00e1rios em diferentes \u00e9pocas.\n6 Advogados\n\n\fPor esse motivo, o STF j\u00e1 decidiu que a TR n\u00e3o se presta \u00e0 corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, sendo a decis\u00e3o na ADIN 493-0/DF o marco principal deste posicionamento, servindo de base para as demais. Vejamos:\n\u201cA taxa referencial (TR) n\u00e3o \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, pois, refletindo as varia\u00e7\u00f5es do custo prim\u00e1rio da capta\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos a prazo fixo, n\u00e3o constitui \u00edndice que reflita a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda.\u201d\nAtualmente, o Brasil conta com diversos \u00edndices para corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. H\u00e1 os que refletem a infla\u00e7\u00e3o e, portanto, recuperam o poder de compra do valor aplicado, como, por exemplo, o \u00cdndice Nacional de Pre\u00e7os ao Consumidor \u2013 INPC (adotado por esta Egr\u00e9gia Corte) e o \u00cdndice de Pre\u00e7os ao Consumidor Amplo \u2013 IPCA.\nA incid\u00eancia da TR se distancia consideravelmente do INPC e IPCA, de maneira que, em dias atuais a infla\u00e7\u00e3o supera facilmente os 6% ao ano, enquanto a TR incide em percentuais pr\u00f3ximos ou iguais a zero. Al\u00e9m disso, o FGTS n\u00e3o \u00e9 um fundo de investimento comum, pois n\u00e3o h\u00e1 possibilidade de saque a qualquer momento, fato este que impossibilita o investimento em um fundo mais vantajoso.\nDito isso, verifica-se que a TR n\u00e3o pode ser considerada como \u00edndice apto a manter o poder aquisitivo dos dep\u00f3sitos do FGTS, estes por sua vez, considerados como verdadeiro patrim\u00f4nio do trabalhador.\nc. Natureza jur\u00eddica do FGTS\nConforme decis\u00e3o da 1\u00aa Vara de Pouso Alegre, da lavra do Excelent\u00edssimo Juiz Federal M\u00e1rcio Jos\u00e9 de Aguiar Barbosa1, proferida em procedimento do juizado especial federal c\u00edvel (0003279-88.2013.4.01.3810 \u2013 c\u00f3pia anexa), o Fundo de Garantia por Tempo\n1 Dispon\u00edvel em: http://processual.trf1.jus.br/consultaProcessual/processo.php?proc=00032798820134013810 &secao=PSA&pg=1&trf1_captcha_id=10f368210a6027f02ba6850322dccb33&trf1_captcha=hnzw &enviar=Pesquisar. Acesso em: 25/01/2014.\n7 Advogados\n\n\fde Servi\u00e7o possui natureza jur\u00eddica de pec\u00falio constitucional obrigat\u00f3rio, n\u00e3o port\u00e1vel e de longo prazo (artigo 7\u00ba, incisos I, II e III da CF/88, regulamentados pela Lei n\u00ba 8.036/90).\nEstas tr\u00eas caracter\u00edsticas \u2013 obrigatoriedade, aus\u00eancia de portabilidade e prazo longo/indeterminado \u2013 que t\u00eam base constitucional e legal, tornam ainda mais importante a quest\u00e3o da recomposi\u00e7\u00e3o de seu valor contra os efeitos corrosivos da infla\u00e7\u00e3o sobre a moeda na qual os dep\u00f3sitos s\u00e3o realizados.\nEm outras palavras, o saldo do FGTS, enquanto pec\u00falio obrigat\u00f3rio, n\u00e3o port\u00e1vel, por prazo indeterminado e previsto constitucionalmente, \u00e9 uma obriga\u00e7\u00e3o de valor devida pela institui\u00e7\u00e3o operadora ao trabalhador titular da conta vinculada, protegida constitucional e legalmente dos efeitos inflacion\u00e1rios sobre a moeda.\nd. Inconsist\u00eancia legal da TR aplicada ao FGTS\nAinda na esteira da brilhante decis\u00e3o da decis\u00e3o da 1\u00aa Vara de Pouso Alegre, da lavra do Excelent\u00edssimo Juiz Federal M\u00e1rcio Jos\u00e9 de Aguiar Barbosa2, proferida em procedimento do juizado especial federal c\u00edvel (0003279-88.2013.4.01.3810 \u2013 c\u00f3pia anexa), tem-se que, historicamente, a Taxa Referencial constituiu um dos mecanismos criados pelo Governo Federal para a desindexa\u00e7\u00e3o da economia, substituindo a corre\u00e7\u00e3o da poupan\u00e7a por \u00edndices inflacion\u00e1rios passados, por um m\u00e9todo que consideraria a previs\u00e3o do mercado financeiro de infla\u00e7\u00e3o futura, constituindo uma das medidas do \u201cPlano Collor II\u201d, aperfei\u00e7oadas pelo \u201cPlano Real\u201d.\nDesse modo, a TR foi criada para remunerar as cadernetas de poupan\u00e7a com a expectativa de infla\u00e7\u00e3o futura no per\u00edodo de aplica\u00e7\u00e3o, no lugar da infla\u00e7\u00e3o passada, acrescida da 0,5% de juros, que sempre foi a taxa de juros remunerat\u00f3rios da poupan\u00e7a.\n2 Dispon\u00edvel em: http://processual.trf1.jus.br/consultaProcessual/processo.php?proc=00032798820134013810 &secao=PSA&pg=1&trf1_captcha_id=10f368210a6027f02ba6850322dccb33&trf1_captcha=hnzw &enviar=Pesquisar. Acesso em: 25/01/2014.\n8 Advogados\n\n\fA Taxa Referencial \u00e9 controlada pelo Banco Central, \u00f3rg\u00e3o executivo do Conselho Monet\u00e1rio Nacional, que fixa as diretrizes metodol\u00f3gicas para sua apura\u00e7\u00e3o, a teor do que disp\u00f5em o artigo 1\u00ba da Lei n\u00ba 8.177/91:\nArtigo 1\u00ba O Banco Central do Brasil divulgar\u00e1 a Taxa Referencial (TR), calculada a partir da remunera\u00e7\u00e3o mensal m\u00e9dia liquida de impostos, dos dep\u00f3sitos a prazo fixo captados nos bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos m\u00faltiplos com carteira comercial ou de investimentos, caixas econ\u00f4micas, ou dos t\u00edtulos p\u00fablicos federais, estaduais e municipais, de acordo com metodologia a ser aprovada pelo Conselho monet\u00e1rio Nacional, no prazo de sessenta dias, e enviada ao conhecimento do Senado Federal.\nO contexto legal da \u00e9poca de sua concep\u00e7\u00e3o tornava o c\u00e1lculo da TR f\u00e1cil e mais pr\u00f3ximo de uma previs\u00e3o te\u00f3rica, pois o imposto de renda somente incidia sobre o rendimento real, sendo utilizando diversos \u00edndices pelo Fisco para apura\u00e7\u00e3o deste rendimento real l\u00edquido (OTN, BTN, BTN-fiscal e, por fim, a UFIR).\nEntretanto, a partir de 1995, com a edi\u00e7\u00e3o da MP 2.074-73 (MP 1.053, de 30/06/1995), que viria a se tornar a Lei n\u00ba 10.192/2001 (Plano Real), foi criada a Taxa B\u00e1sica Financeira \u2013 TBF, definida como m\u00e9dia da remunera\u00e7\u00e3o bruta mensal da amostra de t\u00edtulos do mercado financeiro, sendo que o c\u00e1lculo da TR passou a se vincular \u00e0 TBF, sendo o fator juros reais alterado pelas resolu\u00e7\u00f5es do Conselho Monet\u00e1rio Nacional para se adequar \u00e0s previs\u00f5es de juros reais.\nCom o advento da Lei n\u00ba 8.981/95, o imposto de renda sobre as aplica\u00e7\u00f5es financeiras passou a ser calculada n\u00e3o mais sobre a remunera\u00e7\u00e3o real, mas sobre a remunera\u00e7\u00e3o total das aplica\u00e7\u00f5es, abandonando-se paulatinamente a UFIR como indexador no \u00e2mbito fiscal, e, com a estabiliza\u00e7\u00e3o promovida pelo Plano Real, as taxas de juros reais come\u00e7aram a ceder.\nEsses dois fatores fizeram com que o c\u00e1lculo da TR tivesse que se modificar, pois n\u00e3o havia mais a garantia de que o rendimento l\u00edquido das aplica\u00e7\u00f5es financeiras fosse\n9 Advogados\n\n\fsempre superar a previs\u00e3o da infla\u00e7\u00e3o futura acrescida de 0,5% que constituem os juros da poupan\u00e7a; situa\u00e7\u00e3o esta que poderia provocar uma migra\u00e7\u00e3o em massa dos investidores dos t\u00edtulos p\u00fablicos e privados para a caderneta de poupan\u00e7a, provocando grandes transtornos no mercado financeiro.\nDesde a Resolu\u00e7\u00e3o 2.437, de 30 de outubro de 1997, a TR \u00e9 calculada considerando a Taxa B\u00e1sica Financeira e um Redutor.\nA partir da Resolu\u00e7\u00e3o CMN n\u00ba 2.604, de 23/04/1999, foi novamente modificada a metodologia da TR, sendo que, a partir de ent\u00e3o, a TR se desvinculou de seus objetivo iniciais (indicar a previs\u00e3o futura de infla\u00e7\u00e3o), para se ater t\u00e3o somente \u00e0 necessidade de impedir que a poupan\u00e7a concorra com outras aplica\u00e7\u00f5es financeiras.\nO gr\u00e1fico abaixo d\u00e1 uma id\u00e9ia do hist\u00f3rico da SELIC, do IPCA (IBGE) e da TR de janeiro/1999 a dezembro/2013 (linhas irregulares), com os respectivos polin\u00f4mios de aproxima\u00e7\u00e3o (linhas suaves)3:\nV\u00ea-se que h\u00e1 uma queda cont\u00ednua dos \u00edndices mensais da SELIC e da TR, com a TR tendendo a zero e alcan\u00e7ando esse valor nulo em 2012, enquanto o IPCA tem\n3 Dispon\u00edvel em: http://processual.trf1.jus.br/consultaProcessual/processo.php?proc=00032798820134013810 &secao=PSA&pg=1&trf1_captcha_id=10f368210a6027f02ba6850322dccb33&trf1_captcha=hnzw &enviar=Pesquisar. Acesso em: 25/01/2014.\n10 Advogados\n\n\finicialmente um movimento de queda (que se percebe no polin\u00f4mio de aproxima\u00e7\u00e3o, pois os \u00edndices mensais s\u00e3o muito irregulares) at\u00e9 chegar pr\u00f3ximo \u00e0 m\u00e9dia de 0,45% ao m\u00eas por volta de 2006, mantendo-se nesse n\u00edvel m\u00e9dio desde ent\u00e3o4.\nOlhando as curvas dos \u00edndices do IPCA e da TR (curvas irregulares, a da TR quase sempre abaixo do IPCA que \u00e9 a linha mais irregular) verifica-se que at\u00e9 meados de 1999 as duas curvas estavam praticamente sobrepostas (\u00edndices mensais muito pr\u00f3ximos) e a partir do segundo semestre de 1999 h\u00e1 um descolamento, com os \u00edndices da TR quase sempre muito inferiores ao IPCA, chegando ao final do per\u00edodo com TR igual ou muito pr\u00f3xima de 0%. O descolamento se deu, basicamente, a partir da metodologia iniciada pela Resolu\u00e7\u00e3o CMN n\u00ba 2.604, de 23/04/1999, com efeitos a partir de 01/06/19995.\nEm resumo, a remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica das cadernetas de poupan\u00e7a, que desde sua cria\u00e7\u00e3o no final dos anos 60 tinha sido realizada por algum \u00edndice de infla\u00e7\u00e3o passada, foi substitu\u00edda pela TR por for\u00e7a da lei 8.177/91, num movimento de desindexa\u00e7\u00e3o da economia, inicialmente substituindo a infla\u00e7\u00e3o passada pela previs\u00e3o de infla\u00e7\u00e3o futura \u2013 objetivo do c\u00e1lculo da TR nos seus prim\u00f3rdios \u2013 e, posteriormente, desvinculando-se totalmente tamb\u00e9m da infla\u00e7\u00e3o futura, pelas sucessivas metodologias de c\u00e1lculo desse \u00edndice financeiro6.\nSe j\u00e1 quando de sua introdu\u00e7\u00e3o a TR n\u00e3o mais podia ser utilizada como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria (pois mesmo como \u201cprevis\u00e3o de infla\u00e7\u00e3o futura\u201d ela jamais p\u00f4de antecipar, de forma matematicamente precisa, essa infla\u00e7\u00e3o e, portanto, n\u00e3o podia ser utilizada como tal) e isso foi reconhecido pelo E. STF no julgamento da ADIN 493-0/DF, no \u00faltimo sesquidec\u00eanio ela se desvinculou totalmente de qualquer correla\u00e7\u00e3o com a infla\u00e7\u00e3o passada ou futura, n\u00e3o podendo jamais servir como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e\n4 Dispon\u00edvel em: http://processual.trf1.jus.br/consultaProcessual/processo.php?proc=00032798820134013810 &secao=PSA&pg=1&trf1_captcha_id=10f368210a6027f02ba6850322dccb33&trf1_captcha=hnzw &enviar=Pesquisar. Acesso em: 25/01/2014. 5 Dispon\u00edvel em: http://processual.trf1.jus.br/consultaProcessual/processo.php?proc=00032798820134013810 &secao=PSA&pg=1&trf1_captcha_id=10f368210a6027f02ba6850322dccb33&trf1_captcha=hnzw &enviar=Pesquisar. Acesso em: 25/01/2014. 6 Dispon\u00edvel em: http://processual.trf1.jus.br/consultaProcessual/processo.php?proc=00032798820134013810 &secao=PSA&pg=1&trf1_captcha_id=10f368210a6027f02ba6850322dccb33&trf1_captcha=hnzw &enviar=Pesquisar. Acesso em: 25/01/2014.\n11 Advogados\n\n\fde manuten\u00e7\u00e3o do valor real de direitos e obriga\u00e7\u00f5es, como reconhecido pelo E. STF nos recentes julgamentos das ADI 4357/DF, ADI 4372/DF, ADI 4400/DF, ADI 4425/DF, que afastaram a utiliza\u00e7\u00e3o da TR para corre\u00e7\u00e3o das d\u00edvidas judiciais como estabelecido na EC 62/09 e na lei 11960/097.\n\n\u00c9 oportuno realizar uma compara\u00e7\u00e3o entre TR, INPC e IPCA, desde 1997:\n\nANO\n\nTR\n\nINPC\n\nIPCA\n\n1997\n\n9,7849%\n\n4,34%\n\n5,22%\n\n1998\n\n7,7938%\n\n2,49%\n\n1,65%\n\n1999\n\n5,7295%\n\n8,43%\n\n8,94%\n\n2000\n\n2,0962%\n\n5,27%\n\n5,97%\n\n2001\n\n2,2852%\n\n9,44%\n\n7,67%\n\n2002\n\n2,8023%\n\n14,74%\n\n12,53%\n\n2003\n\n4,6485%\n\n10,38%\n\n9,30%\n\n2004\n\n1,8184%\n\n6,13%\n\n7,60%\n\n2005\n\n2,8335%\n\n5,05%\n\n5,69%\n\n2006\n\n2,0377%\n\n2,81%\n\n3,14%\n\n2007\n\n1,4452%\n\n5,15%\n\n4,46%\n\n2008\n\n1,6348%\n\n6,48%\n\n5,90%\n\n2009\n\n0,7090%\n\n4,11%\n\n4,31%\n\n2010\n\n0,6887%\n\n6,46%\n\n5,91%\n\n2011\n\n1,2079%\n\n6,07%\n\n6,50%\n\n2012\n\n0,2897%\n\n6,17%\n\n5,84%\n\n2013 (at\u00e9 mar\u00e7o)\n\n0,00%\n\n2,05%\n\n1,94%\n\nAo analisar o quadro comparativo, verifica-se que a TR n\u00e3o se presta como indexador monet\u00e1rio de FGTS, ao menos, desde janeiro de 1999. Deixou de ser um \u00edndice seguro para fins de atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria das contas do FGTS, isso em decorr\u00eancia da diferencia\u00e7\u00e3o acentuada dos \u00edndices de infla\u00e7\u00e3o, sendo a TR reduzida ano ap\u00f3s ano.\n7 Dispon\u00edvel em: http://processual.trf1.jus.br/consultaProcessual/processo.php?proc=00032798820134013810 &secao=PSA&pg=1&trf1_captcha_id=10f368210a6027f02ba6850322dccb33&trf1_captcha=hnzw &enviar=Pesquisar. Acesso em: 25/01/2014.\n12 Advogados\n\n\fEm um cen\u00e1rio com infla\u00e7\u00e3o superior a 6% ao ano, a aplica\u00e7\u00e3o da TR configura desrespeito caput ao artigo 2\u00ba da Lei n\u00ba 8.036/90, que determina a atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos valores do FGTS, de modo a assegurar a cobertura de suas obriga\u00e7\u00f5es, o que, por si s\u00f3, autoriza a substitui\u00e7\u00e3o da TR por outro \u00edndice que recomponha efetivamente a infla\u00e7\u00e3o.\nConv\u00e9m destacar, ainda, a acertada decis\u00e3o do Excelent\u00edssimo Juiz Federal M\u00e1rcio Jos\u00e9 de Aguiar Barbosa8, no sentido de que fatores alheios ao legislador da Lei n\u00ba 8.036/90, fizeram com que o artigo 13 fosse progressivamente se tornando inconstitucional, na parte em que vincula a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria do FGTS aos \u00edndices de atualiza\u00e7\u00e3o da poupan\u00e7a, e, estes, passam a ser calculados por metodologia prevista nos artigos 1\u00ba e 17 da Lei n\u00ba 8.177/91, que n\u00e3o mais garante a recomposi\u00e7\u00e3o de perdas inflacion\u00e1rias.\nNesse sentido, considerando que a metodologia criada pela Resolu\u00e7\u00e3o CMN n\u00ba 2.604/99, com efeitos a partir de 01/06/1999, deu in\u00edcio ao descolamento da TR, estes deve ser o momento para fixa\u00e7\u00e3o da recomposi\u00e7\u00e3o das perdas do FGTS.\nH\u00e1 que se reconhecer, ainda, diante do reconhecimento pelo STF da inadequa\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria (ADIN 493-0/DF), bem como pelo fato de o FGTS ser um pec\u00falio constitucional obrigat\u00f3rio, n\u00e3o port\u00e1vel e de longo prazo, cuja garantia contra perdas est\u00e1 prevista de forma impl\u00edcita na disposi\u00e7\u00e3o do artigo 7\u00ba, inciso III, da CF/88, que assegura este direito fundamental aos trabalhadores, a inconstitucionalidade, pelo menos desde a superveni\u00eancia dos efeitos da Resolu\u00e7\u00e3o CMN 2.604, de 23/04/1999, da vincula\u00e7\u00e3o do FGTS \u00e0 TR, conforme artigo 13 da Lei n\u00ba 8.036/90 c/c artigos 1\u00ba e 17 da Lei n\u00ba 8.177/91.\ne. \u00cdndices que produzem corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria\n8 Dispon\u00edvel em: http://processual.trf1.jus.br/consultaProcessual/processo.php?proc=00032798820134013810 &secao=PSA&pg=1&trf1_captcha_id=10f368210a6027f02ba6850322dccb33&trf1_captcha=hnzw &enviar=Pesquisar. Acesso em: 25/01/2014.\n13 Advogados\n\n\fA Lei n\u00ba 4.657/42, conhecida como a Lei de Introdu\u00e7\u00e3o \u00e0s normas do Direito Brasileiro disp\u00f5e em seu artigo 5\u00ba que, ao aplicar uma determinada lei, o magistrado dever\u00e1 atentar-se aos fins sociais a que ela se dirige e \u00e0s exig\u00eancias que visam o bem comum.\nA Lei do FGTS possui um fim indiscutivelmente social, proteger o trabalhador e constituir um patrim\u00f4nio que lhe seja \u00fatil em v\u00e1rias situa\u00e7\u00f5es de sua vida.\nDiante de tudo que foi exposto at\u00e9 ent\u00e3o, o juiz atender\u00e1 aos fins sociais da Lei do FGTS ao reconhecer que corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria - reposi\u00e7\u00e3o dos \u00edndices inflacion\u00e1rios de forma a garantir o poder de compra daquele dinheiro ali depositado, \u00e9 efetivamente devida pela Caixa Econ\u00f4mica Federal.\nSob essa \u00f3tica, verifica-se que a Taxa Referencial \u00e9 instrumento inaplic\u00e1vel como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, sobrevindo, portanto, a necessidade de substitui\u00e7\u00e3o por \u00edndice que realmente reponha as perdas monet\u00e1rias do per\u00edodo. Portanto, nada obsta ao Magistrado considerar \u00edndice previsto em outra legisla\u00e7\u00e3o.\nRespeitando os princ\u00edpios constitucionais e presando pela equidade, o \u00edndice adequado substituir a TR seria o \u00cdndice Nacional de Pre\u00e7os ao Consumidor (INPC), que corrige monetariamente o sal\u00e1rio dos trabalhadores e os benef\u00edcios previdenci\u00e1rios. O INPC \u00e9 regulado pela Lei n\u00ba 12.382/2011, que, em linhas iniciais, traz o seguinte conte\u00fado:\nArt. 1\u00ba O sal\u00e1rio m\u00ednimo passa a corresponder ao valor de R$ 545,00 (quinhentos e quarenta e cinco reais). Par\u00e1grafo \u00fanico. Em virtude do disposto no caput, o valor di\u00e1rio do sal\u00e1rio m\u00ednimo corresponder\u00e1 a R$ 18,17 (dezoito reais e dezessete centavos) e o valor hor\u00e1rio, a R$ 2,48 (dois reais e quarenta e oito centavos).\nArt. 2o Ficam estabelecidas as diretrizes para a pol\u00edtica de valoriza\u00e7\u00e3o do sal\u00e1rio m\u00ednimo a vigorar entre 2012 e 2015, inclusive, a serem aplicadas em 1o de janeiro do respectivo ano.\n14 Advogados\n\n\f\u00a7 1o Os reajustes para a preserva\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo do sal\u00e1rio m\u00ednimo corresponder\u00e3o \u00e0 varia\u00e7\u00e3o do \u00cdndice Nacional de Pre\u00e7os ao Consumidor - INPC, calculado e divulgado pela Funda\u00e7\u00e3o Instituto Brasileiro de Geografia e Estat\u00edstica - IBGE, acumulada nos doze meses anteriores ao m\u00eas do reajuste. \u00a7 2o Na hip\u00f3tese de n\u00e3o divulga\u00e7\u00e3o do INPC referente a um ou mais meses compreendidos no per\u00edodo do c\u00e1lculo at\u00e9 o \u00faltimo dia \u00fatil imediatamente anterior \u00e0 vig\u00eancia do reajuste, o Poder Executivo estimar\u00e1 os \u00edndices dos meses n\u00e3o dispon\u00edveis. \u00a7 3o Verificada a hip\u00f3tese de que trata o \u00a7 2o, os \u00edndices estimados permanecer\u00e3o v\u00e1lidos para os fins desta Lei, sem qualquer revis\u00e3o, sendo os eventuais res\u00edduos compensados no reajuste subsequente, sem retroatividade. \u00a7 4o A t\u00edtulo de aumento real, ser\u00e3o aplicados os seguintes percentuais: I - em 2012, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do Produto Interno Bruto - PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2010; II - em 2013, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2011; III - em 2014, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2012; e IV - em 2015, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2013. \u00a7 5o Para fins do disposto no \u00a7 4o, ser\u00e1 utilizada a taxa de crescimento real do PIB para o ano de refer\u00eancia, divulgada pelo IBGE at\u00e9 o \u00faltimo dia \u00fatil do ano imediatamente anterior ao de aplica\u00e7\u00e3o do respectivo aumento real.\nPercebe-se que n\u00e3o existe raz\u00e3o para corrigir o sal\u00e1rio m\u00ednimo (obriga\u00e7\u00e3o principal) por um \u00edndice, o INPC, e corrigir os dep\u00f3sitos do FGTS (obriga\u00e7\u00e3o acess\u00f3ria), por outro, a Taxa Referencial, haja vista que os dep\u00f3sitos do FGTS s\u00e3o, em \u00faltima an\u00e1lise, um tipo de sal\u00e1rio, indireto, pertencente ao trabalhador. Nesse sentido, conclui-se que nada mais justo que os dep\u00f3sitos do FGTS sejam, tamb\u00e9m, corrigidos sob a incid\u00eancia do INPC.\n15 Advogados\n\n\fAl\u00e9m do INPC, outro \u00edndice que se mostra aplic\u00e1vel para uma melhor corre\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos do FGTS \u00e9 o IPCA, \u00edndice oficial do Governo Federal para medi\u00e7\u00e3o das metas inflacion\u00e1rias, contratadas com o Fundo Monet\u00e1rio Internacional a partir de julho de 1994.\nNeste caso, ambos os \u00edndices se mostram infinitamente mais adequados para a preserva\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo dos dep\u00f3sitos do FGTS, bem como cumprir a fun\u00e7\u00e3o social deste instituto, se comparados \u00e0 Taxa Referencial.\nV. Conclus\u00f5es\nSucintamente, a Taxa Referencial, enquanto \u00edndice monet\u00e1rio de corre\u00e7\u00e3o assim considerado pela jurisprud\u00eancia vigente, n\u00e3o poder\u00e1 ser reduzida a 0% (zero por cento), a exemplo dos \u00faltimos meses, pois afronta o artigo 2\u00ba da Lei n\u00ba 8.036/90, dispositivo, este, que assegura a incid\u00eancia de atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria aos dep\u00f3sitos feitos no FGTS.\nDesde janeiro de 1999, por\u00e9m, a TR tomou caminho diverso dos \u00edndices oficiais de infla\u00e7\u00e3o, provocando profundas perdas aos dep\u00f3sitos fundi\u00e1rios, tornando-se o atual \u00edndice, instrumento incapaz de garantir a reposi\u00e7\u00e3o de perdas monet\u00e1rias.\nA incapacidade da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria decorre de mudan\u00e7as introduzidas na sua metodologia de c\u00e1lculo pelo Banco Central do Brasil/CMN que, atrav\u00e9s de um mecanismo redutor, vem manipulando o \u00edndice para que ele se desprenda da infla\u00e7\u00e3o at\u00e9 anul\u00e1-la completamente, a despeito de um quadro de infla\u00e7\u00e3o crescente no Pa\u00eds.\nNada mais natural, sob o prisma econ\u00f4mico, que aquele que empresta tem direito a ser remunerado com juros e a integridade da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. Al\u00e9m disso, a n\u00e3o incid\u00eancia de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria nos dep\u00f3sitos do FGTS, fundo o qual o trabalhador n\u00e3o pode simplesmente sacar seu capital para investir em outro mais rent\u00e1vel, configura-se como verdadeiro abuso de direito, incompat\u00edvel com um Estado Democr\u00e1tico de Direito e deve ser de pronto recha\u00e7ado.\n16 Advogados\n\n\fA partir do momento que o Governo se utiliza dos valores fundi\u00e1rios para empreender seus projetos e pol\u00edticas e, na maioria dos casos, injetando dinheiro no mercado a juros nada moderados e sem abrir m\u00e3o de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, nada mais coerente que a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos fundos do FGTS seja feita acompanhando os \u00edndices inflacion\u00e1rios.\nPortanto, sendo a Taxa Referencial um \u00edndice que n\u00e3o reestabelece o poder aquisitivo corro\u00eddo pela infla\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos do FGTS, faz-se mister sua substitui\u00e7\u00e3o por outro \u00edndice que melhor recomponha as perdas monet\u00e1rias da Parte Autora.\nVI. REQUERIMENTOS\nDiante do exposto, requer seja a presente A\u00e7\u00e3o julgada totalmente procedente, acolhendo-se os pedidos formulados pela Parte Autora:\n1. Requer a concess\u00e3o de Justi\u00e7a Gratuita, nos termos da Lei n\u00ba 1.060/50.\n2. A cita\u00e7\u00e3o da Requerida, para querendo contestar a presente a\u00e7\u00e3o no prazo legal, sob pena de confiss\u00e3o e revelia.\n3. Requer-se a produ\u00e7\u00e3o de todas as provas admitidas em direito, em especial da prova documental, protestando pela juntada superveniente de outros documentos que se fa\u00e7am necess\u00e1rios para a boa instru\u00e7\u00e3o da causa, inclusive com a juntada pela CEF de outros extratos da Parte Autora.\n4. Requer-se o reconhecimento da inconsist\u00eancia legal e constitucional da Taxa Referencial aplicada como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o para os dep\u00f3sitos de FGTS, condenando-se a Caixa Econ\u00f4mica Federal \u00e0 recomposi\u00e7\u00e3o da perda de poder aquisitivo da moeda desde 01/06/1999, devendo observar o seguinte:\ni. No caso de dep\u00f3sitos de FGTS n\u00e3o levantados at\u00e9 a data da recomposi\u00e7\u00e3o, dever\u00e1 a CEF recalcular a corre\u00e7\u00e3o do FGTS, substituindo-a por \u00edndice que efetivamente represente a infla\u00e7\u00e3o e permita a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, podendo\n17 Advogados\n\n\fser utilizando o INPC ou outro \u00edndice da escolha do Magistrado, mantendo-se os juros remunerat\u00f3rios de 3% ao ano, bem como pagando juros morat\u00f3rios de 1% ao m\u00eas sobre as diferen\u00e7as corrigidas;\nii. No caso de dep\u00f3sitos j\u00e1 levantados entre 01/06/1999 e a data da recomposi\u00e7\u00e3o, dever\u00e1 a CEF recalcular a corre\u00e7\u00e3o do FGTS, substituindo-a por \u00edndice que efetivamente represente a infla\u00e7\u00e3o e permita a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, podendo ser utilizando o INPC ou outro \u00edndice da escolha do Magistrado, mantendo-se os juros remunerat\u00f3rios de 3% ao ano, bem como pagando juros morat\u00f3rios de 1% ao m\u00eas sobre as diferen\u00e7as corrigidas, desde a data de cita\u00e7\u00e3o at\u00e9 a data do dep\u00f3sito em Ju\u00edzo.\niii. Para pagamento dos valores, requer seja considerado o estado da (s) conta (s) de FGTS da Parte Autora no momento do cumprimento da Senten\u00e7a; devendo a CEF observar as contas j\u00e1 levantadas por ocasi\u00e3o do cumprimento da Senten\u00e7a, em rela\u00e7\u00e3o aos quais as diferen\u00e7as devidas dever\u00e3o ser pagas mediante dep\u00f3sito em Ju\u00edzo, com libera\u00e7\u00e3o por Alvar\u00e1 \u00e0 Parte Autora; sendo que, somente em rela\u00e7\u00e3o \u00e0s contas ainda n\u00e3o levantadas por ocasi\u00e3o do cumprimento a Senten\u00e7a, \u00e9 que as diferen\u00e7as dever\u00e3o ser depositadas na conta vinculada do FGTS.\n5. Requer, por fim, a condena\u00e7\u00e3o da Requerida ao pagamento de custas e honor\u00e1rios advocat\u00edcios.\nD\u00e1-se \u00e0 causa o valor de R$ 52.800,00 (cinquenta e dois mil e oitocentos reais), renunciando-se desde j\u00e1 ao excedente a 60 (sessenta) sal\u00e1rios m\u00ednimos para a presente data, sem preju\u00edzo do recebimento de quantia maior em caso de ac\u00famulo superior devido \u00e0 incid\u00eancia de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e juros.\nLondrina, 25 de julho de 2016. Gustavo Munhoz OAB/PR n. 37.043\n18 Advogados\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 2 (C\u00edvel) - IdDocumentoCompleto: 5041835-89.2014.4.04.7000-701403007446351610010000000015", "text": "M2_2014\nEXCELENTISSIMO SENHOR JUIZ FEDERAL DA __ VARA FEDERAL DA SUBSE\u00c7\u00c3O JUDICI\u00c1RIA DE CURITIBA - SE\u00c7\u00c3O JUDICI\u00c1RIA DO PARAN\u00c1.\nPROCEDIMENTO DO JUIZADO ESPECIAL FEDERAL JUSTI\u00c7A GRATUITA\nLUCIANO SANCHEZ, brasileiro, solteiro, t\u00e9cnico de enfermagem, portador da CI/RG n\u00ba 9.078.274-6 SSP/PR, inscrito no CPF/MF sob o n\u00ba 780.551.052-00, residente e domiciliado na Rua Jan Frederik de Jager, 242, Augusta, CEP 81265-440, munic\u00edpio de Curitiba/PR, vem, por seu procurador judicial ao final firmado, com escrit\u00f3rio profissional na Rua Mal. Deodoro, n\u00ba. 630, 13\u00ba andar, cj. 1.302, Ed. It\u00e1lia, CEP 80010-912, Centro, Fone/Fax (41) 3323-9160, no munic\u00edpio de Curitiba, Estado do Paran\u00e1, local onde recebe cita\u00e7\u00f5es, intima\u00e7\u00f5es e notifica\u00e7\u00f5es, propor a presente\nA\u00c7\u00c3O DE COBRAN\u00c7A\ncontra CAIXA ECON\u00d4MICA FEDERAL, institui\u00e7\u00e3o financeira sob a forma de empresa p\u00fablica, podendo ser citada na pessoa do seu representante legal no Estado do Paran\u00e1, Capital. pelas raz\u00f5es de fato e de direito que passa a expor:\nCURITIBA: Rua Mal. Deodoro, 630 \u2013 Ed. Shopping It\u00e1lia \u2013 13\u00ba andar \u2013 Conjunto 1302 \u2013 Telefax: (41) 3323-9160 LONDRINA: Rua Pernambuco, 269 \u2013 Ed. Centro Metropolitano \u2013 19\u00ba andar \u2013 Sala 1901 \u2013 Telefax: (43) 3345-3820\n\n\f1. DA PRESCRI\u00c7\u00c3O:\n\nA prescri\u00e7\u00e3o aplic\u00e1vel ao pleito de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria do FGTS \u00e9 trinten\u00e1ria, nos termos da S\u00famula 210 do STJ:\n\u201cA a\u00e7\u00e3o de cobran\u00e7a das contribui\u00e7\u00f5es para o FGTS prescreve em (30) trinta anos\u201d.\nAssim, as parcelas pleiteadas nesta a\u00e7\u00e3o n\u00e3o est\u00e3o prescritas.\n\n2. DO FGTS:\n\nO Fundo de Garantia do Tempo de Servi\u00e7o (FGTS), atualmente\n\nregulado pela Lei n\u00ba 8.036/90 e pelo Decreto 99.684/90, constitui um conjunto de recursos\n\ncaptados do setor privado (empresas em geral) e administrados pela Caixa Econ\u00f4mica\n\nFederal com a finalidade principal de amparar os trabalhadores em algumas hip\u00f3teses de\n\nencerramento da rela\u00e7\u00e3o de emprego, em situa\u00e7\u00f5es de doen\u00e7as graves e at\u00e9 em momentos de\n\ncat\u00e1strofes\n\nnaturais,\n\nsendo\n\ntamb\u00e9m\n\ndestinado\n\na\n\ninvestimentos\n\nem habita\u00e7\u00e3o, saneamento e infraestrutura.\n\n\u00c9 constitu\u00eddo por valores depositados pelas empresas em nome de seus empregados e possibilita que o trabalhador forme um patrim\u00f4nio. Este valor \u00e9 vinculado \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o percebida pelo empregado, no importe de 8% sobre a remunera\u00e7\u00e3o total percebida no m\u00eas de refer\u00eancia.\n\nAs principais fontes de recursos do FGTS s\u00e3o os dep\u00f3sitos mensais dos empregadores nas contas vinculadas dos trabalhadores, abertas na Caixa Econ\u00f4mica Federal.\n\nDesde a primeira legisla\u00e7\u00e3o, houve a preocupa\u00e7\u00e3o de assegurar \u00e0s contas vinculadas a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, o que se v\u00ea j\u00e1 no art. 3\u00b0da Lei 5.107/66, fato incomum na \u00e9poca \u2014 quando ainda n\u00e3o havia generaliza\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, como ocorreu nas d\u00e9cadas seguintes. Isso se deve ao fato de que o FGTS foi criado para ser um fundo de longo prazo, cujos saques eram limitados a poucas hip\u00f3teses, pelo que a recomposi\u00e7\u00e3o das perdas inflacion\u00e1rias tornava-se imperativa, pois os benefici\u00e1rios poderiam demorar anos ou d\u00e9cadas at\u00e9 poderem sacar seus recursos e, se n\u00e3o houvesse recomposi\u00e7\u00e3o das perdas inflacion\u00e1rias, os valores depositados poderiam se tornar ex\u00edguos.\n\nNessa \u00e9poca, portanto, o FGTS tinha tr\u00edplice fun\u00e7\u00e3o: 1) pec\u00falio opcional do empregado formado por contribui\u00e7\u00f5es do empregador; 2) seguro-desemprego substitutivo da estabilidade prevista na CLT, t\u00edtulo IV, cap\u00edtulos V e VII; e 3) indeniza\u00e7\u00e3o pela despedida arbitr\u00e1ria.\n\n2 DC\n\n\fCom a Constitui\u00e7\u00e3o Federal de 1988 o FGTS passou a ser um pec\u00falio obrigat\u00f3rio, sendo de importante distin\u00e7\u00e3o em rela\u00e7\u00e3o a outros pec\u00falios privados e poupan\u00e7as/aplica\u00e7\u00f5es realizadas no mercado financeiro o fato do FGTS n\u00e3o ter portabilidade.\n\nA Lei n\u00ba 8.036/90, nos artigos 2\u00ba e 13, estabeleceu a obrigatoriedade de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e de remunera\u00e7\u00e3o atrav\u00e9s de juros dos dep\u00f3sitos efetuados nas contas vinculadas do FGTS.\n\nO par\u00e2metro fixado para a atualiza\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos dos saldos dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a e consequentemente dos dep\u00f3sitos do FGTS \u00e9 a Taxa Referencial \u2013 TR, conforme prescrevem os arts. 12[3] e 17[4] da Lei n\u00ba 8.177/1991, alterada Lei n\u00ba 12.703, de 07 de agosto de 2012.\n\nSobressai do artigo 1\u00ba da Lei n\u00ba 8.177/91 que a TR ser\u00e1 calculada \u201ca partir da remunera\u00e7\u00e3o mensal m\u00e9dia l\u00edquida de impostos, dos dep\u00f3sitos a prazo fixo captados nos bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos m\u00faltiplos com carteira comercial ou de investimentos, caixas econ\u00f4micas, ou dos t\u00edtulos p\u00fablicos federais, estaduais e municipais, de acordo com metodologia a ser aprovada pelo Conselho Monet\u00e1rio Nacional, no prazo de sessenta dias, e enviada ao conhecimento do Senado Federal.\u201d\n\nPara regulamentar a metodologia de c\u00e1lculo, o Banco Central- Conselho Monet\u00e1rio Nacional (CMN) estipulou algumas diretrizes, sendo que atualmente sobre a mat\u00e9ria est\u00e1 vigente sob a forma da Resolu\u00e7\u00e3o n\u00ba 3.354, de 31 de mar\u00e7o de 2006.\n\nAssim, o FGTS \u00e9 gerido e administrado a partir das normas e diretrizes do Conselho Curador e os recursos fundi\u00e1rios, e, por expressa previs\u00e3o legislativa, s\u00e3o utilizados para financiar investimentos sociais nas \u00e1reas de habita\u00e7\u00e3o, saneamento e infraestrutura urbana (artigo 9\u00ba, \u00a7\u00a72\u00ba e 3\u00ba, da Lei 8.036/90).\n\nda Lei:\n\nQuanto \u00e0 forma de remunera\u00e7\u00e3o do fundo, esta est\u00e1 prevista no artigo 13\n\nArt. 13. Os dep\u00f3sitos efetuados nas contas vinculadas ser\u00e3o corrigidos monetariamente com base nos par\u00e2metros fixados para atualiza\u00e7\u00e3o dos saldos dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a e capitaliza\u00e7\u00e3o juros de (tr\u00eas) por cento ao ano.\n\n[3] Art. 12. Em cada per\u00edodo de rendimento, os dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a ser\u00e3o remunerados: I- Como remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica, por taxa correspondente \u00e0 acumula\u00e7\u00e3o das TRD, no per\u00edodo transcorrido entre o dia do \u00faltimo cr\u00e9dito de rendimento, inclusive, e o dia do cr\u00e9dito de rendimento, exclusive; II- como remunera\u00e7\u00e3o adicional, por juros de: (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n\u00ba 12.703, de 2012): 0,5% (cinto d\u00e9cimos por cento) ao m\u00eas, enquanto a meta da taxa Selic ao ano, definida pelo Banco Central do Brasil, for superior a 8,5% (oito inteiros e cinco d\u00e9cimos por cento); ou (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n. 12.703 de 2012); 70% (setenta por cento) da meta da taxa Selic ao ano, definida pelo Banco Central do Brasil, mensalizada, vigente na data de inicio do per\u00edodo de rendimento, nos demais casos. (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n\u00ba 12.703. de 2012).\n[4] Art.17. A partir de fevereiro de 1991, os saldos das contas do Fundo de Garantia por Tempo de Servi\u00e7o (FGTS) passam a ser remunerados pela taxa aplic\u00e1vel \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a com data de anivers\u00e1rio no dia 1\u00ba, observada a periodicidade mensal para remunera\u00e7\u00e3o. Par\u00e1grafo \u00fanico. As taxas de juros previstas na legisla\u00e7\u00e3o em vigor do FGTS s\u00e3o mantidas e consideras como adicionais \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o prevista neste artigo.\n\n3 DC\n\n\fOs par\u00e2metros de atualiza\u00e7\u00e3o dos saldos da poupan\u00e7a, por sua vez, encontram-se previstos no artigo 12 da Lei n\u00ba 8.177/91, que disp\u00f5e:\nArt. 12. Em cada per\u00edodo de rendimento, os dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a ser\u00e3o remunerados: I - como remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica, por taxa correspondente \u00e0 acumula\u00e7\u00e3o das TRD, no per\u00edodo transcorrido entre o dia do \u00faltimo cr\u00e9dito de rendimento, inclusive, e o dia do cr\u00e9dito de rendimento, exclusive;\nNesta mesma Lei, est\u00e3o definidos os par\u00e2metros para fixa\u00e7\u00e3o da Taxa Referencial (TR) e da Taxa Refer\u00eancia Di\u00e1ria (TRD), nos seguintes termos:\nArt. 1\u00b0 O Banco Central do Brasil divulgar\u00e1 Taxa Referencial (TR), calculada a partir da remunera\u00e7\u00e3o mensal m\u00e9dia l\u00edquida de impostos, dos dep\u00f3sitos a prazo fixo captados nos bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos m\u00faltiplos com carteira comercial ou de investimentos, caixas econ\u00f4micas, ou dos t\u00edtulos p\u00fablicos federais, estaduais e municipais, de acordo com metodologia a ser aprovada pelo Conselho Monet\u00e1rio Nacional, no prazo de sessenta dias, e enviada ao conhecimento do Senado Federal. (...) \u00a7 3\u00b0 Enquanto n\u00e3o aprovada a metodologia de c\u00e1lculo de que trata este artigo, o Banco Central do Brasil fixar\u00e1 a TR.\nArt. 2\u00b0 O Banco Central do Brasil divulgar\u00e1, para cada dia \u00fatil, a Taxa Referencial Di\u00e1ria (TRD), correspondendo seu valor di\u00e1rio \u00e0 distribui\u00e7\u00e3o pro rata dia da TR fixada para o m\u00eas corrente. \u00a7 1\u00b0 Enquanto n\u00e3o divulgada a TR relativa ao m\u00eas corrente, o valor da TRD ser\u00e1 fixado pelo Banco Central do Brasil com base em estimativa daquela taxa. \u00a7 2\u00b0 Divulgada a TR, a fixa\u00e7\u00e3o da TRD nos dias \u00fateis restantes do m\u00eas deve ser realizada de forma tal que a TRD acumulada entre o 1\u00b0 dia \u00fatil do m\u00eas e o 1\u00b0 dia \u00fatil do m\u00eas subseq\u00fcente seja igual \u00e0 TR do m\u00eas corrente.\nAl\u00e9m de dispor que a TR seria o \u00edndice utilizado para corre\u00e7\u00e3o da poupan\u00e7a, a Lei n\u00ba 8.177/91 tamb\u00e9m disp\u00f4s que tal taxa seria aplicada para fins de corre\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos do FGTS, conforme previsto no seu art. 17:\nArtigo 17 - A partir de fevereiro de 1991, os saldos das contas do Fundo de Garantia por Tempo de Servi\u00e7o (FGTS) passam a ser remunerados pela taxa aplic\u00e1vel \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a com data de anivers\u00e1rio no dia 1\u00b0, observada a periodicidade mensal para remunera\u00e7\u00e3o. Par\u00e1grafo \u00fanico. As taxas de juros previstas na legisla\u00e7\u00e3o em vigor do fgts s\u00e3o mantidas e consideradas como adicionais \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o prevista neste artigo.\nConforme se depreendo da leitura do artigo acima, ficou determinado que aos saldos das contas do FGTS fosse aplicada a taxa aplic\u00e1vel aos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a, ou seja, a TR, mantidas as taxas de juros previstas na legisla\u00e7\u00e3o pr\u00f3pria do FGTS, qual seja, a taxa de 3% de juros anuais, conforme j\u00e1 supra exposto.\nDe fato, h\u00e1 lei vigente que prev\u00ea a aplica\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o dos saldos do FGTS. No entanto, h\u00e1 que se analisar, de fato, se a legalidade \u00e9 capaz de afastar o fato de que o \u00edndice previsto na norma n\u00e3o \u00e9 capaz de 'corrigir monetariamente' o\n4 DC\n\n\fsaldo dos dep\u00f3sitos de FGTS, como expressamente previsto na Lei 8.036/90, nos seus artigos 2\u00ba e 13:\n\nArt. 2\u00ba O FGTS \u00e9 constitu\u00eddo pelos saldos das contas vinculadas a que se refere esta lei e outros recursos a ele incorporados, devendo ser aplicados com atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e juros, de modo a assegurar a cobertura de suas obriga\u00e7\u00f5es. (...) omissis. Art. 13. Os dep\u00f3sitos efetuados nas contas vinculadas ser\u00e3o corrigidos monetariamente com base nos par\u00e2metros fixados para atualiza\u00e7\u00e3o dos saldos dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a e capitaliza\u00e7\u00e3o juros de (tr\u00eas) por cento ao ano. - grifou-se.\nA Lei, portanto, disp\u00f5e que o fundo dever\u00e1 ser corrigido monetariamente e a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria n\u00e3o representa qualquer acr\u00e9scimo, mas simples recomposi\u00e7\u00e3o do valor da moeda corro\u00eddo pelo processo inflacion\u00e1rio (STJ, REsp n\u00ba 1.191.868, 2\u00aa Turma, Rel. Min. Eliana Calmon, j. 15/06/2010 e p. 22/06/2010).\n\nAssim, pelas disposi\u00e7\u00f5es acima, tem-se que a corre\u00e7\u00e3o mensal dos dep\u00f3sitos do FGTS atualmente compreende a aplica\u00e7\u00e3o de duas taxas \u2013 a primeira, realiza a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos dep\u00f3sitos nas contas vinculadas, atrav\u00e9s da aplica\u00e7\u00e3o da Taxa Referencial \u2013TR, que deveria refletir a atualiza\u00e7\u00e3o do valor monet\u00e1rio, vigente desde 1991; a segunda trata da valoriza\u00e7\u00e3o do saldo do FGTS por meio da capitaliza\u00e7\u00e3o de juros \u00e0 taxa de 3% ao ano.\n\nEm anos j\u00e1 passados, a Taxa Referencial (TR) foi \u00edndice capaz de refletir a infla\u00e7\u00e3o ocorrida na economia brasileira por um per\u00edodo de tempo, durante o qual n\u00e3o havia quaisquer raz\u00f5es para se opor a sua aplica\u00e7\u00e3o. N\u00e3o \u00e9, contudo, a realidade desde janeiro de 1999, a partir de quando o \u00edndice deixou de espelhar a desvaloriza\u00e7\u00e3o da moeda.\n\nOu seja, a aplica\u00e7\u00e3o da TR n\u00e3o reflete mais a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, vez que destoante completamente dos \u00edndices oficiais de infla\u00e7\u00e3o. A t\u00edtulo de exemplo parcial, nos meses de setembro, outubro e novembro de 2009, janeiro e fevereiro de 2010, fevereiro e junho de 2012 e de setembro de 2012 em diante, a TR tem sido completamente anulada, como se n\u00e3o existisse qualquer infla\u00e7\u00e3o no per\u00edodo pass\u00edvel de corre\u00e7\u00e3o.\n\nA senten\u00e7a proferida em 15/01/2014 pelo Ju\u00edzo Substituto da 2\u00aa VF de Foz do Igua\u00e7u nos autos de Procedimento Comum do Juizado Especial C\u00edvel n\u00ba 500953335.2013.404.7002/PR realiza o comparativo dos \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, abaixo copiados, e concluiu pela despropor\u00e7\u00e3o:\n\n\u201cPor reputar oportuno, comparem-se os \u00edndices mensais da TR, do IPCA-E e do INPC, a partir de 01/01/1999 at\u00e9 31/12/2013, respectivamente:\n\nTR: 1999 2000 2001 2002\n\n0,5163 0,2149 0,1369 0,2591\n\n0,8298 0,2328 0,0368 0,1171\n\n1,1614 0,2242 0,1724 0,1758\n\n0,6092 0,1301 0,1546 0,2357\n\n0,5761 0,2492 0,1827 0,2102\n\n0,3108 0,2140 0,1458 0,1582\n\n0,2933 0,1547 0,2441 0,2656\n\n0,2945 0,2025 0,3436 0,2481\n\n0,2715 0,1038 0,1627 0,1955\n\n0,2265 0,1316 0,2913 0,2768\n\n0,1998 0,1197 0,1928 0,2644\n\n0,2998 0,0991 0,1983 0,3609\n\n5,7295 2,0962 2,2852 2,8023\n\n5 DC\n\n\f2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013\n\n0,4878 0,1280 0,1880 0,2326 0,2189 0,1010 0,1840 0,0000 0,0715 0,0864 0,0000\n\n0,4116 0,0458 0,0962 0,0725 0,0721 0,0243 0,0451 0,0000 0,0524 0,0000 0,0000\n\n0,3782 0,1778 0,2635 0,2073 0,1876 0,0409 0,1438 0,0792 0,1212 0,1068 0,0000\n\n0,4184 0,0874 0,2003 0,0855 0,1272 0,0955 0,0454 0,0000 0,0369 0,0227 0,0000\n\n0,4650 0,1546 0,2527 0,1888 0,1689 0,0736 0,0449 0,0510 0,1570 0,0468 0,0000\n\n0,4166 0,1761 0,2993 0,1937 0,0954 0,1146 0,0656 0,0589 0,1114 0,0000 0,0000\n\n0,5465 0,1952 0,2575 0,1751 0,1469 0,1914 0,1051 0,1151 0,1229 0,0144 0,0209\n\n0,4038 0,2005 0,3466 0,2436 0,1466 0,1574 0,0197 0,0909 0,2076 0,0123 0,0000\n\n0,3364 0,1728 0,2637 0,1521 0,0352 0,1970 0,0000 0,0702 0,1003 0,0000 0,0079\n\n0,3213 0,1108 0,2100 0,1875 0,1142 0,2506 0,0000 0,0472 0,0620 0,0000 0,0920\n\n0,1776 0,1146 0,1929 0,1282 0,0590 0,1618 0,0000 0,0336 0,0645 0,0000 0,0207\n\n0,1899 0,2400 0,2269 0,1522 0,0640 0,2149 0,0533 0,1406 0,0937 0,0000 0,0494\n\n4,6485 1,8184 2,8335 2,0377 1,4452 1,6348 0,7090 0,6887 1,2079 0,2897 0,1910\n\nIPCA-E: 1999 0,68 0,64 1,22 2,56 2000 0,65 0,34 0,09 1,08 2001 0,63 0,50 0,36 1,49 2002 0,62 0,44 0,40 1,46 2003 1,98 2,19 1,14 5,40 2004 0,68 0,90 0,40 1,99 2005 0,68 0,74 0,35 1,78 2006 0,51 0,52 0,37 1,40 2007 0,52 0,46 0,41 1,39 2008 0,70 0,64 0,23 1,57 2009 0,40 0,63 0,11 1,14 2010 0,52 0,94 0,55 2,02 2011 0,76 0,97 0,60 2,34 2012 0,65 0,53 0,25 1,43 2013 0,88 0,68 0,49 2,06\n\n0,78 0,51 -0,02 1,27 0,47 0,09 0,08 0,64 0,50 0,49 0,38 1,37 0,78 0,42 0,33 1,53 1,14 0,85 0,22 2,22 0,21 0,54 0,56 1,32 0,74 0,83 0,12 1,69 0,17 0,27 -0,15 0,29 0,22 0,26 0,29 0,77 0,59 0,56 0,90 2,06 0,36 0,59 0,38 1,33 0,48 0,63 0,19 1,30 0,77 0,70 0,23 1,70 0,43 0,51 0,18 1,12 0,51 0,46 0,38 1,35\n\n0,79 0,81 0,47 2,08 0,78 1,99 0,45 3,24 0,94 1,18 0,38 2,51 0,77 1,00 0,62 2,40 -0,18 0,27 0,57 0,66 0,93 0,79 0,49 2,22 0,11 0,28 0,16 0,55 -0,02 0,19 0,05 0,22 0,24 0,42 0,29 0,95 0,63 0,35 0,26 1,24 0,22 0,23 0,19 0,64 -0,09 -0,05 0,31 0,17 0,10 0,27 0,53 0,90 0,33 0,39 0,48 1,20 0,07 0,16 0,27 0,50\n\n0,80 0,99 0,91 2,72 0,18 0,17 0,60 0,95 0,37 0,99 0,55 1,92 0,90 2,08 3,05 6,14 0,66 0,17 0,46 1,29 0,32 0,63 0,84 1,80 0,56 0,78 0,38 1,73 0,29 0,37 0,35 1,01 0,24 0,23 0,70 1,17 0,30 0,49 0,29 1,08 0,18 0,44 0,38 1,00 0,62 0,86 0,69 2,18 0,42 0,46 0,56 1,44 0,65 0,54 0,69 1,89 0,48 0,57 0,75 1,81\n\n8,92% 6,03% 7,51% 11,98% 9,86% 7,53% 5,87% 2,95% 4,36% 6,10% 4,18% 5,79% 6,55% 5,77% 5,84%\n\nINPC:\n\n1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013\n\n0,65 1,29 1,28 0,47 0,058 0,61 0,05 0,13 0,09 -0,05 0,77 0,49 0,48 0,84 0,57 1,07 0,31 0,62 0,68 0,09 2,47 1,46 1,37 1,38 0,99 0,83 0,39 0,57 0,41 0,40 0,57 0,44 0,73 0,91 0,70 0,38 0,23 0,27 0,12 0,13 0,49 0,42 0,44 0,26 0,26 0,69 0,48 0,51 0,64 0,96 0,64 0,31 020 0,55 0,60 0,88 0,70 0,71 0,73 0,43 0,94 0,54 0,66 0,72 0,57 0,51 0,39 0,18 0,64 0,55 0,92 0,52 0,60 0,59 0,35\n\n0,07 0,30 0,60 0,61 -0,06 0,50 -0,11 -0,07 0,31 0,91 0,42 -0,11 0,22 0,26 0,28\n\n0,74 1,39 1,11 1,15 0,04 0,73 0,03 0,11 0,32 0,58 0,23 -0,07 0,00 0,43 -0,13\n\n0,55 1,21 0,79 0,86 0,18 0,50 0,00 -0,02 0,59 0,21 0,08 -0,07 0,42 0,45 0,16\n\n0,39 0,96 0,94 0,74 8,43% 0,43 0,16 0,29 0,55 5,27% 0,44 0,94 1,29 0,74 9,44% 0,83 1,57 3,39 2,70 14,74% 0,82 0,39 0,37 0,54 10,38% 0,17 0,17 0,44 0,86 6,13% 0,15 0,58 0,54 0,40 5,05% 0,16 0,43 0,42 0,62 2,81% 0,25 0,30 0,43 0,97 5,15% 0,15 0,50 0,38 0,29 6,48% 0,16 0,24 0,37 0,24 4,11% 0,54 0,92 1,03 0,60 6,46% 0,45 0,32 0,57 0,51 6,07% 0,63 0,71 0,54 0,74 6,19% 0,27 0,61 0,54 0,72 5,56%\n\nPois bem. Verificada a desigualdade/despropor\u00e7\u00e3o entre a TR e de outra banda, o IPCA-E e o INPC, passa-se a analisar a real fun\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria em cotejo com o princ\u00edpio constitucional do direito \u00e0 propriedade (art. 5\u00ba, XXII, da Carta Magna).\u201d\n\n6 DC\n\n\fPor este motivo, a parte autora ingressa com a presente a\u00e7\u00e3o judicial com a finalidade de rever o \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria aplic\u00e1vel aos dep\u00f3sitos feitos nas contas de FGTS.\n3. DO M\u00c9RITO:\n3.1. Corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria.\nA Lei n\u00ba 4.357, de 1964 criou o primeiro indexador da Economia Brasileira \u2013 a ORTN (Obriga\u00e7\u00e3o Reajust\u00e1vel do Tesouro Nacional), determinando uma obriga\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria cuja fun\u00e7\u00e3o era fazer variar a moeda nacional, segundo a perda de seus respectivos poderes aquisitivos.\nDesde esta data, v\u00e1rios \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria foram criados, at\u00e9 a entrada em vigor da Medida Provis\u00f3ria n. 294, de 31 de janeiro de 1991, que se transformou na Lei 8.177, de 1\u00ba de mar\u00e7o de 1991. Nesta oportunidade o Governo Collor pretendeu substituir a s\u00e9rie de indexadores tradicionais da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria brasileira (ORTN, OTN E BTN), que eram vinculados \u00e0 varia\u00e7\u00e3o dos n\u00edveis gerais de pre\u00e7os, pela Taxa Referencial, que tinha natureza financeira.\nOu seja, A Taxa Referencial foi criada atrav\u00e9s da Lei n\u00ba. 8.177, de 31/03/1991 \u2013 o afamado Plano Collor II \u2013 e tinha como objetivo inicial estabelecer regras para a desindexa\u00e7\u00e3o da economia.\nAlternativamente a estes indexadores que foram substitu\u00eddos (BTN,MVR), o Banco Central (Bacen) passou a ter a incumb\u00eancia de divulgar a Taxa Referencial sendo o seu c\u00e1lculo referenciado na \u201c...remunera\u00e7\u00e3o mensal m\u00e9dia l\u00edquida de impostos, dos dep\u00f3sitos a prazo fixo captados nos bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos m\u00faltiplos com carteira comercial ou de investimentos, caixas econ\u00f4micas, ou dos t\u00edtulos p\u00fablicos federais, estaduais e municipais, de acordo com metodologia a ser aprovada pelo Conselho Monet\u00e1rio Nacional, no prazo de 60 dias, e enviada ao conhecimento do Senado Federal.\u201d\nA Resolu\u00e7\u00e3o n\u00ba 1.805, de 27 de mar\u00e7o de 1991, trouxe a figura do Redutor arbitrado pelo BACEN, a ser aplicado no c\u00e1lculo para determina\u00e7\u00e3o da TR, inicialmente fixado a 2,0%.\nAinda hoje permanece a perplexidade em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 natureza jur\u00eddica da TR, at\u00e9 por conta da pr\u00f3pria inconsist\u00eancia da lei que a criou, que ora a trata como taxa de juros (art. 39) ora como indexador (art.18).\nTaxas de juros objetivam promover a remunera\u00e7\u00e3o do capital. S\u00e3o calculadas por quem disponibiliza o capital em ben\u00e9fico de outra pessoa, f\u00edsica ou jur\u00eddica, para que empregue para satisfa\u00e7\u00e3o de determinada necessidade, na expectativa de lucro.\n7 DC\n\n\fJ\u00e1 os indexadores s\u00e3o os \u00edndices calculados a partir da varia\u00e7\u00e3o de pre\u00e7os de mercado em determinado per\u00edodo. Sua finalidade est\u00e1 na corre\u00e7\u00e3o dos efeitos inflacion\u00e1rios, quando se compara valores monet\u00e1rios em diferentes \u00e9pocas.\n\nNo entanto, tem-se que os dep\u00f3sitos do FGTS n\u00e3o est\u00e3o sendo corrigidos monetariamente quando da aplica\u00e7\u00e3o da TR, pois esta n\u00e3o reflete a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda!\n\nJ\u00e1 foi objeto de an\u00e1lise do Supremo Tribunal Federal a natureza da TR, restando decidido no voto vencedor da ADI 493-0/DF que: \u201cA Taxa Referencial (TR) n\u00e3o \u00e9 \u00edndice\nde corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, pois, refletindo as varia\u00e7\u00f5es do custo prim\u00e1rio da capta\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos a prazo fixo, n\u00e3o constitui \u00edndice que reflita a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda.\u201d N\u00e3o obstante, os Ministros vencidos Celso de Mello, Marco Aur\u00e9lio e Ilmar Galv\u00e3o entenderam que a estrutura de c\u00e1lculo da taxa referencial n\u00e3o era suficiente para impedir sua atualiza\u00e7\u00e3o como par\u00e2metro de indexa\u00e7\u00e3o da economia.\n\nMesmo assim, naquela oportunidade, o STF entendeu que a TR possu\u00eda natureza de taxa de juros e declarou inconstitucional o art.18 da Lei n\u00ba 8.177/91, cujo texto original estabelecia que os saldos devedores e as presta\u00e7\u00f5es dos contratos integrantes do SFH, passariam a ser atualizados pela taxa aplic\u00e1vel \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica dos Dep\u00f3sitos de Poupan\u00e7a.[5]\n\nPor algum tempo, o pr\u00f3prio STJ rejeitou a TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, tanto para a poupan\u00e7a, quanto para o SFH[6]. Todavia, a Corte de Justi\u00e7a, fazendo\numa releitura do voto do Ministro Moreira Alves do STF, mudou de entendimento, e passou a adotar a constitucionalidade da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria.[7]\n\nJ\u00e1 em rela\u00e7\u00e3o ao FGTS, sabe-se que existe inclusive a S\u00famula 459 do STJ sobre a aplica\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria para o recolhimento dos d\u00e9bitos com o FGTS recolhidos pelo empregador, mas n\u00e3o repassados ao fundo. Mas n\u00e3o se aplica \u00e0 corre\u00e7\u00e3o do dep\u00f3sito mensal realizada pelo gestor.\nConforme exposto, a aplica\u00e7\u00e3o de \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria para o valor mensal j\u00e1 depositado se presta para recuperar o poder de compra do valor emprestado. Este poder de compra \u00e9 diretamente influenciado por um processo inflacion\u00e1rio. O pr\u00f3prio C\u00f3digo Civil de 2002, traz diversos dispositivos garantindo atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. O STJ reconhece a influ\u00eancia da infla\u00e7\u00e3o e da defla\u00e7\u00e3o na composi\u00e7\u00e3o do \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, verbis:\n\n\u201c(...) 1. \u2018A corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria nada mais \u00e9 do que um mecanismo de manuten\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda, n\u00e3o devendo representar, consequentemente, por si s\u00f3, nem um plus nem um ninus em sua subst\u00e2ncia. Corrigir o valor nominal da obriga\u00e7\u00e3o representa, portanto, manter, no tempo, o seu poder de compra original, alterado pelas oscila\u00e7\u00f5es inflacion\u00e1rias positivas e negativas ocorridas no per\u00edodo.(...)\u2019\u201d\n\n[5] ADI 493 [6] REsp 40.777/GO, REsp 140.839/BA, REsp 209.466/BA [7] EREsp 752.879/DF\n\n8 DC\n\n\f(AgRg nos EREsp 1252558/RS, Rel. Ministro S\u00c9RGIO KUKNA, PRIMEIRA SE\u00c7\u00c3O, julgado em 13/03/2013, DJe 21/03/2013) (grifos nossos)\nAtualmente, existem dois tipos de \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria: o que reflete a infla\u00e7\u00e3o e, portanto, recupera o poder de compra do valor aplicado, como o IPCA e o INPC, e o que n\u00e3o reflete a infla\u00e7\u00e3o e, consequentemente, n\u00e3o recupera o poder de compra do valor aplicado \u2013 a Taxa Referencial/TR.\nHistoricamente, \u00e9 preciso lembrar que a Taxa Referencial nunca foi igual \u00e0 infla\u00e7\u00e3o. Nem quando experimentamos hiperinfla\u00e7\u00e3o, nem quando experimentamos defla\u00e7\u00e3o. Todavia, os \u00edndices da TR, do INCP e do IPCA sempre andaram pr\u00f3ximos. Em outras palavras, imperava a razoabilidade nos \u00edndices da TR para que pudessem atingir a finalidade corre\u00e7\u00e3o do valor do capital.\nN\u00e3o obstante, o cen\u00e1rio come\u00e7a a mudar a partir de 1999. A TR se distancia expressivamente do INPC e do IPCA, ao ponto de hoje a infla\u00e7\u00e3o superar 6% ao ano e a TR ser igual a zero. Logo, ela n\u00e3o se presta para o fim de manter o poder aquisitivo dos dep\u00f3sitos do FGTS, que s\u00e3o um patrim\u00f4nio do trabalhador.\nO comparativo de \u00edndices dos quadros anteriores e o gr\u00e1fico abaixo demonstram a diferen\u00e7a entre o \u00edndice da TR, IPCA e INPC1:\n\n1 Fonte dos gr\u00e1ficos: Nota T\u00e9cnica n\u00ba 125, junho de 2013 \u2013 DIEESE.\n\n9 DC\n\n\fO que tem ocorrido \u00e9 que o FGTS \u00e9 um fundo in\u00edquo, pois ele n\u00e3o tem recomposi\u00e7\u00e3o inflacionaria dos seus recursos. Na verdade, a conta do FGTS n\u00e3o est\u00e1 financiando programas de habita\u00e7\u00e3o popular, saneamento b\u00e1sico e infraestrutura urbana, ele est\u00e1 subsidiando.\nA finalidade da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria n\u00e3o \u00e9 deixar em vantagem o benefici\u00e1rio ou o sujeito passivo, mas sim deix\u00e1-los na mesma situa\u00e7\u00e3o tal como se encontravam no momento em que se formou a rela\u00e7\u00e3o obrigacional. \u201cDa\u00ed que a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria de valores no tempo \u00e9 circunst\u00e2ncia que decorre diretamente do n\u00facleo essencial do direito de propriedade (CF, art. 5\u00ba, XXI). Corrigem-se valores nominais para que permane\u00e7am com o mesmo valor econ\u00f4mico ao longo do tempo, diante da infla\u00e7\u00e3o. A ideia \u00e9 simplesmente preservar o direito original em sua genu\u00edna extens\u00e3o. Nesse sentido, o direito \u00e0 corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u00e9 reflexo imediato da prote\u00e7\u00e3o da propriedade. Deixar de atualizar valores pecuni\u00e1rios ou atualiz\u00e1-los segundo crit\u00e9rios evidentemente incapazes de capturar o fen\u00f4meno inflacion\u00e1rio representar aniquilar o direito propriedade em seu n\u00facleo essencial\u201d2.\nRessalte-se que os valores correspondentes aos saldos das contas vinculadas ao FGTS constituem recursos dos trabalhadores, que s\u00e3o depositados pelas empresas \u00e0 base salarial anual, em substitui\u00e7\u00e3o ao instituto da estabilidade, e que s\u00e3o administrados pelo governo com vistas \u00e0 sua prote\u00e7\u00e3o.\nConstitui, pois, confisco a n\u00e3o corre\u00e7\u00e3o desses saldos pelos \u00edndices inflacion\u00e1rios reais, medidos pelo Governo, com base \u00edndices como INPC, IPCA, similar, e sim por \u00edndices manipulados, bem inferiores (ou a sua supress\u00e3o), reduzindo drasticamente o seu poder de compra, em que pese n\u00e3o seja diminu\u00eddo o seu valor nominal.\n\n2 Trecho obtido da ADI 4.400 DF.\n\nDC 10\n\n\fA infla\u00e7\u00e3o \u00e9 FATO CONCRETO, que antecede \u00e0 apura\u00e7\u00e3o do \u00edndice e, via de consequ\u00eancia, n\u00e3o pode ser extinta por ato normativo. A CAUSA da infla\u00e7\u00e3o \u00e9 a subida geral dos pre\u00e7os, o seu EFEITO \u00e9 a queda do poder de compra da moeda. Existe o direito \u00e0 manuten\u00e7\u00e3o do poder de compra dos dep\u00f3sitos nas contas vinculadas ao FGTS, verdadeiros \"pec\u00falio indenizat\u00f3rios\" do trabalhador, protegido pelo princ\u00edpio da irredutibilidade dos sal\u00e1rios (art 5\u00ba CF/88), sendo estes os par\u00e2metros para o c\u00e1lculo das antigas indeniza\u00e7\u00f5es por despedidas imotivadas, que foram substitu\u00eddas pelo sistema do FGTS.\nA atualiza\u00e7\u00e3o das contas do FGTS atrav\u00e9s da aplica\u00e7\u00e3o da taxa referencial acaba por artificializar o conceito de atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, conceito este que deveria vincular-se \u00e0 manuten\u00e7\u00e3o do valor real da moeda. O valor real da moeda somente se mant\u00e9m pela aplica\u00e7\u00e3o de \u00edndice que reflita a desvaloriza\u00e7\u00e3o desta moeda em determinada \u00e9poca \u2013 o que n\u00e3o ocorre com a taxa referencial.\nComo bem foi exposto no julgamento da a\u00e7\u00e3o n\u00ba. 000327988.2013.4.01.3810 pela 1\u00ba JEF ADJUNTO de Pouso Alegre/MG, Ju\u00edza Andr\u00e9a de Ara\u00fajo Peixoto, a pr\u00f3pria lei afirma a necessidade de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria sobre os dep\u00f3sitos efetuados no FGTS:\n\u201c(...) Ao contr\u00e1rio de outras op\u00e7\u00f5es postas \u00e0 disposi\u00e7\u00e3o de empregados e patr\u00f5es para formar pec\u00falios ou poupan\u00e7as, como os fundos de previd\u00eancia privada ou as aplica\u00e7\u00f5es em caderneta de poupan\u00e7a, fundos de investimento, t\u00edtulos p\u00fablicos ou privados, o titular do FGTS n\u00e3o tem possibilidade de transferir seus recursos para aplica\u00e7\u00f5es mais rent\u00e1veis, mais bem geridas ou mais seguras. Ainda que sua remunera\u00e7\u00e3o seja muito insatisfat\u00f3ria ou que o titular da conta do FGTS discorde das pol\u00edticas de gest\u00e3o do fundo ou que se atemorize quanto a sua solidez, n\u00e3o h\u00e1 o que fazer, o titular do FGTS n\u00e3o pode transferir ou sacar seus recursos e aplic\u00e1-los em outra modalidade dispon\u00edvel de poupan\u00e7a ou previd\u00eancia.\nEssas tr\u00eas caracter\u00edsticas \u2014 obrigatoriedade, aus\u00eancia de portabilidade e prazo longo/indeterminado - que t\u00eam base constitucional e legal, tornam ainda rnais importante a quest\u00e3o da recomposi\u00e7\u00e3o do seu valor vis a vis os efeitos corrosivos da infla\u00e7\u00e3o sobre a moeda na qual os dep\u00f3sitos s\u00e3o realizados: o saldo do FGTS, enquanto pec\u00falio obrigat\u00f3rio, n\u00e3o port\u00e1vel, por prazo indeterminado previsto constitucionalmente, \u00e9 uma obriga\u00e7\u00e3o de valor devida pela institui\u00e7\u00e3o operadora ao trabalhador titular da conta vinculada, protegida constitucional e legalmente dos efeitos inflacion\u00e1rios sobre a moeda.\nSaliente-se que o art. 13 da lei 8.036/90, expressamente, se ad\u00e9qua a esse entendimento, uma vez que afirma a necessidade de \"corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria\" sobre os dep\u00f3sitos efetuados no FGTS \u2014 reproduzindo express\u00e3o utilizada em todas as leis que regularam o FGTS desde a Lei 5.107/1966. Na \u00e9poca de sua edi\u00e7\u00e3o (1990), seguindo tamb\u00e9m a legisla\u00e7\u00e3o precedente, o art. 13 da lei 8.036/90 vinculou a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u00e0 atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria das cadernetas de poupan\u00e7a, que na \u00e9poca eram corrigidas por \u00edndices de pre\u00e7o, circunst\u00e2ncia que se alteraria a partir da edi\u00e7\u00e3o da lei 8.177/1991.(...)\u201c\nA pr\u00f3pria Lei do FGTS diz em seu artigo 2\u00ba que \u00e9 garantida a atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e juros. Quando a TR \u00e9 igual a zero este artigo \u00e9 descumprido. Quando a TR \u00e9 m\u00ednima e totalmente desproporcional em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 infla\u00e7\u00e3o, este artigo tamb\u00e9m \u00e9 descumprido e o patrim\u00f4nio do trabalhador \u00e9 subtra\u00eddo por quem tem o dever leal de administr\u00e1-lo.\nDC 11\n\n\fAo contr\u00e1rio de outros investimentos, o FGTS n\u00e3o \u00e9 um fundo de livre disposi\u00e7\u00e3o por parte do trabalhador, n\u00e3o podendo ele decidir sponte pr\u00f3pria quais as aplica\u00e7\u00f5es que lhe s\u00e3o mais convenientes ou tent\u00e1veis. O trabalhador tem que se submeter \u00e0s pol\u00edticas econ\u00f4micas e sociais que lhe s\u00e3o altamente prejudiciais.\nEm um cen\u00e1rio de TR zero e infla\u00e7\u00e3o p\u00fablica e not\u00f3ria, estamos diante de uma situa\u00e7\u00e3o de confisco. O governo Federal, atrav\u00e9s da Caixa Econ\u00f4mica Federal, est\u00e1 confiscando os rendimentos dos trabalhadores, para subsidiar pol\u00edticas p\u00fablicas, sem a menor possibilidade de inger\u00eancia destes trabalhadores.\nA senten\u00e7a proferida nos autos n\u00ba. 0003279-88.2013.4.01.3810 pelo Ju\u00edzo de Pouso Alegre descreve que \u201cpara a caderneta de poupan\u00e7a, a TR calculada da forma atual n\u00e3o \u00e9 inv\u00e1lida nem ileg\u00edtima. Mas tais caracter\u00edsticas de livre portabilidade, de curt\u00edssimo prazo e de facultatividade da poupan\u00e7a s\u00e3o exatamente opostas \u00e0s caracter\u00edsticas do FGTS, como j\u00e1 analisado anteriormente.\u201d\nAssim como em nosso Estado Democr\u00e1tico de Direito, a Constitui\u00e7\u00e3o veda eu se utilize o tributo com efeito de confisco, o trabalhador n\u00e3o pode ser punido com o confisco do que a pr\u00f3pria Caixa define em seu sitio eletr\u00f4nico, como um patrim\u00f4nio do trabalhador, e definitivamente o \u00e9[8].\nLevando em conta que a rela\u00e7\u00e3o jur\u00eddica entre os trabalhadores e a Caixa \u00e9 de direito pessoal, o art. 233 do C\u00f3digo Civil se torna inafast\u00e1vel, na medida em que determina que a obriga\u00e7\u00e3o de dar coisa certa abrange os acess\u00f3rios ainda que n\u00e3o mencionados.\nOra, acess\u00f3rios de dinheiro s\u00e3o os juros e a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria.\nO pr\u00f3prio Supremo Tribunal Federal no julgamento da ADI 493 j\u00e1 assentou que a Taxa Referencial n\u00e3o reflete a perda de poder aquisitivo da moeda:\nA\u00e7\u00e3o direta de inconstitucionalidade. - Se a lei alcancar os efeitos futuros de contratos celebrados anteriormente a ela, ser\u00e1 essa lei retroativa (retroatividade minima) porque vai interferir na causa, que e um ato ou fato ocorrido no passado. - O disposto no artigo 5, XXXVI, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal se aplica a toda e qualquer lei infraconstitucional, sem qualquer distin\u00e7\u00e3o entre lei de direito p\u00fablico e lei de direito privado, ou entre lei de ordem p\u00fablica e lei dispositiva. Precedente do S.T.F.. - Ocorrencia, no caso, de viola\u00e7\u00e3o de direito adquirido. A taxa referencial (TR) n\u00e3o e indice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, pois, refletindo as varia\u00e7\u00f5es do custo primario da capta\u00e7\u00e3o dos depositos a prazo fixo, n\u00e3o constitui indice que reflita a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda. Por isso, n\u00e3o h\u00e1 necessidade de se examinar a quest\u00e3o de saber se as normas que alteram indice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria se aplicam imediatamente, alcancando, pois, as presta\u00e7\u00f5es futuras de contratos celebrados no passado, sem violarem o disposto no artigo 5, XXXVI, da Carta Magna. - Tamb\u00e9m ofendem o ato jur\u00eddico perfeito os dispositivos impugnados que alteram o crit\u00e9rio de reajuste das presta\u00e7\u00f5es nos contratos ja\n\n[8] CC, art. 91\n\nDC 12\n\n\fcelebrados pelo sistema do Plano de Equivalencia Salarial por Categoria Profissional (PES/CP). A\u00e7\u00e3o direta de inconstitucionalidade julgada procedente, para declarar a inconstitucionalidade dos artigos 18, \"caput\" e paragrafos 1 e 4; 20; 21 e paragrafo \u00fanico; 23 e paragrafos; e 24 e paragrafos, todos da Lei n. 8.177, de 1 de maio de 1991. (ADI 493, Relator(a): Min. MOREIRA ALVES, Tribunal Pleno, julgado em 25/06/1992, DJ 04-09-1992 PP-14089 EMENT VOL-01674-02 PP-00260 RTJ VOL00143-03 PP-00724)\nEm outras palavras, o plen\u00e1rio da Corte entendeu \u201cque o aludido \u00edndice n\u00e3o foi criado para captar a varia\u00e7\u00e3o de pre\u00e7os na economia, da\u00ed ser insuscet\u00edvel de operar como crit\u00e9rio de atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria\u201d3.\nAinda, ressalte-se que o Supremo Tribunal Federal j\u00e1 declarou que n\u00e3o incide a Lei n\u00ba 11.960/2009 para corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos atrasados (corre\u00e7\u00e3o equivalente \u00e0 poupan\u00e7a) porque declarada inconstitucional (ADIs 4.357 e 4.425/STF), com efeitos erga omnes e ex tunc.\nO STF, no julgamento das ADI's 4.357 e 4.425, decidiu pela inconstitucionalidade, por arrastamento, do art. 1.\u00ba-F da Lei n. 9.494/99 no tocante \u00e0 utiliza\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos d\u00e9bitos judiciais.\nE, em face do julgamento das a\u00e7\u00f5es diretas de inconstitucionalidade acima mencionadas, a Primeira Se\u00e7\u00e3o do colendo Superior Tribunal de Justi\u00e7a, ao julgar o REsp n. 1270439/PR pela sistem\u00e1tica dos recursos representativos de controv\u00e9rsia (art. 543-C, CPC), firmou a compreens\u00e3o no sentido de que 'Em virtude da declara\u00e7\u00e3o de inconstitucionalidade parcial do art. 5.\u00ba da Lei 11.960/09: (a) a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria das d\u00edvidas fazend\u00e1rias deve observar \u00edndices que reflitam a infla\u00e7\u00e3o acumulada do per\u00edodo, a ela n\u00e3o se aplicando os \u00edndices de remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica da caderneta de poupan\u00e7a; e (b) os juros morat\u00f3rios ser\u00e3o equivalentes aos \u00edndices oficiais de remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica e juros aplic\u00e1veis \u00e0 caderneta de poupan\u00e7a, exceto quando a d\u00edvida ostentar natureza tribut\u00e1ria, para as quais prevalecer\u00e3o as regras espec\u00edficas.'\nAssim, o julgamento do Supremo Tribunal Federal, que ao apreciar a constitucionalidade do art. 100 da Constitui\u00e7\u00e3o Federal, com a reda\u00e7\u00e3o que lhe foi dada pela EC 62/2009 (ADIs 4.357 e 4.425), al\u00e9m de declarar a inconstitucionalidade dos \u00a7\u00a7 9.\u00ba e 10, da express\u00e3o 'na data de expedi\u00e7\u00e3o do precat\u00f3rio' contida no \u00a7 2.\u00ba e das express\u00f5es '\u00edndice oficial de remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica da caderneta de poupan\u00e7a' e 'independentemente de sua natureza' do \u00a7 12, tamb\u00e9m declarou inconstitucional, por arrastamento, o art. 1.\u00ba-F da Lei n. 9.494/97, com a reda\u00e7\u00e3o dada pelo art. 5.\u00ba da Lei n. 11.960/2009, relativamente \u00e0 sistem\u00e1tica de atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos d\u00e9bitos judiciais, aproveita ao presente caso, por analogia.\n\n3 Trecho obtido da ADI 4.400 DF.\n\nDC 13\n\n\fOu seja, o Supremo Tribunal Federal declarou inconstitucional a utiliza\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos cr\u00e9ditos judiciais, logo, tamb\u00e9m o \u00e9 para a atualiza\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos de FGTS.\nA senten\u00e7a proferida em 15/01/2014 nos autos n\u00ba. 500953335.2013.404.7002, proferida pelo Ju\u00edzo Substituto da 2\u00aa VF de Foz do Igua\u00e7u, julga com raz\u00e3o a mat\u00e9ria, com raz\u00f5es que se requer a aprecia\u00e7\u00e3o nestes autos que se peticiona:\n\u201c (...) Veja-se: com a TR ostentando seus \u00edndices praticamente zerados desde o ano de 2009, os saldos das contas do FGTS acabaram sendo remunerados t\u00e3o somente pelos juros anuais de 3% previstos na Lei 8.036/90. Ou seja, os juros que deveriam, supostamente, remunerar o capital, n\u00e3o s\u00e3o sequer suficientes para repor o poder de compra perdido pela infla\u00e7\u00e3o acumulada.\nH\u00e1 que se verificar quais dos programas institu\u00eddos pelo Governo Federal e operacionalizados pela CEF, quer seja de financiamento estudantil, habitacional ou de infraestrutura em que h\u00e1 cobran\u00e7a de juros de 3% ao ano. Segundo informa\u00e7\u00f5es do s\u00edtio eletr\u00f4nico da r\u00e9 (www.cef.gov.br), a taxa cobrada no programa 'Minha casa melhor' \u00e9 de 5% ao ano, enquanto do programa 'Minha casa minha vida' v\u00e3o de 5% a 8,66% ao ano. N\u00e3o h\u00e1, pois, qualquer paralelismo quanto trata-se de taxa de juros aplicadas.\nOu seja, no sistema atual o governo busca implementar projetos subsidiados \u00e0s custas da baixa remunera\u00e7\u00e3o e quase nula atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos saldos das contas do Fundo de Garantia. Ou seja, inexiste, no sistema atual, qualquer remunera\u00e7\u00e3o aos saldos das contas do FGTS. Pelo contr\u00e1rio, pois os juros de 3% ao ano sequer s\u00e3o suficientes para repor a desvaloriza\u00e7\u00e3o da moeda no per\u00edodo.\nN\u00e3o se desconhece que o FGTS possui relevante papel social na pr\u00e1tica das pol\u00edticas p\u00fablicas no Brasil, mas n\u00e3o h\u00e1 que se olvidar que historicamente sua cria\u00e7\u00e3o teve por objeto dar ao trabalhador estabilidade no trabalho e alguma seguran\u00e7a financeira em caso de demiss\u00e3o sem justa causa, em substitui\u00e7\u00e3o \u00e0 antiga estabilidade decenal. Os valores depositados \u00e0 sua ordem no FGTS, ainda que realizados pelo empregador, pertencem ao empregado, que n\u00e3o obstante n\u00e3o possa fazer livre movimenta\u00e7\u00e3o de sua conta, \u00e9 seu titular e destinat\u00e1rio final.\nO saldo do FGTS pode ser sacado, de acordo com o art. 20, inciso V, da Lei 8.039/90, para ser utilizado como pagamento de parte das presta\u00e7\u00f5es decorrentes de financiamento habitacional concedido no \u00e2mbito do Sistema Financeiro de Habita\u00e7\u00e3o.\nVemos, portanto, a hip\u00f3tese absurda de que o trabalhador, tendo o saldo da sua conta de FGTS corro\u00eddo pela infla\u00e7\u00e3o, n\u00e3o dispor do suficiente para adquirir a casa pr\u00f3pria, de forma a necessitar firmar contrato pelo SFH (o qual foi financiado \u00e0s suas expensas), para pagar juros muito superiores \u00e0queles com os quais foi remunerado. O dinheiro que lhe foi subtra\u00eddo pela m\u00e1 remunera\u00e7\u00e3o de sua conta, ent\u00e3o, dever\u00e1 ser tomado emprestado daquele que o subtraiu, mediante pagamento de juros.\nTem-se, em resumo, que a Lei n\u00ba 8.036/90, lei espec\u00edfica do FGTS, determina que ao saldo de suas contas deve ser obrigatoriamente aplicado \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. N\u00e3o sendo a Taxa Referencial (TR), \u00edndice disposto pela Lei 8.177/91, h\u00e1bil a atualizar monetariamente tais saldos, e estando tal \u00edndice em lei n\u00e3o espec\u00edfica do FGTS, entende-se que como inconstitucional a utiliza\u00e7\u00e3o da TR para tal fim, subsistindo a necessidade de aplicar-se \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria que reflita a infla\u00e7\u00e3o do per\u00edodo, tal como prev\u00ea a Lei n\u00ba 8.036/90.\nDC 14\n\n\fNos moldes do que fora trazido pela parte autora em sua peti\u00e7\u00e3o inicial, os \u00edndices que atualmente t\u00eam refletido a varia\u00e7\u00e3o inflacion\u00e1ria brasileira s\u00e3o o INPC e o IPCA-E. Assim, resta analisar qual \u00edndice dever\u00e1 ser adotado para fins de corre\u00e7\u00e3o dos saldos do FGTS.(...)\u201d\nVerifica-se, ainda, a necessidade de verificar a exist\u00eancia ou n\u00e3o de validade e legitimidade atuais de normas que, na sua origem, eram perfeitamente v\u00e1lidas e leg\u00edtimas, principalmente em raz\u00e3o da possibilidade de situa\u00e7\u00f5es concretas da vida social e normaliza\u00e7\u00f5es paralelas que incidem sobre os mesmos fatos originalmente tratados pela norma primitiva poderem fazer com que seus objetivos se desvirtuem de seus fins, inicialmente v\u00e1lidos e leg\u00edtimos, passem a se opor \u00e0 Constitui\u00e7\u00e3o e seus princ\u00edpios.\nTal situa\u00e7\u00e3o acabaria por enquadrar-se, assim, na constru\u00e7\u00e3o doutrin\u00e1ria conhecida por de \"inconstitucionalidade progressiva\" ou progressivo processo de inconstitucionaliza\u00e7\u00e3o de normas jur\u00eddicas originariamente v\u00e1lidas.\nO caso dos autos se enquadra na inconstitucionalidade progressiva. O art. 13 da Lei 8.036/90, claramente objetivava dar continuidade ao princ\u00edpio estabelecido desde a Lei 5.107/66 de que pec\u00falio representado pelo FGTS \u00e9 uma obriga\u00e7\u00e3o de valor, imune aos efeitos corrosivos da infla\u00e7\u00e3o, sujeito a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria de seus dep\u00f3sitos e ainda vencendo juros remunerat\u00f3rios \"reais\" (acima da infla\u00e7\u00e3o) de 3% ao ano, bem como refor\u00e7ar a Constitui\u00e7\u00e3o, no direito trabalhista fixado no art. 7\u00b0, III da Constitui\u00e7\u00e3o Federal de 1988.\nComo bem exposto na senten\u00e7a proferida nos autos 000327988.2013.4.01.3810 pelo Ju\u00edzo de Pouso Alegre:\n\u201c(...) Tratando-se de pec\u00falio obrigat\u00f3rio, n\u00e3o port\u00e1vel, a ser usufru\u00eddo ap\u00f3s longo prazo de sua forma\u00e7\u00e3o, a mais razo\u00e1vel a interpreta\u00e7\u00e3o de que a norma constitucional cont\u00e9m implicitamente a obrigatoriedade de que o valor desse fundo seja protegido da corros\u00e3o inflacion\u00e1ria.\n\u00c0 \u00e9poca da publica\u00e7\u00e3o da lei 8.036/90, a \"atualiza\u00e7\u00e3o dos saldos dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a\" tamb\u00e9m era feita por \u00edndices de infla\u00e7\u00e3o. Fica claro que o art. 13 da lei 8.036/90, ao vincular a corre\u00e7\u00e3o do FGTS \u00e0 da poupan\u00e7a, visava \u00e0 plena prote\u00e7\u00e3o do FGTS quanto aos efeitos corrosivos da infla\u00e7\u00e3o.\nCom a edi\u00e7\u00e3o da lei 8.177/91, que criou a TR no seu art. 1\u00b0 e no seu art. 17 estabeleceu que para fins do art. 13 da lei 8.036/90 a TR aplic\u00e1vel ao FGTS seria aquela calculada no dia primeiro de cada m\u00eas, as coisas j\u00e1 come\u00e7am a tomar uma forma distinta.\nA atualiza\u00e7\u00e3o dos saldos dos dep\u00f3sitos da poupan\u00e7a\" deixa de se dar por \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e passa a se dar pela TR, com metodologia a ser fixada por \u00f3rg\u00e3o administrativo, inicialmente objetivando ser uma previs\u00e3o impl\u00edcita de infla\u00e7\u00e3o futura feita pelo mercado financeiro, mas sem nenhuma garantia de que tal metodologia se manteria - como n\u00e3o se manteve. A necessidade de adequar a TR aos novos tempos de reduzidos juros reais e altera\u00e7\u00e3o no c\u00e1lculo do imposto de renda das aplica\u00e7\u00f5es financeiras, fez com que ela fosse reduzida a ponto de se tornar praticamente nula, para evitar que houvesse uma fuga de recursos das aplica\u00e7\u00f5es financeiras para a caderneta de poupan\u00e7a.\nDC 15\n\n\fIsto \u00e9, progressivamente, o art. 13 da lei 8.036/90, c/c art. 17 da lei S.177/91 e com o art. 1\u00b0 da lei 8.177/91, deixou de garantir ao FGTS a recomposi\u00e7\u00e3o das perdas inflacion\u00e1rias, sujeitando o FGTS a perdas consider\u00e1veis em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 infla\u00e7\u00e3o. As tabelas abaixo d\u00e3o uma ideia das imensas perdas incorridas e do car\u00e1ter progressivo, da acelera\u00e7\u00e3o da perda do FGTS em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 infla\u00e7\u00e3o medida por v\u00e1rios \u00edndices (a remunera\u00e7\u00e3o do FGTS nesses c\u00e1lculos inclui a corre\u00e7\u00e3o e os juros):\nEm todas as tabelas, considera-se um dep\u00f3sito de R$1.000,00 feito em 01/07/1994 (in\u00edcio do Plano Real), 01/01/2003 (in\u00edcio do governo Lula) e 01/01/2011 (in\u00edcio do governo Dilma). Na primeira coluna \u00e0 esquerda, est\u00e1 o valor atualizado desse dep\u00f3sito no FGTS (com corre\u00e7\u00e3o e juros) e o mesmo valor atualizado por \u00edndices de pre\u00e7o (INPC e IPCA, do IBGE, e IGP-M da FGV), at\u00e9 01/01/2014. Na segunda linha das tabelas, o ganho ou perda acumulado da remunera\u00e7\u00e3o total do FGTS em rela\u00e7\u00e3o aos \u00edndices. Na terceira linha, o ganho ou perda anual do FGTS em rela\u00e7\u00e3o a cada \u00edndice. Observa-se que a remunera\u00e7\u00e3o total do FGTS (incluindo juros) \u00e9 inferior ao IGP-M em todos os per\u00edodos e essa perda vai se acentuando com o passar do tempo: de 07/1994 a 01/2014 a perda anual \u00e9 de - 0,9%, de 01/2003 a 01/2014 a perda anual \u00e9 de -1,7% e no governo Dilma a perda chega a -2,41% ao ano. No caso dos \u00edndices do IBGE, no per\u00edodo desde o Plano Real h\u00e1 um pequeno ganho real anual (+0,35% e +0,48%, respectivamente), que se transforma em perdas reais anuais a partir do governo Lula (- 1,14% e -1,16%) e que s\u00e3o aumentadas no governo Dilma (-2,23% e -2,36%). Em termos econ\u00f4micos, isso quer dizer que a taxa de juros reais do FGTS \u2013 que a lei prev\u00ea em +3% ao ano \u2013 est\u00e1 NEGATIVA: os benefici\u00e1rios do FGTS est\u00e3o perdendo da infla\u00e7\u00e3o ano a ano e essa perda tem se acelerado, chegando a -2,36% ao ano no governo Dilma, nos \u00faltimos 3 anos, pelo IPCA/ IBGE. Mesmo se considerarmos o per\u00edodo desde o Plano Real (primeira tabela) e os \u00edndices de pre\u00e7o do IBGE, os ganhos reais (acima da infla\u00e7\u00e3o) de +0,35% e +0,48% ao ano, respectivamente, s\u00e3o muito inferiores \u00e0quilo que a lei prev\u00ea, +3% ao ano.\nDC 16\n\n\fEst\u00e1 claro que fatores alheios ao legislador da lei 8.036/90 fizeram com que o art. 13 progressivamente se tornasse inconstitucional, na parte em que vincula a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria das contas do FGTS aos \u00edndices de atualiza\u00e7\u00e3o da poupan\u00e7a e estes, por sua vez, passam a ser calculados por metodologia prevista nos arts. 1\u00ba e 17 da lei 8.177/91, que n\u00e3o mais garante a recomposi\u00e7\u00e3o das perdas inflacion\u00e1rias. Como se viu no t\u00f3pico anterior, a metodologia iniciada pela Resolu\u00e7\u00e3o CMN 2.604, de 23/04/1999, com efeitos a partir de 01/06/1999, deu in\u00edcio ao descolamento da TR dos \u00edndices de infla\u00e7\u00e3o, sendo esse o momento que se deve fixar para a recomposi\u00e7\u00e3o das contas do FGTS. Diante do exposto, tendo em vista o que j\u00e1 decidido pelo E. STF no caso da lei 11.960/09 e o fato de o FGTS ser um pec\u00falio constitucional obrigat\u00f3rio, n\u00e3o port\u00e1vel e de longo prazo, cuja garantia de recomposi\u00e7\u00e3o das perdas inflacion\u00e1rias est\u00e1 impl\u00edcita na disposi\u00e7\u00e3o do art. 7\u00ba, III, da CR/88, que assegura esse direito trabalhista fundamental a todos os trabalhadores, \u00e9 de se declarar inconstitucional, pelo menos desde a superveni\u00eancia dos efeitos da Resolu\u00e7\u00e3o CMN 2.604, de 23/04/1999, a vincula\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria do FGTS \u00e0 TR, conforme art. 13 da lei 8.036/90 c/c arts. 1\u00ba e 17 da lei 8.177/91. Tendo havido pedido expresso para utiliza\u00e7\u00e3o do INPC e sendo esse \u00edndice utilizado nos benef\u00edcios previdenci\u00e1rios e, neste Ju\u00edzo, para corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria das d\u00edvidas judiciais, entendo razo\u00e1vel e mais consent\u00e2neo com as finalidades do FGTS que seja esse o \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos saldos do FGTS.\u201d\nA controv\u00e9rsia possui tamb\u00e9m pertin\u00eancia com o objeto das a\u00e7\u00f5es diretas de inconstitucionalidade ns.\u00ba 4.357, 4.372, 4.400, 4.425, bem como da ADI 493.\nIgualmente, a aplica\u00e7\u00e3o da Taxa Referencial afronta diretamente a Constitui\u00e7\u00e3o Federal: em seus artigos 5\u00ba, inciso XXII (direito de propriedade), na medida em que o atual \u00edndice de remunera\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos do FGTS (TR), por ser muito inferior aos demais \u00edndices mencionados nesta a\u00e7\u00e3o e existentes para atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, acarretar\u00e1 brusca redu\u00e7\u00e3o dos valores dos cr\u00e9ditos dos trabalhadores, com a perspectiva de que a infla\u00e7\u00e3o corroa o valor do cr\u00e9dito no decurso do tempo, sendo que o direito \u00e0 corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u00e9 reflexo imediato da prote\u00e7\u00e3o da propriedade; e art. 7\u00ba, inciso III (garantia do trabalhador ao FGTS) e IV (irredutibilidade salarial \u2013 diante da vincula\u00e7\u00e3o direta do FGTS com o sal\u00e1rio/remunera\u00e7\u00e3o do empregador),. Estas cl\u00e1usulas inserem-se no limite material ao poder de reforma do art. 60 da CF/88.\nTamb\u00e9m afronta o art. 2\u00ba da Lei 8.036/1990 (que disp\u00f5e sobre o FGTS).\n3.2. Manipula\u00e7\u00e3o da TR pelo Banco Central/CM.\nIndependentemente da discuss\u00e3o sobre sua natureza jur\u00eddica, parte-se do pressuposto, assentado pela jurisprud\u00eancia, principalmente do STJ, que a TR \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria.\nTanto o art. 1\u00b0 da Lei n\u00ba 8.177/91 quanto o art. 5\u00ba da Lei n\u00ba 10.192/01 (que convolou a MP 1.053/95) atribu\u00edram ao Banco Central a regulamenta\u00e7\u00e3o da metodologia de\nDC 17\n\n\fc\u00e1lculo da TR, conforme crit\u00e9rio estabelecido na lei e a expedi\u00e7\u00e3o das instru\u00e7\u00f5es necess\u00e1rias ao cumprimento do artigo que criou a TBF.[9]\nNo mister de regulamentar a TR, o Banco Central/CMN vem ao longo do anos criando e reinventando f\u00f3rmulas para encontr\u00e1-la. Pelo menos desde a Resolu\u00e7\u00e3o 2.075, de 26 de maio de 1994, h\u00e1 f\u00f3rmulas para encontrar a TR. Todavia, \u00e9 com a institui\u00e7\u00e3o da Taxa B\u00e1sica Financeira, ela Medida Provis\u00f3ria 1.053/95, de junho de 1995, que a forma de c\u00e1lculo da TR sofre uma expressiva reviravolta.\nDesde a Resolu\u00e7\u00e3o 2.437, de 30 de outubro de 1997, a TR \u00e9 calculada levando em conta a Taca B\u00e1sica Financeira e um Redutor.\nO peculiar nesta determina\u00e7\u00e3o do Banco Central/CMN, que de resto se repete desde 1997, \u00e9 que TBF e TR s\u00e3o exatamente iguais em sua g\u00eanese at\u00e9 o momento em que se determina que se aplique um redutor a TBF para se chegar a TR.\nN\u00e3o h\u00e1 na Lei da TR previs\u00e3o de aplica\u00e7\u00e3o de redutor, assim como tamb\u00e9m n\u00e3o h\u00e1 na Lei que criou a TBF. Todavia, causa estranheza que diante de um comando aberto como o do art. 5\u00b0 da MP n\u00ba1.503/95 (Lei n\u00ba 10.192/01), o Banco Central/CMN, com amplos poderes para regulamentar o assunto, n\u00e3o tenha institu\u00eddo um redutor, mas o tenha feito ao regulamentar ao RT. 1\u00b0da Lei n\u00ba 8.177/91, que n\u00e3o era t\u00e3o flex\u00edvel.\nHoje, o trabalhador que tem seu dinheiro aplicado no FGTS, e de l\u00e1 n\u00e3o pode retir\u00e1-lo para outro investimento, est\u00e1 sendo remunerado com 0,247% de juros ao m\u00eas e mais nada. N\u00e3o h\u00e1 nem corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria nem Taxa Referencial (independentemente da sua natureza jur\u00eddica), em flagrante ofensa ao art. 2\u00b0 da Lei n\u00ba 8.036/90, que imp\u00f5e a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos valores depositados pelo empregador.\nAinda que se argumente que a aplica\u00e7\u00e3o do redutor pelo Banco Central/CMN seja legal, sua redu\u00e7\u00e3o a zero num cen\u00e1rio de infla\u00e7\u00e3o superior a 6% ao ano, configura flagrante afronta ao art. 2\u00b0 da Lei n\u00b0 8.036/90, que determina a atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, bem como ao art. 233 do C\u00f3digo Civil, quando sonega os acess\u00f3rios da obriga\u00e7\u00e3o de dar.\nMas \u00e9 necess\u00e1rio ir mais al\u00e9m e revisitar entendimento jurisprudencial sobre a TR como \u00edndice monet\u00e1rio, m\u00e1xima a partir da institui\u00e7\u00e3o de um redutor que tem por efeito zerar o \u00edndice da TR em um ambiente da infla\u00e7\u00e3o.\nO quadro comparativo mostra que a TR n\u00e3o se presta como atualizador monet\u00e1rio do FGTS, pelo menos desde janeiro de 1999.\nSegundo a Nota T\u00e9cnica 125/2013 do DIEESE (p.9/10):\n\n[9] Lei n\u00ba 8.177/91, art. 1\u00ba e Lei 10.192/2001, art. 5\u00ba, \u00a7 \u00fanico.\n\nDC 18\n\n\f\u201cNos \u00faltimos 18 anos, apenas de 1995 a 1998 a varia\u00e7\u00e3o anual da TR superou a varia\u00e7\u00e3o do INPC. Nos anos seguintes, a TR \u00e9 superada pelo INPC, com destaque para 2003, quando a diferen\u00e7a foi maior que 10%, como mostra Gr\u00e1fico 4.\nQuando se compara a evolu\u00e7\u00e3o da TR, da TR acrescida de 3% e do INPC, entre 1995 e 2012, constata-se que a remunera\u00e7\u00e3o das contas do FGTS s\u00f3 n\u00e3o fica abaixo da infla\u00e7\u00e3o por conta do acr\u00e9scimo do percentual de 3% a t\u00edtulo de capitaliza\u00e7\u00e3o. Entretanto, ap\u00f3s 1999, quando o INPC passa a superar a TR, a diferen\u00e7a cumulativa entre as taxas cresceu tanto que, mesmo considerando o acr\u00e9scimo dos juros capitalizados, a corre\u00e7\u00e3o acumulada das contas vinculadas torna-se inferior \u00e0 infla\u00e7\u00e3o acumulada em igual per\u00edodo.\u201d\nDesde o momento em que o Banco Central/CMN estabeleceu um redutor para a TR, ela deixou de ser um \u00edndice confi\u00e1vel para atualizar monetariamente as contas do FGTS, porque se desloca dos \u00edndices de infla\u00e7\u00e3o, sendo reduzido ano a ano. A finalidade da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u00e9 manter o poder de compra do capital, e esta finalidade nem de perto vem sendo alcan\u00e7ada pela TR.\nO trabalhador, que luta para formar um patrim\u00f4nio, tem que poder confiar na lei. Esta confian\u00e7a est\u00e1 quebrada.\nH\u00e1 n\u00edtida expropria\u00e7\u00e3o do patrim\u00f4nio do trabalhador, na medida em que se nega a ele a devida atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. Como dito no estudo antes referido:\nA atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u00e9 o elemento mais importante do mercado financeiro, pois sem a medi\u00e7\u00e3o precisa de perda do poder aquisitivo da moeda com o decorrer do tempo, ocorre uma gigantesca destrui\u00e7\u00e3o de valor. O objetivo fundamental de escolha de um \u00edndice de atualiza\u00e7\u00e3o nos ativos (neg\u00f3cios, contratos, aplica\u00e7\u00f5es e etc.) \u00e9 de proteger o patrim\u00f4nio, evitando que ele seja corro\u00eddo pela infla\u00e7\u00e3o.\nO Poder Judici\u00e1rio h\u00e1 de se opor a este esbulho, confisco, expropria\u00e7\u00e3o que o trabalhador est\u00e1 sofrendo, desde janeiro de 1999, com as constantes redu\u00e7\u00f5es da TR em rela\u00e7\u00e3o aos \u00edndices de infla\u00e7\u00e3o, culminando na sua completa nulidade, ininterruptamente, desde setembro de 2012.\nEm 1991 e 1992, quando o STF JULGOU a ADI 493-0/DF, ele deixou bem assentado que a TR n\u00e3o constitu\u00eda \u00edndice que refletia a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda. Esta caracter\u00edstica da TR tem se confirmado ao longo dos anos. A sua aplica\u00e7\u00e3o aos saldos dos dep\u00f3sitos do FGTS tem gerado \u201cgigantesca destrui\u00e7\u00e3o de valor\u201d do patrim\u00f4nio do trabalhador.\nH\u00e1 anos, os trabalhadores que tem dep\u00f3sitos no FGTS n\u00e3o experimentam ganhos reais em sua aplica\u00e7\u00e3o. Ao contr\u00e1rio. H\u00e1 muito tempo, os trabalhadores t\u00eam rendimentos inferiores a infla\u00e7\u00e3o, mesmo levando em conta a remunera\u00e7\u00e3o dos juros de 3% ao ano.\nDe pouco adiantaria ao trabalhador que fosse determinado ao Banco Central/CMN que recalculasse a TR, pois uma nova f\u00f3rmula estaria igualmente sob a\nDC 19\n\n\fdiscricionariedade e subjetivismo total do Banco. Basta avaliar a sucess\u00e3o de Resolu\u00e7\u00f5es do Banco Central/CMN sobre o tema, conforme Parecer do referido Economista.\nPartindo da premissa inequ\u00edvoca de que a TR n\u00e3o rep\u00f5e as perdas monet\u00e1rias dos dep\u00f3sitos do FGTS, outro caminho n\u00e3o existe se n\u00e3o o de adotar um novo \u00edndice que verdadeiramente corrija estes dep\u00f3sitos.\n3.3. \u00cdndices que efetivamente produzem corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria.\nA Lei de Introdu\u00e7\u00e3o \u00e0s Normas do Direito Brasileiro estabelece em seu artigo 5\u00ba que na aplica\u00e7\u00e3o da lei, o juiz atender\u00e1 aos fins sociais a que ela se dirige e \u00e0 exist\u00eancia do bem comum.\nA Lei do FGTS tem um fim social indiscut\u00edvel, proteger o trabalhador e constituir um patrim\u00f4nio que lhe sirva de arrimo em v\u00e1rias situa\u00e7\u00f5es da sua vida.\nDiante de tudo que foi demonstrado, o juiz atender\u00e1 aos fins sociais da Lei do FGTS ao reconhecer que corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, reposi\u00e7\u00e3o dos \u00edndices inflacion\u00e1rios de forma a garantir o poder de compra daquele dinheiro ali depositado no Fundo, \u00e9 efetivamente devida pela Caixa.\nSe a TR n\u00e3o pode ser considerada um \u00edndice id\u00f4neo, sobrev\u00e9m a necessidade de substitu\u00ed-la por um \u00edndice que realmente reponha as perdas monet\u00e1rias. E, ent\u00e3o, nada obsta que o juiz considere \u00edndice previsto em outra legisla\u00e7\u00e3o.\nAt\u00e9 por uma quest\u00e3o de equidade, o melhor \u00edndice que pode substituir a TR \u00e9 o \u00edndice que corrige monetariamente o sal\u00e1rio dos trabalhadores e os benef\u00edcios previdenci\u00e1rios. Este \u00edndice est\u00e1 previsto na Lei n\u00ba 12.382, de 25 de fevereiro de 2011, cujos primeiros artigos trazem a seguinte dic\u00e7\u00e3o:\nArt. 1\u00ba O sal\u00e1rio m\u00ednimo passa a corresponder ao valor de R$ 545,00 (quinhentos e quarenta e cinco reais). Par\u00e1grafo \u00fanico. Em virtude do disposto no caput, o valor di\u00e1rio do sal\u00e1rio m\u00ednimo corresponder\u00e1 a R$ 18,17 (dezoito reais e dezessete centavos) e o valor hor\u00e1rio, a R$ 2,48 (dois reais e quarenta e oito centavos). Art. 2\u00ba Ficam estabelecidas as diretrizes para a pol\u00edtica de desvaloriza\u00e7\u00e3o do sal\u00e1rio m\u00ednimo a vigorar entre 2012 e 2015, inclusive a serem aplicadas em 1\u00ba de janeiro do respectivo ano. \u00a7 1\u00ba Os reajustes para a preserva\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo do sal\u00e1rio m\u00ednimo corresponder\u00e3o \u00e0 varia\u00e7\u00e3o do \u00cdndice Nacional de Pre\u00e7os ao Consumidor \u2013 INPC, calculado e divulgado pela Funda\u00e7\u00e3o Instituto Brasileiro de Geografia e Estat\u00edstica \u2013 IBGE, acumulada nos doze meses anteriores ao m\u00eas de reajuste. \u00a7 2o Na hip\u00f3tese de n\u00e3o divulga\u00e7\u00e3o do INPC referente a um ou mais meses compreendidos no per\u00edodo do c\u00e1lculo at\u00e9 o \u00faltimo dia \u00fatil imediatamente anterior \u00e0 vig\u00eancia do reajuste, o Poder Executivo estimar\u00e1 os \u00edndices dos meses n\u00e3o dispon\u00edveis. \u00a7 3o Verificada a hip\u00f3tese de que trata o \u00a7 2o, os \u00edndices estimados permanecer\u00e3o v\u00e1lidos para os fins desta Lei, sem qualquer revis\u00e3o, sendo os eventuais res\u00edduos compensados no reajuste subsequente, sem retroatividade.\nDC 20\n\n\f\u00a7 4o A t\u00edtulo de aumento real, ser\u00e3o aplicados os seguintes percentuais: I - em 2012, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do Produto Interno Bruto - PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2010; II - em 2013, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2011; III - em 2014, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2012; e IV - em 2015, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2013. \u00a7 5o Para fins do disposto no \u00a7 4o, ser\u00e1 utilizada a taxa de crescimento real do PIB para o ano de refer\u00eancia, divulgada pelo IBGE at\u00e9 o \u00faltimo dia \u00fatil do ano imediatamente anterior ao de aplica\u00e7\u00e3o do respectivo aumento real.\nN\u00e3o h\u00e1 porque ter dois pesos e duas medidas. Se o sal\u00e1rio m\u00ednimo \u00e9 corrigido monetariamente pelo INPC, o dep\u00f3sito de FGTS que, em \u00faltima an\u00e1lise, \u00e9 um sal\u00e1rio indireto do trabalhador, tamb\u00e9m h\u00e1 de s\u00ea-lo.\nE observe que o objetivo da Lei em corrigir o sal\u00e1rio m\u00ednimo pelo INPC decorre exclusivamente da necessidade de preservar seu poder aquisitivo. A necessidade de preservar o poder aquisitivo \u00e9 uma constante em todas as transa\u00e7\u00f5es financeiras, e ela s\u00f3 se aperfei\u00e7oa quando rep\u00f5e efetivamente as perdas inflacion\u00e1rias.\nOutro \u00edndice que se mostra aplic\u00e1vel, na hip\u00f3tese deste douto ju\u00edzo entender que n\u00e3o se aplicaria o INPC, \u00e9 o IPCA, \u00edndice oficial do Governo Federal para medi\u00e7\u00e3o das metas inflacion\u00e1rias, contratadas com o FMI, a partir de julho, de 1999, ou qualquer outro que efetivamente recomponha o valor da moeda.\nAmbos os \u00edndices s\u00e3o infinitamente mais adequados a preservar o poder aquisitivo dos dep\u00f3sitos do FGTS do que a aniquilada TR.\n3.4. O outro lado da moeda.\nAinda \u00e9 necess\u00e1rio aprofundar um pouco mais nas consequ\u00eancias que esta subtra\u00e7\u00e3o de recursos do patrim\u00f4nio do trabalhador traz a todos, individual e coletivamente.\n\u00c9 de conhecimento geral que o Sistema Financeiro de Habita\u00e7\u00e3o disp\u00f5e dos recursos do FGTS para financiar o maior sonho de todo brasileiro \u2013 casa pr\u00f3pria. Tamb\u00e9m \u00e9 de conhecimento geral que a Caixa Econ\u00f4mica Federal \u00e9 o Banco que mais se utiliza destes recursos do SFH para financiar, emprestar dinheiro para os brasileiros comprarem a casa pr\u00f3pria.\nE, embora em princ\u00edpio, n\u00e3o haja correla\u00e7\u00e3o entre o trabalhador que tem dep\u00f3sitos no FGTS que s\u00e3o emprestados para financiar a casa pr\u00f3pria, em algum momento, trabalhador e mutu\u00e1rio s\u00e3o a mesma pessoa.\nE neste contexto de mutu\u00e1rio e trabalhador serem a mesma pessoa \u00e9 que se evidencia a maior solidez da hist\u00f3ria recente deste Pa\u00eds.\nDC 21\n\n\fJ\u00e1 seria reprov\u00e1vel o fato de a Caixa pegar um dinheiro a juros baixos e sem nenhuma corre\u00e7\u00e3o e emprest\u00e1-lo a juros muito mais altos, mesmo sem corre\u00e7\u00e3o (uma vez que a TR tamb\u00e9m corrige as presta\u00e7\u00f5es do SFH). \u00c0 toda evid\u00eancia, a institui\u00e7\u00e3o banc\u00e1ria leva imensa vantagem nesta negocia\u00e7\u00e3o.\nMas a situa\u00e7\u00e3o piora consideravelmente quando, a Caixa pega dinheiro a juros baixos, sem nenhuma corre\u00e7\u00e3o para o trabalhador, e empresta para ele mesmo.\nSuponhamos que um trabalhador queira adquirir uma casa pr\u00f3pria utilizando os recursos do seu FGTS. Ele encontra o im\u00f3vel, mas verifica que seus recursos n\u00e3o s\u00e3o suficientes para adquiri-lo. Ent\u00e3o ele se dirige a um Banco para financiar a diferen\u00e7a, comprometendo sua renda por muitos anos.\nA maioria dos trabalhadores brasileiros, quando quer adquirir seu im\u00f3vel, dirige-se \u00e0 Caixa Econ\u00f4mica Federal.\nTodavia, se o dep\u00f3sito do FGTS tivesse sido devidamente corrigido, se ele mantivesse seu poder de compra, ou o empr\u00e9stimo seria menor ou sequer haveria necessidade de o trabalhador comprometer sua renda e anos de trabalho para adquirir aquilo que \u00e9 o nosso sonho mais prim\u00e1rio, nossa necessidade mais real como indiv\u00edduo e como povo brasileiro.\nA caixa est\u00e1 emprestando para o trabalhador aquilo que ela deixou de pagar a ele a t\u00edtulo de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria na sua conta de FGTS.\nO Trabalhador Brasileiro n\u00e3o merece isto!\nA Caixa vale-se da fragilidade humana para colocar-se como realizadora de sonhos, ao mesmo tempo em que, ano ap\u00f3s ano, aufere lucros exorbitantes \u00e0s custas do trabalhador.\n4. CONCLUS\u00c3O:\nA Taxa Referencial, enquanto \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria assim considerada pela atual jurisprud\u00eancia p\u00e1tria, n\u00e3o pode ser reduzida a Zero ou valor menor que a infla\u00e7\u00e3o atual, como tem sido nos \u00faltimos meses, pois afronta flagrantemente o art. 2\u00ba da Lei n\u00ba. 8.036/90 e tamb\u00e9m a Constitui\u00e7\u00e3o Federal de 1988, que garante atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria aos dep\u00f3sitos feitos no FGTS.\nComo \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, a TR deveria garantir o poder aquisitivo dos dep\u00f3sitos do FGTS, que se perfaz levando em conta os \u00edndices de infla\u00e7\u00e3o. Desde janeiro de 1999, a TR se distanciou sensivelmente dos \u00edndices oficiais de infla\u00e7\u00e3o, impingindo profundas perdas aos dep\u00f3sitos do FGTS, tornando-se inid\u00f4nea para garantir a reposi\u00e7\u00e3o de perdas monet\u00e1rias.\nDC 22\n\n\fA inidoneidade da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria decorre de mudan\u00e7as introduzidas na sua metodologia de c\u00e1lculo pelo Banco Central do Brasil/CMN que, atrav\u00e9s do mecanismo econ\u00f4mico de um redutor, vem nitidamente manipulando o \u00edndice para que ele se desprenda da infla\u00e7\u00e3o at\u00e9 anul\u00e1-la completamente, a despeito de um quadro de infla\u00e7\u00e3o persistente no Pa\u00eds.\nA Caixa Econ\u00f4mica Federal est\u00e1 se prestando ao papel de espoliador do FGTS, na medida em que disp\u00f5e do patrim\u00f4nio do trabalhador sem a devida contrapresta\u00e7\u00e3o. A corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria aplicada ao FGTS tem sido h\u00e1 muito tempo menor que a infla\u00e7\u00e3o registrada, de forma que descumpre n\u00e3o s\u00f3 o art. 2\u00ba da Lei de n\u00ba 8.036/90, art. 233 do C\u00f3digo Civil, mas tamb\u00e9m toda a l\u00f3gica e princ\u00edpios do mercado econ\u00f4mico.\nQuem empresta tem direito a ser remunerado com juros e a totalidade da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. O trabalhador n\u00e3o pode ser obrigado a subsidiar ainda mais os projetos do Governo Federal. O \u201cainda mais\u201d decorre do fato de os juros de 3% do FGTS serem os menores do mercado, o qu\u00ea, por si s\u00f3, demonstra que ele j\u00e1 est\u00e1 fazendo sua parte sob a perspectiva social.\nNegar o direito de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria aos dep\u00f3sitos do FGTS, Fundo do qual o trabalhador n\u00e3o pode simplesmente sacar seu dinheiro para aplicar em outro fundo mais rent\u00e1vel, configura ato de tirania, incompat\u00edvel com um Estado Democr\u00e1tico de Direito e deve ser de pronto recha\u00e7ado.\nSe o Governo Brasileiro remunerasse os investidores internacionais com TR mais 3% a.a., como faz com os trabalhadores, haveria uma fuga em massa dos investimentos no Pa\u00eds, e certamente estar\u00edamos experimentando uma tsunami econ\u00f4mica e n\u00e3o uma simples \u201cmarolinha\u201d.\nSendo a TR \u00edndice inid\u00f4neo para restabelecer o poder aquisitivo dos dep\u00f3sitos do FGTS, sua substitui\u00e7\u00e3o por outro \u00edndice que melhor recomponha as perdas monet\u00e1rias se torna imperioso, a fim de prevalecer o art. 2\u00ba da Lei n\u00ba 8.036/90 e art. 233 do C\u00f3digo Civil.\nPosto que desde janeiro de 1999 o redutor criado pelo Banco Central/CMN promoveu o completo distanciamento da TR dos \u00edndices oficiais de infla\u00e7\u00e3o, temos que desde ent\u00e3o ela perdeu sua condi\u00e7\u00e3o de repor as perdas inflacion\u00e1rias dos dep\u00f3sitos do FGTS, devendo esta data ser substitu\u00edda pelo INPC, alternativamente, pelo IPCA, ou outro que recomponha o valor da moeda.\nPortanto, requer a proced\u00eancia do feito para determinar a substitui\u00e7\u00e3o da taxa referencial para corre\u00e7\u00e3o das contas do FGTS, para condenar os r\u00e9us a pagar \u00e0 parte autora o valor correspondente \u00e0s diferen\u00e7as de FGTS em raz\u00e3o da aplica\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria pelo INPC (IPCA, ou outro \u00edndice a ser fixado pelo D. Ju\u00edzo, que seja vantajoso \u00e0 parte autora) nos meses em que a TR foi zero ou menor que zero, nas parcelas vencidas e vincendas.\nDC 23\n\n\fOu seja, para condenar os r\u00e9us a pagar \u00e0 parte autora o valor correspondente \u00e0s diferen\u00e7as de FGTS em raz\u00e3o da aplica\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria pelo INPC, desde Janeiro de 1999, nos meses em que a TR n\u00e3o foi zero, mas foi menor que a infla\u00e7\u00e3o do per\u00edodo; OU, sucessivamente o valor correspondente \u00e0s diferen\u00e7as de FGTS em raz\u00e3o da aplica\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria pelo IPCA nos meses em que a TR foi zero; E o valor correspondente \u00e0s diferen\u00e7as de FGTS em raz\u00e3o da aplica\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria pelo IPCA desde Janeiro de 1999, nos meses em que a TR n\u00e3o foi zero, mas foi menos que a infla\u00e7\u00e3o do per\u00edodo; OU o valor correspondente \u00e0s diferen\u00e7as de FGTS em raz\u00e3o da aplica\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria por qualquer outro \u00edndice que reponha as perdas inflacion\u00e1rias do trabalhador nas contas do FGTS, no entender deste Douto Ju\u00edzo, desde janeiro de 1999, inclusive nos meses em que a TR foi zero;\nAinda, considerando que a garantia de recomposi\u00e7\u00e3o das perdas inflacion\u00e1rias est\u00e1 impl\u00edcita na disposi\u00e7\u00e3o do art. 7\u00ba, III, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal de 1988, que assegura esse direito trabalhista fundamental a todos os trabalhadores, requer a declara\u00e7\u00e3o da inconstitucionalidade do art. 13 da Lei 8.036/90 c/c arts. 1\u00b0 e 17 da Lei 8.177/91 (pelo menos desde a superveni\u00eancia dos efeitos da Resolu\u00e7\u00e3o CMN 2.604, de 23/04/1999), em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 aplica\u00e7\u00e3o da TR para corrigir os dep\u00f3sitos do FGTS.\n\n5. DO PREQUESTIONAMENTO:\n\nComo esclarecido, a mat\u00e9ria dos autos, referente ao art. 5\u00ba inciso XXII, e ainda no art. 7\u00ba caput e inciso III, ambos da Constitui\u00e7\u00e3o, qual seja, o reconhecimento da inconstitucionalidade da TR como fator de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e sua substitui\u00e7\u00e3o por outro \u00edndice, tem em um posicionamento adotado ampla e pacificamente pelo PLEN\u00c1RIO do Supremo Tribunal Federal por ocasi\u00e3o de v\u00e1rios julgados recentes, como no RE 747.702 (julgado em 13/08/2013), e na ADI 4357 (julgado em 14/03/2013).\n\nCarmen L\u00facia:\n\nColhe-se do ac\u00f3rd\u00e3o proferido no RE 747.702, de relatoria da Ministra\n\n2. O Recorrente alega que o Tribunal a quo teria contrariado o inc. XXII do art. 5\u00ba da Constitui\u00e7\u00e3o da Rep\u00fablica. Argumenta que: \u201cO princ\u00edpio da igualdade \u00e9 vulnerado na medida em que o Estado discrimina, sem motivo razo\u00e1vel, os crit\u00e9rios de corre\u00e7\u00e3o utilizados para atualizar seus d\u00e9bitos para com os cidad\u00e3os e os d\u00e9bitos dos contribuintes. Ora, o Estado claramente legisla em causa pr\u00f3pria ao fixar a atualiza\u00e7\u00e3o de seus d\u00e9bitos atrav\u00e9s da TR e, ao mesmo tempo, cobra seus cr\u00e9ditos acrescidos da SELIC. A TR no ano de 2010 foi de apenas 0,6887%, enquanto que a SELIC foi de 9,90%. A diferen\u00e7a \u00e9 espantosa, injusta e at\u00e9 imoral. (\u2026) Requer (\u2026) a inconstitucionalidade do \u00a7 12 do artigo 100 da Constitui\u00e7\u00e3o Federal, adicionado pela EC n. 62/2009, determinando-se a utiliza\u00e7\u00e3o do \u00edndice IPCA-E na corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria a ser aplicada aos precat\u00f3rios\u201d (fls. 81-82). 3. Raz\u00e3o jur\u00eddica assiste, em parte, ao Recorrente. (...)\n\nDC 24\n\n\fO ac\u00f3rd\u00e3o recorrido destoa da jurisprud\u00eancia deste Supremo Tribunal, que declarou a inconstitucionalidade da express\u00e3o \u201c\u00edndice oficial de remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica da caderneta de poupan\u00e7a\u201d, constante do \u00a7 12 do art. 100 da Constitui\u00e7\u00e3o da Rep\u00fablica (acrescentado pela Emenda Constitucional n. 62/2009) (...) Pelo exposto, dou parcial provimento a este recurso extraordin\u00e1rio (art. 557, \u00a7 1\u00ba-A, do C\u00f3digo de Processo Civil e art. 21, \u00a7 2\u00ba, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal) para reafirmar a inconstitucionalidade da express\u00e3o \u201c\u00edndice oficial de remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica da caderneta de poupan\u00e7a\u201d, constante do \u00a7 12 do art. 100 da Constitui\u00e7\u00e3o da Rep\u00fablica e determinar que o Tribunal de origem julgue como de direito quanto \u00e0 aplica\u00e7\u00e3o de outro \u00edndice que n\u00e3o a taxa referencial (TR) (grifos do recorrente). Publique-se. Bras\u00edlia, 4 de junho de 2013.\nMinistra C\u00c1RMEN L\u00daCIA Relatora\nTamb\u00e9m a controv\u00e9rsia possui pertin\u00eancia com o objeto das a\u00e7\u00f5es diretas de inconstitucionalidade ns.\u00ba 4.357, 4.372, 4.400, 4.425, com a da ADI 493.\nIgualmente a aplica\u00e7\u00e3o da Taxa Referencial afronta diretamente a Constitui\u00e7\u00e3o Federal em seus artigos 5\u00ba, inciso XXII (direito de propriedade), art. 7\u00ba, inciso III (garantia do trabalhador ao FGTS) e VI (irredutibilidade salarial), e art. 60, \u00a7 4\u00ba, IV, bem como o art. 2\u00ba da Lei 8.036/1990 (que disp\u00f5e sobre o FGTS).\nPrequestionam-se todos os dispositivos citados.\nAinda, considerando que a garantia de recomposi\u00e7\u00e3o das perdas inflacion\u00e1rias est\u00e1 impl\u00edcita na disposi\u00e7\u00e3o do art. 7\u00ba, III, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal de 1988, que assegura esse direito trabalhista fundamental a todos os trabalhadores, requer tamb\u00e9m o prequestionamento quanto \u00e0 declara\u00e7\u00e3o da inconstitucionalidade do art. 13 da Lei 8.036/90 c/c arts. 1\u00b0 e 17 da Lei 8.177/91 (pelo menos desde a superveni\u00eancia dos efeitos da Resolu\u00e7\u00e3o CMN 2.604, de 23/04/1999), em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 aplica\u00e7\u00e3o da TR para corrigir os dep\u00f3sitos do FGTS.\nPor fim, caso este Ju\u00edzo entenda pela improced\u00eancia da a\u00e7\u00e3o, requer conste expressamente do ac\u00f3rd\u00e3o, para fins de prequestionamento, que seja declarado expressamente o porqu\u00ea da n\u00e3o aplica\u00e7\u00e3o ao caso das decis\u00f5es proferidas pelos ju\u00edzos em primeira inst\u00e2ncia mencionados, pelo Supremo Tribunal Federal e Superior Tribunal de Justi\u00e7a acerca da inconstitucionalidade da TR como fator de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, de forma a viabilizar eventual futuro recurso extraordin\u00e1rio e incidente de uniformiza\u00e7\u00e3o para ver atendido seu direito.\nTamb\u00e9m se requer a manifesta\u00e7\u00e3o espec\u00edfica do D. Julgador sobre os dispositivos constitucionais e legais mencionados.\n6. DOS PEDIDOS:\nDC 25\n\n\fPelo exposto, requer a cita\u00e7\u00e3o da Requerida para, querendo, contestar a presente a\u00e7\u00e3o, que ao final dever\u00e1 ser julgada procedente para, em rela\u00e7\u00e3o a todos os dep\u00f3sitos j\u00e1 existentes e os que vir\u00e3o a ser depositados:\n\na) conden\u00e1-la a pagar \u00e0 parte autora o valor correspondente \u00e0s diferen\u00e7as de FGTS em raz\u00e3o da aplica\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria pelo INPC (ou outro \u00edndice a ser fixado pelo D. Ju\u00edzo, que seja vantajoso \u00e0 parte autora) nos meses em que a TR foi zero, nas parcelas vencidas e vincendas;\n\nb) conden\u00e1-la a pagar \u00e0 parte autora o valor correspondente \u00e0s diferen\u00e7as de FGTS em raz\u00e3o da aplica\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria pelo INPC, desde Janeiro de 1999, nos meses em que a TR n\u00e3o foi zero, mas foi menor que a infla\u00e7\u00e3o do per\u00edodo; OU, sucessivamente o valor correspondente \u00e0s diferen\u00e7as de FGTS em raz\u00e3o da aplica\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria pelo IPCA nos meses em que a TR foi zero; E o valor correspondente \u00e0s diferen\u00e7as de FGTS em raz\u00e3o da aplica\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria pelo IPCA desde Janeiro de 1999, nos meses em que a TR n\u00e3o foi zero, mas foi menos que a infla\u00e7\u00e3o do per\u00edodo; OU o valor correspondente \u00e0s diferen\u00e7as de FGTS em raz\u00e3o da aplica\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria por qualquer outro \u00edndice que reponha as perdas inflacion\u00e1rias do trabalhador nas contas do FGTS, no entender deste Douto Ju\u00edzo, desde janeiro de 1999, inclusive nos meses em que a TR foi zero;\n\nrecomposi\u00e7\u00e3o:\n\nb.1) no caso dos dep\u00f3sitos do FGTS n\u00e3o levantados at\u00e9 a data da\n\nb.1.1) recalcular a corre\u00e7\u00e3o do FGTS desde 01/01/1999, nos termos descritos, depositando as diferen\u00e7as corrigidas na(s) conta(s) vinculada(s) respectiva (s);\n\nb.1.2) pagar juros morat\u00f3rios de 1% ao m\u00eas sobre as diferen\u00e7as corrigidas apuradas no item \"a\", desde a cita\u00e7\u00e3o at\u00e9 a data da recomposi\u00e7\u00e3o da(s) conta(s) vinculada(s), depositando os juros na(s) conta(s) vinculada(s) respectiva(s);\n\nb.2) no caso dos dep\u00f3sitos do FGTS levantados entre 01/01/1999 at\u00e9 a data da recomposi\u00e7\u00e3o:\n\nb.2.1) recalcular a corre\u00e7\u00e3o do FGTS desde 01/01/1999, nos termos descritos mantendo-se os juros remunerat\u00f3rios de 3% ao ano previstos no art. 13 da Lei 8.036/90 (ou outro que seja aplic\u00e1vel \u00e0 conta da parte autora, se mais vantajoso), at\u00e9 a data do levantamento/dep\u00f3sito em ju\u00edzo dos valores devidos, a serem disponibilizados para levantamento pela parte autora sem qualquer condicionamento;\nc) a declara\u00e7\u00e3o da inconstitucionalidade da vincula\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria do FGTS \u00e0 TR, do art. 13 da Lei 8.036/90 c/c arts. 1\u00b0 e 17 da Lei 8.177/91, desde 01/01/1999 (ou outra data fixada pelo D. Ju\u00edzo), nos termos expostos, ainda que de forma parcial superveniente;\n\nDC 26\n\n\fd) conden\u00e1-la a pagar custas e honor\u00e1rios advocat\u00edcios, estes em favor do procurador da parte autora e no percentual de 20% sobre o valor da condena\u00e7\u00e3o, observado o m\u00ednimo estabelecido em tabela pela Ordem dos Advogados do Brasil, ou ent\u00e3o, do sal\u00e1rio m\u00ednimo a ser atualizado pelo \u00edndice que corrija a infla\u00e7\u00e3o at\u00e9 a data do efetivo pagamento;\ne) declarar que os valores devidos pela condena\u00e7\u00e3o de que tratam os itens acima, dever\u00e3o incidir corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria desde a inadimpl\u00eancia do r\u00e9u, bem como os juros legais de 1% ao m\u00eas;\nf) declarar que os valores de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria do FGTS devem ser corrigidos pelo \u00edndice que melhor representa a infla\u00e7\u00e3o no pa\u00eds, qual seja, INPC, IPCA ou outro a ser fixado pelo D. Ju\u00edzo;\ng) requer o prequestionamento dos dispositivos constitucionais e legais invocados (artigos 5\u00ba, inciso XXII, art. 7\u00ba, incisos III e IV, art. 60, todos da Constitui\u00e7\u00e3o Federal de 1988, art. 2\u00ba da Lei 8.036/1990), da inconstitucionalidade progressiva do art. 13 da Lei 8.036/90 c/c arts. 1\u00b0 e 17 da Lei 8.177/91 (pelo menos desde a superveni\u00eancia dos efeitos da Resolu\u00e7\u00e3o CMN 2.604, de 23/04/1999), da vincula\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria do FGTS \u00e0 TR, conforme j\u00e1 exposto, bem como manifesta\u00e7\u00e3o sobre as decis\u00f5es proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e Superior Tribunal de Justi\u00e7a acerca da inconstitucionalidade da TR como fator de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, de forma a viabilizar eventual futuro recurso extraordin\u00e1rio e incidente de uniformiza\u00e7\u00e3o para ver atendido seu direito.\nRequer, ainda, provar o alegado por todos os meios de prova admitidos em direito, principalmente prova documental.\nA parte autora renuncia aos valores que excederem a sessenta sal\u00e1riosm\u00ednimos, consideradas apenas as parcelas vencidas at\u00e9 a propositura da presente a\u00e7\u00e3o e as 12 primeiras vincendas (a partir do ajuizamento), nos temos da Lei 10.259/2001; ressaltando que o instrumento de mandato outorgado ao procurador (PROC2) concede poderes, inclusive, para a ren\u00fancia.\nPor fim, requer a concess\u00e3o dos benef\u00edcios da justi\u00e7a gratuita, considerando que n\u00e3o tem condi\u00e7\u00f5es de pagar custas, despesas e honor\u00e1rios sucumbenciais, sem preju\u00edzo pr\u00f3prio e da fam\u00edlia.\nD\u00e1 a causa o valor de R$ 15.000,00.\nNestes termos, pede deferimento.\nCuritiba (PR), 17 de junho de 2014.\n\nWillyan Rower Soares OAB/PR 19.887\n\nDC 27\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 3 (C\u00edvel) - IdDocumentoCompleto: 5016455-17.2021.4.04.7001-701626359880261719396330297193", "text": "Advogados: Caio Marcelo Rebou\u00e7as de Biasi Julio Antonio Barbeta Aline Regina das Neves Celso Garutti Costa Rog\u00e9rio Bueno Elias Rafael Vin\u00edcius Vieira de Almeida Edvania F\u00e1tima Fontes Godoy Isabela Cararo Lopes Luana Cervantes Maluf Leonardo Pereira Gon\u00e7alves Jussara Romero Sanches Victoria Pereti de Mattos\nExcelent\u00edssimo Senhor Doutor Juiz Federal do Juizado Especial Federal de Londrina.\nRUBIA CHRISTINE BERTO MOREIRA, brasileira, casada, desempregada, portadora do RG n\u00ba 8.872.896-3, inscrita no CPF sob o n\u00ba 085.504.489-66, residente e domiciliada em Londrina/PR, na Rua Tamuro Hironaka, n\u00ba 37, Jardim Imp\u00e9rio do Sol, CEP 86.073-730, por sua advogada, abaixo assinada, respeitosamente, \u00e0 presen\u00e7a de Vossa Excel\u00eancia, vem propor a presente\nA\u00c7\u00c3O ORDIN\u00c1RIA DE COBRAN\u00c7A DE DIFEREN\u00c7AS DECORRENTES DA CORRE\u00c7\u00c3O DO FGTS, em face de\nCAIXA ECON\u00d4MICA FEDERAL, com sede administrativa na Av. Maring\u00e1, 1100 - Vit\u00f3ria, Londrina - PR, CEP 86060-005, pelos motivos de fato, fundamentos e raz\u00f5es de direito a seguir aduzidos:\n1. Justi\u00e7a Gratuita. A autora requer sejam concedidos os benef\u00edcios da Justi\u00e7a Gratuita, conforme o art. 98 do C\u00f3digo de Processo Civil, tendo em vista a insufici\u00eancia de recursos para arcar com as custas e despesas processuais, bem como com os honor\u00e1rios advocat\u00edcios, sem comprometer o seu sustento e o de sua fam\u00edlia.\n2. Fatos. Como \u00e9 fato not\u00f3rio, o Fundo de Garantia por Tempo de Servi\u00e7o foi criado nos anos 60 para proteger o trabalhador, em decorr\u00eancia da substitui\u00e7\u00e3o da\nRua Raja Gabaglia, n\u00ba 1133, Jardim Quebec, CEP 86.060-190, Londrina/PR, Fone/Fax: 43 3344 4001, Cel. 43 99856 9899\n\n\f2\nantiga estabilidade decenal. \u00c9 constitu\u00eddo por valores depositados pelas empresas em nome de seus empregados possibilitando que o trabalhador forme um patrim\u00f4nio.\nOs artigos 2\u00ba e 13 da Lei 8.036/90 determinam uma obrigatoriedade de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e de remunera\u00e7\u00e3o atrav\u00e9s de juros dos dep\u00f3sitos efetuados nas contas vinculadas ao FGTS:\nArt. 2\u00ba \u201cO FGTS \u00e9 constitu\u00eddo pelos saldos das contas vinculadas a que se refere esta lei e outros recursos a ela incorporados, devendo ser aplicados com atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e juros, de modo a assegurar a cobertura de suas obriga\u00e7\u00f5es.\u201d Art.13 \u201c Os dep\u00f3sitos efetuados nas contas vinculadas ser\u00e3o corrigidos monetariamente com base nos par\u00e2metros fixados para a atualiza\u00e7\u00e3o dos saldos dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a e capitaliza\u00e7\u00e3o de juros de (tr\u00eas) por cento ao ano\u201d.\nO par\u00e2metro fixado para a atualiza\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos dos saldos dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a e consequentemente dos dep\u00f3sitos do FGTS \u00e9 a Taxa Referencial \u2013 TR, conforme prescrevem os artigos 12 e 17 da Lei 8.177, de 1\u00ba de mar\u00e7o de 1991, com reda\u00e7\u00e3o da Lei 12.703, de 7 de agosto de 2012:\nArt. 12. Em cada per\u00edodo de rendimento, os dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a ser\u00e3o remunerados: I - como remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica, por taxa correspondente \u00e0 acumula\u00e7\u00e3o das TRD, no per\u00edodo transcorrido entre o dia do \u00faltimo cr\u00e9dito de rendimento, inclusive, e o dia do cr\u00e9dito de rendimento, exclusive; II - como remunera\u00e7\u00e3o adicional, por juros de: (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n \u00ba 12.703, de 2012) a) 0,5% (cinco d\u00e9cimos por cento) ao m\u00eas, enquanto a meta da taxa Selic ao ano, definida pelo Banco Central do Brasil, for superior a 8,5% (oito inteiros e cinco d\u00e9cimos por cento); ou (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n \u00ba 12.703, de 2012) b) 70% (setenta por cento) da meta da taxa Selic ao ano, definida pelo Banco Central do Brasil, mensalizada, vigente na data de in\u00edcio do per\u00edodo de rendimento, nos demais casos. (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n \u00ba 12.703, de 2012) \u00a7 1\u00b0 A remunera\u00e7\u00e3o ser\u00e1 calculada sobre o menor saldo apresentado em cada per\u00edodo de rendimento. \u00a7 2\u00b0 Para os efeitos do disposto neste artigo, considera-se per\u00edodo de rendimento:\nRua Raja Gabaglia, n\u00ba. 1133, Jardim Quebec, CEP: 86.060-190. Londrina - PR. Fone/Fax: 43 3344 4001. Cel. 43 99856 9899.\n\n\f3\nI - para os dep\u00f3sitos de pessoas f\u00edsicas e entidades sem fins lucrativos, o m\u00eas corrido, a partir da data de anivers\u00e1rio da conta de dep\u00f3sito de poupan\u00e7a; II - para os demais dep\u00f3sitos, o trimestre corrido a partir da data de anivers\u00e1rio da conta de dep\u00f3sito de poupan\u00e7a. \u00a7 3\u00b0 A data de anivers\u00e1rio da conta de dep\u00f3sito de poupan\u00e7a ser\u00e1 o dia do m\u00eas de sua abertura, considerando-se a data de anivers\u00e1rio das contas abertas nos dias 29, 30 e 31 como o dia 1\u00b0 do m\u00eas seguinte. \u00a7 4\u00b0 O cr\u00e9dito dos rendimentos ser\u00e1 efetuado: I - mensalmente, na data de anivers\u00e1rio da conta, para os dep\u00f3sitos de pessoa f\u00edsica e de entidades sem fins lucrativos; e II - trimestralmente, na data de anivers\u00e1rio no \u00faltimo m\u00eas do trimestre, para os demais dep\u00f3sitos.\nArt. 17. A partir de fevereiro de 1991, os saldos das contas do Fundo de Garantia por Tempo de Servi\u00e7o (FGTS) passam a ser remunerados pela taxa aplic\u00e1vel \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a com data de anivers\u00e1rio no dia 1\u00b0, observada a periodicidade mensal para remunera\u00e7\u00e3o. Par\u00e1grafo \u00fanico. As taxas de juros previstas na legisla\u00e7\u00e3o em vigor do FGTS s\u00e3o mantidas e consideradas como adicionais \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o prevista neste artigo.\nA Lei 8.177/91 destaca a forma como a TR ser\u00e1 calculada.\nArt. 1\u00b0 O Banco Central do Brasil divulgar\u00e1 Taxa Referencial (TR), calculada a partir da remunera\u00e7\u00e3o mensal m\u00e9dia l\u00edquida de impostos, dos dep\u00f3sitos a prazo fixo captados nos bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos m\u00faltiplos com carteira comercial ou de investimentos, caixas econ\u00f4micas, ou dos t\u00edtulos p\u00fablicos federais, estaduais e municipais, de acordo com metodologia a ser aprovada pelo Conselho Monet\u00e1rio Nacional, no prazo de sessenta dias, e enviada ao conhecimento do Senado Federal. \u00a7 2\u00b0 As institui\u00e7\u00f5es que venham a ser utilizadas como bancos de refer\u00eancia, dentre elas, necessariamente, as dez maiores do Pa\u00eds, classificadas pelo volume de dep\u00f3sitos a prazo fixo, est\u00e3o obrigadas a fornecer as informa\u00e7\u00f5es de que trata este artigo, segundo normas estabelecidas pelo Conselho Monet\u00e1rio Nacional, sujeitando-se a institui\u00e7\u00e3o e seus administradores, no caso de infra\u00e7\u00e3o \u00e0s referidas normas, \u00e0s penas estabelecidas no art. 44 da Lei n\u00b0 4.595, de 31 de dezembro de 1964. \u00a7 3\u00b0 Enquanto n\u00e3o aprovada a metodologia de c\u00e1lculo de que trata este artigo, o Banco Central do Brasil fixar\u00e1 a TR (grifamos).\nRua Raja Gabaglia, n\u00ba. 1133, Jardim Quebec, CEP: 86.060-190. Londrina - PR. Fone/Fax: 43 3344 4001. Cel. 43 99856 9899.\n\n\f4\nA metodologia do c\u00e1lculo foi h\u00e1 muito tempo definida pelo Banco Central \u2013 Conselho Monet\u00e1rio Nacional (CMN), e hoje est\u00e1 vigente sob a forma da Resolu\u00e7\u00e3o n\u00ba. 3.354, de 31 de mar\u00e7o de 2006.\nEntretanto, a TR n\u00e3o reflete mais a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, tendo se distanciado completamente dos \u00edndices oficiais de infla\u00e7\u00e3o. Nos meses de setembro, outubro e novembro de 2009, janeiro e fevereiro de 2010 fevereiro e junho de 2012 em diante, a TR tem sido completamente anulada, como se n\u00e3o existisse qualquer infla\u00e7\u00e3o no per\u00edodo pass\u00edvel de corre\u00e7\u00e3o.\nEis a raz\u00e3o do pleito das diferen\u00e7as ora evidenciadas.\n3. Legitimidade Passiva da Caixa Econ\u00f4mica Federal. Em raz\u00e3o desta demanda versar sobre corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos dep\u00f3sitos de FGTS, sobressai irrefut\u00e1vel a legitimidade passiva e exclusiva da Caixa Econ\u00f4mica Federal, nos termos da s\u00famula 249/STJ:\nS\u00famula 249/STJ \u2013 A Caixa Econ\u00f4mica Federal tem legitimidade passiva para integrar um processo em que se discute a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria do FGTS.\n4. Prescri\u00e7\u00e3o. O prazo prescricional \u00e9 trinten\u00e1rio em rela\u00e7\u00e3o ao pleito de corre\u00e7\u00f5es e diferen\u00e7as relativas ao FGTS, como j\u00e1 amplamente assentado na doutrina e jurisprud\u00eancia:\nRECURSO ESPECIAL. TRIBUT\u00c1RIO. FGTS. CORRE\u00c7\u00c3O DOS SALDOS DAS CONTAS VINCULADAS. DIFEREN\u00c7AS DE EXPURGOS INFLACION\u00c1RIOS. TEMA J\u00c1 JULGADO PELO REGIME DO ART. 543-C DO CPC E DA RESOLU\u00c7\u00c3O N. 8/08 DO STJ . QUE TRATAM DOS RECURSOS REPRESENTATIVOS DE CONTROV\u00c9RSIA, (...) 3. No REsp n. 1.112.520 \u2013 PE, por seu turno,firmou-se o seguinte entendimento: Outrossim n\u00e3o deve prevalecer a interpreta\u00e7\u00e3o da recorrente quanto \u00e0 ocorr\u00eancia de prescri\u00e7\u00e3o q\u00fcinq\u00fcenal, pois este Tribunal j\u00e1 decidiu que \u00e9 trinten\u00e1ria a prescri\u00e7\u00e3o para cobran\u00e7a de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria de contas vinculadas ao FGTS, nos termos da S\u00famula 210/STJ: \u201c A a\u00e7\u00e3o de cobran\u00e7a de contribui\u00e7\u00f5es para o FGTS prescreve em trinta anos\u201d. (...)\nRua Raja Gabaglia, n\u00ba. 1133, Jardim Quebec, CEP: 86.060-190. Londrina - PR. Fone/Fax: 43 3344 4001. Cel. 43 99856 9899.\n\n\f5\nREsp 1150446/RJ, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 10/08/2010, DJe 10/09/2010.\n5. Corre\u00e7\u00e3o Monet\u00e1ria. Diferen\u00e7as Devidas. A corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria existe desde os idos de 1960. O principal te\u00f3rico da Corre\u00e7\u00e3o Monet\u00e1ria, o Advogado Tributarista Bulh\u00f5es Pedreira, ensina:\n\u201cPor analogia com as unidades de medidas f\u00edsicas podemos dizer que o n\u00edvel geral dos pre\u00e7os \u00e9 o padr\u00e3o prim\u00e1rio do valor financeiro, enquanto que a unidade monet\u00e1ria serve como padr\u00e3o secund\u00e1rio \u2013 usado, na pr\u00e1tica, para exprimir o valor financeiro, mas deve ser aferido pelo padr\u00e3o prim\u00e1rio porque sujeito a modifica\u00e7\u00f5es1\u201d\nLet\u00e1cio Jansen2 diz que Bulh\u00f5es Pedreira teria conseguido institucionalizar e colocar em pr\u00e1tica a sua doutrina principalmente atrav\u00e9s da Lei.4.357, de 1964, que criou o primeiro indexador da Economia Brasileira: ORTN (obriga\u00e7\u00e3o reajust\u00e1vel do tesouro nacional). Uma obriga\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria cuja fun\u00e7\u00e3o era fazer variar periodicamente a moeda nacional segundo seus respectivos poderes aquisitivos.\nDesde esta data, uma pl\u00eaiade de \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria foram se sucedendo, at\u00e9 a entrada em vigor da Medida Provis\u00f3ria n\u00ba 294, de 31 de janeiro de 1991, que se transformou na Lei n\u00ba 8.177, de 1\u00ba de mar\u00e7o de 1991. Nesta oportunidade o Governo Collor pretendeu substituir a s\u00e9rie de indexadores tradicionais da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria brasileira (ORTN, OTN, BTN) que eram vinculados \u00e0 varia\u00e7\u00e3o dos n\u00edveis gerais de pre\u00e7os, pela Taxa Referencial, que tinha natureza financeira.\nAinda hoje permanece a perplexidade em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 natureza jur\u00eddica da TR, at\u00e9 por conta da pr\u00f3pria inconsist\u00eancia da lei que a criou, que ora a trata como taxa de juros (art.39) ora como indexador (art.18).\nTaxas de juros objetivam promover a remunera\u00e7\u00e3o do capital. S\u00e3o calculadas por quem disponibiliza o capital em benef\u00edcio de outra pessoa, f\u00edsica ou jur\u00eddica, para que empregue para satisfa\u00e7\u00e3o de determinada necessidade, na expectativa de lucro. Os indexadores, por outro lado, podem ser entendidos como\n1 BULH\u00d5ES PEDREIRA. Jos\u00e9 Luiz, \u201cCorre\u00e7\u00e3o Monet\u00e1ria ; Indexa\u00e7\u00e3o Cambial . Obriga\u00e7\u00e3o Pecuni\u00e1ria \u201c in \u201cRevista de Direito Administrativo\u201d, n , 193 p. 353 a 372 Jul/Set 1993.\n2\nhttp://www.scamargo.adv.br/scripts/forum/textoTema.asp?Id=81&tema=Invalidade+da+Taxa+Referencial+(TR)% A+o+Significado+da+ADI+493-0-DF\nRua Raja Gabaglia, n\u00ba. 1133, Jardim Quebec, CEP: 86.060-190. Londrina - PR. Fone/Fax: 43 3344 4001. Cel. 43 99856 9899.\n\n\f6\n\n\u00edndices calculados a partir da varia\u00e7\u00e3o de pre\u00e7os de mercado em determinado per\u00edodo. O seu objetivo est\u00e1 na corre\u00e7\u00e3o dos efeitos inflacion\u00e1rios, quando se compara valores monet\u00e1rios em diferentes \u00e9pocas.\nHoje no pa\u00eds, h\u00e1 dois tipos de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. \u00cdndices que refletem a infla\u00e7\u00e3o e, portanto, recuperam o valor de compra do valor aplicado, como IPCA e INPC, e um \u00edndice que n\u00e3o reflete a infla\u00e7\u00e3o, e consequentemente n\u00e3o recupera o poder de compra do valor aplicado \u2013 a Taxa de Referencial/TR.\nHistoricamente, \u00e9 preciso lembrar que a Taxa Referencial nunca foi igual \u00e0 infla\u00e7\u00e3o. Nem nos idos da hiperinfla\u00e7\u00e3o ou da defla\u00e7\u00e3o. Todavia, os \u00edndices da TR, do INPC e do IPCA sempre andaram pr\u00f3ximos. Em outras palavras, imperava a razoabilidade dos \u00edndices da TR para que pudessem atingir a finalidade de corre\u00e7\u00e3o do valor do capital:\n\nANO 1991 1992 1993 1994 1995 1996\n\nTR 335,51% 1.156,22% 2.474,73% 951,19% 31,6207% 9,5551%\n\nINPC 475,11% 1.149,05% 2.489,11% 929,32% 21,98% 9,125%\n\nIPCA 472,69% 1.119,09% 2.477,15% 916,43% 22,41%\n9,56%\n\nEntretanto, este fato se alterou a partir de 1999. A TR se distancia expressivamente do INPC e IPCA, ao ponto de hoje a infla\u00e7\u00e3o superar 6% ao ano e a TR ser igual a zero. Logo, ela n\u00e3o se presta para o fim de manter o poder aquisitivo dos dep\u00f3sitos do FGTS, que s\u00e3o um patrim\u00f4nio do trabalhador.\nO sentimento geral \u00e9 que h\u00e1 muito tempo o FGTS \u00e9 um fundo in\u00edquo por ele n\u00e3o ter recomposi\u00e7\u00e3o inflacion\u00e1ria dos seus recursos. Na verdade, o trabalhador n\u00e3o est\u00e1 financiando programas de habita\u00e7\u00e3o popular, saneamento b\u00e1sico e infraestrutura urbana, ele est\u00e1 subsidiando.\nAo contr\u00e1rio de outros investimentos, o FGTS n\u00e3o \u00e9 um fundo de livre disposi\u00e7\u00e3o por parte do trabalhador, n\u00e3o podendo ele decidir quais as aplica\u00e7\u00f5es que lhes s\u00e3o mais convenientes ou rent\u00e1veis. O trabalhador tem que se submeter a pol\u00edticas econ\u00f4micas e sociais que lhe s\u00e3o altamente prejudiciais.\nOra, mas a pr\u00f3pria Lei do FGTS diz em seu art. 2\u00ba que \u00e9 garantida a atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e juros. Quando a TR \u00e9 igual a zero este artigo \u00e9 descumprido. Quando a TR \u00e9 m\u00ednima e totalmente desproporcional em rela\u00e7\u00e3o \u00e0\nRua Raja Gabaglia, n\u00ba. 1133, Jardim Quebec, CEP: 86.060-190. Londrina - PR. Fone/Fax: 43 3344 4001. Cel. 43 99856 9899.\n\n\f7\ninfla\u00e7\u00e3o, este artigo tamb\u00e9m \u00e9 descumprido e o patrim\u00f4nio do trabalhador \u00e9 subtra\u00eddo por quem tem o dever legal de administra-lo.\nNestes termos, o Governo Federal, atrav\u00e9s da Caixa Econ\u00f4mica Federal, est\u00e1 confiscando os rendimentos dos trabalhadores, para subsidiar pol\u00edticas p\u00fablicas, sem a menor inger\u00eancia destes trabalhadores.\nSuponhamos que um trabalhador queira adquirir uma casa pr\u00f3pria utilizando os recursos do seu FGTS. Ele encontra o im\u00f3vel, mas verifica que seus recursos n\u00e3o s\u00e3o suficientes para adquiri-lo. Ent\u00e3o se dirige a um Banco para financiar a diferen\u00e7a, comprometendo sua renda por muitos anos.\nA maioria dos trabalhadores brasileiros, quando quer adquirir seu im\u00f3vel, dirige-se \u00e0 Caixa Econ\u00f4mica Federal.\nTodavia, se o dep\u00f3sito do FGTS tivesse sido devidamente corrigido, se ele mantivesse seu poder de compra, ou o empr\u00e9stimo seria menor ou sequer haveria necessidade de o trabalhador comprometer sua renda e anos de trabalho para adquirir aquilo que \u00e9 o nosso sonho mais prim\u00e1rio, nossa necessidade mais real como indiv\u00edduo e como povo brasileiro.\nA Caixa est\u00e1 emprestando para o trabalhador aquilo que ela deixou de pagar a ele a t\u00edtulo de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria na sua conta de FGTS, valendo-se da fragilidade humana para colocar-se como realizadora de sonhos, ao mesmo tempo que, ano ap\u00f3s ano, aufere lucros exorbitantes \u00e0s custas do trabalhador.\n6. No mesmo vi\u00e9s, o Supremo Tribunal Federal j\u00e1 se manifestou ao n\u00e3o reconhecer a TR como \u00edndice capaz de corrigir a varia\u00e7\u00e3o inflacion\u00e1ria da moeda, n\u00e3o servindo, portanto, como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, sendo imprescind\u00edvel, e por quest\u00e3o de justi\u00e7a, que outro \u00edndice seja aplicado, seja ele o INPC ou IPCA, versando a mat\u00e9ria t\u00e3o somente no sentido de qual dos dois \u00edndices aplicar para corre\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos de FGTS. Por ser oportuno, e para demonstrar a inaplicabilidade da TR para fins de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, comparem-se os \u00edndices mensais da TR, do IPCA-E e do INPC, a partir de 01/01/1999 at\u00e9 31/12/2013, respectivamente:\nRua Raja Gabaglia, n\u00ba. 1133, Jardim Quebec, CEP: 86.060-190. Londrina - PR. Fone/Fax: 43 3344 4001. Cel. 43 99856 9899.\n\n\f8\n3\nInquestion\u00e1vel a desigualdade/despropor\u00e7\u00e3o entre a TR e de outra banda, o IPCA-E e o INPC, passa-se a analisar a real fun\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria em cotejo com o princ\u00edpio constitucional do direito \u00e0 propriedade (art. 5\u00ba, XXII, da Carta Magna).\nNo julgamento da ADI n\u00ba 493-0, o Pret\u00f3rio Excelso, no voto do i. relator Moreira Alves, em raz\u00e3o da causa petendi, foi determinado que haveria impossibilidade de aplica\u00e7\u00e3o da TR aos contratos do Sistema Financeiro de Habita\u00e7\u00e3o somente para o per\u00edodo anterior \u00e0 vig\u00eancia da Lei 8.177/91. Embora em tal julgado o STF n\u00e3o tenha declarado que haveria impossibilidade de utiliza\u00e7\u00e3o de tal \u00edndice aos contratos firmados ap\u00f3s essa data, nele ficou reconhecido, de maneira cristalina que aquele Tribunal n\u00e3o reconhecia a TR como \u00edndice h\u00e1bil a promover a atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria:\nA\u00e7\u00e3o direta de inconstitucionalidade. - Se a lei alcan\u00e7ar os efeitos futuros de contratos celebrados anteriormente a ela, ser\u00e1 essa lei retroativa (retroatividade minima) porque vai interferir na causa, que e um ato ou fato ocorrido no passado. - O disposto no artigo 5, XXXVI, da Constitui\u00e7\u00e3o 3Fonte da tabela: http://gustavoborceda.jusbrasil.com.br/artigos/112171446/parte-iianovaa\u00e7\u00e3o-revisional-do-fgts-par...\nRua Raja Gabaglia, n\u00ba. 1133, Jardim Quebec, CEP: 86.060-190. Londrina - PR. Fone/Fax: 43 3344 4001. Cel. 43 99856 9899.\n\n\f9\nFederal se aplica a toda e qualquer lei infraconstitucional, sem qualquer distin\u00e7\u00e3o entre lei de direito p\u00fablico e lei de direito privado, ou entre lei de ordem p\u00fablica e lei dispositiva. Precedente do S. T. F.\nOcorr\u00eancia no caso, de viola\u00e7\u00e3o de direito adquirido. A taxa referencial (TR) n\u00e3o \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, pois, refletindo as varia\u00e7\u00f5es do custo prim\u00e1rio da capta\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos a prazo fixo, n\u00e3o constitui \u00edndice que reflita a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda. Por isso, n\u00e3o h\u00e1 necessidade de se examinar a quest\u00e3o de saber se as normas que alteram \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria se aplicam imediatamente, alcan\u00e7ando, pois, as presta\u00e7\u00f5es futuras de contratos celebrados no passado, sem violarem o disposto no artigo 5, XXXVI, da Carta Magna. - Tamb\u00e9m ofendem o ato jur\u00eddico perfeito os dispositivos impugnados que alteram o crit\u00e9rio de reajuste das presta\u00e7\u00f5es nos contratos ja celebrados pelo sistema do Plano de Equivalencia Salarial por Categoria Profissional (PES/CP). A\u00e7\u00e3o direta de inconstitucionalidade julgada procedente, para declarar a inconstitucionalidade dos artigos 18, 'caput' e par\u00e1grafos 1 e 4; 20; 21 e par\u00e1grafo \u00fanico; 23 e par\u00e1grafos; e 24 e par\u00e1grafos, todos da Lei n. 8.177, de 1 de maio de 1991.\nADI 493, Relator (a): Min. MOREIRA ALVES, Tribunal Pleno, julgado em 25/06/1992, DJ 04-09-1992 PP-14089 EMENT VOL-01674-02 PP-00260 RTJ VOL-00143-03 PP-00724.\nContudo, no julgamento das ADI 4425 e 4357, em que o Supremo Tribunal Federal analisou a inconstitucionalidade da Emenda Constitucional n\u00ba 62/2009, \u00e9 que ficou inconteste o entendimento daquela Corte no sentido de que a TR n\u00e3o pode ser utilizada como \u00edndice de atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, eis que n\u00e3o \u00e9 capaz de espelhar o processo inflacion\u00e1rio brasileiro:\nQuanto \u00e0 disciplina da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos cr\u00e9ditos inscritos em precat\u00f3rios, a EC n\u00ba 62/09 fixou como crit\u00e9rio o '\u00edndice oficial de remunera\u00e7\u00e3o da caderneta de poupan\u00e7a'. Ocorre que o referencial adotado n\u00e3o \u00e9 id\u00f4neo a mensurar a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda. Isso porque a remunera\u00e7\u00e3o da caderneta de poupan\u00e7a, regida pelo art. 12 da Lei n\u00ba 8.177/91, com atual reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n\u00ba 12.703/2012, \u00e9 fixada ex ante, a partir de crit\u00e9rios t\u00e9cnicos em nada relacionados com a infla\u00e7\u00e3o empiricamente considerada. J\u00e1 se sabe, na data de hoje, quanto ir\u00e1 render a caderneta de poupan\u00e7a. E \u00e9 natural que seja assim, afinal a poupan\u00e7a \u00e9 uma alternativa de investimento de baixo risco, no qual o investidor consegue prever com seguran\u00e7a a margem de retorno do seu capital.\nA infla\u00e7\u00e3o, por outro lado, \u00e9 fen\u00f4meno econ\u00f4mico insuscet\u00edvel de capta\u00e7\u00e3o aprior\u00edstica. O m\u00e1ximo que se consegue \u00e9 estim\u00e1-la para certo per\u00edodo, mas jamais fix\u00e1-la de antem\u00e3o. Da\u00ed por que os \u00edndices criados especialmente para captar o fen\u00f4meno inflacion\u00e1rio s\u00e3o sempre definidos em momentos posteriores ao per\u00edodo analisado, como ocorre com o \u00cdndice de Pre\u00e7os ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estat\u00edstica (IBGE), e o \u00cdndice de Pre\u00e7os ao Consumidor (IPC), divulgado pela Funda\u00e7\u00e3o Get\u00falio Vargas (FGV). A raz\u00e3o disso \u00e9\nRua Raja Gabaglia, n\u00ba. 1133, Jardim Quebec, CEP: 86.060-190. Londrina - PR. Fone/Fax: 43 3344 4001. Cel. 43 99856 9899.\n\n\f10\nclara: a infla\u00e7\u00e3o \u00e9 sempre constatada em apura\u00e7\u00e3o ex post, de sorte que todo \u00edndice definido ex ante \u00e9 incapaz de refletir a efetiva varia\u00e7\u00e3o de pre\u00e7os que caracteriza a infla\u00e7\u00e3o. \u00c9 o que ocorre na hip\u00f3tese dos autos. A prevalecer o crit\u00e9rio adotado pela EC n\u00ba 62/09, os cr\u00e9ditos inscritos em precat\u00f3rios seriam atualizados por \u00edndices pr\u00e9-fixados e independentes da real flutua\u00e7\u00e3o de pre\u00e7os apurada no per\u00edodo de refer\u00eancia. Assim, o \u00edndice oficial de remunera\u00e7\u00e3o da caderneta de poupan\u00e7a n\u00e3o \u00e9 crit\u00e9rio adequado para refletir o fen\u00f4meno inflacion\u00e1rio.\nDestaco que nesse ju\u00edzo n\u00e3o levo em conta qualquer considera\u00e7\u00e3o t\u00e9cnicoecon\u00f4mica que implique usurpa\u00e7\u00e3o pelo Supremo Tribunal Federal de compet\u00eancia pr\u00f3pria de \u00f3rg\u00e3os especializados. N\u00e3o se trata de defini\u00e7\u00e3o judicial de \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o. Essa circunst\u00e2ncia, j\u00e1 recha\u00e7ada pela jurisprud\u00eancia da Casa, evidentemente transcenderia as capacidades institucionais do Poder Judici\u00e1rio. N\u00e3o obstante, a hip\u00f3tese aqui \u00e9 outra.\nDiz respeito \u00e0 idoneidade l\u00f3gica do \u00edndice fixado pelo constituinte reformador para capturar a infla\u00e7\u00e3o, e n\u00e3o do valor espec\u00edfico que deve assumir o \u00edndice para determinado per\u00edodo. Reitero: n\u00e3o se pode quantificar, em definitivo, um fen\u00f4meno essencialmente emp\u00edrico antes mesmo da sua ocorr\u00eancia. A inadequa\u00e7\u00e3o do \u00edndice aqui \u00e9 autoevidente.\nCorrobora essa conclus\u00e3o reportagem esclarecedora veiculada em 21 de janeiro de 2013 pelo jornal especializado Valor Econ\u00f4mico. Na mat\u00e9ria intitulada 'Cuidado com a infla\u00e7\u00e3o', o peri\u00f3dico aponta que ' o rendimento da poupan\u00e7a perdeu para a infla\u00e7\u00e3o oficial, medida pelo IPCA, m\u00eas a m\u00eas desde setembro'de 2012. E ilustra: 'Quem investiu R$1mil na caderneta em 31 de junho [de 2012], fechou o ano com poder de compra equivalente a R$996,40. Ganham da infla\u00e7\u00e3o apenas os dep\u00f3sitos feitos na caderneta antes de 4 de maio, com retorno de 6%. Para os outros, vale a nova regra, definida no ano passado, de rendimento equivalente a 70% da meta para a Selic, ou seja, de 5,075%'. Em suma: h\u00e1 manifesta discrep\u00e2ncia entre o \u00edndice oficial de remunera\u00e7\u00e3o da caderneta de poupan\u00e7a e o fen\u00f4meno inflacion\u00e1rio, de modo que o primeiro n\u00e3o se presta a capturar o segundo. O meio escolhido pelo legislador constituinte (remunera\u00e7\u00e3o da caderneta de poupan\u00e7a) \u00e9, portanto, inid\u00f4neo a promover o fim a que se destina (traduzir a infla\u00e7\u00e3o do per\u00edodo).\n(...)\nAssentada a premissa quanto \u00e0 inadequa\u00e7\u00e3o do aludido \u00edndice, mister enfrentar a natureza do direito \u00e0 corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. Na linha j\u00e1 exposta pelo i. Min. Relator, 'a finalidade da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, enquanto instituto de Direito Constitucional, n\u00e3o \u00e9 deixar mais rico o benefici\u00e1rio, nem mais pobre o sujeito passivo de uma dada obriga\u00e7\u00e3o de pagamento. \u00c9 deix\u00e1-los tal como qualitativamente se encontravam, no momento em que se formou a rela\u00e7\u00e3o obrigacional'. Da\u00ed que a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria de valores no tempo \u00e9 circunst\u00e2ncia que decorre diretamente do n\u00facleo essencial do direito de propriedade (CF, art. 5\u00ba, XXII). Corrigem-se valores nominais para que permane\u00e7am com o mesmo valor econ\u00f4mico ao longo do tempo, diante da infla\u00e7\u00e3o. A ideia \u00e9 simplesmente preservar o direito original em sua genu\u00edna extens\u00e3o. Nesse sentido, o direito \u00e0 corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u00e9 reflexo imediato da prote\u00e7\u00e3o da propriedade. Deixar de atualizar valores pecuni\u00e1rios ou atualiz\u00e1-los segundo crit\u00e9rios evidentemente incapazes de capturar o\nRua Raja Gabaglia, n\u00ba. 1133, Jardim Quebec, CEP: 86.060-190. Londrina - PR. Fone/Fax: 43 3344 4001. Cel. 43 99856 9899.\n\n\f11\nfen\u00f4meno inflacion\u00e1rio representa aniquilar o direito propriedade em seu n\u00facleo essencial. Tal constata\u00e7\u00e3o implica a pron\u00fancia de inconstitucionalidade parcial da EC n\u00ba 62/09 de modo a afastar a express\u00e3o '\u00edndice oficial de remunera\u00e7\u00e3o da caderneta de poupan\u00e7a' introduzida no \u00a7 12 do art. 100 da Lei Maior como crit\u00e9rio de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos cr\u00e9ditos inscritos em precat\u00f3rio, por viola\u00e7\u00e3o ao direito fundamental de propriedade (art. 5\u00ba, XII, CF/88), ineg\u00e1vel limite material ao poder de reforma da Constitui\u00e7\u00e3o (art. 60, \u00a7 4\u00ba, IV, CF/88).\nVeja-se: com a TR ostentando seus \u00edndices praticamente zerados desde o ano de 2009, os saldos das contas do FGTS acabaram sendo remunerados t\u00e3o somente pelos juros anuais de 3% previstos na Lei 8.036/90. Ou seja, os juros que deveriam, supostamente, remunerar o capital, n\u00e3o s\u00e3o sequer suficientes para repor o poder de compra perdido pela infla\u00e7\u00e3o acumulada, n\u00e3o havendo, portanto, corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria nenhuma.\n7.\nTem-se, em resumo, que a Lei n\u00ba 8.036/90, lei espec\u00edfica do FGTS, determina que ao saldo de suas contas deve ser obrigatoriamente aplicado \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. N\u00e3o sendo a Taxa Referencial (TR), \u00edndice disposto pela Lei 8.177/91, h\u00e1bil a atualizar monetariamente tais saldos, e estando tal \u00edndice em lei n\u00e3o espec\u00edfica do FGTS, entende-se que como inconstitucional a utiliza\u00e7\u00e3o da TR para tal fim, subsistindo a necessidade de aplicar-se \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria que reflita a infla\u00e7\u00e3o do per\u00edodo, tal como prev\u00ea a Lei n\u00ba 8.036/90.\nAt\u00e9 por uma quest\u00e3o de equidade, o melhor \u00edndice que pode substituir a TR \u00e9 o \u00edndice que corrige monetariamente os sal\u00e1rios dos trabalhadores e os benef\u00edcios previdenci\u00e1rios. Este \u00edndice est\u00e1 previsto na Lei 12.382 de 25 de fevereiro de 2011, cujos primeiros artigos trazem a seguinte dic\u00e7\u00e3o:\nArt. 1o O sal\u00e1rio m\u00ednimo passa a corresponder ao valor de R$ 545,00 (quinhentos e quarenta e cinco reais). Par\u00e1grafo \u00fanico. Em virtude do disposto no caput, o valor di\u00e1rio do sal\u00e1rio m\u00ednimo corresponder\u00e1 a R$ 18,17 (dezoito reais e dezessete centavos) e o valor hor\u00e1rio, a R$ 2,48 (dois reais e quarenta e oito centavos). Art. 2o Ficam estabelecidas as diretrizes para a pol\u00edtica de valoriza\u00e7\u00e3o do sal\u00e1rio m\u00ednimo a vigorar entre 2012 e 2015, inclusive, a serem aplicadas em 1o de janeiro do respectivo ano. \u00a7 1o Os reajustes para a preserva\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo do sal\u00e1rio m\u00ednimo corresponder\u00e3o \u00e0 varia\u00e7\u00e3o do \u00cdndice Nacional de Pre\u00e7os ao Consumidor INPC, calculado e divulgado pela Funda\u00e7\u00e3o Instituto Brasileiro de Geografia\nRua Raja Gabaglia, n\u00ba. 1133, Jardim Quebec, CEP: 86.060-190. Londrina - PR. Fone/Fax: 43 3344 4001. Cel. 43 99856 9899.\n\n\f12\ne Estat\u00edstica - IBGE, acumulada nos doze meses anteriores ao m\u00eas do reajuste. \u00a7 2o Na hip\u00f3tese de n\u00e3o divulga\u00e7\u00e3o do INPC referente a um ou mais meses compreendidos no per\u00edodo do c\u00e1lculo at\u00e9 o \u00faltimo dia \u00fatil imediatamente anterior \u00e0 vig\u00eancia do reajuste, o Poder Executivo estimar\u00e1 os \u00edndices dos meses n\u00e3o dispon\u00edveis. \u00a7 3o Verificada a hip\u00f3tese de que trata o \u00a7 2o, os \u00edndices estimados permanecer\u00e3o v\u00e1lidos para os fins desta Lei, sem qualquer revis\u00e3o, sendo os eventuais res\u00edduos compensados no reajuste subsequente, sem retroatividade. \u00a7 4o A t\u00edtulo de aumento real, ser\u00e3o aplicados os seguintes percentuais: I - em 2012, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do Produto Interno Bruto - PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2010; II - em 2013, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2011; III - em 2014, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2012; e IV - em 2015, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2013. \u00a7 5o Para fins do disposto no \u00a7 4o, ser\u00e1 utilizada a taxa de crescimento real do PIB para o ano de refer\u00eancia, divulgada pelo IBGE at\u00e9 o \u00faltimo dia \u00fatil do ano imediatamente anterior ao de aplica\u00e7\u00e3o do respectivo aumento real.\nN\u00e3o h\u00e1 porque ter dois pesos e duas medidas. Se o sal\u00e1rio m\u00ednimo \u00e9 corrigido monetariamente pelo INPC, o dep\u00f3sito do FGTS que, em \u00faltimas an\u00e1lises, \u00e9 um sal\u00e1rio indireto do trabalhador, tamb\u00e9m h\u00e1 de s\u00ea-lo.\nE observe que o objetivo da Lei em corrigir o sal\u00e1rio m\u00ednimo pelo INPC decorre exclusivamente da necessidade de preservar seu poder aquisitivo. A necessidade de preservar o poder aquisitivo \u00e9 um constante em todas as transa\u00e7\u00f5es financeiras, e ela s\u00f3 aperfei\u00e7oa quando rep\u00f5e efetivamente as perdas inflacion\u00e1rias.\nVerifica-se nestes termos que o INPC reflete a melhor varia\u00e7\u00e3o da infla\u00e7\u00e3o relacionada em determinado per\u00edodo.\nOutro \u00edndice que pode se mostrar aplic\u00e1vel, na hip\u00f3tese deste douto Ju\u00edzo entender que n\u00e3o se aplicaria o INPC, \u00e9 o IPCA, \u00edndice oficial do Governo Federal para medi\u00e7\u00e3o das metas inflacion\u00e1rias, contratadas com o FMI, a partir de julho de 1999 (informa\u00e7\u00e3o obtida no Portal Brasil - www.portalbrasil.net).\nAmbos os \u00edndices s\u00e3o infinitamente mais adequados a preservar o poder aquisitivo dos dep\u00f3sitos do FGTS do que a aniquilada TR.\nRua Raja Gabaglia, n\u00ba. 1133, Jardim Quebec, CEP: 86.060-190. Londrina - PR. Fone/Fax: 43 3344 4001. Cel. 43 99856 9899.\n\n\f13\nAssim sendo, e por todo exposto, a parte autora requer a aplica\u00e7\u00e3o do INPC para corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria das contas do FGTS, nos termos do c\u00e1lculo apresentado em anexo (valor estimado), para fins de dar cumprimento \u00e0 atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos saldos das contas do FGTS prevista no art. 2\u00ba da Lei 8.036/90, em substitui\u00e7\u00e3o \u00e0 TR, desde janeiro do ano de 1999, a partir de quando tal \u00edndice deixou de refletir a varia\u00e7\u00e3o inflacion\u00e1ria da moeda. Al\u00e9m disso, tais valores dever\u00e3o ser acrescidos de juros de mora de 1% a. M. (um por cento ao m\u00eas), a contar da cita\u00e7\u00e3o, at\u00e9 o efetivo pagamento.\nAlternativamente, se for do entendimento desse r. ju\u00edzo, que indique qual outro \u00edndice deva ser utilizado, considerando como uma melhor forma de refletir a restitui\u00e7\u00e3o da infla\u00e7\u00e3o \u00e0 conta vinculada do FGTS.\n8. Tutela Antecipada.\nO Artigo 300 do C\u00f3digo de Processo Civil preceitua que \u00e9 poss\u00edvel a concess\u00e3o de tutela antecipada se o Juiz se convencer da verossimilhan\u00e7a da alega\u00e7\u00e3o e houver o fundado receio de dano irrepar\u00e1vel ou de dif\u00edcil repara\u00e7\u00e3o.\nJ\u00e1 se encontra demonstrado nos presentes autos a verossimilhan\u00e7a da alega\u00e7\u00e3o e o fundado receio de dano de dif\u00edcil repara\u00e7\u00e3o adv\u00e9m do fato de que a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u00e9 uma obriga\u00e7\u00e3o de trato sucessivo.\nO Artigo 12 da Lei n\u00ba 8.177/91, com reda\u00e7\u00e3o da Lei n\u00ba 12.703/12, determina que a remunera\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos ser\u00e1 feita em cada per\u00edodo de rendimento. Cada per\u00edodo de rendimento que a Caixa sonega a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos dep\u00f3sitos do FGTS, o dano contra o trabalhador se configura.\nApesar da origem comum, n\u00e3o se exige que cada um dos indiv\u00edduos atingidos pela viola\u00e7\u00e3o do direito pade\u00e7a do mesmo mal. O dano \u00e9 divis\u00edvel.\nMas mesmo sendo divis\u00edvel \u00e9 de f\u00e1cil percep\u00e7\u00e3o que, no geral, a aus\u00eancia de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria implica em menos dinheiro \u00e0 disposi\u00e7\u00e3o do trabalhador para a consecu\u00e7\u00e3o dos seus neg\u00f3cios jur\u00eddicos naquelas hip\u00f3teses em que a lei permite.\nAcres\u00e7a-se a este dano a situa\u00e7\u00e3o de ref\u00e9m que o trabalhador com dep\u00f3sito do FGTS se encontra quando quer financiar seu im\u00f3vel pelo SFH com a Caixa. Hoje, e enquanto durar a TR zero, ele ter\u00e1 que financiar mais do que seria necess\u00e1rio, pois o que lhe pertence de direito \u2013 corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u2013 n\u00e3o est\u00e1 incidindo sobre seu dep\u00f3sito.\nE ao que tudo indica, este dano continuar\u00e1 se repetindo por um longo per\u00edodo. Verifica-se no Estudo Econ\u00f4mico que ao tempo em que esta a\u00e7\u00e3o perdurar, a TR continuar\u00e1 anulada, ou reduzida a patamares m\u00ednimos, impondo\nRua Raja Gabaglia, n\u00ba. 1133, Jardim Quebec, CEP: 86.060-190. Londrina - PR. Fone/Fax: 43 3344 4001. Cel. 43 99856 9899.\n\n\f14\naos trabalhadores mais perda do seu poder aquisitivo, mas dilapida\u00e7\u00e3o do seu patrim\u00f4nio e mais restri\u00e7\u00f5es \u00e0 sua capacidade de fazer neg\u00f3cio jur\u00eddico.\nN\u00e3o h\u00e1 d\u00favida de que h\u00e1 um risco de dif\u00edcil repara\u00e7\u00e3o na medida em que n\u00e3o \u00e9 poss\u00edvel quantific\u00e1-lo, mas n\u00e3o h\u00e1 como neg\u00e1-lo, tanto se levarmos em conta o trabalhador individualmente considerado como a coletividade de trabalhadores.\nAssim, imperioso \u00e9 que desde j\u00e1 a TR seja substitu\u00edda pelo INPC, \u00edndice que corrige o sal\u00e1rio m\u00ednimo ou por outro \u00edndice que reflita a varia\u00e7\u00e3o da infla\u00e7\u00e3o. \u00cdndices que minimamente rep\u00f5em as perdas monet\u00e1rias haja vista que hoje n\u00e3o h\u00e1 nenhum tipo de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos dep\u00f3sitos do Fundo.\nPor outro lado, n\u00e3o h\u00e1 dano de irreversibilidade do provimento antecipado porque \u00e9 da natureza do FGTS ser um fundo de aplica\u00e7\u00e3o a longo prazo. Eventual decis\u00e3o que n\u00e3o reconhe\u00e7a o direito ora pleiteado, permitir\u00e1 que a Caixa utilize de mecanismos legais para promover a devida compensa\u00e7\u00e3o ao longo do tempo.\nAssim, requer a concess\u00e3o da tutela para substituir imediatamente a TR, como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria nos dep\u00f3sitos do FGTS dos ora substitu\u00eddos, pelo INPC ou outro \u00edndice que, no entender deste Ju\u00edzo, melhor reflita as perdas inflacion\u00e1rias daqui por diante, at\u00e9 o tr\u00e2nsito em julgado do presente feito.\n9. Honor\u00e1rios.\nNo que tange a possibilidade de condena\u00e7\u00e3o da requerida em honor\u00e1rios advocat\u00edcios, o STF reiterou o entendimento de que cabe a cobran\u00e7a de honor\u00e1rios advocat\u00edcios nas a\u00e7\u00f5es entre o FGTS e os titulares das contas vinculadas. A decis\u00e3o foi tomada por unanimidade no julgamento do RExt 581.160, com repercuss\u00e3o geral reconhecida, interposto contra ac\u00f3rd\u00e3o do TRF da 1\u00aa regi\u00e3o.\nSegundo o relator, ministro Ricardo Lewandowski, o ac\u00f3rd\u00e3o recorrido julgou constitucional o artigo 29-C da lei 8.036/90, inserido pela MP 2.164/01, que veda a condena\u00e7\u00e3o em honor\u00e1rios advocat\u00edcios nas a\u00e7\u00f5es entre o FGTS e os titulares das contas vinculadas.\nOcorre que o STF j\u00e1 declarou o artigo inconstitucional no julgamento da ADIn 2.736, em que foi relator o ministro Cezar Peluso, que excluiu o artigo 29C da lei 8.036 do ordenamento legal. \"Entendo que o RExt deve ter o mesmo destino da ADIn, de modo que dou provimento ao pedido\", concluiu o ministro:\nEmenta: RECURSO EXTRAORDIN\u00c1RIO COM REPERCUSS\u00c3O GERAL RECONHECIDA. CONSTITUCIONAL. ART. 9\u00ba DA MP 2.164-41/2001. INTRODU\u00c7\u00c3O DO ART. 29-C NA LEI 8.036/1990. HONOR\u00c1RIOS\nRua Raja Gabaglia, n\u00ba. 1133, Jardim Quebec, CEP: 86.060-190. Londrina - PR. Fone/Fax: 43 3344 4001. Cel. 43 99856 9899.\n\n\f15\nADVOCAT\u00cdCIOS. SUCUMB\u00caNCIA. A\u00c7\u00d5ES ENVOLVENDO O FGTS E TITULARES DE CONTAS VINCULADAS. INCONSTITUCIONALIDADE DECLARADA NA ADI 2.736/DF. RECURSO PROVIDO. I - O Supremo Tribunal Federal, no julgamento da ADI 2.736/DF, Rel. Min. Cezar Peluso, declarou a inconstitucionalidade do art. 9\u00ba da MP 2.164-41/2001, na parte em que introduziu o art. 29-C na lei 8.036/1990, que vedava a condena\u00e7\u00e3o em honor\u00e1rios advocat\u00edcios \u201cnas a\u00e7\u00f5es entre o FGTS e os titulares de contas vinculadas, bem como naquelas em que figuram os respectivos representantes ou substitutos processuais\u201d. II - Os mesmos argumentos devem ser aplicados \u00e0 solu\u00e7\u00e3o do lit\u00edgio de que trata o presente recurso. III - Recurso extraordin\u00e1rio conhecido e provido.( RE 581160 / MG - MINAS GERAIS . PROCESSO ELETR\u00d4NICO. Relator(a): Min. RICARDO LEWANDOWSKI REPERCUSS\u00c3O GERAL - M\u00c9RITO. Julgamento: 20/06/2012 . \u00d3rg\u00e3o Julgador: Tribunal Pleno.DJe-166 DIVULG 22-08-2012 PUBLIC 23-08-2012- Tema 116 - Direito a honor\u00e1rios advocat\u00edcios nas a\u00e7\u00f5es que visam obter expurgos inflacion\u00e1rios de FGTS.- Ac\u00f3rd\u00e3os citados: ADI 162 MC, ADI 525 MC, ADI 1647, ADI 1753 MC,ADI 2213 MC, ADI 2736.)\n10. Pedidos.\nPelo exposto, requer a Vossa Excel\u00eancia:\na) - a concess\u00e3o dos benef\u00edcios da Assist\u00eancia Judici\u00e1ria gratuita;\nb) - a concess\u00e3o de tutela antecipada para que a TR seja substitu\u00edda pelo INPC como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos efetuados em nome da parte autora a partir da concess\u00e3o at\u00e9 o tr\u00e2nsito em julgado da presente a\u00e7\u00e3o, com a consequente aplica\u00e7\u00e3o do novo \u00edndice sobre os dep\u00f3sitos constantes das contas vinculadas ou por outro \u00edndice que, a crit\u00e9rio de V. Exa., reflita a varia\u00e7\u00e3o da infla\u00e7\u00e3o;\nc) - a cita\u00e7\u00e3o da r\u00e9, na pessoa do seu representante legal, para, se desejar, apresentar contesta\u00e7\u00e3o no prazo e forma legais, sob pena de revelia e confiss\u00e3o;\nd) - ao final, seja confirmada a tutela antecipada para condenar a r\u00e9 \u00e0 aplica\u00e7\u00e3o do INPC para corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria das contas do FGTS, nos termos do c\u00e1lculo apresentado em anexo (valor estimado), para fins de dar cumprimento \u00e0 atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos saldos das contas do FGTS prevista no art. 2\u00ba da Lei 8.036/90, em substitui\u00e7\u00e3o \u00e0 TR, desde janeiro do ano de 1999, a partir de quando tal \u00edndice deixou de refletir a varia\u00e7\u00e3o inflacion\u00e1ria da moeda ou, alternativamente, outro \u00edndice que melhor reflita a varia\u00e7\u00e3o da infla\u00e7\u00e3o, a ser indicado por esse r. ju\u00edzo;\ne) - que seja a r\u00e9 condenada a pagar \u00e0 parte autora os valores correspondentes \u00e0 diferen\u00e7a de FGTS em raz\u00e3o da aplica\u00e7\u00e3o da\nRua Raja Gabaglia, n\u00ba. 1133, Jardim Quebec, CEP: 86.060-190. Londrina - PR. Fone/Fax: 43 3344 4001. Cel. 43 99856 9899.\n\n\f16\n\ncorre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria pela varia\u00e7\u00e3o do INPC (ou outro \u00edndice que reflita a varia\u00e7\u00e3o da infla\u00e7\u00e3o) em substitui\u00e7\u00e3o \u00e0 TR, declarada no pedido acima, desde janeiro de 1999 em diante at\u00e9 seu efetivo saque, nos termos do c\u00e1lculo em anexo (valor estimado), sendo tais valores acrescidos de juros de mora de 1% a. M. (um por cento ao m\u00eas), a contar da cita\u00e7\u00e3o, at\u00e9 o efetivo pagamento;\nf) - a condena\u00e7\u00e3o da r\u00e9 ao pagamento das custas e honor\u00e1rios advocat\u00edcios de sucumb\u00eancia, estes fixado em 20% sobre o valor atualizado da condena\u00e7\u00e3o;\ng) - requer, ainda, no caso de improced\u00eancia dos pedidos anteriores, que este MM. Juiz Federal \"a quo\" manifeste-se em sua r. senten\u00e7a sobre a exig\u00eancia de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria do art. 2\u00ba da lei n\u00ba 8.036/90 que garante atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria aos dep\u00f3sitos das contas vinculadas do FGTS e sobre os fundamentos que a utiliza\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o desobedeceria os limites materiais de in\u00fameros fundamentos e princ\u00edpios constitucionais, como o Estado Democr\u00e1tico de Direito, atentando contra a Dignidade da Pessoa Humana (art. 1\u00ba e inciso III, da CF), bem como os princ\u00edpios da Igualdade, Seguran\u00e7a Jur\u00eddica (art. 5\u00ba, caput, da CF), da Prote\u00e7\u00e3o ao Direito de Propriedade, Direito Adquirido (art. 5\u00ba, XXII e XXXVI da CF) e Moralidade (art. 37 da CF);\nh) - protesta pela produ\u00e7\u00e3o de todas as provas em direito admitidas, a seguir especificadas: depoimento pessoal do representante do r\u00e9u sob pena de confesso, inquiri\u00e7\u00e3o de testemunhas em rol a ser apresentado oportunamente, juntada de novos documentos, per\u00edcia e outros que do contradit\u00f3rio exigir.\nAtribui-se \u00e0 causa o valor estimado de R$ 574,73 (quinhentos e setenta e quatro reais e setenta e tr\u00eas centavos) e requer que o quantum seja apurado em fase de liquida\u00e7\u00e3o.\nTermos em que,\nJunto aos autos,\nPede deferimento.\nLondrina, 15 de julho de 2021.\n\nAline Regina das Neves\nOAB/PR \u2013 55.322\n\nVict\u00f3ria Pereti de Mattos\nOAB/PR \u2013 98.345\n\nRua Raja Gabaglia, n\u00ba. 1133, Jardim Quebec, CEP: 86.060-190. Londrina - PR. Fone/Fax: 43 3344 4001. Cel. 43 99856 9899.\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 4 (C\u00edvel) - IdDocumentoCompleto: 5015055-41.2016.4.04.7001-701475493545319230018668079389", "text": "___________________________________________________________________________ EXCELENT\u00cdSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ(A) FEDERAL DA ___ VARA DO JUIZADO ESPECIAL FEDERAL DA SUBSE\u00c7\u00c3O JUDICI\u00c1RIA DE LONDRINA \u2013 SE\u00c7\u00c3O JUDICI\u00c1RIA DO PARAN\u00c1.\n\nRequer-se que todas as intima\u00e7\u00f5es de atos judiciais sejam efetuadas em nome exclusivo de Dra. Marly Aparecida Pereira Fagundes, tendo em vista que a advogada do autor mant\u00e9m contrato de acompanhamento de publica\u00e7\u00f5es do Di\u00e1rio Eletr\u00f4nico com a empresa Central de Informa\u00e7\u00f5es Forenses.\nA\u00c7\u00c3O DE COBRAN\u00c7A DE DIFEREN\u00c7A DE CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA DO FGTS: \uf0b7 Aplica\u00e7\u00e3o do INPC ou qualquer outro \u00edndice que reponha as perdas inflacion\u00e1rias do trabalhador nas contas vinculadas do FGTS;\nValor da causa: R$202,56 (duzentos e dois reais e cinquenta e seis centavos).\nLUIS RENAN ROSA, brasileiro, solteiro, portador do RG n\u00ba 12359618-8 SESP/PR e inscrito no CPF/MF sob o n\u00ba 098.047.529-56, sem endere\u00e7o eletr\u00f4nico, residente e domiciliado na Rua Iochihal Kawahisa, n\u00ba 171, na cidade de Londrina, Estado do Paran\u00e1, por sua procuradora judicial ao final firmada (procura\u00e7\u00e3o anexada), advogada com escrit\u00f3rio profissional na Rua Piau\u00ed, n. 211, salas 111/127, 11\u00ba e 12\u00ba andares, Edif\u00edcio M\u00f4naco, Centro, CEP 86.010-907, telefax: (43) 3325-1291, Cidade de Londrina, Estado do Paran\u00e1, Curitiba/PR \u2013 Rua Visconde de N\u00e1car, 1.505 \u2013 salas 203/204 \u2013 Edif\u00edcio Gallery \u2013 2\u00ba ANDAR\u2013 CEP 80.410-201, telefax: (41) 3013-6291 e Tel\u00eamaco Borba/PR \u2013 Manoel Ribas, n. 19, Centro, CEP 84261-080, telefax: (42) 3272-6255, e endere\u00e7o eletr\u00f4nico controladoria@fagundesadv.com.br, locais onde recebe intima\u00e7\u00f5es, vem perante Vossa Excel\u00eancia, mui respeitosamente, propor a presente\nA\u00c7\u00c3O DE COBRAN\u00c7A DE DIFEREN\u00c7A DE CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA DO FGTS\nem face da CEF \u2013 CAIXA ECON\u00d4MICA FEDERAL, pelos motivos e fundamentos a seguir delineados.\n\nLondrina/PR \u2013 Rua Piau\u00ed, n. 211 \u2013 salas 111/127 \u2013 11\u00ba e 12\u00ba andares \u2013 Edif\u00edcio M\u00f4naco \u2013 Centro \u2013 CEP 86.010-907 \u2013 fone (43) 3325.1291 Curitiba/PR \u2013 Rua Visconde de N\u00e1car, n. 1.505 \u2013 Conj. 204 \u2013 Edif\u00edcio Gallery \u2013 2\u00ba andar \u2013 CEP 80.410-201 \u2013 fone (41) 3013.6291 Tel\u00eamaco Borba/PR \u2013 Rua Manoel Ribas, n. 19,\u2013 CEP: 84261-080 - fone (42) 3272-6255\n\nCarol\n\n\f1 \u2013 DOS FATOS\nA parte autora laborou com registro em Carteira de Trabalho pelo menos desde 1999, possuindo conta(s) vinculada(s) ao Fundo de Garantia por Tempo de Servi\u00e7o FGTS, conforme comprovam os extratos anal\u00edticos em anexo.\nO FGTS foi criado na d\u00e9cada de 1960 com o escopo de proteger o trabalhador, como sucessor da pret\u00e9rita estabilidade decenal. Comp\u00f5e-se mediante dep\u00f3sitos de valores pelos empregadores em nome de seus empregados, possibilitando que estes \u00faltimos constituam um patrim\u00f4nio, ainda que, muitas vezes, singelo.\nA regulamenta\u00e7\u00e3o do FGTS est\u00e1 prevista na Lei n\u00ba 8.036, de 11 de maio de 1990, nas normas e diretrizes fixadas por seu Conselho Curador, e sua gest\u00e3o est\u00e1 a cargo da Caixa Econ\u00f4mica Federal.\nA Lei n\u00ba 8.036/90 determina a aplica\u00e7\u00e3o de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e remunera\u00e7\u00e3o por juros aos saldos vinculados ao fundo. Desde meados de 1991 e at\u00e9 os dias atuais a atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos dep\u00f3sitos de FGTS \u00e9 efetuada pel a Taxa Referencial \u2013 TR, que h\u00e1 muito tempo n\u00e3o reflete mais a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, tendo se distanciado completamente dos \u00edndices oficiais de infla\u00e7\u00e3o.\nVale destacar que em 2009 a TR passou a apresentar-se em alguns per\u00edodos de forma anulada, indicado \u00edndice zero para a recomposi\u00e7\u00e3o, o que se tornou efetivamente recorrente a partir de setembro de 2012.\nOra, evidentemente a aplica\u00e7\u00e3o da Taxa Referencial e ainda mais a sua aplica\u00e7\u00e3o de forma anulada encontra-se ao arrepio do comando encartado na Lei n\u00ba 8.036/90 segundo o qual os dep\u00f3sitos de FGTS, por constitu\u00edrem-se patrim\u00f4nio do trabalhador, devem ter o seu poder de compra mantido, por meio de uma efetiva corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria.\nDeste modo, o autor prop\u00f5e a presente demanda, objetivando ver seu l\u00eddimo direito reconhecido em sede judicial, para, ao final, obter a revis\u00e3o dos saldos constantes nas contas vinculadas do FGTS, mediante a aplica\u00e7\u00e3o de efetiva corre \u00e7\u00e3o monet\u00e1ria.\n2 \u2013 DA LEGITIMIDADE DA CAIXA ECON\u00d4MICA FEDERAL E DA PRESCRI\u00c7\u00c3O\nConsiderando tratar-se a demanda sobre a devida corre\u00e7\u00e3o dos saldos existentes nas contas vinculadas do FGTS, a legitimidade passiva \u00e9 da Caixa Econ\u00f4mica\n2\n\n\fFederal, conforme restou pacificado na S\u00famula n. 249 do Superior Tribunal de Justi\u00e7a:\nSTJ S\u00famula n\u00ba 249 - 24/05/2001 - DJ 22.06.2001 Caixa Econ\u00f4mica Federal - Legitimidade Passiva - Corre\u00e7\u00e3o Monet\u00e1ria do FGTS A Caixa Econ\u00f4mica Federal tem legitimidade passiva para integrar processo em que se discute corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria do FGTS.\nOutrossim, destaque-se que termos do entendimento do Tribunal Regional Federal da 4\u00aa Regi\u00e3o n\u00e3o h\u00e1 que se falar em litiscons\u00f3rcio passivo necess\u00e1rio da Uni\u00e3o e do BACEN, consoante j\u00e1 pacificado pelo egr\u00e9gio, nos termos da S\u00famula 56:\nSomente a Caixa Econ\u00f4mica Federal tem legitimidade passiva nas a\u00e7\u00f5es que objetivam a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria das contas vinculadas do FGTS'.\nPor fim, \u00e9 dever salientar que a prescri\u00e7\u00e3o nas a\u00e7\u00f5es em que se discute a corre\u00e7\u00e3o do FGTS \u00e9 trinten\u00e1ria, vide a S\u00famula 210 do Superior Tribunal de Justi\u00e7a:\nSTJ S\u00famula n\u00ba 210 - 27/05/1998 - DJ 05.06.1998 A\u00e7\u00e3o de Cobran\u00e7a - FGTS - Prescri\u00e7\u00e3o A a\u00e7\u00e3o de cobran\u00e7a das contribui\u00e7\u00f5es para o FGTS prescreve em trinta (30) anos.\n2 \u2013 DO DIREITO\n2.1 \u2013 Da Taxa Referencial \u2013 TR\nA lei que disciplina o tema, n\u00ba 8.036/90, nos artigos 2\u00ba e 13, determina a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e a remunera\u00e7\u00e3o atrav\u00e9s de juros das quantias depositadas nas contas vinculadas ao fundo, in verbis.\nArt. 2\u00ba O FGTS \u00e9 constitu\u00eddo pelos saldos das contas vinculadas a que se refere esta lei e outros recursos a ele incorporados, devendo ser aplicados com atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e juros, de modo a assegurar a cobertura de suas obriga\u00e7\u00f5es. Art. 13. Os dep\u00f3sitos efetuados nas contas vinculadas ser\u00e3o corrigidos monetariamente com base nos par\u00e2metros fixados para atualiza\u00e7\u00e3o dos saldos dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a e capitaliza\u00e7\u00e3o juros de (tr\u00eas) por cento ao ano.\nMister ressaltar que o par\u00e2metro fixado para a atualiza\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a e consequentemente dos dep\u00f3sitos do FGTS \u00e9 a denominada Taxa Referencial \u2013 TR, conforme prescrevem os artigos 12 e 17 da Lei n\u00ba 8.177/1991, com reda\u00e7\u00e3o conferida pela Lei n\u00ba 12.703/2012, que mencionam:\nArt. 12. Em cada per\u00edodo de rendimento, os dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a ser\u00e3o remunerados:\n3\n\n\fI - como remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica, por taxa correspondente \u00e0 acumula\u00e7\u00e3o das TRD, no per\u00edodo transcorrido entre o dia do \u00faltimo cr\u00e9dito de rendimento, inclusive, e o dia do cr\u00e9dito de rendimento, exclusive; II - como remunera\u00e7\u00e3o adicional, por juros de: (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n \u00ba 12.703, de 2012) a) 0,5% (cinco d\u00e9cimos por cento) ao m\u00eas, enquanto a meta da taxa Selic ao ano, definida pelo Banco Central do Brasil, for superior a 8,5% (oito inteiros e cinco d\u00e9cimos por cento); ou (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n \u00ba 12.703, de 2012) b) 70% (setenta por cento) da meta da taxa Selic ao ano, definida pelo Banco Central do Brasil, mensalizada, vigente na data de in\u00edcio do per\u00edodo de rendimento, nos demais casos. (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n \u00ba 12.703, de 2012)\nArt. 17. A partir de fevereiro de 1991, os saldos das contas do Fundo de Garantia por Tempo de Servi\u00e7o (FGTS) passam a ser remunerados pela taxa aplic\u00e1vel \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a com data de anivers\u00e1rio no dia 1\u00b0, observada a periodicidade mensal para remunera\u00e7\u00e3o. Par\u00e1grafo \u00fanico. As taxas de juros previstas na legisla\u00e7\u00e3o em vigor do FGTS s\u00e3o mantidas e consideradas como adicionais \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o prevista neste artigo.\nNo que pertine \u00e0 f\u00f3rmula de c\u00e1lculo da TR descreve a Lei n\u00ba 8.177/1991:\nArt. 1\u00b0 O Banco Central do Brasil divulgar\u00e1 Taxa Referencial (TR), calculada a partir da remunera\u00e7\u00e3o mensal m\u00e9dia l\u00edquida de impostos, dos dep\u00f3sitos a prazo fixo captados nos bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos m\u00faltiplos com carteira comercial ou de investimentos, caixas econ\u00f4micas, ou dos t\u00edtulos p\u00fablicos federais, estaduais e municipais, de acordo com metodologia a ser aprovada pelo Conselho Monet\u00e1rio Nacional, no prazo de sessenta dias, e enviada ao conhecimento do Senado Federal. \u00a7 1\u00b0 (Revogado pela Lei n\u00ba 8.660, de 1993) \u00a7 2\u00b0 As institui\u00e7\u00f5es que venham a ser utilizadas como bancos de refer\u00eancia, dentre elas, necessariamente, as dez maiores do Pa\u00eds, classificadas pelo volume de dep\u00f3sitos a prazo fixo, est\u00e3o obrigadas a fornecer as informa\u00e7\u00f5es de que trata este artigo, segundo normas estabelecidas pelo Conselho Monet\u00e1rio Nacional, sujeitando-se a institui\u00e7\u00e3o e seus administradores, no caso de infra\u00e7\u00e3o \u00e0s referidas normas, \u00e0s penas estabelecidas no art. 44 da Lei n\u00b0 4.595, de 31 de dezembro de 1964. \u00a7 3\u00b0 Enquanto n\u00e3o aprovada a metodologia de c\u00e1lculo de que trata este artigo, o Banco Central do Brasil fixar\u00e1 a TR.\nA metodologia do c\u00e1lculo foi h\u00e1 muito definida pelo Banco Central \u2013\nConselho Monet\u00e1rio Nacional (CMN), atualmente vigente atrav\u00e9s da Resolu\u00e7\u00e3o n\u00ba\n3.354/2006.\nOcorre que a TR n\u00e3o reflete mais a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, tendo se distanciado\ncompletamente dos \u00edndices oficiais de infla\u00e7\u00e3o. Nos meses de setembro , outubro e novembro\nde 2009; janeiro e fevereiro de 2010; fevereiro e junho de 2012; e setembro de 2012 em diante,\na TR tem sido completamente anulada, como se n\u00e3o existisse qualquer infla\u00e7\u00e3o no per\u00edodo\npass\u00edvel de corre\u00e7\u00e3o.\nOra, tal fato contraria os princ\u00edpios que nortearam a cria\u00e7\u00e3o do FGTS como\num patrim\u00f4nio do trabalhador, na medida em que os dep\u00f3sitos realizados n\u00e3o tem garantida\numa efetiva e real corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria.\n4\n\n\f2.2 \u2013 Da Corre\u00e7\u00e3o Monet\u00e1ria\nA corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria existe, assim como o pr\u00f3prio FGTS, desde os anos 60. A partir deste marco in\u00fameros \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria foram criados, at\u00e9 a edi\u00e7\u00e3o da Medida Provis\u00f3ria n\u00ba 294/1991, convertida na Lei n\u00ba 8.177/1991, oportunidade em que o governo do ent\u00e3o presidente Collor pretendeu substituir a s\u00e9rie de indexadores tradicionais (ORTN, OTN e BTN), que eram vinculados \u00e0 varia\u00e7\u00e3o dos n\u00edveis gerais de pre\u00e7os, pela Taxa Referencial, de natureza financeira.\nSubsiste ainda hoje perplexidade em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 natureza jur\u00eddica da TR, at\u00e9 por conta da pr\u00f3pria inconsist\u00eancia da lei que a criou, que ora a trata como taxa de juros (art. 39), ora como indexador (art.18).\nTaxas de juros objetivam promover a remunera\u00e7\u00e3o do capital. S\u00e3o calculadas por quem disponibiliza o capital em benef\u00edcio de outra pessoa, f\u00eds ica ou jur\u00eddica, para que empregue para satisfa\u00e7\u00e3o de determinada necessidade, na expectativa de lucro. J\u00e1 os indexadores podem ser entendidos como \u00edndices calculados a partir da varia\u00e7\u00e3o de pre\u00e7os de mercado em determinado per\u00edodo. O seu objetivo est\u00e1 na corre\u00e7\u00e3o dos efeitos inflacion\u00e1rios, quando se comparam valores monet\u00e1rios em diferentes \u00e9pocas.\nQuando o Supremo Tribunal Federal enfrentou o tema da natureza da TR no julgamento da ADI 493-0/DF1, assentou:\nA Taxa Referencial (TR) n\u00e3o \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, pois, refletindo as varia\u00e7\u00f5es do custo prim\u00e1rio da capta\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos a prazo fixo, n\u00e3o constitui \u00edndice que reflita a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda.\nEm contraposi\u00e7\u00e3o a esta conclus\u00e3o inserta no voto vencedor, os Ministros vencidos Celso de Mello, Marco Aur\u00e9lio e Ilmar Galv\u00e3o entenderam que a estrutura de c\u00e1lculo da taxa referencial n\u00e3o era suficiente para impedir sua utiliza\u00e7\u00e3o como par\u00e2metro de indexa\u00e7\u00e3o da economia.\nAo final, contudo, sacramentou a Corte Suprema o entendimento segundo o qual a TR possu\u00eda natureza de taxa de juros e declarou inconstitucional o art. 18 da Lei n\u00ba 8.177/1991, cujo texto original estabelecia que os saldos devedores e as presta\u00e7\u00f5es integran tes do Sistema Financeiro de Habita\u00e7\u00e3o - SFH passariam a ser atualizados pela taxa aplic\u00e1vel \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica dos Dep\u00f3sitos de Poupan\u00e7a. Esta a ementa do julgado:\n1 (STF - ADI: 493 DF , Relator: Min. MOREIRA ALVES, Data de Julgamento: 25/06/1992, TRIBUNAL PLENO, Data de Publica\u00e7\u00e3o: DJ 04-09-1992 PP-14089 EMENT VOL-01674-02 PP-00260 RTJ VOL-00143-03 PP-00724)\n5\n\n\fA\u00e7\u00e3o direta de inconstitucionalidade - Se a lei alcan\u00e7ar os efeitos futuros de contratos celebrados anteriormente a ela, ser\u00e1 essa lei retroativa (retroatividade m\u00ednima) porque vai interferir na causa, que e um ato ou fato ocorrido no passado. - O disposto no artigo 5, XXXVI, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal se aplica a toda e qualquer lei infraconstitucional, sem qualquer distin\u00e7\u00e3o entre lei de direito p\u00fablico e lei de direito privado, ou entre lei de ordem p\u00fablica e lei dispositiva. Precedente do S.T.F.. - Ocorr\u00eancia, no caso, de viola\u00e7\u00e3o de direito adquirido. A taxa referencial (TR) n\u00e3o \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, pois, refletindo as varia\u00e7\u00f5es do custo prim\u00e1rio da capta\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos a prazo fixo, n\u00e3o constitui \u00edndice que reflita a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda. Por isso, n\u00e3o h\u00e1 necessidade de se examinar a quest\u00e3o de saber se as normas que alteram \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria se aplicam imediatamente, alcan\u00e7ando, pois, as presta\u00e7\u00f5es futuras de contratos celebrados no passado, sem violarem o disposto no artigo 5, XXXVI, da Carta Magna. - Tamb\u00e9m ofendem o ato jur\u00eddico perfeito os dispositivos impugnados que alteram o crit\u00e9rio de reajuste das presta\u00e7\u00f5es nos contratos j\u00e1 celebrados pelo sistema do Plano de Equival\u00eancia Salarial por Categoria Profissional (PES/CP). A\u00e7\u00e3o direta de inconstitucionalidade julgada procedente, para declarar a inconstitucionalidade dos artigos 18, \"caput\" e par\u00e1grafos 1 e 4; 20; 21 e paragrafo \u00fanico; 23 e par\u00e1grafos; e 24 e par\u00e1grafos, todos da Lei n. 8.177, de 1 de maio de 1991. (ADI 493 \u2013 Relator: Min. Moreira Alves \u2013 Julgado em 25/06/1992 \u2013 DJ 04/09/1992, pp. 14089).\nPor algum tempo at\u00e9 mesmo o STJ rejeitou a TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o\nmonet\u00e1ria, tanto para a poupan\u00e7a quanto para o SFH, do que s\u00e3o exemplos: Resp 40777/GO,\nResp 140839/BA, Resp 209466/BA.\nPosteriormente, em releitura do voto do Ministro Moreira Alves do STF,\nmudou de entendimento e passou a adotar a constitucionalidade da T R como \u00edndice de\ncorre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria (Resp 752879/DF).\nEm rela\u00e7\u00e3o ao FGTS h\u00e1 at\u00e9 s\u00famula do STJ sobre a aplica\u00e7\u00e3o da TR como\n\u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria (S\u00famula n\u00ba 459).\nMas vale repisar: a aplica\u00e7\u00e3o de \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria se presta a\nrecuperar o poder de compra do valor emprestado. Este poder de compra \u00e9 diretamente\ninfluenciado por um processo inflacion\u00e1rio. O STJ reconhece a influ\u00eancia da infla\u00e7\u00e3o e da\ndefla\u00e7\u00e3o na composi\u00e7\u00e3o do \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria:\nPREVIDENCI\u00c1RIO E ECON\u00d4MICO. T\u00cdTULO EXECUTIVO JUDICIAL. DETERMINA\u00c7\u00c3O DE CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA PELO IGP-M. \u00cdNDICES DE DEFLA\u00c7\u00c3O. APLICABILIDADE. OFENSA AO PRINC\u00cdPIO DA IRREDUTIBILIDADE DOS VENCIMENTOS. N\u00c3O OCORR\u00caNCIA. PRESERVA\u00c7\u00c3O DO VALOR NOMINAL DA OBRIGA\u00c7\u00c3O. PRECEDENTES. 1. \"A corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria nada mais \u00e9 do que um mecanismo de manuten\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda, n\u00e3o devendo representar, consequentemente, por si s\u00f3, nem um plus nem um minus em sua subst\u00e2ncia. Corrigir o valor nominal da obriga\u00e7\u00e3o representa, portanto, manter, no tempo, o seu poder de compra original, alterado pelas\n6\n\n\foscila\u00e7\u00f5es inflacion\u00e1rias positivas e negativas ocorridas no per\u00edodo. Atualizar a obriga\u00e7\u00e3o levando em conta apenas oscila\u00e7\u00f5es positivas importaria distorcer a realidade econ\u00f4mica produzindo um resultado que n\u00e3o representa a simples manuten\u00e7\u00e3o do primitivo poder aquisitivo, mas um indevido acr\u00e9scimo no valor real. Nessa linha, estabelece o Manual de Orienta\u00e7\u00e3o de Procedimento de C\u00e1lculos aprovado pelo Conselho da Justi\u00e7a Federal que, n\u00e3o havendo decis\u00e3o judicial em contr\u00e1rio, \"os \u00edndices negativos de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria (defla\u00e7\u00e3o) ser\u00e3o considerados no c\u00e1lculo de atualiza\u00e7\u00e3o\", com a ressalva de que, se, no c\u00e1lculo final, 'a atualiza\u00e7\u00e3o implicar redu\u00e7\u00e3o do principal, deve prevalecer o valor nominal'\" (Corte Especial, REsp 1.265.580/RS, Rel. Min. TEORI ALBINO ZAVASCKI, Dje 18/4/12). 2. No precedente da Corte Especial, mencionado na decis\u00e3o agravada, ficou expressamente consignado que se, na atualiza\u00e7\u00e3o da d\u00edvida, houver redu\u00e7\u00e3o do principal, deve prevalecer o valor nominal, em respeito ao princ\u00edpio da irredutibilidade de vencimentos, previsto nos arts. 7\u00ba, VI e 37, XV, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal. 3. A compreens\u00e3o no sentido de que n\u00e3o h\u00e1 viola\u00e7\u00e3o ao princ\u00edpio da irredutibilidade dos vencimentos, quando preservado o valor nominal da obriga\u00e7\u00e3o, encontra respaldo na jurisprud\u00eancia do STF e do STJ. 4. Agravo regimental improvido. (AgRg nos EREsp 1252558/RS, Rel. Ministro S\u00e9rgio Kukina, 1\u00aa Se\u00e7\u00e3o, julgado em 13/03/2013)\nEm contraste com a linha tra\u00e7ada pelo STJ, o STF voltou recentemente \u00e0\nan\u00e1lise da TR como fator de corre\u00e7\u00e3o e, uma vez mais, reafirmou o que j\u00e1 houvera\nsedimentado quando da ADI 493-0/DF. No julgamento pelo Plen\u00e1rio do Supremo Tribunal\nFederal das quatro A\u00e7\u00f5es Diretas de Inconstitucionalidade (ADI\u2019s 4357, 4372, 4 400 e 4425)\nque tinham por objeto a Emenda Constitucional n\u00ba 62/2009, que criou o regime especial de\npagamento de precat\u00f3rios, se l\u00ea do voto do relator, Ministro Ayres Britto:\n\u201cCom efeito, neste ponto de intelec\u00e7\u00e3o das coisas, nota-se que a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria se caracteriza, operacionalmente, pela citada aptid\u00e3o para manter um equil\u00edbrio econ\u00f4mico-financeiro entre sujeitos jur\u00eddicos. E falar de equil\u00edbrio econ\u00f4mico-financeiro entre partes jur\u00eddicas \u00e9, simplesmente, manter as respectivas pretens\u00f5es ou os respectivos interesses no estado em que primitivamente se encontravam. Pois n\u00e3o se trata de favorecer ou beneficiar ningu\u00e9m\u2026\u201d2 (g.n.).\nE citando a ADI 493-0/DF, que reconheceu que a TR \u201c\u2026n\u00e3o reflete a perda\ndo poder aquisitivo da moeda\u2026\u201d, finaliza o ministro:\n\u201cO que se conclui, portanto, \u00e9 que o \u00a7 12 do art. 100 da Constitui\u00e7\u00e3o acabou por artificializar o conceito de atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. Conceito que est\u00e1 ontologicamente associado \u00e0 manuten\u00e7\u00e3o do valor real da moeda. Valor real que s\u00f3 se mant\u00e9m pela aplica\u00e7\u00e3o de \u00edndice que reflita a desvaloriza\u00e7\u00e3o dessa moeda em determinado per\u00edodo. Ora, se a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos valores inscritos em precat\u00f3rio deixa de corresponder \u00e0 perda do poder aquisitivo da moeda, o direito reconhecido pela senten\u00e7a judicial transitada em julgado ser\u00e1 satisfeito de forma excessiva ou, de rev\u00e9s, deficit\u00e1ria. Em ambas as hip\u00f3teses, com enriquecimento il\u00edcito de uma das partes da rela\u00e7\u00e3o jur\u00eddica. E n\u00e3o \u00e9 dif\u00edcil constatar que a parte prejudicada, no caso, ser\u00e1, quase que invariavelmente, o credor da Fazenda P\u00fablica. Basta ver\n2 Voto do relator, pp. 15/16.\n7\n\n\fque, nos \u00faltimos quinze anos (1996 a 2010), enquanto a TR (taxa de remunera\u00e7\u00e3o da poupan\u00e7a) foi 55,77%, a infla\u00e7\u00e3o foi de 97,85%, de acordo com o IPCA\u201d3.\nTamb\u00e9m o Ministro Luiz Fux, que sucedeu o Ministro Ayres Britto na relatoria do ac\u00f3rd\u00e3o das ADIS\u2019s destacadas, assentou:\n\n\u201cAssim, o \u00edndice oficial de remunera\u00e7\u00e3o da caderneta de poupan\u00e7a [TR] n\u00e3o \u00e9 crit\u00e9rio adequado para refletir o fen\u00f4meno inflacion\u00e1rio. (...). Deixar de atualizar valores pecuni\u00e1rios ou atualiz\u00e1-los segundo crit\u00e9rios evidentemente incapazes de capturar o fen\u00f4meno inflacion\u00e1rio representa aniquilar o direito de propriedade em seu n\u00facleo essencial\u201d. \u2013 grifamos e destacamos.\nOs excertos destacados permitem vislumbrar a postura da Corte\nConstitucional sobre a utiliza\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o.\n\nN\u00e3o se pode esquecer que a cultura da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria est\u00e1 arraigada ao nosso sistema econ\u00f4mico de tal forma que o C\u00f3digo Civil traz diversos dispositivos garantindo-a. E este breve retrospecto da evolu\u00e7\u00e3o legal e jurisprudencial da aplica\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u00e9 necess\u00e1rio para servir de intro du\u00e7\u00e3o ao n\u00facleo da argumenta\u00e7\u00e3o delineada nesta a\u00e7\u00e3o.\n\nHoje no Pa\u00eds existem dois tipos de \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. \u00cdndices que refletem a infla\u00e7\u00e3o e, portanto, recuperam o poder de compra do valor aplicado, como o IPCA e o INPC, e um \u00edndice inconstitucional que n\u00e3o reflete a infla\u00e7\u00e3o e, consequentemente, n\u00e3o recupera o poder de compra do valor aplicado: a Taxa Referencial \u2013 TR.\n\nHistoricamente \u00e9 preciso lembrar que a Taxa Referencial nunca foi igual \u00e0 infla\u00e7\u00e3o. Nem em tempos de hiperinfla\u00e7\u00e3o, nem no curto per\u00edodo de defla\u00e7\u00e3o. Todavia, os \u00edndices da TR, do INPC e do IPCA sempre andaram pr\u00f3ximos. Em outras palavras, imperava a razoabilidade nos \u00edndices da TR para que pudessem atingir a finalidade de corre\u00e7\u00e3o do valor do capital.\n\nANO 1991 1992 1993 1994 1995 1996\n\nTR 335,51% 1.156,22% 2.474,73% 951,19% 31,6207% 9,5551%\n\nINPC 475,11% 1.149,05% 2.489,11% 929,32% 21,98% 9,125%\n\nIPCA 472,69% 1.119,09% 2.477,15% 916,43% 22,41%\n9,56%\n\n3 Voto do relator, p. 18.\n8\n\n\fO panorama come\u00e7a a mudar, entretanto, a partir de 1999, quando a TR se distancia expressivamente do INPC e do IPCA, ao ponto de hoje a infla\u00e7\u00e3o superar 6% ao ano e a TR ser igual a ZERO ou quase. Logo, ela n\u00e3o se presta para o fim de manter o poder aquisitivo dos dep\u00f3sitos do FGTS, que s\u00e3o um patrim\u00f4nio do trabalhador.\nAo contr\u00e1rio de outros investimentos, o FGTS n\u00e3o \u00e9 um fundo de livre disposi\u00e7\u00e3o por parte do trabalhador, que n\u00e3o pode decidir por si mesmo quais as aplica\u00e7\u00f5es que lhe s\u00e3o mais convenientes ou rent\u00e1veis. O trabalhador tem que se submeter a pol\u00edticas econ\u00f4micas e sociais que lhe s\u00e3o altamente prejudiciais.\nDestaque-se que a pr\u00f3pria lei do FGTS diz em seu art. 2\u00ba que \u00e9 garantida a aplica\u00e7\u00e3o de atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e juros aos saldos das contas vinculadas. Quando a TR \u00e9 igual a ZERO este dispositivo \u00e9 descumprido. Quando a TR \u00e9 m\u00ednima e totalmente desproporcional em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 infla\u00e7\u00e3o, este dispositivo tamb\u00e9m \u00e9 descumprido. E em ambos os casos o patrim\u00f4nio do trabalhador \u00e9 vilipendiado, diminu\u00eddo, subtra\u00eddo, por quem tem o dever legal de administr\u00e1-lo.\nConsiderando que a rela\u00e7\u00e3o jur\u00eddica entre os trabalhadores e a Caixa \u00e9 de direito pessoal, o art. 2334 do C\u00f3digo Civil se torna inafast\u00e1vel na medida em que determina que a obriga\u00e7\u00e3o de dar coisa certa abrange os acess\u00f3rios, ainda que n\u00e3o mencionados. Ora, acess\u00f3rios de dinheiro s\u00e3o os juros e a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria.\n2.3 \u2013 Monet\u00e1ria da Taxa Referencial\nIndependentemente da discuss\u00e3o sobre sua natureza jur\u00eddica, conv\u00e9m adotar como pressuposto inicial, para desconstitu\u00ed-la, a tese assentada pela jurisprud\u00eancia, com destaque para as decis\u00f5es do STJ, que apontam a TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria.\nTanto o art. 1\u00ba da Lei n\u00ba 8.177/1991 quanto o art. 5\u00ba da Lei n\u00ba 10.192/2001 (que convolou a MP 1.053/1995) atribu\u00edram ao Banco Central a regulamenta\u00e7\u00e3o da metodologia de c\u00e1lculo da TR, conforme crit\u00e9rio estabelecido na lei e a expedi\u00e7\u00e3o das instru\u00e7\u00f5es necess\u00e1rias ao cumprimento do artigo que criou a TBF.\n4 Art. 233. A obriga\u00e7\u00e3o de dar coisa certa abrange os acess\u00f3rios dela embora n\u00e3o mencionados, salvo se o contr\u00e1rio resultar do t\u00edtulo ou das circunst\u00e2ncias do caso.\n9\n\n\fLei n\u00ba 8.177/1991:\nArt. 1\u00b0 O Banco Central do Brasil divulgar\u00e1 Taxa Referencial (TR), calculada a partir da remunera\u00e7\u00e3o mensal m\u00e9dia l\u00edquida de impostos, dos dep\u00f3sitos a prazo fixo captados nos bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos m\u00faltiplos com carteira comercial ou de investimentos, caixas econ\u00f4micas, ou dos t\u00edtulos p\u00fablicos federais, estaduais e municipais, de acordo com metodologia a ser aprovada pelo Conselho Monet\u00e1rio Nacional, no prazo de sessenta dias, e enviada ao conhecimento do Senado Federal.\nArt. 5o Fica institu\u00edda Taxa B\u00e1sica Financeira - TBF, para ser utilizada exclusivamente como base de remunera\u00e7\u00e3o de opera\u00e7\u00f5es realizadas no mercado financeiro, de prazo de dura\u00e7\u00e3o igual ou superior a sessenta dias.\nPar\u00e1grafo \u00fanico. O Conselho Monet\u00e1rio Nacional expedir\u00e1 as instru\u00e7\u00f5es necess\u00e1rias ao cumprimento do disposto neste artigo, podendo, inclusive, ampliar o prazo m\u00ednimo previsto no caput.\nCom o objetivo de regulamentar a TR o Banco Central/CMN vem ao longo\ndos anos criando e reinventando f\u00f3rmulas para encontr\u00e1-la. Pelo menos desde a Resolu\u00e7\u00e3o n\u00ba\n2.075/1994 h\u00e1 f\u00f3rmulas para encontrar a TR. Todavia, \u00e9 com a institui\u00e7\u00e3o da Taxa B\u00e1sica\nFinanceira, pela Medida Provis\u00f3ria n\u00ba 1.053/1995, que a f\u00f3rmula de c\u00e1lculo sofre uma\nexpressiva reviravolta.\nDesde a Resolu\u00e7\u00e3o n\u00ba 2.437/1997 a TR \u00e9 calculada levando em conta a Taxa\nB\u00e1sica Financeira e um Redutor.\nA Resolu\u00e7\u00e3o n\u00ba 3.354/2006, hoje vigente sobre o assunto, diz: Art. 1\u00ba Estabelecer que, para fins de c\u00e1lculo da Taxa B\u00e1sica Financeira TBF e da Taxa Referencial - TR, de que tratam os arts. 1\u00ba da Lei 8.177, de 1\u00ba de mar\u00e7o de 1991, 1\u00ba da Lei 8.660, de 28 de maio de 1993, e 5\u00ba da Lei 10.192, de 14 de fevereiro de 2001, deve ser constitu\u00edda amostra das 30 maiores institui\u00e7\u00f5es financeiras do Pa\u00eds, assim consideradas em fun\u00e7\u00e3o do volume de capta\u00e7\u00e3o efetuado por meio de certificados e recibos de dep\u00f3sito banc\u00e1rio (CDB/RDB), com prazo de 30 a 35 dias corridos, inclusive, e remunerados a taxas prefixadas, entre bancos m\u00faltiplos, bancos comerciais, bancos de investimento e caixas econ\u00f4micas. Art. 2\u00ba A TBF e a TR s\u00e3o calculadas a partir da remunera\u00e7\u00e3o mensal m\u00e9dia dos CDB/RDB emitidos a taxas de mercado prefixadas, com prazo de 30 a 35 dias corridos, inclusive, com base em informa\u00e7\u00f5es prestadas pelas institui\u00e7\u00f5es integrantes da amostra de que trata o art. 1\u00ba, na forma a ser determinada pelo Banco Central do Brasil. Art. 4\u00ba Para cada dia do m\u00eas - dia de refer\u00eancia -, o Banco Central do Brasil deve calcular a TBF, para o per\u00edodo de um m\u00eas, com in\u00edcio no pr\u00f3prio dia de refer\u00eancia e t\u00e9rmino no dia correspondente ao dia de refer\u00eancia no m\u00eas seguinte, considerada a hip\u00f3tese prevista no \u00a7 2\u00ba, inciso IV. Art. 5\u00ba Para cada TBF obtida, segundo a metodologia descrita no art. 4\u00ba, deve ser calculada a correspondente TR, pela aplica\u00e7\u00e3o de um redutor \"R\", de acordo com a seguinte f\u00f3rmula: TR = max {0,100 {[ (1 + TBF/100) / R ] - 1}} (em %).\n\u00a7 1\u00ba O valor do redutor 'R' deve ser calculado para todos os dias, inclusive n\u00e3o-\u00fateis, de acordo com a seguinte f\u00f3rmula: R = (a + b . TBF/100), onde:\n10\n\n\fTBF = TBF relativa ao dia de refer\u00eancia; a = 1,005; b = valor determinado de acordo com a tabela abaixo, em fun\u00e7\u00e3o da TBF obtida, segundo a metodologia descrita no art. 4\u00ba, em termos percentuais ao ano: TBF (% a.a.) b TBF maior que 16 0,48 TBF menor ou igual a 16 e maior que 15 0,44 TBF menor ou igual a 15 e maior que 14 0,40 TBF menor ou igual a 14 e maior que 13 0,36 TBF menor ou igual a 13 e maior ou igual a 11 0,32 \u00a7 2\u00ba Fica o Banco Central do Brasil autorizado a determinar o valor do par\u00e2metro \"b\" no caso de a TBF obtida ser inferior a 11% a.a. (onze por cento ao ano).\nO peculiar nesta determina\u00e7\u00e3o do Banco Central/CMN, que de resto se repete desde 1997, \u00e9 que a TBF e a TR s\u00e3o exatamente iguais em sua g\u00eanese, at\u00e9 o momento em que se determina a aplica\u00e7\u00e3o de um redutor \u00e0 TBF para se chegar \u00e0 TR.\nN\u00e3o h\u00e1 na lei da TR previs\u00e3o de aplica\u00e7\u00e3o de redutor, assim como tamb\u00e9m n\u00e3o h\u00e1 na lei que criou a TBF. Todavia, \u00e9 contradit\u00f3rio o fato de que diante de um comando aberto como o do art. 5\u00ba da MP 1.503/1995 (Lei n\u00ba 10.192/2001), o Banco Central/CMN, com amplos poderes para regulamentar o assunto, n\u00e3o tenha institu\u00eddo um redutor, mas o tenha feito ao regulamentar o art. 1\u00ba da Lei n\u00ba 8.177/1991, que n\u00e3o era t\u00e3o flex\u00edvel.\nUma compara\u00e7\u00e3o entre os percentuais da TR, INPC e IPCA, desde 1997, deixa evidente a perda do poder de compra dos dep\u00f3sitos nas contas vinculadas do FGTS, especialmente a partir de 19995.\n\nANO 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013\n\nTR 9,7849% 7,7938% 5,7295% 2,0962% 2,2852% 2,8023% 4,6485% 1,8184% 2,8335% 2,0377% 1,4452% 1,6348% 0,7090% 0,6887% 1,2079% 0,2897% 0,1910%\n\n5 Fonte: Portal Brasil (http://www.portalbrasil.net).\n\nINPC 4,34% 2,49 8,43% 5,27% 9,44% 14,74% 10,38% 6,13% 5,05% 2,81% 5,15% 6,48% 4,11% 6,46% 6,07% 6,17% 5,56%\n\nIPCA 5,22% 1,65 8,94% 5,97% 7,67% 12,53% 9,30% 7,60% 5,69% 3,14% 4,46% 5,90% 4,31% 5,91% 6,50% 5,84% 5,91%\n11\n\n\f2014 (at\u00e9 Fevereiro)\n\n0,1930%\n\n1,27%\n\n1,24%\n\nDever destacar a nota t\u00e9cnica divulgada pelo DIEESE (Nota T\u00e9cnica n\u00ba 125, de junho de 2013)6 que constata:\nQuando se compara a evolu\u00e7\u00e3o da TR, da TR acrescida de 3% e do INPC, entre 1995 e 2012, constata-se que a remunera\u00e7\u00e3o das contas do FGTS s\u00f3 n\u00e3o fica abaixo da infla\u00e7\u00e3o por conta do acr\u00e9scimo do percentual de 3% a t\u00edtulo de capitaliza\u00e7\u00e3o. Entretanto, ap\u00f3s 1999, quando o INPC passa a superar a TR, a diferen\u00e7a cumulativa entre as taxas cresceu tanto que, mesmo considerando o acr\u00e9scimo dos juros capitalizados, a corre\u00e7\u00e3o acumulada das contas vinculadas torna-se inferior \u00e0 infla\u00e7\u00e3o acumulada em igual per\u00edodo. (g.n.)\nConforme dito anteriormente o trabalhador aplica compulsoriamente seu dinheiro no FGTS e n\u00e3o pode retir\u00e1-lo para outro investimento. Recebe apenas uma remunera\u00e7\u00e3o de 0,247% a t\u00edtulo de juros e nada mais. N\u00e3o h\u00e1 corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria nem Taxa Referencial (que \u00e9 0% ou muito pr\u00f3xima de zero), em gritante vilip\u00eandio ao art. 2\u00ba da Lei n\u00ba 8.036/1990, que imp\u00f5e a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos valores depositados pelo empregador.\nAinda que se argumente que a aplica\u00e7\u00e3o do Redutor pelo Banco Central/CMN \u00e9 legal, a redu\u00e7\u00e3o da TR a ZERO em um cen\u00e1rio de infla\u00e7\u00e3o superior a 5% ou 6% ao ano configura ataque \u00e0 concep\u00e7\u00e3o do precitado ao art. 2\u00ba da Lei n\u00ba 8.036/1990, claro ao determinar a atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, bem como ao art. 233 do Diploma Civil , na medida em que ignora os acess\u00f3rios da obriga\u00e7\u00e3o de dar.\nImpende, por\u00e9m, revisitar o entendimento jurisprudencial sobre a TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, mormente a partir da institui\u00e7\u00e3o de um Redutor que tem por efeito zer\u00e1-la num ambiente de infla\u00e7\u00e3o.\nO quadro comparativo mostra que a TR n\u00e3o se presta como atualizador monet\u00e1rio do FGTS, pelo menos desde janeiro de 1999. No momento em que o Banco Central/CMN estabeleceu um redutor para a TR, ela deixou de ser um \u00edndice confi\u00e1vel para atualizar monetariamente as contas do fundo porque se afasta dos \u00edndices de infla\u00e7\u00e3o, com sens\u00edvel redu\u00e7\u00e3o ano a ano.\nCorrigir monetariamente o capital \u00e9 mant\u00ea-lo com poder de compra, finalidade distante de ser alcan\u00e7ada pela TR. H\u00e1 n\u00edtida expropria\u00e7\u00e3o do patrim\u00f4nio do\n6 DIEESE. O FGTS e a TR. S\u00e3o Paulo, 2013 (Nota t\u00e9cnica, 125). Dispon\u00edvel em . Acesso em 18/07/2013.\n12\n\n\ftrabalhador no instante em que lhe \u00e9 negada uma h\u00edgida atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. Cabe, pois, ao Judici\u00e1rio p\u00e1trio a nobre tarefa de fazer cessar este esbulho iniciado em 1999 e materializado nas constantes redu\u00e7\u00f5es da TR em rela\u00e7\u00e3o aos \u00edndices de infla\u00e7\u00e3o , culminando na sua completa nulidade desde setembro de 2012.\nO STF, no julgamento da ADI 493-0/DF, asseverou que a TR n\u00e3o constitu\u00eda \u00edndice que refletia a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda, caracter\u00edstica que o transcorrer dos anos s\u00f3 fez confirmar. A sua aplica\u00e7\u00e3o \u2013 ou n\u00e3o aplica\u00e7\u00e3o quando chega a ZERO \u2013 diminui e destr\u00f3i o patrim\u00f4nio do trabalhador, de modo que h\u00e1 anos ele n\u00e3o tem ganho real em sua aplica\u00e7\u00e3o no fundo, sen\u00e3o todo o contr\u00e1rio: faz tempo que aufere rendimentos inferiores \u00e0 infla\u00e7\u00e3o, mesmo levando em conta a ins\u00edpida remunera\u00e7\u00e3o dos juros de 3% ao ano.\nO que torna a TR um \u00edndice inid\u00f4neo \u00e9 a intensa inger\u00eancia do Banco Central/CMN na sua formula\u00e7\u00e3o, notadamente pela faculdade que lhe \u00e9 conferida de determinar o valor do redutor.\nComo visto, quando a TBF (Taxa B\u00e1sica Financeira \u2013 SELIC) for inferior a 11%, a vari\u00e1vel \u201cb\u201d ser\u00e1 determinada pelo Banco Central/CMN, sem crit\u00e9rio t\u00e9cnico conhecido. A\u00ed est\u00e1 o quid, posto que \u00e9 esta discricionariedade, estipulada desde da Resolu\u00e7\u00e3o n\u00ba 2.809/2000 e reproduzida nas posteriores, que afetou o c\u00e1lculo do Redutor da TR e, consequentemente, a conduziu de modo paulatino a ZERO.\nPugnar pelo rec\u00e1lculo da TR tampouco se mostraria uma solu\u00e7\u00e3o, vez que uma nova f\u00f3rmula estaria igualmente sob a discricionariedade do BACEN. Basta avaliar a sucess\u00e3o de resolu\u00e7\u00f5es do \u00f3rg\u00e3o sobre o assunto, que sempre mantiveram em suas m\u00e3os o poder de interferir na aferi\u00e7\u00e3o da TR.\nN\u00e3o h\u00e1 d\u00favida que a TR n\u00e3o tem o cond\u00e3o de suprir as perdas monet\u00e1rias dos dep\u00f3sitos do FGTS, ainda mais depois do que foi narrado at\u00e9 aqui. Outro caminho n\u00e3o existe se n\u00e3o o de adotar um novo \u00edndice que de fato corrija e mantenha o poder de compra desses dep\u00f3sitos.\n2.4 \u2013 Da Inconstitucionalidade da Taxa Referencial\nAs linhas precedentes evidenciam a inconstitucionalidade da TR, ao menos quando empregada como \u00edndice de atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria.\nComo bem apontado pelo Ministro Luiz Fux no julgamento das ADI\u2019s 4425\n13\n\n\fe 4357, a atualiza\u00e7\u00e3o de valores a partir de \u00edndices incapazes de refletir a infla\u00e7\u00e3o aniqu ila o direito de propriedade em seu n\u00facleo essencial. \u00c9 ineg\u00e1vel, portanto, que os efeitos concretos da aplica\u00e7\u00e3o da TR ao fundo caracterizam ofensa aos direitos e princ\u00edpios constitucionais:\n- de propriedade (art. 5\u00ba, caput, CF); - do fundamento da justi\u00e7a (art. 3\u00ba, I, CF); - do desenvolvimento econ\u00f4mico (art. 3\u00ba, II, CF); - da erradica\u00e7\u00e3o da pobreza (art. 3\u00ba, III, CF); - dos direitos sociais do trabalho (com destaque para os artigos 6\u00ba e 7\u00ba, III, CF).\nInobstante tais pondera\u00e7\u00f5es, por si s\u00f3 de alt\u00edssima relev\u00e2ncia, a aplica\u00e7\u00e3o da TR \u00e0s contas fundi\u00e1rias significa ainda afronta ao princ\u00edpio da ordem econ\u00f4mica, representado pela valoriza\u00e7\u00e3o do trabalho e pela previs\u00e3o de reajuste monet\u00e1rio pelo valor real (aplicado por analogia \u00e0 previs\u00e3o do art. 184, CF).\nEm recente decis\u00e3o exarada em caso id\u00eantico ao dos autos, consignou o ilustre Juiz Federal Diego Viegas V\u00e9ras, do Juizado Federal de Foz do Igua\u00e7u/PR:\n\u201cTem-se, em resumo, que a Lei n\u00ba 8.036/90, lei espec\u00edfica do FGTS, determina que ao saldo de suas contas deve ser obrigatoriamente aplicado \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. N\u00e3o sendo a Taxa Referencial (TR), \u00edndice disposto pela Lei 8.177/91, h\u00e1bil a atualizar monetariamente tais saldos, e estando tal \u00edndice em lei n\u00e3o espec\u00edfica do FGTS, entende-se que como inconstitucional a utiliza\u00e7\u00e3o da TR para tal fim, subsistindo a necessidade de aplicar-se \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria que reflita a infla\u00e7\u00e3o do per\u00edodo, tal como prev\u00ea a Lei n\u00ba 8.036/90\u201d. (Processo n\u00ba 5009533-35.2013.404.7002/PR \u2013 Juizado Especial C\u00edvel de Foz do Igua\u00e7u/PR - Julgado em 15/01/2014) \u2013 grifamos.\nInsofism\u00e1vel, assim, a necessidade de repelir a TR como \u00edndice de atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria.\n2.5 \u2013 \u00cdndices Reais de Corre\u00e7\u00e3o Monet\u00e1ria\nA lei de introdu\u00e7\u00e3o ao C\u00f3digo Civil estabelece em seu art. 5\u00ba que na aplica\u00e7\u00e3o da lei o juiz atender\u00e1 aos fins sociais a que ela se destina e \u00e0s exig\u00eancias do bem comum.\nA lei do FTGS tem um fim social indiscut\u00edvel: proteger o trabalhador e constituir um patrim\u00f4nio que lhe sirva de arrimo em v\u00e1rias situa\u00e7\u00f5es da vida. Assim, reconhecer a necessidade de efetiva corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, com reposi\u00e7\u00e3o dos \u00edndices inflacion\u00e1rios de forma a garantir o poder de compra daquele dinheiro, implica em atender ao objetivo social desenhado na lei do fundo. Cabe \u00e0 Caixa tal proceder.\nVisto que a TR n\u00e3o reflete a corros\u00e3o do poder de compra dos dep\u00f3sitos e\n14\n\n\fn\u00e3o rep\u00f5e as perdas monet\u00e1rias havidas, urge substitu\u00ed-la por um \u00edndice que o fa\u00e7a.\nUma resposta poss\u00edvel, at\u00e9 por quest\u00e3o de equidade, est\u00e1 na ado\u00e7\u00e3o do mesmo \u00edndice utilizado para a corre\u00e7\u00e3o do sal\u00e1rio dos trabalhadores e benef\u00edcios previdenci\u00e1rios, previsto na Lei n\u00ba 12.382/2011:\nArt. 2o Ficam estabelecidas as diretrizes para a pol\u00edtica de valoriza\u00e7\u00e3o do sal\u00e1rio m\u00ednimo a vigorar entre 2012 e 2015, inclusive, a serem aplicadas em 1o de janeiro do respectivo ano.\n\u00a7 1o Os reajustes para a preserva\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo do sal\u00e1rio m\u00ednimo corresponder\u00e3o \u00e0 varia\u00e7\u00e3o do \u00cdndice Nacional de Pre\u00e7os ao Consumidor - INPC, calculado e divulgado pela Funda\u00e7\u00e3o Instituto Brasileiro de Geografia e Estat\u00edstica - IBGE, acumulada nos doze meses anteriores ao m\u00eas do reajuste.\nOra, se o sal\u00e1rio m\u00ednimo \u00e9 corrigido monetariamente pelo INPC, por que o FGTS, que \u00e9 um sal\u00e1rio indireto do trabalhador, n\u00e3o o \u00e9?\nOutra alternativa, n\u00e3o menos v\u00e1lida e oficial, \u00e9 o emprego do IPCA divulgado mensalmente pelo IBGE. A este respeito, basta lembrar que a Lei de Diretrizes Or\u00e7ament\u00e1rias de 2014 (Lei n\u00ba 12.919/2013) previu em seu art. 27 a utiliza\u00e7\u00e3o deste \u00edndic e (IPCA-E) para a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos precat\u00f3rios, em substitui\u00e7\u00e3o \u00e0 TR.\nOs dois \u00edndices mostram-se id\u00f4neos para preservar o poder aquisitivo das contas fundi\u00e1rias. Ali\u00e1s, a necessidade de preservar o poder aquisitivo \u00e9 uma constante em todas as transa\u00e7\u00f5es financeiras e s\u00f3 se aperfei\u00e7oa quando o par\u00e2metro elegido rep\u00f5e efetivamente as perdas inflacion\u00e1rias. Esses \u00edndices (INPC/IPCA) s\u00e3o, portanto, mais adequados para a manuten\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo dos valores ingressados nas contas vinculadas do FGTS.\nA pretens\u00e3o deduzida \u00e9 tema j\u00e1 enfrentado e superado pela jurisprud\u00eancia:\nEMBARGOS \u00c0 EXECU\u00c7\u00c3O FISCAL. CR\u00c9DITO TRIBUT\u00c1RIOPREVIDENCI\u00c1RIO. CONTRIBUI\u00c7\u00d5ES PREVIDENCI\u00c1RIAS. COTA PATRONAL. ROL DE EMPREGADOS AUSENTE. NULIDADE DO LAN\u00c7AMENTO INOCORRENTE. ATUALIZA\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA. SUBSTITUI\u00c7\u00c3O DA TR PELO IPC/INPC. ADMISSIBILIDADE. 1. Na cobran\u00e7a de contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria - cota patronal - n\u00e3o se exige a identifica\u00e7\u00e3o, como se sujeitos passivos fossem, dos empregados do efetivo contribuinte (o empregador). 2. \u00c9 perfeitamente poss\u00edvel a substitui\u00e7\u00e3o da TR pelo IPC/INPC, para fins de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. Precedentes. (TRF-3 \u2013 Turma A - Apela\u00e7\u00e3o/Reexame necess\u00e1rio n\u00ba 120166822.1996.4.03.6112/SP - Relator: Juiz Convocado Paulo Conrado \u2013 Julgado em: 19/08/2011).\n15\n\n\fA indica\u00e7\u00e3o de \u00edndice oficial n\u00e3o sobrepuja a compet\u00eancia jurisdicional, pelo contr\u00e1rio, \u00e9 seu dever, sendo-lhe imposta tal atitude na busca da melhor e mais justa entrega da presta\u00e7\u00e3o jurisdicional. A aus\u00eancia de previs\u00e3o legislativa para a substitui\u00e7\u00e3o da TR n\u00e3o impede que por exerc\u00edcio jurisprudencial outra seja aplicada em raz\u00e3o de a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria representar mera e justa atualiza\u00e7\u00e3o da moeda corro\u00edda pelo tormentoso processo inflacion\u00e1rio, nada acrescendo ao principal. (STJ - EDcl no REsp 1103227/RJ - Primeira Turma \u2013 Relator: Min. Luiz Fux - DJe 04/02/2010).\nDemais disso, o pleito de substitui\u00e7\u00e3o da TR nasce a partir da constata\u00e7\u00e3o hist\u00f3rica da sua completa incapacidade para funcionar como fator de atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. N\u00e3o se quer simplesmente encontrar o \u00edndice mais adequado \u00e0 pretens\u00e3o do cidad\u00e3o. Na realidade, o que se busca \u00e9 uma forma de atender aos ditames da Lei n\u00ba 8.036/1990, que expressamente prev\u00ea a corre\u00e7\u00e3o das contas vinculadas - inexistente, como visto, com a manuten\u00e7\u00e3o da TR.\nN\u00e3o se pede a cria\u00e7\u00e3o e institui\u00e7\u00e3o de um novo \u00edndice, mas apenas a aplica\u00e7\u00e3o de um que atenda aos ditames legais. A pr\u00f3pria lei do fundo \u00e9 aberta, pois n\u00e3o prev\u00ea expressamente nenhum fator espec\u00edfico de atualiza\u00e7\u00e3o, em que pese a nota remissiva estipulada no art. 13 que, vale lembrar, \u00e9 parte de um todo que h\u00e1 de ser interpretado de forma sist\u00eamica e teleol\u00f3gica \u2013 todo este que, aten\u00e7\u00e3o, tem como norte garantir a prote\u00e7\u00e3o das contas vinculadas por interm\u00e9dio da manten\u00e7a do valor real de seus saldos.\nSaliente-se novamente a coer\u00eancia constante na decis\u00e3o do Juiz Federal Diego Viegas V\u00e9ras, plasmada em senten\u00e7a exarada em id\u00eantico caso:\n\u201cN\u00e3o se pode discutir, portanto, que \u00e9 legal a aplica\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o dos saldos do FGTS. De fato, h\u00e1 lei vigente que prev\u00ea tal aplica\u00e7\u00e3o. No entanto, h\u00e1 que se analisar, de fato, se a legalidade \u00e9 capaz de afastar o fato de que o \u00edndice previsto na norma n\u00e3o \u00e9 capaz de 'corrigir monetariamente' o saldo dos dep\u00f3sitos de FGTS, como expressamente previsto na Lei 8.036/90, nos seus artigos 2\u00ba e 13: (...)\u201d. (Processo n\u00ba 5009533-35.2013.404.7002/PR \u2013 Juizado Especial C\u00edvel de Foz do Igua\u00e7u/PR - Julgado em 15/01/2014) \u2013 grifamos.\nImperativo, nesse diapas\u00e3o, que as contas vinculadas ao FGTS, em garantia do direito constitucional de propriedade e em obedi\u00eancia \u00e0 pr\u00f3pria lei instituidora, recebam efetiva e real corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u2013 o que n\u00e3o existe, como analisado, com a manuten\u00e7\u00e3o da Taxa Referencial.\n2.6 Das Diferen\u00e7as Devidas \u2013 Demonstrativo de D\u00e9bito\nConsiderando os saldos existentes nas contas vinculadas de Fundo de Garantia do autor, bem como a utiliza\u00e7\u00e3o do INPC como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria nos\n16\n\n\ftermo da fundamenta\u00e7\u00e3o retro, a Caixa Econ\u00f4mica Federal deixou de creditar o montante de R$202,56 (duzentos e dois reais e cinquenta e seis centavos), vide demonstrativo de d\u00e9bito anexo.\nRessalve-se, contudo, que o autor pleiteia a aplica\u00e7\u00e3o do \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria que mais seja adequado \u00e0 manuten\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda, devendo ser aplicado o INPC ou qualquer outro \u00edndice que reponha as perdas inflacion\u00e1rias do trabalhador a ser apurado no decorrer da demanda, com espeque nos arts. 2\u00ba e 13\u00ba da Lei 8.036/1990.\n3. DOS PEDIDOS\nEm face de todo o exposto, REQUER de Vossa Excel\u00eancia:\n1. CONHECER do presente feito, determinando as dilig\u00eancias compat\u00edveis, bem como a intima\u00e7\u00e3o das pessoas referidas em Lei;\n2. A CITA\u00c7\u00c3O da CAIXA ECON\u00d4MICA FEDERAL, na pessoa de seu representante legal, para querendo, apresente defesa, nos termos do artigo 334 do Novo C\u00f3digo de Processo Civil;\n3. Com fulcro no artigo 319, VII do NCPC e pelos fatos elencados o Autor dispensa a designa\u00e7\u00e3o de audi\u00eancia de concilia\u00e7\u00e3o;\n4. A INTIMA\u00c7\u00c3O da CAIXA ECON\u00d4MICA FEDERAL para que JUNTE aos autos, com fulcro no art. 396 e art. 438, inciso II do NCPC, eventuais documentos de que disponham e que se prestem para o esclarecimento da presente causa;\n5. Ao final, com ou sem contesta\u00e7\u00e3o, seja julgada TOTALMENTE PROCEDENTE a presente a\u00e7\u00e3o para declarar o direito do (a) autor(a) em ter seus dep\u00f3sitos vinculados ao FGTS corrigidos monetariamente por \u00edndice que reflita efetivamente a infla\u00e7\u00e3o apurada, garantindo, assim, a recupera\u00e7\u00e3o de seu poder aquisitivo em respeito ao direito de propriedade (art. 5\u00ba, caput, CF), que goza de prote\u00e7\u00e3o constitucional, condenando a CAIXA ECON\u00d4MICA FEDERAL:\n5.1 A PAGAR, a seu favor, o valor correspondente \u00e0s diferen\u00e7as de FGTS em raz\u00e3o da aplica\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria pelo INPC, ou qualquer outro \u00edndice que reponha as perdas inflacion\u00e1rias do trabalhador nas contas do FGTS a ser apurado no decorrer da demanda, desde janeiro de 1999, tanto nos meses em que a Taxa Referencial foi zero bem como nos meses em que foi menor que a infla\u00e7\u00e3o do per\u00edodo, nas parcelas vencidas e\n17\n\n\fvincendas, acrescidas de juros e corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria;\n5.2 A PAGAR o montante das diferen\u00e7as ora pleiteadas diretamente \u00e0 parte autora, sucessivamente \u00e0 deposit\u00e1-lo nas contas vinculadas;\n5.3 Considerando eventual levantamento dos valores referentes aos saldos de Fundo de Garantia, ainda que parcial, requer a expedi\u00e7\u00e3o de alvar\u00e1 em nome da Procuradora do autor;\n6. A mais ampla PRODU\u00c7\u00c3O de provas admitidas em Direito, reservandose, por\u00e9m, no direito de especific\u00e1-las, oportuna e motivadamente, naquelas que entenderem necess\u00e1rias;\n7. Seja a CAIXA ECON\u00d4MICA FEDERAL condenada ao pagamento das custas processuais e honor\u00e1rios advocat\u00edcios na ordem de 20% sobre o valor da causa, corrigido e atualizado at\u00e9 a \u00e9poca do efetivo pagamento nos termos do \u00a72\u00ba do artigo 85 do NCPC;\n8. A concess\u00e3o dos benef\u00edcios da GRATUIDADE DA JUSTI\u00c7A, nos termos do art. 5\u00ba, LXXIV da CF, da Lei 1060/50 e artigo 98 do Novo C\u00f3digo Processo Civil, por se tratar a parte autora de pessoa pobre na mais l\u00eddima acep\u00e7\u00e3o jur\u00eddica do termo, n\u00e3o possuindo meios suficientes para custear eventuais despesas processuais e/ou verbas de sucu mb\u00eancia sem o imediato preju\u00edzo do pr\u00f3prio sustento e de seus familiares.\nEnfim, atribui-se \u00e0 causa o valor R$202,56 (duzentos e dois reais e cinquenta e seis centavos).\nTermos em que pede deferimento. Londrina/PR, 4 de agosto de 2016.\n\nMARLY APARECIDA PEREIRA FAGUNDES OAB/PR 16.716 OAB/SP 239.614\nOAB/MS 10.261-A\n\nRODRIGO FAGUNDES NOCETI OAB/PR 59.803\n\n18\n\n\fDOCUMENTOS B\u00c1SICOS -Procura\u00e7\u00e3o; -C\u00f3pia de CNH; -Comprovante de Resid\u00eancia; -Declara\u00e7\u00e3o de Hipossufici\u00eancia/ requerimento de assist\u00eancia judici\u00e1ria gratuita; -Demonstrativo de D\u00e9bito; -Extratos Anal\u00edticos.\n19\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 5 (C\u00edvel) - IdDocumentoCompleto: 5041002-71.2014.4.04.7000-701402662774021560060000000031", "text": "M2_2014\nEXCELENTISSIMO SENHOR JUIZ FEDERAL DA __ VARA FEDERAL DA SUBSE\u00c7\u00c3O JUDICI\u00c1RIA DE CURITIBA - SE\u00c7\u00c3O JUDICI\u00c1RIA DO PARAN\u00c1.\nPROCEDIMENTO DO JUIZADO ESPECIAL FEDERAL JUSTI\u00c7A GRATUITA\nANTONIO DA SILVA, brasileiro, casado, padeiro, portador da CI/RG n\u00ba 6.330.473-5 SSP/PR, inscrito no CPF/MF sob o n\u00ba 939.263.679-20, residente e domiciliado na Rua Cabo Corn\u00e9lio de Souza, 58, Bairro Uberaba, CEP 81590-400, munic\u00edpio de Curitiba/PR, vem, por seu procurador judicial ao final firmado, com escrit\u00f3rio profissional na Rua Mal. Deodoro, n\u00ba. 630, 13\u00ba andar, cj. 1.302, Ed. It\u00e1lia, CEP 80010-912, Centro, Fone/Fax (41) 3323-9160, no munic\u00edpio de Curitiba, Estado do Paran\u00e1, local onde recebe cita\u00e7\u00f5es, intima\u00e7\u00f5es e notifica\u00e7\u00f5es, propor a presente\nA\u00c7\u00c3O DE COBRAN\u00c7A\ncontra CAIXA ECON\u00d4MICA FEDERAL, institui\u00e7\u00e3o financeira sob a forma de empresa p\u00fablica, podendo ser citada na pessoa do seu representante legal no Estado do Paran\u00e1, Capital. pelas raz\u00f5es de fato e de direito que passa a expor:\nCURITIBA: Rua Mal. Deodoro, 630 \u2013 Ed. Shopping It\u00e1lia \u2013 13\u00ba andar \u2013 Conjunto 1302 \u2013 Telefax: (41) 3323-9160 LONDRINA: Rua Pernambuco, 269 \u2013 Ed. Centro Metropolitano \u2013 19\u00ba andar \u2013 Sala 1901 \u2013 Telefax: (43) 3345-3820\n\n\f1. DA PRESCRI\u00c7\u00c3O:\n\nA prescri\u00e7\u00e3o aplic\u00e1vel ao pleito de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria do FGTS \u00e9 trinten\u00e1ria, nos termos da S\u00famula 210 do STJ:\n\u201cA a\u00e7\u00e3o de cobran\u00e7a das contribui\u00e7\u00f5es para o FGTS prescreve em (30) trinta anos\u201d.\nAssim, as parcelas pleiteadas nesta a\u00e7\u00e3o n\u00e3o est\u00e3o prescritas.\n\n2. DO FGTS:\n\nO Fundo de Garantia do Tempo de Servi\u00e7o (FGTS), atualmente\n\nregulado pela Lei n\u00ba 8.036/90 e pelo Decreto 99.684/90, constitui um conjunto de recursos\n\ncaptados do setor privado (empresas em geral) e administrados pela Caixa Econ\u00f4mica\n\nFederal com a finalidade principal de amparar os trabalhadores em algumas hip\u00f3teses de\n\nencerramento da rela\u00e7\u00e3o de emprego, em situa\u00e7\u00f5es de doen\u00e7as graves e at\u00e9 em momentos de\n\ncat\u00e1strofes\n\nnaturais,\n\nsendo\n\ntamb\u00e9m\n\ndestinado\n\na\n\ninvestimentos\n\nem habita\u00e7\u00e3o, saneamento e infraestrutura.\n\n\u00c9 constitu\u00eddo por valores depositados pelas empresas em nome de seus empregados e possibilita que o trabalhador forme um patrim\u00f4nio. Este valor \u00e9 vinculado \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o percebida pelo empregado, no importe de 8% sobre a remunera\u00e7\u00e3o total percebida no m\u00eas de refer\u00eancia.\n\nAs principais fontes de recursos do FGTS s\u00e3o os dep\u00f3sitos mensais dos empregadores nas contas vinculadas dos trabalhadores, abertas na Caixa Econ\u00f4mica Federal.\n\nDesde a primeira legisla\u00e7\u00e3o, houve a preocupa\u00e7\u00e3o de assegurar \u00e0s contas vinculadas a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, o que se v\u00ea j\u00e1 no art. 3\u00b0da Lei 5.107/66, fato incomum na \u00e9poca \u2014 quando ainda n\u00e3o havia generaliza\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, como ocorreu nas d\u00e9cadas seguintes. Isso se deve ao fato de que o FGTS foi criado para ser um fundo de longo prazo, cujos saques eram limitados a poucas hip\u00f3teses, pelo que a recomposi\u00e7\u00e3o das perdas inflacion\u00e1rias tornava-se imperativa, pois os benefici\u00e1rios poderiam demorar anos ou d\u00e9cadas at\u00e9 poderem sacar seus recursos e, se n\u00e3o houvesse recomposi\u00e7\u00e3o das perdas inflacion\u00e1rias, os valores depositados poderiam se tornar ex\u00edguos.\n\nNessa \u00e9poca, portanto, o FGTS tinha tr\u00edplice fun\u00e7\u00e3o: 1) pec\u00falio opcional do empregado formado por contribui\u00e7\u00f5es do empregador; 2) seguro-desemprego substitutivo da estabilidade prevista na CLT, t\u00edtulo IV, cap\u00edtulos V e VII; e 3) indeniza\u00e7\u00e3o pela despedida arbitr\u00e1ria.\n\n2 DC\n\n\fCom a Constitui\u00e7\u00e3o Federal de 1988 o FGTS passou a ser um pec\u00falio obrigat\u00f3rio, sendo de importante distin\u00e7\u00e3o em rela\u00e7\u00e3o a outros pec\u00falios privados e poupan\u00e7as/aplica\u00e7\u00f5es realizadas no mercado financeiro o fato do FGTS n\u00e3o ter portabilidade.\n\nA Lei n\u00ba 8.036/90, nos artigos 2\u00ba e 13, estabeleceu a obrigatoriedade de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e de remunera\u00e7\u00e3o atrav\u00e9s de juros dos dep\u00f3sitos efetuados nas contas vinculadas do FGTS.\n\nO par\u00e2metro fixado para a atualiza\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos dos saldos dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a e consequentemente dos dep\u00f3sitos do FGTS \u00e9 a Taxa Referencial \u2013 TR, conforme prescrevem os arts. 12[3] e 17[4] da Lei n\u00ba 8.177/1991, alterada Lei n\u00ba 12.703, de 07 de agosto de 2012.\n\nSobressai do artigo 1\u00ba da Lei n\u00ba 8.177/91 que a TR ser\u00e1 calculada \u201ca partir da remunera\u00e7\u00e3o mensal m\u00e9dia l\u00edquida de impostos, dos dep\u00f3sitos a prazo fixo captados nos bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos m\u00faltiplos com carteira comercial ou de investimentos, caixas econ\u00f4micas, ou dos t\u00edtulos p\u00fablicos federais, estaduais e municipais, de acordo com metodologia a ser aprovada pelo Conselho Monet\u00e1rio Nacional, no prazo de sessenta dias, e enviada ao conhecimento do Senado Federal.\u201d\n\nPara regulamentar a metodologia de c\u00e1lculo, o Banco Central- Conselho Monet\u00e1rio Nacional (CMN) estipulou algumas diretrizes, sendo que atualmente sobre a mat\u00e9ria est\u00e1 vigente sob a forma da Resolu\u00e7\u00e3o n\u00ba 3.354, de 31 de mar\u00e7o de 2006.\n\nAssim, o FGTS \u00e9 gerido e administrado a partir das normas e diretrizes do Conselho Curador e os recursos fundi\u00e1rios, e, por expressa previs\u00e3o legislativa, s\u00e3o utilizados para financiar investimentos sociais nas \u00e1reas de habita\u00e7\u00e3o, saneamento e infraestrutura urbana (artigo 9\u00ba, \u00a7\u00a72\u00ba e 3\u00ba, da Lei 8.036/90).\n\nda Lei:\n\nQuanto \u00e0 forma de remunera\u00e7\u00e3o do fundo, esta est\u00e1 prevista no artigo 13\n\nArt. 13. Os dep\u00f3sitos efetuados nas contas vinculadas ser\u00e3o corrigidos monetariamente com base nos par\u00e2metros fixados para atualiza\u00e7\u00e3o dos saldos dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a e capitaliza\u00e7\u00e3o juros de (tr\u00eas) por cento ao ano.\n\n[3] Art. 12. Em cada per\u00edodo de rendimento, os dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a ser\u00e3o remunerados: I- Como remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica, por taxa correspondente \u00e0 acumula\u00e7\u00e3o das TRD, no per\u00edodo transcorrido entre o dia do \u00faltimo cr\u00e9dito de rendimento, inclusive, e o dia do cr\u00e9dito de rendimento, exclusive; II- como remunera\u00e7\u00e3o adicional, por juros de: (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n\u00ba 12.703, de 2012): 0,5% (cinto d\u00e9cimos por cento) ao m\u00eas, enquanto a meta da taxa Selic ao ano, definida pelo Banco Central do Brasil, for superior a 8,5% (oito inteiros e cinco d\u00e9cimos por cento); ou (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n. 12.703 de 2012); 70% (setenta por cento) da meta da taxa Selic ao ano, definida pelo Banco Central do Brasil, mensalizada, vigente na data de inicio do per\u00edodo de rendimento, nos demais casos. (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n\u00ba 12.703. de 2012).\n[4] Art.17. A partir de fevereiro de 1991, os saldos das contas do Fundo de Garantia por Tempo de Servi\u00e7o (FGTS) passam a ser remunerados pela taxa aplic\u00e1vel \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a com data de anivers\u00e1rio no dia 1\u00ba, observada a periodicidade mensal para remunera\u00e7\u00e3o. Par\u00e1grafo \u00fanico. As taxas de juros previstas na legisla\u00e7\u00e3o em vigor do FGTS s\u00e3o mantidas e consideras como adicionais \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o prevista neste artigo.\n\n3 DC\n\n\fOs par\u00e2metros de atualiza\u00e7\u00e3o dos saldos da poupan\u00e7a, por sua vez, encontram-se previstos no artigo 12 da Lei n\u00ba 8.177/91, que disp\u00f5e:\nArt. 12. Em cada per\u00edodo de rendimento, os dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a ser\u00e3o remunerados: I - como remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica, por taxa correspondente \u00e0 acumula\u00e7\u00e3o das TRD, no per\u00edodo transcorrido entre o dia do \u00faltimo cr\u00e9dito de rendimento, inclusive, e o dia do cr\u00e9dito de rendimento, exclusive;\nNesta mesma Lei, est\u00e3o definidos os par\u00e2metros para fixa\u00e7\u00e3o da Taxa Referencial (TR) e da Taxa Refer\u00eancia Di\u00e1ria (TRD), nos seguintes termos:\nArt. 1\u00b0 O Banco Central do Brasil divulgar\u00e1 Taxa Referencial (TR), calculada a partir da remunera\u00e7\u00e3o mensal m\u00e9dia l\u00edquida de impostos, dos dep\u00f3sitos a prazo fixo captados nos bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos m\u00faltiplos com carteira comercial ou de investimentos, caixas econ\u00f4micas, ou dos t\u00edtulos p\u00fablicos federais, estaduais e municipais, de acordo com metodologia a ser aprovada pelo Conselho Monet\u00e1rio Nacional, no prazo de sessenta dias, e enviada ao conhecimento do Senado Federal. (...) \u00a7 3\u00b0 Enquanto n\u00e3o aprovada a metodologia de c\u00e1lculo de que trata este artigo, o Banco Central do Brasil fixar\u00e1 a TR.\nArt. 2\u00b0 O Banco Central do Brasil divulgar\u00e1, para cada dia \u00fatil, a Taxa Referencial Di\u00e1ria (TRD), correspondendo seu valor di\u00e1rio \u00e0 distribui\u00e7\u00e3o pro rata dia da TR fixada para o m\u00eas corrente. \u00a7 1\u00b0 Enquanto n\u00e3o divulgada a TR relativa ao m\u00eas corrente, o valor da TRD ser\u00e1 fixado pelo Banco Central do Brasil com base em estimativa daquela taxa. \u00a7 2\u00b0 Divulgada a TR, a fixa\u00e7\u00e3o da TRD nos dias \u00fateis restantes do m\u00eas deve ser realizada de forma tal que a TRD acumulada entre o 1\u00b0 dia \u00fatil do m\u00eas e o 1\u00b0 dia \u00fatil do m\u00eas subseq\u00fcente seja igual \u00e0 TR do m\u00eas corrente.\nAl\u00e9m de dispor que a TR seria o \u00edndice utilizado para corre\u00e7\u00e3o da poupan\u00e7a, a Lei n\u00ba 8.177/91 tamb\u00e9m disp\u00f4s que tal taxa seria aplicada para fins de corre\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos do FGTS, conforme previsto no seu art. 17:\nArtigo 17 - A partir de fevereiro de 1991, os saldos das contas do Fundo de Garantia por Tempo de Servi\u00e7o (FGTS) passam a ser remunerados pela taxa aplic\u00e1vel \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a com data de anivers\u00e1rio no dia 1\u00b0, observada a periodicidade mensal para remunera\u00e7\u00e3o. Par\u00e1grafo \u00fanico. As taxas de juros previstas na legisla\u00e7\u00e3o em vigor do fgts s\u00e3o mantidas e consideradas como adicionais \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o prevista neste artigo.\nConforme se depreendo da leitura do artigo acima, ficou determinado que aos saldos das contas do FGTS fosse aplicada a taxa aplic\u00e1vel aos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a, ou seja, a TR, mantidas as taxas de juros previstas na legisla\u00e7\u00e3o pr\u00f3pria do FGTS, qual seja, a taxa de 3% de juros anuais, conforme j\u00e1 supra exposto.\nDe fato, h\u00e1 lei vigente que prev\u00ea a aplica\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o dos saldos do FGTS. No entanto, h\u00e1 que se analisar, de fato, se a legalidade \u00e9 capaz de afastar o fato de que o \u00edndice previsto na norma n\u00e3o \u00e9 capaz de 'corrigir monetariamente' o\n4 DC\n\n\fsaldo dos dep\u00f3sitos de FGTS, como expressamente previsto na Lei 8.036/90, nos seus artigos 2\u00ba e 13:\n\nArt. 2\u00ba O FGTS \u00e9 constitu\u00eddo pelos saldos das contas vinculadas a que se refere esta lei e outros recursos a ele incorporados, devendo ser aplicados com atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e juros, de modo a assegurar a cobertura de suas obriga\u00e7\u00f5es. (...) omissis. Art. 13. Os dep\u00f3sitos efetuados nas contas vinculadas ser\u00e3o corrigidos monetariamente com base nos par\u00e2metros fixados para atualiza\u00e7\u00e3o dos saldos dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a e capitaliza\u00e7\u00e3o juros de (tr\u00eas) por cento ao ano. - grifou-se.\nA Lei, portanto, disp\u00f5e que o fundo dever\u00e1 ser corrigido monetariamente e a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria n\u00e3o representa qualquer acr\u00e9scimo, mas simples recomposi\u00e7\u00e3o do valor da moeda corro\u00eddo pelo processo inflacion\u00e1rio (STJ, REsp n\u00ba 1.191.868, 2\u00aa Turma, Rel. Min. Eliana Calmon, j. 15/06/2010 e p. 22/06/2010).\n\nAssim, pelas disposi\u00e7\u00f5es acima, tem-se que a corre\u00e7\u00e3o mensal dos dep\u00f3sitos do FGTS atualmente compreende a aplica\u00e7\u00e3o de duas taxas \u2013 a primeira, realiza a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos dep\u00f3sitos nas contas vinculadas, atrav\u00e9s da aplica\u00e7\u00e3o da Taxa Referencial \u2013TR, que deveria refletir a atualiza\u00e7\u00e3o do valor monet\u00e1rio, vigente desde 1991; a segunda trata da valoriza\u00e7\u00e3o do saldo do FGTS por meio da capitaliza\u00e7\u00e3o de juros \u00e0 taxa de 3% ao ano.\n\nEm anos j\u00e1 passados, a Taxa Referencial (TR) foi \u00edndice capaz de refletir a infla\u00e7\u00e3o ocorrida na economia brasileira por um per\u00edodo de tempo, durante o qual n\u00e3o havia quaisquer raz\u00f5es para se opor a sua aplica\u00e7\u00e3o. N\u00e3o \u00e9, contudo, a realidade desde janeiro de 1999, a partir de quando o \u00edndice deixou de espelhar a desvaloriza\u00e7\u00e3o da moeda.\n\nOu seja, a aplica\u00e7\u00e3o da TR n\u00e3o reflete mais a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, vez que destoante completamente dos \u00edndices oficiais de infla\u00e7\u00e3o. A t\u00edtulo de exemplo parcial, nos meses de setembro, outubro e novembro de 2009, janeiro e fevereiro de 2010, fevereiro e junho de 2012 e de setembro de 2012 em diante, a TR tem sido completamente anulada, como se n\u00e3o existisse qualquer infla\u00e7\u00e3o no per\u00edodo pass\u00edvel de corre\u00e7\u00e3o.\n\nA senten\u00e7a proferida em 15/01/2014 pelo Ju\u00edzo Substituto da 2\u00aa VF de Foz do Igua\u00e7u nos autos de Procedimento Comum do Juizado Especial C\u00edvel n\u00ba 500953335.2013.404.7002/PR realiza o comparativo dos \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, abaixo copiados, e concluiu pela despropor\u00e7\u00e3o:\n\n\u201cPor reputar oportuno, comparem-se os \u00edndices mensais da TR, do IPCA-E e do INPC, a partir de 01/01/1999 at\u00e9 31/12/2013, respectivamente:\n\nTR: 1999 2000 2001 2002\n\n0,5163 0,2149 0,1369 0,2591\n\n0,8298 0,2328 0,0368 0,1171\n\n1,1614 0,2242 0,1724 0,1758\n\n0,6092 0,1301 0,1546 0,2357\n\n0,5761 0,2492 0,1827 0,2102\n\n0,3108 0,2140 0,1458 0,1582\n\n0,2933 0,1547 0,2441 0,2656\n\n0,2945 0,2025 0,3436 0,2481\n\n0,2715 0,1038 0,1627 0,1955\n\n0,2265 0,1316 0,2913 0,2768\n\n0,1998 0,1197 0,1928 0,2644\n\n0,2998 0,0991 0,1983 0,3609\n\n5,7295 2,0962 2,2852 2,8023\n\n5 DC\n\n\f2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013\n\n0,4878 0,1280 0,1880 0,2326 0,2189 0,1010 0,1840 0,0000 0,0715 0,0864 0,0000\n\n0,4116 0,0458 0,0962 0,0725 0,0721 0,0243 0,0451 0,0000 0,0524 0,0000 0,0000\n\n0,3782 0,1778 0,2635 0,2073 0,1876 0,0409 0,1438 0,0792 0,1212 0,1068 0,0000\n\n0,4184 0,0874 0,2003 0,0855 0,1272 0,0955 0,0454 0,0000 0,0369 0,0227 0,0000\n\n0,4650 0,1546 0,2527 0,1888 0,1689 0,0736 0,0449 0,0510 0,1570 0,0468 0,0000\n\n0,4166 0,1761 0,2993 0,1937 0,0954 0,1146 0,0656 0,0589 0,1114 0,0000 0,0000\n\n0,5465 0,1952 0,2575 0,1751 0,1469 0,1914 0,1051 0,1151 0,1229 0,0144 0,0209\n\n0,4038 0,2005 0,3466 0,2436 0,1466 0,1574 0,0197 0,0909 0,2076 0,0123 0,0000\n\n0,3364 0,1728 0,2637 0,1521 0,0352 0,1970 0,0000 0,0702 0,1003 0,0000 0,0079\n\n0,3213 0,1108 0,2100 0,1875 0,1142 0,2506 0,0000 0,0472 0,0620 0,0000 0,0920\n\n0,1776 0,1146 0,1929 0,1282 0,0590 0,1618 0,0000 0,0336 0,0645 0,0000 0,0207\n\n0,1899 0,2400 0,2269 0,1522 0,0640 0,2149 0,0533 0,1406 0,0937 0,0000 0,0494\n\n4,6485 1,8184 2,8335 2,0377 1,4452 1,6348 0,7090 0,6887 1,2079 0,2897 0,1910\n\nIPCA-E: 1999 0,68 0,64 1,22 2,56 2000 0,65 0,34 0,09 1,08 2001 0,63 0,50 0,36 1,49 2002 0,62 0,44 0,40 1,46 2003 1,98 2,19 1,14 5,40 2004 0,68 0,90 0,40 1,99 2005 0,68 0,74 0,35 1,78 2006 0,51 0,52 0,37 1,40 2007 0,52 0,46 0,41 1,39 2008 0,70 0,64 0,23 1,57 2009 0,40 0,63 0,11 1,14 2010 0,52 0,94 0,55 2,02 2011 0,76 0,97 0,60 2,34 2012 0,65 0,53 0,25 1,43 2013 0,88 0,68 0,49 2,06\n\n0,78 0,51 -0,02 1,27 0,47 0,09 0,08 0,64 0,50 0,49 0,38 1,37 0,78 0,42 0,33 1,53 1,14 0,85 0,22 2,22 0,21 0,54 0,56 1,32 0,74 0,83 0,12 1,69 0,17 0,27 -0,15 0,29 0,22 0,26 0,29 0,77 0,59 0,56 0,90 2,06 0,36 0,59 0,38 1,33 0,48 0,63 0,19 1,30 0,77 0,70 0,23 1,70 0,43 0,51 0,18 1,12 0,51 0,46 0,38 1,35\n\n0,79 0,81 0,47 2,08 0,78 1,99 0,45 3,24 0,94 1,18 0,38 2,51 0,77 1,00 0,62 2,40 -0,18 0,27 0,57 0,66 0,93 0,79 0,49 2,22 0,11 0,28 0,16 0,55 -0,02 0,19 0,05 0,22 0,24 0,42 0,29 0,95 0,63 0,35 0,26 1,24 0,22 0,23 0,19 0,64 -0,09 -0,05 0,31 0,17 0,10 0,27 0,53 0,90 0,33 0,39 0,48 1,20 0,07 0,16 0,27 0,50\n\n0,80 0,99 0,91 2,72 0,18 0,17 0,60 0,95 0,37 0,99 0,55 1,92 0,90 2,08 3,05 6,14 0,66 0,17 0,46 1,29 0,32 0,63 0,84 1,80 0,56 0,78 0,38 1,73 0,29 0,37 0,35 1,01 0,24 0,23 0,70 1,17 0,30 0,49 0,29 1,08 0,18 0,44 0,38 1,00 0,62 0,86 0,69 2,18 0,42 0,46 0,56 1,44 0,65 0,54 0,69 1,89 0,48 0,57 0,75 1,81\n\n8,92% 6,03% 7,51% 11,98% 9,86% 7,53% 5,87% 2,95% 4,36% 6,10% 4,18% 5,79% 6,55% 5,77% 5,84%\n\nINPC:\n\n1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013\n\n0,65 1,29 1,28 0,47 0,058 0,61 0,05 0,13 0,09 -0,05 0,77 0,49 0,48 0,84 0,57 1,07 0,31 0,62 0,68 0,09 2,47 1,46 1,37 1,38 0,99 0,83 0,39 0,57 0,41 0,40 0,57 0,44 0,73 0,91 0,70 0,38 0,23 0,27 0,12 0,13 0,49 0,42 0,44 0,26 0,26 0,69 0,48 0,51 0,64 0,96 0,64 0,31 020 0,55 0,60 0,88 0,70 0,71 0,73 0,43 0,94 0,54 0,66 0,72 0,57 0,51 0,39 0,18 0,64 0,55 0,92 0,52 0,60 0,59 0,35\n\n0,07 0,30 0,60 0,61 -0,06 0,50 -0,11 -0,07 0,31 0,91 0,42 -0,11 0,22 0,26 0,28\n\n0,74 1,39 1,11 1,15 0,04 0,73 0,03 0,11 0,32 0,58 0,23 -0,07 0,00 0,43 -0,13\n\n0,55 1,21 0,79 0,86 0,18 0,50 0,00 -0,02 0,59 0,21 0,08 -0,07 0,42 0,45 0,16\n\n0,39 0,96 0,94 0,74 8,43% 0,43 0,16 0,29 0,55 5,27% 0,44 0,94 1,29 0,74 9,44% 0,83 1,57 3,39 2,70 14,74% 0,82 0,39 0,37 0,54 10,38% 0,17 0,17 0,44 0,86 6,13% 0,15 0,58 0,54 0,40 5,05% 0,16 0,43 0,42 0,62 2,81% 0,25 0,30 0,43 0,97 5,15% 0,15 0,50 0,38 0,29 6,48% 0,16 0,24 0,37 0,24 4,11% 0,54 0,92 1,03 0,60 6,46% 0,45 0,32 0,57 0,51 6,07% 0,63 0,71 0,54 0,74 6,19% 0,27 0,61 0,54 0,72 5,56%\n\nPois bem. Verificada a desigualdade/despropor\u00e7\u00e3o entre a TR e de outra banda, o IPCA-E e o INPC, passa-se a analisar a real fun\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria em cotejo com o princ\u00edpio constitucional do direito \u00e0 propriedade (art. 5\u00ba, XXII, da Carta Magna).\u201d\n\n6 DC\n\n\fPor este motivo, a parte autora ingressa com a presente a\u00e7\u00e3o judicial com a finalidade de rever o \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria aplic\u00e1vel aos dep\u00f3sitos feitos nas contas de FGTS.\n3. DO M\u00c9RITO:\n3.1. Corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria.\nA Lei n\u00ba 4.357, de 1964 criou o primeiro indexador da Economia Brasileira \u2013 a ORTN (Obriga\u00e7\u00e3o Reajust\u00e1vel do Tesouro Nacional), determinando uma obriga\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria cuja fun\u00e7\u00e3o era fazer variar a moeda nacional, segundo a perda de seus respectivos poderes aquisitivos.\nDesde esta data, v\u00e1rios \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria foram criados, at\u00e9 a entrada em vigor da Medida Provis\u00f3ria n. 294, de 31 de janeiro de 1991, que se transformou na Lei 8.177, de 1\u00ba de mar\u00e7o de 1991. Nesta oportunidade o Governo Collor pretendeu substituir a s\u00e9rie de indexadores tradicionais da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria brasileira (ORTN, OTN E BTN), que eram vinculados \u00e0 varia\u00e7\u00e3o dos n\u00edveis gerais de pre\u00e7os, pela Taxa Referencial, que tinha natureza financeira.\nOu seja, A Taxa Referencial foi criada atrav\u00e9s da Lei n\u00ba. 8.177, de 31/03/1991 \u2013 o afamado Plano Collor II \u2013 e tinha como objetivo inicial estabelecer regras para a desindexa\u00e7\u00e3o da economia.\nAlternativamente a estes indexadores que foram substitu\u00eddos (BTN,MVR), o Banco Central (Bacen) passou a ter a incumb\u00eancia de divulgar a Taxa Referencial sendo o seu c\u00e1lculo referenciado na \u201c...remunera\u00e7\u00e3o mensal m\u00e9dia l\u00edquida de impostos, dos dep\u00f3sitos a prazo fixo captados nos bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos m\u00faltiplos com carteira comercial ou de investimentos, caixas econ\u00f4micas, ou dos t\u00edtulos p\u00fablicos federais, estaduais e municipais, de acordo com metodologia a ser aprovada pelo Conselho Monet\u00e1rio Nacional, no prazo de 60 dias, e enviada ao conhecimento do Senado Federal.\u201d\nA Resolu\u00e7\u00e3o n\u00ba 1.805, de 27 de mar\u00e7o de 1991, trouxe a figura do Redutor arbitrado pelo BACEN, a ser aplicado no c\u00e1lculo para determina\u00e7\u00e3o da TR, inicialmente fixado a 2,0%.\nAinda hoje permanece a perplexidade em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 natureza jur\u00eddica da TR, at\u00e9 por conta da pr\u00f3pria inconsist\u00eancia da lei que a criou, que ora a trata como taxa de juros (art. 39) ora como indexador (art.18).\nTaxas de juros objetivam promover a remunera\u00e7\u00e3o do capital. S\u00e3o calculadas por quem disponibiliza o capital em ben\u00e9fico de outra pessoa, f\u00edsica ou jur\u00eddica, para que empregue para satisfa\u00e7\u00e3o de determinada necessidade, na expectativa de lucro.\n7 DC\n\n\fJ\u00e1 os indexadores s\u00e3o os \u00edndices calculados a partir da varia\u00e7\u00e3o de pre\u00e7os de mercado em determinado per\u00edodo. Sua finalidade est\u00e1 na corre\u00e7\u00e3o dos efeitos inflacion\u00e1rios, quando se compara valores monet\u00e1rios em diferentes \u00e9pocas.\n\nNo entanto, tem-se que os dep\u00f3sitos do FGTS n\u00e3o est\u00e3o sendo corrigidos monetariamente quando da aplica\u00e7\u00e3o da TR, pois esta n\u00e3o reflete a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda!\n\nJ\u00e1 foi objeto de an\u00e1lise do Supremo Tribunal Federal a natureza da TR, restando decidido no voto vencedor da ADI 493-0/DF que: \u201cA Taxa Referencial (TR) n\u00e3o \u00e9 \u00edndice\nde corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, pois, refletindo as varia\u00e7\u00f5es do custo prim\u00e1rio da capta\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos a prazo fixo, n\u00e3o constitui \u00edndice que reflita a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda.\u201d N\u00e3o obstante, os Ministros vencidos Celso de Mello, Marco Aur\u00e9lio e Ilmar Galv\u00e3o entenderam que a estrutura de c\u00e1lculo da taxa referencial n\u00e3o era suficiente para impedir sua atualiza\u00e7\u00e3o como par\u00e2metro de indexa\u00e7\u00e3o da economia.\n\nMesmo assim, naquela oportunidade, o STF entendeu que a TR possu\u00eda natureza de taxa de juros e declarou inconstitucional o art.18 da Lei n\u00ba 8.177/91, cujo texto original estabelecia que os saldos devedores e as presta\u00e7\u00f5es dos contratos integrantes do SFH, passariam a ser atualizados pela taxa aplic\u00e1vel \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica dos Dep\u00f3sitos de Poupan\u00e7a.[5]\n\nPor algum tempo, o pr\u00f3prio STJ rejeitou a TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, tanto para a poupan\u00e7a, quanto para o SFH[6]. Todavia, a Corte de Justi\u00e7a, fazendo\numa releitura do voto do Ministro Moreira Alves do STF, mudou de entendimento, e passou a adotar a constitucionalidade da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria.[7]\n\nJ\u00e1 em rela\u00e7\u00e3o ao FGTS, sabe-se que existe inclusive a S\u00famula 459 do STJ sobre a aplica\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria para o recolhimento dos d\u00e9bitos com o FGTS recolhidos pelo empregador, mas n\u00e3o repassados ao fundo. Mas n\u00e3o se aplica \u00e0 corre\u00e7\u00e3o do dep\u00f3sito mensal realizada pelo gestor.\nConforme exposto, a aplica\u00e7\u00e3o de \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria para o valor mensal j\u00e1 depositado se presta para recuperar o poder de compra do valor emprestado. Este poder de compra \u00e9 diretamente influenciado por um processo inflacion\u00e1rio. O pr\u00f3prio C\u00f3digo Civil de 2002, traz diversos dispositivos garantindo atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. O STJ reconhece a influ\u00eancia da infla\u00e7\u00e3o e da defla\u00e7\u00e3o na composi\u00e7\u00e3o do \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, verbis:\n\n\u201c(...) 1. \u2018A corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria nada mais \u00e9 do que um mecanismo de manuten\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda, n\u00e3o devendo representar, consequentemente, por si s\u00f3, nem um plus nem um ninus em sua subst\u00e2ncia. Corrigir o valor nominal da obriga\u00e7\u00e3o representa, portanto, manter, no tempo, o seu poder de compra original, alterado pelas oscila\u00e7\u00f5es inflacion\u00e1rias positivas e negativas ocorridas no per\u00edodo.(...)\u2019\u201d\n\n[5] ADI 493 [6] REsp 40.777/GO, REsp 140.839/BA, REsp 209.466/BA [7] EREsp 752.879/DF\n\n8 DC\n\n\f(AgRg nos EREsp 1252558/RS, Rel. Ministro S\u00c9RGIO KUKNA, PRIMEIRA SE\u00c7\u00c3O, julgado em 13/03/2013, DJe 21/03/2013) (grifos nossos)\nAtualmente, existem dois tipos de \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria: o que reflete a infla\u00e7\u00e3o e, portanto, recupera o poder de compra do valor aplicado, como o IPCA e o INPC, e o que n\u00e3o reflete a infla\u00e7\u00e3o e, consequentemente, n\u00e3o recupera o poder de compra do valor aplicado \u2013 a Taxa Referencial/TR.\nHistoricamente, \u00e9 preciso lembrar que a Taxa Referencial nunca foi igual \u00e0 infla\u00e7\u00e3o. Nem quando experimentamos hiperinfla\u00e7\u00e3o, nem quando experimentamos defla\u00e7\u00e3o. Todavia, os \u00edndices da TR, do INCP e do IPCA sempre andaram pr\u00f3ximos. Em outras palavras, imperava a razoabilidade nos \u00edndices da TR para que pudessem atingir a finalidade corre\u00e7\u00e3o do valor do capital.\nN\u00e3o obstante, o cen\u00e1rio come\u00e7a a mudar a partir de 1999. A TR se distancia expressivamente do INPC e do IPCA, ao ponto de hoje a infla\u00e7\u00e3o superar 6% ao ano e a TR ser igual a zero. Logo, ela n\u00e3o se presta para o fim de manter o poder aquisitivo dos dep\u00f3sitos do FGTS, que s\u00e3o um patrim\u00f4nio do trabalhador.\nO comparativo de \u00edndices dos quadros anteriores e o gr\u00e1fico abaixo demonstram a diferen\u00e7a entre o \u00edndice da TR, IPCA e INPC1:\n\n1 Fonte dos gr\u00e1ficos: Nota T\u00e9cnica n\u00ba 125, junho de 2013 \u2013 DIEESE.\n\n9 DC\n\n\fO que tem ocorrido \u00e9 que o FGTS \u00e9 um fundo in\u00edquo, pois ele n\u00e3o tem recomposi\u00e7\u00e3o inflacionaria dos seus recursos. Na verdade, a conta do FGTS n\u00e3o est\u00e1 financiando programas de habita\u00e7\u00e3o popular, saneamento b\u00e1sico e infraestrutura urbana, ele est\u00e1 subsidiando.\nA finalidade da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria n\u00e3o \u00e9 deixar em vantagem o benefici\u00e1rio ou o sujeito passivo, mas sim deix\u00e1-los na mesma situa\u00e7\u00e3o tal como se encontravam no momento em que se formou a rela\u00e7\u00e3o obrigacional. \u201cDa\u00ed que a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria de valores no tempo \u00e9 circunst\u00e2ncia que decorre diretamente do n\u00facleo essencial do direito de propriedade (CF, art. 5\u00ba, XXI). Corrigem-se valores nominais para que permane\u00e7am com o mesmo valor econ\u00f4mico ao longo do tempo, diante da infla\u00e7\u00e3o. A ideia \u00e9 simplesmente preservar o direito original em sua genu\u00edna extens\u00e3o. Nesse sentido, o direito \u00e0 corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u00e9 reflexo imediato da prote\u00e7\u00e3o da propriedade. Deixar de atualizar valores pecuni\u00e1rios ou atualiz\u00e1-los segundo crit\u00e9rios evidentemente incapazes de capturar o fen\u00f4meno inflacion\u00e1rio representar aniquilar o direito propriedade em seu n\u00facleo essencial\u201d2.\nRessalte-se que os valores correspondentes aos saldos das contas vinculadas ao FGTS constituem recursos dos trabalhadores, que s\u00e3o depositados pelas empresas \u00e0 base salarial anual, em substitui\u00e7\u00e3o ao instituto da estabilidade, e que s\u00e3o administrados pelo governo com vistas \u00e0 sua prote\u00e7\u00e3o.\nConstitui, pois, confisco a n\u00e3o corre\u00e7\u00e3o desses saldos pelos \u00edndices inflacion\u00e1rios reais, medidos pelo Governo, com base \u00edndices como INPC, IPCA, similar, e sim por \u00edndices manipulados, bem inferiores (ou a sua supress\u00e3o), reduzindo drasticamente o seu poder de compra, em que pese n\u00e3o seja diminu\u00eddo o seu valor nominal.\n\n2 Trecho obtido da ADI 4.400 DF.\n\nDC 10\n\n\fA infla\u00e7\u00e3o \u00e9 FATO CONCRETO, que antecede \u00e0 apura\u00e7\u00e3o do \u00edndice e, via de consequ\u00eancia, n\u00e3o pode ser extinta por ato normativo. A CAUSA da infla\u00e7\u00e3o \u00e9 a subida geral dos pre\u00e7os, o seu EFEITO \u00e9 a queda do poder de compra da moeda. Existe o direito \u00e0 manuten\u00e7\u00e3o do poder de compra dos dep\u00f3sitos nas contas vinculadas ao FGTS, verdadeiros \"pec\u00falio indenizat\u00f3rios\" do trabalhador, protegido pelo princ\u00edpio da irredutibilidade dos sal\u00e1rios (art 5\u00ba CF/88), sendo estes os par\u00e2metros para o c\u00e1lculo das antigas indeniza\u00e7\u00f5es por despedidas imotivadas, que foram substitu\u00eddas pelo sistema do FGTS.\nA atualiza\u00e7\u00e3o das contas do FGTS atrav\u00e9s da aplica\u00e7\u00e3o da taxa referencial acaba por artificializar o conceito de atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, conceito este que deveria vincular-se \u00e0 manuten\u00e7\u00e3o do valor real da moeda. O valor real da moeda somente se mant\u00e9m pela aplica\u00e7\u00e3o de \u00edndice que reflita a desvaloriza\u00e7\u00e3o desta moeda em determinada \u00e9poca \u2013 o que n\u00e3o ocorre com a taxa referencial.\nComo bem foi exposto no julgamento da a\u00e7\u00e3o n\u00ba. 000327988.2013.4.01.3810 pela 1\u00ba JEF ADJUNTO de Pouso Alegre/MG, Ju\u00edza Andr\u00e9a de Ara\u00fajo Peixoto, a pr\u00f3pria lei afirma a necessidade de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria sobre os dep\u00f3sitos efetuados no FGTS:\n\u201c(...) Ao contr\u00e1rio de outras op\u00e7\u00f5es postas \u00e0 disposi\u00e7\u00e3o de empregados e patr\u00f5es para formar pec\u00falios ou poupan\u00e7as, como os fundos de previd\u00eancia privada ou as aplica\u00e7\u00f5es em caderneta de poupan\u00e7a, fundos de investimento, t\u00edtulos p\u00fablicos ou privados, o titular do FGTS n\u00e3o tem possibilidade de transferir seus recursos para aplica\u00e7\u00f5es mais rent\u00e1veis, mais bem geridas ou mais seguras. Ainda que sua remunera\u00e7\u00e3o seja muito insatisfat\u00f3ria ou que o titular da conta do FGTS discorde das pol\u00edticas de gest\u00e3o do fundo ou que se atemorize quanto a sua solidez, n\u00e3o h\u00e1 o que fazer, o titular do FGTS n\u00e3o pode transferir ou sacar seus recursos e aplic\u00e1-los em outra modalidade dispon\u00edvel de poupan\u00e7a ou previd\u00eancia.\nEssas tr\u00eas caracter\u00edsticas \u2014 obrigatoriedade, aus\u00eancia de portabilidade e prazo longo/indeterminado - que t\u00eam base constitucional e legal, tornam ainda rnais importante a quest\u00e3o da recomposi\u00e7\u00e3o do seu valor vis a vis os efeitos corrosivos da infla\u00e7\u00e3o sobre a moeda na qual os dep\u00f3sitos s\u00e3o realizados: o saldo do FGTS, enquanto pec\u00falio obrigat\u00f3rio, n\u00e3o port\u00e1vel, por prazo indeterminado previsto constitucionalmente, \u00e9 uma obriga\u00e7\u00e3o de valor devida pela institui\u00e7\u00e3o operadora ao trabalhador titular da conta vinculada, protegida constitucional e legalmente dos efeitos inflacion\u00e1rios sobre a moeda.\nSaliente-se que o art. 13 da lei 8.036/90, expressamente, se ad\u00e9qua a esse entendimento, uma vez que afirma a necessidade de \"corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria\" sobre os dep\u00f3sitos efetuados no FGTS \u2014 reproduzindo express\u00e3o utilizada em todas as leis que regularam o FGTS desde a Lei 5.107/1966. Na \u00e9poca de sua edi\u00e7\u00e3o (1990), seguindo tamb\u00e9m a legisla\u00e7\u00e3o precedente, o art. 13 da lei 8.036/90 vinculou a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u00e0 atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria das cadernetas de poupan\u00e7a, que na \u00e9poca eram corrigidas por \u00edndices de pre\u00e7o, circunst\u00e2ncia que se alteraria a partir da edi\u00e7\u00e3o da lei 8.177/1991.(...)\u201c\nA pr\u00f3pria Lei do FGTS diz em seu artigo 2\u00ba que \u00e9 garantida a atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e juros. Quando a TR \u00e9 igual a zero este artigo \u00e9 descumprido. Quando a TR \u00e9 m\u00ednima e totalmente desproporcional em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 infla\u00e7\u00e3o, este artigo tamb\u00e9m \u00e9 descumprido e o patrim\u00f4nio do trabalhador \u00e9 subtra\u00eddo por quem tem o dever leal de administr\u00e1-lo.\nDC 11\n\n\fAo contr\u00e1rio de outros investimentos, o FGTS n\u00e3o \u00e9 um fundo de livre disposi\u00e7\u00e3o por parte do trabalhador, n\u00e3o podendo ele decidir sponte pr\u00f3pria quais as aplica\u00e7\u00f5es que lhe s\u00e3o mais convenientes ou tent\u00e1veis. O trabalhador tem que se submeter \u00e0s pol\u00edticas econ\u00f4micas e sociais que lhe s\u00e3o altamente prejudiciais.\nEm um cen\u00e1rio de TR zero e infla\u00e7\u00e3o p\u00fablica e not\u00f3ria, estamos diante de uma situa\u00e7\u00e3o de confisco. O governo Federal, atrav\u00e9s da Caixa Econ\u00f4mica Federal, est\u00e1 confiscando os rendimentos dos trabalhadores, para subsidiar pol\u00edticas p\u00fablicas, sem a menor possibilidade de inger\u00eancia destes trabalhadores.\nA senten\u00e7a proferida nos autos n\u00ba. 0003279-88.2013.4.01.3810 pelo Ju\u00edzo de Pouso Alegre descreve que \u201cpara a caderneta de poupan\u00e7a, a TR calculada da forma atual n\u00e3o \u00e9 inv\u00e1lida nem ileg\u00edtima. Mas tais caracter\u00edsticas de livre portabilidade, de curt\u00edssimo prazo e de facultatividade da poupan\u00e7a s\u00e3o exatamente opostas \u00e0s caracter\u00edsticas do FGTS, como j\u00e1 analisado anteriormente.\u201d\nAssim como em nosso Estado Democr\u00e1tico de Direito, a Constitui\u00e7\u00e3o veda eu se utilize o tributo com efeito de confisco, o trabalhador n\u00e3o pode ser punido com o confisco do que a pr\u00f3pria Caixa define em seu sitio eletr\u00f4nico, como um patrim\u00f4nio do trabalhador, e definitivamente o \u00e9[8].\nLevando em conta que a rela\u00e7\u00e3o jur\u00eddica entre os trabalhadores e a Caixa \u00e9 de direito pessoal, o art. 233 do C\u00f3digo Civil se torna inafast\u00e1vel, na medida em que determina que a obriga\u00e7\u00e3o de dar coisa certa abrange os acess\u00f3rios ainda que n\u00e3o mencionados.\nOra, acess\u00f3rios de dinheiro s\u00e3o os juros e a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria.\nO pr\u00f3prio Supremo Tribunal Federal no julgamento da ADI 493 j\u00e1 assentou que a Taxa Referencial n\u00e3o reflete a perda de poder aquisitivo da moeda:\nA\u00e7\u00e3o direta de inconstitucionalidade. - Se a lei alcancar os efeitos futuros de contratos celebrados anteriormente a ela, ser\u00e1 essa lei retroativa (retroatividade minima) porque vai interferir na causa, que e um ato ou fato ocorrido no passado. - O disposto no artigo 5, XXXVI, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal se aplica a toda e qualquer lei infraconstitucional, sem qualquer distin\u00e7\u00e3o entre lei de direito p\u00fablico e lei de direito privado, ou entre lei de ordem p\u00fablica e lei dispositiva. Precedente do S.T.F.. - Ocorrencia, no caso, de viola\u00e7\u00e3o de direito adquirido. A taxa referencial (TR) n\u00e3o e indice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, pois, refletindo as varia\u00e7\u00f5es do custo primario da capta\u00e7\u00e3o dos depositos a prazo fixo, n\u00e3o constitui indice que reflita a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda. Por isso, n\u00e3o h\u00e1 necessidade de se examinar a quest\u00e3o de saber se as normas que alteram indice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria se aplicam imediatamente, alcancando, pois, as presta\u00e7\u00f5es futuras de contratos celebrados no passado, sem violarem o disposto no artigo 5, XXXVI, da Carta Magna. - Tamb\u00e9m ofendem o ato jur\u00eddico perfeito os dispositivos impugnados que alteram o crit\u00e9rio de reajuste das presta\u00e7\u00f5es nos contratos ja\n\n[8] CC, art. 91\n\nDC 12\n\n\fcelebrados pelo sistema do Plano de Equivalencia Salarial por Categoria Profissional (PES/CP). A\u00e7\u00e3o direta de inconstitucionalidade julgada procedente, para declarar a inconstitucionalidade dos artigos 18, \"caput\" e paragrafos 1 e 4; 20; 21 e paragrafo \u00fanico; 23 e paragrafos; e 24 e paragrafos, todos da Lei n. 8.177, de 1 de maio de 1991. (ADI 493, Relator(a): Min. MOREIRA ALVES, Tribunal Pleno, julgado em 25/06/1992, DJ 04-09-1992 PP-14089 EMENT VOL-01674-02 PP-00260 RTJ VOL00143-03 PP-00724)\nEm outras palavras, o plen\u00e1rio da Corte entendeu \u201cque o aludido \u00edndice n\u00e3o foi criado para captar a varia\u00e7\u00e3o de pre\u00e7os na economia, da\u00ed ser insuscet\u00edvel de operar como crit\u00e9rio de atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria\u201d3.\nAinda, ressalte-se que o Supremo Tribunal Federal j\u00e1 declarou que n\u00e3o incide a Lei n\u00ba 11.960/2009 para corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos atrasados (corre\u00e7\u00e3o equivalente \u00e0 poupan\u00e7a) porque declarada inconstitucional (ADIs 4.357 e 4.425/STF), com efeitos erga omnes e ex tunc.\nO STF, no julgamento das ADI's 4.357 e 4.425, decidiu pela inconstitucionalidade, por arrastamento, do art. 1.\u00ba-F da Lei n. 9.494/99 no tocante \u00e0 utiliza\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos d\u00e9bitos judiciais.\nE, em face do julgamento das a\u00e7\u00f5es diretas de inconstitucionalidade acima mencionadas, a Primeira Se\u00e7\u00e3o do colendo Superior Tribunal de Justi\u00e7a, ao julgar o REsp n. 1270439/PR pela sistem\u00e1tica dos recursos representativos de controv\u00e9rsia (art. 543-C, CPC), firmou a compreens\u00e3o no sentido de que 'Em virtude da declara\u00e7\u00e3o de inconstitucionalidade parcial do art. 5.\u00ba da Lei 11.960/09: (a) a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria das d\u00edvidas fazend\u00e1rias deve observar \u00edndices que reflitam a infla\u00e7\u00e3o acumulada do per\u00edodo, a ela n\u00e3o se aplicando os \u00edndices de remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica da caderneta de poupan\u00e7a; e (b) os juros morat\u00f3rios ser\u00e3o equivalentes aos \u00edndices oficiais de remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica e juros aplic\u00e1veis \u00e0 caderneta de poupan\u00e7a, exceto quando a d\u00edvida ostentar natureza tribut\u00e1ria, para as quais prevalecer\u00e3o as regras espec\u00edficas.'\nAssim, o julgamento do Supremo Tribunal Federal, que ao apreciar a constitucionalidade do art. 100 da Constitui\u00e7\u00e3o Federal, com a reda\u00e7\u00e3o que lhe foi dada pela EC 62/2009 (ADIs 4.357 e 4.425), al\u00e9m de declarar a inconstitucionalidade dos \u00a7\u00a7 9.\u00ba e 10, da express\u00e3o 'na data de expedi\u00e7\u00e3o do precat\u00f3rio' contida no \u00a7 2.\u00ba e das express\u00f5es '\u00edndice oficial de remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica da caderneta de poupan\u00e7a' e 'independentemente de sua natureza' do \u00a7 12, tamb\u00e9m declarou inconstitucional, por arrastamento, o art. 1.\u00ba-F da Lei n. 9.494/97, com a reda\u00e7\u00e3o dada pelo art. 5.\u00ba da Lei n. 11.960/2009, relativamente \u00e0 sistem\u00e1tica de atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos d\u00e9bitos judiciais, aproveita ao presente caso, por analogia.\n\n3 Trecho obtido da ADI 4.400 DF.\n\nDC 13\n\n\fOu seja, o Supremo Tribunal Federal declarou inconstitucional a utiliza\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos cr\u00e9ditos judiciais, logo, tamb\u00e9m o \u00e9 para a atualiza\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos de FGTS.\nA senten\u00e7a proferida em 15/01/2014 nos autos n\u00ba. 500953335.2013.404.7002, proferida pelo Ju\u00edzo Substituto da 2\u00aa VF de Foz do Igua\u00e7u, julga com raz\u00e3o a mat\u00e9ria, com raz\u00f5es que se requer a aprecia\u00e7\u00e3o nestes autos que se peticiona:\n\u201c (...) Veja-se: com a TR ostentando seus \u00edndices praticamente zerados desde o ano de 2009, os saldos das contas do FGTS acabaram sendo remunerados t\u00e3o somente pelos juros anuais de 3% previstos na Lei 8.036/90. Ou seja, os juros que deveriam, supostamente, remunerar o capital, n\u00e3o s\u00e3o sequer suficientes para repor o poder de compra perdido pela infla\u00e7\u00e3o acumulada.\nH\u00e1 que se verificar quais dos programas institu\u00eddos pelo Governo Federal e operacionalizados pela CEF, quer seja de financiamento estudantil, habitacional ou de infraestrutura em que h\u00e1 cobran\u00e7a de juros de 3% ao ano. Segundo informa\u00e7\u00f5es do s\u00edtio eletr\u00f4nico da r\u00e9 (www.cef.gov.br), a taxa cobrada no programa 'Minha casa melhor' \u00e9 de 5% ao ano, enquanto do programa 'Minha casa minha vida' v\u00e3o de 5% a 8,66% ao ano. N\u00e3o h\u00e1, pois, qualquer paralelismo quanto trata-se de taxa de juros aplicadas.\nOu seja, no sistema atual o governo busca implementar projetos subsidiados \u00e0s custas da baixa remunera\u00e7\u00e3o e quase nula atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos saldos das contas do Fundo de Garantia. Ou seja, inexiste, no sistema atual, qualquer remunera\u00e7\u00e3o aos saldos das contas do FGTS. Pelo contr\u00e1rio, pois os juros de 3% ao ano sequer s\u00e3o suficientes para repor a desvaloriza\u00e7\u00e3o da moeda no per\u00edodo.\nN\u00e3o se desconhece que o FGTS possui relevante papel social na pr\u00e1tica das pol\u00edticas p\u00fablicas no Brasil, mas n\u00e3o h\u00e1 que se olvidar que historicamente sua cria\u00e7\u00e3o teve por objeto dar ao trabalhador estabilidade no trabalho e alguma seguran\u00e7a financeira em caso de demiss\u00e3o sem justa causa, em substitui\u00e7\u00e3o \u00e0 antiga estabilidade decenal. Os valores depositados \u00e0 sua ordem no FGTS, ainda que realizados pelo empregador, pertencem ao empregado, que n\u00e3o obstante n\u00e3o possa fazer livre movimenta\u00e7\u00e3o de sua conta, \u00e9 seu titular e destinat\u00e1rio final.\nO saldo do FGTS pode ser sacado, de acordo com o art. 20, inciso V, da Lei 8.039/90, para ser utilizado como pagamento de parte das presta\u00e7\u00f5es decorrentes de financiamento habitacional concedido no \u00e2mbito do Sistema Financeiro de Habita\u00e7\u00e3o.\nVemos, portanto, a hip\u00f3tese absurda de que o trabalhador, tendo o saldo da sua conta de FGTS corro\u00eddo pela infla\u00e7\u00e3o, n\u00e3o dispor do suficiente para adquirir a casa pr\u00f3pria, de forma a necessitar firmar contrato pelo SFH (o qual foi financiado \u00e0s suas expensas), para pagar juros muito superiores \u00e0queles com os quais foi remunerado. O dinheiro que lhe foi subtra\u00eddo pela m\u00e1 remunera\u00e7\u00e3o de sua conta, ent\u00e3o, dever\u00e1 ser tomado emprestado daquele que o subtraiu, mediante pagamento de juros.\nTem-se, em resumo, que a Lei n\u00ba 8.036/90, lei espec\u00edfica do FGTS, determina que ao saldo de suas contas deve ser obrigatoriamente aplicado \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. N\u00e3o sendo a Taxa Referencial (TR), \u00edndice disposto pela Lei 8.177/91, h\u00e1bil a atualizar monetariamente tais saldos, e estando tal \u00edndice em lei n\u00e3o espec\u00edfica do FGTS, entende-se que como inconstitucional a utiliza\u00e7\u00e3o da TR para tal fim, subsistindo a necessidade de aplicar-se \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria que reflita a infla\u00e7\u00e3o do per\u00edodo, tal como prev\u00ea a Lei n\u00ba 8.036/90.\nDC 14\n\n\fNos moldes do que fora trazido pela parte autora em sua peti\u00e7\u00e3o inicial, os \u00edndices que atualmente t\u00eam refletido a varia\u00e7\u00e3o inflacion\u00e1ria brasileira s\u00e3o o INPC e o IPCA-E. Assim, resta analisar qual \u00edndice dever\u00e1 ser adotado para fins de corre\u00e7\u00e3o dos saldos do FGTS.(...)\u201d\nVerifica-se, ainda, a necessidade de verificar a exist\u00eancia ou n\u00e3o de validade e legitimidade atuais de normas que, na sua origem, eram perfeitamente v\u00e1lidas e leg\u00edtimas, principalmente em raz\u00e3o da possibilidade de situa\u00e7\u00f5es concretas da vida social e normaliza\u00e7\u00f5es paralelas que incidem sobre os mesmos fatos originalmente tratados pela norma primitiva poderem fazer com que seus objetivos se desvirtuem de seus fins, inicialmente v\u00e1lidos e leg\u00edtimos, passem a se opor \u00e0 Constitui\u00e7\u00e3o e seus princ\u00edpios.\nTal situa\u00e7\u00e3o acabaria por enquadrar-se, assim, na constru\u00e7\u00e3o doutrin\u00e1ria conhecida por de \"inconstitucionalidade progressiva\" ou progressivo processo de inconstitucionaliza\u00e7\u00e3o de normas jur\u00eddicas originariamente v\u00e1lidas.\nO caso dos autos se enquadra na inconstitucionalidade progressiva. O art. 13 da Lei 8.036/90, claramente objetivava dar continuidade ao princ\u00edpio estabelecido desde a Lei 5.107/66 de que pec\u00falio representado pelo FGTS \u00e9 uma obriga\u00e7\u00e3o de valor, imune aos efeitos corrosivos da infla\u00e7\u00e3o, sujeito a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria de seus dep\u00f3sitos e ainda vencendo juros remunerat\u00f3rios \"reais\" (acima da infla\u00e7\u00e3o) de 3% ao ano, bem como refor\u00e7ar a Constitui\u00e7\u00e3o, no direito trabalhista fixado no art. 7\u00b0, III da Constitui\u00e7\u00e3o Federal de 1988.\nComo bem exposto na senten\u00e7a proferida nos autos 000327988.2013.4.01.3810 pelo Ju\u00edzo de Pouso Alegre:\n\u201c(...) Tratando-se de pec\u00falio obrigat\u00f3rio, n\u00e3o port\u00e1vel, a ser usufru\u00eddo ap\u00f3s longo prazo de sua forma\u00e7\u00e3o, a mais razo\u00e1vel a interpreta\u00e7\u00e3o de que a norma constitucional cont\u00e9m implicitamente a obrigatoriedade de que o valor desse fundo seja protegido da corros\u00e3o inflacion\u00e1ria.\n\u00c0 \u00e9poca da publica\u00e7\u00e3o da lei 8.036/90, a \"atualiza\u00e7\u00e3o dos saldos dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a\" tamb\u00e9m era feita por \u00edndices de infla\u00e7\u00e3o. Fica claro que o art. 13 da lei 8.036/90, ao vincular a corre\u00e7\u00e3o do FGTS \u00e0 da poupan\u00e7a, visava \u00e0 plena prote\u00e7\u00e3o do FGTS quanto aos efeitos corrosivos da infla\u00e7\u00e3o.\nCom a edi\u00e7\u00e3o da lei 8.177/91, que criou a TR no seu art. 1\u00b0 e no seu art. 17 estabeleceu que para fins do art. 13 da lei 8.036/90 a TR aplic\u00e1vel ao FGTS seria aquela calculada no dia primeiro de cada m\u00eas, as coisas j\u00e1 come\u00e7am a tomar uma forma distinta.\nA atualiza\u00e7\u00e3o dos saldos dos dep\u00f3sitos da poupan\u00e7a\" deixa de se dar por \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e passa a se dar pela TR, com metodologia a ser fixada por \u00f3rg\u00e3o administrativo, inicialmente objetivando ser uma previs\u00e3o impl\u00edcita de infla\u00e7\u00e3o futura feita pelo mercado financeiro, mas sem nenhuma garantia de que tal metodologia se manteria - como n\u00e3o se manteve. A necessidade de adequar a TR aos novos tempos de reduzidos juros reais e altera\u00e7\u00e3o no c\u00e1lculo do imposto de renda das aplica\u00e7\u00f5es financeiras, fez com que ela fosse reduzida a ponto de se tornar praticamente nula, para evitar que houvesse uma fuga de recursos das aplica\u00e7\u00f5es financeiras para a caderneta de poupan\u00e7a.\nDC 15\n\n\fIsto \u00e9, progressivamente, o art. 13 da lei 8.036/90, c/c art. 17 da lei S.177/91 e com o art. 1\u00b0 da lei 8.177/91, deixou de garantir ao FGTS a recomposi\u00e7\u00e3o das perdas inflacion\u00e1rias, sujeitando o FGTS a perdas consider\u00e1veis em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 infla\u00e7\u00e3o. As tabelas abaixo d\u00e3o uma ideia das imensas perdas incorridas e do car\u00e1ter progressivo, da acelera\u00e7\u00e3o da perda do FGTS em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 infla\u00e7\u00e3o medida por v\u00e1rios \u00edndices (a remunera\u00e7\u00e3o do FGTS nesses c\u00e1lculos inclui a corre\u00e7\u00e3o e os juros):\nEm todas as tabelas, considera-se um dep\u00f3sito de R$1.000,00 feito em 01/07/1994 (in\u00edcio do Plano Real), 01/01/2003 (in\u00edcio do governo Lula) e 01/01/2011 (in\u00edcio do governo Dilma). Na primeira coluna \u00e0 esquerda, est\u00e1 o valor atualizado desse dep\u00f3sito no FGTS (com corre\u00e7\u00e3o e juros) e o mesmo valor atualizado por \u00edndices de pre\u00e7o (INPC e IPCA, do IBGE, e IGP-M da FGV), at\u00e9 01/01/2014. Na segunda linha das tabelas, o ganho ou perda acumulado da remunera\u00e7\u00e3o total do FGTS em rela\u00e7\u00e3o aos \u00edndices. Na terceira linha, o ganho ou perda anual do FGTS em rela\u00e7\u00e3o a cada \u00edndice. Observa-se que a remunera\u00e7\u00e3o total do FGTS (incluindo juros) \u00e9 inferior ao IGP-M em todos os per\u00edodos e essa perda vai se acentuando com o passar do tempo: de 07/1994 a 01/2014 a perda anual \u00e9 de - 0,9%, de 01/2003 a 01/2014 a perda anual \u00e9 de -1,7% e no governo Dilma a perda chega a -2,41% ao ano. No caso dos \u00edndices do IBGE, no per\u00edodo desde o Plano Real h\u00e1 um pequeno ganho real anual (+0,35% e +0,48%, respectivamente), que se transforma em perdas reais anuais a partir do governo Lula (- 1,14% e -1,16%) e que s\u00e3o aumentadas no governo Dilma (-2,23% e -2,36%). Em termos econ\u00f4micos, isso quer dizer que a taxa de juros reais do FGTS \u2013 que a lei prev\u00ea em +3% ao ano \u2013 est\u00e1 NEGATIVA: os benefici\u00e1rios do FGTS est\u00e3o perdendo da infla\u00e7\u00e3o ano a ano e essa perda tem se acelerado, chegando a -2,36% ao ano no governo Dilma, nos \u00faltimos 3 anos, pelo IPCA/ IBGE. Mesmo se considerarmos o per\u00edodo desde o Plano Real (primeira tabela) e os \u00edndices de pre\u00e7o do IBGE, os ganhos reais (acima da infla\u00e7\u00e3o) de +0,35% e +0,48% ao ano, respectivamente, s\u00e3o muito inferiores \u00e0quilo que a lei prev\u00ea, +3% ao ano.\nDC 16\n\n\fEst\u00e1 claro que fatores alheios ao legislador da lei 8.036/90 fizeram com que o art. 13 progressivamente se tornasse inconstitucional, na parte em que vincula a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria das contas do FGTS aos \u00edndices de atualiza\u00e7\u00e3o da poupan\u00e7a e estes, por sua vez, passam a ser calculados por metodologia prevista nos arts. 1\u00ba e 17 da lei 8.177/91, que n\u00e3o mais garante a recomposi\u00e7\u00e3o das perdas inflacion\u00e1rias. Como se viu no t\u00f3pico anterior, a metodologia iniciada pela Resolu\u00e7\u00e3o CMN 2.604, de 23/04/1999, com efeitos a partir de 01/06/1999, deu in\u00edcio ao descolamento da TR dos \u00edndices de infla\u00e7\u00e3o, sendo esse o momento que se deve fixar para a recomposi\u00e7\u00e3o das contas do FGTS. Diante do exposto, tendo em vista o que j\u00e1 decidido pelo E. STF no caso da lei 11.960/09 e o fato de o FGTS ser um pec\u00falio constitucional obrigat\u00f3rio, n\u00e3o port\u00e1vel e de longo prazo, cuja garantia de recomposi\u00e7\u00e3o das perdas inflacion\u00e1rias est\u00e1 impl\u00edcita na disposi\u00e7\u00e3o do art. 7\u00ba, III, da CR/88, que assegura esse direito trabalhista fundamental a todos os trabalhadores, \u00e9 de se declarar inconstitucional, pelo menos desde a superveni\u00eancia dos efeitos da Resolu\u00e7\u00e3o CMN 2.604, de 23/04/1999, a vincula\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria do FGTS \u00e0 TR, conforme art. 13 da lei 8.036/90 c/c arts. 1\u00ba e 17 da lei 8.177/91. Tendo havido pedido expresso para utiliza\u00e7\u00e3o do INPC e sendo esse \u00edndice utilizado nos benef\u00edcios previdenci\u00e1rios e, neste Ju\u00edzo, para corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria das d\u00edvidas judiciais, entendo razo\u00e1vel e mais consent\u00e2neo com as finalidades do FGTS que seja esse o \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos saldos do FGTS.\u201d\nA controv\u00e9rsia possui tamb\u00e9m pertin\u00eancia com o objeto das a\u00e7\u00f5es diretas de inconstitucionalidade ns.\u00ba 4.357, 4.372, 4.400, 4.425, bem como da ADI 493.\nIgualmente, a aplica\u00e7\u00e3o da Taxa Referencial afronta diretamente a Constitui\u00e7\u00e3o Federal: em seus artigos 5\u00ba, inciso XXII (direito de propriedade), na medida em que o atual \u00edndice de remunera\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos do FGTS (TR), por ser muito inferior aos demais \u00edndices mencionados nesta a\u00e7\u00e3o e existentes para atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, acarretar\u00e1 brusca redu\u00e7\u00e3o dos valores dos cr\u00e9ditos dos trabalhadores, com a perspectiva de que a infla\u00e7\u00e3o corroa o valor do cr\u00e9dito no decurso do tempo, sendo que o direito \u00e0 corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u00e9 reflexo imediato da prote\u00e7\u00e3o da propriedade; e art. 7\u00ba, inciso III (garantia do trabalhador ao FGTS) e IV (irredutibilidade salarial \u2013 diante da vincula\u00e7\u00e3o direta do FGTS com o sal\u00e1rio/remunera\u00e7\u00e3o do empregador),. Estas cl\u00e1usulas inserem-se no limite material ao poder de reforma do art. 60 da CF/88.\nTamb\u00e9m afronta o art. 2\u00ba da Lei 8.036/1990 (que disp\u00f5e sobre o FGTS).\n3.2. Manipula\u00e7\u00e3o da TR pelo Banco Central/CM.\nIndependentemente da discuss\u00e3o sobre sua natureza jur\u00eddica, parte-se do pressuposto, assentado pela jurisprud\u00eancia, principalmente do STJ, que a TR \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria.\nTanto o art. 1\u00b0 da Lei n\u00ba 8.177/91 quanto o art. 5\u00ba da Lei n\u00ba 10.192/01 (que convolou a MP 1.053/95) atribu\u00edram ao Banco Central a regulamenta\u00e7\u00e3o da metodologia de\nDC 17\n\n\fc\u00e1lculo da TR, conforme crit\u00e9rio estabelecido na lei e a expedi\u00e7\u00e3o das instru\u00e7\u00f5es necess\u00e1rias ao cumprimento do artigo que criou a TBF.[9]\nNo mister de regulamentar a TR, o Banco Central/CMN vem ao longo do anos criando e reinventando f\u00f3rmulas para encontr\u00e1-la. Pelo menos desde a Resolu\u00e7\u00e3o 2.075, de 26 de maio de 1994, h\u00e1 f\u00f3rmulas para encontrar a TR. Todavia, \u00e9 com a institui\u00e7\u00e3o da Taxa B\u00e1sica Financeira, ela Medida Provis\u00f3ria 1.053/95, de junho de 1995, que a forma de c\u00e1lculo da TR sofre uma expressiva reviravolta.\nDesde a Resolu\u00e7\u00e3o 2.437, de 30 de outubro de 1997, a TR \u00e9 calculada levando em conta a Taca B\u00e1sica Financeira e um Redutor.\nO peculiar nesta determina\u00e7\u00e3o do Banco Central/CMN, que de resto se repete desde 1997, \u00e9 que TBF e TR s\u00e3o exatamente iguais em sua g\u00eanese at\u00e9 o momento em que se determina que se aplique um redutor a TBF para se chegar a TR.\nN\u00e3o h\u00e1 na Lei da TR previs\u00e3o de aplica\u00e7\u00e3o de redutor, assim como tamb\u00e9m n\u00e3o h\u00e1 na Lei que criou a TBF. Todavia, causa estranheza que diante de um comando aberto como o do art. 5\u00b0 da MP n\u00ba1.503/95 (Lei n\u00ba 10.192/01), o Banco Central/CMN, com amplos poderes para regulamentar o assunto, n\u00e3o tenha institu\u00eddo um redutor, mas o tenha feito ao regulamentar ao RT. 1\u00b0da Lei n\u00ba 8.177/91, que n\u00e3o era t\u00e3o flex\u00edvel.\nHoje, o trabalhador que tem seu dinheiro aplicado no FGTS, e de l\u00e1 n\u00e3o pode retir\u00e1-lo para outro investimento, est\u00e1 sendo remunerado com 0,247% de juros ao m\u00eas e mais nada. N\u00e3o h\u00e1 nem corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria nem Taxa Referencial (independentemente da sua natureza jur\u00eddica), em flagrante ofensa ao art. 2\u00b0 da Lei n\u00ba 8.036/90, que imp\u00f5e a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos valores depositados pelo empregador.\nAinda que se argumente que a aplica\u00e7\u00e3o do redutor pelo Banco Central/CMN seja legal, sua redu\u00e7\u00e3o a zero num cen\u00e1rio de infla\u00e7\u00e3o superior a 6% ao ano, configura flagrante afronta ao art. 2\u00b0 da Lei n\u00b0 8.036/90, que determina a atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, bem como ao art. 233 do C\u00f3digo Civil, quando sonega os acess\u00f3rios da obriga\u00e7\u00e3o de dar.\nMas \u00e9 necess\u00e1rio ir mais al\u00e9m e revisitar entendimento jurisprudencial sobre a TR como \u00edndice monet\u00e1rio, m\u00e1xima a partir da institui\u00e7\u00e3o de um redutor que tem por efeito zerar o \u00edndice da TR em um ambiente da infla\u00e7\u00e3o.\nO quadro comparativo mostra que a TR n\u00e3o se presta como atualizador monet\u00e1rio do FGTS, pelo menos desde janeiro de 1999.\nSegundo a Nota T\u00e9cnica 125/2013 do DIEESE (p.9/10):\n\n[9] Lei n\u00ba 8.177/91, art. 1\u00ba e Lei 10.192/2001, art. 5\u00ba, \u00a7 \u00fanico.\n\nDC 18\n\n\f\u201cNos \u00faltimos 18 anos, apenas de 1995 a 1998 a varia\u00e7\u00e3o anual da TR superou a varia\u00e7\u00e3o do INPC. Nos anos seguintes, a TR \u00e9 superada pelo INPC, com destaque para 2003, quando a diferen\u00e7a foi maior que 10%, como mostra Gr\u00e1fico 4.\nQuando se compara a evolu\u00e7\u00e3o da TR, da TR acrescida de 3% e do INPC, entre 1995 e 2012, constata-se que a remunera\u00e7\u00e3o das contas do FGTS s\u00f3 n\u00e3o fica abaixo da infla\u00e7\u00e3o por conta do acr\u00e9scimo do percentual de 3% a t\u00edtulo de capitaliza\u00e7\u00e3o. Entretanto, ap\u00f3s 1999, quando o INPC passa a superar a TR, a diferen\u00e7a cumulativa entre as taxas cresceu tanto que, mesmo considerando o acr\u00e9scimo dos juros capitalizados, a corre\u00e7\u00e3o acumulada das contas vinculadas torna-se inferior \u00e0 infla\u00e7\u00e3o acumulada em igual per\u00edodo.\u201d\nDesde o momento em que o Banco Central/CMN estabeleceu um redutor para a TR, ela deixou de ser um \u00edndice confi\u00e1vel para atualizar monetariamente as contas do FGTS, porque se desloca dos \u00edndices de infla\u00e7\u00e3o, sendo reduzido ano a ano. A finalidade da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u00e9 manter o poder de compra do capital, e esta finalidade nem de perto vem sendo alcan\u00e7ada pela TR.\nO trabalhador, que luta para formar um patrim\u00f4nio, tem que poder confiar na lei. Esta confian\u00e7a est\u00e1 quebrada.\nH\u00e1 n\u00edtida expropria\u00e7\u00e3o do patrim\u00f4nio do trabalhador, na medida em que se nega a ele a devida atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. Como dito no estudo antes referido:\nA atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u00e9 o elemento mais importante do mercado financeiro, pois sem a medi\u00e7\u00e3o precisa de perda do poder aquisitivo da moeda com o decorrer do tempo, ocorre uma gigantesca destrui\u00e7\u00e3o de valor. O objetivo fundamental de escolha de um \u00edndice de atualiza\u00e7\u00e3o nos ativos (neg\u00f3cios, contratos, aplica\u00e7\u00f5es e etc.) \u00e9 de proteger o patrim\u00f4nio, evitando que ele seja corro\u00eddo pela infla\u00e7\u00e3o.\nO Poder Judici\u00e1rio h\u00e1 de se opor a este esbulho, confisco, expropria\u00e7\u00e3o que o trabalhador est\u00e1 sofrendo, desde janeiro de 1999, com as constantes redu\u00e7\u00f5es da TR em rela\u00e7\u00e3o aos \u00edndices de infla\u00e7\u00e3o, culminando na sua completa nulidade, ininterruptamente, desde setembro de 2012.\nEm 1991 e 1992, quando o STF JULGOU a ADI 493-0/DF, ele deixou bem assentado que a TR n\u00e3o constitu\u00eda \u00edndice que refletia a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda. Esta caracter\u00edstica da TR tem se confirmado ao longo dos anos. A sua aplica\u00e7\u00e3o aos saldos dos dep\u00f3sitos do FGTS tem gerado \u201cgigantesca destrui\u00e7\u00e3o de valor\u201d do patrim\u00f4nio do trabalhador.\nH\u00e1 anos, os trabalhadores que tem dep\u00f3sitos no FGTS n\u00e3o experimentam ganhos reais em sua aplica\u00e7\u00e3o. Ao contr\u00e1rio. H\u00e1 muito tempo, os trabalhadores t\u00eam rendimentos inferiores a infla\u00e7\u00e3o, mesmo levando em conta a remunera\u00e7\u00e3o dos juros de 3% ao ano.\nDe pouco adiantaria ao trabalhador que fosse determinado ao Banco Central/CMN que recalculasse a TR, pois uma nova f\u00f3rmula estaria igualmente sob a\nDC 19\n\n\fdiscricionariedade e subjetivismo total do Banco. Basta avaliar a sucess\u00e3o de Resolu\u00e7\u00f5es do Banco Central/CMN sobre o tema, conforme Parecer do referido Economista.\nPartindo da premissa inequ\u00edvoca de que a TR n\u00e3o rep\u00f5e as perdas monet\u00e1rias dos dep\u00f3sitos do FGTS, outro caminho n\u00e3o existe se n\u00e3o o de adotar um novo \u00edndice que verdadeiramente corrija estes dep\u00f3sitos.\n3.3. \u00cdndices que efetivamente produzem corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria.\nA Lei de Introdu\u00e7\u00e3o \u00e0s Normas do Direito Brasileiro estabelece em seu artigo 5\u00ba que na aplica\u00e7\u00e3o da lei, o juiz atender\u00e1 aos fins sociais a que ela se dirige e \u00e0 exist\u00eancia do bem comum.\nA Lei do FGTS tem um fim social indiscut\u00edvel, proteger o trabalhador e constituir um patrim\u00f4nio que lhe sirva de arrimo em v\u00e1rias situa\u00e7\u00f5es da sua vida.\nDiante de tudo que foi demonstrado, o juiz atender\u00e1 aos fins sociais da Lei do FGTS ao reconhecer que corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, reposi\u00e7\u00e3o dos \u00edndices inflacion\u00e1rios de forma a garantir o poder de compra daquele dinheiro ali depositado no Fundo, \u00e9 efetivamente devida pela Caixa.\nSe a TR n\u00e3o pode ser considerada um \u00edndice id\u00f4neo, sobrev\u00e9m a necessidade de substitu\u00ed-la por um \u00edndice que realmente reponha as perdas monet\u00e1rias. E, ent\u00e3o, nada obsta que o juiz considere \u00edndice previsto em outra legisla\u00e7\u00e3o.\nAt\u00e9 por uma quest\u00e3o de equidade, o melhor \u00edndice que pode substituir a TR \u00e9 o \u00edndice que corrige monetariamente o sal\u00e1rio dos trabalhadores e os benef\u00edcios previdenci\u00e1rios. Este \u00edndice est\u00e1 previsto na Lei n\u00ba 12.382, de 25 de fevereiro de 2011, cujos primeiros artigos trazem a seguinte dic\u00e7\u00e3o:\nArt. 1\u00ba O sal\u00e1rio m\u00ednimo passa a corresponder ao valor de R$ 545,00 (quinhentos e quarenta e cinco reais). Par\u00e1grafo \u00fanico. Em virtude do disposto no caput, o valor di\u00e1rio do sal\u00e1rio m\u00ednimo corresponder\u00e1 a R$ 18,17 (dezoito reais e dezessete centavos) e o valor hor\u00e1rio, a R$ 2,48 (dois reais e quarenta e oito centavos). Art. 2\u00ba Ficam estabelecidas as diretrizes para a pol\u00edtica de desvaloriza\u00e7\u00e3o do sal\u00e1rio m\u00ednimo a vigorar entre 2012 e 2015, inclusive a serem aplicadas em 1\u00ba de janeiro do respectivo ano. \u00a7 1\u00ba Os reajustes para a preserva\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo do sal\u00e1rio m\u00ednimo corresponder\u00e3o \u00e0 varia\u00e7\u00e3o do \u00cdndice Nacional de Pre\u00e7os ao Consumidor \u2013 INPC, calculado e divulgado pela Funda\u00e7\u00e3o Instituto Brasileiro de Geografia e Estat\u00edstica \u2013 IBGE, acumulada nos doze meses anteriores ao m\u00eas de reajuste. \u00a7 2o Na hip\u00f3tese de n\u00e3o divulga\u00e7\u00e3o do INPC referente a um ou mais meses compreendidos no per\u00edodo do c\u00e1lculo at\u00e9 o \u00faltimo dia \u00fatil imediatamente anterior \u00e0 vig\u00eancia do reajuste, o Poder Executivo estimar\u00e1 os \u00edndices dos meses n\u00e3o dispon\u00edveis. \u00a7 3o Verificada a hip\u00f3tese de que trata o \u00a7 2o, os \u00edndices estimados permanecer\u00e3o v\u00e1lidos para os fins desta Lei, sem qualquer revis\u00e3o, sendo os eventuais res\u00edduos compensados no reajuste subsequente, sem retroatividade.\nDC 20\n\n\f\u00a7 4o A t\u00edtulo de aumento real, ser\u00e3o aplicados os seguintes percentuais: I - em 2012, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do Produto Interno Bruto - PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2010; II - em 2013, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2011; III - em 2014, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2012; e IV - em 2015, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2013. \u00a7 5o Para fins do disposto no \u00a7 4o, ser\u00e1 utilizada a taxa de crescimento real do PIB para o ano de refer\u00eancia, divulgada pelo IBGE at\u00e9 o \u00faltimo dia \u00fatil do ano imediatamente anterior ao de aplica\u00e7\u00e3o do respectivo aumento real.\nN\u00e3o h\u00e1 porque ter dois pesos e duas medidas. Se o sal\u00e1rio m\u00ednimo \u00e9 corrigido monetariamente pelo INPC, o dep\u00f3sito de FGTS que, em \u00faltima an\u00e1lise, \u00e9 um sal\u00e1rio indireto do trabalhador, tamb\u00e9m h\u00e1 de s\u00ea-lo.\nE observe que o objetivo da Lei em corrigir o sal\u00e1rio m\u00ednimo pelo INPC decorre exclusivamente da necessidade de preservar seu poder aquisitivo. A necessidade de preservar o poder aquisitivo \u00e9 uma constante em todas as transa\u00e7\u00f5es financeiras, e ela s\u00f3 se aperfei\u00e7oa quando rep\u00f5e efetivamente as perdas inflacion\u00e1rias.\nOutro \u00edndice que se mostra aplic\u00e1vel, na hip\u00f3tese deste douto ju\u00edzo entender que n\u00e3o se aplicaria o INPC, \u00e9 o IPCA, \u00edndice oficial do Governo Federal para medi\u00e7\u00e3o das metas inflacion\u00e1rias, contratadas com o FMI, a partir de julho, de 1999, ou qualquer outro que efetivamente recomponha o valor da moeda.\nAmbos os \u00edndices s\u00e3o infinitamente mais adequados a preservar o poder aquisitivo dos dep\u00f3sitos do FGTS do que a aniquilada TR.\n3.4. O outro lado da moeda.\nAinda \u00e9 necess\u00e1rio aprofundar um pouco mais nas consequ\u00eancias que esta subtra\u00e7\u00e3o de recursos do patrim\u00f4nio do trabalhador traz a todos, individual e coletivamente.\n\u00c9 de conhecimento geral que o Sistema Financeiro de Habita\u00e7\u00e3o disp\u00f5e dos recursos do FGTS para financiar o maior sonho de todo brasileiro \u2013 casa pr\u00f3pria. Tamb\u00e9m \u00e9 de conhecimento geral que a Caixa Econ\u00f4mica Federal \u00e9 o Banco que mais se utiliza destes recursos do SFH para financiar, emprestar dinheiro para os brasileiros comprarem a casa pr\u00f3pria.\nE, embora em princ\u00edpio, n\u00e3o haja correla\u00e7\u00e3o entre o trabalhador que tem dep\u00f3sitos no FGTS que s\u00e3o emprestados para financiar a casa pr\u00f3pria, em algum momento, trabalhador e mutu\u00e1rio s\u00e3o a mesma pessoa.\nE neste contexto de mutu\u00e1rio e trabalhador serem a mesma pessoa \u00e9 que se evidencia a maior solidez da hist\u00f3ria recente deste Pa\u00eds.\nDC 21\n\n\fJ\u00e1 seria reprov\u00e1vel o fato de a Caixa pegar um dinheiro a juros baixos e sem nenhuma corre\u00e7\u00e3o e emprest\u00e1-lo a juros muito mais altos, mesmo sem corre\u00e7\u00e3o (uma vez que a TR tamb\u00e9m corrige as presta\u00e7\u00f5es do SFH). \u00c0 toda evid\u00eancia, a institui\u00e7\u00e3o banc\u00e1ria leva imensa vantagem nesta negocia\u00e7\u00e3o.\nMas a situa\u00e7\u00e3o piora consideravelmente quando, a Caixa pega dinheiro a juros baixos, sem nenhuma corre\u00e7\u00e3o para o trabalhador, e empresta para ele mesmo.\nSuponhamos que um trabalhador queira adquirir uma casa pr\u00f3pria utilizando os recursos do seu FGTS. Ele encontra o im\u00f3vel, mas verifica que seus recursos n\u00e3o s\u00e3o suficientes para adquiri-lo. Ent\u00e3o ele se dirige a um Banco para financiar a diferen\u00e7a, comprometendo sua renda por muitos anos.\nA maioria dos trabalhadores brasileiros, quando quer adquirir seu im\u00f3vel, dirige-se \u00e0 Caixa Econ\u00f4mica Federal.\nTodavia, se o dep\u00f3sito do FGTS tivesse sido devidamente corrigido, se ele mantivesse seu poder de compra, ou o empr\u00e9stimo seria menor ou sequer haveria necessidade de o trabalhador comprometer sua renda e anos de trabalho para adquirir aquilo que \u00e9 o nosso sonho mais prim\u00e1rio, nossa necessidade mais real como indiv\u00edduo e como povo brasileiro.\nA caixa est\u00e1 emprestando para o trabalhador aquilo que ela deixou de pagar a ele a t\u00edtulo de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria na sua conta de FGTS.\nO Trabalhador Brasileiro n\u00e3o merece isto!\nA Caixa vale-se da fragilidade humana para colocar-se como realizadora de sonhos, ao mesmo tempo em que, ano ap\u00f3s ano, aufere lucros exorbitantes \u00e0s custas do trabalhador.\n4. CONCLUS\u00c3O:\nA Taxa Referencial, enquanto \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria assim considerada pela atual jurisprud\u00eancia p\u00e1tria, n\u00e3o pode ser reduzida a Zero ou valor menor que a infla\u00e7\u00e3o atual, como tem sido nos \u00faltimos meses, pois afronta flagrantemente o art. 2\u00ba da Lei n\u00ba. 8.036/90 e tamb\u00e9m a Constitui\u00e7\u00e3o Federal de 1988, que garante atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria aos dep\u00f3sitos feitos no FGTS.\nComo \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, a TR deveria garantir o poder aquisitivo dos dep\u00f3sitos do FGTS, que se perfaz levando em conta os \u00edndices de infla\u00e7\u00e3o. Desde janeiro de 1999, a TR se distanciou sensivelmente dos \u00edndices oficiais de infla\u00e7\u00e3o, impingindo profundas perdas aos dep\u00f3sitos do FGTS, tornando-se inid\u00f4nea para garantir a reposi\u00e7\u00e3o de perdas monet\u00e1rias.\nDC 22\n\n\fA inidoneidade da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria decorre de mudan\u00e7as introduzidas na sua metodologia de c\u00e1lculo pelo Banco Central do Brasil/CMN que, atrav\u00e9s do mecanismo econ\u00f4mico de um redutor, vem nitidamente manipulando o \u00edndice para que ele se desprenda da infla\u00e7\u00e3o at\u00e9 anul\u00e1-la completamente, a despeito de um quadro de infla\u00e7\u00e3o persistente no Pa\u00eds.\nA Caixa Econ\u00f4mica Federal est\u00e1 se prestando ao papel de espoliador do FGTS, na medida em que disp\u00f5e do patrim\u00f4nio do trabalhador sem a devida contrapresta\u00e7\u00e3o. A corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria aplicada ao FGTS tem sido h\u00e1 muito tempo menor que a infla\u00e7\u00e3o registrada, de forma que descumpre n\u00e3o s\u00f3 o art. 2\u00ba da Lei de n\u00ba 8.036/90, art. 233 do C\u00f3digo Civil, mas tamb\u00e9m toda a l\u00f3gica e princ\u00edpios do mercado econ\u00f4mico.\nQuem empresta tem direito a ser remunerado com juros e a totalidade da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. O trabalhador n\u00e3o pode ser obrigado a subsidiar ainda mais os projetos do Governo Federal. O \u201cainda mais\u201d decorre do fato de os juros de 3% do FGTS serem os menores do mercado, o qu\u00ea, por si s\u00f3, demonstra que ele j\u00e1 est\u00e1 fazendo sua parte sob a perspectiva social.\nNegar o direito de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria aos dep\u00f3sitos do FGTS, Fundo do qual o trabalhador n\u00e3o pode simplesmente sacar seu dinheiro para aplicar em outro fundo mais rent\u00e1vel, configura ato de tirania, incompat\u00edvel com um Estado Democr\u00e1tico de Direito e deve ser de pronto recha\u00e7ado.\nSe o Governo Brasileiro remunerasse os investidores internacionais com TR mais 3% a.a., como faz com os trabalhadores, haveria uma fuga em massa dos investimentos no Pa\u00eds, e certamente estar\u00edamos experimentando uma tsunami econ\u00f4mica e n\u00e3o uma simples \u201cmarolinha\u201d.\nSendo a TR \u00edndice inid\u00f4neo para restabelecer o poder aquisitivo dos dep\u00f3sitos do FGTS, sua substitui\u00e7\u00e3o por outro \u00edndice que melhor recomponha as perdas monet\u00e1rias se torna imperioso, a fim de prevalecer o art. 2\u00ba da Lei n\u00ba 8.036/90 e art. 233 do C\u00f3digo Civil.\nPosto que desde janeiro de 1999 o redutor criado pelo Banco Central/CMN promoveu o completo distanciamento da TR dos \u00edndices oficiais de infla\u00e7\u00e3o, temos que desde ent\u00e3o ela perdeu sua condi\u00e7\u00e3o de repor as perdas inflacion\u00e1rias dos dep\u00f3sitos do FGTS, devendo esta data ser substitu\u00edda pelo INPC, alternativamente, pelo IPCA, ou outro que recomponha o valor da moeda.\nPortanto, requer a proced\u00eancia do feito para determinar a substitui\u00e7\u00e3o da taxa referencial para corre\u00e7\u00e3o das contas do FGTS, para condenar os r\u00e9us a pagar \u00e0 parte autora o valor correspondente \u00e0s diferen\u00e7as de FGTS em raz\u00e3o da aplica\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria pelo INPC (IPCA, ou outro \u00edndice a ser fixado pelo D. Ju\u00edzo, que seja vantajoso \u00e0 parte autora) nos meses em que a TR foi zero ou menor que zero, nas parcelas vencidas e vincendas.\nDC 23\n\n\fOu seja, para condenar os r\u00e9us a pagar \u00e0 parte autora o valor correspondente \u00e0s diferen\u00e7as de FGTS em raz\u00e3o da aplica\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria pelo INPC, desde Janeiro de 1999, nos meses em que a TR n\u00e3o foi zero, mas foi menor que a infla\u00e7\u00e3o do per\u00edodo; OU, sucessivamente o valor correspondente \u00e0s diferen\u00e7as de FGTS em raz\u00e3o da aplica\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria pelo IPCA nos meses em que a TR foi zero; E o valor correspondente \u00e0s diferen\u00e7as de FGTS em raz\u00e3o da aplica\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria pelo IPCA desde Janeiro de 1999, nos meses em que a TR n\u00e3o foi zero, mas foi menos que a infla\u00e7\u00e3o do per\u00edodo; OU o valor correspondente \u00e0s diferen\u00e7as de FGTS em raz\u00e3o da aplica\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria por qualquer outro \u00edndice que reponha as perdas inflacion\u00e1rias do trabalhador nas contas do FGTS, no entender deste Douto Ju\u00edzo, desde janeiro de 1999, inclusive nos meses em que a TR foi zero;\nAinda, considerando que a garantia de recomposi\u00e7\u00e3o das perdas inflacion\u00e1rias est\u00e1 impl\u00edcita na disposi\u00e7\u00e3o do art. 7\u00ba, III, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal de 1988, que assegura esse direito trabalhista fundamental a todos os trabalhadores, requer a declara\u00e7\u00e3o da inconstitucionalidade do art. 13 da Lei 8.036/90 c/c arts. 1\u00b0 e 17 da Lei 8.177/91 (pelo menos desde a superveni\u00eancia dos efeitos da Resolu\u00e7\u00e3o CMN 2.604, de 23/04/1999), em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 aplica\u00e7\u00e3o da TR para corrigir os dep\u00f3sitos do FGTS.\n\n5. DO PREQUESTIONAMENTO:\n\nComo esclarecido, a mat\u00e9ria dos autos, referente ao art. 5\u00ba inciso XXII, e ainda no art. 7\u00ba caput e inciso III, ambos da Constitui\u00e7\u00e3o, qual seja, o reconhecimento da inconstitucionalidade da TR como fator de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e sua substitui\u00e7\u00e3o por outro \u00edndice, tem em um posicionamento adotado ampla e pacificamente pelo PLEN\u00c1RIO do Supremo Tribunal Federal por ocasi\u00e3o de v\u00e1rios julgados recentes, como no RE 747.702 (julgado em 13/08/2013), e na ADI 4357 (julgado em 14/03/2013).\n\nCarmen L\u00facia:\n\nColhe-se do ac\u00f3rd\u00e3o proferido no RE 747.702, de relatoria da Ministra\n\n2. O Recorrente alega que o Tribunal a quo teria contrariado o inc. XXII do art. 5\u00ba da Constitui\u00e7\u00e3o da Rep\u00fablica. Argumenta que: \u201cO princ\u00edpio da igualdade \u00e9 vulnerado na medida em que o Estado discrimina, sem motivo razo\u00e1vel, os crit\u00e9rios de corre\u00e7\u00e3o utilizados para atualizar seus d\u00e9bitos para com os cidad\u00e3os e os d\u00e9bitos dos contribuintes. Ora, o Estado claramente legisla em causa pr\u00f3pria ao fixar a atualiza\u00e7\u00e3o de seus d\u00e9bitos atrav\u00e9s da TR e, ao mesmo tempo, cobra seus cr\u00e9ditos acrescidos da SELIC. A TR no ano de 2010 foi de apenas 0,6887%, enquanto que a SELIC foi de 9,90%. A diferen\u00e7a \u00e9 espantosa, injusta e at\u00e9 imoral. (\u2026) Requer (\u2026) a inconstitucionalidade do \u00a7 12 do artigo 100 da Constitui\u00e7\u00e3o Federal, adicionado pela EC n. 62/2009, determinando-se a utiliza\u00e7\u00e3o do \u00edndice IPCA-E na corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria a ser aplicada aos precat\u00f3rios\u201d (fls. 81-82). 3. Raz\u00e3o jur\u00eddica assiste, em parte, ao Recorrente. (...)\n\nDC 24\n\n\fO ac\u00f3rd\u00e3o recorrido destoa da jurisprud\u00eancia deste Supremo Tribunal, que declarou a inconstitucionalidade da express\u00e3o \u201c\u00edndice oficial de remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica da caderneta de poupan\u00e7a\u201d, constante do \u00a7 12 do art. 100 da Constitui\u00e7\u00e3o da Rep\u00fablica (acrescentado pela Emenda Constitucional n. 62/2009) (...) Pelo exposto, dou parcial provimento a este recurso extraordin\u00e1rio (art. 557, \u00a7 1\u00ba-A, do C\u00f3digo de Processo Civil e art. 21, \u00a7 2\u00ba, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal) para reafirmar a inconstitucionalidade da express\u00e3o \u201c\u00edndice oficial de remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica da caderneta de poupan\u00e7a\u201d, constante do \u00a7 12 do art. 100 da Constitui\u00e7\u00e3o da Rep\u00fablica e determinar que o Tribunal de origem julgue como de direito quanto \u00e0 aplica\u00e7\u00e3o de outro \u00edndice que n\u00e3o a taxa referencial (TR) (grifos do recorrente). Publique-se. Bras\u00edlia, 4 de junho de 2013.\nMinistra C\u00c1RMEN L\u00daCIA Relatora\nTamb\u00e9m a controv\u00e9rsia possui pertin\u00eancia com o objeto das a\u00e7\u00f5es diretas de inconstitucionalidade ns.\u00ba 4.357, 4.372, 4.400, 4.425, com a da ADI 493.\nIgualmente a aplica\u00e7\u00e3o da Taxa Referencial afronta diretamente a Constitui\u00e7\u00e3o Federal em seus artigos 5\u00ba, inciso XXII (direito de propriedade), art. 7\u00ba, inciso III (garantia do trabalhador ao FGTS) e VI (irredutibilidade salarial), e art. 60, \u00a7 4\u00ba, IV, bem como o art. 2\u00ba da Lei 8.036/1990 (que disp\u00f5e sobre o FGTS).\nPrequestionam-se todos os dispositivos citados.\nAinda, considerando que a garantia de recomposi\u00e7\u00e3o das perdas inflacion\u00e1rias est\u00e1 impl\u00edcita na disposi\u00e7\u00e3o do art. 7\u00ba, III, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal de 1988, que assegura esse direito trabalhista fundamental a todos os trabalhadores, requer tamb\u00e9m o prequestionamento quanto \u00e0 declara\u00e7\u00e3o da inconstitucionalidade do art. 13 da Lei 8.036/90 c/c arts. 1\u00b0 e 17 da Lei 8.177/91 (pelo menos desde a superveni\u00eancia dos efeitos da Resolu\u00e7\u00e3o CMN 2.604, de 23/04/1999), em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 aplica\u00e7\u00e3o da TR para corrigir os dep\u00f3sitos do FGTS.\nPor fim, caso este Ju\u00edzo entenda pela improced\u00eancia da a\u00e7\u00e3o, requer conste expressamente do ac\u00f3rd\u00e3o, para fins de prequestionamento, que seja declarado expressamente o porqu\u00ea da n\u00e3o aplica\u00e7\u00e3o ao caso das decis\u00f5es proferidas pelos ju\u00edzos em primeira inst\u00e2ncia mencionados, pelo Supremo Tribunal Federal e Superior Tribunal de Justi\u00e7a acerca da inconstitucionalidade da TR como fator de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, de forma a viabilizar eventual futuro recurso extraordin\u00e1rio e incidente de uniformiza\u00e7\u00e3o para ver atendido seu direito.\nTamb\u00e9m se requer a manifesta\u00e7\u00e3o espec\u00edfica do D. Julgador sobre os dispositivos constitucionais e legais mencionados.\n6. DOS PEDIDOS:\nDC 25\n\n\fPelo exposto, requer a cita\u00e7\u00e3o da Requerida para, querendo, contestar a presente a\u00e7\u00e3o, que ao final dever\u00e1 ser julgada procedente para, em rela\u00e7\u00e3o a todos os dep\u00f3sitos j\u00e1 existentes e os que vir\u00e3o a ser depositados:\n\na) conden\u00e1-la a pagar \u00e0 parte autora o valor correspondente \u00e0s diferen\u00e7as de FGTS em raz\u00e3o da aplica\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria pelo INPC (ou outro \u00edndice a ser fixado pelo D. Ju\u00edzo, que seja vantajoso \u00e0 parte autora) nos meses em que a TR foi zero, nas parcelas vencidas e vincendas;\n\nb) conden\u00e1-la a pagar \u00e0 parte autora o valor correspondente \u00e0s diferen\u00e7as de FGTS em raz\u00e3o da aplica\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria pelo INPC, desde Janeiro de 1999, nos meses em que a TR n\u00e3o foi zero, mas foi menor que a infla\u00e7\u00e3o do per\u00edodo; OU, sucessivamente o valor correspondente \u00e0s diferen\u00e7as de FGTS em raz\u00e3o da aplica\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria pelo IPCA nos meses em que a TR foi zero; E o valor correspondente \u00e0s diferen\u00e7as de FGTS em raz\u00e3o da aplica\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria pelo IPCA desde Janeiro de 1999, nos meses em que a TR n\u00e3o foi zero, mas foi menos que a infla\u00e7\u00e3o do per\u00edodo; OU o valor correspondente \u00e0s diferen\u00e7as de FGTS em raz\u00e3o da aplica\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria por qualquer outro \u00edndice que reponha as perdas inflacion\u00e1rias do trabalhador nas contas do FGTS, no entender deste Douto Ju\u00edzo, desde janeiro de 1999, inclusive nos meses em que a TR foi zero;\n\nrecomposi\u00e7\u00e3o:\n\nb.1) no caso dos dep\u00f3sitos do FGTS n\u00e3o levantados at\u00e9 a data da\n\nb.1.1) recalcular a corre\u00e7\u00e3o do FGTS desde 01/01/1999, nos termos descritos, depositando as diferen\u00e7as corrigidas na(s) conta(s) vinculada(s) respectiva (s);\n\nb.1.2) pagar juros morat\u00f3rios de 1% ao m\u00eas sobre as diferen\u00e7as corrigidas apuradas no item \"a\", desde a cita\u00e7\u00e3o at\u00e9 a data da recomposi\u00e7\u00e3o da(s) conta(s) vinculada(s), depositando os juros na(s) conta(s) vinculada(s) respectiva(s);\n\nb.2) no caso dos dep\u00f3sitos do FGTS levantados entre 01/01/1999 at\u00e9 a data da recomposi\u00e7\u00e3o:\n\nb.2.1) recalcular a corre\u00e7\u00e3o do FGTS desde 01/01/1999, nos termos descritos mantendo-se os juros remunerat\u00f3rios de 3% ao ano previstos no art. 13 da Lei 8.036/90 (ou outro que seja aplic\u00e1vel \u00e0 conta da parte autora, se mais vantajoso), at\u00e9 a data do levantamento/dep\u00f3sito em ju\u00edzo dos valores devidos, a serem disponibilizados para levantamento pela parte autora sem qualquer condicionamento;\nc) a declara\u00e7\u00e3o da inconstitucionalidade da vincula\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria do FGTS \u00e0 TR, do art. 13 da Lei 8.036/90 c/c arts. 1\u00b0 e 17 da Lei 8.177/91, desde 01/01/1999 (ou outra data fixada pelo D. Ju\u00edzo), nos termos expostos, ainda que de forma parcial superveniente;\n\nDC 26\n\n\fd) conden\u00e1-la a pagar custas e honor\u00e1rios advocat\u00edcios, estes em favor do procurador da parte autora e no percentual de 20% sobre o valor da condena\u00e7\u00e3o, observado o m\u00ednimo estabelecido em tabela pela Ordem dos Advogados do Brasil, ou ent\u00e3o, do sal\u00e1rio m\u00ednimo a ser atualizado pelo \u00edndice que corrija a infla\u00e7\u00e3o at\u00e9 a data do efetivo pagamento;\ne) declarar que os valores devidos pela condena\u00e7\u00e3o de que tratam os itens acima, dever\u00e3o incidir corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria desde a inadimpl\u00eancia do r\u00e9u, bem como os juros legais de 1% ao m\u00eas;\nf) declarar que os valores de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria do FGTS devem ser corrigidos pelo \u00edndice que melhor representa a infla\u00e7\u00e3o no pa\u00eds, qual seja, INPC, IPCA ou outro a ser fixado pelo D. Ju\u00edzo;\ng) requer o prequestionamento dos dispositivos constitucionais e legais invocados (artigos 5\u00ba, inciso XXII, art. 7\u00ba, incisos III e IV, art. 60, todos da Constitui\u00e7\u00e3o Federal de 1988, art. 2\u00ba da Lei 8.036/1990), da inconstitucionalidade progressiva do art. 13 da Lei 8.036/90 c/c arts. 1\u00b0 e 17 da Lei 8.177/91 (pelo menos desde a superveni\u00eancia dos efeitos da Resolu\u00e7\u00e3o CMN 2.604, de 23/04/1999), da vincula\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria do FGTS \u00e0 TR, conforme j\u00e1 exposto, bem como manifesta\u00e7\u00e3o sobre as decis\u00f5es proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e Superior Tribunal de Justi\u00e7a acerca da inconstitucionalidade da TR como fator de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, de forma a viabilizar eventual futuro recurso extraordin\u00e1rio e incidente de uniformiza\u00e7\u00e3o para ver atendido seu direito.\nRequer, ainda, provar o alegado por todos os meios de prova admitidos em direito, principalmente prova documental.\nA parte autora renuncia aos valores que excederem a sessenta sal\u00e1riosm\u00ednimos, consideradas apenas as parcelas vencidas at\u00e9 a propositura da presente a\u00e7\u00e3o e as 12 primeiras vincendas (a partir do ajuizamento), nos temos da Lei 10.259/2001; ressaltando que o instrumento de mandato outorgado ao procurador (PROC2) concede poderes, inclusive, para a ren\u00fancia.\nPor fim, requer a concess\u00e3o dos benef\u00edcios da justi\u00e7a gratuita, considerando que n\u00e3o tem condi\u00e7\u00f5es de pagar custas, despesas e honor\u00e1rios sucumbenciais, sem preju\u00edzo pr\u00f3prio e da fam\u00edlia.\nD\u00e1 a causa o valor de R$ 15.000,00.\nNestes termos, pede deferimento.\nCuritiba (PR), 13 de junho de 2014.\n\nWillyan Rower Soares OAB/PR 19.887\n\nDC 27\n\n\f" } ], "similar_texts_federais_solon": [ { "header": "Texto Similar 1 (Solon) - IdDocumentoCompleto: 5002171-50.2016.4.04.7204-721459193332553610210000000001", "text": "S\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nEXCELENT\u00cdSSIMO (A) SENHOR (A) JUIZ (A) FEDERAL DA ___ VARA FEDERAL DA SUBSE\u00c7\u00c3O JUDICI\u00c1RIA DE CRICI\u00daMA - SC\n\nA PARTE AUTORA, j\u00e1 qualificada eletronicamente, por seus procuradores que esta subscrevem, Dr. GEBDIEL GON\u00c7ALVES S\u00c1, brasileiro, casado, advogado devidamente inscrito na OAB/SC sob o n\u00ba 23.914 e JAIR S\u00c1 JUNIOR, brasileiro, casado, advogado devidamente inscrito na OAB/SC 26.344, ambos com endere\u00e7o profissional a Rua Jo\u00e3o Pessoa, n\u00ba 380, centro, munic\u00edpio de Crici\u00fama, SC, onde recebe avisos e intima\u00e7\u00f5es, v\u00eam \u00e0 presen\u00e7a de V. Ex\u00aa, com o devido respeito, propor a presente:\nA\u00c7\u00c3O ORDIN\u00c1RIA DE CORRE\u00c7\u00c3O DOS SALDOS DO FGTS\nEm desfavor da CAIXA ECON\u00d4MICA FEDERAL, com sede no SBS quadra 04 lotes 3/4 Matriz, Bras\u00edlia \u2013 DF, CEP: 70092-900 e com filial nesta cidade, situada \u00e0 rua Santo Antonio, 180, CEP 88801-440, pelas raz\u00f5es de fato e de direito que passa a expor.\n1. DOS FATOS\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nO processo em tela trata de quest\u00e3o de extrema import\u00e2ncia para\nmilh\u00f5es de trabalhadores brasileiros e diz respeito ao Fundo de Garantia por\nTempo de Servi\u00e7o. O Fundo de Garantia por Tempo de Servi\u00e7o foi criado na\nd\u00e9cada de 1960 para proteger o trabalhador, como suced\u00e2neo da antiga\nestabilidade decenal. \u00c9 constitu\u00eddo por valores depositados pelas empresas em\nnome de seus empregados e possibilita que o trabalhador forme um patrim\u00f4nio.\nNesse sentido, verifica-se no s\u00edtio eletr\u00f4nico da Caixa Econ\u00f4mica\nFederal que o FGTS hoje financia programas de habita\u00e7\u00e3o popular, saneamento\nb\u00e1sico e infraestrutura urbana.\nAssim, o FGTS \u00e9 regido pelas disposi\u00e7\u00f5es da Lei n\u00ba 8.036, de 11 de\nmaio de 1990, por normas e diretrizes estabelecidas pelo seu Conselho Curador e\ngerido pela Caixa Econ\u00f4mica Federal. Dos artigos 2\u00ba e 13 da Lei n\u00ba 8.036/90 extraI-se que h\u00e1 uma\nobrigatoriedade de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e de remunera\u00e7\u00e3o por meio de juros\ndos dep\u00f3sitos efetuados nas contas vinculadas do FGTS, sen\u00e3o vejamos:\nArt. 2\u00ba O FGTS \u00e9 constitu\u00eddo pelos saldos das contas vinculadas a que se refere esta lei e outros recursos a ele incorporados, devendo ser aplicados com atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e juros, de modo a assegurar a cobertura de suas obriga\u00e7\u00f5es. Art. 13. Os dep\u00f3sitos efetuados nas contas vinculadas ser\u00e3o corrigidos monetariamente com base nos par\u00e2metros fixados para atualiza\u00e7\u00e3o dos saldos dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a e capitaliza\u00e7\u00e3o juros de (tr\u00eas) por cento ao ano.\n\nRessalte-se que o par\u00e2metro fixado para a atualiza\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos dos saldos de poupan\u00e7a e consequentemente dos dep\u00f3sitos do FGTS \u00e9 a Taxa Referencial \u2013 TR, conforme prescrevem os artigos 12 e 17 da Lei n\u00ba 8.177, de 1\u00ba de mar\u00e7o de 1991, com reda\u00e7\u00e3o da lei n\u00ba 12.703, de 7 de agosto de 2012, cuja dic\u00e7\u00e3o \u00e9 a seguinte:\n\nArt. 12. Em cada per\u00edodo de rendimento, os dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a ser\u00e3o remunerados:I - como remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica, por taxa correspondente \u00e0 acumula\u00e7\u00e3o das TRD, no per\u00edodo transcorrido entre o dia do \u00faltimo cr\u00e9dito de rendimento, inclusive, e o dia do cr\u00e9dito de rendimento, exclusive;II - como remunera\u00e7\u00e3o adicional, por juros de: (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n \u00ba 12.703, de 2012)a) 0,5% (cinco d\u00e9cimos por cento) ao m\u00eas, enquanto a meta da taxa Selic\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nao ano, definida pelo Banco Central do Brasil, for superior a 8,5% (oito inteiros e cinco d\u00e9cimos por cento); ou (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n \u00ba 12.703, de 2012)b) 70% (setenta por cento) da meta da taxa Selic ao ano, definida pelo Banco Central do Brasil, mensalizada, vigente na data de in\u00edcio do per\u00edodo de rendimento, nos demais casos. (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n \u00ba 12.703, de 2012)(...)\n\nArt. 17. A partir de fevereiro de 1991, os saldos das contas do Fundo de Garantia por Tempo de Servi\u00e7o (FGTS) passam a ser remunerados pela taxa aplic\u00e1vel \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a com data de anivers\u00e1rio no dia 1\u00b0, observada a periodicidade mensal para remunera\u00e7\u00e3o. Par\u00e1grafo \u00fanico. As taxas de juros previstas na legisla\u00e7\u00e3o em vigor do FGTS s\u00e3o mantidas e consideradas como adicionais \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o prevista neste artigo.\nRetrata a Lei n\u00ba 8.177/91 a forma como a TR ser\u00e1 calculada:\nArt. 1\u00b0 O Banco Central do Brasil divulgar\u00e1 Taxa Referencial (TR), calculada a partir da remunera\u00e7\u00e3o mensal m\u00e9dia l\u00edquida de impostos, dos dep\u00f3sitos a prazo fixo captados nos bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos m\u00faltiplos com carteira comercial ou de investimentos, caixas econ\u00f4micas, ou dos t\u00edtulos p\u00fablicos federais, estaduais e municipais, de acordo com metodologia a ser aprovada pelo Conselho Monet\u00e1rio Nacional, no prazo de sessenta dias, e enviada ao conhecimento do Senado Federal.\u00a7 1\u00b0 A TR ser\u00e1 mensalmente divulgada pelo Banco Central do Brasil, no m\u00e1ximo at\u00e9 o oitavo dia \u00fatil do m\u00eas de refer\u00eancia. (Revogado pela Lei n\u00ba 8.660, de 1993)\u00a7 2\u00b0 As institui\u00e7\u00f5es que venham a ser utilizadas como bancos de refer\u00eancia, dentre elas, necessariamente, as dez maiores do Pa\u00eds, classificadas pelo volume de dep\u00f3sitos a prazo fixo, est\u00e3o obrigadas a fornecer as informa\u00e7\u00f5es de que trata este artigo, segundo normas estabelecidas pelo Conselho Monet\u00e1rio Nacional, sujeitando-se a institui\u00e7\u00e3o e seus administradores, no caso de infra\u00e7\u00e3o \u00e0s referidas normas, \u00e0s penas estabelecidas no art. 44 da Lei n\u00b0 4.595, de 31 de dezembro de 1964.\u00a7 3\u00b0 Enquanto n\u00e3o aprovada a metodologia de c\u00e1lculo de que trata este artigo, o Banco Central do Brasil fixar\u00e1 a TR.\n\nLogo, a metodologia de c\u00e1lculo foi h\u00e1 muito tempo definida pela Banco Central-Conselho Monet\u00e1rio Nacional (CMN), e hoje est\u00e1 vigente sob a forma da Resolu\u00e7\u00e3o n\u00ba 3.354, de 31 de mar\u00e7o de 2006.\nOcorre que, h\u00e1 muito tempo, a TR n\u00e3o reflete mais a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, tendo se distanciado completamente dos \u00edndices oficiais de infla\u00e7\u00e3o. Nos meses de setembro, outubro e novembro de 2009, janeiro e fevereiro de 2010, fevereiro e junho de 2012 e de setembro de 2012 em diante, a TR tem sido completamente anulada, como se n\u00e3o existisse qualquer infla\u00e7\u00e3o no per\u00edodo pass\u00edvel de corre\u00e7\u00e3o.\n\n2. PRELIMINARMENTE\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\na) LEGITIMIDADE PASSIVA DA CAIXA ECON\u00d4MICA FEDERAL\nTendo-se em vista que o processo em tela versa sobre corre\u00e7\u00e3o\nmonet\u00e1ria dos dep\u00f3sitos de FGTS, sobressai irrefut\u00e1vel a legitimidade passiva e\nexclusiva da Caixa Econ\u00f4mica Federal, conforme precedentes do STJ, sen\u00e3o\nvejamos:\nA\u00c7\u00c3O RESCIS\u00d3RIA. ADMINISTRATIVO. FGTS. CORRE\u00c7\u00c3O DOS SALDOS DAS CONTAS VINCULADAS. DIFEREN\u00c7AS DE EXPURGOS INFLACION\u00c1RIOS. TEMA J\u00c1 PACIFICADO NO STJ. PROCED\u00caNCIA DA A\u00c7\u00c3O.1. A mat\u00e9ria referente \u00e0 corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria das contas vinculadas ao FGTS, em raz\u00e3o das diferen\u00e7as de expurgos inflacion\u00e1rios, foi decidida pela Primeira Se\u00e7\u00e3o deste Superior Tribunal, no REsp n.1.111.201 - PE e no REsp n. 1.112.520 - PE, de relatoria do Exmo.Min. Benedito Gon\u00e7alves, ambos submetidos ao regime do art. 543-C do CPC e da Resolu\u00e7\u00e3o n. 8/08 do STJ, que tratam dos recursos representativos da controv\u00e9rsia, publicados no DJe de 4.3.2010.(...)3. Quanto \u00e0s demais preliminares alegadas, devidamente prequestionadas, esta Corte tem o entendimento no sentido de que, nas demandas que tratam da atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos saldos das contas vinculadas do FGTS, a legitimidade passiva ad causam \u00e9 exclusiva da Caixa Econ\u00f4mica Federal, por ser gestora do Fundo, com a exclus\u00e3o da Uni\u00e3o e dos bancos deposit\u00e1rios (S\u00famula 249/STJ).(...)(AR 1.962/SC, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, PRIMEIRA SE\u00c7\u00c3O, julgado em 08/02/2012, DJe 27/02/2012)\nS\u00famula 249/STJ \u2013 A Caixa Econ\u00f4mica Federal tem legitimidade passiva para integrar processo em que se discute corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria do FGTS.\nAssim, a presente a\u00e7\u00e3o foi proposta exclusivamente contra a\nCaixa Econ\u00f4mica Federal, conforme pacificamente definido pela jurisprud\u00eancia\nnacional.\nb) DA PRESCRI\u00c7\u00c3O\nNo que tange ao prazo prescricional, j\u00e1 est\u00e1 amplamente\nassentado na doutrina e jurisprud\u00eancia, que em rela\u00e7\u00e3o ao pleito de corre\u00e7\u00e3o\nmonet\u00e1ria do FGTS, a prescri\u00e7\u00e3o \u00e9 trinten\u00e1ria.\nNeste sentido, decis\u00e3o do STJ:\nRECURSO ESPECIAL. TRIBUT\u00c1RIO. FGTS. CORRE\u00c7\u00c3O DOS SALDOS DAS CONTAS VINCULADAS. DIFEREN\u00c7AS DE EXPURGOS INFLACION\u00c1RIOS. TEMA J\u00c1 JULGADO PELO REGIME DO ART. 543-C DO CPC E DA RESOLU\u00c7\u00c3O N. 8/08 DO STJ, QUE TRATAM DOS RECURSOS REPRESENTATIVOS DE CONTROV\u00c9RSIA.(...)3. No REsp n. 1.112.520 - PE, por seu turno, firmou-se o seguinte entendimento: 4. Outrossim,\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nn\u00e3o deve prevalecer a interpreta\u00e7\u00e3o da recorrente quanto \u00e0 ocorr\u00eancia de prescri\u00e7\u00e3o quinquenal, pois este Tribunal j\u00e1 decidiu que \u00e9 trinten\u00e1ria a prescri\u00e7\u00e3o para cobran\u00e7a de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria de contas vinculadas ao FGTS, nos termos das S\u00famula 210/STJ: \"A a\u00e7\u00e3o de cobran\u00e7a das contribui\u00e7\u00f5es para o FGTS prescreve em (30) trinta anos\".(...)(REsp 1150446 RJ 2009/0143136-0, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, Julgamento: 10/08/2010, \u00d3rg\u00e3o Julgador: T2 - SEGUNDA TURMA, Publica\u00e7\u00e3o: DJe 10/09/2010)\n\nAssim, a a\u00e7\u00e3o ora proposta n\u00e3o est\u00e1 alcan\u00e7ada pela prescri\u00e7\u00e3o trinten\u00e1ria, conforme se demonstrar\u00e1 adiante.\n\n2. DO M\u00c9RITO\n\na) AN\u00c1LISE DA CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA E DO FGTS\nA corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria existe entre n\u00f3s desde a d\u00e9cada de 1960. O principal te\u00f3rico da Corre\u00e7\u00e3o Monet\u00e1ria, o Advogado Tributarista Bulh\u00f5es Pedreira explica o seguinte:\n\u2019\u201dPor analogia com as unidades de medidas f\u00edsicas podemos dizer que o n\u00edvel geral de pre\u00e7os \u00e9 o padr\u00e3o prim\u00e1rio do valor financeiro, enquanto que a unidade monet\u00e1ria serve como padr\u00e3o secund\u00e1rio \u2013 usado, na pr\u00e1tica, para exprimir o valor financeiro, mas que deve ser aferido pelo padr\u00e3o prim\u00e1rio porque sujeito a modifica\u00e7\u00f5es.\u201d (BULH\u00d5ES PEDREIRA, Jos\u00e9 Luiz, \u201cCorre\u00e7\u00e3o Monet\u00e1ria; Indexa\u00e7\u00e3o Cambial. Obriga\u00e7\u00e3o Pecuni\u00e1ria\u201d, in \u201cRevista de Direito Administrativo\u201d, c. 193 p, 353 a 372 Jul/Set 1993).\nAinda, o autor Let\u00e1cio Jansen diz que Bulh\u00f5es Pedreira teria conseguido institucionalizar e colocar em pr\u00e1tica a sua doutrina principalmente atrav\u00e9s da Lei n\u00ba 4.357, de 1964, que criou o primeiro indexador da Economia Brasileira \u2013 a ORTN (obriga\u00e7\u00e3o reajust\u00e1vel do tesouro nacional), uma obriga\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria cuja fun\u00e7\u00e3o era fazer variar, periodicamente, a moeda nacional segundo a perda de seus respectivos poderes aquisitivos http://www.scamargo.adv.br/scripts/forum/textoTema.asp?id=81&tema=nvalida de+da+taxa+referencial+(TR)%3A+o+Significado+da+ADI+493-0-df).\nDesde esta data, uma pl\u00eaiade de \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria foi se sucedendo, at\u00e9 a entrada em vigor da Medida Provis\u00f3ria n\u00ba 294, de 31 de\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\njaneiro de 1991, que se transformou na Lei n\u00ba 8.177, de 1\u00ba de mar\u00e7o de 1991. Nesta oportunidade o Governo Collor pretendeu substituir a s\u00e9rie de indexadores tradicionais da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria brasileira (ORTN, OTN e BTN) que eram vinculados \u00e0 varia\u00e7\u00e3o dos n\u00edveis gerais de pre\u00e7os, pela Taxa Referencial, que tinha natureza financeira.\nAinda hoje permanece a perplexidade em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 natureza jur\u00eddica da TR, at\u00e9 por conta da pr\u00f3pria inconsist\u00eancia da lei que a criou, que ora a trata como taxa de juros (artigo 39) ora como indexador (artigo 18).\nTaxas de juros objetivam promover a remunera\u00e7\u00e3o do capital. S\u00e3o calculadas por quem disponibiliza o capital em benef\u00edcio de outra pessoa, f\u00edsica ou jur\u00eddica, para que empregue para satisfa\u00e7\u00e3o de determinada necessidade, na expectativa de lucro. Os indexadores, por outro lado, podem ser entendidos como \u00edndices calculados a partir da varia\u00e7\u00e3o de pre\u00e7os de mercado em determinado per\u00edodo. O seu objetivo est\u00e1 na corre\u00e7\u00e3o dos efeitos inflacion\u00e1rios, quando se compara valores monet\u00e1rios em diferentes \u00e9pocas.\nPois bem. Quando o STF enfrentou o tema da natureza da TR, disse atrav\u00e9s do voto vencedor da ADI 493-0/DF que:\nA Taxa Referencial (TR) n\u00e3o \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, pois, refletindo as varia\u00e7\u00f5es do custo prim\u00e1rio da capta\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos a prazo fixo, n\u00e3o constitui \u00edndice que reflita a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda.\n\nN\u00e3o obstante, os Ministros vencidos Celso de Mello, Marco Aur\u00e9lio e Ilmar Galv\u00e3o entenderam que a estrutura de c\u00e1lculo da taxa referencial n\u00e3o era suficiente para impedir sua utiliza\u00e7\u00e3o como par\u00e2metro de indexa\u00e7\u00e3o da economia.\nMesmo assim, naquela oportunidade, o STF entendeu que a TR possu\u00eda natureza de taxa de juros e declarou inconstitucional o artigo 18 da Lei n\u00ba 8.177/91, cujo texto original estabelecia que os saldos devedores e as presta\u00e7\u00f5es dos contratos integrantes do SFH, passariam a ser atualizados pela taxa aplic\u00e1vel \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica dos Dep\u00f3sitos de Poupan\u00e7a. Vale a pena transcrever a ementa deste julgado:\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nA\u00e7\u00e3o direta de inconstitucionalidade.- Se a lei alcan\u00e7ar os efeitos futuros de contratos celebrados anteriormente a ela, ser\u00e1 essa lei retroativa (retroatividade m\u00ednima) porque vai interferir na causa, que e um ato ou fato ocorrido no passado.- O disposto no artigo 5, XXXVI, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal se aplica a toda e qualquer lei infraconstitucional, sem qualquer distin\u00e7\u00e3o entre lei de direito p\u00fablico e lei de direito privado, ou entre lei de ordem p\u00fablica e lei dispositiva. Precedente do S.T.F..- Ocorr\u00eancia, no caso, de viola\u00e7\u00e3o de direito adquirido. A taxa referencial (TR) n\u00e3o \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, pois, refletindo as varia\u00e7\u00f5es do custo prim\u00e1rio da capta\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos a prazo fixo, n\u00e3o constitui \u00edndice que reflita a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda. Por isso, n\u00e3o h\u00e1 necessidade de se examinar a quest\u00e3o de saber se as normas que alteram \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria se aplicam imediatamente, alcan\u00e7ando, pois, as presta\u00e7\u00f5es futuras de contratos celebrados no passado, sem violarem o disposto no artigo 5, XXXVI, da Carta Magna.- Tamb\u00e9m ofendem o ato jur\u00eddico perfeito os dispositivos impugnados que alteram o crit\u00e9rio de reajuste das presta\u00e7\u00f5es nos contratos j\u00e1 celebrados pelo sistema do Plano de Equival\u00eancia Salarial por Categoria Profissional (PES/CP). A\u00e7\u00e3o direta de inconstitucionalidade julgada procedente, para declarar a inconstitucionalidade dos artigos 18, \"caput\" e par\u00e1grafos 1 e 4; 20; 21 e par\u00e1grafo \u00fanico; 23 e par\u00e1grafos; e 24 e par\u00e1grafos, todos da Lei n. 8.177, de 1 de maio de 1991. (ADI 493, Relator (a): Min. Moreira Alves, Tribunal Pleno, julgado em 25/06/1992, DJ 04-09-1992 PP-14089 EMENT VOL-01674-02 PP-00260 RTJ VOL-00143-03 PP-00724)\n\nPor algum tempo, o pr\u00f3prio STJ rejeitou a TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, tanto para a poupan\u00e7a, quanto para o SFH. Neste sentido:\n\nCOMERCIAL. M\u00daTUO RURAL. CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA. VINCULA\u00c7\u00c3O AO\n\nCRIT\u00c9RIO DE REAJUSTE DOS DEP\u00d3SITOS EM CADERNETA DE POUPAN\u00c7A. LICITUDE.\n\nSUBSTITUI\u00c7\u00c3O PELA TR NOS MESES SUBSEQUENTES A FEVEREIRO/91. PREVIS\u00c3O DE\n\nUTILIZA\u00c7\u00c3O DA OTN. INDEXADOR CONTRATUALMENTE ELEITO. SUBSTITUI\u00c7\u00c3O EX\n\nLEGE PELA TR. INCONSTITUCIONALIDADE DECLARADA. ADO\u00c7\u00c3O DO INPC.\n\nPRECEDENTES.\n\nI \u2013 NO CONTRATO DE M\u00daTUO RURAL \u00c9 L\u00cdCITO O PACTO DE VINCULA\u00c7\u00c3O DA\n\nCORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA AO CRIT\u00c9RIO DE ATUALIZA\u00c7\u00c3O DOS DEP\u00d3SITOS EM\n\nCADERNETA DE POUPAN\u00c7A, RESULTANDO DEVIDA A INCID\u00caNCIA DO MESMO\n\nINDEXADOR NOS MESES SUBSEQUENTES A FEVEREIRO/91. (ART. 13 DA LEI 8.177).\n\nII \u2013 EM FACE DA POSI\u00c7\u00c3O DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL INADMITINDO A TR\n\nCOMO FATOR DE ATUALIZA\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA SUBSTITUTIVO DO BTN, A CORRE\u00c7\u00c3O\n\nDOS VALORES, CUJA FORMA DE REAJUSTE ESTAVA, POR LEI OU CONTRATO,\n\nATRELADA A VARIA\u00c7\u00c3O DO VALOR DE REFERIDO T\u00cdTULO DA D\u00cdVIDA P\u00daBLICA,\n\nCUMPRE SEJA PROCEDIDA, A PARTIR DA LEI 8.177/91, COM BASE NO INPC (REsp.\n\n40.777/GO, Rel. Ministro S\u00c1LVIO DE FIGUEIREDO TEIXEIRA, QUARTA TURMA,\n\njulgado em 13/11/1995, DJ 11/12/1995, p. 43225) (grifamos)\n\nADMINISTRATIVO - SFH - REAJUSTE DAS PRESTA\u00c7\u00d5ES E DO SALDO DEVEDOR -\n\nPLANO DE EQUIVAL\u00caNCIA SALARIAL (PES) - INAPLICABILIDADE DA TR \u2013 ADIN 493-\n\n0/STF - VANTAGENS PESSOAIS INCORPORADAS DEFINITIVAMENTE AO SAL\u00c1RIO -\n\nINCLUS\u00c3O NO C\u00c1LCULO - DIVERG\u00caNCIA JURISPRUDENCIAL\n\nN\u00c3O\n\nCOMPROVADA - RISTJ, ART. 255 E PAR\u00c1GRAFOS - S\u00daMULA 13/STJ -PRECEDENTES\n\nSTJ.- Nos contratos vinculados ao PES, o reajustamento das presta\u00e7\u00f5es deve\n\nobedecer \u00e0 varia\u00e7\u00e3o salarial dos mutu\u00e1rios, a fim de preservara equa\u00e7\u00e3o\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\necon\u00f4mico-financeira do pactuado.- As vantagens pessoais incorporadas, definitivamente, ao sal\u00e1rio ou vencimento do mutu\u00e1rio, incluem-se na verifica\u00e7\u00e3o da equival\u00eancia para fixa\u00e7\u00e3o das parcelas.- Declarada pelo STF a inconstitucionalidade da TR como fator de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria (ADIN 493-0), o reajustamento do saldo devedor,a exemplo das presta\u00e7\u00f5es mensais, tamb\u00e9m deve obedecer ao Plano de Equival\u00eancia Salarial.- Recurso conhecido e parcialmente provido(Resp 140.839/BA, Rel. Ministro FRANCISCO PE\u00c7ANHA MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 23/11/1999, DJ 21/02/2000, p. 112) (grifamos)\n\nSFH. PLANO DE EQUIVAL\u00caNCIA SALARIAL. REAJUSTE DAS PRESTA\u00c7\u00d5ES. ILEGITIMIDADE PASSIVA DA UNI\u00c3O. NULIDADE DO AC\u00d3RD\u00c3O. INOCORR\u00caNCIA. VANTAGENS PESSOAIS. INCLUS\u00c3O. CORRE\u00c7\u00c3O PELA TR. IMPOSSIBILIDADE. PRECEDENTES.(...)4. Inaplic\u00e1vel a TR como fator de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria Entendimento consagrado nesta Corte na esteira de orienta\u00e7\u00e3o tra\u00e7ada pelo STF.5. Recurso especial conhecido e parcialmente provido.(REsp 209.466/BA, Rel. Ministro FRANCISCO PE\u00c7ANHA MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 07/08/2001, DJ 17/06/2002, p. 231) (grifamos)\n\nTodavia, a Corte de Justi\u00e7a, fazendo uma releitura do voto do\nMinistro Moreira Alves do STF, mudou de entendimento, e passou a adotar a\nconstitucionalidade da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, conforme\ndemonstra o seguinte julgado:\nSISTEMA FINANCEIRO DA HABITA\u00c7\u00c3O. SALDO DEVEDOR. ATUALIZA\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA. TR.1. N\u00e3o \u00e9 inconstitucional a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria com base na Taxa Referencial - TR. O que \u00e9 inconstitucional \u00e9 sua aplica\u00e7\u00e3o retroativa. Foi isso o que decidiu o STF da ADI 493/DF, Pleno, Min. Moreira Alves, DJ de 04.09.1992, ao estabelecer o \u00e2mbito de incid\u00eancia da Lei 8.177, de 1991.2. Aos contratos de m\u00fatuo habitacional firmados no \u00e2mbito do SFH que prevejam a corre\u00e7\u00e3o do saldo devedor pela taxa b\u00e1sica aplic\u00e1vel aos dep\u00f3sitos da poupan\u00e7a aplica-se a Taxa Referencial, por expressa determina\u00e7\u00e3o legal. Precedentes da Corte Especial: AGEREsp 725917 / DF, Min. Laurita Vaz, DJ 19.06.2006; DERESP 453600 / DF, Min. Aldir Passarinho Junior, DJ 24.04.2006.3. Embargos de diverg\u00eancia a que se nega provimento.(EREsp 752.879/DF, Rel. Ministro\nTEORI ALBINO ZAVASCKI, CORTE ESPECIAL, julgado em 19/12/2006, DJ 12/03/2007, p. 184) (grifamos)\nEm rela\u00e7\u00e3o ao FGTS, h\u00e1 at\u00e9 a s\u00famula do STJ sobre a aplica\u00e7\u00e3o da\nTR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. Neste sentido:\nA Taxa Referencial (TR) \u00e9 o \u00edndice aplic\u00e1vel, a t\u00edtulo de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, aos d\u00e9bitos com o FGTS recolhidos pelo empregador\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nmas n\u00e3o repassados ao fundo. (S\u00famula 459, PRIMEIRA SE\u00c7\u00c3O, julgado em 25/08/2010, DJe 08/09/2010)\n\nComo dito alhures, aplica\u00e7\u00e3o de \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria se\npresta para recuperar o poder de compra do valor emprestado. Este poder de\ncompra \u00e9 diretamente influenciado por um processo inflacion\u00e1rio. O pr\u00f3prio STJ\nreconhece a influ\u00eancia da infla\u00e7\u00e3o e da defla\u00e7\u00e3o na composi\u00e7\u00e3o do \u00edndice de\ncorre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, sen\u00e3o vejamos:\nPREVIDENCI\u00c1RIO E ECON\u00d4MICO. T\u00cdTULO EXECUTIVO JUDICIAL. DETERMINA\u00c7\u00c3ODE CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA PELO IGP-M. \u00cdNDICES DE DEFLA\u00c7\u00c3O.APLICABILIDADE. OFENSA AO PRINC\u00cdPIO DA IRREDUTIBILIDADE DOS VENCIMENTOS. N\u00c3O OCORR\u00caNCIA. PRESERVA\u00c7\u00c3O DO VALOR NOMINAL DA OBRIGA\u00c7\u00c3O. PRECEDENTES.1. \"A corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria nada mais \u00e9 do que um mecanismo de manuten\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda, n\u00e3o devendo representar, consequentemente, por si s\u00f3, nem um plus nem um minus em sua subst\u00e2ncia. Corrigir o valor nominal da obriga\u00e7\u00e3o representa, portanto, manter, no tempo, o seu poder de compra original, alterado pelas oscila\u00e7\u00f5es inflacion\u00e1rias positivas e negativas ocorridas no per\u00edodo. Atualizar a obriga\u00e7\u00e3o levando em conta apenas oscila\u00e7\u00f5es positivas importaria distorcer a realidade econ\u00f4mica produzindo um resultado que n\u00e3o representa a simples manuten\u00e7\u00e3o do primitivo poder aquisitivo, mas um indevido acr\u00e9scimo no valor real. Nessa linha, estabelece o Manual de Orienta\u00e7\u00e3o de Procedimento de C\u00e1lculos aprovado pelo Conselho da Justi\u00e7a Federal que, n\u00e3o havendo decis\u00e3o judicial em contr\u00e1rio, \"os \u00edndices negativos de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria (defla\u00e7\u00e3o) ser\u00e3o considerados no c\u00e1lculo de atualiza\u00e7\u00e3o\", com a ressalva de que, se, no c\u00e1lculo final, 'a atualiza\u00e7\u00e3o implicar redu\u00e7\u00e3o do principal, deve prevalecer o valor nominal'\" (Corte Especial, REsp 1.265.580/RS, Rel. Min. TEORI ALBINO ZAVASCKI, DJe18/4/12).2. No precedente da Corte Especial, mencionado na decis\u00e3o agravada, ficou expressamente consignado que se, na atualiza\u00e7\u00e3o da d\u00edvida, houver redu\u00e7\u00e3o do principal, deve prevalecer o valor nominal, em respeito ao princ\u00edpio da irredutibilidade de vencimentos,previsto nos arts. 7\u00ba, VI e 37, XV, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal.3. A compreens\u00e3o no sentido de que n\u00e3o h\u00e1 viola\u00e7\u00e3o ao princ\u00edpio da irredutibilidade dos vencimentos, quando preservado o valor nominal da obriga\u00e7\u00e3o, encontra respaldo na jurisprud\u00eancia do STF e do STJ.4. Agravo regimental improvido.(AgRg nos EREsp 1252558/RS, Rel. Ministro SERGIO KUKINA, PRIMEIRA SE\u00c7\u00c3O, julgado em 13/03/2013, DJe 21/03/2013)(grifos nossos)\n\nN\u00e3o podemos nos esquecer de que a cultura da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria est\u00e1 de tal forma arraigada ao nosso sistema econ\u00f4mico, que o pr\u00f3prio C\u00f3digo Civil de 2002, traz diversos dispositivos garantindo atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria:\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nArt. 389. N\u00e3o cumprida a obriga\u00e7\u00e3o, responde o devedor por perdas e danos, mais juros e atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria segundo \u00edndices oficiais regularmente estabelecidos, e honor\u00e1rios de advogado. Art. 395. Responde o devedor pelos preju\u00edzos a que sua mora der causa, mais juros, atualiza\u00e7\u00e3o dos valores monet\u00e1rios segundo \u00edndices oficiais regularmente estabelecidos, e honor\u00e1rios de advogado. Art. 404. As perdas e danos, nas obriga\u00e7\u00f5es de pagamento em dinheiro, ser\u00e3o pagas com atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria segundo \u00edndices oficiais regularmente estabelecidos, abrangendo juros, custas e honor\u00e1rios de advogado, sem preju\u00edzo da pena convencional. Art. 418. Se a parte que deu as arras n\u00e3o executar o contrato, poder\u00e1 a outra t\u00ea-lo por desfeito, retendo-as; se a inexecu\u00e7\u00e3o for de quem recebeu as arras, poder\u00e1 quem as deu haver o contrato por desfeito, e exigir sua devolu\u00e7\u00e3o mais o equivalente, com atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria segundo \u00edndices oficiais regularmente estabelecidos, juros e honor\u00e1rios de advogado. Art. 772. A mora do segurador em pagar o sinistro obriga \u00e0 atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria da indeniza\u00e7\u00e3o devida segundo \u00edndices oficiais regularmente estabelecidos, sem preju\u00edzo dos juros morat\u00f3rios. Art. 884. Aquele que, sem justa causa, se enriquecer \u00e0 custa de outrem, ser\u00e1 obrigado a restituir o indevidamente auferido, feita a atualiza\u00e7\u00e3o dos valores monet\u00e1rios.\n\nEste retrospecto da evolu\u00e7\u00e3o legal e jurisprudencial a respeito da aplica\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria se fez necess\u00e1rio para que pud\u00e9ssemos chegar ao n\u00facleo do argumento desta a\u00e7\u00e3o.\nHoje, no pa\u00eds, h\u00e1 dois tipos de \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. \u00cdndices que refletem a infla\u00e7\u00e3o e, portanto, recuperam o poder de compra do valor aplicado, como o IPCA e o INPC, e um \u00edndice que n\u00e3o reflete a infla\u00e7\u00e3o, e consequentemente n\u00e3o recupera o poder de compra do valor aplicado \u2013 a Taxa Referencial/TR.\nHistoricamente, \u00e9 preciso lembrar que a Taxa Referencial nunca foi igual \u00e0 infla\u00e7\u00e3o. Nem quando experimentamos hiperinfla\u00e7\u00e3o, nem quando experimentamos defla\u00e7\u00e3o. Todavia, os \u00edndices da TR, do INPC e do IPCA, sempre andaram pr\u00f3ximos. Em outras palavras, imperava a razoabilidade nos \u00edndices da TR para que pudessem atingir a finalidade de corre\u00e7\u00e3o do valor do capital.\n\nANO 1991 1992\n\nTR 335,51% 1.156,22%\n\nINPC 475,11% 1.149,05%\n\nIPCA 472,69% 1.119,09%\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\n1993 1994 1995 1996\n\n2.474,73% 951,19% 31,6207% 9,5551%\n\n2.489,11% 929,32% 21,98% 9,125%\n\n2,477,15% 916,43% 22,41% 9,56%\n\nN\u00e3o obstante, o cen\u00e1rio come\u00e7a a mudar a partir de 1999. A TR se distancia expressivamente do INPC e do IPCA, ao ponto de hoje a infla\u00e7\u00e3o superar 6% ao ano e a TR ser igual a zero. Logo, ela n\u00e3o se presta para o fim de manter o poder aquisitivo dos dep\u00f3sitos do FGTS, que s\u00e3o um patrim\u00f4nio do trabalhador.\nO sentimento geral \u00e9 que h\u00e1 muito tempo o FGTS \u00e9 um fundo in\u00edquo por ele n\u00e3o ter recomposi\u00e7\u00e3o inflacion\u00e1ria dos seus recursos. Na verdade, o trabalhador n\u00e3o est\u00e1 financiando programas de habita\u00e7\u00e3o popular, saneamento b\u00e1sico e infraestrutura urbana, ele est\u00e1 subsidiando.\nAo contr\u00e1rio de outros investimentos, o FGTS n\u00e3o \u00e9 um fundo de livre disposi\u00e7\u00e3o por parte do trabalhador, n\u00e3o podendo ele decidir sponte pr\u00f3pria quais as aplica\u00e7\u00f5es que lhe s\u00e3o mais convenientes ou rent\u00e1veis. O trabalhador tem que se submeter a pol\u00edticas econ\u00f4micas e sociais que lhe s\u00e3o altamente prejudiciais.\nOra, mas a pr\u00f3pria Lei do FGTS diz em seu artigo 2\u00ba que \u00e9 garantida a atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e juros. Quando a TR \u00e9 igual a zero este artigo \u00e9 descumprido. Quando a TR \u00e9 m\u00ednima e totalmente desproporcional em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 infla\u00e7\u00e3o, este artigo tamb\u00e9m \u00e9 descumprido e o patrim\u00f4nio do trabalhador \u00e9 subtra\u00eddo por quem tem o dever legal de administr\u00e1-lo.\nEm um cen\u00e1rio de TR zero e infla\u00e7\u00e3o p\u00fablica e not\u00f3ria, estamos diante de uma situa\u00e7\u00e3o de confisco. O Governo Federal, atrav\u00e9s da Caixa Econ\u00f4mica Federal, est\u00e1 confiscando os rendimentos dos trabalhadores, para subsidiar pol\u00edticas p\u00fablicas, sem a menor possibilidade de inger\u00eancia destes trabalhadores.\nAssim como em nosso Estado Democr\u00e1tico de Direito, a Constitui\u00e7\u00e3o veda que se utilize o tributo com efeito de confisco, o trabalhador\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nn\u00e3o pode ser punido com o confisco do que a pr\u00f3pria Caixa define em seu s\u00edtio\neletr\u00f4nico, como um patrim\u00f4nio do trabalhador, e definitivamente o \u00e9.\nQuando se fala em patrim\u00f4nio, imediatamente sobrev\u00e9m li\u00e7\u00e3o da\nProfessora Maria Helena Diniz ao comentar o artigo 91 do Novo C\u00f3digo Civil:\nArt. 91. Constitui universalidade de direito o complexo de rela\u00e7\u00f5es jur\u00eddicas de uma pessoa, dotadas de valor econ\u00f4mico. Universalidade de direito. \u00c9 a constitu\u00edda por bens singulares corp\u00f3reos heterog\u00eaneos ou incorp\u00f3reos (complexo de rela\u00e7\u00f5es jur\u00eddicas), a que a norma jur\u00eddica, com o intuito de produzir certos efeitos, d\u00e1 unidade, por serem dotados de valor econ\u00f4mico, como p. ex., o patrim\u00f4nio (...) O patrim\u00f4nio e a heran\u00e7a s\u00e3o considerados como um conjunto, ou seja, como uma universalidade. Embora se constituam ou n\u00e3o de bens materiais e de cr\u00e9ditos, esses bens se unificam numa express\u00e3o econ\u00f4mica, que \u00e9 o valor. O patrim\u00f4nio \u00e9 complexo de rela\u00e7\u00f5es jur\u00eddicas de uma pessoa apreci\u00e1veis economicamente. Incluem-se no patrim\u00f4nio: a posse, os direitos reais, as obriga\u00e7\u00f5es e as a\u00e7\u00f5es correspondentes a tais direitos. O patrim\u00f4nio abrange direitos e deveres redut\u00edveis a dinheiro. (C\u00f3digo Civil Anotado, Ed. Saraiva, pag. 100) (grifamos).\n\nLevando em conta que a rela\u00e7\u00e3o jur\u00eddica entre os trabalhadores e a Caixa \u00e9 de direito pessoal, o artigo 233 do C\u00f3digo Civil se torna inafast\u00e1vel, na medida em que determina que a obriga\u00e7\u00e3o de dar coisa certa abrange os acess\u00f3rios, ainda que n\u00e3o mencionados.\n\nArt. 233. A obriga\u00e7\u00e3o de dar coisa certa abrange os acess\u00f3rios dela embora n\u00e3o mencionados, salvo se o contr\u00e1rio resultar do t\u00edtulo ou das circunst\u00e2ncias do caso.\nOra, acess\u00f3rios de dinheiro s\u00e3o os juros e a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. E ent\u00e3o voltamos \u00e0 Taxa Referencial.\nb) Manipula\u00e7\u00e3o da TR pelo Banco Central/CMN\nIndependentemente da discuss\u00e3o sobre sua natureza jur\u00eddica, vamos aqui partir do pressuposto, assentado pela jurisprud\u00eancia, principalmente do STJ, que a TR \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria.\nTanto o artigo 1\u00ba da lei n\u00ba 8.177/91 quando o artigo 5\u00ba da Lei n\u00ba 10.192/01 (que convolou a MP 1.053/95) atribu\u00edram ao Banco Central a regulamenta\u00e7\u00e3o da metodologia de c\u00e1lculo da TR, conforme crit\u00e9rio\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nestabelecido na lei e a expedi\u00e7\u00e3o das instru\u00e7\u00f5es necess\u00e1rias ao cumprimento\ndo artigo que criou a TBF.\nArt. 1\u00b0 O Banco Central do Brasil divulgar\u00e1 Taxa Referencial (TR), calculada a partir da remunera\u00e7\u00e3o mensal m\u00e9dia l\u00edquida de impostos, dos dep\u00f3sitos a prazo fixo captados nos bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos m\u00faltiplos com carteira comercial ou de investimentos, caixas econ\u00f4micas, ou dos t\u00edtulos p\u00fablicos federais, estaduais e municipais, de acordo com metodologia a ser aprovada pelo Conselho Monet\u00e1rio Nacional, no prazo de sessenta dias, e enviada ao conhecimento do Senado Federal. . (Lei n\u00ba 8177/91) Artigo 5\u00ba Fica institu\u00edda Taxa B\u00e1sica Financeira \u2013 TBF, para ser utilizada exclusivamente como base de remunera\u00e7\u00e3o de opera\u00e7\u00f5es realizadas no mercado financeiro, de prazo de dura\u00e7\u00e3o igual ou superior a sessenta dias. Par\u00e1grafo \u00fanico. O Conselho Monet\u00e1rio Nacional expedir\u00e1 as instru\u00e7\u00f5es necess\u00e1rias ao cumprimento do disposto neste artigo, podendo inclusive,\nampliar o prazo m\u00ednimo previsto no caput. (Lei n\u00ba 10.192/01)\n\nNo mister de regulamentar a TR, o Banco Central/CMN vem ao\nlongo dos anos criando e reinventando f\u00f3rmulas para encontr\u00e1-la. Pelo menos\ndesde a Resolu\u00e7\u00e3o 2.075, de 26 de maio de 1994, h\u00e1 f\u00f3rmulas para encontrar a\nTR. Todavia, \u00e9 com a institui\u00e7\u00e3o da Taxa B\u00e1sica Financeira, pela Medida\nProvis\u00f3ria 1.053/95, de 30 de junho de 1995, que a forma de c\u00e1lculo da TR sofre\numa expressiva reviravolta.\nDesde a Resolu\u00e7\u00e3o 2.437, de 30 de outubro de 1997, a TR \u00e9\ncalculada levando em conta a Taxa B\u00e1sica Financeira e um Redutor.\nA Resolu\u00e7\u00e3o 3.354/06, hoje vigente sobre o assunto, diz o seguinte:\nArt. 1\u00ba Estabelecer que, para fins de c\u00e1lculo da Taxa B\u00e1sica Financeira - TBF e da Taxa Referencial - TR, de que tratam os arts. 1\u00ba da Lei 8.177, de 1\u00ba de mar\u00e7o de 1991, 1\u00ba da Lei 8.660, de 28 de maio de 1993, e 5\u00ba da Lei 10.192, de 14 de fevereiro de 2001, deve ser constitu\u00edda amostra das 30 maiores institui\u00e7\u00f5es financeiras do Pa\u00eds, assim consideradas em fun\u00e7\u00e3o do volume de capta\u00e7\u00e3o efetuado por meio de certificados e recibos de dep\u00f3sito banc\u00e1rio (CDB/RDB), com prazo de 30 a 35 dias corridos, inclusive, e remunerados a taxas prefixadas, entre bancos m\u00faltiplos, bancos comerciais, bancos de investimento e caixas econ\u00f4micas. Art. 2\u00ba A TBF e a TR s\u00e3o calculadas a partir da remunera\u00e7\u00e3o mensal m\u00e9dia dos CDB/RDB emitidos a taxas de mercado prefixadas, com prazo de 30 a 35 dias corridos, inclusive, com base em informa\u00e7\u00f5es prestadas pelas institui\u00e7\u00f5es integrantes da amostra de que trata o art. 1\u00ba, na forma a ser determinada pelo Banco Central do Brasil. Art. 4\u00ba Para cada dia do m\u00eas - dia de refer\u00eancia -, o Banco Central do Brasil deve calcular a TBF, para o per\u00edodo de um m\u00eas, com in\u00edcio no pr\u00f3prio dia de refer\u00eancia e t\u00e9rmino no dia correspondente ao dia de refer\u00eancia no m\u00eas seguinte, considerada a hip\u00f3tese prevista no \u00a7 2\u00ba, inciso IV. (...)\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nArt. 5\u00ba Para cada TBF obtida, segundo a metodologia descrita no art. 4\u00ba, deve ser calculada a correspondente TR, pela aplica\u00e7\u00e3o de um redutor \"R\", de acordo com a seguinte f\u00f3rmula: TR = max {0,100 {[ (1 + TBF/100) / R ] - 1}} (em %). \u00a7 1\u00ba O valor do redutor 'R' deve ser calculado para todos os dias, inclusive n\u00e3o-\u00fateis, de acordo com a seguinte f\u00f3rmula: R = (a + b . TBF/100), onde:Resolu\u00e7\u00e3o n\u00ba 3354, de 31 de mar\u00e7o de 2006. TBF = TBF relativa ao dia de refer\u00eancia; a = 1,005; b = valor determinado de acordo com a tabela abaixo, em fun\u00e7\u00e3o da TBF obtida, segundo a metodologia descrita no art. 4\u00ba, em termos percentuais ao ano: TBF (% a.a.) b TBF maior que 16 0,48 TBF menor ou igual a 16 e maior que 15 0,44 TBF menor ou igual a 15 e maior que 14 0,40 TBF menor ou igual a 14 e maior que 13 0,36 TBF menor ou igual a 13 e maior ou igual a 11 0,32 Reda\u00e7\u00e3o dada pela Resolu\u00e7\u00e3o 3.446, de 05/03/2007. \u00a7 2\u00ba Fica o Banco Central do Brasil autorizado a determinar o valor do par\u00e2metro \"b\" no caso de a TBF obtida ser inferior a 11% a.a. (onze por cento ao ano).\n\nO peculiar nesta determina\u00e7\u00e3o do Banco Central/CMN, que de resto se repete desde 1997, \u00e9 que a TBF e TR s\u00e3o exatamente iguais em sua g\u00eanese at\u00e9 o momento em que se determina que se aplique um redutor \u00e0 TBF para se chegar \u00e0 TR.\nN\u00e3o h\u00e1 na Lei da TR previs\u00e3o de aplica\u00e7\u00e3o de redutor, assim como n\u00e3o h\u00e1 na Lei que criou a TBF. Todavia, causa estranheza que diante de um comando aberto como o do art. 5\u00ba da MP n\u00ba 1.503/95 (Lei n\u00ba 10.192/01), o Banco Central/CMN, com amplos poderes para regulamentar o assunto, n\u00e3o tenha institu\u00eddo um redutor, mas o tenha feito ao regulamentar o artigo 1\u00ba da lei n\u00ba 8.177/91, que n\u00e3o era t\u00e3o flex\u00edvel.\nExcel\u00eancia, hoje, o trabalhador que tem seu dinheiro aplicado no FGTS, e de l\u00e1 n\u00e3o pode retir\u00e1-lo para outro investimento, est\u00e1 sendo remunerado com 0,247% de juros ao m\u00eas e mais nada. N\u00e3o h\u00e1 nem corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria nem Taxa Referencial (independentemente da sua natureza jur\u00eddica), em flagrante ofensa ao artigo 2\u00ba da Lei n\u00ba 8.036/90, que imp\u00f5e a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos valores depositados pelo empregador.\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nAinda que se argumente que a aplica\u00e7\u00e3o do Redutor pelo Banco Central/CMN seja legal, sua redu\u00e7\u00e3o a zero em um cen\u00e1rio de infla\u00e7\u00e3o superior a 6% ao ano, configura flagrante afronta ao artigo 2\u00ba da Lei n\u00ba 8.036/90, que determina a atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, bem como ao artigo 233 do C\u00f3digo Civil, quando sonega os acess\u00f3rios da obriga\u00e7\u00e3o de dar.\nMas \u00e9 necess\u00e1rio ir mais al\u00e9m e revisitar o entendimento jurisprudencial sobre a TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, m\u00e1xime a partir da institui\u00e7\u00e3o de um redutor que tem por efeito zerar o \u00edndice da TR em um ambiente de infla\u00e7\u00e3o.\nO quadro comparativo mostra que a TR n\u00e3o se presta como atualizador monet\u00e1rio do FGTS, pelo menos desde janeiro de 1999. Desde o momento em que o Banco Central/CMN estabeleceu um redutor para a TR, ela deixou de ser um \u00edndice confi\u00e1vel para atualizar monetariamente as contas do FGTS, porque se descola dos \u00edndices de infla\u00e7\u00e3o, sendo reduzido ano a ano. A finalidade da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u00e9 manter o poder de compra do capital, e esta finalidade nem de perto vem sendo alcan\u00e7ada pela TR. A anula\u00e7\u00e3o total da TR \u00e9 s\u00f3 o desfecho desta pol\u00edtica predat\u00f3ria para o trabalhador.\nO trabalhador, que luta para formar um patrim\u00f4nio, tem que poder confiar na lei. Esta confian\u00e7a est\u00e1 quebrada.\nH\u00e1 a n\u00edtida expropria\u00e7\u00e3o do patrim\u00f4nio do trabalhador, na medida em que se nega a ele a devida atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria.\nO Poder Judici\u00e1rio h\u00e1 de se opor a este esbulho, confisco, expropria\u00e7\u00e3o que o trabalhador est\u00e1 sofrendo, desde janeiro de 1999, com as constantes redu\u00e7\u00f5es da TR em rela\u00e7\u00e3o aos \u00edndices de infla\u00e7\u00e3o, culminando na sua completa nulidade, ininterruptamente, desde setembro de 2012.\nEm 1991 e 1992, quando o STF julgou a ADI 493-0/DF, ele deixou bem assentado que a TR n\u00e3o constitu\u00eda \u00edndice que refletia a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda. Esta caracter\u00edstica da TR tem se confirmado ao longo dos anos. A sua aplica\u00e7\u00e3o aos saldos dos dep\u00f3sitos do FGTS tem gerado\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\n\u201cgigantesca destrui\u00e7\u00e3o de valor\u201d do patrim\u00f4nio do trabalhador. H\u00e1 anos, os trabalhadores que tem dep\u00f3sitos no FGTS n\u00e3o experimentam ganhos reais em sua aplica\u00e7\u00e3o. Ao contr\u00e1rio. H\u00e1 muito tempo, os trabalhadores tem rendimentos inferiores \u00e0 infla\u00e7\u00e3o, mesmo levando em conta a remunera\u00e7\u00e3o dos juros de 3% ao ano.\nO que torna a TR um \u00edndice inid\u00f4neo \u00e9 a intensa inger\u00eancia do Banco Central/CMN na sua formula\u00e7\u00e3o.\nDe pouco adiantaria ao trabalhador que fosse determinado ao Banco Central/CMN que recalculasse a TR, pois uma nova f\u00f3rmula estaria igualmente sob a discricionariedade e subjetivismo total do Banco. Basta avaliar a sucess\u00e3o de resolu\u00e7\u00f5es do Banco Central/CMN sobre o tema, conforme Parecer do referido Economista.\nPartindo da premissa inequ\u00edvoca de que a TR n\u00e3o rep\u00f5e as perdas monet\u00e1rias dos dep\u00f3sitos do FGTS, outro caminho n\u00e3o existe se n\u00e3o o de adotar um novo \u00edndice que verdadeiramente corrija estes dep\u00f3sitos.\n\nc) DOS \u00cdNDICES QUE EFETIVAMENTE PRODUZEM CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA\n\nA Lei de Introdu\u00e7\u00e3o \u00e0s Normas do direito Brasileiro estabelece em seu artigo 5\u00ba que na aplica\u00e7\u00e3o da lei, o juiz atender\u00e1 aos fins sociais a que ela se dirige e \u00e0s exig\u00eancias do bem comum.\nA Lei do FGTS tem um fim social indiscut\u00edvel, proteger o trabalhador e constituir um patrim\u00f4nio que lhe sirva de arrimo em v\u00e1rias situa\u00e7\u00f5es de sua vida.\nDiante de tudo que foi demonstrado, o juiz atender\u00e1 aos fins sociais da Lei do FGTS ao reconhecer que corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, reposi\u00e7\u00e3o dos \u00edndices inflacion\u00e1rios de forma a garantir o poder de compra daquele dinheiro ali depositado no Fundo, \u00e9 efetivamente devida pela Caixa.\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nSe a TR n\u00e3o pode ser considerada um \u00edndice id\u00f4neo, sobrev\u00e9m a necessidade de substitu\u00ed-la por um \u00edndice que realmente reponha as perdas monet\u00e1rias. E ent\u00e3o, nada obsta que o juiz considere \u00edndices previsto em outra legisla\u00e7\u00e3o.\nAt\u00e9 por uma quest\u00e3o de equidade, o melhor \u00edndice que pode substituir a TR \u00e9 o \u00edndice que corrige monetariamente o sal\u00e1rios dos trabalhadores e os benef\u00edcios previdenci\u00e1rios. Este \u00edndice est\u00e1 previsto na Lei 12.382 de 25 de fevereiro de 2011, cujos primeiros artigos trazem a seguinte dic\u00e7\u00e3o:\n\nArt. 1o O sal\u00e1rio m\u00ednimo passa a corresponder ao valor de R$ 545,00 (quinhentos e quarenta e cinco reais).\nPar\u00e1grafo \u00fanico. Em virtude do disposto no caput, o valor di\u00e1rio do sal\u00e1rio m\u00ednimo corresponder\u00e1 a R$ 18,17 (dezoito reais e dezessete centavos) e o valor hor\u00e1rio, a R$ 2,48 (dois reais e quarenta e oito centavos).\nArt. 2o Ficam estabelecidas as diretrizes para a pol\u00edtica de valoriza\u00e7\u00e3o do sal\u00e1rio m\u00ednimo a vigorar entre 2012 e 2015, inclusive, a serem aplicadas em 1o de janeiro do respectivo ano.\n\u00a7 1o Os reajustes para a preserva\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo do sal\u00e1rio m\u00ednimo corresponder\u00e3o \u00e0 varia\u00e7\u00e3o do \u00cdndice Nacional de Pre\u00e7os ao Consumidor INPC, calculado e divulgado pela Funda\u00e7\u00e3o Instituto Brasileiro de Geografia e Estat\u00edstica - IBGE, acumulada nos doze meses anteriores ao m\u00eas do reajuste.\n\u00a7 2o Na hip\u00f3tese de n\u00e3o divulga\u00e7\u00e3o do INPC referente a um ou mais meses compreendidos no per\u00edodo do c\u00e1lculo at\u00e9 o \u00faltimo dia \u00fatil imediatamente anterior \u00e0 vig\u00eancia do reajuste, o Poder Executivo estimar\u00e1 os \u00edndices dos meses n\u00e3o dispon\u00edveis.\n\u00a7 3o Verificada a hip\u00f3tese de que trata o \u00a7 2o, os \u00edndices estimados permanecer\u00e3o v\u00e1lidos para os fins desta Lei, sem qualquer revis\u00e3o, sendo os eventuais res\u00edduos compensados no reajuste subsequente, sem retroatividade.\n\u00a7 4o A t\u00edtulo de aumento real, ser\u00e3o aplicados os seguintes percentuais:\nI - em 2012, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do Produto Interno Bruto - PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2010;\nII - em 2013, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2011;\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nIII - em 2014, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2012; e\n\nIV - em 2015, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2013.\n\n\u00a7 5o Para fins do disposto no \u00a7 4o, ser\u00e1 utilizada a taxa de crescimento real do PIB para o ano de refer\u00eancia, divulgada pelo IBGE at\u00e9 o \u00faltimo dia \u00fatil do ano imediatamente anterior ao de aplica\u00e7\u00e3o do respectivo aumento real.\n\nN\u00e3o h\u00e1 porque ter dois pesos e duas medidas. Se o sal\u00e1rio m\u00ednimo \u00e9 corrigido monetariamente pelo INPC, o dep\u00f3sito do FGTS que, em \u00faltimas an\u00e1lise, \u00e9 um sal\u00e1rio indireto do trabalhador, tamb\u00e9m h\u00e1 de s\u00ea-lo.\nE observe que o objetivo da Lei em corrigir o sal\u00e1rio m\u00ednimo pelo INPC decorre exclusivamente da necessidade de preservar seu poder aquisitivo. A necessidade de preservar o poder aquisitivo \u00e9 um constante em todas as transa\u00e7\u00f5es financeiras, e ela s\u00f3 aperfei\u00e7oa quando rep\u00f5e efetivamente as perdas inflacion\u00e1rias.\nOutro \u00edndice que se mostra aplic\u00e1vel, na hip\u00f3tese deste douto Ju\u00edzo entender que n\u00e3o se aplicaria o INPC, \u00e9 o IPCA, \u00edndice oficial do Governo Federal para medi\u00e7\u00e3o das metas inflacion\u00e1rias, contratadas com o FMI, a partir de julho de 1999.\nAmbos os \u00edndices s\u00e3o infinitamente mais adequados a preservar o poder aquisitivo dos dep\u00f3sitos do FGTS do que a aniquilada TR.\n\n3. DO PREQUESTIONAMENTO PARA EVENTUAL INTERPOSI\u00c7\u00c3O DE RECURSO ESPECIAL OU RECURSO EXTRAORDIN\u00c1RIO\n\nInicialmente \u00e9 importante retratar que o tema em debate cuida de mat\u00e9ria de ordem p\u00fablica, a qual ultrapassa a esfera individual do cidad\u00e3o atingindo toda a ordem social quer seja jur\u00eddica, quer seja em \u00e2mbito pol\u00edticosocial afetando, dessa forma, toda a parcela da sociedade comprometida com o bem comum.\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nSublinha-se que a mat\u00e9ria ora ventilada, afronta de pronto preceitos Constitucionais que violam os Direitos Garantia de todos os trabalhadores que possuem conta vinculada do FGTS.\nAssim, h\u00e1 repercuss\u00e3o geral na presente a\u00e7\u00e3o, frente ao Estado Democr\u00e1tico de Direito, compromiss\u00e1rio e dirigente que tem como postulado a seguran\u00e7a jur\u00eddica.\nNo mais, com efeito, o tema apresenta relev\u00e2ncia do ponto de vista jur\u00eddico, uma vez que a defini\u00e7\u00e3o sobe a constitucionalidade dessa exa\u00e7\u00e3o nortear\u00e1 o julgamento de in\u00fameros processos similares, que tramitam neste e nos demais tribunais brasileiros. Al\u00e9m de fixar a interpreta\u00e7\u00e3o da Corte sobre os dispositivos constitucionais suscitados no feito.\nNesse contexto, em breve s\u00edntese, a aplica\u00e7\u00e3o da T.R como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria do FGTS, encontraria respaldo em dois artigos da Lei n\u00ba 8.036/90, art. 2\u00ba e art. 13.\nAssim, entendemos, data venia, que h\u00e1 uma obrigatoriedade de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e de remunera\u00e7\u00e3o por meio de juros dos dep\u00f3sitos efetuados nas contas vinculadas do FGTS, sen\u00e3o vejamos:\n\nArt. 2\u00ba O FGTS \u00e9 constitu\u00eddo pelos saldos das contas vinculadas a que se refere esta lei e outros recursos a ele incorporados, devendo ser aplicados com atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e juros, de modo a assegurar a cobertura de suas obriga\u00e7\u00f5es. Art. 13. Os dep\u00f3sitos efetuados nas contas vinculadas ser\u00e3o corrigidos monetariamente com base nos par\u00e2metros fixados para atualiza\u00e7\u00e3o dos saldos dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a e capitaliza\u00e7\u00e3o juros de (tr\u00eas) por cento ao ano.\nTodavia, a realiza\u00e7\u00e3o de interpreta\u00e7\u00e3o ou decis\u00e3o diversa, no\nsentido que as contas vinculadas do FGTS devem ser corrigidas pela TR, por for\u00e7a\ndo citado artigo 13, viria a ferir v\u00e1rios preceitos constitucionais.\nNesse sentido, referido artigo 13, desobedeceria os limites\nmateriais de in\u00fameros fundamentos e princ\u00edpios constitucionais, como o Estado\nDemocr\u00e1tico de Direito, atentando contra a Dignidade da pessoa Humana (art.\n1\u00ba e inciso III, da CF), bem como os princ\u00edpios da igualdade, seguran\u00e7a jur\u00eddica\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\n(art. 5\u00ba, caput, da CF), da prote\u00e7\u00e3o ao direito de propriedade, direito adquirido (art. 5\u00ba, XXII e XXXVI da CF) e moralidade (art. 37 da CF).\nNessa mesma linha, recentemente o Supremo Tribunal Federal decidiu pela inconstitucionalidade da utiliza\u00e7\u00e3o da Taxa Referencial - TR - como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria para o pagamento dos chamados precat\u00f3rios (ADI n\u00ba 4357) reafirmando entendimento anteriormente adotado por aquela Corte na ADI n\u00ba 493. Essa decis\u00e3o tem desdobramentos que v\u00e3o al\u00e9m do processo no qual foi tomada. Isso porque a Lei n\u00ba 8.036/90 que estabelece as bases do Fundo de Garantia por Tempo de Servi\u00e7o \u2013 FGTS \u2013 tamb\u00e9m prev\u00ea a aplica\u00e7\u00e3o de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e h\u00e1 muito tempo \u00e9 utilizado o referido \u00edndice (TR) para corrigir referido fundo, o mesmo agora considerado inconstitucional para este fim pelo STF.\nAssim, a parte autora h\u00e1 por bem PREQUESTIONAR a mat\u00e9ria, para efeito de eventual interposi\u00e7\u00e3o de Recurso Especial e/ou Extraordin\u00e1rio, conforme fundamentos que passa a expor:\nInicialmente devemos nos recordar que a dignidade da pessoa humana \u00e9 valor constitucional supremo que agrega em torno de si a unanimidade dos demais direitos e garantias fundamentais do homem, envolvendo-se tanto em rela\u00e7\u00e3o aos direito \u00e0 vida como, tamb\u00e9m, aos direitos pessoais tradicionais, os direitos sociais, econ\u00f4micos, e as liberdades p\u00fablicas em geral.\nEm verdade quando o texto constitucional proclama a dignidade da pessoa humana est\u00e1 corroborando um imperativo de justi\u00e7a social, e consigna, acima de tudo, um sobreprinc\u00edpio (\u00e9 o caso dos diretos fundamentais).\nNesse sentido, em rela\u00e7\u00e3o ao caso concreto, \u00e9 necess\u00e1rio aprofundarmos um pouco mais nas consequ\u00eancias que esta subtra\u00e7\u00e3o de recursos do patrim\u00f4nio do trabalhador traz a todos, individual e coletivamente.\n\u00c9 de conhecimento geral que o Sistema Financeiro de Habita\u00e7\u00e3o disp\u00f5e dos recursos do FGTS para financiar o maior sonho de todo brasileiro \u2013\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\ncasa pr\u00f3pria. Tamb\u00e9m \u00e9 de conhecimento geral que a Caixa Econ\u00f4mica Federal \u00e9 o Banco que mais se utiliza destes recursos do SFH para financiar, emprestar dinheiro para os brasileiros comprarem a casa pr\u00f3pria.\nE, embora em princ\u00edpio, n\u00e3o haja correla\u00e7\u00e3o entre o trabalhador que tem dep\u00f3sitos no FGTS que s\u00e3o emprestados para financiar a casa pr\u00f3pria, e aquele que se vale do empr\u00e9stimo do SFH para adquirir sua casa pr\u00f3pria, em algum momento, trabalhador e mutu\u00e1rio s\u00e3o a mesma pessoa.\nE neste contexto de mutu\u00e1rio e trabalhador serem a mesma pessoa \u00e9 que se evidencia a maior sordidez da hist\u00f3ria recente deste Pa\u00eds.\nJ\u00e1 seria reprov\u00e1vel o fato de a Caixa pegar um dinheiro a juros baixos e sem nenhuma corre\u00e7\u00e3o e emprest\u00e1-lo a juros muito altos, mesmo sem corre\u00e7\u00e3o (uma vez que a TR corrige presta\u00e7\u00f5es do SFH), evidencia que a institui\u00e7\u00e3o banc\u00e1ria leva imensa vantagem nesta negocia\u00e7\u00e3o.\nMas a situa\u00e7\u00e3o piora consideravelmente quando, a Caixa pega dinheiro a juros baixos, sem nenhuma corre\u00e7\u00e3o para o trabalhador, e empresta para ele mesmo.\nSuponhamos que um trabalhador queira adquirir uma casa pr\u00f3pria utilizando recursos do seu FGTS. Ele encontra o im\u00f3vel, mas verifica que seus recursos n\u00e3o s\u00e3o suficiente para adquiri-lo. Ent\u00e3o ele se dirige a um Banco para financiar a diferen\u00e7a, comprometendo sua renda por muitos anos.\nA maioria dos trabalhadores brasileiros, quando quer adquirir um im\u00f3vel, dirige-se \u00e0 Caixa Econ\u00f4mica Federal.\nTodavia, se o dep\u00f3sito do FGTS tivesse sido devidamente corrigido, se ele mantivesse seu poder de compra, ou o empr\u00e9stimo seria menor ou sequer haveria necessidade de o trabalhador comprometer sua renda e anos de trabalho para adquirir aquilo que \u00e9 o nosso sonho mais prim\u00e1rio, nossa necessidade mais rela como indiv\u00edduo e como povo brasileiro.\nA Caixa est\u00e1 emprestando para o trabalhador aquilo que ela deixou de pagar a ele a t\u00edtulo de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria na sua conta de FGTS.\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nO Trabalhador Brasileiro n\u00e3o merece isto! A Caixa vale-se da fragilidade humana para colocar-se como realizadora de sonhos, ao mesmo tempo em que, ano ap\u00f3s ano, aufere lucros exorbitantes \u00e0s custas do trabalhador. Ainda em rela\u00e7\u00e3o aos dispositivos constitucionais violados, apontamos a viola\u00e7\u00e3o ao direito de propriedade (art. 5\u00ba, XXII da CF) .\n\nO direito de propriedade decorre da pr\u00f3pria lei natural. Por isso, \u00e9 uma exig\u00eancia da natureza intelectual do homem. Enquanto os irracionais se contentam com a satisfa\u00e7\u00e3o de suas necessidades imediatas, o homem pode prever o seu futuro. Assim, para subsistir hoje e no tempo futuro, precisa apropriar-se de bens naturais, de consumo, bens fung\u00edveis e, tamb\u00e9m, de produ\u00e7\u00e3o.\n\nA propriedade \u00e9 a express\u00e3o da pessoa humana. \u00c9 fruto do seu trabalho ou do de seus antepassados. \u00c9 o espelho do indiv\u00edduo, que precisa de um aconchego preservado pela privacidade, onde pode ser ele mesmo, cercado dos sinais que identificam o seu eu. Ela estimula o trabalho, sendo o homem atra\u00eddo espontaneamente pela perspectiva da recompensa direta e pessoal de seus esfor\u00e7os.\n\nFinalmente, a propriedade \u00e9 penhor de uma sociedade articulada ou organizada, ao contr\u00e1rio da meramente coletiva, que tem por conseq\u00fc\u00eancia uma sociedade massificada, sem diversifica\u00e7\u00e3o nem liberdade. Ela defende os cidad\u00e3os contra a concentra\u00e7\u00e3o de todos os poderes nas m\u00e3os do Estado, garantindo a liberdade dos indiv\u00edduos e sua independ\u00eancia em rela\u00e7\u00e3o ao poder.\nNesse sentido:\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\n\"A propriedade faz parte da natureza do homem e da natureza das coisas. Como o trabalho, ela encerra um mist\u00e9rio \u2013 \u00e9 a proje\u00e7\u00e3o da personalidade humana sobre as coisas. A pessoa tende \u00e0 propriedade por um impulso instintivo, do mesmo modo que a nossa natureza animal tende ao alimento. O apetite da propriedade \u00e9 t\u00e3o natural \u00e0 nossa esp\u00e9cie como a fome e a sede; apenas \u00e9 de notar que estes s\u00e3o apetites da nossa natureza inferior, ao passo que aquele procede da nossa natureza superior. Todo o homem tem alma de propriet\u00e1rio, mesmo os que se julgam seus inimigos. \u00c9 isto que se entende quando se afirma que a propriedade decorre do direito natural\" (R.G. Renard, L\u2019\u00c9glise et la Question Sociale, p. 137 et seq.).\n\nPartindo das premissas acima, em 1991 e 1992, quando o STF julgou a ADI 493-0/DF, ele deixou bem assentado que a TR n\u00e3o constitu\u00eda \u00edndice que refletia a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda. Esta caracter\u00edstica da TR tem se confirmado ao longo dos anos. A sua aplica\u00e7\u00e3o aos saldos dos dep\u00f3sitos do FGTS tem gerado \u201cgigantesca destrui\u00e7\u00e3o de valor\u201d do patrim\u00f4nio do trabalhador. H\u00e1 anos, os trabalhadores que tem dep\u00f3sitos no FGTS n\u00e3o experimentam ganhos reais em sua aplica\u00e7\u00e3o. Ao contr\u00e1rio. H\u00e1 muito tempo, os trabalhadores tem rendimentos inferiores \u00e0 infla\u00e7\u00e3o, mesmo levando em conta a remunera\u00e7\u00e3o dos juros de 3% ao ano.\nO que torna a TR um \u00edndice inid\u00f4neo \u00e9 a intensa inger\u00eancia do Banco Central/CMN na sua formula\u00e7\u00e3o.\nDe pouco adiantaria ao trabalhador que fosse determinado ao Banco Central/CMN que recalculasse a TR, pois uma nova f\u00f3rmula estaria igualmente sob a discricionariedade e subjetivismo total do Banco. Basta avaliar a sucess\u00e3o de resolu\u00e7\u00f5es do Banco Central/CMN sobre o tema, conforme Parecer do referido Economista.\nPartindo da premissa inequ\u00edvoca de que a TR n\u00e3o rep\u00f5e as perdas monet\u00e1rias dos dep\u00f3sitos do FGTS - verifica-se de forma incontest\u00e1vel a destrui\u00e7\u00e3o de valor \u201ddo patrim\u00f4nio do trabalhador., outro caminho n\u00e3o existe se n\u00e3o o de adotar um novo \u00edndice que verdadeiramente corrija estes dep\u00f3sitos.\nComo se sabe, o \u00edndice de remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sico da poupan\u00e7a \u00e9 a Taxa Referencial \u2013 TR, \u00edndice controlado pelo Estado, e utilizado como instrumento de controle da economia \u2013 vide os sucessivos \u00edndices mensais\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nzerados, a fim de controle de aporte de capital nas poupan\u00e7as. Tanto a TR n\u00e3o se presta como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, que o STF j\u00e1 decidiu nesse sentido: \u2018A taxa referencial (TR) n\u00e3o \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria (...) n\u00e3o constitui \u00edndice que reflita a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda\u2019 (ADI 4930/DF, Relator Min. Moreira Alves, Plen\u00e1rio, DJ 4.9.1992).\nAssim sendo, texto t\u00e3o danoso ao cidad\u00e3o (art. 13 da lei 8.036/90) n\u00e3o poder\u00e1 ser tolerado pelo Judici\u00e1rio.\nLogo, declarada a inconstitucionalidade o \u00edndice aplicado ao precat\u00f3rio pago nos autos, deve ser tomado como vigente e aplicado ao caso concreto - atribuindo-se outro \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o, como retratado nos pedidos da presente a\u00e7\u00e3o.\nA ofensa ao art. 5\u00ba, caput, da CF, na vertente da seguran\u00e7a jur\u00eddica das rela\u00e7\u00f5es com a Caixa Econ\u00f4mica Federal, verifica-se, notadamente ap\u00f3s o reconhecimento pelo SFT que a TR n\u00e3o se presta como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, nesse sentido:\n\u2018A taxa referencial (TR) n\u00e3o \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria (...) n\u00e3o constitui \u00edndice que reflita a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda\u2019 (ADI 493-0/DF, Relator Min. Moreira Alves, Plen\u00e1rio, DJ 4.9.1992).\n\nLogo, como citado, resta clara a viola\u00e7\u00e3o aos arts. 1\u00ba, inc. III, 5\u00ba, caput e incs. XXII, XXXVI, e 37, caput, da Constitui\u00e7\u00e3o da Rep\u00fablica.\nFrise-se, o SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL j\u00e1 decidiu que envolve quest\u00e3o constitucional a discuss\u00e3o a respeito da aplica\u00e7\u00e3o ou n\u00e3o, nas contas vinculadas do FGTS, de \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria expurgados em decorr\u00eancia de planos de estabiliza\u00e7\u00e3o da economia.\nCom efeito, no dia 31-08-2000, em Sess\u00e3o Plen\u00e1ria, o STF ao apreciar o RE- n. 226855-RS consolidou entendimento de que a decis\u00e3o judicial que decreta a proced\u00eancia de pedido de pagamento de \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, sob a alega\u00e7\u00e3o de direito adquirido, trata de quest\u00e3o constitucional, pois est\u00e1 fundamentada na Constitui\u00e7\u00e3o Federal (art. 5\u00ba, XXXVI).\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nOu seja, ao apreciar pedido de aplica\u00e7\u00e3o de \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria extralegais, a decis\u00e3o judicial est\u00e1, obrigatoriamente, posicionandose quanto \u00e0 exist\u00eancia ou n\u00e3o de direito adquirido.\nPois bem, nos casos em que se pleiteiam a aplica\u00e7\u00e3o nas suas contas vinculadas do FGTS, de \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria com discuss\u00e3o de previs\u00e3o em leis vigentes - tratamos de an\u00e1lise de direito adquirido.\nA concess\u00e3o ou n\u00e3o do pedido depende ent\u00e3o da aprecia\u00e7\u00e3o, pelo juiz da causa, da exist\u00eancia ou n\u00e3o de direito adquirido aos \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria.\nLogo, caso o entendimento seja no sentido que n\u00e3o h\u00e1 aplica\u00e7\u00e3o de direito adquirido ao \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o/atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria (TR) - torna-se poss\u00edvel a interpreta\u00e7\u00e3o no sentido de aplica\u00e7\u00e3o do \u00edndice que realmente cumpra o disposto no art.2\u00ba da lei n\u00ba n\u00ba 8.036/90.\nAssim, a parte autora requer, desde j\u00e1, que este MM.Juiz Federal \" a quo\" manifeste-se em sua r. senten\u00e7a sobre a ofensa aos dispositivos constitucionais citados.\nPortanto, resta PREQUESTIONADA a mat\u00e9ria pugnando pela PROCED\u00caNCIA DO PREQUESTIONAMENTO suscitado, requerendo ao Excelent\u00edssimo JUIZ FEDERAL que se pronuncie de forma objetiva, expl\u00edcita e fundamentada sobre o assunto.\n\n4. DOS HONOR\u00c1RIOS ADVOCAT\u00cdCIOS\nNo que tange a possibilidade de condena\u00e7\u00e3o da requerida em honor\u00e1rios advocat\u00edcios, o STF reiterou o entendimento de que cabe a cobran\u00e7a de honor\u00e1rios advocat\u00edcios nas a\u00e7\u00f5es entre o FGTS e os titulares das contas vinculadas. A decis\u00e3o foi tomada por unanimidade no julgamento do RExt 581.160, com repercuss\u00e3o geral reconhecida, interposto contra ac\u00f3rd\u00e3o do TRF da 1\u00aa regi\u00e3o.\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nSegundo o relator, ministro Ricardo Lewandowski, o ac\u00f3rd\u00e3o\nrecorrido julgou constitucional o artigo 29-C da lei 8.036/90, inserido pela MP\n2.164/01, que veda a condena\u00e7\u00e3o em honor\u00e1rios advocat\u00edcios nas a\u00e7\u00f5es entre\no FGTS e os titulares das contas vinculadas.\nOcorre que o STF j\u00e1 declarou o artigo inconstitucional no\njulgamento da ADIn 2.736, em que foi relator o ministro Cezar Peluso, que excluiu\no artigo 29-C da lei 8.036 do ordenamento legal. \"Entendo que o RExt deve ter o\nmesmo destino da ADIn, de modo que dou provimento ao pedido\", concluiu o\nministro.\nNesse sentido:\nEmenta: RECURSO EXTRAORDIN\u00c1RIO COM REPERCUSS\u00c3O GERAL RECONHECIDA. CONSTITUCIONAL. ART. 9\u00ba DA MP 2.164-41/2001. INTRODU\u00c7\u00c3O DO ART. 29-C NA LEI 8.036/1990. HONOR\u00c1RIOS ADVOCAT\u00cdCIOS. SUCUMB\u00caNCIA. A\u00c7\u00d5ES ENVOLVENDO O FGTS E TITULARES DE CONTAS VINCULADAS. INCONSTITUCIONALIDADE DECLARADA NA ADI 2.736/DF. RECURSO PROVIDO. I O Supremo Tribunal Federal, no julgamento da ADI 2.736/DF, Rel. Min. Cezar Peluso, declarou a inconstitucionalidade do art. 9\u00ba da MP 2.164-41/2001, na parte em que introduziu o art. 29-C na lei 8.036/1990, que vedava a condena\u00e7\u00e3o em honor\u00e1rios advocat\u00edcios \u201cnas a\u00e7\u00f5es entre o FGTS e os titulares de contas vinculadas, bem como naquelas em que figuram os respectivos representantes ou substitutos processuais\u201d. II - Os mesmos argumentos devem ser aplicados \u00e0 solu\u00e7\u00e3o do lit\u00edgio de que trata o presente recurso. III - Recurso extraordin\u00e1rio conhecido e provido.( RE 581160 / MG - MINAS GERAIS . PROCESSO ELETR\u00d4NICO. Relator(a): Min. RICARDO LEWANDOWSKI REPERCUSS\u00c3O GERAL - M\u00c9RITO. Julgamento: 20/06/2012 . \u00d3rg\u00e3o Julgador: Tribunal Pleno.DJe-166 DIVULG 22-08-2012 PUBLIC 23-08-2012- Tema 116 - Direito a honor\u00e1rios advocat\u00edcios nas a\u00e7\u00f5es que visam obter expurgos inflacion\u00e1rios de FGTS.- Ac\u00f3rd\u00e3os citados: ADI 162 MC, ADI 525 MC, ADI 1647, ADI 1753 MC,ADI 2213 MC, ADI 2736.)\n\n5. CONCLUS\u00d5ES\nA Taxa Referencial, enquanto \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria assim considerada pela atual jurisprud\u00eancia p\u00e1tria, n\u00e3o pode ser reduzida a Zero, como tem sido nos \u00faltimos meses, pois afronta flagrantemente o artigo 2\u00ba da Lei n\u00ba 8.036/90, que garante atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria aos dep\u00f3sitos feitos no FGTS.\nComo \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, a TR deveria garantir o poder aquisitivo dos dep\u00f3sitos do FGTS, que se perfaz levando em conta os\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\n\u00edndices de infla\u00e7\u00e3o. Desde janeiro de 1999, a TR se distanciou sensivelmente dos \u00edndices oficiais de infla\u00e7\u00e3o, impingindo profundas perdas aos dep\u00f3sitos do FGTS, tornando-se inid\u00f4nea para garantir a reposi\u00e7\u00e3o de perdas monet\u00e1rias.\nA inidoneidade da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria decorre de mudan\u00e7as introduzidas na sua metodologia de c\u00e1lculo pelo Banco Central do Brasil/CMN que, atrav\u00e9s do mecanismo econ\u00f4mico de um redutor, vem nitidamente manipulando o \u00edndice para que ele se desprenda da infla\u00e7\u00e3o at\u00e9 anul\u00e1-la completamente, a despeito de um quadro de infla\u00e7\u00e3o persistente no Pa\u00eds.\nA Caixa Econ\u00f4mica Federal est\u00e1 se prestando ao papel de espoliador do FGTS, na medida em que disp\u00f5e do patrim\u00f4nio do trabalhador sem a devida contrapresta\u00e7\u00e3o. A corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria aplicada ao FGTS tem sido h\u00e1 muito tempo menor que a infla\u00e7\u00e3o registrada, de forma que descumpre n\u00e3o s\u00f3 o artigo 2\u00ba da lei n\u00ba 8.036/90, artigo 233 do C\u00f3digo Civil, mas tamb\u00e9m toda a l\u00f3gica e princ\u00edpios do mercado econ\u00f4mico.\nQuem empresta tem direito a ser remunerado com juros e a totalidade da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. O trabalhador n\u00e3o pode ser obrigado a subsidiar ainda mais os projetos do Governo Federal. O \u201cainda mais\u201d decorre do fato de os juros de 3% do FGTS serem os menores do mercado, o qu\u00ea, por si s\u00f3, demonstra que ele j\u00e1 est\u00e1 fazendo sua parte sob a perspectiva social.\nNegar o direito de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria aos dep\u00f3sitos do FGTS, Fundo do qual o trabalhador n\u00e3o pode simplesmente sacar seu dinheiro para aplicar em outro fundo mais rent\u00e1vel, configura ato de tirania, incompat\u00edvel com um Estado Democr\u00e1tico de Direito e deve ser de pronto recha\u00e7ado.\nSe o Governo Brasileiro remunerasse os investidores internacionais com TR mais 3% a.a, como faz com os trabalhadores, haveria um fuga em massa dos investimentos no Pa\u00eds, e certamente estar\u00edamos experimentando uma tsunami econ\u00f4mica e n\u00e3o uma simples \u201cmarolinha\u201d.\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nSendo a TR \u00edndice inid\u00f4neo para restabelecer o poder aquisitivo dos dep\u00f3sitos do FGTS, sua substitui\u00e7\u00e3o por outro \u00edndice que melhor recomponha as perdas monet\u00e1rias se torna imperioso, a fim de fazer prevalecer o artigo 2\u00ba da lei n\u00ba 8.036/90 e artigo 233 do C\u00f3digo Civil.\nPosto que desde janeiro de 1999 o redutor criado pelo Banco Central/CMN promoveu o completo distanciamento da TR dos \u00edndices oficiais de infla\u00e7\u00e3o, temos que desde ent\u00e3o ela perdeu sua condi\u00e7\u00e3o de repor as perdas inflacion\u00e1rias dos dep\u00f3sitos do FGTS, devendo desde esta data ser substitu\u00edda pelo INPC, alternativamente, pelo IPCA.\n\n6. DA DESNECESSIDADE DA JUNTADA DE EXTRATOS QUANDO DA PROPOSITURA DA A\u00c7\u00c3O\nConforme relatado nos autos, os trabalhadores substitu\u00eddos pelo autor possuem dep\u00f3sito em conta vinculada do FGTS junto a institui\u00e7\u00e3o financeira r\u00e9.\nA Resolu\u00e7\u00e3o 913 do Banco Central determina, em seu art. 1, par\u00e1grafo 1., que a Institui\u00e7\u00e3o Financeira deve \u201cmanter arquivos dos microfilmes, de f\u00e1cil consulta, devidamente ordenados classificados e catalogados, sem preju\u00edzo de outras medidas que objetivem facilitar e agilizar as consultas...\u201d\nN\u00e3o h\u00e1 a necessidade da juntada dos extratos das contas vinculadas ao FGTS em nome dos interessados, pois o \u201cdocumento essencial \u00e0 propositura da a\u00e7\u00e3o\u201d n\u00e3o pode ser confundido com \"\u00f4nus da prova do fato constitutivo do direito\". Sabe-se que ao autor cabe provar os fatos que alega na exordial, entretanto isso quer dizer que deve faz\u00ea-lo mediante apresenta\u00e7\u00e3o de prova pr\u00e9-constitu\u00edda quando do ajuizamento da a\u00e7\u00e3o.\nTal prova pode ser produzida durante a instru\u00e7\u00e3o processual, que \u00e9 o momento oportuno para tanto, e pelos meios de prova regulares, inclusive, se for o caso, mediante requisi\u00e7\u00e3o dos documentos ou das informa\u00e7\u00f5es diretamente a quem as possua.\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nTal entendimento est\u00e1 em conson\u00e2ncia com o entendimento do\nSTJ sobre o tema, conforme a jurisprud\u00eancia que segue:\nCONSTITUCIONAL. PROCESSUAL CIVIL. A\u00c7\u00c3O CIVIL COLETIVA. DIFEREN\u00c7AS DE CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA DE CONTAS DO FGTS. LEGITIMA\u00c7\u00c3O ATIVA DAS ENTIDADES SINDICAIS. NATUREZA E LIMITES. PROVA DO FATO CONSTITUTIVO DO DIREITO AFIRMADO E DOCUMENTO ESSENCIAL \u00c0 PROPOSITURA DA DEMANDA. DISTIN\u00c7\u00d5ES. 1. As entidades sindicais t\u00eam legitimidade ativa para demandar em ju\u00edzo a tutela de direitos subjetivos individuais dos integrantes da categoria, desde que se tratem de direitos homog\u00eaneos e que guardem rela\u00e7\u00e3o de pertencialidade com os fins institucionais do Sindicato demandante. 2. A legitima\u00e7\u00e3o ativa, nesses casos, se opera em regime de substitui\u00e7\u00e3o processual, visando a obter senten\u00e7a condenat\u00f3ria de car\u00e1ter gen\u00e9rico, nos moldes da prevista no art. 95 da Lei n. 8078/90, sem qualquer ju\u00edzo a respeito da situa\u00e7\u00e3o particular dos substitu\u00eddos, dispensando, nesses limites, a autoriza\u00e7\u00e3o individual dos substitu\u00eddos. 3. A individualiza\u00e7\u00e3o da situa\u00e7\u00e3o particular, bem assim a correspondente liquida\u00e7\u00e3o e execu\u00e7\u00e3o dos valores devidos a cada um dos substitu\u00eddos, se n\u00e3o compostas espontaneamente, ser\u00e3o objeto de a\u00e7\u00e3o pr\u00f3pria (a\u00e7\u00e3o de cumprimento da senten\u00e7a condenat\u00f3ria gen\u00e9rica), a ser promovida pelos interessados, ou pelo Sindicato, aqui em regime de representa\u00e7\u00e3o. 4. N\u00e3o se pode confundir \"documento essencial \u00e0 propositura da a\u00e7\u00e3o\" com \"\u00f4nus da prova do fato constitutivo do direito\". Ao autor cumpre provar os fatos que d\u00e3o sustento ao direito afirmado na peti\u00e7\u00e3o inicial, mas isso n\u00e3o significa dizer que deve faz\u00ea-lo mediante apresenta\u00e7\u00e3o de prova pr\u00e9constitu\u00edda e j\u00e1 por ocasi\u00e3o do ajuizamento da demanda. Nada impede que o fa\u00e7a na instru\u00e7\u00e3o processual e pelos meios de prova regulares. 5. Em se tratando de a\u00e7\u00e3o coletiva para tutela de direitos individuais homog\u00eaneos, que visa a uma senten\u00e7a condenat\u00f3ria gen\u00e9rica, a prova do fato constitutivo do direito subjetivo individual dever\u00e1 ser produzida por ocasi\u00e3o da a\u00e7\u00e3o de cumprimento, oportunidade em que se far\u00e1 o exame das situa\u00e7\u00f5es particulares dos substitu\u00eddos, visando a identificar e mensurar cada um dos direitos subjetivos genericamente reconhecidos na senten\u00e7a de proced\u00eancia. 6. Recurso especial a que se nega provimento. RECURSO ESPECIAL N\u00ba 487.202 - RJ (2002/0138531-8)\nAssim, os autores fazem jus a receberem C\u00d3PIA DO EXTRATOS\nANAL\u00cdTICO DO FGTS, os quais dever\u00e3o ser apresentados pela r\u00e9.\n\n7. DO VALOR DA CAUSA\n\nNos termos da pac\u00edfica jurisprud\u00eancia do STJ, nos casos de litiscons\u00f3rcio ativo, o valor da causa para o fim de fixa\u00e7\u00e3o de compet\u00eancia deve ser individual a cada litisconsorte.\nAssim \u00e9 a jurisprud\u00eancia do STJ:\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nPROCESSUAL CIVIL. JUIZADOS ESPECIAIS. VALOR DA CAUSA INFERIOR A SESSENTA SAL\u00c1RIOS M\u00cdNIMOS. LITISCONS\u00d3RCIO ATIVO. VALOR INDIVIDUAL DE CADA LITISCONSORTE. S\u00daMULA 83/STJ. RECURSO ESPECIAL N\u00c3O CONHECIDO. Em se tratando de litiscons\u00f3rcio ativo facultativo, para que se fixe a compet\u00eancia dos Juizados Especiais, deve ser considerado o valor de cada autor, individualmente, n\u00e3o importando se a soma ultrapassa o limite dos 60 (sessenta) sal\u00e1rios m\u00ednimos. Precedentes. S\u00famula 83/STJ. Agravo regimental improvido.(STJ - AgRg no REsp: 1376544 SP 2012/0214836-8, Relator: Ministro HUMBERTO MARTINS, Data de Julgamento: 28/05/2013, T2 - SEGUNDA TURMA, Data de Publica\u00e7\u00e3o: DJe 05/06/2013)\nAssim, verifica-se que o Juizado Especial Federal \u00e9 competente\npara a aprecia\u00e7\u00e3o da presente demanda.\n8. DOS PEDIDOS\n\na\u00e7\u00e3o.\n\nAnte ao exporto, requer: a) A cita\u00e7\u00e3o da requerida, para querendo contestar a presente\n\nb) Seja a presente a\u00e7\u00e3o JULGADA TOTALMENTE PROCEDENTE para condenar a r\u00e9 a:\n\nb.1) Aplicar nas contas do FGTS da parte autora em substitui\u00e7\u00e3o a TR, do INPC, ou, sucessivamente, aplica\u00e7\u00e3o do IPCA, ou, sucessivamente a aplica\u00e7\u00e3o de qualquer outro \u00edndice que reponha as perdas inflacion\u00e1rias do trabalhador nas contas do FGTS, no entender deste Douto Ju\u00edzo, de acordo com os pedidos anteriores, bem como\n\nb.2) Pagar em favor do(a) autor(a), o valor correspondente \u00e0s diferen\u00e7as de FGTS em raz\u00e3o da aplica\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria pelo INPC nos meses em que a TR foi zero, nas parcelas vencidas e vincendas, bem como pagar, em favor do(a) autor(a), o valor correspondente \u00e0s diferen\u00e7as de FGTS\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nem raz\u00e3o da aplica\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria pelo INPC, desde Janeiro de 1999, nos meses em que a TR n\u00e3o foi zero, mas foi menor que a infla\u00e7\u00e3o do per\u00edodo; ou, sucessivamente,\n\nb.3) Pagar em favor do(a) autor(a), o valor correspondente \u00e0s diferen\u00e7as de FGTS em raz\u00e3o da aplica\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria pelo lPCA nos meses em que a TR foi zero, bem como, a pagar em favor do(a) autor(a), o valor correspondente \u00e0s diferen\u00e7as de FGTS em raz\u00e3o da aplica\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria pelo IPCA desde Janeiro de 1999, nos meses em que a TR n\u00e3o foi zero, mas foi menor que a infla\u00e7\u00e3o do per\u00edodo; ou, sucessivamente,\n\nb.4 ) Pagar em favor do(a) autor(a), o valor correspondente \u00e0s diferen\u00e7as de FGTS em raz\u00e3o da aplica\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria por qualquer outro \u00edndice que reponha as perdas inflacion\u00e1rias do trabalhador nas contas do FGTS, no entender deste Douto Ju\u00edzo, desde janeiro de 1999, inclusive nos meses em que a TR foi zero.\n\nc) Sobre os valores devidos pela condena\u00e7\u00e3o de que tratam os itens acima, dever\u00e3o incidir corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria desde a inadimpl\u00eancia da Caixa, bem como os juros legais.\n\nd) Seja compelida a requerida para que, apresente c\u00f3pia dos extratos anal\u00edticos do FGTS do(a) autor(a), com fixa\u00e7\u00e3o de prazo para cumprimento da ordem e fixa\u00e7\u00e3o de multa di\u00e1ria em caso de descumprimento.\n\ne) A condena\u00e7\u00e3o da Caixa ao pagamento das custas e honor\u00e1rios advocat\u00edcios de 20% sobre o valor da condena\u00e7\u00e3o.\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nf) A concess\u00e3o em favor do(a) autor(a) do Benef\u00edcio da Assist\u00eancia Judici\u00e1ria, eis que os mesmos n\u00e3o possuem condi\u00e7\u00f5es de suportar as custas e demais despesas processuais, sem preju\u00edzo do seu sustento e de suas fam\u00edlias, nos termos da Lei 1.060/50 e 5.584/70.\n\ng) Ainda, que este MM. Juiz Federal \"a quo\" manifeste-se em sua r. senten\u00e7a sobre a exig\u00eancia de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria do art. 2\u00ba da lei n\u00ba 8.036/90 que garante atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria aos dep\u00f3sitos das contas vinculadas do FGTS;\n\nh) Por fim, que este MM.Juiz Federal \"a quo\" manifeste-se em sua r. senten\u00e7a sobre os fundamentos que a utiliza\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o desobedeceria os limites materiais de in\u00fameros fundamentos e princ\u00edpios constitucionais, como o Estado Democr\u00e1tico de Direito, atentando contra a Dignidade da pessoa Humana (art. 1\u00ba e inciso III, da CF), bem como os princ\u00edpios da igualdade, seguran\u00e7a jur\u00eddica (art. 5\u00ba, caput, da CF), da prote\u00e7\u00e3o ao direito de propriedade, direito adquirido (art. 5\u00ba, XXII e XXXVI da CF) e moralidade (art. 37 da CF). Logo, resta PREQUESTIONADA a mat\u00e9ria pugnando pela PROCED\u00caNCIA DO PREQUESTIONAMENTO suscitado, requerendo ao Excelent\u00edssimo JUIZ FEDERAL que se pronuncie de forma objetiva, expl\u00edcita e fundamentada sobre o assunto.\n\nProtesta provar o alegado por todos os meios de prova admitidos em direito, em especial a prova documental.\nAtribu\u00ed-se \u00e0 causa o valor de R$ 1.000,00. Crici\u00fama, 02 de Mar\u00e7o de 2016.\n\nJAIR S\u00c1 JUNIOR OAB/SC 26.344 OAB/SP 322.667\n\nGEBDIEL GON\u00c7ALVES S\u00c1 OAB/SC 23.914\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 2 (Solon) - IdDocumentoCompleto: 5016158-27.2014.4.04.7204-721415034492542060210000000032", "text": "S\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nEXCELENT\u00cdSSIMO (A) SENHOR (A) JUIZ (A) FEDERAL DA ___ VARA FEDERAL DA SUBSE\u00c7\u00c3O JUDICI\u00c1RIA DE CRICI\u00daMA - SC\n\nA PARTE AUTORA, j\u00e1 qualificada eletronicamente, por seus procuradores que esta subscrevem, Dr. GEBDIEL GON\u00c7ALVES S\u00c1, brasileiro, casado, advogado devidamente inscrito na OAB/SC sob o n\u00ba 23.914 e JAIR S\u00c1 JUNIOR, brasileiro, casado, advogado devidamente inscrito na OAB/SC 26.344, ambos com endere\u00e7o profissional a Rua Jo\u00e3o Pessoa, n\u00ba 380, centro, munic\u00edpio de Crici\u00fama, SC, onde recebe avisos e intima\u00e7\u00f5es, v\u00eam \u00e0 presen\u00e7a de V. Ex\u00aa, com o devido respeito, propor a presente:\nA\u00c7\u00c3O ORDIN\u00c1RIA DE CORRE\u00c7\u00c3O DOS SALDOS DO FGTS\nEm desfavor da CAIXA ECON\u00d4MICA FEDERAL, com sede no SBS quadra 04 lotes 3/4 Matriz, Bras\u00edlia \u2013 DF, CEP: 70092-900 e com filial nesta cidade, situada \u00e0 rua Santo Antonio, 180, CEP 88801-440, pelas raz\u00f5es de fato e de direito que passa a expor.\n1. DOS FATOS\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nO processo em tela trata de quest\u00e3o de extrema import\u00e2ncia para\nmilh\u00f5es de trabalhadores brasileiros e diz respeito ao Fundo de Garantia por\nTempo de Servi\u00e7o. O Fundo de Garantia por Tempo de Servi\u00e7o foi criado na\nd\u00e9cada de 1960 para proteger o trabalhador, como suced\u00e2neo da antiga\nestabilidade decenal. \u00c9 constitu\u00eddo por valores depositados pelas empresas em\nnome de seus empregados e possibilita que o trabalhador forme um patrim\u00f4nio.\nNesse sentido, verifica-se no s\u00edtio eletr\u00f4nico da Caixa Econ\u00f4mica\nFederal que o FGTS hoje financia programas de habita\u00e7\u00e3o popular, saneamento\nb\u00e1sico e infraestrutura urbana.\nAssim, o FGTS \u00e9 regido pelas disposi\u00e7\u00f5es da Lei n\u00ba 8.036, de 11 de\nmaio de 1990, por normas e diretrizes estabelecidas pelo seu Conselho Curador e\ngerido pela Caixa Econ\u00f4mica Federal. Dos artigos 2\u00ba e 13 da Lei n\u00ba 8.036/90 extraI-se que h\u00e1 uma\nobrigatoriedade de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e de remunera\u00e7\u00e3o por meio de juros\ndos dep\u00f3sitos efetuados nas contas vinculadas do FGTS, sen\u00e3o vejamos:\nArt. 2\u00ba O FGTS \u00e9 constitu\u00eddo pelos saldos das contas vinculadas a que se refere esta lei e outros recursos a ele incorporados, devendo ser aplicados com atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e juros, de modo a assegurar a cobertura de suas obriga\u00e7\u00f5es. Art. 13. Os dep\u00f3sitos efetuados nas contas vinculadas ser\u00e3o corrigidos monetariamente com base nos par\u00e2metros fixados para atualiza\u00e7\u00e3o dos saldos dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a e capitaliza\u00e7\u00e3o juros de (tr\u00eas) por cento ao ano.\n\nRessalte-se que o par\u00e2metro fixado para a atualiza\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos dos saldos de poupan\u00e7a e consequentemente dos dep\u00f3sitos do FGTS \u00e9 a Taxa Referencial \u2013 TR, conforme prescrevem os artigos 12 e 17 da Lei n\u00ba 8.177, de 1\u00ba de mar\u00e7o de 1991, com reda\u00e7\u00e3o da lei n\u00ba 12.703, de 7 de agosto de 2012, cuja dic\u00e7\u00e3o \u00e9 a seguinte:\n\nArt. 12. Em cada per\u00edodo de rendimento, os dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a ser\u00e3o remunerados:I - como remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica, por taxa correspondente \u00e0 acumula\u00e7\u00e3o das TRD, no per\u00edodo transcorrido entre o dia do \u00faltimo cr\u00e9dito de rendimento, inclusive, e o dia do cr\u00e9dito de rendimento, exclusive;II - como remunera\u00e7\u00e3o adicional, por juros de: (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n \u00ba 12.703, de 2012)a) 0,5% (cinco d\u00e9cimos por cento) ao m\u00eas, enquanto a meta da taxa Selic\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nao ano, definida pelo Banco Central do Brasil, for superior a 8,5% (oito inteiros e cinco d\u00e9cimos por cento); ou (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n \u00ba 12.703, de 2012)b) 70% (setenta por cento) da meta da taxa Selic ao ano, definida pelo Banco Central do Brasil, mensalizada, vigente na data de in\u00edcio do per\u00edodo de rendimento, nos demais casos. (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n \u00ba 12.703, de 2012)(...)\n\nArt. 17. A partir de fevereiro de 1991, os saldos das contas do Fundo de Garantia por Tempo de Servi\u00e7o (FGTS) passam a ser remunerados pela taxa aplic\u00e1vel \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a com data de anivers\u00e1rio no dia 1\u00b0, observada a periodicidade mensal para remunera\u00e7\u00e3o. Par\u00e1grafo \u00fanico. As taxas de juros previstas na legisla\u00e7\u00e3o em vigor do FGTS s\u00e3o mantidas e consideradas como adicionais \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o prevista neste artigo.\nRetrata a Lei n\u00ba 8.177/91 a forma como a TR ser\u00e1 calculada:\nArt. 1\u00b0 O Banco Central do Brasil divulgar\u00e1 Taxa Referencial (TR), calculada a partir da remunera\u00e7\u00e3o mensal m\u00e9dia l\u00edquida de impostos, dos dep\u00f3sitos a prazo fixo captados nos bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos m\u00faltiplos com carteira comercial ou de investimentos, caixas econ\u00f4micas, ou dos t\u00edtulos p\u00fablicos federais, estaduais e municipais, de acordo com metodologia a ser aprovada pelo Conselho Monet\u00e1rio Nacional, no prazo de sessenta dias, e enviada ao conhecimento do Senado Federal.\u00a7 1\u00b0 A TR ser\u00e1 mensalmente divulgada pelo Banco Central do Brasil, no m\u00e1ximo at\u00e9 o oitavo dia \u00fatil do m\u00eas de refer\u00eancia. (Revogado pela Lei n\u00ba 8.660, de 1993)\u00a7 2\u00b0 As institui\u00e7\u00f5es que venham a ser utilizadas como bancos de refer\u00eancia, dentre elas, necessariamente, as dez maiores do Pa\u00eds, classificadas pelo volume de dep\u00f3sitos a prazo fixo, est\u00e3o obrigadas a fornecer as informa\u00e7\u00f5es de que trata este artigo, segundo normas estabelecidas pelo Conselho Monet\u00e1rio Nacional, sujeitando-se a institui\u00e7\u00e3o e seus administradores, no caso de infra\u00e7\u00e3o \u00e0s referidas normas, \u00e0s penas estabelecidas no art. 44 da Lei n\u00b0 4.595, de 31 de dezembro de 1964.\u00a7 3\u00b0 Enquanto n\u00e3o aprovada a metodologia de c\u00e1lculo de que trata este artigo, o Banco Central do Brasil fixar\u00e1 a TR.\n\nLogo, a metodologia de c\u00e1lculo foi h\u00e1 muito tempo definida pela Banco Central-Conselho Monet\u00e1rio Nacional (CMN), e hoje est\u00e1 vigente sob a forma da Resolu\u00e7\u00e3o n\u00ba 3.354, de 31 de mar\u00e7o de 2006.\nOcorre que, h\u00e1 muito tempo, a TR n\u00e3o reflete mais a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, tendo se distanciado completamente dos \u00edndices oficiais de infla\u00e7\u00e3o. Nos meses de setembro, outubro e novembro de 2009, janeiro e fevereiro de 2010, fevereiro e junho de 2012 e de setembro de 2012 em diante, a TR tem sido completamente anulada, como se n\u00e3o existisse qualquer infla\u00e7\u00e3o no per\u00edodo pass\u00edvel de corre\u00e7\u00e3o.\n\n2. PRELIMINARMENTE\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\na) LEGITIMIDADE PASSIVA DA CAIXA ECON\u00d4MICA FEDERAL\nTendo-se em vista que o processo em tela versa sobre corre\u00e7\u00e3o\nmonet\u00e1ria dos dep\u00f3sitos de FGTS, sobressai irrefut\u00e1vel a legitimidade passiva e\nexclusiva da Caixa Econ\u00f4mica Federal, conforme precedentes do STJ, sen\u00e3o\nvejamos:\nA\u00c7\u00c3O RESCIS\u00d3RIA. ADMINISTRATIVO. FGTS. CORRE\u00c7\u00c3O DOS SALDOS DAS CONTAS VINCULADAS. DIFEREN\u00c7AS DE EXPURGOS INFLACION\u00c1RIOS. TEMA J\u00c1 PACIFICADO NO STJ. PROCED\u00caNCIA DA A\u00c7\u00c3O.1. A mat\u00e9ria referente \u00e0 corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria das contas vinculadas ao FGTS, em raz\u00e3o das diferen\u00e7as de expurgos inflacion\u00e1rios, foi decidida pela Primeira Se\u00e7\u00e3o deste Superior Tribunal, no REsp n.1.111.201 - PE e no REsp n. 1.112.520 - PE, de relatoria do Exmo.Min. Benedito Gon\u00e7alves, ambos submetidos ao regime do art. 543-C do CPC e da Resolu\u00e7\u00e3o n. 8/08 do STJ, que tratam dos recursos representativos da controv\u00e9rsia, publicados no DJe de 4.3.2010.(...)3. Quanto \u00e0s demais preliminares alegadas, devidamente prequestionadas, esta Corte tem o entendimento no sentido de que, nas demandas que tratam da atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos saldos das contas vinculadas do FGTS, a legitimidade passiva ad causam \u00e9 exclusiva da Caixa Econ\u00f4mica Federal, por ser gestora do Fundo, com a exclus\u00e3o da Uni\u00e3o e dos bancos deposit\u00e1rios (S\u00famula 249/STJ).(...)(AR 1.962/SC, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, PRIMEIRA SE\u00c7\u00c3O, julgado em 08/02/2012, DJe 27/02/2012)\nS\u00famula 249/STJ \u2013 A Caixa Econ\u00f4mica Federal tem legitimidade passiva para integrar processo em que se discute corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria do FGTS.\nAssim, a presente a\u00e7\u00e3o foi proposta exclusivamente contra a\nCaixa Econ\u00f4mica Federal, conforme pacificamente definido pela jurisprud\u00eancia\nnacional.\nb) DA PRESCRI\u00c7\u00c3O\nNo que tange ao prazo prescricional, j\u00e1 est\u00e1 amplamente\nassentado na doutrina e jurisprud\u00eancia, que em rela\u00e7\u00e3o ao pleito de corre\u00e7\u00e3o\nmonet\u00e1ria do FGTS, a prescri\u00e7\u00e3o \u00e9 trinten\u00e1ria.\nNeste sentido, decis\u00e3o do STJ:\nRECURSO ESPECIAL. TRIBUT\u00c1RIO. FGTS. CORRE\u00c7\u00c3O DOS SALDOS DAS CONTAS VINCULADAS. DIFEREN\u00c7AS DE EXPURGOS INFLACION\u00c1RIOS. TEMA J\u00c1 JULGADO PELO REGIME DO ART. 543-C DO CPC E DA RESOLU\u00c7\u00c3O N. 8/08 DO STJ, QUE TRATAM DOS RECURSOS REPRESENTATIVOS DE CONTROV\u00c9RSIA.(...)3. No REsp n. 1.112.520 - PE, por seu turno, firmou-se o seguinte entendimento: 4. Outrossim,\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nn\u00e3o deve prevalecer a interpreta\u00e7\u00e3o da recorrente quanto \u00e0 ocorr\u00eancia de prescri\u00e7\u00e3o quinquenal, pois este Tribunal j\u00e1 decidiu que \u00e9 trinten\u00e1ria a prescri\u00e7\u00e3o para cobran\u00e7a de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria de contas vinculadas ao FGTS, nos termos das S\u00famula 210/STJ: \"A a\u00e7\u00e3o de cobran\u00e7a das contribui\u00e7\u00f5es para o FGTS prescreve em (30) trinta anos\".(...)(REsp 1150446 RJ 2009/0143136-0, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, Julgamento: 10/08/2010, \u00d3rg\u00e3o Julgador: T2 - SEGUNDA TURMA, Publica\u00e7\u00e3o: DJe 10/09/2010)\n\nAssim, a a\u00e7\u00e3o ora proposta n\u00e3o est\u00e1 alcan\u00e7ada pela prescri\u00e7\u00e3o trinten\u00e1ria, conforme se demonstrar\u00e1 adiante.\n\n2. DO M\u00c9RITO\n\na) AN\u00c1LISE DA CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA E DO FGTS\nA corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria existe entre n\u00f3s desde a d\u00e9cada de 1960. O principal te\u00f3rico da Corre\u00e7\u00e3o Monet\u00e1ria, o Advogado Tributarista Bulh\u00f5es Pedreira explica o seguinte:\n\u2019\u201dPor analogia com as unidades de medidas f\u00edsicas podemos dizer que o n\u00edvel geral de pre\u00e7os \u00e9 o padr\u00e3o prim\u00e1rio do valor financeiro, enquanto que a unidade monet\u00e1ria serve como padr\u00e3o secund\u00e1rio \u2013 usado, na pr\u00e1tica, para exprimir o valor financeiro, mas que deve ser aferido pelo padr\u00e3o prim\u00e1rio porque sujeito a modifica\u00e7\u00f5es.\u201d (BULH\u00d5ES PEDREIRA, Jos\u00e9 Luiz, \u201cCorre\u00e7\u00e3o Monet\u00e1ria; Indexa\u00e7\u00e3o Cambial. Obriga\u00e7\u00e3o Pecuni\u00e1ria\u201d, in \u201cRevista de Direito Administrativo\u201d, c. 193 p, 353 a 372 Jul/Set 1993).\nAinda, o autor Let\u00e1cio Jansen diz que Bulh\u00f5es Pedreira teria conseguido institucionalizar e colocar em pr\u00e1tica a sua doutrina principalmente atrav\u00e9s da Lei n\u00ba 4.357, de 1964, que criou o primeiro indexador da Economia Brasileira \u2013 a ORTN (obriga\u00e7\u00e3o reajust\u00e1vel do tesouro nacional), uma obriga\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria cuja fun\u00e7\u00e3o era fazer variar, periodicamente, a moeda nacional segundo a perda de seus respectivos poderes aquisitivos http://www.scamargo.adv.br/scripts/forum/textoTema.asp?id=81&tema=nvalida de+da+taxa+referencial+(TR)%3A+o+Significado+da+ADI+493-0-df).\nDesde esta data, uma pl\u00eaiade de \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria foi se sucedendo, at\u00e9 a entrada em vigor da Medida Provis\u00f3ria n\u00ba 294, de 31 de\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\njaneiro de 1991, que se transformou na Lei n\u00ba 8.177, de 1\u00ba de mar\u00e7o de 1991. Nesta oportunidade o Governo Collor pretendeu substituir a s\u00e9rie de indexadores tradicionais da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria brasileira (ORTN, OTN e BTN) que eram vinculados \u00e0 varia\u00e7\u00e3o dos n\u00edveis gerais de pre\u00e7os, pela Taxa Referencial, que tinha natureza financeira.\nAinda hoje permanece a perplexidade em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 natureza jur\u00eddica da TR, at\u00e9 por conta da pr\u00f3pria inconsist\u00eancia da lei que a criou, que ora a trata como taxa de juros (artigo 39) ora como indexador (artigo 18).\nTaxas de juros objetivam promover a remunera\u00e7\u00e3o do capital. S\u00e3o calculadas por quem disponibiliza o capital em benef\u00edcio de outra pessoa, f\u00edsica ou jur\u00eddica, para que empregue para satisfa\u00e7\u00e3o de determinada necessidade, na expectativa de lucro. Os indexadores, por outro lado, podem ser entendidos como \u00edndices calculados a partir da varia\u00e7\u00e3o de pre\u00e7os de mercado em determinado per\u00edodo. O seu objetivo est\u00e1 na corre\u00e7\u00e3o dos efeitos inflacion\u00e1rios, quando se compara valores monet\u00e1rios em diferentes \u00e9pocas.\nPois bem. Quando o STF enfrentou o tema da natureza da TR, disse atrav\u00e9s do voto vencedor da ADI 493-0/DF que:\nA Taxa Referencial (TR) n\u00e3o \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, pois, refletindo as varia\u00e7\u00f5es do custo prim\u00e1rio da capta\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos a prazo fixo, n\u00e3o constitui \u00edndice que reflita a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda.\n\nN\u00e3o obstante, os Ministros vencidos Celso de Mello, Marco Aur\u00e9lio e Ilmar Galv\u00e3o entenderam que a estrutura de c\u00e1lculo da taxa referencial n\u00e3o era suficiente para impedir sua utiliza\u00e7\u00e3o como par\u00e2metro de indexa\u00e7\u00e3o da economia.\nMesmo assim, naquela oportunidade, o STF entendeu que a TR possu\u00eda natureza de taxa de juros e declarou inconstitucional o artigo 18 da Lei n\u00ba 8.177/91, cujo texto original estabelecia que os saldos devedores e as presta\u00e7\u00f5es dos contratos integrantes do SFH, passariam a ser atualizados pela taxa aplic\u00e1vel \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica dos Dep\u00f3sitos de Poupan\u00e7a. Vale a pena transcrever a ementa deste julgado:\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nA\u00e7\u00e3o direta de inconstitucionalidade.- Se a lei alcan\u00e7ar os efeitos futuros de contratos celebrados anteriormente a ela, ser\u00e1 essa lei retroativa (retroatividade m\u00ednima) porque vai interferir na causa, que e um ato ou fato ocorrido no passado.- O disposto no artigo 5, XXXVI, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal se aplica a toda e qualquer lei infraconstitucional, sem qualquer distin\u00e7\u00e3o entre lei de direito p\u00fablico e lei de direito privado, ou entre lei de ordem p\u00fablica e lei dispositiva. Precedente do S.T.F..- Ocorr\u00eancia, no caso, de viola\u00e7\u00e3o de direito adquirido. A taxa referencial (TR) n\u00e3o \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, pois, refletindo as varia\u00e7\u00f5es do custo prim\u00e1rio da capta\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos a prazo fixo, n\u00e3o constitui \u00edndice que reflita a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda. Por isso, n\u00e3o h\u00e1 necessidade de se examinar a quest\u00e3o de saber se as normas que alteram \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria se aplicam imediatamente, alcan\u00e7ando, pois, as presta\u00e7\u00f5es futuras de contratos celebrados no passado, sem violarem o disposto no artigo 5, XXXVI, da Carta Magna.- Tamb\u00e9m ofendem o ato jur\u00eddico perfeito os dispositivos impugnados que alteram o crit\u00e9rio de reajuste das presta\u00e7\u00f5es nos contratos j\u00e1 celebrados pelo sistema do Plano de Equival\u00eancia Salarial por Categoria Profissional (PES/CP). A\u00e7\u00e3o direta de inconstitucionalidade julgada procedente, para declarar a inconstitucionalidade dos artigos 18, \"caput\" e par\u00e1grafos 1 e 4; 20; 21 e par\u00e1grafo \u00fanico; 23 e par\u00e1grafos; e 24 e par\u00e1grafos, todos da Lei n. 8.177, de 1 de maio de 1991. (ADI 493, Relator (a): Min. Moreira Alves, Tribunal Pleno, julgado em 25/06/1992, DJ 04-09-1992 PP-14089 EMENT VOL-01674-02 PP-00260 RTJ VOL-00143-03 PP-00724)\n\nPor algum tempo, o pr\u00f3prio STJ rejeitou a TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, tanto para a poupan\u00e7a, quanto para o SFH. Neste sentido:\n\nCOMERCIAL. M\u00daTUO RURAL. CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA. VINCULA\u00c7\u00c3O AO\n\nCRIT\u00c9RIO DE REAJUSTE DOS DEP\u00d3SITOS EM CADERNETA DE POUPAN\u00c7A. LICITUDE.\n\nSUBSTITUI\u00c7\u00c3O PELA TR NOS MESES SUBSEQUENTES A FEVEREIRO/91. PREVIS\u00c3O DE\n\nUTILIZA\u00c7\u00c3O DA OTN. INDEXADOR CONTRATUALMENTE ELEITO. SUBSTITUI\u00c7\u00c3O EX\n\nLEGE PELA TR. INCONSTITUCIONALIDADE DECLARADA. ADO\u00c7\u00c3O DO INPC.\n\nPRECEDENTES.\n\nI \u2013 NO CONTRATO DE M\u00daTUO RURAL \u00c9 L\u00cdCITO O PACTO DE VINCULA\u00c7\u00c3O DA\n\nCORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA AO CRIT\u00c9RIO DE ATUALIZA\u00c7\u00c3O DOS DEP\u00d3SITOS EM\n\nCADERNETA DE POUPAN\u00c7A, RESULTANDO DEVIDA A INCID\u00caNCIA DO MESMO\n\nINDEXADOR NOS MESES SUBSEQUENTES A FEVEREIRO/91. (ART. 13 DA LEI 8.177).\n\nII \u2013 EM FACE DA POSI\u00c7\u00c3O DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL INADMITINDO A TR\n\nCOMO FATOR DE ATUALIZA\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA SUBSTITUTIVO DO BTN, A CORRE\u00c7\u00c3O\n\nDOS VALORES, CUJA FORMA DE REAJUSTE ESTAVA, POR LEI OU CONTRATO,\n\nATRELADA A VARIA\u00c7\u00c3O DO VALOR DE REFERIDO T\u00cdTULO DA D\u00cdVIDA P\u00daBLICA,\n\nCUMPRE SEJA PROCEDIDA, A PARTIR DA LEI 8.177/91, COM BASE NO INPC (REsp.\n\n40.777/GO, Rel. Ministro S\u00c1LVIO DE FIGUEIREDO TEIXEIRA, QUARTA TURMA,\n\njulgado em 13/11/1995, DJ 11/12/1995, p. 43225) (grifamos)\n\nADMINISTRATIVO - SFH - REAJUSTE DAS PRESTA\u00c7\u00d5ES E DO SALDO DEVEDOR -\n\nPLANO DE EQUIVAL\u00caNCIA SALARIAL (PES) - INAPLICABILIDADE DA TR \u2013 ADIN 493-\n\n0/STF - VANTAGENS PESSOAIS INCORPORADAS DEFINITIVAMENTE AO SAL\u00c1RIO -\n\nINCLUS\u00c3O NO C\u00c1LCULO - DIVERG\u00caNCIA JURISPRUDENCIAL\n\nN\u00c3O\n\nCOMPROVADA - RISTJ, ART. 255 E PAR\u00c1GRAFOS - S\u00daMULA 13/STJ -PRECEDENTES\n\nSTJ.- Nos contratos vinculados ao PES, o reajustamento das presta\u00e7\u00f5es deve\n\nobedecer \u00e0 varia\u00e7\u00e3o salarial dos mutu\u00e1rios, a fim de preservara equa\u00e7\u00e3o\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\necon\u00f4mico-financeira do pactuado.- As vantagens pessoais incorporadas, definitivamente, ao sal\u00e1rio ou vencimento do mutu\u00e1rio, incluem-se na verifica\u00e7\u00e3o da equival\u00eancia para fixa\u00e7\u00e3o das parcelas.- Declarada pelo STF a inconstitucionalidade da TR como fator de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria (ADIN 493-0), o reajustamento do saldo devedor,a exemplo das presta\u00e7\u00f5es mensais, tamb\u00e9m deve obedecer ao Plano de Equival\u00eancia Salarial.- Recurso conhecido e parcialmente provido(Resp 140.839/BA, Rel. Ministro FRANCISCO PE\u00c7ANHA MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 23/11/1999, DJ 21/02/2000, p. 112) (grifamos)\n\nSFH. PLANO DE EQUIVAL\u00caNCIA SALARIAL. REAJUSTE DAS PRESTA\u00c7\u00d5ES. ILEGITIMIDADE PASSIVA DA UNI\u00c3O. NULIDADE DO AC\u00d3RD\u00c3O. INOCORR\u00caNCIA. VANTAGENS PESSOAIS. INCLUS\u00c3O. CORRE\u00c7\u00c3O PELA TR. IMPOSSIBILIDADE. PRECEDENTES.(...)4. Inaplic\u00e1vel a TR como fator de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria Entendimento consagrado nesta Corte na esteira de orienta\u00e7\u00e3o tra\u00e7ada pelo STF.5. Recurso especial conhecido e parcialmente provido.(REsp 209.466/BA, Rel. Ministro FRANCISCO PE\u00c7ANHA MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 07/08/2001, DJ 17/06/2002, p. 231) (grifamos)\n\nTodavia, a Corte de Justi\u00e7a, fazendo uma releitura do voto do\nMinistro Moreira Alves do STF, mudou de entendimento, e passou a adotar a\nconstitucionalidade da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, conforme\ndemonstra o seguinte julgado:\nSISTEMA FINANCEIRO DA HABITA\u00c7\u00c3O. SALDO DEVEDOR. ATUALIZA\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA. TR.1. N\u00e3o \u00e9 inconstitucional a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria com base na Taxa Referencial - TR. O que \u00e9 inconstitucional \u00e9 sua aplica\u00e7\u00e3o retroativa. Foi isso o que decidiu o STF da ADI 493/DF, Pleno, Min. Moreira Alves, DJ de 04.09.1992, ao estabelecer o \u00e2mbito de incid\u00eancia da Lei 8.177, de 1991.2. Aos contratos de m\u00fatuo habitacional firmados no \u00e2mbito do SFH que prevejam a corre\u00e7\u00e3o do saldo devedor pela taxa b\u00e1sica aplic\u00e1vel aos dep\u00f3sitos da poupan\u00e7a aplica-se a Taxa Referencial, por expressa determina\u00e7\u00e3o legal. Precedentes da Corte Especial: AGEREsp 725917 / DF, Min. Laurita Vaz, DJ 19.06.2006; DERESP 453600 / DF, Min. Aldir Passarinho Junior, DJ 24.04.2006.3. Embargos de diverg\u00eancia a que se nega provimento.(EREsp 752.879/DF, Rel. Ministro\nTEORI ALBINO ZAVASCKI, CORTE ESPECIAL, julgado em 19/12/2006, DJ 12/03/2007, p. 184) (grifamos)\nEm rela\u00e7\u00e3o ao FGTS, h\u00e1 at\u00e9 a s\u00famula do STJ sobre a aplica\u00e7\u00e3o da\nTR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. Neste sentido:\nA Taxa Referencial (TR) \u00e9 o \u00edndice aplic\u00e1vel, a t\u00edtulo de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, aos d\u00e9bitos com o FGTS recolhidos pelo empregador\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nmas n\u00e3o repassados ao fundo. (S\u00famula 459, PRIMEIRA SE\u00c7\u00c3O, julgado em 25/08/2010, DJe 08/09/2010)\n\nComo dito alhures, aplica\u00e7\u00e3o de \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria se\npresta para recuperar o poder de compra do valor emprestado. Este poder de\ncompra \u00e9 diretamente influenciado por um processo inflacion\u00e1rio. O pr\u00f3prio STJ\nreconhece a influ\u00eancia da infla\u00e7\u00e3o e da defla\u00e7\u00e3o na composi\u00e7\u00e3o do \u00edndice de\ncorre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, sen\u00e3o vejamos:\nPREVIDENCI\u00c1RIO E ECON\u00d4MICO. T\u00cdTULO EXECUTIVO JUDICIAL. DETERMINA\u00c7\u00c3ODE CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA PELO IGP-M. \u00cdNDICES DE DEFLA\u00c7\u00c3O.APLICABILIDADE. OFENSA AO PRINC\u00cdPIO DA IRREDUTIBILIDADE DOS VENCIMENTOS. N\u00c3O OCORR\u00caNCIA. PRESERVA\u00c7\u00c3O DO VALOR NOMINAL DA OBRIGA\u00c7\u00c3O. PRECEDENTES.1. \"A corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria nada mais \u00e9 do que um mecanismo de manuten\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda, n\u00e3o devendo representar, consequentemente, por si s\u00f3, nem um plus nem um minus em sua subst\u00e2ncia. Corrigir o valor nominal da obriga\u00e7\u00e3o representa, portanto, manter, no tempo, o seu poder de compra original, alterado pelas oscila\u00e7\u00f5es inflacion\u00e1rias positivas e negativas ocorridas no per\u00edodo. Atualizar a obriga\u00e7\u00e3o levando em conta apenas oscila\u00e7\u00f5es positivas importaria distorcer a realidade econ\u00f4mica produzindo um resultado que n\u00e3o representa a simples manuten\u00e7\u00e3o do primitivo poder aquisitivo, mas um indevido acr\u00e9scimo no valor real. Nessa linha, estabelece o Manual de Orienta\u00e7\u00e3o de Procedimento de C\u00e1lculos aprovado pelo Conselho da Justi\u00e7a Federal que, n\u00e3o havendo decis\u00e3o judicial em contr\u00e1rio, \"os \u00edndices negativos de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria (defla\u00e7\u00e3o) ser\u00e3o considerados no c\u00e1lculo de atualiza\u00e7\u00e3o\", com a ressalva de que, se, no c\u00e1lculo final, 'a atualiza\u00e7\u00e3o implicar redu\u00e7\u00e3o do principal, deve prevalecer o valor nominal'\" (Corte Especial, REsp 1.265.580/RS, Rel. Min. TEORI ALBINO ZAVASCKI, DJe18/4/12).2. No precedente da Corte Especial, mencionado na decis\u00e3o agravada, ficou expressamente consignado que se, na atualiza\u00e7\u00e3o da d\u00edvida, houver redu\u00e7\u00e3o do principal, deve prevalecer o valor nominal, em respeito ao princ\u00edpio da irredutibilidade de vencimentos,previsto nos arts. 7\u00ba, VI e 37, XV, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal.3. A compreens\u00e3o no sentido de que n\u00e3o h\u00e1 viola\u00e7\u00e3o ao princ\u00edpio da irredutibilidade dos vencimentos, quando preservado o valor nominal da obriga\u00e7\u00e3o, encontra respaldo na jurisprud\u00eancia do STF e do STJ.4. Agravo regimental improvido.(AgRg nos EREsp 1252558/RS, Rel. Ministro SERGIO KUKINA, PRIMEIRA SE\u00c7\u00c3O, julgado em 13/03/2013, DJe 21/03/2013)(grifos nossos)\n\nN\u00e3o podemos nos esquecer de que a cultura da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria est\u00e1 de tal forma arraigada ao nosso sistema econ\u00f4mico, que o pr\u00f3prio C\u00f3digo Civil de 2002, traz diversos dispositivos garantindo atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria:\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nArt. 389. N\u00e3o cumprida a obriga\u00e7\u00e3o, responde o devedor por perdas e danos, mais juros e atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria segundo \u00edndices oficiais regularmente estabelecidos, e honor\u00e1rios de advogado. Art. 395. Responde o devedor pelos preju\u00edzos a que sua mora der causa, mais juros, atualiza\u00e7\u00e3o dos valores monet\u00e1rios segundo \u00edndices oficiais regularmente estabelecidos, e honor\u00e1rios de advogado. Art. 404. As perdas e danos, nas obriga\u00e7\u00f5es de pagamento em dinheiro, ser\u00e3o pagas com atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria segundo \u00edndices oficiais regularmente estabelecidos, abrangendo juros, custas e honor\u00e1rios de advogado, sem preju\u00edzo da pena convencional. Art. 418. Se a parte que deu as arras n\u00e3o executar o contrato, poder\u00e1 a outra t\u00ea-lo por desfeito, retendo-as; se a inexecu\u00e7\u00e3o for de quem recebeu as arras, poder\u00e1 quem as deu haver o contrato por desfeito, e exigir sua devolu\u00e7\u00e3o mais o equivalente, com atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria segundo \u00edndices oficiais regularmente estabelecidos, juros e honor\u00e1rios de advogado. Art. 772. A mora do segurador em pagar o sinistro obriga \u00e0 atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria da indeniza\u00e7\u00e3o devida segundo \u00edndices oficiais regularmente estabelecidos, sem preju\u00edzo dos juros morat\u00f3rios. Art. 884. Aquele que, sem justa causa, se enriquecer \u00e0 custa de outrem, ser\u00e1 obrigado a restituir o indevidamente auferido, feita a atualiza\u00e7\u00e3o dos valores monet\u00e1rios.\n\nEste retrospecto da evolu\u00e7\u00e3o legal e jurisprudencial a respeito da aplica\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria se fez necess\u00e1rio para que pud\u00e9ssemos chegar ao n\u00facleo do argumento desta a\u00e7\u00e3o.\nHoje, no pa\u00eds, h\u00e1 dois tipos de \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. \u00cdndices que refletem a infla\u00e7\u00e3o e, portanto, recuperam o poder de compra do valor aplicado, como o IPCA e o INPC, e um \u00edndice que n\u00e3o reflete a infla\u00e7\u00e3o, e consequentemente n\u00e3o recupera o poder de compra do valor aplicado \u2013 a Taxa Referencial/TR.\nHistoricamente, \u00e9 preciso lembrar que a Taxa Referencial nunca foi igual \u00e0 infla\u00e7\u00e3o. Nem quando experimentamos hiperinfla\u00e7\u00e3o, nem quando experimentamos defla\u00e7\u00e3o. Todavia, os \u00edndices da TR, do INPC e do IPCA, sempre andaram pr\u00f3ximos. Em outras palavras, imperava a razoabilidade nos \u00edndices da TR para que pudessem atingir a finalidade de corre\u00e7\u00e3o do valor do capital.\n\nANO 1991 1992\n\nTR 335,51% 1.156,22%\n\nINPC 475,11% 1.149,05%\n\nIPCA 472,69% 1.119,09%\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\n1993 1994 1995 1996\n\n2.474,73% 951,19% 31,6207% 9,5551%\n\n2.489,11% 929,32% 21,98% 9,125%\n\n2,477,15% 916,43% 22,41% 9,56%\n\nN\u00e3o obstante, o cen\u00e1rio come\u00e7a a mudar a partir de 1999. A TR se distancia expressivamente do INPC e do IPCA, ao ponto de hoje a infla\u00e7\u00e3o superar 6% ao ano e a TR ser igual a zero. Logo, ela n\u00e3o se presta para o fim de manter o poder aquisitivo dos dep\u00f3sitos do FGTS, que s\u00e3o um patrim\u00f4nio do trabalhador.\nO sentimento geral \u00e9 que h\u00e1 muito tempo o FGTS \u00e9 um fundo in\u00edquo por ele n\u00e3o ter recomposi\u00e7\u00e3o inflacion\u00e1ria dos seus recursos. Na verdade, o trabalhador n\u00e3o est\u00e1 financiando programas de habita\u00e7\u00e3o popular, saneamento b\u00e1sico e infraestrutura urbana, ele est\u00e1 subsidiando.\nAo contr\u00e1rio de outros investimentos, o FGTS n\u00e3o \u00e9 um fundo de livre disposi\u00e7\u00e3o por parte do trabalhador, n\u00e3o podendo ele decidir sponte pr\u00f3pria quais as aplica\u00e7\u00f5es que lhe s\u00e3o mais convenientes ou rent\u00e1veis. O trabalhador tem que se submeter a pol\u00edticas econ\u00f4micas e sociais que lhe s\u00e3o altamente prejudiciais.\nOra, mas a pr\u00f3pria Lei do FGTS diz em seu artigo 2\u00ba que \u00e9 garantida a atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e juros. Quando a TR \u00e9 igual a zero este artigo \u00e9 descumprido. Quando a TR \u00e9 m\u00ednima e totalmente desproporcional em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 infla\u00e7\u00e3o, este artigo tamb\u00e9m \u00e9 descumprido e o patrim\u00f4nio do trabalhador \u00e9 subtra\u00eddo por quem tem o dever legal de administr\u00e1-lo.\nEm um cen\u00e1rio de TR zero e infla\u00e7\u00e3o p\u00fablica e not\u00f3ria, estamos diante de uma situa\u00e7\u00e3o de confisco. O Governo Federal, atrav\u00e9s da Caixa Econ\u00f4mica Federal, est\u00e1 confiscando os rendimentos dos trabalhadores, para subsidiar pol\u00edticas p\u00fablicas, sem a menor possibilidade de inger\u00eancia destes trabalhadores.\nAssim como em nosso Estado Democr\u00e1tico de Direito, a Constitui\u00e7\u00e3o veda que se utilize o tributo com efeito de confisco, o trabalhador\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nn\u00e3o pode ser punido com o confisco do que a pr\u00f3pria Caixa define em seu s\u00edtio\neletr\u00f4nico, como um patrim\u00f4nio do trabalhador, e definitivamente o \u00e9.\nQuando se fala em patrim\u00f4nio, imediatamente sobrev\u00e9m li\u00e7\u00e3o da\nProfessora Maria Helena Diniz ao comentar o artigo 91 do Novo C\u00f3digo Civil:\nArt. 91. Constitui universalidade de direito o complexo de rela\u00e7\u00f5es jur\u00eddicas de uma pessoa, dotadas de valor econ\u00f4mico. Universalidade de direito. \u00c9 a constitu\u00edda por bens singulares corp\u00f3reos heterog\u00eaneos ou incorp\u00f3reos (complexo de rela\u00e7\u00f5es jur\u00eddicas), a que a norma jur\u00eddica, com o intuito de produzir certos efeitos, d\u00e1 unidade, por serem dotados de valor econ\u00f4mico, como p. ex., o patrim\u00f4nio (...) O patrim\u00f4nio e a heran\u00e7a s\u00e3o considerados como um conjunto, ou seja, como uma universalidade. Embora se constituam ou n\u00e3o de bens materiais e de cr\u00e9ditos, esses bens se unificam numa express\u00e3o econ\u00f4mica, que \u00e9 o valor. O patrim\u00f4nio \u00e9 complexo de rela\u00e7\u00f5es jur\u00eddicas de uma pessoa apreci\u00e1veis economicamente. Incluem-se no patrim\u00f4nio: a posse, os direitos reais, as obriga\u00e7\u00f5es e as a\u00e7\u00f5es correspondentes a tais direitos. O patrim\u00f4nio abrange direitos e deveres redut\u00edveis a dinheiro. (C\u00f3digo Civil Anotado, Ed. Saraiva, pag. 100) (grifamos).\n\nLevando em conta que a rela\u00e7\u00e3o jur\u00eddica entre os trabalhadores e a Caixa \u00e9 de direito pessoal, o artigo 233 do C\u00f3digo Civil se torna inafast\u00e1vel, na medida em que determina que a obriga\u00e7\u00e3o de dar coisa certa abrange os acess\u00f3rios, ainda que n\u00e3o mencionados.\n\nArt. 233. A obriga\u00e7\u00e3o de dar coisa certa abrange os acess\u00f3rios dela embora n\u00e3o mencionados, salvo se o contr\u00e1rio resultar do t\u00edtulo ou das circunst\u00e2ncias do caso.\nOra, acess\u00f3rios de dinheiro s\u00e3o os juros e a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. E ent\u00e3o voltamos \u00e0 Taxa Referencial.\nb) Manipula\u00e7\u00e3o da TR pelo Banco Central/CMN\nIndependentemente da discuss\u00e3o sobre sua natureza jur\u00eddica, vamos aqui partir do pressuposto, assentado pela jurisprud\u00eancia, principalmente do STJ, que a TR \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria.\nTanto o artigo 1\u00ba da lei n\u00ba 8.177/91 quando o artigo 5\u00ba da Lei n\u00ba 10.192/01 (que convolou a MP 1.053/95) atribu\u00edram ao Banco Central a regulamenta\u00e7\u00e3o da metodologia de c\u00e1lculo da TR, conforme crit\u00e9rio\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nestabelecido na lei e a expedi\u00e7\u00e3o das instru\u00e7\u00f5es necess\u00e1rias ao cumprimento\ndo artigo que criou a TBF.\nArt. 1\u00b0 O Banco Central do Brasil divulgar\u00e1 Taxa Referencial (TR), calculada a partir da remunera\u00e7\u00e3o mensal m\u00e9dia l\u00edquida de impostos, dos dep\u00f3sitos a prazo fixo captados nos bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos m\u00faltiplos com carteira comercial ou de investimentos, caixas econ\u00f4micas, ou dos t\u00edtulos p\u00fablicos federais, estaduais e municipais, de acordo com metodologia a ser aprovada pelo Conselho Monet\u00e1rio Nacional, no prazo de sessenta dias, e enviada ao conhecimento do Senado Federal. . (Lei n\u00ba 8177/91) Artigo 5\u00ba Fica institu\u00edda Taxa B\u00e1sica Financeira \u2013 TBF, para ser utilizada exclusivamente como base de remunera\u00e7\u00e3o de opera\u00e7\u00f5es realizadas no mercado financeiro, de prazo de dura\u00e7\u00e3o igual ou superior a sessenta dias. Par\u00e1grafo \u00fanico. O Conselho Monet\u00e1rio Nacional expedir\u00e1 as instru\u00e7\u00f5es necess\u00e1rias ao cumprimento do disposto neste artigo, podendo inclusive,\nampliar o prazo m\u00ednimo previsto no caput. (Lei n\u00ba 10.192/01)\n\nNo mister de regulamentar a TR, o Banco Central/CMN vem ao\nlongo dos anos criando e reinventando f\u00f3rmulas para encontr\u00e1-la. Pelo menos\ndesde a Resolu\u00e7\u00e3o 2.075, de 26 de maio de 1994, h\u00e1 f\u00f3rmulas para encontrar a\nTR. Todavia, \u00e9 com a institui\u00e7\u00e3o da Taxa B\u00e1sica Financeira, pela Medida\nProvis\u00f3ria 1.053/95, de 30 de junho de 1995, que a forma de c\u00e1lculo da TR sofre\numa expressiva reviravolta.\nDesde a Resolu\u00e7\u00e3o 2.437, de 30 de outubro de 1997, a TR \u00e9\ncalculada levando em conta a Taxa B\u00e1sica Financeira e um Redutor.\nA Resolu\u00e7\u00e3o 3.354/06, hoje vigente sobre o assunto, diz o seguinte:\nArt. 1\u00ba Estabelecer que, para fins de c\u00e1lculo da Taxa B\u00e1sica Financeira - TBF e da Taxa Referencial - TR, de que tratam os arts. 1\u00ba da Lei 8.177, de 1\u00ba de mar\u00e7o de 1991, 1\u00ba da Lei 8.660, de 28 de maio de 1993, e 5\u00ba da Lei 10.192, de 14 de fevereiro de 2001, deve ser constitu\u00edda amostra das 30 maiores institui\u00e7\u00f5es financeiras do Pa\u00eds, assim consideradas em fun\u00e7\u00e3o do volume de capta\u00e7\u00e3o efetuado por meio de certificados e recibos de dep\u00f3sito banc\u00e1rio (CDB/RDB), com prazo de 30 a 35 dias corridos, inclusive, e remunerados a taxas prefixadas, entre bancos m\u00faltiplos, bancos comerciais, bancos de investimento e caixas econ\u00f4micas. Art. 2\u00ba A TBF e a TR s\u00e3o calculadas a partir da remunera\u00e7\u00e3o mensal m\u00e9dia dos CDB/RDB emitidos a taxas de mercado prefixadas, com prazo de 30 a 35 dias corridos, inclusive, com base em informa\u00e7\u00f5es prestadas pelas institui\u00e7\u00f5es integrantes da amostra de que trata o art. 1\u00ba, na forma a ser determinada pelo Banco Central do Brasil. Art. 4\u00ba Para cada dia do m\u00eas - dia de refer\u00eancia -, o Banco Central do Brasil deve calcular a TBF, para o per\u00edodo de um m\u00eas, com in\u00edcio no pr\u00f3prio dia de refer\u00eancia e t\u00e9rmino no dia correspondente ao dia de refer\u00eancia no m\u00eas seguinte, considerada a hip\u00f3tese prevista no \u00a7 2\u00ba, inciso IV. (...)\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nArt. 5\u00ba Para cada TBF obtida, segundo a metodologia descrita no art. 4\u00ba, deve ser calculada a correspondente TR, pela aplica\u00e7\u00e3o de um redutor \"R\", de acordo com a seguinte f\u00f3rmula: TR = max {0,100 {[ (1 + TBF/100) / R ] - 1}} (em %). \u00a7 1\u00ba O valor do redutor 'R' deve ser calculado para todos os dias, inclusive n\u00e3o-\u00fateis, de acordo com a seguinte f\u00f3rmula: R = (a + b . TBF/100), onde:Resolu\u00e7\u00e3o n\u00ba 3354, de 31 de mar\u00e7o de 2006. TBF = TBF relativa ao dia de refer\u00eancia; a = 1,005; b = valor determinado de acordo com a tabela abaixo, em fun\u00e7\u00e3o da TBF obtida, segundo a metodologia descrita no art. 4\u00ba, em termos percentuais ao ano: TBF (% a.a.) b TBF maior que 16 0,48 TBF menor ou igual a 16 e maior que 15 0,44 TBF menor ou igual a 15 e maior que 14 0,40 TBF menor ou igual a 14 e maior que 13 0,36 TBF menor ou igual a 13 e maior ou igual a 11 0,32 Reda\u00e7\u00e3o dada pela Resolu\u00e7\u00e3o 3.446, de 05/03/2007. \u00a7 2\u00ba Fica o Banco Central do Brasil autorizado a determinar o valor do par\u00e2metro \"b\" no caso de a TBF obtida ser inferior a 11% a.a. (onze por cento ao ano).\n\nO peculiar nesta determina\u00e7\u00e3o do Banco Central/CMN, que de resto se repete desde 1997, \u00e9 que a TBF e TR s\u00e3o exatamente iguais em sua g\u00eanese at\u00e9 o momento em que se determina que se aplique um redutor \u00e0 TBF para se chegar \u00e0 TR.\nN\u00e3o h\u00e1 na Lei da TR previs\u00e3o de aplica\u00e7\u00e3o de redutor, assim como n\u00e3o h\u00e1 na Lei que criou a TBF. Todavia, causa estranheza que diante de um comando aberto como o do art. 5\u00ba da MP n\u00ba 1.503/95 (Lei n\u00ba 10.192/01), o Banco Central/CMN, com amplos poderes para regulamentar o assunto, n\u00e3o tenha institu\u00eddo um redutor, mas o tenha feito ao regulamentar o artigo 1\u00ba da lei n\u00ba 8.177/91, que n\u00e3o era t\u00e3o flex\u00edvel.\nExcel\u00eancia, hoje, o trabalhador que tem seu dinheiro aplicado no FGTS, e de l\u00e1 n\u00e3o pode retir\u00e1-lo para outro investimento, est\u00e1 sendo remunerado com 0,247% de juros ao m\u00eas e mais nada. N\u00e3o h\u00e1 nem corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria nem Taxa Referencial (independentemente da sua natureza jur\u00eddica), em flagrante ofensa ao artigo 2\u00ba da Lei n\u00ba 8.036/90, que imp\u00f5e a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos valores depositados pelo empregador.\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nAinda que se argumente que a aplica\u00e7\u00e3o do Redutor pelo Banco Central/CMN seja legal, sua redu\u00e7\u00e3o a zero em um cen\u00e1rio de infla\u00e7\u00e3o superior a 6% ao ano, configura flagrante afronta ao artigo 2\u00ba da Lei n\u00ba 8.036/90, que determina a atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, bem como ao artigo 233 do C\u00f3digo Civil, quando sonega os acess\u00f3rios da obriga\u00e7\u00e3o de dar.\nMas \u00e9 necess\u00e1rio ir mais al\u00e9m e revisitar o entendimento jurisprudencial sobre a TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, m\u00e1xime a partir da institui\u00e7\u00e3o de um redutor que tem por efeito zerar o \u00edndice da TR em um ambiente de infla\u00e7\u00e3o.\nO quadro comparativo mostra que a TR n\u00e3o se presta como atualizador monet\u00e1rio do FGTS, pelo menos desde janeiro de 1999. Desde o momento em que o Banco Central/CMN estabeleceu um redutor para a TR, ela deixou de ser um \u00edndice confi\u00e1vel para atualizar monetariamente as contas do FGTS, porque se descola dos \u00edndices de infla\u00e7\u00e3o, sendo reduzido ano a ano. A finalidade da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u00e9 manter o poder de compra do capital, e esta finalidade nem de perto vem sendo alcan\u00e7ada pela TR. A anula\u00e7\u00e3o total da TR \u00e9 s\u00f3 o desfecho desta pol\u00edtica predat\u00f3ria para o trabalhador.\nO trabalhador, que luta para formar um patrim\u00f4nio, tem que poder confiar na lei. Esta confian\u00e7a est\u00e1 quebrada.\nH\u00e1 a n\u00edtida expropria\u00e7\u00e3o do patrim\u00f4nio do trabalhador, na medida em que se nega a ele a devida atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria.\nO Poder Judici\u00e1rio h\u00e1 de se opor a este esbulho, confisco, expropria\u00e7\u00e3o que o trabalhador est\u00e1 sofrendo, desde janeiro de 1999, com as constantes redu\u00e7\u00f5es da TR em rela\u00e7\u00e3o aos \u00edndices de infla\u00e7\u00e3o, culminando na sua completa nulidade, ininterruptamente, desde setembro de 2012.\nEm 1991 e 1992, quando o STF julgou a ADI 493-0/DF, ele deixou bem assentado que a TR n\u00e3o constitu\u00eda \u00edndice que refletia a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda. Esta caracter\u00edstica da TR tem se confirmado ao longo dos anos. A sua aplica\u00e7\u00e3o aos saldos dos dep\u00f3sitos do FGTS tem gerado\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\n\u201cgigantesca destrui\u00e7\u00e3o de valor\u201d do patrim\u00f4nio do trabalhador. H\u00e1 anos, os trabalhadores que tem dep\u00f3sitos no FGTS n\u00e3o experimentam ganhos reais em sua aplica\u00e7\u00e3o. Ao contr\u00e1rio. H\u00e1 muito tempo, os trabalhadores tem rendimentos inferiores \u00e0 infla\u00e7\u00e3o, mesmo levando em conta a remunera\u00e7\u00e3o dos juros de 3% ao ano.\nO que torna a TR um \u00edndice inid\u00f4neo \u00e9 a intensa inger\u00eancia do Banco Central/CMN na sua formula\u00e7\u00e3o.\nDe pouco adiantaria ao trabalhador que fosse determinado ao Banco Central/CMN que recalculasse a TR, pois uma nova f\u00f3rmula estaria igualmente sob a discricionariedade e subjetivismo total do Banco. Basta avaliar a sucess\u00e3o de resolu\u00e7\u00f5es do Banco Central/CMN sobre o tema, conforme Parecer do referido Economista.\nPartindo da premissa inequ\u00edvoca de que a TR n\u00e3o rep\u00f5e as perdas monet\u00e1rias dos dep\u00f3sitos do FGTS, outro caminho n\u00e3o existe se n\u00e3o o de adotar um novo \u00edndice que verdadeiramente corrija estes dep\u00f3sitos.\n\nc) DOS \u00cdNDICES QUE EFETIVAMENTE PRODUZEM CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA\n\nA Lei de Introdu\u00e7\u00e3o \u00e0s Normas do direito Brasileiro estabelece em seu artigo 5\u00ba que na aplica\u00e7\u00e3o da lei, o juiz atender\u00e1 aos fins sociais a que ela se dirige e \u00e0s exig\u00eancias do bem comum.\nA Lei do FGTS tem um fim social indiscut\u00edvel, proteger o trabalhador e constituir um patrim\u00f4nio que lhe sirva de arrimo em v\u00e1rias situa\u00e7\u00f5es de sua vida.\nDiante de tudo que foi demonstrado, o juiz atender\u00e1 aos fins sociais da Lei do FGTS ao reconhecer que corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, reposi\u00e7\u00e3o dos \u00edndices inflacion\u00e1rios de forma a garantir o poder de compra daquele dinheiro ali depositado no Fundo, \u00e9 efetivamente devida pela Caixa.\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nSe a TR n\u00e3o pode ser considerada um \u00edndice id\u00f4neo, sobrev\u00e9m a necessidade de substitu\u00ed-la por um \u00edndice que realmente reponha as perdas monet\u00e1rias. E ent\u00e3o, nada obsta que o juiz considere \u00edndices previsto em outra legisla\u00e7\u00e3o.\nAt\u00e9 por uma quest\u00e3o de equidade, o melhor \u00edndice que pode substituir a TR \u00e9 o \u00edndice que corrige monetariamente o sal\u00e1rios dos trabalhadores e os benef\u00edcios previdenci\u00e1rios. Este \u00edndice est\u00e1 previsto na Lei 12.382 de 25 de fevereiro de 2011, cujos primeiros artigos trazem a seguinte dic\u00e7\u00e3o:\n\nArt. 1o O sal\u00e1rio m\u00ednimo passa a corresponder ao valor de R$ 545,00 (quinhentos e quarenta e cinco reais).\nPar\u00e1grafo \u00fanico. Em virtude do disposto no caput, o valor di\u00e1rio do sal\u00e1rio m\u00ednimo corresponder\u00e1 a R$ 18,17 (dezoito reais e dezessete centavos) e o valor hor\u00e1rio, a R$ 2,48 (dois reais e quarenta e oito centavos).\nArt. 2o Ficam estabelecidas as diretrizes para a pol\u00edtica de valoriza\u00e7\u00e3o do sal\u00e1rio m\u00ednimo a vigorar entre 2012 e 2015, inclusive, a serem aplicadas em 1o de janeiro do respectivo ano.\n\u00a7 1o Os reajustes para a preserva\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo do sal\u00e1rio m\u00ednimo corresponder\u00e3o \u00e0 varia\u00e7\u00e3o do \u00cdndice Nacional de Pre\u00e7os ao Consumidor INPC, calculado e divulgado pela Funda\u00e7\u00e3o Instituto Brasileiro de Geografia e Estat\u00edstica - IBGE, acumulada nos doze meses anteriores ao m\u00eas do reajuste.\n\u00a7 2o Na hip\u00f3tese de n\u00e3o divulga\u00e7\u00e3o do INPC referente a um ou mais meses compreendidos no per\u00edodo do c\u00e1lculo at\u00e9 o \u00faltimo dia \u00fatil imediatamente anterior \u00e0 vig\u00eancia do reajuste, o Poder Executivo estimar\u00e1 os \u00edndices dos meses n\u00e3o dispon\u00edveis.\n\u00a7 3o Verificada a hip\u00f3tese de que trata o \u00a7 2o, os \u00edndices estimados permanecer\u00e3o v\u00e1lidos para os fins desta Lei, sem qualquer revis\u00e3o, sendo os eventuais res\u00edduos compensados no reajuste subsequente, sem retroatividade.\n\u00a7 4o A t\u00edtulo de aumento real, ser\u00e3o aplicados os seguintes percentuais:\nI - em 2012, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do Produto Interno Bruto - PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2010;\nII - em 2013, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2011;\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nIII - em 2014, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2012; e\n\nIV - em 2015, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2013.\n\n\u00a7 5o Para fins do disposto no \u00a7 4o, ser\u00e1 utilizada a taxa de crescimento real do PIB para o ano de refer\u00eancia, divulgada pelo IBGE at\u00e9 o \u00faltimo dia \u00fatil do ano imediatamente anterior ao de aplica\u00e7\u00e3o do respectivo aumento real.\n\nN\u00e3o h\u00e1 porque ter dois pesos e duas medidas. Se o sal\u00e1rio m\u00ednimo \u00e9 corrigido monetariamente pelo INPC, o dep\u00f3sito do FGTS que, em \u00faltimas an\u00e1lise, \u00e9 um sal\u00e1rio indireto do trabalhador, tamb\u00e9m h\u00e1 de s\u00ea-lo.\nE observe que o objetivo da Lei em corrigir o sal\u00e1rio m\u00ednimo pelo INPC decorre exclusivamente da necessidade de preservar seu poder aquisitivo. A necessidade de preservar o poder aquisitivo \u00e9 um constante em todas as transa\u00e7\u00f5es financeiras, e ela s\u00f3 aperfei\u00e7oa quando rep\u00f5e efetivamente as perdas inflacion\u00e1rias.\nOutro \u00edndice que se mostra aplic\u00e1vel, na hip\u00f3tese deste douto Ju\u00edzo entender que n\u00e3o se aplicaria o INPC, \u00e9 o IPCA, \u00edndice oficial do Governo Federal para medi\u00e7\u00e3o das metas inflacion\u00e1rias, contratadas com o FMI, a partir de julho de 1999.\nAmbos os \u00edndices s\u00e3o infinitamente mais adequados a preservar o poder aquisitivo dos dep\u00f3sitos do FGTS do que a aniquilada TR.\n\n3. DO PREQUESTIONAMENTO PARA EVENTUAL INTERPOSI\u00c7\u00c3O DE RECURSO ESPECIAL OU RECURSO EXTRAORDIN\u00c1RIO\n\nInicialmente \u00e9 importante retratar que o tema em debate cuida de mat\u00e9ria de ordem p\u00fablica, a qual ultrapassa a esfera individual do cidad\u00e3o atingindo toda a ordem social quer seja jur\u00eddica, quer seja em \u00e2mbito pol\u00edticosocial afetando, dessa forma, toda a parcela da sociedade comprometida com o bem comum.\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nSublinha-se que a mat\u00e9ria ora ventilada, afronta de pronto preceitos Constitucionais que violam os Direitos Garantia de todos os trabalhadores que possuem conta vinculada do FGTS.\nAssim, h\u00e1 repercuss\u00e3o geral na presente a\u00e7\u00e3o, frente ao Estado Democr\u00e1tico de Direito, compromiss\u00e1rio e dirigente que tem como postulado a seguran\u00e7a jur\u00eddica.\nNo mais, com efeito, o tema apresenta relev\u00e2ncia do ponto de vista jur\u00eddico, uma vez que a defini\u00e7\u00e3o sobe a constitucionalidade dessa exa\u00e7\u00e3o nortear\u00e1 o julgamento de in\u00fameros processos similares, que tramitam neste e nos demais tribunais brasileiros. Al\u00e9m de fixar a interpreta\u00e7\u00e3o da Corte sobre os dispositivos constitucionais suscitados no feito.\nNesse contexto, em breve s\u00edntese, a aplica\u00e7\u00e3o da T.R como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria do FGTS, encontraria respaldo em dois artigos da Lei n\u00ba 8.036/90, art. 2\u00ba e art. 13.\nAssim, entendemos, data venia, que h\u00e1 uma obrigatoriedade de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e de remunera\u00e7\u00e3o por meio de juros dos dep\u00f3sitos efetuados nas contas vinculadas do FGTS, sen\u00e3o vejamos:\n\nArt. 2\u00ba O FGTS \u00e9 constitu\u00eddo pelos saldos das contas vinculadas a que se refere esta lei e outros recursos a ele incorporados, devendo ser aplicados com atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e juros, de modo a assegurar a cobertura de suas obriga\u00e7\u00f5es. Art. 13. Os dep\u00f3sitos efetuados nas contas vinculadas ser\u00e3o corrigidos monetariamente com base nos par\u00e2metros fixados para atualiza\u00e7\u00e3o dos saldos dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a e capitaliza\u00e7\u00e3o juros de (tr\u00eas) por cento ao ano.\nTodavia, a realiza\u00e7\u00e3o de interpreta\u00e7\u00e3o ou decis\u00e3o diversa, no\nsentido que as contas vinculadas do FGTS devem ser corrigidas pela TR, por for\u00e7a\ndo citado artigo 13, viria a ferir v\u00e1rios preceitos constitucionais.\nNesse sentido, referido artigo 13, desobedeceria os limites\nmateriais de in\u00fameros fundamentos e princ\u00edpios constitucionais, como o Estado\nDemocr\u00e1tico de Direito, atentando contra a Dignidade da pessoa Humana (art.\n1\u00ba e inciso III, da CF), bem como os princ\u00edpios da igualdade, seguran\u00e7a jur\u00eddica\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\n(art. 5\u00ba, caput, da CF), da prote\u00e7\u00e3o ao direito de propriedade, direito adquirido (art. 5\u00ba, XXII e XXXVI da CF) e moralidade (art. 37 da CF).\nNessa mesma linha, recentemente o Supremo Tribunal Federal decidiu pela inconstitucionalidade da utiliza\u00e7\u00e3o da Taxa Referencial - TR - como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria para o pagamento dos chamados precat\u00f3rios (ADI n\u00ba 4357) reafirmando entendimento anteriormente adotado por aquela Corte na ADI n\u00ba 493. Essa decis\u00e3o tem desdobramentos que v\u00e3o al\u00e9m do processo no qual foi tomada. Isso porque a Lei n\u00ba 8.036/90 que estabelece as bases do Fundo de Garantia por Tempo de Servi\u00e7o \u2013 FGTS \u2013 tamb\u00e9m prev\u00ea a aplica\u00e7\u00e3o de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e h\u00e1 muito tempo \u00e9 utilizado o referido \u00edndice (TR) para corrigir referido fundo, o mesmo agora considerado inconstitucional para este fim pelo STF.\nAssim, a parte autora h\u00e1 por bem PREQUESTIONAR a mat\u00e9ria, para efeito de eventual interposi\u00e7\u00e3o de Recurso Especial e/ou Extraordin\u00e1rio, conforme fundamentos que passa a expor:\nInicialmente devemos nos recordar que a dignidade da pessoa humana \u00e9 valor constitucional supremo que agrega em torno de si a unanimidade dos demais direitos e garantias fundamentais do homem, envolvendo-se tanto em rela\u00e7\u00e3o aos direito \u00e0 vida como, tamb\u00e9m, aos direitos pessoais tradicionais, os direitos sociais, econ\u00f4micos, e as liberdades p\u00fablicas em geral.\nEm verdade quando o texto constitucional proclama a dignidade da pessoa humana est\u00e1 corroborando um imperativo de justi\u00e7a social, e consigna, acima de tudo, um sobreprinc\u00edpio (\u00e9 o caso dos diretos fundamentais).\nNesse sentido, em rela\u00e7\u00e3o ao caso concreto, \u00e9 necess\u00e1rio aprofundarmos um pouco mais nas consequ\u00eancias que esta subtra\u00e7\u00e3o de recursos do patrim\u00f4nio do trabalhador traz a todos, individual e coletivamente.\n\u00c9 de conhecimento geral que o Sistema Financeiro de Habita\u00e7\u00e3o disp\u00f5e dos recursos do FGTS para financiar o maior sonho de todo brasileiro \u2013\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\ncasa pr\u00f3pria. Tamb\u00e9m \u00e9 de conhecimento geral que a Caixa Econ\u00f4mica Federal \u00e9 o Banco que mais se utiliza destes recursos do SFH para financiar, emprestar dinheiro para os brasileiros comprarem a casa pr\u00f3pria.\nE, embora em princ\u00edpio, n\u00e3o haja correla\u00e7\u00e3o entre o trabalhador que tem dep\u00f3sitos no FGTS que s\u00e3o emprestados para financiar a casa pr\u00f3pria, e aquele que se vale do empr\u00e9stimo do SFH para adquirir sua casa pr\u00f3pria, em algum momento, trabalhador e mutu\u00e1rio s\u00e3o a mesma pessoa.\nE neste contexto de mutu\u00e1rio e trabalhador serem a mesma pessoa \u00e9 que se evidencia a maior sordidez da hist\u00f3ria recente deste Pa\u00eds.\nJ\u00e1 seria reprov\u00e1vel o fato de a Caixa pegar um dinheiro a juros baixos e sem nenhuma corre\u00e7\u00e3o e emprest\u00e1-lo a juros muito altos, mesmo sem corre\u00e7\u00e3o (uma vez que a TR corrige presta\u00e7\u00f5es do SFH), evidencia que a institui\u00e7\u00e3o banc\u00e1ria leva imensa vantagem nesta negocia\u00e7\u00e3o.\nMas a situa\u00e7\u00e3o piora consideravelmente quando, a Caixa pega dinheiro a juros baixos, sem nenhuma corre\u00e7\u00e3o para o trabalhador, e empresta para ele mesmo.\nSuponhamos que um trabalhador queira adquirir uma casa pr\u00f3pria utilizando recursos do seu FGTS. Ele encontra o im\u00f3vel, mas verifica que seus recursos n\u00e3o s\u00e3o suficiente para adquiri-lo. Ent\u00e3o ele se dirige a um Banco para financiar a diferen\u00e7a, comprometendo sua renda por muitos anos.\nA maioria dos trabalhadores brasileiros, quando quer adquirir um im\u00f3vel, dirige-se \u00e0 Caixa Econ\u00f4mica Federal.\nTodavia, se o dep\u00f3sito do FGTS tivesse sido devidamente corrigido, se ele mantivesse seu poder de compra, ou o empr\u00e9stimo seria menor ou sequer haveria necessidade de o trabalhador comprometer sua renda e anos de trabalho para adquirir aquilo que \u00e9 o nosso sonho mais prim\u00e1rio, nossa necessidade mais rela como indiv\u00edduo e como povo brasileiro.\nA Caixa est\u00e1 emprestando para o trabalhador aquilo que ela deixou de pagar a ele a t\u00edtulo de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria na sua conta de FGTS.\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nO Trabalhador Brasileiro n\u00e3o merece isto! A Caixa vale-se da fragilidade humana para colocar-se como realizadora de sonhos, ao mesmo tempo em que, ano ap\u00f3s ano, aufere lucros exorbitantes \u00e0s custas do trabalhador. Ainda em rela\u00e7\u00e3o aos dispositivos constitucionais violados, apontamos a viola\u00e7\u00e3o ao direito de propriedade (art. 5\u00ba, XXII da CF) .\n\nO direito de propriedade decorre da pr\u00f3pria lei natural. Por isso, \u00e9 uma exig\u00eancia da natureza intelectual do homem. Enquanto os irracionais se contentam com a satisfa\u00e7\u00e3o de suas necessidades imediatas, o homem pode prever o seu futuro. Assim, para subsistir hoje e no tempo futuro, precisa apropriar-se de bens naturais, de consumo, bens fung\u00edveis e, tamb\u00e9m, de produ\u00e7\u00e3o.\n\nA propriedade \u00e9 a express\u00e3o da pessoa humana. \u00c9 fruto do seu trabalho ou do de seus antepassados. \u00c9 o espelho do indiv\u00edduo, que precisa de um aconchego preservado pela privacidade, onde pode ser ele mesmo, cercado dos sinais que identificam o seu eu. Ela estimula o trabalho, sendo o homem atra\u00eddo espontaneamente pela perspectiva da recompensa direta e pessoal de seus esfor\u00e7os.\n\nFinalmente, a propriedade \u00e9 penhor de uma sociedade articulada ou organizada, ao contr\u00e1rio da meramente coletiva, que tem por conseq\u00fc\u00eancia uma sociedade massificada, sem diversifica\u00e7\u00e3o nem liberdade. Ela defende os cidad\u00e3os contra a concentra\u00e7\u00e3o de todos os poderes nas m\u00e3os do Estado, garantindo a liberdade dos indiv\u00edduos e sua independ\u00eancia em rela\u00e7\u00e3o ao poder.\nNesse sentido:\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\n\"A propriedade faz parte da natureza do homem e da natureza das coisas. Como o trabalho, ela encerra um mist\u00e9rio \u2013 \u00e9 a proje\u00e7\u00e3o da personalidade humana sobre as coisas. A pessoa tende \u00e0 propriedade por um impulso instintivo, do mesmo modo que a nossa natureza animal tende ao alimento. O apetite da propriedade \u00e9 t\u00e3o natural \u00e0 nossa esp\u00e9cie como a fome e a sede; apenas \u00e9 de notar que estes s\u00e3o apetites da nossa natureza inferior, ao passo que aquele procede da nossa natureza superior. Todo o homem tem alma de propriet\u00e1rio, mesmo os que se julgam seus inimigos. \u00c9 isto que se entende quando se afirma que a propriedade decorre do direito natural\" (R.G. Renard, L\u2019\u00c9glise et la Question Sociale, p. 137 et seq.).\n\nPartindo das premissas acima, em 1991 e 1992, quando o STF julgou a ADI 493-0/DF, ele deixou bem assentado que a TR n\u00e3o constitu\u00eda \u00edndice que refletia a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda. Esta caracter\u00edstica da TR tem se confirmado ao longo dos anos. A sua aplica\u00e7\u00e3o aos saldos dos dep\u00f3sitos do FGTS tem gerado \u201cgigantesca destrui\u00e7\u00e3o de valor\u201d do patrim\u00f4nio do trabalhador. H\u00e1 anos, os trabalhadores que tem dep\u00f3sitos no FGTS n\u00e3o experimentam ganhos reais em sua aplica\u00e7\u00e3o. Ao contr\u00e1rio. H\u00e1 muito tempo, os trabalhadores tem rendimentos inferiores \u00e0 infla\u00e7\u00e3o, mesmo levando em conta a remunera\u00e7\u00e3o dos juros de 3% ao ano.\nO que torna a TR um \u00edndice inid\u00f4neo \u00e9 a intensa inger\u00eancia do Banco Central/CMN na sua formula\u00e7\u00e3o.\nDe pouco adiantaria ao trabalhador que fosse determinado ao Banco Central/CMN que recalculasse a TR, pois uma nova f\u00f3rmula estaria igualmente sob a discricionariedade e subjetivismo total do Banco. Basta avaliar a sucess\u00e3o de resolu\u00e7\u00f5es do Banco Central/CMN sobre o tema, conforme Parecer do referido Economista.\nPartindo da premissa inequ\u00edvoca de que a TR n\u00e3o rep\u00f5e as perdas monet\u00e1rias dos dep\u00f3sitos do FGTS - verifica-se de forma incontest\u00e1vel a destrui\u00e7\u00e3o de valor \u201ddo patrim\u00f4nio do trabalhador., outro caminho n\u00e3o existe se n\u00e3o o de adotar um novo \u00edndice que verdadeiramente corrija estes dep\u00f3sitos.\nComo se sabe, o \u00edndice de remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sico da poupan\u00e7a \u00e9 a Taxa Referencial \u2013 TR, \u00edndice controlado pelo Estado, e utilizado como instrumento de controle da economia \u2013 vide os sucessivos \u00edndices mensais\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nzerados, a fim de controle de aporte de capital nas poupan\u00e7as. Tanto a TR n\u00e3o se presta como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, que o STF j\u00e1 decidiu nesse sentido: \u2018A taxa referencial (TR) n\u00e3o \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria (...) n\u00e3o constitui \u00edndice que reflita a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda\u2019 (ADI 4930/DF, Relator Min. Moreira Alves, Plen\u00e1rio, DJ 4.9.1992).\nAssim sendo, texto t\u00e3o danoso ao cidad\u00e3o (art. 13 da lei 8.036/90) n\u00e3o poder\u00e1 ser tolerado pelo Judici\u00e1rio.\nLogo, declarada a inconstitucionalidade o \u00edndice aplicado ao precat\u00f3rio pago nos autos, deve ser tomado como vigente e aplicado ao caso concreto - atribuindo-se outro \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o, como retratado nos pedidos da presente a\u00e7\u00e3o.\nA ofensa ao art. 5\u00ba, caput, da CF, na vertente da seguran\u00e7a jur\u00eddica das rela\u00e7\u00f5es com a Caixa Econ\u00f4mica Federal, verifica-se, notadamente ap\u00f3s o reconhecimento pelo SFT que a TR n\u00e3o se presta como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, nesse sentido:\n\u2018A taxa referencial (TR) n\u00e3o \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria (...) n\u00e3o constitui \u00edndice que reflita a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda\u2019 (ADI 493-0/DF, Relator Min. Moreira Alves, Plen\u00e1rio, DJ 4.9.1992).\n\nLogo, como citado, resta clara a viola\u00e7\u00e3o aos arts. 1\u00ba, inc. III, 5\u00ba, caput e incs. XXII, XXXVI, e 37, caput, da Constitui\u00e7\u00e3o da Rep\u00fablica.\nFrise-se, o SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL j\u00e1 decidiu que envolve quest\u00e3o constitucional a discuss\u00e3o a respeito da aplica\u00e7\u00e3o ou n\u00e3o, nas contas vinculadas do FGTS, de \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria expurgados em decorr\u00eancia de planos de estabiliza\u00e7\u00e3o da economia.\nCom efeito, no dia 31-08-2000, em Sess\u00e3o Plen\u00e1ria, o STF ao apreciar o RE- n. 226855-RS consolidou entendimento de que a decis\u00e3o judicial que decreta a proced\u00eancia de pedido de pagamento de \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, sob a alega\u00e7\u00e3o de direito adquirido, trata de quest\u00e3o constitucional, pois est\u00e1 fundamentada na Constitui\u00e7\u00e3o Federal (art. 5\u00ba, XXXVI).\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nOu seja, ao apreciar pedido de aplica\u00e7\u00e3o de \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria extralegais, a decis\u00e3o judicial est\u00e1, obrigatoriamente, posicionandose quanto \u00e0 exist\u00eancia ou n\u00e3o de direito adquirido.\nPois bem, nos casos em que se pleiteiam a aplica\u00e7\u00e3o nas suas contas vinculadas do FGTS, de \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria com discuss\u00e3o de previs\u00e3o em leis vigentes - tratamos de an\u00e1lise de direito adquirido.\nA concess\u00e3o ou n\u00e3o do pedido depende ent\u00e3o da aprecia\u00e7\u00e3o, pelo juiz da causa, da exist\u00eancia ou n\u00e3o de direito adquirido aos \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria.\nLogo, caso o entendimento seja no sentido que n\u00e3o h\u00e1 aplica\u00e7\u00e3o de direito adquirido ao \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o/atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria (TR) - torna-se poss\u00edvel a interpreta\u00e7\u00e3o no sentido de aplica\u00e7\u00e3o do \u00edndice que realmente cumpra o disposto no art.2\u00ba da lei n\u00ba n\u00ba 8.036/90.\nAssim, a parte autora requer, desde j\u00e1, que este MM.Juiz Federal \" a quo\" manifeste-se em sua r. senten\u00e7a sobre a ofensa aos dispositivos constitucionais citados.\nPortanto, resta PREQUESTIONADA a mat\u00e9ria pugnando pela PROCED\u00caNCIA DO PREQUESTIONAMENTO suscitado, requerendo ao Excelent\u00edssimo JUIZ FEDERAL que se pronuncie de forma objetiva, expl\u00edcita e fundamentada sobre o assunto.\n\n4. DOS HONOR\u00c1RIOS ADVOCAT\u00cdCIOS\nNo que tange a possibilidade de condena\u00e7\u00e3o da requerida em honor\u00e1rios advocat\u00edcios, o STF reiterou o entendimento de que cabe a cobran\u00e7a de honor\u00e1rios advocat\u00edcios nas a\u00e7\u00f5es entre o FGTS e os titulares das contas vinculadas. A decis\u00e3o foi tomada por unanimidade no julgamento do RExt 581.160, com repercuss\u00e3o geral reconhecida, interposto contra ac\u00f3rd\u00e3o do TRF da 1\u00aa regi\u00e3o.\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nSegundo o relator, ministro Ricardo Lewandowski, o ac\u00f3rd\u00e3o\nrecorrido julgou constitucional o artigo 29-C da lei 8.036/90, inserido pela MP\n2.164/01, que veda a condena\u00e7\u00e3o em honor\u00e1rios advocat\u00edcios nas a\u00e7\u00f5es entre\no FGTS e os titulares das contas vinculadas.\nOcorre que o STF j\u00e1 declarou o artigo inconstitucional no\njulgamento da ADIn 2.736, em que foi relator o ministro Cezar Peluso, que excluiu\no artigo 29-C da lei 8.036 do ordenamento legal. \"Entendo que o RExt deve ter o\nmesmo destino da ADIn, de modo que dou provimento ao pedido\", concluiu o\nministro.\nNesse sentido:\nEmenta: RECURSO EXTRAORDIN\u00c1RIO COM REPERCUSS\u00c3O GERAL RECONHECIDA. CONSTITUCIONAL. ART. 9\u00ba DA MP 2.164-41/2001. INTRODU\u00c7\u00c3O DO ART. 29-C NA LEI 8.036/1990. HONOR\u00c1RIOS ADVOCAT\u00cdCIOS. SUCUMB\u00caNCIA. A\u00c7\u00d5ES ENVOLVENDO O FGTS E TITULARES DE CONTAS VINCULADAS. INCONSTITUCIONALIDADE DECLARADA NA ADI 2.736/DF. RECURSO PROVIDO. I O Supremo Tribunal Federal, no julgamento da ADI 2.736/DF, Rel. Min. Cezar Peluso, declarou a inconstitucionalidade do art. 9\u00ba da MP 2.164-41/2001, na parte em que introduziu o art. 29-C na lei 8.036/1990, que vedava a condena\u00e7\u00e3o em honor\u00e1rios advocat\u00edcios \u201cnas a\u00e7\u00f5es entre o FGTS e os titulares de contas vinculadas, bem como naquelas em que figuram os respectivos representantes ou substitutos processuais\u201d. II - Os mesmos argumentos devem ser aplicados \u00e0 solu\u00e7\u00e3o do lit\u00edgio de que trata o presente recurso. III - Recurso extraordin\u00e1rio conhecido e provido.( RE 581160 / MG - MINAS GERAIS . PROCESSO ELETR\u00d4NICO. Relator(a): Min. RICARDO LEWANDOWSKI REPERCUSS\u00c3O GERAL - M\u00c9RITO. Julgamento: 20/06/2012 . \u00d3rg\u00e3o Julgador: Tribunal Pleno.DJe-166 DIVULG 22-08-2012 PUBLIC 23-08-2012- Tema 116 - Direito a honor\u00e1rios advocat\u00edcios nas a\u00e7\u00f5es que visam obter expurgos inflacion\u00e1rios de FGTS.- Ac\u00f3rd\u00e3os citados: ADI 162 MC, ADI 525 MC, ADI 1647, ADI 1753 MC,ADI 2213 MC, ADI 2736.)\n\n5. CONCLUS\u00d5ES\nA Taxa Referencial, enquanto \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria assim considerada pela atual jurisprud\u00eancia p\u00e1tria, n\u00e3o pode ser reduzida a Zero, como tem sido nos \u00faltimos meses, pois afronta flagrantemente o artigo 2\u00ba da Lei n\u00ba 8.036/90, que garante atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria aos dep\u00f3sitos feitos no FGTS.\nComo \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, a TR deveria garantir o poder aquisitivo dos dep\u00f3sitos do FGTS, que se perfaz levando em conta os\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\n\u00edndices de infla\u00e7\u00e3o. Desde janeiro de 1999, a TR se distanciou sensivelmente dos \u00edndices oficiais de infla\u00e7\u00e3o, impingindo profundas perdas aos dep\u00f3sitos do FGTS, tornando-se inid\u00f4nea para garantir a reposi\u00e7\u00e3o de perdas monet\u00e1rias.\nA inidoneidade da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria decorre de mudan\u00e7as introduzidas na sua metodologia de c\u00e1lculo pelo Banco Central do Brasil/CMN que, atrav\u00e9s do mecanismo econ\u00f4mico de um redutor, vem nitidamente manipulando o \u00edndice para que ele se desprenda da infla\u00e7\u00e3o at\u00e9 anul\u00e1-la completamente, a despeito de um quadro de infla\u00e7\u00e3o persistente no Pa\u00eds.\nA Caixa Econ\u00f4mica Federal est\u00e1 se prestando ao papel de espoliador do FGTS, na medida em que disp\u00f5e do patrim\u00f4nio do trabalhador sem a devida contrapresta\u00e7\u00e3o. A corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria aplicada ao FGTS tem sido h\u00e1 muito tempo menor que a infla\u00e7\u00e3o registrada, de forma que descumpre n\u00e3o s\u00f3 o artigo 2\u00ba da lei n\u00ba 8.036/90, artigo 233 do C\u00f3digo Civil, mas tamb\u00e9m toda a l\u00f3gica e princ\u00edpios do mercado econ\u00f4mico.\nQuem empresta tem direito a ser remunerado com juros e a totalidade da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. O trabalhador n\u00e3o pode ser obrigado a subsidiar ainda mais os projetos do Governo Federal. O \u201cainda mais\u201d decorre do fato de os juros de 3% do FGTS serem os menores do mercado, o qu\u00ea, por si s\u00f3, demonstra que ele j\u00e1 est\u00e1 fazendo sua parte sob a perspectiva social.\nNegar o direito de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria aos dep\u00f3sitos do FGTS, Fundo do qual o trabalhador n\u00e3o pode simplesmente sacar seu dinheiro para aplicar em outro fundo mais rent\u00e1vel, configura ato de tirania, incompat\u00edvel com um Estado Democr\u00e1tico de Direito e deve ser de pronto recha\u00e7ado.\nSe o Governo Brasileiro remunerasse os investidores internacionais com TR mais 3% a.a, como faz com os trabalhadores, haveria um fuga em massa dos investimentos no Pa\u00eds, e certamente estar\u00edamos experimentando uma tsunami econ\u00f4mica e n\u00e3o uma simples \u201cmarolinha\u201d.\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nSendo a TR \u00edndice inid\u00f4neo para restabelecer o poder aquisitivo dos dep\u00f3sitos do FGTS, sua substitui\u00e7\u00e3o por outro \u00edndice que melhor recomponha as perdas monet\u00e1rias se torna imperioso, a fim de fazer prevalecer o artigo 2\u00ba da lei n\u00ba 8.036/90 e artigo 233 do C\u00f3digo Civil.\nPosto que desde janeiro de 1999 o redutor criado pelo Banco Central/CMN promoveu o completo distanciamento da TR dos \u00edndices oficiais de infla\u00e7\u00e3o, temos que desde ent\u00e3o ela perdeu sua condi\u00e7\u00e3o de repor as perdas inflacion\u00e1rias dos dep\u00f3sitos do FGTS, devendo desde esta data ser substitu\u00edda pelo INPC, alternativamente, pelo IPCA.\n\n6. DA DESNECESSIDADE DA JUNTADA DE EXTRATOS QUANDO DA PROPOSITURA DA A\u00c7\u00c3O\nConforme relatado nos autos, os trabalhadores substitu\u00eddos pelo autor possuem dep\u00f3sito em conta vinculada do FGTS junto a institui\u00e7\u00e3o financeira r\u00e9.\nA Resolu\u00e7\u00e3o 913 do Banco Central determina, em seu art. 1, par\u00e1grafo 1., que a Institui\u00e7\u00e3o Financeira deve \u201cmanter arquivos dos microfilmes, de f\u00e1cil consulta, devidamente ordenados classificados e catalogados, sem preju\u00edzo de outras medidas que objetivem facilitar e agilizar as consultas...\u201d\nN\u00e3o h\u00e1 a necessidade da juntada dos extratos das contas vinculadas ao FGTS em nome dos interessados, pois o \u201cdocumento essencial \u00e0 propositura da a\u00e7\u00e3o\u201d n\u00e3o pode ser confundido com \"\u00f4nus da prova do fato constitutivo do direito\". Sabe-se que ao autor cabe provar os fatos que alega na exordial, entretanto isso quer dizer que deve faz\u00ea-lo mediante apresenta\u00e7\u00e3o de prova pr\u00e9-constitu\u00edda quando do ajuizamento da a\u00e7\u00e3o.\nTal prova pode ser produzida durante a instru\u00e7\u00e3o processual, que \u00e9 o momento oportuno para tanto, e pelos meios de prova regulares, inclusive, se for o caso, mediante requisi\u00e7\u00e3o dos documentos ou das informa\u00e7\u00f5es diretamente a quem as possua.\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nTal entendimento est\u00e1 em conson\u00e2ncia com o entendimento do\nSTJ sobre o tema, conforme a jurisprud\u00eancia que segue:\nCONSTITUCIONAL. PROCESSUAL CIVIL. A\u00c7\u00c3O CIVIL COLETIVA. DIFEREN\u00c7AS DE CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA DE CONTAS DO FGTS. LEGITIMA\u00c7\u00c3O ATIVA DAS ENTIDADES SINDICAIS. NATUREZA E LIMITES. PROVA DO FATO CONSTITUTIVO DO DIREITO AFIRMADO E DOCUMENTO ESSENCIAL \u00c0 PROPOSITURA DA DEMANDA. DISTIN\u00c7\u00d5ES. 1. As entidades sindicais t\u00eam legitimidade ativa para demandar em ju\u00edzo a tutela de direitos subjetivos individuais dos integrantes da categoria, desde que se tratem de direitos homog\u00eaneos e que guardem rela\u00e7\u00e3o de pertencialidade com os fins institucionais do Sindicato demandante. 2. A legitima\u00e7\u00e3o ativa, nesses casos, se opera em regime de substitui\u00e7\u00e3o processual, visando a obter senten\u00e7a condenat\u00f3ria de car\u00e1ter gen\u00e9rico, nos moldes da prevista no art. 95 da Lei n. 8078/90, sem qualquer ju\u00edzo a respeito da situa\u00e7\u00e3o particular dos substitu\u00eddos, dispensando, nesses limites, a autoriza\u00e7\u00e3o individual dos substitu\u00eddos. 3. A individualiza\u00e7\u00e3o da situa\u00e7\u00e3o particular, bem assim a correspondente liquida\u00e7\u00e3o e execu\u00e7\u00e3o dos valores devidos a cada um dos substitu\u00eddos, se n\u00e3o compostas espontaneamente, ser\u00e3o objeto de a\u00e7\u00e3o pr\u00f3pria (a\u00e7\u00e3o de cumprimento da senten\u00e7a condenat\u00f3ria gen\u00e9rica), a ser promovida pelos interessados, ou pelo Sindicato, aqui em regime de representa\u00e7\u00e3o. 4. N\u00e3o se pode confundir \"documento essencial \u00e0 propositura da a\u00e7\u00e3o\" com \"\u00f4nus da prova do fato constitutivo do direito\". Ao autor cumpre provar os fatos que d\u00e3o sustento ao direito afirmado na peti\u00e7\u00e3o inicial, mas isso n\u00e3o significa dizer que deve faz\u00ea-lo mediante apresenta\u00e7\u00e3o de prova pr\u00e9constitu\u00edda e j\u00e1 por ocasi\u00e3o do ajuizamento da demanda. Nada impede que o fa\u00e7a na instru\u00e7\u00e3o processual e pelos meios de prova regulares. 5. Em se tratando de a\u00e7\u00e3o coletiva para tutela de direitos individuais homog\u00eaneos, que visa a uma senten\u00e7a condenat\u00f3ria gen\u00e9rica, a prova do fato constitutivo do direito subjetivo individual dever\u00e1 ser produzida por ocasi\u00e3o da a\u00e7\u00e3o de cumprimento, oportunidade em que se far\u00e1 o exame das situa\u00e7\u00f5es particulares dos substitu\u00eddos, visando a identificar e mensurar cada um dos direitos subjetivos genericamente reconhecidos na senten\u00e7a de proced\u00eancia. 6. Recurso especial a que se nega provimento. RECURSO ESPECIAL N\u00ba 487.202 - RJ (2002/0138531-8)\nAssim, os autores fazem jus a receberem C\u00d3PIA DO EXTRATOS\nANAL\u00cdTICO DO FGTS, os quais dever\u00e3o ser apresentados pela r\u00e9.\n\n7. DO VALOR DA CAUSA\n\nNos termos da pac\u00edfica jurisprud\u00eancia do STJ, nos casos de litiscons\u00f3rcio ativo, o valor da causa para o fim de fixa\u00e7\u00e3o de compet\u00eancia deve ser individual a cada litisconsorte.\nAssim \u00e9 a jurisprud\u00eancia do STJ:\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nPROCESSUAL CIVIL. JUIZADOS ESPECIAIS. VALOR DA CAUSA INFERIOR A SESSENTA SAL\u00c1RIOS M\u00cdNIMOS. LITISCONS\u00d3RCIO ATIVO. VALOR INDIVIDUAL DE CADA LITISCONSORTE. S\u00daMULA 83/STJ. RECURSO ESPECIAL N\u00c3O CONHECIDO. Em se tratando de litiscons\u00f3rcio ativo facultativo, para que se fixe a compet\u00eancia dos Juizados Especiais, deve ser considerado o valor de cada autor, individualmente, n\u00e3o importando se a soma ultrapassa o limite dos 60 (sessenta) sal\u00e1rios m\u00ednimos. Precedentes. S\u00famula 83/STJ. Agravo regimental improvido.(STJ - AgRg no REsp: 1376544 SP 2012/0214836-8, Relator: Ministro HUMBERTO MARTINS, Data de Julgamento: 28/05/2013, T2 - SEGUNDA TURMA, Data de Publica\u00e7\u00e3o: DJe 05/06/2013)\nAssim, verifica-se que o Juizado Especial Federal \u00e9 competente\npara a aprecia\u00e7\u00e3o da presente demanda.\n8. DOS PEDIDOS\n\na\u00e7\u00e3o.\n\nAnte ao exporto, requer: a) A cita\u00e7\u00e3o da requerida, para querendo contestar a presente\n\nb) Seja a presente a\u00e7\u00e3o JULGADA TOTALMENTE PROCEDENTE para condenar a r\u00e9 a:\n\nb.1) Aplicar nas contas do FGTS da parte autora em substitui\u00e7\u00e3o a TR, do INPC, ou, sucessivamente, aplica\u00e7\u00e3o do IPCA, ou, sucessivamente a aplica\u00e7\u00e3o de qualquer outro \u00edndice que reponha as perdas inflacion\u00e1rias do trabalhador nas contas do FGTS, no entender deste Douto Ju\u00edzo, de acordo com os pedidos anteriores, bem como\n\nb.2) Pagar em favor do(a) autor(a), o valor correspondente \u00e0s diferen\u00e7as de FGTS em raz\u00e3o da aplica\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria pelo INPC nos meses em que a TR foi zero, nas parcelas vencidas e vincendas, bem como pagar, em favor do(a) autor(a), o valor correspondente \u00e0s diferen\u00e7as de FGTS\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nem raz\u00e3o da aplica\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria pelo INPC, desde Janeiro de 1999, nos meses em que a TR n\u00e3o foi zero, mas foi menor que a infla\u00e7\u00e3o do per\u00edodo; ou, sucessivamente,\n\nb.3) Pagar em favor do(a) autor(a), o valor correspondente \u00e0s diferen\u00e7as de FGTS em raz\u00e3o da aplica\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria pelo lPCA nos meses em que a TR foi zero, bem como, a pagar em favor do(a) autor(a), o valor correspondente \u00e0s diferen\u00e7as de FGTS em raz\u00e3o da aplica\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria pelo IPCA desde Janeiro de 1999, nos meses em que a TR n\u00e3o foi zero, mas foi menor que a infla\u00e7\u00e3o do per\u00edodo; ou, sucessivamente,\n\nb.4 ) Pagar em favor do(a) autor(a), o valor correspondente \u00e0s diferen\u00e7as de FGTS em raz\u00e3o da aplica\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria por qualquer outro \u00edndice que reponha as perdas inflacion\u00e1rias do trabalhador nas contas do FGTS, no entender deste Douto Ju\u00edzo, desde janeiro de 1999, inclusive nos meses em que a TR foi zero.\n\nc) Sobre os valores devidos pela condena\u00e7\u00e3o de que tratam os itens acima, dever\u00e3o incidir corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria desde a inadimpl\u00eancia da Caixa, bem como os juros legais.\n\nd) Seja compelida a requerida para que, apresente c\u00f3pia dos extratos anal\u00edticos do FGTS do(a) autor(a), com fixa\u00e7\u00e3o de prazo para cumprimento da ordem e fixa\u00e7\u00e3o de multa di\u00e1ria em caso de descumprimento.\n\ne) A condena\u00e7\u00e3o da Caixa ao pagamento das custas e honor\u00e1rios advocat\u00edcios de 20% sobre o valor da condena\u00e7\u00e3o.\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nf) A concess\u00e3o em favor do(a) autor(a) do Benef\u00edcio da Assist\u00eancia Judici\u00e1ria, eis que os mesmos n\u00e3o possuem condi\u00e7\u00f5es de suportar as custas e demais despesas processuais, sem preju\u00edzo do seu sustento e de suas fam\u00edlias, nos termos da Lei 1.060/50 e 5.584/70.\n\ng) Ainda, que este MM. Juiz Federal \"a quo\" manifeste-se em sua r. senten\u00e7a sobre a exig\u00eancia de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria do art. 2\u00ba da lei n\u00ba 8.036/90 que garante atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria aos dep\u00f3sitos das contas vinculadas do FGTS;\n\nh) Por fim, que este MM.Juiz Federal \"a quo\" manifeste-se em sua r. senten\u00e7a sobre os fundamentos que a utiliza\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o desobedeceria os limites materiais de in\u00fameros fundamentos e princ\u00edpios constitucionais, como o Estado Democr\u00e1tico de Direito, atentando contra a Dignidade da pessoa Humana (art. 1\u00ba e inciso III, da CF), bem como os princ\u00edpios da igualdade, seguran\u00e7a jur\u00eddica (art. 5\u00ba, caput, da CF), da prote\u00e7\u00e3o ao direito de propriedade, direito adquirido (art. 5\u00ba, XXII e XXXVI da CF) e moralidade (art. 37 da CF). Logo, resta PREQUESTIONADA a mat\u00e9ria pugnando pela PROCED\u00caNCIA DO PREQUESTIONAMENTO suscitado, requerendo ao Excelent\u00edssimo JUIZ FEDERAL que se pronuncie de forma objetiva, expl\u00edcita e fundamentada sobre o assunto.\n\nProtesta provar o alegado por todos os meios de prova admitidos em direito, em especial a prova documental.\nAtribu\u00ed-se \u00e0 causa o valor de R$ 1.000,00. Crici\u00fama, 10 de dezembro de 2013.\n\nJAIR S\u00c1 JUNIOR OAB/SC 26.344 OAB/SP 322.667\n\nGEBDIEL GON\u00c7ALVES S\u00c1 OAB/SC 23.914\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 3 (Solon) - IdDocumentoCompleto: 5016042-21.2014.4.04.7204-721414756906983150250000000007", "text": "S\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nEXCELENT\u00cdSSIMO (A) SENHOR (A) JUIZ (A) FEDERAL DA ___ VARA FEDERAL DA SUBSE\u00c7\u00c3O JUDICI\u00c1RIA DE CRICI\u00daMA - SC\n\nA PARTE AUTORA, j\u00e1 qualificada eletronicamente, por seus procuradores que esta subscrevem, Dr. GEBDIEL GON\u00c7ALVES S\u00c1, brasileiro, casado, advogado devidamente inscrito na OAB/SC sob o n\u00ba 23.914 e JAIR S\u00c1 JUNIOR, brasileiro, casado, advogado devidamente inscrito na OAB/SC 26.344, ambos com endere\u00e7o profissional a Rua Jo\u00e3o Pessoa, n\u00ba 380, centro, munic\u00edpio de Crici\u00fama, SC, onde recebe avisos e intima\u00e7\u00f5es, v\u00eam \u00e0 presen\u00e7a de V. Ex\u00aa, com o devido respeito, propor a presente:\nA\u00c7\u00c3O ORDIN\u00c1RIA DE CORRE\u00c7\u00c3O DOS SALDOS DO FGTS\nEm desfavor da CAIXA ECON\u00d4MICA FEDERAL, com sede no SBS quadra 04 lotes 3/4 Matriz, Bras\u00edlia \u2013 DF, CEP: 70092-900 e com filial nesta cidade, situada \u00e0 rua Santo Antonio, 180, CEP 88801-440, pelas raz\u00f5es de fato e de direito que passa a expor.\n1. DOS FATOS\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nO processo em tela trata de quest\u00e3o de extrema import\u00e2ncia para\nmilh\u00f5es de trabalhadores brasileiros e diz respeito ao Fundo de Garantia por\nTempo de Servi\u00e7o. O Fundo de Garantia por Tempo de Servi\u00e7o foi criado na\nd\u00e9cada de 1960 para proteger o trabalhador, como suced\u00e2neo da antiga\nestabilidade decenal. \u00c9 constitu\u00eddo por valores depositados pelas empresas em\nnome de seus empregados e possibilita que o trabalhador forme um patrim\u00f4nio.\nNesse sentido, verifica-se no s\u00edtio eletr\u00f4nico da Caixa Econ\u00f4mica\nFederal que o FGTS hoje financia programas de habita\u00e7\u00e3o popular, saneamento\nb\u00e1sico e infraestrutura urbana.\nAssim, o FGTS \u00e9 regido pelas disposi\u00e7\u00f5es da Lei n\u00ba 8.036, de 11 de\nmaio de 1990, por normas e diretrizes estabelecidas pelo seu Conselho Curador e\ngerido pela Caixa Econ\u00f4mica Federal. Dos artigos 2\u00ba e 13 da Lei n\u00ba 8.036/90 extraI-se que h\u00e1 uma\nobrigatoriedade de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e de remunera\u00e7\u00e3o por meio de juros\ndos dep\u00f3sitos efetuados nas contas vinculadas do FGTS, sen\u00e3o vejamos:\nArt. 2\u00ba O FGTS \u00e9 constitu\u00eddo pelos saldos das contas vinculadas a que se refere esta lei e outros recursos a ele incorporados, devendo ser aplicados com atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e juros, de modo a assegurar a cobertura de suas obriga\u00e7\u00f5es. Art. 13. Os dep\u00f3sitos efetuados nas contas vinculadas ser\u00e3o corrigidos monetariamente com base nos par\u00e2metros fixados para atualiza\u00e7\u00e3o dos saldos dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a e capitaliza\u00e7\u00e3o juros de (tr\u00eas) por cento ao ano.\n\nRessalte-se que o par\u00e2metro fixado para a atualiza\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos dos saldos de poupan\u00e7a e consequentemente dos dep\u00f3sitos do FGTS \u00e9 a Taxa Referencial \u2013 TR, conforme prescrevem os artigos 12 e 17 da Lei n\u00ba 8.177, de 1\u00ba de mar\u00e7o de 1991, com reda\u00e7\u00e3o da lei n\u00ba 12.703, de 7 de agosto de 2012, cuja dic\u00e7\u00e3o \u00e9 a seguinte:\n\nArt. 12. Em cada per\u00edodo de rendimento, os dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a ser\u00e3o remunerados:I - como remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica, por taxa correspondente \u00e0 acumula\u00e7\u00e3o das TRD, no per\u00edodo transcorrido entre o dia do \u00faltimo cr\u00e9dito de rendimento, inclusive, e o dia do cr\u00e9dito de rendimento, exclusive;II - como remunera\u00e7\u00e3o adicional, por juros de: (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n \u00ba 12.703, de 2012)a) 0,5% (cinco d\u00e9cimos por cento) ao m\u00eas, enquanto a meta da taxa Selic\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nao ano, definida pelo Banco Central do Brasil, for superior a 8,5% (oito inteiros e cinco d\u00e9cimos por cento); ou (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n \u00ba 12.703, de 2012)b) 70% (setenta por cento) da meta da taxa Selic ao ano, definida pelo Banco Central do Brasil, mensalizada, vigente na data de in\u00edcio do per\u00edodo de rendimento, nos demais casos. (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n \u00ba 12.703, de 2012)(...)\n\nArt. 17. A partir de fevereiro de 1991, os saldos das contas do Fundo de Garantia por Tempo de Servi\u00e7o (FGTS) passam a ser remunerados pela taxa aplic\u00e1vel \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a com data de anivers\u00e1rio no dia 1\u00b0, observada a periodicidade mensal para remunera\u00e7\u00e3o. Par\u00e1grafo \u00fanico. As taxas de juros previstas na legisla\u00e7\u00e3o em vigor do FGTS s\u00e3o mantidas e consideradas como adicionais \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o prevista neste artigo.\nRetrata a Lei n\u00ba 8.177/91 a forma como a TR ser\u00e1 calculada:\nArt. 1\u00b0 O Banco Central do Brasil divulgar\u00e1 Taxa Referencial (TR), calculada a partir da remunera\u00e7\u00e3o mensal m\u00e9dia l\u00edquida de impostos, dos dep\u00f3sitos a prazo fixo captados nos bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos m\u00faltiplos com carteira comercial ou de investimentos, caixas econ\u00f4micas, ou dos t\u00edtulos p\u00fablicos federais, estaduais e municipais, de acordo com metodologia a ser aprovada pelo Conselho Monet\u00e1rio Nacional, no prazo de sessenta dias, e enviada ao conhecimento do Senado Federal.\u00a7 1\u00b0 A TR ser\u00e1 mensalmente divulgada pelo Banco Central do Brasil, no m\u00e1ximo at\u00e9 o oitavo dia \u00fatil do m\u00eas de refer\u00eancia. (Revogado pela Lei n\u00ba 8.660, de 1993)\u00a7 2\u00b0 As institui\u00e7\u00f5es que venham a ser utilizadas como bancos de refer\u00eancia, dentre elas, necessariamente, as dez maiores do Pa\u00eds, classificadas pelo volume de dep\u00f3sitos a prazo fixo, est\u00e3o obrigadas a fornecer as informa\u00e7\u00f5es de que trata este artigo, segundo normas estabelecidas pelo Conselho Monet\u00e1rio Nacional, sujeitando-se a institui\u00e7\u00e3o e seus administradores, no caso de infra\u00e7\u00e3o \u00e0s referidas normas, \u00e0s penas estabelecidas no art. 44 da Lei n\u00b0 4.595, de 31 de dezembro de 1964.\u00a7 3\u00b0 Enquanto n\u00e3o aprovada a metodologia de c\u00e1lculo de que trata este artigo, o Banco Central do Brasil fixar\u00e1 a TR.\n\nLogo, a metodologia de c\u00e1lculo foi h\u00e1 muito tempo definida pela Banco Central-Conselho Monet\u00e1rio Nacional (CMN), e hoje est\u00e1 vigente sob a forma da Resolu\u00e7\u00e3o n\u00ba 3.354, de 31 de mar\u00e7o de 2006.\nOcorre que, h\u00e1 muito tempo, a TR n\u00e3o reflete mais a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, tendo se distanciado completamente dos \u00edndices oficiais de infla\u00e7\u00e3o. Nos meses de setembro, outubro e novembro de 2009, janeiro e fevereiro de 2010, fevereiro e junho de 2012 e de setembro de 2012 em diante, a TR tem sido completamente anulada, como se n\u00e3o existisse qualquer infla\u00e7\u00e3o no per\u00edodo pass\u00edvel de corre\u00e7\u00e3o.\n\n2. PRELIMINARMENTE\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\na) LEGITIMIDADE PASSIVA DA CAIXA ECON\u00d4MICA FEDERAL\nTendo-se em vista que o processo em tela versa sobre corre\u00e7\u00e3o\nmonet\u00e1ria dos dep\u00f3sitos de FGTS, sobressai irrefut\u00e1vel a legitimidade passiva e\nexclusiva da Caixa Econ\u00f4mica Federal, conforme precedentes do STJ, sen\u00e3o\nvejamos:\nA\u00c7\u00c3O RESCIS\u00d3RIA. ADMINISTRATIVO. FGTS. CORRE\u00c7\u00c3O DOS SALDOS DAS CONTAS VINCULADAS. DIFEREN\u00c7AS DE EXPURGOS INFLACION\u00c1RIOS. TEMA J\u00c1 PACIFICADO NO STJ. PROCED\u00caNCIA DA A\u00c7\u00c3O.1. A mat\u00e9ria referente \u00e0 corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria das contas vinculadas ao FGTS, em raz\u00e3o das diferen\u00e7as de expurgos inflacion\u00e1rios, foi decidida pela Primeira Se\u00e7\u00e3o deste Superior Tribunal, no REsp n.1.111.201 - PE e no REsp n. 1.112.520 - PE, de relatoria do Exmo.Min. Benedito Gon\u00e7alves, ambos submetidos ao regime do art. 543-C do CPC e da Resolu\u00e7\u00e3o n. 8/08 do STJ, que tratam dos recursos representativos da controv\u00e9rsia, publicados no DJe de 4.3.2010.(...)3. Quanto \u00e0s demais preliminares alegadas, devidamente prequestionadas, esta Corte tem o entendimento no sentido de que, nas demandas que tratam da atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos saldos das contas vinculadas do FGTS, a legitimidade passiva ad causam \u00e9 exclusiva da Caixa Econ\u00f4mica Federal, por ser gestora do Fundo, com a exclus\u00e3o da Uni\u00e3o e dos bancos deposit\u00e1rios (S\u00famula 249/STJ).(...)(AR 1.962/SC, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, PRIMEIRA SE\u00c7\u00c3O, julgado em 08/02/2012, DJe 27/02/2012)\nS\u00famula 249/STJ \u2013 A Caixa Econ\u00f4mica Federal tem legitimidade passiva para integrar processo em que se discute corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria do FGTS.\nAssim, a presente a\u00e7\u00e3o foi proposta exclusivamente contra a\nCaixa Econ\u00f4mica Federal, conforme pacificamente definido pela jurisprud\u00eancia\nnacional.\nb) DA PRESCRI\u00c7\u00c3O\nNo que tange ao prazo prescricional, j\u00e1 est\u00e1 amplamente\nassentado na doutrina e jurisprud\u00eancia, que em rela\u00e7\u00e3o ao pleito de corre\u00e7\u00e3o\nmonet\u00e1ria do FGTS, a prescri\u00e7\u00e3o \u00e9 trinten\u00e1ria.\nNeste sentido, decis\u00e3o do STJ:\nRECURSO ESPECIAL. TRIBUT\u00c1RIO. FGTS. CORRE\u00c7\u00c3O DOS SALDOS DAS CONTAS VINCULADAS. DIFEREN\u00c7AS DE EXPURGOS INFLACION\u00c1RIOS. TEMA J\u00c1 JULGADO PELO REGIME DO ART. 543-C DO CPC E DA RESOLU\u00c7\u00c3O N. 8/08 DO STJ, QUE TRATAM DOS RECURSOS REPRESENTATIVOS DE CONTROV\u00c9RSIA.(...)3. No REsp n. 1.112.520 - PE, por seu turno, firmou-se o seguinte entendimento: 4. Outrossim,\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nn\u00e3o deve prevalecer a interpreta\u00e7\u00e3o da recorrente quanto \u00e0 ocorr\u00eancia de prescri\u00e7\u00e3o quinquenal, pois este Tribunal j\u00e1 decidiu que \u00e9 trinten\u00e1ria a prescri\u00e7\u00e3o para cobran\u00e7a de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria de contas vinculadas ao FGTS, nos termos das S\u00famula 210/STJ: \"A a\u00e7\u00e3o de cobran\u00e7a das contribui\u00e7\u00f5es para o FGTS prescreve em (30) trinta anos\".(...)(REsp 1150446 RJ 2009/0143136-0, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, Julgamento: 10/08/2010, \u00d3rg\u00e3o Julgador: T2 - SEGUNDA TURMA, Publica\u00e7\u00e3o: DJe 10/09/2010)\n\nAssim, a a\u00e7\u00e3o ora proposta n\u00e3o est\u00e1 alcan\u00e7ada pela prescri\u00e7\u00e3o trinten\u00e1ria, conforme se demonstrar\u00e1 adiante.\n\n2. DO M\u00c9RITO\n\na) AN\u00c1LISE DA CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA E DO FGTS\nA corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria existe entre n\u00f3s desde a d\u00e9cada de 1960. O principal te\u00f3rico da Corre\u00e7\u00e3o Monet\u00e1ria, o Advogado Tributarista Bulh\u00f5es Pedreira explica o seguinte:\n\u2019\u201dPor analogia com as unidades de medidas f\u00edsicas podemos dizer que o n\u00edvel geral de pre\u00e7os \u00e9 o padr\u00e3o prim\u00e1rio do valor financeiro, enquanto que a unidade monet\u00e1ria serve como padr\u00e3o secund\u00e1rio \u2013 usado, na pr\u00e1tica, para exprimir o valor financeiro, mas que deve ser aferido pelo padr\u00e3o prim\u00e1rio porque sujeito a modifica\u00e7\u00f5es.\u201d (BULH\u00d5ES PEDREIRA, Jos\u00e9 Luiz, \u201cCorre\u00e7\u00e3o Monet\u00e1ria; Indexa\u00e7\u00e3o Cambial. Obriga\u00e7\u00e3o Pecuni\u00e1ria\u201d, in \u201cRevista de Direito Administrativo\u201d, c. 193 p, 353 a 372 Jul/Set 1993).\nAinda, o autor Let\u00e1cio Jansen diz que Bulh\u00f5es Pedreira teria conseguido institucionalizar e colocar em pr\u00e1tica a sua doutrina principalmente atrav\u00e9s da Lei n\u00ba 4.357, de 1964, que criou o primeiro indexador da Economia Brasileira \u2013 a ORTN (obriga\u00e7\u00e3o reajust\u00e1vel do tesouro nacional), uma obriga\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria cuja fun\u00e7\u00e3o era fazer variar, periodicamente, a moeda nacional segundo a perda de seus respectivos poderes aquisitivos http://www.scamargo.adv.br/scripts/forum/textoTema.asp?id=81&tema=nvalida de+da+taxa+referencial+(TR)%3A+o+Significado+da+ADI+493-0-df).\nDesde esta data, uma pl\u00eaiade de \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria foi se sucedendo, at\u00e9 a entrada em vigor da Medida Provis\u00f3ria n\u00ba 294, de 31 de\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\njaneiro de 1991, que se transformou na Lei n\u00ba 8.177, de 1\u00ba de mar\u00e7o de 1991. Nesta oportunidade o Governo Collor pretendeu substituir a s\u00e9rie de indexadores tradicionais da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria brasileira (ORTN, OTN e BTN) que eram vinculados \u00e0 varia\u00e7\u00e3o dos n\u00edveis gerais de pre\u00e7os, pela Taxa Referencial, que tinha natureza financeira.\nAinda hoje permanece a perplexidade em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 natureza jur\u00eddica da TR, at\u00e9 por conta da pr\u00f3pria inconsist\u00eancia da lei que a criou, que ora a trata como taxa de juros (artigo 39) ora como indexador (artigo 18).\nTaxas de juros objetivam promover a remunera\u00e7\u00e3o do capital. S\u00e3o calculadas por quem disponibiliza o capital em benef\u00edcio de outra pessoa, f\u00edsica ou jur\u00eddica, para que empregue para satisfa\u00e7\u00e3o de determinada necessidade, na expectativa de lucro. Os indexadores, por outro lado, podem ser entendidos como \u00edndices calculados a partir da varia\u00e7\u00e3o de pre\u00e7os de mercado em determinado per\u00edodo. O seu objetivo est\u00e1 na corre\u00e7\u00e3o dos efeitos inflacion\u00e1rios, quando se compara valores monet\u00e1rios em diferentes \u00e9pocas.\nPois bem. Quando o STF enfrentou o tema da natureza da TR, disse atrav\u00e9s do voto vencedor da ADI 493-0/DF que:\nA Taxa Referencial (TR) n\u00e3o \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, pois, refletindo as varia\u00e7\u00f5es do custo prim\u00e1rio da capta\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos a prazo fixo, n\u00e3o constitui \u00edndice que reflita a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda.\n\nN\u00e3o obstante, os Ministros vencidos Celso de Mello, Marco Aur\u00e9lio e Ilmar Galv\u00e3o entenderam que a estrutura de c\u00e1lculo da taxa referencial n\u00e3o era suficiente para impedir sua utiliza\u00e7\u00e3o como par\u00e2metro de indexa\u00e7\u00e3o da economia.\nMesmo assim, naquela oportunidade, o STF entendeu que a TR possu\u00eda natureza de taxa de juros e declarou inconstitucional o artigo 18 da Lei n\u00ba 8.177/91, cujo texto original estabelecia que os saldos devedores e as presta\u00e7\u00f5es dos contratos integrantes do SFH, passariam a ser atualizados pela taxa aplic\u00e1vel \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica dos Dep\u00f3sitos de Poupan\u00e7a. Vale a pena transcrever a ementa deste julgado:\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nA\u00e7\u00e3o direta de inconstitucionalidade.- Se a lei alcan\u00e7ar os efeitos futuros de contratos celebrados anteriormente a ela, ser\u00e1 essa lei retroativa (retroatividade m\u00ednima) porque vai interferir na causa, que e um ato ou fato ocorrido no passado.- O disposto no artigo 5, XXXVI, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal se aplica a toda e qualquer lei infraconstitucional, sem qualquer distin\u00e7\u00e3o entre lei de direito p\u00fablico e lei de direito privado, ou entre lei de ordem p\u00fablica e lei dispositiva. Precedente do S.T.F..- Ocorr\u00eancia, no caso, de viola\u00e7\u00e3o de direito adquirido. A taxa referencial (TR) n\u00e3o \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, pois, refletindo as varia\u00e7\u00f5es do custo prim\u00e1rio da capta\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos a prazo fixo, n\u00e3o constitui \u00edndice que reflita a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda. Por isso, n\u00e3o h\u00e1 necessidade de se examinar a quest\u00e3o de saber se as normas que alteram \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria se aplicam imediatamente, alcan\u00e7ando, pois, as presta\u00e7\u00f5es futuras de contratos celebrados no passado, sem violarem o disposto no artigo 5, XXXVI, da Carta Magna.- Tamb\u00e9m ofendem o ato jur\u00eddico perfeito os dispositivos impugnados que alteram o crit\u00e9rio de reajuste das presta\u00e7\u00f5es nos contratos j\u00e1 celebrados pelo sistema do Plano de Equival\u00eancia Salarial por Categoria Profissional (PES/CP). A\u00e7\u00e3o direta de inconstitucionalidade julgada procedente, para declarar a inconstitucionalidade dos artigos 18, \"caput\" e par\u00e1grafos 1 e 4; 20; 21 e par\u00e1grafo \u00fanico; 23 e par\u00e1grafos; e 24 e par\u00e1grafos, todos da Lei n. 8.177, de 1 de maio de 1991. (ADI 493, Relator (a): Min. Moreira Alves, Tribunal Pleno, julgado em 25/06/1992, DJ 04-09-1992 PP-14089 EMENT VOL-01674-02 PP-00260 RTJ VOL-00143-03 PP-00724)\n\nPor algum tempo, o pr\u00f3prio STJ rejeitou a TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, tanto para a poupan\u00e7a, quanto para o SFH. Neste sentido:\n\nCOMERCIAL. M\u00daTUO RURAL. CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA. VINCULA\u00c7\u00c3O AO\n\nCRIT\u00c9RIO DE REAJUSTE DOS DEP\u00d3SITOS EM CADERNETA DE POUPAN\u00c7A. LICITUDE.\n\nSUBSTITUI\u00c7\u00c3O PELA TR NOS MESES SUBSEQUENTES A FEVEREIRO/91. PREVIS\u00c3O DE\n\nUTILIZA\u00c7\u00c3O DA OTN. INDEXADOR CONTRATUALMENTE ELEITO. SUBSTITUI\u00c7\u00c3O EX\n\nLEGE PELA TR. INCONSTITUCIONALIDADE DECLARADA. ADO\u00c7\u00c3O DO INPC.\n\nPRECEDENTES.\n\nI \u2013 NO CONTRATO DE M\u00daTUO RURAL \u00c9 L\u00cdCITO O PACTO DE VINCULA\u00c7\u00c3O DA\n\nCORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA AO CRIT\u00c9RIO DE ATUALIZA\u00c7\u00c3O DOS DEP\u00d3SITOS EM\n\nCADERNETA DE POUPAN\u00c7A, RESULTANDO DEVIDA A INCID\u00caNCIA DO MESMO\n\nINDEXADOR NOS MESES SUBSEQUENTES A FEVEREIRO/91. (ART. 13 DA LEI 8.177).\n\nII \u2013 EM FACE DA POSI\u00c7\u00c3O DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL INADMITINDO A TR\n\nCOMO FATOR DE ATUALIZA\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA SUBSTITUTIVO DO BTN, A CORRE\u00c7\u00c3O\n\nDOS VALORES, CUJA FORMA DE REAJUSTE ESTAVA, POR LEI OU CONTRATO,\n\nATRELADA A VARIA\u00c7\u00c3O DO VALOR DE REFERIDO T\u00cdTULO DA D\u00cdVIDA P\u00daBLICA,\n\nCUMPRE SEJA PROCEDIDA, A PARTIR DA LEI 8.177/91, COM BASE NO INPC (REsp.\n\n40.777/GO, Rel. Ministro S\u00c1LVIO DE FIGUEIREDO TEIXEIRA, QUARTA TURMA,\n\njulgado em 13/11/1995, DJ 11/12/1995, p. 43225) (grifamos)\n\nADMINISTRATIVO - SFH - REAJUSTE DAS PRESTA\u00c7\u00d5ES E DO SALDO DEVEDOR -\n\nPLANO DE EQUIVAL\u00caNCIA SALARIAL (PES) - INAPLICABILIDADE DA TR \u2013 ADIN 493-\n\n0/STF - VANTAGENS PESSOAIS INCORPORADAS DEFINITIVAMENTE AO SAL\u00c1RIO -\n\nINCLUS\u00c3O NO C\u00c1LCULO - DIVERG\u00caNCIA JURISPRUDENCIAL\n\nN\u00c3O\n\nCOMPROVADA - RISTJ, ART. 255 E PAR\u00c1GRAFOS - S\u00daMULA 13/STJ -PRECEDENTES\n\nSTJ.- Nos contratos vinculados ao PES, o reajustamento das presta\u00e7\u00f5es deve\n\nobedecer \u00e0 varia\u00e7\u00e3o salarial dos mutu\u00e1rios, a fim de preservara equa\u00e7\u00e3o\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\necon\u00f4mico-financeira do pactuado.- As vantagens pessoais incorporadas, definitivamente, ao sal\u00e1rio ou vencimento do mutu\u00e1rio, incluem-se na verifica\u00e7\u00e3o da equival\u00eancia para fixa\u00e7\u00e3o das parcelas.- Declarada pelo STF a inconstitucionalidade da TR como fator de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria (ADIN 493-0), o reajustamento do saldo devedor,a exemplo das presta\u00e7\u00f5es mensais, tamb\u00e9m deve obedecer ao Plano de Equival\u00eancia Salarial.- Recurso conhecido e parcialmente provido(Resp 140.839/BA, Rel. Ministro FRANCISCO PE\u00c7ANHA MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 23/11/1999, DJ 21/02/2000, p. 112) (grifamos)\n\nSFH. PLANO DE EQUIVAL\u00caNCIA SALARIAL. REAJUSTE DAS PRESTA\u00c7\u00d5ES. ILEGITIMIDADE PASSIVA DA UNI\u00c3O. NULIDADE DO AC\u00d3RD\u00c3O. INOCORR\u00caNCIA. VANTAGENS PESSOAIS. INCLUS\u00c3O. CORRE\u00c7\u00c3O PELA TR. IMPOSSIBILIDADE. PRECEDENTES.(...)4. Inaplic\u00e1vel a TR como fator de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria Entendimento consagrado nesta Corte na esteira de orienta\u00e7\u00e3o tra\u00e7ada pelo STF.5. Recurso especial conhecido e parcialmente provido.(REsp 209.466/BA, Rel. Ministro FRANCISCO PE\u00c7ANHA MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 07/08/2001, DJ 17/06/2002, p. 231) (grifamos)\n\nTodavia, a Corte de Justi\u00e7a, fazendo uma releitura do voto do\nMinistro Moreira Alves do STF, mudou de entendimento, e passou a adotar a\nconstitucionalidade da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, conforme\ndemonstra o seguinte julgado:\nSISTEMA FINANCEIRO DA HABITA\u00c7\u00c3O. SALDO DEVEDOR. ATUALIZA\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA. TR.1. N\u00e3o \u00e9 inconstitucional a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria com base na Taxa Referencial - TR. O que \u00e9 inconstitucional \u00e9 sua aplica\u00e7\u00e3o retroativa. Foi isso o que decidiu o STF da ADI 493/DF, Pleno, Min. Moreira Alves, DJ de 04.09.1992, ao estabelecer o \u00e2mbito de incid\u00eancia da Lei 8.177, de 1991.2. Aos contratos de m\u00fatuo habitacional firmados no \u00e2mbito do SFH que prevejam a corre\u00e7\u00e3o do saldo devedor pela taxa b\u00e1sica aplic\u00e1vel aos dep\u00f3sitos da poupan\u00e7a aplica-se a Taxa Referencial, por expressa determina\u00e7\u00e3o legal. Precedentes da Corte Especial: AGEREsp 725917 / DF, Min. Laurita Vaz, DJ 19.06.2006; DERESP 453600 / DF, Min. Aldir Passarinho Junior, DJ 24.04.2006.3. Embargos de diverg\u00eancia a que se nega provimento.(EREsp 752.879/DF, Rel. Ministro\nTEORI ALBINO ZAVASCKI, CORTE ESPECIAL, julgado em 19/12/2006, DJ 12/03/2007, p. 184) (grifamos)\nEm rela\u00e7\u00e3o ao FGTS, h\u00e1 at\u00e9 a s\u00famula do STJ sobre a aplica\u00e7\u00e3o da\nTR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. Neste sentido:\nA Taxa Referencial (TR) \u00e9 o \u00edndice aplic\u00e1vel, a t\u00edtulo de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, aos d\u00e9bitos com o FGTS recolhidos pelo empregador\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nmas n\u00e3o repassados ao fundo. (S\u00famula 459, PRIMEIRA SE\u00c7\u00c3O, julgado em 25/08/2010, DJe 08/09/2010)\n\nComo dito alhures, aplica\u00e7\u00e3o de \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria se\npresta para recuperar o poder de compra do valor emprestado. Este poder de\ncompra \u00e9 diretamente influenciado por um processo inflacion\u00e1rio. O pr\u00f3prio STJ\nreconhece a influ\u00eancia da infla\u00e7\u00e3o e da defla\u00e7\u00e3o na composi\u00e7\u00e3o do \u00edndice de\ncorre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, sen\u00e3o vejamos:\nPREVIDENCI\u00c1RIO E ECON\u00d4MICO. T\u00cdTULO EXECUTIVO JUDICIAL. DETERMINA\u00c7\u00c3ODE CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA PELO IGP-M. \u00cdNDICES DE DEFLA\u00c7\u00c3O.APLICABILIDADE. OFENSA AO PRINC\u00cdPIO DA IRREDUTIBILIDADE DOS VENCIMENTOS. N\u00c3O OCORR\u00caNCIA. PRESERVA\u00c7\u00c3O DO VALOR NOMINAL DA OBRIGA\u00c7\u00c3O. PRECEDENTES.1. \"A corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria nada mais \u00e9 do que um mecanismo de manuten\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda, n\u00e3o devendo representar, consequentemente, por si s\u00f3, nem um plus nem um minus em sua subst\u00e2ncia. Corrigir o valor nominal da obriga\u00e7\u00e3o representa, portanto, manter, no tempo, o seu poder de compra original, alterado pelas oscila\u00e7\u00f5es inflacion\u00e1rias positivas e negativas ocorridas no per\u00edodo. Atualizar a obriga\u00e7\u00e3o levando em conta apenas oscila\u00e7\u00f5es positivas importaria distorcer a realidade econ\u00f4mica produzindo um resultado que n\u00e3o representa a simples manuten\u00e7\u00e3o do primitivo poder aquisitivo, mas um indevido acr\u00e9scimo no valor real. Nessa linha, estabelece o Manual de Orienta\u00e7\u00e3o de Procedimento de C\u00e1lculos aprovado pelo Conselho da Justi\u00e7a Federal que, n\u00e3o havendo decis\u00e3o judicial em contr\u00e1rio, \"os \u00edndices negativos de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria (defla\u00e7\u00e3o) ser\u00e3o considerados no c\u00e1lculo de atualiza\u00e7\u00e3o\", com a ressalva de que, se, no c\u00e1lculo final, 'a atualiza\u00e7\u00e3o implicar redu\u00e7\u00e3o do principal, deve prevalecer o valor nominal'\" (Corte Especial, REsp 1.265.580/RS, Rel. Min. TEORI ALBINO ZAVASCKI, DJe18/4/12).2. No precedente da Corte Especial, mencionado na decis\u00e3o agravada, ficou expressamente consignado que se, na atualiza\u00e7\u00e3o da d\u00edvida, houver redu\u00e7\u00e3o do principal, deve prevalecer o valor nominal, em respeito ao princ\u00edpio da irredutibilidade de vencimentos,previsto nos arts. 7\u00ba, VI e 37, XV, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal.3. A compreens\u00e3o no sentido de que n\u00e3o h\u00e1 viola\u00e7\u00e3o ao princ\u00edpio da irredutibilidade dos vencimentos, quando preservado o valor nominal da obriga\u00e7\u00e3o, encontra respaldo na jurisprud\u00eancia do STF e do STJ.4. Agravo regimental improvido.(AgRg nos EREsp 1252558/RS, Rel. Ministro SERGIO KUKINA, PRIMEIRA SE\u00c7\u00c3O, julgado em 13/03/2013, DJe 21/03/2013)(grifos nossos)\n\nN\u00e3o podemos nos esquecer de que a cultura da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria est\u00e1 de tal forma arraigada ao nosso sistema econ\u00f4mico, que o pr\u00f3prio C\u00f3digo Civil de 2002, traz diversos dispositivos garantindo atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria:\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nArt. 389. N\u00e3o cumprida a obriga\u00e7\u00e3o, responde o devedor por perdas e danos, mais juros e atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria segundo \u00edndices oficiais regularmente estabelecidos, e honor\u00e1rios de advogado. Art. 395. Responde o devedor pelos preju\u00edzos a que sua mora der causa, mais juros, atualiza\u00e7\u00e3o dos valores monet\u00e1rios segundo \u00edndices oficiais regularmente estabelecidos, e honor\u00e1rios de advogado. Art. 404. As perdas e danos, nas obriga\u00e7\u00f5es de pagamento em dinheiro, ser\u00e3o pagas com atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria segundo \u00edndices oficiais regularmente estabelecidos, abrangendo juros, custas e honor\u00e1rios de advogado, sem preju\u00edzo da pena convencional. Art. 418. Se a parte que deu as arras n\u00e3o executar o contrato, poder\u00e1 a outra t\u00ea-lo por desfeito, retendo-as; se a inexecu\u00e7\u00e3o for de quem recebeu as arras, poder\u00e1 quem as deu haver o contrato por desfeito, e exigir sua devolu\u00e7\u00e3o mais o equivalente, com atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria segundo \u00edndices oficiais regularmente estabelecidos, juros e honor\u00e1rios de advogado. Art. 772. A mora do segurador em pagar o sinistro obriga \u00e0 atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria da indeniza\u00e7\u00e3o devida segundo \u00edndices oficiais regularmente estabelecidos, sem preju\u00edzo dos juros morat\u00f3rios. Art. 884. Aquele que, sem justa causa, se enriquecer \u00e0 custa de outrem, ser\u00e1 obrigado a restituir o indevidamente auferido, feita a atualiza\u00e7\u00e3o dos valores monet\u00e1rios.\n\nEste retrospecto da evolu\u00e7\u00e3o legal e jurisprudencial a respeito da aplica\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria se fez necess\u00e1rio para que pud\u00e9ssemos chegar ao n\u00facleo do argumento desta a\u00e7\u00e3o.\nHoje, no pa\u00eds, h\u00e1 dois tipos de \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. \u00cdndices que refletem a infla\u00e7\u00e3o e, portanto, recuperam o poder de compra do valor aplicado, como o IPCA e o INPC, e um \u00edndice que n\u00e3o reflete a infla\u00e7\u00e3o, e consequentemente n\u00e3o recupera o poder de compra do valor aplicado \u2013 a Taxa Referencial/TR.\nHistoricamente, \u00e9 preciso lembrar que a Taxa Referencial nunca foi igual \u00e0 infla\u00e7\u00e3o. Nem quando experimentamos hiperinfla\u00e7\u00e3o, nem quando experimentamos defla\u00e7\u00e3o. Todavia, os \u00edndices da TR, do INPC e do IPCA, sempre andaram pr\u00f3ximos. Em outras palavras, imperava a razoabilidade nos \u00edndices da TR para que pudessem atingir a finalidade de corre\u00e7\u00e3o do valor do capital.\n\nANO 1991 1992\n\nTR 335,51% 1.156,22%\n\nINPC 475,11% 1.149,05%\n\nIPCA 472,69% 1.119,09%\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\n1993 1994 1995 1996\n\n2.474,73% 951,19% 31,6207% 9,5551%\n\n2.489,11% 929,32% 21,98% 9,125%\n\n2,477,15% 916,43% 22,41% 9,56%\n\nN\u00e3o obstante, o cen\u00e1rio come\u00e7a a mudar a partir de 1999. A TR se distancia expressivamente do INPC e do IPCA, ao ponto de hoje a infla\u00e7\u00e3o superar 6% ao ano e a TR ser igual a zero. Logo, ela n\u00e3o se presta para o fim de manter o poder aquisitivo dos dep\u00f3sitos do FGTS, que s\u00e3o um patrim\u00f4nio do trabalhador.\nO sentimento geral \u00e9 que h\u00e1 muito tempo o FGTS \u00e9 um fundo in\u00edquo por ele n\u00e3o ter recomposi\u00e7\u00e3o inflacion\u00e1ria dos seus recursos. Na verdade, o trabalhador n\u00e3o est\u00e1 financiando programas de habita\u00e7\u00e3o popular, saneamento b\u00e1sico e infraestrutura urbana, ele est\u00e1 subsidiando.\nAo contr\u00e1rio de outros investimentos, o FGTS n\u00e3o \u00e9 um fundo de livre disposi\u00e7\u00e3o por parte do trabalhador, n\u00e3o podendo ele decidir sponte pr\u00f3pria quais as aplica\u00e7\u00f5es que lhe s\u00e3o mais convenientes ou rent\u00e1veis. O trabalhador tem que se submeter a pol\u00edticas econ\u00f4micas e sociais que lhe s\u00e3o altamente prejudiciais.\nOra, mas a pr\u00f3pria Lei do FGTS diz em seu artigo 2\u00ba que \u00e9 garantida a atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e juros. Quando a TR \u00e9 igual a zero este artigo \u00e9 descumprido. Quando a TR \u00e9 m\u00ednima e totalmente desproporcional em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 infla\u00e7\u00e3o, este artigo tamb\u00e9m \u00e9 descumprido e o patrim\u00f4nio do trabalhador \u00e9 subtra\u00eddo por quem tem o dever legal de administr\u00e1-lo.\nEm um cen\u00e1rio de TR zero e infla\u00e7\u00e3o p\u00fablica e not\u00f3ria, estamos diante de uma situa\u00e7\u00e3o de confisco. O Governo Federal, atrav\u00e9s da Caixa Econ\u00f4mica Federal, est\u00e1 confiscando os rendimentos dos trabalhadores, para subsidiar pol\u00edticas p\u00fablicas, sem a menor possibilidade de inger\u00eancia destes trabalhadores.\nAssim como em nosso Estado Democr\u00e1tico de Direito, a Constitui\u00e7\u00e3o veda que se utilize o tributo com efeito de confisco, o trabalhador\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nn\u00e3o pode ser punido com o confisco do que a pr\u00f3pria Caixa define em seu s\u00edtio\neletr\u00f4nico, como um patrim\u00f4nio do trabalhador, e definitivamente o \u00e9.\nQuando se fala em patrim\u00f4nio, imediatamente sobrev\u00e9m li\u00e7\u00e3o da\nProfessora Maria Helena Diniz ao comentar o artigo 91 do Novo C\u00f3digo Civil:\nArt. 91. Constitui universalidade de direito o complexo de rela\u00e7\u00f5es jur\u00eddicas de uma pessoa, dotadas de valor econ\u00f4mico. Universalidade de direito. \u00c9 a constitu\u00edda por bens singulares corp\u00f3reos heterog\u00eaneos ou incorp\u00f3reos (complexo de rela\u00e7\u00f5es jur\u00eddicas), a que a norma jur\u00eddica, com o intuito de produzir certos efeitos, d\u00e1 unidade, por serem dotados de valor econ\u00f4mico, como p. ex., o patrim\u00f4nio (...) O patrim\u00f4nio e a heran\u00e7a s\u00e3o considerados como um conjunto, ou seja, como uma universalidade. Embora se constituam ou n\u00e3o de bens materiais e de cr\u00e9ditos, esses bens se unificam numa express\u00e3o econ\u00f4mica, que \u00e9 o valor. O patrim\u00f4nio \u00e9 complexo de rela\u00e7\u00f5es jur\u00eddicas de uma pessoa apreci\u00e1veis economicamente. Incluem-se no patrim\u00f4nio: a posse, os direitos reais, as obriga\u00e7\u00f5es e as a\u00e7\u00f5es correspondentes a tais direitos. O patrim\u00f4nio abrange direitos e deveres redut\u00edveis a dinheiro. (C\u00f3digo Civil Anotado, Ed. Saraiva, pag. 100) (grifamos).\n\nLevando em conta que a rela\u00e7\u00e3o jur\u00eddica entre os trabalhadores e a Caixa \u00e9 de direito pessoal, o artigo 233 do C\u00f3digo Civil se torna inafast\u00e1vel, na medida em que determina que a obriga\u00e7\u00e3o de dar coisa certa abrange os acess\u00f3rios, ainda que n\u00e3o mencionados.\n\nArt. 233. A obriga\u00e7\u00e3o de dar coisa certa abrange os acess\u00f3rios dela embora n\u00e3o mencionados, salvo se o contr\u00e1rio resultar do t\u00edtulo ou das circunst\u00e2ncias do caso.\nOra, acess\u00f3rios de dinheiro s\u00e3o os juros e a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. E ent\u00e3o voltamos \u00e0 Taxa Referencial.\nb) Manipula\u00e7\u00e3o da TR pelo Banco Central/CMN\nIndependentemente da discuss\u00e3o sobre sua natureza jur\u00eddica, vamos aqui partir do pressuposto, assentado pela jurisprud\u00eancia, principalmente do STJ, que a TR \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria.\nTanto o artigo 1\u00ba da lei n\u00ba 8.177/91 quando o artigo 5\u00ba da Lei n\u00ba 10.192/01 (que convolou a MP 1.053/95) atribu\u00edram ao Banco Central a regulamenta\u00e7\u00e3o da metodologia de c\u00e1lculo da TR, conforme crit\u00e9rio\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nestabelecido na lei e a expedi\u00e7\u00e3o das instru\u00e7\u00f5es necess\u00e1rias ao cumprimento\ndo artigo que criou a TBF.\nArt. 1\u00b0 O Banco Central do Brasil divulgar\u00e1 Taxa Referencial (TR), calculada a partir da remunera\u00e7\u00e3o mensal m\u00e9dia l\u00edquida de impostos, dos dep\u00f3sitos a prazo fixo captados nos bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos m\u00faltiplos com carteira comercial ou de investimentos, caixas econ\u00f4micas, ou dos t\u00edtulos p\u00fablicos federais, estaduais e municipais, de acordo com metodologia a ser aprovada pelo Conselho Monet\u00e1rio Nacional, no prazo de sessenta dias, e enviada ao conhecimento do Senado Federal. . (Lei n\u00ba 8177/91) Artigo 5\u00ba Fica institu\u00edda Taxa B\u00e1sica Financeira \u2013 TBF, para ser utilizada exclusivamente como base de remunera\u00e7\u00e3o de opera\u00e7\u00f5es realizadas no mercado financeiro, de prazo de dura\u00e7\u00e3o igual ou superior a sessenta dias. Par\u00e1grafo \u00fanico. O Conselho Monet\u00e1rio Nacional expedir\u00e1 as instru\u00e7\u00f5es necess\u00e1rias ao cumprimento do disposto neste artigo, podendo inclusive,\nampliar o prazo m\u00ednimo previsto no caput. (Lei n\u00ba 10.192/01)\n\nNo mister de regulamentar a TR, o Banco Central/CMN vem ao\nlongo dos anos criando e reinventando f\u00f3rmulas para encontr\u00e1-la. Pelo menos\ndesde a Resolu\u00e7\u00e3o 2.075, de 26 de maio de 1994, h\u00e1 f\u00f3rmulas para encontrar a\nTR. Todavia, \u00e9 com a institui\u00e7\u00e3o da Taxa B\u00e1sica Financeira, pela Medida\nProvis\u00f3ria 1.053/95, de 30 de junho de 1995, que a forma de c\u00e1lculo da TR sofre\numa expressiva reviravolta.\nDesde a Resolu\u00e7\u00e3o 2.437, de 30 de outubro de 1997, a TR \u00e9\ncalculada levando em conta a Taxa B\u00e1sica Financeira e um Redutor.\nA Resolu\u00e7\u00e3o 3.354/06, hoje vigente sobre o assunto, diz o seguinte:\nArt. 1\u00ba Estabelecer que, para fins de c\u00e1lculo da Taxa B\u00e1sica Financeira - TBF e da Taxa Referencial - TR, de que tratam os arts. 1\u00ba da Lei 8.177, de 1\u00ba de mar\u00e7o de 1991, 1\u00ba da Lei 8.660, de 28 de maio de 1993, e 5\u00ba da Lei 10.192, de 14 de fevereiro de 2001, deve ser constitu\u00edda amostra das 30 maiores institui\u00e7\u00f5es financeiras do Pa\u00eds, assim consideradas em fun\u00e7\u00e3o do volume de capta\u00e7\u00e3o efetuado por meio de certificados e recibos de dep\u00f3sito banc\u00e1rio (CDB/RDB), com prazo de 30 a 35 dias corridos, inclusive, e remunerados a taxas prefixadas, entre bancos m\u00faltiplos, bancos comerciais, bancos de investimento e caixas econ\u00f4micas. Art. 2\u00ba A TBF e a TR s\u00e3o calculadas a partir da remunera\u00e7\u00e3o mensal m\u00e9dia dos CDB/RDB emitidos a taxas de mercado prefixadas, com prazo de 30 a 35 dias corridos, inclusive, com base em informa\u00e7\u00f5es prestadas pelas institui\u00e7\u00f5es integrantes da amostra de que trata o art. 1\u00ba, na forma a ser determinada pelo Banco Central do Brasil. Art. 4\u00ba Para cada dia do m\u00eas - dia de refer\u00eancia -, o Banco Central do Brasil deve calcular a TBF, para o per\u00edodo de um m\u00eas, com in\u00edcio no pr\u00f3prio dia de refer\u00eancia e t\u00e9rmino no dia correspondente ao dia de refer\u00eancia no m\u00eas seguinte, considerada a hip\u00f3tese prevista no \u00a7 2\u00ba, inciso IV. (...)\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nArt. 5\u00ba Para cada TBF obtida, segundo a metodologia descrita no art. 4\u00ba, deve ser calculada a correspondente TR, pela aplica\u00e7\u00e3o de um redutor \"R\", de acordo com a seguinte f\u00f3rmula: TR = max {0,100 {[ (1 + TBF/100) / R ] - 1}} (em %). \u00a7 1\u00ba O valor do redutor 'R' deve ser calculado para todos os dias, inclusive n\u00e3o-\u00fateis, de acordo com a seguinte f\u00f3rmula: R = (a + b . TBF/100), onde:Resolu\u00e7\u00e3o n\u00ba 3354, de 31 de mar\u00e7o de 2006. TBF = TBF relativa ao dia de refer\u00eancia; a = 1,005; b = valor determinado de acordo com a tabela abaixo, em fun\u00e7\u00e3o da TBF obtida, segundo a metodologia descrita no art. 4\u00ba, em termos percentuais ao ano: TBF (% a.a.) b TBF maior que 16 0,48 TBF menor ou igual a 16 e maior que 15 0,44 TBF menor ou igual a 15 e maior que 14 0,40 TBF menor ou igual a 14 e maior que 13 0,36 TBF menor ou igual a 13 e maior ou igual a 11 0,32 Reda\u00e7\u00e3o dada pela Resolu\u00e7\u00e3o 3.446, de 05/03/2007. \u00a7 2\u00ba Fica o Banco Central do Brasil autorizado a determinar o valor do par\u00e2metro \"b\" no caso de a TBF obtida ser inferior a 11% a.a. (onze por cento ao ano).\n\nO peculiar nesta determina\u00e7\u00e3o do Banco Central/CMN, que de resto se repete desde 1997, \u00e9 que a TBF e TR s\u00e3o exatamente iguais em sua g\u00eanese at\u00e9 o momento em que se determina que se aplique um redutor \u00e0 TBF para se chegar \u00e0 TR.\nN\u00e3o h\u00e1 na Lei da TR previs\u00e3o de aplica\u00e7\u00e3o de redutor, assim como n\u00e3o h\u00e1 na Lei que criou a TBF. Todavia, causa estranheza que diante de um comando aberto como o do art. 5\u00ba da MP n\u00ba 1.503/95 (Lei n\u00ba 10.192/01), o Banco Central/CMN, com amplos poderes para regulamentar o assunto, n\u00e3o tenha institu\u00eddo um redutor, mas o tenha feito ao regulamentar o artigo 1\u00ba da lei n\u00ba 8.177/91, que n\u00e3o era t\u00e3o flex\u00edvel.\nExcel\u00eancia, hoje, o trabalhador que tem seu dinheiro aplicado no FGTS, e de l\u00e1 n\u00e3o pode retir\u00e1-lo para outro investimento, est\u00e1 sendo remunerado com 0,247% de juros ao m\u00eas e mais nada. N\u00e3o h\u00e1 nem corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria nem Taxa Referencial (independentemente da sua natureza jur\u00eddica), em flagrante ofensa ao artigo 2\u00ba da Lei n\u00ba 8.036/90, que imp\u00f5e a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos valores depositados pelo empregador.\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nAinda que se argumente que a aplica\u00e7\u00e3o do Redutor pelo Banco Central/CMN seja legal, sua redu\u00e7\u00e3o a zero em um cen\u00e1rio de infla\u00e7\u00e3o superior a 6% ao ano, configura flagrante afronta ao artigo 2\u00ba da Lei n\u00ba 8.036/90, que determina a atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, bem como ao artigo 233 do C\u00f3digo Civil, quando sonega os acess\u00f3rios da obriga\u00e7\u00e3o de dar.\nMas \u00e9 necess\u00e1rio ir mais al\u00e9m e revisitar o entendimento jurisprudencial sobre a TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, m\u00e1xime a partir da institui\u00e7\u00e3o de um redutor que tem por efeito zerar o \u00edndice da TR em um ambiente de infla\u00e7\u00e3o.\nO quadro comparativo mostra que a TR n\u00e3o se presta como atualizador monet\u00e1rio do FGTS, pelo menos desde janeiro de 1999. Desde o momento em que o Banco Central/CMN estabeleceu um redutor para a TR, ela deixou de ser um \u00edndice confi\u00e1vel para atualizar monetariamente as contas do FGTS, porque se descola dos \u00edndices de infla\u00e7\u00e3o, sendo reduzido ano a ano. A finalidade da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u00e9 manter o poder de compra do capital, e esta finalidade nem de perto vem sendo alcan\u00e7ada pela TR. A anula\u00e7\u00e3o total da TR \u00e9 s\u00f3 o desfecho desta pol\u00edtica predat\u00f3ria para o trabalhador.\nO trabalhador, que luta para formar um patrim\u00f4nio, tem que poder confiar na lei. Esta confian\u00e7a est\u00e1 quebrada.\nH\u00e1 a n\u00edtida expropria\u00e7\u00e3o do patrim\u00f4nio do trabalhador, na medida em que se nega a ele a devida atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria.\nO Poder Judici\u00e1rio h\u00e1 de se opor a este esbulho, confisco, expropria\u00e7\u00e3o que o trabalhador est\u00e1 sofrendo, desde janeiro de 1999, com as constantes redu\u00e7\u00f5es da TR em rela\u00e7\u00e3o aos \u00edndices de infla\u00e7\u00e3o, culminando na sua completa nulidade, ininterruptamente, desde setembro de 2012.\nEm 1991 e 1992, quando o STF julgou a ADI 493-0/DF, ele deixou bem assentado que a TR n\u00e3o constitu\u00eda \u00edndice que refletia a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda. Esta caracter\u00edstica da TR tem se confirmado ao longo dos anos. A sua aplica\u00e7\u00e3o aos saldos dos dep\u00f3sitos do FGTS tem gerado\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\n\u201cgigantesca destrui\u00e7\u00e3o de valor\u201d do patrim\u00f4nio do trabalhador. H\u00e1 anos, os trabalhadores que tem dep\u00f3sitos no FGTS n\u00e3o experimentam ganhos reais em sua aplica\u00e7\u00e3o. Ao contr\u00e1rio. H\u00e1 muito tempo, os trabalhadores tem rendimentos inferiores \u00e0 infla\u00e7\u00e3o, mesmo levando em conta a remunera\u00e7\u00e3o dos juros de 3% ao ano.\nO que torna a TR um \u00edndice inid\u00f4neo \u00e9 a intensa inger\u00eancia do Banco Central/CMN na sua formula\u00e7\u00e3o.\nDe pouco adiantaria ao trabalhador que fosse determinado ao Banco Central/CMN que recalculasse a TR, pois uma nova f\u00f3rmula estaria igualmente sob a discricionariedade e subjetivismo total do Banco. Basta avaliar a sucess\u00e3o de resolu\u00e7\u00f5es do Banco Central/CMN sobre o tema, conforme Parecer do referido Economista.\nPartindo da premissa inequ\u00edvoca de que a TR n\u00e3o rep\u00f5e as perdas monet\u00e1rias dos dep\u00f3sitos do FGTS, outro caminho n\u00e3o existe se n\u00e3o o de adotar um novo \u00edndice que verdadeiramente corrija estes dep\u00f3sitos.\n\nc) DOS \u00cdNDICES QUE EFETIVAMENTE PRODUZEM CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA\n\nA Lei de Introdu\u00e7\u00e3o \u00e0s Normas do direito Brasileiro estabelece em seu artigo 5\u00ba que na aplica\u00e7\u00e3o da lei, o juiz atender\u00e1 aos fins sociais a que ela se dirige e \u00e0s exig\u00eancias do bem comum.\nA Lei do FGTS tem um fim social indiscut\u00edvel, proteger o trabalhador e constituir um patrim\u00f4nio que lhe sirva de arrimo em v\u00e1rias situa\u00e7\u00f5es de sua vida.\nDiante de tudo que foi demonstrado, o juiz atender\u00e1 aos fins sociais da Lei do FGTS ao reconhecer que corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, reposi\u00e7\u00e3o dos \u00edndices inflacion\u00e1rios de forma a garantir o poder de compra daquele dinheiro ali depositado no Fundo, \u00e9 efetivamente devida pela Caixa.\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nSe a TR n\u00e3o pode ser considerada um \u00edndice id\u00f4neo, sobrev\u00e9m a necessidade de substitu\u00ed-la por um \u00edndice que realmente reponha as perdas monet\u00e1rias. E ent\u00e3o, nada obsta que o juiz considere \u00edndices previsto em outra legisla\u00e7\u00e3o.\nAt\u00e9 por uma quest\u00e3o de equidade, o melhor \u00edndice que pode substituir a TR \u00e9 o \u00edndice que corrige monetariamente o sal\u00e1rios dos trabalhadores e os benef\u00edcios previdenci\u00e1rios. Este \u00edndice est\u00e1 previsto na Lei 12.382 de 25 de fevereiro de 2011, cujos primeiros artigos trazem a seguinte dic\u00e7\u00e3o:\n\nArt. 1o O sal\u00e1rio m\u00ednimo passa a corresponder ao valor de R$ 545,00 (quinhentos e quarenta e cinco reais).\nPar\u00e1grafo \u00fanico. Em virtude do disposto no caput, o valor di\u00e1rio do sal\u00e1rio m\u00ednimo corresponder\u00e1 a R$ 18,17 (dezoito reais e dezessete centavos) e o valor hor\u00e1rio, a R$ 2,48 (dois reais e quarenta e oito centavos).\nArt. 2o Ficam estabelecidas as diretrizes para a pol\u00edtica de valoriza\u00e7\u00e3o do sal\u00e1rio m\u00ednimo a vigorar entre 2012 e 2015, inclusive, a serem aplicadas em 1o de janeiro do respectivo ano.\n\u00a7 1o Os reajustes para a preserva\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo do sal\u00e1rio m\u00ednimo corresponder\u00e3o \u00e0 varia\u00e7\u00e3o do \u00cdndice Nacional de Pre\u00e7os ao Consumidor INPC, calculado e divulgado pela Funda\u00e7\u00e3o Instituto Brasileiro de Geografia e Estat\u00edstica - IBGE, acumulada nos doze meses anteriores ao m\u00eas do reajuste.\n\u00a7 2o Na hip\u00f3tese de n\u00e3o divulga\u00e7\u00e3o do INPC referente a um ou mais meses compreendidos no per\u00edodo do c\u00e1lculo at\u00e9 o \u00faltimo dia \u00fatil imediatamente anterior \u00e0 vig\u00eancia do reajuste, o Poder Executivo estimar\u00e1 os \u00edndices dos meses n\u00e3o dispon\u00edveis.\n\u00a7 3o Verificada a hip\u00f3tese de que trata o \u00a7 2o, os \u00edndices estimados permanecer\u00e3o v\u00e1lidos para os fins desta Lei, sem qualquer revis\u00e3o, sendo os eventuais res\u00edduos compensados no reajuste subsequente, sem retroatividade.\n\u00a7 4o A t\u00edtulo de aumento real, ser\u00e3o aplicados os seguintes percentuais:\nI - em 2012, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do Produto Interno Bruto - PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2010;\nII - em 2013, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2011;\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nIII - em 2014, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2012; e\n\nIV - em 2015, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2013.\n\n\u00a7 5o Para fins do disposto no \u00a7 4o, ser\u00e1 utilizada a taxa de crescimento real do PIB para o ano de refer\u00eancia, divulgada pelo IBGE at\u00e9 o \u00faltimo dia \u00fatil do ano imediatamente anterior ao de aplica\u00e7\u00e3o do respectivo aumento real.\n\nN\u00e3o h\u00e1 porque ter dois pesos e duas medidas. Se o sal\u00e1rio m\u00ednimo \u00e9 corrigido monetariamente pelo INPC, o dep\u00f3sito do FGTS que, em \u00faltimas an\u00e1lise, \u00e9 um sal\u00e1rio indireto do trabalhador, tamb\u00e9m h\u00e1 de s\u00ea-lo.\nE observe que o objetivo da Lei em corrigir o sal\u00e1rio m\u00ednimo pelo INPC decorre exclusivamente da necessidade de preservar seu poder aquisitivo. A necessidade de preservar o poder aquisitivo \u00e9 um constante em todas as transa\u00e7\u00f5es financeiras, e ela s\u00f3 aperfei\u00e7oa quando rep\u00f5e efetivamente as perdas inflacion\u00e1rias.\nOutro \u00edndice que se mostra aplic\u00e1vel, na hip\u00f3tese deste douto Ju\u00edzo entender que n\u00e3o se aplicaria o INPC, \u00e9 o IPCA, \u00edndice oficial do Governo Federal para medi\u00e7\u00e3o das metas inflacion\u00e1rias, contratadas com o FMI, a partir de julho de 1999.\nAmbos os \u00edndices s\u00e3o infinitamente mais adequados a preservar o poder aquisitivo dos dep\u00f3sitos do FGTS do que a aniquilada TR.\n\n3. DO PREQUESTIONAMENTO PARA EVENTUAL INTERPOSI\u00c7\u00c3O DE RECURSO ESPECIAL OU RECURSO EXTRAORDIN\u00c1RIO\n\nInicialmente \u00e9 importante retratar que o tema em debate cuida de mat\u00e9ria de ordem p\u00fablica, a qual ultrapassa a esfera individual do cidad\u00e3o atingindo toda a ordem social quer seja jur\u00eddica, quer seja em \u00e2mbito pol\u00edticosocial afetando, dessa forma, toda a parcela da sociedade comprometida com o bem comum.\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nSublinha-se que a mat\u00e9ria ora ventilada, afronta de pronto preceitos Constitucionais que violam os Direitos Garantia de todos os trabalhadores que possuem conta vinculada do FGTS.\nAssim, h\u00e1 repercuss\u00e3o geral na presente a\u00e7\u00e3o, frente ao Estado Democr\u00e1tico de Direito, compromiss\u00e1rio e dirigente que tem como postulado a seguran\u00e7a jur\u00eddica.\nNo mais, com efeito, o tema apresenta relev\u00e2ncia do ponto de vista jur\u00eddico, uma vez que a defini\u00e7\u00e3o sobe a constitucionalidade dessa exa\u00e7\u00e3o nortear\u00e1 o julgamento de in\u00fameros processos similares, que tramitam neste e nos demais tribunais brasileiros. Al\u00e9m de fixar a interpreta\u00e7\u00e3o da Corte sobre os dispositivos constitucionais suscitados no feito.\nNesse contexto, em breve s\u00edntese, a aplica\u00e7\u00e3o da T.R como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria do FGTS, encontraria respaldo em dois artigos da Lei n\u00ba 8.036/90, art. 2\u00ba e art. 13.\nAssim, entendemos, data venia, que h\u00e1 uma obrigatoriedade de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e de remunera\u00e7\u00e3o por meio de juros dos dep\u00f3sitos efetuados nas contas vinculadas do FGTS, sen\u00e3o vejamos:\n\nArt. 2\u00ba O FGTS \u00e9 constitu\u00eddo pelos saldos das contas vinculadas a que se refere esta lei e outros recursos a ele incorporados, devendo ser aplicados com atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e juros, de modo a assegurar a cobertura de suas obriga\u00e7\u00f5es. Art. 13. Os dep\u00f3sitos efetuados nas contas vinculadas ser\u00e3o corrigidos monetariamente com base nos par\u00e2metros fixados para atualiza\u00e7\u00e3o dos saldos dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a e capitaliza\u00e7\u00e3o juros de (tr\u00eas) por cento ao ano.\nTodavia, a realiza\u00e7\u00e3o de interpreta\u00e7\u00e3o ou decis\u00e3o diversa, no\nsentido que as contas vinculadas do FGTS devem ser corrigidas pela TR, por for\u00e7a\ndo citado artigo 13, viria a ferir v\u00e1rios preceitos constitucionais.\nNesse sentido, referido artigo 13, desobedeceria os limites\nmateriais de in\u00fameros fundamentos e princ\u00edpios constitucionais, como o Estado\nDemocr\u00e1tico de Direito, atentando contra a Dignidade da pessoa Humana (art.\n1\u00ba e inciso III, da CF), bem como os princ\u00edpios da igualdade, seguran\u00e7a jur\u00eddica\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\n(art. 5\u00ba, caput, da CF), da prote\u00e7\u00e3o ao direito de propriedade, direito adquirido (art. 5\u00ba, XXII e XXXVI da CF) e moralidade (art. 37 da CF).\nNessa mesma linha, recentemente o Supremo Tribunal Federal decidiu pela inconstitucionalidade da utiliza\u00e7\u00e3o da Taxa Referencial - TR - como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria para o pagamento dos chamados precat\u00f3rios (ADI n\u00ba 4357) reafirmando entendimento anteriormente adotado por aquela Corte na ADI n\u00ba 493. Essa decis\u00e3o tem desdobramentos que v\u00e3o al\u00e9m do processo no qual foi tomada. Isso porque a Lei n\u00ba 8.036/90 que estabelece as bases do Fundo de Garantia por Tempo de Servi\u00e7o \u2013 FGTS \u2013 tamb\u00e9m prev\u00ea a aplica\u00e7\u00e3o de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e h\u00e1 muito tempo \u00e9 utilizado o referido \u00edndice (TR) para corrigir referido fundo, o mesmo agora considerado inconstitucional para este fim pelo STF.\nAssim, a parte autora h\u00e1 por bem PREQUESTIONAR a mat\u00e9ria, para efeito de eventual interposi\u00e7\u00e3o de Recurso Especial e/ou Extraordin\u00e1rio, conforme fundamentos que passa a expor:\nInicialmente devemos nos recordar que a dignidade da pessoa humana \u00e9 valor constitucional supremo que agrega em torno de si a unanimidade dos demais direitos e garantias fundamentais do homem, envolvendo-se tanto em rela\u00e7\u00e3o aos direito \u00e0 vida como, tamb\u00e9m, aos direitos pessoais tradicionais, os direitos sociais, econ\u00f4micos, e as liberdades p\u00fablicas em geral.\nEm verdade quando o texto constitucional proclama a dignidade da pessoa humana est\u00e1 corroborando um imperativo de justi\u00e7a social, e consigna, acima de tudo, um sobreprinc\u00edpio (\u00e9 o caso dos diretos fundamentais).\nNesse sentido, em rela\u00e7\u00e3o ao caso concreto, \u00e9 necess\u00e1rio aprofundarmos um pouco mais nas consequ\u00eancias que esta subtra\u00e7\u00e3o de recursos do patrim\u00f4nio do trabalhador traz a todos, individual e coletivamente.\n\u00c9 de conhecimento geral que o Sistema Financeiro de Habita\u00e7\u00e3o disp\u00f5e dos recursos do FGTS para financiar o maior sonho de todo brasileiro \u2013\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\ncasa pr\u00f3pria. Tamb\u00e9m \u00e9 de conhecimento geral que a Caixa Econ\u00f4mica Federal \u00e9 o Banco que mais se utiliza destes recursos do SFH para financiar, emprestar dinheiro para os brasileiros comprarem a casa pr\u00f3pria.\nE, embora em princ\u00edpio, n\u00e3o haja correla\u00e7\u00e3o entre o trabalhador que tem dep\u00f3sitos no FGTS que s\u00e3o emprestados para financiar a casa pr\u00f3pria, e aquele que se vale do empr\u00e9stimo do SFH para adquirir sua casa pr\u00f3pria, em algum momento, trabalhador e mutu\u00e1rio s\u00e3o a mesma pessoa.\nE neste contexto de mutu\u00e1rio e trabalhador serem a mesma pessoa \u00e9 que se evidencia a maior sordidez da hist\u00f3ria recente deste Pa\u00eds.\nJ\u00e1 seria reprov\u00e1vel o fato de a Caixa pegar um dinheiro a juros baixos e sem nenhuma corre\u00e7\u00e3o e emprest\u00e1-lo a juros muito altos, mesmo sem corre\u00e7\u00e3o (uma vez que a TR corrige presta\u00e7\u00f5es do SFH), evidencia que a institui\u00e7\u00e3o banc\u00e1ria leva imensa vantagem nesta negocia\u00e7\u00e3o.\nMas a situa\u00e7\u00e3o piora consideravelmente quando, a Caixa pega dinheiro a juros baixos, sem nenhuma corre\u00e7\u00e3o para o trabalhador, e empresta para ele mesmo.\nSuponhamos que um trabalhador queira adquirir uma casa pr\u00f3pria utilizando recursos do seu FGTS. Ele encontra o im\u00f3vel, mas verifica que seus recursos n\u00e3o s\u00e3o suficiente para adquiri-lo. Ent\u00e3o ele se dirige a um Banco para financiar a diferen\u00e7a, comprometendo sua renda por muitos anos.\nA maioria dos trabalhadores brasileiros, quando quer adquirir um im\u00f3vel, dirige-se \u00e0 Caixa Econ\u00f4mica Federal.\nTodavia, se o dep\u00f3sito do FGTS tivesse sido devidamente corrigido, se ele mantivesse seu poder de compra, ou o empr\u00e9stimo seria menor ou sequer haveria necessidade de o trabalhador comprometer sua renda e anos de trabalho para adquirir aquilo que \u00e9 o nosso sonho mais prim\u00e1rio, nossa necessidade mais rela como indiv\u00edduo e como povo brasileiro.\nA Caixa est\u00e1 emprestando para o trabalhador aquilo que ela deixou de pagar a ele a t\u00edtulo de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria na sua conta de FGTS.\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nO Trabalhador Brasileiro n\u00e3o merece isto! A Caixa vale-se da fragilidade humana para colocar-se como realizadora de sonhos, ao mesmo tempo em que, ano ap\u00f3s ano, aufere lucros exorbitantes \u00e0s custas do trabalhador. Ainda em rela\u00e7\u00e3o aos dispositivos constitucionais violados, apontamos a viola\u00e7\u00e3o ao direito de propriedade (art. 5\u00ba, XXII da CF) .\n\nO direito de propriedade decorre da pr\u00f3pria lei natural. Por isso, \u00e9 uma exig\u00eancia da natureza intelectual do homem. Enquanto os irracionais se contentam com a satisfa\u00e7\u00e3o de suas necessidades imediatas, o homem pode prever o seu futuro. Assim, para subsistir hoje e no tempo futuro, precisa apropriar-se de bens naturais, de consumo, bens fung\u00edveis e, tamb\u00e9m, de produ\u00e7\u00e3o.\n\nA propriedade \u00e9 a express\u00e3o da pessoa humana. \u00c9 fruto do seu trabalho ou do de seus antepassados. \u00c9 o espelho do indiv\u00edduo, que precisa de um aconchego preservado pela privacidade, onde pode ser ele mesmo, cercado dos sinais que identificam o seu eu. Ela estimula o trabalho, sendo o homem atra\u00eddo espontaneamente pela perspectiva da recompensa direta e pessoal de seus esfor\u00e7os.\n\nFinalmente, a propriedade \u00e9 penhor de uma sociedade articulada ou organizada, ao contr\u00e1rio da meramente coletiva, que tem por conseq\u00fc\u00eancia uma sociedade massificada, sem diversifica\u00e7\u00e3o nem liberdade. Ela defende os cidad\u00e3os contra a concentra\u00e7\u00e3o de todos os poderes nas m\u00e3os do Estado, garantindo a liberdade dos indiv\u00edduos e sua independ\u00eancia em rela\u00e7\u00e3o ao poder.\nNesse sentido:\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\n\"A propriedade faz parte da natureza do homem e da natureza das coisas. Como o trabalho, ela encerra um mist\u00e9rio \u2013 \u00e9 a proje\u00e7\u00e3o da personalidade humana sobre as coisas. A pessoa tende \u00e0 propriedade por um impulso instintivo, do mesmo modo que a nossa natureza animal tende ao alimento. O apetite da propriedade \u00e9 t\u00e3o natural \u00e0 nossa esp\u00e9cie como a fome e a sede; apenas \u00e9 de notar que estes s\u00e3o apetites da nossa natureza inferior, ao passo que aquele procede da nossa natureza superior. Todo o homem tem alma de propriet\u00e1rio, mesmo os que se julgam seus inimigos. \u00c9 isto que se entende quando se afirma que a propriedade decorre do direito natural\" (R.G. Renard, L\u2019\u00c9glise et la Question Sociale, p. 137 et seq.).\n\nPartindo das premissas acima, em 1991 e 1992, quando o STF julgou a ADI 493-0/DF, ele deixou bem assentado que a TR n\u00e3o constitu\u00eda \u00edndice que refletia a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda. Esta caracter\u00edstica da TR tem se confirmado ao longo dos anos. A sua aplica\u00e7\u00e3o aos saldos dos dep\u00f3sitos do FGTS tem gerado \u201cgigantesca destrui\u00e7\u00e3o de valor\u201d do patrim\u00f4nio do trabalhador. H\u00e1 anos, os trabalhadores que tem dep\u00f3sitos no FGTS n\u00e3o experimentam ganhos reais em sua aplica\u00e7\u00e3o. Ao contr\u00e1rio. H\u00e1 muito tempo, os trabalhadores tem rendimentos inferiores \u00e0 infla\u00e7\u00e3o, mesmo levando em conta a remunera\u00e7\u00e3o dos juros de 3% ao ano.\nO que torna a TR um \u00edndice inid\u00f4neo \u00e9 a intensa inger\u00eancia do Banco Central/CMN na sua formula\u00e7\u00e3o.\nDe pouco adiantaria ao trabalhador que fosse determinado ao Banco Central/CMN que recalculasse a TR, pois uma nova f\u00f3rmula estaria igualmente sob a discricionariedade e subjetivismo total do Banco. Basta avaliar a sucess\u00e3o de resolu\u00e7\u00f5es do Banco Central/CMN sobre o tema, conforme Parecer do referido Economista.\nPartindo da premissa inequ\u00edvoca de que a TR n\u00e3o rep\u00f5e as perdas monet\u00e1rias dos dep\u00f3sitos do FGTS - verifica-se de forma incontest\u00e1vel a destrui\u00e7\u00e3o de valor \u201ddo patrim\u00f4nio do trabalhador., outro caminho n\u00e3o existe se n\u00e3o o de adotar um novo \u00edndice que verdadeiramente corrija estes dep\u00f3sitos.\nComo se sabe, o \u00edndice de remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sico da poupan\u00e7a \u00e9 a Taxa Referencial \u2013 TR, \u00edndice controlado pelo Estado, e utilizado como instrumento de controle da economia \u2013 vide os sucessivos \u00edndices mensais\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nzerados, a fim de controle de aporte de capital nas poupan\u00e7as. Tanto a TR n\u00e3o se presta como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, que o STF j\u00e1 decidiu nesse sentido: \u2018A taxa referencial (TR) n\u00e3o \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria (...) n\u00e3o constitui \u00edndice que reflita a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda\u2019 (ADI 4930/DF, Relator Min. Moreira Alves, Plen\u00e1rio, DJ 4.9.1992).\nAssim sendo, texto t\u00e3o danoso ao cidad\u00e3o (art. 13 da lei 8.036/90) n\u00e3o poder\u00e1 ser tolerado pelo Judici\u00e1rio.\nLogo, declarada a inconstitucionalidade o \u00edndice aplicado ao precat\u00f3rio pago nos autos, deve ser tomado como vigente e aplicado ao caso concreto - atribuindo-se outro \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o, como retratado nos pedidos da presente a\u00e7\u00e3o.\nA ofensa ao art. 5\u00ba, caput, da CF, na vertente da seguran\u00e7a jur\u00eddica das rela\u00e7\u00f5es com a Caixa Econ\u00f4mica Federal, verifica-se, notadamente ap\u00f3s o reconhecimento pelo SFT que a TR n\u00e3o se presta como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, nesse sentido:\n\u2018A taxa referencial (TR) n\u00e3o \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria (...) n\u00e3o constitui \u00edndice que reflita a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda\u2019 (ADI 493-0/DF, Relator Min. Moreira Alves, Plen\u00e1rio, DJ 4.9.1992).\n\nLogo, como citado, resta clara a viola\u00e7\u00e3o aos arts. 1\u00ba, inc. III, 5\u00ba, caput e incs. XXII, XXXVI, e 37, caput, da Constitui\u00e7\u00e3o da Rep\u00fablica.\nFrise-se, o SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL j\u00e1 decidiu que envolve quest\u00e3o constitucional a discuss\u00e3o a respeito da aplica\u00e7\u00e3o ou n\u00e3o, nas contas vinculadas do FGTS, de \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria expurgados em decorr\u00eancia de planos de estabiliza\u00e7\u00e3o da economia.\nCom efeito, no dia 31-08-2000, em Sess\u00e3o Plen\u00e1ria, o STF ao apreciar o RE- n. 226855-RS consolidou entendimento de que a decis\u00e3o judicial que decreta a proced\u00eancia de pedido de pagamento de \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, sob a alega\u00e7\u00e3o de direito adquirido, trata de quest\u00e3o constitucional, pois est\u00e1 fundamentada na Constitui\u00e7\u00e3o Federal (art. 5\u00ba, XXXVI).\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nOu seja, ao apreciar pedido de aplica\u00e7\u00e3o de \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria extralegais, a decis\u00e3o judicial est\u00e1, obrigatoriamente, posicionandose quanto \u00e0 exist\u00eancia ou n\u00e3o de direito adquirido.\nPois bem, nos casos em que se pleiteiam a aplica\u00e7\u00e3o nas suas contas vinculadas do FGTS, de \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria com discuss\u00e3o de previs\u00e3o em leis vigentes - tratamos de an\u00e1lise de direito adquirido.\nA concess\u00e3o ou n\u00e3o do pedido depende ent\u00e3o da aprecia\u00e7\u00e3o, pelo juiz da causa, da exist\u00eancia ou n\u00e3o de direito adquirido aos \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria.\nLogo, caso o entendimento seja no sentido que n\u00e3o h\u00e1 aplica\u00e7\u00e3o de direito adquirido ao \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o/atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria (TR) - torna-se poss\u00edvel a interpreta\u00e7\u00e3o no sentido de aplica\u00e7\u00e3o do \u00edndice que realmente cumpra o disposto no art.2\u00ba da lei n\u00ba n\u00ba 8.036/90.\nAssim, a parte autora requer, desde j\u00e1, que este MM.Juiz Federal \" a quo\" manifeste-se em sua r. senten\u00e7a sobre a ofensa aos dispositivos constitucionais citados.\nPortanto, resta PREQUESTIONADA a mat\u00e9ria pugnando pela PROCED\u00caNCIA DO PREQUESTIONAMENTO suscitado, requerendo ao Excelent\u00edssimo JUIZ FEDERAL que se pronuncie de forma objetiva, expl\u00edcita e fundamentada sobre o assunto.\n\n4. DOS HONOR\u00c1RIOS ADVOCAT\u00cdCIOS\nNo que tange a possibilidade de condena\u00e7\u00e3o da requerida em honor\u00e1rios advocat\u00edcios, o STF reiterou o entendimento de que cabe a cobran\u00e7a de honor\u00e1rios advocat\u00edcios nas a\u00e7\u00f5es entre o FGTS e os titulares das contas vinculadas. A decis\u00e3o foi tomada por unanimidade no julgamento do RExt 581.160, com repercuss\u00e3o geral reconhecida, interposto contra ac\u00f3rd\u00e3o do TRF da 1\u00aa regi\u00e3o.\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nSegundo o relator, ministro Ricardo Lewandowski, o ac\u00f3rd\u00e3o\nrecorrido julgou constitucional o artigo 29-C da lei 8.036/90, inserido pela MP\n2.164/01, que veda a condena\u00e7\u00e3o em honor\u00e1rios advocat\u00edcios nas a\u00e7\u00f5es entre\no FGTS e os titulares das contas vinculadas.\nOcorre que o STF j\u00e1 declarou o artigo inconstitucional no\njulgamento da ADIn 2.736, em que foi relator o ministro Cezar Peluso, que excluiu\no artigo 29-C da lei 8.036 do ordenamento legal. \"Entendo que o RExt deve ter o\nmesmo destino da ADIn, de modo que dou provimento ao pedido\", concluiu o\nministro.\nNesse sentido:\nEmenta: RECURSO EXTRAORDIN\u00c1RIO COM REPERCUSS\u00c3O GERAL RECONHECIDA. CONSTITUCIONAL. ART. 9\u00ba DA MP 2.164-41/2001. INTRODU\u00c7\u00c3O DO ART. 29-C NA LEI 8.036/1990. HONOR\u00c1RIOS ADVOCAT\u00cdCIOS. SUCUMB\u00caNCIA. A\u00c7\u00d5ES ENVOLVENDO O FGTS E TITULARES DE CONTAS VINCULADAS. INCONSTITUCIONALIDADE DECLARADA NA ADI 2.736/DF. RECURSO PROVIDO. I O Supremo Tribunal Federal, no julgamento da ADI 2.736/DF, Rel. Min. Cezar Peluso, declarou a inconstitucionalidade do art. 9\u00ba da MP 2.164-41/2001, na parte em que introduziu o art. 29-C na lei 8.036/1990, que vedava a condena\u00e7\u00e3o em honor\u00e1rios advocat\u00edcios \u201cnas a\u00e7\u00f5es entre o FGTS e os titulares de contas vinculadas, bem como naquelas em que figuram os respectivos representantes ou substitutos processuais\u201d. II - Os mesmos argumentos devem ser aplicados \u00e0 solu\u00e7\u00e3o do lit\u00edgio de que trata o presente recurso. III - Recurso extraordin\u00e1rio conhecido e provido.( RE 581160 / MG - MINAS GERAIS . PROCESSO ELETR\u00d4NICO. Relator(a): Min. RICARDO LEWANDOWSKI REPERCUSS\u00c3O GERAL - M\u00c9RITO. Julgamento: 20/06/2012 . \u00d3rg\u00e3o Julgador: Tribunal Pleno.DJe-166 DIVULG 22-08-2012 PUBLIC 23-08-2012- Tema 116 - Direito a honor\u00e1rios advocat\u00edcios nas a\u00e7\u00f5es que visam obter expurgos inflacion\u00e1rios de FGTS.- Ac\u00f3rd\u00e3os citados: ADI 162 MC, ADI 525 MC, ADI 1647, ADI 1753 MC,ADI 2213 MC, ADI 2736.)\n\n5. CONCLUS\u00d5ES\nA Taxa Referencial, enquanto \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria assim considerada pela atual jurisprud\u00eancia p\u00e1tria, n\u00e3o pode ser reduzida a Zero, como tem sido nos \u00faltimos meses, pois afronta flagrantemente o artigo 2\u00ba da Lei n\u00ba 8.036/90, que garante atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria aos dep\u00f3sitos feitos no FGTS.\nComo \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, a TR deveria garantir o poder aquisitivo dos dep\u00f3sitos do FGTS, que se perfaz levando em conta os\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\n\u00edndices de infla\u00e7\u00e3o. Desde janeiro de 1999, a TR se distanciou sensivelmente dos \u00edndices oficiais de infla\u00e7\u00e3o, impingindo profundas perdas aos dep\u00f3sitos do FGTS, tornando-se inid\u00f4nea para garantir a reposi\u00e7\u00e3o de perdas monet\u00e1rias.\nA inidoneidade da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria decorre de mudan\u00e7as introduzidas na sua metodologia de c\u00e1lculo pelo Banco Central do Brasil/CMN que, atrav\u00e9s do mecanismo econ\u00f4mico de um redutor, vem nitidamente manipulando o \u00edndice para que ele se desprenda da infla\u00e7\u00e3o at\u00e9 anul\u00e1-la completamente, a despeito de um quadro de infla\u00e7\u00e3o persistente no Pa\u00eds.\nA Caixa Econ\u00f4mica Federal est\u00e1 se prestando ao papel de espoliador do FGTS, na medida em que disp\u00f5e do patrim\u00f4nio do trabalhador sem a devida contrapresta\u00e7\u00e3o. A corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria aplicada ao FGTS tem sido h\u00e1 muito tempo menor que a infla\u00e7\u00e3o registrada, de forma que descumpre n\u00e3o s\u00f3 o artigo 2\u00ba da lei n\u00ba 8.036/90, artigo 233 do C\u00f3digo Civil, mas tamb\u00e9m toda a l\u00f3gica e princ\u00edpios do mercado econ\u00f4mico.\nQuem empresta tem direito a ser remunerado com juros e a totalidade da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. O trabalhador n\u00e3o pode ser obrigado a subsidiar ainda mais os projetos do Governo Federal. O \u201cainda mais\u201d decorre do fato de os juros de 3% do FGTS serem os menores do mercado, o qu\u00ea, por si s\u00f3, demonstra que ele j\u00e1 est\u00e1 fazendo sua parte sob a perspectiva social.\nNegar o direito de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria aos dep\u00f3sitos do FGTS, Fundo do qual o trabalhador n\u00e3o pode simplesmente sacar seu dinheiro para aplicar em outro fundo mais rent\u00e1vel, configura ato de tirania, incompat\u00edvel com um Estado Democr\u00e1tico de Direito e deve ser de pronto recha\u00e7ado.\nSe o Governo Brasileiro remunerasse os investidores internacionais com TR mais 3% a.a, como faz com os trabalhadores, haveria um fuga em massa dos investimentos no Pa\u00eds, e certamente estar\u00edamos experimentando uma tsunami econ\u00f4mica e n\u00e3o uma simples \u201cmarolinha\u201d.\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nSendo a TR \u00edndice inid\u00f4neo para restabelecer o poder aquisitivo dos dep\u00f3sitos do FGTS, sua substitui\u00e7\u00e3o por outro \u00edndice que melhor recomponha as perdas monet\u00e1rias se torna imperioso, a fim de fazer prevalecer o artigo 2\u00ba da lei n\u00ba 8.036/90 e artigo 233 do C\u00f3digo Civil.\nPosto que desde janeiro de 1999 o redutor criado pelo Banco Central/CMN promoveu o completo distanciamento da TR dos \u00edndices oficiais de infla\u00e7\u00e3o, temos que desde ent\u00e3o ela perdeu sua condi\u00e7\u00e3o de repor as perdas inflacion\u00e1rias dos dep\u00f3sitos do FGTS, devendo desde esta data ser substitu\u00edda pelo INPC, alternativamente, pelo IPCA.\n\n6. DA DESNECESSIDADE DA JUNTADA DE EXTRATOS QUANDO DA PROPOSITURA DA A\u00c7\u00c3O\nConforme relatado nos autos, os trabalhadores substitu\u00eddos pelo autor possuem dep\u00f3sito em conta vinculada do FGTS junto a institui\u00e7\u00e3o financeira r\u00e9.\nA Resolu\u00e7\u00e3o 913 do Banco Central determina, em seu art. 1, par\u00e1grafo 1., que a Institui\u00e7\u00e3o Financeira deve \u201cmanter arquivos dos microfilmes, de f\u00e1cil consulta, devidamente ordenados classificados e catalogados, sem preju\u00edzo de outras medidas que objetivem facilitar e agilizar as consultas...\u201d\nN\u00e3o h\u00e1 a necessidade da juntada dos extratos das contas vinculadas ao FGTS em nome dos interessados, pois o \u201cdocumento essencial \u00e0 propositura da a\u00e7\u00e3o\u201d n\u00e3o pode ser confundido com \"\u00f4nus da prova do fato constitutivo do direito\". Sabe-se que ao autor cabe provar os fatos que alega na exordial, entretanto isso quer dizer que deve faz\u00ea-lo mediante apresenta\u00e7\u00e3o de prova pr\u00e9-constitu\u00edda quando do ajuizamento da a\u00e7\u00e3o.\nTal prova pode ser produzida durante a instru\u00e7\u00e3o processual, que \u00e9 o momento oportuno para tanto, e pelos meios de prova regulares, inclusive, se for o caso, mediante requisi\u00e7\u00e3o dos documentos ou das informa\u00e7\u00f5es diretamente a quem as possua.\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nTal entendimento est\u00e1 em conson\u00e2ncia com o entendimento do\nSTJ sobre o tema, conforme a jurisprud\u00eancia que segue:\nCONSTITUCIONAL. PROCESSUAL CIVIL. A\u00c7\u00c3O CIVIL COLETIVA. DIFEREN\u00c7AS DE CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA DE CONTAS DO FGTS. LEGITIMA\u00c7\u00c3O ATIVA DAS ENTIDADES SINDICAIS. NATUREZA E LIMITES. PROVA DO FATO CONSTITUTIVO DO DIREITO AFIRMADO E DOCUMENTO ESSENCIAL \u00c0 PROPOSITURA DA DEMANDA. DISTIN\u00c7\u00d5ES. 1. As entidades sindicais t\u00eam legitimidade ativa para demandar em ju\u00edzo a tutela de direitos subjetivos individuais dos integrantes da categoria, desde que se tratem de direitos homog\u00eaneos e que guardem rela\u00e7\u00e3o de pertencialidade com os fins institucionais do Sindicato demandante. 2. A legitima\u00e7\u00e3o ativa, nesses casos, se opera em regime de substitui\u00e7\u00e3o processual, visando a obter senten\u00e7a condenat\u00f3ria de car\u00e1ter gen\u00e9rico, nos moldes da prevista no art. 95 da Lei n. 8078/90, sem qualquer ju\u00edzo a respeito da situa\u00e7\u00e3o particular dos substitu\u00eddos, dispensando, nesses limites, a autoriza\u00e7\u00e3o individual dos substitu\u00eddos. 3. A individualiza\u00e7\u00e3o da situa\u00e7\u00e3o particular, bem assim a correspondente liquida\u00e7\u00e3o e execu\u00e7\u00e3o dos valores devidos a cada um dos substitu\u00eddos, se n\u00e3o compostas espontaneamente, ser\u00e3o objeto de a\u00e7\u00e3o pr\u00f3pria (a\u00e7\u00e3o de cumprimento da senten\u00e7a condenat\u00f3ria gen\u00e9rica), a ser promovida pelos interessados, ou pelo Sindicato, aqui em regime de representa\u00e7\u00e3o. 4. N\u00e3o se pode confundir \"documento essencial \u00e0 propositura da a\u00e7\u00e3o\" com \"\u00f4nus da prova do fato constitutivo do direito\". Ao autor cumpre provar os fatos que d\u00e3o sustento ao direito afirmado na peti\u00e7\u00e3o inicial, mas isso n\u00e3o significa dizer que deve faz\u00ea-lo mediante apresenta\u00e7\u00e3o de prova pr\u00e9constitu\u00edda e j\u00e1 por ocasi\u00e3o do ajuizamento da demanda. Nada impede que o fa\u00e7a na instru\u00e7\u00e3o processual e pelos meios de prova regulares. 5. Em se tratando de a\u00e7\u00e3o coletiva para tutela de direitos individuais homog\u00eaneos, que visa a uma senten\u00e7a condenat\u00f3ria gen\u00e9rica, a prova do fato constitutivo do direito subjetivo individual dever\u00e1 ser produzida por ocasi\u00e3o da a\u00e7\u00e3o de cumprimento, oportunidade em que se far\u00e1 o exame das situa\u00e7\u00f5es particulares dos substitu\u00eddos, visando a identificar e mensurar cada um dos direitos subjetivos genericamente reconhecidos na senten\u00e7a de proced\u00eancia. 6. Recurso especial a que se nega provimento. RECURSO ESPECIAL N\u00ba 487.202 - RJ (2002/0138531-8)\nAssim, os autores fazem jus a receberem C\u00d3PIA DO EXTRATOS\nANAL\u00cdTICO DO FGTS, os quais dever\u00e3o ser apresentados pela r\u00e9.\n\n7. DO VALOR DA CAUSA\n\nNos termos da pac\u00edfica jurisprud\u00eancia do STJ, nos casos de litiscons\u00f3rcio ativo, o valor da causa para o fim de fixa\u00e7\u00e3o de compet\u00eancia deve ser individual a cada litisconsorte.\nAssim \u00e9 a jurisprud\u00eancia do STJ:\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nPROCESSUAL CIVIL. JUIZADOS ESPECIAIS. VALOR DA CAUSA INFERIOR A SESSENTA SAL\u00c1RIOS M\u00cdNIMOS. LITISCONS\u00d3RCIO ATIVO. VALOR INDIVIDUAL DE CADA LITISCONSORTE. S\u00daMULA 83/STJ. RECURSO ESPECIAL N\u00c3O CONHECIDO. Em se tratando de litiscons\u00f3rcio ativo facultativo, para que se fixe a compet\u00eancia dos Juizados Especiais, deve ser considerado o valor de cada autor, individualmente, n\u00e3o importando se a soma ultrapassa o limite dos 60 (sessenta) sal\u00e1rios m\u00ednimos. Precedentes. S\u00famula 83/STJ. Agravo regimental improvido.(STJ - AgRg no REsp: 1376544 SP 2012/0214836-8, Relator: Ministro HUMBERTO MARTINS, Data de Julgamento: 28/05/2013, T2 - SEGUNDA TURMA, Data de Publica\u00e7\u00e3o: DJe 05/06/2013)\nAssim, verifica-se que o Juizado Especial Federal \u00e9 competente\npara a aprecia\u00e7\u00e3o da presente demanda.\n8. DOS PEDIDOS\n\na\u00e7\u00e3o.\n\nAnte ao exporto, requer: a) A cita\u00e7\u00e3o da requerida, para querendo contestar a presente\n\nb) Seja a presente a\u00e7\u00e3o JULGADA TOTALMENTE PROCEDENTE para condenar a r\u00e9 a:\n\nb.1) Aplicar nas contas do FGTS da parte autora em substitui\u00e7\u00e3o a TR, do INPC, ou, sucessivamente, aplica\u00e7\u00e3o do IPCA, ou, sucessivamente a aplica\u00e7\u00e3o de qualquer outro \u00edndice que reponha as perdas inflacion\u00e1rias do trabalhador nas contas do FGTS, no entender deste Douto Ju\u00edzo, de acordo com os pedidos anteriores, bem como\n\nb.2) Pagar em favor do(a) autor(a), o valor correspondente \u00e0s diferen\u00e7as de FGTS em raz\u00e3o da aplica\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria pelo INPC nos meses em que a TR foi zero, nas parcelas vencidas e vincendas, bem como pagar, em favor do(a) autor(a), o valor correspondente \u00e0s diferen\u00e7as de FGTS\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nem raz\u00e3o da aplica\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria pelo INPC, desde Janeiro de 1999, nos meses em que a TR n\u00e3o foi zero, mas foi menor que a infla\u00e7\u00e3o do per\u00edodo; ou, sucessivamente,\n\nb.3) Pagar em favor do(a) autor(a), o valor correspondente \u00e0s diferen\u00e7as de FGTS em raz\u00e3o da aplica\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria pelo lPCA nos meses em que a TR foi zero, bem como, a pagar em favor do(a) autor(a), o valor correspondente \u00e0s diferen\u00e7as de FGTS em raz\u00e3o da aplica\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria pelo IPCA desde Janeiro de 1999, nos meses em que a TR n\u00e3o foi zero, mas foi menor que a infla\u00e7\u00e3o do per\u00edodo; ou, sucessivamente,\n\nb.4 ) Pagar em favor do(a) autor(a), o valor correspondente \u00e0s diferen\u00e7as de FGTS em raz\u00e3o da aplica\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria por qualquer outro \u00edndice que reponha as perdas inflacion\u00e1rias do trabalhador nas contas do FGTS, no entender deste Douto Ju\u00edzo, desde janeiro de 1999, inclusive nos meses em que a TR foi zero.\n\nc) Sobre os valores devidos pela condena\u00e7\u00e3o de que tratam os itens acima, dever\u00e3o incidir corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria desde a inadimpl\u00eancia da Caixa, bem como os juros legais.\n\nd) Seja compelida a requerida para que, apresente c\u00f3pia dos extratos anal\u00edticos do FGTS do(a) autor(a), com fixa\u00e7\u00e3o de prazo para cumprimento da ordem e fixa\u00e7\u00e3o de multa di\u00e1ria em caso de descumprimento.\n\ne) A condena\u00e7\u00e3o da Caixa ao pagamento das custas e honor\u00e1rios advocat\u00edcios de 20% sobre o valor da condena\u00e7\u00e3o.\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nf) A concess\u00e3o em favor do(a) autor(a) do Benef\u00edcio da Assist\u00eancia Judici\u00e1ria, eis que os mesmos n\u00e3o possuem condi\u00e7\u00f5es de suportar as custas e demais despesas processuais, sem preju\u00edzo do seu sustento e de suas fam\u00edlias, nos termos da Lei 1.060/50 e 5.584/70.\n\ng) Ainda, que este MM. Juiz Federal \"a quo\" manifeste-se em sua r. senten\u00e7a sobre a exig\u00eancia de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria do art. 2\u00ba da lei n\u00ba 8.036/90 que garante atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria aos dep\u00f3sitos das contas vinculadas do FGTS;\n\nh) Por fim, que este MM.Juiz Federal \"a quo\" manifeste-se em sua r. senten\u00e7a sobre os fundamentos que a utiliza\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o desobedeceria os limites materiais de in\u00fameros fundamentos e princ\u00edpios constitucionais, como o Estado Democr\u00e1tico de Direito, atentando contra a Dignidade da pessoa Humana (art. 1\u00ba e inciso III, da CF), bem como os princ\u00edpios da igualdade, seguran\u00e7a jur\u00eddica (art. 5\u00ba, caput, da CF), da prote\u00e7\u00e3o ao direito de propriedade, direito adquirido (art. 5\u00ba, XXII e XXXVI da CF) e moralidade (art. 37 da CF). Logo, resta PREQUESTIONADA a mat\u00e9ria pugnando pela PROCED\u00caNCIA DO PREQUESTIONAMENTO suscitado, requerendo ao Excelent\u00edssimo JUIZ FEDERAL que se pronuncie de forma objetiva, expl\u00edcita e fundamentada sobre o assunto.\n\nProtesta provar o alegado por todos os meios de prova admitidos em direito, em especial a prova documental.\nAtribu\u00ed-se \u00e0 causa o valor de R$ 1.000,00. Crici\u00fama, 10 de dezembro de 2013.\n\nJAIR S\u00c1 JUNIOR OAB/SC 26.344 OAB/SP 322.667\n\nGEBDIEL GON\u00c7ALVES S\u00c1 OAB/SC 23.914\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 4 (Solon) - IdDocumentoCompleto: 5011267-60.2014.4.04.7204-721405598917798740250000000011", "text": "S\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nEXCELENT\u00cdSSIMO (A) SENHOR (A) JUIZ (A) FEDERAL DA ___ VARA FEDERAL DA SUBSE\u00c7\u00c3O JUDICI\u00c1RIA DE CRICI\u00daMA - SC\n\nA PARTE AUTORA, j\u00e1 qualificada eletronicamente, por seus procuradores que esta subscrevem, Dr. GEBDIEL GON\u00c7ALVES S\u00c1, brasileiro, casado, advogado devidamente inscrito na OAB/SC sob o n\u00ba 23.914 e JAIR S\u00c1 JUNIOR, brasileiro, casado, advogado devidamente inscrito na OAB/SC 26.344, ambos com endere\u00e7o profissional a Rua Jo\u00e3o Pessoa, n\u00ba 380, centro, munic\u00edpio de Crici\u00fama, SC, onde recebe avisos e intima\u00e7\u00f5es, v\u00eam \u00e0 presen\u00e7a de V. Ex\u00aa, com o devido respeito, propor a presente:\nA\u00c7\u00c3O ORDIN\u00c1RIA DE CORRE\u00c7\u00c3O DOS SALDOS DO FGTS\nEm desfavor da CAIXA ECON\u00d4MICA FEDERAL, com sede no SBS quadra 04 lotes 3/4 Matriz, Bras\u00edlia \u2013 DF, CEP: 70092-900 e com filial nesta cidade, situada \u00e0 rua Santo Antonio, 180, CEP 88801-440, pelas raz\u00f5es de fato e de direito que passa a expor.\n1. DOS FATOS\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nO processo em tela trata de quest\u00e3o de extrema import\u00e2ncia para\nmilh\u00f5es de trabalhadores brasileiros e diz respeito ao Fundo de Garantia por\nTempo de Servi\u00e7o. O Fundo de Garantia por Tempo de Servi\u00e7o foi criado na\nd\u00e9cada de 1960 para proteger o trabalhador, como suced\u00e2neo da antiga\nestabilidade decenal. \u00c9 constitu\u00eddo por valores depositados pelas empresas em\nnome de seus empregados e possibilita que o trabalhador forme um patrim\u00f4nio.\nNesse sentido, verifica-se no s\u00edtio eletr\u00f4nico da Caixa Econ\u00f4mica\nFederal que o FGTS hoje financia programas de habita\u00e7\u00e3o popular, saneamento\nb\u00e1sico e infraestrutura urbana.\nAssim, o FGTS \u00e9 regido pelas disposi\u00e7\u00f5es da Lei n\u00ba 8.036, de 11 de\nmaio de 1990, por normas e diretrizes estabelecidas pelo seu Conselho Curador e\ngerido pela Caixa Econ\u00f4mica Federal. Dos artigos 2\u00ba e 13 da Lei n\u00ba 8.036/90 extraI-se que h\u00e1 uma\nobrigatoriedade de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e de remunera\u00e7\u00e3o por meio de juros\ndos dep\u00f3sitos efetuados nas contas vinculadas do FGTS, sen\u00e3o vejamos:\nArt. 2\u00ba O FGTS \u00e9 constitu\u00eddo pelos saldos das contas vinculadas a que se refere esta lei e outros recursos a ele incorporados, devendo ser aplicados com atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e juros, de modo a assegurar a cobertura de suas obriga\u00e7\u00f5es. Art. 13. Os dep\u00f3sitos efetuados nas contas vinculadas ser\u00e3o corrigidos monetariamente com base nos par\u00e2metros fixados para atualiza\u00e7\u00e3o dos saldos dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a e capitaliza\u00e7\u00e3o juros de (tr\u00eas) por cento ao ano.\n\nRessalte-se que o par\u00e2metro fixado para a atualiza\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos dos saldos de poupan\u00e7a e consequentemente dos dep\u00f3sitos do FGTS \u00e9 a Taxa Referencial \u2013 TR, conforme prescrevem os artigos 12 e 17 da Lei n\u00ba 8.177, de 1\u00ba de mar\u00e7o de 1991, com reda\u00e7\u00e3o da lei n\u00ba 12.703, de 7 de agosto de 2012, cuja dic\u00e7\u00e3o \u00e9 a seguinte:\n\nArt. 12. Em cada per\u00edodo de rendimento, os dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a ser\u00e3o remunerados:I - como remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica, por taxa correspondente \u00e0 acumula\u00e7\u00e3o das TRD, no per\u00edodo transcorrido entre o dia do \u00faltimo cr\u00e9dito de rendimento, inclusive, e o dia do cr\u00e9dito de rendimento, exclusive;II - como remunera\u00e7\u00e3o adicional, por juros de: (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n \u00ba 12.703, de 2012)a) 0,5% (cinco d\u00e9cimos por cento) ao m\u00eas, enquanto a meta da taxa Selic\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nao ano, definida pelo Banco Central do Brasil, for superior a 8,5% (oito inteiros e cinco d\u00e9cimos por cento); ou (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n \u00ba 12.703, de 2012)b) 70% (setenta por cento) da meta da taxa Selic ao ano, definida pelo Banco Central do Brasil, mensalizada, vigente na data de in\u00edcio do per\u00edodo de rendimento, nos demais casos. (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n \u00ba 12.703, de 2012)(...)\n\nArt. 17. A partir de fevereiro de 1991, os saldos das contas do Fundo de Garantia por Tempo de Servi\u00e7o (FGTS) passam a ser remunerados pela taxa aplic\u00e1vel \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a com data de anivers\u00e1rio no dia 1\u00b0, observada a periodicidade mensal para remunera\u00e7\u00e3o. Par\u00e1grafo \u00fanico. As taxas de juros previstas na legisla\u00e7\u00e3o em vigor do FGTS s\u00e3o mantidas e consideradas como adicionais \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o prevista neste artigo.\nRetrata a Lei n\u00ba 8.177/91 a forma como a TR ser\u00e1 calculada:\nArt. 1\u00b0 O Banco Central do Brasil divulgar\u00e1 Taxa Referencial (TR), calculada a partir da remunera\u00e7\u00e3o mensal m\u00e9dia l\u00edquida de impostos, dos dep\u00f3sitos a prazo fixo captados nos bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos m\u00faltiplos com carteira comercial ou de investimentos, caixas econ\u00f4micas, ou dos t\u00edtulos p\u00fablicos federais, estaduais e municipais, de acordo com metodologia a ser aprovada pelo Conselho Monet\u00e1rio Nacional, no prazo de sessenta dias, e enviada ao conhecimento do Senado Federal.\u00a7 1\u00b0 A TR ser\u00e1 mensalmente divulgada pelo Banco Central do Brasil, no m\u00e1ximo at\u00e9 o oitavo dia \u00fatil do m\u00eas de refer\u00eancia. (Revogado pela Lei n\u00ba 8.660, de 1993)\u00a7 2\u00b0 As institui\u00e7\u00f5es que venham a ser utilizadas como bancos de refer\u00eancia, dentre elas, necessariamente, as dez maiores do Pa\u00eds, classificadas pelo volume de dep\u00f3sitos a prazo fixo, est\u00e3o obrigadas a fornecer as informa\u00e7\u00f5es de que trata este artigo, segundo normas estabelecidas pelo Conselho Monet\u00e1rio Nacional, sujeitando-se a institui\u00e7\u00e3o e seus administradores, no caso de infra\u00e7\u00e3o \u00e0s referidas normas, \u00e0s penas estabelecidas no art. 44 da Lei n\u00b0 4.595, de 31 de dezembro de 1964.\u00a7 3\u00b0 Enquanto n\u00e3o aprovada a metodologia de c\u00e1lculo de que trata este artigo, o Banco Central do Brasil fixar\u00e1 a TR.\n\nLogo, a metodologia de c\u00e1lculo foi h\u00e1 muito tempo definida pela Banco Central-Conselho Monet\u00e1rio Nacional (CMN), e hoje est\u00e1 vigente sob a forma da Resolu\u00e7\u00e3o n\u00ba 3.354, de 31 de mar\u00e7o de 2006.\nOcorre que, h\u00e1 muito tempo, a TR n\u00e3o reflete mais a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, tendo se distanciado completamente dos \u00edndices oficiais de infla\u00e7\u00e3o. Nos meses de setembro, outubro e novembro de 2009, janeiro e fevereiro de 2010, fevereiro e junho de 2012 e de setembro de 2012 em diante, a TR tem sido completamente anulada, como se n\u00e3o existisse qualquer infla\u00e7\u00e3o no per\u00edodo pass\u00edvel de corre\u00e7\u00e3o.\n\n2. PRELIMINARMENTE\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\na) LEGITIMIDADE PASSIVA DA CAIXA ECON\u00d4MICA FEDERAL\nTendo-se em vista que o processo em tela versa sobre corre\u00e7\u00e3o\nmonet\u00e1ria dos dep\u00f3sitos de FGTS, sobressai irrefut\u00e1vel a legitimidade passiva e\nexclusiva da Caixa Econ\u00f4mica Federal, conforme precedentes do STJ, sen\u00e3o\nvejamos:\nA\u00c7\u00c3O RESCIS\u00d3RIA. ADMINISTRATIVO. FGTS. CORRE\u00c7\u00c3O DOS SALDOS DAS CONTAS VINCULADAS. DIFEREN\u00c7AS DE EXPURGOS INFLACION\u00c1RIOS. TEMA J\u00c1 PACIFICADO NO STJ. PROCED\u00caNCIA DA A\u00c7\u00c3O.1. A mat\u00e9ria referente \u00e0 corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria das contas vinculadas ao FGTS, em raz\u00e3o das diferen\u00e7as de expurgos inflacion\u00e1rios, foi decidida pela Primeira Se\u00e7\u00e3o deste Superior Tribunal, no REsp n.1.111.201 - PE e no REsp n. 1.112.520 - PE, de relatoria do Exmo.Min. Benedito Gon\u00e7alves, ambos submetidos ao regime do art. 543-C do CPC e da Resolu\u00e7\u00e3o n. 8/08 do STJ, que tratam dos recursos representativos da controv\u00e9rsia, publicados no DJe de 4.3.2010.(...)3. Quanto \u00e0s demais preliminares alegadas, devidamente prequestionadas, esta Corte tem o entendimento no sentido de que, nas demandas que tratam da atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos saldos das contas vinculadas do FGTS, a legitimidade passiva ad causam \u00e9 exclusiva da Caixa Econ\u00f4mica Federal, por ser gestora do Fundo, com a exclus\u00e3o da Uni\u00e3o e dos bancos deposit\u00e1rios (S\u00famula 249/STJ).(...)(AR 1.962/SC, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, PRIMEIRA SE\u00c7\u00c3O, julgado em 08/02/2012, DJe 27/02/2012)\nS\u00famula 249/STJ \u2013 A Caixa Econ\u00f4mica Federal tem legitimidade passiva para integrar processo em que se discute corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria do FGTS.\nAssim, a presente a\u00e7\u00e3o foi proposta exclusivamente contra a\nCaixa Econ\u00f4mica Federal, conforme pacificamente definido pela jurisprud\u00eancia\nnacional.\nb) DA PRESCRI\u00c7\u00c3O\nNo que tange ao prazo prescricional, j\u00e1 est\u00e1 amplamente\nassentado na doutrina e jurisprud\u00eancia, que em rela\u00e7\u00e3o ao pleito de corre\u00e7\u00e3o\nmonet\u00e1ria do FGTS, a prescri\u00e7\u00e3o \u00e9 trinten\u00e1ria.\nNeste sentido, decis\u00e3o do STJ:\nRECURSO ESPECIAL. TRIBUT\u00c1RIO. FGTS. CORRE\u00c7\u00c3O DOS SALDOS DAS CONTAS VINCULADAS. DIFEREN\u00c7AS DE EXPURGOS INFLACION\u00c1RIOS. TEMA J\u00c1 JULGADO PELO REGIME DO ART. 543-C DO CPC E DA RESOLU\u00c7\u00c3O N. 8/08 DO STJ, QUE TRATAM DOS RECURSOS REPRESENTATIVOS DE CONTROV\u00c9RSIA.(...)3. No REsp n. 1.112.520 - PE, por seu turno, firmou-se o seguinte entendimento: 4. Outrossim,\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nn\u00e3o deve prevalecer a interpreta\u00e7\u00e3o da recorrente quanto \u00e0 ocorr\u00eancia de prescri\u00e7\u00e3o quinquenal, pois este Tribunal j\u00e1 decidiu que \u00e9 trinten\u00e1ria a prescri\u00e7\u00e3o para cobran\u00e7a de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria de contas vinculadas ao FGTS, nos termos das S\u00famula 210/STJ: \"A a\u00e7\u00e3o de cobran\u00e7a das contribui\u00e7\u00f5es para o FGTS prescreve em (30) trinta anos\".(...)(REsp 1150446 RJ 2009/0143136-0, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, Julgamento: 10/08/2010, \u00d3rg\u00e3o Julgador: T2 - SEGUNDA TURMA, Publica\u00e7\u00e3o: DJe 10/09/2010)\n\nAssim, a a\u00e7\u00e3o ora proposta n\u00e3o est\u00e1 alcan\u00e7ada pela prescri\u00e7\u00e3o trinten\u00e1ria, conforme se demonstrar\u00e1 adiante.\n\n2. DO M\u00c9RITO\n\na) AN\u00c1LISE DA CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA E DO FGTS\nA corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria existe entre n\u00f3s desde a d\u00e9cada de 1960. O principal te\u00f3rico da Corre\u00e7\u00e3o Monet\u00e1ria, o Advogado Tributarista Bulh\u00f5es Pedreira explica o seguinte:\n\u2019\u201dPor analogia com as unidades de medidas f\u00edsicas podemos dizer que o n\u00edvel geral de pre\u00e7os \u00e9 o padr\u00e3o prim\u00e1rio do valor financeiro, enquanto que a unidade monet\u00e1ria serve como padr\u00e3o secund\u00e1rio \u2013 usado, na pr\u00e1tica, para exprimir o valor financeiro, mas que deve ser aferido pelo padr\u00e3o prim\u00e1rio porque sujeito a modifica\u00e7\u00f5es.\u201d (BULH\u00d5ES PEDREIRA, Jos\u00e9 Luiz, \u201cCorre\u00e7\u00e3o Monet\u00e1ria; Indexa\u00e7\u00e3o Cambial. Obriga\u00e7\u00e3o Pecuni\u00e1ria\u201d, in \u201cRevista de Direito Administrativo\u201d, c. 193 p, 353 a 372 Jul/Set 1993).\nAinda, o autor Let\u00e1cio Jansen diz que Bulh\u00f5es Pedreira teria conseguido institucionalizar e colocar em pr\u00e1tica a sua doutrina principalmente atrav\u00e9s da Lei n\u00ba 4.357, de 1964, que criou o primeiro indexador da Economia Brasileira \u2013 a ORTN (obriga\u00e7\u00e3o reajust\u00e1vel do tesouro nacional), uma obriga\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria cuja fun\u00e7\u00e3o era fazer variar, periodicamente, a moeda nacional segundo a perda de seus respectivos poderes aquisitivos http://www.scamargo.adv.br/scripts/forum/textoTema.asp?id=81&tema=nvalida de+da+taxa+referencial+(TR)%3A+o+Significado+da+ADI+493-0-df).\nDesde esta data, uma pl\u00eaiade de \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria foi se sucedendo, at\u00e9 a entrada em vigor da Medida Provis\u00f3ria n\u00ba 294, de 31 de\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\njaneiro de 1991, que se transformou na Lei n\u00ba 8.177, de 1\u00ba de mar\u00e7o de 1991. Nesta oportunidade o Governo Collor pretendeu substituir a s\u00e9rie de indexadores tradicionais da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria brasileira (ORTN, OTN e BTN) que eram vinculados \u00e0 varia\u00e7\u00e3o dos n\u00edveis gerais de pre\u00e7os, pela Taxa Referencial, que tinha natureza financeira.\nAinda hoje permanece a perplexidade em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 natureza jur\u00eddica da TR, at\u00e9 por conta da pr\u00f3pria inconsist\u00eancia da lei que a criou, que ora a trata como taxa de juros (artigo 39) ora como indexador (artigo 18).\nTaxas de juros objetivam promover a remunera\u00e7\u00e3o do capital. S\u00e3o calculadas por quem disponibiliza o capital em benef\u00edcio de outra pessoa, f\u00edsica ou jur\u00eddica, para que empregue para satisfa\u00e7\u00e3o de determinada necessidade, na expectativa de lucro. Os indexadores, por outro lado, podem ser entendidos como \u00edndices calculados a partir da varia\u00e7\u00e3o de pre\u00e7os de mercado em determinado per\u00edodo. O seu objetivo est\u00e1 na corre\u00e7\u00e3o dos efeitos inflacion\u00e1rios, quando se compara valores monet\u00e1rios em diferentes \u00e9pocas.\nPois bem. Quando o STF enfrentou o tema da natureza da TR, disse atrav\u00e9s do voto vencedor da ADI 493-0/DF que:\nA Taxa Referencial (TR) n\u00e3o \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, pois, refletindo as varia\u00e7\u00f5es do custo prim\u00e1rio da capta\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos a prazo fixo, n\u00e3o constitui \u00edndice que reflita a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda.\n\nN\u00e3o obstante, os Ministros vencidos Celso de Mello, Marco Aur\u00e9lio e Ilmar Galv\u00e3o entenderam que a estrutura de c\u00e1lculo da taxa referencial n\u00e3o era suficiente para impedir sua utiliza\u00e7\u00e3o como par\u00e2metro de indexa\u00e7\u00e3o da economia.\nMesmo assim, naquela oportunidade, o STF entendeu que a TR possu\u00eda natureza de taxa de juros e declarou inconstitucional o artigo 18 da Lei n\u00ba 8.177/91, cujo texto original estabelecia que os saldos devedores e as presta\u00e7\u00f5es dos contratos integrantes do SFH, passariam a ser atualizados pela taxa aplic\u00e1vel \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica dos Dep\u00f3sitos de Poupan\u00e7a. Vale a pena transcrever a ementa deste julgado:\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nA\u00e7\u00e3o direta de inconstitucionalidade.- Se a lei alcan\u00e7ar os efeitos futuros de contratos celebrados anteriormente a ela, ser\u00e1 essa lei retroativa (retroatividade m\u00ednima) porque vai interferir na causa, que e um ato ou fato ocorrido no passado.- O disposto no artigo 5, XXXVI, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal se aplica a toda e qualquer lei infraconstitucional, sem qualquer distin\u00e7\u00e3o entre lei de direito p\u00fablico e lei de direito privado, ou entre lei de ordem p\u00fablica e lei dispositiva. Precedente do S.T.F..- Ocorr\u00eancia, no caso, de viola\u00e7\u00e3o de direito adquirido. A taxa referencial (TR) n\u00e3o \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, pois, refletindo as varia\u00e7\u00f5es do custo prim\u00e1rio da capta\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos a prazo fixo, n\u00e3o constitui \u00edndice que reflita a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda. Por isso, n\u00e3o h\u00e1 necessidade de se examinar a quest\u00e3o de saber se as normas que alteram \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria se aplicam imediatamente, alcan\u00e7ando, pois, as presta\u00e7\u00f5es futuras de contratos celebrados no passado, sem violarem o disposto no artigo 5, XXXVI, da Carta Magna.- Tamb\u00e9m ofendem o ato jur\u00eddico perfeito os dispositivos impugnados que alteram o crit\u00e9rio de reajuste das presta\u00e7\u00f5es nos contratos j\u00e1 celebrados pelo sistema do Plano de Equival\u00eancia Salarial por Categoria Profissional (PES/CP). A\u00e7\u00e3o direta de inconstitucionalidade julgada procedente, para declarar a inconstitucionalidade dos artigos 18, \"caput\" e par\u00e1grafos 1 e 4; 20; 21 e par\u00e1grafo \u00fanico; 23 e par\u00e1grafos; e 24 e par\u00e1grafos, todos da Lei n. 8.177, de 1 de maio de 1991. (ADI 493, Relator (a): Min. Moreira Alves, Tribunal Pleno, julgado em 25/06/1992, DJ 04-09-1992 PP-14089 EMENT VOL-01674-02 PP-00260 RTJ VOL-00143-03 PP-00724)\n\nPor algum tempo, o pr\u00f3prio STJ rejeitou a TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, tanto para a poupan\u00e7a, quanto para o SFH. Neste sentido:\n\nCOMERCIAL. M\u00daTUO RURAL. CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA. VINCULA\u00c7\u00c3O AO\n\nCRIT\u00c9RIO DE REAJUSTE DOS DEP\u00d3SITOS EM CADERNETA DE POUPAN\u00c7A. LICITUDE.\n\nSUBSTITUI\u00c7\u00c3O PELA TR NOS MESES SUBSEQUENTES A FEVEREIRO/91. PREVIS\u00c3O DE\n\nUTILIZA\u00c7\u00c3O DA OTN. INDEXADOR CONTRATUALMENTE ELEITO. SUBSTITUI\u00c7\u00c3O EX\n\nLEGE PELA TR. INCONSTITUCIONALIDADE DECLARADA. ADO\u00c7\u00c3O DO INPC.\n\nPRECEDENTES.\n\nI \u2013 NO CONTRATO DE M\u00daTUO RURAL \u00c9 L\u00cdCITO O PACTO DE VINCULA\u00c7\u00c3O DA\n\nCORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA AO CRIT\u00c9RIO DE ATUALIZA\u00c7\u00c3O DOS DEP\u00d3SITOS EM\n\nCADERNETA DE POUPAN\u00c7A, RESULTANDO DEVIDA A INCID\u00caNCIA DO MESMO\n\nINDEXADOR NOS MESES SUBSEQUENTES A FEVEREIRO/91. (ART. 13 DA LEI 8.177).\n\nII \u2013 EM FACE DA POSI\u00c7\u00c3O DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL INADMITINDO A TR\n\nCOMO FATOR DE ATUALIZA\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA SUBSTITUTIVO DO BTN, A CORRE\u00c7\u00c3O\n\nDOS VALORES, CUJA FORMA DE REAJUSTE ESTAVA, POR LEI OU CONTRATO,\n\nATRELADA A VARIA\u00c7\u00c3O DO VALOR DE REFERIDO T\u00cdTULO DA D\u00cdVIDA P\u00daBLICA,\n\nCUMPRE SEJA PROCEDIDA, A PARTIR DA LEI 8.177/91, COM BASE NO INPC (REsp.\n\n40.777/GO, Rel. Ministro S\u00c1LVIO DE FIGUEIREDO TEIXEIRA, QUARTA TURMA,\n\njulgado em 13/11/1995, DJ 11/12/1995, p. 43225) (grifamos)\n\nADMINISTRATIVO - SFH - REAJUSTE DAS PRESTA\u00c7\u00d5ES E DO SALDO DEVEDOR -\n\nPLANO DE EQUIVAL\u00caNCIA SALARIAL (PES) - INAPLICABILIDADE DA TR \u2013 ADIN 493-\n\n0/STF - VANTAGENS PESSOAIS INCORPORADAS DEFINITIVAMENTE AO SAL\u00c1RIO -\n\nINCLUS\u00c3O NO C\u00c1LCULO - DIVERG\u00caNCIA JURISPRUDENCIAL\n\nN\u00c3O\n\nCOMPROVADA - RISTJ, ART. 255 E PAR\u00c1GRAFOS - S\u00daMULA 13/STJ -PRECEDENTES\n\nSTJ.- Nos contratos vinculados ao PES, o reajustamento das presta\u00e7\u00f5es deve\n\nobedecer \u00e0 varia\u00e7\u00e3o salarial dos mutu\u00e1rios, a fim de preservara equa\u00e7\u00e3o\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\necon\u00f4mico-financeira do pactuado.- As vantagens pessoais incorporadas, definitivamente, ao sal\u00e1rio ou vencimento do mutu\u00e1rio, incluem-se na verifica\u00e7\u00e3o da equival\u00eancia para fixa\u00e7\u00e3o das parcelas.- Declarada pelo STF a inconstitucionalidade da TR como fator de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria (ADIN 493-0), o reajustamento do saldo devedor,a exemplo das presta\u00e7\u00f5es mensais, tamb\u00e9m deve obedecer ao Plano de Equival\u00eancia Salarial.- Recurso conhecido e parcialmente provido(Resp 140.839/BA, Rel. Ministro FRANCISCO PE\u00c7ANHA MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 23/11/1999, DJ 21/02/2000, p. 112) (grifamos)\n\nSFH. PLANO DE EQUIVAL\u00caNCIA SALARIAL. REAJUSTE DAS PRESTA\u00c7\u00d5ES. ILEGITIMIDADE PASSIVA DA UNI\u00c3O. NULIDADE DO AC\u00d3RD\u00c3O. INOCORR\u00caNCIA. VANTAGENS PESSOAIS. INCLUS\u00c3O. CORRE\u00c7\u00c3O PELA TR. IMPOSSIBILIDADE. PRECEDENTES.(...)4. Inaplic\u00e1vel a TR como fator de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria Entendimento consagrado nesta Corte na esteira de orienta\u00e7\u00e3o tra\u00e7ada pelo STF.5. Recurso especial conhecido e parcialmente provido.(REsp 209.466/BA, Rel. Ministro FRANCISCO PE\u00c7ANHA MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 07/08/2001, DJ 17/06/2002, p. 231) (grifamos)\n\nTodavia, a Corte de Justi\u00e7a, fazendo uma releitura do voto do\nMinistro Moreira Alves do STF, mudou de entendimento, e passou a adotar a\nconstitucionalidade da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, conforme\ndemonstra o seguinte julgado:\nSISTEMA FINANCEIRO DA HABITA\u00c7\u00c3O. SALDO DEVEDOR. ATUALIZA\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA. TR.1. N\u00e3o \u00e9 inconstitucional a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria com base na Taxa Referencial - TR. O que \u00e9 inconstitucional \u00e9 sua aplica\u00e7\u00e3o retroativa. Foi isso o que decidiu o STF da ADI 493/DF, Pleno, Min. Moreira Alves, DJ de 04.09.1992, ao estabelecer o \u00e2mbito de incid\u00eancia da Lei 8.177, de 1991.2. Aos contratos de m\u00fatuo habitacional firmados no \u00e2mbito do SFH que prevejam a corre\u00e7\u00e3o do saldo devedor pela taxa b\u00e1sica aplic\u00e1vel aos dep\u00f3sitos da poupan\u00e7a aplica-se a Taxa Referencial, por expressa determina\u00e7\u00e3o legal. Precedentes da Corte Especial: AGEREsp 725917 / DF, Min. Laurita Vaz, DJ 19.06.2006; DERESP 453600 / DF, Min. Aldir Passarinho Junior, DJ 24.04.2006.3. Embargos de diverg\u00eancia a que se nega provimento.(EREsp 752.879/DF, Rel. Ministro\nTEORI ALBINO ZAVASCKI, CORTE ESPECIAL, julgado em 19/12/2006, DJ 12/03/2007, p. 184) (grifamos)\nEm rela\u00e7\u00e3o ao FGTS, h\u00e1 at\u00e9 a s\u00famula do STJ sobre a aplica\u00e7\u00e3o da\nTR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. Neste sentido:\nA Taxa Referencial (TR) \u00e9 o \u00edndice aplic\u00e1vel, a t\u00edtulo de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, aos d\u00e9bitos com o FGTS recolhidos pelo empregador\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nmas n\u00e3o repassados ao fundo. (S\u00famula 459, PRIMEIRA SE\u00c7\u00c3O, julgado em 25/08/2010, DJe 08/09/2010)\n\nComo dito alhures, aplica\u00e7\u00e3o de \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria se\npresta para recuperar o poder de compra do valor emprestado. Este poder de\ncompra \u00e9 diretamente influenciado por um processo inflacion\u00e1rio. O pr\u00f3prio STJ\nreconhece a influ\u00eancia da infla\u00e7\u00e3o e da defla\u00e7\u00e3o na composi\u00e7\u00e3o do \u00edndice de\ncorre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, sen\u00e3o vejamos:\nPREVIDENCI\u00c1RIO E ECON\u00d4MICO. T\u00cdTULO EXECUTIVO JUDICIAL. DETERMINA\u00c7\u00c3ODE CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA PELO IGP-M. \u00cdNDICES DE DEFLA\u00c7\u00c3O.APLICABILIDADE. OFENSA AO PRINC\u00cdPIO DA IRREDUTIBILIDADE DOS VENCIMENTOS. N\u00c3O OCORR\u00caNCIA. PRESERVA\u00c7\u00c3O DO VALOR NOMINAL DA OBRIGA\u00c7\u00c3O. PRECEDENTES.1. \"A corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria nada mais \u00e9 do que um mecanismo de manuten\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda, n\u00e3o devendo representar, consequentemente, por si s\u00f3, nem um plus nem um minus em sua subst\u00e2ncia. Corrigir o valor nominal da obriga\u00e7\u00e3o representa, portanto, manter, no tempo, o seu poder de compra original, alterado pelas oscila\u00e7\u00f5es inflacion\u00e1rias positivas e negativas ocorridas no per\u00edodo. Atualizar a obriga\u00e7\u00e3o levando em conta apenas oscila\u00e7\u00f5es positivas importaria distorcer a realidade econ\u00f4mica produzindo um resultado que n\u00e3o representa a simples manuten\u00e7\u00e3o do primitivo poder aquisitivo, mas um indevido acr\u00e9scimo no valor real. Nessa linha, estabelece o Manual de Orienta\u00e7\u00e3o de Procedimento de C\u00e1lculos aprovado pelo Conselho da Justi\u00e7a Federal que, n\u00e3o havendo decis\u00e3o judicial em contr\u00e1rio, \"os \u00edndices negativos de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria (defla\u00e7\u00e3o) ser\u00e3o considerados no c\u00e1lculo de atualiza\u00e7\u00e3o\", com a ressalva de que, se, no c\u00e1lculo final, 'a atualiza\u00e7\u00e3o implicar redu\u00e7\u00e3o do principal, deve prevalecer o valor nominal'\" (Corte Especial, REsp 1.265.580/RS, Rel. Min. TEORI ALBINO ZAVASCKI, DJe18/4/12).2. No precedente da Corte Especial, mencionado na decis\u00e3o agravada, ficou expressamente consignado que se, na atualiza\u00e7\u00e3o da d\u00edvida, houver redu\u00e7\u00e3o do principal, deve prevalecer o valor nominal, em respeito ao princ\u00edpio da irredutibilidade de vencimentos,previsto nos arts. 7\u00ba, VI e 37, XV, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal.3. A compreens\u00e3o no sentido de que n\u00e3o h\u00e1 viola\u00e7\u00e3o ao princ\u00edpio da irredutibilidade dos vencimentos, quando preservado o valor nominal da obriga\u00e7\u00e3o, encontra respaldo na jurisprud\u00eancia do STF e do STJ.4. Agravo regimental improvido.(AgRg nos EREsp 1252558/RS, Rel. Ministro SERGIO KUKINA, PRIMEIRA SE\u00c7\u00c3O, julgado em 13/03/2013, DJe 21/03/2013)(grifos nossos)\n\nN\u00e3o podemos nos esquecer de que a cultura da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria est\u00e1 de tal forma arraigada ao nosso sistema econ\u00f4mico, que o pr\u00f3prio C\u00f3digo Civil de 2002, traz diversos dispositivos garantindo atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria:\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nArt. 389. N\u00e3o cumprida a obriga\u00e7\u00e3o, responde o devedor por perdas e danos, mais juros e atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria segundo \u00edndices oficiais regularmente estabelecidos, e honor\u00e1rios de advogado. Art. 395. Responde o devedor pelos preju\u00edzos a que sua mora der causa, mais juros, atualiza\u00e7\u00e3o dos valores monet\u00e1rios segundo \u00edndices oficiais regularmente estabelecidos, e honor\u00e1rios de advogado. Art. 404. As perdas e danos, nas obriga\u00e7\u00f5es de pagamento em dinheiro, ser\u00e3o pagas com atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria segundo \u00edndices oficiais regularmente estabelecidos, abrangendo juros, custas e honor\u00e1rios de advogado, sem preju\u00edzo da pena convencional. Art. 418. Se a parte que deu as arras n\u00e3o executar o contrato, poder\u00e1 a outra t\u00ea-lo por desfeito, retendo-as; se a inexecu\u00e7\u00e3o for de quem recebeu as arras, poder\u00e1 quem as deu haver o contrato por desfeito, e exigir sua devolu\u00e7\u00e3o mais o equivalente, com atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria segundo \u00edndices oficiais regularmente estabelecidos, juros e honor\u00e1rios de advogado. Art. 772. A mora do segurador em pagar o sinistro obriga \u00e0 atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria da indeniza\u00e7\u00e3o devida segundo \u00edndices oficiais regularmente estabelecidos, sem preju\u00edzo dos juros morat\u00f3rios. Art. 884. Aquele que, sem justa causa, se enriquecer \u00e0 custa de outrem, ser\u00e1 obrigado a restituir o indevidamente auferido, feita a atualiza\u00e7\u00e3o dos valores monet\u00e1rios.\n\nEste retrospecto da evolu\u00e7\u00e3o legal e jurisprudencial a respeito da aplica\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria se fez necess\u00e1rio para que pud\u00e9ssemos chegar ao n\u00facleo do argumento desta a\u00e7\u00e3o.\nHoje, no pa\u00eds, h\u00e1 dois tipos de \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. \u00cdndices que refletem a infla\u00e7\u00e3o e, portanto, recuperam o poder de compra do valor aplicado, como o IPCA e o INPC, e um \u00edndice que n\u00e3o reflete a infla\u00e7\u00e3o, e consequentemente n\u00e3o recupera o poder de compra do valor aplicado \u2013 a Taxa Referencial/TR.\nHistoricamente, \u00e9 preciso lembrar que a Taxa Referencial nunca foi igual \u00e0 infla\u00e7\u00e3o. Nem quando experimentamos hiperinfla\u00e7\u00e3o, nem quando experimentamos defla\u00e7\u00e3o. Todavia, os \u00edndices da TR, do INPC e do IPCA, sempre andaram pr\u00f3ximos. Em outras palavras, imperava a razoabilidade nos \u00edndices da TR para que pudessem atingir a finalidade de corre\u00e7\u00e3o do valor do capital.\n\nANO 1991 1992\n\nTR 335,51% 1.156,22%\n\nINPC 475,11% 1.149,05%\n\nIPCA 472,69% 1.119,09%\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\n1993 1994 1995 1996\n\n2.474,73% 951,19% 31,6207% 9,5551%\n\n2.489,11% 929,32% 21,98% 9,125%\n\n2,477,15% 916,43% 22,41% 9,56%\n\nN\u00e3o obstante, o cen\u00e1rio come\u00e7a a mudar a partir de 1999. A TR se distancia expressivamente do INPC e do IPCA, ao ponto de hoje a infla\u00e7\u00e3o superar 6% ao ano e a TR ser igual a zero. Logo, ela n\u00e3o se presta para o fim de manter o poder aquisitivo dos dep\u00f3sitos do FGTS, que s\u00e3o um patrim\u00f4nio do trabalhador.\nO sentimento geral \u00e9 que h\u00e1 muito tempo o FGTS \u00e9 um fundo in\u00edquo por ele n\u00e3o ter recomposi\u00e7\u00e3o inflacion\u00e1ria dos seus recursos. Na verdade, o trabalhador n\u00e3o est\u00e1 financiando programas de habita\u00e7\u00e3o popular, saneamento b\u00e1sico e infraestrutura urbana, ele est\u00e1 subsidiando.\nAo contr\u00e1rio de outros investimentos, o FGTS n\u00e3o \u00e9 um fundo de livre disposi\u00e7\u00e3o por parte do trabalhador, n\u00e3o podendo ele decidir sponte pr\u00f3pria quais as aplica\u00e7\u00f5es que lhe s\u00e3o mais convenientes ou rent\u00e1veis. O trabalhador tem que se submeter a pol\u00edticas econ\u00f4micas e sociais que lhe s\u00e3o altamente prejudiciais.\nOra, mas a pr\u00f3pria Lei do FGTS diz em seu artigo 2\u00ba que \u00e9 garantida a atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e juros. Quando a TR \u00e9 igual a zero este artigo \u00e9 descumprido. Quando a TR \u00e9 m\u00ednima e totalmente desproporcional em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 infla\u00e7\u00e3o, este artigo tamb\u00e9m \u00e9 descumprido e o patrim\u00f4nio do trabalhador \u00e9 subtra\u00eddo por quem tem o dever legal de administr\u00e1-lo.\nEm um cen\u00e1rio de TR zero e infla\u00e7\u00e3o p\u00fablica e not\u00f3ria, estamos diante de uma situa\u00e7\u00e3o de confisco. O Governo Federal, atrav\u00e9s da Caixa Econ\u00f4mica Federal, est\u00e1 confiscando os rendimentos dos trabalhadores, para subsidiar pol\u00edticas p\u00fablicas, sem a menor possibilidade de inger\u00eancia destes trabalhadores.\nAssim como em nosso Estado Democr\u00e1tico de Direito, a Constitui\u00e7\u00e3o veda que se utilize o tributo com efeito de confisco, o trabalhador\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nn\u00e3o pode ser punido com o confisco do que a pr\u00f3pria Caixa define em seu s\u00edtio\neletr\u00f4nico, como um patrim\u00f4nio do trabalhador, e definitivamente o \u00e9.\nQuando se fala em patrim\u00f4nio, imediatamente sobrev\u00e9m li\u00e7\u00e3o da\nProfessora Maria Helena Diniz ao comentar o artigo 91 do Novo C\u00f3digo Civil:\nArt. 91. Constitui universalidade de direito o complexo de rela\u00e7\u00f5es jur\u00eddicas de uma pessoa, dotadas de valor econ\u00f4mico. Universalidade de direito. \u00c9 a constitu\u00edda por bens singulares corp\u00f3reos heterog\u00eaneos ou incorp\u00f3reos (complexo de rela\u00e7\u00f5es jur\u00eddicas), a que a norma jur\u00eddica, com o intuito de produzir certos efeitos, d\u00e1 unidade, por serem dotados de valor econ\u00f4mico, como p. ex., o patrim\u00f4nio (...) O patrim\u00f4nio e a heran\u00e7a s\u00e3o considerados como um conjunto, ou seja, como uma universalidade. Embora se constituam ou n\u00e3o de bens materiais e de cr\u00e9ditos, esses bens se unificam numa express\u00e3o econ\u00f4mica, que \u00e9 o valor. O patrim\u00f4nio \u00e9 complexo de rela\u00e7\u00f5es jur\u00eddicas de uma pessoa apreci\u00e1veis economicamente. Incluem-se no patrim\u00f4nio: a posse, os direitos reais, as obriga\u00e7\u00f5es e as a\u00e7\u00f5es correspondentes a tais direitos. O patrim\u00f4nio abrange direitos e deveres redut\u00edveis a dinheiro. (C\u00f3digo Civil Anotado, Ed. Saraiva, pag. 100) (grifamos).\n\nLevando em conta que a rela\u00e7\u00e3o jur\u00eddica entre os trabalhadores e a Caixa \u00e9 de direito pessoal, o artigo 233 do C\u00f3digo Civil se torna inafast\u00e1vel, na medida em que determina que a obriga\u00e7\u00e3o de dar coisa certa abrange os acess\u00f3rios, ainda que n\u00e3o mencionados.\n\nArt. 233. A obriga\u00e7\u00e3o de dar coisa certa abrange os acess\u00f3rios dela embora n\u00e3o mencionados, salvo se o contr\u00e1rio resultar do t\u00edtulo ou das circunst\u00e2ncias do caso.\nOra, acess\u00f3rios de dinheiro s\u00e3o os juros e a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. E ent\u00e3o voltamos \u00e0 Taxa Referencial.\nb) Manipula\u00e7\u00e3o da TR pelo Banco Central/CMN\nIndependentemente da discuss\u00e3o sobre sua natureza jur\u00eddica, vamos aqui partir do pressuposto, assentado pela jurisprud\u00eancia, principalmente do STJ, que a TR \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria.\nTanto o artigo 1\u00ba da lei n\u00ba 8.177/91 quando o artigo 5\u00ba da Lei n\u00ba 10.192/01 (que convolou a MP 1.053/95) atribu\u00edram ao Banco Central a regulamenta\u00e7\u00e3o da metodologia de c\u00e1lculo da TR, conforme crit\u00e9rio\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nestabelecido na lei e a expedi\u00e7\u00e3o das instru\u00e7\u00f5es necess\u00e1rias ao cumprimento\ndo artigo que criou a TBF.\nArt. 1\u00b0 O Banco Central do Brasil divulgar\u00e1 Taxa Referencial (TR), calculada a partir da remunera\u00e7\u00e3o mensal m\u00e9dia l\u00edquida de impostos, dos dep\u00f3sitos a prazo fixo captados nos bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos m\u00faltiplos com carteira comercial ou de investimentos, caixas econ\u00f4micas, ou dos t\u00edtulos p\u00fablicos federais, estaduais e municipais, de acordo com metodologia a ser aprovada pelo Conselho Monet\u00e1rio Nacional, no prazo de sessenta dias, e enviada ao conhecimento do Senado Federal. . (Lei n\u00ba 8177/91) Artigo 5\u00ba Fica institu\u00edda Taxa B\u00e1sica Financeira \u2013 TBF, para ser utilizada exclusivamente como base de remunera\u00e7\u00e3o de opera\u00e7\u00f5es realizadas no mercado financeiro, de prazo de dura\u00e7\u00e3o igual ou superior a sessenta dias. Par\u00e1grafo \u00fanico. O Conselho Monet\u00e1rio Nacional expedir\u00e1 as instru\u00e7\u00f5es necess\u00e1rias ao cumprimento do disposto neste artigo, podendo inclusive,\nampliar o prazo m\u00ednimo previsto no caput. (Lei n\u00ba 10.192/01)\n\nNo mister de regulamentar a TR, o Banco Central/CMN vem ao\nlongo dos anos criando e reinventando f\u00f3rmulas para encontr\u00e1-la. Pelo menos\ndesde a Resolu\u00e7\u00e3o 2.075, de 26 de maio de 1994, h\u00e1 f\u00f3rmulas para encontrar a\nTR. Todavia, \u00e9 com a institui\u00e7\u00e3o da Taxa B\u00e1sica Financeira, pela Medida\nProvis\u00f3ria 1.053/95, de 30 de junho de 1995, que a forma de c\u00e1lculo da TR sofre\numa expressiva reviravolta.\nDesde a Resolu\u00e7\u00e3o 2.437, de 30 de outubro de 1997, a TR \u00e9\ncalculada levando em conta a Taxa B\u00e1sica Financeira e um Redutor.\nA Resolu\u00e7\u00e3o 3.354/06, hoje vigente sobre o assunto, diz o seguinte:\nArt. 1\u00ba Estabelecer que, para fins de c\u00e1lculo da Taxa B\u00e1sica Financeira - TBF e da Taxa Referencial - TR, de que tratam os arts. 1\u00ba da Lei 8.177, de 1\u00ba de mar\u00e7o de 1991, 1\u00ba da Lei 8.660, de 28 de maio de 1993, e 5\u00ba da Lei 10.192, de 14 de fevereiro de 2001, deve ser constitu\u00edda amostra das 30 maiores institui\u00e7\u00f5es financeiras do Pa\u00eds, assim consideradas em fun\u00e7\u00e3o do volume de capta\u00e7\u00e3o efetuado por meio de certificados e recibos de dep\u00f3sito banc\u00e1rio (CDB/RDB), com prazo de 30 a 35 dias corridos, inclusive, e remunerados a taxas prefixadas, entre bancos m\u00faltiplos, bancos comerciais, bancos de investimento e caixas econ\u00f4micas. Art. 2\u00ba A TBF e a TR s\u00e3o calculadas a partir da remunera\u00e7\u00e3o mensal m\u00e9dia dos CDB/RDB emitidos a taxas de mercado prefixadas, com prazo de 30 a 35 dias corridos, inclusive, com base em informa\u00e7\u00f5es prestadas pelas institui\u00e7\u00f5es integrantes da amostra de que trata o art. 1\u00ba, na forma a ser determinada pelo Banco Central do Brasil. Art. 4\u00ba Para cada dia do m\u00eas - dia de refer\u00eancia -, o Banco Central do Brasil deve calcular a TBF, para o per\u00edodo de um m\u00eas, com in\u00edcio no pr\u00f3prio dia de refer\u00eancia e t\u00e9rmino no dia correspondente ao dia de refer\u00eancia no m\u00eas seguinte, considerada a hip\u00f3tese prevista no \u00a7 2\u00ba, inciso IV. (...)\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nArt. 5\u00ba Para cada TBF obtida, segundo a metodologia descrita no art. 4\u00ba, deve ser calculada a correspondente TR, pela aplica\u00e7\u00e3o de um redutor \"R\", de acordo com a seguinte f\u00f3rmula: TR = max {0,100 {[ (1 + TBF/100) / R ] - 1}} (em %). \u00a7 1\u00ba O valor do redutor 'R' deve ser calculado para todos os dias, inclusive n\u00e3o-\u00fateis, de acordo com a seguinte f\u00f3rmula: R = (a + b . TBF/100), onde:Resolu\u00e7\u00e3o n\u00ba 3354, de 31 de mar\u00e7o de 2006. TBF = TBF relativa ao dia de refer\u00eancia; a = 1,005; b = valor determinado de acordo com a tabela abaixo, em fun\u00e7\u00e3o da TBF obtida, segundo a metodologia descrita no art. 4\u00ba, em termos percentuais ao ano: TBF (% a.a.) b TBF maior que 16 0,48 TBF menor ou igual a 16 e maior que 15 0,44 TBF menor ou igual a 15 e maior que 14 0,40 TBF menor ou igual a 14 e maior que 13 0,36 TBF menor ou igual a 13 e maior ou igual a 11 0,32 Reda\u00e7\u00e3o dada pela Resolu\u00e7\u00e3o 3.446, de 05/03/2007. \u00a7 2\u00ba Fica o Banco Central do Brasil autorizado a determinar o valor do par\u00e2metro \"b\" no caso de a TBF obtida ser inferior a 11% a.a. (onze por cento ao ano).\n\nO peculiar nesta determina\u00e7\u00e3o do Banco Central/CMN, que de resto se repete desde 1997, \u00e9 que a TBF e TR s\u00e3o exatamente iguais em sua g\u00eanese at\u00e9 o momento em que se determina que se aplique um redutor \u00e0 TBF para se chegar \u00e0 TR.\nN\u00e3o h\u00e1 na Lei da TR previs\u00e3o de aplica\u00e7\u00e3o de redutor, assim como n\u00e3o h\u00e1 na Lei que criou a TBF. Todavia, causa estranheza que diante de um comando aberto como o do art. 5\u00ba da MP n\u00ba 1.503/95 (Lei n\u00ba 10.192/01), o Banco Central/CMN, com amplos poderes para regulamentar o assunto, n\u00e3o tenha institu\u00eddo um redutor, mas o tenha feito ao regulamentar o artigo 1\u00ba da lei n\u00ba 8.177/91, que n\u00e3o era t\u00e3o flex\u00edvel.\nExcel\u00eancia, hoje, o trabalhador que tem seu dinheiro aplicado no FGTS, e de l\u00e1 n\u00e3o pode retir\u00e1-lo para outro investimento, est\u00e1 sendo remunerado com 0,247% de juros ao m\u00eas e mais nada. N\u00e3o h\u00e1 nem corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria nem Taxa Referencial (independentemente da sua natureza jur\u00eddica), em flagrante ofensa ao artigo 2\u00ba da Lei n\u00ba 8.036/90, que imp\u00f5e a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos valores depositados pelo empregador.\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nAinda que se argumente que a aplica\u00e7\u00e3o do Redutor pelo Banco Central/CMN seja legal, sua redu\u00e7\u00e3o a zero em um cen\u00e1rio de infla\u00e7\u00e3o superior a 6% ao ano, configura flagrante afronta ao artigo 2\u00ba da Lei n\u00ba 8.036/90, que determina a atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, bem como ao artigo 233 do C\u00f3digo Civil, quando sonega os acess\u00f3rios da obriga\u00e7\u00e3o de dar.\nMas \u00e9 necess\u00e1rio ir mais al\u00e9m e revisitar o entendimento jurisprudencial sobre a TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, m\u00e1xime a partir da institui\u00e7\u00e3o de um redutor que tem por efeito zerar o \u00edndice da TR em um ambiente de infla\u00e7\u00e3o.\nO quadro comparativo mostra que a TR n\u00e3o se presta como atualizador monet\u00e1rio do FGTS, pelo menos desde janeiro de 1999. Desde o momento em que o Banco Central/CMN estabeleceu um redutor para a TR, ela deixou de ser um \u00edndice confi\u00e1vel para atualizar monetariamente as contas do FGTS, porque se descola dos \u00edndices de infla\u00e7\u00e3o, sendo reduzido ano a ano. A finalidade da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u00e9 manter o poder de compra do capital, e esta finalidade nem de perto vem sendo alcan\u00e7ada pela TR. A anula\u00e7\u00e3o total da TR \u00e9 s\u00f3 o desfecho desta pol\u00edtica predat\u00f3ria para o trabalhador.\nO trabalhador, que luta para formar um patrim\u00f4nio, tem que poder confiar na lei. Esta confian\u00e7a est\u00e1 quebrada.\nH\u00e1 a n\u00edtida expropria\u00e7\u00e3o do patrim\u00f4nio do trabalhador, na medida em que se nega a ele a devida atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria.\nO Poder Judici\u00e1rio h\u00e1 de se opor a este esbulho, confisco, expropria\u00e7\u00e3o que o trabalhador est\u00e1 sofrendo, desde janeiro de 1999, com as constantes redu\u00e7\u00f5es da TR em rela\u00e7\u00e3o aos \u00edndices de infla\u00e7\u00e3o, culminando na sua completa nulidade, ininterruptamente, desde setembro de 2012.\nEm 1991 e 1992, quando o STF julgou a ADI 493-0/DF, ele deixou bem assentado que a TR n\u00e3o constitu\u00eda \u00edndice que refletia a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda. Esta caracter\u00edstica da TR tem se confirmado ao longo dos anos. A sua aplica\u00e7\u00e3o aos saldos dos dep\u00f3sitos do FGTS tem gerado\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\n\u201cgigantesca destrui\u00e7\u00e3o de valor\u201d do patrim\u00f4nio do trabalhador. H\u00e1 anos, os trabalhadores que tem dep\u00f3sitos no FGTS n\u00e3o experimentam ganhos reais em sua aplica\u00e7\u00e3o. Ao contr\u00e1rio. H\u00e1 muito tempo, os trabalhadores tem rendimentos inferiores \u00e0 infla\u00e7\u00e3o, mesmo levando em conta a remunera\u00e7\u00e3o dos juros de 3% ao ano.\nO que torna a TR um \u00edndice inid\u00f4neo \u00e9 a intensa inger\u00eancia do Banco Central/CMN na sua formula\u00e7\u00e3o.\nDe pouco adiantaria ao trabalhador que fosse determinado ao Banco Central/CMN que recalculasse a TR, pois uma nova f\u00f3rmula estaria igualmente sob a discricionariedade e subjetivismo total do Banco. Basta avaliar a sucess\u00e3o de resolu\u00e7\u00f5es do Banco Central/CMN sobre o tema, conforme Parecer do referido Economista.\nPartindo da premissa inequ\u00edvoca de que a TR n\u00e3o rep\u00f5e as perdas monet\u00e1rias dos dep\u00f3sitos do FGTS, outro caminho n\u00e3o existe se n\u00e3o o de adotar um novo \u00edndice que verdadeiramente corrija estes dep\u00f3sitos.\n\nc) DOS \u00cdNDICES QUE EFETIVAMENTE PRODUZEM CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA\n\nA Lei de Introdu\u00e7\u00e3o \u00e0s Normas do direito Brasileiro estabelece em seu artigo 5\u00ba que na aplica\u00e7\u00e3o da lei, o juiz atender\u00e1 aos fins sociais a que ela se dirige e \u00e0s exig\u00eancias do bem comum.\nA Lei do FGTS tem um fim social indiscut\u00edvel, proteger o trabalhador e constituir um patrim\u00f4nio que lhe sirva de arrimo em v\u00e1rias situa\u00e7\u00f5es de sua vida.\nDiante de tudo que foi demonstrado, o juiz atender\u00e1 aos fins sociais da Lei do FGTS ao reconhecer que corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, reposi\u00e7\u00e3o dos \u00edndices inflacion\u00e1rios de forma a garantir o poder de compra daquele dinheiro ali depositado no Fundo, \u00e9 efetivamente devida pela Caixa.\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nSe a TR n\u00e3o pode ser considerada um \u00edndice id\u00f4neo, sobrev\u00e9m a necessidade de substitu\u00ed-la por um \u00edndice que realmente reponha as perdas monet\u00e1rias. E ent\u00e3o, nada obsta que o juiz considere \u00edndices previsto em outra legisla\u00e7\u00e3o.\nAt\u00e9 por uma quest\u00e3o de equidade, o melhor \u00edndice que pode substituir a TR \u00e9 o \u00edndice que corrige monetariamente o sal\u00e1rios dos trabalhadores e os benef\u00edcios previdenci\u00e1rios. Este \u00edndice est\u00e1 previsto na Lei 12.382 de 25 de fevereiro de 2011, cujos primeiros artigos trazem a seguinte dic\u00e7\u00e3o:\n\nArt. 1o O sal\u00e1rio m\u00ednimo passa a corresponder ao valor de R$ 545,00 (quinhentos e quarenta e cinco reais).\nPar\u00e1grafo \u00fanico. Em virtude do disposto no caput, o valor di\u00e1rio do sal\u00e1rio m\u00ednimo corresponder\u00e1 a R$ 18,17 (dezoito reais e dezessete centavos) e o valor hor\u00e1rio, a R$ 2,48 (dois reais e quarenta e oito centavos).\nArt. 2o Ficam estabelecidas as diretrizes para a pol\u00edtica de valoriza\u00e7\u00e3o do sal\u00e1rio m\u00ednimo a vigorar entre 2012 e 2015, inclusive, a serem aplicadas em 1o de janeiro do respectivo ano.\n\u00a7 1o Os reajustes para a preserva\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo do sal\u00e1rio m\u00ednimo corresponder\u00e3o \u00e0 varia\u00e7\u00e3o do \u00cdndice Nacional de Pre\u00e7os ao Consumidor INPC, calculado e divulgado pela Funda\u00e7\u00e3o Instituto Brasileiro de Geografia e Estat\u00edstica - IBGE, acumulada nos doze meses anteriores ao m\u00eas do reajuste.\n\u00a7 2o Na hip\u00f3tese de n\u00e3o divulga\u00e7\u00e3o do INPC referente a um ou mais meses compreendidos no per\u00edodo do c\u00e1lculo at\u00e9 o \u00faltimo dia \u00fatil imediatamente anterior \u00e0 vig\u00eancia do reajuste, o Poder Executivo estimar\u00e1 os \u00edndices dos meses n\u00e3o dispon\u00edveis.\n\u00a7 3o Verificada a hip\u00f3tese de que trata o \u00a7 2o, os \u00edndices estimados permanecer\u00e3o v\u00e1lidos para os fins desta Lei, sem qualquer revis\u00e3o, sendo os eventuais res\u00edduos compensados no reajuste subsequente, sem retroatividade.\n\u00a7 4o A t\u00edtulo de aumento real, ser\u00e3o aplicados os seguintes percentuais:\nI - em 2012, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do Produto Interno Bruto - PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2010;\nII - em 2013, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2011;\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nIII - em 2014, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2012; e\n\nIV - em 2015, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2013.\n\n\u00a7 5o Para fins do disposto no \u00a7 4o, ser\u00e1 utilizada a taxa de crescimento real do PIB para o ano de refer\u00eancia, divulgada pelo IBGE at\u00e9 o \u00faltimo dia \u00fatil do ano imediatamente anterior ao de aplica\u00e7\u00e3o do respectivo aumento real.\n\nN\u00e3o h\u00e1 porque ter dois pesos e duas medidas. Se o sal\u00e1rio m\u00ednimo \u00e9 corrigido monetariamente pelo INPC, o dep\u00f3sito do FGTS que, em \u00faltimas an\u00e1lise, \u00e9 um sal\u00e1rio indireto do trabalhador, tamb\u00e9m h\u00e1 de s\u00ea-lo.\nE observe que o objetivo da Lei em corrigir o sal\u00e1rio m\u00ednimo pelo INPC decorre exclusivamente da necessidade de preservar seu poder aquisitivo. A necessidade de preservar o poder aquisitivo \u00e9 um constante em todas as transa\u00e7\u00f5es financeiras, e ela s\u00f3 aperfei\u00e7oa quando rep\u00f5e efetivamente as perdas inflacion\u00e1rias.\nOutro \u00edndice que se mostra aplic\u00e1vel, na hip\u00f3tese deste douto Ju\u00edzo entender que n\u00e3o se aplicaria o INPC, \u00e9 o IPCA, \u00edndice oficial do Governo Federal para medi\u00e7\u00e3o das metas inflacion\u00e1rias, contratadas com o FMI, a partir de julho de 1999.\nAmbos os \u00edndices s\u00e3o infinitamente mais adequados a preservar o poder aquisitivo dos dep\u00f3sitos do FGTS do que a aniquilada TR.\n\n3. DO PREQUESTIONAMENTO PARA EVENTUAL INTERPOSI\u00c7\u00c3O DE RECURSO ESPECIAL OU RECURSO EXTRAORDIN\u00c1RIO\n\nInicialmente \u00e9 importante retratar que o tema em debate cuida de mat\u00e9ria de ordem p\u00fablica, a qual ultrapassa a esfera individual do cidad\u00e3o atingindo toda a ordem social quer seja jur\u00eddica, quer seja em \u00e2mbito pol\u00edticosocial afetando, dessa forma, toda a parcela da sociedade comprometida com o bem comum.\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nSublinha-se que a mat\u00e9ria ora ventilada, afronta de pronto preceitos Constitucionais que violam os Direitos Garantia de todos os trabalhadores que possuem conta vinculada do FGTS.\nAssim, h\u00e1 repercuss\u00e3o geral na presente a\u00e7\u00e3o, frente ao Estado Democr\u00e1tico de Direito, compromiss\u00e1rio e dirigente que tem como postulado a seguran\u00e7a jur\u00eddica.\nNo mais, com efeito, o tema apresenta relev\u00e2ncia do ponto de vista jur\u00eddico, uma vez que a defini\u00e7\u00e3o sobe a constitucionalidade dessa exa\u00e7\u00e3o nortear\u00e1 o julgamento de in\u00fameros processos similares, que tramitam neste e nos demais tribunais brasileiros. Al\u00e9m de fixar a interpreta\u00e7\u00e3o da Corte sobre os dispositivos constitucionais suscitados no feito.\nNesse contexto, em breve s\u00edntese, a aplica\u00e7\u00e3o da T.R como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria do FGTS, encontraria respaldo em dois artigos da Lei n\u00ba 8.036/90, art. 2\u00ba e art. 13.\nAssim, entendemos, data venia, que h\u00e1 uma obrigatoriedade de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e de remunera\u00e7\u00e3o por meio de juros dos dep\u00f3sitos efetuados nas contas vinculadas do FGTS, sen\u00e3o vejamos:\n\nArt. 2\u00ba O FGTS \u00e9 constitu\u00eddo pelos saldos das contas vinculadas a que se refere esta lei e outros recursos a ele incorporados, devendo ser aplicados com atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e juros, de modo a assegurar a cobertura de suas obriga\u00e7\u00f5es. Art. 13. Os dep\u00f3sitos efetuados nas contas vinculadas ser\u00e3o corrigidos monetariamente com base nos par\u00e2metros fixados para atualiza\u00e7\u00e3o dos saldos dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a e capitaliza\u00e7\u00e3o juros de (tr\u00eas) por cento ao ano.\nTodavia, a realiza\u00e7\u00e3o de interpreta\u00e7\u00e3o ou decis\u00e3o diversa, no\nsentido que as contas vinculadas do FGTS devem ser corrigidas pela TR, por for\u00e7a\ndo citado artigo 13, viria a ferir v\u00e1rios preceitos constitucionais.\nNesse sentido, referido artigo 13, desobedeceria os limites\nmateriais de in\u00fameros fundamentos e princ\u00edpios constitucionais, como o Estado\nDemocr\u00e1tico de Direito, atentando contra a Dignidade da pessoa Humana (art.\n1\u00ba e inciso III, da CF), bem como os princ\u00edpios da igualdade, seguran\u00e7a jur\u00eddica\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\n(art. 5\u00ba, caput, da CF), da prote\u00e7\u00e3o ao direito de propriedade, direito adquirido (art. 5\u00ba, XXII e XXXVI da CF) e moralidade (art. 37 da CF).\nNessa mesma linha, recentemente o Supremo Tribunal Federal decidiu pela inconstitucionalidade da utiliza\u00e7\u00e3o da Taxa Referencial - TR - como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria para o pagamento dos chamados precat\u00f3rios (ADI n\u00ba 4357) reafirmando entendimento anteriormente adotado por aquela Corte na ADI n\u00ba 493. Essa decis\u00e3o tem desdobramentos que v\u00e3o al\u00e9m do processo no qual foi tomada. Isso porque a Lei n\u00ba 8.036/90 que estabelece as bases do Fundo de Garantia por Tempo de Servi\u00e7o \u2013 FGTS \u2013 tamb\u00e9m prev\u00ea a aplica\u00e7\u00e3o de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e h\u00e1 muito tempo \u00e9 utilizado o referido \u00edndice (TR) para corrigir referido fundo, o mesmo agora considerado inconstitucional para este fim pelo STF.\nAssim, a parte autora h\u00e1 por bem PREQUESTIONAR a mat\u00e9ria, para efeito de eventual interposi\u00e7\u00e3o de Recurso Especial e/ou Extraordin\u00e1rio, conforme fundamentos que passa a expor:\nInicialmente devemos nos recordar que a dignidade da pessoa humana \u00e9 valor constitucional supremo que agrega em torno de si a unanimidade dos demais direitos e garantias fundamentais do homem, envolvendo-se tanto em rela\u00e7\u00e3o aos direito \u00e0 vida como, tamb\u00e9m, aos direitos pessoais tradicionais, os direitos sociais, econ\u00f4micos, e as liberdades p\u00fablicas em geral.\nEm verdade quando o texto constitucional proclama a dignidade da pessoa humana est\u00e1 corroborando um imperativo de justi\u00e7a social, e consigna, acima de tudo, um sobreprinc\u00edpio (\u00e9 o caso dos diretos fundamentais).\nNesse sentido, em rela\u00e7\u00e3o ao caso concreto, \u00e9 necess\u00e1rio aprofundarmos um pouco mais nas consequ\u00eancias que esta subtra\u00e7\u00e3o de recursos do patrim\u00f4nio do trabalhador traz a todos, individual e coletivamente.\n\u00c9 de conhecimento geral que o Sistema Financeiro de Habita\u00e7\u00e3o disp\u00f5e dos recursos do FGTS para financiar o maior sonho de todo brasileiro \u2013\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\ncasa pr\u00f3pria. Tamb\u00e9m \u00e9 de conhecimento geral que a Caixa Econ\u00f4mica Federal \u00e9 o Banco que mais se utiliza destes recursos do SFH para financiar, emprestar dinheiro para os brasileiros comprarem a casa pr\u00f3pria.\nE, embora em princ\u00edpio, n\u00e3o haja correla\u00e7\u00e3o entre o trabalhador que tem dep\u00f3sitos no FGTS que s\u00e3o emprestados para financiar a casa pr\u00f3pria, e aquele que se vale do empr\u00e9stimo do SFH para adquirir sua casa pr\u00f3pria, em algum momento, trabalhador e mutu\u00e1rio s\u00e3o a mesma pessoa.\nE neste contexto de mutu\u00e1rio e trabalhador serem a mesma pessoa \u00e9 que se evidencia a maior sordidez da hist\u00f3ria recente deste Pa\u00eds.\nJ\u00e1 seria reprov\u00e1vel o fato de a Caixa pegar um dinheiro a juros baixos e sem nenhuma corre\u00e7\u00e3o e emprest\u00e1-lo a juros muito altos, mesmo sem corre\u00e7\u00e3o (uma vez que a TR corrige presta\u00e7\u00f5es do SFH), evidencia que a institui\u00e7\u00e3o banc\u00e1ria leva imensa vantagem nesta negocia\u00e7\u00e3o.\nMas a situa\u00e7\u00e3o piora consideravelmente quando, a Caixa pega dinheiro a juros baixos, sem nenhuma corre\u00e7\u00e3o para o trabalhador, e empresta para ele mesmo.\nSuponhamos que um trabalhador queira adquirir uma casa pr\u00f3pria utilizando recursos do seu FGTS. Ele encontra o im\u00f3vel, mas verifica que seus recursos n\u00e3o s\u00e3o suficiente para adquiri-lo. Ent\u00e3o ele se dirige a um Banco para financiar a diferen\u00e7a, comprometendo sua renda por muitos anos.\nA maioria dos trabalhadores brasileiros, quando quer adquirir um im\u00f3vel, dirige-se \u00e0 Caixa Econ\u00f4mica Federal.\nTodavia, se o dep\u00f3sito do FGTS tivesse sido devidamente corrigido, se ele mantivesse seu poder de compra, ou o empr\u00e9stimo seria menor ou sequer haveria necessidade de o trabalhador comprometer sua renda e anos de trabalho para adquirir aquilo que \u00e9 o nosso sonho mais prim\u00e1rio, nossa necessidade mais rela como indiv\u00edduo e como povo brasileiro.\nA Caixa est\u00e1 emprestando para o trabalhador aquilo que ela deixou de pagar a ele a t\u00edtulo de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria na sua conta de FGTS.\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nO Trabalhador Brasileiro n\u00e3o merece isto! A Caixa vale-se da fragilidade humana para colocar-se como realizadora de sonhos, ao mesmo tempo em que, ano ap\u00f3s ano, aufere lucros exorbitantes \u00e0s custas do trabalhador. Ainda em rela\u00e7\u00e3o aos dispositivos constitucionais violados, apontamos a viola\u00e7\u00e3o ao direito de propriedade (art. 5\u00ba, XXII da CF) .\n\nO direito de propriedade decorre da pr\u00f3pria lei natural. Por isso, \u00e9 uma exig\u00eancia da natureza intelectual do homem. Enquanto os irracionais se contentam com a satisfa\u00e7\u00e3o de suas necessidades imediatas, o homem pode prever o seu futuro. Assim, para subsistir hoje e no tempo futuro, precisa apropriar-se de bens naturais, de consumo, bens fung\u00edveis e, tamb\u00e9m, de produ\u00e7\u00e3o.\n\nA propriedade \u00e9 a express\u00e3o da pessoa humana. \u00c9 fruto do seu trabalho ou do de seus antepassados. \u00c9 o espelho do indiv\u00edduo, que precisa de um aconchego preservado pela privacidade, onde pode ser ele mesmo, cercado dos sinais que identificam o seu eu. Ela estimula o trabalho, sendo o homem atra\u00eddo espontaneamente pela perspectiva da recompensa direta e pessoal de seus esfor\u00e7os.\n\nFinalmente, a propriedade \u00e9 penhor de uma sociedade articulada ou organizada, ao contr\u00e1rio da meramente coletiva, que tem por conseq\u00fc\u00eancia uma sociedade massificada, sem diversifica\u00e7\u00e3o nem liberdade. Ela defende os cidad\u00e3os contra a concentra\u00e7\u00e3o de todos os poderes nas m\u00e3os do Estado, garantindo a liberdade dos indiv\u00edduos e sua independ\u00eancia em rela\u00e7\u00e3o ao poder.\nNesse sentido:\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\n\"A propriedade faz parte da natureza do homem e da natureza das coisas. Como o trabalho, ela encerra um mist\u00e9rio \u2013 \u00e9 a proje\u00e7\u00e3o da personalidade humana sobre as coisas. A pessoa tende \u00e0 propriedade por um impulso instintivo, do mesmo modo que a nossa natureza animal tende ao alimento. O apetite da propriedade \u00e9 t\u00e3o natural \u00e0 nossa esp\u00e9cie como a fome e a sede; apenas \u00e9 de notar que estes s\u00e3o apetites da nossa natureza inferior, ao passo que aquele procede da nossa natureza superior. Todo o homem tem alma de propriet\u00e1rio, mesmo os que se julgam seus inimigos. \u00c9 isto que se entende quando se afirma que a propriedade decorre do direito natural\" (R.G. Renard, L\u2019\u00c9glise et la Question Sociale, p. 137 et seq.).\n\nPartindo das premissas acima, em 1991 e 1992, quando o STF julgou a ADI 493-0/DF, ele deixou bem assentado que a TR n\u00e3o constitu\u00eda \u00edndice que refletia a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda. Esta caracter\u00edstica da TR tem se confirmado ao longo dos anos. A sua aplica\u00e7\u00e3o aos saldos dos dep\u00f3sitos do FGTS tem gerado \u201cgigantesca destrui\u00e7\u00e3o de valor\u201d do patrim\u00f4nio do trabalhador. H\u00e1 anos, os trabalhadores que tem dep\u00f3sitos no FGTS n\u00e3o experimentam ganhos reais em sua aplica\u00e7\u00e3o. Ao contr\u00e1rio. H\u00e1 muito tempo, os trabalhadores tem rendimentos inferiores \u00e0 infla\u00e7\u00e3o, mesmo levando em conta a remunera\u00e7\u00e3o dos juros de 3% ao ano.\nO que torna a TR um \u00edndice inid\u00f4neo \u00e9 a intensa inger\u00eancia do Banco Central/CMN na sua formula\u00e7\u00e3o.\nDe pouco adiantaria ao trabalhador que fosse determinado ao Banco Central/CMN que recalculasse a TR, pois uma nova f\u00f3rmula estaria igualmente sob a discricionariedade e subjetivismo total do Banco. Basta avaliar a sucess\u00e3o de resolu\u00e7\u00f5es do Banco Central/CMN sobre o tema, conforme Parecer do referido Economista.\nPartindo da premissa inequ\u00edvoca de que a TR n\u00e3o rep\u00f5e as perdas monet\u00e1rias dos dep\u00f3sitos do FGTS - verifica-se de forma incontest\u00e1vel a destrui\u00e7\u00e3o de valor \u201ddo patrim\u00f4nio do trabalhador., outro caminho n\u00e3o existe se n\u00e3o o de adotar um novo \u00edndice que verdadeiramente corrija estes dep\u00f3sitos.\nComo se sabe, o \u00edndice de remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sico da poupan\u00e7a \u00e9 a Taxa Referencial \u2013 TR, \u00edndice controlado pelo Estado, e utilizado como instrumento de controle da economia \u2013 vide os sucessivos \u00edndices mensais\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nzerados, a fim de controle de aporte de capital nas poupan\u00e7as. Tanto a TR n\u00e3o se presta como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, que o STF j\u00e1 decidiu nesse sentido: \u2018A taxa referencial (TR) n\u00e3o \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria (...) n\u00e3o constitui \u00edndice que reflita a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda\u2019 (ADI 4930/DF, Relator Min. Moreira Alves, Plen\u00e1rio, DJ 4.9.1992).\nAssim sendo, texto t\u00e3o danoso ao cidad\u00e3o (art. 13 da lei 8.036/90) n\u00e3o poder\u00e1 ser tolerado pelo Judici\u00e1rio.\nLogo, declarada a inconstitucionalidade o \u00edndice aplicado ao precat\u00f3rio pago nos autos, deve ser tomado como vigente e aplicado ao caso concreto - atribuindo-se outro \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o, como retratado nos pedidos da presente a\u00e7\u00e3o.\nA ofensa ao art. 5\u00ba, caput, da CF, na vertente da seguran\u00e7a jur\u00eddica das rela\u00e7\u00f5es com a Caixa Econ\u00f4mica Federal, verifica-se, notadamente ap\u00f3s o reconhecimento pelo SFT que a TR n\u00e3o se presta como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, nesse sentido:\n\u2018A taxa referencial (TR) n\u00e3o \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria (...) n\u00e3o constitui \u00edndice que reflita a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda\u2019 (ADI 493-0/DF, Relator Min. Moreira Alves, Plen\u00e1rio, DJ 4.9.1992).\n\nLogo, como citado, resta clara a viola\u00e7\u00e3o aos arts. 1\u00ba, inc. III, 5\u00ba, caput e incs. XXII, XXXVI, e 37, caput, da Constitui\u00e7\u00e3o da Rep\u00fablica.\nFrise-se, o SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL j\u00e1 decidiu que envolve quest\u00e3o constitucional a discuss\u00e3o a respeito da aplica\u00e7\u00e3o ou n\u00e3o, nas contas vinculadas do FGTS, de \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria expurgados em decorr\u00eancia de planos de estabiliza\u00e7\u00e3o da economia.\nCom efeito, no dia 31-08-2000, em Sess\u00e3o Plen\u00e1ria, o STF ao apreciar o RE- n. 226855-RS consolidou entendimento de que a decis\u00e3o judicial que decreta a proced\u00eancia de pedido de pagamento de \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, sob a alega\u00e7\u00e3o de direito adquirido, trata de quest\u00e3o constitucional, pois est\u00e1 fundamentada na Constitui\u00e7\u00e3o Federal (art. 5\u00ba, XXXVI).\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nOu seja, ao apreciar pedido de aplica\u00e7\u00e3o de \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria extralegais, a decis\u00e3o judicial est\u00e1, obrigatoriamente, posicionandose quanto \u00e0 exist\u00eancia ou n\u00e3o de direito adquirido.\nPois bem, nos casos em que se pleiteiam a aplica\u00e7\u00e3o nas suas contas vinculadas do FGTS, de \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria com discuss\u00e3o de previs\u00e3o em leis vigentes - tratamos de an\u00e1lise de direito adquirido.\nA concess\u00e3o ou n\u00e3o do pedido depende ent\u00e3o da aprecia\u00e7\u00e3o, pelo juiz da causa, da exist\u00eancia ou n\u00e3o de direito adquirido aos \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria.\nLogo, caso o entendimento seja no sentido que n\u00e3o h\u00e1 aplica\u00e7\u00e3o de direito adquirido ao \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o/atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria (TR) - torna-se poss\u00edvel a interpreta\u00e7\u00e3o no sentido de aplica\u00e7\u00e3o do \u00edndice que realmente cumpra o disposto no art.2\u00ba da lei n\u00ba n\u00ba 8.036/90.\nAssim, a parte autora requer, desde j\u00e1, que este MM.Juiz Federal \" a quo\" manifeste-se em sua r. senten\u00e7a sobre a ofensa aos dispositivos constitucionais citados.\nPortanto, resta PREQUESTIONADA a mat\u00e9ria pugnando pela PROCED\u00caNCIA DO PREQUESTIONAMENTO suscitado, requerendo ao Excelent\u00edssimo JUIZ FEDERAL que se pronuncie de forma objetiva, expl\u00edcita e fundamentada sobre o assunto.\n\n4. DOS HONOR\u00c1RIOS ADVOCAT\u00cdCIOS\nNo que tange a possibilidade de condena\u00e7\u00e3o da requerida em honor\u00e1rios advocat\u00edcios, o STF reiterou o entendimento de que cabe a cobran\u00e7a de honor\u00e1rios advocat\u00edcios nas a\u00e7\u00f5es entre o FGTS e os titulares das contas vinculadas. A decis\u00e3o foi tomada por unanimidade no julgamento do RExt 581.160, com repercuss\u00e3o geral reconhecida, interposto contra ac\u00f3rd\u00e3o do TRF da 1\u00aa regi\u00e3o.\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nSegundo o relator, ministro Ricardo Lewandowski, o ac\u00f3rd\u00e3o\nrecorrido julgou constitucional o artigo 29-C da lei 8.036/90, inserido pela MP\n2.164/01, que veda a condena\u00e7\u00e3o em honor\u00e1rios advocat\u00edcios nas a\u00e7\u00f5es entre\no FGTS e os titulares das contas vinculadas.\nOcorre que o STF j\u00e1 declarou o artigo inconstitucional no\njulgamento da ADIn 2.736, em que foi relator o ministro Cezar Peluso, que excluiu\no artigo 29-C da lei 8.036 do ordenamento legal. \"Entendo que o RExt deve ter o\nmesmo destino da ADIn, de modo que dou provimento ao pedido\", concluiu o\nministro.\nNesse sentido:\nEmenta: RECURSO EXTRAORDIN\u00c1RIO COM REPERCUSS\u00c3O GERAL RECONHECIDA. CONSTITUCIONAL. ART. 9\u00ba DA MP 2.164-41/2001. INTRODU\u00c7\u00c3O DO ART. 29-C NA LEI 8.036/1990. HONOR\u00c1RIOS ADVOCAT\u00cdCIOS. SUCUMB\u00caNCIA. A\u00c7\u00d5ES ENVOLVENDO O FGTS E TITULARES DE CONTAS VINCULADAS. INCONSTITUCIONALIDADE DECLARADA NA ADI 2.736/DF. RECURSO PROVIDO. I O Supremo Tribunal Federal, no julgamento da ADI 2.736/DF, Rel. Min. Cezar Peluso, declarou a inconstitucionalidade do art. 9\u00ba da MP 2.164-41/2001, na parte em que introduziu o art. 29-C na lei 8.036/1990, que vedava a condena\u00e7\u00e3o em honor\u00e1rios advocat\u00edcios \u201cnas a\u00e7\u00f5es entre o FGTS e os titulares de contas vinculadas, bem como naquelas em que figuram os respectivos representantes ou substitutos processuais\u201d. II - Os mesmos argumentos devem ser aplicados \u00e0 solu\u00e7\u00e3o do lit\u00edgio de que trata o presente recurso. III - Recurso extraordin\u00e1rio conhecido e provido.( RE 581160 / MG - MINAS GERAIS . PROCESSO ELETR\u00d4NICO. Relator(a): Min. RICARDO LEWANDOWSKI REPERCUSS\u00c3O GERAL - M\u00c9RITO. Julgamento: 20/06/2012 . \u00d3rg\u00e3o Julgador: Tribunal Pleno.DJe-166 DIVULG 22-08-2012 PUBLIC 23-08-2012- Tema 116 - Direito a honor\u00e1rios advocat\u00edcios nas a\u00e7\u00f5es que visam obter expurgos inflacion\u00e1rios de FGTS.- Ac\u00f3rd\u00e3os citados: ADI 162 MC, ADI 525 MC, ADI 1647, ADI 1753 MC,ADI 2213 MC, ADI 2736.)\n\n5. CONCLUS\u00d5ES\nA Taxa Referencial, enquanto \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria assim considerada pela atual jurisprud\u00eancia p\u00e1tria, n\u00e3o pode ser reduzida a Zero, como tem sido nos \u00faltimos meses, pois afronta flagrantemente o artigo 2\u00ba da Lei n\u00ba 8.036/90, que garante atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria aos dep\u00f3sitos feitos no FGTS.\nComo \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, a TR deveria garantir o poder aquisitivo dos dep\u00f3sitos do FGTS, que se perfaz levando em conta os\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\n\u00edndices de infla\u00e7\u00e3o. Desde janeiro de 1999, a TR se distanciou sensivelmente dos \u00edndices oficiais de infla\u00e7\u00e3o, impingindo profundas perdas aos dep\u00f3sitos do FGTS, tornando-se inid\u00f4nea para garantir a reposi\u00e7\u00e3o de perdas monet\u00e1rias.\nA inidoneidade da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria decorre de mudan\u00e7as introduzidas na sua metodologia de c\u00e1lculo pelo Banco Central do Brasil/CMN que, atrav\u00e9s do mecanismo econ\u00f4mico de um redutor, vem nitidamente manipulando o \u00edndice para que ele se desprenda da infla\u00e7\u00e3o at\u00e9 anul\u00e1-la completamente, a despeito de um quadro de infla\u00e7\u00e3o persistente no Pa\u00eds.\nA Caixa Econ\u00f4mica Federal est\u00e1 se prestando ao papel de espoliador do FGTS, na medida em que disp\u00f5e do patrim\u00f4nio do trabalhador sem a devida contrapresta\u00e7\u00e3o. A corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria aplicada ao FGTS tem sido h\u00e1 muito tempo menor que a infla\u00e7\u00e3o registrada, de forma que descumpre n\u00e3o s\u00f3 o artigo 2\u00ba da lei n\u00ba 8.036/90, artigo 233 do C\u00f3digo Civil, mas tamb\u00e9m toda a l\u00f3gica e princ\u00edpios do mercado econ\u00f4mico.\nQuem empresta tem direito a ser remunerado com juros e a totalidade da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. O trabalhador n\u00e3o pode ser obrigado a subsidiar ainda mais os projetos do Governo Federal. O \u201cainda mais\u201d decorre do fato de os juros de 3% do FGTS serem os menores do mercado, o qu\u00ea, por si s\u00f3, demonstra que ele j\u00e1 est\u00e1 fazendo sua parte sob a perspectiva social.\nNegar o direito de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria aos dep\u00f3sitos do FGTS, Fundo do qual o trabalhador n\u00e3o pode simplesmente sacar seu dinheiro para aplicar em outro fundo mais rent\u00e1vel, configura ato de tirania, incompat\u00edvel com um Estado Democr\u00e1tico de Direito e deve ser de pronto recha\u00e7ado.\nSe o Governo Brasileiro remunerasse os investidores internacionais com TR mais 3% a.a, como faz com os trabalhadores, haveria um fuga em massa dos investimentos no Pa\u00eds, e certamente estar\u00edamos experimentando uma tsunami econ\u00f4mica e n\u00e3o uma simples \u201cmarolinha\u201d.\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nSendo a TR \u00edndice inid\u00f4neo para restabelecer o poder aquisitivo dos dep\u00f3sitos do FGTS, sua substitui\u00e7\u00e3o por outro \u00edndice que melhor recomponha as perdas monet\u00e1rias se torna imperioso, a fim de fazer prevalecer o artigo 2\u00ba da lei n\u00ba 8.036/90 e artigo 233 do C\u00f3digo Civil.\nPosto que desde janeiro de 1999 o redutor criado pelo Banco Central/CMN promoveu o completo distanciamento da TR dos \u00edndices oficiais de infla\u00e7\u00e3o, temos que desde ent\u00e3o ela perdeu sua condi\u00e7\u00e3o de repor as perdas inflacion\u00e1rias dos dep\u00f3sitos do FGTS, devendo desde esta data ser substitu\u00edda pelo INPC, alternativamente, pelo IPCA.\n\n6. DA DESNECESSIDADE DA JUNTADA DE EXTRATOS QUANDO DA PROPOSITURA DA A\u00c7\u00c3O\nConforme relatado nos autos, os trabalhadores substitu\u00eddos pelo autor possuem dep\u00f3sito em conta vinculada do FGTS junto a institui\u00e7\u00e3o financeira r\u00e9.\nA Resolu\u00e7\u00e3o 913 do Banco Central determina, em seu art. 1, par\u00e1grafo 1., que a Institui\u00e7\u00e3o Financeira deve \u201cmanter arquivos dos microfilmes, de f\u00e1cil consulta, devidamente ordenados classificados e catalogados, sem preju\u00edzo de outras medidas que objetivem facilitar e agilizar as consultas...\u201d\nN\u00e3o h\u00e1 a necessidade da juntada dos extratos das contas vinculadas ao FGTS em nome dos interessados, pois o \u201cdocumento essencial \u00e0 propositura da a\u00e7\u00e3o\u201d n\u00e3o pode ser confundido com \"\u00f4nus da prova do fato constitutivo do direito\". Sabe-se que ao autor cabe provar os fatos que alega na exordial, entretanto isso quer dizer que deve faz\u00ea-lo mediante apresenta\u00e7\u00e3o de prova pr\u00e9-constitu\u00edda quando do ajuizamento da a\u00e7\u00e3o.\nTal prova pode ser produzida durante a instru\u00e7\u00e3o processual, que \u00e9 o momento oportuno para tanto, e pelos meios de prova regulares, inclusive, se for o caso, mediante requisi\u00e7\u00e3o dos documentos ou das informa\u00e7\u00f5es diretamente a quem as possua.\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nTal entendimento est\u00e1 em conson\u00e2ncia com o entendimento do\nSTJ sobre o tema, conforme a jurisprud\u00eancia que segue:\nCONSTITUCIONAL. PROCESSUAL CIVIL. A\u00c7\u00c3O CIVIL COLETIVA. DIFEREN\u00c7AS DE CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA DE CONTAS DO FGTS. LEGITIMA\u00c7\u00c3O ATIVA DAS ENTIDADES SINDICAIS. NATUREZA E LIMITES. PROVA DO FATO CONSTITUTIVO DO DIREITO AFIRMADO E DOCUMENTO ESSENCIAL \u00c0 PROPOSITURA DA DEMANDA. DISTIN\u00c7\u00d5ES. 1. As entidades sindicais t\u00eam legitimidade ativa para demandar em ju\u00edzo a tutela de direitos subjetivos individuais dos integrantes da categoria, desde que se tratem de direitos homog\u00eaneos e que guardem rela\u00e7\u00e3o de pertencialidade com os fins institucionais do Sindicato demandante. 2. A legitima\u00e7\u00e3o ativa, nesses casos, se opera em regime de substitui\u00e7\u00e3o processual, visando a obter senten\u00e7a condenat\u00f3ria de car\u00e1ter gen\u00e9rico, nos moldes da prevista no art. 95 da Lei n. 8078/90, sem qualquer ju\u00edzo a respeito da situa\u00e7\u00e3o particular dos substitu\u00eddos, dispensando, nesses limites, a autoriza\u00e7\u00e3o individual dos substitu\u00eddos. 3. A individualiza\u00e7\u00e3o da situa\u00e7\u00e3o particular, bem assim a correspondente liquida\u00e7\u00e3o e execu\u00e7\u00e3o dos valores devidos a cada um dos substitu\u00eddos, se n\u00e3o compostas espontaneamente, ser\u00e3o objeto de a\u00e7\u00e3o pr\u00f3pria (a\u00e7\u00e3o de cumprimento da senten\u00e7a condenat\u00f3ria gen\u00e9rica), a ser promovida pelos interessados, ou pelo Sindicato, aqui em regime de representa\u00e7\u00e3o. 4. N\u00e3o se pode confundir \"documento essencial \u00e0 propositura da a\u00e7\u00e3o\" com \"\u00f4nus da prova do fato constitutivo do direito\". Ao autor cumpre provar os fatos que d\u00e3o sustento ao direito afirmado na peti\u00e7\u00e3o inicial, mas isso n\u00e3o significa dizer que deve faz\u00ea-lo mediante apresenta\u00e7\u00e3o de prova pr\u00e9constitu\u00edda e j\u00e1 por ocasi\u00e3o do ajuizamento da demanda. Nada impede que o fa\u00e7a na instru\u00e7\u00e3o processual e pelos meios de prova regulares. 5. Em se tratando de a\u00e7\u00e3o coletiva para tutela de direitos individuais homog\u00eaneos, que visa a uma senten\u00e7a condenat\u00f3ria gen\u00e9rica, a prova do fato constitutivo do direito subjetivo individual dever\u00e1 ser produzida por ocasi\u00e3o da a\u00e7\u00e3o de cumprimento, oportunidade em que se far\u00e1 o exame das situa\u00e7\u00f5es particulares dos substitu\u00eddos, visando a identificar e mensurar cada um dos direitos subjetivos genericamente reconhecidos na senten\u00e7a de proced\u00eancia. 6. Recurso especial a que se nega provimento. RECURSO ESPECIAL N\u00ba 487.202 - RJ (2002/0138531-8)\nAssim, os autores fazem jus a receberem C\u00d3PIA DO EXTRATOS\nANAL\u00cdTICO DO FGTS, os quais dever\u00e3o ser apresentados pela r\u00e9.\n\n7. DO VALOR DA CAUSA\n\nNos termos da pac\u00edfica jurisprud\u00eancia do STJ, nos casos de litiscons\u00f3rcio ativo, o valor da causa para o fim de fixa\u00e7\u00e3o de compet\u00eancia deve ser individual a cada litisconsorte.\nAssim \u00e9 a jurisprud\u00eancia do STJ:\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nPROCESSUAL CIVIL. JUIZADOS ESPECIAIS. VALOR DA CAUSA INFERIOR A SESSENTA SAL\u00c1RIOS M\u00cdNIMOS. LITISCONS\u00d3RCIO ATIVO. VALOR INDIVIDUAL DE CADA LITISCONSORTE. S\u00daMULA 83/STJ. RECURSO ESPECIAL N\u00c3O CONHECIDO. Em se tratando de litiscons\u00f3rcio ativo facultativo, para que se fixe a compet\u00eancia dos Juizados Especiais, deve ser considerado o valor de cada autor, individualmente, n\u00e3o importando se a soma ultrapassa o limite dos 60 (sessenta) sal\u00e1rios m\u00ednimos. Precedentes. S\u00famula 83/STJ. Agravo regimental improvido.(STJ - AgRg no REsp: 1376544 SP 2012/0214836-8, Relator: Ministro HUMBERTO MARTINS, Data de Julgamento: 28/05/2013, T2 - SEGUNDA TURMA, Data de Publica\u00e7\u00e3o: DJe 05/06/2013)\nAssim, verifica-se que o Juizado Especial Federal \u00e9 competente\npara a aprecia\u00e7\u00e3o da presente demanda.\n8. DOS PEDIDOS\n\na\u00e7\u00e3o.\n\nAnte ao exporto, requer: a) A cita\u00e7\u00e3o da requerida, para querendo contestar a presente\n\nb) Seja a presente a\u00e7\u00e3o JULGADA TOTALMENTE PROCEDENTE para condenar a r\u00e9 a:\n\nb.1) Aplicar nas contas do FGTS da parte autora em substitui\u00e7\u00e3o a TR, do INPC, ou, sucessivamente, aplica\u00e7\u00e3o do IPCA, ou, sucessivamente a aplica\u00e7\u00e3o de qualquer outro \u00edndice que reponha as perdas inflacion\u00e1rias do trabalhador nas contas do FGTS, no entender deste Douto Ju\u00edzo, de acordo com os pedidos anteriores, bem como\n\nb.2) Pagar em favor do(a) autor(a), o valor correspondente \u00e0s diferen\u00e7as de FGTS em raz\u00e3o da aplica\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria pelo INPC nos meses em que a TR foi zero, nas parcelas vencidas e vincendas, bem como pagar, em favor do(a) autor(a), o valor correspondente \u00e0s diferen\u00e7as de FGTS\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nem raz\u00e3o da aplica\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria pelo INPC, desde Janeiro de 1999, nos meses em que a TR n\u00e3o foi zero, mas foi menor que a infla\u00e7\u00e3o do per\u00edodo; ou, sucessivamente,\n\nb.3) Pagar em favor do(a) autor(a), o valor correspondente \u00e0s diferen\u00e7as de FGTS em raz\u00e3o da aplica\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria pelo lPCA nos meses em que a TR foi zero, bem como, a pagar em favor do(a) autor(a), o valor correspondente \u00e0s diferen\u00e7as de FGTS em raz\u00e3o da aplica\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria pelo IPCA desde Janeiro de 1999, nos meses em que a TR n\u00e3o foi zero, mas foi menor que a infla\u00e7\u00e3o do per\u00edodo; ou, sucessivamente,\n\nb.4 ) Pagar em favor do(a) autor(a), o valor correspondente \u00e0s diferen\u00e7as de FGTS em raz\u00e3o da aplica\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria por qualquer outro \u00edndice que reponha as perdas inflacion\u00e1rias do trabalhador nas contas do FGTS, no entender deste Douto Ju\u00edzo, desde janeiro de 1999, inclusive nos meses em que a TR foi zero.\n\nc) Sobre os valores devidos pela condena\u00e7\u00e3o de que tratam os itens acima, dever\u00e3o incidir corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria desde a inadimpl\u00eancia da Caixa, bem como os juros legais.\n\nd) Seja compelida a requerida para que, apresente c\u00f3pia dos extratos anal\u00edticos do FGTS do(a) autor(a), com fixa\u00e7\u00e3o de prazo para cumprimento da ordem e fixa\u00e7\u00e3o de multa di\u00e1ria em caso de descumprimento.\n\ne) A condena\u00e7\u00e3o da Caixa ao pagamento das custas e honor\u00e1rios advocat\u00edcios de 20% sobre o valor da condena\u00e7\u00e3o.\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\fS\u00c1 ADVOCACIA\n\nDr. Gebdiel Gon\u00e7alves S\u00e1 OAB/SC 23.914\n\nDr. Jair S\u00e1 Junior\n\nOAB/SC 26.344\n\nOAB/SP 322.667\n\n_______________________________________________________\n\nf) A concess\u00e3o em favor do(a) autor(a) do Benef\u00edcio da Assist\u00eancia Judici\u00e1ria, eis que os mesmos n\u00e3o possuem condi\u00e7\u00f5es de suportar as custas e demais despesas processuais, sem preju\u00edzo do seu sustento e de suas fam\u00edlias, nos termos da Lei 1.060/50 e 5.584/70.\n\ng) Ainda, que este MM. Juiz Federal \"a quo\" manifeste-se em sua r. senten\u00e7a sobre a exig\u00eancia de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria do art. 2\u00ba da lei n\u00ba 8.036/90 que garante atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria aos dep\u00f3sitos das contas vinculadas do FGTS;\n\nh) Por fim, que este MM.Juiz Federal \"a quo\" manifeste-se em sua r. senten\u00e7a sobre os fundamentos que a utiliza\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o desobedeceria os limites materiais de in\u00fameros fundamentos e princ\u00edpios constitucionais, como o Estado Democr\u00e1tico de Direito, atentando contra a Dignidade da pessoa Humana (art. 1\u00ba e inciso III, da CF), bem como os princ\u00edpios da igualdade, seguran\u00e7a jur\u00eddica (art. 5\u00ba, caput, da CF), da prote\u00e7\u00e3o ao direito de propriedade, direito adquirido (art. 5\u00ba, XXII e XXXVI da CF) e moralidade (art. 37 da CF). Logo, resta PREQUESTIONADA a mat\u00e9ria pugnando pela PROCED\u00caNCIA DO PREQUESTIONAMENTO suscitado, requerendo ao Excelent\u00edssimo JUIZ FEDERAL que se pronuncie de forma objetiva, expl\u00edcita e fundamentada sobre o assunto.\n\nProtesta provar o alegado por todos os meios de prova admitidos em direito, em especial a prova documental.\nAtribu\u00ed-se \u00e0 causa o valor de R$ 10.000,00. Crici\u00fama, 10 de dezembro de 2013.\n\nJAIR S\u00c1 JUNIOR OAB/SC 26.344 OAB/SP 322.667\n\nGEBDIEL GON\u00c7ALVES S\u00c1 OAB/SC 23.914\n\nRua Jo\u00e3o Pessoa, 380, Centro, Crici\u00fama, SC, CEP 88801-530 Rua Seis, n\u00b0 855, Centro, Rio Claro, SP, CEP: 13500-050\nE-mail saesaadvocacia@yahoo.com.br Fone (48) 3437 0005 (19) 4104 0200\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 5 (Solon) - IdDocumentoCompleto: 5004118-72.2021.4.04.7202-721620298745423638141692458307", "text": "EXCELENT\u00cdSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA __ VARA DO JU\u00cdZADO ESPECIAL FEDERAL C\u00cdVEL DE CONC\u00d3RDIA, SE\u00c7\u00c3O JUDICI\u00c1RIA DE SANTA CATARINA\n\nGILMAR EGER, j\u00e1 cadastrado eletronicamente, por seus procuradores, infra-assinados, nos termos do instrumento de mandato em anexo, com escrit\u00f3rio profissional na Rua Irm\u00e3os Rudeck, n\u00ba 185, 2\u00ba andar, Edif\u00edcio Sonda, Centro, Fraiburgo \u2013 SC, onde recebem intima\u00e7\u00f5es, vem, com o devido e habitual respeito perante Vossa Excel\u00eancia, propor a presente\n\nA\u00c7\u00c3O DE REVIS\u00c3O E COBRAN\u00c7A DE DIFEREN\u00c7AS DE CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA DO FGTS\n\nem face da CAIXA ECON\u00d4MICA FEDERAL, tamb\u00e9m j\u00e1 devidamente cadastrada eletronicamente, pelos seguintes fundamentos de fato e de direito:\n\n1. DOS FATOS:\n\nA parte Autora \u00e9 optante do Fundo de Garantia do Tempo de\n\nServi\u00e7o \u2013 FGTS, possuindo algumas contas vinculadas ao FGTS ao longo\n\nde sua vida laboral, conforme c\u00f3pias das Carteiras de Trabalho e\n\nPrevid\u00eancia Social em anexo.\n\nOcorre que a Caixa Econ\u00f4mica Federal vem lesando o\n\nDemandante desde 1991, ao aplicar ao saldo das contas de FGTS, como\n\n\u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, a Taxa Referencial (TR).\n\nIsso porque, a Lei n\u00ba 8.036/90, que rege o Fundo de\n\nGarantia do Tempo de Servi\u00e7o, prev\u00ea que a Caixa Econ\u00f4mica Federal\n\ndeve depositar nas contas de FGTS a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e os juros\n\nRua Irm\u00e3os Rudeck, n\u00ba 185, Ed. Sonda, 2\u00ba Andar, Centro, Fraiburgo \u2013 SC, CEP 89.580-000\n\n1\n\nFone/Fax (49) 3246-3138 e 3246-7747, e-mail: contato@damadvogados.com.br\n\n\fdevidos, sendo que a Lei 8.177/91 prev\u00ea que, a partir de fevereiro de 1991, o FGTS deve ser remunerado pela taxa aplic\u00e1vel \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a e pelas taxas de juros previstas na legisla\u00e7\u00e3o do FGTS em vigor, sendo essas taxas de juros, consideradas como adicionais \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o pela taxa aplic\u00e1vel \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a.\nOcorre que, a taxa aplic\u00e1vel \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a desde 1991 \u00e9 a Taxa Referencial - TR, que, conforme j\u00e1 decidido pelo STF, adiante demonstrado, n\u00e3o \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria (ao passo que n\u00e3o reflete a infla\u00e7\u00e3o do per\u00edodo).\nDessa forma, desde 1991 a Caixa Econ\u00f4mica Federal deixou de aplicar \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria as contas de FGTS, aplicando apenas os juros remunerat\u00f3rios consistentes na taxa referencial acrescida dos juros legais previstos na legisla\u00e7\u00e3o do FGTS.\nLogo, considerando que a TR n\u00e3o reflete a infla\u00e7\u00e3o, e que desde 1999 se encontra progressivamente abaixo dos \u00edndices inflacion\u00e1rios, com diferen\u00e7a de at\u00e9 6% ao ano, a utiliza\u00e7\u00e3o dos \u00edndices da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, vem causando s\u00e9rios preju\u00edzos ao trabalhador.\nDessa forma, imp\u00f5e-se ao Poder Judici\u00e1rio que, reconhecendo a ilegalidade da aplica\u00e7\u00e3o da taxa referencial \u00e0s contas do FGTS dos substitu\u00eddos, determine \u00e0 Caixa a correta recomposi\u00e7\u00e3o dos cr\u00e9ditos depositados nas referidas contas, nos termos da fundamenta\u00e7\u00e3o a seguir, bem como que efetue o pagamento das respectivas diferen\u00e7as, a serem apuradas em liquida\u00e7\u00e3o de senten\u00e7a.\nPor tais motivos \u00e9 que a parte Autora ingressa com a presente demanda.\n2. DO DIREITO DO FUNDO DE GARANTIA DO TEMPO DE SERVI\u00c7O \u2013 FGTS:\n\nRua Irm\u00e3os Rudeck, n\u00ba 185, Ed. Sonda, 2\u00ba Andar, Centro, Fraiburgo \u2013 SC, CEP 89.580-000\n\n2\n\nFone/Fax (49) 3246-3138 e 3246-7747, e-mail: contato@damadvogados.com.br\n\n\fA Constitui\u00e7\u00e3o Federal garante ao trabalhador, no t\u00f3pico referente aos direitos sociais a forma\u00e7\u00e3o de um Fundo de Garantia do Tempo de Servi\u00e7o \u2013 FGTS (art. 7, inciso III).\nOu seja, o FGTS foi criado para proteger o trabalhador, com a garantia de que ter\u00e1 uma reserva financeira em casos de necessidade, como no desemprego involunt\u00e1rio, ou para facilitar a aquisi\u00e7\u00e3o de im\u00f3vel ou ainda para garantir melhores condi\u00e7\u00f5es na velhice ou em caso de doen\u00e7a, como ocorre na hip\u00f3tese de aposentadoria.\nDessa forma, para que se efetive o intuito de proteger o trabalhador \u00e9 imperioso que os dep\u00f3sitos em conta de FGTS sejam atualizados por \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria que garanta a recupera\u00e7\u00e3o do valor da moeda frente ao processo inflacion\u00e1rio ocorrido durante o per\u00edodo em que o dinheiro trabalhador permaneceu aplicado na conta de FGTS.\nConforme pacificado pelo E. Tribunal Superior do Trabalho, sob o enfoque do v\u00ednculo trabalhador-empregador, \u201cos\nreferidos dep\u00f3sitos (de FGTS) constituem sal\u00e1rio diferido, pois ostentam condi\u00e7\u00e3o de \u00fanica prote\u00e7\u00e3o conferida ao obreiro em face da dispensa arbitr\u00e1ria ou sem justo motivo, nos termos dos artigos 7\u00ba, I, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal e 10, I, do ADCT. Isso porque, ao trabalhador subordinado que se v\u00ea abruptamente privado de sua fonte de sustento, a Lei n\u00b0 8.036/90, regulamentando os dispositivos constitucionais citados, garante o levantamento dos aludidos dep\u00f3sitos, acrescidos de uma indeniza\u00e7\u00e3o de 40%\u201d.1\nNesse sentido, \u00e9 incontest\u00e1vel que o FGTS \u00e9 cr\u00e9dito trabalhista, advindo da imposi\u00e7\u00e3o estatal da poupan\u00e7a for\u00e7ada, a fim de amparar o trabalhador em situa\u00e7\u00f5es excepcionais, como a despedida arbitr\u00e1ria, por exemplo.\nDiante disto, ao ser depositado na sua conta de FGTS, o valor passa a integrar o patrim\u00f4nio do trabalhador. Tal situa\u00e7\u00e3o n\u00e3o poderia ter outra interpreta\u00e7\u00e3o, na medida em que com o falecimento\n\n1 RR - 77600-06.2003.5.07.0024. 8\u00aa Turma do TST. Relatora Ministra Dora Maria da Costa. DJET de\n\n28/06/2010\n\nRua Irm\u00e3os Rudeck, n\u00ba 185, Ed. Sonda, 2\u00ba Andar, Centro, Fraiburgo \u2013 SC, CEP 89.580-000\n\n3\n\nFone/Fax (49) 3246-3138 e 3246-7747, e-mail: contato@damadvogados.com.br\n\n\fdo mesmo o eventual saldo n\u00e3o \u00e9 restitu\u00eddo \u00e0 empresa, mas repassado aos dependentes previdenci\u00e1rios, ou na falta destes, aos seus sucessores (art. 20, IV, da Lei Federal n\u00ba 8.036/90).\nPor consequ\u00eancia, sendo propriedade do trabalhador, incide a prote\u00e7\u00e3o constitucional do direito de propriedade (art. 5\u00ba, XXI, CF) e, diante desta perspectiva, ao impor a poupan\u00e7a for\u00e7ada do seu patrim\u00f4nio, os valores depositados em contas do FGTS, evidentemente, devem receber corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, a fim de garantir a pr\u00f3pria subsist\u00eancia do direito de propriedade.\nAcrescente-se a isso as singularidades do FGTS: cuida-se de um pec\u00falio constitucional obrigat\u00f3rio, n\u00e3o port\u00e1vel e com prazo indefinido. Ou seja, n\u00e3o h\u00e1 possibilidade do trabalhador titular de transferir seus recursos para aplica\u00e7\u00f5es mais rent\u00e1veis, mais bem geridas ou mais seguras. Logo, \u00e9 do n\u00facleo essencial do art. 7\u00ba, III, da CF/1988 que o Fundo de Garantia seja preservado, ao menos, da infla\u00e7\u00e3o.\nNessa perspectiva, o ministro Gilmar Mendes ao discorrer sobre o direito de propriedade e a quest\u00e3o monet\u00e1ria:\nConstitui aut\u00eantico tru\u00edsmo ressaltar que, hodiernamente, coexistem, lado a lado, o valor da moeda, conferido pelo Estado, e o seu valor de troca interno e externo. Enquanto o valor nominal da moeda se mostra inalter\u00e1vel, salvo decis\u00e3o em contr\u00e1rio do pr\u00f3prio Estado, o seu valor de troca sofre altera\u00e7\u00f5es intr\u00ednsecas em virtude do processo inflacion\u00e1rio ou de outros fatores que influem na sua rela\u00e7\u00e3o com outros padr\u00f5es monet\u00e1rios. [...] A amplitude conferida modernamente ao conceito constitucional de propriedade e a id\u00e9ia de que os valores de \u00edndole patrimonial, inclusive dep\u00f3sitos banc\u00e1rios e outros direitos an\u00e1logos, s\u00e3o abrangidos por essa garantia est\u00e3o a exigir, efetivamente, que eventual altera\u00e7\u00e3o do padr\u00e3o monet\u00e1rio seja contemplada, igualmente, como problema concernente \u00e0 garantia constitucional da propriedade.2\nCorroborando os argumentos acima expostos, o voto do Ministro Ayres Britto na ADI n\u00ba 4425/DF:\n\n2 MENDES, Gilmar Ferreira. COELHO, Inoc\u00eancio Martires. BRANCO, Paulo Gustavo Gonet. Curso de Direito\n\nConstitucional. 2\u00aa ed. S\u00e3o Paulo: Saraiva, 2008, p. 433-436.\n\nRua Irm\u00e3os Rudeck, n\u00ba 185, Ed. Sonda, 2\u00ba Andar, Centro, Fraiburgo \u2013 SC, CEP 89.580-000\n\n4\n\nFone/Fax (49) 3246-3138 e 3246-7747, e-mail: contato@damadvogados.com.br\n\n\f17. Insurg\u00eancia, a meu ver, que \u00e9 de ser acolhida quanto \u00e0 utiliza\u00e7\u00e3o do \u201c\u00edndice oficial de remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica da caderneta de poupan\u00e7a\u201d para a atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos d\u00e9bitos inscritos em precat\u00f3rio. \u00c9 que a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, consoante j\u00e1 defendi em artigo doutrin\u00e1rio, \u00e9 instituto jur\u00eddicoconstitucional, porque tema espec\u00edfico ou a pr\u00f3pria mat\u00e9ria de algumas normas figurantes do nosso Magno Texto, tracejadoras de um peculiar regime jur\u00eddico para ela. Instituto que tem o pagamento em dinheiro como fato-condi\u00e7\u00e3o de sua incid\u00eancia e, como objeto, a agrava\u00e7\u00e3o quantitativa desse mesmo pagamento. Agrava\u00e7\u00e3o, por\u00e9m, que n\u00e3o corresponde a uma sobrepaga, no sentido de constituir obriga\u00e7\u00e3o nova que se adiciona \u00e0 primeira, com o fito de favorecer uma das partes da rela\u00e7\u00e3o jur\u00eddica e desfavorecer a outra. N\u00e3o \u00e9 isso. Ao menos no plano dos fins a que visa a Constitui\u00e7\u00e3o, na mat\u00e9ria, ningu\u00e9m enriquece e ningu\u00e9m empobrece por efeito de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, porque a d\u00edvida que tem o seu valor nominal atualizado ainda \u00e9 a mesma d\u00edvida. Sendo assim, imp\u00f5e-se a compreens\u00e3o de que, com a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, a Constitui\u00e7\u00e3o manda que as coisas mudem..., para que nada mude; quero dizer: o objetivo constitucional \u00e9 mudar o valor nominal de uma dada obriga\u00e7\u00e3o de pagamento em dinheiro, para que essa mesma obriga\u00e7\u00e3o de pagamento em dinheiro n\u00e3o mude quanto ao seu valor real. \u00c9 ainda inferir: a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u00e9 instrumento de preserva\u00e7\u00e3o do valor real de um determinado bem, constitucionalmente protegido e redut\u00edvel a pec\u00fania. Valor real a preservar que \u00e9 sin\u00f4nimo de poder de compra ou \u201cpoder aquisitivo\u201d, tal como se v\u00ea na reda\u00e7\u00e3o do inciso IV do art. 7\u00ba da C.F., atinente ao instituto do sal\u00e1rio m\u00ednimo. E se se coloca assim na aplainada tela da Constitui\u00e7\u00e3o a imagem de um poder aquisitivo a resguardar, \u00e9 porque a express\u00e3o financeira do bem juridicamente protegido passa a experimentar, com o tempo, uma deteriora\u00e7\u00e3o ou perda de subst\u00e2ncia, por efeito, obviamente, do fato econ\u00f4mico gen\u00e9rico a que se d\u00e1 o nome de \u201cinfla\u00e7\u00e3o\u201d. Da\u00ed porque deixar de assegurar a continuidade desse valor real \u00e9, no fim das contas, desequilibrar a equa\u00e7\u00e3o econ\u00f4mico-financeira entre devedor e credor de uma dada obriga\u00e7\u00e3o de pagamento, em desfavor do \u00faltimo. 18. Com efeito, neste ponto de intelec\u00e7\u00e3o das coisas, nota-se que a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria se caracteriza, operacionalmente, pela citada aptid\u00e3o para manter um equil\u00edbrio econ\u00f4mico-financeiro entre sujeitos jur\u00eddicos. E falar de equil\u00edbrio econ\u00f4mico-financeiro entre partes jur\u00eddicas \u00e9, simplesmente, manter as respectivas pretens\u00f5es ou os respectivos interesses no estado em que primitivamente se encontravam. Pois n\u00e3o se trata de favorecer ou beneficiar ningu\u00e9m. O de que se cuida \u00e9 impedir que a perda do poder aquisitivo da moeda redunde no empobrecimento do credor e no correlato enriquecimento do devedor de uma dada obriga\u00e7\u00e3o de pagamento em dinheiro. Pelo que j\u00e1 se pode compreender melhor que a agrava\u00e7\u00e3o no \u201cquantum\u201d devido pelo sujeito passivo da rela\u00e7\u00e3o jur\u00eddica n\u00e3o \u00e9 propriamente qualitativa, mas t\u00e3o-somente quantitativa. A finalidade da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, enquanto instituto de\n\nRua Irm\u00e3os Rudeck, n\u00ba 185, Ed. Sonda, 2\u00ba Andar, Centro, Fraiburgo \u2013 SC, CEP 89.580-000\n\n5\n\nFone/Fax (49) 3246-3138 e 3246-7747, e-mail: contato@damadvogados.com.br\n\n\fDireito Constitucional, n\u00e3o \u00e9 deixar mais rico o benefici\u00e1rio, nem mais pobre o sujeito passivo de uma dada obriga\u00e7\u00e3o de pagamento. \u00c9 deix\u00e1-los tal como qualitativamente se encontravam, no momento em que se formou a rela\u00e7\u00e3o obrigacional. Da\u00ed me parecer correto ajuizar que a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria constitui verdadeiro direito subjetivo do credor, seja ele p\u00fablico, ou, ent\u00e3o, privado. N\u00e3o, por\u00e9m, uma nova categoria de direito subjetivo, superposta \u00e0quele de receber uma presta\u00e7\u00e3o obrigacional em dinheiro. O direito mesmo \u00e0 percep\u00e7\u00e3o da origin\u00e1ria paga \u00e9 que s\u00f3 existe em plenitude, se monetariamente corrigido. Donde a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria constituir-se em elemento do direito subjetivo \u00e0 percep\u00e7\u00e3o de uma determinada paga (integral) em dinheiro. N\u00e3o h\u00e1 dois direitos, portanto, mas um \u00fanico direito de receber, corrigidamente, um valor em dinheiro. Pois que, sem a corre\u00e7\u00e3o, o titular do direito s\u00f3 o recebe mutilada ou parcialmente. Enquanto o sujeito passivo da obriga\u00e7\u00e3o, correlatamente, dessa obriga\u00e7\u00e3o apenas se desincumbe de modo reduzido. 19. Conv\u00e9m insistir no racioc\u00ednio. Se h\u00e1 um direito subjetivo \u00e0 corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria de determinado cr\u00e9dito, direito que, como visto, n\u00e3o difere do cr\u00e9dito origin\u00e1rio, fica evidente que o reajuste h\u00e1 de corresponder ao preciso \u00edndice de desvaloriza\u00e7\u00e3o da moeda, ao cabo de um certo per\u00edodo; quer dizer, conhecido que seja o \u00edndice de deprecia\u00e7\u00e3o do valor real da moeda \u2013 a cada per\u00edodo legalmente estabelecido para a respectiva medi\u00e7\u00e3o \u2013 , \u00e9 ele que por inteiro vai recair sobre a express\u00e3o financeira do instituto jur\u00eddico protegido com a cl\u00e1usula de permanente atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. \u00c9 o mesmo que dizer: medido que seja o tamanho da infla\u00e7\u00e3o num dado per\u00edodo, tem-se, naturalmente, o percentual de defasagem ou de efetiva perda de poder aquisitivo da moeda que vai servir de crit\u00e9rio matem\u00e1tico para a necess\u00e1ria preserva\u00e7\u00e3o do valor real do bem ou direito constitucionalmente protegido.\nNessa esteira, a n\u00e3o aplica\u00e7\u00e3o de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria\nid\u00f4nea a refletir o processo inflacion\u00e1rio acaba por ferir de morte\no direito de propriedade do trabalhador, tendo em vista que seus\ndep\u00f3sitos na conta de FGTS n\u00e3o podem ser sacados a qualquer momento,\nacarretando em enriquecimento il\u00edcito da Caixa Econ\u00f4mica Federal,\nque no final das contas ir\u00e1 lucrar com o empobrecimento do\ntrabalhador.\nAli\u00e1s, o FGTS foi criado para proteger o trabalhador, com\na garantia de que ter\u00e1 uma reserva financeira em casos de\nnecessidade. Ora, se o trabalhador n\u00e3o possui livre disposi\u00e7\u00e3o da\nsua reserva financeira, somente podendo dispor dela em momento\nposterior, a n\u00e3o incid\u00eancia de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria capaz de refletir\n\nRua Irm\u00e3os Rudeck, n\u00ba 185, Ed. Sonda, 2\u00ba Andar, Centro, Fraiburgo \u2013 SC, CEP 89.580-000\n\n6\n\nFone/Fax (49) 3246-3138 e 3246-7747, e-mail: contato@damadvogados.com.br\n\n\fa infla\u00e7\u00e3o obviamente acarreta em preju\u00edzo flagrante do seu direito de propriedade.\nDessa forma, para que se efetive o intuito de proteger o trabalhador \u00e9 imperioso que os dep\u00f3sitos em conta de FGTS sejam atualizados por \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria que garanta a recupera\u00e7\u00e3o do valor da moeda frente ao processo inflacion\u00e1rio ocorrido durante o per\u00edodo em que o dinheiro trabalhador permaneceu aplicado na conta de FGTS.\n\nDA INCONSTITUCIONALIDADE DA UTILIZA\u00c7\u00c3O DA TAXA REFERENCIAL (TR) COMO CRIT\u00c9RIO DE CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA: O Fundo de Garantia por Tempo de Servi\u00e7o (FGTS) foi institu\u00eddo pela Lei n. 5.170, de 13 de setembro de 1966, e \u00e9 composto de recursos captados no setor privado e administrados pela Caixa Econ\u00f4mica Federal, possuindo como principal finalidade a prote\u00e7\u00e3o dos trabalhadores demitidos sem justa causa. Atualmente, o FGTS \u00e9 regido pela Lei n. 8.036, de 11 de maio de 1990, a qual delegou \u00e0 institui\u00e7\u00e3o financeira r\u00e9 a qualidade de agente operador do fundo, cabendo-lhe, al\u00e9m das atribui\u00e7\u00f5es previstas em seu artigo 7\u00ba, realizar a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos fundos de todos os trabalhadores, bem como remuner\u00e1-los com juros, nos termos dos caputs dos artigos 2\u00ba e 13 da Lei n. 8.036/90 e no art. 17 da Lei 8.177/91, in verbis:\n\nLei Federal n\u00ba 8.036/1990: Art. 2\u00ba O FGTS \u00e9 constitu\u00eddo pelos saldos das contas vinculadas a que se refere esta lei e outros recursos a ele incorporados, devendo ser aplicados com atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e juros, de modo a assegurar a cobertura de suas obriga\u00e7\u00f5es.\nArt. 13. Os dep\u00f3sitos efetuados nas contas vinculadas ser\u00e3o corrigidos monetariamente com base nos par\u00e2metros fixados para atualiza\u00e7\u00e3o dos saldos dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a e capitaliza\u00e7\u00e3o juros de (tr\u00eas) por cento ao ano. (...)\n\nLei Federal n\u00ba 8.177/1991\n\nRua Irm\u00e3os Rudeck, n\u00ba 185, Ed. Sonda, 2\u00ba Andar, Centro, Fraiburgo \u2013 SC, CEP 89.580-000\n\n7\n\nFone/Fax (49) 3246-3138 e 3246-7747, e-mail: contato@damadvogados.com.br\n\n\fArt. 17. A partir de fevereiro de 1991, os saldos das contas do Fundo de Garantia por Tempo de Servi\u00e7o (FGTS) passam a ser remunerados pela taxa aplic\u00e1vel \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a com data de anivers\u00e1rio no dia 1\u00b0, observada a periodicidade mensal para remunera\u00e7\u00e3o. Par\u00e1grafo \u00fanico. (...) (grifado)\n\n\u00edndices:\n\nEm suma, os saldos das contas de FGTS s\u00e3o sujeito a dois\na) O primeiro \u00e9 o \u00edndice de 3% ao ano, referente a capitaliza\u00e7\u00e3o de juros, prevista no final do caput art. 13 da Lei 8.036/90; e b) O segundo \u00edndice, que deveria ser o respons\u00e1vel pela atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, \u00e9 aquele equivalente aos \u201cpar\u00e2metros fixados para atualiza\u00e7\u00e3o dos saldos dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a\u201d (caput art. 13 da Lei 8.036/90), o qual, desde a edi\u00e7\u00e3o do art. 17, caput, da Lei Federal n\u00ba 8.177/1991, \u00e9 a Taxa Referencial (TR).\n\nNo entanto, a ado\u00e7\u00e3o da Taxa Referencial como crit\u00e9rio de\n\natualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria n\u00e3o \u00e9 capaz atualmente de refletir idoneamente\n\no fen\u00f4meno inflacion\u00e1rio. Um dos motivos se d\u00e1 pela altera\u00e7\u00e3o que a\n\nTR foi sofrendo ao longo do tempo. Inicialmente, a TR foi criada\n\npara remunerar as cadernetas de poupan\u00e7a com a expectativa de\n\ninfla\u00e7\u00e3o futura no per\u00edodo de aplica\u00e7\u00e3o, no lugar da infla\u00e7\u00e3o\n\npassada. Desindexava-se, assim, a caderneta de poupan\u00e7a (principal\n\nativo financeiro na \u00e9poca) dos \u00edndices de infla\u00e7\u00e3o passada.\n\nOcorre que anteriormente \u00e0 Lei n\u00ba 8.981/95, o imposto de\n\nrenda incidente sobre as aplica\u00e7\u00f5es financeiras tinha como base de\n\nc\u00e1lculo apenas o \u201crendimento real\u201d, isto \u00e9, acima da infla\u00e7\u00e3o, e\n\ndiversos foram os \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria utilizados pelo\n\nFisco (OTN, BTN, BTN-fiscal e, por fim, UFIR) para identificar o\n\n\u201crendimento real\u201d. Todavia, com a edi\u00e7\u00e3o da referida lei, passou-se\n\na incidir o imposto de renda sobre a remunera\u00e7\u00e3o total das\n\naplica\u00e7\u00f5es.\n\nNesse sentido, a fim de evitar uma transfer\u00eancia em massa\n\nde capitais investidos em t\u00edtulos p\u00fablicos e privados para a\n\ncaderneta de poupan\u00e7a, alterou-se a metodologia de c\u00e1lculo da TR\n\n(Resolu\u00e7\u00e3o CMN 2.604, de 23/04/1999), desvinculando-se inclusive da\n\ninfla\u00e7\u00e3o futura, foco inicial da TR.\n\nRua Irm\u00e3os Rudeck, n\u00ba 185, Ed. Sonda, 2\u00ba Andar, Centro, Fraiburgo \u2013 SC, CEP 89.580-000\n\n8\n\nFone/Fax (49) 3246-3138 e 3246-7747, e-mail: contato@damadvogados.com.br\n\n\fDiante do exposto, pede-se v\u00eania para expor o entendimento j\u00e1 exarado pelo Egr\u00e9gio Supremo Tribunal Federal em sede de controle concentrado de constitucionalidade no sentido de que a TR n\u00e3o mais reflete idoneamente o fen\u00f4meno inflacion\u00e1rio. Veja-se trecho do voto do Ministro Ayres Britto na ADI n\u00ba 4425:\n\n20.O que determinou, no entanto, a Emenda Constitucional n\u00ba 62/2009?\n\nQue a atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos valores inscritos em precat\u00f3rio, ap\u00f3s sua\n\nexpedi\u00e7\u00e3o e at\u00e9 o efetivo pagamento, se dar\u00e1 pelo \u201c\u00edndice oficial de\n\nremunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica da caderneta de poupan\u00e7a\u201d. \u00cdndice que, segundo j\u00e1\n\nassentou este Supremo Tribunal Federal na ADI 493, n\u00e3o reflete a perda de\n\npoder aquisitivo da moeda . 9 Cito passagem do minucioso voto do Ministro\n\nMoreira Alves:\n\n\u201cComo se v\u00ea, a TR \u00e9 a taxa que resulta, com a utiliza\u00e7\u00e3o das complexas e\n\nsucessivas f\u00f3rmulas contidas na Resolu\u00e7\u00e3o n\u00ba 1085 do Conselho Monet\u00e1rio\n\nNacional, do c\u00e1lculo da taxa m\u00e9dia ponderada da remunera\u00e7\u00e3o dos\n\nCDB/RDB das vinte institui\u00e7\u00f5es selecionadas, expurgada esta de dois por\n\ncento que representam genericamente o valor da tributa\u00e7\u00e3o e da \u2018taxa real\n\nhist\u00f3rica de juros da economia\u2019 embutidos nessa remunera\u00e7\u00e3o. Seria a TR\n\n\u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, e, portanto, \u00edndice de desvaloriza\u00e7\u00e3o da\n\nmoeda, se inequivocamente essa taxa m\u00e9dia ponderada da remunera\u00e7\u00e3o\n\ndos CDB/RDB com o expurgo de 2% fosse constitu\u00edda apenas do valor\n\ncorrespondente \u00e0 desvaloriza\u00e7\u00e3o esperada da moeda em virtude da\n\ninfla\u00e7\u00e3o. Em se tratando, por\u00e9m, de taxa de remunera\u00e7\u00e3o de t\u00edtulos para\n\nefeito de capta\u00e7\u00e3o de recursos por parte de entidades financeiras, isso n\u00e3o\n\nocorre por causa dos diversos fatores que influem na fixa\u00e7\u00e3o do custo do\n\ndinheiro a ser captado. (...) A varia\u00e7\u00e3o dos valores das taxas desse custo\n\nprefixados por essas entidades decorre de fatores econ\u00f4micos v\u00e1rios,\n\ninclusive peculiares a cada uma delas (assim, suas necessidades de\n\nliquidez) ou comuns a todas (como, por exemplo, a concorr\u00eancia com outras\n\nfontes de capta\u00e7\u00e3o de dinheiro, a pol\u00edtica de juros adotada pelo Banco\n\nCentral, a maior ou menor oferta de moeda), e fatores esses que nada t\u00eam\n\nque ver com o valor de troca da moeda, mas, sim \u2013 o que \u00e9 diverso -, com o\n\ncusto da capta\u00e7\u00e3o desta.\u201d\n\n21.O que se conclui, portanto, \u00e9 que o \u00a7 12 do art. 100 da Constitui\u00e7\u00e3o\n\nacabou por artificializar o conceito de atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. Conceito\n\nque est\u00e1 ontologicamente associado \u00e0 manuten\u00e7\u00e3o do valor real da\n\nmoeda. Valor real que s\u00f3 se mant\u00e9m pela aplica\u00e7\u00e3o de \u00edndice que\n\nreflita a desvaloriza\u00e7\u00e3o dessa moeda em determinado per\u00edodo. Ora, se\n\na corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos valores inscritos em precat\u00f3rio deixa de\n\ncorresponder \u00e0 perda do poder aquisitivo da moeda, o direito reconhecido\n\npor senten\u00e7a judicial transitada em julgado ser\u00e1 satisfeito de forma\n\nexcessiva ou, de rev\u00e9s, deficit\u00e1ria. Em ambas as hip\u00f3teses, com\n\nenriquecimento il\u00edcito de uma das partes da rela\u00e7\u00e3o jur\u00eddica. E n\u00e3o \u00e9 dif\u00edcil\n\nconstatar que a parte prejudicada, no caso, ser\u00e1, quase que\n\nRua Irm\u00e3os Rudeck, n\u00ba 185, Ed. Sonda, 2\u00ba Andar, Centro, Fraiburgo \u2013 SC, CEP 89.580-000\n\n9\n\nFone/Fax (49) 3246-3138 e 3246-7747, e-mail: contato@damadvogados.com.br\n\n\finvariavelmente, o credor da Fazenda P\u00fablica. Basta ver que, nos \u00faltimos quinze anos (1996 a 2010), enquanto a TR (taxa de remunera\u00e7\u00e3o da poupan\u00e7a) foi de 55,77%, a infla\u00e7\u00e3o foi de 97,85%, de acordo com o IPCA. 22.N\u00e3o h\u00e1 como, portanto, deixar de reconhecer a inconstitucionalidade da norma atacada, na medida em que a fixa\u00e7\u00e3o da remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica da caderneta de poupan\u00e7a como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos valores inscritos em precat\u00f3rio implica indevida e intoler\u00e1vel constri\u00e7\u00e3o \u00e0 efic\u00e1cia da atividade jurisdicional. Uma afronta \u00e0 garantia da coisa julgada e, por reverbera\u00e7\u00e3o, ao protoprinc\u00edpio da separa\u00e7\u00e3o dos Poderes.\nAdemais, h\u00e1 de se relembrar que a TR \u00e9 fixada ex ante, ou\nseja, a partir de crit\u00e9rios t\u00e9cnicos que n\u00e3o levam em conta a\ndesvaloriza\u00e7\u00e3o da moeda empiricamente realizada.\nNesse sentido, transcrevem-se trechos do brilhante voto\ndo Ministro Luiz Fux ao julgar o Tema 810 desta Egr\u00e9gia Corte:\nNota-se, pois, que a remunera\u00e7\u00e3o da caderneta de poupan\u00e7a \u2013 diferentemente de qualquer outro \u00edndice oficial de infla\u00e7\u00e3o \u2013 \u00e9 sempre prefixada, seja na parte j\u00e1 prevista na lei (0,5% ao m\u00eas ou 70% da meta da taxa Selic ao ano, consoante as hip\u00f3teses do inciso II), seja na parte fixada pelo Banco Central (a Taxa Referencial relativa \u00e0 respectiva data de anivers\u00e1rio, na forma do inciso I, atualmente calculada com base em CDBs e RDBs prefixados). Essa circunst\u00e2ncia deixa patente a desvincula\u00e7\u00e3o entre a evolu\u00e7\u00e3o dos pre\u00e7os da economia e a remunera\u00e7\u00e3o da caderneta de poupan\u00e7a, o que a impede de caracterizar-se, quer sob o \u00e2ngulo formal (l\u00f3gico-conceitual) quer sob o \u00e2ngulo material (t\u00e9cnicometodol\u00f3gico), como term\u00f4metro da infla\u00e7\u00e3o. [...] Em terceiro lugar, a inidoneidade se manifesta em perspectiva hist\u00f3ricojurisprudencial. O pr\u00f3prio Supremo Tribunal Federal j\u00e1 decidiu que a TR n\u00e3o \u00e9, em abstrato, id\u00f4nea a capturar a perda do poder aquisitivo da moeda. Ao julgar a ADI n\u00ba 493, o plen\u00e1rio desta Corte entendeu que o aludido \u00edndice n\u00e3o foi criado para captar a varia\u00e7\u00e3o de pre\u00e7os na economia. Eis trecho esclarecedor da ementa e do voto condutor do ac\u00f3rd\u00e3o, lavrado pelo Min. Moreira Alves: Ementa: (\u2026) A taxa referencial (TR) n\u00e3o \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, pois, refletindo as varia\u00e7\u00f5es do custo prim\u00e1rio da capta\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos a prazo fixo, n\u00e3o constitui \u00edndice que reflita a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda. Trecho do Voto: \u201c(...) o \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u00e9 um n\u00famero-\u00edndice que traduz, o mais aproximadamente poss\u00edvel, a perda do valor de troca da moeda, mediante compara\u00e7\u00e3o, entre os extremos de determinado per\u00edodo,\nRua Irm\u00e3os Rudeck, n\u00ba 185, Ed. Sonda, 2\u00ba Andar, Centro, Fraiburgo \u2013 SC, CEP 89.580-000 10 Fone/Fax (49) 3246-3138 e 3246-7747, e-mail: contato@damadvogados.com.br\n\n\fda varia\u00e7\u00e3o do pre\u00e7o de certos bens (mercadorias, servi\u00e7os, sal\u00e1rios, etc.), para a revis\u00e3o do pagamento de obriga\u00e7\u00f5es que dever\u00e1 ser feito na medida dessa varia\u00e7\u00e3o. (\u2026) \u00c9, pois, um \u00edndice que se destina a determinar o valor de troa da moeda, e que, por isso mesmo, s\u00f3 pode se calculado com base em fatores econ\u00f4micos exclusivamente ligados a esse valor. Por isso, \u00e9 um \u00edndice neutro, que n\u00e3o admite, para seu c\u00e1lculo, se levem em considera\u00e7\u00e3o fatores outros que n\u00e3o os acima referidos. (\u2026) n\u00e3o \u00e9 isso que ocorre com a Taxa Referencial (TR), que n\u00e3o \u00e9 o \u00edndice de determina\u00e7\u00e3o do valor de troca da moeda, mas, ao contr\u00e1rio, \u00edndice que exprime a taxa m\u00e9dia ponderada do custo de capta\u00e7\u00e3o da moeda por entidades financeiras para sua posterior aplica\u00e7\u00e3o por estas. A varia\u00e7\u00e3o dos valores das taxas desse custo prefixados por essas entidades decorre de fatores econ\u00f4micos v\u00e1rios, inclusive peculiares a cada uma delas (assim, suas necessidades de liquidez) ou comuns a todas (como, por exemplo, a concorr\u00eancia com outras fontes de capta\u00e7\u00e3o de dinheiro, a pol\u00edtica de juros adotada pelo Banco Central, a maior ou menor oferta de moeda), e fatores esses que nada t\u00eam a ver com o valor de troca da moeda, mas, sim \u2013 o que \u00e9 diverso -, com o custo da capta\u00e7\u00e3o desta. Na forma\u00e7\u00e3o desse custo, n\u00e3o entra sequer a desvaloriza\u00e7\u00e3o da moeda (sua perda de valor de troca), que \u00e9 a j\u00e1 ocorrida, mas \u2013 o que \u00e9 expectativa com os riscos de um verdadeiro jogo \u2013 a previs\u00e3o da desvaloriza\u00e7\u00e3o da moeda que poder\u00e1 ocorrer\u201d. (ADI n\u00ba 493, rel. Min. Moreira Alves, Tribunal Pleno, j. em 25/06/1992, DJ 04-09-1992)\nNo mesmo sentido se manifestou o Ministro Celso de Mello:\n\u201cO car\u00e1ter eminentemente remunerat\u00f3rio da TR foi reconhecido, de modo expresso, pela pr\u00f3pria Lei n\u00ba 8.177/91 em seus arts. 12, 17 e 39. Esse aspecto \u2013 que assume ineg\u00e1vel essencialidade na an\u00e1lise do tema \u2013 revelase bastante para descaracterizar a pretendida natureza da TR como \u00edndice de atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria\u201d. (ADI n\u00ba 493, rel. Min. Moreira Alves, Tribunal Pleno, j. em 25/06/1992, DJ 04-09-1992) Mais recentemente, no julgamento das ADIs n\u00ba 4.357 e 4.425, o Supremo Tribunal Federal reiterou essa compreens\u00e3o ao pontuar a inidoneidade prima facie da remunera\u00e7\u00e3o da caderneta de poupan\u00e7a para mensurar o fen\u00f4meno inflacion\u00e1rio, como ficou registrado na ementa: \u201c(...) a infla\u00e7\u00e3o, fen\u00f4meno tipicamente econ\u00f4mico monet\u00e1rio, mostra-se insuscet\u00edvel de capta\u00e7\u00e3o aprior\u00edstica (ex ante), de modo que o meio escolhido pelo legislador constituinte (remunera\u00e7\u00e3o da caderneta de poupan\u00e7a) \u00e9 inid\u00f4neo a promover o fim a que se destina (traduzir a infla\u00e7\u00e3o do per\u00edodo)\u201d. (ADI n\u00ba 4.357, rel. Min. Ayres Britto, relator p/ ac\u00f3rd\u00e3o Min. Luiz Fux, Tribunal Pleno, j. 14/03/2013, DJe188 de 25-09- 2014) [...] Ora, se o Estado n\u00e3o utiliza a caderneta de poupan\u00e7a como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o quando tem o objetivo de passar credibilidade ao investidor\nRua Irm\u00e3os Rudeck, n\u00ba 185, Ed. Sonda, 2\u00ba Andar, Centro, Fraiburgo \u2013 SC, CEP 89.580-000 11 Fone/Fax (49) 3246-3138 e 3246-7747, e-mail: contato@damadvogados.com.br\n\n\fou de atrair contratantes, \u00e9 porque tem consci\u00eancia de que o aludido \u00edndice n\u00e3o \u00e9 adequado a medir a varia\u00e7\u00e3o de pre\u00e7os na economia.\n\nAinda, a fim de demonstrar o completo distanciamento da TR dos \u00edndices que tradicionalmente s\u00e3o utilizados para atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, segue tabela comparativa:\n\nANO 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012\n\nTR 5,7295% 2,0962% 2,2852% 2,8023% 4,6485% 1,8184% 2,8335% 2,0377% 1,4452% 1,6348% 0,7090% 0,6887% 1,2079% 0,2897%\n\nINPC 8,43% 5,27% 9,44% 14,74% 10,38% 6,13% 5,05% 2,81% 5,15% 6,48% 4,11% 6,46% 6,07% 6,19%\n\nIPCA 8,94% 5,97% 7,67% 12,53% 9,30% 7,60% 5,69% 3,14% 4,45% 5,90% 4,31% 5,90% 6,50% 5,83%\n\nObservando-se a tabela acima, verifica-se que at\u00e9 meados de 1999 os \u00edndices do IPCA e da TR estavam muito pr\u00f3ximos, mas a partir do segundo semestre de 1999 aconteceu um descolamento, com os \u00edndices da TR quase sempre muito inferiores ao IPCA, chegando ao final do per\u00edodo com TR igual ou muito pr\u00f3xima de 0%. O descolamento se deu, basicamente, a partir da metodologia iniciada pela j\u00e1 mencionada Resolu\u00e7\u00e3o CMN n\u00b0 2.604, de 23/04/1999, com efeitos a partir de 01/06/1999.\nNessa esteira, hoje, o trabalhador que tem seu dinheiro aplicado no FGTS, e de l\u00e1 n\u00e3o pode retir\u00e1-lo para outro\nRua Irm\u00e3os Rudeck, n\u00ba 185, Ed. Sonda, 2\u00ba Andar, Centro, Fraiburgo \u2013 SC, CEP 89.580-000 12 Fone/Fax (49) 3246-3138 e 3246-7747, e-mail: contato@damadvogados.com.br\n\n\finvestimento, est\u00e1 sendo remunerado com 3% de juros ao ano e nada mais. N\u00e3o h\u00e1 nem corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria nem Taxa Referencial (independentemente de sua natureza jur\u00eddica) em flagrante ofensa ao art. 2\u00ba da Lei n\u00ba 8.036/90, que imp\u00f5e a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos valores depositados pelo empregador.\nDiante destas considera\u00e7\u00f5es, o entendimento fixado pelo STJ no REsp n\u00ba 1614874 (\u201ca remunera\u00e7\u00e3o das contas vinculadas ao FGTS tem disciplina pr\u00f3pria, ditada por lei, que estabelece a TR como forma de atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, sendo vedado, portanto, ao Poder Judici\u00e1rio substituir o mencionado \u00edndice\u201d) se mostra totalmente equivocado, eis que assume que a TR \u00e9 forma de atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, violando frontalmente o entendimento da Suprema Corte no sentido de que \u201ca taxa referencial (TR) n\u00e3o \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria\u201d.\nAssim, a utiliza\u00e7\u00e3o da TR como forma de corre\u00e7\u00e3o dos saldos das contas de FGTS tem gerado uma gigantesca destrui\u00e7\u00e3o do valor do patrim\u00f4nio do trabalhador. H\u00e1 anos, os trabalhadores que tem dep\u00f3sitos no FGTS n\u00e3o experimentam ganhos reais. Ao contr\u00e1rio, h\u00e1 muito tempo os trabalhadores t\u00eam rendimentos inferiores \u00e0 infla\u00e7\u00e3o, mesmo levando em conta a remunera\u00e7\u00e3o dos juros de 3% ao ano previstos no art. 13 da Lei 8.036/90.\nGiza-se que em nenhum momento se defende aqui a inconstitucionalidade da Taxa Referencial (TR) como \u00edndice de remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a. Quem coloca seu dinheiro na poupan\u00e7a o faz por vontade pr\u00f3pria, por outro lado, o trabalhador n\u00e3o possui o direito de escolher em qual fundo seus saldos do FGTS ir\u00e3o ser aplicados.\nNesse sentido, o que se assevera aqui, tal como decidido pelo Supremo Tribunal Federal, \u00e9 a inconstitucionalidade da utiliza\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, porque de capta\u00e7\u00e3o aprior\u00edstica (ex ante) e, como tal, totalmente desvencilhado do real fen\u00f4meno inflacion\u00e1rio, n\u00e3o correspondente \u00e0 real garantia constitucional de propriedade e incompat\u00edvel com a obrigatoriedade e a aus\u00eancia de portabilidade dos dep\u00f3sitos do Fundo de Garantia.\nRua Irm\u00e3os Rudeck, n\u00ba 185, Ed. Sonda, 2\u00ba Andar, Centro, Fraiburgo \u2013 SC, CEP 89.580-000 13 Fone/Fax (49) 3246-3138 e 3246-7747, e-mail: contato@damadvogados.com.br\n\n\fDiante destas premissas verifica-se a viola\u00e7\u00e3o dos arts. 5\u00ba, XXII (direito de propriedade) e 7\u00ba, III (direito ao FGTS), ambos da Constitui\u00e7\u00e3o Federal, na medida em que o trabalhador est\u00e1 sofrendo verdadeiro confisco do Governo Federal, que se apropria de sua propriedade (saldos do FGTS), aplicando corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria que sequer rep\u00f5e as perdas inflacion\u00e1rias, violando o n\u00facleo essencial do direito fundamental ao FGTS.\nAssim, em face do exposto, deve se declarar inconstitucional a express\u00e3o \u201ccom base nos par\u00e2metros fixados para atualiza\u00e7\u00e3o dos saldos dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a\u201d do caput do art. 13 da Lei Federal n\u00ba 8.036/1990 e o caput do art. 17 da Lei Federal n\u00ba 8.177/1991 \u2013 dispositivos os quais imp\u00f5em a corre\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos nas contas vinculadas do FGTS pela Taxa Referencial (TR), determinando que a partir de 1999 a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria das contas de FGTS deixe de ser feita pela TR, passando a ser realizada pelo INPC ou pelo IPCA, eis que estes s\u00e3o capazes de refletir a infla\u00e7\u00e3o.\nDA EXIST\u00caNCIA DE REPERCUSS\u00c3O GERAL A decis\u00e3o proferida pelo Supremo Tribunal Federal no Tema 787 (proferida em 11/12/2014), na qual supostamente afirmou-se n\u00e3o existir Repercuss\u00e3o Geral acerca da mat\u00e9ria que versa sobre a constitucionalidade da utiliza\u00e7\u00e3o da Taxa Referencial (TR) para corre\u00e7\u00e3o dos saldos das contas do FGTS, n\u00e3o se mant\u00e9m mais \u00edntegra, seja ante ao firme posicionamento da atual jurisprud\u00eancia dominante do STF, seja pelas altera\u00e7\u00f5es nas premissas f\u00e1tico-jur\u00eddicas acerca da mat\u00e9ria. Observe-se, que a decis\u00e3o do Tema 787 (ARE 848.240/RN) foi tomada por maioria, e com a premissa de que o STF \u201cafirmou a legitimidade da Taxa Referencial (TR) como \u00edndice de atualiza\u00e7\u00e3o de obriga\u00e7\u00f5es\u201d:\nPROCESSUAL CIVIL. RECURSO EXTRAORDIN\u00c1RIO COM AGRAVO. FGTS. DEP\u00d3SITOS EFETUADOS NA CONTA VINCULADA. \u00cdNDICE DE CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA. APLICA\u00c7\u00c3O DA TAXA REFERENCIAL. MAT\u00c9RIA INFRACONSTITUCIONAL. AUS\u00caNCIA DE REPERCUSS\u00c3O\nRua Irm\u00e3os Rudeck, n\u00ba 185, Ed. Sonda, 2\u00ba Andar, Centro, Fraiburgo \u2013 SC, CEP 89.580-000 14 Fone/Fax (49) 3246-3138 e 3246-7747, e-mail: contato@damadvogados.com.br\n\n\fGERAL. 1. Esta Suprema Corte, em diversas manifesta\u00e7\u00f5es de seu \u00f3rg\u00e3o plen\u00e1rio, afirmou a legitimidade da Taxa Referencial (TR) como \u00edndice de atualiza\u00e7\u00e3o de obriga\u00e7\u00f5es, com a \u00fanica ressalva da inviabilidade de sua aplica\u00e7\u00e3o retroativa para alcan\u00e7ar situa\u00e7\u00f5es pret\u00e9ritas. Nesse sentido: ADI 493-MC, Rel. Min. MOREIRA ALVES, Tribunal Pleno, DJ de 4/9/1992; ADI 768-MC, Rel. Min. MARCO AUR\u00c9LIO, Tribunal Pleno, DJ de 13/11/1992; ADI 959-MC, Rel. Min. SYDNEY SANCHES, Tribunal Pleno, DJ de 13/5/1994. 2. Assim sendo, o exame da inaplicabilidade da TR em situa\u00e7\u00f5es espec\u00edficas pertence ao dom\u00ednio da legisla\u00e7\u00e3o ordin\u00e1ria pertinente a cada caso, a significar que eventual ofensa \u00e0 Carta Magna seria apenas reflexa. 3. Portanto, \u00e9 de natureza infraconstitucional a controv\u00e9rsia relativa \u00e0 aplica\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos dep\u00f3sitos efetuados em conta vinculada do FGTS, fundada na interpreta\u00e7\u00e3o das Leis 7.730/89, 8.036/90 e 8.177/91. 4. \u00c9 cab\u00edvel a atribui\u00e7\u00e3o dos efeitos da declara\u00e7\u00e3o de aus\u00eancia de repercuss\u00e3o geral quando n\u00e3o h\u00e1 mat\u00e9ria constitucional a ser apreciada ou quando eventual ofensa \u00e0 Carta Magna ocorra de forma indireta ou reflexa (RE 584.608 RG, Min. ELLEN GRACIE, DJe de 13/03/2009). 5. Aus\u00eancia de repercuss\u00e3o geral da quest\u00e3o suscitada, nos termos do art. 543-A do CPC. (ARE 848240 RG, Relator(a): Min. TEORI ZAVASCKI, julgado em 11/12/2014, PROCESSO ELETR\u00d4NICO DJe-250 DIVULG 18-12-2014 PUBLIC 19-122014 - grifado)\n\nTodavia, conforme j\u00e1 amplamente exposto, o Pret\u00f3rio Excelso j\u00e1 assentou na ADI 4425 e mais recentemente ao julgar o RE 870947 (Tema 810) que \u201ca taxa referencial (TR) n\u00e3o \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, pois, refletindo as varia\u00e7\u00f5es do custo prim\u00e1rio da capta\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos a prazo fixo, n\u00e3o constitui \u00edndice que reflita a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda\u201d e que \u201cn\u00e3o h\u00e1 como, portanto, deixar de reconhecer a inconstitucionalidade da norma atacada, na medida em que a fixa\u00e7\u00e3o da remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica da caderneta de poupan\u00e7a como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria\u201d.\n\nNesse sentido, j\u00e1 foi decidido pela Suprema Corte que a\n\nTR, enquanto \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, \u00e9 INCONSTITUCIONAL, pois\n\n\u201cn\u00e3o constitui \u00edndice que reflita a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da\n\nmoeda\u201d.\n\nAinda,\n\nfora\n\nproposta\n\na\n\nA\u00e7\u00e3o\n\nDireta\n\nde\n\nInconstitucionalidade n\u00ba 5090, sob relatoria do Ministro Roberto\n\nBarroso, que assim asseverou em sua decis\u00e3o que recebeu a a\u00e7\u00e3o:\n\nEst\u00e3o presentes os requisitos legais. A relev\u00e2ncia da mat\u00e9ria \u00e9 evidente, sendo pertinente a participa\u00e7\u00e3o das requerentes \u2013 a primeira, porque\n\nRua Irm\u00e3os Rudeck, n\u00ba 185, Ed. Sonda, 2\u00ba Andar, Centro, Fraiburgo \u2013 SC, CEP 89.580-000 15 Fone/Fax (49) 3246-3138 e 3246-7747, e-mail: contato@damadvogados.com.br\n\n\fassiste centenas de trabalhadores em demandas relativas \u00e0 atualiza\u00e7\u00e3o do FGTS; e a segunda, porque atua como agente operador do FGTS.\nAli\u00e1s, cumpre ressaltar que o Supremo Tribunal Federal j\u00e1\nreconheceu a possibilidade de revis\u00e3o da decis\u00e3o que em um primeiro\nmomento reconhece inexist\u00eancia de Repercuss\u00e3o Geral, por altera\u00e7\u00e3o\nnas premissas f\u00e1tico-jur\u00eddicas.\nObservem a dic\u00e7\u00e3o do Informativo n\u00ba 605 da Suprema Corte\nacerca do tema:\nREPERCUSS\u00c3O GERAL Repercuss\u00e3o Geral e Altera\u00e7\u00e3o nas Premissas F\u00e1tico-Jur\u00eddicas - 1 O Plen\u00e1rio resolveu quest\u00e3o de ordem no sentido de reconhecer a repercuss\u00e3o geral da mat\u00e9ria discutida em recursos extraordin\u00e1rios, relativa \u00e0 possibilidade, ou n\u00e3o, de se aplicar a al\u00edquota m\u00e1xima do Imposto de Renda de Pessoa F\u00edsica aos valores recebidos acumuladamente pelo benefici\u00e1rio, por culpa exclusiva da autarquia previdenci\u00e1ria. Com base nisso, reformou decis\u00e3o monocr\u00e1tica da Min. Ellen Gracie, que n\u00e3o admitira os recursos, dos quais relatora, ao fundamento de que a quest\u00e3o j\u00e1 teria sido considerada \u201csem repercuss\u00e3o geral\u201d no \u00e2mbito do Plen\u00e1rio Virtual. No caso, ap\u00f3s o STF haver deliberado que o tema versado nos autos n\u00e3o possuiria repercuss\u00e3o geral, o TRF da 4\u00aa Regi\u00e3o declarara a inconstitucionalidade, sem redu\u00e7\u00e3o de texto, do art. 12 da Lei 7.713/88, o qual determina a incid\u00eancia do Imposto de Renda no m\u00eas do recebimento de valores acumulados sobre o total dos rendimentos. A Uni\u00e3o, ao alegar a superveniente altera\u00e7\u00e3o nas premissas f\u00e1tico-jur\u00eddicas, sustentava, em sede de agravo regimental, que os recursos extraordin\u00e1rios interpostos com fulcro no art. 102, III, b, da CF teriam repercuss\u00e3o geral presumida. RE 614232 AgR-QO/RS, rel. Min. Ellen Gracie, 20.10.2010. (RE-614232) RE 614406 AgR-QO/RS, rel. Min. Ellen Gracie, 20.10.2010. (RE-614232)\nNesse interim, verifica-se que o Pret\u00f3rio Excelso\nautoriza a revis\u00e3o da decis\u00e3o que em um primeiro momento aduz que\ninexiste repercuss\u00e3o geral. A altera\u00e7\u00e3o f\u00e1tica se d\u00e1 em raz\u00e3o do crescimento\nimpremedit\u00e1vel do n\u00famero de a\u00e7\u00f5es que versam sobre a mat\u00e9ria no\nPoder Judici\u00e1rio. Quando julgado o Tema 731 do STJ, mais de 409 mil\na\u00e7\u00f5es aguardavam o referido julgamento. Ainda, cumpre salientar que\nap\u00f3s o julgamento que n\u00e3o reconheceu repercuss\u00e3o geral na mat\u00e9ria,\nRua Irm\u00e3os Rudeck, n\u00ba 185, Ed. Sonda, 2\u00ba Andar, Centro, Fraiburgo \u2013 SC, CEP 89.580-000 16 Fone/Fax (49) 3246-3138 e 3246-7747, e-mail: contato@damadvogados.com.br\n\n\fem 2014, a infla\u00e7\u00e3o anual acumulada em 2015, segundo o IPCA, foi de 10,67%, enquanto que a TR acumulada para o mesmo ano foi de 1,79%!\nA altera\u00e7\u00e3o jur\u00eddica se d\u00e1 pelo atual entendimento dominante, julgado em Repercuss\u00e3o Geral (Tema 810) e em sede de controle concentrado de constitucionalidade (ADI 4425), no sentido de que a Taxa Referencial enquanto \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u00e9 inconstitucional.\nSob o tema, o art. 1.035, \u00a73\u00ba, I do CPC disp\u00f5e que sempre haver\u00e1 repercuss\u00e3o geral quando o recurso impugnar ac\u00f3rd\u00e3o que contrarie jurisprud\u00eancia dominante do STF:\nArt. 1.035. O Supremo Tribunal Federal, em decis\u00e3o irrecorr\u00edvel, n\u00e3o conhecer\u00e1 do recurso extraordin\u00e1rio quando a quest\u00e3o constitucional nele versada n\u00e3o tiver repercuss\u00e3o geral, nos termos deste artigo. [...] \u00a73o Haver\u00e1 repercuss\u00e3o geral sempre que o recurso impugnar ac\u00f3rd\u00e3o que: I - contrarie s\u00famula ou jurisprud\u00eancia dominante do Supremo Tribunal Federal;\nNesse \u00ednterim, \u00e9 necess\u00e1rio que o Supremo Tribunal Federal reveja o seu posicionamento acerca da exist\u00eancia de Repercuss\u00e3o Geral sobre a mat\u00e9ria, em face da altera\u00e7\u00e3o e consolida\u00e7\u00e3o da sua jurisprud\u00eancia acerca da constitucionalidade da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e das altera\u00e7\u00f5es f\u00e1ticas supervenientes ao julgamento de 2014, com crescimento descontrol\u00e1vel da infla\u00e7\u00e3o e do n\u00famero de a\u00e7\u00f5es que versam sobre o tema, que foram afetadas pelo julgamento do STJ no REsp Repetitivo n\u00ba 1614874.\nDOS \u00cdNDICES QUE CORRIGEM MONETARIAMENTE Como foi visto, desde 1999, com a metodologia adotada pelo Banco Central do Brasil, a TR n\u00e3o vem mais corrigindo monetariamente os dep\u00f3sitos vinculados \u00e0s contas de FGTS. Ora, se a TR n\u00e3o pode ser considerada um indexador id\u00f4neo, \u00e9 necess\u00e1rio substitu\u00ed-la por outro \u00edndice que, efetivamente, d\u00ea cumprimento aos preceitos do artigo 2\u00ba da Lei n. 8.036/90.\nRua Irm\u00e3os Rudeck, n\u00ba 185, Ed. Sonda, 2\u00ba Andar, Centro, Fraiburgo \u2013 SC, CEP 89.580-000 17 Fone/Fax (49) 3246-3138 e 3246-7747, e-mail: contato@damadvogados.com.br\n\n\fSabe-se que o sal\u00e1rio m\u00ednimo do trabalhador brasileiro \u00e9\ncorrigido pelo INPC, \u00edndice previsto na Lei n. 12.382, de 25 de\nfevereiro de 2011, nos seguintes termos:\nArt. 2\u00ba. Ficam estabelecidas as diretrizes para a pol\u00edtica de valoriza\u00e7\u00e3o do sal\u00e1rio m\u00ednimo a vigorar entre 2012 e 2015, inclusive, a serem aplicadas em 1o de janeiro do respectivo ano. 1\u00ba. Os reajustes para a preserva\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo do sal\u00e1rio m\u00ednimo corresponder\u00e3o \u00e0 varia\u00e7\u00e3o do \u00cdndice Nacional de Pre\u00e7os ao Consumidor \u2013 INPC, calculado e divulgado pela Funda\u00e7\u00e3o Instituto Brasileiro de Geografia e Estat\u00edstica \u2013 IBGE, acumulada nos doze meses anteriores ao m\u00eas do reajuste. 2\u00ba. Na hip\u00f3tese de n\u00e3o divulga\u00e7\u00e3o do INPC referente a um ou mais meses compreendidos no per\u00edodo do c\u00e1lculo at\u00e9 o \u00faltimo dia \u00fatil imediatamente anterior \u00e0 vig\u00eancia do reajuste, o Poder Executivo estimar\u00e1 os \u00edndices dos meses n\u00e3o dispon\u00edveis. 3\u00ba. Verificada a hip\u00f3tese de que trata o \u00a7 2\u00ba, os \u00edndices estimados permanecer\u00e3o v\u00e1lidos para os fins desta Lei, sem qualquer revis\u00e3o, sendo os eventuais res\u00edduos compensados no reajuste subsequente, sem retroatividade. 4\u00ba. A t\u00edtulo de aumento real, ser\u00e3o aplicados os seguintes percentuais:\n1. em 2012, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do Produto Interno Bruto \u2013 PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2010;\n2. em 2013, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2011;\n3. em 2014, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2012; e\n4. em 2015, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de\n5\u00ba. Para fins do disposto no \u00a7 4\u00ba, ser\u00e1 utilizada a taxa de crescimento real do PIB para o ano de refer\u00eancia, divulgada pelo IBGE at\u00e9 o \u00faltimo dia \u00fatil do ano imediatamente anterior ao de aplica\u00e7\u00e3o do respectivo aumento real.\nDesse modo, utilizou-se o INPC para corre\u00e7\u00e3o dos sal\u00e1rios\nm\u00ednimos justamente para preservar o seu poder aquisitivo. Se o\nsal\u00e1rio m\u00ednimo \u00e9 corrigido por esse \u00edndice, nada mais razo\u00e1vel que\ncorrigir os dep\u00f3sitos vinculados ao FGTS pelo mesmo indexador,\njustamente por decorrerem diretamente do sal\u00e1rio do trabalhador.\nCaso n\u00e3o se entenda dessa forma, outro \u00edndice que se\nmostra aplic\u00e1vel e que efetivamente produz corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u00e9 o\nIPCA, \u00edndice estabelecido pelo Governo Federal para medir as metas Rua Irm\u00e3os Rudeck, n\u00ba 185, Ed. Sonda, 2\u00ba Andar, Centro, Fraiburgo \u2013 SC, CEP 89.580-000 18 Fone/Fax (49) 3246-3138 e 3246-7747, e-mail: contato@damadvogados.com.br\n\n\finflacion\u00e1rias contratadas com o FMI ou, ainda, outro \u00edndice estabelecido pelo Ju\u00edzo, desde que respeitada a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria prevista no artigo 2\u00ba da Lei n. 8.036/90.\nAdemais, o parecer cont\u00e1bil em anexo apresenta compara\u00e7\u00f5es interessantes entre a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria (n\u00e3o) efetuada pela TR e a corre\u00e7\u00e3o realizada por outros \u00edndices. Verifica-se, por exemplo, que um trabalhador com sal\u00e1rio de R$1.000,00 (mil reais), se tivesse seus fundos corrigidos pelo INPC desde 1999, teria uma diferen\u00e7a a receber de R$9.098,56 (nove mil e noventa e oito reais e cinquenta e seis centavos).\nDa mesma forma, um trabalhador com o mesmo sal\u00e1rio acima especificado, se tivesse seus rendimentos corrigidos pelo IPCA desde 1999, teria uma diferen\u00e7a a receber de R$8.561,43 (oito mil, quinhentos e sessenta e um reais e quarenta e tr\u00eas centavos). Ou seja, a TR \u00e9 um indexador inid\u00f4neo que merece ser substitu\u00eddo para efetivo cumprimento dos preceitos da Lei n. 8.036/90.\nDOS JUROS DE MORA Independentemente da incid\u00eancia dos juros de capitaliza\u00e7\u00e3o assegurados pela Lei \u2013 que \u00e9 de 6% ao ano aos que optaram pelo fundo at\u00e9 a data de 22.09.71 (de acordo com a Lei n\u00ba 5.107/66 instituidora do FGTS, o artigo 11, par\u00e1grafo 3\u00ba da Lei 7.839/89 e o artigo 13, \u00a7 3\u00ba da Lei 8.036/90 e de 3% ao ano para todos os demais (artigo 13, caput da Lei 8.036/90)\u2013 as diferen\u00e7as devidas aos substitu\u00eddos devem ser majoradas com a incid\u00eancia de juros de mora, nos moldes previstos pelo C\u00f3digo Civil.\n3. DO PEDIDO DE EXIBI\u00c7\u00c3O DE DOCUMENTOS Para que seja efetuado o c\u00e1lculo dos valores a serem pagos \u00e0 parte Autora, bem como, seja realizado o c\u00e1lculo correto do valor da causa, torna-se necess\u00e1rio o acesso a todos os extratos das suas contas de FGTS desde a data de abertura de cada uma das contas. Todavia, a Caixa Econ\u00f4mica Federal, por diversos meios, vem obstaculizando a obten\u00e7\u00e3o dos documentos necess\u00e1rios. Rua Irm\u00e3os Rudeck, n\u00ba 185, Ed. Sonda, 2\u00ba Andar, Centro, Fraiburgo \u2013 SC, CEP 89.580-000 19 Fone/Fax (49) 3246-3138 e 3246-7747, e-mail: contato@damadvogados.com.br\n\n\fVale sinalar, preventivamente, que apesar de a CEF disponibilizar em seu site alguns extratos de FGTS, os extratos referentes a contas de FGTS mais antigas ou, cujos saldos j\u00e1 foram sacados, n\u00e3o est\u00e3o dispon\u00edveis pela internet.\nDessa forma, torna-se necess\u00e1ria a intima\u00e7\u00e3o da CEF para que apresente extratos anal\u00edtico de todas as contas de FGTS da parte Autora desde a data de inicio de cada contrato de emprego at\u00e9 a presente data.\nNesse ponto, destaca-se que a Caixa Econ\u00f4mica Federal \u00e9 respons\u00e1vel pela apresenta\u00e7\u00e3o de todos os extratos de contas de FGTS inclusive, em rela\u00e7\u00e3o aos per\u00edodos anteriores a transposi\u00e7\u00e3o das contas para a Caixa Econ\u00f4mica Federal.\nTal entendimento tamb\u00e9m j\u00e1 restou consolidado pela jurisprud\u00eancia do STJ, segundo o qual, a responsabilidade pela apresenta\u00e7\u00e3o dos extratos anal\u00edticos \u00e9 da CEF, enquanto gestora do FGTS, com amplo acesso aos documentos relacionados ao Fundo. Tal tese foi consolidada com o julgamento do REsp 1.108.034/RN, submetido ao regime do art. 543-C do CPC/1973 (artigo 1036 do CPC/2015). Nesse sentido \u00e9 a s\u00famula 514 do STJ:\n\u201cA CEF \u00e9 respons\u00e1vel pelo fornecimento dos extratos das contas individualizadas vinculadas ao FGTS dos Trabalhadores participantes do Fundo de Garantia do Tempo de Servi\u00e7o, inclusive para fins de exibi\u00e7\u00e3o em ju\u00edzo, independentemente do per\u00edodo em discuss\u00e3o\u201d.\nNa mesma esteira, a jurisprud\u00eancia do TRF4:\nPROCESSUAL CIVIL. FGTS. EXTRATO ANAL\u00cdTICO ANTERIOR \u00c0 MIGRA\u00c7\u00c3O DAS CONTAS FUNDI\u00c1RIAS. APRESENTA\u00c7\u00c3O EM JU\u00cdZO. RESPONSABILIDADE DA CAIXA ECON\u00d4MICA FEDERAL. OBRIGA\u00c7\u00c3O DE TRATO SUCESSIVO. PRESCRI\u00c7\u00c3O. 1. A Caixa Econ\u00f4mica Federal \u00e9 respons\u00e1vel pela apresenta\u00e7\u00e3o, em ju\u00edzo, dos extratos anal\u00edticos anteriores \u00e0 migra\u00e7\u00e3o da contas fundi\u00e1rias. 2. Sendo os dep\u00f3sitos fundi\u00e1rios uma obriga\u00e7\u00e3o de trato sucessivo, os bancos deposit\u00e1rios devem fornecer os extratos dos per\u00edodos n\u00e3o prescritos. 3. Agravo improvido. (TRF4 506090151.2011.404.7100, Terceira Turma, Relator p/ Ac\u00f3rd\u00e3o Carlos Eduardo Thompson Flores Lenz, D.E. 02/08/2012)\nAli\u00e1s, sendo os extratos prova essencial \u00e0 instru\u00e7\u00e3o do feito, a sua apresenta\u00e7\u00e3o tamb\u00e9m tem amparo no art. 370 do CPC:\nRua Irm\u00e3os Rudeck, n\u00ba 185, Ed. Sonda, 2\u00ba Andar, Centro, Fraiburgo \u2013 SC, CEP 89.580-000 20 Fone/Fax (49) 3246-3138 e 3246-7747, e-mail: contato@damadvogados.com.br\n\n\fArt. 370. Caber\u00e1 ao juiz, de of\u00edcio ou a requerimento da parte, determinar as provas necess\u00e1rias ao julgamento do m\u00e9rito.\nDeste modo, a parte autora requerer a exibi\u00e7\u00e3o dos extratos anal\u00edticos de todas as suas contas de FGTS, na forma do no art. 370 do CPC, art. 11, da Lei 10.259/01, art. 7\u00ba, I, da Lei 8.036/90, arts. 23 e 24, do Decreto 99.684/90 e art. 10, da LC 110/01.\n4. DO PEDIDO EM FACE AO EXPOSTO, requer a Vossa Excel\u00eancia: a) A concess\u00e3o do benef\u00edcio da GRATUIDADE DA JUSTI\u00c7A, tendo em vista que a parte Autora n\u00e3o tem como suportar as custas judiciais sem o preju\u00edzo de seu sustento e de sua fam\u00edlia; b) A intima\u00e7\u00e3o da Caixa Econ\u00f4mica Federal para que apresente extratos anal\u00edticos de todas as contas de FGTS da parte Autora; c) A cita\u00e7\u00e3o da requerida para, querendo, apresentar defesa dos termos da lei, advertida das san\u00e7\u00f5es de confiss\u00e3o e revelia; d) A n\u00e3o realiza\u00e7\u00e3o de audi\u00eancia de concilia\u00e7\u00e3o, ante a inefic\u00e1cia do procedimento, tendo em vista o not\u00f3rio e reiterado posicionamento da Caixa Econ\u00f4mica Federal em sentido contr\u00e1rio ao pedido apresentado pela parte Autora; e) A produ\u00e7\u00e3o de todos os meios de provas em direito admitidos, em especial o documental; f) O julgamento da demanda com TOTAL PROCED\u00caNCIA para:\ne.1) declarar inconstitucional a express\u00e3o \u201ccom base nos par\u00e2metros fixados para atualiza\u00e7\u00e3o dos saldos dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a\u201d do caput do art. 13 da Lei Federal n\u00ba 8.036/1990 e o caput do art. 17 da Lei Federal n\u00ba 8.177/1991 \u2013 dispositivos os quais imp\u00f5em a corre\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos nas contas vinculadas do FGTS pela Taxa Referencial (TR);\nRua Irm\u00e3os Rudeck, n\u00ba 185, Ed. Sonda, 2\u00ba Andar, Centro, Fraiburgo \u2013 SC, CEP 89.580-000 21 Fone/Fax (49) 3246-3138 e 3246-7747, e-mail: contato@damadvogados.com.br\n\n\fe.2) que a partir de 1999 a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria das contas de FGTS deixe de ser feita pela TR, passando a ser realizada pelo INPC ou pelo IPCA, eis que estes s\u00e3o capazes de refletir a infla\u00e7\u00e3o, com o consequente pagamento, em favor da parte autora, do valor correspondente \u00e0s diferen\u00e7as do FGTS decorrentes da aplica\u00e7\u00e3o do INPC ou IPCA aos valores vinculados, nos meses em que a TR foi menor que a infla\u00e7\u00e3o do per\u00edodo (parcelas vencidas e vincendas);\ne.3) sobre os valores devidos pela condena\u00e7\u00e3o de que tratam os itens anteriores, a incid\u00eancia de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria desde a inadimpl\u00eancia da Caixa, bem como os juros legais, observando aqueles pr\u00f3prios do FGTS e os juros do c\u00f3digo civil quando tenha ocorrido saque do FGTS em qualquer uma das hip\u00f3teses da previstas no art. 20 da Lei 036/90.\ng) Condenar a r\u00e9 ao pagamento das custas e honor\u00e1rios advocat\u00edcios, em valor a ser arbitrado por este Ju\u00edzo.\nD\u00e1-se \u00e0 causa o valor de R$ 1.100,00 (um mil e cem reais).\nTermos em que pede e espera deferimento. Fraiburgo (SC), 03 de maio de 2021.\n\nDARCISIO ANT\u00d4NIO M\u00dcLLER OAB/SC 17.504\n(assinado digitalmente)\n\nD\u00c9BORA MARIE BUTCI OAB/SC 23.425\n(assinado digitalmente)\n\nDAIANNA HELO\u00cdSE HOEPFNER OAB/SC 30.851\n(assinado digitalmente)\nRua Irm\u00e3os Rudeck, n\u00ba 185, Ed. Sonda, 2\u00ba Andar, Centro, Fraiburgo \u2013 SC, CEP 89.580-000 22 Fone/Fax (49) 3246-3138 e 3246-7747, e-mail: contato@damadvogados.com.br\n\n\f" } ] } }, { "data": { "original_header": "Documento Original - IdDocumentoCompleto: 5021470-88.2017.4.04.7200-721507646717787800210176248209", "original_text": "EXCELENT\u00cdSSIMO (A) JUIZ (A) FEDERAL DA __ VARA FEDERAL DE FLORIAN\u00d3POLIS\n\u00c1VILA MARIA SCHMITT DA SILVA, brasileira, casada, servidora p\u00fablica federal aposentada, matr\u00edcula SIAPE n\u00ba 8576139, portadora no RG n\u00ba 1/R-1.255633, inscrita no CPF sob o n\u00ba 458.54909-30, residente e domiciliada na Rua Bigua\u00e7u, n\u00ba 297, bairro S\u00e3o Jos\u00e9, Florian\u00f3polis, Santa Catarina, CEP 88110550, endere\u00e7o eletr\u00f4nico avila.silva@agu.gov.br, vem perante Vossa Excel\u00eancia, por interm\u00e9dio de seus procuradores (instrumento de mandato anexo), com escrit\u00f3rio profissional no endere\u00e7o abaixo qualificado, onde recebe intima\u00e7\u00f5es e notifica\u00e7\u00f5es, com fulcro no art. 319 do C\u00f3digo de Processo Civil, propor\nA\u00c7\u00c3O DECLARAT\u00d3RIA E CONDENAT\u00d3RIA\nem face da UNI\u00c3O FEDERAL, representada pela Advocacia-Geral da Uni\u00e3o em Santa Catarina, com endere\u00e7o na servid\u00e3o Nossa Senhora de Lourdes, 110, Agron\u00f4mica, Florian\u00f3polis, Santa Catarina, CEP 88025-220, endere\u00e7o eletr\u00f4nico gabinete.pusc@agu.gov.br, pelas raz\u00f5es de fato e de direito a seguir expostas.\nOS FATOS A parte autora \u00e9 servidora p\u00fablica federal, vinculada \u00e0 Advocacia-Geral da\nUni\u00e3o \u2013 AGU. Conforme o extrato emitido pelo sistema de frequ\u00eancia da AGU em\nanexo, a parte autora teve que se afastar de suas fun\u00e7\u00f5es para tratamento de sa\u00fade do per\u00edodo de 12/01/2014 a 15/05/2015, motivo pelo qual n\u00e3o pode gozar de suas f\u00e9rias referente ao exerc\u00edcio previsto, programadas para os per\u00edodos de 20/01/2014 a 07/02/2014 (19 dias) e 21/07/2014 at\u00e9 31/07/2014 (11 dias).\nCom efeito, em 28 de mar\u00e7o de 2017, requereu o pagamento da indeniza\u00e7\u00e3o referente \u00e0s f\u00e9rias n\u00e3o usufru\u00eddas.\n1\n\n\fEm resposta ao requerimento, a Advocacia-Geral da Uni\u00e3o, por meio da Nota T\u00e9cnica n\u00ba 00001/2017/SEREF/SGA/AGU, datada de 08/05/2017, indeferiu o pedido de indeniza\u00e7\u00e3o das f\u00e9rias n\u00e3o usufru\u00eddas no per\u00edodo concessivo de 2014, alegando que a legisla\u00e7\u00e3o vedaria acumula\u00e7\u00e3o de f\u00e9rias para o exerc\u00edcio seguinte.\nDessa forma, a parte autora aju\u00edza a presente a\u00e7\u00e3o para ver reconhecido seu direito ao pagamento de indeniza\u00e7\u00e3o devida em raz\u00e3o do n\u00e3o gozo de f\u00e9rias.\nCONCESS\u00c3O DA JUSTI\u00c7A GRATUITA Por entender que n\u00e3o possui condi\u00e7\u00f5es de arcar com os custos do\nprocesso sem preju\u00edzo do sustento pr\u00f3prio e de sua fam\u00edlia, a parte autora junta aos autos declara\u00e7\u00e3o de hipossufici\u00eancia e comprovante de renda, a fim de demonstrar que recebe, mensalmente, valor liquido inferior a 10 sal\u00e1rios m\u00ednimos, ou seja, tem rendimento inferior ao considerado pela jurisprud\u00eancia majorit\u00e1ria como o limite para a concess\u00e3o do benef\u00edcio da justi\u00e7a gratuita.\nAssim decide o Tribunal Regional Federal da 4\u00aa Regi\u00e3o: PROCESSUAL CIVIL. IMPUGNA\u00c7\u00c3O \u00c0 ASSIST\u00caNCIA JUDICI\u00c1RIA GRATUITA. RENDIMENTOS MENSAIS COMPAT\u00cdVEIS COM A OUTORGA. DEFERIMENTO. 1. Percebendo a parte-impugnada remunera\u00e7\u00e3o inferiores \u00e0quela adotada como par\u00e2metro para a concess\u00e3o do benef\u00edcio da assist\u00eancia judici\u00e1ria gratuita, qual seja, remunera\u00e7\u00e3o l\u00edquida mensal n\u00e3o superior a dez sal\u00e1rios m\u00ednimos, possui direito a litigar sob seu p\u00e1lio, uma vez que tal patamar \u00e9 reputado presumidamente insuficiente para que a requerente arque com o pagamento das custas e despesas processuais. 2. No total l\u00edquido da remunera\u00e7\u00e3o devem ser considerados eventuais gastos n\u00e3o cogentes com desconto em folha realizados pela servidora, eis que se trata de d\u00e9bitos que n\u00e3o decorrem de imposi\u00e7\u00e3o legal, mas de ato volitivo desta. 3. Se o apelante n\u00e3o apresenta quaisquer elementos concretos que infirmem a alegada condi\u00e7\u00e3o de miserabilidade, reputa-se razo\u00e1vel a pretendida concess\u00e3o do benef\u00edcio da assist\u00eancia judici\u00e1ria. (TRF4, AC 500170389.2011.404.7001, Terceira Turma, Relator p/ Ac\u00f3rd\u00e3o Fernando Quadros da Silva, D.E. 18/04/2013).\nAssim sendo, a parte autora requer que se digne Vossa Excel\u00eancia a conceder a benesse da justi\u00e7a gratuita, dispensando a parte autora do pagamento de quaisquer custas, despesas processuais e emolumentos no curso do processo, assim como verbas honor\u00e1rias, conforme o disposto no art. 98 e seguintes do C\u00f3digo de Processo Civil.\nPara tanto, junta declara\u00e7\u00e3o de hipossufici\u00eancia.\n2\n\n\fO DIREITO LEGISLA\u00c7\u00c3O DE REG\u00caNCIA\nN\u00e3o pode a Administra\u00e7\u00e3o P\u00fablica subtrair o direito pleiteado \u00e0 parte autora, uma vez que Constitui\u00e7\u00e3o Federal, em seu art. 7\u00ba, XVII, combinado com art. 39, \u00a7 3\u00ba, prev\u00ea este direito. Vejamos:\nArt. 7\u00ba S\u00e3o direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, al\u00e9m de outros que visem \u00e0 melhoria de sua condi\u00e7\u00e3o social: [...] XVII - gozo de f\u00e9rias anuais remuneradas com, pelo menos, um ter\u00e7o a mais do que o sal\u00e1rio normal; Art. 39. A Uni\u00e3o, os Estados, o Distrito Federal e os Munic\u00edpios instituir\u00e3o conselho de pol\u00edtica de administra\u00e7\u00e3o e remunera\u00e7\u00e3o de pessoal, integrado por servidores designados pelos respectivos Poderes. \u00a7 3\u00ba Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo p\u00fablico o disposto no art. 7\u00ba, IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII e XXX, podendo a lei estabelecer requisitos diferenciados de admiss\u00e3o quando a natureza do cargo o exigir.\nO direito tamb\u00e9m \u00e9 previsto no art. 77, \u00a7 1\u00ba, da Lei n\u00ba 8.112/1990: Art. 77. O servidor far\u00e1 jus a trinta dias de f\u00e9rias, que podem ser acumuladas, at\u00e9 o m\u00e1ximo de dois per\u00edodos, no caso de necessidade do servi\u00e7o, ressalvadas as hip\u00f3teses em que haja legisla\u00e7\u00e3o espec\u00edfica. \u00a7 1\u00ba Para o primeiro per\u00edodo aquisitivo de f\u00e9rias ser\u00e3o exigidos 12 (doze) meses de exerc\u00edcio. [...] \u00a7 3\u00ba As f\u00e9rias poder\u00e3o ser parceladas em at\u00e9 tr\u00eas etapas, desde que assim requeridas pelo servidor, e no interesse da administra\u00e7\u00e3o p\u00fablica.\nDe acordo com os documentos apresentados em anexo, as f\u00e9rias relativas ao per\u00edodo aquisitivo de 2013 foram divididas em 2 per\u00edodos: de 20/01/2014 a 07/02/2014 (19 dias) e de 21/07/2014 at\u00e9 31/07/2014 (11 dias). Ocorre que a parte autora n\u00e3o conseguiu usufruir dos 2 per\u00edodos de f\u00e9rias em raz\u00e3o de ter se afastado do labor para gozar licen\u00e7a para tratamento de sa\u00fade.\nO PER\u00cdODO DE TRATAMENTO DA PR\u00d3PRIA SA\u00daDE \u00c9 DE EFETIVO EXERC\u00cdCIO PARA FINS DE F\u00c9RIAS\nComo relatado acima, a parte autora n\u00e3o teve condi\u00e7\u00f5es de usufruir dos per\u00edodos de f\u00e9rias a que fazia jus em 2014, pois se encontrava no gozo de licen\u00e7a para tratamento de sa\u00fade e requereu a convers\u00e3o do direito n\u00e3o gozado em indeniza\u00e7\u00e3o.\n3\n\n\fA Lei n\u00ba 8112/1990, em seu art. 102, VIII, b, prev\u00ea que as aus\u00eancias para tratamento da pr\u00f3pria sa\u00fade ser\u00e3o consideradas de efetivo exerc\u00edcio:\nArt. 102. Al\u00e9m das aus\u00eancias ao servi\u00e7o previstas no art. 97, s\u00e3o considerados como de efetivo exerc\u00edcio os afastamentos em virtude de: [...] VIII - licen\u00e7a: [...] b) para tratamento da pr\u00f3pria sa\u00fade, at\u00e9 o limite de vinte e quatro meses, cumulativo ao longo do tempo de servi\u00e7o p\u00fablico prestado \u00e0 Uni\u00e3o, em cargo de provimento efetivo. Nos funestos epis\u00f3dios do ano de 2014, em momento a parte autora agiu de m\u00e1-f\u00e9 ou ilegalmente. Requereu regularmente licen\u00e7as para tratar de sua pr\u00f3pria sa\u00fade. Assim, \u00e9 l\u00edquido e certo o direito de a parte autora a receber os valores correspondentes as f\u00e9rias relativas ao per\u00edodo aquisitivo de 2013 j\u00e1 que n\u00e3o as pode gozar integralmente no correspondente per\u00edodo concessivo.\nA ORIENTA\u00c7\u00c3O NORMATIVA N\u00ba 2, DE 2011, \u00c9 DESPIDA DE PODER NORMATIVO AUT\u00d4NOMO\nA Administra\u00e7\u00e3o P\u00fablica n\u00e3o pode indeferir pedido reconhecido constitucional e legalmente nem valer-se de norma de cunho pr\u00f3prio para tanto. As f\u00e9rias, como j\u00e1 mencionado, t\u00eam seu reconhecimento conferido pelo art. 7\u00ba, XVII, da Constitui\u00e7\u00e3o da Rep\u00fablica e pelo art. 77 e \u00a7\u00a7, da Lei n\u00ba 8.112/1990.\nEstas normas n\u00e3o estabelecem qualquer restri\u00e7\u00e3o para o servidor federal que for obrigado a se afastar do labor por motivo de sa\u00fade, ao contr\u00e1rio, como foi dito, a Lei n\u00ba 8112/1990, no seu art. 102, VIII, b, \u201cexpressamente\u201d estabelece que os lapsos em licen\u00e7a para tratamento da pr\u00f3pria sa\u00fade s\u00e3o considerados de efetivo exerc\u00edcio.\nAssim, ao arrepio da Constitui\u00e7\u00e3o da Rep\u00fablica e da Lei que rege o v\u00ednculo de trabalho dos servidores federais \u2013 Lei n\u00ba 8.112/1990, a parte r\u00e9 n\u00e3o pode subtrair os per\u00edodos de licen\u00e7a para tratamento da pr\u00f3pria sa\u00fade gozados em 2014 do per\u00edodo concessivo de f\u00e9rias.\nA JURISPRUD\u00caNCIA CORROBORA O ENTENDIMENTO DA PARTE AUTORA\n4\n\n\fA jurisprud\u00eancia p\u00e1tria \u00e9 un\u00edssona ao tratar do assunto. \u00c9 o que se conclui ao verificar as decis\u00f5es colacionadas abaixo:\n\nEMBARGOS DECLARAT\u00d3RIOS. CONTRADI\u00c7\u00c3O. OCORR\u00caNCIA. SANEAMENTO. EFEITOS INFRINGENTES. 1. Os embargos de declara\u00e7\u00e3o constituem recurso interposto perante o magistrado ou colegiado prolator da decis\u00e3o, com vistas \u00e0 supress\u00e3o de omiss\u00e3o, contradi\u00e7\u00e3o, obscuridade ou erro material no texto que possa dificultar a exata compreens\u00e3o da manifesta\u00e7\u00e3o judicial, conforme artigo 1.022 do CPC de 2015. Verificada contradi\u00e7\u00e3o no julgado, \u00e9 medida de ordem o saneamento do julgado. 2. Nos termos do art. 63, \u00a73\u00ba, da Lei 6.880/80: \"A concess\u00e3o de f\u00e9rias n\u00e3o \u00e9 prejudicada pelo gozo anterior de licen\u00e7a para tratamento de sa\u00fade, nem por puni\u00e7\u00e3o anterior decorrente de contraven\u00e7\u00e3o ou transgress\u00e3o disciplinar, ou pelo estado de guerra, ou para que sejam cumpridos atos em servi\u00e7o, bem como n\u00e3o anula o direito \u00e0quela licen\u00e7a\". Logo, sendo reconhecido que a licen\u00e7a para tratamento de sa\u00fade n\u00e3o prejudica o direito \u00e0s f\u00e9rias, como estas n\u00e3o foram usufru\u00eddas, deve o demandante fazer jus \u00e0 indeniza\u00e7\u00e3o pelas f\u00e9rias n\u00e3o gozadas. (TRF4 5001976-31.2013.404.7120, TERCEIRA TURMA, Relatora MARGA INGE BARTH TESSLER, juntado aos autos em 14/12/2016).\n\nADMINISTRATIVO. SERVIDOR P\u00daBLICO CIVIL. F\u00c9RIAS N\u00c3O\n\nUSUFRU\u00cdDAS. LICEN\u00c7A PARA TRATAMENTO DE SA\u00daDE.\n\nINDEFERIMENTO ADMINISTRATIVO. REPROGRAMA\u00c7\u00c3O.\n\nACUMULA\u00c7\u00c3O.\n\nPOSSIBILIDADE.\n\nAPOSENTADORIA.\n\nINDENIZA\u00c7\u00c3O. CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA E JUROS. 1. O direito ao\n\ngozo de f\u00e9rias \u00e9 garantido constitucionalmente a todos os\n\ntrabalhadores, n\u00e3o podendo este ser impedido ou restringido em\n\nraz\u00e3o do afastamento do servidor para tratamento de sa\u00fade. 2. A\n\nveda\u00e7\u00e3o de acumula\u00e7\u00e3o das f\u00e9rias reprogramadas contida na\n\nPortaria Normativa fere o princ\u00edpio da legalidade, pois \u00e9 inadmiss\u00edvel\n\nque um ato administrativo possa restringir direitos constitucionais,\n\ncomo \u00e9 o caso do direito \u00e0s f\u00e9rias. Precedentes. 3. A n\u00e3o utiliza\u00e7\u00e3o\n\ndo per\u00edodo de f\u00e9rias a que fazia jus o servidor, desde que existente o\n\ndireito para tanto, gera danos materiais que dever\u00e3o ser ressarcidos\n\npela Administra\u00e7\u00e3o. 4. Diante do quadro de incerteza e considerando\n\nque a discuss\u00e3o envolve apenas quest\u00e3o acess\u00f3ria da lide, deve ser\n\nrelegada para a fase de execu\u00e7\u00e3o a decis\u00e3o acerca dos crit\u00e9rios de\n\natualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e juros a serem aplicados no per\u00edodo posterior\n\n\u00e0 entrada em vigor da Lei 11.960/2009 (per\u00edodo a partir de julho de\n\n2009, inclusive), quando provavelmente a quest\u00e3o j\u00e1 ter\u00e1 sido\n\ndirimida pelos tribunais superiores.\n\n(TRF4 5001556-\n\n58.2015.404.7216, QUARTA TURMA, Relator LU\u00cdS ALBERTO\n\nD'AZEVEDO AURVALLE, juntado aos autos em 23/06/2016).\n\nREMESSA EX-OF\u00cdCIO. SERVIDOR P\u00daBLICO DA CARREIRA DE\n\nMAGIST\u00c9RIO DO DISTRITO FEDERAL. LICEN\u00c7A M\u00c9DICA PARA\n\nTRATAMENTO DE SA\u00daDE. F\u00c9RIAS COLETIVAS. COINCID\u00caNCIA\n\nDE PER\u00cdODOS. DIREITO \u00c0 FRUI\u00c7\u00c3O DE F\u00c9RIAS E AO\n\nRECEBIMENTO\n\nDO\n\nRESPECTIVO\n\nADICIONAL.\n\nRECONHECIMENTO.\n\n5\n\n\fO per\u00edodo em que o servidor p\u00fablico distrital encontrava-se em gozo de licen\u00e7a para tratamento de sa\u00fade deve ser considerado para todos os efeitos, inclusive para contagem de per\u00edodo aquisitivo para concess\u00e3o de f\u00e9rias, especialmente se o per\u00edodo de licen\u00e7a gozado n\u00e3o ultrapassou o limite de vinte e quatro meses previsto no art. 102 da Lei 8112/90 que \u00e9 aplic\u00e1vel, no caso, por for\u00e7a da Lei Distrital n\u00ba 197/91. O direito ao gozo de f\u00e9rias, com o respectivo adicional de 1/3 (um ter\u00e7o), \u00e9 garantia constitucional, que n\u00e3o pode sofrer limita\u00e7\u00e3o por norma de car\u00e1ter infralegal, no caso a Instru\u00e7\u00e3o Normativa n\u00ba 03/2007, da Secretaria de Estado de Planejamento e Gest\u00e3o, devendo, pois, ser reconhecido como devido ao servidor em licen\u00e7a para tratamento de sua sa\u00fade. (TJ-DF, Processo n\u00ba 760069820088070001 DF 007600698.2008.807.0001, Relator Des. NATANAEL CAETANO, Primeira Turma C\u00edvel, Ac\u00f3rd\u00e3o n\u00ba 420.058, Publicado em 11/05/2010, DJ-e P\u00e1g. 68). ADMINISTRATIVO. PROFESSORA. SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCA\u00c7\u00c3O. F\u00c9RIAS N\u00c3O GOZADAS. LICEN\u00c7A PARA TRATAMENTO DE SA\u00daDE. CONVERS\u00c3O DO PER\u00cdODO DE F\u00c9RIAS EM PEC\u00daNIA. Considerando-se que o per\u00edodo em que o servidor encontra-se em gozo de licen\u00e7a m\u00e9dica h\u00e1 de ser computado como sendo de seu efetivo exerc\u00edcio, nos termos do que disp\u00f5e o art. 102, inciso VIII, al\u00ednea \"b\", da Lei n\u00ba 8.112/90, indiscut\u00edvel que a licen\u00e7a m\u00e9dica gozada n\u00e3o pode obstar a frui\u00e7\u00e3o das f\u00e9rias anuais a qualquer tempo. No entanto, comprovado que a Administra\u00e7\u00e3o n\u00e3o oportunizou o gozo das referidas f\u00e9rias e nem o pretende fazer, imp\u00f5e-se a convers\u00e3o do per\u00edodo de f\u00e9rias n\u00e3o gozadas em pec\u00fania, embora a servidora ainda se encontre em atividade. (20080110888914APC, Relator CARMELITA BRASIL, 2\u00aa Turma C\u00edvel, julgado em 23/09/2009, DJ 08/10/2009 p. 61). No mesmo diapas\u00e3o, em decis\u00f5es mais recentes do Tribunal Regional Federal da 4\u00aa Regi\u00e3o, \u00e9 un\u00e2nime o entendimento de que \u00e9 devida a remarca\u00e7\u00e3o de f\u00e9rias em raz\u00e3o de tratamento de sa\u00fade. Vejamos: ADMINISTRATIVO. SERVIDOR P\u00daBLICO. F\u00c9RIAS N\u00c3O USUFRU\u00cdDAS POR MOTIVO DE LICEN\u00c7A. REMARCA\u00c7\u00c3O. POSSIBILIDADE. O direito ao gozo de f\u00e9rias \u00e9 garantido constitucionalmente a todos os trabalhadores, n\u00e3o podendo ser impedido ou restringido em raz\u00e3o de afastamento do servidor. (AC 5010534-86.2012.404.7100/RS, Rel. Des. JO\u00c3O PEDRO GEBRAN NETO, QUARTA TURMA, D.E. 21/11/2012) AGRAVO EM APELA\u00c7\u00c3O C\u00cdVEL. F\u00c9RIAS. ACUMULA\u00c7\u00c3O. REPROGRAMA\u00c7\u00c3O. LICEN\u00c7A PARA TRATAMENTO DE SA\u00daDE. INDEFERIMENTO ADMINISTRATIVO. PRINC\u00cdPIO DA\n6\n\n\fLEGALIDADE. SERVIDOR P\u00daBLICO. PER\u00cdODO AQUISITIVO. PRECEDENTES DA CORTE. DECIS\u00c3O MANTIDA. 1. A exig\u00eancia contida na Portaria n.\u00ba 02/98, determinando que, no caso das f\u00e9rias programadas em que haja coincid\u00eancia com a licen\u00e7a ou afastamento, essas devem ser reprogramadas, sendo vedada a acumula\u00e7\u00e3o para o exerc\u00edcio seguinte, fere o princ\u00edpio da legalidade, pois \u00e9 inadmiss\u00edvel que um ato administrativo possa restringir direitos constitucionais, como \u00e9 o caso do direito \u00e0s f\u00e9rias. 2. Agravo improvido. (Agravo em Apela\u00e7\u00e3o C\u00edvel 5009681-68.2012.404.7200, Rel. Des. CARLOS EDUARDO THOMPSON FLORES LENZ, TERCEIRA TURMA. D.E. 16/11/2012). F\u00c9RIAS. ACUMULA\u00c7\u00c3O. REPROGRAMA\u00c7\u00c3O. LICEN\u00c7A PARA TRATAMENTO DE SA\u00daDE. INDEFERIMENTO ADMINISTRATIVO. PRINC\u00cdPIO DA LEGALIDADE. SERVIDOR P\u00daBLICO. PER\u00cdODO AQUISITIVO. 1. A aus\u00eancia do trabalho por motivo de licen\u00e7a para tratamento de sa\u00fade n\u00e3o retira do servidor o direito de usufruir suas f\u00e9rias mais adiante, no exerc\u00edcio seguinte, ainda que atos normativos disciplinem esta possibilidade apenas no caso de necessidade do servi\u00e7o. 2. \u00c9 inadmiss\u00edvel que um ato administrativo possa restringir direitos constitucionais, como \u00e9 o caso do direito \u00e0s f\u00e9rias. 3. Reexame necess\u00e1rio improvido. (Reexame Necess\u00e1rio C\u00edvel 5000656-02.2010.404.7200, Rel. Des. GUILHERME BELTRAMI, QUARTA TURMA, D.E. 02/08/2011). Face ao exposto, com fundamento na Constitui\u00e7\u00e3o da Rep\u00fablica Federativa do Brasil, na Lei n\u00ba 8.112/1990 e na jurisprud\u00eancia p\u00e1tria, conclu\u00edmos que \u00e9 perfeitamente poss\u00edvel o gozo de f\u00e9rias ap\u00f3s o per\u00edodo em que o servidor gozou licen\u00e7a para tratamento da pr\u00f3pria sa\u00fade, descabendo o desprezo do per\u00edodo desta licen\u00e7a para fins de concess\u00e3o de f\u00e9rias.\nDO VALOR DA CAUSA A parte autora deve ser indenizada em R$ 6.556,62 (sem corre\u00e7\u00e3o), ou\nseja, a soma entre o valor proporcional aos 30 dias de f\u00e9rias n\u00e3o gozados, acrescido do ter\u00e7o de f\u00e9rias, vez que sua remunera\u00e7\u00e3o em dezembro de 2014 perfazia R$ 4.917,47.\nAinda, sobre esse valor foi acrescida corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria pelo \u00edndice IPCA/TR/IPCA de outubro de 2017 (1,17734261), a contar da \u00e9poca em que deveria ter usufru\u00eddo o seu direito (dezembro de 2014), chegando-se a soma de R$ 7.719,38.\nAssim, d\u00e1-se a causa o valor de R$ 7.719,38.\n7\n\n\fPEDIDOS Diante do exposto, a parte autora requer o seguinte: a) Seja citada a Uni\u00e3o Federal \u2013 Advocacia-Geral da Uni\u00e3o, para\ncontestar, caso queira, a a\u00e7\u00e3o. b) Seja reconhecido o direito da parte autora aos 30 dias de f\u00e9rias\nreferentes ao per\u00edodo concessivo de 2014, n\u00e3o gozados em raz\u00e3o do seu afastamento para tratamento de sa\u00fade.\nc) Seja a parte r\u00e9 condenada a pagar para parte autora indeniza\u00e7\u00e3o no valor correspondente a 30 dias de f\u00e9rias, incrementado do ter\u00e7o constitucional, devidamente corrigido e acrescido de juros de mora.\nd) A condena\u00e7\u00e3o da parte r\u00e9 em honor\u00e1rios sucumbenciais a serem fixados na forma do art. 85, 8\u00ba, do C\u00f3digo de Processo Civil.\nRequer que os honor\u00e1rios contratuais sejam destacados para pagamento em favor da sociedade de advogados Silva, Locks, Palanowski e Goulart Advogados Associados, CNPJ n\u00ba 01.899.778/0001-47, nos termos do contrato anexo.\ne) Requer a concess\u00e3o da justi\u00e7a gratuita. f) Requer que seja oportunizada a produ\u00e7\u00e3o de todos os meios de prova em direito admitidos. Informa que n\u00e3o possui interesse na realiza\u00e7\u00e3o de audi\u00eancia de concilia\u00e7\u00e3o, atendendo o disposto no C\u00f3digo de Processo Civil, art. 334, \u00a7 5\u00ba. D\u00e1 \u00e0 causa o valor de R$ 7.719,38. Pede deferimento. Florian\u00f3polis, 06 de outubro de 2017.\nJOS\u00c9 AUGUSTO ALVARENGA OAB/SC 17577-B\nTHIAGO LEMOS LOCKS OAB/SC 29380\n8\n\n\f", "similar_texts_federais_bgem3": [ { "header": "Texto Similar 1 (C\u00edvel) - IdDocumentoCompleto: 5005909-19.2020.4.04.7200-721585336836264251524773691466", "text": "EXCELENT\u00cdSSIMO (A) JUIZ (A) FEDERAL\nAdministrativo. Servidor p\u00fablico federal. Abono de perman\u00eancia. Contagem do respectivo valor para c\u00e1lculo da Gratifica\u00e7\u00e3o Natalina e do Ter\u00e7o Constitucional de f\u00e9rias.\nRITA SILVIA MARENDA, brasileiro (a), servidor (a) p\u00fablico (a) federal aposentado (a), inscrito (a) no CPF sob o n\u00ba 411.299.549-00, devidamente qualificado (a) na procura\u00e7\u00e3o e no sistema e-proc, dirige-se a Vossa Excel\u00eancia, por seus advogados legalmente constitu\u00eddos, para propor a presente\nA\u00c7\u00c3O DECLARAT\u00d3RIA E CONDENAT\u00d3RIA\nem desfavor do INSTITUTO NACIONAL DE COLONIZA\u00c7\u00c3O E REFORMA AGR\u00c1RIA - INCRA, representado pela Procuradoria Federal em Santa Catarina, com endere\u00e7o na rua Padre Schuler, 56, Centro, Florian\u00f3polis, Santa Catarina, CEP 88010-310, endere\u00e7o eletr\u00f4nico pf.sc@agu.gov.br, pelas raz\u00f5es de fato e de direito a seguir aduzidas.\nDO PEDIDO DE ASSIST\u00caNCIA JUDICI\u00c1RIA GRATUITA Por entender que n\u00e3o possui condi\u00e7\u00f5es de arcar com os custos do\nprocesso sem preju\u00edzo do sustento pr\u00f3prio e de sua fam\u00edlia, a parte autora junta aos autos declara\u00e7\u00e3o de hipossufici\u00eancia e comprovante de renda, a fim de demonstrar que recebe, mensalmente, valor l\u00edquido inferior a 10 sal\u00e1rios m\u00ednimos, ou seja, tem rendimento inferior ao considerado pela jurisprud\u00eancia majorit\u00e1ria como o limite para a concess\u00e3o do benef\u00edcio da justi\u00e7a gratuita.\nVejamos o que diz o entendimento do Tribunal Regional Federal da 4\u00aa Regi\u00e3o:\nPROCESSUAL CIVIL. IMPUGNA\u00c7\u00c3O \u00c0 ASSIST\u00caNCIA JUDICI\u00c1RIA GRATUITA. RENDIMENTOS MENSAIS COMPAT\u00cdVEIS COM A OUTORGA. DEFERIMENTO. 1. Percebendo a parte-impugnada remunera\u00e7\u00e3o inferiores \u00e0quela adotada como par\u00e2metro para a concess\u00e3o do benef\u00edcio da assist\u00eancia judici\u00e1ria gratuita, qual seja, remunera\u00e7\u00e3o l\u00edquida mensal n\u00e3o superior a dez sal\u00e1rios m\u00ednimos, possui direito a litigar sob seu p\u00e1lio, uma vez que tal\n\n\fpatamar \u00e9 reputado presumidamente insuficiente para que a requerente arque com o pagamento das custas e despesas processuais. 2. No total l\u00edquido da remunera\u00e7\u00e3o devem ser considerados eventuais gastos n\u00e3o cogentes com desconto em folha realizados pela servidora, eis que se trata de d\u00e9bitos que n\u00e3o decorrem de imposi\u00e7\u00e3o legal, mas de ato volitivo desta. 3. Se o apelante n\u00e3o apresenta quaisquer elementos concretos que infirmem a alegada condi\u00e7\u00e3o de miserabilidade, reputa-se razo\u00e1vel a pretendida concess\u00e3o do benef\u00edcio da assist\u00eancia judici\u00e1ria. (TRF4, AC 5001703-89.2011.404.7001, Terceira Turma, Relator p/ Ac\u00f3rd\u00e3o Fernando Quadros da Silva, D.E. 18/04/2013)\n\u00c9 de ser adotado o entendimento consolidado pela 2\u00aa Se\u00e7\u00e3o do TRF4 (AI n.\u00ba 2004.04.01.052949-9/PR, 3\u00aa Turma, Rel. Desa. Federal Silvia Goraieb, julgado em 31/05/2005, DJU 15/06/2005, p. 743; e AC 5047348-09.2012.404.7000, Quarta Turma, Relator p/ Ac\u00f3rd\u00e3o Candido Alfredo Silva Leal Junior, juntado aos autos em 08/03/2013), no sentido de que se presume hipossuficiente aquele que auferir renda inferior a dez sal\u00e1rios m\u00ednimos, aliada \u00e0 declara\u00e7\u00e3o de hipossufici\u00eancia (art. 4\u00ba da Lei 1.060/50), cabendo \u00e0 parte contr\u00e1ria o \u00f4nus de elidir tal presun\u00e7\u00e3o.\nAssim sendo, requer que se digne Vossa Excel\u00eancia a conceder a benesse da justi\u00e7a gratuita, dispensando a parte autora do pagamento de quaisquer custas, despesas processuais e emolumentos no curso do processo, assim como verbas honor\u00e1rias, conforme o disposto nos arts. 98 e seguintes do C\u00f3digo de Processo Civil.\nDOS FATOS O abono de perman\u00eancia foi criado pela Emenda Constitucional n\u00ba 41, de\n2003, tendo como finalidade estimular a perman\u00eancia na atividade daqueles servidores que j\u00e1 houvessem preenchido as condi\u00e7\u00f5es para a aposentadoria, tendo seu valor equivalente ao montante respectivamente devido \u00e0 t\u00edtulo de contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria.\nSua operacionaliza\u00e7\u00e3o se d\u00e1 mediante a inser\u00e7\u00e3o de uma rubrica nos respectivos contracheques dos servidores benefici\u00e1rios, representativa do valor em tela e devida at\u00e9 o momento da respectiva aposentadoria.\nTem-se, demais disso, que o abono de perman\u00eancia continua sendo pago nos per\u00edodos correspondentes aos afastamentos, de maneira geral, inclusive para gozo de licen\u00e7as-pr\u00eamio por assiduidade (para aqueles que preservaram este\n\n\fdireito), tudo a denotar o claro car\u00e1ter remunerat\u00f3rio e permanente de que se reveste.\nEis o que define o art. 87, da Lei n\u00ba 8.112, de 1990:\nArt. 87. Ap\u00f3s cada q\u00fcinq\u00fc\u00eanio ininterrupto de exerc\u00edcio, o servidor far\u00e1 jus a 3 (tr\u00eas) meses de licen\u00e7a, a t\u00edtulo de pr\u00eamio por assiduidade, com a remunera\u00e7\u00e3o do cargo efetivo.\nContraditoriamente, por\u00e9m, quando passa a calcular os valores a serem pagos aos servidores a t\u00edtulo de 13\u00ba sal\u00e1rio e ter\u00e7o constitucional de f\u00e9rias, a parte r\u00e9 exclui o valor do abono de perman\u00eancia pago no m\u00eas de refer\u00eancia da base de c\u00e1lculo. Desse modo, o valor devido a t\u00edtulo de 13\u00ba sal\u00e1rio e ter\u00e7o constitucional de f\u00e9rias vem sendo pago a menor, demonstrando claro enriquecimento sem causa da parte r\u00e9.\nDO DIREITO Assim disp\u00f5e o art. 2\u00ba, \u00a7 5\u00ba, da Emenda Constitucional n] 41, de 2003:\nArt. 2\u00ba (...) \u00a7 5\u00ba O servidor de que trata este artigo, que tenha completado as exig\u00eancias para aposentadoria volunt\u00e1ria estabelecidas no caput, e que opte por permanecer em atividade, far\u00e1 jus a um abono de perman\u00eancia equivalente ao valor da sua contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria at\u00e9 completar as exig\u00eancias para aposentadoria compuls\u00f3ria contidas no art. 40, \u00a7 1\u00ba, II, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal.\nJ\u00e1 a Lei n\u00ba 10.887, de 2004, assim veio estabelecer:\nArt. 7o - O servidor ocupante de cargo efetivo que tenha completado as exig\u00eancias para aposentadoria volunt\u00e1ria estabelecidas na al\u00ednea a do inciso III do \u00a7 1o do art. 40 da Constitui\u00e7\u00e3o Federal, no \u00a7 5o do art. 2o ou no \u00a7 1o do art. 3o da Emenda Constitucional no 41, de 19 de dezembro de 2003, e que opte por permanecer em atividade far\u00e1 jus a abono de perman\u00eancia equivalente ao valor da sua contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria at\u00e9 completar as exig\u00eancias para aposentadoria compuls\u00f3ria contidas no inciso II do \u00a7 1o do art. 40 da Constitui\u00e7\u00e3o Federal.\n\n\fAmbos os dispositivos, como se v\u00ea, n\u00e3o s\u00e3o claros quanto \u00e0 natureza jur\u00eddica da vantagem denominada abono de perman\u00eancia, o que fez gerar no mundo jur\u00eddico interpreta\u00e7\u00f5es das mais variadas, que iam desde aquelas que atribu\u00edam ao abono a natureza de um pr\u00eamio ou indeniza\u00e7\u00e3o, at\u00e9 aquelas que sustentavam tratarse de rubrica de natureza salarial, dando ensejo \u00e0 sua inclus\u00e3o como base de c\u00e1lculo do imposto de renda retido na fonte.\nReferida celeuma fez com que em 4 de outubro de 2004 a Secretaria da Receita Federal do Brasil fizesse circular a seguinte interpreta\u00e7\u00e3o da administra\u00e7\u00e3o:\nO SECRET\u00c1RIO DA RECEITA FEDERAL, no uso da atribui\u00e7\u00e3o que lhe confere o inciso III do art. 209 do Regimento Interno da Secretaria da Receita Federal, aprovado pela Portaria MF n\u00ba 259, de 24 de agosto de 2001, e tendo em vista o disposto no art. 43 da Lei n\u00ba 5.172, de 25 de outubro de 1966. C\u00f3digo Tribut\u00e1rio Nacional (CTN), com a altera\u00e7\u00e3o feita pela Lei Complementar (LC) n\u00ba 104, de 10 de janeiro de 2001, nos arts. 3\u00ba e 7\u00ba da Lei n\u00ba 7.713, de 22 de dezembro de 1988, e no Processo n\u00ba 10168.002034/2004-11, declara: Artigo \u00fanico. Sujeitam-se \u00e0 incid\u00eancia do imposto de renda, devendo ser tributados na fonte e na Declara\u00e7\u00e3o de Ajuste Anual, na Declara\u00e7\u00e3o de Sa\u00edda Definitiva do Pa\u00eds ou na Declara\u00e7\u00e3o Final de Esp\u00f3lio, os rendimentos recebidos a t\u00edtulo de Vantagem Pecuni\u00e1ria Individual, institu\u00edda pela Lei n\u00ba 10.698, de 2 de julho de 2003, e de Abono de Perman\u00eancia, a que se referem o \u00a7 19 do art. 40 da Constitui\u00e7\u00e3o Federal, o \u00a7 5\u00ba do art. 2\u00ba e o \u00a7 1\u00ba do art. 3\u00ba da Emenda Constitucional n\u00ba 41, de 19 de dezembro de 2003, e o art. 7\u00ba da Lei n\u00ba 10.887, de 18 de junho de 2004.\nReferida interpreta\u00e7\u00e3o administrativa terminou sufragada pelos tribunais p\u00e1trios, sendo consolidada por ocasi\u00e3o do julgamento do Recuso Especial n\u00ba 1.192.556/PE (Rel. Ministro mauro Campbell Marques, Dje 6.9.2010), submetido \u00e0 sistem\u00e1tica de recurso repetitivo, ocasi\u00e3o em que o Superior Tribunal de Justi\u00e7a pacificou a controv\u00e9rsia com a seguinte Ementa:\nTRIBUT\u00c1RIO. RECURSO ESPECIAL. ABONO DE PERMAN\u00caNCIA. INCID\u00caNCIA DE IMPOSTO DE RENDA. 1. Sujeitam-se incid\u00eancia do Imposto de Renda os rendimentos recebidos a t\u00edtulo de abono de perman\u00eancia a que se referem o \u00a7 19 do art. 40 da Constitui\u00e7\u00e3o Federal, o \u00a7 5\u00ba do art. 2\u00ba e o \u00a7 1\u00ba do art. 3\u00ba da Emenda Constitucional 41/2003, e o art. 7\u00ba da Lei 10.887/2004.\n\n\fN\u00e3o h\u00e1 lei que autorize considerar o abono de perman\u00eancia como rendimento isento. 2. Recurso especial provido. (grifamos)\nO Supremo Tribunal Federal, por sua vez, decidiu que a controv\u00e9rsia n\u00e3o se prestava a Repercuss\u00e3o Geral por n\u00e3o envolver discuss\u00e3o de natureza constitucional, conforme sedimentado no Recurso Extraordin\u00e1rio n\u00ba 688.001/RS1.\nPara que n\u00e3o pairem d\u00favidas sobre a natureza remunerat\u00f3ria do abono em tert\u00falia, cumpre trazer \u00e0 cola\u00e7\u00e3o os seguintes julgados do Egr\u00e9gio Tribunal Regional Federal da 4\u00aa Regi\u00e3o, todos a reconhecer o aludido car\u00e1ter estipendial da parcela, como se extrai do Ac\u00f3rd\u00e3o exarado na Apela\u00e7\u00e3o C\u00edvel n\u00ba 502888573.2013.404.7100, em que foi Relator a Desembargadora Federal Vivian Josete Pantale\u00e3o Caminha:\n\n(...) a Universidade mant\u00e9m o pagamento do abono de perman\u00eancia no per\u00edodo de efetivo gozo de licen\u00e7a-pr\u00eamio, adotando interpreta\u00e7\u00e3o diversa da legisla\u00e7\u00e3o de reg\u00eancia (Informa\u00e7\u00e3o n\u00ba 09.728/2013UFRGS, juntada no processo n\u00ba 5018515-35.2013.404.7100). Se \u00e9 certo que a referida parcela \u00e9 paga aos servidores que optam por usufruir a licen\u00e7a-pr\u00eamio em atividade, n\u00e3o h\u00e1 raz\u00e3o para n\u00e3o integrar a base de c\u00e1lculo das licen\u00e7as-pr\u00eamio indenizadas.\n\nNa mesma dire\u00e7\u00e3o os seguintes julgados:\n\nAGRAVO DE INSTRUMENTO. PROCESSUAL CIVIL.\n\nEXECU\u00c7\u00c3O INDIVIDUAL DE SENTEN\u00c7A PROFERIDA EM A\u00c7\u00c3O\n\nCOLETIVA.\n\nINDENIZA\u00c7\u00c3O\n\nDE\n\nLICEN\u00c7A-PR\u00caMIO\n\nN\u00c3O COMPUTADA PARA FINS DE APOSENTADORIA. BASE DE\n\nC\u00c1LCULO. CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA. HONOR\u00c1RIOS\n\n1 RE 688001 RG / RS - RIO GRANDE DO SUL REPERCUSS\u00c3O GERAL NO RECURSO EXTRAORDIN\u00c1RIO Ementa: TRIBUT\u00c1RIO E CONSTITUCIONAL. RECURSO EXTRAORDIN\u00c1RIO. INCID\u00caNCIA DE IMPOSTO DE RENDA SOBRE O ABONO DE PERMAN\u00caNCIA. MAT\u00c9RIA INFRACONSTITUCIONAL. AUS\u00caNCIA DE REPERCUSS\u00c3O GERAL (ART. 543-A DO CPC). 1. A controv\u00e9rsia a respeito da incid\u00eancia do imposto de renda sobre as verbas percebidas a t\u00edtulo de abono de perman\u00eancia \u00e9 de natureza infraconstitucional, n\u00e3o havendo, portanto, mat\u00e9ria constitucional a ser analisada (ARE 665800 AgR, de minha relatoria, Segunda Turma, DJe de 20/08/2013; ARE 691857 AgR, Rel. Min. C\u00c1RMEN L\u00daCIA, Primeira Turma, DJe 19/09/2012; ARE 662017 AgR, Rel. Min. DIAS TOFFOLI, Primeira Turma, DJe de 03/08/2012; ARE 646358 AgR, Rel. Min. RICARDO LEWANDOWSKI, Segunda Turma, DJe de 15/05/2012). 2. \u00c9 cab\u00edvel a atribui\u00e7\u00e3o dos efeitos da declara\u00e7\u00e3o de aus\u00eancia de repercuss\u00e3o geral quando n\u00e3o h\u00e1 mat\u00e9ria constitucional a ser apreciada ou quando eventual ofensa \u00e0 Constitui\u00e7\u00e3o Federal se d\u00ea de forma indireta ou reflexa (RE 584.608 RG, Min. ELLEN GRACIE, Pleno, DJe de 13/03/2009). 3. Aus\u00eancia de repercuss\u00e3o geral da quest\u00e3o suscitada, nos termos do art. 543-A do CPC. Decis\u00e3o: O Tribunal, por unanimidade, reconheceu a inexist\u00eancia de repercuss\u00e3o geral da quest\u00e3o. Ministro TEORI ZAVASCKI Relator\n\n\fADVOCAT\u00cdCIOS DE EXECU\u00c7\u00c3O. Quanto \u00e0 base de c\u00e1lculo da indeniza\u00e7\u00e3o, o abono de perman\u00eancia e o aux\u00edlio-alimenta\u00e7\u00e3o n\u00e3o det\u00eam car\u00e1ter indenizat\u00f3rio mas integram a remunera\u00e7\u00e3o do cargo efetivo e consistem em verbas remunerat\u00f3rias de car\u00e1ter permanente, nos termos do art. 41 da Lei 8.112/1990. Em se tratando de verbas de remunerat\u00f3rias de car\u00e1ter permanente, devem integrar a base de c\u00e1lculo da indeniza\u00e7\u00e3o da licen\u00e7a-pr\u00eamio n\u00e3o usufru\u00edda. O Supremo Tribunal Federal, em julgamento sob repercuss\u00e3o geral, declarou que o art. 1\u00ba-F da Lei n.\u00ba 9.494/97, com a reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n.\u00ba 11.960/09, na parte em que disciplina a atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria das condena\u00e7\u00f5es impostas \u00e0 Fazenda P\u00fablica segundo a remunera\u00e7\u00e3o oficial da caderneta de poupan\u00e7a, revela-se inconstitucional. O Superior Tribunal de Justi\u00e7a, ao apreciar o Tema 905 (REsp. 1.495.146/MG, REsp. 1.492.221/PR e REsp. 1.495.144/RS), firmou a tese de que a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria de condena\u00e7\u00e3o judicial da Fazenda Publica tendo por objeto divida referente a servidores e empregados p\u00fablicos deve se dar pelos \u00edndices previstos no Manual de C\u00e1lculos da Justi\u00e7a Federal, com destaque para a incid\u00eancia do IPCA-E a partir de janeiro/2001. Quanto ao cabimento dos honor\u00e1rios advocat\u00edcios, do cumprimento da senten\u00e7a proferida na a\u00e7\u00e3o coletiva n.\u00ba 2007.70.00.032750-2 (0032750-14.2007.4.04.7000) j\u00e1 restou assegurado por decis\u00e3o transitada em julgado nos autos do AI 0032238-74.2010.404.0000. Cab\u00edvel a incid\u00eancia dos honor\u00e1rios advocat\u00edcios de execu\u00e7\u00e3o sobre o montante devido a t\u00edtulo de honor\u00e1rios de sucumb\u00eancia do processo de conhecimento. (TRF4, AG 5014248-04.2018.4.04.0000, TERCEIRA TURMA, Relator ROGERIO FAVRETO, juntado aos autos em 25/09/2018)\nADMINISTRATIVO. AGRAVO DE INSTRUMENTO. SERVIDOR P\u00daBLICO. LICEN\u00c7A-PR\u00caMIO. CONVERS\u00c3O EM PEC\u00daNIA. ABONO DE PERMAN\u00caNCIA. AUX\u00cdLIO ALIMENTA\u00c7\u00c3O. SA\u00daDE SUPLEMENTAR. BASE DE C\u00c1LCULO. 1. Por integrar a remunera\u00e7\u00e3o do servidor, mostra-se cab\u00edvel a inclus\u00e3o do abono de perman\u00eancia, do aux\u00edlio-alimenta\u00e7\u00e3o e da sa\u00fade suplementar na base de c\u00e1lculo da convers\u00e3o em pec\u00fania de licen\u00e7a-pr\u00eamio n\u00e3o usufru\u00edda. 2. Mantida a decis\u00e3o agravada. (TRF4, AG 5015619-03.2018.4.04.0000, QUARTA TURMA, Relator LU\u00cdS ALBERTO D'AZEVEDO AURVALLE, juntado aos autos em 30/05/2018)\nPROCESSO CIVIL. EMBARGOS DE DECLARA\u00c7\u00c3O. EFEITOS INFRINGENTES. ADMINISTRATIVO. SERVIDOR P\u00daBLICO. ABONO DE PERMAN\u00caNCIA. RECONHECIMENTO DO DIREITO NA ESFERA ADMINISTRATIVA. DIFEREN\u00c7AS. AUS\u00caNCIA DE PAGAMENTO. S\u00daMULA 09 DESTA CORTE. NATUREZA\n\n\fREMUNERAT\u00d3RIA. IMPOSTO DE RENDA. CONTRIBUI\u00c7\u00c3O AO PSS. 1. O direito de receber obriga\u00e7\u00e3o reconhecida no \u00e2mbito administrativo n\u00e3o pode ficar condicionado a crit\u00e9rio unilateral da Administra\u00e7\u00e3o P\u00fablica, impossibilitando a sua efetiva\u00e7\u00e3o em determinado lapso temporal, sob pena de transformar o direito concreto em mera expectativa de direito. 2. Nos termos da S\u00famula 09 desta Corte, 'Incide corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria sobre os valores pagos com atraso, na via administrativa, a t\u00edtulo de vencimento, remunera\u00e7\u00e3o, provento, soldo, pens\u00e3o ou benef\u00edcio previdenci\u00e1rio, face \u00e0 sua natureza alimentar'. 3. Reconhecido que os rendimentos recebidos a t\u00edtulo de abono de perman\u00eancia possuem natureza remunerat\u00f3ria, sujeitando-se \u00e0 incid\u00eancia do imposto de renda, entretanto, sobre eles n\u00e3o h\u00e1 incid\u00eancia de contribui\u00e7\u00e3o social nos termos do artigo 4\u00ba, \u00a7 1\u00ba, inciso IX, da Lei n\u00ba 10.887/2004. 4. Embargos declarat\u00f3rios providos. (TRF4 500908290.2016.4.04.7200, QUARTA TURMA, Relator C\u00c2NDIDO ALFREDO SILVA LEAL JUNIOR, juntado aos autos em 17/05/2018)\nABONO DE PERMAN\u00caNCIA. BASE DE C\u00c1LCULO. LICEN\u00c7APR\u00caMIO. CONVERS\u00c3O EM PEC\u00daNIA. AUX\u00cdLIO-ALIMENTA\u00c7\u00c3O. 1. A natureza jur\u00eddica do abono de perman\u00eancia foi objeto de longa controv\u00e9rsia na jurisprud\u00eancia p\u00e1tria, vindo a ser finalmente pacificada, no sentido da natureza remunerat\u00f3ria. 2. O abono de perman\u00eancia n\u00e3o \u00e9 uma vantagem tempor\u00e1ria, \u00e9 acr\u00e9scimo permanente, previsto na Constitui\u00e7\u00e3o Federal e devido a partir do momento em que o servidor implementa os requisitos para a aposentadoria volunt\u00e1ria e permanece em atividade. A partir desse momento, a vantagem ser\u00e1 devida, e assim permanecer\u00e1, independentemente de qualquer outra condi\u00e7\u00e3o ou requisito, at\u00e9 que sobrevenha a aposentadoria. 3. O fato de sobre o abono de perman\u00eancia n\u00e3o incidir contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria n\u00e3o influencia sua natureza jur\u00eddica, que permanece sendo parcela remunerat\u00f3ria, como vantagem permanente. 4. Estando pendente a defini\u00e7\u00e3o da base de c\u00e1lculo da convers\u00e3o da licen\u00e7a-pr\u00eamio em pec\u00fania e sendo essa base de c\u00e1lculo a remunera\u00e7\u00e3o do cargo efetivo, o abono de perman\u00eancia, por constituir-se em parcela remunerat\u00f3ria ou vantagem pessoal de car\u00e1ter permanente, legalmente prevista, deve ser computado. 5. O aux\u00edlio-alimenta\u00e7\u00e3o constitui verba de car\u00e1ter permanente, que comp\u00f5e a remunera\u00e7\u00e3o, motivo por que n\u00e3o deve ser exclu\u00edda da base de c\u00e1lculo. (TRF4, AC 500870754.2014.4.04.7202, QUARTA TURMA, Relator LU\u00cdS ALBERTO D'AZEVEDO AURVALLE, juntado aos autos em 14/04/2016)\n\n\fE ainda na mesma dire\u00e7\u00e3o a decis\u00e3o exarada pelo Superior Tribunal de\nJusti\u00e7a nos autos do Recurso Especial n\u00ba 1.480.101/RS, em que foi Relatora a\nMinistra Assusete Magalh\u00e3es (Segunda Turma, DJe de 4.12.2014)\nTrata-se de Recurso Especial, interposto pela UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL - UFRGS, com fundamento no art. 105, III, a, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal, contra ac\u00f3rd\u00e3o do Tribunal Regional Federal da 4\u00aa Regi\u00e3o, assim ementado: \"EMBARGOS \u00c0 EXECU\u00c7\u00c3O. CONVERS\u00c3O EM PEC\u00daNIA DE LICEN\u00c7A- PR\u00caMIO N\u00c3O USUFRU\u00cdDA. ABONO DE PERMAN\u00caNCIA. BASE DE C\u00c1LCULO. \u00c9 cab\u00edvel a inclus\u00e3o do abono de perman\u00eancia na base de c\u00e1lculo das parcelas devidas a t\u00edtulo de licen\u00e7a-pr\u00eamio n\u00e3o usufru\u00edda e convertida em pec\u00fania.\" (fl. 294e). Os Embargos de Declara\u00e7\u00e3o opostos, foram rejeitados (fls. 309/315e). Nas raz\u00f5es do Recurso Especial, a parte recorrente sustenta, em s\u00edntese, viola\u00e7\u00e3o ao art. 535 do CPC por negativa de presta\u00e7\u00e3o jurisdicional e, no m\u00e9rito, aponta como malferidos os arts. 40, 41 e 87 da Lei 8.112/90, porquanto entende que o abono de perman\u00eancia tem car\u00e1ter indenizat\u00f3rio e por isso n\u00e3o integra a base de c\u00e1lculo da licen\u00e7a-pr\u00eamio convertida em pec\u00fania. Ap\u00f3s as contrarraz\u00f5es, o recurso foi admitido na origem. Os autos vieram-me conclusos, por distribui\u00e7\u00e3o, em 22 de setembro de 2014. De in\u00edcio, quanto \u00e0 alegada viola\u00e7\u00e3o ao art. 535 do CPC, no presente caso, o decisum conta com motiva\u00e7\u00e3o suficiente e n\u00e3o deixou de se manifestar sobre a mat\u00e9ria cujo conhecimento lhe competia, permitindo, por conseguinte, a exata compreens\u00e3o da controv\u00e9rsia. De fato, o ac\u00f3rd\u00e3o restou devidamente fundamentado, nos limites em que a lide foi proposta, o que exclui a alegada aus\u00eancia de fundamenta\u00e7\u00e3o, mormente porque aprecia\u00e7\u00e3o contr\u00e1ria ao interesse da parte n\u00e3o se confunde com falta de fundamenta\u00e7\u00e3o ou negativa de presta\u00e7\u00e3o jurisdicional. Nesse sentido: STJ, REsp 801.101/MG, Rel. Ministra DENISE ARRUDA, PRIMEIRA TURMA, DJU de 23/04/2008. A prop\u00f3sito, ainda: \"ADMINISTRATIVO. PROCESSUAL CIVIL. RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO. INDENIZA\u00c7\u00c3O POR DANOS MORAIS. PROPORCIONALIDADE E RAZOABILIDADE. REEXAME DE FATOS E PROVAS. 1. N\u00e3o h\u00e1 viola\u00e7\u00e3o ao art. 535 do CPC quando a presta\u00e7\u00e3o jurisdicional \u00e9 dada na medida da pretens\u00e3o deduzida e a decis\u00e3o est\u00e1 suficientemente fundamentada.\n\n\f(...) Agravo regimental improvido\" (STJ, AgRg no AREsp 433.424/SC, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, DJe de 17/02/2014). No mais, o direito \u00e0 licen\u00e7a-pr\u00eamio indenizada objeto do t\u00edtulo exequendo est\u00e1 embasado na reda\u00e7\u00e3o original do art. 87 da Lei 8.112/90, in verbis: \"Art. 87. Ap\u00f3s cada quinqu\u00eanio ininterrupto de exerc\u00edcio, o servidor far\u00e1 jus a 3 (tr\u00eas) meses de licen\u00e7a, a t\u00edtulo de pr\u00eamio por assiduidade, com a remunera\u00e7\u00e3o do cargo efetivo\" Lado outro, o abono de perman\u00eancia, como cedi\u00e7o, consiste em presta\u00e7\u00e3o pecuni\u00e1ria devida \u00e0queles servidores que, mesmo reunidas as condi\u00e7\u00f5es para aposentadoria, optam por continuar trabalhando. Esta Corte, em casos an\u00e1logos, j\u00e1 definiu que o abono de perman\u00eancia \u00e9, indubitavelmente, uma vantagem pecuni\u00e1ria permanente, pois essa contrapresta\u00e7\u00e3o se incorpora ao patrim\u00f4nio jur\u00eddico do servidor de forma irrevers\u00edvel, ao ocorrer a reuni\u00e3o das condi\u00e7\u00f5es para a aposentadoria (cf. STJ, REsp 1.489.904/RS, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, pendente de publica\u00e7\u00e3o). Ademais, esta Corte, sob o rito dos recursos repetitivos (art. 543C, CPC), j\u00e1 se manifestou sobre a natureza jur\u00eddica do abono de perman\u00eancia para fins tribut\u00e1rios, de forma a assentar seu car\u00e1ter remunerat\u00f3rio: \"TRIBUT\u00c1RIO. RECURSO ESPECIAL. ABONO DE PERMAN\u00caNCIA. INCID\u00caNCIA DE IMPOSTO DE RENDA. 1. Sujeitam-se incid\u00eancia do Imposto de Renda os rendimentos recebidos a t\u00edtulo de abono de perman\u00eancia a que se referem o \u00a7 19 do art. 40 da Constitui\u00e7\u00e3o Federal, o \u00a7 5\u00ba do art. 2\u00ba e o \u00a7 1\u00ba do art. 3\u00ba da Emenda Constitucional 41/2003, e o art. 7\u00ba da Lei 10.887/2004. N\u00e3o h\u00e1 lei que autorize considerar o abono de perman\u00eancia como rendimento isento. 2. Recurso especial provido\" (STJ, REsp 1192556/PE, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, PRIMEIRA SE\u00c7\u00c3O, DJe de 06/09/2010). \"TRIBUT\u00c1RIO. RECURSO ESPECIAL. ABONO DE PERMAN\u00caNCIA. IMPOSTO DE RENDA. INCID\u00caNCIA. ORIENTA\u00c7\u00c3O FIRMADA EM DEMANDA SUBMETIDA \u00c0 SISTEM\u00c1TICA DE RECURSOS REPETITIVOS (ART. 543-C DO CPC). 1. Incide imposto de renda sobre abono de perman\u00eancia, uma vez que este possui natureza remunerat\u00f3ria, caracterizando acr\u00e9scimo patrimonial em benef\u00edcio do trabalhador que permanece em atividade, mesmo ap\u00f3s completado os requisitos legais para a concess\u00e3o da aposentadoria. Mat\u00e9ria firmada no\n\n\fjulgamento do REsp n.\u00ba 1.119.556/PE, submetido \u00e0 sistem\u00e1tica dos recursos repetitivos. 2. Recurso especial provido\" (STJ, REsp 1268154/SC, Rel. Ministra ELIANA CALMON, SEGUNDA TURMA, DJe de 22/08/2013). Nesses termos, considerando que a base de c\u00e1lculo da licen\u00e7apr\u00eamio \u00e9 a remunera\u00e7\u00e3o do servidor e que o abono de perman\u00eancia tem car\u00e1ter remunerat\u00f3rio, n\u00e3o merece reparo o ac\u00f3rd\u00e3o recorrido, que est\u00e1 em harmonia com a jurisprud\u00eancia desta Corte. Ante o exposto, com fundamento no art. 557, caput, do CPC, nego seguimento ao Recurso Especial.\nLogo, uma vez reconhecida a natureza remunerat\u00f3ria do abono de perman\u00eancia \u2013 pelo que est\u00e1 pacificado quer deve servir de base para o c\u00e1lculo da convers\u00e3o em pec\u00fania das licen\u00e7as-pr\u00eamio n\u00e3o gozadas -, n\u00e3o h\u00e1 tamb\u00e9m porque exclu\u00ed-lo da base de c\u00e1lculo de outras vantagens como a gratifica\u00e7\u00e3o natalina e o adicional de f\u00e9rias, impondo-se, pois, a corre\u00e7\u00e3o desta ilegalidade.\nIsto posto, vejamos o que disp\u00f5e a Carta da Rep\u00fablica acerca do pagamento do adicional de f\u00e9rias e do d\u00e9cimo-terceiro sal\u00e1rio:\nArt. 7\u00ba S\u00e3o direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, al\u00e9m de outros que visem \u00e0 melhoria de sua condi\u00e7\u00e3o social: (...) VIII - d\u00e9cimo terceiro sal\u00e1rio com base na remunera\u00e7\u00e3o integral ou no valor da aposentadoria; (...) XVII - gozo de f\u00e9rias anuais remuneradas com, pelo menos, um ter\u00e7o a mais do que o sal\u00e1rio normal;\nJ\u00e1 o art. 39, da Carta Magna, ao dispor sobre os direitos sociais extens\u00edveis aos servidores p\u00fablicos, assim veio consignar:\nArt. 39. A Uni\u00e3o, os Estados, o Distrito Federal e os Munic\u00edpios instituir\u00e3o conselho de pol\u00edtica de administra\u00e7\u00e3o e remunera\u00e7\u00e3o de pessoal, integrado por servidores designados pelos respectivos Poderes. (...) \u00a7 3\u00ba Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo p\u00fablico o disposto no art. 7\u00ba, IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII e XXX, podendo a lei estabelecer requisitos diferenciados de admiss\u00e3o quando a natureza do cargo o exigir. (grifamos)\n\n\fA Lei n\u00ba 8.112, de 1990, por sua vez, traz os seguintes dispositivos aplic\u00e1veis \u00e1 mat\u00e9ria:\nArt. 61. Al\u00e9m do vencimento e das vantagens previstas nesta Lei, ser\u00e3o deferidos aos servidores as seguintes retribui\u00e7\u00f5es, gratifica\u00e7\u00f5es e adicionais: (...) II - gratifica\u00e7\u00e3o natalina; (...) VII - adicional de f\u00e9rias;\nArt. 63. A gratifica\u00e7\u00e3o natalina corresponde a 1/12 (um doze avos) da remunera\u00e7\u00e3o a que o servidor fizer jus no m\u00eas de dezembro, por m\u00eas de exerc\u00edcio no respectivo ano. Par\u00e1grafo \u00fanico. A fra\u00e7\u00e3o igual ou superior a 15 (quinze) dias ser\u00e1 considerada como m\u00eas integral.\nArt. 76. Independentemente de solicita\u00e7\u00e3o, ser\u00e1 pago ao servidor, por ocasi\u00e3o das f\u00e9rias, um adicional correspondente a 1/3 (um ter\u00e7o) da remunera\u00e7\u00e3o do per\u00edodo das f\u00e9rias.\nArt. 78. O pagamento da remunera\u00e7\u00e3o das f\u00e9rias ser\u00e1 efetuado at\u00e9 2 (dois) dias antes do in\u00edcio do respectivo per\u00edodo, observando-se o disposto no \u00a7 1o deste artigo.\nV\u00ea-se, pois, que a express\u00e3o remunera\u00e7\u00e3o \u00e9 utilizada tanto para estabelecer o crit\u00e9rio de pagamento da gratifica\u00e7\u00e3o natalina quanto das f\u00e9rias (ou seja, os dias descansados), sendo tamb\u00e9m utilizada para definir a base de c\u00e1lculo do adicional de f\u00e9rias.\nAinda assim, contudo, embora a R\u00e9 considere o valor do abono de perman\u00eancia na defini\u00e7\u00e3o da remunera\u00e7\u00e3o correspondente \u00e0s f\u00e9rias, n\u00e3o adota o mesmo procedimento quando se trata de inserir o mesmo abono na base de c\u00e1lculo do adicional constitucional de f\u00e9rias e da gratifica\u00e7\u00e3o natalina.\nNeste sentido a recent\u00edssima decis\u00e3o un\u00e2nime, exarada pela Terceira Turma do Egr\u00e9gio Tribunal Regional Federal da 4\u00aa Regi\u00e3o nos autos da Apela\u00e7\u00e3o C\u00edvel n\u00ba 5062655-86.2015.4.04.7100, de relatoria da Desembargadora Federal V\u00e2nia Hack de Almeida, cujo Ac\u00f3rd\u00e3o assim define:\n\n\fEMENTA: ADMINISTRATIVO. A\u00c7\u00c3O CIVIL P\u00daBLICA. SERVIDOR P\u00daBLICO FEDERAL. ADICIONAL DE F\u00c9RIAS. BASE DE C\u00c1LCULO. ABONO DE PERMAN\u00caNCIA. NATUREZA REMUNERAT\u00d3RIA. INTEGRA\u00c7\u00c3O DEVIDA. 1. De acordo com o inciso XVII do artigo 7.\u00ba da Constitui\u00e7\u00e3o Federal e o artigo 76 da Lei n.\u00ba 8.112/19903, o c\u00e1lculo do adicional de f\u00e9rias \u00e9 feito com base na remunera\u00e7\u00e3o regularmente recebida pelo servidor p\u00fablico que, nos termos do caput do artigo 41 da Lei n.\u00ba 8.112/1990, \u00e9 o vencimento do cargo efetivo, acrescido das vantagens pecuni\u00e1rias permanentes estabelecidas em lei. 2. O abono de perman\u00eancia \u00e9 rubrica paga ao servidor p\u00fablico que, tendo implementado os requisitos necess\u00e1rios \u00e0 aposentadoria, opta por permanecer em atividade, conforme arts. 40, \u00a7 19, da CF; 3\u00ba, \u00a7 1\u00ba, da EC 41/2003; e 7\u00ba da Lei 10.887/2004. 3. A natureza jur\u00eddica do abono de perman\u00eancia foi objeto de longa controv\u00e9rsia na jurisprud\u00eancia p\u00e1tria, vindo a ser finalmente pacificada, no sentido da natureza remunerat\u00f3ria. Precedentes do STJ. 4. O fato de sobre o abono de perman\u00eancia n\u00e3o incidir contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria n\u00e3o influencia sua natureza jur\u00eddica, que permanece sendo parcela remunerat\u00f3ria, como vantagem permanente. 5. Face \u00e0 natureza remunerat\u00f3ria da parcela relativa ao abono de perman\u00eancia, esta deve integrar, para todos os efeitos, a base para o c\u00e1lculo do ter\u00e7o constitucional de f\u00e9rias. (TRF4 506265586.2015.4.04.7100, TERCEIRA TURMA, Relatora V\u00c2NIA HACK DE ALMEIDA, juntado aos autos em 18/07/2018)\nSegue decis\u00e3o mais recente do E. TRF-4, que deixou clara a natureza\nremunerat\u00f3ria do abono de perman\u00eancia:\nEMENTA: DIREITO ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. A\u00c7\u00c3O CIVIL SERVIDORES P\u00daBLICOS. P\u00daBLICA. LEGITIMIDADE ATIVA. ADICIONAL DE F\u00c9RIAS. BASE DE C\u00c1LCULO. ABONO DE PERMAN\u00caNCIA. NATUREZA REMUNERAT\u00d3RIA. HONOR\u00c1RIOS ADVOCAT\u00cdCIOS. CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA. 1. Possuindo o Sindicato legitimidade constitucional para a demanda, com suporte no artigo 8\u00ba, inciso III, da Constitui\u00e7\u00e3o de 1988, n\u00e3o h\u00e1 necessidade de autoriza\u00e7\u00e3o em assembl\u00e9ia tampouco necessidade de apresenta\u00e7\u00e3o da rela\u00e7\u00e3o nominal dos substitu\u00eddos, conforme entendimento jurisprudencial consolidado. Inaplic\u00e1veis, desta forma, as limita\u00e7\u00f5es dispostas no artigo 2\u00ba-A da Lei n\u00ba 9.494/1997 e dita legitimidade se estende a toda a categoria e n\u00e3o apenas a seus filiados. 2. Pac\u00edfico o entendimento no Superior Tribunal de Justi\u00e7a no sentido de que o artigo 21 da Lei n. 7.347/85, com reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n. 8.078/90, ampliou o alcance da a\u00e7\u00e3o civil p\u00fablica tamb\u00e9m para a defesa de interesses e direitos individuais homog\u00eaneos n\u00e3o\n\n\frelacionados a consumidores. 3. \u00c9 cab\u00edvel o ajuizamento de a\u00e7\u00e3o\n\ncivil p\u00fablica em defesa de direitos individuais homog\u00eaneos n\u00e3o\n\nrelacionados a consumidores, devendo ser reconhecida\n\na legitimidade do Sindicato para propor a presente a\u00e7\u00e3o em defesa\n\nde interesses individuais homog\u00eaneos da categoria que representa.\n\n4. A aplicabilidade do artigo 2\u00ba-A, da Lei n\u00ba 9.494/97 aos sindicatos j\u00e1\n\nrestou afastada pela jurisprud\u00eancia p\u00e1tria, de modo que a senten\u00e7a\n\nprolatada em a\u00e7\u00e3o coletiva n\u00e3o est\u00e1 limitada ao territ\u00f3rio de\n\ncompet\u00eancia do ju\u00edzo prolator. No caso dos autos, a\n\nsenten\u00e7a alcan\u00e7a todos os substitu\u00eddos representados pelo\n\nSindicato-autor. 5. O abono de perman\u00eancia \u00e9 rubrica paga ao\n\nservidor p\u00fablico que implementou os requisitos necess\u00e1rios \u00e0\n\naposentadoria, mas que opta por permanecer em atividade,\n\nconforme arts. 40, \u00a7 19, da CF, 3\u00ba, \u00a7 1\u00ba, da EC 41/2003 e 7\u00ba da Lei\n\n10.887/2004. 6. N\u00e3o se trata de uma vantagem tempor\u00e1ria, mas\n\nde acr\u00e9scimo permanente, previsto em lei, o qual \u00e9 devido desde\n\no momento em que o servidor implementa os requisitos para a\n\naposentadoria volunt\u00e1ria e permanece em atividade, at\u00e9 que se\n\nperfectibilize a aposentadoria compuls\u00f3ria. 7. Conforme\n\nentendimento majorit\u00e1ria firmado na 2\u00aa Se\u00e7\u00e3o deste Tribunal, \u00e9\n\ncab\u00edvel o arbitramento de honor\u00e1rios advocat\u00edcios de sucumb\u00eancia,\n\nem a\u00e7\u00e3o civil p\u00fablica, em caso de proced\u00eancia da a\u00e7\u00e3o, desde que\n\nn\u00e3o haja qualquer veda\u00e7\u00e3o legal ou constitucional, como no caso de\n\nquando o Minist\u00e9rio P\u00fablico tiver ajuizado a a\u00e7\u00e3o. 8. Na data de\n\n24/09/2018, o Ministro Luiz Fux proferiu decis\u00e3o nos autos dos\n\nEmbargos Declarat\u00f3rios. no Recurso Extraordin\u00e1rio 870.947,\n\nconcedeu efeito suspensivo aos embargos de declara\u00e7\u00e3o opostos\n\npor diversos entes federativos estaduais para suspender a aplica\u00e7\u00e3o\n\ndo Tema 810 do STF at\u00e9 a aprecia\u00e7\u00e3o pela Corte Suprema do pleito\n\nde modula\u00e7\u00e3o dos efeitos da orienta\u00e7\u00e3o estabelecida. Resta, desta\n\nforma, diferida para a fase de execu\u00e7\u00e3o a defini\u00e7\u00e3o da mat\u00e9ria\n\npertinente \u00e0 corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria.\n\n(TRF4 5061697-\n\n66.2016.4.04.7100, TERCEIRA TURMA, Relatora MARGA INGE\n\nBARTH TESSLER, juntado aos autos em 22/05/2019)\n\nComo se v\u00ea, n\u00e3o restam d\u00favidas acerca da natureza permanente e do car\u00e1ter remunerat\u00f3rio de que se reveste o abono de perman\u00eancia, raz\u00e3o pela qual mostra-se inequ\u00edvoco que o seu valor deve ser considerado na base de c\u00e1lculo da gratifica\u00e7\u00e3o natalina e do ter\u00e7o constitucional de f\u00e9rias.\n\nDOS PEDIDOS Ex positis, \u00e9 a presente pe\u00e7a para requerer:\n\n\fa) Seja citada a R\u00e9, no endere\u00e7o declinado nesta pe\u00e7a, para responder ao presente feito, sob pena de revelia e confiss\u00e3o\nb) Apresentada ou n\u00e3o a contesta\u00e7\u00e3o, seja julgada procedente a presente a\u00e7\u00e3o para declarar a ilegalidade da exclus\u00e3o do abono de perman\u00eancia da base de c\u00e1lculo para fins de defini\u00e7\u00e3o do valor relativo \u00e0 gratifica\u00e7\u00e3o natalina e ao ter\u00e7o constitucional de f\u00e9rias, condenando a parte r\u00e9 a pagar \u00e0 parte autora as diferen\u00e7as verificadas a estes t\u00edtulos, respeitando a prescri\u00e7\u00e3o quinquenal.\nc) Requer seja postergada para a fase de liquida\u00e7\u00e3o a fixa\u00e7\u00e3o do \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e juros, quando j\u00e1 houver posicionamento definitivo do STF sobre o Tema 810.\nd) Requer a condena\u00e7\u00e3o da parte r\u00e9 em honor\u00e1rios sucumbenciais a serem fixados na forma do art. 85 do C\u00f3digo de Processo Civil.\ne) Que seja destacado o pagamento dos honor\u00e1rios de sucumb\u00eancia em favor da sociedade de advogados Silva, Locks Filho, Palanowski e Goulart Advogados Associados, CNPJ n\u00ba 01.899.778/0001-47 nos termos do contrato anexo.\nf) O deferimento de prova do alegado, por todos os meios l\u00edcitos em direito, especialmente pelos documentos juntados e outros que se fizerem necess\u00e1rios para o bom andamento do feito.\ng) Requer o deferimento da justi\u00e7a gratuita. h) Seja condenada a parte r\u00e9 ao ressarcimento das custas processuais eventualmente adiantadas pela parte autora.\n\nInforma que n\u00e3o possui interesse na realiza\u00e7\u00e3o de audi\u00eancia de concilia\u00e7\u00e3o, atendendo o disposto no C\u00f3digo de Processo Civil, art. 334, \u00a7 5\u00ba.\nD\u00e1 \u00e0 causa o valor de R$ 3.957,68. Pede deferimento. Florian\u00f3polis, 27 de mar\u00e7o de 2020.\n\nJOHANN SCHUCK OAB/SC 51.475\n\nRAFAEL DOS SANTOS OAB/SC 21.951\n\nTHIAGO LEMOS LOCKS OAB/SC 29.380\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 2 (C\u00edvel) - IdDocumentoCompleto: 5073064-19.2018.4.04.7100-711562326996867729822192017010", "text": "Excelent\u00edssimo(a) Senhor(a) Doutor(a) Juiz(a) Federal da 4\u00aa Vara C\u00edvel da Subse\u00e7\u00e3o Judici\u00e1ria de Porto Alegre/RS\nDISTRIBUI\u00c7\u00c3O POR DEPEND\u00caNCIA AO PROCESSO n\u00ba 5093477-92.2014.4.04.7100(RS)\nALESANDRO \u00c1VILA DA SILVA, brasileiro, solteiro, carteira de identidade militar n\u00ba 033441454-7, CPF n\u00ba 000.698.540-84, residente e domiciliado na Rua Mineiro Agenor Lindner, n\u00ba 127, Bairro Nossa Senhora da Concei\u00e7\u00e3o, CEP 96745-000, na cidade de Charqueadas/RS, por interm\u00e9dio de seus atuais procuradores, vem, perante Vossa Excel\u00eancia, apresentar EXECU\u00c7\u00c3O POR QUANTIA CERTA, contra a UNI\u00c3O FEDERAL, relativamente \u00e0s presta\u00e7\u00f5es vencidas (f\u00e9rias), tendo como base o c\u00e1lculo de liquida\u00e7\u00e3o de senten\u00e7a anexo, totalizando a import\u00e2ncia de R$ 73.680,04 (Setenta e tr\u00eas mil, seiscentos e oitenta reais e quatro centavos), na Database: Agosto/2018, pelos fatos, fundamentos e pedidos a seguir expostos:\nRua Jos\u00e9 de Alencar, n\u00ba 1188, Cj. 203, Bairro Menino Deus, CEP 90880-480 \u2013 Porto Alegre/RS Telefones: (51) 3557-3432 / 8418-4546 / 8184-3543 E-mail: contato@sopadvogados.com.br Site: www.sopadvogados.com.br\n\n\f2\nO exequente era 3\u00ba Sargento do Ex\u00e9rcito Brasileiro, tendo prestado servi\u00e7o militar no per\u00edodo de 08/03/1999 at\u00e9 07/03/2005 junto ao Arsenal de Guerra de General C\u00e2mara \u2013 AGGC, em General C\u00e2mara/RS. No transcorrer de sua carreira militar sofreu acidente em servi\u00e7o durante atividade f\u00edsica.\nIncorporou em 08 de mar\u00e7o de 1999 (ano do servi\u00e7o militar obrigat\u00f3rio) ao Ex\u00e9rcito Brasileiro.\nFoi ilegalmente licenciado do Ex\u00e9rcito Brasileiro, portando incapacidade definitiva para o servi\u00e7o militar no dia 07 de mar\u00e7o de 2005.\nAjuizou a\u00e7\u00e3o de reintegra\u00e7\u00e3o, que tramitou na 4\u00aa Vara Federal de Porto Alegre/RS sob o n\u00ba 2007.71.00.037987-5.\nO ilegal licenciamento de mar\u00e7o de 2005 foi anulado e o exequente foi reintegrado judicialmente no dia 05 de maio de 2009.\nA administra\u00e7\u00e3o militar licenciou novamente o exequente no dia 04 de dezembro de 2014.\nNovamente o exequente recorreu ao poder judici\u00e1rio para anular o novo ilegal licenciamento.\nAjuizou a\u00e7\u00e3o de reforma militar, que tramitou na 4\u00aa Vara Federal de Porto Alegre/RS sob o n\u00ba 5093477-92.2014.4.04.7100.\nRestou reformado judicialmente no servi\u00e7o militar federal, na gradua\u00e7\u00e3o de 3\u00ba Sargento.\nO tr\u00e2nsito em julgado do processo de reforma militar ocorreu em 23 de novembro de 2015, ou seja, a passagem para a inatividade remunerada.\nOcorre que ao ser licenciado, o exequente n\u00e3o gozou f\u00e9rias e nem recebeu a respectiva indeniza\u00e7\u00e3o no per\u00edodo que estava em tratamento m\u00e9dico (2005 at\u00e9 2015).\nTamb\u00e9m n\u00e3o gozou f\u00e9rias referente ao ano do servi\u00e7o militar obrigat\u00f3rio (1999).\n2\n\n\f3\nSegundo o artigo 63 do Estatuto dos Militares, o exequente faz jus ao pagamento das verbas a t\u00edtulo de f\u00e9rias n\u00e3o gozadas referente aos anos de 2005, 2006, 2007, 2008, 2009, 2010, 2011, 2012, 2013, 2014 e 2015, mesmo estando afastado para tratamento de sa\u00fade durante o interregno, bem como as f\u00e9rias n\u00e3o gozadas no ano do servi\u00e7o militar obrigat\u00f3rio do ano de 1999.\nPortanto, diante do n\u00e3o pagamento das referidas f\u00e9rias por parte da administra\u00e7\u00e3o militar, o ora exequente promoveu a competente A\u00c7\u00c3O DE COBRAN\u00c7A VISANDO PAGAMENTO DE F\u00c9RIAS N\u00c3O GOZADAS CONTRA A UNI\u00c3O FEDERAL - n\u00ba 5021312-08.2018.4.04.7100/RS \u2013 5\u00aa VARA FEDERAL DE PORTO ALEGRE.\nA referida demanda restou extinta sem julgamento de m\u00e9rito, nos termos do art. 330, III, c.c. 485, VI, do CPC, pelos seguintes fundamentos da Exa. Sra. Ju\u00edza Federal Ingrid Schroder Sliwka:\n(...)\n1. Relat\u00f3rio simplificado (art. 38, L 9.099/1995)\nTrata-se de procedimento comum do juizado especial federal, com pedido de pagamento de f\u00e9rias n\u00e3o gozadas, bem como de ter\u00e7o constitucional, referente ao ano de 1999 (ano do servi\u00e7o militar obrigat\u00f3rio), bem como dos anos de 2005, 2006, 2007, 2008, 2009, 2010, 2011, 2012, 2013, 2014 e 2015 quando estava em tratamento m\u00e9dico, sendo cada ano de f\u00e9rias n\u00e3o gozadas convertida em pec\u00fania, com o valor da \u00faltima remunera\u00e7\u00e3o recebida na ativa (novembro 2015).\nNarra que era 3\u00ba Sargento do Ex\u00e9rcito Brasileiro, tendo prestado servi\u00e7o militar no per\u00edodo de 08/03/1999 at\u00e9 07/03/2005 junto ao Arsenal de Guerra de General C\u00e2mara \u2013 AGGC, em General C\u00e2mara/RS, quando foi ilegalmente licenciado.\nDiz que ajuizou a\u00e7\u00e3o de reintegra\u00e7\u00e3o, sob o n\u00ba 2007.71.00.037987-5, sendo que licenciamento de mar\u00e7o de 2005 foi anulado e o autor foi reintegrado judicialmente em 05/05/2009.\nEm 04/12/2014 foi licenciado novamente, recorrendo novamente ao Poder Judici\u00e1rio, atrav\u00e9s do processo n\u00ba 5093477-92.2014.4.04.7100, em que obteve sua reforma na gradua\u00e7\u00e3o de 3\u00ba Sargento, vindo a ocorrer o tr\u00e2nsito em julgado em 23/11/2015.\nDefende que n\u00e3o gozou f\u00e9rias, nem recebeu a respectiva indeniza\u00e7\u00e3o no per\u00edodo em que estava em tratamento de sa\u00fade (2005 a 2015).\nFundamenta seu pedido nos art. 7\u00ba, XVII, e 142, VIII, da CF; no \u00a7 3\u00ba artigo 63 do Estatuto dos Militares; no art. 80 do Decreto n\u00ba 4.307/2002.\n3\n\n\f4 Referiu que a Turma Nacional de Uniformiza\u00e7\u00e3o dos Juizados Especiais Federais (TNU) negou incidente de uniformiza\u00e7\u00e3o movido pela Uni\u00e3o e firmou o entendimento de que o per\u00edodo de presta\u00e7\u00e3o de servi\u00e7o militar obrigat\u00f3rio gera direito a indeniza\u00e7\u00e3o por f\u00e9rias regulamentares ao militar incorporado (processo n\u00ba 5000793-77.2016.4.04.7101/RS). A Uni\u00e3o \u00e9 isenta do recolhimento das custas processuais, conforme o artigo 4\u00ba, inciso I, da Lei n\u00b0 9.289/1996. Sem custas a serem ressarcidas, em vista da concess\u00e3o da assist\u00eancia judici\u00e1ria gratuita ao autor.\n(...)\n\u00c9 o relat\u00f3rio. Decido.\n2. Fundamenta\u00e7\u00e3o\nPasso ao exame do m\u00e9rito desde logo, ainda que fora da ordem cronol\u00f3gica preferencial, nos termos do art. 12, \u00a72\u00ba, IV, do CPC.\nTenho que a presente demanda deve ser extinta sem julgamento do m\u00e9rito.\nA pretens\u00e3o ajuizada tem nexo direto com a execu\u00e7\u00e3o do t\u00edtulo judicial obtido no processo 5093477-92.2014.4.04.7100, em que condenada a Uni\u00e3o a proceder \u00e0 reforma do autor, sendo consect\u00e1rio econ\u00f4mico inerente \u00e0 transfer\u00eancia do militar para a inatividade. No referido t\u00edtulo, houve proced\u00eancia para:\na) anular o ato de licenciamento do autor, e determinar sua reintegra\u00e7\u00e3o e reforma, desde a data do licenciamento, sendo-lhe devidas, al\u00e9m do soldo correspondente ao que ocupava na ativa, todas as demais parcelas remunerat\u00f3rias e demais direitos devidos aos militares reformados;\nb) condenar a Uni\u00e3o ao pagamento do soldo desde o licenciamento, com todos os acr\u00e9scimos previstos na legisla\u00e7\u00e3o de reg\u00eancia, deduzidos eventuais adimplementos administrativos (valores eventualmente j\u00e1 percebidos a t\u00edtulo de compensa\u00e7\u00e3o pelo licenciamento, prevista na Lei n\u00b0 7.963/89), devidamente corrigidos, nos termos da fundamenta\u00e7\u00e3o.\nDefinir quais as parcelas remunerat\u00f3rias inclu\u00eddas na condena\u00e7\u00e3o \u00e9 tarefa que cabe ao ju\u00edzo da execu\u00e7\u00e3o, n\u00e3o sendo cab\u00edvel nova demanda de conhecimento para tal defini\u00e7\u00e3o.\nDestaco que n\u00e3o se trata de reforma deferida voluntariamente pela Administra\u00e7\u00e3o e, desta forma, as verbas devidas a partir da referida reforma devem ser objeto de execu\u00e7\u00e3o no ju\u00edzo em que proferida a decis\u00e3o referente \u00e0 inativa\u00e7\u00e3o do autor.\nAssim, a pretens\u00e3o ao recebimento da verba deve ser manejada como a\u00e7\u00e3o de cumprimento de senten\u00e7a contra a Fazenda P\u00fablica, conexa \u00e0 demanda em que reconhecido o direito \u00e0 reforma, e n\u00e3o na forma de demanda de conhecimento, at\u00e9 mesmo porque se sustenta a n\u00e3o ocorr\u00eancia de prescri\u00e7\u00e3o, com nexo no t\u00edtulo executivo e seus efeitos.\n4\n\n\f5 3. Dispositivo Ante o exposto, indefiro a inicial, extinguindo o processo sem julgamento do m\u00e9rito, nos termos do art. 330, III, c.c. 485, VI, do CPC. Custas e honor\u00e1rios advocat\u00edcios incab\u00edveis na esp\u00e9cie (art. 55 da Lei n.\u00ba 9.099/1995 c/c artigo 1\u00ba da Lei n.\u00ba 10.259/2001). Senten\u00e7a publicada e registrada eletronicamente. Intimem-se. Havendo recurso, retornem para exame nos termos do art. 331 do CPC. Transitada em julgado, intime-se a Uni\u00e3o, nos termos do art. 331, \u00a73\u00ba, do CPC e, ap\u00f3s, d\u00ea-se baixa e arquive-se o feito.\n(...) grifo nosso\nOportunamente, destaca-se que o direito do exequente as f\u00e9rias encontram-se devidamente estampado na Constitui\u00e7\u00e3o Federal, segundo abaixo colacionado:\nArt. 7\u00ba S\u00e3o direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, al\u00e9m de outros que visem \u00e0 melhoria de sua condi\u00e7\u00e3o social: XVII - gozo de f\u00e9rias anuais remuneradas com, pelo menos, um ter\u00e7o a mais do que o sal\u00e1rio normal;\nA pr\u00f3pria Constitui\u00e7\u00e3o Federal de forma expressa prev\u00ea aplicabilidade do mencionado artigo acima:\nArt. 142. As For\u00e7as Armadas, constitu\u00eddas pela Marinha, pelo Ex\u00e9rcito e pela Aeron\u00e1utica, s\u00e3o institui\u00e7\u00f5es nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da Rep\u00fablica, e destinam-se \u00e0 defesa da P\u00e1tria, \u00e0 garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem. VIII - aplica-se aos militares o disposto no art. 7\u00ba, incisos VIII, XII, XVII, XVIII, XIX e XXV, e no art. 37, incisos XI, XIII, XIV e XV, bem como, na forma da lei e com preval\u00eancia da atividade militar, no art. 37, inciso XVI, al\u00ednea \"c\";\n5\n\n\f6\nDe outra ponta colhe-se dos termos do \u00a7 3\u00ba artigo 63 do Estatuto dos Militares com a reda\u00e7\u00e3o que lhe foi dada pela Medida Provis\u00f3ria 2215-10 de 31 de agosto de 2001:\nArt. 63. F\u00e9rias s\u00e3o afastamentos totais do servi\u00e7o, anual e obrigatoriamente concedidos aos militares para descanso, a partir do \u00faltimo m\u00eas do ano a que se referem e durante todo o ano seguinte. (...) \u00a7 3\u00ba concess\u00e3o de f\u00e9rias n\u00e3o \u00e9 prejudicada pelo gozo anterior de licen\u00e7a para tratamento de sa\u00fade, nem por puni\u00e7\u00e3o anterior decorrente de contraven\u00e7\u00e3o ou transgress\u00e3o disciplinar, ou pelo estado de guerra, ou para que sejam cumpridos atos em servi\u00e7o, bem como n\u00e3o anula o direito \u00e0quela licen\u00e7a. (...)\nDa Medida Provis\u00f3ria n\u00ba. 2.215-10, de 31 de agosto de 2001, colhe-se a composi\u00e7\u00e3o da remunera\u00e7\u00e3o dos militares:\nArt. 1\u00ba A remunera\u00e7\u00e3o dos militares integrantes das For\u00e7as Armadas - Marinha, Ex\u00e9rcito e Aeron\u00e1utica, no Pa\u00eds, em tempo de paz, comp\u00f5e-se de: I - soldo; II - adicionais: a) militar; b) de habilita\u00e7\u00e3o;\nc) de tempo de servi\u00e7o, observado o disposto no art. 30 desta Medida Provis\u00f3ria; d) de compensa\u00e7\u00e3o org\u00e2nica; e e) de perman\u00eancia; III - gratifica\u00e7\u00f5es: a) de localidade especial; e b) de representa\u00e7\u00e3o.\n6\n\n\f7\nDa leitura dos termos do artigo 80 do Decreto 4.307/2002, verifica-se que a ocasi\u00e3o da passagem \u00e0 inatividade era o momento de pagamento das f\u00e9rias n\u00e3o gozadas:\nArt. 80. O adicional de f\u00e9rias ser\u00e1 pago, antecipadamente, no valor correspondente a um ter\u00e7o da remunera\u00e7\u00e3o do m\u00eas de in\u00edcio das f\u00e9rias.\n\u00a7 1\u00ba O militar exclu\u00eddo do servi\u00e7o ativo, por transfer\u00eancia para a reserva remunerada, reforma, demiss\u00e3o, licenciamento, no retorno \u00e0 inatividade ap\u00f3s a convoca\u00e7\u00e3o ou na designa\u00e7\u00e3o para o servi\u00e7o ativo, perceber\u00e1 o valor relativo ao per\u00edodo de f\u00e9rias a que tiver direito e ao incompleto, na propor\u00e7\u00e3o de um doze avos por m\u00eas de efetivo servi\u00e7o, ou fra\u00e7\u00e3o superior a quinze dias.\nDo conte\u00fado das fichas financeiras acostadas a presente, \u00e9 certo que o exequente n\u00e3o gozou as f\u00e9rias de que tinha direito, devendo lhe serem pagas integralmente em pec\u00fania.\nSobre o tema, colhe-se da Jurisprud\u00eancia do egr\u00e9gio Tribunal Regional Federal da Quarta Regi\u00e3o:\nEMENTA: ADMINISTRATIVO. MILITAR. F\u00c9RIAS N\u00c3O GOZADAS. PRESCRI\u00c7\u00c3O. TERMO INICIAL. DIREITO \u00c0 INDENIZA\u00c7\u00c3O QUANDO DA TRANSFER\u00caNCIA PARA A RESERVA. HIP\u00d3TESE EM QUE INEXISTENTE NA HIP\u00d3TESE DOS AUTOS PER\u00cdODO PENDENTE DE GOZO DE F\u00c9RIAS A SER CONVERTIDO EM PEC\u00daNIA. 1. O termo inicial do prazo prescricional para o exerc\u00edcio pleitear indeniza\u00e7\u00e3o de f\u00e9rias n\u00e3o gozadas \u00e9 a data da transfer\u00eancia para a reserva remunerada do militar. Precedentes do STJ. Hip\u00f3tese em que n\u00e3o configurada a prescri\u00e7\u00e3o. 2. As f\u00e9rias n\u00e3o gozadas por militar na atividade devem ser, quando da transfer\u00eancia para a reserva remunerada, indenizadas. Precedentes desta Corte. 3. Contudo, inexistente na hip\u00f3tese dos autos per\u00edodo pendente de gozo de f\u00e9rias a ser convertido em pec\u00fania em benef\u00edcio do autor. (TRF4, AC 5058424-79.2016.4.04.7100, TERCEIRA TURMA, Relatora GABRIELA PIETSCH SERAFIN, juntado aos autos em 27/09/2017)\nAinda n\u00e3o \u00e9 por demais destacar que a Turma Nacional de Uniformiza\u00e7\u00e3o dos Juizados Especiais Federais (TNU) negou incidente de uniformiza\u00e7\u00e3o movido pela Uni\u00e3o e firmou o entendimento, de que o per\u00edodo de presta\u00e7\u00e3o de servi\u00e7o militar obrigat\u00f3rio gera direito a indeniza\u00e7\u00e3o por f\u00e9rias regulamentares ao militar incorporado.\nO processo n\u00ba 5000793-77.2016.4.04.7101/RS foi julgado como representativo da controv\u00e9rsia, para que esse mesmo entendimento seja aplicado a casos semelhantes.\n7\n\n\f8\nDos termos do acima exposto, n\u00e3o restam d\u00favidas de que ao ora\nexequente \u00e9 garantido o direito a remunera\u00e7\u00e3o das f\u00e9rias, independentemente do\nafastamento havido para o tratamento de sa\u00fade.\n\nDOS CRIT\u00c9RIOS PARA QUANTIFICA\u00c7\u00c3O DAS F\u00c9RIAS N\u00c3O GOZADAS\n\nA TNU concluiu que inexiste qualquer distin\u00e7\u00e3o entre as modalidades dos servi\u00e7os militares (obrigat\u00f3rio e de carreira) no artigo 63 da Lei n\u00ba 6.880/80, cabendo a repara\u00e7\u00e3o mediante indeniza\u00e7\u00e3o em pec\u00fania, sem direito \u00e0 dobra, correspondente \u00e0 \u00faltima remunera\u00e7\u00e3o na ativa (novembro 2015), acrescida do ter\u00e7o constitucional, obedecidos os dispositivos legais aplic\u00e1veis, nos casos em que a parte j\u00e1 houver sido desligada das For\u00e7as Armadas.\n\nA \u00faltima remunera\u00e7\u00e3o do autor na ativa foi paga no valor de R$ 3.431,65 (Tr\u00eas mil, quatrocentos e trinta e um reais e sessenta e cinco centavos), com todos os adicionais, descontando apenas os descontos obrigat\u00f3rios de Z01 FUSEX 3% e Z02 PENS\u00c3O MILITAR 7,5%.\n\nO soldo de 3\u00ba Sargento na data do tr\u00e2nsito em julgado do processo de reforma do autor era R$ 2.949,00 (Mil novecentos e setenta e quatro reais). Logo, o ter\u00e7o constitucional corresponde ao montante de R$ 983,00 (Novecentos e oitenta e tr\u00eas reais).\n\nPortanto, salienta-se que o valor ora executado fica assim\n\nindividualizado:\n\nANO\n\nREMUNERA\u00c7\u00c3O F\u00c9RIAS\n\nTER\u00c7O CONSTITUCIONAL\n\n1999\n\nR$ 3.431,65\n\nR$ 983,00\n\n2005\n\nR$ 3.431,65\n\nR$ 983,00\n\n2006 2007\n\nR$ 3.431,65 R$ 3.431,65\n\nR$ 983,00 R$ 983,00\n\n2008\n\nR$ 3.431,65\n\nR$ 983,00\n\n2009\n\nR$ 3.431,65\n\nR$ 983,00\n\n2010\n\nR$ 3.431,65\n\nR$ 983,00\n\n2011\n\nR$ 3.431,65\n\nR$ 983,00\n\n2012\n\nR$ 3.431,65\n\nR$ 983,00\n\n2013\n\nR$ 3.431,65\n\nR$ 983,00\n\n2014\n\nR$ 3.431,65\n\nR$ 983,00\n\n2015\n\nR$ 3.431,65\n\nR$ 983,00\n\n8\n\n\fcrit\u00e9rios:\n\n9\nPara a apura\u00e7\u00e3o do valor atualizado da execu\u00e7\u00e3o utilizou-se os seguintes\nCrit\u00e9rios e par\u00e2metros do c\u00e1lculo Data de in\u00edcio dos juros morat\u00f3rios: 08/2018 (de forma decrescente para parcelas com data posterior) Juros de mora: 6% a.a. Crit\u00e9rio de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria das parcelas: A\u00e7\u00f5es Condenat\u00f3rias em Geral Manual de C\u00e1lculos da JF (Edi\u00e7\u00e3o 2013) Composi\u00e7\u00e3o do crit\u00e9rio: ORTN (10/6402/86) OTN (03/86-01/89) IPC/IBGE (01/89-42,72% e 02/89-10,14%, expurgos) BTN (03/89-03/90) IPC/IBGE (03/90-02/91) INPC (03/91-11/91) IPCA-E (12/91) UFIR (01/92-12/00) IPCA-E (01/01-acumulado ano 2000) IPCAE (mensal, de 01/2001 em diante) (cont\u00e9m expurgos - IPC/IBGE de 03/90 a 02/91). Sucumb\u00eancias: N\u00e3o foram apuradas Honor\u00e1rios advocat\u00edcios: N\u00e3o foram apurados.\n\nAs presta\u00e7\u00f5es vencidas (f\u00e9rias) devidas pela Uni\u00e3o, devidamente atualizadas correspondem ao valor de R$ 73.680,04 (Setenta e tr\u00eas mil, seiscentos e oitenta reais e quatro centavos) Data-base agosto de 2018, conforme c\u00e1lculo de liquida\u00e7\u00e3o em anexo.\nDiante do exposto, requer:\n\na) A manuten\u00e7\u00e3o do benef\u00edcio da assist\u00eancia judici\u00e1ria gratuita, nos termos da Lei n\u00ba 1.060/50, por n\u00e3o possuir condi\u00e7\u00f5es financeiras de arcar com custas processuais, honor\u00e1rios advocat\u00edcios e ou periciais, sem preju\u00edzo do sustento pr\u00f3prio ou familiar, em conformidade com os autos principais;\nb) A cita\u00e7\u00e3o da executada para os fins do art. 910, do CPC;\n\nD\u00e1-se a causa o valor de R$ 73.680,04 (Setenta e tr\u00eas mil, seiscentos e oitenta reais e quatro centavos) Data-base agosto de 2018.\nNestes termos, pede e espera deferimento.\nPorto Alegre/RS, 23 de agosto de 2018.\n\nAnt\u00f4nio Carlos de Oliveira Neto OAB/RS 62242\n\nJardel Spiering Pires OAB/RS 87.545\n\n9\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 3 (C\u00edvel) - IdDocumentoCompleto: 5013063-30.2021.4.04.7208-721631148512819903458387449364", "text": "ALVES& BITENCOURT\nASSESSORIA JUR\u00cdDICA\nEXCELENT\u00cdSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO JUIZADO ESPECIAL FEDERAL DE ITAJA\u00cd / SC.\nALDO CARVALHO DA ROCHA, brasileiro(a), casado(a), militar , portador(a) da c\u00e9dula de identidade no. 460921 MD e inscrito no CPF sob o no. 884.851.707.25 , residente e domiciliado na Rua Aristides Estev\u00e3o da Silva, 250, casa 1, , Ressacada, Itaja\u00ed, SC, CEP: 88307-393 , por meio do seu\nadvogado que esta subscreve, nos termos da procura\u00e7\u00e3o (anexa), com escrit\u00f3rio na Rua Marqu\u00eas de Maric\u00e1, 44, Santa Cruz, Cep 23515-600, Rio de Janeiro e-mail: abjuridicorj@gmail.com e juarezalvesadvogado@gmail.com, respeitosamente para onde dever\u00e3o ser enviadas as intima\u00e7\u00f5es desse r. Ju\u00edzo, nos termos do NOTIFICA\u00c7\u00d5ES / PUBLICA\u00c7\u00d5ES art. 39, inciso I do CPC, vem \u00e0 presen\u00e7a de V. Exa., propor a presente:\nA\u00c7\u00c3O INDENIZAT\u00d3RIA DE CONVERS\u00c3O EM PEC\u00daNIA DE F\u00c9RIAS N\u00c3O GOZADAS\nEm face da UNI\u00c3O FEDERAL , pessoa jur\u00eddica de direito p\u00fablico, representada por seu PROCURADOR, pelos fatos e fundamentos que passa a expor:\nRua Marqu\u00eas de Maric\u00e1, 44, Santa Cruz, Cep 23515-600, Rio de Janeiro-RJ abjuridicorj@gmail.com 21- 98016-3221\n\n\fALVES& BITENCOURT\nASSESSORIA JUR\u00cdDICA\nI. DA GRATUIDADE DE JUSTI\u00c7A\nCumpre salientar que a Requerente n\u00e3o possui condi\u00e7\u00f5es financeiras de arcar com custas processuais e honor\u00e1rias advocat\u00edcias, sem preju\u00edzo ao seu pr\u00f3prio sustento e de sua fam\u00edlia, requerendo desde j\u00e1 os benef\u00edcios da justi\u00e7a gratuita, nos termos do artigo 4\u00ba da Lei 1.060/50, com reda\u00e7\u00e3o introduzida pela Lei 7.510/86 e posteriores altera\u00e7\u00f5es do novo CPC.\nDOS FATOS\nO Autor \u00e9 Oficial da Reserva remunerada da Marinha do Brasil, tendo ingressado na carreira militar em 06 de janeiro de 1986, cuja incorpora\u00e7\u00e3o se deu no dia 20 de janeiro de 1986, onde permaneceu continuamente at\u00e9 o dia 02 de setembro de 2020, quando ent\u00e3o se aposentou com proventos integrais, conforme Portaria n\u00ba 98- de 16 de setembro de 2020, e OS n\u00ba 87_/2020, Boletim 04 -2020, e publica\u00e7\u00e3o no di\u00e1rio oficial da Uni\u00e3o de 29 de setembro de 2020.\nExaminando os seus assentamentos funcionais constantes do arquivo da Marinha, juntados aos presentes autos, verificou o Autor que n\u00e3o gozou durante toda a sua carreira, as f\u00e9rias referentes a um per\u00edodo completo relativas ao ano da sua incorpora\u00e7\u00e3o (1986).\nConstatou tamb\u00e9m, que as referidas f\u00e9rias n\u00e3o foram indenizadas ou computadas em dobro quando da sua passagem para a inatividade, nos termos definidos pelo Estatuto dos Militares, fato que se comprova mediante a Ficha Controle ( Caderneta ) que ser\u00e1 juntada aos autos assim que o autor obter a segunda via, pois foi extraviada na mudan\u00e7a de cidade. Dessa forma, mostra-se plaus\u00edvel o direito do Autor que por meio da presente demanda busca a indeniza\u00e7\u00e3o das f\u00e9rias relativas ao exerc\u00edcio n\u00e3o gozado, nem convertidas em tempo de servi\u00e7o, sendo dever da Uni\u00e3o proporcionar o pagamento em pec\u00fania.\nRua Marqu\u00eas de Maric\u00e1, 44, Santa Cruz, Cep 23515-600, Rio de Janeiro-RJ abjuridicorj@gmail.com 21- 98016-3221\n\n\fALVES& BITENCOURT\nASSESSORIA JUR\u00cdDICA\n2. DO DIREITO\n2.1 \u2013\nDa pretens\u00e3o resistida na esfera Administrativa a Marinha com base em orienta\u00e7\u00e3o da Secretaria de Economia e Finan\u00e7as (SEF), \u00d3rg\u00e3o de Dire\u00e7\u00e3o Setorial respons\u00e1vel por superintender a administra\u00e7\u00e3o financeira de todos os recursos alocados ao Comando do Marinha (artigo 16, I, Decreto 5.751/2006), debateu repetidas vezes o tema chegando a conclus\u00e3o de que ap\u00f3s a Administra\u00e7\u00e3o Militar se certificar por meio do devido processo administrativo (sindic\u00e2ncia), que o militar n\u00e3o tenha gozado as f\u00e9rias e/ou n\u00e3o tenha sido contado o per\u00edodo em dobro quando da sua passagem para a inatividade remunerada, deveria a Organiza\u00e7\u00e3o Militar a qual o militar estava vinculado, deferir o requerimento de indeniza\u00e7\u00e3o em dobro das f\u00e9rias n\u00e3o gozadas, com todos os direitos inerentes, incluindo o adicional correspondente de 1/3, observando-se, todavia, o prazo prescricional de 5 anos contados da data da sua aposentadoria. Ocorre, que a partir de 07 de janeiro de 2015, quando j\u00e1 estavam h\u00e1 muito sendo concedidas \u00e0s indeniza\u00e7\u00f5es, o Comandante do Marinha por quest\u00f5es or\u00e7ament\u00e1rias, aprovou o Parecer n\u00ba 121, da Consultoria Jur\u00eddica Adjunta do Minist\u00e9rio da Defesa, de 20 de agosto de 2014, determinando que fossem indeferidos todos os requerimentos administrativos em tr\u00e2mite, bem como, aqueles que viessem a ser protocolados posteriormente, sustentando, em suma, a ocorr\u00eancia da prescri\u00e7\u00e3o administrativa. Dessa forma, a partir de 07 de janeiro de 2015, o parecer da Consultoria Adjunta do Minist\u00e9rio da Defesa, passou a ser de acatamento obrigat\u00f3rio em todas as Organiza\u00e7\u00f5es Militares do Pa\u00eds.\n2.2 - Da prescri\u00e7\u00e3o\nO Superior Tribunal de Justi\u00e7a (STJ) pacificou a jurisprud\u00eancia no sentido de que a prescri\u00e7\u00e3o nas a\u00e7\u00f5es movidas por militares e servidores p\u00fablicos que visam \u00e0 indeniza\u00e7\u00e3o de f\u00e9rias n\u00e3o gozadas, deve ser contada a partir da data da sua passagem para inatividade remunerada (aposentadoria), considerando-se o prazo de cinco anos conforme o disposto no decreto 20.910, de 06 de janeiro de 1932. AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO ESPECIAL. ADMINISTRATIVO. MILITAR. F\u00c9RIAS N\u00c3O GOZADAS. INDENIZA\u00c7\u00c3O. PRESCRI\u00c7\u00c3O. TERMO INICIAL. APOSENTADORIA. 1. A jurisprud\u00eancia deste Superior Tribunal de Justi\u00e7a pacificou-\nRua Marqu\u00eas de Maric\u00e1, 44, Santa Cruz, Cep 23515-600, Rio de Janeiro-RJ abjuridicorj@gmail.com 21- 98016-3221\n\n\fALVES& BITENCOURT\nASSESSORIA JUR\u00cdDICA\nse no sentido de que o termo inicial da contagem do prazo para requerer indeniza\u00e7\u00e3o por f\u00e9rias n\u00e3o gozadas \u00e9 a data da passagem do militar para a inatividade. 2. Agravo regimental improvido. AC\u00d3RD\u00c3O Vistos, relatados e discutidos os autos em que s\u00e3o partes as acima indicadas, acordam os Ministros da SEXTA TURMA do Superior Tribunal de Justi\u00e7a, por unanimidade, negar provimento ao gravo regimental, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator. AgRg no RECURSO ESPECIAL N\u00ba 732.154 - BA (2005/0040818-7) - MINISTRO HAMILTON CARVALHIDO - 2 de fevereiro de 2006.\nADMINISTRATIVO. SERVIDOR P\u00daBLICO. F\u00c9RIAS N\u00c3O GOZADAS. INDENIZA\u00c7\u00c3O. PRESCRI\u00c7\u00c3O. TERMO INICIAL. MOMENTO DA APOSENTADORIA. 1. Conforme precedentes desta Corte Superior, a contagem do prazo prescricional, nas a\u00e7\u00f5es em que se discute o direito \u00e0 indeniza\u00e7\u00e3o por f\u00e9rias n\u00e3o gozadas, tem in\u00edcio com o ato de aposentadoria do servidor. 2. Agravo regimental a que se nega provimento. STJ - AgRg no AREsp: 391479 BA 2013/0297443-7, Relator: Ministro S\u00c9RGIO KUKINA, Data de Julgamento: 09/09/2014, T1 - PRIMEIRA TURMA, Data de Publica\u00e7\u00e3o: DJe 16/09/2014).\nDesse modo, considerando que a Administra\u00e7\u00e3o poderia ter concedido ao Autor o gozo das f\u00e9rias durante toda a sua carreira, inclusive ter averbado o tempo em dobro quando da sua passagem para a inatividade, este dever\u00e1 ser o termo inicial do prazo prescricional para cobran\u00e7a de qualquer valor ou vantagem em face da Uni\u00e3o.\n2.3 - Da indeniza\u00e7\u00e3o das f\u00e9rias n\u00e3o gozadas F\u00e9rias constituem o per\u00edodo de descanso continuado sem preju\u00edzo da remunera\u00e7\u00e3o. Ou seja, durante esse interregno, o militar recebe como se estivesse trabalhando, al\u00e9m de auferir ainda o adicional de 1/3 sobre o sal\u00e1rio. O inciso XVII, do art. 7\u00ba da Constitui\u00e7\u00e3o Federal, instituiu esse direito de modo cabal: Art. 7\u00ba S\u00e3o direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, al\u00e9m de outros que visem \u00e0 melhoria de sua condi\u00e7\u00e3o social: (...) XVII gozo de f\u00e9rias anuais remuneradas com, pelo menos, um ter\u00e7o a mais do que o sal\u00e1rio normal; Embora previsto originalmente como direito social em benef\u00edcio de trabalhadores urbanos e rurais, as f\u00e9rias tamb\u00e9m s\u00e3o devidas aos militares, nos termos do inciso VIII do \u00a73\u00ba do art. 142 da Carta Magna: Art. 142. As For\u00e7as Armadas, constitu\u00eddas pela Marinha, pelo Ex\u00e9rcito e pela Aeron\u00e1utica, s\u00e3o institui\u00e7\u00f5es nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da Rep\u00fablica,\nRua Marqu\u00eas de Maric\u00e1, 44, Santa Cruz, Cep 23515-600, Rio de Janeiro-RJ abjuridicorj@gmail.com 21- 98016-3221\n\n\fALVES& BITENCOURT\nASSESSORIA JUR\u00cdDICA\ne destinam-se \u00e0 defesa da P\u00e1tria, \u00e0 garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem. (...) VIII - aplica-se aos militares o disposto no art. 7\u00ba, incisos VIII, XII, XVII, XVIII, XIX e XXV, e no art. 37, incisos XI, XIII, XIV e XV, bem como, na forma da lei e com preval\u00eancia da atividade militar, no art. 37, inciso XVI, al\u00ednea \"c\"; (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Emenda Constitucional n\u00ba 77, de 2014)\nConv\u00e9m observar, que h\u00e1 mais de meio s\u00e9culo os sucessivos Estatutos dos Militares v\u00eam reconhecendo as f\u00e9rias como instituto de gozo obrigat\u00f3rio (Decretolei n\u00ba 9.698/46, art. 50; Decreto-lei n\u00ba 1.029/69, art. 62; Lei n\u00ba 5.774/71, art. 68; e Lei n\u00ba 6.880/80, art. 63).\nEm particular, o Estatuto dos Militares de 1971 (Lei n\u00ba 5.774/71), foi revogado pela Lei n\u00ba 6.880/80 (Estatuto atual), no seu art. 68 j\u00e1 disciplinava as f\u00e9rias dos militares:\nArt. 68. As f\u00e9rias s\u00e3o afastamentos totais do servi\u00e7o, anual e obrigatoriamente, concedidos aos militares para descanso, a partir do \u00faltimo m\u00eas do ano a que se referem e durante todo o ano seguinte. (...) \u00a7 3\u00ba A concess\u00e3o de f\u00e9rias n\u00e3o \u00e9 prejudicada pelo gozo anterior de licen\u00e7as para tratamento de sa\u00fade, por puni\u00e7\u00e3o anterior decorrente de contraven\u00e7\u00e3o ou transgress\u00e3o disciplinar, pelo estado de guerra ou para que sejam cumpridos atos de servi\u00e7o, bem como n\u00e3o anula o direito \u00e0quelas licen\u00e7as.\n\u00a7 4\u00ba Somente em casos de interesse da Seguran\u00e7a Nacional, de manuten\u00e7\u00e3o da ordem, de extrema necessidade do servi\u00e7o ou de transfer\u00eancia para a inatividade, os militares ter\u00e3o interrompido ou deixar\u00e3o de gozar na \u00e9poca prevista o per\u00edodo de f\u00e9rias a que tiverem direito, registrando-se, ent\u00e3o, o fato, em seus assentamentos.\n\u00a7 5\u00ba Na impossibilidade absoluta do gozo de f\u00e9rias no ano seguinte ou no caso de sua interrup\u00e7\u00e3o pelos motivos previstos o per\u00edodo de f\u00e9rias n\u00e3o gozado ser\u00e1 computado dia a dia, pelo dobro, no momento da passagem do militar para a inatividade e somente para esse fim.\nPor sua vez o Estatuto dos Militares atual (Lei n\u00ba 6.880/80), antes da altera\u00e7\u00e3o efetivada pela MP n.\u00ba 2.131/00, atual MP 2.215-10, de 2001, assim preconizava sobre as f\u00e9rias no seu art. 63:\nRua Marqu\u00eas de Maric\u00e1, 44, Santa Cruz, Cep 23515-600, Rio de Janeiro-RJ abjuridicorj@gmail.com 21- 98016-3221\n\n\fALVES& BITENCOURT\nASSESSORIA JUR\u00cdDICA\nArt. 63. F\u00e9rias s\u00e3o afastamentos totais do servi\u00e7o, anual e obrigatoriamente concedidos aos militares para descanso, a partir do \u00faltimo m\u00eas do ano a que se referem e durante todo o ano seguinte.\n\u00a7 1\u00ba O Poder Executivo fixar\u00e1 a dura\u00e7\u00e3o das f\u00e9rias, inclusive para os militares servindo em localidades especiais.\n\u00a7 2\u00ba Compete aos Ministros Militares regulamentar a concess\u00e3o de f\u00e9rias.\n\u00a7 3\u00ba A concess\u00e3o de f\u00e9rias n\u00e3o \u00e9 prejudicada pelo gozo anterior de licen\u00e7a para tratamento de sa\u00fade, licen\u00e7a especial, nem por puni\u00e7\u00e3o anterior decorrente de contraven\u00e7\u00e3o ou de transgress\u00e3o disciplinar, ou pelo estado de guerra, ou para que sejam cumpridos atos de servi\u00e7o, bem como n\u00e3o anula o direito \u00e0quelas licen\u00e7as.\n\u00a7 4\u00ba Somente em casos de interesse da seguran\u00e7a nacional, de manuten\u00e7\u00e3o da ordem, de extrema necessidade do servi\u00e7o, de transfer\u00eancia para a inatividade, ou para cumprimento de puni\u00e7\u00e3o decorrente de contraven\u00e7\u00e3o ou de transgress\u00e3o disciplinar de natureza grave e em caso de baixa a hospital, os militares ter\u00e3o interrompido ou deixar\u00e3o de gozar na \u00e9poca prevista o per\u00edodo de f\u00e9rias a que tiverem direito, registrando-se o fato em seus assentamentos.\n\u00a7 5\u00ba Na impossibilidade do gozo de f\u00e9rias no ano seguinte pelos motivos previstos no par\u00e1grafo anterior, ressalvados os casos de contraven\u00e7\u00e3o ou transgress\u00e3o disciplinar de natureza grave, o per\u00edodo de f\u00e9rias n\u00e3o gozado ser\u00e1 computado dia a dia, pelo dobro no momento da passagem do militar para a inatividade e, nesta situa\u00e7\u00e3o, para todos os efeitos legais. Como disposto no par\u00e1grafo 5\u00ba do art. 63 da Lei 6.880/80 (Estatuto dos Militares), as f\u00e9rias n\u00e3o usufru\u00eddas ao seu tempo seriam computadas em dobro quando da transfer\u00eancia para a inatividade, somando-se esse per\u00edodo ao tempo total de servi\u00e7o do Autor, fato que constaria na sua Ficha Controle, mais mesmo com a revoga\u00e7\u00e3o do par\u00e1grafo 5\u00ba efetivada pela MP 2.215- 10/2001, que trata da remunera\u00e7\u00e3o dos militares, ainda permaneceu o direito do Autor, j\u00e1 que a norma revogadora resguardou a contagem em dobro de forma expressa no seu art. 36.\nArt. 36 - Os per\u00edodos de f\u00e9rias n\u00e3o gozadas, adquiridos at\u00e9 29 de dezembro de 2000, poder\u00e3o ser contados em dobro para efeito de inatividade.\nRua Marqu\u00eas de Maric\u00e1, 44, Santa Cruz, Cep 23515-600, Rio de Janeiro-RJ abjuridicorj@gmail.com 21- 98016-3221\n\n\fALVES& BITENCOURT\nASSESSORIA JUR\u00cdDICA\nDessa forma, com o advento do novo diploma legal em vigor at\u00e9 os dias atuais, somente as f\u00e9rias n\u00e3o usufru\u00eddas at\u00e9 29 de dezembro de 2000, poder\u00e3o ser computadas em dobro no momento da reforma ou passagem para a inatividade remunerada (aposentadoria).\nO Regulamento Interno dos Servi\u00e7os Gerais RISG, vigente no per\u00edodo das f\u00e9rias n\u00e3o gozadas pelo Autor, Decreto n\u00ba 42.018, de 09 de agosto de 1957 (norma que prescreve tudo quanto se relaciona com a vida interna das Organiza\u00e7\u00f5es Militares e seus servi\u00e7os gerais, definindo as atribui\u00e7\u00f5es e responsabilidades, para o exerc\u00edcio de todas as fun\u00e7\u00f5es do Comando), estabelecia que era obriga\u00e7\u00e3o do Comandante a concess\u00e3o de f\u00e9rias ao militar que lhe estava subordinado, bem como o registro dos fatos relevantes em suas altera\u00e7\u00f5es e a publica\u00e7\u00e3o das f\u00e9rias em boletim interno da Organiza\u00e7\u00e3o Militar.\nArt. 78. O Comandante do Corpo \u00e9 respons\u00e1vel pela sua administra\u00e7\u00e3o, instru\u00e7\u00e3o e disciplina; cumpre-lhe, al\u00e9m dos encargos que lhe s\u00e3o taxativamente atribu\u00eddos pelos diversos regulamentos, quer quanto \u00e0 instru\u00e7\u00e3o e disciplina, quer quanto \u00e0s rela\u00e7\u00f5es com os diversos \u00f3rg\u00e3os de comando e servi\u00e7os, quer finalmente, quanto \u00e0 administra\u00e7\u00e3o propriamente dita, as atribui\u00e7\u00f5es e deveres seguintes: (...) 17) conceder f\u00e9rias aos seus subordinados, de acordo com as normas estabelecidas neste regulamento; (...) 22) mandar registrar nos assentamentos dos seus comandadas as altera\u00e7\u00f5es concernentes \u00e0 sua vida militar, inclusive as declara\u00e7\u00f5es de herdeiros;\n(...) Art. 356. F\u00e9rias s\u00e3o dispensas totais do servi\u00e7o, concedidas obrigat\u00f3ria e anualmente a oficiais e pra\u00e7as em cada Corpo. Estabelecimento ou Reparti\u00e7\u00e3o, nas condi\u00e7\u00f5es estabelecidas neste Regulamento.\nArt. 357. O gozo de f\u00e9rias obedecer\u00e1 \u00e0s seguintes disposi\u00e7\u00f5es: (...) 4) o boletim interno publicar\u00e1 a concess\u00e3o das f\u00e9rias ao subordinado, declarando ainda a data em que o mesmo dever\u00e1 apresentar-se \u00e0 organiza\u00e7\u00e3o, pronto para o servi\u00e7o: Nesses termos, a aus\u00eancia de concess\u00e3o de f\u00e9rias, bem como a inexist\u00eancia de registro em Boletim Interno ou no assentamento do militar de qualquer hip\u00f3tese justific\u00e1vel para a n\u00e3o concess\u00e3o desse direito durante toda a carreira do Autor, revela o descumprimento de um dever da Administra\u00e7\u00e3o Militar. Dessa forma, se o militar se aposentou sem ter gozado f\u00e9rias em rela\u00e7\u00e3o a algum per\u00edodo durante sua carreira, tendo efetivamente laborado at\u00e9 a data da\nRua Marqu\u00eas de Maric\u00e1, 44, Santa Cruz, Cep 23515-600, Rio de Janeiro-RJ abjuridicorj@gmail.com 21- 98016-3221\n\n\fALVES& BITENCOURT\nASSESSORIA JUR\u00cdDICA\naposentadoria, de algum modo dever\u00e1 ser compensado, pois, a condi\u00e7\u00e3o de aposentado n\u00e3o lhe retira o direito que adquiriu em perceber a indeniza\u00e7\u00e3o em dobro relativa ao per\u00edodo das f\u00e9rias a que tiver direito. Como a Administra\u00e7\u00e3o Militar n\u00e3o contou em dobro o per\u00edodo de f\u00e9rias n\u00e3o gozadas quando da inatividade do Autor nos termos previstos no art. 36 da MP 2.215-10/2001, fato que se comprova por meio da Ficha Controle do militar, resta atualmente somente a possibilidade da respectiva indeniza\u00e7\u00e3o em dobro, sob pena de configurar-se o enriquecimento sem causa da Uni\u00e3o. Por outro lado, entende-se que n\u00e3o cabe aqui discutir o porqu\u00ea do militar n\u00e3o ter gozado as f\u00e9rias relativas ao per\u00edodo em que prestou o servi\u00e7o militar obrigat\u00f3rio, fato \u00e9, que a administra\u00e7\u00e3o n\u00e3o lhe concedeu o direito ao gozo durante toda a sua carreira, n\u00e3o tendo o Autor incorrido em nenhuma irregularidade que pudesse causar a perda do seu direito em usufru\u00ed-las. Al\u00e9m do mais, o n\u00e3o afastamento do servidor para fins de gozo de f\u00e9rias, \u00e9 sempre em favor da necessidade do servi\u00e7o, sofrendo ele os desgastes f\u00edsicos e psicol\u00f3gicos decorrentes.\nConsiderando a aus\u00eancia de qualquer distin\u00e7\u00e3o prevista no artigo 63 do Estatuto dos Militares, antes e ap\u00f3s a altera\u00e7\u00e3o efetivada pela MP 2.215- 10, de 2001, o servi\u00e7o militar obrigat\u00f3rio, como qualquer outro servi\u00e7o p\u00fablico, \u00e9 gerador do direito a f\u00e9rias regulamentares, quest\u00e3o j\u00e1 analisada pelo TRF4 na APELREEX 2006.71.00.004784-9. Destaca-se, que essa interpreta\u00e7\u00e3o atualmente est\u00e1 sendo levada \u00e0 pr\u00e1tica pela Administra\u00e7\u00e3o Militar, de modo que todos os militares, desde que atinjam 12 meses de servi\u00e7o militar obrigat\u00f3rio, fazem jus a f\u00e9rias regulamentares. A Medida Provis\u00f3ria n\u00ba 2.215-10, de 10 de Agosto de 2001, que disp\u00f5e sobre a reestrutura\u00e7\u00e3o da remunera\u00e7\u00e3o dos militares das For\u00e7as Armadas e altera as Leis n\u00ba 3.765, de 4 de maio de 1960 e a Lei n\u00ba 6.880, de 9 de dezembro de 1980, em conson\u00e2ncia com o que disp\u00f5e o inciso XVII, do art. 7\u00ba da Constitui\u00e7\u00e3o Federal, define que o militar faz jus ao adicional de f\u00e9rias nos seguintes termos: militares t\u00eam os seguintes direitos remunerat\u00f3rios: I - observadas as defini\u00e7\u00f5es do art. 3\u00ba desta Medida Provis\u00f3ria: (...) d) adicional de f\u00e9rias; O Decreto n\u00ba 4.307, de 18 de julho de 2002, que Regulamenta a Medida Provis\u00f3ria n\u00ba 2.215-10, de 31 de agosto de 2001, estabeleceu no seu art. 80, que o adicional de f\u00e9rias que faz jus o militar seria no valor correspondente a um ter\u00e7o da sua remunera\u00e7\u00e3o.\nRua Marqu\u00eas de Maric\u00e1, 44, Santa Cruz, Cep 23515-600, Rio de Janeiro-RJ abjuridicorj@gmail.com 21- 98016-3221\n\n\fALVES& BITENCOURT\nASSESSORIA JUR\u00cdDICA\nDo Adicional de F\u00e9rias Art. 80. O adicional de f\u00e9rias ser\u00e1 pago, antecipadamente, no valor correspondente a um ter\u00e7o da remunera\u00e7\u00e3o do m\u00eas de in\u00edcio das f\u00e9rias. Quanto ao teor dos dispositivos legais acima colacionados, observa-se que h\u00e1 mais de 50 anos j\u00e1 se estabelecia que a concess\u00e3o de f\u00e9rias \u00e9 um dever da Administra\u00e7\u00e3o e sua frui\u00e7\u00e3o anual durante toda carreira at\u00e9 a sua aposentadoria \u00e9 um direito do militar.\nNesse sentido j\u00e1 se pronunciou o STF em repercuss\u00e3o geral (ARE 721001), conforme segue a jurisprud\u00eancia:\nRecurso extraordin\u00e1rio com agravo.\n2. Administrativo. Servidor P\u00fablico. 3. Convers\u00e3o de f\u00e9rias n\u00e3o gozadas bem como outros direitos de natureza remunerat\u00f3ria em indeniza\u00e7\u00e3o pecuni\u00e1ria, por aqueles que n\u00e3o mais podem delas usufruir. Possibilidade. Veda\u00e7\u00e3o do enriquecimento sem causa da Administra\u00e7\u00e3o. 4. Repercuss\u00e3o Geral reconhecida para reafirmar a jurisprud\u00eancia desta Corte. (ARE 721001 RG, Relator(a): Min. GILMAR MENDES, julgado em 28/02/2013, AC\u00d3RD\u00c3O ELETR\u00d4NICO REPERCUSS\u00c3O GERAL - M\u00c9RITO DJe-044 DIVULG 06-03-2013 PUBLIC 07-03-2013). PROCESSUAL CIVIL. SERVIDOR P\u00daBLICO. F\u00c9RIAS E LICEN\u00c7A-PR\u00caMIO N\u00c3O GOZADAS NA ATIVIDADE. RECEBIMENTO EM PEC\u00daNIA. ACR\u00c9SCIMO DO TER\u00c7O CONSTITUCIONAL. PRECEDENTES. AGRAVO REGIMENTAL A QUE SE NEGA PROVIMENTO. (RE 569630 AgR, Relator(a): Min. TEORI ZAVASCKI, Segunda Turma, julgado em 05/02/2013, AC\u00d3RD\u00c3O ELETR\u00d4NICO DJe038 DIVULG 26-02-2013 PUBLIC 27-02- 2013, Tr\u00e2nsito em Julgado 05/04/13) ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. MILITAR. INATIVO. ART. 535, INC. II, DO CPC. VIOLA\u00c7\u00c3O. AUS\u00caNCIA. F\u00c9RIAS N\u00c3O GOZADAS. PRESCRI\u00c7\u00c3O. TERMO INICIAL. APOSENTADORIA. ART. 6\u00ba, \u00a7 1\u00ba, DA LINDB. PREQUESTIONAMENTO. AUS\u00caNCIA. ART. 333, I, DO CPC. VIOLA\u00c7\u00c3O. INOCORR\u00caNCIA. 1. N\u00e3o houve omiss\u00f5es no julgado, uma vez que o magistrado n\u00e3o est\u00e1 obrigado a responder a todas as quest\u00f5es suscitadas pelas partes.\nNo caso dos autos, resta demonstrado que o autor prestou o servi\u00e7o militar no ano de 1986 ( Escola de Aprendiz de Marinheiro de Pernambuco / EAMPE /1986 ) . Assim, relativamente a este per\u00edodo, h\u00e1 que se reconhecer que teria direito a f\u00e9rias regulamentares, bem como seu adicional de 1/3 (um ter\u00e7o) que, no entanto, n\u00e3o foram concedidos.\nRua Marqu\u00eas de Maric\u00e1, 44, Santa Cruz, Cep 23515-600, Rio de Janeiro-RJ abjuridicorj@gmail.com 21- 98016-3221\n\n\fALVES& BITENCOURT\nASSESSORIA JUR\u00cdDICA\nDessa forma, imp\u00f5e-se admitir que resta ao autor atualmente o direito a receber em dobro o tempo relativo as f\u00e9rias n\u00e3o gozadas, bem como seu adicional de 1/3 (um ter\u00e7o) nos termos do artigo 36 da MP n\u00ba 2.215-10/2001.\n2.4 Da Incid\u00eancia de Descontos Obrigat\u00f3rios\nRatificando-se o car\u00e1ter indenizat\u00f3rio da verba ora em quest\u00e3o, o Imposto de Renda, na disciplina da lei, s\u00f3 deve incidir sobre renda ou ganhos que representam aumento de patrim\u00f4nio do contribuinte. Nesse norte, n\u00e3o devem ser considerados como fato gerador de imposto de renda, os rendimentos relativos a indeniza\u00e7\u00f5es de f\u00e9rias n\u00e3o gozadas, que nada mais s\u00e3o que uma reposi\u00e7\u00e3o de preju\u00edzo suportado pelo Autor.\nAnote-se que a n\u00e3o incid\u00eancia do Imposto de Renda e demais descontos obrigat\u00f3rios, sobre o pagamento de f\u00e9rias n\u00e3o usufru\u00eddas \u00e9 mat\u00e9ria pac\u00edfica na jurisprud\u00eancia, devendo assim abster-se a Uni\u00e3o de incidir as al\u00edquotas quando do efetivo pagamento da indeniza\u00e7\u00e3o. O STJ tem publicado, desde 1994/1995, as s\u00famulas 125 e 136 demonstrando o entendimento da corte quanto a n\u00e3o incid\u00eancia de Imposto de Renda sobre o pagamento de f\u00e9rias e licen\u00e7a-pr\u00eamio n\u00e3o gozadas por necessidade do servi\u00e7o: S\u00famula 125 - STJ O pagamento de f\u00e9rias n\u00e3o gozadas por necessidade do servi\u00e7o n\u00e3o est\u00e1 sujeito \u00e0 incid\u00eancia do Imposto de Renda. S\u00famula 125 - STJ O pagamento de licen\u00e7a-pr\u00eamio n\u00e3o gozada por necessidade do servi\u00e7o n\u00e3o est\u00e1 sujeito ao imposto de renda Destarte, tendo em vista que o Autor possui um per\u00edodo integral de f\u00e9rias n\u00e3o gozadas e que n\u00e3o foram contadas em dobro quando da sua aposentadoria, deve o per\u00edodo ser indenizado considerando duas vezes a sua remunera\u00e7\u00e3o quando da passagem para a inatividade, acrescido de dois adicionais de 1/3 correspondentes, atentando-se ainda quanto \u00e0 incid\u00eancia de juros e corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria aplic\u00e1veis.\nRua Marqu\u00eas de Maric\u00e1, 44, Santa Cruz, Cep 23515-600, Rio de Janeiro-RJ abjuridicorj@gmail.com 21- 98016-3221\n\n\fALVES& BITENCOURT\nASSESSORIA JUR\u00cdDICA\nDOS PEDIDOS\nDiante do exposto, requer o autor:\na) o recebimento da presente a\u00e7\u00e3o e o processamento de acordo com a legisla\u00e7\u00e3o vigente;\nb) a concess\u00e3o dos benef\u00edcios da assist\u00eancia judici\u00e1ria gratuita nos termos legais;\nc) a cita\u00e7\u00e3o da demandada na pessoa de seu representante legal, para, querendo, conteste a presente a\u00e7\u00e3o, sob pena de revelia, condenando no final a R\u00e9 nos pedidos, juros de mora, atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria desde a passagem do autor para a inatividade e custas processuais;\nd) seja reconhecido o direito condenando-se a Uni\u00e3o ao pagamento em dobro das f\u00e9rias n\u00e3o gozadas, utilizando como par\u00e2metro a remunera\u00e7\u00e3o do Autor recebida no m\u00eas de setembro de 2020, acrescido do adicional de 1/3 em dobro, sem a incid\u00eancia de Imposto de Renda e demais descontos obrigat\u00f3rios, valores sem atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria de R$ 39.463,20 ( Trinta e nove mil, quatrocentos e sessenta e tr\u00eas reais e vinte centavos ) ;\ne) que seja a Uni\u00e3o condenada ao pagamento nos \u00f4nus da sucumb\u00eancia, notadamente custas e honor\u00e1rios advocat\u00edcios, na forma do disposto no art. 20, \u00a7\u00a73\u00ba e 4\u00ba, do CPC;\nf) que seja deferida a produ\u00e7\u00e3o de todas as demais provas em direito admitidas, que se fizerem necess\u00e1rias no transcurso da lide;\nAtribui-se \u00e0 causa o valor de R$ 39.463,20 decorrentes da soma em dobro da \u00faltima remunera\u00e7\u00e3o recebida pelo autor no m\u00eas da sua inatividade, acrescido de 1/3 em dobro, correspondente ao adicional de f\u00e9rias.\nNestes termos,\nPede Deferimento.\nRua Marqu\u00eas de Maric\u00e1, 44, Santa Cruz, Cep 23515-600, Rio de Janeiro-RJ abjuridicorj@gmail.com 21- 98016-3221\n\n\fALVES& BITENCOURT\nASSESSORIA JUR\u00cdDICA\nRio de Janeiro, 06 de setembro de 2021.\n____________________________________ JUAREZ ALVES PEREIRA OAB/RJ 181.409\n\nPlanilha de c\u00e1lculo :\n\nValor da \u00faltima remunera\u00e7\u00e3o : Dobro das f\u00e9rias n\u00e3o gozadas nem indenizadas : 1/3 Adicional de F\u00e9rias :\nSub Total :\nTotal devido :\n\nR$ 14.798,70 R$ 14.798,70 R$ 9.865,80\nR$ 39.463,20\nR$ 39.463,20\n\nRua Marqu\u00eas de Maric\u00e1, 44, Santa Cruz, Cep 23515-600, Rio de Janeiro-RJ abjuridicorj@gmail.com 21- 98016-3221\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 4 (C\u00edvel) - IdDocumentoCompleto: 5000793-77.2016.4.04.7101-711456322571029861120000000001", "text": "ESCRIT\u00d3RIO DE ADVOCACIA\nJader Iraj\u00e1 Monteiro Silva\nOAB/RS n\u00ba 9 5 .1 1 2\n___________________________________________________________________________________________________________\nEXCELENT\u00cdSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JU\u00cdZ(A) FEDERAL DO\nJUIZADO ESPECIAL FEDERAL DE RIO GRANDE\n\nVOLNI DA CUNHA, brasileiro, casado, militar da reserva, portador da CI militar n\u00ba 480.423, CPF n\u00ba 466.469.650-72, residente \u00e0 rua Senador Salgado Filho, 62 \u2013 Rio Grande/RS, atrav\u00e9s de seus procuradores firmat\u00e1rios, vem, respeitosamente, \u00e0 presen\u00e7a de Vossa Excel\u00eancia, com fundamento na Lei Federal n\u00ba 10.259/2001, propor a presente a\u00e7\u00e3o em face da UNI\u00c3O FEDERAL, pelos fatos e fundamentos abaixo aduzidos\n\nI \u2013 DOS FATOS\n\n1.\n\nO autor serviu a Marinha do Brasil de 01 de fevereiro de 1987 a 16 de\n\ndezembro de 2012, quando foi transferido para a reserva remunerada (aposentado),\n\nconforme demonstram as folhas de altera\u00e7\u00f5es de sua Caderneta Registro - CR (registro\n\nfuncional do militar), de n\u00ba 002 e da Portaria n\u00ba 1766, publicada no DOU de 04/09/2014,\n\ndocumentos em anexo.\n\n2.\n\nTendo sido promovido, em 02/02/1988, \u00e0 Gradua\u00e7\u00e3o de Marinheiro,\n\ndemonstrando assim sua qualidade de militar desde o ano anterior, folha de altera\u00e7\u00f5es n\u00ba\n\n002, em anexo.\n\n3.\n\nContudo, o autor n\u00e3o gozou nem foi indenizado pelas f\u00e9rias referentes ao\n\nanos de 1987, conforme comprovam os documentos funcionais, folhas de altera\u00e7\u00f5es n\u00ba\n\n002 a 009, em anexo.\n\n4.\n\nVale esclarecer que as f\u00e9rias anotadas nos registros funcionais do autor\n\n(Folha de Altera\u00e7\u00f5es n\u00ba 006) referem-se ao ano de 1988, cujo gozo iniciou em 1989,\n\n(20/12/89 a 18/01/90), enquanto as f\u00e9rias ora postuladas s\u00e3o alusivas ao ano de 1987,\n\nas quais, segundo o artigo 63 da Lei n\u00ba 6.880/80, deveriam ter sido gozadas a partir do\n\n\u00faltimo m\u00eas do ano a que se referem e durante todo o ano seguinte ou indenizadas por\n\nocasi\u00e3o da transfer\u00eancia do militar para a reserva (aposentadoria), o que n\u00e3o ocorreu.\n\n\u00c9 o que cabe relatar.\n\n1 de 10\nAvenida Pelotas, 134 \u2013 Fone/Fax (53) 3201-5969 - Rio Grande/RS e-mail jader.iraja@gmail.com \u2013 lizirenata@hotmal.com\n\n\fESCRIT\u00d3RIO DE ADVOCACIA\nJader Iraj\u00e1 Monteiro Silva\nOAB/RS n\u00ba 9 5 .1 1 2\n___________________________________________________________________________________________________________\nII \u2013 DO DIREITO\nInexist\u00eancia de prescri\u00e7\u00e3o na esp\u00e9cie\nA referida reclamat\u00f3ria tem por base a legisla\u00e7\u00e3o vigente a \u00e9poca do fato, lei n\u00ba 6.880/80, \u00a7 4\u00ba e \u00a7 5\u00ba do art. 63, tratando-se de um direito adquirido, vejamos:\nArt. 63. (...)\n\u00a7 4\u00ba Somente em casos de interesse da seguran\u00e7a nacional, de manuten\u00e7\u00e3o da ordem, de extrema necessidade do servi\u00e7o, de transfer\u00eancia para a inatividade, ou para cumprimento de puni\u00e7\u00e3o decorrente de contraven\u00e7\u00e3o ou de transgress\u00e3o disciplinar de natureza grave e em caso de baixa a hospital, os militares ter\u00e3o interrompido ou deixar\u00e3o de gozar na \u00e9poca prevista o per\u00edodo de f\u00e9rias a que tiverem direito, registrando-se o fato em seus assentamentos.\n\u00a7 5\u00ba Na impossibilidade do gozo de f\u00e9rias no ano seguinte pelos motivos previstos no par\u00e1grafo anterior, ressalvados os casos de contraven\u00e7\u00e3o ou transgress\u00e3o disciplinar de natureza grave, o per\u00edodo de f\u00e9rias n\u00e3o gozado ser\u00e1 computado dia a dia, pelo dobro no momento da passagem do militar para a inatividade e, nesta situa\u00e7\u00e3o, para todos os efeitos legais. (grifo nosso)\nSendo a fun\u00e7\u00e3o do Militar das For\u00e7as Armadas de interesse p\u00fablico, porque mantenedora da ordem e seguran\u00e7a da na\u00e7\u00e3o, as f\u00e9rias se interrompem e inicia-se a contagem da prescri\u00e7\u00e3o quando o servidor passa para a reserva (inatividade).\nNo que se refere ao direito adquirido, tal entendimento encontra-se pacificado em nossos tribunais, iniciando o prazo prescricional a partir da passagem do militar para inatividade e n\u00e3o desde o per\u00edodo em que as f\u00e9rias poderiam ter sido usufru\u00eddas.\nDeste modo, tendo em vista, que o autor n\u00e3o pode mais gozar do direito adquirido motivado na sua transfer\u00eancia para a reserva remunerada, nasce o direito \u00e0 indeniza\u00e7\u00e3o das f\u00e9rias vencidas e n\u00e3o usufru\u00eddas, no momento de sua transfer\u00eancia para a inatividade devendo ser computadas dia a dia em dobro, em conformidade com o disposto no \u00a7 4\u00ba do mencionado artigo.\n\u00c9 esse \u00e9 o entendimento do Supremo Tribunal Federal, conforme extrato da ementa colacionado:\nTrata-se de agravo contra decis\u00e3o que negou seguimento a recurso extraordin\u00e1rio interposto de ac\u00f3rd\u00e3o, cuja segue transcrita: S\u0093 ervidor p\u00fablico. F\u00e9rias n\u00e3o gozadas a crit\u00e9rio da administra\u00e7\u00e3o. In casu, o Autor pleiteia o pagamento de indeniza\u00e7\u00e3o relativa a f\u00e9rias n\u00e3o gozadas pertinentes aos anos de 1999; 2001; 2002; 2003; 2004; 20005; 2006; 2007; 2008 e 2009. A r. senten\u00e7a julgou improcedentes os pedidos, diante da inexist\u00eancia de prova. Todavia, o Estado apresentou comprovantes de que, com rela\u00e7\u00e3o aos anos de 2003, 2004, 2005 e 2007, as f\u00e9rias foram gozadas, deixando de acostar quaisquer provas de gozo de f\u00e9rias com\n2 de 10 Avenida Pelotas, 134 \u2013 Fone/Fax (53) 3201-5969 - Rio Grande/RS\ne-mail jader.iraja@gmail.com \u2013 lizirenata@hotmal.com\n\n\fESCRIT\u00d3RIO DE ADVOCACIA\nJader Iraj\u00e1 Monteiro Silva\nOAB/RS n\u00ba 9 5 .1 1 2\n___________________________________________________________________________________________________________\n\nrela\u00e7\u00e3o aos demais pedidos informados na peti\u00e7\u00e3o inicial. De outro lado, o Autor apresentou peti\u00e7\u00e3o desistindo do pedido com rela\u00e7\u00e3o ao per\u00edodo de 2009. Pec\u00fania indenizat\u00f3ria. Pretens\u00e3o a verba indenizat\u00f3ria em decorrente de f\u00e9rias n\u00e3o gozadas. Como cedi\u00e7o, havendo comprova\u00e7\u00e3o pelo servidor de que n\u00e3o usufruiu f\u00e9rias por vontade da administra\u00e7\u00e3o p\u00fablica, imp\u00f5e-se o pagamento da indeniza\u00e7\u00e3o, sob pena de enriquecimento il\u00edcito. Direito amparado no art. 7\u00ba, inciso XVII c/c art. 39 \u00a7 3\u00ba da Constitui\u00e7\u00e3o da Rep\u00fablica e no princ\u00edpio geral do direito que veda o enriquecimento il\u00edcito. Possibilidade de convers\u00e3o em pec\u00fania antes da aposentadoria. Precedentes Jurisprudenciais. Prescri\u00e7\u00e3o. Inocorr\u00eancia. N\u00e3o h\u00e1 que se falar em prescri\u00e7\u00e3o da pretens\u00e3o de se pleitear indeniza\u00e7\u00e3o das f\u00e9rias n\u00e3o gozadas, eis que, seu termo a quo se inicia apenas com a aposentadoria do servidor, o que sequer ocorreu no presente caso. O direito do servidor de reivindicar o pagamento da indeniza\u00e7\u00e3o decorrente da n\u00e3o frui\u00e7\u00e3o de f\u00e9rias tem in\u00edcio com a aposentadoria, momento em que tamb\u00e9m inicia o prazo prescricional. Reforma da Senten\u00e7a. Parcial Provimento do Recurso, para condenar o Estado ao pagamento da indeniza\u00e7\u00e3o pelas f\u00e9rias n\u00e3o gozadas relativas ao ano de 1999, 2000,2002, 2006 e 2008. Posto isso, conhe\u00e7o do recurso e DOU PROVIMENTO PARCIAL AO MESMO para condenar o R\u00e9u ao pagamento de indeniza\u00e7\u00e3o relativa ao per\u00edodo de f\u00e9rias n\u00e3o gozadas no ano de 1999, 2000, 2002, 2006 e 2008. (...)\n\n(STF - ARE: 712889 RJ , Relator: Min. RICARDO LEWANDOWSKI, Data de Julgamento: 05/12/2012, Data de Publica\u00e7\u00e3o: DJe-242 DIVULG 10/12/2012 PUBLIC 11/12/2012)\n\nNeste mesmo sentido, o Superior Tribunal de Justi\u00e7a j\u00e1 assentou o entendimento, segundo o qual o termo inicial da prescri\u00e7\u00e3o do direito de pleitear a indeniza\u00e7\u00e3o de f\u00e9rias n\u00e3o gozadas tem incio com a impossibilidade de n\u00e3o mais usufruilas, conforme pode-se observar na recente decis\u00e3o proferida no julgado abaixo:\n\nPROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL. SERVIDOR\n\nP\u00daBLICO. AUS\u00caNCIA DE OMISS\u00d5ES. DISPOSITIVOS\n\nLEGAIS N\u00c3O PREQUESTIONADOS. S\u00daMULA N. 211/STJ.\n\nALEGA\u00c7\u00d5ES\n\nGEN\u00c9RICAS.\n\nFUNDAMENTA\u00c7\u00c3O\n\nDEFICIENTE. S\u00daMULA N. 284/STF. INDENIZA\u00c7\u00c3O DE\n\nF\u00c9RIAS INDENIZADAS. TERMO INICIAL PARA A\n\nPROPOSITURA DA A\u00c7\u00c3O. MOMENTO DA\n\nIMPOSSIBILIDADE DE CONCESS\u00c3O DAS F\u00c9RIAS.\n\nPRESCRI\u00c7\u00c3O. N\u00c3O OCORR\u00caNCIA. IMPOSSIBILIDADE DE\n\nINTERPRETA\u00c7\u00c3O DE DIREITO LOCAL. S\u00daMULA N.\n\n280/STJ. AFERI\u00c7\u00c3O DA COMPROVA\u00c7\u00c3O DO DIREITO\n\nSUSTENTADO NA INICIAL. EXAME DO CONJUNTO\n\nF\u00c1TICO-PROBAT\u00d3RIO DOS AUTOS. IMPOSSIBILIDADE.\n\nS\u00daMULA N. 7/STJ. DECIS\u00c3O MONOCR\u00c1TICA\n\nFUNDAMENTADA EM S\u00daMULA E JURISPRUD\u00caNCIA DO\n\nSTJ. AGRAVO REGIMENTAL N\u00c3O PROVIDO. 1. (...)\n\n4. Com rela\u00e7\u00e3o \u00e0 viola\u00e7\u00e3o dos arts. 1\u00ba do Decreto-Lei n.\n\n20.910/32, e 269, inciso IV, do CPC, n\u00e3o \u00e9 poss\u00edvel declarar a\n\nprescri\u00e7\u00e3o desta a\u00e7\u00e3o. O Tribunal de Justi\u00e7a destacou a\n\ncomprova\u00e7\u00e3o de que os recorridos foram impedidos de gozar\n\nf\u00e9rias. Tamb\u00e9m exp\u00f4s que, ao passo desta a\u00e7\u00e3o ter sido ajuizada\n\nem 20/09/2005, os atos de aposentadoria dos recorridos ocorreram\n\n3 de 10\nAvenida Pelotas, 134 \u2013 Fone/Fax (53) 3201-5969 - Rio Grande/RS e-mail jader.iraja@gmail.com \u2013 lizirenata@hotmal.com\n\n\fESCRIT\u00d3RIO DE ADVOCACIA\nJader Iraj\u00e1 Monteiro Silva\nOAB/RS n\u00ba 9 5 .1 1 2\n___________________________________________________________________________________________________________\nem 11/03/2002, 15/09/2003, 02/12/2003 e 24/10/2004. Ora, tendo em vista inexist\u00eancia de lapso temporal superior a cinco anos entre os atos de aposentadoria, a Corte de origem decidiu pela inexist\u00eancia de prescri\u00e7\u00e3o no caso dos autos. Com raz\u00e3o o Tribunal de origem, pois, conforme j\u00e1 decidido pela Superior Tribunal de Justi\u00e7a, o termo inicial da prescri\u00e7\u00e3o da pretens\u00e3o de recebimento da indeniza\u00e7\u00e3o por f\u00e9rias n\u00e3o gozadas \u00e9 o momento em que ocorre o ato de aposentadoria. 5. (\u2026)\n(STJ - AgRg no AREsp: 646000 BA 2015/0000887-9, Relator: Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, Data de Julgamento: 05/03/2015, T2 - SEGUNDA TURMA, Data de Publica\u00e7\u00e3o: DJe 11/03/2015)\nPortanto, est\u00e1 claro que a pretens\u00e3o por indeniza\u00e7\u00e3o de f\u00e9rias n\u00e3o gozadas surge a partir do desligamento do autor no servi\u00e7o militar ativo, ocorrido em 16 de dezembro de 2012, sendo esse o termo inicial do c\u00f4mputo da prescri\u00e7\u00e3o. Logo, n\u00e3o se consumou o quinqu\u00eanio prescricional para pleitear a indeniza\u00e7\u00e3o pelas f\u00e9rias n\u00e3o usufru\u00eddas relativas ao ano de 1987.\nNo m\u00e9rito:\n\u00c9 incontest\u00e1vel que o gozo de f\u00e9rias anuais remuneradas est\u00e1 contido nos Direitos Sociais de todos os trabalhadores, sejam urbanos ou rurais, civis ou militares. Garantido a todos os trabalhadores brasileiros em nossa Constitui\u00e7\u00e3o Federal, em seu artigo 7\u00ba, inciso XVII:\nArt. 7\u00ba S\u00e3o direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, al\u00e9m de outros que visem \u00e0 melhoria de sua condi\u00e7\u00e3o social: (...) XVII - gozo de f\u00e9rias anuais remuneradas com, pelo menos, um ter\u00e7o a mais do que o sal\u00e1rio normal;\nEsse direito, especificamente para os Militares est\u00e1 assegurado expressamente no artigo 142, \u00a7 3\u00b0, inciso VIII, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal, com grifo nosso:\nArt. 142. As For\u00e7as Armadas, constitu\u00eddas pela Marinha, pelo Ex\u00e9rcito e pela Aeron\u00e1utica, s\u00e3o institui\u00e7\u00f5es nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da Rep\u00fablica, e destinam-se \u00e0 defesa da P\u00e1tria, \u00e0 garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem. (...) \u00a7 3\u00ba Os membros das For\u00e7as Armadas s\u00e3o denominados militares, aplicando-se-lhes, al\u00e9m das que vierem a ser fixadas em lei, as seguintes disposi\u00e7\u00f5es: (...) VIII - aplica-se aos militares disposto no art. 7\u00ba, incisos VIII, XII, XVII, XVIII, XIX e XXV, e no art. 37,incisos XI, XIII, XIV e XV, bem como,na forma da lei e com preval\u00eancia da atividade militar, no art. 37, inciso XVI, al\u00ednea \"c\";\n4 de 10 Avenida Pelotas, 134 \u2013 Fone/Fax (53) 3201-5969 - Rio Grande/RS\ne-mail jader.iraja@gmail.com \u2013 lizirenata@hotmal.com\n\n\fESCRIT\u00d3RIO DE ADVOCACIA\nJader Iraj\u00e1 Monteiro Silva\nOAB/RS n\u00ba 9 5 .1 1 2\n___________________________________________________________________________________________________________\n\ndo artigo 63:\n\nNo Estatuto dos Militares, Lei n\u00b0 6.880/80, est\u00e1 garantido no caput\n\nArt. 63. F\u00e9rias s\u00e3o afastamentos totais do servi\u00e7o, anual e obrigatoriamente concedidos aos militares para descanso, a partir do \u00faltimo m\u00eas do ano a que se referem e durante todo o ano seguinte.\n\nPortanto, a Constitui\u00e7\u00e3o Federal e o Estatuto dos Militares garantem este direito justamente para que os Militares possam descansar ap\u00f3s 12 meses de trabalho, recebendo, como se trabalhando estivesse, o seu sal\u00e1rio normal acrescido do ter\u00e7o constitucional.\nEntretanto, apesar de todas essas garantias constitucionais e infraconstitucionais, assegurando o direito do militar ao gozo de f\u00e9rias anuais remuneradas, o autor n\u00e3o usufruiu de suas primeiras f\u00e9rias adquiridas, nem tampouco recebeu indeniza\u00e7\u00e3o correspondente quando passou para a inatividade, devendo, por isso, a Uni\u00e3o Federal ser condenada a indenizar o autor pela falta de gozo das referidas f\u00e9rias.\n\nN\u00e3o se pode falar que n\u00e3o existe direito \u00e0s f\u00e9rias durante o per\u00edodo de presta\u00e7\u00e3o de servi\u00e7o militar inicial, matricula ou incorpora\u00e7\u00e3o pois, o texto do art. 1\u00b0 c/c art. 3\u00b0, da Lei n\u00b0 6.880/80, considera os incorporados \u00e0s For\u00e7as Armadas para a presta\u00e7\u00e3o de servi\u00e7o militar inicial, membros das For\u00e7as Armadas sujeitos aos deveres e benef\u00edcios estabelecidos pelo Estatuto em refer\u00eancia, e ainda porque, esta mesma lei, ao versar sobre o direito a f\u00e9rias, em seu art. 63, n\u00e3o distingue os tipos de presta\u00e7\u00e3o de servi\u00e7o militar.\nAdemais, a pr\u00f3pria For\u00e7a assegura esse direito em sua norma interna, DGPM-310 (4\u00aa REV), na al\u00ednea a), subitem 4.2.2:\n4.2.2 \u2013 Direitos\na) Ap\u00f3s os primeiros doze meses de servi\u00e7o, os militares da MB passam a ter direito a f\u00e9rias, relativas ao ano da incorpora\u00e7\u00e3o, matricula ou nomea\u00e7\u00e3o.\nEsse tamb\u00e9m \u00e9 o entendimento un\u00edssono dos nossos Tribunais, conforme demonstrado nos julgados abaixo transcritos, com destaque nosso:\nADMINISTRATIVO. MILITAR. C\u00d4MPUTO EM DOBRO DE F\u00c9RIAS N\u00c3O GOZADAS E CONCERNENTES AO ANO DE PRESTA\u00c7\u00c3O DO SERVI\u00c7O MILITAR INICIAL. A\u00c7\u00c3O DECLARAT\u00d3RIA DE DIREITO. PROCED\u00caNCIA. O art. 63, da Lei 6.880/80, n\u00e3o distingue nenhuma modalidade de servi\u00e7o militar ao versar sobre f\u00e9rias, n\u00e3o havendo, destarte, por que discriminar o servi\u00e7o militar inicial para negar o direito de f\u00e9rias aos seus prestadores. [...]\u201d\n(TRF4, AC 2005.70.00.008959-0, Quarta Turma, Relator Valdemar Capeletti, D.E. 14/05/2007)\n\nNeste mesmo sentido:\nADMINISTRATIVO. MILITAR INCORPORADO NAS FOR\u00c7AS ARMADAS PARA PRESTA\u00c7\u00c3O DE SERVI\u00c7O MILITAR. F\u00c9RIAS. 1. A Medida Provis\u00f3ria n\u00ba 2.215/2001, assegura aos militares, em seu art. 2\u00ba, II, d, a percep\u00e7\u00e3o de adicional de f\u00e9rias. 2. De acordo com o que disp\u00f5e o art. 3\u00ba da Lei\n5 de 10\nAvenida Pelotas, 134 \u2013 Fone/Fax (53) 3201-5969 - Rio Grande/RS e-mail jader.iraja@gmail.com \u2013 lizirenata@hotmal.com\n\n\fESCRIT\u00d3RIO DE ADVOCACIA\nJader Iraj\u00e1 Monteiro Silva\nOAB/RS n\u00ba 9 5 .1 1 2\n___________________________________________________________________________________________________________\nn\u00ba 6.880/80, os incorporados \u00e0s For\u00e7as Armadas para a presta\u00e7\u00e3o de servi\u00e7o militar inicial, durante todo o per\u00edodo em que durar a incorpora\u00e7\u00e3o, s\u00e3o considerados, para todos os fins, membros das For\u00e7as Armadas e est\u00e3o sujeitos aos deveres e benef\u00edcios estabelecidos pela Lei em refer\u00eancia. 3. Apela\u00e7\u00e3o e remessa oficial conhecidas e improvidas.\n(TRF4, AC 2002.72.08.001990-3, Terceira Turma, Relator Carlos Eduardo Thompson Flores Lenz, DJ 09/03/2005)\nPortanto, n\u00e3o restam d\u00favidas de que a Uni\u00e3o Federal deve indenizar o autor pela n\u00e3o frui\u00e7\u00e3o de f\u00e9rias, sendo essa indeniza\u00e7\u00e3o em dobro e acrescido do ter\u00e7o constitucional.\nDo direito \u00e0 indeniza\u00e7\u00e3o em dobro pelas f\u00e9rias n\u00e3o gozadas\nA Medida Provis\u00f3ria n\u00ba 2.215-10/2001, prev\u00ea claramente, em seu artigo 9\u00b0, inciso II, que o militar, ao ser transferido para a inatividade, faz jus ao valor relativo ao per\u00edodo integral das f\u00e9rias a que tiver direito e, ao incompleto, na propor\u00e7\u00e3o de um doze avos por m\u00eas de efetivo servi\u00e7o e fra\u00e7\u00e3o superior a quinze dias, in verbis:\nArt. 9\u00ba O militar, ao ser transferido para a inatividade remunerada, al\u00e9m dos direitos previstos nos art. 10 e 11 desta Medida Provis\u00f3ria, faz jus: (...) II - ao valor relativo ao per\u00edodo integral das f\u00e9rias a que tiver direito e, ao incompleto, na propor\u00e7\u00e3o de um doze avos por m\u00eas de efetivo servi\u00e7o. \u00a7 1\u00ba No caso do inciso II deste artigo, a fra\u00e7\u00e3o igual ou superior a\nquinze dias \u00e9 considerada como m\u00eas integral.\nConforme o dispositivo citado, \u00e9 transparente a afirma\u00e7\u00e3o que o militar transferido para a inatividade tem direito \u00e0 indeniza\u00e7\u00e3o relativa a f\u00e9rias vencidas e ao proporcional, devendo, por essa raz\u00e3o, ser a Uni\u00e3o Federal condenada a indenizar o autor pelo n\u00e3o gozo das referidas f\u00e9rias.\nAdemais, as f\u00e9rias n\u00e3o gozadas pelo autor devem ser indenizados sob pena, tamb\u00e9m, de enriquecimento il\u00edcito da Administra\u00e7\u00e3o, que usufruiu da for\u00e7a de trabalho do servidor militar durante o per\u00edodo em que ele deveria estar de f\u00e9rias descansando, for\u00e7a de labor que n\u00e3o pode ser devolvida.\nAssim, diante dos princ\u00edpios da legalidade, moralidade e efici\u00eancia, aliado ao disposto no \u00a7 6\u00ba do artigo 37 da Constitui\u00e7\u00e3o Federal, incide o artigo 884 do C\u00f3digo Civil, que diz:\nArt. 884. Aquele que, sem justa causa, se enriquecer \u00e0 custa de outrem, ser\u00e1 obrigado a restituir o indevidamente auferido, feita a atualiza\u00e7\u00e3o dos valores monet\u00e1rios.\nPor isto, n\u00e3o pode a Uni\u00e3o Federal deixar de efetuar o pagamento da indeniza\u00e7\u00e3o pelas f\u00e9rias vencidas e n\u00e3o gozadas, pois, dessa forma estaria transferindo a responsabilidade da Administra\u00e7\u00e3o para o militar, que n\u00e3o p\u00f4de usufruir de suas f\u00e9rias por necessidade do servi\u00e7o.\n6 de 10 Avenida Pelotas, 134 \u2013 Fone/Fax (53) 3201-5969 - Rio Grande/RS\ne-mail jader.iraja@gmail.com \u2013 lizirenata@hotmal.com\n\n\fESCRIT\u00d3RIO DE ADVOCACIA\nJader Iraj\u00e1 Monteiro Silva\nOAB/RS n\u00ba 9 5 .1 1 2\n___________________________________________________________________________________________________________\nAdemais, a mat\u00e9ria j\u00e1 foi reconhecida por Repercuss\u00e3o Geral do STF reafirmando este entendimento jurisprudencial da Corte Suprema, de acordo com o voto do Relator Ministro GILMAR MENDES, no ARE 721001 RG, que em seu voto asseverou: \"(...) a fundamenta\u00e7\u00e3o adotada encontra amparo em pac\u00edfica jurisprud\u00eancia do Supremo Tribunal Federal, que se firmou no sentido de que \u00e9 assegurada ao servidor p\u00fablico a convers\u00e3o de f\u00e9rias n\u00e3o gozadas ou de outros direitos de natureza remunerat\u00f3ria em indeniza\u00e7\u00e3o pecuni\u00e1ria, dada a responsabilidade objetiva da Administra\u00e7\u00e3o P\u00fablica em virtude da veda\u00e7\u00e3o ao enriquecimento sem causa.\".\nPor sua vez, tal entendimento \u00e9 pac\u00edfico na jurisprud\u00eancia do STJ, que j\u00e1 se posicionou no sentido de que o direito \u00e0 convers\u00e3o em pec\u00fania das f\u00e9rias n\u00e3o gozadas encontra guarida no princ\u00edpio da proibi\u00e7\u00e3o do enriquecimento il\u00edcito e na responsabilidade civil da administra\u00e7\u00e3o prevista no art. 37, \u00a7 6\u00ba, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal. conforme pode-se verificar das ementas colacionadas:\nADMINISTRATIVO. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. SERVIDOR P\u00daBLICO ESTADUAL. LICEN\u00c7APR\u00caMIO. CONVERS\u00c3O EM PEC\u00daNIA. DESNECESSIDADE DE REQUERIMENTO ADMINISTRATIVO. PRINC\u00cdPIO QUE VEDA O ENRIQUECIMENTO IL\u00cdCITO DA ADMINISTRA\u00c7\u00c3O. AGRAVO DESPROVIDO. - \"\u00c9 cab\u00edvel a convers\u00e3o em pec\u00fania da licen\u00e7a-pr\u00eamio e/ou f\u00e9rias n\u00e3o gozadas, independentemente de requerimento administrativo, sob pena de configura\u00e7\u00e3o do enriquecimento il\u00edcito da Administra\u00e7\u00e3o\" (AgRg no AREsp 434.816/RS, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 11/02/2014, DJe 18/02/2014). - Agravo regimental desprovido.\n(STJ - AgRg no REsp: 1167562 RS 2009/0221080-3, Relator: Ministro ERICSON MARANHO (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/SP), Data de Julgamento: 07/05/2015, T6 SEXTA TURMA, Data de Publica\u00e7\u00e3o: DJe 18/05/2015)\nAGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO ESPECIAL. DIREITO ADMINISTRATIVO. SERVIDOR P\u00daBLICO. F\u00c9RIAS N\u00c3O GOZADAS. INDENIZA\u00c7\u00c3O. CABIMENTO. PRECEDENTES. ENUNCIADO N\u00ba 83/STJ. APLICA\u00c7\u00c3O. 1. Esta Corte de Justi\u00e7a registra reiterados precedentes no sentido de que o servidor publico que se aposenta sem ter gozado as ferias que lhe eram devidas faz jus \u00e0 indeniza\u00e7\u00e3o pecuni\u00e1ria correspondente a esse per\u00edodo, pena de locupletamento indevido por parte da Administra\u00e7\u00e3o P\u00fablica. [\u2026]\n(AGRESP - 487940/RS, SEXTA TURMA, Decis\u00e3o: 27/11/2007, DJ DATA: 07/04/2008 P\u00c1GINA:1, Relator HAMILTON CARVALHIDO)\nPortanto, estando comprovado que o autor adquiriu direito a f\u00e9rias durante a \u00e9poca em que serviu \u00e0 Marinha do Brasil e n\u00e3o as usufruiu, estas devem ser pagas na forma indenizada. Tal indeniza\u00e7\u00e3o deve ser calculada com base no valor da remunera\u00e7\u00e3o que o requerente percebeu no m\u00eas em que foi publicado o ato de concess\u00e3o\n7 de 10 Avenida Pelotas, 134 \u2013 Fone/Fax (53) 3201-5969 - Rio Grande/RS\ne-mail jader.iraja@gmail.com \u2013 lizirenata@hotmal.com\n\n\fESCRIT\u00d3RIO DE ADVOCACIA\nJader Iraj\u00e1 Monteiro Silva\nOAB/RS n\u00ba 9 5 .1 1 2\n___________________________________________________________________________________________________________\nda sua aposentadoria, com o acr\u00e9scimo de 1/3, conforme legalmente previsto, e o seu pagamento feito em dobro.\nConforme o entendimento de nosso Tribunal Regional, somente o recebimento de seu sal\u00e1rio acrescido de um ter\u00e7o n\u00e3o indenizar\u00e1 o per\u00edodo em que deveria ter descansado recebendo como se trabalhando estivesse, conforme a seguir colacionado, com grifo nosso:\nADMINISTRATIVO. MILITAR. SERVI\u00c7O MILITAR TEMPOR\u00c1RIO. F\u00c9RIAS N\u00c3O GOZADAS. INDENIZA\u00c7\u00c3O AO PAGAMENTO EM DOBRO. Reconhecido pelo pr\u00f3prio Minist\u00e9rio do Ex\u00e9rcito que o autor, militar tempor\u00e1rio, fazia jus \u00e0s f\u00e9rias referentes a seu primeiro ano de servi\u00e7o, e que em raz\u00e3o de lapso da administra\u00e7\u00e3o, aliada \u00e0 in\u00e9rcia do militar, estas n\u00e3o foram usufru\u00eddas, \u00e9 devida a indeniza\u00e7\u00e3o correspondente ao pagamento em dobro das f\u00e9rias n\u00e3o gozadas. Sucumb\u00eancia mantida, fixada na esteira dos precedentes da Turma. Prequestionamento quanto \u00e0 legisla\u00e7\u00e3o invocada estabelecido pelas raz\u00f5es de decidir. Apela\u00e7\u00e3o improvida.\n(TRF 4\u00aa R.; AC 1999.71.00.032899-6; RS; Quarta Turma; Rel\u00aa Des\u00aa Fed. Silvia Maria Gon\u00e7alves Goraieb; Julg. 01/09/2010; DEJF 09/09/2010; P\u00e1g. 493)\nDa n\u00e3o incid\u00eancia de imposto de renda\n\nA n\u00e3o incid\u00eancia do imposto de renda sobre as indeniza\u00e7\u00f5es decorrentes da falta de frui\u00e7\u00e3o dos benef\u00edcios pelos servidores/militares quando em atividade, notadamente, se desprende da S\u00famula 136 do Superior Tribunal de Justi\u00e7a:\n\nS\u00daMULA STJ 136\n\nO PAGAMENTO DE LICEN\u00c7A-PREMIO N\u00c3O GOZADA POR NECESSIDADE DO SERVI\u00c7O N\u00c3O EST\u00c1 SUJEITO AO IMPOSTO DE RENDA.\n\ngrifo nosso:\n\nConforme demonstra a jurisprud\u00eancia do Tribunal de Justi\u00e7a, com\n\nTRIBUT\u00c1RIO. IMPOSTO DE RENDA. VERBAS INDENIZAT\u00d3RIAS. VIOLA\u00c7\u00c3O DO ART. 535, II, DO CPC N\u00c3O-CONFIGURADA. VIOL\n\nA\u00c7\u00c2O AO ART. 111, II, DO CTN. FALTA DE PREQUESTIONAMENTO. S\u00daMULAS 282 e 356 DO STF. LICEN\u00c7A PR\u00caMIO N\u00c3O GOZADA. ABONO PECUNI\u00c1RIO DE F\u00c9RIAS. E AUS\u00caNCIAS PERMITIDAS POR INTERESSE PARTICULAR - APIP's. IMPOSTO DE RENDA. N\u00c3OINCID\u00caNCIA. S\u00daMULA N. 284/STF. (...) 3. As verbas recebidas a t\u00edtulo de licen\u00e7a-pr\u00eamio e de f\u00e9rias \u2013 simples ou proporcionais \u2013 n\u00e3o gozadas por necessidade de servi\u00e7o ou mesmo por op\u00e7\u00e3o do servidor, ou seja, abono pecuni\u00e1rio, por possu\u00edrem natureza indenizat\u00f3ria, n\u00e3o se sujeitam \u00e0 incid\u00eancia de imposto de renda. 4. N\u00e3o incide imposto de renda sobre as verbas recebidas a t\u00edtulo de abono-assiduidade (Aus\u00eancias Permitidas por Interesse\n\n8 de 10\nAvenida Pelotas, 134 \u2013 Fone/Fax (53) 3201-5969 - Rio Grande/RS e-mail jader.iraja@gmail.com \u2013 lizirenata@hotmal.com\n\n\fESCRIT\u00d3RIO DE ADVOCACIA\nJader Iraj\u00e1 Monteiro Silva\nOAB/RS n\u00ba 9 5 .1 1 2\n___________________________________________________________________________________________________________\n\nParticular - APIP's). 5. Recurso especial conhecido parcialmente e improvido.\n\n(STJ, REsp n\u00ba. 924739, CE, Segunda Turma, Relator Jo\u00e3o Ot\u00e1vio de Noronha, Un\u00e2nime, DJ de 7/11/2007, p. 229).\n\nposi\u00e7\u00e3o:\n\nNessa mesma linha, nosso Tribunal Regional tamb\u00e9m mant\u00e9m a\n\nTRIBUT\u00c1RIO. IRRF. PRESCRI\u00c7\u00c3O. F\u00c9RIAS N\u00c3O GOZADAS. APIP'S. NATUREZA INDENIZAT\u00d3RIA. Nas a\u00e7\u00f5es ajuizadas anteriormente \u00e0 vig\u00eancia da LC 118/05, considera-se o prazo para repeti\u00e7\u00e3o ou compensa\u00e7\u00e3o de ind\u00e9bito como sendo de 10 anos (5 + 5); nas a\u00e7\u00f5es posteriores, o prazo de apenas 5 anos do recolhimento indevido.F\u00e9rias n\u00e3o-gozadas n\u00e3o configuram acr\u00e9scimo patrimonial de qualquer natureza ou renda e sua convers\u00e3o em pec\u00fania caracteriza compensa\u00e7\u00e3o (indeniza\u00e7\u00e3o) pela impossibilidade de sua frui\u00e7\u00e3o.As aus\u00eancias permitidas ou abonos assiduidade (APIP's) convertidas em pec\u00fania, n\u00e3o sofrem a incid\u00eancia do Imposto de Renda.\n\n(TRF-4 - APELREEX: 11906 PR 2005.70.00.011906-4, Relator: ELOY BERNST JUSTO, Data de Julgamento: 04/11/2008, SEGUNDA TURMA, Data de Publica\u00e7\u00e3o: D.E. 26/11/2008)\n\nPor isso, deve-se declarar a n\u00e3o incid\u00eancia do imposto de renda sobre as verbas indenizat\u00f3rias pleiteadas, entretanto, conforme o art. 12, inciso V, da Lei Complementar 73/93, as causas de natureza fiscal s\u00e3o da compet\u00eancia da Procuradoria da Fazenda Nacional, por isso, desde j\u00e1, requer que seja citado a Procuradoria da Fazenda Nacional para querendo contestar a n\u00e3o incid\u00eancia tribut\u00e1ria.\n\nDa Assist\u00eancia Judici\u00e1ria Gratuita (AJG)\nRequer os benef\u00edcios da Justi\u00e7a Gratuita, conforme determina o art. 4\u00ba da Lei n\u00ba 1.060/50, tendo em vista que recebe um sal\u00e1rio \u00ednfimo e n\u00e3o pode arcar com custas, honor\u00e1rios e demais despesas processuais, sem prejudicar o seu sustento, bem como o de sua fam\u00edlia, declara\u00e7\u00e3o em anexo.\n\nIII - DO PEDIDO\nPosto isto, requer a Vossa Excel\u00eancia, que se digne:\na) condenar a Uni\u00e3o Federal ao pagamento de indeniza\u00e7\u00e3o ao autor, no valor da \u00faltima remunera\u00e7\u00e3o na ativa, acrescida do ter\u00e7o constitucional, em dobro, pelas f\u00e9rias n\u00e3o gozadas referente ao ano de 1987, incidindo corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria\n9 de 10 Avenida Pelotas, 134 \u2013 Fone/Fax (53) 3201-5969 - Rio Grande/RS\ne-mail jader.iraja@gmail.com \u2013 lizirenata@hotmal.com\n\n\fESCRIT\u00d3RIO DE ADVOCACIA\nJader Iraj\u00e1 Monteiro Silva\nOAB/RS n\u00ba 9 5 .1 1 2\n___________________________________________________________________________________________________________\n\ne juros morat\u00f3rios desde a passagem para a inatividade (mora ex re), de acordo com o art. 397 do c\u00f3digo C\u00edvel, entre outros encargos legais.\n\nb) a cita\u00e7\u00e3o da Uni\u00e3o Federal atrav\u00e9s da Advocacia-Geral da Uni\u00e3o (AGU), seu representante legal, para, querendo, contestar a presente a\u00e7\u00e3o, no prazo legal, sob pena de revelia, com os seus efeitos legais, sendo ao final julgada procedente a pretens\u00e3o autoral;\n\nc) a cita\u00e7\u00e3o da Procuradoria da Fazenda Nacional relativamente ao pedido de n\u00e3o incid\u00eancia tribut\u00e1ria;\n\ncustas;\n\nd) a condena\u00e7\u00e3o da parte r\u00e9 nos \u00f4nus sucumbenciais e eventuais\n\ne) cumulativamente, declarar a n\u00e3o incid\u00eancia de imposto de renda sobre os valores indenizados; e\n\nf) que seja concedido o benef\u00edcio da gratuidade da justi\u00e7a (AJG).\n\nProtesta por todos os meios de provas em direito admitidos, especialmente testemunhal, documental, pericial.\n\nmil reais).\n\nD\u00e1-se \u00e0 causa, para efeitos fiscais, o valor de R$ 15.000,00 (quinze\n\nNesses termos, pede e espera deferimento.\n\nRio Grande, 29 de janeiro de 2016.\np.p. Jader Iraj\u00e1 Monteiro Silva\nOAB 95.112\np.p. Liziane Renata Borges Duarte\nOAB 47E267\n10 de 10 Avenida Pelotas, 134 \u2013 Fone/Fax (53) 3201-5969 - Rio Grande/RS\ne-mail jader.iraja@gmail.com \u2013 lizirenata@hotmal.com\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 5 (C\u00edvel) - IdDocumentoCompleto: 5000719-46.2018.4.04.7103-711521293431939811299371661216", "text": "EXMO.(A) SR. (A) DR. (A) JUIZ(A) FEDERAL DA ____VARA DA SUBSE\u00c7\u00c3O JUDICI\u00c1RIA DE URUGUAIANA/RS\nELIZETE GON\u00c7ALVES BRUM, brasileira(o), funcion\u00e1ria(o) p\u00fablica(o), portador do RG n.\u00ba 5029414017 e do CPF n.\u00ba 808.220.450-87, residente e domiciliada(o) na Avenida Presidente Vargas, n.\u00ba 4227, Bairro Santana, Uruguaiana/RS, por seus procuradores judiciais, vem, respeitosamente \u00e0 presen\u00e7a de Vossa Excel\u00eancia propor a presente A\u00c7\u00c3O DECLARAT\u00d3RIA DE INEXIST\u00caNCIA DE RELA\u00c7\u00c3O JUR\u00cdDICO-TRIBUT\u00c1RIA C/C REPETI\u00c7\u00c3O DE IND\u00c9BITO COM PEDIDO DE ANTECIPA\u00c7\u00c3O DE TUTELA, com fulcro no Art. 4\u00ba, I, CPC e Art. 165 CTN, contra UNI\u00c3O FEDERAL, pessoa jur\u00eddica de direito p\u00fablico, na pessoa de seu Procurador Judicial lotado nesta circunscri\u00e7\u00e3o judici\u00e1ria, pelos seguintes fatos e fundamentos:\nDOS FATOS A parte autora \u00e9 funcion\u00e1ria do Munic\u00edpio de Uruguaiana/RS pelo\nregime estatut\u00e1rio desde 08/05/2014, estando com contrato em vigor at\u00e9 a presente data, conforme c\u00f3pia do Contracheque inclusa.\nOcorre que, desde o inicio do contrato de trabalho vem sendo procedida a reten\u00e7\u00e3o/desconto das contribui\u00e7\u00f5es previdenci\u00e1rias levando em considera\u00e7\u00e3o, para o sal\u00e1rio contribui\u00e7\u00e3o, indiscriminadamente tanto as verbas\nP\u00e1gina 1 de 11\n\n\fde car\u00e1ter salarial como as de car\u00e1ter indenizat\u00f3rio/transit\u00f3rias, tais como, f\u00e9rias com 1/3, horas extras e gratifica\u00e7\u00e3o natalina.\nInobstante, a utiliza\u00e7\u00e3o das verbas como f\u00e9rias com 1/3, horas extras e gratifica\u00e7\u00e3o natalina para apura\u00e7\u00e3o do valor das contribui\u00e7\u00f5es previdenci\u00e1rias, a autarquia federal n\u00e3o vem procedendo a inclus\u00e3o de tais parcelas na apura\u00e7\u00e3o do sal\u00e1rio benef\u00edcio dos servidores, quando da concess\u00e3o de benef\u00edcios previdenci\u00e1rios, estando criando fonte de custeio sem a contrapartida de benef\u00edcio direto ao contribuinte, estando havendo assim confisco de sal\u00e1rio da parte autora.\nOra, tal situa\u00e7\u00e3o n\u00e3o se pode admitir, haja vista que somente as verbas de car\u00e1ter salarial devem integrar o sal\u00e1rio contribui\u00e7\u00e3o do segurado, conforme ficar\u00e1 demonstrado a seguir.\nDO DIREITO A Constitui\u00e7\u00e3o Federal de 1988 prev\u00ea, em seu artigo 195, que a\nSeguridade Social ser\u00e1 financiada por toda a sociedade, pelos trabalhadores e demais segurados da previd\u00eancia social, conforme disciplina o inciso II do referido diploma legal.\nNesse passo, a Lei 8.212/91, que disp\u00f5e sobre a Organiza\u00e7\u00e3o da Seguridade Social, em seu artigo 28, regulamenta os termos em que o seus segurados ir\u00e3o contribuir para a Previd\u00eancia Social, por meio do sal\u00e1rio de contribui\u00e7\u00e3o, nos seguintes termos:\n\u201cArt. 28. Entende-se por sal\u00e1rio-de-contribui\u00e7\u00e3o: I - para o empregado e trabalhador avulso: a remunera\u00e7\u00e3o auferida em uma ou mais empresas, assim entendida a totalidade dos rendimentos pagos, devidos ou\nP\u00e1gina 2 de 11\n\n\fcreditados a qualquer t\u00edtulo, durante o m\u00eas, destinados a retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de utilidades e os adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer pelos servi\u00e7os efetivamente prestados, quer pelo tempo \u00e0 disposi\u00e7\u00e3o do empregador ou tomador de servi\u00e7os nos termos da lei ou do contrato ou, ainda, de conven\u00e7\u00e3o ou acordo coletivo de trabalho ou senten\u00e7a normativa;\u201d(grifado).\nCom isso, verifica-se que os trabalhadores contribuir\u00e3o de acordo com seu sal\u00e1rio de contribui\u00e7\u00e3o onde ser\u00e1 considerada o total da remunera\u00e7\u00e3o percebida pelo trabalhador, levando em conta apenas as verbas de car\u00e1ter salarial \u201cdestinadas a retribuir o trabalho\u201d.\nAssim sendo, impende destacar que apenas as verbas salariais ser\u00e3o consideradas, excluindo-se, por sua vez, as verbas de car\u00e1ter indenizat\u00f3rias e/ou transit\u00f3rias. Em outras palavras, para efeitos de sal\u00e1rio de contribui\u00e7\u00e3o somente ser\u00e3o consideradas as verbas relacionadas diretamente com a contrapresta\u00e7\u00e3o pelo servi\u00e7o prestado.\nNesse sentido, apresenta-se o rol do par\u00e1grafo 9\u00ba do artigo supratranscrito, no qual elenca, de maneira exemplificativa, as verbas salariais de car\u00e1ter indenizat\u00f3rio que n\u00e3o integram o sal\u00e1rio de contribui\u00e7\u00e3o:\n\u201c\u00a7 9\u00ba N\u00e3o integram o sal\u00e1rio-de-contribui\u00e7\u00e3o para os fins desta Lei, exclusivamente: a) os benef\u00edcios da previd\u00eancia social, nos termos e limites legais, salvo o sal\u00e1riomaternidade; b) as ajudas de custo e o adicional mensal recebidos pelo aeronauta nos termos da Lei n\u00ba 5.929, de 30 de outubro de 1973; c) a parcela \"in natura\" recebida de acordo com os programas de alimenta\u00e7\u00e3o aprovados pelo Minist\u00e9rio do Trabalho e da Previd\u00eancia Social, nos termos da Lei n\u00ba 6.321, de 14 de abril de 1976; d) as import\u00e2ncias recebidas a t\u00edtulo de f\u00e9rias indenizadas e respectivo adicional constitucional, inclusive o valor correspondente \u00e0 dobra da remunera\u00e7\u00e3o de f\u00e9rias de que trata o art. 137 da Consolida\u00e7\u00e3o das Leis do Trabalho-CLT; e) as import\u00e2ncias:\nP\u00e1gina 3 de 11\n\n\f1. previstas no inciso I do art. 10 do Ato das Disposi\u00e7\u00f5es Constitucionais Transit\u00f3rias;\n2. relativas \u00e0 indeniza\u00e7\u00e3o por tempo de servi\u00e7o, anterior a 5 de outubro de 1988, do empregado n\u00e3o optante pelo Fundo de Garantia do Tempo de Servi\u00e7oFGTS;\n3. recebidas a t\u00edtulo da indeniza\u00e7\u00e3o de que trata o art. 479 da CLT; 4. recebidas a t\u00edtulo da indeniza\u00e7\u00e3o de que trata o art. 14 da Lei n\u00ba 5.889, de 8 de junho de 1973; 5. recebidas a t\u00edtulo de incentivo \u00e0 demiss\u00e3o; 6. recebidas a t\u00edtulo de abono de f\u00e9rias na forma dos arts. 143 e 144 da CLT; 7. recebidas a t\u00edtulo de ganhos eventuais e os abonos expressamente desvinculados do sal\u00e1rio; 8. recebidas a t\u00edtulo de licen\u00e7a-pr\u00eamio indenizada; 9. recebidas a t\u00edtulo da indeniza\u00e7\u00e3o de que trata o art. 9\u00ba da Lei n\u00ba 7.238, de 29 de outubro de 1984; f) a parcela recebida a t\u00edtulo de vale-transporte, na forma da legisla\u00e7\u00e3o pr\u00f3pria; g) a ajuda de custo, em parcela \u00fanica, recebida exclusivamente em decorr\u00eancia de mudan\u00e7a de local de trabalho do empregado, na forma do art. 470 da CLT; h) as di\u00e1rias para viagens, desde que n\u00e3o excedam a 50% (cinq\u00fcenta por cento) da remunera\u00e7\u00e3o mensal; i) a import\u00e2ncia recebida a t\u00edtulo de bolsa de complementa\u00e7\u00e3o educacional de estagi\u00e1rio, quando paga nos termos da Lei n\u00ba 6.494, de 7 de dezembro de 1977; j) a participa\u00e7\u00e3o nos lucros ou resultados da empresa, quando paga ou creditada de acordo com lei espec\u00edfica; l) o abono do Programa de Integra\u00e7\u00e3o Social-PIS e do Programa de Assist\u00eancia ao Servidor P\u00fablico-PASEP; m) os valores correspondentes a transporte, alimenta\u00e7\u00e3o e habita\u00e7\u00e3o fornecidos pela empresa ao empregado contratado para trabalhar em localidade distante da de sua resid\u00eancia, em canteiro de obras ou local que, por for\u00e7a da atividade, exija deslocamento e estada, observadas as normas de prote\u00e7\u00e3o estabelecidas pelo Minist\u00e9rio do Trabalho; n) a import\u00e2ncia paga ao empregado a t\u00edtulo de complementa\u00e7\u00e3o ao valor do aux\u00edlio-doen\u00e7a, desde que este direito seja extensivo \u00e0 totalidade dos empregados da empresa; o) as parcelas destinadas \u00e0 assist\u00eancia ao trabalhador da agroind\u00fastria canavieira, de que trata o art. 36 da Lei n\u00ba 4.870, de 1\u00ba de dezembro de 1965; p) o valor das contribui\u00e7\u00f5es efetivamente pago pela pessoa jur\u00eddica relativo a programa de previd\u00eancia complementar, aberto ou fechado, desde que dispon\u00edvel \u00e0 totalidade de seus empregados e dirigentes, observados, no que couber, os arts. 9\u00ba e 468 da CLT; q) o valor relativo \u00e0 assist\u00eancia prestada por servi\u00e7o m\u00e9dico ou odontol\u00f3gico, pr\u00f3prio da empresa ou por ela conveniado, inclusive o reembolso de despesas com medicamentos, \u00f3culos, aparelhos ortop\u00e9dicos, despesas m\u00e9dico-hospitalares e outras similares, desde que a cobertura abranja a totalidade dos empregados e dirigentes da empresa;\nP\u00e1gina 4 de 11\n\n\fr) o valor correspondente a vestu\u00e1rios, equipamentos e outros acess\u00f3rios fornecidos ao empregado e utilizados no local do trabalho para presta\u00e7\u00e3o dos respectivos servi\u00e7os; s) o ressarcimento de despesas pelo uso de ve\u00edculo do empregado e o reembolso creche pago em conformidade com a legisla\u00e7\u00e3o trabalhista, observado o limite m\u00e1ximo de seis anos de idade, quando devidamente comprovadas as despesas realizadas; t) o valor relativo a plano educacional, ou bolsa de estudo, que vise \u00e0 educa\u00e7\u00e3o b\u00e1sica de empregados e seus dependentes e, desde que vinculada \u00e0s atividades desenvolvidas pela empresa, \u00e0 educa\u00e7\u00e3o profissional e tecnol\u00f3gica de empregados, nos termos da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, e:\n1. n\u00e3o seja utilizado em substitui\u00e7\u00e3o de parcela salarial; e 2. o valor mensal do plano educacional ou bolsa de estudo, considerado individualmente, n\u00e3o ultrapasse 5% (cinco por cento) da remunera\u00e7\u00e3o do segurado a que se destina ou o valor correspondente a uma vez e meia o valor do limite m\u00ednimo mensal do sal\u00e1rio-de-contribui\u00e7\u00e3o, o que for maior; u) a import\u00e2ncia recebida a t\u00edtulo de bolsa de aprendizagem garantida ao adolescente at\u00e9 quatorze anos de idade, de acordo com o disposto no art. 64 da Lei n\u00ba 8.069, de 13 de julho de 1990; v) os valores recebidos em decorr\u00eancia da cess\u00e3o de direitos autorais; x) o valor da multa prevista no \u00a7 8\u00ba do art. 477 da CLT. y) o valor correspondente ao vale-cultura.\u201d(grifado).\nDesse modo, vislumbra-se claramente que a verba salarial n\u00e3o se\nconfunde com a verba indenizat\u00f3ria e/ou transit\u00f3ria, raz\u00e3o pela qual deve ser\nexclu\u00eddo do c\u00e1lculo do sal\u00e1rio de contribui\u00e7\u00e3o os valores percebidos a t\u00edtulo de\nhoras extras, gratifica\u00e7\u00e3o natalina, f\u00e9rias com adicional de 1/3 entre outros\nadicionais, uma vez que se trata de verbas de car\u00e1ter\ncompensat\u00f3rio/indenizat\u00f3rio, n\u00e3o sendo um ganho habitual, isto \u00e9, que n\u00e3o\ns\u00e3o capazes de incorporar ao sal\u00e1rio.\nEsse \u00e9 o entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Superior\nTribunal de Justi\u00e7a (STJ):\nAGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. CONTRIBUI\u00c7\u00c3O PREVIDENCI\u00c1RIA SOBRE AS HORAS EXTRAS E O TER\u00c7O DE F\u00c9RIAS. IMPOSSIBILIDADE. PRECEDENTES. Esta Corte fixou entendimento no sentido que somente as parcelas incorpor\u00e1veis ao sal\u00e1rio do servidor sofrem a incid\u00eancia da contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria. Agravo Regimental a que se nega provimento.\nP\u00e1gina 5 de 11\n\n\f(AgRg no AI 727.958/MG, Rel. MINISTRO EROS GRAU, SEGUNDA TURMA, DJ 27/02/2009). (grifado).\nAGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDIN\u00c1RIO. CONTRIBUI\u00c7\u00c3O SOCIAL INCIDENTE SOBRE O ABONO DE INCENTIVO \u00c0 PARTICIPA\u00c7\u00c3O EM REUNI\u00d5ES PEDAG\u00d3GICAS. IMPOSSIBILIDADE. Somente as parcelas incorpor\u00e1veis ao sal\u00e1rio do servidor sofrem a incid\u00eancia da contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria. Agravo regimental a que se nega provimento. (AgRg no RE 589.441/MG, rel. MINISTRO EROS GRAU, SEGUNDA TURMA, DJ 06/02/2009). (grifado).\nAgravo regimental em recurso extraordin\u00e1rio. 2. Prequestionamento. Ocorr\u00eancia. 3. Servidores p\u00fablicos federais. Incid\u00eancia de contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria. F\u00e9rias e horas extras. Verbas indenizat\u00f3rias. Impossibilidade. 4. Agravo regimental a que se nega provimento. (RE 545.317/DF, Rel. MINISTRO GILMAR MENDES, SEGUNDA TURMA, DJ 14/03/2008). (grifado).\nAGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. CONTRIBUI\u00c7\u00c3O SOCIAL INCIDENTE SOBRE O TER\u00c7O CONSTITUCIONAL DE F\u00c9RIAS. IMPOSSIBILIDADE. Somente as parcelas incorpor\u00e1veis ao sal\u00e1rio do servidor sofrem a incid\u00eancia da contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria. Agravo regimental a que se nega provimento. (AI 603.537/DF, Rel. MINISTRO EROS GRAU, SEGUNDA TURMA, DJ 30/03/2007). (grifado).\nTRIBUT\u00c1RIO. CONTRIBUI\u00c7\u00c3O PREVIDENCI\u00c1RIA SOBRE ADICIONAL DE F\u00c9RIAS. N\u00c3O-INCID\u00caNCIA. POSICIONAMENTO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. PRECEITOS FEDERAIS N\u00c3OPREQUESTIONADOS. S\u00daMULA 211/STJ. EXAME DE DISPOSITIVOS CONSTITUCIONAIS. IMPOSSIBILIDADE. COMPET\u00caNCIA DO STF. 1. Dispositivos de lei federal n\u00e3o-prequestionados. S\u00famula 211/STJ. 2. A esta Corte n\u00e3o cabe examinar mat\u00e9ria constitucional, sob pena de usurpa\u00e7\u00e3o de compet\u00eancia expressamente atribu\u00edda pela Constitui\u00e7\u00e3o Federal ao STF. 3. Caso concreto em que o recorrente vindica, t\u00e3o-somente, a exclus\u00e3o da contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria sobre o adicional de f\u00e9rias. 4. In\u00fameros julgados oriundos das Primeira e Segunda Turmas deste STJ assentam-se na linha de que o acr\u00e9scimo de 1/3 sobre a remunera\u00e7\u00e3o de f\u00e9rias, direito assegurado pela Constitui\u00e7\u00e3o aos empregados e aos servidores p\u00fablicos, integra o conceito de remunera\u00e7\u00e3o, sujeitando-se \u00e0 contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria. Precedentes: Resp 805.072/PE, Rel. Min. Luiz Fux, DJ 15/02/2007; REsp 512848/RS, Ministro Teori Albino Zavascki, Primeira Turma, DJ 28.09.2006;\nP\u00e1gina 6 de 11\n\n\fRMS 19.687/DF, Rel. Min. Jos\u00e9 Delgado, Primeira Turma, DJ 23.11.2006; REsp 676.294/DF, Rel. p/ Ac\u00f3rd\u00e3o Min. Teori Albino Zavascki, DJ 13.11.2006. E as decis\u00f5es monocr\u00e1ticas: Resp 971.020/RS, Rel. Min. Herman Benjamin, DJ 1\u00ba/7/2008; RMS 18.870/DF, Rel. Min. Humberto Martins, DJ 23/06/2008. 5. Por outro lado, o Supremo Tribunal Federal vem externando o posicionamento pelo afastamento da contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria sobre o adicional de f\u00e9rias sob o fundamento de que somente as parcelas incorpor\u00e1veis ao sal\u00e1rio do servidor devem sofrer a sua incid\u00eancia. Precedentes: AgRgRE 545.317-1/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJ 14/03/2008; AgRgRE 389.903/DF, Rel. Min. Eros Grau, DJ 05/05/2006. E as decis\u00f5es monocr\u00e1ticas: AI 715.335/MG, Rel. Min. Carmen L\u00facia, DJ 13/06/2008; RE 429.917/TO, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, DJ 29/05/2007. Do STJ: Resp 786.988/DF, Rel. Min. Castro Meira, DJ 06/04/2006; Resp 489.279/DF, Rel. Min. Franciulli Netto, DJ 11/04/2005; Resp 615.618/SC, Rel. Min. Francisco Falc\u00e3o, DJ 27/03/2006. 6. Nesse contexto, e com vistas no entendimento externado pelo colendo STF, o inconformismo deve ter \u00eaxito para se declarar a n\u00e3o-incid\u00eancia da contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria sobre o adicional de f\u00e9rias. 7. Recurso especial parcialmente conhecido e, nessa parte, provido. (REsp 719355 / SC RECURSO ESPECIAL 2005/0012022-7, Relator Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, Segunda Turma, DJe 17/10/2008). (grifado).\nTRIBUT\u00c1RIO. RECURSO ESPECIAL. TER\u00c7O CONSTITUCIONAL DE F\u00c9RIAS. CONTRIBUI\u00c7\u00c3O PREVIDENCI\u00c1RIA. N\u00c3O INCID\u00caNCIA. 1. O sistema previdenci\u00e1rio vigente, a partir da Emenda Constitucional n.\u00ba 20/98, encontra-se fundado em base rigorosamente contributiva e atuarial, o que implica equival\u00eancia entre o ganho na ativa e os proventos recebidos durante a inatividade. 2. \u00c9 defeso ao servidor inativo perceber proventos superiores \u00e0 respectiva remunera\u00e7\u00e3o no cargo efetivo em que se deu a aposenta\u00e7\u00e3o. Pela mesma raz\u00e3o, n\u00e3o deve incidir contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria sobre fun\u00e7\u00f5es comissionadas, j\u00e1 que os valores assim recebidos, a partir da Lei n.\u00ba 9.527/97, n\u00e3o se incorporam aos proventos de aposentadoria. Precedentes. 3. Igualmente, n\u00e3o incide contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria sobre valores, ainda que permanentes, que n\u00e3o se incorporam aos proventos de aposentadoria, como o ter\u00e7o constitucional de f\u00e9rias. Precedentes. 4. Recurso especial provido. (Resp 786.988/DF, Rel. Min. Castro Meira, DJ 06/04/2006). (grifado).\nRECURSO ESPECIAL - AL\u00cdNEA \"A\" \u2013 CONTRIBUI\u00c7\u00c3O PREVIDENCI\u00c1RIA - SERVIDORES P\u00daBLICOS FEDERAIS ADICIONAL DE F\u00c9RIAS - FUN\u00c7\u00c3O COMISSIONADA E OUTROS ADICIONAIS - N\u00c3O-INCLUS\u00c3O NA BASE DE C\u00c1LCULO DA CONTRIBUI\u00c7\u00c3O - EMENDA CONSTITUCIONAL N. 20/98 - LEI N. 9.783/99 - PRECEDENTES DAS 1\u00aa E 2\u00aa TURMAS - GRATIFICA\u00c7\u00c3O\nP\u00e1gina 7 de 11\n\n\fNATALINA - INTEGRA O SAL\u00c1RIO-DE-CONTRIBUI\u00c7\u00c3O - VERBA A SER PERCEBIDA NA APOSENTA\u00c7\u00c3O. - O arcabou\u00e7o previdenci\u00e1rio vigente est\u00e1 esteado em bases rigorosamente atuariais, de sorte que, se n\u00e3o houve lament\u00e1veis distor\u00e7\u00f5es, deve haver sempre equival\u00eancia entre o ganho na ativa e os proventos e as pens\u00f5es da inatividade. Se \u00e9 certo que, no ensejo da aposentadoria, n\u00e3o ser\u00e1 percebida a retribui\u00e7\u00e3o auferida na ativa concernente ao exerc\u00edcio de cargo em comiss\u00e3o, n\u00e3o faz o menor sentido que sobre o percebido, a t\u00edtulo de fun\u00e7\u00e3o gratificada, incida o percentual relativo \u00e0 contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria. Precedentes da Se\u00e7\u00e3o de P\u00fablico: ROMS 12.686/DF, Relatora Min. Eliana Calmon, DJU 05.08.2002; RMS 12.455-MA, deste Relator, DJ 12/5/2003, e ROMS 12.590/DF, Relator Min. Milton Luiz Pereira, DJU 17.06.2002. O mesmo racioc\u00ednio se aplica em rela\u00e7\u00e3o a outros valores elencados no v. ac\u00f3rd\u00e3o recorrido, quais sejam, o ter\u00e7o de f\u00e9rias constitucional, horas extras e outros adicionais, desde que n\u00e3o integrem a ser percebida pelo servidor quando da aposentadoria, ao contr\u00e1rio do que restou decidido pela egr\u00e9gia Corte a quo. Excetua-se, logicamente, a gratifica\u00e7\u00e3o natalina, que integrar\u00e1 a base de c\u00e1lculo para fins de incid\u00eancia da contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria, uma vez que o d\u00e9cimo terceiro sal\u00e1rio continuar\u00e1 a ser percebido na inatividade. Precedente: ROMS 14.346/DF, Rel. Ministro Francisco Pe\u00e7anha Martins, DJU 28.06.2004. Recurso especial provido em parte, para afastar a incid\u00eancia da contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria sobre o ter\u00e7o de f\u00e9rias constitucional, horas extras e outros adicionais, desde que n\u00e3o integrem a verba a ser percebida pelo servidor quando da aposentadoria. (Resp 489.279/DF, Rel. Min. Franciulli Netto, DJ 11/04/2005). (grifado).\nSinale-se que, conforme pode ser observado no hist\u00f3rico salarial em\nanexo, desde o inicio do contrato de trabalho foram efetuados os descontos\nreferentes a contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria sobre o adicional de f\u00e9rias mediante a\nrubrica \u201c527-INSS (Fer. M\u00eas)\u201d, bem como sobre as gratifica\u00e7\u00f5es natalinas e\nhoras extras percebidas durante a contratualidade.\nDiante disso, deve ser retificado expressamente o valor do sal\u00e1rio de\ncontribui\u00e7\u00e3o referente \u00e0 contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria, excluindo-se, assim, as\nverbas de car\u00e1ter indenizat\u00f3rias e/ou transit\u00f3rias, dentre elas, as f\u00e9rias com o\nadicional de f\u00e9rias, as gratifica\u00e7\u00f5es natalinas e horas extras percebidas durante\na contratualidade, levando-se em considera\u00e7\u00e3o apenas as verbas de cunho\nsalarial.\nP\u00e1gina 8 de 11\n\n\fSustenta-se o pedido na viola\u00e7\u00e3o do artigo 195, \u00a7 5\u00ba da CF/88, na medida em que o tributo deve ser calculado sobre os valores que n\u00e3o integrar\u00e3o os proventos que ser\u00e3o devidos \u00e0 parte autora durante sua inatividade ou auxilio previdenci\u00e1rio, n\u00e3o havendo raz\u00e3o nem legalidade na cria\u00e7\u00e3o de fonte de custeio com confisco de parte do sal\u00e1rio da parte autora sem contrapartida de benef\u00edcio direto ao contribuinte.\nPor fim, deve, ainda, a autarquia R\u00e9 ser condenada a restituir os valores arrecadados indevidamente nos \u00faltimos 10 (dez) anos, acrescidos de juros e corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria.\nPortanto, resta demonstrado que houve excesso de arrecada\u00e7\u00e3o de contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria durante todo o contrato de trabalho da parte autora.\nDA ANTECIPA\u00c7\u00c3O DE TUTELA Pelos contracheques inclusos resta demonstrada a reten\u00e7\u00e3o de parte do\nsal\u00e1rio da autora, que vem sendo procedida pelo empregador em raz\u00e3o da exig\u00eancia da Demandada e, considerando a natureza alimentar das referidas parcelas, bem como que tais valores n\u00e3o integrar\u00e3o os proventos que ser\u00e3o devidos \u00e0 parte autora durante sua inatividade ou auxilio previdenci\u00e1rio, resta demonstrada a verossimilhan\u00e7a das alega\u00e7\u00f5es e os danos de dif\u00edcil repara\u00e7\u00e3o, raz\u00e3o pela qual postula a concess\u00e3o de antecipa\u00e7\u00e3o de tutela para efeito de determinar \u00e0 Demandada, nas parcelas vincendas, a efetuar os descontos a t\u00edtulo de contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria, considerando apenas as verbas de car\u00e1ter salarial no c\u00e1lculo do sal\u00e1rio de contribui\u00e7\u00e3o, excluindo-se as verbas de car\u00e1ter indenizat\u00f3rio, tais como, o adicional de f\u00e9rias e as gratifica\u00e7\u00f5es\nP\u00e1gina 9 de 11\n\n\fnatalinas percebidas durante a contratualidade, com intima\u00e7\u00e3o do empregador da parte autora.\nDOS PEDIDOS Ante o exposto, o Autor requer a Vossa Excel\u00eancia:\na) a concess\u00e3o de antecipa\u00e7\u00e3o dos efeitos da tutela requerida, para efeitos de proceder a retifica\u00e7\u00e3o do c\u00e1lculo do salario de contribui\u00e7\u00e3o das compet\u00eancias vincendas e efetuar os descontos a t\u00edtulo de contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria, considerando apenas as verbas de car\u00e1ter salarial no c\u00e1lculo do sal\u00e1rio de contribui\u00e7\u00e3o, excluindo-se as verbas de car\u00e1ter indenizat\u00f3rios, tais como, o adicional de f\u00e9rias e as gratifica\u00e7\u00f5es natalinas percebidas durante a contratualidade, com intima\u00e7\u00e3o do empregador da parte autora;\nb) o julgamento procedente do pedido, confirmando a tutela anteriormente concedida, para fins de que sejam consideradas apenas as verbas de car\u00e1ter salarial no c\u00e1lculo do sal\u00e1rio de contribui\u00e7\u00e3o, nas parcelas vencidas e vincendas, excluindo-se as verbas de car\u00e1ter indenizat\u00f3rios, tais como, o adicional de f\u00e9rias e as gratifica\u00e7\u00f5es natalinas percebidas durante a contratualidade, levando-se em considera\u00e7\u00e3o apenas as verbas de cunho salarial;\nc) a condena\u00e7\u00e3o da autarquia R\u00e9 a restituir os valores arrecadados indevidamente, acrescidos de juros e corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria;\nd) a cita\u00e7\u00e3o da autarquia R\u00e9, por meio de sua Procuradoria Seccional, para fazer-se representar, oferecendo a defesa que quiser, sob pena de sofrer os efeitos da revelia e confiss\u00e3o quanto a mat\u00e9ria de fato, condenando-o P\u00e1gina 10 de 11\n\n\fna forma do pedido, mais custas processuais e honor\u00e1rios assistenciais, acrescidos de juros e corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria;\ne) a concess\u00e3o do beneficio da Assist\u00eancia Judici\u00e1ria Gratuita, por tratar-se de pessoa de parcos recursos, conforme Declara\u00e7\u00e3o de Pobreza em anexo a Procura\u00e7\u00e3o;\nf) protesta por todos os meios de provas em Direito admitidos;\ng) o procurador do Autor receber\u00e1 as notifica\u00e7\u00f5es na Rua Flores da Cunha, 2676, Sala 803, Cep:97502-732.\n\nD\u00c1-SE A CAUSA O VALOR PROVIS\u00d3RIO DE R$ 52.800,00. Nestes Termos, P. Deferimento.\nUruguaiana, 17 de Mar\u00e7o de 2018.\n\nRaul Thevenet Paiva OAB/RS 48.877\n\nLuiz Gustavo Mena Barreto Paiva OAB/RS 60.375\n\nP\u00e1gina 11 de 11\n\n\f" } ], "similar_texts_federais_solon": [ { "header": "Texto Similar 1 (Solon) - IdDocumentoCompleto: 5021470-88.2017.4.04.7200-721507646717787800210176248209", "text": "EXCELENT\u00cdSSIMO (A) JUIZ (A) FEDERAL DA __ VARA FEDERAL DE FLORIAN\u00d3POLIS\n\u00c1VILA MARIA SCHMITT DA SILVA, brasileira, casada, servidora p\u00fablica federal aposentada, matr\u00edcula SIAPE n\u00ba 8576139, portadora no RG n\u00ba 1/R-1.255633, inscrita no CPF sob o n\u00ba 458.54909-30, residente e domiciliada na Rua Bigua\u00e7u, n\u00ba 297, bairro S\u00e3o Jos\u00e9, Florian\u00f3polis, Santa Catarina, CEP 88110550, endere\u00e7o eletr\u00f4nico avila.silva@agu.gov.br, vem perante Vossa Excel\u00eancia, por interm\u00e9dio de seus procuradores (instrumento de mandato anexo), com escrit\u00f3rio profissional no endere\u00e7o abaixo qualificado, onde recebe intima\u00e7\u00f5es e notifica\u00e7\u00f5es, com fulcro no art. 319 do C\u00f3digo de Processo Civil, propor\nA\u00c7\u00c3O DECLARAT\u00d3RIA E CONDENAT\u00d3RIA\nem face da UNI\u00c3O FEDERAL, representada pela Advocacia-Geral da Uni\u00e3o em Santa Catarina, com endere\u00e7o na servid\u00e3o Nossa Senhora de Lourdes, 110, Agron\u00f4mica, Florian\u00f3polis, Santa Catarina, CEP 88025-220, endere\u00e7o eletr\u00f4nico gabinete.pusc@agu.gov.br, pelas raz\u00f5es de fato e de direito a seguir expostas.\nOS FATOS A parte autora \u00e9 servidora p\u00fablica federal, vinculada \u00e0 Advocacia-Geral da\nUni\u00e3o \u2013 AGU. Conforme o extrato emitido pelo sistema de frequ\u00eancia da AGU em\nanexo, a parte autora teve que se afastar de suas fun\u00e7\u00f5es para tratamento de sa\u00fade do per\u00edodo de 12/01/2014 a 15/05/2015, motivo pelo qual n\u00e3o pode gozar de suas f\u00e9rias referente ao exerc\u00edcio previsto, programadas para os per\u00edodos de 20/01/2014 a 07/02/2014 (19 dias) e 21/07/2014 at\u00e9 31/07/2014 (11 dias).\nCom efeito, em 28 de mar\u00e7o de 2017, requereu o pagamento da indeniza\u00e7\u00e3o referente \u00e0s f\u00e9rias n\u00e3o usufru\u00eddas.\n1\n\n\fEm resposta ao requerimento, a Advocacia-Geral da Uni\u00e3o, por meio da Nota T\u00e9cnica n\u00ba 00001/2017/SEREF/SGA/AGU, datada de 08/05/2017, indeferiu o pedido de indeniza\u00e7\u00e3o das f\u00e9rias n\u00e3o usufru\u00eddas no per\u00edodo concessivo de 2014, alegando que a legisla\u00e7\u00e3o vedaria acumula\u00e7\u00e3o de f\u00e9rias para o exerc\u00edcio seguinte.\nDessa forma, a parte autora aju\u00edza a presente a\u00e7\u00e3o para ver reconhecido seu direito ao pagamento de indeniza\u00e7\u00e3o devida em raz\u00e3o do n\u00e3o gozo de f\u00e9rias.\nCONCESS\u00c3O DA JUSTI\u00c7A GRATUITA Por entender que n\u00e3o possui condi\u00e7\u00f5es de arcar com os custos do\nprocesso sem preju\u00edzo do sustento pr\u00f3prio e de sua fam\u00edlia, a parte autora junta aos autos declara\u00e7\u00e3o de hipossufici\u00eancia e comprovante de renda, a fim de demonstrar que recebe, mensalmente, valor liquido inferior a 10 sal\u00e1rios m\u00ednimos, ou seja, tem rendimento inferior ao considerado pela jurisprud\u00eancia majorit\u00e1ria como o limite para a concess\u00e3o do benef\u00edcio da justi\u00e7a gratuita.\nAssim decide o Tribunal Regional Federal da 4\u00aa Regi\u00e3o: PROCESSUAL CIVIL. IMPUGNA\u00c7\u00c3O \u00c0 ASSIST\u00caNCIA JUDICI\u00c1RIA GRATUITA. RENDIMENTOS MENSAIS COMPAT\u00cdVEIS COM A OUTORGA. DEFERIMENTO. 1. Percebendo a parte-impugnada remunera\u00e7\u00e3o inferiores \u00e0quela adotada como par\u00e2metro para a concess\u00e3o do benef\u00edcio da assist\u00eancia judici\u00e1ria gratuita, qual seja, remunera\u00e7\u00e3o l\u00edquida mensal n\u00e3o superior a dez sal\u00e1rios m\u00ednimos, possui direito a litigar sob seu p\u00e1lio, uma vez que tal patamar \u00e9 reputado presumidamente insuficiente para que a requerente arque com o pagamento das custas e despesas processuais. 2. No total l\u00edquido da remunera\u00e7\u00e3o devem ser considerados eventuais gastos n\u00e3o cogentes com desconto em folha realizados pela servidora, eis que se trata de d\u00e9bitos que n\u00e3o decorrem de imposi\u00e7\u00e3o legal, mas de ato volitivo desta. 3. Se o apelante n\u00e3o apresenta quaisquer elementos concretos que infirmem a alegada condi\u00e7\u00e3o de miserabilidade, reputa-se razo\u00e1vel a pretendida concess\u00e3o do benef\u00edcio da assist\u00eancia judici\u00e1ria. (TRF4, AC 500170389.2011.404.7001, Terceira Turma, Relator p/ Ac\u00f3rd\u00e3o Fernando Quadros da Silva, D.E. 18/04/2013).\nAssim sendo, a parte autora requer que se digne Vossa Excel\u00eancia a conceder a benesse da justi\u00e7a gratuita, dispensando a parte autora do pagamento de quaisquer custas, despesas processuais e emolumentos no curso do processo, assim como verbas honor\u00e1rias, conforme o disposto no art. 98 e seguintes do C\u00f3digo de Processo Civil.\nPara tanto, junta declara\u00e7\u00e3o de hipossufici\u00eancia.\n2\n\n\fO DIREITO LEGISLA\u00c7\u00c3O DE REG\u00caNCIA\nN\u00e3o pode a Administra\u00e7\u00e3o P\u00fablica subtrair o direito pleiteado \u00e0 parte autora, uma vez que Constitui\u00e7\u00e3o Federal, em seu art. 7\u00ba, XVII, combinado com art. 39, \u00a7 3\u00ba, prev\u00ea este direito. Vejamos:\nArt. 7\u00ba S\u00e3o direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, al\u00e9m de outros que visem \u00e0 melhoria de sua condi\u00e7\u00e3o social: [...] XVII - gozo de f\u00e9rias anuais remuneradas com, pelo menos, um ter\u00e7o a mais do que o sal\u00e1rio normal; Art. 39. A Uni\u00e3o, os Estados, o Distrito Federal e os Munic\u00edpios instituir\u00e3o conselho de pol\u00edtica de administra\u00e7\u00e3o e remunera\u00e7\u00e3o de pessoal, integrado por servidores designados pelos respectivos Poderes. \u00a7 3\u00ba Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo p\u00fablico o disposto no art. 7\u00ba, IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII e XXX, podendo a lei estabelecer requisitos diferenciados de admiss\u00e3o quando a natureza do cargo o exigir.\nO direito tamb\u00e9m \u00e9 previsto no art. 77, \u00a7 1\u00ba, da Lei n\u00ba 8.112/1990: Art. 77. O servidor far\u00e1 jus a trinta dias de f\u00e9rias, que podem ser acumuladas, at\u00e9 o m\u00e1ximo de dois per\u00edodos, no caso de necessidade do servi\u00e7o, ressalvadas as hip\u00f3teses em que haja legisla\u00e7\u00e3o espec\u00edfica. \u00a7 1\u00ba Para o primeiro per\u00edodo aquisitivo de f\u00e9rias ser\u00e3o exigidos 12 (doze) meses de exerc\u00edcio. [...] \u00a7 3\u00ba As f\u00e9rias poder\u00e3o ser parceladas em at\u00e9 tr\u00eas etapas, desde que assim requeridas pelo servidor, e no interesse da administra\u00e7\u00e3o p\u00fablica.\nDe acordo com os documentos apresentados em anexo, as f\u00e9rias relativas ao per\u00edodo aquisitivo de 2013 foram divididas em 2 per\u00edodos: de 20/01/2014 a 07/02/2014 (19 dias) e de 21/07/2014 at\u00e9 31/07/2014 (11 dias). Ocorre que a parte autora n\u00e3o conseguiu usufruir dos 2 per\u00edodos de f\u00e9rias em raz\u00e3o de ter se afastado do labor para gozar licen\u00e7a para tratamento de sa\u00fade.\nO PER\u00cdODO DE TRATAMENTO DA PR\u00d3PRIA SA\u00daDE \u00c9 DE EFETIVO EXERC\u00cdCIO PARA FINS DE F\u00c9RIAS\nComo relatado acima, a parte autora n\u00e3o teve condi\u00e7\u00f5es de usufruir dos per\u00edodos de f\u00e9rias a que fazia jus em 2014, pois se encontrava no gozo de licen\u00e7a para tratamento de sa\u00fade e requereu a convers\u00e3o do direito n\u00e3o gozado em indeniza\u00e7\u00e3o.\n3\n\n\fA Lei n\u00ba 8112/1990, em seu art. 102, VIII, b, prev\u00ea que as aus\u00eancias para tratamento da pr\u00f3pria sa\u00fade ser\u00e3o consideradas de efetivo exerc\u00edcio:\nArt. 102. Al\u00e9m das aus\u00eancias ao servi\u00e7o previstas no art. 97, s\u00e3o considerados como de efetivo exerc\u00edcio os afastamentos em virtude de: [...] VIII - licen\u00e7a: [...] b) para tratamento da pr\u00f3pria sa\u00fade, at\u00e9 o limite de vinte e quatro meses, cumulativo ao longo do tempo de servi\u00e7o p\u00fablico prestado \u00e0 Uni\u00e3o, em cargo de provimento efetivo. Nos funestos epis\u00f3dios do ano de 2014, em momento a parte autora agiu de m\u00e1-f\u00e9 ou ilegalmente. Requereu regularmente licen\u00e7as para tratar de sua pr\u00f3pria sa\u00fade. Assim, \u00e9 l\u00edquido e certo o direito de a parte autora a receber os valores correspondentes as f\u00e9rias relativas ao per\u00edodo aquisitivo de 2013 j\u00e1 que n\u00e3o as pode gozar integralmente no correspondente per\u00edodo concessivo.\nA ORIENTA\u00c7\u00c3O NORMATIVA N\u00ba 2, DE 2011, \u00c9 DESPIDA DE PODER NORMATIVO AUT\u00d4NOMO\nA Administra\u00e7\u00e3o P\u00fablica n\u00e3o pode indeferir pedido reconhecido constitucional e legalmente nem valer-se de norma de cunho pr\u00f3prio para tanto. As f\u00e9rias, como j\u00e1 mencionado, t\u00eam seu reconhecimento conferido pelo art. 7\u00ba, XVII, da Constitui\u00e7\u00e3o da Rep\u00fablica e pelo art. 77 e \u00a7\u00a7, da Lei n\u00ba 8.112/1990.\nEstas normas n\u00e3o estabelecem qualquer restri\u00e7\u00e3o para o servidor federal que for obrigado a se afastar do labor por motivo de sa\u00fade, ao contr\u00e1rio, como foi dito, a Lei n\u00ba 8112/1990, no seu art. 102, VIII, b, \u201cexpressamente\u201d estabelece que os lapsos em licen\u00e7a para tratamento da pr\u00f3pria sa\u00fade s\u00e3o considerados de efetivo exerc\u00edcio.\nAssim, ao arrepio da Constitui\u00e7\u00e3o da Rep\u00fablica e da Lei que rege o v\u00ednculo de trabalho dos servidores federais \u2013 Lei n\u00ba 8.112/1990, a parte r\u00e9 n\u00e3o pode subtrair os per\u00edodos de licen\u00e7a para tratamento da pr\u00f3pria sa\u00fade gozados em 2014 do per\u00edodo concessivo de f\u00e9rias.\nA JURISPRUD\u00caNCIA CORROBORA O ENTENDIMENTO DA PARTE AUTORA\n4\n\n\fA jurisprud\u00eancia p\u00e1tria \u00e9 un\u00edssona ao tratar do assunto. \u00c9 o que se conclui ao verificar as decis\u00f5es colacionadas abaixo:\n\nEMBARGOS DECLARAT\u00d3RIOS. CONTRADI\u00c7\u00c3O. OCORR\u00caNCIA. SANEAMENTO. EFEITOS INFRINGENTES. 1. Os embargos de declara\u00e7\u00e3o constituem recurso interposto perante o magistrado ou colegiado prolator da decis\u00e3o, com vistas \u00e0 supress\u00e3o de omiss\u00e3o, contradi\u00e7\u00e3o, obscuridade ou erro material no texto que possa dificultar a exata compreens\u00e3o da manifesta\u00e7\u00e3o judicial, conforme artigo 1.022 do CPC de 2015. Verificada contradi\u00e7\u00e3o no julgado, \u00e9 medida de ordem o saneamento do julgado. 2. Nos termos do art. 63, \u00a73\u00ba, da Lei 6.880/80: \"A concess\u00e3o de f\u00e9rias n\u00e3o \u00e9 prejudicada pelo gozo anterior de licen\u00e7a para tratamento de sa\u00fade, nem por puni\u00e7\u00e3o anterior decorrente de contraven\u00e7\u00e3o ou transgress\u00e3o disciplinar, ou pelo estado de guerra, ou para que sejam cumpridos atos em servi\u00e7o, bem como n\u00e3o anula o direito \u00e0quela licen\u00e7a\". Logo, sendo reconhecido que a licen\u00e7a para tratamento de sa\u00fade n\u00e3o prejudica o direito \u00e0s f\u00e9rias, como estas n\u00e3o foram usufru\u00eddas, deve o demandante fazer jus \u00e0 indeniza\u00e7\u00e3o pelas f\u00e9rias n\u00e3o gozadas. (TRF4 5001976-31.2013.404.7120, TERCEIRA TURMA, Relatora MARGA INGE BARTH TESSLER, juntado aos autos em 14/12/2016).\n\nADMINISTRATIVO. SERVIDOR P\u00daBLICO CIVIL. F\u00c9RIAS N\u00c3O\n\nUSUFRU\u00cdDAS. LICEN\u00c7A PARA TRATAMENTO DE SA\u00daDE.\n\nINDEFERIMENTO ADMINISTRATIVO. REPROGRAMA\u00c7\u00c3O.\n\nACUMULA\u00c7\u00c3O.\n\nPOSSIBILIDADE.\n\nAPOSENTADORIA.\n\nINDENIZA\u00c7\u00c3O. CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA E JUROS. 1. O direito ao\n\ngozo de f\u00e9rias \u00e9 garantido constitucionalmente a todos os\n\ntrabalhadores, n\u00e3o podendo este ser impedido ou restringido em\n\nraz\u00e3o do afastamento do servidor para tratamento de sa\u00fade. 2. A\n\nveda\u00e7\u00e3o de acumula\u00e7\u00e3o das f\u00e9rias reprogramadas contida na\n\nPortaria Normativa fere o princ\u00edpio da legalidade, pois \u00e9 inadmiss\u00edvel\n\nque um ato administrativo possa restringir direitos constitucionais,\n\ncomo \u00e9 o caso do direito \u00e0s f\u00e9rias. Precedentes. 3. A n\u00e3o utiliza\u00e7\u00e3o\n\ndo per\u00edodo de f\u00e9rias a que fazia jus o servidor, desde que existente o\n\ndireito para tanto, gera danos materiais que dever\u00e3o ser ressarcidos\n\npela Administra\u00e7\u00e3o. 4. Diante do quadro de incerteza e considerando\n\nque a discuss\u00e3o envolve apenas quest\u00e3o acess\u00f3ria da lide, deve ser\n\nrelegada para a fase de execu\u00e7\u00e3o a decis\u00e3o acerca dos crit\u00e9rios de\n\natualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e juros a serem aplicados no per\u00edodo posterior\n\n\u00e0 entrada em vigor da Lei 11.960/2009 (per\u00edodo a partir de julho de\n\n2009, inclusive), quando provavelmente a quest\u00e3o j\u00e1 ter\u00e1 sido\n\ndirimida pelos tribunais superiores.\n\n(TRF4 5001556-\n\n58.2015.404.7216, QUARTA TURMA, Relator LU\u00cdS ALBERTO\n\nD'AZEVEDO AURVALLE, juntado aos autos em 23/06/2016).\n\nREMESSA EX-OF\u00cdCIO. SERVIDOR P\u00daBLICO DA CARREIRA DE\n\nMAGIST\u00c9RIO DO DISTRITO FEDERAL. LICEN\u00c7A M\u00c9DICA PARA\n\nTRATAMENTO DE SA\u00daDE. F\u00c9RIAS COLETIVAS. COINCID\u00caNCIA\n\nDE PER\u00cdODOS. DIREITO \u00c0 FRUI\u00c7\u00c3O DE F\u00c9RIAS E AO\n\nRECEBIMENTO\n\nDO\n\nRESPECTIVO\n\nADICIONAL.\n\nRECONHECIMENTO.\n\n5\n\n\fO per\u00edodo em que o servidor p\u00fablico distrital encontrava-se em gozo de licen\u00e7a para tratamento de sa\u00fade deve ser considerado para todos os efeitos, inclusive para contagem de per\u00edodo aquisitivo para concess\u00e3o de f\u00e9rias, especialmente se o per\u00edodo de licen\u00e7a gozado n\u00e3o ultrapassou o limite de vinte e quatro meses previsto no art. 102 da Lei 8112/90 que \u00e9 aplic\u00e1vel, no caso, por for\u00e7a da Lei Distrital n\u00ba 197/91. O direito ao gozo de f\u00e9rias, com o respectivo adicional de 1/3 (um ter\u00e7o), \u00e9 garantia constitucional, que n\u00e3o pode sofrer limita\u00e7\u00e3o por norma de car\u00e1ter infralegal, no caso a Instru\u00e7\u00e3o Normativa n\u00ba 03/2007, da Secretaria de Estado de Planejamento e Gest\u00e3o, devendo, pois, ser reconhecido como devido ao servidor em licen\u00e7a para tratamento de sua sa\u00fade. (TJ-DF, Processo n\u00ba 760069820088070001 DF 007600698.2008.807.0001, Relator Des. NATANAEL CAETANO, Primeira Turma C\u00edvel, Ac\u00f3rd\u00e3o n\u00ba 420.058, Publicado em 11/05/2010, DJ-e P\u00e1g. 68). ADMINISTRATIVO. PROFESSORA. SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCA\u00c7\u00c3O. F\u00c9RIAS N\u00c3O GOZADAS. LICEN\u00c7A PARA TRATAMENTO DE SA\u00daDE. CONVERS\u00c3O DO PER\u00cdODO DE F\u00c9RIAS EM PEC\u00daNIA. Considerando-se que o per\u00edodo em que o servidor encontra-se em gozo de licen\u00e7a m\u00e9dica h\u00e1 de ser computado como sendo de seu efetivo exerc\u00edcio, nos termos do que disp\u00f5e o art. 102, inciso VIII, al\u00ednea \"b\", da Lei n\u00ba 8.112/90, indiscut\u00edvel que a licen\u00e7a m\u00e9dica gozada n\u00e3o pode obstar a frui\u00e7\u00e3o das f\u00e9rias anuais a qualquer tempo. No entanto, comprovado que a Administra\u00e7\u00e3o n\u00e3o oportunizou o gozo das referidas f\u00e9rias e nem o pretende fazer, imp\u00f5e-se a convers\u00e3o do per\u00edodo de f\u00e9rias n\u00e3o gozadas em pec\u00fania, embora a servidora ainda se encontre em atividade. (20080110888914APC, Relator CARMELITA BRASIL, 2\u00aa Turma C\u00edvel, julgado em 23/09/2009, DJ 08/10/2009 p. 61). No mesmo diapas\u00e3o, em decis\u00f5es mais recentes do Tribunal Regional Federal da 4\u00aa Regi\u00e3o, \u00e9 un\u00e2nime o entendimento de que \u00e9 devida a remarca\u00e7\u00e3o de f\u00e9rias em raz\u00e3o de tratamento de sa\u00fade. Vejamos: ADMINISTRATIVO. SERVIDOR P\u00daBLICO. F\u00c9RIAS N\u00c3O USUFRU\u00cdDAS POR MOTIVO DE LICEN\u00c7A. REMARCA\u00c7\u00c3O. POSSIBILIDADE. O direito ao gozo de f\u00e9rias \u00e9 garantido constitucionalmente a todos os trabalhadores, n\u00e3o podendo ser impedido ou restringido em raz\u00e3o de afastamento do servidor. (AC 5010534-86.2012.404.7100/RS, Rel. Des. JO\u00c3O PEDRO GEBRAN NETO, QUARTA TURMA, D.E. 21/11/2012) AGRAVO EM APELA\u00c7\u00c3O C\u00cdVEL. F\u00c9RIAS. ACUMULA\u00c7\u00c3O. REPROGRAMA\u00c7\u00c3O. LICEN\u00c7A PARA TRATAMENTO DE SA\u00daDE. INDEFERIMENTO ADMINISTRATIVO. PRINC\u00cdPIO DA\n6\n\n\fLEGALIDADE. SERVIDOR P\u00daBLICO. PER\u00cdODO AQUISITIVO. PRECEDENTES DA CORTE. DECIS\u00c3O MANTIDA. 1. A exig\u00eancia contida na Portaria n.\u00ba 02/98, determinando que, no caso das f\u00e9rias programadas em que haja coincid\u00eancia com a licen\u00e7a ou afastamento, essas devem ser reprogramadas, sendo vedada a acumula\u00e7\u00e3o para o exerc\u00edcio seguinte, fere o princ\u00edpio da legalidade, pois \u00e9 inadmiss\u00edvel que um ato administrativo possa restringir direitos constitucionais, como \u00e9 o caso do direito \u00e0s f\u00e9rias. 2. Agravo improvido. (Agravo em Apela\u00e7\u00e3o C\u00edvel 5009681-68.2012.404.7200, Rel. Des. CARLOS EDUARDO THOMPSON FLORES LENZ, TERCEIRA TURMA. D.E. 16/11/2012). F\u00c9RIAS. ACUMULA\u00c7\u00c3O. REPROGRAMA\u00c7\u00c3O. LICEN\u00c7A PARA TRATAMENTO DE SA\u00daDE. INDEFERIMENTO ADMINISTRATIVO. PRINC\u00cdPIO DA LEGALIDADE. SERVIDOR P\u00daBLICO. PER\u00cdODO AQUISITIVO. 1. A aus\u00eancia do trabalho por motivo de licen\u00e7a para tratamento de sa\u00fade n\u00e3o retira do servidor o direito de usufruir suas f\u00e9rias mais adiante, no exerc\u00edcio seguinte, ainda que atos normativos disciplinem esta possibilidade apenas no caso de necessidade do servi\u00e7o. 2. \u00c9 inadmiss\u00edvel que um ato administrativo possa restringir direitos constitucionais, como \u00e9 o caso do direito \u00e0s f\u00e9rias. 3. Reexame necess\u00e1rio improvido. (Reexame Necess\u00e1rio C\u00edvel 5000656-02.2010.404.7200, Rel. Des. GUILHERME BELTRAMI, QUARTA TURMA, D.E. 02/08/2011). Face ao exposto, com fundamento na Constitui\u00e7\u00e3o da Rep\u00fablica Federativa do Brasil, na Lei n\u00ba 8.112/1990 e na jurisprud\u00eancia p\u00e1tria, conclu\u00edmos que \u00e9 perfeitamente poss\u00edvel o gozo de f\u00e9rias ap\u00f3s o per\u00edodo em que o servidor gozou licen\u00e7a para tratamento da pr\u00f3pria sa\u00fade, descabendo o desprezo do per\u00edodo desta licen\u00e7a para fins de concess\u00e3o de f\u00e9rias.\nDO VALOR DA CAUSA A parte autora deve ser indenizada em R$ 6.556,62 (sem corre\u00e7\u00e3o), ou\nseja, a soma entre o valor proporcional aos 30 dias de f\u00e9rias n\u00e3o gozados, acrescido do ter\u00e7o de f\u00e9rias, vez que sua remunera\u00e7\u00e3o em dezembro de 2014 perfazia R$ 4.917,47.\nAinda, sobre esse valor foi acrescida corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria pelo \u00edndice IPCA/TR/IPCA de outubro de 2017 (1,17734261), a contar da \u00e9poca em que deveria ter usufru\u00eddo o seu direito (dezembro de 2014), chegando-se a soma de R$ 7.719,38.\nAssim, d\u00e1-se a causa o valor de R$ 7.719,38.\n7\n\n\fPEDIDOS Diante do exposto, a parte autora requer o seguinte: a) Seja citada a Uni\u00e3o Federal \u2013 Advocacia-Geral da Uni\u00e3o, para\ncontestar, caso queira, a a\u00e7\u00e3o. b) Seja reconhecido o direito da parte autora aos 30 dias de f\u00e9rias\nreferentes ao per\u00edodo concessivo de 2014, n\u00e3o gozados em raz\u00e3o do seu afastamento para tratamento de sa\u00fade.\nc) Seja a parte r\u00e9 condenada a pagar para parte autora indeniza\u00e7\u00e3o no valor correspondente a 30 dias de f\u00e9rias, incrementado do ter\u00e7o constitucional, devidamente corrigido e acrescido de juros de mora.\nd) A condena\u00e7\u00e3o da parte r\u00e9 em honor\u00e1rios sucumbenciais a serem fixados na forma do art. 85, 8\u00ba, do C\u00f3digo de Processo Civil.\nRequer que os honor\u00e1rios contratuais sejam destacados para pagamento em favor da sociedade de advogados Silva, Locks, Palanowski e Goulart Advogados Associados, CNPJ n\u00ba 01.899.778/0001-47, nos termos do contrato anexo.\ne) Requer a concess\u00e3o da justi\u00e7a gratuita. f) Requer que seja oportunizada a produ\u00e7\u00e3o de todos os meios de prova em direito admitidos. Informa que n\u00e3o possui interesse na realiza\u00e7\u00e3o de audi\u00eancia de concilia\u00e7\u00e3o, atendendo o disposto no C\u00f3digo de Processo Civil, art. 334, \u00a7 5\u00ba. D\u00e1 \u00e0 causa o valor de R$ 7.719,38. Pede deferimento. Florian\u00f3polis, 06 de outubro de 2017.\nJOS\u00c9 AUGUSTO ALVARENGA OAB/SC 17577-B\nTHIAGO LEMOS LOCKS OAB/SC 29380\n8\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 2 (Solon) - IdDocumentoCompleto: 5029568-96.2016.4.04.7200-721481921871961720250855499736", "text": "EXCELENT\u00cdSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DO JUIZADO ESPECIAL FEDERAL DE FLORIAN\u00d3POLIS \u2013 SE\u00c7\u00c3O JUDICI\u00c1RIA DE SANTA CATARINA\nPRIORIDADE DEFICIENTE F\u00cdSICA\nREGINA MARIA SCHEIDT, brasileira, solteira, Funcion\u00e1ria P\u00fablica Federal, inscrita no CPF sob n.\u00ba 678.109.779-20, residente e domiciliada perante a Rua Wilson de Meneses, n.\u00ba 652, Apto 206, Barreiros, S\u00e3o Jos\u00e9/SC, prop\u00f5e a presente\nA\u00c7\u00c3O INDENIZAT\u00d3RIA em face da UNI\u00c3O, pessoa jur\u00eddica de direito p\u00fablico, com endere\u00e7o funcional perante \u00e0 Servid\u00e3o Nossa Senhora de Lourdes, n. 110, Agron\u00f4mica, Florian\u00f3polis, CEP 88025-220, SC, pelos fundamentos que abaixo passa a expor:\nI \u2013 DOS FATOS A autora \u00e9 funcion\u00e1ria federal, hoje aposentada, e no ano de 2009, a mesma afastou-se para poder efetuar um tratamento m\u00e9dico, n\u00e3o podendo gozar de suas f\u00e9rias, pois o tratamento ocorreu pouco antes do in\u00edcio das mesmas e ultrapassou tal per\u00edodo. Logo que retornou a labuta, a autora requereu administrativamente o per\u00edodo que lhe era de direito. O pedido administrativo foi negado e em 2010, dentro do prazo previsto no art. 1\u00ba do Decreto 20.910/1932, a autora ajuizou a\u00e7\u00e3o junto a Justi\u00e7a Federal com o intuito de reaver seu direito a usufruir as f\u00e9rias negadas administrativamente, venceu em primeira inst\u00e2ncia e a Uni\u00e3o recorreu, levando a discuss\u00e3o para o segundo grau.\nEm segundo grau, apesar de todas as tentativas recursais da Uni\u00e3o, a mesma teve a condena\u00e7\u00e3o mantida e o dever de ceder as f\u00e9rias de direito da autora. Como julgado desprovido o Recurso Especial n.\u00ba 1.318.422 \u2013 RS, onde o recorrente foi a pr\u00f3pria Uni\u00e3o, e ap\u00f3s a negativa de tal recurso, transitou em julgado a decis\u00e3o.\nAcontece Douto Magistrado, que por conta da demora do Poder Judici\u00e1rio, a autora aposentou-se e n\u00e3o h\u00e1 como usufruir das f\u00e9rias reconhecida judicialmente em favor da mesma. Excel\u00eancia, a autora teve gasto com advogados, custas processuais e n\u00e3o poder\u00e1 aproveitar o que lhe \u00e9 de direito por conta da demora do Judici\u00e1rio.\n1/3\n\n\fDiante destes fatos, a autora constituiu seu procurador, que esta subscreve, para buscar o direito a f\u00e9rias a que lhe foram negadas e, posteriormente, reconhecida judicialmente, e que sejam convertidas em pec\u00fania, verba indenizat\u00f3ria, pois \u00e9 um direito dela e reconhecido, como amplamente exposto anteriormente.\n\nII \u2013 DO DIREITO\nII.1 \u2013 DO ENTENDIMENTO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL\nA mat\u00e9ria discutida do caso em tela, tornou-se entendimento pac\u00edfico no Supremo Tribunal Federal, como demonstrado a baixo:\n\nEmenta: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDIN\u00c1RIO COM AGRAVO. DIREITO ADMINISTRATIVO. CONVERS\u00c3O DE F\u00c9RIAS N\u00c3O GOZADAS EM PEC\u00daNIA. VEDA\u00c7\u00c3O AO ENRIQUECIMENTO SEM CAUSA. AGRAVO REGIMENTAL DESPROVIDO. 1. A repercuss\u00e3o geral pressup\u00f5e recurso admiss\u00edvel sob o crivo dos demais requisitos constitucionais e processuais de admissibilidade (art. 323 do RISTF). Consectariamente, se o recurso \u00e9 inadmiss\u00edvel por outro motivo, n\u00e3o h\u00e1 como se pretender seja reconhecida a repercuss\u00e3o geral das quest\u00f5es constitucionais discutidas no caso (art. 102, III, \u00a7 3\u00ba, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal). 2. O entendimento desta Suprema Corte alinha-se no sentido de que o servidor p\u00fablico tem direito \u00e0 convers\u00e3o em pec\u00fania de f\u00e9rias n\u00e3o gozadas, com fundamento na veda\u00e7\u00e3o ao enriquecimento sem causa da Administra\u00e7\u00e3o P\u00fablica. 3. In casu, a Turma Recursal deu parcial provimento ao recurso inominado interposto pelo Estado, apenas para afastar a condena\u00e7\u00e3o ao pagamento de honor\u00e1rios advocat\u00edcios e reduzir o percentual de juros aplic\u00e1vel ao caso, mantendo, no mais, a senten\u00e7a em que se julgara procedente o pedido de condena\u00e7\u00e3o do r\u00e9u ao pagamento, a t\u00edtulo de ressarcimento, pelas f\u00e9rias n\u00e3o gozadas, referentes ao per\u00edodo de 2003 a 2008. 4. Agravo regimental desprovido.\n\n(STF - ARE: 662624 RJ, Relator: Min. LUIZ FUX, Data de Julgamento: 16/10/2012, Primeira Turma, Data de Publica\u00e7\u00e3o: AC\u00d3RD\u00c3O ELETR\u00d4NICO DJe-223 DIVULG 12-11-2012 PUBLIC 13-11-2012)\n\nComo demonstrado, o Supremo entende ser direito do Servidor P\u00fablico a convers\u00e3o das f\u00e9rias n\u00e3o gozadas em pec\u00fania, por conta do enriquecimento il\u00edcito da Administra\u00e7\u00e3o P\u00fablica. Sendo assim, a autora tem o seu direito amplamente abarcado e reconhecido pela Suprema Corte, sendo inadmiss\u00edvel que este ju\u00edzo trate a mat\u00e9ria de forma diferente.\n\nII.2 \u2013 DO C\u00c1LCULO DE ATUALIZA\u00c7\u00c3O DA D\u00cdVIDA \u2013 TERMO INICIAL\nN\u00e3o h\u00e1 d\u00favidas que o computo do prazo inicial para corre\u00e7\u00e3o do valor devido \u00e9 da data das f\u00e9rias a que deveria ter usufru\u00eddo, m\u00eas de agosto de 2008.\n\nIII \u2013 DO C\u00c1LCULO DA D\u00cdVIDA\n\u00c0s f\u00e9rias da autora, s\u00e3o equivalentes a 20 (vinte) dias e venceram em agosto de 2008, logo, este \u00e9 o termo inicial para computo do quantum e o valor da convers\u00e3o dos dias em pec\u00fania, juntamente com a sua devida corre\u00e7\u00e3o. Segue, planilha da d\u00edvida executada.\n\nResultado do C\u00e1lculo de Atualiza\u00e7\u00e3o Monet\u00e1ria\n\nValor\n\nR$ 4.756,66\n\n2/3\n\n\fData inicial Data final Valor atualizado Juros mensal Valor dos juros SELIC Subtotal Honor\u00e1rios advocat\u00edcios (0,00%) Total Multa (10,00%) Total geral\n\n31/08/2008 30/11/2016 R$ 8.023,42 Juros de 0,00%. R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 8.023,42 R$ 0,00 R$ 8.023,42 R$ 0,00 R$ 8.023,42\n\nIV \u2013 DOS PEDIDOS\nANTE AO EXPOSTO, Requer:\n1. A cita\u00e7\u00e3o da requerida em nome de seu procurador, para, querendo, apresentar defesa, sob pena de serem reputados como verdadeiros os fatos ora alegados, nos termos do art. 334 e 344 do novo c\u00f3digo de processo civil;\n2. Ap\u00f3s a contesta\u00e7\u00e3o, segundo art. 355, Inc. I, do NCPC; sendo a quest\u00e3o deste processo unicamente de direito, haja o JULGAMENTO ANTECIPADO DA LIDE, dispensando a realiza\u00e7\u00e3o de audi\u00eancias;\n3. Seja a presente a\u00e7\u00e3o julgada procedente, determinando-se o pagamento, pelo requerido, do valor de R$ 8.023,42 (oito mil, vinte e tr\u00eas reais e quarenta e dois centavos), e que seja o mesmo corrigido desde a data de 31/08/2008, at\u00e9 a data do efetivo pagamento.\n4. Caso este ju\u00edzo n\u00e3o dispense a realiza\u00e7\u00e3o de audi\u00eancia, requer a autora, desde j\u00e1, que haja todos os meios de provas a serem produzidos.\n\nD\u00e1-se o valor da causa: R$ 8.023,42 (oito mil, vinte e tr\u00eas reais e quarenta e dois centavos), a ser atualizado \u00e0 \u00e9poca do pagamento.\nNestes termos, Pede deferimento.\nFlorian\u00f3polis, 16 de dezembro de 2016.\n\n_______________________ Maycon A. de Oliveira OAB/SC 43.989\n3/3\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 3 (Solon) - IdDocumentoCompleto: 5011963-19.2020.4.04.7000-701583450386661258187018119765", "text": "ANGELITAA. BENEVIDES ADVOGADA\nOAB/PR 85.333\nEXMO(a). SENHOR(a). DR(a). JUIZ(a) FEDERAL DA ____ VARA FEDERAL DE CURITIBA, SE\u00c7\u00c3O JUDICI\u00c1RIA DO PARAN\u00c1.\nLuiza Gabriela Razera de Sousa, brasileira, solteira, servidora p\u00fablica federal, inscrita no CPF: 056.108.909-42, residente e domiciliada na rua Par\u00e1, 1628, ap\u00ba. 302, londrina/PR, CEP: 86020-400 e com endere\u00e7o eletr\u00f4nico: luiza.razera@ifpr.edu.br, vem, por meio de sua advogada, devidamente constitu\u00edda, a senhora Angelita Aparecida Benevides, inscrita na OAB/PR n\u00ba. 85.333, com endere\u00e7o profissional na rua Tesoura n\u00ba. 218, jardim bandeirantes, Arapongas/PR CEP: 86.703-040, propor perante vossa excel\u00eancia a presente:\nA\u00c7\u00c3O ORDIN\u00c1RIA em face do INSTITUTO FEDERAL DO PARAN\u00c1 -IFPR, autarquia federal, inscrita no CNPJ: 10.652.179/0001-15, com sede na rua Emilio Bertolini, n\u00ba. 054, cajuru, Curitiba/PR, CEP: 82920-030, o que se faz pelos fatos e raz\u00f5es a seguir expostas:\nDOS FATOS:\nRua Tesoura, 218 \u2013 Jardim Bandeirantes \u2013 Arapongas \u2013 PR CEP 86703-040 Fone: (43) 99131-6706 \u2013 E-mail: angelitabenevides.adv@gmail.com\n\n\fANGELITAA. BENEVIDES ADVOGADA\nOAB/PR 85.333\nA autora \u00e9 servidora p\u00fablica do instituto federal do Paran\u00e1 desde o dia 06/04/2015, foi aprovada em concurso p\u00fablico e nomeada para o cargo de professor do ensino b\u00e1sico, t\u00e9cnico e tecnol\u00f3gico - matem\u00e1tica( portaria de nomea\u00e7\u00e3o: 1000/2015 de 18 de mar\u00e7o). A posse e o exerc\u00edcio deu-se em 06/04/2015.\nA autora foi lotada, conforme portaria de nomea\u00e7\u00e3o, no campus Avan\u00e7ado Astorga.\nA requerente ingressou no \u00f3rg\u00e3o portando o t\u00edtulo acad\u00eamico de mestre. A lei 12.772 de 28 de dezembro de 2012(plano de carreiras e cargos do magist\u00e9rio federal), escalona os vencimentos b\u00e1sicos de acordo com a titula\u00e7\u00e3o do servidor, logo a lei menciona os n\u00edveis salariais baseados em gradua\u00e7\u00e3o, p\u00f3s gradua\u00e7\u00e3o lato sensu e p\u00f3s gradua\u00e7\u00e3o scricto sensu (mestrado e doutorado).\nA lei 8.112/90 (estatuto dos servidores p\u00fablicos civis da uni\u00e3o) prev\u00ea a possibilidade de afastamento para participa\u00e7\u00e3o em programa de p\u00f3s gradua\u00e7\u00e3o Scrito Sensu para servidores que ainda estejam em est\u00e1gio probat\u00f3rio.\nO artigo 20, par\u00e1grafo 4\u00ba da lei 8.112/90 disiplina o afastamento para servidores que estejam em est\u00e1gio probat\u00f3rio, e conforme o artigo 96, com a finalidade de realizar um curso scricto sensu(mestrado ou doutorado).\nO IFPR lan\u00e7ou em 31/10/2016 o edital 26/2016, com o objetivo de selecionar servidores dos campus daquela autarquia que estivessem vinculados a programas de mestrado ou doutrado para afastarem-se, a fim realizarem suas pesquisas em tempo integral.\nO campus Astorga ofereceu 1 vaga para afastamento integral para o cargo de professor do ensino b\u00e1sico, t\u00e9cnico e tecnol\u00f3gico e 1 vaga para afastamento integral para a carreira dos t\u00e9cnicos administrativos em educa\u00e7\u00e3o(edital em anexo).\nA autora participou do processo de sele\u00e7\u00e3o e acabou logrando o 1\u00ba lugar do edital de\nRua Tesoura, 218 \u2013 Jardim Bandeirantes \u2013 Arapongas \u2013 PR CEP 86703-040 Fone: (43) 99131-6706 \u2013 E-mail: angelitabenevides.adv@gmail.com\n\n\fafastamento.\n\nANGELITAA. BENEVIDES ADVOGADA\nOAB/PR 85.333\n\nEm 10/03/2017 a autora afastou-se do cargo para poder usufruir do afastamento.\n\nA autora estava vinculada a programa de ci\u00eancias e educa\u00e7\u00e3o matem\u00e1tica, curso de p\u00f3s gradua\u00e7\u00e3o Scricto Sensu (doutorado) da Universidade Estadual de Londrina/PR desde o dia 15/03/2016.\n\nCom o afastamento a autora dedicou-se a pesquisa, com a finalidade de produzir sua tese para apresenta\u00e7\u00e3o a banca de avalia\u00e7\u00e3o como forma de aprova\u00e7\u00e3o e obten\u00e7\u00e3o de t\u00edtulo de doutora.\n\nA resolu\u00e7\u00e3o 51/2017( Disp\u00f5e sobre as normas gerais de afastamento integral, no Brasil ou no Exterior, ou afastamento parcial, no Brasil, para participa\u00e7\u00e3o de Professor do Ensino B\u00e1sico, T\u00e9cnico e Tecnol\u00f3gico e de T\u00e9cnico Administrativo em Educa\u00e7\u00e3o, do Instituto Federal do Paran\u00e1, em programa de p\u00f3s-gradua\u00e7\u00e3o lato sensu, stricto sensu, de p\u00f3sdoutorado, e est\u00e1gio vinculado a programa de p\u00f3s-gradua\u00e7\u00e3o stricto sensu ou de p\u00f3sdoutorado) do IFPR emitida pelo conselho superior da institui\u00e7\u00e3o - CONSUP, em seu artigo 39 afirma que \u201co servidor afastado far\u00e1 jus \u00e0s f\u00e9rias relativas a cada exerc\u00edcio, mediante solicita\u00e7\u00e3o em Sistema de Gest\u00e3o de Pessoas\u201d.\n\nComo a autora ingressou no \u00f3rg\u00e3o em 06/04/2015, por disposi\u00e7\u00e3o legal do artigo 77, par\u00e1grafo primeiro da lei 8.112/90, o servidor far\u00e1 jus a trinta dias de f\u00e9rias, que podem ser acumuladas, at\u00e9 o m\u00e1ximo de dois per\u00edodos, no caso de necessidade do servi\u00e7o, ressalvadas as hip\u00f3teses em que haja legisla\u00e7\u00e3o espec\u00edfica. No caso concreto a autora \u00e9 detentora de cargo de professora do ensino b\u00e1sico, t\u00e9cnico e tecnol\u00f3gico, na qual existe lei espec\u00edfica que ampara juridicamente o cargo. A lei 12.772 de 28 de novembro de 2012, como j\u00e1 mencionado, trata-se do plano de carreira e cargos do magist\u00e9rio federal, em seu artigo 36, afirma que \u201cAos servidores ocupantes de cargos efetivos pertencentes ao plano de Carreiras e Cargos de Magist\u00e9rio Federal ser\u00e3o concedidos (quarenta e cinco) dias de f\u00e9rias anuais que poder\u00e3o ser gozadas parceladamente. logo, como a autora ingressou na data supra\nRua Tesoura, 218 \u2013 Jardim Bandeirantes \u2013 Arapongas \u2013 PR CEP 86703-040 Fone: (43) 99131-6706 \u2013 E-mail: angelitabenevides.adv@gmail.com\n\n\fANGELITAA. BENEVIDES ADVOGADA\nOAB/PR 85.333\nmencionada os per\u00eddos aquisitivos de f\u00e9rias por for\u00e7a do artigo 77, par\u00e1grafo primeiro foram: 2016, 2017, 2018, 2019 e 2020.\nA requerente gozou de f\u00e9rias do per\u00edodo aquisitivo de 2016, enquanto que no per\u00edodo aquisitivo de 2017 fora solicitado enquanto a mesma estava afastada, segundo a institui\u00e7\u00e3o a autora deveria solicitar as f\u00e9rias para n\u00e3o perder o ter\u00e7o constitucional de f\u00e9rias, e assim o fez, por\u00e9m n\u00e3o gozou dos 45 dias de f\u00e9rias, tendo em vista o afastamento.\nOcorre que as f\u00e9rias do per\u00edodo aquisitivo de 2018 n\u00e3o foram agendadas pela autora, pois a mesma encontrava-se em momento de extremo estresse pessoal, em raz\u00e3o do t\u00e9rmino dos trabalhos do doutorado, al\u00e9m de cuidar de sua m\u00e3e que \u00e0 \u00e9poca fazia tratamento de c\u00e2ncer.\nEm agosto de 2019 a m\u00e3e da autora foi submetida a uma cirurgia no f\u00edgado e dada a complexidade do procedimento cirurgico, a requerente teve que cuidar de sua m\u00e3e, al\u00e9m de dedicar-se a pesquisa. Em Dezembro de 2019, \u00faltimo m\u00eas para a solicita\u00e7\u00e3o de f\u00e9rias, a m\u00e3e da autora teve rea\u00e7\u00f5es em raz\u00e3o da quimioterapia e ficou internada 11 dias em estado grave.\nDada a todo esse contexto a autora esqueceu-se de solicitar as f\u00e9rias do per\u00edodo de 2018, tendo em vista que o \u00faltimo prazo em car\u00e1ter administrativo deu-se em Dezembro de 2019.\nComo pode-se vislumbrar pelo \u201cprint\u201d abaixo, o sistema de administra\u00e7\u00e3o de pessoas do Poder Executivo do governo federal, abriu o prazo em 01/01/2018 e fechou em 31/12/2019.\nRua Tesoura, 218 \u2013 Jardim Bandeirantes \u2013 Arapongas \u2013 PR CEP 86703-040 Fone: (43) 99131-6706 \u2013 E-mail: angelitabenevides.adv@gmail.com\n\n\fANGELITAA. BENEVIDES ADVOGADA\nOAB/PR 85.333\nInconformada pelo fato de n\u00e3o poder mais solicitar as f\u00e9rias e por consequ\u00eancia o n\u00e3o recebimento de 1/3, a autora deu entrada em processo administrativo no IFPR, solicitando o pagamento do ter\u00e7o constitucional, tendo em vista que trata-se de patrim\u00f4nio da autora e n\u00e3o da institui\u00e7\u00e3o, conforme disp\u00f5e o artigo 76 da lei 8.112/90 \u201cArt. 76. Independentemente de solicita\u00e7\u00e3o, ser\u00e1 pago ao servidor, por ocasi\u00e3o das f\u00e9rias, um adicional correspondente a 1/3 (um ter\u00e7o) da remunera\u00e7\u00e3o do per\u00edodo das f\u00e9rias\u201d. Em 05/02/2020 foi instru\u00eddo processo administrativo pelo setor de gest\u00e3o de pessoas do campus de origem da servidora, processo este endere\u00e7ado a pr\u00f3 reitoria de gest\u00e3o de pessoas do IFPR, conforme disp\u00f5e o despacho de envio abaixo:\nRua Tesoura, 218 \u2013 Jardim Bandeirantes \u2013 Arapongas \u2013 PR CEP 86703-040 Fone: (43) 99131-6706 \u2013 E-mail: angelitabenevides.adv@gmail.com\n\n\fANGELITAA. BENEVIDES ADVOGADA\nOAB/PR 85.333\nMuito embora no despacho conste o texto que a servidora \u201cn\u00e3o acabou esquecendo de agendar as f\u00e9rias\u201d, aqui trata-se de um erro de escrita, e que na verdade o chefe de gest\u00e3o de pessoas do campus quis dizer \u201cacabou esquecendo de agendar as f\u00e9rias do exerc\u00edcio de 2018\u201d. No mesmo dia a pr\u00f3 reitoria de gest\u00e3o de pessoas do IFPR respondeu o questionamento, negando provimento ao feito, muito embora, sem fundamenta\u00e7\u00e3o jur\u00eddica, como abaixo:\nRua Tesoura, 218 \u2013 Jardim Bandeirantes \u2013 Arapongas \u2013 PR CEP 86703-040 Fone: (43) 99131-6706 \u2013 E-mail: angelitabenevides.adv@gmail.com\n\n\fANGELITAA. BENEVIDES ADVOGADA\nOAB/PR 85.333\nEsses foram os fatos.\nDO DIREITO:\nO direito as f\u00e9rias \u00e9 assegurado, na Constitui\u00e7\u00e3o Federal, pelo artigo 7\u00ba, inciso XVII. A lei ordin\u00e1ria (CLT) regula a mat\u00e9ria nos artigos 129 a 153. O direito \u00e9 aplicado a todos os empregados (rurais e urbanos), servidores p\u00fablicos (artigo 39, par\u00e1grafo 3\u00ba, da CF), membros das for\u00e7as armadas (artigo 142, par\u00e1grafo \u00fanico da CF).\nF\u00e9rias \u00e9 o direito constitucional de repouso tempor\u00e1rio do trabalhador, com o fito de garantir-lhe um descanso relativamente prolongado proporcionando ao trabalhador a recupera\u00e7\u00e3o das for\u00e7as f\u00edsicas e mentais despendidas com o labor. O que para todos os efeitos, referido per\u00edodo \u00e9 considerado como de efetivo exerc\u00edcio da atividade.\nO direito ao descanso de f\u00e9rias, como descrito, \u00e9 de \u00edndole constitucional, sendo uma garantia de natureza social. A Constitui\u00e7\u00e3o Social, como sabido, visa delinear os fins program\u00e1ticos da Rep\u00fablica, cuja finalidade primordial \u00e9 o bem-estar-social. Os Direitos Sociais, incluindo os direitos dos trabalhadores em sentido amplo, enquadram-se nos denominados direitos fundamentais de segunda gera\u00e7\u00e3o, pela qual h\u00e1 interven\u00e7\u00e3o estatal no sentido de se atingir a denominada igualdade material, proporcionando ao cidad\u00e3o meios que o subsidiem nas despropor\u00e7\u00f5es das rela\u00e7\u00f5es sociais e econ\u00f4micas.\nRua Tesoura, 218 \u2013 Jardim Bandeirantes \u2013 Arapongas \u2013 PR CEP 86703-040 Fone: (43) 99131-6706 \u2013 E-mail: angelitabenevides.adv@gmail.com\n\n\fANGELITAA. BENEVIDES ADVOGADA\nOAB/PR 85.333\nAssim, a finalidade \u00e9 possibilitar ao trabalhador um per\u00edodo maior de descanso para recuperar as fun\u00e7\u00f5es sintom\u00e1ticas ap\u00f3s um per\u00edodo desgastante de trabalho. Trata-se do per\u00edodo de descanso remunerado.\nNo caso em tela, a autora \u00e9 servidora p\u00fablica federal, regida pela lei 8.112/90 (estatuto dos servidores p\u00fablicos federais). A mesma ocupa o cargo de professora do ensino b\u00e1sico e tecnol\u00f3gico, reestruruado pela lei 12.772 de 28 de Dezembro de 2012, que versa sobre a estrutura\u00e7\u00e3o do plano de carreiras e cargos do magist\u00e9rio federal.\nPela lei 8.112/90 \u00e9 poss\u00edvel deprender-se que o conceito de servidor est\u00e1 presente no artigo segundo do referido diploma legal, a saber: \u201cpara os efeitos desta lei, servidor \u00e9 a pessoa legalmente investida em cargo p\u00fablico\u201d.\nPelos documentos j\u00e1 acostados em anexo a esta peti\u00e7\u00e3o fez-se prova do exerc\u00edcio do cargo, tendo em vista a posse e o exerc\u00edcio das fun\u00e7\u00f5es darem-se no dia 06/04/2015, e a autora permanece em efetivo exerc\u00edcio at\u00e9 hoje.\nExerc\u00edcio por prescri\u00e7\u00e3o legal do artigo 15 da lei 8.112/90 \u00e9 o efetivo desempenho das atribui\u00e7\u00f5es do cargo p\u00fablico ou da fun\u00e7\u00e3o de confian\u00e7a.\nAqui a discuss\u00e3o est\u00e1 no fato do termo \u201cefetivo exerc\u00edcio\u201d, para que o servidor possa gozar as f\u00e9rias acumuladas durante o per\u00eddo de licen\u00e7a para estudo no pa\u00eds de p\u00f3s gradua\u00e7\u00e3o Scricto Sensu.\no artigo 102 da lei 8.112/90, assim afirma:\nart. 102. Al\u00e9m das aus\u00eancias ao servi\u00e7o previstas no art. 97, s\u00e3o considerados como de efetivo exerc\u00edcio os afastamentos em virtude de: (...) IV - participa\u00e7\u00e3o em programa de treinamento regularmente institu\u00eddo ou em Rua Tesoura, 218 \u2013 Jardim Bandeirantes \u2013 Arapongas \u2013 PR CEP 86703-040 Fone: (43) 99131-6706 \u2013 E-mail: angelitabenevides.adv@gmail.com\n\n\fANGELITAA. BENEVIDES ADVOGADA\nOAB/PR 85.333\nprograma de p\u00f3s-gradua\u00e7\u00e3o stricto sensu no Pa\u00eds, conforme dispuser o regulamento; (...) VII - miss\u00e3o ou estudo no exterior, quando autorizado o afastamento, conforme dispuser o regulamento; VIII - licen\u00e7a: (...) e) para capacita\u00e7\u00e3o, conforme dispuser o regulamento;\nNo caso concreto o per\u00edodo aquisitivo de f\u00e9rias do ano de 2017 a autora requereu as suas f\u00e9rias estando em afastamento para p\u00f3s gradua\u00e7\u00e3o, no entanto n\u00e3o gozou das f\u00e9rias, pois estava em afastamento para estudo, s\u00f3 agiu desta forma, por ter sido orientada pela pr\u00f3 reitoria de gest\u00e3o de pessoas do IFPR, com a \u00fanica finalidade de receber o ter\u00e7o constitucional de f\u00e9rias. Assim como as f\u00e9rias do exerc\u00edcio de 2018 tamb\u00e9m fora orientada da mesma maneira, mas por quest\u00f5es j\u00e1 colacionadas nos fatos esqueceu-se de solicitar as f\u00e9rias, mas a solicita\u00e7\u00e3o teria como \u00fanica solu\u00e7\u00e3o receber o ter\u00e7o constitucional de f\u00e9rias, e n\u00e3o o gozo das mesmas. Por orienta\u00e7\u00e3o da institu\u00e7\u00e3o servidores em afastamento n\u00e3o gozam de f\u00e9rias, mas somente do ter\u00e7o constitucional, o que vai contr\u00e1rio a jurisprud\u00eancia do STJ, pois \u00e9 pacifico o entendimento da colenda corte de que o servidor federal tem direito a f\u00e9rias, acrescidas de seu respectivo adicional, de acordo com o artigo 76 da lei n\u00ba\u00ba. 8112/90, no per\u00edodo correspondente \u00e0 licen\u00e7a para capacita\u00e7\u00e3o profissional (art 87) e aos afastamentos para estudo ou miss\u00e3o no exterior (art 95) e para participa\u00e7\u00e3o como de efetivo exerc\u00edcio, nos termos do artigo 102, incisos IV, VII e VIII, \u2018e\u2019 da lei lei 8.112/90.\nA prop\u00f3sito, colacionam-se os seguinte precedente do E. Superior Tribunal de Justi\u00e7a:\nADMINISTRATIVO. PROFESSOR UNIVERSIT\u00c1RIO. AFASTAMENTO PARA PARTICIPA\u00c7\u00c3O EM CURSO DE DOUTORADO. DIREITO A F\u00c9RIAS E 1/3. 1. Trata-se, na origem, de mandado de seguran\u00e7a em que se objetiva assegurar o direito \u00e0 percep\u00e7\u00e3o das f\u00e9rias com as consequentes vantagens pecuni\u00e1rias, enquanto permanecer afastado para participa\u00e7\u00e3o em curso de p\u00f3sgradua\u00e7\u00e3o stricto sensu no pa\u00eds, na modalidade doutorado. 2. O STJ, em tema Rua Tesoura, 218 \u2013 Jardim Bandeirantes \u2013 Arapongas \u2013 PR CEP 86703-040 Fone: (43) 99131-6706 \u2013 E-mail: angelitabenevides.adv@gmail.com\n\n\fANGELITAA. BENEVIDES ADVOGADA\nOAB/PR 85.333\nid\u00eantico, decidiu que faz jus o servidor \u00e0s f\u00e9rias nos per\u00edodos correspondentes ao afastamento para participa\u00e7\u00e3o em programa de p\u00f3sgradua\u00e7\u00e3o stricto sensu no pa\u00eds ou de licen\u00e7a para capacita\u00e7\u00e3o, at\u00e9 porque tais per\u00edodos s\u00e3o considerados como de efetivo exerc\u00edcio, nos termos do art. 102, IV e VIII, e, da Lei n. 8.112/90. 3. N\u00e3o cabe ao regulamento, ou a qualquer norma infralegal, criar restri\u00e7\u00f5es ao gozo dos direitos sociais, mediante interpreta\u00e7\u00e3o que afronte a razoabilidade e resulte na redu\u00e7\u00e3o da intelec\u00e7\u00e3o conferida ao termo 'efetivo exerc\u00edcio'. (REsp 1370581/AL, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 11/4/2013, DJe 9/5/2013) 4. \u00c9 parte leg\u00edtima para integrar o p\u00f3lo passivo de mandado de seguran\u00e7a a autoridade que efetivamente pratica o ato apontado como ilegal. Agravo regimental improvido. (AgRg no REsp 1377925/AL, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 20/06/2013, DJe 28/06/2013)\nDo julgado depreende-se que mesmo o servidor estando em afastamento para estudo \u00e9 garintido a ele o gozo de suas f\u00e9rias mais o acr\u00e9scimo do ter\u00e7o constitucional.\nNa parte concernente ao regulamento, in casu, a resolu\u00e7\u00e3o 51/2017 do IFPR, mais precisamente no artigo 39, assim afirma: \u201co servidor afastado far\u00e1 jus \u00e0s f\u00e9rias relativas a cada exerc\u00edcio, mediante solicita\u00e7\u00e3o de Gest\u00e3o de Pessoas\u201d, ocorre que o IFPR tem dado interpreta\u00e7\u00e3o restritiva a este artigo, pois o servidor n\u00e3o pode usufruir de suas f\u00e9rias do exerc\u00edcio de 2017 e 2018, lembrando que em 2017 a servidora solicitou f\u00e9rias em pleno afastamento, com a finalidade de receber o seu ter\u00e7o de f\u00e9rias, mas sem esperan\u00e7a nenhuma de poder gozar de suas f\u00e9rias.\nEm rela\u00e7\u00e3o aos regulamentos e orienta\u00e7\u00f5es normativas, \u00e9 evidente que n\u00e3o podem extrapolar o seu poder regulamentar ao criar veda\u00e7\u00f5es ao direito do servidor consagrado por lei. Nesse sentido: \u2018N\u00e3o cabe ao regulamento, ou a qualquer norma infralegal, criar restri\u00e7\u00f5es ao gozo dos direitos sociais, mediante interpreta\u00e7\u00e3o que afronte a razoabilidade e resulte na redu\u00e7\u00e3o da intelec\u00e7\u00e3o conferida ao termo \u2018efetivo exerc\u00edcio\u2019 - (Resp 1370581/AL, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 11/04/2013, Dje 9/5/2013).\nRua Tesoura, 218 \u2013 Jardim Bandeirantes \u2013 Arapongas \u2013 PR CEP 86703-040 Fone: (43) 99131-6706 \u2013 E-mail: angelitabenevides.adv@gmail.com\n\n\fANGELITAA. BENEVIDES ADVOGADA\nOAB/PR 85.333\nAdemais a jurisprud\u00eancia do TRF da 4\u00ba regi\u00e3o, colaciona a seguinte jurisprud\u00eancia:\nADMINISTRATIVO. SERVIDOR P\u00daBLICO. LICEN\u00c7A PARA CAPACITA\u00c7\u00c3O. DIREITO A F\u00c9RIAS E RESPECTIVO ADICIONAL. INDENIZA\u00c7\u00c3O. POSSIBILIDADE. A Lei n.\u00ba 8.112/90, em seu artigo 102, VIII, al\u00ednea e, disp\u00f5e que ser\u00e1 considerado como de efetivo exerc\u00edcio o afastamento em virtude de licen\u00e7a para capacita\u00e7\u00e3o. Consequentemente, o servidor faz jus \u00e0s f\u00e9rias e respectivo adicional referentes aos per\u00edodos em que estiver licenciado ou afastado, nos termos dos arts. 87, 95 e 96-A do referido diploma legal. O servidor que n\u00e3o puder mais usufruir f\u00e9rias, seja porque ultrapassado o per\u00edodo previsto no art. 77 da Lei n.\u00ba 8.112/90, seja em raz\u00e3o de aposentadoria, exonera\u00e7\u00e3o ou outro motivo similar, deve ter indenizado tal direito, com base na remunera\u00e7\u00e3o das f\u00e9rias correspondentes ao per\u00edodo a ser computado, acrescida do respectivo ter\u00e7o constitucional. (TRF4, AC 500136980.2015.404.7012, TERCEIRA TURMA, Relator RICARDO TEIXEIRA DO VALLE PEREIRA, juntado aos autos em 18/10/2016)\nADMINISTRATIVO. SERVIDOR P\u00daBLICO. LICEN\u00c7A PARA CAPACITA\u00c7\u00c3O. DIREITO A F\u00c9RIAS E RESPECTIVO ADICIONAL. INDENIZA\u00c7\u00c3O. POSSIBILIDADE. - A circunst\u00e2ncia de o docente encontrar-se em curso de capacita\u00e7\u00e3o profissional (artigo 87 do RJU), licen\u00e7a para participa\u00e7\u00e3o em programa de p\u00f3s-gradua\u00e7\u00e3o stricto sensu no Brasil (artigo 96-A do RJU) ou afastado para estudo ou miss\u00e3o no Exterior (art. 95 da Lei 8.112/90) n\u00e3o impede a concess\u00e3o do direito \u00e0s f\u00e9rias, seu gozo, bem assim o acr\u00e9scimo do adicional de f\u00e9rias em seus vencimentos, na forma como preconizado pela legisla\u00e7\u00e3o de reg\u00eancia (artigos 76). - A Lei n.\u00ba 8.112/90, em seu artigo 102, VIII, al\u00ednea e, disp\u00f5e que ser\u00e1 considerado como de efetivo exerc\u00edcio o afastamento em virtude de licen\u00e7a para capacita\u00e7\u00e3o. Consequentemente, o servidor faz jus \u00e0s f\u00e9rias e respectivo adicional referentes aos per\u00edodos em que estiverem licenciados ou afastados, nos termos dos arts. 87, 95 e 96-A do referido diploma legal. - O servidor que n\u00e3o puder mais usufruir f\u00e9rias, seja porque ultrapassado o per\u00edodo previsto no art. 77 da Lei n.\u00ba 8.112/90, seja em raz\u00e3o de aposentadoria, exonera\u00e7\u00e3o ou outro motivo similar, deve ter indenizado tal direito, com base na remunera\u00e7\u00e3o das f\u00e9rias correspondentes ao per\u00edodo a ser computado, acrescida do respectivo ter\u00e7o constitucional. (TRF4\nRua Tesoura, 218 \u2013 Jardim Bandeirantes \u2013 Arapongas \u2013 PR CEP 86703-040 Fone: (43) 99131-6706 \u2013 E-mail: angelitabenevides.adv@gmail.com\n\n\fANGELITAA. BENEVIDES ADVOGADA\nOAB/PR 85.333\n501254151.2012.404.7100, QUARTA TURMA, Relatora SALISE MONTEIRO SANCHOTENE, juntado aos autos em 03/06/2016)\nVeja Excel\u00eancia, a jurisprud\u00eancia do tribunal \u00e9 clara ao afirmar que o servidor que n\u00e3o puder mais usufruir f\u00e9rias, pelo ocorrido no artigo 77 da lei n\u00ba. 8.112/90, a saber: \u201c\nArt. 77. O servidor far\u00e1 jus a trinta dias de f\u00e9rias, que podem ser acumuladas, at\u00e9 o m\u00e1ximo de dois per\u00edodos, no caso de necessidade do servi\u00e7o, ressalvadas as hip\u00f3teses em que haja legisla\u00e7\u00e3o espec\u00edfica\u201d\nDesta forma, considerando que autora n\u00e3o gozou das f\u00e9rias de 2017 e tamb\u00e9m considerando que a autora, por esquecimento e dada as cirunst\u00e2ncias f\u00e1ticas n\u00e3o agendou as f\u00e9rias de 2018 e ainda considerando a jurisprud\u00eancia do STJ e do TRF 4\u00ba regi\u00e3o, vem ao ju\u00edzo pedir o que segue.\nDOS PEDIDOS:\na) Seja deferido a indeniza\u00e7\u00e3o do direito as f\u00e9rias do per\u00edodo aquisitivo de 2017, com o valor de um m\u00eas de sal\u00e1rio(valores atuais) ou a possibilidade da autora gozar das f\u00e9rias de 45 dias do per\u00edodo supramencionado.\nb) Seja deferido a indeniza\u00e7\u00e3o do direito as f\u00e9rias do per\u00edodo aquisitivo de 2018( um m\u00eas de sal\u00e1rio), acrescido do ter\u00e7o constucional de f\u00e9rias ou a possibilidade da autora gozar do per\u00edodo de 45 dias de descanso acrescido do ter\u00e7o constitucional.\nc) Citar o r\u00e9u para, querendo, possa apresentar resposta, em tempo h\u00e1bil, sob pena de revelia;\nd) Condenar o r\u00e9u ao pagamento de todos os \u00f4nus pertinentes \u00e0 sucumb\u00eancia, nomeadamente honor\u00e1rios advocat\u00edcios, estes de j\u00e1 pleiteados no patamar m\u00e1ximo de 20%(vinte por cento) sobre o proveito econ\u00f4mico obtido pelos autores ou, n\u00e3o sendo poss\u00edvel mensur\u00e1-los, sobre o valor atualizado da causa, artigo 85, par\u00e1grafo segundo do C\u00f3digo de Processo Civil;\nRua Tesoura, 218 \u2013 Jardim Bandeirantes \u2013 Arapongas \u2013 PR CEP 86703-040 Fone: (43) 99131-6706 \u2013 E-mail: angelitabenevides.adv@gmail.com\n\n\fANGELITAA. BENEVIDES ADVOGADA\nOAB/PR 85.333\ne) Seja o alegado provado por todos os meios de provas em direito admitidos, principalmente documental, pericial, testemunhal e depoimento das partes.\n\nDO VALOR DA CAUSA:\nD\u00e1-se a causa o valor de R$ 27.533,61 (Vinte e Sete Mil e Quinhentos e Trinta e Tr\u00eas reais e Sessenta e um Centavos).\n\nobs: o sal\u00e1rio da autora \u00e9 composto de sal\u00e1rio base + retribui\u00e7\u00e3o por t\u00edtula\u00e7\u00e3o, conforme consta em holerite anexado ao processo. In casu o a remunera\u00e7\u00e3o equivale ao valor de R$ 11.800,12 (Onze Mil e Oitocentos Reais e Doze Centavos), a remunera\u00e7\u00e3o \u00e9 composto pelos itens ja citados, sendo que R$ 5.488,13 (Cinco Mil e Quatrocentos e oitenta e oito Reais e Treze Centavos) corresponde ao sal\u00e1rio base e R$ 6.311,69 (Seis Mil e Trezentos e Onze Reais e Sessenta e Nove centavos ) corresponde a retribui\u00e7\u00e3o por titula\u00e7\u00e3o.\n\nTermos em que, pede deferimento,\n\nArapongas, 05 de Mar\u00e7o de 2020.\n\nANGELITA APARECIDA BENEVIDES ADVOGADO\nOAB/PR: 85.333\n\nRua Tesoura, 218 \u2013 Jardim Bandeirantes \u2013 Arapongas \u2013 PR CEP 86703-040 Fone: (43) 99131-6706 \u2013 E-mail: angelitabenevides.adv@gmail.com\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 4 (Solon) - IdDocumentoCompleto: 5009606-60.2016.4.04.7112-711476452173177951119191017856", "text": "Excelent\u00edssimo(a) Senhor(a) Doutor(a) Juiz(a) Federal da ___ Vara Federal C\u00edvel da Subse\u00e7\u00e3o Judici\u00e1ria de Canoas \u2013 Se\u00e7\u00e3o Judici\u00e1ria do Estado do Rio Grande do Sul.\nEsp\u00e9cie: A\u00e7\u00e3o Declarat\u00f3ria com pedido de antecipa\u00e7\u00e3o de tutela \u2013 URGENTE !!!!\nSUPPERCARD ADMINISTRADORA DE CART\u00d5ES DE CR\u00c9DITO LTDA, pessoa jur\u00eddica de\ndireito privado, com sede na Rodovia BR \u2013 116, Km 12, Pavilh\u00e3o 01, sala 5, S/N, Bairro Industrial, em Esteio, e inscrita no CNPJ sob o n\u00ba 15.103.612/0001-87, v\u00eaem, respeitosamente, \u00e0 presen\u00e7a de Vossa Excel\u00eancia, atrav\u00e9s de seu procurador (DOC. I), apresentar a presente\nA\u00c7\u00c3O DECLARAT\u00d3RIA C/C REPETI\u00c7\u00c3O DE IND\u00c9BITO, contra a\nUNI\u00c3O FEDERAL, o que faz alicer\u00e7ada nos fatos e fundamentos a seguir delineados:\n\n\fI \u2013 DOS FATOS\n\n01.\n\nO autor \u00e9 pessoa jur\u00eddica de direito privado\n\nque se dedica, entre outros, consoante se depreende de seu\n\ncontrato social anexo (DOC. II), ao ramo de emiss\u00e3o e\n\nadministra\u00e7\u00e3o de cart\u00f5es de cr\u00e9dito e vales.\n\n02.\n\nSendo assim, est\u00e1 obrigada a recolher\n\na contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria incidente sobre a\n\nremunera\u00e7\u00e3o, prevista no artigo 22, inciso I, da Lei\n\n8.212/91, em especial sobre o adicional constitucional de\n\num ter\u00e7o sobre as f\u00e9rias, auxilio doen\u00e7a (primeiros quinze\n\ndias) e aviso pr\u00e9vio indenizado, conforme documenta\u00e7\u00e3o\n\nanexa.\n\nArt. 22. A contribui\u00e7\u00e3o a cargo da empresa, destinada \u00e0 Seguridade Social, al\u00e9m do disposto no art. 23, \u00e9 de: 6\nI - vinte por cento sobre o total das remunera\u00e7\u00f5es pagas, devidas ou creditadas a qualquer t\u00edtulo, durante o m\u00eas,\naos segurados empregados e trabalhadores avulsos que lhe prestem servi\u00e7os, destinadas a retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de utilidades e os adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer pelos servi\u00e7os efetivamente prestados, quer pelo tempo \u00e0 disposi\u00e7\u00e3o do empregador ou tomador de servi\u00e7os, nos termos da lei ou do contrato ou, ainda, de conven\u00e7\u00e3o ou acordo coletivo de trabalho ou senten\u00e7a normativa.\n\n03.\n\nPercebe-se, portanto, conforme\n\ndepreende-se da transcri\u00e7\u00e3o do artigo supra citado, que a\n\nempresa est\u00e1 obrigada a recolher a contribui\u00e7\u00e3o\n\nprevidenci\u00e1ria referida sobre a remunera\u00e7\u00e3o paga ao\n\nsegurado.\n\n\f04.\n\nFrise-se, que conforme preceituam os\n\nartigos 457 e 458 da CLT, a remunera\u00e7\u00e3o envolve todas as\n\nparcelas de natureza salarial recebidas pelo empregado,\n\nmesmo as que n\u00e3o consistem em sal\u00e1rio propriamente dito,\n\ntais como as gorjetas. Nesse sentido, o uso da remunera\u00e7\u00e3o\n\ncomo paradigma, demonstra uma clara inten\u00e7\u00e3o do\n\nlegislador em diferenciar tais verbas de outras de natureza\n\ndiversa, como por exemplo, de natureza previdenci\u00e1ria,\n\ntribut\u00e1ria ou, principalmente, INDENIZAT\u00d3RIA.\n\n05.\n\nDesta forma, a contribui\u00e7\u00e3o\n\nprevidenci\u00e1ria prevista no artigo 22, inciso I, da Lei\n\n8.212/91 n\u00e3o pode incidir sobre qualquer parcela\n\nrecebida pelo segurado a t\u00edtulo indenizat\u00f3rio.\n\n06.\n\nImportante salientar, que o ter\u00e7o\n\nconstitucional de f\u00e9rias, o aviso pr\u00e9vio indenizado e o\n\naux\u00edlio doen\u00e7a, inclusos no computo do montante a ser\n\npago a t\u00edtulo da contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria referida,\n\npossuem natureza indenizat\u00f3ria, o que por \u00f3bvio,\n\ndemonstra a ilegalidade de tais cobran\u00e7as.\n\n07.\n\nNesse diapas\u00e3o, face \u00e0 ilegalidade da\n\ninclus\u00e3o dos valores pagos a t\u00edtulo de adicional\n\nconstitucional de um ter\u00e7o sobre as f\u00e9rias, auxilio doen\u00e7a\n\n(primeiros quinze dias) e aviso pr\u00e9vio indenizado na base de\n\nc\u00e1lculo da contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria prevista no artigo 22,\n\ninciso I, da Lei 8.212/91, n\u00e3o resta outra alternativa \u00e0 autora\n\nsen\u00e3o socorrer-se perante o Poder Judici\u00e1rio, com fito de\n\nsustar as cobran\u00e7as indevidas, bem como reaver os valores\n\npagos indevidamente a tal t\u00edtulo.\n\n\fII \u2013 DO DIREITO\nA \u2013 DA EXIST\u00caNCIA DE JULGAMENTO PELO ARTIGO 543-C PELO STJ \u2013 VINCULA\u00c7\u00c3O DOS DEMAIS TRIBUNAIS P\u00c1TRIOS\n\n08.\n\nAntes de adentrar-se na explana\u00e7\u00e3o acerca\n\nda n\u00e3o incid\u00eancia de contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria sobre a\n\nfolha de sal\u00e1rios de parcelas de natureza indenizat\u00f3ria,\n\ncumpre ressaltar que tanto o Superior Tribunal de Justi\u00e7a,\n\nquanto o Tribunal Regional Federal da Quarta Regi\u00e3o, j\u00e1\n\npacificaram sua jurisprud\u00eancia quanto a quest\u00e3o. Nesse\n\nsentido, o Superior Tribunal de Justi\u00e7a j\u00e1 pacificou sua\n\njurisprud\u00eancia, PELO RITO DO ARTIGO 543-C, no\n\nsentido de que por se tratar parcela indenizat\u00f3ria, n\u00e3o\n\nincide a contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria (cota patronal) sobre os\n\nvalores pagos a t\u00edtulo de ter\u00e7o de f\u00e9rias, aux\u00edlio doen\u00e7a e\n\naviso pr\u00e9vio indenizado, sen\u00e3o veja-se:\n\nPROCESSUAL CIVIL. RECURSOS ESPECIAIS. TRIBUT\u00c1RIO. CONTRIBUI\u00c7\u00c3O PREVIDENCI\u00c1RIA A CARGO DA EMPRESA. REGIME GERAL DA PREVID\u00caNCIA SOCIAL. DISCUSS\u00c3O A RESPEITO DA INCID\u00caNCIA OU N\u00c3O SOBRE AS SEGUINTES VERBAS: TER\u00c7O CONSTITUCIONAL DE F\u00c9RIAS; SAL\u00c1RIO MATERNIDADE; SAL\u00c1RIO PATERNIDADE; AVISO PR\u00c9VIO INDENIZADO; IMPORT\u00c2NCIA PAGA NOS QUINZE DIAS QUE ANTECEDEM O AUX\u00cdLIO-DOEN\u00c7A.1. Recurso especial de HIDRO JET EQUIPAMENTOS HIDR\u00c1ULICOS LTDA.1.1 Prescri\u00e7\u00e3o.O Supremo Tribunal Federal ao apreciar o RE 566.621/RS, Tribunal Pleno, Rel. Min. Ellen Gracie, DJe de 11.10.2011), no regime dos arts. 543-A e 543-B do CPC (repercuss\u00e3o geral), pacificou entendimento no sentido de que, \"reconhecida a inconstitucionalidade art. 4\u00ba, segunda parte, da LC 118/05, considerando-se v\u00e1lida a aplica\u00e7\u00e3o do novo prazo de 5 anos t\u00e3o-somente \u00e0s a\u00e7\u00f5es ajuizadas ap\u00f3s o decurso da vacatio legis de 120 dias, ou seja, a partir de 9 de junho de 2005\". No \u00e2mbito desta Corte, a quest\u00e3o em comento foi apreciada no REsp 1.269.570/MG (1\u00aa Se\u00e7\u00e3o, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, DJe de 4.6.2012), submetido ao regime do art. 543-C do CPC, ficando consignado que, \"para as a\u00e7\u00f5es ajuizadas a partir de 9.6.2005, aplica-se o art. 3\u00ba, da Lei Complementar n. 118/2005, contando-se o prazo prescricional dos tributos sujeitos a lan\u00e7amento por homologa\u00e7\u00e3o em cinco anos a partir do pagamento antecipado de que trata o art. 150, \u00a7 1\u00ba, do CTN\".\n\n\f1.2 Ter\u00e7o constitucional de f\u00e9rias. No que se refere ao adicional de f\u00e9rias relativo \u00e0s f\u00e9rias indenizadas, a n\u00e3o incid\u00eancia de contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria decorre de expressa previs\u00e3o legal (art. 28, \u00a7 9\u00ba, \"d\", da Lei 8.212/91 -\nreda\u00e7\u00e3o dada pela Lei 9.528/97).Em rela\u00e7\u00e3o\nao adicional de f\u00e9rias concernente \u00e0s\nf\u00e9rias gozadas, tal import\u00e2ncia possui\nnatureza indenizat\u00f3ria/compensat\u00f3ria,\ne n\u00e3o constitui ganho habitual do\nempregado, raz\u00e3o pela qual sobre ela\nn\u00e3o \u00e9 poss\u00edvel a incid\u00eancia de\ncontribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria (a cargo da\nempresa). A Primeira Se\u00e7\u00e3o/STJ, no\njulgamento do AgRg nos EREsp\n957.719/SC (Rel. Min. Cesar Asfor\nRocha, DJe de 16.11.2010), ratificando\nentendimento das Turmas de Direito\nP\u00fablico deste Tribunal, adotou a\nseguinte orienta\u00e7\u00e3o: \"Jurisprud\u00eancia das\nTurmas que comp\u00f5em a Primeira Se\u00e7\u00e3o\ndesta Corte consolidada no sentido de\nafastar a contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria do\nter\u00e7o de f\u00e9rias tamb\u00e9m de empregados\nceletistas contratados por empresas\nprivadas\". 1.3 Sal\u00e1rio maternidade. O sal\u00e1rio maternidade tem natureza salarial e a\ntransfer\u00eancia do encargo \u00e0 Previd\u00eancia Social (pela Lei 6.136/74) n\u00e3o tem o cond\u00e3o de mudar sua natureza. Nos termos do art. 3\u00ba da Lei 8.212/91, \"a Previd\u00eancia Social tem por fim assegurar aos seus benefici\u00e1rios meios indispens\u00e1veis de manuten\u00e7\u00e3o, por motivo de incapacidade, idade avan\u00e7ada, tempo de servi\u00e7o, desemprego involunt\u00e1rio, encargos de fam\u00edlia e reclus\u00e3o ou morte daqueles de quem dependiam economicamente\". O fato de n\u00e3o haver presta\u00e7\u00e3o de trabalho durante o per\u00edodo de afastamento da segurada empregada, associado \u00e0 circunst\u00e2ncia de a maternidade ser amparada por um benef\u00edcio previdenci\u00e1rio, n\u00e3o autoriza conclus\u00e3o no sentido de que o valor recebido tenha natureza indenizat\u00f3ria ou compensat\u00f3ria, ou seja, em raz\u00e3o de uma conting\u00eancia (maternidade), paga-se \u00e0 segurada empregada benef\u00edcio previdenci\u00e1rio correspondente ao seu sal\u00e1rio, possuindo a verba evidente natureza salarial. N\u00e3o \u00e9 por outra raz\u00e3o que, atualmente, o art. 28, \u00a7 2\u00ba, da Lei 8.212/91 disp\u00f5e expressamente que o sal\u00e1rio maternidade \u00e9 considerado sal\u00e1rio de contribui\u00e7\u00e3o. Nesse contexto, a incid\u00eancia de contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria sobre o sal\u00e1rio maternidade, no Regime Geral da Previd\u00eancia Social, decorre de expressa previs\u00e3o legal. Sem embargo das posi\u00e7\u00f5es em sentido contr\u00e1rio, n\u00e3o h\u00e1 ind\u00edcio de incompatibilidade entre a incid\u00eancia da contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria sobre o sal\u00e1rio maternidade e a Constitui\u00e7\u00e3o Federal. A Constitui\u00e7\u00e3o Federal, em seus termos, assegura a igualdade entre homens e mulheres em direitos e obriga\u00e7\u00f5es (art. 5\u00ba, I). O art. 7\u00ba, XX, da CF/88 assegura prote\u00e7\u00e3o do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos espec\u00edficos, nos termos da lei. No que se refere ao sal\u00e1rio maternidade, por op\u00e7\u00e3o do legislador infraconstitucional, a transfer\u00eancia do \u00f4nus referente ao pagamento dos sal\u00e1rios, durante o per\u00edodo de afastamento, constitui incentivo suficiente para assegurar a prote\u00e7\u00e3o ao mercado de trabalho da mulher. N\u00e3o \u00e9 dado ao Poder Judici\u00e1rio, a t\u00edtulo de interpreta\u00e7\u00e3o, atuar como legislador positivo, a fim estabelecer pol\u00edtica protetiva mais ampla e, desse modo, desincumbir o empregador do \u00f4nus referente \u00e0 contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria\n\n\fincidente sobre o sal\u00e1rio maternidade, quando n\u00e3o foi esta a pol\u00edtica legislativa. A incid\u00eancia de contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria sobre sal\u00e1rio maternidade encontra s\u00f3lido amparo na jurisprud\u00eancia deste Tribunal, sendo oportuna a cita\u00e7\u00e3o dos seguintes precedentes: REsp 572.626/BA, 1\u00aa Turma, Rel. Min. Jos\u00e9 Delgado, DJ de 20.9.2004; REsp 641.227/SC, 1\u00aa Turma, Rel. Min. Luiz Fux, DJ de 29.11.2004; REsp 803.708/CE, 2\u00aa Turma, Rel. Min. Eliana Calmon, DJ de 2.10.2007; REsp 886.954/RS, 1\u00aa Turma, Rel. Min. Denise Arruda, DJ de 29.6.2007; AgRg no REsp 901.398/SC, 2\u00aa Turma, Rel. Min. Herman Benjamin, DJe de 19.12.2008; REsp 891.602/PR, 1\u00aa Turma, Rel. Min. Teori Albino Zavascki, DJe de 21.8.2008; AgRg no REsp 1.115.172/RS, 2\u00aa Turma, Rel. Min. Humberto Martins, DJe de 25.9.2009; AgRg no Ag 1.424.039/DF, 2\u00aa Turma, Rel. Min. Castro Meira, DJe de 21.10.2011; AgRg nos EDcl no REsp 1.040.653/SC, 1\u00aa Turma, Rel. Min. Arnaldo Esteves Lima, DJe de 15.9.2011; AgRg no REsp 1.107.898/PR, 1\u00aa Turma, Rel. Min. Benedito Gon\u00e7alves, DJe de 17.3.2010. 1.4 Sal\u00e1rio paternidade. O sal\u00e1rio paternidade refere-se ao valor recebido pelo empregado durante os cinco dias de afastamento em raz\u00e3o do nascimento de filho (art. 7\u00ba, XIX, da CF/88, c/c o art. 473, III, da CLT e o art. 10, \u00a7 1\u00ba, do ADCT). Ao contr\u00e1rio do que ocorre com o sal\u00e1rio maternidade, o sal\u00e1rio paternidade constitui \u00f4nus da empresa, ou seja, n\u00e3o se trata de benef\u00edcio previdenci\u00e1rio. Desse modo, em se tratando de verba de natureza salarial, \u00e9 leg\u00edtima a incid\u00eancia de contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria sobre o sal\u00e1rio paternidade. Ressalte-se que \"o sal\u00e1rio-paternidade deve ser tributado, por se tratar de licen\u00e7a remunerada prevista constitucionalmente, n\u00e3o se incluindo no rol dos benef\u00edcios previdenci\u00e1rios\" (AgRg nos EDcl no REsp 1.098.218/SP, 2\u00aa Turma, Rel. Min. Herman Benjamin, DJe de 9.11.2009). 2. Recurso especial da Fazenda Nacional. 2.1 Preliminar de ofensa ao art. 535 do CPC. N\u00e3o havendo no ac\u00f3rd\u00e3o recorrido omiss\u00e3o, obscuridade ou contradi\u00e7\u00e3o, n\u00e3o fica caracterizada ofensa ao art. 535 do CPC. 2.2 Aviso pr\u00e9vio indenizado. A despeito da atual moldura legislativa (Lei 9.528/97 e Decreto 6.727/2009), as import\u00e2ncias pagas a t\u00edtulo de indeniza\u00e7\u00e3o, que n\u00e3o correspondam a servi\u00e7os prestados nem a tempo \u00e0 disposi\u00e7\u00e3o do empregador, n\u00e3o ensejam a incid\u00eancia de contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria. A CLT estabelece que, em se tratando de contrato de trabalho por prazo indeterminado, a parte que, sem justo motivo, quiser a sua rescis\u00e3o, dever\u00e1 comunicar a outra a sua inten\u00e7\u00e3o com a devida anteced\u00eancia. N\u00e3o concedido o aviso pr\u00e9vio pelo empregador, nasce para o empregado o direito aos sal\u00e1rios correspondentes ao prazo do aviso, garantida sempre a integra\u00e7\u00e3o\n\nDesse modo, o desse per\u00edodo no seu tempo de servi\u00e7o (art. 487, \u00a7 1\u00ba, da CLT).\n\npagamento decorrente da falta de aviso\n\npr\u00e9vio, isto \u00e9, o aviso pr\u00e9vio indenizado,\n\nvisa a reparar o dano causado ao\n\ntrabalhador que n\u00e3o fora alertado sobre a\n\nfutura rescis\u00e3o contratual com a\n\nanteced\u00eancia m\u00ednima estipulada na\n\nConstitui\u00e7\u00e3o\n\nFederal\n\n(atualmente\n\nregulamentada pela Lei 12.506/2011).\n\nDessarte, n\u00e3o h\u00e1 como se conferir \u00e0\n\nreferida verba o car\u00e1ter remunerat\u00f3rio\n\npretendido pela Fazenda Nacional, por n\u00e3o\n\nretribuir o trabalho, mas sim reparar um\n\ndano. Ressalte-se que, \"se o aviso pr\u00e9vio \u00e9\n\nindenizado, no per\u00edodo que lhe\n\ncorresponderia o empregado n\u00e3o presta\n\ntrabalho algum, nem fica \u00e0 disposi\u00e7\u00e3o do\n\nempregador. Assim, por ser ela estranha \u00e0\n\nhip\u00f3tese de incid\u00eancia, \u00e9 irrelevante a\n\ncircunst\u00e2ncia de n\u00e3o haver previs\u00e3o legal\n\nde isen\u00e7\u00e3o em rela\u00e7\u00e3o a tal verba\" (REsp\n\n1.221.665/PR, 1\u00aa Turma, Rel. Min. Teori\n\nAlbino Zavascki, DJe de 23.2.2011). A\n\ncorroborar a tese sobre a natureza\n\nindenizat\u00f3ria do aviso pr\u00e9vio indenizado,\n\n\fdestacam-se, na doutrina, as li\u00e7\u00f5es de Maur\u00edcio Godinho Delgado e Amauri Mascaro Nascimento. Precedentes: REsp 1.198.964/PR, 2\u00aa Turma, Rel. Min. Mauro\nCampbell Marques, DJe de 4.10.2010; REsp 1.213.133/SC, 2\u00aa Turma, Rel. Min. Castro Meira, DJe de 1\u00ba.12.2010; AgRg no REsp 1.205.593/PR, 2\u00aa Turma, Rel. Min. Herman Benjamin, DJe de 4.2.2011; AgRg no REsp\n1.218.883/SC, 1\u00aa Turma, Rel. Min. Benedito Gon\u00e7alves, DJe de 22.2.2011; AgRg no REsp 1.220.119/RS, 2\u00aa Turma, Rel. Min. Cesar Asfor Rocha, DJe de 29.11.2011. 2.3\nImport\u00e2ncia paga nos quinze dias que antecedem o aux\u00edlio- doen\u00e7a. No que se refere ao segurado empregado, durante os primeiros quinze dias consecutivos ao do afastamento da atividade por motivo de\ndoen\u00e7a, incumbe ao empregador efetuar o pagamento do seu sal\u00e1rio integral (art. 60, \u00a7 3\u00ba, da Lei 8.213/91 com reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei 9.876/99). N\u00e3o obstante nesse\nper\u00edodo haja o pagamento efetuado pelo empregador, a import\u00e2ncia paga n\u00e3o \u00e9 destinada a retribuir o trabalho, sobretudo porque no intervalo dos quinze dias consecutivos ocorre a interrup\u00e7\u00e3o do\ncontrato de trabalho, ou seja, nenhum servi\u00e7o \u00e9 prestado pelo empregado. Nesse contexto, a orienta\u00e7\u00e3o das Turmas que integram a Primeira Se\u00e7\u00e3o/STJ firmou-se no sentido de que sobre a import\u00e2ncia\npaga pelo empregador ao empregado durante os primeiros quinze dias de afastamento por motivo de doen\u00e7a n\u00e3o\n\n\fincide a contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria, por\n\nn\u00e3o se enquadrar na hip\u00f3tese de\n\nincid\u00eancia da exa\u00e7\u00e3o, que exige verba de\n\nnatureza remunerat\u00f3ria. Nesse sentido:\n\nAgRg no REsp 1.100.424/PR, 2\u00aa Turma,\n\nRel. Min. Herman Benjamin, DJe 18.3.2010;\n\nAgRg no REsp 1074103/SP, 2\u00aa Turma, Rel.\n\nMin. Castro Meira, DJe 16.4.2009; AgRg no\n\nREsp 957.719/SC, 1\u00aa Turma, Rel. Min. Luiz\n\nFux, DJe 2.12.2009; REsp 836.531/SC, 1\u00aa\n\nTurma, Rel. Min. Teori Albino Zavascki, DJ\n\nde 17.8.2006. 2.4 Ter\u00e7o constitucional de f\u00e9rias. O tema foi\n\nexaustivamente enfrentado no recurso especial da empresa (contribuinte), levando em considera\u00e7\u00e3o os argumentos\n\napresentados pela Fazenda Nacional em todas as suas manifesta\u00e7\u00f5es. Por tal raz\u00e3o, no ponto, fica prejudicado o recurso\n\nespecial da Fazenda Nacional. 3. Conclus\u00e3o. Recurso\n\nespecial de HIDRO JET EQUIPAMENTOS\n\nHIDR\u00c1ULICOS LTDA parcialmente provido,\n\napenas para afastar a incid\u00eancia de\n\ncontribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria sobre o adicional\n\nde f\u00e9rias (ter\u00e7o constitucional) concernente \u00e0s\n\nf\u00e9rias gozadas. Recurso especial da Fazenda Nacional n\u00e3o\n\nprovido.Ac\u00f3rd\u00e3o sujeito ao regime previsto\n\nno art. 543-C do CPC, c/c a Resolu\u00e7\u00e3o\n\n8/2008\n\n-\n\nPresid\u00eancia/STJ.(REsp\n\n1230957/RS, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL\n\nMARQUES, PRIMEIRA SE\u00c7\u00c3O, julgado em\n\n26/02/2014, DJe 18/03/2014)\n\n09.\n\nConforme se verifica da ementa supra, j\u00e1 h\u00e1\n\ndecis\u00e3o do Superior Tribunal de Justi\u00e7a acerca da quest\u00e3o\n\nsob o rito do artigo 543-C do C\u00f3digo de Processo Civil, n\u00e3o\n\nhavendo maiores debates acerca do tema.\n\n\fB \u2013 DA N\u00c3O INCIDENCIA DE CONTRIBUI\u00c7\u00c3O PREVIDENCI\u00c1RIA SOBRE A FOLHA DE SAL\u00c1RIOS DE PARCELAS DE NATUREZA INDENIZAT\u00d3RIA\n\n09.\n\nConforme breve s\u00edntese supra, bem como\n\njurisprud\u00eancia un\u00edssona dos Tribunais P\u00e1trios, a\n\ncontribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria sobre a folha de sal\u00e1rio incide\n\napenas sobre as parcelas que comp\u00f5e a remunera\u00e7\u00e3o dos\n\nempregados, exclu\u00eddos, portanto todos os valores\n\npercebidos pelo mesmo a titulo indenizat\u00f3rio.\n\n10.\n\nEm que pese \u00e0s diversas tentativas do\n\nlegislador em inserir no campo de tributa\u00e7\u00e3o os valores\n\nrecebidos pelo empregado a t\u00edtulo indenizat\u00f3rio, resta\n\nclarividente que a rubrica de natureza jur\u00eddica indenizat\u00f3ria\n\nn\u00e3o deve integrar a base de c\u00e1lculo da contribui\u00e7\u00e3o\n\nprevidenci\u00e1ria como \u00f4nus do contribuinte, haja vista que\n\nesta deve apenas incidir sobre a totalidade das\n\nremunera\u00e7\u00f5es focadas a retribuir o trabalho, consoante o\n\ndisposto no artigo 195, I, \u201ca\u201d, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal de\n\n19881.\n\n11.\n\nNesse sentido, importante salientar os\n\nensinamentos do professor Sergio Martins Pinto (1998, p.\n\n84), a fim de delimitarmos, doutrinariamente, o conceito\n\njur\u00eddico de remunera\u00e7\u00e3o:\n\n1 \u201cArt. 195 - A seguridade social ser\u00e1 financiada por toda a sociedade, de forma direta e\nindireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos or\u00e7amentos da Uni\u00e3o, dos Estados, do Distrito Federal e dos Munic\u00edpios, e das seguintes contribui\u00e7\u00f5es sociais: I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre: a) a folha de sal\u00e1rios e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer t\u00edtulo, \u00e0 pessoa f\u00edsica que lhe preste servi\u00e7o, mesmo sem v\u00ednculo empregat\u00edcio;\u201d\n\n\f\u201cRemunera\u00e7\u00e3o \u00e9 o conjunto de retribui\u00e7\u00f5es recebidas habitualmente pelo empregado pela\npresta\u00e7\u00e3o de servi\u00e7os, seja em dinheiro ou em utilidades, provenientes do empregador ou de terceiros, mas decorrentes do contrato de\ntrabalho, de modo a satisfazer as suas necessidades vitais b\u00e1sicas e de sua fam\u00edlia.\u201d\n\n12.\n\nNo campo infralegal, o artigo 28, I, da Lei n\u00ba\n\n8.212/91 traz a defini\u00e7\u00e3o do que, a priori, deve ser\n\nentendido por sal\u00e1rio de contribui\u00e7\u00e3o para o empregado:\n\n\u201cArt. 28. Entende-se por sal\u00e1rio-de-contribui\u00e7\u00e3o:\nI - para o empregado e trabalhador avulso: a remunera\u00e7\u00e3o auferida em uma ou mais empresas, assim entendida a totalidade dos rendimentos pagos, devidos ou creditados a qualquer t\u00edtulo, durante o m\u00eas,\ndestinados a retribuir o trabalho, qualquer que\nseja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de utilidades e os adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer pelos servi\u00e7os efetivamente prestados, quer pelo tempo \u00e0 disposi\u00e7\u00e3o do empregador ou tomador de servi\u00e7os nos termos da lei ou do contrato ou, ainda, de conven\u00e7\u00e3o ou acordo coletivo de trabalho ou senten\u00e7a normativa;\u201d (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n\u00ba 9.528, de 10.12.97)\n\n13.\n\nPercebe-se, portanto, que somente \u00e9\n\npermitida a incid\u00eancia de tributa\u00e7\u00e3o sobre as verbas\n\nremunerat\u00f3rias, pois estas se caracterizam pelo acr\u00e9scimo\n\npatrimonial perquirido pelo contribuinte em fun\u00e7\u00e3o do seu\n\nlabor. J\u00e1 as verbas indenizat\u00f3rias n\u00e3o denotam a mesma\n\ntratativa (ou pelo menos efetivamente n\u00e3o deveriam receber\n\ndo mesmo tratamento pelo legislador) no campo jur\u00eddico,\n\numa vez que configuram determinada recomposi\u00e7\u00e3o ao\n\npatrim\u00f4nio do contribuinte.\n\n\f14.\n\nSobre o tema descreve o magistrado\n\nLeandro Paulsen:\n\n\u201cA MP. 1.523, que havia alterado o \u00a72\u00ba do art. 8.212/91, incluindo na base de c\u00e1lculo da\ncontribui\u00e7\u00e3o sobre folha de sal\u00e1rio \u2018os abonos de qualquer esp\u00e9cie ou natureza, bem como as\nparcelas denominadas indenizat\u00f3rias pagas ou\ncreditadas a qualquer t\u00edtulo, inclusive em raz\u00e3o da rescis\u00e3o do contrato de trabalho, ressalvado o\ndisposto no \u00a7 9\u00ba do art. 28\u2019 foi, neste ponto, expressamente rejeitada quando da sua\nconvers\u00e3o na Lei n\u00ba 9.528/97, perdendo, assim,\nsua efic\u00e1cia desde a origem.\u201d (PAULSEN, 2008, p. 453)\n\n15.\n\nA distin\u00e7\u00e3o entre remunera\u00e7\u00e3o e\n\nindeniza\u00e7\u00e3o \u00e9 clara, a come\u00e7ar, por exemplo, pela\n\nconsidera\u00e7\u00e3o de que aquela possui determinados elementos\n\n(habitualidade, periodicidade, quantifica\u00e7\u00e3o, especialidade e\n\nreciprocidade) para que haja a sua explicita caracteriza\u00e7\u00e3o\n\nno mundo jur\u00eddico, enquanto esta decorre meramente da\n\nrepara\u00e7\u00e3o do dano porventura ocasionado no caso concreto.\n\n16.\n\nAdemais, frise-se que o artigo 110 do\n\nC\u00f3digo Tribut\u00e1rio Nacional \u00e9 categ\u00f3rico na necessidade de\n\nmanuten\u00e7\u00e3o das formas e conceitos jur\u00eddicos estabelecidos\n\nem outros ramos do Direito (como \u00e9 o caso do Direito do\n\nTrabalho), conforme abaixo transcrito:\n\n\u201cArt. 110. A lei tribut\u00e1ria n\u00e3o pode alterar a defini\u00e7\u00e3o, o conte\u00fado e o alcance de institutos, conceitos e formas de direito privado, utilizados, expressa ou implicitamente, pela Constitui\u00e7\u00e3o Federal, pelas Constitui\u00e7\u00f5es dos Estados, ou pelas Leis Org\u00e2nicas do Distrito Federal ou dos Munic\u00edpios, para definir ou limitar compet\u00eancias tribut\u00e1rias.\u201d\n\n\f17.\n\nDessa forma, tendo em vista a premissa de\n\nque as parcelas com natureza indenizat\u00f3ria, por retratarem\n\na recomposi\u00e7\u00e3o do patrim\u00f4nio do indiv\u00edduo e n\u00e3o a sua\n\nremunera\u00e7\u00e3o, conclui-se logicamente que essa rubrica \u00e9\n\nfigura alheia aos elementos contidos no artigo 28, I, da Lei\n\nn\u00ba 8.212/91, motivo pelo qual \u00e9 ilegal a sua inclus\u00e3o na base\n\nde c\u00e1lculo para apura\u00e7\u00e3o das contribui\u00e7\u00f5es sociais a serem\n\nrecolhidas aos cofres p\u00fablicos.\n\n18.\n\nNesse diapas\u00e3o \u00e9 a jurisprud\u00eancia\n\npacifica, dos Tribunais Superiores, tendo o Superior\n\nTribunal de Justi\u00e7a, inclusive, efetuado o julgamento sob\n\no rito do artigo 543-C do C\u00f3digo de Processo Civil acerca\n\nda quest\u00e3o, sepultando eventuais debates acerca do tema..\n\n19.\n\nSendo assim, resta clara a impossibilidade de\n\nincid\u00eancia da contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria ora debatida sobre\n\nparcelas que possuam car\u00e1ter indenizat\u00f3rio, tendo em vista\n\nque as mesmas n\u00e3o est\u00e3o inclu\u00eddas no conceito legal de\n\nremunera\u00e7\u00e3o.\n\n\fB.1 \u2013 DA NATUREZA INDENIZAT\u00d3RIA DO ADICIONAL DE F\u00c9RIAS\n\n20.\n\nConforme exposto no item anterior, as\n\nverbas indenizat\u00f3rias, por n\u00e3o estarem inclu\u00eddas no\n\nconceito legalmente estabelecido de remunera\u00e7\u00e3o, n\u00e3o s\u00e3o\n\npassiveis de incid\u00eancia da contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria\n\ninstitu\u00edda no artigo 22, inciso I, da Lei n\u00ba 8.212/91.\n\n21.\n\nDesta forma, cumpre salientar o car\u00e1ter\n\nindenizat\u00f3rio do adicional de f\u00e9rias previsto no artigo 7\u00ba,\n\ninciso XVII, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal, conforme verifica-se\n\nda jurisprud\u00eancia pac\u00edfica do Supremo Tribunal Federal\n\nsobre a quest\u00e3o:\n\nTRIBUT\u00c1RIO.\n\nCONTRIBUI\u00c7\u00d5ES\n\nPREVIDENCI\u00c1RIAS.\n\nINCID\u00caNCIA\n\nSOBRE\n\nTER\u00c7O\n\nCONSTITUCIONAL\n\nDE\n\nF\u00c9RIAS.\n\nIMPOSSIBILIDADE.\n\nAGRAVO\n\nIMPROVIDO. I - A orienta\u00e7\u00e3o do\n\nTribunal \u00e9 no sentido de que as\n\ncontribui\u00e7\u00f5es previdenci\u00e1rias n\u00e3o\n\npodem\n\nincidir\n\nem\n\nparcelas\n\nindenizat\u00f3rias ou que n\u00e3o incorporem a\n\nremunera\u00e7\u00e3o do servidor. II - Agravo regimental\n\nimprovido2\n\n2 AgRg no Ag n\u00ba 712.880/MG, Primeira Turma, Ministro Relator RICARDO LEWANDOWSKI, publicado em 19.06.2009\n\n\f22.\n\nNo mesmo diapas\u00e3o, \u00e9 a jurisprud\u00eancia\n\npac\u00edfica do Superior Tribunal de Justi\u00e7a, sen\u00e3o veja-se:\n\nTRIBUT\u00c1RIO. PETI\u00c7\u00c3O. INCIDENTE DE UNIFORMIZA\u00c7\u00c3O DE JURISPRUD\u00caNCIA DAS TURMAS RECURSAIS DOS JUIZADOS ESPECIAIS FEDERAIS. CONTRIBUI\u00c7\u00c3O PREVIDENCI\u00c1RIA. TER\u00c7O\nCONSTITUCIONAL DE F\u00c9RIAS. N\u00c3O INCID\u00caNCIA. MAT\u00c9RIA PACIFICADA NO STJ E NO STF. AGRAVO IMPROVIDO. 1. A Primeira Se\u00e7\u00e3o do Superior Tribunal de Justi\u00e7a, na linha de orienta\u00e7\u00e3o adotada pelo Supremo Tribunal Federal, revendo seu posicionamento, firmou compreens\u00e3o segundo a qual n\u00e3o incide contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria sobre \"o ter\u00e7o constitucional de f\u00e9rias, verba que det\u00e9m natureza indenizat\u00f3ria por n\u00e3o se incorporar \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o do\nservidor para fins de aposentadoria\" (Pet 7.296/PE, Rel. Min. ELIANA CALMON, DJe 10/11/09). 2. A alega\u00e7\u00e3o de ofensa ao princ\u00edpio da solidariedade, n\u00e3o suscitada nas raz\u00f5es do incidente de uniformiza\u00e7\u00e3o jurisprudencial, constitui inova\u00e7\u00e3o recursal, incab\u00edvel em agravo regimental. 3. Agravo regimental improvido3.\n\n23.\n\nResta claro, diante das ementas supra\n\ncolacionadas, a natureza indenizat\u00f3ria do adicional de f\u00e9rias\n\nprevisto no artigo 7\u00ba, inciso XVII, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal.\n\n3 AgRg na PET n\u00ba7207/PE, Ministro relator ARNALDO ESTEVES LIMA, Primeira Se\u00e7\u00e3o, publicado em 15.09.2010\n\n\f24.\n\nN\u00e3o obstante a jurisprud\u00eancia p\u00e1tria dar\n\nazo a pretens\u00e3o da autora, cabe tecer alguns coment\u00e1rios\n\nsobre o adicional de f\u00e9rias.\n\n25.\n\nA Constitui\u00e7\u00e3o de 1988, no cap\u00edtulo\n\ndedicado aos Direitos Sociais, estabeleceu como direito\n\nb\u00e1sico dos trabalhadores urbanos e rurais o gozo de f\u00e9rias\n\nanuais remuneradas com, pelo menos, um ter\u00e7o a mais do\n\nsal\u00e1rio normal (artigo 7\u00ba, XVII), vantagem que veio a ser\n\nestendida aos servidores ocupantes de cargos p\u00fablicos,\n\ncomo consta do par\u00e1grafo terceiro do artigo 39, da Carta\n\nMagna.\n\n26.\n\nO adicional outorgado tem por escopo\n\nproporcionar ao trabalhador (lato sensu), no per\u00edodo de\n\ndescanso, a percep\u00e7\u00e3o de um refor\u00e7o financeiro, a fim de\n\nque possa usufruir de forma plena o direito constitucional\n\ndo descanso remunerado.\n\n27.\n\nA partir da finalidade do adicional \u00e9 que se\n\ndesenvolveu a posi\u00e7\u00e3o jurisprudencial do Supremo Tribunal\n\nFederal supra transcrito, cujo in\u00edcio est\u00e1 no julgamento do\n\nRE 345.458/RS (Segunda Turma, DJ 01/02/2005), em que a\n\nrelatora, Min. Ellen Gracie, analisando a constitucionalidade\n\nda redu\u00e7\u00e3o do per\u00edodo de f\u00e9rias de procuradores\n\naut\u00e1rquicos, consignou que o abono de f\u00e9rias era esp\u00e9cie de\n\n\"parcela acess\u00f3ria que, evidentemente, deve ser paga quando\n\no trabalhador goza seu per\u00edodo de descanso anual,\n\npermitindo-lhe um refor\u00e7o financeiro neste per\u00edodo\".\n\n\f28.\n\nNesse sentido, firmou-se na Corte o\n\nentendimento pela n\u00e3o-incid\u00eancia da contribui\u00e7\u00e3o\n\nprevidenci\u00e1ria sobre o ter\u00e7o constitucional de f\u00e9rias, ao\n\nfundamento de que a referida verba det\u00e9m natureza\n\ncompensat\u00f3ria/indenizat\u00f3ria e de que, nos termos do artigo\n\n201, par\u00e1grafo 11, da CF/88 (Os ganhos habituais do\n\nempregado, a qualquer t\u00edtulo, ser\u00e3o incorporados ao sal\u00e1rio\n\npara efeito de contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria e conseq\u00fcente\n\nrepercuss\u00e3o em benef\u00edcios, nos casos e na forma da lei),\n\nsomente as parcelas incorpor\u00e1veis ao sal\u00e1rio do servidor\n\npara fins de aposentadoria sofrem a incid\u00eancia da\n\ncontribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria.\n\n29.\n\nSendo assim, resta evidente a natureza\n\nindenizat\u00f3ria do adicional de f\u00e9rias esculpido no artigo 7\u00ba,\n\ninciso XVII, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal, tendo em vista n\u00e3o\n\nestar o mesmo inclu\u00eddo no conceito legalmente institu\u00eddo de\n\nremunera\u00e7\u00e3o, conforme fundamenta\u00e7\u00e3o supra, bem como\n\nposicionamento jurisprudencial un\u00edssonos das cortes\n\nsuperiores sobre a quest\u00e3o.\n\n30.\n\nDiante de todo exposto, percebe-se\n\nclaramente que os valores alcan\u00e7ados ao empregado a t\u00edtulo\n\nde ter\u00e7o constitucional de f\u00e9rias possuem NATUREZA\n\nINDENIZAT\u00d3RIA, raz\u00e3o pela qual n\u00e3o incide contribui\u00e7\u00e3o\n\nprevidenci\u00e1ria sobre as mesmas.\n\n\fB.2 \u2013 DA NATUREZA INDENIZAT\u00d3RIA DO AVISO PR\u00c9VIO INDENIZADO E DO AUX\u00cdLIO \u2013\nDOEN\u00c7A\n\n31.\n\nHaja vista a extensa fundamenta\u00e7\u00e3o acerca\n\nda impossibilidade de incid\u00eancia das contribui\u00e7\u00f5es\n\nprevidenci\u00e1rias sobre as parcelas indenizat\u00f3rias, deixa a\n\nautora, neste ponto, de tecer longas considera\u00e7\u00f5es sobre a\n\nquest\u00e3o, limitando-se apenas a demonstrar o inequ\u00edvoco\n\ncar\u00e1ter INDENIZAT\u00d3RIO das parcelas devidas ao empregado\n\na t\u00edtulo de aviso pr\u00e9vio indenizado e aux\u00edlio doen\u00e7a (15\n\nprimeiros dias).\n\n32.\n\nA jurisprud\u00eancia p\u00e1tria, em especial do\n\nSuperior Tribunal de Justi\u00e7a, resta pacificada quanto \u00e0\n\nimpossibilidade de incid\u00eancia de contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria\n\nsobre o aux\u00edlio doen\u00e7a, sen\u00e3o veja-se:\n\nPROCESSUAL CIVIL E TRIBUT\u00c1RIO. CONTRIBUI\u00c7\u00c3O PREVIDENCI\u00c1RIA. AUX\u00cdLIO-DOEN\u00c7A. PRIMEIROS QUINZE DIAS. N\u00c3O-INCID\u00caNCIA. CL\u00c1USULA DA RESERVA DE PLEN\u00c1RIO. DESNECESSIDADE. LEI INTERPRETATIVA. PRAZO DE PRESCRI\u00c7\u00c3O PARA A REPETI\u00c7\u00c3O DE IND\u00c9BITO NOS TRIBUTOS SUJEITOS A LAN\u00c7AMENTO POR HOMOLOGA\u00c7\u00c3O. LC 118/2005. TEMAS J\u00c1 JULGADOS PELA CORTE ESPECIAL SOB O REGIME CRIADO PELO ART. 543-C DO CPC. N\u00c3O-APLICA\u00c7\u00c3O DA MULTA PREVISTA NO ART. 557, \u00a7 2\u00ba, DO CPC. 1. \u00c9 desnecess\u00e1ria a observ\u00e2ncia do procedimento disposto no art. 97 da CF/1988 quando a solu\u00e7\u00e3o da lide se faz mediante interpreta\u00e7\u00e3o da legisla\u00e7\u00e3o federal, e n\u00e3o por meio de an\u00e1lise de sua compatibilidade\n2. com a Constitui\u00e7\u00e3o Federal. Sobre os valores pagos pelo empregador ao empregado nos quinze primeiros dias de afastamento do trabalho, a t\u00edtulo de aux\u00edlio-doen\u00e7a, n\u00e3o incide contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria. Precedentes do STJ. 3. 4. 5. 6. 7. (omissis) 8.\nAgravo Regimental parcialmente provido4.\n4 AgRg no Ag 1409054/DF, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 06/09/2011, DJe 12/09/2011\n\n\fTRIBUT\u00c1RIO. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. AUX\u00cdLIO-DOEN\u00c7A E TER\u00c7O CONSTITUCIONAL DE F\u00c9RIAS. CONTRIBUI\u00c7\u00c3O PREVIDENCI\u00c1RIA. N\u00c3O\nINCID\u00caNCIA. AGRAVO N\u00c3O PROVIDO. 1. A Primeira Se\u00e7\u00e3o do Superior Tribunal de Justi\u00e7a acolheu o posicionamento do Supremo Tribunal Federal sobre a mat\u00e9ria, no sentido de que o adicional de 1/3\nde f\u00e9rias e o ter\u00e7o constitucional caracterizam-se como verba indenizat\u00f3ria, sobre a qual n\u00e3o pode incidir\ncontribui\u00e7\u00e3o para a previd\u00eancia social. De igual forma, a incid\u00eancia da contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria sobre os 15 primeiros dias do pagamento de aux\u00edlio-doen\u00e7a n\u00e3o deve prosperar. 2. Agravo regimental n\u00e3o\nprovido5.\n\n33.\n\nNo mesmo diapas\u00e3o, \u00e9 a jurisprud\u00eancia do\n\nSuperior Tribunal de Justi\u00e7a quanto a n\u00e3o incid\u00eancia de\n\ncontribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria sobre o aviso pr\u00e9vio indenizado:\n\nPROCESSUAL CIVIL E TRIBUT\u00c1RIO. EMBARGOS DE DECLARA\u00c7\u00c3O NO AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. CONTRIBUI\u00c7\u00c3O PREVIDENCI\u00c1RIA. AVISO PR\u00c9VIO INDENIZADO. N\u00c3O INCID\u00caNCIA. AC\u00d3RD\u00c3O FUNDADO EM JURISPRUD\u00caNCIA DE AMBAS AS TURMAS QUE COMP\u00d5EM A PRIMEIRA SE\u00c7\u00c3O DESTE TRIBUNAL. EXAME DE MAT\u00c9RIA CONSTITUCIONAL PARA FINS DE PREQUESTIONAMENTO. REJEI\u00c7\u00c3O. OFENSA AO PRINC\u00cdPIO DA RESERVA DE PLEN\u00c1RIO. INOCORR\u00caNCIA. 1. Embargos de declara\u00e7\u00e3o opostos pela Fazenda Nacional em face da\nac\u00f3rd\u00e3o que decidiu, nos termos da jurisprud\u00eancia assentada por ambas as Turmas que comp\u00f5em a Primeira Se\u00e7\u00e3o do STJ, que n\u00e3o incide contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria sobre os valores pagos a t\u00edtulo de aviso pr\u00e9vio indenizado, por n\u00e3o se tratar de verba de natureza salarial. 2.3.4.5. (omissis). 6. Embargos de declara\u00e7\u00e3o\nrejeitados6.\n5 AgRg no REsp 1204899/CE, Rel. Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA, PRIMEIRA TURMA, julgado em 18/08/2011, DJe 24/08/2011 6 EDcl no AgRg no REsp 1232712/RS, Rel. Ministro BENEDITO GON\u00c7ALVES, PRIMEIRA TURMA, julgado em 20/09/2011, DJe 26/09/2011\n\n\fTRIBUT\u00c1RIO. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. CONTRIBUI\u00c7\u00c3O PREVIDENCI\u00c1RIA. BASE DE C\u00c1LCULO. VERBA SALARIAL. AVISO PR\u00c9VIO INDENIZADO. NATUREZA INDENIZAT\u00d3RIA. N\u00c3O INCID\u00caNCIA. 1. Trata-se de agravo\nregimental interposto contra decis\u00e3o que, ao negar seguimento ao\n\nrecurso especial, aplicou jurisprud\u00eancia do STJ\n\nno sentido de que \u00e9 indevida a\n\nincid\u00eancia\n\nde\n\ncontribui\u00e7\u00e3o\n\nprevidenci\u00e1ria sobre os valores pagos a\n\nt\u00edtulo de aviso pr\u00e9vio indenizado. 2. \"A\n\ncontribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria incide sobre base de c\u00e1lculo de n\u00edtido car\u00e1ter salarial, de sorte que n\u00e3o a integra as parcelas de natureza indenizat\u00f3ria\" (REsp 664.258/RJ, Rel. Min. Eliana Calmon, Segunda Turma, DJ 31.5.2006) 3. \"N\u00e3o incide contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria sobre os valores pagos a t\u00edtulo de aviso pr\u00e9vio indenizado, por n\u00e3o\nse tratar de verba salarial\" (REsp 812.871/SC, Rel. Ministro Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, DJe 25/10/2010). 4. Agravo regimental n\u00e3o provido7.\n\n34.\n\nDiante das ementas supra, d\u00favidas n\u00e3o\n\nrestam acerca da natureza indenizat\u00f3ria das parcelas\n\nalcan\u00e7adas aos empregados a t\u00edtulo de aviso pr\u00e9vio\n\nindenizado e aux\u00edlio doen\u00e7a (primeiros 15 dias), e\n\nconsequentemente, da n\u00e3o incid\u00eancia de contribui\u00e7\u00e3o\n\nprevidenci\u00e1ria sobre tais valores.\n\n35.\n\nTal fato, qual seja, a natureza indenizat\u00f3ria\n\nou n\u00e3o salarial das parcelas supra mencionadas \u00e9 de singela\n\naferi\u00e7\u00e3o, vez que o aviso pr\u00e9vio, al\u00e9m de ser totalmente\n\nEVENTUAL, objetiva a concess\u00e3o de um tempo maior ao\n\nempregado na busca de um recoloca\u00e7\u00e3o no mercado de\n\ntrabalho. Nesse sentido:\n\n7 AgRg no REsp 1218883/SC, Rel. Ministro BENEDITO GON\u00c7ALVES, PRIMEIRA TURMA, julgado em 15/02/2011, DJe 22/02/2011\n\n\f\u201cCom efeito, como a dispensa de cumprimento do aviso objetiva disponibilizar mais tempo\nao empregado para a procura de novo emprego, n\u00e3o pode o aviso pr\u00e9vio indenizado ser enquadrado como sal\u00e1rio. Ali\u00e1s, em raz\u00e3o\nde sua eventualidade, tamb\u00e9m ajusta-se \u00e0 previs\u00e3o inserta no artigo 28, \u00a7 9\u00ba, al\u00ednea 'e',\nitem 7, da Lei n\u00ba 8.212/91, n\u00e3o devendo, tamb\u00e9m por tal raz\u00e3o, integrar o sal\u00e1rio de contribui\u00e7\u00e3o.8\u201d\n\n36.\n\nQuanto \u00e0 quest\u00e3o referente ao aux\u00edlio\n\ndoen\u00e7a, tamb\u00e9m n\u00e3o restam d\u00favidas que, embora seja uma\n\nparcela alcan\u00e7ada ao empregado pelo empregador, a mesma\n\nn\u00e3o se reveste de car\u00e1ter salarial, raz\u00e3o pela qual n\u00e3o\n\nintegra o sal\u00e1rio de contribui\u00e7\u00e3o, sen\u00e3o veja-se:\n\n\u201cJ\u00e1 est\u00e1 pacificado no Superior Tribunal de Justi\u00e7a o entendimento de que n\u00e3o incide contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria sobre o aux\u00edliodoen\u00e7a pago pelo empregador, relativamente aos\nquinze primeiros dias da licen\u00e7a, o que torna dispens\u00e1vel maior fundamenta\u00e7\u00e3o.\nCom efeito, o pagamento recebido pelo empregado incapacitado nos primeiros quinze dias ap\u00f3s o afastamento da atividade, embora suportado pelo empregador, representa verba decorrente da inatividade, n\u00e3o possuindo natureza salarial9\u201d.\n\n8 Apela\u00e7\u00e3o n\u00ba 5005042-93.2010.404.7000/RS, Desembagadora relatora Carla Evelise J. Hendges, publicado em 18.05.2011 9 Apela\u00e7\u00e3o n\u00ba 5005042-93.2010.404.7000/RS, Desembagadora relatora Carla Evelise J. Hendges, publicado em 18.05.2011\n\n\f37.\n\nSendo assim, diante da fundamenta\u00e7\u00e3o\n\nsupra, bem como da jurisprud\u00eancia un\u00edssona dos tribunais\n\np\u00e1trios, em especial do Superior Tribunal de Justi\u00e7a e\n\nSupremo Tribunal Federal, quanto a mat\u00e9ria ora debatida,\n\ndeve ser a presente demanda julgada procedente.\n\nC \u2013 DA REPETI\u00c7\u00c3O DO IND\u00c9BITO\n\n38.\n\nConforme demonstrado supra, vem sendo\n\nexigido dos autores pelo r\u00e9u o pagamento de tributo\n\ntotalmente inconstitucional e ilegal.\n\n39.\n\nSendo assim, uma vez declarada a\n\ninconstitucionalidade e ilegalidade do referido tributo, tem\n\no contribuinte o direito a restitui\u00e7\u00e3o dos valores pagos\n\nindevidamente, devidamente atualizados pela taxa SELIC,\n\nrespeitado o q\u00fcinq\u00fc\u00eddio legal anterior ao ajuizamento da\n\na\u00e7\u00e3o.\n\n40.\n\nPercebe-se, portanto, a necessidade de\n\nrestitui\u00e7\u00e3o dos valores pagos pela indevida inclus\u00e3o do\n\nadicional constitucional de um ter\u00e7o sobre as f\u00e9rias, auxilio\n\ndoen\u00e7a (primeiros quinze dias) e aviso pr\u00e9vio indenizado na\n\nbase de c\u00e1lculo da contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria prevista no\n\nartigo 22, inciso I, da Lei 8.212/91.\n\n41.\n\nPor fim, importante mencionar que deixa o\n\nautor de carrear aos autos a totalidade da documenta\u00e7\u00e3o\n\nque comprova os valores ilegalmente inclusos pagas no\n\nq\u00fcinq\u00fc\u00eddio legal anterior ao ajuizamento da presente a\u00e7\u00e3o,\n\n\fdevido ao volume e dificuldade de localiza\u00e7\u00e3o das mesmas, bem como da desnecess\u00e1ria juntada neste momento\nprocessual, tendo em vista que tais documentos n\u00e3o se prestam para verifica\u00e7\u00e3o da inconstitucionalidade da exa\u00e7\u00e3o, mas, sim, apenas para aferi\u00e7\u00e3o do montante a ser\nrestitu\u00eddo a tal t\u00edtulo, sendo, portanto, poss\u00edvel a juntada da totalidade da documenta\u00e7\u00e3o na fase de cumprimento\ndo julgado.\n\n42.\n\nNesse sentido, \u00e9 a jurisprud\u00eancia do\n\nTribunal Regional Federal da Quarta Regi\u00e3o:\n\nE-PROC.AGRAVO DE INSTRUMENTO. AFERI\u00c7\u00c3O. VALOR DA CAUSA. JUNTADA DE DOCUMENTOS. 1. Neste momento processual, - cuja fase se caracteriza por ser eminentemente declarat\u00f3ria do direito postulado - mostra-se despicienda a juntada de todas as contra-notas fiscais, bem como do memorial de c\u00e1lculo para\naferi\u00e7\u00e3o do valor da causa. 2. O STJ j\u00e1 assentou que, em sede de repeti\u00e7\u00e3o de ind\u00e9bito, a apresenta\u00e7\u00e3o de todos os comprovantes de recolhimento indevido do tributo n\u00e3o se faz necess\u00e1ria, podendo o quantum debeatur ser aferido na fase de liquida\u00e7\u00e3o10.\n\nTRIBUT\u00c1RIO e PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. A\u00c7\u00c3O DE REPETI\u00c7\u00c3O DE IND\u00c9BITO. FUNRURAL. APRESENTA\u00c7\u00c3O DAS GUIAS DE RECOLHIMENTO \u00c0 PREVID\u00caNCIA SOCIAL. VALOR DA CAUSA. DESNECESSIDADE. NOTAS FISCAIS. DOCUMENTOS SUFICIENTES PARA INSTRUIR A A\u00c7\u00c3O. FASE DECLARAT\u00d3RIA. 1. O \u00fanico documento \u00e0 disposi\u00e7\u00e3o do empregador rural, a comprovar o desconto do encargo na venda de produtos, \u00e9 a nota fiscal. 2. As notas fiscais de comercializa\u00e7\u00e3o da produ\u00e7\u00e3o agr\u00edcola configuram-\n10 TRF4, AG 5006320-80.2010.404.0000, Segunda Turma, Relator p/ Ac\u00f3rd\u00e3o Marcos Roberto Araujo dos Santos, D.E. 19/01/2011\n\n\fse como meio h\u00e1bil a instruir a repeti\u00e7\u00e3o do ind\u00e9bito. 3. Quando a fase \u00e9 eminentemente declarat\u00f3ria\ndo direito postulado, mostra-se despicienda a juntada de todas as contra-notas fiscais, bem como do memorial de c\u00e1lculo para aferi\u00e7\u00e3o\ndo valor da causa, dilig\u00eancias que somente ser\u00e3o indispens\u00e1veis quando da fase de\nliquida\u00e7\u00e3o de senten\u00e7a11.\n\n43.\n\nSendo assim, diante das ementas supra\n\ncolacionadas, bem como pela desnecessidade de juntada de\n\ntodos os comprovantes de pagamento a serem restitu\u00eddos\n\nneste momento processual, juntam os autores apenas a\n\ndocumenta\u00e7\u00e3o necess\u00e1ria para verifica\u00e7\u00e3o do efetivo\n\npagamento da ilegal contribui\u00e7\u00e3o, e, consequentemente, o\n\nseu direito a restitui\u00e7\u00e3o, raz\u00e3o pela qual o valor a ser dado\n\na causa demonstra-se mera estimativa para fins de\n\ndistribui\u00e7\u00e3o.\n\n11 TRF4, AG 5002699-41.2011.404.0000, Segunda Turma, Relatora p/ Ac\u00f3rd\u00e3o Carla Evelise Justino Hendges, D.E. 13/04/2011\n\n\fIII \u2013 DA TUTELA DE URG\u00caNCIA\n\n44.\n\nAnte todo o exposto, entende a autora ter\n\ncomprovado de forma inequ\u00edvoca a verossimilhan\u00e7a de suas\n\nalega\u00e7\u00f5es, no sentido de autorizar o deferimento da tutela\n\nde urg\u00eancia para o fim de excluir da base de c\u00e1lculo da\n\ncontribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria prevista no artigo 22, inciso I,\n\nda Lei 8.212/91, os valores despendidos pela autora a t\u00edtulo\n\nde adicional constitucional de um ter\u00e7o sobre as f\u00e9rias,\n\nauxilio doen\u00e7a (primeiros quinze dias) e aviso pr\u00e9vio\n\nindenizado, vez que presentes os requisitos do artigo 300\n\ndo CPC, quais sejam, a probabilidade do direito e o perigo\n\nde dano ou risco ao resultado \u00fatil do processo, os quais\n\ndespontam de forma cristalina no presente caso.\n\nIII.1 \u2013 DA PROBABILIDADE DO DIREITO\n\n45.\n\nConforme\n\nse\n\ndemonstrou\n\nnas\n\nconsidera\u00e7\u00f5es acima feitas, \u00e9 patente a probabilidade do\n\ndireito defendido pela autora; e isso se afirma pelo\n\nentendimento pac\u00edfico e favor\u00e1vel da jurisprud\u00eancia dos\n\nTribunais Superiores.\n\n46.\n\nA probabilidade do direito pleiteado pela\n\nautora encontra-se plenamente demonstrada nos autos,\n\numa vez que segue anexo \u00e0 presente exordial documentos\n\nque comprovam a incid\u00eancia, bem como o pagamento\n\nindevido da contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria sobre os valores\n\ndespendidos a t\u00edtulo de adicional constitucional de um\n\nter\u00e7o sobre as f\u00e9rias, auxilio doen\u00e7a (primeiros quinze dias)\n\ne aviso pr\u00e9vio indenizado.\n\n\f47.\n\nPor sua vez, n\u00e3o \u00e9 diferente com a\n\nVEROSSIMILHAN\u00c7A DO DIREITO aqui pleiteado, visto que\n\nnos termos do entendimento consolidado dos Colendos\n\nSupremo Tribunal Federal e Superior Tribunal de Justi\u00e7a, \u00e9\n\ninconstitucional e ilegal a inclus\u00e3o dos valores pagos a\n\nt\u00edtulo de adicional constitucional de um ter\u00e7o sobre as\n\nf\u00e9rias, auxilio doen\u00e7a (primeiros quinze dias) e aviso pr\u00e9vio\n\nindenizado na base de c\u00e1lculo da contribui\u00e7\u00e3o\n\nprevidenci\u00e1ria prevista no artigo 22, inciso I, da Lei\n\n8.212/91.\n\nIII.2 \u2013 DO PERIGO DE DANO E RISCO AO RESULTADO \u00daTIL DO PROCESSO\n\n48.\n\nO \u201cperigo de dano e risco ao resultado \u00fatil\n\ndo processo\u201d, por sua vez, encontra-se configurada no fato\n\nde que a autora \u2013 caso venham a n\u00e3o efetuar o recolhimento\n\nda contribui\u00e7\u00e3o inconstitucionalmente e ilegalmente exigida\n\n\u2013 sofrer o risco iminente da autua\u00e7\u00e3o da Uni\u00e3o Federal, a\n\nqual, invariavelmente, trar\u00e1 preju\u00edzos incont\u00e1veis \u00e0 autora,\n\ntais como, inscri\u00e7\u00e3o dos d\u00e9bitos em d\u00edvida ativa, inclus\u00e3o\n\nda mesma na lista de devedoras da Uni\u00e3o, impedimento\n\npara participa\u00e7\u00e3o em licita\u00e7\u00f5es p\u00fablicas, entre outros.\n\nAinda, restar\u00e1 a autora sob risco iminente de ver movida\n\ncontra si Execu\u00e7\u00e3o Fiscal, cujos preju\u00edzos s\u00e3o\n\nabsolutamente desastrosos a qualquer empresa.\n\n49.\n\nFirme-se tamb\u00e9m que enquanto para a\n\nrequerente a n\u00e3o concess\u00e3o da antecipa\u00e7\u00e3o de tutela\n\nsignifica imensos preju\u00edzos, sua concess\u00e3o, para a r\u00e9, n\u00e3o\n\nlhe trar\u00e1 nenhum problema, haja vista que no caso de\n\ninsucesso da presente demanda, o que se admite ad\n\nargumentandum, a decis\u00e3o \u00e9 perfeitamente revers\u00edvel.\n\n\f52.\n\nPresentes, como visto, os requisitos do\n\nartigo 300 do CPC autorizadoras da concess\u00e3o da pleiteada\n\ntutela de urg\u00eancia, necess\u00e1rio se faz seu deferimento, no\n\nsentido de que, reconhecendo-se a inconstitucionalidade e\n\nilegalidade da a inclus\u00e3o dos valores pagos a t\u00edtulo de\n\nadicional constitucional de um ter\u00e7o sobre as f\u00e9rias, auxilio\n\ndoen\u00e7a (primeiros quinze dias) e aviso pr\u00e9vio indenizado na\n\nbase de c\u00e1lculo da contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria prevista no\n\nartigo 22, inciso I, da Lei 8.212/91, sejam exclu\u00eddas tais\n\nparcelas da base de c\u00e1lculo da contribui\u00e7\u00e3o ora debatida.\n\n(segue)\n\n\fIV - DO PEDIDO\n\n53.\n\nAnte todo o exposto, requer:\n\na)\n\nseja deferida, \u201cinaudita altera pars\u201d, a\n\ntutela de urg\u00eancia supra pleiteada, suspendendo-se a\n\nexigibilidade da contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria incidente sobre\n\nas verbas despendidas a t\u00edtulo de adicional de f\u00e9rias\n\nprevisto no artigo 7\u00ba, inciso XVII, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal,\n\naviso pr\u00e9vio indenizado e aux\u00edlio doen\u00e7a (15 primeiros dias)\n\nem rela\u00e7\u00e3o ao autor, at\u00e9 o tr\u00e2nsito em julgado da presente\n\na\u00e7\u00e3o, determinando-se \u00e0 Uni\u00e3o Federal, em conseq\u00fc\u00eancia,\n\nque se abstenha da pr\u00e1tica de qualquer ato tendente \u00e0\n\ncobran\u00e7a do tributo supra especificado;\n\nb)\n\na cita\u00e7\u00e3o da Uni\u00e3o Federal, para, querendo,\n\nresponder aos termos da presente, sob pena de revelia;\n\nc)\n\nem cogni\u00e7\u00e3o final, seja julgada totalmente\n\nprocedente, para declarar o direito do autor de n\u00e3o mais\n\nrecolher contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria prevista no artigo 22, I\n\nda Lei n\u00ba 8.212/91, incidente sobre as verbas despendidas a\n\nt\u00edtulo de adicional de f\u00e9rias previsto no artigo 7\u00ba, inciso\n\nXVII, aviso pr\u00e9vio indenizado e aux\u00edlio doen\u00e7a (15 primeiros\n\ndias), e, consequentemente, seja condenada a Uni\u00e3o Federal\n\na restituir os valores pagos indevidamente a t\u00edtulo das\n\nparcelas supra referidas, limitada a condena\u00e7\u00e3o ao prazo\n\nprescricional de 5 (anos) anos do ajuizamento da presente\n\ndemanda;\n\nd)\n\na condena\u00e7\u00e3o da Uni\u00e3o Federal aos \u00f4nus\n\nsucumbenciais, especialmente os honor\u00e1rios advocat\u00edcios,\n\nnos termos do artigo 85 do CPC;\n\n\fe)\n\nprotesta, outrossim, pela produ\u00e7\u00e3o de\n\ntodos os meios de prova em direito admitidos, nos termos\n\nlegais;\n\nD\u00e1-se \u00e0 causa, por estimativa e para fins de distribui\u00e7\u00e3o, o valor de R$ 60.000,00 (Sessenta mil reais).\n\n2016.\n\nPede Deferimento. Novo Hamburgo, 11 de outubro de\n\np.p.\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 5 (Solon) - IdDocumentoCompleto: 5007870-39.2018.4.04.7208-721532088534596000252002617281", "text": "EXCELENT\u00cdSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DO JUIZADO ESPECIAL FEDERAL DA COMARCA DE ITAJA\u00cd \u2013 SANTA CATARINA.\nTAISE BITTENCOURT DA SILVA, brasileiro(a), servidor(a) p\u00fablico(a) municipal, portador da c\u00e9dula de identidade n\u00ba 6274413, inscrito no CPF sob o n\u00ba 090.253.419-00 residente e domiciliado na Rua 706 , N\u00b0 1164, bairro V\u00e1rzea, na cidade de Itapema/SC, CEP 88220-000, vem mui respeitosamente, perante Vossa Excel\u00eancia, por meio de seus procuradores, propor A\u00c7\u00c3O DECLARAT\u00d3RIA DE INEXIGIBILIDADE DE TRIBUTO CUMULADA COM REPETI\u00c7\u00c3O DE IND\u00c9BITO, em face da UNI\u00c3O FEDERAL, a ser citada atrav\u00e9s de seu representante legal, pelos motivos de fato e de direito que passa a expor:\nPRELIMINARMENTE:\nDA JUSTI\u00c7A GRATUITA:\nA parte autora declara, nos termos do art. 4\u00ba da Lei 1.060/50 e art. 212, IV, do C\u00f3digo Civil, que necessita de concess\u00e3o do benef\u00edcio de Assist\u00eancia Judici\u00e1ria Gratuita, pois n\u00e3o possui condi\u00e7\u00f5es de arcar com os \u00f4nus pecuni\u00e1rios judiciais sem preju\u00edzo pr\u00f3prio ou de sua fam\u00edlia.\nO Egr\u00e9gio TRF4 uniformizou a jurisprud\u00eancia no entendimento de que \u00e9 suficiente a afirma\u00e7\u00e3o da parte autora de que n\u00e3o possui condi\u00e7\u00f5es de pleitear com as custas processuais sem preju\u00edzo pr\u00f3prio e de sua fam\u00edlia para concess\u00e3o do benef\u00edcio da Justi\u00e7a Gratuita.\nINCIDENTE DE UNIFORMIZA\u00c7\u00c3O DE JURISPRUD\u00caNCIA. ASSIST\u00caNCIA JUDICI\u00c1RIA GRATUITA. LEI 1.060/50. ART. 4\u00aa. ESTADO DE MISERABILIDADE. PRESUN\u00c7\u00c3O PELA SIMPLES AFIRMA\u00c7\u00c3O. \u00d4NUS DA PROVA. PARTE CONTR\u00c1RIA. 1. Para a concess\u00e3o da assist\u00eancia judici\u00e1ria gratuita basta que a parte declare n\u00e3o possuir condi\u00e7\u00f5es de arcar com as despesas do processo sem preju\u00edzo do pr\u00f3prio sustento ou de sua fam\u00edlia, cabendo \u00e0 parte contr\u00e1ria o \u00f4nus de elidir a presun\u00e7\u00e3o de veracidade da\u00ed surgida - art. 4\u00ba da Lei n\u00ba 1060/50. 2. Descabem crit\u00e9rios outros (como isen\u00e7\u00e3o do imposto de renda ou renda l\u00edquida inferior a 10 sal\u00e1rios m\u00ednimos) para infirmar presun\u00e7\u00e3o legal de pobreza, em desfavor do cidad\u00e3o. 3. Uniformizada a jurisprud\u00eancia com o reconhecimento de que, para fins de Assist\u00eancia Judici\u00e1ria Gratuita, inexistem crit\u00e9rios de presun\u00e7\u00e3o de pobreza diversos daquela constante do art. 4\u00ba da Lei n\u00ba 1060/50. (TRF4, AC\n\n\f5008804-40.2012.404.7100, Terceira Turma, Relator Carlos Eduardo Thompson Flores Lenz, D.E. 07/03/2013) ADMINISTRATIVO. AGRAVO DE INSTRUMENTO. ASSIST\u00caNCIA JUDICI\u00c1RIA GRATUITA. LEI 1.060/50. ART. 4\u00aa. ESTADO DE MISERABILIDADE. PRESUN\u00c7\u00c3O PELA SIMPLES AFIRMA\u00c7\u00c3O. \u00d4NUS DA PROVA. PARTE CONTR\u00c1RIA. 1. Para a concess\u00e3o da assist\u00eancia judici\u00e1ria gratuita basta que a parte declare n\u00e3o possuir condi\u00e7\u00f5es de arcar com as despesas do processo sem preju\u00edzo do pr\u00f3prio sustento ou de sua fam\u00edlia, cabendo \u00e0 parte contr\u00e1ria o \u00f4nus de elidir a presun\u00e7\u00e3o de veracidade da\u00ed surgida - art. 4\u00ba da Lei n\u00ba 1060/50. 2. Descabem crit\u00e9rios outros (como isen\u00e7\u00e3o do imposto de renda ou renda l\u00edquida inferior a 10 sal\u00e1rios m\u00ednimos) para infirmar presun\u00e7\u00e3o legal de pobreza, em desfavor do cidad\u00e3o. 3. Uniformizada a jurisprud\u00eancia com o reconhecimento de que, para fins de Assist\u00eancia Judici\u00e1ria Gratuita, inexistem crit\u00e9rios de presun\u00e7\u00e3o de pobreza diversos daquela constante do art. 4\u00ba da Lei n\u00ba 1060/50. (TRF4, AG 5020736-48.2013.404.0000, Terceira Turma, Relator p/ Ac\u00f3rd\u00e3o Fernando Quadros da Silva, D.E. 25/10/2013)\nDiante do exposto e do entendimento do egr\u00e9gio TRF4, requer seja deferido o benef\u00edcio da Justi\u00e7a Gratuita, pois a parte Autora n\u00e3o possui condi\u00e7\u00f5es financeiras de arcar com as custas do processo sem preju\u00edzo pr\u00f3prio e de sua fam\u00edlia.\nDOS FATOS\nA a\u00e7\u00e3o tem por objetivo a repeti\u00e7\u00e3o dos valores indevidamente descontados da parte Autora, tendo em vista as disposi\u00e7\u00f5es constitucionais pertinentes, bem como a recente uniformiza\u00e7\u00e3o de jurisprud\u00eancia dos Tribunais acerca da ilegalidade da incid\u00eancia de contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria sobre o adicional de f\u00e9rias dos trabalhadores (1/3 de f\u00e9rias), inclu\u00eddos os servidores p\u00fablicos da Uni\u00e3o, Estados e Munic\u00edpios.\nA Parte Autora \u00e9 servidor p\u00fablico municipal celetista, tem descontado diretamente de seus vencimentos o valor referente \u00e0s contribui\u00e7\u00f5es previdenci\u00e1rias, que s\u00e3o retidas pelo munic\u00edpio de Itapema entidade arrecadadora \u2013 respons\u00e1vel pelo repasse \u00e0 UNI\u00c3O FEDERAL.\nDesta forma, o entendimento jurisprudencial adota a ilegitimidade passiva da empresa para qual a parte Autora trabalha e do INSS, devendo unicamente a Uni\u00e3o Federal ocupar o polo passivo da demanda.\n\n\fNessas contribui\u00e7\u00f5es, verifica-se que inclu\u00eddo em sua base de c\u00e1lculo est\u00e1 o valor do adicional de f\u00e9rias.\nCabe destacar que o desconto n\u00e3o tem respaldo legal em nosso ordenamento jur\u00eddico. A contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria deve incidir apenas sobre a remunera\u00e7\u00e3o mensal, afastadas as verbas que n\u00e3o ser\u00e3o convertidas em benef\u00edcio da parte Autora, quando da aposentadoria, em acordo m\u00fatuo com a lei e com o entendimento jurisprudencial.\nDesta forma, os valores descontados indevidamente, em per\u00edodo n\u00e3o alcan\u00e7ado pela prescri\u00e7\u00e3o quinquenal, devem ser devolvidos, com juros e corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, sob pena de enriquecimento il\u00edcito da Uni\u00e3o Federal. \u00c9 neste tocante que se busca a restitui\u00e7\u00e3o dos descontos indevidos sobre o adicional de f\u00e9rias.\nDO DIREITO\nA Constitui\u00e7\u00e3o Federal delineia as linhas gerais e d\u00e1 as diretrizes que devem ser seguidas pela Uni\u00e3o, pelos Estados, pelo Distrito Federal e pelos Munic\u00edpios no que tange \u00e0 previd\u00eancia de seus servidores.\nAssim, pelo princ\u00edpio da simetria e pelo princ\u00edpio da legalidade, os entes da federa\u00e7\u00e3o est\u00e3o adstritos aos princ\u00edpios e regras dispostas na Constitui\u00e7\u00e3o Federal.\nAntes de tudo, cumpre referir que aos servidores p\u00fablicos aplicam-se alguns dos direitos sociais previstos no art. 7\u00ba da Constitui\u00e7\u00e3o Federal, sendo que tal previs\u00e3o vem expressa no art. 39, in verbis:\nArt. 39. A uni\u00e3o, os Estados, o Distrito Federal e os Munic\u00edpios instituir\u00e3o, no \u00e2mbito de sua compet\u00eancia, regime jur\u00eddico \u00fanico e planos de carreira para os servidores da administra\u00e7\u00e3o p\u00fablica direta, das autarquias e das funda\u00e7\u00f5es p\u00fablicas. (...) \u00a7 3\u00ba Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo p\u00fablico o disposto no art. 7\u00ba, IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII, XXX, podendo a lei estabelecer requisitos diferenciados de admiss\u00e3o quando a natureza do cargo o exigir.\n\n\fDentre esses direitos, encontra-se, no inciso XVII, o direito social ao gozo de f\u00e9rias anuais remuneradas com, pelo menos, um ter\u00e7o a mais do que o sal\u00e1rio normal. A Constitui\u00e7\u00e3o Federal, em seu art. 40, com reda\u00e7\u00e3o dada pela Emenda Constitucional n\u00ba 41/2004, disp\u00f5e:\nArt. 40. Aos servidores titulares de cargos efetivos da Uni\u00e3o, dos Estados, do Distrito Federal e dos Munic\u00edpios, inclu\u00eddas suas autarquias e funda\u00e7\u00f5es, \u00e9 assegurado regime de previd\u00eancia de car\u00e1ter contributivo e solid\u00e1rio, mediante contribui\u00e7\u00e3o do respectivo ente p\u00fablico, dos servidores ativos e inativos e dos pensionistas, observados crit\u00e9rios que preservem o equil\u00edbrio financeiro e atuarial e o disposto neste artigo. [...] \u00a72\u00ba \"Os proventos de aposentadoria e as pens\u00f5es, por ocasi\u00e3o de sua concess\u00e3o, n\u00e3o poder\u00e3o exceder a remunera\u00e7\u00e3o do respectivo servidor, no cargo efetivo em que se deu a aposentadoria ou que serviu de refer\u00eancia para a concess\u00e3o da pens\u00e3o\".\nJ\u00e1 o \u00a714\u00ba disp\u00f5e que \"A Uni\u00e3o, os Estados, o Distrito Federal e os Munic\u00edpios, desde que instituam regime de previd\u00eancia complementar para os seus respectivos servidores titulares de cargo efetivo poder\u00e3o fixar, para o valor das aposentadorias e pens\u00f5es a serem concedidas pelo regime de que trata este artigo, o limite m\u00e1ximo estabelecido para os benef\u00edcios do regime geral de previd\u00eancia social de que trata o art. 201\".\nPelo \u00a715\u00ba, \"O regime de previd\u00eancia complementar de que trata o \u00a714\u00ba ser\u00e1 institu\u00eddo por lei de iniciativa do respectivo Poder Executivo, observado o disposto no art. 202 e seus par\u00e1grafos, no que couber, por interm\u00e9dio de entidades fechadas de previd\u00eancia complementar. De natureza p\u00fablica, que oferecer\u00e3o aos respectivos participantes planos de benef\u00edcios somente na modalidade de contribui\u00e7\u00e3o definida\u201d.\nO art. 201, \u00a711\u00ba, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal, disp\u00f5e que \"Os ganhos habituais do empregado, a qualquer t\u00edtulo, ser\u00e3o incorporados ao sal\u00e1rio para efeito de contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria e consequente repercuss\u00e3o em benef\u00edcios, nos casos e na forma da lei\u201d. Portanto, somente as parcelas incorpor\u00e1veis ao sal\u00e1rio do servidor para fins de aposentadoria sofrem a incid\u00eancia da contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria.\n\n\fDeste modo, constata-se que a contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria sobre o adicional de f\u00e9rias gerar\u00e1 uma contribui\u00e7\u00e3o sobre valor maior que a remunera\u00e7\u00e3o efetiva do segurado no cargo, e que n\u00e3o ser\u00e1 levada em considera\u00e7\u00e3o no momento da fixa\u00e7\u00e3o dos proventos, uma vez que na aposentadoria o servidor n\u00e3o gozar\u00e1 de f\u00e9rias, n\u00e3o recebendo, portanto, adicional de f\u00e9rias.\nDesde j\u00e1, destaca-se que o adicional de f\u00e9rias, segundo o entendimento pacificado da jurisprud\u00eancia p\u00e1tria tem natureza indenizat\u00f3ria. Assim, n\u00e3o cabe incid\u00eancia de contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria sobre tal adicional. Neste contexto, se mostra ilegal e incab\u00edvel incluir na base de c\u00e1lculo da contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria o adicional de f\u00e9rias, tendo em vista dois aspectos basilares: o da natureza indenizat\u00f3ria do ter\u00e7o de f\u00e9rias e o de constituir verba n\u00e3o incorpor\u00e1vel no c\u00e1lculo da aposentadoria.\nConforme destacado pelo STF, a Constitui\u00e7\u00e3o de 1988, no cap\u00edtulo dedicado aos Direitos Sociais, estabeleceu como direito b\u00e1sico dos trabalhadores urbanos e rurais o gozo de f\u00e9rias anuais remuneradas com, pelo menos, um ter\u00e7o a mais do sal\u00e1rio normal (art. 7\u00ba, XVII), vantagem que veio a ser estendida aos servidores ocupantes de cargos p\u00fablicos, como consta do \u00a73\u00ba do art. 39, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal. O adicional outorgado tem por escopo proporcionar ao trabalhador (incluindo o servidor p\u00fablico celetista), o per\u00edodo de descanso, a percep\u00e7\u00e3o de um refor\u00e7o financeiro, a fim de que possa usufruir de forma plena o direito constitucional do descanso remunerado. A partir da finalidade do adicional \u00e9 que se desenvolveu a posi\u00e7\u00e3o jurisprudencial do STF, cujo in\u00edcio est\u00e1 no julgamento do RE 345.458/RS (Segunda Turma, DJ 01/02/2005), em que a relatora, Min. Ellen Gracie, analisando a constitucionalidade da redu\u00e7\u00e3o do per\u00edodo de f\u00e9rias de procuradores aut\u00e1rquicos, consignou, em argumenta\u00e7\u00e3o, que o abono de f\u00e9rias era esp\u00e9cie de \"[...] parcela acess\u00f3ria que, evidentemente, deve ser paga quando o trabalhador goza seu per\u00edodo de descanso anual, permitindo-lhe um refor\u00e7o financeiro neste per\u00edodo\". A partir da\u00ed, firmou-se na Corte Suprema o entendimento pela n\u00e3o incid\u00eancia da contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria sobre o adicional de f\u00e9rias, ao fundamento de que a referida verba det\u00e9m natureza compensat\u00f3ria/indenizat\u00f3ria e de que, nos termos do art. 201, \u00a711\u00ba, da CF/88,\n\n\f\"Os ganhos habituais do empregado, a qualquer t\u00edtulo, ser\u00e3o incorporados ao\nsal\u00e1rio para efeito de contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria e consequente repercuss\u00e3o\nem benef\u00edcios, nos casos e na forma da lei\". Dessa forma, somente as parcelas\nincorpor\u00e1veis ao sal\u00e1rio do servidor para fins de aposentadoria sofrem a\nincid\u00eancia da contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria, conforme ementa abaixo:\nRECURSO EXTRAORDIN\u00c1RIO \u2013 CONTRIBUI\u00c7\u00c3O SOCIAL \u2013 INCID\u00caNCIA \u2013 ADICIONAL DE UM TER\u00c7O (1/3) SOBRE F\u00c9RIAS (CF, ART. 7\u00ba, XVII) \u2013 IMPOSSIBILIDADE \u2013 DIRETRIZ JURISPRUDENCIAL FIRMADA PELO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL \u2013 RECURSO DE AGRAVO IMPROVIDO. \u2013 O Supremo Tribunal Federal, em sucessivos julgamentos, firmou entendimento no sentido da n\u00e3o incid\u00eancia de contribui\u00e7\u00e3o social sobre o adicional de um ter\u00e7o (1/3), a que se refere o art. 7\u00ba, XVII, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal. Precedentes. (STF RE 587941, AgV/ SC/ Santa Catarian, Relator Ministro Celso de Mello.Segunda Turma. Dje 21.11.2008).\nSomente as parcelas incorpor\u00e1veis ao sal\u00e1rio/vencimento do\ntrabalhador sofrem a incid\u00eancia da contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria.\nFrente ao posicionamento do Supremo Tribunal Federal, o\nSuperior Tribunal de Justi\u00e7a, que entendia pela possibilidade da incid\u00eancia de\ncontribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria sobre o adicional de f\u00e9rias, modificou seu\nposicionamento quanto \u00e0 mat\u00e9ria, uniformizando-o ao STF:\nPROCESSUAL CIVIL E TRIBUT\u00c1RIO. CONTRIBUI\u00c7\u00c3O PREVIDENCI\u00c1RIA. TER\u00c7O CONSTITUCIONAL DE F\u00c9RIAS. N\u00c3O INCID\u00caNCIA. 1. A contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria n\u00e3o incide sobre o ter\u00e7o constitucional de f\u00e9rias, percebido pelos servidores p\u00fablicos federais, por constituir verba que det\u00e9m naturezaindenizat\u00f3ria e que n\u00e3o se incorpora \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o para fins de aposentadoria.2. Esse entendimento foi firmado pela Primeira Se\u00e7\u00e3o nos autos de incidente de uniformiza\u00e7\u00e3o de interpreta\u00e7\u00e3o de lei federal dirigido a este Tribunal Superior, cadastrado como Pet 7.296\u2044PE, da relatoria da Ministra Eliana Calmon, julgado em 28.11.09 (DJe de 10.11.09).3. O disposto no art. 97 da Constitui\u00e7\u00e3o da Rep\u00fablica (cl\u00e1usula de reserva de plen\u00e1rio) n\u00e3o infringe a decis\u00e3o que interpreta a legisla\u00e7\u00e3o infraconstitucional de reg\u00eancia em conson\u00e2ncia com as disposi\u00e7\u00f5es constitucionais competentes.4. Agravo regimental n\u00e3o provido. (Superior Tribunal de Justi\u00e7a. AgRg na Pe 7190/RJ AGRAVO REGIMENTAL NA PETI\u00c7\u00c3O 2009/0067582-6. Ministro Relator CASTRO MEIRA, \u00d3rg\u00e3o Julgador. S1 \u2013 PRIMEIRA SE\u00c7\u00c3O. Publicada no DJe 10/05/2010)\nTRIBUT\u00c1RIO. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. CONTRIBUI\u00c7\u00d5ES PREVIDENCI\u00c1RIAS SOBRE ADICIONAL DE F\u00c9RIAS. N\u00c3O INCID\u00caNCIA. ADEQUA\u00c7\u00c3O DA JURISPRUD\u00caNCIA DO STJ AO ENTENDIMENTO FIRMADO NO PRET\u00d3RIO EXCELSO.1. A Primeira Se\u00e7\u00e3o do STJ\n\n\fconsiderava leg\u00edtima a incid\u00eancia da contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria sobre o ter\u00e7o constitucional de f\u00e9rias.2. Entendimento diverso foi firmado pelo STF, a partir da compreens\u00e3o da natureza jur\u00eddica do ter\u00e7o constitucional de f\u00e9rias, considerado como verba compensat\u00f3ria e n\u00e3o incorpor\u00e1vel \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o do servidor para fins de aposentadoria. 3. Realinhamento da jurisprud\u00eancia do STJ, adequando-se \u00e0 posi\u00e7\u00e3o sedimentada no Pret\u00f3rio Excelso, no sentido de que n\u00e3o incide Contribui\u00e7\u00e3o Previdenci\u00e1ria sobre o ter\u00e7o constitucional de f\u00e9rias, dada a natureza indenizat\u00f3ria dessa verba. Precedentes. (EREsp 956.289/RS, Rel. Min. Eliana Calmon, Primeira Se\u00e7\u00e3o, DJe 10/11/2009, Pet 7.296/PE, Rel. Min. Eliana Calmon, Primeira Se\u00e7\u00e3o, DJe de 10/11/2009. 4. Agravo regimental n\u00e3o provido).\nAssim, com fundamento nos entendimentos acima exarados,\nverifica-se que o adicional de f\u00e9rias n\u00e3o deve integrar a base de c\u00e1lculo da\ncontribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria, dada a sua natureza indenizat\u00f3ria e por n\u00e3o se\nincorporar \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o do servidor celetista para fins de aposentadoria.\nDessa maneira, como h\u00e1 o desconto previdenci\u00e1rio sobre o\nadicional de f\u00e9rias dos servidores p\u00fablicos celetistas, assim como \u00e9 o Autor, \u00e9\ndevida a cessa\u00e7\u00e3o dos referidos descontos e a restitui\u00e7\u00e3o de todos os valores\ndescontados a tal t\u00edtulo, nos \u00faltimos 05 (cinco) anos e os que se vencerem no\ndecorrer do processo, que dever\u00e3o ser atualizados at\u00e9 a data do efetivo\npagamento.\nO Tribunal Regional Federal da 4\u00aa Regi\u00e3o j\u00e1 incorporou o\nentendimento esposado pelo STF e pelo STJ, conforme julgados abaixo:\n\nTRIBUT\u00c1RIO.\n\nMANDADO\n\nDE\n\nSEGURAN\u00c7A.\n\nCONTRIBUI\u00c7\u00d5ES PREVIDENCI\u00c1RIAS. AUX\u00cdLIO-DOEN\u00c7A.\n\nTER\u00c7O CONSTITUCIONAL DE F\u00c9RIAS. AVISO PR\u00c9VIO\n\nINDENIZADO. 1. Segundo orienta\u00e7\u00e3o do Superior Tribunal de\n\nJusti\u00e7a, n\u00e3o deve incidir contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria sobre a\n\nremunera\u00e7\u00e3o paga pelo empregador ao empregado durante os\n\nprimeiros quinze dias de afastamento do trabalho por motivo de\n\nincapacidade, uma vez que tal verba n\u00e3o possui natureza\n\nsalarial. 2. Em rela\u00e7\u00e3o ao adicional de 1/3, realinhando a\n\nposi\u00e7\u00e3o jurisprudencial desta Corte \u00e0 jurisprud\u00eancia do STJ e\n\ndo STF, no sentido de que a referida verba que det\u00e9m natureza\n\nindenizat\u00f3ria por n\u00e3o se incorporar \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o do servidor\n\npara fins de aposentadoria, afasta-se a incid\u00eancia de\n\ncontribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria sobre o ter\u00e7o constitucional de\n\nf\u00e9rias. 3. Ainda que operada a revoga\u00e7\u00e3o da al\u00ednea \"f\" do \u00a7 9\u00ba\n\ndo art. 214 do Decreto 3.038/99, a contribui\u00e7\u00e3o n\u00e3o poderia ser\n\nexigida sobre a parcela paga ao empregado a t\u00edtulo de aviso\n\npr\u00e9vio, porquanto a natureza de tais valores continua sendo\n\nindenizat\u00f3ria, n\u00e3o integrando, portanto, o sal\u00e1rio-de-\n\ncontribui\u00e7\u00e3o. (TRF4, APELREEX 5036329- 35.2014.404.7000,\n\nPrimeira Turma, Relator p/ Ac\u00f3rd\u00e3o Jorge Antonio Maurique,\n\njuntado aos autos em 04/12/2014).\n\n\fImportante asseverar que o objeto desta a\u00e7\u00e3o, foi analisado em sede de recurs\u00e3o geral (Tema 908, no Supremo tribunal Federal, o qual j\u00e1 analisou a incid\u00eancia da contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria sobre v\u00e1rias parcelas na sistem\u00e1tica, vejamos:\n\nIncid\u00eancia\n\nTema 687 - Discuss\u00e3o acerca da\n\nIncid\u00eancia\n\nde\n\ncontribui\u00e7\u00e3o\n\nprevidenci\u00e1ria sobre a seguinte verba\n\ntrabalhista: horas extras.\n\nTese firmada - As horas extras e seu\n\nrespectivo adicional constituem\n\nverbas de natureza remunerat\u00f3ria,\n\nraz\u00e3o pela qual se sujeitam \u00e0\n\nincid\u00eancia\n\nde\n\ncontribui\u00e7\u00e3o\n\nprevidenci\u00e1ria.\n\nTema 688 - Discuss\u00e3o acerca da\n\nincid\u00eancia\n\nde\n\ncontribui\u00e7\u00e3o\n\nprevidenci\u00e1ria sobre a seguinte verba\n\ntrabalhista: adicional noturno.\n\nTese firmada - O adicional noturno\n\nconstitui verba de natureza\n\nremunerat\u00f3ria, raz\u00e3o pela qual se\n\nsujeita \u00e0 incid\u00eancia de contribui\u00e7\u00e3o\n\nprevidenci\u00e1ria.\n\nTese 689 - Discuss\u00e3o acerca da\n\nincid\u00eancia\n\nde\n\ncontribui\u00e7\u00e3o\n\nprevidenci\u00e1ria sobre a seguinte verba\n\ntrabalhista:\n\nadicional\n\nde\n\npericulosidade.\n\nTese firmada - O adicional de\n\npericulosidade constitui verba de\n\nnatureza remunerat\u00f3ria, raz\u00e3o pela\n\nqual se sujeita \u00e0 incid\u00eancia de\n\ncontribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria\n\nTema 739 - Discute-se a incid\u00eancia de contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria (a cargo da empresa) sobre os valores pagos a t\u00edtulo de sal\u00e1rio maternidade. Tese firmada - O sal\u00e1rio-maternidade possui natureza salarial e integra, consequentemente, a base de c\u00e1lculo\n\nN\u00e3o Incid\u00eancia Tema 478 - Discute-se a incid\u00eancia de contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria sobre os valores pagos a t\u00edtulo de aviso pr\u00e9vio indenizado. Tese firmada - N\u00e3o incide contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria sobre os valores pagos a t\u00edtulo de aviso pr\u00e9vio indenizado, por n\u00e3o se tratar de verba salarial.\n\nTema 479 - Discute-se a incid\u00eancia\n\nde contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria sobre\n\nos valores pagos a t\u00edtulo de ter\u00e7o\n\nconstitucional de f\u00e9rias.\n\nTese firmada - A import\u00e2ncia paga a\n\nt\u00edtulo de ter\u00e7o constitucional de f\u00e9rias\n\npossui\n\nnatureza\n\nindenizat\u00f3ria/compensat\u00f3ria, e n\u00e3o\n\nconstitui ganho habitual do\n\nempregado, raz\u00e3o pela qual sobre ela\n\nn\u00e3o \u00e9 poss\u00edvel a incid\u00eancia de\n\ncontribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria (a cargo\n\nda empresa)\n\nTema 738 - Discute-se a incid\u00eancia\n\nde contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria sobre\n\nos valores pagos nos primeiros quinze\n\ndias de afastamento por motivo de\n\ndoen\u00e7a.\n\nTese firmada - Sobre a import\u00e2ncia\n\npaga pelo empregador ao empregado\n\ndurante os primeiros quinze dias de\n\nafastamento por motivo de doen\u00e7a\n\nn\u00e3o incide a contribui\u00e7\u00e3o\n\nprevidenci\u00e1ria, por n\u00e3o se enquadrar\n\nna hip\u00f3tese de incid\u00eancia da exa\u00e7\u00e3o,\n\nque exige verba de natureza\n\nremunerat\u00f3ria.\n\n\fda contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria. Tema 740 - Discute-se a incid\u00eancia de contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria (a cargo da empresa) sobre os valores pagos a t\u00edtulo de sal\u00e1rio paternidade. Tese firmada - O sal\u00e1rio paternidade deve ser tributado, por se tratar de licen\u00e7a remunerada prevista constitucionalmente, n\u00e3o se incluindo no rol dos benef\u00edcios previdenci\u00e1rios.\nDeste modo, foi confirmado o entendimento de que, A import\u00e2ncia paga a t\u00edtulo de ter\u00e7o constitucional de f\u00e9rias possui natureza indenizat\u00f3ria/compensat\u00f3ria, e n\u00e3o constitui ganho habitual do empregado, raz\u00e3o pela qual sobre ela n\u00e3o \u00e9 poss\u00edvel a incid\u00eancia de contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria.\nPor fim, importante salientar que, se eventualmente n\u00e3o existirem valores a repetir a t\u00edtulo de contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria sobre o ter\u00e7o constitucional de f\u00e9rias, uma vez que tais contribui\u00e7\u00f5es n\u00e3o alcan\u00e7ariam a rubrica em quest\u00e3o, por restarem limitadas ao teto, ainda assim remanesce o direito da parte Autora de obter a declara\u00e7\u00e3o da ilegalidade e inexigibilidade da integra\u00e7\u00e3o do adicional de f\u00e9rias na base de c\u00e1lculo das contribui\u00e7\u00f5es previdenci\u00e1rias, garantindo a parte Autora o direito de n\u00e3o ter o desconto em nenhuma hip\u00f3tese, de modo que, lhe restar\u00e1 garantido o direito de n\u00e3o ver o ter\u00e7o constitucional de f\u00e9rias sofrer incid\u00eancia da contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria.\nDe acordo com os fundamentos expostos, e com base no entendimento jurisprudencial consolidado a respeito do tema, emerge o direito da parte Autora de obter a cessa\u00e7\u00e3o dos descontos indevidos a t\u00edtulo de contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria sobre o ter\u00e7o constitucional de f\u00e9rias, bem como a repeti\u00e7\u00e3o do ind\u00e9bito dos valores indevidamente descontados nos \u00faltimos 05 (cinco) anos, respeitada a prescri\u00e7\u00e3o quinquenal.\nDA INCID\u00caNCIA DE CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA, TAXA SELIC E JUROS DE MORA.\nSobre os valores indevidamente recolhidos deve incidir corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria que, por se tratar de mecanismo de recomposi\u00e7\u00e3o do valor\n\n\fde compra da moeda e n\u00e3o de um acr\u00e9scimo na d\u00edvida, deve ser plena, \u201csob pena de desafiar a proibi\u00e7\u00e3o constitucional ao confisco, previsto no artigo 150, inciso IV, da CF\u201d (REsp 475.917/SC, 2.\u00aa Turma, Min. Franciulli Netto, DJ de 29/03/2004; REsp 587.052/SC, 1\u00aa Turma, Min. Jos\u00e9 Delgado, DJ de 15/03/2004).\nAssim, sobre os valores a serem compensados pela IMPETRANTE e SUBSTITU\u00cdDAS deve ser aplicada a taxa SELIC, al\u00e9m de juros de mora de 1% (um por cento) ao m\u00eas a partir de cada recolhimento indevido, conforme o artigo 39, \u00a7 4\u00ba, da Lei n. 9.250/95. Subsidiariamente, deve ser assegurado, por for\u00e7a do princ\u00edpio constitucional da isonomia, a aplica\u00e7\u00e3o dos mesmos \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e juros aplicados pela requerida quando da cobran\u00e7a de seus cr\u00e9ditos.\nDOS PEDIDOS:\nDiante de exposto, requer:\n1) a cita\u00e7\u00e3o da Uni\u00e3o Federal, para que apresente contesta\u00e7\u00e3o, querendo, sob pena de revelia e confiss\u00e3o;\n2) a total proced\u00eancia da a\u00e7\u00e3o, para o fim de: 3) declarar a ilegalidade e inexigibilidade da integra\u00e7\u00e3o do adicional de f\u00e9rias na base de c\u00e1lculo das contribui\u00e7\u00f5es previdenci\u00e1rias, tendo em vista seu car\u00e1ter indenizat\u00f3rio e por se tratar de verba que n\u00e3o se incorporar\u00e1 ao benef\u00edcio da parte Autora quando da aposentadoria; 4) condenar a Uni\u00e3o Federal \u00e0 repeti\u00e7\u00e3o do ind\u00e9bito dos valores indevidamente descontados a t\u00edtulo de contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria sobre o adicional de f\u00e9rias, nos \u00faltimos 05 (cinco) anos, respeitando a prescri\u00e7\u00e3o quinquenal, bem como daqueles que forem descontados no curso do processo, cujos valores devem ser atualizados monetariamente com aplica\u00e7\u00e3o da SELIC e acrescidos de juros de mora de 1% ao m\u00eas, contados a partir do desconto indevido; 5) condenar a Uni\u00e3o Federal a cessar definitivamente o desconto de contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria incidente sobre o adicional de f\u00e9rias da parte Autora, com a expedi\u00e7\u00e3o do respectivo oficio ao \u00f3rg\u00e3o empregador;\n\n\f6) A condena\u00e7\u00e3o da Uni\u00e3o Federal ao pagamento de honor\u00e1rios advocat\u00edcios, no montante de, no m\u00ednimo, dez e, no m\u00e1ximo, de vinte por cento sobre o valor da condena\u00e7\u00e3o, do proveito econ\u00f4mico obtido ou, n\u00e3o sendo poss\u00edvel mensur\u00e1-lo, sobre o valor atualizado da causa (CPC de 2015, art. 85, \u00a7 2\u00ba);\n7). - conceder o benef\u00edcio da justi\u00e7a gratuita em favor da Reclamante, nos termos da Lei n. 1.060/50, com dispensa das custas processuais e demais, tendo em vista n\u00e3o possuir condi\u00e7\u00f5es de arcar com tais \u00f4nus sem preju\u00edzo de sua manten\u00e7a, por ser de justi\u00e7a.\n8) a produ\u00e7\u00e3o de todos os meios de provas em direito admitidos, em especial, documental e testemunhal.\nD\u00e1-se a causa o valor de R$ 954,00 (Novecentos e cinquenta e quatro reais para fins fiscais.)\nNestes Termos Pede Deferimento. Itapema/SC, 18 de julho de 2018.\nTHIAGO HORTA SALVATIERRA OAB/SC 42.087\n\n\f" } ] } }, { "data": { "original_header": "Documento Original - IdDocumentoCompleto: 5030122-69.2018.4.04.7100-711527168616456431135402561342", "original_text": "Aline Machado Eilert OAB/RS 55.267\n________________________________________________________________________________\nEXCELENT\u00cdSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DO JUIZADO ESPECIAL PREVIDENCI\u00c1RIO DA JUSTI\u00c7A FEDERAL DE PORTO ALEGRE/RS.\nJANAINA CRUZ DA SILVEIRA, brasileira, solteira, benefici\u00e1ria do INSS, devidamente inscrita no CPF sob o n.\u00ba 675.468.380-53, RG n\u00ba 1056382888, residente e domiciliada na Travessa Bol\u00edvia, n\u00b0 94, bairro Passo do Feij\u00f3, CEP: 94810-120, em Alvorada/RS, vem, respeitosamente, perante Vossa Excel\u00eancia, atrav\u00e9s da sua procuradora signat\u00e1ria, para propor:\nA\u00c7\u00c3O PREVIDENCI\u00c1RIA PARA REVIS\u00c3O DO ART. 29, LEI 8213/91 DE AUXILIO DOEN\u00c7A\nContra INSS - INSTITUTO NACIONAL DE SEGURO SOCIAL, com endere\u00e7o na Rua Jer\u00f4nimo Coelho, 127, Centro, em Porto Alegre/RS, CEP: 90010-241, pelos motivos f\u00e1ticos e de direitos que a seguir exp\u00f5e e ao final requer:\n1. PRELIMINARMENTE:\n1.1. DA FALTA DE INTERESSE:\nPreliminarmente, deve-se afastar a falta de interesse de agir, eis que tal quest\u00e3o suscitada (ter ou n\u00e3o a parte demandante direito a receber AGORA o pagamento dos valores atrasados) diz respeito ao m\u00e9rito da a\u00e7\u00e3o e nela deve ser apreciada.\n1.2. DA GRATUIDADE DA JUSTI\u00c7A:\nPor estar recebendo benef\u00edcio de auxilio doen\u00e7a, e n\u00e3o ter condi\u00e7\u00f5es de pagar as custas e demais despesas do processo sem preju\u00edzo pr\u00f3prio e de sua fam\u00edlia, a parte Autora faz jus ao benef\u00edcio da Justi\u00e7a Gratuita, conforme determinam a Lei n\u00ba 1.060/1950 e o art. 4\u00ba da Lei n\u00ba 7.510/86, confirmada pela Constitui\u00e7\u00e3o da Rep\u00fablica Federativa do Brasil de 1988 em seu art. 5\u00ba, inciso LXXIV.\n1.3. DA PRESCRI\u00c7\u00c3O E DECAD\u00caNCIA:\nA prescri\u00e7\u00e3o do direito da autora deveria ter como termo a data da cita\u00e7\u00e3o da ACP 0002320-59.2012.4.03.6183/SP, ou seja, 17/04/2012, contando-se os 5 anos antecedentes, para a revis\u00e3o do item 1, qual seja, a revis\u00e3o do art. 29, da lei 8213/91.\n________________________________________________________________________________ Endere\u00e7o: Av. Presidente Get\u00falio Vargas, n\u00ba 1423, sala 03, Bairro Bela Vista \u2013 CEP 94.810-000 - Alvorada/RS \u2013\nFone/Fax: (51) 3411.8539 \u2013 E-mail: alineeilert@bol.com.br\n\n\fAline Machado Eilert OAB/RS 55.267\n________________________________________________________________________________\nEntretanto, os tribunais federais especializados na mat\u00e9ria previdenci\u00e1ria est\u00e3o aplicando recente entendimento pacificado pela Turma Regional de Uniformiza\u00e7\u00e3o da 4\u00aa Regi\u00e3o no IUJEF 5018503- 64.2012.404.7000/PR,no sentido de reconhecer que o Memorando Circular Conjunto n\u00ba 21/DIRBEN/PFEINSS, de 15/04/2010, possui o cond\u00e3o de interromper o prazo prescricional para a revis\u00e3o dos benef\u00edcios com base no art. 29, II, da Lei n\u00ba 8.213/91. Assim, deve ser aplicada a prescri\u00e7\u00e3o q\u00fcinq\u00fcenal a contar de 15/04/2010, no m\u00ednimo, ou seja, devem ser pagas as diferen\u00e7as a partir de 15/04/2005.\nQuanto a DECAD\u00caNCIA, n\u00e3o h\u00e1 o que se falar, pois tendo a Autarquia Previdenci\u00e1ria reconhecido a ilegalidade atrav\u00e9s do Decreto 6939/2009, configura a presente a\u00e7\u00e3o DIREITO ADQUIRIDO do benefici\u00e1rio \u00e0 revis\u00e3o, nos termos do art. 5\u00ba, XXXVI da CF.\nSalienta-se ainda que se deve considerar, para fins de incid\u00eancia da decad\u00eancia, a exist\u00eancia de benef\u00edcios aut\u00f4nomos e, portanto, com termo inicial de flu\u00eancia do prazo decadencial independentes. Com efeito, o marco a ser considerado para verifica\u00e7\u00e3o da caducidade dever\u00e1 ser a data da concess\u00e3o de cada uma das presta\u00e7\u00f5es, independentemente de se tratar de benef\u00edcio origin\u00e1rio ou derivado.\nNote-se que a quest\u00e3o foi pacificada no \u00e2mbito da Turma Nacional de Uniformiza\u00e7\u00e3o da Jurisprud\u00eancia dos Juizados Especiais Federais, em decis\u00e3o proferida em 27.06.2012 nos autos do processo n\u00ba 2008.51.51.001325-4.\nNo pertinente \u00e0 prescri\u00e7\u00e3o, esta deve seguir o recente posicionamento da TRU da 4\u00aa Regi\u00e3o:\nREVIS\u00c3O DE BENEF\u00cdCIO PREVIDENCI\u00c1RIO. ATO ADMINISTRATIVO DE RECONHECIMENTO DO DIREITO. INTERRUP\u00c7\u00c3O DA PRESCRI\u00c7\u00c3O. 1. O Memorando-Circular Conjunto n\u00ba 21/DIRBEN/PFEINSS, de 15.04.2010, constitui marco interruptivo do prazo prescricional para a revis\u00e3o dos benef\u00edcios com base no artigo 29, II, da Lei 8.213/91. 2. Essa interrup\u00e7\u00e3o garante o recebimento das parcelas anteriores a cinco anos da publica\u00e7\u00e3o do normativo para pedidos que ingressarem administrativa ou judicialmente em at\u00e9 cinco anos ap\u00f3s a mesma data, uma vez que houve reconhecimento administrativo do direito. 3. Pedido de uniformiza\u00e7\u00e3o provido. (5018503-64.2012.404.7000, Turma Regional de Uniformiza\u00e7\u00e3o da 4\u00aa Regi\u00e3o, Relator p/ Ac\u00f3rd\u00e3o Paulo Paim da Silva, DE 25.06.2012).\nAssim, encontra-se prescrito o direito \u00e0 percep\u00e7\u00e3o das diferen\u00e7as nas compet\u00eancias que antecederam ao quinqu\u00eanio anterior \u00e0 data da edi\u00e7\u00e3o do ato administrativo que reconhece o direito da autora, referentes, portanto, \u00e0s parcelas anteriores a 15.04.2005.\n2 - DO OBJETO DA A\u00c7\u00c3O:\nA presente a\u00e7\u00e3o consiste na pretens\u00e3o de revis\u00e3o e rec\u00e1lculo do valor dos benef\u00edcios de aux\u00edlio doen\u00e7a pret\u00e9ritos recebidos pela Autora de n\u00b0 522.311.873-8 e 530.931.316-4.\nA Autora busca remediar ilegalidade cometida pela autarquia quando da concess\u00e3o de seu benef\u00edcio, o qual foi concedido ap\u00f3s o ano de 1999, ap\u00f3s reda\u00e7\u00e3o do ________________________________________________________________________________ Endere\u00e7o: Av. Presidente Get\u00falio Vargas, n\u00ba 1423, sala 03, Bairro Bela Vista \u2013 CEP 94.810-000 - Alvorada/RS \u2013\nFone/Fax: (51) 3411.8539 \u2013 E-mail: alineeilert@bol.com.br\n\n\fAline Machado Eilert OAB/RS 55.267\n________________________________________________________________________________\nDecreto n\u00ba 3.265, que determina a utiliza\u00e7\u00e3o de todos os sal\u00e1rios de benef\u00edcio posteriores a 07/1994, para determinar a RMI, flagrante inobserv\u00e2ncia do contido no artigo 29 da Lei 8.213/91.\nDiz o artigo 29, em seu inciso II: [...] II - para os benef\u00edcios de que tratam as al\u00edneas a, d, e e h do inciso I do art. 18, na m\u00e9dia aritm\u00e9tica simples dos maiores sal\u00e1rios de contribui\u00e7\u00e3o correspondente a oitenta por cento de todo o per\u00edodo contributivo. (Inclu\u00eddo pela Lei n\u00ba 9.876, de 26.11.99)\nO correto, ent\u00e3o, seria o INSS tomar todas as contribui\u00e7\u00f5es, corrigi-las e excluir as 20% piores, e da\u00ed dividir pela quantidade de recolhimento das 80% maiores, contudo n\u00e3o \u00e9 assim que o faz quando o segurado conta com menos de 144 contribui\u00e7\u00f5es.\nConforme art. 3\u00ba da Lei 9876/99, o Sal\u00e1rio de Benef\u00edcio do Aux\u00edlio Doen\u00e7a ser\u00e1 calculado pela m\u00e9dia aritm\u00e9tica simples dos 80% maiores sal\u00e1rios de contribui\u00e7\u00e3o do segurado, desde a compet\u00eancia 07/1994 at\u00e9 a compet\u00eancia anterior a DER ou DAT.\nNo caso em tela se utilizou 100% dos sal\u00e1rios de contribui\u00e7\u00e3o, sendo que correto s\u00e3o as 80% maiores contribui\u00e7\u00f5es.\nDessa forma, requer a autora seja corrigido o c\u00e1lculo da RMI, calculado pela m\u00e9dia aritm\u00e9tica simples dos 80% maiores sal\u00e1rios de contribui\u00e7\u00e3o do per\u00edodo b\u00e1sico de c\u00e1lculo do beneficio do segurado, desde a compet\u00eancia 07/1994 at\u00e9 a compet\u00eancia anterior a DER ou DAT.\n3 - DO DIREITO:\nEmbora o INSS tenha iniciado as revis\u00f5es administrativamente em 01/2013, bem como atualizado todas as cartas de concess\u00e3o no sistema e site, at\u00e9 a presente data, n\u00e3o houve pagamento administrativo dos atrasados, conforme se pode observar por meio do documento ART29NB - Consulta Informa\u00e7\u00f5es da Revis\u00e3o Art. 29 por NB, presente no sistema PLENUS.\nA parte Autora, deste modo, vem pela via judicial para n\u00e3o ter que ficar aguardando o bel dispor do INSS para receber as diferen\u00e7as \u00e0s quais fa\u00e7a jus, sobretudo porque, segundo o calend\u00e1rio acima, h\u00e1 segurados que somente receber\u00e3o o que lhes \u00e9 devido no distante ano de 2022.\nEntendimento diverso implicaria em postergar demasiadamente a realiza\u00e7\u00e3o de um direito j\u00e1 reconhecido pela pr\u00f3pria autarquia-r\u00e9, em detrimento do segurado que j\u00e1 foi prejudicado ao ter seu benef\u00edcio calculado em desconformidade com o que determina a lei previdenci\u00e1ria e ferindo frontalmente o direito individual previsto no artigo 5\u00ba, XXXVI, da CF:\n[...] XXXVI - a lei n\u00e3o prejudicar\u00e1 o direito adquirido, o ato jur\u00eddico perfeito e a coisa ________________________________________________________________________________ Endere\u00e7o: Av. Presidente Get\u00falio Vargas, n\u00ba 1423, sala 03, Bairro Bela Vista \u2013 CEP 94.810-000 - Alvorada/RS \u2013\nFone/Fax: (51) 3411.8539 \u2013 E-mail: alineeilert@bol.com.br\n\n\fAline Machado Eilert OAB/RS 55.267\n________________________________________________________________________________\njulgada.\nNo mais, j\u00e1 \u00e9 entendimento pacificado na Turma Regional de Uniformiza\u00e7\u00e3o que a exist\u00eancia de A\u00e7\u00e3o Civil P\u00fablica n\u00e3o obsta a propositura de a\u00e7\u00e3o individual, conforme segue:\nINCIDENTE DE UNIFORMIZA\u00c7\u00c3O. REVIS\u00c3O DA RENDA MENSAL INICIAL DO BENEF\u00cdCIO. S\u00daMULA N\u00ba 02 DO TRF 4\u00aa REGI\u00c3O. PRESCRI\u00c7\u00c3O QUINQUENAL. INTERRUP\u00c7\u00c3O. A\u00c7\u00c3O CIVIL P\u00daBLICA. 1. A exist\u00eancia de A\u00e7\u00e3o Civil P\u00fablica n\u00e3o tem o cond\u00e3o de impedir o exerc\u00edcio do direito individual de a\u00e7\u00e3o do autor. 2. O marco inicial da interrup\u00e7\u00e3o da prescri\u00e7\u00e3o retroage \u00e0 data do ajuizamento da A\u00e7\u00e3o Civil P\u00fablica que precedeu \u00e0 demanda individual, desde que haja cita\u00e7\u00e3o v\u00e1lida do INSS. (IUJEF 2006.70.95.008834-5, Turma Regional de Uniformiza\u00e7\u00e3o da 4\u00aa Regi\u00e3o, Relatora Lu\u00edsa Hickel Gamba, DE 07.05.2008)\nPercebe-se que a Turma Regional de Uniformiza\u00e7\u00e3o possibilita ao Requerente o exerc\u00edcio do direito individual, mesmo havendo A\u00e7\u00e3o Civil P\u00fablica, uma vez que naquela ACP n\u00e3o houve a satisfa\u00e7\u00e3o integral do direito do Segurado.\nASSIM, VISA A PARTE AUTORA QUE SEU PEDIDO SEJA DEFERIDO, E O SEU DIREITO RESPEITADO!!\n5 - DO PEDIDO:\nANTE O EXPOSTO , requer:\n1. A cita\u00e7\u00e3o do r\u00e9u Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, na pessoa de seu representante legal, para apresentar defesa no prazo legal, sob pena de revelia e presun\u00e7\u00e3o da verdade quanto aos fatos articulados;\n2. Seja intimado o INSS a trazer ao processo c\u00f3pia de todo o processo administrativo, HISCRE e o HISCAL original dos benef\u00edcios de aux\u00edlio doen\u00e7a recebidos pela Autora de n\u00b0 522.311.873-8 e 530.931.316-4, sendo intimado a inform\u00e1-los, vez que a Autora n\u00e3o os possui, incluindo o demonstrativo de todos os valores pagos a autora desde a data da concess\u00e3o dos benef\u00edcios at\u00e9 a presente data, uma vez que a Requerente recebe por meio de dep\u00f3sito banc\u00e1rio e n\u00e3o tem posse de tais documentos, com suped\u00e2neo no art. 399 do CPC c/c art. 11 da Lei 10.259/01;\n3. A proced\u00eancia da a\u00e7\u00e3o para que seja corrigido o c\u00e1lculo RMI do benef\u00edcio atual e dos benef\u00edcios precedentes, correspondentes a aux\u00edlio doen\u00e7a, sendo calculado pela m\u00e9dia aritm\u00e9tica simples dos 80% maiores sal\u00e1rios de contribui\u00e7\u00e3o do segurado, desde a compet\u00eancia 07/1994 at\u00e9 a compet\u00eancia anterior a DER ou DAT, devendo ser as parcelas pagas desde 15/04/2005;\n4. Com base no novo sal\u00e1rio de benef\u00edcio, pagar as diferen\u00e7as vencidas e vincendas decorrentes da revis\u00e3o pleiteada, observando o recente posicionamento da TRU da 4\u00aa Regi\u00e3o, ou seja, desde 15.04.2005, acrescidas de juros legais morat\u00f3rios e corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, inclusive sobre as parcelas anteriores ao ajuizamento, de acordo com as S\u00famulas ________________________________________________________________________________ Endere\u00e7o: Av. Presidente Get\u00falio Vargas, n\u00ba 1423, sala 03, Bairro Bela Vista \u2013 CEP 94.810-000 - Alvorada/RS \u2013\nFone/Fax: (51) 3411.8539 \u2013 E-mail: alineeilert@bol.com.br\n\n\fAline Machado Eilert OAB/RS 55.267\n________________________________________________________________________________\n43 e 148 do STJ, incidentes at\u00e9 a data do efetivo pagamento;\n5. Pagar as custas processuais, os honor\u00e1rios de advogado a t\u00edtulo de sucumb\u00eancia, na base de c\u00e1lculo de 20% (vinte por cento) sobre o total a ser apurado em fase de liquida\u00e7\u00e3o de senten\u00e7a, em caso de recurso, e demais emolumentos judiciais que se fizerem necess\u00e1rios, na forma da Lei;\n6. RPV - PRECAT\u00d3RIO. Seja condenada a Autarquia R\u00e9 a pagar os valores atrasados por meio de Requisi\u00e7\u00e3o de Pequeno Valor - RPV (e/ou Precat\u00f3rio), expedido de acordo com a Resolu\u00e7\u00e3o n\u00ba 438/2005, oriunda do Conselho da Justi\u00e7a Federal - CJF;\n7. Refor\u00e7a-se o pedido de concess\u00e3o do benef\u00edcio da justi\u00e7a gratuita ao autor, por ser pessoa pobre na acep\u00e7\u00e3o jur\u00eddica do termo, n\u00e3o reunindo meios de suportar os \u00f4nus da presente a\u00e7\u00e3o, sem preju\u00edzo do pr\u00f3prio sustento ou de sua fam\u00edlia, em conformidade com a Lei n\u00ba 1.060/50 e com o art. 4\u00ba da Lei n\u00ba 7.510/86;\n9. A produ\u00e7\u00e3o de todos os meios da prova em direito admitidas, sem exce\u00e7\u00e3o de natureza alguma, especialmente a prova documental inclusa, bem como outras que se fizerem necess\u00e1rias;\n10. CASO J\u00c1 TENHA REALIZADO O PAGAMENTO ADMINISTRATIVO, requer:\na) A intima\u00e7\u00e3o do INSS para que apresente o documento ART29NB - Consulta Informa\u00e7\u00f5es da Revis\u00e3o Art. 29 por NB, presente no sistema PLENUS, de cada benef\u00edcio da parte Autora;\nb) A condena\u00e7\u00e3o do Instituto Nacional do Seguro Social a realizar o pagamento dos valores atrasados referentes \u00e0s parcelas de 04/2005 a 04/2007;\n11. CASO A REVIS\u00c3O DO BENEF\u00cdCIO TENHA SIDO SUSPENSA, requer-se a intima\u00e7\u00e3o do INSS para que apresente c\u00e1lculo de forma anal\u00edtica, informando os sal\u00e1rios de contribui\u00e7\u00e3o considerados, bem como mem\u00f3ria de c\u00e1lculo com o valor da RMI reduzida.\nD\u00e1-se \u00e0 causa, somente para efeitos fiscais, o valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais).\nNestes termos, pede deferimento.\nAlvorada, 24 de maio de 2018.\nAline Machado Eilert OAB/RS 55.267\n________________________________________________________________________________ Endere\u00e7o: Av. Presidente Get\u00falio Vargas, n\u00ba 1423, sala 03, Bairro Bela Vista \u2013 CEP 94.810-000 - Alvorada/RS \u2013\nFone/Fax: (51) 3411.8539 \u2013 E-mail: alineeilert@bol.com.br\n\n\f", "similar_texts_federais_bgem3": [ { "header": "Texto Similar 1 (C\u00edvel) - IdDocumentoCompleto: 5009920-98.2014.4.04.7104-711410971242987181120000000043", "text": "EXCELENT\u00cdSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) FEDERAL DO JUIZADO ESPECIAL FEDERAL DE PASSO FUNDO \u2013 SE\u00c7\u00c3O JUDICI\u00c1RIA RIO GRANDE DO SUL.\nLUCIANE REBONATTO PEREIRA VIEIRA, brasileira, vi\u00fava, inscrito(a) no CPF sob o n.\u00ba 727.394.440-87, residente e domiciliado(a) \u00e0 Rua Pelotas, n.\u00ba 160, bairro Vera Luz, na cidade de Passo Fundo - RS, atrav\u00e9s de seu(s) procurador(es) digitalmente assinado(s), vem mui respeitosamente perante a elevada presen\u00e7a de Vossa Excel\u00eancia, propor a presente a\u00e7\u00e3o de,\nAntecipa\u00e7\u00e3o do pagamento dos valores atrasados\n(ACP n.\u00ba 0002320-59.2012.4.03.6183)\ncontra o INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL, Autarquia Federal, com Procuradoria nesta cidade pelos fatos e fundamentos jur\u00eddicos a seguir expostos:\n1. PRELIMINARMENTE\nCNPJ 09.656.3485/0001-72 - Rua Coelho Neto, esquina com a Rua Monteiro Lobato, Sala n\u00ba 507 \u2013 Edif\u00edcio Torre dos Vales \u2013 Bairro Centro \u2013 Rio do Sul/SC CEP 89160-155 \u2013 Fone (47) 3525.5000.\nsayles@bsadvogadosassociados.com.br - fernando@bsadvogadosassociados.com.br\n\n\f1.1 - DA FALTA DE INTERESSE\nJ\u00e1 \u00e9 entendimento pacificado na Turma Regional de Uniformiza\u00e7\u00e3o, que a exist\u00eancia de A\u00e7\u00e3o Civil P\u00fablica, n\u00e3o obsta a propositura de a\u00e7\u00e3o individual, conforme segue:\nINCIDENTE DE UNIFORMIZA\u00c7\u00c3O. REVIS\u00c3O DA RENDA MENSAL INICIAL DO BENEF\u00cdCIO. S\u00daMULA N\u00ba 02 DO TRF 4\u00aa REGI\u00c3O. PRESCRI\u00c7\u00c3O Q\u00dcINQ\u00dcENAL. INTERRUP\u00c7\u00c3O. A\u00c7\u00c3O CIVIL P\u00daBLICA. 1. A exist\u00eancia de A\u00e7\u00e3o Civil P\u00fablica n\u00e3o tem o cond\u00e3o de impedir o exerc\u00edcio do direito individual de a\u00e7\u00e3o do autor. 2. O marco inicial da interrup\u00e7\u00e3o da prescri\u00e7\u00e3o retroage \u00e0 data do ajuizamento da A\u00e7\u00e3o Civil P\u00fablica que precedeu \u00e0 demanda individual, desde que haja cita\u00e7\u00e3o v\u00e1lida do INSS. (, IUJEF 2006.70.95.008834-5, Turma Regional de Uniformiza\u00e7\u00e3o da 4\u00aa Regi\u00e3o, Relatora Lu\u00edsa Hickel Gamba, D.E. 07/05/2008)\nPercebe-se que a Turma Regional de Uniformiza\u00e7\u00e3o possibilita ao Requerente o exerc\u00edcio do direito individual, mesmo havendo A\u00e7\u00e3o Civil P\u00fablica, uma vez que naquela ACP n\u00e3o houve a satisfa\u00e7\u00e3o integral do direito do Segurado.\nO TRF da 5\u00aa Regi\u00e3o tamb\u00e9m j\u00e1 se manifestou neste sentido:\nPREVIDENCI\u00c1RIO. PROCESSUAL CIVIL. AUX\u00cdLIO-DOEN\u00c7A. REVIS\u00c3O DA RMI. ART. 29, II, DA LEI N\u00ba 8.213/91. POSSIBILIDADE. DEDU\u00c7\u00c3O DOS VALORES PERCEBIDOS. 1. O autor pleiteia a revis\u00e3o do aux\u00edlio-doen\u00e7a, na forma do art. 29, II, da Lei n\u00ba 8.213/91. 2. O INSS reporta-se ao acordo firmado na A\u00e7\u00e3o Civil P\u00fablica 0002320-59.2012.4.03.6183/JFSP, que resultou no aumento da RMI (de R$ 856,57 para R$ 995,12). Pede que seja reconhecida a aus\u00eancia de interesse processual. 3. A exist\u00eancia da a\u00e7\u00e3o coletiva n\u00e3o impede o ajuizamento do processo individual relativo ao mesmo objeto. O demandante n\u00e3o pode ser compelido a aceitar o acordo celebrado na ACP em tela, a ser pago de forma escalonada \u201cmediante cronograma de pagamento\u201d. 4. Ademais, n\u00e3o restou comprovado que os valores apurados em sede administrativa correspondem, efetivamente, aos determinados na\nCNPJ 09.656.3485/0001-72 - Rua Coelho Neto, esquina com a Rua Monteiro Lobato, Sala n\u00ba 507 \u2013 Edif\u00edcio Torre dos Vales \u2013 Bairro Centro \u2013 Rio do Sul/SC CEP 89160-155 \u2013 Fone (47) 3525.5000.\nsayles@bsadvogadosassociados.com.br - fernando@bsadvogadosassociados.com.br\n\n\fsenten\u00e7a objurgada. 5. Imp\u00f5e-se a reforma parcial da senten\u00e7a, apenas para estabelecer que sejam deduzidos os valores percebidos pelo apelado, ao tempo da execu\u00e7\u00e3o do julgado. 6. Parcial provimento da apela\u00e7\u00e3o. (TRF-5 \u2013 AC: 20608620134059999 , Relator: Desembargador Federal Francisco Cavalcanti, Data de Julgamento: 27/06/2013, Primeira Turma, Data de Publica\u00e7\u00e3o: 04/07/2013)\n1.2- DA DECAD\u00caNCIA\nNo que se refere ao prazo decadencial, o caso em apre\u00e7o apresenta peculiaridade a ser considerada. O pr\u00f3prio INSS reconheceu a ilegalidade do Decreto que afastava a aplica\u00e7\u00e3o do artigo 29, II, da Lei 8.213/91, determinando, inclusive, a revis\u00e3o administrativa dos benef\u00edcios assim concedidos. Inclusive, o Decreto n. 6.939, de 18/08/2009, j\u00e1 alterara as disposi\u00e7\u00f5es anteriores que contrariavam frontalmente as normas legais.\nAinda, em 15 de abril de 2010, o Instituto editou o Memorando-Circular Conjunto n. 21/DIRBEN/PFEINSS, pelo qual passou a conceder administrativamente os benef\u00edcios de aux\u00edlio-doen\u00e7a e aposentadoria por invalidez (e tamb\u00e9m aqueles benef\u00edcios que se utilizam da mesma forma de c\u00e1lculo, como a pens\u00e3o por morte) j\u00e1 com a correta observ\u00e2ncia do artigo 29, II, da Lei n. 8.213/91, reconhecendo o direito do segurado \u00e0 revis\u00e3o administrativa dos benef\u00edcios em manuten\u00e7\u00e3o. Constava no referido Memorando expressamente o reconhecimento da ilegalidade do Decreto revogado.\nAssim, o segurado j\u00e1 havia adquirido o direito a ela, pouco importando quando passou a exercer sua prerrogativa. Interpreta\u00e7\u00e3o diversa fere frontalmente o direito individual previsto no artigo 5\u00ba, XXXVI, da CF, n\u00e3o sendo de se admitir que dispositivo legal impe\u00e7a o exerc\u00edcio de direito previsto constitucionalmente.\nCNPJ 09.656.3485/0001-72 - Rua Coelho Neto, esquina com a Rua Monteiro Lobato, Sala n\u00ba 507 \u2013 Edif\u00edcio Torre dos Vales \u2013 Bairro Centro \u2013 Rio do Sul/SC CEP 89160-155 \u2013 Fone (47) 3525.5000.\nsayles@bsadvogadosassociados.com.br - fernando@bsadvogadosassociados.com.br\n\n\fEssa revis\u00e3o deveria ter sido feita pela administra\u00e7\u00e3o inclusive de of\u00edcio, pois todo ato de concess\u00e3o de benef\u00edcio \u00e9 vinculado \u00e0 lei e n\u00e3o est\u00e1 sujeito a crit\u00e9rios discricion\u00e1rios da administra\u00e7\u00e3o. Uma vez reconhecido o erro administrativo, a ilegalidade no seu procedimento, tem a administra\u00e7\u00e3o a obriga\u00e7\u00e3o legal e constitucional de revisar de of\u00edcio seus pr\u00f3prios atos. A manuten\u00e7\u00e3o eterna da reconhecida ilegalidade administrativa, em benef\u00edcio prestacional com n\u00edtido car\u00e1ter alimentar, destinado \u00e0 preserva\u00e7\u00e3o das condi\u00e7\u00f5es m\u00ednimas existenciais do indiv\u00edduo e diretamente vinculado \u00e0 ideia de dignidade da pessoa humana, n\u00e3o se coaduna com o sistema constitucional p\u00e1trio.\nDeste modo, n\u00e3o h\u00e1 de se falar em decad\u00eancia.\n\n1.3 - DA PRESCRI\u00c7\u00c3O\n\nEm sess\u00e3o realizada em 14 de fevereiro de 2014, a Turma Nacional de Uniformiza\u00e7\u00e3o, ao analisar o PEDILEF n\u00ba 0012958-85.2008.4.03.6315, decidiu que o citado memorando implicou o efetivo reconhecimento do direito de revis\u00e3o do benef\u00edcio, raz\u00e3o pela qual houve a ren\u00fancia t\u00e1cita da prescri\u00e7\u00e3o e, consequentemente, tal prazo voltou a correr por inteiro a partir da edi\u00e7\u00e3o desse ato administrativo, conforme voto-ementa a seguir transcrito:\n\n'PROCESSUAL CIVIL. REVIS\u00c3O DE BENEF\u00cdCIO\n\nPREVIDENCI\u00c1RIO. ART. 29, II, DA LEI 8.213/91. CONTAGEM\n\nDO PRAZO PRESCRICIONAL. MEMORANDO DE 2010,\n\nEXPEDIDO PELO INSS, DECLARANDO O DIREITO. CAUSA\n\nINTERRUPTIVA DA PRESCRI\u00c7\u00c3O EM CURSO. REN\u00daNCIA\n\nAO PRAZO J\u00c1 CONSUMADO. ENTENDIMENTO DO STJ EM\n\nPROCESSO REPRESENTATIVO DE CONTROV\u00c9RSIA (RESP N.\n\n1.270.439/MG). APLICA\u00c7\u00c3O DO DIREITO \u00c0 ESP\u00c9CIE. ART. 257\n\nDO REGIMENTO INTERNO DO STJ. S\u00daMULA 456 DO STF.\n\nINEXIST\u00caNCIA\n\nDE SUPRESS\u00c3O DE INST\u00c2NCIA.\n\nCNPJ 09.656.3485/0001-72 - Rua Coelho Neto, esquina com a Rua Monteiro Lobato, Sala n\u00ba 507 \u2013 Edif\u00edcio Torre dos Vales \u2013 Bairro Centro \u2013 Rio do Sul/SC CEP 89160-155 \u2013 Fone (47) 3525.5000.\nsayles@bsadvogadosassociados.com.br - fernando@bsadvogadosassociados.com.br\n\n\fPEDIDO DE UNIFORMIZA\u00c7\u00c3O CONHECIDO E DESPROVIDO. 1. O INSS, ora recorrente, pretende a modifica\u00e7\u00e3o de ac\u00f3rd\u00e3o que, reformando os termos da senten\u00e7a, julgou procedente a demanda e o condenou a revisar o benef\u00edcio de aux\u00edlio-doen\u00e7a percebido pelo autor, nos termos do art. 29, II, da Lei 8.213/91. Sustenta o recorrente, em suma, a incid\u00eancia da prescri\u00e7\u00e3o q\u00fcinq\u00fcenal, conforme S\u00famula 85 do Superior Tribunal de Justi\u00e7a. O incidente foi admitido na origem. 2. Sem raz\u00e3o a autarquia previdenci\u00e1ria. O Memorando 21/DIRBEN/PFE/INSS, de 15-4-2010, enquanto ato administrativo de reconhecimento do direito \u00e0 revis\u00e3o do ato de concess\u00e3o do benef\u00edcio, pela aplica\u00e7\u00e3o da regra do art. 29, II, da Lei 8.213/91, interrompeu o prazo prescricional eventualmente em curso (art. 202, VI, do C\u00f3digo Civil), importando sua ren\u00fancia quando j\u00e1 consumado (art. 191 do C\u00f3digo Civil). Ele somente voltaria a fluir, pela metade do prazo (art. 9\u00ba do Decreto 20.910/32), quando a Administra\u00e7\u00e3o viesse a praticar algum ato incompat\u00edvel com o interesse de saldar a d\u00edvida, o que definitivamente n\u00e3o ocorreu no caso em comento. A prop\u00f3sito do assunto, embora referente a servidor p\u00fablico, o julgamento da 1\u00aa Se\u00e7\u00e3o do Superior Tribunal de Justi\u00e7a proferido no REsp 1.270.439/PR (recurso especial repetitivo), de que foi relator o Sr. Ministro Castro Meira, com ac\u00f3rd\u00e3o publicado no DJ de 2-8-2013. 3. Assim, n\u00e3o h\u00e1 que se falar em prescri\u00e7\u00e3o, devendo retroagir os efeitos financeiros da revis\u00e3o \u00e0 data de concess\u00e3o do benef\u00edcio revisando, para os pedidos administrativos ou judiciais que tenham sido formulados dentro do per\u00edodo de 5 (cinco) anos contados da publica\u00e7\u00e3o do ato normativo referenciado. 4. Aplica\u00e7\u00e3o ao presente caso, do disposto no art. 257 do Regimento Interno do Superior Tribunal de Justi\u00e7a, por analogia, e da S\u00famula 456 do Supremo Tribunal Federal, que prescrevem a possibilidade de aplica\u00e7\u00e3o do direito \u00e0 esp\u00e9cie pelo Colegiado, quando superado o ju\u00edzo de admissibilidade recursal. Assim, o incidente deve ser conhecido para, no m\u00e9rito, aplicando o direito, negar-lhe provimento. 5. Julgamento de acordo com o art. 46 da Lei 9.099/95 6. Incidente conhecido e desprovido, devendo ser fixada a tese de que: (i) a publica\u00e7\u00e3o do Memorando 21/DIRBEN/PFEINSS, de 15-4-2010, ato administrativo que reconheceu o direito dos segurados \u00e0 revis\u00e3o pelo art. 29, II, da Lei 8.213/91, importou a ren\u00fancia t\u00e1cita por parte do INSS aos prazos prescricionais em curso, que voltaram a correr integralmente a partir de sua publica\u00e7\u00e3o; e (ii) para pedidos administrativos ou judiciais formulados dentro do per\u00edodo de 5 (cinco) anos da publica\u00e7\u00e3o do ato normativo referenciado n\u00e3o incide a prescri\u00e7\u00e3o, retroagindo os efeitos financeiros da revis\u00e3o \u00e0 data de concess\u00e3o do benef\u00edcio revisando. (grifei) (TNU, PEDILEF n\u00ba 0012958-85.2008.4.03.6315, Rel. Juiz Federal Gl\u00e1ucio Ferreira Maciel Gon\u00e7alves, julgado em 14.02.2014).\nCNPJ 09.656.3485/0001-72 - Rua Coelho Neto, esquina com a Rua Monteiro Lobato, Sala n\u00ba 507 \u2013 Edif\u00edcio Torre dos Vales \u2013 Bairro Centro \u2013 Rio do Sul/SC CEP 89160-155 \u2013 Fone (47) 3525.5000.\nsayles@bsadvogadosassociados.com.br - fernando@bsadvogadosassociados.com.br\n\n\fDeste modo, n\u00e3o h\u00e1 prescri\u00e7\u00e3o, deve-se retroagir os efeitos financeiros \u00e0 data de concess\u00e3o do benef\u00edcio revisado.\n\u00c9 importante salientar que, a Autarquia vem realizando administrativamente a revis\u00e3o e pagando os valores atrasados considerando a prescri\u00e7\u00e3o quinquenal que antecedeu a cita\u00e7\u00e3o da ACP, ou seja, desde 17/04/2007. Assim, nos casos em que j\u00e1 houve pagamento administrativo, ainda \u00e9 devido \u00e0s parcelas anteriores a 04/2007 at\u00e9 a Data de In\u00edcio do Benef\u00edcio - DIB.\n1.4 - DA GRATUIDADE DA JUSTI\u00c7A\nPor ser aposentada e n\u00e3o ter condi\u00e7\u00f5es de pagar as custas e demais despesas do processo sem preju\u00edzo pr\u00f3prio e de sua fam\u00edlia, a parte Autora faz jus benef\u00edcio da Justi\u00e7a Gratuita, conforme determina a Lei n\u00ba 1.060/1950 e o art. 4\u00ba da Lei n.\u00ba 7510/86, confirmada pela Constitui\u00e7\u00e3o da Rep\u00fablica Federativa do Brasil de 1988 em seu art. 5\u00ba, inciso LXXIV.\n2. DOS FATOS\nA parte Autora \u00e9/era benefici\u00e1ria do aux\u00edlio doen\u00e7a e/ou pens\u00e3o por morte junto \u00e0 Autarquia R\u00e9.\nRecentemente, nos autos da a\u00e7\u00e3o civil p\u00fablica n\u00ba 000232059.2012.4.03.6183, que tramitou perante a 2\u00aa Vara Previdenci\u00e1ria da Subse\u00e7\u00e3o Judici\u00e1ria da capital paulista, foi homologado acordo relativo \u00e0 mat\u00e9ria ora em an\u00e1lise. Por este acordo, firmado pelo SINDNAPI - SINDICATO NACIONAL DOS APOSENTADOS, PENSIONISTAS E IDOSOS DA FOR\u00c7A SINCICAL, pelo Minist\u00e9rio\nCNPJ 09.656.3485/0001-72 - Rua Coelho Neto, esquina com a Rua Monteiro Lobato, Sala n\u00ba 507 \u2013 Edif\u00edcio Torre dos Vales \u2013 Bairro Centro \u2013 Rio do Sul/SC CEP 89160-155 \u2013 Fone (47) 3525.5000.\nsayles@bsadvogadosassociados.com.br - fernando@bsadvogadosassociados.com.br\n\n\fP\u00fablico Federal e pelo INSS, o ente previdenci\u00e1rio obrigou-se a iniciar, na compet\u00eancia de janeiro de 2013 (paga em fevereiro), o pagamento da renda mensal revista dos benef\u00edcios em frui\u00e7\u00e3o e a pagar as diferen\u00e7as pret\u00e9ritas em diferentes datas, conforme o calend\u00e1rio abaixo:\n\na) quanto aos benef\u00edcios ativos:\n\nIdade\n60 anos ou mais De 46 a 59 anos De 46 a 59 anos De 46 a 59 anos\nAt\u00e9 45 anos At\u00e9 45 anos At\u00e9 45 anos\n\nValores\nTodos os valores At\u00e9 R$ 6.000,00 De R$ 6.000,00 a R$ 19.000,00 Acima de 19.000,00 At\u00e9 R$ 6.000,00 De R$ 6.000,00 a R$ 15.000,00 Acima de R$ 15.000,00\n\nData Pagamento\nFevereiro de 2013 Abril de 2014 Abril de 2015 Abril de 2016 Abril de 2016 Abril de 2017 Abril de 2018\n\nb) quantos aos benef\u00edcios cessados e suspensos:\n\nIdade\n60 anos ou mais De 46 a 59 anos\nAt\u00e9 45 anos At\u00e9 45 anos\n\nValores\nTodos os valores Todos os valores At\u00e9 R$ 6.000,00 Acima de 6.000,00\n\nData Pagamento\nAbril de 2019 Abril de 2020 Abril de 2021 Abril de 2022\n\nContudo, ainda que a parte Autora detenha direito \u00e0 revis\u00e3o, ela est\u00e1 obrigada a sujeitar-se a cronogramas, calend\u00e1rios e parcelamentos impostos pelo INSS para que o direito passe a ser respeitado.\nEste fato caracteriza a utilidade, a necessidade e a adequa\u00e7\u00e3o da tutela jurisdicional postulada.\n\n3. DO DIREITO\n\nCNPJ 09.656.3485/0001-72 - Rua Coelho Neto, esquina com a Rua Monteiro Lobato, Sala n\u00ba 507 \u2013 Edif\u00edcio Torre dos Vales \u2013 Bairro Centro \u2013 Rio do Sul/SC CEP 89160-155 \u2013 Fone (47) 3525.5000.\nsayles@bsadvogadosassociados.com.br - fernando@bsadvogadosassociados.com.br\n\n\fEmbora o INSS tenha iniciado as revis\u00f5es administrativamente em 01/2013, bem como atualizado todas as cartas de concess\u00e3o no sistema e site, at\u00e9 a presente data, n\u00e3o houve pagamento administrativo dos atrasados, conforme pode-se observar atrav\u00e9s do documento ART29NB em anexo.\nA parte Autora, deste modo, vem pela via judicial para n\u00e3o ter que ficar aguardando o bel dispor do INSS para receber as diferen\u00e7as as quais fa\u00e7a jus, sobretudo porque, segundo o calend\u00e1rio acima, h\u00e1 segurados que somente receber\u00e3o o que lhes \u00e9 devido no distante ano de 2022.\nEntendimento diverso implicaria em postergar demasiadamente a realiza\u00e7\u00e3o de um direito j\u00e1 reconhecido pela pr\u00f3pria autarquia-r\u00e9, em detrimento do segurado que j\u00e1 foi prejudicado ao ter seu benef\u00edcio calculado em desconformidade com o que determina a lei previdenci\u00e1ria e ferindo frontalmente o direito individual previsto no artigo 5\u00ba, XXXVI, da CF:\n(...) XXXVI - a lei n\u00e3o prejudicar\u00e1 o direito adquirido, o ato jur\u00eddico perfeito e a coisa julgada;\nNo mais, j\u00e1 \u00e9 entendimento pacificado na Turma Regional de Uniformiza\u00e7\u00e3o, que a exist\u00eancia de A\u00e7\u00e3o Civil P\u00fablica, n\u00e3o obsta a propositura de a\u00e7\u00e3o individual, conforme segue:\nINCIDENTE DE UNIFORMIZA\u00c7\u00c3O. REVIS\u00c3O DA RENDA MENSAL INICIAL DO BENEF\u00cdCIO. S\u00daMULA N\u00ba 02 DO TRF 4\u00aa REGI\u00c3O. PRESCRI\u00c7\u00c3O Q\u00dcINQ\u00dcENAL. INTERRUP\u00c7\u00c3O.\nA\u00c7\u00c3O CIVIL P\u00daBLICA. 1. A exist\u00eancia de A\u00e7\u00e3o Civil P\u00fablica n\u00e3o tem o cond\u00e3o de impedir o exerc\u00edcio do direito individual de a\u00e7\u00e3o do autor. 2. O marco inicial da\ninterrup\u00e7\u00e3o da prescri\u00e7\u00e3o retroage \u00e0 data do ajuizamento da A\u00e7\u00e3o Civil P\u00fablica que\nCNPJ 09.656.3485/0001-72 - Rua Coelho Neto, esquina com a Rua Monteiro Lobato, Sala n\u00ba 507 \u2013 Edif\u00edcio Torre dos Vales \u2013 Bairro Centro \u2013 Rio do Sul/SC CEP 89160-155 \u2013 Fone (47) 3525.5000.\nsayles@bsadvogadosassociados.com.br - fernando@bsadvogadosassociados.com.br\n\n\fprecedeu \u00e0 demanda individual, desde que haja cita\u00e7\u00e3o v\u00e1lida do INSS. (, IUJEF 2006.70.95.008834-5, Turma Regional de Uniformiza\u00e7\u00e3o da 4\u00aa Regi\u00e3o, Relatora Lu\u00edsa Hickel Gamba, D.E. 07/05/2008)\nPercebe-se que a Turma Regional de Uniformiza\u00e7\u00e3o possibilita ao\nRequerente o exerc\u00edcio do direito individual, mesmo havendo A\u00e7\u00e3o Civil P\u00fablica,\numa vez que naquela ACP n\u00e3o houve a satisfa\u00e7\u00e3o integral do direito do Segurado.\nAssim tem entendido a 2\u00aa Turma Recursal de S\u00e3o Paulo:\nPREVIDENCI\u00c1RIO. REVIS\u00c3O DA RENDA MENSAL INICIAL. APLICA\u00c7\u00c3O DO ARTIGO 29, II DA LEI 8213/91 (COM NOVA REDA\u00c7\u00c3O DADA PELA LEI 9876/99, PRETERINDO-SE A APLICA\u00c7\u00c3O DO ART. 32, \u00a72\u00ba DO DECRETO 3048/99). PROCED\u00caNCIA DO PEDIDO DA PARTE AUTORA. NEGADO PROVIMENTO AO RECURSO DO INSS. 1. Trata-se de a\u00e7\u00e3o em que se requer a revis\u00e3o de benef\u00edcio previdenci\u00e1rio mediante a aplica\u00e7\u00e3o do art. 29, inc. II, da Lei 8.213/91, com a nova reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei 9.876/99, preterindo-se a aplica\u00e7\u00e3o do art. 32, \u00a7 2\u00b0 do Decreto n\u00b0 3.048/99. 2. O pedido foi julgado procedente em primeiro grau. 3. Recorre a Autarquia-r\u00e9 alegando, em s\u00edntese, a iliquidez da r. senten\u00e7a, bem como a aus\u00eancia de interesse de agir ante a aus\u00eancia de requerimento administrativo. 4. Quanto \u00e0 alega\u00e7\u00e3o de iliquidez da senten\u00e7a, nos termos do Enunciado 32 do FONAJEF, a decis\u00e3o que contenha os par\u00e2metros para sua liquida\u00e7\u00e3o atende ao disposto no artigo 38, par\u00e1grafo \u00fanico, da Lei n\u00ba 9.099/95. 5. Elabora\u00e7\u00e3o de c\u00e1lculos pelo r\u00e9u importa numa obriga\u00e7\u00e3o de fazer decorrente de um comando judicial de t\u00edtulo executivo. Cumprimento da obriga\u00e7\u00e3o pelo r\u00e9u trata-se de entendimento do magistrado respaldado pelo devido processo legal, como forma de assegurar o melhor resultado pr\u00e1tico da demanda, em consent\u00e2neo com os princ\u00edpios que regem o rito do Juizado Especial Federal. Legalidade em se obrigar o INSS a obriga\u00e7\u00e3o de fazer, consistente em elaborar os c\u00e1lculos que permitem a execu\u00e7\u00e3o. O procedimento est\u00e1 em harmonia com o rito c\u00e9lere de execu\u00e7\u00e3o criado no microssistema dos Juizados Especiais Federais (art. 16 e 17 da Lei n\u00ba 10259/01). Calcular benef\u00edcios previdenci\u00e1rios \u00e9, sem d\u00favida, uma das principais fun\u00e7\u00f5es institucionais do r\u00e9u, por tal motivo, conta com aparato muito superior ao do Judici\u00e1rio ou da parte autora neste aspecto. 6. Quanto \u00e0 aus\u00eancia de interesse de agir por falta de requerimento administrativo, o entendimento deste Relator \u00e9 no sentido de que h\u00e1 efetivamente a necessidade de requerimento\nCNPJ 09.656.3485/0001-72 - Rua Coelho Neto, esquina com a Rua Monteiro Lobato, Sala n\u00ba 507 \u2013 Edif\u00edcio Torre dos Vales \u2013 Bairro Centro \u2013 Rio do Sul/SC CEP 89160-155 \u2013 Fone (47) 3525.5000.\nsayles@bsadvogadosassociados.com.br - fernando@bsadvogadosassociados.com.br\n\n\fadministrativo para que possa existir a lide, conceituada no direito processual como sendo pretens\u00e3o resistida. Sem a resist\u00eancia do INSS, o Juizado passa a ocupar o lugar da autarquia, invadindo a seara do Poder Executivo e ferindo o Princ\u00edpio da Triparti\u00e7\u00e3o dos Poderes. Contudo, o que tem se aplicado nos casos em que h\u00e1 o julgamento do m\u00e9rito em primeira inst\u00e2ncia, mesmo com a aus\u00eancia do pedido administrativo, \u00e9 que fica mais oneroso tanto em rela\u00e7\u00e3o ao tempo, como quanto ao custo operacional do processo, retroagir ao in\u00edcio. Trata-se de um caso de conflito de normas, onde prepondera a celeridade e o aproveitamento dos atos processuais j\u00e1 realizados. 7. J\u00e1 nas situa\u00e7\u00f5es em que o processo foi extinto sem resolu\u00e7\u00e3o do m\u00e9rito, n\u00e3o h\u00e1 atos processuais a preservar, motivo pelo qual deve ser ratificado o decreto de\nextin\u00e7\u00e3o do processo sem resolu\u00e7\u00e3o do m\u00e9rito. 8. Ressalte-se ainda que, mesmo que tenha sido concedida administrativamente a revis\u00e3o no valor do benef\u00edcio, a a\u00e7\u00e3o judicial tem valia no que tange \u00e0 condena\u00e7\u00e3o ao pagamento de atrasados, n\u00e3o havendo falar-se em falta de interesse processual. 9. Observe-\nse que, quando da realiza\u00e7\u00e3o de c\u00e1lculos, caso n\u00e3o sejam apuradas quaisquer diferen\u00e7as em favor da parte autora, dever\u00e1 o ju\u00edzo respons\u00e1vel pela liquida\u00e7\u00e3o do julgado proceder \u00e0 extin\u00e7\u00e3o do feito. 10. Diante do exposto, nego provimento ao recurso do INSS, mantendo a r. senten\u00e7a por seus pr\u00f3prios fundamentos. 11. Condeno a Autarquia Previdenci\u00e1ria ao pagamento de honor\u00e1rios advocat\u00edcios, que fixo, por equidade, em R$ 500,00 (quinhentos reais), tendo em vista que a Fazenda P\u00fablica foi vencida em grande parte das suas alega\u00e7\u00f5es, bem como por n\u00e3o ter natureza complexa a presente causa, nos termos doa rt. 20, \u00a74\u00ba do C\u00f3digo de Processo Civil e art. 55 da Lei 9099/95. 12. \u00c9 o voto. (Processo 00032185820124036317; Relator JUIZ(A) FEDERAL LEONARDO VIETRI ALVES DE GODOI; 2\u00aa Turma Recursal \u2013 SP; 06/11/2012)\nASSIM, VISA A PARTE AUTORA QUE SEU PEDIDO SEJA\nDEFERIDO, E O SEU DIREITO RESPEITADO!!\n5. DO PEDIDO\nEm face do exposto, arrazoado e fundamentado, consubstanciando-se nos\nfatos nesta narrados e no que de direito aplic\u00e1vel \u00e0 esp\u00e9cie, requer se digne V. Ex\u00aa:\nCNPJ 09.656.3485/0001-72 - Rua Coelho Neto, esquina com a Rua Monteiro Lobato, Sala n\u00ba 507 \u2013 Edif\u00edcio Torre dos Vales \u2013 Bairro Centro \u2013 Rio do Sul/SC CEP 89160-155 \u2013 Fone (47) 3525.5000.\nsayles@bsadvogadosassociados.com.br - fernando@bsadvogadosassociados.com.br\n\n\f1. Inicialmente, a cita\u00e7\u00e3o do r\u00e9u Instituto Nacional do Seguro Social \u2013 INSS, na pessoa de seu representante legal, para apresentar defesa no prazo legal, sob pena de revelia e presun\u00e7\u00e3o da verdade quanto aos fatos articulados;\n2. Seja intimado o INSS a trazer ao processo, c\u00f3pia de todo o processo administrativo, incluindo o demonstrativo de todos os valores pagos ao autor desde a data da concess\u00e3o dos benef\u00edcios at\u00e9 a presente data, uma vez que o Requerente recebe atrav\u00e9s de dep\u00f3sito banc\u00e1rio e n\u00e3o tem posse de tais documentos, com suped\u00e2neo no art. 399 do CPC c/c art. 11 da Lei 10.259/01;\n3. Proced\u00eancia da a\u00e7\u00e3o, condenando o Instituto Nacional do Seguro Social \u2013 INSS, a antecipar o pagamento dos atrasados decorrentes da revis\u00e3o administrativa atinentes ao benef\u00edcio de pens\u00e3o por morte previdenci\u00e1ria n.\u00ba 141.023.955-9 (DIB 31/07/2006), pagando-se as diferen\u00e7as a partir da Data de In\u00edcio do Benef\u00edcio \u2013 DIB do benef\u00edcio origin\u00e1rio (conforme recente decis\u00e3o da Turma Nacional de Uniformiza\u00e7\u00e3o, ao analisar o PEDILEF n\u00ba 0012958-85.2008.4.03.6315).\n3.1) na hip\u00f3tese de a revis\u00e3o n\u00e3o ter sido realizada administrativamente, requer-se a aplica\u00e7\u00e3o do artigo 29, inciso II, da LBPS no c\u00e1lculo da RMI da pens\u00e3o por morte previdenci\u00e1ria n.\u00ba 141.023.955-9 (DIB 31/07/2006), pagando-se as diferen\u00e7as a partir da Data de In\u00edcio do Benef\u00edcio \u2013 DIB, do benef\u00edcio origin\u00e1rio (conforme recente decis\u00e3o da Turma Nacional de Uniformiza\u00e7\u00e3o, ao analisar o PEDILEF n\u00ba 0012958-85.2008.4.03.6315); ou\n3.2) na hip\u00f3tese de ser constatado o pagamento administrativo decorrente da revis\u00e3o pelo artigo 29, inciso II, da Lei n.\u00ba 8.213/1991, como as diferen\u00e7as foram apuradas pelo INSS considerando como marco interruptivo da prescri\u00e7\u00e3o a cita\u00e7\u00e3o\nCNPJ 09.656.3485/0001-72 - Rua Coelho Neto, esquina com a Rua Monteiro Lobato, Sala n\u00ba 507 \u2013 Edif\u00edcio Torre dos Vales \u2013 Bairro Centro \u2013 Rio do Sul/SC CEP 89160-155 \u2013 Fone (47) 3525.5000.\nsayles@bsadvogadosassociados.com.br - fernando@bsadvogadosassociados.com.br\n\n\fna ACP n.\u00ba 0002320-59.2012.403.6183, em 17/04/2012, requerse o pagamento dos atrasados da Data de In\u00edcio do Benef\u00edcio \u2013 DIB do benef\u00edcio origin\u00e1rio, at\u00e9 04/2007 (conforme recente decis\u00e3o da Turma Nacional de Uniformiza\u00e7\u00e3o, ao analisar o PEDILEF n\u00ba 001295885.2008.4.03.6315); ou\n3.3) caso a revis\u00e3o tenha sido suspensa, requer-se a comprova\u00e7\u00e3o, pelo INSS, de que efetivamente houve redu\u00e7\u00e3o de renda, apresentando-se c\u00e1lculo anal\u00edtico e mem\u00f3ria de c\u00e1lculo.\n4. Pagar as custas processuais, os honor\u00e1rios de advogado a t\u00edtulo de sucumb\u00eancia, na base do calculo de 10% (dez por cento) sobre o total a ser apurado em fase de liquida\u00e7\u00e3o de senten\u00e7a, em caso de recurso, e dos demais emolumentos judiciais que se fizerem necess\u00e1rios, na forma da Lei.\n5. RPV - PRECAT\u00d3RIO. Seja condenada a Autarquia R\u00e9, a pagar os valores atrasados por meio de Requisi\u00e7\u00e3o de Pequeno Valor \u2013 RPV (e/ou Precat\u00f3rio), expedido de acordo com a Resolu\u00e7\u00e3o n\u00ba 438/2005, oriunda do Conselho da Justi\u00e7a Federal \u2013 CJF;\n6. HONOR\u00c1RIOS ADVOCAT\u00cdCIOS. Determinar, nos termos do art. 5\u00ba da Resolu\u00e7\u00e3o 438/2005 do CJF, sejam destacados os valores a t\u00edtulo de honor\u00e1rios advocat\u00edcios estabelecidos no contrato de presta\u00e7\u00e3o de servi\u00e7os e honor\u00e1rios advocat\u00edcios (doc. em anexo); bem como de sucumb\u00eancia, em favor da BERKENBROCK & SCHUTZ Advogados Associados, sociedade civil inscrita na Ordem dos Advogados do Brasil \u2013 OAB, sob n\u00ba 1358/2008 e C.N.P.J. sob n\u00ba 09.656.345/0001-72;\n7. Refor\u00e7a-se o pedido de concess\u00e3o do benef\u00edcio da justi\u00e7a gratuita\nCNPJ 09.656.3485/0001-72 - Rua Coelho Neto, esquina com a Rua Monteiro Lobato, Sala n\u00ba 507 \u2013 Edif\u00edcio Torre dos Vales \u2013 Bairro Centro \u2013 Rio do Sul/SC CEP 89160-155 \u2013 Fone (47) 3525.5000.\nsayles@bsadvogadosassociados.com.br - fernando@bsadvogadosassociados.com.br\n\n\fao autor por ser pessoa pobre na acep\u00e7\u00e3o jur\u00eddica do termo, n\u00e3o reunindo meios de suportar os \u00f4nus da presente a\u00e7\u00e3o, sem preju\u00edzo do pr\u00f3prio sustento ou de sua fam\u00edlia, em conformidade com a Lei n.\u00ba 1060/50 e com o art. 4\u00ba da Lei n.\u00ba 7510/86;\n\n8. \u00c0 produ\u00e7\u00e3o de todos os meios da prova em direito admitidas, sem exce\u00e7\u00e3o de natureza alguma, especialmente a prova documental inclusa, bem como outras que se fizerem necess\u00e1rias.\n\nAo final, sejam tornados todos os procedimentos legais para o encaminhamento deste pedido nos seus ulteriores atos.\n\nD\u00e1-se \u00e0 causa, somente para efeitos fiscais, o valor de R$ 22.534,40 (vinte e dois mil quinhentos e trinta e quatro reais e quarenta centavos).\n\nNestes termos, pede deferimento.\n\nData do evento.\n\nRAFAEL GIACOMINI OAB/RS 93.764\u00aa\n\nCARLOS BERKENBROCK OAB/SC 13.520\n\nSAYLES RODRIGO SCH\u00dcTZ OAB/SC 13.520\n\nCNPJ 09.656.3485/0001-72 - Rua Coelho Neto, esquina com a Rua Monteiro Lobato, Sala n\u00ba 507 \u2013 Edif\u00edcio Torre dos Vales \u2013 Bairro Centro \u2013 Rio do Sul/SC CEP 89160-155 \u2013 Fone (47) 3525.5000.\nsayles@bsadvogadosassociados.com.br - fernando@bsadvogadosassociados.com.br\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 2 (C\u00edvel) - IdDocumentoCompleto: 5033148-46.2016.4.04.7100-711462897508024471167012822485", "text": "EXCELENT\u00cdSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA VARA FEDERAL E DO JUIZADO ESPECIAL FEDERAL DE PORTO ALEGRE/RS.\n\nJO\u00c3O CARLOS LOUREN\u00c7O MENDES, brasileiro, casado, auxiliar de produ\u00e7\u00e3o, identificado pela c\u00e9dula de identidade sob o n\u00ba 6058617967, inscrito no CPF sob o n\u00ba 804.255.690-04, residente e domiciliado \u00e0 Travessa S\u00e3o Sep\u00e9, n\u00ba 37, bairro Nova Alvorada, na cidade de Alvorada/RS, CEP 94.834-780, por seus procuradores signat\u00e1rios, ut mandato incluso, vem, respeitosamente, \u00e0 presen\u00e7a de Vossa Excel\u00eancia propor a presente\n\nA\u00c7\u00c3O REVISIONAL PREVIDENCI\u00c1RIA\n\ncontra INSTITUTO NACIONAL DE SEGURO SOCIAL- INSS, autarquia federal, com representa\u00e7\u00e3o no Estado do Rio Grande do Sul, ag\u00eancia localizada Av. Maring\u00e1, 1201 - Maring\u00e1, Alvorada - RS, CEP 94.814-400, objetivando a revis\u00e3o da RMI dos aux\u00edlios-doen\u00e7a epigrafados \u2013 art. 29, II da Lei n\u00ba 8.213/91, pelos fatos e fundamentos que seguem:\n\nI- DOS FATOS\n\nA parte autora foi benefici\u00e1ria de benef\u00edcio por incapacidade, precisamente nos anos de 2001, 2002 e 2009.\n\nNesta banda, fora titular do benef\u00edcio de auxilio doen\u00e7a de NB 121306705-4 e 534262963-9 (ambos cessados).\n\nEspecificamente, os benef\u00edcios por incapacidade do qual o ora requerente \u00e9 titular, vige e fora concedido nas seguintes condi\u00e7\u00f5es:\n\nN\u00famero do benef\u00edcio\n\nDIB\n\nDCB\n\nAv. Cel. Jo\u00e3o Batista S. da Silveira e Souza, n\u00ba 37 \u2013 Sala 303 \u2013 Vila Eunice Nova \u2013 Cachoeirinha/RS \u2013 CEP 94.920-100 Telefone (51) 3041.7503.\n\nP\u00e1gina 1 de 10\n\n\f121306705-4 534262963-9\n\n15/06/2001 1\u00ba/02/2009\n\n15/08/2002 31/12/2009\n\nAdemais, os benef\u00edcios previdenci\u00e1rios por incapacidade recebidos \u00e0 \u00e9poca acima datada pelo demandante possu\u00ed valor incorreto de sua RMI, pois quando da concess\u00e3o de propalado aux\u00edlio-doen\u00e7a o INSS n\u00e3o observou corretamente o disposto no inciso II, do art. 29 da Lei 8213/91, fixando, assim, indevidamente a renda mensal inicial \u2013 RMI da parte autora (em virtude de NOTADA interpreta\u00e7\u00e3o err\u00f4nea da Lei), isto desde o primeiro sal\u00e1rio de benef\u00edcio relativo ao NB 121306705-4 recebido pelo ora demandante, estendendo-se aos sal\u00e1rios percebidos at\u00e9 a cessa\u00e7\u00e3o do benef\u00edcio em tela;\n\nRegistra-se, em tempo, que a pr\u00f3pria Autarquia Federal reconhece o direito do autor na revis\u00e3o dos benef\u00edcios ora descritos, pois em virtude de acordo firmado entre o pr\u00f3prio INSS, Minist\u00e9rio P\u00fablico Federal e SINDNAPI, este homologado nos autos da a\u00e7\u00e3o Civil P\u00fablica ACP n\u00ba 000232059.2012.4.03.6183/SP, pelo Exmo. Juiz Federal da 6\u00aa vara da Se\u00e7\u00e3o Judici\u00e1ria de S\u00e3o Paulo/SP ficara acordado que ora r\u00e9u procedesse \u00e0 revis\u00e3o autom\u00e1tica do benef\u00edcio calculado sobre a fundamenta\u00e7\u00e3o constante do Decreto n\u00ba 3265/99, especificamente no que regulamenta o artigo 29, inciso II da Lei 8213/91(regra para o c\u00e1lculo da renda do benef\u00edcio por incapacidade), at\u00e9 a publica\u00e7\u00e3o do Decreto n\u00ba 6.939, de 18 de agosto de 2009, este que lhe deu nova interpreta\u00e7\u00e3o (a partir do 2\u00ba semestre do ano de 2009).\n\nNesse mesmo sentido, \u00e9 clara e precisa a consulta do sistema do INSS (dataprev) obtida pelo segurado, a qual em anexo, e que restam demonstradas as diferen\u00e7as a serem recebidas j\u00e1 na \u00e9poca da concess\u00e3o de tal benef\u00edcio em titularidade da parte autora, onde a RMI fora fixada em patamar financeiro err\u00f4neo.\n\nContudo, mais uma vez a autarquia demandada n\u00e3o observa adequadamente o preceito legal acima mencionado (art. 29, II, da LBPS) na ocasi\u00e3o em que efetua a revis\u00e3o administrativa do benef\u00edcio por incapacidade da parte autora, POIS DEIXA DE PAGAR ADMINISTRATIVAMENTE DE FORMA INTEGRAL\n\nAv. Cel. Jo\u00e3o Batista S. da Silveira e Souza, n\u00ba 37 \u2013 Sala 303 \u2013 Vila Eunice Nova \u2013 Cachoeirinha/RS \u2013 CEP 94.920-100 Telefone (51) 3041.7503.\n\nP\u00e1gina 2 de 10\n\n\fTODAS AS DIFEREN\u00c7AS DECORRENTES (CALCULOS ANEXOS), que condizente ao NB n\u00ba 534262963-9, Alia-se a isto, a pr\u00f3pria e indevida previs\u00e3o de pagamentos de valores da\u00ed decorrentes, t\u00e3o somente para distante data, em que pese o notado car\u00e1ter alimentar de tais montas; Ademais, insta consignar, que relativo ao NB 121306705-4 alega a autarquia \u201cPRESCRI\u00c7\u00c3O POR ESTAREM CESSADOS H\u00c1 MAIS DE 5 ANOS\u201d, O QUE MAIS UMA VEZ MOSTRA-SE UM INTERPRETA\u00c7\u00c3O EQUIVOCADA DA LEI PELO INSS.\nPor derradeiro, inconformado, o autor aju\u00edza a presente demanda no intuito de ver revisto os valores do benef\u00edcio previdenci\u00e1rio recebido e que acima epigrafado, desde a data do requerimento administrativo, em conson\u00e2ncia com o Artigo 29, II, buscando prote\u00e7\u00e3o judicial, albergada pelo inciso XXXV do art.5\u00ba da Lei Maior, n\u00e3o pressupondo o exaurimento das inst\u00e2ncias administrativas para o ingresso com a a\u00e7\u00e3o judicial.\nII- DOS FUNDAMENTOS\nA parte autora percebera referidos aux\u00edlios-doen\u00e7a nos anos de 2001, 2002 e 2009, o qual descrito nos termos da tabela demonstrativa acima descrita, sendo que os mesmos foram concedidos depois da entrada em vigor da Lei n\u00ba 9.032/95.\nPor conseguinte, o \u00f3rg\u00e3o ancilar ao conceder o benef\u00edcio por incapacidade em tela n\u00e3o respeitou a clara dic\u00e7\u00e3o do art. 29, II da Lei 8.213/91 (LBPS), ao passo que n\u00e3o descartou devidamente no c\u00e1lculo os 20% menores sal\u00e1rios do segurado para obten\u00e7\u00e3o do devido valor do benef\u00edcio, utilizando para fixa\u00e7\u00e3o da RMI, de modo err\u00f4neo, 100% dos sal\u00e1rios de contribui\u00e7\u00e3o existentes no PBC (per\u00edodo b\u00e1sico de contribui\u00e7\u00e3o) do autor.\nJustamente, o contr\u00e1rio do previsto no diploma legal abaixo descrito, e que serve como cerne para c\u00e1lculo da renda mensal inicial do benef\u00edcio por incapacidade ora asseverado.\nSalienta-se que o dispositivo legal acima mencionado est\u00e1 escrito da seguinte forma, sendo absoluto ao afirmar:\n\u201cArt. 29. O sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio consiste:\n(...)\n\nAv. Cel. Jo\u00e3o Batista S. da Silveira e Souza, n\u00ba 37 \u2013 Sala 303 \u2013 Vila Eunice Nova \u2013 Cachoeirinha/RS \u2013 CEP 94.920-100 Telefone (51) 3041.7503.\n\nP\u00e1gina 3 de 10\n\n\fII - para os benef\u00edcios de que tratam as al\u00edneas a, d, e e h do inciso I do art. 18, na m\u00e9dia aritm\u00e9tica simples dos maiores sal\u00e1rios-decontribui\u00e7\u00e3o correspondentes a oitenta por cento de todo o per\u00edodo contributivo.\n(...)\u201d.\n\nDesta forma, resta claro que a r\u00e9 aplicou de forma equivocada o disposto na norma legal que norteia o c\u00e1lculo da RMI para benef\u00edcios por incapacidade a serem concedidos pelo Instituto Nacional do Seguro SocialINSS, importando ressaltar que o valor do benef\u00edcio aux\u00edlio-doen\u00e7a \u00e9 de 91%, do sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio e equivalente \u00e0 m\u00e9dia aritm\u00e9tica simples dos maiores sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o correspondentes a 80% de todo o per\u00edodo contributivo (julho/94), previsto na lei 9.876/99, conforme acima referido, o que de fato n\u00e3o ora observado pela r\u00e9 \u00e0 \u00e9poca da concess\u00e3o ora tratada.\nPortanto, \u00e9 inequ\u00edvoco que devem ser consideradas apenas as 80% dos maiores sal\u00e1rios de contribui\u00e7\u00e3o, excluindo-se para fins de c\u00e1lculos os 20% menores valores do c\u00e1lculo da RMI.\nNeste sentido \u00e9 o entendimento do Eg. TRF da 4\u00aa Regi\u00e3o:\n\nEMENTA: INCIDENTE DE UNIFORMIZA\u00c7\u00c3O DE JURISPRUD\u00caNCIA. PREVIDENCI\u00c1RIO. BENEF\u00cdCIO DE AUX\u00cdLIO-DOEN\u00c7A. CRIT\u00c9RIO DE C\u00c1LCULO. ARTIGO 29, INCISO II, DA LEI N\u00ba 8.213/91. JUNTADA DE AC\u00d3RD\u00c3O DE TURMA RECURSAL DA MESMA REGI\u00c3O SEM IDENTIFICA\u00c7\u00c3O. N\u00c3O COMPROVA\u00c7\u00c3O DE DIVERG\u00caNCIA. QUEST\u00c3O DE ORDEM N\u00ba 01, DA TRU4. N\u00c3O CABIMENTO. 1. A juntada de c\u00f3pia da decis\u00e3o paradigma sem indica\u00e7\u00e3o do n\u00famero dos autos, ou qualquer outra informa\u00e7\u00e3o que permita identificar o processo ou mesmo aferir a autenticidade da decis\u00e3o, n\u00e3o enseja o conhecimento do pedido de uniformiza\u00e7\u00e3o. 2. Nos termos da Quest\u00e3o de Ordem n\u00ba 01, desta Turma Regional de Uniformiza\u00e7\u00e3o, \"Ainda que inadmiss\u00edveis os precedentes invocados pelo recorrente e desde que prequestionada a mat\u00e9ria, admite-se incidente de uniformiza\u00e7\u00e3o quando identificada contrariedade do ac\u00f3rd\u00e3o recorrido \u00e0 atual jurisprud\u00eancia da TRU e o ponto houver sido especificamente impugnado no pedido de uniformiza\u00e7\u00e3o\". 3. Na hip\u00f3tese dos autos, o c\u00e1lculo do benef\u00edcio da parte autora foi informado pelas disposi\u00e7\u00f5es do artigo 32, inciso II e par\u00e1grafo 20, do Decreto n\u00ba 3.048/99, sob fundamento de que \"n\u00e3o houve qualquer insurg\u00eancia da parte-autora em sua inicial\" sobre o c\u00e1lculo da renda mensal inicial do aux\u00edlio-doen\u00e7a. Assim, \"a renda apurada pela Contadoria equivale exatamente \u00e0quela que seria paga pelo INSS acaso o benef\u00edcio tivesse sido deferido administrativamente, com observ\u00e2ncia \u00e0s disposi\u00e7\u00f5es regulamentares, sendo que, apesar da longa peti\u00e7\u00e3o inicial protocolada, nas 3 fls. em que \u00e9 discutido o direito da autora\n\nAv. Cel. Jo\u00e3o Batista S. da Silveira e Souza, n\u00ba 37 \u2013 Sala 303 \u2013 Vila Eunice Nova \u2013 Cachoeirinha/RS \u2013 CEP 94.920-100 Telefone (51) 3041.7503.\n\nP\u00e1gina 4 de 10\n\n\fsomente h\u00e1 insurg\u00eancia acerca do indeferimento do benef\u00edcio, n\u00e3o havendo qualquer men\u00e7\u00e3o \u00e0 renda que seria decorrente do mesmo. Desta forma, (...) tal discuss\u00e3o n\u00e3o encontra-se nos limites da lide, n\u00e3o configurando mero erro de c\u00e1lculo\". 4. J\u00e1 a atual jurisprud\u00eancia desta Turma de Uniformiza\u00e7\u00e3o \u00e9 no sentido de que \"O c\u00e1lculo do sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio do aux\u00edlio-doen\u00e7a concedido ap\u00f3s a vig\u00eancia da Lei n\u00ba 9.876/99, consiste na m\u00e9dia aritm\u00e9tica simples dos maiores sal\u00e1rios de contribui\u00e7\u00e3o correspondente a 80% de todo o per\u00edodo contributivo, independente do n\u00famero de contribui\u00e7\u00f5es que o integrem, nos termos do artigo 29, inciso II, da Lei n\u00ba 8.213/91\". 5. Portanto, n\u00e3o h\u00e1 diverg\u00eancia entre o ac\u00f3rd\u00e3o recorrido e a atual jurisprud\u00eancia da TRU, n\u00e3o sendo caso de incid\u00eancia da Quest\u00e3o de Ordem n\u00ba 01. 6. Pedido de uniformiza\u00e7\u00e3o de jurisprud\u00eancia n\u00e3o conhecido. (, IUJEF 000272198.2007.404.7155, Turma Regional de Uniformiza\u00e7\u00e3o da 4\u00aa Regi\u00e3o, Relatora Ivanise Correa Rodrigues Perotoni, D.E. 09/03/2011).\n\n(...)\n\nEMENTA: PEDIDO DE UNIFORMIZA\u00c7\u00c3O REGIONAL. PREVIDENCI\u00c1RIO. REVIS\u00c3O. PENS\u00c3O POR MORTE. RENDA MENSAL INICIAL. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ A QUE O FALECIDO FARIA JUS. C\u00c1LCULO. ART. 29, II, LEI 8.213/91. N\u00daMERO DE CONTRIBUI\u00c7\u00d5ES NO PER\u00cdODO B\u00c1SICO DE C\u00c1LCULO. IRRELEV\u00c2NCIA. DIVERG\u00caNCIA SUPERADA. PROVIMENTO. HONOR\u00c1RIOS ADVOCAT\u00cdCIOS. CONDENA\u00c7\u00c3O. 1. Esta Turma Regional de Uniformiza\u00e7\u00e3o j\u00e1 pacificou o entendimento de que o c\u00e1lculo da renda mensal inicial de benef\u00edcio previdenci\u00e1rio por incapacidade \"concedido ap\u00f3s a vig\u00eancia da Lei n\u00ba. 9.876/99, consiste na m\u00e9dia aritm\u00e9tica simples dos maiores sal\u00e1rios de contribui\u00e7\u00e3o correspondente a 80% de todo o per\u00edodo contributivo, independente do n\u00famero de contribui\u00e7\u00f5es que o integrem, nos termos do artigo 29, inciso II, da Lei n\u00ba 8.213/91\" (TRU4, PU 2007.71.50.032776-1, Rel. Ju\u00edza Federal Ivanise Correa Rodrigues Perotoni, DJ 24.03.2010). 2. Entendimento amparado na orienta\u00e7\u00e3o da Turma Nacional de Uniformiza\u00e7\u00e3o, no sentido de que \"o c\u00e1lculo do sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio de aux\u00edlio-doen\u00e7a, aposentadoria por invalidez e pens\u00e3o por morte n\u00e3o precedida de outro benef\u00edcio, concedidos ap\u00f3s a vig\u00eancia da Lei 9.876/1999, consiste na m\u00e9dia aritm\u00e9tica simples dos maiores sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o correspondente a 80% de todo o per\u00edodo contributivo, independente do n\u00famero de contribui\u00e7\u00f5es que o integre, nos termos do artigo 29, inciso II, da Lei 8.213/1991\" (TNU, PU 2008.51.51.0431972, Rel. Juiz Federal Jos\u00e9 Antonio Savaris, j. 02.12.2010). 3. Pedido de Uniformiza\u00e7\u00e3o conhecido e provido, restabelecendo-se a senten\u00e7a de proced\u00eancia e condenando-se o r\u00e9u-recorrido ao pagamento de honor\u00e1rios, nos termos da Quest\u00e3o de Ordem n\u00ba 02 da Turma Nacional de Uniformiza\u00e7\u00e3o (\"O acolhimento do pedido de uniformiza\u00e7\u00e3o gera dois efeitos: a reforma da decis\u00e3o da turma recursal e a conseq\u00fcente estipula\u00e7\u00e3o de honor\u00e1rios advocat\u00edcios, se for o caso, bem assim a prejudicialidade do recurso extraordin\u00e1rio, se interposto\"). (,\n\nAv. Cel. Jo\u00e3o Batista S. da Silveira e Souza, n\u00ba 37 \u2013 Sala 303 \u2013 Vila Eunice Nova \u2013 Cachoeirinha/RS \u2013 CEP 94.920-100 Telefone (51) 3041.7503.\n\nP\u00e1gina 5 de 10\n\n\fIUJEF 0002321-48.2007.404.7167, Turma Regional de Uniformiza\u00e7\u00e3o da 4\u00aa Regi\u00e3o, Relator Jos\u00e9 Antonio Savaris, D.E. 09/03/2011).\n\n(...)\n\nEMENTA: PREVIDENCI\u00c1RIO. REVIS\u00c3O DE BENEF\u00cdCIO. ART. 29, II, e \u00a75\u00ba, DA LEI 8.213/91. 1. O par\u00e1grafo 2\u00ba do art. 32 do Decreto 3.048/99, com a reda\u00e7\u00e3o dada pelo Decreto 3.265/99, enquanto vigente, o par\u00e1grafo 20 do mesmo artigo, com a reda\u00e7\u00e3o do Decreto n\u00ba 5.545/2005, o par\u00e1grafo 3\u00ba do art. 188-A do Decreto 3048/99, com a reda\u00e7\u00e3o do Decreto 3.265/99, e o par\u00e1grafo 4\u00ba do mesmo artigo, acrescentado pelo Decreto 5.545/2005, na reda\u00e7\u00e3o vigente at\u00e9 o advento do Decreto 6.939/2009, contrariam o disposto no art. 29, inciso II, da Lei 8.213/91, com a reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei 9.876/99, bem como o disposto no art. 3\u00ba, caput, desta \u00faltima lei, na medida em que estas leis, ao contr\u00e1rio dos referidos decretos, n\u00e3o exigem que, no c\u00e1lculo do sal\u00e1rio de benef\u00edcio de aux\u00edlio-doen\u00e7a e de aposentadoria por invalidez, seja considerada a totalidade dos sal\u00e1rios de contribui\u00e7\u00e3o, mas apenas os maiores sal\u00e1rios de contribui\u00e7\u00e3o correspondentes a oitenta por cento de todo o per\u00edodo contributivo (regra permanente, para o segurado filiado a partir da publica\u00e7\u00e3o da Lei do Fator Previdenci\u00e1rio) ou, no m\u00ednimo, oitenta por cento de todo o per\u00edodo contributivo decorrido desde a compet\u00eancia julho de 1994 (regra transit\u00f3ria, para o segurado filiado \u00e0 Previd\u00eancia Social at\u00e9 o dia anterior \u00e0 publica\u00e7\u00e3o da Lei 9.876/99 - ocorrida em 29-11-1999 -, podendo o segurado, neste caso, se eventualmente lhe for mais favor\u00e1vel, utilizar-se de mais de oitenta por cento do referido per\u00edodo contributivo). 2. No ordenamento jur\u00eddico brasileiro apenas \u00e9 permitida a expedi\u00e7\u00e3o de decretos e regulamentos para a fiel execu\u00e7\u00e3o das leis (Constitui\u00e7\u00e3o Federal art. 84, inciso IV) - os denominados decretos executivos. Ao extrapolarem o art. 29, inciso II, da Lei 8.213/91, com a reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei 9.876/99, e o art. 3\u00ba, caput, desta \u00faltima Lei, os par\u00e1grafos 2\u00ba e 20 do art. 32 e os par\u00e1grafos 3\u00ba e 4\u00ba do art. 188-A, todos do Decreto 3.048/99 - este \u00faltimo at\u00e9 a edi\u00e7\u00e3o do Decreto 6.939/2009 - padecem do v\u00edcio de nulidade... (TRF4, APELREEX 0006500-26.2011.404.9999, Sexta Turma, Relator Paulo Paim da Silva, D.E. 05/02/2013.\n\nFrisa o Requerente que o INSS n\u00e3o excluiu os 20% menores sal\u00e1rios de contribui\u00e7\u00e3o, para fazer o c\u00e1lculo do valor da renda mensal inicial dos benef\u00edcios por incapacidade recebidos pelo Autor.\n\nPor outro lado, pertinente \u00e0 prescri\u00e7\u00e3o, \u00e9 de se assinalar que, nos pedidos envolvendo presta\u00e7\u00f5es peri\u00f3dicas e de trato sucessivo, prescrevem somente as parcelas anteriores ao quinqu\u00eanio legal, sem preju\u00edzo do fundo de direito, nos ditames da S\u00famula 85 do STJ e do par\u00e1grafo \u00fanico do art. 103 da Lei 8.213/91.\n\nSTJ S\u00famula n\u00ba 85 - 18/06/1993 - DJ 02.07.1993\nAv. Cel. Jo\u00e3o Batista S. da Silveira e Souza, n\u00ba 37 \u2013 Sala 303 \u2013 Vila Eunice Nova \u2013 Cachoeirinha/RS \u2013 CEP 94.920-100 Telefone (51) 3041.7503.\n\nP\u00e1gina 6 de 10\n\n\fRela\u00e7\u00e3o Jur\u00eddica de Trato Sucessivo - Fazenda P\u00fablica Devedora Prescri\u00e7\u00e3o\nNas rela\u00e7\u00f5es jur\u00eddicas de trato sucessivo em que a Fazenda P\u00fablica figure como devedora, quando n\u00e3o tiver sido negado o pr\u00f3prio direito reclamado, a prescri\u00e7\u00e3o atinge apenas as presta\u00e7\u00f5es vencidas antes do q\u00fcinq\u00fc\u00eanio anterior \u00e0 propositura da a\u00e7\u00e3o.\n...\nArt. 103. \u00c9 de dez anos o prazo de decad\u00eancia de todo e qualquer direito ou a\u00e7\u00e3o do segurado ou benefici\u00e1rio para a revis\u00e3o do ato de concess\u00e3o de benef\u00edcio, a contar do dia primeiro do m\u00eas seguinte ao do recebimento da primeira presta\u00e7\u00e3o ou, quando for o caso, do dia em que tomar conhecimento da decis\u00e3o indeferit\u00f3ria definitiva no \u00e2mbito administrativo. (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n\u00ba 10.839, de 2004)\nPar\u00e1grafo \u00fanico. Prescreve em cinco anos, a contar da data em que deveriam ter sido pagas, toda e qualquer a\u00e7\u00e3o para haver presta\u00e7\u00f5es vencidas ou quaisquer restitui\u00e7\u00f5es ou diferen\u00e7as devidas pela Previd\u00eancia Social, salvo o direito dos menores, incapazes e ausentes, na forma do C\u00f3digo Civil.\nNo mesmo sentido, indispens\u00e1vel sinalar que em 14.02.2014 a Turma Nacional de Uniformiza\u00e7\u00e3o, ao analisar o PEDILEF n\u00ba 001295885.2008.4.03.6315, sedimentou entendimento de que a edi\u00e7\u00e3o do Memorando Circular Conjunto n\u00ba 21/DIRBEN/PFEINSS, de 15/04/2010, implicou o efetivo reconhecimento do direito de revis\u00e3o do benef\u00edcio, raz\u00e3o pela qual houve a ren\u00fancia t\u00e1cita da prescri\u00e7\u00e3o e, consequentemente, tal prazo voltou a correr por inteiro a partir da edi\u00e7\u00e3o desse ato administrativo, conforme voto-ementa a seguir transcrito:\n\n\"PROCESSUAL CIVIL. REVIS\u00c3O DE BENEF\u00cdCIO PREVIDENCI\u00c1RIO. ART. 29, II, DA LEI 8.213/91. CONTAGEM DO PRAZO PRESCRICIONAL. MEMORANDO DE 2010, EXPEDIDO PELO INSS, DECLARANDO O DIREITO. CAUSA INTERRUPTIVA DA PRESCRI\u00c7\u00c3O EM CURSO. REN\u00daNCIA AO PRAZO J\u00c1 CONSUMADO. ENTENDIMENTO DO STJ EM PROCESSO REPRESENTATIVO DE CONTROV\u00c9RSIA (RESP N. 1.270.439/MG). APLICA\u00c7\u00c3O DO DIREITO \u00c0 ESP\u00c9CIE. ART. 257 DO REGIMENTO INTERNO DO STJ. S\u00daMULA 456 DO STF. INEXIST\u00caNCIA DE SUPRESS\u00c3O DE INST\u00c2NCIA. PEDIDO DE UNIFORMIZA\u00c7\u00c3O CONHECIDO E DESPROVIDO.\n\n1. O INSS, ora recorrente, pretende a modifica\u00e7\u00e3o de ac\u00f3rd\u00e3o que, reformando os termos da senten\u00e7a, julgou procedente a demanda e o condenou a revisar o benef\u00edcio de aux\u00edlio-doen\u00e7a percebido pelo autor, nos termos do art. 29, II, da Lei 8.213/91. Sustenta o recorrente, em suma, a incid\u00eancia da prescri\u00e7\u00e3o q\u00fcinq\u00fcenal,\n\nAv. Cel. Jo\u00e3o Batista S. da Silveira e Souza, n\u00ba 37 \u2013 Sala 303 \u2013 Vila Eunice Nova \u2013 Cachoeirinha/RS \u2013 CEP 94.920-100 Telefone (51) 3041.7503.\n\nP\u00e1gina 7 de 10\n\n\fconforme S\u00famula 85 do Superior Tribunal de Justi\u00e7a. O incidente foi admitido na origem.\n2. Sem raz\u00e3o a autarquia previdenci\u00e1ria. O Memorando 21/DIRBEN/PFE/INSS, de 154-2010, enquanto ato administrativo de reconhecimento do direito \u00e0 revis\u00e3o do ato de concess\u00e3o do benef\u00edcio, pela aplica\u00e7\u00e3o da regra do art. 29, II, da Lei 8.213/91, interrompeu o prazo prescricional eventualmente em curso (art. 202, VI, do C\u00f3digo Civil), importando sua ren\u00fancia quando j\u00e1 consumado (art. 191 do C\u00f3digo Civil). Ele somente voltaria a fluir, pela metade do prazo (art. 9\u00ba do Decreto 20.910/32), quando a Administra\u00e7\u00e3o viesse a praticar algum ato incompat\u00edvel com o interesse de saldar a d\u00edvida, o que definitivamente n\u00e3o ocorreu no caso em comento. A prop\u00f3sito do assunto, embora referente a servidor p\u00fablico, o julgamento da 1\u00aa Se\u00e7\u00e3o do Superior Tribunal de Justi\u00e7a proferido no REsp 1.270.439/PR (recurso especial repetitivo), de que foi relator o Sr. Ministro Castro Meira, com ac\u00f3rd\u00e3o publicado no DJ de 2-8-2013.\n3. Assim, n\u00e3o h\u00e1 que se falar em prescri\u00e7\u00e3o, devendo retroagir os efeitos financeiros da revis\u00e3o \u00e0 data de concess\u00e3o do benef\u00edcio revisando, para os pedidos administrativos ou judiciais que tenham sido formulados dentro do per\u00edodo de 5 (cinco) anos contados da publica\u00e7\u00e3o do ato normativo referenciado.\n4. Aplica\u00e7\u00e3o ao presente caso, do disposto no art. 257 do Regimento Interno do Superior Tribunal de Justi\u00e7a, por analogia, e da S\u00famula 456 do Supremo Tribunal Federal, que prescrevem a possibilidade de aplica\u00e7\u00e3o do direito \u00e0 esp\u00e9cie pelo Colegiado, quando superado o ju\u00edzo de admissibilidade recursal. Assim, o incidente deve ser conhecido para, no m\u00e9rito, aplicando o direito, negar-lhe provimento.\n5. Julgamento de acordo com o art. 46 da Lei 9.099/95\n6. Incidente conhecido e desprovido, devendo ser fixada a tese de que: (i) a publica\u00e7\u00e3o do Memorando 21/DIRBEN/PFEINSS, de 15-4-2010, ato administrativo que reconheceu o direito dos segurados \u00e0 revis\u00e3o pelo art. 29, II, da Lei 8.213/91, importou a ren\u00fancia t\u00e1cita por parte do INSS aos prazos prescricionais em curso, que voltaram a correr integralmente a partir de sua publica\u00e7\u00e3o; e (ii) para pedidos administrativos ou judiciais formulados dentro do per\u00edodo de 5 (cinco) anos da publica\u00e7\u00e3o do ato normativo referenciado n\u00e3o incide a prescri\u00e7\u00e3o, retroagindo os efeitos financeiros da revis\u00e3o \u00e0 data de concess\u00e3o do benef\u00edcio revisando.\" (grifei) (TNU, PEDILEF n\u00ba 0012958-85.2008.4.03.6315, Rel. Juiz Federal Gl\u00e1ucio Ferreira Maciel Gon\u00e7alves, julgado em 14.02.2014). GRIFEI\nDesta forma tem-se, portanto, que com a publica\u00e7\u00e3o do Memorando 21/DIRBEN/PFEINSS ocorreu a ren\u00fancia t\u00e1cita por parte do INSS quanto aos prazos prescricionais em curso, que voltaram a correr integralmente a partir de sua publica\u00e7\u00e3o.\nNesse diapas\u00e3o, primordial trazer \u00e0 baila o conte\u00fado esculpido no inciso VI, do Artigo 202, do C\u00f3digo Civil p\u00e1trio:\n\nAv. Cel. Jo\u00e3o Batista S. da Silveira e Souza, n\u00ba 37 \u2013 Sala 303 \u2013 Vila Eunice Nova \u2013 Cachoeirinha/RS \u2013 CEP 94.920-100 Telefone (51) 3041.7503.\n\nP\u00e1gina 8 de 10\n\n\fArt. 202. A interrup\u00e7\u00e3o da prescri\u00e7\u00e3o, que somente poder\u00e1 ocorrer uma vez, dar-se-\u00e1:\n[...]\nVI - por qualquer ato inequ\u00edvoco, ainda que extrajudicial, que importe reconhecimento do direito pelo devedor.\nAssim, encontra-se somente prescrito o direito \u00e0 percep\u00e7\u00e3o das diferen\u00e7as nas compet\u00eancias que antecederam ao quinqu\u00eanio anterior \u00e0 data da edi\u00e7\u00e3o do ato administrativo que reconhece o direito dos segurados.\nIII- DO PEDIDO\nDiante do exposto posto, requer:\nA) Receber e processar a presente a\u00e7\u00e3o pelo JEF/VARA FEDERAL, nos termos do art. 3\u00ba e par\u00e1grafos da lei 10.259/2001 (lei dos Jef\u2019s);\nB) A cita\u00e7\u00e3o do INSS \u2013 INSTITUTO NACIONAL DE SEGURO SOCIAL- ag\u00eancia da previd\u00eancia social de Alvorada/RS, no endere\u00e7o apontado no pre\u00e2mbulo, na pessoa de seu procurador regional, para comparecer a audi\u00eancia de concilia\u00e7\u00e3o, instru\u00e7\u00e3o e julgamento em data a ser designada, e, querendo, apresentar sua defesa, sob pena revelia e presun\u00e7\u00e3o de verdade quanto aos fatos articulados apresentar contesta\u00e7\u00e3o.\nC) A TOTAL PROCED\u00caNCIA da presente lide para condenar o INSS \u00e0:\n1- Revisar os benef\u00edcios de aux\u00edlio-doen\u00e7a do autor, e que de NB\u2019s n\u00ba 121306705-4 e 534262963-9, mediante a aplica\u00e7\u00e3o do contido no art. 29, II da Lei 8.213/91, recalculando o sal\u00e1rio de benef\u00edcio um a um, para que sejam exclu\u00eddos dos c\u00e1lculos de Renda Mensal Inicial, os 20% dos menores sal\u00e1rios de contribui\u00e7\u00e3o do per\u00edodo base de c\u00e1lculo, nos termos da fundamenta\u00e7\u00e3o;\n\n2- Pagar todas as diferen\u00e7as apuradas em decorr\u00eancia da revis\u00e3o acima e do rec\u00e1lculo aqui determinado, corrigidas desde a \u00e9poca da compet\u00eancia de cada parcela at\u00e9 efetiva liquida\u00e7\u00e3o (\u00edndices\n\nAv. Cel. Jo\u00e3o Batista S. da Silveira e Souza, n\u00ba 37 \u2013 Sala 303 \u2013 Vila Eunice Nova \u2013 Cachoeirinha/RS \u2013 CEP 94.920-100 Telefone (51) 3041.7503.\n\nP\u00e1gina 9 de 10\n\n\fURV/IPCR/INPC/IGP-DI), juros morat\u00f3rios e demais encargos da sucumb\u00eancia.\n3- A aplica\u00e7\u00e3o de juros e corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria em todos os valores.\n\nD) A produ\u00e7\u00e3o de todos os meios de prova em direito admitidos, especialmente a documental ora acostadas, e demais que se fizerem necess\u00e1rias.\nD\u00e1-se a causa o valor de R$ 6.632,41 (seis mil seiscentos e trinta e dois reais e quarenta e um centavos) (valor total dos benef\u00edcios revisados) para fins fiscais.\nNestes termos, pede deferimento.\nAlvorada, 10 de Maio de 2016.\n\nJaline Teixeira da Silva OAB/RS 86.483\n\nThiago de Fraga Linck OAB/RS 85.067\n\nAv. Cel. Jo\u00e3o Batista S. da Silveira e Souza, n\u00ba 37 \u2013 Sala 303 \u2013 Vila Eunice Nova \u2013 Cachoeirinha/RS \u2013 CEP 94.920-100 Telefone (51) 3041.7503.\n\nP\u00e1gina 10 de 10\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 3 (C\u00edvel) - IdDocumentoCompleto: 5004525-48.2016.4.04.7107-711459786737724091140000000001", "text": "EXCELENT\u00cdSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA VARA FEDERAL DA SUBSE\u00c7\u00c3O DE CAXIAS DO SUL\nPEDIDO DE JUSTI\u00c7A GRATUITA\nADENILSON MACEDO ALVES, brasileiro, casado, recepcionista, inscrito no CPF sob o n\u00ba 530.210.700-78, portador do RG n\u00ba 1055912065 SJS/II RS, residente e domiciliado na Rua Jo\u00e3o Vergani, n\u00ba 282, Bairro Cruzeiro, Caxias do Sul/RS., por seus procuradores signat\u00e1rios, devidamente constitu\u00eddos conforme instrumento de mandato anexo (doc.01), que recebem notifica\u00e7\u00f5es e intima\u00e7\u00f5es no estabelecimento profissional, localizado na Rua Pinheiro Machado, n\u00ba 2020, sala 1004, fone/ (54) 3221 5040, nesta cidade de Caxias do Sul (RS), vem respeitosamente \u00e0 presen\u00e7a deste MM. Ju\u00edzo, propor a presente\nA\u00c7\u00c3ODE REVIS\u00c3O DE BENEF\u00cdCIO PREVIDENCI\u00c1RIO,\nContra INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL \u2013 INSS, Autarquia Federal, com procuradoria na cidade de Caxias do Sul, situada na Rua Visconde de Pelotas, n.\u00ba 2.280, Centro, o qual dever\u00e1 ser citado na pessoa de seu representante legal, pelos fatos e fundamentos que passa a expor:\n\n\fI \u2013 DOS FATOS\nA parte autora, revestindo da qualidade de segurado da Previd\u00eancia Social, requereu junto ao INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL- INSS, concess\u00e3o de benef\u00edcio previdenci\u00e1rio, por se encontrar inabilitado para o exerc\u00edcio das atividades laborais.\nSua incapacidade foi reconhecida e confirmada pela autarquia demandada em 04/04/2007, que deferiu o benef\u00edcio postulado de aux\u00edlio-doen\u00e7a - NB: 519.513.621-8, com vig\u00eancia em 14/02/2007.\nOcorre, Excel\u00eancia, que a autarquia R\u00e9 aplicou crit\u00e9rios err\u00f4neos para a fixa\u00e7\u00e3o RMI do aux\u00edlio doen\u00e7a do Autor, pois considerou a m\u00e9dia de 100% (cem por cento) das contribui\u00e7\u00f5es, quando em verdade deveria aplicar a m\u00e9dia aritm\u00e9tica simples dos maiores sal\u00e1rios de contribui\u00e7\u00e3o, correspondentes a 80% do per\u00edodo contributivo, a contar de julho de 1994.\nDesta forma, n\u00e3o resta alternativa a parte autora sen\u00e3o a propositura da presente demanda revisional.\nII- DO M\u00c9RITO\n2.1 DA DESNECESSIDADE DA REVIS\u00c2O ADMINISTRATIVA \u2013 O INSS N\u00c3O EST\u00c1 REALIZANDO AS REVIS\u00d5ES ADMINISTRATIVAMENTE\nA Turma Recursal do Rio grande do Sul se pronunciou, em\n28/11/2012, acerca do processamento administrativo nos autos\n500988078.2012404.71-07 e, sendo Relator, respectivamente, o Juiz\nFederal Luiz Humberto Escobar Alves, Os\u00f3rio Avila Neto e Claudio\nGonsales Valerio, que assim julgaram:\nCuida-se de a\u00e7\u00e3o em que a parte autora postula a revis\u00e3o do seu benef\u00edcio de aux\u00edlio-doen\u00e7a, para que seja apurado considerando a m\u00e9dia aritm\u00e9tica simples dos maiores sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o correspondentes a 80% de todo o per\u00edodo contributivo, na forma do art. 29, II, da Lei n\u00ba 8.213/91, com a reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n\u00ba 9.876/99. O pedido foi julgado extinto face \u00e0 aus\u00eancia de interesse processual. Recorre a parte autora postulando a reforma da decis\u00e3o. Merece ser afastada a aus\u00eancia de interesse processual, tendo em vista que em reuni\u00e3o realizada no dia 09 de janeiro de 2012 no CEJUSCON Porto Alegre, com a presen\u00e7a de Advogados, Magistrados e Procuradores Federais, estes \u00faltimos informaram que a autarquia previdenci\u00e1ria n\u00e3o est\u00e1 realizando as revis\u00f5es do art. 29, II, da Lei n. 8.213/91, diante da exist\u00eancia de restri\u00e7\u00f5es or\u00e7ament\u00e1rias da entidade, nada obstante esteja em vigor o Memorando Circular n. 21/DIRBEN/PFEINSS, de 05/04/2010.\n\n\fAssim, em que pese tenha decidido em\n\nfeitos an\u00e1logos de forma diversa, \u00e0 vista\n\ndeste novo quadro, julgo que est\u00e1\n\nconfigurada a pretens\u00e3o resistida a ensejar\n\na\n\npropositura\n\nda\n\ndemanda,\n\nindependentemente de pr\u00e9vio requerimento\n\nadministrativo para revis\u00e3o do benef\u00edcio\n\nprevidenci\u00e1rio, j\u00e1 que este n\u00e3o seria, de\n\nqualquer forma, atendido.(Recurso C\u00edvel N\u00ba 5009880-\n\n78.2012.404.7107/RS, a Turma Recursal dos JEF\u2019S do Rio Grande do Sul, Relator p/ Ac\u00f3rd\u00e3o Luiz Humberto Escobar Alves, D.E. 28/11/2012) (grifamos)\n\nA conduta contradit\u00f3ria do INSS e sua resist\u00eancia \u00e0 implanta\u00e7\u00e3o imediata da revis\u00e3o do art. 29, II da Lei 8.213/91, configura abuso de direito de defesa, impondo-se, assim, a necessidade de revis\u00e3o pela esfera judicial, inclusive com o pagamento dos atrasados.\n\nSalienta-se, ainda, que na p\u00e1gina da previd\u00eancia social, a REQUERIDA reconhece o direito do autor a revis\u00e3o, contudo, at\u00e9 o presente momento o autor nada recebeu.\n\n2.2 DO DIREITO A REVIS\u00c2O DO BENEF\u00cdCIO PREVIDENCI\u00c1RIO\nPortanto, busca a presente a\u00e7\u00e3o a revisional de proventos, por meio da correta aplica\u00e7\u00e3o da formula de c\u00e1lculo do sal\u00e1rio de benef\u00edcio do aux\u00edlio doen\u00e7a, mediante a aplica\u00e7\u00e3o do art. 29, II, da Lei 8.213/91, ou seja, considerando a m\u00e9dia aritm\u00e9tica simples dos maiores sal\u00e1rios de contribui\u00e7\u00e3o correspondentes a 80% de todo o per\u00edodo contributivo, art. 29, II, a seguir disposto.\nArt. 29. O sal\u00e1rio de benef\u00edcio consiste: I - [...] II - para os benef\u00edcios de que tratam as al\u00edneas a, d, e, e h do inciso I do art. 18, na m\u00e9dia aritm\u00e9tica simples dos maiores sal\u00e1rios de contribui\u00e7\u00e3o correspondentes a oitenta por cento de todo o per\u00edodo contributivo. [...]\n\n\fEsse entendimento, est\u00e1 pacificado conforme se verifica na s\u00famula 24 das Turmas Recursais Reunidas dos Juizados Especiais Federais de Santa Catarina:\nS\u00famula 24 - Para os benef\u00edcios previdenci\u00e1rios de aposentadoriapor invalidez, aux\u00edlio-doen\u00e7a e aux\u00edlio-acidente, concedidosap\u00f3s a vig\u00eancia da Lei n\u00ba. 9.876/99, o sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio consistir\u00e1 na m\u00e9dia aritm\u00e9tica simples dos maiores sal\u00e1rios-de- contribui\u00e7\u00e3ocorrespondentes a 80% de todo o per\u00edodocontributivo, independentemente da data de filia\u00e7\u00e3o ao RGPS e don\u00famero de contribui\u00e7\u00f5es mensais vertidas no per\u00edodocontributivo.\nNo entanto, o INSS agiu erroneamente ao aplicar o que constava no Decreto n\u00ba 3.048/1999, (revogado pelo Decreto 5.399, de 24/03/2005 - D.O.28/03/2005), que estabelecia em seu art. 32, \u00a7 2\u00ba:\n\"Nos casos de aux\u00edlio-doen\u00e7a e de aposentadoria por invalidez, contando o segurado com menos de cento e quarenta e quatro contribui\u00e7\u00f5es mensais no per\u00edodo contributivo, o sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio corresponder\u00e1 \u00e0 soma dos sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o dividido pelo n\u00famero de contribui\u00e7\u00f5es apurado.\"\nContudo, a fundamenta\u00e7\u00e3o contida para a apura\u00e7\u00e3o da RMI do benef\u00edcio, que foi concedido a parte autora, contraria a legisla\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria vigente, em especial o disposto no art. 29, II, da Lei n\u00ba 8.213/91, acima colacionada.\nPor sua vez, a Lei n\u00ba 9.876/99 estabelece crit\u00e9rios para o c\u00e1lculo dos benef\u00edcios previdenci\u00e1rios:\nArt. 3\u00ba - Para o segurado filiado \u00e0 Previd\u00eancia Social at\u00e9 o dia anterior \u00e0 data de publica\u00e7\u00e3o desta Lei, que vier a cumprir as condi\u00e7\u00f5es exigidas para a concess\u00e3o dos benef\u00edcios do Regime Geral da Previd\u00eancia Social, no c\u00e1lculo do sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio ser\u00e1 considerada a m\u00e9dia aritm\u00e9tica simples dos maiores sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o, correspondentes a, no m\u00ednimo, oitenta por cento de todo o per\u00edodo contributivo decorrido desde a compet\u00eancia julho de 1994, observado o disposto nos incisos I e II do \u00a7 6\u00ba, do art. 29, da Lei n. 8.213/91, com a reda\u00e7\u00e3o dada por esta Lei.\"(grifamos)\nDenota-se, assim, que existe ilegalidade no crit\u00e9rio utilizado pelo INSS, que tem como base o Decreto n\u00ba 3.048/99, tendo, portanto, utilizado f\u00f3rmula inadequada para a obten\u00e7\u00e3o da RMI do benef\u00edcio previdenci\u00e1rio do autor.\nEm verdade, o INSS, deveria, nos termos da legisla\u00e7\u00e3o supracitada, ter efetuado a m\u00e9dia aritm\u00e9tica simples quanto aos 80% (oitenta por cento) maiores sal\u00e1rios de contribui\u00e7\u00e3o do autor, a contar de julho de 1994 (art. 3\u00ba, da Lei n. 9.876/99), desconsiderando os 20% (vinte por cento) menores.\nNesse sentido, segue o entendimento jurisprudencial do Tribunal Regional Federal 4\u00aa Regi\u00e3o.\nPREVIDENCI\u00c1RIO. REVISIONAL. INTERESSE DE AGIR. PR\u00c9VIO REQUERIMENTO ADMINISTRATIVO. DESNECESSIDADE - RE 631.240/MG. INCOMPET\u00caNCIA ABSOLUTA DA JUSTI\u00c7A FEDERAL PARA APRECIAR PEDIDOS RELACIONADOS A BENEF\u00cdCIOS POR ACIDENTE\n\n\fDO TRABALHO. APLICA\u00c7\u00c3O DO ART. 29, II, DA LEI 8.213/91 NA\n\nAPURA\u00c7\u00c3O DO SAL\u00c1RIO-DE-BENEF\u00cdCIO DE AUX\u00cdLIO-DOEN\u00c7A.\n\nAPOSENTADORIA POR INVALIDEZ PRECEDIDA DE AUX\u00cdLIO-DOEN\u00c7A.\n\nAPLICA\u00c7\u00c3O DO ART. 29, \u00a75\u00ba DA LEI 8213/91. CONSECT\u00c1RIOS. LEI\n\n11.960/2009.\n\n1. Na esteira do entendimento do STF no julgamento do RE 631.240/MG,\n\nem se tratando de pedido de revis\u00e3o de benef\u00edcio previdenci\u00e1rio a\n\nconfigura\u00e7\u00e3o do interesse de agir prescinde pr\u00e9vio requerimento\n\nadministrativo, pois, uma vez que \"j\u00e1 houve a inaugura\u00e7\u00e3o da rela\u00e7\u00e3o\n\nentre o benefici\u00e1rio e a Previd\u00eancia, n\u00e3o se faz necess\u00e1rio, de forma\n\ngeral, que o autor provoque novamente o INSS para ingressar em\n\nju\u00edzo\".\n\n2. \u00c9 competente a Justi\u00e7a Estadual para processar e julgar a\u00e7\u00e3o relativa a\n\nacidente de trabalho, estando abrangida nesse contexto tanto a lide que tem\n\npor objeto a concess\u00e3o de benef\u00edcio como, tamb\u00e9m, as rela\u00e7\u00f5es da\u00ed\n\ndecorrentes (restabelecimento, reajuste, cumula\u00e7\u00e3o), uma vez que o art.\n\n109, I, da CF/88, n\u00e3o fez qualquer ressalva a este respeito. Incid\u00eancia da\n\nS\u00famula\n\n15/STJ.\n\n3. Havendo cumula\u00e7\u00e3o do pedido de revis\u00e3o de benef\u00edcio decorrente de\n\nacidente do trabalho com pedido de revis\u00e3o de benef\u00edcios previdenci\u00e1rios\n\ncomuns, torna-se invi\u00e1vel simplesmente declinar da compet\u00eancia, devendo\n\nser extinto o feito, sem resolu\u00e7\u00e3o de m\u00e9rito, quanto a tal pedido.\n\n4. Nos termos do que disp\u00f5e o art. 29, II, da Lei 8213/91, o c\u00e1lculo dos\n\nbenef\u00edcios por incapacidade consiste na m\u00e9dia aritm\u00e9tica simples dos\n\nmaiores sal\u00e1rios de contribui\u00e7\u00e3o correspondentes a 80% de todo o\n\nper\u00edodo contributivo. Demonstrado que a apura\u00e7\u00e3o do sal\u00e1rio-de-\n\nbenef\u00edcio dos aux\u00edlios-doen\u00e7a percebidos pela parte autora n\u00e3o\n\nobservou a regra do dispositivo, devem ser revistas as respectivas\n\nrendas\n\nmensais\n\niniciais.\n\n5. Nos termos do entendimento sedimentado pelo Supremo Tribunal Federal\n\nno Recurso Extraordin\u00e1rio n\u00ba 583.834/SC, o aux\u00edlio-doen\u00e7a n\u00e3o deve ser\n\ncomputado como sal\u00e1rio-de-contribui\u00e7\u00e3o para o c\u00e1lculo da renda mensal\n\ninicial da aposentadoria por invalidez quando essa for decorrente da\n\ntransforma\u00e7\u00e3o do aux\u00edlio-doen\u00e7a, ausente per\u00edodo intercalado com atividade\n\nlaborativa. Invi\u00e1vel, portanto, a revis\u00e3o da aposentadoria por invalidez da\n\nparte autora com base no art. 29, \u00a7 5\u00ba, da Lei 8.213/91.\n\n6. Declarada pelo Supremo Tribunal Federal a inconstitucionalidade do art.\n\n1\u00ba-F da Lei n\u00ba 9.494/97, com a reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n\u00ba 11.960/2009, os\n\njuros morat\u00f3rios devem ser equivalentes aos \u00edndices de juros aplic\u00e1veis \u00e0\n\ncaderneta de poupan\u00e7a (STJ, REsp 1.270.439/PR, 1\u00aa Se\u00e7\u00e3o, Relator\n\nMinistro Castro Meira, 26/06/2013). No que tange \u00e0 corre\u00e7\u00e3o\n\nmonet\u00e1ria, permanece a aplica\u00e7\u00e3o da TR, como estabelecido naquela lei,\n\ne demais \u00edndices oficiais consagrados pela jurisprud\u00eancia.\n\n7. Reconhecida a sucumb\u00eancia rec\u00edproca. (TRF4 AC 0000857-\n\n19.2013.404.9999, Quinta Turma, Relator Luiz Antonio Bonat, D.E.\n\n10/11/2015) (grifamos)\n\nPREVIDENCI\u00c1RIO. REVIS\u00c3O DE BENEF\u00cdCIO. AUX\u00cdLIO-DOEN\u00c7A. ARTIGO 29, II DA LEI 8.213/91. 1. Os Decretos 3.265/99 e 5.545/05, que modificaram o artigo 32 do Decreto 3.048/99 (RBPS), incidiram em ilegalidade ao restringir a sistem\u00e1tica de c\u00e1lculo do sal\u00e1rio-debenef\u00edcio dos benef\u00edcios por incapacidade, pois contrariaram as diretrizes estabelecidas pelos artigos 29 da Lei 8.213/91 e 3\u00ba da Lei 9.876/99. 2. No caso de benef\u00edcios por incapacidade concedidos ap\u00f3s a vig\u00eancia da Lei n\u00ba. 9.876/99, o sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio consistir\u00e1 na m\u00e9dia aritm\u00e9tica simples dos maiores sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o correspondentes a 80% do per\u00edodo contributivo considerado,\n\n\findependentemente do n\u00famero de contribui\u00e7\u00f5es mensais vertidas.1 (Grifamos)\nDesse modo, tendo em vista a utiliza\u00e7\u00e3o de todos os sal\u00e1rios (100%), torna-se evidente o preju\u00edzo ocasionado no valor do benef\u00edcio da parte autora, merecendo acolhimento a pretens\u00e3o revisional.\nPor fim, acres\u00e7a-se \u00e0 fundamenta\u00e7\u00e3o supra o fato deque o art. 32, \u00a7 2\u00ba, do Decreto 3.048, de 06 de maio de 1999, est\u00e1 revogado pelo Decreto 5.399, de 24/03/2005 D.O. 28/03/2005.\nRequer-se que, diante do efeito declarat\u00f3rio e condenat\u00f3rio da pretensa, o dever\u00e3o ser considerados, para efeitos de c\u00e1lculos, os reflexos no benef\u00edcio de aux\u00edliodoen\u00e7a NB 519.513.621-8.\n2.3 O MEMORANDO-CIRCULAR CONJUNTO DIRBEN/PFE-INSS N\u00ba 21/10 INTERROMPEU A PRESCRI\u00c7\u00c3O\nA decis\u00e3o exarada pelo MM. Ju\u00edzo, em conformidade com decis\u00e3o proferida pela Turma Regional de Uniformiza\u00e7\u00e3o da Jurisprud\u00eancia dos Juizados Especiais Federais da 4\u00aa Regi\u00e3o no julgamento de incidente no processo n\u00ba 5018503-64.2012.404.7000/PR, na sess\u00e3o realizada em 21.06.2012, a edi\u00e7\u00e3o do Memorando-Circular Conjunto DIRBEN/PFEINSS n\u00ba 21, de 15.04.2010, interrompeu a prescri\u00e7\u00e3o da pretens\u00e3o de revis\u00e3o de benef\u00edcios com base no artigo 29, inciso II, da Lei n\u00ba 8.213/91, por haver implicado reconhecimento administrativo do direito; da requerente, assim, resta garantido o direito \u00e0 revis\u00e3o dos benef\u00edcios que antecederam ao quinqu\u00eanio anterior \u00e0 data da edi\u00e7\u00e3o do ato administrativo que reconhece o direito da recorrente, referentes, portanto, \u00e0s parcelas anteriores a 15.04.2005.\nNesse sentido, tem decis\u00e3o a Colenda Turma Recursal da 4\u00aa Regi\u00e3o:\nPREVIDENCI\u00c1RIO. REVIS\u00c3O DE BENEF\u00cdCIO. RENDA MENSAL INICIAL. DIREITO ADQUIRIDO AO MELHOR BENEF\u00cdCIO. DECAD\u00caNCIA. RECONHECIMENTO. LIMITA\u00c7\u00c3O DO SAL\u00c1RIODE-BENEF\u00cdCIO AO TETO DO SAL\u00c1RIO-DE-CONTRIBUI\u00c7\u00c3O. RECOMPOSI\u00c7\u00c3O DE DIFEREN\u00c7AS. POSSIBILIDADE. RECUPERA\u00c7\u00c3O DOS EXCESSOS DESPREZADOS NA ELEVA\u00c7\u00c3O DO TETO DAS ECS 20 E 41. A\u00c7\u00c3O CIVIL P\u00daBLICA. PRESCRI\u00c7\u00c3O. 1. Definiu o Supremo Tribunal Federal (RE 626489) que a norma processual de decad\u00eancia decenal incide a todos benef\u00edcios\n1 (TRF4 5001875-53.2010.404.7005, Quinta Turma, Relator p/ Ac\u00f3rd\u00e3o Ricardo Teixeira do Valle Pereira, D.E. 04/10/2011)\n\n\fprevidenci\u00e1rios concedidos, desde o dia primeiro do m\u00eas seguinte ao\n\ndo recebimento da primeira presta\u00e7\u00e3o a partir de 01/08/97, ap\u00f3s n\u00e3o\n\nsendo poss\u00edvel revisar a RMI pela inclus\u00e3o de tempo, sua\n\nclassifica\u00e7\u00e3o como especial, ou por erros de c\u00e1lculo do PBC.\n\n2. Tendo transcorrido mais de dez anos entre a DIB e o ajuizamento\n\nda a\u00e7\u00e3o revisional, imp\u00f5e-se o reconhecimento da decad\u00eancia ao\n\ndireito de revis\u00e3o do ato administrativo concess\u00f3rio do benef\u00edcio\n\nprevidenci\u00e1rio quanto ao pedido de rec\u00e1lculo da renda mensal inicial\n\ncom\n\nbase\n\ndo\n\ndireito\n\nadquirido.\n\n3. Tendo em vista que o pedido relativo \u00e0 forma de c\u00e1lculo dos\n\nreajustes n\u00e3o envolve a revis\u00e3o do ato de concess\u00e3o, n\u00e3o existe,\n\nneste caso, limite decadencial para que revise seu benef\u00edcio.\n\n4. A recupera\u00e7\u00e3o das diferen\u00e7as desconsideradas pela limita\u00e7\u00e3o do\n\nsal\u00e1rio-de-benef\u00edcio ao teto do sal\u00e1rio-de-contribui\u00e7\u00e3o podem ser\n\nfeitas j\u00e1 desde o primeiro reajuste do benef\u00edcio (art. 26 da Lei n.\u00ba\n\n8.870/94, art. 21, \u00a73\u00ba, da Lei n.\u00ba 8.880/94, e art. 35, \u00a73\u00ba, do Decreto\n\nn.\u00ba 3.048/99) e, inclusive, nos subsequentes, bem como por ocasi\u00e3o\n\nda altera\u00e7\u00e3o do valor m\u00e1ximo do sal\u00e1rio-de-contribui\u00e7\u00e3o.\n\n5. O Pleno da Corte Suprema, por ocasi\u00e3o do julgamento do RE\n\n564354, no dia 08 de setembro de 2010, reafirmou o entendimento\n\nmanifestado no Ag. Reg. no RE n\u00ba 499.091-1/SC, decidindo que a\n\nincid\u00eancia do novo teto fixado pela EC n\u00ba 20/98 n\u00e3o representa\n\naplica\u00e7\u00e3o retroativa do disposto no artigo 14 daquela Emenda\n\nConstitucional, nem aumento ou reajuste, mas apenas readequa\u00e7\u00e3o\n\ndos valores percebidos ao novo teto. Id\u00eantico racioc\u00ednio deve\n\nprevalecer no que diz respeito \u00e0 eleva\u00e7\u00e3o promovida no teto pela EC\n\n41/2003.\n\n6. Em regra, a prescri\u00e7\u00e3o \u00e9 quinquenal, contado o prazo\n\nconcernente a partir da data do ajuizamento prescri\u00e7\u00e3o da a\u00e7\u00e3o.\n\nSem embargo, restam ressalvadas as situa\u00e7\u00f5es em que a a\u00e7\u00e3o\n\nindividual \u00e9 precedida de a\u00e7\u00e3o civil p\u00fablica de \u00e2mbito nacional.\n\nNessas hip\u00f3teses, a data de propositura desta acarreta a\n\ninterrup\u00e7\u00e3o da prescri\u00e7\u00e3o. (TRF4, AC 5002013-21.2013.404.7100,\n\nSexta Turma, Relator p/ Ac\u00f3rd\u00e3o V\u00e2nia Hack De Almeida, D.E.\n\n24/07/2015) (Grifamos)\n\nPREVIDENCI\u00c1RIO. REVISIONAL. ART. 29, II, DA LEI N. 8.213/91. MEMORANDO-CIRCULAR CONJUNTO N. 21/2010. INTERRUP\u00c7\u00c3O DA PRESCRI\u00c7\u00c3O. 1. A Turma Regional de Uniformiza\u00e7\u00e3o dos Juizados Especiais Federais da 4\u00aa Regi\u00e3o reconheceu (IUJEF 5018503-64.2012.404.7000, Relator p/ Ac\u00f3rd\u00e3o Paulo Paim da Silva, D.E. 25/06/2012) que a edi\u00e7\u00e3o do Memorando-Circular Conjunto n. 21/2010, de 15/04/2010, constitui marco interruptivo da prescri\u00e7\u00e3o para a revis\u00e3o dos benef\u00edcios nos termos do inciso II do art. 29 da Lei n. 8.213/91. 2. Essa interrup\u00e7\u00e3o garante o recebimento das parcelas anteriores a cinco anos da publica\u00e7\u00e3o do referido ato administrativo, para todos aqueles que ingressarem, judicial ou administrativamente, com o pedido de revis\u00e3o no prazo de at\u00e9 cinco anos ap\u00f3s a sua edi\u00e7\u00e3o 3. Recurso\n\n\fdo r\u00e9u desprovido. (TRF4 5000410-86.2013.404.7107, Primeira Turma Recursal do RS, Relator p/ Ac\u00f3rd\u00e3o Fernando Zandon\u00e1, julgado em 22/05/2013) (Grifamos)\nREVIS\u00c3O DE BENEF\u00cdCIO PREVIDENCI\u00c1RIO. ATO ADMINISTRATIVO DE RECONHECIMENTO DO DIREITO. INTERRUP\u00c7\u00c3O DA PRESCRI\u00c7\u00c3O. 1. O Memorando-Circular Conjunto n\u00ba 21/DIRBEN/PFEINSS, de 15.04.2010, constitui marco interruptivo do prazo prescricional para a revis\u00e3o dos benef\u00edcios com base no artigo 29, II, da Lei 8.213/91. 2. Essa interrup\u00e7\u00e3o garante o recebimento das parcelas anteriores a cinco anos da publica\u00e7\u00e3o do normativo para pedidos que ingressarem administrativa ou judicialmente em at\u00e9 cinco anos ap\u00f3s a mesma data, uma vez que houve reconhecimento administrativo do direito. 3. Pedido de uniformiza\u00e7\u00e3o provido. (501850364.2012.404.7000, Turma Regional de Uniformiza\u00e7\u00e3o da 4\u00aa Regi\u00e3o, Relator p/ Ac\u00f3rd\u00e3o Paulo Paim da Silva, D.E. 25/06/2012) (Grifamos)\nRequer, em conseq\u00fc\u00eancia, a revis\u00e3o do benef\u00edcio concedido a contar de 04/04/2007, data esta que est\u00e1 dentro do q\u00fcinq\u00fc\u00eanio anterior a data da edi\u00e7\u00e3o do ato administrativo que reconhece o direito da parte autora, qual seja, o MEMORANDO/21/DIRBEN/PFEINSS, de 15 de abril de 2010, por for\u00e7a do disposto no art. 202, VI, do C\u00f3digo Civil, que informa que a prescri\u00e7\u00e3o deve ser interrompida a partir da edi\u00e7\u00e3o do ato inequ\u00edvoco do devedor que reconhece o direito do autor.\nCumpre salientar que a Turma Nacional de Uniformiza\u00e7\u00e3o, no processo n\u00ba 001295885.2008.4.03.6315, julgado em 14-02-2014, com tr\u00e2nsito em julgado em 31-032014, j\u00e1 analisou a mat\u00e9ria discutida neste autos, n\u00e3o havendo raz\u00e3o para o recurso apresentado.\nA TNU reconheceu que o Memorando 21/DIRBEN/PFE/INSS, de 15/04/2010, enquanto ato administrativo de reconhecimento do direito \u00e0 revis\u00e3o do ato de concess\u00e3o do benef\u00edcio, pela aplica\u00e7\u00e3o da regra do art. 29,II, da Lei 8.213/91, interrompeu o prazo prescricional.\nAssim, o autor faz jus a revis\u00e3o do benef\u00edcio de aux\u00edlio-doen\u00e7a NB 519.513.621-8 concedido em 04/04/2007.\nIII \u2013 DA ASSIST\u00caNCIA JUDICI\u00c1RIA GRATUITA\nA parte autora informa que n\u00e3o disp\u00f5e de recursos financeiros para custear as despesas do processo e honor\u00e1rios de advogado, sem que para isso venha a comprometer o seu sustento e de suas necessidades b\u00e1sicas, como sa\u00fade, alimenta\u00e7\u00e3o e vestu\u00e1rio. Segue em anexo, declara\u00e7\u00e3o de pobreza.\nSendo assim, a PARTE Autora requer seja concedido o Benef\u00edcio da Assist\u00eancia Judici\u00e1ria Gratuita, na forma na lei da AJG n\u00ba 1.060/50.\n\n\fIV - DOS PEDIDOS Diante do exposto, REQUER:\nI) O recebimento da presente A\u00c7\u00c3O DE REVIS\u00c3O DEBENEF\u00cdCIO PREVIDENCI\u00c1RIO, com os documentos que a instruem; deferindo-se o pedido da Justi\u00e7a Gratuita, na forma da Lei 1.060/50, visto que a parte Autora n\u00e3o possui recursos para arcar com as custas processuais, sem que haja preju\u00edzo de sua subsist\u00eancia;\nb) CITA\u00c7\u00c3O DO R\u00c9U \u2013 INSTITUTO NACIONAL DO SEGUROSOCIAL \u2013 INSS, na pessoa de seu representante legal, para, querendo, apresentar defesa, no prazo legal, e junto com esta apresentar as mem\u00f3rias de c\u00e1lculos dos benef\u00edcios j\u00e1 percebidos pela parte autora, sob pena de revelia e presun\u00e7\u00e3o de verdade quanto aos fatos articulados;\nc) a proced\u00eancia do pedido, condenando o INSS a revisar o c\u00e1lculo do benef\u00edcio de aux\u00edlio-doen\u00e7a NB 519.513.621-8, a partir de 14/02/2007, que foi calculado erroneamente pela autarquia r\u00e9 no ato da concess\u00e3o, para que seja aplicado o c\u00e1lculo na forma do art. 29, inciso II, da Lei n\u00ba 8.213/91;\nd) pagar \u00e0 parte autora (via judicial \u2013 mediante RPV) as diferen\u00e7as verificadas relativamente \u00e0s presta\u00e7\u00f5es vencidas at\u00e9 a \u00faltima compet\u00eancia referida no c\u00e1lculo a ser realizado, com atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, na forma da S\u00famula 7 da Turma Recursal desta Se\u00e7\u00e3o Judici\u00e1ria, e acr\u00e9scimo de juros de 1% (um por cento) ao m\u00eas, desde a cita\u00e7\u00e3o, nos termos da S\u00famula 2 do referido colegiado;\nd) Requer no caso de entendimento contr\u00e1rio ao pedido acima, o prequestionamento da mat\u00e9ria, e em havendo necessidade de se interpor Recurso Extraordin\u00e1rio, requer a esse Respeit\u00e1vel Ju\u00edzo, desde j\u00e1, que se manifeste EXPLICITAMENTE sobre poss\u00edvel viola\u00e7\u00e3o de dispositivos constitucionais e infra-constitucionais, especificadamente sobre escopo do artigo 5\u00b0, XXXV, da Constitui\u00e7\u00e3o da Rep\u00fablica Federativa do Brasil;\ne) EMOLUMENTOS JUDICIAIS E SUCUMB\u00caNCIA. \u00c0 condena\u00e7\u00e3o da autarquia, ao pagamento das custas processuais, dos honor\u00e1rios de advogado, a t\u00edtulo de sucumb\u00eancia, na base de c\u00e1lculo de 10% (dez por cento) sobre o total a ser apurado em fase de liquida\u00e7\u00e3o de senten\u00e7a, em caso de recurso, se, por\u00e9m,\n\n\fobservando-se que se esse valor seja inferior \u00e0 01 (um) sal\u00e1rio-m\u00ednimo, requer, ent\u00e3o, que mencionada cifra seja fixada a base da verba honor\u00e1ria em apre\u00e7o para evitar patamar irris\u00f3rio, \u201cque \u00e9 aviltante e atenta contra o exerc\u00edcio profissional\u201d, al\u00e9m dos demais emolumentos judiciais que se fizerem necess\u00e1rios, na forma da Lei;\nD\u00e1-se \u00e0 causa o valor o limite do teto do juizado federal. Termos em que, pede e espera deferimento. Caxias do Sul/RS, 23 de novembro de 2015.\n\nELIAS VANIN OAB/RS 82.313\n\nELISANDRA BORDIN OAB/RS 89.054\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 4 (C\u00edvel) - IdDocumentoCompleto: 5000946-94.2018.4.04.7213-721523447567531810236074338709", "text": "EXCELENTISSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DE DIREITO DO JUIZADO PREVIDENCIARIO FEDERAL DA COMARCA DE RIO DO SUL - ESTADO DE SANTA CATARINA\nQuadro Resumo Benef\u00edcio de Aux\u00edlio Doen\u00e7a. Revis\u00e3o com base no artigo 29, inciso II, da Lei 8.213/91. Revis\u00e3o administrativa realizada sem que, contudo, at\u00e9 o presente momento fosse realizado o pagamento.\nLUIZ EMERSON DA SILVA, brasileiro, casado, atualmente microempreendedor, portador da C\u00e9dula de Identidade com RG n. 2.642.742, inscrito no CPF sob n. 998.879.679-04, residente e domiciliado na Rua Brasil, n. 342, Sumar\u00e9, na cidade de Rio do Sul, Estado de Santa Catarina, por seu procurador ao final firmado, com endere\u00e7o profissional sito a Rua Indaial, n. 157, Sala 03, Quintino, na cidade de Timb\u00f3, Estado de Santa Catarina, emails: junior@rezini.org e juniorrezini.adv@gmail.com, permissa m\u00e1xima v\u00eania, com fulcro na Lei n. 8.213/91, bem como aos demais dispositivos legais atinentes a mat\u00e9ria, vem perante a consp\u00edcua e preclara presen\u00e7a de Vossa Excel\u00eancia, propor a presente\nA\u00e7\u00e3o de Revis\u00e3o de Benef\u00edcio Previdenci\u00e1rio c.c Cobran\u00e7a dos Valores em Atraso em face do INSS \u2013 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL, autarquia federal com ag\u00eancia nesta cidade, ante os fatos e fundamentos de direito a seguir perfilados.\n1 Rua Dom Bosco, n\u00b0 60, Centro, Ascurra/SC - CEP 89138-000\n(47) 3383-2233 / (47) 99907-9652\njuniorrezini.adv@gmail.com / junior@rezini.org\n\n\fPreliminarmente Dos Documentos Indispens\u00e1veis ao Deslinde Da Presente A\u00e7\u00e3o\nPara o deslinde do processo \u00e9 necess\u00e1rio que o INSS informe nos autos todos os benef\u00edcios recebidos pela parte autora, bem como as mem\u00f3rias de c\u00e1lculo dessas, assim como os pedidos administrativos realizados, por serem documentos necess\u00e1rios e indispens\u00e1veis para o deslinde da demanda.\nConforme disp\u00f5e o artigo 11 da Lei n\u00ba 10.259, in verbis: Art. 11. A entidade p\u00fablica r\u00e9 dever\u00e1 fornecer ao Juizado a documenta\u00e7\u00e3o de que disponha para o esclarecimento da causa, apresentando-a at\u00e9 a instala\u00e7\u00e3o da audi\u00eancia de concilia\u00e7\u00e3o.\nAssim, requer seja o Instituto Requerido intimado para que traga aos presentes autos todos os documentos que disp\u00f5e necess\u00e1rios para esclarecimento da presente causa.\nDa Ren\u00fancia aos Valores Excedentes \u00c0 60 Sal\u00e1rios M\u00ednimos\nA parte autora, de acordo com os poderes conferidos na procura\u00e7\u00e3o anexa ao intr\u00f3ito, renunciar expressamente aos valores excedentes a 60(sessenta) sal\u00e1rios m\u00ednimos, na data do ajuizamento da a\u00e7\u00e3o, considerando-se dentro deste limite todas as presta\u00e7\u00f5es vencidas, mais 12 vincendas, conforme jurisprud\u00eancia do STJ e da TR/PR, para fins de fixa\u00e7\u00e3o da compet\u00eancia deste Juizado Especial Federal C\u00edvel.\nDa Justi\u00e7a Gratuita\nA parte autora \u00e9 pessoa pobre na acep\u00e7\u00e3o legal do termo, n\u00e3o tendo condi\u00e7\u00f5es de custear qualquer demanda judicial, sen\u00e3o em detrimento da j\u00e1 combalida situa\u00e7\u00e3o econ\u00f4mico-financeira do grupo familiar a que pertence.\n2 Rua Dom Bosco, n\u00b0 60, Centro, Ascurra/SC - CEP 89138-000\n(47) 3383-2233 / (47) 99907-9652\njuniorrezini.adv@gmail.com / junior@rezini.org\n\n\fTal fato resta comprovado atrav\u00e9s da Declara\u00e7\u00e3o de Insufici\u00eancia de Rendas em anexo, na qual a parte autora informar que n\u00e3o possui condi\u00e7\u00f5es de arcar com as custas processuais e honor\u00e1rios advocat\u00edcios.\nDe modo que, atento \u00e0 Lei 1.060/50 e dispositivo constitucional hiante em seu Art. 5\u00ba inciso LXXIV, declarando sob os comandos legais seu estado de hipossufici\u00eancia econ\u00f4mica, como condi\u00e7\u00e3o de acesso \u00e0 postula\u00e7\u00e3o da Jurisdi\u00e7\u00e3o Estadual apropriada, requer o benepl\u00e1cito da JUSTI\u00c7A GRATUITA.\n\nDa Irredubtibilidade do Valor do Benef\u00edcio\n\nS\u00e3o princ\u00edpios constitucionais basilares do direito previdenci\u00e1rio aqueles que est\u00e3o elencados no artigo 194 da Constitui\u00e7\u00e3o Federal de 1988, dentre eles, o princ\u00edpio da irredutibilidade do valor do benef\u00edcio, in verbis:\n\n\u201cArt. 194. A seguridade social compreende um conjunto integrado de a\u00e7\u00f5es de iniciativa dos poderes p\u00fablicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos \u00e0 sa\u00fade, \u00e0 previd\u00eancia e \u00e0 assist\u00eancia social.\n\nobjetivos:\n\nPar\u00e1grafo \u00fanico. Compete ao poder p\u00fablico, nos termos da lei, organizar a seguridade social, com base nos seguintes\n\n(...) IV - irredutibilidade do valor dos benef\u00edcios\u201d\n\nN\u00e3o h\u00e1 como separar este princ\u00edpio, da regra que prev\u00ea a manuten\u00e7\u00e3o do valor real dos benef\u00edcios, prevista no \u00a72, artigo 201 da Constitui\u00e7\u00e3o Federal. A finalidade do princ\u00edpio da irredutibilidade do valor dos benef\u00edcios, aqui mencionado, \u00e9 impedir a diminui\u00e7\u00e3o do seu subsidio, caso seja verificado que a pretens\u00e3o da parte autora nesta a\u00e7\u00e3o n\u00e3o elevar\u00e1 sua Renda Mensal.\n\nDa Falta do Interesse de Agir\nInicialmente, deve-se afastar a falta de interesse de agir, eis que a quest\u00e3o que versa sobre o direito ou n\u00e3o da Parte Autora em receber o valor referente aos atrasados nos termos da A\u00e7\u00e3o Civil P\u00fa-\n\n3 Rua Dom Bosco, n\u00b0 60, Centro, Ascurra/SC - CEP 89138-000\n(47) 3383-2233 / (47) 99907-9652\njuniorrezini.adv@gmail.com / junior@rezini.org\n\n\fblica ou Judicialmente atrav\u00e9s da presente demanda, diz respeito ao m\u00e9rito da a\u00e7\u00e3o, devendo ser apreciada por este Ju\u00edzo.\nFato Da Revis\u00e3o Administrativa e Cobran\u00e7a dos Atrasados\n\nA Autarquia R\u00e9, conforme se demonstram pelos documentos em anexo, procedeu no \u00e2mbito administrativo a revis\u00e3o do(s) seguinte(s) benef\u00edcio(s) da Parte Autora, de acordo com o artigo 29, II:\n\nTipo de benef\u00edcio N\u00famero de benef\u00edcio N\u00famero de benef\u00edcio N\u00famero de benef\u00edcio\n\n31 \u2013 AUX\u00cdLIO-DOEN\u00c7A 523.060.799-4 609.660.479-3 614.598.027-7\n\nData da Concess\u00e3o 29.11.2007 24.02.2015 03.06.2016\n\nCom a revis\u00e3o efetuada, houve um acr\u00e9scimo na RMI do benef\u00edcio, gerando total de atrasados a receber, entretanto estes n\u00e3o foram pagos, prevendo o INSS, o pagamento dos atrasados somente em 05/2022.\nRecentemente, nos autos da A\u00e7\u00e3o Civil P\u00fablica n\u00ba 0002320-59.2012.403.6183, que tramitou perante a 2\u00ba Vara Previdenci\u00e1ria da Subse\u00e7\u00e3o Judici\u00e1ria de S\u00e3o Paulo, foi homologado acordo relativo \u00e0 mat\u00e9ria em apre\u00e7o.\nPor este acordo, firmado pelo SINDNAPI, Minist\u00e9rio P\u00fablico Federal e INSS, o ente previdenci\u00e1rio obrigou-se a iniciar, na compet\u00eancia de janeiro de 2013, com pagamento a contar de mar\u00e7o de 2013, a revis\u00e3o da renda mensal dos benef\u00edcios em frui\u00e7\u00e3o e a pagar as diferen\u00e7as pret\u00e9ritas em diferentes datas, conforme calend\u00e1rio abaixo:\na) Quanto aos benef\u00edcios ativos?\n\n4 Rua Dom Bosco, n\u00b0 60, Centro, Ascurra/SC - CEP 89138-000\n(47) 3383-2233 / (47) 99907-9652\njuniorrezini.adv@gmail.com / junior@rezini.org\n\n\fData Pagamento 03/2013 05/2014 05/2015 05/2016 05/2016 05/2017 05/2018\n\nIdade A partir de 60 anos De 46 a 59 anos De 46 a 59 anos De 46 a 59 anos At\u00e9 45 anos At\u00e9 45 anos At\u00e9 45 anos\n\nb) Quanto aos benef\u00edcios cessados e suspensos:\n\nValores Todas as faixas At\u00e9 R$ 6 mil De R$ 6 mil at\u00e9 R$ 19 mil A partir de R$ 19 mil At\u00e9 R$ 6 mil De R$ 6 mil at\u00e9 R$ 15 mil A partir de R$ 15 mil\n\nData Pagamento 05/2019 05/2020 05/2021 05/2022\n\nIdade A partir de 60 anos De 46 a 59 anos At\u00e9 45 anos At\u00e9 45 anos\n\nValores Todas as faixas Todas as faixas At\u00e9 R$ 6 mil A partir de R$ 6 mil\n\nc)\nCaracterizando com isso, portanto, a utilidade, a necessidade e a adequa\u00e7\u00e3o da tutela jurisdicional postulada.\n\nDo M\u00e9rito\nDo acima, conclui-se que h\u00e1 pretens\u00e3o resistida no momento em que a Previd\u00eancia Social agenda o pagamento de tal revis\u00e3o.\nA Parte Autora, obviamente, optou pela via judicial para a revis\u00e3o de seu benef\u00edcio para n\u00e3o ter que ficar aguardando o bel dispor do INSS para receber as diferen\u00e7as as quais fa\u00e7a jus, sobretudo,\n\n5 Rua Dom Bosco, n\u00b0 60, Centro, Ascurra/SC - CEP 89138-000\n(47) 3383-2233 / (47) 99907-9652\njuniorrezini.adv@gmail.com / junior@rezini.org\n\n\fporque, segundo o calend\u00e1rio acima, h\u00e1 segurados que somente receber\u00e3o o que lhes \u00e9 devido no distante ano de 2022!\nAssim, se a Parte Autora det\u00e9m direito a revis\u00e3o (conforme admitido pela pr\u00f3pria Autarquia), pode ela almejar receber os atrasados desde agora, n\u00e3o podendo ser obrigada a sujeitar-se a cronogramas, calend\u00e1rios e parcelamentos impostos pelo INSS, que em nenhum momento privilegiam o segurado, para que o direito passe a ser respeitado.\nEntendimento diverso pelo judici\u00e1rio implicaria em postergar demasiadamente a realiza\u00e7\u00e3o de um direito j\u00e1 reconhecido expressamente pela pr\u00f3pria Autarquia R\u00e9, em total detrimento do segurado que j\u00e1 foi prejudicado ao ter seu benef\u00edcio calculado em desconformidade com o que determina a Lei Previdenci\u00e1ria e ferindo frontalmente o direito individual previsto no artigo 5\u00ba, XXXVI, da CRFB/88:\n(...)\nXXXVI - a lei n\u00e3o prejudicar\u00e1 o direito adquirido, o ato jur\u00eddico perfeito e a coisa julgada;\nNo mais, j\u00e1 \u00e9 entendimento pacificado no Superior Tribunal de Justi\u00e7a, que a exist\u00eancia de A\u00e7\u00e3o Civil P\u00fablica, n\u00e3o obsta a propositura de a\u00e7\u00e3o individual, conforme segue:\nPROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. A\u00c7\u00c3O DE COBRAN\u00c7A. A\u00c7\u00c3O CIVIL P\u00daBLICA E DEMANDA INDIVIDUAL. INOCORR\u00caNCIA DE LITISPEND\u00caNCIA. 1. A exist\u00eancia de a\u00e7\u00e3o civil p\u00fablica ajuizada pelo Minist\u00e9rio P\u00fablico n\u00e3o impede o ajuizamento da a\u00e7\u00e3o individual com id\u00eantico objeto. Desta forma, no caso n\u00e3o h\u00e1 ocorr\u00eancia do fen\u00f4meno processual da litispend\u00eancia, visto que a referida a\u00e7\u00e3o coletiva n\u00e3o induz litispend\u00eancia quanto \u00e0s a\u00e7\u00f5es individuais. Precedentes: REsp 1056439/RS, Relator Ministro Carlos Fernando Mathias (Juiz Federal convocado do TRF 1\u00aa Regi\u00e3o), Segunda Turma, DJ de 1\u00ba de setembro de 2008; REsp 141.053/SC, Relator Ministro Francisco Pe\u00e7anha Martins, Segunda Turma, DJ de 13 de maio de 2002; e REsp 192.322/SP, Relator Ministro Garcia Vieira, Primeira Turma, DJ de 29 de mar\u00e7o de 1999. 2. Agravo regimental n\u00e3o provido. ..EMEN:\u2028 (AGA 201100563907, BENEDITO GON\u00c7ALVES, STJ - PRIMEIRA TURMA, DJE DATA:13/12/2011 ..DTPB:.)\nPercebe-se que os Tribunais Superiores possibilitam a Parte Autora o exerc\u00edcio individual, mesmo havendo A\u00e7\u00e3o Civil P\u00fablica, uma vez que naquela ACP n\u00e3o houve a satisfa\u00e7\u00e3o integral do direito do segurado.\nAssim tem entendido o TRF da 4\u00ba Regi\u00e3o:\n6 Rua Dom Bosco, n\u00b0 60, Centro, Ascurra/SC - CEP 89138-000\n(47) 3383-2233 / (47) 99907-9652\njuniorrezini.adv@gmail.com / junior@rezini.org\n\n\fEMENTA: PREVIDENCI\u00c1RIO. EMBARGOS DE DECLARA\u00c7\u00c3O. OMISS\u00c3O. OCORR\u00caNCIA. REVIS\u00c3O ADMINISTRATIVA DE RENDA MENSAL DE BENEF\u00cdCIO. PAGAMENTO DE ATRASADOS. 1. A acolhida dos embargos declarat\u00f3rios s\u00f3 tem cabimento nas hip\u00f3teses de omiss\u00e3o, contradi\u00e7\u00e3o ou obscuridade. 2. A revis\u00e3o administrativa da renda mensal de benef\u00edcio previdenci\u00e1rio, antes fixada em express\u00e3o menor sem justificativa declarada, importa pagamento de atrasados relativos ao per\u00edodo entre a DIB original e a DIP da nova renda. 3. Recurso a que se d\u00e1 provimento, a fim de que seja sanada a omiss\u00e3o no ac\u00f3rd\u00e3o atacado. (TRF4, AC 0001374-25.2008.404.7113, Sexta Turma, Relator Jo\u00e3o Batista Pinto Silveira, D.E. 26/01/2012)\n\ntado!\n\nDiante disto, deve o pedido da Parte Autora ser atendido judicialmente, e seu direito respei-\n\nDo Direito\nA presente a\u00e7\u00e3o trata da cobran\u00e7a de proventos referente a diferen\u00e7a resultante da revis\u00e3o de benef\u00edcio previdenci\u00e1rio, onde controverte-se nos autos a demora e o descaso do INSS em fazer o pagamento desses valores.\nQuanto a revis\u00e3o efetuada, esta se trata da forma de c\u00e1lculo do sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio do(s) benef\u00edcio(s) recebidos pela Parte Autora, mediante a aplica\u00e7\u00e3o do art. 29, II, da Lei 8.213-91, ou seja, considerando a m\u00e9dia aritm\u00e9tica simples dos maiores sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o correspondentes a 80% de todo o per\u00edodo contributivo, conforme o a legisla\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria, em especial, o art. 29, II, da Lei n\u00ba 8.213/91 in verbis:\n\"Art. 29. O sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio consiste:\nI - (...)\nII - para os benef\u00edcios de que tratam as al\u00edneas a, d, e e h do inciso I do art. 18, na m\u00e9dia aritm\u00e9tica simples dos maiores sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o correspondentes a oitenta por cento de todo o per\u00edodo contributivo.\"\nO INSS procedeu a revis\u00e3o do benef\u00edcio, conforme j\u00e1 dito, pendente ainda o pagamento.\nExcel\u00eancia, o prazo para o INSS fazer o pagamento dos atrasados, ap\u00f3s processada a revis\u00e3o \u00e9 de 45 dias, utilizando por analogia o entendimento do caput do art. 174, do Decreto 3.048/99, sen\u00e3o vejamos:\n\n7 Rua Dom Bosco, n\u00b0 60, Centro, Ascurra/SC - CEP 89138-000\n(47) 3383-2233 / (47) 99907-9652\njuniorrezini.adv@gmail.com / junior@rezini.org\n\n\fART. 174. O primeiro pagamento da renda mensal do benef\u00edcio ser\u00e1 efetuado em at\u00e9 quarenta e cinco dias ap\u00f3s a data da apresenta\u00e7\u00e3o, pelo segurado, da documenta\u00e7\u00e3o necess\u00e1ria \u00e0 sua concess\u00e3o.\nDesta forma Excel\u00eancia, como n\u00e3o se trata de requerimento que demande outras provid\u00eancias, ou qualquer ato que dependa do segurado, o prazo para que seja analisado e conclu\u00eddo qualquer pedido administrativo, deve ser no m\u00e1ximo 45 dias, e n\u00e3o mais, como ocorre no caso em tela.\nOutrossim, n\u00e3o bastasse a legisla\u00e7\u00e3o supra citada, no mesmo sentido disp\u00f5e a Lei n\u00ba 9.784 de 29 de janeiro de 1999, que regula o processo administrativo no \u00e2mbito da Administra\u00e7\u00e3o P\u00fablica Federal, em seu art. 49 do Cap\u00edtulo XI \u2013 T\u00edtulo \u201cDo Dever de Decidir\u201d, sen\u00e3o vejamos: ART. 49. Conclu\u00edda a instru\u00e7\u00e3o de processo administrativo, a Administra\u00e7\u00e3o tem o prazo de at\u00e9 trinta dias para decidir, salvo prorroga\u00e7\u00e3o por igual per\u00edodo expressamente motivada. (grifamos)\nO ato do INSS deixando de efetuar o pagamento devido dos atrasados, n\u00e3o pode persistir por \"sine temporis praedefinitione\", at\u00e9 porque o segurado j\u00e1 foi apenado com tempo suficiente recebendo seu benef\u00edcio de forma errada. Certamente pretende agora usufruir dos valores de seu cr\u00e9dito antes de seu \u00f3bito.\nAssim, cristalina a ilegalidade do procedimento do INSS, retendo indevidamente o cr\u00e9dito do autor, por per\u00edodo injustific\u00e1vel, passado mais de 45 dias, requer que este seja compelido a pagar os atrasados referente a revis\u00e3o efetuada de seu(s) benef\u00edcio(s).\nDa Interrup\u00e7\u00e3o do Prazo Prescricional\nO artigo 103, par\u00e1grafo \u00fanico, da Lei 8.213/91 disp\u00f5e que decai em dez anos todo e qualquer direito de a\u00e7\u00e3o do segurado para revis\u00e3o, contando-se do dia primeiro do m\u00eas seguinte ao do recebimento da primeira presta\u00e7\u00e3o ou, quando for o caso, do dia em que tomar conhecimento da decis\u00e3o indeferit\u00f3ria definitiva no \u00e2mbito administrativo. Disp\u00f5e tamb\u00e9m que prescreve em cinco anos toda e qualquer a\u00e7\u00e3o para haver presta\u00e7\u00f5es vencidas ou diferen\u00e7as devidas pela Previd\u00eancia Social anterior ao ajuizamento da a\u00e7\u00e3o.\n8 Rua Dom Bosco, n\u00b0 60, Centro, Ascurra/SC - CEP 89138-000\n(47) 3383-2233 / (47) 99907-9652\njuniorrezini.adv@gmail.com / junior@rezini.org\n\n\fEntretanto, no caso dos pedidos de revis\u00e3o com base no art. 29, II, da Lei n\u00b0 8.213/91, h\u00e1 peculiaridades a serem consideradas quando for aplicada a prescri\u00e7\u00e3o e decad\u00eancia, sendo devidas n\u00e3o s\u00f3 as parcelas anteriores ao q\u00fcinq\u00fc\u00eanio do ajuizamento da a\u00e7\u00e3o, sen\u00e3o vejamos:\nSabe-se que o INSS, pelo acordo firmado nos autos da ACP, far\u00e1 o pagamento dos atrasados conforme as telas j\u00e1 demonstradas, respeitando o q\u00fcinq\u00fc\u00eanio a contar da data da ACP, de 03/04/2012.\nContudo, esta n\u00e3o \u00e9 a tese mais vantajosa para o segurado, visto que existem tr\u00eas teses sendo aplicadas quanto ao termo inicial da prescri\u00e7\u00e3o e decad\u00eancia:\nTese 1) parecer CONJUR/MPS n\u00ba248/2008 de 23/07/2008:\nA Procuradoria Federal Especializada junto ao INSS expediu a Nota T\u00e9cnica PFEINSS/ CGMBEN/DIVCONT n\u00ba 70/2009 (de 20/10/2009), manifestando-se no sentido de que a altera\u00e7\u00e3o da forma de c\u00e1lculo dos benef\u00edcios por incapacidade promovida pelo Dec. n\u00ba 6.939/09 (que revogou o \u00a7 20 do art. 32 e alterou o \u00a7 4\u00ba do art. 188-A, ambos do Dec. n\u00ba 3.048/99), repercutiria tamb\u00e9m para os benef\u00edcios com data de in\u00edcio anterior ao referido diploma legal, em raz\u00e3o do reconhecimento da ilegalidade da reda\u00e7\u00e3o anterior dos dispositivos, conforme parecer CONJUR/MPS n\u00ba 248/2008 (de 23/07/2008). Com base no referido parecer, foi expedido pela autarquia o Memorando-Circular Conjunto n\u00ba 21/DIRBEN/ PFEINSS, disciplinando os crit\u00e9rios para a revis\u00e3o dos benef\u00edcios na esfera administrativa.\nAnte tais considera\u00e7\u00f5es, est\u00e3o prescritas somente as parcelas vencidas h\u00e1 mais de cinco anos da elabora\u00e7\u00e3o do parecer CONJUR/MPS n\u00ba 248/2008, ou seja, as parcelas anteriores a 23/07/03, bem como houve reconhecimento do direito pelo r\u00e9u antes de transcorrido o prazo decadencial aplic\u00e1vel \u00e0 hip\u00f3tese (10 anos), n\u00e3o h\u00e1 que se falar em decad\u00eancia do direito \u00e0 revis\u00e3o pretendida.\nTese 2) Memorando Circular Conjunto n. 21/DIRBEN/PFEINSS de 15/04/2010:\nNos casos de pedido de revis\u00e3o com base no art. 29, II da Lei 8.213/91, houve reconhecimento do direito \u00e0 aplica\u00e7\u00e3o do dispositivo legal pelo INSS conforme Memorando-Circular Conjunto n. 21/\n9 Rua Dom Bosco, n\u00b0 60, Centro, Ascurra/SC - CEP 89138-000\n(47) 3383-2233 / (47) 99907-9652\njuniorrezini.adv@gmail.com / junior@rezini.org\n\n\fDIRBEN/PFEINSS, de 15/04/2010, podendo ser reconhecida as parcelas vencidas no q\u00fcinq\u00fc\u00eanio anterior \u00e0 edi\u00e7\u00e3o do Memorando-Circular Conjunto n\u00ba21/DIRBEN/PFEINSS.\nAssim, o Memorando-Circular Conjunto n. 21/DIRBEN/PFEINSS, de 15/04/2010, interrompeu o prazo de prescri\u00e7\u00e3o quinquenal, raz\u00e3o pela qual a prescri\u00e7\u00e3o quinquenal seria apenas em rela\u00e7\u00e3o \u00e0s parcelas mensais vencidas anteriormente a 15/04/2005.\nTese 3) Decreto n\u00ba6.939 de 18/08/2009\nPor meio do Decreto n\u00ba 6.939, de 18 de agosto de 2009, que revogou o \u00a720 do art. 32 e alterou o 4\u00ba do art. 188-A, ambos do Regulamento da Previd\u00eancia Social \u2013 RPS, o INSS reconheceu o direito dos segurados \u00e0 aplica\u00e7\u00e3o da regra inscrita no art. 29, II, da Lei n\u00b0 8.213/91, no c\u00e1lculo do sal\u00e1rio de benef\u00edcio.\nTal ato importou em interrup\u00e7\u00e3o da decad\u00eancia e ren\u00fancia \u00e0 prescri\u00e7\u00e3o por parte do INSS.\nA Procuradoria Federal Especializada junto ao INSS ao expedir a Norma T\u00e9cnica n\u00ba 70/2009/PFE-INSS/CGMBEN/DIVCONT, manifestando-se no sentido de que a altera\u00e7\u00e3o da forma de c\u00e1lculo deve repercutir tamb\u00e9m para os benef\u00edcios com data de in\u00edcio anterior \u00e0 publica\u00e7\u00e3o do Decreto n\u00ba 6.939/2009, em raz\u00e3o da ilegalidade da reda\u00e7\u00e3o anterior, interrompeu o prazo prescricional e decadencial.\nTal entendimento vem sendo aplicado por alguns ju\u00edzes: DECIS\u00c3O Vistos. (...) Da an\u00e1lise do dispositivo legal acima transcrito, verifica-se que, a partir de agosto de 2009, data da publica\u00e7\u00e3o do Decreto n\u00ba 6.939/2009, novamente passou a ser permitida a desconsidera\u00e7\u00e3o dos 20% menores sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o no per\u00edodo b\u00e1sico de c\u00e1lculo do aux\u00edlio-doen\u00e7a e da aposentadoria por invalidez, ainda que o segurado conte com menos de cento e quarenta e quatro contribui\u00e7\u00f5es mensais no per\u00edodo contributivo.\n10 Rua Dom Bosco, n\u00b0 60, Centro, Ascurra/SC - CEP 89138-000\n(47) 3383-2233 / (47) 99907-9652\njuniorrezini.adv@gmail.com / junior@rezini.org\n\n\fNo caso dos presentes autos, depreende-se que, ao efetuar o c\u00e1lculo do sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio do aux\u00edlio-doen\u00e7a da parte autora, a Autarquia previdenci\u00e1ria procedeu \u00e0 soma de todos os sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o posteriores a julho de 1994, dividindo o resultado pelo n\u00famero de contribui\u00e7\u00f5es, em obedi\u00eancia aos comandos insculpidos nos artigos 32, \u00a7 20 e 188-A, \u00a7 4\u00ba, do Decreto n.\u00ba 3.048/1999, na reda\u00e7\u00e3o anterior ao advento do Decreto n\u00ba 6.939/2009.\nOcorre que a Procuradoria Federal Especializada junto ao INSS expediu a Norma T\u00e9cnica n\u00ba 70/2009/PFE-INSS/CGMBEN/ DIVCONT, manifestando-se no sentido de que a altera\u00e7\u00e3o da forma de c\u00e1lculo deve repercutir tamb\u00e9m para os benef\u00edcios com data de in\u00edcio anterior \u00e0 publica\u00e7\u00e3o do Decreto n\u00ba 6.939/2009, em raz\u00e3o da ilegalidade da reda\u00e7\u00e3o anterior, conforme parecer CONJUR/MPS n\u00ba 248/2009.\nSendo assim, podem ser objeto de revis\u00e3o os benef\u00edcios por incapacidade e as pens\u00f5es deles derivadas, com data de in\u00edcio a partir de 29.11.1999, para que sejam considerados somente os 80% maiores sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o.\n(...)\nAPELA\u00c7\u00c3O C\u00cdVEL N\u00ba 00040311020104036106/SP. Relator Desembargador Federal SERGIO NASCIMENTO. Numero Origin\u00e1rio 00040311020104036106 2 Vr SAO JOSE DO RIO PRETO/SP.\nPortanto, para esta tese, o prazo decadencial, bem como as parcelas vencidas devem ser da edi\u00e7\u00e3o do Decreto n\u00ba 6.939, de 18 de agosto de 2009, que revogou o \u00a720 do art. 32 e alterou o 4\u00ba do art. 188-A, ambos do Regulamento da Previd\u00eancia Social \u2013 RPS, ou seja, o prazo decadencial se interrompeu, e as parcelas vencidas passaram a ser devidas desde 18/08/2004.\nConclui-se, portanto, que em se tratando de prazo prescricional, devem ser aplicadas as regras do c\u00f3digo civil que tratam de sua ren\u00fancia e interrup\u00e7\u00e3o, devendo ser analisada a exist\u00eancia de ren\u00fancia ou interrup\u00e7\u00e3o da prescri\u00e7\u00e3o, tanto do direito de revisar o benef\u00edcio em si, quanto do pagamento das parcelas em atraso.\nO artigo 202 do C\u00f3digo Civil trata da interrup\u00e7\u00e3o da prescri\u00e7\u00e3o:\nArt. 202. A interrup\u00e7\u00e3o da prescri\u00e7\u00e3o, que somente poder\u00e1 ocorrer uma vez, dar-se-\u00e1:\nVI - por qualquer ato inequ\u00edvoco, ainda que extrajudicial, que importe reconhecimento do direito pelo devedor.\nAssim, a interrup\u00e7\u00e3o da prescri\u00e7\u00e3o opera-se apenas uma vez em raz\u00e3o de qualquer ato inequ\u00edvoco, ainda que extrajudicial, que importe reconhecimento do direito pelo devedor.\n11 Rua Dom Bosco, n\u00b0 60, Centro, Ascurra/SC - CEP 89138-000\n(47) 3383-2233 / (47) 99907-9652\njuniorrezini.adv@gmail.com / junior@rezini.org\n\n\fAssim Excel\u00eancia, por ser mais ben\u00e9fico para a Parte Autora, requer que o INSS revise e pague os atrasados a contar a prescri\u00e7\u00e3o da data da publica\u00e7\u00e3o do parecer CONJUR/MPS n\u00ba 248/2008 e n\u00e3o da ACP como procedeu ao INSS.\nDos Requerimentos \u00c0 vista do exposto, REQUER \u00e0 Vossa Excel\u00eancia:\na) O recebimento da presente A\u00c7\u00c3O DE COBRAN\u00c7A DOS ATRASADOS REFERENTE A REVIS\u00c3O DE AUX\u00cdLIO DOEN\u00c7A (ART. 29, II) pelo Procedimento Sumar\u00edssimo, com os documentos que a instruem, deferindo-se o pedido da Justi\u00e7a Gratuita visto que a Parte Autora n\u00e3o possui recursos para arcar com as custas processuais, sem que haja preju\u00edzo de sua subsist\u00eancia;\nb) CITA\u00c7\u00c3O DO R\u00c9U \u2013 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL \u2013 INSS, na pessoa de seu representante legal, para, querendo, apresentar defesa, no prazo legal, sob pena de revelia e presun\u00e7\u00e3o de verdade quanto aos fatos articulados;\nc) Afastar de imediato a falta de interesse de agir da Parte Autora, tendo em vista que a ACP intentada pelo Minist\u00e9rio P\u00fablico n\u00e3o afasta o direito da Parte Autora de ajuizar a\u00e7\u00e3o individual\nd) PROCED\u00caNCIA DA A\u00c7\u00c3O. A proced\u00eancia da presente a\u00e7\u00e3o, condenando o INSS a:\nd.1) declarar o direito a receber a diferen\u00e7a entre o valor referente aos atrasados da renda mensal inicial recebida e a renda mensal devida, tendo em vista a revis\u00e3o administrativa do benef\u00edcio;\n12 Rua Dom Bosco, n\u00b0 60, Centro, Ascurra/SC - CEP 89138-000\n(47) 3383-2233 / (47) 99907-9652\njuniorrezini.adv@gmail.com / junior@rezini.org\n\n\fd.2) afastar a decad\u00eancia e reconhecer quanto a prescri\u00e7\u00e3o, o entendimento MAIS BEN\u00c9FICO A PARTE AUTORA, ou seja, n\u00e3o s\u00f3 o pagamento dos atrasados anteriores ao q\u00fcinq\u00fc\u00eanio que antecedeu o ajuizamento da a\u00e7\u00e3o, mas tamb\u00e9m os valores a contar a prescri\u00e7\u00e3o da data da publica\u00e7\u00e3o do parecer CONJUR/MPS n\u00ba 248/2008 e n\u00e3o da A\u00e7\u00e3o Civil P\u00fablica como procedeu ao INSS em seu c\u00e1lculo, para que as parcelas vencidas sejam desde 23/07/2003; ou, subsidiariamente, caso Vossa. Excel\u00eancia assim n\u00e3o entenda, requer a aplica\u00e7\u00e3o de uma das teses apresentadas, respeitando a prescri\u00e7\u00e3o j\u00e1 reconhecida pela R\u00e9 das parcelas anteriores ao q\u00fcinq\u00fc\u00eanio a contar da data da A\u00e7\u00e3o Civil P\u00fablica, ou seja, anteriores a 03/04/2007;\nd.3) pagar \u00e0 parte autora (via judicial \u2013 mediante RPV) as diferen\u00e7as verificadas relativamente \u00e0s presta\u00e7\u00f5es vencidas at\u00e9 a \u00faltima compet\u00eancia referida nos c\u00e1lculos a ser realizado, com atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e acr\u00e9scimo de juros de 1% (um por cento) ao m\u00eas, desde a cita\u00e7\u00e3o;\nd.4) pagar os valores atrasados por meio de RPV/Precat\u00f3rio expedido(a) de acordo com a Resolu\u00e7\u00e3o 438/05 do Conselho da Justi\u00e7a Federal, sendo que os valores contratados a t\u00edtulo de honor\u00e1rios advocat\u00edcios sejam destacados da RPV/Precat\u00f3rio e expedidos conforme contrato de honor\u00e1rios anexo;\ne) Requer que o INSS junte aos autos os documentos indispens\u00e1veis ao deslinde da a\u00e7\u00e3o e os demais benef\u00edcios eventualmente concedidos a Parte Autora com mem\u00f3ria de c\u00e1lculo, nos termos do art. 11 da lei 10.259/2001, para o esclarecimento da causa;\nf) Requer no caso de entendimento contr\u00e1rio ao pedido acima, o prequestionamento da mat\u00e9ria, e em havendo necessidade de se interpor Recurso Extraordin\u00e1rio, requer a esse Respeit\u00e1vel Ju\u00edzo, desde j\u00e1, que se manifeste EXPLICITAMENTE sobre poss\u00edvel viola\u00e7\u00e3o de dispositivos constitucionais e\n13 Rua Dom Bosco, n\u00b0 60, Centro, Ascurra/SC - CEP 89138-000\n(47) 3383-2233 / (47) 99907-9652\njuniorrezini.adv@gmail.com / junior@rezini.org\n\n\finfra-constitucionais, especificadamente sobre escopo do artigo 5\u00b0, XXXV1, da Constitui\u00e7\u00e3o da Rep\u00fablica Federativa do Brasil;\ng) EMOLUMENTOS JUDICIAIS E SUCUMB\u00caNCIA. \u00c0 condena\u00e7\u00e3o da Autarquia, ao pagamento das custas processuais, dos honor\u00e1rios de advogado, a t\u00edtulo de sucumb\u00eancia, na base de c\u00e1lculo de 10% (dez por cento) sobre o total a ser apurado em fase de liquida\u00e7\u00e3o de senten\u00e7a, em caso de recurso, se, por\u00e9m, observando-se que se esse valor seja inferior \u00e0 01 (um) sal\u00e1rio-m\u00ednimo, requer, ent\u00e3o, que mencionada cifra seja fixada a base da verba honor\u00e1ria em apre\u00e7o para evitar patamar irris\u00f3rio, \u201cque \u00e9 aviltante e atenta contra o exerc\u00edcio profissional\u201d2, al\u00e9m dos demais emolumentos judiciais que se fizerem necess\u00e1rios, na forma da Lei;\nh) PROVAS. Protesta pela produ\u00e7\u00e3o de todas as provas em direito permitidas, especialmente prova documental e pericial para este fim, com fundamento no art. 130, do CPC.\nAtribui-se \u00e0 causa o valor de R$ 1.000,00 Nestes termos, pede deferimento. Timb\u00f3 em 11 de abril de 2018\n_______________________________ Junior Rezini\nOAB/SC 29.881\n1 XXXV - a lei n\u00e3o excluir\u00e1 da aprecia\u00e7\u00e3o do Poder Judici\u00e1rio les\u00e3o ou amea\u00e7a a direito. 2 STJ, AGA n\u00ba954995, j. 18.03.2008; e Segunda Turma Recursal da Se\u00e7\u00e3o Judici\u00e1ria de Santa Catarina, AC 2008.72.63.000292-1, Relator Juiz Federal Moser Vhoss, j. 09.07.2008, atrav\u00e9s do sistema e-proc)\n14 Rua Dom Bosco, n\u00b0 60, Centro, Ascurra/SC - CEP 89138-000\n(47) 3383-2233 / (47) 99907-9652\njuniorrezini.adv@gmail.com / junior@rezini.org\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 5 (C\u00edvel) - IdDocumentoCompleto: 5033878-57.2016.4.04.7100-711463076442321231145878881151", "text": "EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DO JUIZADO ESPECIAL FEDERAL DA COMARCA DE PORTO ALEGRE \u2013 RIO GRANDE DO SUL.\nPedido de Gratuidade da Justi\u00e7a\nTramita\u00e7\u00e3o preferencial nos termos do art. 1.048, I, do CPC\nSILVANA MARIA DE PAULA ARGENTA, brasileira, aposentada, inscrita no RG sob o n\u00ba 2018221453 e no CPF sob o n\u00ba 300.348.680-20, residente e domiciliada na Rua Lopo Gon\u00e7alves, n\u00ba 110, bairro Cidade Baixa, na cidade de Porto Alegre/RS, vem, respeitosamente, perante Vossa Excel\u00eancia, por suas procuradoras, propor A\u00c7\u00c3O DE REVIS\u00c3O DE APOSENTADORIA, em face de INSS - INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL, pessoa jur\u00eddica de direito p\u00fablico, inscrita no CNPJ sob o n\u00ba 29.979.036/0001-40, com sede localizada na Travessa M\u00e1rio Cinco Paus, 20 - Porto Alegre/RS, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos:\nPreliminarmente, requer sejam as advogadas Daniela Tedesco Barcelos, inscrita na OAB/RS 44.161 e L\u00facia Anversa Munhoz, inscrita na OAB/RS 60.895, imediatamente cadastradas no sistema de inform\u00e1tica do Tribunal Regional Federal da 4\u00aa Regi\u00e3o, devendo todas as intima\u00e7\u00f5es serem realizadas em nome destas, sob pena de nulidade de todos os atos praticados sem a observa\u00e7\u00e3o deste requerimento.\n1 \u2013 DOS FATOS:\nA demandante \u00e9 funcion\u00e1ria aposentada da antiga CRT, sendo que o valor de seus proventos de aposentadoria foi calculado com base nos sal\u00e1rios de contribui\u00e7\u00e3o recolhidos ao longo de seu contrato de trabalho.\n1\n\n\fOcorre que o Sindicato de sua categoria, SINTELL-RS, ajuizou, perante a Justi\u00e7a do Trabalho, em face de Brasil Telecom S/A (empresa sucessora da CRT/RS), A\u00e7\u00e3o para ver reconhecidos reajustes salariais. Referida A\u00e7\u00e3o tramitou sob o n\u00ba 014660096.1997.5.04.0021.\nO pedido formulado na supramencionada demanda foi julgado procedente, tendo a senten\u00e7a transitado em julgado (certid\u00e3o em anexo) e sendo a autora parte (substitu\u00edda processual) naquele feito, lhe foram reconhecidas diferen\u00e7as salarias nos meses de janeiro a novembro de 1992, a raz\u00e3o de 5% nos meses de janeiro, mar\u00e7o e julho daquele ano, com reflexos.\nDessa forma, atrav\u00e9s da presente demanda postula a demandante que seja procedida a revis\u00e3o da renda mensal inicial (RMI) do benef\u00edcio com base no \u00eaxito obtido na reclamat\u00f3ria trabalhista pret\u00e9rita, devendo ser considerado o novo valor do sal\u00e1rio-de-contribui\u00e7\u00e3o no c\u00e1lculo da RMI.\n2. DO DIREITO:\nPRELIMINARMENTE:\nDO INTERESSE PROCESSUAL - Desnecessidade de pr\u00e9vio requerimento administrativo no caso concreto\nImportante salientar, de in\u00edcio, a exist\u00eancia de interesse processual na lide, sendo desnecess\u00e1rio pr\u00e9vio pleito em sede administrativa.\nCom efeito, havendo les\u00e3o ou amea\u00e7a de les\u00e3o a direito, configurado est\u00e1 o interesse de agir, pois ainda que exista a possibilidade de obten\u00e7\u00e3o do bem da vida por meios alternativos de solu\u00e7\u00e3o de conflitos, ningu\u00e9m \u00e9 obrigado a se utilizar dessas vias (art. 5\u00ba, inciso XXXV, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal).\nNo mesmo norte, cumpre registrar que a pretens\u00e3o de revis\u00e3o da RMI de benef\u00edcio com base no \u00eaxito obtido em a\u00e7\u00e3o\n2\n\n\ftrabalhista s\u00f3 pode ser alcan\u00e7ada por meio do aforamento da presente demanda, sen\u00e3o vejamos.\nA praxe vem demonstrando que o INSS n\u00e3o defere pleitos de revis\u00e3o de benef\u00edcios com base em decis\u00f5es da Justi\u00e7a do Trabalho, desconsiderando, como regra, o julgamento trabalhista, ao argumento de que n\u00e3o foi parte na a\u00e7\u00e3o. \u00c9 fato not\u00f3rio!\nNo entanto, remansosa jurisprud\u00eancia das cortes do Pa\u00eds tem recha\u00e7ado esse argumento da Autarquia demandada, entendendo que \u201co \u00eaxito do segurado em reclamat\u00f3ria trabalhista, no que tange ao reconhecimento de diferen\u00e7as salariais, atribui-lhe o direito de postular a revis\u00e3o dos sal\u00e1rios de contribui\u00e7\u00e3o componentes do per\u00edodo b\u00e1sico de c\u00e1lculo do benef\u00edcio, sendo irrelevante o fato de o INSS n\u00e3o ter integrado a lide trabalhista\u201d.\nNesse sentido:\nPREVIDENCI\u00c1RIO. REVIS\u00c3O DE BENEF\u00cdCIO. INTERESSE DE AGIR. PR\u00c9VIO REQUERIMENTO ADMINISTRATIVO. DESNECESSIDADE. DIFEREN\u00c7AS SALARIAIS RECONHECIDAS EM RECLAMAT\u00d3RIA TRABALHISTA N\u00c3O INTEGRADA PELO INSS. EFEITOS FINANCEIROS. CONSECT\u00c1RIOS. LEI 11.960/2009. 1. Consoante entendimento adotado por esta Corte, em se tratando de pleito de revis\u00e3o de benef\u00edcio previdenci\u00e1rio, e n\u00e3o de concess\u00e3o, a pretens\u00e3o resistida estaria configurada no momento em que o Instituto quantifica o valor a ser pago; da\u00ed surgindo o interesse de agir. Em assim sendo, n\u00e3o seria necess\u00e1ria a pr\u00e9via postula\u00e7\u00e3o na esfera administrativa. 2. O \u00eaxito do segurado em reclamat\u00f3ria trabalhista, no que tange ao reconhecimento de diferen\u00e7as salariais, atribui-lhe o direito de postular a revis\u00e3o dos sal\u00e1rios de contribui\u00e7\u00e3o componentes do per\u00edodo b\u00e1sico de c\u00e1lculo do benef\u00edcio, sendo irrelevante o fato de o INSS n\u00e3o ter integrado a lide trabalhista. (...) (grifo nosso) (TRF4, AC 0016548-39.2014.404.9999, Quinta Turma, Relator Luiz Antonio Bonat, D.E. 11/11/2015)\nPREVIDENCI\u00c1RIO. REVIS\u00c3O DE BENEF\u00cdCIO. PR\u00c9VIO REQUERIMENTO ADMINISTRATIVO. DESNECESSIDADE. REPERCUSS\u00c3O GERAL. RE 631240. VERBAS SALARIAIS\n3\n\n\fRECONHECIDAS EM RECLAMAT\u00d3RIA TRABALHISTA. TERMO INICIAL. MAJORA\u00c7\u00c3O DA RENDA MENSAL INICIAL. TEMPO ESPECIAL. CONVERS\u00c3O EM TEMPO COMUM AP\u00d3S 28/05/98. APOSENTADORIA POR TEMPO DE SERVI\u00c7O/CONTRIBUI\u00c7\u00c3O. REQUISITOS. 1. Face ao julgamento do RE 631240, em sede de repercuss\u00e3o geral, o Supremo Tribunal Federal assentou entendimento no sentido de que, em rela\u00e7\u00e3o \u00e0s a\u00e7\u00f5es que visam ao melhoramento ou \u00e0 prote\u00e7\u00e3o de vantagem j\u00e1 concedida ao demandante (pedidos de revis\u00e3o, convers\u00e3o de benef\u00edcio em modalidades mais vantajosa, restabelecimento, manuten\u00e7\u00e3o, etc.), n\u00e3o se faz necess\u00e1rio, de forma geral, que o autor provoque novamente o INSS para ingressar em ju\u00edzo, em raz\u00e3o de j\u00e1 ter havido a inaugura\u00e7\u00e3o da rela\u00e7\u00e3o entre o benefici\u00e1rio e a Previd\u00eancia. 2. O \u00eaxito do segurado em anterior reclamat\u00f3ria trabalhista, com rela\u00e7\u00e3o ao reconhecimento de parcelas salariais, atribui-lhe o direito de postular a revis\u00e3o dos sal\u00e1rios de contribui\u00e7\u00e3o componentes do per\u00edodo de c\u00e1lculo do benef\u00edcio, ainda que a Autarquia Previdenci\u00e1ria n\u00e3o tenha participado da rela\u00e7\u00e3o processual. (...) (grifo nosso) (TRF4, APELREEX 5018538-49.2011.404.7100, Sexta Turma, Relatora p/ Ac\u00f3rd\u00e3o V\u00e2nia Hack de Almeida, juntado aos autos em 24/04/2015)\nAssim, resta plenamente demonstrado o interesse processual da parte autora na presente lide.\nDA N\u00c3O IMPLEMENTA\u00c7\u00c3O DO PRAZO DECADENCIAL:\nNo caso sub judice ainda n\u00e3o restou implementado o prazo decadencial de dez anos previsto no art. 103 da Lei n\u00ba 8.213/91.\nCom efeito, a contagem do prazo decadencial para a a\u00e7\u00e3o revisional somente inicia a partir da data do tr\u00e2nsito em julgado da reclamat\u00f3ria trabalhista que reconheceu ao segurado o direito ao recebimento das verbas salariais.\n\u00c9 o que vem decidindo o Egr\u00e9gio Tribunal Regional Federal da 4\u00aa Regi\u00e3o, conforme precedente que segue:\n4\n\n\fPREVIDENCI\u00c1RIO. JU\u00cdZO DE RETRATA\u00c7\u00c3O. ARTIGO\n\n543-B, \u00a7 3\u00ba, DO CPC. REVIS\u00c3O DE BENEF\u00cdCIO\n\nCONCEDIDO. DECAD\u00caNCIA. ARTIGO 103 DA LEI N\u00ba\n\n8.213/91. REPERCUSS\u00c3O GERAL. RECONHECIMENTO.\n\nVERBAS\n\nSALARIAIS\n\nRECONHECIDAS\n\nEM\n\nRECLAMAT\u00d3RIA TRABALHISTA. 1. Definiu o Supremo\n\nTribunal Federal (RE 626.489) que a norma processual\n\nde decad\u00eancia decenal incide a todos benef\u00edcios\n\nprevidenci\u00e1rios concedidos, desde o dia primeiro do\n\nm\u00eas seguinte ao do recebimento da primeira presta\u00e7\u00e3o\n\na partir de 01/08/97, ap\u00f3s n\u00e3o sendo poss\u00edvel revisar a\n\nRMI pela inclus\u00e3o de tempo, sua classifica\u00e7\u00e3o como\n\nespecial, ou por erros de c\u00e1lculo do PBC. 2. A contagem\n\ndo prazo decadencial para a a\u00e7\u00e3o revisional deve ser\n\nfeita a partir da data do tr\u00e2nsito em julgado da\n\nreclamat\u00f3ria trabalhista que reconheceu ao segurado o\n\ndireito ao recebimento das verbas salariais. (TRF4,\n\nAPELREEX 2009.71.13.000422-0, Sexta Turma,\n\nRelatora V\u00e2nia Hack de Almeida, D.E. 21/01/2016)\n\nNesse mesmo sentido, colaciona-se julgado do Egr\u00e9gio Superior Tribunal de Justi\u00e7a:\n\nPREVID\u00caNCIA SOCIAL. TR\u00c2NSITO EM JULGADO DE\n\nSENTEN\u00c7A\n\nTRABALHISTA,\n\nPOSTERIOR\n\nAO\n\nDEFERIMENTO DO BENEF\u00cdCIO, REPERCUTINDO NA\n\nBASE DE C\u00c1LCULO DESTE.\n\nHip\u00f3tese em que o prazo de decad\u00eancia do direito \u00e0\n\nrevis\u00e3o do ato de concess\u00e3o do benef\u00edcio flui a partir do\n\ntr\u00e2nsito da senten\u00e7a trabalhista.\n\nRecurso especial conhecido, mas desprovido.\n\n(REsp 1.309.086/SC, Primeira Turma, Relator Ministro\n\nAry Pargendler, julgamento em 27/8/2013, DJe\n\n10/9/2013)\n\nDO M\u00c9RITO PROPRIAMENTE DITO:\nNa reclamat\u00f3ria trabalhista autuada sob o n\u00ba 014660096.1997.5.04.0021 restou reconhecido o direito da demandante de receber diferen\u00e7as salariais relativas aos meses de janeiro a novembro de 1992, decorrentes de reajustamento salarial de 5% nos meses de janeiro, mar\u00e7o e julho de 1992, conforme se extrai do\n5\n\n\fdispositivo da senten\u00e7a que transitou em julgado no dia 28/02/2011 (fls. 779 e 2.318 do processo trabalhista), que ora se transcreve:\n\u201cDIANTE DO EXPOSTO, decide o ju\u00edzo da 1\u00aa Vara do Trabalho de Porto Alegre (...) e, NO M\u00c9RITO, julgar procedente em parte a A\u00e7\u00e3o de Cumprimento interposta por Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Telecomunica\u00e7\u00f5es e Operadores de Mesas Telef\u00f4nicas no Estado do Rio Grande do Sul \u2013 SINTTEL/RS, na condi\u00e7\u00e3o de substituto processual dos integrantes da categoria contra CRT, para condenar esta \u00faltima a pagar nos termos da fundamenta\u00e7\u00e3o acima, aos substitutos processuais, integrantes da categoria em janeiro de 1992, servidores da reclamada, conforme rol de fls. 11/60, nos termos da cl\u00e1usulas coletivas objeto desta a\u00e7\u00e3o, respeitada a prescri\u00e7\u00e3o relativa aos empregados com contratos de trabalho extintos at\u00e9 16.12.95, as seguintes parcelas: 1) De natureza remunerat\u00f3ria: diferen\u00e7as salariais n\u00e3o concedidas e impagas, relativas aos meses de janeiro a novembro de 1992, decorrentes de reajustamento salarial de 5% nos meses de janeiro, mar\u00e7o e julho de 1992, com c\u00f4mputo no c\u00e1lculo de adicional por tempo de servi\u00e7o, gratifica\u00e7\u00f5es, adicional de periculosidade, horas extras, adicional noturno, integra\u00e7\u00e3o nos repousos semanais remunerados e, ap\u00f3s c\u00f4mputo no c\u00e1lculo de f\u00e9rias com 1/3, adicional de f\u00e9rias (de 70% conforme praticado pela CRT) e gratifica\u00e7\u00e3o natalina, inclusive c\u00f4mputo sobre o aviso pr\u00e9vio para os empregados demitidos no per\u00edodo ou durante o curso da a\u00e7\u00e3o (...)\nE com o ajuizamento da presente demanda revisional, pretende a parte autora que sejam computadas no c\u00e1lculo dos sal\u00e1rios de contribui\u00e7\u00e3o as verbas salariais reconhecidas na reclamat\u00f3ria trabalhista antes mencionada.\nAdemais, as diferen\u00e7as salariais reconhecidas na Justi\u00e7a do Trabalho a serem observadas no c\u00e1lculo do benef\u00edcio devem ter seus efeitos financeiros contados a partir da data do in\u00edcio do benef\u00edcio, observada eventual prescri\u00e7\u00e3o quinquienal, porquanto \u00e9 entendimento pacificado na jurisprud\u00eancia que o deferimento de verbas trabalhistas representa o reconhecimento tardio de um direito j\u00e1 incorporado ao patrim\u00f4nio jur\u00eddico do segurado.\n6\n\n\fImportante salientar, ainda, que \u00e0 parte demandante \u00e9 reconhecido o direito de ter seu benef\u00edcio revisado, mesmo tendo sido o aumento de sua remunera\u00e7\u00e3o reconhecido ap\u00f3s o per\u00edodo em que j\u00e1 estava aposentada.\nDessa forma, imperiosa a condena\u00e7\u00e3o da Autarquia r\u00e9 a proceder \u00e0 revis\u00e3o do benef\u00edcio previdenci\u00e1rio da parte autora, mediante a inclus\u00e3o das verbas salariais reconhecidas em reclamat\u00f3ria trabalhista cuja senten\u00e7a transitou em julgado.\nEm casos an\u00e1logos, j\u00e1 decidiu o Egr\u00e9gio Tribunal Regional Federal da 4\u00aa Regi\u00e3o, conforme o seguinte precedente:\nPREVIDENCI\u00c1RIO. REVIS\u00c3O DE BENEF\u00cdCIO. DIFEREN\u00c7AS SALARIAIS RECONHECIDAS EM RECLAMAT\u00d3RIA TRABALHISTA N\u00c3O INTEGRADA PELO INSS. CONSECT\u00c1RIOS. LEI 11.960/2009 1. O \u00eaxito do segurado em reclamat\u00f3ria trabalhista, no que tange ao reconhecimento de diferen\u00e7as salariais, atribui-lhe o direito de postular a revis\u00e3o dos sal\u00e1rios de contribui\u00e7\u00e3o componentes do per\u00edodo b\u00e1sico de c\u00e1lculo do benef\u00edcio, sendo irrelevante o fato de o INSS n\u00e3o ter integrado a lide trabalhista, destacadamente nos feitos em que realizada a devida instru\u00e7\u00e3o probat\u00f3ria. 2. O termo inicial dos efeitos financeiros da revis\u00e3o da RMI, mediante a considera\u00e7\u00e3o de novos sal\u00e1rios de contribui\u00e7\u00e3o, deve retroagir \u00e0 data da concess\u00e3o do benef\u00edcio, tendo em vista que o deferimento representa o reconhecimento tardio de um direito j\u00e1 incorporado ao patrim\u00f4nio jur\u00eddico do segurado. Precedentes desta Corte. 3. Declarada pelo Supremo Tribunal Federal a inconstitucionalidade do art. 1\u00ba-F da Lei n\u00ba 9.494/97, com a reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n\u00ba 11.960/2009, os juros morat\u00f3rios devem ser equivalentes aos \u00edndices de juros aplic\u00e1veis \u00e0 caderneta de poupan\u00e7a (STJ, REsp 1.270.439/PR, 1\u00aa Se\u00e7\u00e3o, Relator Ministro Castro Meira, 26/06/2013). No que tange \u00e0 corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, permanece a aplica\u00e7\u00e3o da TR, como estabelecido naquela lei, e demais \u00edndices oficiais consagrados pela jurisprud\u00eancia. (TRF4, APELREEX 500879714.2013.404.7100, Quinta Turma, Relator p/ Ac\u00f3rd\u00e3o Luiz Antonio Bonat, juntado aos autos em 16/12/2015)\n7\n\n\fPREVIDENCI\u00c1RIO E PROCESSUAL CIVIL. REVIS\u00c3O DE BENEF\u00cdCIO. DIFEREN\u00c7AS SALARIAIS RECONHECIDAS EM RECLAMAT\u00d3RIA TRABALHISTA N\u00c3O INTEGRADA PELO INSS. O \u00eaxito do segurado em reclamat\u00f3ria trabalhista, no que pertine ao reconhecimento de diferen\u00e7as salariais, lhe atribui o direito de postular a revis\u00e3o dos sal\u00e1rios de contribui\u00e7\u00e3o componentes do per\u00edodo b\u00e1sico de c\u00e1lculo do benef\u00edcio, os quais, por conseq\u00fc\u00eancia, acarretar\u00e3o novo sal\u00e1rio de benef\u00edcio, sendo irrelevante o fato de o INSS n\u00e3o ter participado da lide trabalhista. (TRF4 5004535-82.2013.404.7112, Sexta Turma, Relator p/ Ac\u00f3rd\u00e3o Jo\u00e3o Batista Pinto Silveira, juntado aos autos em 14/04/2015)\nDiante das considera\u00e7\u00f5es expendidas, requer a parte autora que seja procedida a revis\u00e3o da renda mensal inicial (RMI) do seu benef\u00edcio previdenci\u00e1rio com base no \u00eaxito obtido na reclamat\u00f3ria trabalhista, devendo ser considerado o novo valor do sal\u00e1rio-decontribui\u00e7\u00e3o no c\u00e1lculo da RMI.\nPor fim, cumpre repisar que o termo inicial dos efeitos financeiros da revis\u00e3o da RMI, mediante a considera\u00e7\u00e3o de novos sal\u00e1rios de contribui\u00e7\u00e3o, deve retroagir \u00e0 data da concess\u00e3o do benef\u00edcio, tendo em vista que o deferimento representa o reconhecimento tardio de um direito j\u00e1 incorporado ao patrim\u00f4nio jur\u00eddico do segurado.\n3. DOS PEDIDOS:\nDiante do exposto, requer a parte autora:\na) a cita\u00e7\u00e3o do INSS - INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL para, querendo, apresentar contesta\u00e7\u00e3o no prazo legal sob pena de aplica\u00e7\u00e3o das penas de revelia e confiss\u00e3o, uma vez que a requerente manifesta seu desinteresse na autocomposi\u00e7\u00e3o, nos termos do art. 334, \u00a7 5\u00ba, do CPC;\nb) a proced\u00eancia dos pedidos formulados na presente demanda revisional, com a condena\u00e7\u00e3o do r\u00e9u a proceder \u00e0 revis\u00e3o do benef\u00edcio previdenci\u00e1rio da parte autora, mediante a inclus\u00e3o das verbas salariais reconhecidas na reclamat\u00f3ria trabalhista autuada sob\n8\n\n\fo n\u00ba 0146600-96.1997.5.04.0021, em conformidade com o dispositivo da senten\u00e7a transitada em julgado, sendo que o termo inicial dos efeitos financeiros da revis\u00e3o deve retroagir \u00e0 data da concess\u00e3o do benef\u00edcio, respeitando a prescri\u00e7\u00e3o quinquenal anterior ao ajuizamento da a\u00e7\u00e3o;\nc) a condena\u00e7\u00e3o da parte r\u00e9 ao pagamento das parcelas vencidas e vincendas relativamente \u00e0s diferen\u00e7as salariais reconhecidas na demanda trabalhista;\nd) a aplica\u00e7\u00e3o de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e juros de mora nos termos da Lei;\ne) a concess\u00e3o do benef\u00edcio da Gratuidade da Justi\u00e7a, nos termos do art. 98 do CPC;\nf) a condena\u00e7\u00e3o do r\u00e9u ao pagamento das custas processuais e de honor\u00e1rios advocat\u00edcios de 20% sobre o valor da condena\u00e7\u00e3o, em conformidade com o que disp\u00f5e o art. 85, \u00a7 2\u00ba, do CPC.\nProtesta por todos os meios de provas em direito admitidos. D\u00e1 \u00e0 causa o valor provis\u00f3rio apenas para fins fiscais de R$ 25.000,00. Nesses termos, pede e espera deferimento. Porto Alegre, 12 de maio de 2016.\nDANIELA TEDESCO BARCELOS OAB/RS 44.161\nL\u00daCIA ANVERSA MUNHOZ OAB/RS 60.895\n9\n\n\f" } ], "similar_texts_federais_solon": [ { "header": "Texto Similar 1 (Solon) - IdDocumentoCompleto: 5030122-69.2018.4.04.7100-711527168616456431135402561342", "text": "Aline Machado Eilert OAB/RS 55.267\n________________________________________________________________________________\nEXCELENT\u00cdSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DO JUIZADO ESPECIAL PREVIDENCI\u00c1RIO DA JUSTI\u00c7A FEDERAL DE PORTO ALEGRE/RS.\nJANAINA CRUZ DA SILVEIRA, brasileira, solteira, benefici\u00e1ria do INSS, devidamente inscrita no CPF sob o n.\u00ba 675.468.380-53, RG n\u00ba 1056382888, residente e domiciliada na Travessa Bol\u00edvia, n\u00b0 94, bairro Passo do Feij\u00f3, CEP: 94810-120, em Alvorada/RS, vem, respeitosamente, perante Vossa Excel\u00eancia, atrav\u00e9s da sua procuradora signat\u00e1ria, para propor:\nA\u00c7\u00c3O PREVIDENCI\u00c1RIA PARA REVIS\u00c3O DO ART. 29, LEI 8213/91 DE AUXILIO DOEN\u00c7A\nContra INSS - INSTITUTO NACIONAL DE SEGURO SOCIAL, com endere\u00e7o na Rua Jer\u00f4nimo Coelho, 127, Centro, em Porto Alegre/RS, CEP: 90010-241, pelos motivos f\u00e1ticos e de direitos que a seguir exp\u00f5e e ao final requer:\n1. PRELIMINARMENTE:\n1.1. DA FALTA DE INTERESSE:\nPreliminarmente, deve-se afastar a falta de interesse de agir, eis que tal quest\u00e3o suscitada (ter ou n\u00e3o a parte demandante direito a receber AGORA o pagamento dos valores atrasados) diz respeito ao m\u00e9rito da a\u00e7\u00e3o e nela deve ser apreciada.\n1.2. DA GRATUIDADE DA JUSTI\u00c7A:\nPor estar recebendo benef\u00edcio de auxilio doen\u00e7a, e n\u00e3o ter condi\u00e7\u00f5es de pagar as custas e demais despesas do processo sem preju\u00edzo pr\u00f3prio e de sua fam\u00edlia, a parte Autora faz jus ao benef\u00edcio da Justi\u00e7a Gratuita, conforme determinam a Lei n\u00ba 1.060/1950 e o art. 4\u00ba da Lei n\u00ba 7.510/86, confirmada pela Constitui\u00e7\u00e3o da Rep\u00fablica Federativa do Brasil de 1988 em seu art. 5\u00ba, inciso LXXIV.\n1.3. DA PRESCRI\u00c7\u00c3O E DECAD\u00caNCIA:\nA prescri\u00e7\u00e3o do direito da autora deveria ter como termo a data da cita\u00e7\u00e3o da ACP 0002320-59.2012.4.03.6183/SP, ou seja, 17/04/2012, contando-se os 5 anos antecedentes, para a revis\u00e3o do item 1, qual seja, a revis\u00e3o do art. 29, da lei 8213/91.\n________________________________________________________________________________ Endere\u00e7o: Av. Presidente Get\u00falio Vargas, n\u00ba 1423, sala 03, Bairro Bela Vista \u2013 CEP 94.810-000 - Alvorada/RS \u2013\nFone/Fax: (51) 3411.8539 \u2013 E-mail: alineeilert@bol.com.br\n\n\fAline Machado Eilert OAB/RS 55.267\n________________________________________________________________________________\nEntretanto, os tribunais federais especializados na mat\u00e9ria previdenci\u00e1ria est\u00e3o aplicando recente entendimento pacificado pela Turma Regional de Uniformiza\u00e7\u00e3o da 4\u00aa Regi\u00e3o no IUJEF 5018503- 64.2012.404.7000/PR,no sentido de reconhecer que o Memorando Circular Conjunto n\u00ba 21/DIRBEN/PFEINSS, de 15/04/2010, possui o cond\u00e3o de interromper o prazo prescricional para a revis\u00e3o dos benef\u00edcios com base no art. 29, II, da Lei n\u00ba 8.213/91. Assim, deve ser aplicada a prescri\u00e7\u00e3o q\u00fcinq\u00fcenal a contar de 15/04/2010, no m\u00ednimo, ou seja, devem ser pagas as diferen\u00e7as a partir de 15/04/2005.\nQuanto a DECAD\u00caNCIA, n\u00e3o h\u00e1 o que se falar, pois tendo a Autarquia Previdenci\u00e1ria reconhecido a ilegalidade atrav\u00e9s do Decreto 6939/2009, configura a presente a\u00e7\u00e3o DIREITO ADQUIRIDO do benefici\u00e1rio \u00e0 revis\u00e3o, nos termos do art. 5\u00ba, XXXVI da CF.\nSalienta-se ainda que se deve considerar, para fins de incid\u00eancia da decad\u00eancia, a exist\u00eancia de benef\u00edcios aut\u00f4nomos e, portanto, com termo inicial de flu\u00eancia do prazo decadencial independentes. Com efeito, o marco a ser considerado para verifica\u00e7\u00e3o da caducidade dever\u00e1 ser a data da concess\u00e3o de cada uma das presta\u00e7\u00f5es, independentemente de se tratar de benef\u00edcio origin\u00e1rio ou derivado.\nNote-se que a quest\u00e3o foi pacificada no \u00e2mbito da Turma Nacional de Uniformiza\u00e7\u00e3o da Jurisprud\u00eancia dos Juizados Especiais Federais, em decis\u00e3o proferida em 27.06.2012 nos autos do processo n\u00ba 2008.51.51.001325-4.\nNo pertinente \u00e0 prescri\u00e7\u00e3o, esta deve seguir o recente posicionamento da TRU da 4\u00aa Regi\u00e3o:\nREVIS\u00c3O DE BENEF\u00cdCIO PREVIDENCI\u00c1RIO. ATO ADMINISTRATIVO DE RECONHECIMENTO DO DIREITO. INTERRUP\u00c7\u00c3O DA PRESCRI\u00c7\u00c3O. 1. O Memorando-Circular Conjunto n\u00ba 21/DIRBEN/PFEINSS, de 15.04.2010, constitui marco interruptivo do prazo prescricional para a revis\u00e3o dos benef\u00edcios com base no artigo 29, II, da Lei 8.213/91. 2. Essa interrup\u00e7\u00e3o garante o recebimento das parcelas anteriores a cinco anos da publica\u00e7\u00e3o do normativo para pedidos que ingressarem administrativa ou judicialmente em at\u00e9 cinco anos ap\u00f3s a mesma data, uma vez que houve reconhecimento administrativo do direito. 3. Pedido de uniformiza\u00e7\u00e3o provido. (5018503-64.2012.404.7000, Turma Regional de Uniformiza\u00e7\u00e3o da 4\u00aa Regi\u00e3o, Relator p/ Ac\u00f3rd\u00e3o Paulo Paim da Silva, DE 25.06.2012).\nAssim, encontra-se prescrito o direito \u00e0 percep\u00e7\u00e3o das diferen\u00e7as nas compet\u00eancias que antecederam ao quinqu\u00eanio anterior \u00e0 data da edi\u00e7\u00e3o do ato administrativo que reconhece o direito da autora, referentes, portanto, \u00e0s parcelas anteriores a 15.04.2005.\n2 - DO OBJETO DA A\u00c7\u00c3O:\nA presente a\u00e7\u00e3o consiste na pretens\u00e3o de revis\u00e3o e rec\u00e1lculo do valor dos benef\u00edcios de aux\u00edlio doen\u00e7a pret\u00e9ritos recebidos pela Autora de n\u00b0 522.311.873-8 e 530.931.316-4.\nA Autora busca remediar ilegalidade cometida pela autarquia quando da concess\u00e3o de seu benef\u00edcio, o qual foi concedido ap\u00f3s o ano de 1999, ap\u00f3s reda\u00e7\u00e3o do ________________________________________________________________________________ Endere\u00e7o: Av. Presidente Get\u00falio Vargas, n\u00ba 1423, sala 03, Bairro Bela Vista \u2013 CEP 94.810-000 - Alvorada/RS \u2013\nFone/Fax: (51) 3411.8539 \u2013 E-mail: alineeilert@bol.com.br\n\n\fAline Machado Eilert OAB/RS 55.267\n________________________________________________________________________________\nDecreto n\u00ba 3.265, que determina a utiliza\u00e7\u00e3o de todos os sal\u00e1rios de benef\u00edcio posteriores a 07/1994, para determinar a RMI, flagrante inobserv\u00e2ncia do contido no artigo 29 da Lei 8.213/91.\nDiz o artigo 29, em seu inciso II: [...] II - para os benef\u00edcios de que tratam as al\u00edneas a, d, e e h do inciso I do art. 18, na m\u00e9dia aritm\u00e9tica simples dos maiores sal\u00e1rios de contribui\u00e7\u00e3o correspondente a oitenta por cento de todo o per\u00edodo contributivo. (Inclu\u00eddo pela Lei n\u00ba 9.876, de 26.11.99)\nO correto, ent\u00e3o, seria o INSS tomar todas as contribui\u00e7\u00f5es, corrigi-las e excluir as 20% piores, e da\u00ed dividir pela quantidade de recolhimento das 80% maiores, contudo n\u00e3o \u00e9 assim que o faz quando o segurado conta com menos de 144 contribui\u00e7\u00f5es.\nConforme art. 3\u00ba da Lei 9876/99, o Sal\u00e1rio de Benef\u00edcio do Aux\u00edlio Doen\u00e7a ser\u00e1 calculado pela m\u00e9dia aritm\u00e9tica simples dos 80% maiores sal\u00e1rios de contribui\u00e7\u00e3o do segurado, desde a compet\u00eancia 07/1994 at\u00e9 a compet\u00eancia anterior a DER ou DAT.\nNo caso em tela se utilizou 100% dos sal\u00e1rios de contribui\u00e7\u00e3o, sendo que correto s\u00e3o as 80% maiores contribui\u00e7\u00f5es.\nDessa forma, requer a autora seja corrigido o c\u00e1lculo da RMI, calculado pela m\u00e9dia aritm\u00e9tica simples dos 80% maiores sal\u00e1rios de contribui\u00e7\u00e3o do per\u00edodo b\u00e1sico de c\u00e1lculo do beneficio do segurado, desde a compet\u00eancia 07/1994 at\u00e9 a compet\u00eancia anterior a DER ou DAT.\n3 - DO DIREITO:\nEmbora o INSS tenha iniciado as revis\u00f5es administrativamente em 01/2013, bem como atualizado todas as cartas de concess\u00e3o no sistema e site, at\u00e9 a presente data, n\u00e3o houve pagamento administrativo dos atrasados, conforme se pode observar por meio do documento ART29NB - Consulta Informa\u00e7\u00f5es da Revis\u00e3o Art. 29 por NB, presente no sistema PLENUS.\nA parte Autora, deste modo, vem pela via judicial para n\u00e3o ter que ficar aguardando o bel dispor do INSS para receber as diferen\u00e7as \u00e0s quais fa\u00e7a jus, sobretudo porque, segundo o calend\u00e1rio acima, h\u00e1 segurados que somente receber\u00e3o o que lhes \u00e9 devido no distante ano de 2022.\nEntendimento diverso implicaria em postergar demasiadamente a realiza\u00e7\u00e3o de um direito j\u00e1 reconhecido pela pr\u00f3pria autarquia-r\u00e9, em detrimento do segurado que j\u00e1 foi prejudicado ao ter seu benef\u00edcio calculado em desconformidade com o que determina a lei previdenci\u00e1ria e ferindo frontalmente o direito individual previsto no artigo 5\u00ba, XXXVI, da CF:\n[...] XXXVI - a lei n\u00e3o prejudicar\u00e1 o direito adquirido, o ato jur\u00eddico perfeito e a coisa ________________________________________________________________________________ Endere\u00e7o: Av. Presidente Get\u00falio Vargas, n\u00ba 1423, sala 03, Bairro Bela Vista \u2013 CEP 94.810-000 - Alvorada/RS \u2013\nFone/Fax: (51) 3411.8539 \u2013 E-mail: alineeilert@bol.com.br\n\n\fAline Machado Eilert OAB/RS 55.267\n________________________________________________________________________________\njulgada.\nNo mais, j\u00e1 \u00e9 entendimento pacificado na Turma Regional de Uniformiza\u00e7\u00e3o que a exist\u00eancia de A\u00e7\u00e3o Civil P\u00fablica n\u00e3o obsta a propositura de a\u00e7\u00e3o individual, conforme segue:\nINCIDENTE DE UNIFORMIZA\u00c7\u00c3O. REVIS\u00c3O DA RENDA MENSAL INICIAL DO BENEF\u00cdCIO. S\u00daMULA N\u00ba 02 DO TRF 4\u00aa REGI\u00c3O. PRESCRI\u00c7\u00c3O QUINQUENAL. INTERRUP\u00c7\u00c3O. A\u00c7\u00c3O CIVIL P\u00daBLICA. 1. A exist\u00eancia de A\u00e7\u00e3o Civil P\u00fablica n\u00e3o tem o cond\u00e3o de impedir o exerc\u00edcio do direito individual de a\u00e7\u00e3o do autor. 2. O marco inicial da interrup\u00e7\u00e3o da prescri\u00e7\u00e3o retroage \u00e0 data do ajuizamento da A\u00e7\u00e3o Civil P\u00fablica que precedeu \u00e0 demanda individual, desde que haja cita\u00e7\u00e3o v\u00e1lida do INSS. (IUJEF 2006.70.95.008834-5, Turma Regional de Uniformiza\u00e7\u00e3o da 4\u00aa Regi\u00e3o, Relatora Lu\u00edsa Hickel Gamba, DE 07.05.2008)\nPercebe-se que a Turma Regional de Uniformiza\u00e7\u00e3o possibilita ao Requerente o exerc\u00edcio do direito individual, mesmo havendo A\u00e7\u00e3o Civil P\u00fablica, uma vez que naquela ACP n\u00e3o houve a satisfa\u00e7\u00e3o integral do direito do Segurado.\nASSIM, VISA A PARTE AUTORA QUE SEU PEDIDO SEJA DEFERIDO, E O SEU DIREITO RESPEITADO!!\n5 - DO PEDIDO:\nANTE O EXPOSTO , requer:\n1. A cita\u00e7\u00e3o do r\u00e9u Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, na pessoa de seu representante legal, para apresentar defesa no prazo legal, sob pena de revelia e presun\u00e7\u00e3o da verdade quanto aos fatos articulados;\n2. Seja intimado o INSS a trazer ao processo c\u00f3pia de todo o processo administrativo, HISCRE e o HISCAL original dos benef\u00edcios de aux\u00edlio doen\u00e7a recebidos pela Autora de n\u00b0 522.311.873-8 e 530.931.316-4, sendo intimado a inform\u00e1-los, vez que a Autora n\u00e3o os possui, incluindo o demonstrativo de todos os valores pagos a autora desde a data da concess\u00e3o dos benef\u00edcios at\u00e9 a presente data, uma vez que a Requerente recebe por meio de dep\u00f3sito banc\u00e1rio e n\u00e3o tem posse de tais documentos, com suped\u00e2neo no art. 399 do CPC c/c art. 11 da Lei 10.259/01;\n3. A proced\u00eancia da a\u00e7\u00e3o para que seja corrigido o c\u00e1lculo RMI do benef\u00edcio atual e dos benef\u00edcios precedentes, correspondentes a aux\u00edlio doen\u00e7a, sendo calculado pela m\u00e9dia aritm\u00e9tica simples dos 80% maiores sal\u00e1rios de contribui\u00e7\u00e3o do segurado, desde a compet\u00eancia 07/1994 at\u00e9 a compet\u00eancia anterior a DER ou DAT, devendo ser as parcelas pagas desde 15/04/2005;\n4. Com base no novo sal\u00e1rio de benef\u00edcio, pagar as diferen\u00e7as vencidas e vincendas decorrentes da revis\u00e3o pleiteada, observando o recente posicionamento da TRU da 4\u00aa Regi\u00e3o, ou seja, desde 15.04.2005, acrescidas de juros legais morat\u00f3rios e corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, inclusive sobre as parcelas anteriores ao ajuizamento, de acordo com as S\u00famulas ________________________________________________________________________________ Endere\u00e7o: Av. Presidente Get\u00falio Vargas, n\u00ba 1423, sala 03, Bairro Bela Vista \u2013 CEP 94.810-000 - Alvorada/RS \u2013\nFone/Fax: (51) 3411.8539 \u2013 E-mail: alineeilert@bol.com.br\n\n\fAline Machado Eilert OAB/RS 55.267\n________________________________________________________________________________\n43 e 148 do STJ, incidentes at\u00e9 a data do efetivo pagamento;\n5. Pagar as custas processuais, os honor\u00e1rios de advogado a t\u00edtulo de sucumb\u00eancia, na base de c\u00e1lculo de 20% (vinte por cento) sobre o total a ser apurado em fase de liquida\u00e7\u00e3o de senten\u00e7a, em caso de recurso, e demais emolumentos judiciais que se fizerem necess\u00e1rios, na forma da Lei;\n6. RPV - PRECAT\u00d3RIO. Seja condenada a Autarquia R\u00e9 a pagar os valores atrasados por meio de Requisi\u00e7\u00e3o de Pequeno Valor - RPV (e/ou Precat\u00f3rio), expedido de acordo com a Resolu\u00e7\u00e3o n\u00ba 438/2005, oriunda do Conselho da Justi\u00e7a Federal - CJF;\n7. Refor\u00e7a-se o pedido de concess\u00e3o do benef\u00edcio da justi\u00e7a gratuita ao autor, por ser pessoa pobre na acep\u00e7\u00e3o jur\u00eddica do termo, n\u00e3o reunindo meios de suportar os \u00f4nus da presente a\u00e7\u00e3o, sem preju\u00edzo do pr\u00f3prio sustento ou de sua fam\u00edlia, em conformidade com a Lei n\u00ba 1.060/50 e com o art. 4\u00ba da Lei n\u00ba 7.510/86;\n9. A produ\u00e7\u00e3o de todos os meios da prova em direito admitidas, sem exce\u00e7\u00e3o de natureza alguma, especialmente a prova documental inclusa, bem como outras que se fizerem necess\u00e1rias;\n10. CASO J\u00c1 TENHA REALIZADO O PAGAMENTO ADMINISTRATIVO, requer:\na) A intima\u00e7\u00e3o do INSS para que apresente o documento ART29NB - Consulta Informa\u00e7\u00f5es da Revis\u00e3o Art. 29 por NB, presente no sistema PLENUS, de cada benef\u00edcio da parte Autora;\nb) A condena\u00e7\u00e3o do Instituto Nacional do Seguro Social a realizar o pagamento dos valores atrasados referentes \u00e0s parcelas de 04/2005 a 04/2007;\n11. CASO A REVIS\u00c3O DO BENEF\u00cdCIO TENHA SIDO SUSPENSA, requer-se a intima\u00e7\u00e3o do INSS para que apresente c\u00e1lculo de forma anal\u00edtica, informando os sal\u00e1rios de contribui\u00e7\u00e3o considerados, bem como mem\u00f3ria de c\u00e1lculo com o valor da RMI reduzida.\nD\u00e1-se \u00e0 causa, somente para efeitos fiscais, o valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais).\nNestes termos, pede deferimento.\nAlvorada, 24 de maio de 2018.\nAline Machado Eilert OAB/RS 55.267\n________________________________________________________________________________ Endere\u00e7o: Av. Presidente Get\u00falio Vargas, n\u00ba 1423, sala 03, Bairro Bela Vista \u2013 CEP 94.810-000 - Alvorada/RS \u2013\nFone/Fax: (51) 3411.8539 \u2013 E-mail: alineeilert@bol.com.br\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 2 (Solon) - IdDocumentoCompleto: 5006126-86.2016.4.04.7205-721463588898317490238624423194", "text": "EXCELENT\u00cdSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DO JUIZADO ESPECIAL FEDERAL PREVIDENCI\u00c1RIO DE BLUMENAU - SE\u00c7\u00c3O JUDICI\u00c1RIA DE SANTA CATARINA\nJUSTI\u00c7A GRATUITA OBJETO Antecipa\u00e7\u00e3o dos valores atrasados relativos a revis\u00e3o administrativa do art. 29, II, Lei 8.213/91 Direito as parcelas vencidas no q\u00fcinq\u00fc\u00eanio que\nPRESCRI\u00c7\u00c3O antecedeu \u00e0 edi\u00e7\u00e3o do Memorando-Circular Conjunto n\u00b0 21/DIRBEN/PFEINSS (15.04.2005)\nPARTE AUTORA CADASTRADA ELETRONICAMENTE, por seu procurador (endere\u00e7o eletr\u00f4nico e profissional constante no rodap\u00e9), infra-firmado (proc. anexa), vem respeitosamente \u00e0 presen\u00e7a de Vossa Excel\u00eancia, propor a presente\nA\u00c7\u00c3O PREVIDENCI\u00c1RIA\nem face do INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL INSS, ente aut\u00e1rquico, pessoa jur\u00eddica de direito p\u00fablico, estabelecido nesta cidade, pelas raz\u00f5es de fato e de direito, que a seguir exp\u00f5e e ao final requer:\n1 \u2013 DA ASSIST\u00caNCIA JUDICI\u00c1RIA GRATUITA\nAntes de cingir-se a discuss\u00e3o dos fatos elencados a seguir, vem a parte Autora, requerer que lhe seja deferido os benef\u00edcios da Justi\u00e7a Gratuita/Assist\u00eancia Judici\u00e1ria Gratuita, nos termos da Lei 1.060/50 e art. 5\u00ba, LXXIV da CRFB/88, declarando desde j\u00e1, que n\u00e3o tem condi\u00e7\u00f5es de suportar as custas processuais, honor\u00e1rios advocat\u00edcios e demais emolumentos legais advindos da presente demanda sem preju\u00edzo de seu sustento pr\u00f3prio e de sua fam\u00edlia.\n2 \u2013 DA REVIS\u00c3O PRETENDIDA\nA parte Autora \u00e9/foi benefici\u00e1ria de AUX\u00cdLIO DOEN\u00c7A PREVIDENCI\u00c1RIO, cujo benef\u00edcio foi tombado no Instituto de Previd\u00eancia, ora demandado, sob os seguintes n\u00fameros NB 31/530.562.329-0; NB 91/532.890.386-9; e NB 31/537.912.296-1.\nINDAIAL: Av. Marechal Deodoro da Fonseca, n. 575, sala 07, Centro \u2192 (47) 3333-3142 BLUMENAU: Av. Martin Luther, n. 111, sala 408, 4\u00ba andar, Centro \u2192 (47) 3035-3944\nTIMB\u00d3: Av. Get\u00falio Vargas, n. 91, sala 23, 2\u00ba andar, Centro \u2192 (47) 3394-0162 BRUSQUE: Rua Herc\u00edlio Luz, n. 111, sl 06, Centro \u2192 (47) 3354-4824 Endere\u00e7o Eletr\u00f4nico: bussehackbarth@gmail.com\n\n\fOcorre que o R\u00e9u, quando da feitura do c\u00e1lculo da RMI do aux\u00edlio-doen\u00e7a mencionado, n\u00e3o observou o comando legal que emerge do art. 29, inciso II, da Lei n. 8.213/91, que disp\u00f5e:\nArt. 29 O sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio consiste: (...) II - para os benef\u00edcios de que tratam as al\u00edneas a, d, e e h do inciso I do artigo 18, na m\u00e9dia aritm\u00e9tica simples dos maiores sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o correspondentes a oitenta por cento de todo o per\u00edodo contributivo.1\nContrariando a literalidade do referido dispositivo legal, o R\u00e9u deixou de utilizar a m\u00e9dia aritm\u00e9tica simples dos maiores sal\u00e1riosde-contribui\u00e7\u00e3o, correspondentes a 80% (oitenta por cento) do PBC, fazendo o c\u00e1lculo da RMI com base em todos os sal\u00e1rios-decontribui\u00e7\u00e3o da parte Autora.\nContudo, ao editar o Memorando-Circular Conjunto n. 21/DIRBEN/PFEINSS, o INSS reconheceu o direito \u00e0 aplica\u00e7\u00e3o da regra do art. 29, inciso II, da Lei 8.213/91, aos benef\u00edcios por incapacidade e pens\u00e3o deles decorrentes concedidos aos segurados ap\u00f3s 29.11.1999. Por conseguinte, efetuou administrativamente a supracitada revis\u00e3o, conforme demonstra carta de revis\u00e3o em anexo.\nNo entanto, deixou de proceder imediatamente o pagamento dos valores atrasados. Ou seja, o INSS pagar\u00e1 referido(s) valor(es), conforme carta de revis\u00e3o em anexo, somente em DATA FUTURA E INCERTA, data esta com a qual a parte Autora n\u00e3o concorda.\nAcerca do tema, vejamos decis\u00e3o recente proferida nos autos do processo 5003132-90.2013.404.7205-SC, pelo Dr. Leonardo Muller Trainini, Juiz Federal Substituto na Titularidade Plena:\n(...)\nTrata-se de demanda por interm\u00e9dio da qual postula a parte-autora o recebimento dos valores atrasados relativos \u00e0 revis\u00e3o administrativa do valor do sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio e RMI de seus benef\u00edcios previdenci\u00e1rios.\nNo demonstrativo de c\u00e1lculo deste ju\u00edzo h\u00e1 informa\u00e7\u00e3o de que o INSS realmente efetuou a revis\u00e3o, informa\u00e7\u00e3o confirmada pelas telas acostadas ao evento 5, CONBAS3, que demonstram, efetivamente, os reajustes das rendas iniciais da aposentadoria por invalidez do autor e tamb\u00e9m do aux\u00edlio-doen\u00e7a que a precedeu.\n1 Inciso acrescentado pela Lei n. 9.876, de 26.11.1999, DOU 29.11.1999.\nINDAIAL: Av. Marechal Deodoro da Fonseca, n. 575, sala 07, Centro \u2192 (47) 3333-3142 BLUMENAU: Av. Martin Luther, n. 111, sala 408, 4\u00ba andar, Centro \u2192 (47) 3035-3944\nTIMB\u00d3: Av. Get\u00falio Vargas, n. 91, sala 23, 2\u00ba andar, Centro \u2192 (47) 3394-0162 BRUSQUE: Rua Herc\u00edlio Luz, n. 111, sl 06, Centro \u2192 (47) 3354-4824 Endere\u00e7o Eletr\u00f4nico: bussehackbarth@gmail.com\n\n\fN\u00e3o houve, contudo, o pagamento ao autor dos valores atrasados.\nEmbora exista decis\u00e3o em a\u00e7\u00e3o civil p\u00fablica determinando a revis\u00e3o pretendida, e tamb\u00e9m informa\u00e7\u00e3o de que haver\u00e1 pagamento futuro dos valores atrasados, tenho que tais situa\u00e7\u00f5es n\u00e3o t\u00eam o cond\u00e3o de suprimir o direito de a\u00e7\u00e3o do autor, que pode demandar, individualmente, em busca da revis\u00e3o de seu benef\u00edcio e do consequente pagamento de eventuais parcelas em atraso.\nA mora da Administra\u00e7\u00e3o P\u00fablica \u00e9 evidente, uma vez que j\u00e1 reconheceu o direito e at\u00e9 a presente data aguarda verba para pagamento das diferen\u00e7as. Se a respectiva despesa consta ou n\u00e3o do or\u00e7amento anual, \u00e9 quest\u00e3o que n\u00e3o pode ser oposta \u00e0 pretens\u00e3o do demandante, cujos interesses n\u00e3o podem ficar \u00e0 merc\u00ea da op\u00e7\u00e3o pol\u00edtica do administrador.\nMerece acolhida, portanto, a pretens\u00e3o deduzida.\nAssim, busca com a presente demanda o recebimento dos valores atrasados relativos \u00e0 revis\u00e3o administrativa do valor do sal\u00e1rio de benef\u00edcio e RMI de seus benef\u00edcios previdenci\u00e1rios.\n3 \u2013 DO INTERESSE PROCESSUAL PELA IN\u00c9RCIA DO INSS\nDeterminando a revis\u00e3o administrativa, a justi\u00e7a acreditou na boa-f\u00e9 da autarquia previdenci\u00e1ria e na sua efici\u00eancia em cumprir o Memorando-Circular n\u00ba 28/2010.\nContudo, n\u00e3o foi o que se viu.\nSegundo despacho proferido na JFPR, autos n\u00ba 50008954820114047013, v\u00e1rios advogados continuaram reclamando que o INSS n\u00e3o vinha promovendo as revis\u00f5es conforme prometido no Memorando 21 e que, com isso, exigir pr\u00e9vio requerimento administrativo como condi\u00e7\u00e3o de procedibilidade das a\u00e7\u00f5es judiciais revisionais, ou suspend\u00ea-las para oportunizar \u00e0 autarquia cumprir sua obriga\u00e7\u00e3o, est\u00e3o trazendo preju\u00edzos aos segurados e revelando-se como uma pr\u00e1tica sem resultados.\nNo caso dos autos, o interesse processual nasce da in\u00e9rcia do INSS que agendou a revis\u00e3o para per\u00edodo superior a 45 dias.\nTal constata\u00e7\u00e3o convence de que a autarquia previdenci\u00e1ria, muito embora tenha reconhecido o direito \u00e0 revis\u00e3o fundada no artigo 29, II, da Lei de Benef\u00edcios, tem se negado a obedecer n\u00e3o s\u00f3 referido dispositivo legal como tamb\u00e9m a pr\u00f3pria instru\u00e7\u00e3o\nINDAIAL: Av. Marechal Deodoro da Fonseca, n. 575, sala 07, Centro \u2192 (47) 3333-3142 BLUMENAU: Av. Martin Luther, n. 111, sala 408, 4\u00ba andar, Centro \u2192 (47) 3035-3944\nTIMB\u00d3: Av. Get\u00falio Vargas, n. 91, sala 23, 2\u00ba andar, Centro \u2192 (47) 3394-0162 BRUSQUE: Rua Herc\u00edlio Luz, n. 111, sl 06, Centro \u2192 (47) 3354-4824 Endere\u00e7o Eletr\u00f4nico: bussehackbarth@gmail.com\n\n\fnormativa interna de car\u00e1ter cogente (Memorando-Circular n\u00ba 28/INSS/DIRBEN de 17/09/2010), inclusive agindo deslealmente quando afirmou aos \u00f3rg\u00e3os judici\u00e1rios que estaria cumprindo as referidas normas administrativas.\nNesse contexto, especialmente porque se mostra incontroverso o direito do segurado e cabalmente demonstrado que a revis\u00e3o administrativa n\u00e3o tem se confirmado.\n\n4 \u2013 DA PRESCRI\u00c7\u00c3O\n\nO artigo 103, par\u00e1grafo \u00fanico, da Lei 8.213/91 disp\u00f5e que prescreve em cinco anos toda e qualquer a\u00e7\u00e3o para haver presta\u00e7\u00f5es vencidas ou diferen\u00e7as devidas pela previd\u00eancia social.\n\nAssim, estariam prescritas as parcelas vencidas no per\u00edodo que antecedeu o q\u00fcinq\u00fc\u00eanio anterior ao ajuizamento da demanda.\n\nEntretanto, no caso dos pedidos de revis\u00e3o com base no art. 29, II, da Lei n\u00b0 8.213/91, h\u00e1 uma peculiaridade a ser considerada.\n\nCom efeito, por meio do Memorando-Circular Conjunton\u00b0 21/DIRBEN / PFEINSS, de 15 de abril de 2010, o INSS reconheceu o direito dos segurados \u00e0 aplica\u00e7\u00e3o da regra inscrita no art. 29, II, da Lei n\u00b0 8.213/91, no c\u00e1lculo do sal\u00e1rio de benef\u00edcio.\n\nINSS.\n\nTal ato importou em ren\u00fancia \u00e0 prescri\u00e7\u00e3o por parte do\n\nEssa ren\u00fancia, por\u00e9m, deve ser compatibilizada com a norma prevista no art. 9\u00b0 do Decreto n\u00b0 20.910/32, que trata da interrup\u00e7\u00e3o da prescri\u00e7\u00e3o contra a Fazenda P\u00fablica nos seguintes termos: \u201cA prescri\u00e7\u00e3o interrompida recome\u00e7a a correr, pela metade do prazo, da data do ato que a interrompeu ou do \u00faltimo ato ou termo do respectivo processo.\u201d\n\nPortanto s\u00e3o devidas as parcelas vencidas no q\u00fcinq\u00fc\u00eanio que antecedeu \u00e0 edi\u00e7\u00e3o do Memorando-Circular Conjunto n\u00b0 21/DIRBEN/PFEINSS, ou seja, s\u00e3o devidas as parcelas vencidas desde 15.04.2005.\n\n5 \u2013 DA IRREDUTIBILIDADE DO VALOR DO BENEF\u00cdCIO\n\nS\u00e3o princ\u00edpios constitucionais basilares do direito previdenci\u00e1rio aqueles que est\u00e3o elencados no artigo 194 da Constitui\u00e7\u00e3o Federal de 1988, dentre eles, o princ\u00edpio da irredutibilidade do valor do benef\u00edcio, in verbis:\n\nINDAIAL: Av. Marechal Deodoro da Fonseca, n. 575, sala 07, Centro \u2192 (47) 3333-3142 BLUMENAU: Av. Martin Luther, n. 111, sala 408, 4\u00ba andar, Centro \u2192 (47) 3035-3944\nTIMB\u00d3: Av. Get\u00falio Vargas, n. 91, sala 23, 2\u00ba andar, Centro \u2192 (47) 3394-0162 BRUSQUE: Rua Herc\u00edlio Luz, n. 111, sl 06, Centro \u2192 (47) 3354-4824 Endere\u00e7o Eletr\u00f4nico: bussehackbarth@gmail.com\n\n\fArt. 194. A seguridade social compreende um conjunto integrado de a\u00e7\u00f5es de iniciativa dos poderes p\u00fablicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos \u00e0 sa\u00fade, \u00e0 previd\u00eancia e \u00e0 assist\u00eancia social. Par\u00e1grafo \u00fanico. Compete ao poder p\u00fablico, nos termos da lei, organizar a seguridade social, com base nos seguintes objetivos:\n(...) IV - irredutibilidade do valor dos benef\u00edcios\nN\u00e3o h\u00e1 como separar este princ\u00edpio, da regra que prev\u00ea a manuten\u00e7\u00e3o do valor real dos benef\u00edcios, prevista no \u00a72, artigo 201 da Constitui\u00e7\u00e3o Federal. A finalidade do princ\u00edpio da irredutibilidade do valor dos benef\u00edcios, aqui mencionado, \u00e9 impedir a diminui\u00e7\u00e3o do seu subsidio,caso seja verificado que a pretens\u00e3o da parte autora nesta a\u00e7\u00e3o n\u00e3o elevar\u00e1 sua Renda Mensal.\n6 \u2013 DO PREQUESTIONAMENTO\nO prequestionamento \u00e9 requisito de admissibilidade para os recursos excepcionais, isto \u00e9, sem o prequestionamento na senten\u00e7a, e, principalmente, no ac\u00f3rd\u00e3o recorrido, n\u00e3o h\u00e1 que se falar em recursos para o STF e para o STJ.\nO prequestionamento n\u00e3o esta de forma expressa na Constitui\u00e7\u00e3o Federal ou ainda no C\u00f3digo de Processo Civil. No entanto, seu fundamento legal localiza-se nas disposi\u00e7\u00f5es da Constitui\u00e7\u00e3o Federal, ou seja, no art. 102, III, que disciplina o recurso extraordin\u00e1rio, e no art. 105, III, o recurso especial, que assevera que compete ao STF e ao STJ o julgamento de \u201ccausas decididas\u201d em \u00fanica ou em \u00faltima inst\u00e2ncia.\nAssim, requer o prequestionamento da mat\u00e9ria, e em havendo necessidade de se interpor Recurso Extraordin\u00e1rio, requer a esse Respeit\u00e1vel Ju\u00edzo, desde j\u00e1, que se manifeste EXPLICITAMENTE sobre poss\u00edvel viola\u00e7\u00e3o de dispositivos constitucionais e infraconstitucionais, especificadamente sobre escopo do artigo 5\u00b0, XXXV, da Constitui\u00e7\u00e3o da Rep\u00fablica Federativa do Brasil.\n7 \u2013 DOS REQUERIMENTOS\n\u00c0 vista do exposto, REQUER \u00e0 Vossa Excel\u00eancia:\n7.1) Os benef\u00edcios da ASSIST\u00caNCIA JUDICI\u00c1RIA GRATUITA/JUSTI\u00c7A GRATUITA, por n\u00e3o poder a parte Autora demandar em ju\u00edzo sem preju\u00edzo do sustento pr\u00f3prio e de sua fam\u00edlia;\nINDAIAL: Av. Marechal Deodoro da Fonseca, n. 575, sala 07, Centro \u2192 (47) 3333-3142 BLUMENAU: Av. Martin Luther, n. 111, sala 408, 4\u00ba andar, Centro \u2192 (47) 3035-3944\nTIMB\u00d3: Av. Get\u00falio Vargas, n. 91, sala 23, 2\u00ba andar, Centro \u2192 (47) 3394-0162 BRUSQUE: Rua Herc\u00edlio Luz, n. 111, sl 06, Centro \u2192 (47) 3354-4824 Endere\u00e7o Eletr\u00f4nico: bussehackbarth@gmail.com\n\n\f7.2) Cita\u00e7\u00e3o do requerido por meio postal, nos termos do art. 246, inciso I, do CPC;\n7.3) Provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos, especialmente, a juntada pelo INSS do processo administrativo, na integralidade, e demais provas que se fizerem pertinentes, em direito admitidas;\n7.4) A proced\u00eancia da presente a\u00e7\u00e3o, condenando o INSS a:\n7.4.1) Declarar o direito ao c\u00e1lculo do(s) benef\u00edcio(s) da parte Autora calculado errado, para que seja aplicado na forma do art. 29, II, da Lei n\u00ba 8.213/91, bem como a prescri\u00e7\u00e3o no q\u00fcinq\u00fc\u00eanio que antecedeu \u00e0 edi\u00e7\u00e3o do Memorando-Circular Conjunto n\u00b0 21 / DIRBEN / PFEINSS, para que as parcelas vencidas sejam desde 15.04.2005;\n7.4.2) Revisar o(s) benef\u00edcio(s) da parte Autora, recalculando a RMI na forma do art. 29, II, da Lei n\u00ba 8.213/91;\n7.4.3) O pagamento das diferen\u00e7as vencidas e vincendas decorrentes da revis\u00e3o pleiteada, acrescidas de juros legais morat\u00f3rios de 12% ao ano, na forma da S\u00famula 03 do TRF da 4\u00aa Regi\u00e3o e corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, incidentes at\u00e9 a data do efetivo pagamento;\n7.5) Requer, com base no \u00a7 4, art. 22 da Lei 8.906/94, que ao final da presente demanda, caso sejam encontradas diferen\u00e7as em favor da parte Autora, quando da expedi\u00e7\u00e3o da RPV ou do precat\u00f3rio, que os valores referentes aos HONOR\u00c1RIOS CONTRATUAIS (contrato de honor\u00e1rios em anexo), sejam expedidos em nome da sociedade de advogados contratada pela parte Autora, qual seja, BUSS & HACKBARTH ADVOGADOS ASSOCIADOS, inscrita no CNPJ/MF sob n\u00ba 18.271.295/0001-04 e na OAB/SC sob n\u00ba 2081, no percentual constante no contrato de honor\u00e1rios em anexo, assim como dos eventuais honor\u00e1rios de sucumb\u00eancia;\n7.6) Caso seja necess\u00e1rio, a designa\u00e7\u00e3o de Audi\u00eancia de Instru\u00e7\u00e3o e Julgamento, com a oitiva das testemunhas as quais comparecer\u00e3o em audi\u00eancia independente de intima\u00e7\u00e3o, no n\u00famero de 03 (tr\u00eas);\n7.7) Requer, outrossim, a ren\u00fancia do cr\u00e9dito excedente a 60 sal\u00e1rios m\u00ednimos, quando da atualiza\u00e7\u00e3o, para que possa a parte Autora optar pelo pagamento do saldo sem o precat\u00f3rio, conforme reza o par\u00e1grafo 4\u00ba do artigo 17, da Lei 10259/01;\nINDAIAL: Av. Marechal Deodoro da Fonseca, n. 575, sala 07, Centro \u2192 (47) 3333-3142 BLUMENAU: Av. Martin Luther, n. 111, sala 408, 4\u00ba andar, Centro \u2192 (47) 3035-3944\nTIMB\u00d3: Av. Get\u00falio Vargas, n. 91, sala 23, 2\u00ba andar, Centro \u2192 (47) 3394-0162 BRUSQUE: Rua Herc\u00edlio Luz, n. 111, sl 06, Centro \u2192 (47) 3354-4824 Endere\u00e7o Eletr\u00f4nico: bussehackbarth@gmail.com\n\n\f7.8) Que V. Exa. determine \u00e0 Previd\u00eancia Social juntar aos autos a documenta\u00e7\u00e3o de que disp\u00f5e para o esclarecimento da causa, nos termos do art. 11 da Lei 10.259/01, \u201ca entidade p\u00fablica r\u00e9 dever\u00e1 fornecer ao juizado a documenta\u00e7\u00e3o de que disp\u00f5e para o esclarecimento da causa, apresentando-a at\u00e9 a instala\u00e7\u00e3o da audi\u00eancia de concilia\u00e7\u00e3o\u201d, e os artigos 355 e seguintes do C\u00f3digo de Processo C\u00edvil, tendo em vista que o INSS tem a obriga\u00e7\u00e3o legal de exibi-los;\n7.9) Requer, ainda, se for o caso, que os efeitos da condena\u00e7\u00e3o sejam estendidos a poss\u00edveis pens\u00f5es previdenci\u00e1rias originadas do benef\u00edcio da parte Autora;\n7.10) Requer no caso de entendimento contr\u00e1rio ao pedido acima, o prequestionamento da mat\u00e9ria, e em havendo necessidade de se interpor Recurso Extraordin\u00e1rio, requer a esse Respeit\u00e1vel Ju\u00edzo, desde j\u00e1, que se manifeste EXPLICITAMENTE sobre poss\u00edvel viola\u00e7\u00e3o de dispositivos constitucionais e infra-constitucionais, especificadamente sobre escopo do artigo 5\u00b0, XXXV, da Constitui\u00e7\u00e3o da Rep\u00fablica Federativa do Brasil;\n7.11) No caso de reconhecimento dos direitos requeridos, havendo redu\u00e7\u00e3o da renda mensal do beneficio percebido pelo segurado, requer seja determinada a extin\u00e7\u00e3o do feito sem julgamento do m\u00e9rito, impedindo desta forma que hajam preju\u00edzos a parte Autora;\nD\u00e1-se \u00e0 causa o valor de R$ 2.000,00 (dois mil reais) apenas e t\u00e3o somente para satisfazer os efeitos legais.\n\"A JUSTI\u00c7A \u00c9 A VERDADE EM A\u00c7\u00c3O.\" (Joseph Joubert)\nNestes termos, pede deferimento.\n_____Ass. Certificada JEF-SC____ JORGE BUSS - OAB/SC 25.183\nINDAIAL: Av. Marechal Deodoro da Fonseca, n. 575, sala 07, Centro \u2192 (47) 3333-3142 BLUMENAU: Av. Martin Luther, n. 111, sala 408, 4\u00ba andar, Centro \u2192 (47) 3035-3944\nTIMB\u00d3: Av. Get\u00falio Vargas, n. 91, sala 23, 2\u00ba andar, Centro \u2192 (47) 3394-0162 BRUSQUE: Rua Herc\u00edlio Luz, n. 111, sl 06, Centro \u2192 (47) 3354-4824 Endere\u00e7o Eletr\u00f4nico: bussehackbarth@gmail.com\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 3 (Solon) - IdDocumentoCompleto: 5029930-39.2018.4.04.7100-711527098978467971117945788142", "text": "EXMO(A). SR(A). JUIZ(A) FEDERAL DA VARA DE PORTO ALEGRE/RS\nCOM PEDIDO LIMINAR DE ANTECIP. TUTELA\nALEXSANDRA DE SOUZA CRUZ,, brasileira, divorciada, CPF sob n. 968.514.650-00. Residente na Rua Carmelita Grippi, n\u00b0 255 Atpt\u00b0203, Bairro: Rubem Berta, Porto Alegre/RS, por meio de seu procurador firmat\u00e1rio, ajuizar a presente,\nA\u00c7\u00c3O DECLARAT\u00d3RIA E CONDENAT\u00d3RIA DE BENEFICIO PREVIDENCIARIO C/C PEDIDO DE 25% DO AUX\u00cdLIO DOEN\u00c7A, com pedido laminar de antecipa\u00e7\u00e3o de tutela, com fundamento na lei 8.213/91, contra:\nINSS INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL, Autarquia federal previdenci\u00e1ria, com sede nesta capital \u00e0 Av. Crist\u00f3v\u00e3o Colombo n. 1371, 4\u00ba andar, Bairro Floresta, Porto Alegre/RS pelos motivos de fato e de direito a seguir expostos:\nPRELIMINARMENTE\nDa exibi\u00e7\u00e3o de documentos\nInicialmente, salienta-se a hipossufici\u00eancia da parte autora em rela\u00e7\u00e3o a r\u00e9, n\u00e3o podendo \u00e0quela ficar limitada \u00e0 instru\u00e7\u00e3o do processo no tocante a apresenta\u00e7\u00e3o de documentos que se encontram na posse do r\u00e9u, j\u00e1 que a aquisi\u00e7\u00e3o destes n\u00e3o \u00e9 de f\u00e1cil acesso aos segurados, justificando-se a invers\u00e3o do \u00f4nus da prova, no \u00e2mbito previdenci\u00e1rio, quanto aos aposentados e pensionistas frente ao INSS, invocando-se o art. 396, do CPC, facultando ao juiz ordenar que a parte exiba documento ou coisa que se ache em seu poder. Ainda que caiba \u00e0 parte autora a instru\u00e7\u00e3o da inicial com os documentos comprobat\u00f3rios de seu direito, o artigo 11 da Lei 10.259/2001, que instituiu os Juizados Especiais Federais (A entidade p\u00fablica r\u00e9 dever\u00e1 fornecer ao Juizado a documenta\u00e7\u00e3o de que disponha para o esclarecimento da causa, apresentando-a at\u00e9 a instala\u00e7\u00e3o da audi\u00eancia de concilia\u00e7\u00e3o), tempera essa regra em favor dos segurados, partes vulner\u00e1veis da rela\u00e7\u00e3o estabelecida com a autarquia r\u00e9. Contudo, v\u00ea-se a necessidade de determina\u00e7\u00e3o judicial a fim de que o INSS junte aos autos c\u00f3pia do processo concess\u00f3rio do benef\u00edcio da parte autora, bem como o hist\u00f3rico de CNIS desta.\nDo Prequestionamento\nRefere-se que todas as revis\u00f5es de benef\u00edcios previdenci\u00e1rios possuem car\u00e1ter de repercuss\u00e3o geral, considerando-se que o julgamento de uma lide envolvendo aplica\u00e7\u00e3o err\u00f4nea de regra de c\u00e1lculo e/ou concess\u00e3o de benef\u00edcio previdenci\u00e1rio acaba por abranger um grande n\u00famero de\n1/4\n\n\fbenefici\u00e1rios, enquadrando-se na disposi\u00e7\u00e3o do art. 103, \u00a73\u00ba, da CF.\nUtiliza-se como paradigma o reconhecimento da repercuss\u00e3o na decis\u00e3o abaixo:\nCONSTITUCIONAL. PREVIDENCI\u00c1RIO. FIXA\u00c7\u00c3O DA RENDA MENSAL INICIAL. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ PRECEDIDA DE AUX\u00cdLIO-DOEN\u00c7A. APURA\u00c7\u00c3O DO SAL\u00c1RIO-DE-BENEF\u00cdCIO. ART. 29 DA LEI N\u00ba 8.213/91, COM A REDA\u00c7\u00c3O CONFERIDA PELA LEI N\u00ba 9.876/99. APLICA\u00c7\u00c3O A BENEF\u00cdCIOS CONCEDIDOS ANTES DA RESPECTIVA VIG\u00caNCIA (29.11.1999). PRESEN\u00c7A DE REPERCUSS\u00c3O GERAL. Tem repercuss\u00e3o geral a quest\u00e3o constitucional atinente \u00e0 aplica\u00e7\u00e3o da nova reda\u00e7\u00e3o do art. 29 da Lei n\u00ba 8.213/91, conferida pela Lei n\u00ba 9.876/99, a benef\u00edcios concedidos antes da respectiva vig\u00eancia (29.11.1999) RE 583834 SC - SANTA CATARINA REPERCUSS\u00c3O GERAL NO RECURSO EXTRAORDIN\u00c1RIO\nRelator(a): Min. CARLOS BRITTO Julgamento: 12/06/2008\nAfirma-se que o recurso extraordin\u00e1rio deve possuir \u201cimport\u00e2ncia geral\u201d para ser julgado. Uma causa \u00e9 provida de repercuss\u00e3o geral quando h\u00e1 interesse geral pelo seu desfecho, ou seja, interesse p\u00fablico e n\u00e3o somente nos envolvidos naquele lit\u00edgio. No momento em que o julgamento daquele recurso deixar de afetar apenas as partes do processo, mas tamb\u00e9m uma gama de pessoas fora dele, despertando interesse p\u00fablico, tem aquela causa repercuss\u00e3o geral.\nDOS FATOS E DO DIREITO\nA parte autora requereu junto ao INSS beneficio de auxilio doen\u00e7a previdenci\u00e1rio, sob n. 6230460282, junto a APS - PORTO ALEGRE/RS, mesmo o autor sendo portadora de com limita\u00e7\u00f5es funcional \u2013 CID 10 F 32, F 41.3, sendo concedido at\u00e9 a DER 15/05/2018.\nO autor apresenta quadro de epis\u00f3dios depressivos severo juntamente com transtornos ansiosos o que causa-lhe letargia cansa\u00e7o, n\u00e1usea, dores intensas, ou seja, dificuldades ao realizar tarefas e conviver socialmente ou seja necessitando do suporte do INSS com auxilio de terceiros.\nInconformado, o autor vem buscar o amparo jurisdicional a fim de fazer valer seu direito, uma vez demonstrado atrav\u00e9s de laudos e exames m\u00e9dicos que o mesmo encontra-se incapacitado para o exerc\u00edcio de suas atividades laborais, em decorr\u00eancia dos transtornos acima citados que \u00e9 acometido.\nOra Excel\u00eancia, injusto e ilegal o alegado, haja vista que o autor n\u00e3o possui destreza e lucidez para executar suas fun\u00e7\u00f5es e, ainda, devido \u00e0s manifesta\u00e7\u00f5es de dor e risco de vida, o que \u00e9 fortemente comprovado com os in\u00fameros laudos m\u00e9dicos psiquiatras que ilustram \u00e0 presente.\nDessa forma, a requerente faz jus a percep\u00e7\u00e3o do benef\u00edcio de auxilio doen\u00e7a com acr\u00e9scimo de 25%, pois n\u00e3o consegue realizar necessidades b\u00e1sicas.\nDireito brasileiro tem como Em raz\u00e3o do disposto na lei previdenci\u00e1ria e na Constitui\u00e7\u00e3o Brasileira, a autora apresentou documentos na via administrativa que comprovam estar acometido de doen\u00e7as\n2/4\n\n\fgraves, e em fun\u00e7\u00e3o destas, o desenvolvimento de sua atividade de fundamento a dignidade da pessoa humana.\nAssim REQUER forte no artigo 294 e SS, 300 do CPC, ANTECIPA\u00c7\u00c3O de TUTELA no sentido de que seja determinada a implanta\u00e7\u00e3o imediata do seu beneficio de aux\u00edlio doen\u00e7a, ou a realiza\u00e7\u00e3o de pericia m\u00e9dica com especialistas na \u00e1rea psiquiatria afim de comprovar as alega\u00e7\u00f5es expostas.\nO deferimento da Tutela Antecipada se faz oportuna, face \u00e0 forte probabilidade da exist\u00eancia do direito subjetivo, afirmado na inicial, aliada \u00e0 natureza alimentar da verba, e do fundado receio de dano irrepar\u00e1vel, uma vez que a autora \u00e9 n\u00e3o conta de outros meios de subsist\u00eancia, correndo o risco de ficar sem qualquer assist\u00eancia.\nDOS PEDIDOS:\nDiante do exposto requer:\na) Que seja deferido por V.Ex.\u00aa A TUTELA ANTECIPADA, para realiza\u00e7\u00e3o de pericia m\u00e9dica, tratase de direito l\u00edquido e certo e esta regularmente empregada, vinculada a previd\u00eancia social para ter direito ao seu benef\u00edcio, com juntada de toda documenta\u00e7\u00e3o do autor junto ao INSS.\nb) Seja julgado procedente com a condena\u00e7\u00e3o da re a implantar beneficio auxilio doen\u00e7a ou aposentadoria por invalidez, com acr\u00e9scimo do percentual de 25% para assist\u00eancia de terceiros, determinando o pagamento dos valores vencidos e vincendos desde a DER 15/05/2018;\nc) A imediata implanta\u00e7\u00e3o do benef\u00edcio de aux\u00edlio doen\u00e7a, bem como o acr\u00e9scimo de 25% ao benef\u00edcio para assist\u00eancia de terceiros, condenando a requerida ao pagamento dos valores devidos a t\u00edtulo de benef\u00edcios em atraso desde o ajuizamento da presente,\nd) A condena\u00e7\u00e3o da requerida ao pagamento de honor\u00e1rios advocat\u00edcios nos termos Lei 9.099/95 e a reserva contratual conforme instrumento em anexo.\ne) Requer, outrossim, seja citado o Instituto Nacional do Seguro Social INSS, atrav\u00e9s de sua procuradoria regional em sua sede local, \u00e0 Av. Crist\u00f3v\u00e3o Colombo n. 1371, 4\u00ba andar, Bairro Floresta, Porto Alegre/RS;\nf) O benef\u00edcio da Assist\u00eancia Judici\u00e1ria, nos termos da lei;\ng) Requer se digne V. Exa. designar audi\u00eancia a fim de instruir o presente feito, bem como que seja designada a realiza\u00e7\u00e3o de per\u00edcia com m\u00e9dico psiquiatra em car\u00e1ter liminar\nProtesta pela produ\u00e7\u00e3o de todos os meios de prova em direito admitidos, especialmente\n3/4\n\n\ftestemunhal, documental ou pericial e m\u00e9dica, a fim de complementar a prova material existente da mol\u00e9stia do postulante, bem como seja dada ci\u00eancia do presente feito ao Minist\u00e9rio P\u00fablico para que, querendo, nele intervenha; Vencidos (maio 2018): R$ 954,00 Vincendos (12 meses): R$ 11.448,00 VALOR DA CAUSA R$ 12.402,00 Nestes termos, pede deferimento. Porto Alegre, 23 de maio de 2018. FERNANDO BUZZATTI MACHADO OAB/RS 44.578.\n4/4\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 4 (Solon) - IdDocumentoCompleto: 5062733-40.2018.4.04.9666-41522168093151381109322291230", "text": "Espelho de Valores Cadastrados.\n\nData: 28/03/2018\n\nPROCESSO ORIGIN\u00c1RIO TIPO\n\n: 5062733-40.2018.4.04.9666 : 5079030-31.2016.4.04.7100/RS : RPV\n\nREQUERENTE : RAUL TRAMUNT & ADVOGADOS ASSOCIADOS - ME ADVOGADO : RACHEL TIECHER SILVEIRA - RS078476\n\nREQUERIDO : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS PROCURADOR : SERGIO AUGUSTO DA ROSA MONTARDO - PC1553160\n\nDEPRECANTE : Ju\u00edzo Substituto da 21\u00aa VF de Porto Alegre\n\nASSUNTO\n\n: 040101 - Aposentadoria por Invalidez (Art. 42/7)\n\nTipo de Despesa : 12 - NATUREZA ALIMENT\u00cdCIA - Benef\u00edcios previdenci\u00e1rios e indeniza\u00e7\u00f5es por morte ou invalidez (12)\n\nTrans. Requisi\u00e7\u00e3o : 27/03/2018 19:18:34\n\nData de Entrada\n\n: 27/03/2018 19:18:34\n\nREQUISI\u00c7\u00c3O\n\n: 18710016038\n\nData Ajuizamento : 24/11/2016\n\nData TJ. Conhecim. : 19/12/2017\n\nData TJ. Embargos :\n\nEsp\u00e9cie Requisi\u00e7\u00e3o : Original\n\nRPV de natureza N\u00c3O tribut\u00e1ria\n\nTipo\n\nHonor\u00e1rio\n\nNome\n\nRAUL TRAMUNT & ADVOGADOS ASSOCIADOS - ME\n\nCPF/CGC\n\n17.552.895/0001-70\n\nValor Principal\n\n3.798,62\n\nData Base 01/02/2018\n\nValor Juros\n\n99,16\n\nData Base 01/02/2018\n\nJuros de mora fixados na senten\u00e7a:\n\nN\u00e3o incidem\n\nRenuncia\n\nN\u00e3o\n\nStatus\n\nLiberado\n\nDoen\u00e7a Grave\n\nN\u00e3o\n\nCompensa\u00e7\u00e3o\n\nN\u00e3o\n\nIR-RRA\n\nN\u00e3o\n\nTipo Hon. Judicial Honor\u00e1rios Contratuais\n\nHonor\u00e1rios de:\n\nIVONE LENCINA DA SILVA / 913.188.660-49\n\nMeses Exe. Anterior -\n\nValor Exe. Anterior -\n\nMeses Exe. Corrente -\n\nValor Exe. Corrente -\n\nAno Exe. Corrente -\n\nStatus Servidor\n\n-\n\nValor Inicial PSS\n\n-\n\nData Base PSS\n\n-\n\nValor total execu\u00e7\u00e3o -\n\nData base execu\u00e7\u00e3o -\n\nValor Requisitado 3.897,78\n\n\fValor Total da Requisi\u00e7\u00e3o:\n\n3.897,78\n\nObserva\u00e7\u00f5es:\n1)RPVs classificadas pelo ju\u00edzo requisitante como de natureza n\u00e3o tribut\u00e1ria ser\u00e3o atualizadas da data base do c\u00e1lculo informada na requisi\u00e7\u00e3o de pagamento at\u00e9 o efetivo pagamento pelo IPCA-E.\n2) RPVs classificadas pelo ju\u00edzo requisitante como de natureza tribut\u00e1ria ser\u00e3o atualizadas da data base do c\u00e1lculo informada na requisi\u00e7\u00e3o de pagamento at\u00e9 o efetivo pagamento pela SELIC.\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 5 (Solon) - IdDocumentoCompleto: 5030173-29.2018.4.04.9445-41522501203366481101740581774", "text": "Espelho de Valores Cadastrados.\n\nData: 01/04/2018\n\nPROCESSO ORIGIN\u00c1RIO TIPO\n\n: 5030173-29.2018.4.04.9445 : 5069805-55.2014.4.04.7100/RS : RPV\n\nREQUERENTE : RAUL TRAMUNT & ADVOGADOS ASSOCIADOS - ME ADVOGADO : RAUL KRAFT TRAMUNT - RS058407\n\nREQUERIDO : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS PROCURADOR : SERGIO AUGUSTO DA ROSA MONTARDO - PC1553160\n\nDEPRECANTE : Ju\u00edzo Federal da 17\u00aa VF de Porto Alegre\n\nASSUNTO\n\n: 040101 - Aposentadoria por Invalidez (Art. 42/7)\n\nTipo de Despesa : 12 - NATUREZA ALIMENT\u00cdCIA - Benef\u00edcios previdenci\u00e1rios e indeniza\u00e7\u00f5es por morte ou invalidez (12)\n\nTrans. Requisi\u00e7\u00e3o : 31/03/2018 23:22:26\n\nData de Entrada\n\n: 31/03/2018 23:22:26\n\nREQUISI\u00c7\u00c3O\n\n: 18710008126\n\nData Ajuizamento : 26/09/2014\n\nData TJ. Conhecim. : 10/03/2017\n\nData TJ. Embargos : 06/12/2017\n\nEsp\u00e9cie Requisi\u00e7\u00e3o : Original\n\nRPV de natureza N\u00c3O tribut\u00e1ria\n\nTipo\n\nHonor\u00e1rio\n\nNome\n\nRAUL TRAMUNT & ADVOGADOS ASSOCIADOS - ME\n\nCPF/CGC\n\n17.552.895/0001-70\n\nValor Principal\n\n8.439,67\n\nData Base 01/08/2017\n\nValor Juros\n\n967,46\n\nData Base 01/08/2017\n\nJuros de mora fixados na senten\u00e7a:\n\nPoupan\u00e7a\n\nRenuncia\n\nN\u00e3o\n\nStatus\n\nLiberado\n\nDoen\u00e7a Grave\n\nN\u00e3o\n\nCompensa\u00e7\u00e3o\n\nN\u00e3o\n\nIR-RRA\n\nN\u00e3o\n\nTipo Hon. Judicial Honor\u00e1rios Contratuais\n\nHonor\u00e1rios de:\n\nSONIA DORA DURO DA SILVA / 606.620.000-30\n\nMeses Exe. Anterior -\n\nValor Exe. Anterior -\n\nMeses Exe. Corrente -\n\nValor Exe. Corrente -\n\nAno Exe. Corrente -\n\nStatus Servidor\n\n-\n\nValor Inicial PSS\n\n-\n\nData Base PSS\n\n-\n\nValor total execu\u00e7\u00e3o -\n\nData base execu\u00e7\u00e3o -\n\nValor Requisitado 9.407,13\n\n\fValor Total da Requisi\u00e7\u00e3o:\n\n9.407,13\n\nObserva\u00e7\u00f5es:\n1)RPVs classificadas pelo ju\u00edzo requisitante como de natureza n\u00e3o tribut\u00e1ria ser\u00e3o atualizadas da data base do c\u00e1lculo informada na requisi\u00e7\u00e3o de pagamento at\u00e9 o efetivo pagamento pelo IPCA-E.\n2) RPVs classificadas pelo ju\u00edzo requisitante como de natureza tribut\u00e1ria ser\u00e3o atualizadas da data base do c\u00e1lculo informada na requisi\u00e7\u00e3o de pagamento at\u00e9 o efetivo pagamento pela SELIC.\n\n\f" } ] } }, { "data": { "original_header": "Documento Original - IdDocumentoCompleto: 5003121-82.2018.4.04.7206-721523382052119820228232597352", "original_text": "ROSANA BARBOSA OAB/SC \u2013 33.336\nEXCELENT\u00cdSSIMO SR. DR. JUIZ FEDERAL DO JUIZADO ESPECIAL C\u00cdVEL DA SUBSE\u00c7\u00c3O JUDICI\u00c1RIA DE LAGES/SC.\nFIRMO PITZ MUNIZ, brasileiro, vi\u00favo, trabalhador rural, portador da C\u00e9dula de Identidade n\u00ba 3.622.573-8 SSP/SC e inscrito no CPF/MF sob n\u00ba 347.814.129-04, residente e domiciliado na Localidade de Cadeados, s/n\u00ba, CEP 88500-00, nesta cidade de Lages (SC), por sua procuradora infra-assinada, Advogada inscrita na OAB/SC sob n\u00ba 33.336, com escrit\u00f3rio profissional na Rua Humberto de Campos, 1305, bairro Coral, CEP 88523-140, Fone (49) 3222-7557, E-mail: rosanab.adv@hotmail.com, nesta cidade de Lages(SC), onde recebe cita\u00e7\u00f5es e intima\u00e7\u00f5es na forma da Lei, vem respeitosamente \u00e0 presen\u00e7a de Vossa Excel\u00eancia propor:\nA\u00c7\u00c3O DE BENEF\u00cdCIO PREVIDENCI\u00c1RIO (Aux\u00edlio-Doen\u00e7a/Aposentadoria por Invalidez)\ncontra, INSTITUTO NACIONAL DE SEGURO SOCIAL, Autarquia Federal, atrav\u00e9s de sua Procuradoria Regional, situada nesta circunscri\u00e7\u00e3o, pelos motivos de fato e de direito, que passa a narrar e por fim requerer:\nRua Humberto de Campos, 1305, Coral - CEP 88523-140. - Lages \u2013 Santa Catarina Fone/Fax: 0xx49-32227557 E-mail: rosanab.adv@hotmail.com\n1\n\n\fROSANA BARBOSA OAB/SC \u2013 33.336\n\n1. S\u00cdNTESE F\u00c1TICA\n\nO Autor n\u00e3o possui mais condi\u00e7\u00f5es f\u00edsicas de\n\nexercer suas atividades laborais, uma vez que est\u00e1 acometido de\n\nCID M51.1(Transtornos de discos lombares e de outros discos\n\nintervertebrais com radiculopatia) + M48 (Outras\n\nespondilopatias) + M19.9\n\n(Artrose n\u00e3o especificada) + I15.9\n\n(Hipertens\u00e3o secund\u00e1ria, n\u00e3o especificada) e como exerce fun\u00e7\u00e3o\n\nde trabalhador rural, vem diante do poder judici\u00e1rio para ter\n\nseus direitos protegidos.\n\nAtrav\u00e9s de processo administrativo, requerido em 03/04/2018, o Autor teve seu benef\u00edcio de Aux\u00edlio Doen\u00e7a Previdenci\u00e1rio (31) n\u00famero 6225710926 negado em 05/04/2018, sob o argumento de que \u201cn\u00e3o foi constatada, em exame realizado pela per\u00edcia m\u00e9dica do INSS, a incapacidade para o seu trabalho ou para a sua atividade habitual\u201d.\n\nEm 10/04/2018 foi requerido c\u00f3pia do Processo Administrativo, cujo agendamento mais pr\u00f3ximo foi para o dia 22/05/2018 \u00e0s 10:15, c\u00f3pia em anexo.\n\n\u00c9 a breve s\u00edntese dos fatos.\n\n2. DA INCAPACIDADE LABORATIVA\nConforme se depreende dos documentos m\u00e9dicos anexos, o Autor \u00e9 portador de PROBLEMAS ORTOP\u00c9DICOS, os quais s\u00e3o incompat\u00edveis com sua profiss\u00e3o de TRABALHADOR RURAL, a qual exige demasiado esfor\u00e7o f\u00edsico, movimentos repetitivos de bra\u00e7os, pernas e coluna, al\u00e9m de carregamento de pesos, tornando a jornada de trabalho intensa, cansativa e dolorosa.\nRua Humberto de Campos, 1305, Coral - CEP 88523-140. - Lages \u2013 Santa Catarina Fone/Fax: 0xx49-32227557 E-mail: rosanab.adv@hotmail.com\n2\n\n\fROSANA BARBOSA\nOAB/SC \u2013 33.336\nO diagn\u00f3stico m\u00e9dico \u00e9 de:\n- TRANSTORNOS DE DISCOS LOMBARES E DE OUTROS DISCOS INTERVERTEBRAIS COM RADICULOPATIA CID \u2013 M51.1, que ocorre devido ao excesso de carga que a coluna suporta, podendo causar compress\u00e3o das ra\u00edzes nervosas no canal vertebral ou gerar processos inflamat\u00f3rios com alto poder c\u00e1ustico das estruturas nervosas.\nA coluna vertebral \u00e9 composta por v\u00e9rtebras, em cujo interior existe um canal por onde passa a medula espinhal ou nervosa. Entre as v\u00e9rtebras cervicais, tor\u00e1cicas e lombares, est\u00e3o os discos intervertebrais, estruturas em forma de anel, constitu\u00eddas por tecido cartilaginoso e el\u00e1stico cuja fun\u00e7\u00e3o \u00e9 evitar o atrito entre uma v\u00e9rtebra e outra e amortecer o impacto. Os discos intervertebrais desgastam-se com o tempo e o uso repetitivo, o que facilita a forma\u00e7\u00e3o de h\u00e9rnias de disco, ou seja, parte deles sai da posi\u00e7\u00e3o normal e comprime as ra\u00edzes nervosas que emergem da coluna. O problema \u00e9 mais frequente nas regi\u00f5es lombar e cervical, por serem \u00e1reas mais expostas ao movimento e que suportam mais carga.1\nEstas les\u00f5es s\u00e3o respons\u00e1veis por dores que podem irradiar para os membros inferiores, al\u00e9m de apresentar dorm\u00eancia e formigamento nas pernas, p\u00e9s e dedos. Os sintomas podem surgir subitamente, desaparecer espontaneamente e retornar em intervalos ou ainda ser constantes e de longa dura\u00e7\u00e3o.\nA doen\u00e7a degenerativa difusa apresentada na coluna lombar, tem como consequ\u00eancia RADICULOPATIA - compress\u00e3o\n1 http://drauziovarella.com.br/envelhecimento/hernia-de-disco/\nRua Humberto de Campos, 1305, Coral - CEP 88523-140. - Lages \u2013 Santa Catarina Fone/Fax: 0xx49-32227557 E-mail: rosanab.adv@hotmail.com\n3\n\n\fROSANA BARBOSA\nOAB/SC \u2013 33.336\nda raiz nervosa, que sem d\u00favida \u00e9 incapacitante, pois tem como consequ\u00eancias a dor, formigamento, dorm\u00eancia, perda de for\u00e7a muscular, sensa\u00e7\u00e3o de choque, queima\u00e7\u00e3o e dificuldade de coordena\u00e7\u00e3o de movimentos.\n\u00c9 acometido tamb\u00e9m por ESPONDILOPATIA \u2013 CID10 M48, que s\u00e3o as doen\u00e7as que atingem as v\u00e9rtebras, manifestadas atrav\u00e9s de um defeito na articula\u00e7\u00e3o intervertebral com o escorregamento para frente de uma v\u00e9rtebra em rela\u00e7\u00e3o a outra subjacente, ocasionando dor ou sintomatologia de irrita\u00e7\u00e3o de raiz nervosa.\nPode haver tamb\u00e9m dor em repouso, irradiada para as n\u00e1degas e os membros inferiores. Sensa\u00e7\u00f5es de formigamentos e dorm\u00eancia s\u00e3o tamb\u00e9m comuns. Por vezes h\u00e1 perda de for\u00e7a dos m\u00fasculos dos membros inferiores, com dificuldade para subir escadas, manter-se sobre os calcanhares ou sobre as pontas dos p\u00e9s. A pessoa adquire uma postura t\u00edpica, com o tronco encurvado anteriormente e com retifica\u00e7\u00e3o da coluna lombar, postura esta que temporariamente alivia a dor.\nApresentando ainda ARTROSE N\u00c3O ESPECIFICADA \u2013 CID10 M19.9, que \u201c\u00e9 uma doen\u00e7a cr\u00f3nica consequente da progressiva deteriora\u00e7\u00e3o da cartilagem articular, originando dor e rigidez articular e uma limita\u00e7\u00e3o dos movimentos que, nos casos mais graves, pode provocar o insuficiente funcionamento da articula\u00e7\u00e3o afetada\u201d.\nN\u00e3o existe tratamento para reverter ou curar a deteriora\u00e7\u00e3o da cartilagem articular, o tratamento visa apenas aliviar os sintomas e a evolu\u00e7\u00e3o da doen\u00e7a atrav\u00e9s de v\u00e1rias medidas, sendo elas: o repouso, a alimenta\u00e7\u00e3o e cuidado para n\u00e3o ficar acima do peso, administra\u00e7\u00e3o medicamentosa com analg\u00e9sicos\nRua Humberto de Campos, 1305, Coral - CEP 88523-140. - Lages \u2013 Santa Catarina Fone/Fax: 0xx49-32227557 E-mail: rosanab.adv@hotmail.com\n4\n\n\fROSANA BARBOSA\nOAB/SC \u2013 33.336\ne anti-inflamat\u00f3rios, fisioterapias para manter a mobilidade, fortalecer a musculatura e corrigir posturas, e se necess\u00e1rio a cirurgia para corrigir uma deforma\u00e7\u00e3o \u00f3ssea ou substituir a articula\u00e7\u00e3o deteriorada por uma pr\u00f3tese.\nN\u00e3o bastassem os problemas ortop\u00e9dicos, o Autor tamb\u00e9m \u00e9 portador de HIPERTENS\u00c3O SECUND\u00c1RIA, N\u00c3O ESPECIFICADA, CID 10 - I15.9.\nDiante do diagn\u00f3stico, resta evidente que o Autor convive com dores diariamente, as quais tem como consequ\u00eancia ins\u00f4nias, altera\u00e7\u00f5es da postura, desmotiva\u00e7\u00e3o e desconforto mesmo em simples tarefas. E, sabe-se que a dor \u00e9 uma sensa\u00e7\u00e3o que al\u00e9m de desagrad\u00e1vel, quando de intensidade elevada traz s\u00e9ria limita\u00e7\u00f5es funcionais ao indiv\u00edduo, tornando-a incapaz para o trabalho.\nO tratamento ortop\u00e9dico indicado consiste primeiramente no repouso (atestados anexos), evitando as atividades de esfor\u00e7o/bra\u00e7ais, cumulado com o uso de analg\u00e9sicos para al\u00edvio da dor, anti-inflamat\u00f3rios, al\u00e9m de evitar/diminuir a instabilidade do membro afetado.\nO acompanhamento est\u00e1 sendo feito por especialista na \u00e1rea da ortopedia, tudo conforme documenta\u00e7\u00e3o m\u00e9dica anexa, necessitando do amparo previdenci\u00e1rio para que possa dar continuidade ao tratamento que vem realizando, em busca do al\u00edvio das dores e melhores condi\u00e7\u00f5es de vida.\nImportante ressaltar que afastar-se das atividades de esfor\u00e7o bra\u00e7ais e que exija o uso dos membros afetados \u00e9 atitude imprescind\u00edvel para al\u00edvio dos sintomas e\nRua Humberto de Campos, 1305, Coral - CEP 88523-140. - Lages \u2013 Santa Catarina Fone/Fax: 0xx49-32227557 E-mail: rosanab.adv@hotmail.com\n5\n\n\fROSANA BARBOSA\nOAB/SC \u2013 33.336\nresultado no tratamento, do contr\u00e1rio o agravamento do quadro cl\u00ednico \u00e9 evidente.\n\u00c9 cedi\u00e7o que para que o Autor possa fazer o tratamento de forma cont\u00ednua e eficaz, s\u00e3o necess\u00e1rias consultas peri\u00f3dicas, administra\u00e7\u00e3o correta e regular da medica\u00e7\u00e3o. Ocorre que tais fatores atualmente s\u00e3o imposs\u00edveis de serem obedecidos, j\u00e1 que impossibilitado de trabalhar, n\u00e3o possui condi\u00e7\u00f5es financeiras para arcar com os consequentes gastos.\nVejamos entendimento jurisprudencial referente ao grau incapacitante das patologias que o acometem:\nPREVIDENCI\u00c1RIO. PROCESSUAL CIVIL. LAUDO PERICIAL. PRINC\u00cdPIO DO LIVRE CONVENCIMENTO DO JUIZ. TRABALHADORA BRA\u00c7AL. AUX\u00cdLIO-DOEN\u00c7A. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. CONDI\u00c7\u00d5ES PESSOAIS. 1. Tratando-se de aux\u00edlio-doen\u00e7a ou aposentadoria por invalidez, o Julgador firma sua convic\u00e7\u00e3o, via de regra, por meio da prova pericial, n\u00e3o estando, por\u00e9m, adstrito ao laudo. 2. Constatado um somat\u00f3rio de mol\u00e9stias de natureza ortop\u00e9dica na prova pericial, com presen\u00e7a de radiculopatia, a comprometer a possibilidade da realiza\u00e7\u00e3o de esfor\u00e7os f\u00edsicos, especialmente repetitivos, e em se tratando de trabalhadora rural, imp\u00f5e-se o reconhecimento do direito ao benef\u00edcio por incapacidade. Ainda que as doen\u00e7as, consideradas separadamente, n\u00e3o possam ser classificadas como totalmente incapacitantes, a sua reuni\u00e3o em uma \u00fanica pessoa, cujas atividades habituais s\u00e3o eminentemente bra\u00e7ais, imp\u00f5e conclus\u00e3o diversa. O segurado \u00e9 um ser hol\u00edstico, n\u00e3o podendo ter medidas suas potencialidades sen\u00e3o globalmente. 3. Determinada a reimplanta\u00e7\u00e3o do benef\u00edcio de aux\u00edlio-doen\u00e7a, haja vista a exist\u00eancia de conjunto probat\u00f3rio apontando a exist\u00eancia de incapacidade pelas mesmas mol\u00e9stias \u00e0 \u00e9poca do cancelamento administrativo e, a sua posterior convers\u00e3o em\nRua Humberto de Campos, 1305, Coral - CEP 88523-140. - Lages \u2013 Santa Catarina Fone/Fax: 0xx49-32227557 E-mail: rosanab.adv@hotmail.com\n6\n\n\fROSANA BARBOSA\nOAB/SC \u2013 33.336\naposentadoria por invalidez, esta com DIB na data do laudo pericial. (TRF4, AC 0010576-88.2014.404.9999, QUINTA TURMA, Relatora TA\u00cdS SCHILLING FERRAZ, D.E. 19/09/2014 \u2013 grifou-se)\nAinda,\nPREVIDENCI\u00c1RIO. AUX\u00cdLIO-DOEN\u00c7A. AGRICULTORA. PORTADORA DE LOMBOCIATALGIA. INCAPACIDADE COMPROVADA. MARCO INICIAL. CONSECT\u00c1RIOS. IMEDIATA IMPLANTA\u00c7\u00c3O DO BENEF\u00cdCIO. I. Em se tratando de segurado especial (trabalhador rural), a concess\u00e3o de aposentadoria por invalidez, de aux\u00edlio-doen\u00e7a ou de aux\u00edlio acidente (no valor de um sal\u00e1rio m\u00ednimo), independe de car\u00eancia, mas pressup\u00f5e a demonstra\u00e7\u00e3o da qualidade de segurado e de incapacidade laboral. II. Ainda que a per\u00edcia m\u00e9dica judicial tenha atestado apenas a limita\u00e7\u00e3o para atividades pesadas e moderadas da segurada, portadora de lombociatalgia, restou demonstrado que a autora est\u00e1 parcialmente incapacitada para o exerc\u00edcio de atividades laborativas de agricultora, devendo ser concedido o benef\u00edcio do aux\u00edlio-doen\u00e7a. III. Marco inicial do benef\u00edcio fixado na data do requerimento administrativo. IV. As parcelas vencidas dever\u00e3o ser corrigidas inicialmente pelo IGP-DI; a partir de abril de 2006 pelo INPC; e a partir de julho de 2009 conforme a remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica das cadernetas de poupan\u00e7a. (...) (TRF 4\u00aa Regi\u00e3o - Apela\u00e7\u00e3o C\u00edvel n\u00ba 0001279-28.2012.404.9999/RS - Relator : Federal Rogerio Favreto \u2013 05.07.2012 \u2013 grifou-se)\nE,\nPREVIDENCI\u00c1RIO. AUX\u00cdLIO-DOEN\u00c7A/APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. DISCOPATIA DEGENERATIVA DA COLUNA E OUTRAS. INCAPACIDADE LABORAL. TERMO INICIAL. 1. Tratando-se de aux\u00edliodoen\u00e7a ou aposentadoria por invalidez, o Julgador firma sua\nRua Humberto de Campos, 1305, Coral - CEP 88523-140. - Lages \u2013 Santa Catarina Fone/Fax: 0xx49-32227557 E-mail: rosanab.adv@hotmail.com\n7\n\n\fROSANA BARBOSA\nOAB/SC \u2013 33.336\nconvic\u00e7\u00e3o, via de regra, por meio da prova pericial. 2. Considerando as conclus\u00f5es do perito judicial de que a parte autora, por ser portadora das mol\u00e9stias discopatia degenerativa da coluna lombar, paralisia do nervo tibial anterior, estenose do canal lombar e hipertens\u00e3o arterial sist\u00eamica, est\u00e1 definitivamente incapacitada para o exerc\u00edcio de suas atividades laborativas na agricultura, e considerando ainda sua idade e qualifica\u00e7\u00e3o profissional, \u00e9 devido o benef\u00edcio de aposentadoria por invalidez. 3. Tendo o conjunto probat\u00f3rio apontado a exist\u00eancia da incapacidade laboral desde a \u00e9poca do cancelamento administrativo, o benef\u00edcio \u00e9 devido desde ent\u00e3o.(TRF-4 - REOAC: 9999 SC 0001719-92.2010.404.9999, Relator: CELSO KIPPER, Data de Julgamento: 16/02/2011, SEXTA TURMA, Data de Publica\u00e7\u00e3o: D.E. 21/02/2011 \u2013 grifou-se)\nO Autor conta com 59 anos de idade, o que \u00e9 um grande obst\u00e1culo para o resultado positivo no tratamento de les\u00f5es ortop\u00e9dicas, bem como para a readapta\u00e7\u00e3o competitivo em mercado de trabalho, ainda mais porque sempre trabalhou no meio rural, em trabalhos bra\u00e7ais, fatores que que n\u00e3o o absorveria diante de seu quadro cl\u00ednico e de sua idade avan\u00e7ada.\nOs problemas de sa\u00fade do Autor acarretam imensur\u00e1vel dificuldade financeira para arcar com tratamento m\u00e9dico e com a pr\u00f3pria subsist\u00eancia, sendo a decis\u00e3o que mais resolveria seus anseios seria a Aposentadoria por Invalidez, por\u00e9m caso n\u00e3o seja essa a decis\u00e3o, seja no m\u00ednimo reimplantado o Aux\u00edlio Doen\u00e7a, para que possa dar continuidade ao tratamento m\u00e9dico.\n3 - DO DIREITO\nRua Humberto de Campos, 1305, Coral - CEP 88523-140. - Lages \u2013 Santa Catarina Fone/Fax: 0xx49-32227557 E-mail: rosanab.adv@hotmail.com\n8\n\n\fROSANA BARBOSA\nOAB/SC \u2013 33.336\nO Aux\u00edlio-Doen\u00e7a est\u00e1 previsto no art. 59 da Lei 8.213/91, assim disposto:\nArt. 59 - O aux\u00edlio-doen\u00e7a ser\u00e1 devido ao segurado que, havendo cumprido, quando for o caso, o per\u00edodo de car\u00eancia exigido nesta Lei, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos. (Grifou-se)\n\u00c9 importante lembrar que o art. 60 e 62 da Lei 8. 213/91 garantem o aux\u00edlio doen\u00e7a ao segurado at\u00e9 a plena recupera\u00e7\u00e3o de sua incapacidade ou at\u00e9 que se adapte a um novo emprego que lhe garanta a sua subsist\u00eancia:\nArt. 60. O aux\u00edlio-doen\u00e7a ser\u00e1 devido ao segurado empregado a contar do 16\u00ba (d\u00e9cimo sexto) dia do afastamento da atividade, e no caso dos demais segurados, a contar da data do in\u00edcio da incapacidade e enquanto ele permanecer incapaz.\nArt. 62. O segurado em gozo de aux\u00edlio-doen\u00e7a, insuscept\u00edvel de recupera\u00e7\u00e3o para sua atividade habitual, dever\u00e1 submeter-se a processo de reabilita\u00e7\u00e3o profissional para o exerc\u00edcio de outra atividade. N\u00e3o cessar\u00e1 o benef\u00edcio at\u00e9 que lhe seja dado como habilitado para o desempenho de nova atividade que lhe garanta a subsist\u00eancia ou, quando considerado n\u00e3orecuper\u00e1vel, for aposentado por invalidez. (Grifou-se)\nJ\u00e1 o benef\u00edcio de Aposentadoria por Invalidez est\u00e1 previsto no art. 42 da Lei 8.213/91:\nArt. 42 \u2013 A aposentadoria por invalidez, uma vez cumprida, quando for o caso, a car\u00eancia exigida, ser\u00e1 devida ao segurado que, estando ou n\u00e3o em gozo de aux\u00edlio-doen\u00e7a, for\nRua Humberto de Campos, 1305, Coral - CEP 88523-140. - Lages \u2013 Santa Catarina Fone/Fax: 0xx49-32227557 E-mail: rosanab.adv@hotmail.com\n9\n\n\fROSANA BARBOSA\nOAB/SC \u2013 33.336\nconsiderado incapaz e insuscept\u00edvel de reabilita\u00e7\u00e3o para o exerc\u00edcio de atividade que lhe garanta a subsist\u00eancia, e serlhe-\u00e1 paga enquanto permanecer nesta condi\u00e7\u00e3o. (Grifou-se)\nPercebe-se que o Autor depende do Benef\u00edcio Previdenci\u00e1rio ora pleiteado, pois incapaz de exercer suas atividades laborais, fica impossibilitado de arcar com gastos oriundos do tratamento m\u00e9dico que busca pelo menos o al\u00edvio nos sintomas e a melhor qualidade de vida.\n4 \u2013 DIANTE DO EXPOSTO, REQUER:\na) A PROCED\u00caNCIA TOTAL DOS PEDIDOS, com o reconhecimento da incapacidade para as atividades habituais DO Autor, com a condena\u00e7\u00e3o do INSS a IMPLANTAR o benef\u00edcio de Aux\u00edlio \u2013 Doen\u00e7a at\u00e9 plena recupera\u00e7\u00e3o, ou em definitivo, convertendo o benef\u00edcio em Aposentadoria por Invalidez; bem como ao pagamento dos valores atrasados, desde a data do indevido indeferimento do benef\u00edcio (03/04/2018), com juros de mora e corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria das presta\u00e7\u00f5es vencidas, acrescidas de custas e despesas;\nb) Determinar a cita\u00e7\u00e3o do INSS, para, querendo, contestar a presente a\u00e7\u00e3o, sob pena de revelia;\nc) Os benef\u00edcios da Gratuidade de Justi\u00e7a, ante hipossufici\u00eancia do Autor, n\u00e3o tendo como arcar com custas processuais sem agravamento da sua sobreviv\u00eancia, com fulcro no Artigo 5\u00ba, LXXIV da Constitui\u00e7\u00e3o Federal;\nd) A produ\u00e7\u00e3o de provas, notadamente as colacionadas aos autos, bem como a realiza\u00e7\u00e3o de Per\u00edcia M\u00e9dica\nRua Humberto de Campos, 1305, Coral - CEP 88523-140. - Lages \u2013 Santa Catarina Fone/Fax: 0xx49-32227557 E-mail: rosanab.adv@hotmail.com\n10\n\n\fROSANA BARBOSA OAB/SC \u2013 33.336\n\ncom Especialista na \u00c1rea da ORTOPEDIA, apresentando desde j\u00e1 os seguintes quesitos:\n\n1) O paciente possui algum tipo de doen\u00e7a ou\n\nles\u00e3o? Especificar qual CID10 correspondente.\n\n2) \u00c9 poss\u00edvel precisar se na data da indevida\n\ncessa\u00e7\u00e3o do benef\u00edcio (03/04/2018), o paciente estava apto as\n\nsuas atividades laborativas como TRABALHADOR RURAL?\n\n3) Caso n\u00e3o estivesse apto \u00e0s atividades, a\n\nincapacidade gerada era total ou parcial? Permanente ou\n\ntempor\u00e1ria? Que tipo de atividades restringe?\n\n4) Sendo tempor\u00e1ria a incapacidade, pode ser\n\ndeterminado o tempo para a sua plena recupera\u00e7\u00e3o? Quais\n\ncuidados/tratamentos deve realizar para sua plena recupera\u00e7\u00e3o?\n\n5) \u00c9 poss\u00edvel determinar uma prov\u00e1vel data\n\nlimite para esta incapacidade?\n\n6) Sendo total ou permanente a incapacidade, \u00e9\n\naconselh\u00e1vel aposentadoria por invalidez?\n\n7) \u00c9 necess\u00e1ria a realiza\u00e7\u00e3o/apresenta\u00e7\u00e3o de\n\noutros exames/laudos para averigua\u00e7\u00e3o tanto de suas doen\u00e7as\n\nquanto sua incapacidade laborativa pelo perito judicial? Caso\n\npositivo,\n\nquais\n\nseriam\n\nos\n\nexames\n\na\n\nserem\n\nrealizados/apresentados?\n\n8) Sendo total ou permanente a incapacidade, \u00e9\n\naconselh\u00e1vel aposentadoria por invalidez?\n\n9) \u00c9 necess\u00e1ria a realiza\u00e7\u00e3o/apresenta\u00e7\u00e3o de\n\noutros exames/laudos para averigua\u00e7\u00e3o tanto de suas doen\u00e7as\n\nquanto sua incapacidade laborativa pelo perito judicial? Quais?\n\n10) O Autor toma alguma medica\u00e7\u00e3o? Esta \u00e9\n\ndispens\u00e1vel ou imprescind\u00edvel para o tratamento?\n\n11) Para conclus\u00e3o pericial, foram considerados\n\nquais documentos m\u00e9dicos?\n\nRua Humberto de Campos, 1305, Coral - CEP 88523-140. - Lages \u2013 Santa Catarina Fone/Fax: 0xx49-32227557 E-mail: rosanab.adv@hotmail.com\n11\n\n\fROSANA BARBOSA OAB/SC \u2013 33.336\ne) Ap\u00f3s realiza\u00e7\u00e3o da per\u00edcia m\u00e9dica, a imediata reimplanta\u00e7\u00e3o do benef\u00edcio negado, sob os arestos da ANTECIPADA DA TUTELA, ante o preenchimento dos requisitos legais, quais sejam, prova inequ\u00edvoca da incapacidade do Autor, o car\u00e1ter alimentar do benef\u00edcio, e perigo da demora do provimento final, ante a necessidade em custear seu tratamento e arcar com sua subsist\u00eancia.\nD\u00e1 a causa o valor de R$ 11.448,00 (onze mil quatrocentos e quarenta e oito reais), para todos os fins legais, considerando doze parcelas vincendas.\nTermos em que pede e espera deferimento. Lages (SC), 10 de abril de 2018.\nROSANA BARBOSA OAB/SC 33.336\nRua Humberto de Campos, 1305, Coral - CEP 88523-140. - Lages \u2013 Santa Catarina Fone/Fax: 0xx49-32227557 E-mail: rosanab.adv@hotmail.com\n12\n\n\f", "similar_texts_federais_bgem3": [ { "header": "Texto Similar 1 (C\u00edvel) - IdDocumentoCompleto: 5000293-84.2016.4.04.7206-721453901421858690230000000001", "text": "Pedrosa e Associados \u2013 Advocacia Especializada\n\nOAB/SC 941/2004\n\nEXCELENT\u00cdSSIMO (A). SR (A). DR (A). JUIZ (A). FEDERAL DO\n\nJUIZADO ESPECIAL DA SUBSE\u00c7\u00c3O JUDICI\u00c1RIA DE LAGES/SC\n\nVALDECI SCHMELLER DE OLIVEIRA, brasileiro, separado, serralheiro, portadora da Carteira de Identidade n\u00ba. 3.686.980, inscrita no CPF sob o n\u00ba. 019.068.489-55, residente e domiciliada na Rua Sempre Viva, n\u00ba 135, Bairro Penha, Lages/SC, por seu procurador infra firmado, vem perante V. Exa., com fulcro nos arts. 59 e 60 da Lei 8.213/91, propor a presente:\nA\u00c7\u00c3O DE BENEF\u00cdCIO PREVIDENCI\u00c1RIO\n(AUX\u00cdLIO-DOEN\u00c7A/APOSENTADORIA POR INVALIDEZ)\nCONTRA O INSS \u2013 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL, atrav\u00e9s de sua procuradoria regional localizada nesta circunscri\u00e7\u00e3o e comarca, pelos fundamentos f\u00e1tico-jur\u00eddicos que passa a expor e por fim requerer:\nRua Fausto de Souza, 235 \u2013 CEP 88502-210 \u2013 Lages \u2013 SC \u2013 www.pedrosa.adv.br \u2013 Fone/Fax (49) 3221-9800\n\n\fPedrosa e Associados \u2013 Advocacia Especializada DOS FATOS\n\nOAB/SC 941/2004\n\nO Autor requereu junto ao posto do INSS, o benef\u00edcio de Aux\u00edlioDoen\u00e7a (NB31/611.787.779-3) em 10/09/2015, qual restou indeferido \u201c...tendo em vista que a Per\u00edcia M\u00e9dica concluiu que n\u00e3o existe a incapacidade para o seu trabalho ou para a sua atividade habitual\u201d.\nAssim, considerando que n\u00e3o apresenta condi\u00e7\u00f5es ps\u00edquicas e neurol\u00f3gicas para o retorno ao trabalho, busca a tutela jurisdicional para que o direito ao benef\u00edcio seja reconhecido e implantado de maneira imediata.\n\nDA INCAPACIDADE LABORATIVA\n\nO Autor \u00e9 SERRALHEIRO, sendo que tal profiss\u00e3o exige demasiado esfor\u00e7o f\u00edsico bra\u00e7al, movimentos bruscos e repetitivos de bra\u00e7os, pernas e coluna, agachamentos, levantamentos de pesos, habilidade, concentra\u00e7\u00e3o, disposi\u00e7\u00e3o e manuseio de ferramental inerente \u00e0s profiss\u00f5es.\n\nReferidas atitudes tornam a jornada de trabalho intensa, cansativa e incompat\u00edvel com a patologia neurol\u00f3gica que apresenta:\n\n- EPILEPSIA \u2013 CID10 G40, doen\u00e7a que provoca repentinas convuls\u00f5es ou perda de consci\u00eancia, que surgem em intervalos irregulares de tempo.\n\u00c9 uma altera\u00e7\u00e3o tempor\u00e1ria e revers\u00edvel do funcionamento do c\u00e9rebro, que n\u00e3o tenha sido causada por febre, drogas ou dist\u00farbios metab\u00f3licos e se expressa por crises epil\u00e9pticas repetidas.1\nNo caso do Autor, conforme documenta\u00e7\u00e3o m\u00e9dica anexa aos autos, ficou constatado que:\n\n1 http://www.minhavida.com.br/saude/temas/epilepsia Rua Fausto de Souza, 235 \u2013 CEP 88502-210 \u2013 Lages \u2013 SC \u2013 www.pedrosa.adv.br \u2013 Fone/Fax (49) 3221-9800\n\n\fPedrosa e Associados \u2013 Advocacia Especializada\n\nOAB/SC 941/2004\n\n\u201cNECESSITA DE AFASTAMENTO POR TEMPO INDETERMINADO DAS ATIVIDADES TRABALHISTAS, PELO MOTIVO DE INCAPACIDADE DE EXERCER SUAS FUN\u00c7\u00d5ES, QUAISQUER FUN\u00c7\u00d5ES EM DECORR\u00caNCIA DE CRISES CONVULSIVAS DE DIF\u00cdCIL CONTROLE, PARCIALIS E GENERALIZADAS, PRATICAMENTE DI\u00c1RIAS, CO-MORBIDO TRANSTORNO DE ETILISMO DE DIFIC\u00cdLIMO CONTROLE, VAI AO CAPS (...) DOEN\u00c7A DE DIF\u00cdCIL CONTROLE, COMPROTAMENTO IMPREVIS\u00cdVEL\u201d.\n\nAs crises epil\u00e9pticas podem se manifestar de diferentes maneiras, tais como as que passa a descrever:\n\nCrise convulsiva (ataque epil\u00e9ptico) esta \u00e9 a mais comum, quando a pessoa pode cair ao ch\u00e3o, apresentar contra\u00e7\u00f5es musculares em todo o corpo, mordedura da l\u00edngua, saliva\u00e7\u00e3o intensa, respira\u00e7\u00e3o ofegante e, \u00e0s vezes, at\u00e9 urinar.\n\nCrise de aus\u00eancia (desligamentos), quando a pessoa fica com o olhar fixo, perde contato com o meio por alguns segundos.\n\nCrise parcial complexa, quando a pessoa fica alerta, quando a pessoa n\u00e3o tem controle de seus atos, fazendo movimentos autom\u00e1ticos e involunt\u00e1rios, a pessoa pode ficar mastigando, falando de modo incompreens\u00edvel ou andando sem dire\u00e7\u00e3o definida, por fim n\u00e3o se recorda do que aconteceu quando a crise termina.\n\nExistem outros tipos de crises que podem provocar quedas ao solo, sem nenhum movimento ou contra\u00e7\u00f5es ou, ent\u00e3o, ter percep\u00e7\u00f5es visuais ou auditivas estranhas ou, ainda, altera\u00e7\u00f5es transit\u00f3rias da mem\u00f3ria.\n\nO tratamento m\u00e9dico para esta patologia, consiste na preven\u00e7\u00e3o do aparecimento da crise, atrav\u00e9s do uso de medicamentos anti-epil\u00e9pticos, que necessitam de controles peri\u00f3dicos para ajustar as doses, de modo que os medicamentos utilizados sejam suficientemente eficazes para prevenir as crises e para que ao mesmo tempo n\u00e3o se produzam efeitos secund\u00e1rios desagrad\u00e1veis, como sonol\u00eancia e desaten\u00e7\u00e3o.\n\nRua Fausto de Souza, 235 \u2013 CEP 88502-210 \u2013 Lages \u2013 SC \u2013 www.pedrosa.adv.br \u2013 Fone/Fax (49) 3221-9800\n\n\fPedrosa e Associados \u2013 Advocacia Especializada\n\nOAB/SC 941/2004\n\nOs anticonvulsivos/antiepil\u00e9ticos funcionam suprimindo a ativa\u00e7\u00e3o\n\nr\u00e1pida e excessiva dos neur\u00f4nios durante convuls\u00f5es e tamb\u00e9m evitam que a convuls\u00e3o\n\nse espalhe pelo c\u00e9rebro. Importante destacar que o uso deste tipo de medica\u00e7\u00e3o, causa\n\nefeitos colaterais diversos, tais como sonol\u00eancia, ataxia e tontura etc, que incapacitam o\n\nportador para as atividades laborais, enquanto administrados.\n\nEm muitos casos h\u00e1 necessidade do uso da medica\u00e7\u00e3o por toda a vida, j\u00e1 em outros depois de 02 ou 03 anos de uso sem crises, pode haver a suspens\u00e3o do tratamento.\nAl\u00e9m do mais, a gravidade da doen\u00e7a acarreta aos portadores a necessidade de acompanhamento de terceiro, pois como as crises s\u00e3o inconstantes \u00e9 dif\u00edcil confiar-lhes afazeres simples.\n\nNo caso do Autor, o ETILISMO \u00e9 o que agrava ainda mais o seu estado f\u00edsico e ps\u00edquico, diminuindo a sua produtividade.\n\nNeste sentido, a Organiza\u00e7\u00e3o Mundial de Sa\u00fade considera o alcoolismo uma doen\u00e7a com componentes f\u00edsicos e mentais, avassaladores para a vida laborativa de qualquer cidad\u00e3o.\n\n\u00c9 sabido que o consumo significativo de \u00e1lcool ao longo do tempo provoca altera\u00e7\u00f5es fisiol\u00f3gicas na estrutura e composi\u00e7\u00e3o qu\u00edmica do c\u00e9rebro, como depend\u00eancia f\u00edsica e aumento da toler\u00e2ncia, o que faz com que o indiv\u00edduo necessite de consumir doses cada vez maiores de \u00e1lcool para atingir o efeito desejado.\n\nEstas altera\u00e7\u00f5es potencializam a incapacidade do alco\u00f3lico em deixar de beber e provocam s\u00edndrome de abstin\u00eancia quando o consumo \u00e9 interrompido.\n\nO abuso do \u00e1lcool n\u00e3o causa s\u00f3 preju\u00edzos f\u00edsicos com a sa\u00fade, mas tamb\u00e9m na vida familiar, social e profissional. Esta doen\u00e7a precisa de\nRua Fausto de Souza, 235 \u2013 CEP 88502-210 \u2013 Lages \u2013 SC \u2013 www.pedrosa.adv.br \u2013 Fone/Fax (49) 3221-9800\n\n\fPedrosa e Associados \u2013 Advocacia Especializada\n\nOAB/SC 941/2004\n\nacompanhamento multiprofissional, pois al\u00e9m da parte f\u00edsica (gastro, neuro, nefro,\n\ncardio) necessita de tratamento psicol\u00f3gico e psiqui\u00e1trico.\n\nO tratamento \u00e9 bastante delicado e longo, porquanto possui muitos passos, al\u00e9m disso, possui um acompanhamento direcionado a abstin\u00eancia que pode provocar v\u00e1rios problemas de sa\u00fade e ao controle/evitar reca\u00eddas.\n\nA desintoxica\u00e7\u00e3o deve ser cuidadosamente acompanhada e pode ser necess\u00e1rio o uso de medica\u00e7\u00e3o e ap\u00f3s este procedimento \u00e9 comum a frequ\u00eancia em terapia de grupo que auxiliam a pessoa a manter-se s\u00f3bria.\n\nO Autor faz acompanhamento no CAPS ad desde 2015, tendo passado por avalia\u00e7\u00e3o multiprofissional com terapia ocupacional, assistente social, educa\u00e7\u00e3o f\u00edsica e psicologia. Fez desintoxica\u00e7\u00e3o ambulatorial e participou de grupo de piscoeduca\u00e7\u00e3o em sa\u00fade e psicoterapia, o que demonstra que o Requerente est\u00e1 buscando tratamento para o seu problema de sa\u00fade.\n\nConforme ELETROENCEFALOGRAFIA, datado de 23/03/2015, o Autor apresentou \u201dSinais de sofrimento cerebral, com lentifica\u00e7\u00e3o do ritmo alfa posterior\u201d. Tal diagn\u00f3stico corrobora com tudo aquilo que foi alegado anteriormente.\n\nNeste sentido, em decis\u00e3o exemplar, o Tribunal Regional da Quarta Regi\u00e3o, concedeu auxilio doen\u00e7a a segurado portador de problemas ps\u00edquicos aliados ao uso de \u00e1lcool e drogas, fundamentando no RESGATE DA VIDA SAUD\u00c1VEL NA PLENA EXPRESS\u00c3O DA CIDADANIA E NO AMPARO ESTATAL PARA SUBSIDIAR TRATAMENTOS:\n\nPREVIDENCI\u00c1RIO. AUX\u00cdLIO-DOEN\u00c7A. REQUISITOS: QUALIDADE DE SEGURADO, CAR\u00caNCIA E MAL INCAPACITANTE TEMPOR\u00c1RIO. DOEN\u00c7AS PSIQUICAS ALIADAS AO USO DE \u00c1LCOOL E OUTRAS DROGAS. SEGURADO JOVEM. CONCESS\u00c3O JUSTIFICADA. MANUTEN\u00c7\u00c3O DO BENEF\u00cdCIO AT\u00c9 A SUPERA\u00c7\u00c3O DO QUADRO INCAPACITANTE. MUDAN\u00c7A DE PERSPECTIVA\nRua Fausto de Souza, 235 \u2013 CEP 88502-210 \u2013 Lages \u2013 SC \u2013 www.pedrosa.adv.br \u2013 Fone/Fax (49) 3221-9800\n\n\fPedrosa e Associados \u2013 Advocacia Especializada\n\nOAB/SC 941/2004\n\nNO TRATAMENTO DE DOEN\u00c7AS AT\u00c9 ENT\u00c3O ESTIGMATIZADAS. ESPERAN\u00c7A. CONSTITUCIONALISMO FRATERNO. 1. Quatro s\u00e3o os requisitos para a concess\u00e3o da aposentadoria por invalidez: a) a qualidade de segurado do requerente; b) o cumprimento da car\u00eancia de 12 contribui\u00e7\u00f5es mensais; c) a superveni\u00eancia de mol\u00e9stia incapacitante para o desenvolvimento de atividade laboral que garanta a subsist\u00eancia; e (d) o car\u00e1ter permanente da incapacidade. 2. Demonstrada a exist\u00eancia de impedimento tempor\u00e1rio para o trabalho, e sendo o segurado ainda bastante jovem, \u00e9 de ser reconhecido o direito ao pagamento das parcelas do aux\u00edlio-doen\u00e7a at\u00e9 a supera\u00e7\u00e3o do mal incapacitante. 3. Necessidade de mudan\u00e7a da perspectiva jur\u00eddica ao disciplinar a situa\u00e7\u00e3o de todos aqueles acometidos por doen\u00e7as graves que, at\u00e9 bem pouco tempo, eram consideradas como mau comportamento. Possibilidade de resgatar a vida saud\u00e1vel e a plena express\u00e3o da cidadania dos jovens perdidos nas drogas. Import\u00e2ncia do amparo estatal, tanto jur\u00eddico quanto financeiro, para subsidiar o prosseguimento dos tratamentos m\u00e9dicos indispens\u00e1veis \u00e0 recupera\u00e7\u00e3o da sa\u00fade f\u00edsica e mental dos jovens envolvidos no mundo das drogas. (TRF4 - Reexame Necess\u00e1rio C\u00edvel 5028788-10.2012.404.7100 UF: RS - Data da Decis\u00e3o: 23/04/2013 - Org\u00e3o Julgador: Quinta Turma - D.E. 25/04/2013 - Relatora Maria Isabel Pezzi Klein)\n\nDiante dos sintomas apresentados, principalmente pelo etilismo e pelas crises de epilepsia, \u00e9 inquestion\u00e1vel a INAPTID\u00c3O PARA A SUA PROFISS\u00c3O E PARA QUALQUER OUTRA, sendo necess\u00e1rio a concess\u00e3o do benef\u00edcio que pleiteia para a preserva\u00e7\u00e3o da sua integridade f\u00edsica e ps\u00edquica.\n\nPara melhor qualidade de vida, o Autor necessita de tratamento psiqui\u00e1trico, psicoterap\u00eautico e neurol\u00f3gico, consistente consultas peri\u00f3dicas e administra\u00e7\u00e3o de rem\u00e9dios que aliviam os sintomas, tratam as enfermidades.\n\n\u00c9 cedi\u00e7o que para que o Autor possa fazer os tratamentos de forma cont\u00ednua e eficaz, s\u00e3o necess\u00e1rias consultas peri\u00f3dicas, administra\u00e7\u00e3o correta e regular da medica\u00e7\u00e3o e realiza\u00e7\u00e3o constante de exames.\n\nOcorre o tratamento m\u00e9dico acarreta elevados gastos, os quais o Autor n\u00e3o suporta, acabando por interferir na continuidades dos tratamentos.\n\nA necessidade de AUX\u00cdLIO PREVIDENCI\u00c1RIO \u00e9 inquestion\u00e1vel, pois o Autor n\u00e3o apresenta condi\u00e7\u00e3o para o trabalho, ou seja, n\u00e3o \u00e9 capaz para o\n\nRua Fausto de Souza, 235 \u2013 CEP 88502-210 \u2013 Lages \u2013 SC \u2013 www.pedrosa.adv.br \u2013 Fone/Fax (49) 3221-9800\n\n\fPedrosa e Associados \u2013 Advocacia Especializada\n\nOAB/SC 941/2004\n\nexerc\u00edcio da sua profiss\u00e3o e n\u00e3o \u00e9 pass\u00edvel de reabilita\u00e7\u00e3o, devido a gravidade dos\n\nproblemas que apresenta.\n\nA APOSENTADORIA POR INVALIDEZ \u00e9 medida convergente ao presente caso, sen\u00e3o veja-se o entendimento jurisprudencial:\n\nPREVIDENCI\u00c1RIO. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. TRABALHADOR URBANO. CONTRIBUI\u00c7\u00c3O PREVIDENCI\u00c1RIA. EPILEPSIA. LAUDO PERICIAL CONCLUSIVO. INCAPACIDADE LABORAL PERMANENTE. 1. Concluindo a per\u00edcia m\u00e9dica pela incapacidade laborativa do autor, para o exerc\u00edcio de sua atividade de servente, por ser ele portador de epilepsia psicomotora, h\u00e1 de ser-lhe deferido o benef\u00edcio. 2. Atendimento do per\u00edodo de car\u00eancia necess\u00e1rio, 12 (doze) meses consecutivos anteriores ao requerimento do benef\u00edcio ou do ajuizamento da a\u00e7\u00e3o, para a concess\u00e3o da aposentadoria por invalidez, nos moldes previstos no art. 25, I, da Lei n\u00ba 8.213/91. 3. Apela\u00e7\u00e3o e remessa oficial improvidas. (TRF1 - 2\u00aa Turma Suplementar, 31 de Agosto de 2005 Apela\u00e7\u00e3o C\u00edvel n\u00ba 2000.01.00.069738-0 - Magistrado Respons\u00e1vel: Juiz Federal Carlos Augusto Pires Brandao)\nE:\nPREVIDENCI\u00c1RIO. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. EPILEPSIA. INCAPACIDADE LABORAL. 1. Tratando-se de aux\u00edlio-doen\u00e7a ou aposentadoria por invalidez, o Julgador firma sua convic\u00e7\u00e3o, via de regra, por meio da prova pericial. 2.Considerando as conclus\u00f5es dos dois peritos judiciais de que a parte autora est\u00e1 total e definitivamente incapacitada para o exerc\u00edcio de atividades laborativas, \u00e9 devido o benef\u00edcio de APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. 3. Quanto ao termo inicial, deve ser mantida a senten\u00e7a, uma vez que foi atrav\u00e9s do laudo pericial que restou comprovada a incapacidade definitiva do autor, o benef\u00edcio \u00e9 devido desde ent\u00e3o (21-06-2006), descontados os valores eventualmente percebidos a t\u00edtulo de aux\u00edlio-doen\u00e7a. (TRF-4 - AC: 319520104049999 SC 000003195.2010.404.9999, Relator: CELSO KIPPER, Data de Julgamento: 10/03/2010, SEXTA TURMA, Data de Publica\u00e7\u00e3o: D.E. 18/03/2010)\nDeste modo, analisando o quadro cl\u00ednico do Autor, percebe-se que\ndepende muito deste amparo previdenci\u00e1rio para que possa dar continuidade ao\ntratamento que vem realizando, objetivando a melhora cl\u00ednica, bem como melhores\ncondi\u00e7\u00f5es de vida.\nDO DIREITO\n\ndisposto:\n\nO aux\u00edlio-doen\u00e7a est\u00e1 previsto no art. 59 da Lei 8.213/91, assim\n\nRua Fausto de Souza, 235 \u2013 CEP 88502-210 \u2013 Lages \u2013 SC \u2013 www.pedrosa.adv.br \u2013 Fone/Fax (49) 3221-9800\n\n\fPedrosa e Associados \u2013 Advocacia Especializada\n\nOAB/SC 941/2004\n\nArt. 59 - O aux\u00edlio-doen\u00e7a ser\u00e1 devido ao segurado que, havendo cumprido, quando for o caso, o per\u00edodo de car\u00eancia exigido nesta Lei, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos. (Grifei)\n\n\u00c9 importante lembrar que o art. 60 e 62 da Lei 8. 213/91 garantem o aux\u00edlio doen\u00e7a ao segurado at\u00e9 a plena recupera\u00e7\u00e3o de sua incapacidade ou at\u00e9 que se adapte a um novo emprego que lhe garanta a sua subsist\u00eancia:\n\nArt. 60. O aux\u00edlio-doen\u00e7a ser\u00e1 devido ao segurado empregado a contar do 16\u00ba (d\u00e9cimo sexto) dia do afastamento da atividade, e no caso dos demais segurados, a contar da data do in\u00edcio da incapacidade e enquanto ele permanecer incapaz. (...) Art. 62. O segurado em gozo de aux\u00edlio-doen\u00e7a, insuscept\u00edvel de recupera\u00e7\u00e3o para sua atividade habitual, dever\u00e1 submeter-se a processo de reabilita\u00e7\u00e3o profissional para o exerc\u00edcio de outra atividade. N\u00e3o cessar\u00e1 o benef\u00edcio at\u00e9 que lhe seja dado como habilitado para o desempenho de nova atividade que lhe garanta a subsist\u00eancia ou, quando considerado n\u00e3o-recuper\u00e1vel, for aposentado por invalidez. (Grifo Nosso)\n\nda Lei 8.213/91:\n\nJ\u00e1 o benef\u00edcio de Aposentadoria por Invalidez est\u00e1 previsto no art. 42\n\nArt. 42 \u2013 A aposentadoria por invalidez, uma vez cumprida, quando for o caso, a car\u00eancia exigida, ser\u00e1 devida ao segurado que, estando ou n\u00e3o em gozo de aux\u00edlio-doen\u00e7a, for considerado incapaz e insuscept\u00edvel de reabilita\u00e7\u00e3o para o exerc\u00edcio de atividade que lhe garanta a subsist\u00eancia, e ser-lhe-\u00e1 paga enquanto permanecer nesta condi\u00e7\u00e3o.\n\u00c9 inquestion\u00e1vel a necessidade e o direito do Autor em ter a implanta\u00e7\u00e3o do Benef\u00edcio ora pleiteado, pois somente com referido aux\u00edlio poder\u00e1 dar continuidade ao tratamento m\u00e9dico e acima de tudo arcar com sua pr\u00f3pria subsist\u00eancia, j\u00e1 que n\u00e3o apresenta condi\u00e7\u00f5es financeiras para tanto.\n\nISTO POSTO, REQUER:\n\na) A PROCED\u00caNCIA TOTAL DOS PEDIDOS, com o reconhecimento da incapacidade para as atividades habituais do Autor, com a condena\u00e7\u00e3o do INSS a IMPLANTAR o benef\u00edcio de Aux\u00edlio \u2013 Doen\u00e7a at\u00e9 plena recupera\u00e7\u00e3o, ou em definitivo, convertendo o benef\u00edcio em Aposentadoria por\nRua Fausto de Souza, 235 \u2013 CEP 88502-210 \u2013 Lages \u2013 SC \u2013 www.pedrosa.adv.br \u2013 Fone/Fax (49) 3221-9800\n\n\fPedrosa e Associados \u2013 Advocacia Especializada\n\nOAB/SC 941/2004\n\nInvalidez; bem como ao pagamento dos valores atrasados, desde a data do\n\nrequerimento administrativo (10/09/2015), com juros de mora de 12% ao ano e corre\u00e7\u00e3o\n\nmonet\u00e1ria das presta\u00e7\u00f5es vencidas, acrescidas de custas e despesas;\n\nb) Determinar a cita\u00e7\u00e3o do INSS, para, querendo, contestar a presente a\u00e7\u00e3o, sob pena de revelia;\n\nc) Os benef\u00edcios da Gratuidade de Justi\u00e7a, ante hipossufici\u00eancia do Autor, n\u00e3o tendo como arcar com custas processuais sem agravamento da sua sobreviv\u00eancia, com fulcro no Artigo 5\u00ba, LXXIV da Constitui\u00e7\u00e3o Federal;\n\nd) A produ\u00e7\u00e3o de provas, notadamente as colacionadas aos autos,\nbem como a realiza\u00e7\u00e3o de Per\u00edcia M\u00e9dica com Especialista na \u00e1rea das Enfermidades\n(neurologia e psiquiatria), apresentando desde j\u00e1 os seguintes quesitos:\n1) O paciente possui algum tipo de doen\u00e7a/les\u00e3o? Especificar qual CID10. 2) Que tipo de atividades esta doen\u00e7a restringe? 3) Tem como ser fixada a data de in\u00edcio da incapacidade? 4) \u00c9 poss\u00edvel precisar se na data do requerimento administrativo (10/09/2015), o paciente estava apto a desempenhar sua profiss\u00e3o de SERRALHEIRO? 4) E atualmente, o paciente encontra-se incapaz para o trabalho? 6) A incapacidade apresentada, \u00e9 total ou parcial? Permanente ou tempor\u00e1ria? 7) Sendo tempor\u00e1ria, \u00e9 poss\u00edvel determinar uma data limite prov\u00e1vel para esta incapacidade? Quais cuidados/tratamentos deve realizar para sua plena recupera\u00e7\u00e3o? 8) A doen\u00e7a/les\u00e3o apresentada, gera limita\u00e7\u00e3o/diminui\u00e7\u00e3o de capacidade laborativa/funcional? Se sim, essa limita\u00e7\u00e3o \u00e9 permanente ou tempor\u00e1ria? 9) Sendo total ou permanente a incapacidade, \u00e9 aconselh\u00e1vel Aposentadoria por Invalidez? 10) H\u00e1 necessidade de realiza\u00e7\u00e3o/apresenta\u00e7\u00e3o de outros exames/laudos para averigua\u00e7\u00e3o tanto de suas doen\u00e7a/les\u00e3o quanto sua incapacidade laborativa pelo perito judicial? 11) O Autor toma alguma medica\u00e7\u00e3o? Esta \u00e9 dispens\u00e1vel ou imprescind\u00edvel para o tratamento? A medica\u00e7\u00e3o tem algum efeito colateral que interfira na capacidade laborativa? 12) Para conclus\u00e3o pericial, foram considerados quais documentos m\u00e9dicos?\ne) Ap\u00f3s realiza\u00e7\u00e3o da per\u00edcia m\u00e9dica, a imediata implanta\u00e7\u00e3o do\nbenef\u00edcio cessado indevidamente, sob os arestos da TUTELA ANTECIPADA, ante o\npreenchimento dos requisitos legais, que sejam, mediante prova inequ\u00edvoca da\n\nRua Fausto de Souza, 235 \u2013 CEP 88502-210 \u2013 Lages \u2013 SC \u2013 www.pedrosa.adv.br \u2013 Fone/Fax (49) 3221-9800\n\n\fPedrosa e Associados \u2013 Advocacia Especializada\n\nOAB/SC 941/2004\n\nincapacidade, do car\u00e1ter alimentar do benef\u00edcio, e no perigo da demora do provimento\n\nfinal, ante a necessidade de custear gastos com medica\u00e7\u00e3o e aux\u00edlio \u00e0 fam\u00edlia.\n\nD\u00e1-se \u00e0 causa o valor estimado de R$ 3.250,00 (tr\u00eas mil duzentos e cinquenta reais).\n\nNestes termos pede deferimento.\n\nLages/SC, 27 de janeiro de 2016.\n\nRua Fausto de Souza, 235 \u2013 CEP 88502-210 \u2013 Lages \u2013 SC \u2013 www.pedrosa.adv.br \u2013 Fone/Fax (49) 3221-9800\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 2 (C\u00edvel) - IdDocumentoCompleto: 5006573-42.2014.4.04.7206-721405515321907650250000000001", "text": "GUILHERME AUGUSTO DA ROSA OAB/SC 21.726\nJO\u00c3O AL\u00c9CIO DE S\u00c1 J\u00daNIOR OAB/SC 22.531\nEXCELENT\u00cdSSIMO SENHOR JUIZ FEDERAL DA 2\u00aa VARA FEDERAL DE LAGES-SC.\nMARLETE HASSE, brasileira, divorciada, agricultora, portadora da c\u00e9dula de identidade n\u00ba 3.374.200 e inscrito no CPF sob n\u00ba 028.657.579-51, residente e domiciliada na Rua Frontino Vieira de Souza, atr\u00e1s do secador, n\u00ba 109, Bairro Bela Vista, Bom Retiro \u2013 SC, por seus advogados (procura\u00e7\u00e3o anexa), com endere\u00e7o profissional disposto do rodap\u00e9 da presente, vem respeitosamente perante Vossa Excel\u00eancia com fundamento na Lei 8.213/91 e C\u00f3digo de Processo Civil propor a presente:\nA\u00c7\u00c3O DE RESTABELECIMENTO DE BENEF\u00cdCIO PREVIDENCI\u00c1RIO (AUX\u00cdLIO DOEN\u00c7A) c/c com pedido de APOSENTADORIA POR INVALIDEZ\nem face do INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL \u2013 INSS, com endere\u00e7o para cita\u00e7\u00e3o na rua Governador Jorge Lacerda, 126, Centro, CEP 88501-120, Lages - SC, na pessoa de seu representante legal pelas raz\u00f5es de fato e de direito que passa expor:\nAS RAZ\u00d5ES F\u00c1TICAS QUE JUSTIFICAM O RESTABELECIMENTO DO BENEF\u00cdCIO PREVIDENCI\u00c1RIO:\nA parte REQUERENTE \u00e9 portadora de diversas patologias consoante se observa no incluso atestado m\u00e9dico em anexo.\nDiante da sua total incapacidade laborativa, decorr\u00eancia l\u00f3gica das m\u00faltiplas patologias que acometem a parte REQUERENTE, dirigiu-se a uma das ag\u00eancias do instituto\nP\u00e1gina 1 de 6 Rua Emiliano Ramos, 399, sala 03 \u2013 Centro \u2013 Lages - SC - CEP 88502-215\nTel.: (49) 3223-6825 \u2013 9951-8007/9915-4036\n\n\fGUILHERME AUGUSTO DA ROSA OAB/SC 21.726\nJO\u00c3O AL\u00c9CIO DE S\u00c1 J\u00daNIOR OAB/SC 22.531\nora REQUERIDO para solicitar a concess\u00e3o de benef\u00edcio aux\u00edlio-doen\u00e7a previdenci\u00e1rio, sendo que ap\u00f3s realiza\u00e7\u00e3o de per\u00edcia m\u00e9dica lhe fora deferido o benef\u00edcio AUX\u00cdLIO-DOEN\u00c7A PREVIDENCI\u00c1RIO (31) sob n\u00ba 605.672.435-6, quando ap\u00f3s reavalia\u00e7\u00e3o cl\u00ednica, conclui-se pela \u201cn\u00e3o constata\u00e7\u00e3o de incapacidade laborativa\u201d.\nOra, uma per\u00edcia nestes moldes n\u00e3o possui o cond\u00e3o de avaliar o verdadeiro estado cl\u00ednico do benefici\u00e1rio, e sim, burlar o regulamento e obrigar o paciente a ocupar novamente suas fun\u00e7\u00f5es laborais como forma de evitar que o instituto ora REQUERIDO efetue o pagamento do benef\u00edcio \u00e0 parte REQUERENTE.\nDesta forma, conclui-se pela total e permanente incapacidade laborativa do REQUERENTE, eis que se encontra com sua sa\u00fade debilitada, conforme faz prova toda a documenta\u00e7\u00e3o em anexo, verificando desta forma, que houve somente um motivo para o indeferimento do benef\u00edcio: \u201cevitar que mais um benefici\u00e1rio fizesse jus aos seus direitos perante o INSS\u201d.\nDO DIREITO:\nA parte REQUERENTE fundamenta seu pedido com base na Lei 8.213/91, mais precisamente em seu artigo 59 que assim disp\u00f5e:\nArt. 59. O aux\u00edlio doen\u00e7a ser\u00e1 devido ao segurado que, havendo cumprido, quando for o caso o per\u00edodo de car\u00eancia exigido nesta Lei, ficar incapacitado para o trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos. (Grifou-se)\nE ainda, o artigo 60 e 62 da Lei 8.213/91 garantem o aux\u00edlio-doen\u00e7a ao segurado at\u00e9 a plena recupera\u00e7\u00e3o de sua incapacidade ou at\u00e9 que se adapte a um novo emprego que lhe garanta a subsist\u00eancia.\nArt. 60. O aux\u00edlio-doen\u00e7a ser\u00e1 devido ao segurado empregado a contar do 16\u00ba(d\u00e9cimo sexto) dia do afastamento da atividade, e, no caso dos demais segurados, a contar da data do in\u00edcio da incapacidade e enquanto ele permanecer incapaz. (Grifou-se)\nP\u00e1gina 2 de 6 Rua Emiliano Ramos, 399, sala 03 \u2013 Centro \u2013 Lages - SC - CEP 88502-215\nTel.: (49) 3223-6825 \u2013 9951-8007/9915-4036\n\n\fGUILHERME AUGUSTO DA ROSA OAB/SC 21.726\nJO\u00c3O AL\u00c9CIO DE S\u00c1 J\u00daNIOR OAB/SC 22.531\n\nArt. 62. O segurado em gozo de aux\u00edlio-doen\u00e7a,\n\ninsuscept\u00edvel de recupera\u00e7\u00e3o para a sua atividade\n\nhabitual, dever\u00e1 submeter-se a processo de\n\nreabilita\u00e7\u00e3o profissional para o exerc\u00edcio de\n\noutra atividade. N\u00e3o cessar\u00e1 o benef\u00edcio at\u00e9 que\n\nseja dado como habilitado para o desempenho de\n\nnova atividade que lhe garanta a subsist\u00eancia ou,\n\nquando\n\nconsiderado\n\nn\u00e3o-recuper\u00e1vel,\n\nfor\n\naposentado por invalidez. (Grifou-se)\n\nCom muita propriedade o douto S\u00e9rgio Pinto Martins tra\u00e7a as seguintes explana\u00e7\u00f5es sobre o assunto:\n\nCessar\u00e1 o aux\u00edlio-doen\u00e7a quando houver recupera\u00e7\u00e3o da capacidade do trabalho, pela transforma\u00e7\u00e3o em aposentadoria por invalidez, com a morte do segurado, ou aux\u00edlio acidente de qualquer natureza, desde que nesse caso resulte\nseq\u00fcela que implique redu\u00e7\u00e3o da capacidade funcional. N\u00e3o h\u00e1 um prazo m\u00e1xima para a concess\u00e3o do aux\u00edlio- doen\u00e7a.(Grifou-se)\n\nNo caso em comento, esclare\u00e7a-se que n\u00e3o ocorreu qualquer desses fatos, ou seja, a parte REQUERENTE n\u00e3o est\u00e1 capacitada para o trabalho, nem houve a transforma\u00e7\u00e3o do benef\u00edcio para aposentadoria por invalidez, n\u00e3o restando d\u00favidas que o INDEFERIMENTO do benef\u00edcio foi INJUSTO, ILEGAL e ARBITR\u00c1RIO.\nA corroborar o exposto acima insta transcrever o entendimento que o Tribunal Regional Federal da 4\u00aa Regi\u00e3o vem assumindo diante da mat\u00e9ria sub examine.\n\nPREVIDENCI\u00c1RIO. RESTABELECIMENTO DE AUX\u00cdLIODOEN\u00c7A. CONVERS\u00c3O EM APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. CONSECT\u00c1RIOS. ANTECIPA\u00c7\u00c3O DE TUTELA MANTIDA. [...] 2. Se o laudo pericial conclui que a parte autora est\u00e1 incapacitada para o trabalho porque portadora de Espondilopatia e Discopatia Degenerativa, conclui-se que faz jus ao restabelecimento do benef\u00edcio de aux\u00edlio-doen\u00e7a, o restabelecimento do benef\u00edcio de aux\u00edlio-doen\u00e7a desde o indevido cancelamento, convertendo-o em aposentadoria por invalidez a partir da realiza\u00e7\u00e3o da per\u00edcia m\u00e9dica, com o pagamento das\nP\u00e1gina 3 de 6\nRua Emiliano Ramos, 399, sala 03 \u2013 Centro \u2013 Lages - SC - CEP 88502-215\nTel.: (49) 3223-6825 \u2013 9951-8007/9915-4036\n\n\fGUILHERME AUGUSTO DA ROSA OAB/SC 21.726\nJO\u00c3O AL\u00c9CIO DE S\u00c1 J\u00daNIOR OAB/SC 22.531\nparcelas em atraso, descontados pagamentos a esse t\u00edtulo, ou a t\u00edtulo de aux\u00edlio-doen\u00e7a. [...] (TRF4, AC 2007.71.99.010447-2/RS, Quinta Turma, Rel. Fernando Quadros da Silva, j. 09-032010) (Grifou-se)\nAdemais, torna-se evidente o direito da parte REQUERENTE ao restabelecimento do seu benef\u00edcio AUX\u00cdLIODOEN\u00c7A PREVIDENCI\u00c1RIO (31) desde a data do injusto cancelamento, uma vez que est\u00e1 totalmente incapacitada de retornar suas atividades laborais devido ao seu s\u00e9rio quadro cl\u00ednico.\nDO C\u00c1LCULO DO BENEF\u00cdCIO:\nSegundo o comando inserto no artigo 29, II da Lei 8.213/91 o sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio consiste:\nArt. 29. O sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio consiste: [...] II \u2013 para os benef\u00edcios de que tratam as al\u00edneas a,d, e e h do inciso I do art. 18, na m\u00e9dia aritm\u00e9tica simples dos maiores sal\u00e1rios-decontribui\u00e7\u00e3o correspondentes a 80% (oitenta por cento) de todo o per\u00edodo contributivo. (Grifouse)\nEm suma n\u00e3o h\u00e1 duvidas que deve ser aplicada a m\u00e9dia aritm\u00e9tica simples dos maiores sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o correspondente a 80% (oitenta por cento) de todo o per\u00edodo contributivo, desde 07-1994, e n\u00e3o em rela\u00e7\u00e3o a todos os sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o, 100% (cem por cento), encontrados desde 07-1994.\nDA JUSTI\u00c7A GRATUITA:\nA parte REQUERENTE n\u00e3o possui meios de arcar com custas processuais sem preju\u00edzo do sustento pr\u00f3prio e sua fam\u00edlia, e ainda por n\u00e3o estar recebendo qualquer tipo de remunera\u00e7\u00e3o diante da injusta cessa\u00e7\u00e3o do benef\u00edcio previdenci\u00e1rio anteriormente concedido, requer sejam concedidos os benef\u00edcios da JUSTI\u00c7A GRATUITA conforme Lei 1.060/50.\nP\u00e1gina 4 de 6 Rua Emiliano Ramos, 399, sala 03 \u2013 Centro \u2013 Lages - SC - CEP 88502-215\nTel.: (49) 3223-6825 \u2013 9951-8007/9915-4036\n\n\fGUILHERME AUGUSTO DA ROSA OAB/SC 21.726\nJO\u00c3O AL\u00c9CIO DE S\u00c1 J\u00daNIOR OAB/SC 22.531\nDA NECESSIDADE DE JUNTADA DOS DOCUMENTOS CONSTANTES NO PROCESSO ADMINISTRATIVO DE CONCESS\u00c3O DE BENEF\u00cdCIO:\nQue seja determinado que o instituto ora REQUERIDO na primeira oportunidade em que se pronunciar nos autos apresente o processo de concess\u00e3o de benef\u00edcio previdenci\u00e1rio 605.672.435-6 \u2013 segundo o comando inserto no artigo 11 da Lei 10.259/01 \u2013 sob pena de fixa\u00e7\u00e3o de multa di\u00e1ria nos termos do artigo 287 c/c artigo 461, \u00a7 4\u00ba do C\u00f3digo de Processo Civil a ser fixada por este respeit\u00e1vel ju\u00edzo.\nREQUERIMENTOS:\nDiante do exposto REQUER se digne Vossa Excel\u00eancia:\na) a cita\u00e7\u00e3o do REQUERIDO, no endere\u00e7o preambularmente indicado para, querendo contestar a presente a\u00e7\u00e3o no prazo legal, sob os efeitos da revelia e confiss\u00e3o quanto a mat\u00e9ria de fato;\nb) Seja ao final, o INSS condenado a RESTABELECER o benef\u00edcio AUX\u00cdLIO-DOEN\u00c7A PREVIDENCI\u00c1RIO (31) n\u00ba 605.672.435-6 e ao pagamento dos valores atrasados, desde a data da injusta cessa\u00e7\u00e3o do benef\u00edcio at\u00e9 plena recupera\u00e7\u00e3o da parte REQUERENTE, ou em definitivo, convertendo o aux\u00edlio-doen\u00e7a em aposentadoria por invalidez, com a incid\u00eancia de juros de mora de 12% ao ano e corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria das presta\u00e7\u00f5es vencidas, acrescidas de custas e despesas, bem como ao pagamento de honor\u00e1rios advocat\u00edcios a serem fixados por Vossa Excel\u00eancia;\nc) REQUER, outrossim, a determina\u00e7\u00e3o para que o instituto ora REQUERIDO na primeira oportunidade em que se pronunciar nos autos apresente o processo de concess\u00e3o de benef\u00edcio previdenci\u00e1rio n\u00ba 605.672.435-6 \u2013 segundo o comando inserto no artigo 11 da Lei 10.259/01 \u2013 sob pena de fixa\u00e7\u00e3o de multa di\u00e1ria nos termos do artigo 287 c/c artigo 461 , \u00a7 4\u00ba do C\u00f3digo de Processo Civil a ser fixada por este respeit\u00e1vel ju\u00edzo;\nd) Seja concedida a parte REQUERENTE os benef\u00edcios da JUSTI\u00c7A GRATUITA, nos termos do artigo 5\u00ba, inciso LXXIV da Constitui\u00e7\u00e3o Federal e da Lei n\u00ba 1.060/50, eis que a mesma n\u00e3o possui condi\u00e7\u00f5es financeiras de arcar com as despesas\nP\u00e1gina 5 de 6 Rua Emiliano Ramos, 399, sala 03 \u2013 Centro \u2013 Lages - SC - CEP 88502-215\nTel.: (49) 3223-6825 \u2013 9951-8007/9915-4036\n\n\fGUILHERME AUGUSTO DA ROSA OAB/SC 21.726\nJO\u00c3O AL\u00c9CIO DE S\u00c1 J\u00daNIOR OAB/SC 22.531\nprocessuais sem preju\u00edzo do seu pr\u00f3prio sustento e sua fam\u00edlia;\ne) A produ\u00e7\u00e3o de todos os meios de provas em direito admitidas, notadamente as colacionadas aos autos, bem como a realiza\u00e7\u00e3o de per\u00edcia, por m\u00e9dico especialista em ortopedia/traumatologia, apresentando desde j\u00e1 os seguintes quesitos:\n1) Qual o mal da parte REQUERENTE? 2) A parte REQUERENTE refere algum tipo de dor? Padece de crises habituais? 3) Este mal gera incapacidade total e permanente para o trabalho? Em caso negativo, se gera incapacidade tempor\u00e1ria para o trabalho? 4) Sendo tempor\u00e1ria a incapacidade, pode ser determinado o tempo para a sua plena recupera\u00e7\u00e3o? 5) A parte REQUERENTE tem que tomar que tipos de cuidados para sua recupera\u00e7\u00e3o? 6) A parte REQUERENTE necessita de tratamento ou medica\u00e7\u00e3o para sua plena recupera\u00e7\u00e3o? 7) A parte REQUERENTE pode desenvolver normalmente e com seguran\u00e7a todas as atribui\u00e7\u00f5es de sua atividade laborativa?\nf) para apura\u00e7\u00e3o do sal\u00e1rio de benef\u00edcio caso deferido, sejam considerados apenas os 80% (oitenta por cento) dos maiores sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o constantes no Per\u00edodo de Base de C\u00e1lculo, desconsiderando os 20% (vinte por cento) menores, segundo o comando inserto no artigo 29, II da Lei 8.213/91;\nVALOR DA CAUSA:\nD\u00e1 \u00e0 causa o valor de R$ 1.000,00 (mil reais) para efeitos de al\u00e7ada\nTermos em que pede deferimento.\nLages, 16 de julho de 2014.\n\nGuilherme Augusto da Rosa OAB/SC 21.726\n\nJo\u00e3o Al\u00e9cio de S\u00e1 J\u00fanior OAB/SC 22.531\n\nP\u00e1gina 6 de 6\n\nRua Emiliano Ramos, 399, sala 03 \u2013 Centro \u2013 Lages - SC - CEP 88502-215 Tel.: (49) 3223-6825 \u2013 9951-8007/9915-4036\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 3 (C\u00edvel) - IdDocumentoCompleto: 5007563-91.2018.4.04.7206-721539885431045470268787170131", "text": "Roberto Pereira\nOAB/SC 40.106\nFernando Camargo\nOAB/SC 37.356\nEXCELENT\u00cdSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DE DIREITO DA VARA FEDERAL DE LAGES/SC\nSANDRA APARECIDA ANTUNES, brasileiro(a), vi\u00fava, cuidadora de idosos e diarista, RG n. 2.475.584 e CPF n. 020.565.019-88, residente e domiciliado(a) na Rua Osvaldo Besses, 66, Bairro Tri\u00e2ngulo, CEP. 88504-375, Lages-SC, por seus advogados (procura\u00e7\u00e3o anexa), com endere\u00e7o profissional e eletr\u00f4nico transcrito no rodap\u00e9 desta, vem respeitosamente \u00e0 presen\u00e7a de Vossa Excel\u00eancia, propor\nA\u00c7\u00c3O PREVIDENCI\u00c1RIA\nem face do INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS, Autarquia Federal, com sede na Rua Governador Jorge Lacerda, 126, Centro, CEP. 88.501-120, Lages-SC, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos:\nI. FATOS\nConforme documenta\u00e7\u00e3o acostada, a Autora se encontra incapacitada para o trabalho, pois apresenta ruptura completa do manguito rotador do ombro direito. CIDs: M 75.1.\nCal\u00e7ad\u00e3o T\u00falio Fiuza de Carvalho, 71, 5\u00ba Andar, Sala 503, Edif\u00edcio A Cutia, CEP. 88502-904, Centro, Lages-SC www.camargopereira.com.br - camargoepereira@hotmail.com\nEscrit\u00f3rio: (49) 3223 9554 | Dr. Roberto Pereira: (49) 99200 8866 | Dr. Fernando Camargo: (49) 99103 1203\n\n\fRoberto Pereira\nOAB/SC 40.106\nFernando Camargo\nOAB/SC 37.356\nAs referidas doen\u00e7as incapacitam a parte Autora para o trabalho por tempo indeterminado (conforme comprovam os documentos anexos). Apesar do uso de vasta medica\u00e7\u00e3o e tratamento fisioter\u00e1pico, n\u00e3o h\u00e1 melhora do quadro m\u00f3rbido da Autora que j\u00e1 se prolonga por meses.\nAinda, a mesma est\u00e1 aguardando cirurgia pelo SUS, conforme comprova-se por documentos anexos. Os m\u00e9dicos que acompanham o quadro cl\u00ednico da Autora atestam que a mesma encontra-se incapacitada para o trabalho (atestados anexos).\nPor esses motivos a Autora requereu administrativamente o benef\u00edcio de aux\u00edlio doen\u00e7a com DER em 17/07/2018, NB 31/623993954-8, o qual foi indeferido pelo INSS (decis\u00e3o anexa).\nA decis\u00e3o do INSS, indeferindo o benef\u00edcio, destoa totalmente da realidade f\u00e1tica vivida pela Autora, como demonstra os atestados m\u00e9dicos anexados a presente inicial, uma vez que a mesma encontra-se totalmente impossibilitado de exercer suas atividades habituais.\nAssim sendo, e pelos fundamentos a seguir, a mesma faz jus ao benef\u00edcio previdenci\u00e1rio de aux\u00edlio-doen\u00e7a ou aposentadoria por invalidez.\nII. FUNDAMENTOS\nCal\u00e7ad\u00e3o T\u00falio Fiuza de Carvalho, 71, 5\u00ba Andar, Sala 503, Edif\u00edcio A Cutia, CEP. 88502-904, Centro, Lages-SC www.camargopereira.com.br - camargoepereira@hotmail.com\nEscrit\u00f3rio: (49) 3223 9554 | Dr. Roberto Pereira: (49) 99200 8866 | Dr. Fernando Camargo: (49) 99103 1203\n\n\fRoberto Pereira\nOAB/SC 40.106\nFernando Camargo\nOAB/SC 37.356\nA Constitui\u00e7\u00e3o Federal de 1988 em seu art. 196 disp\u00f5e que a sa\u00fade \u00e9 direito de todos e dever do Estado, garantido atrav\u00e9s de pol\u00edticas sociais e econ\u00f4micas que visem \u00e0 redu\u00e7\u00e3o do risco e de outros agravos e ao acesso universal e igualit\u00e1rio \u00e0s a\u00e7\u00f5es e servi\u00e7os para sua promo\u00e7\u00e3o, prote\u00e7\u00e3o e recupera\u00e7\u00e3o.\nE, ainda, em seu art. 201, I, estabelece que os planos de previd\u00eancia social, nos termos da Lei, atender\u00e3o a cobertura dos eventos de doen\u00e7a e/ou invalidez, no caso em tela, os resultantes de incapacidade para o trabalho.\nA concess\u00e3o do aux\u00edlio\u2013doen\u00e7a depende do preenchimento de dois requisitos b\u00e1sicos, quais sejam: qualidade de segurado no Regime Geral da Previd\u00eancia Social e incapacidade para o trabalho ou atividade habitual.\nAssim estabelece os artigos 59 e 60, da lei 8.213/91:\nArt. 59. O aux\u00edlio-doen\u00e7a ser\u00e1 devido ao segurado que, havendo cumprido, quando for o caso, o per\u00edodo de car\u00eancia exigido nesta Lei, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos. [...]\nArt. 60. O aux\u00edlio-doen\u00e7a ser\u00e1 devido ao segurado empregado a contar do d\u00e9cimo sexto dia do afastamento da atividade, e, no caso dos demais segurados, a contar da data do in\u00edcio da incapacidade e enquanto ele permanecer incapaz. \u00a7 1\u00ba Quando requerido por segurado afastado da atividade por mais de 30\nCal\u00e7ad\u00e3o T\u00falio Fiuza de Carvalho, 71, 5\u00ba Andar, Sala 503, Edif\u00edcio A Cutia, CEP. 88502-904, Centro, Lages-SC www.camargopereira.com.br - camargoepereira@hotmail.com\nEscrit\u00f3rio: (49) 3223 9554 | Dr. Roberto Pereira: (49) 99200 8866 | Dr. Fernando Camargo: (49) 99103 1203\n\n\fRoberto Pereira\nOAB/SC 40.106\nFernando Camargo\nOAB/SC 37.356\n(trinta) dias, o aux\u00edlio-doen\u00e7a ser\u00e1 devido a contar da data da entrada do requerimento.\nComo visto, resta claro o direito da Autora ao\nbenef\u00edcio, pois a mesma \u00e9 portadora de problemas de sa\u00fade,\nque o impossibilitam de exercer atividade laboral e/ou\nhabitual.\nE, na hip\u00f3tese de constata\u00e7\u00e3o da incapacidade\ndefinitiva para qualquer atividade laborativa o artigo 62\nda Lei n. 8.213/91 determina que:\nO segurado em gozo de aux\u00edlio-doen\u00e7a, insuscept\u00edvel de recupera\u00e7\u00e3o para sua atividade habitual, dever\u00e1 submeter-se a processo de reabilita\u00e7\u00e3o profissional para o exerc\u00edcio de outra atividade. N\u00e3o cessar\u00e1 o benef\u00edcio at\u00e9 que seja dado como habilitado para o desempenho de nova atividade que lhe garanta a subsist\u00eancia ou, quando considerado n\u00e3o-recuper\u00e1vel, for aposentado por invalidez.\nNo mesmo sentido \u00e9 a jurisprud\u00eancia:\nPREVIDENCI\u00c1RIO. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. REQUISITOS ATENDIDOS. QUALIDADE DE SEGURADO. PER\u00cdODO DE CAR\u00caNCIA. INCAPACIDADE. TOTAL E PERMANENTE. CONSISTENTE PROVA. OFENSA \u00c0 COISA JULGADA N\u00c3O CONFIGURADA. RENDA MENSAL. ART. 44 DA LEI N\u00ba 8.213/91. IMPLANTA\u00c7\u00c3O DO BENEF\u00cdCIO. 1. N\u00e3o havendo a configura\u00e7\u00e3o de identidade entre os pedidos e os quadros f\u00e1ticos apresentados nas a\u00e7\u00f5es previdenci\u00e1rias apontadas pelo suscitante (a primeira com o tr\u00e2nsito em julgado anterior ao ajuizamento da segunda), n\u00e3o resta caracterizada, na esp\u00e9cie, a coisa julgada 2. S\u00e3o tr\u00eas os requisitos para a concess\u00e3o dos benef\u00edcios por incapacidade: a) a qualidade de segurado; b) o cumprimento do per\u00edodo de car\u00eancia de 12 contribui\u00e7\u00f5es mensais; c) a incapacidade para o trabalho, de\nCal\u00e7ad\u00e3o T\u00falio Fiuza de Carvalho, 71, 5\u00ba Andar, Sala 503, Edif\u00edcio A Cutia, CEP. 88502-904, Centro, Lages-SC www.camargopereira.com.br - camargoepereira@hotmail.com\nEscrit\u00f3rio: (49) 3223 9554 | Dr. Roberto Pereira: (49) 99200 8866 | Dr. Fernando Camargo: (49) 99103 1203\n\n\fRoberto Pereira\nOAB/SC 40.106\nFernando Camargo\nOAB/SC 37.356\ncar\u00e1ter permanente (aposentadoria por invalidez) ou tempor\u00e1ria (aux\u00edlio-doen\u00e7a). 3. A concess\u00e3o dos benef\u00edcios de aux\u00edlio-doen\u00e7a e aposentadoria por invalidez pressup\u00f5e a averigua\u00e7\u00e3o da incapacidade para o exerc\u00edcio de atividade que garanta a subsist\u00eancia do segurado, e ter\u00e1 vig\u00eancia enquanto permanecer ele nessa condi\u00e7\u00e3o. 4. A incapacidade laboral \u00e9 comprovada atrav\u00e9s de exame m\u00e9dico-pericial, n\u00e3o sendo o julgador, todavia, obrigado a firmar sua convic\u00e7\u00e3o com base no laudo, n\u00e3o ficando, pois, adstrito \u00e0 sua literalidade, facultando-se ampla e livre avalia\u00e7\u00e3o da prova. 5. Considerando os dados constantes nos autos, deve ser calculada a RMI do benef\u00edcio de aposentadoria por invalidez consoante disposto no artigo art. 44 da Lei n\u00ba 8.213/91. 6. O cumprimento imediato da tutela espec\u00edfica independe de requerimento expresso do segurado ou benefici\u00e1rio, e o seu deferimento sustentase na efic\u00e1cia mandamental dos provimentos fundados no art. 461 do CPC/1973, bem como nos artigos 497, 536 e par\u00e1grafos e 537 do CPC/2015. 7. A determina\u00e7\u00e3o de confirma\u00e7\u00e3o da ordem judicial (antecipa\u00e7\u00e3o de tutela) para tornar definitiva a implanta\u00e7\u00e3o do benef\u00edcio, com fundamento nos artigos supracitados, n\u00e3o configura viola\u00e7\u00e3o dos artigos 128 e 475-O, I, do CPC/1973 e 37 da CF/88. (TRF4, AC 500960059.2015.404.9999, QUINTA TURMA, Relator ROGER RAUPP RIOS, juntado aos autos em 29/03/2017)\nConforme a norma legal e a jurisprud\u00eancia acima,\n\u00e9 poss\u00edvel a concess\u00e3o de aposentadoria por invalidez\nquando constatada pela per\u00edcia que a doen\u00e7a \u00e9 permanente\ne/ou n\u00e3o for poss\u00edvel ao segurado reabilitar-se na sua\natividade habitual ou em nova atividade que lhe garanta\nao menos a subsist\u00eancia.\nCom rela\u00e7\u00e3o ao aux\u00edlio doen\u00e7a, tem-se os seguintes\nentendimentos:\nCal\u00e7ad\u00e3o T\u00falio Fiuza de Carvalho, 71, 5\u00ba Andar, Sala 503, Edif\u00edcio A Cutia, CEP. 88502-904, Centro, Lages-SC www.camargopereira.com.br - camargoepereira@hotmail.com\nEscrit\u00f3rio: (49) 3223 9554 | Dr. Roberto Pereira: (49) 99200 8866 | Dr. Fernando Camargo: (49) 99103 1203\n\n\fRoberto Pereira\nOAB/SC 40.106\nFernando Camargo\nOAB/SC 37.356\n\nPREVIDENCI\u00c1RIO. AUX\u00cdLIO-DOEN\u00c7A. INCAPACIDADE\n\nLABORAL. TERMO INICIAL. ANTECIPA\u00c7\u00c3O DE TUTELA.\n\n1. A concess\u00e3o de benef\u00edcio previdenci\u00e1rio por\n\nincapacidade decorre da convic\u00e7\u00e3o judicial\n\nformada predominantemente a partir da produ\u00e7\u00e3o\n\nde prova pericial.\n\n2. Considerando as\n\nconclus\u00f5es do perito judicial, no sentido de\n\nque a parte autora est\u00e1 parcial e\n\ntemporariamente incapacitada para o exerc\u00edcio\n\nde atividades laborativas, \u00e9 devido o\n\nbenef\u00edcio de aux\u00edlio-doen\u00e7a at\u00e9 a efetiva\n\nrecupera\u00e7\u00e3o ou reabilita\u00e7\u00e3o para outra\n\natividade. 3. Havendo o conjunto probat\u00f3rio\n\napontado a exist\u00eancia da incapacidade laboral\n\nquando do cancelamento administrativo, o\n\nbenef\u00edcio \u00e9 devido desde ent\u00e3o. 4. Uma vez\n\npresentes a verossimilhan\u00e7a do direito da\n\nparte autora, bem como o fundado receio de\n\ndano irrepar\u00e1vel - consubstanciado na situa\u00e7\u00e3o\n\nvivenciada pela parte, que \u00e9 pessoa doente,\n\nsem condi\u00e7\u00f5es de trabalhar, \u00e9 de ser mantida\n\na antecipa\u00e7\u00e3o dos efeitos da tutela concedida\n\nna senten\u00e7a.\n\n(TRF4, APELREEX 0000436-\n\n87.2017.404.9999, SEXTA TURMA, Relatora SALISE\n\nMONTEIRO SANCHOTENE, D.E. 03/04/2017)\n\nPREVIDENCI\u00c1RIO. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. AUX\u00cdLIO-DOEN\u00c7A. REQUISITOS. QUALIDADE DE SEGURADO. PER\u00cdODO DE CAR\u00caNCIA. INCAPACIDADE. LAUDO PERICIAL. TUTELA ESPEC\u00cdFICA. IMPLANTA\u00c7\u00c3O DO BENEF\u00cdCIO. CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA E JUROS DE MORA. 1. S\u00e3o tr\u00eas os requisitos para a concess\u00e3o dos benef\u00edcios por incapacidade: a) a qualidade de segurado; b) o cumprimento do per\u00edodo de car\u00eancia de 12 contribui\u00e7\u00f5es mensais; c) a incapacidade para o trabalho, de car\u00e1ter permanente (aposentadoria por invalidez) ou tempor\u00e1ria (aux\u00edlio-doen\u00e7a). 2. A concess\u00e3o dos benef\u00edcios de aux\u00edlio-doen\u00e7a e aposentadoria por invalidez pressup\u00f5e a averigua\u00e7\u00e3o da incapacidade para o exerc\u00edcio de atividade que garanta a subsist\u00eancia do segurado, e ter\u00e1 vig\u00eancia enquanto permanecer ele em tal condi\u00e7\u00e3o. 3. A incapacidade \u00e9 verificada mediante exame m\u00e9dico-pericial a cargo da Previd\u00eancia Social; o julgador, via de regra, firma sua convic\u00e7\u00e3o com base no laudo do expert, embora n\u00e3o esteja jungido \u00e0 sua literalidade, sendo-lhe facultada ampla e livre avalia\u00e7\u00e3o da prova. In casu, o laudo pericial e as demais provas constantes dos autos apontam que a recorrida preenche os\n\nCal\u00e7ad\u00e3o T\u00falio Fiuza de Carvalho, 71, 5\u00ba Andar, Sala 503, Edif\u00edcio A Cutia, CEP. 88502-904, Centro, Lages-SC www.camargopereira.com.br - camargoepereira@hotmail.com\nEscrit\u00f3rio: (49) 3223 9554 | Dr. Roberto Pereira: (49) 99200 8866 | Dr. Fernando Camargo: (49) 99103 1203\n\n\fRoberto Pereira\nOAB/SC 40.106\nFernando Camargo\nOAB/SC 37.356\n\nrequisitos para concess\u00e3o de benef\u00edcio de\n\naposentadoria por invalidez, nos termos em que\n\ndeferido. 4. O cumprimento imediato da tutela\n\nespec\u00edfica independe de requerimento expresso\n\ndo segurado ou benefici\u00e1rio, e o seu\n\ndeferimento\n\nsustenta-se\n\nna\n\nefic\u00e1cia\n\nmandamental dos provimentos fundados no art.\n\n461 do CPC/1973, bem como nos artigos 497, 536\n\ne par\u00e1grafos e 537 do CPC/2015. 5. A\n\ndetermina\u00e7\u00e3o de implanta\u00e7\u00e3o imediata do\n\nbenef\u00edcio, com fundamento nos artigos\n\nsupracitados, n\u00e3o configura viola\u00e7\u00e3o dos\n\nartigos 128 e 475-O, I, do CPC/1973 e 37 da\n\nCF/1988.\n\n(TRF4, AC 0015259-\n\n03.2016.404.9999, QUINTA TURMA, Relator ROGER\n\nRAUPP RIOS, D.E. 31/03/2017)\n\nPortanto, medida que se imp\u00f5e para que haja a verdadeira justi\u00e7a \u00e9 o restabelecimento do benef\u00edcio com pagamento desde a DCB de 17/07/2018, uma vez que a Autora permanece incapacitada para o trabalho.\n\nIII. PEDIDOS\n\nDiante o exposto, requer a Vossa Excel\u00eancia:\n\n1. O recebimento da presente a\u00e7\u00e3o, bem como, todas as pe\u00e7as que a instruem, afim de conceder o benef\u00edcio de aux\u00edlio doen\u00e7a a parte autora;\n\n2. A concess\u00e3o da GRATUIDADE DA JUSTI\u00c7A, nos termos dos artigos 5\u00ba, LXXIV da Constitui\u00e7\u00e3o Federal e 98 e 99 do CPC, conforme declara\u00e7\u00e3o de hipossufici\u00eancia anexada;\n\nCal\u00e7ad\u00e3o T\u00falio Fiuza de Carvalho, 71, 5\u00ba Andar, Sala 503, Edif\u00edcio A Cutia, CEP. 88502-904, Centro, Lages-SC www.camargopereira.com.br - camargoepereira@hotmail.com\nEscrit\u00f3rio: (49) 3223 9554 | Dr. Roberto Pereira: (49) 99200 8866 | Dr. Fernando Camargo: (49) 99103 1203\n\n\fRoberto Pereira\nOAB/SC 40.106\nFernando Camargo\nOAB/SC 37.356\n3. A cita\u00e7\u00e3o da Autarquia R\u00e9, na pessoa de seu representante legal, para querendo, contestar a presente a\u00e7\u00e3o no prazo legal;\n\n4. A proced\u00eancia total dos pedidos, com a consequente condena\u00e7\u00e3o da Autarquia R\u00e9, para restabelecer o benef\u00edcio de aux\u00edlio-doen\u00e7a, NB 31/623993954-8, com pagamento desde a DCB de 17/07/2018;\n\n5. Seja, caso constatada pela per\u00edcia a incapacidade permanente, concedida a aposentadoria por invalidez;\n\n6. A condena\u00e7\u00e3o da Autarquia R\u00e9 ao pagamento das\n\npresta\u00e7\u00f5es\n\nvencidas\n\ne\n\nvincendas,\n\ncorrigidas\n\nmonetariamente e acrescidas de juros legais;\n\n7. A realiza\u00e7\u00e3o de per\u00edcia m\u00e9dica, a fim de comprovar a incapacidade da parte autora, respondendo aos seguintes quesitos:\n1) Qual (is) doen\u00e7a(s) acomete(m) a autora e sua(s) respectiva(s) CID(s)?\n2) Tais doen\u00e7as poder\u00e3o se agravar ou melhorar com o passar do tempo?\n3) \u00c9 poss\u00edvel fixar a Data de In\u00edcio da Doen\u00e7a(DID)? Quando?\n4) \u00c9 poss\u00edvel fixar a Data de In\u00edcio da Incapacidade (DII)? Quando?\n\nCal\u00e7ad\u00e3o T\u00falio Fiuza de Carvalho, 71, 5\u00ba Andar, Sala 503, Edif\u00edcio A Cutia, CEP. 88502-904, Centro, Lages-SC www.camargopereira.com.br - camargoepereira@hotmail.com\nEscrit\u00f3rio: (49) 3223 9554 | Dr. Roberto Pereira: (49) 99200 8866 | Dr. Fernando Camargo: (49) 99103 1203\n\n\fRoberto Pereira\nOAB/SC 40.106\nFernando Camargo\nOAB/SC 37.356\n5) Estas doen\u00e7as incapacitam a parte Autora para o trabalho, levando-se em considera\u00e7\u00e3o o seu atual estado de sa\u00fade?\n6) A incapacidade para o trabalho, decorrente destas doen\u00e7as, \u00e9 Parcial ou Total? Tempor\u00e1ria ou Permanente?\n7) A parte Autora apresenta alguma outra doen\u00e7a que lhe incapacite para o trabalho e que seja de outra especialidade m\u00e9dica?\nQual?;\n8. A produ\u00e7\u00e3o de todos os meios de prova em direito admitidos, especialmente a pericial e documental;\n9. Procedente o pedido, requer seja expedido RPV referente aos honor\u00e1rios advocat\u00edcios contratuais em favor de Camargo e Pereira Advocacia, CNPJ n. 31.481.921/0001-47, conforme contrato anexo, nos termos do artigo 22, \u00a7 4\u00ba da Lei 8.906/94;\n10. Por fim, requer que todas as intima\u00e7\u00f5es e publica\u00e7\u00f5es sejam feitas em nome de Roberto Pereira, OAB/SC 40.106, sob pena de nulidade nos termos do artigo 272, \u00a7 5\u00ba do CPC.\nD\u00e1-se \u00e0 causa o valor de R$ 15.000,00 (quinze mil reais).\nNestes termos, Pede deferimento.\nCal\u00e7ad\u00e3o T\u00falio Fiuza de Carvalho, 71, 5\u00ba Andar, Sala 503, Edif\u00edcio A Cutia, CEP. 88502-904, Centro, Lages-SC www.camargopereira.com.br - camargoepereira@hotmail.com\nEscrit\u00f3rio: (49) 3223 9554 | Dr. Roberto Pereira: (49) 99200 8866 | Dr. Fernando Camargo: (49) 99103 1203\n\n\fRoberto Pereira\nOAB/SC 40.106\nFernando Camargo\nOAB/SC 37.356\nLages-SC, 18 de outubro de 2018\n\nROBERTO PEREIRA OAB/SC 40.106\n\nFERNANDO CAMARGO OAB/SC 37.356\n\nCal\u00e7ad\u00e3o T\u00falio Fiuza de Carvalho, 71, 5\u00ba Andar, Sala 503, Edif\u00edcio A Cutia, CEP. 88502-904, Centro, Lages-SC www.camargopereira.com.br - camargoepereira@hotmail.com\nEscrit\u00f3rio: (49) 3223 9554 | Dr. Roberto Pereira: (49) 99200 8866 | Dr. Fernando Camargo: (49) 99103 1203\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 4 (C\u00edvel) - IdDocumentoCompleto: 5002240-87.2018.4.04.7115-711531244221427421133684504235", "text": "Carla Speroni Scherer \u2013 OAB/RS 75.134 _____________________________________________________________________________\nEXCELENT\u00cdSSIMO(a) SENHOR(a) DOUTOR(a) JUIZ(a) FEDERAL DA VARA DO JU\u00cdZADO ESPECIAL FEDERAL PREVIDENCI\u00c1RIO DE SANTA ROSA \u2013 RIO GRANDE DO SUL\nANT\u00d4NIO EDMUNDO STEINMETZ, j\u00e1 devidamente qualificado no cadastro eletr\u00f4nico, por suas advogadas, infra-assinadas, vem, propor a presente:\nA\u00c7\u00c3O DE RESTABELECIMENTO DE BENEF\u00cdCIO PREVIDENCI\u00c1RIO DE AUX\u00cdLIO DOEN\u00c7A e/ou CONCESS\u00c3O DE APOSENTADORIA POR INVALIDEZ, com fundamento nas disposi\u00e7\u00f5es legais aplic\u00e1veis \u00e0 esp\u00e9cie, em face do:\nINSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS, com endere\u00e7o na Rua Dr. Jo\u00e3o Dahne, n\u00ba 197, Centro \u2013 Santa Rosa/RS, pelos fatos e fundamentos a seguir:\n1 - DOS FATOS: O autor requereu benef\u00edcio de aux\u00edlio doen\u00e7a previdenci\u00e1rio, o qual foi deferido/restabelecido atrav\u00e9s de decis\u00e3o judicial, o processo tramitou sob o n. 5001162-92.2017.4.04.7115. O autor realizou o pedido de prorroga\u00e7\u00e3o de benef\u00edcio, sendo \u2013 lhe designada uma reavalia\u00e7\u00e3o m\u00e9dico pericial, a qual foi indeferida/negada pelo INSS, vindo a cessar o benef\u00edcio em 08/06/2018.\nP\u00e1gina 1\n_____________________________________________________________________________ Rua Minas Gerais, n. 55, sala 801, Centro, Santa Rosa/RS \u2013 CEP 98.780-118 cadvocaciac@hotmail.com (55) 3512-7433\n\n\fCarla Speroni Scherer \u2013 OAB/RS 75.134 _____________________________________________________________________________\n1.1 \u2013 Dados do Benef\u00edcio:\n\n1. Tipo de Benef\u00edcio\n\nAux\u00edlio Doen\u00e7a Previdenci\u00e1rio (31)\n\n2. N\u00famero do Benef\u00edcio\n\n613.518.984-4\n\n3. DIB\n\n02/03/2016\n\n4. DCB\n\n08/06/2018\n\n5. Motivo do indeferimento\n\nParecer contr\u00e1rio da per\u00edcia m\u00e9dica\n\nApesar de o INSS n\u00e3o reconhecer a continuidade da incapacidade laborativa do autor, o mesmo faz jus a prote\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria, tendo em vista que \u00e9 portador de doen\u00e7as que o incapacitam para o trabalho permanentemente, conforme demonstram os atestados e exames m\u00e9dicos (anexos).\nO autor encontra-se em acompanhamento ortop\u00e9dico devido ao quadro de h\u00e9rnia discal entre L5-S1, espondiloartrose lombar, h\u00e9rnia de disco lombar, espondilolistese lombar, les\u00e3o ligamentar no joelho esquerdo, abaulamento discal lombar e hipertens\u00e3o (CID-10 M51-1, M43-1, M23-5, M54-4, M17-5, M51 e I10), dentre outros problemas de sa\u00fade que o incapacitam para o trabalho, necessitando de repouso, tratamento fisioter\u00e1pico (para a coluna lombar) e medicamentoso, bem como orientado acerca da indica\u00e7\u00e3o de interven\u00e7\u00e3o cir\u00fargica para o joelho esquerdo.\nDestaca-se, que o autor tamb\u00e9m encontrase em tratamento m\u00e9dico/oncol\u00f3gico devido a Neoplasia Maligna do Reto e Neoplasia Maligna do C\u00f3lon (CID10 C20 e C18-9).\nO trabalho do autor na agricultura exige grande e cont\u00ednuo esfor\u00e7o f\u00edsico di\u00e1rio no desempenho da fun\u00e7\u00e3o, caracter\u00edstico de subsist\u00eancia, onde as atividades s\u00e3o totalmente manuais ocasionando dores e limita\u00e7\u00f5es\n\nP\u00e1gina 2\n_____________________________________________________________________________ Rua Minas Gerais, n. 55, sala 801, Centro, Santa Rosa/RS \u2013 CEP 98.780-118 cadvocaciac@hotmail.com (55) 3512-7433\n\n\fCarla Speroni Scherer \u2013 OAB/RS 75.134 _____________________________________________________________________________\n\nde movimentos decorrentes do problema de sa\u00fade, o que gera incapacidade para a realiza\u00e7\u00e3o de suas atividades laborais.\n\nOs exames m\u00e9dicos realizados pelo autor (as imagens ser\u00e3o apresentadas na per\u00edcia m\u00e9dica) confirmam a exist\u00eancia das doen\u00e7as, bem como a incapacidade do segurado, sen\u00e3o vejamos.\n\nO raio \u2013 x, realizado no dia 29/05/2018 na coluna lombar aponta: m\u00ednima anterolistese de L4 sobre L5, osteofitose som\u00e1tica incipiente, discreta redu\u00e7\u00e3o dos espa\u00e7os discais L4-L5 e L5-S1 e hipertrofia de facetas articulares.\n\nA colonoscopia, realizada no dia 10/11/2017 aponta: presen\u00e7a de hemorr\u00f3idas internas e p\u00f3lipo do sigm\u00f3ide.\n\nA tomografia computadorizada, realizada no dia 23/02/2017 no joelho esquerdo aponta: fratura na face posterior do c\u00f4ndilo tibial medial, derrame articular, aparente tortuosidade do tend\u00e3o patelar e na por\u00e7\u00e3o distal do tend\u00e3o quadricipital.\n\naponta: les\u00e3o tumoral no transverso.\n\nA colonoscopia, realizada no dia 14/04/2016\n\nA bi\u00f3psia, realizada no dia 14/04/2016 aponta: exame macrosc\u00f3pico \u2013 quatro fragmentos irregulares de tecido cinzento, el\u00e1sticos, medindo 0,3 x 0,2 cm IT e diagn\u00f3stico histopatol\u00f3gico \u2013 adenocarcinoma pouco diferenciado.\n\nA radiografia, realizada no dia 16/03/2016 na coluna lombo \u2013 sacra aponta: retifica\u00e7\u00e3o da lordose lombar, oste\u00f3fitos marginais em todos os corpos vertebrais, pin\u00e7amento do espa\u00e7o discal L5-S1 (espondiloartrose), artrose interfacet\u00e1ria de L3 a S1 e espondilolistese degenerativa de L4 em rela\u00e7\u00e3o a L5.\n\nA resson\u00e2ncia magn\u00e9tica, realizada no dia\n16/03/2016 na coluna lombo \u2013 sacra aponta: artrose interapofis\u00e1ria difusa, mais\nevidente em L4-L5, abaulamento discal difuso de L5-S1, associado \u00e0 protru\u00e7\u00e3o\nparamediana esquerda com comprometimento migrat\u00f3rio descendente, comprimindo o\nP\u00e1gina 3\n_____________________________________________________________________________ Rua Minas Gerais, n. 55, sala 801, Centro, Santa Rosa/RS \u2013 CEP 98.780-118 cadvocaciac@hotmail.com (55) 3512-7433\n\n\fCarla Speroni Scherer \u2013 OAB/RS 75.134 _____________________________________________________________________________\nsaco dural, ocupando parcialmente o recesso lateral esquerdo, onde contata a raiz nervosa descendente de S1 e reduzindo a amplitude dos forames neurais inferiormente e m\u00ednima listese anterior de L4.\nA tomografia computadorizada, realizada no dia 19/02/2016 na coluna lombo \u2013 sacra aponta: altera\u00e7\u00f5es degenerativas espondilodiscais no segmento lombosacro, imagens que sugerem ilhotas \u00f3sseas esparsas no sacro e ossos il\u00edacos, discreto abaulamento discal difuso L3-L4, abaulamento discal difuso L4-L5, redu\u00e7\u00e3o da amplitude dos forames de conjuga\u00e7\u00e3o e abaulamento discal difuso L5-S1, com associada protus\u00e3o discal paracentral \u00e0 esquerda.\nA radiografia, realizada no dia 10/07/2012 na coluna lombo \u2013 sacra aponta: discopatia degenerativa L4-L5 e L5-S1.\nA resson\u00e2ncia magn\u00e9tica, realizada no dia 15/06/2010 na coluna lombo \u2013 sacra aponta: sinais de desidrata\u00e7\u00e3o/degenera\u00e7\u00e3o discal de L3 a S1, pequenas protus\u00f5es disco \u2013 osteofit\u00e1rias anteriores e laterais em L3-L4 e L4L5 e grande h\u00e9rnia discal centro \u2013 lateral esquerda em L5-S1.\nA resson\u00e2ncia magn\u00e9tica, realizada no dia 15/06/2010 no quadril esquerdo aponta: altera\u00e7\u00f5es relacionadas \u00e0 osteoartrite incipiente na articula\u00e7\u00e3o coxo \u2013 femural, bilateralmente.\nComo relatou o m\u00e9dico especialista nos atestados (anexos), o autor encontra-se incapacitado permanentemente para o trabalho, mas o INSS ignorou tais fatos e indeferiu a continuidade do benef\u00edcio por incapacidade.\nImportante salientar ainda, que na a\u00e7\u00e3o anterior, que concedeu/restabeleceu o benef\u00edcio da parte autora, o I. Perito reconheceu a incapacidade do autor, bem como a necessidade de realiza\u00e7\u00e3o de dois procedimentos cir\u00fargicos, para a coluna e joelho esquerdo, mas \u201co tempo estimado de recupera\u00e7\u00e3o \u00e9 indeterminado\u201d, em raz\u00e3o de que \u201cn\u00e3o h\u00e1 como tecer progn\u00f3stico sobre uma cirurgia a ser realizada ou mesmo informar quando a parte autora ser\u00e1 operada porque depende da chamada fila de espera do SUS\u201d (Conclus\u00e3o do Laudo Pericial). Concluiu ainda, que se trata de doen\u00e7a de natureza degenerativa (Quesito \u201c2\u201d do INSS), conforme demonstra o\nP\u00e1gina 4\n_____________________________________________________________________________ Rua Minas Gerais, n. 55, sala 801, Centro, Santa Rosa/RS \u2013 CEP 98.780-118 cadvocaciac@hotmail.com (55) 3512-7433\n\n\fCarla Speroni Scherer \u2013 OAB/RS 75.134 _____________________________________________________________________________\nlaudo m\u00e9dico pericial (doc. em anexo), o que justifica o restabelecimento do benef\u00edcio da parte autora.\n\n2- DOS FUNDAMENTOS:\n\narts. 42 e 59 da Lei n\u00ba 8.213/91.\n\nA pretens\u00e3o do autor vem amparada nos\n\nO autor preenche os requisitos do art. 59 da Lei n\u00ba 8.213, segundo o qual: \u201cO aux\u00edlio-doen\u00e7a ser\u00e1 devido ao segurado que, havendo cumprido, quando for o caso, o per\u00edodo de car\u00eancia exigido nesta Lei, fica incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de 15 dias consecutivos\u201d.\n\nNo caso de ser o autor considerado incapaz e insuscept\u00edvel de reabilita\u00e7\u00e3o para o exerc\u00edcio de atividade dever\u00e1 ser concedido o benef\u00edcio de aposentadoria por invalidez, nos termos do art. 42 da Lei 8.213/91.\n\nregi\u00e3o:\n\nSegundo a jurisprud\u00eancia do tribunal desta\n\nPREVIDENCI\u00c1RIO. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. REQUISITOS. INCAPACIDADE. COMPROVA\u00c7\u00c3O. 1. Quatro s\u00e3o os requisitos para a concess\u00e3o do benef\u00edcio em tela: (a) qualidade de segurado do requerente; (b) cumprimento da car\u00eancia de 12 contribui\u00e7\u00f5es mensais; (c) superveni\u00eancia de mol\u00e9stia incapacitante para o desenvolvimento de qualquer atividade que garanta a subsist\u00eancia; e (d) car\u00e1ter definitivo da incapacidade. 2. Hip\u00f3tese em que, embora o laudo pericial seja categ\u00f3rico quanto \u00e0 incapacidade tempor\u00e1ria do autor para o exerc\u00edcio da atividade profissional, o que justificaria a concess\u00e3o de aux\u00edliodoen\u00e7a, os documentos constantes nos autos indicam ser improv\u00e1vel a recupera\u00e7\u00e3o do demandante e que houve agravamento de sua situa\u00e7\u00e3o cl\u00ednica. Al\u00e9m disso, consideradas as condi\u00e7\u00f5es pessoais do demandante, que \u00e9 analfabeto, j\u00e1 conta 61 anos de idade e sempre desenvolveu atividades bra\u00e7ais, seja como agricultor ou como pedreiro, tem-se por invi\u00e1vel a sua reabilita\u00e7\u00e3o para outra atividade, raz\u00e3o pela qual faz jus ao benef\u00edcio de aposentadoria por invalidez. 3. In casu, \u00e9 devido o restabelecimento do aux\u00edlio-doen\u00e7a desde a data da indevida cessa\u00e7\u00e3o (31/03/2007), e a sua convers\u00e3o em aposentadoria por invalidez a contar da data da per\u00edcia judicial (06/03/2010). (Apela\u00e7\u00e3o n\u00ba 5001090-80.2014.4.04.7028/PR,\n\nP\u00e1gina 5\n_____________________________________________________________________________ Rua Minas Gerais, n. 55, sala 801, Centro, Santa Rosa/RS \u2013 CEP 98.780-118 cadvocaciac@hotmail.com (55) 3512-7433\n\n\fCarla Speroni Scherer \u2013 OAB/RS 75.134\n_____________________________________________________________________________\nRelator Des. Paulo Afonso Brum Vaz , 5\u00aa Turma do TRT da 4\u00aaRegi\u00e3o, julgado em 13/06/2017).\nClasse: EIAC - EMBARGOS INFRINGENTES NA APELA\u00c7\u00c3O CIVEL Processo: 2001.71.08.008171-7 UF: RS Data da Decis\u00e3o: 16/02/2006 \u00d3rg\u00e3o Julgador: TERCEIRA SE\u00c7\u00c3O Fonte DJU DATA:05/04/2006 P\u00c1GINA: 406 Relator VICTOR LUIZ DOS SANTOS LAUS Decis\u00e3o \"A TERCEIRA SE\u00c7\u00c3O, \u00c0 UNANIMIDADE, NEGOU PROVIMENTO AOS EMBARGOS, NOS TERMOS DO VOTO DO DESEMBARGADOR FEDERAL RELATOR.\" Ementa PREVIDENCI\u00c1RIO. EMBARGOS INFRINGENTES. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. LAUDO PERICIAL. DATA DE IN\u00cdCIO DA INCAPACIDADE LABORAL. HIST\u00d3RICO CL\u00cdNICO. CONDI\u00c7\u00d5ES PESSOAIS DO SEGURADO. INVIABILIDADE DE REABILITA\u00c7\u00c3O PROFISSIONAL. 1. Nas a\u00e7\u00f5es em que se objetiva a concess\u00e3o de aposentadoria por invalidez ou aux\u00edlio-doen\u00e7a, o julgador, via de regra, firma sua convic\u00e7\u00e3o por meio da prova pericial. 2. Na hip\u00f3tese de incapacidade total e tempor\u00e1ria, o benef\u00edcio a ser concedido \u00e9 o aux\u00edlio-doen\u00e7a. Todavia, se comprovado pela per\u00edcia oficial e restante do conjunto probat\u00f3rio, bem como pelos fatores de cunho pessoal da parte autora, a inviabilidade de reabilita\u00e7\u00e3o profissional, deve ser outorgada a aposentadoria por invalidez. 3. O marco inicial da aposentadoria por invalidez deve ser a data da cessa\u00e7\u00e3o do aux\u00edlio-doen\u00e7a quando o laudo m\u00e9dico judicial atestar a exist\u00eancia da mol\u00e9stia incapacitante em momento anterior ou contempor\u00e2neo, e n\u00e3o for vi\u00e1vel a reabilita\u00e7\u00e3o profissional.\nClasse: AG - AGRAVO DE INSTRUMENTO Processo: 2005.04.01.022536-3 UF: RS Data da Decis\u00e3o: 27/09/2005 Org\u00e3o Julgador: QUINTA TURMA Fonte DJU DATA:05/10/2005 P\u00c1GINA: 940 Relator LUIZ ANTONIO BONAT Decis\u00e3o A TURMA, POR UNANIMIDADE, NEGOU PROVIMENTO AO AGRAVO DE INSTRUMENTO, NOS TERMOS DO VOTO DO RELATOR. Ementa AGRAVO DE INSTRUMENTO. PREVIDENCI\u00c1RIO. RESTABELECIMENTO DE AUX\u00cdLIO-DOEN\u00c7A. ANTECIPA\u00c7\u00c3O DA TUTELA. VEROSSIMILHAN\u00c7A DA ALEGA\u00c7\u00c3O E PERIGO DE DANO COMPROVADOS. 1. Para a concess\u00e3o do benef\u00edcio de aux\u00edliodoen\u00e7a ou de aposentadoria por invalidez \u00e9 necess\u00e1ria a presen\u00e7a dos seguintes requisitos: qualidade de segurado, car\u00eancia (quando for o caso) e incapacidade laboral (arts. 42 e 59 da Lei n.\u00ba 8.213/91). 2. No caso, \u00e9 de ser mantida a antecipa\u00e7\u00e3o da tutela concedida em primeiro grau. A verossimilhan\u00e7a da alega\u00e7\u00e3o restou demonstrada pelo laudo do Departamento M\u00e9dico Judici\u00e1rio, que aferiu a incapacidade do segurado para o exerc\u00edcio de suas atividades laborais, como agricultor. O risco de dano irrepar\u00e1vel ou de dif\u00edcil repara\u00e7\u00e3o, por sua vez, tamb\u00e9m se mostrou comprovado, tendo em vista a grande possibilidade de ser causado preju\u00edzo \u00e0 pr\u00f3pria sobreviv\u00eancia do autor, caso deva aguardar o desfecho da lide para o reconhecimento do direito aos recursos pleiteados, considerando-se a impossibilidade de prover seu sustento por\nP\u00e1gina 6\n_____________________________________________________________________________ Rua Minas Gerais, n. 55, sala 801, Centro, Santa Rosa/RS \u2013 CEP 98.780-118 cadvocaciac@hotmail.com (55) 3512-7433\n\n\fCarla Speroni Scherer \u2013 OAB/RS 75.134 _____________________________________________________________________________\nmotivo de doen\u00e7a incapacitante, plenamente confirmada em ju\u00edzo. 3. Agravo de instrumento improvido.\nAssim, h\u00e1 de ser concedido o benef\u00edcio pleiteado, atendendo ao disposto nos arts. 42 e 59 da Lei n\u00ba 8.213/91, com o que ter\u00e1 sido feita a costumeira JUSTI\u00c7A!\n3 \u2013 DA TUTELA DE URG\u00caNCIA:\nConforme amplamente relatado, o autor \u00e9 portador de doen\u00e7as que o incapacitam permanentemente para o exerc\u00edcio de sua profiss\u00e3o na agricultura de subsist\u00eancia. Os exames e atestados m\u00e9dicos anexos \u00e0 inicial n\u00e3o deixam d\u00favidas nesse sentido.\nDestaca-se, que os exames e atestados m\u00e9dicos s\u00e3o claros no sentido de que o estado de sa\u00fade do autor que se submeta a rigoroso tratamento m\u00e9dico, medicamentoso, fisioter\u00e1pico e necessita de interven\u00e7\u00e3o cir\u00fargica. Gize-se que referidos tratamentos nem sempre s\u00e3o oferecidos pelo Sistema \u00danico de Sa\u00fade \u2013 SUS, exigindo, nessas situa\u00e7\u00f5es, que o autor arque com os custos do tratamento, sob pena de suportar a piora no seu estado de sa\u00fade.\nAssim, o direito do autor \u00e0 percep\u00e7\u00e3o do benef\u00edcio previdenci\u00e1rio est\u00e1 bem demonstrado nos autos.\nAinda, no caso, faz jus e necessita a parte autora da concess\u00e3o de tutela de urg\u00eancia para o fim de receber, desde logo, o benef\u00edcio previdenci\u00e1rio pleiteado, tendo em vista que, caso tenha que aguardar o deslinde do feito, h\u00e1 risco de dano iminente e irrepar\u00e1vel \u00e0 pr\u00f3pria sobreviv\u00eancia do autor, j\u00e1 que est\u00e1 simplesmente impossibilitado de realizar o seu labor e, em consequ\u00eancia, de prover o seu sustento.\nNessa linha, com fundamento no artigo 300 e seguintes do CPC, impende seja concedida a tutela de urg\u00eancia ao autor, a fim de que passe a receber desde logo o benef\u00edcio pleiteado.\nP\u00e1gina 7\n_____________________________________________________________________________ Rua Minas Gerais, n. 55, sala 801, Centro, Santa Rosa/RS \u2013 CEP 98.780-118 cadvocaciac@hotmail.com (55) 3512-7433\n\n\fCarla Speroni Scherer \u2013 OAB/RS 75.134 _____________________________________________________________________________\n4 - DOS PEDIDOS:\nFace o exposto requer:\na) a concess\u00e3o da tutela de urg\u00eancia, nos termos do art. 300 e ss. do CPC;\nb) cita\u00e7\u00e3o do Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, no endere\u00e7o indicado preambularmente para querendo, contestar a presente a\u00e7\u00e3o no prazo legal, bem como sua intima\u00e7\u00e3o para que junte aos autos c\u00f3pia do processo administrativo;\nc) a concess\u00e3o do benef\u00edcio da Assist\u00eancia Judici\u00e1ria Gratuita por ser o autor pessoa pobre na acep\u00e7\u00e3o do termo;\nd) provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitido, tais como, juntada de novos documentos, per\u00edcia, depoimento pessoal e oitiva de testemunhas. Desde j\u00e1 requer-se a designa\u00e7\u00e3o de per\u00edcia com m\u00e9dico ortopedista.\ne) ao final, seja julgado procedente o presente pedido com a condena\u00e7\u00e3o da Autarquiar\u00e9 a: e.1) restabelecer o benef\u00edcio de aux\u00edlio-doen\u00e7a, desde a cessa\u00e7\u00e3o (08/06/2018), mantendo-o pelo per\u00edodo de no m\u00ednimo um ano; e.2) conceder o benef\u00edcio de aposentadoria por invalidez, a partir da data da efetiva constata\u00e7\u00e3o da total e permanente incapacidade do autor, bem como,e.3) pagar as parcelas vencidas e vincendas, inclusive natalinas, monetariamente corrigidas desde o respectivo vencimento e acrescidas de juros legais morat\u00f3rios, incidentes at\u00e9 a data do efetivo pagamento;\nf) no caso de concess\u00e3o de aux\u00edlio-doen\u00e7a, seja declarado em senten\u00e7a a obrigatoriedade de que a autarquia r\u00e9 aceite o agendamento do pedido de prorroga\u00e7\u00e3o e/ou reconsidera\u00e7\u00e3o na forma administrativa, caso o autor entenda que continua incapacitado para o trabalho, ap\u00f3s o prazo estimado para cessa\u00e7\u00e3o do benef\u00edcio.\ng) a condena\u00e7\u00e3o do Requerido, no pagamento dos honor\u00e1rios advocat\u00edcios conforme o art. 85, \u00a7 2\u00ba do C\u00f3digo de Processo Civil.\nh) diante do princ\u00edpio da indisponibilidade do interesse p\u00fablico, o Requerente, tendo em vista que o Requerido trata-se de pessoa jur\u00eddica de direito p\u00fablico, Autarquia\nP\u00e1gina 8\n_____________________________________________________________________________ Rua Minas Gerais, n. 55, sala 801, Centro, Santa Rosa/RS \u2013 CEP 98.780-118 cadvocaciac@hotmail.com (55) 3512-7433\n\n\fCarla Speroni Scherer \u2013 OAB/RS 75.134 _____________________________________________________________________________\nFederal, manifesta-se pela impossibilidade de realiza\u00e7\u00e3o de audi\u00eancia de concilia\u00e7\u00e3o ou de media\u00e7\u00e3o, atendendo ao disposto no art. 319, inciso VII, do novo CPC.\nValor da causa: R$ 11.448,00 (onze mil, quatrocentos e quarenta e oito reais), referente \u00e0s parcelas vencidas e vincendas.\nNestes Termos Pede Deferimento Santa Rosa/RS, 10 de julho de 2018.\n\nCARLA SPERONI SCHERER OAB/RS 75.134\n\nCAMILA BATIROLA MITTMANN OAB/RS 104.530\n\nQUESITOS \u2013 Do Autor\n1. O Autor \u00e9 portador de alguma doen\u00e7a? Qual?\n2. Essa doen\u00e7a \u00e9 progressiva?\n3. O I. Perito concorda com os atestados m\u00e9dicos (juntados aos autos) que afirmam que o Autor encontra-se incapaz permanentemente para a realiza\u00e7\u00e3o de suas atividades laborais? Caso negativo justificar.\n4. Considerando os atestados e exames (em anexo), \u00e9 poss\u00edvel precisar desde quando o autor encontra-se incapaz para o trabalho?\n5. O I. Perito concorda que a atividade laboral do Autor (como agricultor) causar\u00e1 piora da doen\u00e7a e das dores?\n6. H\u00e1 possibilidade de regresso da doen\u00e7a, ou apenas estabiliza\u00e7\u00e3o?\n7. Em laudo pericial (judicial) realizado em 10.07.2017 o I. Perito afirmou que a parte autora necessita de dois procedimentos cir\u00fargicos. Ainda que a parte autora realize os dois procedimentos cir\u00fargicos, \u00e9 poss\u00edvel afirmar que a mesma restabelecer\u00e1 totalmente a capacidade laboral?\nP\u00e1gina 9\n_____________________________________________________________________________ Rua Minas Gerais, n. 55, sala 801, Centro, Santa Rosa/RS \u2013 CEP 98.780-118 cadvocaciac@hotmail.com (55) 3512-7433\n\n\fCarla Speroni Scherer \u2013 OAB/RS 75.134 _____________________________________________________________________________\n8. Considerando que ningu\u00e9m est\u00e1 obrigado a se submeter \u00e0 procedimentos cir\u00fargicos, caso a parte autora n\u00e3o realize as cirurgias indicadas, haver\u00e1 recupera\u00e7\u00e3o da capacidade laboral?\n9. Caso V. Sra. entenda que a incapacidade do autor \u00e9 tempor\u00e1ria, qual o prazo estimado para recupera\u00e7\u00e3o? N\u00e3o sendo poss\u00edvel estabelecer prazo de recupera\u00e7\u00e3o, qual o prazo m\u00e9dio de recupera\u00e7\u00e3o em casos como o do autor, considerando que necessita de dois procedimentos cir\u00fargicos (lembramos que caso V. Sra. n\u00e3o estabele\u00e7a prazo estimado de recupera\u00e7\u00e3o o benef\u00edcio do autor provavelmente ser\u00e1 de 120 dias, considerando a legisla\u00e7\u00e3o vigente)?\nP\u00e1gina 10\n_____________________________________________________________________________ Rua Minas Gerais, n. 55, sala 801, Centro, Santa Rosa/RS \u2013 CEP 98.780-118 cadvocaciac@hotmail.com (55) 3512-7433\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 5 (C\u00edvel) - IdDocumentoCompleto: 5010720-12.2017.4.04.7205-721498477673565310249395900356", "text": "OAB \u2013 SC 27.747\nEXCELENT\u00cdSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) FEDERAL DA ___\u00aa VARA FEDERAL DE BLUMENAU \u2013 SE\u00c7\u00c3O JUDICI\u00c1RIA DE SANTA CATARINA.\n\nPEDIDO DE JUSTI\u00c7A GRATUITA\nTR\u00c2MITE PRIORIT\u00c1RIO - ESTATUTO IDOSO ART. 71 \u2013 LEI N\u00ba 10.741/2003\n\nMARIA\n\nRAMPANELLI,\n\ndevidamente\n\nqualificada\n\neletronicamente, vem, respeitosamente, por interm\u00e9dio de seus procuradores\n\n(instrumento anexo), propor\n\nA\u00c7\u00c3O PREVIDENCI\u00c1RIA \u2013 RESTABELECIMENTO DE AUX\u00cdLIO DOEN\u00c7A OU ALTERNATIVAMENTE APOSENTADORIA POR INVALIDEZ, em face do\n\nINSTITUTO NACIONAL DE SEGURO SOCIAL \u2013 INSS, Autarquia Federal, devidamente cadastrada no processo eletr\u00f4nico, com representa\u00e7\u00e3o nesta cidade de Blumenau - SC, pelos seguintes fatos e fundamentos que passa a arg\u00fcir:\n\n1 andregoedesilva@gmail.com\n\n\fMINIMOS\n\nOAB \u2013 SC 27.747\n1. PRELIMINARMENTE 1.1 DA RENUNCIA DOS VALORES EXCEDENTES A 60 SALARIOS\n\nInicialmente antes de adentrar ao m\u00e9rito da quest\u00e3o, a parte Autora renuncia expressamente aos valores excedentes a 60 (sessenta) sal\u00e1rios m\u00ednimos na data do ajuizamento da demanda, para fins de fixa\u00e7\u00e3o da compet\u00eancia deste Juizado Especial Federal Previdenci\u00e1rio, na forma dos arts. 3\u00ba, \u00a7 3\u00ba, da Lei n\u00ba. 10.259/01 e 3\u00ba, \u00a7 3\u00ba, da Lei 9.099/95.\n\nDiante da denuncia, a parte Autora requer pelo recebimento da presente demanda e sua respectiva autua\u00e7\u00e3o perante Vara do Juizado Especial Federal, para que seja dado prosseguimento ao feito.\n\nGRATUITA\n\n1.2 DO PEDIDO DE CONCESS\u00c3O DA BENESSE DA JUSTI\u00c7A\n\nAinda em sede preliminar a parte Autora requer seja deferido o pedido de concess\u00e3o do benef\u00edcio da justi\u00e7a gratuita, para que possa litigar em ju\u00edzo sem prejudicar seu pr\u00f3prio sustento, o que desde j\u00e1 requer caso seja DEFERIDO seja mantido em segunda instancia, vez que a parte Autora n\u00e3o possui condi\u00e7\u00f5es de arcar com as custas processuais sem preju\u00edzo do seu pr\u00f3prio sustento ou de sua fam\u00edlia, conforme afirma\u00e7\u00e3o de hipossufici\u00eancia juntada quando da propositura da a\u00e7\u00e3o, no evento 01, nos molde do art. 4\u00ba, caput da lei 1.060/50 c/c o art. 1\u00ba da lei 7.115/83.\n\nVale frisar tamb\u00e9m, que o direito a justi\u00e7a gratuita est\u00e1 constitucionalmente esculpido no art. 5\u00ba, LXXIV, da CF/88, que prev\u00ea a\n2 andregoedesilva@gmail.com\n\n\fOAB \u2013 SC 27.747\ngratuidade da justi\u00e7a aos que possuem insufici\u00eancia de recursos, podendo ser reconhecido em qualquer fase do processo, inclusive na recursal. Al\u00e9m do mais, o Superior Tribunal de Justi\u00e7a tem se manifestado no seguinte sentido:\nPROCESSUAL CIVIL. [...] ASSIST\u00caNCIA JUDICI\u00c1RIA GRATUITA. ALEGADA NECESSIDADE DE COMPROVA\u00c7\u00c3O DA HIPOSSUFICI\u00caNCIA. REQUISITO N\u00c3O EXIGIDO PELA LEI N\u00ba 1.060/50. Nos termos do art. 4\u00ba da Lei n\u00ba 1.060/50, a parte gozar\u00e1 dos benef\u00edcios da assist\u00eancia judici\u00e1ria, mediante simples afirma\u00e7\u00e3o de que n\u00e3o est\u00e1 em condi\u00e7\u00f5es de pagar as custas do processo e os honor\u00e1rios de advogado, sem preju\u00edzo pr\u00f3prio ou de sua fam\u00edlia. A concess\u00e3o da gratuidade da justi\u00e7a, de acordo com entendimento pac\u00edfico desta Corte, pode ser reconhecida em qualquer fase do processo, sendo suficiente a mera afirma\u00e7\u00e3o do estado de necessidade de hipossufici\u00eancia. (STJ, REsp. n. 400791/SP, Rel. Min. Francisco Pe\u00e7anha Martins, DJU de 03.05.06) (grifo acrescido).\nOutrossim o nosso Tribunal Regional Federal da 4\u00aa Regi\u00e3o tem-se manifestado no sentido de ser \u201centendimento de ambas as Turmas de Direito Previdenci\u00e1rio deste Tribunal que merece litigar ao abrigo do benef\u00edcio da justi\u00e7a gratuita todo aquele que percebe remunera\u00e7\u00e3o l\u00edquida mensal n\u00e3o superior a dez sal\u00e1rios m\u00ednimos\u201d (TRF 4\u00aa \u2013 AC n. 0010032-08.2011.404.9999, j. 22.11.2011) grifo nosso. No caso a parte Autora, percebe muito menos que 10 (dez) sal\u00e1rios m\u00ednimos, conforme detalhamento de cr\u00e9dito apresentado no evento 01, parte integrante dos documentos que acompanham a inicial.\nNesse sentido, nos termos do art. 4\u00ba, da lei 1.060/50, a parte Autora, requer em sede preliminar seja deferido o pedido de JUSTI\u00c7A GRATUITA e sejam as benesses mantidas at\u00e9 o t\u00e9rmino da demanda em face do INSS, uma vez que o mesmo n\u00e3o possui condi\u00e7\u00f5es de arcar com as custas e despesas do processo em curso, sem preju\u00edzo pr\u00f3prio ou de sua fam\u00edlia.\n3 andregoedesilva@gmail.com\n\n\fOAB \u2013 SC 27.747\n\n2. DOS FATOS\n\nInicialmente importante informar que a parte Autora sofre com problemas de sa\u00fade desde o ano de 2015, conforme atestados e exames m\u00e9dicos em anexo, e desde ent\u00e3o por preencher os requisitos legais teve deferido a seu favor benef\u00edcio pela constatada incapacidade laborativa identificado sob n.\u00ba: 174.700.643-0 (DIB 04/11/2015 \u2013 DCB 12/05/2017)\n\nOcorre Excel\u00eancia que apesar do tratamento cont\u00ednuo desde o deferimento do benef\u00edcio j\u00e1 mencionado, a parte Autora ainda possui s\u00e9rios problemas de sa\u00fade, necessitando do amparo da Previd\u00eancia Social, atrav\u00e9s do restabelecimento do benef\u00edcio de Aux\u00edlio-Doen\u00e7a ou mesmo de Aposentadoria por Invalidez, conforme consta documento nos atestados m\u00e9dicos anexos, de onde se extrai e podemos identificar as doen\u00e7as que acometem a segurada, o seguinte:\n\nDOEN\u00c7AS IDENTIFICADAS E TRATADAS PELOS M\u00c9DICOS ASSISTENTES \u2013 CID10:\n\nCID 10 E 02 E 03 E 03.9 E 78.0 F 31.3\nF 32 I 87.2\n\nDESCRI\u00c7\u00c3O COMPLETA DIAGN\u00d3STICO HIPOTIREOIDISMO SUBCLINICO POR DEFICIENCIA DE IODO OUTROS HIPOTIREOIDISMOS HIPOTIREOIDISMO NAO ESPECIFICADO HIPERCOLESTEROLEMIA PURA TRANSTORNO AFETIVO BIPOLAR EPISODIO ATUAL DEPRESSIVO LEVE OU MODERADO EPISODIOS DEPRESSIVOS INSUFICIENCIA VENOSA (CRONICA) (PERIFERICA)\n\n4 andregoedesilva@gmail.com\n\n\fOAB \u2013 SC 27.747\n\nK 21.9 K 29.7 M 16.0 M 54.5 R 32 S 52.5\n\nDOENCA DE REFLUXO GASTROESOFAGICO SEM ESOFAGITE GASTRITE NAO ESPECIFICADA COXARTROSE PRIMARIA BILATERAL DOR LOMBAR BAIXA INCONTINENCIA URINARIA NAO ESPECIFICADA FRATURA DA EXTREMIDADE DISTAL DO RADIO\n\nOcorre Excel\u00eancia, que apesar da segurada ter solicitado a prorroga\u00e7\u00e3o do benef\u00edcio (174.700.643-0), e ter comparecido na data agendada para a realiza\u00e7\u00e3o do exame m\u00e9dico, ocorrida em 12/05/2017 restou o benef\u00edcio por incapacidade indeferido indevidamente no dia da realiza\u00e7\u00e3o da per\u00edcia, ALEGANDO Autarquia R\u00e9 n\u00e3o ter sido constatada a incapacidade para o trabalho ou atividade habitual.\n\nNeste ponto, importante informar que a parte Autora j\u00e1 teve seu benef\u00edcio de Aux\u00edlio Doen\u00e7a indevidamente cessado pela Autarquia R\u00e9 em 2016, quando ajuizou a\u00e7\u00e3o judicial para restabelecimento do benef\u00edcio, restando identificada pelo n\u00b0 5008454-86.2016.404.7205, tendo senten\u00e7a de proced\u00eancia com tr\u00e2nsito em julgado em 13/02/2017.\n\nOcorre que parte Autora sempre manteve o tratamento das doen\u00e7as que a acometem, como se v\u00ea nos atestados m\u00e9dicos, receitas e exames, que seguem anexos. Entretanto com todo o quadro apresentado, e as doen\u00e7as que acometem a parte Autora, esta permanece at\u00e9 o presente momento incapacitada para o retorno de suas atividades laborativas, qual seja, COSTUREIRA AUT\u00d4NOMA.\n\nOcorre Excel\u00eancia que, apesar da parte Autora ter sido submetida a exames diversos, e restar comprovado que \u00e9 portadora das\n5 andregoedesilva@gmail.com\n\n\fOAB \u2013 SC 27.747\ndoen\u00e7as acima especificadas, conforme Atestados e Exames M\u00e9dicos, doen\u00e7as estas que incapacitam a parte Autora para o exerc\u00edcio regular de suas atividades laborais habituais \u2013 COSTUREIRA AUTONOMA, que garantiriam o seu pr\u00f3prio sustento, a parte Autora teve indeferido seu pedido de prorroga\u00e7\u00e3o do benef\u00edcio de Aux\u00edlio-Doen\u00e7a, n\u00e3o restando outra alternativa a n\u00e3o ser recorrer ao poder judici\u00e1rio para garantir seu direito ao benef\u00edcio.\nOcorre Excel\u00eancia, que a doen\u00e7a vem se agravando, de tal forma que mesmo depois de ter a parte Autora se submetido aos tratamentos indicados, n\u00e3o houve a obten\u00e7\u00e3o de resultados satisfat\u00f3rios, conforme demonstrado pelos exames e documentos ora apresentados.\nCabe ressaltar que a parte Autora sempre manteve tratamento cont\u00ednuo, por\u00e9m algumas das les\u00f5es restam consolidadas, raz\u00e3o pela qual a Autora ainda possui s\u00e9rios problemas de sa\u00fade, necessitando do amparo da Previd\u00eancia Social, atrav\u00e9s do restabelecimento do benef\u00edcio de Aux\u00edlio-Doen\u00e7a ou mesmo da concess\u00e3o de Aposentadoria por Invalidez, conforme consta documento nos atestados m\u00e9dicos anexos, de onde se extrai e podemos identificar as doen\u00e7as que acometem o segurado o seguinte:\nDiante da instabilidade das doen\u00e7as devidamente diagnosticadas pelos m\u00e9dicos assistentes, diga-se ESPECIALISTA, n\u00e3o conseguindo no presente momento superar sua incapacidade e limita\u00e7\u00f5es, para voltar a exercer uma atividade profissional que possa lhe prover o sustento.\nSaliente-se que, por permanecer incapacitada, e n\u00e3o poder retornar a sua atividade laborativa \u2013 COSTUREIRA AUT\u00d4NOMA, que lhe exige produtividade e destreza, a parte Autora n\u00e3o mais teve condi\u00e7\u00f5es laborativas.\n6 andregoedesilva@gmail.com\n\n\fOAB \u2013 SC 27.747\nNeste norte, e por restar comprovado que a parte Autora esta acometida de doen\u00e7as, inclusive com atestados dos seus m\u00e9dicos assistentes, que informam que a mesma n\u00e3o tem condi\u00e7\u00f5es de trabalho, deve ser restabelecido o benef\u00edcio previdenci\u00e1rio da esp\u00e9cie 31 \u2013 AUX\u00cdLIO DOEN\u00c7A identificado sob n.\u00ba 31/174.700.643-0, desde sua cessa\u00e7\u00e3o indevida em 12/05/2017, com o pagamento dos valores n\u00e3o pagos a t\u00edtulo de atrasados, cumulados de juros e atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria legais, e ou alternativamente caso seja constatada a incapacidade total e permanente, quando da realiza\u00e7\u00e3o do exame m\u00e9dico pericial, pela concess\u00e3o imediata da Aposentadoria por Invalidez da Esp\u00e9cie 32.\nDesta feita, a Autarquia Previdenci\u00e1ria, mesmo ciente de que a parte Autora permanecia incapacitada para o trabalho por todas as doen\u00e7as e situa\u00e7\u00f5es acima relatadas, vez que mant\u00e9m-se a parte Autora INCAPACITADA em decorr\u00eancia do agravamento das doen\u00e7as que lhe acometem, acabou por indeferir o pedido de prorroga\u00e7\u00e3o do benef\u00edcio de aux\u00edlio doen\u00e7a (31/174.700.643-0).\nAssim, devido ao indeferimento indevido por parte da Autarquia R\u00e9, a parte Autora necessita da interven\u00e7\u00e3o do poder judici\u00e1rio para o restabelecimento do benef\u00edcio de aux\u00edlio-doen\u00e7a e continuidade de tratamento, ou ainda, caso haja a constata\u00e7\u00e3o por parte do m\u00e9dico perito judicial de tratar-se de incapacidade total e permanente, da concess\u00e3o da aposentadoria por invalidez, sob pena de ser acometido de agravamento das suas doen\u00e7as.\n\n3. DO DIREITO\n\n7 andregoedesilva@gmail.com\n\n\fOAB \u2013 SC 27.747\n3.1 Do Aux\u00edlio Doen\u00e7a\nA Constitui\u00e7\u00e3o Federal estabelece que os planos de previd\u00eancia social, nos termos de Lei, atender\u00e3o:\nArt. 201 I a) (...) cobertura dos eventos de doen\u00e7a, invalidez, morte, inclu\u00eddos os resultantes de acidente de trabalho, velhice e reclus\u00e3o.\nO princ\u00edpio fundamental consagrado pela Constitui\u00e7\u00e3o Federal da dignidade da pessoa humana apresenta-se em uma dupla concep\u00e7\u00e3o. Primeiramente prev\u00ea um direito individual protetivo, seja em rela\u00e7\u00e3o ao pr\u00f3prio Estado, seja em rela\u00e7\u00e3o aos demais indiv\u00edduos. Em segundo lugar, estabelece verdadeiro dever fundamental de tratamento igualit\u00e1rio dos pr\u00f3prios semelhantes.\nObserva Sebasti\u00e3o Tojal:\n(...) com efeito, a Constitui\u00e7\u00e3o da sa\u00fade de 1988 ou a garantia do direito \u00e0 sa\u00fade, expressamente referida no art. 196 da Constitui\u00e7\u00e3o, inscreve-se exata e precisamente no rol daquele conjunto integrado de a\u00e7\u00f5es de iniciativa dos Poderes P\u00fablicos voltadas para a realiza\u00e7\u00e3o da nova ordem social, cujos objetivos s\u00e3o o bem-estar e a justi\u00e7a social.\nO aux\u00edlio-doen\u00e7a ser\u00e1 devido ao segurado que, ap\u00f3s cumprida, quando for o caso, a car\u00eancia exigida, ficar incapacitado para seu trabalho ou sua atividade habitual por mais de quinze dias consecutivos (lei n\u00ba 8.213/91, art.59).\n8 andregoedesilva@gmail.com\n\n\fOAB \u2013 SC 27.747\n\nAutora.\n\nSitua\u00e7\u00e3o esta encontrada no quadro cl\u00ednico da parte\n\nAl\u00e9m disso, o Decreto n\u00ba. 3.048/99 traz o seguinte texto de lei, diga-se claro e que n\u00e3o deixa d\u00favidas quanto a sua aplica\u00e7\u00e3o como no presente caso concreto:\n\nArt. 78. O aux\u00edlio-doen\u00e7a cessa pela recupera\u00e7\u00e3o da capacidade para o trabalho, pela transforma\u00e7\u00e3o em aposentadoria por invalidez ou aux\u00edlio-acidente de qualquer natureza, neste caso se resultar seq\u00fcela que implique redu\u00e7\u00e3o da capacidade para o trabalho que habitualmente exercia.\nA Advocacia Geral da Uni\u00e3o, visando eliminar controv\u00e9rsias, baixou sobre a mat\u00e9ria os seguintes enunciados:\n\nENUNCIADO 25\n\n\u201cSer\u00e1 concedido aux\u00edlio-doen\u00e7a ao segurado considerado temporariamente incapaz para o trabalho ou sua atividade habitual, de forma total ou parcial, atendidos os demais requisitos legais, entendendo-se por incapacidade parcial aquela que permita sua reabilita\u00e7\u00e3o para outras atividades laborais\u201d\nENUNCIADO 26\n\u201cPara a concess\u00e3o de benef\u00edcio por incapacidade, n\u00e3o ser\u00e1 considerada a perda de qualidade de segurado decorrente da pr\u00f3pria mol\u00e9stia incapacitante\u201d.\n\n9 andregoedesilva@gmail.com\n\n\fOAB \u2013 SC 27.747\nReitera o entendimento dominante em nossos Tribunais\nassegurando o direito da Autora, como pode ser verificado abaixo:\nPREVIDENCI\u00c1RIO. BENEF\u00cdCIO POR INCAPACIDADE. (AUX\u00cdLIODOEN\u00c7A). REQUERIMENTO ADMINISTRATIVO INDEFERIDO. PREENCHIDOS OS REQUISITOS DA CAR\u00caNCIA M\u00cdNIMA E DA QUALIDADE DE SEGURADO. DISCUSS\u00c3O: EFETIVA EXIST\u00caNCIA DO MAL INCAPACITANTE. PROVA DOCUMENTAL E EXAME PERICIAL. CONCESS\u00c3O JUSTIFICADA. EFEITOS FINANCEIROS DESDE O REQUERIMENTO ADMINISTRATIVO (DER). ABATIMENTO DAS PARCELAS J\u00c1 SATISFEITAS. POSSIBILIDADE. VERBA HONOR\u00c1RIA BEM FIXADA EM 10% DO VALOR ATUALIZADO DAS PARCELAS VENCIDAS AT\u00c9 A DATA DA SENTEN\u00c7A DE PROCED\u00caNCIA. S\u00daMULA 111 DO STJ, S\u00daMULA 76 DO TRF 4\u00aa REGI\u00c3O. - N\u00e3o cabe reexame necess\u00e1rio quando o valor dado \u00e0 causa na inicial, devidamente corrigido at\u00e9 a data em que prolatada a senten\u00e7a favor\u00e1vel, n\u00e3o superar o limite previsto no \u00a72\u00ba do art. 475 do CPC. - Para a concess\u00e3o do benef\u00edcio por incapacidade (aux\u00edlio-doen\u00e7a ou aposentadoria por invalidez), devem estar caracterizadas a qualidade de segurado e a car\u00eancia (quando for o caso) e a incapacidade para o trabalho, a teor do disposto nos artigos 42 e 59 da Lei n\u00ba 8.213/1991. - No caso, a discuss\u00e3o entre as partes se limita \u00e0 efetiva exist\u00eancia do mal incapacitante. Tendo a per\u00edcia m\u00e9dica da Autarquia Previdenci\u00e1ria constatado a mesma mol\u00e9stia que a per\u00edcia judicial, apenas, divergindo quanto \u00e0 capacidade laboral do segurado, conclui-se que, no presente caso, desde o requerimento administrativo, o requerente j\u00e1 estava incapacitado para suas atividades laborais habituais. A prova pericial aliada \u00e0 prova documental demonstrou que, de fato, a parte autora, desde o requerimento administrativo, j\u00e1 se encontrava doente, o que legitima sua pretens\u00e3o ao benef\u00edcio por incapacidade, a contar do referido marco, com todos os efeitos financeiros, ressalvada a prescri\u00e7\u00e3o quinquenal\n10\nandregoedesilva@gmail.com\n\n\fOAB \u2013 SC 27.747\nretroativa \u00e0 data do ajuizamento da demanda judicial. Juros e corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria de acordo com a legalidade estrita, cuja disciplina jur\u00eddica pode ser reconhecida, mesmo de of\u00edcio, pelo Julgador, por se tratar de mat\u00e9ria de Ordem P\u00fablica. - Parcelas de benef\u00edcio eventualmente satisfeitas, na via administrativa, dever\u00e3o ser abatidas do volume a executar, evitando-se assim pagamentos em duplicidade em desfavor dos cofres p\u00fablicos. - Honor\u00e1rios advocat\u00edcios bem fixados em 10% do valor atualizado das parcelas vencidas at\u00e9 a data da senten\u00e7a favor\u00e1vel, a teor da S\u00famula n\u00ba 111 do STJ e da S\u00famula n\u00ba 76 deste TRF da 4\u00aa Regi\u00e3o. O INSS, quando sucumbente em maior propor\u00e7\u00e3o, deve ressarcir a quem de direito o valor despendido a t\u00edtulo de honor\u00e1rios periciais. (TRF4, AC 2005.72.15.001045-3, Quinta Turma, Relatora Maria Isabel Pezzi Klein, D.E. 30/11/2009)\nE ainda:\n\nPREVIDENCI\u00c1RIO.\n\nAUX\u00cdLIO-DOEN\u00c7A.\n\nREQUISITOS.\n\nINCAPACIDADE. COMPROVA\u00c7\u00c3O. 1. Quatro s\u00e3o os\n\nrequisitos para a concess\u00e3o do benef\u00edcio em tela: (a) a\n\nqualidade de segurado do requerente; (b) o cumprimento\n\nda car\u00eancia de 12 contribui\u00e7\u00f5es mensais, (c) a\n\nsuperveni\u00eancia de mol\u00e9stia incapacitante para o\n\ndesenvolvimento de qualquer atividade que garanta a\n\nsubsist\u00eancia, (d) o car\u00e1ter tempor\u00e1rio da incapacidade. 2.\n\nComprovada a exist\u00eancia de impedimento para o trabalho,\n\n\u00e9 de ser reconhecido o direito ao benef\u00edcio por\n\nincapacidade. (TRF4, AC 2009.71.99.004620-1, Turma\n\nSuplementar, Relator Ricardo Teixeira do Valle Pereira, D.E.\n\n26/10/2009)\n\nComplementa:\n\n11 andregoedesilva@gmail.com\n\n\fOAB \u2013 SC 27.747\nPREVIDENCI\u00c1RIO. CONCESS\u00c3O DE AUX\u00cdLIO-DOEN\u00c7A. CONDI\u00c7\u00c3O DE SEGURADO ESPECIAL AGRICULTOR. INCAPACIDADE LABORATIVA PARCIAL E TEMPOR\u00c1RIA. DEPRESS\u00c3O. COMPROVA\u00c7\u00c3O. TUTELA ESPEC\u00cdFICA. ART. 461 CPC. 1. Segurado especial \u00e9 o que exerce atividade rural individualmente ou em regime de economia familiar, sendo esta a atividade em que o trabalho dos membros da fam\u00edlia \u00e9 indispens\u00e1vel \u00e0 pr\u00f3pria subsist\u00eancia e \u00e9 exercido em condi\u00e7\u00f5es de m\u00fatua depend\u00eancia e colabora\u00e7\u00e3o, sem a utiliza\u00e7\u00e3o de empregados. 2. Comprovado que, na data do requerimento administrativo, a parte autora j\u00e1 apresentava a limita\u00e7\u00e3o laborativa, havendo possibilidade de reabilita\u00e7\u00e3o para a mesma atividade laboral, deve ser concedido o aux\u00edlio-doen\u00e7a desde essa data. 3. O cumprimento imediato da tutela espec\u00edfica, diversamente do que ocorre no tocante \u00e0 antecipa\u00e7\u00e3o de tutela prevista no art. 273 do CPC, independe de requerimento expresso por parte do segurado ou benefici\u00e1rio e o seu deferimento sustenta-se na efic\u00e1cia mandamental dos provimentos fundados no art. 461 do CPC. A determina\u00e7\u00e3o da implanta\u00e7\u00e3o imediata do benef\u00edcio contida no ac\u00f3rd\u00e3o consubstancia, tal como no mandado de seguran\u00e7a, uma ordem (\u00e0 Autarquia Previdenci\u00e1ria) e decorre do pedido de tutela espec\u00edfica (ou seja, o de concess\u00e3o do benef\u00edcio) contido na peti\u00e7\u00e3o inicial da a\u00e7\u00e3o. (TRF4, AC 2008.71.99.005442-4, Turma Suplementar, Relator Lu\u00eds Alberto D'azevedo Aurvalle, D.E. 06/04/2009).\nAnte o entendimento jurisprudencial e o que consta no presente caso concreto, n\u00e3o resta a menor d\u00favida que a cessa\u00e7\u00e3o do benef\u00edcio da parte Autora foi injusta, ilegal e arbitr\u00e1ria, uma vez que restam demonstradas as caracter\u00edsticas cl\u00ednicas das doen\u00e7as da parte Autora que a impossibilitam de exercer suas atividades laborais de forma a manter sua pr\u00f3pria subsist\u00eancia.\n12 andregoedesilva@gmail.com\n\n\fOAB \u2013 SC 27.747\nDiante de todo exposto, est\u00e1 evidente a pr\u00e1tica abusiva na rela\u00e7\u00e3o de seguro social, devendo ser restabelecido o benef\u00edcio de aux\u00edliodoen\u00e7a imediatamente, ademais s\u00e3o ineg\u00e1veis os danos causados a parte Autora, decorrentes da conduta il\u00edcita por parte da R\u00e9.\nPara constatar a incapacidade laborativa da Autora, seja tempor\u00e1ria, definitiva, total ou parcial, necess\u00e1rio se faz a realiza\u00e7\u00e3o de per\u00edcia m\u00e9dica, o que desde j\u00e1 requer.\n3.2 Da Aposentadoria por Invalidez\nUtilizando-se do conceito de Russomano, \u201caposentadoria por invalidez \u00e9 o benef\u00edcio decorrente da incapacidade do segurado para o trabalho, sem perspectiva de reabilita\u00e7\u00e3o para o exerc\u00edcio de atividade capaz de lhe assegurar a subsist\u00eancia\u201d, espelha-se a caracteriza\u00e7\u00e3o do que significa a qualifica\u00e7\u00e3o \u201caposentadoria por invalidez\u201d, atentando para express\u00e3o REABILITA\u00c7\u00c3O PARA O EXERC\u00cdCIO DE ATIVIDADE CAPAZ DE LHE ASSEGURAR A SUBSIST\u00caNCIA.\nNos termos do art. 42 da Lei n\u00ba. 8.213/91, a aposentadoria por invalidez, uma vez cumprida, quando for o caso, a car\u00eancia exigida, ser\u00e1 devida ao segurado que, estando ou n\u00e3o em gozo de aux\u00edlio doen\u00e7a, for incapaz e insuscet\u00edvel para o exerc\u00edcio de atividade que lhe garanta a subsist\u00eancia, e ser-lhe-\u00e1 paga enquanto permanecer nesta condi\u00e7\u00e3o.\nMerece destaque decis\u00e3o da Turma Nacional de Uniformiza\u00e7\u00e3o do JEFs acerca da an\u00e1lise dos aspectos sociais na avalia\u00e7\u00e3o da incapacidade laborativa.\n13 andregoedesilva@gmail.com\n\n\fOAB \u2013 SC 27.747\nSegundo a Relatora, Ju\u00edza Federal Maria Divina Vit\u00f3ria, \u201ca incapacidade para o trabalho \u00e9 fen\u00f4meno multidimensional e n\u00e3o pode ser avaliada t\u00e3o-somente do ponto de vista m\u00e9dico, devendo ser analisados tamb\u00e9m os aspectos sociais, ambientais e pessoais. H\u00e1 que se perquerir sobre a real possibilidade de reingresso do segurado no mercado de trabalho. Este entendimento decorre da interpreta\u00e7\u00e3o sistem\u00e1tica da legisla\u00e7\u00e3o, da Conven\u00e7\u00e3o da OIT \u2013 Organiza\u00e7\u00e3o Internacional do Trabalho, e do princ\u00edpio da dignidade da pessoa humana. A restri\u00e7\u00e3o ao idoso aliada ao estado de sa\u00fade do trabalhador, na pr\u00e1tica, inviabilizam o seu retorno \u00e0 atividade que lhe proporcione meios de subsist\u00eancia, raz\u00e3o do deferimento da aposentadoria por invalidez\u201d. (IUJEF n.2005.83.00506090-2/PE, julgado em 17/12/2007).\nRatificado este entendimento pela CRFB/88 que tem por fundamentos a promo\u00e7\u00e3o do bem estar de todos sem qualquer forma de discrimina\u00e7\u00e3o, garantindo o estabelecimento da dignidade humana, em seu art. 1\u00ba, III.\nO art. 201 da CFRB estabelece que os planos de previd\u00eancia social, nos termos de Lei, atender\u00e3o a cobertura dos eventos de doen\u00e7a, inclu\u00eddos os resultantes de aux\u00edlio-doen\u00e7a por incapacidade f\u00edsica para o trabalho.\nA Lei 8.213/91 disp\u00f5e em seu art. 59, que o aux\u00edlio-doen\u00e7a ser\u00e1 devido ao segurado que, havendo cumprido, quando for o caso, o per\u00edodo de car\u00eancia exigido nesta Lei, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos, momento a partir do qual lhe ser\u00e1 devido aux\u00edlio doen\u00e7a a contar do 16\u00ba\n14 andregoedesilva@gmail.com\n\n\fOAB \u2013 SC 27.747\n(d\u00e9cimo sexto) dia do afastamento da atividade e enquanto permanecer incapaz.\n\nparte Autora.\n\nIsso tudo ocorreu com o agravamento do quadro cl\u00ednico da\n\nOcorre que a doen\u00e7a incapacitantes da parte Autora, identificada pela CID10 conforme mencionado na tabela do item 2 do presente petit\u00f3rio, impossibilita a mesma de exercer qualquer atividade laboral definitivamente, visto que se encontra insuscet\u00edvel para reabilitar-se para atividade garantidora de sua subsist\u00eancia.\n\nAl\u00e9m disso, a lei 8.213/91 determina:\n\nArt. 18. O Regime Geral de Previd\u00eancia Social compreende as seguintes presta\u00e7\u00f5es, devidas inclusive em raz\u00e3o de eventos decorrentes de acidente do trabalho, expressas em benef\u00edcios e servi\u00e7os:\nI - quanto ao segurado:\n1. aposentadoria por invalidez;\nDesta forma, torna-se perfeitamente vis\u00edvel o direito da parte Autora a Aposentadoria por Invalidez, desde a data da per\u00edcia m\u00e9dica judicial, uma vez que resta a parte Autora, totalmente e definitivamente incapacitada para o exerc\u00edcio das suas atividades laborais.\n\nEvocam Nossos Tribunais:\n\n15 andregoedesilva@gmail.com\n\n\fOAB \u2013 SC 27.747\nPREVIDENCI\u00c1RIO. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. POSSIBILIDADE. LAUDO M\u00c9DICO PERICIAL COMPROBAT\u00d3RIO DA INCAPACIDADE DEFINITIVA. CONCESS\u00c3O. 1. O benef\u00edcio de Aposentadoria por Invalidez \u00e9 devido ao segurado que, estando ou n\u00e3o em gozo do Aux\u00edlio-Doen\u00e7a, for considerado incapaz para o trabalho e insuscept\u00edvel de reabilita\u00e7\u00e3o, dependendo, para tanto, apenas da verifica\u00e7\u00e3o da condi\u00e7\u00e3o de incapacidade, mediante exame m\u00e9dico pericial. (...) APELREEX n\u00ba 200583000151103, Desembargador Federal Manoel Erhardt, TRF5, Segunda Turma, DJ - Data:06/04/2009 - P\u00e1gina:189 - N\u00ba 65, UN\u00c2NIME).\n\nComo \u00e9 sabido, o R\u00e9u costuma deixar seus benefici\u00e1rios\n\nlongos per\u00edodos em Aux\u00edlio-Doen\u00e7a at\u00e9 conceder a Aposentadoria por\n\nInvalidez. No entanto, n\u00e3o existe norma legal que determine, ou oriente para\n\nque\n\nseja\n\nassim\n\nprocedido,\n\na\n\nlivre\n\nescolha\n\ndo\n\nR\u00e9u, quando em verdade, esta est\u00e1 incapacitada definitivamente para o\n\ntrabalho que exercia.\n\nPara constatar a incapacidade laborativa da parte Autora, seja tempor\u00e1ria, permanente, total ou parcial, se faz necess\u00e1ria a realiza\u00e7\u00e3o de per\u00edcia m\u00e9dica, com m\u00e9dico especialista \u2013 CL\u00cdNICO GERAL, o que desde j\u00e1 requer, onde o expert responder\u00e1 aos quesitos formulados pelo Ju\u00edzo e pelas partes.\n\nrequer:\n\n4. DO REQUERIMENTO Pelo exposto, diante dos fatos e do direito a parte Autora\n16 andregoedesilva@gmail.com\n\n\fOAB \u2013 SC 27.747\na) Determinar a cita\u00e7\u00e3o do R\u00e9u, na pessoa de seu Procurador Regional, na cidade de Blumenau/SC, para, querendo, contestar a presente a\u00e7\u00e3o no prazo legal, sob pena de revelia e presun\u00e7\u00e3o de verdade quanto aos fatos narrados;\nb) A TOTAL PROCED\u00caNCIA da a\u00e7\u00e3o para ao final:\nb.1) seja realizada per\u00edcia m\u00e9dica, de prefer\u00eancia com m\u00e9dico especialista \u2013 CL\u00cdNICO GERAL, para verificar a exist\u00eancia da arg\u00fcida incapacidade laborativa da parte Autora, e suas peculiaridades, desde a cessa\u00e7\u00e3o indevida ocorrida em 12/05/2017 \u2013 NB 31/174.700.643-0, informando a parte Autora, o dia, hora e local de sua realiza\u00e7\u00e3o, ocasi\u00e3o em que o perito dever\u00e1 responder os quesitos que seguem em folha apartada anexa;\nb.2) uma vez constada a incapacidade da parte Autora, seja restabelecido o benef\u00edcio de n.\u00ba 31/174.700.643-0, desde sua cessa\u00e7\u00e3o ocorrida em 12/05/2017, com o pagamento dos valores atrasados devidos a parte Autora, tudo corrigido monetariamente, conforme a legisla\u00e7\u00e3o p\u00e1tria e juros morat\u00f3rios de 12% ao ano;\nb.3) alternativamente, no caso de verificada a incapacidade laborativa permanente da parte Autora, requer pela concess\u00e3o da aposentadoria por invalidez, nos termos do art. 42 da Lei 8.213/91;\nb.3.1) em caso de constata\u00e7\u00e3o da necessidade de acompanhamento da parte Autora por terceiros para os atos do cotidiano, seja a Aposentadoria concedida com acr\u00e9scimo de 25% (VINTE E CINCO POR CENTO), sobre o valor da RMI apurada, nos termos do artigo 45 da Lei 8.213/91;\n17 andregoedesilva@gmail.com\n\n\fOAB \u2013 SC 27.747\nc) Seja condenado o R\u00e9u, em caso de Recurso, ao pagamento da totalidade das custas processuais e dos honor\u00e1rios advocat\u00edcios inerentes ao princ\u00edpio da sucumb\u00eancia, n\u00e3o inferiores ao valor de 01 (um) sal\u00e1rios m\u00ednimo vigente, e/ou em percentuais de 20% (vinte por cento) a serem calculados sobre o valor dos atrasados;\nd) seja deferida a parte Autora a Concess\u00e3o do benef\u00edcio da gratuidade judici\u00e1ria, na forma do artigo 4\u00ba, da Lei 1.060/50, com a reda\u00e7\u00e3o imposta pela Lei 7.510/86, eis que o Requerente n\u00e3o possui condi\u00e7\u00f5es financeiras para arcar com as custas judiciais e honor\u00e1rios advocat\u00edcios sem preju\u00edzo do sustento pr\u00f3prio e de sua fam\u00edlia, conforme declara\u00e7\u00e3o anexa.\ne) seja permitida a produ\u00e7\u00e3o de todos os meios de prova em direito admitidos, especialmente a documental inclusa e as relativas \u00e0s obriga\u00e7\u00f5es originadas dos referidos benef\u00edcios, inspe\u00e7\u00e3o judicial, a per\u00edcia cont\u00e1bil para rec\u00e1lculo do benef\u00edcio para que sejam apurados os valores a que a parte Autora tem direito, o depoimento das partes e testemunhas, a oitiva do representante legal do R\u00e9u, per\u00edcia m\u00e9dica, bem como todas as demais provas que se fizerem necess\u00e1rias para o devido convencimento do Ju\u00edzo;\nf) Seja a parte Requerida ordenada a exibir, oportunamente na contesta\u00e7\u00e3o, todos os processos administrativos, bem como, a respectiva Carta de Concess\u00e3o e Mem\u00f3ria de C\u00e1lculo do(s) benef\u00edcio(s), CNIS, e Laudos M\u00e9dicos em seu poder, com fulcro no art. 355 do C\u00f3digo de Processo Civil c/c o art. 11 da Lei 10.259/2001;\ng) prioridade no tr\u00e2mite da presente demanda em qualquer inst\u00e2ncia, com a devida anota\u00e7\u00e3o desta circunst\u00e2ncia em local vis\u00edvel nos\n18 andregoedesilva@gmail.com\n\n\fOAB \u2013 SC 27.747\nautos, nos termos do artigo 71 da Lei n\u00ba 10.741/2003, por contar a parte Autora, nesta data, com 67 (sessenta e sete) anos de idade, conforme atesta a c\u00f3pia de seu documento de identidade em anexo.\n5. DO VALOR DA CAUSA Atribui-se a causa o valor de R$ 2.500,00 (dois mil e quinhentos reais), para efeitos meramente fiscais. Nestes termos, Pede deferimento. Blumenau(SC), 26 de junho de 2017.\nANDR\u00c9 GOEDE E SILVA OAB/SC 27.747\n19 andregoedesilva@gmail.com\n\n\f" } ], "similar_texts_federais_solon": [ { "header": "Texto Similar 1 (Solon) - IdDocumentoCompleto: 5001585-74.2016.4.04.7216-721469208518172790228107883256", "text": "EXCELENT\u00cdSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA VARA E DO JUIZADO ESPECIAL FEDERAL DA COMARCA DE LAGUNA/SC\n\nCOM PEDIDO URGENTE DE ANTECIPA\u00c7\u00c3O DE TUTELA\n\nADEMIR LAURO CARVALHO, brasileiro, vi\u00favo, jardineiro, inscrito no CPF sob n\u00ba 217.364.999-04, portador da c\u00e9dula de identidade de n\u00ba 267.923, residente e domiciliado a Rua Domingos Manoel Feliciano, s/n, Bairro Sambaqui, na Cidade de Imbituba/SC, vem perante V. Exa., atrav\u00e9s de seus procuradores signat\u00e1rios, ajuizar a presente:\nA\u00c7\u00c3O PARA CONCESS\u00c3O DE AUX\u00cdLIO DOEN\u00c7A E/OU APOSENTADORIA POR INVALIDEZ\n\nem face do INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL-INSS, Autarquia Previdenci\u00e1ria com endere\u00e7o na Rua Santa Catarina, 952, bairro Centro, na cidade de Imbituba/SC, CEP 88780-000, pelas seguintes raz\u00f5es e fundamentos:\n\nI - DOS FATOS\n\n1.1.\n\nA parte autora fora acometida de grave doen\u00e7a (S43.1 - LUXA\u00c7\u00c3O DA\n\nARTICULA\u00c7\u00c3O ACROMIOCLAVICULAR), vindo a requerer o benef\u00edcio aux\u00edlio doen\u00e7a de NB n\u00ba\n\n6151177880, junto ao INSS no dia 18/07/2016 (DER), sendo o mesmo INDEFERIDO pela r\u00e9 de\n\nmodo indevido, uma vez que em mesmo o autor se encontrando inapto ao trabalho di\u00e1rio, n\u00e3o fora\n\nreconhecido o direito \u00e0 concess\u00e3o de citado benef\u00edcio por incapacidade, isto \u00e0 partir do equivocado\n\nAvenida Santa Catarina, n\u00ba 452, sala 02, Centro, Imbituba/SC, Fone (48) 3255.3612\n\n\ffundamento pericial de n\u00e3o restar constatada a incapacidade para o trabalho habitual do ora demandante.\n1.2. Entretanto, o requerente, conforme diversos documentos m\u00e9dicos ora apresentados, CONTINUA \u00e0 n\u00e3o estar apto ao trabalho di\u00e1rio, sendo indevido, portanto, o indeferimento da continuidade do benef\u00edcio previdenci\u00e1rio ora em comento.\n1.3. A incapacidade do requerente \u00e9 total e permanente, j\u00e1 que est\u00e1 acometida de graves patologias ortop\u00e9dicas/traumatol\u00f3gicas, tais como LUXA\u00c7\u00c3O DA ARTICULA\u00c7\u00c3O ACROMIOCLAVICULAR. Ademais importante mencionar que mesmo realizando diversos tratamentos indicados pelos especialistas que fazem seu acompanhamento, este n\u00e3o vem tendo melhora ou cura do seu quadro de sa\u00fade. O autor conta atualmente com 62 anos de idade, situa\u00e7\u00e3o essa que dificulta ainda mais a melhora do seu estado de sa\u00fade, haja vista que o organismo deste n\u00e3o responde mais ao tratamento de forma adequada.\n1.4. Sinala-se que a afirma\u00e7\u00e3o supra se faz comprovada por meio dos exames e laudos m\u00e9dicos ora acostados, os quais dirimem qualquer questionamento a respeito da real situa\u00e7\u00e3o de sa\u00fade do mesmo.\n\nII - DO DIREITO\n\n2.1.\n\nO art. 59, da Lei 8.213/91 garante ao segurado que ficar incapacitado para o\n\ntrabalho ou para a sua atividade habitual por mais de 15 dias consecutivos o benef\u00edcio do aux\u00edlio\n\ndoen\u00e7a. Estabelece tamb\u00e9m o art 60 da referida lei:\n\n\u201cArt. 60 \u2013 O aux\u00edlio doen\u00e7a ser\u00e1 devido ao segurado empregado e empres\u00e1rio a contar do d\u00e9cimo sexto dia do afastamento da atividade, e no caso dos demais segurados, a contar da data do in\u00edcio da incapacidade e enquanto ele permanecer incapaz..\u201d.\nAvenida Santa Catarina, n\u00ba 452, sala 02, Centro, Imbituba/SC, Fone (48) 3255.3612\n\n\f\u201c\u00a7 1\u00b0 Quando requerido por segurado afastado da atividade por mais de 30 (trinta) dias, o aux\u00edlio-doen\u00e7a ser\u00e1 devido a contar da data da entrada do requerimento\u201d.\n2.2. J\u00e1 o art. 42 da mesma lei reza:\nArt. 42. A aposentadoria por invalidez, uma vez cumprida, quando for o caso, a car\u00eancia exigida, ser\u00e1 devida ao segurado que, estando ou n\u00e3o em gozo de aux\u00edlio-doen\u00e7a, for considerado incapaz e insuscept\u00edvel de reabilita\u00e7\u00e3o para o exerc\u00edcio de atividade que lhe garanta a subsist\u00eancia, e serlhe-\u00e1 paga enquanto permanecer nesta condi\u00e7\u00e3o.\n\n2.3.\n\nO autor traz a baila laudo medico, datado de 14/01/2016, firmado pelo Dr. JAISON\n\nPACHECO FRANCISCO, FISIOTERAPEUTA, CRM 129210-F, onde resta asseverado \u201cdeclaro\n\npara os devidos fins, que o paciente Sr. Ademir Lauro Carvalho esta realizando tratamento\n\nfisioterapeutico para um (PO de luxa\u00e7\u00e3o severa de clav\u00edcula) (...) necessita permanecer de\n\nrepouso porque ainda possui dor e limita\u00e7\u00f5es. Deve-se continuar o tratamento\n\nfisioterapeutico e m\u00e9dico\u201d.\n\n2.4. Outrossim, traz a baila outro laudo medico, datado de 14/03/2016, firmado pelo Dr. JAISON PACHECO FRANCISCO, FISIOTERAPEUTA, CRM 129210-F, onde resta asseverado \u201cdeclaro para os devidos fins, que o paciente Sr. Ademir Lauro Carvalho esta realizando tratamento fisioterapeutico para um (PO de luxa\u00e7\u00e3o severa de clav\u00edcula) (...) necessita permanecer de repouso por ainda parecer luxa\u00e7\u00e3o na clavicula e possuir dores intensas nos dois ombros porque ainda possui dor e limita\u00e7\u00f5es. Deve-se continuar o tratamento fisioterapeutico e m\u00e9dico\u201d.\n\n2.5. Outrossim, traz a baila RECENTE ATESTADO M\u00c9DICO, datado de 24/06/2016, firmado pela Dra. EMANUELLE BATISTA FERNANDES, CRM 15421, onde resta asseverado \u201cpaciente aguarda cirurgia de ombro direito, por LUXA\u00c7\u00c3O ACROMICO-CLAVICULAR E TENDINOPATIA. Necessita manter-se afastado das atividades profissionais (CID 10 - S43.1 LUXA\u00c7\u00c3O DA ARTICULA\u00c7\u00c3O ACROMIOCLAVICULAR) E (CID 10 - M75.8 - OUTRAS LES\u00d5ES DO OMBRO)\u201d.\n\nAvenida Santa Catarina, n\u00ba 452, sala 02, Centro, Imbituba/SC, Fone (48) 3255.3612\n\n\f2.6. Traz a baila RECENTE ATESTADO M\u00c9DICO, datado de 07/07/2016, firmado pelo Dr. JUAREZ\n\nRODOLFO DREYER, M\u00c9DICO DO TRABAHO, CRM 6885, onde resta asseverado \u201cSr. Ademir\n\nLauro Carvalho portador de LUXA\u00c7\u00c3O ACROMICO-CLAVICULAR associada a ESTIRAMENTO\n\nDOS LIGAMENTOS CLAVICULARES DO OMBRO DIREITO e tamb\u00e9m no mesmo ombro\n\napresenta TENOSSINOVITE DO TEND\u00c3O SUPRAESPINHAL, esta incapacitado para as\n\natividades que desenvolve. (CID 10 - S43.1\n\nLUXA\u00c7\u00c3O DA ARTICULA\u00c7\u00c3O\n\nACROMIOCLAVICULAR) E (CID 10 - M75.8 - OUTRAS LES\u00d5ES DO OMBRO)\u201d.\n\nTal fato, por si s\u00f3 demonstra a dificuldade no combate da patologia trauma de que \u00e9 vitima o segurado, bem como a atual falta de cura da mesma, uma vez que mesmo ap\u00f3s realiza\u00e7\u00e3o de diversos tratamentos pelo demandante, esta se encontra em vagarosa recupera\u00e7\u00e3o de seu quadro clinico, estando incapaz para desenvolver suas atividades habituais de labor.\n\n2.7.\n\nH\u00e1 mais, interessante mencionar a utiliza\u00e7\u00e3o habitual de f\u00e1rmacos pelo\n\nsegurado ora autor, no objetivo de mitigar os efeitos da patologia grav\u00edssima de que padece,\n\nobservando-se o uso de CLORIDRATO DE CICLOBENZAPRINA, dentre outros medicamentos.\n\nDestarte, ressalta-se que o segurado/ora demandante encontra-se atualmente agendado junto ao SISTEMA \u00daNICO DE SAUDE - SUS, para nova consulta junto aos especialistas m\u00e9dicos que vem realizando seu acompanhamento clinico/tratamento, com consultas previstas para o m\u00eas de Agosto do corrente ano, resguardando-se desde j\u00e1 no direito de trazer \u00e0 baila novos e eventuais documentos m\u00e9dicos obtidos.\n\n2.8.\n\nPor derradeiro, sabe-se que o INSS costuma simplesmente indeferir o benef\u00edcio por\n\nincapacidade eventualmente pleiteado, autorizando o retorno do segurado ao trabalho, embora\n\nainda sofrendo de doen\u00e7a. No caso em comento, o requerente n\u00e3o tem condi\u00e7\u00f5es de tornar a\n\ntrabalhar e o r\u00e9u, de modo ilegal, recusou-se \u00e0 CONTINUIDADE DO pagamento do aux\u00edlio-\n\ndoen\u00e7a \u00e0 que nitidamente faz jus o autor, uma vez encontrar-se o mesmo sem qualquer tipo\n\nAvenida Santa Catarina, n\u00ba 452, sala 02, Centro, Imbituba/SC, Fone (48) 3255.3612\n\n\fde possibilidade em laborar, qui\u00e7\u00e1 em sua atividade habitual de JARDINEIRO/AUXILIAR DE ERVI\u00c7OS GERAIS, haja vista o tratamento inicial das patologias (CID 10 - S43.1 LUXA\u00c7\u00c3O DA ARTICULA\u00c7\u00c3O ACROMIOCLAVICULAR) E (CID 10 - M75.8 - OUTRAS LES\u00d5ES DO OMBRO), sem preju\u00edzo de outras ainda investigadas.\nDestarte, O demandante comprovou os requisitos legais para obten\u00e7\u00e3o do benef\u00edcio ora objeto da demanda, conseq\u00fcente manten\u00e7a do mesmo, pois resta mantida a condi\u00e7\u00e3o de segurado e est\u00e1 inapto para o trabalho a mais de 15 dias, conforme farta documenta\u00e7\u00e3o ora acostada, a qual corrobora ser o requerente vitima das patologias (CID 10 - S43.1 LUXA\u00c7\u00c3O DA ARTICULA\u00c7\u00c3O ACROMIOCLAVICULAR) E (CID 10 - M75.8 - OUTRAS LES\u00d5ES DO OMBRO), dentre outras, e que o incapacita notada e plenamente para as atividades habituais de labor deveras penosas, na fun\u00e7\u00e3o de JARDINEIRO/ AUXILIAR DE SERVI\u00c7OS GERAIS.\n3. Da tutela antecipada\n\n3.1.\n\nO art. 300 do C\u00f3digo de Processo Civil/2015 (art. 273, do CPC/1973) estabelece\n\nque a tutela de urg\u00eancia possa ser concedida no seguinte caso:\n\n\u201cArt. 300. A tutela de urg\u00eancia ser\u00e1 concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado \u00fatil do processo.\u201d\n\nOs documentos que instruem a peti\u00e7\u00e3o inicial demonstram perfeitamente que o segurado est\u00e1 acometido por (CID 10 - S43.1 LUXA\u00c7\u00c3O DA ARTICULA\u00c7\u00c3O ACROMIOCLAVICULAR) E (CID 10 - M75.8 - OUTRAS LES\u00d5ES DO OMBRO), dentre outras enfermidades, e por derradeiro, resta impedido de exercer plenamente suas atividades laborais di\u00e1rias e que um tanto que penosas, bem como baseadas principalmente na for\u00e7a f\u00edsica e motora da percep\u00e7\u00e3o do segurado, estas como JARDINEIRO/ AUXILIAR DE SERVI\u00c7OS GERAIS.\n\nAvenida Santa Catarina, n\u00ba 452, sala 02, Centro, Imbituba/SC, Fone (48) 3255.3612\n\n\fSinala-se, que ficara o demandante afastado dos servi\u00e7os habituais por certo tempo, perfazendo tratamento, e ainda n\u00e3o conseguiu recuperar sua sa\u00fade para exercer o trabalho habitual como JARDINEIRO/ AUXILIAR DE SERVI\u00c7OS GERAIS. Assim, como poder\u00e1 esperar at\u00e9 o tramite do processo, para s\u00f3 ao final, com a senten\u00e7a, conseguir prote\u00e7\u00e3o ao seu direito? Notadamente, o segurado n\u00e3o pode trabalhar, ao passo que a patologia (CID 10 - S43.1 LUXA\u00c7\u00c3O DA ARTICULA\u00c7\u00c3O ACROMIOCLAVICULAR) E (CID 10 - M75.8 - OUTRAS LES\u00d5ES DO OMBRO), est\u00e1 diretamente relacionada \u00e0 suas capacidades cognitiva/mental (essenciais ao trabalho di\u00e1rio do mesmo como jardineiro/ servi\u00e7os gerais; o que o impede de laborar; e ao n\u00e3o ser acolhido pela previd\u00eancia social (receber alta indevida) tamb\u00e9m resta prejudicado o recebimento dos proventos que faz jus e tanto necessita. Por outro lado, se trabalha doente, danos ainda mais graves a sua sa\u00fade est\u00e3o sendo causados. Por isso da tutela antecipada de seu direito, afastando a ilegalidade praticada pelo requerido (INSS).\nPELO EXPOSTO, pede:\na) a concess\u00e3o da TUTELA ANTECIPADA, reconhecendo a verossimilhan\u00e7a das alega\u00e7\u00f5es expostas, sem ouvir a parte adversa, para que o requerente receba o aux\u00edlio doen\u00e7a desde j\u00e1, intimando-se o INSS para conceder/restabelecer o benef\u00edcio em comento;\nb) a total proced\u00eancia do pedido para que condene o INSS a conceder o aux\u00edlio-doen\u00e7a do autor, concedendo o benef\u00edcio NB n\u00ba 6151177880, desde a data do requerimento em 18/07/2016 (DER), at\u00e9 a cessa\u00e7\u00e3o da doen\u00e7a de que padece o segurado, efetuando o pagamento das parcelas atrasadas desde a data de citada negativa (e que indevida), ou alternativamente, se restarem seq\u00fcelas consolidadas, o direito ao benef\u00edcio aux\u00edlio acidente, ou alternativamente, n\u00e3o havendo condi\u00e7\u00f5es permanentes de trabalho, ap\u00f3s nova per\u00edcia m\u00e9dica, seja o autor aposentado por invalidez. Caso fique demonstrado que o autor necessite de acompanhamento de terceiros, que oi beneficio de aposentadoria por invalidez seja concedido com o acr\u00e9scimo de 25%, com corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e juros de mora de 12% a partir do requerimento administrativo;\nE requer:\nAvenida Santa Catarina, n\u00ba 452, sala 02, Centro, Imbituba/SC, Fone (48) 3255.3612\n\n\fc) a produ\u00e7\u00e3o de todas as provas em direito admitidas, especialmente depoimento pessoal, oitiva de testemunhas e per\u00edcia;\nd) a cita\u00e7\u00e3o do r\u00e9u na Procuradoria Especializada do INSS, para se quiser, contestar a presente a\u00e7\u00e3o, sob pena de revelia;\ne) em nome da celeridade e informalidade processual, a intima\u00e7\u00e3o para que o r\u00e9u junte c\u00f3pia do processo administrativo no mesmo prazo da contesta\u00e7\u00e3o, conforme o art. 11 da Lei 10.259/01, visto que esse se encontra em poder do mesmo. Se n\u00e3o o fizer que sofra as penalidades do art. 359 I, do C.P.C;\nf) a concess\u00e3o da GRATUIDADE JUDICI\u00c1RIA, pois a autora n\u00e3o possui condi\u00e7\u00f5es de suportar o pagamento das custas processuais e demais despesas, sem comprometer a sua sobreviv\u00eancia. Valor da a\u00e7\u00e3o (valor relativo previs\u00e3o de pagamento pelos futuros 6 meses = R$ 5.614,80). (cinco mil, seiscentos e quatorze reais e oitenta centavos) atribu\u00eddo ao valor da causa.\nNesses Termos, Pede Deferimento.\nImbituba/SC, 20 de Julho de 2016.\nDHIEGO DE FRAGA LINCK OAB/RS 97.781\nAvenida Santa Catarina, n\u00ba 452, sala 02, Centro, Imbituba/SC, Fone (48) 3255.3612\n\n\fQUESITOS DA PARTE AUTORA\nI \u2013 DOS DADOS COMPLEMENTARES AO LAUDO PERICIAL\nAntes da resposta aos quesitos do Ju\u00edzo e das partes, dever\u00e3o constar no laudo pericial: a. Identifica\u00e7\u00e3o do paciente (nome, sexo, estado civil, profiss\u00e3o e endere\u00e7o); b. Hist\u00f3rico profissional do paciente; c. Grau de instru\u00e7\u00e3o do paciente; d. Hist\u00f3rico da(s) doen\u00e7a(s); e. Exame f\u00edsico do paciente; f. Descri\u00e7\u00e3o dos exames complementares acostados aos autos e levados no dia da per\u00edcia judicial;\nPrimeiro Quesito \u2013 Da Doen\u00e7a / Enfermidade\n1. O autor se encontra acometida por alguma enfermidade ou sequela de acidente sofrido? 2. Em caso afirmativo, qual a enfermidade e o CID correspondente? 3. A que data remonta a mol\u00e9stia? 4. A documenta\u00e7\u00e3o m\u00e9dica levada na per\u00edcia e acostada aos autos aponta que doen\u00e7as? 5. O Douto Perito concorda ou discorda da avalia\u00e7\u00e3o dos outros profissionais que acompanham o Requerente? Por que? (informar CIDs constantes na documenta\u00e7\u00e3o m\u00e9dica) 6. Quais os sintomas mais comuns das enfermidades do autor? Quais sintomas apresenta o Autor atualmente?\nSegundo Quesito \u2013 Do Tratamento\n7. O Requerente est\u00e1 fazendo uso de algum tipo de medicamento em raz\u00e3o da(s) doen\u00e7a(s) ou les\u00e3o(\u00f5es)?\nAvenida Santa Catarina, n\u00ba 452, sala 02, Centro, Imbituba/SC, Fone (48) 3255.3612\n\n\f8. Os medicamentos supra referidos s\u00e3o indicados para tratamento de que enfermidades? 9. A medica\u00e7\u00e3o que o Segurado ingere pode causar algum efeito colateral? Qual(is)? 10. Caso a resposta para o quesito anterior tenha sido afirmativa, \u00c9 POSS\u00cdVEL que os efeitos colaterais da medica\u00e7\u00e3o ingerida possam interferir na atividade ou desempenho profissional do Segurado? 11. A(s) patologia(s) a(s) qual(is) est\u00e1 acometido o Periciando, tendo em vista o tratamento o qual est\u00e1 sendo submetido \u00e9 suscet\u00edvel de recupera\u00e7\u00e3o? Justifique. 12. Existe necessidade ou recomenda\u00e7\u00e3o de tratamento cir\u00fargico? 13. Em caso de resposta positiva no item 12, o procedimento cir\u00fargico \u00e9 capaz de recuperar plenamente a les\u00e3o do segurado? Em caso de realiza\u00e7\u00e3o de dito procedimento pelo autor, \u00c9 poss\u00edvel assegurar atualmente que o demandante est\u00e1 apto a exercer suas atividades di\u00e1rias de trabalho?\nTerceiro Quesito \u2013 Da Atividade Habitual do Periciado\n13. Qual a profiss\u00e3o e/ou trabalho habitualmente exercido pelo Periciando? 14. Qual a descri\u00e7\u00e3o da atividade desempenhada pelo Requerente, segundo as informa\u00e7\u00f5es mencionadas pelo Requerente? 15. Quais as aptid\u00f5es exigidas pela atividade habitual do Requerente, tais como esfor\u00e7o f\u00edsico, for\u00e7a, levantamento de peso, coordena\u00e7\u00e3o motora, realiza\u00e7\u00e3o de movimentos repetitivos, perman\u00eancia por vasto per\u00edodo temporal em posi\u00e7\u00e3o ortost\u00e1tica ou em movimento, etc? 16. Quais as profiss\u00f5es e fun\u00e7\u00f5es exercidas pelo Periciando em sua vida laboral?\nQuarto Quesito \u2013 Da Incapacidade\n17. Existe incapacidade laboral para a fun\u00e7\u00e3o habitualmente desempenhada? 18. Caso n\u00e3o haja comprova\u00e7\u00e3o da incapacidade laboral com base na documenta\u00e7\u00e3o m\u00e9dica trazida ao feito, bem como na anamnese realizada pelo Perito, existe algum outro exame capaz de diagnosticar a incapacidade ou a doen\u00e7a incapacitante do Autor? 19. A incapacidade \u00e9 total ou parcial? 20. Existe perda funcional? em que percentual de sua capacidade laborativa?\nAvenida Santa Catarina, n\u00ba 452, sala 02, Centro, Imbituba/SC, Fone (48) 3255.3612\n\n\f21. A incapacidade \u00e9 permanente ou tempor\u00e1ria? 22. Em caso de incapacidade tempor\u00e1ria, qual evento deve ocorrer para que o Requerente recupere a integralidade de sua capacidade laboral? 23. A profiss\u00e3o habitualmente desempenhada pelo Requerente contribuiu ou pode contribuir para o agravamento da les\u00e3o? 24. Houveram per\u00edodos pr\u00e9vios de incapacidade? 25. Caso o Requerente n\u00e3o esteja incapacitada neste momento, por\u00e9m tenha havido incapacidade pr\u00e9via, que evento p\u00f4de levar o Ilustre Perito \u00e0 conclus\u00e3o do t\u00e9rmino da incapacidade laboral?\nQuinto Quesito \u2013 Da Inser\u00e7\u00e3o no Mercado de Trabalho\n26. A patologia que acomete o Autor e suas condi\u00e7\u00f5es gerais, tais como idade (62 anos atual), condicionamento f\u00edsico, tempo de afastamento, qualifica\u00e7\u00e3o profissional e grau de instru\u00e7\u00e3o, possibilitariam a inser\u00e7\u00e3o no mercado de trabalho em uma rotina normal di\u00e1ria, semanal, mensal, particularmente na atividade habitualmente exercida de JARDINEIRO/AUXILIAR DE SERVI\u00c7OS GERAIS?\n27. Considerando-se a idade do autor, seu atual estado de sa\u00fade e grau de instru\u00e7\u00e3o, pode-se concluir que as les\u00f5es e seq\u00fcelas das enfermidades dificultariam seu reingresso ao mercado de trabalho?\n28. Qual o progn\u00f3stico da doen\u00e7a? Levando em considera\u00e7\u00e3o a idade (62 anos) do Requerente, o progn\u00f3stico \u00e9 favor\u00e1vel ou desfavor\u00e1vel?\n29. Considerando que o Requerente faz uso do Sistema \u00danico de Sa\u00fade, levando tamb\u00e9m em considera\u00e7\u00e3o a inefic\u00e1cia e lentid\u00e3o do referido sistema p\u00fablico, \u00e9 prov\u00e1vel que haja uma recupera\u00e7\u00e3o total da capacidade laboral do Periciado?\nSexto Quesito \u2013 Da Per\u00edcia Judicial e do Expert\n30. A(s) enfermidade(s) que acomete(m) o Requerente \u00e9 uma doen\u00e7a comum? 31. Considerando as peculiaridades do caso concreto, tais como conjuga\u00e7\u00e3o de enfermidades, limita\u00e7\u00f5es, sequelas, tratamento medicamentoso e cir\u00fargico, pode-se concluir que o quadro m\u00e9dico da Requerente \u00e9 um quadro comum?\nAvenida Santa Catarina, n\u00ba 452, sala 02, Centro, Imbituba/SC, Fone (48) 3255.3612\n\n\f32. Qual a especialidade do Sr. Expert? 33. Caso o Sr. Expert seja especialista em per\u00edcias judiciais, qual o n\u00famero de horas aula do Referido curso de especializa\u00e7\u00e3o? 34. O Sr. Expert j\u00e1 exerceu alguma atividade ou prestou servi\u00e7o ao Instituto Nacional do Seguro Social? 35. Qual o hor\u00e1rio de in\u00edcio do exame pericial e do t\u00e9rmino? (dura\u00e7\u00e3o da per\u00edcia) 36. Informe quaisquer outros dados ou informa\u00e7\u00f5es pertinentes que entender necess\u00e1rios para a solu\u00e7\u00e3o da causa.\nNestes termos, pede deferimento. Imbituba/SC, 20 de Julho de 2016.\nDHIEGO DE FRAGA LINCK OAB/RS 97.781\nAvenida Santa Catarina, n\u00ba 452, sala 02, Centro, Imbituba/SC, Fone (48) 3255.3612\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 2 (Solon) - IdDocumentoCompleto: 5000044-82.2020.4.04.7210-721578661404464759015385423871", "text": "Patricia Alves de Oliveira\nOAB/SC 54663\nEXCELENT\u00cdSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(\u00cdZA) DE DIREITO DA _____ VARA DA JUSTI\u00c7A FEDERAL DA COMARCA DE S\u00c3O MIGUEL DO OESTE/SC.\nVOLMAR NOBRE RIBEIRO, brasileiro, casado, agricultor, com documento de identifica\u00e7\u00e3o n\u00ba 4949350 e cadastro de pessoa f\u00edsica n\u00b0 062.657.089-10, residente e domiciliado na Linha 25 de maio, interior, na cidade de Anchieta/SC, por sua procuradora abaixo assinada OAB/SC n\u00ba 54663, com escrit\u00f3rio profissional na Rua S\u00e3o Pedro n\u00ba 1208-E, salas 101 e 102, Bairro S\u00e3o Crist\u00f3v\u00e3o, CEP 89801-300, Chapec\u00f3/SC, onde recebe as comunica\u00e7\u00f5es de processos, mandato procurat\u00f3rio em anexo, vem, com respeito e acatamento, \u00e0 presen\u00e7a de Vossa Excel\u00eancia para propor a presente:\nA\u00c7\u00c3O DE ESTABELECIMENTO DE AUXILIO-DOEN\u00c7A COM PEDIDO SUBSIDIARIO DE CONCESS\u00c3O DE AUXILIO-ACIDENTE em face de\nINSS - INSTITUTO NACIONAL DE SEGUROS SOCIAIS, pessoa Jur\u00eddica de Direito P\u00fablico com sede nesta Cidade na Rua Rui Barbosa n\u00ba 42-D, Centro, CEP 89801041, com base na lei n\u00ba 6.367/76 e demais disposi\u00e7\u00f5es pertinentes \u00e0 mat\u00e9ria pelos fatos e fundamentos que a seguir exp\u00f5e:\nAv. S\u00e3o Pedro, n \u00b0 1208- E, Edif\u00edcio S\u00e3o Rafael, Sala 101, Bairro S\u00e3o Crist\u00f3v\u00e3o, Chapec\u00f3- SC, CEP: 89.801-300 Tel. Escrit\u00f3rio: (49) 3329 6511\n\n\fPatricia Alves de Oliveira\nOAB/SC 54663\nI. DOS FATOS\nO requerente possui 33 anos de idade, sendo que conforme a CTPS, presente em anexo, possui hist\u00f3rico laboral nos cargos de servente de obras e agricultor, fun\u00e7\u00e3o que requerer alto disp\u00eandio da capacidade f\u00edsica.\nNo dia 16.01.2019 o Requerente transitava, de motocicleta, pela Rodovia BR 163, na cidade de S\u00e3o Miguel do Oeste/SC, quando um ve\u00edculo fez a convers\u00e3o na via, cortando sua frente causando um abalroamento, conforme demostra o B.O em anexo.\nAp\u00f3s o ocorrido o Requerente foi encaminhado ao Hospital Regional Terezinha Gaio Basso, devido a magnitude da colis\u00e3o o requerente sofreu v\u00e1rias les\u00f5es, contudo a les\u00e3o mais grave foi ruptura total do ligamento talo-f\u00edbular anterior, estilhamento dos ligamentos fibulocalcaneo e tibiotalar e fratura impactada do calc\u00e2neo.\nOs tratamentos das fraturas foram eminentemente conservadores, contudo foi realizada cirurgia nos ligamentos dos tend\u00f5es do joelho esquerdo, uma vez que, haviam se rompido devido a viol\u00eancia no impacto.\nFoi realizado tratamento eminentemente conservador. As fraturas sofridas, assim como os tend\u00f5es rompidos acarretaram em limita\u00e7\u00f5es da funcionalidade dos membros, n\u00e3o conseguindo atualmente realizar a extens\u00e3o e flex\u00e3o do tornozelo direito, n\u00e3o possui resist\u00eancia para a atividade de correr pular os suportar qualquer tipo de impacto continuo no membro, o que o prejudica imensamente no trabalho devido as continuas a\u00e7\u00f5es de mobilidade f\u00edsica para na agricultura.\n\npelo requerente.\n\nFigura 1- imagem ilustrativa das les\u00f5es sofridas\nAv. S\u00e3o Pedro, n \u00b0 1208- E, Edif\u00edcio S\u00e3o Rafael, Sala 101, Bairro S\u00e3o Crist\u00f3v\u00e3o, Chapec\u00f3- SC, CEP: 89.801-300 Tel. Escrit\u00f3rio: (49) 3329 6511\n\n\fPatricia Alves de Oliveira\nOAB/SC 54663\nCabe salientar, que o requerente sofre a anos com um problema de depress\u00e3o, sendo que recebeu diversas vezes o benef\u00edcio do aux\u00edlio-doen\u00e7a devido a este fato, sendo que a les\u00e3o acidentaria aqui tratada foi durante um per\u00edodo que estava recebendo o benef\u00edcio citado.\nTodavia, ap\u00f3s a cessa\u00e7\u00e3o deste o requerente marcou uma nova per\u00edcia para concess\u00e3o do benef\u00edcio da les\u00e3o sofrida, contudo esta foi indeferida, sem propiciar nenhum per\u00edodo de aux\u00edlio-doen\u00e7a, conforme laudos do INSS em anexo.\nA fun\u00e7\u00e3o que o requerente exerce \u00e9 eminentemente na agricultura, sendo trabalho que exige muito da capacidade f\u00edsica, sendo que as sequelas que restaram ao requerente impedem de exercer duas fun\u00e7\u00f5es. Desta feita, requer-se o estabelecimento do aux\u00edlio-doen\u00e7a ou subsidiariamente a implementa\u00e7\u00e3o do aux\u00edlio-acidente.\nAssim sendo, conforme estabelece o art. 59, art. 86 da Lei 8.231/91 e art. 104 do Decreto n. 3.048/99, havendo redu\u00e7\u00e3o da capacidade para o trabalho, a concess\u00e3o do aux\u00edlio-acidente em data imediatamente posterior \u00e0 cessa\u00e7\u00e3o do aux\u00edlio-doen\u00e7a deveria ter ocorrido de forma autom\u00e1tica pela via administrativa.\nII. DO DIREITO\n1. DO AUXILIO-DOEN\u00c7A\nA pretens\u00e3o que fundamenta a presente a\u00e7\u00e3o judicial vem amparada no art. 59 da Lei n.\u00ba 8.213/91, que disp\u00f5e:\nArt. 59. O aux\u00edlio-doen\u00e7a ser\u00e1 devido ao segurado que, havendo cumprido, quando for o caso, o per\u00edodo de car\u00eancia exigida nesta Lei, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividade habitual; por mais de 15 (quinze) dias consecutivos.\nDe acordo com os atestados e exames anexos, a Parte Autora sofre de dores devido a ruptura do ligamento, impossibilitando o seu retorno ao trabalho.\nO diagn\u00f3stico feito pelos peritos m\u00e9dicos do INSS foi realizado de forma superficial e, inobstante o conhecimento profissional destes profissionais, n\u00e3o \u00e9 cr\u00edvel que uma mera an\u00e1lise superficial da pessoa periciada d\u00ea elementos suficientes para fins de deferimento ou indeferimento do benef\u00edcio postulado.\nAv. S\u00e3o Pedro, n \u00b0 1208- E, Edif\u00edcio S\u00e3o Rafael, Sala 101, Bairro S\u00e3o Crist\u00f3v\u00e3o, Chapec\u00f3- SC, CEP: 89.801-300 Tel. Escrit\u00f3rio: (49) 3329 6511\n\n\fPatricia Alves de Oliveira\nOAB/SC 54663\nRessalta-se que o posicionamento administrativo da autarquia-r\u00e9, dando alta, por reiteradas vezes, ao segurado sabidamente doente, apresenta-se desarrazoado e descampado do direito em vigor escoltado na Carta Magna de 1988 que, dentre outros, assegura a todos os cidad\u00e3os brasileiros um m\u00ednimo de \u201cdignidade humana\u201d e, em especial, \u201ccobertura plena\u201d aos inscritos no Regime Geral de Previd\u00eancia Social quando na ocorr\u00eancia de eventos de \u201cdoen\u00e7a\u201d e de \u201cincapacidade laboral\u201d.\nNada disso restou observado pelo INSS no presente caso!\nPortanto, \u00e9 certo que o diagn\u00f3stico m\u00e9dico da Parte Autora, impede, sem sombras de d\u00favidas, que exer\u00e7a sua atividade laborativa, sob pena de agravamento das mol\u00e9stias, uma vez que para se curar necessita de tratamento m\u00e9dico adequado, fazendo jus ao benef\u00edcio de aux\u00edlio-doen\u00e7a.\nNesse sentido:\nPREVIDENCI\u00c1RIO. CONCESS\u00c3O DE AUX\u00cdLIO-DOEN\u00c7A. ATUALIZA\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA. HONOR\u00c1RIOS ADVOCAT\u00cdCIOS. TUTELA ESPEC\u00cdFICA. 1. \u00c9 de ser mantida a senten\u00e7a que concedeu \u00e0 parte autora o benef\u00edcio de aux\u00edliodoen\u00e7a desde a DER, pois comprovada a incapacidade laborativa tempor\u00e1ria. 2. Atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria na forma da Lei 11.960/09. 3. Nas a\u00e7\u00f5es previdenci\u00e1rias, os honor\u00e1rios advocat\u00edcios devem ser fixados no percentual de 10% (dez por cento) sobre o valor das parcelas devidas at\u00e9 a data da senten\u00e7a, em conson\u00e2ncia com as S\u00famulas 76 desta Corte e 111 do STJ. 4. Determina-se o cumprimento imediato do ac\u00f3rd\u00e3o naquilo que se refere \u00e0 obriga\u00e7\u00e3o de implementar o benef\u00edcio, por se tratar de decis\u00e3o de efic\u00e1cia mandamental que dever\u00e1 ser efetivada mediante as atividades de cumprimento da senten\u00e7a stricto sensu previstas no art. 461 do CPC, sem a necessidade de um processo\nexecutivo aut\u00f4nomo (sine intervallo). (TRF4, APELREEX 001470250.2015.404.9999, Sexta Turma, Relator Jo\u00e3o Batista Pinto Silveira, D.E. 03/02/2016, sem grifo no original)\nAssim sendo, o indeferimento do benef\u00edcio previdenci\u00e1rio n\u00e3o encontra suporte na legisla\u00e7\u00e3o p\u00e1tria, uma vez que a Parte Autora preenche todos os requisitos necess\u00e1rios \u00e0 concess\u00e3o do benef\u00edcio de aux\u00edlio-doen\u00e7a, tendo em vista que n\u00e3o possui condi\u00e7\u00f5es de exercer seu labor temporariamente.\n2. DO AUXILIO-ACIDENTE\nAv. S\u00e3o Pedro, n \u00b0 1208- E, Edif\u00edcio S\u00e3o Rafael, Sala 101, Bairro S\u00e3o Crist\u00f3v\u00e3o, Chapec\u00f3- SC, CEP: 89.801-300 Tel. Escrit\u00f3rio: (49) 3329 6511\n\n\fPatricia Alves de Oliveira\nOAB/SC 54663\nNova analise com expert a escolha do ju\u00edzo deve ser realizada, mas devido ao passar do tempo h\u00e1 possibilidade de a les\u00e3o aqui tratada j\u00e1 haver se consolidado, contudo \u00e9 percept\u00edvel at\u00e9 mesmos para leigos na \u00e1rea de medicina ortop\u00e9dica, que uma les\u00e3o deste porte deixa les\u00f5es permanentes, que reduzem a for\u00e7a laboral do portador, causando-lhe dificuldades em trabalhos \u00e1rduos.\nO aux\u00edlio-acidente tem previs\u00e3o no art. 86 da Lei 8.213/91, o qual estabelece que este benef\u00edcio possui, tamb\u00e9m, car\u00e1ter indenizat\u00f3rio, sendo devido aos segurados que apresentem redu\u00e7\u00e3o em sua capacidade laborativa, em raz\u00e3o das sequelas oriundas da consolida\u00e7\u00e3o das les\u00f5es decorrentes de acidente de qualquer natureza.\nNo mesmo sentido, Simone Barbisan Fortes e Leandro Paulsen, em sua obra de direito previdenci\u00e1rio, esclarecem que:\n\u201cO aux\u00edlio-acidente \u00e9 benef\u00edcio devido quando, em decorr\u00eancia de um acidente, resultam nos segurados sequelas determinantes da redu\u00e7\u00e3o de sua capacidade laborativa. Tem sua disciplina legal no art. 86 da Lei 8.213/91. Reconhece-se sua natureza indenizat\u00f3ria, enquanto compensa\u00e7\u00e3o pela perda de parte da capacidade laborativa e, assim tamb\u00e9m, presumidamente de parte dos rendimentos, decorrente de um acidente. O aux\u00edlio-acidente oferta cobertura contra o risco social doen\u00e7a ou enfermidade, como determinante de incapacidade parcial para o trabalho. O fato gerador do benef\u00edcio, portanto, \u00e9 complexo, uma vez que envolve: 1) acidente; 2) sequelas redutoras da capacidade laborativa do indiv\u00edduo; 3) nexo causal entre o acidente e as sequelas. Portanto, se de um acidente qualquer ou de uma doen\u00e7a profissional ou do trabalho (equiparadas a acidentes do trabalho) resultar les\u00f5es que, consolidadas, forem determinantes de sequelas que impliquem redu\u00e7\u00e3o da capacidade para o trabalho que o segurado habitualmente exercia, tem-se configurada a situa\u00e7\u00e3o ou risco determinante da concess\u00e3o do aux\u00edlio-acidente.\u201d\nLogo, tem-se que, para a concess\u00e3o do benef\u00edcio em apre\u00e7o, \u00e9 imprescind\u00edvel a ocorr\u00eancia de um acidente de qualquer natureza ou causa, que pode ser acidente de trabalho ou n\u00e3o, e que seja determinante de uma mol\u00e9stia que resulte em incapacidade parcial para o trabalho.\nNeste sentido, vale salientar que se faz presente o nexo de causalidade entre o acidente sofrido e as sequelas, tendo em vista que estas se originaram no referido sinistro.\nAv. S\u00e3o Pedro, n \u00b0 1208- E, Edif\u00edcio S\u00e3o Rafael, Sala 101, Bairro S\u00e3o Crist\u00f3v\u00e3o, Chapec\u00f3- SC, CEP: 89.801-300 Tel. Escrit\u00f3rio: (49) 3329 6511\n\n\fPatricia Alves de Oliveira\nOAB/SC 54663\nPortanto, plenamente demonstrada a redu\u00e7\u00e3o da capacidade laborativa que permite a\nconcess\u00e3o do benef\u00edcio pretendido. Fato pacificado na doutrina atual, veja-se:\nEMENTA: PREVIDENCI\u00c1RIO. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. AUX\u00cdLIODOEN\u00c7A. AUX\u00cdLIO ACIDENTE. REQUISITOS. INCAPACIDADE. ACIDENTE DE QUALQUER NATUREZA. PROVA. 1. S\u00e3o tr\u00eas os requisitos para a concess\u00e3o dos benef\u00edcios previdenci\u00e1rios de aux\u00edlio-doen\u00e7a e aposentadoria por invalidez: 1) a qualidade de segurado; 2) o cumprimento do per\u00edodo de car\u00eancia de 12 contribui\u00e7\u00f5es mensais, salvo nos casos excepcionados por lei; 3) a incapacidade para o trabalho, de car\u00e1ter permanente (aposentadoria por invalidez) ou tempor\u00e1rio (aux\u00edlio-doen\u00e7a). 2. S\u00e3o quatro os requisitos para a concess\u00e3o do aux\u00edlio-acidente, conforme se extrai do art. 86 da Lei n\u00ba 8.213/91: (a) a qualidade de segurado; (b) a superveni\u00eancia de acidente de qualquer natureza; (c) a redu\u00e7\u00e3o parcial da capacidade para o trabalho habitual e (d) o nexo causal entre o acidente e a redu\u00e7\u00e3o da capacidade. Por for\u00e7a do artigo 26, I, da Lei n\u00ba 8.213/91, n\u00e3o se exige per\u00edodo de car\u00eancia. 3. O segurado que n\u00e3o comprova estar incapacitado ou com capacidade reduzida para o exerc\u00edcio de atividade laboral em decorr\u00eancia de acidente n\u00e3o faz jus ao recebimento de benef\u00edcio previdenci\u00e1rio por incapacidade. (TRF4, AC 5065417-40.2017.4.04.9999, TURMA REGIONAL SUPLEMENTAR DO PR, Relator M\u00c1RCIO ANT\u00d4NIO ROCHA, juntado aos autos em 31/07/2019)\nEMENTA: RECURSO CONTRA A SENTEN\u00c7A. PREVIDENCI\u00c1RIO. AUX\u00cdLIO ACIDENTE. QUALIDADE DE SEGURADO. VERIFICA\u00c7\u00c3O NA DATA DO MOMENTO DO ACIDENTE. DATA DE CONSOLIDA\u00c7\u00c3O DAS SEQUELAS. IRRELEV\u00c2NCIA. 1. A qualidade de segurado para a concess\u00e3o de aux\u00edlio acidente deve ser verificada na data do acidente e n\u00e3o naquela em que houve a consolida\u00e7\u00e3o das les\u00f5es. 2. Recurso desprovido. ( 5009407-82.2018.4.04.7204, PRIMEIRA TURMA RECURSAL DE SC, Relatora LU\u00cdSA HICKEL GAMBA, julgado em 17/07/2019)\nEMENTA: RECURSO INOMINADO. PREVIDENCI\u00c1RIO. AUX\u00cdLIO ACIDENTE. DATA DE IN\u00cdCIO. CONCESS\u00c3O AP\u00d3S A DATA DE CESSA\u00c7\u00c3O DO AUX\u00cdLIO DOEN\u00c7A ANTERIOR. QUEST\u00c3O INCONTROVERSA. DISPENSA DE PER\u00cdCIA T\u00c9CNICA. 1. A data de in\u00edcio de pagamento do aux\u00edlio acidente coincide com o dia posterior \u00e0 cessa\u00e7\u00e3o do aux\u00edlio doen\u00e7a que o precedeu, independentemente da data das consolida\u00e7\u00f5es das les\u00f5es. 2. Sendo incontroversa a redu\u00e7\u00e3o da capacidade laboral da parte autora com les\u00f5es consolidadas decorrente de acidente, considerando inclusive a concess\u00e3o de aux\u00edlio acidente na esfera administrativa, a discuss\u00e3o acerca do in\u00edcio da data de in\u00edcio de pagamento revela-se apenas como quest\u00e3o de direito, dispensando a realiza\u00e7\u00e3o de per\u00edcia t\u00e9cnica. 3. Recurso desprovido. ( 5008957-54.2018.4.04.7200, PRIMEIRA TURMA RECURSAL DE SC, Relatora LU\u00cdSA HICKEL GAMBA, julgado em 24/04/2019)\nEMENTA: RECURSO INOMINADO. PREVIDENCI\u00c1RIO. AUX\u00cdLIO ACIDENTE. REDU\u00c7\u00c3O DA CAPACIDADE LABORAL. REVERSIBILIDADE. 1. Segundo fixou o Superior Tribunal de Justi\u00e7a no Tema/Repetitivo n\u00ba 156 \"ser\u00e1 devido o aux\u00edlioacidente quando demonstrado o nexo de causalidade entre a redu\u00e7\u00e3o de\nAv. S\u00e3o Pedro, n \u00b0 1208- E, Edif\u00edcio S\u00e3o Rafael, Sala 101, Bairro S\u00e3o Crist\u00f3v\u00e3o, Chapec\u00f3- SC, CEP: 89.801-300 Tel. Escrit\u00f3rio: (49) 3329 6511\n\n\fPatricia Alves de Oliveira\nOAB/SC 54663\nnatureza permanente da capacidade laborativa e a atividade profissional desenvolvida, sendo irrelevante a possibilidade de reversibilidade da doen\u00e7a\". 2. Recurso improvido. (5015492-30.2017.4.04.7201, PRIMEIRA TURMA RECURSAL DE SC, Relator HELDER TEIXEIRA DE OLIVEIRA, julgado em 29/01/2019)\nNo que concerne ao per\u00edodo de car\u00eancia, cabe salientar que de acordo com o art. 26 da Lei 8.213/91, incisos I e II, a concess\u00e3o de benef\u00edcio de natureza acident\u00e1ria independe de car\u00eancia.\nDestarte, fundamental seja deferido o benef\u00edcio ora pretendido o Requerente, conforme atinam os dispositivos relacionados \u00e0 mat\u00e9ria, o entendimento jurisprudencial e doutrin\u00e1rio.\nIV. DOS REQUERIMENTOS Diante do exposto, prop\u00f5e a presente A\u00e7\u00e3o \u00e0 Ju\u00edzo, consoante ao Art. 109 I da Constitui\u00e7\u00e3o\nFederal, para requerer o que segue: a) Inicialmente, a gratuidade da Justi\u00e7a, uma vez que, a requerente n\u00e3o consegue fazer frente \u00e0s custas processuais sem preju\u00edzo do pr\u00f3prio sustento e de sua fam\u00edlia, nos termos da Lei n\u00ba 1060/50 e do art. 98 do CPC. b) O recebimento e o deferimento da peti\u00e7\u00e3o inicial, assim como dos documentos que a instruem; c) A cita\u00e7\u00e3o do Instituto Nacional do Seguro Social, para, querendo, apresentar defesa;\nd) A produ\u00e7\u00e3o de todos os meios de prova, principalmente testemunhal, documental e pericial; e) Informa o seu desinteresse em audi\u00eancia de concilia\u00e7\u00e3o e/ou media\u00e7\u00e3o nos termos do inciso VII do artigo 319 do CPC. f) O julgamento da demanda com TOTAL PROCED\u00caNCIA, condenando o INSS a conceder e implantar benef\u00edcio de aux\u00edlio-doen\u00e7a desde a data do indeferimento do requerimento administrativo sob o NB 629.556.358-2, bem como pagar as parcelas atrasadas, monetariamente corrigidas desde o respectivo vencimento e acrescidas de juros morat\u00f3rios, ambos incidentes at\u00e9 a\nAv. S\u00e3o Pedro, n \u00b0 1208- E, Edif\u00edcio S\u00e3o Rafael, Sala 101, Bairro S\u00e3o Crist\u00f3v\u00e3o, Chapec\u00f3- SC, CEP: 89.801-300 Tel. Escrit\u00f3rio: (49) 3329 6511\n\n\fPatricia Alves de Oliveira\nOAB/SC 54663 data do efetivo pagamento. g) SUBSIDIARIAMENTE a concess\u00e3o do benef\u00edcio de aux\u00edlio-acidente a Requerente, a contar do dia imediatamente posterior a consolida\u00e7\u00e3o da les\u00e3o, uma vez que dever de a autarquia ter fixado o benef\u00edcio de forma autom\u00e1tica, pagando as parcelas vencidas e vincendas, monetariamente corrigidas desde o respectivo vencimento e acrescidas de juros legais e morat\u00f3rios, incidentes at\u00e9 a data do efetivo pagamento; h) A condena\u00e7\u00e3o da R\u00e9 aos \u00f4nus da sucumb\u00eancia, estes fixados em 20% do valor da condena\u00e7\u00e3o at\u00e9 a data da efetiva implementa\u00e7\u00e3o do benef\u00edcio. D\u00e1-se o valor da causa R$ 14.970,00. Nestes termos. Pede deferimento. Chapec\u00f3/SC, 10 de janeiro de 2020\nPatricia Alves de Oliveira OAB/SC 54.663\nAv. S\u00e3o Pedro, n \u00b0 1208- E, Edif\u00edcio S\u00e3o Rafael, Sala 101, Bairro S\u00e3o Crist\u00f3v\u00e3o, Chapec\u00f3- SC, CEP: 89.801-300 Tel. Escrit\u00f3rio: (49) 3329 6511\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 3 (Solon) - IdDocumentoCompleto: 5010941-02.2020.4.04.7201-721597410044182429891037369180", "text": "Ari Pereira da Cunha Filho\nCCuunnhhaa AAddvvooggaaddooss\nEXMO. SR. DR. JUIZ FEDERAL DA ... VARA FEDERAL DE JOINVILLE - SE\u00c7\u00c3O JUDICI\u00c1RIA DO ESTADO DE SANTA CATARINA\nSIRLEI MARIA DE OLIVEIRA, brasileira, casada, do lar, portadora da C\u00e9dula de Identidade n\u00ba 2716180, inscrita no CPF sob n\u00ba 756.548.309-53, residente e domiciliada na Rua Angra dos Reis n\u00ba 271, Bairro Itapema Norte, em Itapo\u00e1/SC, vem, respeitosamente, \u00e0 presen\u00e7a de Vossa Excel\u00eancia, por interm\u00e9dio de seu procurador infra-assinado (Procura\u00e7\u00e3o Judicial anexa \u2013 doc. n\u00ba 01), com escrit\u00f3rio profissional na Rua Dona Francisca n\u00ba 801 sala n\u00b0 02, em Joinville/SC, com fundamento no estatu\u00eddo nos arts. 5\u00ba, inciso XXXV e 109, inciso I, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal e arts. 42 e 59, da Lei n\u00ba 8.213/91, propor\nAA\u00c7\u00c7\u00c3\u00c3OO PPRREEVVIIDDEENNCCII\u00c1\u00c1RRIIAA DDEE CCOONNCCEESSSS\u00c3\u00c3OO DDEE BBEENNEEFF\u00cd\u00cdCCIIOO -- AAppoosseennttaaddoorriiaa ppoorr IInnvvaalliiddeezz --\nEm face do INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL \u2013 INSS, Autarquia Federal criada pela Lei n\u00ba 8.029/90, inscrita no CGC/MF sob n\u00ba 33.655.108-98, com sede na Rua Nove de Mar\u00e7o n\u00ba 241, em Joinville/SC, pelos substratos f\u00e1ticos e jur\u00eddicos que ora exp\u00f5em.\n_____________________________________________________\nRua Dona Francisca, 801 Sala 02 Fone/Fax (47) 3422-2608 E-mail cmadvogados@terra.com.br Cep 89221-006 Joinville/SC\n\n\f2\nDOS FATOS:\n1 \u2013 A requerente, em 15/04/2019 ingressou com pedido de concess\u00e3o de aux\u00edlio doen\u00e7a junto ao requerido, tendo sido protocolado sob o protocolo n\u00ba 19583062 (NB 627.569.059-7), fundando-se os requerimentos no fato de ser incapaz para o exerc\u00edcio de qualquer tipo de atividade.\n2 - Conforme se extrai dos laudos a autora esta incapacitada para exercer a atividade laboral, porquanto a autora \u00e9 portadora artrose acr\u00f4mioclavicular moderada, artropatia do manguito rotador (CID M751). Em decorr\u00eancia das patologias, sofre com quadro de dor e limita\u00e7\u00e3o funcional em ombro direito. Destaca ainda, que a autora sofre de quadro depressivo e faz uso de medicamentos antidepressivos (VENLAFAXINA).\n3 - Ante o exposto, \u00e9 not\u00f3ria a impossibilidade da parte autora para exercer qualquer atividade laboral, pois como visto, est\u00e1 passando por v\u00e1rios tratamentos, e atualmente faz uso de medicamentos, os quais que tratam a doen\u00e7a de forma parcial, porem a requerente necessita de repouso.\n4 \u2013 Ap\u00f3s an\u00e1lise dos requerimentos, o requerido indeferiu seus requerimentos porquanto constatou a n\u00e3o exist\u00eancia de incapacidade para os atos da vida independente ou para o trabalho, de acordo com o indeferimento anexo.\n5 \u2013 Nessa seara, est\u00e1 o postulante privado da renda mensal necess\u00e1ria \u00e0 sua subsist\u00eancia e de sua fam\u00edlia, e de extrema import\u00e2ncia, tamb\u00e9m, para o custeio do tratamento m\u00e9dico que precisa submeter-se para poder curar-se da patologia que lhe afeta e lhe tem acarretado dores constantes. Afirma, ainda, que n\u00e3o consegue exercer suas atividades di\u00e1rias, estando incapacitada para o trabalho, o que denota o car\u00e1ter abusivo e ilegal do ato administrativo suspensivo praticado pela autarquia-r\u00e9.\n6 \u2013 Nesse diapas\u00e3o, sendo a autora segurada filiada ao Regime Geral de Previd\u00eancia Social, j\u00e1 tendo cumprido a car\u00eancia exigida para a concess\u00e3o dessa esp\u00e9cie previdenci\u00e1ria, e, estando comprovadamente incapacitada\n\n\f3\nde exercer sua atividade habitual de dona de casa, bem como qualquer outra, devido \u00e0 gravidade da patologia e dos sintomas que o acometem, e tendo a autarquia-r\u00e9 lhe considerado apta para o labor (ato totalmente arbitr\u00e1rio e destitu\u00eddo de respaldo jur\u00eddico), postula aqui o percebimento de aposentadoria por invalidez. Por isso, busca a guarida jurisdicional do Estado para que seja o INSS compelido no pagamento daquele benef\u00edcio, ap\u00f3s realiza\u00e7\u00e3o de per\u00edcia m\u00e9dica judicial designada por este Juizado, desde a data do requerimento do benef\u00edcio (15/04/2019). Mas, caso venha \u00e0 per\u00edcia m\u00e9dica judicial reconhecer como tempor\u00e1ria a incapacidade laborativa do requerente, requer-se, ALTERNATIVAMENTE, seja o INSS compelido no pagamento de aux\u00edlio-doen\u00e7a, desde as datas retro citadas.\nDO DIREITO:\nAmpara-se a requerente para pleitear a tutela jurisdicional a fim de que possa receber o benef\u00edcio pretendido, no fato de ser segurada filiada ao Regime Geral da Previd\u00eancia Social, e j\u00e1 tendo cumprido a car\u00eancia exigida, ex vi do art. 25, da Lei n\u00b08.213/91, tem direito ao percebimento previdenci\u00e1rio:\n\u201cArt. 25. A concess\u00e3o das presta\u00e7\u00f5es pecuni\u00e1rias do Regime Geral de Previd\u00eancia Social d6epende dos seguintes per\u00edodos de car\u00eancia, ressalvado o disposto no art. 26: I - aux\u00edlio-doen\u00e7a e aposentadoria por invalidez: 12 (doze) contribui\u00e7\u00f5es mensais;\u201d\nConsoante j\u00e1 explicitado, pretende a postulante o percebimento de aposentadoria por invalidez, vez que \u00e9 portadora de patologia grave, que a torna incapaz de exercer atividade habitual, enquadrando-se, destarte, no perfil do segurado beneficiado por esse tipo de presta\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria, como se infere da leitura do art. 42, da norma acima mencionada. Logo, nos ditames do aludido dispositivo:\n\u201cArt. 42. A aposentadoria por invalidez, uma vez cumprida, quando for o caso, a car\u00eancia exigida, ser\u00e1 devida ao segurado que, estando ou n\u00e3o em gozo de aux\u00edlio-doen\u00e7a,\n\n\f4\n\nfor considerado incapaz e insuscept\u00edvel de reabilita\u00e7\u00e3o\n\npara o exerc\u00edcio de atividade que lhe garanta a\n\nsubsist\u00eancia, e ser-lhe-\u00e1 paga enquanto permanecer nesta\n\ncondi\u00e7\u00e3o.\u201d\n\n(grifo nosso)\n\nMas, caso reconhe\u00e7a a per\u00edcia m\u00e9dica judicial tratar-se de incapacidade tempor\u00e1ria, o que nos reportamos por raz\u00f5es de pura cautela, ter\u00e1 indubitavelmente o requerente direito a perceber aux\u00edlio-doen\u00e7a, enquanto n\u00e3o cessada aquela, postulando assim, ALTERNATIVAMENTE, o percebimento dessa esp\u00e9cie de benef\u00edcio, nos termos do estatu\u00eddo no art. 59, da mesma lei:\n\n\u201cArt. 59. O aux\u00edlio-doen\u00e7a ser\u00e1 devido ao segurado que,\n\nhavendo cumprido, quando for o caso, o per\u00edodo de car\u00eancia\n\nexigido nesta Lei, ficar incapacitado para o seu trabalho\n\nou para a sua atividade habitual por mais de 15 (quinze)\n\ndias consecutivos.\u201d\n\n(destacamos)\n\nLogo, por encontrar respaldo jur\u00eddico para a pretens\u00e3o ora postulada, podendo comprovar o alegado por meio de prova documental, testemunhal, depoimento pessoal e pericial m\u00e9dica, e tendo a autarquia-r\u00e9 lhe indeferido indevidamente o aux\u00edlio-doen\u00e7a, n\u00e3o resta a autora outra alternativa sen\u00e3o buscar o aux\u00edlio do Judici\u00e1rio para exercer seu direito constitucional e legal de receber o benef\u00edcio devido e extremamente necess\u00e1rio.\nDA MEDIDA CAUTELAR:\nInvoca a requerente o disposto no art. 4\u00ba, da Lei n\u00ba 10.259, de 12 de julho de 2001, que tem por escopo antecipar os efeitos da tutela pleiteada, qual seja, a determina\u00e7\u00e3o para que o requerido reconhe\u00e7a sua incapacidade laborativa decorrente da patologia da qual \u00e9 portadora, que lhe impede de exercer atividade habitual de dona de casa, implantando, desde j\u00e1, o benef\u00edcio ora pretendido - aposentadoria por invalidez ou aux\u00edlio-doen\u00e7a.\n\n\f5\nA presen\u00e7a e gravidade da patologia incapacitante e dos sintomas dela resultantes restam comprovados pelos Atestados M\u00e9dicos e Exames Cl\u00ednicos em anexo.\nO benef\u00edcio postulado representa o \u00fanico meio que possui o inv\u00e1lido requerente para prover sua pr\u00f3pria subsist\u00eancia e de sua fam\u00edlia, j\u00e1 que n\u00e3o tem qualquer outra esp\u00e9cie de renda, justamente porquanto n\u00e3o consegue exercer sua profiss\u00e3o, estando impossibilitada de trabalhar.\nDessa forma, resta evidente a urg\u00eancia e extrema necessidade do percebimento do benef\u00edcio, sendo, pois, de car\u00e1ter eminentemente alimentar, demonstrando a real necessidade da concess\u00e3o dessa medida cautelar.\nO provimento cautelar justifica-se pela presen\u00e7a da prova inequ\u00edvoca dos fatos aqui narrados, demonstrados pelos documentos que atestam o problema m\u00e9dico que acomete a autora, e sua qualidade de segurada filiada ao RGPS; e por haver fundado receio de dano irrepar\u00e1vel ou de dif\u00edcil repara\u00e7\u00e3o, qual seja, a subsist\u00eancia desse, que, totalmente incapaz para o trabalho, n\u00e3o pode se ver obrigada a aguardar o desfecho desta a\u00e7\u00e3o para poder receber a renda mensal a que tem direito, e muito necessita.\nPortanto, estando bem presentes todos os requisitos autorizativos da concess\u00e3o da medida cautelar, ex vi do art. 4\u00ba, da norma instituidora dos Juizados Especiais Federais, requer-se seja a mesma deferida com a maior brevidade.\nDO REQUERIMENTO:\nPor todo o exposto, e tendo o requerido indeferido o pedido do benef\u00edcio de aux\u00edlio doen\u00e7a, vem a requerente ante Vossa Excel\u00eancia, na certeza da exist\u00eancia do direito que lhe \u00e9 cab\u00edvel, requerer:\n1 \u2013 Seja recebida e processada a presente a\u00e7\u00e3o, nos termos da Lei n\u00ba 10.259, de 12 de julho de 2001.\n\n\f6\n2 \u2013 A cita\u00e7\u00e3o do requerido para, querendo, contestar a presente a\u00e7\u00e3o, no prazo legal, sob pena de serem reputados verdadeiros todos os fatos aqui narrados, nos termos do art. 344, do C\u00f3digo de Processo Civil.\n3 \u2013 Seja concedida a medida cautelar prevista no art. 4\u00b0, da Lei n\u00b0 10.259/2001, determinando que a Autarquia r\u00e9 reconhe\u00e7a a incapacidade completa para o exerc\u00edcio de atividade habitual da requerente, concedendo desde j\u00e1 o benef\u00edcio pretendido \u2013 aposentadoria por invalidez ou aux\u00edlio-doen\u00e7a - em prazo a ser fixado por Vossa Excel\u00eancia, face ao car\u00e1ter alimentar do mesmo e a extrema necessidade e urg\u00eancia da autora em perceb\u00ea-lo.\n4 \u2013 A proced\u00eancia da presente a\u00e7\u00e3o, com a determina\u00e7\u00e3o para que o INSS conceda o benef\u00edcio pretendido pela requerente \u2013 aposentadoria por invalidez \u2013 desde a data do requerimento do benef\u00edcio (em 15/04/2019); ou, alternativamente, lhe conceda o benef\u00edcio de aux\u00edlio-doen\u00e7a, tamb\u00e9m desde a data retro, caso entenda ser a incapacidade tempor\u00e1ria e at\u00e9 cessar integralmente essa; em ambos os casos com o conseq\u00fcente pagamento das parcelas vencidas e vincendas, acrescidas de juros morat\u00f3rios de 1% (um por cento) ao m\u00eas, a partir da cita\u00e7\u00e3o, nos termos da S\u00famula n\u00ba 02 da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais de Santa Catarina, e corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria nos termos das S\u00famulas n\u00ba 43 e 148 do STJ.\n5 \u2013 A produ\u00e7\u00e3o de todos os meios probat\u00f3rios em direito admitidos, sem exclus\u00e3o de qualquer um, sobretudo a juntada dos documentos que instruem esta inicial, prova pericial m\u00e9dica, oitiva de testemunhas e o depoimento pessoal do requerente.\n6 \u2013 A condena\u00e7\u00e3o do requerido no pagamento de honor\u00e1rios advocat\u00edcios, fixados desde j\u00e1 em 20% (vinte por cento) sobre toda a condena\u00e7\u00e3o, mais doze das vincendas.\n7 \u2013 A concess\u00e3o do benef\u00edcio da Assist\u00eancia Judici\u00e1ria Gratuita, por ser a requerente pessoa pobre, pretendendo a concess\u00e3o do benef\u00edcio previdenci\u00e1rio objeto desta, e por ser respons\u00e1vel ainda por seu sustento pr\u00f3prio, n\u00e3o dispondo de meios para arcar com custas e despesas processuais, tudo em\n\n\f7\nconformidade com o disposto nos arts. 4\u00ba, \u00a71\u00ba, da Lei n\u00ba 1.060/50, 1\u00ba, da Lei n\u00ba 7.115/83 e 5\u00ba, inciso LXXIV, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal.\nDO VALOR DA CAUSA:\nD\u00e1-se a presente demanda, para fins meramente fiscais, o valor de R$ 30.298,70 (trinta mil, duzentos e noventa e oito reais e setenta centavos).\nNesses Termos, Pede Deferimento.\nJoinville, 14 de agosto de 2020.\n____________________ Ari Pereira da Cunha Filho\nOAB/SC 16.426\nQUESITOS:\n1 \u2013 O requerente sofre de alguma doen\u00e7a/enfermidade/defici\u00eancia? Se positivo, qual, desde quando e em que grau? 2 \u2013 Qual a atual ou \u00faltima atividade laboral da requerente? Descrever sucintamente as tarefas exercidas. 3 \u2013 H\u00e1 incapacidade total ou parcial para o exerc\u00edcio dessa atividade? Especificar. 4 \u2013 Em caso afirmativo, essa incapacidade (parcial ou total) \u00e9 tempor\u00e1ria ou permanente? Por qu\u00ea? 5 \u2013 Desde quando existe a incapacidade? Em caso afirmativo ou negativo, quais as raz\u00f5es que levam a essa conclus\u00e3o? 6 \u2013 O requerente est\u00e1 atualmente incapacitado para qualquer atividade laboral? 7 \u2013 Em caso afirmativo, \u00e9 poss\u00edvel a reabilita\u00e7\u00e3o para alguma outra atividade? Qual(is)? Quais as medidas necess\u00e1rias? 8 \u2013 Em caso negativo, esclarecer, se poss\u00edvel, quais atividades pode o requerente exercer.\n\n\f8\n9 \u2013 O requerente apresenta redu\u00e7\u00e3o de sua capacidade laborativa e/ou seq\u00fcelas que impliquem em perda da capacidade de exercer seu of\u00edcio? 10 - Se existe algum tratamento ou medica\u00e7\u00e3o recomendado ao autor? Em caso positivo, especifique. 11 \u2013 Se sua patologia/enfermidade causa algum risco para o autor ou para terceiros, levando em considera\u00e7\u00e3o a atividade laboral que desenvolve? 12 \u2013 Pode exercer normalmente atividades que exijam esfor\u00e7os f\u00edsicos ou atividade estritamente bra\u00e7al? 13 \u2013 Ap\u00f3s seu tratamento/per\u00edodo de recupera\u00e7\u00e3o vai se recuperar totalmente ou vai permanecer alguma esp\u00e9cie de limita\u00e7\u00e3o? 14 \u2013 \u00c9 poss\u00edvel precisar se ocorreu algum per\u00edodo de incapacidade para o trabalho? Se positivo especificar. 15 \u2013 Pode a parte autora se movimentar normalmente, abaixar, levantar, exercer movimentos de flexo-rota\u00e7\u00e3o, entre outros? 16 \u2013 Qual o grau de escolaridade do autor(a)?\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 4 (Solon) - IdDocumentoCompleto: 5005433-56.2017.4.04.7209-721503320706673000256007029667", "text": "Edson Osmar Fabrin \u2013 OAB/SC 12.167 Helo\u00edsa Tumelero Giaretta \u2013 OAB/SC 37.950\nADVOGADOS\nFls. 01 EXCELENT\u00cdSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) FEDERAL DA __ VARA PREVIDENCI\u00c1RIA E JEF PREVIDENCI\u00c1RIO DE JARAGU\u00c1 DO SUL \u2013 ESTADO DE SANTA CATARINA.\nDANIEL ALVES, brasileiro, solteiro, desempregado, inscrito no CPF sob n\u00ba 760.935.819-34, portador do RG n\u00ba 2593297, residente e domiciliado na Rua Ermelino Souza dos Santos, n. 123, bairro Santo Antonio, cidade de Guaramirim, Estado de Santa Catarina, por seus procuradores ao final assinado (procura\u00e7\u00e3o anexa), inscritos na OAB/SC sob n\u00ba 12.167 e n.\u00ba 37.950, com escrit\u00f3rio profissional na Rua Salto Veloso, n\u00ba 50, Bairro Iriri\u00fa, Cidade de Joinville \u2013 SC, onde recebe correspond\u00eancias e intima\u00e7\u00f5es, vem, respeitosamente, propor A\u00c7\u00c3O PREVIDENCI\u00c1RIA contra o INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL \u2013 INSS, Autarquia Federal, estabelecida \u00e0 Avenida Get\u00falio Vargas, n\u00ba 500, Centro, Cidade e Comarca de Jaragu\u00e1 do Sul \u2013 SC, tendo em vista os fatos e fundamentos de direito adiante aduzidos:\n1. Dos Fatos 1.1 \u2013 Segundo o Autor \u00e9 portador das seguintes les\u00f5es: a) Osteoartrose avan\u00e7ada de quadril direito; b) Osteoartrose lombar e cervical, com forma\u00e7\u00e3o\nosteof\u00edticas em corpos vertebrais; c) Osteoartrose de joelho esquerdo, com forma\u00e7\u00f5es\nosteof\u00edticas; d) Broncopatia com imagens intersticiais nos pulm\u00f5es. 1.2 \u2013 Devido \u00e0s les\u00f5es de que \u00e9 portador, o Autor sofre de dores, fazendo uso de medicamentos. Tem dificuldades para deambular, subir e descer escadas, n\u00e3o tendo condi\u00e7\u00f5es de exercer suas fun\u00e7\u00f5es habituais. Rua Salto Veloso, n\u00ba 50 \u2013 Bairro Iriri\u00fa \u2013 Joinville-SC \u2013 Fone/Fax: (047) 3427 4724 \u2013 Cep.: 89227-160\n\n\fEdson Osmar Fabrin \u2013 OAB/SC 12.167 Helo\u00edsa Tumelero Giaretta \u2013 OAB/SC 37.950\nADVOGADOS\nfls. 02\n1.3 \u2013 Embora sua situa\u00e7\u00e3o de sa\u00fade seja grave, o INSS, atrav\u00e9s de seus peritos m\u00e9dicos, insiste na capacidade laborativa do Autor, em total discord\u00e2ncia com os pareceres de especialistas.\n1.4 \u2013 A situa\u00e7\u00e3o de sa\u00fade do Autor \u00e9 complicada, uma vez que est\u00e1 incapacitado para o trabalho, como se infere dos documentos que acompanham o presente pedido judicial, n\u00e3o tendo mais condi\u00e7\u00f5es para o trabalho, sendo sua incapacidade permanente, irrevers\u00edvel e progressiva.\n1.5 \u2013 Ante o exposto, n\u00e3o restando outra alternativa, \u00e9 o presente pedido judicial para, uma vez reconhecida a incapacidade do Autor, determinar a imediata concess\u00e3o/restabelecimento do aux\u00edlio doen\u00e7a para, ao final, constatada a incapacidade total e permanente para o trabalho, a concess\u00e3o da aposentadoria por invalidez ou, na hip\u00f3tese de redu\u00e7\u00e3o da capacidade de trabalho, a concess\u00e3o do aux\u00edlio acidente, na forma da lei.\n2. Da Tutela Provis\u00f3ria\n2.1 \u2013 As tutelas provis\u00f3rias s\u00e3o aquelas que em raz\u00e3o de sua natural limita\u00e7\u00e3o cognitiva, n\u00e3o \u00e9 apta a prover definitivamente sobre o interesse no qual incide e, que, portanto, sem preju\u00edzo da sua imediata efic\u00e1cia, a qualquer momento, poder\u00e1 ser modificada ou vir a ser objeto de um provimento definitivo em um procedimento de cogni\u00e7\u00e3o exaustiva.\n2.2 \u2013 Dentre as tutelas provis\u00f3rias, temos as tutelas de urg\u00eancia, que ser\u00e3o concedidas quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado \u00fatil do processo, na forma do disposto no artigo 300, caput, do CPC atualmente vigente.\n2.3 \u2013 As tutelas de urg\u00eancia s\u00e3o concedidas no in\u00edcio do processo, nos casos em que a urg\u00eancia \u00e9 contempor\u00e2nea \u00e0 propositura da a\u00e7\u00e3o, conforme expressa o artigo 303, caput, do novo CPC.\n2.4 \u2013 Segundo o art. 303 poder\u00e1 a peti\u00e7\u00e3o inicial limitarse ao requerimento da tutela antecipada, devendo, ap\u00f3s o Autor aditar a peti\u00e7\u00e3o inicial com a complementa\u00e7\u00e3o de argumenta\u00e7\u00e3o e juntada de novos documentos.\n2.5 \u2013 Contudo, conforme disp\u00f5e o art. 435 do CPC, \u00e9 poss\u00edvel, desde o ingresso da a\u00e7\u00e3o, expor toda a argumenta\u00e7\u00e3o e juntar todos os documentos que dispunha para elucida\u00e7\u00e3o da causa, n\u00e3o se olvidando, contudo, da possibilidade da juntada de novos documentos.\n2.6 \u2013 No caso em tela, est\u00e3o configurados os requisitos da tutela de urg\u00eancia tanto a \u201cprobabilidade do direito\u201d, quanto o \u201cperigo de dano\u201d e, mesmo, o \u201crisco ao resultado \u00fatil do processo\u201d, ante a natureza alimentar do benef\u00edcio pleiteado para a Autora e a inerente demora na tramita\u00e7\u00e3o processual.\n2.7 \u2013 Com o intuito de se coibir a injusti\u00e7a da demora da presta\u00e7\u00e3o jurisdicional, deve ser deferido o pleito de antecipa\u00e7\u00e3o da tutela \u2013 tutela de urg\u00eancia - para conceder \u00e0 parte Autora o benef\u00edcio previdenci\u00e1rio postulado.\nRua Salto Veloso, n\u00ba 50 \u2013 Bairro Iriri\u00fa \u2013 Joinville-SC \u2013 Fone/Fax: (047) 3427 4724 \u2013 Cep.: 89227-160\n\n\fEdson Osmar Fabrin \u2013 OAB/SC 12.167 Helo\u00edsa Tumelero Giaretta \u2013 OAB/SC 37.950\nADVOGADOS\n3. Do Direito\n\nfls. 03\n\n3.1 \u2013 A Lei 8.213/91 estabelece os crit\u00e9rios para a concess\u00e3o do benef\u00edcio do aux\u00edlio doen\u00e7a, como se infere do disposto no art. 59 e seguintes:\nArt. 59. O aux\u00edlio-doen\u00e7a ser\u00e1 devido ao segurado que, havendo cumprido, quando for o caso, o per\u00edodo de car\u00eancia exigido nesta Lei, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos.\n\n3.2 \u2013 Ainda, segundo o art. 61, da lei em ep\u00edgrafe:\n\nArt. 61. O aux\u00edlio-doen\u00e7a, inclusive o decorrente de acidente do trabalho, consistir\u00e1 numa renda mensal correspondente a 91% (noventa e um por cento) do sal\u00e1rio \u2013 de \u2013 benef\u00edcio, observado o disposto na Se\u00e7\u00e3o III, especialmente no artigo 33 desta Lei. (Grifamos Reda\u00e7\u00e3o dada ao artigo pela Lei n\u00ba 9.032, de 28.04.1995).\n\n3.3 \u2013 O aux\u00edlio acidente ser\u00e1 concedido ao segurado que, ap\u00f3s a consolida\u00e7\u00e3o das les\u00f5es, restar com sequelas que impliquem na redu\u00e7\u00e3o da capacidade para o trabalho habitual.\nArt. 86. O aux\u00edlio-acidente ser\u00e1 concedido, como indeniza\u00e7\u00e3o, ao segurado quando, ap\u00f3s a consolida\u00e7\u00e3o das les\u00f5es decorrentes de acidente de qualquer natureza, resultarem seq\u00fcelas que impliquem redu\u00e7\u00e3o da capacidade para o trabalho que habitualmente exercia.\n\u00a7 1\u00ba. O aux\u00edlio-acidente mensal corresponder\u00e1 a cinq\u00fcenta por cento do sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio e ser\u00e1 devido, observado o disposto no \u00a7 5\u00ba, at\u00e9 a v\u00e9spera do in\u00edcio de qualquer aposentadoria ou at\u00e9 a data do \u00f3bito do segurado.\n\u00a7 2\u00ba. O aux\u00edlio-acidente ser\u00e1 devido a partir do dia seguinte ao da cessa\u00e7\u00e3o do aux\u00edlio-doen\u00e7a, independentemente de qualquer remunera\u00e7\u00e3o ou rendimento auferido pelo acidentado, vedada sua acumula\u00e7\u00e3o com qualquer aposentadoria. (Grifamos).\n3.4 \u2013 J\u00e1 a Aposentadoria por Invalidez, segundo a lei previdenci\u00e1ria, ser\u00e1 devida quando o segurado for reconhecido como incapaz e insuscept\u00edvel de reabilita\u00e7\u00e3o, conforme disp\u00f5e o art. 42, sen\u00e3o vejamos:\nArt. 42. A aposentadoria por invalidez, uma vez cumprida, quando for o caso, a car\u00eancia exigida, ser\u00e1 devida ao segurado que, estando ou n\u00e3o em gozo de aux\u00edlio-doen\u00e7a, for considerado incapaz e insuscept\u00edvel de reabilita\u00e7\u00e3o para o exerc\u00edcio de atividade que lhe garanta a subsist\u00eancia, e ser-lhe-\u00e1 paga enquanto permanecer nesta condi\u00e7\u00e3o. (Grifamos).\nRua Salto Veloso, n\u00ba 50 \u2013 Bairro Iriri\u00fa \u2013 Joinville-SC \u2013 Fone/Fax: (047) 3427 4724 \u2013 Cep.: 89227-160\n\n\fEdson Osmar Fabrin \u2013 OAB/SC 12.167 Helo\u00edsa Tumelero Giaretta \u2013 OAB/SC 37.950\nADVOGADOS\n\nfls. 04\n\nseu artigo 332:\n\n3.5 \u2013 Tamb\u00e9m \u00e9 preceito do C\u00f3digo de Processo Civil, em\nArt. 332. Todos os meios legais, bem como os moralmente leg\u00edtimos, ainda que n\u00e3o especificados neste C\u00f3digo, s\u00e3o h\u00e1beis para provar a verdade dos fatos, em que se funda a a\u00e7\u00e3o ou a defesa. (Grifamos).\n\n3.6 \u2013 Resta assim, Excel\u00eancia, o direito do Requerente a imediata concess\u00e3o/restabelecimento do aux\u00edlio doen\u00e7a (art. 59 e ss., da Lei 8.213/91) e, ao final, o reconhecimento de incapacidade e respectivo grau, a fim de conceder o aux\u00edlio acidente (no caso de redu\u00e7\u00e3o da capacidade laborativa) ou Aposentadoria por Invalidez, na forma da lei.\n4. Da Corre\u00e7\u00e3o Monet\u00e1ria\n\n4.1 \u2013 No tocante \u00e0 corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, n\u00e3o h\u00e1 quaisquer d\u00favidas no meio jurisprudencial quanto sua aplica\u00e7\u00e3o, sen\u00e3o vejamos:\nIncide corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria sobre os valores pagos com atraso, na via administrativa, a t\u00edtulo de vencimento, remunera\u00e7\u00e3o, proventos, soldo, pens\u00e3o ou benef\u00edcio previdenci\u00e1rio, face \u00e0 natureza alimentar. (Grifamos S\u00famula n\u00ba 09 do TRF da 4\u00aa Regi\u00e3o).\n\n5. Do Pedido\n\na) O reconhecimento da incapacidade do Autor e, por consequ\u00eancia, o deferimento da Tutela Provis\u00f3ria, determinando-se ao INSS a imediata concess\u00e3o/restabelecimento do benef\u00edcio ( aux\u00edlio doen\u00e7a \u2013 artigo 59 e seguintes, da Lei (8.213/91), uma vez que os requisitos para o deferimento da medida est\u00e3o presentes, na forma disposta em lei;\nb) Alternativamente e, entendendo Vossa Excel\u00eancia que o caso sob judice n\u00e3o comporta a concess\u00e3o imediata da liminar pleiteada (concess\u00e3o/restabelecimento do aux\u00edlio doen\u00e7a), requer, a designa\u00e7\u00e3o de per\u00edcia m\u00e9dica judicial, em car\u00e1ter de urg\u00eancia para, emp\u00f3s, conceder/restabelecer o benef\u00edcio cessado.\n\nc) Ao final, a concess\u00e3o do benef\u00edcio da Aposentadoria por Invalidez, se restar comprovada a invalidez permanente e irrevers\u00edvel para o trabalho, na forma do disposto no artigo 42 e seguintes, da Lei Previdenci\u00e1ria de n\u00ba 8.213/91.\n\nd) Alternativamente, na concess\u00e3o do aux\u00edlio acidente, na hip\u00f3tese de restar comprovado que o Autor sofreu apenas redu\u00e7\u00e3o da capacidade para o trabalho, na forma do disposto no art. 86 e par\u00e1grafos, da Lei 8.213/91.\n\ne) Desta forma e por consequ\u00eancia, requer, seja reconhecido o direito ao pleito ora formulado, com RMI, na forma da legisla\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria vigente e corrigida m\u00eas a m\u00eas pelo \u00edndice oficial institu\u00eddo para essa finalidade.\n\nf) O pagamento de uma s\u00f3 vez, das parcelas vencidas, a contar da data da cessa\u00e7\u00e3o do Benef\u00edcio de auxilio doen\u00e7a (NB 609.295.264-9), em 22/01/2015, tudo corrigido m\u00eas a m\u00eas at\u00e9 a data do efetivo pagamento.\nRua Salto Veloso, n\u00ba 50 \u2013 Bairro Iriri\u00fa \u2013 Joinville-SC \u2013 Fone/Fax: (047) 3427 4724 \u2013 Cep.: 89227-160\n\n\fEdson Osmar Fabrin \u2013 OAB/SC 12.167 Helo\u00edsa Tumelero Giaretta \u2013 OAB/SC 37.950\nADVOGADOS\nfls. 05 g) Como consequ\u00eancia e recepcionado o pedido na forma retro disposta, caber\u00e1, ainda, ao Requerido, arcar com o \u00f4nus da sucumb\u00eancia, na base legal de 20% (vinte por cento) sobre o montante corrigido das parcelas vencidas at\u00e9 a data do efetivo pagamento, al\u00e9m das custas processuais e outras comina\u00e7\u00f5es de lei.\n6. Do Requerimento Final\nI. A cita\u00e7\u00e3o do INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL \u2013 INSS, na pessoa de seu(a) ilustre Procurador(a) Regional, endere\u00e7ada ao N\u00facleo da Procuradoria Regional do Instituto Nacional de Seguridade Social \u2013 INSS, localizada na Rua 09 de Mar\u00e7o, n\u00ba 241, Centro, Munic\u00edpio de Joinville \u2013 Estado de Santa Catarina para, querendo, contestar a presente a\u00e7\u00e3o, sob pena de revelia e confiss\u00e3o.\nII. Seja, ao final, condenado o Requerido no pedido, reconhecendo-o sucumbente na presente a\u00e7\u00e3o e sujeitando-o, em consequ\u00eancia, a suportar os \u00f4nus da\u00ed decorrente.\nIII. O deferimento do benef\u00edcio da Isen\u00e7\u00e3o de Custas Processuais, uma vez que o Autor n\u00e3o disp\u00f5e de condi\u00e7\u00f5es financeiras para arcar com as custas e despesas do processo, nos termos da Lei 8.213/91 e demais dispositivos legais aplic\u00e1veis ao caso.\nIV. Protesta provar o alegado por todos os meios de provas em direito admitidos, especialmente pelos documentos acostados, per\u00edcia (quesitos anexo), levantamentos, vistorias, oitiva testemunhal e pela juntada posterior de documentos.\nV. Digne-se Vossa Excel\u00eancia, determinar ao INSS para, querendo, apresentar c\u00f3pia do processo administrativo, sob as penas da lei.\nVI. D\u00e1 \u00e0 causa o valor de R$ 30.000,00 (trinta mil reais).\nNestes termos, Pede deferimento. Joinville \u2013 SC, agosto de 2017.\n_______________________________ Pp. Helo\u00edsa Tumelero Giaretta OAB/SC 37.950\nRua Salto Veloso, n\u00ba 50 \u2013 Bairro Iriri\u00fa \u2013 Joinville-SC \u2013 Fone/Fax: (047) 3427 4724 \u2013 Cep.: 89227-160\n\n\fEdson Osmar Fabrin \u2013 OAB/SC 12.167 Helo\u00edsa Tumelero Giaretta \u2013 OAB/SC 37.950\nADVOGADOS\nQUESITOS DA PARTE AUTORA\n\nfls. 06\n\n1. O Autor sofre de alguma doen\u00e7a/enfermidade? Se positivo, qual? Indicar CDI.\n\n2. Qual a atividade laboral atual (ou \u00faltima atividade) do Autor? Descrever sucintamente suas fun\u00e7\u00f5es/tarefas.\n\n3. H\u00e1 incapacidade para o exerc\u00edcio dessa(s) atividade(s)?\n\n4. A incapacidade \u00e9 parcial ou total, permanente ou tempor\u00e1ria? Explique:\n\n5. Quando surgiu a doen\u00e7a (DID)? E, quando surgiu a incapacidade (DII)?\n\n6. H\u00e1 elementos concretos para sustentar a conclus\u00e3o pericial?\n\n7. Quais os exames utilizados para a elabora\u00e7\u00e3o da per\u00edcia? H\u00e1 necessidade de exames complementares?\n\n8. Queira o Sr. Perito esclarecer tudo o mais que julgar de interesse \u00e0 solu\u00e7\u00e3o do presente lit\u00edgio.\n\n9. Protesta pela apresenta\u00e7\u00e3o de quesitos complementares, se necess\u00e1rios.\n\nRua Salto Veloso, n\u00ba 50 \u2013 Bairro Iriri\u00fa \u2013 Joinville-SC \u2013 Fone/Fax: (047) 3427 4724 \u2013 Cep.: 89227-160\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 5 (Solon) - IdDocumentoCompleto: 5003121-82.2018.4.04.7206-721523382052119820228232597352", "text": "ROSANA BARBOSA OAB/SC \u2013 33.336\nEXCELENT\u00cdSSIMO SR. DR. JUIZ FEDERAL DO JUIZADO ESPECIAL C\u00cdVEL DA SUBSE\u00c7\u00c3O JUDICI\u00c1RIA DE LAGES/SC.\nFIRMO PITZ MUNIZ, brasileiro, vi\u00favo, trabalhador rural, portador da C\u00e9dula de Identidade n\u00ba 3.622.573-8 SSP/SC e inscrito no CPF/MF sob n\u00ba 347.814.129-04, residente e domiciliado na Localidade de Cadeados, s/n\u00ba, CEP 88500-00, nesta cidade de Lages (SC), por sua procuradora infra-assinada, Advogada inscrita na OAB/SC sob n\u00ba 33.336, com escrit\u00f3rio profissional na Rua Humberto de Campos, 1305, bairro Coral, CEP 88523-140, Fone (49) 3222-7557, E-mail: rosanab.adv@hotmail.com, nesta cidade de Lages(SC), onde recebe cita\u00e7\u00f5es e intima\u00e7\u00f5es na forma da Lei, vem respeitosamente \u00e0 presen\u00e7a de Vossa Excel\u00eancia propor:\nA\u00c7\u00c3O DE BENEF\u00cdCIO PREVIDENCI\u00c1RIO (Aux\u00edlio-Doen\u00e7a/Aposentadoria por Invalidez)\ncontra, INSTITUTO NACIONAL DE SEGURO SOCIAL, Autarquia Federal, atrav\u00e9s de sua Procuradoria Regional, situada nesta circunscri\u00e7\u00e3o, pelos motivos de fato e de direito, que passa a narrar e por fim requerer:\nRua Humberto de Campos, 1305, Coral - CEP 88523-140. - Lages \u2013 Santa Catarina Fone/Fax: 0xx49-32227557 E-mail: rosanab.adv@hotmail.com\n1\n\n\fROSANA BARBOSA OAB/SC \u2013 33.336\n\n1. S\u00cdNTESE F\u00c1TICA\n\nO Autor n\u00e3o possui mais condi\u00e7\u00f5es f\u00edsicas de\n\nexercer suas atividades laborais, uma vez que est\u00e1 acometido de\n\nCID M51.1(Transtornos de discos lombares e de outros discos\n\nintervertebrais com radiculopatia) + M48 (Outras\n\nespondilopatias) + M19.9\n\n(Artrose n\u00e3o especificada) + I15.9\n\n(Hipertens\u00e3o secund\u00e1ria, n\u00e3o especificada) e como exerce fun\u00e7\u00e3o\n\nde trabalhador rural, vem diante do poder judici\u00e1rio para ter\n\nseus direitos protegidos.\n\nAtrav\u00e9s de processo administrativo, requerido em 03/04/2018, o Autor teve seu benef\u00edcio de Aux\u00edlio Doen\u00e7a Previdenci\u00e1rio (31) n\u00famero 6225710926 negado em 05/04/2018, sob o argumento de que \u201cn\u00e3o foi constatada, em exame realizado pela per\u00edcia m\u00e9dica do INSS, a incapacidade para o seu trabalho ou para a sua atividade habitual\u201d.\n\nEm 10/04/2018 foi requerido c\u00f3pia do Processo Administrativo, cujo agendamento mais pr\u00f3ximo foi para o dia 22/05/2018 \u00e0s 10:15, c\u00f3pia em anexo.\n\n\u00c9 a breve s\u00edntese dos fatos.\n\n2. DA INCAPACIDADE LABORATIVA\nConforme se depreende dos documentos m\u00e9dicos anexos, o Autor \u00e9 portador de PROBLEMAS ORTOP\u00c9DICOS, os quais s\u00e3o incompat\u00edveis com sua profiss\u00e3o de TRABALHADOR RURAL, a qual exige demasiado esfor\u00e7o f\u00edsico, movimentos repetitivos de bra\u00e7os, pernas e coluna, al\u00e9m de carregamento de pesos, tornando a jornada de trabalho intensa, cansativa e dolorosa.\nRua Humberto de Campos, 1305, Coral - CEP 88523-140. - Lages \u2013 Santa Catarina Fone/Fax: 0xx49-32227557 E-mail: rosanab.adv@hotmail.com\n2\n\n\fROSANA BARBOSA\nOAB/SC \u2013 33.336\nO diagn\u00f3stico m\u00e9dico \u00e9 de:\n- TRANSTORNOS DE DISCOS LOMBARES E DE OUTROS DISCOS INTERVERTEBRAIS COM RADICULOPATIA CID \u2013 M51.1, que ocorre devido ao excesso de carga que a coluna suporta, podendo causar compress\u00e3o das ra\u00edzes nervosas no canal vertebral ou gerar processos inflamat\u00f3rios com alto poder c\u00e1ustico das estruturas nervosas.\nA coluna vertebral \u00e9 composta por v\u00e9rtebras, em cujo interior existe um canal por onde passa a medula espinhal ou nervosa. Entre as v\u00e9rtebras cervicais, tor\u00e1cicas e lombares, est\u00e3o os discos intervertebrais, estruturas em forma de anel, constitu\u00eddas por tecido cartilaginoso e el\u00e1stico cuja fun\u00e7\u00e3o \u00e9 evitar o atrito entre uma v\u00e9rtebra e outra e amortecer o impacto. Os discos intervertebrais desgastam-se com o tempo e o uso repetitivo, o que facilita a forma\u00e7\u00e3o de h\u00e9rnias de disco, ou seja, parte deles sai da posi\u00e7\u00e3o normal e comprime as ra\u00edzes nervosas que emergem da coluna. O problema \u00e9 mais frequente nas regi\u00f5es lombar e cervical, por serem \u00e1reas mais expostas ao movimento e que suportam mais carga.1\nEstas les\u00f5es s\u00e3o respons\u00e1veis por dores que podem irradiar para os membros inferiores, al\u00e9m de apresentar dorm\u00eancia e formigamento nas pernas, p\u00e9s e dedos. Os sintomas podem surgir subitamente, desaparecer espontaneamente e retornar em intervalos ou ainda ser constantes e de longa dura\u00e7\u00e3o.\nA doen\u00e7a degenerativa difusa apresentada na coluna lombar, tem como consequ\u00eancia RADICULOPATIA - compress\u00e3o\n1 http://drauziovarella.com.br/envelhecimento/hernia-de-disco/\nRua Humberto de Campos, 1305, Coral - CEP 88523-140. - Lages \u2013 Santa Catarina Fone/Fax: 0xx49-32227557 E-mail: rosanab.adv@hotmail.com\n3\n\n\fROSANA BARBOSA\nOAB/SC \u2013 33.336\nda raiz nervosa, que sem d\u00favida \u00e9 incapacitante, pois tem como consequ\u00eancias a dor, formigamento, dorm\u00eancia, perda de for\u00e7a muscular, sensa\u00e7\u00e3o de choque, queima\u00e7\u00e3o e dificuldade de coordena\u00e7\u00e3o de movimentos.\n\u00c9 acometido tamb\u00e9m por ESPONDILOPATIA \u2013 CID10 M48, que s\u00e3o as doen\u00e7as que atingem as v\u00e9rtebras, manifestadas atrav\u00e9s de um defeito na articula\u00e7\u00e3o intervertebral com o escorregamento para frente de uma v\u00e9rtebra em rela\u00e7\u00e3o a outra subjacente, ocasionando dor ou sintomatologia de irrita\u00e7\u00e3o de raiz nervosa.\nPode haver tamb\u00e9m dor em repouso, irradiada para as n\u00e1degas e os membros inferiores. Sensa\u00e7\u00f5es de formigamentos e dorm\u00eancia s\u00e3o tamb\u00e9m comuns. Por vezes h\u00e1 perda de for\u00e7a dos m\u00fasculos dos membros inferiores, com dificuldade para subir escadas, manter-se sobre os calcanhares ou sobre as pontas dos p\u00e9s. A pessoa adquire uma postura t\u00edpica, com o tronco encurvado anteriormente e com retifica\u00e7\u00e3o da coluna lombar, postura esta que temporariamente alivia a dor.\nApresentando ainda ARTROSE N\u00c3O ESPECIFICADA \u2013 CID10 M19.9, que \u201c\u00e9 uma doen\u00e7a cr\u00f3nica consequente da progressiva deteriora\u00e7\u00e3o da cartilagem articular, originando dor e rigidez articular e uma limita\u00e7\u00e3o dos movimentos que, nos casos mais graves, pode provocar o insuficiente funcionamento da articula\u00e7\u00e3o afetada\u201d.\nN\u00e3o existe tratamento para reverter ou curar a deteriora\u00e7\u00e3o da cartilagem articular, o tratamento visa apenas aliviar os sintomas e a evolu\u00e7\u00e3o da doen\u00e7a atrav\u00e9s de v\u00e1rias medidas, sendo elas: o repouso, a alimenta\u00e7\u00e3o e cuidado para n\u00e3o ficar acima do peso, administra\u00e7\u00e3o medicamentosa com analg\u00e9sicos\nRua Humberto de Campos, 1305, Coral - CEP 88523-140. - Lages \u2013 Santa Catarina Fone/Fax: 0xx49-32227557 E-mail: rosanab.adv@hotmail.com\n4\n\n\fROSANA BARBOSA\nOAB/SC \u2013 33.336\ne anti-inflamat\u00f3rios, fisioterapias para manter a mobilidade, fortalecer a musculatura e corrigir posturas, e se necess\u00e1rio a cirurgia para corrigir uma deforma\u00e7\u00e3o \u00f3ssea ou substituir a articula\u00e7\u00e3o deteriorada por uma pr\u00f3tese.\nN\u00e3o bastassem os problemas ortop\u00e9dicos, o Autor tamb\u00e9m \u00e9 portador de HIPERTENS\u00c3O SECUND\u00c1RIA, N\u00c3O ESPECIFICADA, CID 10 - I15.9.\nDiante do diagn\u00f3stico, resta evidente que o Autor convive com dores diariamente, as quais tem como consequ\u00eancia ins\u00f4nias, altera\u00e7\u00f5es da postura, desmotiva\u00e7\u00e3o e desconforto mesmo em simples tarefas. E, sabe-se que a dor \u00e9 uma sensa\u00e7\u00e3o que al\u00e9m de desagrad\u00e1vel, quando de intensidade elevada traz s\u00e9ria limita\u00e7\u00f5es funcionais ao indiv\u00edduo, tornando-a incapaz para o trabalho.\nO tratamento ortop\u00e9dico indicado consiste primeiramente no repouso (atestados anexos), evitando as atividades de esfor\u00e7o/bra\u00e7ais, cumulado com o uso de analg\u00e9sicos para al\u00edvio da dor, anti-inflamat\u00f3rios, al\u00e9m de evitar/diminuir a instabilidade do membro afetado.\nO acompanhamento est\u00e1 sendo feito por especialista na \u00e1rea da ortopedia, tudo conforme documenta\u00e7\u00e3o m\u00e9dica anexa, necessitando do amparo previdenci\u00e1rio para que possa dar continuidade ao tratamento que vem realizando, em busca do al\u00edvio das dores e melhores condi\u00e7\u00f5es de vida.\nImportante ressaltar que afastar-se das atividades de esfor\u00e7o bra\u00e7ais e que exija o uso dos membros afetados \u00e9 atitude imprescind\u00edvel para al\u00edvio dos sintomas e\nRua Humberto de Campos, 1305, Coral - CEP 88523-140. - Lages \u2013 Santa Catarina Fone/Fax: 0xx49-32227557 E-mail: rosanab.adv@hotmail.com\n5\n\n\fROSANA BARBOSA\nOAB/SC \u2013 33.336\nresultado no tratamento, do contr\u00e1rio o agravamento do quadro cl\u00ednico \u00e9 evidente.\n\u00c9 cedi\u00e7o que para que o Autor possa fazer o tratamento de forma cont\u00ednua e eficaz, s\u00e3o necess\u00e1rias consultas peri\u00f3dicas, administra\u00e7\u00e3o correta e regular da medica\u00e7\u00e3o. Ocorre que tais fatores atualmente s\u00e3o imposs\u00edveis de serem obedecidos, j\u00e1 que impossibilitado de trabalhar, n\u00e3o possui condi\u00e7\u00f5es financeiras para arcar com os consequentes gastos.\nVejamos entendimento jurisprudencial referente ao grau incapacitante das patologias que o acometem:\nPREVIDENCI\u00c1RIO. PROCESSUAL CIVIL. LAUDO PERICIAL. PRINC\u00cdPIO DO LIVRE CONVENCIMENTO DO JUIZ. TRABALHADORA BRA\u00c7AL. AUX\u00cdLIO-DOEN\u00c7A. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. CONDI\u00c7\u00d5ES PESSOAIS. 1. Tratando-se de aux\u00edlio-doen\u00e7a ou aposentadoria por invalidez, o Julgador firma sua convic\u00e7\u00e3o, via de regra, por meio da prova pericial, n\u00e3o estando, por\u00e9m, adstrito ao laudo. 2. Constatado um somat\u00f3rio de mol\u00e9stias de natureza ortop\u00e9dica na prova pericial, com presen\u00e7a de radiculopatia, a comprometer a possibilidade da realiza\u00e7\u00e3o de esfor\u00e7os f\u00edsicos, especialmente repetitivos, e em se tratando de trabalhadora rural, imp\u00f5e-se o reconhecimento do direito ao benef\u00edcio por incapacidade. Ainda que as doen\u00e7as, consideradas separadamente, n\u00e3o possam ser classificadas como totalmente incapacitantes, a sua reuni\u00e3o em uma \u00fanica pessoa, cujas atividades habituais s\u00e3o eminentemente bra\u00e7ais, imp\u00f5e conclus\u00e3o diversa. O segurado \u00e9 um ser hol\u00edstico, n\u00e3o podendo ter medidas suas potencialidades sen\u00e3o globalmente. 3. Determinada a reimplanta\u00e7\u00e3o do benef\u00edcio de aux\u00edlio-doen\u00e7a, haja vista a exist\u00eancia de conjunto probat\u00f3rio apontando a exist\u00eancia de incapacidade pelas mesmas mol\u00e9stias \u00e0 \u00e9poca do cancelamento administrativo e, a sua posterior convers\u00e3o em\nRua Humberto de Campos, 1305, Coral - CEP 88523-140. - Lages \u2013 Santa Catarina Fone/Fax: 0xx49-32227557 E-mail: rosanab.adv@hotmail.com\n6\n\n\fROSANA BARBOSA\nOAB/SC \u2013 33.336\naposentadoria por invalidez, esta com DIB na data do laudo pericial. (TRF4, AC 0010576-88.2014.404.9999, QUINTA TURMA, Relatora TA\u00cdS SCHILLING FERRAZ, D.E. 19/09/2014 \u2013 grifou-se)\nAinda,\nPREVIDENCI\u00c1RIO. AUX\u00cdLIO-DOEN\u00c7A. AGRICULTORA. PORTADORA DE LOMBOCIATALGIA. INCAPACIDADE COMPROVADA. MARCO INICIAL. CONSECT\u00c1RIOS. IMEDIATA IMPLANTA\u00c7\u00c3O DO BENEF\u00cdCIO. I. Em se tratando de segurado especial (trabalhador rural), a concess\u00e3o de aposentadoria por invalidez, de aux\u00edlio-doen\u00e7a ou de aux\u00edlio acidente (no valor de um sal\u00e1rio m\u00ednimo), independe de car\u00eancia, mas pressup\u00f5e a demonstra\u00e7\u00e3o da qualidade de segurado e de incapacidade laboral. II. Ainda que a per\u00edcia m\u00e9dica judicial tenha atestado apenas a limita\u00e7\u00e3o para atividades pesadas e moderadas da segurada, portadora de lombociatalgia, restou demonstrado que a autora est\u00e1 parcialmente incapacitada para o exerc\u00edcio de atividades laborativas de agricultora, devendo ser concedido o benef\u00edcio do aux\u00edlio-doen\u00e7a. III. Marco inicial do benef\u00edcio fixado na data do requerimento administrativo. IV. As parcelas vencidas dever\u00e3o ser corrigidas inicialmente pelo IGP-DI; a partir de abril de 2006 pelo INPC; e a partir de julho de 2009 conforme a remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica das cadernetas de poupan\u00e7a. (...) (TRF 4\u00aa Regi\u00e3o - Apela\u00e7\u00e3o C\u00edvel n\u00ba 0001279-28.2012.404.9999/RS - Relator : Federal Rogerio Favreto \u2013 05.07.2012 \u2013 grifou-se)\nE,\nPREVIDENCI\u00c1RIO. AUX\u00cdLIO-DOEN\u00c7A/APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. DISCOPATIA DEGENERATIVA DA COLUNA E OUTRAS. INCAPACIDADE LABORAL. TERMO INICIAL. 1. Tratando-se de aux\u00edliodoen\u00e7a ou aposentadoria por invalidez, o Julgador firma sua\nRua Humberto de Campos, 1305, Coral - CEP 88523-140. - Lages \u2013 Santa Catarina Fone/Fax: 0xx49-32227557 E-mail: rosanab.adv@hotmail.com\n7\n\n\fROSANA BARBOSA\nOAB/SC \u2013 33.336\nconvic\u00e7\u00e3o, via de regra, por meio da prova pericial. 2. Considerando as conclus\u00f5es do perito judicial de que a parte autora, por ser portadora das mol\u00e9stias discopatia degenerativa da coluna lombar, paralisia do nervo tibial anterior, estenose do canal lombar e hipertens\u00e3o arterial sist\u00eamica, est\u00e1 definitivamente incapacitada para o exerc\u00edcio de suas atividades laborativas na agricultura, e considerando ainda sua idade e qualifica\u00e7\u00e3o profissional, \u00e9 devido o benef\u00edcio de aposentadoria por invalidez. 3. Tendo o conjunto probat\u00f3rio apontado a exist\u00eancia da incapacidade laboral desde a \u00e9poca do cancelamento administrativo, o benef\u00edcio \u00e9 devido desde ent\u00e3o.(TRF-4 - REOAC: 9999 SC 0001719-92.2010.404.9999, Relator: CELSO KIPPER, Data de Julgamento: 16/02/2011, SEXTA TURMA, Data de Publica\u00e7\u00e3o: D.E. 21/02/2011 \u2013 grifou-se)\nO Autor conta com 59 anos de idade, o que \u00e9 um grande obst\u00e1culo para o resultado positivo no tratamento de les\u00f5es ortop\u00e9dicas, bem como para a readapta\u00e7\u00e3o competitivo em mercado de trabalho, ainda mais porque sempre trabalhou no meio rural, em trabalhos bra\u00e7ais, fatores que que n\u00e3o o absorveria diante de seu quadro cl\u00ednico e de sua idade avan\u00e7ada.\nOs problemas de sa\u00fade do Autor acarretam imensur\u00e1vel dificuldade financeira para arcar com tratamento m\u00e9dico e com a pr\u00f3pria subsist\u00eancia, sendo a decis\u00e3o que mais resolveria seus anseios seria a Aposentadoria por Invalidez, por\u00e9m caso n\u00e3o seja essa a decis\u00e3o, seja no m\u00ednimo reimplantado o Aux\u00edlio Doen\u00e7a, para que possa dar continuidade ao tratamento m\u00e9dico.\n3 - DO DIREITO\nRua Humberto de Campos, 1305, Coral - CEP 88523-140. - Lages \u2013 Santa Catarina Fone/Fax: 0xx49-32227557 E-mail: rosanab.adv@hotmail.com\n8\n\n\fROSANA BARBOSA\nOAB/SC \u2013 33.336\nO Aux\u00edlio-Doen\u00e7a est\u00e1 previsto no art. 59 da Lei 8.213/91, assim disposto:\nArt. 59 - O aux\u00edlio-doen\u00e7a ser\u00e1 devido ao segurado que, havendo cumprido, quando for o caso, o per\u00edodo de car\u00eancia exigido nesta Lei, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos. (Grifou-se)\n\u00c9 importante lembrar que o art. 60 e 62 da Lei 8. 213/91 garantem o aux\u00edlio doen\u00e7a ao segurado at\u00e9 a plena recupera\u00e7\u00e3o de sua incapacidade ou at\u00e9 que se adapte a um novo emprego que lhe garanta a sua subsist\u00eancia:\nArt. 60. O aux\u00edlio-doen\u00e7a ser\u00e1 devido ao segurado empregado a contar do 16\u00ba (d\u00e9cimo sexto) dia do afastamento da atividade, e no caso dos demais segurados, a contar da data do in\u00edcio da incapacidade e enquanto ele permanecer incapaz.\nArt. 62. O segurado em gozo de aux\u00edlio-doen\u00e7a, insuscept\u00edvel de recupera\u00e7\u00e3o para sua atividade habitual, dever\u00e1 submeter-se a processo de reabilita\u00e7\u00e3o profissional para o exerc\u00edcio de outra atividade. N\u00e3o cessar\u00e1 o benef\u00edcio at\u00e9 que lhe seja dado como habilitado para o desempenho de nova atividade que lhe garanta a subsist\u00eancia ou, quando considerado n\u00e3orecuper\u00e1vel, for aposentado por invalidez. (Grifou-se)\nJ\u00e1 o benef\u00edcio de Aposentadoria por Invalidez est\u00e1 previsto no art. 42 da Lei 8.213/91:\nArt. 42 \u2013 A aposentadoria por invalidez, uma vez cumprida, quando for o caso, a car\u00eancia exigida, ser\u00e1 devida ao segurado que, estando ou n\u00e3o em gozo de aux\u00edlio-doen\u00e7a, for\nRua Humberto de Campos, 1305, Coral - CEP 88523-140. - Lages \u2013 Santa Catarina Fone/Fax: 0xx49-32227557 E-mail: rosanab.adv@hotmail.com\n9\n\n\fROSANA BARBOSA\nOAB/SC \u2013 33.336\nconsiderado incapaz e insuscept\u00edvel de reabilita\u00e7\u00e3o para o exerc\u00edcio de atividade que lhe garanta a subsist\u00eancia, e serlhe-\u00e1 paga enquanto permanecer nesta condi\u00e7\u00e3o. (Grifou-se)\nPercebe-se que o Autor depende do Benef\u00edcio Previdenci\u00e1rio ora pleiteado, pois incapaz de exercer suas atividades laborais, fica impossibilitado de arcar com gastos oriundos do tratamento m\u00e9dico que busca pelo menos o al\u00edvio nos sintomas e a melhor qualidade de vida.\n4 \u2013 DIANTE DO EXPOSTO, REQUER:\na) A PROCED\u00caNCIA TOTAL DOS PEDIDOS, com o reconhecimento da incapacidade para as atividades habituais DO Autor, com a condena\u00e7\u00e3o do INSS a IMPLANTAR o benef\u00edcio de Aux\u00edlio \u2013 Doen\u00e7a at\u00e9 plena recupera\u00e7\u00e3o, ou em definitivo, convertendo o benef\u00edcio em Aposentadoria por Invalidez; bem como ao pagamento dos valores atrasados, desde a data do indevido indeferimento do benef\u00edcio (03/04/2018), com juros de mora e corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria das presta\u00e7\u00f5es vencidas, acrescidas de custas e despesas;\nb) Determinar a cita\u00e7\u00e3o do INSS, para, querendo, contestar a presente a\u00e7\u00e3o, sob pena de revelia;\nc) Os benef\u00edcios da Gratuidade de Justi\u00e7a, ante hipossufici\u00eancia do Autor, n\u00e3o tendo como arcar com custas processuais sem agravamento da sua sobreviv\u00eancia, com fulcro no Artigo 5\u00ba, LXXIV da Constitui\u00e7\u00e3o Federal;\nd) A produ\u00e7\u00e3o de provas, notadamente as colacionadas aos autos, bem como a realiza\u00e7\u00e3o de Per\u00edcia M\u00e9dica\nRua Humberto de Campos, 1305, Coral - CEP 88523-140. - Lages \u2013 Santa Catarina Fone/Fax: 0xx49-32227557 E-mail: rosanab.adv@hotmail.com\n10\n\n\fROSANA BARBOSA OAB/SC \u2013 33.336\n\ncom Especialista na \u00c1rea da ORTOPEDIA, apresentando desde j\u00e1 os seguintes quesitos:\n\n1) O paciente possui algum tipo de doen\u00e7a ou\n\nles\u00e3o? Especificar qual CID10 correspondente.\n\n2) \u00c9 poss\u00edvel precisar se na data da indevida\n\ncessa\u00e7\u00e3o do benef\u00edcio (03/04/2018), o paciente estava apto as\n\nsuas atividades laborativas como TRABALHADOR RURAL?\n\n3) Caso n\u00e3o estivesse apto \u00e0s atividades, a\n\nincapacidade gerada era total ou parcial? Permanente ou\n\ntempor\u00e1ria? Que tipo de atividades restringe?\n\n4) Sendo tempor\u00e1ria a incapacidade, pode ser\n\ndeterminado o tempo para a sua plena recupera\u00e7\u00e3o? Quais\n\ncuidados/tratamentos deve realizar para sua plena recupera\u00e7\u00e3o?\n\n5) \u00c9 poss\u00edvel determinar uma prov\u00e1vel data\n\nlimite para esta incapacidade?\n\n6) Sendo total ou permanente a incapacidade, \u00e9\n\naconselh\u00e1vel aposentadoria por invalidez?\n\n7) \u00c9 necess\u00e1ria a realiza\u00e7\u00e3o/apresenta\u00e7\u00e3o de\n\noutros exames/laudos para averigua\u00e7\u00e3o tanto de suas doen\u00e7as\n\nquanto sua incapacidade laborativa pelo perito judicial? Caso\n\npositivo,\n\nquais\n\nseriam\n\nos\n\nexames\n\na\n\nserem\n\nrealizados/apresentados?\n\n8) Sendo total ou permanente a incapacidade, \u00e9\n\naconselh\u00e1vel aposentadoria por invalidez?\n\n9) \u00c9 necess\u00e1ria a realiza\u00e7\u00e3o/apresenta\u00e7\u00e3o de\n\noutros exames/laudos para averigua\u00e7\u00e3o tanto de suas doen\u00e7as\n\nquanto sua incapacidade laborativa pelo perito judicial? Quais?\n\n10) O Autor toma alguma medica\u00e7\u00e3o? Esta \u00e9\n\ndispens\u00e1vel ou imprescind\u00edvel para o tratamento?\n\n11) Para conclus\u00e3o pericial, foram considerados\n\nquais documentos m\u00e9dicos?\n\nRua Humberto de Campos, 1305, Coral - CEP 88523-140. - Lages \u2013 Santa Catarina Fone/Fax: 0xx49-32227557 E-mail: rosanab.adv@hotmail.com\n11\n\n\fROSANA BARBOSA OAB/SC \u2013 33.336\ne) Ap\u00f3s realiza\u00e7\u00e3o da per\u00edcia m\u00e9dica, a imediata reimplanta\u00e7\u00e3o do benef\u00edcio negado, sob os arestos da ANTECIPADA DA TUTELA, ante o preenchimento dos requisitos legais, quais sejam, prova inequ\u00edvoca da incapacidade do Autor, o car\u00e1ter alimentar do benef\u00edcio, e perigo da demora do provimento final, ante a necessidade em custear seu tratamento e arcar com sua subsist\u00eancia.\nD\u00e1 a causa o valor de R$ 11.448,00 (onze mil quatrocentos e quarenta e oito reais), para todos os fins legais, considerando doze parcelas vincendas.\nTermos em que pede e espera deferimento. Lages (SC), 10 de abril de 2018.\nROSANA BARBOSA OAB/SC 33.336\nRua Humberto de Campos, 1305, Coral - CEP 88523-140. - Lages \u2013 Santa Catarina Fone/Fax: 0xx49-32227557 E-mail: rosanab.adv@hotmail.com\n12\n\n\f" } ] } }, { "data": { "original_header": "Documento Original - IdDocumentoCompleto: 5005186-69.2017.4.04.7114-711507547342605971140968798590", "original_text": "EXCELENT\u00cdSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) FEDERAL DA VARA DO JUIZADO ESPECIAL FEDERAL DA SUBSE\u00c7\u00c3O JUDICI\u00c1RIA DE LAJEADO SE\u00c7\u00c3O JUDICI\u00c1RIA DO RIO GRANDE DO SUL.\nLOENIR ODILA MEZACASA, brasileira, vi\u00fava, desempregada, portadora da c\u00e9dula de identidade 6052567606, inscrita no CPF sob n\u00ba 381.315.790-34, residente e domiciliada na Av. Senador Alberto Pasqualini, n\u00ba 3725, Bairro Universit\u00e1rio, Lajeado/RS, por seu procurador signat\u00e1rio, instrumento de mandato ora incluso, GUSTAVO FELLER MARTHA, brasileiro, divorciado, advogado, inscrito na OAB/RS sob n\u00ba 53.932, com, escrit\u00f3rio profissional localizado na Avenida Benjamim Constant, 1025, sala 101, Centro, Lajeado/RS, vem respeitosamente \u00e0 presen\u00e7a de Vossa Excel\u00eancia, para requerer:\nA\u00c7\u00c3O PREVIDENCI\u00c1RIA DE CONCESS\u00c3O DE BENEF\u00cdCIO ASSISTENCIAL, COM ANTECIPA\u00c7\u00c3O DE TUTELA, em face do:\nINSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL \u2013 INSS, autarquia p\u00fablica federal com sede em Bras\u00edlia - DF e Superintend\u00eancia Estadual na cidade de Novo Hamburgo, sito na Rua Bento Gon\u00e7alves, 1891, Novo Hamburgo, pelos fatos e fundamentos jur\u00eddicos, a seguir exposto:\nAvenida Benjamim Constant, 1025, loja 101, Centro, Lajeado/RS \u2013 Telefone: 51 3709-1876\n\n\fI \u2013 PRELIMINARMENTE\nRequer, a concess\u00e3o de ASSIST\u00caNCIA JUDICI\u00c1RIA GRATUITA, por ser pobre sem condi\u00e7\u00f5es de pagar as custas processuais, de acordo com a lei 1.060/50.\nSolicita-se que a institui\u00e7\u00e3o requerida acoste ao presente, c\u00f3pia do processo administrativo da ora requerente.\nII \u2013 DA ANTECIPA\u00c7\u00c3O DE TUTELA\nAssiste a parte autora o direito de perceber o amparo assistencial ao portador de defici\u00eancia, pois adimpliu todos os requisitos para a concess\u00e3o do benef\u00edcio:\nConforme documenta\u00e7\u00e3o juntada ao processo, a parte autora possui graves problemas de sa\u00fade, al\u00e9m de preencher o quesito de miserabilidade. Cabe salientar que a autora n\u00e3o tem condi\u00e7\u00f5es de trabalhar, deste modo sem obter meios de prover seu sustento e seu tratamento.\nOra, o beneficio de presta\u00e7\u00e3o continuada visa o amparo social, da fam\u00edlia do beneficiado, a antecipa\u00e7\u00e3o de tutela no caso em particular garantir\u00e1 o m\u00ednimo de dignidade humana \u00e0 parte autora, direito consagrado pelo art.1\u00ba inciso III da Carta Magna de 1988.\nCaso n\u00e3o seja concedida a antecipa\u00e7\u00e3o de tutela, a parte requerente ser\u00e1 extremamente prejudicada, pois exige o m\u00ednimo de dignidade e cuidados especiais devidos seus problemas de sa\u00fade.\nIII - DOS FATOS\nA parte autora apresentou pedido de benef\u00edcio assistencial ao portador de defici\u00eancia junto ao INSS, na data de 30/05/2017, onde realizou processo administrativo e obteve negado seu pedido.\nAvenida Benjamim Constant, 1025, loja 101, Centro, Lajeado/RS \u2013 Telefone: 51 3709-1876\n\n\fSem alternativa, a parte autora ingressa em ju\u00edzo para requer seu beneficio assistencial posto que esta enquadrada nos requisitos impostos pela Lei 8.742/93.\nAssim para uma melhor cogni\u00e7\u00e3o passo a descrever a situa\u00e7\u00e3o econ\u00f4mica, sendo que a incapacidade laboral da parte autora fica comprovada conforme laudo anexo.\n\u2013 DA MISERABILIDADE\nPara demonstrar que a autora cumpre o requisito legal referente \u00e0 miserabilidade cumpre detalhar o n\u00facleo familiar da parte autora, bem como suas condi\u00e7\u00f5es financeiras e de moradia:\nSalienta-se que a parte autora possui graves problemas de sa\u00fade, estes lhe impedem para o labor, e ainda depende do aux\u00edlio de terceiros que \u00e9 feito por sua nora (eis que o filho abandonou o lar). Ou seja, a autora e sua fam\u00edlia sobrevivem com o auxilio de amigos e familiares, sendo imposs\u00edvel continuar vivendo desta forma, tendo em vista os gastos que a autora possui para manter suas necessidades, tratamentos e medica\u00e7\u00e3o, por\u00e9m n\u00e3o pode laborar.\nDiante desta situa\u00e7\u00e3o acima arrolada, nota-se o desamparo que se encontra a autora, n\u00e3o possuindo meios de se manter, ou seja, se encontra em estado prec\u00e1rio, deste modo fica claro que \u00e9 extremamente dif\u00edcil manter uma vida digna, pois al\u00e9m de contas rotineiras (\u00e1gua, luz, comida, vestu\u00e1rio...), necessita comprar rem\u00e9dios e manter tratamentos.\nAo fazer a per\u00edcia foi informado de que n\u00e3o teria direito, pois n\u00e3o atende ao crit\u00e9rio de defici\u00eancia para acesso ao benef\u00edcio, por\u00e9m diante das provas documentais elaboradas pelo seu m\u00e9dico que seguem anexos, \u00e9 fato not\u00f3rio que a parte autora tem s\u00e9rios problemas de sa\u00fade inclusive vis\u00edveis, visto que al\u00e9m de problemas de sa\u00fade, n\u00e3o tem qualidade profissional, \u00e9 desamparada da previd\u00eancia social, dependendo, portanto do beneficio pleiteado para poder ter uma vida digna, e manter suas necessidades b\u00e1sicas.\nAvenida Benjamim Constant, 1025, loja 101, Centro, Lajeado/RS \u2013 Telefone: 51 3709-1876\n\n\f\u2013 DA JURISPRUD\u00caNCIA\nPedido de Uniformiza\u00e7\u00e3o n\u00b0 2007.70.50.01.0865-9. Se\u00e7\u00e3o Judici\u00e1ria do Paran\u00e1. Juiz Federal Ot\u00e1vio Henrique Martins Port\n\u201cNo presente caso, restou plenamente comprovado que o autor \u00e9 incapaz para qualquer atividade laborativa, conforme atestado pelo \u201cexpert\u201d judicial e reconhecido pelo ac\u00f3rd\u00e3o recorrido. A transitoriedade de sua incapacidade n\u00e3o \u00e9 \u00f3bice \u00e0 concess\u00e3o do benef\u00edcio, visto que o crit\u00e9rio de definitividade da incapacidade n\u00e3o est\u00e1 previsto no aludido diploma legal. Ao rev\u00e9s, o artigo 21 da referida lei corrobora o car\u00e1ter tempor\u00e1rio do benef\u00edcio em quest\u00e3o, ao estatuir que o benef\u00edcio \u201cdeve ser revisto a cada 2 (dois) anos para avalia\u00e7\u00e3o da continuidade das condi\u00e7\u00f5es que lhe deram origem.\u201d Por se tratar, portanto, o ato concess\u00f3rio do benef\u00edcio assistencial de ato pass\u00edvel de revis\u00e3o a cada 2 (dois) anos, nada impede que o benef\u00edcio seja concedido em car\u00e1ter tempor\u00e1rio, como \u00e9 de sua pr\u00f3pria natureza, sendo cessado ap\u00f3s a regular reabilita\u00e7\u00e3o do benefici\u00e1rio. Por todo o expendido, sobejamente comprovada a incapacidade total da parte autora para o trabalho, ainda que tempor\u00e1ria.\u201d\n\u201cPREVIDENCI\u00c1RIO. BENEF\u00cdCIO ASSISTENCIAL. ARTS. 203, V DA CF/88 E 20 DA LEI 8.742/93. RENDA M\u00cdNIMA. REVIS\u00c3O ADMINISTRATIVA BIANUAL. 1. A concess\u00e3o do amparo assistencial \u00e9 devida \u00e0s pessoas portadoras de defici\u00eancias e idosos, mediante a demonstra\u00e7\u00e3o de n\u00e3o possu\u00edrem meios de prover \u00e0 pr\u00f3pria manuten\u00e7\u00e3o ou de t\u00ea-la provida por sua fam\u00edlia. 2. Tem entendido esta Corte, na linha de precedente do STJ, que o limite de \u00bc do sal\u00e1rio m\u00ednimo como renda familiar per capita representa apenas um par\u00e2metro objetivo de miserabilidade, podendo ser excedido se o caso concreto assim o justificar. 3. \u00c9 poss\u00edvel a revis\u00e3o administrativa bianual do benef\u00edcio, porquanto se trata de provid\u00eancia amparada em lei (artigo 21 da Lei n\u00ba 8.742/93).\u201d (grifos acrescidos) (TRF-4\u00aa Regi\u00e3o, Sexta Turma, AC n\u00ba 502994, Decis\u00e3o Un\u00e2nime, Re. Des. Federal Victor Luiz dos Santos Laus, julgado em 30/06/2004, DJ de 11/08/2004, p. 454).\nVisando a prote\u00e7\u00e3o a autora, requer-se a imediata implanta\u00e7\u00e3o do benef\u00edcio de n\u00ba7023808150, que \u00e9 de direito, pois a parte autora n\u00e3o possui condi\u00e7\u00f5es financeiras de sobreviver, ingressando neste Ju\u00edzo para a realiza\u00e7\u00e3o de averigua\u00e7\u00e3o social do douto juiz, onde ficar\u00e1 demonstrado e comprovado que a autora cumpre com o crit\u00e9rio de miserabilidade e defici\u00eancia.\nAvenida Benjamim Constant, 1025, loja 101, Centro, Lajeado/RS \u2013 Telefone: 51 3709-1876\n\n\f\u2013 DA INCAPACIDADE Tendo em vista as doen\u00e7as da autora, ser da \u00e1rea TRAUMATOL\u00d3GICA, requer que seja realizada per\u00edcia judicial com perito m\u00e9dico especialista em TRAUMATOLOGIA. Com efeito, cabe transcrever as patologias que acometem a requerente, conforme laudos e atestados anexos: \uf0b7 CID 10 \u2013 M25.5 Dor articular \uf0b7 CID 10 \u2013 M54.5 Dor lombar baixa RAZ\u00c3O PELA QUAL, REQUER SEJA PROCEDIDA PER\u00cdCIA COM TRAUMATOLOGISTA.\nIV - DOS FUNDAMENTOS JUR\u00cdDICOS\n- DA CONSTITUI\u00c7\u00c3O FEDERAL\nA constitui\u00e7\u00e3o assim disp\u00f5e, em seu art. 203, caput e seus incisos I, II e V:\nArt. 203. A Assist\u00eancia social ser\u00e1 prestada a quem dela necessitar, independente da contribui\u00e7\u00e3o \u00e0 seguridade social, e tem por objetivos:\nI \u2013 a prote\u00e7\u00e3o \u00e0 fam\u00edlia, \u00e0 maternidade, \u00e0 inf\u00e2ncia, \u00e0 adolesc\u00eancia e \u00e0 velhice;\nII \u2013 o amparo \u00e0s crian\u00e7as e adolescentes carentes; (...)\nV \u2013 a garantia de um sal\u00e1rio m\u00ednimo de benef\u00edcio mensal \u00e0 pessoa portadora de defici\u00eancia e ao idoso que comprovem n\u00e3o possuir meios de prover \u00e0 pr\u00f3pria manuten\u00e7\u00e3o ou de t\u00ea-la provida por sua fam\u00edlia, conforme dispuser a lei.\nVerificamos pelo exposto acima que a requerente preenche os requisitos legais exigidos pela nossa carta Magna, para aquisi\u00e7\u00e3o do benef\u00edcio.\nAvenida Benjamim Constant, 1025, loja 101, Centro, Lajeado/RS \u2013 Telefone: 51 3709-1876\n\n\fTamb\u00e9m a lei n\u00b0 8.742/93 estabelece seu art. 1\u00b0, \u00a7 \u00fanico, que a Assist\u00eancia Social, \u00e0 garantia dos m\u00ednimos sociais.\nInfelizmente a autora n\u00e3o foi abrangida pelos direitos assegurados em nosso ordenamento, visto que al\u00e9m de possuir problemas de sa\u00fade, n\u00e3o tem meios de prover o seu sustento nem ter provido por sua fam\u00edlia, mantendo m\u00ednimo de dignidade.\nV - DO PEDIDO\nDiante do exposto, requer-se digne V. Exa.\n1. Determinar a antecipa\u00e7\u00e3o de tutela, ordenando o pagamento do amparo assistencial pelo INSS, desde o requerimento do benef\u00edcio, tudo devidamente corrigido monetariamente, e tamb\u00e9m as parcelas vincendas, assim como as custas processuais e honor\u00e1rios advocat\u00edcios.\n2. Requer-se o restabelecimento/concess\u00e3o do beneficio pleiteado, com DIP e DIB em 30/05/2017;\n3. A determina\u00e7\u00e3o de multa astreintes para o caso de descumprimento judicial da antecipa\u00e7\u00e3o de tutela;\n4. Pede-se a cita\u00e7\u00e3o da parte r\u00e9, no endere\u00e7o supracitado, para que conteste esta a\u00e7\u00e3o, no prazo legal, sob pena de revelia.\n5. Determinar que a parte r\u00e9 traga aos autos todos os documentos que instruem processo administrativo.\n6. A concess\u00e3o do benef\u00edcio da Assist\u00eancia Judici\u00e1ria Gratuita, nos termos da Lei 1.060/50, haja vista, n\u00e3o ter a requerente condi\u00e7\u00f5es financeiras de arcar com as custas processuais sem preju\u00edzo do pr\u00f3prio sustento, visto que junta a esta a\u00e7\u00e3o Declara\u00e7\u00e3o de Pobreza.\nAvenida Benjamim Constant, 1025, loja 101, Centro, Lajeado/RS \u2013 Telefone: 51 3709-1876\n\n\f7. Outrossim, requer-se a nomea\u00e7\u00e3o de perito em TRAUMATOLOGIA escolhido por este MM. Ju\u00edzo, para a realiza\u00e7\u00e3o da per\u00edcia m\u00e9dica, inclusive os exames necess\u00e1rios e indispens\u00e1veis para a constata\u00e7\u00e3o da doen\u00e7a, respondendo aos quesitos formulados e apresentados abaixo.\n8. Requer a total proced\u00eancia da a\u00e7\u00e3o.\n\nVI - PROTESTO DE PROVAS\n\nProtesta-se por todos os meios de prova em direito admitidos, ainda que n\u00e3o especificados no CPC, desde que moralmente leg\u00edtimos e obtidos de forma l\u00edcita, especialmente prova pericial, que desde j\u00e1 o requer.\n\nD\u00e1-se a causa, valor de R$15.929,00, para fins de distribui\u00e7\u00e3o, conforme tabela abaixo elaborada de acordo com o artigo 292 par\u00e1grafos 1\u00ba e 2\u00ba do CPC.\n\nVALOR DA CAUSA Sal\u00e1rio mensal do benef\u00edcio Parcelas vencidas Total de parcelas vencidas Parcelas vincendas Total de parcelas vincendas Valor da Causa\n\nR$\n\n937,00\n\n5\n\nR$ 4.685,00\n\n12\n\nR$ 11.244,00\n\nR$ 15.929,00\n\nNestes termos, pede deferimento.\n\nLajeado, 09 de outubro de 2017.\n\nGUSTAVO FELLER MARTHA OAB/RS 53.932\n\nAvenida Benjamim Constant, 1025, loja 101, Centro, Lajeado/RS \u2013 Telefone: 51 3709-1876\n\n\f", "similar_texts_federais_bgem3": [ { "header": "Texto Similar 1 (C\u00edvel) - IdDocumentoCompleto: 5000621-28.2018.4.04.7114-711517307515552511183558773526", "text": "EXCELENT\u00cdSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) FEDERAL DA VARA DO JUIZADO ESPECIAL FEDERAL DA SUBSE\u00c7\u00c3O JUDICI\u00c1RIA DE LAJEADO SE\u00c7\u00c3O JUDICI\u00c1RIA DO RIO GRANDE DO SUL.\nMARIBEL SAMARA HEBERLE, brasileira, portadora da c\u00e9dula de identidade n\u00ba 2055229377, inscrita no CPF sob n\u00ba 686.474.680-15, residente e domiciliada na Rua Cel. Julio May, n\u00ba 633, Centro, Lajeado/RS, por seu procurador signat\u00e1rio, instrumento de mandato ora incluso, GUSTAVO FELLER MARTHA, brasileiro, divorciado, advogado, inscrito na OAB/RS sob n\u00ba 53.932, com, escrit\u00f3rio profissional localizado na Avenida Benjamim Constant, 1025, sala 101, Centro, Lajeado/RS, vem respeitosamente \u00e0 presen\u00e7a de Vossa Excel\u00eancia, para requerer:\nA\u00c7\u00c3O PREVIDENCI\u00c1RIA DE CONCESS\u00c3O DE BENEF\u00cdCIO DE AUX\u00cdLIO-DOEN\u00c7A CUMULADA COM CONVERS\u00c3O EM APOSENTADORIA POR INVALIDEZ, COM ANTECIPA\u00c7\u00c3O DE TUTELA, em face do:\nINSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL \u2013 INSS, autarquia p\u00fablica federal com sede em Bras\u00edlia - DF e Superintend\u00eancia Estadual nesta Capital, sito na Rua Jer\u00f4nimo Coelho, 127, pelos fatos e fundamentos jur\u00eddicos, a seguir exposto:\nI \u2013 PRELIMINARMENTE Requer, a concess\u00e3o de ASSIST\u00caNCIA JUDICI\u00c1RIA GRATUITA, por ser pobre sem condi\u00e7\u00f5es de pagar as custas processuais, de acordo com a lei 7.510/86. Solicita-se que a institui\u00e7\u00e3o requerida acoste ao presente, c\u00f3pia do processo administrativo da ora requerente.\nII \u2013 DA ANTECIPA\u00c7\u00c3O DE TUTELA Assiste a parte autora o direito de estar em aux\u00edlio doen\u00e7a, pois adimpliu todos os requisitos para a concess\u00e3o do benef\u00edcio, sendo hoje se encontra extremamente doente.\nAvenida Benjamim Constant, 1025, sala 101, Centro, Lajeado/RS Telefone: 51 3709-1876\n\n\fCaso n\u00e3o seja concedida a antecipa\u00e7\u00e3o de tutela, a parte autora ser\u00e1 extremamente prejudicada.\nPortanto, a concess\u00e3o de antecipa\u00e7\u00e3o de tutela com extrema urg\u00eancia \u00e9 vital e qualquer demora ser\u00e1 fatal e o benef\u00edcio poder\u00e1 vir tarde demais, pois este servir\u00e1 para o alimento e tratamento do autor.\nAssim, \u00e9 a medida que se requer com extrema URG\u00caNCIA.\nIII \u2013 DOS FATOS\nA parte autora apresentou pedido de aux\u00edlio-doen\u00e7a no dia 13/12/2017, quando realizou pericia e teve seu pedido negado pelo INSS.\nDesta forma a autora est\u00e1 ingressando com o presente processo judicial para declarar que est\u00e1 impossibilitada de exercer suas atividades de forma definitiva, portanto deseja o estabelecimento de seu beneficio n\u00b0618.438.261-0 bem como este seja convertido em aposentadoria por invalidez, com DIP e DIB em 13/12/2017.\nAssiste a autora o direito de buscar a tutela jurisdicional alegando, desde j\u00e1, que \u00e9 ilegal a n\u00e3o perman\u00eancia no aux\u00edlio-doen\u00e7a e a convers\u00e3o em Aposentadoria por Invalidez que desde j\u00e1 requer.\nDa qualidade de segurado\nConforme o CNIS da parte fica demonstrado que a autora cumpre com a car\u00eancia e possui a qualidade de segurado, requisitos necess\u00e1rios para a concess\u00e3o dos benef\u00edcios pleiteados.\nDa incapacidade\nTendo em vista a doen\u00e7a da autora, ser da \u00e1rea, requer que seja realizada per\u00edcia judicial com perito m\u00e9dico especialista em NEUROLOGIA.\nCom efeito, cabe transcrever a patologia que acomete o requerente, conforme laudos e atestados anexos:\n\uf0b7 CID10 \u2013 R52.2 Outra dor cr\u00f4nica \uf0b7 CID10 \u2013 M51.1 Transtornos de discos lombares e de outros discos intervertebrais\ncom radiculopatia\nAvenida Benjamim Constant, 1025, sala 101, Centro, Lajeado/RS Telefone: 51 3709-1876\n\n\fSalienta-se que \u00e9 grave o conjunto de doen\u00e7as vivenciadas pela parte autora, n\u00e3o possuindo condi\u00e7\u00e3o alguma de laborar, sendo extremamente urgente que o beneficio pleiteado seja concedido, tendo em vista ser o \u00fanico meio de manter suas necessidades b\u00e1sicas e seus tratamentos m\u00e9dicos.\nOportuno frisar que a parte autora durante seu per\u00edodo laboral exercia muitas atividades, estas que necessitavam perfeito vigor f\u00edsico, sendo imposs\u00edvel para a segurada, laborar em seu estado cl\u00ednico atual.\nContudo, conclui-se que parte autora esta incapaz para o trabalho e em car\u00e1ter permanente, por\u00e9m a autarquia r\u00e9 n\u00e3o reconheceu o direito do autor.\nRAZ\u00c3O PELA QUAL, REQUER SEJA PROCEDIDA PER\u00cdCIA NEUROLOGISTA.\nDiante de tais fatos, a requerente sentiu-se obrigado a ajuizar a presente a\u00e7\u00e3o, visando \u00e0 obten\u00e7\u00e3o de provimento jurisdicional que lhe assegure a concess\u00e3o do benef\u00edcio aux\u00edlio-doen\u00e7a n\u00b0618.438.261-0 a convers\u00e3o deste em aposentadoria por invalidez, com o pagamento dos valores atrasados desde a data do in\u00edcio da incapacidade da requerente, acrescidos de juros e corrigidos monetariamente, o que desde j\u00e1 requer. Ainda hoje o estado de sa\u00fade da autora permanece inst\u00e1vel, com piora progressiva e caso n\u00e3o seja concedido o benef\u00edcio ao qual a mesma tem direito, a requerente ser\u00e1 extremamente prejudicada.\nO problema neurol\u00f3gico \u00e9 importante sintoma que alerta o indiv\u00edduo para a necessidade de assist\u00eancia m\u00e9dica, limitando-o fisicamente, sendo que danifica suas condi\u00e7\u00f5es laborais transformando a pessoa em fardo econ\u00f4mico para sua fam\u00edlia, por isso \u00e9 t\u00e3o importante que a parte autora receba o benef\u00edcio, j\u00e1 que ir\u00e1 utilizar o valor para custear seu tratamento.\nPercebe-se que mesmo com o grave quadro de sa\u00fade da requerente, o INSS n\u00e3o manteve o benef\u00edcio ao qual a autora tem direito, sendo que ainda hoje a parte autora n\u00e3o se encontra apta para o trabalho necessitando tratamento. Tratamento esse que s\u00f3 poder\u00e1 ser realizado com o suporte do beneficio, j\u00e1 que \u00e9 imposs\u00edvel para sua fam\u00edlia custear o tratamento sem por em risco sua situa\u00e7\u00e3o financeira.\nEm suma, hoje a autora ainda se encontra inapta para o trabalho, ingressando neste ju\u00edzo para a realiza\u00e7\u00e3o de novos exames periciais, se necess\u00e1rio, onde ficar\u00e1 demonstrada atrav\u00e9s de laudo a incapacidade laborativa da mesma.\nAssiste a autora o direito de buscar a tutela jurisdicional alegando desde j\u00e1, que \u00e9 ilegal a n\u00e3o perman\u00eancia da mesma no auxilio- doen\u00e7a, visto que n\u00e3o recuperou a capacidade, desde que esteve em benef\u00edcio, quando foi constatada a sua incapacidade laborativa, pois permanece com as mesmas patologias e sintomatologias, associadas, inclusive, a agravamento das tais, tendo direito inclusive a aposentadoria por invalidez que desde j\u00e1 requer.\nAvenida Benjamim Constant, 1025, sala 101, Centro, Lajeado/RS Telefone: 51 3709-1876\n\n\fIV \u2013 DOS FUNDAMENTOS JUR\u00cdDICOS\nEstabelece a Lei 8.213/91 em seu artigo 59, que:\n\u201cO aux\u00edlio doen\u00e7a ser\u00e1 devido ao segurado que, havendo cumprido, quando for o caso, o per\u00edodo de car\u00eancia exigido nesta lei, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos.\u201d\nDa mesma forma, estabelecem os artigos 69 e 141 do Decreto 2.172 de 05 mar\u00e7o de 1.997, este \u00faltimo transcrito abaixo:\n\u201cO aux\u00edlio doen\u00e7a ser\u00e1 devido ao acidentado que ficar incapacitado para o seu trabalho por mais de 15 dias consecutivos, ressalvado o disposto no par\u00e1grafo 3\u00ba do artigo 143.\u201d\nA requerente preencheu todos os requisitos necess\u00e1rios para a obten\u00e7\u00e3o do aux\u00edlio-doen\u00e7a, com exce\u00e7\u00e3o da per\u00edcia m\u00e9dica desfavor\u00e1vel.\nAcrescenta-se que, concedido o benef\u00edcio, ficando constata a impossibilidade de recupera\u00e7\u00e3o para sua atividade habitual, dever\u00e1 o requerente ser aposentado por invalidez, conforme determina os artigos 62 em conjunto com o artigo 101 da Lei 8.213/91, e do artigo 77 do Decreto 2.172 de 05 de mar\u00e7o de 1997, este \u00faltimo abaixo:\n\u201cO segurado em gozo do aux\u00edlio doen\u00e7a, insuscet\u00edvel de recupera\u00e7\u00e3o para sua atividade habitual, dever\u00e1 submeter-se ao processo de reabilita\u00e7\u00e3o profissional para o exerc\u00edcio de outra atividade, n\u00e3o cessando o benef\u00edcio at\u00e9 que seja dado como habilitado para o desempenho de nova atividade que lhe garanta a subsist\u00eancia, ou, quando considerado n\u00e3o recuper\u00e1vel, seja aposentado por invalidez.\u201d\nComo j\u00e1 dito alhures, a requerente n\u00e3o tem capacidade para o trabalho ou para as atividades habituais, em face da evid\u00eancia de que sua enfermidade apresentada impede o desempenho de atividades f\u00edsicas, em virtude das crises que sua doen\u00e7a vem causando.\nPortanto, diante do que foi exposto, verifica-se que n\u00e3o deve prevalecer a conclus\u00e3o da per\u00edcia m\u00e9dica realizada pelo \u00f3rg\u00e3o requerido e, estando os demais requisitos preenchidos para a concess\u00e3o do benef\u00edcio pleiteado, a requerente faz jus ao recebimento do benef\u00edcio de aux\u00edlio-doen\u00e7a e/ou aposentadoria por invalidez.\nAvenida Benjamim Constant, 1025, sala 101, Centro, Lajeado/RS Telefone: 51 3709-1876\n\n\fV \u2013 DOS REQUERIMENTOS\n\u201cEx Positis\u201d, requer a Vossa Excel\u00eancia:\n1. Seja concedida Antecipa\u00e7\u00e3o de Tutela para condenar o INSS a conceder a autora o benef\u00edcio de aux\u00edlio-doen\u00e7a e/ou a sua convers\u00e3o em aposentadoria por invalidez, ante o receio de dano irrepar\u00e1vel ou de dif\u00edcil repara\u00e7\u00e3o, bem como seja fixada multa astreintes no caso de descumprimento judicial;\n2. Seja julgada totalmente procedente a presente a\u00e7\u00e3o, com a concess\u00e3o do benef\u00edcio de aux\u00edliodoen\u00e7a a requerente e/ou convers\u00e3o do benef\u00edcio em aposentadoria por invalidez;\n3. A concess\u00e3o do acr\u00e9scimo de 25% em caso de necessidade de acompanhamento de terceiro e/ou incapacidade para os atos da vida civil;\n4. Condena\u00e7\u00e3o do Instituto Nacional do Seguro social \u2013 INSS, ao pagamento das parcelas do benef\u00edcio postulado, vencidas e vincendas no curso da demanda, monetariamente corrigidas desde o respectivo vencimento e acrescidas de juros legais morat\u00f3rios, incidentes at\u00e9 a data do efetivo pagamento;\n5. Requer-se o restabelecimento/concess\u00e3o do beneficio pleiteado, com DIP e DIB em 13/12/2017;\n6. A cita\u00e7\u00e3o do Instituto Nacional do Seguro social \u2013 INSS, para que conteste esta a\u00e7\u00e3o, no prazo legal, sob pena de revelia, bem como sua intima\u00e7\u00e3o para que junte aos autos o processo administrativo;\n7. A concess\u00e3o do benef\u00edcio da assist\u00eancia judici\u00e1ria gratuita por ser a parte autora pobre na acep\u00e7\u00e3o legal do termo, visto que junta a esta Declara\u00e7\u00e3o de Pobreza.\n8. A condena\u00e7\u00e3o do requerido, nas custas processuais e honor\u00e1rios de advocat\u00edcios;\n9. Outrossim, requer-se a nomea\u00e7\u00e3o de perito em NEUROLOGIA escolhido por este MM. Ju\u00edzo, para a realiza\u00e7\u00e3o da per\u00edcia m\u00e9dica, inclusive os exames necess\u00e1rios e indispens\u00e1veis para a constata\u00e7\u00e3o da doen\u00e7a, respondendo aos quesitos formulados e apresentados abaixo.\n10. Requer a total proced\u00eancia da a\u00e7\u00e3o\nProtesta-se por todos os meios de prova em direito admitidos em lei, desde que moralmente leg\u00edtimos e obtidos de forma l\u00edcita, especialmente prova documental e pericial, que desde j\u00e1 requer.\nAvenida Benjamim Constant, 1025, sala 101, Centro, Lajeado/RS Telefone: 51 3709-1876\n\n\fD\u00e1-se a causa, valor de R$12.402,00,00 fins de distribui\u00e7\u00e3o, conforme tabela abaixo elaborada de acordo com o artigo 292 par\u00e1grafos 1\u00ba e 2\u00ba do CPC.\n\nSal\u00e1rio mensal do benef\u00edcio Parcelas vencidas Total de parcelas vencidas Parcelas vincendas Total de parcelas vincendas Valor da Causa\n\nVALOR DA CAUSA\n\nR$954,00 1\nR$ 954,00 12\nR$11.448,00 R$12.402,00\n\nNestes termos, pede deferimento.\n\nLajeado, 30 de janeiro de 2018.\n\nGUSTAVO FELLER MARTHA OAB/RS 53.932\n\nAvenida Benjamim Constant, 1025, sala 101, Centro, Lajeado/RS Telefone: 51 3709-1876\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 2 (C\u00edvel) - IdDocumentoCompleto: 5005303-26.2018.4.04.7114-711534868261157291133357146275", "text": "EXCELENT\u00cdSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DA VARA DO JUIZADO ESPECIAL FEDERAL PREVIDENCI\u00c1RIO DA SUBSE\u00c7\u00c3O DE LAJEADO SE\u00c7\u00c3O JUDICI\u00c1RIA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL.\nRENITE SALVAGNI DA SILVA, brasileira, portadora da c\u00e9dula de identidade n\u00ba 2092534896, inscrita no CPF sob n\u00ba 008.169.460-19, residente e domiciliada no Loteamento Sordi, n\u00ba 155, Dois Lajeados/RS, vem por interm\u00e9dio de seu procurador signat\u00e1rio, com instrumento de procura\u00e7\u00e3o em anexo, GUSTAVO FELLER MARTHA, brasileiro, divorciado, advogado, inscrito na OAB/RS sob n\u00ba 53.932, com, escrit\u00f3rio profissional localizado na Avenida Benjamim Constant, 1025, Loja 101, Bairro Centro, Lajeado / RS, fone 51 3709-1876, onde recebe intima\u00e7\u00f5es, cita\u00e7\u00f5es, vem respeitosamente \u00e0 presen\u00e7a de Vossa Excel\u00eancia, propor a presente\nA\u00c7\u00c3O PREVIDENCI\u00c1RIA DE CONCESS\u00c3O DE APOSENTADORIA POR INVALIDEZ COM MANUTEN\u00c7\u00c3O DO AUX\u00cdLIO-DOEN\u00c7A, CUMULADA COM PEDIDO DE ANTECIPA\u00c7\u00c3O DE TUTELA, em face de\nO INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL \u2013 INSS, autarquia p\u00fablica federal com sede em Bras\u00edlia - DF e Superintend\u00eancia Estadual, situada na Rua Jer\u00f4nimo Coelho, 127, em Porto Alegre \u2013 RS, pelos fatos e fundamentos jur\u00eddicos, a seguir expostos:\nAvenida Benjamim Constant, 1025, Loja 101, Centro-Lajeado/RS. (51) 3709-1876\n\n\fI \u2013 PRELIMINARMENTE\nRequer, a concess\u00e3o de ASSIST\u00caNCIA JUDICI\u00c1RIA GRATUITA, por ser pobre sem condi\u00e7\u00f5es de pagar as custas processuais, de acordo com a lei 7.510/86.\nSolicita-se que a institui\u00e7\u00e3o requerida acoste ao presente, c\u00f3pia do processo administrativo referente ao aux\u00edlio-doen\u00e7a da requerente.\nII \u2013 DA ANTECIPA\u00c7\u00c3O DE TUTELA\nAssiste a parte autora o direito de perceber o benef\u00edcio de aposentadoria por invalidez, eis que se encontra incapacitada para o trabalho, tratando-se de doen\u00e7a que n\u00e3o tem cura, o que acarretar\u00e1 seu afastamento definitivo do mercado de trabalho.\nA requerente n\u00e3o apresenta mais condi\u00e7\u00f5es para retornar ao labor, visto que o tratamento quimioter\u00e1pico est\u00e1 deixando-a cada vez mais debilitada, conforme se extrai dos atestados m\u00e9dicos acostados \u00e0 inicial, devendo ser afastada em car\u00e1ter definitivo de suas atividades laborativas.\nAssim, n\u00e3o restam d\u00favidas do direito que a parte autora logra em receber o benef\u00edcio ora pleiteado, uma vez devidamente comprovado seu estado de incapacidade para o trabalho, e seu estado degenerativo, estando presente assim o fumus boni iuris, que autoriza a concess\u00e3o da medida liminar em favor da parte autora para que passe a receber o benef\u00edcio em car\u00e1ter definitivo desde j\u00e1.\nA exposi\u00e7\u00e3o dos fatos, bem como a farta prova documental acostada n\u00e3o deixa qualquer d\u00favida do direito da autora em receber o benef\u00edcio pleiteado, e cuidando-se de presta\u00e7\u00e3o de cunho alimentar existe grande receio de dano irrepar\u00e1vel ou de dif\u00edcil repara\u00e7\u00e3o, uma vez que se trata da subsist\u00eancia do requerente.\nComo visto acima, pleita-se uma presta\u00e7\u00e3o de natureza alimentar, indispens\u00e1vel por si mesma \u00e0 pr\u00f3pria sobreviv\u00eancia da requerente.\nA apar\u00eancia do direito, que corresponde ao requisito legal da prova inequ\u00edvoca e da verossimilhan\u00e7a da alega\u00e7\u00e3o, est\u00e1 presente nos fatos alegados e nas provas juntadas\nAvenida Benjamim Constant, 1025, Loja 101, Centro-Lajeado/RS. (51) 3709-1876\n\n\fnesta inicial, formando o conjunto probat\u00f3rio necess\u00e1rio para a realiza\u00e7\u00e3o da cogni\u00e7\u00e3o sum\u00e1ria, indispens\u00e1vel a essa tutela de urg\u00eancia.\nEm raz\u00e3o do car\u00e1ter alimentar da pretens\u00e3o deduzida em ju\u00edzo, sendo que sua aus\u00eancia no momento presente n\u00e3o poder\u00e1 ser suprida no futuro, nem mesmo pela melhor das recomposi\u00e7\u00f5es dos valores atrasados, v\u00ea-se deparada ao receio de dano irrepar\u00e1vel ou de dif\u00edcil repara\u00e7\u00e3o.\nNos contornos desta lide, \u00e9 inafast\u00e1vel a ideia de demora na presta\u00e7\u00e3o jurisdicional, pois as a\u00e7\u00f5es movidas contra o Instituto requerido s\u00e3o alvo de in\u00fameros recursos e sujeito a procedimentos que provocam uma espera de anos para a solu\u00e7\u00e3o do lit\u00edgio, n\u00e3o sendo raras as situa\u00e7\u00f5es em que a vida n\u00e3o espera a justi\u00e7a (lenta).\nA autora \u00e9 segurada do Instituto requerido na qualidade de benefici\u00e1ria de AUX\u00cdLIO-DOEN\u00c7A atualmente, devendo ser mantido o pagamento do mesmo at\u00e9 a convers\u00e3o deste para aposentadoria por invalidez.\nPela verossimilhan\u00e7a das alega\u00e7\u00f5es, pelos fatos e elementos probat\u00f3rios trazidos nesta inicial e pela natureza alimentar da presta\u00e7\u00e3o de direito material, busca-se uma tutela de urg\u00eancia, restando preenchido os requisitos do art. 273, do C\u00f3digo de Processo Civil, que autorizam a antecipa\u00e7\u00e3o de tutela.\nDestarte, conforme visto alhures, diante dos fatos e das provas arroladas na inicial, h\u00e1 a possibilidade da concess\u00e3o de antecipa\u00e7\u00e3o da tutela, determinando-se, desde j\u00e1, ao requerido que implante de imediato a aposentadoria por invalidez da parte requerente, em raz\u00e3o da sua incapacidade permanente para o trabalho, bem como mantenha o pagamento do aux\u00edlio- doen\u00e7a at\u00e9 a convers\u00e3o do mesmo.\nAssim, \u00e9 a medida que se requer com extrema URG\u00caNCIA.\nIII \u2013 DOS FATOS\nA parte autora postula a convers\u00e3o do seu benef\u00edcio de aux\u00edlio-doen\u00e7a NB n\u00ba618.465.718-0 em aposentadoria por invalidez, tendo em vista a incapacidade que lhe recai para desempenho de suas atividades laborativas.\nAvenida Benjamim Constant, 1025, Loja 101, Centro-Lajeado/RS. (51) 3709-1876\n\n\fCom intuito de obter a aposentadoria por invalidez, haja vista que a doen\u00e7a da parte autora \u00e9 incur\u00e1vel, a mesma vem buscar resguardo deste ju\u00edzo para melhor an\u00e1lise do seu caso patol\u00f3gico.\n\nOcorre que, a parte autora vem acometida por doen\u00e7as ONCOL\u00d3GICAS extremamente incapacitantes para qualquer atividade laborativa e mesmo em tratamento, n\u00e3o apresentou melhora suficiente para que retorne a trabalhar, sendo recomendado seu AFASTAMENTO DEFINITIVO.\n\npatologias:\n\nConforme documenta\u00e7\u00e3o juntada ao processo a autora sofre das seguintes\n\n\uf0b7 CID 10 \u2013 C50.9 Neoplasia maligna da mama, n\u00e3o especificada \uf0b7 CID 10 \u2013 I82.9 Embolia e Trombose venosas de veia n\u00e3o especificada\n\nPARA AN\u00c1LISE DO CASO EM TELA, CASO VOSSA EXCEL\u00caNCIA ENTENDA NECESS\u00c1RIO, REQUER SEJA PROCEDIDA PER\u00cdCIA ONCOL\u00d3GICA, COM M\u00c9DICO ESPECIALISTA.\nAtrav\u00e9s da documenta\u00e7\u00e3o m\u00e9dica acostada \u00e0 inicial percebe-se que a parte autora n\u00e3o apresenta mais condi\u00e7\u00f5es de exercer suas atividades laborativas, devendo ser-lhe concedida a aposentadoria por invalidez, em raz\u00e3o da necessidade de afastamento em car\u00e1ter definitivo.\nAinda hoje, o estado de sa\u00fade da parte autora permanece inst\u00e1vel, com piora progressiva e caso n\u00e3o seja concedido o benef\u00edcio ao qual a mesma tem direito, a requerente ser\u00e1 extremamente prejudicada.\nA requerente necessita fazer tratamento com medicamentos controlados, assim ficar\u00e1 extremamente prejudicada caso seja negado o seu pedido de aposentadoria por invalidez.\nPercebe-se que com o grave quadro de sa\u00fade da requerente, o INSS deve manter o benef\u00edcio de aux\u00edlio-doen\u00e7a at\u00e9 a implanta\u00e7\u00e3o da aposentadoria.\nDiante de tais fatos, frente \u00e0s provas arroladas na inicial, a requerente aju\u00edza a\nAvenida Benjamim Constant, 1025, Loja 101, Centro-Lajeado/RS. (51) 3709-1876\n\n\fpresente demanda visando \u00e0 obten\u00e7\u00e3o de provimento jurisdicional que lhe assegure a concess\u00e3o do benef\u00edcio de aposentadoria por invalidez, com a manuten\u00e7\u00e3o do benef\u00edcio de aux\u00edlio-doen\u00e7a, com o pagamento dos valores atrasados desde a data do in\u00edcio de sua incapacidade permanente, acrescidos de juros e corrigidos monetariamente.\nIII \u2013 DOS FUNDAMENTOS JUR\u00cdDICOS\nNo que concerne ao direito da parte autora \u00e0 aposentadoria por invalidez, cumpre mencionar o que disciplina o art. 42, da Lei n\u00ba 8.213/91:\n\u201cArt. 42. A aposentadoria por invalidez, uma vez cumprida, quando for o caso, a car\u00eancia exigida, ser\u00e1 devida ao segurado que, estando ou n\u00e3o em gozo de aux\u00edlio-doen\u00e7a, for considerado incapaz e insuscept\u00edvel de reabilita\u00e7\u00e3o para o exerc\u00edcio de atividade que lhe garanta a subsist\u00eancia, e ser-lhe-\u00e1 paga enquanto permanecer nesta condi\u00e7\u00e3o.\u201d\nAssim, a requerente faz jus \u00e0 convers\u00e3o de seu benef\u00edcio de aux\u00edlio- doen\u00e7a em aposentadoria por invalidez desde a \u00e9poca em que a entidade r\u00e9 deveria ter-lhe aposentado, ou seja, desde quando a autora estava incapaz para o trabalho permanentemente.\nA constitui\u00e7\u00e3o da Rep\u00fablica, assim disp\u00f5e no art. 201, I \u2013 da Se\u00e7\u00e3o que trata da Previd\u00eancia Social:\n\u201cOs planos da Previd\u00eancia social, mediante contribui\u00e7\u00e3o, atender\u00e3o, nos termos da lei, a: I \u2013 cobertura dos eventos de doen\u00e7a, invalidez, morte, inclu\u00eddos os resultantes de acidentes do trabalho, velhice e reclus\u00e3o: (...)\u201d Verificamos pelo exposto acima, que a requerente preenche os requisitos legais exigidos pela nossa carta Magna, para aquisi\u00e7\u00e3o do benef\u00edcio.\nTamb\u00e9m a lei n\u00b0 8.213/91 estabelece seu art. 1\u00b0 que a Previd\u00eancia Social, mediante de contribui\u00e7\u00f5es, ter\u00e1 por finalidade assegurar aos seus benefici\u00e1rios meios indispens\u00e1veis de manuten\u00e7\u00e3o, por motivo de incapacidade.\nInfelizmente a parte autora n\u00e3o foi abrangida pelos direitos assegurados em nosso ordenamento, visto que al\u00e9m de estar incapacitada para o trabalho, n\u00e3o tem meios de prover o seu sustento e de sua fam\u00edlia.\nAvenida Benjamim Constant, 1025, Loja 101, Centro-Lajeado/RS. (51) 3709-1876\n\n\fA nossa lei \u00e9 clara, que todo segurado tem direito a Aposentadoria por Invalidez que estando em gozo ou n\u00e3o do aux\u00edlio doen\u00e7a, se for considerado incapaz para o trabalho. Portanto tem direito a ser aposentada.\nIV \u2013 DA ASSIST\u00caNCIA JUDICI\u00c1RIA GRATUITA\nNos termos do art. 4\u00b0 da Lei 1060/50, que disp\u00f5e:\n\u201cA parte gozar\u00e1 dos benef\u00edcios da assist\u00eancia judici\u00e1ria mediante simples afirma\u00e7\u00e3o, na pr\u00f3pria peti\u00e7\u00e3o inicial, de que n\u00e3o est\u00e1 em condi\u00e7\u00f5es de pagar as custas do processo e os honor\u00e1rios de advogado, sem preju\u00edzo pr\u00f3prio ou de sua fam\u00edlia\u201d.\nA parte autora requer que seja deferido de plano o Benef\u00edcio da Assist\u00eancia Judici\u00e1ria Gratuita, haja vista n\u00e3o ter condi\u00e7\u00f5es financeiras para arcar com as custas judiciais, sem preju\u00edzo do pr\u00f3prio sustento e de sua fam\u00edlia.\nSegue em anexo Declara\u00e7\u00e3o de Pobreza.\nO pedido aqui formulado encontra guarida tamb\u00e9m na jurisprud\u00eancia:\n\u201cBAASP 1847/153.-j.- Assist\u00eancia Judici\u00e1ria Benef\u00edcio postulado na inicial, que se fez acompanhar por declara\u00e7\u00e3o firmada pelo autor .Inexigibilidade de outras provid\u00eancias. N\u00e3o revoga\u00e7\u00e3o do art. 4\u00b0 da Lei n\u00b0 1.060/50 pelo disposto no inciso LXXIV do art. 5\u00b0 da Constitui\u00e7\u00e3o Precedentes. Recurso conhecido e provido. Em princ\u00edpio a simples declara\u00e7\u00e3o firmada pela parte que requer o benef\u00edcio da assist\u00eancia judici\u00e1ria, dizendo-se \u201cpobre nos termos de lei\u201d desprovida de recursos para arcar com as despesas do processo e com o pagamento de honor\u00e1rios a de advogado, \u00e9 \u00e0 medida que dotada de presun\u00e7\u00e3o \u201cj\u00faris tantum\u201d de veracidade, suficiente \u00e0 concess\u00e3o do benef\u00edcio legal. STJ, rsp n\u00b0 38.124-0-RS\u201d.\nTamb\u00e9m no mesmo sentido, a decis\u00e3o do STJ:\n\u201cEmenta: Assist\u00eancia Judici\u00e1ria postulada na inicial, que se fez acompanhar por declara\u00e7\u00e3o firmada pelo autor. Inexigibilidade de outras provid\u00eancias. \u201cN\u00e3o revogado o art. 4\u00b0 da Lei n\u00b01.060/50pelo disposto do inciso LXXIV do art. 5\u00b0 da Constitui\u00e7\u00e3o. Precedentes. Recurso reconhecido e provido. 1. Em princ\u00edpio a simples declara\u00e7\u00e3o firmada pela parte que requer o benef\u00edcio da\nAvenida Benjamim Constant, 1025, Loja 101, Centro-Lajeado/RS. (51) 3709-1876\n\n\fassist\u00eancia judici\u00e1ria, dizendo-se \u201cpobre nos termos de lei\u201d, desprovida de recursos para arcar com as despesas do processo e com o pagamento de honor\u00e1rios de advogado, \u00e9, na medida em que dotada da presun\u00e7\u00e3o \u201cj\u00faris tantum\u201d de veracidade, suficiente \u00e1 concess\u00e3o do benef\u00edcio legal. (RSTJ 57/412.). \u201cASSIST\u00caNCIA JUDICI\u00c1RIA GRATUITA - DECLARA\u00c7\u00c3O DE POBREZA Inexigibilidade Para obten\u00e7\u00e3o do direito, que \u00e9 assegurado por norma Constitucional, basta ao litigante afirmar, na peti\u00e7\u00e3o inicial, sua condi\u00e7\u00e3o de pobreza jur\u00eddica\u201d. (TJ/SP-5\u00b0. C\u00c2M. Civ.; AI n\u00b0 125.973-1SP; Rel. D\u00eas. M\u00e1rcio Bonilha; j, 26.10.89.v.u).(Boletim da AASP n\u00b01.622) V \u2013 DOS REQUERIMENTOS\nISSO POSTO, requer:\na) Seja concedida Antecipa\u00e7\u00e3o de Tutela para determinar ao INSS que implante de imediato a aposentadoria ao requerente e/ou mantenha o benef\u00edcio de aux\u00edlio-doen\u00e7a at\u00e9 sua convers\u00e3o em aposentadoria por invalidez;\nb) Seja julgada totalmente procedente a presente a\u00e7\u00e3o, convertendo-se o aux\u00edlio-doen\u00e7a percebido pelo autor em aposentadoria por invalidez;\nc) A condena\u00e7\u00e3o do INSS, caso seja indeferida a antecipa\u00e7\u00e3o de tutela, ao pagamento das parcelas vencidas e vincendas, monetariamente corrigidas desde o respectivo vencimento e acrescidas de juros legais morat\u00f3rios, incidentes at\u00e9 a data do efetivo pagamento;\nd) A condena\u00e7\u00e3o do INSS a pagar o autor o valor correspondente \u00e0s diferen\u00e7as das parcelas vencidas e vincendas do benef\u00edcio de aux\u00edlio-doen\u00e7a e a aposentadoria por invalidez, monetariamente corrigidas desde o respectivo vencimento e acrescidas de juros legais morat\u00f3rios, incidentes at\u00e9 a data do efetivo pagamento;\ne) A cita\u00e7\u00e3o do Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, para que conteste esta a\u00e7\u00e3o, no prazo legal, sob pena de revelia, bem como sua intima\u00e7\u00e3o para que, at\u00e9 a audi\u00eancia de tentativa de concilia\u00e7\u00e3o, junte aos autos os processo administrativo;\nf) A concess\u00e3o do benef\u00edcio da assist\u00eancia judici\u00e1ria gratuita por ser a autora pobre na acep\u00e7\u00e3o legal do termo;\nAvenida Benjamim Constant, 1025, Loja 101, Centro-Lajeado/RS. (51) 3709-1876\n\n\fg) A condena\u00e7\u00e3o do requerido nas custas processuais e honor\u00e1rios advocat\u00edcios; h) Caso Vossa Excel\u00eancia entenda necess\u00e1rio, requer-se a nomea\u00e7\u00e3o de perito\nONCOLOGISTA, escolhido por este M. Ju\u00edzo, para a realiza\u00e7\u00e3o da per\u00edcia m\u00e9dica, inclusive os exames necess\u00e1rios e indispens\u00e1veis para a constata\u00e7\u00e3o da doen\u00e7a, respondendo aos quesitos abaixo apresentados. i) Determinar que o requerido acoste aos autos, todos os documentos que instruem processo administrativo; j) O protesto por todos os meios de prova em direito admitidos, ainda que n\u00e3o especificados no CPC, desde que moralmente leg\u00edtimos e obtidos de forma l\u00edcita, especialmente prova documental e pericial, que desde j\u00e1 requer.\nD\u00e1-se a causa, valor de R$ 11.448,00 (onze mil, quatrocentos e quarenta e oito reais), para fins de distribui\u00e7\u00e3o.\nNestes termos, Pede deferimento. Lajeado, 21 agosto de 2018.\nGUSTAVO FELLER MARTHA OAB/RS 53.932\nAvenida Benjamim Constant, 1025, Loja 101, Centro-Lajeado/RS. (51) 3709-1876\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 3 (C\u00edvel) - IdDocumentoCompleto: 5031115-15.2018.4.04.7100-711527595138038761182465120478", "text": "EXCELENT\u00cdSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) FEDERAL DA ___ VARA DO JUIZADO ESPECIAL FEDERAL DA SUBSE\u00c7\u00c3O JUDICI\u00c1RIA DE PORTO ALEGRE SE\u00c7\u00c3O JUDICI\u00c1RIA DO RIO GRANDE DO SUL.\nTEREZINHA COINASKI, brasileira, portadora da c\u00e9dula de identidade sob n\u00ba 1033463892, inscrita no CPF sob n\u00ba 443.436.980-68, residente e domiciliada na Rua: Estados Unidos, n\u00ba 185, Bairro: Bela Vista, Alvorada/RS, por seu Advogado subscrito, vem respeitosamente \u00e0 presen\u00e7a de Vossa excel\u00eancia ., requerer:\nA\u00c7\u00c3O PREVIDENCI\u00c1RIA DE CONCESS\u00c3O DE BENEF\u00cdCIO ASSISTENCIAL AO PORTADOR DE DEFICI\u00caNCIA (AMPARO SOCIAL), com fulcro no art. 203, V, CF/88, COM ANTECIPA\u00c7\u00c3O DE TUTELA, em face do\nINSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL \u2013 INSS, autarquia p\u00fablica federal com sede em Bras\u00edlia - DF e Superintend\u00eancia Estadual nesta Capital, sito na Rua Jer\u00f4nimo Coelho, 127, pelos fatos e fundamentos jur\u00eddicos, a seguir exposto:\nI \u2013 PRELIMINARMENTE\nEm desfavor do INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL, Autarquia Federal com diretoria na capital, na Rua Jer\u00f4nimo Coelho n\u00ba: 127 10\u00ba andar, centro, onde dever\u00e1 ser citada na pessoa de seu representante legal, pelos motivos de fato e de direito, a seguir expostos:\n\n\fII \u2013 DA ANTECIPA\u00c7\u00c3O DE TUTELA\nRelacionando as patologias incapacitantes que acometem a parte autora e seu estado de miserabilidade, conclui-se que o mesmo est\u00e1 impossibilitado para o trabalho e caso n\u00e3o seja concedida a antecipa\u00e7\u00e3o de tutela, a parte requerente ser\u00e1 extremamente prejudicada.\nA exposi\u00e7\u00e3o dos fatos, bem como a farta prova documental acostada n\u00e3o deixa qualquer d\u00favida do direito da parte autora em receber o benef\u00edcio pleiteado, fundado o receio de dano irrepar\u00e1vel ou de dif\u00edcil repara\u00e7\u00e3o repousa no risco do quadro de miserabilidade da parte autora, ademais o Egr\u00e9gio Tribunal Regional Federal da 4\u00aa Regi\u00e3o, prev\u00ea a possibilidade de antecipa\u00e7\u00e3o de tutela em casos an\u00e1logos:\nEMENTA: BENEF\u00cdCIO ASSISTENCIAL. INCAPACIDADE PARA O TRABALHO E PARA A VIDA INDEPENDENTE. SITUA\u00c7\u00c3O DE RISCO SOCIAL. REQUISITOS PREENCHIDOS. 1. O direito ao benef\u00edcio assistencial pressup\u00f5e o preenchimento dos seguintes requisitos: a) condi\u00e7\u00e3o de deficiente (incapacidade para o trabalho e para a vida independente) ou idoso (neste caso, considerando-se, desde 24 de julho de 2013, a idade de 53 anos); e b) situa\u00e7\u00e3o de risco social (estado de miserabilidade, hipossufici\u00eancia econ\u00f4mica ou situa\u00e7\u00e3o de desamparo) do autor e de sua fam\u00edlia. 2. Comprovado que a parte autora possui impedimentos de longo prazo, de natureza intelectual, que a incapacitam para o trabalho e para a vida independente. 3. No c\u00e1lculo da renda familiar per capita, deve ser exclu\u00eddo o valor auferido por pessoa idosa a t\u00edtulo de benef\u00edcio assistencial ou benef\u00edcio previdenci\u00e1rio de renda m\u00ednima, este \u00faltimo por aplica\u00e7\u00e3o anal\u00f3gica do par\u00e1grafo \u00fanico do art. 34 da Lei n.\u00ba 10.741/03. 4. N\u00e3o comp\u00f5em o grupo familiar, para verifica\u00e7\u00e3o da renda, o filho casado, a esposa e os filhos deste. 5. Operadas as exclus\u00f5es dos valores dos benef\u00edcios previdenci\u00e1rios dos pais do demandante, a renda mensal per capita \u00e9 inexistente, configurando-se, assim, a situa\u00e7\u00e3o de risco social necess\u00e1ria \u00e0 concess\u00e3o do benef\u00edcio. 6. Comprovado o preenchimento dos requisitos legais, deve ser concedido o benef\u00edcio em favor da parte autora, desde o requerimento administrativo. (TRF4, REOAC 000463043.2011.404.9999, Sexta Turma, Relatora Eliana Paggiarin Marinho, D.E. 25/07/2011).\n\n\fComo visto acima, pleiteia-se uma presta\u00e7\u00e3o de natureza alimentar, indispens\u00e1vel por si mesma \u00e0 pr\u00f3pria sobreviv\u00eancia da parte requerente, pessoa simples e impossibilitada de arcar com suas despesas, agravadas pelas doen\u00e7as.\nA apar\u00eancia do direito, que corresponde ao requisito legal da prova inequ\u00edvoca e da verossimilhan\u00e7a da alega\u00e7\u00e3o, est\u00e1 presente nos fatos alegados e nas provas juntadas nesta inicial, formando o conjunto probat\u00f3rio necess\u00e1rio para a realiza\u00e7\u00e3o da cogni\u00e7\u00e3o sum\u00e1ria, indispens\u00e1vel a essa tutela de urg\u00eancia.\nEm raz\u00e3o do car\u00e1ter alimentar da pretens\u00e3o deduzida em ju\u00edzo, sendo que sua aus\u00eancia no momento presente n\u00e3o poder\u00e1 ser suprida no futuro, nem mesmo pela melhor das recomposi\u00e7\u00f5es dos valores atrasados, v\u00ea-se deparada ao receio de dano irrepar\u00e1vel ou de dif\u00edcil repara\u00e7\u00e3o.\nNos contornos desta lide, \u00e9 inafast\u00e1vel a ideia de demora na presta\u00e7\u00e3o jurisdicional, pois as a\u00e7\u00f5es movidas contra o Instituto requerido s\u00e3o alvo de in\u00fameros recursos e sujeito a procedimentos que provocam uma espera de anos para a solu\u00e7\u00e3o do lit\u00edgio, n\u00e3o sendo raras as situa\u00e7\u00f5es em que a doen\u00e7a (vida) n\u00e3o espera a justi\u00e7a (lenta).\nPela verossimilhan\u00e7a das alega\u00e7\u00f5es, pelos fatos e elementos probat\u00f3rios trazidos nesta inicial e pela natureza alimentar da presta\u00e7\u00e3o de direito material, busca-se uma tutela de urg\u00eancia, visto que a parte requerente se encontra extremamente debilitada e apresenta um quadro grave de miserabilidade, valendo-se para tal da tutela antecipat\u00f3ria.\nDestarte, conforme visto alhures, diante dos fatos e das provas arroladas na inicial, h\u00e1 a possibilidade de concess\u00e3o da antecipa\u00e7\u00e3o da tutela, determinando-se, desde j\u00e1, ao requerido que efetue imediatamente o pagamento do benef\u00edcio previdenci\u00e1rio de amparo assistencial ao portador de defici\u00eancia.\nAssim, \u00e9 \u00e0 medida que se requer com extrema URG\u00caNCIA.\n\n\fIII \u2013 DOS FATOS\nPrimeiramente cumpre esclarecer que a parte autora preenche todos os requisitos que autorizam a concess\u00e3o do benef\u00edcio pleiteado, uma vez que \u00e9 portadora de doen\u00e7as extremamente graves e que a renda mensal per capita do grupo familiar \u00e9 prec\u00e1ria, n\u00e3o sendo suficiente para garantir a sua manuten\u00e7\u00e3o.\nA autora ingressou com pedido administrativo junto \u00e0 autarquia r\u00e9 em 28/11/2017, N\u00ba 703.301.489-0, entretanto, a mesma indeferiu o pedido, alegando que a parte autora n\u00e3o preenchia os crit\u00e9rios de defici\u00eancia.\nData v\u00eania, o exame dos m\u00e9dicos periciais do Instituto requerido foram feitos de forma superficial, n\u00e3o sendo requisitado um exame sequer para a verifica\u00e7\u00e3o da exist\u00eancia de alguma doen\u00e7a ou les\u00e3o.\nEm que pese o conhecimento profissional destes peritos, n\u00e3o \u00e9 cr\u00edvel que uma mera an\u00e1lise superficial da pessoa periciada d\u00ea elementos de convencimento para que se defira ou indefira um benef\u00edcio de amparo assistencial, a algu\u00e9m portadora de defici\u00eancia incapacitante.\nCom efeito, cabe transcrever as patologias que acometem a parte requerente, conforme laudos e atestados:\n\uf0b7 CID 10 T92.2 - Sequelas de fratura ao n\u00edvel do punho e da m\u00e3o.\nEssas condutas tomadas pelo Instituto requerido e por seus peritos afastam os direitos dos cidad\u00e3os, infringindo diretamente as garantias constitucionais quanto ao acesso \u00e0 sa\u00fade, \u00e0 previd\u00eancia e \u00e0 assist\u00eancia social, haja vista que ao pleitear este benef\u00edcio, n\u00e3o v\u00e3o \u00e0 busca de um favor, mas de um direito assegurado por lei.\n\n\fFaz-se necess\u00e1ria constante medica\u00e7\u00e3o na perspectiva de controlar os sintomas que as doen\u00e7as possuem, nem sempre apresentando um resultado significativo, conforme se verifica pelos documentos m\u00e9dicos ora acostados aos autos.\nOra Excel\u00eancia, n\u00e3o h\u00e1 como se considerar apto para o trabalho a pessoa que acometidas das patologias alhures citadas, resta claro o equ\u00edvoco do parecer exarado pela institui\u00e7\u00e3o r\u00e9, n\u00e3o logrando de melhor sorte, o que ser\u00e1 totalmente provado pelas per\u00edcias m\u00e9dicas a serem realizadas por este douto ju\u00edzo, o que desde j\u00e1 requer.\nASSIM, REQUER SEJA PROCEDIDA PER\u00cdCIA COM ESPECIALISTA EM FISIATRIA.\nConcluindo-se, assim pela precariedade de sobreviv\u00eancia da parte autora, que vive da maneira que \u00e9 poss\u00edvel, sem um m\u00ednimo de dignidade que deveria gozar.\nPercebe-se que a decis\u00e3o proferida pelo r\u00e9u foi extremamente equivocada, deixando de considerar a gravidade das doen\u00e7as e a prec\u00e1ria situa\u00e7\u00e3o financeira da parte autora.\nIV \u2013 DOS FUNDAMENTOS JUR\u00cdDICOS\nA pretens\u00e3o da parte requerente em receber o benef\u00edcio assistencial encontra-se devidamente amparada pela LEI MAIOR, especificamente no artigo 203 da Constitui\u00e7\u00e3o Federal, \u201din verbis\u201d:\n\u201cArt. 203. A assist\u00eancia social ser\u00e1 prestada a quem dela necessitar, independentemente de contribui\u00e7\u00e3o \u00e0 seguridade social, e tem por objetivos: I - a prote\u00e7\u00e3o \u00e0 fam\u00edlia, \u00e0 maternidade, \u00e0 inf\u00e2ncia, \u00e0 adolesc\u00eancia e \u00e0 velhice; II - o amparo \u00e0s crian\u00e7as e adolescentes carentes; III - a promo\u00e7\u00e3o da integra\u00e7\u00e3o ao mercado de trabalho; IV - a habilita\u00e7\u00e3o e reabilita\u00e7\u00e3o das pessoas portadoras de defici\u00eancia e a promo\u00e7\u00e3o de sua integra\u00e7\u00e3o \u00e0 vida comunit\u00e1ria;\n\n\fV - a garantia de um sal\u00e1rio m\u00ednimo de benef\u00edcio mensal \u00e0 pessoa portadora de defici\u00eancia e ao idoso que comprovem n\u00e3o possuir meios de prover \u00e0 pr\u00f3pria manuten\u00e7\u00e3o ou de t\u00ea-la provida por sua fam\u00edlia, conforme dispuser a lei.\nCom efeito, a Lei n\u00famero 8.742/93, a qual disp\u00f5e sobre a organiza\u00e7\u00e3o da Assist\u00eancia Social, aduz que:\n\u201cArt. 20. O benef\u00edcio de presta\u00e7\u00e3o continuada \u00e9 a garantia de 1 (um) sal\u00e1rio m\u00ednimo mensal \u00e0 pessoa portadora de defici\u00eancia e ao idoso com 70 (setenta) anos ou mais e que comprovem n\u00e3o possuir meios de prover a pr\u00f3pria manuten\u00e7\u00e3o e nem de t\u00ea-la provida por sua fam\u00edlia. \u00a7 2\u00ba Para efeito de concess\u00e3o deste benef\u00edcio, a pessoa portadora de defici\u00eancia \u00e9 aquela incapacitada para a vida independente e para o trabalho. \u00a7 \u201c3\u00ba Considera-se incapaz de prover a manuten\u00e7\u00e3o da pessoa portadora de defici\u00eancia ou idosa, a fam\u00edlia cuja renda mensal per capita seja inferior a 1/4 (um quarto) do sal\u00e1rio m\u00ednimo.\u201d (Grifo nosso).\nIgualmente, o art. 2\u00b0 da mesma Lei preconiza:\n\u201cArt. 2\u00ba A assist\u00eancia social tem por objetivos: I - a prote\u00e7\u00e3o \u00e0 fam\u00edlia, \u00e0 maternidade, \u00e0 inf\u00e2ncia, \u00e0 adolesc\u00eancia e \u00e0 velhice; II - o amparo \u00e0s crian\u00e7as e adolescentes carentes; III - a promo\u00e7\u00e3o da integra\u00e7\u00e3o ao mercado de trabalho; IV - a habilita\u00e7\u00e3o e reabilita\u00e7\u00e3o das pessoas portadoras de defici\u00eancia e a promo\u00e7\u00e3o de sua integra\u00e7\u00e3o \u00e0 vida comunit\u00e1ria; V - a garantia de 1 (um) sal\u00e1rio m\u00ednimo de benef\u00edcio mensal \u00e0 pessoa portadora de defici\u00eancia e ao idoso que comprovem n\u00e3o possuir meios de prover a pr\u00f3pria manuten\u00e7\u00e3o ou de t\u00ea-la provida por sua fam\u00edlia. Par\u00e1grafo \u00fanico. \u201cA assist\u00eancia social realiza-se de forma integrada \u00e0s pol\u00edticas setoriais, visando ao enfrentamento da pobreza, \u00e0 garantia dos m\u00ednimos sociais, ao provimento de condi\u00e7\u00f5es para atender conting\u00eancias sociais e \u00e0 universaliza\u00e7\u00e3o dos direitos sociais.\u201d.\n\n\fPois bem, a lei supracitada mencionada garante a concess\u00e3o do benef\u00edcio assistencial ao portador de defici\u00eancia, mediante a comprova\u00e7\u00e3o de dois requisitos, ou seja:\n\n1)\n\nDefici\u00eancia incapacitante para a vida independente e para o trabalho;\n\n2)\n\nImpossibilidade de prover seus pr\u00f3prios meios de subsist\u00eancia ou t\u00ea-la\n\nprovido pela fam\u00edlia.\n\nPois ora Excel\u00eancia, conforme se percebe pela leitura dos fatos, este \u00e9 o caso da parte requerente.\n\nResta claro que a parte requerente n\u00e3o tem condi\u00e7\u00f5es de prover seu pr\u00f3prio sustento, vivendo em condi\u00e7\u00f5es de miserabilidade, assim como toda sua fam\u00edlia, que dentro de suas possibilidades tentam sobreviver com a escassa renda que possuem, sem um m\u00ednimo de dignidade que a nossa Constitui\u00e7\u00e3o Federal garante.\n\nA par disso \u00e9 o art. 6\u00b0 da Constitui\u00e7\u00e3o Federal de 1988, o qual discorre sobre os direitos de qualquer cidad\u00e3o, proporcionando uma vida digna perante \u00e0 sociedade, garantindo acesso \u00e0 sa\u00fade, educa\u00e7\u00e3o, lazer e tantas outras necessidades b\u00e1sicas que todo ser humano deve gozar:\n\n\u201cArt. 6\u00ba S\u00e3o direitos sociais a educa\u00e7\u00e3o, a sa\u00fade, a alimenta\u00e7\u00e3o, o trabalho, a moradia, o lazer, a seguran\u00e7a, a previd\u00eancia social, a prote\u00e7\u00e3o \u00e0 maternidade e \u00e0 inf\u00e2ncia, a assist\u00eancia aos desamparados, na forma desta Constitui\u00e7\u00e3o.\u201d\n\n\u201cArt. 34. Aos idosos, a partir de 65 (sessenta e cinco) anos, que n\u00e3o possuam meios para prover sua subsist\u00eancia, nem de t\u00ea-la provida por sua fam\u00edlia, \u00e9 assegurado o benef\u00edcio mensal de 1 (um) sal\u00e1rio-m\u00ednimo, nos termos da Lei Org\u00e2nica da Assist\u00eancia Social \u2013 Loas. Par\u00e1grafo \u00fanico. O benef\u00edcio j\u00e1 concedido a qualquer membro da fam\u00edlia nos termos do caput n\u00e3o ser\u00e1 computado para os fins do c\u00e1lculo da renda familiar per capita a que se refere a Loas.\u201d\n\n\fNesse sentido \u00e9 a jurisprud\u00eancia do Egr\u00e9gio Tribunal Regional Federal da 4\u00aa Regi\u00e3o, que colacionamos abaixo:\nEMENTA: ASSIST\u00caNCIA SOCIAL. BENEF\u00cdCIO ASSISTENCIAL DE PRESTA\u00c7\u00c3O CONTINUADA. ART. 203, V, CF C/C ART. 20, CAPUT E \u00a7\u00a7, DA LEI 8.742/93. ATENDIMENTO AOS REQUISITOS. COMPROVA\u00c7\u00c3O DA CONDI\u00c7\u00c3O DE PORTADOR DE DEFICI\u00caNCIA E DO REQUISITO DA MISERABILIDADE. 1. \u00c9 obrigat\u00f3rio o reexame de senten\u00e7a il\u00edquida - ou se a condena\u00e7\u00e3o for de valor certo (l\u00edquido) e superior a sessenta (60) sal\u00e1rios m\u00ednimos - proferida contra a Uni\u00e3o, os Estados, o Distrito Federal, os Munic\u00edpios e as respectivas autarquias e funda\u00e7\u00f5es de direito p\u00fablico, consoante decis\u00e3o proferida pela Corte Especial do Superior Tribunal de Justi\u00e7a no julgamento do Recurso Especial Repetitivo n.\u00ba 1101727/PR, em 04-11-09. 2. A condi\u00e7\u00e3o de portador de defici\u00eancia, para fins de percep\u00e7\u00e3o de benef\u00edcio assistencial, configura-se quando o benefici\u00e1rio possui cegueira total em ambos os olhos, n\u00e3o possuindo instru\u00e7\u00e3o que o habilite ao desempenho de atividade laborativa que possa prover o seu pr\u00f3prio sustento. 3. \"No c\u00e1lculo da renda familiar per capita, deve ser exclu\u00eddo o valor auferido por pessoa idosa a t\u00edtulo de benef\u00edcio assistencial ou benef\u00edcio previdenci\u00e1rio de renda m\u00ednima, este \u00faltimo por aplica\u00e7\u00e3o anal\u00f3gica do par\u00e1grafo \u00fanico do art. 34 da Lei n. 10.741/03\" (TRF4, AC 2004.71.15.000706-0, Quinta Turma, Relator Jo\u00e3o Batista Lazzari, D.E. 10/08/2009). 4. Apelo e remessa oficial n\u00e3o providos. (TRF4, APELREEX 0000748-09.2008.404.7015, Quinta Turma, Relator Hermes Siedler da Concei\u00e7\u00e3o J\u00fanior, D.E. 14/06/2010). (Grifo nosso).\nNesse sentido, a pretens\u00e3o da parte requerente est\u00e1 perfeitamente amparada pela lei, ou seja, preenche todos os requisitos legais, quais sejam \u2013 defici\u00eancia incapacitante para a vida independente e para o trabalho e a impossibilidade de prover sua subsist\u00eancia, ou contar com a renda de seus familiares.\nAssim, dever\u00e1 ser-lhe concedido o Benef\u00edcio Assistencial.\nV \u2013 DOS REQUERIMENTOS\n\n\f\u201cEx Positis\u201d, requer a Vossa Excel\u00eancia:\n\na)\n\nSeja concedida Antecipa\u00e7\u00e3o de Tutela para condenar o INSS a conceder a autora\n\no benef\u00edcio assistencial ao portador de defici\u00eancia, ante o receio de dano irrepar\u00e1vel\n\nou de dif\u00edcil repara\u00e7\u00e3o;\n\nb)\n\nSeja julgada totalmente procedente a presente a\u00e7\u00e3o, com a concess\u00e3o definitiva\n\ndo benef\u00edcio assistencial \u2013 LOAS, ao requerente;\n\nc)\n\nA condena\u00e7\u00e3o do Instituto Nacional do Seguro social \u2013 INSS, ao pagamento das\n\nparcelas do benef\u00edcio postulado, vencidas e vincendas no curso da demanda,\n\nmonetariamente corrigidas desde o respectivo vencimento e acrescidas de juros\n\nlegais morat\u00f3rios, incidentes at\u00e9 a data do efetivo pagamento;\n\nd)\n\nA cita\u00e7\u00e3o do Instituto Nacional do Seguro social \u2013 INSS, para que conteste esta\n\na\u00e7\u00e3o, no prazo legal, sob pena de revelia, sua intima\u00e7\u00e3o para que junte aos autos\n\no processo administrativo, bem como indeferimento;\n\ne)\n\nA concess\u00e3o do benef\u00edcio da assist\u00eancia judici\u00e1ria gratuita por ser a parte autora\n\npobre na acep\u00e7\u00e3o legal do termo, visto que junta a esta Declara\u00e7\u00e3o de Pobreza;\n\nf)\n\nA condena\u00e7\u00e3o do requerido nas custas processuais e honor\u00e1rios de advocat\u00edcios;\n\ng)\n\nRequer seja nomeado perito especialista em FISIATRIA, escolhido por este MM.\n\nJu\u00edzo, para a realiza\u00e7\u00e3o da per\u00edcia m\u00e9dica, inclusive os exames necess\u00e1rios e\n\nindispens\u00e1veis para a constata\u00e7\u00e3o da doen\u00e7a;\n\nh)\n\nOutrossim, requer-se a nomea\u00e7\u00e3o de assistente social, para verificar as condi\u00e7\u00f5es\n\nde miserabilidade do ora requerente;\n\ni)\n\nProtesta-se por todos os meios de prova em direito admitidos em lei, desde que\n\nmoralmente leg\u00edtimos e obtidos de forma l\u00edcita, especialmente prova documental e\n\npericial, que desde j\u00e1 requer.\n\n\fD\u00e1-se a causa, valor de R$ 17.172,00 (Dezessete mil cento e setenta e dois reais), para fins de distribui\u00e7\u00e3o.\n\nVALOR DA CAUSA BENEF\u00cdCIO ASSISTENCIAL\n\nData do indeferimento do benef\u00edcio no INSS\n\n28/11/2017\n\nProtocolo na Justi\u00e7a Federal\n\n29/05/2018\n\nSal\u00e1rio mensal do benef\u00edcio\n\nR$\n\n954,00\n\nParcelas vencidas\n\n6\n\nTotal de parcelas vencidas\n\nR$\n\n5.724,00\n\nParcelas vincendas\n\n12\n\nTotal de parcelas vincendas\n\nR$\n\n11.448,00\n\nValor da Causa\n\nR$\n\n17.172,00\n\nNestes termos, Pede deferimento.\n\nAlvorada/RS, 29 de maio de 2018\n\nVALDECIR MUCILLO J\u00daNIOR OAB/RS 86.229\n\nJO\u00c3O VITOR TRINDADE ESTAG\u00cdARIO DE DIREITO\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 4 (C\u00edvel) - IdDocumentoCompleto: 5002264-28.2016.4.04.7102-711459340534108041120000000001", "text": "1\nEXMO. SR. DR. JUIZ (A) FEDERAL DO JUIZADO ESPECIAL FEDERAL DA COMARCA DE SANTA MARIA/RS \u2013 D\n\nPEDIDO\n\nDE\n\nASSIST\u00caNCIA\n\nJUDICI\u00c1RIA GRATUITA\n\nCLAUDIA JOSELI DA SILVA, brasileira, solteira, inscrita no CPF 677.119.870-72, RG 6046370935 SJS-RS, residente e domiciliada na Rua Ven\u00e2ncio Aires, PA 1660 Q APTO 00467, CEP 97020-620, Vila Oliveira nesta cidade de Santa Maria/RS, vem \u00e0 presen\u00e7a de Vossa Excel\u00eancia, atrav\u00e9s de sua procuradora signat\u00e1ria propor\nA\u00c7\u00c3O DE RESTABELECIMENTO DE BENEFICIO PREVID\u00caNCIARIO DE AUX\u00cdLIO-DOEN\u00c7A, CUMULADO COM CONVERS\u00c3O EM APOSENTADORIA POR INVALIDEZ, com pedido de antecipa\u00e7\u00e3o de tutela, nos termos do artigo 3\u00ba da Lei n. 10.259 de 2001.\n\nEm face do INSS \u2013 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL, autarquia federal com Procuradoria Regional nesta cidade, para concess\u00e3o do benef\u00edcio de AUX\u00cdLIO-DOEN\u00c7A, fundada nos termos do art. 59 e seguintes, da Lei 8.213/91, e 282 do CPC, pelos fatos e fundamentos que passa expor:\n\nI \u2013 PRELIMINARMENTE: DOS INDISPENS\u00c1VEIS AO DESLINDE DA PRESENTE A\u00c7\u00c3O\n\nDOCUMENTOS\n\nPara o deslinde do processo \u00e9 necess\u00e1rio que o INSS junte aos autos, c\u00f3pia do processo administrativo da parte autora, inclusive atestados e laudos m\u00e9dicos retidos no momento da per\u00edcia, por serem documentos necess\u00e1rios e indispens\u00e1veis para o deslinde da demanda, nos termos do artigo\nRua Andr\u00e9 Marques, 827 Centro \u2013 Telefone 9689-6306 55-30261966\n\n\f2\n11 da Lei 10.259/01: Art. 11. A entidade p\u00fablica r\u00e9 dever\u00e1 fornecer ao Juizado a documenta\u00e7\u00e3o de que disponha para o esclarecimento da causa, apresentando-a at\u00e9 a instala\u00e7\u00e3o da audi\u00eancia de concilia\u00e7\u00e3o.\nDessa forma, tratando-se de documentos que s\u00e3o comuns \u00e0s partes, n\u00e3o h\u00e1 que haver recusa do Instituto requerido em apresentar tais documentos, nos termos dos artigos 355 e 358 do C\u00f3digo de Processo Civil.\nDA ANTECIPA\u00c7\u00c3O DA TUTELA\nTrata-se de pessoa com ENFERMIDADE, sem condi\u00e7\u00f5es de trabalho. Sendo sua necessidade de natureza alimentar, pleiteia desde j\u00e1 a prote\u00e7\u00e3o do Estado atrav\u00e9s do pronto restabelecimento do benef\u00edcio por incapacidade ao qual faz jus.\nPreceitua o art. 273 do C\u00f3digo de Processo Civil:\nO juiz poder\u00e1, a requerimento da parte, antecipar, total ou parcialmente, os efeitos da tutela pretendida no pedido inicial, desde que, existindo prova irrepar\u00e1vel, se conven\u00e7a da verossimilhan\u00e7a da alega\u00e7\u00e3o e:\nI - haja fundado receio de dano irrepar\u00e1vel ou de dif\u00edcil repara\u00e7\u00e3o; ou (...)\nSegundo Moacyr Amaral Santos, in Prova Judici\u00e1ria no C\u00edvel e Comercial, Ed. Saraiva, Vol. 1, 5\u00aa Ed., p. 102:\nPresume-se a perman\u00eancia de um estado preexistente, se n\u00e3o for alegada a sua altera\u00e7\u00e3o, ou, se alegada, n\u00e3o tiver sido feita a devida prova desta.\n...s\u00f3 a afirma\u00e7\u00e3o de uma mudan\u00e7a de um estado anterior necessita de prova, que n\u00e3o a perman\u00eancia do mesmo:\u201d affirmanti non neganti incubit probatio\u201d.\nO fundado receio de dano irrepar\u00e1vel ou de dif\u00edcil repara\u00e7\u00e3o \u00e9 imprescind\u00edvel se consideradas as condi\u00e7\u00f5es prec\u00e1rias de sobreviv\u00eancia do autor.\nNa mesma senda o eminente Juiz Federal Paulo Afonso Brum Vaz, desta 4\u00aa Regi\u00e3o, bem observa a singularidade da antecipa\u00e7\u00e3o dos efeitos da tutela em mat\u00e9ria previdenci\u00e1ria, verbis:\nRua Andr\u00e9 Marques, 827 Centro \u2013 Telefone 9689-6306 55-30261966\n\n\f3\nOs proventos previdenci\u00e1rios, todos sabem, t\u00eam real\u00e7ado car\u00e1ter alimentar, m\u00e1xime porque, via de regra, visam a substituir a renda salarial e atender \u00e0s necessidades vitais do segurado (alimenta\u00e7\u00e3o, habita\u00e7\u00e3o, vestu\u00e1rio e sa\u00fade).\nN\u00e3o se pode negar que esta natureza alimentar da presta\u00e7\u00e3o buscada, acoplada a hipossufici\u00eancia do segurado, e at\u00e9 a possibilidade de seu \u00f3bito no curso do processo, em raz\u00e3o da sensibilidade do pr\u00f3prio estado m\u00f3rbido, patenteia em fundado receio de dano irrepar\u00e1vel, ou de dif\u00edcil repara\u00e7\u00e3o, recomendando concess\u00e3o de tutela antecipadamente. (Antecipa\u00e7\u00e3o em mat\u00e9ria Previdenci\u00e1ria, ST 73 - JUL/95 - doutrina p.24)\nCabe destacar ainda que, no caso de justo receio de dano irrepar\u00e1vel ou de dif\u00edcil repara\u00e7\u00e3o, \u201c\u00e9 preciso levar em conta as necessidades do litigante, privado do bem a que provavelmente tem direito e sendo impedido de obt\u00ea-lo desde logo\u201d (C\u00e2ndido Rangel Dinamarco, em a Reforma do C\u00f3digo do Processo Civil, p\u00e1g.145, 2\u00aa edi\u00e7\u00e3o, Malheiros Editores, 1995).\nNo tocante ao entendimento jurisprudencial, o TRF4, em recente decis\u00f3rio, afirma que a concess\u00e3o de antecipa\u00e7\u00e3o de tutela pode dar-se independentemente de per\u00edcia m\u00e9dica nos pedidos de benef\u00edcios por incapacidade:\nAGRAVO DE INSTRUMENTO. PREVIDENCI\u00c1RIO. AUX\u00cdLIODOEN\u00c7A. ANTECIPA\u00c7\u00c3O DE TUTELA. REQUISITOS. 1. Demonstrada a verossimilhan\u00e7a das alega\u00e7\u00f5es e o fundado receio de dano irrepar\u00e1vel ou de dif\u00edcil repara\u00e7\u00e3o, deve ser concedida a antecipa\u00e7\u00e3o de tutela pleiteada. 2. A presun\u00e7\u00e3o de legitimidade de que se reveste a per\u00edcia m\u00e9dica realizada pelo INSS pode ser elidida por fundados elementos de prova em contr\u00e1rio, ainda que consubstanciados em atestados e laudos m\u00e9dicos particulares. (AGRAVO DE INSTRUMENTO N\u00ba 000833743.2011.404.0000/RS, Relator: Des. Federal RICARDO TEIXEIRA DO VALLE PEREIRA, Publicado em 26/08/2011)\nCom esta demonstra\u00e7\u00e3o, a necessidade da tutela antecipat\u00f3ria \u00e9 cristalina, visto que provada a verossimilhan\u00e7a das alega\u00e7\u00f5es combinado com o perigo da demora.\nRua Andr\u00e9 Marques, 827 Centro \u2013 Telefone 9689-6306 55-30261966\n\n\f4\nFinalmente, registra-se que inexiste o risco da irreversibilidade da tutela, uma vez que o provimento, \u00fatil se for concedido, pode ser suspenso, a qualquer tempo.\nDestarte, conforme visto alhures, diante dos fatos e das provas arroladas na inicial, destacando-se a per\u00edcia que dever\u00e1 ser realizada e que comprovar\u00e1 as alega\u00e7\u00f5es da requerente, h\u00e1 a possiblidade da concess\u00e3o da antecipa\u00e7\u00e3o da tutela determinando-se, desde j\u00e1, ao requerido que efetue imediatamente o pagamento do benef\u00edcio previdenci\u00e1rio do aux\u00edlio doen\u00e7a NB 6106550330\nAssim \u00e9 a medida que se requer com extrema URG\u00caNCIA.\nDO PROCESSO ADMINISTRATIVO\nA autora nasceu em 03/01/1968, contando hoje, com 48 anos, conforme c\u00f3pia de Carteira de Identidade em anexo.\nA parte autora pleiteou benef\u00edcio por incapacidade laboral junto ao INSS em 23/03/2016, o qual n\u00e3o foi reconhecido o direito ao benef\u00edcio, sob a alega\u00e7\u00e3o que n\u00e3o foi constatada, em exame realizado pela per\u00edcia m\u00e9dica do INSS, incapacidade para o seu trabalho ou para atividade habitual.\nInclusive no laudo a parte autora informa que vem realizando tratamento medicamentoso, sem evolu\u00e7\u00f5es.\nAdemais, o m\u00e9dico que procede ao tratamento alega que o autor n\u00e3o possui condi\u00e7\u00f5es de trabalhar, por tempo indeterminado.\nPor\u00e9m, tais alega\u00e7\u00f5es n\u00e3o foram consideradas e o benef\u00edcio foi negado, com o motivo de que a parte autor n\u00e3o possui impedimentos para suas atividades laborais.\nTal decis\u00f3rio \u00e9 contradit\u00f3rio, visto que um especialista na \u00e1rea declara a incapacidade laboral, receita medicamentos, indica tratamento com acompanhamento por tempo indeterminado. Enquanto o perito do INSS rejeitou a possibilidade de patologia, declarando-o apto para as atividades laborais.\nAinda, devido \u00e0 exist\u00eancia da doen\u00e7a o autor n\u00e3o consegue realizar quaisquer atividades, pois a patologia o debilita.\nRua Andr\u00e9 Marques, 827 Centro \u2013 Telefone 9689-6306 55-30261966\n\n\f5\nPortanto, resta claro e inequ\u00edvoco que a parte autor n\u00e3o \u00e9 capaz de realizar qualquer atividade laboral, visto que sua patologia o impede de realizar quaisquer atividades laborativas.\nLogo, merece ser revisto o decis\u00f3rio da autarquia federal, haja vista que concluiu ser a parte autor capaz para o desenvolvimento de suas fun\u00e7\u00f5es.\nIrresignado com a decis\u00e3o administrativa, a demandante vem propor a presente demanda.\nDO HIST\u00d3RICO M\u00c9DICO\nA parte autora possui o diagn\u00f3stico da patologia de \u2018Sinovite e tenossinovite n\u00e3o especificados\u2019 e \u2018Tenossinovite estiloide radial\u2019, sendo que a mesma o incapacita para as atividades laborativas.\nO diagn\u00f3stico apontado pelos m\u00e9dicos est\u00e1 assim classificado pelo CID: I20, CID E78, CID E50, CID I11.\nAp\u00f3s esta data, a parte autora n\u00e3o retornou ao trabalho, visto que os sintomas da doen\u00e7a persistiram e n\u00e3o houve melhora.\nA parte autor apresenta laudos, exames e receitu\u00e1rios que comprovam seu estado de sa\u00fade, sendo que, diante dos fatos, vem \u00e0 parte autor requerer a este ju\u00edzo a designa\u00e7\u00e3o de perito m\u00e9dico de sua confian\u00e7a, na \u00e1rea de CARDIOLOGIA e CL\u00cdNICO GERAL para que possa ser comprovada sua incapacidade para o trabalho e assim, receber o benef\u00edcio ora pleiteado.\nDestarte, os sintomas das patologias que acometem a parte autor restringem a capacidade laborativa da mesma. Dessa forma, a concess\u00e3o do benef\u00edcio ora pleiteado faz-se necess\u00e1ria para que o mesmo possa prover o seu tratamento e, futuramente, com a remiss\u00e3o dos sintomas recolocar-se no mercado de trabalho.\nDO TRABALHO DO SEGURADO\nA parte autor trabalha como \u2018empregada dom\u00e9stica.\nA patologia que a parte autora est\u00e1 acometida a impede de desenvolver suas atividades, visto que possui problemas f\u00edsicos e, portanto, n\u00e3o\nRua Andr\u00e9 Marques, 827 Centro \u2013 Telefone 9689-6306 55-30261966\n\n\f6\ntem capacidade para desenvolver suas atividades devido as constantes \u2018crises\u2019 de fraqueza e dores, e n\u00e3o tem condi\u00e7\u00f5es de estar sobre press\u00e3o dos seus superiores.\nSendo que, as dores e as \u2018crises\u2019 impossibilitam a parte autora a continuar laborando nestas condi\u00e7\u00f5es. Logo n\u00e3o consegue executar as tarefas mais b\u00e1sicas devido aos sintomas supra relatados. Sendo assim, n\u00e3o h\u00e1 condi\u00e7\u00f5es de prover.\nResta claro que se a parte autora n\u00e3o conseguir trabalhar, n\u00e3o ter\u00e1 como sustentar a fam\u00edlia, contudo, n\u00e3o pode o mesmo ser obrigado a trabalhar sem ter condi\u00e7\u00f5es j\u00e1 que tem direito ao benef\u00edcio por sua incapacidade e ainda necessita de tratamento adequado, o que demanda a realiza\u00e7\u00e3o de acompanhamento m\u00e9dico, fato que dever\u00e1 ser considerado por este ju\u00edzo.\nSem alcan\u00e7ar seu objetivo prec\u00edpuo que seria o beneficio de aux\u00edlio-doen\u00e7a e a sua convers\u00e3o em aposentadoria por invalidez, \u00e9 que o requerente ingressa com a presente demanda.\nO autor \u00e9 segurado da Previd\u00eancia Social, uma vez que contribui como segurador obrigat\u00f3rio da Previd\u00eancia Social (CTPS anexa)\nSENDO ASSIM, COMO O QUADRO CL\u00cdNICO APRESENTADO PELO SEGURADO, OCORRE A IMPOSSIBLIDADE DE REALIZAR AS TAREFAS EXIGIDAS POR SUA PROFISS\u00c3O, \u00c9 DE CONCEDIDO \u00c0 AUTORA O DIREITO AO BENEF\u00cdCIO POSTULADO.\nEm que pese os conhecimentos profissionais destes peritos, n\u00e3o \u00e9 cr\u00edvel que uma mera an\u00e1lise superficial da pessoa periciada d\u00ea elementos de convencimento para que se defira ou indeferia um beneficio de aux\u00edlio-doen\u00e7a.\nEssas condutas tomadas pelo Instituto requerido e por seus peritos afastam, os direitos daqueles que contribuem para a previd\u00eancia, que ao pleitear um beneficio, n\u00e3o v\u00e3o buscar de um favor, mas de um jeito assegurado por lei.\nDessa forma, a aprecia realizada pelos peritos do Instituto requerido, n\u00e3o foi realizada de uma forma adequada para a verifica\u00e7\u00e3o de qualquer les\u00e3o ou doen\u00e7a, n\u00e3o merecendo uma confiabilidade absoluta, data v\u00eania, sequer relativa.\nRAZ\u00c3O PELA, QUAL REQUER QUE SEJA AGENDADE P\u00c9RICIA COM M\u00c9DICOS ESPECIALISTAS EM CARDIOLOGIA e CLINICO GERAL.\nRua Andr\u00e9 Marques, 827 Centro \u2013 Telefone 9689-6306 55-30261966\n\n\f7\n\nDO DIREITO\n\nbenef\u00edcio.\n\nA parte autora preenche todos os requisitos para gozar do\n\nSua incapacidade \u00e9 parcial, n\u00e3o h\u00e1 condi\u00e7\u00f5es de exercer a fun\u00e7\u00e3o que exercia anteriormente, devido \u00e0s suas limita\u00e7\u00f5es f\u00edsicas, e sequer outra atividade diversa devido \u00e0 sua enfermidade, grau de instru\u00e7\u00e3o e aptid\u00f5es, fazendo jus ao benef\u00edcio ora pleiteado, sendo que preenche todos os requisitos.\n\nAinda, a constata\u00e7\u00e3o da incapacidade dar-se-\u00e1 pela realiza\u00e7\u00e3o de exame por peritos designados pelo ju\u00edzo, a fim de garantir a imparcialidade da per\u00edcia.\n\nDisp\u00f5e o digesto legal Lei. 8.213/91:\n\nArt. 59. O aux\u00edlio-doen\u00e7a ser\u00e1 devido ao segurado que, havendo cumprido, quando for o caso, o per\u00edodo de car\u00eancia exigido nesta Lei, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos.\n\nPar\u00e1grafo \u00fanico. N\u00e3o ser\u00e1 devido aux\u00edlio-doen\u00e7a ao segurado que se filiar ao Regime Geral de Previd\u00eancia Social j\u00e1 portador da doen\u00e7a ou da les\u00e3o invocada como causa para o benef\u00edcio, salvo quando a incapacidade sobrevier por motivo de progress\u00e3o ou agravamento dessa doen\u00e7a ou les\u00e3o.\n\nResta evidente nesse ordenamento a obrigatoriedade de concess\u00e3o de aux\u00edlio-doen\u00e7a ao segurado, visto que a doen\u00e7a se agravou com o tempo, causando ent\u00e3o a incapacidade laboral da parte autor.\n\n\u00c9 evidente que a parte autor possui patologia que merece um tratamento particularizado, haja vista, que al\u00e9m do afastamento das atividades laborais, precisa de um cuidado especial, deve fazer se\u00e7\u00f5es regulares de atendimento m\u00e9dico.\n\nVI \u2013 DO VALOR DA CAUSA\n\nA legisla\u00e7\u00e3o processual brasileira, nos termos do art. 258 do CPC, diz que \u201ca toda causa ser\u00e1 atribu\u00eddo um valor certo, ainda que n\u00e3o tenha um valor econ\u00f4mico imediato\u201d. Nesse sentido, a presente demanda tem como pedidos presta\u00e7\u00f5es vencidas e vincendas, motivo pelo qual se enquadra nos termos do art. 260 do CPC, o qual menciona que nesses casos tomar-se-\u00e1 em considera\u00e7\u00e3o o\n\nRua Andr\u00e9 Marques, 827 Centro \u2013 Telefone 9689-6306 55-30261966\n\n\f8\nvalor de uma e outras. Assim o c\u00e1lculo do valor da causa se d\u00e1 com base no valor do sal\u00e1rio m\u00ednimo nacional atual, que corresponde a R$ 880,00. Considerando a DER, em 23/03/2016, e a data de ingresso desta a\u00e7\u00e3o, a autora possui 7 dias e doze vincendas, totalizando o valor de R$ 10.765,33 (dez mil setecentos e sessenta e cinco reais e trinta e tr\u00eas centavos).\nDOS REQUERIMENTOS\n\u00c0 vista do exposto, arrazoado e fundamentado, consubstanciando-se nos fatos narrados na exordial e no Direito aplic\u00e1vel \u00e0 esp\u00e9cie, REQUER se digne Vossa Excel\u00eancia:\na) O recebimento da presente A\u00c7\u00c3O DE CONCESS\u00c3O DE BENEF\u00cdCIO PREVIDENCI\u00c1RIO DE AUX\u00cdLIO-DOEN\u00c7A, CUMULADA COM CONVERS\u00c3O EM APOSENTADORIA POR INVALIDEZ, pelo Procedimento Sumar\u00edssimo, com os documentos que a instruem, deferindo-se o pedido da Justi\u00e7a Gratuita visto que o(a) Autor(a) n\u00e3o possui recursos para arcar com as custas processuais, sem que haja preju\u00edzo de sua subsist\u00eancia;\nb) Seja concedida Antecipa\u00e7\u00e3o de Tutela para condenar o INSS a conceder o benef\u00edcio de aux\u00edlio doen\u00e7a de NB 6106550330, ante o receio de dano irrepar\u00e1vel ou de dif\u00edcil repara\u00e7\u00e3o;\nc) CITA\u00c7\u00c3O DO R\u00c9U \u2013 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL \u2013 INSS, na pessoa de seu representante legal, para, querendo, apresentar defesa, no prazo legal, sob pena de revelia e presun\u00e7\u00e3o de verdade quanto aos fatos articulados; bem como sua intima\u00e7\u00e3o para que junte aos autos o processo administrativo da parte autora;\nd) Seja julgada totalmente procedente a presente a\u00e7\u00e3o, com a concess\u00e3o do benef\u00edcio previdenci\u00e1rio de aux\u00edlio doen\u00e7a e sua convers\u00e3o em aposentadoria por invalidez, com adicional de 25% (caso necessite da ajuda de terceiros). A proced\u00eancia da presente a\u00e7\u00e3o, condenando o INSS a:\n1) ao pagamento das parcelas do benef\u00edcio postulado, vencidas e vincendas no curso da demanda, monetariamente corrigidas desde o respectivo vencimento e acrescidas de juros legais morat\u00f3rios, incidentes at\u00e9 a data do efetivo pagamento;\n2) pagar \u00e0 parte autor (via judicial \u2013 mediante RPV) as diferen\u00e7as verificadas relativamente \u00e0s presta\u00e7\u00f5es vencidas at\u00e9 a \u00faltima compet\u00eancia referida nos c\u00e1lculos a ser realizado, com atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, na forma da S\u00famula 07 da Turma Recursal desta Se\u00e7\u00e3o Judici\u00e1ria, e acr\u00e9scimo de juros de 01%\nRua Andr\u00e9 Marques, 827 Centro \u2013 Telefone 9689-6306 55-30261966\n\n\f9\n(um por cento) ao m\u00eas, desde a cita\u00e7\u00e3o, nos termos da S\u00famula 02 do referido colegiado;\n3) pagar \u00e0 parte autora (na via administrativa), o benef\u00edcio previdenci\u00e1rio postulado, os valores vencidos e que se vencerem entre a compet\u00eancia da implanta\u00e7\u00e3o e o c\u00e1lculo a ser feito no processo at\u00e9 a data da efetiva implanta\u00e7\u00e3o administrativa do benef\u00edcio, com incid\u00eancia sobre estas parcelas dos mesmos crit\u00e9rios do item anterior, relativamente aos juros e \u00e0 corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria;\ne) Outrossim, requer-se a nomea\u00e7\u00e3o de m\u00e9dico(s) perito(s) especialistas em CARDIOLOGIA e CL\u00cdNICO GERAL, a ser(em) escolhido(s) por este M. Ju\u00edzo, para a realiza\u00e7\u00e3o da per\u00edcia m\u00e9dica;\nf) EMOLUMENTOS JUDICIAIS E SUCUMB\u00caNCIA. \u00c0 condena\u00e7\u00e3o da autarquia, ao pagamento das custas processuais, dos honor\u00e1rios de advogado(a), a t\u00edtulo de sucumb\u00eancia, na base de c\u00e1lculo de 20% (dez por cento) sobre o total a ser apurado em fase de liquida\u00e7\u00e3o de senten\u00e7a, em caso de recurso, se, por\u00e9m, observando-se que se esse valor seja inferior \u00e0 R$ 930,00, requer, ent\u00e3o, que mencionada cifra seja fixada a base da verba honor\u00e1ria em apre\u00e7o para evitar patamar irris\u00f3rio, \u201cque \u00e9 aviltante e atenta contra o exerc\u00edcio profissional\u201d1 , al\u00e9m dos demais emolumentos judiciais que se fizerem necess\u00e1rios, na forma da Lei;\ng) Protesta-se por todos os meios de prova em direito admitidos em lei, desde que moralmente leg\u00edtimos e obtidos de forma l\u00edcita, especialmente prova documental e pericial, que desde j\u00e1 requer.\nD\u00e1-se a causa, valor de R$ 10.765,33 (dez mil setecentos e sessenta e cinco reais e trinta e tr\u00eas centavos), para fins de distribui\u00e7\u00e3o.\nPede deferimento.\nSanta Maria/RS 30 de Mar\u00e7o de 2016.\n___________________________________\nMANOELA CHAGAS FORTES\nOAB/RS 79.885\nRua Andr\u00e9 Marques, 827 Centro \u2013 Telefone 9689-6306 55-30261966\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 5 (C\u00edvel) - IdDocumentoCompleto: 5017408-48.2021.4.04.7108-711628615539912309442761053213", "text": "EXCELENT\u00cdSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) FEDERAL DA VARA DA SUBSE\u00c7\u00c3O JUDICI\u00c1RIA DE NOVO HAMBURGO/RS\nTABITA DANIELLA RODRIGUES DIAS, brasileira, solteira, menor imp\u00fabere, inscrita no CPF n\u00b0 045.911.800-50,neste ato representada por sua m\u00e3e TATIANA KAEL RODRIGUES, brasileira, solteira, desempregada, portadora da c\u00e9dula de identidade n\u00b0 3124471834, inscrita no CPF n\u00b0 016.782.550-09, ambos residentes e domiciliados na Rua Projetada, n.\u00ba 50, Bloco H, Apto 23, Bairro Canudos, Novo Hamburgo/RS, por sua procuradora signat\u00e1ria, instrumento de mandato ora incluso, ANELISE IGLESIAS FONINI, solteira, advogada, cadastrada na OAB/RS sob n\u00ba 103.348, com, escrit\u00f3rio profissional localizado na Rua J\u00falio de Castilhos, n\u00b0 109, Bairro Centro, Novo Hamburgo/RS, vem respeitosamente \u00e0 presen\u00e7a de Vossa Excel\u00eancia, requerer:\nA\u00c7\u00c3O PREVIDENCI\u00c1RIA DE CONCESS\u00c3O DE BENEF\u00cdCIO ASSISTENCIAL AO PORTADOR DE DEFICI\u00caNCIA (AMPARO SOCIAL), com fulcro no art. 203, V, CF/88, COM ANTECIPA\u00c7\u00c3O DE TUTELA, em face do\nINSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL \u2013 INSS, autarquia p\u00fablica federal com sede em Bras\u00edlia - DF e Superintend\u00eancia Estadual nesta Capital, sito na Rua Jer\u00f4nimo Coelho, 127, pelos fatos e fundamentos jur\u00eddicos, a seguir expostos:\nI \u2013 PRELIMINARMENTE\nRequer, a concess\u00e3o de ASSIST\u00caNCIA JUDICI\u00c1RIA GRATUITA, por ser pobre sem condi\u00e7\u00f5es de pagar as custas processuais, de acordo com a lei 7.510/86.\nRua J\u00falio de Castilhos, n.\u00ba 109\u2013 Centro Novo Hamburgo/RS Fone: (51) 3065.4250\n\n\fSolicita-se que a institui\u00e7\u00e3o requerida acoste ao presente, c\u00f3pia do processo administrativo do ora requerente.\nII \u2013 DA ANTECIPA\u00c7\u00c3O DE TUTELA\nA parte autora preenche todos os requisitos que autorizam a concess\u00e3o do benef\u00edcio pleiteado, uma vez que \u00e9 portador de defici\u00eancia e que a renda mensal per capita do grupo familiar \u00e9 prec\u00e1ria, n\u00e3o sendo suficiente para garantir a sua manuten\u00e7\u00e3o.\nRelacionando sua defici\u00eancia e seu estado de miserabilidade, conclui-se que a mesma est\u00e1 impossibilitada para o trabalho e caso n\u00e3o seja concedida a antecipa\u00e7\u00e3o de tutela, a requerente ser\u00e1 extremamente prejudicada.\nA exposi\u00e7\u00e3o dos fatos, bem como a farta prova documental acostada n\u00e3o deixa qualquer d\u00favida do direito do autor em receber o benef\u00edcio pleiteado, fundado o receio de dano irrepar\u00e1vel ou de dif\u00edcil repara\u00e7\u00e3o repousa no risco do quadro de miserabilidade do autor, ademais o Egr\u00e9gio Tribunal Regional Federal da 4\u00aa Regi\u00e3o, prev\u00ea a possibilidade de antecipa\u00e7\u00e3o de tutela em casos an\u00e1logos:\n\u201cPREVIDENCI\u00c1RIO E PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO. BENEF\u00cdCIO ASSISTENCIAL. PEDIDO DE CONCESS\u00c3O. INCAPACIDADE E ESTADO DE MISERABILIDADE. ANTECIPA\u00c7\u00c3O DA TUTELA. 1. A antecipa\u00e7\u00e3o de tutela pode ser concedida desde que verificada a presen\u00e7a dos requisitos contidos no art. 273 do CPC, vale dizer, a verossimilhan\u00e7a das alega\u00e7\u00f5es formuladas aliada \u00e0 imin\u00eancia de les\u00e3o irrepar\u00e1vel ou de dif\u00edcil repara\u00e7\u00e3o. 2. Caso em que n\u00e3o se mostra suficientemente demonstrada a verossimilhan\u00e7a do direito alegado a ponto de justificar, neste momento processual da a\u00e7\u00e3o ordin\u00e1ria (ajuizamento), a concess\u00e3o da medida acauteladora. Em refor\u00e7o, observa-se que se trata de concess\u00e3o de benef\u00edcio. (TRF4, AG 0005522-34.2015.404.0000, Sexta Turma, Relator Jo\u00e3o Batista Pinto Silveira, D.E. 09/05/2016)\u201d\nComo visto acima, pleiteia-se uma presta\u00e7\u00e3o de natureza alimentar, indispens\u00e1vel por si mesma \u00e0 pr\u00f3pria sobreviv\u00eancia da requerente, pessoa simples e impossibilitada de arcar com suas despesas.\nA apar\u00eancia do direito, que corresponde ao requisito legal da prova inequ\u00edvoca e da verossimilhan\u00e7a da alega\u00e7\u00e3o, est\u00e1 presente nos fatos alegados e nas\nRua J\u00falio de Castilhos, n.\u00ba 109\u2013 Centro Novo Hamburgo/RS Fone: (51) 3065.4250\n\n\fprovas juntadas nesta inicial, formando o conjunto probat\u00f3rio necess\u00e1rio para a realiza\u00e7\u00e3o da cogni\u00e7\u00e3o sum\u00e1ria, indispens\u00e1vel a essa tutela de urg\u00eancia.\nEm raz\u00e3o do car\u00e1ter alimentar da pretens\u00e3o deduzida em ju\u00edzo, sendo que sua aus\u00eancia no momento presente n\u00e3o poder\u00e1 ser suprida no futuro, nem mesmo pela melhor das recomposi\u00e7\u00f5es dos valores atrasados, v\u00ea-se deparada ao receio de dano irrepar\u00e1vel ou de dif\u00edcil repara\u00e7\u00e3o.\nNos contornos desta lide, \u00e9 inafast\u00e1vel a id\u00e9ia de demora na presta\u00e7\u00e3o jurisdicional, pois as a\u00e7\u00f5es movidas contra o Instituto requerido s\u00e3o alvo de in\u00fameros recursos e sujeito a procedimentos que provocam uma espera de anos para a solu\u00e7\u00e3o do lit\u00edgio, n\u00e3o sendo raras as situa\u00e7\u00f5es em que a doen\u00e7a (vida) n\u00e3o espera a justi\u00e7a (lenta).\nPela verossimilhan\u00e7a das alega\u00e7\u00f5es, pelos fatos e elementos probat\u00f3rios trazidos nesta inicial e pela natureza alimentar da presta\u00e7\u00e3o de direito material, busca-se uma tutela de urg\u00eancia, visto que a requerente \u00e9 pessoa portadora de defici\u00eancia e apresenta um quadro grave de miserabilidade, valendo-se para tal da tutela antecipat\u00f3ria.\nDestarte, conforme visto alhures, diante dos fatos e das provas arroladas na inicial, h\u00e1 a possibilidade de concess\u00e3o da antecipa\u00e7\u00e3o da tutela, determinando-se, desde j\u00e1, ao requerido que efetue imediatamente o pagamento do benef\u00edcio previdenci\u00e1rio de amparo assistencial a pessoa portadora de defici\u00eancia.\nAssim, \u00e9 a medida que se requer com extrema URG\u00caNCIA.\nIII \u2013 DOS FATOS\nPrimeiramente cumpre esclarecer que o autor preenche todos os requisitos que autorizam a concess\u00e3o do benef\u00edcio pleiteado, uma vez que \u00e9 pessoa idosa, e que a renda mensal per capita do grupo familiar \u00e9 prec\u00e1ria, n\u00e3o sendo suficiente para garantir a sua manuten\u00e7\u00e3o, haja vista que a mesman\u00e3o exerce atividade laboral.\nRua J\u00falio de Castilhos, n.\u00ba 109\u2013 Centro Novo Hamburgo/RS Fone: (51) 3065.4250\n\n\fA fam\u00edlia da parte autora \u00e9 extremamente pobre, e n\u00e3o possui qualquer fonte de renda.\nNa data de 19.01.2021, a parte autora formulou o pedido do benef\u00edcio assistencial, CONTUDO, AT\u00c9 O PRESENTE MOMENTO, AINDA N\u00c3O H\u00c1 RESPOSTA DO REFERIDO REQUERIMENTO.\nContudo, conforme estabelecem os artigos 48, 49 e 59, \u00a71\u00ba da Lei 9784/99, autoriza ao segurado ingressar com a\u00e7\u00e3o no Poder Judici\u00e1rio, n\u00e3o sendo necess\u00e1rio esgotar a via administrativa, pois, o INSS tem o prazo legal de 30 dias, prazo este que pode ser prorrogado por igual per\u00edodo, e deveria conceder neste prazo ao autor, a resposta do requerimento administrativo, que sequer ocorreu.\nData v\u00eania, este motivo n\u00e3o possui qualquer fundamento. Tendo em vista que a requerente apresentou todos os documentos solicitados para a devida comprova\u00e7\u00e3o da defici\u00eancia e situa\u00e7\u00e3o s\u00f3cio econ\u00f4mica, por\u00e9m a Autarquia n\u00e3o deu uma resposta at\u00e9 o presente momento. Sendo assim, transgredindo claramente a legisla\u00e7\u00e3o vigente.\nPORTANTO, REQUER SEJA PROCEDIDA PER\u00cdCIA COM ASSISTENTE SOCIAL, BEM COMO COM PERITO JUDICIAL ESPECIALISTA EM PSIQUIATRIA E NEUROCIRURGIA, NEUROCIRURGIA, AMBOS NOMEADOS POR ESTE JU\u00cdZO.\nEssas condutas tomadas pelo Instituto requerido e por seus servidores afastam os direitos dos cidad\u00e3os, infringindo direitamente as garantias constitucionais quanto ao acesso \u00e0 sa\u00fade, \u00e0 previd\u00eancia e \u00e0 assist\u00eancia social, haja vista que ao pleitear este benef\u00edcio, n\u00e3o v\u00e3o \u00e0 busca de um favor, mas de um direito assegurado por lei.\nOra Excel\u00eancia, com as patologias exaradas n\u00e3o h\u00e1 como se falar em labor ou em renda familiar. Resta claro o equ\u00edvoco do parecer exarado pela institui\u00e7\u00e3o r\u00e9, n\u00e3o logrando de melhor sorte, o que ser\u00e1 totalmente provado pela per\u00edcia socioecon\u00f4mica a ser realizada por este douto ju\u00edzo, o que desde j\u00e1 requer.\nRua J\u00falio de Castilhos, n.\u00ba 109\u2013 Centro Novo Hamburgo/RS Fone: (51) 3065.4250\n\n\fSalienta-se que o requisito do limite da renda, previsto no \u00a7 2\u00ba do art. 20 da Lei n. 8.742/93, n\u00e3o deve ser visto como uma limita\u00e7\u00e3o aos meios de prova da condi\u00e7\u00e3o de miserabilidade da fam\u00edlia da necessitada, mas apenas como um par\u00e2metro legal para tal aferi\u00e7\u00e3o.\nAssim restam comprovados os requisitos dos art. 203, V, da Constitui\u00e7\u00e3o da Rep\u00fablica e art. 20 da Lei 8.213/91.\nDa incapacidade\nCom efeito, cabe transcrever a patologia que acomete a parte requerente, conforme laudos e receitu\u00e1rios em anexo, seguem denomina\u00e7\u00e3o da Classifica\u00e7\u00e3o Internacional de Doen\u00e7as - CID 10:\nCID 10 F71. 1 Retardo mental moderado comprometimento significativo do comportamento, requerendo vigil\u00e2ncia ou tratamento CID 10 - F92.8 Outros transtornos mistos da conduta e das emo\u00e7\u00f5es\nTendo em vista a patologias da parte autora, requer seja realizada per\u00edcia judicial com perito m\u00e9dico especialista em PSIQUIATRIA E NEUROCIRURGIA, NEUROCIRURGIA.\nIV \u2013 DOS FUNDAMENTOS JUR\u00cdDICOS\nA pretens\u00e3o da requerente em receber o beneficio assistencial encontra-se devidamente amparada pela LEI MAIOR, especificamente no artigo 203 da Constitui\u00e7\u00e3o Federal, \u201din verbis\u201d:\n\u201cArt. 203. A assist\u00eancia social ser\u00e1 prestada a quem dela necessitar, independentemente de contribui\u00e7\u00e3o \u00e0 seguridade social, e tem por objetivos: I - a prote\u00e7\u00e3o \u00e0 fam\u00edlia, \u00e0 maternidade, \u00e0 inf\u00e2ncia, \u00e0 adolesc\u00eancia e \u00e0 velhice; II - o amparo \u00e0s crian\u00e7as e adolescentes carentes;\nRua J\u00falio de Castilhos, n.\u00ba 109\u2013 Centro Novo Hamburgo/RS Fone: (51) 3065.4250\n\n\fIII - a promo\u00e7\u00e3o da integra\u00e7\u00e3o ao mercado de trabalho; IV - a habilita\u00e7\u00e3o e reabilita\u00e7\u00e3o das pessoas portadoras de defici\u00eancia e a promo\u00e7\u00e3o de sua integra\u00e7\u00e3o \u00e0 vida comunit\u00e1ria; V - a garantia de um sal\u00e1rio m\u00ednimo de benef\u00edcio mensal \u00e0 pessoa portadora de defici\u00eancia e ao idoso que comprovem n\u00e3o possuir meios de prover \u00e0 pr\u00f3pria manuten\u00e7\u00e3o ou de t\u00ea-la provida por sua fam\u00edlia, conforme dispuser a lei.\u201d\nCom efeito, a Lei n\u00famero 8.742/93, a qual disp\u00f5e sobre a organiza\u00e7\u00e3o da Assist\u00eancia Social, aduz que:\n\u201cArt. 20. O benef\u00edcio de presta\u00e7\u00e3o continuada \u00e9 a garantia de 1 (um) sal\u00e1rio m\u00ednimo mensal \u00e0 pessoa portadora de defici\u00eancia e ao idoso com 70 (setenta) anos ou mais e que comprovem n\u00e3o possuir meios de prover a pr\u00f3pria manuten\u00e7\u00e3o e nem de t\u00ea-la provida por sua fam\u00edlia.\n\u00a7 2\u00ba Para efeito de concess\u00e3o deste benef\u00edcio, a pessoa portadora de defici\u00eancia \u00e9 aquela incapacitada para a vida independente e para o trabalho. \u00a7 3\u00ba Considera-se incapaz de prover a manuten\u00e7\u00e3o da pessoa portadora de defici\u00eancia ou idosa a fam\u00edlia cuja renda mensal per capita seja inferior a 1/4 (um quarto) do sal\u00e1rio m\u00ednimo.\u201d (Grifo nosso).\nIgualmente, o art. 2\u00b0 da mesma Lei preconiza:\n\u201cArt. 2\u00ba A assist\u00eancia social tem por objetivos:\nI - a prote\u00e7\u00e3o \u00e0 fam\u00edlia, \u00e0 maternidade, \u00e0 inf\u00e2ncia, \u00e0 adolesc\u00eancia e \u00e0 velhice; II - o amparo \u00e0s crian\u00e7as e adolescentes carentes; III - a promo\u00e7\u00e3o da integra\u00e7\u00e3o ao mercado de trabalho; IV - a habilita\u00e7\u00e3o e reabilita\u00e7\u00e3o das pessoas portadoras de defici\u00eancia e a promo\u00e7\u00e3o de sua integra\u00e7\u00e3o \u00e0 vida comunit\u00e1ria; V - a garantia de 1 (um) sal\u00e1rio m\u00ednimo de benef\u00edcio mensal \u00e0 pessoa portadora de defici\u00eancia e ao idoso que comprovem n\u00e3o possuir meios de prover a pr\u00f3pria manuten\u00e7\u00e3o ou de t\u00ea-la provida por sua fam\u00edlia. Par\u00e1grafo \u00fanico. A assist\u00eancia social realiza-se de forma integrada \u00e0s pol\u00edticas setoriais, visando ao enfrentamento da pobreza, \u00e0 garantia dos m\u00ednimos sociais, ao provimento de condi\u00e7\u00f5es para atender conting\u00eancias sociais e \u00e0 universaliza\u00e7\u00e3o dos direitos sociais.\u201d.\nPois bem, a lei supra citada mencionada garante a concess\u00e3o do beneficio assistencial ao portador de defici\u00eancia, mediante a comprova\u00e7\u00e3o de dois requisitos, ou seja:\n1) defici\u00eancia incapacitante para a vida independente e para o trabalho;\n2) impossibilidade de prover seus pr\u00f3prios meios de subsist\u00eancia ou t\u00ea-la provido pela fam\u00edlia.\nPois ora Excel\u00eancia, conforme se percebe pela leitura dos fatos, este \u00e9 o caso da requerente.\nRua J\u00falio de Castilhos, n.\u00ba 109\u2013 Centro Novo Hamburgo/RS Fone: (51) 3065.4250\n\n\fResta claro que a requente n\u00e3o tem condi\u00e7\u00f5es de prover seu pr\u00f3prio sustento, vivendo em condi\u00e7\u00f5es de miserabilidade, assim como toda sua fam\u00edlia, que dentro de suas possibilidades tentam sobreviver com a escassa renda que possuem, sem um m\u00ednimo de dignidade que a nossa Constitui\u00e7\u00e3o Federal garante.\nA par disso \u00e9 o art. 6\u00b0 da Constitui\u00e7\u00e3o Federal de 1988, o qual discorre sobre os direitos de qualquer cidad\u00e3o, proporcionando uma vida digna perante\u00e0 sociedade, garantindo acesso \u00e0 sa\u00fade, educa\u00e7\u00e3o, lazer e tantas outras necessidades b\u00e1sicas que todo ser humano deve gozar:\n\u201cArt. 6\u00ba S\u00e3o direitos sociais a educa\u00e7\u00e3o, a sa\u00fade, a alimenta\u00e7\u00e3o, o trabalho, a moradia, o lazer, a seguran\u00e7a, a previd\u00eancia social, a prote\u00e7\u00e3o \u00e0 maternidade e \u00e0 inf\u00e2ncia, a assist\u00eancia aos desamparados, na forma desta Constitui\u00e7\u00e3o.\u201d\nNo caso em tela, n\u00e3o deve se considerar os benef\u00edcios previdenci\u00e1rios percebidos pelos dois menores para fins de c\u00e1lculo da renda per capita familiar, por aplica\u00e7\u00e3o anal\u00f3gica do que disp\u00f5e o art. 34, \u00a7 \u00fanico do Lei 10.741/03, \u201cin verbis\u201d:\n\u201cArt. 34.Aos idosos, a partir de 65 (sessenta e cinco) anos, que n\u00e3o possuam meios para prover sua subsist\u00eancia, nem de t\u00ea-la provida por sua fam\u00edlia, \u00e9 assegurado o benef\u00edcio mensal de 1 (um) sal\u00e1rio-m\u00ednimo, nos termos da Lei Org\u00e2nica da Assist\u00eancia Social \u2013 Loas.\nPar\u00e1grafo \u00fanico. O benef\u00edcio j\u00e1 concedido a qualquer membro da fam\u00edlia nos termos do caput n\u00e3o ser\u00e1 computado para os fins do c\u00e1lculo da renda familiar per capita a que se refere a Loas.\u201d\nNesse sentido \u00e9 a jurisprud\u00eancia do Egr\u00e9gio Tribunal Regional Federal da 4\u00aa Regi\u00e3o, que colacionamos abaixo:\nEMENTA: PREVIDENCI\u00c1RIO. BENEF\u00cdCIO ASSISTENCIAL. CONCESS\u00c3O A MENOR DEFICIENTE. INCAPACIDADE PARA A VIDA INDEPENDENTE E PARA O TRABALHO E ESTADO DE MISERABILIDADE COMPROVADOS. SENTEN\u00c7A MANTIDA. ANTECIPA\u00c7\u00c3O DA TUTELA. 1. Inexiste impedimento \u00e0 concess\u00e3o do benef\u00edcio assistencial de presta\u00e7\u00e3o continuada a menor de idade. Ao contr\u00e1rio, a assist\u00eancia social a crian\u00e7as e adolescentes \u00e9 priorit\u00e1ria em nosso Pa\u00eds, \u00e0 luz do art. 203, incisos I e II, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal. Se o menor \u00e9 deficiente, a prote\u00e7\u00e3o social \u00e9 refor\u00e7ada, conforme os incisos IV e V do mesmo artigo. Em mat\u00e9ria de assist\u00eancia social, \u00e0 vista do princ\u00edpio da dignidade da pessoa humana, fundamento do Estado Democr\u00e1tico de Direito (CF, art. 1\u00ba, III), n\u00e3o \u00e9 poss\u00edvel interpreta\u00e7\u00e3o\nRua J\u00falio de Castilhos, n.\u00ba 109\u2013 Centro Novo Hamburgo/RS Fone: (51) 3065.4250\n\n\frestritiva contr\u00e1ria aos que a Constitui\u00e7\u00e3o e a lei manifestamente buscaram proteger. (TRF4, AC n\u00ba 0006201-83.2010.404.9999, Relator Des. Federal Celso Kipper, 6\u00aa Turma, DE 01-02-11). 2. Comprovados a incapacidade para o trabalho e para a vida independente e o estado de miserabilidade, \u00e9 de ser mantida a senten\u00e7a que concedeu o benef\u00edcio assistencial \u00e0 parte autora e condenou o INSS ao pagamento das parcelas atrasadas, desde a data do requerimento administrativo. 3. Atendidos os pressupostos do art. 273 do CPC (a verossimilhan\u00e7a do direito alegado e o fundado receio de dano irrepar\u00e1vel), \u00e9 de ser mantida a antecipa\u00e7\u00e3o da tutela anteriormente concedida. (TRF4, AC 0004638-83.2012.404.9999, Sexta Turma, Relator Jo\u00e3o Batista Pinto Silveira, D.E. 11/01/2013)\nNesse sentido, a pretens\u00e3o da requerente est\u00e1 perfeitamente amparada pela lei, ou seja, preenche todos os requisitos legais, quais sejam \u2013 pessoa portadora de defici\u00eancia e impossibilidade de prover sua subsist\u00eancia, ou contar com a renda de seus familiares.\nAssim, dever\u00e1 ser-lhe concedido o Beneficio Assistencial.\nV \u2013 DOS REQUERIMENTOS\n\u201cEx Positis\u201d, requer a Vossa Excel\u00eancia:\nV.1) Seja concedida Antecipa\u00e7\u00e3o de Tutela para condenar o INSS a conceder a autora o benef\u00edcio assistencial a pessoa com defici\u00eancia, ante o receio de dano irrepar\u00e1vel ou de dif\u00edcil repara\u00e7\u00e3obem como seja fixada multa astreintes no caso de descumprimento judicial;\nV.2) Seja julgada totalmente procedente a presente a\u00e7\u00e3o, com a concess\u00e3o definitiva do benef\u00edcio assistencial \u2013 LOAS, ao requerente;\nV.3) A condena\u00e7\u00e3o do Instituto Nacional do Seguro social \u2013 INSS, ao pagamento das parcelas do benef\u00edcio postulado, vencidas e vincendas no curso da demanda, monetariamente corrigidas desde o respectivo vencimento e acrescidas de juros legais morat\u00f3rios, incidentes at\u00e9 a data do efetivo pagamento;\nV.4) A cita\u00e7\u00e3o do Instituto Nacional do Seguro social \u2013 INSS, para que conteste esta a\u00e7\u00e3o, no prazo legal, sob pena de revelia, bem como sua intima\u00e7\u00e3o para que junte aos autos o processo administrativo;\nRua J\u00falio de Castilhos, n.\u00ba 109\u2013 Centro Novo Hamburgo/RS Fone: (51) 3065.4250\n\n\fV.5) A concess\u00e3o do benef\u00edcio da assist\u00eancia judici\u00e1ria gratuita por ser a parte autora pobre na acep\u00e7\u00e3o legal do termo, visto que junta a esta Declara\u00e7\u00e3o de Pobreza.\n\nV.6) A condena\u00e7\u00e3o do requerido nas custas processuais e honor\u00e1rios de advocat\u00edcios;\n\nV.7) Outrossim, requer-se a nomea\u00e7\u00e3o de assistente social, assim como o perito especialista em PSIQUIATRIA E NEUROCIRURGIA, NEUROCIRURGIA, para avalia\u00e7\u00e3o da situa\u00e7\u00e3o de incapacidade, socioecon\u00f4mica e as condi\u00e7\u00f5es de miserabilidade da ora requerente.\n\nV.8) Protesta-se por todos os meios de prova em direito admitidos em lei, desde que moralmente leg\u00edtimos e obtidos de forma l\u00edcita, especialmente prova documental e pericial, que desde j\u00e1 requer.\n\nD\u00e1-se a causa, valor de R$ 22000,00, para fins de distribui\u00e7\u00e3o.\n\nNestes termos, Pede deferimento.\nNovo Hamburgo, 10 de agosto de 2021.\n\nData do Indeferimento Protocolo na Justi\u00e7a Federal Sal\u00e1rio mensal do benef\u00edcio Parcelas vencidas Total de parcelas vencidas Parcelas vincendas Total de parcelas vincendas Valor da Causa\n\n19/01/2021 10/08/2021 R$ 1100,00\n8 R$ 8800,00\n12 R$ 13.200,00 R$ 22000,00\n\nANELISE IGLESIAS FONINI OAB/RS 103.348\n\nRua J\u00falio de Castilhos, n.\u00ba 109\u2013 Centro Novo Hamburgo/RS Fone: (51) 3065.4250\n\n\f" } ], "similar_texts_federais_solon": [ { "header": "Texto Similar 1 (Solon) - IdDocumentoCompleto: 5005186-69.2017.4.04.7114-711507547342605971140968798590", "text": "EXCELENT\u00cdSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) FEDERAL DA VARA DO JUIZADO ESPECIAL FEDERAL DA SUBSE\u00c7\u00c3O JUDICI\u00c1RIA DE LAJEADO SE\u00c7\u00c3O JUDICI\u00c1RIA DO RIO GRANDE DO SUL.\nLOENIR ODILA MEZACASA, brasileira, vi\u00fava, desempregada, portadora da c\u00e9dula de identidade 6052567606, inscrita no CPF sob n\u00ba 381.315.790-34, residente e domiciliada na Av. Senador Alberto Pasqualini, n\u00ba 3725, Bairro Universit\u00e1rio, Lajeado/RS, por seu procurador signat\u00e1rio, instrumento de mandato ora incluso, GUSTAVO FELLER MARTHA, brasileiro, divorciado, advogado, inscrito na OAB/RS sob n\u00ba 53.932, com, escrit\u00f3rio profissional localizado na Avenida Benjamim Constant, 1025, sala 101, Centro, Lajeado/RS, vem respeitosamente \u00e0 presen\u00e7a de Vossa Excel\u00eancia, para requerer:\nA\u00c7\u00c3O PREVIDENCI\u00c1RIA DE CONCESS\u00c3O DE BENEF\u00cdCIO ASSISTENCIAL, COM ANTECIPA\u00c7\u00c3O DE TUTELA, em face do:\nINSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL \u2013 INSS, autarquia p\u00fablica federal com sede em Bras\u00edlia - DF e Superintend\u00eancia Estadual na cidade de Novo Hamburgo, sito na Rua Bento Gon\u00e7alves, 1891, Novo Hamburgo, pelos fatos e fundamentos jur\u00eddicos, a seguir exposto:\nAvenida Benjamim Constant, 1025, loja 101, Centro, Lajeado/RS \u2013 Telefone: 51 3709-1876\n\n\fI \u2013 PRELIMINARMENTE\nRequer, a concess\u00e3o de ASSIST\u00caNCIA JUDICI\u00c1RIA GRATUITA, por ser pobre sem condi\u00e7\u00f5es de pagar as custas processuais, de acordo com a lei 1.060/50.\nSolicita-se que a institui\u00e7\u00e3o requerida acoste ao presente, c\u00f3pia do processo administrativo da ora requerente.\nII \u2013 DA ANTECIPA\u00c7\u00c3O DE TUTELA\nAssiste a parte autora o direito de perceber o amparo assistencial ao portador de defici\u00eancia, pois adimpliu todos os requisitos para a concess\u00e3o do benef\u00edcio:\nConforme documenta\u00e7\u00e3o juntada ao processo, a parte autora possui graves problemas de sa\u00fade, al\u00e9m de preencher o quesito de miserabilidade. Cabe salientar que a autora n\u00e3o tem condi\u00e7\u00f5es de trabalhar, deste modo sem obter meios de prover seu sustento e seu tratamento.\nOra, o beneficio de presta\u00e7\u00e3o continuada visa o amparo social, da fam\u00edlia do beneficiado, a antecipa\u00e7\u00e3o de tutela no caso em particular garantir\u00e1 o m\u00ednimo de dignidade humana \u00e0 parte autora, direito consagrado pelo art.1\u00ba inciso III da Carta Magna de 1988.\nCaso n\u00e3o seja concedida a antecipa\u00e7\u00e3o de tutela, a parte requerente ser\u00e1 extremamente prejudicada, pois exige o m\u00ednimo de dignidade e cuidados especiais devidos seus problemas de sa\u00fade.\nIII - DOS FATOS\nA parte autora apresentou pedido de benef\u00edcio assistencial ao portador de defici\u00eancia junto ao INSS, na data de 30/05/2017, onde realizou processo administrativo e obteve negado seu pedido.\nAvenida Benjamim Constant, 1025, loja 101, Centro, Lajeado/RS \u2013 Telefone: 51 3709-1876\n\n\fSem alternativa, a parte autora ingressa em ju\u00edzo para requer seu beneficio assistencial posto que esta enquadrada nos requisitos impostos pela Lei 8.742/93.\nAssim para uma melhor cogni\u00e7\u00e3o passo a descrever a situa\u00e7\u00e3o econ\u00f4mica, sendo que a incapacidade laboral da parte autora fica comprovada conforme laudo anexo.\n\u2013 DA MISERABILIDADE\nPara demonstrar que a autora cumpre o requisito legal referente \u00e0 miserabilidade cumpre detalhar o n\u00facleo familiar da parte autora, bem como suas condi\u00e7\u00f5es financeiras e de moradia:\nSalienta-se que a parte autora possui graves problemas de sa\u00fade, estes lhe impedem para o labor, e ainda depende do aux\u00edlio de terceiros que \u00e9 feito por sua nora (eis que o filho abandonou o lar). Ou seja, a autora e sua fam\u00edlia sobrevivem com o auxilio de amigos e familiares, sendo imposs\u00edvel continuar vivendo desta forma, tendo em vista os gastos que a autora possui para manter suas necessidades, tratamentos e medica\u00e7\u00e3o, por\u00e9m n\u00e3o pode laborar.\nDiante desta situa\u00e7\u00e3o acima arrolada, nota-se o desamparo que se encontra a autora, n\u00e3o possuindo meios de se manter, ou seja, se encontra em estado prec\u00e1rio, deste modo fica claro que \u00e9 extremamente dif\u00edcil manter uma vida digna, pois al\u00e9m de contas rotineiras (\u00e1gua, luz, comida, vestu\u00e1rio...), necessita comprar rem\u00e9dios e manter tratamentos.\nAo fazer a per\u00edcia foi informado de que n\u00e3o teria direito, pois n\u00e3o atende ao crit\u00e9rio de defici\u00eancia para acesso ao benef\u00edcio, por\u00e9m diante das provas documentais elaboradas pelo seu m\u00e9dico que seguem anexos, \u00e9 fato not\u00f3rio que a parte autora tem s\u00e9rios problemas de sa\u00fade inclusive vis\u00edveis, visto que al\u00e9m de problemas de sa\u00fade, n\u00e3o tem qualidade profissional, \u00e9 desamparada da previd\u00eancia social, dependendo, portanto do beneficio pleiteado para poder ter uma vida digna, e manter suas necessidades b\u00e1sicas.\nAvenida Benjamim Constant, 1025, loja 101, Centro, Lajeado/RS \u2013 Telefone: 51 3709-1876\n\n\f\u2013 DA JURISPRUD\u00caNCIA\nPedido de Uniformiza\u00e7\u00e3o n\u00b0 2007.70.50.01.0865-9. Se\u00e7\u00e3o Judici\u00e1ria do Paran\u00e1. Juiz Federal Ot\u00e1vio Henrique Martins Port\n\u201cNo presente caso, restou plenamente comprovado que o autor \u00e9 incapaz para qualquer atividade laborativa, conforme atestado pelo \u201cexpert\u201d judicial e reconhecido pelo ac\u00f3rd\u00e3o recorrido. A transitoriedade de sua incapacidade n\u00e3o \u00e9 \u00f3bice \u00e0 concess\u00e3o do benef\u00edcio, visto que o crit\u00e9rio de definitividade da incapacidade n\u00e3o est\u00e1 previsto no aludido diploma legal. Ao rev\u00e9s, o artigo 21 da referida lei corrobora o car\u00e1ter tempor\u00e1rio do benef\u00edcio em quest\u00e3o, ao estatuir que o benef\u00edcio \u201cdeve ser revisto a cada 2 (dois) anos para avalia\u00e7\u00e3o da continuidade das condi\u00e7\u00f5es que lhe deram origem.\u201d Por se tratar, portanto, o ato concess\u00f3rio do benef\u00edcio assistencial de ato pass\u00edvel de revis\u00e3o a cada 2 (dois) anos, nada impede que o benef\u00edcio seja concedido em car\u00e1ter tempor\u00e1rio, como \u00e9 de sua pr\u00f3pria natureza, sendo cessado ap\u00f3s a regular reabilita\u00e7\u00e3o do benefici\u00e1rio. Por todo o expendido, sobejamente comprovada a incapacidade total da parte autora para o trabalho, ainda que tempor\u00e1ria.\u201d\n\u201cPREVIDENCI\u00c1RIO. BENEF\u00cdCIO ASSISTENCIAL. ARTS. 203, V DA CF/88 E 20 DA LEI 8.742/93. RENDA M\u00cdNIMA. REVIS\u00c3O ADMINISTRATIVA BIANUAL. 1. A concess\u00e3o do amparo assistencial \u00e9 devida \u00e0s pessoas portadoras de defici\u00eancias e idosos, mediante a demonstra\u00e7\u00e3o de n\u00e3o possu\u00edrem meios de prover \u00e0 pr\u00f3pria manuten\u00e7\u00e3o ou de t\u00ea-la provida por sua fam\u00edlia. 2. Tem entendido esta Corte, na linha de precedente do STJ, que o limite de \u00bc do sal\u00e1rio m\u00ednimo como renda familiar per capita representa apenas um par\u00e2metro objetivo de miserabilidade, podendo ser excedido se o caso concreto assim o justificar. 3. \u00c9 poss\u00edvel a revis\u00e3o administrativa bianual do benef\u00edcio, porquanto se trata de provid\u00eancia amparada em lei (artigo 21 da Lei n\u00ba 8.742/93).\u201d (grifos acrescidos) (TRF-4\u00aa Regi\u00e3o, Sexta Turma, AC n\u00ba 502994, Decis\u00e3o Un\u00e2nime, Re. Des. Federal Victor Luiz dos Santos Laus, julgado em 30/06/2004, DJ de 11/08/2004, p. 454).\nVisando a prote\u00e7\u00e3o a autora, requer-se a imediata implanta\u00e7\u00e3o do benef\u00edcio de n\u00ba7023808150, que \u00e9 de direito, pois a parte autora n\u00e3o possui condi\u00e7\u00f5es financeiras de sobreviver, ingressando neste Ju\u00edzo para a realiza\u00e7\u00e3o de averigua\u00e7\u00e3o social do douto juiz, onde ficar\u00e1 demonstrado e comprovado que a autora cumpre com o crit\u00e9rio de miserabilidade e defici\u00eancia.\nAvenida Benjamim Constant, 1025, loja 101, Centro, Lajeado/RS \u2013 Telefone: 51 3709-1876\n\n\f\u2013 DA INCAPACIDADE Tendo em vista as doen\u00e7as da autora, ser da \u00e1rea TRAUMATOL\u00d3GICA, requer que seja realizada per\u00edcia judicial com perito m\u00e9dico especialista em TRAUMATOLOGIA. Com efeito, cabe transcrever as patologias que acometem a requerente, conforme laudos e atestados anexos: \uf0b7 CID 10 \u2013 M25.5 Dor articular \uf0b7 CID 10 \u2013 M54.5 Dor lombar baixa RAZ\u00c3O PELA QUAL, REQUER SEJA PROCEDIDA PER\u00cdCIA COM TRAUMATOLOGISTA.\nIV - DOS FUNDAMENTOS JUR\u00cdDICOS\n- DA CONSTITUI\u00c7\u00c3O FEDERAL\nA constitui\u00e7\u00e3o assim disp\u00f5e, em seu art. 203, caput e seus incisos I, II e V:\nArt. 203. A Assist\u00eancia social ser\u00e1 prestada a quem dela necessitar, independente da contribui\u00e7\u00e3o \u00e0 seguridade social, e tem por objetivos:\nI \u2013 a prote\u00e7\u00e3o \u00e0 fam\u00edlia, \u00e0 maternidade, \u00e0 inf\u00e2ncia, \u00e0 adolesc\u00eancia e \u00e0 velhice;\nII \u2013 o amparo \u00e0s crian\u00e7as e adolescentes carentes; (...)\nV \u2013 a garantia de um sal\u00e1rio m\u00ednimo de benef\u00edcio mensal \u00e0 pessoa portadora de defici\u00eancia e ao idoso que comprovem n\u00e3o possuir meios de prover \u00e0 pr\u00f3pria manuten\u00e7\u00e3o ou de t\u00ea-la provida por sua fam\u00edlia, conforme dispuser a lei.\nVerificamos pelo exposto acima que a requerente preenche os requisitos legais exigidos pela nossa carta Magna, para aquisi\u00e7\u00e3o do benef\u00edcio.\nAvenida Benjamim Constant, 1025, loja 101, Centro, Lajeado/RS \u2013 Telefone: 51 3709-1876\n\n\fTamb\u00e9m a lei n\u00b0 8.742/93 estabelece seu art. 1\u00b0, \u00a7 \u00fanico, que a Assist\u00eancia Social, \u00e0 garantia dos m\u00ednimos sociais.\nInfelizmente a autora n\u00e3o foi abrangida pelos direitos assegurados em nosso ordenamento, visto que al\u00e9m de possuir problemas de sa\u00fade, n\u00e3o tem meios de prover o seu sustento nem ter provido por sua fam\u00edlia, mantendo m\u00ednimo de dignidade.\nV - DO PEDIDO\nDiante do exposto, requer-se digne V. Exa.\n1. Determinar a antecipa\u00e7\u00e3o de tutela, ordenando o pagamento do amparo assistencial pelo INSS, desde o requerimento do benef\u00edcio, tudo devidamente corrigido monetariamente, e tamb\u00e9m as parcelas vincendas, assim como as custas processuais e honor\u00e1rios advocat\u00edcios.\n2. Requer-se o restabelecimento/concess\u00e3o do beneficio pleiteado, com DIP e DIB em 30/05/2017;\n3. A determina\u00e7\u00e3o de multa astreintes para o caso de descumprimento judicial da antecipa\u00e7\u00e3o de tutela;\n4. Pede-se a cita\u00e7\u00e3o da parte r\u00e9, no endere\u00e7o supracitado, para que conteste esta a\u00e7\u00e3o, no prazo legal, sob pena de revelia.\n5. Determinar que a parte r\u00e9 traga aos autos todos os documentos que instruem processo administrativo.\n6. A concess\u00e3o do benef\u00edcio da Assist\u00eancia Judici\u00e1ria Gratuita, nos termos da Lei 1.060/50, haja vista, n\u00e3o ter a requerente condi\u00e7\u00f5es financeiras de arcar com as custas processuais sem preju\u00edzo do pr\u00f3prio sustento, visto que junta a esta a\u00e7\u00e3o Declara\u00e7\u00e3o de Pobreza.\nAvenida Benjamim Constant, 1025, loja 101, Centro, Lajeado/RS \u2013 Telefone: 51 3709-1876\n\n\f7. Outrossim, requer-se a nomea\u00e7\u00e3o de perito em TRAUMATOLOGIA escolhido por este MM. Ju\u00edzo, para a realiza\u00e7\u00e3o da per\u00edcia m\u00e9dica, inclusive os exames necess\u00e1rios e indispens\u00e1veis para a constata\u00e7\u00e3o da doen\u00e7a, respondendo aos quesitos formulados e apresentados abaixo.\n8. Requer a total proced\u00eancia da a\u00e7\u00e3o.\n\nVI - PROTESTO DE PROVAS\n\nProtesta-se por todos os meios de prova em direito admitidos, ainda que n\u00e3o especificados no CPC, desde que moralmente leg\u00edtimos e obtidos de forma l\u00edcita, especialmente prova pericial, que desde j\u00e1 o requer.\n\nD\u00e1-se a causa, valor de R$15.929,00, para fins de distribui\u00e7\u00e3o, conforme tabela abaixo elaborada de acordo com o artigo 292 par\u00e1grafos 1\u00ba e 2\u00ba do CPC.\n\nVALOR DA CAUSA Sal\u00e1rio mensal do benef\u00edcio Parcelas vencidas Total de parcelas vencidas Parcelas vincendas Total de parcelas vincendas Valor da Causa\n\nR$\n\n937,00\n\n5\n\nR$ 4.685,00\n\n12\n\nR$ 11.244,00\n\nR$ 15.929,00\n\nNestes termos, pede deferimento.\n\nLajeado, 09 de outubro de 2017.\n\nGUSTAVO FELLER MARTHA OAB/RS 53.932\n\nAvenida Benjamim Constant, 1025, loja 101, Centro, Lajeado/RS \u2013 Telefone: 51 3709-1876\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 2 (Solon) - IdDocumentoCompleto: 5038905-50.2018.4.04.7100-711530886076699021125174843782", "text": "EXCELENTISSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) FEDERAL DO ___ JUIZADO ESPECIAL C\u00cdVEL DA SUBSE\u00c7\u00c3O DE PORTO ALEGRE/RS\nCELIA PINTO RUDUIT, brasileira, casada, do lar, CPF 20762496053, RG 4090020365, residente e domiciliada na Rua Toquio, 555, Primavera, Gua\u00edba, RS 92500-000, n\u00e3o possui e-mail. Neste ato representado pelo seu bastante procurador que ora subscreve: vem perante este ju\u00edzo para apresentar pedido de: CONCESS\u00c3O DE AUX\u00cdLIO-DOEN\u00c7A/APOSENTADORIA POR INVALIDEZ OU AUX\u00cdLIO ACIDENTE, com pedido de antecipa\u00e7\u00e3o dos efeitos da tutela Em face do: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL \u2013 INSS Pelos motivos f\u00e1ticos e de direitos a seguir demonstrados. NB 6238016756\nDOS FATOS A autora possui problemas de ordem ortop\u00e9dica e traumatol\u00f3gica tendo s\u00edndrome do t\u00fanel\ndo carpo, em ambas as m\u00e3os, n\u00e3o tendo for\u00e7a nas m\u00e3os para segurar ou tentar abrir algo. Precisando do benef\u00edcio de Aux\u00edlio-Doen\u00e7a ou Aposentadoria por invalidez ou\nsubsidiariamente Aux\u00edlio-Acidente, pois n\u00e3o tem condi\u00e7\u00f5es algumas de trabalhar. A autora sente fortes dores na m\u00e3os e no nervo do bra\u00e7o, ainda tem diabetes, o problema nas\nm\u00e3os pode ter sido causado pela fun\u00e7\u00e3o de cozinheira, pleiteando subsidiariamente o aux\u00edlioacidente caso verificado, possui baixa press\u00e3o.\nEst\u00e1 fazendo fisioterapia, e os exames s\u00e3o pagos tendo custeado exames para seu tratamento necessitando do benef\u00edcio para pagar o tratamento m\u00e9dico.\nAinda a autora possui problemas na coluna conforme laudos em anexo. Ainda foi encaminhada para cirurgia. Sendo os seguintes CID: CID 10 G56.0 M54.5\n\n\fA autora est\u00e1 tomando diariamente METFORMINA 850 MG, OMEPRAZOL, CATOPRIL, FTZ.\n1.2 \u2013 Gratuidade da Justi\u00e7a\nO autor n\u00e3o possui condi\u00e7\u00f5es de contratar advogado para defesa de seus direitos, nem tampouco para custear despesas processuais, sem preju\u00edzo de seu sustento pr\u00f3prio e familiar, motivo pelo qual necessita e requer o benef\u00edcio da assist\u00eancia judici\u00e1ria gratuita.\n2 \u2013 FUNDAMENTOS JUR\u00cdDICOS\n2.1 \u2013 Direito ao aux\u00edlio-doen\u00e7a\nSabemos que o benef\u00edcio do aux\u00edlio-doen\u00e7a est\u00e1 amparado pela Constitui\u00e7\u00e3o Federal (art. 201, I) e tamb\u00e9m normatizado pela Lei n.\u00b0 8.213/91 (art. 59): \u201c O aux\u00edlio-doen\u00e7a ser\u00e1 devido ao segurado que, havendo cumprido, quando for o caso, o per\u00edodo de car\u00eancia exigido nesta Lei, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos\u201d.\n2.2 \u2013 Indeferimento ilegal\nO fundamento utilizado pela r\u00e9 ao negar o benef\u00edcio pretendido \u00e9 equivocado; baseia-se na exist\u00eancia de capacidade laborativa do autor, na verdade, inexistente. a autora est\u00e1, incapaz de exercer qualquer atividade laborativa, fato corroborado por pareceres elaborados por m\u00e9dicos especialistas Assim, restando comprovadas a tempor\u00e1ria incapacidade laborativa do autor e sua leg\u00edtima condi\u00e7\u00e3o de segurado faz ele jus \u00e0 concess\u00e3o do aux\u00edlio-doen\u00e7a com convers\u00e3o em aposentadoria por invalidez.\n2.3 \u2013 Necessidade de per\u00edcia por m\u00e9dico especialista\nRequer-se que a nomea\u00e7\u00e3o do perito judicial recaia sobre m\u00e9dicos especialistas nas \u00e1reas em comento.\n2.4 \u2013 Antecipa\u00e7\u00e3o dos efeitos da tutela\nComprovado total necessidade da autora receber seu aux\u00edlio-doen\u00e7a/ aposentadoria por invalidez, possui acompanhamento mensal com m\u00e9dico ortopeditas, est\u00e1 totalmente incapacitado para o trabalho, requer seja implementado o auxil\u00edo doen\u00e7a inaudita altera parte, com intima\u00e7\u00e3o do INSS para que conceda o benef\u00edcio a autora comprovado seu estado cr\u00edtico de sa\u00fade e sua qualidade de segurada.\nA verossimilhan\u00e7a da alega\u00e7\u00e3o 294 NCPC se encontra devidamente demonstrada atrav\u00e9s da argumenta\u00e7\u00e3o exposta e pelos documentos juntados que comprovam \u2013 se tratando de mat\u00e9ria previdenci\u00e1ria, a natureza alimentar do benef\u00edcio \u00e9 suficiente para caracterizar o risco de dano irrepar\u00e1vel ou de dif\u00edcil repara\u00e7\u00e3o. J\u00e1 referente \u00e0 irreversibilidade do provimento destacamos o princ\u00edpio da proporcionalidade, que no embate constitucional do direito \u00e0 vida versus direito econ\u00f4mico, autoriza a antecipa\u00e7\u00e3o dos efeitos da tutela em favor do autor, ainda per\u00edcia m\u00e9dica para\n\n\fcomprovar o quadro agravado da autora. 3 \u2013 PEDIDOS Diante do exposto, requer-se a Vossa Excel\u00eancia a (o): a antecipa\u00e7\u00e3o de tutela para que conceda APOSENTADORIA POR INVALIDEZ ou AUX\u00cdLIO DOEN\u00c7A/AUXILIO ACIDENTE, sob pena de multa di\u00e1ria a ser revertida em favor do autor. a) cita\u00e7\u00e3o da r\u00e9 para, querendo, comparecer \u00e0 audi\u00eancia de concilia\u00e7\u00e3o e resposta, e apresentar defesa, com as advert\u00eancias previstas no artigo b) concess\u00e3o do benef\u00edcio da justi\u00e7a gratuita c) antecipa\u00e7\u00e3o dos efeitos da tutela para que seja marcada per\u00edcia m\u00e9dica com m\u00e9dico expert Especialista em ortopedista/traumatologia. d) intima\u00e7\u00e3o da r\u00e9 para que traga aos autos toda a documenta\u00e7\u00e3o que disp\u00f5e para esclarecimento da causa, relativo ao benef\u00edcio requerido administrativamente (art. 11, Lei n.\u00b0 10.259/01); e) nomea\u00e7\u00e3o de m\u00e9dico especialista para a realiza\u00e7\u00e3o de exame pericial\nf) condena\u00e7\u00e3o da r\u00e9 aos \u00f4nus sucumbenciais , com fixa\u00e7\u00e3o de honor\u00e1rios advocat\u00edcios no percentual de 20% sobre o valor da condena\u00e7\u00e3o em favor do advogado, pelo trabalho exercido.\nPEDE DEFERIMENTO\nR$ 10.860,00 valor da causa Gua\u00edba 06 de JULHO de 2018.\nALAN ROCHA OAB/RS 100360\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 3 (Solon) - IdDocumentoCompleto: 5000193-41.2016.4.04.7106-711453722171736721140000000001", "text": "TANIA BEATRIZ ALVES SOARES Advogada OAB/RS48.487\n_______________________________________________\nEXCELENTISSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DE DIREITO DA 2\u00aa VARA FEDERAL DA COMARCA DE SANTANA DO LIVRAMENTO-RS-JUIZADO ESPECIAL FEDERAL ADJUNTO.\nJUSTI\u00c7A GRATUITA COM PEDIDO LIMINAR\nSILVIA CRISTINA BERNARDES RODRIGUES, brasileira, solteira, desempregada, portadora do RG n\u00b0 9122484455, CPF n\u00b0 027.330.310/40, residente e domiciliada na Rua Luis Jensen, n\u00b0 1153, Ros\u00e1rio do Sul, RS, atrav\u00e9s de sua advogada no final subscrito com instrumento de mandato em anexo, com escrit\u00f3rio profissional na Rua Amaro Souto, n\u00ba 2604, centro, em Ros\u00e1rio do Sul, onde recebera intima\u00e7\u00f5es, vem respeitosamente perante Vossa Excel\u00eancia para propor a presente\nA\u00c7\u00c3O PREVIDENCI\u00c1RIA de CONCESS\u00c3O DO BENEF\u00cdCIO\nL.O.A.S.\nContra o INSTITUTO NACIONAL DE SEGURO SOCIAL-INSS- Autarquia federal de seguro Social com gerencia executiva nesta cidade na Rua Silveira Martins, n\u00ba 464, em Santana do Livramento, com fulcro no artigo 282 e seguintes do C\u00f3digo de Processo Civil Brasileiro, bem como, Leis n\u00ba 8.213, de 24 de julho de 1.991, 8.742, de 07 de dezembro 1.993 e artigo 203, V, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal, requerendo liminarmente se digne o MM. Ju\u00edzo deferir-lhe os benef\u00edcios da JUSTI\u00c7A GRATUITA, face aos termos da Lei Federal n\u00ba 1.060/50, porquanto declara-se pobre, na acep\u00e7\u00e3o jur\u00eddica do termo, pelos motivos de direito a seguir expostos:\n1\n\n\fTANIA BEATRIZ ALVES SOARES Advogada OAB/RS48.487\n_______________________________________________\nI - DOS FATOS\n01.- A autora protocolou junto \u00e0 Autarquia Previdenci\u00e1ria, pedido de benef\u00edcio Assistencial ao deficiente f\u00edsico (701.837.271-3) em 05/11/2015, esp\u00e9cie 87, sendo que o pedidos foi indeferido, sob a alega\u00e7\u00e3o de n\u00e3o atender ao requisito de impedimento de longo prazo, sob a alega\u00e7\u00e3o de que n\u00e3o h\u00e1 enquadramento o art. 20,\u00a7 2\u00ba e 10 da lei 8.742/93, conforme c\u00f3pia de comunica\u00e7\u00e3o de decis\u00e3o anexa.\n03.- Contudo, o que pode ser interpretado pela decis\u00e3o administrativa da Autarquia Previdenci\u00e1ria \u00e9 que, apesar da documenta\u00e7\u00e3o e laudos m\u00e9dicos juntados no processo administrativo, o motivo do indeferimento do beneficio previdenci\u00e1rio pleiteado pela autora baseia sob a alega\u00e7\u00e3o de n\u00e3o constata\u00e7\u00e3o de incapacidade para o trabalho e para a vida independente por per\u00edodo superior a 02 anos.\n04.- A autarquia Previdenci\u00e1ria n\u00e3o deu maior aten\u00e7\u00e3o as condi\u00e7\u00f5es pessoais da autora que \u00e9 pessoa com grave enfermidade, e que n\u00e3o pode trabalhar, devido a sua enfermidade, bem como a necessidade de tratamento especializado para obter uma sobrevida, apesar de continuar enfermo e incapacitada para suas atividade habitual e laboral, n\u00e3o havendo previs\u00e3o inferior a dois anos para definir com o tratamento a melhor capaz de recuperar a capacidade laborativa da autora, raz\u00e3o pela qual desde j\u00e1 requer a concess\u00e3o do beneficio de amparo assistencial ao deficiente.\n05.- Cabe ressaltar que n\u00e3o foi analisado a situa\u00e7\u00e3o econ\u00f4mica da fam\u00edlia da autora, que vivem em condi\u00e7\u00f5es prec\u00e1rias, inclusive as dificuldades econ\u00f4micas da fam\u00edlia tem maior dimens\u00e3o tendo em vista que o autor necessita de medicamentos e tratamento m\u00e9dico especializado, da qual tem dificuldade para manter as despesas com a alimenta\u00e7\u00e3o e tratamento m\u00e9dico, tendo gastos de transporte e alimenta\u00e7\u00e3o para alcan\u00e7ar parte do tratamento adequado.\n06.- A autora se encontra desempregado sem condi\u00e7\u00f5es de manter as despesas com alimenta\u00e7\u00e3o e tratamento m\u00e9dico adequado. 07.- A Requerente \u00e9 deficiente f\u00edsica, portador de CID 10 \u2013 F 31. Transtorno afetivo bipolar, epis\u00f3dio atual hipoman\u00edaco , cabe ressaltar que a autora \u00e9 usu\u00e1ria do CAPS ROSUL, es\u00e1 em tratamento\n2\n\n\fTANIA BEATRIZ ALVES SOARES Advogada OAB/RS48.487\n_______________________________________________\nm\u00e9dico, fazendo uso de v\u00e1rios medicamento, conforme comprova atrav\u00e9s de atestado m\u00e9dico, e exames anexos, anexo.\n08.- Conv\u00e9m informar que a autora sobrevive de ajuda, que \u00e9 uma pessoa pobre desempregada e sem condi\u00e7\u00f5es financeiras, de favor, diante do estado de miserabilidade do autor que comove pessoas que alcan\u00e7am ajuda.\n09.- \u00c9 necess\u00e1rio que seja concedido \u00e0 requerente o Benef\u00edcio L.O.A.S para que, assim, as normas contidas na legisla\u00e7\u00e3o Lei 8.742/93, arts. 1\u00ba e 2\u00ba , V, e art. 20 e seguintes da referida lei sejam cumpridas.\n10.- A pretens\u00e3o do (a) autor (a) vem amparada no art. 203, inciso I, II, e V, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal de 1988, Assim como nas demais normas aqui debatidas.\n11.- Como \u00faltimo meio de fazer valer o seu direito, a requerente procura a presta\u00e7\u00e3o Jurisdicional do Estado, a fim de fazer Justi\u00e7a!\nII.- DO DIREITO\nA autora PREENCHE TODOS OS REQUISITOS QUE AUTORIZAM A CONCESS\u00c3O DO BENEF\u00cdCIO PLEITEADO, porquanto a renda mensal per capta do grupo familiar \u00e9 prec\u00e1ria, n\u00e3o sendo suficiente para garantir a sua manuten\u00e7\u00e3o com dignidade.\nLogo, todos os requisitos encontram-se presentes no caso em tela, e a n\u00e3o concess\u00e3o do benef\u00edcio ao requerente contraria os princ\u00edpios do instituto em quest\u00e3o, quer seja o enfrentamento da pobreza e a constru\u00e7\u00e3o de uma sociedade livre, justa e solid\u00e1ria (incisos I e III do artigo 3\u00ba da Constitui\u00e7\u00e3o Federal), atrav\u00e9s da garantia dos m\u00ednimos sociais.\nRelacionados \u00e0s presta\u00e7\u00f5es sociais (art. 6\u00ba, CF), exatamente porque estabelece o art. 1\u00ba do Pergaminho Inaugural:\n\"A Rep\u00fablica Federativa do Brasil, formada pela uni\u00e3o indissol\u00favel dos\n3\n\n\fTANIA BEATRIZ ALVES SOARES Advogada OAB/RS48.487\n_______________________________________________\nEstados e Munic\u00edpios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado democr\u00e1tico de direito e tem como fundamentos: (...) III - a dignidade da pessoa humana; (...)\" Neste sentido, decidiu favoravelmente a primeira turma do Tribunal Regional Federal da 4\u00aa Regi\u00e3o, conforme segue:\nA pretens\u00e3o do (a) autor (a) vem amparada no art. 203, inciso I, II, e V, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal de 1988, Assim como nas demais normas aqui debatidas.\nA Constitui\u00e7\u00e3o Federal instituiu o benef\u00edcio assistencial ao deficiente e ao idoso nos seguintes termos:\nArt. 203. A assist\u00eancia social ser\u00e1 prestada a quem dela necessitar, independentemente da contribui\u00e7\u00e3o \u00e0 seguridade social, e tem por objetivos: (...) V - a garantia de um sal\u00e1rio m\u00ednimo de benef\u00edcio mensal \u00e0 pessoa portadora de defici\u00eancia e ao idoso que comprovem n\u00e3o possuir meios de prover \u00e0 pr\u00f3pria manuten\u00e7\u00e3o ou de t\u00ea-la provida por sua fam\u00edlia, conforme dispuser a lei.\nCom rela\u00e7\u00e3o \u00e0 incapacidade para a vida independente e para o trabalho, \u00e9 \u00f3bvio que o requerente v\u00ea-se prejudicado, em virtude de sua defici\u00eancia mental e org\u00e2nica.\nO Decreto n\u00ba 3.048/99 \u2013 Regulamento da Previd\u00eancia Social, o artigo 3\u00ba assim diz:\n4\n\n\fTANIA BEATRIZ ALVES SOARES Advogada OAB/RS48.487\n_______________________________________________\n\n\u201cArt. 3\u00ba A assist\u00eancia \u00e9 a\n\npol\u00edtica social que prov\u00ea o\n\natendimento das necessidades\n\nb\u00e1sicas, traduzidas e prote\u00e7\u00e3o \u00e1\n\nfam\u00edlia, \u00e1 maternidade, \u00e1\n\ninf\u00e2ncia, \u00e1 adolesc\u00eancia, \u00e1\n\nvelhice e \u00e1 pessoa portadora\n\ndefici\u00eancia, independente de\n\ncontribui\u00e7\u00e3o\n\n\u00e1\n\nseguridade\n\nsocial.\u201d( o grifo e\u00b4nosso).\n\nO art. 20, \u00a7 2\u00ba, da Lei n\u00ba 8.742/93, foi modificado pela Lei n\u00ba 12.435/2011, e passou a dispor:\n\u201c\u00a7 2o Para efeito de concess\u00e3o deste benef\u00edcio, considera-se:\nI - pessoa com defici\u00eancia: aquela que tem impedimentos de longo prazo de natureza f\u00edsica, intelectual ou sensorial, os quais, em intera\u00e7\u00e3o com diversas barreiras, podem obstruir sua participa\u00e7\u00e3o plena e efetiva na sociedade com as demais pessoas;\nII - impedimentos de longo prazo: aqueles que incapacitam a pessoa com defici\u00eancia para a vida independente e para o trabalho pelo prazo m\u00ednimo de 2 (dois) anos\u201d.\n\nO art. 20, \u00a7 2\u00ba, da Lei n\u00ba 8.742/93 passou a listar como requisito do BPC a defici\u00eancia, compreendida como um fen\u00f4meno biol\u00f3gico e social que impede a pessoa de prover a sua pr\u00f3pria subsist\u00eancia n\u00e3o apenas de forma permanente, bastando que isso ocorra por um longo prazo.\n\n5\n\n\fTANIA BEATRIZ ALVES SOARES Advogada OAB/RS48.487\n_______________________________________________\nO novo conceito legal de defici\u00eancia para fins de concess\u00e3o de beneficio assist\u00eancia \u00e9 assim considerado deficiente a pessoa que tenha um impedimento de longo prazo (no m\u00ednimo 2 anos), que lhe cause incapacidades biol\u00f3gicas (f\u00edsicas, intelectuais ou sensoriais) e limita\u00e7\u00f5es ao seu desempenho social (barreiras derivadas dos pr\u00f3prios limites biol\u00f3gicos, seja pelas dificuldades inerentes a eles, seja pela inexist\u00eancia de adapta\u00e7\u00e3o f\u00edsica \u00e0 defici\u00eancia, que dificultem a intera\u00e7\u00e3o social) para sua vida independente e laborativa.\n\nEssa defini\u00e7\u00e3o veio pacificar a controv\u00e9rsia at\u00e9 ent\u00e3o existente acerca da possibilidade ou n\u00e3o de se conceder o benef\u00edcio assistencial de presta\u00e7\u00e3o continuada para pessoa que n\u00e3o tenha uma defici\u00eancia permanente, basta que a incapacidade seja por tempo prolongado ou no m\u00ednimo de 02 anos, que \u00e9 o caso do autor que vem tratando a sua enfermidade incapacitante, necessitando de tratamento continuo para que possa ter uma sobrevida apesar de incapacitada para sua atividades habituais e laboral.\nA miserabilidade restar\u00e1 comprovada no momento oportuno, contudo, dever\u00e1 ser entendida em um sentido mais amplo, num contexto do objeto maior, previsto na CF, levando em considera\u00e7\u00e3o a dignidade humana. Sobre a quest\u00e3o, relevante destacar o julgado desta Corte: AI n.\u00ba 2002.04.01.046195-1/PR, relatado pelo Desembargador Federal Antonio Albino Ramos de Oliveira, DJ de 09.04.2003, p. 608.\n\nNesse sentido a orienta\u00e7\u00e3o seguida no STJ e neste Tribunal:\n\n\"PREVIDENCI\u00c1RIO.\n\nBENEF\u00cdCIO\n\nASSISTENCIAL. REQUISITO. ART. 20, \u00a7\n\n3\u00ba, LEI N.\u00ba 8.742/93. CUMPRIMENTO.\n\nDESNECESSIDADE.\n\nMISERABILIDADE.\n\nAFERI\u00c7\u00c3O. DEMAIS MEIOS DE PROVA.\n\nPOSSIBILIDADE.\n\nCONCLUS\u00c3O.\n\nREVIS\u00c3O.S\u00daMULA N.\u00ba 7 DO STJ.\n\nREGIMENTAL DESPROVIDO.\n\n1. A teor de pac\u00edfico entendimento\n\ndas Turmas integrantes da Egr\u00e9gia\n\nTerceira Se\u00e7\u00e3o, o cumprimento do\n\ncomando inserto no art. 20, \u00a7 3\u00ba, da\n\n6\n\n\fTANIA BEATRIZ ALVES SOARES Advogada OAB/RS48.487\n_______________________________________________\n\nLei n.\u00ba 8.742/93 n\u00e3o constitui\n\ncondi\u00e7\u00e3o sine qua non para a\n\nconcess\u00e3o do benef\u00edcio assistencial.\n\n2. \u00c9 poss\u00edvel, ao magistrado, diante\n\ndo caso concreto, aferir a car\u00eancia e\n\no\n\nestado\n\nde\n\nmiserabilidade\n\nautorizadores do deferimento do\n\nbenef\u00edcio por outros meios legais de\n\nprova, sendo que a revis\u00e3o de sua\n\nconclus\u00e3o \u00e9 invi\u00e1vel em sede de\n\nrecurso especial, por for\u00e7a do\n\ncomando da S\u00famula n.\u00ba 7 do STJ.\n\n3. Agravo regimental desprovido.\"\n\n(STJ, AGA 490841/SP, 5\u00aa Turma, Rel.\n\nMin. Laurita Vaz, DJU de 15-9-2003)\n\n\"PREVIDENCI\u00c1RIO.\n\nBENEF\u00cdCIO\n\nASSISTENCIAL. ART. 203 DA CF/88 E\n\nART. 20, \u00a7 3\u00ba, DA LEI N.\u00ba 8.742/93.\n\nMENOR\n\nIMP\u00daBERE\n\nPORTADOR\n\nDE\n\n\"DEGENERA\u00c7\u00c3O DE RETINA BILATERAL\".\n\nRENDA\n\nFAMILIAR\n\nPER\n\nCAPITA.\n\nEXCEDIMENTO AO LIMITE LEGAL.\n\nPRINC\u00cdPIO DA RAZOABILIDADE.\n\n- O benef\u00edcio assistencial, quando\n\nconcedido a menor deficiente, que\n\nnecessite de cuidados especiais, em\n\nverdade n\u00e3o est\u00e1 sendo concedido\n\n\u00fanica e exclusivamente a este menor e\n\na seu interesse, sen\u00e3o que ao\n\nconjunto familiar em que inserido,\n\nrespons\u00e1vel pela sua manuten\u00e7\u00e3o.\n\nCuida-se, isto sim, de complementa\u00e7\u00e3o\n\nda renda familiar destinada a\n\npossibilitar meios de sobreviv\u00eancia\n\nm\u00ednima a quem n\u00e3o disp\u00f5e de condi\u00e7\u00f5es\n\nfinanceiras e ainda precisa conviver\n\ncom problema de sa\u00fade de um dos\n\nmembros da fam\u00edlia. Compensa os\n\ndemais\n\nfamiliares\n\npela\n\nimpossibilidade de se dedicarem com\n\nexclusividade aos seus trabalhos,\n\n7\n\n\fTANIA BEATRIZ ALVES SOARES Advogada OAB/RS48.487\n_______________________________________________\n\ncomprometidos com a necess\u00e1ria\n\naten\u00e7\u00e3o ao menor deficiente.\n\n- O excedimento m\u00ednimo ao limite\n\nfixado no art. 20, \u00a7 3\u00ba, da Lei n.\u00ba\n\n8.742/93 (1/4 do sal\u00e1rio m\u00ednimo) n\u00e3o\n\ndesautoriza o deferimento do\n\nBenef\u00edcio Assistencial ao requerente\n\ninv\u00e1lido. Hip\u00f3tese em que se\n\nprestigia\n\no\n\nprinc\u00edpio\n\nda\n\nrazoabilidade.\n\n-\n\nComprovada\n\na\n\ndefici\u00eancia\n\nincapacitante, inclusive para a vida\n\nindependente, aliada ao estado de\n\nmiserabilidade\n\nindispens\u00e1vel\n\n\u00e0\n\nobten\u00e7\u00e3o\n\nda\n\nrenda\n\nmensal\n\nassistencial, deve ser concedido o\n\nbenef\u00edcio\n\nassistencial.\"\n\n(AC\n\n2001.70.10.001473-8/PR, 5\u00aa Turma,\n\nRel. Des. Federal Paulo Afonso Brum\n\nVaz, DJU de 30-4-2003).\n\nPor isso, a interpreta\u00e7\u00e3o a ser emprestada \u00e0 esp\u00e9cie deve conduzir-se pela busca da concilia\u00e7\u00e3o entre o postulado constitucional do m\u00ednimo existencial (art. 1\u00ba, III) e o prop\u00f3sito maior da LOAS, expresso no seu art. 4\u00ba, III, \u00e9 dizer, o \"respeito \u00e0 dignidade do cidad\u00e3o, \u00e0 sua autonomia e\nao seu direito a benef\u00edcios e servi\u00e7os de qualidade, bem como \u00e0 conviv\u00eancia familiar e comunit\u00e1ria, vedando-se qualquer comprova\u00e7\u00e3o vexat\u00f3ria de necessidade\".\nDesse modo, n\u00e3o \u00f3bice legal, para que a autora seja amparado pelo benef\u00edcio previdenci\u00e1rio (amparo assistencial).\nO texto da Lei \u00e9 categ\u00f3rico em afirmar que, independente de contribui\u00e7\u00e3o \u00e0 previd\u00eancia, prestar-se-\u00e1 ao deficiente f\u00edsico (mental) amparo pecuni\u00e1rio, desde que o mesmo, n\u00e3o possua condi\u00e7\u00f5es de obter seu pr\u00f3prio sustento, ou n\u00e3o tenha familiares que o auxiliem.\n\nIV \u2013 DA MEDIDA CAUTELAR Por todas as raz\u00f5es de fato e de direito apresentados, resta\ndemonstrado, atrav\u00e9s de documentos juntados que a autora \u00e9 deficiente\n\n8\n\n\fTANIA BEATRIZ ALVES SOARES Advogada OAB/RS48.487\n_______________________________________________\nf\u00edsico (mental), bem com resta comprovado atrav\u00e9s de documentos da\u00ed resta caracterizado o dano irrepar\u00e1vel.\nAssim, por estarem preenchidos os requisitos legais inerentes \u00e0 esp\u00e9cie, imp\u00f5e-se \u00e0 concess\u00e3o da medida liminar, \u201cinaldita altera part\u201d para assegurar direito de receber o Amparo Assistencial, turbado por ato dos representantes do INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL.\nA autora tem urg\u00eancia da concess\u00e3o do direito pleiteado, pois foi prejudicada no seu direito. Ademais, \u00e9 pessoa portadora de defici\u00eancia mental (retardo mental), defici\u00eancia que impossibilita, inclusive de realizar suas atividades habituais, pois precisa de auxilio de terceiro para se deslocar dentro de sua cidade, onde \u00e9 natural e vive at\u00e9 a presente data, ou seja, precisa de terceiro para sair de sua resid\u00eancia, em face de n\u00e3o ter no\u00e7\u00e3o da localidade onde permanece, tendo prioridade na an\u00e1lise das quest\u00f5es judiciais.\nV - PR\u00c9-QUESTIONAMENTO-S\u00daMULAS 282 E 356 DO STF\nA interposi\u00e7\u00e3o de recurso especial ou extraordin\u00e1rio est\u00e1 vinculada ao cumprimento de v\u00e1rias exig\u00eancias formais, destacando-se aquelas relacionadas ao pr\u00e9-questionamento da mat\u00e9ria recursal perante as inst\u00e2ncias ordin\u00e1rias, conforme disciplinadas s\u00famulas 282 e 356,do Supremo Tribunal Federal, ambas adotadas pelo Superior Tribunal de Justi\u00e7a para os casos dos recursos especiais.\nO primeiro requisito exige que a quest\u00e3o objeto do recurso tenha sido ventilada nas decis\u00f5es precedentes (S\u00famula n\u00ba 282), enquanto que o segundo trata da impossibilidade de conhecimento do recurso quando seu objeto constituir ponto omisso na decis\u00e3o recorrida (S\u00famula n\u00ba 356).\nTendo em conta que a quest\u00e3o dos autos poder\u00e1 implicar na necessidade de interposi\u00e7\u00e3o desses recursos, o autor pretende desde logo deixar consignado pedido expresso para que as mat\u00e9rias, decretos, leis debatido na presente peti\u00e7\u00e3o passem pelo pr\u00e9vio questionamento, cumprindo os requisitos mencionados nas citadas S\u00famulas:\n9\n\n\fTANIA BEATRIZ ALVES SOARES Advogada OAB/RS48.487\n_______________________________________________\nO art. 203, inciso I, II, e V, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal de 1988, Assim como nas demais normas aqui debatidas, al\u00e9m disso, eventuais julgados divergentes ir\u00e1 contrariar a posi\u00e7\u00e3o jurisprudencial mencionada expressamente no corpo do pedido.\nVI. \u2013 DO PEDIDO E O VALOR DA CAUSA\nISTO POSTO, requer determina\u00e7\u00e3o no sentido de que seja procedida a CITA\u00c7\u00c3O do Instituto Requerido, no endere\u00e7o acima consignado, na pessoa do seu Gerente Executivo, cientificando-o dos termos desta para que, querendo, ofere\u00e7a a defesa que tiver e quiser, no prazo e sob as penas da Lei n\u00ba 10.259/2001, presumindo-se verdadeiros os fatos articulados acaso n\u00e3o a apresente, tudo para que ao final resulte TOTALMENTE PROCEDENTE o presente pedido, condenando o Requerido a conceder benef\u00edcio previdenci\u00e1rio amparo assistencial pleiteado pelo Requerente para:\na) PRELIMINARMENTE, a concess\u00e3o da tutela antecipat\u00f3ria, para que o requerido preste mensalmente o pagamento do valor, at\u00e9 o final desta demanda, tornando-se ao final benef\u00edcio definitivo, a titulo de benef\u00edcio previdenci\u00e1rio (amparo assistencial- art. 203,I, II e V, CF/88) ao autor,em CAR\u00c1TER DE URG\u00caNCIA, at\u00e9 o final do lit\u00edgio da presente demanda, por ser o requerente pessoa portador de defici\u00eancia f\u00edsica, al\u00e9m de depender do benef\u00edcio em tela para sobreviver, assim como a natureza alimentar do beneficio previdenci\u00e1rio pleiteado, caso tenha que aguardar aos tr\u00e2mites de uma a\u00e7\u00e3o at\u00e9 o tr\u00e2nsito em julgado da presente a\u00e7\u00e3o, o mesmo sofrer\u00e1 preju\u00edzos irrepar\u00e1veis, pois a situa\u00e7\u00e3o de fato se consumar\u00e1, reiteradamente; ainda tamb\u00e9m requer a fixa\u00e7\u00e3o de multa di\u00e1ria no caso de descumprimento da medida liminar deferida.\nb) NO MERITO, conceder a autora o benef\u00edcio previdenci\u00e1rio (amparo assistencial) desde o primeiro indeferimento pela autarquia previdenci\u00e1ria n\u00ba (701.837.271-3) em 05/11/2015, esp\u00e9cie 87.\nc) A condena\u00e7\u00e3o da Autarquia Previdenci\u00e1ria para pagamento das parcelas vencidas e vincendas no decorrer do feito, monetariamente corrigidas desde o respectivo vencimento e acrescidas de juros legais morat\u00f3rios, incidentes at\u00e9 a data do efetivo pagamento, correspondentes, atualmente, vencidas no valor de R$2.163,00 (dois mil cento e sessenta e tr\u00eas reais), acrescidas de juros morat\u00f3rios de 1% ao m\u00eas, honor\u00e1rios\n10\n\n\fTANIA BEATRIZ ALVES SOARES Advogada OAB/RS48.487\n_______________________________________________\nadvocat\u00edcios de 20% sobre o valor das presta\u00e7\u00f5es vencidas e mais uma anuidade das vincendas, custas e despesas processuais, al\u00e9m de outros encargos decorrentes da sucumb\u00eancia;\nd) Por fim, requer a intima\u00e7\u00e3o da requerida para que, at\u00e9 a audi\u00eancia de tentativa de concilia\u00e7\u00e3o e julgamento, junte aos autos o processo administrativo relativo ao pedido do benef\u00edcio previdenci\u00e1rio (amparo assistencial);\ne) A produ\u00e7\u00e3o de toda a prova em direito permitida, juntada de novos documentos, depoimentos pessoais, per\u00edcias m\u00e9dicas e cont\u00e1beis e demais que se fizerem necess\u00e1rias, segundo o crit\u00e9rio de Vossa Excel\u00eancia;\nf) Ainda tamb\u00e9m requer a designa\u00e7\u00e3o de per\u00edcia m\u00e9dica judicial, com psiquiatra neurologista.\ng) Requer a concess\u00e3o do benef\u00edcio da Assist\u00eancia Judici\u00e1ria Gratuita, nos termos da Lei n\u00ba 1.060/50,tendo em vista a sua hipo sufici\u00eancia para arcar com as custas processuais, sem preju\u00edzo do atendimento das necessidades b\u00e1sicas sua e de sua fam\u00edlia, em anexo c\u00f3pia de declara\u00e7\u00e3o de pobreza. Da a causa o valor de R$12.723,00(doze mil setecentos e vinte e tr\u00eas reais), somente para efeitos de distribui\u00e7\u00e3o.\nNestes Termos; Pede Deferimento. Santana do Livramento/ RS, 25 de janeiro de 2016.\npp. T\u00e2nia Beatriz Alves Soares OAB/RS 48.487\n11\n\n\fTANIA BEATRIZ ALVES SOARES Advogada OAB/RS48.487\n_______________________________________________\n\nC\u00c1LCULOS DAS P\u00c1RCELAS DO BENEF\u00cdCIO\n\nPREVIDENCIARIO PLEITEADO EM ATRASO.\n\nNOVEMBRO/2015 25 DIAS\n\n650,00\n\nDEZEMBRO/2015\n\n788,00\n\nJANEIRO/2016 25 DIAS\n\n725,00\n\nTotal de parcelas em atraso Total\n\nR$2,163,00\n\n(at\u00e9 o ajuizamento)\n\nO calculo realizado n\u00e3o est\u00e1 inclu\u00eddo a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e juros de mora.\n\nTotal de parcelas em atraso (at\u00e9 o ajuizamento)= R$2.163,00\n\nParcelas Vincendas (12 x =880,00) = + 10.560,00\n\nR$2.163,00 (parcelas vencidas) + R$10.560,00=R$12.723,00\n\nValor da causa (conforme Art.260 CPC)________ R$12.723,00\n\nRos\u00e1rio do sul/ RS 25 de janeiro de 2016.\npp. T\u00e2nia Beatriz Alves Soares OAB/RS 48.487\n\n12\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 4 (Solon) - IdDocumentoCompleto: 5008855-46.2020.4.04.7108-711591790172672997803714746973", "text": "EXCELENT\u00cdSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) FEDERAL DA ___ VARA DO JUIZADO ESPECIAL FEDERAL DA SUBSE\u00c7\u00c3O JUDICI\u00c1RIA DE NOVO HAMBURGO - SE\u00c7\u00c3O RS\nMAICO DAL SANTO DE \u00c1VILA, brasileiro, solteiro, menor absolutamente incapaz, CPF n\u00ba 054.629.510-00, neste ato representado pela genitora CLARICE DAL SANTO, brasileira, solteira, CPF 005.482.370-69, ambos residentes na Rua Olavo Bilac, 186, bairro Boa Vista, em Parob\u00e9/RS, CEP 95630-000, vem \u00e0 presen\u00e7a de Vossa Senhoria, atrav\u00e9s de seus procuradores (procura\u00e7\u00e3o anexa), com endere\u00e7o profissional \u00e0 rua Federa\u00e7\u00e3o, n\u00ba 1911, sala 01, bairro Centro, Taquara/RS, email: contato@lacerdaadvogados.com, ajuizar\nA\u00c7\u00c3O PREVIDENCI\u00c1RIA DE CONCESS\u00c3O DE BENEF\u00cdCIO DE PRESTA\u00c7\u00c3O CONTINUADA \u00c0 PESSOA COM DEFICI\u00caNCIA (LOAS) em face de\nINSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL \u2013 INSS, autarquia federal, com sede na Rua Guilherme Lahn, 1508, Centro, Taquara/RS, CEP 95600-000, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.\nRua Federa\u00e7\u00e3o, n\u00ba 1911, sala 01 | Centro | Taquara/RS | CEP 95600-018 Telefone: +55 (51) 99399-6878 contato@lacerdaadvogados.com\n\n\fI. DOS FATOS:\nO autor, menor absolutamente incapaz, requereu benef\u00edcio assistencial perante o requerido (NB 87/705.815.770-8), por ser portador de defici\u00eancia f\u00edsica visual e se encontrar em situa\u00e7\u00e3o de extrema vulnerabilidade social, conforme documenta\u00e7\u00e3o anexa ao processo administrativo.\nA defici\u00eancia \u00e9 decorrente da S\u00edndrome de Stargardt \u2013 CID H 35.5, j\u00e1 apresentando o autor vis\u00e3o 20/200 em ambos os olhos, o que demonstra a sua gravidade, nos termos do atestado m\u00e9dico acostado.\nEm que pese devidamente comprovadas a defici\u00eancia e a situa\u00e7\u00e3o de miserabilidade, o benef\u00edcio foi negado pela autarquia r\u00e9, sob o argumento de que a renda familiar ultrapassa \u00bc do sal\u00e1rio m\u00ednimo, consoante decis\u00e3o que consta do processo administrativo anexo.\nCom efeito, o demandado deixou de analisar o caso concreto \u00e0 luz da Constitui\u00e7\u00e3o Federal e dos entendimentos jurisprudenciais consolidados sobre o tema.\nAssim, n\u00e3o \u00e9 plaus\u00edvel o indeferimento do pedido no presente caso, j\u00e1 que faz jus o demandante ao benef\u00edcio pleiteado, raz\u00e3o pela qual vem buscar amparo junto ao Poder Judici\u00e1rio visando a sua concess\u00e3o.\nII. DO DIREITO:\nO benef\u00edcio assistencial de presta\u00e7\u00e3o continuada est\u00e1 previsto no art. 203, inciso V, da CF/88, regulamentado pela Lei n\u00ba 8.742/1993 (Lei Org\u00e2nica da Assist\u00eancia Social) e Decreto n\u00ba 6214/2007, que corresponde \u00e0 garantia de um sal\u00e1rio m\u00ednimo de benef\u00edcio mensal \u00e0 pessoa com defici\u00eancia (f\u00edsica ou mental) e ao idoso que comprovem n\u00e3o possuir meios de prover a pr\u00f3pria manuten\u00e7\u00e3o ou de t\u00ea-la provida por sua fam\u00edlia.\nA Constitui\u00e7\u00e3o da Rep\u00fablica Federativa do Brasil de 1988 \u00e9 tida como um marco da efetiva\u00e7\u00e3o dos direitos e garantias fundamentais no Estado Brasileiro.\nRua Federa\u00e7\u00e3o, n\u00ba 1911, sala 01 | Centro | Taquara/RS | CEP 95600-018 Telefone: +55 (51) 99399-6878 contato@lacerdaadvogados.com\n\n\fA partir dela deu-se grande import\u00e2ncia \u00e0 dignidade da pessoa humana (art. 1\u00ba, III, da CF/88), fundamento constitucional que se apresenta como um valor espiritual e moral inerente \u00e0 pessoa, manifestando-se na autodetermina\u00e7\u00e3o consciente e respons\u00e1vel da pr\u00f3pria vida e que traz consigo a pretens\u00e3o ao respeito por parte das demais pessoas, constituindo-se um m\u00ednimo invulner\u00e1vel que todo estatuto jur\u00eddico deve assegurar.\nCabe, portanto, sob esta \u00f3tica, ao Estado garantir aos cidad\u00e3os a inviolabilidade do direito \u00e0 vida, \u00e0 liberdade e \u00e0 igualdade (art. 5\u00ba da CF/88); todavia, a prote\u00e7\u00e3o do direto \u00e0 vida n\u00e3o se resume simplesmente em viver, mas sim em viver dignamente. Nesse sentido, o Estado e a sociedade devem garantir a toda pessoa de direito uma vida digna, pautada num m\u00ednimo existencial.\nUm dos princ\u00edpios fundamentais da Constitui\u00e7\u00e3o Federal (art. 1\u00ba, III) \u00e9 a dignidade da pessoa humana, a qual se concretiza, entre outros meios, pelo respeito aos direitos e garantias naquela prevista, mediante atua\u00e7\u00e3o do Estado e da sociedade.\nEntre os deveres estatais, est\u00e1 o de prote\u00e7\u00e3o e assist\u00eancia \u00e0s pessoas em situa\u00e7\u00e3o de vulnerabilidade, raz\u00e3o pela qual sequer se exige contribui\u00e7\u00e3o para que o necessitado tenha acesso \u00e0 prote\u00e7\u00e3o.\nNo tema, prev\u00ea a Constitui\u00e7\u00e3o Federal:\nArt. 203. A assist\u00eancia social ser\u00e1 prestada a quem dela necessitar, independentemente de contribui\u00e7\u00e3o \u00e0 seguridade social, e tem por objetivos: (...) IV - a habilita\u00e7\u00e3o e reabilita\u00e7\u00e3o das pessoas portadoras de defici\u00eancia e a promo\u00e7\u00e3o de sua integra\u00e7\u00e3o \u00e0 vida comunit\u00e1ria; V - a garantia de um sal\u00e1rio m\u00ednimo de benef\u00edcio mensal \u00e0 pessoa portadora de defici\u00eancia e ao idoso que comprovem n\u00e3o possuir meios de prover \u00e0 pr\u00f3pria manuten\u00e7\u00e3o ou de t\u00ea-la provida por sua fam\u00edlia, conforme dispuser a lei.\nRua Federa\u00e7\u00e3o, n\u00ba 1911, sala 01 | Centro | Taquara/RS | CEP 95600-018 Telefone: +55 (51) 99399-6878 contato@lacerdaadvogados.com\n\n\fPor sua vez, disp\u00f5e a Lei Org\u00e2nica da Assist\u00eancia Social (Lei 8.742/93):\nArt. 1\u00ba A assist\u00eancia social, direito do cidad\u00e3o e dever do Estado, \u00e9 Pol\u00edtica de Seguridade Social n\u00e3o contributiva, que prov\u00ea os m\u00ednimos sociais, realizada atrav\u00e9s de um conjunto integrado de a\u00e7\u00f5es de iniciativa p\u00fablica e da sociedade, para garantir o atendimento \u00e0s necessidades b\u00e1sicas.\nArt. 2o A assist\u00eancia social tem por objetivos:\nI - a prote\u00e7\u00e3o social, que visa \u00e0 garantia da vida, \u00e0 redu\u00e7\u00e3o de danos e \u00e0 preven\u00e7\u00e3o da incid\u00eancia de riscos, especialmente: a) a prote\u00e7\u00e3o \u00e0 fam\u00edlia, \u00e0 maternidade, \u00e0 inf\u00e2ncia, \u00e0 adolesc\u00eancia e \u00e0 velhice; b) o amparo \u00e0s crian\u00e7as e aos adolescentes carentes; c) a promo\u00e7\u00e3o da integra\u00e7\u00e3o ao mercado de trabalho; d) a habilita\u00e7\u00e3o e reabilita\u00e7\u00e3o das pessoas com defici\u00eancia e a promo\u00e7\u00e3o de sua integra\u00e7\u00e3o \u00e0 vida comunit\u00e1ria; e e) a garantia de 1 (um) sal\u00e1rio-m\u00ednimo de benef\u00edcio mensal \u00e0 pessoa com defici\u00eancia e ao idoso que comprovem n\u00e3o possuir meios de prover a pr\u00f3pria manuten\u00e7\u00e3o ou de t\u00ea-la provida por sua fam\u00edlia;\nII - a vigil\u00e2ncia socioassistencial, que visa a analisar territorialmente a capacidade protetiva das fam\u00edlias e nela a ocorr\u00eancia de vulnerabilidades, de amea\u00e7as, de vitimiza\u00e7\u00f5es e danos;\nIII - a defesa de direitos, que visa a garantir o pleno acesso aos direitos no conjunto das provis\u00f5es socioassistenciais.\nPar\u00e1grafo \u00fanico. Para o enfrentamento da pobreza, a assist\u00eancia social realiza-se de forma integrada \u00e0s pol\u00edticas setoriais, garantindo m\u00ednimos sociais e provimento de condi\u00e7\u00f5es para atender conting\u00eancias sociais e promovendo a universaliza\u00e7\u00e3o dos direitos sociais.\nAssim, plenamente demonstrada a inten\u00e7\u00e3o do Constituinte e do Legislador de que os deficientes e idosos com mais de 65 anos sejam\nRua Federa\u00e7\u00e3o, n\u00ba 1911, sala 01 | Centro | Taquara/RS | CEP 95600-018 Telefone: +55 (51) 99399-6878 contato@lacerdaadvogados.com\n\n\fassistidos com a garantia de um sal\u00e1rio m\u00ednimo para ter suas necessidades b\u00e1sicas atendidas para se concretizar, sobretudo, a dignidade da pessoa humana, princ\u00edpio e fundamento da Carta Maior.\nDOS REQUISITOS PARA A CONCESS\u00c3O DO AMPARO ASSISTENCIAL AO PORTADOR DE DEFICI\u00caNCIA:\n1.DA DEFICI\u00caNCIA DO AUTOR: Sobre a defini\u00e7\u00e3o de defici\u00eancia, disp\u00f5e a Lei 13.146/15, em seu art. 2\u00ba, o seguinte:\nArt. 2\u00ba Considera-se pessoa com defici\u00eancia aquela que tem impedimento de longo prazo de natureza f\u00edsica, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em intera\u00e7\u00e3o com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua participa\u00e7\u00e3o plena e efetiva na sociedade em igualdade de condi\u00e7\u00f5es com as demais pessoas.\n\u00a7 1\u00ba A avalia\u00e7\u00e3o da defici\u00eancia, quando necess\u00e1ria, ser\u00e1 biopsicossocial, realizada por equipe multiprofissional e interdisciplinar e considerar\u00e1: (Vig\u00eancia)\nI - os impedimentos nas fun\u00e7\u00f5es e nas estruturas do corpo; II - os fatores socioambientais, psicol\u00f3gicos e pessoais; III - a limita\u00e7\u00e3o no desempenho de atividades; e IV - a restri\u00e7\u00e3o de participa\u00e7\u00e3o.\nTal crit\u00e9rio \u00e9 o mesmo adotado para concess\u00e3o do benef\u00edcio de presta\u00e7\u00e3o continuada, conforme prev\u00ea a LOAS, em seu art. 20:\nArt. 20. \u00a7 2o Para efeito de concess\u00e3o do benef\u00edcio de presta\u00e7\u00e3o continuada, considera-se pessoa com defici\u00eancia aquela que tem impedimento de longo prazo de natureza f\u00edsica, mental, intelectual ou\nRua Federa\u00e7\u00e3o, n\u00ba 1911, sala 01 | Centro | Taquara/RS | CEP 95600-018 Telefone: +55 (51) 99399-6878 contato@lacerdaadvogados.com\n\n\fsensorial, o qual, em intera\u00e7\u00e3o com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua participa\u00e7\u00e3o plena e efetiva na sociedade em igualdade de condi\u00e7\u00f5es com as demais pessoas.\nNo caso concreto, a defici\u00eancia do requerente se caracteriza pelo impedimento de longo prazo decorrente da doen\u00e7a degenerativa de que \u00e9 portador, que lhe causa baix\u00edssima acuidade visual.\nAl\u00e9m disso, \u00e9 menor absolutamente incapaz e pertencente a n\u00facleo familiar de baixa renda.\nPortanto, plenamente demonstrada a defici\u00eancia, de cunho visual, que d\u00e1 o direito ao autor \u00e0 percep\u00e7\u00e3o do benef\u00edcio assistencial.\n2.DAS CONDI\u00c7\u00d5ES SOCIOECON\u00d4MICAS E DA RENDA FAMILIAR:\nQuanto ao crit\u00e9rio econ\u00f4mico, veja-se que a renda per capita da fam\u00edlia do autor atualmente \u00e9 de R$ 368,00, o que motivou o indeferimento do pedido pelo INSS, por ultrapassar \u00bc do sal\u00e1rio m\u00ednimo vigente.\nEntretanto, entende a parte autora que tal crit\u00e9rio deve ser flexibilizado no caso concreto, tendo em vista a \u00ednfima diferen\u00e7a a maior, j\u00e1 que atualmente \u00bc do sal\u00e1rio-m\u00ednimo corresponde a R$ 261,25.\nE, como se sabe, uma pessoa n\u00e3o vive dignamente com uma renda mensal de R$ 368,00, sendo inequ\u00edvocos os gastos de uma crian\u00e7a.\nAdemais, a renda proveniente do sal\u00e1rio do genitor (do qual foi feita a divis\u00e3o por pessoa) \u00e9 utilizada para pagamento das contas da resid\u00eancia e todos os gastos familiares, o que permite a conclus\u00e3o de que a renda per capita, na verdade, \u00e9 muito inferior \u00e0quela constatada pelo demandado.\nRessalta-se que o autor tamb\u00e9m possui uma irm\u00e3 com a sua mesma defici\u00eancia no seu grupo familiar, o que acarreta, evidentemente, gastos com consultas m\u00e9dicas e f\u00e1rmacos, mesmo que n\u00e3o tenha a m\u00e3e do autor\nRua Federa\u00e7\u00e3o, n\u00ba 1911, sala 01 | Centro | Taquara/RS | CEP 95600-018 Telefone: +55 (51) 99399-6878 contato@lacerdaadvogados.com\n\n\fguardado tais comprovantes para fins de apresenta\u00e7\u00e3o no feito. Ainda, havendo dois filhos com defici\u00eancia visual na fam\u00edlia, a genitora resta com muita dificuldade para trabalhar fora de casa.\n\nQuanto \u00e0 limita\u00e7\u00e3o legal da renda em \u00bc do sal\u00e1rio m\u00ednimo, foi assentado pela TRU4 o posicionamento no sentido de que \u201co crit\u00e9rio objetivo estabelecido pela Lei n\u00ba 8.742/93 (artigo 20, \u00a73\u00ba) n\u00e3o exclui outros elementos de prova para aferi\u00e7\u00e3o da condi\u00e7\u00e3o s\u00f3cio-econ\u00f4mica do requerente e sua fam\u00edlia\u201d (TRU4, PU 2007.70.54.000779-9, Rel. Ju\u00edza Federal Flavia da Silva Xavier, DJ 21.01.2009).\n\nAinda:\n\nPEDIDO DE UNIFORMIZA\u00c7\u00c3O REGIONAL. BENEF\u00cdCIO\n\nASSISTENCIAL. LOAS. REQUISITO OBJETIVO DE DA RENDA\n\nPER CAPITA IGUAL INFERIOR A 1/4 DO SAL\u00c1RIO M\u00cdNIMO.\n\nFLEXIBILIZA\u00c7\u00c3O. NECESSIDADE DE AN\u00c1LISE DAS\n\nCIRCUNST\u00c2NCIAS DO CASO CONCRETO PARA A SUA\n\nAFERI\u00c7\u00c3O.\n\nREAFIRMA\u00c7\u00c3O\n\nDA\n\nJURISPRUD\u00caNCIA\n\nUNIFORMIZADA.\n\n1. De acordo com a jurisprud\u00eancia uniformizada pela Turma Regional de Uniformiza\u00e7\u00e3o da 4\u00aa Regi\u00e3o, o crit\u00e9rio objetivo estabelecido no artigo 20, \u00a7 3\u00ba, da Lei n\u00ba 8.742/93, n\u00e3o exclui outros elementos de prova para aferi\u00e7\u00e3o da condi\u00e7\u00e3o s\u00f3cio-econ\u00f4mica do requerente de benef\u00edcio assistencial e de sua fam\u00edlia, que devem ser sopesadas pelo julgador quando da an\u00e1lise do preenchimento do aludido requisito. .\n\n2. Pedido de uniformiza\u00e7\u00e3o conhecido e provido.INCIDENTE DE UNIFORMIZA\u00c7\u00c3O JEF N\u00ba 5000377-36.2012.404.7106, Relator Joane Unfer Calderaro, D.E. 07/12/2012).\n\nTamb\u00e9m importa lembrar que o STF j\u00e1 decidiu pela inconstitucionalidade do \u00a7 3\u00ba do art. 20 da Lei 8742/93, por considerar que esse crit\u00e9rio est\u00e1 defasado para caracterizar a situa\u00e7\u00e3o de miserabilidade (RCL 4374 e Recursos Extraordin\u00e1rios 567985 e 580963, ambos com repercuss\u00e3o geral).\nAssim, v\u00ea-se que \u00e9 pac\u00edfico o entendimento jurisprudencial sobre a possibilidade de flexibiliza\u00e7\u00e3o do crit\u00e9rio legal para an\u00e1lise das\nRua Federa\u00e7\u00e3o, n\u00ba 1911, sala 01 | Centro | Taquara/RS | CEP 95600-018 Telefone: +55 (51) 99399-6878 contato@lacerdaadvogados.com\n\n\fcondi\u00e7\u00f5es socioecon\u00f4micas do deficiente. E, cumpre dizer, que tal posicionamento est\u00e1 de acordo com os princ\u00edpios constitucionais, notadamente a dignidade da pessoa humana e seus direitos correlatos.\nDessa forma, sendo o autor crian\u00e7a com defici\u00eancia, sem renda e sem familiares que possam custear-lhe as necessidades b\u00e1sicas de forma satisfat\u00f3ria, postula-se a flexibiliza\u00e7\u00e3o do crit\u00e9rio da renda per capita, j\u00e1 que resta evidente a necessidade da concess\u00e3o do amparo assistencial postulado.\nREQUISITOS PARA CONCESS\u00c3O DA TUTELA DE URG\u00caNCIA:\nConsoante prev\u00ea o art. 300 do CPC: A tutela de urg\u00eancia ser\u00e1 concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado \u00fatil do processo.\nA probabilidade do direito do autor vem amplamente demonstrada pelos atestados m\u00e9dicos e demais documentos, mostrando-se evidente a sua situa\u00e7\u00e3o de vulnerabilidade.\nO perigo de dano tamb\u00e9m \u00e9 patente no caso ora narrado, porquanto o autor encontra-se em situa\u00e7\u00e3o de risco social, sendo patente que a renda familiar \u00e9 insuficiente para dar-lhe uma vida digna e satisfat\u00f3ria.\nAinda, tratando-se de benef\u00edcio assistencial, cujo car\u00e1ter \u00e9 nitidamente alimentar, o dano decorre da pr\u00f3pria condi\u00e7\u00e3o dos benefici\u00e1rios, que j\u00e1 faz presumir inadi\u00e1vel a presta\u00e7\u00e3o jurisdicional postulada, ainda mais no presente caso, quando o requerente \u00e9 deficiente e menor absolutamente incapaz, sendo desprovido de meios de obter qualquer fonte de renda por si pr\u00f3prio.\nRua Federa\u00e7\u00e3o, n\u00ba 1911, sala 01 | Centro | Taquara/RS | CEP 95600-018 Telefone: +55 (51) 99399-6878 contato@lacerdaadvogados.com\n\n\fN\u00e3o obstante, h\u00e1 risco ao resultado \u00fatil do processo, j\u00e1 que a demora do tr\u00e2mite judicial \u00e9 incompat\u00edvel com a premente necessidade do autor de ver seu direito ao benef\u00edcio pleiteado devidamente alcan\u00e7ado.\nPor isto, a concess\u00e3o do benef\u00edcio somente ao final do feito desvirtua o prop\u00f3sito do processo, que deve servir como instrumento fornecido pelo Estado para a defesa efetiva dos direitos das pessoas em condi\u00e7\u00e3o de vulnerabilidade.\nDA SEPARA\u00c7\u00c3O DOS HONOR\u00c1RIOS CONTRATUAIS:\nO direito \u00e0 separa\u00e7\u00e3o dos honor\u00e1rios advocat\u00edcios contratuais, previsto no art. 22 da Lei 8.906/94, determina que estes devem ser pagos diretamente ao advogado constitu\u00eddo, deduzindo-os do montante a ser recebido pelo seu cliente.\nPor conseguinte, \u00e9 poss\u00edvel a separa\u00e7\u00e3o do percentual dos honor\u00e1rios contratuais relativo aos valores que a parte autora venha a receber, no caso de total ou parcial proced\u00eancia da presente a\u00e7\u00e3o, ou qualquer acordo judicial, extrajudicial ou outra esp\u00e9cie de composi\u00e7\u00e3o ou de reconhecimento da pretens\u00e3o ora requerida.\nIII. DOS PEDIDOS:\nAnte ao exposto, requer:\na) a concess\u00e3o dos benef\u00edcios da GRATUIDADE DA JUSTI\u00c7A, assegurada pela Constitui\u00e7\u00e3o Federal, art. 5\u00ba, LXXIV e pelo C\u00f3digo de Processo Civil, nos termos do art. 98 e seguintes;\nb) liminarmente, a concess\u00e3o da tutela de urg\u00eancia, nos moldes do art. 300 do CPC, determinando-se ao INSS que implante o benef\u00edcio imediatamente;\nRua Federa\u00e7\u00e3o, n\u00ba 1911, sala 01 | Centro | Taquara/RS | CEP 95600-018 Telefone: +55 (51) 99399-6878 contato@lacerdaadvogados.com\n\n\fc) a cita\u00e7\u00e3o do r\u00e9u para, querendo, apresentar contesta\u00e7\u00e3o; d) a produ\u00e7\u00e3o de todas as provas em Direito admitidas, inclusive per\u00edcias m\u00e9dica e social; e) ao final, o julgamento de TOTAL PROCED\u00caNCIA da a\u00e7\u00e3o, condenando o requerido a conceder o benef\u00edcio assistencial \u00e0 pessoa com defici\u00eancia desde a DER (08/04/2020) ao autor, e a pagar todas as presta\u00e7\u00f5es vencidas e vincendas com juros e corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria; f) a condena\u00e7\u00e3o do r\u00e9u ao pagamento das custas processuais e honor\u00e1rios advocat\u00edcios; g) a separa\u00e7\u00e3o dos honor\u00e1rios contratuais do montante devido ao autor ao escrit\u00f3rio Vettorazzi & Lacerda Advogados Associados, CNPJ n\u00ba 27.964.510/0001-35; Nestes termos, pede deferimento.\nValor da causa: R$ 16.615,50 (dezesseis mil seiscentos e quinze reais e cinquenta centavos).\nTaquara, 10 de junho de 2020.\nP\u00c9ROLA DE OLIVEIRA GREGIO OAB/RS 108.359\nRua Federa\u00e7\u00e3o, n\u00ba 1911, sala 01 | Centro | Taquara/RS | CEP 95600-018 Telefone: +55 (51) 99399-6878 contato@lacerdaadvogados.com\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 5 (Solon) - IdDocumentoCompleto: 5002167-07.2021.4.04.7117-711621434606294203569894608603", "text": "EXCELENT\u00cdSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) FEDERAL DA VARA DO JUIZADO ESPECIAL FEDERAL PREVIDENCI\u00c1RIO DA SUBSE\u00c7\u00c3O JUDICI\u00c1RIA DE ERECHIM \u2013 SE\u00c7\u00c3O JUDICI\u00c1RIA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL.\nPEDIDO DE ANTECIPA\u00c7\u00c3O DOS EFEITOS DA TUTELA ASSIST\u00caNCIA JUDICI\u00c1RIA GRATUITA\nJANETE DA SILVA, brasileira, solteira, desempregada, cadastrado no RG sob o n\u00ba 8113563186, inscrita no CPF sob o n\u00ba 038.408.740-09, residente e domiciliada na Rua Thiago Andr\u00e9 Rossi, n\u00ba 148, casa 01, Bairro Novo Horizonte em Erechim/RS, CEP 99704-630, por seu procurador signat\u00e1rio, instrumento de mandato ora incluso, IVAN CARLOS POGGERE, brasileiro, casado, advogado, cadastrado na OAB/RS sob o n\u00ba 106.573, com escrit\u00f3rio profissional localizado na Avenida Tiradentes, n\u00ba 490, Bairro Centro, em Erechim/RS, vem respeitosamente \u00e0 presen\u00e7a de Vossa Excel\u00eancia, propor a presente\nA\u00c7\u00c3O PREVIDENCI\u00c1RIA DE CONCESS\u00c3O DE BENEF\u00cdCIO DE PRESTA\u00c7\u00c3O CONTINUADA DA ASSIST\u00caNCIA SOCIAL \u2013 BPC \u2013 LOAS \u00c0 PESSOA COM DEFICI\u00caNCIA, com fulcro no art. 203, V, CF/88, com pedido de antecipa\u00e7\u00e3o dos efeitos da tutela, nos termos do artigo 3\u00ba da Lei n. 10.259 de 2001\nEm face do INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL \u2013 INSS, Autarquia P\u00fablica Federal com Superintend\u00eancia em Porto Alegre, pelos fatos e fundamentos a seguir aduzidos.\nI \u2013 PRELIMINARMENTE\nSolicita-se que a institui\u00e7\u00e3o requerida traga ao presente processo, c\u00f3pia do processo administrativo do ora requerente, por serem documentos necess\u00e1rios e indispens\u00e1veis para o deslinde da demanda, nos termos do artigo 11 da Lei 10.259/01:\nArt. 11. A entidade p\u00fablica r\u00e9 dever\u00e1 fornecer ao Juizado a documenta\u00e7\u00e3o de que disponha para o esclarecimento da causa, apresentando-a at\u00e9 a instala\u00e7\u00e3o da audi\u00eancia de concilia\u00e7\u00e3o.\nDessa forma, tratando-se de documentos que s\u00e3o comuns \u00e0s partes, onde geralmente ficam retidos documentos m\u00e9dicos do requerente no momento da per\u00edcia, n\u00e3o h\u00e1 que haver recusa do Instituto requerido em apresentar tais documentos, nos termos dos artigos 355 e 358 do C\u00f3digo de Processo Civil.\n\n\fII \u2013 DA JUSTI\u00c7A GRATUITA\nA autora \u00e9 pessoa pobre na acep\u00e7\u00e3o legal do termo, n\u00e3o tendo condi\u00e7\u00f5es de custear qualquer demanda judicial, sen\u00e3o em detrimento da j\u00e1 combalida situa\u00e7\u00e3o econ\u00f4mico-financeira do grupo familiar a que pertence.\nDe modo que, atento \u00e0 Lei 1.060/50 e dispositivo constitucional hiante em seu Art. 5\u00ba inciso LXXIV, declarando sob os comandos legais seu estado de hipossufici\u00eancia econ\u00f4mica, como condi\u00e7\u00e3o de acesso \u00e0 postula\u00e7\u00e3o da Jurisdi\u00e7\u00e3o Estadual apropriada, requer o benepl\u00e1cito da Justi\u00e7a Gratuita.\nIII \u2013 DA ANTECIPA\u00c7\u00c3O DE TUTELA\nRelacionando as patologias incapacitantes que acometem a autora e seu estado de miserabilidade, conclui-se que a mesma est\u00e1 impossibilitada para o trabalho e caso n\u00e3o seja concedida a antecipa\u00e7\u00e3o de tutela, a requerente ser\u00e1 extremamente prejudicada.\nA exposi\u00e7\u00e3o dos fatos, bem como a farta prova documental acostada n\u00e3o deixa qualquer d\u00favida do direito da autora em receber o benef\u00edcio pleiteado, fundado o receio de dano irrepar\u00e1vel ou de dif\u00edcil repara\u00e7\u00e3o repousa no risco do quadro de miserabilidade do autor, ademais o Egr\u00e9gio Tribunal Regional Federal da 4\u00aa Regi\u00e3o, prev\u00ea a possibilidade de antecipa\u00e7\u00e3o de tutela em casos an\u00e1logos:\n\u201cTrata-se de agravo de instrumento interposto contra a decis\u00e3o que, nos autos de a\u00e7\u00e3o ordin\u00e1ria objetivando a concess\u00e3o do benef\u00edcio de aux\u00edlio-doen\u00e7a, indeferiu o pedido de antecipa\u00e7\u00e3o de tutela. Assevera o agravante que faz jus a concess\u00e3o do benef\u00edcio de aux\u00edlio-doen\u00e7a, porquanto j\u00e1 h\u00e1 laudo judicial atestando sua incapacidade para o trabalho. Salienta que est\u00e1 desamparado, dependendo de terceiros, al\u00e9m de j\u00e1 haver jurisprud\u00eancia consolidada no sentido de possibilidade de concess\u00e3o da tutela em desfavor da fazenda p\u00fablica. \u00c9 o relat\u00f3rio. Decido. Quanto ao deferimento da antecipa\u00e7\u00e3o de tutela inaudita altera parte, se o autor demonstra a probabilidade do direito alegado e o perigo de dano ou risco ao resultado \u00fatil do processo, considerada a natureza alimentar do benef\u00edcio, bem assim a impossibilidade de o segurado exercer atividade laborativa que lhe possa prover o sustento, nada impede que se defira a pretendida medida, postergando-se o contradit\u00f3rio. (...) Portanto, presente a probabilidade do direito. Est\u00e1-se, sem qualquer sombra de d\u00favida, diante de situa\u00e7\u00e3o que requer a tutela de urg\u00eancia, ou diante de uma real colis\u00e3o de princ\u00edpios fundamentais - efetividade e seguran\u00e7a jur\u00eddica -, em que se deve privilegiar a efetividade, relativizando a seguran\u00e7a jur\u00eddica. Ressalte-se, ainda, que a presun\u00e7\u00e3o de legitimidade de que se reveste a per\u00edcia m\u00e9dica realizada pelo INSS pode ser elidida diante de fundados elementos de prova em contr\u00e1rio. No caso foi por laudo judicial, como dito acima. O perigo de dano, por sua vez, est\u00e1 caracterizado pela impossibilidade de o segurado exercer suas atividades habituais e, consequentemente, prover o pr\u00f3prio\n\n\fsustento. Direitos h\u00e1 para os quais o tempo \u00e9 elemento essencial, justamente porque devem ser exercidos num determinado momento, que lhes \u00e9 pr\u00f3prio. \u00c9 o caso t\u00edpico dos benef\u00edcios previdenci\u00e1rios, sobretudo os relacionados com incapacidade para o trabalho (aux\u00edlio-doen\u00e7a e aposentadoria por invalidez). Nesses casos, o retardo em sua concess\u00e3o j\u00e1 constitui uma viola\u00e7\u00e3o irrepar\u00e1vel, pois o bem jur\u00eddico ofendido \u00e9 infung\u00edvel, sendo desnecess\u00e1rio provar o \"perigo de dano\". Para a tutela antecipada, o dano, nesses casos, \u00e9 consequ\u00eancia l\u00f3gica da pura e simples demora na concess\u00e3o do benef\u00edcio. A possibilidade de irreversibilidade puramente econ\u00f4mica decorrente provimento n\u00e3o \u00e9 \u00f3bice \u00e0 antecipa\u00e7\u00e3o da tutela em mat\u00e9ria previdenci\u00e1ria ou assistencial sempre que a efetiva prote\u00e7\u00e3o dos direitos \u00e0 vida, \u00e0 sa\u00fade, \u00e0 previd\u00eancia ou \u00e0 assist\u00eancia social n\u00e3o puder ser realizada sem a provid\u00eancia antecipat\u00f3ria. No que concerne \u00e0 irreversibilidade jur\u00eddica, a solu\u00e7\u00e3o ser\u00e1 a de pondera\u00e7\u00e3o dos direitos envolvidos, considerando justamente que a antecipa\u00e7\u00e3o da tutela representa o mecanismo de harmoniza\u00e7\u00e3o dos direitos conflitantes e a excepcionalidade da concess\u00e3o e da efetiva\u00e7\u00e3o de provimentos jurisdicionais sem pr\u00e9via e ampla oportunidade de defesa. Diante da imin\u00eancia de irreversibilidade, deve o juiz colocar na balan\u00e7a, de um lado, os eventuais preju\u00edzos que decorrer\u00e3o da antecipa\u00e7\u00e3o da tutela, e de outro, os correlatos de sua denega\u00e7\u00e3o. Se n\u00e3o concede, a parte autora, a quem a probabilidade do direito beneficia, precisa aguardar anos, sofrendo um preju\u00edzo que pode ser irrepar\u00e1vel, se julgado procedente o pleito. Caso antecipe a tutela, haver\u00e1 possibilidade de causar um preju\u00edzo insignificante aos cofres p\u00fablicos, se, ao final, for julgado improcedente o pedido. Deve-se pender pelo preju\u00edzo menor, menos gravoso, considerando, inclusive, o princ\u00edpio hermen\u00eautico que imp\u00f5e se interprete o direito previdenci\u00e1rio em favor da prote\u00e7\u00e3o social. Sobretudo, o que deve nortear a decis\u00e3o \u00e9 o princ\u00edpio da razoabilidade, que determina ao juiz prestigiar, perseguir e atender os valores \u00e9ticos, pol\u00edticos e morais impl\u00edcita ou explicitamente consagrados na constitui\u00e7\u00e3o. Afinal, se \u00e9 compromisso do estado assegurar a vida, a sa\u00fade, acabar com a mis\u00e9ria e as desigualdades sociais, e se prestar jurisdi\u00e7\u00e3o \u00e9 fun\u00e7\u00e3o do estado, por \u00f3bvio, tamb\u00e9m deve buscar, na exegese da lei, preservar tais valores, sob pena de comprometer a promessa constitucional de \"justi\u00e7a social\". A poss\u00edvel irreversibilidade sempre deve ceder ao direito prov\u00e1vel e ao perigo de dano. Havendo necessidade de se sacrificar direitos, que recaia o sacrif\u00edcio sobre o direito menos prov\u00e1vel ou sobre o sujeito da rela\u00e7\u00e3o processual que tenha maior f\u00f4lego para suport\u00e1lo. Em outras palavras, \u00e9 prefer\u00edvel que o juiz erre para obrigar a pagar alimentos aquele que n\u00e3o os deve, do que negar a tutela liminar e privar o alimentando do m\u00ednimo existencial. Ante o exposto, nos termos do art. 300 do NCPC, defiro o pedido de antecipa\u00e7\u00e3o da tutela, determinando a implanta\u00e7\u00e3o do benef\u00edcio de aux\u00edlio-doen\u00e7a, no prazo de 30 dias. Comunique-se. Intimem-se, sendo a agravada para os fins do art. 1019, II, do NCPC. Publique-se. (TRF4, AG 5002243-47.2018.4.04.0000, TURMA REGIONAL SUPLEMENTAR\n\n\fDE SC, RELATOR HERMES SIEDLER DA CONCEI\u00c7\u00c3O J\u00daNIOR, JUNTADO AOS AUTOS EM 26/01/2018).\nComo visto acima, pleiteia-se uma presta\u00e7\u00e3o de natureza alimentar, indispens\u00e1vel por si mesma \u00e0 sobreviv\u00eancia da requerente, pessoa simples e impossibilitada de arcar com suas despesas, agravadas pela doen\u00e7a.\nA apar\u00eancia do direito, que corresponde ao requisito legal da prova inequ\u00edvoca e da verossimilhan\u00e7a da alega\u00e7\u00e3o, est\u00e1 presente nos fatos alegados e nas provas juntadas nesta inicial, formando o conjunto probat\u00f3rio necess\u00e1rio para a realiza\u00e7\u00e3o da cogni\u00e7\u00e3o sum\u00e1ria, indispens\u00e1vel a essa tutela de urg\u00eancia.\nEm raz\u00e3o de o car\u00e1ter alimentar da pretens\u00e3o deduzida em ju\u00edzo, sendo que sua aus\u00eancia no momento presente n\u00e3o poder\u00e1 ser suprida no futuro, nem mesmo pela melhor das recomposi\u00e7\u00f5es dos valores atrasados, v\u00ea-se deparada ao receio de dano irrepar\u00e1vel ou de dif\u00edcil repara\u00e7\u00e3o.\nNos contornos desta lide, \u00e9 inafast\u00e1vel a ideia de demora na presta\u00e7\u00e3o jurisdicional, pois as a\u00e7\u00f5es movidas contra o Instituto requerido s\u00e3o alvo de in\u00fameros recursos e sujeito a procedimentos que provocam uma espera de anos para a solu\u00e7\u00e3o do lit\u00edgio, n\u00e3o sendo raras as situa\u00e7\u00f5es em que a doen\u00e7a (vida) n\u00e3o espera a justi\u00e7a (lenta).\nPela verossimilhan\u00e7a das alega\u00e7\u00f5es, pelos fatos e elementos probat\u00f3rios trazidos nesta inicial e pela natureza alimentar da presta\u00e7\u00e3o de direito material, busca-se uma tutela de urg\u00eancia, visto que a requerente encontra-se extremamente debilitada e apresenta um quadro grave de miserabilidade, valendo-se para tal da tutela antecipat\u00f3ria.\nDestarte, conforme visto alhures, diante dos fatos e das provas arroladas na inicial, h\u00e1 a possibilidade de concess\u00e3o da antecipa\u00e7\u00e3o da tutela, determinandose, desde j\u00e1, ao requerido que efetue imediatamente o pagamento do benef\u00edcio previdenci\u00e1rio de Amparo Assistencial ao Portador de Defici\u00eancia sob o NB:705.361.208-3.\nAssim, \u00e9 a medida que se requer com extrema URG\u00caNCIA.\nIV \u2013 DOS FATOS\nA autora nasceu em 10/11/1995, contando hoje com a idade de 25 anos, conforme c\u00f3pia de RG anexada.\nNa data de 06/05/2020, a requerente ingressou, junto ao INSS, com pedido de Benef\u00edcio de Presta\u00e7\u00e3o Continuada \u2013 LOAS sob o NB: 705.361.208-3, que foi indeferido sob o argumento de n\u00e3o atender ao crit\u00e9rio de defici\u00eancia para o acesso ao BPC-LOAS, de acordo com comunica\u00e7\u00e3o de decis\u00e3o em anexo.\nOcorre que a autora encontra-se, desde a \u00e9poca apontada, em estado de miserabilidade e totalmente incapacitada para o trabalho, raz\u00e3o pela qual faz jus ao benef\u00edcio do Amparo Assistencial a pessoa portadora de Defici\u00eancia - LOAS, o qual deveria ter sido concedido naquela oportunidade pelo INSS.\n\n\fO indeferimento do pedido de benef\u00edcio previdenci\u00e1rio protocolado pelo autor foi equivocado, uma vez que a demandante \u00e9 portadora das seguintes patologias classificadas pela CID \u2013 10 como:\n\uf0b7 S42.0 - Fratura da clav\u00edcula; \uf0b7 F19 - Transtornos Mentais e Comportamentais Devidos\nao Uso de M\u00faltiplas Drogas e ao Uso de Outras Subst\u00e2ncias Psicoativas; \uf0b7 F19.2 - Transtornos mentais e comportamentais devidos ao uso de m\u00faltiplas drogas e ao uso de outras subst\u00e2ncias psicoativas \u2013 s\u00edndrome de depend\u00eancia.\nComo comprovam os documentos m\u00e9dicos em anexo, bem como o prontu\u00e1rio m\u00e9dico da autora anexados a essa inicial.\nQuanto as doen\u00e7as que acometem a requerente, imp\u00f5e ressaltar que este, em fun\u00e7\u00e3o de seus problemas, encontra-se em tratamento medicamentoso, o que acaba por demonstrar a dificuldade de retorno laboral que este benefici\u00e1rio se encontra.\nSem alternativa, diante da negativa do INSS, e por encontrar-se incapacitada para a vida laboral, tendo em vista que as enfermidades que o assolam retiramlhe as condi\u00e7\u00f5es de exerc\u00edcio de suas atividades profissionais.\nA autora vem, pela presente a\u00e7\u00e3o, socorrer-se ao poder judici\u00e1rio para que seu justo benef\u00edcio seja implantado com urg\u00eancia, haja vista se tratar de verbas de natureza alimentar.\nComo se verifica nos atestados e laudos m\u00e9dicos em anexo, o demandante n\u00e3o possui nenhuma condi\u00e7\u00e3o de exercer qualquer atividade laboral.\nApesar do tratamento m\u00e9dico a que se submete, n\u00e3o obt\u00e9m melhoras no seu quadro de sa\u00fade. Por isto, o indeferimento do benef\u00edcio da autora foi equivocado, motivo pelo qual o mesmo deve ser implantado imediatamente pela autarquia previdenci\u00e1ria.\nA autora est\u00e1 em situa\u00e7\u00e3o de vulnerabilidade social, n\u00e3o tendo como prover seu pr\u00f3prio sustento, no entanto, agora acometida por problemas m\u00e9dicos, n\u00e3o pode desenvolver nenhuma atividade laborativa.\nEsta passa por extrema dificuldade financeira e incapaz para o trabalho, visto que est\u00e1 desempregada, sendo assim merece ver concedido seu benef\u00edcio pleiteado, para que possa garantir sua subsist\u00eancia e ter o m\u00ednimo de dignidade.\nPor tudo o que foi dito at\u00e9 aqui, a autora se enquadra no artigo 20, \u00a7 2\u00ba da Lei n\u00ba 8.742/93, que garante a percep\u00e7\u00e3o do Benef\u00edcio de Presta\u00e7\u00e3o Continuada \u2013 LOAS, tendo em vista a sua condi\u00e7\u00e3o de miserabilidade e a incapacita\u00e7\u00e3o laboral causada pelas enfermidades de que \u00e9 portadora.\nEm assim sendo, diante de tais fatos, a demandante \u00e9 merecedora do Amparo Assistencial requerido junto ao INSS, uma vez que preenche os requisitos estabelecidos em lei para a concess\u00e3o do benef\u00edcio pretendido.\n\n\fTendo isto, considerando que o objetivo do amparo assistencial \u00e9 o de dar um m\u00ednimo de dignidade e suprir as necessidades mais imediatas dos seus requerentes que vivam em condi\u00e7\u00f5es de miserabilidade, a situa\u00e7\u00e3o da autora certamente se encaixa nestes casos, pois vive no estado de pen\u00faria preconizado na Lei.\nAssim, por tudo isso, a requerente merece o amparo do Estado Social de Direito, na forma de Benef\u00edcio Assistencial \u00e0 Pessoa Pobre e Incapaz.\nIsto posto, vistos os atestados e exames acostados, a autora prontifica-se desde j\u00e1 a submeter-se a per\u00edcia m\u00e9dica, com especialistas em, ORTOPEDIA/TRAUMATOLOGIA E PSIQUIATRIA, a serem designados por Vossa Excel\u00eancia, para que seja reconhecida sua incapacidade e o impedimento da vida laboral, para a realiza\u00e7\u00e3o da per\u00edcia m\u00e9dica, bem como, a realiza\u00e7\u00e3o de entrevista com Assistente Social para a devida PER\u00cdCIA S\u00d3CIOECON\u00d4MICA.\nV \u2013 DOS FUNDAMENTOS JUR\u00cdDICOS\nA pretens\u00e3o da requerente em receber o benef\u00edcio assistencial encontra-se devidamente amparada pela LEI MAIOR, especificamente no artigo 203 da Constitui\u00e7\u00e3o Federal,\u201d in verbis\u201d:\n\u201cArt. 203. A Assist\u00eancia Social ser\u00e1 prestada a quem dela necessitar, independentemente de contribui\u00e7\u00e3o \u00e0 seguridade social, e tem por objetivos:\nI - a prote\u00e7\u00e3o \u00e0 fam\u00edlia, \u00e0 maternidade, \u00e0 inf\u00e2ncia, \u00e0 adolesc\u00eancia e \u00e0 velhice; II - o amparo \u00e0s crian\u00e7as e adolescentes carentes; III - a promo\u00e7\u00e3o da integra\u00e7\u00e3o ao mercado de trabalho; IV - a habilita\u00e7\u00e3o e reabilita\u00e7\u00e3o das pessoas portadoras de defici\u00eancia e a promo\u00e7\u00e3o de sua integra\u00e7\u00e3o \u00e0 vida comunit\u00e1ria; V - a garantia de um sal\u00e1rio m\u00ednimo de benef\u00edcio mensal \u00e0 pessoa portadora de defici\u00eancia e ao idoso que comprovem n\u00e3o possuir meios de prover \u00e0 pr\u00f3pria manuten\u00e7\u00e3o ou de t\u00ea-la provida por sua fam\u00edlia, conforme dispuser a lei.\u201d\nCom efeito, a Lei n\u00famero 8.742/93, a qual disp\u00f5e sobre a organiza\u00e7\u00e3o da Assist\u00eancia Social, aduz que:\n\u201cArt. 20. O benef\u00edcio de presta\u00e7\u00e3o continuada \u00e9 a garantia de 1 (um) sal\u00e1rio m\u00ednimo mensal \u00e0 pessoa portadora de defici\u00eancia e ao idoso com 70 (setenta) anos ou mais e que comprovem n\u00e3o possuir meios de prover a pr\u00f3pria manuten\u00e7\u00e3o e nem de t\u00ea-la provida por sua fam\u00edlia.\n\u00a7 2\u00ba Para efeito de concess\u00e3o deste benef\u00edcio, a pessoa portadora de defici\u00eancia \u00e9 aquela incapacitada para a vida independente e para o trabalho.\n\n\f\u00a7 3\u00ba Considera-se incapaz de prover a manuten\u00e7\u00e3o da pessoa portadora de defici\u00eancia ou idosa a fam\u00edlia cuja renda mensal per capita seja inferior a 1/4 (um quarto) do sal\u00e1rio m\u00ednimo.\u201d (Grifo nosso).\nIgualmente, o art. 2\u00b0 da mesma Lei preconiza:\n\u201cArt. 2\u00ba A Assist\u00eancia Social tem por objetivos:\nI - a prote\u00e7\u00e3o \u00e0 fam\u00edlia, \u00e0 maternidade, \u00e0 inf\u00e2ncia, \u00e0 adolesc\u00eancia e \u00e0 velhice; II - o amparo \u00e0s crian\u00e7as e adolescentes carentes; III - a promo\u00e7\u00e3o da integra\u00e7\u00e3o ao mercado de trabalho; IV - a habilita\u00e7\u00e3o e reabilita\u00e7\u00e3o das pessoas portadoras de defici\u00eancia e a promo\u00e7\u00e3o de sua integra\u00e7\u00e3o \u00e0 vida comunit\u00e1ria; V - a garantia de 1 (um) sal\u00e1rio m\u00ednimo de benef\u00edcio mensal \u00e0 pessoa portadora de defici\u00eancia e ao idoso que comprovem n\u00e3o possuir meios de prover a pr\u00f3pria manuten\u00e7\u00e3o ou de t\u00ea-la provida por sua fam\u00edlia. Par\u00e1grafo \u00fanico. A assist\u00eancia social realiza-se de forma integrada \u00e0s pol\u00edticas setoriais, visando ao enfrentamento da pobreza, \u00e0 garantia dos m\u00ednimos sociais, ao provimento de condi\u00e7\u00f5es para atender conting\u00eancias sociais e \u00e0 universaliza\u00e7\u00e3o dos direitos sociais.\u201d\nPois bem, a lei supra citada mencionada garante a concess\u00e3o do benef\u00edcio assistencial ao portador de defici\u00eancia, mediante a comprova\u00e7\u00e3o de dois requisitos, ou seja:\n1) Defici\u00eancia incapacitante para a vida independente e para o trabalho;\n2) Impossibilidade de prover seus pr\u00f3prios meios de subsist\u00eancia ou t\u00ea-la provido pela fam\u00edlia.\nPois ora Excel\u00eancia, conforme se percebe pela leitura dos fatos, este \u00e9 o caso do requerente.\nResta claro que a requerente n\u00e3o tem condi\u00e7\u00f5es de prover seu pr\u00f3prio sustento, visto que a mesma est\u00e1 desempregada, vivendo em condi\u00e7\u00f5es de miserabilidade, que dentro de suas possibilidades tenta sobreviver com a ajuda que recebe, sem um m\u00ednimo de dignidade que a nossa Constitui\u00e7\u00e3o Federal garante.\nA par disso \u00e9 o art. 6\u00b0 da Constitui\u00e7\u00e3o Federal de 1988, o qual discorre sobre os direitos de qualquer cidad\u00e3o, proporcionando uma vida digna perante \u00e0 sociedade, garantindo acesso \u00e0 sa\u00fade, educa\u00e7\u00e3o, lazer e tantas outras necessidades b\u00e1sicas que todo ser humano deve gozar:\n\u201cArt. 6\u00ba S\u00e3o direitos sociais a educa\u00e7\u00e3o, a sa\u00fade, a alimenta\u00e7\u00e3o, o trabalho, a moradia, o lazer, a seguran\u00e7a, a previd\u00eancia social, a prote\u00e7\u00e3o \u00e0 maternidade e \u00e0 inf\u00e2ncia, a assist\u00eancia aos desamparados, na forma desta Constitui\u00e7\u00e3o.\u201d\n\n\fNesse sentido, a pretens\u00e3o do requerente est\u00e1 perfeitamente amparada pela lei, ou seja, preenche todos os requisitos legais, quais sejam: defici\u00eancia incapacitante para a vida independente e para o trabalho e a impossibilidade de prover sua subsist\u00eancia, ou contar com a renda de seus familiares.\nAssim, dever\u00e1 ser-lhe concedido o Benef\u00edcio Assistencial.\nVI \u2013 DO VALOR DA CAUSA\nA legisla\u00e7\u00e3o processual brasileira, diz que a toda causa ser\u00e1 atribu\u00eddo um valor certo, ainda que n\u00e3o tenha um valor econ\u00f4mico imediato. Nesse sentido, a presente demanda tem como pedidos, presta\u00e7\u00f5es vencidas e vincendas, com base no art. 292, \u00a7 1\u00ba e \u00a7 2\u00ba, do CPC.\nSendo assim, apuram-se 12 parcelas vencidas, desde a data de entrada do requerimento (DER 06/05/2020) e 12 vincendas, atribuindo a estas o valor do sal\u00e1rio m\u00ednimo mensal R$ 1.100,00 (um mil e cem reais), desta forma com a soma de umas e outras, conclui-se pelo valor total da causa de R$ 26.400,00 (vinte e seis mil e quatrocentos reais).\nVisto que o c\u00e1lculo elaborado para auferir o valor da causa est\u00e1 de acordo com o previsto nos arts. 292, \u00a7 1\u00ba e \u00a7 2\u00ba, do CPC, este, tamb\u00e9m, encontra guarida na Sumula de n\u00ba 01 das Turmas Recursais do Rio Grande do Sul. Firme no entendimento, acima exposto, temos o julgado da turma recursal no mesmo sentido (5079405-32.2016.4.04.7100, SEGUNDA TURMA RECURSAL DO RS, Relator GABRIEL DE JESUS TEDESCO WEDY, julgado em 17/07/2017).\nNeste sentido, ali\u00e1s, j\u00e1 decidiu a 1\u00aa Turma Recursal da Se\u00e7\u00e3o Judici\u00e1ria do Paran\u00e1 que \"o valor da causa deve-se pautar pelo proveito econ\u00f4mico pretendido pelo demandante. No caso presente, corresponde a todos os pedidos formulados pelo autor, ou seja, engloba as diferen\u00e7as vencidas mais 12 vincendas do benef\u00edcio que se quer majorar, mais o valor cobrado pelo INSS em virtude do pagamento a maior.\" (Processo 2008.70.66.001579- 2, Relatora Ju\u00edza Federal Luciane Merlin Cl\u00e8ve Kravetz, j. 29.04.2010).\nVII \u2013 DOS REQUERIMENTOS\n\u201c\u00c0 vista do exposto, arrazoado e fundamentado, consubstanciandose nos fatos narrados na exordial e no Direito aplic\u00e1vel \u00e0 esp\u00e9cie, REQUER se digne Vossa Excel\u00eancia:\nVII.I) O recebimento da presente A\u00c7\u00c3O PREVIDENCI\u00c1RIA DE CONCESS\u00c3O DE BENEF\u00cdCIO DE PRESTA\u00c7\u00c3O CONTINUADA DA ASSIST\u00caNCIA SOCIAL \u2013 BPC \u2013 LOAS \u00c0 PESSOA COM DEFICI\u00caNCIA pelo Procedimento Sumar\u00edssimo, com os documentos que a instruem, deferindo-se o pedido da Justi\u00e7a Gratuita visto que o autor n\u00e3o possui recursos para arcar com as custas processuais, sem que haja preju\u00edzo de sua subsist\u00eancia;\n\n\fVII.2) Seja concedida Antecipa\u00e7\u00e3o de Tutela para condenar o INSS a conceder o Amparo ao Portador de Defici\u00eancia, ante o receio de dano irrepar\u00e1vel ou de dif\u00edcil repara\u00e7\u00e3o;\nVI.3) Seja julgada totalmente procedente a presente a\u00e7\u00e3o, com a CONCESS\u00c3O DE BENEF\u00cdCIO DE PRESTA\u00c7\u00c3O CONTINUADA DA ASSIST\u00caNCIA SOCIAL \u2013 BPC \u2013 LOAS \u00c0 PESSOA COM DEFICI\u00caNCIA sob o NB: 705.361.208-3;\nVII.3) CITA\u00c7\u00c3O DO R\u00c9U \u2013 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL \u2013 INSS, na pessoa de seu representante legal, para, querendo, apresentar defesa, no prazo legal, sob pena de revelia e presun\u00e7\u00e3o de verdade quanto aos fatos articulados; bem como sua intima\u00e7\u00e3o para que junte aos autos o processo administrativo da parte autora, que inclui laudos e atestados m\u00e9dicos retidos no momento da per\u00edcia;\nVII.4) A proced\u00eancia da presente a\u00e7\u00e3o, condenando o INSS a:\na) ao pagamento das parcelas do Amparo postulado, vencidas e vincendas no curso da demanda, monetariamente corrigidas desde o respectivo vencimento e acrescidas de juros legais morat\u00f3rios, incidentes at\u00e9 a data do efetivo pagamento;\nb) pagar \u00e0 parte autora (via judicial \u2013 mediante RPV) as diferen\u00e7as verificadas relativamente \u00e0s presta\u00e7\u00f5es vencidas at\u00e9 a \u00faltima compet\u00eancia referida nos c\u00e1lculos a ser realizado, com atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, na forma da S\u00famula 7 da Turma Recursal desta Se\u00e7\u00e3o Judici\u00e1ria, e acr\u00e9scimo de juros de 1% (um por cento) ao m\u00eas, desde a cita\u00e7\u00e3o, nos termos da S\u00famula 2 do referido colegiado;\nc) pagar \u00e0 parte autora (na via administrativa), o benef\u00edcio previdenci\u00e1rio postulado, os valores vencidos e que se vencerem entre a compet\u00eancia da implanta\u00e7\u00e3o e o c\u00e1lculo a ser feito no processo at\u00e9 a data da efetiva implanta\u00e7\u00e3o administrativa do benef\u00edcio, com incid\u00eancia sobre estas parcelas dos mesmos crit\u00e9rios do item anterior, relativamente aos juros e \u00e0 corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria;\nd) pagar os valores atrasados por meio de RPV/Precat\u00f3rio expedido(a) de acordo com a Resolu\u00e7\u00e3o 438/05 do Conselho da Justi\u00e7a Federal, sendo que os valores contratados a t\u00edtulo de honor\u00e1rios advocat\u00edcios fixados em 30% (conforme contrato de honor\u00e1rios em anexo), que sejam expedidos em nome de ROSA & POGGERE ADVOGADOS ASSOCIADOS, sociedade de advogados inscrita no CNPJ sob o n\u00ba 11.081.144/0001-36;\nVII.5) Outrossim, requer-se a nomea\u00e7\u00e3o de peritos em ORTOPEDIA/TRAUMATOLOGIA E PSIQUIATRIA a serem escolhidos por este M. Ju\u00edzo para a realiza\u00e7\u00e3o da per\u00edcia m\u00e9dica, bem como, que seja realizada entrevista com Assistente Social para a devida PER\u00cdCIA S\u00d3CIOECON\u00d4MICA;\nVII.6) EMOLUMENTOS JUDICIAIS E SUCUMB\u00caNCIA. \u00c0 condena\u00e7\u00e3o da autarquia, ao pagamento das custas processuais, dos honor\u00e1rios de\n\n\fadvogado(a), a t\u00edtulo de sucumb\u00eancia, na base de c\u00e1lculo de 10% (dez por cento) sobre o total a ser apurado em fase de liquida\u00e7\u00e3o de senten\u00e7a, em caso de recurso, se, por\u00e9m, observandose que se esse valor seja inferior \u00e0 R$ 930,00, requer, ent\u00e3o, que mencionada cifra seja fixada a base da verba honor\u00e1ria em apre\u00e7o para evitar patamar irris\u00f3rio, \u201cque \u00e9 aviltante e atenta contra o exerc\u00edcio profissional\u201d1, al\u00e9m dos demais emolumentos judiciais que se fizerem necess\u00e1rios, na forma da Lei;\nVII.7) Protesta-se por todos os meios de prova em direito admitidos em lei, desde que moralmente leg\u00edtimos e obtidos de forma l\u00edcita, especialmente prova documental e pericial, que desde j\u00e1 requer.\nD\u00e1-se a causa, o valor de R$26.400,00 (vinte e seis mil e quatrocentos), para fins de distribui\u00e7\u00e3o.\nNestes termos, Pede deferimento. Erechim, 19 de maio de 2021. P.p\nIVAN CARLOS POGGERE OAB/RS n\u00ba 106.573\n1 STJ, AGA n\u00ba954995, j. 18.03.2008; e Segunda Turma Recursal da Se\u00e7\u00e3o Judici\u00e1ria de Santa Catarina, AC 2008.72.63.000292-1, Relator Juiz Federal Moser Vhoss, j. 09.07.2008);\n\n\f" } ] } }, { "data": { "original_header": "Documento Original - IdDocumentoCompleto: 5036926-18.2015.4.04.0000-41443530278739962010000000007", "original_text": "ADVOCACIA-GERAL DA UNI\u00c3O PROCURADORIA-GERAL FEDERAL PROCURADORIA REGIONAL FEDERAL DA 4\u00aa REGI\u00c3O\nCOORDENA\u00c7\u00c3O DE COBRAN\u00c7A E RECUPERA\u00c7\u00c3O DE CR\u00c9DITOS\nEXCELENT\u00cdSSIMO(A) SENHOR(A) DESEMBARGADOR(A) FEDERAL DO EGR\u00c9GIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 4\u00aa REGI\u00c3O.\nINSTITUTO NACIONAL DE METROLOGIA, QUALIDADE E TECNOLOGIA - INMETRO, autarquia federal criada pela Lei n\u00ba 5.966/73, representado\npela Procuradoria-Geral Federal, por interm\u00e9dio do Procurador Federal abaixo assinado, vem, respeitosamente, \u00e0 presen\u00e7a de V. Exa., com fundamento no art. 522 e 527, III, do CPC, interpor\nAGRAVO DE INSTRUMENTO da decis\u00e3o do evento 18 da Execu\u00e7\u00e3o Fiscal n\u00ba\n5057185-11.2014.4.04.7100/RS, em tramita\u00e7\u00e3o no Ju\u00edzo Federal da 16\u00aa Vara Federal de Porto Alegre, pelas raz\u00f5es de fato e de direito adiante expostas.\n1 \u2013 DO CABIMENTO.\nSegundo o art. 522, caput, do CPC, \u201cdas decis\u00f5es interlocut\u00f3rias caber\u00e1 agravo, no prazo de 10 (dez) dias, na forma retida, salvo quando se tratar de decis\u00e3o suscet\u00edvel de causar \u00e0 parte les\u00e3o grave e de dif\u00edcil repara\u00e7\u00e3o, bem como nos casos de inadmiss\u00e3o da apela\u00e7\u00e3o e nos relativos aos efeitos em que a apela\u00e7\u00e3o \u00e9 recebida, quando ser\u00e1 admitida a sua interposi\u00e7\u00e3o por instrumento\u201d.\nAv. Carlos Gomes, 1942/1950, 9\u00ba andar, CEP 90480-002, Porto Alegre/RS\n\n\fADVOCACIA-GERAL DA UNI\u00c3O PROCURADORIA-GERAL FEDERAL PROCURADORIA REGIONAL FEDERAL DA 4\u00aa REGI\u00c3O\nCOORDENA\u00c7\u00c3O DE COBRAN\u00c7A E RECUPERA\u00c7\u00c3O DE CR\u00c9DITOS\nNo caso em tela, est\u00e1-se diante de \u201cdecis\u00e3o suscet\u00edvel de causar \u00e0 parte les\u00e3o grave e de dif\u00edcil repara\u00e7\u00e3o\u201d, j\u00e1 que, na decis\u00e3o recorrida, o Juiz Federal que preside a execu\u00e7\u00e3o se recusou a consultar os sistemas RENAJUD e INFOJUD, determinando a suspens\u00e3o do feito na forma do art. 40, caput, da Lei n\u00ba 6.830/80.\nE mesmo que a decis\u00e3o hostilizada n\u00e3o representasse risco de les\u00e3o grave e de dif\u00edcil repara\u00e7\u00e3o, o que se admite a t\u00edtulo meramente especulativo, ainda assim o agravo teria de ser admitido sob a forma instrumental, visto que o agravo retido \u00e9 incompat\u00edvel com a sistem\u00e1tica do processo de execu\u00e7\u00e3o.\nCom efeito, se se admitisse o agravo retido no processo de execu\u00e7\u00e3o, todas as decis\u00f5es interlocut\u00f3rias nele proferidas jamais seriam apreciadas em segunda inst\u00e2ncia, pois, em raz\u00e3o da aus\u00eancia de senten\u00e7a de m\u00e9rito no processo executivo, n\u00e3o haveria apela\u00e7\u00e3o a ser submetida ao tribunal.\nNo sentido da incompatibilidade do agravo retido com a sistem\u00e1tica do processo de execu\u00e7\u00e3o, cita-se, ilustrativamente, o seguinte precedente do Superior Tribunal de Justi\u00e7a:\nPROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. EXECU\u00c7\u00c3O DE SENTEN\u00c7A. DECIS\u00c3O INTERLOCUT\u00d3RIA. AGRAVO RETIDO. N\u00c3O CABIMENTO. NECESSIDADE DE INTERPOSI\u00c7\u00c3O DE AGRAVO DE INSTRUMENTO. INCOMPATIBILIDADE DO AGRAVO RETIDO COM A SISTEM\u00c1TICA DO PROCESSO DE EXECU\u00c7\u00c3O. 1. Hip\u00f3tese em que se discute o cabimento do recurso de agravo retido contra decis\u00e3o interlocut\u00f3ria proferida no curso do processo de execu\u00e7\u00e3o de senten\u00e7a. 2. A jurisprud\u00eancia desta Corte \u00e9 no sentido de que, contra decis\u00e3o interlocut\u00f3ria proferida em processo de execu\u00e7\u00e3o \u00e9 cab\u00edvel agravo de instrumento, mesmo ap\u00f3s o advento da Lei 11.187/05, por ser o agravo retido incompat\u00edvel com a sistem\u00e1tica do processo de execu\u00e7\u00e3o. Precedente: RMS 27.194/RS, Rel. Ministro Arnaldo Esteves Lima, DJe15/03/2010. 3. Agravo n\u00e3o provido. (AgRG no AREsp 5997/RS, Rel. Ministro BENEDITO GON\u00c7ALVES, PRIMEIRA TURMA, DJe 16/03/2012).\nPelo exposto, julga-se demonstrado o requisito da les\u00e3o grave e de dif\u00edcil repara\u00e7\u00e3o, a ensejar a admiss\u00e3o e o processamento do agravo pelo regime instrumental.\nAv. Carlos Gomes, 1942/1950, 9\u00ba andar, CEP 90480-002, Porto Alegre/RS\n\n\fADVOCACIA-GERAL DA UNI\u00c3O PROCURADORIA-GERAL FEDERAL PROCURADORIA REGIONAL FEDERAL DA 4\u00aa REGI\u00c3O\nCOORDENA\u00c7\u00c3O DE COBRAN\u00c7A E RECUPERA\u00c7\u00c3O DE CR\u00c9DITOS\n2 \u2013 DA TEMPESTIVIDADE.\nO agravante foi intimado da decis\u00e3o recorrida em 27/09/2015 (evento 20).\nContando-se o prazo para interposi\u00e7\u00e3o de agravo de acordo com a regra inscrita no art. 188 do CPC1, aplic\u00e1vel \u00e0s autarquias federais por for\u00e7a do art. 10 da Lei n\u00ba 9.469/972, tem-se que o dies ad quem ocorrer\u00e1 em 19/10/2015.\nO agravo, entretanto, est\u00e1 sendo interposto nesta data, 29/09/2015, antes, pois, do termo final do prazo.\n\n3 \u2013 DA EXPOSI\u00c7\u00c3O DOS FATOS E DO DIREITO.\n\nSuplantados os requisitos de admissibilidade, passa-se \u00e0 exposi\u00e7\u00e3o dos fatos e do direito (art. 524, inciso I, do CPC).\n\nTendo em vista a n\u00e3o-localiza\u00e7\u00e3o de bens pass\u00edveis de penhora, e considerando a resposta negativa \u00e0 consulta ao sistema BACENJUD, o agravante requereu a realiza\u00e7\u00e3o de pesquisas, pelo Juiz da execu\u00e7\u00e3o, aos sistemas RENAJUD e INFOJUD.\n\ndecis\u00e3o:\n\nO Juiz da execu\u00e7\u00e3o, contudo, recusou-se a efetuar as pesquisas, prolatando a seguinte\nDESPACHO/DECIS\u00c3O\n\nDo pedido de quebra do sigilo fiscal.\n\nConsoante estabelece a Constitui\u00e7\u00e3o, art. 5\u00ba, X, s\u00e3o inviol\u00e1veis a intimidade e a vida privada das pessoas, garantias essas que se desdobram nos sigilos banc\u00e1rio e fiscal. Tratando de sigilo banc\u00e1rio, aponto o STF que tal \"esp\u00e9cie de direito \u00e0 privacidade protegido pela Constitui\u00e7\u00e3o de 1988, n\u00e3o \u00e9 absoluto, pois deve ceder diante dos interesses p\u00fablico, social e da Justi\u00e7a. Assim, deve ceder tamb\u00e9m na forma e com observ\u00e2ncia de procedimento legal e com respeito ao princ\u00edpio da razoabilidade\" (AI 655298, Rel. Eros Grau). Com efeito, \"A quebra de sigilo n\u00e3o pode ser manipulada, de modo arbitr\u00e1rio, pelo Poder P\u00fablico ou por seus agentes. \u00c9 que, se assim n\u00e3o fosse, a quebra de sigilo converter-se-ia, ilegitimamente, em instrumento de busca generalizada e de devassa indiscriminada da esfera de intimidade das pessoas, o que daria ao\n\n1 Art. 188. Computar-se-\u00e1 em qu\u00e1druplo o prazo para contestar e em dobro para recorrer quando a parte for a Fazenda P\u00fablica ou o Minist\u00e9rio P\u00fablico. 2 Art. 10. Aplica-se \u00e0s autarquias e funda\u00e7\u00f5es p\u00fablicas o disposto nos arts. 188 e 475, caput, e no seu inciso II, do C\u00f3digo de Processo Civil.\nAv. Carlos Gomes, 1942/1950, 9\u00ba andar, CEP 90480-002, Porto Alegre/RS\n\n\fADVOCACIA-GERAL DA UNI\u00c3O PROCURADORIA-GERAL FEDERAL PROCURADORIA REGIONAL FEDERAL DA 4\u00aa REGI\u00c3O\nCOORDENA\u00c7\u00c3O DE COBRAN\u00c7A E RECUPERA\u00c7\u00c3O DE CR\u00c9DITOS\nEstado, em desconformidade com os postulados que informam o regime democr\u00e1tico, o poder absoluto de vasculhar, sem quaisquer limita\u00e7\u00f5es, registros sigilosos alheios.\" (STF, HC 84.758, Rel. Celso de Mello). Dessa forma, a requisi\u00e7\u00e3o de informa\u00e7\u00f5es protegidas pelo sigilo fiscal para fins de localiza\u00e7\u00e3o de bens penhor\u00e1veis somente poder\u00e1 ocorrer excepcionalmente (STJ, AgRg no Ag 975.349, Min. Castro Meira), dada a relativiza\u00e7\u00e3o da garantia constitucional da inviolabilidade da vida privada. \"Somente em hip\u00f3teses extremas est\u00e1 o juiz autorizado a quebrar o sigilo fiscal e buscar, pelas declara\u00e7\u00f5es de renda, junto \u00e0 Receita Federal, bens do devedor para garantir a execu\u00e7\u00e3o\" (STJ, AgRg no Resp 667578, Rel. Luiz Fux). Importante assentar que \"\u00c9 \u00f4nus da parte exequente a localiza\u00e7\u00e3o de bens do executado para fins de penhora. Somente ap\u00f3s esgotados os meios \u00e0 disposi\u00e7\u00e3o do credor, para localiza\u00e7\u00e3o de bens do devedor, \u00e9 que o Judici\u00e1rio pode interferir para tal fim, sob pena de acarretar afronta ao princ\u00edpio da imparcialidade\" (TRF/4\u00aa R., AG 2008.04.00.017646-0, Rel. \u00c1lvaro Eduardo Junqueira). Isso porque, hoje, o credor fazend\u00e1rio possui diversas alternativas para identificar o patrim\u00f4nio do seu devedor, para fins de promover a execu\u00e7\u00e3o fiscal. O exequente pode realizar, sponte sua, pesquisas junto aos servi\u00e7os p\u00fablicos de registro de im\u00f3veis, de t\u00edtulos e documentos e de ve\u00edculos a fim de indicar bens penhor\u00e1veis. Dessa forma, descabe a pretens\u00e3o fazend\u00e1ria de transferir seu \u00f4nus processual ao Judici\u00e1rio.\nDa busca de bens pelo RENAJUD.\n\u00c9 do credor o \u00f4nus de indicar os bens do devedor pass\u00edveis de penhora, e, para desincumbir-se de tal mister, dever\u00e1 valer-se de todos os meios \u00e0 sua disposi\u00e7\u00e3o, descabendo pretender-se medidas que, praticamente, transfiram tais encargos ao Judici\u00e1rio. Nessa linha, a simples exist\u00eancia do conv\u00eanio RENAJUD n\u00e3o transferiu o \u00f4nus do exequente para o \u00f3rg\u00e3o judicial, mormente quando n\u00e3o identificado qualquer ve\u00edculo da parte executada. Assim, descabida a utiliza\u00e7\u00e3o indiscriminada do sistema RENAJUD.\nDa suspens\u00e3o pelo art. 40.\nConsiderando que a situa\u00e7\u00e3o sub judice se amolda ao art. 40, caput, da L. 6.830/80, suspendo a execu\u00e7\u00e3o pelo prazo de 1 (um) ano, o que permitir\u00e1 \u00e0 exequente diligenciar para fins de proporcionar um resultado frut\u00edfero a este executivo fiscal. Alerto que a movimenta\u00e7\u00e3o do processo somente estar\u00e1 legitimada diante de requerimento com potencialidade m\u00ednima de sucesso para a realiza\u00e7\u00e3o do cr\u00e9dito p\u00fablico.\nSilenciando o credor no prazo da suspens\u00e3o, arquivem-se sem baixa na Distribui\u00e7\u00e3o, nos termos do \u00a7 2\u00ba do mesmo dispositivo.\nIntime-se.\nComo se v\u00ea, o douto Juiz que preside a execu\u00e7\u00e3o indeferiu o pedido de consulta, pelo pr\u00f3prio ju\u00edzo, aos sistemas RENAJUD e INFOJUD, atribuindo ao exequente o \u00f4nus de localizar bens do executado pass\u00edveis de penhora.\nOcorre, por\u00e9m, que incorreu em desacerto o ilustre Magistrado, consoante ser\u00e1 demonstrado no t\u00f3pico seguinte, que manifesta as raz\u00f5es do pedido de reforma da decis\u00e3o agravada (art. 524, inciso II, do CPC).\nAv. Carlos Gomes, 1942/1950, 9\u00ba andar, CEP 90480-002, Porto Alegre/RS\n\n\fADVOCACIA-GERAL DA UNI\u00c3O PROCURADORIA-GERAL FEDERAL PROCURADORIA REGIONAL FEDERAL DA 4\u00aa REGI\u00c3O\nCOORDENA\u00c7\u00c3O DE COBRAN\u00c7A E RECUPERA\u00c7\u00c3O DE CR\u00c9DITOS\n4 \u2013 DAS RAZ\u00d5ES DO PEDIDO DE REFORMA DA DECIS\u00c3O.\nO Poder Judici\u00e1rio possui, hoje, mecanismos para garantir maior efici\u00eancia e rapidez \u00e0 execu\u00e7\u00e3o dos julgados, tendo em vista a disponibiliza\u00e7\u00e3o de meios eletr\u00f4nicos de consulta de informa\u00e7\u00f5es e de bloqueio de bens e valores aptos \u00e0 satisfa\u00e7\u00e3o do cr\u00e9dito (BACENJUD, RENAJUD e INFOJUD).\nO sistema RENAJUD viabiliza a pesquisa e o imediato bloqueio de ve\u00edculos em todo o territ\u00f3rio nacional, impedindo a transfer\u00eancia dos bens a terceiros.\nJ\u00e1 o sistema INFOJUD consubstancia ferramenta que permite a comunica\u00e7\u00e3o eletr\u00f4nica entre o Judici\u00e1rio e a Receita Federal, sistema que substitui o procedimento anterior de fornecimento de informa\u00e7\u00f5es cadastrais e de c\u00f3pias de declara\u00e7\u00f5es mediante o recebimento pr\u00e9vio de of\u00edcios.\nTrata-se o INFOJUD, portanto, de instrumento tecnol\u00f3gico criado para simplificar a obten\u00e7\u00e3o de informa\u00e7\u00f5es a respeito de bens do devedor, evitar dilig\u00eancias dispendiosas e agilizar a presta\u00e7\u00e3o jurisdicional, atendendo, assim, ao comando inscrito no art. 5\u00ba, inciso LXXVIII, da Constitui\u00e7\u00e3o da Rep\u00fablica, e garantindo maior efetividade \u00e0s execu\u00e7\u00f5es judiciais.\nJustamente em raz\u00e3o dos princ\u00edpios que orientaram a cria\u00e7\u00e3o dos sistemas RENAJUD e INFOJUD \u00e9 que n\u00e3o se compreende a negativa do Juiz Federal que preside a execu\u00e7\u00e3o em realizar as ambicionadas consultas.\nN\u00e3o se entende a recusa, tamb\u00e9m, porque a jurisprud\u00eancia do Tribunal Regional Federal da 4\u00aa Regi\u00e3o \u00e9 firme no sentido de que o Poder Judici\u00e1rio deve, sim, realizar as pesquisas RENAJUD e INFOJUD, at\u00e9 mesmo nas hip\u00f3teses em que a parte exequente deixe de comprovar que esgotou as dilig\u00eancias.\nIlustrativamente, citam-se os seguintes precedentes:\nAGRAVO DE INSTRUMENTO. PROCESSUAL CIVIL. LOCALIZA\u00c7\u00c3O DE BENS PENHOR\u00c1VEIS. INFOJUD. RENAJUD. POSSIBILIDADE. 1. Cab\u00edvel a utiliza\u00e7\u00e3o dos sistemas INFOJUD/RENAJUD para autorizar a penhora on line dos ativos financeiros do devedor se este, citado, n\u00e3o oferece bens \u00e0 penhora. 2. A medida revela utilidade mesmo que j\u00e1\nAv. Carlos Gomes, 1942/1950, 9\u00ba andar, CEP 90480-002, Porto Alegre/RS\n\n\fADVOCACIA-GERAL DA UNI\u00c3O\nPROCURADORIA-GERAL FEDERAL\nPROCURADORIA REGIONAL FEDERAL DA 4\u00aa REGI\u00c3O\nCOORDENA\u00c7\u00c3O DE COBRAN\u00c7A E RECUPERA\u00c7\u00c3O DE CR\u00c9DITOS\ntenha sido empreendida consulta \u00e0 base de dados do DETRAN Estadual, pois o RENAJUD viabiliza a pesquisa e o imediato bloqueio de ve\u00edculos em todo o territ\u00f3rio nacional, impedindo transfer\u00eancia dos bens a terceiros com evidente preju\u00edzo ao cr\u00e9dito exequendo. 3. N\u00e3o h\u00e1 raz\u00e3o para impor \u00e0 Fazenda P\u00fablica a promo\u00e7\u00e3o de dilig\u00eancias dispendiosas uma vez que existem sistemas criados especialmente para simplificar e agilizar a obten\u00e7\u00e3o de informa\u00e7\u00f5es acerca dos bens do devedor. (Ag 0004747-24.2012.404.0000, Rel. Desembargadora Federal LUCIANE AMARAL CORR\u00caA M\u00dcNCH, T2, DE 30/08/2012)\nADMINISTRATIVO. AGRAVO DE INSTRUMENTO. EXECU\u00c7\u00c3O FISCAL. RENAJUD/INFOJUD. 1. Com rela\u00e7\u00e3o \u00e0 utiliza\u00e7\u00e3o de sistemas informatizados colocados \u00e0 disposi\u00e7\u00e3o do Judici\u00e1rio, como forma de melhor instrumentalizar a efetiva\u00e7\u00e3o de penhora ou busca de bens dos devedores em processos de execu\u00e7\u00e3o, a nova reda\u00e7\u00e3o do art. 655 do CPC retira da utiliza\u00e7\u00e3o de sistemas tais como INFOJUD, RENAJUD ou BACENJUD seu car\u00e1ter excepcional, na medida em que se constituem o meio por excel\u00eancia para localiza\u00e7\u00e3o de bens, dep\u00f3sitos ou aplica\u00e7\u00f5es em institui\u00e7\u00f5es financeiras, sendo que estes, por sua vez, se encontram em primeiro lugar na ordem de prefer\u00eancia dos bens penhor\u00e1veis. 2. A utiliza\u00e7\u00e3o dos sistemas em quest\u00e3o n\u00e3o se condiciona \u00e0 demonstra\u00e7\u00e3o acerca do esgotamento de dilig\u00eancias do credor para localizar bens pass\u00edveis de penhora. (Ag 0005101-49.2012.404.0000, Rel. Juiz Federal NICOLAU KONKEL JUNIOR, T3, DE 16/08/2012)\nAGRAVO DE INSTRUMENTO. RENAJUD. ESGOTAMENTO DE DILIG\u00caNCIAS. DESNECESSIDADE. 1. As mudan\u00e7as na legisla\u00e7\u00e3o processual introduziram mecanismos de favorecimento ao exequente, fortalecendo o princ\u00edpio do resultado de que trata o artigo 612 do CPC. Dispensa-se, desse modo, o pr\u00e9vio esgotamento de dilig\u00eancias para fins de utiliza\u00e7\u00e3o dos Sistemas BACEN-JUD, INFOJUD e RENAJUD. 2. Agravo de instrumento provido. (Ag 0001954-49.2011.404.0000, Rel. Desembargador Federal FERNANDO QUADROS DA SILVA, T3, DE 16/05/2012)\nADMINISTRATIVO. AGRAVO DE INSTRUMENTO. EXECU\u00c7\u00c3O FISCAL. PESQUISA AO SISTEMA INFOJUD. POSSIBILIDADE. Segundo entendimento deste Tribunal Regional Federal, n\u00e3o h\u00e1 a necessidade de se exigir do exequente/demandante o exaurimento de todas as dilig\u00eancias extrajudiciais para que se autorize a utiliza\u00e7\u00e3o dos conv\u00eanios firmados pelo Poder Judici\u00e1rio (INFOJUD, BACENJUD, RENAJUD) seja para a constri\u00e7\u00e3o/localiza\u00e7\u00e3o de bens do devedor, seja para a localiza\u00e7\u00e3o do endere\u00e7o do executado/demandado (hip\u00f3tese em que a pesquisa ser\u00e1 limitada ao objeto espec\u00edfico). (Ag 5014407-83.2014.404.0000, Rel. Desembargadora Federal VIVIAN JOSETE PANTALE\u00c3O CAMINHA, T4, j. 23/09/2014)\nEXECU\u00c7\u00c3O FISCAL. UTILIZA\u00c7\u00c3O DOS SISTEMAS INFOJUD RENAJUD E BACENJUD. As atuais diretrizes do processo execut\u00f3rio se orientam pelo princ\u00edpio da efetividade, com vistas \u00e0 satisfa\u00e7\u00e3o total do cr\u00e9dito, sendo absolutamente desnecess\u00e1rio o esgotamento das dilig\u00eancias para a localiza\u00e7\u00e3o de outros bens penhor\u00e1veis. (Ag 000381337.2010.404.0000, Rel. Desembargadora Federal MARIA DE F\u00c1TIMA FREITAS LABARR\u00c8RE, T1, DE 10/08/2010)\nEm face do expendido, for\u00e7osa \u00e9 a reforma da decis\u00e3o agravada, para determinar que o Juiz da execu\u00e7\u00e3o realize, e junte aos autos, as consultas aos sistemas RENAJUD e INFOJUD em nome do executado.\nAv. Carlos Gomes, 1942/1950, 9\u00ba andar, CEP 90480-002, Porto Alegre/RS\n\n\fADVOCACIA-GERAL DA UNI\u00c3O\nPROCURADORIA-GERAL FEDERAL\nPROCURADORIA REGIONAL FEDERAL DA 4\u00aa REGI\u00c3O\nCOORDENA\u00c7\u00c3O DE COBRAN\u00c7A E RECUPERA\u00c7\u00c3O DE CR\u00c9DITOS\n5 \u2013 DO PROVIMENTO MONOCR\u00c1TICO DO RECURSO.\nNos termos do que disp\u00f5e o art. 557, \u00a7 1\u00ba-A, do CPC, \u201cse a decis\u00e3o recorrida estiver em manifesto confronto com s\u00famula ou com jurisprud\u00eancia dominante do Supremo Tribunal Federal, ou de Tribunal Superior, o relator poder\u00e1 dar provimento ao recurso\u201d.\nNo caso em tela, a decis\u00e3o agravada \u00e9 avessa \u00e0 jurisprud\u00eancia do Superior Tribunal de Justi\u00e7a. Nesse sentido, ilustrativamente:\nRECURSO ESPECIAL N\u00ba 1.522.022 - SP (2015/0062817-5) RELATOR: MINISTRO MAURO CAMPBELL MARQUES RECORRENTE: AGENCIA NACIONAL DO PETR\u00d3LEO, G\u00c1S NATURAL E BIOCOMBUST\u00cdVEIS RECORRIDO: ITAHUM COM\u00c9RCIO DE DIESEL LTDA ADVOGADO: SEM REPRESENTA\u00c7\u00c3O NOS AUTOS PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. RECURSO ESPECIAL. INFOJUD. INEXIST\u00caNCIA DE NECESSIDADE DE ESGOTAMENTO DAS BUSCAS POR BENS DO DEVEDOR. RECURSO PROVIDO. DECIS\u00c3O Trata-se de recurso especial interposto com fundamento no artigo 105, III, 'a' da Constitui\u00e7\u00e3o Federal, contra ac\u00f3rd\u00e3o Tribunal Regional Federal da 3\u00aa Regi\u00e3o, assim ementado: AGRAVO DE INSTRUMENTO. EXECU\u00c7\u00c3O. LOCALIZA\u00c7\u00c3O DE BENS DO DEVEDOR. INFOJUD. N\u00e3o cabe ao Ju\u00edzo substituir-se \u00e0 parte nas dilig\u00eancias que lhe competem para localiza\u00e7\u00e3o do devedor e de bens para penhora, salvo se provado o esgotamento razo\u00e1vel das tentativas neste sentido. Agravo a que se nega provimento. A parte recorrente alega viola\u00e7\u00e3o aos artigos 535 e 612 do CPC, alegando, em s\u00edntese: (a) v\u00edcio no ac\u00f3rd\u00e3o recorrido, em que pese a oposi\u00e7\u00e3o de embargos de declara\u00e7\u00e3o; (b) que a execu\u00e7\u00e3o deve ser realizada no interesse do credor, motivo pelo qual n\u00e3o h\u00e1 necessidade do exaurimento de todos os meios extrajudiciais para a utiliza\u00e7\u00e3o do INFOJUD; (c) diverg\u00eancia jurisprudencial quanto \u00e0 mat\u00e9ria debatida. O recurso foi admitido pela decis\u00e3o de fls. 125/127. \u00c9 o relat\u00f3rio. Passo a decidir. De in\u00edcio, quanto \u00e0 alegada ofensa ao artigo 612 do C\u00f3digo de Processo Civil. Argumenta que \"a utiliza\u00e7\u00e3o do INFOJUD n\u00e3o implica viola\u00e7\u00e3o ao sigilo fiscal do executado, j\u00e1 que em conson\u00e2ncia com os artigos 10 da Lei de Execu\u00e7\u00f5es Fiscais, 185-A do C\u00f3digo Tribut\u00e1rio Nacional, bem como os arts. 600, IV e 655, I do C\u00f3digo de Processo Civil\". Pleiteia o provimento do recurso especial para \"reformar a decis\u00e3o proferida no agravo de instrumento, para determinar o prosseguimento da execu\u00e7\u00e3o fiscal\". Ju\u00edzo positivo de admissibilidade \u00e0s fls. 82/83. \u00c9 o relat\u00f3rio. Passo a decidir. A insurg\u00eancia merece ser acolhida. Consoante entendimento do Superior Tribunal de Justi\u00e7a, ap\u00f3s a edi\u00e7\u00e3o da Lei n. 11.382/2006, n\u00e3o mais se exige a comprova\u00e7\u00e3o do esgotamento das vias extrajudiciais em busca de bens penhor\u00e1veis para a utiliza\u00e7\u00e3o do Sistema BACENJUD, n\u00e3o havendo, pois, a obrigatoriedade de exaurimento de dilig\u00eancias por parte da exequente para a localiza\u00e7\u00e3o de bens do devedor. Nesse sentido: TRIBUT\u00c1RIO. PROCESSUAL CIVIL. AUS\u00caNCIA DE VIOLA\u00c7\u00c3O DO ART. 535 DO CPC. EXECU\u00c7\u00c3O FISCAL. PENHORA ON LINE. PEDIDO POSTERIOR \u00c0 ENTRADA EM VIGOR DA LEI N. 11.382/2006. DESNECESSIDADE DE ESGOTAMENTO DAS DILIG\u00caNCIAS EM BUSCA DE BENS. 1. N\u00e3o h\u00e1 viola\u00e7\u00e3o do art. 535 do CPC quando a presta\u00e7\u00e3o jurisdicional \u00e9 dada na medida da pretens\u00e3o deduzida, com enfrentamento e resolu\u00e7\u00e3o das quest\u00f5es abordadas no recurso. 2. A Corte Especial e a Primeira Se\u00e7\u00e3o do STJ, respectivamente, ao apreciarem o REsp 1.112.943/MA, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 15.9.2010, DJ 23.11.2010, e o REsp 1.184.765-PA, Rel. Min. Luiz Fux,\nAv. Carlos Gomes, 1942/1950, 9\u00ba andar, CEP 90480-002, Porto Alegre/RS\n\n\fADVOCACIA-GERAL DA UNI\u00c3O\nPROCURADORIA-GERAL FEDERAL\nPROCURADORIA REGIONAL FEDERAL DA 4\u00aa REGI\u00c3O\nCOORDENA\u00c7\u00c3O DE COBRAN\u00c7A E RECUPERA\u00c7\u00c3O DE CR\u00c9DITOS\njulgado no dia 24.11.2010, segundo a sistem\u00e1tica prevista no art. 543-C do CPC e na Resolu\u00e7\u00e3o 8/2008 do STJ, confirmaram a orienta\u00e7\u00e3o no sentido de que, no regime da Lei n. 11.382/2006, n\u00e3o h\u00e1 mais necessidade do pr\u00e9vio esgotamento das dilig\u00eancias para localiza\u00e7\u00e3o de bens do devedor para que seja efetivada a penhora on line. 3. Hip\u00f3tese em que o pedido foi requerido e deferido no per\u00edodo de vig\u00eancia da Lei n. 11.382/2006, permitindo-se a localiza\u00e7\u00e3o e a constri\u00e7\u00e3o dos ativos financeiros em conta da executada, por meio do sistema Bacen Jud, at\u00e9 o limite do valor exequendo. Agravo regimental improvido. (AgRg no REsp 1425055/RS, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 20/02/2014, DJe 27/02/2014) PROCESSUAL CIVIL E TRIBUT\u00c1RIO. EMBARGOS DE DIVERG\u00caNCIA. BLOQUEIO DE ATIVOS FINANCEIROS POR MEIO DO SISTEMA BACEN-JUD. APLICA\u00c7\u00c3O CONJUGADA DO ART. 185-A, DO CTN, ART. 11, DA LEI N. 6.830/80, ART. 655 E ART. 655-A, DO CPC. DECIS\u00c3O PROFERIDA AP\u00d3S A VIG\u00caNCIA DA LEI N. 11.386/2006, QUE DEU NOVA REDA\u00c7\u00c3O AO ART. 655 E INSTITUIU O ART. 655-A, AMBOS DO CPC. DESNECESSIDADE DE PR\u00c9VIO ESGOTAMENTO DE DILIG\u00caNCIAS PARA LOCALIZAR BENS DO DEVEDOR. ORIENTA\u00c7\u00c3O ADOTADA EM SEDE DE RECURSOS REPETITIVOS, NA SISTEM\u00c1TICA DO ART. 543-C, DO CPC. INCID\u00caNCIA DA S\u00daMULA N. 168/STJ. 1. A diverg\u00eancia interpretativa alegada pela embargante diz respeito \u00e0 utiliza\u00e7\u00e3o do sistema BACEN-JUD \u00e0 luz dos arts. 11, I, da Lei n. 6.830/80, 655, I e 655-A, do CPC e 185-A, do CTN. Enquanto o resto paradigma entendeu pela possibilidade da penhora online de forma preferencial sobre as demais formas de constri\u00e7\u00e3o judicial de bens, o ac\u00f3rd\u00e3o paradigma teria condicionado essa modalidade de penhora ao pr\u00e9vio esgotamento de dilig\u00eancias no sentido da loca\u00e7\u00e3o de bens do devedor pass\u00edveis de penhora. 2. Em interpreta\u00e7\u00e3o sistem\u00e1tica do ordenamento jur\u00eddico, na busca de uma maior efic\u00e1cia material do provimento jurisdicional, deve-se conjugar o art. 185-A, do CTN, com o art. 11 da Lei n. 6.830/80 e artigos 655 e 655-A, do CPC, para possibilitar a penhora de dinheiro em dep\u00f3sito ou aplica\u00e7\u00e3o financeira, independentemente do esgotamento de dilig\u00eancias para encontrar outros bens penhor\u00e1veis. Em suma, para as decis\u00f5es proferidas a partir de 20.1.2007 (data da entrada em vigor da Lei n. 11.038/2006), em execu\u00e7\u00e3o fiscal por cr\u00e9dito tribut\u00e1rio ou n\u00e3o, aplica-se o disposto no art. 655-A do C\u00f3digo de Processo Civil, posto que compat\u00edvel com o art. 185-A do CTN. 3. O tema foi submetido a julgamento pelo rito no art. 543-C, do CPC, tanto pela Corte Especial (REsp 1.112.943-MA, Rel. Min. Nancy Andrighi, DJE 23.11.2010), quanto pela Primeira Se\u00e7\u00e3o desta Corte (REsp 1.184.765-PA, Rel. Min. Luiz Fux, julgado no dia 24.11.2010), ocasi\u00f5es em que restou assentado entendimento no sentido de que a penhora online, antes da entrada em vigor da Lei n. 11.382/2006, configura medida excepcional cuja efetiva\u00e7\u00e3o est\u00e1 condicionada \u00e0 comprova\u00e7\u00e3o de que o credor tenha realizado todas as dilig\u00eancias no sentido de localizar bens livres e desembara\u00e7ados de titularidade do devedor. Contudo, ap\u00f3s o advento da referida lei, o juiz, ao decidir sobre a realiza\u00e7\u00e3o da penhora online, n\u00e3o pode mais exigir do credor prova de exaurimento das vias extrajudiciais na busca de bens a serem penhorados. 4. Tendo em vista que a jurisprud\u00eancia desta Corte se firmou no mesmo sentido do ac\u00f3rd\u00e3o embargado, incide, na hip\u00f3tese, a S\u00famula n. 168/STJ. 5. Embargos de diverg\u00eancia n\u00e3o conhecidos. (EREsp 1.086.173/SC, PRIMEIRA SE\u00c7\u00c3O, Rel. Min. MAURO CAMPBELL MARQUES, DJe de 1\u00ba.2.2011) Neste contexto, acredito que o mesmo entendimento adotado para o BACENJUD, deve ser aplicado ao RENAJUD e ao INFOJUD, porquanto, meios colocados \u00e0 disposi\u00e7\u00e3o dos credores para simplificar e agilizar a busca de bens aptos a satisfazer os cr\u00e9ditos executados. Diante do exposto, com base no art. 557, \u00a7 1\u00ba-A, do CPC, dou PROVIMENTO ao recurso especial. Publique-se. Intimem-se. Bras\u00edlia (DF), 17 de abril de 2015. MINISTRO MAURO CAMPBELL MARQUES Relator (REsp 1.522.022/SP, Relator Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, DJ 29/04/2015)\nAv. Carlos Gomes, 1942/1950, 9\u00ba andar, CEP 90480-002, Porto Alegre/RS\n\n\fADVOCACIA-GERAL DA UNI\u00c3O PROCURADORIA-GERAL FEDERAL PROCURADORIA REGIONAL FEDERAL DA 4\u00aa REGI\u00c3O\nCOORDENA\u00c7\u00c3O DE COBRAN\u00c7A E RECUPERA\u00c7\u00c3O DE CR\u00c9DITOS\nAssim, \u00e9 l\u00edcito ao relator dar provimento ao agravo, para reformar a decis\u00e3o recorrida e, por conseguinte, determinar que o Juiz da execu\u00e7\u00e3o realize, e junte aos autos, as consultas aos sistemas RENAJUD e INFOJUD em nome do executado (INFOJUD referente aos tr\u00eas \u00faltimos exerc\u00edcios).\n6 \u2013 DA ATRIBUI\u00c7\u00c3O DE EFEITO ATIVO AO RECURSO.\nNos termos do art. 525, inciso III, do CPC, \u201crecebido o agravo de instrumento no tribunal, e distribu\u00eddo incontinenti, o relator: (...) poder\u00e1 atribuir efeito suspensivo ao recurso (art. 558), ou deferir, em antecipa\u00e7\u00e3o de tutela, total ou parcialmente, a pretens\u00e3o recursal, comunicando ao juiz sua decis\u00e3o\u201d.\nNo caso em tela, tendo em vista que a decis\u00e3o agravada possui aptid\u00e3o para causar les\u00e3o grave e de dif\u00edcil repara\u00e7\u00e3o \u00e0 Fazenda P\u00fablica, e considerando a relev\u00e2ncia dos argumentos expostos linhas acima, \u00e9 l\u00edcito ao relator atribuir efeito ativo ao agravo, e, por conseguinte, determinar que o Juiz da execu\u00e7\u00e3o realize, e junte aos autos, as consultas aos sistemas RENAJUD e INFOJUD em nome do executado (INFOJUD referente aos tr\u00eas \u00faltimos exerc\u00edcios).\n7 \u2013 DOS PEDIDOS.\nANTE O EXPOSTO, postula:\n(i) que seja o agravo recebido pelo Tribunal e distribu\u00eddo incontinenti ao relator; (ii) que o relator conhe\u00e7a e processe o agravo na forma instrumental; (iii) que o relator d\u00ea provimento ao recurso ou a ele atribua efeito ativo, e, por conseguinte, comunique o ilustre Juiz da execu\u00e7\u00e3o, para que ele realize, e junte aos autos, as consultas aos sistemas RENAJUD e INFOJUD em nome do executado (INFOJUD referente aos tr\u00eas \u00faltimos exerc\u00edcios);\n(iv) que a colenda Turma conhe\u00e7a e d\u00ea provimento ao agravo, para confirmar a tutela recursal antecipada e reformar, em definitivo, a decis\u00e3o recorrida;\nAv. Carlos Gomes, 1942/1950, 9\u00ba andar, CEP 90480-002, Porto Alegre/RS\n\n\fADVOCACIA-GERAL DA UNI\u00c3O PROCURADORIA-GERAL FEDERAL PROCURADORIA REGIONAL FEDERAL DA 4\u00aa REGI\u00c3O\nCOORDENA\u00c7\u00c3O DE COBRAN\u00c7A E RECUPERA\u00c7\u00c3O DE CR\u00c9DITOS\n(v) na hip\u00f3tese de improvimento do agravo, ad argumentandum, que haja manifesta\u00e7\u00e3o expl\u00edcita da colenda Turma acerca dos dispositivos constitucionais e legais envolvidos na presente causa.\nPor fim, informa que deixa de informar o nome e o endere\u00e7o do patrono do executado, uma vez que ele n\u00e3o constituiu advogado at\u00e9 o momento.\nPorto Alegre/RS, 29 de setembro de 2015. Silmar Den\u00eds Moresco Procurador Federal SIAPE 1311781 OAB/RS 46.242\nAv. Carlos Gomes, 1942/1950, 9\u00ba andar, CEP 90480-002, Porto Alegre/RS\n\n\f", "similar_texts_federais_bgem3": [ { "header": "Texto Similar 1 (C\u00edvel) - IdDocumentoCompleto: 5027942-45.2015.4.04.0000-41438000095087411100000000004", "text": "ADVOCACIA-GERAL DA UNI\u00c3O PROCURADORIA-GERAL FEDERAL PROCURADORIA REGIONAL FEDERAL DA 4\u00aa REGI\u00c3O\nCOORDENA\u00c7\u00c3O DE COBRAN\u00c7A E RECUPERA\u00c7\u00c3O DE CR\u00c9DITOS\nEXCELENT\u00cdSSIMO(A) SENHOR(A) DESEMBARGADOR(A) FEDERAL DO EGR\u00c9GIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 4\u00aa REGI\u00c3O.\nCOMISS\u00c3O DE VALORES MOBILI\u00c1RIOS \u2013 CVM, autarquia federal\ncriada pela Lei n\u00ba 6.385/76, representada pela Procuradoria-Geral Federal, por interm\u00e9dio do Procurador Federal abaixo assinado, vem, respeitosamente, \u00e0 presen\u00e7a de V. Exa., com\nfundamento no art. 522 e 527, III, do CPC, interpor AGRAVO DE INSTRUMENTO da\ndecis\u00e3o do evento 40 da Execu\u00e7\u00e3o Fiscal n\u00ba 5044825-15.2012.4.04.7100/RS, em tramita\u00e7\u00e3o no Ju\u00edzo Federal da 16\u00aa Vara Federal de Porto Alegre, pelas raz\u00f5es de fato e de direito adiante expostas.\n1 \u2013 DO CABIMENTO.\nSegundo o art. 522, caput, do CPC, \u201cdas decis\u00f5es interlocut\u00f3rias caber\u00e1 agravo, no prazo de 10 (dez) dias, na forma retida, salvo quando se tratar de decis\u00e3o suscet\u00edvel de causar \u00e0 parte les\u00e3o grave e de dif\u00edcil repara\u00e7\u00e3o, bem como nos casos de inadmiss\u00e3o da apela\u00e7\u00e3o e nos relativos aos efeitos em que a apela\u00e7\u00e3o \u00e9 recebida, quando ser\u00e1 admitida a sua interposi\u00e7\u00e3o por instrumento\u201d.\nAv. Carlos Gomes, 1942/1950, 9\u00ba andar, CEP 90480-002, Porto Alegre/RS\n\n\fADVOCACIA-GERAL DA UNI\u00c3O PROCURADORIA-GERAL FEDERAL PROCURADORIA REGIONAL FEDERAL DA 4\u00aa REGI\u00c3O\nCOORDENA\u00c7\u00c3O DE COBRAN\u00c7A E RECUPERA\u00c7\u00c3O DE CR\u00c9DITOS\nNo caso em tela, est\u00e1-se diante de \u201cdecis\u00e3o suscet\u00edvel de causar \u00e0 parte les\u00e3o grave e de dif\u00edcil repara\u00e7\u00e3o\u201d, j\u00e1 que, na decis\u00e3o recorrida, o Juiz Federal que preside a execu\u00e7\u00e3o se recusou a consultar os sistemas RENAJUD e INFOJUD, determinando a suspens\u00e3o do feito na forma do art. 40, caput, da Lei n\u00ba 6.830/80.\nE mesmo que a decis\u00e3o hostilizada n\u00e3o representasse risco de les\u00e3o grave e de dif\u00edcil repara\u00e7\u00e3o, o que se admite a t\u00edtulo meramente especulativo, ainda assim o agravo teria de ser admitido sob a forma instrumental, visto que o agravo retido \u00e9 incompat\u00edvel com a sistem\u00e1tica do processo de execu\u00e7\u00e3o.\nCom efeito, se se admitisse o agravo retido no processo de execu\u00e7\u00e3o, todas as decis\u00f5es interlocut\u00f3rias nele proferidas jamais seriam apreciadas em segunda inst\u00e2ncia, pois, em raz\u00e3o da aus\u00eancia de senten\u00e7a de m\u00e9rito no processo executivo, n\u00e3o haveria apela\u00e7\u00e3o a ser submetida ao tribunal.\nNo sentido da incompatibilidade do agravo retido com a sistem\u00e1tica do processo de execu\u00e7\u00e3o, cita-se, ilustrativamente, o seguinte precedente do Superior Tribunal de Justi\u00e7a:\nPROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. EXECU\u00c7\u00c3O DE SENTEN\u00c7A. DECIS\u00c3O INTERLOCUT\u00d3RIA. AGRAVO RETIDO. N\u00c3O CABIMENTO. NECESSIDADE DE INTERPOSI\u00c7\u00c3O DE AGRAVO DE INSTRUMENTO. INCOMPATIBILIDADE DO AGRAVO RETIDO COM A SISTEM\u00c1TICA DO PROCESSO DE EXECU\u00c7\u00c3O. 1. Hip\u00f3tese em que se discute o cabimento do recurso de agravo retido contra decis\u00e3o interlocut\u00f3ria proferida no curso do processo de execu\u00e7\u00e3o de senten\u00e7a. 2. A jurisprud\u00eancia desta Corte \u00e9 no sentido de que, contra decis\u00e3o interlocut\u00f3ria proferida em processo de execu\u00e7\u00e3o \u00e9 cab\u00edvel agravo de instrumento, mesmo ap\u00f3s o advento da Lei 11.187/05, por ser o agravo retido incompat\u00edvel com a sistem\u00e1tica do processo de execu\u00e7\u00e3o. Precedente: RMS 27.194/RS, Rel. Ministro Arnaldo Esteves Lima, DJe15/03/2010. 3. Agravo n\u00e3o provido. (AgRG no AREsp 5997/RS, Rel. Ministro BENEDITO GON\u00c7ALVES, PRIMEIRA TURMA, DJe 16/03/2012).\nPelo exposto, julga-se demonstrado o requisito da les\u00e3o grave e de dif\u00edcil repara\u00e7\u00e3o, a ensejar a admiss\u00e3o e o processamento do agravo pelo regime instrumental.\nAv. Carlos Gomes, 1942/1950, 9\u00ba andar, CEP 90480-002, Porto Alegre/RS\n\n\fADVOCACIA-GERAL DA UNI\u00c3O PROCURADORIA-GERAL FEDERAL PROCURADORIA REGIONAL FEDERAL DA 4\u00aa REGI\u00c3O\nCOORDENA\u00c7\u00c3O DE COBRAN\u00c7A E RECUPERA\u00c7\u00c3O DE CR\u00c9DITOS\n2 \u2013 DA TEMPESTIVIDADE.\nO agravante foi intimado da decis\u00e3o recorrida em 24/07/2015 (evento 42).\nContando-se o prazo para interposi\u00e7\u00e3o de agravo de acordo com a regra inscrita no art. 188 do CPC1, aplic\u00e1vel \u00e0s autarquias federais por for\u00e7a do art. 10 da Lei n\u00ba 9.469/972, tem-se que o dies ad quem ocorrer\u00e1 em 15/08/2015.\nO agravo, entretanto, est\u00e1 sendo interposto nesta data, 27/07/2015, antes, pois, do termo final do prazo.\n\n3 \u2013 DA EXPOSI\u00c7\u00c3O DOS FATOS E DO DIREITO.\n\nSuplantados os requisitos de admissibilidade, passa-se \u00e0 exposi\u00e7\u00e3o dos fatos e do direito (art. 524, inciso I, do CPC).\n\nTendo em vista a n\u00e3o-localiza\u00e7\u00e3o de bens pass\u00edveis de penhora, e considerando a resposta negativa \u00e0 consulta ao sistema BACENJUD, o agravante requereu a realiza\u00e7\u00e3o de pesquisas, pelo Juiz da execu\u00e7\u00e3o, aos sistemas RENAJUD e INFOJUD.\n\ndecis\u00e3o:\n\nO Juiz da execu\u00e7\u00e3o, contudo, recusou-se a efetuar as pesquisas, prolatando a seguinte\nDESPACHO/DECIS\u00c3O\nDo pedido de quebra do sigilo fiscal.\nConsoante estabelece a Constitui\u00e7\u00e3o, art. 5\u00ba, X, s\u00e3o inviol\u00e1veis a intimidade e a vida privada das pessoas, garantias essas que se desdobram nos sigilos banc\u00e1rio e fiscal. Tratando de sigilo banc\u00e1rio, aponto o STF que tal \"esp\u00e9cie de direito \u00e0 privacidade protegido pela Constitui\u00e7\u00e3o de 1988, n\u00e3o \u00e9 absoluto, pois deve ceder diante dos interesses p\u00fablico, social e da Justi\u00e7a. Assim, deve ceder tamb\u00e9m na forma e com observ\u00e2ncia de procedimento legal e com respeito ao princ\u00edpio da razoabilidade\" (AI 655298, Rel. Eros Grau). Com efeito, \"A quebra de sigilo n\u00e3o pode ser manipulada, de modo arbitr\u00e1rio, pelo Poder P\u00fablico ou por seus agentes. \u00c9 que, se assim n\u00e3o fosse, a quebra de sigilo converter-se-ia, ilegitimamente, em instrumento de busca generalizada e de devassa indiscriminada da esfera de intimidade das pessoas, o que daria ao\n\n1 Art. 188. Computar-se-\u00e1 em qu\u00e1druplo o prazo para contestar e em dobro para recorrer quando a parte for a Fazenda P\u00fablica ou o Minist\u00e9rio P\u00fablico. 2 Art. 10. Aplica-se \u00e0s autarquias e funda\u00e7\u00f5es p\u00fablicas o disposto nos arts. 188 e 475, caput, e no seu inciso II, do C\u00f3digo de Processo Civil.\nAv. Carlos Gomes, 1942/1950, 9\u00ba andar, CEP 90480-002, Porto Alegre/RS\n\n\fADVOCACIA-GERAL DA UNI\u00c3O PROCURADORIA-GERAL FEDERAL PROCURADORIA REGIONAL FEDERAL DA 4\u00aa REGI\u00c3O\nCOORDENA\u00c7\u00c3O DE COBRAN\u00c7A E RECUPERA\u00c7\u00c3O DE CR\u00c9DITOS\nEstado, em desconformidade com os postulados que informam o regime democr\u00e1tico, o poder absoluto de vasculhar, sem quaisquer limita\u00e7\u00f5es, registros sigilosos alheios.\" (STF, HC 84.758, Rel. Celso de Mello). Dessa forma, a requisi\u00e7\u00e3o de informa\u00e7\u00f5es protegidas pelo sigilo fiscal para fins de localiza\u00e7\u00e3o de bens penhor\u00e1veis somente poder\u00e1 ocorrer excepcionalmente (STJ, AgRg no Ag 975.349, Min. Castro Meira), dada a relativiza\u00e7\u00e3o da garantia constitucional da inviolabilidade da vida privada. \"Somente em hip\u00f3teses extremas est\u00e1 o juiz autorizado a quebrar o sigilo fiscal e buscar, pelas declara\u00e7\u00f5es de renda, junto \u00e0 Receita Federal, bens do devedor para garantir a execu\u00e7\u00e3o\" (STJ, AgRg no Resp 667578, Rel. Luiz Fux). Importante assentar que \"\u00c9 \u00f4nus da parte exequente a localiza\u00e7\u00e3o de bens do executado para fins de penhora. Somente ap\u00f3s esgotados os meios \u00e0 disposi\u00e7\u00e3o do credor, para localiza\u00e7\u00e3o de bens do devedor, \u00e9 que o Judici\u00e1rio pode interferir para tal fim, sob pena de acarretar afronta ao princ\u00edpio da imparcialidade\" (TRF/4\u00aa R., AG 2008.04.00.017646-0, Rel. \u00c1lvaro Eduardo Junqueira). Isso porque, hoje, o credor fazend\u00e1rio possui diversas alternativas para identificar o patrim\u00f4nio do seu devedor, para fins de promover a execu\u00e7\u00e3o fiscal. O exequente pode realizar, sponte sua, pesquisas junto aos servi\u00e7os p\u00fablicos de registro de im\u00f3veis, de t\u00edtulos e documentos e de ve\u00edculos a fim de indicar bens penhor\u00e1veis. Dessa forma, descabe a pretens\u00e3o fazend\u00e1ria de transferir seu \u00f4nus processual ao Judici\u00e1rio.\nDa busca de bens pelo RENAJUD.\n\u00c9 do credor o \u00f4nus de indicar os bens do devedor pass\u00edveis de penhora, e, para desincumbir-se de tal mister, dever\u00e1 valer-se de todos os meios \u00e0 sua disposi\u00e7\u00e3o, descabendo pretender-se medidas que, praticamente, transfiram tais encargos ao Judici\u00e1rio. Nessa linha, a simples exist\u00eancia do conv\u00eanio RENAJUD n\u00e3o transferiu o \u00f4nus do exequente para o \u00f3rg\u00e3o judicial, mormente quando n\u00e3o identificado qualquer ve\u00edculo da parte executada. Assim, descabida a utiliza\u00e7\u00e3o indiscriminada do sistema RENAJUD.\nMantenho suspensa a execu\u00e7\u00e3o na forma do art. 40, caput, da L. 6.830/80.\nIntime-se.\nComo se v\u00ea, o douto Juiz que preside a execu\u00e7\u00e3o indeferiu o pedido de consulta, pelo pr\u00f3prio ju\u00edzo, aos sistemas RENAJUD e INFOJUD, atribuindo ao exequente o \u00f4nus de localizar bens do executado pass\u00edveis de penhora.\nOcorre, por\u00e9m, que incorreu em desacerto o ilustre Magistrado, consoante ser\u00e1 demonstrado no t\u00f3pico seguinte, que manifesta as raz\u00f5es do pedido de reforma da decis\u00e3o agravada (art. 524, inciso II, do CPC).\n4 \u2013 DAS RAZ\u00d5ES DO PEDIDO DE REFORMA DA DECIS\u00c3O.\nO Poder Judici\u00e1rio possui, hoje, mecanismos para garantir maior efici\u00eancia e rapidez \u00e0 execu\u00e7\u00e3o dos julgados, tendo em vista a disponibiliza\u00e7\u00e3o de meios eletr\u00f4nicos de consulta de\nAv. Carlos Gomes, 1942/1950, 9\u00ba andar, CEP 90480-002, Porto Alegre/RS\n\n\fADVOCACIA-GERAL DA UNI\u00c3O PROCURADORIA-GERAL FEDERAL PROCURADORIA REGIONAL FEDERAL DA 4\u00aa REGI\u00c3O\nCOORDENA\u00c7\u00c3O DE COBRAN\u00c7A E RECUPERA\u00c7\u00c3O DE CR\u00c9DITOS\ninforma\u00e7\u00f5es e de bloqueio de bens e valores aptos \u00e0 satisfa\u00e7\u00e3o do cr\u00e9dito (BACENJUD, RENAJUD e INFOJUD).\nO sistema RENAJUD viabiliza a pesquisa e o imediato bloqueio de ve\u00edculos em todo o territ\u00f3rio nacional, impedindo a transfer\u00eancia dos bens a terceiros.\nJ\u00e1 o sistema INFOJUD consubstancia ferramenta que permite a comunica\u00e7\u00e3o eletr\u00f4nica entre o Judici\u00e1rio e a Receita Federal, sistema que substitui o procedimento anterior de fornecimento de informa\u00e7\u00f5es cadastrais e de c\u00f3pias de declara\u00e7\u00f5es mediante o recebimento pr\u00e9vio de of\u00edcios.\nTrata-se o INFOJUD, portanto, de instrumento tecnol\u00f3gico criado para simplificar a obten\u00e7\u00e3o de informa\u00e7\u00f5es a respeito de bens do devedor, evitar dilig\u00eancias dispendiosas e agilizar a presta\u00e7\u00e3o jurisdicional, atendendo, assim, ao comando inscrito no art. 5\u00ba, inciso LXXVIII, da Constitui\u00e7\u00e3o da Rep\u00fablica, e garantindo maior efetividade \u00e0s execu\u00e7\u00f5es judiciais.\nJustamente em raz\u00e3o dos princ\u00edpios que orientaram a cria\u00e7\u00e3o dos sistemas RENAJUD e INFOJUD \u00e9 que n\u00e3o se compreende a negativa do Juiz Federal que preside a execu\u00e7\u00e3o em realizar as ambicionadas consultas.\nN\u00e3o se entende a recusa, tamb\u00e9m, porque a jurisprud\u00eancia do Tribunal Regional Federal da 4\u00aa Regi\u00e3o \u00e9 firme no sentido de que o Poder Judici\u00e1rio deve, sim, realizar as pesquisas RENAJUD e INFOJUD, at\u00e9 mesmo nas hip\u00f3teses em que a parte exequente deixe de comprovar que esgotou as dilig\u00eancias extrajudiciais (o que n\u00e3o \u00e9 o caso dos autos, visto que o agravante comprovou a realiza\u00e7\u00e3o de dilig\u00eancias por conta pr\u00f3pria, com a juntada, aos autos da execu\u00e7\u00e3o, dos of\u00edcios negativos recebidos dos seis cart\u00f3rios de registro de im\u00f3veis de Porto Alegre).\nIlustrativamente, citam-se os seguintes precedentes:\nAGRAVO DE INSTRUMENTO. PROCESSUAL CIVIL. LOCALIZA\u00c7\u00c3O DE BENS PENHOR\u00c1VEIS. INFOJUD. RENAJUD. POSSIBILIDADE. 1. Cab\u00edvel a utiliza\u00e7\u00e3o dos sistemas INFOJUD/RENAJUD para autorizar a penhora on line dos ativos financeiros do devedor se este, citado, n\u00e3o oferece bens \u00e0 penhora. 2. A medida revela utilidade mesmo que j\u00e1 tenha sido empreendida consulta \u00e0 base de dados do DETRAN Estadual, pois o RENAJUD\nAv. Carlos Gomes, 1942/1950, 9\u00ba andar, CEP 90480-002, Porto Alegre/RS\n\n\fADVOCACIA-GERAL DA UNI\u00c3O\nPROCURADORIA-GERAL FEDERAL\nPROCURADORIA REGIONAL FEDERAL DA 4\u00aa REGI\u00c3O\nCOORDENA\u00c7\u00c3O DE COBRAN\u00c7A E RECUPERA\u00c7\u00c3O DE CR\u00c9DITOS\nviabiliza a pesquisa e o imediato bloqueio de ve\u00edculos em todo o territ\u00f3rio nacional, impedindo transfer\u00eancia dos bens a terceiros com evidente preju\u00edzo ao cr\u00e9dito exequendo. 3. N\u00e3o h\u00e1 raz\u00e3o para impor \u00e0 Fazenda P\u00fablica a promo\u00e7\u00e3o de dilig\u00eancias dispendiosas uma vez que existem sistemas criados especialmente para simplificar e agilizar a obten\u00e7\u00e3o de informa\u00e7\u00f5es acerca dos bens do devedor. (Ag 0004747-24.2012.404.0000, Rel. Desembargadora Federal LUCIANE AMARAL CORR\u00caA M\u00dcNCH, T2, DE 30/08/2012)\nADMINISTRATIVO. AGRAVO DE INSTRUMENTO. EXECU\u00c7\u00c3O FISCAL. RENAJUD/INFOJUD. 1. Com rela\u00e7\u00e3o \u00e0 utiliza\u00e7\u00e3o de sistemas informatizados colocados \u00e0 disposi\u00e7\u00e3o do Judici\u00e1rio, como forma de melhor instrumentalizar a efetiva\u00e7\u00e3o de penhora ou busca de bens dos devedores em processos de execu\u00e7\u00e3o, a nova reda\u00e7\u00e3o do art. 655 do CPC retira da utiliza\u00e7\u00e3o de sistemas tais como INFOJUD, RENAJUD ou BACENJUD seu car\u00e1ter excepcional, na medida em que se constituem o meio por excel\u00eancia para localiza\u00e7\u00e3o de bens, dep\u00f3sitos ou aplica\u00e7\u00f5es em institui\u00e7\u00f5es financeiras, sendo que estes, por sua vez, se encontram em primeiro lugar na ordem de prefer\u00eancia dos bens penhor\u00e1veis. 2. A utiliza\u00e7\u00e3o dos sistemas em quest\u00e3o n\u00e3o se condiciona \u00e0 demonstra\u00e7\u00e3o acerca do esgotamento de dilig\u00eancias do credor para localizar bens pass\u00edveis de penhora. (Ag 0005101-49.2012.404.0000, Rel. Juiz Federal NICOLAU KONKEL JUNIOR, T3, DE 16/08/2012)\nAGRAVO DE INSTRUMENTO. RENAJUD. ESGOTAMENTO DE DILIG\u00caNCIAS. DESNECESSIDADE. 1. As mudan\u00e7as na legisla\u00e7\u00e3o processual introduziram mecanismos de favorecimento ao exequente, fortalecendo o princ\u00edpio do resultado de que trata o artigo 612 do CPC. Dispensa-se, desse modo, o pr\u00e9vio esgotamento de dilig\u00eancias para fins de utiliza\u00e7\u00e3o dos Sistemas BACEN-JUD, INFOJUD e RENAJUD. 2. Agravo de instrumento provido. (Ag 0001954-49.2011.404.0000, Rel. Desembargador Federal FERNANDO QUADROS DA SILVA, T3, DE 16/05/2012)\nADMINISTRATIVO. AGRAVO DE INSTRUMENTO. EXECU\u00c7\u00c3O FISCAL. PESQUISA AO SISTEMA INFOJUD. POSSIBILIDADE. Segundo entendimento deste Tribunal Regional Federal, n\u00e3o h\u00e1 a necessidade de se exigir do exequente/demandante o exaurimento de todas as dilig\u00eancias extrajudiciais para que se autorize a utiliza\u00e7\u00e3o dos conv\u00eanios firmados pelo Poder Judici\u00e1rio (INFOJUD, BACENJUD, RENAJUD) seja para a constri\u00e7\u00e3o/localiza\u00e7\u00e3o de bens do devedor, seja para a localiza\u00e7\u00e3o do endere\u00e7o do executado/demandado (hip\u00f3tese em que a pesquisa ser\u00e1 limitada ao objeto espec\u00edfico). (Ag 5014407-83.2014.404.0000, Rel. Desembargadora Federal VIVIAN JOSETE PANTALE\u00c3O CAMINHA, T4, j. 23/09/2014)\nEXECU\u00c7\u00c3O FISCAL. UTILIZA\u00c7\u00c3O DOS SISTEMAS INFOJUD RENAJUD E BACENJUD. As atuais diretrizes do processo execut\u00f3rio se orientam pelo princ\u00edpio da efetividade, com vistas \u00e0 satisfa\u00e7\u00e3o total do cr\u00e9dito, sendo absolutamente desnecess\u00e1rio o esgotamento das dilig\u00eancias para a localiza\u00e7\u00e3o de outros bens penhor\u00e1veis. (Ag 000381337.2010.404.0000, Rel. Desembargadora Federal MARIA DE F\u00c1TIMA FREITAS LABARR\u00c8RE, T1, DE 10/08/2010)\nEm face do expendido, for\u00e7osa \u00e9 a reforma da decis\u00e3o agravada, para determinar que o Juiz da execu\u00e7\u00e3o realize, e junte aos autos, as consultas aos sistemas RENAJUD e INFOJUD em nome do executado.\nAv. Carlos Gomes, 1942/1950, 9\u00ba andar, CEP 90480-002, Porto Alegre/RS\n\n\fADVOCACIA-GERAL DA UNI\u00c3O\nPROCURADORIA-GERAL FEDERAL\nPROCURADORIA REGIONAL FEDERAL DA 4\u00aa REGI\u00c3O\nCOORDENA\u00c7\u00c3O DE COBRAN\u00c7A E RECUPERA\u00c7\u00c3O DE CR\u00c9DITOS\n5 \u2013 DO PROVIMENTO MONOCR\u00c1TICO DO RECURSO.\nNos termos do que disp\u00f5e o art. 557, \u00a7 1\u00ba-A, do CPC, \u201cse a decis\u00e3o recorrida estiver em manifesto confronto com s\u00famula ou com jurisprud\u00eancia dominante do Supremo Tribunal Federal, ou de Tribunal Superior, o relator poder\u00e1 dar provimento ao recurso\u201d.\nNo caso em tela, a decis\u00e3o agravada \u00e9 avessa \u00e0 jurisprud\u00eancia do Superior Tribunal de Justi\u00e7a. Nesse sentido, ilustrativamente:\nRECURSO ESPECIAL N\u00ba 1.522.022 - SP (2015/0062817-5) RELATOR: MINISTRO MAURO CAMPBELL MARQUES RECORRENTE: AGENCIA NACIONAL DO PETR\u00d3LEO, G\u00c1S NATURAL E BIOCOMBUST\u00cdVEIS RECORRIDO: ITAHUM COM\u00c9RCIO DE DIESEL LTDA ADVOGADO: SEM REPRESENTA\u00c7\u00c3O NOS AUTOS PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. RECURSO ESPECIAL. INFOJUD. INEXIST\u00caNCIA DE NECESSIDADE DE ESGOTAMENTO DAS BUSCAS POR BENS DO DEVEDOR. RECURSO PROVIDO. DECIS\u00c3O Trata-se de recurso especial interposto com fundamento no artigo 105, III, 'a' da Constitui\u00e7\u00e3o Federal, contra ac\u00f3rd\u00e3o Tribunal Regional Federal da 3\u00aa Regi\u00e3o, assim ementado: AGRAVO DE INSTRUMENTO. EXECU\u00c7\u00c3O. LOCALIZA\u00c7\u00c3O DE BENS DO DEVEDOR. INFOJUD. N\u00e3o cabe ao Ju\u00edzo substituir-se \u00e0 parte nas dilig\u00eancias que lhe competem para localiza\u00e7\u00e3o do devedor e de bens para penhora, salvo se provado o esgotamento razo\u00e1vel das tentativas neste sentido. Agravo a que se nega provimento. A parte recorrente alega viola\u00e7\u00e3o aos artigos 535 e 612 do CPC, alegando, em s\u00edntese: (a) v\u00edcio no ac\u00f3rd\u00e3o recorrido, em que pese a oposi\u00e7\u00e3o de embargos de declara\u00e7\u00e3o; (b) que a execu\u00e7\u00e3o deve ser realizada no interesse do credor, motivo pelo qual n\u00e3o h\u00e1 necessidade do exaurimento de todos os meios extrajudiciais para a utiliza\u00e7\u00e3o do INFOJUD; (c) diverg\u00eancia jurisprudencial quanto \u00e0 mat\u00e9ria debatida. O recurso foi admitido pela decis\u00e3o de fls. 125/127. \u00c9 o relat\u00f3rio. Passo a decidir. De in\u00edcio, quanto \u00e0 alegada ofensa ao artigo 612 do C\u00f3digo de Processo Civil. Argumenta que \"a utiliza\u00e7\u00e3o do INFOJUD n\u00e3o implica viola\u00e7\u00e3o ao sigilo fiscal do executado, j\u00e1 que em conson\u00e2ncia com os artigos 10 da Lei de Execu\u00e7\u00f5es Fiscais, 185-A do C\u00f3digo Tribut\u00e1rio Nacional, bem como os arts. 600, IV e 655, I do C\u00f3digo de Processo Civil\". Pleiteia o provimento do recurso especial para \"reformar a decis\u00e3o proferida no agravo de instrumento, para determinar o prosseguimento da execu\u00e7\u00e3o fiscal\". Ju\u00edzo positivo de admissibilidade \u00e0s fls. 82/83. \u00c9 o relat\u00f3rio. Passo a decidir. A insurg\u00eancia merece ser acolhida. Consoante entendimento do Superior Tribunal de Justi\u00e7a, ap\u00f3s a edi\u00e7\u00e3o da Lei n. 11.382/2006, n\u00e3o mais se exige a comprova\u00e7\u00e3o do esgotamento das vias extrajudiciais em busca de bens penhor\u00e1veis para a utiliza\u00e7\u00e3o do Sistema BACENJUD, n\u00e3o havendo, pois, a obrigatoriedade de exaurimento de dilig\u00eancias por parte da exequente para a localiza\u00e7\u00e3o de bens do devedor. Nesse sentido: TRIBUT\u00c1RIO. PROCESSUAL CIVIL. AUS\u00caNCIA DE VIOLA\u00c7\u00c3O DO ART. 535 DO CPC. EXECU\u00c7\u00c3O FISCAL. PENHORA ON LINE. PEDIDO POSTERIOR \u00c0 ENTRADA EM VIGOR DA LEI N. 11.382/2006. DESNECESSIDADE DE ESGOTAMENTO DAS DILIG\u00caNCIAS EM BUSCA DE BENS. 1. N\u00e3o h\u00e1 viola\u00e7\u00e3o do art. 535 do CPC quando a presta\u00e7\u00e3o jurisdicional \u00e9 dada na medida da pretens\u00e3o deduzida, com enfrentamento e resolu\u00e7\u00e3o das quest\u00f5es abordadas no recurso. 2. A Corte Especial e a Primeira Se\u00e7\u00e3o do STJ, respectivamente, ao apreciarem o REsp 1.112.943/MA, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 15.9.2010, DJ 23.11.2010, e o REsp 1.184.765-PA, Rel. Min. Luiz Fux,\nAv. Carlos Gomes, 1942/1950, 9\u00ba andar, CEP 90480-002, Porto Alegre/RS\n\n\fADVOCACIA-GERAL DA UNI\u00c3O\nPROCURADORIA-GERAL FEDERAL\nPROCURADORIA REGIONAL FEDERAL DA 4\u00aa REGI\u00c3O\nCOORDENA\u00c7\u00c3O DE COBRAN\u00c7A E RECUPERA\u00c7\u00c3O DE CR\u00c9DITOS\njulgado no dia 24.11.2010, segundo a sistem\u00e1tica prevista no art. 543-C do CPC e na Resolu\u00e7\u00e3o 8/2008 do STJ, confirmaram a orienta\u00e7\u00e3o no sentido de que, no regime da Lei n. 11.382/2006, n\u00e3o h\u00e1 mais necessidade do pr\u00e9vio esgotamento das dilig\u00eancias para localiza\u00e7\u00e3o de bens do devedor para que seja efetivada a penhora on line. 3. Hip\u00f3tese em que o pedido foi requerido e deferido no per\u00edodo de vig\u00eancia da Lei n. 11.382/2006, permitindo-se a localiza\u00e7\u00e3o e a constri\u00e7\u00e3o dos ativos financeiros em conta da executada, por meio do sistema Bacen Jud, at\u00e9 o limite do valor exequendo. Agravo regimental improvido. (AgRg no REsp 1425055/RS, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 20/02/2014, DJe 27/02/2014) PROCESSUAL CIVIL E TRIBUT\u00c1RIO. EMBARGOS DE DIVERG\u00caNCIA. BLOQUEIO DE ATIVOS FINANCEIROS POR MEIO DO SISTEMA BACEN-JUD. APLICA\u00c7\u00c3O CONJUGADA DO ART. 185-A, DO CTN, ART. 11, DA LEI N. 6.830/80, ART. 655 E ART. 655-A, DO CPC. DECIS\u00c3O PROFERIDA AP\u00d3S A VIG\u00caNCIA DA LEI N. 11.386/2006, QUE DEU NOVA REDA\u00c7\u00c3O AO ART. 655 E INSTITUIU O ART. 655-A, AMBOS DO CPC. DESNECESSIDADE DE PR\u00c9VIO ESGOTAMENTO DE DILIG\u00caNCIAS PARA LOCALIZAR BENS DO DEVEDOR. ORIENTA\u00c7\u00c3O ADOTADA EM SEDE DE RECURSOS REPETITIVOS, NA SISTEM\u00c1TICA DO ART. 543-C, DO CPC. INCID\u00caNCIA DA S\u00daMULA N. 168/STJ. 1. A diverg\u00eancia interpretativa alegada pela embargante diz respeito \u00e0 utiliza\u00e7\u00e3o do sistema BACEN-JUD \u00e0 luz dos arts. 11, I, da Lei n. 6.830/80, 655, I e 655-A, do CPC e 185-A, do CTN. Enquanto o resto paradigma entendeu pela possibilidade da penhora online de forma preferencial sobre as demais formas de constri\u00e7\u00e3o judicial de bens, o ac\u00f3rd\u00e3o paradigma teria condicionado essa modalidade de penhora ao pr\u00e9vio esgotamento de dilig\u00eancias no sentido da loca\u00e7\u00e3o de bens do devedor pass\u00edveis de penhora. 2. Em interpreta\u00e7\u00e3o sistem\u00e1tica do ordenamento jur\u00eddico, na busca de uma maior efic\u00e1cia material do provimento jurisdicional, deve-se conjugar o art. 185-A, do CTN, com o art. 11 da Lei n. 6.830/80 e artigos 655 e 655-A, do CPC, para possibilitar a penhora de dinheiro em dep\u00f3sito ou aplica\u00e7\u00e3o financeira, independentemente do esgotamento de dilig\u00eancias para encontrar outros bens penhor\u00e1veis. Em suma, para as decis\u00f5es proferidas a partir de 20.1.2007 (data da entrada em vigor da Lei n. 11.038/2006), em execu\u00e7\u00e3o fiscal por cr\u00e9dito tribut\u00e1rio ou n\u00e3o, aplica-se o disposto no art. 655-A do C\u00f3digo de Processo Civil, posto que compat\u00edvel com o art. 185-A do CTN. 3. O tema foi submetido a julgamento pelo rito no art. 543-C, do CPC, tanto pela Corte Especial (REsp 1.112.943-MA, Rel. Min. Nancy Andrighi, DJE 23.11.2010), quanto pela Primeira Se\u00e7\u00e3o desta Corte (REsp 1.184.765-PA, Rel. Min. Luiz Fux, julgado no dia 24.11.2010), ocasi\u00f5es em que restou assentado entendimento no sentido de que a penhora online, antes da entrada em vigor da Lei n. 11.382/2006, configura medida excepcional cuja efetiva\u00e7\u00e3o est\u00e1 condicionada \u00e0 comprova\u00e7\u00e3o de que o credor tenha realizado todas as dilig\u00eancias no sentido de localizar bens livres e desembara\u00e7ados de titularidade do devedor. Contudo, ap\u00f3s o advento da referida lei, o juiz, ao decidir sobre a realiza\u00e7\u00e3o da penhora online, n\u00e3o pode mais exigir do credor prova de exaurimento das vias extrajudiciais na busca de bens a serem penhorados. 4. Tendo em vista que a jurisprud\u00eancia desta Corte se firmou no mesmo sentido do ac\u00f3rd\u00e3o embargado, incide, na hip\u00f3tese, a S\u00famula n. 168/STJ. 5. Embargos de diverg\u00eancia n\u00e3o conhecidos. (EREsp 1.086.173/SC, PRIMEIRA SE\u00c7\u00c3O, Rel. Min. MAURO CAMPBELL MARQUES, DJe de 1\u00ba.2.2011) Neste contexto, acredito que o mesmo entendimento adotado para o BACENJUD, deve ser aplicado ao RENAJUD e ao INFOJUD, porquanto, meios colocados \u00e0 disposi\u00e7\u00e3o dos credores para simplificar e agilizar a busca de bens aptos a satisfazer os cr\u00e9ditos executados. Diante do exposto, com base no art. 557, \u00a7 1\u00ba-A, do CPC, dou PROVIMENTO ao recurso especial. Publique-se. Intimem-se. Bras\u00edlia (DF), 17 de abril de 2015. MINISTRO MAURO CAMPBELL MARQUES Relator\n(STJ - REsp: 1522022 SP 2015/0062817-5, Relator: Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, Data de Publica\u00e7\u00e3o: DJ 29/04/2015)\nAv. Carlos Gomes, 1942/1950, 9\u00ba andar, CEP 90480-002, Porto Alegre/RS\n\n\fADVOCACIA-GERAL DA UNI\u00c3O PROCURADORIA-GERAL FEDERAL PROCURADORIA REGIONAL FEDERAL DA 4\u00aa REGI\u00c3O\nCOORDENA\u00c7\u00c3O DE COBRAN\u00c7A E RECUPERA\u00c7\u00c3O DE CR\u00c9DITOS\nAssim, \u00e9 l\u00edcito ao relator dar provimento ao agravo, para reformar a decis\u00e3o recorrida e, por conseguinte, determinar que o Juiz da execu\u00e7\u00e3o realize, e junte aos autos, as consultas aos sistemas RENAJUD e INFOJUD em nome do executado (INFOJUD referente aos tr\u00eas \u00faltimos exerc\u00edcios).\n6 \u2013 DA ATRIBUI\u00c7\u00c3O DE EFEITO ATIVO AO RECURSO.\nNos termos do art. 525, inciso III, do CPC, \u201crecebido o agravo de instrumento no tribunal, e distribu\u00eddo incontinenti, o relator: (...) poder\u00e1 atribuir efeito suspensivo ao recurso (art. 558), ou deferir, em antecipa\u00e7\u00e3o de tutela, total ou parcialmente, a pretens\u00e3o recursal, comunicando ao juiz sua decis\u00e3o\u201d.\nNo caso em tela, tendo em vista que a decis\u00e3o agravada possui aptid\u00e3o para causar les\u00e3o grave e de dif\u00edcil repara\u00e7\u00e3o \u00e0 Fazenda P\u00fablica, e considerando a relev\u00e2ncia dos argumentos expostos linhas acima, \u00e9 l\u00edcito ao relator atribuir efeito ativo ao agravo, e, por conseguinte, determinar que o Juiz da execu\u00e7\u00e3o realize, e junte aos autos, as consultas aos sistemas RENAJUD e INFOJUD em nome dos executados (INFOJUD referente aos tr\u00eas \u00faltimos exerc\u00edcios).\n7 \u2013 DOS PEDIDOS.\nANTE O EXPOSTO, postula:\n(i) que seja o agravo recebido pelo Tribunal e distribu\u00eddo incontinenti ao relator; (ii) que o relator conhe\u00e7a e processe o agravo na forma instrumental; (iii) que o relator d\u00ea provimento ao recurso ou a ele atribua efeito ativo, e, por conseguinte, comunique o ilustre Juiz da execu\u00e7\u00e3o, para que ele realize, e junte aos autos, as consultas aos sistemas RENAJUD e INFOJUD em nome do executado (INFOJUD referente aos tr\u00eas \u00faltimos exerc\u00edcios);\n(iv) que a colenda Turma conhe\u00e7a e d\u00ea provimento ao agravo, para confirmar a tutela recursal antecipada e reformar, em definitivo, a decis\u00e3o recorrida;\nAv. Carlos Gomes, 1942/1950, 9\u00ba andar, CEP 90480-002, Porto Alegre/RS\n\n\fADVOCACIA-GERAL DA UNI\u00c3O PROCURADORIA-GERAL FEDERAL PROCURADORIA REGIONAL FEDERAL DA 4\u00aa REGI\u00c3O\nCOORDENA\u00c7\u00c3O DE COBRAN\u00c7A E RECUPERA\u00c7\u00c3O DE CR\u00c9DITOS\n(v) na hip\u00f3tese de improvimento do agravo, ad argumentandum, que haja manifesta\u00e7\u00e3o expl\u00edcita da colenda Turma acerca dos dispositivos constitucionais e legais envolvidos na presente causa.\nPorto Alegre/RS, 27 de julho de 2015. Silmar Den\u00eds Moresco Procurador Federal SIAPE 1311781 OAB/RS 46.242\nAv. Carlos Gomes, 1942/1950, 9\u00ba andar, CEP 90480-002, Porto Alegre/RS\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 2 (C\u00edvel) - IdDocumentoCompleto: 5004516-04.2015.4.04.0000-41423134116486551100000000010", "text": "ADVOCACIA-GERAL DA UNI\u00c3O PROCURADORIA-GERAL FEDERAL PROCURADORIA REGIONAL FEDERAL DA 4\u00aa REGI\u00c3O SERVI\u00c7O DE COBRAN\u00c7A E RECUPERA\u00c7\u00c3O DE CR\u00c9DITOS\n__________________________________________________________________________________\nEXCELENT\u00cdSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ PRESIDENTE DO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 4\u00aa REGI\u00c3O\nPROCESSO N\u00ba 50441829120114047100\nO INSTITUTO NACIONAL DE METROLOGIA, QUALIDADE E TECNOLOGIA \u2013 INMETRO, por meio de sua procuradora federal, inconformada com a decis\u00e3o proferida pelo MM. Juiz da 23\u00aa Vara Federal de Porto Alegre/RS, nos autos do processo acima mencionado, vem, respeitosamente, perante Vossa Excel\u00eancia, com base nos artigos 522 e seguintes do CPC, oferecer AGRAVO DE INSTRUMENTO, com pedido de antecipa\u00e7\u00e3o dos efeitos da tutela recursal, na forma dos artigos 527, III, e 558, ambos do CPC, pelas raz\u00f5es de fato e de direito anexas.\nOutrossim, para fins do disposto no art. 524, inciso III, do C\u00f3digo de Processo Civil, indica-se, na oportunidade, o nome e endere\u00e7o completo dos procuradores das partes:\nAGRAVANTE: JAQUELINE MAGGIONI PIAZZA, Procuradora Federal (Matr\u00edcula SIAPE n\u00ba 1219126), inscrita na OAB/RS sob o n\u00ba 27.259, com endere\u00e7o no Servi\u00e7o de Cobran\u00e7a e recupera\u00e7\u00e3o de Cr\u00e9dito, na Av. Carlos Gomes, 1942, Bairro Tr\u00eas Figueiras, Porto Alegre/RS, CEP 90.480-002;\nAGRAVADO (sem advogado constitu\u00eddo nos autos): VALQUIRIA SILVEIRA DA FONSECA, com endere\u00e7o na Rua Condor, 532, Santa Cecilia, Viam\u00e3o/RS, CEP 94495-180.\nPorto Alegre, 5 de fevereiro de 2015.\nJaqueline Maggioni Piazza OAB/RS27259/Matr.1219126\nProcuradora Federal\nP\u00e1gina 1\n\n\fADVOCACIA-GERAL DA UNI\u00c3O PROCURADORIA-GERAL FEDERAL PROCURADORIA REGIONAL FEDERAL DA 4\u00aa REGI\u00c3O SERVI\u00c7O DE COBRAN\u00c7A E RECUPERA\u00c7\u00c3O DE CR\u00c9DITOS\n__________________________________________________________________________________\nRAZ\u00d5ES DO AGRAVO DE INSTRUMENTO\nCOLENDA TURMA, EMINENTES JULGADORES.\nI \u2013 DA TEMPESTIVIDADE:\nCumpre inicialmente demonstrar a oportunidade do recurso manifestado.\nDa decis\u00e3o agravada foi o Inmetro intimado pessoalmente atrav\u00e9s do evento 25 dos autos em 27/01/2015.\nPortanto, tem-se, assim, que, interposta a pe\u00e7a recursal nesta data, \u00e9 inequ\u00edvoca a tempestividade do agravo, que nestas condi\u00e7\u00f5es deve ser conhecido nessa inst\u00e2ncia ad quem.\nII \u2013 BREVE HIST\u00d3RICO DA DEMANDA:\nO Inmetro ajuizou execu\u00e7\u00e3o fiscal em face do executado, objetivando a percep\u00e7\u00e3o de cr\u00e9dito legalmente inscrita em d\u00edvida ativa.\nDevidamente citado, o executado n\u00e3o pagou a d\u00edvida.\nNo curso do processo executivo, a tentativa de penhora de bens atrav\u00e9s de oficial de justi\u00e7a restou infrut\u00edfera (evento 13). Tamb\u00e9m foi solicitada e deferida a penhora on line, contudo n\u00e3o foi encontrado numer\u00e1rio naquela oportunidade (evento 19).\nNa sequ\u00eancia, o credor requereu a consulta aos sistemas INFOJUD e RENAJUD.\nO MM. Ju\u00edzo a quo, contudo, indeferiu o pedido, ao fundamento de que tal pleito implicaria quebra de sigilo fiscal al\u00e9m de ser \u00f4nus do credor indicar os bens de devedor pass\u00edveis de constri\u00e7\u00e3o.\n\u00c9 contra essa decis\u00e3o que se insurge o ora agravante.\nIII \u2013 DO DIREITO\nCompulsando os autos, verifica-se que o INMETRO, vem, desde 2011, diligenciando na percep\u00e7\u00e3o de cr\u00e9dito que n\u00e3o foi espontaneamente pago pelo devedor.\nP\u00e1gina 2\n\n\fADVOCACIA-GERAL DA UNI\u00c3O PROCURADORIA-GERAL FEDERAL PROCURADORIA REGIONAL FEDERAL DA 4\u00aa REGI\u00c3O SERVI\u00c7O DE COBRAN\u00c7A E RECUPERA\u00c7\u00c3O DE CR\u00c9DITOS\n__________________________________________________________________________________\nTrata-se de d\u00e9bito inscrito em d\u00edvida ativa, objeto de execu\u00e7\u00e3o fiscal, que deve ser devidamente solvido pelo agravado.\nA execu\u00e7\u00e3o fiscal \u00e9 instrumento colocado \u00e0 disposi\u00e7\u00e3o da Administra\u00e7\u00e3o para a satisfa\u00e7\u00e3o de seus cr\u00e9ditos, nos termos da Lei de Execu\u00e7\u00f5es Fiscais e do C\u00f3digo de Processo Civil, aplic\u00e1vel por for\u00e7a do art. 1\u00ba da Lei n\u00ba 6.830/80.\nEsta execu\u00e7\u00e3o \u00e9 realizada no interesse do credor, conforme art. 612 do CPC. Todos os bens do devedor devem estar ao alcance do exequente, nos termos dos arts. 591 e 652, \u00a7 3\u00ba, do CPC, aplic\u00e1vel por for\u00e7a do art. 1\u00ba da Lei n\u00ba 6.830/80.\nDA POSSIBILIDADE DE CONSULTA AO RENAJUD E INFOJUD\nCom efeito, tendo sido realizado o BACENJUD tanto da pessoa jur\u00eddica, quanto da pessoa f\u00edsica, bem como sido pesquisado ve\u00edculos, e feito o INFOSEG, est\u00e1 caracterizado que a parte agravante envidou todos os esfor\u00e7os poss\u00edveis para adimplemento da d\u00edvida, que \u00e9 um cr\u00e9dito p\u00fablico, n\u00e3o restando outra alternativa sen\u00e3o a solicita\u00e7\u00e3o de utiliza\u00e7\u00e3o do RENAJUD e INFOJUD.\nO RENAJUD \u00e9 um sistema on line de restri\u00e7\u00e3o judicial de ve\u00edculos criado pelo Conselho Nacional de Justi\u00e7a, para interligar o Poder Judici\u00e1rio ao Departamento Nacional de Tr\u00e2nsito \u2013 DENATRAN, possibilitando consultas e envio, em tempo real, \u00e0 base de dados do Registro Nacional de Ve\u00edculos Automotores (RENAVAM), de ordens judiciais de restri\u00e7\u00f5es de ve\u00edculos, inclusive registro de penhora (cf. s\u00edtio do CNJ na rede mundial de computadores - http://www.cnj.jus.br/programas-de-a-a-z/sistemas/renajud)\nPor sua vez, o INFOJUD, que \u00e9 um sistema exclusivo do Poder Judici\u00e1rio, em conv\u00eanio com a Receita Federal, est\u00e1 regulamentado pelo Conv\u00eanio n. 001/2007 do Conselho Nacional de Justi\u00e7a. Por meio de tal sistema, s\u00e3o fornecidos ao Poder Judici\u00e1rio informa\u00e7\u00f5es cadastrais e econ\u00f4mico-fiscais das bases de dados da Receita Federal (cf. s\u00edtio do CNJ na rede mundial de computadores - http://www.cnj.jus.br/programas-de-a-az/sistemas/pg-infojud).\nOra, s\u00e3o sistemas dispon\u00edveis, e que coadunam com o esp\u00edrito da razo\u00e1vel dura\u00e7\u00e3o do processo e da celeridade, \u00ednsitos no art. 5\u00ba, LXXVIII, da Constitui\u00e7\u00e3o, eis que conferem maior agilidade ao processo executivo, tornando o custo do processo executivo menos dispendioso.\nP\u00e1gina 3\n\n\fADVOCACIA-GERAL DA UNI\u00c3O PROCURADORIA-GERAL FEDERAL PROCURADORIA REGIONAL FEDERAL DA 4\u00aa REGI\u00c3O SERVI\u00c7O DE COBRAN\u00c7A E RECUPERA\u00c7\u00c3O DE CR\u00c9DITOS\n__________________________________________________________________________________\nA jurisprud\u00eancia do Tribunal Regional Federal da 4\u00aa Regi\u00e3o tem acolhido a pretens\u00e3o recursal, conforme exemplifica o recente\njulgado abaixo colacionado:\n\nAc\u00f3rd\u00e3o Classe: AG - AGRAVO DE INSTRUMENTO\n\nProcesso: 67.2014.404.0000\n\n5024024- UF:\n\nData da Decis\u00e3o: 25/11/2014\n\nOrg\u00e3o Julgador: TURMA\n\nInteiro Teor:\n\nCita\u00e7\u00e3o:\n\nSEGUNDA\n\nFonte D.E. 26/11/2014\nRelatora CARLA EVELISE JUSTINO HENDGES\nDecis\u00e3o Vistos e relatados estes autos em que s\u00e3o partes as acima indicadas, decide a Egr\u00e9gia 2\u00aa Turma do Tribunal Regional Federal da 4\u00aa Regi\u00e3o, por unanimidade, dar provimento ao agravo de instrumento, nos termos do relat\u00f3rio, votos e notas taquigr\u00e1ficas que ficam fazendo parte integrante do presente julgado.\nEmenta AGRAVO DE INSTRUMENTO. TRIBUT\u00c1RIO. EXECU\u00c7\u00c3O FISCAL. RENAJUD. As mudan\u00e7as na legisla\u00e7\u00e3o processual introduziram mecanismos de favorecimento ao exeq\u00fcente, fortalecendo o princ\u00edpio do resultado de que trata o art. 612 do CPC. A utiliza\u00e7\u00e3o de mecanismo como o RENAJUD ganha relevo na cobran\u00e7a de cr\u00e9ditos tribut\u00e1rios, derivada do dever fundamental de pagar tributos. N\u00e3o h\u00e1, tamb\u00e9m, raz\u00e3o para impor \u00e0 Fazenda P\u00fablica a promo\u00e7\u00e3o de dilig\u00eancias dispendiosas, se existem sistemas criados especialmente para simplificar e agilizar a obten\u00e7\u00e3o de informa\u00e7\u00f5es acerca dos bens do devedor.\n\nAdemais, conforme decidido pelo egr\u00e9gio Superior Tribunal de Justi\u00e7a, em julgamento representativo de controv\u00e9rsia e processado na forma do art. 543-C do CPC (REsp 1112943/MA, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, CORTE ESPECIAL, julgado em 15/09/2010, DJe 23/11/2010), n\u00e3o h\u00e1 a necessidade de se exigir do credor o exaurimento de todas as dilig\u00eancias extrajudiciais para que se autorize a utiliza\u00e7\u00e3o dos conv\u00eanios firmados pelo Poder Judici\u00e1rio (INFOJUD, BACENJUD, RENAJUD) para constri\u00e7\u00e3o/localiza\u00e7\u00e3o de bens do devedor:\n\nP\u00e1gina 4\n\n\fADVOCACIA-GERAL DA UNI\u00c3O PROCURADORIA-GERAL FEDERAL PROCURADORIA REGIONAL FEDERAL DA 4\u00aa REGI\u00c3O SERVI\u00c7O DE COBRAN\u00c7A E RECUPERA\u00c7\u00c3O DE CR\u00c9DITOS\n__________________________________________________________________________________\nPROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. EXECU\u00c7\u00c3O CIVIL. PENHORA. ART. 655-A DO CPC. SISTEMA BACEN-JUD. ADVENTO DA LEI N.\u00ba 11.382/2006. INCIDENTE DE PROCESSO REPETITIVO. I - JULGAMENTO DAS QUEST\u00d5ES ID\u00caNTICAS QUE CARACTERIZAM A MULTIPLICIDADE. ORIENTA\u00c7\u00c3O - PENHORA ON LINE. a) A penhora on line, antes da entrada em vigor da Lei n.\u00ba 11.382/2006, configura-se como medida excepcional, cuja efetiva\u00e7\u00e3o est\u00e1 condicionada \u00e0 comprova\u00e7\u00e3o de que o credor tenha tomado todas as dilig\u00eancias no sentido de localizar bens livres e desembara\u00e7ados de titularidade do devedor. b) Ap\u00f3s o advento da Lei n.\u00ba 11.382/2006, o Juiz, ao decidir acerca da realiza\u00e7\u00e3o da penhora on line, n\u00e3o pode mais exigir a prova, por parte do credor, de exaurimento de vias extrajudiciais na busca de bens a serem penhorados. II - JULGAMENTO DO RECURSO REPRESENTATIVO - Trata-se de a\u00e7\u00e3o monit\u00f3ria, ajuizada pela recorrente, alegando, para tanto, titularizar determinado cr\u00e9dito documentado por contrato de ades\u00e3o ao \"Cr\u00e9dito Direto Caixa\", produto oferecido pela institui\u00e7\u00e3o banc\u00e1ria para concess\u00e3o de empr\u00e9stimos. A recorrida, citada por meio de edital, n\u00e3o apresentou embargos, nem ofereceu bens \u00e0 penhora, de modo que o Juiz de Direito determinou a convers\u00e3o do mandado inicial em t\u00edtulo executivo, diante do que disp\u00f5e o art. 1.102-C do CPC. - O Juiz de Direito da 6\u00aa Vara Federal de S\u00e3o Luiz indeferiu o pedido de penhora on line, decis\u00e3o que foi mantida pelo TJ/MA ao julgar o agravo regimental em agravo de instrumento, sob o fundamento de que, para a efetiva\u00e7\u00e3o da penhora eletr\u00f4nica, deve o credor comprovar que esgotou as tentativas para localiza\u00e7\u00e3o de outros bens do devedor. - Na esp\u00e9cie, a decis\u00e3o interlocut\u00f3ria de primeira inst\u00e2ncia que indeferiu a medida constritiva pelo sistema Bacen-Jud, deu-se em 29.05.2007 (fl. 57), ou seja, depois do advento da Lei n.\u00ba 11.382/06, de 06 de dezembro de 2006, que alterou o CPC quando incluiu os dep\u00f3sitos e aplica\u00e7\u00f5es em institui\u00e7\u00f5es financeiras como bens preferenciais na ordem da penhora como se fossem dinheiro em esp\u00e9cie (art. 655, I) e admitiu que a constri\u00e7\u00e3o se realizasse preferencialmente por meio eletr\u00f4nico (art. 655-A). RECURSO ESPECIAL PROVIDO (REsp 1112943/MA, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, CORTE ESPECIAL, julgado em 15/09/2010, DJe 23/11/2010)\nDeve se destacar, ainda, a despeito do esgotamento de todas as dilig\u00eancias para satisfa\u00e7\u00e3o do cr\u00e9dito, a jurisprud\u00eancia tem autorizado a utiliza\u00e7\u00e3o destes sistemas, eis que em conson\u00e2ncia com o esp\u00edrito dos art. 11, I, da Lei de Execu\u00e7\u00f5es Fiscais e art. 655-A do C\u00f3digo de Processo Civil. Confira-se este ac\u00f3rd\u00e3o:\nPROCESSUAL CIVIL. EXECU\u00c7\u00c3O FISCAL. PENHORA ON LINE. BACENJUD. DEP\u00d3SITOS BANC\u00c1RIOS. CONSTRI\u00c7\u00c3O EFETIVADA AP\u00d3S A LEI N\u00ba 11.382/06. 1. A Corte Especial, no julgamento do REsp 1.112.943-MA, Rel. Min. Nancy Andrighi, ocorrido em 15/09/2010, pela sistem\u00e1tica do artigo 543-C do CPC, decidiu que, ap\u00f3s o advento da Lei n\u00ba 11.382/06, o juiz n\u00e3o pode exigir do credor o exaurimento das dilig\u00eancias, na busca por outros bens, para a decreta\u00e7\u00e3o da penhora on line.\nP\u00e1gina 5\n\n\fADVOCACIA-GERAL DA UNI\u00c3O PROCURADORIA-GERAL FEDERAL PROCURADORIA REGIONAL FEDERAL DA 4\u00aa REGI\u00c3O SERVI\u00c7O DE COBRAN\u00c7A E RECUPERA\u00c7\u00c3O DE CR\u00c9DITOS\n__________________________________________________________________________________\n2. A Primeira Se\u00e7\u00e3o deste Tribunal ratificou a necessidade de interpreta\u00e7\u00e3o sistem\u00e1tica dos artigos 655-A do CPC e 185-A do CTN, de modo a autorizar a penhora eletr\u00f4nica de dep\u00f3sitos e aplica\u00e7\u00f5es financeiras, independentemente do exaurimento de dilig\u00eancias extrajudiciais, por parte do exequente, ap\u00f3s o advento da Lei n\u00ba 11.382/06. Recurso especial representativo de controv\u00e9rsia n.\u00ba 1.184.765/PA. 3. Portanto, no regime posterior \u00e0 Lei n\u00ba 11.382/06, a aplica\u00e7\u00e3o dos artigos 655 e 655A, do CPC aos feitos de execu\u00e7\u00e3o fiscal conduzem ao entendimento de que a penhora em dinheiro, por ser preferencial, pode ser requerida pelo credor, mesmo que o devedor indique bens na ordem inferior do rol do artigo 11 da Lei de Execu\u00e7\u00f5es Fiscais, como ocorreu no presente caso, em que se nomeou precat\u00f3rio (inciso VIII). 4. Recurso especial provido. (REsp 1229689/PR, Rel. Ministro CASTRO MEIRA, SEGUNDA TURMA, julgado em 13/12/2011, DJe 16/02/2012)\nPor esta raz\u00e3o, \u00e9 poss\u00edvel o deferimento da utiliza\u00e7\u00e3o do RENAJUD e INFOJUD, consoante entendimento do Superior Tribunal de Justi\u00e7a:\nPROCESSUAL CIVIL. EXECU\u00c7\u00c3O FISCAL. DECRETO DE INDISPONIBILIDADE DE VE\u00cdCULO AUTOMOTOR REGISTRADO EM NOME DO EXECUTADO. POSSIBILIDADE. N\u00c3O-LOCALIZA\u00c7\u00c3O DO VE\u00cdCULO PARA FINS DE PENHORA OU ARRESTO. IRRELEV\u00c2NCIA. 1. Em conformidade com o art. 185-A do C\u00f3digo Tribut\u00e1rio Nacional, \u00e9 poss\u00edvel que seja ordenado ao \u00f3rg\u00e3o de tr\u00e2nsito competente o bloqueio de autom\u00f3vel de propriedade do executado para prevenir eventual fraude \u00e0 execu\u00e7\u00e3o, mesmo que ainda n\u00e3o tenha havido a formaliza\u00e7\u00e3o da penhora do ve\u00edculo automotor. Com efeito, \u00e9 poss\u00edvel o decreto de indisponibilidade de ve\u00edculo automotor registrado em nome do executado, mesmo que o ve\u00edculo ainda n\u00e3o tenha sido encontrado e, justamente por sua n\u00e3o-localiza\u00e7\u00e3o, esteja inviabilizada a penhora ou arresto. De modo a viabilizar futura garantia da execu\u00e7\u00e3o, bem como sua efetividade perante terceiros, determina-se a indisponibilidade do ve\u00edculo junto ao DETRAN. 2. O Sistema RENAJUD \u00e9 uma ferramenta eletr\u00f4nica que interliga o Poder Judici\u00e1rio e o Departamento Nacional de Tr\u00e2nsito - DENATRAN, possibilitando consultas e o envio, em tempo real, de ordens judiciais eletr\u00f4nicas de restri\u00e7\u00e3o e de retirada de restri\u00e7\u00e3o de ve\u00edculos automotores na Base \u00cdndice Nacional (BIN) do Registro Nacional de Ve\u00edculos Automotores - RENAVAM. O sistema RENAJUD permite o envio de ordens judiciais eletr\u00f4nicas de restri\u00e7\u00e3o de transfer\u00eancia, de licenciamento e de circula\u00e7\u00e3o, bem como a averba\u00e7\u00e3o de registro de penhora de ve\u00edculos automotores cadastrados na Base \u00cdndice Nacional (BIN) do Registro Nacional de Ve\u00edculos Automotores - RENAVAM. 3. No caso concreto, o Estado de Mato Grosso do Sul requereu a expedi\u00e7\u00e3o de of\u00edcio ao Detran local, requisitando o imediato bloqueio na transfer\u00eancia do ve\u00edculo registrado em nome da executada, ora recorrida. 4. Recurso especial provido. (REsp 1151626/MS, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 17/02/2011, DJe 10/03/2011)\nP\u00e1gina 6\n\n\fADVOCACIA-GERAL DA UNI\u00c3O PROCURADORIA-GERAL FEDERAL PROCURADORIA REGIONAL FEDERAL DA 4\u00aa REGI\u00c3O SERVI\u00c7O DE COBRAN\u00c7A E RECUPERA\u00c7\u00c3O DE CR\u00c9DITOS\n__________________________________________________________________________________\nAlie-se a este fundamento que, a utiliza\u00e7\u00e3o do BACENJUD n\u00e3o implica viola\u00e7\u00e3o ao sigilo fiscal do executado, j\u00e1 que em conson\u00e2ncia com os artigos 10 da Lei de Execu\u00e7\u00f5es Fiscais, 185-A do C\u00f3digo Tribut\u00e1rio Nacional, bem como os arts. 600, IV e 655, I, do C\u00f3digo de Processo Civil.\nAdemais, como j\u00e1 reconhecido pelo Superior Tribunal de Justi\u00e7a, a utiliza\u00e7\u00e3o deste sistema, em que o pedido \u00e9 feito pelo pr\u00f3prio ju\u00edzo, visa \u00e0 r\u00e1pida presta\u00e7\u00e3o jurisdicional. Trazemos \u00e0 cola\u00e7\u00e3o, brilhante ac\u00f3rd\u00e3o do hoje Ministro do Supremo Tribunal Federal, Luiz Fux:\nRECURSO ESPECIAL. VIOLA\u00c7\u00c3O DO ART. 535 DO CPC. INOCORR\u00caNCIA. EXECU\u00c7\u00c3O FISCAL. SIGILO BANC\u00c1RIO. SISTEMA BACEN JUD. 1. Inexiste ofensa ao art. 535 do CPC, quando o Tribunal de origem, embora sucintamente, pronuncia-se de forma clara e suficiente sobre a quest\u00e3o posta nos autos. Ademais, o magistrado n\u00e3o est\u00e1 obrigado a rebater, um a um, os argumentos trazidos pela parte, desde que os fundamentos utilizados tenham sido suficientes para embasar a decis\u00e3o. 2. Ademais \"(...)Inexiste omiss\u00e3o suprim\u00edvel atrav\u00e9s de embargos declarat\u00f3rios se se trata de mat\u00e9ria cuja aprecia\u00e7\u00e3o dependia de provoca\u00e7\u00e3o da parte, que n\u00e3o ocorreu.\" (Jos\u00e9 Carlos Barbosa Moreira in \"Coment\u00e1rios ao C\u00f3digo de Processo Civil \", vol. V, Forense, Rio de Janeiro, 2003). 3. A regra \u00e9 a de que a quebra do sigilo banc\u00e1rio em execu\u00e7\u00e3o fiscal pressup\u00f5e que a Fazenda credora tenha esgotado todos os meios de obten\u00e7\u00e3o de informa\u00e7\u00f5es sobre a exist\u00eancia de bens do devedor e que as dilig\u00eancias restaram infrut\u00edferas, porquanto \u00e9 assente na Corte que o juiz da execu\u00e7\u00e3o fiscal s\u00f3 deve deferir pedido de expedi\u00e7\u00e3o de of\u00edcio \u00e0 Receita Federal e ao BACEN ap\u00f3s o exeq\u00fcente comprovar n\u00e3o ter logrado \u00eaxito em suas tentativas de obter as informa\u00e7\u00f5es sobre o executado e seus bens. 4. Precedentes: RESP 282.717/SP, Rel. Min. Garcia Vieira, DJ de 11/12/2000 RESP 206.963/ES, Rel. Min. Garcia Vieira, DJ de 28/06/1999, RESP 204.329/MG, Rel. Min. Franciulli Netto, DJ de 19/06/2000, RESP 251.121/SP, Min. Nancy Andrighi, DJ de 26.03.2001. 5. Todavia, o sistema BACEN JUD agiliza a consecu\u00e7\u00e3o dos fins da execu\u00e7\u00e3o fiscal, porquanto permite ao juiz ter acesso \u00e0 exist\u00eancia de dados do devedor, viabilizando a constri\u00e7\u00e3o patrimonial do art.11, da Lei n\u00ba 6.830/80. Deveras \u00e9 uma forma de diligenciar acerca dos bens do devedor, sendo certo que, atividade empreendida pelo ju\u00edzo, e que, por si s\u00f3, torna despiciendo imaginar-se um pr\u00e9vio pedido de quebra de sigilo, n\u00e3o s\u00f3 porque a medida \u00e9 limitada, mas tamb\u00e9m porque \u00e9 o pr\u00f3prio ju\u00edzo que, em ativismo desej\u00e1vel, colabora para a r\u00e1pida presta\u00e7\u00e3o da justi\u00e7a. 7. Destarte, a iniciativa judicial, in casu, conspira a favor da ratio essendi do conv\u00eanio. Acaso a constri\u00e7\u00e3o implique em impenhorabilidade, caber\u00e1 ao executado opor-se pela via pr\u00f3pria em ju\u00edzo. 8. Recurso Especial provido. (REsp 666419/SC, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 14/06/2005, DJ 27/06/2005, p. 247) (g.n.)\nPor tudo que foi exposto, imperiosa a reforma da r. decis\u00e3o, a fim de que seja determinada a utiliza\u00e7\u00e3o do sistema RENAJUD e INFOJUD.\nP\u00e1gina 7\n\n\fADVOCACIA-GERAL DA UNI\u00c3O PROCURADORIA-GERAL FEDERAL PROCURADORIA REGIONAL FEDERAL DA 4\u00aa REGI\u00c3O SERVI\u00c7O DE COBRAN\u00c7A E RECUPERA\u00c7\u00c3O DE CR\u00c9DITOS\n__________________________________________________________________________________\nIV \u2013 DA NECESSIDADE DE CONCESS\u00c3O DA ANTECIPA\u00c7\u00c3O DA TUTELA RECURSAL\nConsiderando a jurisprud\u00eancia dominante j\u00e1 exposta, verifica-se presente a verossimilhan\u00e7a das alega\u00e7\u00f5es da agravante. De igual maneira, o dano irrepar\u00e1vel e de dif\u00edcil repara\u00e7\u00e3o est\u00e1 patente, porquanto o indeferimento do pedido acarretar\u00e1 a paralisa\u00e7\u00e3o da execu\u00e7\u00e3o, o que impede a satisfa\u00e7\u00e3o do cr\u00e9dito, mormente considerando que a execu\u00e7\u00e3o foi instaurada em 2007.\n\u00c9 imperiosa, portanto, a concess\u00e3o a antecipa\u00e7\u00e3o da tutela recursal, nos termos do art. 558 do C\u00f3digo de Processo Civil, eis que exaustivamente demonstrada a verossimilhan\u00e7a das alega\u00e7\u00f5es da agravante, bem como o dano irrepar\u00e1vel e de dif\u00edcil repara\u00e7\u00e3o.\nV \u2013 DO PREQUESTIONAMENTO Na eventual hip\u00f3tese de n\u00e3o ser provido este recurso de agravo de\ninstrumento, a fim de possibilitar o acesso do recorrente \u00e0s Cortes Superiores, requer, para fins de prequestionamento, sejam examinados expressamente os dispositivos legais acima referidos, especialmente os seguintes: artigos 10 e 11, I, da Lei de Execu\u00e7\u00f5es Fiscais, do art. 185-A do C\u00f3digo Tribut\u00e1rio Nacional, bem como os arts. 600, IV e 655, I, do C\u00f3digo de Processo Civil, art. 44 do C\u00f3digo Civil, art. 3\u00ba da Lei Complementar n. 123/2006 e art. 5\u00ba, LXXVIII, da Constitui\u00e7\u00e3o.\nVI\u2013 DO PEDIDO: Diante do exposto, requer a agravante: - seja concedida antecipa\u00e7\u00e3o da tutela recursal, para reformar a\ndecis\u00e3o do MM. Juiz da Vara Federal da 23\u00aa Vara Federal de Porto Alegre/RS, que indeferiu o pedido de consulta ao RENAJUD e ao INFOJUD da agravada; e,\n- ao final, seja julgada procedente a pretens\u00e3o recursal reformando, definitivamente, a decis\u00e3o a quo a fim de que o ju\u00edzo de origem adote as dilig\u00eancias necess\u00e1rias e requisite as informa\u00e7\u00f5es para busca de bens por meio dos sistemas RENAJUD e INFOJUD.\nPorto Alegre, 5 de fevereiro de 2015. Jaqueline Maggioni Piazza\nOAB/RS27259/Matr.1219126 Procuradora Federal\nP\u00e1gina 8\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 3 (C\u00edvel) - IdDocumentoCompleto: 5000818-53.2016.4.04.0000-41452694909338551100000000003", "text": "MINIST\u00c9RIO DA FAZENDA PROCURADORIA-GERAL DA FAZENDA NACIONAL PROCURADORIA REGIONAL DA FAZENDA NACIONAL 4\u00aa REGI\u00c3O\nDIVIS\u00c3O DE ASSUNTOS FISCAIS (DIAFI)\nEXCELENT\u00cdSSIMO SENHOR DESEMBARGADOR-PRESIDENTE DO EGR\u00c9GIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 4\u00aa REGI\u00c3O\nA UNI\u00c3O \u2013 FAZENDA NACIONAL, por seu procurador signat\u00e1rio, inconformada com a decis\u00e3o proferida nos autos do processo acima identificado, vem interpor recurso de AGRAVO DE INSTRUMENTO, com pedido de antecipa\u00e7\u00e3o da pretens\u00e3o recursal, na forma do artigo 522 e seguintes do C\u00f3digo de Processo Civil, requerendo seja recebido e, ao final, integralmente provido por esta Corte.\nROBERTO ANDERSSON CHEMALE Procurador da Fazenda Nacional OAB/RS 69.135\n\n\fMINIST\u00c9RIO DA FAZENDA PROCURADORIA-GERAL DA FAZENDA NACIONAL PROCURADORIA REGIONAL DA FAZENDA NACIONAL 4\u00aa REGI\u00c3O\nDIVIS\u00c3O DE ASSUNTOS FISCAIS (DIAFI)\nEXCELENT\u00cdSSIMOS SENHORES DESEMBARGADORES\nA Uni\u00e3o n\u00e3o se conforma com a respeit\u00e1vel decis\u00e3o que indeferiu, em rela\u00e7\u00e3o \u00e0(s) parte(s) devedora(s) da presente execu\u00e7\u00e3o, que seja realizada consulta ao sistema disponibilizado ao Judici\u00e1rio denominado INFOJUD, e vem dela recorrer pelos seguintes motivos.\nDO CABIMENTO DO RECURSO DE AGRAVO DR INSTRUMENTO\nCom a advento da Lei n\u00ba 11.187/2005 foram introduzidas modifica\u00e7\u00f5es ao C\u00f3digo de Processo Civil quanto \u00e0 interposi\u00e7\u00e3o de recurso de Agravo de Instrumento. Pela nova sistem\u00e1tica, o \u201cexcepcional\u201d cabimento do agravo de instrumento fica restrito \u00e0s seguintes situa\u00e7\u00f5es: a) quando se tratar de decis\u00e3o suscet\u00edvel de causar \u00e0 parte les\u00e3o grave e de dif\u00edcil repara\u00e7\u00e3o; b) nos casos de inadmiss\u00e3o da apela\u00e7\u00e3o; c) nos casos relativos aos efeitos em que a apela\u00e7\u00e3o \u00e9 recebida. Nos restantes dos casos, a regra passa a ser a interposi\u00e7\u00e3o do agravo retido que ser\u00e1 analisado pelo tribunal quando da subida dos autos mediante recurso da parte interessada, desde que reiterados em suas raz\u00f5es recursais.\nContudo, tal inova\u00e7\u00e3o n\u00e3o \u00e9 compat\u00edvel com o processo de execu\u00e7\u00e3o, pois tem uma sistem\u00e1tica diferenciada em virtude do fim buscado, qual seja, constranger o executado por todos os meios legais poss\u00edveis a satisfazer a obriga\u00e7\u00e3o contida no t\u00edtulo executivo.\nCom efeito, em se tratando de processo de execu\u00e7\u00e3o, a an\u00e1lise de agravo retido s\u00f3 se daria no caso de apela\u00e7\u00e3o contra senten\u00e7a terminativa do processo, momento em que, por raz\u00f5es \u00f3bvias, n\u00e3o haveria mais interesse na aprecia\u00e7\u00e3o do recurso diante da consolida\u00e7\u00e3o e irreversibilidade dos preju\u00edzos experimentados pela agravante.\nAssim, diante das circunst\u00e2ncias da hip\u00f3tese concreta, n\u00e3o h\u00e1 que se falar em agravo na modalidade retida. Demonstrada a presen\u00e7a dos requisitos exigidos pela lei em comento, a Uni\u00e3o requer de Vossas Excel\u00eancias dignem-se receber o presente Agravo de Instrumento, determinando-se seja processado na forma da lei.\nDOS FUNDAMENTOS JUR\u00cdDICOS\nComo medida assecurat\u00f3ria de efic\u00e1cia futura da cobran\u00e7a fiscal, pois \u00e9 pass\u00edvel de incid\u00eancia em a\u00e7\u00e3o em que o devedor j\u00e1 foi citado, foi requerido pela Fazenda Nacional que o ju\u00edzo determinasse dilig\u00eancias no sistema INFOJUD com o objetivo de, por meio do acesso as declara\u00e7\u00f5es de bens da parte executada, tornar eficaz o executivo fiscal.\n\u00c9 cedi\u00e7o que o Programa INFOJUD (Sistema de Informa\u00e7\u00f5es ao Judici\u00e1rio) \u00e9 o resultado de uma parceria entre o Conselho Nacional de Justi\u00e7a e a Receita Federal do Brasil \u00e9, em sua concep\u00e7\u00e3o, em servi\u00e7o oferecido unicamente aos magistrados \u2013 e aos servidores por eles autorizados, que tem como objetivo atender \u00e0s solicita\u00e7\u00f5es feitas pelo Poder Judici\u00e1rio ao Fisco. O objetivo da implementa\u00e7\u00e3o desse sistema \u00e9 substituir o procedimento anterior de informa\u00e7\u00f5es cadastrais e declara\u00e7\u00f5es pela Receita Federal, mediante o recebimento pr\u00e9vio de of\u00edcios.\n\n\fMINIST\u00c9RIO DA FAZENDA PROCURADORIA-GERAL DA FAZENDA NACIONAL PROCURADORIA REGIONAL DA FAZENDA NACIONAL 4\u00aa REGI\u00c3O\nDIVIS\u00c3O DE ASSUNTOS FISCAIS (DIAFI)\nO pleito da Fazenda Nacional \u2013 obten\u00e7\u00e3o de informa\u00e7\u00f5es patrimoniais via INFOJUD \u2013 foi indeferido sobre fundamento de que trata-se de medida desnecess\u00e1ria, vez que esta disporia acesso direto a tais informa\u00e7\u00f5es. Entretanto, olvida o magistrado que a juntada aos autos de declara\u00e7\u00e3o de bens e rendimentos, documenta\u00e7\u00e3o acobertada pelo sigilo fiscal, nos termos do 198 do C\u00f3digo Tribut\u00e1rio Nacional, o qual prev\u00ea veda\u00e7\u00e3o do que concerne a divulga\u00e7\u00e3o de tais informa\u00e7\u00f5es, sem preju\u00edzo do disposto na legisla\u00e7\u00e3o criminal. Na mesma linha de racioc\u00ednio, a exce\u00e7\u00e3o legal vem preconizada no inciso I do \u00a7 1\u00b0 do art. 198 do CTN, qual seja, a divulga\u00e7\u00e3o de informa\u00e7\u00f5es acobertadas pelo sigilo fiscal dependente que requisi\u00e7\u00e3o judici\u00e1ria. Tanto assim o \u00e9 que o Tribunal Regional Federal da 4\u00b0 Regi\u00e3o j\u00e1 se pronunciou pelo seguinte:\n\u201cPROCESSUAL CIVIL. A\u00c7\u00c3O CIVIL P\u00daBLICA. IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. QUEBRA DOS SIGILOS FISCAL E BANC\u00c1RIO. PROVA DECLARADA IL\u00cdCITA. 1. A anula\u00e7\u00e3o de prova produzida no processo disciplinar n\u00e3o anula a pretens\u00e3o probat\u00f3ria na A\u00e7\u00e3o Civil P\u00fablica. O Minist\u00e9rio P\u00fablico Federal pode produzir provas e requerer quebra de sigilos fiscal e banc\u00e1rio nos autos da A\u00e7\u00e3o Civil P\u00fablica e em prol de sua instru\u00e7\u00e3o. 2. Os dados cobertos pelo sigilo fiscal e banc\u00e1rio n\u00e3o podem ser utilizados em processo administrativo, inqu\u00e9rito ou a\u00e7\u00e3o judicial sem pr\u00e9via autoriza\u00e7\u00e3o judicial, sob pena de ser considerada prova il\u00edcita, mas da\u00ed n\u00e3o se extrai que a ACP n\u00e3o possa ter amplo aspecto probat\u00f3rio, inclusive quebra de sigilo fiscal e telef\u00f4nico regularmente efetuados. (TRF4, AG 0004159-85.2010.404.0000, Quarta Turma, Relatora Marga Inge Barth Tessler, D.E. 31/05/2010)\u201d grifamos\nDe outra banda, h\u00e1 da parte da executada aquilo que a doutrina hodierna consagrou como o chamado \u201cdever fundamental de pagar impostos, que outra coisa n\u00e3o \u00e9 sen\u00e3o a contrapartida cidad\u00e3 pela seguran\u00e7a de conviver em sociedade, nela prosperar e usufruir de suas benesses, a comprovar que o homem n\u00e3o pode sobreviver no estado hobbesiano da natureza. Neste sentido, \u00e9 ilustrativo o posicionamento perfilhado pelo Tribunal Regional Federal da 4\u00b0 Regi\u00e3o:\nAGRAVO DE INSTRUMENTO. EXECU\u00c7\u00c3O FISCAL. INFOJUD. RENAJUD. A utiliza\u00e7\u00e3o mecanismos como o INFOJUD e RENAJUD ganham relevo na cobran\u00e7a de cr\u00e9ditos tribut\u00e1rios, derivado do dever fundamental de pagar tributos. N\u00e3o h\u00e1, tamb\u00e9m, raz\u00e3o para impor \u00e0 Fazenda P\u00fablica a promo\u00e7\u00e3o de dilig\u00eancias dispendiosas, se existem sistemas criados justamente para simplificar e agilizar a obten\u00e7\u00e3o de informa\u00e7\u00f5es acerca dos bens do devedor. (TRF4, AG 000118281.2014.404.0000, Segunda Turma, Relatora Luciane Amaral Corr\u00eaa M\u00fcnch, D.E. 07/05/2014) grifamos\nDesse modo, n\u00e3o se afigura razo\u00e1vel o indeferimento da dilig\u00eancia pelo magistrado, haja vista que o conv\u00eanio firmado no \u00e2mbito do CNJ constitui o meio mais expedito e seguro, inclusive sob o ponto de vista do respaldo jur\u00eddico, para obten\u00e7\u00e3o da informa\u00e7\u00e3o patrimonial.\nA Fazenda Nacional reproduz abaixo entendimento em conson\u00e2ncia com a tese esgrimada no presente recurso:\n\n\fMINIST\u00c9RIO DA FAZENDA PROCURADORIA-GERAL DA FAZENDA NACIONAL PROCURADORIA REGIONAL DA FAZENDA NACIONAL 4\u00aa REGI\u00c3O\nDIVIS\u00c3O DE ASSUNTOS FISCAIS (DIAFI)\nAGRAVO DE INSTRUMENTO N\u00ba 5008272-55.2014.404.0000/RS\n\nRELATOR AGRAVANTE AGRAVADO ADVOGADO\n\nR\u00d4MULO PIZZOLATTI UNI\u00c3O - FAZENDA NACIONAL RGFH ENGENHARIA LTDA ANDREIA CRISTINA FERNANDES HARRIS\n\nDECIS\u00c3O\n\nTrata-se de agravo de instrumento interposto pela Uni\u00e3o (Fazenda Nacional), com pedido de antecipa\u00e7\u00e3o da tutela recursal, contra decis\u00e3o do MM. Juiz Federal Substituto Tiago Scherer, da 16\u00aa Vara Federal de Porto Alegre-RS, que nos autos da Execu\u00e7\u00e3o Fiscal n\u00ba 5021694-79.2010.404.7100/RS, indeferiu o pedido de utiliza\u00e7\u00e3o do sistema RENAJUD para consulta de ve\u00edculos automotores, a pretexto de que \u00e9 do credor o \u00f4nus de indicar os bens do devedor pass\u00edveis de penhora, e, para desincumbir-se de tal mister, dever\u00e1 valer-se de todos os meios \u00e0 sua disposi\u00e7\u00e3o, descabendo pretender-se medidas que, praticamente, transfiram tais encargos ao Judici\u00e1rio (evento 48 do processo origin\u00e1rio).\n\nSustenta a parte agravante, em s\u00edntese, que \u00e9 desnecess\u00e1rio indicar qual o ve\u00edculo que de pretende a inclus\u00e3o da restri\u00e7\u00e3o via RENAJUD. Alega que a utiliza\u00e7\u00e3o do sistema RENAJUD \u00e9 um dos v\u00e1rios meios que se tem de satisfazer seu cr\u00e9dito.\nTudo bem visto e examinado, passo a decidir.\nA 1\u00aa Se\u00e7\u00e3o desta Corte Regional tem deferido o acesso ao sistema RENAJUD para localiza\u00e7\u00e3o de bens do executado, sem exig\u00eancia de esgotamento de dilig\u00eancias na busca de bens penhor\u00e1veis e ainda que n\u00e3o tenham sido localizados ve\u00edculos na base de dados do DETRAN estadual. Confira-se:\nAGRAVO DE INSTRUMENTO. INFOJUD. NECESSIDADE DO ESGOTAMENTO DAS DILIG\u00caNCIAS. RENAJUD. POSSIBILIDADE. 1. O INFOJUD consubstancia ferramenta que permite a comunica\u00e7\u00e3o eletr\u00f4nica entre o judici\u00e1rio e a Receita Federal. Segundo o Conselho Nacional de Justi\u00e7a, a utiliza\u00e7\u00e3o dos sistema substitui o procedimento anterior de fornecimento de informa\u00e7\u00f5es cadastrais e de c\u00f3pia de declara\u00e7\u00f5es pela Receita Federal, mediante o recebimento pr\u00e9vio de of\u00edcios. Trata-se, portanto, de instrumento de acesso a informa\u00e7\u00f5es fiscais do contribuinte, dados que se encontram em poder do \u00f3rg\u00e3o fiscalizador, e que s\u00f3 deve ser utilizado ap\u00f3s esgotadas todas as dilig\u00eancias em busca dos bens do executado, o que n\u00e3o ocorreu nos autos. 2. O RENAJUD trata-se de ferramenta que permite a comunica\u00e7\u00e3o eletr\u00f4nica entre o Poder Judici\u00e1rio e o Departamento Nacional de Tr\u00e2nsito - DENATRAN, possibilitando consultas e o envio, em tempo real, de ordem judiciais eletr\u00f4nicas\n\n\fMINIST\u00c9RIO DA FAZENDA PROCURADORIA-GERAL DA FAZENDA NACIONAL PROCURADORIA REGIONAL DA FAZENDA NACIONAL 4\u00aa REGI\u00c3O\nDIVIS\u00c3O DE ASSUNTOS FISCAIS (DIAFI)\nde restri\u00e7\u00e3o de ve\u00edculos automotores na base de dados do Registro Nacional de Ve\u00edculos - RENAVAM. Por esta raz\u00e3o, por ser uma consulta somente em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 poss\u00edveis ve\u00edculos do executado, \u00e9 vi\u00e1vel a sua utiliza\u00e7\u00e3o. 3. Agravo de Instrumento parcialmente provido. (TRF/ 4R, AI n\u00ba 2009.04.00.017059-0/PR, 1\u00aa Turma, Rel. Des. Federal Joel Ilan Paciornik, DE de 26/08/2009). (grifei)\nTRIBUT\u00c1RIO E PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. EXECU\u00c7\u00c3O FISCAL. RENAJUD. DISPENSA DE DILIG\u00caNCIAS PR\u00c9VIAS. 1. Em se tratando da busca por bens que encontram razo\u00e1vel aceita\u00e7\u00e3o no mercado, e que revelam, em princ\u00edpio, aptid\u00e3o \u00e0 garantia da execu\u00e7\u00e3o, deve ser deferida a medida, a fim de que seja viabilizada a procura de ve\u00edculos em nome do executado por meio do RENAJUD. Cabe ressaltar que a medida revela utilidade mesmo que j\u00e1 tenha sido empreendida consulta \u00e0 base de dados do DETRAN Estadual, uma vez que o RENAJUD viabiliza a pesquisa e imediato bloqueio de ve\u00edculos em todo o territ\u00f3rio nacional, impedindo sejam os bens transferidos a terceiros, com evidente preju\u00edzo ao cr\u00e9dito em execu\u00e7\u00e3o. 2. Agravo de instrumento provido. (TRF4, AGRAVO DE INSTRUMENTO N\u00ba 0000076-89.2011.404.0000, 2\u00aa Turma, Des. Federal OT\u00c1VIO ROBERTO PAMPLONA, POR UNANIMIDADE, D.E. 07/04/2011) (grifei)\nCab\u00edvel, pois, a utiliza\u00e7\u00e3o do sistema RENAJUD, j\u00e1 que n\u00e3o foram localizados numer\u00e1rios suficientes via BACENJUD para garantir a execu\u00e7\u00e3o fiscal (eventos 29 e 30 do processo origin\u00e1rio).\nPresente, pois, a verossimilhan\u00e7a das alega\u00e7\u00f5es, al\u00e9m do periculum in mora, consistente na possibilidade de dissipa\u00e7\u00e3o de eventuais ve\u00edculos existentes.\nAnte o exposto, defiro o pedido de antecipa\u00e7\u00e3o da tutela recursal, o que fa\u00e7o com base no art. 527, III, do C\u00f3digo de Processo Civil.\nComunique-se ao juiz da execu\u00e7\u00e3o com urg\u00eancia.\nIntime-se a parte agravada para responder.\nPorto Alegre, 22 de abril de 2014.\nDes. Federal R\u00d4MULO PIZZOLATTI Relator\n\nAGRAVO DE INSTRUMENTO N\u00ba 0001182-81.2014.404.0000/SC\n\nRELATORA\n\nJu\u00edza Federal CARLA EVELISE JUSTINO HENDGES\n\nAGRAVANTE\n\nUNI\u00c3O FEDERAL (FAZENDA NACIONAL)\n\nPROCURADOR\n\nProcuradoria-Regional da Fazenda Nacional\n\n\fMINIST\u00c9RIO DA FAZENDA PROCURADORIA-GERAL DA FAZENDA NACIONAL PROCURADORIA REGIONAL DA FAZENDA NACIONAL 4\u00aa REGI\u00c3O\nDIVIS\u00c3O DE ASSUNTOS FISCAIS (DIAFI)\n\nAGRAVADO\n\nPRO-ARTE IND/ E COM/ DE ARTEFATOS DE CIMENTO LTDA/\n\nDECIS\u00c3O\n\nTrata-se de agravo de instrumento interposto pela UNI\u00c3O contra decis\u00e3o que indeferiu pedido de realiza\u00e7\u00e3o de consultas ao RENAJUD e INFOJUD para obten\u00e7\u00e3o de dados acerca da exist\u00eancia de bens em nome da parte executada.\n\nSustenta a parte agravante, que se encontra pacificado nesse Egr\u00e9gio Tribunal o entendimento de que \u00e9 plenamente cab\u00edvel a constri\u00e7\u00e3o dos ve\u00edculos pelo sistema RENAJUD, bem como de que \u00e9 poss\u00edvel localizar bens pelo sistema INFOJUD.\n\n\u00c9 o relat\u00f3rio. Decido.\n\nO INFOJUD (Sistema de Informa\u00e7\u00f5es ao Judici\u00e1rio) consubstancia ferramenta que permite a comunica\u00e7\u00e3o eletr\u00f4nica entre o judici\u00e1rio e a Receita Federal. Segundo informa\u00e7\u00f5es extra\u00eddas do s\u00edtio do Conselho Nacional de Justi\u00e7a na internet (www.cnj.jus.br), \"a utiliza\u00e7\u00e3o do sistema substitui o procedimento anterior de fornecimento de informa\u00e7\u00f5es cadastrais e de c\u00f3pias de declara\u00e7\u00f5es pela Receita Federal, mediante o recebimento pr\u00e9vio de of\u00edcios\". Cuida-se, portanto, de instrumento de acesso a informa\u00e7\u00f5es fiscais do contribuinte, dados que se encontram em poder do \u00f3rg\u00e3o fiscalizador.\n\nO RENAJUD (Sistema de Restri\u00e7\u00e3o Judicial de Ve\u00edculos), por sua vez, consubstancia-se em ferramenta que permite a comunica\u00e7\u00e3o eletr\u00f4nica entre o Poder Judici\u00e1rio e o Departamento Nacional de Tr\u00e2nsito - DENATRAN, possibilitando consultas e o envio, em tempo real, de ordens judiciais eletr\u00f4nicas de restri\u00e7\u00e3o de ve\u00edculos automotores na base de dados do Registro Nacional de Ve\u00edculos Automotores - RENAVAM.\n\nEste Tribunal entendia ser poss\u00edvel a utiliza\u00e7\u00e3o dos sistemas Infojud/Renajud somente na hip\u00f3tese de o credor/exequente j\u00e1 ter esgotado todos os meios poss\u00edveis \u00e0 localiza\u00e7\u00e3o de bens do executado, consoante o seguinte precedente:\n\n\"PROCESSUAL CIVIL. QUEBRA DO SIGILO FISCAL. LOCALIZA\u00c7\u00c3O DE BENS. INFOJUD. RENAJUD\n\n1. O acesso as declara\u00e7\u00f5es de renda junto \u00e0 receita Federal, visando \u00e0 obten\u00e7\u00e3o de informa\u00e7\u00f5es acerca de valores ou bens pass\u00edveis de penhora, \u00e9 medida excepcional a ser admitida somente quando o exeq\u00fcente comprovar o exaurimento dos esfor\u00e7os tendentes a encontrar bens penhor\u00e1veis.\n\n2. No caso dos autos, n\u00e3o restou comprovada a realiza\u00e7\u00e3o de dilig\u00eancias suficientes a justificar a interven\u00e7\u00e3o do Judici\u00e1rio na obten\u00e7\u00e3o das informa\u00e7\u00f5es pretendidas.\n\n\fMINIST\u00c9RIO DA FAZENDA PROCURADORIA-GERAL DA FAZENDA NACIONAL PROCURADORIA REGIONAL DA FAZENDA NACIONAL 4\u00aa REGI\u00c3O\nDIVIS\u00c3O DE ASSUNTOS FISCAIS (DIAFI)\n3. Prejudicado o pedido de consulta ao RENAJUD tendo em vista que tal dilig\u00eancia j\u00e1 foi realizada, pelo oficial de justi\u00e7a, junto ao DETRAN (4\u00aa Turma, Rel. Des\u00aa. Federal MARGA INGE BARTH TESSLER, Proc. n\u00ba 2009.04.00.017149-1, publicado em 16/06/2009)\"\nTodavia, esse entendimento merece ser revisto, porquanto a jurisprud\u00eancia do STJ sedimentou-se no sentido de autorizar a penhora on line dos ativos financeiros do devedor se este, citado, n\u00e3o oferece bens \u00e0 penhora. Entendimento a que este Colegiado recentemente aderiu, consoante exemplifica o recente julgado, verbis:\nPROCESSUAL CIVIL EXECU\u00c7\u00c3O FISCAL. UTILIZA\u00c7\u00c3O DO SISTEMA BACENJUD. ESGOTAMENTO DE DILIG\u00caNCIAS NA BUSCA DE BENS PENHOR\u00c1VEIS. DESNECESSIDADE.\n1. A despeito de n\u00e3o terem sido esgotados todos os meios para que a Fazenda obtivesse informa\u00e7\u00f5es sobre bens penhor\u00e1veis, faz-se impositiva a obedi\u00eancia \u00e0 ordem de prefer\u00eancia estabelecida no artigo 11 da Lei n\u00ba 6.830/1980, que indica o dinheiro como o primeiro bem a ser objeto de penhora.\n2. Citado o devedor, e n\u00e3o tendo este indicado bens \u00e0 penhora, \u00e9 cab\u00edvel a utiliza\u00e7\u00e3o do BACEN JUD, nos termos do arts. 10, da LEF, 185-A, do CTN, 600, IV e 655, I, do CPC. (AGRAVO DE INSTRUMENTO N\u00ba 2009.04.00.019680-3, Rel. Des. Federal OT\u00c1VIO ROBERTO PAMPLONA, julgado em 14/07/2009)\nConsiderando que a consulta ao Infojud e ao Renajud tem como fundamento justamente a busca de bens do executado, \u00e9 impositivo entender que se a penhora on line pode ser autorizada, independentemente do esgotamento de outras dilig\u00eancias, com muito mais raz\u00e3o a simples consulta a estes sistemas deve ser autorizada. \u00c9 dizer: se pode o mais, pode o menos.\nAdemais, as mudan\u00e7as na legisla\u00e7\u00e3o processual introduziram mecanismos de favorecimento ao exeq\u00fcente, fortalecendo o princ\u00edpio do resultado de que trata o art. 612 do CPC. A utiliza\u00e7\u00e3o desses mecanismos ganha relevo na cobran\u00e7a de cr\u00e9ditos tribut\u00e1rios, derivada do dever fundamental de pagar tributos. N\u00e3o h\u00e1, tamb\u00e9m, raz\u00e3o para impor \u00e0 Fazenda P\u00fablica a promo\u00e7\u00e3o de dilig\u00eancias dispendiosas, se existem sistemas criados justamente para simplificar e agilizar a obten\u00e7\u00e3o de informa\u00e7\u00f5es acerca dos bens do devedor.\nAnte o exposto, defiro o efeito suspensivo.\nComunique-se. Intimem-se. Inexistindo procurador constitu\u00eddo para a parte adversa, voltem os autos para inclus\u00e3o em pauta de julgamento.\nPorto Alegre, 07 de mar\u00e7o de 2014.\nJu\u00edza Federal CARLA EVELISE JUSTINO HENDGES\n\n\fMINIST\u00c9RIO DA FAZENDA PROCURADORIA-GERAL DA FAZENDA NACIONAL PROCURADORIA REGIONAL DA FAZENDA NACIONAL 4\u00aa REGI\u00c3O\nDIVIS\u00c3O DE ASSUNTOS FISCAIS (DIAFI)\nRelatora\nPor fim h\u00e1 que se ressaltar que as inova\u00e7\u00f5es legislativas no \u00e2mbito do Direito Processual Civil, e, tamb\u00e9m, no \u00e2mbito do Direito Tribut\u00e1rio est\u00e3o em sintonia e d\u00e3o efetividade \u00e0 norma inserida na CRFB, atrav\u00e9s da Emenda Constitucional n\u00ba 45, de 30 de dezembro de 2004.\nO artigo 1\u00ba da EC n\u00ba 45 acrescentou novo inciso ao artigo 5\u00ba da CRFB, que trata dos direitos e garantias fundamentais:\nArt. 5\u00ba LXXVIII a todos, no \u00e2mbito judicial e administrativo, s\u00e3o assegurados a razo\u00e1vel dura\u00e7\u00e3o do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramita\u00e7\u00e3o.\nA razo\u00e1vel dura\u00e7\u00e3o do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramita\u00e7\u00e3o s\u00e3o garantias inseridas no cap\u00edtulo reservado \u00e0 prote\u00e7\u00e3o dos direitos e garantias fundamentais, dada a consequ\u00eancia gravosa de sua inobserv\u00e2ncia.\nCumpre salientar que a ado\u00e7\u00e3o de tal sistema n\u00e3o ofende a ampla defesa, vez que, procedida a constri\u00e7\u00e3o eletr\u00f4nica, o executado poder\u00e1 apresentar suas impugna\u00e7\u00f5es, se assim desejar, sem que o bem em quest\u00e3o saia da sua esfera patrimonial.\nDe mais a mais, o Tribunal Regional da 4\u00b0 Regi\u00e3o, por sua jurisprud\u00eancia iterativa, tem decidido ser desnecess\u00e1rio o esgotamento das dilig\u00eancias pela parte exequente para requerer a constri\u00e7\u00e3o por meio do sistema INFOJUD. Neste sentido:\n\u201cADMINISTRATIVO. AGRAVO DE INSTRUMENTO. EXECU\u00c7\u00c3O FISCAL. PESQUISA AO SISTEMA BACENJUD. REITERA\u00c7\u00c3O DO PEDIDO. POSSIBILIDADE. PRINC\u00cdPIO DA RAZOABILIDADE. N\u00e3o h\u00e1 ilegalidade ou inconstitucionalidade na utiliza\u00e7\u00e3o dos sistemas INFOJUD, RENAJUD ou BACENJUD, tampouco necessidade de esgotamento de outras dilig\u00eancias antes de seu manejo, porque, em que pese o princ\u00edpio da menor onerosidade ao devedor, a execu\u00e7\u00e3o \u00e9 movida no interesse do credor, a teor do disposto no artigo 612 do C\u00f3digo de Processo Civil. Segundo a orienta\u00e7\u00e3o do STJ, n\u00e3o h\u00e1 falar em abuso ou excesso a impedir a reitera\u00e7\u00e3o do pedido de constri\u00e7\u00e3o on line, na hip\u00f3tese em que ultrapassado mais de um ano do requerimento da dilig\u00eancia anterior. (TRF4, AG 5004542-36.2014.404.0000, Quarta Turma, Relatora p/ Ac\u00f3rd\u00e3o Vivian Josete Pantale\u00e3o Caminha, juntado aos autos em 02/05/2014)\u201d grifamos\n\u201cAGRAVO DE INSTRUMENTO. EXECU\u00c7\u00c3O FISCAL. INFOJUD. LOCALIZA\u00c7\u00c3O DE BENS. SIGILO FISCAL. MEDIDAS A CARGO DO EXEQUENTE. OFICIAL DE JUSTI\u00c7A. BACENJUD. RENAJUD. Por representar o Infojud o acesso a informa\u00e7\u00f5es protegidas por sigilo fiscal, exige-se para sua utiliza\u00e7\u00e3o que tenha o exequente promovido medidas anteriores menos danosas ao executado, como a tentativa de bloqueio de ativos financeiros via sistema Bacenjud e de ve\u00edculos via sistema Renajud, e que, principalmente, tenha postulado a expedi\u00e7\u00e3o de mandado de penhora para o oficial de justi\u00e7a proceder \u00e0 busca e constri\u00e7\u00e3o de tantos bens\n\n\fMINIST\u00c9RIO DA FAZENDA PROCURADORIA-GERAL DA FAZENDA NACIONAL PROCURADORIA REGIONAL DA FAZENDA NACIONAL 4\u00aa REGI\u00c3O\nDIVIS\u00c3O DE ASSUNTOS FISCAIS (DIAFI)\nquantos bastem para o pagamento (Lei n\u00ba 6.830, art. 10, combinada com CPC, art. 659). Demonstrado que o exequente empreendeu os esfor\u00e7os que estavam a seu alcance, imp\u00f5e-se deferir a supera\u00e7\u00e3o do sigilo fiscal do executado e a consulta a sua declara\u00e7\u00e3o de bens (declara\u00e7\u00f5es do Imposto de Renda e Declara\u00e7\u00e3o de Opera\u00e7\u00e3o Imobili\u00e1ria), o que deve ser feito via sistema Infojud. (TRF4, AG 5006271-97.2014.404.0000, Segunda Turma, Relator p/ Ac\u00f3rd\u00e3o R\u00f4mulo Pizzolatti, juntado aos autos em 13/05/2014)\u201d grifamos\n\u201cAGRAVO DE INSTRUMENTO. EXECU\u00c7\u00c3O. CONV\u00caNIOS. BENS PENHOR\u00c1VEIS. UTILIZA\u00c7\u00c3O. DILIG\u00caNCIAS. DESNECESSIDADE. N\u00e3o h\u00e1 a necessidade de se exigir do credor o exaurimento de todas as dilig\u00eancias extrajudiciais para que se autorize a utiliza\u00e7\u00e3o dos conv\u00eanios firmados pelo Poder Judici\u00e1rio (INFOJUD, BACENJUD, RENAJUD) para constri\u00e7\u00e3o/localiza\u00e7\u00e3o de bens do devedor. (TRF4, AG 5004536-29.2014.404.0000, Quarta Turma, Relator p/ Ac\u00f3rd\u00e3o Luiz Carlos Cervi, juntado aos autos em 14/05/2014)\u201d grifamos\n\u201cAGRAVO DE INSTRUMENTO. EXECU\u00c7\u00c3O FISCAL. INFOJUD ONLINE. Existindo um sistema on line que permite o acesso imediato aos dados do sigilo fiscal dos devedores da Uni\u00e3o, inexiste raz\u00e3o para exigir que o exeq\u00fcente fa\u00e7a a consulta diretamente \u00e0 Receita Federal do Brasil em Curitiba, forma mais dispendiosa e demorada para atingir o mesmo objetivo. (TRF4, AG 502690029.2013.404.0000, Segunda Turma, Relatora p/ Ac\u00f3rd\u00e3o Luciane Amaral Corr\u00eaa M\u00fcnch, juntado aos autos em 13/02/2014)\u201d grifamos\nDeste modo, deve ser reformada a decis\u00e3o agravada para determinar, em definitivo, a consulta ao sistema disponibilizado ao Judici\u00e1rio denominado INFOJUD.\nDA ANTECIPA\u00c7\u00c3O DA TUTELA RECURSAL\nDisp\u00f5e o CPC em seus arts. 527 e 558:\nArt. 527. Recebido o agravo de instrumento no tribunal, e distribu\u00eddo incontinenti, o relator: (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n\u00ba 10.352, de 2001) (\u2026) III \u2013 poder\u00e1 atribuir efeito suspensivo ao recurso (art. 558), ou deferir, em antecipa\u00e7\u00e3o de tutela, total ou parcialmente, a pretens\u00e3o recursal, comunicando ao juiz sua decis\u00e3o; (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n\u00ba 10.352, de 2001)\nO deferimento do pedido antecipat\u00f3rio submete-se aos requisitos da plausibilidade do direito invocado e do receio de inefic\u00e1cia do provimento, os quais se fazem presentes.\nA relev\u00e2ncia dos fundamentos do agravo decorre das raz\u00f5es j\u00e1 expendidas, a comprovar o direito da agravante \u00e0 obten\u00e7\u00e3o da consulta ao sistema INFOJUD. Quanto ao receio de les\u00e3o grave e de dif\u00edcil repara\u00e7\u00e3o, este tamb\u00e9m \u00e9 manifesto, j\u00e1 que, ciente da interposi\u00e7\u00e3o do agravo, e sem que lhe caiba nenhuma restri\u00e7\u00e3o, tender\u00e1 a executada a dissipar o bem, privando de efeitos eventual julgamento favor\u00e1vel adotado pela Turma.\n\n\fagravante.\n\nMINIST\u00c9RIO DA FAZENDA PROCURADORIA-GERAL DA FAZENDA NACIONAL PROCURADORIA REGIONAL DA FAZENDA NACIONAL 4\u00aa REGI\u00c3O\nDIVIS\u00c3O DE ASSUNTOS FISCAIS (DIAFI)\nSendo assim, deve ser deferida a antecipa\u00e7\u00e3o da tutela recursal em favor da\n\nDO PREQUESTIONAMENTO\nCaso n\u00e3o seja dado total provimento ao presente recurso, na forma requerida, fica desde j\u00e1 prequestionada a mat\u00e9ria discutida, a fim de possibilitar o conhecimento da controv\u00e9rsia pelos Tribunais Superiores.\n\nDO PEDIDO\nEm face ao exposto, requer a Uni\u00e3o:\na) seja recebido e processado o presente agravo na sua forma de instrumento;\nb) seja deferida a antecipa\u00e7\u00e3o da tutela da pretens\u00e3o recursal (efeito suspensivo/ativo) e\nc) seja reformada a decis\u00e3o agravada, por esta Colenda Turma, para determinar, de modo definitivo, que seja realizada consulta ao sistema INFOJUD, da seguinte maneira: (1) quanto \u00e0 pessoa jur\u00eddica: DOI e DITR e (2) quanto \u00e0(s) pessoa(s) f\u00edsica(s): DIRPF, DOI e DITR.\nNesses termos, pede deferimento.\n\nROBERTO ANDERSSON CHEMALE Procurador da Fazenda Nacional OAB/RS 69.135\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 4 (C\u00edvel) - IdDocumentoCompleto: 5002737-48.2014.4.04.0000-41392134052658861020000000002", "text": "ADVOCACIA-GERAL DA UNI\u00c3O PROCURADORIA-GERAL FEDERAL PROCURADORIA REGIONAL FEDERAL DA 4\u00aa REGI\u00c3O SERVI\u00c7O DE COBRAN\u00c7A E RECUPERA\u00c7\u00c3O DE CR\u00c9DITOS\n__________________________________________________________________________________\nEXCELENT\u00cdSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ PRESIDENTE DO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 4\u00aa REGI\u00c3O\nPROCESSO N\u00ba 2007.71.00.033023-0\nO INSTITUTO NACIONAL DE METROLOGIA, NORMALIZA\u00c7\u00c3O E QUALIDADE INDUSTRIAL \u2013 INMETRO, por meio de sua procuradora federal, inconformada com a decis\u00e3o proferida pelo MM. Juiz da Vara Federal de Porto Alegre/RS, nos autos do processo acima mencionado, vem, respeitosamente, perante Vossa Excel\u00eancia, com base nos artigos 522 e seguintes do CPC, oferecer AGRAVO DE INSTRUMENTO, com pedido de antecipa\u00e7\u00e3o dos efeitos da tutela recursal, na forma dos artigos 527, III, e 558, ambos do CPC, pelas raz\u00f5es de fato e de direito anexas.\nOutrossim, para fins do disposto no art. 524, inciso III, do C\u00f3digo de Processo Civil, indica-se, na oportunidade, o nome e endere\u00e7o completo dos procuradores das partes:\nAGRAVANTE: Mozart Leite de Oliveira Junior, Procurador Federal (Matr\u00edcula SIAPE n\u00ba 1379875), inscrito na OAB/RS sob o n\u00ba 37021, com endere\u00e7o no Servi\u00e7o de Cobran\u00e7a e recupera\u00e7\u00e3o de Cr\u00e9dito, na Av. Carlos Gomes, 1942, Bairro Tr\u00eas Figueiras, Porto Alegre/RS, CEP 90.480-002;\nAGRAVADO: PROCLAMA IND E COM DE PROD ALIMENT E HIG. LTDA E Daiane de Souza Martins, sem procurador nos autos\nPorto Alegre, 11 de fevereiro de 2014.\nMozart Leite de Oliveira Junior OAB/RS37021/Matr.1379875 Procurador Federal\nRAZ\u00d5ES DO AGRAVO DE INSTRUMENTO\nP\u00e1gina 1\n\n\fADVOCACIA-GERAL DA UNI\u00c3O PROCURADORIA-GERAL FEDERAL PROCURADORIA REGIONAL FEDERAL DA 4\u00aa REGI\u00c3O SERVI\u00c7O DE COBRAN\u00c7A E RECUPERA\u00c7\u00c3O DE CR\u00c9DITOS\n__________________________________________________________________________________\nCOLENDA TURMA, EMINENTES JULGADORES.\nI \u2013 DA TEMPESTIVIDADE:\nCumpre inicialmente demonstrar a oportunidade do recurso manifestado.\nDa decis\u00e3o agravada foi o Inmetro intimado pessoalmente em 24/01/2014;\nPortanto, tem-se, assim, que, interposta a pe\u00e7a recursal nesta data, \u00e9 inequ\u00edvoca a tempestividade do agravo, que nestas condi\u00e7\u00f5es deve ser conhecido nessa inst\u00e2ncia ad quem.\nII \u2013 BREVE HIST\u00d3RICO DA DEMANDA:\nO Inmetro ajuizou execu\u00e7\u00e3o fiscal em face de Proclama Ind. e Com. De Prod. Aliment. E Hig LTDA objetivando a percep\u00e7\u00e3o de cr\u00e9dito legalmente inscrita em d\u00edvida ativa. Devidamente citado n\u00e3o pagou a d\u00edvida.\nDiante da configura\u00e7\u00e3o das condi\u00e7\u00f5es do redirecionamento foi redirecionada a execu\u00e7\u00e3o fiscal DAIANE DE SOUZA MARTINS, ;\nEm ato cont\u00ednuo a autarquia requereu Bacen jud, o qual teve resultado negativo\nEm seguimento requereu a autarquia consulta ao INFOJUD e REANJUD). Tal pedido restou indeferido com o seguinte fundamento:\nDo pedido de quebra do sigilo fiscal.\nConsoante estabelece a Constitui\u00e7\u00e3o, art. 5\u00ba, X, s\u00e3o inviol\u00e1veis a intimidade e a vida privada das pessoas, garantias essas que se desdobram nos sigilos banc\u00e1rio e fiscal. Tratando de sigilo banc\u00e1rio, aponto o STF que tal 'esp\u00e9cie de direito \u00e0 privacidade protegido pela Constitui\u00e7\u00e3o de 1988, n\u00e3o \u00e9 absoluto, pois deve ceder diante dos interesses p\u00fablico, social e da Justi\u00e7a. Assim, deve ceder tamb\u00e9m na forma e com observ\u00e2ncia de procedimento legal e com respeito ao princ\u00edpio da razoabilidade' (AI 655298, Rel. Eros Grau). Com efeito, 'A quebra de sigilo n\u00e3o pode ser manipulada, de modo arbitr\u00e1rio, pelo Poder P\u00fablico ou por seus agentes. \u00c9 que, se assim n\u00e3o fosse, a quebra de sigilo converter-se-ia, ilegitimamente, em instrumento de busca generalizada e de devassa indiscriminada da esfera de intimidade das pessoas, o que daria ao Estado, em desconformidade com os postulados que informam o regime democr\u00e1tico, o poder absoluto de vasculhar, sem quaisquer limita\u00e7\u00f5es, registros sigilosos alheios.' (STF, HC 84.758, Rel. Celso de Mello). Dessa forma, a requisi\u00e7\u00e3o de informa\u00e7\u00f5es protegidas pelo sigilo fiscal para fins de localiza\u00e7\u00e3o de bens penhor\u00e1veis somente poder\u00e1 ocorrer excepcionalmente (STJ, AgRg no Ag 975.349, Min. Castro Meira), dada a relativiza\u00e7\u00e3o da garantia constitucional da inviolabilidade da vida privada. 'Somente em hip\u00f3teses extremas est\u00e1 o juiz autorizado a quebrar o sigilo fiscal e buscar, pelas declara\u00e7\u00f5es de renda, junto \u00e0 Receita Federal, bens do devedor para garantir a execu\u00e7\u00e3o' (STJ, AgRg no Resp 667578, Rel. Luiz Fux). Importante assentar que '\u00c9 \u00f4nus da parte exequente a\nP\u00e1gina 2\n\n\fADVOCACIA-GERAL DA UNI\u00c3O PROCURADORIA-GERAL FEDERAL PROCURADORIA REGIONAL FEDERAL DA 4\u00aa REGI\u00c3O SERVI\u00c7O DE COBRAN\u00c7A E RECUPERA\u00c7\u00c3O DE CR\u00c9DITOS\n__________________________________________________________________________________\nlocaliza\u00e7\u00e3o de bens do executado para fins de penhora. Somente ap\u00f3s esgotados os meios \u00e0 disposi\u00e7\u00e3o do credor, para localiza\u00e7\u00e3o de bens do devedor, \u00e9 que o Judici\u00e1rio pode interferir para tal fim, sob pena de acarretar afronta ao princ\u00edpio da imparcialidade' (TRF/4\u00aa R., AG 2008.04.00.017646-0, Rel. \u00c1lvaro Eduardo Junqueira). Isso porque, hoje, o credor fazend\u00e1rio possui diversas alternativas para identificar o patrim\u00f4nio do seu devedor, para fins de promover a execu\u00e7\u00e3o fiscal. O exequente pode realizar, sponte sua, pesquisas junto aos servi\u00e7os p\u00fablicos de registro de im\u00f3veis, de t\u00edtulos e documentos e de ve\u00edculos a fim de indicar bens penhor\u00e1veis. Dessa forma, descabe a pretens\u00e3o fazend\u00e1ria de transferir seu \u00f4nus processual ao Judici\u00e1rio.\nDa busca de bens pelo RENAJUD.\n\u00c9 do credor o \u00f4nus de indicar os bens do devedor pass\u00edveis de penhora, e, para desincumbir-se de tal mister, dever\u00e1 valer-se de todos os meios \u00e0 sua disposi\u00e7\u00e3o, descabendo pretender-se medidas que, praticamente, transfiram tais encargos ao Judici\u00e1rio. Nessa linha, a simples exist\u00eancia do conv\u00eanio RENAJUD n\u00e3o transferiu o \u00f4nus do exequente para o \u00f3rg\u00e3o judicial, mormente quando n\u00e3o identificado qualquer ve\u00edculo da parte executada. Assim, descabida a utiliza\u00e7\u00e3o indiscriminada do sistema RENAJUD.\nSuspendo a execu\u00e7\u00e3o pelo prazo de 1 (um) ano, com fulcro no art. 40, caput, da L. 6.830/80. Silenciando a credora, arquivem-se sem baixa na Distribui\u00e7\u00e3o, nos termos do \u00a7 2.\u00ba do mesmo Dispositivo.\nIntime-se. Porto Alegre, 09 de dezembro de 2014.\nTIAGO SCHERER Juiz Federal Substituto na Titularidade Plena\nIII \u2013 DO DIREITO\nCompulsando os autos, verifica-se que o INMETRO, vem, diligenciando na percep\u00e7\u00e3o de cr\u00e9dito que n\u00e3o foi espontaneamente pago pelo devedor.\nTrata-se de d\u00e9bito inscrito em d\u00edvida ativa, objeto de execu\u00e7\u00e3o fiscal, que deve ser devidamente solvido pelo agravado.\nA execu\u00e7\u00e3o fiscal \u00e9 instrumento colocado \u00e0 disposi\u00e7\u00e3o da Administra\u00e7\u00e3o para a satisfa\u00e7\u00e3o de seus cr\u00e9ditos, nos termos da Lei de Execu\u00e7\u00f5es Fiscais e do C\u00f3digo de Processo Civil, aplic\u00e1vel por for\u00e7a do art. 1\u00ba da Lei n\u00ba 6.830/80.\nEsta execu\u00e7\u00e3o \u00e9 realizada no interesse do credor, conforme art. 612 do CPC. Todos os bens do devedor devem estar ao alcance do exequente,\nP\u00e1gina 3\n\n\fADVOCACIA-GERAL DA UNI\u00c3O PROCURADORIA-GERAL FEDERAL PROCURADORIA REGIONAL FEDERAL DA 4\u00aa REGI\u00c3O SERVI\u00c7O DE COBRAN\u00c7A E RECUPERA\u00c7\u00c3O DE CR\u00c9DITOS\n__________________________________________________________________________________\nnos termos dos arts. 591 e 652, \u00a7 3\u00ba, do CPC, aplic\u00e1vel por for\u00e7a do art. 1\u00ba da Lei n\u00ba 6.830/80.\n\nDA POSSIBILIDADE DE CONSULTA AO INFOJUD E RENAJUD\n\nCom efeito, tendo sido realizado o BACENJUD tanto da pessoa jur\u00eddica, quanto da pessoa f\u00edsica, est\u00e1 caracterizado que a parte agravante envidou todos os esfor\u00e7os poss\u00edveis para adimplemento da d\u00edvida, que \u00e9 um cr\u00e9dito p\u00fablico, n\u00e3o restando outra alternativa sen\u00e3o a solicita\u00e7\u00e3o de utiliza\u00e7\u00e3o do INFOJUD e RENAJUD.\n\nO INFOJUD, que \u00e9 um sistema exclusivo do Poder Judici\u00e1rio, em conv\u00eanio com a Receita Federal, est\u00e1 regulamentado pelo Conv\u00eanio n. 001/2007 do Conselho Nacional de Justi\u00e7a. Por meio de tal sistema, s\u00e3o fornecidos ao Poder Judici\u00e1rio informa\u00e7\u00f5es cadastrais e econ\u00f4mico-fiscais das bases de dados da Receita Federal (cf. s\u00edtio do CNJ na rede mundial de computadores - http://www.cnj.jus.br/programas-de-a-a-z/sistemas/pginfojud).\nOra, s\u00e3o sistemas dispon\u00edveis, e que coadunam com o esp\u00edrito da razo\u00e1vel dura\u00e7\u00e3o do processo e da celeridade, \u00ednsitos no art. 5\u00ba, LXXVIII, da Constitui\u00e7\u00e3o, eis que conferem maior agilidade ao processo executivo, tornando o custo do processo executivo menos dispendioso.\n\nA jurisprud\u00eancia do Tribunal Regional Federal da 4\u00aa Regi\u00e3o\ntem acolhido a pretens\u00e3o, conforme exemplificam os recentes julgados abaixo colacionados:\n\nAGRAVO DE INSTRUMENTO N\u00ba 0004747-24.2012.404.0000/PR\n\nRELATORA\n\n:\n\nDes. Federal M\u00dcNCH\n\nLUCIANE\n\nAMARAL\n\nCORR\u00caA\n\nAGRAVANTE\n\n:\n\nINSTITUTO NACIONAL DE QUALIDADE E TECNOLOGIA\n\nMETROLOGIA, - INMETRO\n\nADVOGADO\n\n: Procuradoria-Regional Federal da 4\u00aa Regi\u00e3o\n\nAGRAVADO\n\n: AUTO POSTO DRAGO LTDA\n\n: CARLOS ALBERTO EGEA\n\nEMENTA\n\nAGRAVO DE INSTRUMENTO. PROCESSUAL CIVIL. LOCALIZA\u00c7\u00c3O DE BENS PENHOR\u00c1VEIS. INFOJUD. RENAJUD. POSSIBILIDADE. 1. Cab\u00edvel a utiliza\u00e7\u00e3o dos sistemas INFOJUD/RENAJUD para autorizar a penhora on line dos ativos financeiros do devedor se este, citado, n\u00e3o oferece bens \u00e0 penhora. 2. A medida revela utilidade mesmo que j\u00e1 tenha sido empreendida consulta \u00e0 base de dados do DETRAN Estadual, pois o RENAJUD viabiliza a pesquisa e o imediato\n\nP\u00e1gina 4\n\n\fADVOCACIA-GERAL DA UNI\u00c3O PROCURADORIA-GERAL FEDERAL PROCURADORIA REGIONAL FEDERAL DA 4\u00aa REGI\u00c3O SERVI\u00c7O DE COBRAN\u00c7A E RECUPERA\u00c7\u00c3O DE CR\u00c9DITOS\n__________________________________________________________________________________\nbloqueio de ve\u00edculos em todo o territ\u00f3rio nacional, impedindo transfer\u00eancia dos bens a terceiros com evidente preju\u00edzo ao cr\u00e9dito exequendo. 3. N\u00e3o h\u00e1 raz\u00e3o para impor \u00e0 Fazenda P\u00fablica a promo\u00e7\u00e3o de dilig\u00eancias dispendiosas uma vez que existem sistemas criados especialmente para simplificar e agilizar a obten\u00e7\u00e3o de informa\u00e7\u00f5es acerca dos bens do devedor.\nAC\u00d3RD\u00c3O\nVistos e relatados estes autos em que s\u00e3o partes as acima indicadas, decide a Egr\u00e9gia 2\u00aa Turma do Tribunal Regional Federal da 4\u00aa Regi\u00e3o, por unanimidade, dar provimento ao agravo de instrumento, nos termos do relat\u00f3rio, votos e notas taquigr\u00e1ficas que ficam fazendo parte integrante do presente julgado.\nPorto Alegre, 21 de agosto de 2012.\nDes. Federal LUCIANE AMARAL CORR\u00caA M\u00dcNCH Relatora\n\nAGRAVO DE INSTRUMENTO N\u00ba 5017085-42.2012.404.0000/SC\n\nRELATOR\n\n: LU\u00cdS ALBERTO D AZEVEDO AURVALLE\n\nAGRAVANTE\n\n:\n\nORDEM SEC\u00c7\u00c3O\n\nDOS ADVOGADOS DO DE SANTA CATARINA\n\nBRASIL\n\n-\n\nAGRAVADO\n\n: ALICE GIOVANELLA\n\nEMENTA\n\nADMINISTRATIVO. PROCESSO CIVIL. AGRAVO DE\n\nINSTRUMENTO.\n\nCONV\u00caNIO\n\nBACENJUD/INFOJUD/RENAJUD.\n\nCONSULTA E PENHORA ON-LINE DE ATIVOS FINACEIROS EM NOME\n\nDO DEVEDOR. POSSIBILIDADE.\n\nA utiliza\u00e7\u00e3o de meios eletr\u00f4nicos (INFOJUD, BACENJUD,\n\nRENAJUD) para constri\u00e7\u00e3o de bens do devedor n\u00e3o prescinde do exaurimento\n\nadministrativo de todos os meios poss\u00edveis na busca de bens penhor\u00e1veis, mas deve\n\nficar limitada \u00e0 finalidade que se pretende alcan\u00e7ar.\n\nAC\u00d3RD\u00c3O\n\nVistos e relatados estes autos em que s\u00e3o partes as acima indicadas, decide a Egr\u00e9gia 4a. Turma do Tribunal Regional Federal da 4\u00aa Regi\u00e3o, por unanimidade, dar provimento ao agravo de instrumento, nos termos do relat\u00f3rio, votos e notas taquigr\u00e1ficas que ficam fazendo parte integrante do presente julgado.\n\nPorto Alegre, 13 de novembro de 2012.\n\nDesembargador Federal Lu\u00eds Alberto D'Azevedo Aurvalle Relator\n\nP\u00e1gina 5\n\n\fADVOCACIA-GERAL DA UNI\u00c3O PROCURADORIA-GERAL FEDERAL PROCURADORIA REGIONAL FEDERAL DA 4\u00aa REGI\u00c3O SERVI\u00c7O DE COBRAN\u00c7A E RECUPERA\u00c7\u00c3O DE CR\u00c9DITOS\n__________________________________________________________________________________\nAdemais, conforme decidido pelo egr\u00e9gio Superior Tribunal de Justi\u00e7a, em julgamento representativo de controv\u00e9rsia e processado na forma do art. 543-C do CPC (REsp 1112943/MA, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, CORTE ESPECIAL, julgado em 15/09/2010, DJe 23/11/2010), n\u00e3o h\u00e1 a necessidade de se exigir do credor o exaurimento de todas as dilig\u00eancias extrajudiciais para que se autorize a utiliza\u00e7\u00e3o dos conv\u00eanios firmados pelo Poder Judici\u00e1rio (INFOJUD, BACENJUD, RENAJUD) para constri\u00e7\u00e3o/localiza\u00e7\u00e3o de bens do devedor:\nPROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. EXECU\u00c7\u00c3O CIVIL. PENHORA. ART. 655-A DO CPC. SISTEMA BACEN-JUD. ADVENTO DA LEI N.\u00ba 11.382/2006. INCIDENTE DE PROCESSO REPETITIVO. I - JULGAMENTO DAS QUEST\u00d5ES ID\u00caNTICAS QUE CARACTERIZAM A MULTIPLICIDADE. ORIENTA\u00c7\u00c3O - PENHORA ON LINE. a) A penhora on line, antes da entrada em vigor da Lei n.\u00ba 11.382/2006, configura-se como medida excepcional, cuja efetiva\u00e7\u00e3o est\u00e1 condicionada \u00e0 comprova\u00e7\u00e3o de que o credor tenha tomado todas as dilig\u00eancias no sentido de localizar bens livres e desembara\u00e7ados de titularidade do devedor. b) Ap\u00f3s o advento da Lei n.\u00ba 11.382/2006, o Juiz, ao decidir acerca da realiza\u00e7\u00e3o da penhora on line, n\u00e3o pode mais exigir a prova, por parte do credor, de exaurimento de vias extrajudiciais na busca de bens a serem penhorados. II - JULGAMENTO DO RECURSO REPRESENTATIVO - Trata-se de a\u00e7\u00e3o monit\u00f3ria, ajuizada pela recorrente, alegando, para tanto, titularizar determinado cr\u00e9dito documentado por contrato de ades\u00e3o ao \"Cr\u00e9dito Direto Caixa\", produto oferecido pela institui\u00e7\u00e3o banc\u00e1ria para concess\u00e3o de empr\u00e9stimos. A recorrida, citada por meio de edital, n\u00e3o apresentou embargos, nem ofereceu bens \u00e0 penhora, de modo que o Juiz de Direito determinou a convers\u00e3o do mandado inicial em t\u00edtulo executivo, diante do que disp\u00f5e o art. 1.102-C do CPC. - O Juiz de Direito da 6\u00aa Vara Federal de S\u00e3o Luiz indeferiu o pedido de penhora on line, decis\u00e3o que foi mantida pelo TJ/MA ao julgar o agravo regimental em agravo de instrumento, sob o fundamento de que, para a efetiva\u00e7\u00e3o da penhora eletr\u00f4nica, deve o credor comprovar que esgotou as tentativas para localiza\u00e7\u00e3o de outros bens do devedor. - Na esp\u00e9cie, a decis\u00e3o interlocut\u00f3ria de primeira inst\u00e2ncia que indeferiu a medida constritiva pelo sistema Bacen-Jud, deu-se em 29.05.2007 (fl. 57), ou seja, depois do advento da Lei n.\u00ba 11.382/06, de 06 de dezembro de 2006, que alterou o CPC quando incluiu os dep\u00f3sitos e aplica\u00e7\u00f5es em institui\u00e7\u00f5es financeiras como bens preferenciais na ordem da penhora como se fossem dinheiro em esp\u00e9cie (art. 655, I) e admitiu que a constri\u00e7\u00e3o se realizasse preferencialmente por meio eletr\u00f4nico (art. 655-A). RECURSO ESPECIAL PROVIDO (REsp 1112943/MA, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, CORTE ESPECIAL, julgado em 15/09/2010, DJe 23/11/2010)\nDeve se destacar, ainda, a despeito do esgotamento de todas as dilig\u00eancias para satisfa\u00e7\u00e3o do cr\u00e9dito, a jurisprud\u00eancia tem autorizado a utiliza\u00e7\u00e3o destes sistemas, eis que em conson\u00e2ncia com o esp\u00edrito dos art. 11, I, da Lei de Execu\u00e7\u00f5es Fiscais e art. 655-A do C\u00f3digo de Processo Civil. Confira-se este ac\u00f3rd\u00e3o:\nP\u00e1gina 6\n\n\fADVOCACIA-GERAL DA UNI\u00c3O PROCURADORIA-GERAL FEDERAL PROCURADORIA REGIONAL FEDERAL DA 4\u00aa REGI\u00c3O SERVI\u00c7O DE COBRAN\u00c7A E RECUPERA\u00c7\u00c3O DE CR\u00c9DITOS\n__________________________________________________________________________________\nPROCESSUAL CIVIL. EXECU\u00c7\u00c3O FISCAL. PENHORA ON LINE. BACENJUD. DEP\u00d3SITOS BANC\u00c1RIOS. CONSTRI\u00c7\u00c3O EFETIVADA AP\u00d3S A LEI N\u00ba 11.382/06. 1. A Corte Especial, no julgamento do REsp 1.112.943-MA, Rel. Min. Nancy Andrighi, ocorrido em 15/09/2010, pela sistem\u00e1tica do artigo 543-C do CPC, decidiu que, ap\u00f3s o advento da Lei n\u00ba 11.382/06, o juiz n\u00e3o pode exigir do credor o exaurimento das dilig\u00eancias, na busca por outros bens, para a decreta\u00e7\u00e3o da penhora on line. 2. A Primeira Se\u00e7\u00e3o deste Tribunal ratificou a necessidade de interpreta\u00e7\u00e3o sistem\u00e1tica dos artigos 655-A do CPC e 185-A do CTN, de modo a autorizar a penhora eletr\u00f4nica de dep\u00f3sitos e aplica\u00e7\u00f5es financeiras, independentemente do exaurimento de dilig\u00eancias extrajudiciais, por parte do exequente, ap\u00f3s o advento da Lei n\u00ba 11.382/06. Recurso especial representativo de controv\u00e9rsia n.\u00ba 1.184.765/PA. 3. Portanto, no regime posterior \u00e0 Lei n\u00ba 11.382/06, a aplica\u00e7\u00e3o dos artigos 655 e 655A, do CPC aos feitos de execu\u00e7\u00e3o fiscal conduzem ao entendimento de que a penhora em dinheiro, por ser preferencial, pode ser requerida pelo credor, mesmo que o devedor indique bens na ordem inferior do rol do artigo 11 da Lei de Execu\u00e7\u00f5es Fiscais, como ocorreu no presente caso, em que se nomeou precat\u00f3rio (inciso VIII). 4. Recurso especial provido. (REsp 1229689/PR, Rel. Ministro CASTRO MEIRA, SEGUNDA TURMA, julgado em 13/12/2011, DJe 16/02/2012)\nPor esta raz\u00e3o, \u00e9 poss\u00edvel o deferimento da utiliza\u00e7\u00e3o do INFOJUD, consoante entendimento do Superior Tribunal de Justi\u00e7a:\nPROCESSUAL CIVIL. EXECU\u00c7\u00c3O FISCAL. DECRETO DE INDISPONIBILIDADE DE VE\u00cdCULO AUTOMOTOR REGISTRADO EM NOME DO EXECUTADO. POSSIBILIDADE. N\u00c3O-LOCALIZA\u00c7\u00c3O DO VE\u00cdCULO PARA FINS DE PENHORA OU ARRESTO. IRRELEV\u00c2NCIA. 1. Em conformidade com o art. 185-A do C\u00f3digo Tribut\u00e1rio Nacional, \u00e9 poss\u00edvel que seja ordenado ao \u00f3rg\u00e3o de tr\u00e2nsito competente o bloqueio de autom\u00f3vel de propriedade do executado para prevenir eventual fraude \u00e0 execu\u00e7\u00e3o, mesmo que ainda n\u00e3o tenha havido a formaliza\u00e7\u00e3o da penhora do ve\u00edculo automotor. Com efeito, \u00e9 poss\u00edvel o decreto de indisponibilidade de ve\u00edculo automotor registrado em nome do executado, mesmo que o ve\u00edculo ainda n\u00e3o tenha sido encontrado e, justamente por sua n\u00e3o-localiza\u00e7\u00e3o, esteja inviabilizada a penhora ou arresto. De modo a viabilizar futura garantia da execu\u00e7\u00e3o, bem como sua efetividade perante terceiros, determina-se a indisponibilidade do ve\u00edculo junto ao DETRAN. 2. O Sistema RENAJUD \u00e9 uma ferramenta eletr\u00f4nica que interliga o Poder Judici\u00e1rio e o Departamento Nacional de Tr\u00e2nsito - DENATRAN, possibilitando consultas e o envio, em tempo real, de ordens judiciais eletr\u00f4nicas de restri\u00e7\u00e3o e de retirada de restri\u00e7\u00e3o de ve\u00edculos automotores na Base \u00cdndice Nacional (BIN) do Registro Nacional de Ve\u00edculos Automotores - RENAVAM. O sistema RENAJUD permite o envio de ordens judiciais eletr\u00f4nicas de restri\u00e7\u00e3o de transfer\u00eancia, de licenciamento e de circula\u00e7\u00e3o, bem como a averba\u00e7\u00e3o de registro de penhora de ve\u00edculos automotores\nP\u00e1gina 7\n\n\fADVOCACIA-GERAL DA UNI\u00c3O PROCURADORIA-GERAL FEDERAL PROCURADORIA REGIONAL FEDERAL DA 4\u00aa REGI\u00c3O SERVI\u00c7O DE COBRAN\u00c7A E RECUPERA\u00c7\u00c3O DE CR\u00c9DITOS\n__________________________________________________________________________________\ncadastrados na Base \u00cdndice Nacional (BIN) do Registro Nacional de Ve\u00edculos Automotores - RENAVAM. 3. No caso concreto, o Estado de Mato Grosso do Sul requereu a expedi\u00e7\u00e3o de of\u00edcio ao Detran local, requisitando o imediato bloqueio na transfer\u00eancia do ve\u00edculo registrado em nome da executada, ora recorrida. 4. Recurso especial provido. (REsp 1151626/MS, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 17/02/2011, DJe 10/03/2011).\nPor fim consta no S\u00edtio eletr\u00f4nico do CNJ a respeito do INFOJUD:\nInfojud Resultado de uma parceria entre o Conselho Nacional de Justi\u00e7a (CNJ) e a Receita Federal, o Programa Infojud (Sistema de Informa\u00e7\u00f5es ao Judici\u00e1rio) \u00e9 um servi\u00e7o oferecido unicamente aos magistrados (e servidores por eles autorizados), que tem como objetivo atender \u00e0s solicita\u00e7\u00f5es feitas pelo Poder Judici\u00e1rio \u00e0 Receita Federal. A ferramenta est\u00e1 dispon\u00edvel apenas aos representantes do Poder Judici\u00e1rio previamente cadastrados, em base espec\u00edfica da Receita Federal, e que possuam certificado digital emitido por Autoridade Certificadora integrante da ICP-Brasil. O acesso ao Infojud \u00e9 feito no s\u00edtio da Receita Federal, op\u00e7\u00e3o \u201ce-CAC \u2013 Centro Virtual de Atendimento ao Contribuinte\". Este sistema substitui o procedimento anterior de fornecimento de informa\u00e7\u00f5es cadastrais e de c\u00f3pias de declara\u00e7\u00f5es pela Receita Federal, mediante o recebimento pr\u00e9vio de of\u00edcios. O \u00fanico custo envolvido \u00e9 o do processo para obten\u00e7\u00e3o da certifica\u00e7\u00e3o dos magistrados (e serventu\u00e1rios), que \u00e9 de responsabilidade direta da Justi\u00e7a.\nDiante de tal informa\u00e7\u00e3o tem-se que o INFOJUD e RENAJUD somente podem ser acessado pelo poder judici\u00e1rio raz\u00e3o pela qual \u00e9 imposs\u00edvel acesso a tais informa\u00e7\u00f5es, sen\u00e3o pelo pr\u00f3prio judici\u00e1rio.\nPor tudo que foi exposto, imperiosa a reforma da r. decis\u00e3o, a fim de que seja determinada a utiliza\u00e7\u00e3o do sistema INFOJUD E RENAJUD.\nIV \u2013 DA NECESSIDADE DE CONCESS\u00c3O DA ANTECIPA\u00c7\u00c3O DA TUTELA RECURSAL\nConsiderando a jurisprud\u00eancia dominante j\u00e1 exposta, verifica-se presente a verossimilhan\u00e7a das alega\u00e7\u00f5es da agravante. De igual maneira, o dano irrepar\u00e1vel e de dif\u00edcil repara\u00e7\u00e3o est\u00e1 patente, porquanto o indeferimento do pedido acarretar\u00e1 a paralisa\u00e7\u00e3o da execu\u00e7\u00e3o, o que impede a satisfa\u00e7\u00e3o do cr\u00e9dito, mormente considerando que a execu\u00e7\u00e3o foi instaurada em 1998.\nP\u00e1gina 8\n\n\fADVOCACIA-GERAL DA UNI\u00c3O PROCURADORIA-GERAL FEDERAL PROCURADORIA REGIONAL FEDERAL DA 4\u00aa REGI\u00c3O SERVI\u00c7O DE COBRAN\u00c7A E RECUPERA\u00c7\u00c3O DE CR\u00c9DITOS\n__________________________________________________________________________________\n\u00c9 imperiosa, portanto, a concess\u00e3o a antecipa\u00e7\u00e3o da tutela recursal, nos termos do art. 558 do C\u00f3digo de Processo Civil, eis que exaustivamente demonstrada a verossimilhan\u00e7a das alega\u00e7\u00f5es da agravante, bem como o dano irrepar\u00e1vel e de dif\u00edcil repara\u00e7\u00e3o.\nV \u2013 DO PREQUESTIONAMENTO\nNa eventual hip\u00f3tese de n\u00e3o ser provido este recurso de agravo de instrumento, a fim de possibilitar o acesso do recorrente \u00e0s Cortes Superiores, requer, para fins de prequestionamento, sejam examinados expressamente os dispositivos legais acima referidos, especialmente os seguintes: artigos 10 e 11, I, da Lei de Execu\u00e7\u00f5es Fiscais, do art. 185-A do C\u00f3digo Tribut\u00e1rio Nacional, bem como os arts. 600, IV e 655, I, do C\u00f3digo de Processo Civil, art. 44 do C\u00f3digo Civil, art. 3\u00ba da Lei Complementar n. 123/2006 e art. 5\u00ba, LXXVIII, da Constitui\u00e7\u00e3o.\nVI\u2013 DO PEDIDO:\nDiante do exposto, requer a agravante:\n- seja concedida antecipa\u00e7\u00e3o da tutela recursal, para reformar a decis\u00e3o do MM. Juiz do Federal , que indeferiu o pedido de consulta ao INFOJUD e RENAJUD;\n- ao final, seja julgada procedente a pretens\u00e3o recursal reformando, definitivamente, a decis\u00e3o a quo a fim de que o ju\u00edzo de origem adote as dilig\u00eancias necess\u00e1rias e requisite a declara\u00e7\u00e3o de rendimentos do executado para busca de bens por meio dos sistemas INFOJUD E RENAJUD, a fim de satisfazer os cr\u00e9ditos exequendos.\nPorto Alegre, 11 de fevereiro de 2014.\nMozart Leite de Oliveira Junior OAB/RS37021/Matr.1379875 Procurador Federal\nP\u00e1gina 9\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 5 (C\u00edvel) - IdDocumentoCompleto: 5004414-79.2015.4.04.0000-41423084862955081010000000002", "text": "ADVOCACIA-GERAL DA UNI\u00c3O PROCURADORIA-GERAL FEDERAL PROCURADORIA REGIONAL FEDERAL DA 4\u00aa REGI\u00c3O SERVI\u00c7O DE COBRAN\u00c7A E RECUPERA\u00c7\u00c3O DE CR\u00c9DITOS\n__________________________________________________________________________________\nEXCELENT\u00cdSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ PRESIDENTE DO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 4\u00aa REGI\u00c3O\nEXECU\u00c7\u00c3O FISCAL N\u00ba 5014425-18.2012.404.7100 EXEQUENTE: INSTITUTO NACIONAL DE METROLOGIA, QUALIDADE E TECNOLOGIA - INMETRO\nO INSTITUTO NACIONAL DE METROLOGIA, NORMALIZA\u00c7\u00c3O E QUALIDADE INDUSTRIAL \u2013 INMETRO, por meio de sua procuradora federal, inconformada com a decis\u00e3o proferida pelo MM. Juiz da 1\u00aa Vara Federal de Execu\u00e7\u00f5es Fiscais de Porto Alegre/RS, nos autos do processo acima mencionado, vem, respeitosamente, perante Vossa Excel\u00eancia, com base nos artigos 522 e seguintes do CPC, oferecer AGRAVO DE INSTRUMENTO, com pedido de antecipa\u00e7\u00e3o dos efeitos da tutela recursal, na forma dos artigos 527, III, e 558, ambos do CPC, pelas raz\u00f5es de fato e de direito anexas.\nPorto Alegre, 4 de fevereiro de 2015.\nROS\u00c2NGELA FERNANDES DA SILVEIRA JOHN Procuradora Federal\nMat. 378609 OAB/RS 30022\nP\u00e1gina 1\n\n\fADVOCACIA-GERAL DA UNI\u00c3O PROCURADORIA-GERAL FEDERAL PROCURADORIA REGIONAL FEDERAL DA 4\u00aa REGI\u00c3O SERVI\u00c7O DE COBRAN\u00c7A E RECUPERA\u00c7\u00c3O DE CR\u00c9DITOS\n__________________________________________________________________________________\nRAZ\u00d5ES DO AGRAVO DE INSTRUMENTO\nCOLENDA TURMA, EMINENTES JULGADORES.\nI \u2013 BREVE HIST\u00d3RICO DA DEMANDA:\nO Inmetro ajuizou execu\u00e7\u00e3o fiscal em face do executado pessoa jur\u00eddica, objetivando a percep\u00e7\u00e3o de cr\u00e9dito legalmente inscrita em d\u00edvida ativa.\nNo curso do processo executivo, foi solicitada e deferida a penhora on line, contudo n\u00e3o foram encontradas contas banc\u00e1rias naquela oportunidade.\nAp\u00f3s o esgotamento de todas as dilig\u00eancias poss\u00edveis, inclusive com consulta ao sistema INFOSEG, o Inmetro requereu a consulta ao sistema INFOJUD e RENAJUD.\nO MM. Ju\u00edzo a quo, contudo, indeferiu o pedido, ao fundamento de que tal pleito implicaria quebra de sigilo fiscal al\u00e9m de ser \u00f4nus do credor indicar os bens de devedor pass\u00edveis de constri\u00e7\u00e3o.\n\u00c9 contra essa decis\u00e3o que se insurge o ora agravante.\nIII \u2013 DO DIREITO\nCompulsando os autos, verifica-se que o INMETRO, vem, h\u00e1 tempo (CDA), diligenciando na percep\u00e7\u00e3o de cr\u00e9dito que n\u00e3o foi espontaneamente pago pelo devedor.\nTrata-se de d\u00e9bito inscrito em d\u00edvida ativa, objeto de execu\u00e7\u00e3o fiscal, que deve ser devidamente solvido pelo agravado.\nA execu\u00e7\u00e3o fiscal \u00e9 instrumento colocado \u00e0 disposi\u00e7\u00e3o da Administra\u00e7\u00e3o para a satisfa\u00e7\u00e3o de seus cr\u00e9ditos, nos termos da Lei de Execu\u00e7\u00f5es Fiscais e do C\u00f3digo de Processo Civil, aplic\u00e1vel por for\u00e7a do art. 1\u00ba da Lei n\u00ba 6.830/80.\nP\u00e1gina 2\n\n\fADVOCACIA-GERAL DA UNI\u00c3O PROCURADORIA-GERAL FEDERAL PROCURADORIA REGIONAL FEDERAL DA 4\u00aa REGI\u00c3O SERVI\u00c7O DE COBRAN\u00c7A E RECUPERA\u00c7\u00c3O DE CR\u00c9DITOS\n__________________________________________________________________________________\n\nEsta execu\u00e7\u00e3o \u00e9 realizada no interesse do credor, conforme art. 612 do CPC. Todos os bens do devedor devem estar ao alcance do exequente, nos termos dos arts. 591 e 652, \u00a7 3\u00ba, do CPC, aplic\u00e1vel por for\u00e7a do art. 1\u00ba da Lei n\u00ba 6.830/80.\n\nDA POSSIBILIDADE DE CONSULTA AO RENAJUD E INFOJUD\n\nCom efeito, tendo sido realizado o BACENJUD tanto da pessoa jur\u00eddica, quanto da pessoa f\u00edsica, bem como sido pesquisado ve\u00edculos, e feito o INFOSEG, est\u00e1 caracterizado que a parte agravante envidou todos os esfor\u00e7os poss\u00edveis para adimplemento da d\u00edvida, que \u00e9 um cr\u00e9dito p\u00fablico, n\u00e3o restando outra alternativa sen\u00e3o a solicita\u00e7\u00e3o de utiliza\u00e7\u00e3o do RENAJUD e INFOJUD.\n\nO RENAJUD \u00e9 um sistema on line de restri\u00e7\u00e3o judicial de ve\u00edculos criado pelo Conselho Nacional de Justi\u00e7a, para interligar o Poder Judici\u00e1rio ao Departamento Nacional de Tr\u00e2nsito \u2013 DENATRAN, possibilitando consultas e envio, em tempo real, \u00e0 base de dados do Registro Nacional de Ve\u00edculos Automotores (RENAVAM), de ordens judiciais de restri\u00e7\u00f5es de ve\u00edculos, inclusive registro de penhora (cf. s\u00edtio do CNJ na rede mundial de computadores - http://www.cnj.jus.br/programas-de-a-a-z/sistemas/renajud)\n\nPor sua vez, o INFOJUD, que \u00e9 um sistema exclusivo do Poder Judici\u00e1rio, em conv\u00eanio com a Receita Federal, est\u00e1 regulamentado pelo Conv\u00eanio n. 001/2007 do Conselho Nacional de Justi\u00e7a. Por meio de tal sistema, s\u00e3o fornecidos ao Poder Judici\u00e1rio informa\u00e7\u00f5es cadastrais e econ\u00f4mico-fiscais das bases de dados da Receita Federal (cf. s\u00edtio do CNJ na rede mundial de computadores - http://www.cnj.jus.br/programas-de-a-az/sistemas/pg-infojud).\nOra, s\u00e3o sistemas dispon\u00edveis, e que coadunam com o esp\u00edrito da razo\u00e1vel dura\u00e7\u00e3o do processo e da celeridade, \u00ednsitos no art. 5\u00ba, LXXVIII, da Constitui\u00e7\u00e3o, eis que conferem maior agilidade ao processo executivo, tornando o custo do processo executivo menos dispendioso.\n\nA jurisprud\u00eancia do Tribunal Regional Federal da 4\u00aa Regi\u00e3o\ntem acolhido a pretens\u00e3o, conforme exemplificam os recentes julgados abaixo colacionados:\n\nAGRAVO DE INSTRUMENTO N\u00ba 0004747-24.2012.404.0000/PR\n\nRELATORA\n\n:\n\nDes. Federal M\u00dcNCH\n\nLUCIANE\n\nAMARAL\n\nCORR\u00caA\n\nAGRAVANTE\n\n: INSTITUTO NACIONAL DE METROLOGIA,\n\nP\u00e1gina 3\n\n\fADVOCACIA-GERAL DA UNI\u00c3O PROCURADORIA-GERAL FEDERAL PROCURADORIA REGIONAL FEDERAL DA 4\u00aa REGI\u00c3O SERVI\u00c7O DE COBRAN\u00c7A E RECUPERA\u00c7\u00c3O DE CR\u00c9DITOS\n__________________________________________________________________________________\n\nADVOGADO AGRAVADO\n\nQUALIDADE E TECNOLOGIA - INMETRO : Procuradoria-Regional Federal da 4\u00aa Regi\u00e3o : AUTO POSTO DRAGO LTDA : CARLOS ALBERTO EGEA\n\nEMENTA\n\nAGRAVO DE INSTRUMENTO. PROCESSUAL CIVIL. LOCALIZA\u00c7\u00c3O DE BENS PENHOR\u00c1VEIS. INFOJUD. RENAJUD. POSSIBILIDADE. 1. Cab\u00edvel a utiliza\u00e7\u00e3o dos sistemas INFOJUD/RENAJUD para autorizar a penhora on line dos ativos financeiros do devedor se este, citado, n\u00e3o oferece bens \u00e0 penhora. 2. A medida revela utilidade mesmo que j\u00e1 tenha sido empreendida consulta \u00e0 base de dados do DETRAN Estadual, pois o RENAJUD viabiliza a pesquisa e o imediato bloqueio de ve\u00edculos em todo o territ\u00f3rio nacional, impedindo transfer\u00eancia dos bens a terceiros com evidente preju\u00edzo ao cr\u00e9dito exequendo. 3. N\u00e3o h\u00e1 raz\u00e3o para impor \u00e0 Fazenda P\u00fablica a promo\u00e7\u00e3o de dilig\u00eancias dispendiosas uma vez que existem sistemas criados especialmente para simplificar e agilizar a obten\u00e7\u00e3o de informa\u00e7\u00f5es acerca dos bens do devedor.\n\nAC\u00d3RD\u00c3O\n\nVistos e relatados estes autos em que s\u00e3o partes as acima indicadas, decide a Egr\u00e9gia 2\u00aa Turma do Tribunal Regional Federal da 4\u00aa Regi\u00e3o, por unanimidade, dar provimento ao agravo de instrumento, nos termos do relat\u00f3rio, votos e notas taquigr\u00e1ficas que ficam fazendo parte integrante do presente julgado.\n\nPorto Alegre, 21 de agosto de 2012.\n\nDes. Federal LUCIANE AMARAL CORR\u00caA M\u00dcNCH Relatora\n\nAGRAVO DE INSTRUMENTO N\u00ba 5017085-42.2012.404.0000/SC\n\nRELATOR\n\n: LU\u00cdS ALBERTO D AZEVEDO AURVALLE\n\nAGRAVANTE\n\n:\n\nORDEM DOS ADVOGADOS DO SEC\u00c7\u00c3O DE SANTA CATARINA\n\nBRASIL\n\n-\n\nAGRAVADO\n\n: ALICE GIOVANELLA\n\nEMENTA\n\nADMINISTRATIVO. PROCESSO CIVIL. AGRAVO DE\n\nINSTRUMENTO.\n\nCONV\u00caNIO\n\nBACENJUD/INFOJUD/RENAJUD.\n\nCONSULTA E PENHORA ON-LINE DE ATIVOS FINACEIROS EM NOME\n\nDO DEVEDOR. POSSIBILIDADE.\n\nP\u00e1gina 4\n\n\fADVOCACIA-GERAL DA UNI\u00c3O PROCURADORIA-GERAL FEDERAL PROCURADORIA REGIONAL FEDERAL DA 4\u00aa REGI\u00c3O SERVI\u00c7O DE COBRAN\u00c7A E RECUPERA\u00c7\u00c3O DE CR\u00c9DITOS\n__________________________________________________________________________________\nA utiliza\u00e7\u00e3o de meios eletr\u00f4nicos (INFOJUD, BACENJUD, RENAJUD) para constri\u00e7\u00e3o de bens do devedor n\u00e3o prescinde do exaurimento administrativo de todos os meios poss\u00edveis na busca de bens penhor\u00e1veis, mas deve ficar limitada \u00e0 finalidade que se pretende alcan\u00e7ar.\nAC\u00d3RD\u00c3O\nVistos e relatados estes autos em que s\u00e3o partes as acima indicadas, decide a Egr\u00e9gia 4a. Turma do Tribunal Regional Federal da 4\u00aa Regi\u00e3o, por unanimidade, dar provimento ao agravo de instrumento, nos termos do relat\u00f3rio, votos e notas taquigr\u00e1ficas que ficam fazendo parte integrante do presente julgado.\nPorto Alegre, 13 de novembro de 2012.\nDesembargador Federal Lu\u00eds Alberto D'Azevedo Aurvalle Relator\nAdemais, conforme decidido pelo egr\u00e9gio Superior Tribunal de Justi\u00e7a, em julgamento representativo de controv\u00e9rsia e processado na forma do art. 543-C do CPC (REsp 1112943/MA, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, CORTE ESPECIAL, julgado em 15/09/2010, DJe 23/11/2010), n\u00e3o h\u00e1 a necessidade de se exigir do credor o exaurimento de todas as dilig\u00eancias extrajudiciais para que se autorize a utiliza\u00e7\u00e3o dos conv\u00eanios firmados pelo Poder Judici\u00e1rio (INFOJUD, BACENJUD, RENAJUD) para constri\u00e7\u00e3o/localiza\u00e7\u00e3o de bens do devedor:\nPROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. EXECU\u00c7\u00c3O CIVIL. PENHORA. ART. 655-A DO CPC. SISTEMA BACEN-JUD. ADVENTO DA LEI N.\u00ba 11.382/2006. INCIDENTE DE PROCESSO REPETITIVO. I - JULGAMENTO DAS QUEST\u00d5ES ID\u00caNTICAS QUE CARACTERIZAM A MULTIPLICIDADE. ORIENTA\u00c7\u00c3O - PENHORA ON LINE. a) A penhora on line, antes da entrada em vigor da Lei n.\u00ba 11.382/2006, configura-se como medida excepcional, cuja efetiva\u00e7\u00e3o est\u00e1 condicionada \u00e0 comprova\u00e7\u00e3o de que o credor tenha tomado todas as dilig\u00eancias no sentido de localizar bens livres e desembara\u00e7ados de titularidade do devedor. b) Ap\u00f3s o advento da Lei n.\u00ba 11.382/2006, o Juiz, ao decidir acerca da realiza\u00e7\u00e3o da penhora on line, n\u00e3o pode mais exigir a prova, por parte do credor, de exaurimento de vias extrajudiciais na busca de bens a serem penhorados. II - JULGAMENTO DO RECURSO REPRESENTATIVO - Trata-se de a\u00e7\u00e3o monit\u00f3ria, ajuizada pela recorrente, alegando, para tanto, titularizar determinado cr\u00e9dito documentado por contrato de ades\u00e3o ao \"Cr\u00e9dito Direto Caixa\", produto oferecido pela institui\u00e7\u00e3o banc\u00e1ria para concess\u00e3o de empr\u00e9stimos. A recorrida, citada por meio de edital, n\u00e3o apresentou embargos, nem ofereceu bens \u00e0 penhora, de modo que o Juiz de Direito determinou a convers\u00e3o do mandado inicial em t\u00edtulo executivo, diante do que disp\u00f5e o art. 1.102-C do CPC. - O Juiz de Direito da 6\u00aa Vara Federal de S\u00e3o Luiz indeferiu o pedido de penhora on line, decis\u00e3o que foi mantida pelo TJ/MA ao julgar o agravo regimental em agravo de instrumento, sob o fundamento de que, para a efetiva\u00e7\u00e3o da penhora eletr\u00f4nica, deve o credor comprovar que esgotou as tentativas para localiza\u00e7\u00e3o de outros bens do\nP\u00e1gina 5\n\n\fADVOCACIA-GERAL DA UNI\u00c3O PROCURADORIA-GERAL FEDERAL PROCURADORIA REGIONAL FEDERAL DA 4\u00aa REGI\u00c3O SERVI\u00c7O DE COBRAN\u00c7A E RECUPERA\u00c7\u00c3O DE CR\u00c9DITOS\n__________________________________________________________________________________\ndevedor. - Na esp\u00e9cie, a decis\u00e3o interlocut\u00f3ria de primeira inst\u00e2ncia que indeferiu a medida constritiva pelo sistema Bacen-Jud, deu-se em 29.05.2007 (fl. 57), ou seja, depois do advento da Lei n.\u00ba 11.382/06, de 06 de dezembro de 2006, que alterou o CPC quando incluiu os dep\u00f3sitos e aplica\u00e7\u00f5es em institui\u00e7\u00f5es financeiras como bens preferenciais na ordem da penhora como se fossem dinheiro em esp\u00e9cie (art. 655, I) e admitiu que a constri\u00e7\u00e3o se realizasse preferencialmente por meio eletr\u00f4nico (art. 655-A). RECURSO ESPECIAL PROVIDO (REsp 1112943/MA, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, CORTE ESPECIAL, julgado em 15/09/2010, DJe 23/11/2010)\nDeve se destacar, ainda, a despeito do esgotamento de todas as dilig\u00eancias para satisfa\u00e7\u00e3o do cr\u00e9dito, a jurisprud\u00eancia tem autorizado a utiliza\u00e7\u00e3o destes sistemas, eis que em conson\u00e2ncia com o esp\u00edrito dos art. 11, I, da Lei de Execu\u00e7\u00f5es Fiscais e art. 655-A do C\u00f3digo de Processo Civil. Confira-se este ac\u00f3rd\u00e3o:\nPROCESSUAL CIVIL. EXECU\u00c7\u00c3O FISCAL. PENHORA ON LINE. BACENJUD. DEP\u00d3SITOS BANC\u00c1RIOS. CONSTRI\u00c7\u00c3O EFETIVADA AP\u00d3S A LEI N\u00ba 11.382/06. 1. A Corte Especial, no julgamento do REsp 1.112.943-MA, Rel. Min. Nancy Andrighi, ocorrido em 15/09/2010, pela sistem\u00e1tica do artigo 543-C do CPC, decidiu que, ap\u00f3s o advento da Lei n\u00ba 11.382/06, o juiz n\u00e3o pode exigir do credor o exaurimento das dilig\u00eancias, na busca por outros bens, para a decreta\u00e7\u00e3o da penhora on line. 2. A Primeira Se\u00e7\u00e3o deste Tribunal ratificou a necessidade de interpreta\u00e7\u00e3o sistem\u00e1tica dos artigos 655-A do CPC e 185-A do CTN, de modo a autorizar a penhora eletr\u00f4nica de dep\u00f3sitos e aplica\u00e7\u00f5es financeiras, independentemente do exaurimento de dilig\u00eancias extrajudiciais, por parte do exequente, ap\u00f3s o advento da Lei n\u00ba 11.382/06. Recurso especial representativo de controv\u00e9rsia n.\u00ba 1.184.765/PA. 3. Portanto, no regime posterior \u00e0 Lei n\u00ba 11.382/06, a aplica\u00e7\u00e3o dos artigos 655 e 655A, do CPC aos feitos de execu\u00e7\u00e3o fiscal conduzem ao entendimento de que a penhora em dinheiro, por ser preferencial, pode ser requerida pelo credor, mesmo que o devedor indique bens na ordem inferior do rol do artigo 11 da Lei de Execu\u00e7\u00f5es Fiscais, como ocorreu no presente caso, em que se nomeou precat\u00f3rio (inciso VIII). 4. Recurso especial provido. (REsp 1229689/PR, Rel. Ministro CASTRO MEIRA, SEGUNDA TURMA, julgado em 13/12/2011, DJe 16/02/2012)\nPor esta raz\u00e3o, \u00e9 poss\u00edvel o deferimento da utiliza\u00e7\u00e3o do RENAJUD e INFOJUD, consoante entendimento do Superior Tribunal de Justi\u00e7a:\nPROCESSUAL CIVIL. EXECU\u00c7\u00c3O FISCAL. DECRETO DE INDISPONIBILIDADE DE VE\u00cdCULO AUTOMOTOR REGISTRADO EM NOME DO EXECUTADO. POSSIBILIDADE. N\u00c3O-LOCALIZA\u00c7\u00c3O DO VE\u00cdCULO PARA FINS DE PENHORA OU ARRESTO. IRRELEV\u00c2NCIA.\nP\u00e1gina 6\n\n\fADVOCACIA-GERAL DA UNI\u00c3O PROCURADORIA-GERAL FEDERAL PROCURADORIA REGIONAL FEDERAL DA 4\u00aa REGI\u00c3O SERVI\u00c7O DE COBRAN\u00c7A E RECUPERA\u00c7\u00c3O DE CR\u00c9DITOS\n__________________________________________________________________________________\n1. Em conformidade com o art. 185-A do C\u00f3digo Tribut\u00e1rio Nacional, \u00e9 poss\u00edvel que seja ordenado ao \u00f3rg\u00e3o de tr\u00e2nsito competente o bloqueio de autom\u00f3vel de propriedade do executado para prevenir eventual fraude \u00e0 execu\u00e7\u00e3o, mesmo que ainda n\u00e3o tenha havido a formaliza\u00e7\u00e3o da penhora do ve\u00edculo automotor. Com efeito, \u00e9 poss\u00edvel o decreto de indisponibilidade de ve\u00edculo automotor registrado em nome do executado, mesmo que o ve\u00edculo ainda n\u00e3o tenha sido encontrado e, justamente por sua n\u00e3o-localiza\u00e7\u00e3o, esteja inviabilizada a penhora ou arresto. De modo a viabilizar futura garantia da execu\u00e7\u00e3o, bem como sua efetividade perante terceiros, determina-se a indisponibilidade do ve\u00edculo junto ao DETRAN. 2. O Sistema RENAJUD \u00e9 uma ferramenta eletr\u00f4nica que interliga o Poder Judici\u00e1rio e o Departamento Nacional de Tr\u00e2nsito - DENATRAN, possibilitando consultas e o envio, em tempo real, de ordens judiciais eletr\u00f4nicas de restri\u00e7\u00e3o e de retirada de restri\u00e7\u00e3o de ve\u00edculos automotores na Base \u00cdndice Nacional (BIN) do Registro Nacional de Ve\u00edculos Automotores - RENAVAM. O sistema RENAJUD permite o envio de ordens judiciais eletr\u00f4nicas de restri\u00e7\u00e3o de transfer\u00eancia, de licenciamento e de circula\u00e7\u00e3o, bem como a averba\u00e7\u00e3o de registro de penhora de ve\u00edculos automotores cadastrados na Base \u00cdndice Nacional (BIN) do Registro Nacional de Ve\u00edculos Automotores - RENAVAM. 3. No caso concreto, o Estado de Mato Grosso do Sul requereu a expedi\u00e7\u00e3o de of\u00edcio ao Detran local, requisitando o imediato bloqueio na transfer\u00eancia do ve\u00edculo registrado em nome da executada, ora recorrida. 4. Recurso especial provido. (REsp 1151626/MS, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 17/02/2011, DJe 10/03/2011)\nAlie-se a este fundamento que, a utiliza\u00e7\u00e3o do BACENJUD n\u00e3o implica viola\u00e7\u00e3o ao sigilo fiscal do executado, j\u00e1 que em conson\u00e2ncia com os artigos 10 da Lei de Execu\u00e7\u00f5es Fiscais, 185-A do C\u00f3digo Tribut\u00e1rio Nacional, bem como os arts. 600, IV e 655, I, do C\u00f3digo de Processo Civil.\nAdemais, como j\u00e1 reconhecido pelo Superior Tribunal de Justi\u00e7a, a utiliza\u00e7\u00e3o deste sistema, em que o pedido \u00e9 feito pelo pr\u00f3prio ju\u00edzo, visa \u00e0 r\u00e1pida presta\u00e7\u00e3o jurisdicional. Trazemos \u00e0 cola\u00e7\u00e3o, brilhante ac\u00f3rd\u00e3o do hoje Ministro do Supremo Tribunal Federal, Luiz Fux:\nRECURSO ESPECIAL. VIOLA\u00c7\u00c3O DO ART. 535 DO CPC. INOCORR\u00caNCIA. EXECU\u00c7\u00c3O FISCAL. SIGILO BANC\u00c1RIO. SISTEMA BACEN JUD. 1. Inexiste ofensa ao art. 535 do CPC, quando o Tribunal de origem, embora sucintamente, pronuncia-se de forma clara e suficiente sobre a quest\u00e3o posta nos autos. Ademais, o magistrado n\u00e3o est\u00e1 obrigado a rebater, um a um, os argumentos trazidos pela parte, desde que os fundamentos utilizados tenham sido suficientes para embasar a decis\u00e3o. 2. Ademais \"(...)Inexiste omiss\u00e3o suprim\u00edvel atrav\u00e9s de embargos declarat\u00f3rios se se trata de mat\u00e9ria cuja aprecia\u00e7\u00e3o dependia de provoca\u00e7\u00e3o da parte, que n\u00e3o ocorreu.\" (Jos\u00e9 Carlos Barbosa Moreira in \"Coment\u00e1rios ao C\u00f3digo de Processo Civil \", vol. V, Forense, Rio de Janeiro, 2003).\nP\u00e1gina 7\n\n\fADVOCACIA-GERAL DA UNI\u00c3O PROCURADORIA-GERAL FEDERAL PROCURADORIA REGIONAL FEDERAL DA 4\u00aa REGI\u00c3O SERVI\u00c7O DE COBRAN\u00c7A E RECUPERA\u00c7\u00c3O DE CR\u00c9DITOS\n__________________________________________________________________________________\n3. A regra \u00e9 a de que a quebra do sigilo banc\u00e1rio em execu\u00e7\u00e3o fiscal pressup\u00f5e que a Fazenda credora tenha esgotado todos os meios de obten\u00e7\u00e3o de informa\u00e7\u00f5es sobre a exist\u00eancia de bens do devedor e que as dilig\u00eancias restaram infrut\u00edferas, porquanto \u00e9 assente na Corte que o juiz da execu\u00e7\u00e3o fiscal s\u00f3 deve deferir pedido de expedi\u00e7\u00e3o de of\u00edcio \u00e0 Receita Federal e ao BACEN ap\u00f3s o exeq\u00fcente comprovar n\u00e3o ter logrado \u00eaxito em suas tentativas de obter as informa\u00e7\u00f5es sobre o executado e seus bens. 4. Precedentes: RESP 282.717/SP, Rel. Min. Garcia Vieira, DJ de 11/12/2000 RESP 206.963/ES, Rel. Min. Garcia Vieira, DJ de 28/06/1999, RESP 204.329/MG, Rel. Min. Franciulli Netto, DJ de 19/06/2000, RESP 251.121/SP, Min. Nancy Andrighi, DJ de 26.03.2001. 5. Todavia, o sistema BACEN JUD agiliza a consecu\u00e7\u00e3o dos fins da execu\u00e7\u00e3o fiscal, porquanto permite ao juiz ter acesso \u00e0 exist\u00eancia de dados do devedor, viabilizando a constri\u00e7\u00e3o patrimonial do art.11, da Lei n\u00ba 6.830/80. Deveras \u00e9 uma forma de diligenciar acerca dos bens do devedor, sendo certo que, atividade empreendida pelo ju\u00edzo, e que, por si s\u00f3, torna despiciendo imaginar-se um pr\u00e9vio pedido de quebra de sigilo, n\u00e3o s\u00f3 porque a medida \u00e9 limitada, mas tamb\u00e9m porque \u00e9 o pr\u00f3prio ju\u00edzo que, em ativismo desej\u00e1vel, colabora para a r\u00e1pida presta\u00e7\u00e3o da justi\u00e7a. 7. Destarte, a iniciativa judicial, in casu, conspira a favor da ratio essendi do conv\u00eanio. Acaso a constri\u00e7\u00e3o implique em impenhorabilidade, caber\u00e1 ao executado opor-se pela via pr\u00f3pria em ju\u00edzo. 8. Recurso Especial provido. (REsp 666419/SC, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 14/06/2005, DJ 27/06/2005, p. 247) (g.n.)\nPor tudo que foi exposto, imperiosa a reforma da r. decis\u00e3o, a fim de que seja determinada a utiliza\u00e7\u00e3o do sistema RENAJUD e INFOJUD.\nIV \u2013 DA NECESSIDADE DE CONCESS\u00c3O DA ANTECIPA\u00c7\u00c3O DA TUTELA RECURSAL\nConsiderando a jurisprud\u00eancia dominante j\u00e1 exposta, verifica-se presente a verossimilhan\u00e7a das alega\u00e7\u00f5es da agravante. De igual maneira, o dano irrepar\u00e1vel e de dif\u00edcil repara\u00e7\u00e3o est\u00e1 patente, porquanto o indeferimento do pedido acarretar\u00e1 a paralisa\u00e7\u00e3o da execu\u00e7\u00e3o, o que impede a satisfa\u00e7\u00e3o do cr\u00e9dito, mormente considerando que a execu\u00e7\u00e3o foi instaurada em 2012.\n\u00c9 imperiosa, portanto, a concess\u00e3o a antecipa\u00e7\u00e3o da tutela recursal, nos termos do art. 558 do C\u00f3digo de Processo Civil, eis que exaustivamente demonstrada a verossimilhan\u00e7a das alega\u00e7\u00f5es da agravante, bem como o dano irrepar\u00e1vel e de dif\u00edcil repara\u00e7\u00e3o.\nV \u2013 DO PREQUESTIONAMENTO\nP\u00e1gina 8\n\n\fADVOCACIA-GERAL DA UNI\u00c3O PROCURADORIA-GERAL FEDERAL PROCURADORIA REGIONAL FEDERAL DA 4\u00aa REGI\u00c3O SERVI\u00c7O DE COBRAN\u00c7A E RECUPERA\u00c7\u00c3O DE CR\u00c9DITOS\n__________________________________________________________________________________\nNa eventual hip\u00f3tese de n\u00e3o ser provido este recurso de agravo de instrumento, a fim de possibilitar o acesso do recorrente \u00e0s Cortes Superiores, requer, para fins de prequestionamento, sejam examinados expressamente os dispositivos legais acima referidos, especialmente os seguintes: artigos 10 e 11, I, da Lei de Execu\u00e7\u00f5es Fiscais, do art. 185-A do C\u00f3digo Tribut\u00e1rio Nacional, bem como os arts. 600, IV e 655, I, do C\u00f3digo de Processo Civil, art. 44 do C\u00f3digo Civil, art. 3\u00ba da Lei Complementar n. 123/2006 e art. 5\u00ba, LXXVIII, da Constitui\u00e7\u00e3o. VI\u2013 DO PEDIDO:\nDiante do exposto, requer a agravante: - seja concedida antecipa\u00e7\u00e3o da tutela recursal, para reformar a decis\u00e3o do MM. Juiz de Direito da Comarca de Porto Alegre-RS, que indeferiu o pedido de consulta ao RENAJUD e INFOJUD no CPF e CNPJ dos agravados; e, - ao final, seja julgada procedente a pretens\u00e3o recursal reformando, definitivamente, a decis\u00e3o a quo a fim de que o ju\u00edzo de origem adote as dilig\u00eancias necess\u00e1rias e requisite a declara\u00e7\u00e3o de rendimentos do executado para busca de bens por meio dos sistemas RENAJUD E INFOJUD, a fim de satisfazer os cr\u00e9ditos exequendos.\nPorto Alegre, 4 de fevereiro de 2015.\nROS\u00c2NGELA FERNANDES DA SILVEIRA JOHN Procuradora Federal\nMat. 378609 OAB/RS 30022\nP\u00e1gina 9\n\n\f" } ], "similar_texts_federais_solon": [ { "header": "Texto Similar 1 (Solon) - IdDocumentoCompleto: 5008938-22.2015.4.04.0000-41425997516075771100000000001", "text": "MINIST\u00c9RIO DA FAZENDA PROCURADORIA-GERAL DA FAZENDA NACIONAL PROCURADORIA DA FAZENDA NACIONAL NO RS DIVIS\u00c3O DE ASSUNTOS FISCAIS\nEXCELENT\u00cdSSIMO SENHOR DESEMBARGADOR-PRESIDENTE DO EGR\u00c9GIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 4\u00aa REGI\u00c3O\nA UNI\u00c3O (Fazenda Nacional), por sua procuradora signat\u00e1ria, inconformada com a decis\u00e3o proferida nos autos do processo acima identificado, vem interpor recurso de AGRAVO DE INSTRUMENTO, com pedido de antecipa\u00e7\u00e3o da pretens\u00e3o recursal, na forma do artigo 522 e seguintes do C\u00f3digo de Processo Civil, requerendo seja recebido e, ao final, integralmente provido por esta Corte.\nPara fins de cumprimento do artigo 524 do CPC informa:\nProcurador da agravante: Samantha Corr\u00eaa, Procuradora da Fazenda Nacional, dispensada de apresentar procura\u00e7\u00e3o, com endere\u00e7o na Av. Loureiro da Silva, 445 \u2013 6\u00ba andar \u2013 CEP 90013-900, nesta capital.\nProcurador da parte agravada: a parte n\u00e3o possui advogado regularmente constitu\u00eddo nos autos.\nRequer, pois, o seu recebimento e processamento.\nNesses termos, pede deferimento.\nSamantha Corr\u00eaa Procuradora da Fazenda Nacional\n____________________________________________________________________________________ 1 Av. Loureiro da Silva, 445 - 6\u00ba andar \u2013 CEP 90.013-900 \u2013 Porto Alegre/RS \u2013 Fone: (51) 3214-2173 E-mail \u2013 pfngabrs@fazenda.gov.br\n\n\fMINIST\u00c9RIO DA FAZENDA PROCURADORIA-GERAL DA FAZENDA NACIONAL PROCURADORIA DA FAZENDA NACIONAL NO RS DIVIS\u00c3O DE ASSUNTOS FISCAIS\nEMINENTES DESEMBARDORES FEDERAIS DO\nEGR\u00c9GIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 4\u00aa REGI\u00c3O\nA Uni\u00e3o, n\u00e3o se conformando com a respeit\u00e1vel decis\u00e3o que indeferiu a ordem de bloqueio sobre ve\u00edculo da parte devedora, por meio do sistema RENAJUD, vem dela recorrer pelos seguintes motivos.\nI DO CABIMENTO DO RECURSO DE AGRAVO DR INSTRUMENTO\nCom a advento da Lei n\u00ba 11.187/2005 foram introduzidas modifica\u00e7\u00f5es ao C\u00f3digo de Processo Civil quanto \u00e0 interposi\u00e7\u00e3o de recurso de Agravo de Instrumento. Pela nova sistem\u00e1tica, o \u201cexcepcional\u201d cabimento do agravo de instrumento fica restrito \u00e0s seguintes situa\u00e7\u00f5es: a) quando se tratar de decis\u00e3o suscet\u00edvel de causar \u00e0 parte les\u00e3o grave e de dif\u00edcil repara\u00e7\u00e3o; b) nos casos de inadmiss\u00e3o da apela\u00e7\u00e3o; c) nos casos relativos aos efeitos em que a apela\u00e7\u00e3o \u00e9 recebida. Nos restantes dos casos, a regra passa a ser a interposi\u00e7\u00e3o do agravo retido que ser\u00e1 analisado pelo tribunal quando da subida dos autos mediante recurso da parte interessada, desde que reiterados em suas raz\u00f5es recursais.\nContudo, tal inova\u00e7\u00e3o n\u00e3o \u00e9 compat\u00edvel com o processo de execu\u00e7\u00e3o, pois tem uma sistem\u00e1tica diferenciada em virtude do fim buscado, qual seja, constranger o executado por todos os meios legais poss\u00edveis a satisfazer a obriga\u00e7\u00e3o contida no t\u00edtulo executivo.\nCom efeito, em se tratando de processo de execu\u00e7\u00e3o, a an\u00e1lise de agravo retido s\u00f3 se daria no caso de apela\u00e7\u00e3o contra senten\u00e7a terminativa do processo, momento em que, por raz\u00f5es \u00f3bvias, n\u00e3o haveria mais interesse na aprecia\u00e7\u00e3o do recurso diante da consolida\u00e7\u00e3o e irreversibilidade dos preju\u00edzos experimentados pela agravante.\nAssim, diante das circunst\u00e2ncias da hip\u00f3tese concreta, n\u00e3o h\u00e1 que se falar em agravo na modalidade retida. Demonstrada a presen\u00e7a dos requisitos exigidos pela lei em comento, a Uni\u00e3o requer de Vossas Excel\u00eancias dignem-se receber o presente Agravo de Instrumento, determinando-se seja processado na forma da lei.\n____________________________________________________________________________________ 2 Av. Loureiro da Silva, 445 - 6\u00ba andar \u2013 CEP 90.013-900 \u2013 Porto Alegre/RS \u2013 Fone: (51) 3214-2173 E-mail \u2013 pfngabrs@fazenda.gov.br\n\n\fMINIST\u00c9RIO DA FAZENDA PROCURADORIA-GERAL DA FAZENDA NACIONAL PROCURADORIA DA FAZENDA NACIONAL NO RS DIVIS\u00c3O DE ASSUNTOS FISCAIS\n\nII\n\nDOS FUNDAMENTOS JUR\u00cdDICOS\n\nComo medida assecurat\u00f3ria de efic\u00e1cia futura da cobran\u00e7a fiscal, pois \u00e9 pass\u00edvel de incid\u00eancia em a\u00e7\u00e3o em que o devedor j\u00e1 foi citado, foi requerida a penhora de todos os ve\u00edculos de propriedade do Executado, pelo sistema RENAJUD.\n\nVoltado a atender aos novos moldes do processo de execu\u00e7\u00e3o, foi desenvolvido em conjunto pelo Conselho Nacional de Justi\u00e7a, pelo Minist\u00e9rio das Cidades e pelo Minist\u00e9rio da Justi\u00e7a o sistema RENAJUD, o qual permite a efetiva\u00e7\u00e3o de medidas constritivas sobre ve\u00edculos automotores, em meio eletr\u00f4nico, com maior rapidez e seguran\u00e7a.\n\nprocessual\n\nAssim, o sistema RENAJUD concretiza os princ\u00edpios da efetividade\n\ne\n\nda\n\nceleridade.\n\nNesse sentido, colaciono parte de decis\u00e3o monocr\u00e1tica proferida pelo Desembargador Federal Joel Ilan Paciornik, in verbis:\n\n\u201cQuanto ao RENAJUD (\"Sistema de Restri\u00e7\u00e3o Judicial de Ve\u00edculos\"), trata-se de ferramenta que permite a comunica\u00e7\u00e3o eletr\u00f4nica entre o Poder Judici\u00e1rio e o Departamento Nacional de Tr\u00e2nsito - DENATRAN, possibilitando consultas e o envio, em tempo real, de ordens judiciais eletr\u00f4nicas de restri\u00e7\u00e3o de ve\u00edculos automotores na base de dados do Registro Nacional de Ve\u00edculos Automotores - RENAVAM. Em se tratando de bens que encontram razo\u00e1vel aceita\u00e7\u00e3o no mercado, revelando, em princ\u00edpio, aptid\u00e3o \u00e0 garantia da execu\u00e7\u00e3o, deve ser deferida a medida, a fim de que seja viabilizada a procura de ve\u00edculos em nome do executado por meio do RENAJUD. Cabe ressaltar que a medida revela utilidade mesmo que j\u00e1 tenha sido empreendida consulta \u00e0 base de dados do DETRAN Estadual, uma vez que o RENAJUD viabiliza a pesquisa e imediato bloqueio de ve\u00edculos em todo o territ\u00f3rio nacional, impedindo sejam os bens transferidos a terceiros, com evidente preju\u00edzo ao cr\u00e9dito em execu\u00e7\u00e3o. Ante o exposto, defiro em parte o pedido de efeito suspensivo, para propiciar a imediata consulta ao RENAJUD. Intimem-se, sendo a parte agravada para os fins do artigo 527, V, do CPC. Publique-se. Comunique-se o Ju\u00edzo a quo.\u201d(TRF4, AG 2009.04.00.017061-9, Primeira Turma, Relator Joel Ilan Paciornik, D.E. 08/06/2009)\nAinda, segue recente ac\u00f3rd\u00e3o proferido por esta E. Corte:\n____________________________________________________________________________________ 3 Av. Loureiro da Silva, 445 - 6\u00ba andar \u2013 CEP 90.013-900 \u2013 Porto Alegre/RS \u2013 Fone: (51) 3214-2173 E-mail \u2013 pfngabrs@fazenda.gov.br\n\n\fMINIST\u00c9RIO DA FAZENDA PROCURADORIA-GERAL DA FAZENDA NACIONAL PROCURADORIA DA FAZENDA NACIONAL NO RS DIVIS\u00c3O DE ASSUNTOS FISCAIS\nAGRAVO DE INSTRUMENTO. INFOJUD. NECESSIDADE DO ESGOTAMENTO DAS DILIG\u00caNCIAS. RENAJUD. POSSIBILIDADE. BACENJUD. POSSIBILIDADE. 1. O INFOJUD consubstancia ferramenta que permite a comunica\u00e7\u00e3o eletr\u00f4nica entre o judici\u00e1rio e a Receita Federal. Segundo o Conselho Nacional de Justi\u00e7a, a utiliza\u00e7\u00e3o dos sistema substitui o procedimento anterior de fornecimento de informa\u00e7\u00f5es cadastrais e de c\u00f3pia de declara\u00e7\u00f5es pela Receita Federal, mediante o recebimento pr\u00e9vio de of\u00edcios. Trata-se, portanto, de instrumento de acesso a informa\u00e7\u00f5es fiscais do contribuinte, dados que se encontram em poder do \u00f3rg\u00e3o fiscalizador, e que s\u00f3 deve ser utilizado ap\u00f3s esgotadas todas as dilig\u00eancias em busca dos bens do executado, o que n\u00e3o ocorreu nos autos. 2. O RENAJUD trata-se de ferramenta que permite a comunica\u00e7\u00e3o eletr\u00f4nica entre o Poder Judici\u00e1rio e o Departamento Nacional de Tr\u00e2nsito - DENATRAN, possibilitando consultas e o envio, em tempo real, de ordem judiciais eletr\u00f4nicas de restri\u00e7\u00e3o de ve\u00edculos automotores na base de dados do Registro Nacional de Ve\u00edculos - RENAVAM. Por esta raz\u00e3o, por ser uma consulta somente em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 poss\u00edveis ve\u00edculos do executado, \u00e9 vi\u00e1vel a sua utiliza\u00e7\u00e3o. 3. Presentes os requisitos autorizadores da utiliza\u00e7\u00e3o da medida prevista no artigo 185-A do CTN, e considerando-se a desnecessidade de requerimento espec\u00edfico do exequente neste sentido, deve ser deferida a utiliza\u00e7\u00e3o do BACENJUD. 4. Agravo de Instrumento parcialmente provido. (TRF4, AG 2009.04.00.017057-7, Primeira Turma, Relator Marcos Roberto Araujo dos Santos, D.E. 13/10/2009).\n\nSobre o tema, colam-se abaixo votos precedentes recentes do TRF4, que bem esclarecem a quest\u00e3o:\n\nAGRAVO DE INSTRUMENTO N\u00ba 5008272-55.2014.404.0000/RS\n\nRELATOR AGRAVANTE AGRAVADO ADVOGADO\n\n: R\u00d4MULO PIZZOLATTI : UNI\u00c3O - FAZENDA NACIONAL : RGFH ENGENHARIA LTDA : ANDREIA CRISTINA FERNANDES HARRIS\n\nDECIS\u00c3O\nTrata-se de agravo de instrumento interposto pela Uni\u00e3o (Fazenda Nacional), com pedido de antecipa\u00e7\u00e3o da tutela recursal, contra decis\u00e3o do MM. Juiz Federal Substituto Tiago Scherer, da 16\u00aa Vara Federal de Porto Alegre-RS, que nos autos da Execu\u00e7\u00e3o Fiscal n\u00ba 5021694-79.2010.404.7100/RS, indeferiu o pedido de utiliza\u00e7\u00e3o do sistema RENAJUD para consulta de ve\u00edculos automotores, a pretexto de que \u00e9 do credor o \u00f4nus de indicar os bens do devedor pass\u00edveis de penhora, e, para desincumbir____________________________________________________________________________________ 4\nAv. Loureiro da Silva, 445 - 6\u00ba andar \u2013 CEP 90.013-900 \u2013 Porto Alegre/RS \u2013 Fone: (51) 3214-2173 E-mail \u2013 pfngabrs@fazenda.gov.br\n\n\fMINIST\u00c9RIO DA FAZENDA PROCURADORIA-GERAL DA FAZENDA NACIONAL PROCURADORIA DA FAZENDA NACIONAL NO RS DIVIS\u00c3O DE ASSUNTOS FISCAIS\nse de tal mister, dever\u00e1 valer-se de todos os meios \u00e0 sua disposi\u00e7\u00e3o, descabendo pretender-se medidas que, praticamente, transfiram tais encargos ao Judici\u00e1rio (evento 48 do processo origin\u00e1rio).\nSustenta a parte agravante, em s\u00edntese, que \u00e9 desnecess\u00e1rio indicar qual o ve\u00edculo que de pretende a inclus\u00e3o da restri\u00e7\u00e3o via RENAJUD. Alega que a utiliza\u00e7\u00e3o do sistema RENAJUD \u00e9 um dos v\u00e1rios meios que se tem de satisfazer seu cr\u00e9dito.\nTudo bem visto e examinado, passo a decidir.\nA 1\u00aa Se\u00e7\u00e3o desta Corte Regional tem deferido o acesso ao sistema RENAJUD para localiza\u00e7\u00e3o de bens do executado, sem exig\u00eancia de esgotamento de dilig\u00eancias na busca de bens penhor\u00e1veis e ainda que n\u00e3o tenham sido localizados ve\u00edculos na base de dados do DETRAN estadual. Confira-se:\nAGRAVO DE INSTRUMENTO. INFOJUD. NECESSIDADE DO ESGOTAMENTO DAS DILIG\u00caNCIAS. RENAJUD. POSSIBILIDADE. 1. O INFOJUD consubstancia ferramenta que permite a comunica\u00e7\u00e3o eletr\u00f4nica entre o judici\u00e1rio e a Receita Federal. Segundo o Conselho Nacional de Justi\u00e7a, a utiliza\u00e7\u00e3o dos sistema substitui o procedimento anterior de fornecimento de informa\u00e7\u00f5es cadastrais e de c\u00f3pia de declara\u00e7\u00f5es pela Receita Federal, mediante o recebimento pr\u00e9vio de of\u00edcios. Trata-se, portanto, de instrumento de acesso a informa\u00e7\u00f5es fiscais do contribuinte, dados que se encontram em poder do \u00f3rg\u00e3o fiscalizador, e que s\u00f3 deve ser utilizado ap\u00f3s esgotadas todas as dilig\u00eancias em busca dos bens do executado, o que n\u00e3o ocorreu nos autos. 2. O RENAJUD trata-se de ferramenta que permite a comunica\u00e7\u00e3o eletr\u00f4nica entre o Poder Judici\u00e1rio e o Departamento Nacional de Tr\u00e2nsito - DENATRAN, possibilitando consultas e o envio, em tempo real, de ordem judiciais eletr\u00f4nicas de restri\u00e7\u00e3o de ve\u00edculos automotores na base de dados do Registro Nacional de Ve\u00edculos - RENAVAM. Por esta raz\u00e3o, por ser uma consulta somente em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 poss\u00edveis ve\u00edculos do executado, \u00e9 vi\u00e1vel a sua utiliza\u00e7\u00e3o. 3. Agravo de Instrumento parcialmente provido. (TRF/ 4R, AI n\u00ba 2009.04.00.017059-0/PR, 1\u00aa Turma, Rel. Des. Federal Joel Ilan Paciornik, DE de 26/08/2009). (grifei)\nTRIBUT\u00c1RIO E PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. EXECU\u00c7\u00c3O FISCAL. RENAJUD. DISPENSA DE DILIG\u00caNCIAS PR\u00c9VIAS. 1. Em se tratando da busca por bens que encontram razo\u00e1vel aceita\u00e7\u00e3o no mercado, e que revelam, em princ\u00edpio, aptid\u00e3o \u00e0 garantia da execu\u00e7\u00e3o, deve ser deferida a medida, a fim de que seja viabilizada a procura de ve\u00edculos em nome do executado por meio do RENAJUD. Cabe ressaltar que a medida revela utilidade mesmo que j\u00e1 tenha sido empreendida consulta \u00e0 base de dados do DETRAN Estadual, uma vez que o RENAJUD viabiliza a pesquisa e imediato bloqueio de ve\u00edculos em todo o territ\u00f3rio nacional, impedindo sejam os bens transferidos a terceiros, com evidente preju\u00edzo ao cr\u00e9dito em execu\u00e7\u00e3o. 2. Agravo de instrumento provido. (TRF4, AGRAVO DE INSTRUMENTO N\u00ba 000007689.2011.404.0000, 2\u00aa Turma, Des. Federal OT\u00c1VIO ROBERTO PAMPLONA, POR UNANIMIDADE, D.E. 07/04/2011) (grifei)\nCab\u00edvel, pois, a utiliza\u00e7\u00e3o do sistema RENAJUD, j\u00e1 que n\u00e3o foram localizados numer\u00e1rios suficientes via BACENJUD para garantir a execu\u00e7\u00e3o fiscal (eventos 29 e 30 do processo origin\u00e1rio).\n____________________________________________________________________________________ 5 Av. Loureiro da Silva, 445 - 6\u00ba andar \u2013 CEP 90.013-900 \u2013 Porto Alegre/RS \u2013 Fone: (51) 3214-2173 E-mail \u2013 pfngabrs@fazenda.gov.br\n\n\fMINIST\u00c9RIO DA FAZENDA PROCURADORIA-GERAL DA FAZENDA NACIONAL PROCURADORIA DA FAZENDA NACIONAL NO RS DIVIS\u00c3O DE ASSUNTOS FISCAIS\nPresente, pois, a verossimilhan\u00e7a das alega\u00e7\u00f5es, al\u00e9m do periculum in mora, consistente na possibilidade de dissipa\u00e7\u00e3o de eventuais ve\u00edculos existentes.\nAnte o exposto, defiro o pedido de antecipa\u00e7\u00e3o da tutela recursal, o que fa\u00e7o com base no art. 527, III, do C\u00f3digo de Processo Civil.\nComunique-se ao juiz da execu\u00e7\u00e3o com urg\u00eancia.\nIntime-se a parte agravada para responder.\nPorto Alegre, 22 de abril de 2014.\nDes. Federal R\u00d4MULO PIZZOLATTI Relator\n\nAGRAVO DE INSTRUMENTO N\u00ba 0001182-81.2014.404.0000/SC\n\nRELATORA\n\n: Ju\u00edza Federal CARLA EVELISE JUSTINO HENDGES\n\nAGRAVANTE\n\n: UNI\u00c3O FEDERAL (FAZENDA NACIONAL)\n\nPROCURADOR\n\n: Procuradoria-Regional da Fazenda Nacional\n\nAGRAVADO\n\n: PRO-ARTE IND/ E COM/ DE ARTEFATOS DE CIMENTO LTDA/\n\nDECIS\u00c3O\nTrata-se de agravo de instrumento interposto pela UNI\u00c3O contra decis\u00e3o que indeferiu pedido de realiza\u00e7\u00e3o de consultas ao RENAJUD e INFOJUD para obten\u00e7\u00e3o de dados acerca da exist\u00eancia de bens em nome da parte executada.\nSustenta a parte agravante, que se encontra pacificado nesse Egr\u00e9gio Tribunal o entendimento de que \u00e9 plenamente cab\u00edvel a constri\u00e7\u00e3o dos ve\u00edculos pelo sistema RENAJUD, bem como de que \u00e9 poss\u00edvel localizar bens pelo sistema INFOJUD.\n\u00c9 o relat\u00f3rio. Decido.\nO INFOJUD (Sistema de Informa\u00e7\u00f5es ao Judici\u00e1rio) consubstancia ferramenta que permite a comunica\u00e7\u00e3o eletr\u00f4nica entre o judici\u00e1rio e a Receita Federal. Segundo informa\u00e7\u00f5es extra\u00eddas do s\u00edtio do Conselho Nacional de Justi\u00e7a na internet (www.cnj.jus.br), \"a utiliza\u00e7\u00e3o do sistema substitui o procedimento anterior de fornecimento de informa\u00e7\u00f5es cadastrais e de c\u00f3pias de declara\u00e7\u00f5es pela Receita ____________________________________________________________________________________ 6\nAv. Loureiro da Silva, 445 - 6\u00ba andar \u2013 CEP 90.013-900 \u2013 Porto Alegre/RS \u2013 Fone: (51) 3214-2173 E-mail \u2013 pfngabrs@fazenda.gov.br\n\n\fMINIST\u00c9RIO DA FAZENDA PROCURADORIA-GERAL DA FAZENDA NACIONAL PROCURADORIA DA FAZENDA NACIONAL NO RS DIVIS\u00c3O DE ASSUNTOS FISCAIS\nFederal, mediante o recebimento pr\u00e9vio de of\u00edcios\". Cuida-se, portanto, de instrumento de acesso a informa\u00e7\u00f5es fiscais do contribuinte, dados que se encontram em poder do \u00f3rg\u00e3o fiscalizador.\nO RENAJUD (Sistema de Restri\u00e7\u00e3o Judicial de Ve\u00edculos), por sua vez, consubstancia-se em ferramenta que permite a comunica\u00e7\u00e3o eletr\u00f4nica entre o Poder Judici\u00e1rio e o Departamento Nacional de Tr\u00e2nsito - DENATRAN, possibilitando consultas e o envio, em tempo real, de ordens judiciais eletr\u00f4nicas de restri\u00e7\u00e3o de ve\u00edculos automotores na base de dados do Registro Nacional de Ve\u00edculos Automotores - RENAVAM.\nEste Tribunal entendia ser poss\u00edvel a utiliza\u00e7\u00e3o dos sistemas Infojud/Renajud somente na hip\u00f3tese de o credor/exequente j\u00e1 ter esgotado todos os meios poss\u00edveis \u00e0 localiza\u00e7\u00e3o de bens do executado, consoante o seguinte precedente:\n\"PROCESSUAL CIVIL. QUEBRA DO SIGILO FISCAL. LOCALIZA\u00c7\u00c3O DE BENS. INFOJUD. RENAJUD\n1. O acesso as declara\u00e7\u00f5es de renda junto \u00e0 receita Federal, visando \u00e0 obten\u00e7\u00e3o de informa\u00e7\u00f5es acerca de valores ou bens pass\u00edveis de penhora, \u00e9 medida excepcional a ser admitida somente quando o exeq\u00fcente comprovar o exaurimento dos esfor\u00e7os tendentes a encontrar bens penhor\u00e1veis.\n2. No caso dos autos, n\u00e3o restou comprovada a realiza\u00e7\u00e3o de dilig\u00eancias suficientes a justificar a interven\u00e7\u00e3o do Judici\u00e1rio na obten\u00e7\u00e3o das informa\u00e7\u00f5es pretendidas.\n3. Prejudicado o pedido de consulta ao RENAJUD tendo em vista que tal dilig\u00eancia j\u00e1 foi realizada, pelo oficial de justi\u00e7a, junto ao DETRAN (4\u00aa Turma, Rel. Des\u00aa. Federal MARGA INGE BARTH TESSLER, Proc. n\u00ba 2009.04.00.017149-1, publicado em 16/06/2009)\"\nTodavia, esse entendimento merece ser revisto, porquanto a jurisprud\u00eancia do STJ sedimentou-se no sentido de autorizar a penhora on line dos ativos financeiros do devedor se este, citado, n\u00e3o oferece bens \u00e0 penhora. Entendimento a que este Colegiado recentemente aderiu, consoante exemplifica o recente julgado, verbis:\nPROCESSUAL CIVIL EXECU\u00c7\u00c3O FISCAL. UTILIZA\u00c7\u00c3O DO SISTEMA BACENJUD. ESGOTAMENTO DE DILIG\u00caNCIAS NA BUSCA DE BENS PENHOR\u00c1VEIS. DESNECESSIDADE.\n____________________________________________________________________________________ 7 Av. Loureiro da Silva, 445 - 6\u00ba andar \u2013 CEP 90.013-900 \u2013 Porto Alegre/RS \u2013 Fone: (51) 3214-2173 E-mail \u2013 pfngabrs@fazenda.gov.br\n\n\fMINIST\u00c9RIO DA FAZENDA PROCURADORIA-GERAL DA FAZENDA NACIONAL PROCURADORIA DA FAZENDA NACIONAL NO RS DIVIS\u00c3O DE ASSUNTOS FISCAIS\n1. A despeito de n\u00e3o terem sido esgotados todos os meios para que a Fazenda obtivesse informa\u00e7\u00f5es sobre bens penhor\u00e1veis, faz-se impositiva a obedi\u00eancia \u00e0 ordem de prefer\u00eancia estabelecida no artigo 11 da Lei n\u00ba 6.830/1980, que indica o dinheiro como o primeiro bem a ser objeto de penhora.\n2. Citado o devedor, e n\u00e3o tendo este indicado bens \u00e0 penhora, \u00e9 cab\u00edvel a utiliza\u00e7\u00e3o do BACEN JUD, nos termos do arts. 10, da LEF, 185-A, do CTN, 600, IV e 655, I, do CPC. (AGRAVO DE INSTRUMENTO N\u00ba 2009.04.00.019680-3, Rel. Des. Federal OT\u00c1VIO ROBERTO PAMPLONA, julgado em 14/07/2009)\nConsiderando que a consulta ao Infojud e ao Renajud tem como fundamento justamente a busca de bens do executado, \u00e9 impositivo entender que se a penhora on line pode ser autorizada, independentemente do esgotamento de outras dilig\u00eancias, com muito mais raz\u00e3o a simples consulta a estes sistemas deve ser autorizada. \u00c9 dizer: se pode o mais, pode o menos.\nAdemais, as mudan\u00e7as na legisla\u00e7\u00e3o processual introduziram mecanismos de favorecimento ao exeq\u00fcente, fortalecendo o princ\u00edpio do resultado de que trata o art. 612 do CPC. A utiliza\u00e7\u00e3o desses mecanismos ganha relevo na cobran\u00e7a de cr\u00e9ditos tribut\u00e1rios, derivada do dever fundamental de pagar tributos. N\u00e3o h\u00e1, tamb\u00e9m, raz\u00e3o para impor \u00e0 Fazenda P\u00fablica a promo\u00e7\u00e3o de dilig\u00eancias dispendiosas, se existem sistemas criados justamente para simplificar e agilizar a obten\u00e7\u00e3o de informa\u00e7\u00f5es acerca dos bens do devedor.\nAnte o exposto, defiro o efeito suspensivo.\nComunique-se. Intimem-se. Inexistindo procurador constitu\u00eddo para a parte adversa, voltem os autos para inclus\u00e3o em pauta de julgamento.\nPorto Alegre, 07 de mar\u00e7o de 2014.\nJu\u00edza Federal CARLA EVELISE JUSTINO HENDGES\nRelatora\n\nTrata-se, tamb\u00e9m, de medida preventiva, a qual visa evitar que\n\nterceiros de boa-f\u00e9 adquiram bens cuja venda j\u00e1 se encontra eivada de nulidade plena\n\nporque\n\ninserida\n\nna\n\nhip\u00f3tese\n\nde\n\nfraude\n\n\u00e0\n\nexecu\u00e7\u00e3o.\n\nCom isso, evita-se, de pronto, qualquer discuss\u00e3o jur\u00eddica acerca da\n\nexist\u00eancia ou n\u00e3o de boa-f\u00e9 do terceiro que adquire bem de devedor de execu\u00e7\u00e3o fiscal\n\nem cujo registro n\u00e3o havia penhora/averba\u00e7\u00e3o de indisponibilidade, t\u00e3o comum nas\n\nInst\u00e2ncias\n\njur\u00eddicas\n\np\u00e1trias.\n\n____________________________________________________________________________________ 8 Av. Loureiro da Silva, 445 - 6\u00ba andar \u2013 CEP 90.013-900 \u2013 Porto Alegre/RS \u2013 Fone: (51) 3214-2173 E-mail \u2013 pfngabrs@fazenda.gov.br\n\n\fMINIST\u00c9RIO DA FAZENDA PROCURADORIA-GERAL DA FAZENDA NACIONAL PROCURADORIA DA FAZENDA NACIONAL NO RS DIVIS\u00c3O DE ASSUNTOS FISCAIS\n\nPor fim h\u00e1 que se ressaltar que as inova\u00e7\u00f5es legislativas no \u00e2mbito\n\ndo Direito Processual Civil, e, tamb\u00e9m, no \u00e2mbito do Direito Tribut\u00e1rio est\u00e3o em sintonia\n\ne d\u00e3o efetividade \u00e0 norma inserida na CRFB, atrav\u00e9s da Emenda Constitucional n\u00ba 45, de\n\n30\n\nde\n\ndezembro\n\nde\n\n2004.\n\nO artigo 1\u00ba da EC n\u00ba 45 acrescentou novo inciso ao artigo 5\u00ba da CRFB, que trata dos direitos e garantias fundamentais:\n\nArt. 5\u00ba LXXVIII a todos, no \u00e2mbito judicial e administrativo, s\u00e3o assegurados a razo\u00e1vel dura\u00e7\u00e3o do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramita\u00e7\u00e3o.\n\nA razo\u00e1vel dura\u00e7\u00e3o do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramita\u00e7\u00e3o s\u00e3o garantias inseridas no cap\u00edtulo reservado \u00e0 prote\u00e7\u00e3o dos direitos e garantias fundamentais, dada a consequ\u00eancia gravosa de sua inobserv\u00e2ncia.\nCumpre salientar que a ado\u00e7\u00e3o de tal sistema n\u00e3o ofende a ampla defesa, vez que, procedida a constri\u00e7\u00e3o eletr\u00f4nica, o executado poder\u00e1 apresentar suas impugna\u00e7\u00f5es, se assim desejar, sem que o bem em quest\u00e3o saia da sua esfera patrimonial.\nDeste modo, deve ser reformada a decis\u00e3o agravada para determinar, em definitivo, restri\u00e7\u00e3o no ve\u00edculo automotor de propriedade da parte executada, por meio do sistema RENAJUD.\n\nIII-DA ANTECIPA\u00c7\u00c3O DA TUTELA RECURSAL\n\nDisp\u00f5e o CPC em seus arts. 527 e 558:\n\nArt. 527. Recebido o agravo de instrumento no tribunal, e\n\ndistribu\u00eddo incontinenti, o relator: (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n\u00ba\n\n10.352,\n\nde\n\n2001)\n\n(...)\n\nIII \u2013 poder\u00e1 atribuir efeito suspensivo ao recurso (art. 558), ou\n\ndeferir, em antecipa\u00e7\u00e3o de tutela, total ou parcialmente, a\n\npretens\u00e3o recursal, comunicando ao juiz sua decis\u00e3o; (Reda\u00e7\u00e3o\n\ndada\n\npela\n\nLei\n\nn\u00ba\n\n10.352,\n\nde\n\n2001)\n\n____________________________________________________________________________________ 9 Av. Loureiro da Silva, 445 - 6\u00ba andar \u2013 CEP 90.013-900 \u2013 Porto Alegre/RS \u2013 Fone: (51) 3214-2173 E-mail \u2013 pfngabrs@fazenda.gov.br\n\n\fMINIST\u00c9RIO DA FAZENDA PROCURADORIA-GERAL DA FAZENDA NACIONAL PROCURADORIA DA FAZENDA NACIONAL NO RS DIVIS\u00c3O DE ASSUNTOS FISCAIS\n\nO deferimento do pedido antecipat\u00f3rio submete-se aos requisitos da\n\nplausibilidade do direito invocado e do receio de inefic\u00e1cia do provimento, os quais se\n\nfazem\n\npresentes.\n\nA relev\u00e2ncia dos fundamentos do agravo decorre das raz\u00f5es expendidas, a comprovar o direito da agravante \u00e0 obten\u00e7\u00e3o da onera\u00e7\u00e3o do ve\u00edculo automotor da devedora por meio do sistema RENAJUD. Quanto ao receio de les\u00e3o grave e de dif\u00edcil repara\u00e7\u00e3o, este tamb\u00e9m \u00e9 manifesto, j\u00e1 que, ciente da interposi\u00e7\u00e3o do agravo, e sem que lhe caiba nenhuma restri\u00e7\u00e3o, tender\u00e1 a executada a dissipar o bem, privando de efeitos eventual julgamento favor\u00e1vel adotado pela Turma.\n\nSendo assim, deve ser deferida a antecipa\u00e7\u00e3o da tutela recursal em favor da agravante, para que seja determinada, desde j\u00e1, a restri\u00e7\u00e3o no ve\u00edculo automotor de propriedade da executada por meio do sistema RENAJUD.\n\nIV\n\nDO PREQUESTIONAMENTO\n\nCaso n\u00e3o seja dado total provimento ao presente recurso, na forma requerida, fica desde j\u00e1 prequestionada a mat\u00e9ria discutida, a fim de possibilitar o conhecimento da controv\u00e9rsia pelos Tribunais Superiores.\n\nV- DO PEDIDO\nEm face ao exposto, requer a Uni\u00e3o: a) seja recebido e processado o presente agravo na sua forma de instrumento; b) seja deferida a antecipa\u00e7\u00e3o da tutela da pretens\u00e3o recursal (efeito suspensivo/ativo) e c) seja reformada a decis\u00e3o agravada, por esta Colenda Turma, para determinar, de modo definitivo, a indisponibilidade dos ve\u00edculos automotores da executada, por meio do sistema RENAJUD.\nPede Deferimento.\n\n____________________________________________________________________________________ 1 Av. Loureiro da Silva, 445 - 6\u00ba andar \u2013 CEP 90.013-900 \u2013 Porto Alegre/RS \u2013 Fone: (51) 3214-2173 E-mail \u2013 pfngabrs@fazenda.gov.br\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 2 (Solon) - IdDocumentoCompleto: 5010247-44.2016.4.04.0000-41457353365158781100000000010", "text": "MINIST\u00c9RIO DA FAZENDA PROCURADORIA-GERAL DA FAZENDA NACIONAL PROCURADORIA REGIONAL DA FAZENDA NACIONAL 4\u00aa REGI\u00c3O\nDIVIS\u00c3O DE ASSUNTOS FISCAIS (DIAFI)\nEXCELENT\u00cdSSIMO SENHOR DESEMBARGADOR-PRESIDENTE DO EGR\u00c9GIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 4\u00aa REGI\u00c3O\nA UNI\u00c3O (Fazenda Nacional), por sua procuradora signat\u00e1ria, inconformada com a decis\u00e3o proferida nos autos do processo acima identificado, vem interpor recurso de AGRAVO DE INSTRUMENTO, com pedido de antecipa\u00e7\u00e3o da pretens\u00e3o recursal, na forma do artigo 522 e seguintes do C\u00f3digo de Processo Civil, requerendo seja recebido e, ao final, integralmente provido por esta Corte.\nDeixa-se de instruir o recurso com pe\u00e7as provenientes dos autos origin\u00e1rios, embora ordinariamente exigido pelo artigo 525 do CPC, em virtude do artigo 43, \u00a7 1\u00ba, da Resolu\u00e7\u00e3o/TRF4 n. 17, de 26 de mar\u00e7o de 2010.\nRequer, pois, o seu recebimento e processamento. Nesses termos, pede deferimento. Porto Alegre, 2016.\nAmanda Becke Machado Freitas Procuradora da Fazenda Nacional\n\n\fMINIST\u00c9RIO DA FAZENDA PROCURADORIA-GERAL DA FAZENDA NACIONAL PROCURADORIA REGIONAL DA FAZENDA NACIONAL 4\u00aa REGI\u00c3O\nDIVIS\u00c3O DE ASSUNTOS FISCAIS (DIAFI)\nEXCELENT\u00cdSSIMOS SENHORES DESEMBARGADORES\nEmbora determinada a quebra do sigilo fiscal, a Uni\u00e3o n\u00e3o se conforma com a respeit\u00e1vel decis\u00e3o que indeferiu, em rela\u00e7\u00e3o \u00e0(s) parte(s) devedora(s) da presente execu\u00e7\u00e3o, que seja realizada consulta aos Sistemas disponibilizados ao Judici\u00e1rio denominados RENAJUD e INFOJUD, e vem dela recorrer pelos seguintes motivos.\nDO CABIMENTO DO RECURSO DE AGRAVO DE INSTRUMENTO\nCom o advento da Lei n\u00b0 11.187/2005 foram introduzidas modifica\u00e7\u00f5es ao C\u00f3digo de Processo Civil quanto \u00e0 interposi\u00e7\u00e3o de recurso de Agravo de Instrumento. Pela nova sistem\u00e1tica, o \u201cexcepcional\u201d cabimento do agravo de instrumento fica restrito \u00e0s seguintes situa\u00e7\u00f5es: a) quando se tratar de decis\u00e3o suscet\u00edvel de causar \u00e0 parte les\u00e3o grave e de dif\u00edcil repara\u00e7\u00e3o; b) nos casos de inadmiss\u00e3o da apela\u00e7\u00e3o; c) nos casos relativos aos efeitos em que a apela\u00e7\u00e3o \u00e9 recebida. Nos restantes dos casos, a regra passa a ser a interposi\u00e7\u00e3o do agravo retido que ser\u00e1 analisado pelo tribunal quando da subida dos autos mediante recurso da parte interessada, desde que reiterados em suas raz\u00f5es recursais.\nContudo, tal inova\u00e7\u00e3o n\u00e3o \u00e9 compat\u00edvel com o processo de execu\u00e7\u00e3o, pois tem uma sistem\u00e1tica diferenciada em virtude do fim buscado, qual seja, constranger o executado por todos os meios legais poss\u00edveis a satisfazer a obriga\u00e7\u00e3o contida no t\u00edtulo executivo.\nCom efeito, em se tratando de processo de execu\u00e7\u00e3o, a an\u00e1lise de agravo retido s\u00f3 se daria no caso de apela\u00e7\u00e3o contra senten\u00e7a terminativa do processo, momento em que, por raz\u00f5es \u00f3bvias, n\u00e3o haveria mais interesse na aprecia\u00e7\u00e3o do recurso diante da consolida\u00e7\u00e3o e irreversibilidade dos preju\u00edzos experimentados pela agravante.\nAssim, diante das circunst\u00e2ncias da hip\u00f3tese concreta, n\u00e3o h\u00e1 que se falar em agravo na modalidade retida. Demonstrada a presen\u00e7a dos requisitos exigidos pela lei em comento, a Uni\u00e3o requer de Vossas Excel\u00eancias dignem-se receber o presente Agravo de Instrumento, determinando-se seja processado na forma da lei.\nDOS FUNDAMENTOS JUR\u00cdDICOS\nComo medida assecurat\u00f3ria de efic\u00e1cia da cobran\u00e7a fiscal, foi requerida a consulta aos Sistemas disponibilizados ao Judici\u00e1rio denominados RENAJUD e INFOJUD.\n\n\fMINIST\u00c9RIO DA FAZENDA PROCURADORIA-GERAL DA FAZENDA NACIONAL PROCURADORIA REGIONAL DA FAZENDA NACIONAL 4\u00aa REGI\u00c3O\nDIVIS\u00c3O DE ASSUNTOS FISCAIS (DIAFI)\nI \u2013 USO DO RENAJUD\nVoltado a atender aos novos moldes do processo de execu\u00e7\u00e3o, foi desenvolvido em conjunto pelo Conselho Nacional de Justi\u00e7a, pelo Minist\u00e9rio das Cidades e pelo Minist\u00e9rio da Justi\u00e7a o Sistema RENAJUD, o qual permite a efetiva\u00e7\u00e3o de medidas constritivas sobre ve\u00edculos automotores, em meio eletr\u00f4nico, com maior rapidez e seguran\u00e7a.\nNesse sentido, colaciona-se parte de decis\u00e3o monocr\u00e1tica proferida pelo Desembargador Federal Joel Ilan Paciornik, in verbis:\n\u201cQuanto ao RENAJUD (\"Sistema de Restri\u00e7\u00e3o Judicial de Ve\u00edculos\"), tratase de ferramenta que permite a comunica\u00e7\u00e3o eletr\u00f4nica entre o Poder Judici\u00e1rio e o Departamento Nacional de Tr\u00e2nsito - DENATRAN, possibilitando consultas e o envio, em tempo real, de ordens judiciais eletr\u00f4nicas de restri\u00e7\u00e3o de ve\u00edculos automotores na base de dados do Registro Nacional de Ve\u00edculos Automotores - RENAVAM. Em se tratando de bens que encontram razo\u00e1vel aceita\u00e7\u00e3o no mercado, revelando, em princ\u00edpio, aptid\u00e3o \u00e0 garantia da execu\u00e7\u00e3o, deve ser deferida a medida, a fim de que seja viabilizada a procura de ve\u00edculos em nome do executado por meio do RENAJUD. Cabe ressaltar que a medida revela utilidade mesmo que j\u00e1 tenha sido empreendida consulta \u00e0 base de dados do DETRAN Estadual, uma vez que o RENAJUD viabiliza a pesquisa e imediato bloqueio de ve\u00edculos em todo o territ\u00f3rio nacional, impedindo sejam os bens transferidos a terceiros, com evidente preju\u00edzo ao cr\u00e9dito em execu\u00e7\u00e3o. Ante o exposto, defiro em parte o pedido de efeito suspensivo, para propiciar a imediata consulta ao RENAJUD. Intimem-se, sendo a parte agravada para os fins do artigo 527, V, do CPC. Publique-se. Comunique-se o Ju\u00edzo a quo.\u201d(TRF4, AG 2009.04.00.017061-9, Primeira Turma, Relator Joel Ilan Paciornik, D.E. 08/06/2009)\nAinda, segue recente ac\u00f3rd\u00e3o proferido por esta E. Corte:\nAGRAVO DE INSTRUMENTO. INFOJUD. NECESSIDADE DO ESGOTAMENTO DAS DILIG\u00caNCIAS. RENAJUD. POSSIBILIDADE. BACENJUD. POSSIBILIDADE. 1. O INFOJUD consubstancia ferramenta que permite a comunica\u00e7\u00e3o eletr\u00f4nica entre o judici\u00e1rio e a Receita Federal. Segundo o Conselho Nacional de Justi\u00e7a, a utiliza\u00e7\u00e3o dos sistema substitui o procedimento anterior de fornecimento de informa\u00e7\u00f5es cadastrais e de c\u00f3pia de declara\u00e7\u00f5es pela Receita Federal, mediante o recebimento pr\u00e9vio de of\u00edcios. Trata-se, portanto, de instrumento de acesso a informa\u00e7\u00f5es fiscais do contribuinte, dados que se encontram em poder do \u00f3rg\u00e3o fiscalizador, e que s\u00f3 deve ser utilizado ap\u00f3s esgotadas todas as dilig\u00eancias em busca dos bens do executado, o que n\u00e3o ocorreu nos autos. 2. O RENAJUD trata-se de ferramenta que permite a comunica\u00e7\u00e3o eletr\u00f4nica entre o Poder Judici\u00e1rio e o Departamento Nacional de Tr\u00e2nsito - DENATRAN, possibilitando consultas e\n\n\fMINIST\u00c9RIO DA FAZENDA PROCURADORIA-GERAL DA FAZENDA NACIONAL PROCURADORIA REGIONAL DA FAZENDA NACIONAL 4\u00aa REGI\u00c3O\nDIVIS\u00c3O DE ASSUNTOS FISCAIS (DIAFI)\no envio, em tempo real, de ordem judiciais eletr\u00f4nicas de restri\u00e7\u00e3o de ve\u00edculos automotores na base de dados do Registro Nacional de Ve\u00edculos - RENAVAM. Por esta raz\u00e3o, por ser uma consulta somente em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 poss\u00edveis ve\u00edculos do executado, \u00e9 vi\u00e1vel a sua utiliza\u00e7\u00e3o. 3. Presentes os requisitos autorizadores da utiliza\u00e7\u00e3o da medida prevista no artigo 185-A do CTN, e considerando-se a desnecessidade de requerimento espec\u00edfico do exequente neste sentido, deve ser deferida a utiliza\u00e7\u00e3o do BACENJUD. 4. Agravo de Instrumento parcialmente provido. (TRF4, AG 2009.04.00.017057-7, Primeira Turma, Relator Marcos Roberto Araujo dos Santos, D.E. 13/10/2009)\nAssim, o sistema RENAJUD concretiza os princ\u00edpios da economia processual e da celeridade.\nII \u2013 USO DO INFOJUD\nO uso INFOJUD \u00e9 medida amplamente admitida pelo TRF4, como se demostra a seguir:\nAGRAVO LEGAL EM AGRAVO DE INSTRUMENTO. EXECU\u00c7\u00c3O FISCAL. QUEBRA DE SIGILO FISCAL. INFOJUD. LOCALIZA\u00c7\u00c3O DE BENS. MEDIDAS A CARGO DO EXEQUENTE. 1. Por representar o INFOJUD o acesso a informa\u00e7\u00f5es protegidas por sigilo fiscal, exige-se para sua utiliza\u00e7\u00e3o que tenha o exequente promovido medidas anteriores menos danosas ao executado, como a tentativa de bloqueio de ativos financeiros via sistema Bacenjud e de ve\u00edculos via sistema Renajud, e que, principalmente, tenha postulado a expedi\u00e7\u00e3o de mandado de penhora para o oficial de justi\u00e7a proceder \u00e0 busca e constri\u00e7\u00e3o de tantos bens quantos bastem para o pagamento (Lei n\u00ba 6.830, art. 10, combinada com CPC, art. 659). 2. Agravo legal desprovido. (TRF4 5026070-29.2014.404.0000, Segunda Turma, Relator p/ Ac\u00f3rd\u00e3o Ot\u00e1vio Roberto Pamplona, juntado aos autos em 26/11/2014)\"\nEMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO. CONSULTA AOS SISTEMAS RENAJUD E INFOJUD. PEDIDO DE ANTECIPA\u00c7\u00c3O DE TUTELA. ESGOTAMENTO DAS DILIG\u00caNCIAS. DESNECESSIDADE. Em in\u00fameros precedentes no \u00e2mbito deste Tribunal Regional Federal da 4a Regi\u00e3o se tem reconhecido que o ju\u00edzo da execu\u00e7\u00e3o pode se valer dos instrumentos postos \u00e0 sua disposi\u00e7\u00e3o para localiza\u00e7\u00e3o do executado ou de bens pass\u00edveis de penhora, independentemente do esgotamento das dilig\u00eancias pelo exequente. (TRF4, AG 5025016-28.2014.404.0000, Quarta Turma, Relator p/ Ac\u00f3rd\u00e3o Candido Alfredo Silva Leal Junior, juntado aos autos em 20/11/2014)\nEMENTA: ADMINISTRATIVO. AGRAVO DE INSTRUMENTO. EXECU\u00c7\u00c3O FISCAL. PESQUISA AOS SISTEMAS RENAJUD E INFOJUD.\n\n\fMINIST\u00c9RIO DA FAZENDA\nPROCURADORIA-GERAL DA FAZENDA NACIONAL\nPROCURADORIA REGIONAL DA FAZENDA NACIONAL 4\u00aa REGI\u00c3O\nDIVIS\u00c3O DE ASSUNTOS FISCAIS (DIAFI)\nPOSSIBILIDADE. PRINC\u00cdPIO DA RAZOABILIDADE. N\u00e3o h\u00e1 ilegalidade ou inconstitucionalidade na utiliza\u00e7\u00e3o dos sistemas INFOJUD, RENAJUD ou BACENJUD, tampouco necessidade de esgotamento de outras dilig\u00eancias antes de seu manejo, porque, em que pese o princ\u00edpio da menor onerosidade ao devedor, a execu\u00e7\u00e3o \u00e9 movida no interesse do credor, a teor do disposto no artigo 612 do C\u00f3digo de Processo Civil. (TRF4, AG 501996281.2014.404.0000, Quarta Turma, Relatora p/ Ac\u00f3rd\u00e3o Vivian Josete Pantale\u00e3o Caminha, juntado aos autos em 20/11/2014)\nEMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO. EXECU\u00c7\u00c3O FISCAL. IBAMA. RENAJUD, INFOJUD E BACENJUD. PENHORA 'ON-LINE'. QUEBRA DE SIGILO BANC\u00c1RIO. N\u00c3O CARACTERIZA\u00c7\u00c3O. ESGOTAMENTO DE DILIG\u00caNCIAS PARA LOCALIZA\u00c7\u00c3O DE BENS DO DEVEDOR. DENECESSIDADE. 1. A nova sistem\u00e1tica autorizou a penhora 'on line' atrav\u00e9s do sistema de conv\u00eanio com autoridade supervisora do sistema banc\u00e1rio. Tal procedimento n\u00e3o caracteriza viola\u00e7\u00e3o ao sigilo banc\u00e1rio, na medida em que as informa\u00e7\u00f5es a serem requeridas limitam-se \u00e0 exist\u00eancia ou n\u00e3o de dep\u00f3sito ou aplica\u00e7\u00e3o at\u00e9 o valor indicado na execu\u00e7\u00e3o e a determina\u00e7\u00e3o de sua indisponibilidade, conforme regulamenta o art. 655-A do CPC. 2. A utiliza\u00e7\u00e3o de sistemas de informa\u00e7\u00f5es fiscais e de bloqueio de bens e ativos financeiros (BACENJUD, RENAJUD e INFOJUD) prescinde do esgotamento das dilig\u00eancias para a localiza\u00e7\u00e3o de outros bens pass\u00edveis de penhora. 3. O INFOJUD (Sistema de Informa\u00e7\u00f5es ao Judici\u00e1rio) consubstancia ferramenta que permite a comunica\u00e7\u00e3o eletr\u00f4nica entre o Judici\u00e1rio e a Receita Federal, sistema que substitui o procedimento anterior de fornecimento de informa\u00e7\u00f5es cadastrais e de c\u00f3pias de declara\u00e7\u00f5es mediante o recebimento pr\u00e9vio de of\u00edcios, atendendo de forma satisfat\u00f3ria os ditames legais que informam o processo executivo para a satisfa\u00e7\u00e3o da d\u00edvida. Essa comunica\u00e7\u00e3o possibilita, ainda, a obten\u00e7\u00e3o de informa\u00e7\u00f5es sobre a exist\u00eancia de Declara\u00e7\u00e3o sobre Opera\u00e7\u00f5es Imobili\u00e1rias \u2013 DOI. (TRF4, AG 5019855-37.2014.404.0000, Terceira Turma, Relator p/ Ac\u00f3rd\u00e3o Fernando Quadros da Silva, juntado aos autos em 13/11/2014)\nEMENTA: ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. INFOJUD. NECESSIDADE DO ESGOTAMENTO DE DILIG\u00caNCIAS. DISPENS\u00c1VEL. N\u00e3o h\u00e1 a necessidade de se exigir do exequente o exaurimento de todas as dilig\u00eancias extrajudiciais para que se autorize a utiliza\u00e7\u00e3o dos conv\u00eanios firmados pelo Poder Judici\u00e1rio (INFOJUD, BACENJUD, RENAJUD) nem mesmo para constri\u00e7\u00e3o/localiza\u00e7\u00e3o de bens do devedor, quanto mais para a localiza\u00e7\u00e3o do endere\u00e7o do executado. (TRF4, AG 5023161-14.2014.404.0000, Terceira Turma, Relator p/ Ac\u00f3rd\u00e3o Fernando Quadros da Silva, juntado aos autos em 27/11/2014)\n\n\fMINIST\u00c9RIO DA FAZENDA PROCURADORIA-GERAL DA FAZENDA NACIONAL PROCURADORIA REGIONAL DA FAZENDA NACIONAL 4\u00aa REGI\u00c3O\nDIVIS\u00c3O DE ASSUNTOS FISCAIS (DIAFI)\nTrata-se, tamb\u00e9m, de medida preventiva, a qual visa evitar que terceiros de boa-f\u00e9 adquiram bens cuja venda j\u00e1 se encontra eivada de nulidade plena porque inserida na hip\u00f3tese de fraude \u00e0 execu\u00e7\u00e3o. (grifamos)\nVi\u00e1vel e razo\u00e1vel, portanto, a utiliza\u00e7\u00e3o do sistema INFOJUD, tamb\u00e9m.\nRAZO\u00c1VEL DURA\u00c7\u00c3O DO PROCESSO\nAs inova\u00e7\u00f5es legislativas no \u00e2mbito do Direito Processual Civil, e, tamb\u00e9m, no \u00e2mbito do Direito Tribut\u00e1rio est\u00e3o em sintonia e d\u00e3o efetividade \u00e0 norma inserida na CRFB, atrav\u00e9s da Emenda Constitucional n\u00ba 45, de 30 de dezembro de 2004.\nO artigo 1\u00ba da EC n\u00ba 45 acrescentou novo inciso ao artigo 5\u00ba da CRFB, que trata dos direitos e garantias fundamentais:\nArt. 5\u00ba LXXVIII a todos, no \u00e2mbito judicial e administrativo, s\u00e3o assegurados a razo\u00e1vel dura\u00e7\u00e3o do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramita\u00e7\u00e3o.\nA razo\u00e1vel dura\u00e7\u00e3o do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramita\u00e7\u00e3o s\u00e3o garantias inseridas no cap\u00edtulo reservado \u00e0 prote\u00e7\u00e3o dos direitos e garantias fundamentais, dada a consequ\u00eancia gravosa de sua inobserv\u00e2ncia.\nCumpre salientar que a ado\u00e7\u00e3o de tais sistemas n\u00e3o ofendem a ampla defesa, vez que, efetivados, o executado poder\u00e1 apresentar suas impugna\u00e7\u00f5es, se assim desejar, sem que o bem em quest\u00e3o saia da sua esfera patrimonial.\nDA ANTECIPA\u00c7\u00c3O DA TUTELA RECURSAL\nDisp\u00f5e o CPC em seus arts. 527 e 558:\nArt. 527. Recebido o agravo de instrumento no tribunal, e distribu\u00eddo incontinenti, o relator: (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n\u00ba 10.352, de 2001) (...) III \u2013 poder\u00e1 atribuir efeito suspensivo ao recurso (art. 558), ou deferir, em antecipa\u00e7\u00e3o de tutela, total ou parcialmente, a pretens\u00e3o recursal, comunicando ao juiz sua decis\u00e3o; (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n\u00ba 10.352, de 2001)\nO deferimento do pedido antecipat\u00f3rio submete-se aos requisitos da plausibilidade do direito invocado e do receio de inefic\u00e1cia do provimento, os quais se fazem presentes.\n\n\fMINIST\u00c9RIO DA FAZENDA PROCURADORIA-GERAL DA FAZENDA NACIONAL PROCURADORIA REGIONAL DA FAZENDA NACIONAL 4\u00aa REGI\u00c3O\nDIVIS\u00c3O DE ASSUNTOS FISCAIS (DIAFI)\n\nA relev\u00e2ncia dos fundamentos do agravo decorre das raz\u00f5es j\u00e1 expendidas, a comprovar o direito da agravante \u00e0 obten\u00e7\u00e3o da consulta aos Sistemas RENAJUD e INFOJUD. Quanto ao receio de les\u00e3o grave e de dif\u00edcil repara\u00e7\u00e3o, este tamb\u00e9m \u00e9 manifesto, j\u00e1 que, ciente da interposi\u00e7\u00e3o do agravo, e sem que lhe caiba nenhuma restri\u00e7\u00e3o, tender\u00e1 a executada a dissipar o bem, privando de efeitos eventual julgamento favor\u00e1vel adotado pela Turma.\n\nagravante.\n\nSendo assim, deve ser deferida a antecipa\u00e7\u00e3o da tutela recursal em favor da\n\nDO PREQUESTIONAMENTO\nCaso n\u00e3o seja dado total provimento ao presente recurso, na forma requerida, fica desde j\u00e1 prequestionada a mat\u00e9ria discutida, a fim de possibilitar o conhecimento da controv\u00e9rsia pelos Tribunais Superiores.\n\nDO PEDIDO\nEm face ao exposto, requer a Uni\u00e3o:\na) seja recebido e processado o presente agravo na sua forma de instrumento;\nb) seja deferida a antecipa\u00e7\u00e3o da tutela da pretens\u00e3o recursal (efeito suspensivo/ativo) e\nc) seja reformada a decis\u00e3o agravada, por esta Colenda Turma, para determinar, de modo definitivo, a utiliza\u00e7\u00e3o do Sistema RENAJUD, e tamb\u00e9m ao Sistema INFOJUD, da seguinte maneira: (1) quanto \u00e0 pessoa jur\u00eddica: DOI e DITR e (2) quanto \u00e0(s) pessoa(s) f\u00edsica(s): DIRPF, DOI e DITR.\nNesses termos, pede deferimento.\nPorto Alegre, 2016.\n\nAmanda Becke M. Freitas Procuradora da Fazenda Nacional\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 3 (Solon) - IdDocumentoCompleto: 5053114-86.2015.4.04.0000-41450440317048011100000000008", "text": "MINIST\u00c9RIO DA FAZENDA PROCURADORIA-GERAL DA FAZENDA NACIONAL PROCURADORIA REGIONAL DA FAZENDA NACIONAL 4\u00aa REGI\u00c3O\nDIVIS\u00c3O DE ASSUNTOS FISCAIS (DIAFI)\nEXCELENT\u00cdSSIMO SENHOR DESEMBARGADOR-PRESIDENTE DO EGR\u00c9GIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 4\u00aa REGI\u00c3O\nA UNI\u00c3O (Fazenda Nacional), por sua procuradora signat\u00e1ria, inconformada com a decis\u00e3o proferida nos autos do processo acima identificado, vem interpor recurso de AGRAVO DE INSTRUMENTO, com pedido de antecipa\u00e7\u00e3o da pretens\u00e3o recursal, na forma do artigo 522 e seguintes do C\u00f3digo de Processo Civil, requerendo seja recebido e, ao final, integralmente provido por esta Corte.\nDeixa-se de instruir o recurso com pe\u00e7as provenientes dos autos origin\u00e1rios, embora ordinariamente exigido pelo artigo 525 do CPC, em virtude do artigo 43, \u00a7 1\u00ba, da Resolu\u00e7\u00e3o/TRF4 n. 17, de 26 de mar\u00e7o de 2010.\nRequer, pois, o seu recebimento e processamento. Nesses termos, pede deferimento. Porto Alegre, 2015.\nAmanda Becke Machado Freitas Procuradora da Fazenda Nacional\n\n\fMINIST\u00c9RIO DA FAZENDA PROCURADORIA-GERAL DA FAZENDA NACIONAL PROCURADORIA REGIONAL DA FAZENDA NACIONAL 4\u00aa REGI\u00c3O\nDIVIS\u00c3O DE ASSUNTOS FISCAIS (DIAFI)\nEXCELENT\u00cdSSIMOS SENHORES DESEMBARGADORES\nEmbora determinada a quebra do sigilo fiscal, a Uni\u00e3o n\u00e3o se conforma com a respeit\u00e1vel decis\u00e3o que indeferiu, em rela\u00e7\u00e3o \u00e0(s) parte(s) devedora(s) da presente execu\u00e7\u00e3o, que seja realizada consulta aos Sistemas disponibilizados ao Judici\u00e1rio denominados RENAJUD e INFOJUD, e vem dela recorrer pelos seguintes motivos.\nDO CABIMENTO DO RECURSO DE AGRAVO DE INSTRUMENTO\nCom o advento da Lei n\u00b0 11.187/2005 foram introduzidas modifica\u00e7\u00f5es ao C\u00f3digo de Processo Civil quanto \u00e0 interposi\u00e7\u00e3o de recurso de Agravo de Instrumento. Pela nova sistem\u00e1tica, o \u201cexcepcional\u201d cabimento do agravo de instrumento fica restrito \u00e0s seguintes situa\u00e7\u00f5es: a) quando se tratar de decis\u00e3o suscet\u00edvel de causar \u00e0 parte les\u00e3o grave e de dif\u00edcil repara\u00e7\u00e3o; b) nos casos de inadmiss\u00e3o da apela\u00e7\u00e3o; c) nos casos relativos aos efeitos em que a apela\u00e7\u00e3o \u00e9 recebida. Nos restantes dos casos, a regra passa a ser a interposi\u00e7\u00e3o do agravo retido que ser\u00e1 analisado pelo tribunal quando da subida dos autos mediante recurso da parte interessada, desde que reiterados em suas raz\u00f5es recursais.\nContudo, tal inova\u00e7\u00e3o n\u00e3o \u00e9 compat\u00edvel com o processo de execu\u00e7\u00e3o, pois tem uma sistem\u00e1tica diferenciada em virtude do fim buscado, qual seja, constranger o executado por todos os meios legais poss\u00edveis a satisfazer a obriga\u00e7\u00e3o contida no t\u00edtulo executivo.\nCom efeito, em se tratando de processo de execu\u00e7\u00e3o, a an\u00e1lise de agravo retido s\u00f3 se daria no caso de apela\u00e7\u00e3o contra senten\u00e7a terminativa do processo, momento em que, por raz\u00f5es \u00f3bvias, n\u00e3o haveria mais interesse na aprecia\u00e7\u00e3o do recurso diante da consolida\u00e7\u00e3o e irreversibilidade dos preju\u00edzos experimentados pela agravante.\nAssim, diante das circunst\u00e2ncias da hip\u00f3tese concreta, n\u00e3o h\u00e1 que se falar em agravo na modalidade retida. Demonstrada a presen\u00e7a dos requisitos exigidos pela lei em comento, a Uni\u00e3o requer de Vossas Excel\u00eancias dignem-se receber o presente Agravo de Instrumento, determinando-se seja processado na forma da lei.\nDOS FUNDAMENTOS JUR\u00cdDICOS\nComo medida assecurat\u00f3ria de efic\u00e1cia da cobran\u00e7a fiscal, foi requerida a consulta aos Sistemas disponibilizados ao Judici\u00e1rio denominados RENAJUD e INFOJUD.\n\n\fMINIST\u00c9RIO DA FAZENDA PROCURADORIA-GERAL DA FAZENDA NACIONAL PROCURADORIA REGIONAL DA FAZENDA NACIONAL 4\u00aa REGI\u00c3O\nDIVIS\u00c3O DE ASSUNTOS FISCAIS (DIAFI)\nI \u2013 USO DO RENAJUD\nVoltado a atender aos novos moldes do processo de execu\u00e7\u00e3o, foi desenvolvido em conjunto pelo Conselho Nacional de Justi\u00e7a, pelo Minist\u00e9rio das Cidades e pelo Minist\u00e9rio da Justi\u00e7a o Sistema RENAJUD, o qual permite a efetiva\u00e7\u00e3o de medidas constritivas sobre ve\u00edculos automotores, em meio eletr\u00f4nico, com maior rapidez e seguran\u00e7a.\nNesse sentido, colaciona-se parte de decis\u00e3o monocr\u00e1tica proferida pelo Desembargador Federal Joel Ilan Paciornik, in verbis:\n\u201cQuanto ao RENAJUD (\"Sistema de Restri\u00e7\u00e3o Judicial de Ve\u00edculos\"), tratase de ferramenta que permite a comunica\u00e7\u00e3o eletr\u00f4nica entre o Poder Judici\u00e1rio e o Departamento Nacional de Tr\u00e2nsito - DENATRAN, possibilitando consultas e o envio, em tempo real, de ordens judiciais eletr\u00f4nicas de restri\u00e7\u00e3o de ve\u00edculos automotores na base de dados do Registro Nacional de Ve\u00edculos Automotores - RENAVAM. Em se tratando de bens que encontram razo\u00e1vel aceita\u00e7\u00e3o no mercado, revelando, em princ\u00edpio, aptid\u00e3o \u00e0 garantia da execu\u00e7\u00e3o, deve ser deferida a medida, a fim de que seja viabilizada a procura de ve\u00edculos em nome do executado por meio do RENAJUD. Cabe ressaltar que a medida revela utilidade mesmo que j\u00e1 tenha sido empreendida consulta \u00e0 base de dados do DETRAN Estadual, uma vez que o RENAJUD viabiliza a pesquisa e imediato bloqueio de ve\u00edculos em todo o territ\u00f3rio nacional, impedindo sejam os bens transferidos a terceiros, com evidente preju\u00edzo ao cr\u00e9dito em execu\u00e7\u00e3o. Ante o exposto, defiro em parte o pedido de efeito suspensivo, para propiciar a imediata consulta ao RENAJUD. Intimem-se, sendo a parte agravada para os fins do artigo 527, V, do CPC. Publique-se. Comunique-se o Ju\u00edzo a quo.\u201d(TRF4, AG 2009.04.00.017061-9, Primeira Turma, Relator Joel Ilan Paciornik, D.E. 08/06/2009)\nAinda, segue recente ac\u00f3rd\u00e3o proferido por esta E. Corte:\nAGRAVO DE INSTRUMENTO. INFOJUD. NECESSIDADE DO ESGOTAMENTO DAS DILIG\u00caNCIAS. RENAJUD. POSSIBILIDADE. BACENJUD. POSSIBILIDADE. 1. O INFOJUD consubstancia ferramenta que permite a comunica\u00e7\u00e3o eletr\u00f4nica entre o judici\u00e1rio e a Receita Federal. Segundo o Conselho Nacional de Justi\u00e7a, a utiliza\u00e7\u00e3o dos sistema substitui o procedimento anterior de fornecimento de informa\u00e7\u00f5es cadastrais e de c\u00f3pia de declara\u00e7\u00f5es pela Receita Federal, mediante o recebimento pr\u00e9vio de of\u00edcios. Trata-se, portanto, de instrumento de acesso a informa\u00e7\u00f5es fiscais do contribuinte, dados que se encontram em poder do \u00f3rg\u00e3o fiscalizador, e que s\u00f3 deve ser utilizado ap\u00f3s esgotadas todas as dilig\u00eancias em busca dos bens do executado, o que n\u00e3o ocorreu nos autos. 2. O RENAJUD trata-se de ferramenta que permite a comunica\u00e7\u00e3o eletr\u00f4nica entre o Poder Judici\u00e1rio e o Departamento Nacional de Tr\u00e2nsito - DENATRAN, possibilitando consultas e\n\n\fMINIST\u00c9RIO DA FAZENDA PROCURADORIA-GERAL DA FAZENDA NACIONAL PROCURADORIA REGIONAL DA FAZENDA NACIONAL 4\u00aa REGI\u00c3O\nDIVIS\u00c3O DE ASSUNTOS FISCAIS (DIAFI)\no envio, em tempo real, de ordem judiciais eletr\u00f4nicas de restri\u00e7\u00e3o de ve\u00edculos automotores na base de dados do Registro Nacional de Ve\u00edculos - RENAVAM. Por esta raz\u00e3o, por ser uma consulta somente em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 poss\u00edveis ve\u00edculos do executado, \u00e9 vi\u00e1vel a sua utiliza\u00e7\u00e3o. 3. Presentes os requisitos autorizadores da utiliza\u00e7\u00e3o da medida prevista no artigo 185-A do CTN, e considerando-se a desnecessidade de requerimento espec\u00edfico do exequente neste sentido, deve ser deferida a utiliza\u00e7\u00e3o do BACENJUD. 4. Agravo de Instrumento parcialmente provido. (TRF4, AG 2009.04.00.017057-7, Primeira Turma, Relator Marcos Roberto Araujo dos Santos, D.E. 13/10/2009)\nAssim, o sistema RENAJUD concretiza os princ\u00edpios da economia processual e da celeridade.\nII \u2013 USO DO INFOJUD\nO uso INFOJUD \u00e9 medida amplamente admitida pelo TRF4, como se demostra a seguir:\nAGRAVO LEGAL EM AGRAVO DE INSTRUMENTO. EXECU\u00c7\u00c3O FISCAL. QUEBRA DE SIGILO FISCAL. INFOJUD. LOCALIZA\u00c7\u00c3O DE BENS. MEDIDAS A CARGO DO EXEQUENTE. 1. Por representar o INFOJUD o acesso a informa\u00e7\u00f5es protegidas por sigilo fiscal, exige-se para sua utiliza\u00e7\u00e3o que tenha o exequente promovido medidas anteriores menos danosas ao executado, como a tentativa de bloqueio de ativos financeiros via sistema Bacenjud e de ve\u00edculos via sistema Renajud, e que, principalmente, tenha postulado a expedi\u00e7\u00e3o de mandado de penhora para o oficial de justi\u00e7a proceder \u00e0 busca e constri\u00e7\u00e3o de tantos bens quantos bastem para o pagamento (Lei n\u00ba 6.830, art. 10, combinada com CPC, art. 659). 2. Agravo legal desprovido. (TRF4 5026070-29.2014.404.0000, Segunda Turma, Relator p/ Ac\u00f3rd\u00e3o Ot\u00e1vio Roberto Pamplona, juntado aos autos em 26/11/2014)\"\nEMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO. CONSULTA AOS SISTEMAS RENAJUD E INFOJUD. PEDIDO DE ANTECIPA\u00c7\u00c3O DE TUTELA. ESGOTAMENTO DAS DILIG\u00caNCIAS. DESNECESSIDADE. Em in\u00fameros precedentes no \u00e2mbito deste Tribunal Regional Federal da 4a Regi\u00e3o se tem reconhecido que o ju\u00edzo da execu\u00e7\u00e3o pode se valer dos instrumentos postos \u00e0 sua disposi\u00e7\u00e3o para localiza\u00e7\u00e3o do executado ou de bens pass\u00edveis de penhora, independentemente do esgotamento das dilig\u00eancias pelo exequente. (TRF4, AG 5025016-28.2014.404.0000, Quarta Turma, Relator p/ Ac\u00f3rd\u00e3o Candido Alfredo Silva Leal Junior, juntado aos autos em 20/11/2014)\nEMENTA: ADMINISTRATIVO. AGRAVO DE INSTRUMENTO. EXECU\u00c7\u00c3O FISCAL. PESQUISA AOS SISTEMAS RENAJUD E INFOJUD.\n\n\fMINIST\u00c9RIO DA FAZENDA\nPROCURADORIA-GERAL DA FAZENDA NACIONAL\nPROCURADORIA REGIONAL DA FAZENDA NACIONAL 4\u00aa REGI\u00c3O\nDIVIS\u00c3O DE ASSUNTOS FISCAIS (DIAFI)\nPOSSIBILIDADE. PRINC\u00cdPIO DA RAZOABILIDADE. N\u00e3o h\u00e1 ilegalidade ou inconstitucionalidade na utiliza\u00e7\u00e3o dos sistemas INFOJUD, RENAJUD ou BACENJUD, tampouco necessidade de esgotamento de outras dilig\u00eancias antes de seu manejo, porque, em que pese o princ\u00edpio da menor onerosidade ao devedor, a execu\u00e7\u00e3o \u00e9 movida no interesse do credor, a teor do disposto no artigo 612 do C\u00f3digo de Processo Civil. (TRF4, AG 501996281.2014.404.0000, Quarta Turma, Relatora p/ Ac\u00f3rd\u00e3o Vivian Josete Pantale\u00e3o Caminha, juntado aos autos em 20/11/2014)\nEMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO. EXECU\u00c7\u00c3O FISCAL. IBAMA. RENAJUD, INFOJUD E BACENJUD. PENHORA 'ON-LINE'. QUEBRA DE SIGILO BANC\u00c1RIO. N\u00c3O CARACTERIZA\u00c7\u00c3O. ESGOTAMENTO DE DILIG\u00caNCIAS PARA LOCALIZA\u00c7\u00c3O DE BENS DO DEVEDOR. DENECESSIDADE. 1. A nova sistem\u00e1tica autorizou a penhora 'on line' atrav\u00e9s do sistema de conv\u00eanio com autoridade supervisora do sistema banc\u00e1rio. Tal procedimento n\u00e3o caracteriza viola\u00e7\u00e3o ao sigilo banc\u00e1rio, na medida em que as informa\u00e7\u00f5es a serem requeridas limitam-se \u00e0 exist\u00eancia ou n\u00e3o de dep\u00f3sito ou aplica\u00e7\u00e3o at\u00e9 o valor indicado na execu\u00e7\u00e3o e a determina\u00e7\u00e3o de sua indisponibilidade, conforme regulamenta o art. 655-A do CPC. 2. A utiliza\u00e7\u00e3o de sistemas de informa\u00e7\u00f5es fiscais e de bloqueio de bens e ativos financeiros (BACENJUD, RENAJUD e INFOJUD) prescinde do esgotamento das dilig\u00eancias para a localiza\u00e7\u00e3o de outros bens pass\u00edveis de penhora. 3. O INFOJUD (Sistema de Informa\u00e7\u00f5es ao Judici\u00e1rio) consubstancia ferramenta que permite a comunica\u00e7\u00e3o eletr\u00f4nica entre o Judici\u00e1rio e a Receita Federal, sistema que substitui o procedimento anterior de fornecimento de informa\u00e7\u00f5es cadastrais e de c\u00f3pias de declara\u00e7\u00f5es mediante o recebimento pr\u00e9vio de of\u00edcios, atendendo de forma satisfat\u00f3ria os ditames legais que informam o processo executivo para a satisfa\u00e7\u00e3o da d\u00edvida. Essa comunica\u00e7\u00e3o possibilita, ainda, a obten\u00e7\u00e3o de informa\u00e7\u00f5es sobre a exist\u00eancia de Declara\u00e7\u00e3o sobre Opera\u00e7\u00f5es Imobili\u00e1rias \u2013 DOI. (TRF4, AG 5019855-37.2014.404.0000, Terceira Turma, Relator p/ Ac\u00f3rd\u00e3o Fernando Quadros da Silva, juntado aos autos em 13/11/2014)\nEMENTA: ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. INFOJUD. NECESSIDADE DO ESGOTAMENTO DE DILIG\u00caNCIAS. DISPENS\u00c1VEL. N\u00e3o h\u00e1 a necessidade de se exigir do exequente o exaurimento de todas as dilig\u00eancias extrajudiciais para que se autorize a utiliza\u00e7\u00e3o dos conv\u00eanios firmados pelo Poder Judici\u00e1rio (INFOJUD, BACENJUD, RENAJUD) nem mesmo para constri\u00e7\u00e3o/localiza\u00e7\u00e3o de bens do devedor, quanto mais para a localiza\u00e7\u00e3o do endere\u00e7o do executado. (TRF4, AG 5023161-14.2014.404.0000, Terceira Turma, Relator p/ Ac\u00f3rd\u00e3o Fernando Quadros da Silva, juntado aos autos em 27/11/2014)\n\n\fMINIST\u00c9RIO DA FAZENDA PROCURADORIA-GERAL DA FAZENDA NACIONAL PROCURADORIA REGIONAL DA FAZENDA NACIONAL 4\u00aa REGI\u00c3O\nDIVIS\u00c3O DE ASSUNTOS FISCAIS (DIAFI)\nTrata-se, tamb\u00e9m, de medida preventiva, a qual visa evitar que terceiros de boa-f\u00e9 adquiram bens cuja venda j\u00e1 se encontra eivada de nulidade plena porque inserida na hip\u00f3tese de fraude \u00e0 execu\u00e7\u00e3o. (grifamos)\nVi\u00e1vel e razo\u00e1vel, portanto, a utiliza\u00e7\u00e3o do sistema INFOJUD, tamb\u00e9m.\nRAZO\u00c1VEL DURA\u00c7\u00c3O DO PROCESSO\nAs inova\u00e7\u00f5es legislativas no \u00e2mbito do Direito Processual Civil, e, tamb\u00e9m, no \u00e2mbito do Direito Tribut\u00e1rio est\u00e3o em sintonia e d\u00e3o efetividade \u00e0 norma inserida na CRFB, atrav\u00e9s da Emenda Constitucional n\u00ba 45, de 30 de dezembro de 2004.\nO artigo 1\u00ba da EC n\u00ba 45 acrescentou novo inciso ao artigo 5\u00ba da CRFB, que trata dos direitos e garantias fundamentais:\nArt. 5\u00ba LXXVIII a todos, no \u00e2mbito judicial e administrativo, s\u00e3o assegurados a razo\u00e1vel dura\u00e7\u00e3o do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramita\u00e7\u00e3o.\nA razo\u00e1vel dura\u00e7\u00e3o do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramita\u00e7\u00e3o s\u00e3o garantias inseridas no cap\u00edtulo reservado \u00e0 prote\u00e7\u00e3o dos direitos e garantias fundamentais, dada a consequ\u00eancia gravosa de sua inobserv\u00e2ncia.\nCumpre salientar que a ado\u00e7\u00e3o de tais sistemas n\u00e3o ofendem a ampla defesa, vez que, efetivados, o executado poder\u00e1 apresentar suas impugna\u00e7\u00f5es, se assim desejar, sem que o bem em quest\u00e3o saia da sua esfera patrimonial.\nDA ANTECIPA\u00c7\u00c3O DA TUTELA RECURSAL\nDisp\u00f5e o CPC em seus arts. 527 e 558:\nArt. 527. Recebido o agravo de instrumento no tribunal, e distribu\u00eddo incontinenti, o relator: (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n\u00ba 10.352, de 2001) (...) III \u2013 poder\u00e1 atribuir efeito suspensivo ao recurso (art. 558), ou deferir, em antecipa\u00e7\u00e3o de tutela, total ou parcialmente, a pretens\u00e3o recursal, comunicando ao juiz sua decis\u00e3o; (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n\u00ba 10.352, de 2001)\nO deferimento do pedido antecipat\u00f3rio submete-se aos requisitos da plausibilidade do direito invocado e do receio de inefic\u00e1cia do provimento, os quais se fazem presentes.\n\n\fMINIST\u00c9RIO DA FAZENDA PROCURADORIA-GERAL DA FAZENDA NACIONAL PROCURADORIA REGIONAL DA FAZENDA NACIONAL 4\u00aa REGI\u00c3O\nDIVIS\u00c3O DE ASSUNTOS FISCAIS (DIAFI)\n\nA relev\u00e2ncia dos fundamentos do agravo decorre das raz\u00f5es j\u00e1 expendidas, a comprovar o direito da agravante \u00e0 obten\u00e7\u00e3o da consulta aos Sistemas RENAJUD e INFOJUD. Quanto ao receio de les\u00e3o grave e de dif\u00edcil repara\u00e7\u00e3o, este tamb\u00e9m \u00e9 manifesto, j\u00e1 que, ciente da interposi\u00e7\u00e3o do agravo, e sem que lhe caiba nenhuma restri\u00e7\u00e3o, tender\u00e1 a executada a dissipar o bem, privando de efeitos eventual julgamento favor\u00e1vel adotado pela Turma.\n\nagravante.\n\nSendo assim, deve ser deferida a antecipa\u00e7\u00e3o da tutela recursal em favor da\n\nDO PREQUESTIONAMENTO\nCaso n\u00e3o seja dado total provimento ao presente recurso, na forma requerida, fica desde j\u00e1 prequestionada a mat\u00e9ria discutida, a fim de possibilitar o conhecimento da controv\u00e9rsia pelos Tribunais Superiores.\n\nDO PEDIDO\nEm face ao exposto, requer a Uni\u00e3o:\na) seja recebido e processado o presente agravo na sua forma de instrumento;\nb) seja deferida a antecipa\u00e7\u00e3o da tutela da pretens\u00e3o recursal (efeito suspensivo/ativo) e\nc) seja reformada a decis\u00e3o agravada, por esta Colenda Turma, para determinar, de modo definitivo, a utiliza\u00e7\u00e3o do Sistema RENAJUD, e tamb\u00e9m ao Sistema INFOJUD, da seguinte maneira: (1) quanto \u00e0 pessoa jur\u00eddica: DOI e DITR e (2) quanto \u00e0(s) pessoa(s) f\u00edsica(s): DIRPF, DOI e DITR.\nNesses termos, pede deferimento.\nPorto Alegre, 2015.\n\nAmanda Becke M. Freitas Procuradora da Fazenda Nacional\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 4 (Solon) - IdDocumentoCompleto: 5035893-90.2015.4.04.0000-41442937641375231100000000014", "text": "MINIST\u00c9RIO DA FAZENDA PROCURADORIA-GERAL DA FAZENDA NACIONAL PROCURADORIA DA FAZENDA NACIONAL NO RS DIVIS\u00c3O DE ASSUNTOS FISCAIS\nEXCELENT\u00cdSSIMO SENHOR DESEMBARGADOR-PRESIDENTE DO EGR\u00c9GIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 4\u00aa REGI\u00c3O\nProcesso origin\u00e1rio: 50011783820104047100 Exeq\u00fcente: UNI\u00c3O (FAZENDA NACIONAL) Executado: CEBRAS CENTRAL BRASILEIRA DE SERVICOS, EVENTOS E REPRESENTACOES\nLTDA\nObjeto: agravo de instrumento\nA UNI\u00c3O (Fazenda Nacional), por seu procurador signat\u00e1rio, inconformado com a decis\u00e3o proferida nos autos do processo acima identificado, vem interpor recurso de AGRAVO DE INSTRUMENTO, com pedido de antecipa\u00e7\u00e3o da pretens\u00e3o recursal, na forma do artigo 522 e seguintes do C\u00f3digo de Processo Civil, requerendo seja recebido e, ao final, integralmente provido por esta Corte.\nPara fins de cumprimento do artigo 524 do CPC informa:\nProcurador da Agravante: MARCELO ROSA DA SILVA, Procurador da Fazenda Nacional, dispensado de apresentar procura\u00e7\u00e3o, com endere\u00e7o na Av. Loureiro da Silva, 445 \u2013 6\u00ba andar \u2013 CEP 90013-900, nesta capital.\nO requisito da juntada das pe\u00e7as processuais est\u00e1 suprido pelo acesso \u00e0 integralidade do processo virtual que tramita na Justi\u00e7a Federal de primeira inst\u00e2ncia.\nN\u00e3o h\u00e1 representa\u00e7\u00e3o judicial da parte agravada.\nRequer, pois, o seu recebimento e processamento.\nNesses termos, pede deferimento.\nPorto Alegre, 22 de setembro de 2015\nMarcelo Rosa da Silva Procurador da Fazenda Nacional.\n____________________________________________________________________________________ 1 Av. Loureiro da Silva, 445 - 6\u00ba andar \u2013 CEP 90.013-900 \u2013 Porto Alegre/RS \u2013 Fone: (51) 3214-2173 E-mail \u2013 pfngabrs@fazenda.gov.br\n\n\fMINIST\u00c9RIO DA FAZENDA PROCURADORIA-GERAL DA FAZENDA NACIONAL PROCURADORIA DA FAZENDA NACIONAL NO RS DIVIS\u00c3O DE ASSUNTOS FISCAIS\nEMINENTES DESEMBARDORES FEDERAIS DO\nEGR\u00c9GIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 4\u00aa REGI\u00c3O\nA Uni\u00e3o, n\u00e3o se conformando com a respeit\u00e1vel decis\u00e3o que indeferiu a ordem de bloqueio sobre ve\u00edculo da parte devedora, por meio do sistema RENAJUD, vem dela recorrer pelos seguintes motivos.\nI DO CABIMENTO DO RECURSO DE AGRAVO DE INSTRUMENTO\nCom a advento da Lei n\u00ba 11.187/2005 foram introduzidas modifica\u00e7\u00f5es ao C\u00f3digo de Processo Civil quanto \u00e0 interposi\u00e7\u00e3o de recurso de Agravo de Instrumento. Pela nova sistem\u00e1tica, o \u201cexcepcional\u201d cabimento do agravo de instrumento fica restrito \u00e0s seguintes situa\u00e7\u00f5es: a) quando se tratar de decis\u00e3o suscet\u00edvel de causar \u00e0 parte les\u00e3o grave e de dif\u00edcil repara\u00e7\u00e3o; b) nos casos de inadmiss\u00e3o da apela\u00e7\u00e3o; c) nos casos relativos aos efeitos em que a apela\u00e7\u00e3o \u00e9 recebida. Nos restantes dos casos, a regra passa a ser a interposi\u00e7\u00e3o do agravo retido que ser\u00e1 analisado pelo tribunal quando da subida dos autos mediante recurso da parte interessada, desde que reiterados em suas raz\u00f5es recursais.\nContudo, tal inova\u00e7\u00e3o n\u00e3o \u00e9 compat\u00edvel com o processo de execu\u00e7\u00e3o, pois tem uma sistem\u00e1tica diferenciada em virtude do fim buscado, qual seja, constranger o executado por todos os meios legais poss\u00edveis a satisfazer a obriga\u00e7\u00e3o contida no t\u00edtulo executivo.\nCom efeito, em se tratando de processo de execu\u00e7\u00e3o, a an\u00e1lise de agra vo retido s\u00f3 se daria no caso de apela\u00e7\u00e3o contra senten\u00e7a terminativa do processo, momento em que, por raz\u00f5es \u00f3bvias, n\u00e3o haveria mais interesse na aprecia\u00e7\u00e3o do recurso diante da consolida\u00e7\u00e3o e irreversibilidade dos preju\u00edzos experimentados pela agravante.\nAssim, diante das circunst\u00e2ncias da hip\u00f3tese concreta, n\u00e3o h\u00e1 que se falar em agravo na modalidade retida. Demonstrada a presen\u00e7a dos requisitos exigidos pela lei em comento, a Uni\u00e3o requer de Vossas Excel\u00eancias dignem-se receber o presente Agravo de Instrumento, determinando-se seja processado na forma da lei.\n____________________________________________________________________________________ 2 Av. Loureiro da Silva, 445 - 6\u00ba andar \u2013 CEP 90.013-900 \u2013 Porto Alegre/RS \u2013 Fone: (51) 3214-2173 E-mail \u2013 pfngabrs@fazenda.gov.br\n\n\fMINIST\u00c9RIO DA FAZENDA PROCURADORIA-GERAL DA FAZENDA NACIONAL PROCURADORIA DA FAZENDA NACIONAL NO RS DIVIS\u00c3O DE ASSUNTOS FISCAIS\n\nII\n\nDOS FUNDAMENTOS JUR\u00cdDICOS\n\nComo medida assecurat\u00f3ria de efic\u00e1cia futura da cobran\u00e7a fiscal, pois \u00e9 pass\u00edvel de incid\u00eancia em a\u00e7\u00e3o em que o devedor j\u00e1 foi citado, foi requerida a penhora de todos os ve\u00edculos de propriedade do Executado, pelo sistema RENAJUD.\nVoltado a atender aos novos moldes do processo de execu\u00e7\u00e3o, foi desenvolvido em conjunto pelo Conselho Nacional de Justi\u00e7a, pelo Minist\u00e9rio das Cidades e pelo Minist\u00e9rio da Justi\u00e7a o sistema RENAJUD, o qual permite a efetiva\u00e7\u00e3o de medidas constritivas sobre ve\u00edculos automotores, em meio eletr\u00f4nico, com maior rapidez e seguran\u00e7a.\nAssim, o sistema RENAJUD concretiza os princ\u00edpios da efetividade processual e da celeridade.\nNesse sentido, colaciono parte de decis\u00e3o monocr\u00e1tica proferida pelo Desembargador Federal Joel Ilan Paciornik, in verbis:\n\n\u201cQuanto ao RENAJUD (\"Sistema de Restri\u00e7\u00e3o Judicial de Ve\u00edculos\"), trata-se de ferramenta que permite a comunica\u00e7\u00e3o eletr\u00f4nica entre o Poder Judici\u00e1rio e o Departamento Nacional de Tr\u00e2nsito - DENATRAN, possibilitando consultas e o envio, em tempo real, de ordens judiciais eletr\u00f4nicas de restri\u00e7\u00e3o de ve\u00edculos automotores na base de dados do Registro Nacional de Ve\u00edculos Automotores - RENAVAM. Em se tratando de bens que encontram razo\u00e1vel aceita\u00e7\u00e3o no mercado, revelando, em princ\u00edpio, aptid\u00e3o \u00e0 garantia da execu\u00e7\u00e3o, deve ser deferida a medida, a fim de que seja viabilizada a procura de ve\u00edculos em nome do executado por meio do RENAJUD. Cabe ressaltar que a medida revela utilidade mesmo que j\u00e1 tenha sido empreendida consulta \u00e0 base de dados do DETRAN Estadual, uma vez que o RENAJUD viabiliza a pesquisa e imediato bloqueio de ve\u00edculos em todo o territ\u00f3rio nacional, impedindo sejam os bens transferidos a terceiros, com evidente preju\u00edzo ao cr\u00e9dito em execu\u00e7\u00e3o. Ante o exposto, defiro em parte o pedido de efeito suspensivo, para propiciar a imediata consulta ao RENAJUD. Intimem-se, sendo a parte agravada para os fins do artigo 527, V, do CPC. Publique-se. Comunique-se o Ju\u00edzo a quo.\u201d(TRF4, AG 2009.04.00.017061-9, Primeira Turma, Relator Joel Ilan Paciornik, D.E. 08/06/2009)\nAinda, segue recente ac\u00f3rd\u00e3o proferido por esta E. Corte:\n____________________________________________________________________________________ 3 Av. Loureiro da Silva, 445 - 6\u00ba andar \u2013 CEP 90.013-900 \u2013 Porto Alegre/RS \u2013 Fone: (51) 3214-2173 E-mail \u2013 pfngabrs@fazenda.gov.br\n\n\fMINIST\u00c9RIO DA FAZENDA PROCURADORIA-GERAL DA FAZENDA NACIONAL PROCURADORIA DA FAZENDA NACIONAL NO RS DIVIS\u00c3O DE ASSUNTOS FISCAIS\nAGRAVO DE INSTRUMENTO. INFOJUD. NECESSIDADE DO ESGOTAMENTO DAS DILIG\u00caNCIAS. RENAJUD. POSSIBILIDADE. BACENJUD. POSSIBILIDADE. 1. O INFOJUD consubstancia ferramenta que permite a comunica\u00e7\u00e3o eletr\u00f4nica entre o judici\u00e1rio e a Receita Federal. Segundo o Conselho Nacional de Justi\u00e7a, a utiliza\u00e7\u00e3o dos sistema substitui o procedimento anterior de fornecimento de informa\u00e7\u00f5es cadastrais e de c\u00f3pia de declara\u00e7\u00f5es pela Receita Federal, mediante o recebimento pr\u00e9vio de of\u00edcios. Trata-se, portanto, de instrumento de acesso a informa\u00e7\u00f5es fiscais do contribuinte, dados que se encontram em poder do \u00f3rg\u00e3o fiscalizador, e que s\u00f3 deve ser utilizado ap\u00f3s esgotadas todas as dilig\u00eancias em busca dos bens do executado, o que n\u00e3o ocorreu nos autos. 2. O RENAJUD trata-se de ferramenta que permite a comunica\u00e7\u00e3o eletr\u00f4nica entre o Poder Judici\u00e1rio e o Departamento Nacional de Tr\u00e2nsito DENATRAN, possibilitando consultas e o envio, em tempo real, de ordem judiciais eletr\u00f4nicas de restri\u00e7\u00e3o de ve\u00edculos automotores na base de dados do Registro Nacional de Ve\u00edculos - RENAVAM. Por esta raz\u00e3o, por ser uma consulta somente em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 poss\u00edveis ve\u00edculos do executado, \u00e9 vi\u00e1vel a sua utiliza\u00e7\u00e3o. 3. Presentes os requisitos autorizadores da utiliza\u00e7\u00e3o da medida prevista no artigo 185-A do CTN, e considerando-se a desnecessidade de requerimento espec\u00edfico do exequente neste sentido, deve ser deferida a utiliza\u00e7\u00e3o do BACENJUD. 4. Agravo de Instrumento parcialmente provido. (TRF4, AG 2009.04.00.017057-7, Primeira Turma, Relator Marcos Roberto Araujo dos Santos, D.E. 13/10/2009).\n\nSobre o tema, colam-se abaixo votos precedentes recentes do TRF4, que bem esclarecem a quest\u00e3o:\n\nAGRAVO DE INSTRUMENTO N\u00ba 5008272-55.2014.404.0000/RS\n\nRELATOR AGRAVANTE AGRAVADO ADVOGADO\n\n: R\u00d4MULO PIZZOLATTI : UNI\u00c3O - FAZENDA NACIONAL : RGFH ENGENHARIA LTDA : ANDREIA CRISTINA FERNANDES HARRIS\n\nDECIS\u00c3O\nTrata-se de agravo de instrumento interposto pela Uni\u00e3o (Fazenda Nacional), com pedido de antecipa\u00e7\u00e3o da tutela recursal, contra decis\u00e3o do MM. Juiz Federal Substituto Tiago Scherer, da 16\u00aa Vara Federal de Porto Alegre-RS, que nos autos da Execu\u00e7\u00e3o Fiscal n\u00ba 5021694-79.2010.404.7100/RS, indeferiu o pedido de utiliza\u00e7\u00e3o do sistema RENAJUD para consulta de ve\u00edculos\n____________________________________________________________________________________ 4 Av. Loureiro da Silva, 445 - 6\u00ba andar \u2013 CEP 90.013-900 \u2013 Porto Alegre/RS \u2013 Fone: (51) 3214-2173 E-mail \u2013 pfngabrs@fazenda.gov.br\n\n\fMINIST\u00c9RIO DA FAZENDA PROCURADORIA-GERAL DA FAZENDA NACIONAL PROCURADORIA DA FAZENDA NACIONAL NO RS DIVIS\u00c3O DE ASSUNTOS FISCAIS\nautomotores, a pretexto de que \u00e9 do credor o \u00f4nus de indicar os bens do devedor pass\u00edveis de penhora, e, para desincumbir-se de tal mister, dever\u00e1 valer-se de todos os meios \u00e0 sua disposi\u00e7\u00e3o, descabendo pretender-se medidas que, praticamente, transfiram tais encargos ao Judici\u00e1rio (evento 48 do processo origin\u00e1rio).\nSustenta a parte agravante, em s\u00edntese, que \u00e9 desnecess\u00e1rio indicar qual o ve\u00edculo que de pretende a inclus\u00e3o da restri\u00e7\u00e3o via RENAJUD. Alega que a utiliza\u00e7\u00e3o do sistema RENAJUD \u00e9 um dos v\u00e1rios meios que se tem de satisfazer seu cr\u00e9dito.\nTudo bem visto e examinado, passo a decidir.\nA 1\u00aa Se\u00e7\u00e3o desta Corte Regional tem deferido o acesso ao sistema RENAJUD para localiza\u00e7\u00e3o de bens do executado, sem exig\u00eancia de esgotamento de dilig\u00eancias na busca de bens penhor\u00e1veis e ainda que n\u00e3o tenham sido localizados ve\u00edculos na base de dados do DETRAN estadual. Confira-se:\nAGRAVO DE INSTRUMENTO. INFOJUD. NECESSIDADE DO ESGOTAMENTO DAS DILIG\u00caNCIAS. RENAJUD. POSSIBILIDADE. 1. O INFOJUD consubstancia ferramenta que permite a comunica\u00e7\u00e3o eletr\u00f4nica entre o judici\u00e1rio e a Receita Federal. Segundo o Conselho Nacional de Justi\u00e7a, a utiliza\u00e7\u00e3o dos sistema substitui o procedimento anterior de fornecimento de informa\u00e7\u00f5es cadastrais e de c\u00f3pia de declara\u00e7\u00f5es pela Receita Federal, mediante o recebimento pr\u00e9vio de of\u00edcios. Trata-se, portanto, de instrumento de acesso a informa\u00e7\u00f5es fiscais do contribuinte, dados que se encontram em poder do \u00f3rg\u00e3o fiscalizador, e que s\u00f3 deve ser utilizado ap\u00f3s esgotadas todas as dilig\u00eancias em busca dos bens do executado, o que n\u00e3o ocorreu nos autos. 2. O RENAJUD trata-se de ferramenta que permite a comunica\u00e7\u00e3o eletr\u00f4nica entre o Poder Judici\u00e1rio e o Departamento Nacional de Tr\u00e2nsito - DENATRAN, possibilitando consultas e o envio, em tempo real, de ordem judiciais eletr\u00f4nicas de restri\u00e7\u00e3o de ve\u00edculos automotores na base de dados do Registro Nacional de Ve\u00edculos - RENAVAM. Por esta raz\u00e3o, por ser uma consulta somente em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 poss\u00edveis ve\u00edculos do executado, \u00e9 vi\u00e1vel a sua utiliza\u00e7\u00e3o. 3. Agravo de Instrumento parcialmente provido. (TRF/ 4R, AI n\u00ba 2009.04.00.017059-0/PR, 1\u00aa Turma, Rel. Des. Federal Joel Ilan Paciornik, DE de 26/08/2009). (grifei)\nTRIBUT\u00c1RIO E PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. EXECU\u00c7\u00c3O FISCAL. RENAJUD. DISPENSA DE DILIG\u00caNCIAS PR\u00c9VIAS. 1. Em se tratando da busca por bens que encontram razo\u00e1vel aceita\u00e7\u00e3o no mercado, e que revelam, em princ\u00edpio, aptid\u00e3o \u00e0 garantia da execu\u00e7\u00e3o, deve ser deferida a medida, a fim de que seja viabilizada a procura de ve\u00edculos em nome do executado por meio do RENAJUD. Cabe ressaltar que a medida revela utilidade mesmo que j\u00e1 tenha sido empreendida consulta \u00e0 base de dados do DETRAN Estadual, uma vez que o RENAJUD viabiliza a pesquisa e imediato bloqueio de ve\u00edculos em\n____________________________________________________________________________________ 5 Av. Loureiro da Silva, 445 - 6\u00ba andar \u2013 CEP 90.013-900 \u2013 Porto Alegre/RS \u2013 Fone: (51) 3214-2173 E-mail \u2013 pfngabrs@fazenda.gov.br\n\n\fMINIST\u00c9RIO DA FAZENDA PROCURADORIA-GERAL DA FAZENDA NACIONAL PROCURADORIA DA FAZENDA NACIONAL NO RS DIVIS\u00c3O DE ASSUNTOS FISCAIS\ntodo o territ\u00f3rio nacional, impedindo sejam os bens transferidos a terceiros, com evidente preju\u00edzo ao cr\u00e9dito em execu\u00e7\u00e3o. 2. Agravo de instrumento provido. (TRF4, AGRAVO DE INSTRUMENTO N\u00ba 0000076-89.2011.404.0000, 2\u00aa Turma, Des. Federal OT\u00c1VIO ROBERTO PAMPLONA, POR UNANIMIDADE, D.E. 07/04/2011) (grifei)\nCab\u00edvel, pois, a utiliza\u00e7\u00e3o do sistema RENAJUD, j\u00e1 que n\u00e3o foram localizados numer\u00e1rios suficientes via BACENJUD para garantir a execu\u00e7\u00e3o fiscal (eventos 29 e 30 do processo origin\u00e1rio).\nPresente, pois, a verossimilhan\u00e7a das alega\u00e7\u00f5es, al\u00e9m do periculum in mora, consistente na possibilidade de dissipa\u00e7\u00e3o de eventuais ve\u00edculos existentes.\nAnte o exposto, defiro o pedido de antecipa\u00e7\u00e3o da tutela recursal, o que fa\u00e7o com base no art. 527, III, do C\u00f3digo de Processo Civil.\nComunique-se ao juiz da execu\u00e7\u00e3o com urg\u00eancia.\nIntime-se a parte agravada para responder.\nPorto Alegre, 22 de abril de 2014.\nDes. Federal R\u00d4MULO PIZZOLATTI Relator\n\nAGRAVO DE INSTRUMENTO N\u00ba 0001182-81.2014.404.0000/SC\n\nRELATORA\n\n: Ju\u00edza Federal CARLA EVELISE JUSTINO HENDGES\n\nAGRAVANTE\n\n: UNI\u00c3O FEDERAL (FAZENDA NACIONAL)\n\nPROCURADOR : Procuradoria-Regional da Fazenda Nacional\n\nAGRAVADO\n\n:\n\nPRO-ARTE IND/ E COM/ DE ARTEFATOS DE CIMENTO LTDA/\n\nDECIS\u00c3O\nTrata-se de agravo de instrumento interposto pela UNI\u00c3O contra decis\u00e3o que indeferiu pedido de realiza\u00e7\u00e3o de consultas ao RENAJUD e INFOJUD para obten\u00e7\u00e3o de dados acerca da exist\u00eancia de bens em nome da parte executada.\n____________________________________________________________________________________ 6 Av. Loureiro da Silva, 445 - 6\u00ba andar \u2013 CEP 90.013-900 \u2013 Porto Alegre/RS \u2013 Fone: (51) 3214-2173 E-mail \u2013 pfngabrs@fazenda.gov.br\n\n\fMINIST\u00c9RIO DA FAZENDA PROCURADORIA-GERAL DA FAZENDA NACIONAL PROCURADORIA DA FAZENDA NACIONAL NO RS DIVIS\u00c3O DE ASSUNTOS FISCAIS\nSustenta a parte agravante, que se encontra pacificado nesse Egr\u00e9gio Tribunal o entendimento de que \u00e9 plenamente cab\u00edvel a constri\u00e7\u00e3o dos ve\u00edculos pelo sistema RENAJUD, bem como de que \u00e9 poss\u00edvel localizar bens pelo sistema INFOJUD.\n\u00c9 o relat\u00f3rio. Decido.\nO INFOJUD (Sistema de Informa\u00e7\u00f5es ao Judici\u00e1rio) consubstancia ferramenta que permite a comunica\u00e7\u00e3o eletr\u00f4nica entre o judici\u00e1rio e a Receita Federal. Segundo informa\u00e7\u00f5es extra\u00eddas do s\u00edtio do Conselho Nacional de Justi\u00e7a na internet (www.cnj.jus.br), \"a utiliza\u00e7\u00e3o do sistema substitui o procedimento anterior de fornecimento de informa\u00e7\u00f5es cadastrais e de c\u00f3pias de declara\u00e7\u00f5es pela Receita Federal, mediante o recebimento pr\u00e9vio de of\u00edcios\". Cuida-se, portanto, de instrumento de acesso a informa\u00e7\u00f5es fiscais do contribuinte, dados que se encontram em poder do \u00f3rg\u00e3o fiscalizador.\nO RENAJUD (Sistema de Restri\u00e7\u00e3o Judicial de Ve\u00edculos), por sua vez, consubstancia-se em ferramenta que permite a comunica\u00e7\u00e3o eletr\u00f4nica entre o Poder Judici\u00e1rio e o Departamento Nacional de Tr\u00e2nsito - DENATRAN, possibilitando consultas e o envio, em tempo real, de ordens judiciais eletr\u00f4nicas de restri\u00e7\u00e3o de ve\u00edculos automotores na base de dados do Registro Nacional de Ve\u00edculos Automotores - RENAVAM.\nEste Tribunal entendia ser poss\u00edvel a utiliza\u00e7\u00e3o dos sistemas Infojud/Renajud somente na hip\u00f3tese de o credor/exequente j\u00e1 ter esgotado todos os meios poss\u00edveis \u00e0 localiza\u00e7\u00e3o de bens do executado, consoante o seguinte precedente:\n\"PROCESSUAL CIVIL. QUEBRA DO SIGILO FISCAL. LOCALIZA\u00c7\u00c3O DE BENS. INFOJUD. RENAJUD\n1. O acesso as declara\u00e7\u00f5es de renda junto \u00e0 receita Federal, visando \u00e0 obten\u00e7\u00e3o de informa\u00e7\u00f5es acerca de valores ou bens pass\u00edveis de penhora, \u00e9 medida excepcional a ser admitida somente quando o exeq\u00fcente comprovar o exaurimento dos esfor\u00e7os tendentes a encontrar bens penhor\u00e1veis.\n2. No caso dos autos, n\u00e3o restou comprovada a realiza\u00e7\u00e3o de dilig\u00eancias suficientes a justificar a interven\u00e7\u00e3o do Judici\u00e1rio na obten\u00e7\u00e3o das informa\u00e7\u00f5es pretendidas.\n____________________________________________________________________________________ 7 Av. Loureiro da Silva, 445 - 6\u00ba andar \u2013 CEP 90.013-900 \u2013 Porto Alegre/RS \u2013 Fone: (51) 3214-2173 E-mail \u2013 pfngabrs@fazenda.gov.br\n\n\fMINIST\u00c9RIO DA FAZENDA PROCURADORIA-GERAL DA FAZENDA NACIONAL PROCURADORIA DA FAZENDA NACIONAL NO RS DIVIS\u00c3O DE ASSUNTOS FISCAIS\n3. Prejudicado o pedido de consulta ao RENAJUD tendo em vista que tal dilig\u00eancia j\u00e1 foi realizada, pelo oficial de justi\u00e7a, junto ao DETRAN (4\u00aa Turma, Rel. Des\u00aa. Federal MARGA INGE BARTH TESSLER, Proc. n\u00ba 2009.04.00.017149-1, publicado em 16/06/2009)\"\nTodavia, esse entendimento merece ser revisto, porquanto a jurisprud\u00eancia do STJ sedimentou-se no sentido de autorizar a penhora on line dos ativos financeiros do devedor se este, citado, n\u00e3o oferece bens \u00e0 penhora. Entendimento a que este Colegiado recentemente aderiu, consoante exemplifica o recente julgado, verbis:\nPROCESSUAL CIVIL EXECU\u00c7\u00c3O FISCAL. UTILIZA\u00c7\u00c3O DO SISTEMA BACENJUD. ESGOTAMENTO DE DILIG\u00caNCIAS NA BUSCA DE BENS PENHOR\u00c1VEIS. DESNECESSIDADE.\n1. A despeito de n\u00e3o terem sido esgotados todos os meios para que a Fazenda obtivesse informa\u00e7\u00f5es sobre bens penhor\u00e1veis, faz-se impositiva a obedi\u00eancia \u00e0 ordem de prefer\u00eancia estabelecida no artigo 11 da Lei n\u00ba 6.830/1980, que indica o dinheiro como o primeiro bem a ser objeto de penhora.\n2. Citado o devedor, e n\u00e3o tendo este indicado bens \u00e0 penhora, \u00e9 cab\u00edvel a utiliza\u00e7\u00e3o do BACEN JUD, nos termos do arts. 10, da LEF, 185-A, do CTN, 600, IV e 655, I, do CPC. (AGRAVO DE INSTRUMENTO N\u00ba 2009.04.00.019680-3, Rel. Des. Federal OT\u00c1VIO ROBERTO PAMPLONA, julgado em 14/07/2009)\nConsiderando que a consulta ao Infojud e ao Renajud tem como fundamento justamente a busca de bens do executado, \u00e9 impositivo entender que se a penhora on line pode ser autorizada, independentemente do esgotamento de outras dilig\u00eancias, com muito mais raz\u00e3o a simples consulta a estes sistemas deve ser autorizada. \u00c9 dizer: se pode o mais, pode o menos.\nAdemais, as mudan\u00e7as na legisla\u00e7\u00e3o processual introduziram mecanismos de favorecimento ao exeq\u00fcente, fortalecendo o princ\u00edpio do resultado de que trata o art. 612 do CPC. A utiliza\u00e7\u00e3o desses mecanismos ganha relevo na cobran\u00e7a de cr\u00e9ditos tribut\u00e1rios, derivada do dever fundamental de pa-\n____________________________________________________________________________________ 8 Av. Loureiro da Silva, 445 - 6\u00ba andar \u2013 CEP 90.013-900 \u2013 Porto Alegre/RS \u2013 Fone: (51) 3214-2173 E-mail \u2013 pfngabrs@fazenda.gov.br\n\n\fMINIST\u00c9RIO DA FAZENDA PROCURADORIA-GERAL DA FAZENDA NACIONAL PROCURADORIA DA FAZENDA NACIONAL NO RS DIVIS\u00c3O DE ASSUNTOS FISCAIS\ngar tributos. N\u00e3o h\u00e1, tamb\u00e9m, raz\u00e3o para impor \u00e0 Fazenda P\u00fablica a promo\u00e7\u00e3o de dilig\u00eancias dispendiosas, se existem sistemas criados justamente para simplificar e agilizar a obten\u00e7\u00e3o de informa\u00e7\u00f5es acerca dos bens do devedor.\nAnte o exposto, defiro o efeito suspensivo.\nComunique-se. Intimem-se. Inexistindo procurador constitu\u00eddo para a parte adversa, voltem os autos para inclus\u00e3o em pauta de julgamento.\nPorto Alegre, 07 de mar\u00e7o de 2014.\nJu\u00edza Federal CARLA EVELISE JUSTINO HENDGES\nRelatora\nTrata-se, tamb\u00e9m, de medida preventiva, a qual visa evitar que terceiros de boa-f\u00e9 adquiram bens cuja venda j\u00e1 se encontra eivada de nulidade plena porque inserida na hip\u00f3tese de fraude \u00e0 execu\u00e7\u00e3o.\nCom isso, evita-se, de pronto, qualquer discuss\u00e3o jur\u00eddica acerca da exist\u00eancia ou n\u00e3o de boa-f\u00e9 do terceiro que adquire bem de devedor de execu\u00e7\u00e3o fiscal em cujo registro n\u00e3o havia penhora/averba\u00e7\u00e3o de indisponibilidade, t\u00e3o comum nas Inst\u00e2ncias jur\u00eddicas p\u00e1trias.\nPor fim h\u00e1 que se ressaltar que as inova\u00e7\u00f5es legislativas no \u00e2mbito do Direito Processual Civil, e, tamb\u00e9m, no \u00e2mbito do Direito Tribut\u00e1rio est\u00e3o em sintonia e d\u00e3o efetividade \u00e0 norma inserida na CRFB, atrav\u00e9s da Emenda Constitucional n\u00ba 45, de 30 de dezembro de 2004.\nO artigo 1\u00ba da EC n\u00ba 45 acrescentou novo inciso ao artigo 5\u00ba da CRFB, que trata dos direitos e garantias fundamentais:\nArt. 5\u00ba LXXVIII a todos, no \u00e2mbito judicial e administrativo, s\u00e3o assegurados a razo\u00e1vel dura\u00e7\u00e3o do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramita\u00e7\u00e3o.\nA razo\u00e1vel dura\u00e7\u00e3o do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramita\u00e7\u00e3o s\u00e3o garantias inseridas no cap\u00edtulo reservado \u00e0 prote\u00e7\u00e3o dos direitos e garantias fundamentais, dada a consequ\u00eancia gravosa de sua inobserv\u00e2ncia.\nCumpre salientar que a ado\u00e7\u00e3o de tal sistema n\u00e3o ofende a ampla de-\n____________________________________________________________________________________ 9 Av. Loureiro da Silva, 445 - 6\u00ba andar \u2013 CEP 90.013-900 \u2013 Porto Alegre/RS \u2013 Fone: (51) 3214-2173 E-mail \u2013 pfngabrs@fazenda.gov.br\n\n\fMINIST\u00c9RIO DA FAZENDA PROCURADORIA-GERAL DA FAZENDA NACIONAL PROCURADORIA DA FAZENDA NACIONAL NO RS DIVIS\u00c3O DE ASSUNTOS FISCAIS\nfesa, vez que, procedida a constri\u00e7\u00e3o eletr\u00f4nica, o executado poder\u00e1 apresentar suas impugna\u00e7\u00f5es, se assim desejar, sem que o bem em quest\u00e3o saia da sua esfera patrimonial.\nDe mais a mais, o Tribunal Regional da 4\u00b0 Regi\u00e3o, por sua jurisprud\u00eancia iterativa, tem decidido ser desnecess\u00e1rio o esgotamento das dilig\u00eancias pela parte exequente para requerer a constri\u00e7\u00e3o por meio do sistema RENAJUD. Neste sentido:\n\u201cADMINISTRATIVO. AGRAVO DE INSTRUMENTO. EXECU\u00c7\u00c3O FISCAL. PESQUISA AO SISTEMA BACENJUD. REITERA\u00c7\u00c3O DO PEDIDO. POSSIBILIDADE. PRINC\u00cdPIO DA RAZOABILIDADE. N\u00e3o h\u00e1 ilegalidade ou inconstitucionalidade na utiliza\u00e7\u00e3o dos sistemas INFOJUD, RENAJUD ou BACENJUD, tampouco necessidade de esgotamento de outras dilig\u00eancias antes de seu manejo, porque, em que pese o princ\u00edpio da menor onerosidade ao devedor, a execu\u00e7\u00e3o \u00e9 movida no interesse do credor, a teor do disposto no artigo 612 do C\u00f3digo de Processo Civil. Segundo a orienta\u00e7\u00e3o do STJ, n\u00e3o h\u00e1 falar em abuso ou excesso a impedir a reitera\u00e7\u00e3o do pedido de constri\u00e7\u00e3o on line, na hip\u00f3tese em que ultrapassado mais de um ano do requerimento da dilig\u00eancia anterior. (TRF4, AG 500454236.2014.404.0000, Quarta Turma, Relatora p/ Ac\u00f3rd\u00e3o Vivian Josete Pantale\u00e3o Caminha, juntado aos autos em 02/05/2014)\u201d grifamos\n\u201cAGRAVO DE INSTRUMENTO. TRIBUT\u00c1RIO. RENAJUD. A utiliza\u00e7\u00e3o de mecanismo como o RENAJUD ganha relevo na cobran\u00e7a de cr\u00e9ditos tribut\u00e1rios, derivada do dever fundamental de pagar tributos. N\u00e3o h\u00e1, tamb\u00e9m, raz\u00e3o para impor \u00e0 Fazenda P\u00fablica a promo\u00e7\u00e3o de dilig\u00eancias dispendiosas, se existem sistemas criados especialmente para simplificar e agilizar a obten\u00e7\u00e3o de informa\u00e7\u00f5es acerca dos bens do devedor. (TRF4, AG 000008716.2014.404.0000, Segunda Turma, Relatora Carla Evelise Justino Hendges, D.E. 02/04/2014)\u201d grifamos\nDeste modo, deve ser reformada a decis\u00e3o agravada para determinar, em definitivo, restri\u00e7\u00e3o no ve\u00edculo automotor de propriedade da parte executada, por meio do sistema RENAJUD.\nIII-DA ANTECIPA\u00c7\u00c3O DA TUTELA RECURSAL\n____________________________________________________________________________________ 1 Av. Loureiro da Silva, 445 - 6\u00ba andar \u2013 CEP 90.013-900 \u2013 Porto Alegre/RS \u2013 Fone: (51) 3214-2173 E-mail \u2013 pfngabrs@fazenda.gov.br\n\n\fMINIST\u00c9RIO DA FAZENDA PROCURADORIA-GERAL DA FAZENDA NACIONAL PROCURADORIA DA FAZENDA NACIONAL NO RS DIVIS\u00c3O DE ASSUNTOS FISCAIS\n\nDisp\u00f5e o CPC em seus arts. 527 e 558:\n\nArt. 527. Recebido o agravo de instrumento no tribunal, e distribu-\n\n\u00eddo incontinenti, o relator: (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n\u00ba 10.352, de\n\n2001)\n\n(...)\n\nIII \u2013 poder\u00e1 atribuir efeito suspensivo ao recurso (art. 558), ou\n\ndeferir, em antecipa\u00e7\u00e3o de tutela, total ou parcialmente, a preten-\n\ns\u00e3o recursal, comunicando ao juiz sua decis\u00e3o; (Reda\u00e7\u00e3o dada\n\npela\n\nLei\n\nn\u00ba\n\n10.352,\n\nde\n\n2001)\n\nO deferimento do pedido antecipat\u00f3rio submete-se aos requisitos da plausibilidade do direito invocado e do receio de inefic\u00e1cia do provimento, os quais se fazem presentes.\nA relev\u00e2ncia dos fundamentos do agravo decorre das raz\u00f5es expendidas, a comprovar o direito da agravante \u00e0 obten\u00e7\u00e3o da onera\u00e7\u00e3o do ve\u00edculo automotor da devedora por meio do sistema RENAJUD. Quanto ao receio de les\u00e3o grave e de dif\u00edcil repara\u00e7\u00e3o, este tamb\u00e9m \u00e9 manifesto, j\u00e1 que, ciente da interposi\u00e7\u00e3o do agravo, e sem que lhe caiba nenhuma restri\u00e7\u00e3o, tender\u00e1 a executada a dissipar o bem, privando de efeitos eventual julgamento favor\u00e1vel adotado pela Turma.\nSendo assim, deve ser deferida a antecipa\u00e7\u00e3o da tutela recursal em favor da agravante, para que seja determinada, desde j\u00e1, a restri\u00e7\u00e3o no ve\u00edculo automotor de propriedade da executada por meio do sistema RENAJUD.\n\nIV\n\nDO PREQUESTIONAMENTO\n\nCaso n\u00e3o seja dado total provimento ao presente recurso, na forma requerida, fica desde j\u00e1 prequestionada a mat\u00e9ria discutida, a fim de possibilitar o conhecimento da controv\u00e9rsia pelos Tribunais Superiores.\nV- DO PEDIDO\nEm face ao exposto, requer a Uni\u00e3o: a) seja recebido e processado o presente agravo na sua forma de instrumento;\n____________________________________________________________________________________ 1 Av. Loureiro da Silva, 445 - 6\u00ba andar \u2013 CEP 90.013-900 \u2013 Porto Alegre/RS \u2013 Fone: (51) 3214-2173 E-mail \u2013 pfngabrs@fazenda.gov.br\n\n\fMINIST\u00c9RIO DA FAZENDA PROCURADORIA-GERAL DA FAZENDA NACIONAL PROCURADORIA DA FAZENDA NACIONAL NO RS DIVIS\u00c3O DE ASSUNTOS FISCAIS\nb) seja deferida a antecipa\u00e7\u00e3o da tutela da pretens\u00e3o recursal (efeito suspensivo/ativo) e c) seja reformada a decis\u00e3o agravada, por esta Colenda Turma, para determinar, de modo definitivo, a indisponibilidade do ve\u00edculo automotor da executada, por meio do sistema RENAJUD.\nPede Deferimento. Porto Alegre, 22 de setembro de 2015\nMarcelo Rosa da Silva Procurador da Fazenda Nacional\n____________________________________________________________________________________ 1 Av. Loureiro da Silva, 445 - 6\u00ba andar \u2013 CEP 90.013-900 \u2013 Porto Alegre/RS \u2013 Fone: (51) 3214-2173 E-mail \u2013 pfngabrs@fazenda.gov.br\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 5 (Solon) - IdDocumentoCompleto: 5028742-63.2021.4.04.0000-41626096549746302039239756315", "text": "Editor de Rich Text, editor-inputEl\n\nhttps://sapiens.agu.gov.br/editor?d=1157691938&c=676447932\n\nADVOCACIA-GERAL DA UNI\u00c3O PROCURADORIA-GERAL FEDERAL EQUIPE DE COBRAN\u00c7A JUDICIAL DA PRF4 D - ECOJUD - GERENCIAMENTO ESTRAT\u00c9GICO - EATE\nEXCELENT\u00cdSSIMO(A) SENHOR(A) PRESIDENTE DO EGR\u00c9GIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 4A REGI\u00c3O\n\nN\u00daMERO: 5015077-47.2017.4.04.7201 AGRAVANTE(S): AG\u00caNCIA NACIONAL DE TELECOMUNICA\u00c7\u00d5ES - ANATEL AGRAVADO(S): SIMPLES COM SOLUCOES EM INTERNET LTDA - ME - MUNDI BRASIL TELECOM\n\nAG\u00caNCIA NACIONAL DE TELECOMUNICA\u00c7\u00d5ES - ANATEL, pessoa jur\u00eddica de direito p\u00fablico, representado(a) pelo membro da Advocacia-Geral da Uni\u00e3o infra assinado(a), vem, respeitosamente, \u00e0 presen\u00e7a de Vossa Excel\u00eancia, interpor\n\nAGRAVO DE INSTRUMENTO, com pedido de antecipa\u00e7\u00e3o dos efeitos da tutela recursal\n\ncom fundamento no arts. 1.015, inciso I, e 1.019, I, do CPC/2015, em face da decis\u00e3o proferida pelo MM. Juiz do processo origin\u00e1rio, requerendo seja o presente recurso recebido, processado e, no m\u00e9rito, dado provimento.\n\nprocesso:\n\nEm cumprimento ao art. 1016, IV, informa o agravante nome e endere\u00e7o dos advogados constantes do\n\na) Pelo agravante: conforme registro no sistema eproc.\n\nb) Pelo agravado: conforme registro no sistema eproc.\n\nCom fulcro no art. 1017, \u00a7 5\u00ba do CPC, dispensam-se as pe\u00e7as referidas nos incisos I e II do caput do referido artigo.\n\nPede deferimento.\n\nPorto Alegre, 12 de julho de 2021.\n\nRODRIGO SCHVEITZER TRISTAO PROCURADOR FEDERAL\n\n1 of 6\n\n12/07/2021 12:12\n\n\fEditor de Rich Text, editor-inputEl\n\nhttps://sapiens.agu.gov.br/editor?d=1157691938&c=676447932\n\nRAZ\u00d5ES DO AGRAVO DE INSTRUMENTO Egr\u00e9gio Tribunal, Colenda Turma\n\n1.\n\nDA TEMPESTIVIDADE\n\nA autarquia foi intimada da decis\u00e3o ora agravada, conforme certid\u00e3o de intima\u00e7\u00e3o.\n\nEm vista dos artigos 1003, \u00a7 5\u00ba e 183 do C\u00f3digo de Processo Civil, \u00e9 patente a tempestividade deste recurso, uma vez que interposto nessa data.\n\n2.\n\nDO CABIMENTO DO AGRAVO NA MODALIDADE DE INSTRUMENTO\n\nConforme o CPC estabelece, cabe agravo de instrumento:\n\nArt. 1.015. Cabe agravo de instrumento contra as decis\u00f5es interlocut\u00f3rias que versarem sobre: Par\u00e1grafo \u00fanico. Tamb\u00e9m caber\u00e1 agravo de instrumento contra decis\u00f5es interlocut\u00f3rias proferidas na fase de liquida\u00e7\u00e3o de senten\u00e7a ou de cumprimento de senten\u00e7a, no processo de execu\u00e7\u00e3o e no processo de invent\u00e1rio. (...)\n\nNo caso dos autos, trata-se de decis\u00e3o que n\u00e3o possibilita a satisfa\u00e7\u00e3o de cr\u00e9dito, em execu\u00e7\u00e3o.\n\nResta cristalino que a decis\u00e3o proferida pelo Ju\u00edzo a quo, no caso de ser mantida, causar\u00e1 evidente les\u00e3o grave e de dif\u00edcil repara\u00e7\u00e3o para a autarquia, al\u00e9m de contrariar dispositivos legais e constitucionais.\n\nH\u00e1 de ser considerada a irreversibilidade do provimento, nos termos do art 300, \u00a7 3\u00ba do CPC, haja vista que o patrim\u00f4nio da parte agravada \u00e9 desconhecido, bem assim que este n\u00e3o faz qualquer tipo de cau\u00e7\u00e3o para garantir a revers\u00e3o do provimento.\n\nDessa forma, restam demonstrados os danos graves e de dif\u00edcil repara\u00e7\u00e3o a serem suportados por esta autarquia no caso de manuten\u00e7\u00e3o da decis\u00e3o, n\u00e3o restando d\u00favidas acerca do cabimento do presente agravo de instrumento.\n\nAssim, requer a autarquia seja o presente recurso recebido e conhecido, a fim de que sejam analisadas as raz\u00f5es pelas quais se insurge este Instituto contra a decis\u00e3o do magistrado, dando-se, por fim, provimento ao mesmo.\n\n3.\n\nDA S\u00cdNTESE F\u00c1TICA\n\nVisando dar andamento efetivo \u00e0 execu\u00e7\u00e3o, o exequente requereu renova\u00e7\u00e3o da tentativa de penhora eletr\u00f4nica (SISBAJUD), considerando a prefer\u00eancia legal por dinheiro (artigos 11, inciso I, da Lei 6.830/1980 e 835, inciso I, c/c 854, caput, ambos do CPC), destacando o enunciado da S\u00famula n\u00ba 81/TRF4.\n\nOcorre que o MM. Juiz decidiu pela impossibilidade da reutiliza\u00e7\u00e3o do aludido sistema, posto que em outro executivo fiscal (Autos n. 5014645-57.2019.404.7201), tal dilig\u00eancias teria ressa\u00eddo negativa/insuficiente, sendo que o ato s\u00f3 poderia ser repetido ante comprova\u00e7\u00e3o pelo exequente de fortes ind\u00edcios de altera\u00e7\u00e3o\n\n2 of 6\n\n12/07/2021 12:12\n\n\fEditor de Rich Text, editor-inputEl\n\nhttps://sapiens.agu.gov.br/editor?d=1157691938&c=676447932\n\nfinanceira/mudan\u00e7a patrimonial do executado. Ao pretender que o exequente comprove a modifica\u00e7\u00e3o da situa\u00e7\u00e3o patrimonial/financeira da executada, a rigor, indefere o pleito ent\u00e3o lan\u00e7ado (Evento 116).\n\nA exequente n\u00e3o se conforma com essa decis\u00e3o, pelas raz\u00f5es que seguem.\n\n4.\n\nDAS RAZ\u00d5ES DO PEDIDO DE REFORMA DA DECIS\u00c3O\n\nA \u00faltima tentativa de penhora eletr\u00f4nica em nome do devedor, levada a efeito nos Autos n. 5014645-57.2019.404.7201, que serviu de motiva\u00e7\u00e3o ao indeferimento do pleito no presente processo, ocorreu h\u00e1 mais de um ano (28/04/2020, Evento 114), podendo ter havido, em virtude do significativo lapso temporal escoado, altera\u00e7\u00e3o positiva na situa\u00e7\u00e3o financeira do executado.\n\nQuanto ao indeferimento do pedido de tentativa de penhora via SISBAJUD, se equivoca o magistrado, conforme raz\u00f5es a seguir apresentadas.\n\nO art. 11 da Lei 6.830/80 assim determina:\nArt. 11 - A penhora ou arresto de bens obedecer\u00e1 \u00e0 seguinte ordem: I - dinheiro; (...)\n\nPor sua vez, o art. 854 do C\u00f3digo de Processo Civil:\n\nArt. 854. Para possibilitar a penhora de dinheiro em dep\u00f3sito ou em aplica\u00e7\u00e3o financeira, o juiz, a requerimento do exequente, sem dar ci\u00eancia pr\u00e9via do ato ao executado, determinar\u00e1 \u00e0s institui\u00e7\u00f5es financeiras, por meio de sistema eletr\u00f4nico gerido pela autoridade supervisora do sistema financeiro nacional, que torne indispon\u00edveis ativos financeiros existentes em nome do executado, limitando-se a indisponibilidade ao valor indicado na execu\u00e7\u00e3o.\n\nPor fim, o art. 15 da Lei 6.830/80:\n\nArt. 15 - Em qualquer fase do processo, ser\u00e1 deferida pelo Juiz: (...) II - \u00e0 Fazenda P\u00fablica, a substitui\u00e7\u00e3o dos bens penhorados por outros, independentemente da ordem enumerada no artigo 11, bem como o refor\u00e7o da penhora insuficiente.\n\nPerceba-se que, da interpreta\u00e7\u00e3o conjunta dos referidos dispositivos, n\u00e3o existe \u00f3bice a que se realize, em mais de uma oportunidade, tentativa de penhora via sistema SISBAJUD.\n\nA LEF estabelece a prefer\u00eancia da penhora em dinheiro em primeiro lugar. O mesmo diploma legal possibilita a substitui\u00e7\u00e3o dos bens penhorados por outros em qualquer fase do processo.\n\nAssim sendo, a penhora via sistema SISBAJUD n\u00e3o pode ser tratada como uma \u201cbala de prata\u201d, que somente se pode utilizar uma vez.\n\nObviamente n\u00e3o pode haver abusos na utiliza\u00e7\u00e3o do instrumento. Por isso tanto o STJ, quanto o TRF4, firmaram entendimento no sentido de que, ultrapassado lapso de tempo razo\u00e1vel, a reitera\u00e7\u00e3o da tentativa de penhora via sistema SISBAJUD seria poss\u00edvel, frente \u00e0 probabilidade de mudan\u00e7a da situa\u00e7\u00e3o econ\u00f4mica do devedor.\n\nVejamos:\n\nPROCESSUAL CIVIL E TRIBUT\u00c1RIO. EXECU\u00c7\u00c3O FISCAL. PENHORA ELETR\u00d4NICA\n\n3 of 6\n\n12/07/2021 12:12\n\n\fEditor de Rich Text, editor-inputEl 4 of 6\n\nhttps://sapiens.agu.gov.br/editor?d=1157691938&c=676447932\nDE DINHEIRO. BACEN JUD. DILIG\u00caNCIA INFRUT\u00cdFERA. REITERA\u00c7\u00c3O. ADMISSIBILIDADE. 1. Controverte-se a respeito da decis\u00e3o colegiada do Tribunal de origem, que afirmou que a pesquisa eletr\u00f4nica da exist\u00eancia de dinheiro, por meio do sistema Bacen Jud, somente pode ser feita uma \u00fanica vez, mesmo que o resultado tenha sido infrut\u00edfero, sob o argumento de que o Poder Judici\u00e1rio n\u00e3o pode fazer papel de diligenciador da Fazenda P\u00fablica credora. 2. Conforme decidido pela Corte Especial (REsp 1.112.943/MA, julgado sob o rito dos recursos repetitivos), com a vig\u00eancia da Lei 11.382/2006, n\u00e3o mais se exige a comprova\u00e7\u00e3o de exaurimento das dilig\u00eancias administrativas para penhora por meio do Bacen Jud. 3. A lei (art. 655-A do CPC) n\u00e3o limitou o uso do Bacen Jud a uma \u00fanica vez. Por se tratar de instrumento destinado a promover a satisfa\u00e7\u00e3o da pretens\u00e3o credit\u00f3ria, ele pode servir tamb\u00e9m para qualquer outra dilig\u00eancia (e.g., expedi\u00e7\u00e3o de of\u00edcio ao Detran ou aos Cart\u00f3rios de Im\u00f3veis), isto \u00e9, tantas vezes quanto necess\u00e1rio. 4. Aplica\u00e7\u00e3o, por analogia, do art. 15, II, da Lei 6.830/1980, segundo o qual a viabiliza\u00e7\u00e3o da penhora (mediante substitui\u00e7\u00e3o ou refor\u00e7o) pode ser feita a qualquer tempo. 5. No atual est\u00e1gio da legisla\u00e7\u00e3o processual e material, o emprego do aludido programa informatizado \u00e9 privativo do Poder Judici\u00e1rio, pois os representantes judiciais da Fazenda P\u00fablica n\u00e3o possuem autoriza\u00e7\u00e3o legal para, a um s\u00f3 tempo, acessar informa\u00e7\u00f5es relativas ao patrim\u00f4nio dos devedores e, ex officio, determinar a respectiva constri\u00e7\u00e3o. 6. Desse modo, sendo a referida atribui\u00e7\u00e3o privativa de um determinado \u00f3rg\u00e3o (na esp\u00e9cie, o jurisdicional), \u00e9 de manifesta improced\u00eancia a afirma\u00e7\u00e3o de que o pleito fazend\u00e1rio representa uma tentativa de transformar a autoridade judici\u00e1ria em mero agente diligenciador da parte processual. 7. A utiliza\u00e7\u00e3o do Bacen Jud, em termos de reitera\u00e7\u00e3o da dilig\u00eancia, deve obedecer ao crit\u00e9rio da razoabilidade. N\u00e3o \u00e9 o Poder Judici\u00e1rio obrigado a, diariamente, consultar o referido programa informatizado. Contudo, inexiste abuso ou excesso na reitera\u00e7\u00e3o da medida quando decorrido, por exemplo, o prazo de um ano, sem que tenha havido altera\u00e7\u00e3o no processo. 8. Naturalmente, isso n\u00e3o impede que, antes da renova\u00e7\u00e3o da pesquisa via Bacen Jud, a Fazenda P\u00fablica credora promova as dilig\u00eancias ao seu alcance, para localiza\u00e7\u00e3o de outros bens. Por\u00e9m, conduta dessa natureza (comprova\u00e7\u00e3o do exaurimento de outras dilig\u00eancias) n\u00e3o pode ser exigida como requisito para fins de exame judicial do pedido iterativo da tentativa de penhora por meio do Bacen Jud, pois isso seria equipar\u00e1vel a, de maneira obl\u00edqua, fazer retornar orienta\u00e7\u00e3o jurisprudencial ultrapassada. 9. Recurso Especial provido. (STJ, REsp 1199967, 2\u00aa Turma, Rel. Min. Herman Benjamin, DJE 04/02/2011)\nAGRAVO DE INSTRUMENTO. EXECU\u00c7\u00c3O. LOCALIZA\u00c7\u00c3O DE BENS DO EXECUTADO. PESQUISA. RENAJUD. NOVA TENTATIVA. O ju\u00edzo da execu\u00e7\u00e3o pode se valer dos instrumentos postos \u00e0 sua disposi\u00e7\u00e3o para localiza\u00e7\u00e3o do executado ou de bens pass\u00edveis de penhora, independentemente do esgotamento das dilig\u00eancias pelo exequente. Assim, tem sido autorizada a utiliza\u00e7\u00e3o dos sistemas BACENJUD, RENAJUD, INFOJUD e DOI pelo ju\u00edzo da execu\u00e7\u00e3o, buscando assim agilizar a execu\u00e7\u00e3o e buscar a satisfa\u00e7\u00e3o do credor. \u00c9 cab\u00edvel a reitera\u00e7\u00e3o do pedido de penhora via sistema BACENJUD quando o lapso de tempo \u00e9 de pelo menos um ano, considerando a possibilidade de ter ocorrido fato novo ou movimenta\u00e7\u00e3o financeira \u00fatil \u00e0 satisfa\u00e7\u00e3o da parte credora. (TRF4, AG 5005508-62.2015.404.0000, Quarta Turma, Relator p/ Ac\u00f3rd\u00e3o Candido Alfredo Silva Leal Junior, juntado aos autos em 09/04/2015)\nADMINISTRATIVO. AGRAVO DE INSTRUMENTO. EXECU\u00c7\u00c3O FISCAL. PENHORA ON-LINE. RENOVA\u00c7\u00c3O DO PEDIDO. 1. N\u00e3o h\u00e1 veda\u00e7\u00e3o legal \u00e0 renova\u00e7\u00e3o do pedido de penhora on-line, via BACENJUD, ou de pesquisa a cadastros de acesso restrito em busca de bens em nome do executado (RENAJUD, INFOJUD e DOI), porque, em que pese o princ\u00edpio da menor onerosidade ao devedor, a execu\u00e7\u00e3o \u00e9 movida no interesse do credor, a teor do disposto no artigo 612 do C\u00f3digo de Processo Civil. 2. Todavia, quando as medidas constritivas promovidas pelo Ju\u00edzo, por via eletr\u00f4nica, restam infrut\u00edferas, eventual renova\u00e7\u00e3o do pedido deve ser motivada, demonstrando o exequente a exist\u00eancia de ind\u00edcios de altera\u00e7\u00e3o da situa\u00e7\u00e3o financeira ou patrimonial do executado. 3. In casu, segundo consta nos autos, em dezembro de 2012, foi realizada consulta ao sistema BACENJUD, da qual resultou inexitoso o bloqueio de valores para a quita\u00e7\u00e3o do d\u00e9bito exequendo, bem como inexitosas as consultas RENAJUD e INFOJUD, em junho de 2013. Contudo, transcorrido mais de um ano desde\n12/07/2021 12:12\n\n\fEditor de Rich Text, editor-inputEl\n\nhttps://sapiens.agu.gov.br/editor?d=1157691938&c=676447932\n\nent\u00e3o, \u00e9 razo\u00e1vel a pretens\u00e3o do agravante \u00e0 renova\u00e7\u00e3o da medida, ante a possibilidade de efetiva altera\u00e7\u00e3o do quadro f\u00e1tico ao longo desse tempo. (TRF4, AG 5030837-13.2014.404.0000, Quarta Turma, Relatora p/ Ac\u00f3rd\u00e3o Vivian Josete Pantale\u00e3o Caminha, juntado aos autos em 16/04/2015)\n\nNo caso dos autos, como visto, a consulta levada a efeito nos Autos n. 5014645-57.2019.404.7201, que serviu de motiva\u00e7\u00e3o ao indeferimento do pleito no presente processo, FOI REALIZADA H\u00c1 MAIS DE UM ANO, especificamente em 28/04/2020 (Evento 114).\n\nNo \u00e2mbito do Tribunal Regional Federal da 4\u00aa Regi\u00e3o, a jurisprud\u00eancia sobre o tema foi consolidada na S\u00famula n\u00ba 81: \u201cO transcurso de lapso temporal razo\u00e1vel superior a um ano \u00e9 fundamento para a renova\u00e7\u00e3o do pedido de penhora on line via BACENJUD\u201d.\n\nA exig\u00eancia de demonstra\u00e7\u00e3o de mudan\u00e7a da situa\u00e7\u00e3o patrimonial do executado para reiterar pedido de bloqueio pelo SISBAJUD constitui prova imposs\u00edvel, pois n\u00e3o existem sistemas dispon\u00edveis ao exequente para saber de ingresso de numer\u00e1rio em aplica\u00e7\u00f5es financeiras.\n\nEm raz\u00e3o disso, for\u00e7osa \u00e9 a reforma da decis\u00e3o agravada, para determinar ao Ju\u00edzo da Execu\u00e7\u00e3o a realiza\u00e7\u00e3o da pesquisa SISBAJUD em rela\u00e7\u00e3o ao(s) executado(s).\n\n5.\n\nPEDIDO DE EFEITO SUSPENSIVO\n\nSem d\u00favida, est\u00e3o presentes no caso em tela os requisitos exigidos para a concess\u00e3o do efeito suspensivo ao recurso de agravo, nos termos do art. 1019, I do CPC, uma vez que h\u00e1 de ser considerada a irreversibilidade do provimento, nos termos do art 300, \u00a7 3\u00ba do CPC.\n\nPortanto, requer-se seja atribu\u00eddo efeito suspensivo ao presente, nos termos do artigo 1019, I do CPC, visando a garantir a plena efic\u00e1cia da decis\u00e3o a ser proferida por este E. Tribunal, se acolhidas as raz\u00f5es da agravante, e considerando, em an\u00e1lise perfunct\u00f3ria, a relevante fundamenta\u00e7\u00e3o do recurso, bem como a possibilidade de irreversibilidade da decis\u00e3o impugnada.\n\n6.\n\nDO PREQUESTIONAMENTO\n\nNa eventual hip\u00f3tese de n\u00e3o ser provido este recurso de agravo de instrumento, a fim de possibilitar o acesso do recorrente \u00e0s Cortes Superiores, requer, para fins de prequestionamento, sejam examinados expressamente os dispositivos legais acima referidos.\n\n7.\n\nDOS PEDIDOS\n\nAnte o exposto, postula (art. 1.016, III, do CPC):\n\n(i) que seja o agravo recebido e distribu\u00eddo incontinenti ao relator;\n\natacada;\n\n(ii) seja conferido efeito suspensivo a este recurso, para suspender os efeitos da decis\u00e3o judicial ora\n\n(iii) intima\u00e7\u00e3o da parte agravada para apresenta\u00e7\u00e3o de contrarraz\u00f5es;\n\n(iv) seja finalmente integralmente provido o recurso para reformar a r. decis\u00e3o do ju\u00edzo a quo, nos termos da fundamenta\u00e7\u00e3o;\n\n(v) na hip\u00f3tese de improvimento do agravo, ad argumentandum tantum, que haja manifesta\u00e7\u00e3o expl\u00edcita do colegiado acerca dos dispositivos constitucionais e legais envolvidos na presente causa.\n\n5 of 6\n\n12/07/2021 12:12\n\n\fEditor de Rich Text, editor-inputEl\n\nhttps://sapiens.agu.gov.br/editor?d=1157691938&c=676447932\n\nPede deferimento. Porto Alegre, 12 de julho de 2021.\nRODRIGO SCHVEITZER TRISTAO PROCURADOR FEDERAL\n\n6 of 6\n\n12/07/2021 12:12\n\n\f" } ] } }, { "data": { "original_header": "Documento Original - IdDocumentoCompleto: 5007557-59.2022.4.03.0000-254876212", "original_text": "Exibir navega\u00e7\u00e3o\nProcesso Judicial Eletr\u00f4nico\nEntrar Partes (Pessoa F\u00edsica) Formas de acesso Consulta processual Push Pr\u00e9-requisitos Manuais Fale conosco\n\nFale conosco\nBem-vindo ao PJe da Justi\u00e7a Federal da 3\u00aa Regi\u00e3o.\nEste canal se destina a aproximar o usu\u00e1rio do sistema Processo Judicial Eletr\u00f4nico \u2013 PJe na Justi\u00e7a Federal da 3\u00aa Regi\u00e3o.\nO servi\u00e7o de suporte ter\u00e1 a maior satisfa\u00e7\u00e3o em esclarecer d\u00favidas sobre a utiliza\u00e7\u00e3o do sistema e em receber cr\u00edticas ou sugest\u00f5es.\n\nAten\u00e7\u00e3o!!!\nA partir do dia 15 de fevereiro de 2018 o atendimento telef\u00f4nico ao p\u00fablico externo na Divis\u00e3o do PJe ser\u00e1 substitu\u00eddo por formul\u00e1rio disponibilizado na p\u00e1gina da internet da Terceira Regi\u00e3o.\nSuporte T\u00e9cnico do PJe: Clique_Aqui\n\nAntes de acessar o PJe, certifique-se de ter instalado o PJeOffice (download), compat\u00edvel com os principais navegadores e sistemas operacionais, para a correta leitura de seu certificado digital.\nAssista ao v\u00eddeo tutorial para instalar e configurar o PJeOffice: Clique_Aqui\n\nLink para download do aplicativo: Sistema Operacional Download\nPJe Office\nServidor CNJ\nServidor TRF3\nWindows pje-office.exe\n\npje-office.exe\nMacOS 64 Bits pje-office_x64.dmg\n\npje-office_x64.dmg\n\nOutros v\u00eddeos tutoriais:\nV\u00eddeo tutorial para cadastrar um Novo Processo: Clique_Aqui\nV\u00eddeo tutorial para impetrar Habeas Corpus no TRF3: Clique_Aqui\nRoteiro de Virtualiza\u00e7\u00e3o de Processo - Resolu\u00e7\u00e3o PRESI n\u00ba 142/2017: Clique_Aqui\nV\u00eddeo tutorial - Peticionar - Resposta de Prazo: Clique_Aqui\nV\u00eddeo tutorial - Peticionamento Avulso: Clique_Aqui\nV\u00eddeo tutorial - Juntar documentos: Clique_Aqui\nV\u00eddeo tutorial - Consulta de Processo e Consulta de Expediente: Clique_Aqui\nV\u00eddeo tutorial - Como efetuar download do processo em PDF: Clique_Aqui\n\nAcesse os manuais e guias r\u00e1pidos para utiliza\u00e7\u00e3o do PJe pelo link: http://www.trf3.jus.br/pje/?no_cache=1\nMais informa\u00e7\u00f5es podem ser encontradas em: http://www.pje.jus.br/wiki/index.php/P%C3%A1gina_principal\nServidores da JF3R devem entrar em contato com a Divis\u00e3o de Processo Judicial Eletr\u00f4nico - DPJe/TRF3R, atrav\u00e9s do callcenter para solicitar seu cadastro.\n\nProcesso Judicial Eletr\u00f4nico - TRF3 - 2\u00ba Grau\nTribunal Regional Federal da 3\u00aa Regi\u00e3o - 2\u00ba grau\n\nVoc\u00ea precisa estar logado para realizar esta opera\u00e7\u00e3o.\n\nP36jhKYuNdJttnHVw63S3SeqFvTUmKhl Modo de assinatura Java Applet PJeOffice\nSaiba como obter o certificado digital\n\nCPF | CNPJ\nSenha\nNova Senha Confirma\u00e7\u00e3o\nSolicitar nova senha\n\nVersao 2.1.8.0_trf3_046 (build 3410) - pje_2g - f383cac3 - Atualizado em 28/07/2022 - 21:57\nPr\u00e9-requisitos\nO PJe \u00e9 compat\u00edvel com os principais sistemas operacionais utilizados atualmente.\nPara acessar o PJe \u00e9 necess\u00e1rio possuir os seguintes itens:\n\nNavegador de Internet compat\u00edvel\n\nSeu navegador de Internet n\u00e3o foi homologado para o uso do PJe.\n\nVerificando se as popup's est\u00e3o habilitadas\n\nPopup's habilitadas\n\nPopup's desabilitadas em seu navegador de internet.\n\nJava e plugins instalados\n\nVerifique se o plugin java est\u00e1 habilitado em seu navegador de internet (menu complementos/plugins).\nCaso n\u00e3o esteja instalado, clique aqui e baixe a vers\u00e3o atualizada\nSen\u00e3o o seu navegador de internet n\u00e3o acessa o Certificado Digital. O seu navegador de internet acessar\u00e1 o PJe apenas por login e senha (h\u00e1 restri\u00e7\u00f5es ao utilizar este tipo de acesso)\n\nPJeOffice\n\nO PJeOffice est\u00e1 indispon\u00edvel ou n\u00e3o instalado\n1 - Para instalar o PJeOffice, clique aqui.\n2 - Para utilizar o Java Applet, clique aqui.\n\nVerificando o aplicativo...\nFormas de acesso Acesso com certificado digital\nPara se cadastrar no PJe \u00e9 necess\u00e1rio ter um certificado digital v\u00e1lido, do tipo A3, que perten\u00e7a \u00e0 cadeia ICP-Brasil, para mais informa\u00e7\u00f5es acesse o link Saiba como obter o certificado digital.\n\nProcedimentos para se cadastrar no PJe 1- Insira o seu certificado digital em seu computador. 2- Na p\u00e1gina de login do PJe, clique no bot\u00e3o Certificado digital. 3- Insira a senha do seu certificado digital. 4- Confirme as suas informa\u00e7\u00f5es pessoais no formul\u00e1rio apresentado. 5- Assine o Termo de Compromisso. Ap\u00f3s seguir este procedimento, o seu cadastro estar\u00e1 conclu\u00eddo.\nPara acessar o sistema, clique no bot\u00e3o Certificado digital na tela de login do PJe. Acesso com login e senha para quem j\u00e1 possui certificado digital\nPrimeiramente, \u00e9 necess\u00e1rio realizar o cadastro utilizando o certificado digital.\nPara acessar o sistema, clique no link \"Solicitar nova senha\" na tela de login do PJe, informe o CPF/CNPJ (apenas n\u00fameros), o e-mail cadastrado no sistema e clique no bot\u00e3o \"Solicitar\".\nO sistema encaminhar\u00e1 para o e-mail informado as instru\u00e7\u00f5es de cadastro de uma nova senha. Acesso para quem n\u00e3o possui o certificado digital\nPara quem que n\u00e3o possui certificado digital \u00e9 necess\u00e1rio dirigir-se pessoalmente a um posto de atendimento do Tribunal levando os seguintes documentos: uma c\u00f3pia do CPF, do RG (ou da OAB no caso de advogado) e um comprovante de resid\u00eancia.\nAp\u00f3s o cadastro, o sistema encaminhar\u00e1 para o e-mail informado as instru\u00e7\u00f5es de cadastro de uma nova senha.\nPara mais informa\u00e7\u00f5es sobre como acessar o PJe, acesse a wiki em Acesso ao PJe.\nManuais\nAcesse os guias r\u00e1pidos para utiliza\u00e7\u00e3o do PJe, de acordo com o seu perfil de usu\u00e1rio, pelos links abaixo Advogados http://www.pje.jus.br/wiki/index.php/Manual_do_Advogado Tribunais, varas e outros \u00f3rg\u00e3os http://www.pje.jus.br/wiki/index.php/Manual_dos_Representantes Pessoas f\u00edsicas n\u00e3o servidores e pessoas jur\u00eddicas http://www.pje.jus.br/wiki/index.php/Manual_do_Usuario_sem_representacao Mais informa\u00e7\u00f5es podem ser encontradas em http://www.cnj.jus.br/wikipje/index.php\n\nAguarde a inicializa\u00e7\u00e3o do certificado digital.\n\nVersao 2.1.8.0_trf3_046 (build 3410) - pje_2g - f383cac3 - Atualizado em 28/07/2022 - 21:57\nSolicitar nova senha\n\nCPF / CNPJ\nEmail\n\nPrimeiro acesso\n\nO PJe permite o acesso com Certificado Digital e tamb\u00e9m atrav\u00e9s de login e senha.\n\nPara acessar o sistema utilizando login e senha (h\u00e1 restri\u00e7\u00f5es ao utilizar este tipo de acesso), por favor veja o Manual de configura\u00e7\u00e3o da utiliza\u00e7\u00e3o do PJe sem certificado digital em nossa wiki.\nCertificado Digital\nO certificado digital \u00e9 um dispositivo criptografico que armazena suas chaves p\u00fablicas e privadas, ou seja, a sua assinatura digital. Esse dispositivo pode ser um cart\u00e3o inteligente (smartcard) ou um token criptogr\u00e1fico.\nQuando utilizado um cart\u00e3o inteligente, \u00e9 necess\u00e1rio que o usu\u00e1rio disponha de uma leitora de smartcard devidamente instalada. Os aplicativos necess\u00e1rios \u00e0 utiliza\u00e7\u00e3o desses dispositivos devem ser fornecidos pela entidade onde foi adquirido o certificado digital.\nCertificado ICP-Brasil a assinatura de documentos no PJe somente pode ser feita utilizando certificados digitais do tipo A3, que pertence \u00e0 cadeia ICP-Brasil. A cadeia de certifica\u00e7\u00e3o deve ser instalada no computador do usu\u00e1rio, o que pode ser feito seguindo as instru\u00e7\u00f5es do reposit\u00f3rio das cadeias de certifica\u00e7\u00e3o do Instituto Nacional de Tecnologia da Informa\u00e7\u00e3o.\n\nVoc\u00ea pode utilizar o bot\u00e3o de Pr\u00e9-requisitos, que realizar\u00e1 um teste em seu computador, analisando os requisitos m\u00ednimos para se ter acesso ao PJe, inclusive a verifica\u00e7\u00e3o de seu certificado digital.\nOutros testes podem ser feitos no s\u00edtio de atendimento do contribuinte da Receita Federal do Brasil (e-CAC) ou utilizando o programa respons\u00e1vel pela administra\u00e7\u00e3o do certificado no seu computador.\nEm caso de problemas nos testes, ser\u00e1 necess\u00e1rio entrar em contato com seu fornecedor de certificado digital ou consultar um t\u00e9cnico especializado para configurar corretamente seu computador.\nEis alguns sites com dicas para instala\u00e7\u00e3o e configura\u00e7\u00e3o da leitora de certificados e de tokens criptogr\u00e1ficos: Certisign Autoridade Certificadora Brasileira de Registros Receita Federal do Brasil\nInstale os drivers da leitora de cart\u00e3o inteligente ou do token criptogr\u00e1fico. Instale a cadeia de certifica\u00e7\u00e3o da ICP-Brasil Instale o navegador Mozilla Firefox Instale ou atualize o Java Teste o uso de seu certificado digital no programa de gerenciamento do cart\u00e3o ou use a Verifica\u00e7\u00e3o de pr\u00e9-requisitos Este v\u00eddeo orienta o usu\u00e1rio sobre como proceder com rela\u00e7\u00e3o \u00e0 advert\u00eancia de seguran\u00e7a (site n\u00e3o confi\u00e1vel) emitida pelo browser.\n\nExistem duas formar de acesso ao PJe, com caracter\u00edsticas diferentes, dependendo das suas necessidades.\nO Push, permite apenas o recebimento de email, informando sobre as movimenta\u00e7\u00f5es dos seus processos.\nO acesso ao PJe pela tela de login com certificado digital \u00e9 a principal forma de acesso e permite, dentre outras coisas (dependendo do seu perfil de acesso), criar novos processos, inserir e abrir documentos em processos, responder intima\u00e7\u00f5es, receber e-mails informando sobre as movimenta\u00e7\u00f5es dos seus processos, etc.\nComo me cadastrar no Push?\nPara se cadastrar no Push \u00e9 necess\u00e1rio que o usu\u00e1rio n\u00e3o seja cadastrado no sistema com certificado digital ou com Usu\u00e1rio e Senha, pois o cadastro diretamente no PJe impede o cadastro no Push.\nCaso voc\u00ea seja cadastrado no PJe com certificado digital ou Usu\u00e1rio e Senha e queira acompanhar as movimenta\u00e7\u00f5es, acesse Menu Principal Processo Outras a\u00e7\u00f5es Incluir no PUSH\nProcedimentos para se cadastrar no Push Clique no link \"Push\", na tela inicial de login do PJe Clique no link \"Ainda n\u00e3o \u00e9 cadastrado?\", na tela do Push Insira o seu CPF, ou o CNPJ, e seu email (deve ser um e-mail v\u00e1lido, pois ser\u00e1 onde voc\u00ea receber\u00e1 o email de confirma\u00e7\u00e3o com o link para confirmar o cadastro) Clique em \"Confirmar\" Entre no email informado e abra o email enviado pelo Push e clique no link de confirma\u00e7ao ou copie e cole o link na barra de endere\u00e7o do seu navegador Preencha os seus dados pessoais e clique em \"Gravar\"\nComo me cadastrar no PJe?\nCom certificado digital\nPara se cadastrar no PJe \u00e9 necess\u00e1rio somente um certificado digital v\u00e1lido, do tipo A3, que perten\u00e7a \u00e0 cadeia ICP-Brasil (para mais explica\u00e7\u00f5es sobre os requisitos para acessar com certificado digital.\nProcedimentos para se cadastrar Insira o seu certificado digital em seu computador Na p\u00e1gina do PJe, clique no bot\u00e3o \"Certificado Digital\" Insira a senha do seu certificado digital Confirme as suas informa\u00e7\u00f5es pessoais no formul\u00e1rio apresentado Assine o \"Termo de Compromisso\". Ap\u00f3s seguir este procedimento, o seu cadastro estar\u00e1 terminado! Para acessar o sistema, clique novamente no bot\u00e3o \"Certificado Digital\", na tela de login do PJe\nCom login e senha Se voc\u00ea possui um certificado digital Insira o seu certificado digital em seu computador Na p\u00e1gina do PJe, clique no bot\u00e3o \"Certificado Digital\" Insira a senha do seu certificado digital Confirme as suas informa\u00e7\u00f5es pessoais no formul\u00e1rio apresentado Assine o \"Termo de Compromisso\" Na tela inicial de login do PJe, clique no bot\u00e3o \"Solicitar nova senha\" Informe o CPF/CNPJ e o e-mail cadastrado no PJe Clique no bot\u00e3o \"Solicitar\" Entre no e-mail informado e procure o e-mail enviado pelo PJe. Nele haver\u00e1 um link. Clique nele ou copie e cole o link na barra de endere\u00e7o do seu navegador Siga as instru\u00e7\u00f5es contidas no e-mail para o cadastro da sua senha Se voc\u00ea n\u00e3o possui certificado digital, por favor entre em contato com posto de atendimento do tribunal e obtenha as informa\u00e7\u00f5es necess\u00e1rias.\nBem-vindo ao PJe da Justi\u00e7a Federal da 3\u00aa Regi\u00e3o.\nEste canal se destina a aproximar o usu\u00e1rio do sistema Processo Judicial Eletr\u00f4nico \u2013 PJe na Justi\u00e7a Federal da 3\u00aa Regi\u00e3o.\nO servi\u00e7o de suporte ter\u00e1 a maior satisfa\u00e7\u00e3o em esclarecer d\u00favidas sobre a utiliza\u00e7\u00e3o do sistema e em receber cr\u00edticas ou sugest\u00f5es.\n\nAten\u00e7\u00e3o!!!\nA partir do dia 15 de fevereiro de 2018 o atendimento telef\u00f4nico ao p\u00fablico externo na Divis\u00e3o do PJe ser\u00e1 substitu\u00eddo por formul\u00e1rio disponibilizado na p\u00e1gina da internet da Terceira Regi\u00e3o.\nSuporte T\u00e9cnico do PJe: Clique_Aqui\n\nAntes de acessar o PJe, certifique-se de ter instalado o PJeOffice (download), compat\u00edvel com os principais navegadores e sistemas operacionais, para a correta leitura de seu certificado digital.\nAssista ao v\u00eddeo tutorial para instalar e configurar o PJeOffice: Clique_Aqui\n\nLink para download do aplicativo: Sistema Operacional Download\nPJe Office\nServidor CNJ\nServidor TRF3\nWindows pje-office.exe\n\npje-office.exe\nMacOS 64 Bits pje-office_x64.dmg\n\npje-office_x64.dmg\n\nOutros v\u00eddeos tutoriais:\nV\u00eddeo tutorial para cadastrar um Novo Processo: Clique_Aqui\nV\u00eddeo tutorial para impetrar Habeas Corpus no TRF3: Clique_Aqui\nRoteiro de Virtualiza\u00e7\u00e3o de Processo - Resolu\u00e7\u00e3o PRESI n\u00ba 142/2017: Clique_Aqui\nV\u00eddeo tutorial - Peticionar - Resposta de Prazo: Clique_Aqui\nV\u00eddeo tutorial - Peticionamento Avulso: Clique_Aqui\nV\u00eddeo tutorial - Juntar documentos: Clique_Aqui\nV\u00eddeo tutorial - Consulta de Processo e Consulta de Expediente: Clique_Aqui\nV\u00eddeo tutorial - Como efetuar download do processo em PDF: Clique_Aqui\n\nAcesse os manuais e guias r\u00e1pidos para utiliza\u00e7\u00e3o do PJe pelo link: http://www.trf3.jus.br/pje/?no_cache=1\nMais informa\u00e7\u00f5es podem ser encontradas em: http://www.pje.jus.br/wiki/index.php/P%C3%A1gina_principal\nServidores da JF3R devem entrar em contato com a Divis\u00e3o de Processo Judicial Eletr\u00f4nico - DPJe/TRF3R, atrav\u00e9s do callcenter para solicitar seu cadastro.\n\nFechar De que forma voc\u00ea gostaria de realizar assinatura digital e autentica\u00e7\u00e3o?\nModo utilizado atualmente no PJe, precisa ser instalado o Java no computador.\nClique aqui para instalar o PJeOffice.\nJ\u00e1 instalado em sua m\u00e1quina.\nVerificando ambiente...\nFechar Assinatura digital e autentica\u00e7\u00e3o utilizando PJeOffice\n\nClique aqui para instalar o PJeOffice.\nJ\u00e1 instalado em sua m\u00e1quina.\nVerificando ambiente...\n\nPJeOffice Indispon\u00edvel O aplicativo PJeOffice n\u00e3o est\u00e1 dispon\u00edvel!\n\nPor favor aguarde", "similar_texts_federais_bgem3": [ { "header": "Texto Similar 1 (C\u00edvel) - IdDocumentoCompleto: 5023397-46.2021.4.03.0000-199280524", "text": "Exibir navega\u00e7\u00e3o\nProcesso Judicial Eletr\u00f4nico\nEntrar Partes (Pessoa F\u00edsica) Formas de acesso Consulta processual Push Pr\u00e9-requisitos Manuais Fale conosco\n\nFale conosco\nBem-vindo ao PJe da Justi\u00e7a Federal da 3\u00aa Regi\u00e3o.\nEste canal se destina a aproximar o usu\u00e1rio do sistema Processo Judicial Eletr\u00f4nico \u2013 PJe na Justi\u00e7a Federal da 3\u00aa Regi\u00e3o.\nO servi\u00e7o de suporte ter\u00e1 a maior satisfa\u00e7\u00e3o em esclarecer d\u00favidas sobre a utiliza\u00e7\u00e3o do sistema e em receber cr\u00edticas ou sugest\u00f5es.\n\nAten\u00e7\u00e3o!!!\nA partir do dia 15 de fevereiro de 2018 o atendimento telef\u00f4nico ao p\u00fablico externo na Divis\u00e3o do PJe ser\u00e1 substitu\u00eddo por formul\u00e1rio disponibilizado na p\u00e1gina da internet da Terceira Regi\u00e3o.\nSuporte T\u00e9cnico do PJe: Clique_Aqui\n\nAntes de acessar o PJe, certifique-se de ter instalado o PJeOffice (download), compat\u00edvel com os principais navegadores e sistemas operacionais, para a correta leitura de seu certificado digital.\nAssista ao v\u00eddeo tutorial para instalar e configurar o PJeOffice: Clique_Aqui\n\nLink para download do aplicativo: Sistema Operacional Download\nPJe Office\nServidor CNJ\nServidor TRF3\nWindows pje-office.exe\n\npje-office.exe\nMacOS 64 Bits pje-office_x64.dmg\n\npje-office_x64.dmg\n\nOutros v\u00eddeos tutoriais:\nV\u00eddeo tutorial para cadastrar um Novo Processo: Clique_Aqui\nV\u00eddeo tutorial para impetrar Habeas Corpus no TRF3: Clique_Aqui\nRoteiro de Virtualiza\u00e7\u00e3o de Processo - Resolu\u00e7\u00e3o PRESI n\u00ba 142/2017: Clique_Aqui\nV\u00eddeo tutorial - Peticionar - Resposta de Prazo: Clique_Aqui\nV\u00eddeo tutorial - Peticionamento Avulso: Clique_Aqui\nV\u00eddeo tutorial - Juntar documentos: Clique_Aqui\nV\u00eddeo tutorial - Consulta de Processo e Consulta de Expediente: Clique_Aqui\nV\u00eddeo tutorial - Como efetuar download do processo em PDF: Clique_Aqui\n\nAcesse os manuais e guias r\u00e1pidos para utiliza\u00e7\u00e3o do PJe pelo link: http://www.trf3.jus.br/pje/?no_cache=1\nMais informa\u00e7\u00f5es podem ser encontradas em: http://www.pje.jus.br/wiki/index.php/P%C3%A1gina_principal\nServidores da JF3R devem entrar em contato com a Divis\u00e3o de Processo Judicial Eletr\u00f4nico - DPJe/TRF3R, atrav\u00e9s do callcenter para solicitar seu cadastro.\n\nProcesso Judicial Eletr\u00f4nico - TRF3 - 2\u00ba Grau\nTribunal Regional Federal da 3\u00aa Regi\u00e3o - 2\u00ba grau\n\nVoc\u00ea precisa estar logado para realizar esta opera\u00e7\u00e3o.\n\n16oL2lF5pqLiKxVCqtRKRYiScMcAnROv Modo de assinatura Java Applet PJeOffice\nSaiba como obter o certificado digital\n\nCPF | CNPJ\nSenha\nNova Senha Confirma\u00e7\u00e3o\nSolicitar nova senha\n\nVersao 2.1.8.0_trf3_046 (build 3410) - pje_2g - f383cac3 - Atualizado em 28/07/2022 - 21:57\nPr\u00e9-requisitos\nO PJe \u00e9 compat\u00edvel com os principais sistemas operacionais utilizados atualmente.\nPara acessar o PJe \u00e9 necess\u00e1rio possuir os seguintes itens:\n\nNavegador de Internet compat\u00edvel\n\nSeu navegador de Internet n\u00e3o foi homologado para o uso do PJe.\n\nVerificando se as popup's est\u00e3o habilitadas\n\nPopup's habilitadas\n\nPopup's desabilitadas em seu navegador de internet.\n\nJava e plugins instalados\n\nVerifique se o plugin java est\u00e1 habilitado em seu navegador de internet (menu complementos/plugins).\nCaso n\u00e3o esteja instalado, clique aqui e baixe a vers\u00e3o atualizada\nSen\u00e3o o seu navegador de internet n\u00e3o acessa o Certificado Digital. O seu navegador de internet acessar\u00e1 o PJe apenas por login e senha (h\u00e1 restri\u00e7\u00f5es ao utilizar este tipo de acesso)\n\nPJeOffice\n\nO PJeOffice est\u00e1 indispon\u00edvel ou n\u00e3o instalado\n1 - Para instalar o PJeOffice, clique aqui.\n2 - Para utilizar o Java Applet, clique aqui.\n\nVerificando o aplicativo...\nFormas de acesso Acesso com certificado digital\nPara se cadastrar no PJe \u00e9 necess\u00e1rio ter um certificado digital v\u00e1lido, do tipo A3, que perten\u00e7a \u00e0 cadeia ICP-Brasil, para mais informa\u00e7\u00f5es acesse o link Saiba como obter o certificado digital.\n\nProcedimentos para se cadastrar no PJe 1- Insira o seu certificado digital em seu computador. 2- Na p\u00e1gina de login do PJe, clique no bot\u00e3o Certificado digital. 3- Insira a senha do seu certificado digital. 4- Confirme as suas informa\u00e7\u00f5es pessoais no formul\u00e1rio apresentado. 5- Assine o Termo de Compromisso. Ap\u00f3s seguir este procedimento, o seu cadastro estar\u00e1 conclu\u00eddo.\nPara acessar o sistema, clique no bot\u00e3o Certificado digital na tela de login do PJe. Acesso com login e senha para quem j\u00e1 possui certificado digital\nPrimeiramente, \u00e9 necess\u00e1rio realizar o cadastro utilizando o certificado digital.\nPara acessar o sistema, clique no link \"Solicitar nova senha\" na tela de login do PJe, informe o CPF/CNPJ (apenas n\u00fameros), o e-mail cadastrado no sistema e clique no bot\u00e3o \"Solicitar\".\nO sistema encaminhar\u00e1 para o e-mail informado as instru\u00e7\u00f5es de cadastro de uma nova senha. Acesso para quem n\u00e3o possui o certificado digital\nPara quem que n\u00e3o possui certificado digital \u00e9 necess\u00e1rio dirigir-se pessoalmente a um posto de atendimento do Tribunal levando os seguintes documentos: uma c\u00f3pia do CPF, do RG (ou da OAB no caso de advogado) e um comprovante de resid\u00eancia.\nAp\u00f3s o cadastro, o sistema encaminhar\u00e1 para o e-mail informado as instru\u00e7\u00f5es de cadastro de uma nova senha.\nPara mais informa\u00e7\u00f5es sobre como acessar o PJe, acesse a wiki em Acesso ao PJe.\nManuais\nAcesse os guias r\u00e1pidos para utiliza\u00e7\u00e3o do PJe, de acordo com o seu perfil de usu\u00e1rio, pelos links abaixo Advogados http://www.pje.jus.br/wiki/index.php/Manual_do_Advogado Tribunais, varas e outros \u00f3rg\u00e3os http://www.pje.jus.br/wiki/index.php/Manual_dos_Representantes Pessoas f\u00edsicas n\u00e3o servidores e pessoas jur\u00eddicas http://www.pje.jus.br/wiki/index.php/Manual_do_Usuario_sem_representacao Mais informa\u00e7\u00f5es podem ser encontradas em http://www.cnj.jus.br/wikipje/index.php\n\nAguarde a inicializa\u00e7\u00e3o do certificado digital.\n\nVersao 2.1.8.0_trf3_046 (build 3410) - pje_2g - f383cac3 - Atualizado em 28/07/2022 - 21:57\nSolicitar nova senha\n\nCPF / CNPJ\nEmail\n\nPrimeiro acesso\n\nO PJe permite o acesso com Certificado Digital e tamb\u00e9m atrav\u00e9s de login e senha.\n\nPara acessar o sistema utilizando login e senha (h\u00e1 restri\u00e7\u00f5es ao utilizar este tipo de acesso), por favor veja o Manual de configura\u00e7\u00e3o da utiliza\u00e7\u00e3o do PJe sem certificado digital em nossa wiki.\nCertificado Digital\nO certificado digital \u00e9 um dispositivo criptografico que armazena suas chaves p\u00fablicas e privadas, ou seja, a sua assinatura digital. Esse dispositivo pode ser um cart\u00e3o inteligente (smartcard) ou um token criptogr\u00e1fico.\nQuando utilizado um cart\u00e3o inteligente, \u00e9 necess\u00e1rio que o usu\u00e1rio disponha de uma leitora de smartcard devidamente instalada. Os aplicativos necess\u00e1rios \u00e0 utiliza\u00e7\u00e3o desses dispositivos devem ser fornecidos pela entidade onde foi adquirido o certificado digital.\nCertificado ICP-Brasil a assinatura de documentos no PJe somente pode ser feita utilizando certificados digitais do tipo A3, que pertence \u00e0 cadeia ICP-Brasil. A cadeia de certifica\u00e7\u00e3o deve ser instalada no computador do usu\u00e1rio, o que pode ser feito seguindo as instru\u00e7\u00f5es do reposit\u00f3rio das cadeias de certifica\u00e7\u00e3o do Instituto Nacional de Tecnologia da Informa\u00e7\u00e3o.\n\nVoc\u00ea pode utilizar o bot\u00e3o de Pr\u00e9-requisitos, que realizar\u00e1 um teste em seu computador, analisando os requisitos m\u00ednimos para se ter acesso ao PJe, inclusive a verifica\u00e7\u00e3o de seu certificado digital.\nOutros testes podem ser feitos no s\u00edtio de atendimento do contribuinte da Receita Federal do Brasil (e-CAC) ou utilizando o programa respons\u00e1vel pela administra\u00e7\u00e3o do certificado no seu computador.\nEm caso de problemas nos testes, ser\u00e1 necess\u00e1rio entrar em contato com seu fornecedor de certificado digital ou consultar um t\u00e9cnico especializado para configurar corretamente seu computador.\nEis alguns sites com dicas para instala\u00e7\u00e3o e configura\u00e7\u00e3o da leitora de certificados e de tokens criptogr\u00e1ficos: Certisign Autoridade Certificadora Brasileira de Registros Receita Federal do Brasil\nInstale os drivers da leitora de cart\u00e3o inteligente ou do token criptogr\u00e1fico. Instale a cadeia de certifica\u00e7\u00e3o da ICP-Brasil Instale o navegador Mozilla Firefox Instale ou atualize o Java Teste o uso de seu certificado digital no programa de gerenciamento do cart\u00e3o ou use a Verifica\u00e7\u00e3o de pr\u00e9-requisitos Este v\u00eddeo orienta o usu\u00e1rio sobre como proceder com rela\u00e7\u00e3o \u00e0 advert\u00eancia de seguran\u00e7a (site n\u00e3o confi\u00e1vel) emitida pelo browser.\n\nExistem duas formar de acesso ao PJe, com caracter\u00edsticas diferentes, dependendo das suas necessidades.\nO Push, permite apenas o recebimento de email, informando sobre as movimenta\u00e7\u00f5es dos seus processos.\nO acesso ao PJe pela tela de login com certificado digital \u00e9 a principal forma de acesso e permite, dentre outras coisas (dependendo do seu perfil de acesso), criar novos processos, inserir e abrir documentos em processos, responder intima\u00e7\u00f5es, receber e-mails informando sobre as movimenta\u00e7\u00f5es dos seus processos, etc.\nComo me cadastrar no Push?\nPara se cadastrar no Push \u00e9 necess\u00e1rio que o usu\u00e1rio n\u00e3o seja cadastrado no sistema com certificado digital ou com Usu\u00e1rio e Senha, pois o cadastro diretamente no PJe impede o cadastro no Push.\nCaso voc\u00ea seja cadastrado no PJe com certificado digital ou Usu\u00e1rio e Senha e queira acompanhar as movimenta\u00e7\u00f5es, acesse Menu Principal Processo Outras a\u00e7\u00f5es Incluir no PUSH\nProcedimentos para se cadastrar no Push Clique no link \"Push\", na tela inicial de login do PJe Clique no link \"Ainda n\u00e3o \u00e9 cadastrado?\", na tela do Push Insira o seu CPF, ou o CNPJ, e seu email (deve ser um e-mail v\u00e1lido, pois ser\u00e1 onde voc\u00ea receber\u00e1 o email de confirma\u00e7\u00e3o com o link para confirmar o cadastro) Clique em \"Confirmar\" Entre no email informado e abra o email enviado pelo Push e clique no link de confirma\u00e7ao ou copie e cole o link na barra de endere\u00e7o do seu navegador Preencha os seus dados pessoais e clique em \"Gravar\"\nComo me cadastrar no PJe?\nCom certificado digital\nPara se cadastrar no PJe \u00e9 necess\u00e1rio somente um certificado digital v\u00e1lido, do tipo A3, que perten\u00e7a \u00e0 cadeia ICP-Brasil (para mais explica\u00e7\u00f5es sobre os requisitos para acessar com certificado digital.\nProcedimentos para se cadastrar Insira o seu certificado digital em seu computador Na p\u00e1gina do PJe, clique no bot\u00e3o \"Certificado Digital\" Insira a senha do seu certificado digital Confirme as suas informa\u00e7\u00f5es pessoais no formul\u00e1rio apresentado Assine o \"Termo de Compromisso\". Ap\u00f3s seguir este procedimento, o seu cadastro estar\u00e1 terminado! Para acessar o sistema, clique novamente no bot\u00e3o \"Certificado Digital\", na tela de login do PJe\nCom login e senha Se voc\u00ea possui um certificado digital Insira o seu certificado digital em seu computador Na p\u00e1gina do PJe, clique no bot\u00e3o \"Certificado Digital\" Insira a senha do seu certificado digital Confirme as suas informa\u00e7\u00f5es pessoais no formul\u00e1rio apresentado Assine o \"Termo de Compromisso\" Na tela inicial de login do PJe, clique no bot\u00e3o \"Solicitar nova senha\" Informe o CPF/CNPJ e o e-mail cadastrado no PJe Clique no bot\u00e3o \"Solicitar\" Entre no e-mail informado e procure o e-mail enviado pelo PJe. Nele haver\u00e1 um link. Clique nele ou copie e cole o link na barra de endere\u00e7o do seu navegador Siga as instru\u00e7\u00f5es contidas no e-mail para o cadastro da sua senha Se voc\u00ea n\u00e3o possui certificado digital, por favor entre em contato com posto de atendimento do tribunal e obtenha as informa\u00e7\u00f5es necess\u00e1rias.\nBem-vindo ao PJe da Justi\u00e7a Federal da 3\u00aa Regi\u00e3o.\nEste canal se destina a aproximar o usu\u00e1rio do sistema Processo Judicial Eletr\u00f4nico \u2013 PJe na Justi\u00e7a Federal da 3\u00aa Regi\u00e3o.\nO servi\u00e7o de suporte ter\u00e1 a maior satisfa\u00e7\u00e3o em esclarecer d\u00favidas sobre a utiliza\u00e7\u00e3o do sistema e em receber cr\u00edticas ou sugest\u00f5es.\n\nAten\u00e7\u00e3o!!!\nA partir do dia 15 de fevereiro de 2018 o atendimento telef\u00f4nico ao p\u00fablico externo na Divis\u00e3o do PJe ser\u00e1 substitu\u00eddo por formul\u00e1rio disponibilizado na p\u00e1gina da internet da Terceira Regi\u00e3o.\nSuporte T\u00e9cnico do PJe: Clique_Aqui\n\nAntes de acessar o PJe, certifique-se de ter instalado o PJeOffice (download), compat\u00edvel com os principais navegadores e sistemas operacionais, para a correta leitura de seu certificado digital.\nAssista ao v\u00eddeo tutorial para instalar e configurar o PJeOffice: Clique_Aqui\n\nLink para download do aplicativo: Sistema Operacional Download\nPJe Office\nServidor CNJ\nServidor TRF3\nWindows pje-office.exe\n\npje-office.exe\nMacOS 64 Bits pje-office_x64.dmg\n\npje-office_x64.dmg\n\nOutros v\u00eddeos tutoriais:\nV\u00eddeo tutorial para cadastrar um Novo Processo: Clique_Aqui\nV\u00eddeo tutorial para impetrar Habeas Corpus no TRF3: Clique_Aqui\nRoteiro de Virtualiza\u00e7\u00e3o de Processo - Resolu\u00e7\u00e3o PRESI n\u00ba 142/2017: Clique_Aqui\nV\u00eddeo tutorial - Peticionar - Resposta de Prazo: Clique_Aqui\nV\u00eddeo tutorial - Peticionamento Avulso: Clique_Aqui\nV\u00eddeo tutorial - Juntar documentos: Clique_Aqui\nV\u00eddeo tutorial - Consulta de Processo e Consulta de Expediente: Clique_Aqui\nV\u00eddeo tutorial - Como efetuar download do processo em PDF: Clique_Aqui\n\nAcesse os manuais e guias r\u00e1pidos para utiliza\u00e7\u00e3o do PJe pelo link: http://www.trf3.jus.br/pje/?no_cache=1\nMais informa\u00e7\u00f5es podem ser encontradas em: http://www.pje.jus.br/wiki/index.php/P%C3%A1gina_principal\nServidores da JF3R devem entrar em contato com a Divis\u00e3o de Processo Judicial Eletr\u00f4nico - DPJe/TRF3R, atrav\u00e9s do callcenter para solicitar seu cadastro.\n\nFechar De que forma voc\u00ea gostaria de realizar assinatura digital e autentica\u00e7\u00e3o?\nModo utilizado atualmente no PJe, precisa ser instalado o Java no computador.\nClique aqui para instalar o PJeOffice.\nJ\u00e1 instalado em sua m\u00e1quina.\nVerificando ambiente...\nFechar Assinatura digital e autentica\u00e7\u00e3o utilizando PJeOffice\n\nClique aqui para instalar o PJeOffice.\nJ\u00e1 instalado em sua m\u00e1quina.\nVerificando ambiente...\n\nPJeOffice Indispon\u00edvel O aplicativo PJeOffice n\u00e3o est\u00e1 dispon\u00edvel!\n\nPor favor aguarde" }, { "header": "Texto Similar 2 (C\u00edvel) - IdDocumentoCompleto: 0021185-59.2019.4.01.3300-1286804014", "text": "Exibir navega\u00e7\u00e3o\nProcesso Judicial Eletr\u00f4nico\nEntrar Formas de acesso Consulta processual Push Pr\u00e9-requisitos Manuais Fale conosco\n\nFale conosco\nInforma\u00e7\u00f5es Fale Conosco\nProcedimentos para abrir solicita\u00e7\u00e3o:\n1) Usu\u00e1rios externos: entrar em contato pelo telefone 61-3314-1620 ou encaminhar e-mail \u00e0 Central de Servi\u00e7os de Tecnologia da Informa\u00e7\u00e3o (csti@trf1.jus.br), com sugest\u00f5es, d\u00favidas ou relato de problemas t\u00e9cnicos, nesta hip\u00f3tese acompanhado de PrintScreen da tela de erro e descri\u00e7\u00e3o dos procedimentos realizados, com data e hor\u00e1rio da ocorr\u00eancia. Informamos que o e-mail da CSTI n\u00e3o poder\u00e1 ser utilizado para fins de peticionamento, de forma que documentos recebidos nesse sentido ser\u00e3o imediatamente descartados;\n2) Usu\u00e1rios internos: demandas relativas ao PJe, de qualquer natureza, devem ser encaminhadas via e-Sosti, observando-se, nos casos de problema t\u00e9cnico, a necessidade de anexar PrintScreen da tela de erro e descri\u00e7\u00e3o dos procedimentos realizados, com data e hor\u00e1rio da ocorr\u00eancia.\n\nJusti\u00e7a Federal da 1\u00aa Regi\u00e3o\nVaras e Juizados (1\u00ba grau)\n\nVoc\u00ea precisa estar logado para realizar esta opera\u00e7\u00e3o.\n\nLLFHd1mmgj1SNADAmiTzaOUjvvowTO2n Modo de assinatura Java Applet PJeOffice\nSaiba como obter o certificado digital\n\nCPF | CNPJ\nSenha\nNova Senha Confirma\u00e7\u00e3o\nSolicitar nova senha\n\nVersao 2.1.10.0-SNAPSHOT_TRF1 (8a14750c) - Atualizado em 16/08/2022 - 23:54 -\nPr\u00e9-requisitos\nO PJe \u00e9 compat\u00edvel com os principais sistemas operacionais utilizados atualmente.\nPara acessar o PJe \u00e9 necess\u00e1rio possuir os seguintes itens:\n\nNavegador de Internet compat\u00edvel\n\nSeu navegador de Internet n\u00e3o foi homologado para o uso do PJe. Recomendamos que utilize o Mozilla Firefox\n\nVerificando se as popup's est\u00e3o habilitadas\n\nPopup's habilitadas\n\nPopup's desabilitadas em seu navegador de internet. No navegador Firefox, verifique em menu op\u00e7\u00f5es/conte\u00fado\n\nJava e plugins instalados\n\nVerifique se o plugin java est\u00e1 habilitado em seu navegador de internet (menu complementos/plugins).\nCaso n\u00e3o esteja instalado, clique aqui e baixe a vers\u00e3o atualizada\nSen\u00e3o o seu navegador de internet n\u00e3o acessa o Certificado Digital. Recomendamos utilizar o Mozilla Firefox. O seu navegador de internet acessar\u00e1 o PJe apenas por login e senha (h\u00e1 restri\u00e7\u00f5es ao utilizar este tipo de acesso)\n\nPJeOffice\n\nO PJeOffice est\u00e1 indispon\u00edvel ou n\u00e3o instalado\n1 - Para instalar o PJeOffice, clique aqui.\n2 - Para utilizar o Java Applet, clique aqui.\n\nVerificando o aplicativo...\nFormas de acesso Acesso com certificado digital\nPara se cadastrar no PJe \u00e9 necess\u00e1rio ter um certificado digital v\u00e1lido, do tipo A3, que perten\u00e7a \u00e0 cadeia ICP-Brasil, para mais informa\u00e7\u00f5es acesse o link Saiba como obter o certificado digital.\n\nProcedimentos para se cadastrar no PJe 1- Insira o seu certificado digital em seu computador. 2- Na p\u00e1gina de login do PJe, clique no bot\u00e3o Certificado digital. 3- Insira a senha do seu certificado digital. 4- Confirme as suas informa\u00e7\u00f5es pessoais no formul\u00e1rio apresentado. 5- Assine o Termo de Compromisso. Ap\u00f3s seguir este procedimento, o seu cadastro estar\u00e1 conclu\u00eddo.\nPara acessar o sistema, clique no bot\u00e3o Certificado digital na tela de login do PJe. Acesso com login e senha para quem j\u00e1 possui certificado digital\nPrimeiramente, \u00e9 necess\u00e1rio realizar o cadastro utilizando o certificado digital.\nPara acessar o sistema, clique no link \"Solicitar nova senha\" na tela de login do PJe, informe o CPF/CNPJ (apenas n\u00fameros), o e-mail cadastrado no sistema e clique no bot\u00e3o \"Solicitar\".\nO sistema encaminhar\u00e1 para o e-mail informado as instru\u00e7\u00f5es de cadastro de uma nova senha. Acesso para quem n\u00e3o possui o certificado digital\nPara quem que n\u00e3o possui certificado digital \u00e9 necess\u00e1rio dirigir-se pessoalmente a um posto de atendimento do Tribunal levando os seguintes documentos: uma c\u00f3pia do CPF, do RG (ou da OAB no caso de advogado) e um comprovante de resid\u00eancia.\nAp\u00f3s o cadastro, o sistema encaminhar\u00e1 para o e-mail informado as instru\u00e7\u00f5es de cadastro de uma nova senha.\nPara mais informa\u00e7\u00f5es sobre como acessar o PJe, acesse a wiki em Acesso ao PJe.\nManuais\nAcesse os guias r\u00e1pidos para utiliza\u00e7\u00e3o do PJe, de acordo com o seu perfil de usu\u00e1rio, pelos links abaixo Advogados http://www.pje.jus.br/wiki/index.php/Manual_do_Advogado Tribunais, varas e outros \u00f3rg\u00e3os http://www.pje.jus.br/wiki/index.php/Manual_dos_Representantes Pessoas f\u00edsicas n\u00e3o servidores e pessoas jur\u00eddicas http://www.pje.jus.br/wiki/index.php/Manual_do_Usuario_sem_representacao Mais informa\u00e7\u00f5es podem ser encontradas em http://www.cnj.jus.br/wikipje/index.php\n\nAguarde a inicializa\u00e7\u00e3o do certificado digital.\n\nVersao 2.1.10.0-SNAPSHOT_TRF1 (8a14750c) - Atualizado em 16/08/2022 - 23:54\nSolicitar nova senha\n\nCPF / CNPJ\nEmail\n\nPrimeiro acesso\n\nO PJe permite o acesso com Certificado Digital e tamb\u00e9m atrav\u00e9s de login e senha.\n\nPara acessar o sistema utilizando login e senha (h\u00e1 restri\u00e7\u00f5es ao utilizar este tipo de acesso), por favor veja o Manual de configura\u00e7\u00e3o da utiliza\u00e7\u00e3o do PJe sem certificado digital em nossa wiki.\nCertificado Digital\nO certificado digital \u00e9 um dispositivo criptografico que armazena suas chaves p\u00fablicas e privadas, ou seja, a sua assinatura digital. Esse dispositivo pode ser um cart\u00e3o inteligente (smartcard) ou um token criptogr\u00e1fico.\nQuando utilizado um cart\u00e3o inteligente, \u00e9 necess\u00e1rio que o usu\u00e1rio disponha de uma leitora de smartcard devidamente instalada. Os aplicativos necess\u00e1rios \u00e0 utiliza\u00e7\u00e3o desses dispositivos devem ser fornecidos pela entidade onde foi adquirido o certificado digital.\nCertificado ICP-Brasil a assinatura de documentos no PJe somente pode ser feita utilizando certificados digitais do tipo A3, que pertence \u00e0 cadeia ICP-Brasil. A cadeia de certifica\u00e7\u00e3o deve ser instalada no computador do usu\u00e1rio, o que pode ser feito seguindo as instru\u00e7\u00f5es do reposit\u00f3rio das cadeias de certifica\u00e7\u00e3o do Instituto Nacional de Tecnologia da Informa\u00e7\u00e3o.\n\nVoc\u00ea pode utilizar o bot\u00e3o de Pr\u00e9-requisitos, que realizar\u00e1 um teste em seu computador, analisando os requisitos m\u00ednimos para se ter acesso ao PJe, inclusive a verifica\u00e7\u00e3o de seu certificado digital.\nOutros testes podem ser feitos no s\u00edtio de atendimento do contribuinte da Receita Federal do Brasil (e-CAC) ou utilizando o programa respons\u00e1vel pela administra\u00e7\u00e3o do certificado no seu computador.\nEm caso de problemas nos testes, ser\u00e1 necess\u00e1rio entrar em contato com seu fornecedor de certificado digital ou consultar um t\u00e9cnico especializado para configurar corretamente seu computador.\nEis alguns sites com dicas para instala\u00e7\u00e3o e configura\u00e7\u00e3o da leitora de certificados e de tokens criptogr\u00e1ficos: Certisign Autoridade Certificadora Brasileira de Registros Receita Federal do Brasil\nInstale os drivers da leitora de cart\u00e3o inteligente ou do token criptogr\u00e1fico. Instale a cadeia de certifica\u00e7\u00e3o da ICP-Brasil Instale o navegador Mozilla Firefox Instale ou atualize o Java Teste o uso de seu certificado digital no programa de gerenciamento do cart\u00e3o ou use a Verifica\u00e7\u00e3o de pr\u00e9-requisitos Este v\u00eddeo orienta o usu\u00e1rio sobre como proceder com rela\u00e7\u00e3o \u00e0 advert\u00eancia de seguran\u00e7a (site n\u00e3o confi\u00e1vel) emitida pelo browser.\n\nExistem duas formar de acesso ao PJe, com caracter\u00edsticas diferentes, dependendo das suas necessidades.\nO Push, permite apenas o recebimento de email, informando sobre as movimenta\u00e7\u00f5es dos seus processos.\nO acesso ao PJe pela tela de login com certificado digital \u00e9 a principal forma de acesso e permite, dentre outras coisas (dependendo do seu perfil de acesso), criar novos processos, inserir e abrir documentos em processos, responder intima\u00e7\u00f5es, receber e-mails informando sobre as movimenta\u00e7\u00f5es dos seus processos, etc.\nComo me cadastrar no Push?\nPara se cadastrar no Push \u00e9 necess\u00e1rio que o usu\u00e1rio n\u00e3o seja cadastrado no sistema com certificado digital ou com Usu\u00e1rio e Senha, pois o cadastro diretamente no PJe impede o cadastro no Push.\nCaso voc\u00ea seja cadastrado no PJe com certificado digital ou Usu\u00e1rio e Senha e queira acompanhar as movimenta\u00e7\u00f5es, acesse Menu Principal Processo Outras a\u00e7\u00f5es Incluir no PUSH\nProcedimentos para se cadastrar no Push Clique no link \"Push\", na tela inicial de login do PJe Clique no link \"Ainda n\u00e3o \u00e9 cadastrado?\", na tela do Push Insira o seu CPF, ou o CNPJ, e seu email (deve ser um e-mail v\u00e1lido, pois ser\u00e1 onde voc\u00ea receber\u00e1 o email de confirma\u00e7\u00e3o com o link para confirmar o cadastro) Clique em \"Confirmar\" Entre no email informado e abra o email enviado pelo Push e clique no link de confirma\u00e7ao ou copie e cole o link na barra de endere\u00e7o do seu navegador Preencha os seus dados pessoais e clique em \"Gravar\"\nComo me cadastrar no PJe?\nCom certificado digital\nPara se cadastrar no PJe \u00e9 necess\u00e1rio somente um certificado digital v\u00e1lido, do tipo A3, que perten\u00e7a \u00e0 cadeia ICP-Brasil (para mais explica\u00e7\u00f5es sobre os requisitos para acessar com certificado digital.\nProcedimentos para se cadastrar Insira o seu certificado digital em seu computador Na p\u00e1gina do PJe, clique no bot\u00e3o \"Certificado Digital\" Insira a senha do seu certificado digital Confirme as suas informa\u00e7\u00f5es pessoais no formul\u00e1rio apresentado Assine o \"Termo de Compromisso\". Ap\u00f3s seguir este procedimento, o seu cadastro estar\u00e1 terminado! Para acessar o sistema, clique novamente no bot\u00e3o \"Certificado Digital\", na tela de login do PJe\nCom login e senha Se voc\u00ea possui um certificado digital Insira o seu certificado digital em seu computador Na p\u00e1gina do PJe, clique no bot\u00e3o \"Certificado Digital\" Insira a senha do seu certificado digital Confirme as suas informa\u00e7\u00f5es pessoais no formul\u00e1rio apresentado Assine o \"Termo de Compromisso\" Na tela inicial de login do PJe, clique no bot\u00e3o \"Solicitar nova senha\" Informe o CPF/CNPJ e o e-mail cadastrado no PJe Clique no bot\u00e3o \"Solicitar\" Entre no e-mail informado e procure o e-mail enviado pelo PJe. Nele haver\u00e1 um link. Clique nele ou copie e cole o link na barra de endere\u00e7o do seu navegador Siga as instru\u00e7\u00f5es contidas no e-mail para o cadastro da sua senha Se voc\u00ea n\u00e3o possui certificado digital, por favor entre em contato com posto de atendimento do tribunal e obtenha as informa\u00e7\u00f5es necess\u00e1rias.\nInforma\u00e7\u00f5es Fale Conosco\nProcedimentos para abrir solicita\u00e7\u00e3o:\n1) Usu\u00e1rios externos: entrar em contato pelo telefone 61-3314-1620 ou encaminhar e-mail \u00e0 Central de Servi\u00e7os de Tecnologia da Informa\u00e7\u00e3o (csti@trf1.jus.br), com sugest\u00f5es, d\u00favidas ou relato de problemas t\u00e9cnicos, nesta hip\u00f3tese acompanhado de PrintScreen da tela de erro e descri\u00e7\u00e3o dos procedimentos realizados, com data e hor\u00e1rio da ocorr\u00eancia. Informamos que o e-mail da CSTI n\u00e3o poder\u00e1 ser utilizado para fins de peticionamento, de forma que documentos recebidos nesse sentido ser\u00e3o imediatamente descartados;\n2) Usu\u00e1rios internos: demandas relativas ao PJe, de qualquer natureza, devem ser encaminhadas via e-Sosti, observando-se, nos casos de problema t\u00e9cnico, a necessidade de anexar PrintScreen da tela de erro e descri\u00e7\u00e3o dos procedimentos realizados, com data e hor\u00e1rio da ocorr\u00eancia.\n\nFechar De que forma voc\u00ea gostaria de realizar assinatura digital e autentica\u00e7\u00e3o?\nModo utilizado atualmente no PJe, precisa ser instalado o Java no computador.\nClique aqui para instalar o PJeOffice.\nJ\u00e1 instalado em sua m\u00e1quina.\nVerificando ambiente...\nFechar Assinatura digital e autentica\u00e7\u00e3o utilizando PJeOffice\n\nClique aqui para instalar o PJeOffice.\nJ\u00e1 instalado em sua m\u00e1quina.\nVerificando ambiente...\n\nPJeOffice Indispon\u00edvel O aplicativo PJeOffice n\u00e3o est\u00e1 dispon\u00edvel!\n\nPor favor aguarde" }, { "header": "Texto Similar 3 (C\u00edvel) - IdDocumentoCompleto: 0002565-93.2015.4.01.3508-985690191", "text": "Exibir navega\u00e7\u00e3o\nProcesso Judicial Eletr\u00f4nico\nEntrar Formas de acesso Consulta processual Push Pr\u00e9-requisitos Manuais Fale conosco\n\nFale conosco\nInforma\u00e7\u00f5es Fale Conosco\nProcedimentos para abrir solicita\u00e7\u00e3o:\n1) Usu\u00e1rios externos: entrar em contato pelo telefone 61-3314-1620 ou encaminhar e-mail \u00e0 Central de Servi\u00e7os de Tecnologia da Informa\u00e7\u00e3o (csti@trf1.jus.br), com sugest\u00f5es, d\u00favidas ou relato de problemas t\u00e9cnicos, nesta hip\u00f3tese acompanhado de PrintScreen da tela de erro e descri\u00e7\u00e3o dos procedimentos realizados, com data e hor\u00e1rio da ocorr\u00eancia. Informamos que o e-mail da CSTI n\u00e3o poder\u00e1 ser utilizado para fins de peticionamento, de forma que documentos recebidos nesse sentido ser\u00e3o imediatamente descartados;\n2) Usu\u00e1rios internos: demandas relativas ao PJe, de qualquer natureza, devem ser encaminhadas via e-Sosti, observando-se, nos casos de problema t\u00e9cnico, a necessidade de anexar PrintScreen da tela de erro e descri\u00e7\u00e3o dos procedimentos realizados, com data e hor\u00e1rio da ocorr\u00eancia.\n\nJusti\u00e7a Federal da 1\u00aa Regi\u00e3o\nVaras e Juizados (1\u00ba grau)\n\nVoc\u00ea precisa estar logado para realizar esta opera\u00e7\u00e3o.\n\nPCHBpPMLuwmawkfaT163Ek5FHE61v9BE Modo de assinatura Java Applet PJeOffice\nSaiba como obter o certificado digital\n\nCPF | CNPJ\nSenha\nNova Senha Confirma\u00e7\u00e3o\nSolicitar nova senha\n\nVersao 2.1.10.0-SNAPSHOT_TRF1 (8a14750c) - Atualizado em 16/08/2022 - 23:54 -\nPr\u00e9-requisitos\nO PJe \u00e9 compat\u00edvel com os principais sistemas operacionais utilizados atualmente.\nPara acessar o PJe \u00e9 necess\u00e1rio possuir os seguintes itens:\n\nNavegador de Internet compat\u00edvel\n\nSeu navegador de Internet n\u00e3o foi homologado para o uso do PJe. Recomendamos que utilize o Mozilla Firefox\n\nVerificando se as popup's est\u00e3o habilitadas\n\nPopup's habilitadas\n\nPopup's desabilitadas em seu navegador de internet. No navegador Firefox, verifique em menu op\u00e7\u00f5es/conte\u00fado\n\nJava e plugins instalados\n\nVerifique se o plugin java est\u00e1 habilitado em seu navegador de internet (menu complementos/plugins).\nCaso n\u00e3o esteja instalado, clique aqui e baixe a vers\u00e3o atualizada\nSen\u00e3o o seu navegador de internet n\u00e3o acessa o Certificado Digital. Recomendamos utilizar o Mozilla Firefox. O seu navegador de internet acessar\u00e1 o PJe apenas por login e senha (h\u00e1 restri\u00e7\u00f5es ao utilizar este tipo de acesso)\n\nPJeOffice\n\nO PJeOffice est\u00e1 indispon\u00edvel ou n\u00e3o instalado\n1 - Para instalar o PJeOffice, clique aqui.\n2 - Para utilizar o Java Applet, clique aqui.\n\nVerificando o aplicativo...\nFormas de acesso Acesso com certificado digital\nPara se cadastrar no PJe \u00e9 necess\u00e1rio ter um certificado digital v\u00e1lido, do tipo A3, que perten\u00e7a \u00e0 cadeia ICP-Brasil, para mais informa\u00e7\u00f5es acesse o link Saiba como obter o certificado digital.\n\nProcedimentos para se cadastrar no PJe 1- Insira o seu certificado digital em seu computador. 2- Na p\u00e1gina de login do PJe, clique no bot\u00e3o Certificado digital. 3- Insira a senha do seu certificado digital. 4- Confirme as suas informa\u00e7\u00f5es pessoais no formul\u00e1rio apresentado. 5- Assine o Termo de Compromisso. Ap\u00f3s seguir este procedimento, o seu cadastro estar\u00e1 conclu\u00eddo.\nPara acessar o sistema, clique no bot\u00e3o Certificado digital na tela de login do PJe. Acesso com login e senha para quem j\u00e1 possui certificado digital\nPrimeiramente, \u00e9 necess\u00e1rio realizar o cadastro utilizando o certificado digital.\nPara acessar o sistema, clique no link \"Solicitar nova senha\" na tela de login do PJe, informe o CPF/CNPJ (apenas n\u00fameros), o e-mail cadastrado no sistema e clique no bot\u00e3o \"Solicitar\".\nO sistema encaminhar\u00e1 para o e-mail informado as instru\u00e7\u00f5es de cadastro de uma nova senha. Acesso para quem n\u00e3o possui o certificado digital\nPara quem que n\u00e3o possui certificado digital \u00e9 necess\u00e1rio dirigir-se pessoalmente a um posto de atendimento do Tribunal levando os seguintes documentos: uma c\u00f3pia do CPF, do RG (ou da OAB no caso de advogado) e um comprovante de resid\u00eancia.\nAp\u00f3s o cadastro, o sistema encaminhar\u00e1 para o e-mail informado as instru\u00e7\u00f5es de cadastro de uma nova senha.\nPara mais informa\u00e7\u00f5es sobre como acessar o PJe, acesse a wiki em Acesso ao PJe.\nManuais\nAcesse os guias r\u00e1pidos para utiliza\u00e7\u00e3o do PJe, de acordo com o seu perfil de usu\u00e1rio, pelos links abaixo Advogados http://www.pje.jus.br/wiki/index.php/Manual_do_Advogado Tribunais, varas e outros \u00f3rg\u00e3os http://www.pje.jus.br/wiki/index.php/Manual_dos_Representantes Pessoas f\u00edsicas n\u00e3o servidores e pessoas jur\u00eddicas http://www.pje.jus.br/wiki/index.php/Manual_do_Usuario_sem_representacao Mais informa\u00e7\u00f5es podem ser encontradas em http://www.cnj.jus.br/wikipje/index.php\n\nAguarde a inicializa\u00e7\u00e3o do certificado digital.\n\nVersao 2.1.10.0-SNAPSHOT_TRF1 (8a14750c) - Atualizado em 16/08/2022 - 23:54\nSolicitar nova senha\n\nCPF / CNPJ\nEmail\n\nPrimeiro acesso\n\nO PJe permite o acesso com Certificado Digital e tamb\u00e9m atrav\u00e9s de login e senha.\n\nPara acessar o sistema utilizando login e senha (h\u00e1 restri\u00e7\u00f5es ao utilizar este tipo de acesso), por favor veja o Manual de configura\u00e7\u00e3o da utiliza\u00e7\u00e3o do PJe sem certificado digital em nossa wiki.\nCertificado Digital\nO certificado digital \u00e9 um dispositivo criptografico que armazena suas chaves p\u00fablicas e privadas, ou seja, a sua assinatura digital. Esse dispositivo pode ser um cart\u00e3o inteligente (smartcard) ou um token criptogr\u00e1fico.\nQuando utilizado um cart\u00e3o inteligente, \u00e9 necess\u00e1rio que o usu\u00e1rio disponha de uma leitora de smartcard devidamente instalada. Os aplicativos necess\u00e1rios \u00e0 utiliza\u00e7\u00e3o desses dispositivos devem ser fornecidos pela entidade onde foi adquirido o certificado digital.\nCertificado ICP-Brasil a assinatura de documentos no PJe somente pode ser feita utilizando certificados digitais do tipo A3, que pertence \u00e0 cadeia ICP-Brasil. A cadeia de certifica\u00e7\u00e3o deve ser instalada no computador do usu\u00e1rio, o que pode ser feito seguindo as instru\u00e7\u00f5es do reposit\u00f3rio das cadeias de certifica\u00e7\u00e3o do Instituto Nacional de Tecnologia da Informa\u00e7\u00e3o.\n\nVoc\u00ea pode utilizar o bot\u00e3o de Pr\u00e9-requisitos, que realizar\u00e1 um teste em seu computador, analisando os requisitos m\u00ednimos para se ter acesso ao PJe, inclusive a verifica\u00e7\u00e3o de seu certificado digital.\nOutros testes podem ser feitos no s\u00edtio de atendimento do contribuinte da Receita Federal do Brasil (e-CAC) ou utilizando o programa respons\u00e1vel pela administra\u00e7\u00e3o do certificado no seu computador.\nEm caso de problemas nos testes, ser\u00e1 necess\u00e1rio entrar em contato com seu fornecedor de certificado digital ou consultar um t\u00e9cnico especializado para configurar corretamente seu computador.\nEis alguns sites com dicas para instala\u00e7\u00e3o e configura\u00e7\u00e3o da leitora de certificados e de tokens criptogr\u00e1ficos: Certisign Autoridade Certificadora Brasileira de Registros Receita Federal do Brasil\nInstale os drivers da leitora de cart\u00e3o inteligente ou do token criptogr\u00e1fico. Instale a cadeia de certifica\u00e7\u00e3o da ICP-Brasil Instale o navegador Mozilla Firefox Instale ou atualize o Java Teste o uso de seu certificado digital no programa de gerenciamento do cart\u00e3o ou use a Verifica\u00e7\u00e3o de pr\u00e9-requisitos Este v\u00eddeo orienta o usu\u00e1rio sobre como proceder com rela\u00e7\u00e3o \u00e0 advert\u00eancia de seguran\u00e7a (site n\u00e3o confi\u00e1vel) emitida pelo browser.\n\nExistem duas formar de acesso ao PJe, com caracter\u00edsticas diferentes, dependendo das suas necessidades.\nO Push, permite apenas o recebimento de email, informando sobre as movimenta\u00e7\u00f5es dos seus processos.\nO acesso ao PJe pela tela de login com certificado digital \u00e9 a principal forma de acesso e permite, dentre outras coisas (dependendo do seu perfil de acesso), criar novos processos, inserir e abrir documentos em processos, responder intima\u00e7\u00f5es, receber e-mails informando sobre as movimenta\u00e7\u00f5es dos seus processos, etc.\nComo me cadastrar no Push?\nPara se cadastrar no Push \u00e9 necess\u00e1rio que o usu\u00e1rio n\u00e3o seja cadastrado no sistema com certificado digital ou com Usu\u00e1rio e Senha, pois o cadastro diretamente no PJe impede o cadastro no Push.\nCaso voc\u00ea seja cadastrado no PJe com certificado digital ou Usu\u00e1rio e Senha e queira acompanhar as movimenta\u00e7\u00f5es, acesse Menu Principal Processo Outras a\u00e7\u00f5es Incluir no PUSH\nProcedimentos para se cadastrar no Push Clique no link \"Push\", na tela inicial de login do PJe Clique no link \"Ainda n\u00e3o \u00e9 cadastrado?\", na tela do Push Insira o seu CPF, ou o CNPJ, e seu email (deve ser um e-mail v\u00e1lido, pois ser\u00e1 onde voc\u00ea receber\u00e1 o email de confirma\u00e7\u00e3o com o link para confirmar o cadastro) Clique em \"Confirmar\" Entre no email informado e abra o email enviado pelo Push e clique no link de confirma\u00e7ao ou copie e cole o link na barra de endere\u00e7o do seu navegador Preencha os seus dados pessoais e clique em \"Gravar\"\nComo me cadastrar no PJe?\nCom certificado digital\nPara se cadastrar no PJe \u00e9 necess\u00e1rio somente um certificado digital v\u00e1lido, do tipo A3, que perten\u00e7a \u00e0 cadeia ICP-Brasil (para mais explica\u00e7\u00f5es sobre os requisitos para acessar com certificado digital.\nProcedimentos para se cadastrar Insira o seu certificado digital em seu computador Na p\u00e1gina do PJe, clique no bot\u00e3o \"Certificado Digital\" Insira a senha do seu certificado digital Confirme as suas informa\u00e7\u00f5es pessoais no formul\u00e1rio apresentado Assine o \"Termo de Compromisso\". Ap\u00f3s seguir este procedimento, o seu cadastro estar\u00e1 terminado! Para acessar o sistema, clique novamente no bot\u00e3o \"Certificado Digital\", na tela de login do PJe\nCom login e senha Se voc\u00ea possui um certificado digital Insira o seu certificado digital em seu computador Na p\u00e1gina do PJe, clique no bot\u00e3o \"Certificado Digital\" Insira a senha do seu certificado digital Confirme as suas informa\u00e7\u00f5es pessoais no formul\u00e1rio apresentado Assine o \"Termo de Compromisso\" Na tela inicial de login do PJe, clique no bot\u00e3o \"Solicitar nova senha\" Informe o CPF/CNPJ e o e-mail cadastrado no PJe Clique no bot\u00e3o \"Solicitar\" Entre no e-mail informado e procure o e-mail enviado pelo PJe. Nele haver\u00e1 um link. Clique nele ou copie e cole o link na barra de endere\u00e7o do seu navegador Siga as instru\u00e7\u00f5es contidas no e-mail para o cadastro da sua senha Se voc\u00ea n\u00e3o possui certificado digital, por favor entre em contato com posto de atendimento do tribunal e obtenha as informa\u00e7\u00f5es necess\u00e1rias.\nInforma\u00e7\u00f5es Fale Conosco\nProcedimentos para abrir solicita\u00e7\u00e3o:\n1) Usu\u00e1rios externos: entrar em contato pelo telefone 61-3314-1620 ou encaminhar e-mail \u00e0 Central de Servi\u00e7os de Tecnologia da Informa\u00e7\u00e3o (csti@trf1.jus.br), com sugest\u00f5es, d\u00favidas ou relato de problemas t\u00e9cnicos, nesta hip\u00f3tese acompanhado de PrintScreen da tela de erro e descri\u00e7\u00e3o dos procedimentos realizados, com data e hor\u00e1rio da ocorr\u00eancia. Informamos que o e-mail da CSTI n\u00e3o poder\u00e1 ser utilizado para fins de peticionamento, de forma que documentos recebidos nesse sentido ser\u00e3o imediatamente descartados;\n2) Usu\u00e1rios internos: demandas relativas ao PJe, de qualquer natureza, devem ser encaminhadas via e-Sosti, observando-se, nos casos de problema t\u00e9cnico, a necessidade de anexar PrintScreen da tela de erro e descri\u00e7\u00e3o dos procedimentos realizados, com data e hor\u00e1rio da ocorr\u00eancia.\n\nFechar De que forma voc\u00ea gostaria de realizar assinatura digital e autentica\u00e7\u00e3o?\nModo utilizado atualmente no PJe, precisa ser instalado o Java no computador.\nClique aqui para instalar o PJeOffice.\nJ\u00e1 instalado em sua m\u00e1quina.\nVerificando ambiente...\nFechar Assinatura digital e autentica\u00e7\u00e3o utilizando PJeOffice\n\nClique aqui para instalar o PJeOffice.\nJ\u00e1 instalado em sua m\u00e1quina.\nVerificando ambiente...\n\nPJeOffice Indispon\u00edvel O aplicativo PJeOffice n\u00e3o est\u00e1 dispon\u00edvel!\n\nPor favor aguarde" }, { "header": "Texto Similar 4 (C\u00edvel) - IdDocumentoCompleto: 0026353-56.2017.4.01.3900-782443968", "text": "Exibir navega\u00e7\u00e3o\nProcesso Judicial Eletr\u00f4nico\nEntrar Formas de acesso Consulta processual Push Pr\u00e9-requisitos Manuais Fale conosco\n\nFale conosco\nInforma\u00e7\u00f5es Fale Conosco\nProcedimentos para abrir solicita\u00e7\u00e3o:\n1) Usu\u00e1rios externos: entrar em contato pelo telefone 61-3314-1620 ou encaminhar e-mail \u00e0 Central de Servi\u00e7os de Tecnologia da Informa\u00e7\u00e3o (csti@trf1.jus.br), com sugest\u00f5es, d\u00favidas ou relato de problemas t\u00e9cnicos, nesta hip\u00f3tese acompanhado de PrintScreen da tela de erro e descri\u00e7\u00e3o dos procedimentos realizados, com data e hor\u00e1rio da ocorr\u00eancia. Informamos que o e-mail da CSTI n\u00e3o poder\u00e1 ser utilizado para fins de peticionamento, de forma que documentos recebidos nesse sentido ser\u00e3o imediatamente descartados;\n2) Usu\u00e1rios internos: demandas relativas ao PJe, de qualquer natureza, devem ser encaminhadas via e-Sosti, observando-se, nos casos de problema t\u00e9cnico, a necessidade de anexar PrintScreen da tela de erro e descri\u00e7\u00e3o dos procedimentos realizados, com data e hor\u00e1rio da ocorr\u00eancia.\n\nJusti\u00e7a Federal da 1\u00aa Regi\u00e3o\nVaras e Juizados (1\u00ba grau)\n\nVoc\u00ea precisa estar logado para realizar esta opera\u00e7\u00e3o.\n\nevWsMLUd0jx24G7uB7HG4V2n2GxQG93V Modo de assinatura Java Applet PJeOffice\nSaiba como obter o certificado digital\n\nCPF | CNPJ\nSenha\nNova Senha Confirma\u00e7\u00e3o\nSolicitar nova senha\n\nVersao 2.1.10.0-SNAPSHOT_TRF1 (5e5f775c) - Atualizado em 01/09/2022 - 23:54 -\nPr\u00e9-requisitos\nO PJe \u00e9 compat\u00edvel com os principais sistemas operacionais utilizados atualmente.\nPara acessar o PJe \u00e9 necess\u00e1rio possuir os seguintes itens:\n\nNavegador de Internet compat\u00edvel\n\nSeu navegador de Internet n\u00e3o foi homologado para o uso do PJe. Recomendamos que utilize o Mozilla Firefox\n\nVerificando se as popup's est\u00e3o habilitadas\n\nPopup's habilitadas\n\nPopup's desabilitadas em seu navegador de internet. No navegador Firefox, verifique em menu op\u00e7\u00f5es/conte\u00fado\n\nJava e plugins instalados\n\nVerifique se o plugin java est\u00e1 habilitado em seu navegador de internet (menu complementos/plugins).\nCaso n\u00e3o esteja instalado, clique aqui e baixe a vers\u00e3o atualizada\nSen\u00e3o o seu navegador de internet n\u00e3o acessa o Certificado Digital. Recomendamos utilizar o Mozilla Firefox. O seu navegador de internet acessar\u00e1 o PJe apenas por login e senha (h\u00e1 restri\u00e7\u00f5es ao utilizar este tipo de acesso)\n\nPJeOffice\n\nO PJeOffice est\u00e1 indispon\u00edvel ou n\u00e3o instalado\n1 - Para instalar o PJeOffice, clique aqui.\n2 - Para utilizar o Java Applet, clique aqui.\n\nVerificando o aplicativo...\nFormas de acesso Acesso com certificado digital\nPara se cadastrar no PJe \u00e9 necess\u00e1rio ter um certificado digital v\u00e1lido, do tipo A3, que perten\u00e7a \u00e0 cadeia ICP-Brasil, para mais informa\u00e7\u00f5es acesse o link Saiba como obter o certificado digital.\n\nProcedimentos para se cadastrar no PJe 1- Insira o seu certificado digital em seu computador. 2- Na p\u00e1gina de login do PJe, clique no bot\u00e3o Certificado digital. 3- Insira a senha do seu certificado digital. 4- Confirme as suas informa\u00e7\u00f5es pessoais no formul\u00e1rio apresentado. 5- Assine o Termo de Compromisso. Ap\u00f3s seguir este procedimento, o seu cadastro estar\u00e1 conclu\u00eddo.\nPara acessar o sistema, clique no bot\u00e3o Certificado digital na tela de login do PJe. Acesso com login e senha para quem j\u00e1 possui certificado digital\nPrimeiramente, \u00e9 necess\u00e1rio realizar o cadastro utilizando o certificado digital.\nPara acessar o sistema, clique no link \"Solicitar nova senha\" na tela de login do PJe, informe o CPF/CNPJ (apenas n\u00fameros), o e-mail cadastrado no sistema e clique no bot\u00e3o \"Solicitar\".\nO sistema encaminhar\u00e1 para o e-mail informado as instru\u00e7\u00f5es de cadastro de uma nova senha. Acesso para quem n\u00e3o possui o certificado digital\nPara quem que n\u00e3o possui certificado digital \u00e9 necess\u00e1rio dirigir-se pessoalmente a um posto de atendimento do Tribunal levando os seguintes documentos: uma c\u00f3pia do CPF, do RG (ou da OAB no caso de advogado) e um comprovante de resid\u00eancia.\nAp\u00f3s o cadastro, o sistema encaminhar\u00e1 para o e-mail informado as instru\u00e7\u00f5es de cadastro de uma nova senha.\nPara mais informa\u00e7\u00f5es sobre como acessar o PJe, acesse a wiki em Acesso ao PJe.\nManuais\nAcesse os guias r\u00e1pidos para utiliza\u00e7\u00e3o do PJe, de acordo com o seu perfil de usu\u00e1rio, pelos links abaixo Advogados http://www.pje.jus.br/wiki/index.php/Manual_do_Advogado Tribunais, varas e outros \u00f3rg\u00e3os http://www.pje.jus.br/wiki/index.php/Manual_dos_Representantes Pessoas f\u00edsicas n\u00e3o servidores e pessoas jur\u00eddicas http://www.pje.jus.br/wiki/index.php/Manual_do_Usuario_sem_representacao Mais informa\u00e7\u00f5es podem ser encontradas em http://www.cnj.jus.br/wikipje/index.php\n\nAguarde a inicializa\u00e7\u00e3o do certificado digital.\n\nVersao 2.1.10.0-SNAPSHOT_TRF1 (5e5f775c) - Atualizado em 01/09/2022 - 23:54\nSolicitar nova senha\n\nCPF / CNPJ\nEmail\n\nPrimeiro acesso\n\nO PJe permite o acesso com Certificado Digital e tamb\u00e9m atrav\u00e9s de login e senha.\n\nPara acessar o sistema utilizando login e senha (h\u00e1 restri\u00e7\u00f5es ao utilizar este tipo de acesso), por favor veja o Manual de configura\u00e7\u00e3o da utiliza\u00e7\u00e3o do PJe sem certificado digital em nossa wiki.\nCertificado Digital\nO certificado digital \u00e9 um dispositivo criptografico que armazena suas chaves p\u00fablicas e privadas, ou seja, a sua assinatura digital. Esse dispositivo pode ser um cart\u00e3o inteligente (smartcard) ou um token criptogr\u00e1fico.\nQuando utilizado um cart\u00e3o inteligente, \u00e9 necess\u00e1rio que o usu\u00e1rio disponha de uma leitora de smartcard devidamente instalada. Os aplicativos necess\u00e1rios \u00e0 utiliza\u00e7\u00e3o desses dispositivos devem ser fornecidos pela entidade onde foi adquirido o certificado digital.\nCertificado ICP-Brasil a assinatura de documentos no PJe somente pode ser feita utilizando certificados digitais do tipo A3, que pertence \u00e0 cadeia ICP-Brasil. A cadeia de certifica\u00e7\u00e3o deve ser instalada no computador do usu\u00e1rio, o que pode ser feito seguindo as instru\u00e7\u00f5es do reposit\u00f3rio das cadeias de certifica\u00e7\u00e3o do Instituto Nacional de Tecnologia da Informa\u00e7\u00e3o.\n\nVoc\u00ea pode utilizar o bot\u00e3o de Pr\u00e9-requisitos, que realizar\u00e1 um teste em seu computador, analisando os requisitos m\u00ednimos para se ter acesso ao PJe, inclusive a verifica\u00e7\u00e3o de seu certificado digital.\nOutros testes podem ser feitos no s\u00edtio de atendimento do contribuinte da Receita Federal do Brasil (e-CAC) ou utilizando o programa respons\u00e1vel pela administra\u00e7\u00e3o do certificado no seu computador.\nEm caso de problemas nos testes, ser\u00e1 necess\u00e1rio entrar em contato com seu fornecedor de certificado digital ou consultar um t\u00e9cnico especializado para configurar corretamente seu computador.\nEis alguns sites com dicas para instala\u00e7\u00e3o e configura\u00e7\u00e3o da leitora de certificados e de tokens criptogr\u00e1ficos: Certisign Autoridade Certificadora Brasileira de Registros Receita Federal do Brasil\nInstale os drivers da leitora de cart\u00e3o inteligente ou do token criptogr\u00e1fico. Instale a cadeia de certifica\u00e7\u00e3o da ICP-Brasil Instale o navegador Mozilla Firefox Instale ou atualize o Java Teste o uso de seu certificado digital no programa de gerenciamento do cart\u00e3o ou use a Verifica\u00e7\u00e3o de pr\u00e9-requisitos Este v\u00eddeo orienta o usu\u00e1rio sobre como proceder com rela\u00e7\u00e3o \u00e0 advert\u00eancia de seguran\u00e7a (site n\u00e3o confi\u00e1vel) emitida pelo browser.\n\nExistem duas formar de acesso ao PJe, com caracter\u00edsticas diferentes, dependendo das suas necessidades.\nO Push, permite apenas o recebimento de email, informando sobre as movimenta\u00e7\u00f5es dos seus processos.\nO acesso ao PJe pela tela de login com certificado digital \u00e9 a principal forma de acesso e permite, dentre outras coisas (dependendo do seu perfil de acesso), criar novos processos, inserir e abrir documentos em processos, responder intima\u00e7\u00f5es, receber e-mails informando sobre as movimenta\u00e7\u00f5es dos seus processos, etc.\nComo me cadastrar no Push?\nPara se cadastrar no Push \u00e9 necess\u00e1rio que o usu\u00e1rio n\u00e3o seja cadastrado no sistema com certificado digital ou com Usu\u00e1rio e Senha, pois o cadastro diretamente no PJe impede o cadastro no Push.\nCaso voc\u00ea seja cadastrado no PJe com certificado digital ou Usu\u00e1rio e Senha e queira acompanhar as movimenta\u00e7\u00f5es, acesse Menu Principal Processo Outras a\u00e7\u00f5es Incluir no PUSH\nProcedimentos para se cadastrar no Push Clique no link \"Push\", na tela inicial de login do PJe Clique no link \"Ainda n\u00e3o \u00e9 cadastrado?\", na tela do Push Insira o seu CPF, ou o CNPJ, e seu email (deve ser um e-mail v\u00e1lido, pois ser\u00e1 onde voc\u00ea receber\u00e1 o email de confirma\u00e7\u00e3o com o link para confirmar o cadastro) Clique em \"Confirmar\" Entre no email informado e abra o email enviado pelo Push e clique no link de confirma\u00e7ao ou copie e cole o link na barra de endere\u00e7o do seu navegador Preencha os seus dados pessoais e clique em \"Gravar\"\nComo me cadastrar no PJe?\nCom certificado digital\nPara se cadastrar no PJe \u00e9 necess\u00e1rio somente um certificado digital v\u00e1lido, do tipo A3, que perten\u00e7a \u00e0 cadeia ICP-Brasil (para mais explica\u00e7\u00f5es sobre os requisitos para acessar com certificado digital.\nProcedimentos para se cadastrar Insira o seu certificado digital em seu computador Na p\u00e1gina do PJe, clique no bot\u00e3o \"Certificado Digital\" Insira a senha do seu certificado digital Confirme as suas informa\u00e7\u00f5es pessoais no formul\u00e1rio apresentado Assine o \"Termo de Compromisso\". Ap\u00f3s seguir este procedimento, o seu cadastro estar\u00e1 terminado! Para acessar o sistema, clique novamente no bot\u00e3o \"Certificado Digital\", na tela de login do PJe\nCom login e senha Se voc\u00ea possui um certificado digital Insira o seu certificado digital em seu computador Na p\u00e1gina do PJe, clique no bot\u00e3o \"Certificado Digital\" Insira a senha do seu certificado digital Confirme as suas informa\u00e7\u00f5es pessoais no formul\u00e1rio apresentado Assine o \"Termo de Compromisso\" Na tela inicial de login do PJe, clique no bot\u00e3o \"Solicitar nova senha\" Informe o CPF/CNPJ e o e-mail cadastrado no PJe Clique no bot\u00e3o \"Solicitar\" Entre no e-mail informado e procure o e-mail enviado pelo PJe. Nele haver\u00e1 um link. Clique nele ou copie e cole o link na barra de endere\u00e7o do seu navegador Siga as instru\u00e7\u00f5es contidas no e-mail para o cadastro da sua senha Se voc\u00ea n\u00e3o possui certificado digital, por favor entre em contato com posto de atendimento do tribunal e obtenha as informa\u00e7\u00f5es necess\u00e1rias.\nInforma\u00e7\u00f5es Fale Conosco\nProcedimentos para abrir solicita\u00e7\u00e3o:\n1) Usu\u00e1rios externos: entrar em contato pelo telefone 61-3314-1620 ou encaminhar e-mail \u00e0 Central de Servi\u00e7os de Tecnologia da Informa\u00e7\u00e3o (csti@trf1.jus.br), com sugest\u00f5es, d\u00favidas ou relato de problemas t\u00e9cnicos, nesta hip\u00f3tese acompanhado de PrintScreen da tela de erro e descri\u00e7\u00e3o dos procedimentos realizados, com data e hor\u00e1rio da ocorr\u00eancia. Informamos que o e-mail da CSTI n\u00e3o poder\u00e1 ser utilizado para fins de peticionamento, de forma que documentos recebidos nesse sentido ser\u00e3o imediatamente descartados;\n2) Usu\u00e1rios internos: demandas relativas ao PJe, de qualquer natureza, devem ser encaminhadas via e-Sosti, observando-se, nos casos de problema t\u00e9cnico, a necessidade de anexar PrintScreen da tela de erro e descri\u00e7\u00e3o dos procedimentos realizados, com data e hor\u00e1rio da ocorr\u00eancia.\n\nFechar De que forma voc\u00ea gostaria de realizar assinatura digital e autentica\u00e7\u00e3o?\nModo utilizado atualmente no PJe, precisa ser instalado o Java no computador.\nClique aqui para instalar o PJeOffice.\nJ\u00e1 instalado em sua m\u00e1quina.\nVerificando ambiente...\nFechar Assinatura digital e autentica\u00e7\u00e3o utilizando PJeOffice\n\nClique aqui para instalar o PJeOffice.\nJ\u00e1 instalado em sua m\u00e1quina.\nVerificando ambiente...\n\nPJeOffice Indispon\u00edvel O aplicativo PJeOffice n\u00e3o est\u00e1 dispon\u00edvel!\n\nPor favor aguarde" }, { "header": "Texto Similar 5 (C\u00edvel) - IdDocumentoCompleto: 0040536-57.2015.4.01.3300-975435668", "text": "Exibir navega\u00e7\u00e3o\nProcesso Judicial Eletr\u00f4nico\nEntrar Formas de acesso Consulta processual Push Pr\u00e9-requisitos Manuais Fale conosco\n\nFale conosco\nInforma\u00e7\u00f5es Fale Conosco\nProcedimentos para abrir solicita\u00e7\u00e3o:\n1) Usu\u00e1rios externos: entrar em contato pelo telefone 61-3314-1620 ou encaminhar e-mail \u00e0 Central de Servi\u00e7os de Tecnologia da Informa\u00e7\u00e3o (csti@trf1.jus.br), com sugest\u00f5es, d\u00favidas ou relato de problemas t\u00e9cnicos, nesta hip\u00f3tese acompanhado de PrintScreen da tela de erro e descri\u00e7\u00e3o dos procedimentos realizados, com data e hor\u00e1rio da ocorr\u00eancia. Informamos que o e-mail da CSTI n\u00e3o poder\u00e1 ser utilizado para fins de peticionamento, de forma que documentos recebidos nesse sentido ser\u00e3o imediatamente descartados;\n2) Usu\u00e1rios internos: demandas relativas ao PJe, de qualquer natureza, devem ser encaminhadas via e-Sosti, observando-se, nos casos de problema t\u00e9cnico, a necessidade de anexar PrintScreen da tela de erro e descri\u00e7\u00e3o dos procedimentos realizados, com data e hor\u00e1rio da ocorr\u00eancia.\n\nJusti\u00e7a Federal da 1\u00aa Regi\u00e3o\nVaras e Juizados (1\u00ba grau)\n\nVoc\u00ea precisa estar logado para realizar esta opera\u00e7\u00e3o.\n\ndMIlOViQ3resBhGL772eqbeAVh38a70f Modo de assinatura Java Applet PJeOffice\nSaiba como obter o certificado digital\n\nCPF | CNPJ\nSenha\nNova Senha Confirma\u00e7\u00e3o\nSolicitar nova senha\n\nVersao 2.1.10.0-SNAPSHOT_TRF1 (8a14750c) - Atualizado em 16/08/2022 - 23:54 -\nPr\u00e9-requisitos\nO PJe \u00e9 compat\u00edvel com os principais sistemas operacionais utilizados atualmente.\nPara acessar o PJe \u00e9 necess\u00e1rio possuir os seguintes itens:\n\nNavegador de Internet compat\u00edvel\n\nSeu navegador de Internet n\u00e3o foi homologado para o uso do PJe. Recomendamos que utilize o Mozilla Firefox\n\nVerificando se as popup's est\u00e3o habilitadas\n\nPopup's habilitadas\n\nPopup's desabilitadas em seu navegador de internet. No navegador Firefox, verifique em menu op\u00e7\u00f5es/conte\u00fado\n\nJava e plugins instalados\n\nVerifique se o plugin java est\u00e1 habilitado em seu navegador de internet (menu complementos/plugins).\nCaso n\u00e3o esteja instalado, clique aqui e baixe a vers\u00e3o atualizada\nSen\u00e3o o seu navegador de internet n\u00e3o acessa o Certificado Digital. Recomendamos utilizar o Mozilla Firefox. O seu navegador de internet acessar\u00e1 o PJe apenas por login e senha (h\u00e1 restri\u00e7\u00f5es ao utilizar este tipo de acesso)\n\nPJeOffice\n\nO PJeOffice est\u00e1 indispon\u00edvel ou n\u00e3o instalado\n1 - Para instalar o PJeOffice, clique aqui.\n2 - Para utilizar o Java Applet, clique aqui.\n\nVerificando o aplicativo...\nFormas de acesso Acesso com certificado digital\nPara se cadastrar no PJe \u00e9 necess\u00e1rio ter um certificado digital v\u00e1lido, do tipo A3, que perten\u00e7a \u00e0 cadeia ICP-Brasil, para mais informa\u00e7\u00f5es acesse o link Saiba como obter o certificado digital.\n\nProcedimentos para se cadastrar no PJe 1- Insira o seu certificado digital em seu computador. 2- Na p\u00e1gina de login do PJe, clique no bot\u00e3o Certificado digital. 3- Insira a senha do seu certificado digital. 4- Confirme as suas informa\u00e7\u00f5es pessoais no formul\u00e1rio apresentado. 5- Assine o Termo de Compromisso. Ap\u00f3s seguir este procedimento, o seu cadastro estar\u00e1 conclu\u00eddo.\nPara acessar o sistema, clique no bot\u00e3o Certificado digital na tela de login do PJe. Acesso com login e senha para quem j\u00e1 possui certificado digital\nPrimeiramente, \u00e9 necess\u00e1rio realizar o cadastro utilizando o certificado digital.\nPara acessar o sistema, clique no link \"Solicitar nova senha\" na tela de login do PJe, informe o CPF/CNPJ (apenas n\u00fameros), o e-mail cadastrado no sistema e clique no bot\u00e3o \"Solicitar\".\nO sistema encaminhar\u00e1 para o e-mail informado as instru\u00e7\u00f5es de cadastro de uma nova senha. Acesso para quem n\u00e3o possui o certificado digital\nPara quem que n\u00e3o possui certificado digital \u00e9 necess\u00e1rio dirigir-se pessoalmente a um posto de atendimento do Tribunal levando os seguintes documentos: uma c\u00f3pia do CPF, do RG (ou da OAB no caso de advogado) e um comprovante de resid\u00eancia.\nAp\u00f3s o cadastro, o sistema encaminhar\u00e1 para o e-mail informado as instru\u00e7\u00f5es de cadastro de uma nova senha.\nPara mais informa\u00e7\u00f5es sobre como acessar o PJe, acesse a wiki em Acesso ao PJe.\nManuais\nAcesse os guias r\u00e1pidos para utiliza\u00e7\u00e3o do PJe, de acordo com o seu perfil de usu\u00e1rio, pelos links abaixo Advogados http://www.pje.jus.br/wiki/index.php/Manual_do_Advogado Tribunais, varas e outros \u00f3rg\u00e3os http://www.pje.jus.br/wiki/index.php/Manual_dos_Representantes Pessoas f\u00edsicas n\u00e3o servidores e pessoas jur\u00eddicas http://www.pje.jus.br/wiki/index.php/Manual_do_Usuario_sem_representacao Mais informa\u00e7\u00f5es podem ser encontradas em http://www.cnj.jus.br/wikipje/index.php\n\nAguarde a inicializa\u00e7\u00e3o do certificado digital.\n\nVersao 2.1.10.0-SNAPSHOT_TRF1 (8a14750c) - Atualizado em 16/08/2022 - 23:54\nSolicitar nova senha\n\nCPF / CNPJ\nEmail\n\nPrimeiro acesso\n\nO PJe permite o acesso com Certificado Digital e tamb\u00e9m atrav\u00e9s de login e senha.\n\nPara acessar o sistema utilizando login e senha (h\u00e1 restri\u00e7\u00f5es ao utilizar este tipo de acesso), por favor veja o Manual de configura\u00e7\u00e3o da utiliza\u00e7\u00e3o do PJe sem certificado digital em nossa wiki.\nCertificado Digital\nO certificado digital \u00e9 um dispositivo criptografico que armazena suas chaves p\u00fablicas e privadas, ou seja, a sua assinatura digital. Esse dispositivo pode ser um cart\u00e3o inteligente (smartcard) ou um token criptogr\u00e1fico.\nQuando utilizado um cart\u00e3o inteligente, \u00e9 necess\u00e1rio que o usu\u00e1rio disponha de uma leitora de smartcard devidamente instalada. Os aplicativos necess\u00e1rios \u00e0 utiliza\u00e7\u00e3o desses dispositivos devem ser fornecidos pela entidade onde foi adquirido o certificado digital.\nCertificado ICP-Brasil a assinatura de documentos no PJe somente pode ser feita utilizando certificados digitais do tipo A3, que pertence \u00e0 cadeia ICP-Brasil. A cadeia de certifica\u00e7\u00e3o deve ser instalada no computador do usu\u00e1rio, o que pode ser feito seguindo as instru\u00e7\u00f5es do reposit\u00f3rio das cadeias de certifica\u00e7\u00e3o do Instituto Nacional de Tecnologia da Informa\u00e7\u00e3o.\n\nVoc\u00ea pode utilizar o bot\u00e3o de Pr\u00e9-requisitos, que realizar\u00e1 um teste em seu computador, analisando os requisitos m\u00ednimos para se ter acesso ao PJe, inclusive a verifica\u00e7\u00e3o de seu certificado digital.\nOutros testes podem ser feitos no s\u00edtio de atendimento do contribuinte da Receita Federal do Brasil (e-CAC) ou utilizando o programa respons\u00e1vel pela administra\u00e7\u00e3o do certificado no seu computador.\nEm caso de problemas nos testes, ser\u00e1 necess\u00e1rio entrar em contato com seu fornecedor de certificado digital ou consultar um t\u00e9cnico especializado para configurar corretamente seu computador.\nEis alguns sites com dicas para instala\u00e7\u00e3o e configura\u00e7\u00e3o da leitora de certificados e de tokens criptogr\u00e1ficos: Certisign Autoridade Certificadora Brasileira de Registros Receita Federal do Brasil\nInstale os drivers da leitora de cart\u00e3o inteligente ou do token criptogr\u00e1fico. Instale a cadeia de certifica\u00e7\u00e3o da ICP-Brasil Instale o navegador Mozilla Firefox Instale ou atualize o Java Teste o uso de seu certificado digital no programa de gerenciamento do cart\u00e3o ou use a Verifica\u00e7\u00e3o de pr\u00e9-requisitos Este v\u00eddeo orienta o usu\u00e1rio sobre como proceder com rela\u00e7\u00e3o \u00e0 advert\u00eancia de seguran\u00e7a (site n\u00e3o confi\u00e1vel) emitida pelo browser.\n\nExistem duas formar de acesso ao PJe, com caracter\u00edsticas diferentes, dependendo das suas necessidades.\nO Push, permite apenas o recebimento de email, informando sobre as movimenta\u00e7\u00f5es dos seus processos.\nO acesso ao PJe pela tela de login com certificado digital \u00e9 a principal forma de acesso e permite, dentre outras coisas (dependendo do seu perfil de acesso), criar novos processos, inserir e abrir documentos em processos, responder intima\u00e7\u00f5es, receber e-mails informando sobre as movimenta\u00e7\u00f5es dos seus processos, etc.\nComo me cadastrar no Push?\nPara se cadastrar no Push \u00e9 necess\u00e1rio que o usu\u00e1rio n\u00e3o seja cadastrado no sistema com certificado digital ou com Usu\u00e1rio e Senha, pois o cadastro diretamente no PJe impede o cadastro no Push.\nCaso voc\u00ea seja cadastrado no PJe com certificado digital ou Usu\u00e1rio e Senha e queira acompanhar as movimenta\u00e7\u00f5es, acesse Menu Principal Processo Outras a\u00e7\u00f5es Incluir no PUSH\nProcedimentos para se cadastrar no Push Clique no link \"Push\", na tela inicial de login do PJe Clique no link \"Ainda n\u00e3o \u00e9 cadastrado?\", na tela do Push Insira o seu CPF, ou o CNPJ, e seu email (deve ser um e-mail v\u00e1lido, pois ser\u00e1 onde voc\u00ea receber\u00e1 o email de confirma\u00e7\u00e3o com o link para confirmar o cadastro) Clique em \"Confirmar\" Entre no email informado e abra o email enviado pelo Push e clique no link de confirma\u00e7ao ou copie e cole o link na barra de endere\u00e7o do seu navegador Preencha os seus dados pessoais e clique em \"Gravar\"\nComo me cadastrar no PJe?\nCom certificado digital\nPara se cadastrar no PJe \u00e9 necess\u00e1rio somente um certificado digital v\u00e1lido, do tipo A3, que perten\u00e7a \u00e0 cadeia ICP-Brasil (para mais explica\u00e7\u00f5es sobre os requisitos para acessar com certificado digital.\nProcedimentos para se cadastrar Insira o seu certificado digital em seu computador Na p\u00e1gina do PJe, clique no bot\u00e3o \"Certificado Digital\" Insira a senha do seu certificado digital Confirme as suas informa\u00e7\u00f5es pessoais no formul\u00e1rio apresentado Assine o \"Termo de Compromisso\". Ap\u00f3s seguir este procedimento, o seu cadastro estar\u00e1 terminado! Para acessar o sistema, clique novamente no bot\u00e3o \"Certificado Digital\", na tela de login do PJe\nCom login e senha Se voc\u00ea possui um certificado digital Insira o seu certificado digital em seu computador Na p\u00e1gina do PJe, clique no bot\u00e3o \"Certificado Digital\" Insira a senha do seu certificado digital Confirme as suas informa\u00e7\u00f5es pessoais no formul\u00e1rio apresentado Assine o \"Termo de Compromisso\" Na tela inicial de login do PJe, clique no bot\u00e3o \"Solicitar nova senha\" Informe o CPF/CNPJ e o e-mail cadastrado no PJe Clique no bot\u00e3o \"Solicitar\" Entre no e-mail informado e procure o e-mail enviado pelo PJe. Nele haver\u00e1 um link. Clique nele ou copie e cole o link na barra de endere\u00e7o do seu navegador Siga as instru\u00e7\u00f5es contidas no e-mail para o cadastro da sua senha Se voc\u00ea n\u00e3o possui certificado digital, por favor entre em contato com posto de atendimento do tribunal e obtenha as informa\u00e7\u00f5es necess\u00e1rias.\nInforma\u00e7\u00f5es Fale Conosco\nProcedimentos para abrir solicita\u00e7\u00e3o:\n1) Usu\u00e1rios externos: entrar em contato pelo telefone 61-3314-1620 ou encaminhar e-mail \u00e0 Central de Servi\u00e7os de Tecnologia da Informa\u00e7\u00e3o (csti@trf1.jus.br), com sugest\u00f5es, d\u00favidas ou relato de problemas t\u00e9cnicos, nesta hip\u00f3tese acompanhado de PrintScreen da tela de erro e descri\u00e7\u00e3o dos procedimentos realizados, com data e hor\u00e1rio da ocorr\u00eancia. Informamos que o e-mail da CSTI n\u00e3o poder\u00e1 ser utilizado para fins de peticionamento, de forma que documentos recebidos nesse sentido ser\u00e3o imediatamente descartados;\n2) Usu\u00e1rios internos: demandas relativas ao PJe, de qualquer natureza, devem ser encaminhadas via e-Sosti, observando-se, nos casos de problema t\u00e9cnico, a necessidade de anexar PrintScreen da tela de erro e descri\u00e7\u00e3o dos procedimentos realizados, com data e hor\u00e1rio da ocorr\u00eancia.\n\nFechar De que forma voc\u00ea gostaria de realizar assinatura digital e autentica\u00e7\u00e3o?\nModo utilizado atualmente no PJe, precisa ser instalado o Java no computador.\nClique aqui para instalar o PJeOffice.\nJ\u00e1 instalado em sua m\u00e1quina.\nVerificando ambiente...\nFechar Assinatura digital e autentica\u00e7\u00e3o utilizando PJeOffice\n\nClique aqui para instalar o PJeOffice.\nJ\u00e1 instalado em sua m\u00e1quina.\nVerificando ambiente...\n\nPJeOffice Indispon\u00edvel O aplicativo PJeOffice n\u00e3o est\u00e1 dispon\u00edvel!\n\nPor favor aguarde" } ], "similar_texts_federais_solon": [ { "header": "Texto Similar 1 (Solon) - IdDocumentoCompleto: 5007557-59.2022.4.03.0000-254876212", "text": "Exibir navega\u00e7\u00e3o\nProcesso Judicial Eletr\u00f4nico\nEntrar Partes (Pessoa F\u00edsica) Formas de acesso Consulta processual Push Pr\u00e9-requisitos Manuais Fale conosco\n\nFale conosco\nBem-vindo ao PJe da Justi\u00e7a Federal da 3\u00aa Regi\u00e3o.\nEste canal se destina a aproximar o usu\u00e1rio do sistema Processo Judicial Eletr\u00f4nico \u2013 PJe na Justi\u00e7a Federal da 3\u00aa Regi\u00e3o.\nO servi\u00e7o de suporte ter\u00e1 a maior satisfa\u00e7\u00e3o em esclarecer d\u00favidas sobre a utiliza\u00e7\u00e3o do sistema e em receber cr\u00edticas ou sugest\u00f5es.\n\nAten\u00e7\u00e3o!!!\nA partir do dia 15 de fevereiro de 2018 o atendimento telef\u00f4nico ao p\u00fablico externo na Divis\u00e3o do PJe ser\u00e1 substitu\u00eddo por formul\u00e1rio disponibilizado na p\u00e1gina da internet da Terceira Regi\u00e3o.\nSuporte T\u00e9cnico do PJe: Clique_Aqui\n\nAntes de acessar o PJe, certifique-se de ter instalado o PJeOffice (download), compat\u00edvel com os principais navegadores e sistemas operacionais, para a correta leitura de seu certificado digital.\nAssista ao v\u00eddeo tutorial para instalar e configurar o PJeOffice: Clique_Aqui\n\nLink para download do aplicativo: Sistema Operacional Download\nPJe Office\nServidor CNJ\nServidor TRF3\nWindows pje-office.exe\n\npje-office.exe\nMacOS 64 Bits pje-office_x64.dmg\n\npje-office_x64.dmg\n\nOutros v\u00eddeos tutoriais:\nV\u00eddeo tutorial para cadastrar um Novo Processo: Clique_Aqui\nV\u00eddeo tutorial para impetrar Habeas Corpus no TRF3: Clique_Aqui\nRoteiro de Virtualiza\u00e7\u00e3o de Processo - Resolu\u00e7\u00e3o PRESI n\u00ba 142/2017: Clique_Aqui\nV\u00eddeo tutorial - Peticionar - Resposta de Prazo: Clique_Aqui\nV\u00eddeo tutorial - Peticionamento Avulso: Clique_Aqui\nV\u00eddeo tutorial - Juntar documentos: Clique_Aqui\nV\u00eddeo tutorial - Consulta de Processo e Consulta de Expediente: Clique_Aqui\nV\u00eddeo tutorial - Como efetuar download do processo em PDF: Clique_Aqui\n\nAcesse os manuais e guias r\u00e1pidos para utiliza\u00e7\u00e3o do PJe pelo link: http://www.trf3.jus.br/pje/?no_cache=1\nMais informa\u00e7\u00f5es podem ser encontradas em: http://www.pje.jus.br/wiki/index.php/P%C3%A1gina_principal\nServidores da JF3R devem entrar em contato com a Divis\u00e3o de Processo Judicial Eletr\u00f4nico - DPJe/TRF3R, atrav\u00e9s do callcenter para solicitar seu cadastro.\n\nProcesso Judicial Eletr\u00f4nico - TRF3 - 2\u00ba Grau\nTribunal Regional Federal da 3\u00aa Regi\u00e3o - 2\u00ba grau\n\nVoc\u00ea precisa estar logado para realizar esta opera\u00e7\u00e3o.\n\nP36jhKYuNdJttnHVw63S3SeqFvTUmKhl Modo de assinatura Java Applet PJeOffice\nSaiba como obter o certificado digital\n\nCPF | CNPJ\nSenha\nNova Senha Confirma\u00e7\u00e3o\nSolicitar nova senha\n\nVersao 2.1.8.0_trf3_046 (build 3410) - pje_2g - f383cac3 - Atualizado em 28/07/2022 - 21:57\nPr\u00e9-requisitos\nO PJe \u00e9 compat\u00edvel com os principais sistemas operacionais utilizados atualmente.\nPara acessar o PJe \u00e9 necess\u00e1rio possuir os seguintes itens:\n\nNavegador de Internet compat\u00edvel\n\nSeu navegador de Internet n\u00e3o foi homologado para o uso do PJe.\n\nVerificando se as popup's est\u00e3o habilitadas\n\nPopup's habilitadas\n\nPopup's desabilitadas em seu navegador de internet.\n\nJava e plugins instalados\n\nVerifique se o plugin java est\u00e1 habilitado em seu navegador de internet (menu complementos/plugins).\nCaso n\u00e3o esteja instalado, clique aqui e baixe a vers\u00e3o atualizada\nSen\u00e3o o seu navegador de internet n\u00e3o acessa o Certificado Digital. O seu navegador de internet acessar\u00e1 o PJe apenas por login e senha (h\u00e1 restri\u00e7\u00f5es ao utilizar este tipo de acesso)\n\nPJeOffice\n\nO PJeOffice est\u00e1 indispon\u00edvel ou n\u00e3o instalado\n1 - Para instalar o PJeOffice, clique aqui.\n2 - Para utilizar o Java Applet, clique aqui.\n\nVerificando o aplicativo...\nFormas de acesso Acesso com certificado digital\nPara se cadastrar no PJe \u00e9 necess\u00e1rio ter um certificado digital v\u00e1lido, do tipo A3, que perten\u00e7a \u00e0 cadeia ICP-Brasil, para mais informa\u00e7\u00f5es acesse o link Saiba como obter o certificado digital.\n\nProcedimentos para se cadastrar no PJe 1- Insira o seu certificado digital em seu computador. 2- Na p\u00e1gina de login do PJe, clique no bot\u00e3o Certificado digital. 3- Insira a senha do seu certificado digital. 4- Confirme as suas informa\u00e7\u00f5es pessoais no formul\u00e1rio apresentado. 5- Assine o Termo de Compromisso. Ap\u00f3s seguir este procedimento, o seu cadastro estar\u00e1 conclu\u00eddo.\nPara acessar o sistema, clique no bot\u00e3o Certificado digital na tela de login do PJe. Acesso com login e senha para quem j\u00e1 possui certificado digital\nPrimeiramente, \u00e9 necess\u00e1rio realizar o cadastro utilizando o certificado digital.\nPara acessar o sistema, clique no link \"Solicitar nova senha\" na tela de login do PJe, informe o CPF/CNPJ (apenas n\u00fameros), o e-mail cadastrado no sistema e clique no bot\u00e3o \"Solicitar\".\nO sistema encaminhar\u00e1 para o e-mail informado as instru\u00e7\u00f5es de cadastro de uma nova senha. Acesso para quem n\u00e3o possui o certificado digital\nPara quem que n\u00e3o possui certificado digital \u00e9 necess\u00e1rio dirigir-se pessoalmente a um posto de atendimento do Tribunal levando os seguintes documentos: uma c\u00f3pia do CPF, do RG (ou da OAB no caso de advogado) e um comprovante de resid\u00eancia.\nAp\u00f3s o cadastro, o sistema encaminhar\u00e1 para o e-mail informado as instru\u00e7\u00f5es de cadastro de uma nova senha.\nPara mais informa\u00e7\u00f5es sobre como acessar o PJe, acesse a wiki em Acesso ao PJe.\nManuais\nAcesse os guias r\u00e1pidos para utiliza\u00e7\u00e3o do PJe, de acordo com o seu perfil de usu\u00e1rio, pelos links abaixo Advogados http://www.pje.jus.br/wiki/index.php/Manual_do_Advogado Tribunais, varas e outros \u00f3rg\u00e3os http://www.pje.jus.br/wiki/index.php/Manual_dos_Representantes Pessoas f\u00edsicas n\u00e3o servidores e pessoas jur\u00eddicas http://www.pje.jus.br/wiki/index.php/Manual_do_Usuario_sem_representacao Mais informa\u00e7\u00f5es podem ser encontradas em http://www.cnj.jus.br/wikipje/index.php\n\nAguarde a inicializa\u00e7\u00e3o do certificado digital.\n\nVersao 2.1.8.0_trf3_046 (build 3410) - pje_2g - f383cac3 - Atualizado em 28/07/2022 - 21:57\nSolicitar nova senha\n\nCPF / CNPJ\nEmail\n\nPrimeiro acesso\n\nO PJe permite o acesso com Certificado Digital e tamb\u00e9m atrav\u00e9s de login e senha.\n\nPara acessar o sistema utilizando login e senha (h\u00e1 restri\u00e7\u00f5es ao utilizar este tipo de acesso), por favor veja o Manual de configura\u00e7\u00e3o da utiliza\u00e7\u00e3o do PJe sem certificado digital em nossa wiki.\nCertificado Digital\nO certificado digital \u00e9 um dispositivo criptografico que armazena suas chaves p\u00fablicas e privadas, ou seja, a sua assinatura digital. Esse dispositivo pode ser um cart\u00e3o inteligente (smartcard) ou um token criptogr\u00e1fico.\nQuando utilizado um cart\u00e3o inteligente, \u00e9 necess\u00e1rio que o usu\u00e1rio disponha de uma leitora de smartcard devidamente instalada. Os aplicativos necess\u00e1rios \u00e0 utiliza\u00e7\u00e3o desses dispositivos devem ser fornecidos pela entidade onde foi adquirido o certificado digital.\nCertificado ICP-Brasil a assinatura de documentos no PJe somente pode ser feita utilizando certificados digitais do tipo A3, que pertence \u00e0 cadeia ICP-Brasil. A cadeia de certifica\u00e7\u00e3o deve ser instalada no computador do usu\u00e1rio, o que pode ser feito seguindo as instru\u00e7\u00f5es do reposit\u00f3rio das cadeias de certifica\u00e7\u00e3o do Instituto Nacional de Tecnologia da Informa\u00e7\u00e3o.\n\nVoc\u00ea pode utilizar o bot\u00e3o de Pr\u00e9-requisitos, que realizar\u00e1 um teste em seu computador, analisando os requisitos m\u00ednimos para se ter acesso ao PJe, inclusive a verifica\u00e7\u00e3o de seu certificado digital.\nOutros testes podem ser feitos no s\u00edtio de atendimento do contribuinte da Receita Federal do Brasil (e-CAC) ou utilizando o programa respons\u00e1vel pela administra\u00e7\u00e3o do certificado no seu computador.\nEm caso de problemas nos testes, ser\u00e1 necess\u00e1rio entrar em contato com seu fornecedor de certificado digital ou consultar um t\u00e9cnico especializado para configurar corretamente seu computador.\nEis alguns sites com dicas para instala\u00e7\u00e3o e configura\u00e7\u00e3o da leitora de certificados e de tokens criptogr\u00e1ficos: Certisign Autoridade Certificadora Brasileira de Registros Receita Federal do Brasil\nInstale os drivers da leitora de cart\u00e3o inteligente ou do token criptogr\u00e1fico. Instale a cadeia de certifica\u00e7\u00e3o da ICP-Brasil Instale o navegador Mozilla Firefox Instale ou atualize o Java Teste o uso de seu certificado digital no programa de gerenciamento do cart\u00e3o ou use a Verifica\u00e7\u00e3o de pr\u00e9-requisitos Este v\u00eddeo orienta o usu\u00e1rio sobre como proceder com rela\u00e7\u00e3o \u00e0 advert\u00eancia de seguran\u00e7a (site n\u00e3o confi\u00e1vel) emitida pelo browser.\n\nExistem duas formar de acesso ao PJe, com caracter\u00edsticas diferentes, dependendo das suas necessidades.\nO Push, permite apenas o recebimento de email, informando sobre as movimenta\u00e7\u00f5es dos seus processos.\nO acesso ao PJe pela tela de login com certificado digital \u00e9 a principal forma de acesso e permite, dentre outras coisas (dependendo do seu perfil de acesso), criar novos processos, inserir e abrir documentos em processos, responder intima\u00e7\u00f5es, receber e-mails informando sobre as movimenta\u00e7\u00f5es dos seus processos, etc.\nComo me cadastrar no Push?\nPara se cadastrar no Push \u00e9 necess\u00e1rio que o usu\u00e1rio n\u00e3o seja cadastrado no sistema com certificado digital ou com Usu\u00e1rio e Senha, pois o cadastro diretamente no PJe impede o cadastro no Push.\nCaso voc\u00ea seja cadastrado no PJe com certificado digital ou Usu\u00e1rio e Senha e queira acompanhar as movimenta\u00e7\u00f5es, acesse Menu Principal Processo Outras a\u00e7\u00f5es Incluir no PUSH\nProcedimentos para se cadastrar no Push Clique no link \"Push\", na tela inicial de login do PJe Clique no link \"Ainda n\u00e3o \u00e9 cadastrado?\", na tela do Push Insira o seu CPF, ou o CNPJ, e seu email (deve ser um e-mail v\u00e1lido, pois ser\u00e1 onde voc\u00ea receber\u00e1 o email de confirma\u00e7\u00e3o com o link para confirmar o cadastro) Clique em \"Confirmar\" Entre no email informado e abra o email enviado pelo Push e clique no link de confirma\u00e7ao ou copie e cole o link na barra de endere\u00e7o do seu navegador Preencha os seus dados pessoais e clique em \"Gravar\"\nComo me cadastrar no PJe?\nCom certificado digital\nPara se cadastrar no PJe \u00e9 necess\u00e1rio somente um certificado digital v\u00e1lido, do tipo A3, que perten\u00e7a \u00e0 cadeia ICP-Brasil (para mais explica\u00e7\u00f5es sobre os requisitos para acessar com certificado digital.\nProcedimentos para se cadastrar Insira o seu certificado digital em seu computador Na p\u00e1gina do PJe, clique no bot\u00e3o \"Certificado Digital\" Insira a senha do seu certificado digital Confirme as suas informa\u00e7\u00f5es pessoais no formul\u00e1rio apresentado Assine o \"Termo de Compromisso\". Ap\u00f3s seguir este procedimento, o seu cadastro estar\u00e1 terminado! Para acessar o sistema, clique novamente no bot\u00e3o \"Certificado Digital\", na tela de login do PJe\nCom login e senha Se voc\u00ea possui um certificado digital Insira o seu certificado digital em seu computador Na p\u00e1gina do PJe, clique no bot\u00e3o \"Certificado Digital\" Insira a senha do seu certificado digital Confirme as suas informa\u00e7\u00f5es pessoais no formul\u00e1rio apresentado Assine o \"Termo de Compromisso\" Na tela inicial de login do PJe, clique no bot\u00e3o \"Solicitar nova senha\" Informe o CPF/CNPJ e o e-mail cadastrado no PJe Clique no bot\u00e3o \"Solicitar\" Entre no e-mail informado e procure o e-mail enviado pelo PJe. Nele haver\u00e1 um link. Clique nele ou copie e cole o link na barra de endere\u00e7o do seu navegador Siga as instru\u00e7\u00f5es contidas no e-mail para o cadastro da sua senha Se voc\u00ea n\u00e3o possui certificado digital, por favor entre em contato com posto de atendimento do tribunal e obtenha as informa\u00e7\u00f5es necess\u00e1rias.\nBem-vindo ao PJe da Justi\u00e7a Federal da 3\u00aa Regi\u00e3o.\nEste canal se destina a aproximar o usu\u00e1rio do sistema Processo Judicial Eletr\u00f4nico \u2013 PJe na Justi\u00e7a Federal da 3\u00aa Regi\u00e3o.\nO servi\u00e7o de suporte ter\u00e1 a maior satisfa\u00e7\u00e3o em esclarecer d\u00favidas sobre a utiliza\u00e7\u00e3o do sistema e em receber cr\u00edticas ou sugest\u00f5es.\n\nAten\u00e7\u00e3o!!!\nA partir do dia 15 de fevereiro de 2018 o atendimento telef\u00f4nico ao p\u00fablico externo na Divis\u00e3o do PJe ser\u00e1 substitu\u00eddo por formul\u00e1rio disponibilizado na p\u00e1gina da internet da Terceira Regi\u00e3o.\nSuporte T\u00e9cnico do PJe: Clique_Aqui\n\nAntes de acessar o PJe, certifique-se de ter instalado o PJeOffice (download), compat\u00edvel com os principais navegadores e sistemas operacionais, para a correta leitura de seu certificado digital.\nAssista ao v\u00eddeo tutorial para instalar e configurar o PJeOffice: Clique_Aqui\n\nLink para download do aplicativo: Sistema Operacional Download\nPJe Office\nServidor CNJ\nServidor TRF3\nWindows pje-office.exe\n\npje-office.exe\nMacOS 64 Bits pje-office_x64.dmg\n\npje-office_x64.dmg\n\nOutros v\u00eddeos tutoriais:\nV\u00eddeo tutorial para cadastrar um Novo Processo: Clique_Aqui\nV\u00eddeo tutorial para impetrar Habeas Corpus no TRF3: Clique_Aqui\nRoteiro de Virtualiza\u00e7\u00e3o de Processo - Resolu\u00e7\u00e3o PRESI n\u00ba 142/2017: Clique_Aqui\nV\u00eddeo tutorial - Peticionar - Resposta de Prazo: Clique_Aqui\nV\u00eddeo tutorial - Peticionamento Avulso: Clique_Aqui\nV\u00eddeo tutorial - Juntar documentos: Clique_Aqui\nV\u00eddeo tutorial - Consulta de Processo e Consulta de Expediente: Clique_Aqui\nV\u00eddeo tutorial - Como efetuar download do processo em PDF: Clique_Aqui\n\nAcesse os manuais e guias r\u00e1pidos para utiliza\u00e7\u00e3o do PJe pelo link: http://www.trf3.jus.br/pje/?no_cache=1\nMais informa\u00e7\u00f5es podem ser encontradas em: http://www.pje.jus.br/wiki/index.php/P%C3%A1gina_principal\nServidores da JF3R devem entrar em contato com a Divis\u00e3o de Processo Judicial Eletr\u00f4nico - DPJe/TRF3R, atrav\u00e9s do callcenter para solicitar seu cadastro.\n\nFechar De que forma voc\u00ea gostaria de realizar assinatura digital e autentica\u00e7\u00e3o?\nModo utilizado atualmente no PJe, precisa ser instalado o Java no computador.\nClique aqui para instalar o PJeOffice.\nJ\u00e1 instalado em sua m\u00e1quina.\nVerificando ambiente...\nFechar Assinatura digital e autentica\u00e7\u00e3o utilizando PJeOffice\n\nClique aqui para instalar o PJeOffice.\nJ\u00e1 instalado em sua m\u00e1quina.\nVerificando ambiente...\n\nPJeOffice Indispon\u00edvel O aplicativo PJeOffice n\u00e3o est\u00e1 dispon\u00edvel!\n\nPor favor aguarde" }, { "header": "Texto Similar 2 (Solon) - IdDocumentoCompleto: 0018321-28.2018.4.01.3900-715932994", "text": "Exibir navega\u00e7\u00e3o\nProcesso Judicial Eletr\u00f4nico\nEntrar Formas de acesso Consulta processual Push Pr\u00e9-requisitos Manuais Fale conosco\n\nFale conosco\nInforma\u00e7\u00f5es Fale Conosco\nProcedimentos para abrir solicita\u00e7\u00e3o:\n1) Usu\u00e1rios externos: entrar em contato pelo telefone 61-3314-1620 ou encaminhar e-mail \u00e0 Central de Servi\u00e7os de Tecnologia da Informa\u00e7\u00e3o (csti@trf1.jus.br), com sugest\u00f5es, d\u00favidas ou relato de problemas t\u00e9cnicos, nesta hip\u00f3tese acompanhado de PrintScreen da tela de erro e descri\u00e7\u00e3o dos procedimentos realizados, com data e hor\u00e1rio da ocorr\u00eancia. Informamos que o e-mail da CSTI n\u00e3o poder\u00e1 ser utilizado para fins de peticionamento, de forma que documentos recebidos nesse sentido ser\u00e3o imediatamente descartados;\n2) Usu\u00e1rios internos: demandas relativas ao PJe, de qualquer natureza, devem ser encaminhadas via e-Sosti, observando-se, nos casos de problema t\u00e9cnico, a necessidade de anexar PrintScreen da tela de erro e descri\u00e7\u00e3o dos procedimentos realizados, com data e hor\u00e1rio da ocorr\u00eancia.\n\nJusti\u00e7a Federal da 1\u00aa Regi\u00e3o\nVaras e Juizados (1\u00ba grau)\n\nVoc\u00ea precisa estar logado para realizar esta opera\u00e7\u00e3o.\n\nXF7VDsxgCT0aOl5BGY5LwB1RmkZWqcAN Modo de assinatura Java Applet PJeOffice\nSaiba como obter o certificado digital\n\nCPF | CNPJ\nSenha\nNova Senha Confirma\u00e7\u00e3o\nSolicitar nova senha\n\nVersao 2.1.10.0-SNAPSHOT_TRF1 (8a14750c) - Atualizado em 16/08/2022 - 23:54 -\nPr\u00e9-requisitos\nO PJe \u00e9 compat\u00edvel com os principais sistemas operacionais utilizados atualmente.\nPara acessar o PJe \u00e9 necess\u00e1rio possuir os seguintes itens:\n\nNavegador de Internet compat\u00edvel\n\nSeu navegador de Internet n\u00e3o foi homologado para o uso do PJe. Recomendamos que utilize o Mozilla Firefox\n\nVerificando se as popup's est\u00e3o habilitadas\n\nPopup's habilitadas\n\nPopup's desabilitadas em seu navegador de internet. No navegador Firefox, verifique em menu op\u00e7\u00f5es/conte\u00fado\n\nJava e plugins instalados\n\nVerifique se o plugin java est\u00e1 habilitado em seu navegador de internet (menu complementos/plugins).\nCaso n\u00e3o esteja instalado, clique aqui e baixe a vers\u00e3o atualizada\nSen\u00e3o o seu navegador de internet n\u00e3o acessa o Certificado Digital. Recomendamos utilizar o Mozilla Firefox. O seu navegador de internet acessar\u00e1 o PJe apenas por login e senha (h\u00e1 restri\u00e7\u00f5es ao utilizar este tipo de acesso)\n\nPJeOffice\n\nO PJeOffice est\u00e1 indispon\u00edvel ou n\u00e3o instalado\n1 - Para instalar o PJeOffice, clique aqui.\n2 - Para utilizar o Java Applet, clique aqui.\n\nVerificando o aplicativo...\nFormas de acesso Acesso com certificado digital\nPara se cadastrar no PJe \u00e9 necess\u00e1rio ter um certificado digital v\u00e1lido, do tipo A3, que perten\u00e7a \u00e0 cadeia ICP-Brasil, para mais informa\u00e7\u00f5es acesse o link Saiba como obter o certificado digital.\n\nProcedimentos para se cadastrar no PJe 1- Insira o seu certificado digital em seu computador. 2- Na p\u00e1gina de login do PJe, clique no bot\u00e3o Certificado digital. 3- Insira a senha do seu certificado digital. 4- Confirme as suas informa\u00e7\u00f5es pessoais no formul\u00e1rio apresentado. 5- Assine o Termo de Compromisso. Ap\u00f3s seguir este procedimento, o seu cadastro estar\u00e1 conclu\u00eddo.\nPara acessar o sistema, clique no bot\u00e3o Certificado digital na tela de login do PJe. Acesso com login e senha para quem j\u00e1 possui certificado digital\nPrimeiramente, \u00e9 necess\u00e1rio realizar o cadastro utilizando o certificado digital.\nPara acessar o sistema, clique no link \"Solicitar nova senha\" na tela de login do PJe, informe o CPF/CNPJ (apenas n\u00fameros), o e-mail cadastrado no sistema e clique no bot\u00e3o \"Solicitar\".\nO sistema encaminhar\u00e1 para o e-mail informado as instru\u00e7\u00f5es de cadastro de uma nova senha. Acesso para quem n\u00e3o possui o certificado digital\nPara quem que n\u00e3o possui certificado digital \u00e9 necess\u00e1rio dirigir-se pessoalmente a um posto de atendimento do Tribunal levando os seguintes documentos: uma c\u00f3pia do CPF, do RG (ou da OAB no caso de advogado) e um comprovante de resid\u00eancia.\nAp\u00f3s o cadastro, o sistema encaminhar\u00e1 para o e-mail informado as instru\u00e7\u00f5es de cadastro de uma nova senha.\nPara mais informa\u00e7\u00f5es sobre como acessar o PJe, acesse a wiki em Acesso ao PJe.\nManuais\nAcesse os guias r\u00e1pidos para utiliza\u00e7\u00e3o do PJe, de acordo com o seu perfil de usu\u00e1rio, pelos links abaixo Advogados http://www.pje.jus.br/wiki/index.php/Manual_do_Advogado Tribunais, varas e outros \u00f3rg\u00e3os http://www.pje.jus.br/wiki/index.php/Manual_dos_Representantes Pessoas f\u00edsicas n\u00e3o servidores e pessoas jur\u00eddicas http://www.pje.jus.br/wiki/index.php/Manual_do_Usuario_sem_representacao Mais informa\u00e7\u00f5es podem ser encontradas em http://www.cnj.jus.br/wikipje/index.php\n\nAguarde a inicializa\u00e7\u00e3o do certificado digital.\n\nVersao 2.1.10.0-SNAPSHOT_TRF1 (8a14750c) - Atualizado em 16/08/2022 - 23:54\nSolicitar nova senha\n\nCPF / CNPJ\nEmail\n\nPrimeiro acesso\n\nO PJe permite o acesso com Certificado Digital e tamb\u00e9m atrav\u00e9s de login e senha.\n\nPara acessar o sistema utilizando login e senha (h\u00e1 restri\u00e7\u00f5es ao utilizar este tipo de acesso), por favor veja o Manual de configura\u00e7\u00e3o da utiliza\u00e7\u00e3o do PJe sem certificado digital em nossa wiki.\nCertificado Digital\nO certificado digital \u00e9 um dispositivo criptografico que armazena suas chaves p\u00fablicas e privadas, ou seja, a sua assinatura digital. Esse dispositivo pode ser um cart\u00e3o inteligente (smartcard) ou um token criptogr\u00e1fico.\nQuando utilizado um cart\u00e3o inteligente, \u00e9 necess\u00e1rio que o usu\u00e1rio disponha de uma leitora de smartcard devidamente instalada. Os aplicativos necess\u00e1rios \u00e0 utiliza\u00e7\u00e3o desses dispositivos devem ser fornecidos pela entidade onde foi adquirido o certificado digital.\nCertificado ICP-Brasil a assinatura de documentos no PJe somente pode ser feita utilizando certificados digitais do tipo A3, que pertence \u00e0 cadeia ICP-Brasil. A cadeia de certifica\u00e7\u00e3o deve ser instalada no computador do usu\u00e1rio, o que pode ser feito seguindo as instru\u00e7\u00f5es do reposit\u00f3rio das cadeias de certifica\u00e7\u00e3o do Instituto Nacional de Tecnologia da Informa\u00e7\u00e3o.\n\nVoc\u00ea pode utilizar o bot\u00e3o de Pr\u00e9-requisitos, que realizar\u00e1 um teste em seu computador, analisando os requisitos m\u00ednimos para se ter acesso ao PJe, inclusive a verifica\u00e7\u00e3o de seu certificado digital.\nOutros testes podem ser feitos no s\u00edtio de atendimento do contribuinte da Receita Federal do Brasil (e-CAC) ou utilizando o programa respons\u00e1vel pela administra\u00e7\u00e3o do certificado no seu computador.\nEm caso de problemas nos testes, ser\u00e1 necess\u00e1rio entrar em contato com seu fornecedor de certificado digital ou consultar um t\u00e9cnico especializado para configurar corretamente seu computador.\nEis alguns sites com dicas para instala\u00e7\u00e3o e configura\u00e7\u00e3o da leitora de certificados e de tokens criptogr\u00e1ficos: Certisign Autoridade Certificadora Brasileira de Registros Receita Federal do Brasil\nInstale os drivers da leitora de cart\u00e3o inteligente ou do token criptogr\u00e1fico. Instale a cadeia de certifica\u00e7\u00e3o da ICP-Brasil Instale o navegador Mozilla Firefox Instale ou atualize o Java Teste o uso de seu certificado digital no programa de gerenciamento do cart\u00e3o ou use a Verifica\u00e7\u00e3o de pr\u00e9-requisitos Este v\u00eddeo orienta o usu\u00e1rio sobre como proceder com rela\u00e7\u00e3o \u00e0 advert\u00eancia de seguran\u00e7a (site n\u00e3o confi\u00e1vel) emitida pelo browser.\n\nExistem duas formar de acesso ao PJe, com caracter\u00edsticas diferentes, dependendo das suas necessidades.\nO Push, permite apenas o recebimento de email, informando sobre as movimenta\u00e7\u00f5es dos seus processos.\nO acesso ao PJe pela tela de login com certificado digital \u00e9 a principal forma de acesso e permite, dentre outras coisas (dependendo do seu perfil de acesso), criar novos processos, inserir e abrir documentos em processos, responder intima\u00e7\u00f5es, receber e-mails informando sobre as movimenta\u00e7\u00f5es dos seus processos, etc.\nComo me cadastrar no Push?\nPara se cadastrar no Push \u00e9 necess\u00e1rio que o usu\u00e1rio n\u00e3o seja cadastrado no sistema com certificado digital ou com Usu\u00e1rio e Senha, pois o cadastro diretamente no PJe impede o cadastro no Push.\nCaso voc\u00ea seja cadastrado no PJe com certificado digital ou Usu\u00e1rio e Senha e queira acompanhar as movimenta\u00e7\u00f5es, acesse Menu Principal Processo Outras a\u00e7\u00f5es Incluir no PUSH\nProcedimentos para se cadastrar no Push Clique no link \"Push\", na tela inicial de login do PJe Clique no link \"Ainda n\u00e3o \u00e9 cadastrado?\", na tela do Push Insira o seu CPF, ou o CNPJ, e seu email (deve ser um e-mail v\u00e1lido, pois ser\u00e1 onde voc\u00ea receber\u00e1 o email de confirma\u00e7\u00e3o com o link para confirmar o cadastro) Clique em \"Confirmar\" Entre no email informado e abra o email enviado pelo Push e clique no link de confirma\u00e7ao ou copie e cole o link na barra de endere\u00e7o do seu navegador Preencha os seus dados pessoais e clique em \"Gravar\"\nComo me cadastrar no PJe?\nCom certificado digital\nPara se cadastrar no PJe \u00e9 necess\u00e1rio somente um certificado digital v\u00e1lido, do tipo A3, que perten\u00e7a \u00e0 cadeia ICP-Brasil (para mais explica\u00e7\u00f5es sobre os requisitos para acessar com certificado digital.\nProcedimentos para se cadastrar Insira o seu certificado digital em seu computador Na p\u00e1gina do PJe, clique no bot\u00e3o \"Certificado Digital\" Insira a senha do seu certificado digital Confirme as suas informa\u00e7\u00f5es pessoais no formul\u00e1rio apresentado Assine o \"Termo de Compromisso\". Ap\u00f3s seguir este procedimento, o seu cadastro estar\u00e1 terminado! Para acessar o sistema, clique novamente no bot\u00e3o \"Certificado Digital\", na tela de login do PJe\nCom login e senha Se voc\u00ea possui um certificado digital Insira o seu certificado digital em seu computador Na p\u00e1gina do PJe, clique no bot\u00e3o \"Certificado Digital\" Insira a senha do seu certificado digital Confirme as suas informa\u00e7\u00f5es pessoais no formul\u00e1rio apresentado Assine o \"Termo de Compromisso\" Na tela inicial de login do PJe, clique no bot\u00e3o \"Solicitar nova senha\" Informe o CPF/CNPJ e o e-mail cadastrado no PJe Clique no bot\u00e3o \"Solicitar\" Entre no e-mail informado e procure o e-mail enviado pelo PJe. Nele haver\u00e1 um link. Clique nele ou copie e cole o link na barra de endere\u00e7o do seu navegador Siga as instru\u00e7\u00f5es contidas no e-mail para o cadastro da sua senha Se voc\u00ea n\u00e3o possui certificado digital, por favor entre em contato com posto de atendimento do tribunal e obtenha as informa\u00e7\u00f5es necess\u00e1rias.\nInforma\u00e7\u00f5es Fale Conosco\nProcedimentos para abrir solicita\u00e7\u00e3o:\n1) Usu\u00e1rios externos: entrar em contato pelo telefone 61-3314-1620 ou encaminhar e-mail \u00e0 Central de Servi\u00e7os de Tecnologia da Informa\u00e7\u00e3o (csti@trf1.jus.br), com sugest\u00f5es, d\u00favidas ou relato de problemas t\u00e9cnicos, nesta hip\u00f3tese acompanhado de PrintScreen da tela de erro e descri\u00e7\u00e3o dos procedimentos realizados, com data e hor\u00e1rio da ocorr\u00eancia. Informamos que o e-mail da CSTI n\u00e3o poder\u00e1 ser utilizado para fins de peticionamento, de forma que documentos recebidos nesse sentido ser\u00e3o imediatamente descartados;\n2) Usu\u00e1rios internos: demandas relativas ao PJe, de qualquer natureza, devem ser encaminhadas via e-Sosti, observando-se, nos casos de problema t\u00e9cnico, a necessidade de anexar PrintScreen da tela de erro e descri\u00e7\u00e3o dos procedimentos realizados, com data e hor\u00e1rio da ocorr\u00eancia.\n\nFechar De que forma voc\u00ea gostaria de realizar assinatura digital e autentica\u00e7\u00e3o?\nModo utilizado atualmente no PJe, precisa ser instalado o Java no computador.\nClique aqui para instalar o PJeOffice.\nJ\u00e1 instalado em sua m\u00e1quina.\nVerificando ambiente...\nFechar Assinatura digital e autentica\u00e7\u00e3o utilizando PJeOffice\n\nClique aqui para instalar o PJeOffice.\nJ\u00e1 instalado em sua m\u00e1quina.\nVerificando ambiente...\n\nPJeOffice Indispon\u00edvel O aplicativo PJeOffice n\u00e3o est\u00e1 dispon\u00edvel!\n\nPor favor aguarde" }, { "header": "Texto Similar 3 (Solon) - IdDocumentoCompleto: 0034267-45.2015.4.01.3900-760217980", "text": "Exibir navega\u00e7\u00e3o\nProcesso Judicial Eletr\u00f4nico\nEntrar Formas de acesso Consulta processual Push Pr\u00e9-requisitos Manuais Fale conosco\n\nFale conosco\nInforma\u00e7\u00f5es Fale Conosco\nProcedimentos para abrir solicita\u00e7\u00e3o:\n1) Usu\u00e1rios externos: entrar em contato pelo telefone 61-3314-1620 ou encaminhar e-mail \u00e0 Central de Servi\u00e7os de Tecnologia da Informa\u00e7\u00e3o (csti@trf1.jus.br), com sugest\u00f5es, d\u00favidas ou relato de problemas t\u00e9cnicos, nesta hip\u00f3tese acompanhado de PrintScreen da tela de erro e descri\u00e7\u00e3o dos procedimentos realizados, com data e hor\u00e1rio da ocorr\u00eancia. Informamos que o e-mail da CSTI n\u00e3o poder\u00e1 ser utilizado para fins de peticionamento, de forma que documentos recebidos nesse sentido ser\u00e3o imediatamente descartados;\n2) Usu\u00e1rios internos: demandas relativas ao PJe, de qualquer natureza, devem ser encaminhadas via e-Sosti, observando-se, nos casos de problema t\u00e9cnico, a necessidade de anexar PrintScreen da tela de erro e descri\u00e7\u00e3o dos procedimentos realizados, com data e hor\u00e1rio da ocorr\u00eancia.\n\nJusti\u00e7a Federal da 1\u00aa Regi\u00e3o\nVaras e Juizados (1\u00ba grau)\n\nVoc\u00ea precisa estar logado para realizar esta opera\u00e7\u00e3o.\n\nkAKkxaEoQrTMpMncfTapgtsNiskeuhEb Modo de assinatura Java Applet PJeOffice\nSaiba como obter o certificado digital\n\nCPF | CNPJ\nSenha\nNova Senha Confirma\u00e7\u00e3o\nSolicitar nova senha\n\nVersao 2.1.10.0-SNAPSHOT_TRF1 (5e5f775c) - Atualizado em 01/09/2022 - 23:54 -\nPr\u00e9-requisitos\nO PJe \u00e9 compat\u00edvel com os principais sistemas operacionais utilizados atualmente.\nPara acessar o PJe \u00e9 necess\u00e1rio possuir os seguintes itens:\n\nNavegador de Internet compat\u00edvel\n\nSeu navegador de Internet n\u00e3o foi homologado para o uso do PJe. Recomendamos que utilize o Mozilla Firefox\n\nVerificando se as popup's est\u00e3o habilitadas\n\nPopup's habilitadas\n\nPopup's desabilitadas em seu navegador de internet. No navegador Firefox, verifique em menu op\u00e7\u00f5es/conte\u00fado\n\nJava e plugins instalados\n\nVerifique se o plugin java est\u00e1 habilitado em seu navegador de internet (menu complementos/plugins).\nCaso n\u00e3o esteja instalado, clique aqui e baixe a vers\u00e3o atualizada\nSen\u00e3o o seu navegador de internet n\u00e3o acessa o Certificado Digital. Recomendamos utilizar o Mozilla Firefox. O seu navegador de internet acessar\u00e1 o PJe apenas por login e senha (h\u00e1 restri\u00e7\u00f5es ao utilizar este tipo de acesso)\n\nPJeOffice\n\nO PJeOffice est\u00e1 indispon\u00edvel ou n\u00e3o instalado\n1 - Para instalar o PJeOffice, clique aqui.\n2 - Para utilizar o Java Applet, clique aqui.\n\nVerificando o aplicativo...\nFormas de acesso Acesso com certificado digital\nPara se cadastrar no PJe \u00e9 necess\u00e1rio ter um certificado digital v\u00e1lido, do tipo A3, que perten\u00e7a \u00e0 cadeia ICP-Brasil, para mais informa\u00e7\u00f5es acesse o link Saiba como obter o certificado digital.\n\nProcedimentos para se cadastrar no PJe 1- Insira o seu certificado digital em seu computador. 2- Na p\u00e1gina de login do PJe, clique no bot\u00e3o Certificado digital. 3- Insira a senha do seu certificado digital. 4- Confirme as suas informa\u00e7\u00f5es pessoais no formul\u00e1rio apresentado. 5- Assine o Termo de Compromisso. Ap\u00f3s seguir este procedimento, o seu cadastro estar\u00e1 conclu\u00eddo.\nPara acessar o sistema, clique no bot\u00e3o Certificado digital na tela de login do PJe. Acesso com login e senha para quem j\u00e1 possui certificado digital\nPrimeiramente, \u00e9 necess\u00e1rio realizar o cadastro utilizando o certificado digital.\nPara acessar o sistema, clique no link \"Solicitar nova senha\" na tela de login do PJe, informe o CPF/CNPJ (apenas n\u00fameros), o e-mail cadastrado no sistema e clique no bot\u00e3o \"Solicitar\".\nO sistema encaminhar\u00e1 para o e-mail informado as instru\u00e7\u00f5es de cadastro de uma nova senha. Acesso para quem n\u00e3o possui o certificado digital\nPara quem que n\u00e3o possui certificado digital \u00e9 necess\u00e1rio dirigir-se pessoalmente a um posto de atendimento do Tribunal levando os seguintes documentos: uma c\u00f3pia do CPF, do RG (ou da OAB no caso de advogado) e um comprovante de resid\u00eancia.\nAp\u00f3s o cadastro, o sistema encaminhar\u00e1 para o e-mail informado as instru\u00e7\u00f5es de cadastro de uma nova senha.\nPara mais informa\u00e7\u00f5es sobre como acessar o PJe, acesse a wiki em Acesso ao PJe.\nManuais\nAcesse os guias r\u00e1pidos para utiliza\u00e7\u00e3o do PJe, de acordo com o seu perfil de usu\u00e1rio, pelos links abaixo Advogados http://www.pje.jus.br/wiki/index.php/Manual_do_Advogado Tribunais, varas e outros \u00f3rg\u00e3os http://www.pje.jus.br/wiki/index.php/Manual_dos_Representantes Pessoas f\u00edsicas n\u00e3o servidores e pessoas jur\u00eddicas http://www.pje.jus.br/wiki/index.php/Manual_do_Usuario_sem_representacao Mais informa\u00e7\u00f5es podem ser encontradas em http://www.cnj.jus.br/wikipje/index.php\n\nAguarde a inicializa\u00e7\u00e3o do certificado digital.\n\nVersao 2.1.10.0-SNAPSHOT_TRF1 (5e5f775c) - Atualizado em 01/09/2022 - 23:54\nSolicitar nova senha\n\nCPF / CNPJ\nEmail\n\nPrimeiro acesso\n\nO PJe permite o acesso com Certificado Digital e tamb\u00e9m atrav\u00e9s de login e senha.\n\nPara acessar o sistema utilizando login e senha (h\u00e1 restri\u00e7\u00f5es ao utilizar este tipo de acesso), por favor veja o Manual de configura\u00e7\u00e3o da utiliza\u00e7\u00e3o do PJe sem certificado digital em nossa wiki.\nCertificado Digital\nO certificado digital \u00e9 um dispositivo criptografico que armazena suas chaves p\u00fablicas e privadas, ou seja, a sua assinatura digital. Esse dispositivo pode ser um cart\u00e3o inteligente (smartcard) ou um token criptogr\u00e1fico.\nQuando utilizado um cart\u00e3o inteligente, \u00e9 necess\u00e1rio que o usu\u00e1rio disponha de uma leitora de smartcard devidamente instalada. Os aplicativos necess\u00e1rios \u00e0 utiliza\u00e7\u00e3o desses dispositivos devem ser fornecidos pela entidade onde foi adquirido o certificado digital.\nCertificado ICP-Brasil a assinatura de documentos no PJe somente pode ser feita utilizando certificados digitais do tipo A3, que pertence \u00e0 cadeia ICP-Brasil. A cadeia de certifica\u00e7\u00e3o deve ser instalada no computador do usu\u00e1rio, o que pode ser feito seguindo as instru\u00e7\u00f5es do reposit\u00f3rio das cadeias de certifica\u00e7\u00e3o do Instituto Nacional de Tecnologia da Informa\u00e7\u00e3o.\n\nVoc\u00ea pode utilizar o bot\u00e3o de Pr\u00e9-requisitos, que realizar\u00e1 um teste em seu computador, analisando os requisitos m\u00ednimos para se ter acesso ao PJe, inclusive a verifica\u00e7\u00e3o de seu certificado digital.\nOutros testes podem ser feitos no s\u00edtio de atendimento do contribuinte da Receita Federal do Brasil (e-CAC) ou utilizando o programa respons\u00e1vel pela administra\u00e7\u00e3o do certificado no seu computador.\nEm caso de problemas nos testes, ser\u00e1 necess\u00e1rio entrar em contato com seu fornecedor de certificado digital ou consultar um t\u00e9cnico especializado para configurar corretamente seu computador.\nEis alguns sites com dicas para instala\u00e7\u00e3o e configura\u00e7\u00e3o da leitora de certificados e de tokens criptogr\u00e1ficos: Certisign Autoridade Certificadora Brasileira de Registros Receita Federal do Brasil\nInstale os drivers da leitora de cart\u00e3o inteligente ou do token criptogr\u00e1fico. Instale a cadeia de certifica\u00e7\u00e3o da ICP-Brasil Instale o navegador Mozilla Firefox Instale ou atualize o Java Teste o uso de seu certificado digital no programa de gerenciamento do cart\u00e3o ou use a Verifica\u00e7\u00e3o de pr\u00e9-requisitos Este v\u00eddeo orienta o usu\u00e1rio sobre como proceder com rela\u00e7\u00e3o \u00e0 advert\u00eancia de seguran\u00e7a (site n\u00e3o confi\u00e1vel) emitida pelo browser.\n\nExistem duas formar de acesso ao PJe, com caracter\u00edsticas diferentes, dependendo das suas necessidades.\nO Push, permite apenas o recebimento de email, informando sobre as movimenta\u00e7\u00f5es dos seus processos.\nO acesso ao PJe pela tela de login com certificado digital \u00e9 a principal forma de acesso e permite, dentre outras coisas (dependendo do seu perfil de acesso), criar novos processos, inserir e abrir documentos em processos, responder intima\u00e7\u00f5es, receber e-mails informando sobre as movimenta\u00e7\u00f5es dos seus processos, etc.\nComo me cadastrar no Push?\nPara se cadastrar no Push \u00e9 necess\u00e1rio que o usu\u00e1rio n\u00e3o seja cadastrado no sistema com certificado digital ou com Usu\u00e1rio e Senha, pois o cadastro diretamente no PJe impede o cadastro no Push.\nCaso voc\u00ea seja cadastrado no PJe com certificado digital ou Usu\u00e1rio e Senha e queira acompanhar as movimenta\u00e7\u00f5es, acesse Menu Principal Processo Outras a\u00e7\u00f5es Incluir no PUSH\nProcedimentos para se cadastrar no Push Clique no link \"Push\", na tela inicial de login do PJe Clique no link \"Ainda n\u00e3o \u00e9 cadastrado?\", na tela do Push Insira o seu CPF, ou o CNPJ, e seu email (deve ser um e-mail v\u00e1lido, pois ser\u00e1 onde voc\u00ea receber\u00e1 o email de confirma\u00e7\u00e3o com o link para confirmar o cadastro) Clique em \"Confirmar\" Entre no email informado e abra o email enviado pelo Push e clique no link de confirma\u00e7ao ou copie e cole o link na barra de endere\u00e7o do seu navegador Preencha os seus dados pessoais e clique em \"Gravar\"\nComo me cadastrar no PJe?\nCom certificado digital\nPara se cadastrar no PJe \u00e9 necess\u00e1rio somente um certificado digital v\u00e1lido, do tipo A3, que perten\u00e7a \u00e0 cadeia ICP-Brasil (para mais explica\u00e7\u00f5es sobre os requisitos para acessar com certificado digital.\nProcedimentos para se cadastrar Insira o seu certificado digital em seu computador Na p\u00e1gina do PJe, clique no bot\u00e3o \"Certificado Digital\" Insira a senha do seu certificado digital Confirme as suas informa\u00e7\u00f5es pessoais no formul\u00e1rio apresentado Assine o \"Termo de Compromisso\". Ap\u00f3s seguir este procedimento, o seu cadastro estar\u00e1 terminado! Para acessar o sistema, clique novamente no bot\u00e3o \"Certificado Digital\", na tela de login do PJe\nCom login e senha Se voc\u00ea possui um certificado digital Insira o seu certificado digital em seu computador Na p\u00e1gina do PJe, clique no bot\u00e3o \"Certificado Digital\" Insira a senha do seu certificado digital Confirme as suas informa\u00e7\u00f5es pessoais no formul\u00e1rio apresentado Assine o \"Termo de Compromisso\" Na tela inicial de login do PJe, clique no bot\u00e3o \"Solicitar nova senha\" Informe o CPF/CNPJ e o e-mail cadastrado no PJe Clique no bot\u00e3o \"Solicitar\" Entre no e-mail informado e procure o e-mail enviado pelo PJe. Nele haver\u00e1 um link. Clique nele ou copie e cole o link na barra de endere\u00e7o do seu navegador Siga as instru\u00e7\u00f5es contidas no e-mail para o cadastro da sua senha Se voc\u00ea n\u00e3o possui certificado digital, por favor entre em contato com posto de atendimento do tribunal e obtenha as informa\u00e7\u00f5es necess\u00e1rias.\nInforma\u00e7\u00f5es Fale Conosco\nProcedimentos para abrir solicita\u00e7\u00e3o:\n1) Usu\u00e1rios externos: entrar em contato pelo telefone 61-3314-1620 ou encaminhar e-mail \u00e0 Central de Servi\u00e7os de Tecnologia da Informa\u00e7\u00e3o (csti@trf1.jus.br), com sugest\u00f5es, d\u00favidas ou relato de problemas t\u00e9cnicos, nesta hip\u00f3tese acompanhado de PrintScreen da tela de erro e descri\u00e7\u00e3o dos procedimentos realizados, com data e hor\u00e1rio da ocorr\u00eancia. Informamos que o e-mail da CSTI n\u00e3o poder\u00e1 ser utilizado para fins de peticionamento, de forma que documentos recebidos nesse sentido ser\u00e3o imediatamente descartados;\n2) Usu\u00e1rios internos: demandas relativas ao PJe, de qualquer natureza, devem ser encaminhadas via e-Sosti, observando-se, nos casos de problema t\u00e9cnico, a necessidade de anexar PrintScreen da tela de erro e descri\u00e7\u00e3o dos procedimentos realizados, com data e hor\u00e1rio da ocorr\u00eancia.\n\nFechar De que forma voc\u00ea gostaria de realizar assinatura digital e autentica\u00e7\u00e3o?\nModo utilizado atualmente no PJe, precisa ser instalado o Java no computador.\nClique aqui para instalar o PJeOffice.\nJ\u00e1 instalado em sua m\u00e1quina.\nVerificando ambiente...\nFechar Assinatura digital e autentica\u00e7\u00e3o utilizando PJeOffice\n\nClique aqui para instalar o PJeOffice.\nJ\u00e1 instalado em sua m\u00e1quina.\nVerificando ambiente...\n\nPJeOffice Indispon\u00edvel O aplicativo PJeOffice n\u00e3o est\u00e1 dispon\u00edvel!\n\nPor favor aguarde" }, { "header": "Texto Similar 4 (Solon) - IdDocumentoCompleto: 0034816-50.2018.4.01.3900-715919475", "text": "Exibir navega\u00e7\u00e3o\nProcesso Judicial Eletr\u00f4nico\nEntrar Formas de acesso Consulta processual Push Pr\u00e9-requisitos Manuais Fale conosco\n\nFale conosco\nInforma\u00e7\u00f5es Fale Conosco\nProcedimentos para abrir solicita\u00e7\u00e3o:\n1) Usu\u00e1rios externos: entrar em contato pelo telefone 61-3314-1620 ou encaminhar e-mail \u00e0 Central de Servi\u00e7os de Tecnologia da Informa\u00e7\u00e3o (csti@trf1.jus.br), com sugest\u00f5es, d\u00favidas ou relato de problemas t\u00e9cnicos, nesta hip\u00f3tese acompanhado de PrintScreen da tela de erro e descri\u00e7\u00e3o dos procedimentos realizados, com data e hor\u00e1rio da ocorr\u00eancia. Informamos que o e-mail da CSTI n\u00e3o poder\u00e1 ser utilizado para fins de peticionamento, de forma que documentos recebidos nesse sentido ser\u00e3o imediatamente descartados;\n2) Usu\u00e1rios internos: demandas relativas ao PJe, de qualquer natureza, devem ser encaminhadas via e-Sosti, observando-se, nos casos de problema t\u00e9cnico, a necessidade de anexar PrintScreen da tela de erro e descri\u00e7\u00e3o dos procedimentos realizados, com data e hor\u00e1rio da ocorr\u00eancia.\n\nJusti\u00e7a Federal da 1\u00aa Regi\u00e3o\nVaras e Juizados (1\u00ba grau)\n\nVoc\u00ea precisa estar logado para realizar esta opera\u00e7\u00e3o.\n\nXF7VDsxgCT0aOl5BGY5LwB1RmkZWqcAN Modo de assinatura Java Applet PJeOffice\nSaiba como obter o certificado digital\n\nCPF | CNPJ\nSenha\nNova Senha Confirma\u00e7\u00e3o\nSolicitar nova senha\n\nVersao 2.1.10.0-SNAPSHOT_TRF1 (8a14750c) - Atualizado em 16/08/2022 - 23:54 -\nPr\u00e9-requisitos\nO PJe \u00e9 compat\u00edvel com os principais sistemas operacionais utilizados atualmente.\nPara acessar o PJe \u00e9 necess\u00e1rio possuir os seguintes itens:\n\nNavegador de Internet compat\u00edvel\n\nSeu navegador de Internet n\u00e3o foi homologado para o uso do PJe. Recomendamos que utilize o Mozilla Firefox\n\nVerificando se as popup's est\u00e3o habilitadas\n\nPopup's habilitadas\n\nPopup's desabilitadas em seu navegador de internet. No navegador Firefox, verifique em menu op\u00e7\u00f5es/conte\u00fado\n\nJava e plugins instalados\n\nVerifique se o plugin java est\u00e1 habilitado em seu navegador de internet (menu complementos/plugins).\nCaso n\u00e3o esteja instalado, clique aqui e baixe a vers\u00e3o atualizada\nSen\u00e3o o seu navegador de internet n\u00e3o acessa o Certificado Digital. Recomendamos utilizar o Mozilla Firefox. O seu navegador de internet acessar\u00e1 o PJe apenas por login e senha (h\u00e1 restri\u00e7\u00f5es ao utilizar este tipo de acesso)\n\nPJeOffice\n\nO PJeOffice est\u00e1 indispon\u00edvel ou n\u00e3o instalado\n1 - Para instalar o PJeOffice, clique aqui.\n2 - Para utilizar o Java Applet, clique aqui.\n\nVerificando o aplicativo...\nFormas de acesso Acesso com certificado digital\nPara se cadastrar no PJe \u00e9 necess\u00e1rio ter um certificado digital v\u00e1lido, do tipo A3, que perten\u00e7a \u00e0 cadeia ICP-Brasil, para mais informa\u00e7\u00f5es acesse o link Saiba como obter o certificado digital.\n\nProcedimentos para se cadastrar no PJe 1- Insira o seu certificado digital em seu computador. 2- Na p\u00e1gina de login do PJe, clique no bot\u00e3o Certificado digital. 3- Insira a senha do seu certificado digital. 4- Confirme as suas informa\u00e7\u00f5es pessoais no formul\u00e1rio apresentado. 5- Assine o Termo de Compromisso. Ap\u00f3s seguir este procedimento, o seu cadastro estar\u00e1 conclu\u00eddo.\nPara acessar o sistema, clique no bot\u00e3o Certificado digital na tela de login do PJe. Acesso com login e senha para quem j\u00e1 possui certificado digital\nPrimeiramente, \u00e9 necess\u00e1rio realizar o cadastro utilizando o certificado digital.\nPara acessar o sistema, clique no link \"Solicitar nova senha\" na tela de login do PJe, informe o CPF/CNPJ (apenas n\u00fameros), o e-mail cadastrado no sistema e clique no bot\u00e3o \"Solicitar\".\nO sistema encaminhar\u00e1 para o e-mail informado as instru\u00e7\u00f5es de cadastro de uma nova senha. Acesso para quem n\u00e3o possui o certificado digital\nPara quem que n\u00e3o possui certificado digital \u00e9 necess\u00e1rio dirigir-se pessoalmente a um posto de atendimento do Tribunal levando os seguintes documentos: uma c\u00f3pia do CPF, do RG (ou da OAB no caso de advogado) e um comprovante de resid\u00eancia.\nAp\u00f3s o cadastro, o sistema encaminhar\u00e1 para o e-mail informado as instru\u00e7\u00f5es de cadastro de uma nova senha.\nPara mais informa\u00e7\u00f5es sobre como acessar o PJe, acesse a wiki em Acesso ao PJe.\nManuais\nAcesse os guias r\u00e1pidos para utiliza\u00e7\u00e3o do PJe, de acordo com o seu perfil de usu\u00e1rio, pelos links abaixo Advogados http://www.pje.jus.br/wiki/index.php/Manual_do_Advogado Tribunais, varas e outros \u00f3rg\u00e3os http://www.pje.jus.br/wiki/index.php/Manual_dos_Representantes Pessoas f\u00edsicas n\u00e3o servidores e pessoas jur\u00eddicas http://www.pje.jus.br/wiki/index.php/Manual_do_Usuario_sem_representacao Mais informa\u00e7\u00f5es podem ser encontradas em http://www.cnj.jus.br/wikipje/index.php\n\nAguarde a inicializa\u00e7\u00e3o do certificado digital.\n\nVersao 2.1.10.0-SNAPSHOT_TRF1 (8a14750c) - Atualizado em 16/08/2022 - 23:54\nSolicitar nova senha\n\nCPF / CNPJ\nEmail\n\nPrimeiro acesso\n\nO PJe permite o acesso com Certificado Digital e tamb\u00e9m atrav\u00e9s de login e senha.\n\nPara acessar o sistema utilizando login e senha (h\u00e1 restri\u00e7\u00f5es ao utilizar este tipo de acesso), por favor veja o Manual de configura\u00e7\u00e3o da utiliza\u00e7\u00e3o do PJe sem certificado digital em nossa wiki.\nCertificado Digital\nO certificado digital \u00e9 um dispositivo criptografico que armazena suas chaves p\u00fablicas e privadas, ou seja, a sua assinatura digital. Esse dispositivo pode ser um cart\u00e3o inteligente (smartcard) ou um token criptogr\u00e1fico.\nQuando utilizado um cart\u00e3o inteligente, \u00e9 necess\u00e1rio que o usu\u00e1rio disponha de uma leitora de smartcard devidamente instalada. Os aplicativos necess\u00e1rios \u00e0 utiliza\u00e7\u00e3o desses dispositivos devem ser fornecidos pela entidade onde foi adquirido o certificado digital.\nCertificado ICP-Brasil a assinatura de documentos no PJe somente pode ser feita utilizando certificados digitais do tipo A3, que pertence \u00e0 cadeia ICP-Brasil. A cadeia de certifica\u00e7\u00e3o deve ser instalada no computador do usu\u00e1rio, o que pode ser feito seguindo as instru\u00e7\u00f5es do reposit\u00f3rio das cadeias de certifica\u00e7\u00e3o do Instituto Nacional de Tecnologia da Informa\u00e7\u00e3o.\n\nVoc\u00ea pode utilizar o bot\u00e3o de Pr\u00e9-requisitos, que realizar\u00e1 um teste em seu computador, analisando os requisitos m\u00ednimos para se ter acesso ao PJe, inclusive a verifica\u00e7\u00e3o de seu certificado digital.\nOutros testes podem ser feitos no s\u00edtio de atendimento do contribuinte da Receita Federal do Brasil (e-CAC) ou utilizando o programa respons\u00e1vel pela administra\u00e7\u00e3o do certificado no seu computador.\nEm caso de problemas nos testes, ser\u00e1 necess\u00e1rio entrar em contato com seu fornecedor de certificado digital ou consultar um t\u00e9cnico especializado para configurar corretamente seu computador.\nEis alguns sites com dicas para instala\u00e7\u00e3o e configura\u00e7\u00e3o da leitora de certificados e de tokens criptogr\u00e1ficos: Certisign Autoridade Certificadora Brasileira de Registros Receita Federal do Brasil\nInstale os drivers da leitora de cart\u00e3o inteligente ou do token criptogr\u00e1fico. Instale a cadeia de certifica\u00e7\u00e3o da ICP-Brasil Instale o navegador Mozilla Firefox Instale ou atualize o Java Teste o uso de seu certificado digital no programa de gerenciamento do cart\u00e3o ou use a Verifica\u00e7\u00e3o de pr\u00e9-requisitos Este v\u00eddeo orienta o usu\u00e1rio sobre como proceder com rela\u00e7\u00e3o \u00e0 advert\u00eancia de seguran\u00e7a (site n\u00e3o confi\u00e1vel) emitida pelo browser.\n\nExistem duas formar de acesso ao PJe, com caracter\u00edsticas diferentes, dependendo das suas necessidades.\nO Push, permite apenas o recebimento de email, informando sobre as movimenta\u00e7\u00f5es dos seus processos.\nO acesso ao PJe pela tela de login com certificado digital \u00e9 a principal forma de acesso e permite, dentre outras coisas (dependendo do seu perfil de acesso), criar novos processos, inserir e abrir documentos em processos, responder intima\u00e7\u00f5es, receber e-mails informando sobre as movimenta\u00e7\u00f5es dos seus processos, etc.\nComo me cadastrar no Push?\nPara se cadastrar no Push \u00e9 necess\u00e1rio que o usu\u00e1rio n\u00e3o seja cadastrado no sistema com certificado digital ou com Usu\u00e1rio e Senha, pois o cadastro diretamente no PJe impede o cadastro no Push.\nCaso voc\u00ea seja cadastrado no PJe com certificado digital ou Usu\u00e1rio e Senha e queira acompanhar as movimenta\u00e7\u00f5es, acesse Menu Principal Processo Outras a\u00e7\u00f5es Incluir no PUSH\nProcedimentos para se cadastrar no Push Clique no link \"Push\", na tela inicial de login do PJe Clique no link \"Ainda n\u00e3o \u00e9 cadastrado?\", na tela do Push Insira o seu CPF, ou o CNPJ, e seu email (deve ser um e-mail v\u00e1lido, pois ser\u00e1 onde voc\u00ea receber\u00e1 o email de confirma\u00e7\u00e3o com o link para confirmar o cadastro) Clique em \"Confirmar\" Entre no email informado e abra o email enviado pelo Push e clique no link de confirma\u00e7ao ou copie e cole o link na barra de endere\u00e7o do seu navegador Preencha os seus dados pessoais e clique em \"Gravar\"\nComo me cadastrar no PJe?\nCom certificado digital\nPara se cadastrar no PJe \u00e9 necess\u00e1rio somente um certificado digital v\u00e1lido, do tipo A3, que perten\u00e7a \u00e0 cadeia ICP-Brasil (para mais explica\u00e7\u00f5es sobre os requisitos para acessar com certificado digital.\nProcedimentos para se cadastrar Insira o seu certificado digital em seu computador Na p\u00e1gina do PJe, clique no bot\u00e3o \"Certificado Digital\" Insira a senha do seu certificado digital Confirme as suas informa\u00e7\u00f5es pessoais no formul\u00e1rio apresentado Assine o \"Termo de Compromisso\". Ap\u00f3s seguir este procedimento, o seu cadastro estar\u00e1 terminado! Para acessar o sistema, clique novamente no bot\u00e3o \"Certificado Digital\", na tela de login do PJe\nCom login e senha Se voc\u00ea possui um certificado digital Insira o seu certificado digital em seu computador Na p\u00e1gina do PJe, clique no bot\u00e3o \"Certificado Digital\" Insira a senha do seu certificado digital Confirme as suas informa\u00e7\u00f5es pessoais no formul\u00e1rio apresentado Assine o \"Termo de Compromisso\" Na tela inicial de login do PJe, clique no bot\u00e3o \"Solicitar nova senha\" Informe o CPF/CNPJ e o e-mail cadastrado no PJe Clique no bot\u00e3o \"Solicitar\" Entre no e-mail informado e procure o e-mail enviado pelo PJe. Nele haver\u00e1 um link. Clique nele ou copie e cole o link na barra de endere\u00e7o do seu navegador Siga as instru\u00e7\u00f5es contidas no e-mail para o cadastro da sua senha Se voc\u00ea n\u00e3o possui certificado digital, por favor entre em contato com posto de atendimento do tribunal e obtenha as informa\u00e7\u00f5es necess\u00e1rias.\nInforma\u00e7\u00f5es Fale Conosco\nProcedimentos para abrir solicita\u00e7\u00e3o:\n1) Usu\u00e1rios externos: entrar em contato pelo telefone 61-3314-1620 ou encaminhar e-mail \u00e0 Central de Servi\u00e7os de Tecnologia da Informa\u00e7\u00e3o (csti@trf1.jus.br), com sugest\u00f5es, d\u00favidas ou relato de problemas t\u00e9cnicos, nesta hip\u00f3tese acompanhado de PrintScreen da tela de erro e descri\u00e7\u00e3o dos procedimentos realizados, com data e hor\u00e1rio da ocorr\u00eancia. Informamos que o e-mail da CSTI n\u00e3o poder\u00e1 ser utilizado para fins de peticionamento, de forma que documentos recebidos nesse sentido ser\u00e3o imediatamente descartados;\n2) Usu\u00e1rios internos: demandas relativas ao PJe, de qualquer natureza, devem ser encaminhadas via e-Sosti, observando-se, nos casos de problema t\u00e9cnico, a necessidade de anexar PrintScreen da tela de erro e descri\u00e7\u00e3o dos procedimentos realizados, com data e hor\u00e1rio da ocorr\u00eancia.\n\nFechar De que forma voc\u00ea gostaria de realizar assinatura digital e autentica\u00e7\u00e3o?\nModo utilizado atualmente no PJe, precisa ser instalado o Java no computador.\nClique aqui para instalar o PJeOffice.\nJ\u00e1 instalado em sua m\u00e1quina.\nVerificando ambiente...\nFechar Assinatura digital e autentica\u00e7\u00e3o utilizando PJeOffice\n\nClique aqui para instalar o PJeOffice.\nJ\u00e1 instalado em sua m\u00e1quina.\nVerificando ambiente...\n\nPJeOffice Indispon\u00edvel O aplicativo PJeOffice n\u00e3o est\u00e1 dispon\u00edvel!\n\nPor favor aguarde" }, { "header": "Texto Similar 5 (Solon) - IdDocumentoCompleto: 1009949-18.2022.4.01.3000-1301385293", "text": "Exibir navega\u00e7\u00e3o\nProcesso Judicial Eletr\u00f4nico\nEntrar Formas de acesso Consulta processual Push Pr\u00e9-requisitos Manuais Fale conosco\n\nFale conosco\nInforma\u00e7\u00f5es Fale Conosco\nProcedimentos para abrir solicita\u00e7\u00e3o:\n1) Usu\u00e1rios externos: entrar em contato pelo telefone 61-3314-1620 ou encaminhar e-mail \u00e0 Central de Servi\u00e7os de Tecnologia da Informa\u00e7\u00e3o (csti@trf1.jus.br), com sugest\u00f5es, d\u00favidas ou relato de problemas t\u00e9cnicos, nesta hip\u00f3tese acompanhado de PrintScreen da tela de erro e descri\u00e7\u00e3o dos procedimentos realizados, com data e hor\u00e1rio da ocorr\u00eancia. Informamos que o e-mail da CSTI n\u00e3o poder\u00e1 ser utilizado para fins de peticionamento, de forma que documentos recebidos nesse sentido ser\u00e3o imediatamente descartados;\n2) Usu\u00e1rios internos: demandas relativas ao PJe, de qualquer natureza, devem ser encaminhadas via e-Sosti, observando-se, nos casos de problema t\u00e9cnico, a necessidade de anexar PrintScreen da tela de erro e descri\u00e7\u00e3o dos procedimentos realizados, com data e hor\u00e1rio da ocorr\u00eancia.\n\nJusti\u00e7a Federal da 1\u00aa Regi\u00e3o\nVaras e Juizados (1\u00ba grau)\n\nVoc\u00ea precisa estar logado para realizar esta opera\u00e7\u00e3o.\n\nkvavfDxraj34RoM56WNBug4Q4X9GI95K Modo de assinatura Java Applet PJeOffice\nSaiba como obter o certificado digital\n\nCPF | CNPJ\nSenha\nNova Senha Confirma\u00e7\u00e3o\nSolicitar nova senha\n\nVersao 2.1.10.0-SNAPSHOT_TRF1 (5e5f775c) - Atualizado em 01/09/2022 - 23:54 -\nPr\u00e9-requisitos\nO PJe \u00e9 compat\u00edvel com os principais sistemas operacionais utilizados atualmente.\nPara acessar o PJe \u00e9 necess\u00e1rio possuir os seguintes itens:\n\nNavegador de Internet compat\u00edvel\n\nSeu navegador de Internet n\u00e3o foi homologado para o uso do PJe. Recomendamos que utilize o Mozilla Firefox\n\nVerificando se as popup's est\u00e3o habilitadas\n\nPopup's habilitadas\n\nPopup's desabilitadas em seu navegador de internet. No navegador Firefox, verifique em menu op\u00e7\u00f5es/conte\u00fado\n\nJava e plugins instalados\n\nVerifique se o plugin java est\u00e1 habilitado em seu navegador de internet (menu complementos/plugins).\nCaso n\u00e3o esteja instalado, clique aqui e baixe a vers\u00e3o atualizada\nSen\u00e3o o seu navegador de internet n\u00e3o acessa o Certificado Digital. Recomendamos utilizar o Mozilla Firefox. O seu navegador de internet acessar\u00e1 o PJe apenas por login e senha (h\u00e1 restri\u00e7\u00f5es ao utilizar este tipo de acesso)\n\nPJeOffice\n\nO PJeOffice est\u00e1 indispon\u00edvel ou n\u00e3o instalado\n1 - Para instalar o PJeOffice, clique aqui.\n2 - Para utilizar o Java Applet, clique aqui.\n\nVerificando o aplicativo...\nFormas de acesso Acesso com certificado digital\nPara se cadastrar no PJe \u00e9 necess\u00e1rio ter um certificado digital v\u00e1lido, do tipo A3, que perten\u00e7a \u00e0 cadeia ICP-Brasil, para mais informa\u00e7\u00f5es acesse o link Saiba como obter o certificado digital.\n\nProcedimentos para se cadastrar no PJe 1- Insira o seu certificado digital em seu computador. 2- Na p\u00e1gina de login do PJe, clique no bot\u00e3o Certificado digital. 3- Insira a senha do seu certificado digital. 4- Confirme as suas informa\u00e7\u00f5es pessoais no formul\u00e1rio apresentado. 5- Assine o Termo de Compromisso. Ap\u00f3s seguir este procedimento, o seu cadastro estar\u00e1 conclu\u00eddo.\nPara acessar o sistema, clique no bot\u00e3o Certificado digital na tela de login do PJe. Acesso com login e senha para quem j\u00e1 possui certificado digital\nPrimeiramente, \u00e9 necess\u00e1rio realizar o cadastro utilizando o certificado digital.\nPara acessar o sistema, clique no link \"Solicitar nova senha\" na tela de login do PJe, informe o CPF/CNPJ (apenas n\u00fameros), o e-mail cadastrado no sistema e clique no bot\u00e3o \"Solicitar\".\nO sistema encaminhar\u00e1 para o e-mail informado as instru\u00e7\u00f5es de cadastro de uma nova senha. Acesso para quem n\u00e3o possui o certificado digital\nPara quem que n\u00e3o possui certificado digital \u00e9 necess\u00e1rio dirigir-se pessoalmente a um posto de atendimento do Tribunal levando os seguintes documentos: uma c\u00f3pia do CPF, do RG (ou da OAB no caso de advogado) e um comprovante de resid\u00eancia.\nAp\u00f3s o cadastro, o sistema encaminhar\u00e1 para o e-mail informado as instru\u00e7\u00f5es de cadastro de uma nova senha.\nPara mais informa\u00e7\u00f5es sobre como acessar o PJe, acesse a wiki em Acesso ao PJe.\nManuais\nAcesse os guias r\u00e1pidos para utiliza\u00e7\u00e3o do PJe, de acordo com o seu perfil de usu\u00e1rio, pelos links abaixo Advogados http://www.pje.jus.br/wiki/index.php/Manual_do_Advogado Tribunais, varas e outros \u00f3rg\u00e3os http://www.pje.jus.br/wiki/index.php/Manual_dos_Representantes Pessoas f\u00edsicas n\u00e3o servidores e pessoas jur\u00eddicas http://www.pje.jus.br/wiki/index.php/Manual_do_Usuario_sem_representacao Mais informa\u00e7\u00f5es podem ser encontradas em http://www.cnj.jus.br/wikipje/index.php\n\nAguarde a inicializa\u00e7\u00e3o do certificado digital.\n\nVersao 2.1.10.0-SNAPSHOT_TRF1 (5e5f775c) - Atualizado em 01/09/2022 - 23:54\nSolicitar nova senha\n\nCPF / CNPJ\nEmail\n\nPrimeiro acesso\n\nO PJe permite o acesso com Certificado Digital e tamb\u00e9m atrav\u00e9s de login e senha.\n\nPara acessar o sistema utilizando login e senha (h\u00e1 restri\u00e7\u00f5es ao utilizar este tipo de acesso), por favor veja o Manual de configura\u00e7\u00e3o da utiliza\u00e7\u00e3o do PJe sem certificado digital em nossa wiki.\nCertificado Digital\nO certificado digital \u00e9 um dispositivo criptografico que armazena suas chaves p\u00fablicas e privadas, ou seja, a sua assinatura digital. Esse dispositivo pode ser um cart\u00e3o inteligente (smartcard) ou um token criptogr\u00e1fico.\nQuando utilizado um cart\u00e3o inteligente, \u00e9 necess\u00e1rio que o usu\u00e1rio disponha de uma leitora de smartcard devidamente instalada. Os aplicativos necess\u00e1rios \u00e0 utiliza\u00e7\u00e3o desses dispositivos devem ser fornecidos pela entidade onde foi adquirido o certificado digital.\nCertificado ICP-Brasil a assinatura de documentos no PJe somente pode ser feita utilizando certificados digitais do tipo A3, que pertence \u00e0 cadeia ICP-Brasil. A cadeia de certifica\u00e7\u00e3o deve ser instalada no computador do usu\u00e1rio, o que pode ser feito seguindo as instru\u00e7\u00f5es do reposit\u00f3rio das cadeias de certifica\u00e7\u00e3o do Instituto Nacional de Tecnologia da Informa\u00e7\u00e3o.\n\nVoc\u00ea pode utilizar o bot\u00e3o de Pr\u00e9-requisitos, que realizar\u00e1 um teste em seu computador, analisando os requisitos m\u00ednimos para se ter acesso ao PJe, inclusive a verifica\u00e7\u00e3o de seu certificado digital.\nOutros testes podem ser feitos no s\u00edtio de atendimento do contribuinte da Receita Federal do Brasil (e-CAC) ou utilizando o programa respons\u00e1vel pela administra\u00e7\u00e3o do certificado no seu computador.\nEm caso de problemas nos testes, ser\u00e1 necess\u00e1rio entrar em contato com seu fornecedor de certificado digital ou consultar um t\u00e9cnico especializado para configurar corretamente seu computador.\nEis alguns sites com dicas para instala\u00e7\u00e3o e configura\u00e7\u00e3o da leitora de certificados e de tokens criptogr\u00e1ficos: Certisign Autoridade Certificadora Brasileira de Registros Receita Federal do Brasil\nInstale os drivers da leitora de cart\u00e3o inteligente ou do token criptogr\u00e1fico. Instale a cadeia de certifica\u00e7\u00e3o da ICP-Brasil Instale o navegador Mozilla Firefox Instale ou atualize o Java Teste o uso de seu certificado digital no programa de gerenciamento do cart\u00e3o ou use a Verifica\u00e7\u00e3o de pr\u00e9-requisitos Este v\u00eddeo orienta o usu\u00e1rio sobre como proceder com rela\u00e7\u00e3o \u00e0 advert\u00eancia de seguran\u00e7a (site n\u00e3o confi\u00e1vel) emitida pelo browser.\n\nExistem duas formar de acesso ao PJe, com caracter\u00edsticas diferentes, dependendo das suas necessidades.\nO Push, permite apenas o recebimento de email, informando sobre as movimenta\u00e7\u00f5es dos seus processos.\nO acesso ao PJe pela tela de login com certificado digital \u00e9 a principal forma de acesso e permite, dentre outras coisas (dependendo do seu perfil de acesso), criar novos processos, inserir e abrir documentos em processos, responder intima\u00e7\u00f5es, receber e-mails informando sobre as movimenta\u00e7\u00f5es dos seus processos, etc.\nComo me cadastrar no Push?\nPara se cadastrar no Push \u00e9 necess\u00e1rio que o usu\u00e1rio n\u00e3o seja cadastrado no sistema com certificado digital ou com Usu\u00e1rio e Senha, pois o cadastro diretamente no PJe impede o cadastro no Push.\nCaso voc\u00ea seja cadastrado no PJe com certificado digital ou Usu\u00e1rio e Senha e queira acompanhar as movimenta\u00e7\u00f5es, acesse Menu Principal Processo Outras a\u00e7\u00f5es Incluir no PUSH\nProcedimentos para se cadastrar no Push Clique no link \"Push\", na tela inicial de login do PJe Clique no link \"Ainda n\u00e3o \u00e9 cadastrado?\", na tela do Push Insira o seu CPF, ou o CNPJ, e seu email (deve ser um e-mail v\u00e1lido, pois ser\u00e1 onde voc\u00ea receber\u00e1 o email de confirma\u00e7\u00e3o com o link para confirmar o cadastro) Clique em \"Confirmar\" Entre no email informado e abra o email enviado pelo Push e clique no link de confirma\u00e7ao ou copie e cole o link na barra de endere\u00e7o do seu navegador Preencha os seus dados pessoais e clique em \"Gravar\"\nComo me cadastrar no PJe?\nCom certificado digital\nPara se cadastrar no PJe \u00e9 necess\u00e1rio somente um certificado digital v\u00e1lido, do tipo A3, que perten\u00e7a \u00e0 cadeia ICP-Brasil (para mais explica\u00e7\u00f5es sobre os requisitos para acessar com certificado digital.\nProcedimentos para se cadastrar Insira o seu certificado digital em seu computador Na p\u00e1gina do PJe, clique no bot\u00e3o \"Certificado Digital\" Insira a senha do seu certificado digital Confirme as suas informa\u00e7\u00f5es pessoais no formul\u00e1rio apresentado Assine o \"Termo de Compromisso\". Ap\u00f3s seguir este procedimento, o seu cadastro estar\u00e1 terminado! Para acessar o sistema, clique novamente no bot\u00e3o \"Certificado Digital\", na tela de login do PJe\nCom login e senha Se voc\u00ea possui um certificado digital Insira o seu certificado digital em seu computador Na p\u00e1gina do PJe, clique no bot\u00e3o \"Certificado Digital\" Insira a senha do seu certificado digital Confirme as suas informa\u00e7\u00f5es pessoais no formul\u00e1rio apresentado Assine o \"Termo de Compromisso\" Na tela inicial de login do PJe, clique no bot\u00e3o \"Solicitar nova senha\" Informe o CPF/CNPJ e o e-mail cadastrado no PJe Clique no bot\u00e3o \"Solicitar\" Entre no e-mail informado e procure o e-mail enviado pelo PJe. Nele haver\u00e1 um link. Clique nele ou copie e cole o link na barra de endere\u00e7o do seu navegador Siga as instru\u00e7\u00f5es contidas no e-mail para o cadastro da sua senha Se voc\u00ea n\u00e3o possui certificado digital, por favor entre em contato com posto de atendimento do tribunal e obtenha as informa\u00e7\u00f5es necess\u00e1rias.\nInforma\u00e7\u00f5es Fale Conosco\nProcedimentos para abrir solicita\u00e7\u00e3o:\n1) Usu\u00e1rios externos: entrar em contato pelo telefone 61-3314-1620 ou encaminhar e-mail \u00e0 Central de Servi\u00e7os de Tecnologia da Informa\u00e7\u00e3o (csti@trf1.jus.br), com sugest\u00f5es, d\u00favidas ou relato de problemas t\u00e9cnicos, nesta hip\u00f3tese acompanhado de PrintScreen da tela de erro e descri\u00e7\u00e3o dos procedimentos realizados, com data e hor\u00e1rio da ocorr\u00eancia. Informamos que o e-mail da CSTI n\u00e3o poder\u00e1 ser utilizado para fins de peticionamento, de forma que documentos recebidos nesse sentido ser\u00e3o imediatamente descartados;\n2) Usu\u00e1rios internos: demandas relativas ao PJe, de qualquer natureza, devem ser encaminhadas via e-Sosti, observando-se, nos casos de problema t\u00e9cnico, a necessidade de anexar PrintScreen da tela de erro e descri\u00e7\u00e3o dos procedimentos realizados, com data e hor\u00e1rio da ocorr\u00eancia.\n\nFechar De que forma voc\u00ea gostaria de realizar assinatura digital e autentica\u00e7\u00e3o?\nModo utilizado atualmente no PJe, precisa ser instalado o Java no computador.\nClique aqui para instalar o PJeOffice.\nJ\u00e1 instalado em sua m\u00e1quina.\nVerificando ambiente...\nFechar Assinatura digital e autentica\u00e7\u00e3o utilizando PJeOffice\n\nClique aqui para instalar o PJeOffice.\nJ\u00e1 instalado em sua m\u00e1quina.\nVerificando ambiente...\n\nPJeOffice Indispon\u00edvel O aplicativo PJeOffice n\u00e3o est\u00e1 dispon\u00edvel!\n\nPor favor aguarde" } ] } }, { "data": { "original_header": "Documento Original - IdDocumentoCompleto: 5015644-35.2018.4.04.7107-711534254092003081119997404823", "original_text": "EXCELENT\u00cdSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) FEDERAL DA ......VARA FEDERAL DE CAXIAS DO SUL/ RIO GRANDE DO SUL\nCIRLEI TONIN MARINI, portador (a) do CPF n.\u00ba 721.173.460/49, residente \u00e0 Rua Pescara, n.\u00ba 1.383, Bairro S\u00e3o Gotardo, CEP n.\u00ba 95.270-000, Munic\u00edpio de Flores da Cunha - RS, por seu procurador, o advogado que ao final subscreve, mui respeitosamente \u00e0 presen\u00e7a de Vossa Excel\u00eancia, interpor o presente MANDADO DE SEGURAN\u00c7A em face de ato praticado pelo DELEGADO DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL COM ATRIBUI\u00c7\u00d5ES EM CAXIAS DO SUL \u2013 9\u00aa R.F. \u2013, lotado na Receita Federal do Brasil, que pode ser encontrado na Delegacia da Receita Federal de Caxias do Sul, na R. Des. Armando Azambuja, 150 - Rio Branco, Caxias do Sul - RS, 95010-020 , pelos fatos e fundamentos jur\u00eddicos abaixo apresentados.\nDO FATO A parte impetrante busca o reconhecimento de direito \u00e0\nisen\u00e7\u00e3o de IPI na aquisi\u00e7\u00e3o de ve\u00edculo destinado a portador de necessidades especiais, nos termos da Lei n. 8.989/95. O pedido de isen\u00e7\u00e3o foi formulado por meio do Sistema de Concess\u00e3o Eletr\u00f4nica de Isen\u00e7\u00e3o IPI/IOF (Sisen), o qual impossibilitou a conclus\u00e3o do pedido, sob a refer\u00eancia de que para ter direito ao benef\u00edcio, a requerente precisa ser titular de CNH com restri\u00e7\u00e3o compat\u00edvel com a defici\u00eancia indicada.\nO Sistema de Concess\u00e3o Eletr\u00f4nica de Isen\u00e7\u00e3o IPI/IOF (Sisen), dispon\u00edvel no s\u00edtio da Receita Federal na internet (institu\u00eddo pela Instru\u00e7\u00e3o Normativa (IN) RFB n\u00ba 1769/2017) implantado pela Receita Federal do Brasil \u00e9 composto de fases, sendo a fase 1 \u2013 DADOS DO REQUERENTE; fase 2 REQUERIMENTO onde o impetrante preenche com dados pessoais e lista os condutores habilitados; fase 3 \u2013 LAUDO M\u00c9DICO com a identifica\u00e7\u00e3o do tipo de defici\u00eancia ; 4- ENVIO DE DOCUMENTOS; onde \u00e9 anexado o laudo m\u00e9dico comprovando a defici\u00eancia e nesta fase tamb\u00e9m \u00e9 feita a declara\u00e7\u00e3o de regularidade fiscal - contribui\u00e7\u00f5es e declara\u00e7\u00e3o de disponibilidade financeira ou patrimonial, onde mediante o preenchimento do campo espec\u00edfico o impetrante declara ter condi\u00e7\u00f5es para comprar o ve\u00edculo, n\u00e3o h\u00e1 necessidade de anexar qualquer comprovante f\u00edsico; fase 5- CONCLUS\u00c3O, onde a administra\u00e7\u00e3o tribut\u00e1ria defere ou n\u00e3o o pedido.\n\n\fPois bem, na fase 1 (DADOS DO REQUERENTE) o sistema nega o avan\u00e7o para a fase 2 (REQUERIMENTO) com o aviso de que \u201cPara ter direito ao benef\u00edcio pleiteado, o requerente precisa ter Carteira Nacional de habilita\u00e7\u00e3o com restri\u00e7\u00e3o compat\u00edvel com a defici\u00eancia indicada.\u201d impedindo que a parte impetrante conclua seu pedido. Vide \u201cprints\u201d de telas do SISEN em anexo.\nA parte impetrante n\u00e3o tem como chegar \u00e0s outras fases, tais como anexar laudo m\u00e9dico, fazer a declara\u00e7\u00e3o de regularidade fiscal e a declara\u00e7\u00e3o de disponibilidade financeira ou patrimonial, onde mediante o preenchimento do campo espec\u00edfico declara ter condi\u00e7\u00f5es para comprar o ve\u00edculo, n\u00e3o h\u00e1 necessidade de anexar qualquer comprovante f\u00edsico, n\u00e3o h\u00e1 necessidade de comprovar documentalmente a capacidade financeira, apenas o laudo do exame m\u00e9dico, que o impetrante possui mas o sistema n\u00e3o possibilita a anexa\u00e7\u00e3o do documento.\nO m\u00e9rito da demanda \u00e9 que a negativa do sistema ao preenchimento do requerimento ao exigir a \u201cCarteira Nacional de habilita\u00e7\u00e3o com restri\u00e7\u00e3o compat\u00edvel com a defici\u00eancia indicada\u201d, documento que n\u00e3o \u00e9 previsto na Lei n. 8.989/95 nem na IN RFB n\u00ba 1769/2017, feriu direito l\u00edquido e certo, pois impede a parte impetrante de ter seu pedido analisado pela administra\u00e7\u00e3o fazend\u00e1ria o que equivale ao indeferimento antecipado, e ainda lhe sonega ainda o direito ao recurso previsto na pr\u00f3pria Instru\u00e7\u00e3o Normativa, sendo a negativa ao arrepio da lei e sem justificativa.\nDA TEMPESTIVIDADE\nConforme telas do Sistema de Concess\u00e3o Eletr\u00f4nica de Isen\u00e7\u00e3o IPI/IOF (Sisen) em anexo se verifica que a negativa de avan\u00e7o no sistema e consequente negativa do benef\u00edcio buscado se deu em 14/08/2018, e sendo ajuizada esta a\u00e7\u00e3o mandamental em 14/08/2018 comprova a tempestividade prevista no art. 23 da Lei n\u00ba 12.016/09.\nDO DIREITO VIOLADO\nA parte impetrante buscou o reconhecimento de direito \u00e0 isen\u00e7\u00e3o de IPI na aquisi\u00e7\u00e3o de ve\u00edculo destinado a portador de necessidades especiais, nos termos da Lei n. 8.989/95.\n\n\fO pedido de isen\u00e7\u00e3o foi formulado por meio do Sistema de Concess\u00e3o Eletr\u00f4nica de Isen\u00e7\u00e3o IPI/IOF (Sisen), o qual impossibilitou a conclus\u00e3o do pedido, sob a refer\u00eancia de que para ter direito ao benef\u00edcio o requerente precisa ser titular de CNH com restri\u00e7\u00e3o compat\u00edvel com a defici\u00eancia indicada.\nO Sistema de Concess\u00e3o Eletr\u00f4nica de Isen\u00e7\u00e3o IPI/IOF (Sisen), implantado pela Receita Federal do Brasil e dispon\u00edvel no s\u00edtio da Receita Federal na internet (institu\u00eddo pela Instru\u00e7\u00e3o Normativa (IN) RFB n\u00ba 1769/2017) \u00e9 composto de fases, sendo a fase 1 \u2013 DADOS DO REQUERENTE; fase 2 REQUERIMENTO onde o(a) impetrante preenche com dados pessoais e lista os condutores habilitados; fase 3 \u2013 LAUDO M\u00c9DICO com a identifica\u00e7\u00e3o do tipo de defici\u00eancia ; 4- ENVIO DE DOCUMENTOS; onde \u00e9 anexado o laudo m\u00e9dico comprovando a defici\u00eancia e nesta fase tamb\u00e9m \u00e9 feita a declara\u00e7\u00e3o de regularidade fiscal - contribui\u00e7\u00f5es e declara\u00e7\u00e3o de disponibilidade financeira ou patrimonial, onde mediante o preenchimento do campo espec\u00edfico o(a) impetrante declara ter condi\u00e7\u00f5es para comprar o ve\u00edculo, n\u00e3o h\u00e1 necessidade de anexar qualquer comprovante f\u00edsico; fase 5- CONCLUS\u00c3O, onde a administra\u00e7\u00e3o tribut\u00e1ria defere ou n\u00e3o o pedido.\nPois bem, na fase 1 (DADOS DO REQUERENTE) o sistema nega o avan\u00e7o para a fase 2 (REQUERIMENTO) com o aviso de que \u201cPara ter direito ao benef\u00edcio pleiteado, o requerente precisa ter Carteira Nacional de habilita\u00e7\u00e3o com restri\u00e7\u00e3o compat\u00edvel com a defici\u00eancia indicada.\u201d impedindo que a parte impetrante conclua seu pedido. Vide \u201cprints\u201d de telas do SISEN em anexo.\nA parte impetrante n\u00e3o tem como chegar \u00e0s outras fases, tais como anexar laudo m\u00e9dico, fazer a declara\u00e7\u00e3o de regularidade fiscal e a declara\u00e7\u00e3o de disponibilidade financeira ou patrimonial, onde mediante o preenchimento do campo espec\u00edfico declara ter condi\u00e7\u00f5es para comprar o ve\u00edculo, n\u00e3o h\u00e1 necessidade de anexar qualquer comprovante f\u00edsico, n\u00e3o h\u00e1 necessidade de comprovar documentalmente a capacidade financeira, apenas o laudo do exame m\u00e9dico, que a(o) impetrante possui mas o sistema n\u00e3o possibilita a anexa\u00e7\u00e3o do documento.\nRessalte-se que a Lei n\u00ba 8.989/95, na reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n\u00ba 10.690/2003 e o seu regulamento (IN RFB n\u00ba 1.769/2017) n\u00e3o exigem, para o reconhecimento da isen\u00e7\u00e3o, que a requerente possua CNH com restri\u00e7\u00e3o compat\u00edvel com a defici\u00eancia.\n\n\fAssim, se o sistema aponta a necessidade do cumprimento de requisito n\u00e3o previsto em lei para a conclus\u00e3o do requerimento, n\u00e3o h\u00e1 outro caminho, sen\u00e3o a via judicial, para que seja examinada a pretens\u00e3o da contribuinte.\nEvidencia-se, assim, o interesse processual do impetrante, tendo seu direito violado.\nDA COMPROVA\u00c7\u00c3O DA DEFICI\u00caNCIA\nConforme Laudo de Avalia\u00e7\u00e3o M\u00e9dica emitido por servi\u00e7o p\u00fablico que integra o SUS, a parte impetrante apresenta defici\u00eancia f\u00edsica de car\u00e1ter permanente no segmento MEMBROS SUPERIORES SOB A FORMA DE MEMBROS SUPERIORES COM DEFORMIDADE ADQUIRIDA, doen\u00e7a catalogada como CID 10 - G56.0, S\u00edndrome do t\u00fanel do carpo, sendo descrita detalhadamente como \u201c paciente portadora de s\u00edndrome do t\u00fanel do carpo( direito + esquerdo) refere parestesia nas m\u00e3os, indicando o uso de carro autom\u00e1tico\u201d de forma permanente, conforme atestado pelos m\u00e9dicos Dr. Clademir Paulo Ortigara CRM RS 14.105(Ortopedia e Traumatologia) e Dr. Marcelo Ortigara CRM RS 24.512(Ortopedia e Traumatologia) emitido pela CLINICA S.O.S - S.O.S. OSSOS Ortopedia E Traumatologia Ltda, CNPJ 92.871.250/0001-15, servi\u00e7o privado que integra o SUS Sistema \u00danico de Sa\u00fade, portanto preenche o requisito do inc. I, \u00a71.\u00ba do art. 2.\u00ba da Instru\u00e7\u00e3o Normativa RFB N\u00ba 1769, de 18 de dezembro de 2017, bem como o disposto no art. 1\u00ba da Lei n\u00ba 8.989, de 1995, e nos arts. 3\u00ba e 4\u00ba do Decreto n\u00ba 3.298, de 20 de dezembro de 1999.\nConclu\u00edram os m\u00e9dicos que assinaram o Laudo de Avalia\u00e7\u00e3o (conforme Art. 4\u00ba , \u00a7 3\u00ba inc. I - da Instru\u00e7\u00e3o Normativa RFB N\u00ba 1769, de 18 de dezembro de 2017), ser a parte impetrante portadora de defici\u00eancia f\u00edsica que n\u00e3o \u00e9 de origem est\u00e9tica e que a altera\u00e7\u00e3o acarreta comprometimento da fun\u00e7\u00e3o f\u00edsica do segmento afetado, representando uma perda ou anormalidade que gera uma incapacidade para o desempenho de atividade, dentro do padr\u00e3o considerado normal para o ser humano, ainda que de forma parcial, com car\u00e1ter permanente, cujas defici\u00eancias constam expressamente do rol de defici\u00eancias arroladas no art. 1.\u00ba , inc. IV, \u00a71\u00ba da Lei 8.989/95, que autoriza a concess\u00e3o do benef\u00edcio postulado pelo impetrante.\nA saber:\nLEI N\u00ba 8.989, DE 24 DE FEVEREIRO DE 1995.\n\n\fDisp\u00f5e sobre a Isen\u00e7\u00e3o do Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI, na aquisi\u00e7\u00e3o de autom\u00f3veis para utiliza\u00e7\u00e3o no transporte aut\u00f4nomo de passageiros, bem como por pessoas portadoras de defici\u00eancia f\u00edsica, e d\u00e1 outras provid\u00eancias.\n\nArt. 1.\u00ba\n\nFicam isentos do Imposto Sobre Produtos Industrializados \u2013\n\nIPI os autom\u00f3veis de passageiros de fabrica\u00e7\u00e3o nacional, equipados com motor de\n\ncilindrada n\u00e3o superior a dois mil cent\u00edmetros c\u00fabicos, de no m\u00ednimo quatro portas\n\ninclusive a de acesso ao bagageiro, movidos a combust\u00edveis de origem renov\u00e1vel\n\nou sistema revers\u00edvel de combust\u00e3o, quando adquiridos por:\n\nIV \u2013\n\npessoas portadoras de defici\u00eancia f\u00edsica, visual, mental\n\nsevera ou profunda, ou autistas, diretamente ou por interm\u00e9dio de seu\n\nrepresentante legal; (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n\u00ba 10.690, de 16.6.2003)\n\n\u00a7 1.\u00ba\n\nPara a concess\u00e3o do benef\u00edcio previsto no art. 1o \u00e9\n\nconsiderada tamb\u00e9m pessoa portadora de defici\u00eancia f\u00edsica aquela que\n\napresenta altera\u00e7\u00e3o completa ou parcial de um ou mais segmentos do corpo\n\nhumano, acarretando o comprometimento da fun\u00e7\u00e3o f\u00edsica, apresentando-se\n\nsob a forma de paraplegia, paraparesia, monoplegia, monoparesia, tetraplegia,\n\ntetraparesia, triplegia, triparesia, hemiplegia, hemiparesia, amputa\u00e7\u00e3o ou aus\u00eancia\n\nde membro, paralisia cerebral, membros com deformidade cong\u00eanita ou\n\nadquirida, exceto as deformidades est\u00e9ticas e as que n\u00e3o produzam dificuldades\n\npara o desempenho de fun\u00e7\u00f5es.(Inclu\u00eddo pela Lei n\u00ba 10.690, de 16.6.2003).\n\nAinda diz o Decreto N\u00ba 3.298, de 20 de Dezembro de 1999.\nRegulamenta a Lei no 7.853, de 24 de outubro de 1989, disp\u00f5e sobre a Pol\u00edtica Nacional para a Integra\u00e7\u00e3o da Pessoa Portadora de Defici\u00eancia, consolida as normas de prote\u00e7\u00e3o, e d\u00e1 outras provid\u00eancias.\n(...)\nArt. 3.\u00ba Para os efeitos deste Decreto, considera-se:\nI - defici\u00eancia \u2013 toda perda ou anormalidade de uma estrutura ou fun\u00e7\u00e3o psicol\u00f3gica, fisiol\u00f3gica ou anat\u00f4mica que gere incapacidade para o desempenho de atividade, dentro do padr\u00e3o considerado normal para o ser humano;\nII - defici\u00eancia permanente \u2013 aquela que ocorreu ou se estabilizou durante um per\u00edodo de tempo suficiente para n\u00e3o permitir recupera\u00e7\u00e3o ou ter probabilidade de que se altere, apesar de novos tratamentos; e\nIII - incapacidade \u2013 uma redu\u00e7\u00e3o efetiva e acentuada da capacidade de integra\u00e7\u00e3o social, com necessidade de equipamentos, adapta\u00e7\u00f5es, meios ou recursos especiais para que a pessoa portadora de defici\u00eancia possa receber ou transmitir informa\u00e7\u00f5es necess\u00e1rias ao seu bem-estar pessoal e ao desempenho de fun\u00e7\u00e3o ou atividade a ser exercida.\n\n\fArt. 4\u00ba \u00c9 considerada pessoa portadora de defici\u00eancia a que se enquadra nas seguintes categorias:\nI - defici\u00eancia f\u00edsica - altera\u00e7\u00e3o completa ou parcial de um ou mais segmentos do corpo humano, acarretando o comprometimento da fun\u00e7\u00e3o f\u00edsica, apresentando-se sob a forma de paraplegia, paraparesia, monoplegia, monoparesia, tetraplegia, tetraparesia, triplegia, triparesia, hemiplegia, hemiparesia, ostomia, amputa\u00e7\u00e3o ou aus\u00eancia de membro, paralisia cerebral, nanismo, membros com deformidade cong\u00eanita ou adquirida, exceto as deformidades est\u00e9ticas e as que n\u00e3o produzam dificuldades para o desempenho de fun\u00e7\u00f5es; (Reda\u00e7\u00e3o dada pelo Decreto n\u00ba 5.296, de 2004)\nNessa senda, conforme preconiza a legisla\u00e7\u00e3o vigente, verifica-se que a parte impetrante est\u00e1 albergada pela prote\u00e7\u00e3o concedida aos deficientes f\u00edsicos, devendo ser reconhecido seu direito \u00e0 isen\u00e7\u00e3o de IPI, conforme previsto no art. 1\u00ba, IV, e \u00a7 1\u00b0, da Lei n\u00ba 8.989/95 (com reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n\u00ba 10.690/03).\nConforme leis e atos normativos citados, apenas dois s\u00e3o os requisitos para a concess\u00e3o da isen\u00e7\u00e3o, nos quais a parte impetrante se enquadra, pois possui defici\u00eancia f\u00edsica e n\u00e3o usufruiu da isen\u00e7\u00e3o nos \u00faltimos dois anos.\nCom a devida v\u00eania, a negativa do sistema em avan\u00e7ar no requerimento equivale ao indeferimento antecipado, sem dar oportunidade a(o) impetrante de ver seu pedido apreciado pelo Auditor Fiscal e lhe sonega ainda o direito ao recurso previsto na pr\u00f3pria Instru\u00e7\u00e3o Normativa, sendo dita negativa ao arrepio da lei e sem justificativa.\nAssim disp\u00f5e a Instru\u00e7\u00e3o Normativa RFB N\u00ba 1769, DE 18 DE DEZEMBRO DE 2017 (Publicado(a) no DOU de 19/12/2017, se\u00e7\u00e3o 1, p\u00e1gina 117).\nDisciplina a aplica\u00e7\u00e3o da isen\u00e7\u00e3o do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e do Imposto sobre Opera\u00e7\u00f5es de Cr\u00e9dito, C\u00e2mbio e Seguro, ou relativas a T\u00edtulos e Valores Mobili\u00e1rios (IOF), na aquisi\u00e7\u00e3o de ve\u00edculos por pessoas com defici\u00eancia f\u00edsica, visual, mental severa ou profunda, ou autistas, e d\u00e1 outras provid\u00eancias.\nO SECRET\u00c1RIO DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL, no uso da atribui\u00e7\u00e3o que lhe confere o inciso III do art. 327 do Regimento Interno da Secretaria da Receita Federal do Brasil, aprovado pela Portaria MF n\u00ba 430, de 9 de outubro de 2017, e tendo em vista o disposto no inciso IV do art. 72 da Lei n\u00ba 8.383, de 30 de dezembro\n\n\fde 1991, na Lei n\u00ba 8.989, de 24 de fevereiro de 1995, no art. 5\u00ba da Lei n\u00ba 10.690, de 16 de junho de 2003, no art. 126 da Lei n\u00ba 13.146, de 6 de julho de 2015, no Decreto n\u00ba 3.298, de 20 de dezembro de 1999, no Decreto n\u00ba 9.094, de 17 de julho de 2017, e na Portaria Interministerial SEDH/MS n\u00ba 2, de 21 de novembro de 2003, resolve:\nArt. 1\u00ba Esta Instru\u00e7\u00e3o Normativa disciplina a aplica\u00e7\u00e3o da isen\u00e7\u00e3o do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), institu\u00edda pela Lei n\u00ba 8.989, de 24 de fevereiro de 1995, e do Imposto sobre Opera\u00e7\u00f5es de Cr\u00e9dito, C\u00e2mbio e Seguro, ou relativas a T\u00edtulos e Valores Mobili\u00e1rios (IOF), institu\u00edda pelo art. 72 da Lei n\u00ba 8.383, de 30 de dezembro de 1991, na aquisi\u00e7\u00e3o de ve\u00edculos destinados a pessoas com defici\u00eancia f\u00edsica, visual, mental severa ou profunda ou autistas.\n\u00a7 1\u00ba A isen\u00e7\u00e3o a que se refere o caput:\nI - aplica-se:\na) quanto ao IPI, \u00e0 aquisi\u00e7\u00e3o de autom\u00f3veis de passageiros ou ve\u00edculo misto, de fabrica\u00e7\u00e3o nacional, classificados na posi\u00e7\u00e3o 87.03 da Tabela de Incid\u00eancia do Imposto sobre Produtos Industrializados (Tipi); e\nb) quanto ao IOF, \u00e0 aquisi\u00e7\u00e3o de autom\u00f3veis de passageiros de fabrica\u00e7\u00e3o nacional de at\u00e9 127 HP de pot\u00eancia bruta (SAE).\nII - n\u00e3o se aplica a acess\u00f3rios nem a quaisquer dispositivos que n\u00e3o fa\u00e7am parte do modelo padr\u00e3o ofertado pelo fabricante, instalados por este ou por terceiros; e\nIII - n\u00e3o se aplica \u00e0s opera\u00e7\u00f5es de arrendamento mercantil (leasing).\n\u00a7 2\u00ba O direito \u00e0 isen\u00e7\u00e3o de que trata o caput pode ser exercido:\nI - quanto ao IPI, uma \u00fanica vez a cada 2 (dois) anos, contados da data de emiss\u00e3o da nota fiscal referente \u00e0 aquisi\u00e7\u00e3o anterior, ainda que no curso desse prazo tenha ocorrido furto, roubo ou perda total do ve\u00edculo, observada a vig\u00eancia da Lei n\u00ba 8.989, de 1995; e\nII - quanto ao IOF, uma \u00fanica vez, conforme previsto na al\u00ednea \u201ca\u201d do \u00a7 1\u00ba do art. 72 da Lei n\u00ba 8.383, de 1991.\n\u00a7 3\u00ba A frui\u00e7\u00e3o simult\u00e2nea e acumulada do benef\u00edcio de isen\u00e7\u00e3o do IPI e do IOF restringe-se a ve\u00edculos que atendam \u00e0s especifica\u00e7\u00f5es previstas no art. 1\u00ba da Lei n\u00ba 8.989, de 1995, e no art. 72 da Lei n\u00ba 8.383, de 1991.\nCAP\u00cdTULO I\nDO EXERC\u00cdCIO DO DIREITO \u00c0 ISEN\u00c7\u00c3O\nArt. 2\u00ba Podem exercer o direito \u00e0 isen\u00e7\u00e3o de IPI de que trata esta Instru\u00e7\u00e3o Normativa as pessoas com defici\u00eancia f\u00edsica, visual, mental severa ou profunda, ou autistas, ainda que menores de 18 (dezoito) anos, diretamente ou por interm\u00e9dio do seu representante legal.\n\n\f\u00a7 1\u00ba Para a verifica\u00e7\u00e3o da condi\u00e7\u00e3o de pessoa com defici\u00eancia f\u00edsica e visual, dever\u00e1 ser observado:\nI - no caso de defici\u00eancia f\u00edsica, o disposto no art. 1\u00ba da Lei n\u00ba 8.989, de 1995, e nos arts. 3\u00ba e 4\u00ba do Decreto n\u00ba 3.298, de 20 de dezembro de 1999; e\nII - no caso de defici\u00eancia visual, o disposto no \u00a7 2\u00ba do art. 1\u00ba da Lei n\u00ba 8.989, de 1995.\n\u00a7 2\u00ba A condi\u00e7\u00e3o de pessoa com defici\u00eancia mental severa ou profunda, ou a condi\u00e7\u00e3o de autista, ser\u00e1 atestada em conformidade com o disposto na Portaria Interministerial SEDH/MS n\u00ba 2, de 21 de novembro de 2003.\nArt. 3\u00ba O direito \u00e0 isen\u00e7\u00e3o de IOF de que trata esta Instru\u00e7\u00e3o Normativa poder\u00e1 ser exercido por pessoa com defici\u00eancia f\u00edsica, nos termos do inciso I do \u00a7 1\u00ba do art. 2\u00ba, da qual decorra incapacidade total para dirigir autom\u00f3vel convencional atestada mediante laudo emitido pelo Departamento de Tr\u00e2nsito (Detran) do estado onde o requerente reside em car\u00e1ter permanente, o qual deve especificar as adapta\u00e7\u00f5es especiais que devem ser feitas no ve\u00edculo a fim de permitir sua condu\u00e7\u00e3o pela pessoa com a defici\u00eancia atestada.\nCAP\u00cdTULO II\nDO REQUERIMENTO DO BENEF\u00cdCIO\nArt. 4\u00ba A isen\u00e7\u00e3o de que trata esta Instru\u00e7\u00e3o Normativa ser\u00e1 requerida eletronicamente por meio do Sistema de Concess\u00e3o Eletr\u00f4nica de Isen\u00e7\u00e3o de IPI/IOF (Sisen), dispon\u00edvel no s\u00edtio da Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB), na Internet.\n\u00a7 1\u00ba O acesso ao Sisen ser\u00e1 realizado mediante a utiliza\u00e7\u00e3o de certificados digitais v\u00e1lidos, emitidos por autoridades certificadoras integrantes da Infraestrutura de Chaves P\u00fablicas Brasileira (ICP-Brasil), ou por c\u00f3digo de acesso gerado no s\u00edtio da RFB na Internet.\n\u00a7 2\u00ba No ato do requerimento, a pessoa com defici\u00eancia ou o autista, diretamente ou por interm\u00e9dio do seu representante legal, prestar\u00e1 as informa\u00e7\u00f5es que lhe forem solicitadas pelo Sisen e declarar\u00e1, sob as penas da lei:\nI - para fins de isen\u00e7\u00e3o do IPI, que possui disponibilidade financeira ou patrimonial compat\u00edvel com o valor do ve\u00edculo a ser adquirido, nos termos do art. 5\u00ba da Lei n\u00ba 10.690, de 16 de junho de 2003, salvo se a aquisi\u00e7\u00e3o for feita mediante financiamento banc\u00e1rio; e\nII - que n\u00e3o h\u00e1 contra si impedimentos legais \u00e0 obten\u00e7\u00e3o de benef\u00edcios fiscais, em conformidade com o disposto nos incisos I, II e III do art. 12 da Lei n\u00ba 8429, de 2 de junho de 1992, no inciso II do art. 6\u00ba da Lei n\u00ba 10522, de 19 de julho de 2002, e no art. 10 da Lei n\u00ba 9605, de 12 de fevereiro de 1998.\n\n\f\u00a7 3\u00ba Dever\u00e3o ser anexadas ao requerimento, por meio do Sisen, c\u00f3pias digitalizadas:\nI - do laudo de avalia\u00e7\u00e3o emitido por prestador de servi\u00e7o p\u00fablico de sa\u00fade, por servi\u00e7o privado de sa\u00fade, contratado ou conveniado, que integre o Sistema \u00danico de Sa\u00fade (SUS), pelo Detran ou por suas cl\u00ednicas credenciadas, ou por interm\u00e9dio de servi\u00e7o social aut\u00f4nomo, sem fins lucrativos, criado por lei, caso n\u00e3o tenha sido emitido laudo de avalia\u00e7\u00e3o eletr\u00f4nico; e\nII - da certid\u00e3o de nascimento atualizada do benefici\u00e1rio, na qual esteja identificado o seu respons\u00e1vel legal, no caso de requerimento transmitido por tutor ou curador.\n\u00a7 4\u00ba A situa\u00e7\u00e3o de regularidade fiscal do interessado quanto \u00e0 contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria, quando este for contribuinte individual segurado do Regime Geral de Previd\u00eancia Social, poder\u00e1 ser objeto de declara\u00e7\u00e3o prestada nos termos do par\u00e1grafo \u00fanico do art. 3\u00ba do Decreto n\u00ba 9.094, de 17 de julho de 2017.\n\u00a7 5\u00ba A autoridade administrativa respons\u00e1vel pela an\u00e1lise do requerimento de isen\u00e7\u00e3o poder\u00e1 confirmar a veracidade das informa\u00e7\u00f5es prestadas e do conte\u00fado dos documentos apresentados mediante consulta ao Departamento Nacional de Tr\u00e2nsito (Denatran), aos Departamentos de Tr\u00e2nsito estaduais e a outras institui\u00e7\u00f5es conveniadas.\nArt. 5\u00ba A presta\u00e7\u00e3o de informa\u00e7\u00e3o ou declara\u00e7\u00e3o falsa ou a apresenta\u00e7\u00e3o de documento adulterado ou que contenha declara\u00e7\u00e3o ou informa\u00e7\u00e3o falsa ou diversa da que devia constar, com o fim de obter o benef\u00edcio de isen\u00e7\u00e3o de que trata esta Instru\u00e7\u00e3o Normativa, sujeitar\u00e1 o respons\u00e1vel ao pagamento do IPI e do IOF que deixaram de ser pagos, acrescidos dos encargos previstos na legisla\u00e7\u00e3o, sem preju\u00edzo das san\u00e7\u00f5es penais cab\u00edveis.\nCAP\u00cdTULO III\nDO RECONHECIMENTO DO DIREITO \u00c0 ISEN\u00c7\u00c3O E DO PRAZO PARA SEU EXERC\u00cdCIO\nArt. 6\u00ba A decis\u00e3o que reconhece o direito \u00e0 isen\u00e7\u00e3o de que trata esta Instru\u00e7\u00e3o Normativa ser\u00e1 proferida pelo Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil em despacho decis\u00f3rio emitido eletronicamente pelo Sisen.\n\u00a7 1\u00ba O reconhecimento do direito \u00e0 isen\u00e7\u00e3o de que trata esta Instru\u00e7\u00e3o Normativa fica condicionado \u00e0 verifica\u00e7\u00e3o da regularidade fiscal do benefici\u00e1rio quanto aos impostos e contribui\u00e7\u00f5es administrados pela RFB, observado o disposto no \u00a7 4\u00ba do art. 4\u00ba.\n\u00a7 2\u00ba Considera-se feita a intima\u00e7\u00e3o do requerente, quanto ao conte\u00fado do despacho eletr\u00f4nico a que se refere o caput, na data da consulta ao Sisen, nos termos da\n\n\fal\u00ednea \u201cc\u201d do inciso III do \u00a7 2\u00ba do art. 23 do Decreto n\u00ba 70.235, de 6 de mar\u00e7o de 1972.\nArt. 7\u00ba Ser\u00e1 indeferido, por meio de despacho decis\u00f3rio, o requerimento feito em desacordo com esta Instru\u00e7\u00e3o Normativa.\nArt. 8\u00ba A autoriza\u00e7\u00e3o para aquisi\u00e7\u00e3o de ve\u00edculo com isen\u00e7\u00e3o em nome do benefici\u00e1rio ser\u00e1 emitida por Auditor-Fiscal da Receita Federal Brasil e disponibilizada no Sisen.\nPar\u00e1grafo \u00fanico. O prazo de validade da autoriza\u00e7\u00e3o de que trata este artigo \u00e9 de 270 (duzentos e setenta) dias, contado da data em que foi disponibilizada no Sisen, ou da data de sua emiss\u00e3o nos demais casos.\nArt. 9\u00ba \u00c9 facultado ao requerente apresentar recurso contra a decis\u00e3o de indeferimento de que trata o art. 7\u00ba, no prazo de 10 (dez) dias, contado da data da ci\u00eancia da decis\u00e3o recorrida, nos termos do art. 56 da Lei n\u00ba 9.784, de 29 de janeiro de 1999.\n\u00a7 1\u00ba O recurso a que se refere o caput ser\u00e1 apreciado por Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil.\n\u00a7 2\u00ba Interposto o recurso a que se refere o caput, se o Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil n\u00e3o reconsiderar a decis\u00e3o, encaminh\u00e1-lo-\u00e1 ao titular da sua unidade de exerc\u00edcio.\n\u00a7 3\u00ba Os recursos fundamentados no art. 56 da Lei n\u00ba 9.784, de 1999, contra decis\u00f5es originadas em unidades locais, ser\u00e3o decididos em \u00faltima inst\u00e2ncia pelo titular da respectiva Superintend\u00eancia Regional da Receita Federal do Brasil.\nPortanto n\u00e3o h\u00e1 na IN RFB N\u00ba 1769, DE 18 DE DEZEMBRO DE 2017 (Publicado(a) no DOU de 19/12/2017 obriga\u00e7\u00e3o de apresenta\u00e7\u00e3o de CNH com restri\u00e7\u00e3o compat\u00edvel com a defici\u00eancia indicada, nem poderia porquanto tal exig\u00eancia n\u00e3o tem na Lei n\u00ba 8.989, de 1995, e nos arts. 3\u00ba e 4\u00ba do Decreto n\u00ba 3.298, de 20 de dezembro de 1999.\nQuanto aos documentos exigidos para requerimento da isen\u00e7\u00e3o a Instru\u00e7\u00e3o Normativa RFB N\u00ba 1769, DE 18 DE DEZEMBRO DE 2017 assim emana:\nCAP\u00cdTULO II\nDO REQUERIMENTO DO BENEF\u00cdCIO\nArt. 4\u00ba A isen\u00e7\u00e3o de que trata esta Instru\u00e7\u00e3o Normativa ser\u00e1 requerida eletronicamente por meio do Sistema de Concess\u00e3o Eletr\u00f4nica de Isen\u00e7\u00e3o de\n\n\fIPI/IOF (Sisen), dispon\u00edvel no s\u00edtio da Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB), na Internet.\n\u00a7 1\u00ba O acesso ao Sisen ser\u00e1 realizado mediante a utiliza\u00e7\u00e3o de certificados digitais v\u00e1lidos, emitidos por autoridades certificadoras integrantes da Infraestrutura de Chaves P\u00fablicas Brasileira (ICP-Brasil), ou por c\u00f3digo de acesso gerado no s\u00edtio da RFB na Internet.\n\u00a7 2\u00ba No ato do requerimento, a pessoa com defici\u00eancia ou o autista, diretamente ou por interm\u00e9dio do seu representante legal, prestar\u00e1 as informa\u00e7\u00f5es que lhe forem solicitadas pelo Sisen e declarar\u00e1, sob as penas da lei:\nI - para fins de isen\u00e7\u00e3o do IPI, que possui disponibilidade financeira ou patrimonial compat\u00edvel com o valor do ve\u00edculo a ser adquirido, nos termos do art. 5\u00ba da Lei n\u00ba 10.690, de 16 de junho de 2003, salvo se a aquisi\u00e7\u00e3o for feita mediante financiamento banc\u00e1rio; e\nII - que n\u00e3o h\u00e1 contra si impedimentos legais \u00e0 obten\u00e7\u00e3o de benef\u00edcios fiscais, em conformidade com o disposto nos incisos I, II e III do art. 12 da Lei n\u00ba 8429, de 2 de junho de 1992, no inciso II do art. 6\u00ba da Lei n\u00ba 10522, de 19 de julho de 2002, e no art. 10 da Lei n\u00ba 9605, de 12 de fevereiro de 1998.\n\u00a7 3\u00ba Dever\u00e3o ser anexadas ao requerimento, por meio do Sisen, c\u00f3pias digitalizadas:\nI - do laudo de avalia\u00e7\u00e3o emitido por prestador de servi\u00e7o p\u00fablico de sa\u00fade, por servi\u00e7o privado de sa\u00fade, contratado ou conveniado, que integre o Sistema \u00danico de Sa\u00fade (SUS), pelo Detran ou por suas cl\u00ednicas credenciadas, ou por interm\u00e9dio de servi\u00e7o social aut\u00f4nomo, sem fins lucrativos, criado por lei, caso n\u00e3o tenha sido emitido laudo de avalia\u00e7\u00e3o eletr\u00f4nico; e\nII - da certid\u00e3o de nascimento atualizada do benefici\u00e1rio, na qual esteja identificado o seu respons\u00e1vel legal, no caso de requerimento transmitido por tutor ou curador.\nE nada mais.\nA exig\u00eancia de apresenta\u00e7\u00e3o de CNH com restri\u00e7\u00e3o compat\u00edvel com a defici\u00eancia indicada n\u00e3o encontra amparo legal nem na Lei 8.989/99 nem na IN 1769/2017, logo o ato de vedar o preenchimento do requerimento \u00e9 ato ilegal, pois al\u00e9m de exigir o que n\u00e3o est\u00e1 na Lei n\u00e3o possibilita sequer recorrer de eventual indeferimento.\n\n\fNote V. Ex.a que na IN RFB N\u00ba 1769, DE 18 DE DEZEMBRO DE 2017 (Publicado(a) no DOU de 19/12/2017 Instru\u00e7\u00e3o Normativa, em seu Art. 7\u00ba emana que \u201cSer\u00e1 indeferido, por meio de despacho decis\u00f3rio, o requerimento feito em desacordo com esta Instru\u00e7\u00e3o Normativa\u201d, e no seu Art. 9\u00ba \u201c\u00c9 facultado ao requerente apresentar recurso contra a decis\u00e3o de indeferimento de que trata o art. 7\u00ba, no prazo de 10 (dez) dias, contado da data da ci\u00eancia da decis\u00e3o recorrida, nos termos do art. 56 da Lei n\u00ba 9.784, de 29 de janeiro de 1999.\u201d\nComo poderia recorrer o(a) impetrante se o sistema sequer possibilita a ele ter uma decis\u00e3o sobre seu pedido?\nAinda, diante da defici\u00eancia que lhe acomete o(a) impetrante nomearia condutor habilitado seu marido NIRDES MARINI, mas o \u201ctravamento\u201d do sistema n\u00e3o deixo habilit\u00e1-lo.\nO Manual Sisen possibilita a nomea\u00e7\u00e3o de condutores autorizados, e traz o seguinte t\u00f3pico acerca do requerimento de isen\u00e7\u00e3o de IPI por pessoa portadora de defici\u00eancia: 3.2.1.2. DADOS COMPLEMENTARES Ao prosseguir no preenchimento do requerimento, caso haja necessidade de indicar condutor(es) adicional(is), o contribuinte deve inform\u00e1-los no campo \u201cLista de Condutores Adicionais Autorizados\u201d\nPortanto, a Receita Federal, por interm\u00e9dio da implanta\u00e7\u00e3o do Sistema de Concess\u00e3o Eletr\u00f4nica de Isen\u00e7\u00e3o IPI/IOF (Sisen), impede de forma ilegal que o(a) impetrante conclua seu pedido, exigindo requisito que n\u00e3o est\u00e1 na Lei na Lei n\u00ba 8.989, de 1995, e nos arts. 3\u00ba e 4\u00ba do Decreto n\u00ba 3.298, de 20 de dezembro de 1999.\nAo contr\u00e1rio do exigido pelo sistema SISEN da RFB a CNH da impetrante com restri\u00e7\u00f5es n\u00e3o est\u00e1 elencada na Lei como exig\u00eancia, e n\u00e3o \u00e9 o \u00fanico de prova h\u00e1bil a comprovar a defici\u00eancia f\u00edsica do contribuinte.\nO fato da CNH do(a) impetrante n\u00e3o conter nenhuma restri\u00e7\u00e3o em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 defici\u00eancia f\u00edsica n\u00e3o afasta o direito \u00e0 isen\u00e7\u00e3o pretendida, pois n\u00e3o h\u00e1 na Lei tal exig\u00eancia de constar na CNH sua defici\u00eancia.\n\n\fComo se v\u00ea, a Lei n\u00ba 8.989, de 1995 n\u00e3o exige a apresenta\u00e7\u00e3o de CNH com restri\u00e7\u00f5es. Por outro lado, \u00e9 sabido que a lei \u00e9 que deve fixar os requisitos para concess\u00e3o de isen\u00e7\u00f5es, e n\u00e3o um ato normativo.\nDessa forma, sendo a Instru\u00e7\u00e3o Normativa RFB N\u00ba 1769 de 18 de dezembro de 2017 ato regulamentar infralegal n\u00e3o poderia ter inovado na ordem jur\u00eddica limitando o dispositivo da lei acerca dos requisitos a serem atendidos para a concess\u00e3o da isen\u00e7\u00e3o do IPI e do IOF sobre a aquisi\u00e7\u00e3o de ve\u00edculo automotor por pessoas portadoras de defici\u00eancia f\u00edsica.\nFicou muito bem esclarecido em laudo m\u00e9dico qual a incapacidade da parte impetrante, previsto no art. 1.\u00ba , inc. IV, \u00a71\u00ba da Lei 8.989/95, restou comprovado nos autos atrav\u00e9s da juntada do Laudo de Avalia\u00e7\u00e3o de Defici\u00eancia F\u00edsica emitido em conformidade com a legisla\u00e7\u00e3o e assinado por 2(dois) m\u00e9dicos especialistas.\nReferido documento atesta que a parte autora \u00e9 portadora de defici\u00eancia f\u00edsica em no segmento MEMBROS SUPERIORES SOB A FORMA DE MEMBROS SUPERIORES COM DEFORMIDADE ADQUIRIDA, que n\u00e3o \u00e9 de origem est\u00e9tica e que a altera\u00e7\u00e3o acarreta comprometimento da fun\u00e7\u00e3o f\u00edsica do segmento afetado, representando uma perda ou anormalidade que gera uma incapacidade, e resulta em dificuldade para o desempenho das fun\u00e7\u00f5es do membro deformado, explicitamente mencionada na legisla\u00e7\u00e3o aplic\u00e1vel ao caso concreto, expressamente do rol de defici\u00eancias arroladas no \u00a71\u00ba do inc. IV da Lei 8.989/95 e no art. 4.\u00ba inc.I do Decreto N\u00ba 3.298, de 20 de Dezembro de 1999.\nDessa forma, a discuss\u00e3o travada nos autos n\u00e3o \u00e9 outra, sen\u00e3o acerca da imprescindibilidade de que a CNH afirme, categoricamente, que a parte impetrante apresenta restri\u00e7\u00e3o para a dire\u00e7\u00e3o de ve\u00edculo sem adapta\u00e7\u00e3o.\nN\u00e3o h\u00e1 na Lei n\u00ba 8.989/1995 e nos arts. 3\u00ba e 4\u00ba do Decreto n\u00ba 3.298/1999 exig\u00eancia de o cidad\u00e3o ser submetido \u00e0 per\u00edcia do Detran e constar na sua CNH para que seja considerado deficiente f\u00edsico, nem na IN 1.769/2017 h\u00e1 tal exig\u00eancia, pois que estipula no seu art. 4\u00ba, \u00a7 3\u00ba, inc. I, \u201cque dever\u00e3o ser anexadas ao requerimento, por meio do Sisen, c\u00f3pias digitalizadas do laudo de avalia\u00e7\u00e3o emitido por prestador de servi\u00e7o p\u00fablico de sa\u00fade, por servi\u00e7o privado de sa\u00fade, contratado ou conveniado, que integre o Sistema \u00danico de Sa\u00fade (SUS)\u201d , laudo que a parte impetrante possui\n\n\fmas que devido ao sistema impedir de anexar tal documento n\u00e3o foi poss\u00edvel ter seu pedido analisado, vide em anexo.\nA caracteriza\u00e7\u00e3o da defici\u00eancia f\u00edsica da parte autora resta superada, haja vista a juntada do Laudo emitido por prestador de servi\u00e7o de sa\u00fade, o qual comprova o fato.\nCom efeito, a parte impetrante n\u00e3o buscou na esfera administrativa o direito de adquirir ve\u00edculo adaptado e sim a isen\u00e7\u00e3o do IPI prevista no art. 1\u00ba da Lei n\u00ba 8.989/95, devida \u00e0queles comprovadamente portadores de defici\u00eancia f\u00edsica.\nNem mesmo a Lei n\u00ba 8.989/1995 exige que o ve\u00edculo a ser adquirido seja adaptado, tampouco h\u00e1 exig\u00eancia de que sua CNH conste eventual restri\u00e7\u00e3o a dire\u00e7\u00e3o. De outro lado, o fato de a CNH da parte impetrante n\u00e3o conter nenhuma restri\u00e7\u00e3o em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 sua defici\u00eancia f\u00edsica n\u00e3o afasta o direito \u00e0 isen\u00e7\u00e3o pretendida.\nPor fim, n\u00e3o \u00e9 s\u00f3 a CNH com restri\u00e7\u00f5es a \u00fanica prova h\u00e1bil a comprovar a defici\u00eancia f\u00edsica do contribuinte, a comprova\u00e7\u00e3o da defici\u00eancia poder\u00e1 ser feita atrav\u00e9s de laudo de avalia\u00e7\u00e3o emitido por prestador de servi\u00e7o p\u00fablico de sa\u00fade, como no caso.\nCito precedentes do Tribunal Regional Federal da 4.\u00aa Regi\u00e3o:\nEMENTA: TRIBUT\u00c1RIO. IPI. AUTOM\u00d3VEL. ISEN\u00c7\u00c3O. AQUISI\u00c7\u00c3O DE VE\u00cdCULO. DEFICIENTE F\u00cdSICO. LEI N\u00ba 8.989/95. REQUISITOS. LAUDO. Contribuinte portador de defici\u00eancia f\u00edsica, com limita\u00e7\u00e3o das suas fun\u00e7\u00f5es faz jus \u00e0 isen\u00e7\u00e3o do IPI na aquisi\u00e7\u00e3o de ve\u00edculo automotor. A comprova\u00e7\u00e3o da defici\u00eancia poder\u00e1 ser feita atrav\u00e9s de laudo de avalia\u00e7\u00e3o emitido por prestador de servi\u00e7o p\u00fablico de sa\u00fade; ou emitido por servi\u00e7o privado de sa\u00fade, contratado ou conveniado, que integre o Sistema \u00danico de Sa\u00fade (SUS). (TRF4 500324302.2016.404.7001, PRIMEIRA TURMA, Relatora MARIA DE F\u00c1TIMA FREITAS LABARR\u00c8RE, juntado aos autos em 24/03/2017).\nEMENTA: TRIBUT\u00c1RIO. MANDADO DE SEGURAN\u00c7A. IPI. AUTOM\u00d3VEL. ISEN\u00c7\u00c3O. AQUISI\u00c7\u00c3O DE VE\u00cdCULO. pessoa com defici\u00eancia F\u00edsica. LEI N\u00ba 8.989/95. REQUISITOS. LAUDO. 1. O contribuinte \u00e9 pessoa com defici\u00eancia f\u00edsica,\n\n\fcom limita\u00e7\u00e3o das suas fun\u00e7\u00f5es, e faz jus \u00e0 isen\u00e7\u00e3o do IPI na aquisi\u00e7\u00e3o de ve\u00edculo automotor. 2. O laudo pericial emitido pelo DETRAN n\u00e3o \u00e9 o \u00fanico de prova h\u00e1bil a comprovar a defici\u00eancia f\u00edsica do contribuinte. 3. A comprova\u00e7\u00e3o da defici\u00eancia poder\u00e1 ser feita atrav\u00e9s de laudo de avalia\u00e7\u00e3o emitido por prestador de servi\u00e7o p\u00fablico de sa\u00fade; ou emitido por servi\u00e7o privado de sa\u00fade, contratado ou conveniado, que integre o Sistema \u00danico de Sa\u00fade (SUS). (TRF4, AC 500528560.2017.4.04.7107, SEGUNDA TURMA, Relator ALCIDES VETTORAZZI, juntado aos autos em 09/11/2017).\nTRIBUT\u00c1RIO. IPI. ISEN\u00c7\u00c3O CONCEDIDA A PORTADOR DE DEFICI\u00caNCIA F\u00cdSICA. 1. A Lei 8.989/95, com reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n\u00ba 10.690/03, disp\u00f5e sobre a isen\u00e7\u00e3o do Imposto sobre Produtos Industrializados -IPI, na aquisi\u00e7\u00e3o de autom\u00f3veis por pessoas portadoras de defici\u00eancia f\u00edsica, visual, mental severa ou profunda, ou autistas, diretamente ou por interm\u00e9dio de seu representante legal. 2. A comprova\u00e7\u00e3o da defici\u00eancia poder\u00e1 ser feita atrav\u00e9s de laudo de avalia\u00e7\u00e3o emitido por prestador de servi\u00e7o p\u00fablico de sa\u00fade; ou emitido por servi\u00e7o privado de sa\u00fade, contratado ou conveniado, que integre o Sistema \u00danico de Sa\u00fade (SUS). 3. Existindo laudo apresentado por perito judicial, configura-se a hip\u00f3tese para concess\u00e3o da isen\u00e7\u00e3o do IPI. (TRF 4 - APELA\u00c7\u00c3O C\u00cdVEL N\u00ba 2008.71.15.0001682/RS, 2\u00aa Turma, Rel. Des. Federal LUCIANE AMARAL CORR\u00caA M\u00dcNCH, DJe. 24/06/2009).\nEMENTA: TRIBUT\u00c1RIO. IPI. AUTOM\u00d3VEL. ISEN\u00c7\u00c3O. DEFICI\u00caNCIA F\u00cdSICA. LAUDO. LEI 8.989/95. Laudo oficial (emitido em conformidade com a legisla\u00e7\u00e3o e assinado por m\u00e9dicos especialistas), que refere expressamente a exist\u00eancia dos requisitos da Lei n\u00ba 8.989/95, da Lei n\u00ba 7.853/89 e do Decreto n\u00ba 3.298/99, \u00e9 prova suficiente para a concess\u00e3o da isen\u00e7\u00e3o. (TRF4 5000717-75.2015.404.7202, PRIMEIRA TURMA, Relator AMAURY CHAVES DE ATHAYDE, juntado aos autos em 29/07/2016).\nEMENTA: TRIBUT\u00c1RIO. MANDADO DE SEGURAN\u00c7A. IPI. ISEN\u00c7\u00c3O. AQUISI\u00c7\u00c3O DE VE\u00cdCULO. PORTADOR DE DEFICI\u00caNCIA F\u00cdSICA. LEI N\u00ba 8.989/95. PREENCHIMENTO DOS REQUISITOS. LAUDO EMITIDO NO \u00c2MBITO DE SECRETARIA MUNICIPAL DE SA\u00daDE. VALIDADE. A isen\u00e7\u00e3o do IPI prevista no art. 1\u00ba da Lei n\u00ba 8.989/95 deve ser concedida \u00e0 parte impetrante, por ter sido comprovada, mediante laudo m\u00e9dico, a sua incapacidade para dirigir ve\u00edculo comum. (TRF4 5000920-06.2016.404.7201, SEGUNDA TURMA, Relator CL\u00c1UDIA MARIA DADICO, juntado aos autos em 25/05/2016).\nTRIBUT\u00c1RIO. MANDADO DE SEGURAN\u00c7A. IPI. ISEN\u00c7\u00c3O. AQUISI\u00c7\u00c3O DE VE\u00cdCULO. PORTADOR DE DEFICI\u00caNCIA F\u00cdSICA. LEI N\u00ba 8.989/95.\n\n\fPREENCHIMENTO DOS REQUISITOS. LAUDO EMITIDO POR HOSPITAL DA REDE P\u00daBLICA DE SA\u00daDE.VALIDADE. 1. A Lei n\u00ba 8.989/95, com reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n\u00ba 10.690/03, prev\u00ea a isen\u00e7\u00e3o do Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI, na aquisi\u00e7\u00e3o de autom\u00f3veis por pessoas portadoras de defici\u00eancia f\u00edsica, visual, mental severa ou profunda, ou autistas, diretamente ou por interm\u00e9dio de seu representante legal. 2. A comprova\u00e7\u00e3o da defici\u00eancia poder\u00e1 ser feita por meio de laudo de avalia\u00e7\u00e3o emitido por prestador de servi\u00e7o p\u00fablico de sa\u00fade; ou emitido por servi\u00e7o privado de sa\u00fade, contratado ou conveniado, que integre o Sistema \u00danico de Sa\u00fade (SUS). Mantida no caso a senten\u00e7a concessiva da seguran\u00e7a. 3. Hip\u00f3tese em que a impetrante trouxe Laudo de Avalia\u00e7\u00e3o emitido por Hospital Municipal, firmado por m\u00e9dico atendente da rede p\u00fablica de sa\u00fade, demonstrando que ela \u00e9 portadora de defici\u00eancia incapacitante (doen\u00e7a degenerativa cerebral). Referido documento \u00e9 prova h\u00e1bil \u00e0 concess\u00e3o da pretendida isen\u00e7\u00e3o e est\u00e1 dentro dos par\u00e2metros previstos na legisla\u00e7\u00e3o. Faz jus a impetrante \u00e0 isen\u00e7\u00e3o do IPI na aquisi\u00e7\u00e3o de ve\u00edculo automotor. (TRF4, APELA\u00c7\u00c3O/REEXAME NECESS\u00c1RIO N\u00ba 5003867-72.2012.404.7201, 2\u00aa TURMA, Des. Federal LUCIANE AMARAL CORR\u00caA M\u00dcNCH, POR UNANIMIDADE, JUNTADO AOS AUTOS EM 14/11/2012).\nCOMPROVA\u00c7\u00c3O DOS DEMAIS REQUISITOS LEGAIS\nEstabelece ainda a Instru\u00e7\u00e3o Normativa n.\u00ba 1.769/2017:\nArt. 4\u00ba A isen\u00e7\u00e3o de que trata esta Instru\u00e7\u00e3o Normativa ser\u00e1 requerida eletronicamente por meio do Sistema de Concess\u00e3o Eletr\u00f4nica de Isen\u00e7\u00e3o de IPI/IOF (Sisen), dispon\u00edvel no s\u00edtio da Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB), na Internet.\n\u00a7 1\u00ba O acesso ao Sisen ser\u00e1 realizado mediante a utiliza\u00e7\u00e3o de certificados digitais v\u00e1lidos, emitidos por autoridades certificadoras integrantes da Infraestrutura de Chaves P\u00fablicas Brasileira (ICP-Brasil), ou por c\u00f3digo de acesso gerado no s\u00edtio da RFB na Internet.\n\u00a7 2\u00ba No ato do requerimento, a pessoa com defici\u00eancia ou o autista, diretamente ou por interm\u00e9dio do seu representante legal, prestar\u00e1 as informa\u00e7\u00f5es que lhe forem solicitadas pelo Sisen e declarar\u00e1, sob as penas da lei:\nI - para fins de isen\u00e7\u00e3o do IPI, que possui disponibilidade financeira ou patrimonial compat\u00edvel com o valor do ve\u00edculo a ser adquirido, nos termos do art. 5\u00ba da Lei n\u00ba 10.690, de 16 de junho de 2003, salvo se a aquisi\u00e7\u00e3o for feita mediante financiamento banc\u00e1rio; e\n\n\fII - que n\u00e3o h\u00e1 contra si impedimentos legais \u00e0 obten\u00e7\u00e3o de benef\u00edcios fiscais, em conformidade com o disposto nos incisos I, II e III do art. 12 da Lei n\u00ba 8429, de 2 de junho de 1992, no inciso II do art. 6\u00ba da Lei n\u00ba 10522, de 19 de julho de 2002, e no art. 10 da Lei n\u00ba 9605, de 12 de fevereiro de 1998.\n\u00a7 3\u00ba Dever\u00e3o ser anexadas ao requerimento, por meio do Sisen, c\u00f3pias digitalizadas:\nI - do laudo de avalia\u00e7\u00e3o emitido por prestador de servi\u00e7o p\u00fablico de sa\u00fade, por servi\u00e7o privado de sa\u00fade, contratado ou conveniado, que integre o Sistema \u00danico de Sa\u00fade (SUS), pelo Detran ou por suas cl\u00ednicas credenciadas, ou por interm\u00e9dio de servi\u00e7o social aut\u00f4nomo, sem fins lucrativos, criado por lei, caso n\u00e3o tenha sido emitido laudo de avalia\u00e7\u00e3o eletr\u00f4nico; e\nII - da certid\u00e3o de nascimento atualizada do benefici\u00e1rio, na qual esteja identificado o seu respons\u00e1vel legal, no caso de requerimento transmitido por tutor ou curador.\nConforme j\u00e1 explicado o pedido de isen\u00e7\u00e3o foi formulado por meio do Sisen, o qual impossibilitou a conclus\u00e3o do pedido, sob a refer\u00eancia de que para ter direito ao benef\u00edcio, o(a) requerente precisa ser titular de CNH com restri\u00e7\u00e3o compat\u00edvel com a defici\u00eancia indicada.\nO Sisen implantado pela Receita Federal do Brasil \u00e9 composto de fases, sendo a fase 1 \u2013 DADOS DO REQUERENTE; fase 2 REQUERIMENTO onde o(a) impetrante preenche com dados pessoais e lista os condutores habilitados; fase 3 \u2013 LAUDO M\u00c9DICO com a identifica\u00e7\u00e3o do tipo de defici\u00eancia onde \u00e9 anexado o laudo m\u00e9dico comprovando a defici\u00eancia; e nesta fase tamb\u00e9m \u00e9 feita a declara\u00e7\u00e3o de regularidade fiscal - contribui\u00e7\u00f5es e declara\u00e7\u00e3o de disponibilidade financeira ou patrimonial, onde mediante o preenchimento do campo espec\u00edfico o impetrante declara ter condi\u00e7\u00f5es para comprar o ve\u00edculo, n\u00e3o h\u00e1 necessidade de anexar qualquer comprovante f\u00edsico; fase 5- CONCLUS\u00c3O, onde a administra\u00e7\u00e3o tribut\u00e1ria defere ou n\u00e3o o pedido.\nPois bem, na fase 1 (DADOS DO REQUERENTE) o sistema nega o avan\u00e7o para a fase 2 (REQUERIMENTO) com o aviso de que \u201cPara ter direito ao benef\u00edcio pleiteado, o requerente precisa ter Carteira Nacional de habilita\u00e7\u00e3o com restri\u00e7\u00e3o compat\u00edvel com a defici\u00eancia indicada.\u201d impedindo que o(a) impetrante conclua seu pedido.\n\n\fEsclarece por oportuno que na forma do art. 4.\u00ba , \u00a7 2\u00ba da IN 1769/2017, no ato do requerimento, a pessoa com defici\u00eancia prestar\u00e1 as informa\u00e7\u00f5es que lhe forem solicitadas pelo Sisen e declarar\u00e1, sob as penas da lei, que possui disponibilidade financeira ou patrimonial compat\u00edvel com o valor do ve\u00edculo a ser adquirido (salvo se a aquisi\u00e7\u00e3o for feita mediante financiamento banc\u00e1rio) e que n\u00e3o h\u00e1 contra si impedimentos legais \u00e0 obten\u00e7\u00e3o de benef\u00edcios fiscais.\nAinda no \u00a7 3\u00ba do mesmo artigo estabelece que dever\u00e1 ser anexada ao requerimento, por meio do Sisen, c\u00f3pias digitalizadas do laudo de avalia\u00e7\u00e3o emitido por prestador de servi\u00e7o p\u00fablico de sa\u00fade, por servi\u00e7o privado de sa\u00fade, contratado ou conveniado, que integre o Sistema \u00danico de Sa\u00fade (SUS).\nA parte impetrante n\u00e3o tem como chegar \u00e0s outras fases, tais como anexar laudo m\u00e9dico, fazer a declara\u00e7\u00e3o de regularidade fiscal e a declara\u00e7\u00e3o de disponibilidade financeira ou patrimonial.\nComo j\u00e1 dito, o travamento do sistema ao exigir ilegalmente que a CNH da parte impetrante contenha restri\u00e7\u00f5es a comprovar sua defici\u00eancia f\u00edsica negou o avan\u00e7o da fase 1 (DADOS DO REQUERENTE) para a fase 2 (REQUERIMENTO) impedindo que a parte impetrante conclu\u00edsse seu pedido.\nO(A) impetrante exibe e possui o LAUDO M\u00c9DICO com a identifica\u00e7\u00e3o do tipo de defici\u00eancia comprovando a defici\u00eancia que foi anexado com o mandamus.\nQuanto a declara\u00e7\u00e3o de regularidade fiscal e declara\u00e7\u00e3o de disponibilidade financeira ou patrimonial, s\u00e3o feitas no SISEN, mediante o preenchimento do campo espec\u00edfico o(a) impetrante declara ter condi\u00e7\u00f5es para comprar o ve\u00edculo, n\u00e3o h\u00e1 necessidade de anexar qualquer comprovante f\u00edsico.\nRepita-se mediante o preenchimento do campo espec\u00edfico o(a) impetrante declara ter condi\u00e7\u00f5es para comprar o ve\u00edculo, n\u00e3o h\u00e1 necessidade de anexar qualquer comprovante f\u00edsico, n\u00e3o h\u00e1 necessidade de comprovar documentalmente a capacidade financeira, apenas o laudo do exame m\u00e9dico, que o(a) impetrante possui, mas o sistema n\u00e3o possibilita a anexa\u00e7\u00e3o do documento.\n\n\fPor fim N\u00c3O \u00c9 EXIGIVEL a indica\u00e7\u00e3o de qual o ve\u00edculo o(a) impetrante pretende adquirir, pois a escolha do ve\u00edculo se d\u00e1 ap\u00f3s a concess\u00e3o do pedido com isen\u00e7\u00e3o de IPI, sendo permitida a aquisi\u00e7\u00e3o de autom\u00f3vel de passageiros ou ve\u00edculo de uso misto, de fabrica\u00e7\u00e3o nacional, classificado na posi\u00e7\u00e3o 87.03 da Tabela de Incid\u00eancia do Imposto sobre Produtos Industrializados (TIPI), nos termos da Lei n\u00ba 8.989, de 24 de fevereiro de 1995.\n\nOu seja, n\u00e3o h\u00e1 necessidade pr\u00e9via de indicar qual carro ir\u00e1 adquirir pois h\u00e1 uma lista classificada na posi\u00e7\u00e3o 87.03 da Tabela de Incid\u00eancia do Imposto sobre Produtos Industrializados (TIPI).\n\nPortanto, esclarecida a sistem\u00e1tica do requerimento do benef\u00edcio de isen\u00e7\u00e3o de IPI com a implanta\u00e7\u00e3o do Sisen, a Receita Federal do Brasil impede de forma ilegal que a parte impetrante conclua seu pedido, exigindo requisito que n\u00e3o est\u00e1 na Lei na Lei n\u00ba 8.989, de 1995, e nos arts. 3\u00ba e 4\u00ba do Decreto n\u00ba 3.298, de 20 de dezembro de 1999.\n\nAssim, ante o que disp\u00f5e a Lei 8.989/95 e a Instru\u00e7\u00e3o Normativa 1.769/2017, com a documenta\u00e7\u00e3o que instrui o presente mandamus e a negativa administrativa em possibilitar a parte impetrante conclua seu requerimento, com o bloqueio do sistema, impossibilitando de sequer recorrer administrativamente, requer a concess\u00e3o judicial de ordem para que a autoridade coatora conceda o benef\u00edcio da isen\u00e7\u00e3o de IPI para compra de ve\u00edculo automotor.\n\nPEDIDOS\n\nAnte o exposto, pleiteia-se:\n\n(a)\n\nrequer a CONCESS\u00c3O JUDICIAL DE ORDEM PARA QUE\n\nA AUTORIDADE COATORA CONCEDA O BENEF\u00cdCIO DA ISEN\u00c7\u00c3O DE IPI\n\npara compra de ve\u00edculo automotor; OU ALTERNATIVAMENTE , CONCEDA\n\nPARCIALMENTE A SEGURAN\u00c7A, PARA AFASTAR A EXIG\u00caNCIA\n\nADMINISTRATIVA DE APRESENTA\u00c7\u00c3O DE CARTEIRA NACIONAL DE\n\nHABILITA\u00c7\u00c3O - CNH, COM PR\u00c9VIA ANOTA\u00c7\u00c3O DE RESTRI\u00c7\u00c3O, para fins de\n\nan\u00e1lise do pedido de isen\u00e7\u00e3o de IPI na aquisi\u00e7\u00e3o de autom\u00f3vel de passageiro\n\nde fabrica\u00e7\u00e3o nacional, nos termos do art. 1\u00ba da lei n\u00ba 8.989/95.\n\n\f(b)\n\na notifica\u00e7\u00e3o da autoridade coatora, na forma do inciso I do\n\nart. 7\u00ba da Lei n\u00ba 12.016/09.\n\nAtribui-se \u00e0 causa o valor de R$ 9.100,00 (nove mil e cem reais), meramente para efeitos fiscais.\nNestes termos, Pede deferimento.\nCaxias do Sul, 14/08/2018.\n\np.p. CARLOS F.M. DE OLIVEIRA OAB/RS 35.339\n\n\f", "similar_texts_federais_bgem3": [ { "header": "Texto Similar 1 (C\u00edvel) - IdDocumentoCompleto: 5016134-57.2018.4.04.7107-711534768942804031182272263099", "text": "EXCELENT\u00cdSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) FEDERAL DA ......VARA FEDERAL DE CAXIAS DO SUL/ RIO GRANDE DO SUL\nSUZANA BEATRIZ DA SILVA, portador (a) do CPF n.\u00ba 388.787.390-49, residente \u00e0 Rua Munique, n.\u00ba 137, Bairro Pousada das Neves, CEP 95.150-000, Munic\u00edpio de Nova Petr\u00f3polis- RS, por seu procurador, o advogado que ao final subscreve, mui respeitosamente \u00e0 presen\u00e7a de Vossa Excel\u00eancia, interpor o presente MANDADO DE SEGURAN\u00c7A COM PEDIDO LIMINAR em face de ato praticado pelo DELEGADO DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL COM ATRIBUI\u00c7\u00d5ES EM CAXIAS DO SUL \u2013 9\u00aa R.F. \u2013, lotado na Receita Federal do Brasil, que pode ser encontrado na Delegacia da Receita Federal de Caxias do Sul, na R. Des. Armando Azambuja, 150 - Rio Branco, Caxias do Sul - RS, 95010-020 , pelos fatos e fundamentos jur\u00eddicos abaixo apresentados.\nDO FATO\nA impetrante havia obtido a autoriza\u00e7\u00e3o de isen\u00e7\u00e3o de IPI N.\u00ba RL- 1101/2017 atrav\u00e9s do processo administrativo N\u00b0 11020.722672/2017-12 em 03/11/2017 (c\u00f3pia em anexo) destinado a portador de necessidades especiais, nos termos da Lei n. 8.989/95, com validade de 270 dias, o que expirou em 03/08/2018 passado.\nA IMPETRANTE se utilizando da autoriza\u00e7\u00e3o de isen\u00e7\u00e3o deferida fez pedido de ve\u00edculo em 15/06/2018 (vide comprovantes em anexo), contudo pela demora da f\u00e1brica em atender seu pedido a isen\u00e7\u00e3o deferida perdeu a validade em 03/08/2018, sem que o ve\u00edculo tenha sido faturado e lhe entregue, sendo que perdeu a efic\u00e1cia da dita autoriza\u00e7\u00e3o, necessitando revalid\u00e1-la, n\u00e3o conseguindo fazer uso da mesma.\nA impetrante tentou administrativamente revalidar sua autoriza\u00e7\u00e3o de isen\u00e7\u00e3o de IPI mas teve seu pedido impedido porquanto o sistema adotado atualmente pela Receita Federal \u2013 SISEN \u2013 n\u00e3o tem possibilidade de renova\u00e7\u00e3o das autoriza\u00e7\u00f5es, devendo ser formulado novo pedido de isen\u00e7\u00e3o.\nEnt\u00e3o foi feito pedido de isen\u00e7\u00e3o foi formulado por meio do Sistema de Concess\u00e3o Eletr\u00f4nica de Isen\u00e7\u00e3o IPI/IOF (Sisen), o qual impossibilitou a conclus\u00e3o do pedido, sob a refer\u00eancia de que para ter direito ao benef\u00edcio, a requerente precisa ser titular de CNH com restri\u00e7\u00e3o compat\u00edvel com a defici\u00eancia indicada.\n\n\fO m\u00e9rito da demanda \u00e9 que a negativa do sistema ao preenchimento do requerimento ao exigir a \u201cCarteira Nacional de habilita\u00e7\u00e3o com restri\u00e7\u00e3o compat\u00edvel com a defici\u00eancia indicada\u201d, documento que n\u00e3o \u00e9 previsto na Lei n. 8.989/95 nem na IN RFB n\u00ba 1769/2017, feriu direito l\u00edquido e certo, pois impede a parte impetrante de ter seu pedido analisado pela administra\u00e7\u00e3o fazend\u00e1ria o que equivale ao indeferimento antecipado, e ainda lhe sonega ainda o direito ao recurso previsto na pr\u00f3pria Instru\u00e7\u00e3o Normativa, sendo a negativa ao arrepio da lei e sem justificativa pois a mesma j\u00e1 obteve autoriza\u00e7\u00e3o de isen\u00e7\u00e3o de IPI N.\u00ba RL- 1101/2017 atrav\u00e9s do processo administrativo N\u00b0 11020.722672/2017-12 em 03/11/2017 (c\u00f3pia em anexo).\nDA TEMPESTIVIDADE\nConforme telas do Sistema de Concess\u00e3o Eletr\u00f4nica de Isen\u00e7\u00e3o IPI/IOF (Sisen) em anexo se verifica que a negativa de avan\u00e7o no sistema e consequente negativa do benef\u00edcio buscado se deu em 16/08/2018, e sendo ajuizada esta a\u00e7\u00e3o mandamental em 20/08/2018 comprova a tempestividade prevista no art. 23 da Lei n\u00ba 12.016/09.\nDO DIREITO VIOLADO\nA parte impetrante buscou renovar a autoriza\u00e7\u00e3o de isen\u00e7\u00e3o de IPI na aquisi\u00e7\u00e3o de ve\u00edculo destinado a portador de necessidades especiais, nos termos da Lei n. 8.989/95.\nO pedido de isen\u00e7\u00e3o formulado por meio do Sistema de Concess\u00e3o Eletr\u00f4nica de Isen\u00e7\u00e3o IPI/IOF (Sisen), o qual impossibilitou a conclus\u00e3o do pedido sob a refer\u00eancia de que para ter direito ao benef\u00edcio o requerente precisa ser titular de CNH com restri\u00e7\u00e3o compat\u00edvel com a defici\u00eancia indicada.\nO Sistema de Concess\u00e3o Eletr\u00f4nica de Isen\u00e7\u00e3o IPI/IOF (Sisen), implantado pela Receita Federal do Brasil e dispon\u00edvel no s\u00edtio da Receita Federal na internet (institu\u00eddo pela Instru\u00e7\u00e3o Normativa (IN) RFB n\u00ba 1769/2017) \u00e9 composto de fases, sendo a fase 1 \u2013 DADOS DO REQUERENTE; fase 2 REQUERIMENTO onde o(a) impetrante preenche com dados pessoais e lista os condutores habilitados; fase 3 \u2013 LAUDO M\u00c9DICO com a identifica\u00e7\u00e3o do tipo de defici\u00eancia ; 4- ENVIO DE DOCUMENTOS; onde \u00e9 anexado o laudo m\u00e9dico comprovando a defici\u00eancia e nesta fase tamb\u00e9m \u00e9 feita a declara\u00e7\u00e3o de regularidade fiscal - contribui\u00e7\u00f5es e declara\u00e7\u00e3o de disponibilidade financeira ou patrimonial, onde mediante o preenchimento do campo espec\u00edfico o(a) impetrante declara ter condi\u00e7\u00f5es para comprar o ve\u00edculo, n\u00e3o h\u00e1 necessidade de anexar qualquer comprovante f\u00edsico; fase 5- CONCLUS\u00c3O, onde a administra\u00e7\u00e3o tribut\u00e1ria defere ou n\u00e3o o pedido.\n\n\fPois bem, na fase 1 (DADOS DO REQUERENTE) o sistema nega o avan\u00e7o para a fase 2 (REQUERIMENTO) com o aviso de que \u201cPara ter direito ao benef\u00edcio pleiteado, o requerente precisa ter Carteira Nacional de habilita\u00e7\u00e3o com restri\u00e7\u00e3o compat\u00edvel com a defici\u00eancia indicada.\u201d impedindo que a parte impetrante conclua seu pedido. Vide \u201cprints\u201d de telas do SISEN em anexo.\nA parte impetrante n\u00e3o tem como chegar \u00e0s outras fases, tais como anexar laudo m\u00e9dico, fazer a declara\u00e7\u00e3o de regularidade fiscal e a declara\u00e7\u00e3o de disponibilidade financeira ou patrimonial, onde mediante o preenchimento do campo espec\u00edfico declara ter condi\u00e7\u00f5es para comprar o ve\u00edculo, n\u00e3o h\u00e1 necessidade de anexar qualquer comprovante f\u00edsico, n\u00e3o h\u00e1 necessidade de comprovar documentalmente a capacidade financeira, apenas o laudo do exame m\u00e9dico, que a(o) impetrante possui mas o sistema n\u00e3o possibilita a anexa\u00e7\u00e3o do documento.\nRessalte-se que a Lei n\u00ba 8.989/95, na reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n\u00ba 10.690/2003 e o seu regulamento (IN RFB n\u00ba 1.769/2017) n\u00e3o exigem, para o reconhecimento da isen\u00e7\u00e3o, que a requerente possua CNH com restri\u00e7\u00e3o compat\u00edvel com a defici\u00eancia.\nAssim, se o sistema aponta a necessidade do cumprimento de requisito n\u00e3o previsto em lei para a conclus\u00e3o do requerimento, n\u00e3o h\u00e1 outro caminho, sen\u00e3o a via judicial, para que seja examinada a pretens\u00e3o da contribuinte.\nEvidencia-se, assim, o interesse processual da impetrante, tendo seu direito violado.\nDA COMPROVA\u00c7\u00c3O DA DEFICI\u00caNCIA\nA defici\u00eancia que acomete a impetrante vem provada conforme o Laudo de Avalia\u00e7\u00e3o M\u00e9dica emitido por servi\u00e7o p\u00fablico que integra o SUS em anexo, aliado ao fato de que a parte impetrante j\u00e1 comprovou atrav\u00e9s do processo administrativo N\u00b0 11020.722672/2017-12 em 03/11/2017 (c\u00f3pia em anexo).\nA parte impetrante \u00e9 portadora de defici\u00eancia f\u00edsica conforme Laudo de Avalia\u00e7\u00e3o Defici\u00eancia F\u00edsica e/ou Visual, sendo indicado no campo C\u00f3digo Internacional da Doen\u00e7a \u2013 CID 10 G57.6 - Les\u00e3o do nervo plantar, descrita a defici\u00eancia como paciente com dor em ambos os p\u00e9s de longa data de aspecto lancinante, parestesias nos p\u00e9s e teste de mulder positivo bilateral, exames de imagem com neuroma de morton bilateral e h\u00e9rnias discais de L2 a L5\u201d de forma permanente.\n\n\fA IMPETRANTE \u00c9 PORTADORA DE DEFICI\u00caNCIA F\u00cdSICA EM MEMBROS INFERIORES SOB A FORMA DE MONOPARESIA, conforme LAUDO M\u00c9DICO DE AVALIA\u00c7\u00c3O DE DEFICI\u00caNCIA FISICA atestado pelos Dr. Marcus Paulo Barbosa(Ortopedia e Traumatologia) CRMRS36.050 e Dr. Marcelo Flores (Clinico Geral), CRM RS35.200 emitido pelo Hospital de Nova Petr\u00f3polis /RS, CNPJ 91.588.731/0001-55, integrante do SUS - Sistema \u00danico de Sa\u00fade.\n\nA parte impetrante portadora de defici\u00eancia f\u00edsica que n\u00e3o \u00e9 de origem est\u00e9tica e que a altera\u00e7\u00e3o acarreta comprometimento da fun\u00e7\u00e3o f\u00edsica do segmento afetado, representando uma perda ou anormalidade que gera uma incapacidade para o desempenho de atividade, dentro do padr\u00e3o considerado normal para o ser humano, ainda que de forma parcial, com car\u00e1ter permanente, cujas defici\u00eancias constam expressamente do rol de defici\u00eancias arroladas no art. 1.\u00ba , inc. IV, \u00a71\u00ba da Lei 8.989/95, que autoriza a concess\u00e3o do benef\u00edcio postulado pelo impetrante.\n\nA saber: LEI N\u00ba 8.989, DE 24 DE FEVEREIRO DE 1995.\n\nDisp\u00f5e sobre a Isen\u00e7\u00e3o do Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI, na aquisi\u00e7\u00e3o de autom\u00f3veis para utiliza\u00e7\u00e3o no transporte aut\u00f4nomo de passageiros, bem como por pessoas portadoras de defici\u00eancia f\u00edsica, e d\u00e1 outras provid\u00eancias.\n\nArt. 1.\u00ba\n\nFicam isentos do Imposto Sobre Produtos Industrializados \u2013\n\nIPI os autom\u00f3veis de passageiros de fabrica\u00e7\u00e3o nacional, equipados com motor de\n\ncilindrada n\u00e3o superior a dois mil cent\u00edmetros c\u00fabicos, de no m\u00ednimo quatro portas\n\ninclusive a de acesso ao bagageiro, movidos a combust\u00edveis de origem renov\u00e1vel\n\nou sistema revers\u00edvel de combust\u00e3o, quando adquiridos por:\n\nIV \u2013\n\npessoas portadoras de defici\u00eancia f\u00edsica, visual, mental severa\n\nou profunda, ou autistas, diretamente ou por interm\u00e9dio de seu representante legal;\n\n(Reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n\u00ba 10.690, de 16.6.2003)\n\n\u00a7 1.\u00ba\n\nPara a concess\u00e3o do benef\u00edcio previsto no art. 1o \u00e9\n\nconsiderada tamb\u00e9m pessoa portadora de defici\u00eancia f\u00edsica aquela que\n\napresenta altera\u00e7\u00e3o completa ou parcial de um ou mais segmentos do corpo\n\nhumano, acarretando o comprometimento da fun\u00e7\u00e3o f\u00edsica, apresentando-se\n\nsob a forma de paraplegia, paraparesia, monoplegia, monoparesia,\n\ntetraplegia, tetraparesia, triplegia, triparesia, hemiplegia, hemiparesia, amputa\u00e7\u00e3o\n\nou aus\u00eancia de membro, paralisia cerebral, membros com deformidade cong\u00eanita\n\nou adquirida, exceto as deformidades est\u00e9ticas e as que n\u00e3o produzam dificuldades\n\npara o desempenho de fun\u00e7\u00f5es.(Inclu\u00eddo pela Lei n\u00ba 10.690, de 16.6.2003).\n\n\fAinda diz o Decreto N\u00ba 3.298, de 20 de Dezembro de 1999.\nRegulamenta a Lei no 7.853, de 24 de outubro de 1989, disp\u00f5e sobre a Pol\u00edtica Nacional para a Integra\u00e7\u00e3o da Pessoa Portadora de Defici\u00eancia, consolida as normas de prote\u00e7\u00e3o, e d\u00e1 outras provid\u00eancias.\n(...)\nArt. 3.\u00ba Para os efeitos deste Decreto, considera-se:\nI - defici\u00eancia \u2013 toda perda ou anormalidade de uma estrutura ou fun\u00e7\u00e3o psicol\u00f3gica, fisiol\u00f3gica ou anat\u00f4mica que gere incapacidade para o desempenho de atividade, dentro do padr\u00e3o considerado normal para o ser humano;\nII - defici\u00eancia permanente \u2013 aquela que ocorreu ou se estabilizou durante um per\u00edodo de tempo suficiente para n\u00e3o permitir recupera\u00e7\u00e3o ou ter probabilidade de que se altere, apesar de novos tratamentos; e\nIII - incapacidade \u2013 uma redu\u00e7\u00e3o efetiva e acentuada da capacidade de integra\u00e7\u00e3o social, com necessidade de equipamentos, adapta\u00e7\u00f5es, meios ou recursos especiais para que a pessoa portadora de defici\u00eancia possa receber ou transmitir informa\u00e7\u00f5es necess\u00e1rias ao seu bem-estar pessoal e ao desempenho de fun\u00e7\u00e3o ou atividade a ser exercida.\nArt. 4\u00ba \u00c9 considerada pessoa portadora de defici\u00eancia a que se enquadra nas seguintes categorias:\nI - defici\u00eancia f\u00edsica - altera\u00e7\u00e3o completa ou parcial de um ou mais segmentos do corpo humano, acarretando o comprometimento da fun\u00e7\u00e3o f\u00edsica, apresentando-se sob a forma de paraplegia, paraparesia, monoplegia,\nmonoparesia, tetraplegia, tetraparesia, triplegia, triparesia, hemiplegia,\nhemiparesia, ostomia, amputa\u00e7\u00e3o ou aus\u00eancia de membro, paralisia cerebral, nanismo, membros com deformidade cong\u00eanita ou adquirida, exceto as deformidades est\u00e9ticas e as que n\u00e3o produzam dificuldades para o desempenho de fun\u00e7\u00f5es; (Reda\u00e7\u00e3o dada pelo Decreto n\u00ba 5.296, de 2004).\nQuanto aos documentos exigidos para requerimento da isen\u00e7\u00e3o a Instru\u00e7\u00e3o Normativa RFB N\u00ba 1769, de 18 de dezembro de 2017, estabelece no seu art. Art. 4\u00ba que o requerente declarar\u00e1 que possui disponibilidade financeira ou patrimonial compat\u00edvel com o valor do ve\u00edculo a ser adquirido; que n\u00e3o h\u00e1 contra si impedimentos legais \u00e0 obten\u00e7\u00e3o de benef\u00edcios fiscais, dever\u00e1 anexar c\u00f3pias digitalizadas do laudo de avalia\u00e7\u00e3o emitido por prestador de servi\u00e7o p\u00fablico de sa\u00fade, por servi\u00e7o privado de sa\u00fade, contratado ou conveniado, que integre o Sistema \u00danico de Sa\u00fade (SUS), pelo Detran ou por suas cl\u00ednicas credenciadas, ou por interm\u00e9dio de servi\u00e7o social aut\u00f4nomo, sem fins lucrativos, e certid\u00e3o de nascimento atualizada do benefici\u00e1rio, na qual esteja identificado o seu respons\u00e1vel legal, no caso de requerimento transmitido por tutor ou curador.\n\n\fE nada mais.\nA exig\u00eancia de apresenta\u00e7\u00e3o de CNH com restri\u00e7\u00e3o compat\u00edvel com a defici\u00eancia indicada n\u00e3o encontra amparo legal nem na Lei 8.989/99 nem na IN 1769/2017, logo o ato de vedar o preenchimento do requerimento \u00e9 ato ilegal, pois al\u00e9m de exigir o que n\u00e3o est\u00e1 na Lei n\u00e3o possibilita sequer recorrer de eventual indeferimento.\nNote V. Ex.a que na IN RFB N\u00ba 1769, DE 18 DE DEZEMBRO DE 2017 (Publicado(a) no DOU de 19/12/2017 Instru\u00e7\u00e3o Normativa, em seu Art. 7\u00ba emana que \u201cSer\u00e1 indeferido, por meio de despacho decis\u00f3rio, o requerimento feito em desacordo com esta Instru\u00e7\u00e3o Normativa\u201d, e no seu Art. 9\u00ba \u201c\u00c9 facultado ao requerente apresentar recurso contra a decis\u00e3o de indeferimento de que trata o art. 7\u00ba, no prazo de 10 (dez) dias, contado da data da ci\u00eancia da decis\u00e3o recorrida, nos termos do art. 56 da Lei n\u00ba 9.784, de 29 de janeiro de 1999.\u201d\nComo poderia recorrer o(a) impetrante se o sistema sequer possibilita a ele ter uma decis\u00e3o sobre seu pedido?\nAinda, diante da defici\u00eancia que lhe acomete o(a) impetrante nomearia condutor habilitado seu companheiro ADRIANO BUHLER, mas o \u201ctravamento\u201d do sistema n\u00e3o deixo habilit\u00e1-lo.\nO Manual Sisen possibilita a nomea\u00e7\u00e3o de condutores autorizados, e traz o seguinte t\u00f3pico acerca do requerimento de isen\u00e7\u00e3o de IPI por pessoa portadora de defici\u00eancia:\n3.2.1.2. DADOS COMPLEMENTARES Ao prosseguir no preenchimento do requerimento, caso haja necessidade de indicar condutor(es) adicional(is), o contribuinte deve inform\u00e1-los no campo \u201cLista de Condutores Adicionais Autorizados\u201d\nPortanto, a Receita Federal, por interm\u00e9dio da implanta\u00e7\u00e3o do Sistema de Concess\u00e3o Eletr\u00f4nica de Isen\u00e7\u00e3o IPI/IOF (Sisen), impede de forma ilegal que o(a) impetrante conclua seu pedido, exigindo requisito que n\u00e3o est\u00e1 na Lei na Lei n\u00ba 8.989, de 1995, e nos arts. 3\u00ba e 4\u00ba do Decreto n\u00ba 3.298, de 20 de dezembro de 1999.\n\n\fDessa forma, sendo a Instru\u00e7\u00e3o Normativa RFB N\u00ba 1769 de 18 de dezembro de 2017 que \u00e9 ato regulamentar infralegal n\u00e3o poderia ter inovado na ordem jur\u00eddica limitando o dispositivo da lei 8.989/95 acerca dos requisitos a serem atendidos para a concess\u00e3o da isen\u00e7\u00e3o do IPI e do IOF sobre a aquisi\u00e7\u00e3o de ve\u00edculo automotor por pessoas portadoras de defici\u00eancia f\u00edsica.\nNessa senda, conforme preconiza a legisla\u00e7\u00e3o vigente, verifica-se que a parte impetrante est\u00e1 albergada pela prote\u00e7\u00e3o concedida aos deficientes f\u00edsicos, devendo ser reconhecido seu direito \u00e0 isen\u00e7\u00e3o de IPI, conforme previsto no art. 1\u00ba, IV, e \u00a7 1\u00b0, da Lei n\u00ba 8.989/95 (com reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n\u00ba 10.690/03).\nConforme leis e atos normativos citados, apenas dois s\u00e3o os requisitos para a concess\u00e3o da isen\u00e7\u00e3o, nos quais a parte impetrante se enquadra, pois possui defici\u00eancia f\u00edsica e n\u00e3o usufruiu da isen\u00e7\u00e3o nos \u00faltimos dois anos.\nA exig\u00eancia de apresenta\u00e7\u00e3o de CNH com restri\u00e7\u00e3o compat\u00edvel com a defici\u00eancia indicada n\u00e3o encontra amparo legal nem na Lei 8.989/99 nem na IN 1769/2017, logo o ato de vedar o preenchimento do requerimento \u00e9 ato ilegal, pois al\u00e9m de exigir o que n\u00e3o est\u00e1 na Lei n\u00e3o possibilita sequer recorrer de eventual indeferimento.\nA caracteriza\u00e7\u00e3o da defici\u00eancia f\u00edsica da parte autora resta superada, haja vista a juntada do Laudo emitido por prestador de servi\u00e7o de sa\u00fade, e por j\u00e1 ter sido concedido a isen\u00e7\u00e3o de IPI que a parte n\u00e3o fez uso por estar esperando a entrega do ve\u00edculo.\nAssim, ante o que disp\u00f5e a Lei 8.989/95 e a Instru\u00e7\u00e3o Normativa 1.769/2017, com a documenta\u00e7\u00e3o que instrui o presente mandamus e a negativa administrativa em possibilitar a parte impetrante conclua o seu requerimento de revalida\u00e7\u00e3o da autoriza\u00e7\u00e3o de isen\u00e7\u00e3o de IPI N.\u00ba RL- 1101/2017 obtida atrav\u00e9s do processo administrativo N\u00b0 11020.722672/2017-12 em 03/11/2017, com o bloqueio do sistema, impossibilitando de sequer recorrer administrativamente, requer a concess\u00e3o judicial de ordem para que a autoridade coatora conceda o benef\u00edcio da isen\u00e7\u00e3o de IPI para compra de ve\u00edculo automotor.\n\n\fDO PEDIDO DE TUTELA PROVIS\u00d3RIA DE URG\u00caNCIA\nO C\u00f3digo de Processo Civil autoriza o Juiz conceder a tutela de urg\u00eancia quando \u201cprobabilidade do direito\u201d e o \u201cperigo de dano ou o risco ao resultado \u00fatil do processo\u201d:\nArt. 300 \u2013 A tutela de urg\u00eancia ser\u00e1 concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado \u00fatil do processo.\nA concess\u00e3o de medidas liminares em mandados de seguran\u00e7a est\u00e1 atrelada ao disposto no artigo 7\u00ba, III, da Lei n\u00ba 12.016/09, que possibilita seu deferimento em caso de concomit\u00e2ncia da plausibilidade do direito invocado (fundamento relevante) e do risco de perecimento de tal direito face \u00e0 urg\u00eancia do pedido (periculum in mora). A regra legal, mais especificamente, estatui que o segundo requisito estar\u00e1 presente quando \"do ato impugnado puder resultar inefic\u00e1cia da medida, caso seja finalmente deferida\".\nNo presente caso, est\u00e3o presentes os requisitos e pressupostos para a concess\u00e3o da tutela requerida, existindo verossimilhan\u00e7a das alega\u00e7\u00f5es, al\u00e9m de fundado receio de dano irrepar\u00e1vel ou de dif\u00edcil repara\u00e7\u00e3o, mormente no tocante aliado ao fato de que a parte impetrante j\u00e1 obteve o benef\u00edcio da isen\u00e7\u00e3o do IPI N.\u00ba RL- 1101/2017 obtida atrav\u00e9s do processo administrativo N\u00b0 11020.722672/2017-12 em 03/11/2017 (c\u00f3pia em anexo) sua defici\u00eancia f\u00edsica, caracterizando o \u201cfumus boni j\u00faris\u201d .\nEvidenciado igualmente se encontra o periculum in mora, eis que a demora na consecu\u00e7\u00e3o da renova\u00e7\u00e3o do benef\u00edcio da isen\u00e7\u00e3o do IPI nos moldes da lei 8.989/95 , objeto da lide, certamente acarretar\u00e1 na perda da validade do benef\u00edcio da isen\u00e7\u00e3o do ICMS, ficando a impetrante litigando \u201cad eternum\u201d para ter seu direito \u00e1s isen\u00e7\u00f5es (estadual e federal) concedidas.\nA reversibilidade da medida tamb\u00e9m \u00e9 evidente, uma vez que a parte impetrante se vencida na lide, dever\u00e1 recolher aos cofres p\u00fablicos o tributo, sendo que a Uni\u00e3o poder\u00e1 se ressarcir da isen\u00e7\u00e3o que efetuou, mediante a\u00e7\u00e3o de cobran\u00e7a pr\u00f3pria.\nDesse modo, \u00e0 guisa de sumariedade de cogni\u00e7\u00e3o, os elementos indicativos de ilegalidades contido na prova ora imersa traz \u00e0 tona circunst\u00e2ncias de que o direito muito provavelmente existe.\n\n\fPEDIDOS\n\nAnte o exposto, pleiteia-se:\n\n(a)\n\na concess\u00e3o da liminar pleiteada, para que a parte impetrante,\n\nnos termos da a Lei n\u00ba 8.989/95 e da Instru\u00e7\u00e3o Normativa SRF n\u00ba 1.769/2017, seja\n\nimediata e diretamente autorizada a fazer a aquisi\u00e7\u00e3o de ve\u00edculo destinado a\n\nportador de necessidade f\u00edsica com a isen\u00e7\u00e3o de IPI, ou alternativamente ,\n\nconceda liminar para afastar a exig\u00eancia administrativa de apresenta\u00e7\u00e3o de Carteira\n\nNacional De Habilita\u00e7\u00e3o - CNH, com pr\u00e9via anota\u00e7\u00e3o de restri\u00e7\u00e3o, e, ao final, a\n\nconfirma\u00e7\u00e3o da ordem, com a concess\u00e3o da seguran\u00e7a; e\n\n(b)\n\nrequer a CONCESS\u00c3O JUDICIAL DE ORDEM PARA QUE A\n\nAUTORIDADE COATORA CONCEDA A REVALIDA\u00c7\u00c3O DO BENEF\u00cdCIO DA\n\nISEN\u00c7\u00c3O DE IPI para compra de ve\u00edculo automotor; OU ALTERNATIVAMENTE ,\n\nCONCEDA PARCIALMENTE A SEGURAN\u00c7A, PARA AFASTAR A EXIG\u00caNCIA\n\nADMINISTRATIVA DE APRESENTA\u00c7\u00c3O DE CARTEIRA NACIONAL DE\n\nHABILITA\u00c7\u00c3O - CNH, COM PR\u00c9VIA ANOTA\u00c7\u00c3O DE RESTRI\u00c7\u00c3O, para fins de\n\nan\u00e1lise do pedido de isen\u00e7\u00e3o de IPI na aquisi\u00e7\u00e3o de autom\u00f3vel de passageiro de\n\nfabrica\u00e7\u00e3o nacional, nos termos do art. 1\u00ba da lei n\u00ba 8.989/95.\n\n(b)\n\na notifica\u00e7\u00e3o da autoridade coatora, na forma do inciso I do\n\nart. 7\u00ba da Lei n\u00ba 12.016/09.\n\nAtribui-se \u00e0 causa o valor de R$ 9.100,00 (nove mil e cem reais), meramente para efeitos fiscais.\n\nNestes termos, Pede deferimento. Caxias do Sul, 20/08/2018.\n\np.p. CARLOS F.M. DE OLIVEIRA OAB/RS 35.339\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 2 (C\u00edvel) - IdDocumentoCompleto: 5019238-57.2018.4.04.7107-711540225622547951114662850243", "text": "EXCELENT\u00cdSSIMO (A) SENHOR (A) JUIZ (\u00cdZA) FEDERAL DA ____ VARA FEDERAL DE CAXIAS DO SUL/RS\nTRAMITA\u00c7\u00c3O PREFERENCIAL PESSOA COM DEFICIENCIA/ IDOSO\nCLAIR MARIO GHENO brasileiro, casado, aposentado, portador da Carteira de identidade n\u00ba 1041866078, inscrito no CPF sob n\u00ba 328.194.200-87, residente e domiciliado na Rua Nicolau Pedrini, n\u00ba 50 apto 03, bairro Aparecida, na cidade de Bento Gon\u00e7alves/RS, CEP:95708-775 por sua procuradora in fine signat\u00e1ria, vem, respeitosamente \u00e0 presen\u00e7a de Vossa Excel\u00eancia, nos termos do artigo 5\u00ba inciso LXIX da Constitui\u00e7\u00e3o Federal de 1988 e da Lei n\u00ba 12.016 de 2009, impetrar o presente\nMANDADO DE SEGURAN\u00c7A COM PEDIDO DE ANTECIPA\u00c7\u00c3O DE TUTELA\nem face de ato ilegal resultante do abuso de autoridade praticado pelo ILMO(A). SENHOR(A) DELEGADO(A) DA RECEITA FEDERAL EM CAXIAS DO SUL/RS, lotado na Receita Federal do Brasil, que pode ser localizado na Receita Federal de Caxias do Sul/RS, situada \u00e0 Rua Desembargador Armando Azambuja, 150, Bairro Rio Branco, Caxias do Sul/RS, 95010-902, conforme raz\u00f5es de fato e de direito a seguir expostas.\n\n\fI \u2013 DOS FATOS\nO impetrante \u00e9 portador de defici\u00eancia f\u00edsica caracterizada por perda de vis\u00e3o no olho direito, ap\u00f3s acidente de autom\u00f3vel (CID 54.4), tamb\u00e9m apresenta impacto Femoroacetabular1, perfazendo com que a mobilidade do quadril apresente redu\u00e7\u00e3o (CID 16.9).\nAl\u00e9m das patologias apresentadas anteriormente, o impetrante \u00e9 portador de discopatia degenerativa na coluna cervical (CID M54.2)\nAs defici\u00eancias est\u00e3o expressas no Laudo de Avalia\u00e7\u00e3o para Isen\u00e7\u00e3o de IPI (em anexo), no qual os m\u00e9dicos Dr. Juliano De Bortoli, CREMERS 28218 \u2013 ortopedista e traumatologista e pelo Dr. Giovani De Bortoli, CREMERS 25814 \u2013 ortopedista e traumatologista, firmam o Laudo de Avalia\u00e7\u00e3o, emitido atrav\u00e9s da Secretaria Municipal de Sa\u00fade de Bento Gon\u00e7alves, CNPJ: 87.849.923/0001-09 onde conclu\u00edram que o impetrante \u00e9 portador de defici\u00eancia f\u00edsica.\nCorroborando com o Laudo emitido pelo SUS, o Dr. Fabiano Dachery \u2013 ortopedista e traumatologista, CREMERS 24139, m\u00e9dico particular do impetrante, descreve em sua avalia\u00e7\u00e3o as mesmas defici\u00eancias apresentadas pelos m\u00e9dicos do SUS, na qual levam o impetrante a uma limita\u00e7\u00e3o funcional significativa.\nAssim, como visto, resta caracterizada a defici\u00eancia f\u00edsica em raz\u00e3o, de que o impetrante possui limita\u00e7\u00f5es f\u00edsicas irrevers\u00edveis, conforme informa\u00e7\u00f5es extra\u00eddas dos laudos m\u00e9dicos em anexo.\nAs defici\u00eancias f\u00edsicas acima descritas s\u00e3o classificadas como deformidade cong\u00eanita ou adquirida, sendo que tal deformidade n\u00e3o \u00e9 de origem est\u00e9tica e resulta em dificuldade para o desempenho das fun\u00e7\u00f5es do membro deformado (tal informa\u00e7\u00e3o consta no laudo emitido pelos m\u00e9dicos do SUS). Insta referir que a mol\u00e9stia consta no rol das defici\u00eancias f\u00edsicas elencadas no Decreto n\u00ba 3.298 de 1999, estando caracterizado o direito \u00e0\n1 Encaixe imperfeito entre a cabe\u00e7a do f\u00eamur e os ossos do quadril na qual, prejudicam a articula\u00e7\u00e3o.\n\n\fisen\u00e7\u00e3o fiscal relativa aos impostos federais (IPI e IOF), prevista na Lei n\u00ba 8.989 de 1995, e estaduais (ICMS e IPVA), constante na Lei Estadual do Rio Grande do Sul n\u00ba 13.320/2009.\nPor oportuno, o Decreto n\u00ba 3.298 de 1999 em seu art. 4\u00ba, determina quem \u00e9 considerado pessoa com defici\u00eancia:\nArt. 4o \u00c9 considerada pessoa portadora de defici\u00eancia a que se enquadra nas seguintes categorias:\nI - defici\u00eancia f\u00edsica - altera\u00e7\u00e3o completa ou parcial de um ou mais segmentos do corpo humano, acarretando o comprometimento da fun\u00e7\u00e3o f\u00edsica, apresentando-se sob a forma de paraplegia, paraparesia, monoplegia, monoparesia, tetraplegia, tetraparesia, triplegia, triparesia, hemiplegia, hemiparesia, ostomia, amputa\u00e7\u00e3o ou aus\u00eancia de membro, paralisia cerebral, nanismo, membros com deformidade cong\u00eanita ou adquirida, exceto as deformidades est\u00e9ticas e as que n\u00e3o produzam dificuldades para o desempenho de fun\u00e7\u00f5es;\nDeste modo, de posse do respectivo laudo m\u00e9dico de avalia\u00e7\u00e3o de defici\u00eancia f\u00edsica, o impetrante se dirigiu \u00e0 ag\u00eancia da Receita Federal, ocasi\u00e3o em que fora orientado de que o procedimento para requerimento de isen\u00e7\u00e3o fiscal para a compra de ve\u00edculo em raz\u00e3o da defici\u00eancia f\u00edsica deveria ocorrer exclusivamente atrav\u00e9s da instaura\u00e7\u00e3o do processo digital diretamente no site da Receita Federal2.\nTodavia, ao tentar realizar o procedimento, o impetrante foi impedido, isto porque, em que pese seja inequ\u00edvoco o seu direito \u00e0 isen\u00e7\u00e3o fiscal devido a estar o autor enquadrado no rol de deficientes f\u00edsicos, a autoridade coatora \u2013 Delegado(a) da Receita Federal -, por meio do SISEN, sistema automatizado para controle de isen\u00e7\u00e3o de IPI e/ou IOF\u00b9, obstaculizou que houvesse at\u00e9 mesmo o pleito da isen\u00e7\u00e3o \u00e0 ag\u00eancia fazend\u00e1ria.\nIsto porque, quando do preenchimento do cadastro inicial para realiza\u00e7\u00e3o do requerimento, o SISEN realiza uma checagem dos dados\n2 1 Art. 4\u00ba A isen\u00e7\u00e3o de que trata esta Instru\u00e7\u00e3o Normativa ser\u00e1 requerida eletronicamente por meio do Sistema de Concess\u00e3o Eletr\u00f4nica de Isen\u00e7\u00e3o de IPI/IOF (Sisen), dispon\u00edvel no s\u00edtio da Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB), na Internet. (IN 1769 de 18/12/2017).\n\n\finformados com \u00e0queles constantes junto ao DETRAN, de modo que, sem qualquer fundamento legal, passa a considerar imprescind\u00edvel a exist\u00eancia de averba\u00e7\u00e3o da restri\u00e7\u00e3o na Carteira Nacional de Habilita\u00e7\u00e3o, no caso de pedido de isen\u00e7\u00e3o de imposto por defici\u00eancia f\u00edsica (conforme imagem em anexo).\nAssim, sendo impedido de concluir sua solicita\u00e7\u00e3o, o impetrante solicitou maiores informa\u00e7\u00f5es \u00e0 unidade da Receita Federal de Bento Gon\u00e7alves, quando ent\u00e3o foi informado de que nada poderia ser feito, sen\u00e3o aguardar \u2018ajustes\u2019 no sistema e/ou altera\u00e7\u00e3o legislativa, sendo rejeitada a pretens\u00e3o de instaura\u00e7\u00e3o de processo administrativo por meio f\u00edsico ou ado\u00e7\u00e3o de qualquer outra medida que viabilizasse a efetiva instaura\u00e7\u00e3o do requerimento de isen\u00e7\u00e3o.\nRegistre-se, por oportuno, que a exig\u00eancia de inclus\u00e3o de restri\u00e7\u00e3o junto a CNH do requerente para obten\u00e7\u00e3o do benef\u00edcio de isen\u00e7\u00e3o de IPI n\u00e3o encontra qualquer respaldo na legisla\u00e7\u00e3o vigente, havendo assim, verdadeira afronta ao princ\u00edpio da legalidade, evidenciando, portanto, a ilegalidade praticada pela autoridade coatora.\nDe acordo com a Instru\u00e7\u00e3o Normativa RFB n\u00ba 1769/2017, singularmente o \u00a7 3\u00ba do seu artigo 4\u00ba, que estabelece justamente os documentos que devem ser imprescindivelmente anexados ao requerimento no SISEN, o laudo de avalia\u00e7\u00e3o m\u00e9dica deve ser emitido por prestador do servi\u00e7o p\u00fablico de sa\u00fade integrado ao Sistema \u00danico de Sa\u00fade (SUS) ou pelo DETRAN ou por interm\u00e9dio de servi\u00e7o social aut\u00f4nomo. Nesse sentido, \u00e9 evidente que se tratam de obriga\u00e7\u00f5es alternativas. Ao usu\u00e1rio \u00e9 facultado apresentar um dos documentos elencados para comprovar a defici\u00eancia f\u00edsica que enseja o direito \u00e0 isen\u00e7\u00e3o fiscal.\nAssim, em que pese seja inequ\u00edvoco o direito do impetrante \u00e0 isen\u00e7\u00e3o fiscal, a autoridade coatora \u2013 Delegado(a) da Receita Federal -, por meio do SISEN, sistema automatizado para controle de isen\u00e7\u00e3o de IPI e/ou IOF\u00b9, obstaculizou que houvesse at\u00e9 mesmo o pleito da isen\u00e7\u00e3o \u00e0 ag\u00eancia fazend\u00e1ria.\nDeste modo, considerando que o impetrante sequer conseguiu alimentar o sistema com todos os seus dados a fim de efetuar o\n\n\fpedido de isen\u00e7\u00e3o diante da sua defici\u00eancia, evidentemente teve seu direito claramente cerceado por uma automatiza\u00e7\u00e3o que n\u00e3o leva em conta os aspectos legais.\nII \u2013 DOS FUNDAMENTOS\nPrimeiramente, cumpre referir que o impetrante \u00e9 pessoa com defici\u00eancia, sendo que a mol\u00e9stia da qual o impetrante \u00e9 portador (deformidade cong\u00eanita ou adquirida, sendo que tal deformidade n\u00e3o \u00e9 de origem est\u00e9tica e resulta em dificuldade para o desempenho das fun\u00e7\u00f5es do membro deformado) consta no rol previsto no Decreto n\u00ba 3.298 de 1999, vejase:\nArt. 4o \u00c9 considerada pessoa portadora de defici\u00eancia a que se enquadra nas seguintes categorias:\nI - defici\u00eancia f\u00edsica - altera\u00e7\u00e3o completa ou parcial de um ou mais segmentos do corpo humano, acarretando o comprometimento da fun\u00e7\u00e3o f\u00edsica, apresentando-se sob a forma de paraplegia, paraparesia, monoplegia, monoparesia, tetraplegia, tetraparesia, triplegia, triparesia, hemiplegia, hemiparesia, ostomia, amputa\u00e7\u00e3o ou aus\u00eancia de membro, paralisia cerebral, nanismo, membros com deformidade cong\u00eanita ou adquirida, exceto as deformidades est\u00e9ticas e as que n\u00e3o produzam dificuldades para o desempenho de fun\u00e7\u00f5es;\nAssim, considerando que a mol\u00e9stia consta no rol das defici\u00eancias f\u00edsicas, o impetrante faz jus \u00e0 isen\u00e7\u00e3o fiscal relativa aos impostos federais (IPI e IOF), prevista na Lei n\u00ba 8.989 de 1995, e estaduais (ICMS e IPVA), constante na Lei Estadual do Rio Grande do Sul n\u00ba 13.320/2009. \u00c9 o que garante o artigo 1\u00ba, inciso IV da referida lei:\nArt. 1o Ficam isentos do Imposto Sobre Produtos Industrializados \u2013 IPI os autom\u00f3veis de passageiros de fabrica\u00e7\u00e3o nacional, equipados com motor de cilindrada n\u00e3o superior a dois mil cent\u00edmetros c\u00fabicos, de no m\u00ednimo quatro portas inclusive a de acesso ao bagageiro, movidos a combust\u00edveis de origem renov\u00e1vel ou sistema revers\u00edvel de\n\n\fcombust\u00e3o, quando adquiridos por: (...) IV \u2013 pessoas portadoras de defici\u00eancia f\u00edsica, visual, mental severa ou profunda, ou autistas, diretamente ou por interm\u00e9dio de seu representante legal;\nN\u00e3o s\u00f3, o par\u00e1grafo primeiro detalha as defici\u00eancias a que se refere no inciso IV:\n\u00a7 1o Para a concess\u00e3o do benef\u00edcio previsto no art. 1o \u00e9 considerada tamb\u00e9m pessoa portadora de defici\u00eancia f\u00edsica aquela que apresenta altera\u00e7\u00e3o completa ou parcial de um ou mais segmentos do corpo humano, acarretando o comprometimento da fun\u00e7\u00e3o f\u00edsica, apresentando-se sob a forma de paraplegia, paraparesia, monoplegia, monoparesia, tetraplegia, tetraparesia, triplegia, triparesia, hemiplegia, hemiparesia, amputa\u00e7\u00e3o ou aus\u00eancia de membro, paralisia cerebral, membros com deformidade cong\u00eanita ou adquirida, exceto as deformidades est\u00e9ticas e as que n\u00e3o produzam dificuldades para o desempenho de fun\u00e7\u00f5es.\nCom rela\u00e7\u00e3o ao Mandado de Seguran\u00e7a, este \u00e9 instrumento consagrado constitucionalmente pelo artigo 5\u00ba, inciso LXIX, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal de 1988 \u2013 considerados os procedimentos para tramita\u00e7\u00e3o do mandamus constantes na Lei 12.016/2009 \u2013, para prote\u00e7\u00e3o de direitos evidentes que s\u00e3o tolhidos de alguma parte.\nArtigo 5\u00ba Todos s\u00e3o iguais perante a lei, sem distin\u00e7\u00e3o de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no Pa\u00eds a inviolabilidade do direito \u00e0 vida, \u00e0 liberdade, \u00e0 igualdade, \u00e0 seguran\u00e7a e \u00e0 propriedade, nos termos seguintes: LXIX - conceder-se-\u00e1 mandado de seguran\u00e7a para proteger direito l\u00edquido e certo, n\u00e3o amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o respons\u00e1vel pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade p\u00fablica ou agente de pessoa jur\u00eddica no exerc\u00edcio de atribui\u00e7\u00f5es do Poder P\u00fablico;\nDestarte, \u00e9 inequ\u00edvoco o direito do impetrante \u00e0 isen\u00e7\u00e3o, ou, ao menos, o direito a realizar o requerimento de isen\u00e7\u00e3o, dado que, segundo os laudos m\u00e9dicos ora anexos, o tipo de defici\u00eancia consta no rol indicado pelo par\u00e1grafo primeiro do artigo.\n\n\fDe forma sensata e estreita aos par\u00e2metros legais, decide o Tribunal Regional Federal, cujo entendimento deve ser replicado no presente mandado de seguran\u00e7a:\nTRIBUT\u00c1RIO. MANDADO DE SEGURAN\u00c7A. IPI. ISEN\u00c7\u00c3O. AQUISI\u00c7\u00c3O DE VE\u00cdCULO. PESSOA COM DEFICI\u00caNCIA F\u00cdSICA. LEI N\u00ba 8.989/95. PREENCHIMENTO DOS REQUISITOS.\n1. A isen\u00e7\u00e3o do IPI prevista no art. 1\u00ba da Lei n\u00ba 8.989/95 deve ser concedida \u00e0 parte impetrante, por ter sido comprovada, mediante laudo m\u00e9dico, ser pessoa com defici\u00eancia f\u00edsica suscet\u00edvel \u00e0 concess\u00e3o do benef\u00edcio.\n2. A comprova\u00e7\u00e3o da defici\u00eancia poder\u00e1 ser feita atrav\u00e9s de laudo de avalia\u00e7\u00e3o emitido por prestador de servi\u00e7o p\u00fablico de sa\u00fade; ou emitido por servi\u00e7o privado de sa\u00fade, contratado ou conveniado, que integre o Sistema \u00danico de Sa\u00fade (SUS). (Apela\u00e7\u00e3o/Remessa Necess\u00e1ria n\u00ba 500534894.2017.4.04.7201/SC, Segunda Turma, Tribunal Regional Federal da 4\u00aa regi\u00e3o, Relatora: Luciane Amaral Corr\u00eaa M\u00fcnch, Julgado em 06/03/2018)\nCabe discutir a justificativa apresentada pela Receita Federal por meio do SISEN para impedir que os usu\u00e1rios prossigam com o preenchimento do requerimento. A informa\u00e7\u00e3o \u00e9 de que \u201cPara ter direito ao benef\u00edcio pleiteado, o requerente precisa ter Carteira Nacional de Habilita\u00e7\u00e3o com restri\u00e7\u00e3o compat\u00edvel com a defici\u00eancia indicada\u201d, contudo, o procedimento proposto pela Lei n\u00ba 8.989/1995 n\u00e3o vai ao encontro da orienta\u00e7\u00e3o do site.\nDe acordo com a Instru\u00e7\u00e3o Normativa RFB n\u00ba 1769/2017, singularmente o \u00a7 3\u00ba do seu artigo 4\u00ba, que estabelece justamente os documentos que devem ser imprescindivelmente anexados ao requerimento no SISEN, o laudo de avalia\u00e7\u00e3o m\u00e9dica deve ser emitido por prestador do servi\u00e7o p\u00fablico de sa\u00fade integrado ao Sistema \u00danico de Sa\u00fade (SUS), pelo DETRAN ou por interm\u00e9dio de servi\u00e7o social aut\u00f4nomo.\n\u00a7 3\u00ba Dever\u00e3o ser anexadas ao requerimento, por meio do Sisen, c\u00f3pias digitalizadas: I - do laudo de avalia\u00e7\u00e3o emitido por prestador de servi\u00e7o p\u00fablico de sa\u00fade, por servi\u00e7o privado de sa\u00fade, contratado ou conveniado, que integre o Sistema \u00danico de Sa\u00fade (SUS), pelo Detran ou por suas cl\u00ednicas credenciadas, ou por interm\u00e9dio de servi\u00e7o social aut\u00f4nomo, sem fins\n\n\flucrativos, criado por lei, caso n\u00e3o tenha sido emitido laudo de avalia\u00e7\u00e3o eletr\u00f4nico;\nNesse sentido, \u00e9 evidente que se tratam de obriga\u00e7\u00f5es alternativas. Ao usu\u00e1rio \u00e9 facultado apresentar um dos documentos elencados para comprovar a defici\u00eancia f\u00edsica que enseja o direito \u00e0 isen\u00e7\u00e3o fiscal.\nRatificando a clareza da instru\u00e7\u00e3o normativa, o Tribunal Regional Federal da 4\u00aa Regi\u00e3o demonstra forte tend\u00eancia \u2013 se n\u00e3o pac\u00edfica \u2013 do modus decidendi com rela\u00e7\u00e3o \u00e0 necessidade de ter averbada na Carteira Nacional de Habilita\u00e7\u00e3o a restri\u00e7\u00e3o necess\u00e1ria, sen\u00e3o vejamos:\nTRIBUT\u00c1RIO. MANDADO DE SEGURAN\u00c7A. IPI. AUTOM\u00d3VEL. ISEN\u00c7\u00c3O. AQUISI\u00c7\u00c3O DE VE\u00cdCULO. PESSOA COM DEFICI\u00caNCIA F\u00cdSICA. LEI N\u00ba 8.989/95. REQUISITOS. LAUDO.\n1. O contribuinte \u00e9 pessoa com defici\u00eancia f\u00edsica, com limita\u00e7\u00e3o das suas fun\u00e7\u00f5es, e faz jus \u00e0 isen\u00e7\u00e3o do IPI na aquisi\u00e7\u00e3o de ve\u00edculo automotor.\n2. O laudo pericial emitido pelo DETRAN n\u00e3o \u00e9 o \u00fanico de prova h\u00e1bil a comprovar a defici\u00eancia f\u00edsica do contribuinte.\n3. A comprova\u00e7\u00e3o da defici\u00eancia poder\u00e1 ser feita atrav\u00e9s de laudo de avalia\u00e7\u00e3o emitido por prestador de servi\u00e7o p\u00fablico de sa\u00fade; ou emitido por servi\u00e7o privado de sa\u00fade, contratado ou conveniado, que integre o Sistema \u00danico de Sa\u00fade (SUS).\n(Apela\u00e7\u00e3o C\u00edvel n\u00ba 5005285-60.2017.4.04.7107/RS, Segunda Turma, Tribunal Regional Federal da 4\u00aa Regi\u00e3o, Relator: Alcides Vettorazzi, Julgado em 07/11/2017) (grifo nosso)\nTRIBUT\u00c1RIO. MANDADO DE SEGURAN\u00c7A. AQUISI\u00c7\u00c3O DE VE\u00cdCULO. IPI. ISEN\u00c7\u00c3O. LEI N\u00ba 8.989, DE 1995. PESSOAS COM DEFICI\u00caNCIA. EXIG\u00caNCIA DE NOVO LAUDO.\n1. A comprova\u00e7\u00e3o da defici\u00eancia poder\u00e1 ser feita atrav\u00e9s de laudo de avalia\u00e7\u00e3o emitido por prestador de servi\u00e7o p\u00fablico de sa\u00fade; ou emitido por servi\u00e7o privado de sa\u00fade, contratado ou conveniado, que integre o Sistema \u00danico de Sa\u00fade, sendo certo que a exig\u00eancia de novo laudo deve ser fundamentada.\n2. Demonstrado o preenchimento dos requisitos insertos no inciso IV do artigo 1\u00ba da Lei n. 8.989/95, deve ser mantida a senten\u00e7a que concedeu a\n\n\fseguran\u00e7a para reconhecer o direito da impetrante \u00e0 isen\u00e7\u00e3o do IPI na aquisi\u00e7\u00e3o de ve\u00edculo automotor.\n(Apela\u00e7\u00e3o/Remessa Necess\u00e1ria n\u00ba 5005657-09.2017.4.04.7107/RS, Primeira Turma, Tribunal Regional Federal da 4\u00aa regi\u00e3o, Relator: Roger Raupp Rios, Julgado em 21/02/2018) (grifo nosso)\nCumpre registrar que, ainda que se exija a realiza\u00e7\u00e3o de per\u00edcia junto ao Departamento M\u00e9dico do DETRAN, o procedimento n\u00e3o est\u00e1 em conformidade para todas as entidades, visto que os Centros de Forma\u00e7\u00e3o de Condutores (CFC) de Garibaldi/RS (cidade em que o impetrante reside) apresentam forte resist\u00eancia aos encaminhamentos periciais. N\u00e3o s\u00f3, por vezes, por mais que a per\u00edcia m\u00e9dica conclua por atestar a necessidade de adapta\u00e7\u00f5es para condu\u00e7\u00e3o de ve\u00edculos automotores, omitem-se em averbar a restri\u00e7\u00e3o nos documentos \u2013 mesmo havendo uma grande diversidade de c\u00f3digos para averba\u00e7\u00e3o previstos no Anexo II da Resolu\u00e7\u00e3o n\u00ba 511/2014 do DENATRAN \u2013 por raz\u00e3o desconhecida.\nDe toda sorte, \u00e9 entendimento atualizado e harm\u00f4nico no Tribunal Regional Federal da 4\u00aa Regi\u00e3o que o laudo m\u00e9dico do DETRAN que n\u00e3o gera restri\u00e7\u00e3o na CNH n\u00e3o obsta o reconhecimento do direito do impetrante:\nTRIBUT\u00c1RIO. IPI. AUTOM\u00d3VEL. ISEN\u00c7\u00c3O. AQUISI\u00c7\u00c3O DE VE\u00cdCULO. DEFICIENTE F\u00cdSICO. LEI N\u00ba 8.989/95. REQUISITOS. LAUDO.\n1. Contribuinte portador de defici\u00eancia f\u00edsica, com limita\u00e7\u00e3o das suas fun\u00e7\u00f5es, faz jus \u00e0 isen\u00e7\u00e3o do IPI na aquisi\u00e7\u00e3o de ve\u00edculo automotor nos termos da Lei n\u00ba 8.989/1995.\n2. A Lei n\u00ba 8.989/1995 determina que o ve\u00edculo a ser adquirido seja de passageiros e de fabrica\u00e7\u00e3o nacional.\n3. N\u00e3o se exige que o ve\u00edculo seja adaptado para a condu\u00e7\u00e3o pelo portador da defici\u00eancia. Assim, o laudo emitido pelo DETRAN - no qual consta que o autor n\u00e3o necessita de ve\u00edculo adaptado - n\u00e3o afasta o direito \u00e0 isen\u00e7\u00e3o pretendida, mormente por se desconhecer a raz\u00e3o por que a junta m\u00e9dica do departamento de tr\u00e2nsito n\u00e3o considerou necess\u00e1ria a adapta\u00e7\u00e3o do ve\u00edculo.\n4. Ademais, o laudo pericial emitido pelo DETRAN n\u00e3o \u00e9 o \u00fanico de prova h\u00e1bil a comprovar a defici\u00eancia f\u00edsica do contribuinte.\n\n\f5. A comprova\u00e7\u00e3o da defici\u00eancia poder\u00e1 ser feita atrav\u00e9s de laudo de avalia\u00e7\u00e3o emitido por prestador de servi\u00e7o p\u00fablico de sa\u00fade; ou emitido por servi\u00e7o privado de sa\u00fade, contratado ou conveniado, que integre o Sistema \u00danico de Sa\u00fade (SUS).\n(Apela\u00e7\u00e3o C\u00edvel n\u00ba 5000224-61.2017.4.04.7127/RS, Segunda Turma, Tribunal Regional Federal da 4\u00aa regi\u00e3o, Relatora: Luciane Amaral Corr\u00eaa M\u00fcnch, Julgado em 24/10/2017)\nCaso haja a insurg\u00eancia de discuss\u00e3o acerca do car\u00e1ter das adapta\u00e7\u00f5es, antecipa-se, a t\u00edtulo de argumenta\u00e7\u00e3o, que mesmo a legisla\u00e7\u00e3o brasileira considera a dire\u00e7\u00e3o hidr\u00e1ulica e o c\u00e2mbio autom\u00e1tico poss\u00edveis adapta\u00e7\u00f5es a ve\u00edculos automotores, especialmente em casos de aquisi\u00e7\u00e3o por pessoas com defici\u00eancia.\n\u00c9 o que se pode verificar pelo texto do par\u00e1grafo \u00fanico do artigo 52 da Lei n\u00ba 13.146/2015 que institui o Estatuto da Pessoa com Defici\u00eancia.\nArt. 52. As locadoras de ve\u00edculos s\u00e3o obrigadas a oferecer 1 (um) ve\u00edculo adaptado para uso de pessoa com defici\u00eancia, a cada conjunto de 20 (vinte) ve\u00edculos de sua frota. Par\u00e1grafo \u00fanico. O ve\u00edculo adaptado dever\u00e1 ter, no m\u00ednimo, c\u00e2mbio autom\u00e1tico, dire\u00e7\u00e3o hidr\u00e1ulica, vidros el\u00e9tricos e comandos manuais de freio e de embreagem. (grifo nosso)\nQuer dizer, portanto, que a transmiss\u00e3o de c\u00e2mbio de forma autom\u00e1tica, a dire\u00e7\u00e3o hidr\u00e1ulica e vidros el\u00e9tricos s\u00e3o inequivocamente poss\u00edveis adapta\u00e7\u00f5es a ve\u00edculos automotores, mesmo que se tratem de caracter\u00edsticas comumente encontradas em ve\u00edculos direto de f\u00e1brica.\nOutrossim, impende abordar que a previs\u00e3o judicial de tratamento diferenciado \u00e0 pessoa portadora de defici\u00eancia f\u00edsica, especialmente por meio do reconhecimento do direito \u00e0 isen\u00e7\u00e3o do pagamento de tributos para a aquisi\u00e7\u00e3o de autom\u00f3veis, bem como na sua manuten\u00e7\u00e3o, possuem duas finalidades consagradas na Constitui\u00e7\u00e3o Federal de 1988: a promo\u00e7\u00e3o do direito \u00e0 liberdade e do princ\u00edpio constitucional da dignidade da pessoa humana.\nA Constitui\u00e7\u00e3o democr\u00e1tica, em seu artigo 5\u00ba, busca promover a igualdade universal das pessoas perante a lei, consideradas as suas diferen\u00e7as, raz\u00e3o pela qual n\u00e3o h\u00e1 qualquer raz\u00e3o que justifique o indeferimento da isen\u00e7\u00e3o requerida.\n\n\fA ratio legis do benef\u00edcio \u00e9 propiciar uma melhoria nas condi\u00e7\u00f5es de vida das pessoas portadoras de defici\u00eancia atrav\u00e9s de mecanismos que atenuem as dificuldades por elas encontradas; e, deste modo, promover a melhor e maior (re)integra\u00e7\u00e3o destas pessoas ao conv\u00edvio social e o pleno exerc\u00edcio da cidadania, por meio da facilita\u00e7\u00e3o da sua locomo\u00e7\u00e3o.\nPor vezes, quando acometida por uma doen\u00e7a que leva \u00e0 alguma restri\u00e7\u00e3o ou inabilidade, por conta de turbul\u00eancias psicol\u00f3gicas e/ou por estigma social, as pessoas se afastam do conv\u00edvio social e cidad\u00e3o, mesmo de sua fam\u00edlia, inclusive para a busca de tratamento.\nAdemais, estritamente no Direito Tribut\u00e1rio, o reconhecimento deste direito e, desta feita, a concess\u00e3o da isen\u00e7\u00e3o quanto aos tributos, \u00e9 vinculado ao preenchimento dos requisitos previstos nas normativas.\nIn casu, portanto, todos os pressupostos legais est\u00e3o preenchidos, de modo que a isen\u00e7\u00e3o fiscal relativa ao IPI e ao IOF s\u00e3o concess\u00f5es que se imp\u00f5em.\nDito isto, trata-se, no presente caso, de direito l\u00edquido e certo do qual o impetrante foi privado por conta de um sistema automatizado que n\u00e3o leva em conta a legisla\u00e7\u00e3o p\u00e1tria, inclusive instru\u00e7\u00f5es normativas e, ainda menos, as peculiaridades atinentes a cada caso.\nRefere-se, ademais, que o impetrante tamb\u00e9m faz jus \u00e0 isen\u00e7\u00e3o de impostos estaduais para aquisi\u00e7\u00e3o e manuten\u00e7\u00e3o de autom\u00f3vel \u2013 ICMS e IPVA \u2013, direito que \u00e9 reconhecido t\u00e3o somente mediante comprova\u00e7\u00e3o da concess\u00e3o de isen\u00e7\u00e3o do IPI.\nNesse sentido, ante os fatos alegados e amplamente ratificados de forma documental, a negativa em prosseguir com o requerimento de isen\u00e7\u00e3o fiscal com rela\u00e7\u00e3o ao IPI e IOF, que ensejou a impetra\u00e7\u00e3o do presente instrumento constitucional processual, consiste em verdadeira ilegalidade resultante do abuso de poder da Receita Federal.\nLogo, diante do entendimento jurisprudencial exposto, dos argumentos e fundamentos trazidos, \u00e9 que se pleiteia a seguran\u00e7a.\n\n\fIII \u2013 DA CONCESS\u00c3O DE TUTELA DE URG\u00caNCIA\nO C\u00f3digo de Processo Civil de 2015 tutela, a evid\u00eancia de direito corroborado documentalmente por meio do artigo 311, inciso II, por meio da possibilidade de decis\u00e3o em car\u00e1ter antecedente e, ainda, de forma liminar, por for\u00e7a do par\u00e1grafo \u00fanico.\n\u00c9 o que se v\u00ea no presente caso. Todos os fatos alegados tiveram consistente comprova\u00e7\u00e3o documental, al\u00e9m de se tratar de direito inquestion\u00e1vel ante \u00e0 baliza legal apresentada.\nIsto posto, todos os requisitos legais foram plenamente preenchidos e comprovados, de modo a conceder a seguran\u00e7a pretendida. Nesta esteira, clama-se que a medida antecipat\u00f3ria de tutela seja deferida, inaudita altera pars, para que o impetrante seja declarado isento do pagamento de impostos federais para aquisi\u00e7\u00e3o de ve\u00edculo automotor \u2013 IPI e IOF. Dito isto, pleiteia-se a concess\u00e3o da seguran\u00e7a em car\u00e1ter antecedente e inaudita altera pars, a fim de que seja protegido o direito l\u00edquido e certo apresentado.\nN\u00e3o suficiente, ante a probabilidade do direito j\u00e1 apresentado e que \u00e9 pessoa com defici\u00eancia, n\u00e3o h\u00e1 raz\u00e3o para que o reconhecimento do direito \u00e0 isen\u00e7\u00e3o fiscal do impetrante seja concedido t\u00e3o somente com o completo curso do processo.\nPor se tratar de pessoa com defici\u00eancia, outrossim, pleiteia-se a tramita\u00e7\u00e3o preferencial dos autos.\nIsto posto, todos os requisitos legais foram plenamente preenchidos e comprovados, de modo a conceder a seguran\u00e7a pretendida. Nesta esteira, clama-se que a medida antecipat\u00f3ria de tutela de evid\u00eancia seja deferida, inaudita altera pars, para que o impetrante seja declarado isento do pagamento de impostos federais para aquisi\u00e7\u00e3o de ve\u00edculo automotor \u2013 IPI e IOF.\nRegistra-se, por fim, que o deferimento da medida antecipat\u00f3ria n\u00e3o gera preju\u00edzo irrepar\u00e1vel ao impetrado em caso de denega\u00e7\u00e3o da seguran\u00e7a, o que se cogita t\u00e3o somente para fins de argumenta\u00e7\u00e3o, visualizado o contradit\u00f3rio e a ampla defesa.\n\n\fComo extensamente argumentado, o direito \u00e0 isen\u00e7\u00e3o fiscal para aquisi\u00e7\u00e3o de autom\u00f3vel por pessoa portadora de defici\u00eancia f\u00edsica \u00e9 constitucionalmente garantido e normativamente balizado, de modo que a proced\u00eancia do feito \u00e9 o resultado que se espera.\nIV \u2013 DOS PEDIDOS\nAnte ao exposto REQUER:\n1. O recebimento do presente mandamus para aprecia\u00e7\u00e3o do pleito assecurat\u00f3rio, bem como dos documentos acostados, com prefer\u00eancia de tramita\u00e7\u00e3o por se tratar de pessoa com defici\u00eancia;\n2. O deferimento da antecipa\u00e7\u00e3o dos efeitos da liminar pleiteada, para que, nos termos da Lei n\u00ba 8.989/95, o Decreto n\u00ba 3.298/99 e a Instru\u00e7\u00e3o Normativa SRF n\u00ba 1.769/2017, seja determinada a libera\u00e7\u00e3o do sistema SISEN para viabilizar o cadastramento do requerimento de isen\u00e7\u00e3o de impostos para compra de ve\u00edculo por se tratar de pessoa com defici\u00eancia, com a concess\u00e3o do benef\u00edcio pelo \u00f3rg\u00e3o competente, independentemente, da inclus\u00e3o de restri\u00e7\u00e3o na CNH do impetrante, eis que preenchidos os requisitos legais exigidos;\n3. A notifica\u00e7\u00e3o da autoridade coatora, a fim de que preste as informa\u00e7\u00f5es relevantes \u00e0 concess\u00e3o da seguran\u00e7a, bem como a notifica\u00e7\u00e3o do seu representante legal, para que, querendo, ingresse no presente processo;\n4. Seja julgado TOTALMENTE PROCEDENTE o presente mandamus, para confirmar a medida antecipat\u00f3ria da tutela e CONCEDER DEFINITIVAMENTE A SEGURAN\u00c7A ao impetrante determinando o afastamento do ato tido por ilegal, qual seja, a exig\u00eancia de inclus\u00e3o de restri\u00e7\u00e3o junto a CNH do requerente, dispensando a realiza\u00e7\u00e3o de laudo perante o DETRAN/RS, e, por conseguinte, expedi\u00e7\u00e3o da competente autoriza\u00e7\u00e3o para aquisi\u00e7\u00e3o de ve\u00edculo automotor com isen\u00e7\u00e3o fiscal de IPI e IOF, na forma do art. 4\u00ba da citada instru\u00e7\u00e3o, \u00e9 medida que se imp\u00f5e, e que dever\u00e1 ser suprida em caso\n\n\fde negativa perante a autoridade coatora, tornando definitiva a tutela, caso concedida;\n5. A produ\u00e7\u00e3o de todos os meios de prova em direito admitidos, especialmente documental.\n6. A condena\u00e7\u00e3o do impetrado no pagamento das custas processuais e dos honor\u00e1rios advocat\u00edcios, no que couber;\nAtribui-se \u00e0 presente causa o valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais)\nNestes termos, pede e espera deferimento.\nCaxias do Sul/RS, 22 de outubro de 2018.\np.p Fernanda Michelon Graiczyk OAB/RS 97.486\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 3 (C\u00edvel) - IdDocumentoCompleto: 5013894-27.2020.4.04.7107-711606225937707499246898861183", "text": "EXCELENT\u00cdSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DA VARA FEDERAL DE CAXIAS DO SUL, RS\n- TRAMITE PREFERENCIAL - PORTADOR DE DEFICI\u00caNCIA F\u00cdSICA\nCELINA BIONDO OTOBELLI, brasileira, casada, do lar, inscrita no CPF sob o n\u00ba 523.889.050-87, RG n\u00ba 9023049332, residente e domiciliada na Rua Estrada dos Tradicionalistas, s/n\u00ba, na cidade de Flores da Cunha, RS \u2013 CEP: 951270-000, sem endere\u00e7o eletr\u00f4nico, por suas procuradoras abaixo assinadas, nos termos do incluso instrumento de mandato em anexo, vem respeitosamente \u00e0 presen\u00e7a de V. Exa., impetrar o presente MANDADO DE SEGURAN\u00c7A COM PEDIDO DE ANTECIPA\u00c7\u00c3O DE TUTELA, em face de ato ilegal resultante do abuso de autoridade praticado pelo ILMO(A). SENHOR(A) DELEGADO(A) DA RECEITA FEDERAL COM ATRIBUI\u00c7\u00d5ES EM RECIFE-PE, com endere\u00e7o na Av. Alfredo Lisboa, n\u00ba 1152, na cidade de Recife, PE, CEP 50030-150, endere\u00e7o eletr\u00f4nico gabdrf.pe.recife@rfb.gov.br, pelos fatos e raz\u00f5es que passa a expor:\nDOS FATOS\nA impetrante \u00e9 portadora de defici\u00eancias f\u00edsicas permanentes classificadas como CID C50 \u2013 Neoplasia maligna da mama + CID M62.5 \u2013 Perda e atrofia muscular n\u00e3o classificadas em outras partes + CID G56 \u2013 Mononeuropatias dos membros superiores + CID M79.6 \u2013 Dor em membro + CID R60 \u2013 Edema n\u00e3o classificado em outra parte.\nEm decorr\u00eancia do diagn\u00f3stico acima relatado, a impetrante apresenta limita\u00e7\u00e3o de movimentos e d\u00e9ficit de for\u00e7a nos membros superiores, com defici\u00eancia f\u00edsica permanente nos respectivos membros, na modalidade de monoparesia.\nP\u00e1gina 1 de 17\n\n\fTranscrevemos laudo m\u00e9dico:\n\u201cRealizou mastectomia radical em 29/05/2014 em mama esquerda + linfadenectomia seletiva + reconstru\u00e7\u00e3o mam\u00e1ria devido a carcinoma invasor. Apresenta sequelas dos procedimentos cir\u00fargicos. Perda for\u00e7a \u2013 M62.5 Parestesia G56; Dor cr\u00f4nica M79.6; Edema cr\u00f4nico \u2013 R60.\u201d (grifo nosso).\nPara comprovar o diagn\u00f3stico e as limita\u00e7\u00f5es decorrentes, al\u00e9m do laudo emitido pela junta m\u00e9dica, a impetrante anexa aos autos exames e laudos m\u00e9dicos, os quais demonstram que a Impetrante mesmo ap\u00f3s a cirurgia realizada no ano de 2014 apresenta na mama direita dois achados benignos, tendo les\u00e3o de 1,3 cm localizada na cauda axilar E foi submetida a bi\u00f3psia de fragmento guiado por ecografia sendo que os achados histol\u00f3gicos s\u00e3o compat\u00edveis com carcinoma ductal invasor, desconforto no plastr\u00e3o tor\u00e1cico E, existem calcifica\u00e7\u00f5es presentes.\nDe ressaltar que a mol\u00e9stia acometida pela impetrante consta no rol das defici\u00eancias f\u00edsicas elencadas no Decreto n\u00ba 3.298 de 1999, estando caracterizado o direito \u00e0 isen\u00e7\u00e3o fiscal relativa aos impostos federais (IPI e IOF), prevista na Lei n\u00ba 8.989 de 1995, e estaduais (ICMS e IPVA), constante na Lei Estadual do Rio Grande do Sul n\u00ba 13.320/2009. Por oportuno, o Decreto n\u00ba 3.298 de 1999 em seu art. 4\u00ba, determina quem \u00e9 considerado pessoa com defici\u00eancia, vejamos:\n\u201cArt. 4\u00ba. \u00c9 considerada pessoa portadora de defici\u00eancia a que se enquadra nas seguintes categorias: I - defici\u00eancia f\u00edsica - altera\u00e7\u00e3o completa ou parcial de um ou mais segmentos do corpo humano, acarretando o comprometimento da fun\u00e7\u00e3o f\u00edsica, apresentando-se sob a forma de paraplegia, paraparesia, monoplegia, monoparesia, tetraplegia, tetraparesia, triplegia, triparesia, hemiplegia, hemiparesia, ostomia, amputa\u00e7\u00e3o ou aus\u00eancia de\nP\u00e1gina 2 de 17\n\n\fmembro, paralisia cerebral, nanismo, membros com deformidade cong\u00eanita ou adquirida, exceto as deformidades est\u00e9ticas e as que n\u00e3o produzam dificuldades para o desempenho de fun\u00e7\u00f5es;\u201d (grifo nosso).\nAinda, a defici\u00eancia da impetrante consta expressamente no rol de defici\u00eancias arroladas no art. 1\u00ba, inc. IV, \u00a71\u00ba da Lei 8.989/95, que autoriza a concess\u00e3o do benef\u00edcio postulado, conforme atestado pelos m\u00e9dicos, laudo em anexo.\nDe posse do respectivo laudo m\u00e9dico de avalia\u00e7\u00e3o de defici\u00eancia f\u00edsica, a impetrante inseriu no sistema do SISEN requerimento solicitando a isen\u00e7\u00e3o de IPI para compra de autom\u00f3vel por estar acometida de incapacidade motora para utiliza\u00e7\u00e3o de carros manuais, tendo indica\u00e7\u00e3o cl\u00ednica para uso de carro com c\u00e2mbio hidram\u00e1tico e com dire\u00e7\u00e3o hidr\u00e1ulica.\nPara tanto, quando do protocolo do pedido, juntou os documentos necess\u00e1rios e exigidos pela autoridade ora impetrada.\nH\u00e1 de se destacar, que o \u00fanico documento que se tem a op\u00e7\u00e3o de juntar no sistema do SISEN \u00e9 o Anexo V \u2013 Laudo de Avalia\u00e7\u00e3o para Isen\u00e7\u00e3o de IPI \u2013 Pessoa com Defici\u00eancia F\u00edsica e/ou Visual.\nNeste laudo, n\u00e3o ficou consignada a exigibilidade de exist\u00eancia de Carteira Nacional de Habilita\u00e7\u00e3o com anota\u00e7\u00e3o do tipo de defici\u00eancia ou necessidade de adapta\u00e7\u00e3o do ve\u00edculo.\nAp\u00f3s o protocolo, a Impetrante obteve resposta da Delegacia da Receita Federal do\nBrasil em Recife, declinando pelo indeferimento do pedido formulado, em raz\u00e3o da inexist\u00eancia de restri\u00e7\u00e3o em sua CNH, pois a \u00faltima avalia\u00e7\u00e3o do m\u00e9dico do Detran, realizada no ano de 2020, n\u00e3o observou nenhuma limita\u00e7\u00e3o f\u00edsica, transcrevemos:\nP\u00e1gina 3 de 17\n\n\f\u201cDe acordo com o requerimento apresentado, constatou-se que o interessado n\u00e3o atendeu aos seguintes requisitos legais: - Conforme informa\u00e7\u00f5es do DENATRAN, para obter a Carteira Nacional de Habilita\u00e7\u00e3o n\u00ba 00530977580, emitida em 17/06/2020, o(a) requerente foi avaliado(a) por m\u00e9dicos do Detran ou de suas conveniadas, que n\u00e3o observaram limita\u00e7\u00e3o f\u00edsica, dentro do padr\u00e3o considerado normal para o ser humano, que exigisse equipamentos, adapta\u00e7\u00f5es, meios ou recursos especiais para a condu\u00e7\u00e3o veicular (Lei 8989/1995, art. 1\u00ba,IV e \u00a71\u00ba; Decreto 3298/99, art. 3\u00ba). Assim, as conclus\u00f5es do laudo de avalia\u00e7\u00e3o apresentado pelo(a) contribuinte e/ou as informa\u00e7\u00f5es por ele(a) prestadas, quando do pedido de isen\u00e7\u00e3o, s\u00e3o inconsistentes com as conclus\u00f5es da avalia\u00e7\u00e3o do DETRAN.\u201d (grifo nosso).\nNo entanto, a legisla\u00e7\u00e3o vigente n\u00e3o prev\u00ea, como exig\u00eancia, a necessidade de constar pr\u00e9via restri\u00e7\u00e3o na CNH da impetrante, nem mesmo a obrigatoriedade de apresenta\u00e7\u00e3o de laudo do Detran como requisito para deferimento do benef\u00edcio isencional reivindicado, mesmo porque, a autarquia estadual tem como compet\u00eancia realizar avalia\u00e7\u00e3o m\u00e9dica destinada, \u00daNICA E EXCLUSIVAMENTE, a aferir se o condutor possui ou n\u00e3o aptid\u00e3o para dirigir ve\u00edculos, bem como, se para tanto \u00e9 necess\u00e1ria a realiza\u00e7\u00e3o de alguma adapta\u00e7\u00e3o veicular,\nn\u00e3o sendo incumb\u00eancia sua aferir se o mesmo \u00e9 portador de alguma limita\u00e7\u00e3o e/ou defici\u00eancia, fato este que vai amplamente divulgado pelo \u00f3rg\u00e3o que em suas unidades de forma\u00e7\u00e3o de condutores tem afixado cartazes onde esclarece n\u00e3o ser de sua compet\u00eancia a realiza\u00e7\u00e3o de laudos para fins de obten\u00e7\u00e3o de isen\u00e7\u00e3o fiscal (c\u00f3pia em\nanexo).\nSe n\u00e3o bastasse, o laudo pericial emitido pelo Detran n\u00e3o \u00e9 o \u00fanico meio de prova h\u00e1bil para comprovar a defici\u00eancia f\u00edsica da Impetrante,\nP\u00e1gina 4 de 17\n\n\fbastando um laudo m\u00e9dico que menciona expressamente a exist\u00eancia de incapacidade para dirigir ve\u00edculo comum.\n\nEste \u00e9 o entendimento do TRT4, transcrevemos:\n\nTRIBUT\u00c1RIO. IPI. AUTOM\u00d3VEL. ISEN\u00c7\u00c3O. AQUISI\u00c7\u00c3O DE VE\u00cdCULO. DEFICIENTE F\u00cdSICO.\n\nLEI N\u00ba 8.989/95. REQUISITOS. LAUDO. 1. Contribuinte portador de defici\u00eancia f\u00edsica,\n\ncom limita\u00e7\u00e3o das suas fun\u00e7\u00f5es, faz jus \u00e0 isen\u00e7\u00e3o do IPI na aquisi\u00e7\u00e3o\n\nde ve\u00edculo automotor nos termos da Lei n\u00ba 8.989/1995. 2. A Lei n\u00ba\n\n8.989/1995 determina que o ve\u00edculo a ser adquirido seja de passageiros e de\n\nfabrica\u00e7\u00e3o nacional; n\u00e3o se exige que o ve\u00edculo seja adaptado para a condu\u00e7\u00e3o pelo\n\nportador\n\nda\n\ndefici\u00eancia\n\n3. Ainda, o fato de a CNH do impetrante n\u00e3o conter nenhuma restri\u00e7\u00e3o em rela\u00e7\u00e3o \u00e0\n\nsua defici\u00eancia f\u00edsica n\u00e3o afasta o direito \u00e0 isen\u00e7\u00e3o pretendida, mormente por se\n\ndesconhecer a raz\u00e3o por que a junta m\u00e9dica do departamento de tr\u00e2nsito n\u00e3o anotou\n\na\n\nexist\u00eancia\n\nde\n\nsua\n\ndefici\u00eancia\n\nf\u00edsica.\n\n4. A comprova\u00e7\u00e3o da defici\u00eancia poder\u00e1 ser feita atrav\u00e9s de\n\nlaudo de avalia\u00e7\u00e3o emitido por prestador de servi\u00e7o p\u00fablico de\n\nsa\u00fade; ou emitido por servi\u00e7o privado de sa\u00fade, contratado ou\n\nconveniado, que integre o Sistema \u00danico de Sa\u00fade (SUS). (AC\n\n5014094-05.2018.4.04.7107, rel. LUCIANE AMARAL CORR\u00caA M\u00dcNCH, j. 11/06/2019)\n\nA legisla\u00e7\u00e3o vigente considera imprescind\u00edvel o quadro de defici\u00eancia f\u00edsica, mas n\u00e3o prev\u00ea a EXIG\u00caNCIA de restri\u00e7\u00e3o na CNH da Requerente como requisito para deferimento do benef\u00edcio isencional reivindicado.\n\nP\u00e1gina 5 de 17\n\n\fRegistre-se que, o pedido de isen\u00e7\u00e3o de IPI foi indeferido com base em exig\u00eancia que n\u00e3o encontra respaldo na legisla\u00e7\u00e3o vigente, qual seja, de que o Detran elabore o laudo m\u00e9dico da Impetrante, e, por conseguinte, proceda na inclus\u00e3o de restri\u00e7\u00e3o junto a respectiva CNH, havendo assim, verdadeira afronta ao princ\u00edpio da legalidade, evidenciando, assim, a conduta ilegal.\nOu seja, Excel\u00eancia, a negativa da autoridade impetrada n\u00e3o possui guarida legal, bem como, contraria qualquer tipo de pensamento l\u00f3gico, visto que nem mesmo no ato do protocolo h\u00e1 restri\u00e7\u00e3o ou exig\u00eancia quanto ao laudo. O mais gravoso \u00e9, que no momento do requerimento n\u00e3o \u00e9 exigido que seja juntada c\u00f3pia da CNH.\nAs regras jur\u00eddicas que preveem a concess\u00e3o, \u00e0 pessoa portadora de defici\u00eancia f\u00edsica, o direito \u00e0 isen\u00e7\u00e3o do pagamento de tributos na aquisi\u00e7\u00e3o de ve\u00edculo automotor (IPI) primam pela observ\u00e2ncia dos princ\u00edpios constitucionais que tem por finalidade promover o direito \u00e0 liberdade e assegurar a dignidade da pessoa humana, insculpidos no artigo 5\u00ba da Constitui\u00e7\u00e3o Federal.\nA Constitui\u00e7\u00e3o Federal estabelece, ainda, como princ\u00edpio basilar do direito, que \u201c todos s\u00e3o iguais perante a Lei\u201d, n\u00e3o havendo qualquer raz\u00e3o que justifique a negativa \u00e0 isen\u00e7\u00e3o almejada.\nA ratio legis do benef\u00edcio \u00e9 propiciar uma melhor condi\u00e7\u00e3o de vida \u00e0s pessoas portadoras de defici\u00eancia, atrav\u00e9s de meios que atenuem as dificuldades por elas encontradas e facilitem a sua locomo\u00e7\u00e3o, a fim de integr\u00e1-las ao conv\u00edvio social e permitir-lhes o pleno exerc\u00edcio da cidadania.\nP\u00e1gina 6 de 17\n\n\fAssim, a Impetrante postula o benef\u00edcio da isen\u00e7\u00e3o do Imposto sobre Produto Industrializado (IPI), para compra de ve\u00edculo automotor se enquadra em um dos casos descritos no \u00a7 1\u00ba do artigo 1\u00ba da Lei n\u00ba 8.989/95 e do artigo 4\u00ba, I, da Lei n\u00ba 3.298/99, uma vez que apresenta limita\u00e7\u00e3o permanente.\nArt. 1\u00ba Ficam isentos do Imposto Sobre Produtos Industrializados - IPI os autom\u00f3veis de passageiros de fabrica\u00e7\u00e3o nacional, equipados com motor de cilindrada n\u00e3o superior a dois mil cent\u00edmetros c\u00fabicos, de no m\u00ednimo quatro portas inclusive a de acesso ao bagageiro, movidos a combust\u00edveis de origem renov\u00e1vel ou sistema revers\u00edvel de combust\u00e3o, quando adquiridos por:\n\u00a7 1\u00ba Para a concess\u00e3o do benef\u00edcio previsto no art. 1o \u00e9 considerada tamb\u00e9m pessoa portadora de defici\u00eancia f\u00edsica aquela que apresenta altera\u00e7\u00e3o completa ou parcial de um ou mais segmentos do corpo humano, acarretando o comprometimento da fun\u00e7\u00e3o f\u00edsica, apresentando-se sob a forma de paraplegia, paraparesia, monoplegia, monoparesia, tetraplegia, tetraparesia, triplegia, triparesia, hemiplegia, hemiparesia, amputa\u00e7\u00e3o ou aus\u00eancia de membro, paralisia cerebral, membros com deformidade cong\u00eanita ou adquirida, exceto as deformidades est\u00e9ticas e as que n\u00e3o produzam dificuldades para o desempenho de fun\u00e7\u00f5es.\nArt. 4\u00ba \u00c9 considerada pessoa portadora de defici\u00eancia a que se enquadra nas seguintes categorias:\nI - defici\u00eancia f\u00edsica - altera\u00e7\u00e3o completa ou parcial de um ou mais segmentos do corpo humano, acarretando o comprometimento da fun\u00e7\u00e3o f\u00edsica, apresentando-se sob a forma de paraplegia, paraparesia, monoplegia, monoparesia, tetraplegia, tetraparesia, triplegia, triparesia, hemiplegia, hemiparesia, ostomia, amputa\u00e7\u00e3o ou aus\u00eancia de membro, paralisia cerebral, nanismo, membros com deformidade cong\u00eanita ou adquirida, exceto as deformidades est\u00e9ticas e as que n\u00e3o produzam dificuldades para o desempenho de fun\u00e7\u00f5es;\nP\u00e1gina 7 de 17\n\n\fA junta m\u00e9dica composta pelo Dr. Luciano Guimar\u00e3es Artico \u2013 m\u00e9dico mastologista, CRM 26797 e a Dra. Graziela Rech Artico \u2013 ginecologia e sexologia, CRMRS 33339, firmaram o Laudo de Avalia\u00e7\u00e3o, emitido pela Secretaria da Sa\u00fade, inscrita no CNPJ sob n\u00ba 14.296.302/0001-63, atrav\u00e9s de sua secret\u00e1ria da sa\u00fade Sra. Vanessa Zardo, inscrita no CPF sob n\u00ba 805.008.970-34, conclu\u00edram que a impetrante \u00e9 portadora de defici\u00eancia f\u00edsica permanente nos membros superiores na modalidade de monoparesia.\nTal deformidade n\u00e3o \u00e9 de origem est\u00e9tica e resulta em dificuldade para o desempenho das fun\u00e7\u00f5es do membro deformado, representando uma perda ou anormalidade que gera incapacidade, para o desempenho da atividade, dentro do padr\u00e3o considerando normal para o ser humano, ainda que de forma parcial. Conforme Decreto 3.298/99, art. 3\u00ba, inc. III\nArt. 3\u00ba Para os efeitos deste Decreto, considera-se:\nIII - incapacidade - uma redu\u00e7\u00e3o efetiva e acentuada da capacidade de integra\u00e7\u00e3o social, com necessidade de equipamentos, adapta\u00e7\u00f5es, meios ou recursos especiais para que a pessoa portadora de defici\u00eancia possa receber ou transmitir informa\u00e7\u00f5es necess\u00e1rias ao seu bem-estar pessoal e ao desempenho de fun\u00e7\u00e3o ou atividade a ser exercida.\nA Instru\u00e7\u00e3o Normativa 1.769 de 18 de dezembro de 2017 prev\u00ea quais s\u00e3o os procedimentos necess\u00e1rios para a obten\u00e7\u00e3o do benef\u00edcio de isen\u00e7\u00e3o de IPI, que, em conson\u00e2ncia com as condi\u00e7\u00f5es trazidas no cap\u00edtulo I, nominado \u201c Do Exerc\u00edcio do Direito \u00e0 Isen\u00e7\u00e3o\u201d, estabelecem que para o caso de defici\u00eancia f\u00edsica, \u00e9 necess\u00e1rio observar-se o disposto no art. 1\u00ba da Lei 8.989/95 e nos arts. 3\u00ba e 4\u00ba do Decreto 3.298/99, cujos requisitos s\u00e3o integralmente atendidos pela Impetrante, vejamos o que disp\u00f5e a Instru\u00e7\u00e3o Normativa 1.769/2017:\nDO EXERC\u00cdCIO DO DIREITO \u00c0 ISEN\u00c7\u00c3O\nArt. 2\u00ba Podem exercer o direito \u00e0 isen\u00e7\u00e3o de IPI de que trata esta Instru\u00e7\u00e3o Normativa as pessoas com defici\u00eancia f\u00edsica, visual, mental severa ou profunda, ou\nP\u00e1gina 8 de 17\n\n\fautistas, ainda que menores de 18 (dezoito) anos, diretamente ou por interm\u00e9dio do seu representante legal.\n\u00a7 1\u00ba Para a verifica\u00e7\u00e3o da condi\u00e7\u00e3o de pessoa com defici\u00eancia f\u00edsica e visual, dever\u00e1 ser observado:\nI - no caso de defici\u00eancia f\u00edsica, o disposto no art. 1\u00ba da Lei n\u00ba 8.989, de 1995, e nos arts. 3\u00ba e 4\u00ba do Decreto n\u00ba 3.298, de 20 de dezembro de 1999\nII - no caso de defici\u00eancia visual, o disposto no \u00a7 2\u00ba do art. 1\u00ba da Lei n\u00ba 8.989, de 1995.\n\u00a7 2\u00ba A condi\u00e7\u00e3o de pessoa com defici\u00eancia mental severa ou profunda, ou a condi\u00e7\u00e3o de autista, ser\u00e1 atestada em conformidade com o disposto na Portaria Interministerial SEDH/MS n\u00ba 2, de 21 de novembro de 2003.\nArt. 3\u00ba O direito \u00e0 isen\u00e7\u00e3o de IOF de que trata esta Instru\u00e7\u00e3o Normativa poder\u00e1 ser exercido por pessoa com defici\u00eancia f\u00edsica, nos termos do inciso I do \u00a7 1\u00ba do art. 2\u00ba, da qual decorra incapacidade total para dirigir autom\u00f3vel convencional atestada mediante laudo emitido pelo Departamento de Tr\u00e2nsito (Detran) do estado onde o requerente reside em car\u00e1ter permanente, o qual deve especificar as adapta\u00e7\u00f5es especiais que devem ser feitas no ve\u00edculo a fim de permitir sua condu\u00e7\u00e3o pela pessoa com a defici\u00eancia atestada.\nRegistre-se que, em que pese seja poss\u00edvel o cadastramento do requerimento, o pedido de isen\u00e7\u00e3o de IPI vem sendo indeferido com base em exig\u00eancia que n\u00e3o encontra respaldo na legisla\u00e7\u00e3o vigente, qual seja, a inclus\u00e3o de restri\u00e7\u00e3o junto a CNH da Impetrante, havendo assim, verdadeira afronta ao princ\u00edpio da legalidade, evidenciando, assim, a conduta ilegal praticada pela autoridade fazend\u00e1ria.\nO artigo 4\u00ba, \u00a7 3\u00ba da Instru\u00e7\u00e3o Normativa 1.769/2017, traz, expressa e pontualmente, quais s\u00e3o os documentos h\u00e1beis para comprovar a defici\u00eancia que enseja o enquadramento\nno benef\u00edcio, elencado, assim que o Laudo de Avalia\u00e7\u00e3o emitido por\nprestador p\u00fablico de sa\u00fade, por servi\u00e7o privado de sa\u00fade, contratado\nou conveniado, que integre o Sistema \u00danico de Sa\u00fade (SUS), pelo\nDetran ou por suas cl\u00ednicas credenciadas, ou por interm\u00e9dio de\nP\u00e1gina 9 de 17\n\n\fservi\u00e7o social aut\u00f4nomo, sem fins lucrativos, criado por lei, caso n\u00e3o tenha sido emitido laudo de avalia\u00e7\u00e3o eletr\u00f4nico.\nArt. 4\u00ba ...\u00a7 3\u00ba Dever\u00e3o ser anexadas ao requerimento, por meio do Sisen, c\u00f3pias digitalizadas:\nI - do laudo de avalia\u00e7\u00e3o emitido por prestador de servi\u00e7o p\u00fablico de sa\u00fade, por servi\u00e7o privado de sa\u00fade, contratado ou conveniado, que integre o Sistema \u00danico de Sa\u00fade (SUS), pelo Detran ou por suas cl\u00ednicas credenciadas, ou por interm\u00e9dio de servi\u00e7o social aut\u00f4nomo, sem fins lucrativos, criado por lei, caso n\u00e3o tenha sido emitido laudo de avalia\u00e7\u00e3o eletr\u00f4nico;\nAssim, a an\u00e1lise da carteira de motorista da impetrante sequer foi aventada no momento do protocolo, surgindo como informa\u00e7\u00e3o nov\u00edssima e que representa ato ILEGAL da autoridade coatora, visto que N\u00c3O H\u00c1 PREVIS\u00c3O LEGAL DA EXIG\u00caNCIA aqui recorrida.\nSe h\u00e1 uma banaliza\u00e7\u00e3o dos pedidos e suspeita de que as pessoas estejam se utilizando do benef\u00edcio para requerer isen\u00e7\u00e3o que n\u00e3o tem direito, que se exija laudos complementares, exames aptos a corroborar o laudo, etc.\nTodas estas exig\u00eancias seriam entend\u00edveis, mas negar-se o pedido pela falta de anota\u00e7\u00e3o na CNH, al\u00e9m de ilegal, invade a al\u00e7ada do DETRAN, que n\u00e3o possui qualquer tipo de compet\u00eancia nem capacidade t\u00e9cnica, visto que os seus peritos n\u00e3o s\u00e3o especialistas.\nRegistre-se que a legisla\u00e7\u00e3o \u00e9 taxativa em admitir modalidades alternativas de aferi\u00e7\u00e3o da defici\u00eancia incapacitante a ensejar o direito ao benef\u00edcio isencional reivindicado, n\u00e3o se tratando de documentos cumulativos, nem mesmo excludentes, um do outro.\nPortanto, o laudo de avalia\u00e7\u00e3o m\u00e9dica emitido pelo Servi\u00e7o P\u00fablico de Sa\u00fade \u00e9 documento h\u00e1bil a comprovar o direito a isen\u00e7\u00e3o pleiteada, porquanto atende o inciso I, par\u00e1grafo 3\u00ba, do artigo 4\u00ba da IN 1.769/2017, j\u00e1 que os\nP\u00e1gina 10 de 17\n\n\fdocumentos elencados s\u00e3o alternativos, de modo que qualquer deles possui a efic\u00e1cia necess\u00e1ria a comprova\u00e7\u00e3o do preenchimento do requisito exigido.\nNo caso da Impetrante, fora apresentado Laudo de Avalia\u00e7\u00e3o emitido por um Servi\u00e7o P\u00fablico de Sa\u00fade, estando, assim, em estrita observ\u00e2ncia aos preceitos legais, n\u00e3o havendo que se falar em exig\u00eancia de emiss\u00e3o de laudo pelo Detran local (o que ensejaria a inclus\u00e3o de restri\u00e7\u00e3o na CNH).\nDemais disso, em que pese tenha a Impetrante efetuado a renova\u00e7\u00e3o de sua CNH no\nano de 2020 o Detran /RS \u00e9 taxativo em afirmar que \u201cn\u00e3o emite laudos com objetivo exclusivo de isen\u00e7\u00e3o de tributos fiscais\u201d, conforme se verifica do documento\nfixado no quadro de avisos dos CRVAs, respons\u00e1veis pelos encaminhamentos de avalia\u00e7\u00f5es,\nbem como, dispon\u00edvel no site do Detran/RS. O exame m\u00e9dico realizado pelo Detran para fins de renova\u00e7\u00e3o e /ou habilita\u00e7\u00e3o visa, exclusivamente, determinar a necessidade ou n\u00e3o de adapta\u00e7\u00e3o do ve\u00edculo ou a inaptid\u00e3o do candidato a dirigir.\nPortanto, entende a Impetrante que a exig\u00eancia de laudo realizado por m\u00e9dico do Detran com a consequente inclus\u00e3o de restri\u00e7\u00e3o compat\u00edvel com a defici\u00eancia exigida na CNH da mesma, como condi\u00e7\u00e3o para o deferimento do benef\u00edcio pleiteado, \u00e9 totalmente descabida e contr\u00e1ria aos preceitos constitucionais vigentes, mesmo porque, em contrapartida o \u00f3rg\u00e3o respons\u00e1vel pela inclus\u00e3o da referida restri\u00e7\u00e3o \u00e9 taxativo em sinalar que os laudos por ele emitidos n\u00e3o se prestam a esta finalidade.\nN\u00e3o h\u00e1, portanto, qualquer previs\u00e3o legal para a exig\u00eancia de que o laudo seja emitido, exclusivamente, pelo Detran, nem mesmo, para\nP\u00e1gina 11 de 17\n\n\fque na CNH da Impetrante conste restri\u00e7\u00e3o por conta da defici\u00eancia\naferida.\nApenas a t\u00edtulo de elucida\u00e7\u00e3o, o benef\u00edcio que visa a concess\u00e3o de isen\u00e7\u00e3o de\nIOF \u00e0 pessoa portadora de defici\u00eancia, traz como condi\u00e7\u00e3o pr\u00e9-estabelecida a necessidade\nde inclus\u00e3o de restri\u00e7\u00e3o na CNH do Impetrante, n\u00e3o havendo qualquer previs\u00e3o relativamente\nao IPI, sendo, assim, ILEGAL A EXIG\u00caNCIA IMPOSTA.\nA quest\u00e3o vertida nos presentes autos j\u00e1 foi objeto de enfrentamento perante os\nnossos Tribunais, que j\u00e1 consolidou entendimento, no sentido de que o contribuinte portador\nde defici\u00eancia poder\u00e1 comprovar a limita\u00e7\u00e3o atrav\u00e9s de laudo de avalia\u00e7\u00e3o emitido por\nprestador de servi\u00e7o p\u00fablico de sa\u00fade, afastando a exig\u00eancia de inclus\u00e3o de restri\u00e7\u00e3o na CNH\nou mesmo de apresenta\u00e7\u00e3o de laudo emitido pelo Detran, conforme ementas que ora se\ncolaciona:\nTRIBUT\u00c1RIO. IPI. AUTOM\u00d3VEL. ISEN\u00c7\u00c3O. AQUISI\u00c7\u00c3O DE VE\u00cdCULO. DEFICIENTE F\u00cdSICO. LEI N\u00ba 8.989/95. REQUISITOS. LAUDO. 1. Contribuinte portador de defici\u00eancia f\u00edsica, com limita\u00e7\u00e3o das suas fun\u00e7\u00f5es, faz jus \u00e0 isen\u00e7\u00e3o do IPI na aquisi\u00e7\u00e3o de ve\u00edculo automotor nos termos da Lei n\u00ba 8.989/1995. 2. A Lei n\u00ba 8.989/1995 determina que o ve\u00edculo a ser adquirido seja de passageiros e de fabrica\u00e7\u00e3o nacional; n\u00e3o se exige que o ve\u00edculo seja adaptado para a condu\u00e7\u00e3o pelo portador da defici\u00eancia. 3. Ainda, o fato de a CNH do impetrante n\u00e3o conter nenhuma restri\u00e7\u00e3o em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 sua defici\u00eancia f\u00edsica n\u00e3o afasta o direito \u00e0 isen\u00e7\u00e3o pretendida, mormente por se desconhecer a raz\u00e3o por que a junta m\u00e9dica do departamento de tr\u00e2nsito n\u00e3o anotou a exist\u00eancia de sua defici\u00eancia f\u00edsica. 4. A comprova\u00e7\u00e3o da defici\u00eancia poder\u00e1 ser feita atrav\u00e9s de laudo de avalia\u00e7\u00e3o emitido por prestador de servi\u00e7o p\u00fablico de sa\u00fade; ou emitido por servi\u00e7o privado de sa\u00fade, contratado ou conveniado, que integre o Sistema \u00danico de Sa\u00fade (SUS). (TRF4 5000595-33.2018.4.04.7113, SEGUNDA TURMA, RELATOR: DES. FEDERAL ANDREI PITTEN VELLOSO, julgado em 02/10/2018).\nTRIBUT\u00c1RIO. IPI. AUTOM\u00d3VEL. ISEN\u00c7\u00c3O. AQUISI\u00c7\u00c3O DE VE\u00cdCULO. DEFICIENTE F\u00cdSICO. LEI N\u00ba 8.989/95. REQUISITOS. LAUDO. 1. Contribuinte portador de defici\u00eancia f\u00edsica, com limita\u00e7\u00e3o das suas fun\u00e7\u00f5es, faz jus \u00e0 isen\u00e7\u00e3o do IPI na\nP\u00e1gina 12 de 17\n\n\faquisi\u00e7\u00e3o de ve\u00edculo automotor. 2. O laudo pericial emitido pelo DETRAN n\u00e3o \u00e9 o \u00fanico de prova h\u00e1bil a comprovar a defici\u00eancia f\u00edsica do contribuinte. 3. A comprova\u00e7\u00e3o da defici\u00eancia poder\u00e1 ser feita atrav\u00e9s de laudo\nde avalia\u00e7\u00e3o emitido por prestador de servi\u00e7o p\u00fablico de sa\u00fade; ou emitido por servi\u00e7o privado de sa\u00fade, contratado ou conveniado, que integre o Sistema \u00danico de Sa\u00fade (SUS). (Apela\u00e7\u00e3o C\u00edvel N\u00ba 5015428-45.2016.4.04.7107/RS. RELATORA: DES. FEDERAL LUCIANE AMARAL CORR\u00caA M\u00dcNCH. DJ 29/08/2017).\nEm raz\u00e3o da limita\u00e7\u00e3o apresentada pela Impetrante, esta n\u00e3o pode dirigir ve\u00edculos comuns e sim ve\u00edculos equipados com dire\u00e7\u00e3o hidr\u00e1ulica/el\u00e9trica e c\u00e2mbio autom\u00e1ticos, por conta do esfor\u00e7o ergon\u00f4mico. A total incapacidade para dirigir ve\u00edculo comum decorre da limita\u00e7\u00e3o imposta pela doen\u00e7a adquirida. Neste aspecto, n\u00e3o h\u00e1 necessidade do ve\u00edculo ser adaptado e/ou com restri\u00e7\u00f5es.\nA Constitui\u00e7\u00e3o da Rep\u00fablica de 1988 garantiu \u00e0 pessoa com defici\u00eancia, seja f\u00edsica, mental, ou visual, al\u00e9m dos direitos expressos a todo e qualquer cidad\u00e3o, uma gama de garantias espec\u00edficas como a reserva de vaga no mercado de trabalho ( art. 7\u00ba, XXXI), a assist\u00eancia social (art.203, IV e V), a educa\u00e7\u00e3o (art. 208, III) e a garantia de transporte e elimina\u00e7\u00e3o de barreiras arquitet\u00f4nicas(art. 227, \u00a7 1\u00ba, inciso II e \u00a7 2\u00ba e art. 244), bem como o reconhecimento de cidadania, tendo como objetivo a inclus\u00e3o social dessas pessoas. Em 1989, a Lei n\u00ba 7.853 acrescentou um alento ao exerc\u00edcio da cidadania dos brasileiros portadores de defici\u00eancia, definido regras para amenizar sofrimentos, assegurando \u201c [...] \u00e0s pessoas portadoras de defici\u00eancia o pleno exerc\u00edcio de seus direitos b\u00e1sicos\u201d (art. 2\u00ba).\nAl\u00e9m disso, a Impetrante comprovou atender todos os demais requisitos para a obten\u00e7\u00e3o da isen\u00e7\u00e3o requerida, tanto que, o indeferimento se deu, exclusivamente, em raz\u00e3o da aus\u00eancia de restri\u00e7\u00e3o na avalia\u00e7\u00e3o realizada pelo Detran no ano de 2020, bem como em sua CNH.\nP\u00e1gina 13 de 17\n\n\fAssim, ante o que disp\u00f5e a Lei n\u00ba 8.989/95, o Decreto n\u00ba 3.298/99 e a Instru\u00e7\u00e3o Normativa SRF n\u00ba 1.769/2017, imp\u00f5e-se o acolhimento da pretens\u00e3o deduzida pela Impetrante, para o fim de determinar o afastamento da exig\u00eancia de laudo realizado por m\u00e9dico do Detran e inclus\u00e3o de restri\u00e7\u00e3o junto a CNH da mesma, e, por conseguinte, determinar a expedi\u00e7\u00e3o da competente autoriza\u00e7\u00e3o para aquisi\u00e7\u00e3o de ve\u00edculo automotor com isen\u00e7\u00e3o fiscal de IPI, na forma do artigo 4\u00ba da citada instru\u00e7\u00e3o normativa.\nLogo, diante do entendimento jurisprudencial exposto, dos argumentos e fundamentos trazidos, \u00e9 que se pleiteia a seguran\u00e7a.\nNa oportunidade, informa que est\u00e3o presentes os requisitos previstos na IN 1769/2017, em seu Art. 4\u00ba , \u00a7 2\u00ba e \u00a7 3.\u00ba, tais como disponibilidade financeira ou patrimonial compat\u00edvel com o valor do ve\u00edculo a ser adquirido, aus\u00eancia de impedimentos legais \u00e0 obten\u00e7\u00e3o de benef\u00edcios fiscais, regularidade fiscal do interessado e laudo de avalia\u00e7\u00e3o emitido por prestador de servi\u00e7o p\u00fablico de sa\u00fade, contratado ou conveniado, que integre o Sistema \u00danico de Sa\u00fade (SUS), foram analisados e anexados ao requerimento e n\u00e3o houve por parte da Receita Federal nenhuma obje\u00e7\u00e3o/impugna\u00e7\u00e3o quanto a estes requisitos, logo pressup\u00f5ese que foram atendidos, sen\u00e3o deveria ter sido expressado na decis\u00e3o do indeferimento.\nA IMPETRANTE preencheu todos os requisitos sendo que o pedido foi indeferido em raz\u00e3o da inexist\u00eancia de restri\u00e7\u00e3o em sua CNH, pois a \u00faltima avalia\u00e7\u00e3o do m\u00e9dico do Detran, realizada no ano de 2020, n\u00e3o observou nenhuma limita\u00e7\u00e3o f\u00edsica.\nAssim, presentes os requisitos para a concess\u00e3o do mandamus para que seja julgado totalmente procedente o pedido, reconhecendo o direito da isen\u00e7\u00e3o de IPI para aquisi\u00e7\u00e3o de ve\u00edculo automotor pois a Receita Federal j\u00e1 analisou o pedido da impetrante e n\u00e3o reconheceu o pedido fundamentado somente na apresenta\u00e7\u00e3o de laudo emitido pelo DETRAN, que passe a considerar a CNH com anota\u00e7\u00e3o de restri\u00e7\u00e3o, sendo que os demais requisitos foram implementados porquanto n\u00e3o houve impugna\u00e7\u00e3o expressa do impetrado.\nP\u00e1gina 14 de 17\n\n\fDessa forma, requer que se determine \u00e0 autoridade impetrada LIMINARMENTE, que analise o processo da impetrante, sem a exig\u00eancia da anota\u00e7\u00e3o na CNH visto que n\u00e3o h\u00e1 lei ou norma que preveja tal restri\u00e7\u00e3o, devendo ser analisado o \u00daNICO documento exigido na legisla\u00e7\u00e3o, este que est\u00e1 em conformidade com o estabelecido, visto que no despacho n\u00e3o h\u00e1 qualquer nota sobre ele.\nDA TUTELA DE URG\u00caNCIA\nQuanto ao pedido liminar, verifica-se que a ILEGALIDADE do ato da autoridade coatora \u00e9 de clara verifica\u00e7\u00e3o, bem como, n\u00e3o h\u00e1 previs\u00e3o legal que paute a decis\u00e3o aqui recorrida.\nH\u00e1 ampla possibilidade para o deferimento, visto que os documentos acostados comprovam a condi\u00e7\u00e3o de sa\u00fada da impetrante, bem como, a Receita Federal n\u00e3o contestou o laudo apresentado.\nAssim, os argumentos e documentos trazidos aos autos est\u00e3o aptos a embasar a cogni\u00e7\u00e3o sum\u00e1ria deste Nobre Ju\u00edzo.\nSe n\u00e3o bastasse, verifica-se estarem presentes o fummus boni iuris e o periculum in mora, visto que a fuma\u00e7a do bom direito veio demonstrada pelos laudos e demais documentos juntados, bem como, o perigo da demora \u00e9 justificado pela necessidade urgente de um autom\u00f3vel, visto que a parte autora est\u00e1 sendo cerceada no seu direito de ir e vir pela fala de mobilidade plena, visto que necessita do carro para seus deslocamentos.\nNesta esteira, clama-se que a medida antecipat\u00f3ria de tutela seja deferida, inaudita altera pars, para que seja concedido \u00e0 impetrante a isen\u00e7\u00e3o do pagamento de imposto federal IPI para a aquisi\u00e7\u00e3o de ve\u00edculo automotor.\nP\u00e1gina 15 de 17\n\n\fDessa forma, requer a concess\u00e3o da seguran\u00e7a em car\u00e1ter antecedente e inaudita altera pars, a fim de que seja protegido o direito l\u00edquido e certo apresentado.\nIsto posto, REQUER o deferimento da medida para determinar, por conseguinte, a an\u00e1lise do pedido atrav\u00e9s do sistema SISEN, afastando-se a exig\u00eancia de laudo emitido pelo Detran e inclus\u00e3o de restri\u00e7\u00e3o junto \u00e0 CNH da Impetrante, reconhecendo-se o laudo m\u00e9dico emitido por Servi\u00e7o P\u00fablico de Sa\u00fade como instrumento h\u00e1bil a comprovar a defici\u00eancia apresentada pelo Requerente, como consequente deferimento do benef\u00edcio pelo \u00f3rg\u00e3o competente, eis que preenchidos os requisitos legais exigidos.\nDOS PEDIDOS\nConsiderando que a liquidez e certeza do direito da Impetrante se encontram, \u00e0 saciedade, provadas com a documenta\u00e7\u00e3o que acompanha este recurso e, considerando a relev\u00e2ncia dos fundamentos invocados e a demonstra\u00e7\u00e3o da ilegalidade, bem ainda o \u201cpericulum in mora\u201d, a justificar a concess\u00e3o liminar da seguran\u00e7a, requer:\n1. A concess\u00e3o da medida liminar pleiteada, para que, nos termos da Lei n.\u00ba 8.989/95, o Decreto n.\u00ba 3.298/99 e a Instru\u00e7\u00e3o Normativa SRF n\u00ba 1.769/2017, seja determinado ao impetrado que conceda \u00e0 impetrante a autoriza\u00e7\u00e3o para aquisi\u00e7\u00e3o de ve\u00edculo, com isen\u00e7\u00e3o de Imposto sobre Produtos Industrializados IPI, com a an\u00e1lise do requerimento formulado, afastando-se a exig\u00eancia de apresenta\u00e7\u00e3o de laudo emitido pelo Detran e/ou de inclus\u00e3o de restri\u00e7\u00e3o junto \u00e0 CNH da requerente, com aprecia\u00e7\u00e3o do pedido de isen\u00e7\u00e3o fiscal formulado atrav\u00e9s do sistema SISEN, reconhecendo-se o laudo m\u00e9dico emitido pelo Servi\u00e7o P\u00fablico de Sa\u00fade como instrumento h\u00e1bil a comprovar a defici\u00eancia apresentada pela parte autora, eis que preenchidos os requisitos legais;\n2. A tramita\u00e7\u00e3o preferencial por ser a Requerente pessoa portadora de defici\u00eancia f\u00edsica;\nP\u00e1gina 16 de 17\n\n\f3. A notifica\u00e7\u00e3o da autoridade coatora, a fim de que preste as informa\u00e7\u00f5es relevantes \u00e0 concess\u00e3o da seguran\u00e7a, bem como a notifica\u00e7\u00e3o do seu representante legal, para que, querendo, ingresse no presente processo;\n4. Ao final seja confirmada a medida liminar pleiteada e julgado totalmente procedente a presente a\u00e7\u00e3o, reconhecendo o direito da isen\u00e7\u00e3o de IPI para aquisi\u00e7\u00e3o de ve\u00edculo automotor, tornando definitiva a tutela, caso concedida;\n5. Sucessivamente, caso n\u00e3o seja este o entendimento do MM. Ju\u00edzo, requer a determina\u00e7\u00e3o para que a autoridade impetrada aprecie o pedido de isen\u00e7\u00e3o fiscal atrav\u00e9s do sistema SISEN independentemente da exig\u00eancia de anota\u00e7\u00e3o da restri\u00e7\u00e3o compat\u00edvel com a defici\u00eancia na CNH da impetrante, dispensando a realiza\u00e7\u00e3o de laudo m\u00e9dico pelo DETRAN/RS, reconhecendo-se o Laudo m\u00e9dico emitido pelo Servi\u00e7o P\u00fablico de Sa\u00fade como instrumento h\u00e1bil a comprovar a defici\u00eancia apresentada pela impetrante, eis que preenchidos os requisitos exigidos;\n6. A produ\u00e7\u00e3o de todos os meios de prova em direito admitidos, especialmente documental;\n7. A condena\u00e7\u00e3o do impetrado no pagamento de custas processuais e de honor\u00e1rios advocat\u00edcios, no que couber;\n8. O deferimento do benef\u00edcio da gratuidade da justi\u00e7a, eis que presentes os requisitos ensejadores, conforme documenta\u00e7\u00e3o ora anexada.\nD\u00e1-se \u00e0 causa o valor de R$ 9.098,70 (nove mil, noventa e oito reais e setenta centavos).\nNestes termos, Pede deferimento.\n\nFlores da Cunha, 24 de novembro de 2020.\n\np.p. Andressa Audibert OAB/RS 68.003\n\nCaroline Romagna OAB/RS 70.214\n\nP\u00e1gina 17 de 17\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 4 (C\u00edvel) - IdDocumentoCompleto: 5056683-62.2020.4.04.7100-711602709003663887676243307340", "text": "EXCELENT\u00cdSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) FEDERAL DA ___ VARA FEDERAL DE PORTO ALEGRE \u2013 RIO GRANDE DO SUL\nGUILHERME AUGUSTO PINTO DA SILVA, brasileiro, casado, professor, CPF 015.322.010-44, RG 7095542911, residente e domiciliado \u00e0 Rua Comendador Albino Cunha, 218, apartamento 406, Bairro Cristo Redentor, Porto Alegre-RS, CEP 91.040.040 vem, por seus procuradores signat\u00e1rios, perante a ilustre\npresen\u00e7a de V. Ex\u00aa, impetrar o presente MANDADO DE SEGURAN\u00c7A C/ PEDIDO LIMINAR contra ato do\nDELEGADO DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL, com atribui\u00e7\u00f5es em RECIFE, lotado na Delegacia da Receita Federal em Pernambuco, com endere\u00e7o \u00e0 Av. Alfredo Lisboa, 1152, 4\u00ba Andar, Recife-PE, pelos motivos de fato e fundamentos jur\u00eddicos que passa a expor para, ao final, requerer:\n\n\fI. DOS FATOS\nO impetrante deu entrada em pedido de benef\u00edcio \u00e0 isen\u00e7\u00e3o de Imposto Sobre Produto (IPI) para aquisi\u00e7\u00e3o de ve\u00edculo automotor, atrav\u00e9s do Sistema de Concess\u00e3o Eletr\u00f4nica de Isen\u00e7\u00e3o IPI/IOF \u2013 SISEN, dispon\u00edvel no s\u00edtio eletr\u00f4nico da Receita Federal do Brasil, institu\u00eddo pela Instru\u00e7\u00e3o Normativa (IN) RFB n\u00ba 1769/2017.\nConsoante documentos e atestados m\u00e9dicos que aportam aos autos, o impetrante enquadra-se no artigo 1\u00ba, \u00a71\u00ba, da Lei 8.989/1995, sendo portador de defici\u00eancia f\u00edsica, ou seja, aquela que apresenta altera\u00e7\u00e3o completa ou parcial de um ou mais segmentos do corpo humano, acarretando comprometimento da fun\u00e7\u00e3o f\u00edsica, o que est\u00e1 devidamente identificado pelo CID S72.0.\nIsso porque o impetrante sofreu um acidente no qual houve fratura do colo do f\u00eamur. Houve necessidade de realiza\u00e7\u00e3o de cirurgia, com implanta\u00e7\u00e3o de placa DHS \u2013 Dynamic Hi Screw \u2013 Parafuso Din\u00e2mico de Quadril \u2013 junto a perna direita do impetrante. Veja-se a imagem de raio x \u2013 doc. acostado.\n\n\fAp\u00f3s a cirurgia, houve dr\u00e1stica diminui\u00e7\u00e3o da capacidade de movimentos do impetrante, com perda muscular acentuada. As patologias que acometem o impetrante est\u00e3o todas devidamente atestadas pela equipe m\u00e9dica que realiza o acompanhamento do estado de sa\u00fade do impetrante, subscritas em formul\u00e1rio pr\u00f3prio exigido pela Receita Federal do Brasil como condi\u00e7\u00e3o de procedibilidade para isen\u00e7\u00e3o fiscal pleiteada.\nImpende salientar que n\u00e3o h\u00e1, na Instru\u00e7\u00e3o Normativa RFB n\u00ba 1769/2017, obrigatoriedade de apresenta\u00e7\u00e3o de CNH com restri\u00e7\u00e3o compat\u00edvel com a defici\u00eancia indicada, nem poderia, porquanto tal exig\u00eancia n\u00e3o encontra respaldo na Lei 8.989/1995 e nos artigos 3\u00ba e 4\u00ba da Lei 8.989/1995 e nos artigos 3\u00ba e 4\u00ba do Decreto 3.298/1999.\n\n\fA Receita Federal do Brasil indeferiu o direito ao gozo do\nbenef\u00edcio fiscal pleiteado, em decis\u00e3o datada de 22.09.2020 ao\nargumento de que:\n\u201cDe acordo com o requerimento apresentado, constatou-se que o interessado n\u00e3o atendeu aos seguintes requisitos legais: - O Laudo de Defici\u00eancia F\u00edsica n\u00e3o atesta a defici\u00eancia nos termos da legisla\u00e7\u00e3o aplic\u00e1vel (Enquadramento legal: art. 1\u00ba, \u00a7\u00a7 1\u00ba e 2\u00ba, Lei n.\u00ba 8.989/1995; arts. 3\u00ba e 4\u00ba, Decreto n.\u00ba 3.298/1999; e art. 4\u00ba, caput, I e II, Portaria Interministerial SEDH/MS n.\u00ba 2/2003): - N\u00e3o houve a indica\u00e7\u00e3o do(s) segmento(s) do corpo humano que apresenta(m) altera\u00e7\u00e3o(\u00f5es) completa(s) ou parcial(is). (Enquadramento legal: art. 1\u00ba, inciso IV e \u00a7 1\u00ba da Lei n\u00ba 8.989, de 24 de fevereiro de 1995; artigos 3\u00ba e 4\u00ba, inciso III do Decreto n\u00ba 3.298, de 20 de dezembro de 1999; art. 2\u00ba, \u00a7 1\u00ba, II; art. 7\u00ba e Anexo V da Instru\u00e7\u00e3o Normativa RFB n\u00ba 1769, de 18 de dezembro de 2017). - Conforme informa\u00e7\u00f5es do DENATRAN, para obter a Carteira Nacional de Habilita\u00e7\u00e3o n\u00ba 04048971901, emitida em 21/01/2020, o(a) requerente foi avaliado(a) por m\u00e9dicos do Detran ou de suas conveniadas, que n\u00e3o observaram limita\u00e7\u00e3o f\u00edsica, dentro do padr\u00e3o considerado normal para o ser humano, que exigisse equipamentos, adapta\u00e7\u00f5es, meios ou recursos especiais para a condu\u00e7\u00e3o veicular (Lei 8989/1995, art. 1\u00ba,IV e \u00a71\u00ba; Decreto 3298/99, art. 3\u00ba). Assim, as conclus\u00f5es do laudo de avalia\u00e7\u00e3o apresentado pelo(a) contribuinte e/ou as informa\u00e7\u00f5es por ele(a) prestadas, quando do pedido de isen\u00e7\u00e3o, s\u00e3o inconsistentes com as conclus\u00f5es da avalia\u00e7\u00e3o do DETRAN. Diante do exposto, N\u00c3O RECONHE\u00c7O o direito ao gozo do benef\u00edcio fiscal pleiteado\u201d.\nNesta senda, nos da legisla\u00e7\u00e3o vigente, verifica-se que o\nimpetrante est\u00e1 ao abrigo da prote\u00e7\u00e3o concedida pela Lei\n8.989/1995 (com reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei 10.690/2003), pois s\u00e3o\napenas dois os requisitos objetivos para concess\u00e3o da isen\u00e7\u00e3o\n\n\fpleiteada, quais sejam: i) a defici\u00eancia f\u00edsica, o que est\u00e1 devidamente comprovado; ii) n\u00e3o ter usufru\u00eddo da isen\u00e7\u00e3o nos \u00faltimos dois anos. Diante do n\u00e3o reconhecimento do benef\u00edcio fiscal pleiteado, restou ao impetrante recorrer ao Poder Judici\u00e1rio.\nII. DO DIREITO\nAo contr\u00e1rio do que entendeu a Receita Federal do Brasil ao n\u00e3o reconhecer o direito ao gozo do benef\u00edcio fiscal pleiteado, a exig\u00eancia de anota\u00e7\u00e3o de restri\u00e7\u00e3o na CNH do impetrante n\u00e3o encontra respaldo na Lei. O fato de a CNH do impetrante n\u00e3o vir anotada com restri\u00e7\u00f5es, n\u00e3o afasta o direito \u00e0 isen\u00e7\u00e3o pretendida, pois n\u00e3o h\u00e1 na Lei vigente tal exig\u00eancia de constar anota\u00e7\u00e3o da defici\u00eancia em sua CNH. A Lei \u00e9 que fixa os requisitos objetivos para concess\u00e3o de isen\u00e7\u00e3o e n\u00e3o um mero ato normativo. Esse \u00e9 o preceito que se extra\u00ed do caput do artigo 5\u00ba, inciso II, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal.\nA discuss\u00e3o travada no presente mandamus n\u00e3o \u00e9 outra, sen\u00e3o a da imprescindibilidade de que a CNH afirme, categoricamente, que o impetrante apresenta restri\u00e7\u00e3o para a dire\u00e7\u00e3o de ve\u00edculo sem adapta\u00e7\u00e3o. Instado a se manifestar sobre a exig\u00eancia de constar restri\u00e7\u00f5es em CNH para deferimento da isen\u00e7\u00e3o de IPI em processo an\u00e1logo ao presente, o ju\u00edzo da 3\u00aa Vara Federal de Caxias do Sul, Processso n\u00ba 5000637- 03.2018.4.04.7107, assim se manifestou:\n\n\f\u201cQuanto \u00e0 exig\u00eancia de anota\u00e7\u00e3o de restri\u00e7\u00e3o na CNH, pelo Sisen , o informativo INFORMATIVO DIVIC/SRRF10 Ano VII \u2013 Edi\u00e7\u00e3o VII , de 16 de fevereiro de 2018, disp\u00f5e: A isen\u00e7\u00e3o de IPI para aquisi\u00e7\u00e3o de autom\u00f3vel de que trata a IN RFB n\u00ba 1.769/2017 alcan\u00e7a a pessoa portadora de defici\u00eancia se altera\u00e7\u00e3o completa ou parcial de um ou mais segmentos do corpo humano implicar comprometimento da fun\u00e7\u00e3o f\u00edsica, excetuando as est\u00e9ticas e as que n\u00e3o produzam dificuldades para o desempenho de fun\u00e7\u00f5es. N\u00e3o havendo tal comprometimento, n\u00e3o est\u00e1 atendida a condi\u00e7\u00e3o para frui\u00e7\u00e3o do benef\u00edcio de isen\u00e7\u00e3o. Assim, havendo comprometimento da fun\u00e7\u00e3o f\u00edsica, a consequente dificuldade para o desempenho de fun\u00e7\u00f5es ir\u00e1 se refletir na condi\u00e7\u00e3o para dirigir e dever\u00e1 ser atestada pelo \u00f3rg\u00e3o respons\u00e1vel pela expedi\u00e7\u00e3o da CNH, na forma determinada pela Resolu\u00e7\u00e3o Contran n\u00ba 718/2017 que, em seu art. 2\u00ba, \u00a7 2\u00ba, estabelece que as restri\u00e7\u00f5es m\u00e9dicas dever\u00e3o ser informadas em campo espec\u00edfico da CNH, conforme os c\u00f3digos do seu Anexo IV, restri\u00e7\u00f5es essas que v\u00e3o desde a simples necessidade de dire\u00e7\u00e3o hidr\u00e1ulica ou transmiss\u00e3o autom\u00e1tica at\u00e9 grandes adapta\u00e7\u00f5es no ve\u00edculo. O entendimento da RFB \u00e9 que, se o cidad\u00e3o foi submetido \u00e0 per\u00edcia do Detran e considerado apto para dirigir sem qualquer restri\u00e7\u00e3o, n\u00e3o est\u00e1 configurado o comprometimento da fun\u00e7\u00e3o f\u00edsica e, portanto, n\u00e3o est\u00e1 atendida a condi\u00e7\u00e3o para usufruir da isen\u00e7\u00e3o, possuindo inclusive documento p\u00fablico que atesta esta situa\u00e7\u00e3o incompat\u00edvel com o requerimento pleiteado: a CNH sem restri\u00e7\u00f5es. Ressalte-se que a RFB n\u00e3o exige laudo m\u00e9dico emitido pelo Detran para conceder o benef\u00edcio fiscal, mas apenas se utiliza do compartilhamento de informa\u00e7\u00f5es para obter diretamente da base de dados do Denatran o c\u00f3digo da restri\u00e7\u00e3o m\u00e9dica e verificar se este \u00e9 compat\u00edvel com a defici\u00eancia alegada. Essas informa\u00e7\u00f5es s\u00e3o detalhadas aos interessados no Manual do Sisen, em especial no Anexo \u00danico - Informa\u00e7\u00f5es Complementares \u2013 Pessoas com Defici\u00eancia F\u00edsica, Visual, Mental Severa ou Profunda, e autistas.\u201d\nComo se v\u00ea a Receita federal se baseia no INFORMATIVO\nDIVIC/SRRF10 Ano VII \u2013 Edi\u00e7\u00e3o VII , de 16 de fevereiro de 2018,\n\n\fque \u00e9 norma interna da corpora\u00e7\u00e3o, contudo esta norma interna\nn\u00e3o pode contrariar e/ou dispor diferente o que prev\u00ea o disposto\nno art. 1\u00ba da Lei n\u00ba 8.989, de 19951, e nos arts. 1\u00ba a 4\u00ba do Decreto\nn\u00ba 3.298, de 20 de dezembro de 1999 2 que s\u00e3o normas\nespec\u00edficas quanto ao direito postulado.\nAinda, a citada Resolu\u00e7\u00e3o CONTRAN N\u00ba 718 DE 07/12/2017\napenas regulamenta as especifica\u00e7\u00f5es, a produ\u00e7\u00e3o e a\n1 Art. 1\u00ba Ficam isentos do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) os autom\u00f3veis de passageiros de fabrica\u00e7\u00e3o nacional, equipados com motor de cilindrada n\u00e3o superior a 2.000 cm\u00b3 (dois mil cent\u00edmetros c\u00fabicos), de, no m\u00ednimo, 4 (quatro) portas, inclusive a de acesso ao bagageiro, movidos a combust\u00edvel de origem renov\u00e1vel, sistema revers\u00edvel de combust\u00e3o ou h\u00edbrido e el\u00e9tricos, quando adquiridos por: (...) IV \u2013 pessoas portadoras de defici\u00eancia f\u00edsica, visual, mental severa ou profunda, ou autistas, diretamente ou por interm\u00e9dio de seu representante legal; (...) \u00a7 1o Para a concess\u00e3o do benef\u00edcio previsto no art. 1o \u00e9 considerada tamb\u00e9m pessoa portadora de defici\u00eancia f\u00edsica aquela que apresenta altera\u00e7\u00e3o completa ou parcial de um ou mais segmentos do corpo humano, acarretando o comprometimento da fun\u00e7\u00e3o f\u00edsica, apresentando-se sob a forma de paraplegia, paraparesia, monoplegia, monoparesia, tetraplegia, tetraparesia, triplegia, triparesia, hemiplegia, hemiparesia, amputa\u00e7\u00e3o ou aus\u00eancia de membro, paralisia cerebral, membros com deformidade cong\u00eanita ou adquirida, exceto as deformidades est\u00e9ticas e as que n\u00e3o produzam dificuldades para o desempenho de fun\u00e7\u00f5es. 2 Art. 2o Cabe aos \u00f3rg\u00e3os e \u00e0s entidades do Poder P\u00fablico assegurar \u00e0 pessoa portadora de defici\u00eancia o pleno exerc\u00edcio de seus direitos b\u00e1sicos, inclusive dos direitos \u00e0 educa\u00e7\u00e3o, \u00e0 sa\u00fade, ao trabalho, ao desporto, ao turismo, ao lazer, \u00e0 previd\u00eancia social, \u00e0 assist\u00eancia social, ao transporte, \u00e0 edifica\u00e7\u00e3o p\u00fablica, \u00e0 habita\u00e7\u00e3o, \u00e0 cultura, ao amparo \u00e0 inf\u00e2ncia e \u00e0 maternidade, e de outros que, decorrentes da Constitui\u00e7\u00e3o e das leis, propiciem seu bemestar pessoal, social e econ\u00f4mico. Art. 3o Para os efeitos deste Decreto, considera-se: I - defici\u00eancia \u2013 toda perda ou anormalidade de uma estrutura ou fun\u00e7\u00e3o psicol\u00f3gica, fisiol\u00f3gica ou anat\u00f4mica que gere incapacidade para o desempenho de atividade, dentro do padr\u00e3o considerado normal para o ser humano; II - defici\u00eancia permanente \u2013 aquela que ocorreu ou se estabilizou durante um per\u00edodo de tempo suficiente para n\u00e3o permitir recupera\u00e7\u00e3o ou ter probabilidade de que se altere, apesar de novos tratamentos; e III - incapacidade \u2013 uma redu\u00e7\u00e3o efetiva e acentuada da capacidade de integra\u00e7\u00e3o social, com necessidade de equipamentos, adapta\u00e7\u00f5es, meios ou recursos especiais para que a pessoa portadora de defici\u00eancia possa receber ou transmitir informa\u00e7\u00f5es necess\u00e1rias ao seu bem-estar pessoal e ao desempenho de fun\u00e7\u00e3o ou atividade a ser exercida. Art. 4o \u00c9 considerada pessoa portadora de defici\u00eancia a que se enquadra nas seguintes categorias: I - defici\u00eancia f\u00edsica - altera\u00e7\u00e3o completa ou parcial de um ou mais segmentos do corpo humano, acarretando o comprometimento da fun\u00e7\u00e3o f\u00edsica, apresentando-se sob a forma de paraplegia, paraparesia, monoplegia, monoparesia, tetraplegia, tetraparesia, triplegia, triparesia, hemiplegia, hemiparesia, ostomia, amputa\u00e7\u00e3o ou aus\u00eancia de membro, paralisia cerebral, nanismo, membros com deformidade cong\u00eanita ou adquirida, exceto as deformidades est\u00e9ticas e as que n\u00e3o produzam dificuldades para o desempenho de fun\u00e7\u00f5es; (Reda\u00e7\u00e3o dada pelo Decreto n\u00ba 5.296, de 2004) (...)\n\n\fexpedi\u00e7\u00e3o da carteira nacional de habilita\u00e7\u00e3o e d\u00e1 outras\nprovid\u00eancias, mas n\u00e3o obriga quem possui defici\u00eancia ter que se\nsubmeter a per\u00edcia m\u00e9dica do Detran para retificar a sua CNH.\nAo analisar o m\u00e9rito nos autos n.\u00ba 5000637- 03.2018.4.04.7107 o\nJu\u00edzo da 3\u00aa Vara Federal de Caxias do Sul concedeu o mandado\nde seguran\u00e7a com a resolu\u00e7\u00e3o de m\u00e9rito, nos termos do art. 487,\nI, do CPC, para declarar o direito da impetrante \u00e0 isen\u00e7\u00e3o de IPI,\nconforme previsto no art. 1\u00ba, IV, e \u00a7 1\u00b0, da Lei n\u00ba 8.989/95, assim\nfundamentada:\n(...) \u201cCom raz\u00e3o o impetrante. A Lei n\u00ba 8.989/95 e a Instru\u00e7\u00e3o Normativa n\u00ba 1.769/2017 n\u00e3o relacionam a exig\u00eancia de CNH com restri\u00e7\u00e3o a fim de ser concedido o benef\u00edcio fiscal. Repisese que a lei considera imprescind\u00edvel o quadro de defici\u00eancia f\u00edsica, mas n\u00e3o que tal defici\u00eancia conste da carteira de habilita\u00e7\u00e3o do contribuinte que pretende adquirir ve\u00edculo com isen\u00e7\u00e3o de IPI, e a raz\u00e3o \u00e9 bastante clara, j\u00e1 que a defici\u00eancia pode ser impeditivo do ato de dirigir, motivo pelo qual, inclusive, o Manual Sisen traz o seguinte t\u00f3pico acerca do requerimento de isen\u00e7\u00e3o de IPI por pessoa portadora de defici\u00eancia: 3.2.1.2. DADOS COMPLEMENTARES Ao prosseguir no preenchimento do requerimento, caso haja necessidade de indicar condutor(es) adicional(is), o contribuinte deve inform\u00e1-los no campo \u201cLista de Condutores Adicionais Autorizados\u201d Ademais, deve-se ainda considerar que qualquer pessoa n\u00e3o portadora de qualquer defici\u00eancia f\u00edsica, titular de CNH sem restri\u00e7\u00f5es, pode se tornarse um deficiente apto ou n\u00e3o a dirigir, com ou sem necessidade de adapta\u00e7\u00e3o veicular. Restringir, pois, o benef\u00edcio \u2013 ou pior, a possibilidade de requerer a concess\u00e3o do benef\u00edcio \u2013 \u00e0queles que possuam CNH com anota\u00e7\u00f5es restritivas, implicaria preterir muito provavelmente portadores de defici\u00eancias mais severas, que os impedem de conduzir ve\u00edculo, em rela\u00e7\u00e3o \u00e0queles que, mesmo apresentando defici\u00eancia f\u00edsica, t\u00eam habilita\u00e7\u00e3o. N\u00e3o \u00e9\n\n\feste o intento da Lei, que em nenhum momento refere a necessidade da CNH. Ressalto, neste ponto, que a Administra\u00e7\u00e3o sempre toma medidas voltadas a coibir a pr\u00e1tica de fraudes, inibindo assim, no caso em apre\u00e7o, que pessoas n\u00e3o enquadradas nos requisitos da lei adquiram ve\u00edculos mediante a concess\u00e3o de benef\u00edcio fiscal que almeja alcan\u00e7ar aqueles para quem a utiliza\u00e7\u00e3o do ve\u00edculo \u00e9 de relevante import\u00e2ncia na pr\u00e1tica dos atos da vida comum. N\u00e3o obstante, n\u00e3o se olvide que o legislador, neste intento, exige a comprova\u00e7\u00e3o da defici\u00eancia por laudo id\u00f4neo e a demonstra\u00e7\u00e3o, por quem pretende adquirir o ve\u00edculo mediante tais condi\u00e7\u00f5es, de disponibilidade financeira ou patrimonial compat\u00edvel com o valor do autom\u00f3vel. A restri\u00e7\u00e3o na formula\u00e7\u00e3o do pedido, portanto, n\u00e3o tem suped\u00e2neo na lei e no ato normativo que a regulamenta. Al\u00e9m disso, como j\u00e1 se mencionou, a autoridade impetrada n\u00e3o apontou concretamente qual seria o \u00f3bice para o prosseguimento do requerimento eletr\u00f4nico, sendo que o Informativo DIVIC/SRRF10 Ano VII \u2013 Edi\u00e7\u00e3o VII , de 16 de fevereiro de 2018, referido pela autoridade, embora guarde rela\u00e7\u00e3o com a mat\u00e9ria, n\u00e3o se aplica ao caso em comento. Com efeito, o Informativo refere que \u201cse o cidad\u00e3o foi submetido \u00e0 per\u00edcia do Detran e considerado apto para dirigir sem qualquer restri\u00e7\u00e3o, n\u00e3o est\u00e1 configurado o comprometimento da fun\u00e7\u00e3o f\u00edsica e, portanto, n\u00e3o est\u00e1 atendida a condi\u00e7\u00e3o para usufruir da isen\u00e7\u00e3o, possuindo inclusive documento p\u00fablico que atesta esta situa\u00e7\u00e3o incompat\u00edvel com o requerimento pleiteado: a CNH sem restri\u00e7\u00f5es\u201d, sendo que n\u00e3o s\u00f3 deficientes f\u00edsicos submetidos \u00e0 per\u00edcia do DETRAN e que possuam CNH fazem jus \u00e0 concess\u00e3o da isen\u00e7\u00e3o, como s\u00f3i se referiu.\u201d\nO impetrante alcan\u00e7ou a Receita Federal do Brasil laudo m\u00e9dico\nde avalia\u00e7\u00e3o firmado por prestador de servi\u00e7o p\u00fablico de sa\u00fade \u2013\nSUS e por DOIS M\u00c9DICOS que realizam o acompanhamento do\nimpetrante, em formul\u00e1rio pr\u00f3prio da Receita Federal do Brasil.\n\n\fCumpre enfatizar que o documento supra \u00e9 corroborado por in\u00fameros outros documentos e laudos emitidos pelo sistema privado de sa\u00fade, encontram-se igualmente acostados aos autos. Quanto \u00e0 alegada aus\u00eancia de indica\u00e7\u00e3o do segmento do corpo humano que apresenta altera\u00e7\u00e3o completa ou parcial, incorre em erro gritante a Receita Federal do Brasil, pois o documento firmado por dois profissionais m\u00e9dicos e prestador de servi\u00e7o credenciado ao SUS aponta claramente a fratura do colo do f\u00eamur \u2013 CID S72.0. O mesmo documento indica:\nSobre o tema ainda, colacionam-se os seguintes precedentes: \u201cTRIBUT\u00c1RIO. MANDADO DE SEGURAN\u00c7A. IPI. ISEN\u00c7\u00c3O. AQUISI\u00c7\u00c3O DE VE\u00cdCULO. PESSOA COM DEFICI\u00caNCIA F\u00cdSICA. LEI N\u00ba 8.989/95. PREENCHIMENTO DOS REQUISITOS. 1. A isen\u00e7\u00e3o do IPI prevista no art. 1\u00ba da Lei n\u00ba\n\n\f8.989/95 deve ser concedida \u00e0 parte impetrante, por ter sido comprovada, mediante laudo m\u00e9dico, ser pessoa com defici\u00eancia f\u00edsica suscet\u00edvel \u00e0 concess\u00e3o do benef\u00edcio. 2. A comprova\u00e7\u00e3o da defici\u00eancia poder\u00e1 ser feita atrav\u00e9s de laudo de avalia\u00e7\u00e3o emitido por prestador de servi\u00e7o p\u00fablico de sa\u00fade; ou emitido por servi\u00e7o privado de sa\u00fade, contratado ou conveniado, que integre o Sistema \u00danico de Sa\u00fade (SUS). (TRF4 500534894.2017.4.04.7201, SEGUNDA TURMA, Relatora LUCIANE AMARAL CORR\u00caA M\u00dcNCH, juntado aos autos em 08/03/2018)\u201d\n\u201cTRIBUT\u00c1RIO. MANDADO DE SEGURAN\u00c7A. AQUISI\u00c7\u00c3O DE VE\u00cdCULO. IPI. ISEN\u00c7\u00c3O. LEI N\u00ba 8.989, DE 1995. PESSOAS COM DEFICI\u00caNCIA. EXIG\u00caNCIA DE NOVO LAUDO. 1. A comprova\u00e7\u00e3o da defici\u00eancia poder\u00e1 ser feita atrav\u00e9s de laudo de avalia\u00e7\u00e3o emitido por prestador de servi\u00e7o p\u00fablico de sa\u00fade; ou emitido por servi\u00e7o privado de sa\u00fade, contratado ou conveniado, que integre o Sistema \u00danico de Sa\u00fade, sendo certo que a exig\u00eancia de novo laudo deve ser fundamentada. 2. Demonstrado o preenchimento dos requisitos insertos no inciso IV do artigo 1\u00ba da Lei n. 8.989/95, deve ser mantida a senten\u00e7a que concedeu a seguran\u00e7a para reconhecer o direito da impetrante \u00e0 isen\u00e7\u00e3o do IPI na aquisi\u00e7\u00e3o de ve\u00edculo automotor. (TRF4 500565709.2017.4.04.7107, PRIMEIRA TURMA, Relator ROGER RAUPP RIOS, juntado aos autos em 21/02/2018)\u201d\nTRIBUT\u00c1RIO. IPI. AUTOM\u00d3VEL. ISEN\u00c7\u00c3O. AQUISI\u00c7\u00c3O DE VE\u00cdCULO. DEFICIENTE F\u00cdSICO. LEI N\u00ba 8.989/95. REQUISITOS. LAUDO. 1. Contribuinte portador de defici\u00eancia f\u00edsica, com limita\u00e7\u00e3o das suas fun\u00e7\u00f5es, faz jus \u00e0 isen\u00e7\u00e3o do IPI na aquisi\u00e7\u00e3o de ve\u00edculo automotor. 2. O laudo pericial emitido pelo DETRAN n\u00e3o \u00e9 o \u00fanico de prova h\u00e1bil a comprovar a defici\u00eancia f\u00edsica do contribuinte. 3. A comprova\u00e7\u00e3o da defici\u00eancia poder\u00e1 ser feita atrav\u00e9s de laudo de avalia\u00e7\u00e3o emitido por prestador de servi\u00e7o p\u00fablico de sa\u00fade; ou emitido por servi\u00e7o privado de sa\u00fade, contratado ou conveniado, que integre o Sistema \u00danico de Sa\u00fade (SUS). (TRF 4 - APELA\u00c7\u00c3O C\u00cdVEL N\u00ba 501542845.2016.4.04.7107/RS, 2\u00aa Turma, Rel. Des. Federal LUCIANE AMARAL CORR\u00caA M\u00dcNCH, Sess\u00e3o do dia 29/08/2017).\n\n\f\u201cTRIBUT\u00c1RIO. IPI. AUTOM\u00d3VEL. ISEN\u00c7\u00c3O. AQUISI\u00c7\u00c3O DE VE\u00cdCULO. DEFICIENTE F\u00cdSICO. LEI N\u00ba 8.989/95. REQUISITOS. LAUDO. Contribuinte portador de defici\u00eancia f\u00edsica, com limita\u00e7\u00e3o das suas fun\u00e7\u00f5es faz jus \u00e0 isen\u00e7\u00e3o do IPI na aquisi\u00e7\u00e3o de ve\u00edculo automotor. A comprova\u00e7\u00e3o da defici\u00eancia poder\u00e1 ser feita atrav\u00e9s de laudo de avalia\u00e7\u00e3o emitido por prestador de servi\u00e7o p\u00fablico de sa\u00fade; ou emitido por servi\u00e7o privado de sa\u00fade, contratado ou conveniado, que integre o Sistema \u00danico de Sa\u00fade (SUS). (TRF4 5003243- 02.2016.404.7001, PRIMEIRA TURMA, Relatora MARIA DE F\u00c1TIMA FREITAS LABARR\u00c8RE, juntado aos autos em 24/03/2017).\u201d\n\u201cTRIBUT\u00c1RIO. MANDADO DE SEGURAN\u00c7A. IPI. AUTOM\u00d3VEL. ISEN\u00c7\u00c3O. AQUISI\u00c7\u00c3O DE VE\u00cdCULO. pessoa com defici\u00eancia F\u00edsica. LEI N\u00ba 8.989/95. REQUISITOS. LAUDO. 1. O contribuinte \u00e9 pessoa com defici\u00eancia f\u00edsica, com limita\u00e7\u00e3o das suas fun\u00e7\u00f5es, e faz jus \u00e0 isen\u00e7\u00e3o do IPI na aquisi\u00e7\u00e3o de ve\u00edculo automotor. 2. O laudo pericial emitido pelo DETRAN n\u00e3o \u00e9 o \u00fanico de prova h\u00e1bil a comprovar a defici\u00eancia f\u00edsica do contribuinte. 3. A comprova\u00e7\u00e3o da defici\u00eancia poder\u00e1 ser feita atrav\u00e9s de laudo de avalia\u00e7\u00e3o emitido por prestador de servi\u00e7o p\u00fablico de sa\u00fade; ou emitido por servi\u00e7o privado de sa\u00fade, contratado ou conveniado, que integre o Sistema \u00danico de Sa\u00fade (SUS). (TRF4, AC 5005285- 60.2017.4.04.7107, SEGUNDA TURMA, Relator ALCIDES VETTORAZZI, juntado aos autos em 09/11/2017).\u201d\n\u201cTRIBUT\u00c1RIO. IPI. ISEN\u00c7\u00c3O CONCEDIDA A PORTADOR DE DEFICI\u00caNCIA F\u00cdSICA. 1. A Lei 8.989/95, com reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n\u00ba 10.690/03, disp\u00f5e sobre a isen\u00e7\u00e3o do Imposto sobre Produtos Industrializados -IPI, na aquisi\u00e7\u00e3o de autom\u00f3veis por pessoas portadoras de defici\u00eancia f\u00edsica, visual, mental severa ou profunda, ou autistas, diretamente ou por interm\u00e9dio de seu representante legal. 2. A comprova\u00e7\u00e3o da defici\u00eancia poder\u00e1 ser feita atrav\u00e9s de laudo de avalia\u00e7\u00e3o emitido por prestador de servi\u00e7o p\u00fablico de sa\u00fade; ou emitido por servi\u00e7o privado de sa\u00fade, contratado ou conveniado, que integre o Sistema \u00danico de Sa\u00fade (SUS). 3. Existindo laudo apresentado por perito judicial, configura-se a hip\u00f3tese para concess\u00e3o da isen\u00e7\u00e3o do IPI. TRF 4 -APELA\u00c7\u00c3O C\u00cdVEL N\u00ba 2008.71.15.000168- 2/RS, 2\u00aa\n\n\fTurma, Rel. Des. Federal LUCIANE AMARAL CORR\u00caA M\u00dcNCH, DJe. 24/06/2009.\u201d\n\u201cTRIBUT\u00c1RIO. IPI. AUTOM\u00d3VEL. ISEN\u00c7\u00c3O. DEFICI\u00caNCIA F\u00cdSICA. LAUDO. LEI 8.989/95. Laudo oficial (emitido em conformidade com a legisla\u00e7\u00e3o e assinado por m\u00e9dicos especialistas), que refere expressamente a exist\u00eancia dos requisitos da Lei n\u00ba 8.989/95, da Lei n\u00ba 7.853/89 e do Decreto n\u00ba 3.298/99, \u00e9 prova suficiente para a concess\u00e3o da isen\u00e7\u00e3o. (TRF4 5000717-75.2015.404.7202, PRIMEIRA TURMA, Relator AMAURY CHAVES DE ATHAYDE, juntado aos autos em 29/07/2016) EMENTA: TRIBUT\u00c1RIO. MANDADO DE SEGURAN\u00c7A. IPI. ISEN\u00c7\u00c3O. AQUISI\u00c7\u00c3O DE VE\u00cdCULO. PORTADOR DE DEFICI\u00caNCIA F\u00cdSICA. LEI N\u00ba 8.989/95. PREENCHIMENTO DOS REQUISITOS. LAUDO EMITIDO NO \u00c2MBITO DE SECRETARIA MUNICIPAL DE SA\u00daDE. VALIDADE. A isen\u00e7\u00e3o do IPI prevista no art. 1\u00ba da Lei n\u00ba 8.989/95 deve ser concedida \u00e0 parte impetrante, por ter sido comprovada, mediante laudo m\u00e9dico, a sua incapacidade para dirigir ve\u00edculo comum. (TRF4 5000920-06.2016.404.7201, SEGUNDA TURMA, Relator CL\u00c1UDIA MARIA DADICO, juntado aos autos em 25/05/2016)\u201d\n\u201cTRIBUT\u00c1RIO. MANDADO DE SEGURAN\u00c7A. IPI. ISEN\u00c7\u00c3O. AQUISI\u00c7\u00c3O DE VE\u00cdCULO. PORTADOR DE DEFICI\u00caNCIA F\u00cdSICA. LEI N\u00ba 8.989/95. PREENCHIMENTO DOS REQUISITOS. LAUDO EMITIDO POR HOSPITAL DA REDE P\u00daBLICA DE SA\u00daDE.VALIDADE. 1. A Lei n\u00ba 8.989/95, com reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n\u00ba 10.690/03, prev\u00ea a isen\u00e7\u00e3o do Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI, na aquisi\u00e7\u00e3o de autom\u00f3veis por pessoas portadoras de defici\u00eancia f\u00edsica, visual, mental severa ou profunda, ou autistas, diretamente ou por interm\u00e9dio de seu representante legal. 2. A comprova\u00e7\u00e3o da defici\u00eancia poder\u00e1 ser feita por meio de laudo de avalia\u00e7\u00e3o emitido por prestador de servi\u00e7o p\u00fablico de sa\u00fade; ou emitido por servi\u00e7o privado de sa\u00fade, contratado ou conveniado, que integre o Sistema \u00danico de Sa\u00fade (SUS). Mantida no caso a senten\u00e7a concessiva da seguran\u00e7a. 3. Hip\u00f3tese em que a impetrante trouxe Laudo de Avalia\u00e7\u00e3o emitido por Hospital Municipal, firmado por m\u00e9dico atendente da rede p\u00fablica de sa\u00fade, demonstrando que ela \u00e9 portadora de defici\u00eancia incapacitante\n\n\f(doen\u00e7a degenerativa cerebral). Referido documento \u00e9 prova h\u00e1bil \u00e0 concess\u00e3o da pretendida isen\u00e7\u00e3o e est\u00e1 dentro dos par\u00e2metros previstos na legisla\u00e7\u00e3o. Faz jus a impetrante \u00e0 isen\u00e7\u00e3o do IPI na aquisi\u00e7\u00e3o de ve\u00edculo automotor. (TRF4, APELA\u00c7\u00c3O/REEXAME NECESS\u00c1RIO N\u00ba 500386772.2012.404.7201, 2\u00aa TURMA, Des. Federal LUCIANE AMARAL CORR\u00caA M\u00dcNCH, POR UNANIMIDADE, JUNTADO AOS AUTOS EM 14/11/2012)\u201d\n\u00c0 luz do exposto, frente ao que disp\u00f5e a Lei 8.989/1995, Decreto 3298/1999 e a Instru\u00e7\u00e3o Normativa 1769/2017 da Receita Federal do Brasil, corroborada pela documenta\u00e7\u00e3o que instru\u00ed o presente rem\u00e9dio constitucional, cab\u00edvel concess\u00e3o de ordem para que a autoridade coatora conceda a isen\u00e7\u00e3o fiscal de IPI para compra de ve\u00edculo automotor.\nIII. PEDIDO\na) A concess\u00e3o de liminar para que a parte impetrante, nos termos da Lei 8.989/1995 seja imediata e diretamente autorizada a fazer aquisi\u00e7\u00e3o de ve\u00edculo destinado a portador de necessidade f\u00edsica, com isen\u00e7\u00e3o de IPI e, ao final, a confirma\u00e7\u00e3o da ordem, com a concess\u00e3o da seguran\u00e7a em definitivo;\nb) A notifica\u00e7\u00e3o da autoridade indicada como coatora, na forma do inciso I do artigo 7\u00ba da Lei 12.016/2009 para que preste as informa\u00e7\u00f5es necess\u00e1rias a este ju\u00edzo;\nD\u00e1-se \u00e0 causa para fins fiscais o valor de R$ 9.977,50.\n\n\fNestes termos, pede deferimento.\nPorto Alegre, 14 de outubro de 2020.\np.p. Agostinho de Jesus Pinto da Silva OAB/RS 26.787\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 5 (C\u00edvel) - IdDocumentoCompleto: 5011345-15.2018.4.04.7107-711526988259402271118274080830", "text": "EXCELENT\u00cdSSIMO (A) SENHOR (A) JUIZ (\u00cdZA) FEDERAL DA ____ VARA FEDERAL DE CAXIAS DO SUL/RS\nTRAMITA\u00c7\u00c3O PREFERENCIAL PESSOA COM DEFICIENCIA\nMARCOS BRAGAGNOLLO, casado, agricultor, portador da Carteira de identidade n\u00ba 4074258908, inscrito no CPF sob n\u00ba 001.238.290-62, residente e domiciliado na Rua Sagrada Fam\u00edlia, 1690, Bairro Centro na cidade de Monte Belo do Sul/RS, CEP: 95718-000, por sua procuradora in fine signat\u00e1ria, vem, respeitosamente \u00e0 presen\u00e7a de Vossa Excel\u00eancia, nos termos do artigo 5\u00ba inciso LXIX da Constitui\u00e7\u00e3o Federal de 1988 e da Lei n\u00ba 12.016 de 2009, impetrar o presente\nMANDADO DE SEGURAN\u00c7A COM PEDIDO DE LIMINAR\nem face de ato ilegal resultante do abuso de autoridade praticado pelo ILMO(A). SENHOR(A) DELEGADO(A) DA RECEITA FEDERAL EM CAXIAS DO SUL/RS, lotado na Receita Federal do Brasil, que pode ser localizado na Receita Federal de Caxias do Sul/RS, situada \u00e0 Rua Desembargador Armando Azambuja, 150, Bairro Rio Branco, Caxias do Sul/RS, 95010-902, conforme raz\u00f5es de fato e de direito a seguir expostas.\n\n\fI \u2013 DOS FATOS\nO impetrante \u00e9 portador de monoparesia lombar, CID M51.2. Trata-se de defici\u00eancia que gera limita\u00e7\u00f5es funcionais de coluna lombo-sacra, por sofrer o impetrante de h\u00e9rnia discal. Tal defici\u00eancia gera dificuldades para exercer atividades cotidianas, inclusive dirigir, realizar troca de marchas, posicionar-se no ve\u00edculo. Ou seja, h\u00e1 uma inequ\u00edvoca limita\u00e7\u00e3o advinda da defici\u00eancia.\nDesta feita, conforme se passa a demonstrar, considerando os fundamentos legais a seguir levantados e que a mol\u00e9stia da qual \u00e9 portador consta no rol previsto no Decreto n\u00ba 3.298 de 1999, o impetrante faz jus \u00e0 isen\u00e7\u00e3o fiscal relativa aos impostos federais (IPI e IOF), prevista na Lei n\u00ba 8.989 de 1995, e estaduais (ICMS e IPVA), constante na Lei Estadual do Rio Grande do Sul n\u00ba 13.320/2009.\nEm que pese seja inequ\u00edvoco o direito do impetrante \u00e0 isen\u00e7\u00e3o fiscal, a autoridade coatora \u2013 Delegado(a) da Receita Federal -, por meio do SISEN, sistema automatizado para controle de isen\u00e7\u00e3o de IPI e/ou IOF, obstaculizou que houvesse at\u00e9 mesmo o pleito da isen\u00e7\u00e3o \u00e0 ag\u00eancia fazend\u00e1ria.\nOcorre que, quando do preenchimento do cadastro inicial para realiza\u00e7\u00e3o do requerimento, o SISEN realiza uma checagem dos dados informados com \u00e0queles constantes junto ao DETRAN, de modo que, sem qualquer fundamento legal, passa a considerar imprescind\u00edvel a exist\u00eancia de averba\u00e7\u00e3o da restri\u00e7\u00e3o na Carteira Nacional de Habilita\u00e7\u00e3o, no caso de pedido de isen\u00e7\u00e3o de imposto por defici\u00eancia f\u00edsica (conforme imagem em anexo).\nDeste modo, o impetrante qui\u00e7\u00e1 conseguiu alimentar o sistema com todos os seus dados a fim de efetuar o pedido de isen\u00e7\u00e3o diante da sua mol\u00e9stia, tendo, portanto, seu direito claramente cerceado por uma automatiza\u00e7\u00e3o que n\u00e3o leva em conta os aspectos legais, como se passa a fundamentar.\n\n\fII \u2013 DOS FUNDAMENTOS\nO Mandado de Seguran\u00e7a \u00e9 instrumento consagrado constitucionalmente pelo artigo 5\u00ba, inciso LXIX, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal de 1988 \u2013 considerados os procedimentos para tramita\u00e7\u00e3o do mandamus constantes na Lei 12.016/2009 \u2013, para prote\u00e7\u00e3o de direitos evidentes que s\u00e3o tolhidos de alguma parte.\nArtigo 5\u00ba Todos s\u00e3o iguais perante a lei, sem distin\u00e7\u00e3o de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no Pa\u00eds a inviolabilidade do direito \u00e0 vida, \u00e0 liberdade, \u00e0 igualdade, \u00e0 seguran\u00e7a e \u00e0 propriedade, nos termos seguintes: LXIX - conceder-se-\u00e1 mandado de seguran\u00e7a para proteger direito l\u00edquido e certo, n\u00e3o amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o respons\u00e1vel pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade p\u00fablica ou agente de pessoa jur\u00eddica no exerc\u00edcio de atribui\u00e7\u00f5es do Poder P\u00fablico;\nO direito do impetrante \u00e0 isen\u00e7\u00e3o do pagamento de impostos federais na aquisi\u00e7\u00e3o do ve\u00edculo est\u00e1 preceituado na Lei n\u00ba 8.989/1995, especialmente com rela\u00e7\u00e3o ao IPI e IOF.\n\u00c9 o que garante o artigo 1\u00ba, inciso IV da referida lei:\nArt. 1o Ficam isentos do Imposto Sobre Produtos Industrializados \u2013 IPI os autom\u00f3veis de passageiros de fabrica\u00e7\u00e3o nacional, equipados com motor de cilindrada n\u00e3o superior a dois mil cent\u00edmetros c\u00fabicos, de no m\u00ednimo quatro portas inclusive a de acesso ao bagageiro, movidos a combust\u00edveis de origem renov\u00e1vel ou sistema revers\u00edvel de combust\u00e3o, quando adquiridos por: (...) IV \u2013 pessoas portadoras de defici\u00eancia f\u00edsica, visual, mental severa ou profunda, ou autistas, diretamente ou por interm\u00e9dio de seu representante legal;\nN\u00e3o s\u00f3, o par\u00e1grafo primeiro detalha as defici\u00eancias a que se refere no inciso IV.\n\u00a7 1o Para a concess\u00e3o do benef\u00edcio previsto no art. 1o \u00e9 considerada tamb\u00e9m pessoa portadora de defici\u00eancia f\u00edsica aquela que apresenta altera\u00e7\u00e3o completa ou parcial de um ou mais segmentos do corpo humano, acarretando o comprometimento da fun\u00e7\u00e3o f\u00edsica, apresentando-se sob a forma de paraplegia, paraparesia, monoplegia, monoparesia, tetraplegia, tetraparesia, triplegia, triparesia, hemiplegia, hemiparesia, amputa\u00e7\u00e3o ou aus\u00eancia de membro, paralisia cerebral, membros com deformidade cong\u00eanita ou\n\n\fadquirida, exceto as deformidades est\u00e9ticas e as que n\u00e3o produzam dificuldades para o desempenho de fun\u00e7\u00f5es.\nDestarte, evidente o direito do impetrante \u00e0 isen\u00e7\u00e3o em debate, dado que, segundo os laudos m\u00e9dicos ora anexos, o tipo de defici\u00eancia consta no rol indicado pelo par\u00e1grafo primeiro do artigo.\nDe forma sensata e estreita aos par\u00e2metros legais, decide o Tribunal Regional Federal, cujo entendimento deve ser replicado no presente mandado de seguran\u00e7a:\nTRIBUT\u00c1RIO. MANDADO DE SEGURAN\u00c7A. IPI. ISEN\u00c7\u00c3O. AQUISI\u00c7\u00c3O DE VE\u00cdCULO. PESSOA COM DEFICI\u00caNCIA F\u00cdSICA. LEI N\u00ba 8.989/95. PREENCHIMENTO DOS REQUISITOS.\n1. A isen\u00e7\u00e3o do IPI prevista no art. 1\u00ba da Lei n\u00ba 8.989/95 deve ser concedida \u00e0 parte impetrante, por ter sido comprovada, mediante laudo m\u00e9dico, ser pessoa com defici\u00eancia f\u00edsica suscet\u00edvel \u00e0 concess\u00e3o do benef\u00edcio.\n2. A comprova\u00e7\u00e3o da defici\u00eancia poder\u00e1 ser feita atrav\u00e9s de laudo de avalia\u00e7\u00e3o emitido por prestador de servi\u00e7o p\u00fablico de sa\u00fade; ou emitido por servi\u00e7o privado de sa\u00fade, contratado ou conveniado, que integre o Sistema \u00danico de Sa\u00fade (SUS). (Apela\u00e7\u00e3o/Remessa Necess\u00e1ria n\u00ba 500534894.2017.4.04.7201/SC, Segunda Turma, Tribunal Regional Federal da 4\u00aa regi\u00e3o, Relatora: Luciane Amaral Corr\u00eaa M\u00fcnch, Julgado em 06/03/2018)\nCabe discutir a justificativa apresentada pela Receita Federal por meio do SISEN para impedir que os usu\u00e1rios prossigam com o preenchimento do requerimento. A informa\u00e7\u00e3o \u00e9 de que \u201cPara ter direito ao benef\u00edcio pleiteado, o requerente precisa ter Carteira Nacional de Habilita\u00e7\u00e3o com restri\u00e7\u00e3o compat\u00edvel com a defici\u00eancia indicada. \u201d, contudo, o procedimento proposto pela Lei n\u00ba 8.989/1995 n\u00e3o vai ao encontro da orienta\u00e7\u00e3o do site.\nDe acordo com a Instru\u00e7\u00e3o Normativa RFB n\u00ba 1769/2017, singularmente o \u00a7 3\u00ba do seu artigo 4\u00ba, que estabelece justamente os documentos que devem ser imprescindivelmente anexados ao requerimento no SISEN, o laudo de avalia\u00e7\u00e3o m\u00e9dica deve ser emitido por prestador do servi\u00e7o p\u00fablico de sa\u00fade integrado ao Sistema \u00danico de Sa\u00fade (SUS), pelo DETRAN ou por interm\u00e9dio de servi\u00e7o social aut\u00f4nomo.\n\n\f\u00a7 3\u00ba Dever\u00e3o ser anexadas ao requerimento, por meio do Sisen, c\u00f3pias digitalizadas: I - do laudo de avalia\u00e7\u00e3o emitido por prestador de servi\u00e7o p\u00fablico de sa\u00fade, por servi\u00e7o privado de sa\u00fade, contratado ou conveniado, que integre o Sistema \u00danico de Sa\u00fade (SUS), pelo Detran ou por suas cl\u00ednicas credenciadas, ou por interm\u00e9dio de servi\u00e7o social aut\u00f4nomo, sem fins lucrativos, criado por lei, caso n\u00e3o tenha sido emitido laudo de avalia\u00e7\u00e3o eletr\u00f4nico;\nNesse sentido, \u00e9 evidente que se tratam de obriga\u00e7\u00f5es alternativas. Ao usu\u00e1rio \u00e9 facultado apresentar um dos documentos elencados para comprovar a defici\u00eancia f\u00edsica que enseja o direito \u00e0 isen\u00e7\u00e3o fiscal.\nRatificando a clareza da instru\u00e7\u00e3o normativa, o Tribunal Regional Federal da 4\u00aa Regi\u00e3o demonstra forte tend\u00eancia \u2013 se n\u00e3o pac\u00edfica \u2013 do modus decidendi com rela\u00e7\u00e3o \u00e0 necessidade de ter averbada na Carteira Nacional de Habilita\u00e7\u00e3o a restri\u00e7\u00e3o necess\u00e1ria, sen\u00e3o vejamos:\nTRIBUT\u00c1RIO. MANDADO DE SEGURAN\u00c7A. IPI. AUTOM\u00d3VEL. ISEN\u00c7\u00c3O. AQUISI\u00c7\u00c3O DE VE\u00cdCULO. PESSOA COM DEFICI\u00caNCIA F\u00cdSICA. LEI N\u00ba 8.989/95. REQUISITOS. LAUDO.\n1. O contribuinte \u00e9 pessoa com defici\u00eancia f\u00edsica, com limita\u00e7\u00e3o das suas fun\u00e7\u00f5es, e faz jus \u00e0 isen\u00e7\u00e3o do IPI na aquisi\u00e7\u00e3o de ve\u00edculo automotor.\n2. O laudo pericial emitido pelo DETRAN n\u00e3o \u00e9 o \u00fanico de prova h\u00e1bil a comprovar a defici\u00eancia f\u00edsica do contribuinte.\n3. A comprova\u00e7\u00e3o da defici\u00eancia poder\u00e1 ser feita atrav\u00e9s de laudo de avalia\u00e7\u00e3o emitido por prestador de servi\u00e7o p\u00fablico de sa\u00fade; ou emitido por servi\u00e7o privado de sa\u00fade, contratado ou conveniado, que integre o Sistema \u00danico de Sa\u00fade (SUS).\n(Apela\u00e7\u00e3o C\u00edvel n\u00ba 5005285-60.2017.4.04.7107/RS, Segunda Turma, Tribunal Regional Federal da 4\u00aa Regi\u00e3o, Relator: Alcides Vettorazzi, Julgado em 07/11/2017) (grifo nosso)\nTRIBUT\u00c1RIO. MANDADO DE SEGURAN\u00c7A. AQUISI\u00c7\u00c3O DE VE\u00cdCULO. IPI. ISEN\u00c7\u00c3O. LEI N\u00ba 8.989, DE 1995. PESSOAS COM DEFICI\u00caNCIA. EXIG\u00caNCIA DE NOVO LAUDO.\n1. A comprova\u00e7\u00e3o da defici\u00eancia poder\u00e1 ser feita atrav\u00e9s de laudo de avalia\u00e7\u00e3o emitido por prestador de servi\u00e7o p\u00fablico de sa\u00fade; ou emitido por servi\u00e7o privado de sa\u00fade, contratado ou conveniado, que integre o Sistema\n\n\f\u00danico de Sa\u00fade, sendo certo que a exig\u00eancia de novo laudo deve ser fundamentada.\n2. Demonstrado o preenchimento dos requisitos insertos no inciso IV do artigo 1\u00ba da Lei n. 8.989/95, deve ser mantida a senten\u00e7a que concedeu a seguran\u00e7a para reconhecer o direito da impetrante \u00e0 isen\u00e7\u00e3o do IPI na aquisi\u00e7\u00e3o de ve\u00edculo automotor.\n(Apela\u00e7\u00e3o/Remessa Necess\u00e1ria n\u00ba 5005657-09.2017.4.04.7107/RS, Primeira Turma, Tribunal Regional Federal da 4\u00aa regi\u00e3o, Relator: Roger Raupp Rios, Julgado em 21/02/2018) (grifo nosso)\nCumpre registrar que, ainda que se exija a realiza\u00e7\u00e3o de per\u00edcia junto ao Departamento M\u00e9dico do DETRAN, o procedimento n\u00e3o est\u00e1 em conformidade para todas as entidades, visto que os Centros de Forma\u00e7\u00e3o de Condutores (CFC) de Bento Gon\u00e7alves/RS apresentam forte resist\u00eancia aos encaminhamentos periciais. N\u00e3o s\u00f3, por vezes, por mais que a per\u00edcia m\u00e9dica conclua por atestar a necessidade de adapta\u00e7\u00f5es para condu\u00e7\u00e3o de ve\u00edculos automotores, omitem-se em averbar a restri\u00e7\u00e3o nos documentos \u2013 mesmo havendo uma grande diversidade de c\u00f3digos para averba\u00e7\u00e3o previstos no Anexo II da Resolu\u00e7\u00e3o n\u00ba 511/2014 do DENATRAN \u2013 por raz\u00e3o desconhecida.\nDe toda sorte, \u00e9 entendimento atualizado e harm\u00f4nico no Tribunal Regional Federal da 4\u00aa Regi\u00e3o que o laudo m\u00e9dico do DETRAN que n\u00e3o gera restri\u00e7\u00e3o na CNH n\u00e3o obsta o reconhecimento do direito do impetrante:\nTRIBUT\u00c1RIO. IPI. AUTOM\u00d3VEL. ISEN\u00c7\u00c3O. AQUISI\u00c7\u00c3O DE VE\u00cdCULO. DEFICIENTE F\u00cdSICO. LEI N\u00ba 8.989/95. REQUISITOS. LAUDO.\n1. Contribuinte portador de defici\u00eancia f\u00edsica, com limita\u00e7\u00e3o das suas fun\u00e7\u00f5es, faz jus \u00e0 isen\u00e7\u00e3o do IPI na aquisi\u00e7\u00e3o de ve\u00edculo automotor nos termos da Lei n\u00ba 8.989/1995.\n2. A Lei n\u00ba 8.989/1995 determina que o ve\u00edculo a ser adquirido seja de passageiros e de fabrica\u00e7\u00e3o nacional.\n3. N\u00e3o se exige que o ve\u00edculo seja adaptado para a condu\u00e7\u00e3o pelo portador da defici\u00eancia. Assim, o laudo emitido pelo DETRAN - no qual consta que o autor n\u00e3o necessita de ve\u00edculo adaptado - n\u00e3o afasta o direito \u00e0 isen\u00e7\u00e3o pretendida, mormente por se desconhecer a raz\u00e3o por que a junta m\u00e9dica do departamento de tr\u00e2nsito n\u00e3o considerou necess\u00e1ria a adapta\u00e7\u00e3o do ve\u00edculo.\n\n\f4. Ademais, o laudo pericial emitido pelo DETRAN n\u00e3o \u00e9 o \u00fanico de prova h\u00e1bil a comprovar a defici\u00eancia f\u00edsica do contribuinte.\n5. A comprova\u00e7\u00e3o da defici\u00eancia poder\u00e1 ser feita atrav\u00e9s de laudo de avalia\u00e7\u00e3o emitido por prestador de servi\u00e7o p\u00fablico de sa\u00fade; ou emitido por servi\u00e7o privado de sa\u00fade, contratado ou conveniado, que integre o Sistema \u00danico de Sa\u00fade (SUS).\n(Apela\u00e7\u00e3o C\u00edvel n\u00ba 5000224-61.2017.4.04.7127/RS, Segunda Turma, Tribunal Regional Federal da 4\u00aa regi\u00e3o, Relatora: Luciane Amaral Corr\u00eaa M\u00fcnch, Julgado em 24/10/2017)\nCaso haja a insurg\u00eancia de discuss\u00e3o acerca do car\u00e1ter das adapta\u00e7\u00f5es, antecipa-se, a t\u00edtulo de argumenta\u00e7\u00e3o, que mesmo a legisla\u00e7\u00e3o brasileira considera a dire\u00e7\u00e3o hidr\u00e1ulica e o c\u00e2mbio autom\u00e1tico poss\u00edveis adapta\u00e7\u00f5es a ve\u00edculos automotores, especialmente em casos de aquisi\u00e7\u00e3o por pessoas com defici\u00eancia.\n\u00c9 o que se pode verificar pelo texto do par\u00e1grafo \u00fanico do artigo 52 da Lei n\u00ba 13.146/2015 que institui o Estatuto da Pessoa com Defici\u00eancia.\nArt. 52. As locadoras de ve\u00edculos s\u00e3o obrigadas a oferecer 1 (um) ve\u00edculo adaptado para uso de pessoa com defici\u00eancia, a cada conjunto de 20 (vinte) ve\u00edculos de sua frota. Par\u00e1grafo \u00fanico. O ve\u00edculo adaptado dever\u00e1 ter, no m\u00ednimo, c\u00e2mbio autom\u00e1tico, dire\u00e7\u00e3o hidr\u00e1ulica, vidros el\u00e9tricos e comandos manuais de freio e de embreagem. (grifo nosso)\nQuer dizer, portanto, que a transmiss\u00e3o de c\u00e2mbio de forma autom\u00e1tica, a dire\u00e7\u00e3o hidr\u00e1ulica e vidros el\u00e9tricos s\u00e3o indiscutivelmente poss\u00edveis adapta\u00e7\u00f5es a ve\u00edculos automotores, mesmo que se tratem de caracter\u00edsticas comumente encontradas em ve\u00edculos direto de f\u00e1brica.\nOutrossim, impende abordar que a previs\u00e3o judicial de tratamento diferenciado \u00e0 pessoa portadora de defici\u00eancia f\u00edsica, especialmente por meio do reconhecimento do direito \u00e0 isen\u00e7\u00e3o do pagamento de tributos para a aquisi\u00e7\u00e3o de autom\u00f3veis, bem como na sua manuten\u00e7\u00e3o, possuem duas finalidades consagradas na Constitui\u00e7\u00e3o Federal de 1988: a promo\u00e7\u00e3o do direito \u00e0 liberdade e do princ\u00edpio constitucional da dignidade da pessoa humana.\nA Constitui\u00e7\u00e3o democr\u00e1tica, em seu artigo 5\u00ba, busca promover a igualdade universal das pessoas perante a lei, consideradas as suas diferen\u00e7as,\n\n\fraz\u00e3o pela qual n\u00e3o h\u00e1 qualquer raz\u00e3o que justifique o indeferimento da isen\u00e7\u00e3o requerida.\nA ratio legis do benef\u00edcio \u00e9 propiciar uma melhoria nas condi\u00e7\u00f5es de vida das pessoas portadoras de defici\u00eancia atrav\u00e9s de mecanismos que atenuem as dificuldades por elas encontradas; e, deste modo, promover a melhor e maior (re)integra\u00e7\u00e3o destas pessoas ao conv\u00edvio social e o pleno exerc\u00edcio da cidadania, por meio da facilita\u00e7\u00e3o da sua locomo\u00e7\u00e3o.\nPor vezes, quando acometida por uma doen\u00e7a que leva \u00e0 alguma restri\u00e7\u00e3o ou inabilidade, por conta de turbul\u00eancias psicol\u00f3gicas e/ou por estigma social, as pessoas se afastam do conv\u00edvio social e cidad\u00e3o, mesmo de sua fam\u00edlia, inclusive para a busca de tratamento.\nAdemais, estritamente no Direito Tribut\u00e1rio, o reconhecimento deste direito e, desta feita, a concess\u00e3o da isen\u00e7\u00e3o quanto aos tributos, \u00e9 vinculado ao preenchimento dos requisitos previstos nas normativas.\nIn casu, portanto, todos os pressupostos legais est\u00e3o preenchidos, de modo que a isen\u00e7\u00e3o fiscal relativa ao IPI e ao IOF s\u00e3o concess\u00f5es que se imp\u00f5em.\nDito isto, trata-se, no presente caso, de direito l\u00edquido e certo do qual o impetrante foi privado por conta de um sistema automatizado que n\u00e3o leva em conta a legisla\u00e7\u00e3o p\u00e1tria, inclusive instru\u00e7\u00f5es normativas e, ainda menos, as peculiaridades atinentes a cada caso.\nRefere-se, ademais, que o impetrante tamb\u00e9m faz jus \u00e0 isen\u00e7\u00e3o de impostos estaduais para aquisi\u00e7\u00e3o e manuten\u00e7\u00e3o de autom\u00f3vel \u2013 ICMS e IPVA \u2013, direito que \u00e9 reconhecido t\u00e3o somente mediante comprova\u00e7\u00e3o da concess\u00e3o de isen\u00e7\u00e3o do IPI.\nNesse sentido, ante os fatos alegados e amplamente ratificados de forma documental, a negativa em prosseguir com o requerimento de isen\u00e7\u00e3o fiscal com rela\u00e7\u00e3o ao IPI e IOF, que ensejou a impetra\u00e7\u00e3o do presente instrumento constitucional processual, consiste em verdadeira ilegalidade resultante do abuso de poder da Receita Federal.\n\n\fLogo, diante do entendimento jurisprudencial exposto, dos argumentos e fundamentos legais trazidos, \u00e9 que se pleiteia a seguran\u00e7a.\nIII \u2013 DO PEDIDO LIMINAR\nO C\u00f3digo de Processo Civil de 2015 tutela a evid\u00eancia de direito corroborado documentalmente por meio do artigo 311, inciso II, por meio da possibilidade de decis\u00e3o em car\u00e1ter antecedente e, ainda, de forma liminar, por for\u00e7a do par\u00e1grafo \u00fanico.\n\u00c9 o que se v\u00ea no presente caso. Todos os fatos alegados tiveram consistente comprova\u00e7\u00e3o documental, al\u00e9m de se tratar de direito inquestion\u00e1vel ante \u00e0 baliza legal apresentada.\nDito isto, pleiteia-se a concess\u00e3o da seguran\u00e7a em car\u00e1ter antecedente e inaudita altera pars, a fim de que seja protegido o direito l\u00edquido e certo apresentado.\nN\u00e3o suficiente, ante a probabilidade do direito j\u00e1 apresentada e que \u00e9 pessoa com defici\u00eancia, n\u00e3o h\u00e1 raz\u00e3o para que o reconhecimento do direito \u00e0 isen\u00e7\u00e3o fiscal do impetrante seja concedido t\u00e3o somente com o completo curso do processo.\nPor se tratar de pessoa com defici\u00eancia, outrossim, pleiteia-se a tramita\u00e7\u00e3o preferencial dos autos.\nIsto posto, todos os requisitos legais foram plenamente preenchidos e comprovados, de modo a conceder a seguran\u00e7a pretendida. Nesta esteira, clama-se que a medida antecipat\u00f3ria de tutela seja deferida, inaudita altera pars, para que o impetrante seja declarado isento do pagamento de impostos federais para aquisi\u00e7\u00e3o de ve\u00edculo automotor \u2013 IPI e IOF.\nRegistra-se, por fim, que o deferimento da medida antecipat\u00f3ria n\u00e3o gera preju\u00edzo irrepar\u00e1vel ao impetrado em caso de denega\u00e7\u00e3o da seguran\u00e7a, o que se cogita t\u00e3o somente para fins de argumenta\u00e7\u00e3o, visualizado o contradit\u00f3rio e a ampla defesa. Como extensamente argumentado, o direito \u00e0 isen\u00e7\u00e3o fiscal para aquisi\u00e7\u00e3o de autom\u00f3vel por pessoa portadora de defici\u00eancia\n\n\ff\u00edsica \u00e9 constitucionalmente garantido e normativamente balizado, de modo que a proced\u00eancia do feito \u00e9 o resultado que se espera.\nIV \u2013 DOS PEDIDOS\nAnte ao exposto REQUER:\n1. O recebimento do presente mandamus para aprecia\u00e7\u00e3o do pleito assecurat\u00f3rio, bem como dos documentos acostados, com prefer\u00eancia de tramita\u00e7\u00e3o por se tratar de pessoa com defici\u00eancia;\n2. O deferimento da antecipa\u00e7\u00e3o dos efeitos da tutela, nos termos do artigo 311, inciso II do CPC, para conceder a seguran\u00e7a ao impetrante e DECLARAR, in limine e inaudita altera pars, a sua isen\u00e7\u00e3o do pagamento dos impostos federais para aquisi\u00e7\u00e3o de ve\u00edculo automotor \u2013 IPI e IOF;\n3. A notifica\u00e7\u00e3o da autoridade coatora, a fim de que, no prazo de 10 (dez) dias (artigo 7\u00ba, inciso I, Lei n\u00ba 12.016/2009), preste as informa\u00e7\u00f5es relevantes \u00e0 concess\u00e3o da seguran\u00e7a, bem como a notifica\u00e7\u00e3o do seu representante legal, para que, querendo, ingresse no presente processo;\n4. Seja julgado TOTALMENTE PROCEDENTE o presente mandamus, para confirmar a medida antecipat\u00f3ria da tutela e CONCEDER DEFINITIVAMENTE A SEGURAN\u00c7A ao impetrante com rela\u00e7\u00e3o ao seu direito \u00e0 isen\u00e7\u00e3o de impostos federais para aquisi\u00e7\u00e3o de ve\u00edculo automotor \u2013 IPI e IOF;\n5. A produ\u00e7\u00e3o de todos os meios de prova em direito admitidos, especialmente documental.\n\n\fAtribui-se \u00e0 presente causa o valor de al\u00e7ada. Nestes termos, pede e espera deferimento.\nBento Gon\u00e7alves, 22 de maio de 2018.\np.p Fernanda Michelon Graiczyk OAB/RS 97.486\n\n\f" } ], "similar_texts_federais_solon": [ { "header": "Texto Similar 1 (Solon) - IdDocumentoCompleto: 5015644-35.2018.4.04.7107-711534254092003081119997404823", "text": "EXCELENT\u00cdSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) FEDERAL DA ......VARA FEDERAL DE CAXIAS DO SUL/ RIO GRANDE DO SUL\nCIRLEI TONIN MARINI, portador (a) do CPF n.\u00ba 721.173.460/49, residente \u00e0 Rua Pescara, n.\u00ba 1.383, Bairro S\u00e3o Gotardo, CEP n.\u00ba 95.270-000, Munic\u00edpio de Flores da Cunha - RS, por seu procurador, o advogado que ao final subscreve, mui respeitosamente \u00e0 presen\u00e7a de Vossa Excel\u00eancia, interpor o presente MANDADO DE SEGURAN\u00c7A em face de ato praticado pelo DELEGADO DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL COM ATRIBUI\u00c7\u00d5ES EM CAXIAS DO SUL \u2013 9\u00aa R.F. \u2013, lotado na Receita Federal do Brasil, que pode ser encontrado na Delegacia da Receita Federal de Caxias do Sul, na R. Des. Armando Azambuja, 150 - Rio Branco, Caxias do Sul - RS, 95010-020 , pelos fatos e fundamentos jur\u00eddicos abaixo apresentados.\nDO FATO A parte impetrante busca o reconhecimento de direito \u00e0\nisen\u00e7\u00e3o de IPI na aquisi\u00e7\u00e3o de ve\u00edculo destinado a portador de necessidades especiais, nos termos da Lei n. 8.989/95. O pedido de isen\u00e7\u00e3o foi formulado por meio do Sistema de Concess\u00e3o Eletr\u00f4nica de Isen\u00e7\u00e3o IPI/IOF (Sisen), o qual impossibilitou a conclus\u00e3o do pedido, sob a refer\u00eancia de que para ter direito ao benef\u00edcio, a requerente precisa ser titular de CNH com restri\u00e7\u00e3o compat\u00edvel com a defici\u00eancia indicada.\nO Sistema de Concess\u00e3o Eletr\u00f4nica de Isen\u00e7\u00e3o IPI/IOF (Sisen), dispon\u00edvel no s\u00edtio da Receita Federal na internet (institu\u00eddo pela Instru\u00e7\u00e3o Normativa (IN) RFB n\u00ba 1769/2017) implantado pela Receita Federal do Brasil \u00e9 composto de fases, sendo a fase 1 \u2013 DADOS DO REQUERENTE; fase 2 REQUERIMENTO onde o impetrante preenche com dados pessoais e lista os condutores habilitados; fase 3 \u2013 LAUDO M\u00c9DICO com a identifica\u00e7\u00e3o do tipo de defici\u00eancia ; 4- ENVIO DE DOCUMENTOS; onde \u00e9 anexado o laudo m\u00e9dico comprovando a defici\u00eancia e nesta fase tamb\u00e9m \u00e9 feita a declara\u00e7\u00e3o de regularidade fiscal - contribui\u00e7\u00f5es e declara\u00e7\u00e3o de disponibilidade financeira ou patrimonial, onde mediante o preenchimento do campo espec\u00edfico o impetrante declara ter condi\u00e7\u00f5es para comprar o ve\u00edculo, n\u00e3o h\u00e1 necessidade de anexar qualquer comprovante f\u00edsico; fase 5- CONCLUS\u00c3O, onde a administra\u00e7\u00e3o tribut\u00e1ria defere ou n\u00e3o o pedido.\n\n\fPois bem, na fase 1 (DADOS DO REQUERENTE) o sistema nega o avan\u00e7o para a fase 2 (REQUERIMENTO) com o aviso de que \u201cPara ter direito ao benef\u00edcio pleiteado, o requerente precisa ter Carteira Nacional de habilita\u00e7\u00e3o com restri\u00e7\u00e3o compat\u00edvel com a defici\u00eancia indicada.\u201d impedindo que a parte impetrante conclua seu pedido. Vide \u201cprints\u201d de telas do SISEN em anexo.\nA parte impetrante n\u00e3o tem como chegar \u00e0s outras fases, tais como anexar laudo m\u00e9dico, fazer a declara\u00e7\u00e3o de regularidade fiscal e a declara\u00e7\u00e3o de disponibilidade financeira ou patrimonial, onde mediante o preenchimento do campo espec\u00edfico declara ter condi\u00e7\u00f5es para comprar o ve\u00edculo, n\u00e3o h\u00e1 necessidade de anexar qualquer comprovante f\u00edsico, n\u00e3o h\u00e1 necessidade de comprovar documentalmente a capacidade financeira, apenas o laudo do exame m\u00e9dico, que o impetrante possui mas o sistema n\u00e3o possibilita a anexa\u00e7\u00e3o do documento.\nO m\u00e9rito da demanda \u00e9 que a negativa do sistema ao preenchimento do requerimento ao exigir a \u201cCarteira Nacional de habilita\u00e7\u00e3o com restri\u00e7\u00e3o compat\u00edvel com a defici\u00eancia indicada\u201d, documento que n\u00e3o \u00e9 previsto na Lei n. 8.989/95 nem na IN RFB n\u00ba 1769/2017, feriu direito l\u00edquido e certo, pois impede a parte impetrante de ter seu pedido analisado pela administra\u00e7\u00e3o fazend\u00e1ria o que equivale ao indeferimento antecipado, e ainda lhe sonega ainda o direito ao recurso previsto na pr\u00f3pria Instru\u00e7\u00e3o Normativa, sendo a negativa ao arrepio da lei e sem justificativa.\nDA TEMPESTIVIDADE\nConforme telas do Sistema de Concess\u00e3o Eletr\u00f4nica de Isen\u00e7\u00e3o IPI/IOF (Sisen) em anexo se verifica que a negativa de avan\u00e7o no sistema e consequente negativa do benef\u00edcio buscado se deu em 14/08/2018, e sendo ajuizada esta a\u00e7\u00e3o mandamental em 14/08/2018 comprova a tempestividade prevista no art. 23 da Lei n\u00ba 12.016/09.\nDO DIREITO VIOLADO\nA parte impetrante buscou o reconhecimento de direito \u00e0 isen\u00e7\u00e3o de IPI na aquisi\u00e7\u00e3o de ve\u00edculo destinado a portador de necessidades especiais, nos termos da Lei n. 8.989/95.\n\n\fO pedido de isen\u00e7\u00e3o foi formulado por meio do Sistema de Concess\u00e3o Eletr\u00f4nica de Isen\u00e7\u00e3o IPI/IOF (Sisen), o qual impossibilitou a conclus\u00e3o do pedido, sob a refer\u00eancia de que para ter direito ao benef\u00edcio o requerente precisa ser titular de CNH com restri\u00e7\u00e3o compat\u00edvel com a defici\u00eancia indicada.\nO Sistema de Concess\u00e3o Eletr\u00f4nica de Isen\u00e7\u00e3o IPI/IOF (Sisen), implantado pela Receita Federal do Brasil e dispon\u00edvel no s\u00edtio da Receita Federal na internet (institu\u00eddo pela Instru\u00e7\u00e3o Normativa (IN) RFB n\u00ba 1769/2017) \u00e9 composto de fases, sendo a fase 1 \u2013 DADOS DO REQUERENTE; fase 2 REQUERIMENTO onde o(a) impetrante preenche com dados pessoais e lista os condutores habilitados; fase 3 \u2013 LAUDO M\u00c9DICO com a identifica\u00e7\u00e3o do tipo de defici\u00eancia ; 4- ENVIO DE DOCUMENTOS; onde \u00e9 anexado o laudo m\u00e9dico comprovando a defici\u00eancia e nesta fase tamb\u00e9m \u00e9 feita a declara\u00e7\u00e3o de regularidade fiscal - contribui\u00e7\u00f5es e declara\u00e7\u00e3o de disponibilidade financeira ou patrimonial, onde mediante o preenchimento do campo espec\u00edfico o(a) impetrante declara ter condi\u00e7\u00f5es para comprar o ve\u00edculo, n\u00e3o h\u00e1 necessidade de anexar qualquer comprovante f\u00edsico; fase 5- CONCLUS\u00c3O, onde a administra\u00e7\u00e3o tribut\u00e1ria defere ou n\u00e3o o pedido.\nPois bem, na fase 1 (DADOS DO REQUERENTE) o sistema nega o avan\u00e7o para a fase 2 (REQUERIMENTO) com o aviso de que \u201cPara ter direito ao benef\u00edcio pleiteado, o requerente precisa ter Carteira Nacional de habilita\u00e7\u00e3o com restri\u00e7\u00e3o compat\u00edvel com a defici\u00eancia indicada.\u201d impedindo que a parte impetrante conclua seu pedido. Vide \u201cprints\u201d de telas do SISEN em anexo.\nA parte impetrante n\u00e3o tem como chegar \u00e0s outras fases, tais como anexar laudo m\u00e9dico, fazer a declara\u00e7\u00e3o de regularidade fiscal e a declara\u00e7\u00e3o de disponibilidade financeira ou patrimonial, onde mediante o preenchimento do campo espec\u00edfico declara ter condi\u00e7\u00f5es para comprar o ve\u00edculo, n\u00e3o h\u00e1 necessidade de anexar qualquer comprovante f\u00edsico, n\u00e3o h\u00e1 necessidade de comprovar documentalmente a capacidade financeira, apenas o laudo do exame m\u00e9dico, que a(o) impetrante possui mas o sistema n\u00e3o possibilita a anexa\u00e7\u00e3o do documento.\nRessalte-se que a Lei n\u00ba 8.989/95, na reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n\u00ba 10.690/2003 e o seu regulamento (IN RFB n\u00ba 1.769/2017) n\u00e3o exigem, para o reconhecimento da isen\u00e7\u00e3o, que a requerente possua CNH com restri\u00e7\u00e3o compat\u00edvel com a defici\u00eancia.\n\n\fAssim, se o sistema aponta a necessidade do cumprimento de requisito n\u00e3o previsto em lei para a conclus\u00e3o do requerimento, n\u00e3o h\u00e1 outro caminho, sen\u00e3o a via judicial, para que seja examinada a pretens\u00e3o da contribuinte.\nEvidencia-se, assim, o interesse processual do impetrante, tendo seu direito violado.\nDA COMPROVA\u00c7\u00c3O DA DEFICI\u00caNCIA\nConforme Laudo de Avalia\u00e7\u00e3o M\u00e9dica emitido por servi\u00e7o p\u00fablico que integra o SUS, a parte impetrante apresenta defici\u00eancia f\u00edsica de car\u00e1ter permanente no segmento MEMBROS SUPERIORES SOB A FORMA DE MEMBROS SUPERIORES COM DEFORMIDADE ADQUIRIDA, doen\u00e7a catalogada como CID 10 - G56.0, S\u00edndrome do t\u00fanel do carpo, sendo descrita detalhadamente como \u201c paciente portadora de s\u00edndrome do t\u00fanel do carpo( direito + esquerdo) refere parestesia nas m\u00e3os, indicando o uso de carro autom\u00e1tico\u201d de forma permanente, conforme atestado pelos m\u00e9dicos Dr. Clademir Paulo Ortigara CRM RS 14.105(Ortopedia e Traumatologia) e Dr. Marcelo Ortigara CRM RS 24.512(Ortopedia e Traumatologia) emitido pela CLINICA S.O.S - S.O.S. OSSOS Ortopedia E Traumatologia Ltda, CNPJ 92.871.250/0001-15, servi\u00e7o privado que integra o SUS Sistema \u00danico de Sa\u00fade, portanto preenche o requisito do inc. I, \u00a71.\u00ba do art. 2.\u00ba da Instru\u00e7\u00e3o Normativa RFB N\u00ba 1769, de 18 de dezembro de 2017, bem como o disposto no art. 1\u00ba da Lei n\u00ba 8.989, de 1995, e nos arts. 3\u00ba e 4\u00ba do Decreto n\u00ba 3.298, de 20 de dezembro de 1999.\nConclu\u00edram os m\u00e9dicos que assinaram o Laudo de Avalia\u00e7\u00e3o (conforme Art. 4\u00ba , \u00a7 3\u00ba inc. I - da Instru\u00e7\u00e3o Normativa RFB N\u00ba 1769, de 18 de dezembro de 2017), ser a parte impetrante portadora de defici\u00eancia f\u00edsica que n\u00e3o \u00e9 de origem est\u00e9tica e que a altera\u00e7\u00e3o acarreta comprometimento da fun\u00e7\u00e3o f\u00edsica do segmento afetado, representando uma perda ou anormalidade que gera uma incapacidade para o desempenho de atividade, dentro do padr\u00e3o considerado normal para o ser humano, ainda que de forma parcial, com car\u00e1ter permanente, cujas defici\u00eancias constam expressamente do rol de defici\u00eancias arroladas no art. 1.\u00ba , inc. IV, \u00a71\u00ba da Lei 8.989/95, que autoriza a concess\u00e3o do benef\u00edcio postulado pelo impetrante.\nA saber:\nLEI N\u00ba 8.989, DE 24 DE FEVEREIRO DE 1995.\n\n\fDisp\u00f5e sobre a Isen\u00e7\u00e3o do Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI, na aquisi\u00e7\u00e3o de autom\u00f3veis para utiliza\u00e7\u00e3o no transporte aut\u00f4nomo de passageiros, bem como por pessoas portadoras de defici\u00eancia f\u00edsica, e d\u00e1 outras provid\u00eancias.\n\nArt. 1.\u00ba\n\nFicam isentos do Imposto Sobre Produtos Industrializados \u2013\n\nIPI os autom\u00f3veis de passageiros de fabrica\u00e7\u00e3o nacional, equipados com motor de\n\ncilindrada n\u00e3o superior a dois mil cent\u00edmetros c\u00fabicos, de no m\u00ednimo quatro portas\n\ninclusive a de acesso ao bagageiro, movidos a combust\u00edveis de origem renov\u00e1vel\n\nou sistema revers\u00edvel de combust\u00e3o, quando adquiridos por:\n\nIV \u2013\n\npessoas portadoras de defici\u00eancia f\u00edsica, visual, mental\n\nsevera ou profunda, ou autistas, diretamente ou por interm\u00e9dio de seu\n\nrepresentante legal; (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n\u00ba 10.690, de 16.6.2003)\n\n\u00a7 1.\u00ba\n\nPara a concess\u00e3o do benef\u00edcio previsto no art. 1o \u00e9\n\nconsiderada tamb\u00e9m pessoa portadora de defici\u00eancia f\u00edsica aquela que\n\napresenta altera\u00e7\u00e3o completa ou parcial de um ou mais segmentos do corpo\n\nhumano, acarretando o comprometimento da fun\u00e7\u00e3o f\u00edsica, apresentando-se\n\nsob a forma de paraplegia, paraparesia, monoplegia, monoparesia, tetraplegia,\n\ntetraparesia, triplegia, triparesia, hemiplegia, hemiparesia, amputa\u00e7\u00e3o ou aus\u00eancia\n\nde membro, paralisia cerebral, membros com deformidade cong\u00eanita ou\n\nadquirida, exceto as deformidades est\u00e9ticas e as que n\u00e3o produzam dificuldades\n\npara o desempenho de fun\u00e7\u00f5es.(Inclu\u00eddo pela Lei n\u00ba 10.690, de 16.6.2003).\n\nAinda diz o Decreto N\u00ba 3.298, de 20 de Dezembro de 1999.\nRegulamenta a Lei no 7.853, de 24 de outubro de 1989, disp\u00f5e sobre a Pol\u00edtica Nacional para a Integra\u00e7\u00e3o da Pessoa Portadora de Defici\u00eancia, consolida as normas de prote\u00e7\u00e3o, e d\u00e1 outras provid\u00eancias.\n(...)\nArt. 3.\u00ba Para os efeitos deste Decreto, considera-se:\nI - defici\u00eancia \u2013 toda perda ou anormalidade de uma estrutura ou fun\u00e7\u00e3o psicol\u00f3gica, fisiol\u00f3gica ou anat\u00f4mica que gere incapacidade para o desempenho de atividade, dentro do padr\u00e3o considerado normal para o ser humano;\nII - defici\u00eancia permanente \u2013 aquela que ocorreu ou se estabilizou durante um per\u00edodo de tempo suficiente para n\u00e3o permitir recupera\u00e7\u00e3o ou ter probabilidade de que se altere, apesar de novos tratamentos; e\nIII - incapacidade \u2013 uma redu\u00e7\u00e3o efetiva e acentuada da capacidade de integra\u00e7\u00e3o social, com necessidade de equipamentos, adapta\u00e7\u00f5es, meios ou recursos especiais para que a pessoa portadora de defici\u00eancia possa receber ou transmitir informa\u00e7\u00f5es necess\u00e1rias ao seu bem-estar pessoal e ao desempenho de fun\u00e7\u00e3o ou atividade a ser exercida.\n\n\fArt. 4\u00ba \u00c9 considerada pessoa portadora de defici\u00eancia a que se enquadra nas seguintes categorias:\nI - defici\u00eancia f\u00edsica - altera\u00e7\u00e3o completa ou parcial de um ou mais segmentos do corpo humano, acarretando o comprometimento da fun\u00e7\u00e3o f\u00edsica, apresentando-se sob a forma de paraplegia, paraparesia, monoplegia, monoparesia, tetraplegia, tetraparesia, triplegia, triparesia, hemiplegia, hemiparesia, ostomia, amputa\u00e7\u00e3o ou aus\u00eancia de membro, paralisia cerebral, nanismo, membros com deformidade cong\u00eanita ou adquirida, exceto as deformidades est\u00e9ticas e as que n\u00e3o produzam dificuldades para o desempenho de fun\u00e7\u00f5es; (Reda\u00e7\u00e3o dada pelo Decreto n\u00ba 5.296, de 2004)\nNessa senda, conforme preconiza a legisla\u00e7\u00e3o vigente, verifica-se que a parte impetrante est\u00e1 albergada pela prote\u00e7\u00e3o concedida aos deficientes f\u00edsicos, devendo ser reconhecido seu direito \u00e0 isen\u00e7\u00e3o de IPI, conforme previsto no art. 1\u00ba, IV, e \u00a7 1\u00b0, da Lei n\u00ba 8.989/95 (com reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n\u00ba 10.690/03).\nConforme leis e atos normativos citados, apenas dois s\u00e3o os requisitos para a concess\u00e3o da isen\u00e7\u00e3o, nos quais a parte impetrante se enquadra, pois possui defici\u00eancia f\u00edsica e n\u00e3o usufruiu da isen\u00e7\u00e3o nos \u00faltimos dois anos.\nCom a devida v\u00eania, a negativa do sistema em avan\u00e7ar no requerimento equivale ao indeferimento antecipado, sem dar oportunidade a(o) impetrante de ver seu pedido apreciado pelo Auditor Fiscal e lhe sonega ainda o direito ao recurso previsto na pr\u00f3pria Instru\u00e7\u00e3o Normativa, sendo dita negativa ao arrepio da lei e sem justificativa.\nAssim disp\u00f5e a Instru\u00e7\u00e3o Normativa RFB N\u00ba 1769, DE 18 DE DEZEMBRO DE 2017 (Publicado(a) no DOU de 19/12/2017, se\u00e7\u00e3o 1, p\u00e1gina 117).\nDisciplina a aplica\u00e7\u00e3o da isen\u00e7\u00e3o do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e do Imposto sobre Opera\u00e7\u00f5es de Cr\u00e9dito, C\u00e2mbio e Seguro, ou relativas a T\u00edtulos e Valores Mobili\u00e1rios (IOF), na aquisi\u00e7\u00e3o de ve\u00edculos por pessoas com defici\u00eancia f\u00edsica, visual, mental severa ou profunda, ou autistas, e d\u00e1 outras provid\u00eancias.\nO SECRET\u00c1RIO DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL, no uso da atribui\u00e7\u00e3o que lhe confere o inciso III do art. 327 do Regimento Interno da Secretaria da Receita Federal do Brasil, aprovado pela Portaria MF n\u00ba 430, de 9 de outubro de 2017, e tendo em vista o disposto no inciso IV do art. 72 da Lei n\u00ba 8.383, de 30 de dezembro\n\n\fde 1991, na Lei n\u00ba 8.989, de 24 de fevereiro de 1995, no art. 5\u00ba da Lei n\u00ba 10.690, de 16 de junho de 2003, no art. 126 da Lei n\u00ba 13.146, de 6 de julho de 2015, no Decreto n\u00ba 3.298, de 20 de dezembro de 1999, no Decreto n\u00ba 9.094, de 17 de julho de 2017, e na Portaria Interministerial SEDH/MS n\u00ba 2, de 21 de novembro de 2003, resolve:\nArt. 1\u00ba Esta Instru\u00e7\u00e3o Normativa disciplina a aplica\u00e7\u00e3o da isen\u00e7\u00e3o do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), institu\u00edda pela Lei n\u00ba 8.989, de 24 de fevereiro de 1995, e do Imposto sobre Opera\u00e7\u00f5es de Cr\u00e9dito, C\u00e2mbio e Seguro, ou relativas a T\u00edtulos e Valores Mobili\u00e1rios (IOF), institu\u00edda pelo art. 72 da Lei n\u00ba 8.383, de 30 de dezembro de 1991, na aquisi\u00e7\u00e3o de ve\u00edculos destinados a pessoas com defici\u00eancia f\u00edsica, visual, mental severa ou profunda ou autistas.\n\u00a7 1\u00ba A isen\u00e7\u00e3o a que se refere o caput:\nI - aplica-se:\na) quanto ao IPI, \u00e0 aquisi\u00e7\u00e3o de autom\u00f3veis de passageiros ou ve\u00edculo misto, de fabrica\u00e7\u00e3o nacional, classificados na posi\u00e7\u00e3o 87.03 da Tabela de Incid\u00eancia do Imposto sobre Produtos Industrializados (Tipi); e\nb) quanto ao IOF, \u00e0 aquisi\u00e7\u00e3o de autom\u00f3veis de passageiros de fabrica\u00e7\u00e3o nacional de at\u00e9 127 HP de pot\u00eancia bruta (SAE).\nII - n\u00e3o se aplica a acess\u00f3rios nem a quaisquer dispositivos que n\u00e3o fa\u00e7am parte do modelo padr\u00e3o ofertado pelo fabricante, instalados por este ou por terceiros; e\nIII - n\u00e3o se aplica \u00e0s opera\u00e7\u00f5es de arrendamento mercantil (leasing).\n\u00a7 2\u00ba O direito \u00e0 isen\u00e7\u00e3o de que trata o caput pode ser exercido:\nI - quanto ao IPI, uma \u00fanica vez a cada 2 (dois) anos, contados da data de emiss\u00e3o da nota fiscal referente \u00e0 aquisi\u00e7\u00e3o anterior, ainda que no curso desse prazo tenha ocorrido furto, roubo ou perda total do ve\u00edculo, observada a vig\u00eancia da Lei n\u00ba 8.989, de 1995; e\nII - quanto ao IOF, uma \u00fanica vez, conforme previsto na al\u00ednea \u201ca\u201d do \u00a7 1\u00ba do art. 72 da Lei n\u00ba 8.383, de 1991.\n\u00a7 3\u00ba A frui\u00e7\u00e3o simult\u00e2nea e acumulada do benef\u00edcio de isen\u00e7\u00e3o do IPI e do IOF restringe-se a ve\u00edculos que atendam \u00e0s especifica\u00e7\u00f5es previstas no art. 1\u00ba da Lei n\u00ba 8.989, de 1995, e no art. 72 da Lei n\u00ba 8.383, de 1991.\nCAP\u00cdTULO I\nDO EXERC\u00cdCIO DO DIREITO \u00c0 ISEN\u00c7\u00c3O\nArt. 2\u00ba Podem exercer o direito \u00e0 isen\u00e7\u00e3o de IPI de que trata esta Instru\u00e7\u00e3o Normativa as pessoas com defici\u00eancia f\u00edsica, visual, mental severa ou profunda, ou autistas, ainda que menores de 18 (dezoito) anos, diretamente ou por interm\u00e9dio do seu representante legal.\n\n\f\u00a7 1\u00ba Para a verifica\u00e7\u00e3o da condi\u00e7\u00e3o de pessoa com defici\u00eancia f\u00edsica e visual, dever\u00e1 ser observado:\nI - no caso de defici\u00eancia f\u00edsica, o disposto no art. 1\u00ba da Lei n\u00ba 8.989, de 1995, e nos arts. 3\u00ba e 4\u00ba do Decreto n\u00ba 3.298, de 20 de dezembro de 1999; e\nII - no caso de defici\u00eancia visual, o disposto no \u00a7 2\u00ba do art. 1\u00ba da Lei n\u00ba 8.989, de 1995.\n\u00a7 2\u00ba A condi\u00e7\u00e3o de pessoa com defici\u00eancia mental severa ou profunda, ou a condi\u00e7\u00e3o de autista, ser\u00e1 atestada em conformidade com o disposto na Portaria Interministerial SEDH/MS n\u00ba 2, de 21 de novembro de 2003.\nArt. 3\u00ba O direito \u00e0 isen\u00e7\u00e3o de IOF de que trata esta Instru\u00e7\u00e3o Normativa poder\u00e1 ser exercido por pessoa com defici\u00eancia f\u00edsica, nos termos do inciso I do \u00a7 1\u00ba do art. 2\u00ba, da qual decorra incapacidade total para dirigir autom\u00f3vel convencional atestada mediante laudo emitido pelo Departamento de Tr\u00e2nsito (Detran) do estado onde o requerente reside em car\u00e1ter permanente, o qual deve especificar as adapta\u00e7\u00f5es especiais que devem ser feitas no ve\u00edculo a fim de permitir sua condu\u00e7\u00e3o pela pessoa com a defici\u00eancia atestada.\nCAP\u00cdTULO II\nDO REQUERIMENTO DO BENEF\u00cdCIO\nArt. 4\u00ba A isen\u00e7\u00e3o de que trata esta Instru\u00e7\u00e3o Normativa ser\u00e1 requerida eletronicamente por meio do Sistema de Concess\u00e3o Eletr\u00f4nica de Isen\u00e7\u00e3o de IPI/IOF (Sisen), dispon\u00edvel no s\u00edtio da Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB), na Internet.\n\u00a7 1\u00ba O acesso ao Sisen ser\u00e1 realizado mediante a utiliza\u00e7\u00e3o de certificados digitais v\u00e1lidos, emitidos por autoridades certificadoras integrantes da Infraestrutura de Chaves P\u00fablicas Brasileira (ICP-Brasil), ou por c\u00f3digo de acesso gerado no s\u00edtio da RFB na Internet.\n\u00a7 2\u00ba No ato do requerimento, a pessoa com defici\u00eancia ou o autista, diretamente ou por interm\u00e9dio do seu representante legal, prestar\u00e1 as informa\u00e7\u00f5es que lhe forem solicitadas pelo Sisen e declarar\u00e1, sob as penas da lei:\nI - para fins de isen\u00e7\u00e3o do IPI, que possui disponibilidade financeira ou patrimonial compat\u00edvel com o valor do ve\u00edculo a ser adquirido, nos termos do art. 5\u00ba da Lei n\u00ba 10.690, de 16 de junho de 2003, salvo se a aquisi\u00e7\u00e3o for feita mediante financiamento banc\u00e1rio; e\nII - que n\u00e3o h\u00e1 contra si impedimentos legais \u00e0 obten\u00e7\u00e3o de benef\u00edcios fiscais, em conformidade com o disposto nos incisos I, II e III do art. 12 da Lei n\u00ba 8429, de 2 de junho de 1992, no inciso II do art. 6\u00ba da Lei n\u00ba 10522, de 19 de julho de 2002, e no art. 10 da Lei n\u00ba 9605, de 12 de fevereiro de 1998.\n\n\f\u00a7 3\u00ba Dever\u00e3o ser anexadas ao requerimento, por meio do Sisen, c\u00f3pias digitalizadas:\nI - do laudo de avalia\u00e7\u00e3o emitido por prestador de servi\u00e7o p\u00fablico de sa\u00fade, por servi\u00e7o privado de sa\u00fade, contratado ou conveniado, que integre o Sistema \u00danico de Sa\u00fade (SUS), pelo Detran ou por suas cl\u00ednicas credenciadas, ou por interm\u00e9dio de servi\u00e7o social aut\u00f4nomo, sem fins lucrativos, criado por lei, caso n\u00e3o tenha sido emitido laudo de avalia\u00e7\u00e3o eletr\u00f4nico; e\nII - da certid\u00e3o de nascimento atualizada do benefici\u00e1rio, na qual esteja identificado o seu respons\u00e1vel legal, no caso de requerimento transmitido por tutor ou curador.\n\u00a7 4\u00ba A situa\u00e7\u00e3o de regularidade fiscal do interessado quanto \u00e0 contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria, quando este for contribuinte individual segurado do Regime Geral de Previd\u00eancia Social, poder\u00e1 ser objeto de declara\u00e7\u00e3o prestada nos termos do par\u00e1grafo \u00fanico do art. 3\u00ba do Decreto n\u00ba 9.094, de 17 de julho de 2017.\n\u00a7 5\u00ba A autoridade administrativa respons\u00e1vel pela an\u00e1lise do requerimento de isen\u00e7\u00e3o poder\u00e1 confirmar a veracidade das informa\u00e7\u00f5es prestadas e do conte\u00fado dos documentos apresentados mediante consulta ao Departamento Nacional de Tr\u00e2nsito (Denatran), aos Departamentos de Tr\u00e2nsito estaduais e a outras institui\u00e7\u00f5es conveniadas.\nArt. 5\u00ba A presta\u00e7\u00e3o de informa\u00e7\u00e3o ou declara\u00e7\u00e3o falsa ou a apresenta\u00e7\u00e3o de documento adulterado ou que contenha declara\u00e7\u00e3o ou informa\u00e7\u00e3o falsa ou diversa da que devia constar, com o fim de obter o benef\u00edcio de isen\u00e7\u00e3o de que trata esta Instru\u00e7\u00e3o Normativa, sujeitar\u00e1 o respons\u00e1vel ao pagamento do IPI e do IOF que deixaram de ser pagos, acrescidos dos encargos previstos na legisla\u00e7\u00e3o, sem preju\u00edzo das san\u00e7\u00f5es penais cab\u00edveis.\nCAP\u00cdTULO III\nDO RECONHECIMENTO DO DIREITO \u00c0 ISEN\u00c7\u00c3O E DO PRAZO PARA SEU EXERC\u00cdCIO\nArt. 6\u00ba A decis\u00e3o que reconhece o direito \u00e0 isen\u00e7\u00e3o de que trata esta Instru\u00e7\u00e3o Normativa ser\u00e1 proferida pelo Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil em despacho decis\u00f3rio emitido eletronicamente pelo Sisen.\n\u00a7 1\u00ba O reconhecimento do direito \u00e0 isen\u00e7\u00e3o de que trata esta Instru\u00e7\u00e3o Normativa fica condicionado \u00e0 verifica\u00e7\u00e3o da regularidade fiscal do benefici\u00e1rio quanto aos impostos e contribui\u00e7\u00f5es administrados pela RFB, observado o disposto no \u00a7 4\u00ba do art. 4\u00ba.\n\u00a7 2\u00ba Considera-se feita a intima\u00e7\u00e3o do requerente, quanto ao conte\u00fado do despacho eletr\u00f4nico a que se refere o caput, na data da consulta ao Sisen, nos termos da\n\n\fal\u00ednea \u201cc\u201d do inciso III do \u00a7 2\u00ba do art. 23 do Decreto n\u00ba 70.235, de 6 de mar\u00e7o de 1972.\nArt. 7\u00ba Ser\u00e1 indeferido, por meio de despacho decis\u00f3rio, o requerimento feito em desacordo com esta Instru\u00e7\u00e3o Normativa.\nArt. 8\u00ba A autoriza\u00e7\u00e3o para aquisi\u00e7\u00e3o de ve\u00edculo com isen\u00e7\u00e3o em nome do benefici\u00e1rio ser\u00e1 emitida por Auditor-Fiscal da Receita Federal Brasil e disponibilizada no Sisen.\nPar\u00e1grafo \u00fanico. O prazo de validade da autoriza\u00e7\u00e3o de que trata este artigo \u00e9 de 270 (duzentos e setenta) dias, contado da data em que foi disponibilizada no Sisen, ou da data de sua emiss\u00e3o nos demais casos.\nArt. 9\u00ba \u00c9 facultado ao requerente apresentar recurso contra a decis\u00e3o de indeferimento de que trata o art. 7\u00ba, no prazo de 10 (dez) dias, contado da data da ci\u00eancia da decis\u00e3o recorrida, nos termos do art. 56 da Lei n\u00ba 9.784, de 29 de janeiro de 1999.\n\u00a7 1\u00ba O recurso a que se refere o caput ser\u00e1 apreciado por Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil.\n\u00a7 2\u00ba Interposto o recurso a que se refere o caput, se o Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil n\u00e3o reconsiderar a decis\u00e3o, encaminh\u00e1-lo-\u00e1 ao titular da sua unidade de exerc\u00edcio.\n\u00a7 3\u00ba Os recursos fundamentados no art. 56 da Lei n\u00ba 9.784, de 1999, contra decis\u00f5es originadas em unidades locais, ser\u00e3o decididos em \u00faltima inst\u00e2ncia pelo titular da respectiva Superintend\u00eancia Regional da Receita Federal do Brasil.\nPortanto n\u00e3o h\u00e1 na IN RFB N\u00ba 1769, DE 18 DE DEZEMBRO DE 2017 (Publicado(a) no DOU de 19/12/2017 obriga\u00e7\u00e3o de apresenta\u00e7\u00e3o de CNH com restri\u00e7\u00e3o compat\u00edvel com a defici\u00eancia indicada, nem poderia porquanto tal exig\u00eancia n\u00e3o tem na Lei n\u00ba 8.989, de 1995, e nos arts. 3\u00ba e 4\u00ba do Decreto n\u00ba 3.298, de 20 de dezembro de 1999.\nQuanto aos documentos exigidos para requerimento da isen\u00e7\u00e3o a Instru\u00e7\u00e3o Normativa RFB N\u00ba 1769, DE 18 DE DEZEMBRO DE 2017 assim emana:\nCAP\u00cdTULO II\nDO REQUERIMENTO DO BENEF\u00cdCIO\nArt. 4\u00ba A isen\u00e7\u00e3o de que trata esta Instru\u00e7\u00e3o Normativa ser\u00e1 requerida eletronicamente por meio do Sistema de Concess\u00e3o Eletr\u00f4nica de Isen\u00e7\u00e3o de\n\n\fIPI/IOF (Sisen), dispon\u00edvel no s\u00edtio da Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB), na Internet.\n\u00a7 1\u00ba O acesso ao Sisen ser\u00e1 realizado mediante a utiliza\u00e7\u00e3o de certificados digitais v\u00e1lidos, emitidos por autoridades certificadoras integrantes da Infraestrutura de Chaves P\u00fablicas Brasileira (ICP-Brasil), ou por c\u00f3digo de acesso gerado no s\u00edtio da RFB na Internet.\n\u00a7 2\u00ba No ato do requerimento, a pessoa com defici\u00eancia ou o autista, diretamente ou por interm\u00e9dio do seu representante legal, prestar\u00e1 as informa\u00e7\u00f5es que lhe forem solicitadas pelo Sisen e declarar\u00e1, sob as penas da lei:\nI - para fins de isen\u00e7\u00e3o do IPI, que possui disponibilidade financeira ou patrimonial compat\u00edvel com o valor do ve\u00edculo a ser adquirido, nos termos do art. 5\u00ba da Lei n\u00ba 10.690, de 16 de junho de 2003, salvo se a aquisi\u00e7\u00e3o for feita mediante financiamento banc\u00e1rio; e\nII - que n\u00e3o h\u00e1 contra si impedimentos legais \u00e0 obten\u00e7\u00e3o de benef\u00edcios fiscais, em conformidade com o disposto nos incisos I, II e III do art. 12 da Lei n\u00ba 8429, de 2 de junho de 1992, no inciso II do art. 6\u00ba da Lei n\u00ba 10522, de 19 de julho de 2002, e no art. 10 da Lei n\u00ba 9605, de 12 de fevereiro de 1998.\n\u00a7 3\u00ba Dever\u00e3o ser anexadas ao requerimento, por meio do Sisen, c\u00f3pias digitalizadas:\nI - do laudo de avalia\u00e7\u00e3o emitido por prestador de servi\u00e7o p\u00fablico de sa\u00fade, por servi\u00e7o privado de sa\u00fade, contratado ou conveniado, que integre o Sistema \u00danico de Sa\u00fade (SUS), pelo Detran ou por suas cl\u00ednicas credenciadas, ou por interm\u00e9dio de servi\u00e7o social aut\u00f4nomo, sem fins lucrativos, criado por lei, caso n\u00e3o tenha sido emitido laudo de avalia\u00e7\u00e3o eletr\u00f4nico; e\nII - da certid\u00e3o de nascimento atualizada do benefici\u00e1rio, na qual esteja identificado o seu respons\u00e1vel legal, no caso de requerimento transmitido por tutor ou curador.\nE nada mais.\nA exig\u00eancia de apresenta\u00e7\u00e3o de CNH com restri\u00e7\u00e3o compat\u00edvel com a defici\u00eancia indicada n\u00e3o encontra amparo legal nem na Lei 8.989/99 nem na IN 1769/2017, logo o ato de vedar o preenchimento do requerimento \u00e9 ato ilegal, pois al\u00e9m de exigir o que n\u00e3o est\u00e1 na Lei n\u00e3o possibilita sequer recorrer de eventual indeferimento.\n\n\fNote V. Ex.a que na IN RFB N\u00ba 1769, DE 18 DE DEZEMBRO DE 2017 (Publicado(a) no DOU de 19/12/2017 Instru\u00e7\u00e3o Normativa, em seu Art. 7\u00ba emana que \u201cSer\u00e1 indeferido, por meio de despacho decis\u00f3rio, o requerimento feito em desacordo com esta Instru\u00e7\u00e3o Normativa\u201d, e no seu Art. 9\u00ba \u201c\u00c9 facultado ao requerente apresentar recurso contra a decis\u00e3o de indeferimento de que trata o art. 7\u00ba, no prazo de 10 (dez) dias, contado da data da ci\u00eancia da decis\u00e3o recorrida, nos termos do art. 56 da Lei n\u00ba 9.784, de 29 de janeiro de 1999.\u201d\nComo poderia recorrer o(a) impetrante se o sistema sequer possibilita a ele ter uma decis\u00e3o sobre seu pedido?\nAinda, diante da defici\u00eancia que lhe acomete o(a) impetrante nomearia condutor habilitado seu marido NIRDES MARINI, mas o \u201ctravamento\u201d do sistema n\u00e3o deixo habilit\u00e1-lo.\nO Manual Sisen possibilita a nomea\u00e7\u00e3o de condutores autorizados, e traz o seguinte t\u00f3pico acerca do requerimento de isen\u00e7\u00e3o de IPI por pessoa portadora de defici\u00eancia: 3.2.1.2. DADOS COMPLEMENTARES Ao prosseguir no preenchimento do requerimento, caso haja necessidade de indicar condutor(es) adicional(is), o contribuinte deve inform\u00e1-los no campo \u201cLista de Condutores Adicionais Autorizados\u201d\nPortanto, a Receita Federal, por interm\u00e9dio da implanta\u00e7\u00e3o do Sistema de Concess\u00e3o Eletr\u00f4nica de Isen\u00e7\u00e3o IPI/IOF (Sisen), impede de forma ilegal que o(a) impetrante conclua seu pedido, exigindo requisito que n\u00e3o est\u00e1 na Lei na Lei n\u00ba 8.989, de 1995, e nos arts. 3\u00ba e 4\u00ba do Decreto n\u00ba 3.298, de 20 de dezembro de 1999.\nAo contr\u00e1rio do exigido pelo sistema SISEN da RFB a CNH da impetrante com restri\u00e7\u00f5es n\u00e3o est\u00e1 elencada na Lei como exig\u00eancia, e n\u00e3o \u00e9 o \u00fanico de prova h\u00e1bil a comprovar a defici\u00eancia f\u00edsica do contribuinte.\nO fato da CNH do(a) impetrante n\u00e3o conter nenhuma restri\u00e7\u00e3o em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 defici\u00eancia f\u00edsica n\u00e3o afasta o direito \u00e0 isen\u00e7\u00e3o pretendida, pois n\u00e3o h\u00e1 na Lei tal exig\u00eancia de constar na CNH sua defici\u00eancia.\n\n\fComo se v\u00ea, a Lei n\u00ba 8.989, de 1995 n\u00e3o exige a apresenta\u00e7\u00e3o de CNH com restri\u00e7\u00f5es. Por outro lado, \u00e9 sabido que a lei \u00e9 que deve fixar os requisitos para concess\u00e3o de isen\u00e7\u00f5es, e n\u00e3o um ato normativo.\nDessa forma, sendo a Instru\u00e7\u00e3o Normativa RFB N\u00ba 1769 de 18 de dezembro de 2017 ato regulamentar infralegal n\u00e3o poderia ter inovado na ordem jur\u00eddica limitando o dispositivo da lei acerca dos requisitos a serem atendidos para a concess\u00e3o da isen\u00e7\u00e3o do IPI e do IOF sobre a aquisi\u00e7\u00e3o de ve\u00edculo automotor por pessoas portadoras de defici\u00eancia f\u00edsica.\nFicou muito bem esclarecido em laudo m\u00e9dico qual a incapacidade da parte impetrante, previsto no art. 1.\u00ba , inc. IV, \u00a71\u00ba da Lei 8.989/95, restou comprovado nos autos atrav\u00e9s da juntada do Laudo de Avalia\u00e7\u00e3o de Defici\u00eancia F\u00edsica emitido em conformidade com a legisla\u00e7\u00e3o e assinado por 2(dois) m\u00e9dicos especialistas.\nReferido documento atesta que a parte autora \u00e9 portadora de defici\u00eancia f\u00edsica em no segmento MEMBROS SUPERIORES SOB A FORMA DE MEMBROS SUPERIORES COM DEFORMIDADE ADQUIRIDA, que n\u00e3o \u00e9 de origem est\u00e9tica e que a altera\u00e7\u00e3o acarreta comprometimento da fun\u00e7\u00e3o f\u00edsica do segmento afetado, representando uma perda ou anormalidade que gera uma incapacidade, e resulta em dificuldade para o desempenho das fun\u00e7\u00f5es do membro deformado, explicitamente mencionada na legisla\u00e7\u00e3o aplic\u00e1vel ao caso concreto, expressamente do rol de defici\u00eancias arroladas no \u00a71\u00ba do inc. IV da Lei 8.989/95 e no art. 4.\u00ba inc.I do Decreto N\u00ba 3.298, de 20 de Dezembro de 1999.\nDessa forma, a discuss\u00e3o travada nos autos n\u00e3o \u00e9 outra, sen\u00e3o acerca da imprescindibilidade de que a CNH afirme, categoricamente, que a parte impetrante apresenta restri\u00e7\u00e3o para a dire\u00e7\u00e3o de ve\u00edculo sem adapta\u00e7\u00e3o.\nN\u00e3o h\u00e1 na Lei n\u00ba 8.989/1995 e nos arts. 3\u00ba e 4\u00ba do Decreto n\u00ba 3.298/1999 exig\u00eancia de o cidad\u00e3o ser submetido \u00e0 per\u00edcia do Detran e constar na sua CNH para que seja considerado deficiente f\u00edsico, nem na IN 1.769/2017 h\u00e1 tal exig\u00eancia, pois que estipula no seu art. 4\u00ba, \u00a7 3\u00ba, inc. I, \u201cque dever\u00e3o ser anexadas ao requerimento, por meio do Sisen, c\u00f3pias digitalizadas do laudo de avalia\u00e7\u00e3o emitido por prestador de servi\u00e7o p\u00fablico de sa\u00fade, por servi\u00e7o privado de sa\u00fade, contratado ou conveniado, que integre o Sistema \u00danico de Sa\u00fade (SUS)\u201d , laudo que a parte impetrante possui\n\n\fmas que devido ao sistema impedir de anexar tal documento n\u00e3o foi poss\u00edvel ter seu pedido analisado, vide em anexo.\nA caracteriza\u00e7\u00e3o da defici\u00eancia f\u00edsica da parte autora resta superada, haja vista a juntada do Laudo emitido por prestador de servi\u00e7o de sa\u00fade, o qual comprova o fato.\nCom efeito, a parte impetrante n\u00e3o buscou na esfera administrativa o direito de adquirir ve\u00edculo adaptado e sim a isen\u00e7\u00e3o do IPI prevista no art. 1\u00ba da Lei n\u00ba 8.989/95, devida \u00e0queles comprovadamente portadores de defici\u00eancia f\u00edsica.\nNem mesmo a Lei n\u00ba 8.989/1995 exige que o ve\u00edculo a ser adquirido seja adaptado, tampouco h\u00e1 exig\u00eancia de que sua CNH conste eventual restri\u00e7\u00e3o a dire\u00e7\u00e3o. De outro lado, o fato de a CNH da parte impetrante n\u00e3o conter nenhuma restri\u00e7\u00e3o em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 sua defici\u00eancia f\u00edsica n\u00e3o afasta o direito \u00e0 isen\u00e7\u00e3o pretendida.\nPor fim, n\u00e3o \u00e9 s\u00f3 a CNH com restri\u00e7\u00f5es a \u00fanica prova h\u00e1bil a comprovar a defici\u00eancia f\u00edsica do contribuinte, a comprova\u00e7\u00e3o da defici\u00eancia poder\u00e1 ser feita atrav\u00e9s de laudo de avalia\u00e7\u00e3o emitido por prestador de servi\u00e7o p\u00fablico de sa\u00fade, como no caso.\nCito precedentes do Tribunal Regional Federal da 4.\u00aa Regi\u00e3o:\nEMENTA: TRIBUT\u00c1RIO. IPI. AUTOM\u00d3VEL. ISEN\u00c7\u00c3O. AQUISI\u00c7\u00c3O DE VE\u00cdCULO. DEFICIENTE F\u00cdSICO. LEI N\u00ba 8.989/95. REQUISITOS. LAUDO. Contribuinte portador de defici\u00eancia f\u00edsica, com limita\u00e7\u00e3o das suas fun\u00e7\u00f5es faz jus \u00e0 isen\u00e7\u00e3o do IPI na aquisi\u00e7\u00e3o de ve\u00edculo automotor. A comprova\u00e7\u00e3o da defici\u00eancia poder\u00e1 ser feita atrav\u00e9s de laudo de avalia\u00e7\u00e3o emitido por prestador de servi\u00e7o p\u00fablico de sa\u00fade; ou emitido por servi\u00e7o privado de sa\u00fade, contratado ou conveniado, que integre o Sistema \u00danico de Sa\u00fade (SUS). (TRF4 500324302.2016.404.7001, PRIMEIRA TURMA, Relatora MARIA DE F\u00c1TIMA FREITAS LABARR\u00c8RE, juntado aos autos em 24/03/2017).\nEMENTA: TRIBUT\u00c1RIO. MANDADO DE SEGURAN\u00c7A. IPI. AUTOM\u00d3VEL. ISEN\u00c7\u00c3O. AQUISI\u00c7\u00c3O DE VE\u00cdCULO. pessoa com defici\u00eancia F\u00edsica. LEI N\u00ba 8.989/95. REQUISITOS. LAUDO. 1. O contribuinte \u00e9 pessoa com defici\u00eancia f\u00edsica,\n\n\fcom limita\u00e7\u00e3o das suas fun\u00e7\u00f5es, e faz jus \u00e0 isen\u00e7\u00e3o do IPI na aquisi\u00e7\u00e3o de ve\u00edculo automotor. 2. O laudo pericial emitido pelo DETRAN n\u00e3o \u00e9 o \u00fanico de prova h\u00e1bil a comprovar a defici\u00eancia f\u00edsica do contribuinte. 3. A comprova\u00e7\u00e3o da defici\u00eancia poder\u00e1 ser feita atrav\u00e9s de laudo de avalia\u00e7\u00e3o emitido por prestador de servi\u00e7o p\u00fablico de sa\u00fade; ou emitido por servi\u00e7o privado de sa\u00fade, contratado ou conveniado, que integre o Sistema \u00danico de Sa\u00fade (SUS). (TRF4, AC 500528560.2017.4.04.7107, SEGUNDA TURMA, Relator ALCIDES VETTORAZZI, juntado aos autos em 09/11/2017).\nTRIBUT\u00c1RIO. IPI. ISEN\u00c7\u00c3O CONCEDIDA A PORTADOR DE DEFICI\u00caNCIA F\u00cdSICA. 1. A Lei 8.989/95, com reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n\u00ba 10.690/03, disp\u00f5e sobre a isen\u00e7\u00e3o do Imposto sobre Produtos Industrializados -IPI, na aquisi\u00e7\u00e3o de autom\u00f3veis por pessoas portadoras de defici\u00eancia f\u00edsica, visual, mental severa ou profunda, ou autistas, diretamente ou por interm\u00e9dio de seu representante legal. 2. A comprova\u00e7\u00e3o da defici\u00eancia poder\u00e1 ser feita atrav\u00e9s de laudo de avalia\u00e7\u00e3o emitido por prestador de servi\u00e7o p\u00fablico de sa\u00fade; ou emitido por servi\u00e7o privado de sa\u00fade, contratado ou conveniado, que integre o Sistema \u00danico de Sa\u00fade (SUS). 3. Existindo laudo apresentado por perito judicial, configura-se a hip\u00f3tese para concess\u00e3o da isen\u00e7\u00e3o do IPI. (TRF 4 - APELA\u00c7\u00c3O C\u00cdVEL N\u00ba 2008.71.15.0001682/RS, 2\u00aa Turma, Rel. Des. Federal LUCIANE AMARAL CORR\u00caA M\u00dcNCH, DJe. 24/06/2009).\nEMENTA: TRIBUT\u00c1RIO. IPI. AUTOM\u00d3VEL. ISEN\u00c7\u00c3O. DEFICI\u00caNCIA F\u00cdSICA. LAUDO. LEI 8.989/95. Laudo oficial (emitido em conformidade com a legisla\u00e7\u00e3o e assinado por m\u00e9dicos especialistas), que refere expressamente a exist\u00eancia dos requisitos da Lei n\u00ba 8.989/95, da Lei n\u00ba 7.853/89 e do Decreto n\u00ba 3.298/99, \u00e9 prova suficiente para a concess\u00e3o da isen\u00e7\u00e3o. (TRF4 5000717-75.2015.404.7202, PRIMEIRA TURMA, Relator AMAURY CHAVES DE ATHAYDE, juntado aos autos em 29/07/2016).\nEMENTA: TRIBUT\u00c1RIO. MANDADO DE SEGURAN\u00c7A. IPI. ISEN\u00c7\u00c3O. AQUISI\u00c7\u00c3O DE VE\u00cdCULO. PORTADOR DE DEFICI\u00caNCIA F\u00cdSICA. LEI N\u00ba 8.989/95. PREENCHIMENTO DOS REQUISITOS. LAUDO EMITIDO NO \u00c2MBITO DE SECRETARIA MUNICIPAL DE SA\u00daDE. VALIDADE. A isen\u00e7\u00e3o do IPI prevista no art. 1\u00ba da Lei n\u00ba 8.989/95 deve ser concedida \u00e0 parte impetrante, por ter sido comprovada, mediante laudo m\u00e9dico, a sua incapacidade para dirigir ve\u00edculo comum. (TRF4 5000920-06.2016.404.7201, SEGUNDA TURMA, Relator CL\u00c1UDIA MARIA DADICO, juntado aos autos em 25/05/2016).\nTRIBUT\u00c1RIO. MANDADO DE SEGURAN\u00c7A. IPI. ISEN\u00c7\u00c3O. AQUISI\u00c7\u00c3O DE VE\u00cdCULO. PORTADOR DE DEFICI\u00caNCIA F\u00cdSICA. LEI N\u00ba 8.989/95.\n\n\fPREENCHIMENTO DOS REQUISITOS. LAUDO EMITIDO POR HOSPITAL DA REDE P\u00daBLICA DE SA\u00daDE.VALIDADE. 1. A Lei n\u00ba 8.989/95, com reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n\u00ba 10.690/03, prev\u00ea a isen\u00e7\u00e3o do Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI, na aquisi\u00e7\u00e3o de autom\u00f3veis por pessoas portadoras de defici\u00eancia f\u00edsica, visual, mental severa ou profunda, ou autistas, diretamente ou por interm\u00e9dio de seu representante legal. 2. A comprova\u00e7\u00e3o da defici\u00eancia poder\u00e1 ser feita por meio de laudo de avalia\u00e7\u00e3o emitido por prestador de servi\u00e7o p\u00fablico de sa\u00fade; ou emitido por servi\u00e7o privado de sa\u00fade, contratado ou conveniado, que integre o Sistema \u00danico de Sa\u00fade (SUS). Mantida no caso a senten\u00e7a concessiva da seguran\u00e7a. 3. Hip\u00f3tese em que a impetrante trouxe Laudo de Avalia\u00e7\u00e3o emitido por Hospital Municipal, firmado por m\u00e9dico atendente da rede p\u00fablica de sa\u00fade, demonstrando que ela \u00e9 portadora de defici\u00eancia incapacitante (doen\u00e7a degenerativa cerebral). Referido documento \u00e9 prova h\u00e1bil \u00e0 concess\u00e3o da pretendida isen\u00e7\u00e3o e est\u00e1 dentro dos par\u00e2metros previstos na legisla\u00e7\u00e3o. Faz jus a impetrante \u00e0 isen\u00e7\u00e3o do IPI na aquisi\u00e7\u00e3o de ve\u00edculo automotor. (TRF4, APELA\u00c7\u00c3O/REEXAME NECESS\u00c1RIO N\u00ba 5003867-72.2012.404.7201, 2\u00aa TURMA, Des. Federal LUCIANE AMARAL CORR\u00caA M\u00dcNCH, POR UNANIMIDADE, JUNTADO AOS AUTOS EM 14/11/2012).\nCOMPROVA\u00c7\u00c3O DOS DEMAIS REQUISITOS LEGAIS\nEstabelece ainda a Instru\u00e7\u00e3o Normativa n.\u00ba 1.769/2017:\nArt. 4\u00ba A isen\u00e7\u00e3o de que trata esta Instru\u00e7\u00e3o Normativa ser\u00e1 requerida eletronicamente por meio do Sistema de Concess\u00e3o Eletr\u00f4nica de Isen\u00e7\u00e3o de IPI/IOF (Sisen), dispon\u00edvel no s\u00edtio da Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB), na Internet.\n\u00a7 1\u00ba O acesso ao Sisen ser\u00e1 realizado mediante a utiliza\u00e7\u00e3o de certificados digitais v\u00e1lidos, emitidos por autoridades certificadoras integrantes da Infraestrutura de Chaves P\u00fablicas Brasileira (ICP-Brasil), ou por c\u00f3digo de acesso gerado no s\u00edtio da RFB na Internet.\n\u00a7 2\u00ba No ato do requerimento, a pessoa com defici\u00eancia ou o autista, diretamente ou por interm\u00e9dio do seu representante legal, prestar\u00e1 as informa\u00e7\u00f5es que lhe forem solicitadas pelo Sisen e declarar\u00e1, sob as penas da lei:\nI - para fins de isen\u00e7\u00e3o do IPI, que possui disponibilidade financeira ou patrimonial compat\u00edvel com o valor do ve\u00edculo a ser adquirido, nos termos do art. 5\u00ba da Lei n\u00ba 10.690, de 16 de junho de 2003, salvo se a aquisi\u00e7\u00e3o for feita mediante financiamento banc\u00e1rio; e\n\n\fII - que n\u00e3o h\u00e1 contra si impedimentos legais \u00e0 obten\u00e7\u00e3o de benef\u00edcios fiscais, em conformidade com o disposto nos incisos I, II e III do art. 12 da Lei n\u00ba 8429, de 2 de junho de 1992, no inciso II do art. 6\u00ba da Lei n\u00ba 10522, de 19 de julho de 2002, e no art. 10 da Lei n\u00ba 9605, de 12 de fevereiro de 1998.\n\u00a7 3\u00ba Dever\u00e3o ser anexadas ao requerimento, por meio do Sisen, c\u00f3pias digitalizadas:\nI - do laudo de avalia\u00e7\u00e3o emitido por prestador de servi\u00e7o p\u00fablico de sa\u00fade, por servi\u00e7o privado de sa\u00fade, contratado ou conveniado, que integre o Sistema \u00danico de Sa\u00fade (SUS), pelo Detran ou por suas cl\u00ednicas credenciadas, ou por interm\u00e9dio de servi\u00e7o social aut\u00f4nomo, sem fins lucrativos, criado por lei, caso n\u00e3o tenha sido emitido laudo de avalia\u00e7\u00e3o eletr\u00f4nico; e\nII - da certid\u00e3o de nascimento atualizada do benefici\u00e1rio, na qual esteja identificado o seu respons\u00e1vel legal, no caso de requerimento transmitido por tutor ou curador.\nConforme j\u00e1 explicado o pedido de isen\u00e7\u00e3o foi formulado por meio do Sisen, o qual impossibilitou a conclus\u00e3o do pedido, sob a refer\u00eancia de que para ter direito ao benef\u00edcio, o(a) requerente precisa ser titular de CNH com restri\u00e7\u00e3o compat\u00edvel com a defici\u00eancia indicada.\nO Sisen implantado pela Receita Federal do Brasil \u00e9 composto de fases, sendo a fase 1 \u2013 DADOS DO REQUERENTE; fase 2 REQUERIMENTO onde o(a) impetrante preenche com dados pessoais e lista os condutores habilitados; fase 3 \u2013 LAUDO M\u00c9DICO com a identifica\u00e7\u00e3o do tipo de defici\u00eancia onde \u00e9 anexado o laudo m\u00e9dico comprovando a defici\u00eancia; e nesta fase tamb\u00e9m \u00e9 feita a declara\u00e7\u00e3o de regularidade fiscal - contribui\u00e7\u00f5es e declara\u00e7\u00e3o de disponibilidade financeira ou patrimonial, onde mediante o preenchimento do campo espec\u00edfico o impetrante declara ter condi\u00e7\u00f5es para comprar o ve\u00edculo, n\u00e3o h\u00e1 necessidade de anexar qualquer comprovante f\u00edsico; fase 5- CONCLUS\u00c3O, onde a administra\u00e7\u00e3o tribut\u00e1ria defere ou n\u00e3o o pedido.\nPois bem, na fase 1 (DADOS DO REQUERENTE) o sistema nega o avan\u00e7o para a fase 2 (REQUERIMENTO) com o aviso de que \u201cPara ter direito ao benef\u00edcio pleiteado, o requerente precisa ter Carteira Nacional de habilita\u00e7\u00e3o com restri\u00e7\u00e3o compat\u00edvel com a defici\u00eancia indicada.\u201d impedindo que o(a) impetrante conclua seu pedido.\n\n\fEsclarece por oportuno que na forma do art. 4.\u00ba , \u00a7 2\u00ba da IN 1769/2017, no ato do requerimento, a pessoa com defici\u00eancia prestar\u00e1 as informa\u00e7\u00f5es que lhe forem solicitadas pelo Sisen e declarar\u00e1, sob as penas da lei, que possui disponibilidade financeira ou patrimonial compat\u00edvel com o valor do ve\u00edculo a ser adquirido (salvo se a aquisi\u00e7\u00e3o for feita mediante financiamento banc\u00e1rio) e que n\u00e3o h\u00e1 contra si impedimentos legais \u00e0 obten\u00e7\u00e3o de benef\u00edcios fiscais.\nAinda no \u00a7 3\u00ba do mesmo artigo estabelece que dever\u00e1 ser anexada ao requerimento, por meio do Sisen, c\u00f3pias digitalizadas do laudo de avalia\u00e7\u00e3o emitido por prestador de servi\u00e7o p\u00fablico de sa\u00fade, por servi\u00e7o privado de sa\u00fade, contratado ou conveniado, que integre o Sistema \u00danico de Sa\u00fade (SUS).\nA parte impetrante n\u00e3o tem como chegar \u00e0s outras fases, tais como anexar laudo m\u00e9dico, fazer a declara\u00e7\u00e3o de regularidade fiscal e a declara\u00e7\u00e3o de disponibilidade financeira ou patrimonial.\nComo j\u00e1 dito, o travamento do sistema ao exigir ilegalmente que a CNH da parte impetrante contenha restri\u00e7\u00f5es a comprovar sua defici\u00eancia f\u00edsica negou o avan\u00e7o da fase 1 (DADOS DO REQUERENTE) para a fase 2 (REQUERIMENTO) impedindo que a parte impetrante conclu\u00edsse seu pedido.\nO(A) impetrante exibe e possui o LAUDO M\u00c9DICO com a identifica\u00e7\u00e3o do tipo de defici\u00eancia comprovando a defici\u00eancia que foi anexado com o mandamus.\nQuanto a declara\u00e7\u00e3o de regularidade fiscal e declara\u00e7\u00e3o de disponibilidade financeira ou patrimonial, s\u00e3o feitas no SISEN, mediante o preenchimento do campo espec\u00edfico o(a) impetrante declara ter condi\u00e7\u00f5es para comprar o ve\u00edculo, n\u00e3o h\u00e1 necessidade de anexar qualquer comprovante f\u00edsico.\nRepita-se mediante o preenchimento do campo espec\u00edfico o(a) impetrante declara ter condi\u00e7\u00f5es para comprar o ve\u00edculo, n\u00e3o h\u00e1 necessidade de anexar qualquer comprovante f\u00edsico, n\u00e3o h\u00e1 necessidade de comprovar documentalmente a capacidade financeira, apenas o laudo do exame m\u00e9dico, que o(a) impetrante possui, mas o sistema n\u00e3o possibilita a anexa\u00e7\u00e3o do documento.\n\n\fPor fim N\u00c3O \u00c9 EXIGIVEL a indica\u00e7\u00e3o de qual o ve\u00edculo o(a) impetrante pretende adquirir, pois a escolha do ve\u00edculo se d\u00e1 ap\u00f3s a concess\u00e3o do pedido com isen\u00e7\u00e3o de IPI, sendo permitida a aquisi\u00e7\u00e3o de autom\u00f3vel de passageiros ou ve\u00edculo de uso misto, de fabrica\u00e7\u00e3o nacional, classificado na posi\u00e7\u00e3o 87.03 da Tabela de Incid\u00eancia do Imposto sobre Produtos Industrializados (TIPI), nos termos da Lei n\u00ba 8.989, de 24 de fevereiro de 1995.\n\nOu seja, n\u00e3o h\u00e1 necessidade pr\u00e9via de indicar qual carro ir\u00e1 adquirir pois h\u00e1 uma lista classificada na posi\u00e7\u00e3o 87.03 da Tabela de Incid\u00eancia do Imposto sobre Produtos Industrializados (TIPI).\n\nPortanto, esclarecida a sistem\u00e1tica do requerimento do benef\u00edcio de isen\u00e7\u00e3o de IPI com a implanta\u00e7\u00e3o do Sisen, a Receita Federal do Brasil impede de forma ilegal que a parte impetrante conclua seu pedido, exigindo requisito que n\u00e3o est\u00e1 na Lei na Lei n\u00ba 8.989, de 1995, e nos arts. 3\u00ba e 4\u00ba do Decreto n\u00ba 3.298, de 20 de dezembro de 1999.\n\nAssim, ante o que disp\u00f5e a Lei 8.989/95 e a Instru\u00e7\u00e3o Normativa 1.769/2017, com a documenta\u00e7\u00e3o que instrui o presente mandamus e a negativa administrativa em possibilitar a parte impetrante conclua seu requerimento, com o bloqueio do sistema, impossibilitando de sequer recorrer administrativamente, requer a concess\u00e3o judicial de ordem para que a autoridade coatora conceda o benef\u00edcio da isen\u00e7\u00e3o de IPI para compra de ve\u00edculo automotor.\n\nPEDIDOS\n\nAnte o exposto, pleiteia-se:\n\n(a)\n\nrequer a CONCESS\u00c3O JUDICIAL DE ORDEM PARA QUE\n\nA AUTORIDADE COATORA CONCEDA O BENEF\u00cdCIO DA ISEN\u00c7\u00c3O DE IPI\n\npara compra de ve\u00edculo automotor; OU ALTERNATIVAMENTE , CONCEDA\n\nPARCIALMENTE A SEGURAN\u00c7A, PARA AFASTAR A EXIG\u00caNCIA\n\nADMINISTRATIVA DE APRESENTA\u00c7\u00c3O DE CARTEIRA NACIONAL DE\n\nHABILITA\u00c7\u00c3O - CNH, COM PR\u00c9VIA ANOTA\u00c7\u00c3O DE RESTRI\u00c7\u00c3O, para fins de\n\nan\u00e1lise do pedido de isen\u00e7\u00e3o de IPI na aquisi\u00e7\u00e3o de autom\u00f3vel de passageiro\n\nde fabrica\u00e7\u00e3o nacional, nos termos do art. 1\u00ba da lei n\u00ba 8.989/95.\n\n\f(b)\n\na notifica\u00e7\u00e3o da autoridade coatora, na forma do inciso I do\n\nart. 7\u00ba da Lei n\u00ba 12.016/09.\n\nAtribui-se \u00e0 causa o valor de R$ 9.100,00 (nove mil e cem reais), meramente para efeitos fiscais.\nNestes termos, Pede deferimento.\nCaxias do Sul, 14/08/2018.\n\np.p. CARLOS F.M. DE OLIVEIRA OAB/RS 35.339\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 2 (Solon) - IdDocumentoCompleto: 5004198-50.2018.4.04.7005-701526856163433500032520364509", "text": "EXCELENT\u00cdSSIMO(A) SENHOR(A) JUIZ(A) FEDERAL DE UMA DAS VARAS FEDERAIS DA SUBSE\u00c7\u00c3O JUDICI\u00c1RIA DE CASCAVEL \u2013 SE\u00c7\u00c3O DO PARAN\u00c1\nRICARDO LUIZ AMARENTE ZILIO, brasileiro, solteiro, arquiteto, portador do RG n\u00ba 9135077-7 SESP/PR, CPF n\u00ba 065.544.499-81, residente e domiciliado na Rua Itapua, 804, ap. 401,, Pato Branco/PR, CEP 85501-298, por meio da advogada subscritora, vem perante Vossa Excel\u00eancia impetrar\nMANDADO DE SEGURAN\u00c7A COM PEDIDO LIMINAR Em face do auditor-fiscal chefe da Delegacia da Receita Federal do\nBrasil em Cascavel, com endere\u00e7o na Rua Rio Grande do Sul, 1289, Cascavel/PR, CEP 85801-901, conforme segue:\n1\n\n\f1) RELAT\u00d3RIO O impetrante, portador de defici\u00eancia f\u00edsica, buscou a isen\u00e7\u00e3o do imposto sobre produtos industrializados \u2013 IPI, na aquisi\u00e7\u00e3o de autom\u00f3vel, conforme Lei n\u00ba 8.989/1995, regulamentada pela Instru\u00e7\u00e3o Normativa n\u00ba 1.769/2017 da Receita Federal do Brasil - RFB. Ap\u00f3s o preenchimento de todos os requisitos legais, notadamente a confec\u00e7\u00e3o de laudo m\u00e9dico de servi\u00e7o privado que integra o SUS, o impetrante tentou realizar o requerimento atrav\u00e9s do sistema online, denominado SISEN, no website da Receita Federal, o qual, a partir da vig\u00eancia da Instru\u00e7\u00e3o Normativa n\u00ba 1.769/2017 se tornou obrigat\u00f3rio. Ocorre que logo na 1\u00aa etapa do requerimento online, ao passar para 2\u00aa etapa, o sistema impede o impetrante de continuar, informando que: \u201cPara ter direito ao benef\u00edcio pleiteado, o requerente precisa ter Carteira Nacional de Habilita\u00e7\u00e3o com restri\u00e7\u00e3o compat\u00edvel com a defici\u00eancia indicada.\u201d (comprovante anexo) Como se demonstrar\u00e1 abaixo, trata-se de uma restri\u00e7\u00e3o totalmente ilegal e desprovida de fundamenta\u00e7\u00e3o. O sistema sequer possibilita o protocolo do requerimento administrativo para que a autoridade competente, auditor-fiscal, pudesse, de forma fundamentada, indeferir o pedido. \u00c9 necess\u00e1rio esclarecer que a RFB n\u00e3o realiza agendamento de atendimento para servi\u00e7os que s\u00e3o prestados online, como o in tela. Al\u00e9m disso, \u00e9 cr\u00edvel que mesmo que superado tal \u00f3bice imposto pelo sistema, o auditor da receita-federal competente rejeitaria o requerimento do autor, baseado na mesma exig\u00eancia ilegal do sistema. \u00c9 a s\u00edntese do essencial. 2) DO ATO COATOR - DA AUTORIDADE COATORA E DA COMPET\u00caNCIA Nos termos do art. 1\u00ba da Lei n\u00ba 12.016/2009:\n2\n\n\f\u201cArt. 1\u00ba Conceder-se-\u00e1 mandado de seguran\u00e7a para proteger direito l\u00edquido e certo, n\u00e3o amparado por habeas corpus ou habeas data, sempre que, ilegalmente ou com abuso de poder, qualquer pessoa f\u00edsica ou jur\u00eddica sofrer viola\u00e7\u00e3o ou houver justo receio de sofr\u00ea-la por parte de autoridade, seja de que categoria for e sejam quais forem as fun\u00e7\u00f5es que exer\u00e7a.\u201d O impetrante entende que, no caso concreto, existem duas situa\u00e7\u00f5es distintas, h\u00e1beis de controle pelo mandado de seguran\u00e7a. O primeiro, consiste na viola\u00e7\u00e3o ao direito l\u00edquido e certo do impetrante em realizar o protocolo do seu pedido de isen\u00e7\u00e3o, devido a exig\u00eancia imposta ilegalmente e sem fundamenta\u00e7\u00e3o pelo sistema. O segundo, consiste no justo receio de que, mesmo realizado o protocolo do requerimento, o auditor-fiscal da RFB competente indefira o pedido, sob a mesma exig\u00eancia ilegal do sistema de que o autor apresente Carteira Nacional de Habilita\u00e7\u00e3o com restri\u00e7\u00e3o veicular compat\u00edvel com a defici\u00eancia f\u00edsica apresentada. No tocante a autoridade coatora e a compet\u00eancia temos que o art. 6\u00ba da Instru\u00e7\u00e3o Normativa n\u00ba 1.769/2017 disp\u00f5e que: \u201cArt. 6\u00ba A decis\u00e3o que reconhece o direito \u00e0 isen\u00e7\u00e3o de que trata esta Instru\u00e7\u00e3o Normativa ser\u00e1 proferida pelo Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil em despacho decis\u00f3rio emitido eletronicamente pelo Sisen.\u201d Como o impetrante reside em Pato Branco/PR, cidade sob jurisdi\u00e7\u00e3o da Delegacia da Receita Federal do Brasil em Cascavel/PR, temos que a autoridade coatora seria auditor-fiscal lotado nesta unidade.\n3) DO DIREITO L\u00cdQUIDO E CERTO 3.1) DO DIREITO DE PETI\u00c7\u00c3O E DE FUNDAMENTA\u00c7\u00c3O DE REQUERIMENTO ADMINISTRATIVO\n3\n\n\fAntes de mais nada, conv\u00e9m ressaltar que qualquer aprecia\u00e7\u00e3o a respeito da exist\u00eancia de requisito/pressupostos de um pedido, somente pode ser analisado pela pessoa com compet\u00eancia/atribui\u00e7\u00e3o, prevista em lei.\nNesse sentido, \u00e9 evidente que o sistema SISEN da RFB n\u00e3o poderia barrar o simples protocolo de um requerimento administrativo, sem que houvesse decis\u00e3o da autoridade administrativa competente.\nO art. 5\u00ba, inc. XXXIV, da CF assegura a todos o direito de peti\u00e7\u00e3o e da obten\u00e7\u00e3o de certid\u00f5es.\nO art. 3\u00ba, inc. III, da Lei n\u00ba 9.784/99 disp\u00f5e ser direito do administrado: \u201cIII - formular alega\u00e7\u00f5es e apresentar documentos antes da decis\u00e3o, os quais ser\u00e3o objeto de considera\u00e7\u00e3o pelo \u00f3rg\u00e3o competente; \u201d\nMais especificamente quanto ao requerimento administrativo, o par\u00e1grafo \u00fanico do art. 6\u00ba da supracitada lei enuncia que \u201c\u00c9 vedada \u00e0 Administra\u00e7\u00e3o a recusa imotivada de recebimento de documentos, devendo o servidor orientar o interessado quanto ao suprimento de eventuais falhas.\u201d\nMas n\u00e3o \u00e9 s\u00f3. A exig\u00eancia criada pelo sistema \u00e9 desprovida de fundamenta\u00e7\u00e3o.\nO inc. VII, do par\u00e1grafo \u00fanico do art. 2\u00ba da Lei n\u00ba 9.784/99 prev\u00ea como direito do administrado: \u201cVII - indica\u00e7\u00e3o dos pressupostos de fato e de direito que determinarem a decis\u00e3o;\u201d\nJ\u00e1 o art. 50 da Lei n\u00ba 9.784/99 indica: \u201cArt. 50. Os atos administrativos dever\u00e3o ser motivados, com indica\u00e7\u00e3o dos fatos e dos fundamentos jur\u00eddicos, quando: I neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses;\u201d\nPortanto da viola\u00e7\u00e3o a direito l\u00edquido e certo do impetrante \u00e9 evidente. 3.2) DA ILEGALIDADE DA EXIG\u00caNCIA DE APRESENTA\u00c7\u00c3O DE CARTEIRA NACIONAL DE HABILITA\u00c7\u00c3O COM RESTRI\u00c7\u00c3O VEICULAR COMPAT\u00cdVEL\n4\n\n\fCOM A DEFICI\u00caNCIA F\u00cdSICA APRESENTADA NO REQUERIMENTO PARA ISEN\u00c7\u00c3O DE IPI VEICULAR\nComo ser\u00e1 demonstrando a exig\u00eancia de Carteira Nacional de Habilita\u00e7\u00e3o com restri\u00e7\u00e3o veicular (Adapta\u00e7\u00e3o) trata-se de requisito ilegal para fins de concess\u00e3o de IPI para compra de ve\u00edculo.\nCom rela\u00e7\u00e3o aos requisitos legais para concess\u00e3o de isen\u00e7\u00e3o de IPI para compra de ve\u00edculo, por pessoa portadora de defici\u00eancia f\u00edsica, a Lei n\u00ba 8.989/95 disp\u00f5e que:\n\u201cArt. 1\u00ba Ficam isentos do Imposto Sobre Produtos Industrializados \u2013 IPI os autom\u00f3veis de passageiros de fabrica\u00e7\u00e3o nacional, equipados com motor de cilindrada n\u00e3o superior a dois mil cent\u00edmetros c\u00fabicos, de no m\u00ednimo quatro portas inclusive a de acesso ao bagageiro, movidos a combust\u00edveis de origem renov\u00e1vel ou sistema revers\u00edvel de combust\u00e3o, quando adquiridos por: [...] IV \u2013 pessoas portadoras de defici\u00eancia f\u00edsica, visual, mental severa ou profunda, ou autistas, diretamente ou por interm\u00e9dio de seu representante legal; \u00a7 1\u00ba Para a concess\u00e3o do benef\u00edcio previsto no art. 1\u00ba \u00e9 considerada tamb\u00e9m pessoa portadora de defici\u00eancia f\u00edsica aquela que apresenta altera\u00e7\u00e3o completa ou parcial de um ou mais segmentos do corpo humano, acarretando o comprometimento da fun\u00e7\u00e3o f\u00edsica, apresentando-se sob a forma de paraplegia, paraparesia, monoplegia, monoparesia, tetraplegia, tetraparesia, triplegia, triparesia, hemiplegia, hemiparesia, amputa\u00e7\u00e3o ou aus\u00eancia de membro, paralisia cerebral, membros com deformidade cong\u00eanita ou adquirida, exceto as deformidades est\u00e9ticas e as que n\u00e3o produzam dificuldades para o desempenho de fun\u00e7\u00f5es.\n5\n\n\f\u00a7 6\u00ba A exig\u00eancia para aquisi\u00e7\u00e3o de autom\u00f3veis equipados com motor de cilindrada n\u00e3o superior a dois mil cent\u00edmetros c\u00fabicos, de no m\u00ednimo quatro portas, inclusive a de acesso ao bagageiro, movidos a combust\u00edveis de origem renov\u00e1vel ou sistema revers\u00edvel de combust\u00e3o n\u00e3o se aplica aos portadores de defici\u00eancia de que trata o inciso IV do caput deste artigo.\u201d\nJ\u00e1 a Instru\u00e7\u00e3o Normativa n\u00ba 1.769/2017 da Receita Federal consigna que:\n\u201cArt. 2\u00ba Podem exercer o direito \u00e0 isen\u00e7\u00e3o de IPI de que trata esta Instru\u00e7\u00e3o Normativa as pessoas com defici\u00eancia f\u00edsica, visual, mental severa ou profunda, ou autistas, ainda que menores de 18 (dezoito) anos, diretamente ou por interm\u00e9dio do seu representante legal.\n\u00a7 1\u00ba Para a verifica\u00e7\u00e3o da condi\u00e7\u00e3o de pessoa com defici\u00eancia f\u00edsica e visual, dever\u00e1 ser observado:\nI - no caso de defici\u00eancia f\u00edsica, o disposto no art. 1\u00ba da Lei n\u00ba 8.989, de 1995, e nos arts. 3\u00ba e 4\u00ba do Decreto n\u00ba 3.298, de 20 de dezembro de 1999; e\nII - no caso de defici\u00eancia visual, o disposto no \u00a7 2\u00ba do art. 1\u00ba da Lei n\u00ba 8.989, de 1995.\n\u00a7 2\u00ba A condi\u00e7\u00e3o de pessoa com defici\u00eancia mental severa ou profunda, ou a condi\u00e7\u00e3o de autista, ser\u00e1 atestada em conformidade com o disposto na Portaria Interministerial SEDH/MS n\u00ba 2, de 21 de novembro de 2003.\u201d\nO art. 4\u00ba da referida instru\u00e7\u00e3o normativa disp\u00f5e a respeito do requerimento do benef\u00edcio, indicando que:\n\u201cArt. 4\u00ba A isen\u00e7\u00e3o de que trata esta Instru\u00e7\u00e3o Normativa ser\u00e1 requerida eletronicamente por meio do Sistema de Concess\u00e3o Eletr\u00f4nica de Isen\u00e7\u00e3o de IPI/IOF (Sisen), dispon\u00edvel no s\u00edtio da Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB), na Internet.\n6\n\n\f\u00a7 1\u00ba O acesso ao Sisen ser\u00e1 realizado mediante a utiliza\u00e7\u00e3o de certificados digitais v\u00e1lidos, emitidos por autoridades certificadoras integrantes da Infraestrutura de Chaves P\u00fablicas Brasileira (ICPBrasil), ou por c\u00f3digo de acesso gerado no s\u00edtio da RFB na Internet. \u00a7 2\u00ba No ato do requerimento, a pessoa com defici\u00eancia ou o autista, diretamente ou por interm\u00e9dio do seu representante legal, prestar\u00e1 as informa\u00e7\u00f5es que lhe forem solicitadas pelo Sisen e declarar\u00e1, sob as penas da lei: I - para fins de isen\u00e7\u00e3o do IPI, que possui disponibilidade financeira ou patrimonial compat\u00edvel com o valor do ve\u00edculo a ser adquirido, nos termos do art. 5\u00ba da Lei n\u00ba 10.690, de 16 de junho de 2003, salvo se a aquisi\u00e7\u00e3o for feita mediante financiamento banc\u00e1rio; e II - que n\u00e3o h\u00e1 contra si impedimentos legais \u00e0 obten\u00e7\u00e3o de benef\u00edcios fiscais, em conformidade com o disposto nos incisos I, II e III do art. 12 da Lei n\u00ba 8429, de 2 de junho de 1992, no inciso II do art. 6\u00ba da Lei n\u00ba 10522, de 19 de julho de 2002, e no art. 10 da Lei n\u00ba 9605, de 12 de fevereiro de 1998. \u00a7 3\u00ba Dever\u00e3o ser anexadas ao requerimento, por meio do Sisen, c\u00f3pias digitalizadas: I - do laudo de avalia\u00e7\u00e3o emitido por prestador de servi\u00e7o p\u00fablico de sa\u00fade, por servi\u00e7o privado de sa\u00fade, contratado ou conveniado, que integre o Sistema \u00danico de Sa\u00fade (SUS), pelo Detran ou por suas cl\u00ednicas credenciadas, ou por interm\u00e9dio de servi\u00e7o social aut\u00f4nomo, sem fins lucrativos, criado por lei, caso n\u00e3o tenha sido emitido laudo de avalia\u00e7\u00e3o eletr\u00f4nico; e II - da certid\u00e3o de nascimento atualizada do benefici\u00e1rio, na qual esteja identificado o seu respons\u00e1vel legal, no caso de requerimento transmitido por tutor ou curador.\n7\n\n\f\u00a7 4\u00ba A situa\u00e7\u00e3o de regularidade fiscal do interessado quanto \u00e0 contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria, quando este for contribuinte individual segurado do Regime Geral de Previd\u00eancia Social, poder\u00e1 ser objeto de declara\u00e7\u00e3o prestada nos termos do par\u00e1grafo \u00fanico do art. 3\u00ba do Decreto n\u00ba 9.094, de 17 de julho de 2017.\u201d Facilmente se percebe que os requisitos para concess\u00e3o do benef\u00edcio, no caso em que se enquadra o impetrante, s\u00e3o: a) ser portador de defici\u00eancia f\u00edsica que apresente altera\u00e7\u00e3o parcial de um segmento do corpo humano, acarretando comprometimento da fun\u00e7\u00e3o f\u00edsica, apresentando-se sob a forma de monoparesia e membro com deformidade adquirida (requisito previsto no \u00a71\u00ba do art. 1\u00ba da Lei n\u00ba 8.989/95 e no \u00a71\u00ba do art. 2\u00ba da IN n\u00ba 1.769/2017 da RFB), que deve ser confirmado por laudo m\u00e9dico lavrado por prestador de servi\u00e7o p\u00fablico de sa\u00fade, por servi\u00e7o privado de sa\u00fade, contratado ou conveniado, que integre o Sistema \u00danico de Sa\u00fade (SUS), pelo Detran ou por suas cl\u00ednicas credenciadas, ou por interm\u00e9dio de servi\u00e7o social aut\u00f4nomo, sem fins lucrativos, criado por lei, ; b) possuir disponibilidade financeira ou patrimonial compat\u00edvel com o valor do ve\u00edculo a ser adquirido (art. 5\u00ba da Lei n\u00ba 10.690/2003 e inc. I, do \u00a72\u00ba do art. 4\u00ba da IN n\u00ba 1.769/2017 da RFB), atrav\u00e9s de declara\u00e7\u00e3o a ser preenchida eletronicamente no SISEN. Deste modo, conclui-se que n\u00e3o h\u00e1, para fins de isen\u00e7\u00e3o de IPI, necessidade de se obter CNH com restri\u00e7\u00e3o veicular em raz\u00e3o da defici\u00eancia.\n\u00c9 perfeitamente poss\u00edvel, como no caso dos autos, que o benefici\u00e1rio possua defici\u00eancia f\u00edsica que apresente altera\u00e7\u00e3o parcial de um membro, acarretando em comprometimento de fun\u00e7\u00e3o f\u00edsica, sem que seja necess\u00e1ria uma adapta\u00e7\u00e3o no ve\u00edculo atrav\u00e9s da restri\u00e7\u00e3o na CNH.\n\u00c9 necess\u00e1rio ressaltar que n\u00e3o h\u00e1 qualquer dispositivo legal exigindo que o benefici\u00e1rio seja portador de defici\u00eancia f\u00edsica e, ao mesmo tempo, necessidade de adapta\u00e7\u00e3o no ve\u00edculo e restri\u00e7\u00e3o na CNH.\n8\n\n\fTanto assim o \u00e9 que, para fins de isen\u00e7\u00e3o de IOF, o art. 3\u00ba da IN n\u00ba 1.769/2017 da RFB estabelece: \u201cArt. 3\u00ba O direito \u00e0 isen\u00e7\u00e3o de IOF de que trata esta Instru\u00e7\u00e3o Normativa poder\u00e1 ser exercido por pessoa com defici\u00eancia f\u00edsica, nos termos do inciso I do \u00a7 1\u00ba do art. 2\u00ba, da qual decorra incapacidade total para dirigir autom\u00f3vel convencional atestada mediante laudo emitido pelo Departamento de Tr\u00e2nsito (Detran) do estado onde o requerente reside em car\u00e1ter permanente, o qual deve especificar as adapta\u00e7\u00f5es especiais que devem ser feitas no ve\u00edculo a fim de permitir sua condu\u00e7\u00e3o pela pessoa com a defici\u00eancia atestada.\u201d\nPortanto, apesar de tal restri\u00e7\u00e3o exigir, legalmente, trata-se de requisito para concess\u00e3o de isen\u00e7\u00e3o do IOF e n\u00e3o do IPI.\nDeste modo, temos que preenchido os requisitos legais, deve ser determinado ao auditor-fiscal da RFB que se abstenha de exigir tal requisito n\u00e3o previsto em ato normativo.\n4) CASU\u00cdSTICA\nRessalta-se que, recentemente, nos autos do Mandado de Seguran\u00e7a n\u00ba 5000678-82.2018.4.04.7005, o Ju\u00edzo da 1\u00aa Vara Federal da Subse\u00e7\u00e3o de Cascavel, em caso id\u00eantico, foi proferida senten\u00e7a concedendo a ordem a fim de permitir que a pessoa realizasse o protocolo de pedido de isen\u00e7\u00e3o de IPI, devendo a RFB se abster de exigir tal requisito (anexo).\n5) DA LIMINAR\nA liminar, em sede de mandado de seguran\u00e7a, tem expressa previs\u00e3o no art. 7\u00ba, inc. III, da Lei do 12.016/09, exigindo-se fundamento relevante e periculum in mora.\nNo caso dos autos, temos a presen\u00e7a dos pressupostos legais.\nO fundamento do impetrante \u00e9 relevante, uma vez que h\u00e1 n\u00edtida viola\u00e7\u00e3o ao direito de peti\u00e7\u00e3o, a obriga\u00e7\u00e3o de fundamentar as decis\u00f5es administrativas e, ainda, exig\u00eancia ilegal por parte da Receita Federal do Brasil.\n9\n\n\fCom rela\u00e7\u00e3o ao periculum in mora temos que caso n\u00e3o concedida a ordem, o impetrante ter\u00e1 que aguardar o desfecho do presente writ, para, somente, ap\u00f3s dar entrada no requerimento administrativo, que certamente, tamb\u00e9m, demorar\u00e1 para chegar a uma conclus\u00e3o. No mais, caso demore, \u00e9 poss\u00edvel que o impetrante tenha que realizar um novo laudo m\u00e9dico, por exig\u00eancia da RFB.\n\n5) CONCLUS\u00c3O\n\nAnte o exposto, requer-se:\n\na) a concess\u00e3o de liminar, sem oitiva da parte contr\u00e1ria, no sentido de que seja autorizado o requerimento administrativo do impetrante para fins de concess\u00e3o de isen\u00e7\u00e3o de IPI veicular, independente da exig\u00eancia de apresenta\u00e7\u00e3o de CNH com restri\u00e7\u00e3o veicular e/ou adapta\u00e7\u00e3o no ve\u00edculo, atrav\u00e9s da Ag\u00eancia da RFB em Pato Branco/PR, bem como que a autoridade coatora se abstenha de solicitar tal exig\u00eancia e/ou negar o requerimento administrativo com base nela;\n\nb) a notifica\u00e7\u00e3o da autoridade coatora para que apresente informa\u00e7\u00f5es;\n\nc) a intima\u00e7\u00e3o da Uni\u00e3o para que, querendo, ingresse no feito;\n\nd) seja encaminhado os autos ao MPF para parecer;\n\nliminar;\n\ne) a concess\u00e3o da ordem no sentido de que seja confirmada a medida\n\nf) a condena\u00e7\u00e3o da autoridade coatora nas custas processuais;\n\nD\u00e1-se a causa o valor de R$ 954,00, somente para fins fiscais.\n\nPato Branco/PR, 20 de Maio de 2018\n\nAndressa Ana Denez OAB/PR n\u00ba 89.117\n\n10\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 3 (Solon) - IdDocumentoCompleto: 5019482-83.2018.4.04.7107-711540576803979001291477384274", "text": "EXCELENT\u00cdSSIMO (A) SENHOR (A) JUIZ (\u00cdZA) FEDERAL DA ____ VARA FEDERAL DE CAXIAS DO SUL/RS\nTRAMITA\u00c7\u00c3O PREFERENCIAL PESSOA COM DEFICIENCIA\nMARISTELA DE MARCO VASSEUR, brasileira, casada, aposentada, Carteira de identidade n\u00ba 1018890581, inscrita no CPF sob n\u00ba 733.447.539-91, residente e domiciliada na Rua Olvavo Bilac, n\u00ba 165, apto: 901, bairro Cidade Alta, na cidade de Bento Gon\u00e7alves/RS, CEP: 95700-362, por sua procuradora in fine signat\u00e1ria, vem, respeitosamente \u00e0 presen\u00e7a de Vossa Excel\u00eancia, nos termos do artigo 5\u00ba inciso LXIX da Constitui\u00e7\u00e3o Federal de 1988 e da Lei n\u00ba 12.016 de 2009, impetrar o presente\nMANDADO DE SEGURAN\u00c7A COM PEDIDO DE ANTECIPA\u00c7\u00c3O DE TUTELA\nem face de ato ilegal resultante do abuso de autoridade praticado pelo ILMO(A). SENHOR(A) DELEGADO(A) DA RECEITA FEDERAL EM CAXIAS DO SUL/RS, lotado na Receita Federal do Brasil, que pode ser localizado na Receita Federal de Caxias do Sul/RS, situada \u00e0 Rua Desembargador Armando Azambuja, 150, Bairro Rio Branco, Caxias do Sul/RS, 95010-902, conforme raz\u00f5es de fato e de direito a seguir expostas.\nMichelon Advocacia Av. J\u00falio de Castilhos, n\u00ba 1614 \u2013 sala 08 Caxias do Sul/RS 54 3066 6113 Michelon.advocacia@outlook.com\n\n\fI \u2013 DOS FATOS\nA impetrante \u00e9 portadora de defici\u00eancia f\u00edsica caracterizada por Adenoma1 de Reto, sendo necess\u00e1ria cirurgia de Retossigmoidectomia2 em 26/05/2017, atualmente permanece em tratamento oncol\u00f3gico devido a complica\u00e7\u00f5es desta cirurgia. Foi necess\u00e1ria a retirada de parte do C\u00f3lon, o que causa aumento da frequ\u00eancia evacuat\u00f3ria.\nA Patologia est\u00e1 descrita no C\u00f3digo Internacional de Doen\u00e7as CID 10, com a seguinte nomenclatura:\nC 20 \u2013 Neoplasia Maligna do Reto\nA impetrante apresenta dificuldades para realizar troca de marchas do ve\u00edculo devido a dores na regi\u00e3o do C\u00f3lon (retirado de forma parcial), sendo recomendada a utiliza\u00e7\u00e3o de ve\u00edculo com c\u00e2mbio autom\u00e1tico e dire\u00e7\u00e3o el\u00e9trica/hidr\u00e1ulica.\nA defici\u00eancia est\u00e1 expressa no Laudo de Avalia\u00e7\u00e3o para Isen\u00e7\u00e3o de IPI (em anexo), na qual os m\u00e9dicos Dr. Daniel Francio, CRM 25974 \u2013 cl\u00ednico geral e pelo Dra. Alessandra Kaerher \u2013 oncologista, firmam o Laudo de Avalia\u00e7\u00e3o, emitido atrav\u00e9s da Secretaria de Sa\u00fade de Bento Gon\u00e7alves, CNPJ: 87.849.923/0001-09 onde conclu\u00edram que a impetrante \u00e9 portadora de defici\u00eancia f\u00edsica.\nAssim, como visto, resta caracterizada a defici\u00eancia f\u00edsica em raz\u00e3o de que a impetrante possui limita\u00e7\u00e3o f\u00edsica irrevers\u00edvel, conforme informa\u00e7\u00e3o extra\u00edda do laudo m\u00e9dico em anexo, afetando o tronco da Autora.\n1 \u00c9 um tipo de Neoplasia. 2 Retirada de um segmento do intestino grosso.\nMichelon Advocacia Av. J\u00falio de Castilhos, n\u00ba 1614 \u2013 sala 08 Caxias do Sul/RS 54 3066 6113 Michelon.advocacia@outlook.com\n\n\fA defici\u00eancia f\u00edsica acima descrita est\u00e1 classificada como Amputa\u00e7\u00e3o ou aus\u00eancia de membro (tal informa\u00e7\u00e3o consta no laudo emitido pelos m\u00e9dicos do SUS). Insta referir que a mol\u00e9stia consta no rol das defici\u00eancias f\u00edsicas elencadas no Decreto n\u00ba 3.298 de 1999, estando caracterizado o direito \u00e0 isen\u00e7\u00e3o fiscal relativa aos impostos federais (IPI e IOF), prevista na Lei n\u00ba 8.989 de 1995, e estaduais (ICMS e IPVA), constante na Lei Estadual do Rio Grande do Sul n\u00ba 13.320/2009.\nPor oportuno, o Decreto n\u00ba 3.298 de 1999 em seu art. 4\u00ba, determina quem \u00e9 considerado pessoa com defici\u00eancia:\nArt. 4o \u00c9 considerada pessoa portadora de defici\u00eancia a que se enquadra nas seguintes categorias:\nI - defici\u00eancia f\u00edsica - altera\u00e7\u00e3o completa ou parcial de um ou mais segmentos do corpo humano, acarretando o comprometimento da fun\u00e7\u00e3o f\u00edsica, apresentando-se sob a forma de paraplegia, paraparesia, monoplegia, monoparesia, tetraplegia, tetraparesia, triplegia, triparesia, hemiplegia, hemiparesia, ostomia, amputa\u00e7\u00e3o ou aus\u00eancia de membro, paralisia cerebral, nanismo, membros com deformidade cong\u00eanita ou adquirida, exceto as deformidades est\u00e9ticas e as que n\u00e3o produzam dificuldades para o desempenho de fun\u00e7\u00f5es;\nDeste modo, de posse do respectivo laudo m\u00e9dico de avalia\u00e7\u00e3o de defici\u00eancia f\u00edsica, a impetrante se dirigiu \u00e0 ag\u00eancia da Receita Federal, ocasi\u00e3o em que fora orientado de que o procedimento para requerimento de isen\u00e7\u00e3o fiscal para a compra de ve\u00edculo em raz\u00e3o da defici\u00eancia f\u00edsica deveria ocorrer exclusivamente atrav\u00e9s da instaura\u00e7\u00e3o do processo digital diretamente no site da Receita Federal3.\nTodavia, ao tentar realizar o procedimento, a impetrante foi impedida, isto porque, em que pese seja inequ\u00edvoco o seu direito \u00e0 isen\u00e7\u00e3o fiscal devido a estar a autora enquadrada no rol de deficientes f\u00edsicos, a autoridade coatora \u2013 Delegado(a) da Receita Federal -, por meio do SISEN, sistema\n3 1 Art. 4\u00ba A isen\u00e7\u00e3o de que trata esta Instru\u00e7\u00e3o Normativa ser\u00e1 requerida eletronicamente por meio do Sistema de Concess\u00e3o Eletr\u00f4nica de Isen\u00e7\u00e3o de IPI/IOF (Sisen), dispon\u00edvel no s\u00edtio da Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB), na Internet. (IN 1769 de 18/12/2017).\nMichelon Advocacia Av. J\u00falio de Castilhos, n\u00ba 1614 \u2013 sala 08 Caxias do Sul/RS 54 3066 6113 Michelon.advocacia@outlook.com\n\n\fautomatizado para controle de isen\u00e7\u00e3o de IPI e/ou IOF, obstaculizou que houvesse at\u00e9 mesmo o pleito da isen\u00e7\u00e3o \u00e0 ag\u00eancia fazend\u00e1ria.\nIsto porque, quando do preenchimento do cadastro inicial para realiza\u00e7\u00e3o do requerimento, o SISEN realiza uma checagem dos dados informados com \u00e0queles constantes junto ao DETRAN, de modo que, sem qualquer fundamento legal, passa a considerar imprescind\u00edvel a exist\u00eancia de averba\u00e7\u00e3o da restri\u00e7\u00e3o na Carteira Nacional de Habilita\u00e7\u00e3o, no caso de pedido de isen\u00e7\u00e3o de imposto por defici\u00eancia f\u00edsica (conforme imagem em anexo).\nAssim, sendo impedido de concluir sua solicita\u00e7\u00e3o, a impetrante solicitou maiores informa\u00e7\u00f5es \u00e0 unidade da Receita Federal de Bento Gon\u00e7alves, quando ent\u00e3o foi informada de que nada poderia ser feito, sen\u00e3o aguardar \u2018ajustes\u2019 no sistema e/ou altera\u00e7\u00e3o legislativa, sendo rejeitada a pretens\u00e3o de instaura\u00e7\u00e3o de processo administrativo por meio f\u00edsico ou ado\u00e7\u00e3o de qualquer outra medida que viabilizasse a efetiva instaura\u00e7\u00e3o do requerimento de isen\u00e7\u00e3o.\nRegistre-se, por oportuno, que a exig\u00eancia de inclus\u00e3o de restri\u00e7\u00e3o junto a CNH do requerente para obten\u00e7\u00e3o do benef\u00edcio de isen\u00e7\u00e3o de IPI n\u00e3o encontra qualquer respaldo na legisla\u00e7\u00e3o vigente, havendo assim, verdadeira afronta ao princ\u00edpio da legalidade, evidenciando, portanto, a ilegalidade praticada pela autoridade coatora.\nDe acordo com a Instru\u00e7\u00e3o Normativa RFB n\u00ba 1769/2017, singularmente o \u00a7 3\u00ba do seu artigo 4\u00ba, que estabelece justamente os documentos\nque devem ser imprescindivelmente anexados ao requerimento no SISEN, o laudo de avalia\u00e7\u00e3o m\u00e9dica deve ser emitido por prestador do servi\u00e7o p\u00fablico de sa\u00fade integrado ao Sistema \u00danico de Sa\u00fade\n(SUS) OU pelo DETRAN OU por interm\u00e9dio de servi\u00e7o social\naut\u00f4nomo. Nesse sentido, \u00e9 evidente que se tratam de obriga\u00e7\u00f5es\nalternativas. Ao usu\u00e1rio \u00e9 facultado apresentar um dos documentos elencados para comprovar a defici\u00eancia f\u00edsica que enseja o direito \u00e0 isen\u00e7\u00e3o fiscal. Michelon Advocacia Av. J\u00falio de Castilhos, n\u00ba 1614 \u2013 sala 08 Caxias do Sul/RS 54 3066 6113 Michelon.advocacia@outlook.com\n\n\fAssim, em que pese seja inequ\u00edvoco o direito da impetrante \u00e0 isen\u00e7\u00e3o fiscal, a autoridade coatora \u2013 Delegado(a) da Receita Federal -, por meio do SISEN, sistema automatizado para controle de isen\u00e7\u00e3o de IPI e/ou IOF, obstaculizou que houvesse at\u00e9 mesmo o pleito da isen\u00e7\u00e3o \u00e0 ag\u00eancia fazend\u00e1ria.\nDeste modo, considerando que a impetrante sequer conseguiu alimentar o sistema com todos os seus dados a fim de efetuar o pedido de isen\u00e7\u00e3o diante da sua defici\u00eancia, evidentemente teve seu direito claramente cerceado por uma automatiza\u00e7\u00e3o que n\u00e3o leva em conta os aspectos legais.\nII \u2013 DOS FUNDAMENTOS\nPrimeiramente, cumpre referir que a impetrante \u00e9 pessoa com defici\u00eancia, sendo que a mol\u00e9stia da qual a impetrante \u00e9 portadora (deformidade cong\u00eanita ou adquirida, sendo que tal deformidade n\u00e3o \u00e9 de origem est\u00e9tica e resulta em dificuldade para o desempenho das fun\u00e7\u00f5es do membro deformado) consta no rol previsto no Decreto n\u00ba 3.298 de 1999, vejase:\nArt. 4o \u00c9 considerada pessoa portadora de defici\u00eancia a que se enquadra nas seguintes categorias:\nI - defici\u00eancia f\u00edsica - altera\u00e7\u00e3o completa ou parcial de um ou mais segmentos do corpo humano, acarretando o comprometimento da fun\u00e7\u00e3o f\u00edsica, apresentando-se sob a forma de paraplegia, paraparesia, monoplegia, monoparesia, tetraplegia, tetraparesia, triplegia, triparesia, hemiplegia, hemiparesia, ostomia, amputa\u00e7\u00e3o ou aus\u00eancia de membro, paralisia cerebral, nanismo, membros com deformidade cong\u00eanita ou adquirida, exceto as deformidades est\u00e9ticas e as que n\u00e3o produzam dificuldades para o desempenho de fun\u00e7\u00f5es;\nAssim, considerando que a mol\u00e9stia consta no rol das defici\u00eancias f\u00edsicas, a impetrante faz jus \u00e0 isen\u00e7\u00e3o fiscal relativa aos impostos federais (IPI e IOF), prevista na Lei n\u00ba 8.989 de 1995, e estaduais (ICMS e IPVA),\nMichelon Advocacia Av. J\u00falio de Castilhos, n\u00ba 1614 \u2013 sala 08 Caxias do Sul/RS 54 3066 6113 Michelon.advocacia@outlook.com\n\n\fconstante na Lei Estadual do Rio Grande do Sul n\u00ba 13.320/2009. \u00c9 o que garante o artigo 1\u00ba, inciso IV da referida lei:\nArt. 1o Ficam isentos do Imposto Sobre Produtos Industrializados \u2013 IPI os autom\u00f3veis de passageiros de fabrica\u00e7\u00e3o nacional, equipados com motor de cilindrada n\u00e3o superior a dois mil cent\u00edmetros c\u00fabicos, de no m\u00ednimo quatro portas inclusive a de acesso ao bagageiro, movidos a combust\u00edveis de origem renov\u00e1vel ou sistema revers\u00edvel de combust\u00e3o, quando adquiridos por: (...) IV \u2013 pessoas portadoras de defici\u00eancia f\u00edsica, visual, mental severa ou profunda, ou autistas, diretamente ou por interm\u00e9dio de seu representante legal;\nN\u00e3o s\u00f3, o par\u00e1grafo primeiro detalha as defici\u00eancias a que se refere no inciso IV:\n\u00a7 1o Para a concess\u00e3o do benef\u00edcio previsto no art. 1o \u00e9 considerada tamb\u00e9m pessoa portadora de defici\u00eancia f\u00edsica aquela que apresenta altera\u00e7\u00e3o completa ou parcial de um ou mais segmentos do corpo humano, acarretando o comprometimento da fun\u00e7\u00e3o f\u00edsica, apresentando-se sob a forma de paraplegia, paraparesia, monoplegia, monoparesia, tetraplegia, tetraparesia, triplegia, triparesia, hemiplegia, hemiparesia, amputa\u00e7\u00e3o ou aus\u00eancia de membro, paralisia cerebral, membros com deformidade cong\u00eanita ou adquirida, exceto as deformidades est\u00e9ticas e as que n\u00e3o produzam dificuldades para o desempenho de fun\u00e7\u00f5es.\nCom rela\u00e7\u00e3o ao Mandado de Seguran\u00e7a, este \u00e9 instrumento consagrado constitucionalmente pelo artigo 5\u00ba, inciso LXIX, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal de 1988 \u2013 considerados os procedimentos para tramita\u00e7\u00e3o do mandamus constantes na Lei 12.016/2009 \u2013, para prote\u00e7\u00e3o de direitos evidentes que s\u00e3o tolhidos de alguma parte.\nArtigo 5\u00ba Todos s\u00e3o iguais perante a lei, sem distin\u00e7\u00e3o de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no Pa\u00eds a inviolabilidade do direito \u00e0 vida, \u00e0 liberdade, \u00e0 igualdade, \u00e0 seguran\u00e7a e \u00e0 propriedade, nos termos seguintes: LXIX - conceder-se-\u00e1 mandado de seguran\u00e7a para proteger direito l\u00edquido e certo, n\u00e3o amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o respons\u00e1vel pela ilegalidade ou abuso de\nMichelon Advocacia Av. J\u00falio de Castilhos, n\u00ba 1614 \u2013 sala 08 Caxias do Sul/RS 54 3066 6113 Michelon.advocacia@outlook.com\n\n\fpoder for autoridade p\u00fablica ou agente de pessoa jur\u00eddica no exerc\u00edcio de atribui\u00e7\u00f5es do Poder P\u00fablico;\nDestarte, \u00e9 inequ\u00edvoco o direito da impetrante \u00e0 isen\u00e7\u00e3o, ou, ao menos, o direito a realizar o requerimento de isen\u00e7\u00e3o, dado que, segundo os laudos m\u00e9dicos ora anexos, o tipo de defici\u00eancia consta no rol indicado pelo par\u00e1grafo primeiro do artigo.\nDe forma sensata e estreita aos par\u00e2metros legais, decide o Tribunal Regional Federal, cujo entendimento deve ser replicado no presente mandado de seguran\u00e7a:\nTRIBUT\u00c1RIO. MANDADO DE SEGURAN\u00c7A. IPI. ISEN\u00c7\u00c3O. AQUISI\u00c7\u00c3O DE VE\u00cdCULO. PESSOA COM DEFICI\u00caNCIA F\u00cdSICA. LEI N\u00ba 8.989/95. PREENCHIMENTO DOS REQUISITOS.\n1. A isen\u00e7\u00e3o do IPI prevista no art. 1\u00ba da Lei n\u00ba 8.989/95 deve ser concedida \u00e0 parte impetrante, por ter sido comprovada, mediante laudo m\u00e9dico, ser pessoa com defici\u00eancia f\u00edsica suscet\u00edvel \u00e0 concess\u00e3o do benef\u00edcio.\n2. A comprova\u00e7\u00e3o da defici\u00eancia poder\u00e1 ser feita atrav\u00e9s de laudo de avalia\u00e7\u00e3o emitido por prestador de servi\u00e7o p\u00fablico de sa\u00fade; ou emitido por servi\u00e7o privado de sa\u00fade, contratado ou conveniado, que integre o Sistema \u00danico de Sa\u00fade (SUS). (Apela\u00e7\u00e3o/Remessa Necess\u00e1ria n\u00ba 500534894.2017.4.04.7201/SC, Segunda Turma, Tribunal Regional Federal da 4\u00aa regi\u00e3o, Relatora: Luciane Amaral Corr\u00eaa M\u00fcnch, Julgado em 06/03/2018)\nCabe discutir a justificativa apresentada pela Receita Federal por meio do SISEN para impedir que os usu\u00e1rios prossigam com o preenchimento do requerimento. A informa\u00e7\u00e3o \u00e9 de que \u201cPara ter direito ao benef\u00edcio pleiteado, o requerente precisa ter Carteira Nacional de Habilita\u00e7\u00e3o com restri\u00e7\u00e3o compat\u00edvel com a defici\u00eancia indicada\u201d, contudo, o procedimento proposto pela Lei n\u00ba 8.989/1995 n\u00e3o vai ao encontro da orienta\u00e7\u00e3o do site.\nDe acordo com a Instru\u00e7\u00e3o Normativa RFB n\u00ba 1769/2017, singularmente o \u00a7 3\u00ba do seu artigo 4\u00ba, que estabelece justamente os documentos que devem ser imprescindivelmente anexados ao requerimento no SISEN, o laudo de avalia\u00e7\u00e3o m\u00e9dica deve ser emitido por prestador do servi\u00e7o p\u00fablico de\nMichelon Advocacia Av. J\u00falio de Castilhos, n\u00ba 1614 \u2013 sala 08 Caxias do Sul/RS 54 3066 6113 Michelon.advocacia@outlook.com\n\n\fsa\u00fade integrado ao Sistema \u00danico de Sa\u00fade (SUS), pelo DETRAN ou por interm\u00e9dio de servi\u00e7o social aut\u00f4nomo.\n\u00a7 3\u00ba Dever\u00e3o ser anexadas ao requerimento, por meio do Sisen, c\u00f3pias digitalizadas: I - do laudo de avalia\u00e7\u00e3o emitido por prestador de servi\u00e7o p\u00fablico de sa\u00fade, por servi\u00e7o privado de sa\u00fade, contratado ou conveniado, que integre o Sistema \u00danico de Sa\u00fade (SUS), pelo Detran ou por suas cl\u00ednicas credenciadas, ou por interm\u00e9dio de servi\u00e7o social aut\u00f4nomo, sem fins lucrativos, criado por lei, caso n\u00e3o tenha sido emitido laudo de avalia\u00e7\u00e3o eletr\u00f4nico;\nNesse sentido, \u00e9 evidente que se tratam de obriga\u00e7\u00f5es alternativas. Ao usu\u00e1rio \u00e9 facultado apresentar um dos documentos elencados para comprovar a defici\u00eancia f\u00edsica que enseja o direito \u00e0 isen\u00e7\u00e3o fiscal.\nRatificando a clareza da instru\u00e7\u00e3o normativa, o Tribunal Regional Federal da 4\u00aa Regi\u00e3o demonstra forte tend\u00eancia \u2013 se n\u00e3o pac\u00edfica \u2013 do modus decidendi com rela\u00e7\u00e3o \u00e0 necessidade de ter averbada na Carteira Nacional de Habilita\u00e7\u00e3o a restri\u00e7\u00e3o necess\u00e1ria, sen\u00e3o vejamos:\nTRIBUT\u00c1RIO. MANDADO DE SEGURAN\u00c7A. IPI. AUTOM\u00d3VEL. ISEN\u00c7\u00c3O. AQUISI\u00c7\u00c3O DE VE\u00cdCULO. PESSOA COM DEFICI\u00caNCIA F\u00cdSICA. LEI N\u00ba 8.989/95. REQUISITOS. LAUDO.\n1. O contribuinte \u00e9 pessoa com defici\u00eancia f\u00edsica, com limita\u00e7\u00e3o das suas fun\u00e7\u00f5es, e faz jus \u00e0 isen\u00e7\u00e3o do IPI na aquisi\u00e7\u00e3o de ve\u00edculo automotor.\n2. O laudo pericial emitido pelo DETRAN n\u00e3o \u00e9 o \u00fanico de prova h\u00e1bil a comprovar a defici\u00eancia f\u00edsica do contribuinte.\n3. A comprova\u00e7\u00e3o da defici\u00eancia poder\u00e1 ser feita atrav\u00e9s de laudo de avalia\u00e7\u00e3o emitido por prestador de servi\u00e7o p\u00fablico de sa\u00fade; ou emitido por servi\u00e7o privado de sa\u00fade, contratado ou conveniado, que integre o Sistema \u00danico de Sa\u00fade (SUS).\n(Apela\u00e7\u00e3o C\u00edvel n\u00ba 5005285-60.2017.4.04.7107/RS, Segunda Turma, Tribunal Regional Federal da 4\u00aa Regi\u00e3o, Relator: Alcides Vettorazzi, Julgado em 07/11/2017) (grifo nosso)\nTRIBUT\u00c1RIO. MANDADO DE SEGURAN\u00c7A. AQUISI\u00c7\u00c3O DE VE\u00cdCULO. IPI. ISEN\u00c7\u00c3O. LEI N\u00ba 8.989, DE 1995. PESSOAS COM DEFICI\u00caNCIA. EXIG\u00caNCIA DE NOVO LAUDO.\nMichelon Advocacia Av. J\u00falio de Castilhos, n\u00ba 1614 \u2013 sala 08 Caxias do Sul/RS 54 3066 6113 Michelon.advocacia@outlook.com\n\n\f1. A comprova\u00e7\u00e3o da defici\u00eancia poder\u00e1 ser feita atrav\u00e9s de laudo de avalia\u00e7\u00e3o emitido por prestador de servi\u00e7o p\u00fablico de sa\u00fade; ou emitido por servi\u00e7o privado de sa\u00fade, contratado ou conveniado, que integre o Sistema \u00danico de Sa\u00fade, sendo certo que a exig\u00eancia de novo laudo deve ser fundamentada.\n2. Demonstrado o preenchimento dos requisitos insertos no inciso IV do artigo 1\u00ba da Lei n. 8.989/95, deve ser mantida a senten\u00e7a que concedeu a seguran\u00e7a para reconhecer o direito da impetrante \u00e0 isen\u00e7\u00e3o do IPI na aquisi\u00e7\u00e3o de ve\u00edculo automotor.\n(Apela\u00e7\u00e3o/Remessa Necess\u00e1ria n\u00ba 5005657-09.2017.4.04.7107/RS, Primeira Turma, Tribunal Regional Federal da 4\u00aa regi\u00e3o, Relator: Roger Raupp Rios, Julgado em 21/02/2018) (grifo nosso)\nCumpre registrar que, ainda que se exija a realiza\u00e7\u00e3o de per\u00edcia junto ao Departamento M\u00e9dico do DETRAN, o procedimento n\u00e3o est\u00e1 em conformidade para todas as entidades, visto que os Centros de Forma\u00e7\u00e3o de Condutores (CFC) de Bento Gon\u00e7alves/RS (cidade em que a impetrante reside) apresentam forte resist\u00eancia aos encaminhamentos periciais. N\u00e3o s\u00f3, por vezes, por mais que a per\u00edcia m\u00e9dica conclua por atestar a necessidade de adapta\u00e7\u00f5es para condu\u00e7\u00e3o de ve\u00edculos automotores, omitem-se em averbar a restri\u00e7\u00e3o nos documentos \u2013 mesmo havendo uma grande diversidade de c\u00f3digos para averba\u00e7\u00e3o previstos no Anexo II da Resolu\u00e7\u00e3o n\u00ba 511/2014 do DENATRAN \u2013 por raz\u00e3o desconhecida.\nDe toda sorte, \u00e9 entendimento atualizado e harm\u00f4nico no Tribunal Regional Federal da 4\u00aa Regi\u00e3o que o laudo m\u00e9dico do DETRAN que n\u00e3o gera restri\u00e7\u00e3o na CNH n\u00e3o obsta o reconhecimento do direito da impetrante:\nTRIBUT\u00c1RIO. IPI. AUTOM\u00d3VEL. ISEN\u00c7\u00c3O. AQUISI\u00c7\u00c3O DE VE\u00cdCULO. DEFICIENTE F\u00cdSICO. LEI N\u00ba 8.989/95. REQUISITOS. LAUDO.\n1. Contribuinte portador de defici\u00eancia f\u00edsica, com limita\u00e7\u00e3o das suas fun\u00e7\u00f5es, faz jus \u00e0 isen\u00e7\u00e3o do IPI na aquisi\u00e7\u00e3o de ve\u00edculo automotor nos termos da Lei n\u00ba 8.989/1995.\n2. A Lei n\u00ba 8.989/1995 determina que o ve\u00edculo a ser adquirido seja de passageiros e de fabrica\u00e7\u00e3o nacional.\nMichelon Advocacia Av. J\u00falio de Castilhos, n\u00ba 1614 \u2013 sala 08 Caxias do Sul/RS 54 3066 6113 Michelon.advocacia@outlook.com\n\n\f3. N\u00e3o se exige que o ve\u00edculo seja adaptado para a condu\u00e7\u00e3o pelo portador da defici\u00eancia. Assim, o laudo emitido pelo DETRAN - no qual consta que o autor n\u00e3o necessita de ve\u00edculo adaptado - n\u00e3o afasta o direito \u00e0 isen\u00e7\u00e3o pretendida, mormente por se desconhecer a raz\u00e3o por que a junta m\u00e9dica do departamento de tr\u00e2nsito n\u00e3o considerou necess\u00e1ria a adapta\u00e7\u00e3o do ve\u00edculo.\n4. Ademais, o laudo pericial emitido pelo DETRAN n\u00e3o \u00e9 o \u00fanico de prova h\u00e1bil a comprovar a defici\u00eancia f\u00edsica do contribuinte.\n5. A comprova\u00e7\u00e3o da defici\u00eancia poder\u00e1 ser feita atrav\u00e9s de laudo de avalia\u00e7\u00e3o emitido por prestador de servi\u00e7o p\u00fablico de sa\u00fade; ou emitido por servi\u00e7o privado de sa\u00fade, contratado ou conveniado, que integre o Sistema \u00danico de Sa\u00fade (SUS).\n(Apela\u00e7\u00e3o C\u00edvel n\u00ba 5000224-61.2017.4.04.7127/RS, Segunda Turma, Tribunal Regional Federal da 4\u00aa regi\u00e3o, Relatora: Luciane Amaral Corr\u00eaa M\u00fcnch, Julgado em 24/10/2017)\nCaso haja a insurg\u00eancia de discuss\u00e3o acerca do car\u00e1ter das adapta\u00e7\u00f5es, antecipa-se, a t\u00edtulo de argumenta\u00e7\u00e3o, que mesmo a legisla\u00e7\u00e3o brasileira considera a dire\u00e7\u00e3o hidr\u00e1ulica e o c\u00e2mbio autom\u00e1tico poss\u00edveis adapta\u00e7\u00f5es a ve\u00edculos automotores, especialmente em casos de aquisi\u00e7\u00e3o por pessoas com defici\u00eancia.\n\u00c9 o que se pode verificar pelo texto do par\u00e1grafo \u00fanico do artigo 52 da Lei n\u00ba 13.146/2015 que institui o Estatuto da Pessoa com Defici\u00eancia.\nArt. 52. As locadoras de ve\u00edculos s\u00e3o obrigadas a oferecer 1 (um) ve\u00edculo adaptado para uso de pessoa com defici\u00eancia, a cada conjunto de 20 (vinte) ve\u00edculos de sua frota. Par\u00e1grafo \u00fanico. O ve\u00edculo adaptado dever\u00e1 ter, no m\u00ednimo, c\u00e2mbio autom\u00e1tico, dire\u00e7\u00e3o hidr\u00e1ulica, vidros el\u00e9tricos e comandos manuais de freio e de embreagem. (grifo nosso)\nQuer dizer, portanto, que a transmiss\u00e3o de c\u00e2mbio de forma autom\u00e1tica, a dire\u00e7\u00e3o hidr\u00e1ulica e vidros el\u00e9tricos s\u00e3o inequivocamente poss\u00edveis adapta\u00e7\u00f5es a ve\u00edculos automotores, mesmo que se tratem de caracter\u00edsticas comumente encontradas em ve\u00edculos direto de f\u00e1brica.\nOutrossim, impende abordar que a previs\u00e3o judicial de tratamento diferenciado \u00e0 pessoa portadora de defici\u00eancia f\u00edsica, especialmente por meio do reconhecimento do direito \u00e0 isen\u00e7\u00e3o do pagamento de tributos para\nMichelon Advocacia Av. J\u00falio de Castilhos, n\u00ba 1614 \u2013 sala 08 Caxias do Sul/RS 54 3066 6113 Michelon.advocacia@outlook.com\n\n\fa aquisi\u00e7\u00e3o de autom\u00f3veis, bem como na sua manuten\u00e7\u00e3o, possuem duas finalidades consagradas na Constitui\u00e7\u00e3o Federal de 1988: a promo\u00e7\u00e3o do direito \u00e0 liberdade e do princ\u00edpio constitucional da dignidade da pessoa humana.\nA Constitui\u00e7\u00e3o democr\u00e1tica, em seu artigo 5\u00ba, busca promover a igualdade universal das pessoas perante a lei, consideradas as suas diferen\u00e7as, raz\u00e3o pela qual n\u00e3o h\u00e1 qualquer raz\u00e3o que justifique o indeferimento da isen\u00e7\u00e3o requerida.\nA ratio legis do benef\u00edcio \u00e9 propiciar uma melhoria nas condi\u00e7\u00f5es de vida das pessoas portadoras de defici\u00eancia atrav\u00e9s de mecanismos que atenuem as dificuldades por elas encontradas; e, deste modo, promover a melhor e maior (re)integra\u00e7\u00e3o destas pessoas ao conv\u00edvio social e o pleno exerc\u00edcio da cidadania, por meio da facilita\u00e7\u00e3o da sua locomo\u00e7\u00e3o.\nPor vezes, quando acometida por uma doen\u00e7a que leva \u00e0 alguma restri\u00e7\u00e3o ou inabilidade, por conta de turbul\u00eancias psicol\u00f3gicas e/ou por estigma social, as pessoas se afastam do conv\u00edvio social e cidad\u00e3o, mesmo de sua fam\u00edlia, inclusive para a busca de tratamento.\nAdemais, estritamente no Direito Tribut\u00e1rio, o reconhecimento deste direito e, desta feita, a concess\u00e3o da isen\u00e7\u00e3o quanto aos tributos, \u00e9 vinculado ao preenchimento dos requisitos previstos nas normativas.\nIn casu, portanto, todos os pressupostos legais est\u00e3o preenchidos, de modo que a isen\u00e7\u00e3o fiscal relativa ao IPI e ao IOF s\u00e3o concess\u00f5es que se imp\u00f5em.\nDito isto, trata-se, no presente caso, de direito l\u00edquido e certo do qual a impetrante foi privada por conta de um sistema automatizado que n\u00e3o leva em conta a legisla\u00e7\u00e3o p\u00e1tria, inclusive instru\u00e7\u00f5es normativas e, ainda menos, as peculiaridades atinentes a cada caso.\nRefere-se, ademais, que a impetrante tamb\u00e9m faz jus \u00e0 isen\u00e7\u00e3o de impostos estaduais para aquisi\u00e7\u00e3o e manuten\u00e7\u00e3o de autom\u00f3vel \u2013 ICMS e IPVA \u2013, direito que \u00e9 reconhecido t\u00e3o somente mediante comprova\u00e7\u00e3o da concess\u00e3o de isen\u00e7\u00e3o do IPI.\nMichelon Advocacia Av. J\u00falio de Castilhos, n\u00ba 1614 \u2013 sala 08 Caxias do Sul/RS 54 3066 6113 Michelon.advocacia@outlook.com\n\n\fNesse sentido, ante os fatos alegados e amplamente ratificados de forma documental, a negativa em prosseguir com o requerimento de isen\u00e7\u00e3o fiscal com rela\u00e7\u00e3o ao IPI e IOF, que ensejou a impetra\u00e7\u00e3o do presente instrumento constitucional processual, consiste em verdadeira ilegalidade resultante do abuso de poder da Receita Federal.\nLogo, diante do entendimento jurisprudencial exposto, dos argumentos e fundamentos trazidos, \u00e9 que se pleiteia a seguran\u00e7a.\nIII \u2013 DA CONCESS\u00c3O DE TUTELA DE URG\u00caNCIA\nO C\u00f3digo de Processo Civil de 2015 tutela, a evid\u00eancia de direito corroborado documentalmente por meio do artigo 311, inciso II, por meio da possibilidade de decis\u00e3o em car\u00e1ter antecedente e, ainda, de forma liminar, por for\u00e7a do par\u00e1grafo \u00fanico.\n\u00c9 o que se v\u00ea no presente caso. Todos os fatos alegados tiveram consistente comprova\u00e7\u00e3o documental, al\u00e9m de se tratar de direito inquestion\u00e1vel ante \u00e0 baliza legal apresentada.\nIsto posto, todos os requisitos legais foram plenamente preenchidos e comprovados, de modo a conceder a seguran\u00e7a pretendida. Nesta esteira, clama-se que a medida antecipat\u00f3ria de tutela seja deferida, inaudita altera pars, para que a impetrante seja declarada isenta do pagamento de impostos federais para aquisi\u00e7\u00e3o de ve\u00edculo automotor \u2013 IPI e IOF. Dito isto, pleiteia-se a concess\u00e3o da seguran\u00e7a em car\u00e1ter antecedente e inaudita altera pars, a fim de que seja protegido o direito l\u00edquido e certo apresentado.\nN\u00e3o suficiente, ante a probabilidade do direito j\u00e1 apresentado e que \u00e9 pessoa com defici\u00eancia, n\u00e3o h\u00e1 raz\u00e3o para que o reconhecimento do direito \u00e0 isen\u00e7\u00e3o fiscal da impetrante seja concedido t\u00e3o somente com o completo curso do processo.\nPor se tratar de pessoa com defici\u00eancia, outrossim, pleiteia-se a tramita\u00e7\u00e3o preferencial dos autos.\nIsto posto, todos os requisitos legais foram plenamente preenchidos e comprovados, de modo a conceder a seguran\u00e7a pretendida. Michelon Advocacia Av. J\u00falio de Castilhos, n\u00ba 1614 \u2013 sala 08 Caxias do Sul/RS 54 3066 6113 Michelon.advocacia@outlook.com\n\n\fNesta esteira, clama-se que a medida antecipat\u00f3ria de tutela de evid\u00eancia seja deferida, inaudita altera pars, para que a impetrante seja declarada isenta do pagamento de impostos federais para aquisi\u00e7\u00e3o de ve\u00edculo automotor \u2013 IPI e IOF.\nRegistra-se, por fim, que o deferimento da medida antecipat\u00f3ria n\u00e3o gera preju\u00edzo irrepar\u00e1vel ao impetrado em caso de denega\u00e7\u00e3o da seguran\u00e7a, o que se cogita t\u00e3o somente para fins de argumenta\u00e7\u00e3o, visualizado o contradit\u00f3rio e a ampla defesa.\nComo extensamente argumentado, o direito \u00e0 isen\u00e7\u00e3o fiscal para aquisi\u00e7\u00e3o de autom\u00f3vel por pessoa portadora de defici\u00eancia f\u00edsica \u00e9 constitucionalmente garantido e normativamente balizado, de modo que a proced\u00eancia do feito \u00e9 o resultado que se espera.\nIV \u2013 DOS PEDIDOS\nAnte ao exposto REQUER:\n1. O recebimento do presente mandamus para aprecia\u00e7\u00e3o do pleito assecurat\u00f3rio, bem como dos documentos acostados, com prefer\u00eancia de tramita\u00e7\u00e3o por se tratar de pessoa com defici\u00eancia;\n2. O deferimento da antecipa\u00e7\u00e3o dos efeitos da liminar pleiteada, para que, nos termos da Lei n\u00ba 8.989/95, o Decreto n\u00ba 3.298/99 e a Instru\u00e7\u00e3o Normativa SRF n\u00ba 1.769/2017, seja determinada a libera\u00e7\u00e3o do sistema SISEN para viabilizar o cadastramento do requerimento de isen\u00e7\u00e3o de impostos para compra de ve\u00edculo por se tratar de pessoa com defici\u00eancia, com a concess\u00e3o do benef\u00edcio pelo \u00f3rg\u00e3o competente, independentemente, da inclus\u00e3o de restri\u00e7\u00e3o na CNH da impetrante, eis que preenchidos os requisitos legais exigidos;\n3. A notifica\u00e7\u00e3o da autoridade coatora, a fim de que preste as informa\u00e7\u00f5es relevantes \u00e0 concess\u00e3o da seguran\u00e7a, bem como a notifica\u00e7\u00e3o do seu representante legal, para que, querendo, ingresse no presente processo;\nMichelon Advocacia Av. J\u00falio de Castilhos, n\u00ba 1614 \u2013 sala 08 Caxias do Sul/RS 54 3066 6113 Michelon.advocacia@outlook.com\n\n\f4. Seja julgado TOTALMENTE PROCEDENTE o presente mandamus, para confirmar a medida antecipat\u00f3ria da tutela e CONCEDER DEFINITIVAMENTE A SEGURAN\u00c7A a impetrante determinando o afastamento do ato tido por ilegal, qual seja, a exig\u00eancia de inclus\u00e3o de restri\u00e7\u00e3o junto a CNH do requerente, dispensando a realiza\u00e7\u00e3o de laudo perante o DETRAN/RS, e, por conseguinte, expedi\u00e7\u00e3o da competente autoriza\u00e7\u00e3o para aquisi\u00e7\u00e3o de ve\u00edculo automotor com isen\u00e7\u00e3o fiscal de IPI e IOF, na forma do art. 4\u00ba da citada instru\u00e7\u00e3o, \u00e9 medida que se imp\u00f5e, e que dever\u00e1 ser suprida em caso de negativa perante a autoridade coatora, tornando definitiva a tutela, caso concedida;\n5. A produ\u00e7\u00e3o de todos os meios de prova em direito admitidos, especialmente documental.\n6. A condena\u00e7\u00e3o do impetrado no pagamento das custas processuais e dos honor\u00e1rios advocat\u00edcios, no que couber;\n7. O deferimento do benef\u00edcio da assist\u00eancia judici\u00e1ria gratuita, eis que presentes os requisitos ensejadores, porquanto a impetrante n\u00e3o disp\u00f5e de recursos para arcar com as despesas processuais sem privar-se do pr\u00f3prio sustento e o de sua fam\u00edlia, a teor do que estabelece o artigo 98 e seguintes do CPC;\nAtribui-se \u00e0 presente causa o valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais)\nNestes termos, pede e espera deferimento.\nCaxias do Sul/RS, 26 de outubro de 2018.\np.p Fernanda Michelon Graiczyk OAB/RS 97.486\nMichelon Advocacia Av. J\u00falio de Castilhos, n\u00ba 1614 \u2013 sala 08 Caxias do Sul/RS 54 3066 6113 Michelon.advocacia@outlook.com\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 4 (Solon) - IdDocumentoCompleto: 5019634-34.2018.4.04.7107-711540929448705261308198131123", "text": "Rog\u00e9rio Bertolucci de Alencastro J\u00fanior OAB/RS 69.994\nEXCELENT\u00cdSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA MM VARA FEDERAL DE CAXIAS DO SUL \u2013 RS.\nMOACIR GASPERIN, brasileiro, casado, aposentado, inscrito no CPF/MF sob n\u00ba 578.939.770-00, e portador do RG n\u00ba 2036786651 \u2013 SJS/RS, residente e domiciliado \u00e0 Rua Jacob Luchesi, n\u00ba 3453, bairro Santa Catarina, nesta cidade de Caxias do Sul \u2013 RS, CEP 95.032-000, por seu procurador in fine assinado, ut instrumento de mandato incluso, que recebe intima\u00e7\u00f5es em seu escrit\u00f3rio profissional sito a Av. J\u00falio de Castilhos, n\u00ba 1511, sala 61, centro, Caxias do Sul \u2013 RS, CEP 95.010-003, vem, \u00e0 presen\u00e7a de Vossa Excel\u00eancia, impetrar o presente:\nMANDADO DE SEGURAN\u00c7A Contra ato coator do DELEGADO DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL em Caxias do Sul, com sede \u00e0 Rua Des. Armando Azambuja, n\u00ba 150, bairro Rio Branco, nesta cidade de Caxias do Sul - RS, CEP 95010-902, o que faz de acordo com o quanto declina:\n_____________________________________________________________________________________ EEESSSCCCRRRIIITTT\u00d3\u00d3\u00d3RRRIIIOOODDDEEEAAADDDVVVOOOCCCAAACCCIIIAAA\nAvenida J\u00falio de Castilhos, n\u00b0 1511, 6\u00ba andar, conj. 61 \u2013 Centro Profissional Dona Adelaide \u2013 Caxias do Sul \u2013 RS. CEP 95.010-003 FONE/FAX: (54) 3223.5415.\nwww.alencastroadvogados.jur.adv.br 1\n\n\fFATOS E FUNDAMENTOS:\nO Impetrante, conforme se comprova pelo incluso Laudo de Avalia\u00e7\u00e3o de Defici\u00eancia F\u00edsica emitido pelo SUS, \u00e9 portador de defici\u00eancia f\u00edsica/limita\u00e7\u00e3o, apresentando \u201cparaparesia de tronco\u201d o que lhe acarreta perda ou anormalidade que gera incapacidade para o desempenho de atividade, dentro do padr\u00e3o considerado normal para o ser humano, CID M 51.2.\nTemos, pois, pela dic\u00e7\u00e3o da lei, que o Impetrante se qualifica como deficiente f\u00edsico com limita\u00e7\u00e3o funcional. Sen\u00e3o vejamos:\nReza o Decreto n\u00ba 6.949/09 que \"defici\u00eancia \u00e9 um conceito em evolu\u00e7\u00e3o e que a defici\u00eancia resulta da intera\u00e7\u00e3o entre pessoas com defici\u00eancia e as barreiras devidas \u00e0s atitudes e ao ambiente que impedem a plena e efetiva participa\u00e7\u00e3o dessas pessoas na sociedade em igualdade de oportunidades com as demais pessoas\", conceituando \"pessoas com defici\u00eancia\" dentro deste espectro (art. 1\u00ba).\nInobstante, o conceito de defici\u00eancia f\u00edsica \u00e9 trazido, tamb\u00e9m, pelo Decreto n\u00ba 3.298/99, que regulamenta a Lei n\u00ba 7.853/89, que disp\u00f5e sobre a Pol\u00edtica Nacional para a Integra\u00e7\u00e3o da Pessoa Portadora de Defici\u00eancia, legislando no seguinte sentido:\nArt. 3\u00ba Para os efeitos deste Decreto, considera-se:\nI - defici\u00eancia - toda perda ou anormalidade de uma estrutura ou fun\u00e7\u00e3o psicol\u00f3gica, fisiol\u00f3gica ou anat\u00f4mica que gere incapacidade para o desempenho de atividade, dentro do padr\u00e3o considerado normal para o ser humano;\nII - defici\u00eancia permanente - aquela que ocorreu ou se estabilizou durante um per\u00edodo de tempo suficiente para n\u00e3o permitir recupera\u00e7\u00e3o ou ter probabilidade de que se altere, apesar de novos tratamentos; e\nIII - incapacidade - uma redu\u00e7\u00e3o efetiva e acentuada da capacidade de integra\u00e7\u00e3o social, com necessidade de equipamentos, adapta\u00e7\u00f5es, meios ou recursos especiais para que a pessoa portadora de defici\u00eancia possa receber ou transmitir informa\u00e7\u00f5es necess\u00e1rias ao seu bem-estar pessoal e ao desempenho de fun\u00e7\u00e3o ou atividade a ser exercida.\nArt. 4\u00ba \u00c9 considerada pessoa portadora de defici\u00eancia a que se enquadra nas seguintes categorias:\nI - defici\u00eancia f\u00edsica - altera\u00e7\u00e3o completa ou parcial de um ou mais segmentos do corpo humano, acarretando o comprometimento da fun\u00e7\u00e3o f\u00edsica, apresentando-se sob a forma de paraplegia, paraparesia, monoplegia,\n2\n\n\fmonoparesia, tetraplegia, tetraparesia, triplegia, triparesia, hemiplegia, hemiparesia, ostomia, amputa\u00e7\u00e3o ou aus\u00eancia de membro, paralisia cerebral, nanismo, membros com deformidade cong\u00eanita ou adquirida, exceto as deformidades est\u00e9ticas e as que n\u00e3o produzam dificuldades para o desempenho de fun\u00e7\u00f5es; (Reda\u00e7\u00e3o dada pelo Decreto n\u00ba 5.296, de 2004).\nCinte de sua condi\u00e7\u00e3o de deficiente f\u00edsico nos termos da lei, o Impetrante procurou a Receita Federal de Caxias do Sul, a fim de ver-lhe concedida a isen\u00e7\u00e3o de IPI na aquisi\u00e7\u00e3o de veiculo nacional novo, com base na Lei n\u00ba 8.989/95.\nNesta oportunidade, o Impetrante foi orientado pelo \u00f3rg\u00e3o no sentido de que o procedimento para reconhecimento do direito \u00e0 isen\u00e7\u00e3o se d\u00e1 exclusivamente por meio eletr\u00f4nico, atrav\u00e9s do Sistema de Concess\u00e3o Eletr\u00f4nica de Isen\u00e7\u00e3o IPI/IOF \u201cSISEN\u201d dispon\u00edvel no sitio da Receita Federal junto \u00e0 rede mundial de computadores.\nO que ocorre, \u00e9 que, ao dar in\u00edcio ao cadastramento do processo, o Impetrante teve obstado o prosseguimento, em virtude da necessidade de haver restri\u00e7\u00e3o compat\u00edvel com a defici\u00eancia indicada na CNH, conforme se depreende do incluso \u201cprint\u201d da tela do sistema, donde vislumbramos a impossibilidade de continuidade do processamento, sob o narrado argumento (inexist\u00eancia de restri\u00e7\u00e3o compat\u00edvel com a defici\u00eancia junto \u00e0 CNH).\nAcerca do tema, mister pontuar que a Lei n\u00ba 8.989/95 disp\u00f5e sobre a Isen\u00e7\u00e3o do Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI, na aquisi\u00e7\u00e3o de autom\u00f3veis para utiliza\u00e7\u00e3o no transporte aut\u00f4nomo de passageiros, bem como por pessoas portadoras de defici\u00eancia f\u00edsica, legislando, no art. 1\u00ba, o seguinte:\nArt. 1\u00ba Ficam isentos do Imposto Sobre Produtos Industrializados - IPI os autom\u00f3veis de passageiros de fabrica\u00e7\u00e3o nacional, equipados com motor de cilindrada n\u00e3o superior a dois mil cent\u00edmetros c\u00fabicos, de no m\u00ednimo quatro portas inclusive a de acesso ao bagageiro, movidos a combust\u00edveis de origem renov\u00e1vel ou sistema revers\u00edvel de combust\u00e3o, quando adquiridos por:\n(...)\nIV - pessoas portadoras de defici\u00eancia f\u00edsica, visual, mental severa ou profunda, ou autistas, diretamente ou por interm\u00e9dio de seu representante legal;\n(...)\n\u00a7 1\u00ba Para a concess\u00e3o do benef\u00edcio previsto no art. 1\u00ba \u00e9 considerada tamb\u00e9m pessoa portadora de defici\u00eancia f\u00edsica aquela que apresenta altera\u00e7\u00e3o completa ou parcial de um ou mais segmentos do corpo humano, acarretando\n3\n\n\fo comprometimento da fun\u00e7\u00e3o f\u00edsica, apresentando-se sob a forma de paraplegia, paraparesia, monoplegia, monoparesia, tetraplegia, tetraparesia, triplegia, triparesia, hemiplegia, hemiparesia, amputa\u00e7\u00e3o ou aus\u00eancia de membro, paralisia cerebral, membros com deformidade cong\u00eanita ou adquirida, exceto as deformidades est\u00e9ticas e as que n\u00e3o produzam dificuldades para o desempenho de fun\u00e7\u00f5es.\n(...)\n\u00a7 3o Na hip\u00f3tese do inciso IV, os autom\u00f3veis de passageiros a que se refere o caput ser\u00e3o adquiridos diretamente pelas pessoas que tenham plena capacidade jur\u00eddica e, no caso dos interditos, pelos curadores.\nTemos, Excel\u00eancia, portanto, que todo cidad\u00e3o que apresentar defici\u00eancia f\u00edsica faz jus \u00e0 isen\u00e7\u00e3o, o que deve ser interpretado de forma restritiva, a teor do art. 111 do CTN, ou que possua comprometimento de fun\u00e7\u00e3o f\u00edsica decorrente de altera\u00e7\u00e3o completa ou parcial de um ou mais segmentos do corpo humano.\nO art. 3\u00ba do mesmo diploma legal, por sua vez, atribuiu \u00e0 Receita Federal a incumb\u00eancia de analisar e, quando preenchidos os requisitos, deferir o direito \u00e0 isen\u00e7\u00e3o.\nA Receita Federal, no intuito de legislar acerca do regramento para concess\u00e3o da isen\u00e7\u00e3o de IPI ora guerreada, publicou a Instru\u00e7\u00e3o Normativa RFB n\u00ba 1.769/2017, que estabeleceu o processamento eletr\u00f4nico dos pedidos, bem como definiu os documentos que cabe ao contribuinte apresentar para levar \u00e0 efeito seu pedido de isen\u00e7\u00e3o do imposto.\nReferida norma, importante destacar, n\u00e3o faz qualquer men\u00e7\u00e3o \u00e0 obrigatoriedade de restri\u00e7\u00f5es em CNH do pretendente da isen\u00e7\u00e3o do IPI.\nNo caso em li\u00e7a, no que pese estar o Impetrante de posse dos documentos exigidos pela lei para aprecia\u00e7\u00e3o do pedido, n\u00e3o lhe foi poss\u00edvel concluir o processamento eletr\u00f4nico do seu intento em fun\u00e7\u00e3o do Sistema criar \u00f3bice \u00e0 conclus\u00e3o, sob o argumento de que a CNH da parte n\u00e3o apresenta restri\u00e7\u00f5es compat\u00edveis com a sua defici\u00eancia f\u00edsica, vide tela do sistema em anexo.\nNesse contexto, levando em conta que a comprova\u00e7\u00e3o do quadro de defici\u00eancia f\u00edsica se faz por laudo de avalia\u00e7\u00e3o emitido por prestador do SUS, e que este foi devidamente produzido pelo Impetrante, conforme documento anexo, com a devida v\u00eania, resta comprovada a sua condi\u00e7\u00e3o de defici\u00eancia f\u00edsica, n\u00e3o tendo sido, conforme dito, o seu pedido analisado, tendo em vista o \u00f3bice imposto pelo pr\u00f3prio Sistema, consubstanciado na exig\u00eancia de CNH com restri\u00e7\u00e3o compat\u00edvel com a defici\u00eancia indicada.\n4\n\n\fContudo, e conforme dito, a legisla\u00e7\u00e3o que cuida detidamente do tema (Lei n\u00ba 8.989/95 e a Instru\u00e7\u00e3o Normativa n\u00ba 1.769/2017) n\u00e3o relaciona a exig\u00eancia de CNH com restri\u00e7\u00e3o a fim de ser concedido o benef\u00edcio fiscal, exigindo t\u00e3o somente o quadro de defici\u00eancia f\u00edsica.\nTemos, pois, que o ato da autoridade tida como coatora no presente mandamus \u00e9 tido como ilegal e arbitr\u00e1rio, posto que n\u00e3o exsurge de lei, mas t\u00e3o somente do exerc\u00edcio (ilegal) da Autoridade em legislar \u2013 o que lhe \u00e9 vedado.\nNeste \u00ednterim, deve-se ainda considerar que qualquer pessoa portadora de qualquer defici\u00eancia f\u00edsica, titular de CNH sem restri\u00e7\u00f5es, pode estar apto ou n\u00e3o a dirigir, com ou sem necessidade de adapta\u00e7\u00e3o veicular.\nRestringir, pois, o benef\u00edcio ou pr\u00f3prio requerimento de sua concess\u00e3o \u00e0queles que possuam CNH com anota\u00e7\u00f5es restritivas, implicaria preterir portadores de defici\u00eancias mais severas, que os impedem de conduzir ve\u00edculo, em rela\u00e7\u00e3o \u00e0queles que, mesmo apresentando defici\u00eancia f\u00edsica, t\u00eam habilita\u00e7\u00e3o, o que n\u00e3o \u00e9 a inten\u00e7\u00e3o do legislador.\nNesse sentido:\nTRIBUT\u00c1RIO. MANDADO DE SEGURAN\u00c7A. IPI. ISEN\u00c7\u00c3O. AQUISI\u00c7\u00c3O DE VE\u00cdCULO. PESSOA COM DEFICI\u00caNCIA F\u00cdSICA. LEI N\u00ba 8.989/95. PREENCHIMENTO DOS REQUISITOS. 1. A isen\u00e7\u00e3o do IPI prevista no art. 1\u00ba da Lei n\u00ba 8.989/95 deve ser concedida \u00e0 parte impetrante, por ter sido comprovada, mediante laudo m\u00e9dico, ser pessoa com defici\u00eancia f\u00edsica suscet\u00edvel \u00e0 concess\u00e3o do benef\u00edcio. 2. A comprova\u00e7\u00e3o da defici\u00eancia poder\u00e1 ser feita atrav\u00e9s de laudo de avalia\u00e7\u00e3o emitido por prestador de servi\u00e7o p\u00fablico de sa\u00fade; ou emitido por servi\u00e7o privado de sa\u00fade, contratado ou conveniado, que integre o Sistema \u00danico de Sa\u00fade (SUS). (TRF4 500534894.2017.4.04.7201, SEGUNDA TURMA, Relatora LUCIANE AMARAL CORR\u00caA M\u00dcNCH, juntado aos autos em 08/03/2018).\nAinda:\nTRIBUT\u00c1RIO. MANDADO DE SEGURAN\u00c7A. AQUISI\u00c7\u00c3O DE VE\u00cdCULO. IPI. ISEN\u00c7\u00c3O. LEI N\u00ba 8.989, DE 1995. PESSOAS COM DEFICI\u00caNCIA. EXIG\u00caNCIA DE NOVO LAUDO. 1. A comprova\u00e7\u00e3o da defici\u00eancia poder\u00e1 ser feita atrav\u00e9s de laudo de avalia\u00e7\u00e3o emitido por prestador de servi\u00e7o p\u00fablico de sa\u00fade; ou emitido por servi\u00e7o privado de sa\u00fade, contratado ou conveniado, que integre o Sistema \u00danico de Sa\u00fade, sendo certo que a exig\u00eancia de novo laudo deve ser fundamentada. 2. Demonstrado o preenchimento dos requisitos insertos\nno inciso IV do artigo 1\u00ba da Lei n. 8.989/95, deve ser mantida a senten\u00e7a que concedeu a seguran\u00e7a para reconhecer o direito da\n5\n\n\fimpetrante \u00e0 isen\u00e7\u00e3o do IPI na aquisi\u00e7\u00e3o de ve\u00edculo automotor.\n(TRF4 5005657-09.2017.4.04.7107, PRIMEIRA TURMA, Relator ROGER RAUPP RIOS, juntado aos autos em 21/02/2018).\nTemos, pois, no caso em li\u00e7a, a comprova\u00e7\u00e3o do direito l\u00edquido e certo do Impetrante em ver-se isentado do pagamento de IPI na aquisi\u00e7\u00e3o de veiculo de fabrica\u00e7\u00e3o nacional, novo, ante a determina\u00e7\u00e3o legal que estabelece os requisitos a serem cumpridos pelo pretendente \u2013 todos preenchidos pelo Impetrante, mormente pela prova documental m\u00e9dica que atesta sua defici\u00eancia f\u00edsica, bem como os demais documentos elencados na lei necess\u00e1rios a tal intento, e a comprovada pretens\u00e3o resistida face ao \u00f3bice imposto pelo SISEN quanto \u00e0 finaliza\u00e7\u00e3o e aprecia\u00e7\u00e3o do pedido pela via administrativa, determinado pelo ato da Autoridade impetrada ora tida como coatora.\nPortanto, ante os fatos narrados, s.m.j., n\u00e3o resta d\u00favida do direito l\u00edquido e certo do impetrante, a ser assegurado atrav\u00e9s da proced\u00eancia do presente mandamus.\nNo que abarca, Nobre Julgador, a aprecia\u00e7\u00e3o do tema de fundo \u2013 Isen\u00e7\u00e3o de IPI - no caso em tela, insta registrarmos que no que pese n\u00e3o haver posi\u00e7\u00e3o final, mormente o indeferimento, pela via administrativa da pretens\u00e3o Autoral, com a devida v\u00eania, \u00e9 papel do Judici\u00e1rio intervir de forma tempestiva e eficaz na solu\u00e7\u00e3o do conflito estabelecido.\nIsso porque, apesar de o requerimento administrativo de isen\u00e7\u00e3o, pela Lei, deve ser efetuado exclusivamente em ambiente virtual (Sisen), se o sistema aponta a necessidade do cumprimento de requisito n\u00e3o previsto em lei para a conclus\u00e3o do requerimento, n\u00e3o h\u00e1 outro caminho, sen\u00e3o a via judicial, para que seja examinada a pretens\u00e3o do contribuinte/Impetrante.\nReputam-se, pois, preenchidos, os requisitos da a\u00e7\u00e3o.\nDOS REQUERIMENTOS:\nANTE TODO O EXPOSTO, requer digne-se Vossa Excel\u00eancia, como medida de mais ampla JUSTI\u00c7A:\na. Receber e processar o presente mandamus, nos termos da lei;\nb. Notificar a autoridade coatora do presente, a fim de que preste as informa\u00e7\u00f5es que entender necess\u00e1rias;\nc. Julgar procedente o presente Mandado de Seguran\u00e7a, para, ao final, conceder a Seguran\u00e7a pleiteada para o fim de declarar o direito do Impetrante \u00e0 isen\u00e7\u00e3o de IPI, conforme previsto no art. 1\u00ba, IV, \u00a7 1\u00b0, da Lei n. 8.989/95;\n6\n\n\fd. Subsidiaria e Alternativamente, (art. 326, CPC), para o caso hipot\u00e9tico de Vossa Excel\u00eancia entender pela impossibilidade de an\u00e1lise do direito de fundo (Isen\u00e7\u00e3o do IPI) atrav\u00e9s do presente Mandado de Seguran\u00e7a, seja concedida a Seguran\u00e7a para o fim de afastar a exig\u00eancia administrativa de apresenta\u00e7\u00e3o de Carteira Nacional de Habilita\u00e7\u00e3o - CNH, com pr\u00e9via anota\u00e7\u00e3o de restri\u00e7\u00e3o, para fins de an\u00e1lise do pedido de isen\u00e7\u00e3o de IPI na aquisi\u00e7\u00e3o de autom\u00f3vel de passageiro de fabrica\u00e7\u00e3o nacional, nos termos do art. 1\u00ba da lei n\u00ba 8.989/95.\ne. Seja intimado o MPF para que, acompanhando a tramita\u00e7\u00e3o do feito, emita parecer, acaso entenda necess\u00e1rio;\nf. Condenar o Impetrado nos \u00f4nus da sucumb\u00eancia; g. Reserva-se o Impetrante no direito \u00e0 ampla produ\u00e7\u00e3o de provas em direito\nadmitidas, em especial, prova documental de posterior juntada. D\u00e1-se \u00e0 causa o valor de R$ 1.000,00 (um mil reais). Termos em que, Pede Deferimento. Caxias do Sul \u2013 RS, 30 de outubro de 2018.\np.p. Rog\u00e9rio Bertolucci de Alencastro J\u00fanior OAB/RS 69.994\n7\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 5 (Solon) - IdDocumentoCompleto: 5005194-50.2020.4.04.7111-711602589547893515364424739394", "text": "MM JU\u00cdZO DA ___ VARA FEDERAL DE SANTA CRUZ DO SUL/RS\nFL\u00c1VIA ALLGAYER, brasileira, aposentada, inscrita no RG sob n\u00b0 1017571033 e CPF sob n\u00ba 320.823.390-68, residente e domiciliada na Rua Primeiro de Mar\u00e7o, n\u00ba 2176, Bairro Cidade Alta, em Ven\u00e2ncio Aires, v\u00eam, por meio de seus procuradores signat\u00e1rios, impetrar\nMANDADO DE SEGURAN\u00c7A, com fulcro na Lei n\u00ba 12.016/2009\nem face de ato ilegal resultante do abuso de autoridade pra cado pelo ILMO(A). SENHOR(A) DELEGADO(A) DA RECEITA FEDERAL COM ATRIBUI\u00c7\u00d5ES EM RECIFE-PE, sito na Av. Alfredo Lisboa, 1152, Recife PE, CEP 50030-150, pelos seguintes fundamentos f\u00e1 cos e jur\u00eddicos, pelos seguintes fundamentos f\u00e1 cos e jur\u00eddicos:\nI - ASSIST\u00caNCIA JUDICI\u00c1RIA\nA imperante postula o bene cio da Jus \u00e7a Gratuita assegurado pela Cons tui\u00e7\u00e3o Federal, no ar go 5\u00ba, inciso LXXIV, Lei Federal 1.060/50, e ar go 98 do C\u00f3digo de Processo Civil, tendo em vista que \u00e9 pessoa pobre na acep\u00e7\u00e3o jur\u00eddica e econ\u00f4mica do termo, n\u00e3o podendo arcar com as despesas e demais encargos processuais e extrajudiciais, sem preju\u00edzo de sua pr\u00f3pria subsist\u00eancia e de sua fam\u00edlia.\nII \u2013 DOS FATOS\nA impetrante \u00e9 portadora de de\ufb01ci\u00eancia sica de car\u00e1ter permanente em membros superiores e inferiores, apresentando as seguintes patologias:\n\n\fCID 10: G56 S\u00edndrome do t\u00fanel do carpo; M51 outros transtornos de discos intervertebrais; M54 Dorsalgia; M54.2 Cervicalgia; M54.4 Lumbago com ci\u00e1 ca; M 16, Coxartrose (artrose do quadril); M75 Les\u00f5es do ombro; M 75.1 S\u00edndrome manguito rotator.\nImperioso referir que as mol\u00e9s as apresentadas pela Impetrante est\u00e3o no rol de de\ufb01ci\u00eancias sicas da Lei n\u00ba 8989/1995, que disp\u00f5e sobre a Isen\u00e7\u00e3o do Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI, na aquisi\u00e7\u00e3o de autom\u00f3veis para u liza\u00e7\u00e3o no transporte aut\u00f4nomo de passageiros, bem como por pessoas portadoras de de\ufb01ci\u00eancia sica, mais precisamente no Ar go 1\u00ba, inciso IV, \u00a71\u00ba.\nA comprova\u00e7\u00e3o das patologias est\u00e3o devidamente comprovadas no feito, na medida em que \u00e9 juntado laudo por servi\u00e7o p\u00fablico vinculado ao SUS, atestados m\u00e9dicos e exames.\nOcorre que ao requisitar administra vamente, no dia 01/10/2020, isen\u00e7\u00e3o de IPI de Pessoa com De\ufb01ci\u00eancia F\u00edsica, perante o portal SISEN da Receita Federal, a conclus\u00e3o de indeferimento foi a seguinte:\nConforme informa\u00e7\u00f5es do DENATRAN, para obter a Carteira Nacional de Habilita\u00e7\u00e3o n\u00ba 01319477651, emi da em 13/07/2020, o(a) requerente foi avaliado(a) por m\u00e9dicos do Detran ou de suas conveniadas, que n\u00e3o observaram limita\u00e7\u00e3o sica, dentro do padr\u00e3o considerado normal para o ser humano, que exigisse equipamentos, adapta\u00e7\u00f5es, meios ou recursos especiais para a condu\u00e7\u00e3o veicular (Lei 8989/1995, art. 1\u00ba,IV e \u00a71\u00ba; Decreto 3298/99, art. 3\u00ba). Assim, as conclus\u00f5es do laudo de avalia\u00e7\u00e3o apresentado pelo(a) contribuinte e/ou as\n\n\finforma\u00e7\u00f5es por ele(a) prestadas, quando do pedido de isen\u00e7\u00e3o, s\u00e3o inconsistentes com as conclus\u00f5es da avalia\u00e7\u00e3o do DETRAN.\nNo entanto, Excel\u00eancia, n\u00e3o h\u00e1 qualquer diploma legal, para \ufb01ns de isen\u00e7\u00e3o de IPI, que exija a restri\u00e7\u00e3o na CNH, decorrente de laudo do Detran que elenque a limita\u00e7\u00e3o sica e, por conseguinte, exija adapta\u00e7\u00e3o veicular. A pr\u00f3pria autarquia estadual refere em seu site o\ufb01cial \u201cA Junta n\u00e3o se des na \u00e0 emiss\u00e3o de laudos para o encaminhamento de pedidos de isen\u00e7\u00e3o de impostos para a compra de ve\u00edculos automotores\u201d. 1\nA IN 1769/2017, em seu ar go 4\u00ba, \u00a73\u00ba, inciso I, apresenta as formas de comprova\u00e7\u00e3o da de\ufb01ci\u00eancia, bastando a apresenta\u00e7\u00e3o de laudo de avalia\u00e7\u00e3o emi do por prestador de servi\u00e7o p\u00fablico de sa\u00fade, por servi\u00e7o privado de sa\u00fade, contratado ou conveniado, que integre o Sistema \u00danico de Sa\u00fade (SUS), n\u00e3o condicionando, portanto, a emiss\u00e3o t\u00e3o somente pelo Detran.\nDe outra banda, a exig\u00eancia de equipamentos, adapta\u00e7\u00f5es, meios ou recursos especiais para a condu\u00e7\u00e3o veicular, refere-se a isen\u00e7\u00e3o de IOF, conforme consta no ar go 3\u00ba da IN 1769/2017, isto \u00e9, a jus \ufb01ca va apresentada pela Receita Federal n\u00e3o diz respeito ao caso em tela, pois este se trata de isen\u00e7\u00e3o IPI.\nOu seja, n\u00e3o assiste raz\u00e3o a Autoridade impetrada, pois nem a Lei n\u00ba 8.989/95, tampouco a Instru\u00e7\u00e3o Norma va n\u00ba 1.769/2017 relacionam a exig\u00eancia de CNH com restri\u00e7\u00e3o, a \ufb01m de ser concedido o bene cio da isen\u00e7\u00e3o do IPI.\nIII \u2013 DO DIREITO\nPrimeiramente, insta expor que o presente Mandado de Seguran\u00e7a \u00e9 impetrado de maneira tempes va, na medida em que se encontra dentro do lapso temporal de 120 dias, que s\u00e3o contados da ci\u00eancia, pelo interessado, do ato impugnado, consoante ordena o ar go 23, da Lei n\u00ba 12.016/2009.\n1h ps://www.detran.rs.gov.br/habilitacao-cnh/servicos/969\n\n\fAinda, imperioso frisar que a quest\u00e3o em tela n\u00e3o necessita de dila\u00e7\u00e3o probat\u00f3ria, havendo comprova\u00e7\u00e3o su\ufb01ciente a embasar a exordial, pelo que \u00e9 adequada a via eleita.\nDito isso, a Lei 8989/1995, que disp\u00f5e sobre a isen\u00e7\u00e3o de IPI na aquisi\u00e7\u00e3o de autom\u00f3veis, refere em seu ar go 1\u00ba, inciso IV, \u00a71\u00ba, o seguinte:\nArt. 1\u00ba Ficam isentos do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) os autom\u00f3veis de passageiros de fabrica\u00e7\u00e3o nacional, equipados com motor de cilindrada n\u00e3o superior a 2.000 cm\u00b3 (dois mil cen metros c\u00fabicos), de, no m\u00ednimo, 4 (quatro) portas, inclusive a de acesso ao bagageiro, movidos a combus vel de origem renov\u00e1vel, sistema revers\u00edvel de combust\u00e3o ou h\u00edbrido e el\u00e9tricos, quando adquiridos por:\nIV \u2013 pessoas portadoras de de\ufb01ci\u00eancia sica, visual, mental severa ou profunda, ou au stas, diretamente ou por interm\u00e9dio de seu representante legal; \u00a7 1o Para a concess\u00e3o do bene cio previsto no art. 1o \u00e9 considerada tamb\u00e9m pessoa portadora de de\ufb01ci\u00eancia sica aquela que apresenta altera\u00e7\u00e3o completa ou parcial de um ou mais segmentos do corpo humano, acarretando o comprome mento da fun\u00e7\u00e3o sica, apresentando-se sob a forma de paraplegia, paraparesia, monoplegia, monoparesia, tetraplegia, tetraparesia, triplegia, triparesia, hemiplegia, hemiparesia, amputa\u00e7\u00e3o ou aus\u00eancia de membro, paralisia cerebral, membros com deformidade cong\u00eanita ou adquirida, exceto as deformidades est\u00e9 cas e as que n\u00e3o produzam di\ufb01culdades para o desempenho de fun\u00e7\u00f5es.\nAs de\ufb01ci\u00eancias da Impetrante est\u00e3o, de fato, devidamente comprovadas no feito, na medida em que s\u00e3o anexados atestados e exames que comprovam a de\ufb01ci\u00eancia em membros inferiores e superiores, sen\u00e3o vejamos:\n\uf0fc Atestado expedido no dia 21 de maio de 2020 pela Dra. Alessandra Teixeira, CRM 25043, a qual me acompanha h\u00e1 mais de 15 anos, referindo quadro cr\u00f4nico de dores que apresento, citando os CID 10: G56 S\u00edndrome do t\u00fanel do carpo, M51 outros transtornos de\n\n\fdiscos intervertebrais, M54 Dorsalgia, M54.2 Cervicalgia, M54.4 Lumbago com ci\u00e1 ca, M 16, Coxartrose (artrose do quadril), M75 Les\u00f5es do ombro, M 75.1 S\u00edndrome manguito rotator. \uf0fc Atestado da Dra. Angela Zanonato, Neurologista, CRM 32981, informando a realiza\u00e7\u00e3o de eletroneuromiogra\ufb01a no dia 04 de mar\u00e7o de 2020 dos quatro membros, atestando a patologia s\u00edndrome t\u00fanel do carpo \u2013 CID G56. \uf0fc Atestado da consulta realizada dia 16 de mar\u00e7o de 2020, emi da pelo do Dr. Roberto Deves Viana, especialista em ortopedia e traumatologia, CRM 37.484, referindo consulta recente em que apresento dores em membros superiores, citando os exames que comprovam a s\u00edndrome do t\u00fanel do carpo bilateral, bem como discopa a degenera va, protus\u00f5es discais, evidenciando ruptura parcial do tend\u00e3o supraespinhal bilateral (CID G.56.0, M75.1, M54.2).\n\uf0fc Laudo Eletroneuromiogra\ufb01a dos quatro membros, realizada dia 04 de mar\u00e7o de 2020;\n\uf0fc Laudo Resson\u00e2ncia Magn\u00e9 ca da coluna cervica, realizada dia 04 de fevereiro de 2019;\n\uf0fc Laudo Resson\u00e2ncia Magn\u00e9 ca da Coluna Lombossacra, realizada dia 23 de outubro de 2018;\n\uf0fc Laudo Tomogra\ufb01a Computadorizada da coluna cervical, realizado dia 06 de mar\u00e7o de 2017;\n\uf0fc Laudo Ultrassonogra\ufb01a do ombro direito, realizada dia 19 de maio de 2017;\n\uf0fc Laudo Eletroneuromiogra\ufb01a dos quatro membros, realizada dia 19 de outubro de 2015.\n\uf0fc Laudo Tomogra\ufb01a Computadorizada de quadril esquerdo;\nAdemais, a Impetrante cumpriu todos os requisitos exigidos na IN 1769/2017 para requerer a devida isen\u00e7\u00e3o, a saber:\n\n\f\u00a7 2\u00ba No ato do requerimento, a pessoa com de\ufb01ci\u00eancia ou o au sta, diretamente ou por interm\u00e9dio do seu representante legal, prestar\u00e1 as informa\u00e7\u00f5es que lhe forem solicitadas pelo Sisen e declarar\u00e1, sob as penas da lei: I - para \ufb01ns de isen\u00e7\u00e3o do IPI, que possui disponibilidade \ufb01nanceira ou patrimonial compa vel com o valor do ve\u00edculo a ser adquirido, nos termos do art. 5\u00ba da Lei n\u00ba 10.690, de 16 de junho de 2003, salvo se a aquisi\u00e7\u00e3o for feita mediante \ufb01nanciamento banc\u00e1rio; e II - que n\u00e3o h\u00e1 contra si impedimentos legais \u00e0 obten\u00e7\u00e3o de bene cios \ufb01scais, em conformidade com o disposto nos incisos I, II e III do art. 12 da Lei n\u00ba 8429, de 2 de junho de 1992, no inciso II do art. 6\u00ba da Lei n\u00ba 10522, de 19 de julho de 2002, e no art. 10 da Lei n\u00ba 9605, de 12 de fevereiro de 1998.\n\u00a7 3\u00ba Dever\u00e3o ser anexadas ao requerimento, por meio do Sisen, c\u00f3pias digitalizadas: I - do laudo de avalia\u00e7\u00e3o emi do por prestador de servi\u00e7o p\u00fablico de sa\u00fade, por servi\u00e7o privado de sa\u00fade, contratado ou conveniado, que integre o Sistema \u00danico de Sa\u00fade (SUS), pelo Detran ou por suas cl\u00ednicas credenciadas, ou por interm\u00e9dio de servi\u00e7o social aut\u00f4nomo, sem \ufb01ns lucra vos, criado por lei, caso n\u00e3o tenha sido emi do laudo de avalia\u00e7\u00e3o eletr\u00f4nico; e\nIsto \u00e9, al\u00e9m de declarar a disponibilidade \ufb01nanceira e qualquer impedimento \ufb01scal, juntou laudo emi do por prestador de servi\u00e7o p\u00fablico de sa\u00fade vinculado ao SUS, local inscrito no CNPJ sob n\u00ba 11.094.183/0001-78, documento que foi \ufb01rmado por dois m\u00e9dicos, a saber, Dra. Alessandra Silveira Teixeira, CRM 25043, Dr. Cassio Ribeiro dos Santos, CRM 34847, bem como pelo Respons\u00e1vel Sr. Ramon Schwengber, Secret\u00e1rio Municipal de Sa\u00fade, inscrito no CPF sob n\u00ba 983.090.800-344.\nRepisa-se que o pedido de isen\u00e7\u00e3o de IPI foi indeferido com base em exig\u00eancia que n\u00e3o encontra qualquer respaldo legal, qual seja, a necessidade de inclus\u00e3o de restri\u00e7\u00e3o na CNH da Impetrante, advinda de emiss\u00e3o de laudo emi do pelo Detran, que dever\u00e1 atestar a limita\u00e7\u00e3o\nsica, a exigir equipamentos, adapta\u00e7\u00f5es, meios ou recursos especiais para a condu\u00e7\u00e3o veicular.\nAl\u00e9m disso, a fundamenta\u00e7\u00e3o tratou, equivocadamente, como se fosse isen\u00e7\u00e3o de IOF, pois de acordo com o ar go 3\u00ba da IN 1769/2017:\nArt. 3\u00ba O direito \u00e0 isen\u00e7\u00e3o de IOF de que trata esta Instru\u00e7\u00e3o Norma va\n\n\fpoder\u00e1 ser exercido por pessoa com de\ufb01ci\u00eancia sica, nos termos do inciso I do \u00a7 1\u00ba do art. 2\u00ba, da qual decorra incapacidade total para dirigir autom\u00f3vel convencional atestada mediante laudo emi do pelo Departamento de Tr\u00e2nsito (Detran) do estado onde o requerente reside em car\u00e1ter permanente, o qual deve especi\ufb01car as adapta\u00e7\u00f5es especiais que devem ser feitas no ve\u00edculo a \ufb01m de permi r sua condu\u00e7\u00e3o pela pessoa com a de\ufb01ci\u00eancia atestada.\nDe fato, houve, assim, verdadeira afronta ao princ\u00edpio da legalidade, pois indevida a exig\u00eancia de inclus\u00e3o de restri\u00e7\u00e3o compa vel com a de\ufb01ci\u00eancia na CNH da Impetrante, bem como a exig\u00eancia de equipamentos, adapta\u00e7\u00f5es, meios ou recursos especiais para a condu\u00e7\u00e3o veicular evidenciando, claramente, a conduta ilegal por parte do Impetrado.\nCom efeito, exige-se apenas a demonstra\u00e7\u00e3o do quadro de de\ufb01ci\u00eancia sica, visual ou mental, severa ou profunda, ou au smo. Ali\u00e1s, tampouco a Lei n\u00ba 8.989/95 imp\u00f5e que o adquirente do ve\u00edculo venha a ser, tamb\u00e9m, o seu condutor.\nCumpre expor que, em raz\u00e3o da limita\u00e7\u00e3o apresentada pela Impetrante, esta necessita conduzir ve\u00edculos com dire\u00e7\u00e3o hidr\u00e1ulica e c\u00e2mbio autom\u00e1 co, por conta do esfor\u00e7o ergon\u00f4mico. A total incapacidade para dirigir ve\u00edculo comum decorre da limita\u00e7\u00e3o imposta pela patologia adquirida em membros superiores e inferiores, ocasionando a perda de mobilidade desses membros. Neste ponto, n\u00e3o h\u00e1 necessidade de o ve\u00edculo ser adaptado e/ou com restri\u00e7\u00f5es.\nLogo, a pretens\u00e3o da Impetrante para obten\u00e7\u00e3o do bene cio da isen\u00e7\u00e3o do Imposto sobre Produto Industrializado (IPI), para compra de ve\u00edculo automotor, se enquadra em um dos casos descritos no \u00a71\u00ba do art. 1\u00ba da Lei n.\u00ba 8.989/95 e art. 4\u00ba, I da Lei 3.289/99, visto que apresenta limita\u00e7\u00e3o permanente de membros superiores e inferiores, conforme j\u00e1 aludido e comprovado no feito.\nAinda, h\u00e1 in\u00fameras decis\u00f5es do Tribunal Regional Federal da 4\u00aa Regi\u00e3o, acerca da desnecessidade de anota\u00e7\u00e3o de restri\u00e7\u00e3o em CNH e adapta\u00e7\u00e3o de ve\u00edculo, n\u00e3o se mostrando jus \ufb01ca va apta a indeferir o bene cio \ufb01scal. Vejamos:\n\n\fTRIBUT\u00c1RIO E PROCESSUAL CIVIL. MANDADO DE SEGURAN\u00c7A. REMESSA NECESS\u00c1RIA. AQUISI\u00c7\u00c3O DE VE\u00cdCULO. IPI. ISEN\u00c7\u00c3O. LEI N\u00ba 8.989, DE 1995. DEFICI\u00caNCIA COMPROVADA. 1. Para o reconhecimento do direito \u00e0 isen\u00e7\u00e3o de IPI na aquisi\u00e7\u00e3o de ve\u00edculo automotor por pessoa com de\ufb01ci\u00eancia sica, n\u00e3o h\u00e1 necessidade de que conste restri\u00e7\u00e3o na CNH e necessidade de que o ve\u00edculo seja adaptado, por falta de previs\u00e3o legal. 2. Demonstrado o preenchimento dos requisitos insertos no inciso IV do ar go 1\u00ba da Lei n. 8.989/95, por laudo m\u00e9dico o\ufb01cial, deve concedida a seguran\u00e7a para reconhecer o direito da impetrante \u00e0 isen\u00e7\u00e3o do IPI na aquisi\u00e7\u00e3o de ve\u00edculo automotor. 3. Apela\u00e7\u00e3o da Uni\u00e3o e remessa necess\u00e1ria desprovidas. (TRF4 5012446-53.2019.4.04.7107, PRIMEIRA TURMA, Relator ROGER RAUPP RIOS, juntado aos autos em 09/09/2020)\nTRIBUT\u00c1RIO. MANDADO DE SEGURAN\u00c7A. APELA\u00c7\u00c3O C\u00cdVEL. IPI. ISEN\u00c7\u00c3O. VE\u00cdCULO. CNH. A indica\u00e7\u00e3o na CNH de restri\u00e7\u00e3o compa vel com a de\ufb01ci\u00eancia, n\u00e3o obsta a an\u00e1lise do pedido de isen\u00e7\u00e3o. (TRF4 500055683.2020.4.04.7107, PRIMEIRA TURMA, Relator ALEXANDRE GON\u00c7ALVES LIPPEL, juntado aos autos em 16/09/2020)\nMANDADO DE SEGURAN\u00c7A. IPI. ISEN\u00c7\u00c3O. PORTADOR DE DEFICI\u00caNCIA F\u00cdSICA. AQUISI\u00c7\u00c3O DE VE\u00cdCULO. CARTEIRA NACIONAL DE HABILITA\u00c7\u00c3O. LAUDO PERICIAL EMITIDO PELO DETRAN. A mera alega\u00e7\u00e3o de que o requerente de isen\u00e7\u00e3o do IPI (que alega ser postador de de\ufb01ci\u00eancia sica) foi avaliado por m\u00e9dicos do DETRAN, os quais n\u00e3o teriam observado limita\u00e7\u00e3o sica por ocasi\u00e3o da renova\u00e7\u00e3o da CNH, n\u00e3o se mostra como jus \ufb01ca va h\u00e1bil ao imediato indeferimento do bene cio. (TRF4 5003435-79.2019.4.04.7113, SEGUNDA TURMA, Relator R\u00d4MULO PIZZOLATTI, juntado aos autos em 15/09/2020)\nDessa forma, se mostra imperiosa a concess\u00e3o da seguran\u00e7a para determinar o afastamento da exig\u00eancia de comprova\u00e7\u00e3o da de\ufb01ci\u00eancia atrav\u00e9s do laudo emi do pelo Detran/RS, que exija adapta\u00e7\u00e3o veicular, e/ou por inclus\u00e3o de restri\u00e7\u00e3o junto a CNH da Impetrante, considerando e reconhecendo o laudo m\u00e9dico emi do por pro\ufb01ssionais\n\n\fvinculados ao Sistema \u00danico de Sa\u00fade e, por conseguinte, determinar a expedi\u00e7\u00e3o da competente autoriza\u00e7\u00e3o para aquisi\u00e7\u00e3o de ve\u00edculo automotor com isen\u00e7\u00e3o \ufb01scal de IPI, na forma dos ar gos 4\u00ba e 8\u00ba da IN 1769/2017.\nIV \u2013 Do preenchimento dos demais requisitos do ar go 4\u00ba da IN 1769/2017\nImportante referir que, quando do requerimento via portal SISEN, a Impetrante precisou assinalar a disponibilidade \ufb01nanceira e patrimonial compa vel com o valor do ve\u00edculo a ser adquirido, conforme assim exige o ar go 4\u00ba, \u00a7 2, inciso I, da IN 1769/2017. Nesse item, n\u00e3o houve qualquer nega va ou impugna\u00e7\u00e3o por parte da Receita Federal, ora Autoridade Impetrada, o que se conclui que foi preenchido o requisito.\nTamb\u00e9m, n\u00e3o houve qualquer manifesta\u00e7\u00e3o acerca de outros requisitos do ar go 4\u00ba da instru\u00e7\u00e3o referida. A Autoridade Impetrada, em seu despacho de indeferimento, se limitou em referir acerca da imprescindibilidade do laudo do Detran/RS e consequente anota\u00e7\u00e3o em CNH, assim como da exig\u00eancia de adapta\u00e7\u00f5es e/ou restri\u00e7\u00f5es para condu\u00e7\u00e3o do ve\u00edculo.\nAssim, veri\ufb01ca-se que implementados est\u00e3o os demais requisitos autorizadores da isen\u00e7\u00e3o de IPI, os quais encontram-se dispostos no ar go 4\u00ba da IN 1769/2017, visto a aus\u00eancia de impugna\u00e7\u00e3o espec\u00ed\ufb01ca pela Receita Federal, pelo que se requer, desde logo, a concess\u00e3o do mandado de seguran\u00e7a para que a Impetrante, nos termos da a Lei n\u00ba 8.989/95, seja autorizada a fazer a aquisi\u00e7\u00e3o de ve\u00edculo com a isen\u00e7\u00e3o de IPI, devendo ser in mada a Autoridade Impetrada para o cumprimento da medida.\nV \u2013 MEDIDA LIMINAR DE SEGURAN\u00c7A\nA Lei n\u00ba 12.016 de 2009 autoriza a concess\u00e3o de medida liminar, de forma que o juiz, ao receber a inicial, ordenar\u00e1 que se suspenda o ato que deu mo vo ao pedido, quando houver fundamento relevante e do ato impugnado puder resultar a ine\ufb01c\u00e1cia da medida \u2013 ar go 7\u00ba, inciso III.\n\n\fDe fato, considerando toda a documenta\u00e7\u00e3o carreada no feito, a Autoridade Impetrada violou direito l\u00edquido e certo da Impetrante, pois indeferiu bene cio \ufb01scal de isen\u00e7\u00e3o de IPI sem qualquer respaldo legal, visto que a nega va n\u00e3o encontra guarida nem na Lei n\u00ba 8989/95, nem na IN 1769/2017.\nConforme ar go 300 do C\u00f3digo de Processo Civil, se faz necess\u00e1rio a presen\u00e7a de elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado \u00fa l do processo.\nA probabilidade do direito vem substanciada no ar go 4\u00ba da IN 1769/2020, que autoriza a apresenta\u00e7\u00e3o de laudo m\u00e9dico por servi\u00e7o de sa\u00fade p\u00fablico vinculado ao SUS, sendo que este foi devidamente apresentado quando do requerimento e ora juntado ao feito. A jus \ufb01ca va de indeferimento apresentada cinge-se na exig\u00eancia de anota\u00e7\u00e3o na CNH da Impetrante, advinda de laudo realizado pelo Detran/RS, bem como a necessidade de adapta\u00e7\u00e3o veicular, o que n\u00e3o est\u00e1 em conformidade com a Lei 8989/95 e com a mencionada IN.\nAssim, o laudo emi do pela Autarquia Estadual \u2013 Detran -, que n\u00e3o exige equipamentos, adapta\u00e7\u00f5es, meios ou recursos especiais para a condu\u00e7\u00e3o veicular, n\u00e3o tem o cond\u00e3o de afastar o direito a isen\u00e7\u00e3o \ufb01scal requerida.\nAinda, os demais requisitos exigidos no preceito legal da IN acima foram devidamente cumpridos, sem que houvesse qualquer impugna\u00e7\u00e3o espec\u00ed\ufb01ca pela Autoridade Impetrada.\nO perigo de dano, por sua vez, decorre das limita\u00e7\u00f5es ao direito de locomo\u00e7\u00e3o da parte impetrante caso persista a nega va do direito \u00e0 isen\u00e7\u00e3o do tributo na aquisi\u00e7\u00e3o do autom\u00f3vel.\nAssim, deve ser afastada a exig\u00eancia de anota\u00e7\u00e3o na CNH e de laudo realizado t\u00e3o somente pelo Detran; reconhecer o laudo emi do por prestador de servi\u00e7o p\u00fablico de sa\u00fade que integre o SUS, o qual foi u lizado pela Impetante quando do requerimento no portal\n\n\fSISEN e ora anexado no feito; determinar que a Autoridade Impetrada proceda o deferimento da isen\u00e7\u00e3o \ufb01scal de IPI, haja vista prova inequ\u00edvoca da de\ufb01ci\u00eancia sica da Impetrante.\nDestarte, preenchidos os requisitos, requer a concess\u00e3o da seguran\u00e7a, de forma liminar, e, ao \ufb01nal, a sua con\ufb01rma\u00e7\u00e3o, visando a prote\u00e7\u00e3o de direito l\u00edquido e certo, garan dos cons tucionalmente e por Lei.\nVI \u2013 DOS PEDIDOS\nPor todo o exposto, requer:\na) Que seja deferido o bene cio da assist\u00eancia judici\u00e1ria gratuita, devido a situa\u00e7\u00e3o econ\u00f4mica da Impetrante, que n\u00e3o possui condi\u00e7\u00f5es de custear o processo, sem preju\u00edzo pr\u00f3prio;\nb) A concess\u00e3o da MEDIDA DE SEGURAN\u00c7A DE FORMA LIMINAR, para:\nb.1) afastar a exig\u00eancia de laudo do Detran mencionando limita\u00e7\u00e3o sica que exija equipamentos, adapta\u00e7\u00f5es, meios ou recursos\nespeciais para a condu\u00e7\u00e3o veicular da Impetrante e/ou anota\u00e7\u00e3o de restri\u00e7\u00e3o em CNH;\nb.2) reconhecer o laudo emi do pelo SUS como instrumento h\u00e1bil a comprovar a de\ufb01ci\u00eancia apresentada pela Impetrante, eis que preenchidos os requisitos legais exigidos na Lei 8.989/95 e IN 1.769/2017;e\nb.3) determinar que a Autoridade Impetrada proceda o deferimento da isen\u00e7\u00e3o de IPI para aquisi\u00e7\u00e3o de ve\u00edculo automotor, requerendo a sua con\ufb01rma\u00e7\u00e3o ao \ufb01nal da demanda.\n\n\fc) A no \ufb01ca\u00e7\u00e3o do coator, para que, no prazo de 10 dias, preste as devidas informa\u00e7\u00f5es. Posteriormente, seja dada ci\u00eancia do feito ao \u00f3rg\u00e3o de representa\u00e7\u00e3o judicial da pessoa jur\u00eddica interessada, conforme ar go 7\u00ba, inciso II, da Lei 12.016/2009;\nd) Ap\u00f3s, a remessa ao Minist\u00e9rio P\u00fablico Federal, consoante determina o ar go 12, da Lei 12.016/2009.\ne) Ao \ufb01nal, requer a PROCED\u00caNCIA do pedido, concedendo a seguran\u00e7a para reconhecer o direito de isen\u00e7\u00e3o de IPI e determinar que a Autoridade Impetrada realize a expedi\u00e7\u00e3o da competente autoriza\u00e7\u00e3o para aquisi\u00e7\u00e3o de ve\u00edculo automotor com referida isen\u00e7\u00e3o \ufb01scal para aquisi\u00e7\u00e3o de ve\u00edculo automotor.\nf) A condena\u00e7\u00e3o da Autoridade impetrada ao pagamento das custas processuais e dos honor\u00e1rios advoca cios, no que couber.\nD\u00e1-se a causa o valor de R$ 1.000,00 (mil reais) para \ufb01ns \ufb01scais.\nNestes termos, pede deferimento.\nVen\u00e2ncio Aires, 13 de outubro de 2020.\nKELLY HELFER REIS OAB/RS 108.531\n\n\f" } ] } }, { "data": { "original_header": "Documento Original - IdDocumentoCompleto: 5002690-36.2018.4.04.7210-721535046044771400261298403799", "original_text": "Excelent\u00edssimo Senhor Doutor Juiz Federal da Vara do Juizado Especial Federal da Subse\u00e7\u00e3o de S\u00e3o Miguel do Oeste, Se\u00e7\u00e3o Judici\u00e1ria de Santa Catarina\nPEDIDO DE GRATUIDADE DA JUSTI\u00c7A Revis\u00e3o de benef\u00edcio previdenci\u00e1rio Soma dos sal\u00e1rios de contribui\u00e7\u00e3o das atividades concomitantes com atividade principal\nAIRTON LUIZ FAVERO, brasileiro, casado aposentado, nascido em 23/03/1961, inscrito no CPF sob n\u00b0 422.713.479-04, portador do RG n\u00b0 895.968, residente e domiciliado \u00e0 Rua Eduardo Jo\u00e3o Agostini, n\u00ba 637, bairro Agostini, na cidade de S\u00e3o Miguel do Oeste/SC, CEP 89.900-000, telefone (49) 3622-0472, e-mail faveroairton@gmail.com, representado por seu(s) advogado(s), v\u00eam \u00e0 presen\u00e7a de Vossa Excel\u00eancia, propor a presente A\u00c7\u00c3O DE REVIS\u00c3O DE BENEF\u00cdCIO PREVIDENCI\u00c1RIO, em face do INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL \u2013 INSS, Autarquia Federal com ag\u00eancia nesta cidade, pelos fatos e fundamentos que passa a expor para ao final requerer.\nP R E L I M I N A R M E N T E\nREN\u00daNCIA AOS VALORES EXCEDENTES \u00c0 60 SAL\u00c1RIOS M\u00cdNIMOS PARA FINS DE AL\u00c7ADA\nA Parte Autora, de acordo com os poderes conferidos na procura\u00e7\u00e3o anexa, renuncia ao valor excedente a 60 (sessenta) sal\u00e1riosm\u00ednimos na data do ajuizamento da a\u00e7\u00e3o, considerando-se dentro deste limite todas as presta\u00e7\u00f5es vencidas e doze parcelas vincendas, para fins de fixa\u00e7\u00e3o da compet\u00eancia deste Juizado Especial Federal, nos termos do artigo 3\u00ba, \u00a7 3\u00ba, da Lei 9.099/1995 c.c. artigos 1\u00ba, 3\u00ba e 17 da Lei 10.259/2001 da Lei 10.259/2001 e do Incidente de Resolu\u00e7\u00e3o de Demandas Repetitivas n\u00ba 50332079120164040000/SC.\nFrisa-se que o valor da causa para efeito de al\u00e7ada n\u00e3o se confunde com o valor da condena\u00e7\u00e3o. Assim, o ajuizamento da a\u00e7\u00e3o em Juizado Especial Federal n\u00e3o acarreta ren\u00fancia t\u00e1cita aos valores da\n1\n\n\fcondena\u00e7\u00e3o que ultrapassam os 60 sal\u00e1rios m\u00ednimos a partir de um ano a contar da data do ajuizamento, incidindo juros e atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria a partir dos respectivos vencimentos.\nDO OBJETO DA A\u00c7\u00c3O\n\nRevis\u00e3o de Benef\u00edcio Previdenci\u00e1rio, a fim de que sejam somadas as contribui\u00e7\u00f5es vertidas no per\u00edodo em que exercidas atividades concomitantes, com o pagamento das diferen\u00e7as devidas.\nF A T O S\n\nA Parte Autora, por apresentar os requisitos autorizadores ao gozo do benef\u00edcio previdenci\u00e1rio abaixo, dirigiu-se a APS do INSS a fim de obter o referido benef\u00edcio, e este assim foi deferido com as seguintes caracter\u00edsticas:\n\nTipo de Benef\u00edcio N\u00famero de Benef\u00edcio\nDIB Sal\u00e1rio de Benef\u00edcio\n\n42 \u2013 APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUICAO 167.347.854-6 20/05/2014 R$ 2.882,89\n\nOcorre que o referido benef\u00edcio fora concedido calculando-se um percentual da m\u00e9dia do sal\u00e1rio-de-contribui\u00e7\u00e3o da(s) atividade(s) secund\u00e1ria(s), na forma do inciso II do artigo 32 da Lei n. 8.213/91, ocasionando uma perda na renda mensal inicial.\nAinda, conforme se depreende dos c\u00e1lculos realizados pelo INSS, a fim de apurar o valor do sal\u00e1rio de benef\u00edcio apurou-se uma m\u00e9dia das contribui\u00e7\u00f5es referentes \u00e0 atividade secund\u00e1ria, ocasionando uma REDU\u00c7\u00c3O totalmente injusta e ilegal como adiante passaremos a demonstrar.\nA norma prev\u00ea sistem\u00e1tica espec\u00edfica para considera\u00e7\u00e3o das remunera\u00e7\u00f5es quando houver desempenho de atividades concomitantes, sendo que ocorreram modifica\u00e7\u00f5es legislativas importantes, as quais devem ser sopesadas, e que influem na solu\u00e7\u00e3o do caso em apre\u00e7o, conforme fundamenta\u00e7\u00e3o a seguir.\nD I R E I T O\n\n2\n\n\fDA ATIVIDADE CONCOMITANTE\nAssim disp\u00f5e o artigo 32 da Lei n\u00ba 8.213/91:\nArt. 32. O sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio do segurado que contribuir em raz\u00e3o de atividades concomitantes ser\u00e1 calculado com base na soma dos sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o das atividades exercidas na data do requerimento ou do \u00f3bito, ou no per\u00edodo b\u00e1sico de c\u00e1lculo, observado o disposto no art. 29 e as normas seguintes:\nI - quando o segurado satisfizer, em rela\u00e7\u00e3o a cada atividade, as condi\u00e7\u00f5es do benef\u00edcio requerido, o sal\u00e1rio-de-beneficio ser\u00e1 calculado com base na soma dos respectivos sal\u00e1rios-decontribui\u00e7\u00e3o;\nII - quando n\u00e3o se verificar a hip\u00f3tese do inciso anterior, o sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio corresponde \u00e0 soma das seguintes parcelas:\na) o sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio calculado com base nos sal\u00e1rios-decontribui\u00e7\u00e3o das atividades em rela\u00e7\u00e3o \u00e0s quais s\u00e3o atendidas as condi\u00e7\u00f5es do benef\u00edcio requerido;\nb) um percentual da m\u00e9dia do sal\u00e1rio-de-contribui\u00e7\u00e3o de cada uma das demais atividades, equivalente \u00e0 rela\u00e7\u00e3o entre o n\u00famero de meses completo de contribui\u00e7\u00e3o e os do per\u00edodo de car\u00eancia do benef\u00edcio requerido;\nIII - quando se tratar de benef\u00edcio por tempo de servi\u00e7o, o percentual da al\u00ednea \"b\" do inciso II ser\u00e1 o resultante da rela\u00e7\u00e3o entre os anos completos de atividade e o n\u00famero de anos de servi\u00e7o considerado para a concess\u00e3o do benef\u00edcio.\n\u00a7 1\u00ba O disposto neste artigo n\u00e3o se aplica ao segurado que, em obedi\u00eancia ao limite m\u00e1ximo do sal\u00e1rio-de-contribui\u00e7\u00e3o, contribuiu apenas por uma das atividades concomitantes.\n\u00a7 2\u00ba N\u00e3o se aplica o disposto neste artigo ao segurado que tenha sofrido redu\u00e7\u00e3o do sal\u00e1rio-de-contribui\u00e7\u00e3o das atividades concomitantes em respeito ao limite m\u00e1ximo desse sal\u00e1rio.\nSegundo o artigo 32 da Lei n. 8.213/91, portanto, podem ser somados os sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o das atividades concomitantes quando o segurado preenche as condi\u00e7\u00f5es para a concess\u00e3o do benef\u00edcio em rela\u00e7\u00e3o a todas as atividades. N\u00e3o ocorrendo isso, o sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio corresponder\u00e1 \u00e0 soma do sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio da atividade principal e de um percentual da m\u00e9dia do sal\u00e1rio-de-contribui\u00e7\u00e3o da atividade secund\u00e1ria, conforme disp\u00f5e o inciso II do referido artigo. Este percentual ser\u00e1 o resultante da rela\u00e7\u00e3o entre os anos completos de atividade e o n\u00famero de anos de servi\u00e7o considerado para a concess\u00e3o do benef\u00edcio de aposentadoria.\nTendo o segurado satisfeito em rela\u00e7\u00e3o a uma das atividades os requisitos para a concess\u00e3o do benef\u00edcio, esta ser\u00e1 considerada a atividade principal.\n3\n\n\fN\u00e3o tendo o segurado satisfeito os requisitos em rela\u00e7\u00e3o a nenhuma das atividades concomitantes, inexiste regra clara para a defini\u00e7\u00e3o da atividade principal. Como a legisla\u00e7\u00e3o n\u00e3o determinou neste caso qual atividade deve ser considerada como principal, a jurisprud\u00eancia acabou por consolidar entendimento no sentido de que preponderante \u00e9 a atividade de maior renda, o que viabiliza, at\u00e9 em homenagem ao princ\u00edpio da ampla prote\u00e7\u00e3o, um proveito econ\u00f4mico maior ao trabalhador.\nContudo, tal regra n\u00e3o deve ser aplicada. Isso porque a Lei n. 9.876, de 26/11/99, determinou a extin\u00e7\u00e3o gradativa da escala de sal\u00e1rio-base em seu artigo 4\u00ba:\nArt. 4\u00ba Considera-se sal\u00e1rio-de-contribui\u00e7\u00e3o, para os segurados contribuinte individual e facultativo filiados ao Regime Geral de Previd\u00eancia Social at\u00e9 o dia anterior \u00e0 data de publica\u00e7\u00e3o desta Lei, o sal\u00e1rio-base, determinado conforme o art. 29 da Lei no 8.212, de 1991, com a reda\u00e7\u00e3o vigente naquela data. (Vide Lei 10.666/2003)\n\u00a7 1\u00ba O n\u00famero m\u00ednimo de meses de perman\u00eancia em cada classe da escala de sal\u00e1rios-base de que trata o art. 29 da Lei no 8.212, de 1991, com a reda\u00e7\u00e3o anterior \u00e0 data de publica\u00e7\u00e3o desta Lei, ser\u00e1 reduzido, gradativamente, em doze meses a cada ano, at\u00e9 a extin\u00e7\u00e3o da referida escala.\n\u00a7 2\u00ba Havendo a extin\u00e7\u00e3o de uma determinada classe em face do disposto no \u00a7 1\u00ba, a classe subseq\u00fcente ser\u00e1 considerada como classe inicial, cujo sal\u00e1rio-base variar\u00e1 entre o valor correspondente ao da classe extinta e o da nova classe inicial.\n\u00a7 3\u00ba Ap\u00f3s a extin\u00e7\u00e3o da escala de sal\u00e1rios-base de que trata o \u00a7 1\u00ba, entender-se-\u00e1 por sal\u00e1rio-de-contribui\u00e7\u00e3o, para os segurados contribuinte individual e facultativo, o disposto nos incisos III e IV do art. 28 da Lei no 8.212, de 1991, com a reda\u00e7\u00e3o dada por esta Lei.\nPor outro lado, tamb\u00e9m modificou o per\u00edodo b\u00e1sico de c\u00e1lculo para apura\u00e7\u00e3o do sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio, dando em seu artigo 2\u00ba nova reda\u00e7\u00e3o ao artigo 29 da Lei 8.213/91, nos seguintes termos:\nArt. 29. O sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio consiste: (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n\u00ba 9.876, de 26.11.99)\nI - para os benef\u00edcios de que tratam as al\u00edneas b e c do inciso I do art. 18, na m\u00e9dia aritm\u00e9tica simples dos maiores sal\u00e1riosde-contribui\u00e7\u00e3o correspondentes a oitenta por cento de todo o per\u00edodo contributivo, multiplicada pelo fator previdenci\u00e1rio; (Inclu\u00eddo pela Lei n\u00ba 9.876, de 26.11.99)\nII - para os benef\u00edcios de que tratam as al\u00edneas a, d, e e h do inciso I do art. 18, na m\u00e9dia aritm\u00e9tica simples dos maiores sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o correspondentes a oitenta por cento de todo o per\u00edodo contributivo. (Inclu\u00eddo pela Lei n\u00ba 9.876, de 26.11.99)\n4\n\n\fCom o advento da Medida Provis\u00f3ria 83, de 12/12/2002, foi determinada a extin\u00e7\u00e3o, a partir de abril de 2003, da escala de sal\u00e1riobase (artigos 9\u00ba e 14). As disposi\u00e7\u00f5es da MP 83/02 foram ratificadas por ocasi\u00e3o da sua convers\u00e3o na Lei 10.666, de 08/05/2003, consoante artigos 9\u00ba e 15 adiante transcritos:\nArt. 9\u00ba Fica extinta a escala transit\u00f3ria de sal\u00e1rio-base, utilizada para fins de enquadramento e fixa\u00e7\u00e3o do sal\u00e1rio-decontribui\u00e7\u00e3o dos contribuintes individual e facultativo filiados ao Regime Geral de Previd\u00eancia Social, estabelecida pela Lei no 9.876, de 26 de novembro de 1999.\n....\nArt. 15. Esta Lei entra em vigor na data de sua publica\u00e7\u00e3o, produzindo efeitos, quanto aos \u00a7\u00a7 1\u00ba e 2\u00ba do art. 1o e aos arts. 4\u00ba a 6\u00ba e 9\u00ba, a partir de 1o de abril de 2003.\nExtinta a escala de sal\u00e1rio-base a partir de abril de 2003, deixou de haver restri\u00e7\u00f5es ao recolhimento por parte dos contribuintes individuais e facultativo. Eles passaram a poder iniciar a contribui\u00e7\u00e3o para a previd\u00eancia com base em qualquer valor. Mais do que isso, foram autorizados a modificar os valores de seus sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o sem respeitar qualquer interst\u00edcio. Os \u00fanicos limites passaram a ser o m\u00ednimo (sal\u00e1rio m\u00ednimo) e o m\u00e1ximo (este reajustado regularmente).\nCoerente com a nova realidade decorrente da Lei 9.876/99 e da MP 83/02 (Lei 10.666/03), a Instru\u00e7\u00e3o Normativa INSS/DC n\u00ba 89, de 11.06/2003 (j\u00e1 revogada) assim disp\u00f4s em seu artigo 39:\nArt. 39. Fica extinta, a partir de 01 de abril de 2003, a escala transit\u00f3ria de sal\u00e1rio-base, utilizada para fins de enquadramento e fixa\u00e7\u00e3o do sal\u00e1rio-de-contribui\u00e7\u00e3o dos contribuintes individual e facultativo filiados ao Regime Geral de Previd\u00eancia Social, estabelecida pela Lei n\u00ba 9.876, de 26 de novembro de 1999.\n\u00a7 1\u00b0 O sal\u00e1rio-de-contribui\u00e7\u00e3o do segurado contribuinte individual, a partir da compet\u00eancia abril de 2003, passa a ser, independentemente da data de sua inscri\u00e7\u00e3o, a remunera\u00e7\u00e3o auferida em uma ou mais empresas ou pelo exerc\u00edcio de sua atividade por conta pr\u00f3pria, durante o m\u00eas, observados os limites m\u00ednimo e m\u00e1ximo do sal\u00e1rio-de-contribui\u00e7\u00e3o.\n\u00a7 2\u00b0 O sal\u00e1rio-de-contribui\u00e7\u00e3o do segurado facultativo, a partir da compet\u00eancia abril de 2003, passa a ser, independentemente da data de sua inscri\u00e7\u00e3o, o valor por ele declarado, observados os limites m\u00ednimo e m\u00e1ximo do sal\u00e1rio-de-contribui\u00e7\u00e3o.\nNa sucess\u00e3o de atos normativos que se seguiram, a Instru\u00e7\u00e3o Normativa RFB n\u00ba 971, de 13 de novembro de 2009, tamb\u00e9m disp\u00f4s:\nArt. 55. Entende-se por sal\u00e1rio-de-contribui\u00e7\u00e3o:\n5\n\n\fI - para os segurados empregado e trabalhador avulso, a remunera\u00e7\u00e3o auferida em uma ou mais empresas, assim entendida a totalidade dos rendimentos que lhes s\u00e3o pagos, devidos ou creditados a qualquer t\u00edtulo, durante o m\u00eas, destinados a retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de utilidades e os adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer pelos servi\u00e7os efetivamente prestados, quer pelo tempo \u00e0 disposi\u00e7\u00e3o do empregador ou tomador de servi\u00e7os, nos termos da lei ou do contrato ou, ainda, de conven\u00e7\u00e3o ou de acordo coletivo de trabalho ou de senten\u00e7a normativa, observado o disposto no inciso I do \u00a7 1\u00ba e nos \u00a7\u00a7 2\u00ba e 3\u00ba do art. 54;\n\nII - para o segurado empregado dom\u00e9stico a remunera\u00e7\u00e3o registrada em sua CTPS ou comprovada mediante recibos de pagamento, observado o disposto no inciso II do \u00a7 1\u00ba e nos \u00a7\u00a7 2\u00ba e 3\u00ba do art. 54;\n\nIII - para o segurado contribuinte individual:\n\na) filiado at\u00e9 28 de novembro de 1999, que tenha perdido a qualidade de segurado ap\u00f3s essa data, considerando os fatos geradores ocorridos a partir da nova filia\u00e7\u00e3o, a remunera\u00e7\u00e3o auferida em uma ou mais empresas ou pelo exerc\u00edcio de atividade por conta pr\u00f3pria, durante o m\u00eas, observados os limites m\u00ednimo e m\u00e1ximo do sal\u00e1rio-de-contribui\u00e7\u00e3o;\n\nb) filiado at\u00e9 28 de novembro de 1999, considerando os fatos geradores ocorridos at\u00e9 31 de mar\u00e7o de 2003, o sal\u00e1rio-base, observada a escala transit\u00f3ria de sal\u00e1rios-base;\n\nc) filiado a partir de 29 de novembro de 1999, a remunera\u00e7\u00e3o auferida em uma ou mais empresas ou pelo exerc\u00edcio de atividade por conta pr\u00f3pria, durante o m\u00eas, observados os limites m\u00ednimo e m\u00e1ximo do sal\u00e1rio-de-contribui\u00e7\u00e3o;\n\nd) independentemente da data de filia\u00e7\u00e3o, considerando os fatos geradores ocorridos desde 1\u00ba de abril de 2003, a remunera\u00e7\u00e3o auferida em uma ou mais empresas ou pelo exerc\u00edcio de sua atividade por conta pr\u00f3pria, durante o m\u00eas, observados os limites m\u00ednimo e m\u00e1ximo do sal\u00e1rio-de-contribui\u00e7\u00e3o;\n\nIV - para o segurado facultativo:\n\na) filiado at\u00e9 28 de novembro de 1999, considerando compet\u00eancias at\u00e9 mar\u00e7o de 2003, o sal\u00e1rio-base, observada a escala transit\u00f3ria de sal\u00e1rios-base;\n\nb) filiado a partir de 29 de novembro de 1999, o valor por ele declarado, observados os limites m\u00ednimo e m\u00e1ximo do sal\u00e1rio-decontribui\u00e7\u00e3o;\n\nc) independentemente da compet\u00eancia de abril de observados os limites contribui\u00e7\u00e3o;\n\ndata 2003, m\u00ednimo\n\nde filia\u00e7\u00e3o, a partir da o valor por ele declarado,\ne m\u00e1ximo do sal\u00e1rio-de-\n\nV - para o segurado especial que optar por contribuir na forma do \u00a7 10 do art. 10, o valor por ele declarado, observado o disposto nos \u00a7\u00a7 8\u00ba e 9\u00ba.\n\n\u00a7 1\u00ba A escala transit\u00f3ria de sal\u00e1rios-base, utilizada para fins de enquadramento e fixa\u00e7\u00e3o do sal\u00e1rio-de-contribui\u00e7\u00e3o dos\n\n6\n\n\fcontribuintes individual e facultativo filiados ao RGPS, foi extinta em 1\u00ba de abril de 2003, por for\u00e7a da Lei n\u00ba 10.666, de 2003.\nA pr\u00f3pria administra\u00e7\u00e3o, portanto, corretamente, esclareceu que a partir da compet\u00eancia abril de 2003 o sal\u00e1rio-decontribui\u00e7\u00e3o do segurado contribuinte individual e do segurado facultativo n\u00e3o teria mais qualquer regra quanto a valores de recolhimento, respeitados apenas os limites m\u00ednimo e m\u00e1ximo. Ficaram os segurados contribuinte individual e facultativo livres para recolher contribui\u00e7\u00f5es sem quaisquer restri\u00e7\u00f5es, ressalvado o respeito ao teto.\nSendo este o quadro, \u00e9 de se entender que para as compet\u00eancias posteriores a mar\u00e7o de 2003 n\u00e3o h\u00e1 mais qualquer sentido na aplica\u00e7\u00e3o do artigo 32 da Lei 8.213/91.\nCom efeito, o que inspirou o artigo 32 da Lei 8.213/91, e bem assim as normas que disciplinavam a escala de sal\u00e1rio-base, foi o objetivo de evitar, por exemplo, que nos \u00faltimos anos de contribui\u00e7\u00e3o o segurado empregado passasse a contribuir em valores significativos como aut\u00f4nomo/contribuinte individual, ou mesmo que o aut\u00f4nomo/contribuinte individual majorasse significativamente suas contribui\u00e7\u00f5es. Isso porque no regime anterior \u00e0 Lei 9.8976/99 o sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio era calculado com base na m\u00e9dia aritm\u00e9tica simples de todos os \u00faltimos sal\u00e1rios-decontribui\u00e7\u00e3o dos meses imediatamente anteriores ao do afastamento da atividade ou da data da entrada do requerimento, at\u00e9 o m\u00e1ximo de 36 (trinta e seis), apurados em per\u00edodo n\u00e3o superior a 48 (quarenta e oito) meses. Assim, o aumento de contribui\u00e7\u00f5es no final da vida laboral poderia acarretar um benef\u00edcio mais alto, a despeito de ter o segurado contribu\u00eddo na maior parte de seu hist\u00f3rico contributivo com valores modestos.\nCom o advento da Lei 9.876/99 o sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio passou a ser calculado com base na m\u00e9dia aritm\u00e9tica simples dos maiores sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o correspondentes a oitenta por cento de todo o per\u00edodo contributivo, multiplicada pelo fator previdenci\u00e1rio (assegurada para quem j\u00e1 era filiado \u00e0 Previd\u00eancia Social antes da Lei 9.876/96 a considera\u00e7\u00e3o da m\u00e9dia aritm\u00e9tica de oitenta por cento do per\u00edodo contributivo decorrido desde a compet\u00eancia julho de 1994). Assim, o recolhimento de contribui\u00e7\u00f5es em valores mais altos apenas nos \u00faltimos anos de contribui\u00e7\u00e3o passou a ter pouca import\u00e2ncia para a fixa\u00e7\u00e3o da renda mensal inicial (RMI) do benef\u00edcio. Esta mudan\u00e7a da sistem\u00e1tica de c\u00e1lculo do sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio \u00e9 que, a prop\u00f3sito, justificou a extin\u00e7\u00e3o da escala de sal\u00e1rio-base.\n7\n\n\fExtinta a escala de sal\u00e1rio-base, o segurado empregado que tem seu v\u00ednculo cessado pode passar a contribuir como contribuinte individual, ou mesmo como facultativo, pelo teto. Por outro lado, o contribuinte individual, ou mesmo o facultativo, pode majorar sua contribui\u00e7\u00e3o at\u00e9 o teto no momento que desejar. N\u00e3o pode, diante da situa\u00e7\u00e3o posta, ser adotada interpreta\u00e7\u00e3o que acarrete tratamento detrimentoso para o segurado empregado que tamb\u00e9m \u00e9 contribuinte individual, ou mesmo que tem dois v\u00ednculos como empregado, sob pena de ofensa \u00e0 isonomia. N\u00e3o h\u00e1 sentido em se considerar v\u00e1lido possa o contribuinte individual recolher pelo teto sem qualquer restri\u00e7\u00e3o e, por vias transversas, vedar isso ao segurado empregado que desempenha concomitantemente atividade como contribuinte individual, ou mesmo que tem dois v\u00ednculos empregat\u00edcios. E \u00e9 isso, na pr\u00e1tica, que ocorreria se reputasse vigente o disposto no artigo 32 da Lei n. 8.213/91. A conclus\u00e3o, portanto, \u00e9 de que, na linha do que estatui a Lei de Introdu\u00e7\u00e3o \u00e0s Normas do Direito Brasileiro (antiga LICC), ocorreu, a partir de 1\u00ba de abril de 2003, a derroga\u00e7\u00e3o do artigo 32 das Lei 8.213/91. Deste modo, assim como o contribuinte individual e o segurado facultativo podem simplesmente passar a recolher pelo teto a partir da compet\u00eancia abril/2003, a todo segurado que tenha mais de um v\u00ednculo deve ser admitida, a partir da compet\u00eancia abril/2003, a soma dos sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o, respeitado o teto.\nNesse sentido:\n\nPROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS INFRINGENTES. LIMITES DA INFRING\u00caNCIA. PREVIDENCI\u00c1RIO. REVIS\u00c3O DE BENEF\u00cdCIO. ATIVIDADES CONCOMITANTES. ART. 32 DA LEI No 8.213/91.\u20281. O sal\u00e1rio de benef\u00edcio do segurado que contribu\u00eda em raz\u00e3o de atividades concomitantes era calculado nos termos do art. 32 da Lei 8.213/91, somando-se os respectivos sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o quando satisfizesse, em rela\u00e7\u00e3o a cada atividade, as condi\u00e7\u00f5es do benef\u00edcio requerido. No caso de o segurado n\u00e3o haver preenchido as condi\u00e7\u00f5es para a concess\u00e3o do benef\u00edcio em rela\u00e7\u00e3o a ambas as atividades, o sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio correspondia \u00e0 soma do sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio da atividade principal e de um percentual da m\u00e9dia do sal\u00e1rio-de-contribui\u00e7\u00e3o da atividade secund\u00e1ria.\n\n2. O sentido da regra contida no art. 32 da Lei 8.213/91 era o de evitar que, nos \u00faltimos anos antes de se aposentar, o segurado pudesse engendrar artificial incremento dos sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o que comp\u00f5em o per\u00edodo b\u00e1sico de c\u00e1lculo (PBC), 36 meses dentro de um conjunto de 48 meses, e assim elevar indevidamente o valor da renda mensal inicial da presta\u00e7\u00e3o.\n\n3. Todavia, modificado o per\u00edodo b\u00e1sico de c\u00e1lculo pela Lei\n\n9.876/1999, apurado sobre todas as contribui\u00e7\u00f5es a partir de\n\n1994 (as 80% melhores), j\u00e1 n\u00e3o haveria sentido na norma, pois\n\nin\u00f3cua\n\nseria\n\numa\n\ndeliberada\n\neleva\u00e7\u00e3o\n\ndos\n\nsal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o, uma vez ampliado, em bases t\u00e3o\n\nabrangentes, o per\u00edodo a ser considerado.\n\n4. No c\u00e1lculo de benef\u00edcios previdenci\u00e1rios concedidos ap\u00f3s abril de 2003, devem ser somados os sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o das atividades exercidas concomitantemente, sem aplica\u00e7\u00e3o do art.\n8\n\n\f32, inclusive para per\u00edodos anteriores a 1o de abril de 2003, e com observa\u00e7\u00e3o, por \u00f3bvio, do teto do sal\u00e1rio-de-contribui\u00e7\u00e3o (art. 28, \u00a75o, da Lei 8.212/91).\n5. No caso concreto, em face dos limites da infring\u00eancia, fica assegurado o direito da parte autora, de adicionar os sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o das atividades concomitantes, a partir da compet\u00eancia abril/2003, inclusive.\nPREVIDENCI\u00c1RIO. REVIS\u00c3O DE BENEF\u00cdCIO. RENDA MENSAL INICIAL. ATIVIDADES CONCOMITANTES. DERROGA\u00c7\u00c3O DO ARTIGO 32 DA LEI 8.213/91 A PARTIR DE 01/04/2003. LEI 9.876/99. MP 83/02 (LEI 10.666/03). IN INSS/DC N\u00ba 89/2003. IN RFB N\u00ba 971/2009. CARGO EM COMISS\u00c3O. CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA E JUROS DE MORA. 1. Segundo estabelece o artigo 32 da Lei de Benef\u00edcios (Lei 8.213/91), o sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio do segurado que contribuir em raz\u00e3o de atividades concomitantes deve ser calculado com base na soma dos sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o das atividades exercidas, ou no per\u00edodo b\u00e1sico de c\u00e1lculo, quando satisfizer, em rela\u00e7\u00e3o a cada atividade, as condi\u00e7\u00f5es do benef\u00edcio requerido. 2. N\u00e3o satisfeitas as condi\u00e7\u00f5es em rela\u00e7\u00e3o a cada atividade, o sal\u00e1riode-benef\u00edcio corresponder\u00e1 \u00e0 soma do sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio da atividade principal, esta considerada aquela em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 qual preenchidos os requisitos ou, n\u00e3o tendo havido preenchimento dos requisitos em rela\u00e7\u00e3o a nenhuma delas, a mais ben\u00e9fica para o segurado, e de um percentual da m\u00e9dia do sal\u00e1rio-de-contribui\u00e7\u00e3o da atividade secund\u00e1ria, conforme disp\u00f5e o inciso II do artigo 32 da Lei 8.213/91. 3. A Lei 9.876/99 estabeleceu a extin\u00e7\u00e3o gradativa da escala de sal\u00e1rio-base (art. 4\u00ba), e modificou o artigo 29 da LB (art. 2\u00ba), determinando que o sal\u00e1rio-debenef\u00edcio seja calculado com base na m\u00e9dia aritm\u00e9tica simples dos maiores sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o correspondentes a oitenta por cento de todo o per\u00edodo contributivo, multiplicada pelo fator previdenci\u00e1rio (assegurada para quem j\u00e1 era filiado \u00e0 Previd\u00eancia Social antes da Lei 9.876/96 a considera\u00e7\u00e3o da m\u00e9dia aritm\u00e9tica de oitenta por cento do per\u00edodo contributivo decorrido desde a compet\u00eancia julho/94 - art. 3\u00ba). 4. A Medida Provis\u00f3ria 83, de 12/12/2002 extinguiu, a partir de 1\u00ba de abril de 2003, a escala de sal\u00e1rio-base (artigos 9\u00ba e 14), determina\u00e7\u00e3o depois ratificada por ocasi\u00e3o da sua convers\u00e3o na Lei 10.666, de 08/05/2003 (artigos 9\u00ba e 15). 5. Extinta a escala de sal\u00e1rio-base a partir de abril de 2003, deixou de haver restri\u00e7\u00f5es ao recolhimento por parte dos contribuintes individual e facultativo. Eles passaram a poder iniciar a contribuir para a previd\u00eancia com base em qualquer valor. Mais do que isso, foram autorizados a modificar os valores de seus sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o sem respeitar qualquer interst\u00edcio. Os \u00fanicos limites passaram a ser o m\u00ednimo (sal\u00e1rio m\u00ednimo) e o m\u00e1ximo (este reajustado regularmente). Nesse sentido estabeleceram a IN INSS/DC n\u00ba 89, de 11/06/2003 e a Instru\u00e7\u00e3o Normativa RFB n\u00ba 971, de 13/11/de 2009. 6. Extinta a escala de sal\u00e1rio-base, o segurado empregado que tem seu v\u00ednculo cessado pode passar a contribuir como contribuinte individual, ou mesmo como facultativo, pelo teto. Por outro lado, o contribuinte individual, ou mesmo o facultativo, pode majorar sua contribui\u00e7\u00e3o at\u00e9 o teto no momento que desejar. Invi\u00e1vel a ado\u00e7\u00e3o, diante da situa\u00e7\u00e3o posta, de interpreta\u00e7\u00e3o que acarrete tratamento detrimentoso para o segurado empregado que tamb\u00e9m \u00e9 contribuinte individual, ou mesmo que tem dois v\u00ednculos como empregado, sob pena de ofensa \u00e0 isonomia. 7. N\u00e3o h\u00e1 sentido em se considerar v\u00e1lido possa o contribuinte individual recolher pelo teto sem qualquer restri\u00e7\u00e3o e, por vias transversas, vedar isso ao segurado empregado que desempenha concomitantemente atividade como contribuinte individual, ou mesmo que tem dois v\u00ednculos empregat\u00edcios. E \u00e9 isso, na pr\u00e1tica, que ocorreria se se reputasse vigente o disposto no artigo 32 da Lei 8.213/91. 8. No c\u00e1lculo de benef\u00edcios previdenci\u00e1rios concedidos ap\u00f3s abril de 2003, devem ser somados os sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o das atividades exercidas concomitantemente, sem aplica\u00e7\u00e3o do art. 32, inclusive para per\u00edodos anteriores a 1\u00ba de abril de 2003, e com observa\u00e7\u00e3o, por \u00f3bvio, do teto do sal\u00e1rio-de-contribui\u00e7\u00e3o (art. 28, \u00a75\u00ba, da Lei 8.212/91). 9. Seja no regime pret\u00e9rito (da CLPS), seja no regime da Lei n.\u00ba 8.213/91, o servidor p\u00fablico\n9\n\n\fn\u00e3o submetido a regime pr\u00f3prio sempre foi segurado obrigat\u00f3rio da previd\u00eancia urbana. Com o advento da Lei n.\u00ba 8.647/93 os ocupantes de cargo em comiss\u00e3o passaram a ser segurados obrigat\u00f3rios do regime geral. 10. Hip\u00f3tese em que o demandante, como ocupante de cargo em comiss\u00e3o, n\u00e3o estava amparado por regime pr\u00f3prio de previd\u00eancia, de modo que sua filia\u00e7\u00e3o ao regime de previd\u00eancia social urbana (e na vig\u00eancia da Lei n.\u00ba 8.213/91 ao regime geral de previd\u00eancia) era autom\u00e1tica. Assim, as remunera\u00e7\u00f5es recebidas no per\u00edodo n\u00e3o podem ser ignoradas pelo INSS quando do c\u00e1lculo da renda mensal inicial, sendo irrelevante o fato de o \u00f3rg\u00e3o p\u00fablico eventualmente n\u00e3o ter repassado contribui\u00e7\u00f5es para o INSS, haja vista que o recolhimento das contribui\u00e7\u00f5es previdenci\u00e1rias \u00e9 obriga\u00e7\u00e3o do empregador. (TRF4, AC 5043001-25.2015.404.7000, QUINTA TURMA, Relator ROGERIO FAVRETO, juntado aos autos em 05/12/2016)\nRecentemente foi uniformizada a quest\u00e3o pela TNU:\n\nINCIDENTE DE UNIFORMIZA\u00c7\u00c3O NACIONAL. REPRESENTATIVO DA CONTROV\u00c9RSIA. PREVIDENCI\u00c1RIO. REVIS\u00c3O. ATIVIDADES CONCOMITANTES. ARTIGO 32 DA LEI 8.213/91. DERROGA\u00c7\u00c3O A PARTIR DE 01/04/2003. UNIFORMIZA\u00c7\u00c3O PRECEDENTE DA TNU. DESPROVIMENTO.\n\n1. Ratificada, em representativo da controv\u00e9ria, a uniformiza\u00e7\u00e3o\n\nprecedente desta Turma Nacional no sentido de que tendo o\n\nsegurado que contribuiu em raz\u00e3o de atividades concomitantes\n\nimplementado os requisitos ao benef\u00edcio em data posterior a\n\n01/04/2003,\n\nos\n\nsal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o\n\nconcomitantes\n\n(anteriores e posteriores a 04/2003) ser\u00e3o somados e limitados\n\nao teto (PEDILEF 50077235420114047112, JUIZ FEDERAL JO\u00c3O BATISTA\n\nLAZZARI, TNU, DOU 09/10/2015 P\u00c1GINAS 117/255).\n\n2. Derroga\u00e7\u00e3o do art. 32 da Lei 8.213/91, diante de legisla\u00e7\u00e3o superveniente (notadamente, as Leis 9.876/99 e 10.666/03).\n\n3. Incidente de uniformiza\u00e7\u00e3o conhecido e desprovido.\n\n(TNU 5003449-95.2016.4.04.7201/SC, RELATOR: JUIZ FEDERAL GUILHERME BOLLORINI PEREIRA, Data 22/02/2018)\n\nNote-se que n\u00e3o se est\u00e1 a fazer ju\u00edzo de constitucionalidade quanto ao artigo 32 da Lei 8.213/91. O que se est\u00e1 a dizer \u00e9 que referida norma deixou de ter vig\u00eancia a partir de 01/04/2003 (arts. 9\u00ba e 14 da MP 83/2002), pois com a extin\u00e7\u00e3o da escala de sal\u00e1rio-base tornou-se in\u00f3cua, tendo ocorrido sua derroga\u00e7\u00e3o.1\n\nAssim, no caso em exame, merece serem acolhidos os pedidos da Parte Autora para que seja efetuada a revis\u00e3o do benef\u00edcio conforme os crit\u00e9rios acima explicitados.\n\nR E Q U E R I M E N T O S\n\n\u00c0 vista do exposto, REQUER a Vossa Excel\u00eancia:\na) O recebimento da presente A\u00c7\u00c3O DE REVIS\u00c3O DE BENEF\u00cdCIO PREVIDENCI\u00c1RIO, pelo Procedimento Sumar\u00edssimo, com os documentos que a instruem, deferindo-se o pedido da Gratuidade da\n\n1 TRF4, APELREEX 0004632-08.2014.404.9999, Quinta Turma, Relator Ricardo Teixeira do Valle Pereira, D.E. 03/06/2015. 10\n\n\fJusti\u00e7a visto que a Parte Autora n\u00e3o possui recursos para arcar com as custas processuais, sem que haja preju\u00edzo de sua subsist\u00eancia;\nb) CITA\u00c7\u00c3O DO R\u00c9U \u2013 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL \u2013 INSS, na pessoa de seu representante legal, para, querendo, apresentar defesa, no prazo legal, e junto com esta trazer aos autos o processo administrativo referente a todos os benef\u00edcios j\u00e1 percebidos pela Parte Autora, necess\u00e1rios e indispens\u00e1veis para o deslinde da demanda, sob pena de revelia e presun\u00e7\u00e3o de verdade quanto aos fatos articulados;\nc) PROCED\u00caNCIA DA A\u00c7\u00c3O. A proced\u00eancia da presente a\u00e7\u00e3o, condenando o INSS a:\nc.1) refazer o c\u00e1lculo do benef\u00edcio, somando os sal\u00e1riosde-contribui\u00e7\u00f5es das atividades concomitantes, nos termos da fundamenta\u00e7\u00e3o acima, afastando a aplica\u00e7\u00e3o do art. 32 da Lei de Benef\u00edcios;\nc.2) pagar \u00e0 Parte Autora (via judicial \u2013 mediante RPV) as diferen\u00e7as verificadas relativamente \u00e0s presta\u00e7\u00f5es vencidas desde a DER da aposentadoria at\u00e9 a \u00faltima compet\u00eancia referida nos c\u00e1lculos a ser realizado, com a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria de acordo com o Manual de C\u00e1lculos da Justi\u00e7a Federal desde o vencimento de cada parcela, acrescida de juros de mora, a contar da cita\u00e7\u00e3o, devendo incidir \u00e0 taxa de 1% ao m\u00eas, at\u00e9 29/06/2009. E, a partir de ent\u00e3o, incidir uma \u00fanica vez, at\u00e9 o efetivo pagamento do d\u00e9bito, segundo o \u00edndice oficial de remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica aplicado \u00e0 caderneta de poupan\u00e7a;\nc.3) pagar \u00e0 Parte Autora (na via administrativa), mediante Complemento Positivo (CP), juntamente com a presta\u00e7\u00e3o do m\u00eas da implanta\u00e7\u00e3o da revis\u00e3o do benef\u00edcio, os valores vencidos e que se vencerem entre a compet\u00eancia inclusa nos c\u00e1lculos e a data da efetiva implanta\u00e7\u00e3o administrativa, com incid\u00eancia sobre estas parcelas dos mesmos crit\u00e9rios do item anterior, relativamente aos juros e \u00e0 corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria\nc.4) pagar os valores atrasados por meio de RPV/Precat\u00f3rio expedido(a) de acordo com a Resolu\u00e7\u00e3o 405/2016 do CJF, e que os valores contratados a t\u00edtulo de honor\u00e1rios advocat\u00edcios sejam expedidos conforme contrato de honor\u00e1rios juntado;\n11\n\n\fd) Caso seja verificado que a pretens\u00e3o da Parte Autora nesta a\u00e7\u00e3o n\u00e3o elevar\u00e1 sua Renda Mensal, requer que seja mantida a mais vantajosa;\ne) Requer no caso de entendimento contr\u00e1rio ao pedido acima, o prequestionamento da mat\u00e9ria, e em havendo necessidade de se interpor Recurso Extraordin\u00e1rio, requer a esse Respeit\u00e1vel Ju\u00edzo, desde j\u00e1, que se manifeste EXPLICITAMENTE sobre poss\u00edvel viola\u00e7\u00e3o de dispositivos constitucionais e infra-constitucionais, especificadamente sobre escopo do artigo 5\u00b0, XXXV2, da Constitui\u00e7\u00e3o da Rep\u00fablica Federativa do Brasil;\nf) EMOLUMENTOS JUDICIAIS E SUCUMB\u00caNCIA. \u00c0 condena\u00e7\u00e3o da autarquia, ao pagamento das custas processuais, dos honor\u00e1rios de advogado, a t\u00edtulo de sucumb\u00eancia, observando-se o disposto no art. 85, \u00a73\u00ba e 8\u00ba do CPC, al\u00e9m dos demais emolumentos judiciais que se fizerem necess\u00e1rios, na forma da Lei;\ng) PROVAS. A produ\u00e7\u00e3o de todas as provas em direito permitidas, com fundamento no art. 370, do CPC;\nh) DA AUDI\u00caNCIA DE CONCILIA\u00c7\u00c3O. Nos termos do artigo 319 inciso VII do CPC, a Parte Autora opta pela n\u00e3o realiza\u00e7\u00e3o de audi\u00eancia de concilia\u00e7\u00e3o/media\u00e7\u00e3o, requerendo, alternativamente, que eventual proposta de acordo seja apresentada por escrito aos autos pelo R\u00e9u.\nAtribui-se \u00e0 causa o valor de R$ 14.325,96 Nestes termos, pede deferimento. Data, 23 de agosto de 2018.\nDRA. Samara Testoni Destro\nAdvogada\nOAB/SC 36027\n2 XXXV - a lei n\u00e3o excluir\u00e1 da aprecia\u00e7\u00e3o do Poder Judici\u00e1rio les\u00e3o ou amea\u00e7a a direito. 12\n\n\f", "similar_texts_federais_bgem3": [ { "header": "Texto Similar 1 (C\u00edvel) - IdDocumentoCompleto: 5019936-72.2018.4.04.7201-721545065005903920261854395407", "text": "Excelent\u00edssimo Senhor Doutor Juiz Federal da Vara do Juizado Especial Federal da Subse\u00e7\u00e3o de Joinville, Se\u00e7\u00e3o Judici\u00e1ria de Santa Catarina.\nPEDIDO DE GRATUIDADE DA JUSTI\u00c7A Revis\u00e3o de benef\u00edcio previdenci\u00e1rio Soma dos sal\u00e1rios de contribui\u00e7\u00e3o das atividades concomitantes com atividade principal\nHERMANO JOS\u00c9 ALVES, brasileiro, casado, gar\u00e7om, portador do RG n\u00ba 2384175, CPF 732.481.779-34, telefone (47) 3085-9531, residente e domiciliado \u00e0 Rua Ernesto Bachtold, N\u00ba 2924, no bairro Aventureiro, CEP 89.225-560, na cidade de Joinville/SC, Representado por seu(s) advogado(s), v\u00eam \u00e0 presen\u00e7a de Vossa Excel\u00eancia, propor a presente A\u00c7\u00c3O DE REVIS\u00c3O DE BENEF\u00cdCIO PREVIDENCI\u00c1RIO, em face do INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL \u2013 INSS, Autarquia Federal com ag\u00eancia nesta cidade, pelos fatos e fundamentos que passa a expor para ao final requerer.\nP R E L I M I N A R M E N T E\nJUSTI\u00c7A GRATUITA\nPreliminarmente, requer que seja concedido o benef\u00edcio da Justi\u00e7a Gratuita por tratar-se de pessoa carente nos termos da Lei 1060/50 e altera\u00e7\u00f5es posteriores, com a declara\u00e7\u00e3o de pobreza anexada.\nREN\u00daNCIA AOS VALORES EXCEDENTES \u00c0 60 SAL\u00c1RIOS M\u00cdNIMOS PARA FINS DE AL\u00c7ADA\nA Parte Autora, de acordo com os poderes conferidos na procura\u00e7\u00e3o anexa, renuncia ao valor excedente a 60 (sessenta) sal\u00e1riosm\u00ednimos na data do ajuizamento da a\u00e7\u00e3o, considerando-se dentro deste limite todas as presta\u00e7\u00f5es vencidas e doze parcelas vincendas, para fins de fixa\u00e7\u00e3o da compet\u00eancia deste Juizado Especial Federal, nos termos do artigo 3\u00ba, \u00a7 3\u00ba, da Lei 9.099/1995 c.c. artigos 1\u00ba, 3\u00ba e 17 da Lei 10.259/2001 da\n1\n\n\fLei 10.259/2001 e do Incidente de Resolu\u00e7\u00e3o de Demandas Repetitivas n\u00ba 50332079120164040000/SC.\nFrisa-se que o valor da causa para efeito de al\u00e7ada n\u00e3o se confunde com o valor da condena\u00e7\u00e3o. Assim, o ajuizamento da a\u00e7\u00e3o em Juizado Especial Federal n\u00e3o acarreta ren\u00fancia t\u00e1cita aos valores da condena\u00e7\u00e3o que ultrapassam os 60 sal\u00e1rios m\u00ednimos a partir de um ano a contar da data do ajuizamento, incidindo juros e atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria a partir dos respectivos vencimentos.\nDO OBJETO DA A\u00c7\u00c3O\n\nRevis\u00e3o de Benef\u00edcio Previdenci\u00e1rio, a fim de que sejam somadas as contribui\u00e7\u00f5es vertidas no per\u00edodo em que exercidas atividades concomitantes, com o pagamento das diferen\u00e7as devidas.\nF A T O S\n\nA Parte Autora, por apresentar os requisitos autorizadores ao gozo do benef\u00edcio previdenci\u00e1rio abaixo, dirigiu-se a APS do INSS a fim de obter o referido benef\u00edcio, e este assim foi deferido com as seguintes caracter\u00edsticas:\n\nTipo de Benef\u00edcio N\u00famero de Benef\u00edcio\nDIB Sal\u00e1rio de Benef\u00edcio\n\n42 \u2013 APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUI\u00c7\u00c3O 176.366.386-5 27/04/2015 R$ 824,49\n\nOcorre que o referido benef\u00edcio fora concedido calculando-se um percentual da m\u00e9dia do sal\u00e1rio-de-contribui\u00e7\u00e3o da(s) atividade(s) secund\u00e1ria(s), na forma do inciso II do artigo 32 da Lei n. 8.213/91, ocasionando uma perda na renda mensal inicial.\nAinda, conforme se depreende dos c\u00e1lculos realizados pelo INSS, a fim de apurar o valor do sal\u00e1rio de benef\u00edcio apurou-se uma m\u00e9dia das contribui\u00e7\u00f5es referentes \u00e0 atividade secund\u00e1ria, ocasionando uma REDU\u00c7\u00c3O totalmente injusta e ilegal como adiante passaremos a demonstrar.\nA norma prev\u00ea sistem\u00e1tica espec\u00edfica para considera\u00e7\u00e3o das remunera\u00e7\u00f5es quando houver desempenho de atividades concomitantes, sendo que ocorreram modifica\u00e7\u00f5es legislativas importantes,\n\n2\n\n\fas quais devem ser sopesadas, e que influem na solu\u00e7\u00e3o do caso em apre\u00e7o, conforme fundamenta\u00e7\u00e3o a seguir.\nD I R E I T O\nDA ATIVIDADE CONCOMITANTE\nAssim disp\u00f5e o artigo 32 da Lei n\u00ba 8.213/91:\nArt. 32. O sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio do segurado que contribuir em raz\u00e3o de atividades concomitantes ser\u00e1 calculado com base na soma dos sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o das atividades exercidas na data do requerimento ou do \u00f3bito, ou no per\u00edodo b\u00e1sico de c\u00e1lculo, observado o disposto no art. 29 e as normas seguintes:\nI - quando o segurado satisfizer, em rela\u00e7\u00e3o a cada atividade, as condi\u00e7\u00f5es do benef\u00edcio requerido, o sal\u00e1rio-de-beneficio ser\u00e1 calculado com base na soma dos respectivos sal\u00e1rios-decontribui\u00e7\u00e3o;\nII - quando n\u00e3o se verificar a hip\u00f3tese do inciso anterior, o sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio corresponde \u00e0 soma das seguintes parcelas:\na) o sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio calculado com base nos sal\u00e1rios-decontribui\u00e7\u00e3o das atividades em rela\u00e7\u00e3o \u00e0s quais s\u00e3o atendidas as condi\u00e7\u00f5es do benef\u00edcio requerido;\nb) um percentual da m\u00e9dia do sal\u00e1rio-de-contribui\u00e7\u00e3o de cada uma das demais atividades, equivalente \u00e0 rela\u00e7\u00e3o entre o n\u00famero de meses completo de contribui\u00e7\u00e3o e os do per\u00edodo de car\u00eancia do benef\u00edcio requerido;\nIII - quando se tratar de benef\u00edcio por tempo de servi\u00e7o, o percentual da al\u00ednea \"b\" do inciso II ser\u00e1 o resultante da rela\u00e7\u00e3o entre os anos completos de atividade e o n\u00famero de anos de servi\u00e7o considerado para a concess\u00e3o do benef\u00edcio.\n\u00a7 1\u00ba O disposto neste artigo n\u00e3o se aplica ao segurado que, em obedi\u00eancia ao limite m\u00e1ximo do sal\u00e1rio-de-contribui\u00e7\u00e3o, contribuiu apenas por uma das atividades concomitantes.\n\u00a7 2\u00ba N\u00e3o se aplica o disposto neste artigo ao segurado que tenha sofrido redu\u00e7\u00e3o do sal\u00e1rio-de-contribui\u00e7\u00e3o das atividades concomitantes em respeito ao limite m\u00e1ximo desse sal\u00e1rio.\nSegundo o artigo 32 da Lei n. 8.213/91, portanto, podem ser somados os sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o das atividades concomitantes quando o segurado preenche as condi\u00e7\u00f5es para a concess\u00e3o do benef\u00edcio em rela\u00e7\u00e3o a todas as atividades. N\u00e3o ocorrendo isso, o sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio corresponder\u00e1 \u00e0 soma do sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio da atividade principal e de um percentual da m\u00e9dia do sal\u00e1rio-de-contribui\u00e7\u00e3o da atividade secund\u00e1ria, conforme disp\u00f5e o inciso II do referido artigo. Este percentual ser\u00e1 o resultante da rela\u00e7\u00e3o entre os anos completos de atividade e o\n3\n\n\fn\u00famero de anos de servi\u00e7o considerado para a concess\u00e3o do benef\u00edcio de aposentadoria.\nTendo o segurado satisfeito em rela\u00e7\u00e3o a uma das atividades os requisitos para a concess\u00e3o do benef\u00edcio, esta ser\u00e1 considerada a atividade principal.\nN\u00e3o tendo o segurado satisfeito os requisitos em rela\u00e7\u00e3o a nenhuma das atividades concomitantes, inexiste regra clara para a defini\u00e7\u00e3o da atividade principal. Como a legisla\u00e7\u00e3o n\u00e3o determinou neste caso qual atividade deve ser considerada como principal, a jurisprud\u00eancia acabou por consolidar entendimento no sentido de que preponderante \u00e9 a atividade de maior renda, o que viabiliza, at\u00e9 em homenagem ao princ\u00edpio da ampla prote\u00e7\u00e3o, um proveito econ\u00f4mico maior ao trabalhador.\nContudo, tal regra n\u00e3o deve ser aplicada. Isso porque a Lei n. 9.876, de 26/11/99, determinou a extin\u00e7\u00e3o gradativa da escala de sal\u00e1rio-base em seu artigo 4\u00ba:\nArt. 4\u00ba Considera-se sal\u00e1rio-de-contribui\u00e7\u00e3o, para os segurados contribuinte individual e facultativo filiados ao Regime Geral de Previd\u00eancia Social at\u00e9 o dia anterior \u00e0 data de publica\u00e7\u00e3o desta Lei, o sal\u00e1rio-base, determinado conforme o art. 29 da Lei no 8.212, de 1991, com a reda\u00e7\u00e3o vigente naquela data. (Vide Lei 10.666/2003)\n\u00a7 1\u00ba O n\u00famero m\u00ednimo de meses de perman\u00eancia em cada classe da escala de sal\u00e1rios-base de que trata o art. 29 da Lei no 8.212, de 1991, com a reda\u00e7\u00e3o anterior \u00e0 data de publica\u00e7\u00e3o desta Lei, ser\u00e1 reduzido, gradativamente, em doze meses a cada ano, at\u00e9 a extin\u00e7\u00e3o da referida escala.\n\u00a7 2\u00ba Havendo a extin\u00e7\u00e3o de uma determinada classe em face do disposto no \u00a7 1\u00ba, a classe subseq\u00fcente ser\u00e1 considerada como classe inicial, cujo sal\u00e1rio-base variar\u00e1 entre o valor correspondente ao da classe extinta e o da nova classe inicial.\n\u00a7 3\u00ba Ap\u00f3s a extin\u00e7\u00e3o da escala de sal\u00e1rios-base de que trata o \u00a7 1\u00ba, entender-se-\u00e1 por sal\u00e1rio-de-contribui\u00e7\u00e3o, para os segurados contribuinte individual e facultativo, o disposto nos incisos III e IV do art. 28 da Lei no 8.212, de 1991, com a reda\u00e7\u00e3o dada por esta Lei.\nPor outro lado, tamb\u00e9m modificou o per\u00edodo b\u00e1sico de c\u00e1lculo para apura\u00e7\u00e3o do sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio, dando em seu artigo 2\u00ba nova reda\u00e7\u00e3o ao artigo 29 da Lei 8.213/91, nos seguintes termos:\nArt. 29. O sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio consiste: (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n\u00ba 9.876, de 26.11.99)\nI - para os benef\u00edcios de que tratam as al\u00edneas b e c do inciso I do art. 18, na m\u00e9dia aritm\u00e9tica simples dos maiores sal\u00e1riosde-contribui\u00e7\u00e3o correspondentes a oitenta por cento de todo o\n4\n\n\fper\u00edodo contributivo, multiplicada pelo fator previdenci\u00e1rio; (Inclu\u00eddo pela Lei n\u00ba 9.876, de 26.11.99)\nII - para os benef\u00edcios de que tratam as al\u00edneas a, d, e e h do inciso I do art. 18, na m\u00e9dia aritm\u00e9tica simples dos maiores sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o correspondentes a oitenta por cento de todo o per\u00edodo contributivo. (Inclu\u00eddo pela Lei n\u00ba 9.876, de 26.11.99)\nCom o advento da Medida Provis\u00f3ria 83, de 12/12/2002, foi determinada a extin\u00e7\u00e3o, a partir de abril de 2003, da escala de sal\u00e1riobase (artigos 9\u00ba e 14). As disposi\u00e7\u00f5es da MP 83/02 foram ratificadas por ocasi\u00e3o da sua convers\u00e3o na Lei 10.666, de 08/05/2003, consoante artigos 9\u00ba e 15 adiante transcritos:\nArt. 9\u00ba Fica extinta a escala transit\u00f3ria de sal\u00e1rio-base, utilizada para fins de enquadramento e fixa\u00e7\u00e3o do sal\u00e1rio-decontribui\u00e7\u00e3o dos contribuintes individual e facultativo filiados ao Regime Geral de Previd\u00eancia Social, estabelecida pela Lei no 9.876, de 26 de novembro de 1999.\n....\nArt. 15. Esta Lei entra em vigor na data de sua publica\u00e7\u00e3o, produzindo efeitos, quanto aos \u00a7\u00a7 1\u00ba e 2\u00ba do art. 1o e aos arts. 4\u00ba a 6\u00ba e 9\u00ba, a partir de 1o de abril de 2003.\nExtinta a escala de sal\u00e1rio-base a partir de abril de 2003, deixou de haver restri\u00e7\u00f5es ao recolhimento por parte dos contribuintes individuais e facultativo. Eles passaram a poder iniciar a contribui\u00e7\u00e3o para a previd\u00eancia com base em qualquer valor. Mais do que isso, foram autorizados a modificar os valores de seus sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o sem respeitar qualquer interst\u00edcio. Os \u00fanicos limites passaram a ser o m\u00ednimo (sal\u00e1rio m\u00ednimo) e o m\u00e1ximo (este reajustado regularmente).\nCoerente com a nova realidade decorrente da Lei 9.876/99 e da MP 83/02 (Lei 10.666/03), a Instru\u00e7\u00e3o Normativa INSS/DC n\u00ba 89, de 11.06/2003 (j\u00e1 revogada) assim disp\u00f4s em seu artigo 39:\nArt. 39. Fica extinta, a partir de 01 de abril de 2003, a escala transit\u00f3ria de sal\u00e1rio-base, utilizada para fins de enquadramento e fixa\u00e7\u00e3o do sal\u00e1rio-de-contribui\u00e7\u00e3o dos contribuintes individual e facultativo filiados ao Regime Geral de Previd\u00eancia Social, estabelecida pela Lei n\u00ba 9.876, de 26 de novembro de 1999.\n\u00a7 1\u00b0 O sal\u00e1rio-de-contribui\u00e7\u00e3o do segurado contribuinte individual, a partir da compet\u00eancia abril de 2003, passa a ser, independentemente da data de sua inscri\u00e7\u00e3o, a remunera\u00e7\u00e3o auferida em uma ou mais empresas ou pelo exerc\u00edcio de sua atividade por conta pr\u00f3pria, durante o m\u00eas, observados os limites m\u00ednimo e m\u00e1ximo do sal\u00e1rio-de-contribui\u00e7\u00e3o.\n\u00a7 2\u00b0 O sal\u00e1rio-de-contribui\u00e7\u00e3o do segurado facultativo, a partir da compet\u00eancia abril de 2003, passa a ser, independentemente da\n5\n\n\fdata de sua inscri\u00e7\u00e3o, o valor por ele declarado, observados os limites m\u00ednimo e m\u00e1ximo do sal\u00e1rio-de-contribui\u00e7\u00e3o.\nNa sucess\u00e3o de atos normativos que se seguiram, a Instru\u00e7\u00e3o Normativa RFB n\u00ba 971, de 13 de novembro de 2009, tamb\u00e9m disp\u00f4s:\nArt. 55. Entende-se por sal\u00e1rio-de-contribui\u00e7\u00e3o:\nI - para os segurados empregado e trabalhador avulso, a remunera\u00e7\u00e3o auferida em uma ou mais empresas, assim entendida a totalidade dos rendimentos que lhes s\u00e3o pagos, devidos ou creditados a qualquer t\u00edtulo, durante o m\u00eas, destinados a retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de utilidades e os adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer pelos servi\u00e7os efetivamente prestados, quer pelo tempo \u00e0 disposi\u00e7\u00e3o do empregador ou tomador de servi\u00e7os, nos termos da lei ou do contrato ou, ainda, de conven\u00e7\u00e3o ou de acordo coletivo de trabalho ou de senten\u00e7a normativa, observado o disposto no inciso I do \u00a7 1\u00ba e nos \u00a7\u00a7 2\u00ba e 3\u00ba do art. 54;\nII - para o segurado empregado dom\u00e9stico a remunera\u00e7\u00e3o registrada em sua CTPS ou comprovada mediante recibos de pagamento, observado o disposto no inciso II do \u00a7 1\u00ba e nos \u00a7\u00a7 2\u00ba e 3\u00ba do art. 54;\nIII - para o segurado contribuinte individual:\na) filiado at\u00e9 28 de novembro de 1999, que tenha perdido a qualidade de segurado ap\u00f3s essa data, considerando os fatos geradores ocorridos a partir da nova filia\u00e7\u00e3o, a remunera\u00e7\u00e3o auferida em uma ou mais empresas ou pelo exerc\u00edcio de atividade por conta pr\u00f3pria, durante o m\u00eas, observados os limites m\u00ednimo e m\u00e1ximo do sal\u00e1rio-de-contribui\u00e7\u00e3o;\nb) filiado at\u00e9 28 de novembro de 1999, considerando os fatos geradores ocorridos at\u00e9 31 de mar\u00e7o de 2003, o sal\u00e1rio-base, observada a escala transit\u00f3ria de sal\u00e1rios-base;\nc) filiado a partir de 29 de novembro de 1999, a remunera\u00e7\u00e3o auferida em uma ou mais empresas ou pelo exerc\u00edcio de atividade por conta pr\u00f3pria, durante o m\u00eas, observados os limites m\u00ednimo e m\u00e1ximo do sal\u00e1rio-de-contribui\u00e7\u00e3o;\nd) independentemente da data de filia\u00e7\u00e3o, considerando os fatos geradores ocorridos desde 1\u00ba de abril de 2003, a remunera\u00e7\u00e3o auferida em uma ou mais empresas ou pelo exerc\u00edcio de sua atividade por conta pr\u00f3pria, durante o m\u00eas, observados os limites m\u00ednimo e m\u00e1ximo do sal\u00e1rio-de-contribui\u00e7\u00e3o;\nIV - para o segurado facultativo:\na) filiado at\u00e9 28 de novembro de 1999, considerando compet\u00eancias at\u00e9 mar\u00e7o de 2003, o sal\u00e1rio-base, observada a escala transit\u00f3ria de sal\u00e1rios-base;\nb) filiado a partir de 29 de novembro de 1999, o valor por ele declarado, observados os limites m\u00ednimo e m\u00e1ximo do sal\u00e1rio-decontribui\u00e7\u00e3o;\nc) independentemente da data de filia\u00e7\u00e3o, a partir da compet\u00eancia de abril de 2003, o valor por ele declarado,\n6\n\n\fobservados os limites m\u00ednimo e m\u00e1ximo do sal\u00e1rio-decontribui\u00e7\u00e3o;\nV - para o segurado especial que optar por contribuir na forma do \u00a7 10 do art. 10, o valor por ele declarado, observado o disposto nos \u00a7\u00a7 8\u00ba e 9\u00ba.\n\u00a7 1\u00ba A escala transit\u00f3ria de sal\u00e1rios-base, utilizada para fins de enquadramento e fixa\u00e7\u00e3o do sal\u00e1rio-de-contribui\u00e7\u00e3o dos contribuintes individual e facultativo filiados ao RGPS, foi extinta em 1\u00ba de abril de 2003, por for\u00e7a da Lei n\u00ba 10.666, de 2003.\nA pr\u00f3pria administra\u00e7\u00e3o, portanto, corretamente, esclareceu que a partir da compet\u00eancia abril de 2003 o sal\u00e1rio-decontribui\u00e7\u00e3o do segurado contribuinte individual e do segurado facultativo n\u00e3o teria mais qualquer regra quanto a valores de recolhimento, respeitados apenas os limites m\u00ednimo e m\u00e1ximo. Ficaram os segurados contribuinte individual e facultativo livres para recolher contribui\u00e7\u00f5es sem quaisquer restri\u00e7\u00f5es, ressalvado o respeito ao teto.\nSendo este o quadro, \u00e9 de se entender que para as compet\u00eancias posteriores a mar\u00e7o de 2003 n\u00e3o h\u00e1 mais qualquer sentido na aplica\u00e7\u00e3o do artigo 32 da Lei 8.213/91.\nCom efeito, o que inspirou o artigo 32 da Lei 8.213/91, e bem assim as normas que disciplinavam a escala de sal\u00e1rio-base, foi o objetivo de evitar, por exemplo, que nos \u00faltimos anos de contribui\u00e7\u00e3o o segurado empregado passasse a contribuir em valores significativos como aut\u00f4nomo/contribuinte individual, ou mesmo que o aut\u00f4nomo/contribuinte individual majorasse significativamente suas contribui\u00e7\u00f5es. Isso porque no regime anterior \u00e0 Lei 9.8976/99 o sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio era calculado com base na m\u00e9dia aritm\u00e9tica simples de todos os \u00faltimos sal\u00e1rios-decontribui\u00e7\u00e3o dos meses imediatamente anteriores ao do afastamento da atividade ou da data da entrada do requerimento, at\u00e9 o m\u00e1ximo de 36 (trinta e seis), apurados em per\u00edodo n\u00e3o superior a 48 (quarenta e oito) meses. Assim, o aumento de contribui\u00e7\u00f5es no final da vida laboral poderia acarretar um benef\u00edcio mais alto, a despeito de ter o segurado contribu\u00eddo na maior parte de seu hist\u00f3rico contributivo com valores modestos.\nCom o advento da Lei 9.876/99 o sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio passou a ser calculado com base na m\u00e9dia aritm\u00e9tica simples dos maiores sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o correspondentes a oitenta por cento de todo o per\u00edodo contributivo, multiplicada pelo fator previdenci\u00e1rio (assegurada para quem j\u00e1 era filiado \u00e0 Previd\u00eancia Social antes da Lei 9.876/96 a considera\u00e7\u00e3o da m\u00e9dia aritm\u00e9tica de oitenta por cento do per\u00edodo contributivo decorrido desde a compet\u00eancia julho de 1994). Assim, o\n7\n\n\frecolhimento de contribui\u00e7\u00f5es em valores mais altos apenas nos \u00faltimos anos de contribui\u00e7\u00e3o passou a ter pouca import\u00e2ncia para a fixa\u00e7\u00e3o da renda mensal inicial (RMI) do benef\u00edcio. Esta mudan\u00e7a da sistem\u00e1tica de c\u00e1lculo do sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio \u00e9 que, a prop\u00f3sito, justificou a extin\u00e7\u00e3o da escala de sal\u00e1rio-base.\nExtinta a escala de sal\u00e1rio-base, o segurado empregado que tem seu v\u00ednculo cessado pode passar a contribuir como contribuinte individual, ou mesmo como facultativo, pelo teto. Por outro lado, o contribuinte individual, ou mesmo o facultativo, pode majorar sua contribui\u00e7\u00e3o at\u00e9 o teto no momento que desejar. N\u00e3o pode, diante da situa\u00e7\u00e3o posta, ser adotada interpreta\u00e7\u00e3o que acarrete tratamento detrimentoso para o segurado empregado que tamb\u00e9m \u00e9 contribuinte individual, ou mesmo que tem dois v\u00ednculos como empregado, sob pena de ofensa \u00e0 isonomia. N\u00e3o h\u00e1 sentido em se considerar v\u00e1lido possa o contribuinte individual recolher pelo teto sem qualquer restri\u00e7\u00e3o e, por vias transversas, vedar isso ao segurado empregado que desempenha concomitantemente atividade como contribuinte individual, ou mesmo que tem dois v\u00ednculos empregat\u00edcios. E \u00e9 isso, na pr\u00e1tica, que ocorreria se reputasse vigente o disposto no artigo 32 da Lei n. 8.213/91. A conclus\u00e3o, portanto, \u00e9 de que, na linha do que estatui a Lei de Introdu\u00e7\u00e3o \u00e0s Normas do Direito Brasileiro (antiga LICC), ocorreu, a partir de 1\u00ba de abril de 2003, a derroga\u00e7\u00e3o do artigo 32 das Lei 8.213/91. Deste modo, assim como o contribuinte individual e o segurado facultativo podem simplesmente passar a recolher pelo teto a partir da compet\u00eancia abril/2003, a todo segurado que tenha mais de um v\u00ednculo deve ser admitida, a partir da compet\u00eancia abril/2003, a soma dos sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o, respeitado o teto.\nNesse sentido:\nPROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS INFRINGENTES. LIMITES DA INFRING\u00caNCIA. PREVIDENCI\u00c1RIO. REVIS\u00c3O DE BENEF\u00cdCIO. ATIVIDADES CONCOMITANTES. ART. 32 DA LEI No 8.213/91.\u20281. O sal\u00e1rio de benef\u00edcio do segurado que contribu\u00eda em raz\u00e3o de atividades concomitantes era calculado nos termos do art. 32 da Lei 8.213/91, somando-se os respectivos sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o quando satisfizesse, em rela\u00e7\u00e3o a cada atividade, as condi\u00e7\u00f5es do benef\u00edcio requerido. No caso de o segurado n\u00e3o haver preenchido as condi\u00e7\u00f5es para a concess\u00e3o do benef\u00edcio em rela\u00e7\u00e3o a ambas as atividades, o sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio correspondia \u00e0 soma do sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio da atividade principal e de um percentual da m\u00e9dia do sal\u00e1rio-de-contribui\u00e7\u00e3o da atividade secund\u00e1ria.\n2. O sentido da regra contida no art. 32 da Lei 8.213/91 era o de evitar que, nos \u00faltimos anos antes de se aposentar, o segurado pudesse engendrar artificial incremento dos sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o que comp\u00f5em o per\u00edodo b\u00e1sico de c\u00e1lculo (PBC), 36 meses dentro de um conjunto de 48 meses, e assim elevar indevidamente o valor da renda mensal inicial da presta\u00e7\u00e3o.\n8\n\n\f3. Todavia, modificado o per\u00edodo b\u00e1sico de c\u00e1lculo pela Lei\n\n9.876/1999, apurado sobre todas as contribui\u00e7\u00f5es a partir de\n\n1994 (as 80% melhores), j\u00e1 n\u00e3o haveria sentido na norma, pois\n\nin\u00f3cua\n\nseria\n\numa\n\ndeliberada\n\neleva\u00e7\u00e3o\n\ndos\n\nsal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o, uma vez ampliado, em bases t\u00e3o\n\nabrangentes, o per\u00edodo a ser considerado.\n\n4. No c\u00e1lculo de benef\u00edcios previdenci\u00e1rios concedidos ap\u00f3s abril de 2003, devem ser somados os sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o das atividades exercidas concomitantemente, sem aplica\u00e7\u00e3o do art. 32, inclusive para per\u00edodos anteriores a 1o de abril de 2003, e com observa\u00e7\u00e3o, por \u00f3bvio, do teto do sal\u00e1rio-de-contribui\u00e7\u00e3o (art. 28, \u00a75o, da Lei 8.212/91).\n\n5. No caso concreto, em face dos limites da infring\u00eancia, fica assegurado o direito da parte autora, de adicionar os sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o das atividades concomitantes, a partir da compet\u00eancia abril/2003, inclusive.\n\nPREVIDENCI\u00c1RIO. REVIS\u00c3O DE BENEF\u00cdCIO. RENDA MENSAL INICIAL. ATIVIDADES CONCOMITANTES. DERROGA\u00c7\u00c3O DO ARTIGO 32 DA LEI 8.213/91 A PARTIR DE 01/04/2003. LEI 9.876/99. MP 83/02 (LEI 10.666/03). IN INSS/DC N\u00ba 89/2003. IN RFB N\u00ba 971/2009. CARGO EM COMISS\u00c3O. CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA E JUROS DE MORA. 1. Segundo estabelece o artigo 32 da Lei de Benef\u00edcios (Lei 8.213/91), o sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio do segurado que contribuir em raz\u00e3o de atividades concomitantes deve ser calculado com base na soma dos sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o das atividades exercidas, ou no per\u00edodo b\u00e1sico de c\u00e1lculo, quando satisfizer, em rela\u00e7\u00e3o a cada atividade, as condi\u00e7\u00f5es do benef\u00edcio requerido. 2. N\u00e3o satisfeitas as condi\u00e7\u00f5es em rela\u00e7\u00e3o a cada atividade, o sal\u00e1riode-benef\u00edcio corresponder\u00e1 \u00e0 soma do sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio da atividade principal, esta considerada aquela em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 qual preenchidos os requisitos ou, n\u00e3o tendo havido preenchimento dos requisitos em rela\u00e7\u00e3o a nenhuma delas, a mais ben\u00e9fica para o segurado, e de um percentual da m\u00e9dia do sal\u00e1rio-de-contribui\u00e7\u00e3o da atividade secund\u00e1ria, conforme disp\u00f5e o inciso II do artigo 32 da Lei 8.213/91. 3. A Lei 9.876/99 estabeleceu a extin\u00e7\u00e3o gradativa da escala de sal\u00e1rio-base (art. 4\u00ba), e modificou o artigo 29 da LB (art. 2\u00ba), determinando que o sal\u00e1rio-debenef\u00edcio seja calculado com base na m\u00e9dia aritm\u00e9tica simples dos maiores sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o correspondentes a oitenta por cento de todo o per\u00edodo contributivo, multiplicada pelo fator previdenci\u00e1rio (assegurada para quem j\u00e1 era filiado \u00e0 Previd\u00eancia Social antes da Lei 9.876/96 a considera\u00e7\u00e3o da m\u00e9dia aritm\u00e9tica de oitenta por cento do per\u00edodo contributivo decorrido desde a compet\u00eancia julho/94 - art. 3\u00ba). 4. A Medida Provis\u00f3ria 83, de 12/12/2002 extinguiu, a partir de 1\u00ba de abril de 2003, a escala de sal\u00e1rio-base (artigos 9\u00ba e 14), determina\u00e7\u00e3o depois ratificada por ocasi\u00e3o da sua convers\u00e3o na Lei 10.666, de 08/05/2003 (artigos 9\u00ba e 15). 5. Extinta a escala de sal\u00e1rio-base a partir de abril de 2003, deixou de haver restri\u00e7\u00f5es ao recolhimento por parte dos contribuintes individual e facultativo. Eles passaram a poder iniciar a contribuir para a previd\u00eancia com base em qualquer valor. Mais do que isso, foram autorizados a modificar os valores de seus sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o sem respeitar qualquer interst\u00edcio. Os \u00fanicos limites passaram a ser o m\u00ednimo (sal\u00e1rio m\u00ednimo) e o m\u00e1ximo (este reajustado regularmente). Nesse sentido estabeleceram a IN INSS/DC n\u00ba 89, de 11/06/2003 e a Instru\u00e7\u00e3o Normativa RFB n\u00ba 971, de 13/11/de 2009. 6. Extinta a escala de sal\u00e1rio-base, o segurado empregado que tem seu v\u00ednculo cessado pode passar a contribuir como contribuinte individual, ou mesmo como facultativo, pelo teto. Por outro lado, o contribuinte individual, ou mesmo o facultativo, pode majorar sua contribui\u00e7\u00e3o at\u00e9 o teto no momento que desejar. Invi\u00e1vel a ado\u00e7\u00e3o, diante da situa\u00e7\u00e3o posta, de interpreta\u00e7\u00e3o que acarrete tratamento detrimentoso para o segurado empregado que tamb\u00e9m \u00e9 contribuinte individual, ou mesmo que tem dois v\u00ednculos como empregado, sob pena de ofensa \u00e0 isonomia. 7. N\u00e3o h\u00e1 sentido em se considerar v\u00e1lido possa o contribuinte individual recolher pelo teto sem qualquer restri\u00e7\u00e3o e, por vias transversas, vedar\n9\n\n\fisso ao segurado empregado que desempenha concomitantemente atividade como contribuinte individual, ou mesmo que tem dois v\u00ednculos empregat\u00edcios. E \u00e9 isso, na pr\u00e1tica, que ocorreria se se reputasse vigente o disposto no artigo 32 da Lei 8.213/91. 8. No c\u00e1lculo de benef\u00edcios previdenci\u00e1rios concedidos ap\u00f3s abril de 2003, devem ser somados os sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o das atividades exercidas concomitantemente, sem aplica\u00e7\u00e3o do art. 32, inclusive para per\u00edodos anteriores a 1\u00ba de abril de 2003, e com observa\u00e7\u00e3o, por \u00f3bvio, do teto do sal\u00e1rio-de-contribui\u00e7\u00e3o (art. 28, \u00a75\u00ba, da Lei 8.212/91). 9. Seja no regime pret\u00e9rito (da CLPS), seja no regime da Lei n.\u00ba 8.213/91, o servidor p\u00fablico n\u00e3o submetido a regime pr\u00f3prio sempre foi segurado obrigat\u00f3rio da previd\u00eancia urbana. Com o advento da Lei n.\u00ba 8.647/93 os ocupantes de cargo em comiss\u00e3o passaram a ser segurados obrigat\u00f3rios do regime geral. 10. Hip\u00f3tese em que o demandante, como ocupante de cargo em comiss\u00e3o, n\u00e3o estava amparado por regime pr\u00f3prio de previd\u00eancia, de modo que sua filia\u00e7\u00e3o ao regime de previd\u00eancia social urbana (e na vig\u00eancia da Lei n.\u00ba 8.213/91 ao regime geral de previd\u00eancia) era autom\u00e1tica. Assim, as remunera\u00e7\u00f5es recebidas no per\u00edodo n\u00e3o podem ser ignoradas pelo INSS quando do c\u00e1lculo da renda mensal inicial, sendo irrelevante o fato de o \u00f3rg\u00e3o p\u00fablico eventualmente n\u00e3o ter repassado contribui\u00e7\u00f5es para o INSS, haja vista que o recolhimento das contribui\u00e7\u00f5es previdenci\u00e1rias \u00e9 obriga\u00e7\u00e3o do empregador. (TRF4, AC 5043001-25.2015.404.7000, QUINTA TURMA, Relator ROGERIO FAVRETO, juntado aos autos em 05/12/2016)\nRecentemente foi uniformizada a quest\u00e3o pela TNU:\n\nINCIDENTE DE UNIFORMIZA\u00c7\u00c3O NACIONAL. REPRESENTATIVO DA CONTROV\u00c9RSIA. PREVIDENCI\u00c1RIO. REVIS\u00c3O. ATIVIDADES CONCOMITANTES. ARTIGO 32 DA LEI 8.213/91. DERROGA\u00c7\u00c3O A PARTIR DE 01/04/2003. UNIFORMIZA\u00c7\u00c3O PRECEDENTE DA TNU. DESPROVIMENTO.\n\n1. Ratificada, em representativo da controv\u00e9ria, a uniformiza\u00e7\u00e3o\n\nprecedente desta Turma Nacional no sentido de que tendo o\n\nsegurado que contribuiu em raz\u00e3o de atividades concomitantes\n\nimplementado os requisitos ao benef\u00edcio em data posterior a\n\n01/04/2003,\n\nos\n\nsal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o\n\nconcomitantes\n\n(anteriores e posteriores a 04/2003) ser\u00e3o somados e limitados\n\nao teto (PEDILEF 50077235420114047112, JUIZ FEDERAL JO\u00c3O BATISTA\n\nLAZZARI, TNU, DOU 09/10/2015 P\u00c1GINAS 117/255).\n\n2. Derroga\u00e7\u00e3o do art. 32 da Lei 8.213/91, diante de legisla\u00e7\u00e3o superveniente (notadamente, as Leis 9.876/99 e 10.666/03).\n\n3. Incidente de uniformiza\u00e7\u00e3o conhecido e desprovido.\n\n(TNU 5003449-95.2016.4.04.7201/SC, RELATOR: JUIZ FEDERAL GUILHERME BOLLORINI PEREIRA, Data 22/02/2018)\n\nNote-se que n\u00e3o se est\u00e1 a fazer ju\u00edzo de constitucionalidade quanto ao artigo 32 da Lei 8.213/91. O que se est\u00e1 a dizer \u00e9 que referida norma deixou de ter vig\u00eancia a partir de 01/04/2003 (arts. 9\u00ba e 14 da MP 83/2002), pois com a extin\u00e7\u00e3o da escala de sal\u00e1rio-base tornou-se in\u00f3cua, tendo ocorrido sua derroga\u00e7\u00e3o.1\n\nAssim, no caso em exame, merece serem acolhidos os pedidos da Parte Autora para que seja efetuada a revis\u00e3o do benef\u00edcio conforme os crit\u00e9rios acima explicitados.\n\n1 TRF4, APELREEX 0004632-08.2014.404.9999, Quinta Turma, Relator Ricardo Teixeira do Valle Pereira, D.E. 03/06/2015. 10\n\n\fR E Q U E R I M E N T O S\n\u00c0 vista do exposto, REQUER a Vossa Excel\u00eancia:\na) O recebimento da presente A\u00c7\u00c3O DE REVIS\u00c3O DE BENEF\u00cdCIO PREVIDENCI\u00c1RIO, pelo Procedimento Sumar\u00edssimo, com os documentos que a instruem, deferindo-se o pedido da Gratuidade da Justi\u00e7a visto que a Parte Autora n\u00e3o possui recursos para arcar com as custas processuais, sem que haja preju\u00edzo de sua subsist\u00eancia;\nb) CITA\u00c7\u00c3O DO R\u00c9U \u2013 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL \u2013 INSS, na pessoa de seu representante legal, para, querendo, apresentar defesa, no prazo legal, e junto com esta trazer aos autos o processo administrativo referente a todos os benef\u00edcios j\u00e1 percebidos pela Parte Autora, necess\u00e1rios e indispens\u00e1veis para o deslinde da demanda, sob pena de revelia e presun\u00e7\u00e3o de verdade quanto aos fatos articulados;\nc) PROCED\u00caNCIA DA A\u00c7\u00c3O. A proced\u00eancia da presente a\u00e7\u00e3o, condenando o INSS a:\nc.1) refazer o c\u00e1lculo do benef\u00edcio, somando os sal\u00e1riosde-contribui\u00e7\u00f5es das atividades concomitantes, nos termos da fundamenta\u00e7\u00e3o acima, afastando a aplica\u00e7\u00e3o do art. 32 da Lei de Benef\u00edcios;\nc.2) pagar \u00e0 Parte Autora (via judicial \u2013 mediante RPV) as diferen\u00e7as verificadas relativamente \u00e0s presta\u00e7\u00f5es vencidas desde a DER da aposentadoria at\u00e9 a \u00faltima compet\u00eancia referida nos c\u00e1lculos a ser realizado, com a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria de acordo com o Manual de C\u00e1lculos da Justi\u00e7a Federal desde o vencimento de cada parcela, acrescida de juros de mora, a contar da cita\u00e7\u00e3o, devendo incidir \u00e0 taxa de 1% ao m\u00eas, at\u00e9 29/06/2009. E, a partir de ent\u00e3o, incidir uma \u00fanica vez, at\u00e9 o efetivo pagamento do d\u00e9bito, segundo o \u00edndice oficial de remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica aplicado \u00e0 caderneta de poupan\u00e7a;\nc.3) pagar \u00e0 Parte Autora (na via administrativa), mediante Complemento Positivo (CP), juntamente com a presta\u00e7\u00e3o do m\u00eas da implanta\u00e7\u00e3o da revis\u00e3o do benef\u00edcio, os valores vencidos e que se vencerem entre a compet\u00eancia inclusa nos c\u00e1lculos e a data da efetiva implanta\u00e7\u00e3o administrativa, com incid\u00eancia sobre estas parcelas dos mesmos crit\u00e9rios do item anterior, relativamente aos juros e \u00e0 corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria\n11\n\n\fc.4) pagar os valores atrasados por meio de RPV/Precat\u00f3rio expedido(a) de acordo com a Resolu\u00e7\u00e3o 405/2016 do CJF, e que os valores contratados a t\u00edtulo de honor\u00e1rios advocat\u00edcios sejam expedidos conforme contrato de honor\u00e1rios juntado;\nd) Caso seja verificado que a pretens\u00e3o da Parte Autora nesta a\u00e7\u00e3o n\u00e3o elevar\u00e1 sua Renda Mensal, requer que seja mantida a mais vantajosa;\ne) Requer no caso de entendimento contr\u00e1rio ao pedido acima, o prequestionamento da mat\u00e9ria, e em havendo necessidade de se interpor Recurso Extraordin\u00e1rio, requer a esse Respeit\u00e1vel Ju\u00edzo, desde j\u00e1, que se manifeste EXPLICITAMENTE sobre poss\u00edvel viola\u00e7\u00e3o de dispositivos constitucionais e infra-constitucionais, especificadamente sobre escopo do artigo 5\u00b0, XXXV2, da Constitui\u00e7\u00e3o da Rep\u00fablica Federativa do Brasil;\nf) EMOLUMENTOS JUDICIAIS E SUCUMB\u00caNCIA. \u00c0 condena\u00e7\u00e3o da autarquia, ao pagamento das custas processuais, dos honor\u00e1rios de advogado, a t\u00edtulo de sucumb\u00eancia, observando-se o disposto no art. 85, \u00a73\u00ba e 8\u00ba do CPC, al\u00e9m dos demais emolumentos judiciais que se fizerem necess\u00e1rios, na forma da Lei;\ng) PROVAS. A produ\u00e7\u00e3o de todas as provas em direito permitidas, com fundamento no art. 370, do CPC;\nh) DA AUDI\u00caNCIA DE CONCILIA\u00c7\u00c3O. Nos termos do artigo 319 inciso VII do CPC, a Parte Autora opta pela n\u00e3o realiza\u00e7\u00e3o de audi\u00eancia de concilia\u00e7\u00e3o/media\u00e7\u00e3o, requerendo, alternativamente, que eventual proposta de acordo seja apresentada por escrito aos autos pelo R\u00e9u.\nAtribui-se \u00e0 causa o valor de R$ 11.364,92 (Onze mil trezentos e sessenta e quatro reais e noventa e dois centavos).\nNestes termos, pede deferimento.\nData, 17 de dezembro de 2018. (PCD)\nDRA. SAMARA TESTONI DESTRO\nAdvogada\nOAB/SC 36.027\n2 XXXV - a lei n\u00e3o excluir\u00e1 da aprecia\u00e7\u00e3o do Poder Judici\u00e1rio les\u00e3o ou amea\u00e7a a direito. 12\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 2 (C\u00edvel) - IdDocumentoCompleto: 5004453-05.2018.4.04.7006-701538671597088680031438351660", "text": "Excelent\u00edssimo(a) Senhor(a) Doutor(a) Juiz(a) Federal da Vara Federal de Guarapuava, Paran\u00e1.\nPEDIDO DE GRATUIDADE DA JUSTI\u00c7A PRIORIDADE DE TRAMITA\u00c7\u00c3O - LEI 10.741/2003 (ESTATUTO DO IDOSO) Revis\u00e3o de benef\u00edcio previdenci\u00e1rio Soma dos sal\u00e1rios de contribui\u00e7\u00e3o das atividades concomitantes com atividade principal\nOSMARIO BATISTA, brasileiro, casado, aposentado, nascido em 10/09/1954, inscrito no CPF sob o n\u00ba 244.358.059-87, portador do RG n\u00ba 1.113.223-5 SESP/PR, telefone (42) 3446-2038, e-mail ceramicaprude@hotmail.com, residente e domiciliado \u00e0 Rua das Papoulas, N\u00ba 12, Cer\u00e2mica, no bairro Trianon, CEP 85.012-140, na cidade de Guarapuava/PR, Representada por seu(s) advogado(s), v\u00eam \u00e0 presen\u00e7a de Vossa Excel\u00eancia, propor a presente A\u00c7\u00c3O DE REVIS\u00c3O DE BENEF\u00cdCIO PREVIDENCI\u00c1RIO, em face do INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL \u2013 INSS, Autarquia Federal com ag\u00eancia nesta cidade, pelos fatos e fundamentos que passa a expor para ao final requerer.\nP R E L I M I N A R M E N T E\nJUSTI\u00c7A GRATUITA\nPreliminarmente, requer que seja concedido o benef\u00edcio da Justi\u00e7a Gratuita por tratar-se de pessoa carente nos termos da Lei 1060/50 e altera\u00e7\u00f5es posteriores, com a declara\u00e7\u00e3o de pobreza anexada.\nDO OBJETO DA A\u00c7\u00c3O\nRevis\u00e3o de Benef\u00edcio Previdenci\u00e1rio, a fim de que sejam somadas as contribui\u00e7\u00f5es vertidas no per\u00edodo em que exercidas atividades concomitantes, com o pagamento das diferen\u00e7as devidas.\n1\n\n\fF A T O S\n\nA Parte Autora, por apresentar os requisitos autorizadores ao gozo do benef\u00edcio previdenci\u00e1rio abaixo, dirigiu-se a APS do INSS a fim de obter o referido benef\u00edcio, e este assim foi deferido com as seguintes caracter\u00edsticas:\n\nTipo de Benef\u00edcio N\u00famero de Benef\u00edcio\nDIB Sal\u00e1rio de Benef\u00edcio\n\n42 \u2013 APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUI\u00c7\u00c3O 155.758.298-7 13/05/2011 R$ 1.165,65\n\nOcorre que o referido benef\u00edcio fora concedido calculando-se um percentual da m\u00e9dia do sal\u00e1rio-de-contribui\u00e7\u00e3o da(s) atividade(s) secund\u00e1ria(s), na forma do inciso II do artigo 32 da Lei n. 8.213/91, ocasionando uma perda na renda mensal inicial.\nAinda, conforme se depreende dos c\u00e1lculos realizados pelo INSS, a fim de apurar o valor do sal\u00e1rio de benef\u00edcio apurou-se uma m\u00e9dia das contribui\u00e7\u00f5es referentes \u00e0 atividade secund\u00e1ria, ocasionando uma REDU\u00c7\u00c3O totalmente injusta e ilegal como adiante passaremos a demonstrar.\nA norma prev\u00ea sistem\u00e1tica espec\u00edfica para considera\u00e7\u00e3o das remunera\u00e7\u00f5es quando houver desempenho de atividades concomitantes, sendo que ocorreram modifica\u00e7\u00f5es legislativas importantes, as quais devem ser sopesadas, e que influem na solu\u00e7\u00e3o do caso em apre\u00e7o, conforme fundamenta\u00e7\u00e3o a seguir.\n\nD I R E I T O\n\nDA ATIVIDADE CONCOMITANTE\nAssim disp\u00f5e o artigo 32 da Lei n\u00ba 8.213/91:\nArt. 32. O sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio do segurado que contribuir em raz\u00e3o de atividades concomitantes ser\u00e1 calculado com base na soma dos sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o das atividades exercidas na data do requerimento ou do \u00f3bito, ou no per\u00edodo b\u00e1sico de c\u00e1lculo, observado o disposto no art. 29 e as normas seguintes:\nI - quando o segurado satisfizer, em rela\u00e7\u00e3o a cada atividade, as condi\u00e7\u00f5es do benef\u00edcio requerido, o sal\u00e1rio-de-beneficio ser\u00e1 calculado com base na soma dos respectivos sal\u00e1rios-decontribui\u00e7\u00e3o;\n2\n\n\fII - quando n\u00e3o se verificar a hip\u00f3tese do inciso anterior, o sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio corresponde \u00e0 soma das seguintes parcelas:\na) o sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio calculado com base nos sal\u00e1rios-decontribui\u00e7\u00e3o das atividades em rela\u00e7\u00e3o \u00e0s quais s\u00e3o atendidas as condi\u00e7\u00f5es do benef\u00edcio requerido;\nb) um percentual da m\u00e9dia do sal\u00e1rio-de-contribui\u00e7\u00e3o de cada uma das demais atividades, equivalente \u00e0 rela\u00e7\u00e3o entre o n\u00famero de meses completo de contribui\u00e7\u00e3o e os do per\u00edodo de car\u00eancia do benef\u00edcio requerido;\nIII - quando se tratar de benef\u00edcio por tempo de servi\u00e7o, o percentual da al\u00ednea \"b\" do inciso II ser\u00e1 o resultante da rela\u00e7\u00e3o entre os anos completos de atividade e o n\u00famero de anos de servi\u00e7o considerado para a concess\u00e3o do benef\u00edcio.\n\u00a7 1\u00ba O disposto neste artigo n\u00e3o se aplica ao segurado que, em obedi\u00eancia ao limite m\u00e1ximo do sal\u00e1rio-de-contribui\u00e7\u00e3o, contribuiu apenas por uma das atividades concomitantes.\n\u00a7 2\u00ba N\u00e3o se aplica o disposto neste artigo ao segurado que tenha sofrido redu\u00e7\u00e3o do sal\u00e1rio-de-contribui\u00e7\u00e3o das atividades concomitantes em respeito ao limite m\u00e1ximo desse sal\u00e1rio.\nSegundo o artigo 32 da Lei n. 8.213/91, portanto, podem ser somados os sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o das atividades concomitantes quando o segurado preenche as condi\u00e7\u00f5es para a concess\u00e3o do benef\u00edcio em rela\u00e7\u00e3o a todas as atividades. N\u00e3o ocorrendo isso, o sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio corresponder\u00e1 \u00e0 soma do sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio da atividade principal e de um percentual da m\u00e9dia do sal\u00e1rio-de-contribui\u00e7\u00e3o da atividade secund\u00e1ria, conforme disp\u00f5e o inciso II do referido artigo. Este percentual ser\u00e1 o resultante da rela\u00e7\u00e3o entre os anos completos de atividade e o n\u00famero de anos de servi\u00e7o considerado para a concess\u00e3o do benef\u00edcio de aposentadoria.\nTendo o segurado satisfeito em rela\u00e7\u00e3o a uma das atividades os requisitos para a concess\u00e3o do benef\u00edcio, esta ser\u00e1 considerada a atividade principal.\nN\u00e3o tendo o segurado satisfeito os requisitos em rela\u00e7\u00e3o a nenhuma das atividades concomitantes, inexiste regra clara para a defini\u00e7\u00e3o da atividade principal. Como a legisla\u00e7\u00e3o n\u00e3o determinou neste caso qual atividade deve ser considerada como principal, a jurisprud\u00eancia acabou por consolidar entendimento no sentido de que preponderante \u00e9 a atividade de maior renda, o que viabiliza, at\u00e9 em homenagem ao princ\u00edpio da ampla prote\u00e7\u00e3o, um proveito econ\u00f4mico maior ao trabalhador.\nContudo, tal regra n\u00e3o deve ser aplicada. Isso porque a Lei n. 9.876, de 26/11/99, determinou a extin\u00e7\u00e3o gradativa da escala de sal\u00e1rio-base em seu artigo 4\u00ba:\n3\n\n\fArt. 4\u00ba Considera-se sal\u00e1rio-de-contribui\u00e7\u00e3o, para os segurados contribuinte individual e facultativo filiados ao Regime Geral de Previd\u00eancia Social at\u00e9 o dia anterior \u00e0 data de publica\u00e7\u00e3o desta Lei, o sal\u00e1rio-base, determinado conforme o art. 29 da Lei no 8.212, de 1991, com a reda\u00e7\u00e3o vigente naquela data. (Vide Lei 10.666/2003)\n\u00a7 1\u00ba O n\u00famero m\u00ednimo de meses de perman\u00eancia em cada classe da escala de sal\u00e1rios-base de que trata o art. 29 da Lei no 8.212, de 1991, com a reda\u00e7\u00e3o anterior \u00e0 data de publica\u00e7\u00e3o desta Lei, ser\u00e1 reduzido, gradativamente, em doze meses a cada ano, at\u00e9 a extin\u00e7\u00e3o da referida escala.\n\u00a7 2\u00ba Havendo a extin\u00e7\u00e3o de uma determinada classe em face do disposto no \u00a7 1\u00ba, a classe subseq\u00fcente ser\u00e1 considerada como classe inicial, cujo sal\u00e1rio-base variar\u00e1 entre o valor correspondente ao da classe extinta e o da nova classe inicial.\n\u00a7 3\u00ba Ap\u00f3s a extin\u00e7\u00e3o da escala de sal\u00e1rios-base de que trata o \u00a7 1\u00ba, entender-se-\u00e1 por sal\u00e1rio-de-contribui\u00e7\u00e3o, para os segurados contribuinte individual e facultativo, o disposto nos incisos III e IV do art. 28 da Lei no 8.212, de 1991, com a reda\u00e7\u00e3o dada por esta Lei.\nPor outro lado, tamb\u00e9m modificou o per\u00edodo b\u00e1sico de c\u00e1lculo para apura\u00e7\u00e3o do sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio, dando em seu artigo 2\u00ba nova reda\u00e7\u00e3o ao artigo 29 da Lei 8.213/91, nos seguintes termos:\nArt. 29. O sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio consiste: (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n\u00ba 9.876, de 26.11.99)\nI - para os benef\u00edcios de que tratam as al\u00edneas b e c do inciso I do art. 18, na m\u00e9dia aritm\u00e9tica simples dos maiores sal\u00e1riosde-contribui\u00e7\u00e3o correspondentes a oitenta por cento de todo o per\u00edodo contributivo, multiplicada pelo fator previdenci\u00e1rio; (Inclu\u00eddo pela Lei n\u00ba 9.876, de 26.11.99)\nII - para os benef\u00edcios de que tratam as al\u00edneas a, d, e e h do inciso I do art. 18, na m\u00e9dia aritm\u00e9tica simples dos maiores sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o correspondentes a oitenta por cento de todo o per\u00edodo contributivo. (Inclu\u00eddo pela Lei n\u00ba 9.876, de 26.11.99)\nCom o advento da Medida Provis\u00f3ria 83, de 12/12/2002, foi determinada a extin\u00e7\u00e3o, a partir de abril de 2003, da escala de sal\u00e1riobase (artigos 9\u00ba e 14). As disposi\u00e7\u00f5es da MP 83/02 foram ratificadas por ocasi\u00e3o da sua convers\u00e3o na Lei 10.666, de 08/05/2003, consoante artigos 9\u00ba e 15 adiante transcritos:\nArt. 9\u00ba Fica extinta a escala transit\u00f3ria de sal\u00e1rio-base, utilizada para fins de enquadramento e fixa\u00e7\u00e3o do sal\u00e1rio-decontribui\u00e7\u00e3o dos contribuintes individual e facultativo filiados ao Regime Geral de Previd\u00eancia Social, estabelecida pela Lei no 9.876, de 26 de novembro de 1999.\n....\n4\n\n\fArt. 15. Esta Lei entra em vigor na data de sua publica\u00e7\u00e3o, produzindo efeitos, quanto aos \u00a7\u00a7 1\u00ba e 2\u00ba do art. 1o e aos arts. 4\u00ba a 6\u00ba e 9\u00ba, a partir de 1o de abril de 2003.\nExtinta a escala de sal\u00e1rio-base a partir de abril de 2003, deixou de haver restri\u00e7\u00f5es ao recolhimento por parte dos contribuintes individuais e facultativo. Eles passaram a poder iniciar a contribui\u00e7\u00e3o para a previd\u00eancia com base em qualquer valor. Mais do que isso, foram autorizados a modificar os valores de seus sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o sem respeitar qualquer interst\u00edcio. Os \u00fanicos limites passaram a ser o m\u00ednimo (sal\u00e1rio m\u00ednimo) e o m\u00e1ximo (este reajustado regularmente).\nCoerente com a nova realidade decorrente da Lei 9.876/99 e da MP 83/02 (Lei 10.666/03), a Instru\u00e7\u00e3o Normativa INSS/DC n\u00ba 89, de 11.06/2003 (j\u00e1 revogada) assim disp\u00f4s em seu artigo 39:\nArt. 39. Fica extinta, a partir de 01 de abril de 2003, a escala transit\u00f3ria de sal\u00e1rio-base, utilizada para fins de enquadramento e fixa\u00e7\u00e3o do sal\u00e1rio-de-contribui\u00e7\u00e3o dos contribuintes individual e facultativo filiados ao Regime Geral de Previd\u00eancia Social, estabelecida pela Lei n\u00ba 9.876, de 26 de novembro de 1999.\n\u00a7 1\u00b0 O sal\u00e1rio-de-contribui\u00e7\u00e3o do segurado contribuinte individual, a partir da compet\u00eancia abril de 2003, passa a ser, independentemente da data de sua inscri\u00e7\u00e3o, a remunera\u00e7\u00e3o auferida em uma ou mais empresas ou pelo exerc\u00edcio de sua atividade por conta pr\u00f3pria, durante o m\u00eas, observados os limites m\u00ednimo e m\u00e1ximo do sal\u00e1rio-de-contribui\u00e7\u00e3o.\n\u00a7 2\u00b0 O sal\u00e1rio-de-contribui\u00e7\u00e3o do segurado facultativo, a partir da compet\u00eancia abril de 2003, passa a ser, independentemente da data de sua inscri\u00e7\u00e3o, o valor por ele declarado, observados os limites m\u00ednimo e m\u00e1ximo do sal\u00e1rio-de-contribui\u00e7\u00e3o.\nNa sucess\u00e3o de atos normativos que se seguiram, a Instru\u00e7\u00e3o Normativa RFB n\u00ba 971, de 13 de novembro de 2009, tamb\u00e9m disp\u00f4s:\nArt. 55. Entende-se por sal\u00e1rio-de-contribui\u00e7\u00e3o:\nI - para os segurados empregado e trabalhador avulso, a remunera\u00e7\u00e3o auferida em uma ou mais empresas, assim entendida a totalidade dos rendimentos que lhes s\u00e3o pagos, devidos ou creditados a qualquer t\u00edtulo, durante o m\u00eas, destinados a retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de utilidades e os adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer pelos servi\u00e7os efetivamente prestados, quer pelo tempo \u00e0 disposi\u00e7\u00e3o do empregador ou tomador de servi\u00e7os, nos termos da lei ou do contrato ou, ainda, de conven\u00e7\u00e3o ou de acordo coletivo de trabalho ou de senten\u00e7a normativa, observado o disposto no inciso I do \u00a7 1\u00ba e nos \u00a7\u00a7 2\u00ba e 3\u00ba do art. 54;\nII - para o segurado empregado dom\u00e9stico a remunera\u00e7\u00e3o registrada em sua CTPS ou comprovada mediante recibos de pagamento, observado o disposto no inciso II do \u00a7 1\u00ba e nos \u00a7\u00a7 2\u00ba e 3\u00ba do art. 54;\n5\n\n\fIII - para o segurado contribuinte individual:\n\na) filiado at\u00e9 28 de novembro de 1999, que tenha perdido a qualidade de segurado ap\u00f3s essa data, considerando os fatos geradores ocorridos a partir da nova filia\u00e7\u00e3o, a remunera\u00e7\u00e3o auferida em uma ou mais empresas ou pelo exerc\u00edcio de atividade por conta pr\u00f3pria, durante o m\u00eas, observados os limites m\u00ednimo e m\u00e1ximo do sal\u00e1rio-de-contribui\u00e7\u00e3o;\n\nb) filiado at\u00e9 28 de novembro de 1999, considerando os fatos geradores ocorridos at\u00e9 31 de mar\u00e7o de 2003, o sal\u00e1rio-base, observada a escala transit\u00f3ria de sal\u00e1rios-base;\n\nc) filiado a partir de 29 de novembro de 1999, a remunera\u00e7\u00e3o auferida em uma ou mais empresas ou pelo exerc\u00edcio de atividade por conta pr\u00f3pria, durante o m\u00eas, observados os limites m\u00ednimo e m\u00e1ximo do sal\u00e1rio-de-contribui\u00e7\u00e3o;\n\nd) independentemente da data de filia\u00e7\u00e3o, considerando os fatos geradores ocorridos desde 1\u00ba de abril de 2003, a remunera\u00e7\u00e3o auferida em uma ou mais empresas ou pelo exerc\u00edcio de sua atividade por conta pr\u00f3pria, durante o m\u00eas, observados os limites m\u00ednimo e m\u00e1ximo do sal\u00e1rio-de-contribui\u00e7\u00e3o;\n\nIV - para o segurado facultativo:\n\na) filiado at\u00e9 28 de novembro de 1999, considerando compet\u00eancias at\u00e9 mar\u00e7o de 2003, o sal\u00e1rio-base, observada a escala transit\u00f3ria de sal\u00e1rios-base;\n\nb) filiado a partir de 29 de novembro de 1999, o valor por ele declarado, observados os limites m\u00ednimo e m\u00e1ximo do sal\u00e1rio-decontribui\u00e7\u00e3o;\n\nc) independentemente da compet\u00eancia de abril de observados os limites contribui\u00e7\u00e3o;\n\ndata 2003, m\u00ednimo\n\nde filia\u00e7\u00e3o, a partir da o valor por ele declarado,\ne m\u00e1ximo do sal\u00e1rio-de-\n\nV - para o segurado especial que optar por contribuir na forma do \u00a7 10 do art. 10, o valor por ele declarado, observado o disposto nos \u00a7\u00a7 8\u00ba e 9\u00ba.\n\n\u00a7 1\u00ba A escala transit\u00f3ria de sal\u00e1rios-base, utilizada para fins de enquadramento e fixa\u00e7\u00e3o do sal\u00e1rio-de-contribui\u00e7\u00e3o dos contribuintes individual e facultativo filiados ao RGPS, foi extinta em 1\u00ba de abril de 2003, por for\u00e7a da Lei n\u00ba 10.666, de 2003.\n\nA pr\u00f3pria administra\u00e7\u00e3o, portanto, corretamente, esclareceu que a partir da compet\u00eancia abril de 2003 o sal\u00e1rio-decontribui\u00e7\u00e3o do segurado contribuinte individual e do segurado facultativo n\u00e3o teria mais qualquer regra quanto a valores de recolhimento, respeitados apenas os limites m\u00ednimo e m\u00e1ximo. Ficaram os segurados contribuinte individual e facultativo livres para recolher contribui\u00e7\u00f5es sem quaisquer restri\u00e7\u00f5es, ressalvado o respeito ao teto.\n\n6\n\n\fSendo este o quadro, \u00e9 de se entender que para as compet\u00eancias posteriores a mar\u00e7o de 2003 n\u00e3o h\u00e1 mais qualquer sentido na aplica\u00e7\u00e3o do artigo 32 da Lei 8.213/91.\nCom efeito, o que inspirou o artigo 32 da Lei 8.213/91, e bem assim as normas que disciplinavam a escala de sal\u00e1rio-base, foi o objetivo de evitar, por exemplo, que nos \u00faltimos anos de contribui\u00e7\u00e3o o segurado empregado passasse a contribuir em valores significativos como aut\u00f4nomo/contribuinte individual, ou mesmo que o aut\u00f4nomo/contribuinte individual majorasse significativamente suas contribui\u00e7\u00f5es. Isso porque no regime anterior \u00e0 Lei 9.8976/99 o sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio era calculado com base na m\u00e9dia aritm\u00e9tica simples de todos os \u00faltimos sal\u00e1rios-decontribui\u00e7\u00e3o dos meses imediatamente anteriores ao do afastamento da atividade ou da data da entrada do requerimento, at\u00e9 o m\u00e1ximo de 36 (trinta e seis), apurados em per\u00edodo n\u00e3o superior a 48 (quarenta e oito) meses. Assim, o aumento de contribui\u00e7\u00f5es no final da vida laboral poderia acarretar um benef\u00edcio mais alto, a despeito de ter o segurado contribu\u00eddo na maior parte de seu hist\u00f3rico contributivo com valores modestos.\nCom o advento da Lei 9.876/99 o sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio passou a ser calculado com base na m\u00e9dia aritm\u00e9tica simples dos maiores sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o correspondentes a oitenta por cento de todo o per\u00edodo contributivo, multiplicada pelo fator previdenci\u00e1rio (assegurada para quem j\u00e1 era filiado \u00e0 Previd\u00eancia Social antes da Lei 9.876/96 a considera\u00e7\u00e3o da m\u00e9dia aritm\u00e9tica de oitenta por cento do per\u00edodo contributivo decorrido desde a compet\u00eancia julho de 1994). Assim, o recolhimento de contribui\u00e7\u00f5es em valores mais altos apenas nos \u00faltimos anos de contribui\u00e7\u00e3o passou a ter pouca import\u00e2ncia para a fixa\u00e7\u00e3o da renda mensal inicial (RMI) do benef\u00edcio. Esta mudan\u00e7a da sistem\u00e1tica de c\u00e1lculo do sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio \u00e9 que, a prop\u00f3sito, justificou a extin\u00e7\u00e3o da escala de sal\u00e1rio-base.\nExtinta a escala de sal\u00e1rio-base, o segurado empregado que tem seu v\u00ednculo cessado pode passar a contribuir como contribuinte individual, ou mesmo como facultativo, pelo teto. Por outro lado, o contribuinte individual, ou mesmo o facultativo, pode majorar sua contribui\u00e7\u00e3o at\u00e9 o teto no momento que desejar. N\u00e3o pode, diante da situa\u00e7\u00e3o posta, ser adotada interpreta\u00e7\u00e3o que acarrete tratamento detrimentoso para o segurado empregado que tamb\u00e9m \u00e9 contribuinte individual, ou mesmo que tem dois v\u00ednculos como empregado, sob pena de ofensa \u00e0 isonomia. N\u00e3o h\u00e1 sentido em se considerar v\u00e1lido possa o contribuinte individual recolher pelo teto sem qualquer restri\u00e7\u00e3o e, por vias\n7\n\n\ftransversas, vedar isso ao segurado empregado que desempenha concomitantemente atividade como contribuinte individual, ou mesmo que tem dois v\u00ednculos empregat\u00edcios. E \u00e9 isso, na pr\u00e1tica, que ocorreria se reputasse vigente o disposto no artigo 32 da Lei n. 8.213/91. A conclus\u00e3o, portanto, \u00e9 de que, na linha do que estatui a Lei de Introdu\u00e7\u00e3o \u00e0s Normas do Direito Brasileiro (antiga LICC), ocorreu, a partir de 1\u00ba de abril de 2003, a derroga\u00e7\u00e3o do artigo 32 das Lei 8.213/91. Deste modo, assim como o contribuinte individual e o segurado facultativo podem simplesmente passar a recolher pelo teto a partir da compet\u00eancia abril/2003, a todo segurado que tenha mais de um v\u00ednculo deve ser admitida, a partir da compet\u00eancia abril/2003, a soma dos sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o, respeitado o teto.\nNesse sentido:\n\nPROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS INFRINGENTES. LIMITES DA INFRING\u00caNCIA. PREVIDENCI\u00c1RIO. REVIS\u00c3O DE BENEF\u00cdCIO. ATIVIDADES CONCOMITANTES. ART. 32 DA LEI No 8.213/91.\u20281. O sal\u00e1rio de benef\u00edcio do segurado que contribu\u00eda em raz\u00e3o de atividades concomitantes era calculado nos termos do art. 32 da Lei 8.213/91, somando-se os respectivos sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o quando satisfizesse, em rela\u00e7\u00e3o a cada atividade, as condi\u00e7\u00f5es do benef\u00edcio requerido. No caso de o segurado n\u00e3o haver preenchido as condi\u00e7\u00f5es para a concess\u00e3o do benef\u00edcio em rela\u00e7\u00e3o a ambas as atividades, o sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio correspondia \u00e0 soma do sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio da atividade principal e de um percentual da m\u00e9dia do sal\u00e1rio-de-contribui\u00e7\u00e3o da atividade secund\u00e1ria.\n\n2. O sentido da regra contida no art. 32 da Lei 8.213/91 era o de evitar que, nos \u00faltimos anos antes de se aposentar, o segurado pudesse engendrar artificial incremento dos sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o que comp\u00f5em o per\u00edodo b\u00e1sico de c\u00e1lculo (PBC), 36 meses dentro de um conjunto de 48 meses, e assim elevar indevidamente o valor da renda mensal inicial da presta\u00e7\u00e3o.\n\n3. Todavia, modificado o per\u00edodo b\u00e1sico de c\u00e1lculo pela Lei\n\n9.876/1999, apurado sobre todas as contribui\u00e7\u00f5es a partir de\n\n1994 (as 80% melhores), j\u00e1 n\u00e3o haveria sentido na norma, pois\n\nin\u00f3cua\n\nseria\n\numa\n\ndeliberada\n\neleva\u00e7\u00e3o\n\ndos\n\nsal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o, uma vez ampliado, em bases t\u00e3o\n\nabrangentes, o per\u00edodo a ser considerado.\n\n4. No c\u00e1lculo de benef\u00edcios previdenci\u00e1rios concedidos ap\u00f3s abril de 2003, devem ser somados os sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o das atividades exercidas concomitantemente, sem aplica\u00e7\u00e3o do art. 32, inclusive para per\u00edodos anteriores a 1o de abril de 2003, e com observa\u00e7\u00e3o, por \u00f3bvio, do teto do sal\u00e1rio-de-contribui\u00e7\u00e3o (art. 28, \u00a75o, da Lei 8.212/91).\n\n5. No caso concreto, em face dos limites da infring\u00eancia, fica assegurado o direito da parte autora, de adicionar os sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o das atividades concomitantes, a partir da compet\u00eancia abril/2003, inclusive.\n\nPREVIDENCI\u00c1RIO. REVIS\u00c3O DE BENEF\u00cdCIO. RENDA MENSAL INICIAL. ATIVIDADES CONCOMITANTES. DERROGA\u00c7\u00c3O DO ARTIGO 32 DA LEI 8.213/91 A PARTIR DE 01/04/2003. LEI 9.876/99. MP 83/02 (LEI 10.666/03). IN INSS/DC N\u00ba 89/2003. IN RFB N\u00ba 971/2009. CARGO EM\n8\n\n\fCOMISS\u00c3O. CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA E JUROS DE MORA. 1. Segundo estabelece o artigo 32 da Lei de Benef\u00edcios (Lei 8.213/91), o sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio do segurado que contribuir em raz\u00e3o de atividades concomitantes deve ser calculado com base na soma dos sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o das atividades exercidas, ou no per\u00edodo b\u00e1sico de c\u00e1lculo, quando satisfizer, em rela\u00e7\u00e3o a cada atividade, as condi\u00e7\u00f5es do benef\u00edcio requerido. 2. N\u00e3o satisfeitas as condi\u00e7\u00f5es em rela\u00e7\u00e3o a cada atividade, o sal\u00e1riode-benef\u00edcio corresponder\u00e1 \u00e0 soma do sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio da atividade principal, esta considerada aquela em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 qual preenchidos os requisitos ou, n\u00e3o tendo havido preenchimento dos requisitos em rela\u00e7\u00e3o a nenhuma delas, a mais ben\u00e9fica para o segurado, e de um percentual da m\u00e9dia do sal\u00e1rio-de-contribui\u00e7\u00e3o da atividade secund\u00e1ria, conforme disp\u00f5e o inciso II do artigo 32 da Lei 8.213/91. 3. A Lei 9.876/99 estabeleceu a extin\u00e7\u00e3o gradativa da escala de sal\u00e1rio-base (art. 4\u00ba), e modificou o artigo 29 da LB (art. 2\u00ba), determinando que o sal\u00e1rio-debenef\u00edcio seja calculado com base na m\u00e9dia aritm\u00e9tica simples dos maiores sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o correspondentes a oitenta por cento de todo o per\u00edodo contributivo, multiplicada pelo fator previdenci\u00e1rio (assegurada para quem j\u00e1 era filiado \u00e0 Previd\u00eancia Social antes da Lei 9.876/96 a considera\u00e7\u00e3o da m\u00e9dia aritm\u00e9tica de oitenta por cento do per\u00edodo contributivo decorrido desde a compet\u00eancia julho/94 - art. 3\u00ba). 4. A Medida Provis\u00f3ria 83, de 12/12/2002 extinguiu, a partir de 1\u00ba de abril de 2003, a escala de sal\u00e1rio-base (artigos 9\u00ba e 14), determina\u00e7\u00e3o depois ratificada por ocasi\u00e3o da sua convers\u00e3o na Lei 10.666, de 08/05/2003 (artigos 9\u00ba e 15). 5. Extinta a escala de sal\u00e1rio-base a partir de abril de 2003, deixou de haver restri\u00e7\u00f5es ao recolhimento por parte dos contribuintes individual e facultativo. Eles passaram a poder iniciar a contribuir para a previd\u00eancia com base em qualquer valor. Mais do que isso, foram autorizados a modificar os valores de seus sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o sem respeitar qualquer interst\u00edcio. Os \u00fanicos limites passaram a ser o m\u00ednimo (sal\u00e1rio m\u00ednimo) e o m\u00e1ximo (este reajustado regularmente). Nesse sentido estabeleceram a IN INSS/DC n\u00ba 89, de 11/06/2003 e a Instru\u00e7\u00e3o Normativa RFB n\u00ba 971, de 13/11/de 2009. 6. Extinta a escala de sal\u00e1rio-base, o segurado empregado que tem seu v\u00ednculo cessado pode passar a contribuir como contribuinte individual, ou mesmo como facultativo, pelo teto. Por outro lado, o contribuinte individual, ou mesmo o facultativo, pode majorar sua contribui\u00e7\u00e3o at\u00e9 o teto no momento que desejar. Invi\u00e1vel a ado\u00e7\u00e3o, diante da situa\u00e7\u00e3o posta, de interpreta\u00e7\u00e3o que acarrete tratamento detrimentoso para o segurado empregado que tamb\u00e9m \u00e9 contribuinte individual, ou mesmo que tem dois v\u00ednculos como empregado, sob pena de ofensa \u00e0 isonomia. 7. N\u00e3o h\u00e1 sentido em se considerar v\u00e1lido possa o contribuinte individual recolher pelo teto sem qualquer restri\u00e7\u00e3o e, por vias transversas, vedar isso ao segurado empregado que desempenha concomitantemente atividade como contribuinte individual, ou mesmo que tem dois v\u00ednculos empregat\u00edcios. E \u00e9 isso, na pr\u00e1tica, que ocorreria se se reputasse vigente o disposto no artigo 32 da Lei 8.213/91. 8. No c\u00e1lculo de benef\u00edcios previdenci\u00e1rios concedidos ap\u00f3s abril de 2003, devem ser somados os sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o das atividades exercidas concomitantemente, sem aplica\u00e7\u00e3o do art. 32, inclusive para per\u00edodos anteriores a 1\u00ba de abril de 2003, e com observa\u00e7\u00e3o, por \u00f3bvio, do teto do sal\u00e1rio-de-contribui\u00e7\u00e3o (art. 28, \u00a75\u00ba, da Lei 8.212/91). 9. Seja no regime pret\u00e9rito (da CLPS), seja no regime da Lei n.\u00ba 8.213/91, o servidor p\u00fablico n\u00e3o submetido a regime pr\u00f3prio sempre foi segurado obrigat\u00f3rio da previd\u00eancia urbana. Com o advento da Lei n.\u00ba 8.647/93 os ocupantes de cargo em comiss\u00e3o passaram a ser segurados obrigat\u00f3rios do regime geral. 10. Hip\u00f3tese em que o demandante, como ocupante de cargo em comiss\u00e3o, n\u00e3o estava amparado por regime pr\u00f3prio de previd\u00eancia, de modo que sua filia\u00e7\u00e3o ao regime de previd\u00eancia social urbana (e na vig\u00eancia da Lei n.\u00ba 8.213/91 ao regime geral de previd\u00eancia) era autom\u00e1tica. Assim, as remunera\u00e7\u00f5es recebidas no per\u00edodo n\u00e3o podem ser ignoradas pelo INSS quando do c\u00e1lculo da renda mensal inicial, sendo irrelevante o fato de o \u00f3rg\u00e3o p\u00fablico eventualmente n\u00e3o ter repassado contribui\u00e7\u00f5es para o INSS, haja vista que o recolhimento das contribui\u00e7\u00f5es previdenci\u00e1rias \u00e9 obriga\u00e7\u00e3o do empregador. (TRF4, AC 5043001-25.2015.404.7000, QUINTA TURMA, Relator ROGERIO FAVRETO, juntado aos autos em 05/12/2016)\n9\n\n\fRecentemente foi uniformizada a quest\u00e3o pela TNU:\n\nINCIDENTE DE UNIFORMIZA\u00c7\u00c3O NACIONAL. REPRESENTATIVO DA CONTROV\u00c9RSIA. PREVIDENCI\u00c1RIO. REVIS\u00c3O. ATIVIDADES CONCOMITANTES. ARTIGO 32 DA LEI 8.213/91. DERROGA\u00c7\u00c3O A PARTIR DE 01/04/2003. UNIFORMIZA\u00c7\u00c3O PRECEDENTE DA TNU. DESPROVIMENTO.\n\n1. Ratificada, em representativo da controv\u00e9ria, a uniformiza\u00e7\u00e3o\n\nprecedente desta Turma Nacional no sentido de que tendo o\n\nsegurado que contribuiu em raz\u00e3o de atividades concomitantes\n\nimplementado os requisitos ao benef\u00edcio em data posterior a\n\n01/04/2003,\n\nos\n\nsal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o\n\nconcomitantes\n\n(anteriores e posteriores a 04/2003) ser\u00e3o somados e limitados\n\nao teto (PEDILEF 50077235420114047112, JUIZ FEDERAL JO\u00c3O BATISTA\n\nLAZZARI, TNU, DOU 09/10/2015 P\u00c1GINAS 117/255).\n\n2. Derroga\u00e7\u00e3o do art. 32 da Lei 8.213/91, diante de legisla\u00e7\u00e3o superveniente (notadamente, as Leis 9.876/99 e 10.666/03).\n\n3. Incidente de uniformiza\u00e7\u00e3o conhecido e desprovido.\n\n(TNU 5003449-95.2016.4.04.7201/SC, RELATOR: JUIZ FEDERAL GUILHERME BOLLORINI PEREIRA, Data 22/02/2018)\n\nNote-se que n\u00e3o se est\u00e1 a fazer ju\u00edzo de constitucionalidade quanto ao artigo 32 da Lei 8.213/91. O que se est\u00e1 a dizer \u00e9 que referida norma deixou de ter vig\u00eancia a partir de 01/04/2003 (arts. 9\u00ba e 14 da MP 83/2002), pois com a extin\u00e7\u00e3o da escala de sal\u00e1rio-base tornou-se in\u00f3cua, tendo ocorrido sua derroga\u00e7\u00e3o.1\n\nAssim, no caso em exame, merece serem acolhidos os pedidos da Parte Autora para que seja efetuada a revis\u00e3o do benef\u00edcio conforme os crit\u00e9rios acima explicitados.\n\nR E Q U E R I M E N T O S\n\n\u00c0 vista do exposto, REQUER a Vossa Excel\u00eancia:\na) O recebimento da presente A\u00c7\u00c3O DE REVIS\u00c3O DE BENEF\u00cdCIO PREVIDENCI\u00c1RIO, pelo Procedimento Ordin\u00e1rio, com os documentos que a instruem, deferindo-se o pedido da Gratuidade da Justi\u00e7a visto que a Parte Autora n\u00e3o possui recursos para arcar com as custas processuais, sem que haja preju\u00edzo de sua subsist\u00eancia, e prioridade na tramita\u00e7\u00e3o, tendo em vista a Parte Autora ser idosa, de acordo com a Lei 10.741/2003, artigo 71 \u00a7 1\u00ba.\n\nb) CITA\u00c7\u00c3O DO R\u00c9U \u2013 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL \u2013 INSS, na pessoa de seu representante legal, para, querendo,\n1 TRF4, APELREEX 0004632-08.2014.404.9999, Quinta Turma, Relator Ricardo Teixeira do Valle Pereira, D.E. 03/06/2015. 10\n\n\fapresentar defesa, no prazo legal, e junto com esta trazer aos autos o processo administrativo referente a todos os benef\u00edcios j\u00e1 percebidos pela Parte Autora, necess\u00e1rios e indispens\u00e1veis para o deslinde da demanda, sob pena de revelia e presun\u00e7\u00e3o de verdade quanto aos fatos articulados;\nc) PROCED\u00caNCIA DA A\u00c7\u00c3O. A proced\u00eancia da presente a\u00e7\u00e3o, condenando o INSS a:\nc.1) refazer o c\u00e1lculo do benef\u00edcio, somando os sal\u00e1riosde-contribui\u00e7\u00f5es das atividades concomitantes, nos termos da fundamenta\u00e7\u00e3o acima, afastando a aplica\u00e7\u00e3o do art. 32 da Lei de Benef\u00edcios;\nc.2) pagar \u00e0 Parte Autora (via judicial \u2013 mediante RPV) as diferen\u00e7as verificadas relativamente \u00e0s presta\u00e7\u00f5es vencidas desde a DER da aposentadoria at\u00e9 a \u00faltima compet\u00eancia referida nos c\u00e1lculos a ser realizado, com a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria de acordo com o Manual de C\u00e1lculos da Justi\u00e7a Federal desde o vencimento de cada parcela, acrescida de juros de mora, a contar da cita\u00e7\u00e3o, devendo incidir \u00e0 taxa de 1% ao m\u00eas, at\u00e9 29/06/2009. E, a partir de ent\u00e3o, incidir uma \u00fanica vez, at\u00e9 o efetivo pagamento do d\u00e9bito, segundo o \u00edndice oficial de remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica aplicado \u00e0 caderneta de poupan\u00e7a;\nc.3) pagar \u00e0 Parte Autora (na via administrativa), mediante Complemento Positivo (CP), juntamente com a presta\u00e7\u00e3o do m\u00eas da implanta\u00e7\u00e3o da revis\u00e3o do benef\u00edcio, os valores vencidos e que se vencerem entre a compet\u00eancia inclusa nos c\u00e1lculos e a data da efetiva implanta\u00e7\u00e3o administrativa, com incid\u00eancia sobre estas parcelas dos mesmos crit\u00e9rios do item anterior, relativamente aos juros e \u00e0 corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria\nc.4) pagar os valores atrasados por meio de RPV/Precat\u00f3rio expedido(a) de acordo com a Resolu\u00e7\u00e3o 405/2016 do CJF, e que os valores contratados a t\u00edtulo de honor\u00e1rios advocat\u00edcios sejam expedidos conforme contrato de honor\u00e1rios juntado;\nd) Caso seja verificado que a pretens\u00e3o da Parte Autora nesta a\u00e7\u00e3o n\u00e3o elevar\u00e1 sua Renda Mensal, requer que seja mantida a mais vantajosa;\ne) Requer no caso de entendimento contr\u00e1rio ao pedido acima, o prequestionamento da mat\u00e9ria, e em havendo necessidade de se interpor Recurso Extraordin\u00e1rio, requer a esse Respeit\u00e1vel Ju\u00edzo, desde j\u00e1, que\n11\n\n\fse manifeste EXPLICITAMENTE sobre poss\u00edvel viola\u00e7\u00e3o de dispositivos constitucionais e infra-constitucionais, especificadamente sobre escopo do artigo 5\u00b0, XXXV2, da Constitui\u00e7\u00e3o da Rep\u00fablica Federativa do Brasil;\nf) EMOLUMENTOS JUDICIAIS E SUCUMB\u00caNCIA. \u00c0 condena\u00e7\u00e3o da autarquia, ao pagamento das custas processuais, dos honor\u00e1rios de advogado, a t\u00edtulo de sucumb\u00eancia, observando-se o disposto no art. 85, \u00a73\u00ba e 8\u00ba do CPC, al\u00e9m dos demais emolumentos judiciais que se fizerem necess\u00e1rios, na forma da Lei;\ng) PROVAS. A produ\u00e7\u00e3o de todas as provas em direito permitidas, com fundamento no art. 370, do CPC;\nh) DA AUDI\u00caNCIA DE CONCILIA\u00c7\u00c3O. Nos termos do artigo 319 inciso VII do CPC, a Parte Autora opta pela n\u00e3o realiza\u00e7\u00e3o de audi\u00eancia de concilia\u00e7\u00e3o/media\u00e7\u00e3o, requerendo, alternativamente, que eventual proposta de acordo seja apresentada por escrito aos autos pelo R\u00e9u.\nAtribui-se \u00e0 causa o valor de R$ 78.417,21 (Setenta e oito mil quatrocentos e dezessete reais e vinte e um centavos).\nNestes termos, pede deferimento. Data, 28 de setembro de 2018.\nDR. ANDERSON MACOHIN(PCD)\nAdvogado\nOAB/PR 50.123\n2 XXXV - a lei n\u00e3o excluir\u00e1 da aprecia\u00e7\u00e3o do Poder Judici\u00e1rio les\u00e3o ou amea\u00e7a a direito. 12\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 3 (C\u00edvel) - IdDocumentoCompleto: 5002808-62.2021.4.04.7127-711633618348301184647624930671", "text": "EXCELENT\u00cdSSIMO (a) SENHOR (a) DOUTOR (a) JUIZ (a) FEDERAL DA___ VARA FEDERAL DA SUBSE\u00c7\u00c3O JUDICI\u00c1RIA DE PALMEIRA DAS MISSOES-RS\n\n- ATIVIDADES CONCOMITANTES\n\nLAINIR ALBARELLO, brasileira, casada, aposentada, portadora do RG n.\u00ba.\n\n3011034232 e do CPF n.\u00ba 19156510004, residente e domiciliado na rua Santos\n\nDumont, 290, Centro, Palmitinho-RS, CEP 98430000, por seus procuradores\n\nsignat\u00e1rios, que possuem endere\u00e7o profissional na Rua F\u00e9lix da Cunha, 985, casa,\n\nMoinhos de Vento, Porto Alegre-RS, CEP n.\u00ba 90570-001, fone (51) 3268.5370, local\n\nonde receber\u00e3o toda e qualquer intima\u00e7\u00e3o, vem, muito respeitosamente \u00e0 presen\u00e7a\n\nde Vossa Excel\u00eancia, com fulcro nos dispositivos legais adiante propor a seguinte\n\nA\u00c7\u00c3O REVISONAL PREVIDENCI\u00c1RIA, contra o INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO\n\nSOCIAL - INSS, autarquia federal, com representa\u00e7\u00e3o no estado do Rio Grande do\n\nSul, ag\u00eancia local, pelos fatos e fundamentos jur\u00eddicos que passar a expor:\n\n1\n\nDOS FATOS\nConforme a Carta de Concess\u00e3o / Mem\u00f3ria de C\u00e1lculo do Benef\u00edcio, anexo em PDF, a parte autora recebe benef\u00edcio previdenci\u00e1rio aposentadoria por idade NB 41/162.524.294-5, com DIB em 17/07/2013.\nComo se verifica no referido documento, tal segurado exerceu ATIVIDADES CONCOMITANTES no decorrer de sua vida laboral, e - de acordo com a legisla\u00e7\u00e3o em vigor (Lei 10.666/03, decorrente da convers\u00e3o da MP 83, de 12/12/2002) - os SAL\u00c1RIOS-DE-CONTRIBUI\u00c7\u00c3O oriundos de ATIVIDADES CONCOMITANTES (anteriores e posteriores a abril/2003) DEVER\u00c3O SER SOMADOS, respeitando-se a limita\u00e7\u00e3o do teto vigente.\nDeste modo, a sua renda mensal consequentemente deve ser recalculada para incluir tais diferen\u00e7as, que devem ser atualizadas at\u00e9 o efetivo pagamento.\nPelo exposto - ao inv\u00e9s da m\u00e9dia das referidas contribui\u00e7\u00f5es referentes \u00e0s atividades secund\u00e1rias - requer a parte autora a revis\u00e3o da sua renda mensal a fim de que tais SAL\u00c1RIOS-DE-CONTRIBUI\u00c7\u00c3O oriundos de ATIVIDADES CONCOMITANTES sejam somadas \u00e0 atividade principal.\n\n\fDO DIREITO\n\nO artigo 32, da Lei n\u00ba 8.213/91, assim determina quando se considera o exerc\u00edcio de atividades concomitantes pelo segurado:\n\nArt. 32. O sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio do segurado que contribuir em raz\u00e3o de atividades concomitantes ser\u00e1 calculado com base na soma dos sal\u00e1rios-de- contribui\u00e7\u00e3o das atividades exercidas na data do requerimento ou do \u00f3bito, ou no per\u00edodo b\u00e1sico de c\u00e1lculo, observado o disposto no art. 29 e as normas seguintes: I - quando o segurado satisfizer, em rela\u00e7\u00e3o a cada atividade, as condi\u00e7\u00f5es do benef\u00edcio requerido, o sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio ser\u00e1 calculado com base na soma dos respectivos sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o;\n\nII - quando n\u00e3o se verificar a hip\u00f3tese do inciso anterior, o sal\u00e1rio-de- benef\u00edcio\n\ncorresponde \u00e0 soma das seguintes parcelas:\n\na) o sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio calculado com base nos sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o das atividades em\n\nrela\u00e7\u00e3o \u00e0s quais s\u00e3o atendidas as condi\u00e7\u00f5es do benef\u00edcio requerido;\n\nb) um percentual da m\u00e9dia do sal\u00e1rio-de-contribui\u00e7\u00e3o de cada uma das demais atividades,\n\nequivalente \u00e0 rela\u00e7\u00e3o entre o n\u00famero de meses completo de contribui\u00e7\u00e3o e os do per\u00edodo de\n\n2\n\ncar\u00eancia do benef\u00edcio requerido;\n\nIII - quando se tratar de benef\u00edcio por tempo de servi\u00e7o, o percentual da al\u00ednea 'b' do inciso II\n\nser\u00e1 o resultante da rela\u00e7\u00e3o entre os anos completos de atividade e o n\u00famero de anos de\n\nservi\u00e7o considerado para a concess\u00e3o do benef\u00edcio.\n\n\u00a7 1o O disposto neste artigo n\u00e3o se aplica ao segurado que, em obedi\u00eancia ao limite m\u00e1ximo\n\ndo sal\u00e1rio-de-contribui\u00e7\u00e3o, contribuiu apenas por uma das atividades concomitantes.\n\n\u00a7 2o N\u00e3o se aplica o disposto neste artigo ao segurado que tenha sofrido redu\u00e7\u00e3o do sal\u00e1riode-contribui\u00e7\u00e3o das atividades concomitantes em respeito ao limite m\u00e1ximo desse sal\u00e1rio. (grifo nosso)\n\nDA TNU \u2013 TURMA NACIONAL DE UNIFORMIZA\u00c7\u00c3O Sobre o tema, destaca-se a recente decis\u00e3o da TNU:\n\n\fPEDIDO DE UNIFORMIZA\u00c7\u00c3O. PREVIDENCI\u00c1RIO. REVIS\u00c3O. ARTIGO 32 DA LEI 8.213/91.\n\nATIVIDADES CONCOMITANTES. DERROGA\u00c7\u00c3O DO ARTIGO 32 DA LEI 8.213/91 A PARTIR DE\n\n01/04/2003. LEI 9.876/99. MP 83/02 (LEI 10.666/03). 1. Trata-se de pedido de uniformiza\u00e7\u00e3o\n\ninterposto contra ac\u00f3rd\u00e3o proferido pela 3a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais do\n\nRio Grande do Sul que aplicou o entendimento de que para o c\u00e1lculo da RMI do benef\u00edcio, no\n\ncaso de atividades concomitantes, deve ser considerada como preponderante a que for mais\n\nvantajosa economicamente ao segurado. (...) 5. Com efeito, a jurisprud\u00eancia do STJ consolidou-\n\nse no sentido de que o art. 32 da Lei 8.213/91 disp\u00f5e que ser\u00e1 considerada atividade principal,\n\npara fins de c\u00e1lculo do valor do sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio, aquela na qual o segurado reuniu todas as\n\ncondi\u00e7\u00f5es para concess\u00e3o da presta\u00e7\u00e3o. Isso significa que apenas o cumprimento de um dos\n\nrequisitos n\u00e3o torna a atividade principal, sendo indispens\u00e1vel que o segurado preencha, al\u00e9m\n\nda car\u00eancia, o tempo de contribui\u00e7\u00e3o necess\u00e1rio \u00e0 concess\u00e3o do benef\u00edcio em apenas uma das\n\natividades para que, ent\u00e3o, seja esta atribu\u00edda como principal. 6. Quando o segurado que\n\ncontribui em raz\u00e3o de atividades concomitantes n\u00e3o satisfizer, em rela\u00e7\u00e3o a cada atividade, as\n\ncondi\u00e7\u00f5es do benef\u00edcio requerido, a atividade principal ser\u00e1 aquela com sal\u00e1rios-de-\n\ncontribui\u00e7\u00e3o economicamente mais vantajosos. Essa \u00e9 a orienta\u00e7\u00e3o atual desta Turma Nacional,\n\naprovada \u00e0 unanimidade quando do julgamento do Pedilef 5001611-95.2013.4.04.7113, de\n\nminha relatoria (DOU 21/03/2014). Na mesma \u00e9poca, o STJ julgou a mat\u00e9ria nos seguintes\n\ntermos: PROCESSUAL CIVIL E PREVIDENCI\u00c1RIO. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL.\n\nREGIME GERAL DA PREVID\u00caNCIA SOCIAL. A P O S E N T A D O R I A P OR T E M P O DE\n\n3\n\nS E R V I \u00c7 O . P R O V E N T O S PROPORCIONAIS. EMBARGOS \u00c0 EXECU\u00c7\u00c3O. CRIT\u00c9RIO DE\n\nC\u00c1LCULO DA RENDA MENSAL INICIAL. ATIVIDADES CONCOMITANTES. ATIVIDADE PRINCIPAL.\n\nMELHOR PROVEITO ECON\u00d4MICO. VALOR DA TRABALHO E DA LIVRE INICIATIVA. ART. 32 DA LEI\n\n8.213/1991. INAPLICABILIDADE AO CASO. ART. 29 DA LEI 8.213/1991 EM SUA REDA\u00c7\u00c3O\n\nORIGINAL. OBSERV\u00c2NCIA NO CASO. DISS\u00cdDIO JURISPRUDENCIAL. FALTA DE SIMILITUDE\n\nF\u00c1TICA . RECURSO E S P E C I A L CONHECIDO EM PARTE E NESSA PARTE N\u00c3O PROVIDO. 1. Na\n\nhip\u00f3tese de desempenho pelo segurado de atividades laborais concomitantes, a jurisprud\u00eancia\n\ndo STJ \u00e9 assente no sentido de que, nos termos do art. 32 da Lei 8.213/1991, ser\u00e1 considerada\n\natividade principal, para fins de c\u00e1lculo do valor do sal\u00e1rio de benef\u00edcio, aquela na qual o\n\nsegurado reuniu condi\u00e7\u00f5es para concess\u00e3o do benef\u00edcio. 2. A peculiaridade do caso concreto\n\nconsiste no fato de que o segurado n\u00e3o completou tempo de servi\u00e7o suficiente para se\n\naposentar em nenhuma das atividades concomitantes. Por isso que deve ser considerada como\n\natividade principal, para fins de apura\u00e7\u00e3o do sal\u00e1rio de benef\u00edcio, aquela que gerar maior\n\nproveito econ\u00f4mico no c\u00e1lculo da renda mensal inicial. Observ\u00e2ncia do julgamento em caso\n\nan\u00e1logo ao presente, proferido no Recurso Especial 1.311.963/SC. 3. Agravo regimental n\u00e3o\n\nprovido. (AgRg no REsp 1412064/RS, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES,SEGUNDA\n\nTURMA, julgado em 20/03/2014, DJe 26/03/2014) (grifei) 6.1 Portanto, a jurisprud\u00eancia atual\n\ndesta Turma Nacional est\u00e1 alinhada \u00e0 do Superior Tribunal de Justi\u00e7a. Entendo, contudo, que a\n\n\fmat\u00e9ria uniformizada n\u00e3o pode ser aplicada ao caso dos autos. Explico. 7. A an\u00e1lise detida do\n\nprocesso permite concluir que os sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o concomitantes referem-se ao per\u00edodo\n\nde janeiro de 2005 a setembro de 2008, \u00e9poca em que j\u00e1 vigorava a Lei 10.666, de 08/05/2003,\n\ndecorrente da convers\u00e3o da Medida Provis\u00f3ria 83, de 12/12/2002, que determinou a extin\u00e7\u00e3o,\n\na partir de abril de 2003, da escala de sal\u00e1rio-base (artigos 9o e 14). Com essa extin\u00e7\u00e3o, deixou\n\nde existir restri\u00e7\u00e3o quanto ao valor dos recolhimentos efetuados pelos segurados contribuinte\n\nindividual e segurado facultativo. Isso significa dizer que tais segurados puderam, a partir de\n\nent\u00e3o, contribuir para a Previd\u00eancia Social com base em qualquer valor e foram autorizados a\n\nmodificar os sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o sem observar qualquer interst\u00edcio, respeitando apenas os\n\nlimites m\u00ednimo e m\u00e1ximo. 8. \u00c0 vista desse quadro, entendo que com rela\u00e7\u00e3o a atividades\n\nexercidas concomitantemente em per\u00edodo posterior a mar\u00e7o de 2003 n\u00e3o mais se justifica a\n\naplica\u00e7\u00e3o do artigo 32 da Lei 8.213/91, que deve ser interpretado como regra de prote\u00e7\u00e3o, que\n\nobjetiva justamente evitar que o segurado, nos \u00faltimos anos de contribui\u00e7\u00e3o, passe a recolher\n\nvalores elevados com o intuito de obter um benef\u00edcio mais alto. Registro que no regime\n\nanterior \u00e0 Lei 9.876/99, o sal\u00e1rio-de- benef\u00edcio era calculado com base na m\u00e9dia aritm\u00e9tica\n\nsimples de todos os \u00faltimos sal\u00e1rios-de- contribui\u00e7\u00e3o dos meses imediatamente anteriores ao\n\ndo afastamento da atividade ou da data da entrada do requerimento, at\u00e9 o m\u00e1ximo de 36\n\n(trinta e seis), apurados em per\u00edodo n\u00e3o superior a 48 (quarenta e oito) meses. A partir da Lei\n\n9.876/99, que trouxe modifica\u00e7\u00f5es quanto ao c\u00e1lculo para apura\u00e7\u00e3o do sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio,\n\nconferindo nova reda\u00e7\u00e3o ao artigo 29 da Lei 8.213/91, o recolhimento de contribui\u00e7\u00f5es em\n\n4\n\nvalores superiores apenas nos \u00faltimos anos de contribui\u00e7\u00e3o passou a ter pouca import\u00e2ncia\n\npara a fixa\u00e7\u00e3o da renda mensal inicial do benef\u00edcio. Foi exatamente essa mudan\u00e7a da\n\nsistem\u00e1tica de c\u00e1lculo do sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio que justificou a extin\u00e7\u00e3o da escala de sal\u00e1rio-\n\nbase. 9. Como bem ponderado pelo Desembargador Ricardo Teixeira do Vale Pereira (TRF4,\n\nAPELREEX 0004632-08.2014.404.9999, Quinta Turma, Relator Ricardo Teixeira do Valle Pereira,\n\nD.E. 03/06/2015), que comp\u00f5e o Tribunal Regional Federal da 4a Regi\u00e3o, \u201cextinta a escala de\n\nsal\u00e1rio-base, o segurado empregado que tem seu v\u00ednculo cessado pode passar a contribuir\n\ncomo contribuinte individual, ou mesmo como facultativo, pelo teto. Por outro lado, o\n\ncontribuinte individual, ou mesmo o facultativo, pode majorar sua contribui\u00e7\u00e3o at\u00e9 o teto no\n\nmomento que desejar. N\u00e3o pode, diante da situa\u00e7\u00e3o posta, ser adotada interpreta\u00e7\u00e3o que\n\nacarrete tratamento detrimentoso para o segurado empregado que tamb\u00e9m \u00e9 contribuinte\n\nindividual, ou mesmo que tem dois v\u00ednculos como empregado, sob pena de ofensa \u00e0 isonomia.\n\nN\u00e3o h\u00e1 sentido em se considerar v\u00e1lido possa o contribuinte individual recolher pelo teto sem\n\nqualquer restri\u00e7\u00e3o e, por vias transversas, vedar isso ao segurado empregado que desempenha\n\nconcomitantemente atividade como contribuinte individual, ou mesmo que tem dois v\u00ednculos\n\nempregat\u00edcios. E \u00e9 isso, na pr\u00e1tica, que ocorreria se se reputasse vigente o disposto no artigo\n\n32 da Lei 8.213/91. A conclus\u00e3o, portanto, \u00e9 de que, na linha do que estatui a Lei de Introdu\u00e7\u00e3o\n\n\u00e0s Normas do Direito Brasileiro (antiga LICC), ocorreu, a partir de 1o de abril de 2003, a\n\n\fderroga\u00e7\u00e3o do artigo 32 das Lei 8.213/91. Deste modo, assim como o contribuinte individual e\n\no segurado facultativo podem simplesmente passar a recolher pelo teto a partir da\n\ncompet\u00eancia abril/2003, a todo segurado que tenha mais de um v\u00ednculo deve ser admitida, a\n\npartir da compet\u00eancia abril/2003, a soma dos sal\u00e1rios-de- contribui\u00e7\u00e3o, respeitado o teto.\u201d. 10.\n\nDessa forma, o art. 32 da Lei n. 8.213/91 deixou de ter vig\u00eancia a partir de 01/04/2003, pois,\n\ncom a extin\u00e7\u00e3o da escala de sal\u00e1rio-base (arts. 9o e 14 da MP 83/2002, convertida na Lei n.\n\n10.666/2003), a regra deixou de produzir o efeito pretendido, tendo ocorrido sua derroga\u00e7\u00e3o,\n\nmotivo pelo qual proponho a uniformiza\u00e7\u00e3o do entendimento de que: a) tendo o segurado que\n\ncontribuiu em raz\u00e3o de atividades concomitantes implementados os requisitos ao benef\u00edcio em\n\ndata posterior a 01/04/2003, os sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o concomitantes (anteriores e\n\nposteriores a 04/2003) ser\u00e3o somados e limitados ao teto; e b) no caso de segurado que tenha\n\npreenchido os requisitos e requerido o benef\u00edcio at\u00e9 01/04/2003, aplica-se o art. 32 da Lei n.\n\n8.213/1991, observando-se que se o requerente n\u00e3o satisfizer, em rela\u00e7\u00e3o a cada atividade, as\n\ncondi\u00e7\u00f5es do benef\u00edcio requerido, a atividade principal ser\u00e1 aquela com sal\u00e1rios-de-\n\ncontribui\u00e7\u00e3o economicamente mais vantajosos, na linha do entendimento uniformizado no\n\n\u00e2mbito desta TNU (Pedilef 5001611-95.2013.4.04.7113). 11. Seria o caso de reformar o ac\u00f3rd\u00e3o\n\npara restabelecer a senten\u00e7a, a qual, embora por motivos diversos, determinou a soma dos\n\nsal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o, observado o teto. Todavia, como n\u00e3o houve pedido de uniformiza\u00e7\u00e3o\n\nda parte autora com rela\u00e7\u00e3o ao ponto, nego provimento ao incidente do INSS, pois, determinar\n\na adequa\u00e7\u00e3o do ac\u00f3rd\u00e3o para aplica\u00e7\u00e3o do entendimento acima expendido implicaria\n\n5\n\nreformatio in pejus. (grifos n\u00e3o originais) (PEDILEF 50077235420114047112. Relator: Jo\u00e3o\n\nBatista Lazzari. DOU: 09/10/2015)\n\nPEDIDO DE UNIFORMIZA\u00c7\u00c3O. PREVIDENCI\u00c1RIO. REVIS\u00c3O. ARTIGO 32 DA LEI 8.213/91. ATIVIDADES CONCOMITANTES. DERROGA\u00c7\u00c3O DO ARTIGO 32 DA LEI 8.213/91 A PARTIR DE 01/04/2003. IMPLEMENTA\u00c7\u00c3O DOS REQUISITOS NECESS\u00c1RIOS \u00c0 CONCESS\u00c3O DO BENEF\u00cdCIO AP\u00d3S 01/04/2003: SOMA DOS SAL\u00c1RIOS-DE-CONTRIBUI\u00c7\u00c3O CONCOMITANTES (ANTERIORES E POSTERIORES A 01/04/2003) E LIMITA\u00c7\u00c3O AO TETO. PRECEDENTE DESTA TNU. INCIDENTE N\u00c2O CONHECIDO. (PEDILEF 50045176220164047207, Turma Nacional de Uniformiza\u00e7\u00e3o, Relator FERNANDO MOREIRA GONCALVES, data da decis\u00e3o 25/10/2017)\n\nDO EGR\u00c9GIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERA DA 4 REGI\u00c3O\n\nSobre o tema, j\u00e1 se manifestou por in\u00fameras vezes o eg. TRF4, convergindo ao seguinte entendimento:\n\n\fEMENTA\nPREVIDENCI\u00c1RIO. PROCESSUAL CIVIL. REVIS\u00c3O DE BENEF\u00cdCIO. ATIVIDADES CONCOMITANTES. ART. 32 DA LEI N\u00ba 8.213/91.\n1. O sal\u00e1rio de benef\u00edcio do segurado que contribu\u00eda em raz\u00e3o de atividades concomitantes era calculado nos termos do art. 32 da Lei 8.213/91, somando-se os respectivos sal\u00e1rios-decontribui\u00e7\u00e3o quando satisfizesse, em rela\u00e7\u00e3o a cada atividade, as condi\u00e7\u00f5es do benef\u00edcio requerido. No caso de o segurado n\u00e3o haver preenchido as condi\u00e7\u00f5es para a concess\u00e3o do benef\u00edcio em rela\u00e7\u00e3o a ambas as atividades, o sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio correspondia \u00e0 soma do sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio da atividade principal e de um percentual da m\u00e9dia do sal\u00e1rio-decontribui\u00e7\u00e3o da atividade secund\u00e1ria.\n2. O sentido da regra contida no art. 32 da Lei 8.213/91 era o de evitar que, nos \u00faltimos anos antes de se aposentar, o segurado pudesse engendrar artificial incremento dos sal\u00e1rios-decontribui\u00e7\u00e3o que comp\u00f5em o per\u00edodo b\u00e1sico de c\u00e1lculo (PBC), 36 meses dentro de um conjunto de 48 meses, e assim elevar indevidamente o valor da renda mensal inicial da presta\u00e7\u00e3o.\n3. Todavia, modificado o per\u00edodo b\u00e1sico de c\u00e1lculo pela Lei 9.876/1999, apurado sobre todas as contribui\u00e7\u00f5es a partir de 1994 (as 80% melhores), j\u00e1 n\u00e3o haveria sentido na norma, pois in\u00f3cua seria uma deliberada eleva\u00e7\u00e3o dos sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o, uma vez ampliado, em bases t\u00e3o abrangentes, o per\u00edodo a ser considerado.\n6\n4. No c\u00e1lculo de benef\u00edcios previdenci\u00e1rios concedidos ap\u00f3s abril de 2003, devem ser somados os sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o das atividades exercidas concomitantemente, sem aplica\u00e7\u00e3o do art. 32, inclusive para per\u00edodos anteriores a 1\u00ba de abril de 2003, e com observa\u00e7\u00e3o, por \u00f3bvio, do teto do sal\u00e1rio-de-contribui\u00e7\u00e3o (art. 28, \u00a75\u00ba, da Lei 8.212/91).\n5. No caso concreto, em face dos limites da infring\u00eancia, fica assegurado o direito da parte autora, de adicionar os sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o das atividades concomitantes, a partir da compet\u00eancia abril/2003, inclusive.\nAC\u00d3RD\u00c3O\nVistos e relatados estes autos em que s\u00e3o partes as acima indicadas, a Egr\u00e9gia 5\u00aa Turma do Tribunal Regional Federal da 4\u00aa Regi\u00e3o, por unanimidade, decidiu negar provimento \u00e0 apela\u00e7\u00e3o do INSS, nos termos do relat\u00f3rio, votos e notas de julgamento que ficam fazendo parte integrante do presente julgado.\nPorto Alegre, 25 de setembro de 2018.\nDocumento eletr\u00f4nico assinado por GISELE LEMKE, Ju\u00edza Federal Convocada, na forma do artigo 1\u00ba, inciso III, da Lei 11.419, de 19 de dezembro de 2006 e Resolu\u00e7\u00e3o TRF 4\u00aa Regi\u00e3o n\u00ba 17, de 26 de mar\u00e7o de 2010. A confer\u00eancia da autenticidade do documento est\u00e1 dispon\u00edvel no endere\u00e7o eletr\u00f4nico http://www.trf4.jus.br/trf4/processos/verifica.php, mediante o preenchimento do c\u00f3digo verificador 40000636128v4 e do c\u00f3digo CRC f6ca2035. Informa\u00e7\u00f5es adicionais da assinatura:\n\n\fSignat\u00e1rio (a): GISELE LEMKE Data e Hora: 28/9/2018, \u00e0s 14:29:10\nNesta mesma linha, os seguintes julgados do Tribunal Regional Federal da 4\u00aa Regi\u00e3o:\nPREVIDENCI\u00c1RIO. REVIS\u00c3O. ATIVIDADES CONCOMITANTES. ART. 32 DA LEI 8213/91. inaplicabilidade. 1.Segundo estabelece o artigo 32 da Lei de Benef\u00edcios (Lei 8.213/91), o sal\u00e1riode-benef\u00edcio do segurado que contribuir em raz\u00e3o de atividades concomitantes deve ser calculado com base na soma dos sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o das atividades exercidas, ou no per\u00edodo b\u00e1sico de c\u00e1lculo, quando satisfizer, em rela\u00e7\u00e3o a cada atividade, as condi\u00e7\u00f5es do benef\u00edcio requerido. 2. N\u00e3o satisfeitas as condi\u00e7\u00f5es em rela\u00e7\u00e3o a cada atividade, o sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio corresponder\u00e1 \u00e0 soma do sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio da atividade principal, esta considerada aquela em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 qual preenchidos os requisitos ou, n\u00e3o tendo havido preenchimento dos requisitos em rela\u00e7\u00e3o a nenhuma delas, a mais ben\u00e9fica para o segurado, e de um percentual da m\u00e9dia do sal\u00e1rio-de-contribui\u00e7\u00e3o da atividade secund\u00e1ria, conforme disp\u00f5e o inciso II do artigo 32 da Lei 8.213/91. 3. No entanto, a Lei 9.876/99 estabeleceu a extin\u00e7\u00e3o gradativa da escala de sal\u00e1riobase (art. 4\u00ba), e modificou o artigo 29 da LB (art. 2\u00ba), determinando que o sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio seja calculado com base na m\u00e9dia aritm\u00e9tica simples dos maiores sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o correspondentes a oitenta por cento de todo o per\u00edodo contributivo, multiplicada pelo fator previdenci\u00e1rio (assegurada para quem j\u00e1 era filiado \u00e0 Previd\u00eancia Social antes da Lei 9.876/96 a\nconsidera\u00e7\u00e3o da m\u00e9dia aritm\u00e9tica de oitenta por cento do per\u00edodo contributivo decorrido desde 7\na compet\u00eancia julho/94 - art. 3\u00ba). 4. J\u00e1 a Medida Provis\u00f3ria 83, de 12/12/2002 extinguiu, a partir de 1\u00ba de abril de 2003, a escala de sal\u00e1rio-base (artigos 9\u00ba e 14), determina\u00e7\u00e3o depois ratificada por ocasi\u00e3o da sua convers\u00e3o na Lei 10.666, de 08/05/2003 (artigos 9\u00ba e 15). 5. Assim, com a extin\u00e7\u00e3o da escala de sal\u00e1rio-base a partir de abril de 2003, deixou de haver restri\u00e7\u00f5es ao recolhimento por parte dos contribuintes individual e facultativo. Eles passaram a poder iniciar a contribuir para a previd\u00eancia com base em qualquer valor. Mais do que isso, foram autorizados a modificar os valores de seus sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o sem respeitar qualquer interst\u00edcio. Os \u00fanicos limites passaram a ser o m\u00ednimo (sal\u00e1rio m\u00ednimo) e o m\u00e1ximo (este reajustado regularmente). Nesse sentido estabeleceram a IN INSS/DC n\u00ba 89, de 11/06/2003 e a Instru\u00e7\u00e3o Normativa RFB n\u00ba 971, de 13/11/de 2009. 6. O que inspirou o artigo 32 da Lei 8.213/91, e bem assim as normas que disciplinavam a escala de sal\u00e1rio-base, foi o objetivo de evitar, por exemplo, que nos \u00faltimos anos de contribui\u00e7\u00e3o o segurado empregado passasse a contribuir em valores significativos como aut\u00f4nomo/contribuinte individual, ou mesmo que o aut\u00f4nomo/contribuinte individual majorasse significativamente suas contribui\u00e7\u00f5es. Com efeito, como o sal\u00e1rio-debenef\u00edcio era calculado com base na m\u00e9dia aritm\u00e9tica simples de todos os \u00faltimos sal\u00e1rios-decontribui\u00e7\u00e3o dos meses imediatamente anteriores ao do afastamento da atividade ou da data da entrada do requerimento, at\u00e9 o m\u00e1ximo de 36 (trinta e seis), apurados em per\u00edodo n\u00e3o superior a 48 (quarenta e oito) meses, o aumento de contribui\u00e7\u00f5es no final da vida laboral poderia acarretar um benef\u00edcio mais alto, a despeito de ter o segurado contribu\u00eddo na maior parte de seu hist\u00f3rico contributivo com valores modestos. 7.Extinta a escala de sal\u00e1rio-base, o segurado empregado que tem seu v\u00ednculo cessado pode passar a contribuir como contribuinte individual, ou mesmo como facultativo, pelo teto. Por outro lado, o contribuinte individual, ou mesmo o facultativo, pode majorar sua contribui\u00e7\u00e3o at\u00e9 o teto no momento que desejar. Invi\u00e1vel a ado\u00e7\u00e3o, diante da situa\u00e7\u00e3o posta, de interpreta\u00e7\u00e3o que acarrete tratamento detrimentoso para o\n\n\fsegurado empregado que tamb\u00e9m \u00e9 contribuinte individual, ou mesmo que tem dois v\u00ednculos como empregado, sob pena de ofensa \u00e0 isonomia. 8. N\u00e3o h\u00e1 sentido em se considerar v\u00e1lido possa o contribuinte individual recolher pelo teto sem qualquer restri\u00e7\u00e3o e, por vias transversas, vedar isso ao segurado empregado que desempenha concomitantemente atividade como contribuinte individual, ou mesmo que tem dois v\u00ednculos empregat\u00edcios. E \u00e9 isso, na pr\u00e1tica, que ocorreria se se reputasse vigente o disposto no artigo 32 da Lei 8.213/91. 9. A conclus\u00e3o, portanto, \u00e9 de que, na linha do que estatui a Lei de Introdu\u00e7\u00e3o \u00e0s Normas do Direito Brasileiro (antiga LICC), ocorreu, a partir de 1\u00ba de abril de 2003, a derroga\u00e7\u00e3o do artigo 32 das Lei 8.213/91, de modo que a todo segurado que tenha mais de um v\u00ednculo deve ser admitida, independentemente da \u00e9poca da compet\u00eancia, a soma dos sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o, respeitado o teto. 10. \u00c9 que concedido o benef\u00edcio segundo as novas regras da Lei n\u00ba 10.666/2003 n\u00e3o mais cabe aplicar restri\u00e7\u00e3o de legisla\u00e7\u00e3o anterior, mesmo para per\u00edodos anteriores, quanto \u00e0 forma de c\u00e1lculo da renda mensal inicial dos benef\u00edcios. (TRF4, AC 500701106.2016.4.04.7107, SEXTA TURMA, Relator JO\u00c3O BATISTA PINTO SILVEIRA, juntado aos autos em 04/08/2017)\nPREVIDENCI\u00c1RIO. REVISIONAL. ATIVIDADES CONCOMITANTES. FATOR PREVIDENCI\u00c1RIO. LEI 9876/99. EXPECTATIVA DE VIDA M\u00c9DIA. CONSECT\u00c1RIOS. LEI 11.960/2009. REVIS\u00c3O IMEDIATA. TUTELA ESPEC\u00cdFICA. 1. A express\u00e3o atividades concomitantes, inclusa no art. 32 da Lei 8213/91, faz refer\u00eancia a atividades distintas e n\u00e3o \u00e0 mera duplicidade de v\u00ednculos com desempenho da mesma profiss\u00e3o. 2. Extinta a escala de sal\u00e1rio-base, o segurado empregado que tem seu v\u00ednculo cessado pode passar a contribuir como contribuinte individual, ou mesmo como facultativo, pelo\nteto. Por outro lado, o contribuinte individual, ou mesmo o facultativo, pode majorar sua 8\ncontribui\u00e7\u00e3o at\u00e9 o teto no momento que desejar. Invi\u00e1vel a ado\u00e7\u00e3o, diante da situa\u00e7\u00e3o posta, de interpreta\u00e7\u00e3o que acarrete tratamento detrimentoso para o segurado empregado que tamb\u00e9m \u00e9 contribuinte individual, ou mesmo que tem dois v\u00ednculos como empregado, sob pena de ofensa \u00e0 isonomia. 3. N\u00e3o h\u00e1 sentido em se considerar v\u00e1lido possa o contribuinte individual recolher pelo teto sem qualquer restri\u00e7\u00e3o e, por vias transversas, vedar isso ao segurado empregado que desempenha concomitantemente atividade como contribuinte individual, ou mesmo que tem dois v\u00ednculos empregat\u00edcios. E \u00e9 isso, na pr\u00e1tica, que ocorreria se se reputasse vigente o disposto no artigo 32 da Lei 8.213/91. 4. A conclus\u00e3o, portanto, \u00e9 de que, na linha do que estatui a Lei de Introdu\u00e7\u00e3o \u00e0s Normas do Direito Brasileiro (antiga LICC), ocorreu, a partir de 1\u00ba de abril de 2003, a derroga\u00e7\u00e3o do artigo 32 das Lei 8.213/91, de modo que a todo segurado que tenha mais de um v\u00ednculo deve ser admitida, a partir da compet\u00eancia abril/2003, a soma dos sal\u00e1riosde-contribui\u00e7\u00e3o, respeitado o teto. 5. Com o surgimento da Lei 9876/99 foi estabelecido o Fator Previdenci\u00e1rio, que tem como m\u00f3vel a estimula\u00e7\u00e3o da perman\u00eancia dos segurados na atividade formal, retardando sua aposentadoria para que n\u00e3o tenham decr\u00e9scimo em seu benef\u00edcio. 6. Pela f\u00f3rmula se verifica que eventuais mudan\u00e7as no perfil demogr\u00e1fico da popula\u00e7\u00e3o s\u00e3o consideradas em sua composi\u00e7\u00e3o. Assim, quanto maior a expectativa de vida, menor ser\u00e1 o fator previdenci\u00e1rio e, consequentemente, menor a RMI. 7. N\u00e3o havendo qualquer inconstitucionalidade na regra que determina o c\u00e1lculo do sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio mediante a incid\u00eancia do fator previdenci\u00e1rio, \u00e9 de se considerar que se trata de crit\u00e9rio objetivo, n\u00e3o cabendo a modifica\u00e7\u00e3o dos crit\u00e9rios de apura\u00e7\u00e3o do \u00edndice, mediante a altera\u00e7\u00e3o da expectativa de vida ou o acr\u00e9scimo de anos na vari\u00e1vel idade para as mulheres. A previs\u00e3o legal, como foi estabelecida, cumpre o princ\u00edpio constitucional de preserva\u00e7\u00e3o do equil\u00edbrio atuarial da previd\u00eancia social. 8. A defini\u00e7\u00e3o dos \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e juros de mora deve ser diferida para a fase de cumprimento do julgado. 9. A determina\u00e7\u00e3o de revis\u00e3o imediata do\n\n\fbenef\u00edcio, com fundamento nos artigos supracitados, n\u00e3o configura viola\u00e7\u00e3o dos artigos 128 e 475-O, I, do CPC/1973 e 37 da CF/1988. (TRF4, AC 5015983-20.2015.4.04.7100, QUINTA TURMA, Relator FRANCISCO DONIZETE GOMES, juntado aos autos em 12/07/2017)\nPREVIDENCI\u00c1RIO. EXECU\u00c7\u00c3O DE SENTEN\u00c7A. ATIVIDADES CONCOMITANTES. DERROGA\u00c7\u00c3O DO ARTIGO 32 DA LEI 8.213/91 A PARTIR DE 01/04/2003. ATUALIZA\u00c7\u00c3O DA D\u00cdVIDA NO PER\u00cdODO ANTERIOR \u00c0 EXPEDI\u00c7\u00c3O DO PRECAT\u00d3RIO. CRIT\u00c9RIO PREVISTO NO T\u00cdTULO JUDICIAL. LEGITIMIDADE DA TR. COMPENSA\u00c7\u00c3O DE HONOR\u00c1RIOS ADVOCAT\u00cdCIOS FIXADOS NA A\u00c7\u00c3O PRINCIPAL E NA EXECU\u00c7\u00c3O. IMPOSSIBILIDADE. No c\u00e1lculo de benef\u00edcios previdenci\u00e1rios concedidos ap\u00f3s abril de 2003, devem ser somados os sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o das atividades exercidas concomitantemente, sem aplica\u00e7\u00e3o do art. 32, inclusive para per\u00edodos anteriores a 1\u00ba de abril de 2003, e com observa\u00e7\u00e3o, por \u00f3bvio, do teto do sal\u00e1rio-de-contribui\u00e7\u00e3o (art. 28, \u00a75\u00ba, da Lei 8.212/91). O afastamento da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria das d\u00edvidas da Fazenda P\u00fablica no per\u00edodo anterior \u00e0 expedi\u00e7\u00e3o do precat\u00f3rio n\u00e3o encontra respaldo na declara\u00e7\u00e3o de inconstitucionalidade parcial por arrastamento do art. 1\u00ba-F da Lei n.\u00ba 9.494/97 (ADI n.\u00ba 4.357). Trata-se, pois, de tema com repercuss\u00e3o geral reconhecida e pendente de aprecia\u00e7\u00e3o pelo Supremo Tribunal Federal no \u00e2mbito do RE 870.947/SE. At\u00e9 o desfecho final do julgamento do RE 870.947/SE pelo STF, permanece h\u00edgida at\u00e9 eventual decis\u00e3o em contr\u00e1rio a disposi\u00e7\u00e3o da Lei n.\u00ba 9.494/97 quanto \u00e0 utiliza\u00e7\u00e3o dos \u00edndices oficiais de remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica e juros aplicados \u00e0 caderneta de poupan\u00e7a para fins de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, remunera\u00e7\u00e3o do capital e compensa\u00e7\u00e3o da mora no per\u00edodo anterior \u00e0 expedi\u00e7\u00e3o do precat\u00f3rio. N\u00e3o havendo, por ora, inconstitucionalidade quanto \u00e0 utiliza\u00e7\u00e3o da TR como indexador no per\u00edodo anterior ao de expedi\u00e7\u00e3o do precat\u00f3rio, n\u00e3o h\u00e1 falar em mat\u00e9ria de ordem p\u00fablica como fundamento apto a justificar a modifica\u00e7\u00e3o do t\u00edtulo judicial, impondo-se estrita observ\u00e2ncia ao princ\u00edpio da\nseguran\u00e7a jur\u00eddica consagrado pelo art. 5\u00ba, inc. XXXVI, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal. Invi\u00e1vel a 9\ncompensa\u00e7\u00e3o da verba honor\u00e1ria fixada na a\u00e7\u00e3o principal com a fixada nos embargos \u00e0 execu\u00e7\u00e3o (TRF4, Embargos Infringentes N\u00ba 0000568-57.2011.404.9999, 3\u00aa Se\u00e7\u00e3o, de minha relatoria, D.E. 25/10/2011). (TRF4 5023118-83.2015.4.04.7100, QUINTA TURMA, Relator ROGERIO FAVRETO, juntado aos autos em 24/02/2017)\nREQUERIMENTO:\nISTO POSTO, requer:\n1. Seja a presente A\u00e7\u00e3o Revisional Previdenci\u00e1ria recebida e autuada nesta em\u00e9rita Justi\u00e7a Federal;\n2. Caso preenchidos os requisitos, a concess\u00e3o do benef\u00edcio da Assist\u00eancia Judici\u00e1ria Gratuita, na forma do artigo 4\u00ba, da Lei 1.060/50, com a reda\u00e7\u00e3o imposta pela Lei 7.510/86 e artigos 128, Lei 8.213/91.\n\n\f3. Caso preenchido os requisitos, a concess\u00e3o do benef\u00edcio da prioridade de tramita\u00e7\u00e3o processual, em conformidade com a Lein\u00b010.173/01, assim como no disposto no art.71 e par\u00e1grafos da Lei n\u00b010.741/03.\n4. Nos termos do art. 7\u00ba da Portaria Conjunta PGF/INSS, n\u00ba 83 de 04 de Junho de 2012, publicada no DO 06/06/12, a requisi\u00e7\u00e3o \u00e0 APS local para que junte c\u00f3pia do processo administrativo concess\u00f3rio;\n5. A cita\u00e7\u00e3o do INSS - Instituto Nacional de Seguro Social - na pessoa de seu procurador regional, para querendo, apresentar sua defesa, sob pena de revelia e presun\u00e7\u00e3o de veracidade quanto aos fatos articulados na exordial;\n6. A proced\u00eancia da presente a\u00e7\u00e3o, a fim de condenar o INSS a:\na. Refazer o c\u00e1lculo do benef\u00edcio da parte autora, somando os sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00f5es das atividades\nconcomitantes do PBC, em raz\u00e3o da extin\u00e7\u00e3o da escala de sal\u00e1rio base na vigente Lei 10.666/03, bem como repassar os valores que a parte autora deixou de receber desde a entrada do requerimento (DER), implantando a nova renda mensal devida e pagando os atrasados acrescidos de juros e corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria (Tema 810/STF), respeitada a prescri\u00e7\u00e3o quinquenal;\nb. Caso seja verificado que a pretens\u00e3o da parte autora nesta a\u00e7\u00e3o n\u00e3o elevar\u00e1 sua Renda Mensal, 10\nrequer que seja mantida a mais vantajosa;\nc. Nos termos do artigo 319 inciso VII do CPC, a parte autora opta pela n\u00e3o realiza\u00e7\u00e3o de audi\u00eancia de\nconcilia\u00e7\u00e3o/media\u00e7\u00e3o, requerendo, alternativamente, que eventual proposta de acordo seja apresentada por escrito nos autos.\nD\u00e1-se \u00e0 causa, para efeitos fiscais, o valor de R$ 6.670,43\nNestes termos, pede e espera DEFERIMENTO. Porto Alegre-RS, data do evento.\nAssinado digitalmente nos termos da lei n\u00ba 11.419/06 Daniel Quintana da Silva OAB/RS 118.348\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 4 (C\u00edvel) - IdDocumentoCompleto: 5057404-91.2018.4.04.7000-701544272444212610031312896775", "text": "EXCELENTISSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA __ VARA FEDERAL PREVIDENCI\u00c1RIA SUBSE\u00c7\u00c3O DE CURITIBA \u2013 SE\u00c7\u00c3O JUDICI\u00c1RIA DO PARAN\u00c1.\nSILVIANE BONATO, brasileira, aposentada, portadora da c\u00e9dula de identidade R.G. n\u00ba 3.493.712-5, inscrita no CPF/MF sob o n.\u00ba 606.373.239-04, residente e domiciliada na Rua Prog\u00eanito Machuca, n.\u00ba 606, Bairro Cajuru na cidade de Curitiba - Paran\u00e1, neste ato, representado por seus procuradores constitu\u00eddos (instrumento de mandato incluso), vem, respeitosamente, \u00e0 presen\u00e7a de Vossa Excel\u00eancia, com fundamento nos dispositivos legais atinentes, promover a presente\nA\u00c7\u00c3O REVISIONAL DE BENEF\u00cdCIO PREVIDENCI\u00c1RIO Contra o INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS, atrav\u00e9s de sua gerencia executiva competente, pelos seguintes fatos e fundamentos a seguir aduzidos:\n1\n\n\f1. PRELIMINARMENTE 1.1. DA JUSTI\u00c7A GRATUITA\nA Parte Autora \u00e9 benefici\u00e1ria do Instituto Nacional de Seguro Social - INSS, de modo que n\u00e3o tem condi\u00e7\u00f5es de arcar com as custas processuais sem preju\u00edzo do pr\u00f3prio sustento e de sua fam\u00edlia, raz\u00e3o pela qual requer sejam-lhe concedidos os benef\u00edcios da Justi\u00e7a Gratuita, previstos no artigo 98 do C\u00f3digo de Processo Civil.\n2. DOS FATOS\nA Parte Autora \u00e9 benefici\u00e1ria de Aposentadoria por Tempo de Contribui\u00e7\u00e3o sob n\u00ba. 164.641.636-5, com data de entrada de requerimento em 12/04/2013.\nDurante o per\u00edodo b\u00e1sico de c\u00e1lculo, como \u00e9 inerente a atividade de professora, a Autora exerceu atividades concomitantes no per\u00edodo b\u00e1sico de c\u00e1lculo.\nEm raz\u00e3o disso, a sistem\u00e1tica utilizada pela Autarquia, ao caso da Autora, foi a prevista no artigo 29, I, \u00a77\u00ba c/c artigo 32 ambos da Lei. 8.213/91.\nNa apura\u00e7\u00e3o do sal\u00e1rio de benef\u00edcio, a Autarquia apurou diversas atividades secund\u00e1rias. Conforme se verifica pela Carta de Concess\u00e3o foram apuradas m\u00faltiplas atividades, para cada qual, foi aplicado o fator previdenci\u00e1rio, em preju\u00edzo da segurada.\nNo c\u00e1lculo foi contado apenas a proporcionalidade dos sal\u00e1rios de contribui\u00e7\u00e3o das atividades secund\u00e1rias. E, a atividade principal computada foi a de maior em tempo de v\u00ednculo, em detrimento da atividade de maior proveito econ\u00f4mico \u00e0 segurada.\n2\n\n\fEssa sistem\u00e1tica trouxe preju\u00edzo a Parte Autora, e n\u00e3o \u00e9 a melhor a interpreta\u00e7\u00e3o para o caso.\nQuanto aos sal\u00e1rios de contribui\u00e7\u00e3o das atividades concomitantes, esses devem ser somados, seja porque o artigo 32 da Lei 8213/1991 foi derrogado pela Lei n\u00ba 9.876/1999, seja pelo fato da Autora ter exercito durante todo o per\u00edodo base de c\u00e1lculo atividade \u00fanica de professora.\nCaso n\u00e3o haja entendimento pela soma, em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 atividade principal computada, deve ser considerada, como atividade principal, aquela de maior proveito econ\u00f4mico \u00e0 Autora, e n\u00e3o a de maior tempo de contribui\u00e7\u00e3o.\nNo tocante ao fator previdenci\u00e1rio, esse deve ser aplicado uma \u00fanica vez, ao final do c\u00e1lculo para apura\u00e7\u00e3o do sal\u00e1rio de benef\u00edcio, e n\u00e3o em cada uma das atividades, da mesma forma que n\u00e3o deve ser utilizado o c\u00e1lculo do m\u00ednimo divisor em cada uma dessas atividades concomitantes.\nAssim, interpretando sistematicamente a legisla\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria, bem como o entendimento jurisprud\u00eancia Parte Autora requer a revis\u00e3o do benef\u00edcio nos termos da fundamenta\u00e7\u00e3o que segue:\n3. DERROGA\u00c7\u00c3O DO ARTIGO 32 DA LEI 8.213/91 E DO DIREITO A SOMA DOS SAL\u00c1RIOS DE CONTRIBUI\u00c7\u00c3O CONCOMITANTES.\nA Lei 8.213/91, em sua reda\u00e7\u00e3o original, disciplinava que o sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio seria calculado com base na m\u00e9dia aritm\u00e9tica simples dos \u00faltimos 36 sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o dentro do per\u00edodo de 48 meses anteriores ao requerimento do benef\u00edcio.\nConsiderando essa sistem\u00e1tica de c\u00e1lculo originalmente prevista, o legislador viu a necessidade de adotar algumas medidas a fim de garantir seguran\u00e7a e estabilidade ao sistema previdenci\u00e1rio, impedindo que o segurado aumentasse subitamente o valo dar suas contribui\u00e7\u00f5es nos \u00faltimos\n3\n\n\fmeses que antecede a aposentadoria com o intuito de obter um benef\u00edcio mais elevado.\nUma dessas medidas foi a ado\u00e7\u00e3o da escala de sal\u00e1rios para os contribuintes individuais, que estipulava um n\u00famero m\u00ednimo de meses de perman\u00eancia em cada classe e o valor das contribui\u00e7\u00f5es a serem vertidas em cada uma delas.\nOutra altera\u00e7\u00e3o prevista, para evitar que o sal\u00e1rio de benef\u00edcio fosse destoado das contribui\u00e7\u00f5es do segurado, atrav\u00e9s de uma eleva\u00e7\u00e3o artificial do valor do benef\u00edcio (que poderia ocorrer come\u00e7ando a exercer outra atividade remunerada quando estivesse pr\u00f3ximo da aposentadoria) consta do art. 32 da Lei 8.213/91, que estabelece uma regra para o c\u00e1lculo de atividades concomitantes:\nArt. 32. O sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio do segurado que contribuir em raz\u00e3o de atividades concomitantes ser\u00e1 calculado com base na soma dos sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o das atividades exercidas na data do requerimento ou do \u00f3bito, ou no per\u00edodo b\u00e1sico de c\u00e1lculo, observado o disposto no art. 29 e as normas seguintes: I - quando o segurado satisfizer, em rela\u00e7\u00e3o a cada atividade, as condi\u00e7\u00f5es do benef\u00edcio requerido, o sal\u00e1rio-de-beneficio ser\u00e1 calculado com base na soma dos respectivos sal\u00e1rios-decontribui\u00e7\u00e3o; II - quando n\u00e3o se verificar a hip\u00f3tese do inciso anterior, o sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio corresponde \u00e0 soma das seguintes parcelas: a) o sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio calculado com base nos sal\u00e1rios-decontribui\u00e7\u00e3o das atividades em rela\u00e7\u00e3o \u00e0s quais s\u00e3o atendidas as condi\u00e7\u00f5es do benef\u00edcio requerido; b) um percentual da m\u00e9dia do sal\u00e1rio-de-contribui\u00e7\u00e3o de cada uma das demais atividades, equivalente \u00e0 rela\u00e7\u00e3o entre o n\u00famero de meses completo de contribui\u00e7\u00e3o e os do per\u00edodo de car\u00eancia do benef\u00edcio requerido; III - quando se tratar de benef\u00edcio por tempo de servi\u00e7o, o percentual da al\u00ednea \"b\" do inciso II ser\u00e1 o resultante da rela\u00e7\u00e3o entre os anos completos de atividade e o n\u00famero de anos de servi\u00e7o considerado para a concess\u00e3o do benef\u00edcio. \u00a7 1\u00ba O disposto neste artigo n\u00e3o se aplica ao segurado que, em obedi\u00eancia ao limite m\u00e1ximo do sal\u00e1rio-de-contribui\u00e7\u00e3o, contribuiu apenas por uma das atividades concomitantes. \u00a7 2\u00ba N\u00e3o se aplica o disposto neste artigo ao segurado que tenha sofrido redu\u00e7\u00e3o do sal\u00e1rio-de-contribui\u00e7\u00e3o das atividades concomitantes em respeito ao limite m\u00e1ximo desse sal\u00e1rio.\n4\n\n\fDesta feita, o segurado que completa os requisitos para aposentadoria em ambas as atividades poderia somar os sal\u00e1rios-decontribui\u00e7\u00e3o, por\u00e9m se adquirisse o direito apenas em rela\u00e7\u00e3o a uma das atividades o c\u00e1lculo do benef\u00edcio consideraria o sal\u00e1rio-de-contribui\u00e7\u00e3o da atividade principal, e um percentual (proporcional ao tempo de contribui\u00e7\u00e3o) referente \u00e0 atividade secund\u00e1ria.\nEsta sistem\u00e1tica foi criada para garantir o equil\u00edbrio financeiro, bem como a adequada fonte de custeio do sistema previdenci\u00e1rio, pois, como a maior parte da vida contributiva do segurado seria desconsiderada no c\u00e1lculo do benef\u00edcio, era imperioso que se encontrasse solu\u00e7\u00f5es para evitar a repentina eleva\u00e7\u00e3o das contribui\u00e7\u00f5es no per\u00edodo b\u00e1sico de c\u00e1lculo.\nEntretanto, com o advento da Lei 9.876/99 de 28/11/1999 houve uma mudan\u00e7a substancial na sistem\u00e1tica de c\u00e1lculo do sal\u00e1rio-debenef\u00edcio, tornando in\u00f3cua a escala de sal\u00e1rios base e a previs\u00e3o do art. 32 da Lei 8.213/91.\nIsto porque, com a edi\u00e7\u00e3o da Lei 9.876/99, houve um elastecimento do per\u00edodo b\u00e1sico de c\u00e1lculo, que n\u00e3o abrangia apenas um curto per\u00edodo da vida contributiva do segurado, mas utilizaria todo o per\u00edodo contributivo.\nO art. 29 da Lei 8.213/91 prev\u00ea que o valor do benef\u00edcio seria apurado atrav\u00e9s da m\u00e9dia aritm\u00e9tica dos 80% maiores sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o de todo o per\u00edodo contributivo, aplicando-se ainda um elemento atuarial, o fator previdenci\u00e1rio, no c\u00e1lculo dos benef\u00edcios de aposentadoria por tempo de contribui\u00e7\u00e3o e facultativamente nas aposentadorias por idade.\nPara os segurados filiados ao RGPS a Lei 9.876/99 trouxe um per\u00edodo b\u00e1sico de c\u00e1lculo que se iniciaria na compet\u00eancia julho de 1994 at\u00e9 a DER (data de entrada do Requerimento).\n5\n\n\fEm ambos os casos a abrang\u00eancia do per\u00edodo b\u00e1sico de c\u00e1lculo atinge um longo per\u00edodo, impedindo que o segurado aumente suas contribui\u00e7\u00f5es nos \u00faltimos 36 meses. Por esta raz\u00e3o tornou-se desnecess\u00e1ria a escala de sal\u00e1rios base e a limita\u00e7\u00e3o na utiliza\u00e7\u00e3o da atividade secund\u00e1rio no c\u00e1lculo do benef\u00edcio.\nConsiderando esta nova forma de c\u00e1lculo do benef\u00edcio, a Lei 9.876/99 previu, em seu art. 4\u00ba, a extin\u00e7\u00e3o progressiva da escala de sal\u00e1rios base, sendo que a Medida Provis\u00f3ria 83, de 12/12/2002, convertida na Lei 10.666, de 08/05/2003 extinguiu definitivamente, a partir de abril de 2003, a escala de sal\u00e1rio-base (artigos 9\u00ba e 14).\nCom a vig\u00eancia da Lei 9.876/99 e a extin\u00e7\u00e3o da escala de sal\u00e1rio, o artigo 32 da Lei 8.213/91, perdeu totalmente seu objetivo. Tendo em vista que a nova sistem\u00e1tica de c\u00e1lculo impossibilitou o aumento artificial do valor do benef\u00edcio atrav\u00e9s de contribui\u00e7\u00f5es elevadas em momento pr\u00f3ximo a aposentadoria.\nAssinale-se que o conceito de sal\u00e1rio de sal\u00e1rio-decontribui\u00e7\u00e3o \u00e9 trazido no texto legal no artigo 28 da Lei 8.213/91 que determina que para o empregado e trabalhador avulso:\n\u201ca remunera\u00e7\u00e3o auferida em uma ou mais empresas, assim entendida a totalidade dos rendimentos pagos, devidos ou creditados a qualquer t\u00edtulo, durante o m\u00eas, destinados a retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de utilidades e os adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer pelos servi\u00e7os efetivamente prestados, quer pelo tempo \u00e0 disposi\u00e7\u00e3o do empregador ou tomador de servi\u00e7os nos termos da lei ou do contrato ou, ainda, de conven\u00e7\u00e3o ou acordo coletivo de trabalho ou senten\u00e7a normativa\u201d.\nSobre o injusto regramento da atividade concomitante assinala Hermes Arraes Alencar1:\nALENCAR, Hermes Arrais. C\u00e1lculo de Benef\u00edcios Previdenci\u00e1rios. 2\u00aa Ed. S\u00e3o Paulo: Atlas, 2010. p. 38.\n6\n\n\fAt\u00e9 o surgimento da Lei n\u00ba 9.876/99, o esp\u00edrito da norma era o de coibir majora\u00e7\u00f5es abruptas no SC no per\u00edodo pr\u00f3ximo a aposenta\u00e7\u00e3o, porque os 36 sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o eram relevantes \u00e1 fixa\u00e7\u00e3o do valor de benef\u00edcio. Depois do ano de 1999, revela-se anacr\u00f4nica a norma em comento, porque todos os meses desde a compet\u00eancia de julho de 1994 s\u00e3o utilizados no c\u00e1lculo do benef\u00edcio previdenci\u00e1rio, n\u00e3o revelando raz\u00e3o a manten\u00e7a desse regramento redutor de benef\u00edcio.\nAssim, com as modifica\u00e7\u00f5es inseridas pela Lei 9.876/99 e a extin\u00e7\u00e3o da escala de sal\u00e1rios base, o art. 32 da Lei 8.213/91, n\u00e3o s\u00f3 perdeu o seu objetivo, mas fere tamb\u00e9m o princ\u00edpio da proporcionalidade e equidade entre as contribui\u00e7\u00f5es e as presta\u00e7\u00f5es previdenci\u00e1rias e, ainda, implica em ofensa ao valor social do trabalho.\nA partir do momento em que o c\u00e1lculo do benef\u00edcio passa a considerar todas as contribui\u00e7\u00f5es vertidas pelo segurado, apenas o limite teto dos sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o e dos benef\u00edcios previdenci\u00e1rios pode ser considerado no c\u00e1lculo do benef\u00edcio, n\u00e3o subsistindo motivos razo\u00e1veis para determinar que uma parcela da remunera\u00e7\u00e3o sobre a qual foram vertidas contribui\u00e7\u00f5es seja reduzida no c\u00e1lculo do benef\u00edcio apenas porque a remunera\u00e7\u00e3o da Autora prov\u00e9m de mais de um emprego. Destaca-se que todas as contribui\u00e7\u00f5es da Autora s\u00e3o de professora (atividade \u00fanica).\nAssim, a aplica\u00e7\u00e3o do art. 32 da Lei 8.213/91 significa desconsiderar parcela das contribui\u00e7\u00f5es do segurado empregado que exerce mais de uma atividade sem motivo razo\u00e1vel para tanto, o que desequilibra a rela\u00e7\u00e3o custeio e benef\u00edcio em favor do INSS, eis que a presta\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria n\u00e3o corresponder\u00e1 ao valor das contribui\u00e7\u00f5es efetivamente vertidas pelo segurado.\nAdemais, a restri\u00e7\u00e3o da utiliza\u00e7\u00e3o dos sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o determinando que apenas uma determinada propor\u00e7\u00e3o dos sal\u00e1rios-decontribui\u00e7\u00e3o proveniente da atividade secund\u00e1ria seja utilizada no c\u00e1lculo da renda mensal inicial do benef\u00edcio, implica em ofensa ao valor social do trabalho, eis que retira a valoriza\u00e7\u00e3o da remunera\u00e7\u00e3o auferida na atividade secund\u00e1ria no c\u00e1lculo do benef\u00edcio sem fundamento l\u00f3gico.\n7\n\n\fAssim, ainda que n\u00e3o tenha ocorrido a revoga\u00e7\u00e3o expressa do dispositivo em quest\u00e3o, \u00e9 imperioso que se reconhe\u00e7a sua inconstitucionalidade superveniente, ou no m\u00ednimo a sua derroga\u00e7\u00e3o.\n\nNesse sentido, reconhecendo que o art. 32 da Lei 8.213/91 restou derrogado em raz\u00e3o das novas previs\u00f5es acerca da forma de c\u00e1lculo do benef\u00edcio e da extin\u00e7\u00e3o da escala de sal\u00e1rios base introduzidas pela Lei 9.876/99, destaca-se a recente decis\u00e3o da Turma Nacional de Uniformiza\u00e7\u00e3o, em sede de Representativo da Controv\u00e9rsia:\n\nINCIDENTE\n\nDE\n\nUNIFORMIZA\u00c7\u00c3O\n\nNACIONAL.\n\nREPRESENTATIVO DA CONTROV\u00c9RSIA. PREVIDENCI\u00c1RIO.\n\nREVIS\u00c3O. ATIVIDADES CONCOMITANTES. ARTIGO 32 DA LEI\n\n8.213/91. DERROGA\u00c7\u00c3O A PARTIR DE 01/04/2003.\n\nUNIFORMIZA\u00c7\u00c3O PRECEDENTE DA TNU. DESPROVIMENTO. 1.\n\nRatificada, em representativo da controv\u00e9ria, a uniformiza\u00e7\u00e3o\n\nprecedente desta Turma Nacional no sentido de que tendo o\n\nsegurado que contribuiu em raz\u00e3o de atividades concomitantes\n\nimplementado os requisitos ao benef\u00edcio em data posterior a\n\n01/04/2003, os sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o concomitantes\n\n(anteriores e posteriores a 04/2003) ser\u00e3o somados e limitados\n\nao teto (PEDILEF 50077235420114047112, JUIZ FEDERAL JO\u00c3O\n\nBATISTA LAZZARI, TNU, DOU 09/10/2015 P\u00c1GINAS 117/255). 2.\n\nDerroga\u00e7\u00e3o do art. 32 da Lei 8.213/91, diante de legisla\u00e7\u00e3o\n\nsuperveniente (notadamente, as Leis 9.876/99 e 10.666/03). 3.\n\nIncidente de uniformiza\u00e7\u00e3o conhecido e desprovido (PEDILEF\n\n5003449- 95.2016.4.04.7201, JU\u00cdZA FEDERAL LUPISA HICKEL\n\nGAMBA, TNU, JULGADO EM 22.02.2018. \u2013 grifado)\n\nNo \u00e2mbito do Tribunal Regional Federal da 4\u00aa Regi\u00e3o, trazemos os seguintes precedentes:\n\nPREVIDENCI\u00c1RIO. REVIS\u00c3O. ATIVIDADES CONCOMITANTES. ART. 32 DA LEI 8213/91. inaplicabilidade. 1. Segundo estabelece o artigo 32 da Lei de Benef\u00edcios (Lei 8.213/91), o sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio do segurado que contribuir em raz\u00e3o de atividades concomitantes deve ser calculado com base na soma dos sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o das atividades exercidas, ou no per\u00edodo b\u00e1sico de c\u00e1lculo, quando satisfizer, em rela\u00e7\u00e3o a cada atividade, as condi\u00e7\u00f5es do benef\u00edcio requerido. 2. N\u00e3o satisfeitas as condi\u00e7\u00f5es em rela\u00e7\u00e3o a cada atividade, o sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio corresponder\u00e1 \u00e0 soma do sal\u00e1riode-benef\u00edcio da atividade principal, esta considerada aquela em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 qual preenchidos os requisitos ou, n\u00e3o tendo havido preenchimento dos requisitos em rela\u00e7\u00e3o a nenhuma delas, a mais\n\n8\n\n\fben\u00e9fica para o segurado, e de um percentual da m\u00e9dia do sal\u00e1riode-contribui\u00e7\u00e3o da atividade secund\u00e1ria, conforme disp\u00f5e o inciso II do artigo 32 da Lei 8.213/91. 3. No entanto, a Lei 9.876/99 estabeleceu a extin\u00e7\u00e3o gradativa da escala de sal\u00e1rio-base (art. 4\u00ba), e modificou o artigo 29 da LB (art. 2\u00ba), determinando que o sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio seja calculado com base na m\u00e9dia aritm\u00e9tica simples dos maiores sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o correspondentes a oitenta por cento de todo o per\u00edodo contributivo, multiplicada pelo fator previdenci\u00e1rio (assegurada para quem j\u00e1 era filiado \u00e0 Previd\u00eancia Social antes da Lei 9.876/96 a considera\u00e7\u00e3o da m\u00e9dia aritm\u00e9tica de oitenta por cento do per\u00edodo contributivo decorrido desde a compet\u00eancia julho/94 - art. 3\u00ba). 4. J\u00e1 a Medida Provis\u00f3ria 83, de 12/12/2002 extinguiu, a partir de 1\u00ba de abril de 2003, a escala de sal\u00e1rio-base (artigos 9\u00ba e 14), determina\u00e7\u00e3o depois ratificada por ocasi\u00e3o da sua convers\u00e3o na Lei 10.666, de 08/05/2003 (artigos 9\u00ba e 15). 5. Assim, com a extin\u00e7\u00e3o da escala de sal\u00e1rio-base a partir de abril de 2003, deixou de haver restri\u00e7\u00f5es ao recolhimento por parte dos contribuintes individual e facultativo. Eles passaram a poder iniciar a contribuir para a previd\u00eancia com base em qualquer valor. Mais do que isso, foram autorizados a modificar os valores de seus sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o sem respeitar qualquer interst\u00edcio. Os \u00fanicos limites passaram a ser o m\u00ednimo (sal\u00e1rio m\u00ednimo) e o m\u00e1ximo (este reajustado regularmente). Nesse sentido estabeleceram a IN INSS/DC n\u00ba 89, de 11/06/2003 e a Instru\u00e7\u00e3o Normativa RFB n\u00ba 971, de 13/11/de 2009. 6. O que inspirou o artigo 32 da Lei 8.213/91, e bem assim as normas que disciplinavam a escala de sal\u00e1rio-base, foi o objetivo de evitar, por exemplo, que nos \u00faltimos anos de contribui\u00e7\u00e3o o segurado empregado passasse a contribuir em valores significativos como aut\u00f4nomo/contribuinte individual, ou mesmo que o aut\u00f4nomo/contribuinte individual majorasse significativamente suas contribui\u00e7\u00f5es. Com efeito, como o sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio era calculado com base na m\u00e9dia aritm\u00e9tica simples de todos os \u00faltimos sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o dos meses imediatamente anteriores ao do afastamento da atividade ou da data da entrada do requerimento, at\u00e9 o m\u00e1ximo de 36 (trinta e seis), apurados em per\u00edodo n\u00e3o superior a 48 (quarenta e oito) meses, o aumento de contribui\u00e7\u00f5es no final da vida laboral poderia acarretar um benef\u00edcio mais alto, a despeito de ter o segurado contribu\u00eddo na maior parte de seu hist\u00f3rico contributivo com valores modestos. 7. Extinta a escala de sal\u00e1rio-base, o segurado empregado que tem seu v\u00ednculo cessado pode passar a contribuir como contribuinte individual, ou mesmo como facultativo, pelo teto. Por outro lado, o contribuinte individual, ou mesmo o facultativo, pode majorar sua contribui\u00e7\u00e3o at\u00e9 o teto no momento que desejar. Invi\u00e1vel a ado\u00e7\u00e3o, diante da situa\u00e7\u00e3o posta, de interpreta\u00e7\u00e3o que acarrete tratamento detrimentoso para o segurado empregado que tamb\u00e9m \u00e9 contribuinte individual, ou mesmo que tem dois v\u00ednculos como empregado, sob pena de ofensa \u00e0 isonomia. 8. N\u00e3o h\u00e1 sentido em se considerar v\u00e1lido possa o contribuinte individual recolher pelo teto sem qualquer restri\u00e7\u00e3o e, por vias transversas, vedar isso ao segurado empregado que desempenha concomitantemente atividade como contribuinte individual, ou\n9\n\n\fmesmo que tem dois v\u00ednculos empregat\u00edcios. E \u00e9 isso, na pr\u00e1tica, que ocorreria se se reputasse vigente o disposto no artigo 32 da Lei 8.213/91. 9. A conclus\u00e3o, portanto, \u00e9 de que, na linha do que estatui a Lei de Introdu\u00e7\u00e3o \u00e0s Normas do Direito Brasileiro (antiga LICC), ocorreu, a partir de 1\u00ba de abril de 2003, a derroga\u00e7\u00e3o do artigo 32 das Lei 8.213/91, de modo que a todo segurado que tenha mais de um v\u00ednculo deve ser admitida, independentemente da \u00e9poca da compet\u00eancia, a soma dos sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o, respeitado o teto. 10. \u00c9 que concedido o benef\u00edcio segundo as novas regras da Lei n\u00ba 10.666/2003 n\u00e3o mais cabe aplicar restri\u00e7\u00e3o de legisla\u00e7\u00e3o anterior, mesmo para per\u00edodos anteriores, quanto \u00e0 forma de c\u00e1lculo da renda mensal inicial dos benef\u00edcios. (TRF4 5055202-11.2013.404.7100, SEXTA TURMA, Relator JO\u00c3O BATISTA PINTO SILVEIRA, juntado aos autos em 02/06/2016 \u2013 grifos acrescidos)\n\nPROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS INFRINGENTES. LIMITES DA\n\nINFRING\u00caNCIA. PREVIDENCI\u00c1RIO. REVIS\u00c3O DE BENEF\u00cdCIO.\n\nATIVIDADES CONCOMITANTES. ART. 32 DA LEI N\u00ba 8.213/91. 1. O\n\nsal\u00e1rio de benef\u00edcio do segurado que contribu\u00eda em raz\u00e3o de\n\natividades concomitantes era calculado nos termos do art. 32 da Lei\n\n8.213/91, somando-se os respectivos sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o\n\nquando satisfizesse, em rela\u00e7\u00e3o a cada atividade, as condi\u00e7\u00f5es do\n\nbenef\u00edcio requerido. No caso de o segurado n\u00e3o haver preenchido as\n\ncondi\u00e7\u00f5es para a concess\u00e3o do benef\u00edcio em rela\u00e7\u00e3o a ambas as\n\natividades, o sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio correspondia \u00e0 soma do sal\u00e1rio-de-\n\nbenef\u00edcio da atividade principal e de um percentual da m\u00e9dia do\n\nsal\u00e1rio-de-contribui\u00e7\u00e3o da atividade secund\u00e1ria. 2. O sentido da\n\nregra contida no art. 32 da Lei 8.213/91 era o de evitar que, nos\n\n\u00faltimos anos antes de se aposentar, o segurado pudesse\n\nengendrar artificial incremento dos sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o\n\nque comp\u00f5em o per\u00edodo b\u00e1sico de c\u00e1lculo (PBC), 36 meses\n\ndentro de um conjunto de 48 meses, e assim elevar\n\nindevidamente o valor da renda mensal inicial da presta\u00e7\u00e3o. 3.\n\nTodavia, modificado o per\u00edodo b\u00e1sico de c\u00e1lculo pela Lei\n\n9.876/1999, apurado sobre todas as contribui\u00e7\u00f5es a partir de\n\n1994 (as 80% melhores), j\u00e1 n\u00e3o haveria sentido na norma, pois\n\nin\u00f3cua seria uma deliberada eleva\u00e7\u00e3o dos sal\u00e1rios-de-\n\ncontribui\u00e7\u00e3o, uma vez ampliado, em bases t\u00e3o abrangentes, o\n\nper\u00edodo a ser considerado. 4. No c\u00e1lculo de benef\u00edcios\n\nprevidenci\u00e1rios concedidos ap\u00f3s abril de 2003, devem ser\n\nsomados os sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o das atividades exercidas\n\nconcomitantemente, sem aplica\u00e7\u00e3o do art. 32, inclusive para\n\nper\u00edodos anteriores a 1\u00ba de abril de 2003, e com observa\u00e7\u00e3o, por\n\n\u00f3bvio, do teto do sal\u00e1rio-de-contribui\u00e7\u00e3o (art. 28, \u00a75\u00ba, da Lei\n\n8.212/91). 5. No caso concreto, em face dos limites da infring\u00eancia,\n\nfica assegurado o direito da parte autora, de adicionar os sal\u00e1rios-\n\nde-contribui\u00e7\u00e3o das atividades concomitantes, a partir da\n\ncompet\u00eancia abril/2003, inclusive.\n\n(TRF4, EINF 5007039-\n\n68.2011.404.7003, TERCEIRA SE\u00c7\u00c3O, Relator OSNI CARDOSO\n\nFILHO, juntado aos autos em 10/03/2016)\n\n10\n\n\fPREVIDENCI\u00c1RIO. APOSENTADORIA ESPECIAL. TEMPO ESPECIAL. AGENTES BIOL\u00d3GICOS. HABITUALIDADE E PERMAN\u00caNCIA. CONTRIBUINTE INDIVIDUAL. CONVERS\u00c3O DE TEMPO COMUM EM ESPECIAL. IMPOSSIBILIDADE. RESP N. 1.310.034. REAFIRMA\u00c7\u00c3O DA DER. RENDA MENSAL INICIAL. ART. 32, DA LEI 8.213/91. INAPLICABILIDADE. 1. O reconhecimento da especialidade e o enquadramento da atividade exercida sob condi\u00e7\u00f5es nocivas s\u00e3o disciplinados pela lei em vigor \u00e0 \u00e9poca em que efetivamente exercidos, passando a integrar, como direito adquirido, o patrim\u00f4nio jur\u00eddico do trabalhador. 2. At\u00e9 28-041995 \u00e9 admiss\u00edvel o reconhecimento da especialidade por categoria profissional ou por sujei\u00e7\u00e3o a agentes nocivos, aceitando-se qualquer meio de prova (exceto para ru\u00eddo e calor); a partir de 29-041995 n\u00e3o mais \u00e9 poss\u00edvel o enquadramento por categoria profissional, devendo existir comprova\u00e7\u00e3o da sujei\u00e7\u00e3o a agentes nocivos por qualquer meio de prova at\u00e9 05-03-1997 e, a partir de ent\u00e3o, por meio de formul\u00e1rio embasado em laudo t\u00e9cnico, ou por meio de per\u00edcia t\u00e9cnica. [...] 10. O per\u00edodo de apura\u00e7\u00e3o dos sal\u00e1rios de contribui\u00e7\u00e3o, antes calculado com base no art. 29 da Lei n. 8.213/91, era bastante restrito, levando em considera\u00e7\u00e3o apenas as 36 \u00faltimas contribui\u00e7\u00f5es vertidas pelo segurado, em um per\u00edodo n\u00e3o superior a 48 meses, n\u00e3o importando os demais recolhimentos efetuados ao longo da vida pelo segurado. 11. A Lei 9.876, ao instituir o fator previdenci\u00e1rio, mudou radicalmente a sistem\u00e1tica de apura\u00e7\u00e3o do sal\u00e1rio de benef\u00edcio, ampliando consideravelmente o per\u00edodo b\u00e1sico de c\u00e1lculo, que deve considerar os maiores sal\u00e1rios de contribui\u00e7\u00e3o correspondentes a oitenta por cento de todo o per\u00edodo contributivo do segurado, a contar de julho de 1994. 12. Em se tratando de exerc\u00edcio de atividades concomitantes, embora n\u00e3o tenha sido expressamente revogado, o art. 32 da Lei n. 8.213/91 ficou sem efeito a partir da publica\u00e7\u00e3o da Lei n. 9.876/99. De fato, a partir da vig\u00eancia da Lei 9.876/99, pouco importa a exist\u00eancia de uma atividade principal ou secund\u00e1ria, haja vista que a determina\u00e7\u00e3o legal \u00e9 a de que sejam selecionados os maiores sal\u00e1rios de contribui\u00e7\u00e3o vertidos aos cofres da Previd\u00eancia para que seja calculado o sal\u00e1rio de benef\u00edcio. Assim, se em qualquer das atividades houver recolhimento pelo teto, tal contribui\u00e7\u00e3o dever\u00e1 ser considerada para o c\u00e1lculo do sal\u00e1rio de benef\u00edcio. E, se houver, em determinado per\u00edodo, mais de uma contribui\u00e7\u00e3o decorrente de atividade concomitante, e nenhuma delas atingir o teto, as contribui\u00e7\u00f5es dever\u00e3o ser somadas, e limitadas ao teto, para efeito de c\u00e1lculo do sal\u00e1rio de contribui\u00e7\u00e3o. 13. No caso concreto, o requerimento administrativo de aposentadoria foi protocolado em 10-12-2009, ap\u00f3s, portanto, a vig\u00eancia da Lei n. 9.876/99. Considerando que as regras para a concess\u00e3o do benef\u00edcio e apura\u00e7\u00e3o da renda mensal inicial s\u00e3o aquelas vigente na data do implemento dos requisitos legais para tanto, aplica-se a Lei n. 9.876/99 para a apura\u00e7\u00e3o do sal\u00e1rio de benef\u00edcio, e n\u00e3o as disposi\u00e7\u00f5es do art. 32 da LBPS. 14. Devem, pois, para a apura\u00e7\u00e3o do sal\u00e1rio de benef\u00edcio, ser somados todos os sal\u00e1rios de contribui\u00e7\u00e3o do requerente, decorrentes de atividades concomitantes, e limitados ao teto. (TRF4, APELREEX 5003626-59.2012.404.7117, SEXTA TURMA,\n11\n\n\fRelator para Ac\u00f3rd\u00e3o CELSO KIPPER, juntado aos autos em 05/02/2016)\n\nPREVIDENCI\u00c1RIO. REVIS\u00c3O DE BENEF\u00cdCIO. RENDA MENSAL\n\nINICIAL.\n\nSAL\u00c1RIO-DE-BENEF\u00cdCIO.\n\nATIVIDADES\n\nCONCOMITANTES. DERROGA\u00c7\u00c3O DO ARTIGO 32 DA LEI\n\n8.213/91 A PARTIR DE 01/04/2003. LEI 9.876/99. MP 83/02 (LEI\n\n10.666/03). IN INSS/DC N\u00ba 89/2003 E IN RFB N\u00ba 971/2009 -\n\nINAPLICABILIDADE DE RESTRI\u00c7\u00c3O DE LEGISLA\u00c7\u00c3O ANTERIOR\n\nQUANTO \u00c0 FORMA DE C\u00c1LCULO DA RMI, INCLUSIVE, PARA\n\nPER\u00cdODOS ANTERIORES AO IN\u00cdCIO DE VIG\u00caNCIA DA MEDIDA\n\nPROVIS\u00d3RIA 83/2002 CONVERTIDA NA LEI 10.666, DE\n\n08/05/2003. CAR\u00c1TER ALIMENTAR DAS PRESTA\u00c7\u00d5ES\n\nIRREPETIBILIDADE DOS VALORES RECEBIDOS. BOA F\u00c9. 1.\n\nSegundo estabelece o artigo 32 da Lei de Benef\u00edcios (Lei 8.213/91),\n\no sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio do segurado que contribuir em raz\u00e3o de\n\natividades concomitantes deve ser calculado com base na soma dos\n\nsal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o das atividades exercidas, ou no per\u00edodo\n\nb\u00e1sico de c\u00e1lculo, quando satisfizer, em rela\u00e7\u00e3o a cada atividade, as\n\ncondi\u00e7\u00f5es do benef\u00edcio requerido. 2. N\u00e3o satisfeitas as condi\u00e7\u00f5es em\n\nrela\u00e7\u00e3o a cada atividade, o sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio corresponder\u00e1 \u00e0\n\nsoma do sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio da atividade principal, esta considerada\n\naquela em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 qual preenchidos os requisitos ou, n\u00e3o tendo\n\nhavido preenchimento dos requisitos em rela\u00e7\u00e3o a nenhuma delas, a\n\nmais ben\u00e9fica para o segurado, e de um percentual da m\u00e9dia do\n\nsal\u00e1rio-de-contribui\u00e7\u00e3o da atividade secund\u00e1ria, conforme disp\u00f5e o\n\ninciso II do artigo 32 da Lei 8.213/91. 3. No entanto, a Lei 9.876/99\n\nestabeleceu a extin\u00e7\u00e3o gradativa da escala de sal\u00e1rio-base (art. 4\u00ba),\n\ne modificou o artigo 29 da LB (art. 2\u00ba), determinando que o sal\u00e1rio-\n\nde-benef\u00edcio seja calculado com base na m\u00e9dia aritm\u00e9tica simples\n\ndos maiores sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o correspondentes a oitenta por\n\ncento de todo o per\u00edodo contributivo, multiplicada pelo fator\n\nprevidenci\u00e1rio (assegurada para quem j\u00e1 era filiado \u00e0 Previd\u00eancia\n\nSocial antes da Lei 9.876/96 a considera\u00e7\u00e3o da m\u00e9dia aritm\u00e9tica de\n\noitenta por cento do per\u00edodo contributivo decorrido desde a\n\ncompet\u00eancia julho/94 - art. 3\u00ba). 4. J\u00e1 a Medida Provis\u00f3ria 83, de\n\n12/12/2002 extinguiu, a partir de 1\u00ba de abril de 2003, a escala de\n\nsal\u00e1rio-base (artigos 9\u00ba e 14), determina\u00e7\u00e3o depois ratificada por\n\nocasi\u00e3o da sua convers\u00e3o na Lei 10.666, de 08/05/2003 (artigos 9\u00ba e\n\n15). 5. Assim, com a extin\u00e7\u00e3o da escala de sal\u00e1rio-base a partir\n\nde abril de 2003, deixou de haver restri\u00e7\u00f5es ao recolhimento por\n\nparte dos contribuintes individual e facultativo. Eles passaram a\n\npoder iniciar a contribuir para a previd\u00eancia com base em\n\nqualquer valor. Mais do que isso, foram autorizados a modificar\n\nos valores de seus sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o sem respeitar\n\nqualquer interst\u00edcio. Os \u00fanicos limites passaram a ser o m\u00ednimo\n\n(sal\u00e1rio m\u00ednimo) e o m\u00e1ximo (este reajustado regularmente).\n\nNesse sentido estabeleceram a IN INSS/DC n\u00ba 89, de 11/06/2003 e\n\na Instru\u00e7\u00e3o Normativa RFB n\u00ba 971, de 13/11/de 2009. 6. O que\n\ninspirou o artigo 32 da Lei 8.213/91, e bem assim as normas que\n\ndisciplinavam a escala de sal\u00e1rio-base, foi o objetivo de evitar,\n\npor exemplo, que nos \u00faltimos anos de contribui\u00e7\u00e3o o segurado\n\nempregado passasse a contribuir em valores significativos\n\n12\n\n\fcomo aut\u00f4nomo/contribuinte individual, ou mesmo que o aut\u00f4nomo/contribuinte individual majorasse significativamente suas contribui\u00e7\u00f5es. Com efeito, como o sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio era calculado com base na m\u00e9dia aritm\u00e9tica simples de todos os \u00faltimos sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o dos meses imediatamente anteriores ao do afastamento da atividade ou da data da entrada do requerimento, at\u00e9 o m\u00e1ximo de 36 (trinta e seis), apurados em per\u00edodo n\u00e3o superior a 48 (quarenta e oito) meses, o aumento de contribui\u00e7\u00f5es no final da vida laboral poderia acarretar um benef\u00edcio mais alto, a despeito de ter o segurado contribu\u00eddo na maior parte de seu hist\u00f3rico contributivo com valores modestos. 7. Extinta a escala de sal\u00e1riobase, o segurado empregado que tem seu v\u00ednculo cessado pode passar a contribuir como contribuinte individual, ou mesmo como facultativo, pelo teto. Por outro lado, o contribuinte individual, ou mesmo o facultativo, pode majorar sua contribui\u00e7\u00e3o at\u00e9 o teto no momento que desejar. Invi\u00e1vel a ado\u00e7\u00e3o, diante da situa\u00e7\u00e3o posta, de interpreta\u00e7\u00e3o que acarrete tratamento detrimentoso para o segurado empregado que tamb\u00e9m \u00e9 contribuinte individual, ou mesmo que tem dois v\u00ednculos como empregado, sob pena de ofensa \u00e0 isonomia. 8. N\u00e3o h\u00e1 sentido em se considerar v\u00e1lido possa o contribuinte individual recolher pelo teto sem qualquer restri\u00e7\u00e3o e, por vias transversas, vedar isso ao segurado empregado que desempenha concomitantemente atividade como contribuinte individual, ou mesmo que tem dois v\u00ednculos empregat\u00edcios. E \u00e9 isso, na pr\u00e1tica, que ocorreria se se reputasse vigente o disposto no artigo 32 da Lei 8.213/91. 9. A conclus\u00e3o, portanto, \u00e9 de que, na linha do que estatui a Lei de Introdu\u00e7\u00e3o \u00e0s Normas do Direito Brasileiro (antiga LICC), ocorreu, a partir de 1\u00ba de abril de 2003, a derroga\u00e7\u00e3o do artigo 32 das Lei 8.213/91, de modo que a todo segurado que tenha mais de um v\u00ednculo deve ser admitida, independentemente da \u00e9poca da compet\u00eancia, a soma dos sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o, respeitado o teto. 10. \u00c9 que concedido o benef\u00edcio segundo as novas regras da Lei n\u00ba 10.666/2003 n\u00e3o mais cabe aplicar restri\u00e7\u00e3o de legisla\u00e7\u00e3o anterior, mesmo para per\u00edodos anteriores, quanto \u00e0 forma de c\u00e1lculo da renda mensal inicial dos benef\u00edcios. 11. Em raz\u00e3o da natureza alimentar dos benef\u00edcios e da irrepetibilidade dos alimentos, n\u00e3o \u00e9 devida a devolu\u00e7\u00e3o de valores previdenci\u00e1rios pagos por for\u00e7a de erro administrativo e recebidos de boa f\u00e9 pelo segurado. (TRF4, AC 5000804-60.2012.404.7000, SEXTA TURMA, Relator JO\u00c3O BATISTA PINTO SILVEIRA, juntado aos autos em 26/01/2016\u2013 grifos acrescidos) Ante todo o exposto, verifica-se que para os benef\u00edcios concedidos com base na sistem\u00e1tica de c\u00e1lculo introduzida pela Lei 9.876/99 com data de inicio posterior a 01/04/2003 (data da extin\u00e7\u00e3o da escala de sal\u00e1rios base) n\u00e3o \u00e9 mais aplic\u00e1vel o c\u00e1lculo da RMI sob a sistem\u00e1tica do art. 32 da Lei 8.213/91, pois este foi derrogado implicitamente, por ter se tornado\n13\n\n\finconstitucional e incompat\u00edvel com o novo regramento acerca dos sal\u00e1rios de contribui\u00e7\u00f5es e da forma de c\u00e1lculo do benef\u00edcio.\nAssim, o benef\u00edcio recebido pela parte Autora deve ser revisado para o fim de realizar o c\u00e1lculo do sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio de forma \u00fanica, somando os sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o recebidos em raz\u00e3o das atividades concomitantes em cada compet\u00eancia, limitado ao teto previdenci\u00e1rio.\n4.DA APLICA\u00c7\u00c3O CORRETA DO ARTIGO 32 DA LEI 8.213/91\nNa hip\u00f3tese de se entender que o art. 32, II da Lei 8.213/91 deve ser aplicado no c\u00e1lculo do benef\u00edcio da parte Autora, \u00e9 imperioso seja determinada a correta aplica\u00e7\u00e3o do referido dispositivo, conforme se demonstrar\u00e1 seguir.\n4.1 EMPREGOS CONCOMITANTES EM ATIVIDADE \u00daNICA\nNa interpreta\u00e7\u00e3o e aplica\u00e7\u00e3o da lei \u00e9 imperioso que se observe o objetivo do legislador. Assim enquanto vigente o art. 32 da Lei 8.213/91, necess\u00e1rio que se fa\u00e7a a devida distin\u00e7\u00e3o entre atividades concomitantes (mais de uma atividade ou vincula\u00e7\u00e3o sob diferentes categorias de segurados) e empregos concomitantes em uma \u00fanica profiss\u00e3o (atividade \u00fanica), eis que a lei determina a aplica\u00e7\u00e3o de sistem\u00e1tica diferenciada de c\u00e1lculo, apenas nas hip\u00f3teses de mais de uma atividade desempenhadas. Veja-se o texto legal:\nArt. 32. O sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio do segurado que contribuir em raz\u00e3o de atividades concomitantes ser\u00e1 calculado com base na soma dos sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o das atividades exercidas na data do requerimento ou do \u00f3bito, ou no per\u00edodo b\u00e1sico de c\u00e1lculo, observado o disposto no art. 29 e as normas seguintes: I - quando o segurado satisfizer, em rela\u00e7\u00e3o a cada atividade, as condi\u00e7\u00f5es do benef\u00edcio requerido, o sal\u00e1rio-de-beneficio ser\u00e1 calculado com base na soma dos respectivos sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o; II - quando n\u00e3o se verificar a hip\u00f3tese do inciso anterior, o sal\u00e1rio-debenef\u00edcio corresponde \u00e0 soma das seguintes parcelas: a) o sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio calculado com base nos sal\u00e1rios-decontribui\u00e7\u00e3o das atividades em rela\u00e7\u00e3o \u00e0s quais s\u00e3o atendidas as condi\u00e7\u00f5es do benef\u00edcio requerido;\n14\n\n\fb) um percentual da m\u00e9dia do sal\u00e1rio-de-contribui\u00e7\u00e3o de cada uma das demais atividades, equivalente \u00e0 rela\u00e7\u00e3o entre o n\u00famero de meses completo de contribui\u00e7\u00e3o e os do per\u00edodo de car\u00eancia do benef\u00edcio requerido; [...] Portanto, havendo o exerc\u00edcio de uma \u00fanica atividade, ainda que vinculada a mais de um contrato de emprego, a parte Autora n\u00e3o pode ser penalizada pela aplica\u00e7\u00e3o de uma regra que tem por objetivo atingir situa\u00e7\u00e3o diferente, qual seja, aquela em que o segurado exerce, de forma concomitante, atividades distintas ou vinculadas a categorias de segurados obrigat\u00f3rios diferentes (ex. vi empregado e aut\u00f4nomo). Nesse sentido as seguintes jurisprud\u00eancias:\nPREVIDENCI\u00c1RIO. V\u00cdNCULOS CONCOMITANTES. ATIVIDADE \u00daNICA DE T\u00c9CNICO DE ENFERMAGEM. ARTIGO 32 DA LEI N\u00ba 8.213/91. CONCESS\u00c3O DE APOSENTADORIA. 1. A express\u00e3o \"atividades concomitantes\", \u00e0 qual alude a legisla\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria na parte em que trata do c\u00e1lculo da renda mensal inicial, deve ser entendida como indicativo de pluralidade de profiss\u00f5es ou de recolhimento de rubricas diferentes. 2. O desempenho da mesma atividade em v\u00ednculos diversos viabiliza a soma dos sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o. Precedentes. 3. Computando o tempo de servi\u00e7o reconhecido administrativamente, com o tempo de servi\u00e7o reconhecido judicialmente, resulta em mais de 30 anos de tempo de contribui\u00e7\u00e3o na DER em 30-04-10, suficientes para implementar condi\u00e7\u00f5es para se aposentar, na forma do art. 201, \u00a77\u00ba, I, da CF/88, com RMI de 100% do sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio e aplica\u00e7\u00e3o do fator previdenci\u00e1rio. (TRF4, APELREEX 5040963-45.2012.404.7000, QUINTA TURMA, Relator RICARDO TEIXEIRA DO VALLE PEREIRA, juntado aos autos em 04/07/2014) PREVIDENCI\u00c1RIO. REVIS\u00c3O. ATIVIDADE \u00daNICA. N\u00c3O CARACTERIZADA HIP\u00d3TESE DE ATIVIDADES CONCOMITANTES. ARTIGO 32, I, DA LEI N\u00ba 8.213/91. A express\u00e3o \"atividades concomitantes\", a qual alude a legisla\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria na parte em que trata do c\u00e1lculo da renda mensal inicial, deve ser entendida como indicativo de pluralidade de profiss\u00f5es ou de recolhimento de rubricas diferentes. (TRF4, AC 502292293.2013.404.7000, QUINTA TURMA, Relator ROGERIO FAVRETO, juntado aos autos em 13/06/2014) No presente caso, a Autora possui uma \u00fanica atividade, a de PROFESSORA, Portanto, n\u00e3o se est\u00e1 diante de exerc\u00edcio de atividades diversas exercidas contemporaneamente, mas sim de atividade \u00fanica.\n15\n\n\fDesta feita, ainda que se entenda que o artigo 32 da Lei 8.213/91 se encontra em vigor, no presente caso a sua aplica\u00e7\u00e3o deve se dar na forma do inciso I, pois n\u00e3o se est\u00e1 diante de exerc\u00edcio de atividades concomitantes, diferentes, mas sim, de atividade \u00fanica, de professor.\n4.2 ATIVIDADE PRINCIPAL DE MAIOR PROVEITO ECON\u00d4MICO\nQuando se est\u00e1 diante de c\u00e1lculo de sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio de segurado que exerceu atividades concomitantes deve-se considerar como atividade principal aquela que gerar maior proveito econ\u00f4mico ao segurado.\nO artigo 32 da Lei 8.213/91 n\u00e3o deixa claro qual deve ser considerada a atividade principal. Entretanto o INSS utiliza (e o fez no presente caso), a atividade de maior tempo de servi\u00e7o dentre aquelas desenvolvidas concomitantemente pelo segurado no per\u00edodo b\u00e1sico de c\u00e1lculo, contrariando a l\u00f3gica do sistema.\nA atividade principal deve ser aquela de gera maior vantagem econ\u00f4mica para o segurado, eis que esta \u00e9 a atividade principal para o segurado.\nNesse sentido \u00e9 a jurisprud\u00eancia:\nEMENTA: DIREITO PREVIDENCI\u00c1RIO. REVIS\u00c3O. ATIVIDADES CONCOMITANTES. ART. 32, LEI 8.213/91. IGPD-I. ART. 201, \u00a7 4\u00ba, CF. CONSIDERA\u00c7\u00c3O DA ATIVIDADE MELHOR REMUNERADA COMO PRINCIPAL. 1. Se o segurado exerceu atividade concomitante no per\u00edodo imediatamente anterior \u00e0 concess\u00e3o da aposentadoria, mas n\u00e3o completou em uma delas todo o tempo de servi\u00e7o necess\u00e1rio ao benef\u00edcio, ou n\u00e3o sofreu redu\u00e7\u00e3o do sal\u00e1rio-de-contribui\u00e7\u00e3o das atividades concomitantes em respeito ao limite m\u00e1ximo desse sal\u00e1rio, o c\u00e1lculo do sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio deve obedecer a regra do artigo 32, incisos II e III, da Lei 8.213/91, sendo invi\u00e1vel a mera soma dos sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o das duas atividades. 2. N\u00e3o tendo o segurado preenchido as condi\u00e7\u00f5es para a concess\u00e3o do benef\u00edcio em rela\u00e7\u00e3o a todas as atividades, o sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio corresponder\u00e1 \u00e0 soma do sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio da atividade principal e de percentuais das m\u00e9dias dos sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o das atividades secund\u00e1rias (art. 32, II e III, da Lei 8.213/91), considerada como principal a que implicar maior proveito econ\u00f4mico ao segurado, consoante entendimento deste Tribunal. 3. Nos termos do artigo 201, \u00a7 4\u00ba, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal, \u00e9 assegurado o reajuste dos benef\u00edcios para\n16\n\n\fpreservar-lhes o real valor. Assim, n\u00e3o \u00e9 poss\u00edvel a aplica\u00e7\u00e3o de outros \u00edndices de reajuste que n\u00e3o sejam os legalmente previstos. 4. Recurso do autor parcialmente provido. (TRF4, AC 2008.71.07.000248-7, Quinta Turma, Relatora Marina Vasques Duarte de Barros Falc\u00e3o, D.E. 09/12/2011) EMENTA: PREVIDENCI\u00c1RIO. REVIS\u00c3O DE BENEF\u00cdCIO. APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUI\u00c7\u00c3O. ATIVIDADES CONCOMITANTES. ART. 3\u00ba, \u00a7 2\u00ba, DA LEI 9.876/99. 1. O sal\u00e1rio de benef\u00edcio do segurado que contribuir em raz\u00e3o de atividades concomitantes deve ser calculado nos termos do art. 32 da Lei n\u00ba 8.213/91, somando-se os respectivos sal\u00e1rios de contribui\u00e7\u00e3o quando satisfizer, em rela\u00e7\u00e3o a cada atividade, as condi\u00e7\u00f5es do benef\u00edcio requerido. N\u00e3o tendo o segurado preenchido as condi\u00e7\u00f5es para a concess\u00e3o do benef\u00edcio em rela\u00e7\u00e3o a ambas as atividades, o sal\u00e1rio de benef\u00edcio corresponder\u00e1 \u00e0 soma do sal\u00e1rio de benef\u00edcio da atividade principal e de um percentual da m\u00e9dia do sal\u00e1rio de contribui\u00e7\u00e3o da atividade secund\u00e1ria. Consoante vem decidindo esta Corte, dentre as atividades exercidas concomitantemente deve ser considerada principal aquela que confere um proveito econ\u00f4mico maior ao trabalhador durante a atividade. 2. Se, no per\u00edodo b\u00e1sico de c\u00e1lculo, com in\u00edcio em julho de 1994, o segurado contar com menos de 60% preenchido com sal\u00e1rios de contribui\u00e7\u00e3o, n\u00e3o ser\u00e1 mais efetivada m\u00e9dia aritm\u00e9tica simples, mas sim simplesmente somados a integralidade dos sal\u00e1rios de contribui\u00e7\u00e3o de que dispuser (e n\u00e3o mais os 80% maiores), monetariamente atualizados, e o valor resultante ser\u00e1 dividido pelo n\u00famero equivalente a 60% do seu per\u00edodo b\u00e1sico de c\u00e1lculo. 3. Conforme previsto no art. 3\u00ba da Lei n. 9.876/99, para apura\u00e7\u00e3o do c\u00e1lculo do sal\u00e1rio de benef\u00edcio, deve ser considerada a m\u00e9dia aritm\u00e9tica simples dos maiores sal\u00e1rios de contribui\u00e7\u00e3o, correspondentes a, no m\u00ednimo, 80% de todo o per\u00edodo contributivo decorrido desde a compet\u00eancia julho de 1994, observado o disposto nos incisos I e II do caput do art. 29 da Lei n.\u00ba 8.213/91. 4. Em caso de atividades concomitantes no per\u00edodo b\u00e1sico de c\u00e1lculo, n\u00e3o se utiliza, na atividade secund\u00e1ria, apenas 80% dos melhores sal\u00e1rios de contribui\u00e7\u00e3o, e tamb\u00e9m n\u00e3o se aplica o redutor de 60% previsto no art. 3\u00ba, \u00a72\u00ba, da Lei 9.876/99, uma vez que o art. 32, II, b, da LBPS determina a utiliza\u00e7\u00e3o de um percentual da m\u00e9dia do sal\u00e1rio de contribui\u00e7\u00e3o de cada uma das demais atividades, equivalente \u00e0 rela\u00e7\u00e3o entre o n\u00famero de meses completo de contribui\u00e7\u00e3o e os do per\u00edodo de car\u00eancia do benef\u00edcio requerido. 5. O fator previdenci\u00e1rio, em se tratando de atividades concomitantes, deve incidir uma \u00fanica vez, ap\u00f3s a soma das parcelas referentes \u00e0 atividade principal e secund\u00e1ria, tendo por base o total de tempo de servi\u00e7o do segurado. (TRF4, APELREEX 5002376-61.2011.404.7202, Sexta Turma, Relator p/ Ac\u00f3rd\u00e3o Roger Raupp Rios, juntado aos autos em 04/04/2014). EMENTA: PREVIDENCI\u00c1RIO. REVIS\u00c3O DE BENEF\u00cdCIO. APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUI\u00c7\u00c3O. ATIVIDADES CONCOMITANTES. ART. 3\u00ba, \u00a7 2\u00ba, DA LEI 9.876/99. ART. 9\u00ba, \u00a7 1\u00ba, II, DA EC 20/98. 1. O sal\u00e1rio de benef\u00edcio do segurado que contribuir em raz\u00e3o de atividades concomitantes deve ser calculado nos termos do\n17\n\n\fart. 32 da Lei n\u00ba 8.213/91, somando-se os respectivos sal\u00e1rios de contribui\u00e7\u00e3o quando satisfizer, em rela\u00e7\u00e3o a cada atividade, as condi\u00e7\u00f5es do benef\u00edcio requerido. N\u00e3o tendo o segurado preenchido as condi\u00e7\u00f5es para a concess\u00e3o do benef\u00edcio em rela\u00e7\u00e3o a ambas as atividades, o sal\u00e1rio de benef\u00edcio corresponder\u00e1 \u00e0 soma do sal\u00e1rio de benef\u00edcio da atividade principal e de um percentual da m\u00e9dia do sal\u00e1rio de contribui\u00e7\u00e3o da atividade secund\u00e1ria. Consoante vem decidindo esta Corte, dentre as atividades exercidas concomitantemente deve ser considerada principal aquela que confere um proveito econ\u00f4mico maior ao trabalhador durante a atividade. 2. O fator previdenci\u00e1rio, em se tratando de atividades concomitantes, deve incidir uma \u00fanica vez, ap\u00f3s a soma das parcelas referentes \u00e0 atividade principal e secund\u00e1ria, tendo por base o total de tempo de servi\u00e7o do segurado. 3. Conforme previsto no art. 3\u00ba da Lei n. 9.876/99, para apura\u00e7\u00e3o do c\u00e1lculo do sal\u00e1rio de benef\u00edcio, deve ser considerada a m\u00e9dia aritm\u00e9tica simples dos maiores sal\u00e1rios de contribui\u00e7\u00e3o, correspondentes a, no m\u00ednimo, 80% de todo o per\u00edodo contributivo decorrido desde a compet\u00eancia julho de 1994, observado o disposto nos incisos I e II do caput do art. 29 da Lei n.\u00ba 8.213/91. 4. Se, no per\u00edodo b\u00e1sico de c\u00e1lculo, com in\u00edcio em julho de 1994, o segurado contar com menos de 60% preenchido com sal\u00e1rios de contribui\u00e7\u00e3o, n\u00e3o ser\u00e1 mais efetivada m\u00e9dia aritm\u00e9tica simples, mas sim simplesmente somados a integralidade dos sal\u00e1rios de contribui\u00e7\u00e3o de que dispuser (e n\u00e3o mais os 80% maiores), monetariamente atualizados, e o valor resultante ser\u00e1 dividido pelo n\u00famero equivalente a 60% do seu per\u00edodo b\u00e1sico de c\u00e1lculo. 5. Segundo o art. 9\u00ba, \u00a7 1\u00ba, inciso II, da Emenda Constitucional n\u00ba 20/98, o valor da aposentadoria proporcional ser\u00e1 equivalente a 70% do valor da aposentadoria a que se refere o caput, acrescido de 5% por ano de contribui\u00e7\u00e3o que supere a soma a que se refere o inciso I, que diz respeito ao acr\u00e9scimo de 40% sobre o tempo de servi\u00e7o faltante, o que significa dizer que o aumento de 5% deve ser dar ap\u00f3s a opera\u00e7\u00e3o de majora\u00e7\u00e3o do tempo de contribui\u00e7\u00e3o (decorrente do ped\u00e1gio). (TRF4, AC 501024329.2011.404.7001, Sexta Turma, Relator p/ Ac\u00f3rd\u00e3o Roger Raupp Rios, juntado aos autos em 27/03/2014). Desta forma, requer seja computado como atividade principal da Autora a de maior proveito econ\u00f4mico e n\u00e3o a de maior tempo de contribui\u00e7\u00e3o. 4.3 \u2013 APLICA\u00c7\u00c3O DO FATOR PREVIDENCI\u00c1RIO UMA \u00daNICA VEZ. Ao realizar o c\u00e1lculo da RMI com base no art. 32, II e III, da Lei 8.213/91, o INSS aplica o fator previdenci\u00e1rio para cada atividade, utilizando para a atividade secund\u00e1ria o n\u00famero de meses em que a atividade secund\u00e1ria foi exercida como tempo de contribui\u00e7\u00e3o.\n18\n\n\fEsta aplica\u00e7\u00e3o \u00e9 contr\u00e1ria a finalidade do fator previdenci\u00e1rio e reduz excessivamente a renda mensal do benef\u00edcio.\nOcorre que o artigo 32 da Lei 8.213/91, no inciso II, al\u00ednea b, determina, quanto \u00e0s atividades secund\u00e1rias, apenas a apura\u00e7\u00e3o da \u201cpropor\u00e7\u00e3o da m\u00e9dia dos sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o\u201d, n\u00e3o determinando a obten\u00e7\u00e3o de um \u201csal\u00e1rio-de-benef\u00edcio secund\u00e1rio\u201d.\nAl\u00e9m disso, o art. 29, \u00a7 7\u00ba da Lei n. 8.213/91 estabelece que \u201cO fator previdenci\u00e1rio ser\u00e1 calculado considerando-se a idade, a expectativa de sobrevida e o tempo de contribui\u00e7\u00e3o do segurado ao se aposentar,\u201d e o tempo de contribui\u00e7\u00e3o do segurado \u00e9 um s\u00f3, independentemente do n\u00famero de parcelas a serem levadas em conta no c\u00e1lculo do benef\u00edcio.\nPortanto, o fator previdenci\u00e1rio, em se tratando de atividades concomitantes, deve incidir uma \u00fanica vez, apenas ap\u00f3s a soma das parcelas referentes \u00e0 atividade principal e secund\u00e1ria, e deve ser calculado com base no total de tempo de servi\u00e7o do segurado.\nDesta feita, o fator previdenci\u00e1rio s\u00f3 deve ser aplicado ao final do c\u00e1lculo, depois de apuradas todas as parcelas. Afirmando os argumentos supra expostos vejamos a jurisprud\u00eancia:\nEMENTA: PREVIDENCI\u00c1RIO. REVIS\u00c3O DE BENEF\u00cdCIO. APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUI\u00c7\u00c3O. ATIVIDADES CONCOMITANTES. ART. 3\u00ba, \u00a7 2\u00ba, DA LEI 9.876/99. ART. 9\u00ba, \u00a7 1\u00ba, II, DA EC 20/98. 1. O sal\u00e1rio de benef\u00edcio do segurado que contribuir em raz\u00e3o de atividades concomitantes deve ser calculado nos termos do art. 32 da Lei n\u00ba 8.213/91, somando-se os respectivos sal\u00e1rios de contribui\u00e7\u00e3o quando satisfizer, em rela\u00e7\u00e3o a cada atividade, as condi\u00e7\u00f5es do benef\u00edcio requerido. N\u00e3o tendo o segurado preenchido as condi\u00e7\u00f5es para a concess\u00e3o do benef\u00edcio em rela\u00e7\u00e3o a ambas as atividades, o sal\u00e1rio de benef\u00edcio corresponder\u00e1 \u00e0 soma do sal\u00e1rio de benef\u00edcio da atividade principal e de um percentual da m\u00e9dia do sal\u00e1rio de contribui\u00e7\u00e3o da atividade secund\u00e1ria. Consoante vem decidindo esta Corte, dentre as atividades exercidas concomitantemente deve ser considerada principal aquela que confere um proveito econ\u00f4mico maior ao trabalhador durante a atividade. 2. O fator previdenci\u00e1rio, em se tratando de atividades concomitantes, deve incidir uma \u00fanica vez, ap\u00f3s a soma das parcelas referentes \u00e0 atividade principal e\n19\n\n\fsecund\u00e1ria, tendo por base o total de tempo de servi\u00e7o do segurado. 3. Conforme previsto no art. 3\u00ba da Lei n. 9.876/99, para apura\u00e7\u00e3o do c\u00e1lculo do sal\u00e1rio de benef\u00edcio, deve ser considerada a m\u00e9dia aritm\u00e9tica simples dos maiores sal\u00e1rios de contribui\u00e7\u00e3o, correspondentes a, no m\u00ednimo, 80% de todo o per\u00edodo contributivo decorrido desde a compet\u00eancia julho de 1994, observado o disposto nos incisos I e II do caput do art. 29 da Lei n.\u00ba 8.213/91. 4. Se, no per\u00edodo b\u00e1sico de c\u00e1lculo, com in\u00edcio em julho de 1994, o segurado contar com menos de 60% preenchido com sal\u00e1rios de contribui\u00e7\u00e3o, n\u00e3o ser\u00e1 mais efetivada m\u00e9dia aritm\u00e9tica simples, mas sim simplesmente somados a integralidade dos sal\u00e1rios de contribui\u00e7\u00e3o de que dispuser (e n\u00e3o mais os 80% maiores), monetariamente atualizados, e o valor resultante ser\u00e1 dividido pelo n\u00famero equivalente a 60% do seu per\u00edodo b\u00e1sico de c\u00e1lculo. 5. Segundo o art. 9\u00ba, \u00a7 1\u00ba, inciso II, da Emenda Constitucional n\u00ba 20/98, o valor da aposentadoria proporcional ser\u00e1 equivalente a 70% do valor da aposentadoria a que se refere o caput, acrescido de 5% por ano de contribui\u00e7\u00e3o que supere a soma a que se refere o inciso I, que diz respeito ao acr\u00e9scimo de 40% sobre o tempo de servi\u00e7o faltante, o que significa dizer que o aumento de 5% deve ser dar ap\u00f3s a opera\u00e7\u00e3o de majora\u00e7\u00e3o do tempo de contribui\u00e7\u00e3o (decorrente do ped\u00e1gio). (TRF4, AC 501024329.2011.404.7001, Sexta Turma, Relator p/ Ac\u00f3rd\u00e3o Roger Raupp Rios, juntado aos autos em 27/03/2014). EMENTA: PREVIDENCI\u00c1RIO. REVIS\u00c3O DE BENEF\u00cdCIO. APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUI\u00c7\u00c3O. ATIVIDADES CONCOMITANTES. ART. 3\u00ba, \u00a7 2\u00ba, DA LEI 9.876/99. 1. O sal\u00e1rio de benef\u00edcio do segurado que contribuir em raz\u00e3o de atividades concomitantes deve ser calculado nos termos do art. 32 da Lei n\u00ba 8.213/91, somando-se os respectivos sal\u00e1rios de contribui\u00e7\u00e3o quando satisfizer, em rela\u00e7\u00e3o a cada atividade, as condi\u00e7\u00f5es do benef\u00edcio requerido. N\u00e3o tendo o segurado preenchido as condi\u00e7\u00f5es para a concess\u00e3o do benef\u00edcio em rela\u00e7\u00e3o a ambas as atividades, o sal\u00e1rio de benef\u00edcio corresponder\u00e1 \u00e0 soma do sal\u00e1rio de benef\u00edcio da atividade principal e de um percentual da m\u00e9dia do sal\u00e1rio de contribui\u00e7\u00e3o da atividade secund\u00e1ria. Consoante vem decidindo esta Corte, dentre as atividades exercidas concomitantemente deve ser considerada principal aquela que confere um proveito econ\u00f4mico maior ao trabalhador durante a atividade. 2. Se, no per\u00edodo b\u00e1sico de c\u00e1lculo, com in\u00edcio em julho de 1994, o segurado contar com menos de 60% preenchido com sal\u00e1rios de contribui\u00e7\u00e3o, n\u00e3o ser\u00e1 mais efetivada m\u00e9dia aritm\u00e9tica simples, mas sim simplesmente somados a integralidade dos sal\u00e1rios de contribui\u00e7\u00e3o de que dispuser (e n\u00e3o mais os 80% maiores), monetariamente atualizados, e o valor resultante ser\u00e1 dividido pelo n\u00famero equivalente a 60% do seu per\u00edodo b\u00e1sico de c\u00e1lculo. 3. Conforme previsto no art. 3\u00ba da Lei n. 9.876/99, para apura\u00e7\u00e3o do c\u00e1lculo do sal\u00e1rio de benef\u00edcio, deve ser considerada a m\u00e9dia aritm\u00e9tica simples dos maiores sal\u00e1rios de contribui\u00e7\u00e3o, correspondentes a, no m\u00ednimo, 80% de todo o per\u00edodo contributivo decorrido desde a compet\u00eancia julho de 1994, observado o disposto nos incisos I e II do caput do art. 29 da Lei n.\u00ba 8.213/91. 4. Em caso de atividades concomitantes no per\u00edodo b\u00e1sico de c\u00e1lculo, n\u00e3o se utiliza, na atividade secund\u00e1ria, apenas 80% dos melhores sal\u00e1rios de contribui\u00e7\u00e3o, e tamb\u00e9m n\u00e3o se aplica o redutor de 60%\n20\n\n\fprevisto no art. 3\u00ba, \u00a72\u00ba, da Lei 9.876/99, uma vez que o art. 32, II, b, da LBPS determina a utiliza\u00e7\u00e3o de um percentual da m\u00e9dia do sal\u00e1rio de contribui\u00e7\u00e3o de cada uma das demais atividades, equivalente \u00e0 rela\u00e7\u00e3o entre o n\u00famero de meses completo de contribui\u00e7\u00e3o e os do per\u00edodo de car\u00eancia do benef\u00edcio requerido. 5. O fator previdenci\u00e1rio, em se tratando de atividades concomitantes, deve incidir uma \u00fanica vez, ap\u00f3s a soma das parcelas referentes \u00e0 atividade principal e secund\u00e1ria, tendo por base o total de tempo de servi\u00e7o do segurado. (TRF4, APELREEX 5002376-61.2011.404.7202, Sexta Turma, Relator p/ Ac\u00f3rd\u00e3o Roger Raupp Rios, juntado aos autos em 04/04/2014).\nAssim, com base nos argumentos mencionados, corroborados pelo entendimento da jurisprud\u00eancia, requer a Autora a revis\u00e3o do benef\u00edcio para que seja aplicado o fator previdenci\u00e1rio uma \u00fanica vez, ap\u00f3s a soma das parcelas referentes \u00e0 atividade principal e secund\u00e1ria, tendo por base o total de tempo de servi\u00e7o da Autora.\n5. DOS PEDIDOS\nDiante do exposto, a Parte Autora respeitosamente requer:\na) A cita\u00e7\u00e3o do R\u00e9u, INSS, por sua Procuradoria Regional, para, querendo apresentar sua resposta;\nb) A condena\u00e7\u00e3o do INSS em revisar o benef\u00edcio da Autora para que proceda a soma dos sal\u00e1rios de contribui\u00e7\u00e3o constantes do per\u00edodo b\u00e1sico de c\u00e1lculo da Autora, afastando a aplica\u00e7\u00e3o do artigo 32.\nc) N\u00e3o sendo este o entendimento de Vossa Excel\u00eancia seja considerado/declarado o exerc\u00edcio de atividade \u00fanica de professora da Autora, a fim de que as contribui\u00e7\u00f5es previdenci\u00e1rias sejam somadas para apura\u00e7\u00e3o do benef\u00edcio, nos termos do artigo 32, I, da Lei n\u00ba 8213/91;\nd) Ainda n\u00e3o sendo este o entendimento de Vossa Excel\u00eancia, seja considerado no c\u00e1lculo, como atividade principal, aquela de maior proveito econ\u00f4mico a Autora;\n21\n\n\fe) Seja aplicado o fator previdenci\u00e1rio uma \u00fanica vez, ap\u00f3s a soma das parcelas referentes \u00e0 atividade principal e secund\u00e1ria, tendo por base o total de tempo de servi\u00e7o da Autora.\nf) A condena\u00e7\u00e3o do INSS ao pagamento de todas as diferen\u00e7as advindas da revis\u00e3o, desde a concess\u00e3o do beneficio, acrescidas de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria a partir do vencimento de cada presta\u00e7\u00e3o at\u00e9 o efetivo pagamento, com incid\u00eancia, de todas as majora\u00e7\u00f5es legais (reajustes) pertinentes sobre a Renda Mensal Inicial modificada, salientando-se que os efeitos financeiros s\u00e3o devidos desde a DER, corrigidas pelo INPC conforme comando do artigo 41-A da 8213/91 e artigo 31 do Estatuto do Idoso;\ng) Protesta por todos os meios legais de provas em direito admitidas, bem como juntada ulterior de documentos, outras, que se fizerem necess\u00e1rias ao melhor deslinde do feito.\nh) A concess\u00e3o do beneficio da justi\u00e7a gratuita por n\u00e3o ter a Parte Autora, condi\u00e7\u00f5es de arcar com as custas processuais sem preju\u00edzo de seu sustento, conforme previsto no artigo 98 do C\u00f3digo de Processo Civil.\nAtribui-se \u00e0 causa o valor de R$ 14.106,99 (Quatorze mil, cento e seis reais e noventa e nove centavos) pra fins de al\u00e7ada.\nNestes Termos Pede Deferimento,\nCuritiba, 08 de dezembro de 2018.\nAndr\u00e9 Luiz Moro Bittencourt OAB/PR 72.492\nElisangela Cristina de Oliveira OAB/PR 33.954\n22\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 5 (C\u00edvel) - IdDocumentoCompleto: 5001145-80.2017.4.04.7204-721487963596994500274362649801", "text": "EXCELENT\u00cdSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DO JUIZADO ESPECIAL FEDERAL DE CRICIUMA SESS\u00c3O JUDICI\u00c1RIA DE SANTA CATARINA.\nCLAIR VALDEMAR CUSTODIO, brasileiro, casado, residente\ne domiciliado \u00e0 RUA ESPIRITO SANTO, 16, no bairro BRASILIA, em CRICIUMA, estado de SANTA CATARINA, CEP: 88.813-250, portador do CPF n\u00ba 376.940.229-49 e da C\u00e9dula de Identidade n\u00ba 427811 expedida pela SSP-SC, vem a elevada presen\u00e7a de Vossa Excel\u00eancia, propor a presente A\u00c7\u00c3O DE REVIS\u00c3O DE BENEF\u00cdCIO\nPREVIDENCI\u00c1RIO, em face do INSS \u2013 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL, autarquia federal, com procuradoria nesta cidade, pelos fatos e\nfundamentos jur\u00eddicos a seguir expostos:\nI. DOS FATOS\nA parte autora \u00e9 titular do benef\u00edcio previdenci\u00e1rio de APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUI\u00c7\u00c3O (42), NB n\u00ba 1619720466 com data de in\u00edcio (DIB) em 10/12/2012, conforme documentos apensos.\nCristalino da carta de concess\u00e3o e mem\u00f3ria de c\u00e1lculo, inclusa, que a parte autora teve redu\u00e7\u00e3o substancial na apura\u00e7\u00e3o de sua Renda Mensal Inicial (RMI), em raz\u00e3o de neste c\u00e1lculo a Autarquia ter aplicado a escala de sal\u00e1rio base, ou, no caso de m\u00faltiplos v\u00ednculos empregat\u00edcios serem estes considerados como ATIVIDADES CONCOMITANTES, aplicando para tanto o disposto no Art. 32 (principalmente o inciso II) da Lei n\u00ba 8.213/1991.\nOcorre que no presente feito, n\u00e3o h\u00e1 o desenvolvimento de ATIVIDADES CONCOMITANTES, como aplicou o R\u00e9u, existindo em verdade o exerc\u00edcio da MESMA ATIVIDADE em situa\u00e7\u00f5es diversas, ou seja, para empregadores distintos ou ainda como CONTRIBUINTE INDIVIDUAL.\nNeste interim, aplicou o Instituto de forma equivocada o Art. 32 da Lei n\u00ba 8.213/1991 e ainda a escala de sal\u00e1rio base os quais foram derrogados em 04/2003, com o advento da Lei n\u00ba 9.876/99 e da Medida Provis\u00f3ria n\u00ba 83/2002, convertida na Lei n\u00ba 10.666/2003.\nSendo fato que o c\u00e1lculo de concess\u00e3o levado a efeito pela Autarquia decorreu da aplica\u00e7\u00e3o combinada dos Artigos 29, inciso I, e do Artigo 32, inciso II, da Lei n\u00ba 8.213/1991, contudo em que pese os fundamentos utilizados, devem os valores dos sal\u00e1rios de contribui\u00e7\u00e3o da\n\n\fparte autora, serem somados, para efeitos de c\u00e1lculo de sua renda mensal, haja vista que o Art. 32 n\u00e3o possui mais raz\u00e3o de existir, pois sua exist\u00eancia no ordenamento tinha o intuito de proteger o sistema, evitando que um segurado nos \u00faltimos meses de contribui\u00e7\u00e3o tivesse aumento desuniforme de seu sal\u00e1rio de contribui\u00e7\u00e3o vendo enriquecido o valor de seu benef\u00edcio.\nDiante disso \u00e9 necess\u00e1rio lembrar que desde a vig\u00eancia da Lei n\u00ba 9.876/99 o c\u00e1lculo da renda mensal dos benef\u00edcios se d\u00e1 pela m\u00e9dia de todos os sal\u00e1rios de contribui\u00e7\u00e3o corrigidos, sendo que para aquele segurado que j\u00e1 tinha ingressado no sistema at\u00e9 a data de vig\u00eancia da Lei, essa m\u00e9dia e calculada com base nos sal\u00e1rios de contribui\u00e7\u00e3o desde julho/94, devendo serem levados em conta na apura\u00e7\u00e3o apenas as oitenta por cento (80%) melhores contribui\u00e7\u00f5es. Como visto n\u00e3o h\u00e1 mais sentido na perman\u00eancia da regra do artigo 32, inciso II, no sistema de c\u00e1lculo dos benef\u00edcios.\nNessa senda, \u00e9 imperativo memorar-se que at\u00e9 ent\u00e3o o c\u00e1lculo da Renda Mensal Inicial (RMI) se dava pela m\u00e9dia dos \u00faltimos 36 (trinta e seis) sal\u00e1rios de contribui\u00e7\u00e3o, levantados em um per\u00edodo m\u00e1ximo de 48 (quarenta e oito) meses, antecedentes a concess\u00e3o.\nII. DOS FUNDAMENTOS JUR\u00cdDICOS\nCom o advento das altera\u00e7\u00f5es promovidas pela Lei n\u00ba 9.876/99 e da convers\u00e3o da Media Provis\u00f3ria n\u00ba 83/2002 na Lei n\u00ba 10.666/2003, n\u00e3o devem prosperar a divis\u00e3o de c\u00e1lculo para cada v\u00ednculo ou emprego que desenvolveu o segurado quando de sua vida contributiva, regra que tamb\u00e9m se aplica quando o segurado contribuiu na condi\u00e7\u00e3o de contribuinte individual ou facultativo.\nAssim a express\u00e3o \u201cATIVIDADE CONCOMITANTE\u201d, deve ser interpretada como indicativo de pluralidade de atividades, o que n\u00e3o aflora no presente caso, devendo, portanto, serem somadas os sal\u00e1rios de contribui\u00e7\u00e3o.\nOs Arts. 9\u00ba a 14 da MP n\u00ba 83, ratificados na Lei n\u00ba 10.666/2003 nos Arts. 9\u00ba a 15, tiveram o cond\u00e3o de extinguir a escala de sal\u00e1rio base, deixando ent\u00e3o a partir de abril/2003, de existir restri\u00e7\u00e3o nos sal\u00e1rios de contribui\u00e7\u00e3o. Diante dessa narrativa os contribuintes individuais passaram desta data em diante a contribuir com qualquer valor, evidentemente limitados ao teto dos sal\u00e1rios de contribui\u00e7\u00e3o, sem a necessidade de se respeitar quaisquer interst\u00edcios, assim conforme esclarecido na IN INSS/DC n\u00ba 89 de 11/06/2003 e a Instru\u00e7\u00e3o Normativa da RFB n\u00ba 971, de 13/11/2009.\nQuando analisamos os motivos da exist\u00eancia do art. 32 da Lei n\u00ba 8.213/1991, claro \u00e9 o intuito do legislador de n\u00e3o permitir que um segurado, empregado ou contribuinte individual (aut\u00f4nomo), ao final de sua vida contributiva passasse a contribuir em valores significativos, para ver seus ganhos com o benef\u00edcio serem enriquecidos, pois a Renda Mensal Inicial (RMI) de seu benef\u00edcio, pelo crit\u00e9rio at\u00e9 ent\u00e3o existente, levava em conta apenas os \u00faltimos 36 (trinta e seis) sal\u00e1rios de contribui\u00e7\u00e3o, extra\u00eddos de um per\u00edodo n\u00e3o superior a 48 (quarente e oito) meses, antecedentes a concess\u00e3o.\nPor evidente que poderia um segurado aproveitar-se desta\n\n\fsistem\u00e1tica para ver enriquecido seus ganhos com aposentadoria, residindo neste ponto a restri\u00e7\u00e3o imposta no Art. 32, inciso II, o qual configura-se numa regra impeditiva, determinando que no caso de exist\u00eancia de atividades m\u00faltiplas o c\u00e1lculo de cada v\u00ednculo seja efetuado de forma isenta (separado, um a um), aplicando-se aos ganhos um coeficiente oriundo do tempo de contribui\u00e7\u00e3o em cada um.\nAtualmente, inclusive no caso dos autos, o valor do c\u00e1lculo da RMI/Sal\u00e1rio de Benef\u00edcio \u00e9 efetuado com base em todo o per\u00edodo contributivo, com exce\u00e7\u00e3o daqueles que j\u00e1 eram contribuintes na data em que vigorou a nova regra (Lei n\u00ba 9.876/1999), passou a contar-se com a m\u00e9dia a partir de julho/94 em diante, considerando-se apenas em ambos os casos as 80% (oitenta por cento) maiores contribui\u00e7\u00f5es destes per\u00edodos.\nNote-se que a partir do advento da Lei n\u00ba 10.666/2003 (abril/2003), \u00e9 permitido ao contribuinte individual e para os segurados facultativos recolherem sobre quaisquer import\u00e2ncia, respeitando o limite m\u00e1ximo do sal\u00e1rio de contribui\u00e7\u00e3o, no entanto \u00e9 tolhido do segurado empregado o direito de ver somando seus sal\u00e1rios de contribui\u00e7\u00e3o, quando as contribui\u00e7\u00f5es s\u00e3o efetuadas em raz\u00e3o de mais de uma atividade ou emprego, negando-se assim tratamento ISON\u00d4MICO a esses segurados, para o caso de se considerar em vig\u00eancia o contigo no Art. 32, inciso II.\nNesta senda, observado o Art. 32, inciso II, h\u00e1 nos casos mencionados a mesma contribui\u00e7\u00e3o/presta\u00e7\u00e3o (Princ\u00edpio Contributivo e Princ\u00edpio da Capacidade Contributiva) com contrapresta\u00e7\u00e3o diferentes, negando-se, portanto, tratamento ISON\u00d4MICO entre esses segurados.\nDeixando-se Prequestionado para fins de sua defesa a aplica\u00e7\u00e3o do PRINC\u00cdPIO CONSTITUCIONAL DE ISONOMIA e de EQUIDADE, para o caso de manterse vigente o previsto no Art. 32, inciso II da Lei n\u00ba 8.213/1991.\nNossos Tribunais entendem que o Art. 32 da Lei n\u00ba 8.213/1991, foi revogado tacitamente, diante dos mesmos argumentos desprendidos, inclusive com unifica\u00e7\u00e3o de julgamento da Turma Nacional, conforme descrevese:\nPEDIDO DE UNIFORMIZA\u00c7\u00c3O. PREVIDENCI\u00c1RIO. REVIS\u00c3O. ARTIGO 32 DA LEI 8.213/91. ATIVIDADES CONCOMITANTES. DERROGA\u00c7\u00c3O DO ARTIGO 32 DA LEI 8.213/91 A PARTIR DE 01/04/2003. LEI 9.876/99. MP 83/02 (LEI 10.666/03). 1. Trata-se de pedido de uniformiza\u00e7\u00e3o interposto contra ac\u00f3rd\u00e3o proferido pela 3\u00aa Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais do Rio Grande do Sul que aplicou o entendimento de que para o c\u00e1lculo da RMI do benef\u00edcio, no caso de atividades concomitantes, deve ser considerada como preponderante a que for mais vantajosa economicamente ao segurado. Destaco os fundamentos adotados pela inst\u00e2ncia julgadora anterior: II - Da forma de c\u00e1lculo da RMI - atividades concomitantes. No caso dos autos, o autor prestou atividade no per\u00edodo de 01.01.2005 a 01.10.2008 para C\u00e2mara de Vereadores de Canoas e como contribuinte\n\n\findividual. Segundo informa\u00e7\u00e3o prestada pelo Setor de Contadoria da Vara de origem, 'O INSS ao calcular a RMI do benef\u00edcio do Autor o fez com o crit\u00e9rio do art. 32 da Lei 8.213/91 (atividades concomitantes). Ao fazer isso, em separado, considerou a atividade de contribuinte individual como a principal e a exercida na C\u00e2mara de Vereadores de Canoas como secund\u00e1ria (2\u00aa atividade).' J\u00e1, ao apurar a segunda parcela, fez incidir um novo fator previdenci\u00e1rio unicamente sobre o teto da atividade secund\u00e1ria. O juiz prolator, por sua vez, entendeu que n\u00e3o se aplica a regra do art. 32, segundo a atual legisla\u00e7\u00e3o, quando houver incid\u00eancia de fator previdenci\u00e1rio, tendo em conta que \u00e9 todo o per\u00edodo contributivo. Desse modo, determinou que havendo incid\u00eancia de fator as contribui\u00e7\u00f5es devessem ser somadas. O artigo 32 da Lei n\u00ba. 8.213/91 assim determina quando se considera o exerc\u00edcio de atividades concomitantes pelo segurado: [...] A finalidade da norma \u00e9 impedir que o segurado que sempre contribuiu para o sistema sobre um valor m\u00ednimo, \u00e0s v\u00e9speras da jubila\u00e7\u00e3o verta contribui\u00e7\u00f5es com valores bem superiores. No mesmo sentido, os empecilhos criados pelo artigo 29, \u00a7 4\u00ba, da Lei 8.213/91, e pelo artigo 29, da Lei 8.212/91, hoje revogado. Referidos dispositivos tinham raz\u00e3o de ser na medida em que o sal\u00e1rio de benef\u00edcio, conforme reda\u00e7\u00e3o origin\u00e1ria do artigo 29, da Lei 8.213/91, era calculado apenas com base na m\u00e9dia aritm\u00e9tica dos \u00faltimos 36 sal\u00e1rios de contribui\u00e7\u00e3o. Na medida em que a Lei 9.876/99 ampliou consideravelmente o per\u00edodo b\u00e1sico de c\u00e1lculo, fazendo constar que o sal\u00e1rio de benef\u00edcio levaria em considera\u00e7\u00e3o 80% do per\u00edodo contributivo do segurado, e acabou com a escala de sal\u00e1rio-base como forma de contribui\u00e7\u00e3o a ser observada pelo segurado facultativo e pelo contribuinte individual, n\u00e3o h\u00e1 mais motivos para se manter o dispositivo legal. De qualquer forma, ainda que sejam respeitados os ditames do art. 32, n\u00e3o \u00e9 poss\u00edvel dar prote\u00e7\u00e3o em menor escala ao segurado obrigat\u00f3rio, que desempenhou atividade como trabalhador empregado, em detrimento de segurado facultativo - o qual pode inclusive optar mensalmente por qualquer valor para recolhimento de contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria. A Carta de 1988 criou toda uma escala de valores onde o empregado e o trabalhador avulso, conforme se observa da leitura dos artigos 7\u00ba e 201 da Constitui\u00e7\u00e3o Federal, recebem uma prote\u00e7\u00e3o mais intensa do legislador do que os demais segurados, sendo desproporcional a interpreta\u00e7\u00e3o que privilegia estes em detrimento daqueles. Nesse passo, cumpre, inicialmente, verificar se o segurado, ao contribuir em virtude de atividades concomitantes, atingiu o teto contributivo ou sofreu redu\u00e7\u00e3o do sal\u00e1rio de contribui\u00e7\u00e3o das atividades concomitantes em respeito ao limite m\u00e1ximo\n\n\fdesse sal\u00e1rio. Neste sentido, preconizam os \u00a7\u00a7 1\u00ba e 2\u00ba do artigo 32 da Lei 8.213/91 o afastamento da regra em quest\u00e3o: Art. 32. (...) \u00a7 1\u00ba O disposto neste artigo n\u00e3o se aplica ao segurado que, em obedi\u00eancia ao limite m\u00e1ximo do sal\u00e1rio-de-contribui\u00e7\u00e3o, contribuiu apenas por uma das atividades concomitantes. \u00a7 2\u00ba N\u00e3o se aplica o disposto neste artigo ao segurado que tenha sofrido redu\u00e7\u00e3o do sal\u00e1rio de contribui\u00e7\u00e3o das atividades concomitantes em respeito ao limite m\u00e1ximo desse sal\u00e1rio. Assim, quando tiver ocorrido redu\u00e7\u00e3o do sal\u00e1rio-de-contribui\u00e7\u00e3o da atividade secund\u00e1ria em obedi\u00eancia ao limite m\u00e1ximo do sal\u00e1rio-de-contribui\u00e7\u00e3o, ou, quando, em virtude deste limite, o segurado tiver contribu\u00eddo apenas por uma das atividades concomitantes, nos termos dos \u00a7\u00a7 1\u00ba e 2\u00ba do artigo 32 da Lei 8.213/91, n\u00e3o incide a regra da proporcionalidade da atividade secund\u00e1ria. Nessas compet\u00eancias o dispositivo determina que sejam simplesmente somados os dois sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o na atividade considerada principal. Neste aspecto, verifica-se pela carta de concess\u00e3o do benef\u00edcio (evento 17 - procadm1 - fl.s 06/07) que n\u00e3o houve redu\u00e7\u00e3o do sal\u00e1rio de contribui\u00e7\u00e3o em raz\u00e3o da limita\u00e7\u00e3o ao teto. Em seguimento, para o c\u00e1lculo da RMI do benef\u00edcio, deve-se observar o entendimento pretoriano que determina 'tratando-se de atividades concomitantes, dever\u00e1 ser considerada como atividade preponderante, para fins de c\u00e1lculo da RMI, a que for mais vantajosa economicamente ao segurado' (AC 2005.71.00.037222-7, Turma Suplementar do TRF4.\u00aaR., Rel. Juiz EDUARDO TONETTO PICARELLI, D.E. 08/03/2010 APELREEX 2001.71.00.005803-5, Quinta Turma do TRF4.\u00aaR., Rel. Des. FERNANDO QUADROS DA SILVA, D.E. 13/10/2009). Assim, na hip\u00f3tese presente, tendo o segurado contribu\u00eddo sobre valores abaixo do limite m\u00e1ximo do sal\u00e1rio de contribui\u00e7\u00e3o, na aplica\u00e7\u00e3o do artigo 32, incisos II e III, da Lei 8.213/91, dever\u00e1 ser considerado como atividade principal aquela que lhe repercutiu em cada compet\u00eancia maior proveito econ\u00f4mico, consoante entendimento majorit\u00e1rio da jurisprud\u00eancia nacional. Quanto \u00e0 aplica\u00e7\u00e3o do fator previdenci\u00e1rio equivocado incidi-lo em cada uma das m\u00e9dias, devendo unicamente recair sobre a soma da m\u00e9dia dos sal\u00e1rios de contribui\u00e7\u00e3o da atividade principal com a secund\u00e1ria. Com efeito, o fator previdenci\u00e1rio, na hip\u00f3tese, ser\u00e1 \u00fanico para as atividades e calculado observando todo o tempo de contribui\u00e7\u00e3o do segurado e n\u00e3o apenas na atividade principal ou secund\u00e1ria. 2. Em seu pedido de uniformiza\u00e7\u00e3o, o INSS alega que o ac\u00f3rd\u00e3o recorrido diverge da jurisprud\u00eancia do STJ, no sentido de que deve ser considerada como principal a atividade na qual foram implementados todos os requisitos para a concess\u00e3o do benef\u00edcio. Cita como paradigmas os\n\n\fseguintes julgados: AgRg no REsp 780.588/RJ, AgRg no REsp 1.208.245/RS, REsp 1.142.500/RS, AgRg no REsp 808.568/RS. Sustenta o recorrente que o crit\u00e9rio de c\u00e1lculo utilizado no ac\u00f3rd\u00e3o n\u00e3o encontra respaldo na legisla\u00e7\u00e3o que rege a mat\u00e9ria, que n\u00e3o prestigiou o crit\u00e9rio econ\u00f4mico para escolha da atividade principal. Assim, tendo o segurado laborado em atividades concomitantes, dever\u00e1 ser definida como principal aquela em que o trabalhador reunir os requisitos legais, mormente o tempo de servi\u00e7o exigido para a concess\u00e3o da aposentadoria. Reproduzo a argumenta\u00e7\u00e3o da Autarquia: O INSS sustenta, com base no texto expresso da lei e na jurisprud\u00eancia consolidada do STJ, que deve ser considerada como atividade principal aquela preponderante, na qual foram atendidos os requisitos legais (notadamente, o tempo de servi\u00e7o exigido para a concess\u00e3o da aposentadoria), n\u00e3o importando o valor da remunera\u00e7\u00e3o. A atividade secund\u00e1ria ser\u00e1 aquela de menor dura\u00e7\u00e3o, a ser calculada de forma proporcional. N\u00e3o h\u00e1 fundamento legal algum para se considerar como principal a atividade que apresenta a maior remunera\u00e7\u00e3o, em detrimento da f\u00f3rmula estabelecida legalmente, que adota como principal a atividade na qual completou o tempo de servi\u00e7o suficiente \u00e0 aposenta\u00e7\u00e3o (30 anos) - art. 32, inciso II, letra \"a\". (grifei) 3. Pedido admitido na origem. 4. Entendo comprovada a diverg\u00eancia entre a decis\u00e3o da origem e os paradigmas da Corte Superior indicados pela parte requerente. 5. Com efeito, a jurisprud\u00eancia do STJ consolidou-se no sentido de que o art. 32 da Lei 8.213/91 disp\u00f5e que ser\u00e1 considerada atividade principal, para fins de c\u00e1lculo do valor do sal\u00e1rio-debenef\u00edcio, aquela na qual o segurado reuniu todas as condi\u00e7\u00f5es para concess\u00e3o da presta\u00e7\u00e3o. Isso significa que apenas o cumprimento de um dos requisitos n\u00e3o torna a atividade principal, sendo indispens\u00e1vel que o segurado preencha, al\u00e9m da car\u00eancia, o tempo de contribui\u00e7\u00e3o necess\u00e1rio \u00e0 concess\u00e3o do benef\u00edcio em apenas uma das atividades para que, ent\u00e3o, seja esta atribu\u00edda como principal. 6. Quando o segurado que contribui em raz\u00e3o de atividades concomitantes n\u00e3o satisfizer, em rela\u00e7\u00e3o a cada atividade, as condi\u00e7\u00f5es do benef\u00edcio requerido, a atividade principal ser\u00e1 aquela com sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o economicamente mais vantajosos. Essa \u00e9 a orienta\u00e7\u00e3o atual desta Turma Nacional, aprovada \u00e0 unanimidade quando do julgamento do Pedilef 5001611-95.2013.4.04.7113, de minha relatoria (DOU 21/03/2014). Na mesma \u00e9poca, o STJ julgou a mat\u00e9ria nos seguintes termos: PROCESSUAL CIVIL E PREVIDENCI\u00c1RIO. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. REGIME GERAL DA PREVID\u00caNCIA SOCIAL. APOSENTADORIA POR TEMPO DE SERVI\u00c7O. PROVENTOS PROPORCIONAIS. EMBARGOS \u00c0 EXECU\u00c7\u00c3O. CRIT\u00c9RIO DE C\u00c1LCULO\n\n\fDA RENDA MENSAL INICIAL. ATIVIDADES CONCOMITANTES. ATIVIDADE PRINCIPAL. MELHOR PROVEITO ECON\u00d4MICO. VALOR DA TRABALHO E DA LIVRE INICIATIVA. ART. 32 DA LEI 8.213/1991. INAPLICABILIDADE AO CASO. ART. 29 DA LEI 8.213/1991 EM SUA REDA\u00c7\u00c3O ORIGINAL. OBSERV\u00c2NCIA NO CASO. DISS\u00cdDIO JURISPRUDENCIAL. FALTA DE SIMILITUDE F\u00c1TICA. RECURSO ESPECIAL CONHECIDO EM PARTE E NESSA PARTE N\u00c3O PROVIDO. 1. Na hip\u00f3tese de desempenho pelo segurado de atividades laborais concomitantes, a jurisprud\u00eancia do STJ \u00e9 assente no sentido de que, nos termos do art. 32 da Lei 8.213/1991, ser\u00e1 considerada atividade principal, para fins de c\u00e1lculo do valor do sal\u00e1rio de benef\u00edcio, aquela na qual o segurado reuniu condi\u00e7\u00f5es para concess\u00e3o do benef\u00edcio. 2. A peculiaridade do caso concreto consiste no fato de que o segurado n\u00e3o completou tempo de servi\u00e7o suficiente para se aposentar em nenhuma das atividades concomitantes. Por isso que deve ser considerada como atividade principal, para fins de apura\u00e7\u00e3o do sal\u00e1rio de benef\u00edcio, aquela que gerar maior proveito econ\u00f4mico no c\u00e1lculo da renda mensal inicial. Observ\u00e2ncia do julgamento em caso an\u00e1logo ao presente, proferido no Recurso Especial 1.311.963/SC. 3. Agravo regimental n\u00e3o provido. (AgRg no REsp 1412064/RS, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 20/03/2014, DJe 26/03/2014) (grifei) 6.1 Portanto, a jurisprud\u00eancia atual desta Turma Nacional est\u00e1 alinhada \u00e0 do Superior Tribunal de Justi\u00e7a. Entendo, contudo, que a mat\u00e9ria uniformizada n\u00e3o pode ser aplicada ao caso dos autos. Explico. 7. A an\u00e1lise detida do processo permite concluir que os sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o concomitantes referem-se ao per\u00edodo de janeiro de 2005 a setembro de 2008, \u00e9poca em que j\u00e1 vigorava a Lei 10.666, de 08/05/2003, decorrente da convers\u00e3o da Medida Provis\u00f3ria 83, de 12/12/2002, que determinou a extin\u00e7\u00e3o, a partir de abril de 2003, da escala de sal\u00e1rio-base (artigos 9\u00ba e 14). Com essa extin\u00e7\u00e3o, deixou de existir restri\u00e7\u00e3o quanto ao valor dos recolhimentos efetuados pelos segurados contribuinte individual e segurado facultativo. Isso significa dizer que tais segurados puderam, a partir de ent\u00e3o, contribuir para a Previd\u00eancia Social com base em qualquer valor e foram autorizados a modificar os sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o sem observar qualquer interst\u00edcio, respeitando apenas os limites m\u00ednimo e m\u00e1ximo. 8. \u00c0 vista desse quadro, entendo que com rela\u00e7\u00e3o a atividades exercidas concomitantemente em per\u00edodo posterior a mar\u00e7o de 2003 n\u00e3o mais se justifica a aplica\u00e7\u00e3o do artigo 32 da Lei 8.213/91, que deve ser interpretado como regra de prote\u00e7\u00e3o, que objetiva justamente evitar que o segurado, nos \u00faltimos anos de contribui\u00e7\u00e3o, passe a recolher valores elevados com o intuito de obter um benef\u00edcio mais alto. Registro que\n\n\fno regime anterior \u00e0 Lei 9.876/99, o sal\u00e1rio-debenef\u00edcio era calculado com base na m\u00e9dia aritm\u00e9tica simples de todos os \u00faltimos sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o dos meses imediatamente anteriores ao do afastamento da atividade ou da data da entrada do requerimento, at\u00e9 o m\u00e1ximo de 36 (trinta e seis), apurados em per\u00edodo n\u00e3o superior a 48 (quarenta e oito) meses. A partir da Lei 9.876/99, que trouxe modifica\u00e7\u00f5es quanto ao c\u00e1lculo para apura\u00e7\u00e3o do sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio, conferindo nova reda\u00e7\u00e3o ao artigo 29 da Lei 8.213/91, o recolhimento de contribui\u00e7\u00f5es em valores superiores apenas nos \u00faltimos anos de contribui\u00e7\u00e3o passou a ter pouca import\u00e2ncia para a fixa\u00e7\u00e3o da renda mensal inicial do benef\u00edcio. Foi exatamente essa mudan\u00e7a da sistem\u00e1tica de c\u00e1lculo do sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio que justificou a extin\u00e7\u00e3o da escala de sal\u00e1rio-base. 9. Como bem ponderado pelo Desembargador Ricardo Teixeira do Vale Pereira (TRF4, APELREEX 0004632-08.2014.404.9999, Quinta Turma, Relator Ricardo Teixeira do Valle Pereira, D.E. 03/06/2015), que comp\u00f5e o Tribunal Regional Federal da 4\u00aa Regi\u00e3o, \"extinta a escala de sal\u00e1rio-base, o segurado empregado que tem seu v\u00ednculo cessado pode passar a contribuir como contribuinte individual, ou mesmo como facultativo, pelo teto. Por outro lado, o contribuinte individual, ou mesmo o facultativo, pode majorar sua contribui\u00e7\u00e3o at\u00e9 o teto no momento que desejar. N\u00e3o pode, diante da situa\u00e7\u00e3o posta, ser adotada interpreta\u00e7\u00e3o que acarrete tratamento detrimentos o para o segurado empregado que tamb\u00e9m \u00e9 contribuinte individual, ou mesmo que tem dois v\u00ednculos como empregado, sob pena de ofensa \u00e0 isonomia. N\u00e3o h\u00e1 sentido em se considerar v\u00e1lido possa o contribuinte individual recolher pelo teto sem qualquer restri\u00e7\u00e3o e, por vias transversas, vedar isso ao segurado empregado que desempenha concomitantemente atividade como contribuinte individual, ou mesmo que tem dois v\u00ednculos empregat\u00edcios. E \u00e9 isso, na pr\u00e1tica, que ocorreria se se reputasse vigente o disposto no artigo 32 da Lei 8.213/91. A conclus\u00e3o, portanto, \u00e9 de que, na linha do que estatui a Lei de Introdu\u00e7\u00e3o \u00e0s Normas do Direito Brasileiro (antiga LICC), ocorreu, a partir de 1\u00ba de abril de 2003, a derroga\u00e7\u00e3o do artigo 32 das Lei 8.213/91. Deste modo, assim como o contribuinte individual e o segurado facultativo podem simplesmente passar a recolher pelo teto a partir da compet\u00eancia abril/2003, a todo segurado que tenha mais de um v\u00ednculo deve ser admitida, a partir da compet\u00eancia abril/2003, a soma dos sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o, respeitado o teto.\". 10. Dessa forma, o art. 32 da Lei n. 8.213/91 deixou de ter vig\u00eancia a partir de 01/04/2003, pois, com a extin\u00e7\u00e3o da escala de sal\u00e1riobase (arts. 9\u00ba e 14 da MP 83/2002, convertida na Lei n. 10.666/2003), a regra deixou de produzir o efeito\n\n\fpretendido, tendo ocorrido sua derroga\u00e7\u00e3o, motivo pelo qual proponho a uniformiza\u00e7\u00e3o do entendimento de que: a) tendo o segurado que contribuiu em raz\u00e3o de atividades concomitantes implementado os requisitos ao benef\u00edcio em data posterior a 01/04/2003, os sal\u00e1riosde-contribui\u00e7\u00e3o concomitantes (anteriores e posteriores a 04/2003) ser\u00e3o somados e limitados ao teto; e b) no caso de segurado que tenha preenchido os requisitos e requerido o benef\u00edcio at\u00e9 01/04/2003, aplica-se o art. 32 da Lei n. 8.213/1991, observando-se que se o requerente n\u00e3o satisfizer, em rela\u00e7\u00e3o a cada atividade, as condi\u00e7\u00f5es do benef\u00edcio requerido, a atividade principal ser\u00e1 aquela com sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o economicamente mais vantajosos, na linha do entendimento uniformizado no \u00e2mbito desta TNU (Pedilef 5001611-95.2013.4.04.7113). 11. Seria o caso de reformar o ac\u00f3rd\u00e3o para restabelecer a senten\u00e7a, a qual, embora por motivos diversos, determinou a soma dos sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o, observado o teto. Todavia, como n\u00e3o houve pedido de uniformiza\u00e7\u00e3o da parte autora com rela\u00e7\u00e3o ao ponto, nego provimento ao incidente do INSS, pois, determinar a adequa\u00e7\u00e3o do ac\u00f3rd\u00e3o para aplica\u00e7\u00e3o do entendimento acima expendido implicaria reformatio in pejus. (PEDILEF 50077235420114047112, Rel. JUIZ FEDERAL JO\u00c3O BATISTA LAZZARI, DOU 09/10/2015 P\u00c1GINAS 117/255)\nEm conson\u00e2ncia com o TRF da 4\u00aa Regi\u00e3o que recentemente tamb\u00e9m adotou esse posicionamento, conforme transcreve-se:\nPREVIDENCI\u00c1RIO. REVIS\u00c3O DE BENEF\u00cdCIO. ATIVIDADES CONCOMITANTES. ART. 32 DA LEI N\u00ba 8.213/91. 1. O sal\u00e1rio de benef\u00edcio do segurado que contribuir em raz\u00e3o de atividades concomitantes \u00e9 calculado nos termos do art. 32 da Lei n\u00ba 8.213/91, somando-se os respectivos sal\u00e1rios de contribui\u00e7\u00e3o quando satisfizer, em rela\u00e7\u00e3o a cada atividade, as condi\u00e7\u00f5es do benef\u00edcio requerido. N\u00e3o tendo o segurado preenchido as condi\u00e7\u00f5es para a concess\u00e3o do benef\u00edcio em rela\u00e7\u00e3o a ambas as atividades, o sal\u00e1rio de benef\u00edcio corresponder\u00e1 \u00e0 soma do sal\u00e1rio de benef\u00edcio da atividade principal e de um percentual da m\u00e9dia do sal\u00e1rio de contribui\u00e7\u00e3o da atividade secund\u00e1ria. 2. Conforme vem decidindo o Tribunal, deve ser considerada como atividade principal a que gerar\u00e1 maior proveito econ\u00f4mico no c\u00e1lculo da renda mensal inicial, uma vez que o art. 32 da Lei 8.213/91 n\u00e3o determina que deva ser considerada como principal a atividade mais antiga, dentre as que foram exercidas simultaneamente no per\u00edodo b\u00e1sico de c\u00e1lculo. 3. O sentido da regra contida no art. 32 da Lei 8.213/91 era o de evitar que, nos \u00faltimos anos antes de se aposentar, o segurado pudesse engendrar artificial incremento dos sal\u00e1rios de contribui\u00e7\u00e3o que comp\u00f5em o\n\n\fper\u00edodo b\u00e1sico de c\u00e1lculo (PBC), 36 meses dentro de um conjunto de 48 meses, e assim elevar indevidamente o valor da renda mensal inicial da presta\u00e7\u00e3o. 4. Todavia, modificado o per\u00edodo b\u00e1sico de c\u00e1lculo pela Lei 9.876/1999, apurado sobre todas as contribui\u00e7\u00f5es a partir de 1994 (as 80% melhores), j\u00e1 n\u00e3o haveria sentido na norma, pois in\u00f3cua seria uma deliberada eleva\u00e7\u00e3o dos sal\u00e1rios de contribui\u00e7\u00e3o, uma vez ampliado, em bases t\u00e3o abrangentes, o per\u00edodo a ser considerado. 5. No c\u00e1lculo de benef\u00edcios previdenci\u00e1rios concedidos ap\u00f3s abril de 2003, devem ser somados os sal\u00e1rios de contribui\u00e7\u00e3o das atividades exercidas concomitantemente, sem aplica\u00e7\u00e3o do art. 32, inclusive para per\u00edodos anteriores a 1\u00ba de abril de 2003, e com observa\u00e7\u00e3o, por \u00f3bvio, do teto do sal\u00e1rio de contribui\u00e7\u00e3o (art. 28, \u00a75\u00ba, da Lei 8.212/91). (...) (TRF4 5005543-71.2015.404.7000, SEXTA TURMA, Relatora SALISE MONTEIRO SANCHOTENE, juntado aos autos em 27/06/2016 (sem grifos no original).\nE ainda:\nEMENTA: PREVIDENCI\u00c1RIO E PROCESSUAL CIVIL. REEXAME NECESS\u00c1RIO. REVIS\u00c3O DE BENEF\u00cdCIO. APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUI\u00c7\u00c3O. REQUISITOS LEGAIS. COMPROVA\u00c7\u00c3O. TEMPO DE SERVI\u00c7O RURAL EM REGIME DE ECONOMIA FAMILIAR. RECONHECIMENTO DO EXERC\u00cdCIO DE ATIVIDADE ESPECIAL. CONVERS\u00c3O DO TEMPO DE SERVI\u00c7O ESPECIAL EM COMUM. ATIVIDADES CONCOMITANTES. ARTIGO 32 DA LEI DE BENEF\u00cdCIOS. DERROGA\u00c7\u00c3O. 1. Fixada pelo STJ a obrigatoriedade do reexame de senten\u00e7a il\u00edquida proferida contra a Uni\u00e3o, Estados, Distrito Federal e Munic\u00edpios e as respectivas autarquias e funda\u00e7\u00f5es de direito p\u00fablico na REsp 1101727/PR, a previs\u00e3o do art. 475 do CPC torna-se regra, admitido o seu afastamento somente nos casos em que o valor da condena\u00e7\u00e3o seja certo e n\u00e3o exceda a sessenta sal\u00e1rios m\u00ednimos. 2. \u00c9 poss\u00edvel o aproveitamento do tempo de servi\u00e7o rural at\u00e9 31-10-1991 independentemente do recolhimento das contribui\u00e7\u00f5es previdenci\u00e1rias, exceto para efeito de car\u00eancia. 3. A partir de novembro de 1991, pretendendo o segurado especial computar tempo rural para obten\u00e7\u00e3o de aposentadoria por tempo de contribui\u00e7\u00e3o, dever\u00e1 comprovar o recolhimento das contribui\u00e7\u00f5es facultativas (S\u00famula 272 do STJ). 4. Considera-se provada a atividade rural do segurado especial havendo in\u00edcio de prova material complementado por id\u00f4nea prova testemunhal. 5. Comprovado o exerc\u00edcio de atividade especial, conforme os crit\u00e9rios estabelecidos na lei vigente \u00e0 \u00e9poca do exerc\u00edcio, o segurado tem direito adquirido ao c\u00f4mputo do tempo de servi\u00e7o como tal, e ao acr\u00e9scimo decorrente da sua convers\u00e3o em tempo comum, utilizado o fator de convers\u00e3o previsto na legisla\u00e7\u00e3o\n\n\faplicada na data da concess\u00e3o do benef\u00edcio. 6. At\u00e9 28.4.1995, \u00e9 admiss\u00edvel o reconhecimento da especialidade do trabalho por categoria profissional; a partir de 29.4.1995, necess\u00e1ria a demonstra\u00e7\u00e3o da efetiva exposi\u00e7\u00e3o, de forma n\u00e3o ocasional nem intermitente, a agentes prejudiciais \u00e0 sa\u00fade, por qualquer meio de prova; e, a contar de 6.5.1997 a comprova\u00e7\u00e3o deve ser feita por formul\u00e1rio-padr\u00e3o embasado em laudo t\u00e9cnico ou por per\u00edcia t\u00e9cnica. 7. No Quadro Anexo do Decreto n\u00ba 53.831, de 25-03-1964, o Anexo I do Decreto n\u00ba 83.080, de 24-01-1979, e o Anexo IV do Decreto n\u00ba 2.172, de 05-03-1997, constam como insalubres as atividades expostas a poeiras, gases, vapores, neblinas e fumos de derivados do carbono nas opera\u00e7\u00f5es executadas com derivados t\u00f3xicos do carbono, em que o segurado ficava sujeito habitual e permanentemente (C\u00f3digos 1.2.11, 1.2.10; 1.0.3, 1.017 e 1.0.19). 8. Apesar de n\u00e3o haver previs\u00e3o espec\u00edfica de especialidade pela exposi\u00e7\u00e3o habitual e permanente a hidrocarbonetos em decreto regulamentador, h\u00e1 o enquadramento de atividade especial, pois a sua manipula\u00e7\u00e3o j\u00e1 \u00e9 suficiente para o reconhecimento da atividade exposta ao referido agente nocivo (Precedentes desta Corte). 9. Persiste a condi\u00e7\u00e3o especial do labor, mesmo com a redu\u00e7\u00e3o do ru\u00eddo aos limites de toler\u00e2ncia pelo uso de EPI. 10. Configurado o direito do segurado \u00e0 revis\u00e3o da aposentadoria, mediante o acr\u00e9scimo do tempo de servi\u00e7o rural reconhecido judicialmente, devendo ser implantada a RMI mais favor\u00e1vel, desde a data do requerimento 11. Segundo estabelece o artigo 32 da Lei de Benef\u00edcios (Lei 8.213/91), o sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio do segurado que contribuir em raz\u00e3o de atividades concomitantes deve ser calculado com base na soma dos sal\u00e1rios-decontribui\u00e7\u00e3o das atividades exercidas, ou no per\u00edodo b\u00e1sico de c\u00e1lculo, quando satisfizer, em rela\u00e7\u00e3o a cada atividade, as condi\u00e7\u00f5es do benef\u00edcio requerido. 12. N\u00e3o satisfeitas as condi\u00e7\u00f5es em rela\u00e7\u00e3o a cada atividade, o sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio corresponder\u00e1 \u00e0 soma do sal\u00e1riode-benef\u00edcio da atividade principal, esta considerada aquela em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 qual preenchidos os requisitos ou, n\u00e3o tendo havido preenchimento dos requisitos em rela\u00e7\u00e3o a nenhuma delas, a mais ben\u00e9fica para o segurado, e de um percentual da m\u00e9dia do sal\u00e1rio-decontribui\u00e7\u00e3o da atividade secund\u00e1ria, conforme disp\u00f5e o inciso II do artigo 32 da Lei 8.213/91. 13. No entanto, a Lei 9.876/99 estabeleceu a extin\u00e7\u00e3o gradativa da escala de sal\u00e1rio-base (art. 4\u00ba), e modificou o artigo 29 da LB (art. 2\u00ba), determinando que o sal\u00e1rio-debenef\u00edcio seja calculado com base na m\u00e9dia aritm\u00e9tica simples dos maiores sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o correspondentes a oitenta por cento de todo o per\u00edodo contributivo, multiplicada pelo fator previdenci\u00e1rio\n\n\f(assegurada para quem j\u00e1 era filiado \u00e0 Previd\u00eancia Social antes da Lei 9.876/96 a considera\u00e7\u00e3o da m\u00e9dia aritm\u00e9tica de oitenta por cento do per\u00edodo contributivo decorrido desde a compet\u00eancia julho/94 - art. 3\u00ba). 14. J\u00e1 a Medida Provis\u00f3ria 83, de 12/12/2002 extinguiu, a partir de 1\u00ba de abril de 2003, a escala de sal\u00e1rio-base (artigos 9\u00ba e 14), determina\u00e7\u00e3o depois ratificada por ocasi\u00e3o da sua convers\u00e3o na Lei 10.666, de 08/05/2003 (artigos 9\u00ba e 15). 15. Assim, com a extin\u00e7\u00e3o da escala de sal\u00e1rio-base a partir de abril de 2003, deixou de haver restri\u00e7\u00f5es ao recolhimento por parte dos contribuintes individual e facultativo. Eles passaram a poder iniciar a contribuir para a previd\u00eancia com base em qualquer valor. Mais do que isso, foram autorizados a modificar os valores de seus sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o sem respeitar qualquer interst\u00edcio. Os \u00fanicos limites passaram a ser o m\u00ednimo (sal\u00e1rio m\u00ednimo) e o m\u00e1ximo (este reajustado regularmente). Nesse sentido estabeleceram a IN INSS/DC n\u00ba 89, de 11/06/2003 e a Instru\u00e7\u00e3o Normativa RFB n\u00ba 971, de 13/11/de 2009. 16. O que inspirou o artigo 32 da Lei 8.213/91, e bem assim as normas que disciplinavam a escala de sal\u00e1rio-base, foi o objetivo de evitar, por exemplo, que nos \u00faltimos anos de contribui\u00e7\u00e3o o segurado empregado passasse a contribuir em valores significativos como aut\u00f4nomo/contribuinte individual, ou mesmo que o aut\u00f4nomo/contribuinte individual majorasse significativamente suas contribui\u00e7\u00f5es. Com efeito, como o sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio era calculado com base na m\u00e9dia aritm\u00e9tica simples de todos os \u00faltimos sal\u00e1rios-decontribui\u00e7\u00e3o dos meses imediatamente anteriores ao do afastamento da atividade ou da data da entrada do requerimento, at\u00e9 o m\u00e1ximo de 36 (trinta e seis), apurados em per\u00edodo n\u00e3o superior a 48 (quarenta e oito) meses, o aumento de contribui\u00e7\u00f5es no final da vida laboral poderia acarretar um benef\u00edcio mais alto, a despeito de ter o segurado contribu\u00eddo na maior parte de seu hist\u00f3rico contributivo com valores modestos. 17. Extinta a escala de sal\u00e1rio-base, o segurado empregado que tem seu v\u00ednculo cessado pode passar a contribuir como contribuinte individual, ou mesmo como facultativo, pelo teto. Por outro lado, o contribuinte individual, ou mesmo o facultativo, pode majorar sua contribui\u00e7\u00e3o at\u00e9 o teto no momento que desejar. Invi\u00e1vel a ado\u00e7\u00e3o, diante da situa\u00e7\u00e3o posta, de interpreta\u00e7\u00e3o que acarrete tratamento detrimentoso para o segurado empregado que tamb\u00e9m \u00e9 contribuinte individual, ou mesmo que tem dois v\u00ednculos como empregado, sob pena de ofensa \u00e0 isonomia. 18. N\u00e3o h\u00e1 sentido em se considerar v\u00e1lido possa o contribuinte individual recolher pelo teto sem qualquer restri\u00e7\u00e3o e, por vias transversas, vedar isso ao segurado empregado que desempenha concomitantemente atividade como\n\n\fcontribuinte individual, ou mesmo que tem dois v\u00ednculos empregat\u00edcios. E \u00e9 isso, na pr\u00e1tica, que ocorreria se se reputasse vigente o disposto no artigo 32 da Lei 8.213/91. 19. A conclus\u00e3o, portanto, \u00e9 de que, na linha do que estatui a Lei de Introdu\u00e7\u00e3o \u00e0s Normas do Direito Brasileiro (antiga LICC), ocorreu, a partir de 1\u00ba de abril de 2003, a derroga\u00e7\u00e3o do artigo 32 das Lei 8.213/91, de modo que a todo segurado que tenha mais de um v\u00ednculo deve ser admitida, independentemente da \u00e9poca da compet\u00eancia, a soma dos sal\u00e1rios-decontribui\u00e7\u00e3o, respeitado o teto. 20. Havendo o feito tramitado perante a Justi\u00e7a Estadual do Rio Grande do Sul, o INSS est\u00e1 isento do pagamento de custas, consoante o disposto no art. 11 da Lei Estadual n. 8.121/85, na reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n. 13.471, de 23 de junho de 2010. (TRF4, AC 0021956-79.2012.404.9999, QUINTA TURMA, Relator ROGER RAUPP RIOS, D.E. 10/11/2016) (sem grifos no original)\nDiante desses fundamentos \u00e9 medida de direito o provimento na presente demanda, devendo ser determinado ao R\u00e9u o recalculo no benef\u00edcio da parte autora, constando deste novo c\u00e1lculo a soma dos sal\u00e1rios de contribui\u00e7\u00e3o, efetuada nos diversos v\u00ednculos.\nIII. DOS PEDIDOS\nFrente a exposi\u00e7\u00e3o f\u00e1tica e os fundamentos jur\u00eddicos, a parte autora requer:\na) a concess\u00e3o dos benef\u00edcios da gratuidade da justi\u00e7a, haja vista n\u00e3o possuir recursos para arcar com as despesas processuais, sem preju\u00edzo do sustento pr\u00f3prio ou de sua fam\u00edlia, conforme declara\u00e7\u00e3o firmada;\nb) a cita\u00e7\u00e3o do INSS, no endere\u00e7o declinado nesta inicial, para responder a presente a\u00e7\u00e3o, querendo, no prazo legal e sob as penas da lei;\nc) a condena\u00e7\u00e3o do INSS para revisar o benef\u00edcio de APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUI\u00c7\u00c3O (42), NB n\u00ba 1619720466, determinando que no c\u00e1lculo do sal\u00e1rio de benef\u00edcio (SB) e consequentemente da renda mensal inicial (RMI), constem do per\u00edodo b\u00e1sico de c\u00e1lculo (PBC), a soma dos sal\u00e1rios de contribui\u00e7\u00e3o, efetuadas de forma CONCOMITANTES, respeitados os limites m\u00e1ximo do sal\u00e1rio de contribui\u00e7\u00e3o, considerando a derroga\u00e7\u00e3o do Art. 32 da Lei n\u00ba 8.213/1991, subsidiariamente, que N\u00c3O sejam consideradas como ATIVIDADES CONCOMITANTES as contribui\u00e7\u00f5es empreendidas pela parte autora, haja vista ser a mesma atividade desenvolvida para empregadores distintos ou efetuadas como contribuinte individual/facultativo, determinando-se igualmente a soma nos sal\u00e1rios de contribui\u00e7\u00e3o;\nd) que manifeste-se expressamente em rela\u00e7\u00e3o aos prequestionamentos apontados;\n\n\fe) com a proced\u00eancia da demanda requer-se a condena\u00e7\u00e3o do R\u00e9u (INSS) ao PAGAMENTO DOS VALORES ATRASADOS observada a prescri\u00e7\u00e3o quinquenal;\nf) condena\u00e7\u00e3o do INSS ao pagamento das diferen\u00e7as que se formarem em decorr\u00eancia da revis\u00e3o ora requerida, bem como o pagamento das parcelas vencidas e vincendas, corrigidas desde a \u00e9poca da compet\u00eancia de cada parcela at\u00e9 efetiva liquida\u00e7\u00e3o, acrescidas de juros;\ng) seja determinada a incorpora\u00e7\u00e3o ao benef\u00edcio da parte autora a vantagem decorrente da revis\u00e3o postulada acima e seus reflexos nas rendas mensais seguintes, devendo o valor revisado ser mantido at\u00e9 a extin\u00e7\u00e3o do benef\u00edcio, logo, que este novo C\u00c1LCULO, seja incorporado ao patrim\u00f4nio previdenci\u00e1rio do autor;\nh) a condena\u00e7\u00e3o do R\u00e9u ao pagamento de honor\u00e1rios advocat\u00edcios fixados na forma da legisla\u00e7\u00e3o aplic\u00e1vel ao caso, al\u00e9m de outros encargos da sucumb\u00eancia, como custas etc;\ni) determinar nos termos do art. 5\u00ba da Resolu\u00e7\u00e3o 438/2005 do CJF, sejam destacados os valores a t\u00edtulo de honor\u00e1rios advocat\u00edcios estabelecido no contrato de presta\u00e7\u00e3o de servi\u00e7os, bem como de sucumb\u00eancia (caso existente), em favor do advogado contratado e/ou da sua pessoa jur\u00eddica;\nj) que os efeitos da condena\u00e7\u00e3o sejam estendidos a eventuais pens\u00f5es previdenci\u00e1rias que venham a ser originadas do benef\u00edcio da parte autora;\nk) que o INSS seja intimado a trazer aos autos c\u00f3pia do processo administrativo do benef\u00edcio da parte autora, na \u00edntegra, em atendimento ao art. 11 da Lei n. 10.259/01.\nl) requer provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidas, em especial a juntada de documentos.\nValor da causa: R$ 6.095,43 (seis mil, noventa e cinco reais e quarenta e tr\u00eas centavos).\nNestes Termos, Pede Deferimento.\nCRICIUMA - SC, 24 de fevereiro de 2017.\nLILIANE DA ROSA BITTENCOURT NESI OAB-SC n\u00ba 17.060 Advogada\n\n\f" } ], "similar_texts_federais_solon": [ { "header": "Texto Similar 1 (Solon) - IdDocumentoCompleto: 5013064-32.2018.4.04.7204-721544616471830810298527159123", "text": "EXCELENT\u00cdSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DO JUIZADO ESPECIAL FEDERAL DA SUBSE\u00c7\u00c3O DE CRICIUMA \u2013 SE\u00c7\u00c3O JUDICI\u00c1RIA DE SANTA CATARINA\nJACIRA DA GLORIA BES ALANO, brasileira, casada, professora, portadora da c\u00e9dula de identidade R.G. n\u00ba 1.088.346, inscrita no CPF/MF sob o n\u00ba 432.835.359-49, residente e domiciliada na Rua Bar\u00e3o Rio Branco, n\u00ba 375, Ap. 901, Bairro Centro, na cidade de Crici\u00fama, CEP 88801-450, neste ato, representado por sua procuradora constitu\u00edda (instrumento de mandato incluso), vem, respeitosamente, \u00e0 presen\u00e7a de Vossa Excel\u00eancia, com fundamento nos dispositivos legais atinentes, promover\nA\u00c7\u00c3O REVISIONAL DE BENEF\u00cdCIO PREVIDENCI\u00c1RIO Contra o INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL\n- INSS, atrav\u00e9s de sua gerencia executiva competente, pelos seguintes fatos e fundamentos a seguir aduzidos:\n1\n\n\f1. PRELIMINARMENTE 1.1 Justi\u00e7a Gratuita\nA Parte Autora \u00e9 benefici\u00e1ria do Instituto Nacional de Seguro Social - INSS, de modo que n\u00e3o tem condi\u00e7\u00f5es de arcar com as custas processuais sem preju\u00edzo do pr\u00f3prio sustento e de sua fam\u00edlia, raz\u00e3o pela qual requer sejam-lhe concedidos os benef\u00edcios da Justi\u00e7a Gratuita, previstos na Lei 1.060/50.\n1.2 Ren\u00fancia ao Valor que exceder o teto do Juizado\nOutrossim, tendo em vista a compet\u00eancia dos Juizados Especiais Federais no que tange ao valor da causa, conforme poderes expressos na procura\u00e7\u00e3o judicial, renuncia, portanto, aos valores que excederem a 60 (sessenta) sal\u00e1rios m\u00ednimos.\n1.3 Do desinteresse na concilia\u00e7\u00e3o\nCom base no artigo 334, \u00a75\u00b0, do C\u00f3digo de Processo Civil, a Parte Autora vem manifestar seu desinteresse na autocomposi\u00e7\u00e3o.\n2. DOS FATOS\nA Parte Autora \u00e9 benefici\u00e1ria de Aposent. Tempo de Servi\u00e7o de Professor sob n\u00ba 162.529.179-2, concedida em data de 01/03/2013, e teve sua renda calculada pela m\u00e9dia aritm\u00e9tica de 80% dos maiores sal\u00e1rios de contribui\u00e7\u00e3o desde Julho/1994 at\u00e9 a Data de Entrada do Requerimento.\nNo c\u00e1lculo para aferi\u00e7\u00e3o do valor do benef\u00edcio, ao efetuar o c\u00e1lculo de atividade concomitante, a Autarquia Previdenci\u00e1ria utilizou um percentual da m\u00e9dia do sal\u00e1rio-de-contribui\u00e7\u00e3o da atividade secund\u00e1ria equivalente \u00e0 rela\u00e7\u00e3o entre o n\u00famero de meses completo de contribui\u00e7\u00e3o.\n2\n\n\fAssim, a RMI na \u00e9poca da concess\u00e3o foi apurada no valor de R$ 2.014,08 (Dois mil, quatorze reais e oito centavos), quando deveria ser R$ 2.132,98 (Dois mil cento e trinta e dois reais e noventa e oito centavos).\nRequer a Parte Autora que seja revisada a forma em que o benef\u00edcio foi calculado, havendo a soma dos sal\u00e1rios de contribui\u00e7\u00e3o em ambas as atividades para aferi\u00e7\u00e3o do sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio, visto que a reda\u00e7\u00e3o do artigo 32 da Lei 8213/91 foi derrogada da LBPS.\n3. DO DIREITO\nO sal\u00e1rio-de-contribui\u00e7\u00e3o trata-se da base de c\u00e1lculo para a incid\u00eancia da al\u00edquota contributiva do segurado, no conceito conferido por Fabio Zambite Ibrahim \u00e9 a express\u00e3o que quantifica a base de c\u00e1lculo da contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria dos segurados da Previd\u00eancia Social, de outro giro, se configura tamb\u00e9m na refer\u00eancia para o c\u00e1lculo do sal\u00e1rio de benef\u00edcio do segurado, que por sua vez \u00e9 a quantifica\u00e7\u00e3o do beneficio que ser\u00e1 concedido.\nO conceito de sal\u00e1rio-de-contribui\u00e7\u00e3o \u00e9 trazido no texto legal no artigo 28 da Lei 8.213/91 que determina que para o empregado e trabalhador avulso:\n\u201ca remunera\u00e7\u00e3o auferida em uma ou mais empresas, assim entendida a totalidade dos rendimentos pagos, devidos ou creditados a qualquer t\u00edtulo, durante o m\u00eas, destinados a retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de utilidades e os adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer pelos servi\u00e7os efetivamente prestados, quer pelo tempo \u00e0 disposi\u00e7\u00e3o do empregador ou tomador de servi\u00e7os nos termos da lei ou do contrato ou, ainda, de conven\u00e7\u00e3o ou acordo coletivo de trabalho ou senten\u00e7a normativa\u201d\nO caso consigna que o sal\u00e1rio de contribui\u00e7\u00e3o \u00e9 a remunera\u00e7\u00e3o auferida em uma ou mais empresas ou pelo exerc\u00edcio de sua atividade por conta pr\u00f3pria.\nOcorre que, quando o segurado exerce atividade em uma ou mais empresas, configurando-se a atividade concomitante a legisla\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1rias usa duas regras distintas, dois pesos e duas medidas.\n3\n\n\fPara a lei de custeio, conforme estabelecido no artigo retro mencionado, o sal\u00e1rio-de-contribui\u00e7\u00e3o para fins de aplica\u00e7\u00e3o de al\u00edquota contributiva \u00e9 obtido atrav\u00e9s da soma da remunera\u00e7\u00e3o do m\u00eas nas atividades exercidas pelo segurado.\n\nPara ilustrar o comando legal, por exemplo, se um segurado que tem uma atividade onde recebe atualmente R$ 1.000,00 (Um mil reais) onde incidiria uma al\u00edquota de 8% e outra concomitante onde recebe R$ 1.200,00 (Um mil e duzentos reais) onde incidiria uma al\u00edquota de 9%. Diante da soma das duas que totaliza R$ 2.200,00 ele ser\u00e1 enquadrado numa al\u00edquota de 11% em ambas as atividades.\n\nIsso importa dizer que, havendo atividade concomitante, para fins de custeio, o segurado contribui com uma al\u00edquota calculada sobre a soma do sal\u00e1rio-de-contribui\u00e7\u00e3o.\n\nNo entanto, para a lei de benef\u00edcios em detrimento das contribui\u00e7\u00f5es efetivamente vertidas sobre a totalidade da remunera\u00e7\u00e3o desempenhada pelo segurado, em verdadeira tabula rasa ao direito do segurado ter um benef\u00edcio correlato ao que foi por ele recolhido, caso n\u00e3o venha completar os requisitos necess\u00e1rios em cada umas das atividades, o sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio ser\u00e1 calculado com \u00eanfase somente na atividade principal.\n\nTodo o per\u00edodo que o segurado exerceu uma atividade concomitante acreditando que iria melhorar sua aposentadoria ser\u00e1 computado de forma \u00ednfima, tornando em v\u00e3o a contribui\u00e7\u00e3o do segurado e contrariando o princ\u00edpio do valor social do trabalho.\n\nNo c\u00e1lculo do benef\u00edcio deve haver a recompensa pelo trabalho redobrado, com a somat\u00f3ria dos sal\u00e1rios de contribui\u00e7\u00e3o.\n\nreferido dispositivo:\n\nPara melhor entendimento vejamos a antiga reda\u00e7\u00e3o do\n\nArt. 32. O sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio do segurado que contribuir em raz\u00e3o de atividades concomitantes ser\u00e1 calculado com base na soma dos sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o das atividades exercidas na data do requerimento ou do \u00f3bito, ou no per\u00edodo b\u00e1sico de c\u00e1lculo, observado o disposto no art. 29 e as normas seguintes:\nI - quando o segurado satisfizer, em rela\u00e7\u00e3o a cada atividade, as condi\u00e7\u00f5es do benef\u00edcio requerido, o sal\u00e1rio-de-beneficio ser\u00e1 calculado com base na soma dos respectivos sal\u00e1rios-decontribui\u00e7\u00e3o;\n\n4\n\n\fII - quando n\u00e3o se verificar a hip\u00f3tese do inciso anterior, o sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio corresponde \u00e0 soma das seguintes parcelas:\na) o sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio calculado com base nos sal\u00e1rios-decontribui\u00e7\u00e3o das atividades em rela\u00e7\u00e3o \u00e0s quais s\u00e3o atendidas as condi\u00e7\u00f5es do benef\u00edcio requerido;\nb) um percentual da m\u00e9dia do sal\u00e1rio-de-contribui\u00e7\u00e3o de cada uma das demais atividades, equivalente \u00e0 rela\u00e7\u00e3o entre o n\u00famero de meses completo de contribui\u00e7\u00e3o e os do per\u00edodo de car\u00eancia do benef\u00edcio requerido;\nIII - quando se tratar de benef\u00edcio por tempo de servi\u00e7o, o percentual da al\u00ednea \"b\" do inciso II ser\u00e1 o resultante da rela\u00e7\u00e3o entre os anos completos de atividade e o n\u00famero de anos de servi\u00e7o considerado para a concess\u00e3o do benef\u00edcio.\nSobre o injusto regramento da atividade concomitante assinala Hermes Arraes Alencar1:\n\nAt\u00e9 o surgimento da Lei n\u00ba 9.876/99, o esp\u00edrito da norma era o de coibir majora\u00e7\u00f5es abruptas no SC no per\u00edodo pr\u00f3ximo a aposenta\u00e7\u00e3o, porque os 36 sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o eram relevantes \u00e1 fixa\u00e7\u00e3o do valor de benef\u00edcio. Depois do ano de 1999, revela-se anacr\u00f4nica a norma em comento, porque todos os meses desde a compet\u00eancia de julho de 1994 s\u00e3o utilizados no c\u00e1lculo do benef\u00edcio previdenci\u00e1rio, n\u00e3o revelando raz\u00e3o a manten\u00e7a desse regramento redutor de benef\u00edcio.\nAnte o exposto, verifica-se que o comando legal \u00e9 manifestamente injusto, vez que aplica uma regra para o custeio e outra para a concess\u00e3o do benef\u00edcio, ou seja, o segurado contribui sobre a soma, e tem concedido apenas uma porcentagem.\nVejamos entendimentos jurisprudenciais deste E. Tribunal Regional Federal da 4\u00aa Regi\u00e3o:\n\nPREVIDENCI\u00c1RIO.\n\nREVIS\u00c3O.\n\nATIVIDADES\n\nCONCOMITANTES. ART. 32 DA LEI 8213/91. inaplicabilidade.\n\n1. Segundo estabelece o artigo 32 da Lei de Benef\u00edcios (Lei\n\n8.213/91), o sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio do segurado que contribuir em\n\nraz\u00e3o de atividades concomitantes deve ser calculado com\n\nbase na soma dos sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o das atividades\n\nexercidas, ou no per\u00edodo b\u00e1sico de c\u00e1lculo, quando satisfizer,\n\nem rela\u00e7\u00e3o a cada atividade, as condi\u00e7\u00f5es do benef\u00edcio\n\nrequerido.\n\nALENCAR, Hermes Arrais. C\u00e1lculo de Benef\u00edcios Previdenci\u00e1rios. 2\u00aa Ed. S\u00e3o Paulo: Atlas, 2010. p. 38.\n\n5\n\n\f2. N\u00e3o satisfeitas as condi\u00e7\u00f5es em rela\u00e7\u00e3o a cada atividade, o sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio corresponder\u00e1 \u00e0 soma do sal\u00e1rio-debenef\u00edcio da atividade principal, esta considerada aquela em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 qual preenchidos os requisitos ou, n\u00e3o tendo havido preenchimento dos requisitos em rela\u00e7\u00e3o a nenhuma delas, a mais ben\u00e9fica para o segurado, e de um percentual da m\u00e9dia do sal\u00e1rio-de-contribui\u00e7\u00e3o da atividade secund\u00e1ria, conforme disp\u00f5e o inciso II do artigo 32 da Lei 8.213/91.\n3. No entanto, a Lei 9.876/99 estabeleceu a extin\u00e7\u00e3o gradativa da escala de sal\u00e1rio-base (art. 4\u00ba), e modificou o artigo 29 da LB (art. 2\u00ba), determinando que o sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio seja calculado com base na m\u00e9dia aritm\u00e9tica simples dos maiores sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o correspondentes a oitenta por cento de todo o per\u00edodo contributivo, multiplicada pelo fator previdenci\u00e1rio (assegurada para quem j\u00e1 era filiado \u00e0 Previd\u00eancia Social antes da Lei 9.876/96 a considera\u00e7\u00e3o da m\u00e9dia aritm\u00e9tica de oitenta por cento do per\u00edodo contributivo decorrido desde a compet\u00eancia julho/94 - art. 3\u00ba).\n4. J\u00e1 a Medida Provis\u00f3ria 83, de 12/12/2002 extinguiu, a partir de 1\u00ba de abril de 2003, a escala de sal\u00e1rio-base (artigos 9\u00ba e 14), determina\u00e7\u00e3o depois ratificada por ocasi\u00e3o da sua convers\u00e3o na Lei 10.666, de 08/05/2003 (artigos 9\u00ba e 15).\n5. Assim, com a extin\u00e7\u00e3o da escala de sal\u00e1rio-base a partir de abril de 2003, deixou de haver restri\u00e7\u00f5es ao recolhimento por parte dos contribuintes individual e facultativo. Eles passaram a poder iniciar a contribuir para a previd\u00eancia com base em qualquer valor. Mais do que isso, foram autorizados a modificar os valores de seus sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o sem respeitar qualquer interst\u00edcio. Os \u00fanicos limites passaram a ser o m\u00ednimo (sal\u00e1rio m\u00ednimo) e o m\u00e1ximo (este reajustado regularmente). Nesse sentido estabeleceram a IN INSS/DC n\u00ba 89, de 11/06/2003 e a Instru\u00e7\u00e3o Normativa RFB n\u00ba 971, de 13/11/de 2009.\n6. O que inspirou o artigo 32 da Lei 8.213/91, e bem assim as normas que disciplinavam a escala de sal\u00e1rio-base, foi o objetivo de evitar, por exemplo, que nos \u00faltimos anos de contribui\u00e7\u00e3o o segurado empregado passasse a contribuir em valores significativos como aut\u00f4nomo/contribuinte individual, ou mesmo que o aut\u00f4nomo/contribuinte individual majorasse significativamente suas contribui\u00e7\u00f5es. Com efeito, como o sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio era calculado com base na m\u00e9dia aritm\u00e9tica simples de todos os \u00faltimos sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o dos meses imediatamente anteriores ao do afastamento da atividade ou da data da entrada do requerimento, at\u00e9 o m\u00e1ximo de 36 (trinta e seis), apurados em per\u00edodo n\u00e3o superior a 48 (quarenta e oito) meses, o aumento de contribui\u00e7\u00f5es no final da vida laboral poderia acarretar um benef\u00edcio mais alto, a despeito de ter o segurado contribu\u00eddo na maior parte de seu hist\u00f3rico contributivo com valores modestos.\n7. Extinta a escala de sal\u00e1rio-base, o segurado empregado que tem seu v\u00ednculo cessado pode passar a contribuir como contribuinte individual, ou mesmo como facultativo, pelo teto. Por outro lado, o contribuinte individual, ou mesmo o facultativo, pode majorar sua contribui\u00e7\u00e3o at\u00e9 o teto no momento que desejar. Invi\u00e1vel a ado\u00e7\u00e3o, diante da situa\u00e7\u00e3o posta, de interpreta\u00e7\u00e3o que acarrete tratamento detrimentoso para o segurado empregado que tamb\u00e9m \u00e9 contribuinte\n6\n\n\findividual, ou mesmo que tem dois v\u00ednculos como empregado, sob pena de ofensa \u00e0 isonomia.\n8. N\u00e3o h\u00e1 sentido em se considerar v\u00e1lido possa o contribuinte individual recolher pelo teto sem qualquer restri\u00e7\u00e3o e, por vias transversas, vedar isso ao segurado empregado que desempenha concomitantemente atividade como contribuinte individual, ou mesmo que tem dois v\u00ednculos empregat\u00edcios. E \u00e9 isso, na pr\u00e1tica, que ocorreria se se reputasse vigente o disposto no artigo 32 da Lei 8.213/91.\n9. A conclus\u00e3o, portanto, \u00e9 de que, na linha do que estatui a Lei de Introdu\u00e7\u00e3o \u00e0s Normas do Direito Brasileiro (antiga LICC), ocorreu, a partir de 1\u00ba de abril de 2003, a derroga\u00e7\u00e3o do artigo 32 das Lei 8.213/91, de modo que a todo segurado que tenha mais de um v\u00ednculo deve ser admitida, independentemente da \u00e9poca da compet\u00eancia, a soma dos sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o, respeitado o teto.\n10. \u00c9 que concedido o benef\u00edcio segundo as novas regras da Lei n\u00ba 10.666/2003 n\u00e3o mais cabe aplicar restri\u00e7\u00e3o de legisla\u00e7\u00e3o anterior, mesmo para per\u00edodos anteriores, quanto \u00e0 forma de c\u00e1lculo da renda mensal inicial dos benef\u00edcios.\n(TRF-4 - AC: 50070110620164047107 RS 500701106.2016.404.7107, Relator: JO\u00c3O BATISTA PINTO SILVEIRA, Data de Julgamento: 02/08/2017, SEXTA TURMA)(grifos nossos)\n\nPREVIDENCI\u00c1RIO.\n\nREVISIONAL.\n\nATIVIDADES\n\nCONCOMITANTES. FATOR PREVIDENCI\u00c1RIO. LEI 9876/99.\n\nEXPECTATIVA DE VIDA M\u00c9DIA. CONSECT\u00c1RIOS. LEI\n\n11.960/2009. REVIS\u00c3O IMEDIATA. TUTELA ESPEC\u00cdFICA.\n\n1. A express\u00e3o atividades concomitantes, inclusa no art. 32 da Lei 8213/91, faz refer\u00eancia a atividades distintas e n\u00e3o \u00e0 mera duplicidade de v\u00ednculos com desempenho da mesma profiss\u00e3o. 2. Extinta a escala de sal\u00e1rio-base, o segurado empregado que tem seu v\u00ednculo cessado pode passar a contribuir como contribuinte individual, ou mesmo como facultativo, pelo teto. Por outro lado, o contribuinte individual, ou mesmo o facultativo, pode majorar sua contribui\u00e7\u00e3o at\u00e9 o teto no momento que desejar. Invi\u00e1vel a ado\u00e7\u00e3o, diante da situa\u00e7\u00e3o posta, de interpreta\u00e7\u00e3o que acarrete tratamento detrimentoso para o segurado empregado que tamb\u00e9m \u00e9 contribuinte individual, ou mesmo que tem dois v\u00ednculos como empregado, sob pena de ofensa \u00e0 isonomia.\n\n3. N\u00e3o h\u00e1 sentido em se considerar v\u00e1lido possa o contribuinte individual recolher pelo teto sem qualquer restri\u00e7\u00e3o e, por vias transversas, vedar isso ao segurado empregado que desempenha concomitantemente atividade como contribuinte individual, ou mesmo que tem dois v\u00ednculos empregat\u00edcios. E \u00e9 isso, na pr\u00e1tica, que ocorreria se se reputasse vigente o disposto no artigo 32 da Lei 8.213/91.\n\n4. A conclus\u00e3o, portanto, \u00e9 de que, na linha do que estatui a Lei de Introdu\u00e7\u00e3o \u00e0s Normas do Direito Brasileiro (antiga LICC), ocorreu, a partir de 1\u00ba de abril de 2003, a derroga\u00e7\u00e3o do artigo 32 das Lei 8.213/91, de modo que a todo segurado que tenha mais de um v\u00ednculo deve ser admitida, a partir da compet\u00eancia abril/2003, a soma dos sal\u00e1rios-decontribui\u00e7\u00e3o, respeitado o teto.\n\n7\n\n\f5. Com o surgimento da Lei 9876/99 foi estabelecido o Fator Previdenci\u00e1rio, que tem como m\u00f3vel a estimula\u00e7\u00e3o da perman\u00eancia dos segurados na atividade formal, retardando sua aposentadoria para que n\u00e3o tenham decr\u00e9scimo em seu benef\u00edcio.\n6. Pela f\u00f3rmula se verifica que eventuais mudan\u00e7as no perfil demogr\u00e1fico da popula\u00e7\u00e3o s\u00e3o consideradas em sua composi\u00e7\u00e3o. Assim, quanto maior a expectativa de vida, menor ser\u00e1 o fator previdenci\u00e1rio e, consequentemente, menor a RMI. 7. N\u00e3o havendo qualquer inconstitucionalidade na regra que determina o c\u00e1lculo do sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio mediante a incid\u00eancia do fator previdenci\u00e1rio, \u00e9 de se considerar que se trata de crit\u00e9rio objetivo, n\u00e3o cabendo a modifica\u00e7\u00e3o dos crit\u00e9rios de apura\u00e7\u00e3o do \u00edndice, mediante a altera\u00e7\u00e3o da expectativa de vida ou o acr\u00e9scimo de anos na vari\u00e1vel idade para as mulheres. A previs\u00e3o legal, como foi estabelecida, cumpre o princ\u00edpio constitucional de preserva\u00e7\u00e3o do equil\u00edbrio atuarial da previd\u00eancia social.\n8. A defini\u00e7\u00e3o dos \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e juros de mora deve ser diferida para a fase de cumprimento do julgado. 9. A determina\u00e7\u00e3o de revis\u00e3o imediata do benef\u00edcio, com fundamento nos artigos supracitados, n\u00e3o configura viola\u00e7\u00e3o dos artigos 128 e 475-O, I, do CPC/1973 e 37 da CF/1988.\n(TRF-4 - AC: 50159832020154047100 RS 501598320.2015.404.7100, Relator: FRANCISCO DONIZETE GOMES, Data de Julgamento: 06/06/2017, QUINTA TURMA)(grifos nossos)\nPREVIDENCI\u00c1RIO. REVIS\u00c3O DE BENEF\u00cdCIO. ATIVIDADES CONCOMITANTES. - ATIVIDADE PRINCIPAL - CRIT\u00c9RIO DE ENQUADRAMENTO. LEI 8.213/91. ART. 32. FORMA DE C\u00c1LCULO. SISTEM\u00c1TICA DE INCID\u00caNCIA DO FATOR PREVIDENCI\u00c1RIO. (...). 5. O fator previdenci\u00e1rio, em se tratando de atividades concomitantes, deve incidir uma \u00fanica vez, apenas ap\u00f3s a soma das parcelas referentes \u00e0 atividade principal e secund\u00e1ria, tendo por base o total de tempo de servi\u00e7o do segurado. Isso porque n\u00e3o h\u00e1 raz\u00e3o para sua incid\u00eancia de forma independente quanto a cada atividade - principal ou secund\u00e1ria - pois o fator \u00e9 um redutor que tem base, dentre outras vari\u00e1veis, na idade do segurado no momento do preenchimento dos requisitos para a concess\u00e3o do benef\u00edcio, visando desestimular a aposenta\u00e7\u00e3o precoce, e, em \u00faltima inst\u00e2ncia, estabelecer o equil\u00edbrio atuarial do sistema. 6. O artigo 32 da Lei 8.213/91, no inciso II, al\u00ednea b, determina, quanto \u00e0s atividades secund\u00e1rias, apenas a apura\u00e7\u00e3o da 'propor\u00e7\u00e3o da m\u00e9dia dos sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o', n\u00e3o determinando, tecnicamente, a obten\u00e7\u00e3o de 'sal\u00e1rio-debenef\u00edcio secund\u00e1rio'. Em rela\u00e7\u00e3o \u00e0s atividades secund\u00e1rias, terci\u00e1rias, etc, j\u00e1 h\u00e1 um redutor referente \u00e0 propor\u00e7\u00e3o do n\u00famero de anos de contribui\u00e7\u00e3o/servi\u00e7o. Determinar a incid\u00eancia tamb\u00e9m do fator previdenci\u00e1rio considerando o tempo de servi\u00e7o apenas dessa atividade (que geralmente \u00e9 de poucos anos) importa na redu\u00e7\u00e3o do chamado 'sal\u00e1rio-debenef\u00edcio secund\u00e1rio' a valores \u00ednfimos, tornando de certa forma in\u00f3cua a forma de c\u00e1lculo prevista no artigo 32, II e III. (TRF4, APELREEX 0000341-70.2007.404.7004, Quinta Turma, Relatora Loraci Flores de Lima, D.E. 12/05/2011)\n8\n\n\fde Uniformiza\u00e7\u00e3o:\n\nVejamos entendimento j\u00e1 pacificado pela Turma Nacional\nPREVIDENCI\u00c1RIO. REVIS\u00c3O DE BENEF\u00cdCIO. ATIVIDADES CONCOMITANTES. - ATIVIDADE PRINCIPAL - CRIT\u00c9RIO DE ENQUADRAMENTO. LEI 8.213/91. ART. 32. FORMA DE C\u00c1LCULO. SISTEM\u00c1TICA DE INCID\u00caNCIA DO FATOR PREVIDENCI\u00c1RIO.(...)\nII - Da forma de c\u00e1lculo da RMI - atividades concomitantes.\nNo caso dos autos, o autor prestou atividade no per\u00edodo de 01.01.2005 a 01.10.2008 para C\u00e2mara de Vereadores de Canoas e como contribuinte individual.\nSegundo informa\u00e7\u00e3o prestada pelo Setor de Contadoria da Vara de origem, 'O INSS ao calcular a RMI do benef\u00edcio do Autor o fez com o crit\u00e9rio do art. 32 da Lei 8.213/91 (atividades concomitantes). Ao fazer isso, em separado, considerou a atividade de contribuinte individual como a principal e a exercida na C\u00e2mara de Vereadores de Canoas como secund\u00e1ria (2\u00aa atividade).' J\u00e1, ao apurar a segunda parcela, fez incidir um novo fator previdenci\u00e1rio unicamente sobre o teto da atividade secund\u00e1ria.\nO juiz prolator, por sua vez, entendeu que n\u00e3o se aplica a regra do art. 32, segundo a atual legisla\u00e7\u00e3o, quando houver incid\u00eancia de fator previdenci\u00e1rio, tendo em conta que \u00e9 todo o per\u00edodo contributivo. Desse modo, determinou que havendo incid\u00eancia de fator as contribui\u00e7\u00f5es devessem ser somadas.\nO artigo 32 da Lei n\u00ba. 8.213/91 assim determina quando se considera o exerc\u00edcio de atividades concomitantes pelo segurado:\nArt. 32. O sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio do segurado que contribuir em raz\u00e3o de atividades concomitantes ser\u00e1 calculado com base na soma dos sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o das atividades exercidas na data do requerimento ou do \u00f3bito, ou no per\u00edodo b\u00e1sico de c\u00e1lculo, observado o disposto no art. 29 e as normas seguintes:\nI - quando o segurado satisfizer, em rela\u00e7\u00e3o a cada atividade, as condi\u00e7\u00f5es do benef\u00edcio requerido, o sal\u00e1rio-de-beneficio ser\u00e1 calculado com base na soma dos respectivos sal\u00e1rios-decontribui\u00e7\u00e3o;\nII - quando n\u00e3o se verificar a hip\u00f3tese do inciso anterior, o sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio corresponde \u00e0 soma das seguintes parcelas:\na) o sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio calculado com base nos sal\u00e1rios-decontribui\u00e7\u00e3o das atividades em rela\u00e7\u00e3o \u00e0s quais s\u00e3o atendidas as condi\u00e7\u00f5es do benef\u00edcio requerido;\nb) um percentual da m\u00e9dia do sal\u00e1rio-de-contribui\u00e7\u00e3o de cada uma das demais atividades, equivalente \u00e0 rela\u00e7\u00e3o entre o n\u00famero de meses completo de contribui\u00e7\u00e3o e os do per\u00edodo de car\u00eancia do benef\u00edcio requerido;\nIII - quando se tratar de benef\u00edcio por tempo de servi\u00e7o, o percentual da al\u00ednea 'b' do inciso II ser\u00e1 o resultante da rela\u00e7\u00e3o\n\n9\n\n\fentre os anos completos de atividade e o n\u00famero de anos de servi\u00e7o considerado para a concess\u00e3o do benef\u00edcio.\n\u00a7 1\u00ba O disposto neste artigo n\u00e3o se aplica ao segurado que, em obedi\u00eancia ao limite m\u00e1ximo do sal\u00e1rio-de-contribui\u00e7\u00e3o, contribuiu apenas por uma das atividades concomitantes. (\n\u00a7 2\u00ba N\u00e3o se aplica o disposto neste artigo ao segurado que tenha sofrido redu\u00e7\u00e3o do sal\u00e1rio-de-contribui\u00e7\u00e3o das atividades concomitantes em respeito ao limite m\u00e1ximo desse sal\u00e1rio.\nA finalidade da norma \u00e9 impedir que o segurado que sempre contribuiu para o sistema sobre um valor m\u00ednimo, \u00e0s v\u00e9speras da jubila\u00e7\u00e3o verta contribui\u00e7\u00f5es com valores bem superiores. No mesmo sentido, os empecilhos criados pelo artigo 29, \u00a7 4\u00ba, da Lei 8.213/91, e pelo artigo 29, da Lei 8.212/91, hoje revogado.\nReferidos dispositivos tinham raz\u00e3o de ser na medida em que o sal\u00e1rio de benef\u00edcio, conforme reda\u00e7\u00e3o origin\u00e1ria do artigo 29, da Lei 8.213/91, era calculado apenas com base na m\u00e9dia aritm\u00e9tica dos \u00faltimos 36 sal\u00e1rios de contribui\u00e7\u00e3o. Na medida em que a Lei 9.876/99 ampliou consideravelmente o per\u00edodo b\u00e1sico de c\u00e1lculo, fazendo constar que o sal\u00e1rio de benef\u00edcio levaria em considera\u00e7\u00e3o 80% do per\u00edodo contributivo do segurado, e acabou com a escala de sal\u00e1rio-base como forma de contribui\u00e7\u00e3o a ser observada pelo segurado facultativo e pelo contribuinte individual, n\u00e3o h\u00e1 mais motivos para se manter o dispositivo legal.\nDe qualquer forma, ainda que sejam respeitados os ditames do art. 32, n\u00e3o \u00e9 poss\u00edvel dar prote\u00e7\u00e3o em menor escala ao segurado obrigat\u00f3rio, que desempenhou atividade como trabalhador empregado, em detrimento de segurado facultativo - o qual pode inclusive optar mensalmente por qualquer valor para recolhimento de contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria. A Carta de 1988 criou toda uma escala de valores onde o empregado e o trabalhador avulso, conforme se observa da leitura dos artigos 7\u00ba e 201 da Constitui\u00e7\u00e3o Federal, recebem uma prote\u00e7\u00e3o mais intensa do legislador do que os demais segurados, sendo desproporcional a interpreta\u00e7\u00e3o que privilegia estes em detrimento daqueles.\nNesse passo, cumpre, inicialmente, verificar se o segurado, ao contribuir em virtude de atividades concomitantes, atingiu o teto contributivo ou sofreu redu\u00e7\u00e3o do sal\u00e1rio de contribui\u00e7\u00e3o das atividades concomitantes em respeito ao limite m\u00e1ximo desse sal\u00e1rio. Neste sentido, preconizam os \u00a7\u00a7 1\u00ba e 2\u00ba do artigo 32 da Lei 8.213/91 o afastamento da regra em quest\u00e3o:\nArt. 32. (...)\n\u00a7 1\u00ba O disposto neste artigo n\u00e3o se aplica ao segurado que, em obedi\u00eancia ao limite m\u00e1ximo do sal\u00e1rio-de-contribui\u00e7\u00e3o, contribuiu apenas por uma das atividades concomitantes.\n\u00a7 2\u00ba N\u00e3o se aplica o disposto neste artigo ao segurado que tenha sofrido redu\u00e7\u00e3o do sal\u00e1rio-de-contribui\u00e7\u00e3o das atividades concomitantes em respeito ao limite m\u00e1ximo desse sal\u00e1rio.\nAssim, quando tiver ocorrido redu\u00e7\u00e3o do sal\u00e1rio-de-contribui\u00e7\u00e3o da atividade secund\u00e1ria em obedi\u00eancia ao limite m\u00e1ximo do sal\u00e1rio-de-contribui\u00e7\u00e3o, ou, quando, em virtude deste limite, o segurado tiver contribu\u00eddo apenas por uma das atividades\n10\n\n\fconcomitantes, nos termos dos \u00a7\u00a7 1\u00ba e 2\u00ba do artigo 32 da Lei 8.213/91, n\u00e3o incide a regra da proporcionalidade da atividade secund\u00e1ria. Nessas compet\u00eancias o dispositivo determina que sejam simplesmente somados os dois sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o na atividade considerada principal.\nNeste aspecto, verifica-se pela carta de concess\u00e3o do benef\u00edcio (evento 17 - procadm1 - fl.s 06/07) que n\u00e3o houve redu\u00e7\u00e3o do sal\u00e1rio de contribui\u00e7\u00e3o em raz\u00e3o da limita\u00e7\u00e3o ao teto.\nEm seguimento, para o c\u00e1lculo da RMI do benef\u00edcio, deve-se observar o entendimento pretoriano que determina 'tratando-se de atividades concomitantes, dever\u00e1 ser considerada como atividade preponderante, para fins de c\u00e1lculo da RMI, a que for mais vantajosa economicamente ao segurado' (AC 2005.71.00.037222-7, Turma Suplementar do TRF4.\u00aaR., Rel. Juiz EDUARDO TONETTO PICARELLI, D.E. 08/03/2010 APELREEX 2001.71.00.005803-5, Quinta Turma do TRF4.\u00aaR., Rel. Des. FERNANDO QUADROS DA SILVA, D.E. 13/10/2009).\nAssim, na hip\u00f3tese presente, tendo o segurado contribu\u00eddo sobre valores abaixo do limite m\u00e1ximo do sal\u00e1rio de contribui\u00e7\u00e3o, na aplica\u00e7\u00e3o do artigo 32, incisos II e III, da Lei 8.213/91, dever\u00e1 ser considerado como atividade principal aquela que lhe repercutiu em cada compet\u00eancia maior proveito econ\u00f4mico, consoante entendimento majorit\u00e1rio da jurisprud\u00eancia nacional.\nQuanto \u00e0 aplica\u00e7\u00e3o do fator previdenci\u00e1rio equivocado incidi-lo em cada uma das m\u00e9dias, devendo unicamente recair sobre a soma da m\u00e9dia dos sal\u00e1rios de contribui\u00e7\u00e3o da atividade principal com a secund\u00e1ria. Com efeito, o fator previdenci\u00e1rio, na hip\u00f3tese, ser\u00e1 \u00fanico para as atividades e calculado observando todo o tempo de contribui\u00e7\u00e3o do segurado e n\u00e3o apenas na atividade principal ou secund\u00e1ria.\n(...)\nNesse passo, no tocante a este ponto, a senten\u00e7a deve ser reformada.\nImpende registrar que 'o magistrado, ao analisar o tema controvertido, n\u00e3o est\u00e1 obrigado a refutar todos os aspectos levantados pelas partes, mas, t\u00e3o somente, aqueles que efetivamente sejam relevantes para o deslinde do tema' (REsp 717.265, Quarta Turma do STJ, Rel. Min. JORGE SCARTEZZINI, D.J.U. 12/03/07, p. 239).\nSeguem rejeitadas, pois, as alega\u00e7\u00f5es n\u00e3o expressamente apreciadas nestes autos, porquanto desnecess\u00e1ria a an\u00e1lise das mesmas para a conclus\u00e3o acerca do provimento jurisdicional cab\u00edvel.\nOutrossim, consideram-se prequestionadas as mat\u00e9rias ventiladas nestes autos, em cumprimento ao disposto no art. 102, inciso III, \u00a7 3.\u00ba, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal.\nSem condena\u00e7\u00e3o em honor\u00e1rios, em face de n\u00e3o haver recurso do requerente. Custas ex lege. (5007723-54.2011.404.7112, TERCEIRA TURMA RECURSAL DO RS, Relator GERSON GODINHO DA COSTA, julgado em 24/08/2012)\n11\n\n\fCabe ao judici\u00e1rio coibir a aplica\u00e7\u00e3o de uma lei que contraria o direito. Nesses casos deve-se admitir a decis\u00e3o contra legem, para que o juiz possa desempenhar o seu papel de delibera\u00e7\u00e3o em conformidade com os princ\u00edpios do direito e da justi\u00e7a, posto que, essa \u00e9 a sua verdadeira obriga\u00e7\u00e3o.\nO juiz \u00e9 o grande cr\u00edtico da lei; seu compromisso \u00e9 com o Direito, n\u00e3o pode ater-se ao positivismo ortodoxo, se ela \u00e9 inadequada para conferir o equil\u00edbrio do conte\u00fado da rela\u00e7\u00e3o jur\u00eddica. Quando isso acontece, afeta a efic\u00e1cia.\nHavendo discord\u00e2ncia entre o Direito e a lei, esta precisa ceder espa\u00e7o \u00e0quele, o juiz tem dever de of\u00edcio de recusar a aplica\u00e7\u00e3o de lei injusta, \u201cO juiz precisa tomar consci\u00eancia de seu papel pol\u00edtico; integrante de Poder. Imp\u00f5e-selhe vis\u00e3o cr\u00edtica. A lei \u00e9 meio. O fim \u00e9 o Direito. Reclama-se do magistrado, quando o necess\u00e1rio \u00e9 ajustar a lei ao Direito2\u201d\nConforme exposto, a Parte Autora tem direito \u00e0 soma, para fins de c\u00e1lculo do sal\u00e1rio de benef\u00edcio, dos sal\u00e1rios de contribui\u00e7\u00e3o no per\u00edodo em que ela exerceu atividades concomitantes, limitada, essa soma, ao teto de contribui\u00e7\u00e3o do RGPS ent\u00e3o vigente, observadas, ainda, as disposi\u00e7\u00f5es do art. 29 da Lei 8.213/91.\n4. DO DIREITO FUNDAMENTAL \u00c0 PREVID\u00caNCIA E PRINC\u00cdPIO DA DIGNIDADE\nO direito \u00e0 Previd\u00eancia \u00e9 um aut\u00eantico direito humano fundamental, pois trata-se de recursos indispens\u00e1veis a sobreviv\u00eancia, previsto no artigo 6\u00ba da Constitui\u00e7\u00e3o Federal.\nElencado no rol dos direitos sociais, como dimens\u00e3o dos direitos fundamentais do indiv\u00edduo, s\u00e3o presta\u00e7\u00f5es positivas proporcionadas pelo Estado de forma direta ou indiretamente, enunciadas em normas constitucionais, que possibilitam melhores condi\u00e7\u00f5es de vida aos mais fracos, direitos que tendem a realizar a equaliza\u00e7\u00e3o de situa\u00e7\u00f5es sociais desiguais, s\u00e3o, portanto, direitos que se ligam ao direito de igualdade.\nO trabalhador, por meio da Previd\u00eancia Social, faz seu planejamento para situa\u00e7\u00f5es de riscos, geradoras de necessidades, as quais ser\u00e3o cobertas pelas presta\u00e7\u00f5es previdenci\u00e1rias.\n2 Dispon\u00edvel em: http://campus.fortunecity.com/clemson/493/jus/m07-011.htm\n12\n\n\fDessa forma, o Estado garante aos cidad\u00e3os que as situa\u00e7\u00f5es de necessidades ser\u00e3o amenizadas pelos benef\u00edcios previdenci\u00e1rios. Para isso, o poder p\u00fablico exige contribui\u00e7\u00f5es, num determinado per\u00edodo de tempo, garantindo ao segurado e/ou a seus dependentes presta\u00e7\u00f5es previdenci\u00e1rias (benef\u00edcios e servi\u00e7os).\nA responsabilidade pelo direito \u00e0 previd\u00eancia \u00e9 atribu\u00edda ao Estado, aliada \u00e0 necessidade de garantir a seguran\u00e7a social a toda a coletividade. \u00c9 fato que a previs\u00e3o constitucional de um direito, por si s\u00f3, n\u00e3o garante sua efetiva\u00e7\u00e3o. Seja pela via administrativa ou atrav\u00e9s da atua\u00e7\u00e3o judicial, \u00e9 necess\u00e1ria a atua\u00e7\u00e3o do Estado na garantia ao acesso e conseq\u00fcente efetiva\u00e7\u00e3o desse direito.\nNo artigo 1\u00ba da CF est\u00e1 previsto o principio da dignidade humana, que \u00e9 qualificado como direito humano fundamental.\nOs direitos fundamentais, enquanto considerados com o conjunto de direitos e garantias que tem por finalidade o respeito \u00e0 dignidade protegendo o indiv\u00edduo e garantindo as condi\u00e7\u00f5es m\u00ednimas da vida e desenvolvimento da personalidade humana, s\u00e3o direitos naturais de todos os indiv\u00edduos, cabendo ao Estado garantia sua efetividade, sua prote\u00e7\u00e3o e sua promo\u00e7\u00e3o.\nAo Estado, novamente, compete a prote\u00e7\u00e3o e aplica\u00e7\u00e3o efetiva do princ\u00edpio da dignidade humana ao indiv\u00edduo, n\u00e3o podendo ser levado em considera\u00e7\u00e3o classe social ou recursos financeiros, pois como \u00e9 direito fundamental, \u00e9 fundamental para TODOS.\n4.1 Da irredutibilidade do Valor do Benef\u00edcio\nA irredutibilidade do valor do benef\u00edcio, previsto no artigo 194, inciso IV da Constitui\u00e7\u00e3o Federal, \u00e9 uma conseq\u00fc\u00eancia l\u00f3gica das garantias individuais trazidas no artigo 5\u00ba e seus incisos.\nSendo princ\u00edpio deve nortear a legisla\u00e7\u00e3o e servir de base para a concess\u00e3o e manuten\u00e7\u00e3o dos benef\u00edcios previdenci\u00e1rios.\nNesta linha WAGNER BALERA3, disp\u00f5e que:\n3 BALERA, Wagner. No\u00e7\u00f5es Preliminares de Direito Previdenci\u00e1rio. Florian\u00f3polis: Conceito Editorial, 11\u00aa. Ed., p. 526.\n13\n\n\f\"\u00c9 il\u00edcita e antijur\u00eddica, a modifica\u00e7\u00e3o unilateral do direito que constitui objeto da rela\u00e7\u00e3o existente entre a pessoa protegida e a entidade previdenci\u00e1ria. Benef\u00edcio \u00e9 a presta\u00e7\u00e3o pecuni\u00e1ria exig\u00edvel pelos benefici\u00e1rios, diz a boa defini\u00e7\u00e3o do antigo Regulamento do Regime da Previd\u00eancia Social. Presta\u00e7\u00e3o pecuni\u00e1ria que n\u00e3o pode sofrer modifica\u00e7\u00e3o nem em sua express\u00e3o quantitativa (valor monet\u00e1rio); nem em sua express\u00e3o qualitativa (valor real) (...) O constituinte esteve atento ao problema e dele tratou em v\u00e1rios dispositivos acabando por eleger em objetivo aquilo que \u00e9 regra elementar de toda e qualquer obriga\u00e7\u00e3o jur\u00eddica. O artigo 194, inciso IV, estatui de modo taxativo a: irredutibilidade do valor dos benef\u00edcios.\nNeste prisma pode-se afirmar que a legisla\u00e7\u00e3o\nprevidenci\u00e1ria deve acompanhar o texto constitucional, n\u00e3o reduzindo o poder de\ncompra, o padr\u00e3o de vida dos que recebem benef\u00edcios previdenci\u00e1rios. A lei vigente\nn\u00e3o pode vir a privilegiar mais a Autarquia previdenci\u00e1ria do que o segurado que\ncontribuiu para o sistema e que no momento necessita do retorno de toda uma vida\ncontributiva. E que o benef\u00edcio que venha receber m\u00eas a m\u00eas n\u00e3o venha sem aviso\npr\u00e9vio e sem raz\u00e3o a ser reduzido.\n\n5. DOS PEDIDOS\n\nrequer:\n\nDiante do exposto, a Parte Autora respeitosamente\n\na) A cita\u00e7\u00e3o do R\u00e9u, INSS, por sua Procuradoria Regional, para, querendo apresentar sua resposta, sob pena de revelia e presun\u00e7\u00e3o de verdade quantos aos fatos narrados;\n\nb) A condena\u00e7\u00e3o do INSS em revisar a renda mensal inicial do beneficio da Parte Autora considerando a soma dos sal\u00e1rios de contribui\u00e7\u00e3o apontados no c\u00e1lculo para aferi\u00e7\u00e3o do sal\u00e1rio de benef\u00edcio, procedendo a implanta\u00e7\u00e3o do benef\u00edcio recebido;\n\nc) A condena\u00e7\u00e3o do INSS ao pagamento de todas as diferen\u00e7as advindas da revis\u00e3o, desde a concess\u00e3o do beneficio, acrescidas de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria a partir do vencimento de cada presta\u00e7\u00e3o at\u00e9 efetiva liquida\u00e7\u00e3o, com incid\u00eancia, de todas as majora\u00e7\u00f5es legais (reajustes) pertinentes sobre a Renda\n\n14\n\n\fMensal Inicial modificada, salientando-se que os efeitos financeiros s\u00e3o devidos desde a DER, corrigidas pelo INPC conforme comando do artigo 41-A da 8.213/91 e artigo 31 do Estatuto do Idoso;\nd) A condena\u00e7\u00e3o do INSS ao pagamento das custas, despesas e honor\u00e1rios advocat\u00edcios, devidamente atualizados, na base de 20% (vinte por cento) sobre o valor da condena\u00e7\u00e3o, a serem rateados e expedidos em nome da sociedade de advogados \u2013 FABIOLA DA ROCHA LEAL DE LIMA - SOCIEDADE INDIVIDUAL DE ADVOCACIA \u2013 OAB/PR 61.386 \u2013 CNPJ n\u00ba 29.643.342/0001-01 e AMORIM CARDOSO ADVOGADOS - SOCIEDADE CIVIL DE ADVOCACIA OAB/SC 2424/2015 - CNPJ n\u00ba 22.494.974/0001-01, na propor\u00e7\u00e3o de 50% (cinquenta por cento) para cada;\ne) Protesta por todos os meios legais de provas em direito admitidas, bem como juntada ulterior de documentos, outras, que se fizerem necess\u00e1rias ao melhor deslinde do feito.\nf) A concess\u00e3o do beneficio da justi\u00e7a gratuita por n\u00e3o ter a Parte Autora, condi\u00e7\u00f5es de arcar com as custas processuais sem preju\u00edzo de seu sustento, conforme previsto nas Leis 1.060/50 e 7.510/86;\nAtribui-se \u00e0 causa o valor de R$ 12.382,69 (Doze mil trezentos e oitenta e dois reais e sessenta e nove centavos) para efeitos legais.\nNestes Termos, Pede Deferimento. Curitiba, 12 de Dezembro de 2018\nFAB\u00cdOLA DA ROCHA LEAL DE LIMA OAB/PR 61.386\nCARLA THAISA DE MELO ROMERO Assistente Jur\u00eddico\n15\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 2 (Solon) - IdDocumentoCompleto: 5021177-84.2018.4.04.7200-721540316428984860253908881551", "text": "EXCELENT\u00cdSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) FEDERAL DO JUIZADO ESPECIAL FEDERAL DA SUBSE\u00c7\u00c3O DE FLORIAN\u00d3POLIS \u2013 SE\u00c7\u00c3O JUDICI\u00c1RIA\nDE SANTA CATARINA\nVERA LUCIA DA SILVA, brasileira, solteira, aposentada, portadora da c\u00e9dula de identidade R.G. n\u00ba 1813060, inscrito no CPF/MF sob o n\u00ba 587.463.159-34, residente e domiciliado na Rua Humaita, n\u00ba 17, Bairro Mar das Pedras, na cidade de Bigua\u00e7u, CEP 88.160-563, neste ato, representada por sua procuradora constitu\u00edda (instrumento de mandato incluso), vem, respeitosamente, \u00e0 presen\u00e7a de Vossa Excel\u00eancia, com fundamento nos dispositivos legais atinentes, promover\nA\u00c7\u00c3O REVISIONAL DE BENEF\u00cdCIO PREVIDENCI\u00c1RIO Contra o INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL\n- INSS, atrav\u00e9s de sua gerencia executiva competente, pelos seguintes fatos e fundamentos a seguir aduzidos:\n1\n\n\f1. PRELIMINARMENTE 1.1 Justi\u00e7a Gratuita\nA Parte Autora \u00e9 benefici\u00e1ria do Instituto Nacional de Seguro Social - INSS, de modo que n\u00e3o tem condi\u00e7\u00f5es de arcar com as custas processuais sem preju\u00edzo do pr\u00f3prio sustento e de sua fam\u00edlia, raz\u00e3o pela qual requer sejam-lhe concedidos os benef\u00edcios da Justi\u00e7a Gratuita, previstos na Lei 1.060/50.\n1.2 Ren\u00fancia ao Valor que exceder o teto do Juizado\nOutrossim, tendo em vista a compet\u00eancia dos Juizados Especiais Federais no que tange ao valor da causa, conforme poderes expressos na procura\u00e7\u00e3o judicial, renuncia, portanto, aos valores que excederem a 60 (sessenta) sal\u00e1rios m\u00ednimos.\n1.4 Do desinteresse na concilia\u00e7\u00e3o\nCom base no artigo 334, \u00a75\u00b0, do C\u00f3digo de Processo Civil, a Parte Autora vem manifestar seu desinteresse na autocomposi\u00e7\u00e3o.\n2. DOS FATOS\nA Parte Autora \u00e9 benefici\u00e1ria de Aposentadoria Especial sob n\u00ba 164.286.954-3, concedida em data de 17/07/2014, e teve sua renda calculada pela m\u00e9dia aritm\u00e9tica de 80% dos maiores sal\u00e1rios de contribui\u00e7\u00e3o desde Julho/1994 at\u00e9 a Data de Entrada do Requerimento.\nNo c\u00e1lculo para aferi\u00e7\u00e3o do valor do benef\u00edcio, ao efetuar o c\u00e1lculo de atividade concomitante, a Autarquia Previdenci\u00e1ria utilizou um percentual da m\u00e9dia do sal\u00e1rio-de-contribui\u00e7\u00e3o da atividade secund\u00e1ria equivalente \u00e0 rela\u00e7\u00e3o entre o n\u00famero de meses completo de contribui\u00e7\u00e3o.\n2\n\n\fAssim, a RMI na \u00e9poca da concess\u00e3o foi apurada no valor de R$ 2.802,90 (dois mil, oitocentos e dois reais e noventa centavos), quando deveria ser R$ 2.918,89 (dois mil, novecentos e dezoito reais e oitenta e nove centavos).\nRequer a Parte Autora que seja revisada a forma em que o benef\u00edcio foi calculado, havendo a soma dos sal\u00e1rios de contribui\u00e7\u00e3o em ambas as atividades para aferi\u00e7\u00e3o do sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio, visto que a reda\u00e7\u00e3o do artigo 32 da Lei 8213/91 foi derrogada da LBPS.\n3. DO DIREITO\nO sal\u00e1rio-de-contribui\u00e7\u00e3o trata-se da base de c\u00e1lculo para a incid\u00eancia da al\u00edquota contributiva do segurado, no conceito conferido por Fabio Zambite Ibrahim \u00e9 a express\u00e3o que quantifica a base de c\u00e1lculo da contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria dos segurados da Previd\u00eancia Social, de outro giro, se configura tamb\u00e9m na refer\u00eancia para o c\u00e1lculo do sal\u00e1rio de benef\u00edcio do segurado, que por sua vez \u00e9 a quantifica\u00e7\u00e3o do beneficio que ser\u00e1 concedido.\nO conceito de sal\u00e1rio-de-contribui\u00e7\u00e3o \u00e9 trazido no texto legal no artigo 28 da Lei 8.213/91 que determina que para o empregado e trabalhador avulso:\n\u201ca remunera\u00e7\u00e3o auferida em uma ou mais empresas, assim entendida a totalidade dos rendimentos pagos, devidos ou creditados a qualquer t\u00edtulo, durante o m\u00eas, destinados a retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de utilidades e os adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer pelos servi\u00e7os efetivamente prestados, quer pelo tempo \u00e0 disposi\u00e7\u00e3o do empregador ou tomador de servi\u00e7os nos termos da lei ou do contrato ou, ainda, de conven\u00e7\u00e3o ou acordo coletivo de trabalho ou senten\u00e7a normativa\u201d\nO caso consigna que o sal\u00e1rio de contribui\u00e7\u00e3o \u00e9 a remunera\u00e7\u00e3o auferida em uma ou mais empresas ou pelo exerc\u00edcio de sua atividade por conta pr\u00f3pria.\nOcorre que, quando o segurado exerce atividade em uma ou mais empresas, configurando-se a atividade concomitante a legisla\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1rias usa duas regras distintas, dois pesos e duas medidas.\n3\n\n\fPara a lei de custeio, conforme estabelecido no artigo retro mencionado, o sal\u00e1rio-de-contribui\u00e7\u00e3o para fins de aplica\u00e7\u00e3o de al\u00edquota contributiva \u00e9 obtido atrav\u00e9s da soma da remunera\u00e7\u00e3o do m\u00eas nas atividades exercidas pelo segurado.\n\nPara ilustrar o comando legal, por exemplo, se um segurado que tem uma atividade onde recebe atualmente R$ 1.000,00 (Um mil reais) onde incidiria uma al\u00edquota de 8% e outra concomitante onde recebe R$ 1.200,00 (Um mil e duzentos reais) onde incidiria uma al\u00edquota de 9%. Diante da soma das duas que totaliza R$ 2.200,00 ele ser\u00e1 enquadrado numa al\u00edquota de 11% em ambas as atividades.\n\nIsso importa dizer que, havendo atividade concomitante, para fins de custeio, o segurado contribui com uma al\u00edquota calculada sobre a soma do sal\u00e1rio-de-contribui\u00e7\u00e3o.\n\nNo entanto, para a lei de benef\u00edcios em detrimento das contribui\u00e7\u00f5es efetivamente vertidas sobre a totalidade da remunera\u00e7\u00e3o desempenhada pelo segurado, em verdadeira tabula rasa ao direito do segurado ter um benef\u00edcio correlato ao que foi por ele recolhido, caso n\u00e3o venha completar os requisitos necess\u00e1rios em cada umas das atividades, o sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio ser\u00e1 calculado com \u00eanfase somente na atividade principal.\n\nTodo o per\u00edodo que o segurado exerceu uma atividade concomitante acreditando que iria melhorar sua aposentadoria ser\u00e1 computado de forma \u00ednfima, tornando em v\u00e3o a contribui\u00e7\u00e3o do segurado e contrariando o princ\u00edpio do valor social do trabalho.\n\nNo c\u00e1lculo do benef\u00edcio deve haver a recompensa pelo trabalho redobrado, com a somat\u00f3ria dos sal\u00e1rios de contribui\u00e7\u00e3o.\n\nreferido dispositivo:\n\nPara melhor entendimento vejamos a antiga reda\u00e7\u00e3o do\n\nArt. 32. O sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio do segurado que contribuir em raz\u00e3o de atividades concomitantes ser\u00e1 calculado com base na soma dos sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o das atividades exercidas na data do requerimento ou do \u00f3bito, ou no per\u00edodo b\u00e1sico de c\u00e1lculo, observado o disposto no art. 29 e as normas seguintes:\nI - quando o segurado satisfizer, em rela\u00e7\u00e3o a cada atividade, as condi\u00e7\u00f5es do benef\u00edcio requerido, o sal\u00e1rio-de-beneficio ser\u00e1 calculado com base na soma dos respectivos sal\u00e1rios-decontribui\u00e7\u00e3o;\n\n4\n\n\fII - quando n\u00e3o se verificar a hip\u00f3tese do inciso anterior, o sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio corresponde \u00e0 soma das seguintes parcelas:\na) o sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio calculado com base nos sal\u00e1rios-decontribui\u00e7\u00e3o das atividades em rela\u00e7\u00e3o \u00e0s quais s\u00e3o atendidas as condi\u00e7\u00f5es do benef\u00edcio requerido;\nb) um percentual da m\u00e9dia do sal\u00e1rio-de-contribui\u00e7\u00e3o de cada uma das demais atividades, equivalente \u00e0 rela\u00e7\u00e3o entre o n\u00famero de meses completo de contribui\u00e7\u00e3o e os do per\u00edodo de car\u00eancia do benef\u00edcio requerido;\nIII - quando se tratar de benef\u00edcio por tempo de servi\u00e7o, o percentual da al\u00ednea \"b\" do inciso II ser\u00e1 o resultante da rela\u00e7\u00e3o entre os anos completos de atividade e o n\u00famero de anos de servi\u00e7o considerado para a concess\u00e3o do benef\u00edcio.\nSobre o injusto regramento da atividade concomitante assinala Hermes Arraes Alencar1:\n\nAt\u00e9 o surgimento da Lei n\u00ba 9.876/99, o esp\u00edrito da norma era o de coibir majora\u00e7\u00f5es abruptas no SC no per\u00edodo pr\u00f3ximo a aposenta\u00e7\u00e3o, porque os 36 sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o eram relevantes \u00e1 fixa\u00e7\u00e3o do valor de benef\u00edcio. Depois do ano de 1999, revela-se anacr\u00f4nica a norma em comento, porque todos os meses desde a compet\u00eancia de julho de 1994 s\u00e3o utilizados no c\u00e1lculo do benef\u00edcio previdenci\u00e1rio, n\u00e3o revelando raz\u00e3o a manten\u00e7a desse regramento redutor de benef\u00edcio.\nAnte o exposto, verifica-se que o comando legal \u00e9 manifestamente injusto, vez que aplica uma regra para o custeio e outra para a concess\u00e3o do benef\u00edcio, ou seja, o segurado contribui sobre a soma, e tem concedido apenas uma porcentagem.\nVejamos entendimentos jurisprudenciais deste E. Tribunal Regional Federal da 4\u00aa Regi\u00e3o:\n\nPREVIDENCI\u00c1RIO.\n\nREVIS\u00c3O.\n\nATIVIDADES\n\nCONCOMITANTES. ART. 32 DA LEI 8213/91. inaplicabilidade.\n\n1. Segundo estabelece o artigo 32 da Lei de Benef\u00edcios (Lei\n\n8.213/91), o sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio do segurado que contribuir em\n\nraz\u00e3o de atividades concomitantes deve ser calculado com\n\nbase na soma dos sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o das atividades\n\nexercidas, ou no per\u00edodo b\u00e1sico de c\u00e1lculo, quando satisfizer,\n\nem rela\u00e7\u00e3o a cada atividade, as condi\u00e7\u00f5es do benef\u00edcio\n\nrequerido.\n\nALENCAR, Hermes Arrais. C\u00e1lculo de Benef\u00edcios Previdenci\u00e1rios. 2\u00aa Ed. S\u00e3o Paulo: Atlas, 2010. p. 38.\n\n5\n\n\f2. N\u00e3o satisfeitas as condi\u00e7\u00f5es em rela\u00e7\u00e3o a cada atividade, o sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio corresponder\u00e1 \u00e0 soma do sal\u00e1rio-debenef\u00edcio da atividade principal, esta considerada aquela em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 qual preenchidos os requisitos ou, n\u00e3o tendo havido preenchimento dos requisitos em rela\u00e7\u00e3o a nenhuma delas, a mais ben\u00e9fica para o segurado, e de um percentual da m\u00e9dia do sal\u00e1rio-de-contribui\u00e7\u00e3o da atividade secund\u00e1ria, conforme disp\u00f5e o inciso II do artigo 32 da Lei 8.213/91.\n3. No entanto, a Lei 9.876/99 estabeleceu a extin\u00e7\u00e3o gradativa da escala de sal\u00e1rio-base (art. 4\u00ba), e modificou o artigo 29 da LB (art. 2\u00ba), determinando que o sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio seja calculado com base na m\u00e9dia aritm\u00e9tica simples dos maiores sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o correspondentes a oitenta por cento de todo o per\u00edodo contributivo, multiplicada pelo fator previdenci\u00e1rio (assegurada para quem j\u00e1 era filiado \u00e0 Previd\u00eancia Social antes da Lei 9.876/96 a considera\u00e7\u00e3o da m\u00e9dia aritm\u00e9tica de oitenta por cento do per\u00edodo contributivo decorrido desde a compet\u00eancia julho/94 - art. 3\u00ba).\n4. J\u00e1 a Medida Provis\u00f3ria 83, de 12/12/2002 extinguiu, a partir de 1\u00ba de abril de 2003, a escala de sal\u00e1rio-base (artigos 9\u00ba e 14), determina\u00e7\u00e3o depois ratificada por ocasi\u00e3o da sua convers\u00e3o na Lei 10.666, de 08/05/2003 (artigos 9\u00ba e 15).\n5. Assim, com a extin\u00e7\u00e3o da escala de sal\u00e1rio-base a partir de abril de 2003, deixou de haver restri\u00e7\u00f5es ao recolhimento por parte dos contribuintes individual e facultativo. Eles passaram a poder iniciar a contribuir para a previd\u00eancia com base em qualquer valor. Mais do que isso, foram autorizados a modificar os valores de seus sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o sem respeitar qualquer interst\u00edcio. Os \u00fanicos limites passaram a ser o m\u00ednimo (sal\u00e1rio m\u00ednimo) e o m\u00e1ximo (este reajustado regularmente). Nesse sentido estabeleceram a IN INSS/DC n\u00ba 89, de 11/06/2003 e a Instru\u00e7\u00e3o Normativa RFB n\u00ba 971, de 13/11/de 2009.\n6. O que inspirou o artigo 32 da Lei 8.213/91, e bem assim as normas que disciplinavam a escala de sal\u00e1rio-base, foi o objetivo de evitar, por exemplo, que nos \u00faltimos anos de contribui\u00e7\u00e3o o segurado empregado passasse a contribuir em valores significativos como aut\u00f4nomo/contribuinte individual, ou mesmo que o aut\u00f4nomo/contribuinte individual majorasse significativamente suas contribui\u00e7\u00f5es. Com efeito, como o sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio era calculado com base na m\u00e9dia aritm\u00e9tica simples de todos os \u00faltimos sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o dos meses imediatamente anteriores ao do afastamento da atividade ou da data da entrada do requerimento, at\u00e9 o m\u00e1ximo de 36 (trinta e seis), apurados em per\u00edodo n\u00e3o superior a 48 (quarenta e oito) meses, o aumento de contribui\u00e7\u00f5es no final da vida laboral poderia acarretar um benef\u00edcio mais alto, a despeito de ter o segurado contribu\u00eddo na maior parte de seu hist\u00f3rico contributivo com valores modestos.\n7. Extinta a escala de sal\u00e1rio-base, o segurado empregado que tem seu v\u00ednculo cessado pode passar a contribuir como contribuinte individual, ou mesmo como facultativo, pelo teto. Por outro lado, o contribuinte individual, ou mesmo o facultativo, pode majorar sua contribui\u00e7\u00e3o at\u00e9 o teto no momento que desejar. Invi\u00e1vel a ado\u00e7\u00e3o, diante da situa\u00e7\u00e3o posta, de interpreta\u00e7\u00e3o que acarrete tratamento detrimentoso para o segurado empregado que tamb\u00e9m \u00e9 contribuinte\n6\n\n\findividual, ou mesmo que tem dois v\u00ednculos como empregado, sob pena de ofensa \u00e0 isonomia.\n8. N\u00e3o h\u00e1 sentido em se considerar v\u00e1lido possa o contribuinte individual recolher pelo teto sem qualquer restri\u00e7\u00e3o e, por vias transversas, vedar isso ao segurado empregado que desempenha concomitantemente atividade como contribuinte individual, ou mesmo que tem dois v\u00ednculos empregat\u00edcios. E \u00e9 isso, na pr\u00e1tica, que ocorreria se se reputasse vigente o disposto no artigo 32 da Lei 8.213/91.\n9. A conclus\u00e3o, portanto, \u00e9 de que, na linha do que estatui a Lei de Introdu\u00e7\u00e3o \u00e0s Normas do Direito Brasileiro (antiga LICC), ocorreu, a partir de 1\u00ba de abril de 2003, a derroga\u00e7\u00e3o do artigo 32 das Lei 8.213/91, de modo que a todo segurado que tenha mais de um v\u00ednculo deve ser admitida, independentemente da \u00e9poca da compet\u00eancia, a soma dos sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o, respeitado o teto.\n10. \u00c9 que concedido o benef\u00edcio segundo as novas regras da Lei n\u00ba 10.666/2003 n\u00e3o mais cabe aplicar restri\u00e7\u00e3o de legisla\u00e7\u00e3o anterior, mesmo para per\u00edodos anteriores, quanto \u00e0 forma de c\u00e1lculo da renda mensal inicial dos benef\u00edcios.\n(TRF-4 - AC: 50070110620164047107 RS 500701106.2016.404.7107, Relator: JO\u00c3O BATISTA PINTO SILVEIRA, Data de Julgamento: 02/08/2017, SEXTA TURMA)(grifos nossos)\n\nPREVIDENCI\u00c1RIO.\n\nREVISIONAL.\n\nATIVIDADES\n\nCONCOMITANTES. FATOR PREVIDENCI\u00c1RIO. LEI 9876/99.\n\nEXPECTATIVA DE VIDA M\u00c9DIA. CONSECT\u00c1RIOS. LEI\n\n11.960/2009. REVIS\u00c3O IMEDIATA. TUTELA ESPEC\u00cdFICA.\n\n1. A express\u00e3o atividades concomitantes, inclusa no art. 32 da Lei 8213/91, faz refer\u00eancia a atividades distintas e n\u00e3o \u00e0 mera duplicidade de v\u00ednculos com desempenho da mesma profiss\u00e3o. 2. Extinta a escala de sal\u00e1rio-base, o segurado empregado que tem seu v\u00ednculo cessado pode passar a contribuir como contribuinte individual, ou mesmo como facultativo, pelo teto. Por outro lado, o contribuinte individual, ou mesmo o facultativo, pode majorar sua contribui\u00e7\u00e3o at\u00e9 o teto no momento que desejar. Invi\u00e1vel a ado\u00e7\u00e3o, diante da situa\u00e7\u00e3o posta, de interpreta\u00e7\u00e3o que acarrete tratamento detrimentoso para o segurado empregado que tamb\u00e9m \u00e9 contribuinte individual, ou mesmo que tem dois v\u00ednculos como empregado, sob pena de ofensa \u00e0 isonomia.\n\n3. N\u00e3o h\u00e1 sentido em se considerar v\u00e1lido possa o contribuinte individual recolher pelo teto sem qualquer restri\u00e7\u00e3o e, por vias transversas, vedar isso ao segurado empregado que desempenha concomitantemente atividade como contribuinte individual, ou mesmo que tem dois v\u00ednculos empregat\u00edcios. E \u00e9 isso, na pr\u00e1tica, que ocorreria se se reputasse vigente o disposto no artigo 32 da Lei 8.213/91.\n\n4. A conclus\u00e3o, portanto, \u00e9 de que, na linha do que estatui a Lei de Introdu\u00e7\u00e3o \u00e0s Normas do Direito Brasileiro (antiga LICC), ocorreu, a partir de 1\u00ba de abril de 2003, a derroga\u00e7\u00e3o do artigo 32 das Lei 8.213/91, de modo que a todo segurado que tenha mais de um v\u00ednculo deve ser admitida, a partir da compet\u00eancia abril/2003, a soma dos sal\u00e1rios-decontribui\u00e7\u00e3o, respeitado o teto.\n\n7\n\n\f5. Com o surgimento da Lei 9876/99 foi estabelecido o Fator Previdenci\u00e1rio, que tem como m\u00f3vel a estimula\u00e7\u00e3o da perman\u00eancia dos segurados na atividade formal, retardando sua aposentadoria para que n\u00e3o tenham decr\u00e9scimo em seu benef\u00edcio.\n6. Pela f\u00f3rmula se verifica que eventuais mudan\u00e7as no perfil demogr\u00e1fico da popula\u00e7\u00e3o s\u00e3o consideradas em sua composi\u00e7\u00e3o. Assim, quanto maior a expectativa de vida, menor ser\u00e1 o fator previdenci\u00e1rio e, consequentemente, menor a RMI. 7. N\u00e3o havendo qualquer inconstitucionalidade na regra que determina o c\u00e1lculo do sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio mediante a incid\u00eancia do fator previdenci\u00e1rio, \u00e9 de se considerar que se trata de crit\u00e9rio objetivo, n\u00e3o cabendo a modifica\u00e7\u00e3o dos crit\u00e9rios de apura\u00e7\u00e3o do \u00edndice, mediante a altera\u00e7\u00e3o da expectativa de vida ou o acr\u00e9scimo de anos na vari\u00e1vel idade para as mulheres. A previs\u00e3o legal, como foi estabelecida, cumpre o princ\u00edpio constitucional de preserva\u00e7\u00e3o do equil\u00edbrio atuarial da previd\u00eancia social.\n8. A defini\u00e7\u00e3o dos \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e juros de mora deve ser diferida para a fase de cumprimento do julgado. 9. A determina\u00e7\u00e3o de revis\u00e3o imediata do benef\u00edcio, com fundamento nos artigos supracitados, n\u00e3o configura viola\u00e7\u00e3o dos artigos 128 e 475-O, I, do CPC/1973 e 37 da CF/1988.\n(TRF-4 - AC: 50159832020154047100 RS 501598320.2015.404.7100, Relator: FRANCISCO DONIZETE GOMES, Data de Julgamento: 06/06/2017, QUINTA TURMA)(grifos nossos)\nPREVIDENCI\u00c1RIO. REVIS\u00c3O DE BENEF\u00cdCIO. ATIVIDADES CONCOMITANTES. - ATIVIDADE PRINCIPAL - CRIT\u00c9RIO DE ENQUADRAMENTO. LEI 8.213/91. ART. 32. FORMA DE C\u00c1LCULO. SISTEM\u00c1TICA DE INCID\u00caNCIA DO FATOR PREVIDENCI\u00c1RIO. (...). 5. O fator previdenci\u00e1rio, em se tratando de atividades concomitantes, deve incidir uma \u00fanica vez, apenas ap\u00f3s a soma das parcelas referentes \u00e0 atividade principal e secund\u00e1ria, tendo por base o total de tempo de servi\u00e7o do segurado. Isso porque n\u00e3o h\u00e1 raz\u00e3o para sua incid\u00eancia de forma independente quanto a cada atividade - principal ou secund\u00e1ria - pois o fator \u00e9 um redutor que tem base, dentre outras vari\u00e1veis, na idade do segurado no momento do preenchimento dos requisitos para a concess\u00e3o do benef\u00edcio, visando desestimular a aposenta\u00e7\u00e3o precoce, e, em \u00faltima inst\u00e2ncia, estabelecer o equil\u00edbrio atuarial do sistema. 6. O artigo 32 da Lei 8.213/91, no inciso II, al\u00ednea b, determina, quanto \u00e0s atividades secund\u00e1rias, apenas a apura\u00e7\u00e3o da 'propor\u00e7\u00e3o da m\u00e9dia dos sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o', n\u00e3o determinando, tecnicamente, a obten\u00e7\u00e3o de 'sal\u00e1rio-debenef\u00edcio secund\u00e1rio'. Em rela\u00e7\u00e3o \u00e0s atividades secund\u00e1rias, terci\u00e1rias, etc, j\u00e1 h\u00e1 um redutor referente \u00e0 propor\u00e7\u00e3o do n\u00famero de anos de contribui\u00e7\u00e3o/servi\u00e7o. Determinar a incid\u00eancia tamb\u00e9m do fator previdenci\u00e1rio considerando o tempo de servi\u00e7o apenas dessa atividade (que geralmente \u00e9 de poucos anos) importa na redu\u00e7\u00e3o do chamado 'sal\u00e1rio-debenef\u00edcio secund\u00e1rio' a valores \u00ednfimos, tornando de certa forma in\u00f3cua a forma de c\u00e1lculo prevista no artigo 32, II e III. (TRF4, APELREEX 0000341-70.2007.404.7004, Quinta Turma, Relatora Loraci Flores de Lima, D.E. 12/05/2011)\n8\n\n\fde Uniformiza\u00e7\u00e3o:\n\nVejamos entendimento j\u00e1 pacificado pela Turma Nacional\nPREVIDENCI\u00c1RIO. REVIS\u00c3O DE BENEF\u00cdCIO. ATIVIDADES CONCOMITANTES. - ATIVIDADE PRINCIPAL - CRIT\u00c9RIO DE ENQUADRAMENTO. LEI 8.213/91. ART. 32. FORMA DE C\u00c1LCULO. SISTEM\u00c1TICA DE INCID\u00caNCIA DO FATOR PREVIDENCI\u00c1RIO.(...)\nII - Da forma de c\u00e1lculo da RMI - atividades concomitantes.\nNo caso dos autos, o autor prestou atividade no per\u00edodo de 01.01.2005 a 01.10.2008 para C\u00e2mara de Vereadores de Canoas e como contribuinte individual.\nSegundo informa\u00e7\u00e3o prestada pelo Setor de Contadoria da Vara de origem, 'O INSS ao calcular a RMI do benef\u00edcio do Autor o fez com o crit\u00e9rio do art. 32 da Lei 8.213/91 (atividades concomitantes). Ao fazer isso, em separado, considerou a atividade de contribuinte individual como a principal e a exercida na C\u00e2mara de Vereadores de Canoas como secund\u00e1ria (2\u00aa atividade).' J\u00e1, ao apurar a segunda parcela, fez incidir um novo fator previdenci\u00e1rio unicamente sobre o teto da atividade secund\u00e1ria.\nO juiz prolator, por sua vez, entendeu que n\u00e3o se aplica a regra do art. 32, segundo a atual legisla\u00e7\u00e3o, quando houver incid\u00eancia de fator previdenci\u00e1rio, tendo em conta que \u00e9 todo o per\u00edodo contributivo. Desse modo, determinou que havendo incid\u00eancia de fator as contribui\u00e7\u00f5es devessem ser somadas.\nO artigo 32 da Lei n\u00ba. 8.213/91 assim determina quando se considera o exerc\u00edcio de atividades concomitantes pelo segurado:\nArt. 32. O sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio do segurado que contribuir em raz\u00e3o de atividades concomitantes ser\u00e1 calculado com base na soma dos sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o das atividades exercidas na data do requerimento ou do \u00f3bito, ou no per\u00edodo b\u00e1sico de c\u00e1lculo, observado o disposto no art. 29 e as normas seguintes:\nI - quando o segurado satisfizer, em rela\u00e7\u00e3o a cada atividade, as condi\u00e7\u00f5es do benef\u00edcio requerido, o sal\u00e1rio-de-beneficio ser\u00e1 calculado com base na soma dos respectivos sal\u00e1rios-decontribui\u00e7\u00e3o;\nII - quando n\u00e3o se verificar a hip\u00f3tese do inciso anterior, o sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio corresponde \u00e0 soma das seguintes parcelas:\na) o sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio calculado com base nos sal\u00e1rios-decontribui\u00e7\u00e3o das atividades em rela\u00e7\u00e3o \u00e0s quais s\u00e3o atendidas as condi\u00e7\u00f5es do benef\u00edcio requerido;\nb) um percentual da m\u00e9dia do sal\u00e1rio-de-contribui\u00e7\u00e3o de cada uma das demais atividades, equivalente \u00e0 rela\u00e7\u00e3o entre o n\u00famero de meses completo de contribui\u00e7\u00e3o e os do per\u00edodo de car\u00eancia do benef\u00edcio requerido;\nIII - quando se tratar de benef\u00edcio por tempo de servi\u00e7o, o percentual da al\u00ednea 'b' do inciso II ser\u00e1 o resultante da rela\u00e7\u00e3o\n\n9\n\n\fentre os anos completos de atividade e o n\u00famero de anos de servi\u00e7o considerado para a concess\u00e3o do benef\u00edcio.\n\u00a7 1\u00ba O disposto neste artigo n\u00e3o se aplica ao segurado que, em obedi\u00eancia ao limite m\u00e1ximo do sal\u00e1rio-de-contribui\u00e7\u00e3o, contribuiu apenas por uma das atividades concomitantes. (\n\u00a7 2\u00ba N\u00e3o se aplica o disposto neste artigo ao segurado que tenha sofrido redu\u00e7\u00e3o do sal\u00e1rio-de-contribui\u00e7\u00e3o das atividades concomitantes em respeito ao limite m\u00e1ximo desse sal\u00e1rio.\nA finalidade da norma \u00e9 impedir que o segurado que sempre contribuiu para o sistema sobre um valor m\u00ednimo, \u00e0s v\u00e9speras da jubila\u00e7\u00e3o verta contribui\u00e7\u00f5es com valores bem superiores. No mesmo sentido, os empecilhos criados pelo artigo 29, \u00a7 4\u00ba, da Lei 8.213/91, e pelo artigo 29, da Lei 8.212/91, hoje revogado.\nReferidos dispositivos tinham raz\u00e3o de ser na medida em que o sal\u00e1rio de benef\u00edcio, conforme reda\u00e7\u00e3o origin\u00e1ria do artigo 29, da Lei 8.213/91, era calculado apenas com base na m\u00e9dia aritm\u00e9tica dos \u00faltimos 36 sal\u00e1rios de contribui\u00e7\u00e3o. Na medida em que a Lei 9.876/99 ampliou consideravelmente o per\u00edodo b\u00e1sico de c\u00e1lculo, fazendo constar que o sal\u00e1rio de benef\u00edcio levaria em considera\u00e7\u00e3o 80% do per\u00edodo contributivo do segurado, e acabou com a escala de sal\u00e1rio-base como forma de contribui\u00e7\u00e3o a ser observada pelo segurado facultativo e pelo contribuinte individual, n\u00e3o h\u00e1 mais motivos para se manter o dispositivo legal.\nDe qualquer forma, ainda que sejam respeitados os ditames do art. 32, n\u00e3o \u00e9 poss\u00edvel dar prote\u00e7\u00e3o em menor escala ao segurado obrigat\u00f3rio, que desempenhou atividade como trabalhador empregado, em detrimento de segurado facultativo - o qual pode inclusive optar mensalmente por qualquer valor para recolhimento de contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria. A Carta de 1988 criou toda uma escala de valores onde o empregado e o trabalhador avulso, conforme se observa da leitura dos artigos 7\u00ba e 201 da Constitui\u00e7\u00e3o Federal, recebem uma prote\u00e7\u00e3o mais intensa do legislador do que os demais segurados, sendo desproporcional a interpreta\u00e7\u00e3o que privilegia estes em detrimento daqueles.\nNesse passo, cumpre, inicialmente, verificar se o segurado, ao contribuir em virtude de atividades concomitantes, atingiu o teto contributivo ou sofreu redu\u00e7\u00e3o do sal\u00e1rio de contribui\u00e7\u00e3o das atividades concomitantes em respeito ao limite m\u00e1ximo desse sal\u00e1rio. Neste sentido, preconizam os \u00a7\u00a7 1\u00ba e 2\u00ba do artigo 32 da Lei 8.213/91 o afastamento da regra em quest\u00e3o:\nArt. 32. (...)\n\u00a7 1\u00ba O disposto neste artigo n\u00e3o se aplica ao segurado que, em obedi\u00eancia ao limite m\u00e1ximo do sal\u00e1rio-de-contribui\u00e7\u00e3o, contribuiu apenas por uma das atividades concomitantes.\n\u00a7 2\u00ba N\u00e3o se aplica o disposto neste artigo ao segurado que tenha sofrido redu\u00e7\u00e3o do sal\u00e1rio-de-contribui\u00e7\u00e3o das atividades concomitantes em respeito ao limite m\u00e1ximo desse sal\u00e1rio.\nAssim, quando tiver ocorrido redu\u00e7\u00e3o do sal\u00e1rio-de-contribui\u00e7\u00e3o da atividade secund\u00e1ria em obedi\u00eancia ao limite m\u00e1ximo do sal\u00e1rio-de-contribui\u00e7\u00e3o, ou, quando, em virtude deste limite, o segurado tiver contribu\u00eddo apenas por uma das atividades\n10\n\n\fconcomitantes, nos termos dos \u00a7\u00a7 1\u00ba e 2\u00ba do artigo 32 da Lei 8.213/91, n\u00e3o incide a regra da proporcionalidade da atividade secund\u00e1ria. Nessas compet\u00eancias o dispositivo determina que sejam simplesmente somados os dois sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o na atividade considerada principal.\nNeste aspecto, verifica-se pela carta de concess\u00e3o do benef\u00edcio (evento 17 - procadm1 - fl.s 06/07) que n\u00e3o houve redu\u00e7\u00e3o do sal\u00e1rio de contribui\u00e7\u00e3o em raz\u00e3o da limita\u00e7\u00e3o ao teto.\nEm seguimento, para o c\u00e1lculo da RMI do benef\u00edcio, deve-se observar o entendimento pretoriano que determina 'tratando-se de atividades concomitantes, dever\u00e1 ser considerada como atividade preponderante, para fins de c\u00e1lculo da RMI, a que for mais vantajosa economicamente ao segurado' (AC 2005.71.00.037222-7, Turma Suplementar do TRF4.\u00aaR., Rel. Juiz EDUARDO TONETTO PICARELLI, D.E. 08/03/2010 APELREEX 2001.71.00.005803-5, Quinta Turma do TRF4.\u00aaR., Rel. Des. FERNANDO QUADROS DA SILVA, D.E. 13/10/2009).\nAssim, na hip\u00f3tese presente, tendo o segurado contribu\u00eddo sobre valores abaixo do limite m\u00e1ximo do sal\u00e1rio de contribui\u00e7\u00e3o, na aplica\u00e7\u00e3o do artigo 32, incisos II e III, da Lei 8.213/91, dever\u00e1 ser considerado como atividade principal aquela que lhe repercutiu em cada compet\u00eancia maior proveito econ\u00f4mico, consoante entendimento majorit\u00e1rio da jurisprud\u00eancia nacional.\nQuanto \u00e0 aplica\u00e7\u00e3o do fator previdenci\u00e1rio equivocado incidi-lo em cada uma das m\u00e9dias, devendo unicamente recair sobre a soma da m\u00e9dia dos sal\u00e1rios de contribui\u00e7\u00e3o da atividade principal com a secund\u00e1ria. Com efeito, o fator previdenci\u00e1rio, na hip\u00f3tese, ser\u00e1 \u00fanico para as atividades e calculado observando todo o tempo de contribui\u00e7\u00e3o do segurado e n\u00e3o apenas na atividade principal ou secund\u00e1ria.\n(...)\nNesse passo, no tocante a este ponto, a senten\u00e7a deve ser reformada.\nImpende registrar que 'o magistrado, ao analisar o tema controvertido, n\u00e3o est\u00e1 obrigado a refutar todos os aspectos levantados pelas partes, mas, t\u00e3o somente, aqueles que efetivamente sejam relevantes para o deslinde do tema' (REsp 717.265, Quarta Turma do STJ, Rel. Min. JORGE SCARTEZZINI, D.J.U. 12/03/07, p. 239).\nSeguem rejeitadas, pois, as alega\u00e7\u00f5es n\u00e3o expressamente apreciadas nestes autos, porquanto desnecess\u00e1ria a an\u00e1lise das mesmas para a conclus\u00e3o acerca do provimento jurisdicional cab\u00edvel.\nOutrossim, consideram-se prequestionadas as mat\u00e9rias ventiladas nestes autos, em cumprimento ao disposto no art. 102, inciso III, \u00a7 3.\u00ba, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal.\nSem condena\u00e7\u00e3o em honor\u00e1rios, em face de n\u00e3o haver recurso do requerente. Custas ex lege. (5007723-54.2011.404.7112, TERCEIRA TURMA RECURSAL DO RS, Relator GERSON GODINHO DA COSTA, julgado em 24/08/2012)\n11\n\n\fCabe ao judici\u00e1rio coibir a aplica\u00e7\u00e3o de uma lei que contraria o direito. Nesses casos deve-se admitir a decis\u00e3o contra legem, para que o juiz possa desempenhar o seu papel de delibera\u00e7\u00e3o em conformidade com os princ\u00edpios do direito e da justi\u00e7a, posto que, essa \u00e9 a sua verdadeira obriga\u00e7\u00e3o.\nO juiz \u00e9 o grande cr\u00edtico da lei; seu compromisso \u00e9 com o Direito, n\u00e3o pode ater-se ao positivismo ortodoxo, se ela \u00e9 inadequada para conferir o equil\u00edbrio do conte\u00fado da rela\u00e7\u00e3o jur\u00eddica. Quando isso acontece, afeta a efic\u00e1cia.\nHavendo discord\u00e2ncia entre o Direito e a lei, esta precisa ceder espa\u00e7o \u00e0quele, o juiz tem dever de of\u00edcio de recusar a aplica\u00e7\u00e3o de lei injusta, \u201cO juiz precisa tomar consci\u00eancia de seu papel pol\u00edtico; integrante de Poder. Imp\u00f5e-selhe vis\u00e3o cr\u00edtica. A lei \u00e9 meio. O fim \u00e9 o Direito. Reclama-se do magistrado, quando o necess\u00e1rio \u00e9 ajustar a lei ao Direito2\u201d\nConforme exposto, a Parte Autora tem direito \u00e0 soma, para fins de c\u00e1lculo do sal\u00e1rio de benef\u00edcio, dos sal\u00e1rios de contribui\u00e7\u00e3o no per\u00edodo em que ela exerceu atividades concomitantes, limitada, essa soma, ao teto de contribui\u00e7\u00e3o do RGPS ent\u00e3o vigente, observadas, ainda, as disposi\u00e7\u00f5es do art. 29 da Lei 8.213/91.\n\n4. DOS PEDIDOS\n\nrequer:\n\nDiante do exposto, a Parte Autora respeitosamente\n\na) A cita\u00e7\u00e3o do R\u00e9u, INSS, por sua Procuradoria Regional, para, querendo apresentar sua resposta, sob pena de revelia e presun\u00e7\u00e3o de verdade quantos aos fatos narrados;\n\nb) A condena\u00e7\u00e3o do INSS em revisar a renda mensal inicial do beneficio da Parte Autora considerando a soma dos sal\u00e1rios de contribui\u00e7\u00e3o apontados no c\u00e1lculo para aferi\u00e7\u00e3o do sal\u00e1rio de benef\u00edcio, procedendo a implanta\u00e7\u00e3o do benef\u00edcio recebido;\n\nc) A condena\u00e7\u00e3o do INSS ao pagamento de todas as diferen\u00e7as advindas da revis\u00e3o, desde a concess\u00e3o do beneficio, acrescidas de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria a partir do vencimento de cada presta\u00e7\u00e3o at\u00e9 efetiva liquida\u00e7\u00e3o,\n2 Dispon\u00edvel em: http://campus.fortunecity.com/clemson/493/jus/m07-011.htm\n\n12\n\n\fcom incid\u00eancia, de todas as majora\u00e7\u00f5es legais (reajustes) pertinentes sobre a Renda Mensal Inicial modificada, salientando-se que os efeitos financeiros s\u00e3o devidos desde a DER, corrigidas pelo INPC conforme comando do artigo 41-A da 8.213/91 e artigo 31 do Estatuto do Idoso;\nd) A condena\u00e7\u00e3o do INSS ao pagamento das custas, despesas e honor\u00e1rios advocat\u00edcios, devidamente atualizados, na base de 20% (vinte por cento) sobre o valor da condena\u00e7\u00e3o, a serem rateados e expedidos em nome da sociedade de advogados \u2013 FABIOLA DA ROCHA LEAL DE LIMA - SOCIEDADE INDIVIDUAL DE ADVOCACIA \u2013 OAB/PR 61.386 \u2013 CNPJ n\u00ba 29.643.342/0001-01 e AMORIM CARDOSO ADVOGADOS - SOCIEDADE CIVIL DE ADVOCACIA OAB/SC 2424/2015 - CNPJ n\u00ba 22.494.974/0001-01, na propor\u00e7\u00e3o de 50% (cinquenta por cento) para cada;\ne) Protesta por todos os meios legais de provas em direito admitidas, bem como juntada ulterior de documentos, outras, que se fizerem necess\u00e1rias ao melhor deslinde do feito.\nf) A concess\u00e3o do beneficio da justi\u00e7a gratuita por n\u00e3o ter a Parte Autora, condi\u00e7\u00f5es de arcar com as custas processuais sem preju\u00edzo de seu sustento, conforme previsto nas Leis 1.060/50 e 7.510/86;\nAtribui-se \u00e0 causa o valor de R$ 9.620,18 (nove mil, seiscentos e vinte reais e dezoito centavos) para efeitos legais.\nNestes Termos, Pede Deferimento. Curitiba, 23 de Outubro de 2018\nFAB\u00cdOLA DA ROCHA LEAL DE LIMA OAB/PR 61.386\n13\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 3 (Solon) - IdDocumentoCompleto: 5007858-44.2021.4.04.7200-721617898964707797350304341766", "text": "DOUTO JU\u00cdZO FEDERAL DA SUBSE\u00c7\u00c3O JUDICI\u00c1RIA DE FLORIAN\u00d3POLIS SE\u00c7\u00c3O JUDICI\u00c1RIA DO ESTADO DE SANTA CATARINA\nPRIORIDADE LEGAL: art. 20 da Lei 12.016/2009 OBJETO: exclus\u00e3o do INSS e do IRRF retido dos empregados da base de c\u00e1lculo da Contribui\u00e7\u00e3o Previdenci\u00e1ria Patronal, RAT e Contribui\u00e7\u00f5es destinadas a Terceiros\nARCANGEL IND\u00daSTRIA E COM\u00c9RCIO DE COSM\u00c9TICOS LTDA., pessoa jur\u00eddica de direito privado, inscrita no CNPJ/MF sob n\u00ba 76.874.924/0001-89, com sede no Munic\u00edpio de Cambori\u00fa/SC, na Rua Monte Verde, n\u00ba 30, Galp\u00e3o 20/30, bairro Monte Alegre, CEP 88348-670, por interm\u00e9dio de seus Procuradores firmat\u00e1rios (ut Instrumento de Mandato \u2013 Doc. 01), com escrit\u00f3rio na Rua 1101, n\u00ba 60, conjunto 91, Centro, CEP 88330-774, em Balne\u00e1rio Cambori\u00fa/SC, endere\u00e7o eletr\u00f4nico: alexandre@gelsonferrareze.com.br, nos termos do artigo 105/CPC, onde recebe intima\u00e7\u00f5es, notifica\u00e7\u00f5es e demais comunicados, vem, respeitosamente, \u00e0 presen\u00e7a de Vossa Excel\u00eancia, com fulcro no artigo 5\u00ba, inciso LXIX, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal de 1988 e artigo 1\u00ba da Lei 12.016/2009, impetrar MANDADO DE SEGURAN\u00c7A, contra ato de autoridade do Ilmo. Senhor DELEGADO DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL em Florian\u00f3polis/SC, podendo ser encontrado na Rua Dr. Claudino Bento da Silva, n\u00ba 11, Centro, CEP 88010-135, na pr\u00f3pria Comarca de Florian\u00f3polis/SC, \u00f3rg\u00e3o diretamente subordinado ao MINIST\u00c9RIO DA ECONOMIA e representado pela PROCURADORIA DA FAZENDA NACIONAL em Florian\u00f3polis/SC, sediada na Rua Arcipreste Paiva, n\u00ba 107, Centro, CEP 88010530, na pr\u00f3pria Comarca de Florian\u00f3polis/SC, pelos seguintes fundamentos f\u00e1ticos e jur\u00eddicos:\n\n\fI. DOS FATOS\n\nA IMPETRANTE atua no ramo de fabrica\u00e7\u00e3o e com\u00e9rcio atacadista e varejista de cosm\u00e9ticos, conforme demonstra Contrato Social (Doc. 02) e Cadastro Nacional da Pessoa Jur\u00eddica (Doc. 03). E no desempenho das suas atividades, cumpre suas obriga\u00e7\u00f5es com recolhimentos das Contribui\u00e7\u00f5es Previdenci\u00e1rias, nos moldes da legisla\u00e7\u00e3o pertinente, qual seja, art. 195, I, a, e II, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal1, e arts. 20 e 22 da Lei Federal 8.212/19912, sob o regime tribut\u00e1rio do lucro real.\n\nQuando do pagamento ou cre\u0301dito da remunera\u00e7\u00e3o, ante a sistem\u00e1tica de lan\u00e7amento adotada pela Lei Federal 8.212/1991, a IMPETRANTE apura a base de c\u00e1lculo da Contribui\u00e7\u00e3o Previdenci\u00e1ria Patronal, do RAT e das Contribui\u00e7\u00f5es destinadas a Terceiros incidentes sobre a folha, mensurando o cre\u0301dito e recolhendo os tributos previstos na legisla\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria (Docs. 04, 05, 06 e 07, exemplificativamente).\n\nAl\u00e9m da contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria, os trabalhadores tamb\u00e9m est\u00e3o sujeitos a\u0300 incid\u00eancia do Imposto sobre a Renda, que a exemplo da contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria, e\u0301 retido na fonte nos termos da Lei Federal 7.713/1988:\n\nArt. 7\u00ba Ficam sujeito \u00e0 incid\u00eancia do imposto de renda na fonte, calculado de acordo com o disposto no art. 25 desta Lei: I - os rendimentos do trabalho assalariado, pagos ou creditados por pessoas f\u00edsicas ou jur\u00eddicas; II - os demais rendimentos percebidos por pessoas f\u00edsicas, que n\u00e3o estejam sujeitos \u00e0 tributa\u00e7\u00e3o exclusiva na fonte, pagos ou creditados por pessoas jur\u00eddicas.\n\n1 CF/88: Art. 195. Art. 195. A seguridade social ser\u00e1 financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante\n\nrecursos provenientes dos or\u00e7amentos da Uni\u00e3o, dos Estados, do Distrito Federal e dos Munic\u00edpios, e das seguintes contribui\u00e7\u00f5es sociais:\n\nI - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre:\n\na) a folha de sal\u00e1rios e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer t\u00edtulo, \u00e0 pessoa f\u00edsica que lhe preste servi\u00e7o,\n\nmesmo sem v\u00ednculo empregat\u00edcio;\n\nb) a receita ou o faturamento;\n\nc) o lucro;\n\nII - do trabalhador e dos demais segurados da previd\u00eancia social, podendo ser adotadas al\u00edquotas progressivas de acordo com o valor\n\ndo sal\u00e1rio de contribui\u00e7\u00e3o, n\u00e3o incidindo contribui\u00e7\u00e3o sobre aposentadoria e pens\u00e3o concedidas pelo Regime Geral de Previd\u00eancia\n\nSocial;\n\n2 Lei 8.212/1991: Art. 20. A contribui\u00e7\u00e3o do empregado, inclusive o dom\u00e9stico, e a do trabalhador avulso \u00e9 calculada mediante a aplica\u00e7\u00e3o\n\nda correspondente al\u00edquota sobre o seu sal\u00e1rio-de-contribui\u00e7\u00e3o mensal, de forma n\u00e3o cumulativa, observado o disposto no art. 28, de acordo\n\ncom a seguinte tabela:\n\nSal\u00e1rio-de-contribui\u00e7\u00e3o\n\nAl\u00edquota em %\n\nAt\u00e9 249,80\n\n8,00\n\nDe 249,81 at\u00e9 416,33\n\n9,00\n\nDe 416,34 at\u00e9 832,66\n\n11,00\n\n\u00a71\u00ba Os valores do sal\u00e1rio-de-contribui\u00e7\u00e3o ser\u00e3o reajustados, a partir da data de entrada em vigor desta Lei, na mesma \u00e9poca e com os mesmos\n\n\u00edndices que os do reajustamento dos benef\u00edcios de presta\u00e7\u00e3o continuada da Previd\u00eancia Social.\n\n\u00a72\u00ba O disposto neste artigo aplica-se tamb\u00e9m aos segurados empregados e trabalhadores avulsos que prestem servi\u00e7os a microempresas.\n\n_________\n\nArt. 22. A contribui\u00e7\u00e3o a cargo da empresa, destinada \u00e0 Seguridade Social, al\u00e9m do disposto no art. 23, \u00e9 de:\n\nI - vinte por cento sobre o total das remunera\u00e7\u00f5es pagas, devidas ou creditadas a qualquer t\u00edtulo, durante o m\u00eas, aos segurados empregados e\n\ntrabalhadores avulsos que lhe prestem servi\u00e7os, destinadas a retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos\n\nhabituais sob a forma de utilidades e os adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer pelos servi\u00e7os efetivamente prestados, quer pelo\n\ntempo \u00e0 disposi\u00e7\u00e3o do empregador ou tomador de servi\u00e7os, nos termos da lei ou do contrato ou, ainda, de conven\u00e7\u00e3o ou acordo coletivo de\n\ntrabalho ou senten\u00e7a normativa.\n\nII - para o financiamento do benef\u00edcio previsto nos arts. 57 e 58 da Lei n\u00ba 8.213, de 24 de julho de 1991, e daqueles concedidos em raz\u00e3o do\n\ngrau de incid\u00eancia de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho, sobre o total das remunera\u00e7\u00f5es pagas ou creditadas,\n\nno decorrer do m\u00eas, aos segurados empregados e trabalhadores avulsos:\n\na) 1% (um por cento) para as empresas em cuja atividade preponderante o risco de acidentes do trabalho seja considerado leve;\n\nb) 2% (dois por cento) para as empresas em cuja atividade preponderante esse risco seja considerado m\u00e9dio;\n\nc) 3% (tr\u00eas por cento) para as empresas em cuja atividade preponderante esse risco seja considerado grave.\n\nIII - vinte por cento sobre o total das remunera\u00e7\u00f5es pagas ou creditadas a qualquer t\u00edtulo, no decorrer do m\u00eas, aos segurados contribuintes\n\nindividuais que lhe prestem servi\u00e7os;\n\n\f\u00a7 1\u00ba O imposto a que se refere este artigo ser\u00e1 retido por ocasi\u00e3o de cada pagamento ou cr\u00e9dito e, se houver mais de um pagamento ou cr\u00e9dito, pela mesma fonte pagadora, aplicar-se-\u00e1 a al\u00edquota correspondente \u00e0 soma dos rendimentos pagos ou creditados \u00e0 pessoa f\u00edsica no m\u00eas, a qualquer t\u00edtulo.\nNesse sentido, ocorre que a IMPETRANTE vem definindo equivocadamente a base de c\u00e1lculo de suas contribui\u00e7\u00f5es previdenci\u00e1rias patronais, incluindo nessa import\u00e2ncia indiferentes ao tributo previdenci\u00e1rio e sobre a renda constitu\u00eddos.\nIsso porque, a contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria devida pelos Empregadores, que e\u0301 o caso da Impetrante, ter\u00e1\u0301 al\u00edquota base de 20%, adicionada da al\u00edquota do RAT \u2013 Risco Ambiental do Trabalho (1% a 3%), multiplicada pelo FAP \u2013 Fator Acident\u00e1rio de Preven\u00e7\u00e3o (0,5 a 2), e acrescida pelo valor devido a outras entidades, e\u0301 calculada sobre base de c\u00e1lculo que compreende \u201co total das remunera\u00e7\u00f5es pagas, devidas ou creditadas a qualquer t\u00edtulo, durante o m\u00eas, aos segurados empregados e trabalhadores avulsos que lhe prestem servi\u00e7os, destinadas a retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua forma\u201d (art. 22, I, Lei 8.212/1991).\nLogo, denota-se que a AUTORIDADE COATORA usurpa o mandamento legal contido na legisla\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria indicada, majorando a base de c\u00e1lculo da Contribui\u00e7\u00e3o Previdenci\u00e1ria devida pela IMPETRANTE, quando da inclus\u00e3o de valores que n\u00e3o se prestam a retribuir o trabalho desenvolvido por seus empregados, tal como a contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria devida pelo empregado e o imposto de renda retido na fonte.\nIgual situa\u00e7\u00e3o verifica-se com as Contribui\u00e7\u00f5es devidas a Terceiros, recepcionadas pelo art. 240 da CF/88, quais sejam, as \u201ccontribui\u00e7\u00f5es compuls\u00f3rias dos empregadores sobre a folha de sal\u00e1rios, destinadas \u00e0s entidades privadas de servi\u00e7o social e de forma\u00e7\u00e3o profissional vinculadas ao sistema sindical\u201d, e no art. 109 da IN RFB 971/2009. Inclusive no \u00a72o de tal artigo da IN, expressamente consta que esta modalidade de contribui\u00e7\u00e3o se sujeita aos mesmos prazos, san\u00e7\u00f5es e privil\u00e9gios das contribui\u00e7\u00f5es sociais destinadas ao financiamento da seguridade social, e tamb\u00e9m quando a eventual necessidade de cobran\u00e7a judicial3.\nGize-se que a contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria e o imposto de renda devidos pelo Empregado s\u00e3o tributos exigidos pelo Fisco em raz\u00e3o dos rendimentos auferidos pelo trabalhador e, pelo simples fato de serem retidos e recolhidos, antecipada e legalmente pela IMPETRANTE, n\u00e3o alteram sua natureza jur\u00eddica de tributo para remunera\u00e7\u00e3o, conceito este que encontra significado disposto no art. 28, I, da Lei Federal 8.212/1991:\nArt. 28. Entende-se por sal\u00e1rio-de-contribui\u00e7\u00e3o: I - para o empregado e trabalhador avulso: a remunera\u00e7\u00e3o auferida em uma ou mais empresas, assim entendida a totalidade dos rendimentos pagos, devidos ou creditados a qualquer t\u00edtulo, durante o m\u00eas, destinados a retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de utilidades e os adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer pelos servi\u00e7os efetivamente\n3 IN RFB 971/2009: Art. 109. Art. 109. Compete \u00e0 Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB), nos termos do art. 3\u00ba da Lei n\u00ba 11.457, de 16 de mar\u00e7o de 2007, as atividades relativas a tributa\u00e7\u00e3o, fiscaliza\u00e7\u00e3o, arrecada\u00e7\u00e3o e cobran\u00e7a da contribui\u00e7\u00e3o devida por lei a terceiros, ressalvado o disposto no \u00a7 1\u00ba do art. 111. [...]\u00a7 2\u00ba A contribui\u00e7\u00e3o de que trata este artigo sujeita-se aos mesmos prazos, condi\u00e7\u00f5es, san\u00e7\u00f5es e privil\u00e9gios das contribui\u00e7\u00f5es sociais destinadas ao financiamento da seguridade social, inclusive no que diz respeito \u00e0 cobran\u00e7a judicial.\n\n\fprestados, quer pelo tempo \u00e0 disposi\u00e7\u00e3o do empregador ou tomador de servi\u00e7os nos termos da lei ou do contrato ou, ainda, de conven\u00e7\u00e3o ou acordo coletivo de trabalho ou senten\u00e7a normativa;\nNessa esteira, denota-se que o citado art. 28 encontra conson\u00e2ncia constitucional com o contido no art. 195, I, a, CF/88, e, sendo reservada \u00e0 Uni\u00e3o a compet\u00eancia para tributar o Empregador e o Empregado, cuja base de c\u00e1lculo \u00e9 a folha de sal\u00e1rios e os demais rendimentos do trabalho, h\u00e1 n\u00edtido ato ilegal e inconstitucional tomado pela AUTORIDADE COATORA.\nAssim agindo, o Fisco se mostra desrespeitoso em suas cobran\u00e7as aos contribuintes brasileiros, valendo-se de abusos, ilegalidades e inconstitucionalidades. Portanto, a concess\u00e3o da seguran\u00e7a no presente writ \u00e9 a medida judicial que se imp\u00f5e, visando sanar tal ilegalidade e inconstitucionalidade, fazendo a IMPETRANTE jus a justi\u00e7a fiscal quando do pagamento de suas contribui\u00e7\u00f5es sociais patronais.\nII. PRELIMINARES\nII.1. DA LEGITIMIDADE ATIVA E PASSIVA AD CAUSAM\nA legitima\u00e7\u00e3o ativa da IMPETRANTE \u00e9 not\u00f3ria, j\u00e1 que \u00e9 contribuinte das Contribui\u00e7\u00f5es Previdenci\u00e1rias Patronais sobre a folha de sal\u00e1rios.\nSendo o presente mandamus sobre compensa\u00e7\u00e3o em mat\u00e9ria tribut\u00e1ria, tal atribui\u00e7\u00e3o \u00e9 da DELEGACIA DA RECEITA FEDERAL, nos termos do regramento geral, disposto no art. 117 da IN RFB 1717/2017, in verbis:\nArt. 117. A decis\u00e3o sobre o pedido de restitui\u00e7\u00e3o, sobre o pedido de ressarcimento e sobre o pedido de reembolso, caber\u00e1 \u00e0 DRF ou \u00e0 Delegacia Especial da RFB que, \u00e0 data do despacho decis\u00f3rio, tenha jurisdi\u00e7\u00e3o sobre o domic\u00edlio tribut\u00e1rio do sujeito passivo.\nPortanto, indene de d\u00favida a legitima\u00e7\u00e3o passiva da AUTORIDADE COATORA, considerando que a IMPETRANTE \u00e9 estabelecida em Cambori\u00fa/SC, sendo a DRF de seu domic\u00edlio fiscal a de Florian\u00f3polis/SC, tendo em vista que praticou (e ainda pratica) o ato ilegal, exigindo da IMPETRANTE o recolhimento de tributos sobre base de c\u00e1lculo inconstitucional.\nAssim sendo, o presente writ cumpre fielmente com o disposto pelo art. 6\u00ba, \u00a73\u00ba, da Lei 12.016/2009. Alude o referido dispositivo legal que a AUTORIDADE COATORA para fins de impetra\u00e7\u00e3o do mandado de seguran\u00e7a \u00e9 \u201caquela que tenha praticado o ato impugnado ou da qual emane a ordem para a sua pr\u00e1tica\u201d.\nII.2. DA COMPET\u00caNCIA\n\n\fNo mandado de seguran\u00e7a a compet\u00eancia \u00e9 fixada pela qualifica\u00e7\u00e3o da AUTORIDADE COATORA, cujos poderes para controlar e exigir os tributos federais est\u00e3o previstos na legisla\u00e7\u00e3o.\nConquanto a IMPETRANTE possua endere\u00e7o no Munic\u00edpio de Cambori\u00fa/SC, sendo a AUTORIDADE COATORA estabelecida em Florian\u00f3polis/SC, definida est\u00e1 a compet\u00eancia para processamento e julgamento deste mandamus.\nOutrossim, a Justi\u00e7a Federal \u00e9 competente para dirimir conflitos em que sejam partes \u00f3rg\u00e3os da administra\u00e7\u00e3o p\u00fablica, autarquias e empresas p\u00fablicas, nos termos do art. 109/CF. Assim, como no caso em comento figura no polo passivo do mandamus a RECEITA FEDERAL, \u00f3rg\u00e3o inteiramente ligado \u00e0 UNI\u00c3O - FAZENDA NACIONAL, \u00e9 de compet\u00eancia da Justi\u00e7a Federal o processo e julgamento do feito.\nII.3. DO OBJETO L\u00cdQUIDO E CERTO\nEntende-se por direito l\u00edquido aquele capaz de ser comprovado de plano, permitindo uma imediata rea\u00e7\u00e3o \u00e0 Ilegalidade que o amea\u00e7a.\nNos termos ao art. 5o da Constitui\u00e7\u00e3o Federal:\nLXIX - conceder-se-\u00e1 mandado de seguran\u00e7a para proteger direito l\u00edquido e certo, n\u00e3o amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o respons\u00e1vel pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade p\u00fablica ou agente de pessoa jur\u00eddica no exerc\u00edcio de atribui\u00e7\u00f5es do Poder P\u00fablico;\nIgualmente, na Lei 12.016/2009:\nArt. 1\u00ba. Conceder-se-\u00e1 mandado de seguran\u00e7a para proteger direito l\u00edquido e certo, n\u00e3o amparado por habeas corpus ou habeas data, sempre que, ilegalmente ou com abuso de poder, qualquer pessoa f\u00edsica ou jur\u00eddica sofrer viola\u00e7\u00e3o ou houver justo receio de sofr\u00ea-la por parte de autoridade, seja de que categoria for e sejam quais forem as fun\u00e7\u00f5es que exer\u00e7a.\nDoutrinariamente, destacamos as li\u00e7\u00f5es do saudoso HELY LOPES MEIRELLES, que assim se manifesta sobre o direito l\u00edquido4:\n[...] \u00e9 o que se apresenta manifesto na sua exist\u00eancia, delimitado na sua extens\u00e3o e apto a ser exercitado no momento da impetra\u00e7\u00e3o. Por outras palavras, o direito invocado para ser ampar\u00e1vel por mandado de seguran\u00e7a, h\u00e1 de vir expresso em norma legal e trazer em si todos os requisitos e condi\u00e7\u00f5es de sua aplica\u00e7\u00e3o ao Impetrante: se a sua exist\u00eancia for duvidosa; se a sua extens\u00e3o ainda n\u00e3o estiver delimitada; se o seu exerc\u00edcio depender de situa\u00e7\u00f5es e fatos ainda indeterminados, n\u00e3o rende ensejo \u00e0 seguran\u00e7a, embora possa ser defendido por outros meios judiciais.\n4 MEIRELLES, Hely Lopes. Mandado de Seguran\u00e7a: A\u00e7\u00e3o Popular; A\u00e7\u00e3o Civil P\u00fablica; Mandado de Injun\u00e7\u00e3o; \u2018Habeas Data\u2019; A\u00e7\u00e3o Direta de Inconstitucionalidade; A\u00e7\u00e3o Declarat\u00f3ria de Constitucionalidade. 22. ed., atual e compl. S\u00e3o Paulo: Revista dos Tribunais, 2000. p. 35/36.\n\n\fA IMPETRANTE tem um direito l\u00edquido e certo violado por ato inconstitucional/ilegal da AUTORIDADE COATORA, ao incluir na base de c\u00e1lculo da Contribui\u00e7\u00e3o Previdenci\u00e1ria Patronal, RAT e Contribui\u00e7\u00f5es destinada a Terceiros valores que n\u00e3o se prestam a retribuir o trabalho desenvolvido por seus Empregados, notadamente a Contribui\u00e7\u00e3o Previdenci\u00e1ria devida pelo Empregado e o Imposto de Renda Retido na Fonte. Essa ilegalidade onera a opera\u00e7\u00e3o financeira da IMPETRANTE, conforme demonstrado com mais vagar em item pr\u00f3prio. \u00c9, portanto, plenamente cab\u00edvel o manejo do presente writ.\nII.4. DA PRIORIDADE DE PROCESSAMENTO DO MANDADO DE SEGURAN\u00c7A\nPor expressa previs\u00e3o legal contida no art. 20 da Lei Federal 12.016/2009, requer prioridade no processo e julgamento do presente mandamus, vez que est\u00e3o envolvidos direitos l\u00edquidos e certos da IMPETRANTE.\nPor certo, o art. 12/CPC, diz que \u201cos ju\u00edzes e os tribunais atender\u00e3o, preferencialmente, \u00e0 ordem cronol\u00f3gica de conclus\u00e3o para proferir senten\u00e7a ou ac\u00f3rd\u00e3o\u201d. Excluindo-se dessa ordem cronol\u00f3gica, conforme \u00a72\u00ba, inciso VII, do mesmo artigo legal supracitado, \u201cas prefer\u00eancias legais\u201d.\nAssim sendo, n\u00e3o h\u00e1 d\u00favidas que a a\u00e7\u00e3o ora manejada merece ter reconhecida sua prioridade de processo e julgamento neste r. Ju\u00edzo.\n\n\fIII. DO M\u00c9RITO\nIII.1. DA INCONSTITUCIONALIDADE E ILEGALIDADE DA INCLUS\u00c3O NA BASE DE C\u00c1LCULO DA CONTRIBUI\u00c7\u00c3O PREVIDENCI\u00c1RIA PATRONAL, DO RAT E DA CONTRIBUI\u00c7\u00c3O DESTINADA A TERCEIROS SOBRE A CONTRIBUI\u00c7\u00c3O PREVIDENCI\u00c1RIA DO EMPREGADO E O IRPF\nA IMPETRANTE, na condi\u00e7\u00e3o de pessoa jur\u00eddica empregadora est\u00e1 sujeita ao recolhimento de al\u00edquota de 20% \u00e0 t\u00edtulo de Contribui\u00e7\u00e3o Previdenci\u00e1ria, acrescida de RAT multiplicada pelo FAP e ainda, acrescido do valor de outras entidades, incidente sobre o total das remunera\u00e7\u00f5es pagas, devidas ou creditadas destinadas a retribuir o trabalho, prestado por seus Empregados.\nNesse sentido, a contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria devida pelo Empregado (segurado) e o IRRF n\u00e3o podem ser confundidos com rendimento do trabalho desenvolvido, pois s\u00e3o tributos, os quais devem ser retidos e recolhidos por outrem, no caso o Empregador, ora IMPETRANTE, nos termos da legisla\u00e7\u00e3o vigente (art. 195, I, a, CF/88; arts. 20 e 22, I, Lei 8.212/1991; c/c arts. 43, 44 e 45/CTN), facilitando a arrecada\u00e7\u00e3o e gerando seguran\u00e7a aos cofres da Uni\u00e3o e da Previd\u00eancia Social5.\nOu seja, o Empregador nada mais faz do que adequar-se \u00e0 t\u00e9cnica de arrecada\u00e7\u00e3o tribut\u00e1ria, a qual n\u00e3o tem o cond\u00e3o de alterar o sujeito passivo dos tributos em quest\u00e3o (Empregado), muito menos o crit\u00e9rio material da regra matriz de incid\u00eancia tribut\u00e1ria, vez que apenas s\u00e3o retidos e arrecadados pelo Empregador vinculado \u00e0 opera\u00e7\u00e3o.\nNesse sentido, \u00e9 a doutrina de LEANDRO PAULSEN6:\n\u201cO substituto tribut\u00e1rio \u00e9 o terceiro que a lei obriga a apurar o montante devido e cumprir a obriga\u00e7\u00e3o de pagamento do tributo \u2018em lugar\u2019 do contribuinte. Esse terceiro sempre ter\u00e1 rela\u00e7\u00e3o com o fato gerador e a prerrogativa de reter o montante do tributo ou de exigi-lo do contribuinte. Isso porque o substituto operacionaliza o pagamento em lugar, em nome e com o dinheiro do contribuinte. \u00c9 um terceiro que o legislador intercala entre o contribuinte e o Fisco para facilitar a arrecada\u00e7\u00e3o e a fiscaliza\u00e7\u00e3o dos tributos\u201d.\nComo delineado alhures, a contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria devida pela IMPETRANTE encontra fundamento de validade no art. 195, I, a, CF/88, estabelecendo a incid\u00eancia sobre \u201ca folha de sal\u00e1rios e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer t\u00edtulo, \u00e0 pessoa f\u00edsica que lhe preste servi\u00e7o, mesmo sem v\u00ednculo empregat\u00edcio\u201d.\nDestaca-se tamb\u00e9m o teor do art. 201, \u00a711, CF/88:\n\u00a711. Os ganhos habituais do empregado, a qualquer t\u00edtulo, ser\u00e3o incorporados ao sal\u00e1rio para efeito de contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria e conseq\u00fcente repercuss\u00e3o em benef\u00edcios, nos casos e na forma da lei.\n5 CTN: Art. 128. Sem preju\u00edzo do disposto neste cap\u00edtulo, a lei pode atribuir de modo expresso a responsabilidade pelo cr\u00e9dito tribut\u00e1rio a terceira pessoa, vinculada ao fato gerador da respectiva obriga\u00e7\u00e3o, excluindo a responsabilidade do contribuinte ou atribuindo-a a este em car\u00e1ter supletivo do cumprimento total ou parcial da referida obriga\u00e7\u00e3o.\n\n\fConsequ\u00eancia l\u00f3gica \u00e9 que a Carta Magna autoriza contribui\u00e7\u00f5es previdenci\u00e1rias sobre i) folha de sal\u00e1rios e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer t\u00edtulo, \u00e0 pessoa f\u00edsica que lhe preste servi\u00e7o, mesmo sem v\u00ednculo empregat\u00edcio; e, ii) ganhos habituais do Empregado, a qualquer t\u00edtulo.\nPor sua vez, ao editar a Lei Federal 8.212/1991, expressamente consignou, cumprindo a legalidade tribut\u00e1ria, a Contribui\u00e7\u00e3o Previdenci\u00e1ria Patronal, nos seguintes termos:\nArt. 22. A contribui\u00e7\u00e3o a cargo da empresa, destinada \u00e0 Seguridade Social, al\u00e9m do disposto no art. 23, \u00e9 de: I - vinte por cento sobre o total das remunera\u00e7\u00f5es pagas, devidas ou creditadas a qualquer t\u00edtulo, durante o m\u00eas, aos segurados empregados e trabalhadores avulsos que lhe prestem servi\u00e7os, destinadas a retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de utilidades e os adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer pelos servi\u00e7os efetivamente prestados, quer pelo tempo \u00e0 disposi\u00e7\u00e3o do empregador ou tomador de servi\u00e7os, nos termos da lei ou do contrato ou, ainda, de conven\u00e7\u00e3o ou acordo coletivo de trabalho ou senten\u00e7a normativa.\nClaramente denota-se que, atendendo disposi\u00e7\u00e3o constitucional, o Legislador tamb\u00e9m estabeleceu que a base de c\u00e1lculo da Contribui\u00e7\u00e3o Previdenci\u00e1ria Patronal ser\u00e1 aquele valor destinado a retribuir o trabalho exercido pelo Segurado/Empregado, independentemente da nomenclatura que se d\u00ea a rubrica e do v\u00ednculo empregat\u00edcio.\nO conceito de remunera\u00e7\u00e3o \u00e9 definido pelo Direito do Trabalho, especificamente no art. 457 da CLT, veja-se:\nArt. 457. Compreendem-se na remunera\u00e7\u00e3o do empregado, para todos os efeitos legais, al\u00e9m do sal\u00e1rio devido e pago diretamente pelo empregador, como contrapresta\u00e7\u00e3o do servi\u00e7o, as gorjetas que receber. \u00a71o Integram o sal\u00e1rio a import\u00e2ncia fixa estipulada, as gratifica\u00e7\u00f5es legais e as comiss\u00f5es pagas pelo empregador.\nReiterando tal interpreta\u00e7\u00e3o, no julgamento do Tema 20 de repercuss\u00e3o geral, leading case RE 565.160/SC, o STF fixou a seguinte tese:\n\u201cA contribui\u00e7\u00e3o social a cargo do empregador incide sobre ganhos habituais do empregado, quer anteriores ou posteriores \u00e0 Emenda Constitucional n\u00ba 20/1998\u201d.\n6 PAULSEN, Leandro. Curso de Direito Tribut\u00e1rio, 10. Ed. S\u00e3o Paulo: Saraiva, 2019, p. 220.\n\n\fIgualmente o STJ consolidou entendimento no sentido de que \u201cn\u00e3o sofrem a incid\u00eancia de contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria \u2018as import\u00e2ncias pagas a t\u00edtulo de indeniza\u00e7\u00e3o, que n\u00e3o correspondam a servi\u00e7os prestados nem a tempo a\u0300 disposi\u00e7\u00e3o do empregador\u201d (REsp 1.230.957/RS, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, Primeira Se\u00e7\u00e3o, DJe 18/03/2014, submetido ao art. 543-C do CPC).\nPortanto, a Contribui\u00e7\u00e3o Previdenci\u00e1ria Patronal deve incidir somente sobre as quantias pagas ou creditadas que efetivamente retribuam trabalho. O fato de tais rubricas serem retidas, por imposi\u00e7\u00e3o legal (substituto tribut\u00e1rio), faz com que percam a natureza de efetiva retribui\u00e7\u00e3o do labor, considerando que, ap\u00f3s as dedu\u00e7\u00f5es compuls\u00f3rias, e\u0301 que ter-se-\u00e1 a quantia que efetivamente ser\u00e1\u0301 entregue ao Empregado/Trabalhador como contrapresta\u00e7\u00e3o ao servi\u00e7o por ele prestado.\nInobstante, a AUTORIDADE COATORA tem exigido da IMPETRANTE que a Contribui\u00e7\u00e3o Previdenci\u00e1ria Patronal tenha na base de c\u00e1lculo parcelas outras que n\u00e3o se destinam a retribuir o trabalho desenvolvido por seus Empregados, como o Imposto de Renda e a Contribui\u00e7\u00e3o Previdenci\u00e1ria do Segurado.\nIsto \u00e9, para o c\u00e1lculo da Contribui\u00e7\u00e3o Previdenci\u00e1ria Patronal, RAT e Contribui\u00e7\u00e3o destinada a Terceiros, a IMPETRANTE \u00e9 compelida a tomar por base a soma de todos os cr\u00e9ditos dos Empregados, quando deveria levar em considera\u00e7\u00e3o apenas a remunera\u00e7\u00e3o paga como contrapresta\u00e7\u00e3o aos servi\u00e7os prestados. Ocorre que, os valores referentes a Contribui\u00e7\u00e3o do INSS devidos pelos Trabalhadores (segurados obrigat\u00f3rios), por serem retidos direto na folha de pagamento, n\u00e3o incorporam o patrim\u00f4nio de seus Funcion\u00e1rios, assim como id\u00eantica l\u00f3gica \u00e9 o Imposto de Renda tamb\u00e9m retido na fonte, cuja obriga\u00e7\u00e3o tribut\u00e1ria pertence aos pr\u00f3prios Funcion\u00e1rios. Logo, n\u00e3o integram a remunera\u00e7\u00e3o por eles recebida de fato. Por consequ\u00eancia, j\u00e1\u0301 que s\u00e3o destacados da remunera\u00e7\u00e3o auferida como contrapresta\u00e7\u00e3o ao trabalho prestado, n\u00e3o devem figurar como base para o c\u00e1lculo da Contribui\u00e7\u00e3o Previdenci\u00e1ria Patronal, inclusive RAT e daquelas destinadas a Terceiros, que pressup\u00f5e o pagamento e n\u00e3o o desconto.\nRefor\u00e7a-se que tais rubricas, a despeito do que entende a AUTORIDADE COATORA, n\u00e3o s\u00e3o, sob nenhuma \u00f3tica, ganhos do Empregado/Trabalhador, mas sim, receitas p\u00fablicas auferidas pela Uni\u00e3o em raz\u00e3o da demonstra\u00e7\u00e3o de riqueza auferida pelos Trabalhadores (n\u00e3o pelo Empregador!), ou seja, tributos devidos pelos Empregados da IMPRETRANTE Empregadora.\nLogo, n\u00e3o h\u00e1 que se falar em auferimento de IRRF e INSS Segurado para compor a base de c\u00e1lculo das Contribui\u00e7\u00f5es Previdenci\u00e1rias (Patronal, RAT e Terceiros) devidas pela IMPETRANTE, como exige a AUTORIDADE COATORA.\n\n\fInclusive, analogamente, pode-se aproveitar a orienta\u00e7\u00e3o exarada pelo Pret\u00f3rio Excelso, SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, nos autos do sobredito RE 240.785/MG e no RE 574.706/PR, este \u00faltimo com repercuss\u00e3o geral reconhecida, no qual julgou o Tema 69, fixando a tese assim indexada: \u201cO ICMS n\u00e3o comp\u00f5e a base de c\u00e1lculo para a incid\u00eancia do PIS e da COFINS\u201d.\nNessa linha de racioc\u00ednio, \u00e9 for\u00e7oso reconhecer que n\u00e3o h\u00e1 como se admitir, \u00e0 luz da jurisprud\u00eancia sedimentada pelo STF, seja incorreta a inclus\u00e3o do ICMS \u2013 por ser tributo \u2013 na base de c\u00e1lculo do PIS e da COFINS. Em sentido an\u00e1logo, \u00e9 tamb\u00e9m inadequada a inclus\u00e3o das Contribui\u00e7\u00f5es Previdenci\u00e1rias e do Importo de Renda retidos dos Empregados na base de c\u00e1lculo das Contribui\u00e7\u00f5es Previdenci\u00e1rias Patronais, na medida em que s\u00e3o, obviamente, tributos, e, como tais, estranhos ao conceito de remunera\u00e7\u00e3o.\nDo exposto, a IMPETRANTE requer a declara\u00e7\u00e3o de inexigibilidade da Contribui\u00e7\u00e3o Previdenci\u00e1ria Patronal, RAT e Contribui\u00e7\u00f5es destinadas a Terceiros sobre o valor retido dos Empregados/Trabalhadores \u00e0 t\u00edtulo de contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria do segurado e do IRRF, nos termos da legisla\u00e7\u00e3o constitucional e infraconstitucional, haja vista n\u00e3o configurar base de c\u00e1lculo da referida exa\u00e7\u00e3o, pois n\u00e3o se destinam a retribuir o trabalhado desenvolvido pelos Empregados da IMPETRANTE Empregadora.\nIII.2. DAS DECIS\u00d5ES FAVOR\u00c1VEIS APLIC\u00c1VEIS \u00c0S PRETENS\u00d5ES DA IMPETRANTE\nA exemplo da senten\u00e7a da 6a Vara C\u00edvel Federal de S\u00e3o Paulo, o Poder Judici\u00e1rio reconheceu o direito daquela Empresa-Impetrante excluir da base de c\u00e1lculo das contribui\u00e7\u00f5es previdenci\u00e1rias da empresa, os valores relativos \u00e0s contribui\u00e7\u00f5es previdenci\u00e1rias retidas dos empregados (MS 5003989-39.2020.4.03.6100), in verbis:\n\u201c[...]As quantias relativas \u00e0s contribui\u00e7o\u0303es previdenci\u00e1rias devidas pelo empregado, n\u00e3o s\u00e3o \"pagas, devidas ou creditadas\" em seu favor, e sim descontadas de sua folha de sal\u00e1rio, para serem repassadas aos cofres pu\u0301blicos. Assim, n\u00e3o ha\u0301 razoabilidade em incluir os valores retidos a ti\u0301tulo de contribui\u00e7\u00e3o previdencia\u0301ria do empregado na base de ca\u0301lculo da contribui\u00e7\u00e3o previdencia\u0301ria paga pelo empregador, tendo em vista se tratar de de valores sobre os quais os empregados n\u00e3o tem qualquer disponibilidade econo\u0302mica, pois s\u00e3o quantias retidas na fonte por expressa disposi\u00e7\u00e3o legal. Evidente, assim, que as contribui\u00e7o\u0303es previdenci\u00e1rias retidas dos empregados n\u00e3o possuem natureza remunerato\u0301ria, sendo indevida a incide\u0302ncia tribut\u00e1ria. Observado o disposto no artigo 168, I, do CTN e na LC n.o 118/05, que estabelece o prazo quinquenal de prescri\u00e7\u00e3o, reconhe\u00e7o o direito \u00e0 compensa\u00e7\u00e3o dos valores recolhidos indevidamente, a ser requerida administrativamente apo\u0301s o tra\u0302nsito em julgado (art. 170-A do CTN). Nos termos do disposto no artigo 74, da Lei no 9.430/96, admite-se a compensa\u00e7\u00e3o dos valores indevidamente recolhidos com cr\u00e9ditos de quaisquer tributos administrados pela SRF. Em rela\u00e7\u00e3o \u00e0s contribui\u00e7o\u0303es sociais previstas no artigo 11 da Lei no 8.212/91, a compensa\u00e7\u00e3o somente ser\u00e1 possi\u0301vel caso observadas as condi\u00e7o\u0303es previstas pelo artigo 26-A da Lei no 11.547/2007. Em raz\u00e3o da declara\u00e7\u00e3o de inconstitucionalidade, por arrastamento, do art. 1o-F da Lei no 9.494/97, com reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei no 11.960/09, na ADI no 4.357-DF e no 4.425-DF e em consona\u0302ncia com as recentes deciso\u0303es proferidas pelo STJ (Recurso Especial repetitivo n. 1.270.439/PR), as parcelas devidas dever\u00e3o ser atualizados\n\n\fatrav\u00e9s da taxa SELIC, a qual, por sua natureza hi\u0301brida, j\u00e1 engloba tanto corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria quanto juros de mora, calculada a partir da data do pagamento indevido ou a maior at\u00e9 o me\u0302s anterior ao da repeti\u00e7\u00e3o. Desse modo, exclui-se a incide\u0302ncia de juros morato\u0301rios e compensato\u0301rios, entendidos nos conceitos cl\u00e1ssicos firmados anteriormente \u00e0 Lei n\u00b0 9.250/95. DISPOSITIVO Diante do exposto, nos termos do artigo 487, I, do Co\u0301digo de Processo Civil, CONCEDO A SEGURANC\u0327A, para reconhecer o direito da impetrante a\u0300 exclus\u00e3o, da base de ca\u0301lculo das contribui\u00e7o\u0303es previdencia\u0301rias (cota patronal e aquelas devidas a\u0300s entidades terceiras), dos valores relativos a\u0300s contribui\u00e7o\u0303es previdencia\u0301rias retidas dos empregados\u201d.\nNo \u00e2mbito da Justi\u00e7a Federal de Minas Gerais tamb\u00e9m, a 13a Vara\nFederal C\u00edvel de Belo Horizonte, reconheceu o direito daquela Empresa-Impetrante (MS\n1008208-07.2018.4.01.3800), in verbis:\n\u201c[...]Cinge-se a controv\u00e9rsia da presente impetra\u00e7\u00e3o \u00e0 possibilidade de se incluir os valores retidos pela empresa impetrante a ti\u0301tulo de contribui\u00e7\u00e3o devida pelos trabalhadores pessoas fi\u0301sicas e o Imposto de Renda da Pessoa Fi\u0301sica (IRRF) na base de c\u00e1lculo da contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria a ser recolhida pelos empregadores incidente sobre os sal\u00e1rios pagos aos empregados e prestadores de servi\u00e7os, previstas no art. 22, incisos I a III, da Lei no 8.212/91. [...] Neste contexto, consolidou-se o entendimento no a\u0302mbito da jurisprude\u0302ncia p\u00e1tria no sentido de que so\u0301 caberia a incide\u0302ncia da exa\u00e7\u00e3o em tela se a verba trabalhista possuir natureza remunerato\u0301ria, destinando-se a retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua forma, de modo que tal montante deve integrar a base de c\u00e1lculo da contribui\u00e7\u00e3o, consoante se extrai das razo\u0303es de decidir dos votos proferidos pelo STJ no Recurso Especial 1.230.957/RS, AgInt no REsp 1.621.558-RS e REsp no 1.230.957. Desta forma, entendo inafast\u00e1vel a conclus\u00e3o de que as verbas que integram a base de c\u00e1lculo da contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria devida ao empregador restringem-se \u00e0quelas que representam ganhos ou cre\u0301ditos, assim entendidos como acre\u0301scimos, rendimentos, isto \u00e9, valores de natureza remunerato\u0301ria e que representam retribui\u00e7\u00e3o pelo servi\u00e7o/trabalho prestado, ainda que recebidos a qualquer ti\u0301tulo (permanente ou prec\u00e1rio). Diante de tais considera\u00e7o\u0303es e com a devida ve\u0302nia ao entendimento em sentido contr\u00e1rio exposto pela autoridade coatora em suas informa\u00e7o\u0303es, tenho que n\u00e3o se afigura possi\u0301vel concluir que os valores retidos na fonte pelo empregador, na qualidade de respons\u00e1vel tribut\u00e1rio e, por conseguinte, em raz\u00e3o de imposi\u00e7\u00e3o legal, correspondentes \u00e0 tributos devidos pelo empregado \u2013 IRPF e contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria \u2013 possam ser tidos como ganhos ou retribui\u00e7\u00e3o pelo servi\u00e7o/trabalho prestado, a justificar a sua inclus\u00e3o no a\u0302mbito de incide\u0302ncia das aludidas exa\u00e7o\u0303es. Isso porque, ainda que n\u00e3o ostentem car\u00e1ter indenizato\u0301rio ou constem expressamente no rol de exce\u00e7o\u0303es do art. 28, \u00a79o, da Lei n.o 8.212/91, evidencia-se que tais verbas n\u00e3o se constituem em \u201cganhos\u201d, retribui\u00e7\u00e3o pelo servi\u00e7o/trabalho prestado ou qualquer espe\u0301cie de remunera\u00e7\u00e3o a atrair a incide\u0302ncia da exa\u00e7\u00e3o em quest\u00e3o, mas, ao contra\u0301rio, tratam-se eles pro\u0301prios de tributos. E\u0301 dizer: nem em rela\u00e7\u00e3o ao contribuinte de fato \u2013 empregado/prestador de servi\u00e7o \u2013 tais valores se constituem em retribui\u00e7\u00e3o ou ganhos habituais, mas, justamente, em tributo, que, na linha do que vem entendo a jurisprude\u0302ncia p\u00e1tria, n\u00e3o podem ser inclui\u0301dos em suas pro\u0301prias bases de ca\u0301lculos ou na de outros tributos. Em suma e com base em tais preceitos, entendo que n\u00e3o se afigura razo\u00e1vel a interpreta\u00e7\u00e3o dos dispositivos legais aplic\u00e1veis \u00e0 esp\u00e9cie, como sustentado pelo impetrado, no sentido de se admitir que um tributo devido por pessoa distinta do contribuinte da exa\u00e7\u00e3o possa ser entendido como \u201cganho\u201d ou rendimento, t\u00e3o somente a partir da existe\u0302ncia da express\u00e3o \u201ca qualquer ti\u0301tulo\u201d ou pelo fato de tais valores n\u00e3o constarem expressamente do rol de exce\u00e7o\u0303es legais. Por fim, observo ainda que h\u00e1 precedentes recentes na jurisprude\u0302ncia p\u00e1tria que reconhecem que o rol do par\u00e1grafo 9o do art. 28 da Lei no 8.212/91 n\u00e3o \u00e9 taxativo,\n\n\fdevendo ser examinado, no caso concreto, se a parcela paga ao empregado possui natureza salarial, \u00e0 luz do conceito de remunera\u00e7\u00e3o e de sal\u00e1rio-de-contribui\u00e7\u00e3o. Em conclus\u00e3o, entendo indevida a inclus\u00e3o dos valores retidos pela empresa impetrante a ti\u0301tulo de contribui\u00e7\u00e3o devida pelos trabalhadores pessoas fi\u0301sicas e o Imposto de Renda da Pessoa Fi\u0301sica (IRRF) na base de ca\u0301lculo da contribui\u00e7\u00e3o previdencia\u0301ria a ser recolhida pelos empregadores incidente sobre os sala\u0301rios pagos aos empregados, previstas no art. 22, incisos I a III, da Lei no 8.212/91, conforme sustentado pela impetrante, raz\u00e3o pela qual a concess\u00e3o da seguran\u00e7a e\u0301 a medida que se impo\u0303e neste ponto\u201d.\nIII.3. DO DIREITO \u00c0 RESTITUI\u00c7\u00c3O DOS VALORES INDEVIDAMENTE RECOLHIDOS NOS 5 (CINCO) ANOS ANTERIORES AO AJUIZAMENTO DA A\u00c7\u00c3O\nA IMPETRANTE \u00e9 sujeito passivo da rela\u00e7\u00e3o jur\u00eddica tribut\u00e1ria, sendo devedora do tributo em quest\u00e3o: Contribui\u00e7\u00e3o Previdenci\u00e1ria, RAT e Contribui\u00e7\u00f5es destinadas a Terceiros.\nAo mesmo tempo, \u00e9 credora da FAZENDA P\u00daBLICA, pois, conforme j\u00e1 informado, vem realizando o pagamento da Contribui\u00e7\u00e3o Patronal sob base de c\u00e1lculo ilegal e inconstitucional, com a inclus\u00e3o de contribui\u00e7\u00e3o ao INSS dos Segurados/Empregados e do IRRF desses Trabalhadores. Por isso, existe direito \u00e0 restitui\u00e7\u00e3o dos valores pagos indevidamente. Essa restitui\u00e7\u00e3o poder\u00e1 ser feita por meio de compensa\u00e7\u00e3o.\nO Douto SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTI\u00c7A admite a efic\u00e1cia executiva da senten\u00e7a declarat\u00f3ria de compensa\u00e7\u00e3o, consoante S\u00famula 461:\nS\u00famula 461. O contribuinte pode optar por receber, por meio de precat\u00f3rio ou por compensa\u00e7\u00e3o, o ind\u00e9bito tribut\u00e1rio certificado por senten\u00e7a declarat\u00f3ria transitada em julgado.\nDenota-se, portanto: a senten\u00e7a declarat\u00f3ria certifica o direito de cr\u00e9dito do contribuinte \u2013 ora IMPETRANTE \u2013, e assim acaba por legitim\u00e1-lo com o t\u00edtulo executivo para postular a restitui\u00e7\u00e3o ou realizar a compensa\u00e7\u00e3o.\nVale dizer que os direitos \u00e0 restitui\u00e7\u00e3o e compensa\u00e7\u00e3o est\u00e3o expressamente previstos nos artigos 165 e 170, respectivamente, do CTN, veja-se:\nArt. 165. O sujeito passivo tem direito, independentemente de pr\u00e9vio protesto, \u00e0 restitui\u00e7\u00e3o total ou parcial do tributo, seja qual for a modalidade do seu pagamento, ressalvado o disposto no \u00a74\u00ba do artigo 162, nos seguintes casos: I - cobran\u00e7a ou pagamento espont\u00e2neo de tributo indevido ou maior que o devido em face da legisla\u00e7\u00e3o tribut\u00e1ria aplic\u00e1vel, ou da natureza ou circunst\u00e2ncias materiais do fato gerador efetivamente ocorrido; II - erro na edifica\u00e7\u00e3o do sujeito passivo, na determina\u00e7\u00e3o da al\u00edquota aplic\u00e1vel, no c\u00e1lculo do montante do d\u00e9bito ou na elabora\u00e7\u00e3o ou confer\u00eancia de qualquer documento relativo ao pagamento; III - reforma, anula\u00e7\u00e3o, revoga\u00e7\u00e3o ou rescis\u00e3o de decis\u00e3o condenat\u00f3ria.\n\n\fArt. 170. A lei pode, nas condi\u00e7\u00f5es e sob as garantias que estipular, ou cuja estipula\u00e7\u00e3o em cada caso atribuir \u00e0 autoridade administrativa, autorizar a compensa\u00e7\u00e3o de cr\u00e9ditos tribut\u00e1rios com cr\u00e9ditos l\u00edquidos e certos, vencidos ou vincendos, do sujeito passivo contra a Fazenda p\u00fablica. Par\u00e1grafo \u00fanico. Sendo vincendo o cr\u00e9dito do sujeito passivo, a lei determinar\u00e1, para os efeitos deste artigo, a apura\u00e7\u00e3o do seu montante, n\u00e3o podendo, por\u00e9m, cominar redu\u00e7\u00e3o maior que a correspondente ao juro de 1% (um por cento) ao m\u00eas pelo tempo a decorrer entre a data da compensa\u00e7\u00e3o e a do vencimento.\nTamb\u00e9m a Lei Federal 8.383/1991 resguarda o direito \u00e0 compensa\u00e7\u00e3o em caso de pagamento indevido de contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria. Identifique-se:\n\nArt. 66. Nos casos de pagamento indevido ou a maior de tributos, contribui\u00e7\u00f5es federais, inclusive previdenci\u00e1rias, e receitas patrimoniais, mesmo quando resultante de reforma, anula\u00e7\u00e3o, revoga\u00e7\u00e3o ou rescis\u00e3o de decis\u00e3o condenat\u00f3ria, o contribuinte poder\u00e1 efetuar a compensa\u00e7\u00e3o desse valor no recolhimento de import\u00e2ncia correspondente a per\u00edodo subsequente.\nDestaque-se, tamb\u00e9m, que a Lei Federal 9.430/1996, em seu artigo 74, disp\u00f5e sobre a possibilidade de compensa\u00e7\u00e3o dos valores recolhidos indevidamente a t\u00edtulo de PIS e de COFINS com quaisquer tributos federais que sejam administrados pela SECRETARIA DA RECEITA FEDERAL:\n\nArt. 74. O sujeito passivo que apurar cr\u00e9dito, inclusive os judiciais com tr\u00e2nsito em julgado, relativo a tributo ou contribui\u00e7\u00e3o administrado pela Secretaria da Receita Federal, pass\u00edvel de restitui\u00e7\u00e3o ou de ressarcimento, poder\u00e1 utiliz\u00e1-lo na compensa\u00e7\u00e3o de d\u00e9bitos pr\u00f3prios relativos a quaisquer tributos e contribui\u00e7\u00f5es administrados por aquele \u00d3rg\u00e3o.\n\nreza que:\n\nNesse sentido, recentemente o CARF aprovou a S\u00famula 152, a qual\n\nOs cr\u00e9ditos relativos a tributos administrados pela Receita Federal do Brasil (RFB), reconhecidos por senten\u00e7a judicial transitada em julgado que tenha permitido apenas a compensa\u00e7\u00e3o com d\u00e9bitos de tributos da mesma esp\u00e9cie, podem ser compensados com d\u00e9bitos pr\u00f3prios relativos a quaisquer tributos administrados pela Receita Federal do Brasil, observada a legisla\u00e7\u00e3o vigente por ocasi\u00e3o de sua realiza\u00e7\u00e3o.\n\nPortanto, conclui-se, portanto, que a IMPETRANTE possui o direito de obter a declara\u00e7\u00e3o do direito \u00e0 compensa\u00e7\u00e3o com d\u00e9bitos pr\u00f3prios, vencidos ou vincendos, relativos a quaisquer tributos administrados pela SECRETARIA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL e/ou restitui\u00e7\u00e3o dos valores indevidamente recolhidos nos \u00faltimos 05 (cinco) anos (e eventualmente no curso desta demanda), consoante disposi\u00e7\u00e3o do art. 174/CTN que prev\u00ea que \"a a\u00e7\u00e3o para a cobran\u00e7a do cr\u00e9dito tribut\u00e1rio prescreve em cinco anos, contados da data da sua constitui\u00e7\u00e3o definitiva\".\n\nIV. DA CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA PELA TAXA SELIC\nO artigo 161, \u00a71o, do C\u00f3digo Tribut\u00e1rio Nacional, disp\u00f5e sobre a incid\u00eancia dos juros calculados \u00e0 taxa de 1% (um por cento), sobre os d\u00e9bitos de impostos\n\n\ffederais, cujos fatos geradores ocorreram a partir de 1o de janeiro de 1997, aplicando-se juros calculados \u00e0 taxa referencial do Sistema Especial de Liquida\u00e7\u00e3o e Cust\u00f3dia (SELIC).\nA corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria n\u00e3o configura aumento do tributo, apenas recomp\u00f5e seu valor, advindo da degrada\u00e7\u00e3o de processos inflacion\u00e1rios. O pr\u00f3prio CTN assim determina no artigo 97, \u00a72o: \u201cN\u00e3o constitui majora\u00e7\u00e3o de tributo a atualiza\u00e7\u00e3o do valor monet\u00e1rio da respectiva base de c\u00e1lculo\".\nJOS\u00c9 EDUARDO SOARES DE MELO7 entende que a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u00e9 \"simples atualiza\u00e7\u00e3o do valor da moeda, ou a refer\u00eancia deste valor a um \u00edndice para neutralizar os efeitos decorrentes da varia\u00e7\u00e3o do seu valor real\".\nAssim, requer que todos os valores pagos a maior sejam corrigidos pela SELIC de maneira acumulada.\n\nV. DO PREQUESTIONAMENTO\nPelas raz\u00f5es anotadas, para todos os fins jur\u00eddicos e legais, prequestiona-se a incid\u00eancia ao acaso do disposto nos artigos 145, \u00a71\u00ba, artigo 150, inciso I, artigo 195, inciso I, al\u00ednea \u201ca\u201d, e inciso II, artigo 201, \u00a711, artigo 240, todos da Constitui\u00e7\u00e3o Federal de 1988; artigo 20, artigo 22, inciso I, artigo 28, inciso I, da Lei Federal 8.212/1991; artigo 7o a Lei Federal 7.713/1988; artigo 457 da CLT; artigo 109, \u00a72o, da IN RFB 971/2009 ; assim como dos artigos 43, 44, 45, 110 e 128 do C\u00f3digo Tribut\u00e1rio Nacional.\n\nVI. DOS REQUERIMENTOS\n\nEX POSITIS, respeitosamente, requer que Vossa Excel\u00eancia se digne a:\n\nA) processar e julgar, de forma priorit\u00e1ria, o presente Mandado de Seguran\u00e7a, conforme artigo 20 da Lei 12.016/2009;\n\nB) determinar a notifica\u00e7\u00e3o da Autoridade apontada como Coatora, vinculada \u00e0 UNI\u00c3O, pessoa jur\u00eddica de direito p\u00fablico interno, para que nos termos do artigo 7o, inciso I, da Lei 12.016/2009, preste as informa\u00e7\u00f5es de estilo;\n\nC) determinar a ci\u00eancia do feito ao \u00f3rg\u00e3o de representa\u00e7\u00e3o judicial da pessoa jur\u00eddica interessada, no caso a PROCURADORIA DA FAZENDA NACIONAL, consoante disp\u00f5e o artigo 7\u00ba, inciso II, da Lei 12.016/2009;\n\nP\u00daBLICO FEDERAL;\n\nD) determinar seja ouvido o Douto representante do MINIST\u00c9RIO\n\n7 MELO, Jos\u00e9 Eduardo Soares de: \"San\u00e7\u00f5es tribut\u00e1rias inconstitucionais\" in Repert\u00f3rio IOB de Jurisprud\u00eancia, n. 18 \u2013 2a quinzena de setembro de 1998, pp. 453-456, p. 456.\n\n\fE) conceder a ordem de seguran\u00e7a pleiteada, reconhecendo o direito l\u00edquido e certo da IMPETRANTE em excluir os valores retidos \u00e0 t\u00edtulo de imposto de renda retido na fonte e contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria dos Empregados/Segurados da IMPETRANTE, da base de c\u00e1lculo das Contribui\u00e7\u00f5es Previdenci\u00e1rias Patronais, do RAT e das Contribui\u00e7\u00f5es destinadas a Terceiros, por n\u00e3o serem valores que representem sal\u00e1rio de contribui\u00e7\u00e3o e/ou remunera\u00e7\u00e3o, na medida em que n\u00e3o se destinam a retribuir o trabalho prestado pelos Funcion\u00e1rios da Empregadora, nos termos do contido no art. 195, I, a, CF/88 c/c art. 22, I, II e III, da Lei Federal 8.212/1991;\nF) declarar o direito a compensa\u00e7\u00e3o, nos termos da S\u00famula 213/STJ, dos valores pagos a maior, respeitando-se o prazo prescricional, com quaisquer tributos administrados pela SECRETARIA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL, notadamente com as pr\u00f3prias contribui\u00e7\u00f5es sociais e ainda as previdenci\u00e1rias, devendo tal quantia ser atualizada pela taxa SELIC, de maneira acumulada;\nG) determinar \u00e0 AUTORIDADE COATORA que se abstenha de exigir da IMPETRANTE a inclus\u00e3o na base de c\u00e1lculo da Contribui\u00e7\u00e3o Previdenci\u00e1ria Patronal, do RAT e das Contribui\u00e7\u00f5es destinadas a Terceiros, da contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria devida pelos Empregados/Segurados e do imposto de renda retido na fonte desses Funcion\u00e1rios, quando da concess\u00e3o da seguran\u00e7a, declarando tal inexigibilidade;\nH) requer a manifesta\u00e7\u00e3o em vossa r. Senten\u00e7a sobre os fundamentos da inconstitucionalidade/ilegalidade da inclus\u00e3o na base de c\u00e1lculo da Contribui\u00e7\u00e3o Previdenci\u00e1ria Patronal, do RAT e das Contribui\u00e7\u00f5es destinadas a Terceiros, da contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria devida pelos Empregados/Segurados e do imposto de renda retido na fonte desses Funcion\u00e1rios, para fins de prequestionamento dos dispositivos legais, artigos 145, \u00a71\u00ba, artigo 150, inciso I, artigo 195, inciso I, al\u00ednea \u201ca\u201d, e inciso II, artigo 201, \u00a711, artigo 240, todos da Constitui\u00e7\u00e3o Federal de 1988; artigo 20, artigo 22, inciso I, artigo 28, inciso I, da Lei Federal 8.212/1991; artigo 7o a Lei Federal 7.713/1988; artigo 457 da CLT; artigo 109, \u00a72o, da IN RFB 971/2009 ; assim como dos artigos 43, 44, 45, 110 e 128 do C\u00f3digo Tribut\u00e1rio Nacional;\nI) por fim, requer, sejam todas as intima\u00e7\u00f5es e publica\u00e7\u00f5es no Di\u00e1rio Eletr\u00f4nico da Justi\u00e7a sejam efetuados em nome do Advogado Alexandre Matzenbacher (OAB/SC 36.703-A, OAB/RS 67.908, OAB/PR 68.726, OAB/RJ 189.230), sob pena de nulidade.\nD\u00e1-se ao writ o valor R$ 51.789,40 (cinquenta e um mil e setecentos e oitenta e nove reais e quarenta centavos).\nTermos em que pede deferimento.\nDe Balne\u00e1rio Cambori\u00fa/SC para Florian\u00f3polis/SC, em 07 de abril de 2021.\n\n\fALEXANDRE MATZENBACHER OAB/SC 36.703-A\nMAURICIO ROCKENBACH OAB/SC 55.987\nALEXANDRE SCHWARZ OAB/SC 48.452\n\nMAYRA MARINHO MIARELLI OAB/SC 41.973-A\nMARIANE SOLAGNA PATENO OAB/SC 55.361\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 4 (Solon) - IdDocumentoCompleto: 5041654-49.2018.4.04.7000-701537366769443000045555393642", "text": "AO COLENDO JUIZADO ESPECIAL FEDERAL DA SUBSE\u00c7\u00c3O DE CURITIBA \u2013 SE\u00c7\u00c3O JUDICI\u00c1RIA DO PARAN\u00c1.\nATIVIDADE CONCOMINTANTE EXTIN\u00c7\u00c3O DA ESCALA DE SAL\u00c1RIO BASE - LEI 10.666/03 PRECEDENTE TNU: 5003449-95.2016.4.04.7201/SC\nSALVADOR DE ALMEIDA SOBRINHO, brasileiro, casado, aposentado, inscrito(a) no CPF sob o n\u00ba 371.270.399-68, residente e domiciliada \u00e0 Rua Antonio Zak, n\u00ba 164, bairro Alto Boquer\u00e3o, na cidade de Curitiba - PR, n\u00e3o possui endere\u00e7o eletr\u00f4nico, atrav\u00e9s de seu(s) procurador(es) digitalmente assinado(s), vem mui respeitosamente perante a elevada presen\u00e7a de Vossa Excel\u00eancia, propor a presente a\u00e7\u00e3o de,\nREVIS\u00c3O DE BENEF\u00cdCIO PREVIDENCI\u00c1RIO\ncontra o INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL, Autarquia Federal, com Procuradoria nesta cidade pelos fatos e fundamentos jur\u00eddicos a seguir expostos:\n\n\f1. DO OBJETO DA A\u00c7\u00c3O\nTrata-se da revis\u00e3o previdenci\u00e1ria onde em raz\u00e3o de atividades concomitantes preencheu os requisitos ao benef\u00edcio de aposentadoria em data posterior a 1 de Abril de 2003, quando passou a vigorar a Lei 10.666/03 decorrente da convers\u00e3o da MP 83 de 12/12/2002, onde os SAL\u00c1RIOS DE CONTRIBUI\u00c7\u00c3O de atividades CONCOMITANTES (anteriores e posteriores a abril/2003) dever\u00e3o ser somados, respeitando a limita\u00e7\u00e3o do teto vigente.\n2. DOS FATOS\nO(A) autor(a) recebe aposentadoria por tempo de contribui\u00e7\u00e3o, n\u00ba 177.612.726-6, com DIB em 02/11/2011, conforme Carta de Concess\u00e3o e Mem\u00f3ria de C\u00e1lculo anexo.\nOcorre que o autor sofreu uma redu\u00e7\u00e3o do seu beneficio pela aplica\u00e7\u00e3o da Escala de Sal\u00e1rio Base, bem como aplica\u00e7\u00e3o do Art. 32 da Lei 8.213/91 em raz\u00e3o de realizar atividades concomitantes, o que n\u00e3o merece prosperar, se n\u00e3o vejamos:\nO artigo 32 da Lei n\u00ba. 8.213/91 assim determina quando se considera o exerc\u00edcio de atividades concomitantes pelo segurado:\nArt. 32. O sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio do segurado que contribuir em raz\u00e3o de atividades concomitantes ser\u00e1 calculado com base na soma dos sal\u00e1riosde-contribui\u00e7\u00e3o das atividades exercidas na data do requerimento ou do \u00f3bito, ou no per\u00edodo b\u00e1sico de c\u00e1lculo, observado o disposto no art. 29 e as normas seguintes: I - quando o segurado satisfizer, em rela\u00e7\u00e3o a cada atividade, as condi\u00e7\u00f5es do benef\u00edcio requerido, o sal\u00e1rio-de-beneficio ser\u00e1 calculado com base na soma dos respectivos sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o; II - quando n\u00e3o se verificar a hip\u00f3tese do inciso anterior, o sal\u00e1riode-benef\u00edcio corresponde \u00e0 soma das seguintes parcelas: a) o sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio calculado com base nos sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o das atividades em rela\u00e7\u00e3o \u00e0s quais s\u00e3o atendidas as condi\u00e7\u00f5es do benef\u00edcio requerido; b) um percentual da m\u00e9dia do sal\u00e1rio-de-contribui\u00e7\u00e3o de cada uma das demais atividades, equivalente \u00e0 rela\u00e7\u00e3o entre o n\u00famero de meses\n\n\fcompleto de contribui\u00e7\u00e3o e os do per\u00edodo de car\u00eancia do benef\u00edcio requerido; III - quando se tratar de benef\u00edcio por tempo de servi\u00e7o, o percentual da al\u00ednea 'b' do inciso II ser\u00e1 o resultante da rela\u00e7\u00e3o entre os anos completos de atividade e o n\u00famero de anos de servi\u00e7o considerado para a concess\u00e3o do benef\u00edcio. \u00a7 1\u00ba O disposto neste artigo n\u00e3o se aplica ao segurado que, em obedi\u00eancia ao limite m\u00e1ximo do sal\u00e1rio-de-contribui\u00e7\u00e3o, contribuiu apenas por uma das atividades concomitantes. \u00a7 2\u00ba N\u00e3o se aplica o disposto neste artigo ao segurado que tenha sofrido redu\u00e7\u00e3o do sal\u00e1rio-de-contribui\u00e7\u00e3o das atividades concomitantes em respeito ao limite m\u00e1ximo desse sal\u00e1rio. (Grifou-se).\nA finalidade da norma \u00e9 impedir que o segurado que sempre contribuiu para o sistema sobre um valor m\u00ednimo, \u00e0s v\u00e9speras da jubila\u00e7\u00e3o verta contribui\u00e7\u00f5es com valores bem superiores. No mesmo sentido, os empecilhos criados pelo artigo 29, \u00a7 4\u00ba, da Lei 8.213/91, e pelo artigo 29, da Lei 8.212/91, hoje revogado.\nReferidos dispositivos tinham raz\u00e3o de ser na medida em que o sal\u00e1rio de benef\u00edcio, conforme reda\u00e7\u00e3o origin\u00e1ria do artigo 29, da Lei 8.213/91, era calculado apenas com base na m\u00e9dia aritm\u00e9tica dos \u00faltimos 36 sal\u00e1rios de contribui\u00e7\u00e3o. Na medida em que a Lei 9.876/99 ampliou consideravelmente o per\u00edodo b\u00e1sico de c\u00e1lculo, fazendo constar que o sal\u00e1rio de benef\u00edcio levaria em considera\u00e7\u00e3o 80% do per\u00edodo contributivo do segurado, e acabou com a escala de sal\u00e1rio-base como forma de contribui\u00e7\u00e3o a ser observada pelo segurado facultativo e pelo contribuinte individual, n\u00e3o h\u00e1 mais motivos para se manter o dispositivo legal.\nDe qualquer forma, ainda que sejam respeitados os ditames do art. 32, n\u00e3o \u00e9 poss\u00edvel dar prote\u00e7\u00e3o em menor escala ao segurado obrigat\u00f3rio, que desempenhou atividade como trabalhador empregado, em detrimento de segurado facultativo - o qual pode inclusive optar mensalmente por qualquer valor para recolhimento de contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria. A Carta de 1988 criou toda uma escala de valores onde o empregado e o trabalhador avulso, conforme se observa da leitura dos artigos 7\u00ba e 201 da Constitui\u00e7\u00e3o Federal, recebem uma prote\u00e7\u00e3o mais intensa do legislador do que os demais segurados, sendo desproporcional a interpreta\u00e7\u00e3o que privilegia estes em detrimento daqueles.\n\n\f3. DO DIREITO\nO Juiz Federal JOAO BATISTA LAZZARI, firmou a tese sobre dupla atividade\n(atividades concomitantes) no processo 5007723-54.2011.4.04.7112/RS que contempla os\nsegurados que tenham reunido os requisitos e requerido o benef\u00edcio de aposentadoria em data\nposterior a 1\u00ba de Abril de 2003, na ent\u00e3o vig\u00eancia da Lei 10.666/03, os SAL\u00c1RIOS DE\nCONTRIBUI\u00c7\u00c3O (anteriores e posteriores) dever\u00e3o ser somados e limitados ao teto.\nN\u00e3o se aplica a regra do art. 32, segundo a atual legisla\u00e7\u00e3o, quando houver incid\u00eancia\nde fator previdenci\u00e1rio, tendo em conta que \u00e9 todo o per\u00edodo contributivo:\nPREVIDENCI\u00c1RIO. REVIS\u00c3O DE BENEF\u00cdCIO. ATIVIDADES CONCOMITANTES. - ATIVIDADE PRINCIPAL - CRIT\u00c9RIO DE ENQUADRAMENTO. LEI 8.213/91. ART. 32. FORMA DE C\u00c1LCULO. SISTEM\u00c1TICA DE INCID\u00caNCIA DO FATOR PREVIDENCI\u00c1RIO. (...). 5. O fator previdenci\u00e1rio, em se tratando de atividades concomitantes, deve incidir uma \u00fanica vez, apenas ap\u00f3s a soma das parcelas referentes \u00e0 atividade principal e secund\u00e1ria, tendo por base o total de tempo de servi\u00e7o do segurado. Isso porque n\u00e3o h\u00e1 raz\u00e3o para sua incid\u00eancia de forma independente quanto a cada atividade - principal ou secund\u00e1ria - pois o fator \u00e9 um redutor que tem base, dentre outras vari\u00e1veis, na idade do segurado no momento do preenchimento dos requisitos para a concess\u00e3o do benef\u00edcio, visando desestimular a aposenta\u00e7\u00e3o precoce, e, em \u00faltima inst\u00e2ncia, estabelecer o equil\u00edbrio atuarial do sistema. 6. O artigo 32 da Lei 8.213/91, no inciso II, al\u00ednea b, determina, quanto \u00e0s atividades secund\u00e1rias, apenas a apura\u00e7\u00e3o da 'propor\u00e7\u00e3o da m\u00e9dia dos sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o', n\u00e3o determinando, tecnicamente, a obten\u00e7\u00e3o de 'sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio secund\u00e1rio'. Em rela\u00e7\u00e3o \u00e0s atividades secund\u00e1rias, terci\u00e1rias, etc, j\u00e1 h\u00e1 um redutor referente \u00e0 propor\u00e7\u00e3o do n\u00famero de anos de contribui\u00e7\u00e3o/servi\u00e7o. Determinar a incid\u00eancia tamb\u00e9m do fator previdenci\u00e1rio considerando o tempo de servi\u00e7o apenas dessa atividade (que geralmente \u00e9 de poucos anos) importa na redu\u00e7\u00e3o do chamado 'sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio secund\u00e1rio' a valores \u00ednfimos, tornando de certa forma in\u00f3cua a forma de c\u00e1lculo prevista no artigo 32, II e III. (TRF4, APELREEX 0000341-70.2007.404.7004, Quinta Turma, Relatora Loraci Flores de Lima, D.E. 12/05/2011)\nNeste mesmo sentido, decis\u00e3o do TRF da 4\u00aa Regi\u00e3o:\nPREVIDENCI\u00c1RIO. REVIS\u00c3O DE BENEF\u00cdCIO. RENDA MENSAL INICIAL. ATIVIDADES CONCOMITANTES. ARTIGO 32 DA LBPS. 1. O objetivo da regra contida no art. 32 da Lei 8.213/91 era o de\n\n\fevitar majora\u00e7\u00f5es abruptas no sal\u00e1rio-de-contribui\u00e7\u00e3o no per\u00edodo pr\u00f3ximo \u00e0 aposenta\u00e7\u00e3o, porque os 36 sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o (dentro de um conjunto de 48 meses) eram relevantes \u00e0 fixa\u00e7\u00e3o do valor da renda mensal inicial do benef\u00edcio. 2. Por\u00e9m, com o advento da Lei 9.876/99, todas as contribui\u00e7\u00f5es recolhidas desde a compet\u00eancia de julho de 1994 (as 80% melhores) s\u00e3o utilizadas no c\u00e1lculo do benef\u00edcio previdenci\u00e1rio, restando ampliado o per\u00edodo considerado. Por conta disso, e considerando ainda que a referida norma promoveu a extin\u00e7\u00e3o gradativa da escala de sal\u00e1rio-base, evitando, dessa forma, que o segurado pudesse, subitamente, elevar suas contribui\u00e7\u00f5es at\u00e9 o teto do sal\u00e1rio-decontribui\u00e7\u00e3o e com isto aumentar indevidamente a renda mensal inicial de seu benef\u00edcio, deixou de fazer sentido a norma insculpida no art. 32 da Lei n. 8.213, n\u00e3o sendo razo\u00e1vel a manuten\u00e7\u00e3o desse regramento redutor do benef\u00edcio. Precedente da 3\u00aa Se\u00e7\u00e3o deste Tribunal. (TRF4 505971063.2014.404.7100, SEXTA TURMA, Relatora V\u00c2NIA HACK DE ALMEIDA, juntado aos autos em 06/07/2016)\nE ainda, recente decis\u00e3o da TNU acerca do tema:\nPEDIDO DE UNIFORMIZA\u00c7\u00c3O. PREVIDENCI\u00c1RIO. REVIS\u00c3O. ARTIGO 32 DA LEI 8.213/91. ATIVIDADES CONCOMITANTES. DERROGA\u00c7\u00c3O DO ARTIGO 32 DA LEI 8.213/91 A PARTIR DE 01/04/2003. LEI 9.876/99. MP 83/02 (LEI 10.666/03). 1. Trata-se de pedido de uniformiza\u00e7\u00e3o interposto contra ac\u00f3rd\u00e3o proferido pela 3\u00aa Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais do Rio Grande do Sul que aplicou o entendimento de que para o c\u00e1lculo da RMI do benef\u00edcio, no caso de atividades concomitantes, deve ser considerada como preponderante a que for mais vantajosa economicamente ao segurado. (...) 5. Com efeito, a jurisprud\u00eancia do STJ consolidou-se no sentido de que o art. 32 da Lei 8.213/91 disp\u00f5e que ser\u00e1 considerada atividade principal, para fins de c\u00e1lculo do valor do sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio, aquela na qual o segurado reuniu todas as condi\u00e7\u00f5es para concess\u00e3o da presta\u00e7\u00e3o. Isso significa que apenas o cumprimento de um dos requisitos n\u00e3o torna a atividade principal, sendo indispens\u00e1vel que o segurado preencha, al\u00e9m da car\u00eancia, o tempo de contribui\u00e7\u00e3o necess\u00e1rio \u00e0 concess\u00e3o do benef\u00edcio em apenas uma das atividades para que, ent\u00e3o, seja esta atribu\u00edda como principal. 6. Quando o segurado que contribui em raz\u00e3o de atividades concomitantes n\u00e3o satisfizer, em rela\u00e7\u00e3o a cada atividade, as condi\u00e7\u00f5es do benef\u00edcio requerido, a atividade principal ser\u00e1 aquela com sal\u00e1rios-decontribui\u00e7\u00e3o economicamente mais vantajosos. Essa \u00e9 a orienta\u00e7\u00e3o atual desta Turma Nacional, aprovada \u00e0 unanimidade quando do julgamento do Pedilef 5001611-95.2013.4.04.7113, de minha relatoria (DOU 21/03/2014). Na mesma \u00e9poca, o STJ julgou a mat\u00e9ria nos seguintes termos: PROCESSUAL CIVIL E PREVIDENCI\u00c1RIO. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. REGIME GERAL DA PREVID\u00caNCIA SOCIAL. APOSENTADORIA POR TEMPO DE SERVI\u00c7O. PROVENTOS PROPORCIONAIS. EMBARGOS \u00c0 EXECU\u00c7\u00c3O. CRIT\u00c9RIO DE C\u00c1LCULO DA RENDA MENSAL INICIAL. ATIVIDADES CONCOMITANTES. ATIVIDADE PRINCIPAL. MELHOR PROVEITO ECON\u00d4MICO. VALOR DA TRABALHO E DA LIVRE INICIATIVA. ART. 32 DA LEI 8.213/1991. INAPLICABILIDADE AO CASO. ART. 29 DA LEI 8.213/1991 EM SUA REDA\u00c7\u00c3O ORIGINAL. OBSERV\u00c2NCIA NO\n\n\fCASO. DISS\u00cdDIO JURISPRUDENCIAL. FALTA DE SIMILITUDE F\u00c1TICA. RECURSO ESPECIAL CONHECIDO EM PARTE E NESSA PARTE N\u00c3O PROVIDO. 1. Na hip\u00f3tese de desempenho pelo segurado de atividades laborais concomitantes, a jurisprud\u00eancia do STJ \u00e9 assente no sentido de que, nos termos do art. 32 da Lei 8.213/1991, ser\u00e1 considerada atividade principal, para fins de c\u00e1lculo do valor do sal\u00e1rio de benef\u00edcio, aquela na qual o segurado reuniu condi\u00e7\u00f5es para concess\u00e3o do benef\u00edcio. 2. A peculiaridade do caso concreto consiste no fato de que o segurado n\u00e3o completou tempo de servi\u00e7o suficiente para se aposentar em nenhuma das atividades concomitantes. Por isso que deve ser considerada como atividade principal, para fins de apura\u00e7\u00e3o do sal\u00e1rio de benef\u00edcio, aquela que gerar maior proveito econ\u00f4mico no c\u00e1lculo da renda mensal inicial. Observ\u00e2ncia do julgamento em caso an\u00e1logo ao presente, proferido no Recurso Especial 1.311.963/SC. 3. Agravo regimental n\u00e3o provido. (AgRg no REsp 1412064/RS, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 20/03/2014, DJe 26/03/2014) (grifei) 6.1 Portanto, a jurisprud\u00eancia atual desta Turma Nacional est\u00e1 alinhada \u00e0 do Superior Tribunal de Justi\u00e7a. Entendo, contudo, que a mat\u00e9ria uniformizada n\u00e3o pode ser aplicada ao caso dos autos. Explico. 7. A an\u00e1lise detida do processo permite concluir que os sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o concomitantes referem-se ao per\u00edodo de janeiro de 2005 a setembro de 2008, \u00e9poca em que j\u00e1 vigorava a Lei 10.666, de 08/05/2003, decorrente da convers\u00e3o da Medida Provis\u00f3ria 83, de 12/12/2002, que determinou a extin\u00e7\u00e3o, a partir de abril de 2003, da escala de sal\u00e1rio-base (artigos 9\u00ba e 14). Com essa extin\u00e7\u00e3o, deixou de existir restri\u00e7\u00e3o quanto ao valor dos recolhimentos efetuados pelos segurados contribuinte individual e segurado facultativo. Isso significa dizer que tais segurados puderam, a partir de ent\u00e3o, contribuir para a Previd\u00eancia Social com base em qualquer valor e foram autorizados a modificar os sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o sem observar qualquer interst\u00edcio, respeitando apenas os limites m\u00ednimo e m\u00e1ximo. 8. \u00c0 vista desse quadro, entendo que com rela\u00e7\u00e3o a atividades exercidas concomitantemente em per\u00edodo posterior a mar\u00e7o de 2003 n\u00e3o mais se justifica a aplica\u00e7\u00e3o do artigo 32 da Lei 8.213/91, que deve ser interpretado como regra de prote\u00e7\u00e3o, que objetiva justamente evitar que o segurado, nos \u00faltimos anos de contribui\u00e7\u00e3o, passe a recolher valores elevados com o intuito de obter um benef\u00edcio mais alto. Registro que no regime anterior \u00e0 Lei 9.876/99, o sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio era calculado com base na m\u00e9dia aritm\u00e9tica simples de todos os \u00faltimos sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o dos meses imediatamente anteriores ao do afastamento da atividade ou da data da entrada do requerimento, at\u00e9 o m\u00e1ximo de 36 (trinta e seis), apurados em per\u00edodo n\u00e3o superior a 48 (quarenta e oito) meses. A partir da Lei 9.876/99, que trouxe modifica\u00e7\u00f5es quanto ao c\u00e1lculo para apura\u00e7\u00e3o do sal\u00e1rio-debenef\u00edcio, conferindo nova reda\u00e7\u00e3o ao artigo 29 da Lei 8.213/91, o recolhimento de contribui\u00e7\u00f5es em valores superiores apenas nos \u00faltimos anos de contribui\u00e7\u00e3o passou a ter pouca import\u00e2ncia para a fixa\u00e7\u00e3o da renda mensal inicial do benef\u00edcio. Foi exatamente essa mudan\u00e7a da sistem\u00e1tica de c\u00e1lculo do sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio que justificou a extin\u00e7\u00e3o da escala de sal\u00e1rio-base. 9. Como bem ponderado pelo Desembargador Ricardo Teixeira do Vale Pereira (TRF4, APELREEX 000463208.2014.404.9999, Quinta Turma, Relator Ricardo Teixeira do Valle Pereira, D.E. 03/06/2015), que comp\u00f5e o Tribunal Regional Federal da 4\u00aa Regi\u00e3o, \u201cextinta a escala de sal\u00e1rio-base, o segurado empregado que tem seu v\u00ednculo cessado pode passar a contribuir como contribuinte individual, ou mesmo como facultativo, pelo teto. Por outro lado, o contribuinte individual, ou mesmo o facultativo, pode majorar sua\n\n\fcontribui\u00e7\u00e3o at\u00e9 o teto no momento que desejar. N\u00e3o pode, diante da situa\u00e7\u00e3o posta, ser adotada interpreta\u00e7\u00e3o que acarrete tratamento detrimentoso para o segurado empregado que tamb\u00e9m \u00e9 contribuinte individual, ou mesmo que tem dois v\u00ednculos como empregado, sob pena de ofensa \u00e0 isonomia. N\u00e3o h\u00e1 sentido em se considerar v\u00e1lido possa o contribuinte individual recolher pelo teto sem qualquer restri\u00e7\u00e3o e, por vias transversas, vedar isso ao segurado empregado que desempenha concomitantemente atividade como contribuinte individual, ou mesmo que tem dois v\u00ednculos empregat\u00edcios. E \u00e9 isso, na pr\u00e1tica, que ocorreria se se reputasse vigente o disposto no artigo 32 da Lei 8.213/91. A conclus\u00e3o, portanto, \u00e9 de que, na linha do que estatui a Lei de Introdu\u00e7\u00e3o \u00e0s Normas do Direito Brasileiro (antiga LICC), ocorreu, a partir de 1\u00ba de abril de 2003, a derroga\u00e7\u00e3o do artigo 32 das Lei 8.213/91. Deste modo, assim como o contribuinte individual e o segurado facultativo podem simplesmente passar a recolher pelo teto a partir da compet\u00eancia abril/2003, a todo segurado que tenha mais de um v\u00ednculo deve ser admitida, a partir da compet\u00eancia abril/2003, a soma dos sal\u00e1rios-decontribui\u00e7\u00e3o, respeitado o teto.\u201d. 10. Dessa forma, o art. 32 da Lei n. 8.213/91 deixou de ter vig\u00eancia a partir de 01/04/2003, pois, com a extin\u00e7\u00e3o da escala de sal\u00e1rio-base (arts. 9\u00ba e 14 da MP 83/2002, convertida na Lei n. 10.666/2003), a regra deixou de produzir o efeito pretendido, tendo ocorrido sua derroga\u00e7\u00e3o, motivo pelo qual proponho a uniformiza\u00e7\u00e3o do entendimento de que: a) tendo o segurado que contribuiu em raz\u00e3o de atividades concomitantes implementados os requisitos ao benef\u00edcio em data posterior a 01/04/2003, os sal\u00e1rios-decontribui\u00e7\u00e3o concomitantes (anteriores e posteriores a 04/2003) ser\u00e3o somados e limitados ao teto; e b) no caso de segurado que tenha preenchido os requisitos e requerido o benef\u00edcio at\u00e9 01/04/2003, aplica-se o art. 32 da Lei n. 8.213/1991, observando-se que se o requerente n\u00e3o satisfizer, em rela\u00e7\u00e3o a cada atividade, as condi\u00e7\u00f5es do benef\u00edcio requerido, a atividade principal ser\u00e1 aquela com sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o economicamente mais vantajosos, na linha do entendimento uniformizado no \u00e2mbito desta TNU (Pedilef 500161195.2013.4.04.7113). 11. Seria o caso de reformar o ac\u00f3rd\u00e3o para restabelecer a senten\u00e7a, a qual, embora por motivos diversos, determinou a soma dos sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o, observado o teto. Todavia, como n\u00e3o houve pedido de uniformiza\u00e7\u00e3o da parte autora com rela\u00e7\u00e3o ao ponto, nego provimento ao incidente do INSS, pois, determinar a adequa\u00e7\u00e3o do ac\u00f3rd\u00e3o para aplica\u00e7\u00e3o do entendimento acima expendido implicaria reformatio in pejus. (grifos n\u00e3o originais) (PEDILEF 50077235420114047112. Relator: Jo\u00e3o Batista Lazzari. DOU: 09/10/2015).\nPEDIDO DE UNIFORMIZA\u00c7\u00c3O. PREVIDENCI\u00c1RIO. REVIS\u00c3O. ARTIGO 32 DA LEI 8.213/91. ATIVIDADES CONCOMITANTES. DERROGA\u00c7\u00c3O DO ARTIGO 32 DA LEI 8.213/91 A PARTIR DE 01/04/2003. IMPLEMENTA\u00c7\u00c3O DOS REQUISITOS NECESS\u00c1RIOS \u00c0 CONCESS\u00c3O DO BENEF\u00cdCIO AP\u00d3S 01/04/2003: SOMA DOS SAL\u00c1RIOS-DE-CONTRIBUI\u00c7\u00c3O CONCOMITANTES (ANTERIORES E POSTERIORES A 01/04/2003) E LIMITA\u00c7\u00c3O AO TETO. PRECEDENTE DESTA TNU. INCIDENTE N\u00c2O CONHECIDO. (PEDILEF 50045176220164047207, Turma Nacional de Uniformiza\u00e7\u00e3o, Relator FERNANDO MOREIRA GONCALVES, data da decis\u00e3o 25/10/2017).\n\n\f4. DO PEDIDO\nEm face do exposto, arrazoado e fundamentado, consubstanciando-se nos fatos nesta narrados e no que de direito aplic\u00e1vel \u00e0 esp\u00e9cie, requer se digne V. Ex\u00aa:\na) A TOTAL PROCED\u00caNCIA para CONDENAR o requerido a efetuar o rec\u00e1lculo do benef\u00edcio previdenci\u00e1rio do(a) requerente SOMANDO as contribui\u00e7\u00f5es concomitantes do PBC, em raz\u00e3o da extin\u00e7\u00e3o da escala de sal\u00e1rio base na vigente Lei 10.666/03, bem como repassar os valores que o(a) autor(a) deixou de receber desde a entrada do requerimento (DER), acrescido de juros e corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria;\nb) Seja o demandado CONDENADO a pagar as diferen\u00e7as vencidas e vincendas decorrentes da revis\u00e3o pleiteada, observando o afastamento do disposto na Lei 11.960/09.\nc) Seja determinada a dispensada da audi\u00eancia de concilia\u00e7\u00e3o ou media\u00e7\u00e3o, que disp\u00f5e a intelig\u00eancia do art. 334 do NCPC.\nd) Seja intimado o INSS a trazer ao processo, c\u00f3pia de todo o processo administrativo, incluindo o demonstrativo de todos os valores pagos ao autor desde a data da concess\u00e3o dos benef\u00edcios at\u00e9 a presente data, uma vez que o Requerente recebe atrav\u00e9s de dep\u00f3sito banc\u00e1rio e n\u00e3o tem posse de tais documentos, com suped\u00e2neo no art. 438 do NCPC c/c art. 11 da Lei 10.259/01;\ne) Pagar as custas processuais, os honor\u00e1rios de advogado a t\u00edtulo de sucumb\u00eancia, na base do calculo de 10% (dez por cento) sobre o total a ser apurado em fase de liquida\u00e7\u00e3o de senten\u00e7a, em caso de recurso, e dos demais emolumentos judiciais que se fizerem necess\u00e1rios, na forma da Lei.\nf) RPV - PRECAT\u00d3RIO. No caso de PROCED\u00caNCIA da presente demanda, o que se requer desde j\u00e1, seja condenada a Autarquia R\u00e9, a pagar os valores atrasados por meio de\n\n\fRequisi\u00e7\u00e3o de Pequeno Valor \u2013 RPV (e/ou Precat\u00f3rio), expedido de acordo com a Resolu\u00e7\u00e3o n\u00ba 405/2016, oriunda do Conselho da Justi\u00e7a Federal \u2013 CJF;\ng) HONOR\u00c1RIOS ADVOCAT\u00cdCIOS. Determinar, nos termos do art. 18\u00ba da Resolu\u00e7\u00e3o405/2016 do CJF, sejam destacados os valores a t\u00edtulo de honor\u00e1rios advocat\u00edcios estabelecidos no contrato de presta\u00e7\u00e3o de servi\u00e7os e honor\u00e1rios advocat\u00edcios (doc. em anexo); bem como de sucumb\u00eancia, em favor da BERKENBROCK, MORATELLI & SCHUTZ Advogados Associados, sociedade civil inscrita na Ordem dos Advogados do Brasil \u2013 OAB, sob n\u00ba 1358/2008 e C.N.P.J. sob n\u00ba 09.656.345/0001-72;\nh) Refor\u00e7a-se o pedido de concess\u00e3o do benef\u00edcio da justi\u00e7a gratuita ao autor por ser pessoa pobre na acep\u00e7\u00e3o jur\u00eddica do termo, n\u00e3o reunindo meios de suportar os \u00f4nus da presente a\u00e7\u00e3o, sem preju\u00edzo do pr\u00f3prio sustento ou de sua fam\u00edlia, em conformidade com a Lei n.\u00ba 1060/50 e com o art. 4\u00ba da Lei n.\u00ba 7510/86;\ni) \u00c0 produ\u00e7\u00e3o de todos os meios da prova em direito admitidas, sem exce\u00e7\u00e3o de natureza alguma, especialmente a prova documental inclusa, bem como outras que se fizerem necess\u00e1rias.\nj) A ren\u00fancia aos valores de atrasados excedentes a 60 sal\u00e1rios m\u00ednimos, com a finalidade de fixa\u00e7\u00e3o de compet\u00eancia.\nAo final, sejam tornados todos os procedimentos legais para o encaminhamento deste pedido nos seus ulteriores atos.\nD\u00e1-se \u00e0 causa, somente para efeitos fiscais, o valor de R$ 26.927,20 (vinte e seis mil, novecentos e vinte e sete reais e vinte centavos).\nNestes termos, pede deferimento.\nCuritiba - PR, 19 de setembro de 2018.\n\n\fCARLOS BERKENBROCK OAB/PR 050.477\n\nSAYLES RODRIGO SCHUTZ OAB/SC 015.426\n\nLEANDRO MORATELLI OAB/SC 046.128\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 5 (Solon) - IdDocumentoCompleto: 5089485-50.2019.4.04.7100-711574259342745621655339124369", "text": "EXCELENT\u00cdSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DO JUIZADO ESPECIAL FEDERAL DESTA SUBSE\u00c7\u00c3O DA SE\u00c7\u00c3O JUDICI\u00c1RIA DE RIO GRANDE DO SUL\nMat\u00e9ria: ATIVIDADE CONCOMINTANTE\nEXTIN\u00c7\u00c3O DA ESCALA DE SAL\u00c1RIO BASE - LEI 10.666/03\nPRECEDENTE TNU: 5003449-95.2016.4.04.7201/SC\nGIOVANI BATISTA PEREIRA, brasileiro, casado, aposentado, inscrito no CPF sob o n\u00ba 197.980.670-53, residente e domiciliado na Rua Dom\u00edcio da Gama, 158, Bairro Gl\u00f3ria, Porto Alegre, RS, CEP 91.710-120, atrav\u00e9s de seu(s) procurador(es) digitalmente assinado(s), vem mui respeitosamente perante a elevada presen\u00e7a de Vossa Excel\u00eancia, propor a presente a\u00e7\u00e3o de REVIS\u00c3O DE BENEF\u00cdCIO PREVIDENCI\u00c1RIO contra o INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS, Autarquia Federal, com Procuradoria nesta cidade pelos fatos e fundamentos jur\u00eddicos a seguir expostos:\nOBJETO DA A\u00c7\u00c3O\nO segurado requereu, e teve concedido, o benef\u00edcio de aposentadoria em data posterior a 01/04/2003.\nVale dizer que o mesmo exerceu ATIVIDADES CONCOMITANTES no decorrer de sua vida laboral e, de acordo com a legisla\u00e7\u00e3o em vigor (Lei 10.666/03, decorrente da convers\u00e3o da MP 83, de 12/12/2002), os SAL\u00c1RIOS-DE-CONTRIBUI\u00c7\u00c3O oriundos de ATIVIDADES CONCOMITANTES (anteriores e posteriores a abril/2003) DEVER\u00c3O SER SOMADOS, respeitando-se, logicamente, a limita\u00e7\u00e3o do teto vigente.\nDOS FATOS\nA parte autora recebe o benef\u00edcio APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUI\u00c7\u00c3O n\u00ba 172.811.777-9, com DIB em 25/08/2015, conforme comprova a carta de concess\u00e3o/Mem\u00f3ria de C\u00e1lculo em anexo.\nOcorre que o autor sofreu redu\u00e7\u00e3o no seu beneficio em raz\u00e3o da aplica\u00e7\u00e3o da Escala de Sal\u00e1rio Base, bem como da aplica\u00e7\u00e3o do art. 32, da Lei 8.213/91, pelo fato de ter realizado ATIVIDADES CONCOMITANTES, o que n\u00e3o merece prosperar, sen\u00e3o vejamos:\nO artigo 32, da Lei n\u00ba 8.213/91, assim determina quando se considera o exerc\u00edcio de atividades concomitantes pelo segurado:\n\n\fArt. 32. O sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio do segurado que contribuir em raz\u00e3o de atividades concomitantes ser\u00e1 calculado com base na soma dos sal\u00e1rios-decontribui\u00e7\u00e3o das atividades exercidas na data do requerimento ou do \u00f3bito, ou no per\u00edodo b\u00e1sico de c\u00e1lculo, observado o disposto no art. 29 e as normas seguintes: I - quando o segurado satisfizer, em rela\u00e7\u00e3o a cada atividade, as condi\u00e7\u00f5es do benef\u00edcio requerido, o sal\u00e1rio-de-beneficio ser\u00e1 calculado com base na soma dos respectivos sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o;\u2028 II - quando n\u00e3o se verificar a hip\u00f3tese do inciso anterior, o sal\u00e1rio-de- benef\u00edcio corresponde \u00e0 soma das seguintes parcelas: a) o sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio calculado com base nos sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o das atividades em rela\u00e7\u00e3o \u00e0s quais s\u00e3o atendidas as condi\u00e7\u00f5es do benef\u00edcio requerido;\u2028 b) um percentual da m\u00e9dia do sal\u00e1rio-de-contribui\u00e7\u00e3o de cada uma das demais atividades, equivalente \u00e0 rela\u00e7\u00e3o entre o n\u00famero de meses completo de contribui\u00e7\u00e3o e os do per\u00edodo de car\u00eancia do benef\u00edcio requerido; III - quando se tratar de benef\u00edcio por tempo de servi\u00e7o, o percentual da al\u00ednea 'b' do inciso II ser\u00e1 o resultante da rela\u00e7\u00e3o entre os anos completos de atividade e o n\u00famero de anos de servi\u00e7o considerado para a concess\u00e3o do benef\u00edcio. \u00a7 1o O disposto neste artigo n\u00e3o se aplica ao segurado que, em obedi\u00eancia ao limite m\u00e1ximo do sal\u00e1rio-de-contribui\u00e7\u00e3o, contribuiu apenas por uma das atividades concomitantes.\u2028 \u00a7 2o N\u00e3o se aplica o disposto neste artigo ao segurado que tenha sofrido redu\u00e7\u00e3o do sal\u00e1rio-de-contribui\u00e7\u00e3o das atividades concomitantes em respeito ao limite m\u00e1ximo desse sal\u00e1rio. (grifo nosso)\nA finalidade da norma \u00e9 impedir que o segurado, que sempre contribuiu para o sistema sobre um valor m\u00ednimo, \u00e0s v\u00e9speras da jubila\u00e7\u00e3o, verta contribui\u00e7\u00f5es com valores bem superiores. No mesmo sentido, vale citar os empecilhos criados tanto pelo artigo 29, \u00a7 4\u00ba, da Lei 8.213/91, como pelo artigo 29, da Lei 8.212/91, hoje revogado.\nReferidos dispositivos tinham raz\u00e3o de ser, na medida em que o sal\u00e1rio de benef\u00edcio, conforme reda\u00e7\u00e3o origin\u00e1ria do artigo 29, da Lei 8.213/91, era calculado apenas com base na m\u00e9dia aritm\u00e9tica dos \u00faltimos 36 sal\u00e1rios de contribui\u00e7\u00e3o.\nEntretanto, a Lei 9.876/99 ampliou consideravelmente o per\u00edodo b\u00e1sico de c\u00e1lculo, fazendo constar que o sal\u00e1rio de benef\u00edcio levaria em considera\u00e7\u00e3o 80% do per\u00edodo contributivo do segurado, acabando com a escala de sal\u00e1rio-base como forma de contribui\u00e7\u00e3o a ser observada pelo segurado facultativo e pelo contribuinte individual, n\u00e3o h\u00e1 mais motivos para se manter o dispositivo legal.\nDe qualquer forma, ainda que sejam respeitados os ditames do art. 32, n\u00e3o \u00e9 poss\u00edvel dar prote\u00e7\u00e3o em menor escala ao segurado obrigat\u00f3rio, que desempenhou atividade como trabalhador empregado, em detrimento de segurado facultativo - o qual pode inclusive optar mensalmente por qualquer valor para recolhimento de contribui\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria.\n\n\fA Carta de 1988 criou toda uma escala de valores onde o empregado e o trabalhador avulso, conforme se observa da leitura dos artigos 7\u00ba e 201 da Constitui\u00e7\u00e3o Federal, recebem uma prote\u00e7\u00e3o mais intensa do legislador do que os demais segurados, sendo desproporcional a interpreta\u00e7\u00e3o que privilegia estes em detrimento daqueles.\nSobre a quest\u00e3o, vale transcrever, ainda, trecho de senten\u00e7a proferida pelo Juiz Mauro Sbaraini, nos autos do processo n\u00ba 5005597- 20.2014.404.7114, que tramitou no Ju\u00edzo Federal da 2\u00aa Vara de Lajeado (RS), na qual o referido magistrado esclarece que a aplica\u00e7\u00e3o do artigo 32 da Lei n\u00ba 8.213/91 ap\u00f3s a extin\u00e7\u00e3o da escala de sal\u00e1rios-base fere, inclusive, o princ\u00edpio constitucional da isonomia:\n\u201cPois bem, ao avaliarmos o c\u00e1lculo de concomit\u00e2ncia proposto pelo art. 32 da Lei 8.213/91, veremos que, a partir da extin\u00e7\u00e3o da escala de sal\u00e1rios-base (ou seja, da extin\u00e7\u00e3o dessa regra de seguran\u00e7a) ele fere o princ\u00edpio da isonomia, inserto na Constitui\u00e7\u00e3o Federal.\nIsso porque dois segurados com mesmo valor de contribui\u00e7\u00e3o, v\u00e3o receber contrapresta\u00e7\u00e3o estatal diversa, pelos simples fato de um deles ter contribu\u00eddo em mais de uma atividade, e o outro, n\u00e3o. A presta\u00e7\u00e3o \u00e9 a mesma; a contrapresta\u00e7\u00e3o, n\u00e3o.\nNa pr\u00e1tica, duas s\u00e3o as consequ\u00eancias.\nA primeira, igualando os iguais. Nos benef\u00edcios de aposentadoria por tempo de contribui\u00e7\u00e3o, especial e por idade, normalmente o c\u00e1lculo do art. 32 \u00e9 prejudicial aos segurados, e nos benef\u00edcios de aux\u00edlio- doen\u00e7a, aposentadoria por invalidez, pens\u00e3o por morte e aux\u00edlio reclus\u00e3o, muitas vezes o c\u00e1lculo do art. 32 \u00e9 favor\u00e1vel aos segurados.\nA segunda, em termos de simplifica\u00e7\u00e3o dos c\u00e1lculos e de facilidade no entendimento por parte dos humildes segurados. Ora, o c\u00e1lculo do art. 32, pela diversidade de regras, \u00e9 bastante complexo e sua aplica\u00e7\u00e3o gera freq\u00fcentes discuss\u00f5es judiciais.\u201d\nPortanto, o que se pode concluir \u00e9 que, enquanto o legislador entendeu que a manuten\u00e7\u00e3o da escala de sal\u00e1rios-base era salutar para a seguran\u00e7a financeira do sistema, o tratamento desigual se justifica, mas a partir do momento que o legislador expressamente retira este dispositivo, n\u00e3o h\u00e1 mais fundamento ou justificativa para este tratamento.\nDO DIREITO\nO Juiz Federal JOAO BATISTA LAZZARI, no processo n\u00ba 5007723-54.2011.4.04.7112/RS, fixou entendimento sobre a forma de c\u00e1lculo do sal\u00e1rio-debenef\u00edcio de segurado que reuniu os requisitos e teve concedido benef\u00edcio de aposentadoria em data posterior a 01/04/03 (na vig\u00eancia da Lei 10.666/03) E QUE EXERCERAM ATIVIDADES\n\n\fCONCOMITANTES, definindo que os SAL\u00c1RIOS DE CONTRIBUI\u00c7\u00c3O (anteriores e posteriores) dever\u00e3o ser somados, respeitando-se os limites ao teto vigente.\nAinda, a incid\u00eancia do fator previdenci\u00e1rio, EM CASO DE ATIVIDADES CONCOMITANTES, deve se dar em uma \u00fanica oportunidade, ap\u00f3s o somat\u00f3rio dos sal\u00e1rios-decontribui\u00e7\u00e3o, nos termos j\u00e1 referidos, sen\u00e3o vejamos:\nPREVIDENCI\u00c1RIO. REVIS\u00c3O DE BENEF\u00cdCIO. ATIVIDADES CONCOMITANTES. - ATIVIDADE PRINCIPAL - CRIT\u00c9RIO DE ENQUADRAMENTO. LEI 8.213/91. ART. 32. FORMA DE C\u00c1LCULO. SISTEM\u00c1TICA DE INCID\u00caNCIA DO FATOR PREVIDENCI\u00c1RIO. (...). 5. O fator previdenci\u00e1rio, em se tratando de atividades concomitantes, deve incidir uma \u00fanica vez, apenas ap\u00f3s a soma das parcelas referentes \u00e0 atividade principal e secund\u00e1ria, tendo por base o total de tempo de servi\u00e7o do segurado. Isso porque n\u00e3o h\u00e1 raz\u00e3o para sua incid\u00eancia de forma independente quanto a cada atividade - principal ou secund\u00e1ria - pois o fator \u00e9 um redutor que tem base, dentre outras vari\u00e1veis, na idade do segurado no momento do preenchimento dos requisitos para a concess\u00e3o do benef\u00edcio, visando desestimular a aposenta\u00e7\u00e3o precoce, e, em \u00faltima inst\u00e2ncia, estabelecer o equil\u00edbrio atuarial do sistema. 6. O artigo 32 da Lei 8.213/91, no inciso II, al\u00ednea b, determina, quanto \u00e0s atividades secund\u00e1rias, apenas a apura\u00e7\u00e3o da 'propor\u00e7\u00e3o da m\u00e9dia dos sal\u00e1rios-decontribui\u00e7\u00e3o', n\u00e3o determinando, tecnicamente, a obten\u00e7\u00e3o de 'sal\u00e1rio-debenef\u00edcio secund\u00e1rio'. Em rela\u00e7\u00e3o \u00e0s atividades secund\u00e1rias, terci\u00e1rias, etc, j\u00e1 h\u00e1 um redutor referente \u00e0 propor\u00e7\u00e3o do n\u00famero de anos de contribui\u00e7\u00e3o/servi\u00e7o. Determinar a incid\u00eancia tamb\u00e9m do fator previdenci\u00e1rio considerando o tempo de servi\u00e7o apenas dessa atividade (que geralmente \u00e9 de poucos anos) importa na redu\u00e7\u00e3o do chamado 'sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio secund\u00e1rio' a valores \u00ednfimos, tornando de certa forma in\u00f3cua a forma de c\u00e1lculo prevista no artigo 32, II e III. (TRF4, APELREEX 0000341- 70.2007.404.7004, Quinta Turma, Relatora Loraci Flores de Lima, D.E. 12/05/2011)\nNeste mesmo sentido:\nPREVIDENCI\u00c1RIO. REVIS\u00c3O DE BENEF\u00cdCIO. RENDA MENSAL INICIAL. ATIVIDADES CONCOMITANTES. ARTIGO 32 DA LBPS. 1. O objetivo da regra contida no art. 32 da Lei 8.213/91 era o de evitar majora\u00e7\u00f5es abruptas no sal\u00e1rio-de-contribui\u00e7\u00e3o no per\u00edodo pr\u00f3ximo \u00e0 aposenta\u00e7\u00e3o, porque os 36 sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o (dentro de um conjunto de 48 meses) eram relevantes \u00e0 fixa\u00e7\u00e3o do valor da renda mensal inicial do benef\u00edcio. 2. Por\u00e9m, com o advento da Lei 9.876/99, todas as contribui\u00e7\u00f5es recolhidas desde a compet\u00eancia de julho de 1994 (as 80% melhores) s\u00e3o utilizadas no c\u00e1lculo do benef\u00edcio previdenci\u00e1rio, restando ampliado o per\u00edodo considerado. Por conta disso, e considerando ainda que a referida norma promoveu a extin\u00e7\u00e3o gradativa da escala de sal\u00e1rio-base, evitando, dessa forma, que o segurado pudesse, subitamente, elevar suas contribui\u00e7\u00f5es at\u00e9 o teto do sal\u00e1rio-de-contribui\u00e7\u00e3o e com isto aumentar indevidamente a renda mensal inicial de seu benef\u00edcio, deixou de fazer sentido a\n\n\fnorma insculpida no art. 32 da Lei n. 8.213, n\u00e3o sendo razo\u00e1vel a manuten\u00e7\u00e3o desse regramento redutor do benef\u00edcio. Precedente da 3a Se\u00e7\u00e3o deste Tribunal. (TRF4 5059710-63.2014.404.7100, SEXTA TURMA, Relatora V\u00c2NIA HACK DE ALMEIDA, juntado aos autos em 06/07/2016)\nE ainda, recente decis\u00e3o da TNU acerca do tema:\nPEDIDO DE UNIFORMIZA\u00c7\u00c3O. PREVIDENCI\u00c1RIO. REVIS\u00c3O. ARTIGO 32 DA LEI 8.213/91. ATIVIDADES CONCOMITANTES. DERROGA\u00c7\u00c3O DO ARTIGO 32 DA LEI 8.213/91 A PARTIR DE 01/04/2003. LEI 9.876/99. MP 83/02 (LEI 10.666/03). 1. Trata-se de pedido de uniformiza\u00e7\u00e3o interposto contra ac\u00f3rd\u00e3o proferido pela 3a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais do Rio Grande do Sul que aplicou o entendimento de que para o c\u00e1lculo da RMI do benef\u00edcio, no caso de atividades concomitantes, deve ser considerada como preponderante a que for mais vantajosa economicamente ao segurado. (...) 5. Com efeito, a jurisprud\u00eancia do STJ consolidou-se no sentido de que o art. 32 da Lei 8.213/91 disp\u00f5e que ser\u00e1 considerada atividade principal, para fins de c\u00e1lculo do valor do sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio, aquela na qual o segurado reuniu todas as condi\u00e7\u00f5es para concess\u00e3o da presta\u00e7\u00e3o. Isso significa que apenas o cumprimento de um dos requisitos n\u00e3o torna a atividade principal, sendo indispens\u00e1vel que o segurado preencha, al\u00e9m da car\u00eancia, o tempo de contribui\u00e7\u00e3o necess\u00e1rio \u00e0 concess\u00e3o do benef\u00edcio em apenas uma das atividades para que, ent\u00e3o, seja esta atribu\u00edda como principal. 6. Quando o segurado que contribui em raz\u00e3o de atividades concomitantes n\u00e3o satisfizer, em rela\u00e7\u00e3o a cada atividade, as condi\u00e7\u00f5es do benef\u00edcio requerido, a atividade principal ser\u00e1 aquela com sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o economicamente mais vantajosos. Essa \u00e9 a orienta\u00e7\u00e3o atual desta Turma Nacional, aprovada \u00e0 unanimidade quando do julgamento do Pedilef 5001611-95.2013.4.04.7113, de minha relatoria (DOU 21/03/2014). Na mesma \u00e9poca, o STJ julgou a mat\u00e9ria nos seguintes termos: PROCESSUAL CIVIL E PREVIDENCI\u00c1RIO. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. REGIME GERAL DA PREVID\u00caNCIA SOCIAL. APOSENTADORIA POR TEMPO DE SERVI\u00c7O. PROVENTOS PROPORCIONAIS. EMBARGOS \u00c0 EXECU\u00c7\u00c3O. CRIT\u00c9RIO DE C\u00c1LCULO DA RENDA MENSAL INICIAL. ATIVIDADES CONCOMITANTES. ATIVIDADE PRINCIPAL. MELHOR PROVEITO ECON\u00d4MICO. VALOR DA TRABALHO E DA LIVRE INICIATIVA. ART. 32 DA LEI 8.213/1991. INAPLICABILIDADE AO CASO. ART. 29 DA LEI 8.213/1991 EM SUA REDA\u00c7\u00c3O ORIGINAL. OBSERV\u00c2NCIA NO CASO. DISS\u00cdDIO JURISPRUDENCIAL. FALTA DE SIMILITUDE F\u00c1TICA. RECURSO ESPECIAL CONHECIDO EM PARTE E NESSA PARTE N\u00c3O PROVIDO. 1. Na hip\u00f3tese de desempenho pelo segurado de atividades laborais concomitantes, a jurisprud\u00eancia do STJ \u00e9 assente no sentido de que, nos termos do art. 32 da Lei 8.213/1991, ser\u00e1 considerada atividade principal, para fins de c\u00e1lculo do valor do sal\u00e1rio de benef\u00edcio, aquela na qual o segurado reuniu condi\u00e7\u00f5es para concess\u00e3o do benef\u00edcio. 2. A peculiaridade do caso concreto consiste no fato de que o segurado n\u00e3o completou tempo de servi\u00e7o suficiente para se aposentar em nenhuma das atividades concomitantes. Por isso que deve ser considerada como atividade principal, para fins de apura\u00e7\u00e3o do sal\u00e1rio de benef\u00edcio, aquela que gerar maior proveito econ\u00f4mico no c\u00e1lculo da\n\n\frenda mensal inicial. Observ\u00e2ncia do julgamento em caso an\u00e1logo ao presente, proferido no Recurso Especial 1.311.963/SC. 3. Agravo regimental n\u00e3o provido. (AgRg no REsp 1412064/RS, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 20/03/2014, DJe 26/03/2014) (grifei) 6.1 Portanto, a jurisprud\u00eancia atual desta Turma Nacional est\u00e1 alinhada \u00e0 do Superior Tribunal de Justi\u00e7a. Entendo, contudo, que a mat\u00e9ria uniformizada n\u00e3o pode ser aplicada ao caso dos autos. Explico. 7. A an\u00e1lise detida do processo permite concluir que os sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o concomitantes referem-se ao per\u00edodo de janeiro de 2005 a setembro de 2008, \u00e9poca em que j\u00e1 vigorava a Lei 10.666, de 08/05/2003, decorrente da convers\u00e3o da Medida Provis\u00f3ria 83, de 12/12/2002, que determinou a extin\u00e7\u00e3o, a partir de abril de 2003, da escala de sal\u00e1rio-base (artigos 9o e 14). Com essa extin\u00e7\u00e3o, deixou de existir restri\u00e7\u00e3o quanto ao valor dos recolhimentos efetuados pelos segurados contribuinte individual e segurado facultativo. Isso significa dizer que tais segurados puderam, a partir de ent\u00e3o, contribuir para a Previd\u00eancia Social com base em qualquer valor e foram autorizados a modificar os sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o sem observar qualquer interst\u00edcio, respeitando apenas os limites m\u00ednimo e m\u00e1ximo. 8. \u00c0 vista desse quadro, entendo que com rela\u00e7\u00e3o a atividades exercidas concomitantemente em per\u00edodo posterior a mar\u00e7o de 2003 n\u00e3o mais se justifica a aplica\u00e7\u00e3o do artigo 32 da Lei 8.213/91, que deve ser interpretado como regra de prote\u00e7\u00e3o, que objetiva justamente evitar que o segurado, nos \u00faltimos anos de contribui\u00e7\u00e3o, passe a recolher valores elevados com o intuito de obter um benef\u00edcio mais alto. Registro que no regime anterior \u00e0 Lei 9.876/99, o sal\u00e1rio-debenef\u00edcio era calculado com base na m\u00e9dia aritm\u00e9tica simples de todos os \u00faltimos sal\u00e1rios-de- contribui\u00e7\u00e3o dos meses imediatamente anteriores ao do afastamento da atividade ou da data da entrada do requerimento, at\u00e9 o m\u00e1ximo de 36 (trinta e seis), apurados em per\u00edodo n\u00e3o superior a 48 (quarenta e oito) meses. A partir da Lei 9.876/99, que trouxe modifica\u00e7\u00f5es quanto ao c\u00e1lculo para apura\u00e7\u00e3o do sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio, conferindo nova reda\u00e7\u00e3o ao artigo 29 da Lei 8.213/91, o recolhimento de contribui\u00e7\u00f5es em valores superiores apenas nos \u00faltimos anos de contribui\u00e7\u00e3o passou a ter pouca import\u00e2ncia para a fixa\u00e7\u00e3o da renda mensal inicial do benef\u00edcio. Foi exatamente essa mudan\u00e7a da sistem\u00e1tica de c\u00e1lculo do sal\u00e1rio-de-benef\u00edcio que justificou a extin\u00e7\u00e3o da escala de sal\u00e1rio-base. 9. Como bem ponderado pelo Desembargador Ricardo Teixeira do Vale Pereira (TRF4, APELREEX 0004632-08.2014.404.9999, Quinta Turma, Relator Ricardo Teixeira do Valle Pereira, D.E. 03/06/2015), que comp\u00f5e o Tribunal Regional Federal da 4a Regi\u00e3o, \u201cextinta a escala de sal\u00e1rio-base, o segurado empregado que tem seu v\u00ednculo cessado pode passar a contribuir como contribuinte individual, ou mesmo como facultativo, pelo teto. Por outro lado, o contribuinte individual, ou mesmo o facultativo, pode majorar sua contribui\u00e7\u00e3o at\u00e9 o teto no momento que desejar. N\u00e3o pode, diante da situa\u00e7\u00e3o posta, ser adotada interpreta\u00e7\u00e3o que acarrete tratamento detrimentoso para o segurado empregado que tamb\u00e9m \u00e9 contribuinte individual, ou mesmo que tem dois v\u00ednculos como empregado, sob pena de ofensa \u00e0 isonomia. N\u00e3o h\u00e1 sentido em se considerar v\u00e1lido possa o contribuinte individual recolher pelo teto sem qualquer restri\u00e7\u00e3o e, por vias transversas, vedar isso ao segurado empregado que desempenha concomitantemente atividade como contribuinte individual, ou mesmo que tem dois v\u00ednculos empregat\u00edcios. E \u00e9 isso, na pr\u00e1tica, que ocorreria se se reputasse vigente o disposto no artigo 32 da Lei\n\n\f8.213/91. A conclus\u00e3o, portanto, \u00e9 de que, na linha do que estatui a Lei de Introdu\u00e7\u00e3o \u00e0s Normas do Direito Brasileiro (antiga LICC), ocorreu, a partir de 1o de abril de 2003, a derroga\u00e7\u00e3o do artigo 32 das Lei 8.213/91. Deste modo, assim como o contribuinte individual e o segurado facultativo podem simplesmente passar a recolher pelo teto a partir da compet\u00eancia abril/2003, a todo segurado que tenha mais de um v\u00ednculo deve ser admitida, a partir da compet\u00eancia abril/2003, a soma dos sal\u00e1rios-de- contribui\u00e7\u00e3o, respeitado o teto.\u201d. 10. Dessa forma, o art. 32 da Lei n. 8.213/91 deixou de ter vig\u00eancia a partir de 01/04/2003, pois, com a extin\u00e7\u00e3o da escala de sal\u00e1rio-base (arts. 9o e 14 da MP 83/2002, convertida na Lei n. 10.666/2003), a regra deixou de produzir o efeito pretendido, tendo ocorrido sua derroga\u00e7\u00e3o, motivo pelo qual proponho a uniformiza\u00e7\u00e3o do entendimento de que: a) tendo o segurado que contribuiu em raz\u00e3o de atividades concomitantes implementados os requisitos ao benef\u00edcio em data posterior a 01/04/2003, os sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o concomitantes (anteriores e posteriores a 04/2003) ser\u00e3o somados e limitados ao teto; e b) no caso de segurado que tenha preenchido os requisitos e requerido o benef\u00edcio at\u00e9 01/04/2003, aplica-se o art. 32 da Lei n. 8.213/1991, observando-se que se o requerente n\u00e3o satisfizer, em rela\u00e7\u00e3o a cada atividade, as condi\u00e7\u00f5es do benef\u00edcio requerido, a atividade principal ser\u00e1 aquela com sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o economicamente mais vantajosos, na linha do entendimento uniformizado no \u00e2mbito desta TNU (Pedilef 5001611-95.2013.4.04.7113). 11. Seria o caso de reformar o ac\u00f3rd\u00e3o para restabelecer a senten\u00e7a, a qual, embora por motivos diversos, determinou a soma dos sal\u00e1rios-de-contribui\u00e7\u00e3o, observado o teto. Todavia, como n\u00e3o houve pedido de uniformiza\u00e7\u00e3o da parte autora com rela\u00e7\u00e3o ao ponto, nego provimento ao incidente do INSS, pois, determinar a adequa\u00e7\u00e3o do ac\u00f3rd\u00e3o para aplica\u00e7\u00e3o do entendimento acima expendido implicaria reformatio in pejus. (grifos n\u00e3o originais) (PEDILEF 50077235420114047112. Relator: Jo\u00e3o Batista Lazzari. DOU: 09/10/2015)\nPEDIDO DE UNIFORMIZA\u00c7\u00c3O. PREVIDENCI\u00c1RIO. REVIS\u00c3O. ARTIGO 32 DA LEI 8.213/91. ATIVIDADES CONCOMITANTES. DERROGA\u00c7\u00c3O DO ARTIGO 32 DA LEI 8.213/91 A PARTIR DE 01/04/2003. IMPLEMENTA\u00c7\u00c3O DOS REQUISITOS NECESS\u00c1RIOS \u00c0 CONCESS\u00c3O DO BENEF\u00cdCIO AP\u00d3S 01/04/2003: SOMA DOS SAL\u00c1RIOS-DE-CONTRIBUI\u00c7\u00c3O CONCOMITANTES (ANTERIORES E POSTERIORES A 01/04/2003) E LIMITA\u00c7\u00c3O AO TETO. PRECEDENTE DESTA TNU. INCIDENTE N\u00c2O CONHECIDO. (PEDILEF 50045176220164047207, Turma Nacional de Uniformiza\u00e7\u00e3o, Relator FERNANDO MOREIRA GONCALVES, data da decis\u00e3o 25/10/2017)\nDO PEDIDO\nANTE TODO O EXPOSTO, requer, respeitosamente:\na) a TOTAL PROCED\u00caNCIA da a\u00e7\u00e3o, para CONDENAR o requerido a efetuar o rec\u00e1lculo do benef\u00edcio previdenci\u00e1rio do(a) requerente, SOMANDO as contribui\u00e7\u00f5es concomitantes do PBC, em raz\u00e3o da extin\u00e7\u00e3o da escala de sal\u00e1rio base na vigente Lei 10.666/03, bem como\n\n\frepassar os valores que o(a) autor(a) deixou de receber desde a entrada do requerimento (DER), implantando a nova renda mensal devida e pagando os atrasados acrescidos de juros e corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria pelo IPCA-E, observando o afastamento do disposto na Lei n\u00ba 11.960/09;\nb) a concess\u00e3o do benef\u00edcio da justi\u00e7a gratuita ao autor, por n\u00e3o possuir meios de suportar os \u00f4nus da presente a\u00e7\u00e3o, sem preju\u00edzo do pr\u00f3prio sustento ou de sua fam\u00edlia, em conformidade com a Lei n\u00ba 1.060/50 e com o art. 4\u00ba da Lei n\u00ba 7.510/86;\nc) seja determinada a dispensada da audi\u00eancia de concilia\u00e7\u00e3o ou media\u00e7\u00e3o, que disp\u00f5e a intelig\u00eancia do art. 334 do NCPC;\nd) a produ\u00e7\u00e3o de todos os meios da prova em direito admitidas, sem exce\u00e7\u00e3o de natureza alguma, especialmente a prova documental inclusa, bem como outras que se fizerem necess\u00e1rias;\ne) tendo em vista que o autor juntou nos autos todos os elementos de prova necess\u00e1rios para a comprova\u00e7\u00e3o do seu direito, requer-se, respeitosamente, com suped\u00e2neo no art. 438, do NCPC c/c art. 11, da Lei 10.259/01, a intima\u00e7\u00e3o do INSS para que providencie a juntada de c\u00f3pia do processo administrativo, bem como INFBEN, CONBAS e HIST\u00d3RICO DE CR\u00c9DITOS;\nf) determinar, nos termos do art. 18\u00ba, da Resolu\u00e7\u00e3o 405/2016 do CJF, sejam destacados os valores a t\u00edtulo de honor\u00e1rios advocat\u00edcios estabelecidos no contrato de presta\u00e7\u00e3o de servi\u00e7os e honor\u00e1rios advocat\u00edcios (contrato de honor\u00e1rios em anexo); bem como de sucumb\u00eancia, em favor da CORDOVA E REIS ADVOGADOS ASSOCIADOS, sociedade inscrita no CNPJ sob o n\u00ba 11.284.422/0001-52;\ng) A ren\u00fancia aos valores de atrasados excedentes a 60 sal\u00e1rios m\u00ednimos, com a finalidade de fixa\u00e7\u00e3o de compet\u00eancia;\nh) A cita\u00e7\u00e3o do INSS, para querendo, contestar a presente a\u00e7\u00e3o, sob as penas da lei;\nTermos em que,\nEspera deferimento.\nD\u00e1-se \u00e0 causa, somente para efeitos fiscais, o valor de R$ 1.000,00 (mil reais).\nNestes termos, Pede deferimento.\u2028\nPorto Alegre (RS), 17 de outubro de 2019.\nMurilo Jos\u00e9 Borgonovo OAB/RS 88.683\n\n\f" } ] } }, { "data": { "original_header": "Documento Original - IdDocumentoCompleto: 5018928-58.2021.4.04.7200-721625238528223235939354010368", "original_text": "EXCELENT\u00cdSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR JUIZ (\u00cdZA) FEDERAL\nMARCELA CORNELLI, brasileiro (a), inscrito (a) no CPF sob o n\u00ba 732.301.549-91, devidamente qualificado (a) na procura\u00e7\u00e3o e no sistema eproc, dirigese a Vossa Excel\u00eancia, por seus advogados legalmente constitu\u00eddos1, para ajuizar a presente\nA\u00c7\u00c3O DE REVIS\u00c3O DO SALDO DE FGTS\nem face da CAIXA ECON\u00d4MICA FEDERAL, empresa p\u00fablica respons\u00e1vel pelas administra\u00e7\u00e3o das contas de FGTS, inscrita no C.N.P.J/M.F sob o n\u00ba 00.360.305/262575, na pessoa do seu representante legal em Santa Catarina, com endere\u00e7o na Rua Almirante Lamego, n\u00b0 1.389, Centro, Florian\u00f3polis (SC), pelos fatos e fundamentos jur\u00eddicos que passa a expor:\n1. Dos fatos A parte autora \u00e9 detentora de valores vinculados ao Fundo de Garantia por\nTempo de Servi\u00e7o, cuja corre\u00e7\u00e3o, desde 1991, se d\u00e1 com base na Taxa Referencial (TR).\nA aplica\u00e7\u00e3o da taxa referencial deveria, em tese, manter h\u00edgidos os valores depositados, para que quando da ocorr\u00eancia de uma das possibilidades de saque o beneficiado ter garantido seu poder aquisitivo.\nOcorre que a taxa referencial (TR), desde janeiro de 1999, vem sofrendo redu\u00e7\u00f5es paulatinas, ficando inclusive abaixo da infla\u00e7\u00e3o anual, o que gera evidentemente preju\u00edzos aos trabalhadores. Tal situa\u00e7\u00e3o foi objeto de estudo pelo Departamento Intersindical de Estat\u00edstica e Estudos Socioecon\u00f4micos \u2013 DIEESE, cujo \u00edntegra encontra-se colacionada.\nSegundo o Departamento referenciado: Nos \u00faltimos 18 anos, apenas de 1995 a 1998 a varia\u00e7\u00e3o anual da TR superou a varia\u00e7\u00e3o do INPC. Nos anos seguintes, a TR \u00e9 superada pelo INPC, com destaque para 2003, quando a diferen\u00e7a foi maior que 10%, como mostra Gr\u00e1fico 4.\n1 Instrumento de mandato anexo.\n1\n\n\fQuando se compara a evolu\u00e7\u00e3o da TR, da TR acrescida de 3% e do INPC, entre 1995 e 2012, constata-se que a remunera\u00e7\u00e3o das contas do FGTS s\u00f3 n\u00e3o fica abaixo da infla\u00e7\u00e3o por conta do acr\u00e9scimo do percentual de 3% a\nt\u00edtulo de capitaliza\u00e7\u00e3o. Entretanto, ap\u00f3s 1999, quando o INPC passa a superar a TR, a diferen\u00e7a cumulativa entre as taxas cresceu tanto que, mesmo considerando o acr\u00e9scimo dos juros capitalizados, a corre\u00e7\u00e3o acumulada das contas vinculadas tornase inferior \u00e0 infla\u00e7\u00e3o acumulada em igual per\u00edodo. (destaques nossos) Por tal motivo \u00e9 que a parte autora vem se socorrer do Poder Judici\u00e1rio, passando a demonstrar os fundamentos jur\u00eddicos que levam a proced\u00eancia dos pedidos que ser\u00e3o oportunamente formulados.\n2. Preliminares 2.1 Legitimidade ativa e passiva ad causam\nO sistema jurisdicional vigente na legisla\u00e7\u00e3o brasileira garante o exerc\u00edcio do direito de a\u00e7\u00e3o, que nada mais \u00e9 do que o direito subjetivo da pessoa em exigir do Estado a presta\u00e7\u00e3o Jurisdicional.\nEntretanto, para exercer este direito de a\u00e7\u00e3o, a parte est\u00e1 submetida a determinadas condi\u00e7\u00f5es legalmente institu\u00eddas para que legitimamente se possa exigir, na esp\u00e9cie, o provimento jurisdicional. Caracterizam-se como requisitos ligados \u00e0 viabilidade da a\u00e7\u00e3o: a possibilidade jur\u00eddica do pedido, o interesse de agir e a legitimidade ad causam.\nDesse modo, indispens\u00e1vel ao prosseguimento da a\u00e7\u00e3o \u00e9 a legitimidade ad causam, que se divide em ativa - aquele que deduz em ju\u00edzo uma pretens\u00e3o - e passiva \u2013 aquele em face de quem aquela pretens\u00e3o \u00e9 deduzida.\nNesse sentido, ensina o doutrinador Moacyr Amaral Santos2 que:\n[...] s\u00e3o legitimados para agir, ativa e passivamente, os titulares dos interesses em conflito; legitima\u00e7\u00e3o ativa ter\u00e1 o titular do interesse afirmado na pretens\u00e3o; passiva ter\u00e1 o titular do interesse que se op\u00f5e ao afirmado na pretens\u00e3o.\nPara tanto, possui legitimidade para atuar no polo ativo da a\u00e7\u00e3o, apenas a pr\u00f3pria pessoa, f\u00edsica ou jur\u00eddica, titular do direito subjetivo material, ao passo que para atuar no polo passivo, possui legitimidade aquele que seja titular da obriga\u00e7\u00e3o correspondente ao direito alegado pela parte autora.\n2 Primeiras linhas de Direito Processual Civil. S\u00e3o Paulo: Saraiva, 1990, p\u00e1g. 167.\n2\n\n\fNa mesma linha \u00e9 o entendimento dos doutrinadores Luiz Rodrigues Wambier, Fl\u00e1vio Renato Correia de Almeida e Eduardo Talamini3:\nAutor e r\u00e9u devem ser partes leg\u00edtimas. Isso quer dizer que, quanto ao primeiro, deve haver liga\u00e7\u00e3o entre ele e o objeto do direito afirmado em ju\u00edzo. O autor, para que detenha legitimidade, em princ\u00edpio deve ser o titular da situa\u00e7\u00e3o jur\u00eddica afirmada em ju\u00edzo (art. 6\u00b0 do CPC) [...] Para que se compreenda a legitimidade das partes, \u00e9 preciso estabelecer-se um v\u00ednculo entre o autor da a\u00e7\u00e3o, a pretens\u00e3o trazida a ju\u00edzo e o r\u00e9u.\nPois bem. A parte autora comprova que foi/\u00e9 detentora de conta vinculada ao FGTS no per\u00edodo vindicado, logo, tem legitimidade para cobrar a revis\u00e3o dos valores depositados.\nA Caixa Econ\u00f4mica Federal, por sua vez, \u00e9 a \u00fanica legitimada para responder passivamente pelas insurg\u00eancias decorrentes da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria aplicada ao saldo de FGTS nos termos da S\u00famula n\u00b0 56, editada pelo Tribunal Regional Federal da 4\u00aa Regi\u00e3o, verbis: \u201cSomente a Caixa Econ\u00f4mica Federal tem legitimidade passiva nas a\u00e7\u00f5es que objetivam a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria das contas vinculadas do FGTS\u201d.\nNo mesmo sentido \u00e9 a S\u00famula n\u00ba 249 do Superior Tribunal de Justi\u00e7a: \u201cA Caixa Econ\u00f4mica Federal tem legitimidade passiva para integrar processo em que se discute corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria do FGTS.\u201d\nDestarte, fica evidente a correi\u00e7\u00e3o dos polos ativo e passivo da demanda.\n2.2 Prescri\u00e7\u00e3o\nEm rela\u00e7\u00e3o ao prazo prescricional tem-se que \u00e9 de 30 anos, nos termos em que sumulado pelo STJ: \u201cA a\u00e7\u00e3o de cobran\u00e7a das contribui\u00e7\u00f5es para o FGTS prescreve em trinta (30) anos4\u201d.\nA jurisprud\u00eancia, nas hip\u00f3teses de discuss\u00e3o sobre os crit\u00e9rios de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos saldos das contas de FGTS, consolidou-se:\nO STJ igualmente pacificou o debate quanto \u00e0 prescri\u00e7\u00e3o, aplicando a S\u00famula 210, que\nconsagra a tese da prescri\u00e7\u00e3o trinten\u00e1ria n\u00e3o apenas para a cobran\u00e7a das contribui\u00e7\u00f5es ao FGTS como tamb\u00e9m \u00e0s demandas aforadas pelos titulares das contas em busca de diferen\u00e7as de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, levando-se em considera\u00e7\u00e3o que os recolhimentos para o FGTS possuem natureza de contribui\u00e7\u00e3o social e n\u00e3o tribut\u00e1ria (neste sentido: REsp\n539339/MG, 1\u00aa Turma, Rel. Min. Jos\u00e9 Delgado, j. 09/12/2003, DJU 15/03/2004; REsp 333151/ES, 2\u00aa Turma, Rel. Min. Pe\u00e7anha Martins, j. 26/03/2002, DJU 10/03/2003). (JEF 3\u00ba Regi\u00e3o; Ourinhos; 1\u00aa Vara; Processo n\u00ba 0000581-82.2013.4.03.6323, publicada em 04/10/2013)\nA controv\u00e9rsia acerca do prazo prescricional para a cobran\u00e7a das contribui\u00e7\u00f5es do FGTS\nfoi pacificada no \u00e2mbito do Superior Tribunal de Justi\u00e7a. Por interm\u00e9dio da S\u00famula\n3 Curso Avan\u00e7ado de Processo Civil. S\u00e3o Paulo : Editora RT, 2002, p\u00e1g. 128-129. 4 S\u00famula 210.\n3\n\n\fn\u00ba 210, a referida Corte uniformizou o seu entendimento no sentido de que a atua\u00e7\u00e3o executiva relativa ao FGTS prescreve em trinta anos. (JEF 2\u00ba\nRegi\u00e3o \u2013 03\u00ba Juizado Especial Federal de S\u00e3o Gon\u00e7alo \u2013 Processo n\u00ba 013140620.2013.4.02.5167, publicada em 09/10/2013)\nSendo assim, n\u00e3o se encontra fulminado pela prescri\u00e7\u00e3o do direito da parte autora.\nSucessivamente, caso Vossa Excel\u00eancia n\u00e3o entenda ser o caso de aplicar a prescri\u00e7\u00e3o trinten\u00e1ria no caso concreto, ent\u00e3o h\u00e1 de ser aplicado o entendimento constante da repercuss\u00e3o geral decidida sob o tema 608 do Supremo Tribunal Federal, assim redigido:\nO prazo prescricional aplic\u00e1vel \u00e0 cobran\u00e7a de valores n\u00e3o depositados no Fundo de Garantia por Tempo de Servi\u00e7o (FGTS) \u00e9 quinquenal, nos termos do art. 7\u00ba, XXIX, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal.\nDestaca-se que o leading case n\u00e3o trata de corre\u00e7\u00e3o dos saldos de FGTS, mas sim de falta de dep\u00f3sito por parte do empregador, o que a rigor j\u00e1 n\u00e3o ensejaria a aplica\u00e7\u00e3o da tese, mas n\u00e3o se pode descartar a hip\u00f3tese de interpreta\u00e7\u00e3o, por amor ao debate, evitando-se assim a parte autora possa a vir ser sucumbente no ponto.\n3. Dos fundamentos jur\u00eddicos 3.1 Do Fundo de Garantia por Tempo de Servi\u00e7o e do \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o utilizado\nO Fundo de Garantia por Tempo de Servi\u00e7o \u2013 FGTS foi criado pela Lei n\u00ba 5.107/66, sendo atualmente regido pela Lei n\u00ba 8.036/90.\nDito fundo \u00e9 constitu\u00eddo por meio de dep\u00f3sitos mensais realizados pelos empregadores em conta vinculada aos trabalhadores e tem por fim, segundo informa\u00e7\u00f5es extra\u00eddas do site5 do Governo Federal:\n[...] proteger o trabalhador regido pela Consolida\u00e7\u00e3o das Leis do Trabalho - CLT, contra despedidas sem justa causa, mediante a forma\u00e7\u00e3o de um pec\u00falio a ser recebido quando da demiss\u00e3o. O Fundo possibilita, ainda, a arrecada\u00e7\u00e3o de recursos para aplica\u00e7\u00e3o em programas sociais, tais como: habita\u00e7\u00e3o popular, saneamento b\u00e1sico e infra-estrutura urbana (ex. constru\u00e7\u00e3o de casas populares, cal\u00e7amento de ruas, rede de esgotos sanit\u00e1rios etc). Os objetivos pretendidos com a institui\u00e7\u00e3o do FGTS podem ser assim resumidos: Formar um Fundo de Indeniza\u00e7\u00f5es Trabalhistas; Oferecer ao trabalhador, em troca da estabilidade no emprego, a possibilidade de formar um patrim\u00f4nio;\n5 http://www2.mte.gov.br/fgts/objetivo.asp, acesso em 04/02/2014.\n4\n\n\fProporcionar ao trabalhador aumento de sua renda real, pela possibilidade de acesso \u00e0 casa pr\u00f3pria;\nFormar Fundo de Recursos para o financiamento de programas de habita\u00e7\u00e3o popular, saneamento b\u00e1sico e infra-estrutura urbana; (destaques nossos)\nSegundo a Lei 8.036/90, no in\u00edcio de cada m\u00eas o empregador deve depositar, em conta aberta na Caixa Econ\u00f4mica Federal, em nome do empregado, valor correspondente a 8% (oito por cento) da remunera\u00e7\u00e3o deste, que pode moviment\u00e1-la sempre que verificada uma das hip\u00f3teses estabelecidas no art. 20 da referida Lei.\nQuanto \u00e0 forma de remunera\u00e7\u00e3o do fundo extrai-se do art. 13 da Lei:\nArt. 13. Os dep\u00f3sitos efetuados nas contas vinculadas ser\u00e3o corrigidos monetariamente com base nos par\u00e2metros fixados para atualiza\u00e7\u00e3o dos saldos dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a e capitaliza\u00e7\u00e3o juros de (tr\u00eas) por cento ao ano.\nOs par\u00e2metros de atualiza\u00e7\u00e3o dos saldos da poupan\u00e7a, por sua vez, encontram-se previstos no artigo 12 da Lei n\u00ba 8.177/91, que disp\u00f5e:\nArt. 12. Em cada per\u00edodo de rendimento, os dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a ser\u00e3o remunerados: I - como remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica, por taxa correspondente \u00e0 acumula\u00e7\u00e3o das TRD, no per\u00edodo transcorrido entre o dia do \u00faltimo cr\u00e9dito de rendimento, inclusive, e o dia do cr\u00e9dito de rendimento, exclusive;\nNesta mesma Lei, est\u00e3o definidos os par\u00e2metros para fixa\u00e7\u00e3o da Taxa Referencial (TR) e da Taxa Refer\u00eancia Di\u00e1ria (TRD), nos seguintes termos:\nArt. 1\u00b0 O Banco Central do Brasil divulgar\u00e1 Taxa Referencial (TR), calculada a partir da remunera\u00e7\u00e3o mensal m\u00e9dia l\u00edquida de impostos, dos dep\u00f3sitos a prazo fixo captados nos bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos m\u00faltiplos com carteira comercial ou de investimentos, caixas econ\u00f4micas, ou dos t\u00edtulos p\u00fablicos federais, estaduais e municipais, de acordo com metodologia a ser aprovada pelo Conselho Monet\u00e1rio Nacional, no prazo de sessenta dias, e enviada ao conhecimento do Senado Federal. [...] \u00a7 3\u00b0 Enquanto n\u00e3o aprovada a metodologia de c\u00e1lculo de que trata este artigo, o Banco Central do Brasil fixar\u00e1 a TR.\nArt. 2\u00b0 O Banco Central do Brasil divulgar\u00e1, para cada dia \u00fatil, a Taxa Referencial Di\u00e1ria (TRD), correspondendo seu valor di\u00e1rio \u00e0 distribui\u00e7\u00e3o pro rata dia da TR fixada para o m\u00eas corrente. \u00a7 1\u00b0 Enquanto n\u00e3o divulgada a TR relativa ao m\u00eas corrente, o valor da TRD ser\u00e1 fixado pelo Banco Central do Brasil com base em estimativa daquela taxa.\n5\n\n\f\u00a7 2\u00b0 Divulgada a TR, a fixa\u00e7\u00e3o da TRD nos dias \u00fateis restantes do m\u00eas deve ser realizada de forma tal que a TRD acumulada entre o 1\u00b0 dia \u00fatil do m\u00eas e o 1\u00b0 dia \u00fatil do m\u00eas subseq\u00fcente seja igual \u00e0 TR do m\u00eas corrente.\nAl\u00e9m de dispor que a TR seria o \u00edndice utilizado para corre\u00e7\u00e3o da poupan\u00e7a, a Lei n\u00ba 8.177/91 tamb\u00e9m disp\u00f4s que tal taxa seria aplicada para fins de corre\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos do FGTS, conforme previsto no seu art. 17:\nArt. 17 A partir de fevereiro de 1991, os saldos das contas do Fundo de Garantia por Tempo de Servi\u00e7o (FGTS) passam a ser remunerados pela taxa aplic\u00e1vel \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a com data de anivers\u00e1rio no dia 1\u00b0, observada a periodicidade mensal para remunera\u00e7\u00e3o. Par\u00e1grafo \u00fanico. As taxas de juros previstas na legisla\u00e7\u00e3o em vigor do fgts s\u00e3o mantidas e consideradas como adicionais \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o prevista neste artigo.\nDepreende-se do exposto que a forma de corre\u00e7\u00e3o dos saldos de FGTS decorreu dos crit\u00e9rios acima estabelecidos, ou seja: taxa aplic\u00e1vel aos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a (TR), mantida a taxa de juros de 3% ao ano, conforme j\u00e1 supra exposto.\nNesse norte, a primeira vista, conclui-se ser legal a aplica\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o dos saldos do FGTS. Contudo, o questionamento que se faz \u00e9 se a legalidade na institui\u00e7\u00e3o do \u00edndice \u00e9 capaz de afastar o fato inconteste de ele ser incapaz de 'corrigir monetariamente' o saldo dos dep\u00f3sitos de FGTS, como expressamente previsto na Lei 8.036/90, nos seus artigos 2\u00ba e 13:\nArt. 2\u00ba O FGTS \u00e9 constitu\u00eddo pelos saldos das contas vinculadas a que se refere esta lei e outros recursos a ele incorporados, devendo ser aplicados com atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e juros, de modo a assegurar a cobertura de suas obriga\u00e7\u00f5es. [...] omissis. Art. 13. Os dep\u00f3sitos efetuados nas contas vinculadas ser\u00e3o corrigidos monetariamente com base nos par\u00e2metros fixados para atualiza\u00e7\u00e3o dos saldos dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a e capitaliza\u00e7\u00e3o juros de (tr\u00eas) por cento ao ano. (grifou-se)\n\u00c9 disposi\u00e7\u00e3o de Lei, portanto, que o fundo deve ser corrigido monetariamente. E nas palavras da Ministra Eliana Calmon \u201ca corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria n\u00e3o representa qualquer acr\u00e9scimo, mas simples recomposi\u00e7\u00e3o do valor da moeda corro\u00eddo pelo processo inflacion\u00e1rio6.\u201d\nLogo, embora a Taxa Referencial (TR) tenha sido \u00edndice capaz de refletir a infla\u00e7\u00e3o ocorrida na economia brasileira por significativo per\u00edodo de tempo, desde 1999 a equival\u00eancia n\u00e3o ocorre mais, visto que o \u00edndice deixou de espelhar a desvaloriza\u00e7\u00e3o da moeda.\n6 STJ, REsp n\u00ba 1.191.868, 2\u00aa Turma, j. 15/06/2010 e p. 22/06/2010.\n6\n\n\fO gr\u00e1fico elaborado pelo Departamento (anexado \u00e0 inicial) n\u00e3o deixa margem para d\u00favidas:\nPor reputar oportuno, comparem-se os \u00edndices mensais da TR, do IPCA-E e do INPC, a partir de 01/01/1999 at\u00e9 31/12/2013, respectivamente:\nTR:\n1999 0,5163 0,8298 1,1614 0,6092 0,5761 0,3108 0,2933 0,2945 0,2715 0,2265 0,1998 0,2998 5,7295 2000 0,2149 0,2328 0,2242 0,1301 0,2492 0,2140 0,1547 0,2025 0,1038 0,1316 0,1197 0,0991 2,0962 2001 0,1369 0,0368 0,1724 0,1546 0,1827 0,1458 0,2441 0,3436 0,1627 0,2913 0,1928 0,1983 2,2852 2002 0,2591 0,1171 0,1758 0,2357 0,2102 0,1582 0,2656 0,2481 0,1955 0,2768 0,2644 0,3609 2,8023 2003 0,4878 0,4116 0,3782 0,4184 0,4650 0,4166 0,5465 0,4038 0,3364 0,3213 0,1776 0,1899 4,6485 2004 0,1280 0,0458 0,1778 0,0874 0,1546 0,1761 0,1952 0,2005 0,1728 0,1108 0,1146 0,2400 1,8184 2005 0,1880 0,0962 0,2635 0,2003 0,2527 0,2993 0,2575 0,3466 0,2637 0,2100 0,1929 0,2269 2,8335 2006 0,2326 0,0725 0,2073 0,0855 0,1888 0,1937 0,1751 0,2436 0,1521 0,1875 0,1282 0,1522 2,0377 2007 0,2189 0,0721 0,1876 0,1272 0,1689 0,0954 0,1469 0,1466 0,0352 0,1142 0,0590 0,0640 1,4452\n7\n\n\f2008 0,1010 0,0243 0,0409 0,0955 0,0736 0,1146 0,1914 0,1574 0,1970 0,2506 0,1618 0,2149 1,6348 2009 0,1840 0,0451 0,1438 0,0454 0,0449 0,0656 0,1051 0,0197 0,0000 0,0000 0,0000 0,0533 0,7090 2010 0,0000 0,0000 0,0792 0,0000 0,0510 0,0589 0,1151 0,0909 0,0702 0,0472 0,0336 0,1406 0,6887 2011 0,0715 0,0524 0,1212 0,0369 0,1570 0,1114 0,1229 0,2076 0,1003 0,0620 0,0645 0,0937 1,2079 2012 0,0864 0,0000 0,1068 0,0227 0,0468 0,0000 0,0144 0,0123 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,2897 2013 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0209 0,0000 0,0079 0,0920 0,0207 0,0494 0,1910\nIPCA-E:\n1999 0,68 0,64 1,22 2,56 0,78 0,51 -0,02 1,27 0,79 0,81 0,47 2,08 0,80 0,99 0,91 2,72 8,92% 2000 0,65 0,34 0,09 1,08 0,47 0,09 0,08 0,64 0,78 1,99 0,45 3,24 0,18 0,17 0,60 0,95 6,03% 2001 0,63 0,50 0,36 1,49 0,50 0,49 0,38 1,37 0,94 1,18 0,38 2,51 0,37 0,99 0,55 1,92 7,51% 2002 0,62 0,44 0,40 1,46 0,78 0,42 0,33 1,53 0,77 1,00 0,62 2,40 0,90 2,08 3,05 6,14 11,98% 2003 1,98 2,19 1,14 5,40 1,14 0,85 0,22 2,22 -0,18 0,27 0,57 0,66 0,66 0,17 0,46 1,29 9,86% 2004 0,68 0,90 0,40 1,99 0,21 0,54 0,56 1,32 0,93 0,79 0,49 2,22 0,32 0,63 0,84 1,80 7,53% 2005 0,68 0,74 0,35 1,78 0,74 0,83 0,12 1,69 0,11 0,28 0,16 0,55 0,56 0,78 0,38 1,73 5,87% 2006 0,51 0,52 0,37 1,40 0,17 0,27 -0,15 0,29 -0,02 0,19 0,05 0,22 0,29 0,37 0,35 1,01 2,95% 2007 0,52 0,46 0,41 1,39 0,22 0,26 0,29 0,77 0,24 0,42 0,29 0,95 0,24 0,23 0,70 1,17 4,36% 2008 0,70 0,64 0,23 1,57 0,59 0,56 0,90 2,06 0,63 0,35 0,26 1,24 0,30 0,49 0,29 1,08 6,10% 2009 0,40 0,63 0,11 1,14 0,36 0,59 0,38 1,33 0,22 0,23 0,19 0,64 0,18 0,44 0,38 1,00 4,18% 2010 0,52 0,94 0,55 2,02 0,48 0,63 0,19 1,30 -0,09 -0,05 0,31 0,17 0,62 0,86 0,69 2,18 5,79% 2011 0,76 0,97 0,60 2,34 0,77 0,70 0,23 1,70 0,10 0,27 0,53 0,90 0,42 0,46 0,56 1,44 6,55% 2012 0,65 0,53 0,25 1,43 0,43 0,51 0,18 1,12 0,33 0,39 0,48 1,20 0,65 0,54 0,69 1,89 5,77% 2013 0,88 0,68 0,49 2,06 0,51 0,46 0,38 1,35 0,07 0,16 0,27 0,50 0,48 0,57 0,75 1,81 5,84%\nINPC:\n1999 0,65 1,29 1,28 0,47 0,06 0,07 0,74 0,55 0,39 0,96 0,94 0,74 8,43% 2000 0,61 0,05 0,13 0,09 -0,05 0,30 1,39 1,21 0,43 0,16 0,29 0,55 5,27% 2001 0,77 0,49 0,48 0,84 0,57 0,60 1,11 0,79 0,44 0,94 1,29 0,74 9,44% 2002 1,07 0,31 0,62 0,68 0,09 0,61 1,15 0,86 0,83 1,57 3,39 2,70 14,74% 2003 2,47 1,46 1,37 1,38 0,99 -0,06 0,04 0,18 0,82 0,39 0,37 0,54 10,38% 2004 0,83 0,39 0,57 0,41 0,40 0,50 0,73 0,50 0,17 0,17 0,44 0,86 6,13% 2005 0,57 0,44 0,73 0,91 0,70 -0,11 0,03 0,00 0,15 0,58 0,54 0,40 5,05%\n8\n\n\f2006 0,38 0,23 0,27 0,12 0,13 -0,07 0,11 -0,02 0,16 0,43 0,42 0,62 2,81%\n2007 0,49 0,42 0,44 0,26 0,26 0,31 0,32 0,59 0,25 0,30 0,43 0,97 5,15%\n2008 0,69 0,48 0,51 0,64 0,96 0,91 0,58 0,21 0,15 0,50 0,38 0,29 6,48%\n2009 0,64 0,31 20,00 0,55 0,60 0,42 0,23 0,08 0,16 0,24 0,37 0,24 4,11%\n2010 0,88 0,70 0,71 0,73 0,43 -0,11 -0,07 -0,07 0,54 0,92 1,03 0,60 6,46%\n2011 0,94 0,54 0,66 0,72 0,57 0,22 0,00 0,42 0,45 0,32 0,57 0,51 6,07%\n2012 0,51 0,39 0,18 0,64 0,55 0,26 0,43 0,45 0,63 0,71 0,54 0,74 6,19%\n2013 0,92 0,52 0,60 0,59 0,35 0,28 -0,13 0,16 0,27 0,61 0,54 0,72 5,56%\nA despropor\u00e7\u00e3o das diferen\u00e7as continua at\u00e9 os dias atuais, raz\u00e3o pela qual se passa a analisar a real fun\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria em cotejo com o princ\u00edpio constitucional do direito \u00e0 propriedade (art. 5\u00ba, XXII, da Carta Magna) e tamb\u00e9m aos pr\u00f3prios objetivos de cria\u00e7\u00e3o do aludido Fundo de Garantia por Tempo de Servi\u00e7o.\nO Supremo Tribunal Federal, no julgamento da ADI n\u00ba 493-0, por meio no voto do Ministro Relator Moreira Alves, determinou ser imposs\u00edvel a aplica\u00e7\u00e3o da TR aos contratos do Sistema Financeiro de Habita\u00e7\u00e3o somente para o per\u00edodo anterior \u00e0 vig\u00eancia da Lei 8.177/91. Embora em tal julgado o STF n\u00e3o tenha declarado que haveria impossibilidade de utiliza\u00e7\u00e3o de tal \u00edndice aos contratos firmados ap\u00f3s essa data, nele ficou reconhecido, de maneira cristalina que aquele Tribunal n\u00e3o reconhecia a TR como \u00edndice h\u00e1bil a promover a atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria.\nEis a ementa de tal julgado:\nA\u00e7\u00e3o direta de inconstitucionalidade. - Se a lei alcan\u00e7ar os efeitos futuros de contratos celebrados anteriormente a ela, ser\u00e1 essa lei retroativa (retroatividade minima) porque vai interferir na causa, que e um ato ou fato ocorrido no passado. - O disposto no artigo 5, XXXVI, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal se aplica a toda e qualquer lei infraconstitucional, sem qualquer distin\u00e7\u00e3o entre lei de direito p\u00fablico e lei de direito privado, ou entre lei de ordem p\u00fablica e lei dispositiva. Precedente do S.T.F. Ocorr\u00eancia no caso, de viola\u00e7\u00e3o de direito adquirido. A taxa referencial (TR) n\u00e3o \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, pois, refletindo as varia\u00e7\u00f5es do custo prim\u00e1rio da capta\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos a prazo fixo, n\u00e3o constitui \u00edndice que reflita a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda. Por isso, n\u00e3o h\u00e1 necessidade de se examinar a quest\u00e3o de saber se as normas que alteram \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria se aplicam imediatamente, alcan\u00e7ando, pois, as presta\u00e7\u00f5es futuras de contratos celebrados no passado, sem violarem o disposto no artigo 5, XXXVI, da Carta Magna. - Tamb\u00e9m ofendem o ato jur\u00eddico perfeito os dispositivos impugnados que alteram o crit\u00e9rio de reajuste das presta\u00e7\u00f5es nos contratos ja celebrados pelo sistema do Plano de Equivalencia Salarial por Categoria Profissional (PES/CP). A\u00e7\u00e3o direta de inconstitucionalidade julgada procedente, para declarar a inconstitucionalidade dos artigos 18, 'caput' e paragrafos 1 e 4; 20; 21 e paragrafo \u00fanico; 23 e paragrafos; e 24 e paragrafos, todos da Lei n. 8.177, de 1 de maio de 1991.(ADI 493, Relator(a): Min. MOREIRA ALVES, Tribunal Pleno, julgado em 25/06/1992, DJ 0409-1992 PP-14089 EMENT VOL-01674-02 PP-00260 RTJ VOL-00143-03 PP-00724)\n9\n\n\fNo entanto, foi com o julgamento das ADI 4425 e 4357, onde o Supremo Tribunal Federal analisou a inconstitucionalidade da Emenda Constitucional n\u00ba 62/2009, que ficou inconteste o entendimento daquela Corte no sentido de que a TR n\u00e3o pode ser utilizada como \u00edndice de atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, por n\u00e3o ser capaz de espelhar o processo inflacion\u00e1rio brasileiro.\nSeguem trechos de lavra do Ministro Luiz Fux:\nQuanto \u00e0 disciplina da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos cr\u00e9ditos inscritos em precat\u00f3rios, a EC n\u00ba 62/09 fixou como crit\u00e9rio o '\u00edndice oficial de remunera\u00e7\u00e3o da caderneta de poupan\u00e7a'.\nOcorre que o referencial adotado n\u00e3o \u00e9 id\u00f4neo a mensurar a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda. Isso porque a remunera\u00e7\u00e3o da caderneta de poupan\u00e7a,\nregida pelo art. 12 da Lei n\u00ba 8.177/91, com atual reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n\u00ba 12.703/2012,\n\u00e9 fixada ex ante, a partir de crit\u00e9rios t\u00e9cnicos em nada relacionados com a infla\u00e7\u00e3o empiricamente considerada. J\u00e1 se sabe, na data de hoje, quanto ir\u00e1\nrender a caderneta de poupan\u00e7a. E \u00e9 natural que seja assim, afinal a poupan\u00e7a \u00e9 uma alternativa de investimento de baixo risco, no qual o investidor consegue prever com seguran\u00e7a a margem de retorno do seu capital.\nA infla\u00e7\u00e3o, por outro lado, \u00e9 fen\u00f4meno econ\u00f4mico insuscet\u00edvel de capta\u00e7\u00e3o aprior\u00edstica. O m\u00e1ximo que se consegue \u00e9 estim\u00e1-la para certo per\u00edodo, mas jamais fix\u00e1-la de antem\u00e3o. Da\u00ed por que os \u00edndices criados especialmente para captar o fen\u00f4meno inflacion\u00e1rio s\u00e3o sempre definidos em momentos posteriores ao per\u00edodo analisado, como ocorre com o \u00cdndice de\nPre\u00e7os ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estat\u00edstica (IBGE), e o \u00cdndice de Pre\u00e7os ao Consumidor (IPC), divulgado pela Funda\u00e7\u00e3o\nGet\u00falio Vargas (FGV). A raz\u00e3o disso \u00e9 clara: a infla\u00e7\u00e3o \u00e9 sempre constatada em apura\u00e7\u00e3o ex post, de sorte que todo \u00edndice definido ex ante \u00e9 incapaz de refletir a efetiva varia\u00e7\u00e3o de pre\u00e7os que caracteriza a infla\u00e7\u00e3o. \u00c9 o que\nocorre na hip\u00f3tese dos autos. A prevalecer o crit\u00e9rio adotado pela EC n\u00ba 62/09, os cr\u00e9ditos inscritos em precat\u00f3rios seriam atualizados por \u00edndices prefixados e\nindependentes da real flutua\u00e7\u00e3o de pre\u00e7os apurada no per\u00edodo de refer\u00eancia. Assim, o \u00edndice oficial de remunera\u00e7\u00e3o da caderneta de poupan\u00e7a n\u00e3o \u00e9 crit\u00e9rio adequado para refletir o fen\u00f4meno inflacion\u00e1rio.\n[...]\nCorrobora essa conclus\u00e3o reportagem esclarecedora veiculada em 21 de janeiro de 2013 pelo jornal especializado Valor Econ\u00f4mico. Na mat\u00e9ria intitulada 'Cuidado com a infla\u00e7\u00e3o', o peri\u00f3dico aponta que ' o rendimento da poupan\u00e7a perdeu para a infla\u00e7\u00e3o oficial, medida pelo IPCA, m\u00eas a m\u00eas desde setembro'de 2012. E ilustra: 'Quem investiu R$ 1mil na caderneta em 31 de junho [de 2012], fechou o ano com poder de compra equivalente a R$ 996,40. Ganham da infla\u00e7\u00e3o apenas os dep\u00f3sitos feitos na caderneta antes de 4 de maio, com retorno de 6%. Para os outros, vale a nova regra, definida no ano passado, de rendimento equivalente a 70% da meta para a Selic, ou seja, de\n5,075%'. Em suma: h\u00e1 manifesta discrep\u00e2ncia entre o \u00edndice oficial de remunera\u00e7\u00e3o da caderneta de poupan\u00e7a e o fen\u00f4meno inflacion\u00e1rio, de modo que o primeiro n\u00e3o se presta a capturar o segundo. O meio escolhido pelo legislador constituinte (remunera\u00e7\u00e3o da caderneta de poupan\u00e7a) \u00e9, portanto, inid\u00f4neo a promover o fim a que se destina (traduzir a infla\u00e7\u00e3o do per\u00edodo).\n[...]\n10\n\n\fAssentada a premissa quanto \u00e0 inadequa\u00e7\u00e3o do aludido \u00edndice, mister enfrentar a natureza do direito \u00e0 corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. Na linha j\u00e1 exposta pelo i. Min. relator, 'a finalidade da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, enquanto instituto de Direito Constitucional, n\u00e3o \u00e9 deixar mais rico o benefici\u00e1rio, nem mais pobre o sujeito passivo de uma dada obriga\u00e7\u00e3o de pagamento. \u00c9 deix\u00e1-los tal como qualitativamente se encontravam, no momento em que se formou a rela\u00e7\u00e3o obrigacional'. Da\u00ed que a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria de valores no tempo \u00e9 circunst\u00e2ncia que\ndecorre diretamente do n\u00facleo essencial do direito de propriedade (CF, art. 5\u00ba, XXII).\nCorrigem-se valores nominais para que permane\u00e7am com o mesmo valor econ\u00f4mico ao longo do tempo, diante da infla\u00e7\u00e3o. A ideia \u00e9 simplesmente preservar o direito original em sua genu\u00edna extens\u00e3o. Nesse sentido, o direito \u00e0 corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u00e9 reflexo imediato da prote\u00e7\u00e3o da propriedade. Deixar de atualizar valores pecuni\u00e1rios ou atualiz\u00e1-los segundo crit\u00e9rios evidentemente incapazes de capturar o fen\u00f4meno inflacion\u00e1rio representa aniquilar o direito propriedade em seu n\u00facleo essencial.\nTal constata\u00e7\u00e3o implica a pron\u00fancia de inconstitucionalidade parcial da EC n\u00ba 62/09 de modo a afastar a express\u00e3o '\u00edndice oficial de remunera\u00e7\u00e3o da caderneta de poupan\u00e7a' introduzida no \u00a712 do art. 100 da Lei Maior como crit\u00e9rio de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos cr\u00e9ditos inscritos em precat\u00f3rio, por viola\u00e7\u00e3o ao direito fundamental de propriedade (art. 5\u00ba, XII, CF/88), ineg\u00e1vel limite material ao poder de reforma da Constitui\u00e7\u00e3o (art. 60, \u00a74\u00ba,\nIV, CF/88). (destaques nossos).\nNeste norte, se a TR vem ostentando seus \u00edndices praticamente zerados, os saldos das contas do FGTS acabaram sendo remunerados t\u00e3o somente pelos juros anuais de 3% previstos na Lei 8.036/90. Logo, os juros que deveriam, supostamente, remunerar o capital, n\u00e3o s\u00e3o sequer suficientes para repor o poder de compra perdido pela infla\u00e7\u00e3o acumulada.\nE assim sendo, como garantir que o escopo do FGTS seja atingido? Na modalidade atual o questionamento formulado n\u00e3o encontra resposta plaus\u00edvel, especialmente se analisado \u00e0 luz de uma situa\u00e7\u00e3o concreta.\nNesta dire\u00e7\u00e3o, para ilustrar a situa\u00e7\u00e3o paradoxal, aponta-se como exemplo a hip\u00f3tese de saque do FGTS contida no art. 20, inciso V, da Lei 8.039/90. Por esta modalidade, o empregado pode utilizar o saldo do aludido fundo como parte do pagamento das presta\u00e7\u00f5es decorrentes de financiamento habitacional concedido no \u00e2mbito do Sistema Financeiro de Habita\u00e7\u00e3o. Financiamento este que sujeita o trabalhador a pagar juros e corre\u00e7\u00e3o muito superiores \u00e0queles com os quais foi remunerado o seu saldo de FGTS.\nV\u00ea-se, portanto, a hip\u00f3tese absurda: o dinheiro que foi subtra\u00eddo do trabalhador pela m\u00e1 remunera\u00e7\u00e3o de sua conta, ent\u00e3o, dever\u00e1 ser tomado emprestado daquele que o subtraiu!\nOra, a Lei n\u00ba 8.036/90 determina que ao saldo das contas do Fundo de Garantia por Tempo de Servi\u00e7o deve ser obrigatoriamente aplicado \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, cujo objetivo como dito \u00e9 t\u00e3o somente recompor/manter o valor da moeda com o passar dos anos.\n11\n\n\fA situa\u00e7\u00e3o se torna ainda mais esdr\u00faxula se compararmos o proveito econ\u00f4mico pela r\u00e9 dos valores depositados e aquilo que tem sido repassado ao trabalhador. Para tanto, utiliza-se novamente do estudo do Departamento Intersindical de Estat\u00edstica e Estudos Socioecon\u00f4micos \u2013 DIEESE:\nCom base em estudo elaborado pela Consultoria Legislativa do Senado12, valendo-se de informa\u00e7\u00f5es fornecidas pela CEF \u00e9 poss\u00edvel confrontar o retorno recebido pelo FGTS e retorno pago aos cotistas, entre 2000 e 2011 (Quadro 2).\n\nRetorno\n\nAnos INPC FGTS Cotistas FGTS Diferen\u00e7a p.p\n\n2000 5,27 9,5\n\n5,1\n\n4,4\n\n2001 9,44 10,7 5,3\n\n5,4\n\n2002 14,74 11,8 5,7\n\n6,1\n\n2003 10,38 14,6 7,6\n\n7\n\n2044 6,13 10,5 4,8\n\n5,7\n\n2005 5,05 12,6 5,8\n\n6,8\n\n2006 2,81 10,9 5\n\n5,9\n\n2007 5,15 9,2\n\n4,4\n\n4,8\n\n2008 6,48 9,7\n\n4,6\n\n5,1\n\n2009 4,11 8,2\n\n3,7\n\n4,5\n\n2010 6,46 8\n\n3,7\n\n4,3\n\n2011 6,07 9\n\n4,2\n\n4,8\n\nFonte: INPC/IBGE:CEF - Consultoria Legislativa do Senado\n\nElabora\u00e7\u00e3o: DIEESE\n\nNo quadro 2, ficam evidentes as diferen\u00e7as entre o retorno das aplica\u00e7\u00f5es do FGTS, e o retorno dos cotistas indicando claramente \u201cque h\u00e1 uma forte discrep\u00e2ncia entre o rendimento do Fundo e o rendimento dos cotistas.\u201d Ou seja, o rendimento das aplica\u00e7\u00f5es dos recursos do fundo \u00e9 bem superior ao rendimento pago aos titulares do fundo. Al\u00e9m disso, o quadro mostra tamb\u00e9m que o rendimento dos cotistas (Juros +TR) tem sido inferior \u00e0 infla\u00e7\u00e3o no per\u00edodo.\n\nSe a Taxa Referencial (TR), disposta pela Lei 8.177/91, n\u00e3o \u00e9 h\u00e1bil a atualizar monetariamente os saldos do FGTS e tal \u00edndice n\u00e3o foi estipulado na lei espec\u00edfica do dito fundo, tem-se por inconstitucional a utiliza\u00e7\u00e3o da TR para tal fim, subsistindo a\n\n12\n\n\fnecessidade de aplicar-se \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria que reflita a infla\u00e7\u00e3o do per\u00edodo, tal como prev\u00ea a Lei n\u00ba 8.036/90.\nConsoante demonstrado anteriormente, por meio das planilhas colacionadas, os \u00edndices que atualmente t\u00eam refletido a varia\u00e7\u00e3o inflacion\u00e1ria brasileira s\u00e3o o INPC e o IPCA-E.\nDessa feita, passa-se a demonstrar qual \u00edndice entende-se que deva ser adotado para fins de corre\u00e7\u00e3o dos saldos de FGTS da parte autora.\n3.2 Do \u00edndice eleito para substituir a TR\nAo analisar os \u00edndices da TR nos \u00faltimos anos, por meio das planilhas anteriormente colacionadas, percebe-se que a partir de 1999 este \u00edndice n\u00e3o refletiu a infla\u00e7\u00e3o do per\u00edodo, motivo que leva a insurg\u00eancia da parte autora.\nA quest\u00e3o que se coloca \u00e9: qual, ent\u00e3o, seria o \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o mais adequado a recompor a moeda e o poder aquisitivo do trabalhador?\nEntende-se que o INPC/IBGE, pois como este \u00edndice mede uma faixa salarial mais baixa que o IPCA (at\u00e9 6 sal\u00e1rios m\u00ednimos, diante dos 40 sal\u00e1rios m\u00ednimos do IPCA), a altera\u00e7\u00e3o de pre\u00e7os de servi\u00e7os e produtos mais b\u00e1sicos \u00e9 mais sentida neste \u00edndice. O peso do grupo alimentos (arroz, feij\u00e3o, leite, frutas, refei\u00e7\u00f5es feitas em restaurantes, lanchonetes) \u00e9 maior no INPC que no IPCA. Logo, uma varia\u00e7\u00e3o nesse grupo tem um impacto maior no INPC7.\nExtrai-se do site8 do IBGE que:\nO INPC resulta dos \u00cdndices de Pre\u00e7os ao Consumidor das fam\u00edlias de rendimento mensal entre 1 (um) e 6 (seis) sal\u00e1rios m\u00ednimos residentes nas regi\u00f5es urbanas das 11 \u00e1reas e t\u00eam os pre\u00e7os coletados no m\u00eas civil. Sendo assim, constitui uma aproxima\u00e7\u00e3o de varia\u00e7\u00e3o do custo de vida no Brasil. Ou seja, indica a varia\u00e7\u00e3o de rendimento que se faz necess\u00e1ria para que seja mantido o padr\u00e3o de vida das fam\u00edlias brasileiras que recebem entre 1 (um) e 6 (seis) sal\u00e1rios m\u00ednimos. (destaques nossos)\nAinda segundo informa\u00e7\u00f5es do IBGE, em 2010, 32,7% dos trabalhadores brasileiros ganhavam entre 1 e 2 sal\u00e1rios m\u00ednimos9, logo, entende-se ser o INPC/IBGE a ser aplicado aos saldos de FGTS da parte autora, pois, se a inten\u00e7\u00e3o aqui \u00e9 recompor as perdas inflacion\u00e1rias este \u00e9 o \u00edndice que melhor reflete a infla\u00e7\u00e3o face a sua abrang\u00eancia.\n7http://www.vamosfalardefinancaspessoais.com/news/entenda-a-diferen%C3%A7a-entre-osprincipais-indices-de-infla%C3%A7%C3%A3o/, acesso em 05/02/2014. 8 http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/indicadores/precos/inpc_ipca/INPC2006.pdf, acesso em 04/02/2014. 9http://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2012/12/19/ibge-72-dos-brasileiros-ganhavam-ate2-salarios-minimos-em-2010.htm, acesso em 05/02/2014.\n13\n\n\fDito \u00edndice (INPC/IBGE) dever\u00e1 ser aplicado a partir de janeiro do ano de 1999, momento no qual a TR deixou de refletir a varia\u00e7\u00e3o inflacion\u00e1ria da moeda. Desde j\u00e1, destaca-se que os valores dever\u00e3o ainda ser acrescidos de juros de mora de 1% a.m. (um por cento ao m\u00eas), a contar da cita\u00e7\u00e3o, at\u00e9 o efetivo pagamento.\nContudo, caso n\u00e3o seja este o entendimento de Vossa Excel\u00eancia, requer-se subsidiariamente a aplica\u00e7\u00e3o do IPCA-E/IBGE, fulcrado na disposi\u00e7\u00e3o do art. 27 da Lei de Diretrizes Or\u00e7ament\u00e1rias de 2014 (Lei 12.919/2013), por meio da qual ficou consignado ser ele o \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o dos precat\u00f3rios no ano de 2014:\nArt. 27. A atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos precat\u00f3rios, determinada no \u00a712 do art. 100 da Constitui\u00e7\u00e3o Federal, inclusive em rela\u00e7\u00e3o \u00e0s causas trabalhistas, previdenci\u00e1rias e de acidente do trabalho,observar\u00e1, no exerc\u00edcio de 2014, a varia\u00e7\u00e3o do \u00cdndice Nacional de Pre\u00e7os ao Consumidor Amplo - Especial - IPCA-E do IBGE. (grifou-se.)\nA favor ainda da utiliza\u00e7\u00e3o de tal \u00edndice destaca-se que o Conselho da Justi\u00e7a Federal - CNJ10, em sess\u00e3o ordin\u00e1ria ocorrida em 25/11/2011, aprovou o novo 'Manual de C\u00e1lculos da Justi\u00e7a Federal', passando a incidir como crit\u00e9rio de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria para as senten\u00e7as condenat\u00f3rias em geral o IPCA-e.\nAssim sendo, caso n\u00e3o acatada a utiliza\u00e7\u00e3o do INPC/IBGE, requer-se que seja aplicado, para fins de dar cumprimento \u00e0 atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos saldos das contas do FGTS prevista no art. 2\u00ba da Lei 8.036/90, o IPCA-E do IBGE, em substitui\u00e7\u00e3o \u00e0 TR, desde janeiro do ano de 1999, a partir de quando tal \u00edndice deixou de refletir a varia\u00e7\u00e3o inflacion\u00e1ria da moeda. Al\u00e9m disso, tais valores dever\u00e3o ser acrescidos de juros de mora de 1% a.m. (um por cento ao m\u00eas), a contar da cita\u00e7\u00e3o, at\u00e9 o efetivo pagamento.\n4. Da apura\u00e7\u00e3o do valor da causa Os valores devidos a t\u00edtulo de atrasados foram identificados na planilha de\nc\u00e1lculo apresentada em anexo compreendidos no per\u00edodo de 1999 a 2021. Os valores devidos correspondem \u00e0s diferen\u00e7as entre os valores atualizados\npela taxa TR aplicados nos saldos depositados do FGTS e os mesmos saldos atualizados pelos \u00edndices que efetivamente correspondam \u00e0 atualiza\u00e7\u00e3o dos valores objeto da presente discuss\u00e3o.\nPara compor o c\u00e1lculo foram lan\u00e7ados os valores efetivamente depositados nas contas de FGTS a partir dos extratos fornecidos pela Caixa Econ\u00f4mica Federal aplicando-se os diferentes percentuais.\n10 www.cjf.jus.br, acesso em 05/02/2014.\n14\n\n\fAssim apurou-se uma diferen\u00e7a de R$ 25.938,77 considerando a atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria pelo INPC.\n5. Pedidos Diante do exposto, requer-se: a) A cita\u00e7\u00e3o da r\u00e9 no endere\u00e7o indicado no pre\u00e2mbulo para apresentar\ncontesta\u00e7\u00e3o, se for do seu interesse, sob pena de aplica\u00e7\u00e3o dos efeitos da revelia; b) Sejam julgados totalmente procedentes os pedidos do autor para: b.1) Declarar a inconstitucionalidade, via controle difuso, da aplica\u00e7\u00e3o da TR\ncomo \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria aos saldos de FGTS, a partir de janeiro de 1999 pelos motivos expostos;\nb.2) Determinar \u00e0 r\u00e9 que revise os valores depositados na conta de FGTS da parte autora de janeiro de 1999 at\u00e9 a presente data fazendo incidir sobre os saldos existentes no per\u00edodo vindicado \u2013 a t\u00edtulo de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u2013 o INPC/IBGE, a partir da defini\u00e7\u00e3o do marco prescricional a ser aplicado, trinten\u00e1rio, ou, sucessivamente quinquenal;\nb.3) Como consequ\u00eancia do pedido anterior, condenar a r\u00e9 a pagar \u00e0 parte autora o valor correspondente \u00e0s diferen\u00e7as apuradas na sua conta de FGTS em raz\u00e3o da substitui\u00e7\u00e3o do \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria (TR para INPC/IBGE), ressaltando-se que para as contas, porventura, inativadas entre 1999 e a presente data as diferen\u00e7as dever\u00e3o ser depositadas em ju\u00edzo, a partir da defini\u00e7\u00e3o do marco prescricional a ser aplicado, trinten\u00e1rio, ou, sucessivamente quinquenal;\nb.4) Sucessivamente, caso n\u00e3o acatado o INPC/IBGE como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o, requer-se que seja determinado \u00e0 r\u00e9 que revise os valores depositados na conta de FGTS da parte autora, de janeiro de 1999 at\u00e9 a presente data fazendo incidir sobre os saldos existentes no per\u00edodo vindicado \u2013 a t\u00edtulo de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u2013 o IPCA-E/IBGE, a partir da defini\u00e7\u00e3o do marco prescricional a ser aplicado, trinten\u00e1rio, ou, sucessivamente quinquenal;\nb.5) Como consequ\u00eancia do pedido anterior, condenar a r\u00e9 a pagar \u00e0 parte autora o valor correspondente \u00e0s diferen\u00e7as apuradas na sua conta de FGTS em raz\u00e3o da substitui\u00e7\u00e3o do \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria (TR para IPCA-E/IBGE), ressaltandose que para as contas, porventura, inativadas entre 1999 e a presente data as diferen\u00e7as dever\u00e3o ser depositadas em ju\u00edzo, a partir da defini\u00e7\u00e3o do marco prescricional a ser aplicado, trinten\u00e1rio, ou, sucessivamente quinquenal;\n15\n\n\fc) Sobre os valores apurados dever\u00e3o incidir corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria desde a inadimpl\u00eancia pela r\u00e9, acrescidos de juros de mora de 1% a.m. (um por cento ao m\u00eas), a contar da cita\u00e7\u00e3o, at\u00e9 o efetivo pagamento.\nd) Nos termos do art. 55 da Lei n. 9.099/95, requer-se que, na hip\u00f3tese de interposi\u00e7\u00e3o de recurso pela R\u00e9, seja condenada ao pagamento de honor\u00e1rios advocat\u00edcios;\ne) A possibilidade de produ\u00e7\u00e3o de todos os meios de prova em direito admitidos, especialmente, mas n\u00e3o se restringindo, \u00e0 documental que ora se apresenta.\nAtribui-se \u00e0 causa o valor de R$ 25.938,77.\nPede deferimento.\n\nFlorian\u00f3polis, 30 de junho de 2021.\n\nLu\u00eds Fernando Silva OAB/SC 9.582\n\nPaula \u00c1vila Poli OAB/SC 25.685\n\nTa\u00eds Helena de O. Galliani Silva OAB/SC 26.425\n\nRafael Dos Santos OAB/SC 21.951\n\n16\n\n\f", "similar_texts_federais_bgem3": [ { "header": "Texto Similar 1 (C\u00edvel) - IdDocumentoCompleto: 5031930-27.2014.4.04.7108-711407848086954461290000000106", "text": "EXCELENT\u00cdSSIMO SENHOR DR. JUIZ FEDERAL DA SUBSE\u00c7\u00c3O DE NOVO HAMBURGO. SE\u00c7\u00c3O DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL.\n\nVARA FEDERAL.\n\nPEDIDO DE SUSPENS\u00c3O DA TRAMITA\u00c7\u00c3O DO FEITO, considerando os termos da decis\u00e3o proferida pelo Superior Tribunal de Justi\u00e7a nos autos do Recurso Especial n\u00ba 1.381.683 \u2013 PE (2013/0128946-0).\n\nEUNICE OLIVEIRA DE ALMEIDA, brasileira, divorciada, industri\u00e1ria, portadora do CPF n. 882.830.540-15 e inscrita no RG sob o n. 3065032744, residente e domiciliada na Rua Theodoro J\u00falio Ritter, n. 410, Bairro Ritter, em Igrejinha/RS, vem, mui respeitosamente, atrav\u00e9s do seu advogado signat\u00e1rio, perante Vossa Excel\u00eancia propor:\nA\u00c7\u00c3O DE COBRAN\u00c7A\ncontra a CAIXA ECON\u00d4MICA FEDERAL, institui\u00e7\u00e3o financeira, sob a forma de empresa p\u00fablica, inscrita no CNPJ sob o n. 00.360.305/0001-04, com ag\u00eancia na Avenida Presidente Castelo Branco, n. 50, Bairro Centro, em Igrejinha/RS, CEP 95.650-000, pelos seguintes fundamentos de fato e direito que passa a expor:\n\n\fI \u2013 DOS FATOS E FUNDAMENTOS DA A\u00c7\u00c3O\n1. A Autora \u00e9 trabalhadora regida pela CLT, possuindo contrato de trabalho formal h\u00e1 anos, consoante demonstra os registros constantes na sua Carteira de Trabalho e Previd\u00eancia Social (em anexo) e, portanto, tem direito ao FGTS.\n2. Como \u00e9 sabido o Fundo de Garantia do Tempo de Servi\u00e7o \u2013 FGTS foi criado em 1967 pelo Governo Federal para proteger o trabalhador demitido sem justa causa, sendo constitu\u00eddo de contas vinculadas, abertas em nome de cada trabalhador, quando o empregador efetua o primeiro dep\u00f3sito. O saldo da conta vinculada \u00e9 formado pelos dep\u00f3sitos mensais efetivados pelo empregador, equivalentes a 8,0% do sal\u00e1rio pago ao empregado, acrescido de atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e juros.\n3. Com a cria\u00e7\u00e3o da Lei 8.036/90, a Caixa Econ\u00f4mica Federal passou a ser o Agente Operador dos Recursos do FGTS (administrador), de modo que hoje incumbe a ela o dever de centralizar todos os recolhimentos, manter e controlar todas as contas vinculadas dos trabalhadores e estabelecer procedimentos, tanto administrativos quanto operacionais, dos bancos deposit\u00e1rios, dos agentes financeiros, dos empregados e dos trabalhadores que integram o sistema do FGTS. Em raz\u00e3o disso, decorre sua legitimidade passiva para figurar em a\u00e7\u00f5es que tenham por objeto discuss\u00f5es acerca do Fundo.\n4. Nesse sentido, ali\u00e1s, a S\u00famula 249 do STJ: \u201cA Caixa Econ\u00f4mica Federal tem legitimidade passiva para integrar processo em que se discute corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria do FGTS\u201d.\n5. No caso em apre\u00e7o, a discuss\u00e3o a ser travada adv\u00e9m de not\u00edcias, divulgadas no pa\u00eds pelas redes de comunica\u00e7\u00e3o (jornais e televis\u00e3o), que os\n\n\ftrabalhadores perderam cerca de 88% do dinheiro que lhes era de direito no FGTS por conta de um erro da Caixa Econ\u00f4mica Federal no c\u00e1lculo da f\u00f3rmula de corre\u00e7\u00e3o do saldo do fundo.\n6. De acordo com levantamentos realizados, este erro pode ser evidenciado desde os anos 90, o que permite ao trabalhador o direito de cobrar eventuais defasagens que tenham ocorrido na corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria das contas do FGTS.\n7. Nesse vi\u00e9s, o que pretende a parte Autora \u00e9 obter a revis\u00e3o das suas contas de FGTS para que possa, em sendo constatado que houve a aplica\u00e7\u00e3o de corre\u00e7\u00e3o a menor - em \u00edndices inferiores a infla\u00e7\u00e3o -, receber as diferen\u00e7as que forem apuradas.\n8. Segundo o que foi constatado, desde 1999, o Governo Federal n\u00e3o aplica a Taxa Referencial (TR) \u2013 \u00edndice utilizado para corrigir as contas do FGTS -, conforme os n\u00fameros da infla\u00e7\u00e3o anual e, por isso, o dinheiro do trabalhador est\u00e1 defasado.\n9. A partir de 1999, a TR come\u00e7ou a ser reduzida, gradativamente, at\u00e9 que, em setembro de 2012, chegou \u00e0 zero, o que fez com que o dinheiro dos trabalhadores que est\u00e3o no FGTS, entre os quais a Autora, ficasse sem corre\u00e7\u00e3o.\n10. Essa aus\u00eancia de atualiza\u00e7\u00e3o, ao certo, n\u00e3o pode e n\u00e3o deve ser admitida, eis que o artigo 13 da Lei 8.036/90 \u00e9 claro ao preceituar que os dep\u00f3sitos efetuados nas contas vinculadas ser\u00e3o CORRIGIDOS MONETARIAMENTE, com base nos par\u00e2metros fixados para a atualiza\u00e7\u00e3o dos saldos dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a e capitaliza\u00e7\u00e3o dos juros de 3% a.a. Da mesma forma,\n\n\fo artigo 19, do REGULAMENTO CONSOLIDADO DO FUNDO DE GARANTIA DO TEMPO DE SERVI\u00c7O \u2013 Decreto n\u00b0 99.684/90 -, disp\u00f5e que:\nArt. 19 \u2013 Os dep\u00f3sitos nas contas vinculadas ser\u00e3o corrigidos monetariamente com base nos par\u00e2metros fixados para a atualiza\u00e7\u00e3o dos saldos dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a e capitaliza\u00e7\u00e3o juros de 3% ao ano.\n11. Nessa esteira, \u00e9 not\u00f3rio que a manipula\u00e7\u00e3o oficial dos \u00edndices indexadores em desacordo com o que determina a lei gera v\u00e1rios preju\u00edzos ao Autor, que n\u00e3o tem aplicado em seus dep\u00f3sitos os \u00edndices plenos de corre\u00e7\u00e3o. Logo, \u00e9 devida a revis\u00e3o das contas vinculadas do FGTS da Autora.\n12. E vale destacar que a corre\u00e7\u00e3o a ser feita nas contas vinculadas do FGTS da Autora deve observar a aplica\u00e7\u00e3o do \u00cdndice Nacional de Pre\u00e7os ao Consumidor (INPC), uma vez que \u00e9 ilegal e inconstitucional1 a aplica\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o, porque o objetivo da mesma n\u00e3o diz respeito \u00e0 infla\u00e7\u00e3o apurada por outros \u00edndices comumente utilizados, a exemplo do INPC.\n13. Ali\u00e1s, perceba Excel\u00eancia que, neste sentindo, houve manifesta\u00e7\u00e3o do SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, nas ADI\u2019s 4.357 e 4.423. Na oportunidade, ao analisarem a quest\u00e3o da aplica\u00e7\u00e3o da TR nos precat\u00f3rios, o STF firmou o posicionamento que a TR N\u00c3O REP\u00d5E O PODER DE COMPRA e, portanto, N\u00c3O PODE E NEM DEVE SER APLICADA!!\n1 A aplica\u00e7\u00e3o da TR (Taxa Referencial) como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria do FGTS foi declarada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal, ocasi\u00e3o em que a Corte se posicionou no sentido de que a Taxa Referencial deve ser substitu\u00edda por outro \u00edndice que reflita melhor a infla\u00e7\u00e3o, isto \u00e9, o INPC. A an\u00e1lise do caso em tela se refere \u00e0 inconstitucionalidade da utiliza\u00e7\u00e3o da Taxa Referencial - TR - como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria para o pagamento dos chamados precat\u00f3rios, realizada nos autos da A\u00e7\u00e3o Direta de Inconstitucionalidade (ADI n\u00ba 4357), o que reafirmou entendimento anteriormente adotado pelo STF quando do julgamento da ADI n\u00ba 493.\n\n\f14. Por analogia, ent\u00e3o, referido posicionamento se aplica a quest\u00e3o das contas do FGTS, j\u00e1 que nestas contas se utiliza a TR para corrigir o saldo dos trabalhadores com carteira assinada e tamb\u00e9m dos trabalhadores aposentados.\n15. Isso porque manter a aplica\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o das contas vinculadas do FGTS, simplesmente porque est\u00e1 previsto em lei tal aplica\u00e7\u00e3o, fere o PRINC\u00cdPIO DA IGUALDADE, insculpido no artigo 5\u00b0, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal.\n16. \u00c9 de f\u00e1cil percep\u00e7\u00e3o a viola\u00e7\u00e3o do princ\u00edpio da igualdade na medida em que o Estado discrimina, sem motivo plaus\u00edvel, os crit\u00e9rios de corre\u00e7\u00e3o utilizados para atualizar seus d\u00e9bitos para com os cidad\u00e3os e os d\u00e9bitos dos contribuintes, ora trabalhadores.\n17. O Estado claramente legisla em causa pr\u00f3pria ao fixar a atualiza\u00e7\u00e3o das contas do FGTS atrav\u00e9s da TR e, ao mesmo tempo, cobra seus cr\u00e9ditos acrescidos de SELIC, INPC OU IPCA.\n18. Tal disparidade entre os \u00edndices de atualiza\u00e7\u00e3o de um cr\u00e9dito e outro gera, sem d\u00favidas, uma diferen\u00e7a espantosa, injusta e imoral!!\n19. Da mesma forma que o Estado se legitima no direito de receber seus cr\u00e9ditos acrescidos de juros e corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria que reflita a varia\u00e7\u00e3o do\npoder aquisitivo da moeda, tem o trabalhador o direito de ver aplicado em seus dep\u00f3sitos e saldos da conta do FGTS \u00edndices de atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria que, igualmente, reflitam a varia\u00e7\u00e3o do custo da moeda ou, ao menos, a varia\u00e7\u00e3o dos \u00edndices da infla\u00e7\u00e3o.\n20. \u00c9 uma quest\u00e3o de JUSTI\u00c7A, de promover-se a igualdade, impedindo a ado\u00e7\u00e3o e aplica\u00e7\u00e3o de tratamento desigual em pleno S\u00e9culo XXI, para que n\u00e3o possa reinar o Pr\u00edncipe numa \u00e9poca em que a\n\n\fCONSTITUI\u00c7\u00c3O FEDERAL det\u00e9m a soberania para ditar o poder e proteger o cidad\u00e3o\n21. Destarte, vale lembrar Excel\u00eancias que a Taxa Referencial teve sua cria\u00e7\u00e3o no in\u00edcio da d\u00e9cada de 1990 e tinha como prop\u00f3sito a\ndesindexa\u00e7\u00e3o da economia para o combate \u00e0 infla\u00e7\u00e3o. Portanto, n\u00e3o teve como objetivo funcionar como \u00edndice de pre\u00e7os para refletir a infla\u00e7\u00e3o.\n22. Ora, ent\u00e3o, se o objetivo da TR nunca foi esse, n\u00e3o h\u00e1 porque admitir que permane\u00e7a sendo utilizada, causando preju\u00edzos ao trabalhador que ter\u00e1 seu dinheiro do FGTS totalmente defasado quando tiver a oportunidade de sac\u00e1lo.\n23. \u00c9 sabido que a taxa n\u00e3o prev\u00ea, na sua composi\u00e7\u00e3o, qualquer fator econ\u00f4mico em rela\u00e7\u00e3o aos pre\u00e7os. Ao contr\u00e1rio, segundo disp\u00f5e o artigo 1\u00ba, caput, da Lei 8.177/91, o \u00edndice \u00e9 calculado \u201ca partir da remunera\u00e7\u00e3o mensal m\u00e9dia l\u00edquida de impostos, dos dep\u00f3sitos a prazo fixo captados nos bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos m\u00faltiplos com carteira comercial ou de investimentos, caixas econ\u00f4micas, ou dos t\u00edtulos p\u00fablicos federais, estaduais e municipais\u201d.\n24. Desta forma, fica bem claro que a TR n\u00e3o tem voca\u00e7\u00e3o alguma para recompor a infla\u00e7\u00e3o nos pre\u00e7os de bens e servi\u00e7os de consumo. Tanto \u00e9 verdade que a Lei n\u00ba 8.177/1991 prev\u00ea a sua utiliza\u00e7\u00e3o para os contratos em geral apenas como \u00edndice eventualmente substitutivo \u00e0queles j\u00e1 adotados pelos contratantes, n\u00e3o interferindo, assim, no \u00edndice eleito como principal pelos contratos.\n25. Nesse norte, ainda, conv\u00e9m avaliar que se o objetivo da atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u00e9 recompor a perda real de um valor nominal qualquer frente aos\n\n\fefeitos da infla\u00e7\u00e3o, por \u00f3bvio, que a Taxa Referencial n\u00e3o se prestar\u00e1 para este fim. O INPC reflete de forma fiel a infla\u00e7\u00e3o, enquanto a TR est\u00e1 bem longe de refleti-la.\n26. Concordemos Excel\u00eancias que o FGTS est\u00e1 inserido no rol dos direitos fundamentais previstos na Constitui\u00e7\u00e3o Federal, sendo assegurado como um direito do trabalhador, que tem como escopo a melhoria da sua condi\u00e7\u00e3o social (artigo 7\u00b0, III, da CF/88), n\u00e3o sendo aceit\u00e1vel que essa melhoria seja barrada por causa da utiliza\u00e7\u00e3o equivocada da TR como \u00edndice de atualiza\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos e saldo das contas do FGTS.\n27. Para que haja a melhoria da condi\u00e7\u00e3o social do trabalhador \u00e9 necess\u00e1rio que seu patrim\u00f4nio n\u00e3o seja defasado pela Requerida, mas sim, que todo dinheiro que tenha depositado a t\u00edtulo de FGTS,\nque servir\u00e1, eventualmente, at\u00e9 para aquisi\u00e7\u00e3o da sua casa pr\u00f3pria (artigo 6\u00b0, da CF), seja atualizado para repor o poder de compra e/ou refletir a varia\u00e7\u00e3o da infla\u00e7\u00e3o.\n28. Nesse sentido, o MINISTRO LUIZ FUX, no julgamento da ADI 4.357, ressaltou ser a utiliza\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o uma afronta ao direito de propriedade (artigo 5\u00b0, caput e inciso XXII, da CF/88), consoante revela a passagem abaixo:\nDa\u00ed que a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria de valores no tempo \u00e9 circunst\u00e2ncia que recorre diretamente do n\u00facleo essencial do direito de propriedade, porque \u00e0s vezes a viola\u00e7\u00e3o, ela \u00e9 perif\u00e9rica, mas a viola\u00e7\u00e3o \u00e9 diretamente, \u00e9 o n\u00facleo do direito de propriedade, est\u00e3o devolvendo menos do que deveriam devolver.Corrige-se os valores nominais para que permane\u00e7am com o mesmo valor ao longo do tempo, diante da ineg\u00e1vel infla\u00e7\u00e3o. A ideia \u00e9 simplesmente preservar o direito original em sua genu\u00edna extens\u00e3o. Neste sentido corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u00e9 reflexo imediato da prote\u00e7\u00e3o da propriedade. Deixar de atualizar valores pecuni\u00e1rios, ou atualiz\u00e1-los segundo crit\u00e9rios evidentemente incapazes de capturar o fen\u00f4meno inflacion\u00e1rio representa aniquilar o\n\n\fdireito de propriedade dos credores deprecat\u00f3rios em seu n\u00facleo essencial.\n\n29. E vale destacar que j\u00e1 est\u00e3o sendo proferidas as primeiras decis\u00f5es favor\u00e1veis a substitui\u00e7\u00e3o da TR pelo INPC para corre\u00e7\u00e3o dos saldos das contas vinculadas do FGTS, sendo oportuno destacar a senten\u00e7a de lavra do eminente Juiz Federal DIEGO VIEGAS V\u00c9RAS, proferida nos autos da a\u00e7\u00e3o n. 5009533-35.2013.404.7002/PR:\n\nPROCEDIMENTO COMUM DO JUIZADO ESPECIAL C\u00cdVEL N\u00ba 5009533-35.2013.404.7002/PR\n\nAUTOR\n\n: CINERLANDES MARCOS DE OLIVEIRA\n\nADVOGADO : JEAN CARLO CANESSO\n\nR\u00c9U\n\n: CAIXA ECON\u00d4MICA FEDERAL - CEF\n\nSENTEN\u00c7A\n(omissis)\nM\u00e9rito propriamente dito\nA controv\u00e9rsia posta nos autos diz respeito \u00e0 possibilidade de aplica\u00e7\u00e3o da TR como forma de corre\u00e7\u00e3o do saldo das contas vinculadas ao FGTS, especialmente a conta de titularidade da parte autora, uma vez que o \u00edndice n\u00e3o reflete a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria do per\u00edodo, ocasionando perda no valor que se encontra depositado em seu favor.\nO Fundo de Garantia por Tempo de Servi\u00e7o - FGTS, criado pela Lei n\u00ba 5.107/66 e atualmente regido pela Lei n\u00ba 8.036/90, \u00e9 constitu\u00eddo por meio de dep\u00f3sitos mensais realizados pelos empregadores em conta vinculada aos trabalhadores e tem por fim garantir ao empregado estabilidade no emprego, al\u00e9m de aux\u00edlio monet\u00e1rio em caso de despedida sem justa causa.\nSegundo a Lei 8.036/90, no in\u00edcio de cada m\u00eas o empregador deve depositar, em conta aberta na Caixa Econ\u00f4mica Federal, em nome do empregado, valor correspondente a 8% (oito por cento) da remunera\u00e7\u00e3o deste, que pode moviment\u00e1-la sempre que verificada uma das hip\u00f3teses estabelecidas no art. 20 da referida Lei.\nO Fundo \u00e9 gerido e administrado a partir das normas e diretrizes do Conselho Curador e os recursos fundi\u00e1rios, por expressa previs\u00e3o legislativa, s\u00e3o utilizados para financiar investimentos sociais nas \u00e1reas de habita\u00e7\u00e3o, saneamento e infraestrutura urbana (artigo 9\u00ba, \u00a7\u00a72\u00ba e 3\u00ba, da Lei 8.036/90).\nQuanto \u00e0 forma de remunera\u00e7\u00e3o do fundo, esta est\u00e1 prevista no artigo 13 da Lei:\nArt. 13. Os dep\u00f3sitos efetuados nas contas vinculadas ser\u00e3o corrigidos monetariamente com base nos par\u00e2metros fixados para atualiza\u00e7\u00e3o dos saldos dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a e capitaliza\u00e7\u00e3o juros de (tr\u00eas) por cento ao ano.\nOs par\u00e2metros de atualiza\u00e7\u00e3o dos saldos da poupan\u00e7a, por sua vez, encontram-se previstos no artigo 12 da Lei n\u00ba 8.177/91, que disp\u00f5e:\nArt. 12. Em cada per\u00edodo de rendimento, os dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a ser\u00e3o remunerados: I - como remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica, por taxa correspondente \u00e0 acumula\u00e7\u00e3o das TRD, no per\u00edodo transcorrido entre o\n\n\fdia do \u00faltimo cr\u00e9dito de rendimento, inclusive, e o dia do cr\u00e9dito de rendimento, exclusive;\nNesta mesma Lei, est\u00e3o definidos os par\u00e2metros para fixa\u00e7\u00e3o da Taxa Referencial (TR) e da Taxa Refer\u00eancia Di\u00e1ria (TRD), nos seguintes termos:\nArt. 1\u00b0 O Banco Central do Brasil divulgar\u00e1 Taxa Referencial (TR), calculada a partir da remunera\u00e7\u00e3o mensal m\u00e9dia l\u00edquida de impostos, dos dep\u00f3sitos a prazo fixo captados nos bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos m\u00faltiplos com carteira comercial ou de investimentos, caixas econ\u00f4micas, ou dos t\u00edtulos p\u00fablicos federais, estaduais e municipais, de acordo com metodologia a ser aprovada pelo Conselho Monet\u00e1rio Nacional, no prazo de sessenta dias, e enviada ao conhecimento do Senado Federal. (...) \u00a7 3\u00b0 Enquanto n\u00e3o aprovada a metodologia de c\u00e1lculo de que trata este artigo, o Banco Central do Brasil fixar\u00e1 a TR.\nArt. 2\u00b0 O Banco Central do Brasil divulgar\u00e1, para cada dia \u00fatil, a Taxa Referencial Di\u00e1ria (TRD), correspondendo seu valor di\u00e1rio \u00e0 distribui\u00e7\u00e3o pro rata dia da TR fixada para o m\u00eas corrente. \u00a7 1\u00b0 Enquanto n\u00e3o divulgada a TR relativa ao m\u00eas corrente, o valor da TRD ser\u00e1 fixado pelo Banco Central do Brasil com base em estimativa daquela taxa. \u00a7 2\u00b0 Divulgada a TR, a fixa\u00e7\u00e3o da TRD nos dias \u00fateis restantes do m\u00eas deve ser realizada de forma tal que a TRD acumulada entre o 1\u00b0 dia \u00fatil do m\u00eas e o 1\u00b0 dia \u00fatil do m\u00eas subseq\u00fcente seja igual \u00e0 TR do m\u00eas corrente.\nAl\u00e9m de dispor que a TR seria o \u00edndice utilizado para corre\u00e7\u00e3o da poupan\u00e7a, a Lei n\u00ba 8.177/91 tamb\u00e9m disp\u00f4s que tal taxa seria aplicada para fins de corre\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos do FGTS, conforme previsto no seu art. 17:\nArtigo 17 - A partir de fevereiro de 1991, os saldos das contas do Fundo de Garantia por Tempo de Servi\u00e7o (FGTS) passam a ser remunerados pela taxa aplic\u00e1vel \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a com data de anivers\u00e1rio no dia 1\u00b0, observada a periodicidade mensal para remunera\u00e7\u00e3o. Par\u00e1grafo \u00fanico. As taxas de juros previstas na legisla\u00e7\u00e3o em vigor do fgts s\u00e3o mantidas e consideradas como adicionais \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o prevista neste artigo.\nConforme se depreendo da leitura do artigo acima, ficou determinado que aos saldos das contas do FGTS passaria a ser aplicado a taxa aplic\u00e1vel aos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a, ou seja, a TR, mantidas as taxas de juros previstas na legisla\u00e7\u00e3o pr\u00f3pria do FGTS, qual seja, a taxa de 3% de juros anuais, conforme j\u00e1 supra exposto.\nN\u00e3o se pode discutir, portanto, que \u00e9 legal a aplica\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o dos saldos do\nFGTS. De fato, h\u00e1 lei vigente que prev\u00ea tal aplica\u00e7\u00e3o. No entanto, h\u00e1 que se analisar, de fato, se a legalidade \u00e9 capaz de afastar o fato de que o \u00edndice previsto na norma n\u00e3o \u00e9 capaz de 'corrigir monetariamente' o saldo dos dep\u00f3sitos de FGTS, como expressamente previsto na Lei 8.036/90, nos seus artigos 2\u00ba e 13: (grifo nosso)\nArt. 2\u00ba O FGTS \u00e9 constitu\u00eddo pelos saldos das contas vinculadas a que se refere esta lei e outros recursos a ele incorporados, devendo ser aplicados com atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e juros, de modo a assegurar a cobertura de suas obriga\u00e7\u00f5es. (...) omissis. Art. 13. Os dep\u00f3sitos efetuados nas contas vinculadas ser\u00e3o corrigidos monetariamente com base nos par\u00e2metros fixados para atualiza\u00e7\u00e3o dos saldos dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a e capitaliza\u00e7\u00e3o juros de (tr\u00eas) por cento ao ano. - grifou-se.\nA Lei, portanto, disp\u00f5e que o fundo dever\u00e1 ser corrigido monetariamente e a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria n\u00e3o representa qualquer acr\u00e9scimo, mas simples recomposi\u00e7\u00e3o do valor da moeda corro\u00eddo pelo processo inflacion\u00e1rio (STJ, REsp n\u00ba 1.191.868, 2\u00aa Turma, Rel. Min. Eliana Calmon, j. 15/06/2010 e p. 22/06/2010).\nA Taxa Referencial (TR) como bem trazido pela parte autora, foi \u00edndice capaz de refletir a infla\u00e7\u00e3o ocorrida na economia brasileira por significativo per\u00edodo de tempo, durante o qual n\u00e3o havia quaisquer raz\u00f5es para se opor a sua aplica\u00e7\u00e3o. N\u00e3o \u00e9, contudo, a realidade desde janeiro de 1999, a partir de\n\n\fquando o \u00edndice deixou de espelhar a desvaloriza\u00e7\u00e3o da moeda.\n\nPor reputar oportuno, comparem-se os \u00edndices mensais da TR, do IPCA-E e do INPC, a partir de 01/01/1999 at\u00e9 31/12/2013, respectivamente:\n\nTR:\n\n1999 0,516 3\n\n0,829 8\n\n1,161 4\n\n0,609 2\n\n0,576 1\n\n0,310 8\n\n0,293 3\n\n0,294 5\n\n0,271 5\n\n0,226 5\n\n0,199 8\n\n0,299 8\n\n5,7295\n\n2000 0,214 9\n\n0,232 8\n\n0,224 2\n\n0,130 1\n\n0,249 2\n\n0,214 0\n\n0,154 7\n\n0,202 5\n\n0,103 8\n\n0,131 6\n\n0,119 7\n\n0,099 1\n\n2,0962\n\n2001 0,136 0,036 0,172 0,154 0,182 0,145 0,244 0,343 0,162 0,291 0,192 0,198 2,2852 9 8 4 6 7 8 1 6 7 3 8 3\n\n2002 0,259 1\n\n0,117 1\n\n0,175 8\n\n0,235 7\n\n0,210 2\n\n0,158 2\n\n0,265 6\n\n0,248 1\n\n0,195 5\n\n0,276 8\n\n0,264 4\n\n0,360 9\n\n2,8023\n\n2003 0,487 8\n\n0,411 6\n\n0,378 2\n\n0,418 4\n\n0,465 0\n\n0,416 6\n\n0,546 5\n\n0,403 8\n\n0,336 4\n\n0,321 3\n\n0,177 6\n\n0,189 9\n\n4,6485\n\n2004 0,128 0\n\n0,045 8\n\n0,177 8\n\n0,087 4\n\n0,154 6\n\n0,176 1\n\n0,195 2\n\n0,200 5\n\n0,172 8\n\n0,110 8\n\n0,114 6\n\n0,240 0\n\n1,8184\n\n2005 0,188 0\n\n0,096 2\n\n0,263 5\n\n0,200 3\n\n0,252 7\n\n0,299 3\n\n0,257 5\n\n0,346 6\n\n0,263 7\n\n0,210 0\n\n0,192 9\n\n0,226 9\n\n2,8335\n\n2006 0,232 6\n\n0,072 5\n\n0,207 3\n\n0,085 5\n\n0,188 8\n\n0,193 7\n\n0,175 1\n\n0,243 6\n\n0,152 1\n\n0,187 5\n\n0,128 2\n\n0,152 2\n\n2,0377\n\n2007 0,218 9\n\n0,072 1\n\n0,187 6\n\n0,127 2\n\n0,168 9\n\n0,095 4\n\n0,146 9\n\n0,146 6\n\n0,035 2\n\n0,114 2\n\n0,059 0\n\n0,064 0\n\n1,4452\n\n2008 0,101 0\n\n0,024 3\n\n0,040 9\n\n0,095 5\n\n0,073 6\n\n0,114 6\n\n0,191 4\n\n0,157 4\n\n0,197 0\n\n0,250 6\n\n0,161 8\n\n0,214 9\n\n1,6348\n\n2009 0,184 0\n\n0,045 1\n\n0,143 8\n\n0,045 4\n\n0,044 9\n\n0,065 6\n\n0,105 1\n\n0,019 7\n\n0,000 0\n\n0,000 0\n\n0,000 0\n\n0,053 3\n\n0,7090\n\n2010 0,000 0\n\n0,000 0\n\n0,079 2\n\n0,000 0\n\n0,051 0\n\n0,058 9\n\n0,115 1\n\n0,090 9\n\n0,070 2\n\n0,047 2\n\n0,033 6\n\n0,140 6\n\n0,6887\n\n2011 0,071 5\n\n0,052 4\n\n0,121 2\n\n0,036 9\n\n0,157 0\n\n0,111 4\n\n0,122 9\n\n0,207 6\n\n0,100 3\n\n0,062 0\n\n0,064 5\n\n0,093 7\n\n1,2079\n\n2012 0,086 4\n\n0,000 0\n\n0,106 8\n\n0,022 7\n\n0,046 8\n\n0,000 0\n\n0,014 4\n\n0,012 3\n\n0,000 0\n\n0,000 0\n\n0,000 0\n\n0,000 0\n\n0,2897\n\n2013 0,000 0\n\n0,000 0\n\n0,000 0\n\n0,000 0\n\n0,000 0\n\n0,000 0\n\n0,020 9\n\n0,000 0\n\n0,007 9\n\n0,092 0\n\n0,020 7\n\n0,049 4\n\n0,1910\n\nIPCA-E:\n\n1999\n\n0,6 8\n\n0,6 4\n\n1,2 2\n\n2,56 0,7 8\n\n0,5 1\n\n0,0 2\n\n1,27 0,7 9\n\n0,8 1\n\n0,4 7\n\n2,08 0,8 0\n\n0,9 9\n\n0,9 1\n\n2,72 8,92%\n\n2000\n\n0,6 5\n\n0,3 4\n\n0,0 9\n\n1,08 0,4 7\n\n0,0 9\n\n0,0 8\n\n0,64 0,7 8\n\n1,9 9\n\n0,4 5\n\n3,24 0,1 8\n\n0,1 7\n\n0,6 0\n\n0,95 6,03%\n\n2001\n\n0,6 3\n\n0,5 0\n\n0,3 6\n\n1,49 0,5 0\n\n0,4 9\n\n0,3 8\n\n1,37 0,9 4\n\n1,1 8\n\n0,3 8\n\n2,51 0,3 7\n\n0,9 9\n\n0,5 5\n\n1,92 7,51%\n\n2002 0,6 0,4 0,4 1,46 0,7 0,4 0,3 1,53 0,7 1,0 0,6 2,40 0,9 2,0 3,0 6,14 11,98%\n\n2 4 0\n\n8 2 3\n\n7 0 2\n\n0 8 5\n\n2003\n\n1,9 8\n\n2,1 9\n\n1,1 4\n\n5,40 1,1 4\n\n0,8 5\n\n0,2 2\n\n2,22\n\n0,1\n\n8\n\n0,2 7\n\n0,5 7\n\n0,66 0,6 6\n\n0,1 7\n\n0,4 6\n\n1,29 9,86%\n\n2004 0,6 0,9 0,4 1,99 0,2 0,5 0,5 1,32 0,9 0,7 0,4 2,22 0,3 0,6 0,8 1,80 7,53%\n\n\f8 0 0\n\n1 4 6\n\n3 9 9\n\n2 3 4\n\n2005 0,6 8\n\n0,7 4\n\n0,3 5\n\n1,78 0,7 4\n\n0,8 3\n\n0,1 2\n\n1,69 0,1 1\n\n0,2 8\n\n0,1 6\n\n0,55 0,5 6\n\n0,7 8\n\n0,3 8\n\n1,73 5,87%\n\n2006 0,5 1\n\n0,5 2\n\n0,3 7\n\n1,40 0,1 7\n\n0,2 7\n\n0,1 5\n\n0,29\n\n0,0\n\n2\n\n0,1 9\n\n0,0 5\n\n0,22 0,2 9\n\n0,3 7\n\n0,3 5\n\n1,01 2,95%\n\n2007\n\n0,5 2\n\n0,4 6\n\n0,4 1\n\n1,39 0,2 2\n\n0,2 6\n\n0,2 9\n\n0,77 0,2 4\n\n0,4 2\n\n0,2 9\n\n0,95 0,2 4\n\n0,2 3\n\n0,7 0\n\n1,17 4,36%\n\n2008\n\n0,7 0\n\n0,6 4\n\n0,2 3\n\n1,57 0,5 9\n\n0,5 6\n\n0,9 0\n\n2,06 0,6 3\n\n0,3 5\n\n0,2 6\n\n1,24 0,3 0\n\n0,4 9\n\n0,2 9\n\n1,08 6,10%\n\n2009\n\n0,4 0\n\n0,6 3\n\n0,1 1\n\n1,14 0,3 6\n\n0,5 9\n\n0,3 8\n\n1,33 0,2 2\n\n0,2 3\n\n0,1 9\n\n0,64 0,1 8\n\n0,4 4\n\n0,3 8\n\n1,00 4,18%\n\n2010\n\n0,5 2\n\n0,9 4\n\n0,5 5\n\n2,02 0,4 8\n\n0,6 3\n\n0,1 9\n\n1,30\n\n0,0\n\n9\n\n0,0 5\n\n0,3 1\n\n0,17 0,6 2\n\n0,8 6\n\n0,6 9\n\n2,18 5,79%\n\n2011\n\n0,7 6\n\n0,9 7\n\n0,6 0\n\n2,34 0,7 7\n\n0,7 0\n\n0,2 3\n\n1,70 0,1 0\n\n0,2 7\n\n0,5 3\n\n0,90 0,4 2\n\n0,4 6\n\n0,5 6\n\n1,44 6,55%\n\n2012\n\n0,6 5\n\n0,5 3\n\n0,2 5\n\n1,43 0,4 3\n\n0,5 1\n\n0,1 8\n\n1,12 0,3 3\n\n0,3 9\n\n0,4 8\n\n1,20 0,6 5\n\n0,5 4\n\n0,6 9\n\n1,89 5,77%\n\n2013\n\n0,8 8\n\n0,6 8\n\n0,4 9\n\n2,06 0,5 1\n\n0,4 6\n\n0,3 8\n\n1,35 0,0 7\n\n0,1 6\n\n0,2 7\n\n0,50 0,4 8\n\n0,5 7\n\n0,7 5\n\n1,81 5,84%\n\nINPC:\n\n1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013\n\n0,65 1,29 1,28 0,47 0,058 0,07 0,74 0,55 0,39 0,96 0,94 0,74 8,43% 0,61 0,05 0,13 0,09 -0,05 0,30 1,39 1,21 0,43 0,16 0,29 0,55 5,27% 0,77 0,49 0,48 0,84 0,57 0,60 1,11 0,79 0,44 0,94 1,29 0,74 9,44% 1,07 0,31 0,62 0,68 0,09 0,61 1,15 0,86 0,83 1,57 3,39 2,70 14,74% 2,47 1,46 1,37 1,38 0,99 -0,06 0,04 0,18 0,82 0,39 0,37 0,54 10,38% 0,83 0,39 0,57 0,41 0,40 0,50 0,73 0,50 0,17 0,17 0,44 0,86 6,13% 0,57 0,44 0,73 0,91 0,70 -0,11 0,03 0,00 0,15 0,58 0,54 0,40 5,05% 0,38 0,23 0,27 0,12 0,13 -0,07 0,11 -0,02 0,16 0,43 0,42 0,62 2,81% 0,49 0,42 0,44 0,26 0,26 0,31 0,32 0,59 0,25 0,30 0,43 0,97 5,15% 0,69 0,48 0,51 0,64 0,96 0,91 0,58 0,21 0,15 0,50 0,38 0,29 6,48% 0,64 0,31 020 0,55 0,60 0,42 0,23 0,08 0,16 0,24 0,37 0,24 4,11% 0,88 0,70 0,71 0,73 0,43 -0,11 -0,07 -0,07 0,54 0,92 1,03 0,60 6,46% 0,94 0,54 0,66 0,72 0,57 0,22 0,00 0,42 0,45 0,32 0,57 0,51 6,07% 0,51 0,39 0,18 0,64 0,55 0,26 0,43 0,45 0,63 0,71 0,54 0,74 6,19% 0,92 0,52 0,60 0,59 0,35 0,28 -0,13 0,16 0,27 0,61 0,54 0,72 5,56%\n\nPois bem. Verificada a desigualdade/despropor\u00e7\u00e3o entre a TR e de outra banda, o IPCA-E e o INPC, passa-se a analisar a real fun\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria em cotejo com o princ\u00edpio constitucional do direito \u00e0 propriedade (art. 5\u00ba, XXII, da Carta Magna). Grifo nosso\nNo julgamento da ADI n\u00ba 493-0, o Pret\u00f3rio Excelso, no voto do i relator Moreira Alves, em raz\u00e3o da causa petendi, foi determinado que haveria impossibilidade de aplica\u00e7\u00e3o da TR aos contratos do Sistema Financeiro de Habita\u00e7\u00e3o somente para o per\u00edodo anterior \u00e0 vig\u00eancia da Lei 8.177/91. Embora\n\n\fem tal julgado o STF n\u00e3o tenha declarado que haveria impossibilidade de utiliza\u00e7\u00e3o de tal \u00edndice aos contratosfirmados ap\u00f3s essa data, nele ficou reconhecido, de maneira cristalina que aquele Tribunal n\u00e3o reconhecia a TR como \u00edndice h\u00e1bil a promover a atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria.\nEis a ementa de tal julgado:\nA\u00e7\u00e3o direta de inconstitucionalidade. - Se a lei alcan\u00e7ar os efeitos futuros de contratos celebrados anteriormente a ela, ser\u00e1 essa lei retroativa (retroatividade minima) porque vai interferir na causa, que e um ato ou fato ocorrido no passado. - O disposto no artigo 5, XXXVI, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal se aplica a toda e qualquer lei infraconstitucional, sem qualquer distin\u00e7\u00e3o entre lei de direito p\u00fablico e lei de direito privado, ou entre lei de ordem p\u00fablica e lei dispositiva. Precedente do S.T.F. Ocorr\u00eancia no caso, de viola\u00e7\u00e3o de direito adquirido. A taxa referencial (TR) n\u00e3o \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, pois, refletindo as varia\u00e7\u00f5es do custo prim\u00e1rio da capta\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos a prazo fixo, n\u00e3o constitui \u00edndice que reflita a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda.Por isso, n\u00e3o h\u00e1 necessidade de se examinar a quest\u00e3o de saber se as normas que alteram \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria se aplicam imediatamente, alcan\u00e7ando, pois, as presta\u00e7\u00f5es futuras de contratos celebrados no passado, sem violarem o disposto no artigo 5, XXXVI, da Carta Magna. Tamb\u00e9m ofendem o ato jur\u00eddico perfeito os dispositivos impugnados que alteram o crit\u00e9rio de reajuste das presta\u00e7\u00f5es nos contratos ja celebrados pelo sistema do Plano de Equivalencia Salarial por Categoria Profissional (PES/CP). A\u00e7\u00e3o direta de inconstitucionalidade julgada procedente, para declarar a inconstitucionalidade dos artigos 18, 'caput' e paragrafos 1 e 4; 20; 21 e paragrafo \u00fanico; 23 e paragrafos; e 24 e paragrafos, todos da Lei n. 8.177, de 1 de maio de 1991.(ADI 493, Relator(a): Min. MOREIRA ALVES, Tribunal Pleno, julgado em 25/06/1992, DJ 04-09-1992 PP-14089 EMENT VOL-01674-02 PP-00260 RTJ VOL-00143-03 PP00724)\nNo entanto, foi com o julgamento das ADI 4425 e 4357, onde o Supremo Tribunal Federal analisou a inconstitucionalidade da Emenda Constitucional n\u00ba 62/2009, que ficou inconteste o entendimento daquela Corte no sentido de que a TR n\u00e3o pode ser utilizada como \u00edndice de atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, eis que n\u00e3o \u00e9 capaz de espelhar o processo inflacion\u00e1rio brasileiro.\nSeguem trechos do voto do Ministro Luiz Fux, redator para o ac\u00f3rd\u00e3o:\nQuanto \u00e0 disciplina da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos cr\u00e9ditos inscritos em precat\u00f3rios, a EC n\u00ba 62/09 fixou como crit\u00e9rio o '\u00edndice oficial de remunera\u00e7\u00e3o da caderneta de poupan\u00e7a'. Ocorre que o referencial adotado n\u00e3o \u00e9 id\u00f4neo a mensurar a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda. Isso porque a remunera\u00e7\u00e3o da caderneta de poupan\u00e7a, regida pelo art. 12 da Lei n\u00ba 8.177/91, com atual reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n\u00ba 12.703/2012, \u00e9 fixada ex ante, a partir de crit\u00e9rios t\u00e9cnicos em nada relacionados com a infla\u00e7\u00e3o empiricamente considerada. J\u00e1 se sabe, na data de hoje, quanto ir\u00e1 render a caderneta de poupan\u00e7a. E \u00e9 natural que seja assim, afinal a poupan\u00e7a \u00e9 uma alternativa de investimento de baixo risco, no qual o investidor consegue prever com seguran\u00e7a a margem de retorno do seu capital.\nA infla\u00e7\u00e3o, por outro lado, \u00e9 fen\u00f4meno econ\u00f4mico insuscet\u00edvel de capta\u00e7\u00e3o aprior\u00edstica. O m\u00e1ximo que se consegue \u00e9 estim\u00e1-la para certo per\u00edodo, mas jamais fix\u00e1-la de antem\u00e3o. Da\u00ed por que os \u00edndices criados especialmente para captar o fen\u00f4meno inflacion\u00e1rio s\u00e3o sempre definidos em momentos posteriores ao per\u00edodo analisado, como ocorre com o \u00cdndice de Pre\u00e7os ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estat\u00edstica (IBGE), e o \u00cdndice de Pre\u00e7os ao Consumidor (IPC), divulgado pela Funda\u00e7\u00e3o Get\u00falio Vargas (FGV). A raz\u00e3o disso \u00e9 clara: a infla\u00e7\u00e3o \u00e9 sempre constatada em apura\u00e7\u00e3o ex post, de sorte que todo \u00edndice definido ex ante \u00e9 incapaz de refletir a efetiva varia\u00e7\u00e3o de pre\u00e7os que caracteriza a infla\u00e7\u00e3o. \u00c9 o que ocorre na hip\u00f3tese dos autos. A prevalecer o crit\u00e9rio adotado pela EC n\u00ba 62/09, os cr\u00e9ditos inscritos em precat\u00f3rios seriam atualizados por \u00edndices pr\u00e9-fixados e independentes da real flutua\u00e7\u00e3o de pre\u00e7os apurada no per\u00edodo de refer\u00eancia. Assim, o \u00edndice oficial de remunera\u00e7\u00e3o da caderneta de poupan\u00e7a n\u00e3o \u00e9 crit\u00e9rio adequado para refletir o fen\u00f4meno inflacion\u00e1rio.\nDestaco que nesse ju\u00edzo n\u00e3o levo em conta qualquer considera\u00e7\u00e3o t\u00e9cnico-econ\u00f4mica que implique usurpa\u00e7\u00e3o pelo Supremo Tribunal Federal de compet\u00eancia pr\u00f3pria de \u00f3rg\u00e3os especializados. N\u00e3o se trata de defini\u00e7\u00e3o judicial de \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o. Essa circunst\u00e2ncia, j\u00e1 recha\u00e7ada pela jurisprud\u00eancia da Casa, evidentemente transcenderia as capacidades institucionais do Poder Judici\u00e1rio. N\u00e3o obstante, a hip\u00f3tese aqui \u00e9 outra.\nDiz respeito \u00e0 idoneidade l\u00f3gica do \u00edndice fixado pelo constituinte reformador para capturar a infla\u00e7\u00e3o, e n\u00e3o do valor espec\u00edfico que deve assumir o \u00edndice para determinado per\u00edodo. Reitero: n\u00e3o se pode quantificar, em\n\n\fdefinitivo, um fen\u00f4meno essencialmente emp\u00edrico antes mesmo da sua ocorr\u00eancia. A inadequa\u00e7\u00e3o do \u00edndice aqui \u00e9 autoevidente.\nCorrobora essa conclus\u00e3o reportagem esclarecedora veiculada em 21 de janeiro de 2013 pelo jornal especializado Valor Econ\u00f4mico. Na mat\u00e9ria intitulada 'Cuidado com a infla\u00e7\u00e3o', o peri\u00f3dico aponta que ' o rendimento da poupan\u00e7a perdeu para a infla\u00e7\u00e3o oficial, medida pelo IPCA, m\u00eas a m\u00eas desde setembro'de 2012. E ilustra: 'Quem investiu R$1mil na caderneta em 31 de junho [de 2012], fechou o ano com poder de compra equivalente a R$996,40. Ganham da infla\u00e7\u00e3o apenas os dep\u00f3sitos feitos na caderneta antes de 4 de maio, com retorno de 6%. Para os outros, vale a nova regra, definida no ano passado, de rendimento equivalente a 70% da meta para a Selic, ou seja, de 5,075%' . Em suma: h\u00e1 manifesta discrep\u00e2ncia entre o \u00edndice oficial de remunera\u00e7\u00e3o da caderneta de poupan\u00e7a e o fen\u00f4meno inflacion\u00e1rio, de modo que o primeiro n\u00e3o se presta a capturar o segundo. O meio escolhido pelo legislador constituinte (remunera\u00e7\u00e3o da caderneta de poupan\u00e7a) \u00e9, portanto, inid\u00f4neo a promover o fim a que se destina (traduzir a infla\u00e7\u00e3o do per\u00edodo).\n(...)\nAssentada a premissa quanto \u00e0 inadequa\u00e7\u00e3o do aludido \u00edndice, mister enfrentar a natureza do direito \u00e0 corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. Na linha j\u00e1 exposta pelo i. Min. relator, 'a finalidade da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, enquanto instituto de Direito Constitucional, n\u00e3o \u00e9 deixar mais rico o benefici\u00e1rio, nem mais pobre o sujeito passivo de uma dada obriga\u00e7\u00e3o de pagamento. \u00c9 deix\u00e1-los tal como qualitativamente se encontravam, no momento em que se formou a rela\u00e7\u00e3o obrigacional'. Da\u00ed que a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria de valores no tempo \u00e9 circunst\u00e2ncia que decorre diretamente do n\u00facleo essencial do direito de propriedade (CF, art. 5\u00ba, XXII). Corrigem-se valores nominais para que permane\u00e7am com o mesmo valor econ\u00f4mico ao longo do tempo, diante da infla\u00e7\u00e3o. A ideia \u00e9 simplesmente preservar o direito original em sua genu\u00edna extens\u00e3o. Nesse sentido, o direito \u00e0 corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u00e9 reflexo imediato da prote\u00e7\u00e3o da propriedade. Deixar de atualizar valores pecuni\u00e1rios ou atualiz\u00e1-los segundo crit\u00e9rios evidentemente incapazes de capturar o fen\u00f4meno inflacion\u00e1rio representa aniquilar o direito propriedade em seu n\u00facleo essencial.\nTal constata\u00e7\u00e3o implica a pron\u00fancia de inconstitucionalidade parcial da EC n\u00ba 62/09 de modo a afastar a express\u00e3o '\u00edndice oficial de remunera\u00e7\u00e3o da caderneta de poupan\u00e7a' introduzida no \u00a712 do art. 100 da Lei Maior como crit\u00e9rio de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos cr\u00e9ditos inscritos em precat\u00f3rio, por viola\u00e7\u00e3o ao direito fundamental de propriedade (art. 5\u00ba, XII, CF/88), ineg\u00e1vel limite material ao poder de reforma da Constitui\u00e7\u00e3o (art. 60, \u00a74\u00ba, IV, CF/88). grifou-se.\nA r\u00e9 traz aos autos argumenta\u00e7\u00e3o no sentido de que o \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o dos saldos da conta do FGTS devem ser mantidos, pois suas verbas s\u00e3o utilizadas para concess\u00e3o de m\u00fatuos concedidos na \u00e1rea educacional, habitacional, de infra-estrutura urbana, os quais s\u00e3o remunerados tamb\u00e9m pela TR. Argumenta que a eventual proced\u00eancia da demanda prejudicar\u00e1 tais pol\u00edticas p\u00fablicas.\n\u00c9 o que afirma em sua contesta\u00e7\u00e3o (evento 19, CONT1, pg. 15 do PDF):\nEmbora tal remunera\u00e7\u00e3o traga benef\u00edcios ao fundista, n\u00e3o \u00e9 este o objetivo final da lei, mas sim a manuten\u00e7\u00e3o do paralelismo entre os investimentos feitos com verbas do FGTS e sua remunera\u00e7\u00e3o. Por isso mesmo as verbas do FGTS s\u00e3o utilizadas em diversos tipos de m\u00fatuo, remunerados pela mesma taxa, qual seja, a TR.\nO que aparentemente esquece a r\u00e9 \u00e9 que ainda que exista tal paralelismo quanto ao \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, conforme por ela afirmado em sua contesta\u00e7\u00e3o, n\u00e3o h\u00e1 qualquer paralelismo em rela\u00e7\u00e3o aos juros aplicados.\nVeja-se: com a TR ostentando seus \u00edndices praticamente zerados desde o ano de 2009, os saldos das contas do FGTS acabaram sendo remunerados t\u00e3o somente pelos juros anuais de 3% previstos na Lei\n8.036/90. Ou seja, os juros que deveriam, supostamente, remunerar o capital, n\u00e3o s\u00e3o sequer suficientes para repor o poder de compra perdido pela infla\u00e7\u00e3o acumulada.\nH\u00e1 que se verificar quais dos programas institu\u00eddos pelo Governo Federal e operacionalizados pela CEF, quer seja de financiamento estudantil, habitacional ou de infraestrutura em que h\u00e1 cobran\u00e7a de\n\n\fjuros de 3% ao ano. Segundo informa\u00e7\u00f5es do s\u00edtio eletr\u00f4nico da r\u00e9 (www.cef.gov.br), a taxa cobrada no programa 'Minha casa melhor' \u00e9 de 5% ao ano, enquanto do programa 'Minha casa minha vida' v\u00e3o de 5% a 8,66% ao ano. N\u00e3o h\u00e1, pois, qualquer paralelismo quanto trata-se de taxa de juros aplicadas.\nOu seja, no sistema atual o governo busca implementar projetos subsidiados \u00e0s custas da baixa remunera\u00e7\u00e3o e quase nula atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos saldos das contas do Fundo de Garantia. Ou seja,\ninexiste, no sistema atual, qualquer remunera\u00e7\u00e3o aos saldos das contas do FGTS. Pelo contr\u00e1rio, pois os juros de 3% ao ano sequer s\u00e3o suficientes para repor a\ndesvaloriza\u00e7\u00e3o da moeda no per\u00edodo. Grifo nosso.\nN\u00e3o se desconhece que o FGTS possui relevante papel social na pr\u00e1tica das pol\u00edticas p\u00fablicas no Brasil, mas n\u00e3o h\u00e1 que se olvidar que historicamente sua cria\u00e7\u00e3o teve por objeto dar ao trabalhador estabilidade no trabalho e alguma seguran\u00e7a financeira em caso de demiss\u00e3o sem justa causa, em substitui\u00e7\u00e3o \u00e0 antiga estabilidade decenal. Os valores depositados \u00e0 sua ordem no FGTS, ainda que realizados pelo empregador, pertencem ao empregado, que n\u00e3o obstante n\u00e3o possa fazer livre movimenta\u00e7\u00e3o de sua conta, \u00e9 seu titular e destinat\u00e1rio final.\nO saldo do FGTS pode ser sacado, de acordo com o art. 20, inciso V, da Lei 8.039/90, para ser utilizado como pagamento de parte das presta\u00e7\u00f5es decorrentes de financiamento habitacional concedido no \u00e2mbito do Sistema Financeiro de Habita\u00e7\u00e3o.\nVemos, portanto, a hip\u00f3tese absurda de que o trabalhador, tendo o saldo da sua conta de FGTS corro\u00eddo pela infla\u00e7\u00e3o, n\u00e3o dispor do suficiente para adquirir a casa pr\u00f3pria, de forma a necessitar firmar contrato pelo SFH (o qual foi financiado \u00e0s suas expensas), para pagar juros muito superiores \u00e0queles com os quais foi remunerado. O dinheiro que lhe foi subtra\u00eddo pela m\u00e1 remunera\u00e7\u00e3o de sua conta, ent\u00e3o, dever\u00e1 ser tomado emprestado daquele que o subtraiu, mediante pagamento de juros.\nTem-se, em resumo, que a Lei n\u00ba 8.036/90, lei espec\u00edfica do FGTS, determina que ao saldo de suas contas deve ser obrigatoriamente aplicado \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. N\u00e3o sendo a Taxa Referencial (TR), \u00edndice disposto pela Lei 8.177/91, h\u00e1bil a atualizar monetariamente tais saldos, e estando tal \u00edndice em lei n\u00e3o espec\u00edfica do FGTS, entende-se que como inconstitucional a utiliza\u00e7\u00e3o da TR para tal fim, subsistindo a necessidade de aplicar-se \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria que reflita a infla\u00e7\u00e3o do per\u00edodo, tal como prev\u00ea a Lei n\u00ba 8.036/90.\nNos moldes do que fora trazido pela parte autora em sua peti\u00e7\u00e3o inicial, os \u00edndices que atualmente t\u00eam refletido a varia\u00e7\u00e3o inflacion\u00e1ria brasileira s\u00e3o o INPC e o IPCA-E. Assim, resta analisar qual \u00edndice dever\u00e1 ser adotado para fins de corre\u00e7\u00e3o dos saldos do FGTS.\nTendo em conta que a Corte Constitucional ainda n\u00e3o decidiu sobre a modula\u00e7\u00e3o dos efeitos da declara\u00e7\u00e3o de inconstitucionalidade do uso da TR na corre\u00e7\u00e3o dos precat\u00f3rios e d\u00edvidas da Fazenda P\u00fablica, bem como em raz\u00e3o de ser vedado o non liquet (art. 126 do CPC), tem-se que o \u00edndice aplic\u00e1vel \u00e0 atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, em substitui\u00e7\u00e3o \u00e0 Taxa Referencial, deve ser o IPCA-E ao inv\u00e9s do INPC, calhando transcrever as suas formas de c\u00e1lculos e abrang\u00eancias, consoante previsto no s\u00edtio eletr\u00f4nico (http://www.portalbrasil.net/ipca_e.htm, http://www.portalbrasil.net/inpc.htm, acessos em 15/01/2014), a saber, respectivamente:\nO que comp\u00f5e o IPCA-E: Por determina\u00e7\u00e3o legal (Medida Provis\u00f3ria n\u00famero 812, de 30 de dezembro de 1994), o IPCA - S\u00e9rie Especial est\u00e1 sendo divulgado trimestralmente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estat\u00edstica, baseado nos \u00edndices do IPCA-15. O Portal Brasil apresenta na tabela tamb\u00e9m avaria\u00e7\u00e3o mensal - apenas para efeito de estat\u00edstica e estimativa futura do\u00edndice . A sua validade e aplicabilidade, entretanto, \u00e9 trimestral. Este \u00edndice \u00e9 aqui informado apenas para subsidiar expectativas de ac\u00famulos trimestrais ou entre per\u00edodos. O IPCA/IBGE verifica as varia\u00e7\u00f5es dos custos com os gastos das pessoas que ganham de um a quarenta sal\u00e1rios m\u00ednimos nas regi\u00f5es metropolitanas de Bel\u00e9m, Belo Horizonte, Bras\u00edlia, Curitiba, Fortaleza, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador, S\u00e3o Paulo e munic\u00edpio de Goi\u00e2nia. O Sistema Nacional de Pre\u00e7os ao Consumidor - SNIPC efetua a produ\u00e7\u00e3o cont\u00ednua e sistem\u00e1tica de \u00edndices de pre\u00e7os ao consumidor, tendo como unidade de coleta estabelecimentos comerciais e de presta\u00e7\u00e3o de servi\u00e7os, concession\u00e1ria de servi\u00e7os p\u00fablicos e domic\u00edlios (para levantamento de aluguel e condom\u00ednio). O IPCA/E utiliza, para sua composi\u00e7\u00e3o de c\u00e1lculo, os seguintes setores:alimenta\u00e7\u00e3o e bebidas, habita\u00e7\u00e3o, artigos\n\n\fde resid\u00eancia, vestu\u00e1rio,transportes, sa\u00fade e cuidados pessoais, despesas pessoais, educa\u00e7\u00e3o e comunica\u00e7\u00e3o.\nO que comp\u00f5e o INPC/IBGE: O INPC/IBGE foi criado inicialmente com o objetivo de orientar os reajustes de sal\u00e1rios dos trabalhadores. O Sistema Nacional de Pre\u00e7os ao Consumidor - SNIPC efetua a produ\u00e7\u00e3o cont\u00ednua e sistem\u00e1tica de \u00edndices de pre\u00e7os ao consumidor tendo como unidade de coleta estabelecimentos comerciais e de presta\u00e7\u00e3o de servi\u00e7os, concession\u00e1ria de servi\u00e7os p\u00fablicos e domic\u00edlios (para levantamento de aluguel e condom\u00ednio). A popula\u00e7\u00e3oobjetivo do INPC abrange as fam\u00edlias com rendimentos mensais compreendidos entre 1 (hum) e 5 (cinco) sal\u00e1rios-m\u00ednimos (aproximadamente 50% das fam\u00edlias brasileiras), cujo chefe \u00e9 assalariado em sua ocupa\u00e7\u00e3o principal e residente nas \u00e1reas urbanas das regi\u00f5es, qualquer que seja a fonte de rendimentos, e demais residentes nas \u00e1reas urbanas das regi\u00f5es metropolitanas abrangidas. Abrang\u00eancia geogr\u00e1fica: Regi\u00f5es metropolitanas de Bel\u00e9m, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, S\u00e3o Paulo, Curitiba e Porto Alegre, Bras\u00edlia e munic\u00edpio de Goi\u00e2nia. Calculado pelo IBGE entre os dias 1\u00ba e 30 de cada m\u00eas, comp\u00f5e-se do cruzamento de dois par\u00e2metros: a pesquisa de pre\u00e7os nas onze regi\u00f5es de maior produ\u00e7\u00e3o econ\u00f4mica, cruzada com a Pesquisa de Or\u00e7amento Familiar (POF). Janeiro/2012 - Altera\u00e7\u00f5es Significativas: A partir de janeiro/2012 o INPC passou a ser calculado com base nos valores de despesa obtidos na Pesquisa de Or\u00e7amentos Familiares - POF 2008-2009. A POF \u00e9 realizada a cada cinco anos pelo IBGE em todo o territ\u00f3rio brasileiro o que permite atualizar os pesos (participa\u00e7\u00e3o relativa do valor da despesa de um item consumido em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 despesa total) dos produtos e servi\u00e7os nos or\u00e7amentos das fam\u00edlias. De julho de 2006 \u00e0 dezembro de 2011 a base dos \u00edndices de pre\u00e7os ao consumidor era a POF de 20022003. Outra mudan\u00e7a importante: At\u00e9 31.12.2011 eram consideradas no c\u00e1lculo as fam\u00edlias com rendimento de 1 \u00e0 6 sal\u00e1rios m\u00ednimos. A partir de 01.01.2012 isso diminuiu (de 1 \u00e0 5 sal\u00e1rios m\u00ednimos) em fun\u00e7\u00e3o da eleva\u00e7\u00e3o real da renda do brasileiro evitando, assim, desvirtua\u00e7\u00e3o da faixa salarial.\nV\u00ea-se, pois que, enquanto o INPC abrange as fam\u00edlias com rendimentos mensais entre 1 a 5 sal\u00e1rios m\u00ednimos e \u00e9 calculado pelo IBGE com base em pesquisa de pre\u00e7os nas 11 regi\u00f5es de maior produ\u00e7\u00e3o econ\u00f4mica cruzada com a Pesquisa de Or\u00e7amento Familiar (POF) - encontro de 2 par\u00e2metros, o IPCA-E, por sua vez, alcan\u00e7a o patamar familiar de 1 a 40 sal\u00e1rios m\u00ednimos \u00e9 calculado tamb\u00e9m IBGE de forma direta, abrangendo os seguintes setores: alimenta\u00e7\u00e3o e bebidas, habita\u00e7\u00e3o, artigos de resid\u00eancia, vestu\u00e1rio,transportes, sa\u00fade e cuidados pessoais, despesas pessoais, educa\u00e7\u00e3o e comunica\u00e7\u00e3o, sendo este \u00faltimo (IPCA-E) mais abrangente e refletindo a real infla\u00e7\u00e3o nos principais setores econ\u00f4micos que influenciam os gastos familiares de forma real (sem interfer\u00eancia da POF a qual pode ficar congelada por 5 anos, diversamente do que ocorre na f\u00f3rmula de c\u00e1lculo do INPC que deve ser cruzada com aquela pesquisa).\nN\u00e3o bastasse a elei\u00e7\u00e3o de tal \u00edndice pelos Tribunais P\u00e1trios, a Lei de Diretrizes Or\u00e7ament\u00e1rias de 2014 (Lei 12.919/2013), previu no seu artigo 27 que os precat\u00f3rios no ano de 2014 ser\u00e3o corrigidos pelo IPCA-E do IBGE:\nArt. 27. A atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos precat\u00f3rios, determinada no \u00a712 do art. 100 da Constitui\u00e7\u00e3o Federal, inclusive em rela\u00e7\u00e3o \u00e0s causas trabalhistas, previdenci\u00e1rias e de acidente do trabalho, observar\u00e1, no exerc\u00edcio de 2014, a varia\u00e7\u00e3o do \u00cdndice Nacional de Pre\u00e7os ao Consumidor Amplo - Especial - IPCA-E do IBGE. grifou-se.\nCorroborando, ainda, a elei\u00e7\u00e3o de tal \u00edndice, importa consignar que em sess\u00e3o ordin\u00e1ria do Conselho da Justi\u00e7a Federal - CNJ, ocorrida em 25/11/2011, foi aprovado o novo 'Manual de C\u00e1lculos da Justi\u00e7a Federal' onde passa a incidir o IPCA-e como indexador de Corre\u00e7\u00e3o Monet\u00e1ria para as senten\u00e7as condenat\u00f3rias em geral, conforme se pode verificar no s\u00edtio do cjf na internet (www.cjf.jus.br).\nAssim sendo, entendo que deve ser aplicado, para fins de dar cumprimento \u00e0 atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos saldos das contas do FGTS prevista no art. 2\u00ba da Lei 8.036/90, o IPCA-E do IBGE, em substitui\u00e7\u00e3o \u00e0 TR, desde janeiro do ano de 1999, a partir de quando tal \u00edndice deixou de refletir a varia\u00e7\u00e3o inflacion\u00e1ria da moeda. Al\u00e9m disso, tais valores dever\u00e3o ser acrescidos de juros de mora de 1% a.m. (um por cento ao m\u00eas), a contar da cita\u00e7\u00e3o, at\u00e9 o efetivo pagamento.\nDispositivo\n\n\fAnte o exposto, JULGO PROCEDENTES os pedidos, condenando a CEF a pagar \u00e0 parte autora os valores correspondentes \u00e0 diferen\u00e7a de FGTS em raz\u00e3o da aplica\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria pelo IPCA-E desde janeiro de 1999 em diante at\u00e9 seu efetivo saque, cujo valor dever\u00e1 ser apurado em sede de cumprimento de senten\u00e7a. Caso n\u00e3o tenha havido saque, tal diferen\u00e7a dever\u00e1 ser depositada diretamente na conta vinculada do autor. Grifo nosso.\nSem custas e honor\u00e1rios advocat\u00edcios (artigos 54 e 55 da Lei n\u00ba 9.099/95 c/c artigo 1\u00ba da Lei 10.259/01).\nSenten\u00e7a publicada e registrada eletronicamente. Intimem-se.\nHavendo recurso(s), intime(m)-se a(s) parte(s) contr\u00e1ria(s) para apresenta\u00e7\u00e3o de contrarraz\u00f5es, no prazo de dez dias. Recebo, desde j\u00e1, eventual recurso no efeito devolutivo. Juntados os eventuais recursos e as respectivas contrarraz\u00f5es apresentadas no prazo legal devem ser os autos remetidos \u00e0 Turma Recursal.\nFoz do Igua\u00e7u (PR), 15 de janeiro de 2014.\nDiego Viegas V\u00e9ras Juiz Federal Substituto\n30. Em recente julgado, proferido na Justi\u00e7a Federal de Novo Hamburgo/RS \u2013 processo n. 5017226-43.2013.404.7108, a Ju\u00edza Federal Maria Cristina Saraiva Ferreira e Silva tamb\u00e9m manifestou entendimento favor\u00e1vel a substitui\u00e7\u00e3o da TR pelo INPC para corre\u00e7\u00e3o das contas do FGTS, havendo declarado, em senten\u00e7a de proced\u00eancia dos pedidos da a\u00e7\u00e3o, que:\n\u201cs\u00e3o in\u00fameras as vantagens que da utiliza\u00e7\u00e3o da TR adv\u00e9m \u00e0 CEF na condi\u00e7\u00e3o de administradora dos seus recursos, em contrapartida aos preju\u00edzos amargados pelos fundidas em decorr\u00eancia da insuficiente atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos valores depositados em sua(s) conta(s) vinculada(s) ao longo de praticamente uma vida inteira. N\u00e3o se pode olvidar que o FGTS \u00e9 patrim\u00f4nio do trabalhador, e que, nessa perspectiva, n\u00e3o pode ser utilizado para subsidiar pol\u00edticas p\u00fablicas sem a devida reposi\u00e7\u00e3o das perdas inflacion\u00e1rias, sob pena de configurar confisco\u201d.\n31. Em sendo assim, n\u00e3o pode a TR permanecer sendo utilizada para atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria das contas vinculadas do FGTS, pois, conforme o\n\n\fpr\u00f3prio STF reconheceu (ADIs 493, 4.357 e 4.425) e, agora, os ju\u00edzes federais da Justi\u00e7a Federal da 4\u00b0 Regi\u00e3o vem reconhecendo, A TR N\u00c3O \u00c9 INDEXADOR DE CORRE\u00c7\u00c3O!\n32. Desse modo, pelo exposto, postula-se seja feito o rec\u00e1lculo retroativo da TR para repor as perdas na corre\u00e7\u00e3o do FGTS desde 1999, ano em que a taxa come\u00e7ou a ser reduzida at\u00e9 chegar \u00e0 zero em 2012 e, por conseguinte, seja a corre\u00e7\u00e3o feita pelo \u00cdndice Nacional de Pre\u00e7os ao Consumidor (INPC).\n33. Por fim, destaca-se que a prescri\u00e7\u00e3o \u00e9 de 30 anos, nos termos da s\u00famula 210 do STJ, se iniciando a partir da implementa\u00e7\u00e3o dos expurgos inflacion\u00e1rios.\nII \u2013 DOS PEDIDOS\nANTE AO EXPOSTO, requer a Vossa Excel\u00eancia:\na) A SUSPENS\u00c3O TEMPOR\u00c1RIA DA TRAMITA\u00c7\u00c3O DO FEITO, considerando os termos da decis\u00e3o proferida pelo Superior Tribunal de Justi\u00e7a nos autos do Recurso Especial n\u00ba 1.381.683 \u2013 PE (2013/0128946-0).\nb) A cita\u00e7\u00e3o da Caixa Econ\u00f4mica Federal para responder, querendo, no prazo legal, a presente a\u00e7\u00e3o, acompanhando-a nos seus ulteriores termos at\u00e9 a senten\u00e7a final;\n\n\fc) O processamento da presente a\u00e7\u00e3o, com o julgamento na forma do artigo 330, I, do C\u00f3digo de Processo Civil, pois, mat\u00e9ria exclusivamente de direito;\nd) O julgamento de PROCED\u00caNCIA DA A\u00c7\u00c3O para declarar a inconstitucionalidade parcial superveniente do artigo 13 da Lei 8.036/90 c/c artigos 1\u00b0 e 17 da Lei 8.177/91, desde 01/06/1999, pela n\u00e3o vincula\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria do FGTS a \u00edndice que venha recompor a perda do poder aquisitivo da moeda, e condenar a CEF a;\n\nrecomposi\u00e7\u00e3o:\n\nI) no caso dos dep\u00f3sitos do FGTS n\u00e3o levantados at\u00e9 a data da\n\na) recalcular a corre\u00e7\u00e3o do FGTS desde 01/06/1999, substituindo a atualiza\u00e7\u00e3o da TR pelo INPC, mantendo-se os juros remunerat\u00f3rios de 3% ao ano previstos no art. 13 da lei 8.036/90, depositando as diferen\u00e7as corrigidas na(s) conta(s) vinculada(s) respectiva(s);\n\nb) pagar juros morat\u00f3rios de 1% ao m\u00eas sobre as diferen\u00e7as corrigidas apuradas no item \u201ca\u201d, desde a cita\u00e7\u00e3o at\u00e9 a data da recomposi\u00e7\u00e3o da(s) conta(s) vinculada(s), depositando os juros na(s) conta(s) vinculada(s) respectiva(s);\n\nII) no caso dos dep\u00f3sitos do FGTS levantados entre 01/06/1999 at\u00e9 a data da recomposi\u00e7\u00e3o:\na) recalcular a corre\u00e7\u00e3o do FGTS desde 01/06/1999, substituindo a atualiza\u00e7\u00e3o da TR pelo INPC, mantendo-se os juros remunerat\u00f3rios de 3% ao ano previstos no art. 13 da lei 8.036/90, at\u00e9 a data do levantamento a partir da qual a diferen\u00e7a dever\u00e1 ser corrigida unicamente pelo INPC at\u00e9 o dep\u00f3sito em ju\u00edzo nos termos do art. 475-J do CPC;\nb) pagar juros morat\u00f3rios de 1% ao m\u00eas sobre as diferen\u00e7as corrigidas do item \u201ca\u201d desde a cita\u00e7\u00e3o at\u00e9 a data do dep\u00f3sito em ju\u00edzo nos termos do art. 475-J do CPC.\n\n\fe) Requer a condena\u00e7\u00e3o da Caixa Econ\u00f4mica Federal no pagamento dos honor\u00e1rios advocat\u00edcios e custas judiciais.\nf) Pretende a Autora provar suas argumenta\u00e7\u00f5es f\u00e1ticas documentalmente, apresentando, desde j\u00e1, os documentos acostados a pe\u00e7a exordial. Protesta, ainda, pela juntada dos extratos das contas vinculadas do FGTS do Autor, para liquida\u00e7\u00e3o, e a produ\u00e7\u00e3o das demais provas que eventualmente se fizerem necess\u00e1rias no curso da lide.\ng) Pede seja concedido o benef\u00edcio da Assist\u00eancia Judici\u00e1ria Gratuita, pois n\u00e3o tem condi\u00e7\u00f5es de arcar com as custas processuais sem preju\u00edzo do seu sustento e de sua fam\u00edlia,\nD\u00e1-se \u00e0 causa o valor provis\u00f3rio de R$ 20.000,00\nPede deferimento.\nIgrejinha/RS, 12 de agosto de 2.014. p.p Dr. C\u00edcero Alexandre de Ara\u00fajo\nOAB/RS 34.630\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 2 (C\u00edvel) - IdDocumentoCompleto: 5007442-17.2014.4.04.7202-721401997858194210230000000001", "text": "EXCELENT\u00cdSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(\u00cdZA) DO JUIZADO ESPECIAL FEDERAL C\u00cdVEL DE CHAPEC\u00d3 - SE\u00c7\u00c3O JUDICI\u00c1RIA DE SANTA CATARINA.\nPAULO HENRIQUE PFEIFER, brasileiro, casado, advogado, inscrito no CPF sob o n\u00ba 406.958.911-20, RG sob o n\u00ba12/R-1.656.113, residente e domiciliado na Rua Benedita Libardoni, n\u00ba 273, Bairro Progresso, na cidade de S\u00e3o Louren\u00e7o d\u2019Oeste, SC, CEP 89.990-000, vem respeitosamente \u00e0 presen\u00e7a de Vossa Excel\u00eancia, por seus procuradores infra firmados, interpor a presente A\u00c7\u00c3O DECLARAT\u00d3RIA C/C PEDIDO DE COBRAN\u00c7A DE CR\u00c9DITO DECORRENTE DE REVIS\u00c3O DO \u00cdNDICE APLICADO NA CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA DO FGTS, em face da CAIXA ECON\u00d4MICA FEDERAL, empresa p\u00fablica, inscrita no CNPJ sob o n.\u00ba 00.360.305/001-04, com sede na SBS quadra 04, Bloco A, lote 3/4, Asa Sul, Bras\u00edlia, DF, CEP 70.092-900, devendo ser citada eletronicamente atrav\u00e9s do e-proc, pelos fatos e fundamentos que passa a expor:\n\n\fDOS FATOS\nO requerente, pelo tempo que laborou nas diversas empresas constantes na c\u00f3pia da sua CTPS em anexo, possui dep\u00f3sitos de FGTS do ano de 1999 at\u00e9 a presente data (extratos juntos), os quais durante todo o tempo sofreram corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria pela Taxa Referencial (TR), \u00edndice que, conforme abaixo ser\u00e1 exposto e de acordo com o recente entendimento jurisprudencial, n\u00e3o \u00e9 o que melhor se amolda para fins de corre\u00e7\u00e3o do FGTS.\nDesse modo, com a presente demanda, pretende-se a declara\u00e7\u00e3o de inconstitucionalidade dos preceitos legais que trazem a aplica\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o do FGTS, com a consequente condena\u00e7\u00e3o da requerida a substituir o \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria aplicado ao fundo (TR) pelo \u00cdndice Nacional de Pre\u00e7os ao Consumidor (INPC) ou pelo \u00cdndice de Pre\u00e7os ao Consumidor Amplo Especial (IPCA-E), ou ainda outro \u00edndice a escolha de Vossa Excel\u00eancia, bem como, ao pagamento das diferen\u00e7as decorrentes dessa altera\u00e7\u00e3o ao autor.\nAli\u00e1s, a t\u00edtulo de informa\u00e7\u00e3o, aplicando-se o INPC em substitui\u00e7\u00e3o \u00e0 TR, at\u00e9 o presente momento, a diferen\u00e7a existente nas contas do FGTS do autor alcan\u00e7a o importe de R$ 17.445,32 (dezessete mil quatrocentos e quarenta e cinco reais e trinta e dois centavos), conforme c\u00e1lculo em anexo.\nDOS FUNDAMENTOS\n1) Da Legitimidade da Requerida\nA legitimidade da requerida para figurar no polo passivo da presente demanda encontra-se pacificada nos tribunais p\u00e1trios atrav\u00e9s da S\u00famula n\u00ba 249 do STJ, v.g.:\n\n\f\u201cS\u00famula n\u00ba 249: A Caixa Econ\u00f4mica Federal tem legitimidade passiva para integrar processo em que se discute corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria do FGTS\u201d.\nAdemais, da S\u00famula n\u00ba 56 do TRF da 4\u00aa Regi\u00e3o extrai-se que \u201csomente a Caixa Econ\u00f4mica Federal tem legitimidade passiva nas a\u00e7\u00f5es que objetivam a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria das contas vinculadas do FGTS\u201d.\nCom efeito, pelo fato de que ora se discute o correto \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria a ser aplicado sobre os valores do FGTS do requerente e a consequente cobran\u00e7a da diferen\u00e7a existente, bem como pelo referido fundo ter como agente operadora a CEF, resta ineg\u00e1vel sua legitimidade para ser parte dessa demanda.\n2) Do FGTS e o \u00cdndice de Corre\u00e7\u00e3o Aplicado\nSabe-se que a Taxa Referencial (TR) \u00e9 o \u00edndice atualmente utilizado para corre\u00e7\u00e3o do FGTS. Entretanto, este \u00edndice n\u00e3o tem promovido a real atualiza\u00e7\u00e3o do saldo existente na conta fundi\u00e1ria do autor, uma vez que est\u00e1 em patamar inferior aos utilizados para indica\u00e7\u00e3o do percentual de infla\u00e7\u00e3o, como \u00e9 o caso do IPCAE ou do INPC.\nO Fundo de Garantia por Tempo de Servi\u00e7o (FGTS), atualmente regido pela Lei n\u00ba 8.036/90, foi criado com o intuito de garantir estabilidade ao trabalhador em seu emprego, bem como, aux\u00edlio monet\u00e1rio em caso de despedida sem justa causa. Para tanto, cabe ao empregador realizar dep\u00f3sitos mensais em conta vinculada aos empregados.\nDe acordo com a Lei 8.036/90, no in\u00edcio de cada m\u00eas, o empregador deve depositar, em conta aberta na Caixa Econ\u00f4mica Federal, ora requerida, em nome do empregado, valor correspondente a 8% (oito por cento) da remunera\u00e7\u00e3o deste, podendo moviment\u00e1-la caso incorra em uma das hip\u00f3teses previstas no art. 20 da referida Lei. Ademais, sobre esse valor depositado na conta do empregado, incide corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, nos termos do disposto no art. 13 da Lei 8.036/90, verbis:\n\n\f\u201cArt. 13. Os dep\u00f3sitos efetuados nas contas vinculadas ser\u00e3o corrigidos monetariamente com base nos par\u00e2metros fixados para atualiza\u00e7\u00e3o dos saldos dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a e capitaliza\u00e7\u00e3o de juros de (tr\u00eas) por cento ao ano.\u201d\nE, no tocante aos par\u00e2metros de atualiza\u00e7\u00e3o dos saldos da poupan\u00e7a, disp\u00f5e o art. 12 da Lei n\u00ba 8.177/91 o seguinte:\n\u201cArt. 12. Em cada per\u00edodo de rendimento, os dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a ser\u00e3o remunerados: I - como remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica, por taxa correspondente \u00e0 acumula\u00e7\u00e3o das TRD, no per\u00edodo transcorrido entre o dia do \u00faltimo cr\u00e9dito de rendimento, inclusive, e o dia do cr\u00e9dito de rendimento, exclusive;\u201d\nNesta mesma Lei, encontram-se definidos os par\u00e2metros para fixa\u00e7\u00e3o da Taxa Referencial (TR) e da Taxa Refer\u00eancia Di\u00e1ria (TRD), verbis:\n\u201cArt. 1\u00ba O Banco Central do Brasil divulgar\u00e1 Taxa Referencial (TR), calculada a partir da remunera\u00e7\u00e3o mensal m\u00e9dia l\u00edquida de impostos, dos dep\u00f3sitos a prazo fixo captados nos bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos m\u00faltiplos com carteira comercial ou de investimentos, caixas econ\u00f4micas, ou dos t\u00edtulos p\u00fablicos federais, estaduais e municipais, de acordo com metodologia a ser aprovada pelo Conselho Monet\u00e1rio Nacional, no prazo de sessenta dias, e enviada ao conhecimento do Senado Federal. (...) \u00a7 3\u00ba Enquanto n\u00e3o aprovada a metodologia de c\u00e1lculo de que trata este artigo, o Banco Central do Brasil fixar\u00e1 a TR\u201d.\n\u201cArt. 2\u00ba O Banco Central do Brasil divulgar\u00e1, para cada dia \u00fatil, a Taxa Referencial Di\u00e1ria (TRD), correspondendo seu valor di\u00e1rio \u00e0 distribui\u00e7\u00e3o pro rata dia da TR fixada para o m\u00eas corrente. \u00a7 1\u00ba Enquanto n\u00e3o divulgada a TR relativa ao m\u00eas corrente, o valor da TRD ser\u00e1 fixado pelo Banco Central do Brasil com base em estimativa daquela taxa. \u00a7 2\u00ba Divulgada a TR, a fixa\u00e7\u00e3o da TRD nos dias \u00fateis restantes do m\u00eas deve ser realizada de forma tal que a TRD acumulada entre o 1\u00ba dia \u00fatil do m\u00eas e o 1\u00ba dia \u00fatil do m\u00eas subsequente seja igual \u00e0 TR do m\u00eas corrente\u201d.\n\n\fAl\u00e9m de constar que a TR seria o \u00edndice utilizado para corre\u00e7\u00e3o da poupan\u00e7a, a Lei n\u00ba 8.177/91 tamb\u00e9m disp\u00f4s que tal taxa seria aplicada para fins de corre\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos do FGTS, conforme previsto no seu art. 17:\n\u201cArt. 17. A partir de fevereiro de 1991, os saldos das contas do Fundo de Garantia por Tempo de Servi\u00e7o (FGTS) passam a ser remunerados pela taxa aplic\u00e1vel \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a com data de anivers\u00e1rio no dia 1\u00ba, observada a periodicidade mensal para remunera\u00e7\u00e3o. Par\u00e1grafo \u00fanico. As taxas de juros previstas na legisla\u00e7\u00e3o em vigor do FGTS s\u00e3o mantidas e consideradas como adicionais \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o prevista neste artigo\u201d.\nDa leitura do artigo acima conclui-se que os saldos das contas do FGTS s\u00e3o corrigidos conforme a taxa aplic\u00e1vel \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a, qual seja, a TR, al\u00e9m da incid\u00eancia da taxa de juros prevista na legisla\u00e7\u00e3o pr\u00f3pria do FGTS, no importe de 3% de ao ano (art. 3\u00ba da Lei n\u00ba 8.177/91).\nComo se v\u00ea, de fato h\u00e1 lei vigente que prev\u00ea a aplica\u00e7\u00e3o da Taxa Referencial para corre\u00e7\u00e3o do FGTS. No entanto, deve ser analisado se realmente a TR \u00e9 capaz de \u201ccorrigir monetariamente\u201d o saldo dos dep\u00f3sitos de FGTS, como expressamente previsto nos artigos 2\u00ba e 13 da Lei 8.036/90:\n\u201cArt. 2\u00ba. O FGTS \u00e9 constitu\u00eddo pelos saldos das contas vinculadas a que se refere esta lei e outros recursos a ele incorporados, devendo ser aplicados com atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e juros, de modo a assegurar a cobertura de suas obriga\u00e7\u00f5es\u201d. (g. n.)\n\u201cArt. 13. Os dep\u00f3sitos efetuados nas contas vinculadas ser\u00e3o corrigidos monetariamente com base nos par\u00e2metros fixados para atualiza\u00e7\u00e3o dos saldos dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a e capitaliza\u00e7\u00e3o de juros de (tr\u00eas) por cento ao ano\u201d.\nEm que pese a Taxa Referencial ter sido o \u00edndice capaz de refletir a infla\u00e7\u00e3o ocorrida por longo per\u00edodo de tempo, a realidade desde janeiro de 1999 mostrou-se outra, deixando o referido \u00edndice de espelhar a desvaloriza\u00e7\u00e3o da moeda e,\n\n\fconsequentemente, de haver a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria prevista em lei \u201cde modo a assegurar a cobertura de suas obriga\u00e7\u00f5es\u201d.\nPara melhor entendimento, necess\u00e1ria se faz breve explana\u00e7\u00e3o de como \u00e9 obtida a TR e das raz\u00f5es de n\u00e3o ser o melhor \u00edndice a ser aplicado \u00e0 corre\u00e7\u00e3o do FGTS.\n2.1) Da Taxa Referencial (TR)1\nA TR \u00e9 obtida a partir da Taxa B\u00e1sica Financeira (TBF). Esta, por sua vez, \u00e9 calculada a partir da data m\u00e9dia de capta\u00e7\u00e3o de recursos pelas maiores institui\u00e7\u00f5es financeiras, por meio dos Certificados de Dep\u00f3sitos Banc\u00e1rios (CDB) de trinta dias, representando, portanto, uma taxa nominal de juros, desvinculada da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria.\nAssim, obt\u00e9m-se a TR aplicando-se um redutor a partir da TBF. Este redutor \u00e9 determinado pelo Banco Central sem periodicidade fixa e sem uma metodologia estabelecida e transparente. Aparentemente, busca-se fixar a rentabilidade da poupan\u00e7a (TR mais 0,5% ao m\u00eas) em 60% da rentabilidade da TBF. Dessa forma, a TR n\u00e3o \u00e9 uma taxa de juros de mercado, muito menos um \u00edndice de pre\u00e7os.\n\u00c9 por isso que se pode afirmar que a TR \u00e9 destitu\u00edda de qualquer sentido econ\u00f4mico, porquanto n\u00e3o \u00e9 um indicador econ\u00f4mico, e, assim, n\u00e3o acompanha a infla\u00e7\u00e3o, tampouco representa alguma taxa de rentabilidade do mercado financeiro.\nE, para demonstrar a inaplicabilidade da TR para fins de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, comparem-se os \u00edndices mensais da TR, do IPCA-E e do INPC, a partir de 01/01/1999 at\u00e9 31/12/2013, respectivamente2:\n1 Dispon\u00edvel em - http://www.fgtsfacil.org.br/forum/expurgo.html 2 http://gustavoborceda.jusbrasil.com.br/artigos/112171446/parte-iianova-a\u00e7\u00e3o-revisional-do-fgts-par...\n\n\fComo se v\u00ea, inquestion\u00e1vel a despropor\u00e7\u00e3o entre a TR e os \u00edndices IPCA-E e INPC, donde se conclui sem grandes esfor\u00e7os que a TR n\u00e3o \u00e9 o \u00edndice mais adequado para espelhar a desvaloriza\u00e7\u00e3o da moeda, n\u00e3o podendo assim ser utilizado como par\u00e2metro para corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria do FGTS.\nConclui-se, portanto, principalmente com base na tabela acima disposta, tendo praticamente zerados desde o ano de 2009 os \u00edndices da TR, os saldos das contas do FGTS acabaram sendo remunerados t\u00e3o somente pelos juros anuais de 3% previstos na Lei 8.036/90. Ou seja, os juros que deveriam, supostamente, remunerar o capital, n\u00e3o s\u00e3o sequer suficientes para repor o poder de compra perdido pela infla\u00e7\u00e3o acumulada, n\u00e3o havendo, assim, corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria alguma.\nNeste sentido, o Supremo Tribunal Federal j\u00e1 se manifestou em n\u00e3o reconhecer a TR como \u00edndice capaz de corrigir a varia\u00e7\u00e3o inflacion\u00e1ria da moeda, n\u00e3o servindo, desse modo, como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, sendo imprescind\u00edvel que\n\n\fseja aplicado, no caso sub judice, o INPC, IPCA-E, ou outro \u00edndice que Vossa Excel\u00eancia\nentender o correto.\nAli\u00e1s, quando do julgamento da ADI n\u00ba 493-0, o relator\nMoreira Alves proferiu voto reconhecendo de maneira cristalina que o STF n\u00e3o\nreconhecia a TR como \u00edndice h\u00e1bil a promover a atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria.\nEis a ementa de tal julgado:\n\u201cA\u00e7\u00e3o direta de inconstitucionalidade. - Se a lei alcan\u00e7ar os efeitos futuros de contratos celebrados anteriormente a ela, ser\u00e1 essa lei retroativa (retroatividade m\u00ednima) porque vai interferir na causa, que e um ato ou fato ocorrido no passado. - O disposto no artigo 5, XXXVI, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal se aplica a toda e qualquer lei infraconstitucional, sem qualquer distin\u00e7\u00e3o entre lei de direito p\u00fablico e lei de direito privado, ou entre lei de ordem p\u00fablica e lei dispositiva. Precedente do S. T. F. Ocorr\u00eancia no caso, de viola\u00e7\u00e3o de direito adquirido. A taxa referencial (TR) n\u00e3o \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, pois, refletindo as varia\u00e7\u00f5es do custo prim\u00e1rio da capta\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos a prazo fixo, n\u00e3o constitui \u00edndice que reflita a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda. Por isso, n\u00e3o h\u00e1 necessidade de se examinar a quest\u00e3o de saber se as normas que alteram \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria se aplicam imediatamente, alcan\u00e7ando, pois, as presta\u00e7\u00f5es futuras de contratos celebrados no passado, sem violarem o disposto no artigo 5, XXXVI, da Carta Magna. - Tamb\u00e9m ofendem o ato jur\u00eddico perfeito os dispositivos impugnados que alteram o crit\u00e9rio de reajuste das presta\u00e7\u00f5es nos contratos j\u00e1 celebrados pelo sistema do Plano de Equival\u00eancia Salarial por Categoria Profissional (PES/CP). A\u00e7\u00e3o direta de inconstitucionalidade julgada procedente, para declarar a inconstitucionalidade dos artigos 18, 'caput' e par\u00e1grafos 1 e 4; 20; 21 e par\u00e1grafo \u00fanico; 23 e par\u00e1grafos; e 24 e par\u00e1grafos, todos da Lei n. 8.177, de 1 de maio de 1991\u201d. (ADI 493, Relator (a): Min. MOREIRA ALVES, Tribunal Pleno, julgado em 25/06/1992, DJ 04-09-1992 PP-14089 EMENT VOL-01674-02 PP-00260 RTJ VOL-0014303 PP-00724).\nE, ainda, com o julgamento das ADI 4425 e 4357, onde o\nSupremo Tribunal Federal analisou a inconstitucionalidade da Emenda Constitucional\nn\u00ba 62/2009, restou indene de d\u00favidas o entendimento no sentido de que a TR n\u00e3o pode\nser utilizada como \u00edndice de atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, uma vez que n\u00e3o \u00e9 capaz de espelhar\no processo inflacion\u00e1rio brasileiro.\n\n\fac\u00f3rd\u00e3o:\n\nSegue trechos do voto do Ministro Luiz Fux, relator do\n\n\u201cQuanto \u00e0 disciplina da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos cr\u00e9ditos inscritos em precat\u00f3rios, a EC n\u00ba 62/09 fixou como crit\u00e9rio o \u2018\u00edndice oficial de remunera\u00e7\u00e3o da caderneta de poupan\u00e7a\u2019. Ocorre que o referencial adotado n\u00e3o \u00e9 id\u00f4neo a mensurar a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda. Isso porque a remunera\u00e7\u00e3o da caderneta de poupan\u00e7a, regida pelo art. 12 da Lei n\u00ba 8.177/91, com atual reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n\u00ba 12.703/2012, \u00e9 fixada ex ante, a partir de crit\u00e9rios t\u00e9cnicos em nada relacionados com a infla\u00e7\u00e3o empiricamente considerada. J\u00e1 se sabe, na data de hoje, quanto ir\u00e1 render a caderneta de poupan\u00e7a. E \u00e9 natural que seja assim, afinal a poupan\u00e7a \u00e9 uma alternativa de investimento de baixo risco, no qual o investidor consegue prever com seguran\u00e7a a margem de retorno do seu capital. A infla\u00e7\u00e3o, por outro lado, \u00e9 fen\u00f4meno econ\u00f4mico insuscet\u00edvel de capta\u00e7\u00e3o aprior\u00edstica. O m\u00e1ximo que se consegue \u00e9 estim\u00e1-la para certo per\u00edodo, mas jamais fix\u00e1-la de antem\u00e3o. Da\u00ed por que os \u00edndices criados especialmente para captar o fen\u00f4meno inflacion\u00e1rio s\u00e3o sempre definidos em momentos posteriores ao per\u00edodo analisado, como ocorre com o \u00cdndice de Pre\u00e7os ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estat\u00edstica (IBGE), e o \u00cdndice de Pre\u00e7os ao Consumidor (IPC), divulgado pela Funda\u00e7\u00e3o Get\u00falio Vargas (FGV). A raz\u00e3o disso \u00e9 clara: a infla\u00e7\u00e3o \u00e9 sempre constatada em apura\u00e7\u00e3o ex post, de sorte que todo \u00edndice definido ex ante \u00e9 incapaz de refletir a efetiva varia\u00e7\u00e3o de pre\u00e7os que caracteriza a infla\u00e7\u00e3o. \u00c9 o que ocorre na hip\u00f3tese dos autos. A prevalecer o crit\u00e9rio adotado pela EC n\u00ba 62/09, os cr\u00e9ditos inscritos em precat\u00f3rios seriam atualizados por \u00edndices pr\u00e9-fixados e independentes da real flutua\u00e7\u00e3o de pre\u00e7os apurada no per\u00edodo de refer\u00eancia. Assim, o \u00edndice oficial de remunera\u00e7\u00e3o da caderneta de poupan\u00e7a n\u00e3o \u00e9 crit\u00e9rio adequado para refletir o fen\u00f4meno inflacion\u00e1rio. Destaco que nesse ju\u00edzo n\u00e3o levo em conta qualquer considera\u00e7\u00e3o t\u00e9cnicoecon\u00f4mica que implique usurpa\u00e7\u00e3o pelo Supremo Tribunal Federal de compet\u00eancia pr\u00f3pria de \u00f3rg\u00e3os especializados. N\u00e3o se trata de defini\u00e7\u00e3o judicial de \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o. Essa circunst\u00e2ncia, j\u00e1 recha\u00e7ada pela jurisprud\u00eancia da Casa, evidentemente transcenderia as capacidades institucionais do Poder Judici\u00e1rio. N\u00e3o obstante, a hip\u00f3tese aqui \u00e9 outra. Diz respeito \u00e0 idoneidade l\u00f3gica do \u00edndice fixado pelo constituinte reformador para capturar a infla\u00e7\u00e3o, e n\u00e3o do valor espec\u00edfico que deve assumir o \u00edndice para determinado per\u00edodo. Reitero: n\u00e3o se pode quantificar, em definitivo, um fen\u00f4meno essencialmente emp\u00edrico antes mesmo da sua ocorr\u00eancia. A inadequa\u00e7\u00e3o do \u00edndice aqui \u00e9 autoevidente. Corrobora essa conclus\u00e3o reportagem esclarecedora veiculada em 21 de janeiro de 2013 pelo jornal especializado Valor Econ\u00f4mico. Na mat\u00e9ria\n\n\fintitulada \u2018Cuidado com a infla\u00e7\u00e3o\u2019, o peri\u00f3dico aponta que \u2018o rendimento da poupan\u00e7a perdeu para a infla\u00e7\u00e3o oficial, medida pelo IPCA, m\u00eas a m\u00eas desde setembro de 2012\u2019. E ilustra: \u2018Quem investiu R$1mil na caderneta em 31 de junho [de 2012], fechou o ano com poder de compra equivalente a R$996,40. Ganham da infla\u00e7\u00e3o apenas os dep\u00f3sitos feitos na caderneta antes de 4 de maio, com retorno de 6%. Para os outros, vale a nova regra, definida no ano passado, de rendimento equivalente a 70% da meta para a Selic, ou seja, de 5,075%\u2019. Em suma: h\u00e1 manifesta discrep\u00e2ncia entre o \u00edndice oficial de remunera\u00e7\u00e3o da caderneta de poupan\u00e7a e o fen\u00f4meno inflacion\u00e1rio, de modo que o primeiro n\u00e3o se presta a capturar o segundo. O meio escolhido pelo legislador constituinte (remunera\u00e7\u00e3o da caderneta de poupan\u00e7a) \u00e9, portanto, inid\u00f4neo a promover o fim a que se destina (traduzir a infla\u00e7\u00e3o do per\u00edodo). (...) Assentada a premissa quanto \u00e0 inadequa\u00e7\u00e3o do aludido \u00edndice, mister enfrentar a natureza do direito \u00e0 corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. Na linha j\u00e1 exposta pelo i. Min. Relator, \u2018a finalidade da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, enquanto instituto de Direito Constitucional, n\u00e3o \u00e9 deixar mais rico o benefici\u00e1rio, nem mais pobre o sujeito passivo de uma dada obriga\u00e7\u00e3o de pagamento. \u00c9 deix\u00e1-los tal como qualitativamente se encontravam, no momento em que se formou a rela\u00e7\u00e3o obrigacional\u2019. Da\u00ed que a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria de valores no tempo \u00e9 circunst\u00e2ncia que decorre diretamente do n\u00facleo essencial do direito de propriedade (CF, art. 5\u00ba, XXII). Corrigem-se valores nominais para que permane\u00e7am com o mesmo valor econ\u00f4mico ao longo do tempo, diante da infla\u00e7\u00e3o. A ideia \u00e9 simplesmente preservar o direito original em sua genu\u00edna extens\u00e3o. Nesse sentido, o direito \u00e0 corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u00e9 reflexo imediato da prote\u00e7\u00e3o da propriedade. Deixar de atualizar valores pecuni\u00e1rios ou atualiz\u00e1-los segundo crit\u00e9rios evidentemente incapazes de capturar o fen\u00f4meno inflacion\u00e1rio representa aniquilar o direito propriedade em seu n\u00facleo essencial. Tal constata\u00e7\u00e3o implica a pron\u00fancia de inconstitucionalidade parcial da EC n\u00ba 62/09 de modo a afastar a express\u00e3o \u2018\u00edndice oficial de remunera\u00e7\u00e3o da caderneta de poupan\u00e7a\u2019 introduzida no \u00a7 12 do art. 100 da Lei Maior como crit\u00e9rio de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos cr\u00e9ditos inscritos em precat\u00f3rio, por viola\u00e7\u00e3o ao direito fundamental de propriedade (art. 5\u00ba, XII, CF/88), ineg\u00e1vel limite material ao poder de reforma da Constitui\u00e7\u00e3o (art. 60, \u00a7 4\u00ba, IV, CF/88)\u201d.\nAli\u00e1s, a jurisprud\u00eancia p\u00e1tria v\u00eam corroborando com o\nentendimento de que a TR n\u00e3o cumpre seu papel legalmente destinado como \u00edndice de\ncorre\u00e7\u00e3o do FGTS. Vejamos:\n\u201cSobreleva notar que o Poder Judici\u00e1rio n\u00e3o est\u00e1 alheio \u00e0 problem\u00e1tica da baixa rentabilidade do FGTS. Est\u00e1 n\u00edtido para todos os segmentos da sociedade que o FGTS sofreu impactos negativos com a piora do mercado, principalmente ap\u00f3s 1999, \u00e9poca em que houve uma redu\u00e7\u00e3o importante no\n\n\fpatamar da taxa de juros SELIC, a taxa b\u00e1sica da economia brasileira, resultando na diminui\u00e7\u00e3o de um dos principais componentes da TR, utilizados pelo BACEN para ajust\u00e1-la. Tamb\u00e9m n\u00e3o foge ao Judici\u00e1rio a informa\u00e7\u00e3o de que as modifica\u00e7\u00f5es operadas pelo BACEN n\u00e3o resolveu de forma adequada a corre\u00e7\u00e3o da TR, o que levou a resultados negativos e corre\u00e7\u00e3o nula, sendo necess\u00e1rio ou modificar o redutor ou a formula de c\u00e1lculo da TR ou at\u00e9 mesmo eleger outra forma de atualiza\u00e7\u00e3o dos saldos do FGTS, a qual deve possibilitar sua valoriza\u00e7\u00e3o.\u201d (03\u00ba Juizado Especial Federal de S\u00e3o Gon\u00e7alo, Processo n\u00ba 0131406-20.2013.4.02.5167 (2013.51.67.131406-7) \u2013 Juizado/C\u00edvel Juiz (a) Federal Titular: Stelly Gomes Leal Da Cruz Pacheco, publicado em 18 de outubro de 2013).\n\n\u201cEntretanto, \u00e9 inelut\u00e1vel concluir que o redutor aplicado na forma de c\u00e1lculo da TR n\u00e3o cumpre o papel legalmente a ele destinado, que seria o de expurgar da m\u00e9dia das taxas de juros do mercado os efeitos da tributa\u00e7\u00e3o (art. 1\u00ba da Lei 8.177/1991). Analisando as s\u00e9ries hist\u00f3ricas da TR e da TBF, desde julho de 1997, extra\u00eddas do s\u00edtio do Bacen na internet (https://www3.bcb.gov.br/sgspub/localizarseries/localizarSeries.do?method =prepararTelaLocalizarSeries), v\u00ea-se que, a partir do ano de 1999, o redutor sempre representou mais de 75% da TBF, chegando ao patamar de 100% na maioria dos dias desde julho de 2012 (a TBF e a TR s\u00e3o calculadas diariamente, embora os ve\u00edculos de comunica\u00e7\u00e3o costumem divulgar apenas seus valores mensais). Ora, n\u00e3o \u00e9 cr\u00edvel que os tributos incidentes nas opera\u00e7\u00f5es financeiras de capta\u00e7\u00e3o de CDB e RDB representem patamares t\u00e3o altos. Ali\u00e1s, quando o redutor \u00e9 de 100%, deveria se concluir que os tributos abrangeram a totalidade do rendimento, o que n\u00e3o \u00e9 razo\u00e1vel.\u201d (Juizado Especial Federal C\u00edvel da 3\u00aa Regi\u00e3o, Presidente Prudente, Processo n\u00ba 0000305-36.2013.4.03.6328 \u2013 Juizado/C\u00edvel Juiz (a) Federal Titular: Luiz Augusto Iamassaki Fiorentini, publicado em 24 de novembro de 2013).\n\noutro \u00edndice, colhe-se:\n\nJ\u00e1 em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 possibilidade de substitui\u00e7\u00e3o da TR por\n\n\u201cTRIBUT\u00c1RIO. D\u00c9BITOS ORIUNDOS DE CONTRIBUI\u00c7\u00c3O PREVIDENCI\u00c1RIA. PARCELAMENTO. INCID\u00caNCIA DA TAXA REFERENCIAL. CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA. SUBSTITUI\u00c7\u00c3O DA TR PELO IPC. 1. O IPC deve ser utilizado em substitui\u00e7\u00e3o \u00e0 TR/TRD, como fator de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, para que se evite o enriquecimento il\u00edcito, dado o reconhecimento da inconstitucionalidade pelo e. STF, da utiliza\u00e7\u00e3o da TR/TRD, como fator de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. Precedentes desta Corte. 2. Apela\u00e7\u00e3o provida\u201d. (TRF-1 - AC: 11006 GO 1997.01.00.011006-9, Relator: DESEMBARGADOR FEDERAL LUCIANO TOLENTINO AMARAL, Data de Julgamento: 10/10/2005, S\u00c9TIMA TURMA, Data de Publica\u00e7\u00e3o: 11/11/2005 DJ p.123).\n\n\f\u201cTRIBUT\u00c1RIO \u2013 PROCESSUAL CIVIL \u2013 VIOLA\u00c7\u00c3O DO ART. 535 DO CPC \u2013 INEXIST\u00caNCIA \u2013 DECAD\u00caNCIA N\u00c3O CONFIGURADA \u2013 AUS\u00caNCIA DE PAGAMENTO ANTECIPADO \u2013 TERMO INICIAL \u2013 ART. 173, I, DO CTN \u2013 CERTID\u00c3O DA D\u00cdVIDA ATIVA \u2013 EXCLUS\u00c3O DA TAXA REFERENCIAL (TR) COMO FATOR DE CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA \u2013 SUBSTITUI\u00c7\u00c3O POR OUTRO \u00cdNDICE \u2013 POSSIBILIDADE \u2013 LIQUIDEZ E CERTEZA. [...] 4. A substitui\u00e7\u00e3o do \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria constante da certid\u00e3o de d\u00edvida ativa n\u00e3o afeta a sua liquidez de certeza, porquanto poss\u00edvel, atrav\u00e9s de simples c\u00e1lculos matem\u00e1ticos, apurar-se o valor do d\u00e9bito tribut\u00e1rio, dando ensejo ao prosseguimento da execu\u00e7\u00e3o fiscal. Desnecessidade de anula\u00e7\u00e3o da CDA. Agravo regimental improvido\u201d. (STJ - AgRg no REsp: 1191505 RS 2010/0074340-7, Relator: Ministro HUMBERTO MARTINS, Data de Julgamento: 02/09/2010, T2 SEGUNDA TURMA, Data de Publica\u00e7\u00e3o: DJe 22/09/2010).\n\n\u201cEMBARGOS\n\nDECLARAT\u00d3RIOS.\n\nRECURSO\n\nESPECIAL.\n\nFUNGIBILIDADE. RECEBIMENTO. AGRAVO REGIMENTAL.\n\nEXECU\u00c7\u00c3O FISCAL. ATUALIZA\u00c7\u00c3O DO D\u00c9BITO. APELO NOBRE\n\nPROVIDO. SUBSTITUI\u00c7\u00c3O DA TR PELO INPC. ALEGA\u00c7\u00c3O DE\n\nREFORMATIO IN PEJUS. MANUTEN\u00c7\u00c3O INPC. JURISPRUD\u00caNCIA\n\nDO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL PELA IMPRESTABILIDADE\n\nDA TR COMO \u00cdNDICE DE CORRE\u00c7\u00c3O. PRESERVA\u00c7\u00c3O DO VALOR\n\nDA MOEDA. NECESSIDADE. IMPOSSIBILIDADE LOCUPLETAMENTO\n\nSEM CAUSA PELO CONTRIBUINTE [...] 4. A taxa referencial - TR,\n\ninstitu\u00edda pela Lei n.\u00ba 8.177/91, consoante jurisprud\u00eancia do E. STJ, n\u00e3o se\n\npresta \u00e0 corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria de d\u00e9bitos fiscais\u201d. (Precedentes: REsp n.\u00ba\n\n692.731 - RS, Relator Ministro CASTRO MEIRA, Segunda Turma, DJ de\n\n01\u00ba de agosto de 2005; REsp n.\u00ba 204.533 - RJ, Relator Ministro JO\u00c3O\n\nOT\u00c1VIO DE NORONHA, Segunda Turma, DJ de 06 de junho de 2005; REsp\n\nn.\u00ba 489.159 - SC, Relatora Ministra ELIANA CALMON, Segunda Turma, DJ\n\nde 04 de outubro de 2004).\n\nDessa forma, necess\u00e1ria se faz a substitui\u00e7\u00e3o da TR por outro \u00edndice a ser aplicado na corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria do FGTS.\n\n2.2) Do IPCA-E e INPC\n\nConforme visto, a Lei n\u00ba 8.036/90 determina que ao saldo das contas do FGTS deve ser obrigatoriamente aplicado \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. N\u00e3o sendo a Taxa Referencial (TR) \u00edndice h\u00e1bil a atualizar monetariamente tais saldos, e estando tal \u00edndice em lei n\u00e3o espec\u00edfica do FGTS, entende-se como inconstitucional a\n\n\futiliza\u00e7\u00e3o da TR para tal fim, necessitando seja aplicado \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria que reflita a infla\u00e7\u00e3o do per\u00edodo, tal como prev\u00ea a Lei n\u00ba 8.036/90.\nNesse sentido, os \u00edndices que atualmente t\u00eam refletido a varia\u00e7\u00e3o inflacion\u00e1ria brasileira s\u00e3o o INPC e o IPCA-E. Assim, resta a Vossa Excel\u00eancia analisar qual o \u00edndice que dever\u00e1 ser adotado para fins de corre\u00e7\u00e3o dos saldos do FGTS do autor.\nPara melhor entendimento, apresenta-se a diferen\u00e7a entre os dois \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria em an\u00e1lise:\nO IPCA/IBGE verifica as varia\u00e7\u00f5es dos custos com os gastos das pessoas que ganham de um a quarenta sal\u00e1rios m\u00ednimos nas regi\u00f5es metropolitanas de Bel\u00e9m, Belo Horizonte, Bras\u00edlia, Curitiba, Fortaleza, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador, S\u00e3o Paulo e munic\u00edpio de Goi\u00e2nia. O Sistema Nacional de Pre\u00e7os ao Consumidor - SNIPC efetua a produ\u00e7\u00e3o cont\u00ednua e sistem\u00e1tica de \u00edndices de pre\u00e7os ao consumidor, tendo como unidade de coleta estabelecimentos comerciais e de presta\u00e7\u00e3o de servi\u00e7os, concession\u00e1ria de servi\u00e7os p\u00fablicos e domic\u00edlios (para levantamento de aluguel e condom\u00ednio).\nO IPCA-E utiliza, para sua composi\u00e7\u00e3o de c\u00e1lculo, os seguintes setores: alimenta\u00e7\u00e3o e bebidas, habita\u00e7\u00e3o, artigos de resid\u00eancia, vestu\u00e1rio, transportes, sa\u00fade e cuidados pessoais, despesas pessoais, educa\u00e7\u00e3o e comunica\u00e7\u00e3o.\nJ\u00e1 o INPC/IBGE foi criado inicialmente com o objetivo de orientar os reajustes de sal\u00e1rios dos trabalhadores.\nO Sistema Nacional de Pre\u00e7os ao Consumidor - SNIPC efetua a produ\u00e7\u00e3o cont\u00ednua e sistem\u00e1tica de \u00edndices de pre\u00e7os ao consumidor tendo como unidade de coleta estabelecimentos comerciais e de presta\u00e7\u00e3o de servi\u00e7os, concession\u00e1ria de servi\u00e7os p\u00fablicos e domic\u00edlios (para levantamento de aluguel e condom\u00ednio).\n\n\fA popula\u00e7\u00e3o-objetivo do INPC abrange as fam\u00edlias com rendimentos mensais compreendidos entre 1 (um) e 5 (cinco) sal\u00e1rios-m\u00ednimos (aproximadamente 50% das fam\u00edlias brasileiras), cujo chefe \u00e9 assalariado em sua ocupa\u00e7\u00e3o principal e residente nas \u00e1reas urbanas das regi\u00f5es, qualquer que seja a fonte de rendimentos, e demais residentes nas \u00e1reas urbanas das regi\u00f5es metropolitanas abrangidas (Bel\u00e9m, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, S\u00e3o Paulo, Curitiba e Porto Alegre, Bras\u00edlia e munic\u00edpio de Goi\u00e2nia).\nReferido \u00edndice \u00e9 calculado pelo IBGE entre os dias 1\u00ba e 30 de cada m\u00eas, e comp\u00f5e-se do cruzamento de dois par\u00e2metros: a pesquisa de pre\u00e7os nas onze regi\u00f5es de maior produ\u00e7\u00e3o econ\u00f4mica, cruzada com a Pesquisa de Or\u00e7amento Familiar (POF).\nA partir de janeiro/2012 o INPC passou a ser calculado com base nos valores de despesa obtidos na Pesquisa de Or\u00e7amentos Familiares - POF 20082009. A POF \u00e9 realizada a cada cinco anos pelo IBGE em todo o territ\u00f3rio brasileiro o que permite atualizar os pesos (participa\u00e7\u00e3o relativa do valor da despesa de um item consumido em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 despesa total) dos produtos e servi\u00e7os nos or\u00e7amentos das fam\u00edlias. De julho de 2006 \u00e0 dezembro de 2011 a base dos \u00edndices de pre\u00e7os ao consumidor era a POF de 2002-2003.\nImportante frisar ainda, que em sess\u00e3o ordin\u00e1ria do Conselho da Justi\u00e7a Federal, ocorrida em 25/11/2011, foi aprovado o novo \u201cManual de C\u00e1lculos da Justi\u00e7a Federal\u201d onde passa a incidir o IPCA-E como indexador de Corre\u00e7\u00e3o Monet\u00e1ria para as senten\u00e7as condenat\u00f3rias em geral.\nAssim sendo, e por todo exposto, \u00e9 que o autor requer a declara\u00e7\u00e3o de inconstitucionalidade dos arts. 13 da Lei 8.036/90 c/c 1\u00ba e 17 da Lei 8.177/91, pela n\u00e3o vincula\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria do FGTS a \u00edndice que venha recompor a perda do poder aquisitivo da moeda, bem como, qual \u00edndice deve ser considerado para corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria das contas do FGTS, se o IPCA-E ou INPC, ou\n\n\fainda outro \u00edndice que Vossa Excel\u00eancia entender como correto, para fins de dar cumprimento \u00e0 atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos saldos das contas do FGTS prevista no art. 2\u00ba da Lei 8.036/90, em substitui\u00e7\u00e3o \u00e0 TR, desde janeiro do ano de 1999, a partir de quando tal \u00edndice deixou de refletir a varia\u00e7\u00e3o inflacion\u00e1ria da moeda. Al\u00e9m disso, a diferen\u00e7a de valores dever\u00e1 ser acrescida de juros de mora de 1% ao m\u00eas (um por cento ao m\u00eas), a contar da cita\u00e7\u00e3o, at\u00e9 o efetivo pagamento.\n\nREQUERIMENTOS FINAIS\n\nseguintes requerimentos:\n\nAnte o exposto, a parte autora faz \u00e0 Vossa Excel\u00eancia os\n\n1)\n\nseja citada a requerida, no endere\u00e7o inicialmente fornecido,\n\npor interm\u00e9dio de cita\u00e7\u00e3o eletr\u00f4nica via e-proc, na pessoa de seu representante legal para,\n\nquerendo, contestar o feito, sob pena de revelia e confesso;\n\n2)\n\nao final, ap\u00f3s regular instru\u00e7\u00e3o, seja a presente a\u00e7\u00e3o\n\njulgada procedente para em consequ\u00eancia:\n\n2.1)\n\ndeclarar, incidentalmente, a inconstitucionalidade parcial\n\ndo art. 13 da Lei 8.036/90 c/c os arts. 1\u00ba e 17 da Lei 8.177/91, pela n\u00e3o vincula\u00e7\u00e3o da\n\ncorre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria do FGTS a \u00edndice que venha recompor a perda do poder aquisitivo da\n\nmoeda;\n\n2.2)\n\ndeclarar qual \u00edndice que deve ser considerado para corre\u00e7\u00e3o\n\nmonet\u00e1ria da conta do FGTS do autor, o IPCA-E ou o INPC, ou ainda outro \u00edndice que\n\nmelhor d\u00ea cumprimento \u00e0 atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria do referido fundo, em substitui\u00e7\u00e3o \u00e0 TR,\n\nsobre todos os valores que se encontram em sua conta vinculada, bem como os que foram\n\nsacados e que futuramente vierem a ser depositados, desde janeiro do ano de 1999 at\u00e9 o\n\nmomento de cada saque;\n\n\f2.3)\n\ncondenar a r\u00e9 a:\n\n2.3.1)\n\nno caso dos dep\u00f3sitos do FGTS n\u00e3o levantados at\u00e9 a data\n\nda recomposi\u00e7\u00e3o: a) recalcular a corre\u00e7\u00e3o do FGTS desde 01/01/1999, substituindo a\n\natualiza\u00e7\u00e3o da TR pelo \u00edndice escolhido por Vossa Excel\u00eancia, mesmo nos meses em que\n\na TR for superior a aquele, ou se for negativo, mantendo-se os juros remunerat\u00f3rios de\n\n3% ao ano previstos no art. 13 da lei 8.036/90, depositando as diferen\u00e7as corrigidas na\n\nrespectiva conta vinculada; b) pagar juros morat\u00f3rios de 1% ao m\u00eas sobre as diferen\u00e7as\n\ncorrigidas apuradas no item \u201ca\u201d, desde a cita\u00e7\u00e3o at\u00e9 a data da recomposi\u00e7\u00e3o da conta\n\nvinculada, depositando os juros na mesma;\n\n2.3.2)\n\nno caso dos dep\u00f3sitos do FGTS levantados entre\n\n01/01/1999 at\u00e9 a data da recomposi\u00e7\u00e3o: a) recalcular a corre\u00e7\u00e3o do FGTS desde\n\n01/01/1999, substituindo a atualiza\u00e7\u00e3o da TR pelo \u00edndice escolhido por Vossa Excel\u00eancia,\n\nmesmo nos meses em que a TR for superior a aquele, ou se for negativo, mantendo-se os\n\njuros remunerat\u00f3rios de 3% ao ano previstos no art. 13 da lei 8.036/90, at\u00e9 a data do\n\nlevantamento a partir da qual a diferen\u00e7a dever\u00e1 ser corrigida pelo \u00edndice escolhido at\u00e9 o\n\ndep\u00f3sito em ju\u00edzo nos termos do art. 475-J do CPC, bem como a realizar o pagamento do\n\ncr\u00e9dito que restar em favor da parte autora a esse t\u00edtulo; b) pagar juros morat\u00f3rios de 1%\n\nao m\u00eas sobre as diferen\u00e7as corrigidas do item \u201ca\u201d desde a cita\u00e7\u00e3o at\u00e9 a data do dep\u00f3sito\n\nem ju\u00edzo nos termos do art. 475-J do CPC.\n\nProtesta, ainda, a parte autora, pela produ\u00e7\u00e3o de todas as provas em Direito admitidas, tais como juntada de documentos, oitiva de testemunhas, depoimento pessoal do representante legal da r\u00e9 e demais meios.\n\nD\u00e1-se a causa o valor de 17.445,32 (dezessete mil quatrocentos e quarenta e cinco reais e trinta e dois centavos).\n\n\f2014.\n\nNestes Termos, Pede Deferimento. S\u00e3o Louren\u00e7o d\u2019Oeste, SC/Chapec\u00f3, SC, 03 de junho de\n\nSidney Jos\u00e9 Matiotti OAB/SC 3554\n\nJorge Matiotti Neto OAB/SC 17.879\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 3 (C\u00edvel) - IdDocumentoCompleto: 5002581-97.2014.4.04.7101-711397499685540061120000000001", "text": "EXMO(A). SR(A). DR(A). JU\u00cdZ(A) FEDERAL DA SUBSE\u00c7\u00c3O JUDICI\u00c1RIA DE RIO GRANDE \u2013 RIO GRANDE DO SUL\n\nMARILENE ALEXANDRE CHIM, brasileira, separada judicialmente, auxiliar financeiro, portadora da CI n\u00ba 1025374321, inscrita no CPF sob n\u00ba 491.168.350-34, residente e domiciliada na cidade de Rio Grande, RS, na Rua Carlos Gomes, n\u00ba 670, Bairro Centro; por seus procuradores (Doc. 1), v\u00eam, mui respeitosamente perante Vossa Excel\u00eancia, propor a presente\nA\u00c7\u00c3O REVISIONAL\nEM FACE DE:\nCAIXA ECON\u00d4MICA FEDERAL, empresa de direito p\u00fablico federal, pessoa jur\u00eddica de direito privado, inscrita no CNPJ/MF sob o n\u00ba 00.360.305/0001-04, com sede em Bras\u00edlia/DF, podendo ser citada na Rua Marechal Floriano, 349, na cidade de Rio Grande/RS.\n1. DOS FATOS.\nO Fundo de Garantia por Tempo de Servi\u00e7o \u2013 FGTS foi criado em 1966, objetivando regularizar a rela\u00e7\u00e3o entre Empregado e Empregador, tendo em vista os conflitos de interesses existentes \u00e0 \u00e9poca, como tamb\u00e9m, constituir um patrim\u00f4nio para o trabalhador quando de sua aposentadoria, ou ainda, por ocasi\u00e3o da rescis\u00e3o de seu contrato de trabalho. A promulga\u00e7\u00e3o da Constitui\u00e7\u00e3o de 1988 transformou o FGTS em verdadeiro direito social de todo o empregado, bastando que o trabalhador tivesse sua carteira assinada para fazer jus ao benef\u00edcio.\nDesde novembro de 1986 o Fundo \u00e9 administrado pela Caixa Econ\u00f4mica Federal que, em sua gest\u00e3o, sendo uma de suas principais miss\u00f5es impedir sua desvaloriza\u00e7\u00e3o, de forma que funcione como verdadeira poupan\u00e7a para o trabalhador. Tratando-se de uma reserva de poupan\u00e7a dos trabalhadores, o fundo, desde o seu nascedouro, determinava que os dep\u00f3sitos do FGTS na conta dos trabalhadores estavam sujeitos \u00e0 corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e capitaliza\u00e7\u00e3o de juros.\nEm 1991 foi criada a TR \u2013 Taxa Referencial, que passou a corrigir as contas de FGTS. No entanto, de 1999 em diante, esse \u00edndice n\u00e3o mais correspondeu \u00e0 real atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, resultando em severas perdas aos trabalhadores.\n\n(53) 3.E231.8058\n\ncontato@peresecamargo.adv.br\n\nRua Marechal Floriano, 118 \u2013 Rio Grande/RS\n\n\fCerto de que os recursos depositados por seus empregadores no per\u00edodo compreendido entre 1999 e 2013 estavam tendo o melhor rendimento poss\u00edvel, o Autor foi surpreendido com a aterradora not\u00edcia de que a R\u00e9 falhou na gest\u00e3o do FGTS, ocasionando-lhe um gigantesco preju\u00edzo.\nConforme apurado pela DIEESE, as perdas ocorreram devido \u00e0 corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria equivocada pela aplica\u00e7\u00e3o da Taxa de Referencial (TR). A remunera\u00e7\u00e3o do Fundo de Garantia deve ser corrigida por juros de 3% ao ano mais a TR. Ap\u00f3s 1999, quando o INPC (\u00cdndice Nacional de Pre\u00e7os ao Consumidor) passa a superar a TR (Taxa Referencial), a diferen\u00e7a cumulativa entre as taxas cresceu tanto que, mesmo considerando o acr\u00e9scimo dos juros capitalizados, a corre\u00e7\u00e3o acumulada das contas vinculadas torna-se inferior \u00e0 infla\u00e7\u00e3o acumulada em igual per\u00edodo.\nTal injusti\u00e7a atroz n\u00e3o pode se perpetuar Excel\u00eancia, devendo ser aplicado um \u00edndice capaz de aplacar a infla\u00e7\u00e3o e efetivamente garantir que o FGTS seja um patrim\u00f4nio do trabalhador h\u00e1bil a cumprir o escopo primado pela Lei Maior!\n2. DO DIREITO \u00c0 VALORIZA\u00c7\u00c3O DO FTGS 2.1. DAS PERDAS ORIUNDAS DA APLICA\u00c7\u00c3O DA TR NA CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA DO FGTS.\nA corre\u00e7\u00e3o mensal dos dep\u00f3sitos do FGTS compreende a aplica\u00e7\u00e3o de duas taxas que correspondem a diferentes objetivos. Uma dessas taxas diz respeito \u00e0 corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos dep\u00f3sitos nas contas vinculadas, atrav\u00e9s da aplica\u00e7\u00e3o da Taxa Referencial \u2013TR, que \u00e9 o fator de atualiza\u00e7\u00e3o do valor monet\u00e1rio, vigente desde 1991. A segunda refere-se \u00e0 valoriza\u00e7\u00e3o do saldo do FGTS por meio da capitaliza\u00e7\u00e3o de juros \u00e0 taxa de 3% ao ano. Nos termos da Lei n\u00ba 8036/90, sobre o saldo das contas vinculadas e de outros recursos incorporados ao FGTS dever\u00e3o ser aplicados juros e corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria.\nA Taxa Referencial utilizada para a corre\u00e7\u00e3o do FGTS foi criada pela Lei 8177/91 e calculada pelo Banco Central do Brasil \u2013 BACEN, o qual passou a utilizar como metodologia para a sua determina\u00e7\u00e3o a remunera\u00e7\u00e3o dos ativos financeiros praticados por institui\u00e7\u00f5es banc\u00e1rias. Importante destacar que a Resolu\u00e7\u00e3o n\u00ba 1.805, de 27 de mar\u00e7o de 1991, do BACEN cria um fator redutor para o c\u00e1lculo da TR, fixado em 2,0%. Com a queda da taxa de juros e as mudan\u00e7as na pol\u00edtica cambial macroecon\u00f4mica nacional a partir de 1999, a TR passou a sofrer forte queda mostrando-se incapaz de cumprir o objetivo firmado na Lei n\u00ba 8036/90, no tocante \u00e0 preserva\u00e7\u00e3o do valor econ\u00f4mico do FGTS atrav\u00e9s de sua corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. Sobre o tema, importante trazer \u00e0 baila trecho esclarecido pela DIEESE em sua Nota T\u00e9cnica n\u00ba 125/2013:\n\u201c[...] o cen\u00e1rio de queda das taxas de juros p\u00f3s-1999 acabou afetando diretamente a varia\u00e7\u00e3o da TR. Isso teve impacto direto sobre a rentabilidade do fundo e, por outro lado, afetou tamb\u00e9m a remunera\u00e7\u00e3o dos cotistas. Se a composi\u00e7\u00e3o da remunera\u00e7\u00e3o atual das contas vinculadas do FGTS \u00e9 de 3% (a t\u00edtulo de capitaliza\u00e7\u00e3o) acumulada \u00e0 varia\u00e7\u00e3o da TR (corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria), o movimento de queda da taxa de juros e as modifica\u00e7\u00f5es na f\u00f3rmula do\n\n(53) 3.E231.8058\n\ncontato@peresecamargo.adv.br\n\nRua Marechal Floriano, 118 \u2013 Rio Grande/RS\n\n\fc\u00e1lculo da TR afetam negativamente a taxa, o que impacta tamb\u00e9m negativamente a remunera\u00e7\u00e3o das contas vinculadas do FGTS. O per\u00edodo p\u00f3s-1999 \u00e9 um marco importante no que diz respeito \u00e0 TR, porque no campo macroecon\u00f4mico houve o fim do regime de c\u00e2mbio administrado e a ado\u00e7\u00e3o da taxa de c\u00e2mbio flutuante. Essa altera\u00e7\u00e3o tem impacto nas taxas de juros (e por consequ\u00eancia na TR) porque, com o fim da necessidade de \u201cdefender\u201d a taxa de c\u00e2mbio pr\u00e9-determinada pela equipe econ\u00f4mica, houve uma redu\u00e7\u00e3o importante no patamar da taxa de juros Selic (a taxa b\u00e1sica da economia brasileira). Assim, se consideradas as taxas mensais anualizadas da Selic \u2013 que nos anos de 1998 e 1999 foram de 25,6% e 23,0%, respectivamente \u2013 em 2000 houve redu\u00e7\u00e3o para 16,2%, e a partir da\u00ed, diminuiu progressivamente at\u00e9 atingir 8,2% em 2012, ou seja, menos de um ter\u00e7o do percentual de 1998. [...]\nAl\u00e9m de a queda da taxa Selic resultar na diminui\u00e7\u00e3o de um dos principais componentes da TR - a Taxa B\u00e1sica Financeira (TBF) -, outro elemento do c\u00e1lculo da TR, o Redutor - mecanismo utilizado na f\u00f3rmula de c\u00e1lculo da taxa referencial para diminuir os percentuais resultantes da TBF \u2013 foi utilizado sequencialmente pelo Bacen para ajustar a TR aos juros b\u00e1sicos da economia, afetando diretamente o rendimentos dos cotistas. Apesar de um escalonamento realizado em um dos itens que comp\u00f5em o Redutor da TR, segundo a resolu\u00e7\u00e3o n\u00ba 3.550/2008 e circular 3.455/2009, ambos do Banco Central, seu impacto n\u00e3o resolveu, de forma adequada, a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria da TR. Isso porque a modifica\u00e7\u00e3o nesse Redutor n\u00e3o foi na mesma propor\u00e7\u00e3o da queda verificada na taxa de juros Selic e, portanto, na TBF, que \u00e9 diretamente impactada por essa taxa b\u00e1sica da economia brasileira. Tanto assim que, a partir de 2008, o Banco Central estipulou uma medida indicando que mesmo que o c\u00e1lculo da TR apresentasse valores negativos, no resultado deveria ser considerado o valor de 0%., ou seja, corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria nula\u201d\nDesta forma, a redu\u00e7\u00e3o verificada na Taxa Selic, impactou sobremaneira a Taxa B\u00e1sica Financeira (TBF), que sofreu redu\u00e7\u00e3o, a qual, consecutivamente ocasionou a brutal queda da TR tornando-a inapta a configurar mecanismo adequado \u00e0 corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria do FGTS.\nA tal conclus\u00e3o, tamb\u00e9m chega o estudo da DIEESE:\n\u201cEm 1996, a TR ficou em 9,59%, e ainda remunerava as contas do FGTS considerando em patamar suficiente para cobrir a infla\u00e7\u00e3o do per\u00edodo; mas \u00e9 a partir de 2000 - portanto, na sequ\u00eancia da mudan\u00e7a na pol\u00edtica cambial que teve reflexos sobre a redu\u00e7\u00e3o da taxa de juros - que a TR come\u00e7a uma trajet\u00f3ria de percentuais bastante baixos. Em 2000, o percentual ficou em 2,10%, chegando em 2012 a uma taxa de 0,29% e de 0,0% em 2013. Nesse\n\n(53) 3.E231.8058\n\ncontato@peresecamargo.adv.br\n\nRua Marechal Floriano, 118 \u2013 Rio Grande/RS\n\n\fper\u00edodo \u2013 a partir de 2000, o \u00fanico ano que apresentou um percentual acima da m\u00e9dia foi 2004 (4,65%). Apesar de esse per\u00edodo registrar, na maior parte dos anos, \u00edndices de infla\u00e7\u00e3o baixos (exce\u00e7\u00e3o para os anos de 2001, 2002 e 2003), como a TR apresentou patamares muito baixos, a diferen\u00e7a entre essas taxas, como se pode constatar no Gr\u00e1fico 4, apresenta n\u00fameros negativos desde 1999. Ou seja, a TR n\u00e3o conseguiu recompor a infla\u00e7\u00e3o nos saldos das contas vinculadas do FGTS, que acumularam perdas de 1999 a 2013 de 48,3%.\u201d\n\nCom fulcro na fundamenta\u00e7\u00e3o supra Excel\u00eancia, resta cristalina a incapacidade da TR para efetuar a corre\u00e7\u00e3o do FGTS, materializando preju\u00edzo real ao Autor e conferindo legitimidade a presente demanda.\n\n2.2 DA CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA ADEQUADA DO FGTS.\n\nConforme verificado na explana\u00e7\u00e3o supra, \u00e9 ineg\u00e1vel a enorme perda sofrida pelos trabalhadores pela aplica\u00e7\u00e3o pura da TR na corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria do FGTS. O Fundo de Garantia por Tempo de Servi\u00e7o - FGTS, criado pela Lei n\u00ba 5.107/66 e atualmente regido pela Lei n\u00ba 8.036/90, \u00e9 constitu\u00eddo por meio de dep\u00f3sitos mensais realizados pelos empregadores em conta vinculada aos trabalhadores e tem por fim garantir ao empregado estabilidade no emprego, al\u00e9m de aux\u00edlio monet\u00e1rio em caso de despedida sem justa causa. Nos termos estabelecidos pela Lei 8.036/90, o empregador deve depositar, no in\u00edcio de cada m\u00eas, valor correspondente a 8% (oito por cento) da remunera\u00e7\u00e3o de cada empregado, o qual ficar\u00e1 dispon\u00edvel em caso de ocorr\u00eancia de alguma das hip\u00f3teses constantes do referido texto legal.\n\nQuanto \u00e0 forma de remunera\u00e7\u00e3o do fundo, o texto legal em ep\u00edgrafe disp\u00f5e que:\n\nArt. 13. Os dep\u00f3sitos efetuados nas contas vinculadas ser\u00e3o corrigidos monetariamente com base nos par\u00e2metros fixados para atualiza\u00e7\u00e3o dos saldos dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a e capitaliza\u00e7\u00e3o juros de (tr\u00eas) por cento ao ano.\n\na saber:\n\nJ\u00e1 os par\u00e2metros de atualiza\u00e7\u00e3o dos saldos da poupan\u00e7a, constam da Lei n\u00ba 8.177/91,\n\nArt. 12. Em cada per\u00edodo de rendimento, os dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a ser\u00e3o remunerados: I - como remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica, por taxa correspondente \u00e0 acumula\u00e7\u00e3o das TRD, no per\u00edodo transcorrido entre o dia do \u00faltimo cr\u00e9dito de rendimento, inclusive, e o dia do cr\u00e9dito de rendimento, exclusive;\n\nO referido diploma legal dita tamb\u00e9m os par\u00e2metros para fixa\u00e7\u00e3o da Taxa Referencial (TR) e da Taxa Refer\u00eancia Di\u00e1ria (TRD):\n\n(53) 3.E231.8058\n\ncontato@peresecamargo.adv.br\n\nRua Marechal Floriano, 118 \u2013 Rio Grande/RS\n\n\fArt. 1\u00ba O Banco Central do Brasil divulgar\u00e1 Taxa Referencial (TR), calculada a partir da remunera\u00e7\u00e3o mensal m\u00e9dia l\u00edquida de impostos, dos dep\u00f3sitos a prazo fixo captados nos bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos m\u00faltiplos com carteira comercial ou de investimentos, caixas econ\u00f4micas, ou dos t\u00edtulos p\u00fablicos federais, estaduais e municipais, de acordo com metodologia a ser aprovada pelo Conselho Monet\u00e1rio Nacional, no prazo de sessenta dias, e enviada ao conhecimento do Senado Federal. (...) \u00a7 3\u00ba Enquanto n\u00e3o aprovada a metodologia de c\u00e1lculo de que trata este artigo, o Banco Central do Brasil fixar\u00e1 a TR. Art. 2\u00ba O Banco Central do Brasil divulgar\u00e1, para cada dia \u00fatil, a Taxa Referencial Di\u00e1ria (TRD), correspondendo seu valor di\u00e1rio \u00e0 distribui\u00e7\u00e3o pro rata dia da TR fixada para o m\u00eas corrente. \u00a7 1\u00ba Enquanto n\u00e3o divulgada a TR relativa ao m\u00eas corrente, o valor da TRD ser\u00e1 fixado pelo Banco Central do Brasil com base em estimativa daquela taxa. \u00a7 2\u00ba Divulgada a TR, a fixa\u00e7\u00e3o da TRD nos dias \u00fateis restantes do m\u00eas deve ser realizada de forma tal que a TRD acumulada entre o 1\u00ba dia \u00fatil do m\u00eas e o 1\u00ba dia \u00fatil do m\u00eas subsequente seja igual \u00e0 TR do m\u00eas corrente.\nPor fim, disp\u00f5e tamb\u00e9m o texto normativo em ep\u00edgrafe acerca da aplicabilidade da TR para fins de corre\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos do FGTS:\nArtigo 17 - A partir de fevereiro de 1991, os saldos das contas do Fundo de Garantia por Tempo de Servi\u00e7o (FGTS) passam a ser remunerados pela taxa aplic\u00e1vel \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a com data de anivers\u00e1rio no dia 1\u00ba, observada a periodicidade mensal para remunera\u00e7\u00e3o. Par\u00e1grafo \u00fanico. As taxas de juros previstas na legisla\u00e7\u00e3o em vigor do FGTS s\u00e3o mantidas e consideradas como adicionais \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o prevista neste artigo.\nComo se extrai do teor do artigo supracitado, ficou estabelecido que os saldos das contas do FGTS passariam a ser corrigidos conforme a taxa aplic\u00e1vel aos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a, ou seja, a TR, mantidas as taxas de juros previstas na legisla\u00e7\u00e3o pr\u00f3pria do FGTS, qual seja, a taxa de 3% de juros anuais.\nLogo, n\u00e3o se tem a pretens\u00e3o de discutir a legalidade da aplica\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o dos saldos do FGTS. No entanto, h\u00e1 que se verificar, de fato, se a legalidade \u00e9 capaz de afastar o fato de que o \u00edndice previsto na norma n\u00e3o \u00e9 capaz de 'corrigir monetariamente' o saldo dos dep\u00f3sitos de FGTS, como expressamente previsto na Lei 8.036/90, nos seus artigos 2\u00ba e 13:\nArt. 2\u00ba O FGTS \u00e9 constitu\u00eddo pelos saldos das contas vinculadas a que se refere esta lei e outros recursos a ele incorporados, devendo ser aplicados\n\n(53) 3.E231.8058\n\ncontato@peresecamargo.adv.br\n\nRua Marechal Floriano, 118 \u2013 Rio Grande/RS\n\n\fcom atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e juros, de modo a assegurar a cobertura de suas obriga\u00e7\u00f5es. (...) omissis. Art. 13. Os dep\u00f3sitos efetuados nas contas vinculadas ser\u00e3o corrigidos monetariamente com base nos par\u00e2metros fixados para atualiza\u00e7\u00e3o dos saldos dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a e capitaliza\u00e7\u00e3o juros de (tr\u00eas) por cento ao ano. - grifou-se.\nA Lei, portanto, disp\u00f5e que o fundo dever\u00e1 ser corrigido monetariamente e a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria n\u00e3o representa qualquer acr\u00e9scimo, mas simples recomposi\u00e7\u00e3o do valor da moeda corro\u00eddo pelo processo inflacion\u00e1rio (STJ, REsp n\u00ba 1.191.868, 2\u00aa Turma, Rel. Min. Eliana Calmon, j. 15/06/2010 e p. 22/06/2010).\nA Taxa Referencial (TR) n\u00e3o \u00e9 \u00edndice capaz de refletir a infla\u00e7\u00e3o ocorrida na economia brasileira desde janeiro de 1999, uma vez que deixou de espelhar a desvaloriza\u00e7\u00e3o da moeda. \u00c9 inquestion\u00e1vel a desigualdade/despropor\u00e7\u00e3o entre a TR e demais \u00edndices, como o IPCA-E e o INPC.\nLogo, em que pese legal por constar no texto da lei, a aplica\u00e7\u00e3o da TR n\u00e3o se coaduna com o esp\u00edrito e a vontade do texto normativo que a prev\u00ea, ocasionando a n\u00e3o concretiza\u00e7\u00e3o da finalidade da norma. Para consubstanciar tal afirma\u00e7\u00e3o, imperioso trazer \u00e0 baila a real fun\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria sob o prisma do princ\u00edpio constitucional do direito \u00e0 propriedade (art. 5\u00ba, XXII, da Carta Magna). No julgamento da ADI n\u00ba 493-0, o Pret\u00f3rio Excelso, no voto do relator Moreira Alves, em raz\u00e3o da causa petendi, foi determinado que haveria impossibilidade de aplica\u00e7\u00e3o da TR aos contratos do Sistema Financeiro de Habita\u00e7\u00e3o somente para o per\u00edodo anterior \u00e0 vig\u00eancia da Lei 8.177/91. Embora em tal julgado o STF n\u00e3o tenha declarado que haveria impossibilidade de utiliza\u00e7\u00e3o de tal \u00edndice aos contratos firmados ap\u00f3s essa data, nele ficou reconhecido, de maneira cristalina que aquele Tribunal n\u00e3o reconhecia a TR como \u00edndice h\u00e1bil a promover a atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria.\nEis a ementa de tal julgado:\nA\u00e7\u00e3o direta de inconstitucionalidade. - Se a lei alcan\u00e7ar os efeitos futuros de contratos celebrados anteriormente a ela, ser\u00e1 essa lei retroativa (retroatividade minima) porque vai interferir na causa, que e um ato ou fato ocorrido no passado. - O disposto no artigo 5, XXXVI, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal se aplica a toda e qualquer lei infraconstitucional, sem qualquer distin\u00e7\u00e3o entre lei de direito p\u00fablico e lei de direito privado, ou entre lei de ordem p\u00fablica e lei dispositiva. Precedente do S. T. F. Ocorr\u00eancia no caso, de viola\u00e7\u00e3o de direito adquirido. A taxa referencial (TR) n\u00e3o \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, pois, refletindo as varia\u00e7\u00f5es do custo prim\u00e1rio da capta\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos a prazo fixo, n\u00e3o constitui \u00edndice que reflita a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda. Por isso, n\u00e3o h\u00e1 necessidade de se\n\n(53) 3.E231.8058\n\ncontato@peresecamargo.adv.br\n\nRua Marechal Floriano, 118 \u2013 Rio Grande/RS\n\n\fexaminar a quest\u00e3o de saber se as normas que alteram \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria se aplicam imediatamente, alcan\u00e7ando, pois, as presta\u00e7\u00f5es futuras de contratos celebrados no passado, sem violarem o disposto no artigo 5, XXXVI, da Carta Magna - Tamb\u00e9m ofendem o ato jur\u00eddico perfeito os dispositivos impugnados que alteram o crit\u00e9rio de reajuste das presta\u00e7\u00f5es nos contratos ja celebrados pelo sistema do Plano de Equival\u00eancia Salarial por Categoria Profissional (PES/CP). A\u00e7\u00e3o direta de inconstitucionalidade julgada procedente, para declarar a inconstitucionalidade dos artigos 18, 'caput' e par\u00e1grafos 1 e 4; 20; 21 e par\u00e1grafo \u00fanico; 23 e par\u00e1grafos; e 24 e par\u00e1grafos, todos da Lei n. 8.177, de 1 de maio de 1991.(ADI 493, Relator (a): Min. MOREIRA ALVES, Tribunal Pleno, julgado em 25/06/1992, DJ 04-09-1992 PP-14089 EMENT VOL-01674-02 PP00260 RTJ VOL-00143-03 PP-00724)\nNo entanto, foi com o julgamento das ADI 4425 e 4357, nas quais o Supremo Tribunal Federal analisou a inconstitucionalidade da Emenda Constitucional n\u00ba 62/2009, que ficou inconteste o entendimento daquela Corte no sentido de que a TR n\u00e3o pode ser utilizada como \u00edndice de atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, eis que n\u00e3o \u00e9 capaz de espelhar o processo inflacion\u00e1rio brasileiro.\nSeguem trechos do voto do Ministro Luiz Fux, redator para o ac\u00f3rd\u00e3o:\nQuanto \u00e0 disciplina da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos cr\u00e9ditos inscritos em precat\u00f3rios, a EC n\u00ba 62/09 fixou como crit\u00e9rio o '\u00edndice oficial de remunera\u00e7\u00e3o da caderneta de poupan\u00e7a'. Ocorre que o referencial adotado n\u00e3o \u00e9 id\u00f4neo a mensurar a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda. Isso porque a remunera\u00e7\u00e3o da caderneta de poupan\u00e7a, regida pelo art. 12 da Lei n\u00ba 8.177/91, com atual reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n\u00ba 12.703/2012, \u00e9 fixada ex ante, a partir de crit\u00e9rios t\u00e9cnicos em nada relacionados com a infla\u00e7\u00e3o empiricamente considerada. J\u00e1 se sabe, na data de hoje, quanto ir\u00e1 render a caderneta de poupan\u00e7a. E \u00e9 natural que seja assim, afinal a poupan\u00e7a \u00e9 uma alternativa de investimento de baixo risco, no qual o investidor consegue prever com seguran\u00e7a a margem de retorno do seu capital. A infla\u00e7\u00e3o, por outro lado, \u00e9 fen\u00f4meno econ\u00f4mico insuscet\u00edvel de capta\u00e7\u00e3o aprior\u00edstica. O m\u00e1ximo que se consegue \u00e9 estim\u00e1-la para certo per\u00edodo, mas jamais fix\u00e1-la de antem\u00e3o. Da\u00ed por que os \u00edndices criados especialmente para captar o fen\u00f4meno inflacion\u00e1rio s\u00e3o sempre definidos em momentos posteriores ao per\u00edodo analisado, como ocorre com o \u00cdndice de Pre\u00e7os ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estat\u00edstica (IBGE), e o \u00cdndice de Pre\u00e7os ao Consumidor (IPC), divulgado pela Funda\u00e7\u00e3o Get\u00falio Vargas (FGV). A raz\u00e3o disso \u00e9 clara: a infla\u00e7\u00e3o \u00e9 sempre\n\n(53) 3.E231.8058\n\ncontato@peresecamargo.adv.br\n\nRua Marechal Floriano, 118 \u2013 Rio Grande/RS\n\n\f(53) 3.E231.8058\n\nconstatada em apura\u00e7\u00e3o ex post, de sorte que todo \u00edndice definido ex ante \u00e9 incapaz de refletir a efetiva varia\u00e7\u00e3o de pre\u00e7os que caracteriza a infla\u00e7\u00e3o. \u00c9 o que ocorre na hip\u00f3tese dos autos. A prevalecer o crit\u00e9rio adotado pela EC n\u00ba 62/09, os cr\u00e9ditos inscritos em precat\u00f3rios seriam atualizados por \u00edndices pr\u00e9-fixados e independentes da real flutua\u00e7\u00e3o de pre\u00e7os apurada no per\u00edodo de refer\u00eancia. Assim, o \u00edndice oficial de remunera\u00e7\u00e3o da caderneta de poupan\u00e7a n\u00e3o \u00e9 crit\u00e9rio adequado para refletir o fen\u00f4meno inflacion\u00e1rio. Destaco que nesse ju\u00edzo n\u00e3o levo em conta qualquer considera\u00e7\u00e3o t\u00e9cnico-econ\u00f4mica que implique usurpa\u00e7\u00e3o pelo Supremo Tribunal Federal de compet\u00eancia pr\u00f3pria de \u00f3rg\u00e3os especializados. N\u00e3o se trata de defini\u00e7\u00e3o judicial de \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o. Essa circunst\u00e2ncia, j\u00e1 recha\u00e7ada pela jurisprud\u00eancia da Casa, evidentemente transcenderia as capacidades institucionais do Poder Judici\u00e1rio. N\u00e3o obstante, a hip\u00f3tese aqui \u00e9 outra. Diz respeito \u00e0 idoneidade l\u00f3gica do \u00edndice fixado pelo constituinte reformador para capturar a infla\u00e7\u00e3o, e n\u00e3o do valor espec\u00edfico que deve assumir o \u00edndice para determinado per\u00edodo. Reitero: n\u00e3o se pode quantificar, em definitivo, um fen\u00f4meno essencialmente emp\u00edrico antes mesmo da sua ocorr\u00eancia. A inadequa\u00e7\u00e3o do \u00edndice aqui \u00e9 autoevidente. Corrobora essa conclus\u00e3o reportagem esclarecedora veiculada em 21 de janeiro de 2013 pelo jornal especializado Valor Econ\u00f4mico. Na mat\u00e9ria intitulada 'Cuidado com a infla\u00e7\u00e3o', o peri\u00f3dico aponta que ' o rendimento da poupan\u00e7a perdeu para a infla\u00e7\u00e3o oficial, medida pelo IPCA, m\u00eas a m\u00eas desde setembro'de 2012. E ilustra: 'Quem investiu R$1mil na caderneta em 31 de junho [de 2012], fechou o ano com poder de compra equivalente a R$996,40. Ganham da infla\u00e7\u00e3o apenas os dep\u00f3sitos feitos na caderneta antes de 4 de maio, com retorno de 6%. Para os outros, vale a nova regra, definida no ano passado, de rendimento equivalente a 70% da meta para a Selic, ou seja, de 5,075%'. Em suma: h\u00e1 manifesta discrep\u00e2ncia entre o \u00edndice oficial de remunera\u00e7\u00e3o da caderneta de poupan\u00e7a e o fen\u00f4meno inflacion\u00e1rio, de modo que o primeiro n\u00e3o se presta a capturar o segundo. O meio escolhido pelo legislador constituinte (remunera\u00e7\u00e3o da caderneta de poupan\u00e7a) \u00e9, portanto, inid\u00f4neo a promover o fim a que se destina (traduzir a infla\u00e7\u00e3o do per\u00edodo). (...) Assentada a premissa quanto \u00e0 inadequa\u00e7\u00e3o do aludido \u00edndice, mister enfrentar a natureza do direito \u00e0 corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. Na linha j\u00e1 exposta pelo i. Min. Relator, 'a finalidade da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, enquanto instituto de Direito Constitucional, n\u00e3o \u00e9 deixar mais rico o\n\ncontato@peresecamargo.adv.br\n\nRua Marechal Floriano, 118 \u2013 Rio Grande/RS\n\n\fbenefici\u00e1rio, nem mais pobre o sujeito passivo de uma dada obriga\u00e7\u00e3o de pagamento. \u00c9 deix\u00e1-los tal como qualitativamente se encontravam, no momento em que se formou a rela\u00e7\u00e3o obrigacional'. Da\u00ed que a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria de valores no tempo \u00e9 circunst\u00e2ncia que decorre diretamente do n\u00facleo essencial do direito de propriedade (CF, art. 5\u00ba, XXII). Corrigem-se valores nominais para que permane\u00e7am com o mesmo valor econ\u00f4mico ao longo do tempo, diante da infla\u00e7\u00e3o. A ideia \u00e9 simplesmente preservar o direito original em sua genu\u00edna extens\u00e3o. Nesse sentido, o direito \u00e0 corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u00e9 reflexo imediato da prote\u00e7\u00e3o da propriedade. Deixar de atualizar valores pecuni\u00e1rios ou atualiz\u00e1-los segundo crit\u00e9rios evidentemente incapazes de capturar o fen\u00f4meno inflacion\u00e1rio representa aniquilar o direito propriedade em seu n\u00facleo essencial. Tal constata\u00e7\u00e3o implica a pron\u00fancia de inconstitucionalidade parcial da EC n\u00ba 62/09 de modo a afastar a express\u00e3o '\u00edndice oficial de remunera\u00e7\u00e3o da caderneta de poupan\u00e7a' introduzida no \u00a7 12 do art. 100 da Lei Maior como crit\u00e9rio de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos cr\u00e9ditos inscritos em precat\u00f3rio, por viola\u00e7\u00e3o ao direito fundamental de propriedade (art. 5\u00ba, XII, CF/88), ineg\u00e1vel limite material ao poder de reforma da Constitui\u00e7\u00e3o (art. 60, \u00a7 4\u00ba, IV, CF/88). grifou-se.\nVeja-se: com a TR ostentando seus \u00edndices praticamente zerados desde o ano de 2009, os saldos das contas do FGTS acabaram sendo remunerados t\u00e3o somente pelos juros anuais de 3% previstos na Lei 8.036/90. Ou seja, os juros que deveriam, supostamente, remunerar o capital, n\u00e3o s\u00e3o sequer suficientes para repor o poder de compra perdido pela infla\u00e7\u00e3o acumulada, n\u00e3o havendo, portanto, corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria nenhuma.\nO saldo do FGTS pode ser sacado, de acordo com o art. 20, inciso V, da Lei 8.039/90, para ser utilizado como pagamento de parte das presta\u00e7\u00f5es decorrentes de financiamento habitacional concedido no \u00e2mbito do Sistema Financeiro de Habita\u00e7\u00e3o. Vemos, portanto, a hip\u00f3tese absurda de que o trabalhador, tendo o saldo da sua conta de FGTS corro\u00eddo pela infla\u00e7\u00e3o, n\u00e3o dispor do suficiente para adquirir a casa pr\u00f3pria, de forma a necessitar firmar contrato pelo SFH (o qual foi financiado \u00e0s suas expensas), para pagar juros muito superiores \u00e0queles com os quais foi remunerado. O dinheiro que lhe foi subtra\u00eddo pela m\u00e1 remunera\u00e7\u00e3o de sua conta, ent\u00e3o, dever\u00e1 ser tomado emprestado daquele que o subtraiu, mediante pagamento de juros.\nTem-se, em resumo, que a Lei n\u00ba 8.036/90, lei espec\u00edfica do FGTS, determina que ao saldo de suas contas deve ser obrigatoriamente aplicado \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. N\u00e3o sendo a Taxa Referencial (TR), \u00edndice disposto pela Lei 8.177/91, h\u00e1bil a atualizar monetariamente tais saldos, e estando tal \u00edndice em lei n\u00e3o espec\u00edfica do FGTS, entende-se que como inconstitucional a utiliza\u00e7\u00e3o da TR para tal fim, subsistindo a necessidade de aplicar-se \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria que reflita a infla\u00e7\u00e3o do per\u00edodo, tal como prev\u00ea a Lei n\u00ba 8.036/90.\n\n(53) 3.E231.8058\n\ncontato@peresecamargo.adv.br\n\nRua Marechal Floriano, 118 \u2013 Rio Grande/RS\n\n\fNesse sentido, os \u00edndices que atualmente t\u00eam refletido a varia\u00e7\u00e3o inflacion\u00e1ria brasileira s\u00e3o o INPC e o IPCA-E. Assim, resta analisar por esse ilustre julgador qual o \u00edndice que dever\u00e1 ser adotado para fins de corre\u00e7\u00e3o dos saldos do FGTS, sendo essa a \u00fanica quest\u00e3o que depreende de aprecia\u00e7\u00e3o. Tendo em conta que a Corte Constitucional ainda n\u00e3o decidiu sobre a modula\u00e7\u00e3o dos efeitos da declara\u00e7\u00e3o de inconstitucionalidade do uso da TR na corre\u00e7\u00e3o dos precat\u00f3rios e d\u00edvidas da Fazenda P\u00fablica, bem como em raz\u00e3o de ser vedado o non liquet (art. 126 do CPC), tem-se necess\u00e1rio a declara\u00e7\u00e3o por vias judiciais de qual \u00edndice deve ser aplicado para a corre\u00e7\u00e3o das contas do FGTS, no caso, se o \u00edndice \u00e9 o IPCA ou o INPC.\nO IPCA/IBGE verifica as varia\u00e7\u00f5es dos custos com os gastos das pessoas que ganham de um a quarenta sal\u00e1rios m\u00ednimos nas regi\u00f5es metropolitanas de Bel\u00e9m, Belo Horizonte, Bras\u00edlia, Curitiba, Fortaleza, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador, S\u00e3o Paulo e munic\u00edpio de Goi\u00e2nia. O Sistema Nacional de Pre\u00e7os ao Consumidor - SNIPC efetua a produ\u00e7\u00e3o cont\u00ednua e sistem\u00e1tica de \u00edndices de pre\u00e7os ao consumidor, tendo como unidade de coleta estabelecimentos comerciais e de presta\u00e7\u00e3o de servi\u00e7os, concession\u00e1ria de servi\u00e7os p\u00fablicos e domic\u00edlios (para levantamento de aluguel e condom\u00ednio).\nO IPCA/E utiliza, para sua composi\u00e7\u00e3o de c\u00e1lculo, os seguintes setores: alimenta\u00e7\u00e3o e bebidas, habita\u00e7\u00e3o, artigos de resid\u00eancia, vestu\u00e1rio, transportes, sa\u00fade e cuidados pessoais, despesas pessoais, educa\u00e7\u00e3o e comunica\u00e7\u00e3o.\nO INPC/IBGE foi criado inicialmente com o objetivo de orientar os reajustes de sal\u00e1rios dos trabalhadores.O Sistema Nacional de Pre\u00e7os ao Consumidor - SNIPC efetua a produ\u00e7\u00e3o cont\u00ednua e sistem\u00e1tica de \u00edndices de pre\u00e7os ao consumidor tendo como unidade de coleta estabelecimentos comerciais e de presta\u00e7\u00e3o de servi\u00e7os, concession\u00e1ria de servi\u00e7os p\u00fablicos e domic\u00edlios (para levantamento de aluguel e condom\u00ednio). A popula\u00e7\u00e3o-objetivo do INPC abrange as fam\u00edlias com rendimentos mensais compreendidos entre 1 (hum) e 5 (cinco) sal\u00e1rios-m\u00ednimos (aproximadamente 50% das fam\u00edlias brasileiras), cujo chefe \u00e9 assalariado em sua ocupa\u00e7\u00e3o principal e residente nas \u00e1reas urbanas das regi\u00f5es, qualquer que seja a fonte de rendimentos, e demais residentes nas \u00e1reas urbanas das regi\u00f5es metropolitanas abrangidas.\nCalculado pelo IBGE entre os dias 1\u00ba e 30 de cada m\u00eas, comp\u00f5e-se do cruzamento de dois par\u00e2metros: a pesquisa de pre\u00e7os nas onze regi\u00f5es de maior produ\u00e7\u00e3o econ\u00f4mica, cruzada com a Pesquisa de Or\u00e7amento Familiar (POF). A partir de janeiro/2012 o INPC passou a ser calculado com base nos valores de despesa obtidos na Pesquisa de Or\u00e7amentos Familiares - POF 2008-2009. A POF \u00e9 realizada a cada cinco anos pelo IBGE em todo o territ\u00f3rio brasileiro o que permite atualizar os pesos (participa\u00e7\u00e3o relativa do valor da despesa de um item consumido em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 despesa total) dos produtos e servi\u00e7os nos or\u00e7amentos das fam\u00edlias. De julho de 2006 a dezembro de 2011 a base dos \u00edndices de pre\u00e7os ao consumidor era a POF de 2002-2003.\nOutra mudan\u00e7a importante: At\u00e9 31.12.2011 eram consideradas no c\u00e1lculo as fam\u00edlias com rendimento de 1 a 6 sal\u00e1rios m\u00ednimos. A partir de 01.01.2012 isso diminuiu (de 1 \u00e0 5 sal\u00e1rios m\u00ednimos) em fun\u00e7\u00e3o da eleva\u00e7\u00e3o real da renda do brasileiro evitando, assim, desvirtua\u00e7\u00e3o da faixa salarial.\n\n(53) 3.E231.8058\n\ncontato@peresecamargo.adv.br\n\nRua Marechal Floriano, 118 \u2013 Rio Grande/RS\n\n\fImportante frisar ainda, que em sess\u00e3o ordin\u00e1ria do Conselho da Justi\u00e7a Federal - CNJ, ocorrida em 25/11/2011, foi aprovado o novo 'Manual de C\u00e1lculos da Justi\u00e7a Federal' onde passa a incidir o IPCA-e como indexador de Corre\u00e7\u00e3o Monet\u00e1ria para as senten\u00e7as condenat\u00f3rias em geral, conforme se pode verificar no s\u00edtio do cjf na internet (www.cjf.jus.br).\nAssim sendo, e por todo exposto, \u00e9 que o autor requer a declara\u00e7\u00e3o de qual \u00edndice deve ser considerado para corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria das contas do FGTS, se o IPCA ou INPC, para fins de dar cumprimento \u00e0 atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos saldos das contas do FGTS prevista no art. 2\u00ba da Lei 8.036/90, em substitui\u00e7\u00e3o \u00e0 TR, desde janeiro do ano de 1999, a partir de quando tal \u00edndice deixou de refletir a varia\u00e7\u00e3o inflacion\u00e1ria da moeda. Al\u00e9m disso, tais valores dever\u00e3o ser acrescidos de juros de mora de 1% a. M. (um por cento ao m\u00eas), a contar da cita\u00e7\u00e3o, at\u00e9 o efetivo pagamento.\n3. DO VALOR DA CAUSA\nConsiderando a necessidade de se fixar um valor para a presente demanda, apresentase a t\u00edtulo meramente ilustrativo e n\u00e3o vinculativo, mem\u00f3ria de c\u00e1lculos com os valores depositados no per\u00edodo compreendido entre janeiro de 1999 e outubro de 2013, corrigidos pela aplica\u00e7\u00e3o do INPC.\n\nANTE O EXPOSTO, REQUER:\n1. Se digne o Eminente Julgador a declarar o qual \u00edndice deve ser\nconsiderado para corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria das contas do FGTS, se o IPCA ou INPC, para fins de dar cumprimento \u00e0 atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos saldos das contas do FGTS, em substitui\u00e7\u00e3o \u00e0 TR, desde janeiro do ano de 1999;\n2. Seja dada total proced\u00eancia ao pedido para o efeito condenar a\nRequerida a dar cumprimento \u00e0 atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria do saldo da conta do FGTS do Autor aplicando o \u00edndice declarado por Vossa Excel\u00eancia;\n3. Seja citada a requerido para, querendo, apresentar contesta\u00e7\u00e3o, no\nprazo legal, sob pena de confiss\u00e3o e revelia;\n4. Seja concedido o benef\u00edcio da assist\u00eancia judici\u00e1ria gratuita;\n5. Seja aceita a produ\u00e7\u00e3o de todas as provas em direito admitidas, em\nespecial a documental e testemunhal;\n\n(53) 3.E231.8058\n\ncontato@peresecamargo.adv.br\n\nRua Marechal Floriano, 118 \u2013 Rio Grande/RS\n\n\fD\u00e1 \u00e0 Causa o Valor de Causa R$ 1.476,62 (hum mil quatrocentos e setenta e seis reais e sessenta e dois centavos).\nNestes Termos, Pede e Aguarda Deferimento.\nRio Grande, 31 de Mar\u00e7o de 2014\n\nJonas Guido Peres OAB/RS 74.392\n\nAna Paula Camargo de Lima OAB/RS 78.070\n\n(53) 3.E231.8058\n\ncontato@peresecamargo.adv.br\n\nRua Marechal Floriano, 118 \u2013 Rio Grande/RS\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 4 (C\u00edvel) - IdDocumentoCompleto: 5053824-58.2015.4.04.7000-701446200152731910020000000058", "text": "EXCELENT\u00cdSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ(A) DE DIREITO DA VARA DO JUIZADO ESPECIAL FEDERAL DA SE\u00c7\u00c3O JUDICI\u00c1RIA DE CURITIBA -ESTADO DO PARAN\u00c1.\nJUSTI\u00c7A GRATUITA\nEDILBERTO ELOY WOITOVICZ, brasileiro, solteiro, desenhista projetista, inscrito no CPF/MF sob o n\u00ba 450.468.159-20, residente e domiciliado \u00e0 Rua Dep. Waldomiro Pedroso, n\u00ba 106 ap2 bloco 4, Bairro Novo Mundo \u2013 CEP 81050-150, Curitiba, Paran\u00e1, por seus advogados constitu\u00eddos (instrumento de mandato incluso), todos com escrit\u00f3rio profissional na Rua XV de Novembro, n.\u00ba 1234, 5.\u00ba andar, conjunto 504 Centro, Curitiba/PR, onde doravante receber\u00e3o as devidas intima\u00e7\u00f5es, vem perante Vossa Excel\u00eancia, com fulcro no artigo 282 do C\u00f3digo de Processo Civil, ajuizar a presente:\nA\u00c7\u00c3O REVISIONAL DOS DEP\u00d3SITOS DE FGTS COMPEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA\n1\n\n\fEm face da CAIXA ECON\u00d4MICA FEDERAL, institui\u00e7\u00e3o financeira sob a forma de empresa p\u00fablica, dotada de personalidade de direito privado, criada pelo Decreto-Lei 759, de 12/08/1969, inscrita no CNPJ sob o n.\u00ba 00.360.305/0001-04, com sede na Rua Conselheiro Laurindo, n.\u00ba 280, Centro, CEP:80060-100, Curitiba/PR (Art. 100, IV, \u201cb\u201d, do CPC).\nPelos motivos de fato, fundamentos e raz\u00f5es de Direito que passa a aduzir:\n\nI-DA PRELIMINAR (JUSTI\u00c7A GRATUITA)\n1. Requer inicialmente sejam concedidos os benef\u00edcios da JUSTI\u00c7AGRATUITA, assegurados pela Lei n.\u00ba 1060/50 (nova reda\u00e7\u00e3o pela lei 7.510/86), tendo em vista que a parte Autora, por ser pessoa de parcos recursos, n\u00e3o possui condi\u00e7\u00f5es de arcar com as despesas processuais, sem preju\u00edzo do sustento e manuten\u00e7\u00e3o de sua fam\u00edlia;\n2. Pede ainda que seu pedido seja deferido sem qualquer exig\u00eancia, de acordo com a previs\u00e3o do artigo 4.\u00ba, da Lei n.\u00ba 1060/50:\n\n\u201cA parte gozar\u00e1 dos benef\u00edcios da assist\u00eancia judici\u00e1ria, MEDIANTE\n\nSIMPLES AFIRMA\u00c7\u00c3O, NA PR\u00d3PRIA PETI\u00c7\u00c3O INICIAL, de que n\u00e3o est\u00e1\n\nem condi\u00e7\u00f5es de pagar as custas do processo e os honor\u00e1rios de advogado,\n\nsem preju\u00edzo pr\u00f3prio ou de sua fam\u00edlia (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n.\u00ba\n\n7510/86)\u201d\n\n(grifo nosso)\n\nII-DA TUTELA ANTECIPADA\n\n1. O artigo 273 do CPC preceitua que \u00e9 poss\u00edvel a concess\u00e3o de Tutela Antecipada diante da verossimilhan\u00e7a da alega\u00e7\u00e3o e do fundado receio de dano irrepar\u00e1vel ou de dif\u00edcil repara\u00e7\u00e3o.\n2. A verossimilhan\u00e7a da alega\u00e7\u00e3o ser\u00e1 amplamente demonstrada ao longo desta Inicial.\n3. O fundado receio de dano de dif\u00edcil repara\u00e7\u00e3o adv\u00e9m do fato de que a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u00e9 uma obriga\u00e7\u00e3o de trato sucessivo.\n4. O art. 12 da Lei n.\u00ba 8.177/91, com Reda\u00e7\u00e3o da Lei n.\u00ba 12.073/12, determina que a remunera\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos seja feita em cada per\u00edodo de rendimento.\n5. O dano contra o trabalhador se configura em cada per\u00edodo de rendimento sem a aplica\u00e7\u00e3o da devida corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos dep\u00f3sitos do FGTS.\n6. O dano que a aus\u00eancia de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria traz \u00e9, indubitavelmente, individual homog\u00eaneo. O nexo entre o sujeito ativo e o respons\u00e1vel pelo dano se d\u00e1 em uma situa\u00e7\u00e3o jur\u00eddica com origem comum para todos os titulares do direito violado.\n7. Apesar da origem comum, n\u00e3o se exige que cada um dos indiv\u00edduos atingidos pela viola\u00e7\u00e3o do direito pade\u00e7a do mesmo mal. O dano \u00e9 divis\u00edvel.\n2\n\n\f8. Mas mesmo sendo divis\u00edvel \u00e9 de dif\u00edcil percep\u00e7\u00e3o que, no geral, a aus\u00eancia de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria implica em menos dinheiro \u00e0 disposi\u00e7\u00e3o do trabalhador para a consecu\u00e7\u00e3o dos seus neg\u00f3cios jur\u00eddicos naquelas hip\u00f3teses em que a lei permite.\n9. Cada casa que o trabalhador deixa de comprar, cada presta\u00e7\u00e3o de im\u00f3vel que ele deixa de abater, cada tratamento de neoplasia maligna que ele deixa de fazer, cada rem\u00e9dio para o tratamento do HIV que ele deixa de comprar porque seu FGTS perdeu o poder aquisitivo, \u00e9 um dano de dif\u00edcil repara\u00e7\u00e3o que se renova.\n10. Acres\u00e7a-se a este dano, a situa\u00e7\u00e3o de ref\u00e9m que o trabalhador com dep\u00f3sito do FGTS se encontra quando quer financiar seu im\u00f3vel pelo SFH com a Caixa Econ\u00f4mica Federal. Hoje, e enquanto durar a TR zero, ele ter\u00e1 que financiar mais do que seria necess\u00e1rio, pois o que lhe pertence de direito \u2013 corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u2013 n\u00e3o est\u00e1 incidindo sobre ser dep\u00f3sito.\n11. E este dano continuar\u00e1 se repetindo por um longo per\u00edodo. Ressai do Estudo Econ\u00f4mico que ao tempo em que esta a\u00e7\u00e3o perdurar, a TR continuar\u00e1 reduzida a patamares m\u00ednimos, impondo aos trabalhadores mais perda de seu poder aquisitivo, mais dilapida\u00e7\u00e3o do seu patrim\u00f4nio, mais restri\u00e7\u00f5es \u00e0 sua capacidade de fazer neg\u00f3cio jur\u00eddico.\n12. N\u00e3o h\u00e1 d\u00favida de que h\u00e1 um risco de dif\u00edcil repara\u00e7\u00e3o na medida em que n\u00e3o \u00e9 poss\u00edvel quantific\u00e1-lo, mas n\u00e3o h\u00e1 como neg\u00e1-lo, tanto se levarmos em conta o trabalhador individualmente considerado como a coletividade de trabalhadores.\n13. Assim, imperioso \u00e9 que desde j\u00e1 a TR seja substitu\u00edda pelo INPC, \u00edndice que corrige o sal\u00e1rio m\u00ednimo ou pelo IPCA, \u00edndice oficial de medida de infla\u00e7\u00e3o. \u00cdndices que minimamente rep\u00f5em as perdas monet\u00e1rias haja vista que hoje n\u00e3o h\u00e1 nenhum tipo de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos dep\u00f3sitos do Fundo.\n14. Por outro lado, n\u00e3o h\u00e1 dano de irreversibilidade do provimento antecipado porque \u00e9 de natureza do FGTS ser um fundo de aplica\u00e7\u00e3o de longo prazo. Eventual decis\u00e3o que n\u00e3o reconhe\u00e7a o direito ora pleiteado, permitir\u00e1 que a Caixa Econ\u00f4mica Federal utilize de mecanismos legais para promover a devida compensa\u00e7\u00e3o ao longo do tempo.\n15. Assim, requer a concess\u00e3o da tutela para substituir imediatamente a TR, como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria nos dep\u00f3sitos do FGTS da parte Autora, pelo INPC, IPCA ou \u00edndice que, no entender deste Ju\u00edzo, melhor reflita as perdas inflacionarias daqui por diante, at\u00e9 o tr\u00e2nsito em julgado do presente feito, sob pena de perpetua\u00e7\u00e3o do injusto.\nIII-DALEGITIMIDADEPASSIVADACAIXAECON\u00d4MICAFEDERAL\n1.Desde 13/10/1989, a Caixa Econ\u00f4mica Federal \u00e9 a gestora das contas de FGTS, conforme disposi\u00e7\u00f5es expressas no art. 3.\u00ba da Lei n.\u00ba 7.839. Atualmente, tal previs\u00e3o consta da Lei n.\u00ba 8.036/90, arts. 3.\u00ba e 4.\u00ba.\n2. Tendo em vista o objeto da demanda (corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos dep\u00f3sitos do FGTS), \u00e9 irrefut\u00e1vel a legitimidade passiva e exclusiva da Caixa Econ\u00f4mica Federal. Mat\u00e9ria esta que j\u00e1 foi analisada pelo Superior Tribunal de Justi\u00e7a, culminando inclusive com a edi\u00e7\u00e3o da seguinte s\u00famula:\nS\u00famula 249 do STJ\uf0e0\u201cA Caixa Econ\u00f4mica Federal tem legitimidade passiva para integrar processo em que se discute corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria do FGTS.\u201d\n3\n\n\f3. Portanto, seguindo o entendimento pacificado pela jurisprud\u00eancia p\u00e1tria, a presente a\u00e7\u00e3o deve e ser\u00e1 dirigida exclusivamente em faceda Caixa Econ\u00f4mica Federal.\nIV -DO PRAZOPRESCRICIONAL\n1. A pac\u00edfica posi\u00e7\u00e3o jurisprudencial, no que concerne ao lapso prescricional para as demandas relacionadas \u00e0 corre\u00e7\u00e3o do FGTS, merece ser destacada, at\u00e9 mesmo como forma de evitar discuss\u00f5es desnecess\u00e1rias.\n2. Neste sentido, a seguinte s\u00famula do STJ \u00e9 digna de ser transcrita:\nS\u00famula 210 do STJ\uf0e0 \u201cA a\u00e7\u00e3o de cobran\u00e7a das contribui\u00e7\u00f5es para o FGTS prescreve em 30 (trinta) anos.\u201d\n3. Destarte, como se ver\u00e1 no transcorrer desta Exordial, o presente pleito encontra-se perfeitamente dentro do interregno mencionado.\nV - DOS FATOS\n1. Em apertadas palavras, a parte Autora,como titular de conta vinculada ao FGTS - FUNDO DE GARANTIA POR TEMPO DE SERVI\u00c7O(como comprova a documenta\u00e7\u00e3o acostada), insurge-se, atrav\u00e9s da presente a\u00e7\u00e3o, contra a forma com que a Caixa Econ\u00f4mica Federal faz (ou deixa de fazer) corre\u00e7\u00e3o do saldo de referida conta.\n2. Como \u00e9 cedi\u00e7o, o FGTS foi criado pela Lei n.\u00ba 5.107/66, com o escopo de proteger o trabalhador, sendo atualmente regido pela Lei n.\u00ba 8.036/90.\n3. Desde a d\u00e9cada de 80, o Fundo passou a ser gerido e administrado pela Caixa Econ\u00f4mica Federal, com base nas normas e diretrizes do Conselho Curador.\n4. Constitu\u00eddo por valores depositados mensalmente pelos empregadores em nome do empregado, o FGTS possibilita a forma\u00e7\u00e3o de um patrim\u00f4nio deste \u00faltimo, ainda que muitas vezes singelo.\n5. Al\u00e9m disso, os recursos do FGTS, por expressa previs\u00e3o legislativa (artigo 9.\u00ba, \u00a7\u00a7 2.\u00ba e 3.\u00ba, da Lei n.\u00ba 8.036/90), s\u00e3o destinados tamb\u00e9m ao financiamento de programas de habita\u00e7\u00e3o popular, saneamento b\u00e1sico e infra estrutura urbana, revestindo,as a\u00e7\u00f5es judiciais da mesma natureza desta,de verdadeira fun\u00e7\u00e3o social.\n6. Na referida Lei que disciplina o tema, mais especificadamente nos artigos 2.\u00ba e 13, v\u00ea-se a obrigatoriedade de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e de remunera\u00e7\u00e3o por meio de juros das quantias depositadas nas contas vinculadas ao FGTS, \u201cin verbis\u201d:\nArt. 2.\u00ba \uf0e0\u201cO FGTS \u00e9 constitu\u00eddo pelos saldos das contas vinculadas a que se refere esta lei e outros recursos a ela incorporados, devendo ser aplicados com atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e juros, de modo a assegurar a cobertura de suas obriga\u00e7\u00f5es\u201d.\n4\n\n\fArt.13\uf0e0 \u201cOsdep\u00f3sitosefetuadosnascontasvinculadas ser\u00e3ocorrigidos monetariamente com base nos par\u00e2metros fixados para a atualiza\u00e7\u00e3o dos saldos dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a e capitaliza\u00e7\u00e3o de juros de (tr\u00eas) por cento ao ano\u201d.\n7. Ressalte-se que o par\u00e2metro fixado para a atualiza\u00e7\u00e3o dos saldos dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a, e consequentemente dos dep\u00f3sitos do FGTS, \u00e9 a TR - TAXA REFERENCIAL, conforme prescrevem os artigos 12 e 17 da Lei n.\u00ba 8.177/91, com reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n.\u00ba 12.703/2012, cuja dic\u00e7\u00e3o \u00e9 a seguinte:\nArt. 12 \uf0e0 \u201cEm cada per\u00edodo de rendimento, os dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a ser\u00e3o remunerados: I - como remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica, por taxa correspondente \u00e0 acumula\u00e7\u00e3o das TRD, no per\u00edodo transcorrido entre o dia do \u00faltimo cr\u00e9dito de rendimento, inclusive, e o dia do cr\u00e9dito de rendimento, exclusive; II - como remunera\u00e7\u00e3o adicional, por juros de: a) 0,5% (cinco d\u00e9cimos por cento) ao m\u00eas, enquanto a meta da taxa Selic ao ano, definida pelo Banco Central do Brasil, for superior a 8,5% (oito inteiros e cinco d\u00e9cimos por cento); ou b) 70% (setenta por cento) da meta da taxa Selic ao ano, definida pelo Banco Central do Brasil, mensalizada, vigente na data de in\u00edcio do per\u00edodo de rendimento, nos demais casos. \u00a7 1.\u00ba A remunera\u00e7\u00e3o ser\u00e1 calculada sobre o menor saldo apresentado em cada per\u00edodo de rendimento. \u00a7 2.\u00ba Para os efeitos do disposto neste artigo, considera-se per\u00edodo de rendimento: I - para os dep\u00f3sitos de pessoas f\u00edsicas e entidades sem fins lucrativos, o m\u00eas corrido, a partir da data de anivers\u00e1rio da conta de dep\u00f3sito de poupan\u00e7a; II - para os demais dep\u00f3sitos, o trimestre corrido a partir da data de anivers\u00e1rio da conta de dep\u00f3sito de poupan\u00e7a. \u00a7 3.\u00ba A data de anivers\u00e1rio da conta de dep\u00f3sito de poupan\u00e7a ser\u00e1 o dia do m\u00eas de sua abertura, considerando-se a data de anivers\u00e1rio das contas abertas nos dias 29, 30 e 31 como o dia 1.\u00ba do m\u00eas seguinte. \u00a7 4\u00ba O cr\u00e9dito dos rendimentos ser\u00e1 efetuado: I - mensalmente, na data de anivers\u00e1rio da conta, para os dep\u00f3sitos de pessoa f\u00edsica e de entidades sem fins lucrativos; e II - trimestralmente, na data de anivers\u00e1rio no \u00faltimo m\u00eas do trimestre, para os demais dep\u00f3sitos.\u201d\nArt. 17 \uf0e0\u201cA partir de fevereiro de 1991, os saldos das contas do Fundo de Garantia por Tempo de Servi\u00e7o (FGTS) passam a ser remunerados pela taxa aplic\u00e1vel \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a com data de anivers\u00e1rio no dia 1.\u00ba, observada a periodicidade mensal para remunera\u00e7\u00e3o.\n5\n\n\fPar\u00e1grafo \u00fanico. As taxas de juros previstas na legisla\u00e7\u00e3o em vigor do FGTS s\u00e3o mantidas e consideradas como adicionais \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o prevista neste artigo.\n8. Sobressai da Lei 8.177/91 a seguinte f\u00f3rmula de c\u00e1lculo da TR:\nArt. 1.\u00ba \uf0e0\u201cO Banco Central do Brasil divulgar\u00e1 Taxa Referencial (TR), calculada a partir da remunera\u00e7\u00e3o mensal m\u00e9dia l\u00edquida de impostos, dos dep\u00f3sitos a prazo fixos captados nos bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos m\u00faltiplos com carteira comercial ou de investimentos, caixas econ\u00f4micas, ou dos t\u00edtulos p\u00fablicos federais,estaduais e municipais, de acordo com metodologia a ser aprovada pelo Conselho Monet\u00e1rio Nacional, no prazo de sessenta dias, e enviada ao conhecimento do Senado Federal. \u00a7 2.\u00ba As institui\u00e7\u00f5es que venham a ser utilizadas como bancos de refer\u00eancia, dentre elas, necessariamente, as dez maiores do Pa\u00eds, classificadas pelo volume de dep\u00f3sitos a prazo fixo, est\u00e3o obrigadas a fornecer as informa\u00e7\u00f5es de que trata este artigo, segundo normas estabelecidas pelo Conselho Monet\u00e1rio Nacional, sujeitando-se a institui\u00e7\u00e3o e seus administradores, no caso de infra\u00e7\u00e3o \u00e0s referidas normas, \u00e0s penas estabelecidas no art. 44 da Lei n.\u00ba 4.595, de 31 de dezembro de 1964. \u00a7 3.\u00ba Enquanto n\u00e3o aprovada a metodologia de c\u00e1lculo de que trata este artigo, o Banco Central do Brasil fixar\u00e1 a TR\u201d\n9. A metodologia do c\u00e1lculo definida pelo Banco Central - Conselho Monet\u00e1rio Nacional (CMN), atualmente est\u00e1 vigente sob a forma da Resolu\u00e7\u00e3o n.\u00ba 3.354/2006.\n10. Ocorre que a TR j\u00e1 n\u00e3o reflete mais a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria h\u00e1 muito tempo, tendo se distanciado completamente dos \u00edndices oficiais de infla\u00e7\u00e3o. Nos meses de setembro, outubro e novembro de 2009; janeiro e fevereiro de 2010; fevereiro e junho de 2012; e setembro de 2012 em diante, a TR tem sido completamente anulada, como se n\u00e3o existisse qualquer infla\u00e7\u00e3o no per\u00edodo pass\u00edvel de corre\u00e7\u00e3o.\n11. Assim, apesar da exist\u00eancia de dispositivos legais indicando a aplica\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o dos saldos do FGTS, faz-se necess\u00e1ria a an\u00e1lise e o questionamento sobre o objetivo do legislador e a atual inefic\u00e1cia do \u00edndice adotado, que, em total preju\u00edzo ao trabalhador, mostra-se incapaz de realizar a devida corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, vez que se encontra em patamar inferior \u00e0queles utilizados para indica\u00e7\u00e3o do percentual de infla\u00e7\u00e3o, como \u00e9 o caso do IPCA ou do INPC.\n12. Neste vi\u00e9s, o Supremo Tribunal Federal j\u00e1 se manifestou no sentido de n\u00e3o reconhecer a TR como \u00edndice capaz de corrigir a varia\u00e7\u00e3o inflacion\u00e1ria da moeda, n\u00e3o servindo, portanto, como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, sendo imprescind\u00edvel - e por quest\u00e3o de justi\u00e7a- que outro \u00edndice (INPC ou IPCA) seja aplicado.\n13. Aqui se encontra o cerne da quest\u00e3o, a for\u00e7a motriz da presente lide: a necessidade de garantir aos dep\u00f3sitos na(s) conta(s) vinculada(s) ao FGTS da parte Autora uma efetiva e real corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, em aten\u00e7\u00e3o aos princ\u00edpios que nortearam a sua cria\u00e7\u00e3o como patrim\u00f4nio do trabalhador.\n6\n\n\f14. Ressalte-se que \u201ca corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria n\u00e3o representa qualquer acr\u00e9scimo, mas simples recomposi\u00e7\u00e3o do valor da moeda corro\u00eddo pelo processo inflacion\u00e1rio\u201d (STJ, REsp n.\u00ba 1.191.868, 2.\u00aa Turma, Rel. Min. Eliana Calmon, j. 15/06/2010).\n15. A Taxa Referencial (TR) foi \u00edndice capaz de refletir a infla\u00e7\u00e3o ocorrida na economia brasileira por significativo per\u00edodo de tempo, por\u00e9m, a realidade \u00e9 completamente diferente desde 1999, a partir de quando o \u00edndice deixou de espelhar a desvaloriza\u00e7\u00e3o da moeda, e, portanto, deixou de haver a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria prevista em lei.\n16. Por ser oportuno, e para demonstrar a inaplicabilidade da TR para fins de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, comparem-se os \u00edndices mensais da TR, do IPCA-E e do INPC, a partir de 01/01/1999 at\u00e9 31/12/2013, respectivamente:\n(Fonte: http://gustavoborceda.jusbrasil.com.br/artigos/112171446/parte-ii-a-nova-acao-revisional-do-fgtspara-recuperacao-das-perdas-e-alteracao-da-tr-como-indice-de-correcao-monetaria-1999-2013)\n17. Resta inquestion\u00e1vel a despropor\u00e7\u00e3o entre a TR e o IPCAoua TR e o INPC, raz\u00e3o pela qual devemos analisar a real fun\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria em cotejo com o princ\u00edpio constitucional do direito \u00e0 propriedade (art. 5.\u00ba, XXII, da Carta Magna).\n18. No julgamento da ADIn n.\u00ba 493-0, o Pret\u00f3rio Excelso, no voto do i.relator Moreira Alves, em raz\u00e3o da causa petendi, foi determinado que haveria impossibilidade de aplica\u00e7\u00e3o da TR aos contratos do Sistema Financeiro de Habita\u00e7\u00e3o somente para o per\u00edodo anterior \u00e0 vig\u00eancia da Lei n.\u00ba 8.177/91. Embora em tal julgado o STF n\u00e3o tenha declarado que haveria impossibilidade de utiliza\u00e7\u00e3o de tal \u00edndice aos contratos firmados ap\u00f3s essa data, nele ficou reconhecido, de maneira cristalina que aquele Tribunal n\u00e3o reconhecia a TR como \u00edndice h\u00e1bil a promover a atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria.Eis o trecho mais relevante, para a presente a\u00e7\u00e3o, da ementa de tal julgado:\n\u201cA\u00e7\u00e3o direta de inconstitucionalidade.(...)\n7\n\n\fOcorr\u00eancia no caso, de viola\u00e7\u00e3o de direito adquirido. A TAXA REFERENCIAL (TR) N\u00c3O \u00c9 \u00cdNDICE DE CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA, pois, refletindo as varia\u00e7\u00f5es do custo prim\u00e1rio da capta\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos a prazo fixo, N\u00c3O CONSTITUI \u00cdNDICE QUE REFLITA A VARIA\u00c7\u00c3O DO PODER AQUISITIVO DA MOEDA. Por isso, n\u00e3o h\u00e1 necessidade de se examinar a quest\u00e3o de saber se as normas que alteram \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria se aplicam imediatamente, alcan\u00e7ando, pois, as presta\u00e7\u00f5es futuras de contratos celebrados no passado, sem violarem o disposto no artigo 5.\u00ba, XXXVI, daCarta Magna. - Tamb\u00e9m ofendem o ato jur\u00eddico perfeito os dispositivos impugnados que alteram o crit\u00e9rio de reajuste das presta\u00e7\u00f5es nos contratos j\u00e1 celebrados pelo sistema do Plano de Equival\u00eancia Salarial por Categoria Profissional (PES/CP). A\u00e7\u00e3o direta de inconstitucionalidade julgada procedente, para declarar a inconstitucionalidade dos artigos 18, 'caput' e par\u00e1grafos 1 e 4; 20; 21 e par\u00e1grafo \u00fanico; 23 e par\u00e1grafos; e 24 e par\u00e1grafos, todos da Lei n. 8.177, de 1 de maio de 1991.\u201d (ADI 493, Relator (a): Min. MOREIRA ALVES, Tribunal Pleno, julgado em 25/06/1992, DJ 04-09-1992 PP-14089 EMENT VOL-01674-02 PP-00260 RTJ VOL-00143-03 PP-00724)(Grifamos)\n19. No entanto, foi no julgamento das ADI\u2019sn.os 4425 e 4357, onde o STF analisou a inconstitucionalidade da Emenda Constitucional n.\u00ba 62/2009, que ficou inconteste o entendimento daquela Corte no sentido de que a TR n\u00e3o pode ser utilizada como \u00edndice de atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, eis que n\u00e3o \u00e9 capaz de espelhar o processo inflacion\u00e1rio brasileiro.Seguem trechos do voto do Ministro Luiz Fux, redator do ac\u00f3rd\u00e3o:\n\u201cQuanto \u00e0 disciplina da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos cr\u00e9ditos inscritos em precat\u00f3rios, a EC n.\u00ba 62/09 fixou como crit\u00e9rio o '\u00edndice oficial de remunera\u00e7\u00e3o da caderneta de poupan\u00e7a'. Ocorre que O REFERENCIAL ADOTADO N\u00c3O \u00c9 ID\u00d4NEO A MENSURAR A VARIA\u00c7\u00c3O DO PODER AQUISITIVO DA MOEDA. Isso porque a remunera\u00e7\u00e3o da caderneta de poupan\u00e7a, regida pelo art. 12 da Lei n.\u00ba 8.177/91, com atual reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n.\u00ba 12.703/2012, \u00e9 fixada ex ante, a partir de crit\u00e9rios t\u00e9cnicos em nada relacionados com a infla\u00e7\u00e3o empiricamente considerada. J\u00e1 se sabe, na data de hoje, quanto ir\u00e1 render a caderneta de poupan\u00e7a. E \u00e9 natural que seja assim, afinal a poupan\u00e7a \u00e9 uma alternativa de investimento de baixo risco, no qual o investidor consegue prever com seguran\u00e7a a margem de retorno do seu capital. A infla\u00e7\u00e3o, por outro lado, \u00e9 fen\u00f4meno econ\u00f4mico insuscet\u00edvel de capta\u00e7\u00e3o aprior\u00edstica. O m\u00e1ximo que se consegue \u00e9 estim\u00e1-la para certo per\u00edodo, mas jamais fix\u00e1-la de antem\u00e3o. Da\u00ed por que os \u00edndices criados especialmente para captar o fen\u00f4meno inflacion\u00e1rio s\u00e3o sempre definidos em momentos posteriores ao per\u00edodo analisado, como ocorre com o \u00cdndice de Pre\u00e7os ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estat\u00edstica (IBGE), e o \u00cdndice de Pre\u00e7os ao Consumidor (IPC), divulgado pela Funda\u00e7\u00e3o Get\u00falio Vargas (FGV). A raz\u00e3o disso \u00e9 clara: a infla\u00e7\u00e3o \u00e9 sempre constatada em apura\u00e7\u00e3o ex post, de sorte que TODO \u00cdNDICE DEFINIDO EX ANTE \u00c9 INCAPAZ DE REFLETIR A EFETIVA\n8\n\n\fVARIA\u00c7\u00c3O DE PRE\u00c7OS QUE CARACTERIZA A INFLA\u00c7\u00c3O. \u00c9 o que\n\nocorre na hip\u00f3tese dos autos. A prevalecer o crit\u00e9rio adotado pela EC\n\nn\u00ba 62/09, os cr\u00e9ditos inscritos em precat\u00f3rios seriam atualizados por\n\n\u00edndices pr\u00e9-fixados e independentes da real flutua\u00e7\u00e3o de pre\u00e7os apurada no\n\nper\u00edodo de refer\u00eancia. Assim, O \u00cdNDICE OFICIAL DE REMUNERA\u00c7\u00c3O DA\n\nCADERNETA DE POUPAN\u00c7A N\u00c3O \u00c9 CRIT\u00c9RIO ADEQUADO PARA\n\nREFLETIR O FEN\u00d4MENO INFLACION\u00c1RIO.\n\n(...)\n\nEm suma: h\u00e1 manifesta discrep\u00e2ncia entre o \u00edndice oficial de\n\nremunera\u00e7\u00e3o da caderneta de poupan\u00e7a e o fen\u00f4meno inflacion\u00e1rio, de\n\nmodo que o primeiro n\u00e3o se presta a capturar o segundo. O MEIO\n\nESCOLHIDO PELO LEGISLADOR CONSTITUINTE (REMUNERA\u00c7\u00c3O DA\n\nCADERNETA DE POUPAN\u00c7A) \u00c9, PORTANTO, INID\u00d4NEO A PROMOVER\n\nO FIM A QUE SE DESTINA (TRADUZIR A INFLA\u00c7\u00c3O DO PER\u00cdODO).\n\n(...)\n\nAssentada a premissa quanto \u00e0 inadequa\u00e7\u00e3o do aludido \u00edndice, mister\n\nenfrentar a natureza do direito \u00e0 corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. Na linha j\u00e1 exposta\n\npelo i. Min. Relator, 'A FINALIDADE DA CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA,\n\nENQUANTO INSTITUTO DE DIREITO CONSTITUCIONAL, N\u00c3O \u00c9\n\nDEIXAR MAIS RICO O BENEFICI\u00c1RIO, NEM MAIS POBRE O SUJEITO\n\nPASSIVO DE UMA DADA OBRIGA\u00c7\u00c3O DE PAGAMENTO. \u00c9 DEIX\u00c1-LOS\n\nTAL COMO QUALITATIVAMENTE SE ENCONTRAVAM, NO MOMENTO\n\nEM QUE SE FORMOU A RELA\u00c7\u00c3O OBRIGACIONAL'. Da\u00ed que a corre\u00e7\u00e3o\n\nmonet\u00e1ria de valores no tempo \u00e9 circunst\u00e2ncia que decorre diretamente do\n\nn\u00facleo essencial do direito de propriedade (CF, art. 5\u00ba, XXII). CORRIGEM-\n\nSE VALORES NOMINAIS PARA QUE PERMANE\u00c7AM COM O MESMO\n\nVALOR ECON\u00d4MICO AO LONGO DO TEMPO, DIANTE DA INFLA\u00c7\u00c3O.A\n\nideia \u00e9 simplesmente preservar o direito original em sua genu\u00edna extens\u00e3o.\n\nNesse sentido, O DIREITO \u00c0 CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA \u00c9 REFLEXO\n\nIMEDIATO DA PROTE\u00c7\u00c3O DA PROPRIEDADE. Deixar de atualizar\n\nvalores pecuni\u00e1rios ou atualiz\u00e1-los segundo crit\u00e9rios evidentemente\n\nincapazes de capturar o fen\u00f4meno inflacion\u00e1rio representa aniquilar o\n\ndireito propriedade em seu n\u00facleo essencial.\n\nTal constata\u00e7\u00e3o implica a pron\u00fancia de inconstitucionalidade parcial da\n\nEC n\u00ba 62/09 de modo a afastar a express\u00e3o '\u00edndice oficial de remunera\u00e7\u00e3o\n\nda caderneta de poupan\u00e7a' introduzida no \u00a7 12 do art. 100 da Lei Maior\n\ncomo crit\u00e9rio de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos cr\u00e9ditos inscritos em precat\u00f3rio,\n\npor viola\u00e7\u00e3o ao direito fundamental de propriedade (art. 5.\u00ba, XII, CF/88),\n\nineg\u00e1vel limite material ao poder de reforma daConstitui\u00e7\u00e3o (art. 60, \u00a7\n\n4\u00ba, IV, CF/88).\u201d\n\n(Grifamos)\n\n20. Ora, com a TR ostentando seus \u00edndices praticamente zerados desde o ano de 2009, os saldos das contas do FGTS acabaram sendo remunerados t\u00e3o somente pelos juros anuais de 3% (tr\u00eas por cento) previstos na Lei n.\u00ba 8.036/90. Ou seja, os juros que deveriam, supostamente, remunerar o capital, n\u00e3o s\u00e3o sequer suficientes para repor o poder de compra perdido pela infla\u00e7\u00e3o acumulada, n\u00e3o havendo, portanto, corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria nenhuma.\n\n9\n\n\f21. Tem-se, em resumo, que a lei espec\u00edfica do FGTS (Lei n.\u00ba 8.036/90) determina que ao saldo de suas contas deve ser obrigatoriamente aplicado \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. N\u00e3o sendo a Taxa Referencial (TR)- \u00edndice disposto pela Lei n.\u00ba 8.177/91- h\u00e1bil a atualizar monetariamente tais saldos, e estando tal \u00edndice em lei n\u00e3o espec\u00edfica do FGTS, entende-se como inconstitucional a utiliza\u00e7\u00e3o da TR para tal fim, subsistindo a necessidade de aplicar-se \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria que reflita a infla\u00e7\u00e3o do per\u00edodo, tal como prev\u00ea a Lei n\u00ba 8.036/90.\n22. Urge a declara\u00e7\u00e3o, por vias judiciais, de qual \u00edndice deve ser aplicado para a corre\u00e7\u00e3o das contas do FGTS:o IPCA ou o INPC, \u00edndices que atualmente t\u00eam refletido a varia\u00e7\u00e3o inflacion\u00e1ria brasileira.\n23. A t\u00edtulo de ilustra\u00e7\u00e3o,em sess\u00e3o ordin\u00e1ria do Conselho da Justi\u00e7a Federal - CNJ, ocorrida em 25/11/2011, foi aprovado o novo \u201cManual de C\u00e1lculos da Justi\u00e7a Federal\u201d, segundo o qual passa a incidir o IPCA-e como indexador de Corre\u00e7\u00e3o Monet\u00e1ria para as senten\u00e7as condenat\u00f3rias em geral (www.cjf.jus.br).\n24. Destarte, a parteAutorabusca a preserva\u00e7\u00e3o de seu patrim\u00f4nio (direito l\u00edquido e certo), que vem sendo dilapidado pela aus\u00eancia de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria eficaz, em raz\u00e3o da prejudicial perman\u00eancia da utiliza\u00e7\u00e3o do \u00edndice TR (Taxa Referencial), que n\u00e3o reflete a varia\u00e7\u00e3o inflacion\u00e1ria da moeda desde o ano de 1999.\n25. Neste sentido, REQUER seja declarado o \u00edndice a ser considerado para a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria de sua conta do FGTS, se o IPCA ou INPC, para fins de dar cumprimento \u00e0 atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos saldos das contas do FGTS prevista no art. 2.\u00ba da Lei 8.036/90, obrigando-se a parte Requerida a efetivar a substitui\u00e7\u00e3o da TR pelo \u00cdndice Nacional de Pre\u00e7os ao Consumidor - INPC ou pelo \u00cdndice de Pre\u00e7os ao Consumidor Amplo - IPCA, com o pagamento das diferen\u00e7as decorrentes da altera\u00e7\u00e3o. Al\u00e9m disso, tais valores dever\u00e3o ser acrescidos de juros de mora de 1% a.m. (um por cento ao m\u00eas), a contar da cita\u00e7\u00e3o, at\u00e9 o efetivo pagamento.\nVI -DOS FUNDAMENTOS JUR\u00cdDICOS E DO DIREITO\nA)A CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA EA INCONSTITUCIONALIDADE DA TAXA REFERENCIAL\n1. A corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria existe, assim como o FGTS, desde os anos 60.\n2. Um sem fim de \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria foram criados, at\u00e9 a edi\u00e7\u00e3o da Medida Provis\u00f3ria 294/1991, convertida na Lei n.\u00ba 8.177/1991, oportunidade em que o governo do ent\u00e3o presidente Collor pretendeu substituir a s\u00e9rie de indexadores tradicionais (ORTN, OTN e BTN), que eram vinculados \u00e0 varia\u00e7\u00e3o dos n\u00edveis gerais de pre\u00e7os, pela taxa referencial, de natureza financeira.\n10\n\n\f3. Subsiste ainda hoje a perplexidade em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 natureza jur\u00eddica da TR, at\u00e9 por conta da pr\u00f3pria inconsist\u00eancia da lei que a criou, que ora a trata como taxa de juros (art.39), ora como indexador (art. 18).\n4. Cumpre diferenciar tais institutos:\n\nTAXAS DE JUROS\nVisam promover a remunera\u00e7\u00e3o de capital. S\u00e3o calculadas por quem disponibiliza o capital em benef\u00edcio de outra pessoa, f\u00edsica ou jur\u00eddica, para que a empregue com a finalidade de satisfazer determinada necessidade, na expectativa de lucro.\n\nINDEXADORES\nPodem ser entendidos como \u00edndices calculados a partir da varia\u00e7\u00e3o de pre\u00e7o de mercado em determinado per\u00edodo. O seu objetivo est\u00e1 na corre\u00e7\u00e3o dos efeitos inflacion\u00e1rios, quando se comparam valores monet\u00e1rios em diferentes \u00e9pocas.\n\n5. Vimos que, quando o Supremo Tribunal Federal enfrentou o tema da natureza do TR, no julgamento da ADI 493-0 DF, assentou:\n\n\u201cA taxa referencial (TR) N\u00c3O \u00c9 \u00cdNDICE DE CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA, pois, refletindo, as varia\u00e7\u00f5es do custo prim\u00e1rio da capta\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos a prazo fixo, n\u00e3o constitui \u00edndice que reflita a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda\u201d;(Grifamos)\n6. Ao final, restou sacramentadopela Corte Suprema o entendimento segundo o qual a TR possu\u00eda natureza de TAXA DE JUROS e declarou INCONSTITUCIONALo artigo 18 da lei n.\u00ba 8.177/1991, cujo texto original estabelecia que os saldos devedores e as presta\u00e7\u00f5es integrantes do SFH passariam a ser atualizadas pela taxa aplic\u00e1vel \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a.\n7. O STF voltou recentemente \u00e0 an\u00e1lise da TR como fator de corre\u00e7\u00e3o e, uma vez mais reafirmou que j\u00e1 houvera sedimentado quando da ADI 493-0/DF. No julgamento pelo plen\u00e1rio do STF das a\u00e7\u00f5es diretas de inconstitucionalidade n.os 4357, 4372, 4400, 4425, que tinham por objeto a emenda constitucional n.\u00ba 62/2009(sobre o regime especial de pagamento de precat\u00f3rios).Eis o voto do relator Min. Ayres Britto:\n\u201c(...) nota-se que a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria se caracteriza, operacionalmente, pela citada aptid\u00e3o para manter um equil\u00edbrio econ\u00f4mico-financeiro entre sujeitos jur\u00eddicos. E falar de equil\u00edbrio econ\u00f4mico-financeiro entre partes jur\u00eddicas \u00e9, simplesmente, manter as respectivas pretens\u00f5es ou os respectivos interesses no estado em que primitivamente se encontravam. Pois n\u00e3o se trata de favorecer ou beneficiar ningu\u00e9m(...) manuten\u00e7\u00e3o do valor real da moeda(...) que s\u00f3 se mant\u00e9m pela aplica\u00e7\u00e3o de \u00edndice que reflita a desvaloriza\u00e7\u00e3o dessa moeda em determinado per\u00edodo. Ora, se a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos valores inscritos em precat\u00f3rio deixa de corresponder \u00e0 perda do poder aquisitivo da moeda, o direito reconhecido por senten\u00e7a judicial transitada em julgado ser\u00e1 satisfeito de forma\n11\n\n\fexcessiva ou, de rev\u00e9s, deficit\u00e1ria. Em ambas as hip\u00f3teses, com enriquecimento il\u00edcito de uma das partes da rela\u00e7\u00e3o jur\u00eddica. E n\u00e3o \u00e9 dif\u00edcil constatar que a parte prejudicada, no caso, ser\u00e1, quase que invariavelmente, o credor da Fazenda P\u00fablica. Basta ver que, NOS \u00daLTIMOS QUINZE ANOS (1996 A 2010), ENQUANTO A TR (TAXA DE REMUNERA\u00c7\u00c3O DA POUPAN\u00c7A) FOI DE 55,77%, A INFLA\u00c7\u00c3O FOI DE 97,85%,de acordo com o IPCA.\u201d(Grifamos)\n8. Hoje no pa\u00eds existem dois tipos de \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. \u00cdndices que refletem a infla\u00e7\u00e3o, e, portanto, recuperam o poder de compra do valor aplicado, como o IPCA e o INPC.\n9. Ainda que nunca tenham se equiparado \u00e0 infla\u00e7\u00e3o, os \u00edndices da TR, INPC e IPCA sempre andaram pr\u00f3ximos. Em outras palavras, imperava a razoabilidade nos \u00edndices da TR para que pudessem atingir a finalidade de corre\u00e7\u00e3o do valor do capital.\n10. O panorama come\u00e7a a mudar a partir de 1999, quando a TR se distancia expressivamente do INPC e do IPCA, ao ponto de hoje a infla\u00e7\u00e3o superar 6% (seis por cento) ao ano e a TR ser igual a ZERO.\n11. Definitivamente, a TR n\u00e3o se presta para o fim de manter o poder aquisitivo dos dep\u00f3sitos do FGTS, que s\u00e3o patrim\u00f4nio do trabalhador.\n12. Ao contr\u00e1rio de outros investimentos, o FGTS n\u00e3o \u00e9 um fundo de livre disposi\u00e7\u00e3o por parte do trabalhador, que n\u00e3o pode decidir por si mesmo quais as aplica\u00e7\u00f5es que lhe s\u00e3o mais convenientes ou rent\u00e1veis. O trabalhador tem que se submeter a pol\u00edticas econ\u00f4micas e sociais que lhe s\u00e3o altamente prejudiciais.\n13. A pr\u00f3pria lei do FGTS diz em seu artigo 2.\u00ba que \u00e9 garantida a aplica\u00e7\u00e3o de atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e juros aos saldos das contas vinculadas. Quando a TR \u00e9 m\u00ednima ou igual a ZERO, e totalmente desproporcional em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 infla\u00e7\u00e3o, este dispositivo \u00e9 descumprido. Neste caso, o patrim\u00f4nio do trabalhador \u00e9 diminu\u00eddo, subtra\u00eddo por quem tem o dever legal de administr\u00e1-lo.\n14. No cen\u00e1rio atual (TR zero e infla\u00e7\u00e3o p\u00fablica e not\u00f3ria), estamos diante de uma situa\u00e7\u00e3o de confisco. O Governo Federal, por meio da Caixa Econ\u00f4mica Federal, est\u00e1 confiscando os rendimentos dos trabalhadores para subsidiar pol\u00edticas p\u00fablicas sem a menor possibilidade de inger\u00eancia desses trabalhadores.\n15. Ora, se nosso Estado Democr\u00e1tico de Direito veda que se utilize o tributo com efeito de confisco, o trabalhador n\u00e3o pode ser punido com o confisco do que a pr\u00f3pria Caixa define em sua web site como \u201cum patrim\u00f4nio seu\u201d, do trabalhador.\n12\n\n\fB)A MANIPULA\u00c7\u00c3O DA TR PELOBACEN/CMN\n\n1.\n\nTanto o artigo 1.\u00ba da Lei n.\u00ba 8.177/91, quanto o artigo 5.\u00ba\n\nda Lei n.\u00ba 10.192/2001 (que convolou a MP n.\u00ba 1.053/95),\n\natribu\u00edram ao Banco Central a regulamenta\u00e7\u00e3o da\n\nmetodologia de c\u00e1lculo da TR, conforme cr\u00e9dito\n\nestabelecido na lei e a expedi\u00e7\u00f5es das instru\u00e7\u00f5es\n\nnecess\u00e1rias ao cumprimento do artigo que criou a TBF\n\n(Taxa B\u00e1sica Financeira), \u201cin verbis\u201d:\n\n2.\n\nArt. 1.\u00b0 da Lei n.\u00ba 8.177/91\uf0e0 \u201cO Banco Central do Brasil divulgar\u00e1 Taxa Referencial (TR), calculada a partir da remunera\u00e7\u00e3o mensal m\u00e9dia l\u00edquida de impostos, dos dep\u00f3sitos a prazo fixo captados nos bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos m\u00faltiplos com carteira comercial ou de investimentos, caixas econ\u00f4micas, ou dos t\u00edtulos p\u00fablicos federais, estaduais e municipais, de acordo com metodologia a ser aprovada pelo Conselho Monet\u00e1rio Nacional, no prazo de sessenta dias, e enviada ao conhecimento do Senado Federal.\u201d\n\nArt. 5.\u00bada Lei n.\u00ba 10.192/2001\uf0e0\u201cFica institu\u00edda Taxa B\u00e1sica Financeira TBF, para ser utilizada exclusivamente como base de remunera\u00e7\u00e3o de opera\u00e7\u00f5es realizadas no mercado financeiro, de prazo de dura\u00e7\u00e3o igual ou superior a sessenta dias. Par\u00e1grafo \u00fanico. O Conselho Monet\u00e1rio Nacional expedir\u00e1 as instru\u00e7\u00f5es necess\u00e1rias ao cumprimento do disposto neste artigo, podendo, inclusive, ampliar o prazo m\u00ednimo previsto no caput.\u201d\n\n2. Com o objetivo de regulamentar a TR, o Banco Central/Conselho Monet\u00e1rio Nacional vem ao longo dos anos criando e reinventando f\u00f3rmulas para encontr\u00e1-la. Todavia, \u00e9 com a institui\u00e7\u00e3o da Taxa B\u00e1sica Financeira, pela medida provis\u00f3ria n.\u00ba 1.053/95, que a f\u00f3rmula de c\u00e1lculo sofre uma expressiva reviravolta.\n\n3.\n\nA Resolu\u00e7\u00e3o n.\u00ba 3.354/2006, hoje vigente sobre o assunto,\n\ndiz:\n\nArt. 1.\u00ba \uf0e0 \u201cPara fins de c\u00e1lculo da Taxa B\u00e1sica Financeira (TBF) e da TAXA REFERENCIAL(TR), de que tratam os arts. 1.\u00ba da Lei n\u00ba 8.177/91, 1.\u00ba da Lei n.\u00ba 8.660/93, e 5.\u00ba da Lei n.\u00ba 10.192/2001, deve ser constitu\u00edda amostra das 20 maiores institui\u00e7\u00f5es financeiras do Pa\u00eds, assim consideradas em fun\u00e7\u00e3o do volume de capta\u00e7\u00e3o efetuado por meio de certificados e recibos de dep\u00f3sito banc\u00e1rio (CDB/RDB), com prazo de 30 a 35 dias corridos, inclusive, e remunerados a taxas prefixadas, entre bancos m\u00faltiplos, bancos comerciais, bancos de investimento e caixas econ\u00f4micas. (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Resolu\u00e7\u00e3o n.\u00ba 4.240/2013.) \u00a7 1.\u00ba Para efeito da constitui\u00e7\u00e3o da amostra referida neste artigo, devem ser considerados:\n\n13\n\n\fI - como uma \u00fanica institui\u00e7\u00e3o financeira, o conjunto de institui\u00e7\u00f5es de um mesmo conglomerado financeiro, nos termos do conceito estabelecido no Plano Cont\u00e1bil das Institui\u00e7\u00f5es do Sistema Financeiro Nacional (COSIF); II - os somat\u00f3rios dos valores de capta\u00e7\u00e3o de CDB/RDB ao longo de cada semestre civil. \u00a7 2.\u00ba O Banco Central do Brasil deve constituir a amostra de que trata este artigo at\u00e9 o d\u00e9cimo quinto dia \u00fatil dos meses de janeiro e julho, para vigorar a partir dos dias 1.\u00ba de fevereiro e 1.\u00ba de agosto de cada ano.\u201d(Grifamos)\nArt. 2.\u00ba\uf0e0\u201cA TBF e a TR s\u00e3o calculadas a partir da remunera\u00e7\u00e3o mensal m\u00e9dia dos CDB/RDB emitidos a taxas de mercado prefixadas, com prazo de 30 a 35 dias corridos, inclusive, com base em informa\u00e7\u00f5es prestadas pelas institui\u00e7\u00f5es integrantes da amostra de que trata o art. 1\u00ba, na forma a ser determinada pelo Banco Central do Brasil.\u201d\nArt. 4.\u00ba\uf0e0\u201cPara cada dia do m\u00eas - dia de refer\u00eancia -, o Banco Central do Brasil deve calcular a TBF, para o per\u00edodo de um m\u00eas, com in\u00edcio no pr\u00f3prio dia de refer\u00eancia e t\u00e9rmino no dia correspondente ao dia de refer\u00eancia no m\u00eas seguinte, considerada a hip\u00f3tese prevista no \u00a7 2\u00ba, inciso IV.\u201d\nArt. 5.\u00ba\uf0e0\u201cPara cada TBF obtida, segundo a metodologia descrita no art. 4\u00ba, DEVE SER CALCULADA A CORRESPONDENTE TR, pela aplica\u00e7\u00e3o de um redutor \"R\", de acordo com a seguinte f\u00f3rmula: TR = max {0,100 {[ (1 + TBF/100) / R ] - 1}} (em %). \u00a7 1.\u00ba O valor do redutor 'R' deve ser calculado para todos os dias, inclusive n\u00e3o-\u00fateis, de acordo com a seguinte f\u00f3rmula: R = (a + b . TBF/100), onde: TBF = TBF relativa ao dia de refer\u00eancia; a = 1,005; b = valor determinado de acordo com a tabela abaixo, em fun\u00e7\u00e3o da TBF obtida, segundo a metodologia descrita no art. 4.\u00ba, em termos percentuais ao ano: TBF (% a.a.) b TBF maior que 16 0,48 TBF menor ou igual a 16 e maior que 15 0,44 TBF menor ou igual a 15 e maior que 14 0,40 TBF menor ou igual a 14 e maior que 13 0,36 TBF menor ou igual a 13 e maior ou igual a 11 0,32\n\u00a7 2.\u00ba Fica o Banco Central do Brasil autorizado a determinar o valor do par\u00e2metro \"b\" no caso de a TBF obtida ser inferior a 11% a.a. (onze por cento ao ano).\u201d(Grifamos)\n\n4.\n\nO peculiar nesta determina\u00e7\u00e3o do BACEN/CMN, que de\n\nresto se repete desde 1997, \u00e9 que a TBF e a TR s\u00e3o\n\nexatamente iguais em sua g\u00eanese at\u00e9 o momento em que\n\nse determina a aplica\u00e7\u00e3o do redutor \u00e0 TBF para se chegar\n\na TR.\n\n14\n\n\f5.\n\nN\u00e3o h\u00e1, na lei da TR, previs\u00e3o de aplica\u00e7\u00e3o de redutor,\n\nassim como tamb\u00e9m n\u00e3o h\u00e1 na lei que criou a TBF.\n\nTodavia, causa esp\u00e9cie que adiante de um comando aberto\n\ncomo o do artigo 5.\u00ba da MP n.\u00ba 1.503/95 (Lein.\u00ba\n\n10192/2001), o BACEN/CMN, com amplos poderes para\n\nregulamentar o assunto, n\u00e3o tenha institu\u00eddo um redutor,\n\nmas o tenha feito ao regulamentar o artigo 1.\u00ba da Lei n\u00ba\n\n8.177/91, que n\u00e3o era flex\u00edvel.\n\n6. A compara\u00e7\u00e3o entre os percentuais da TR, INPC e IPCA, desde 1996, deixa evidente a perda do poder de compra dos dep\u00f3sitos nas contas vinculadas do FGTS, especialmente a partir de 1999:\n\n(Fonte: http://gustavoborceda.jusbrasil.com.br/artigos/112171446/parte-ii-a-nova-acao-revisional-do-fgtspara-recuperacao-das-perdas-e-alteracao-da-tr-como-indice-de-correcao-monetaria-1999-2013)\n7. O disparate \u00e9 n\u00edtido e gritante, mas nossos governantes lutam para manter esta situa\u00e7\u00e3o hedionda, cabendo ao Poder Judici\u00e1rio livrar os trabalhadores da tiraria daqueles que deveriam proteger seu povo.\n8. Como dito antes, o trabalhador aplica compulsoriamente seu dinheiro no FGTS e n\u00e3o pode retir\u00e1-lo para outro investimento. Recebe apenas uma remunera\u00e7\u00e3o de 0,247% a t\u00edtulo de juros e nada mais. N\u00e3o h\u00e1 corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, nem taxa referencial, em grande desrespeito ao artigo 2.\u00ba da Lei 8.036/90, que imp\u00f5e a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos valores depositados pelo empregador.\n9. Impende, por\u00e9m, revisitar o entendimento jurisprudencial sobre a TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, mormente a partir da institui\u00e7\u00e3o de um Redutor que tem por efeito zer\u00e1-la num ambiente de infla\u00e7\u00e3o.\n10. O quadro comparativo mostra que a TR n\u00e3o se presta como atualizador monet\u00e1rio do FGTS desde 1999. No momento em que o BACEN/CMNestabeleceu um\n15\n\n\fredutor para a TR, ela deixou de ser um \u00edndice confi\u00e1vel para atualizar monetariamente as contas do fundo porque se afasta dos \u00edndices de infla\u00e7\u00e3o, com sens\u00edvel redu\u00e7\u00e3o ano a ano.\n11. Corrigir monetariamente o capital \u00e9 mant\u00ea-lo com poder de compra, finalidade distante de ser alcan\u00e7ada pela TR. H\u00e1 n\u00edtida expropria\u00e7\u00e3o do patrim\u00f4nio do trabalhador no instante em que lhe \u00e9 negada uma h\u00edgida atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. Cabe, pois, ao judici\u00e1rio p\u00e1trio a nobre tarefa de fazer cessar este esbulho iniciado em 1999 e materializando nas constantes redu\u00e7\u00f5es da TR em rela\u00e7\u00e3o aos \u00edndices de infla\u00e7\u00e3o, culminando na sua completa nulidade desde setembro de 2012.\n12. O que torna a TR um \u00edndice inid\u00f4neo \u00e9 a intensa inger\u00eancia do BACEN/CMNna sua formula\u00e7\u00e3o. Quando a TBF (taxa b\u00e1sica financeira \u2013 SELIC for inferior a 11%), a vari\u00e1vel \u201cb\u201d ser\u00e1 determinada pelo BACEN/CMN, sem crit\u00e9rio t\u00e9cnico conhecido. A\u00ed est\u00e1 o cerne da quest\u00e3o, posto que \u00e9 esta discricionariedade estipulada desde a Resolu\u00e7\u00e3o n.\u00ba 2.809/2000 e reproduzida nas posteriores, que afetou o c\u00e1lculo do redutor da TR e, consequentemente, a conduziu de modo paulatino a ZERO.\n13. Noutra seara, pugnar pelo rec\u00e1lculo da TR tampouco se mostraria uma solu\u00e7\u00e3o, vez que uma nova f\u00f3rmula estaria igualmente sob a discricionariedade do BACEN. Basta avaliar a sucess\u00e3o de resolu\u00e7\u00f5es do \u00f3rg\u00e3o sobre o assunto, que sempre mantiveram em suas m\u00e3os o poder de interferir na aferi\u00e7\u00e3o da TR.\n14. N\u00e3o h\u00e1 d\u00favida de que a TR n\u00e3o tem o cond\u00e3o de suprir as perdas monet\u00e1rias dos dep\u00f3sitos do FGTS, como foi narrado at\u00e9 aqui. Outro caminho n\u00e3o existe,a n\u00e3o ser adotar um novo \u00edndice que de fato corrija e devolva o poder de compra desses dep\u00f3sitos, garantindo os direitos dos trabalhadores.\nC) OS \u00cdNDICES REAIS DE CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA\n1. A Lei do FGTS tem um fim social indiscut\u00edvel: proteger o trabalhador e constituir um patrim\u00f4nio que lhe sirva de arrimo em v\u00e1rias situa\u00e7\u00f5es da vida. Assim, reconhecer a necessidade de efetiva corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, com reposi\u00e7\u00e3o dos \u00edndices inflacion\u00e1rios de forma a garantir o poder de compra daquele dinheiro, implica em atender o social descrito na lei do fundo.\n2. Visto que a TR n\u00e3o rep\u00f5e as perdas monet\u00e1rias havidas, urge substitu\u00ed-las por um \u00edndice que o fa\u00e7a.\n3. Dever-se-ia, at\u00e9 por uma quest\u00e3o de equidade, adotar o mesmo \u00edndice utilizado para a corre\u00e7\u00e3o do sal\u00e1rio dos trabalhadores e benef\u00edcios previdenci\u00e1rios, previsto na Lei n.\u00ba 12.382/2011:\nArt. 2.\u00ba \uf0e0\u201cFicam estabelecidas as diretrizes para a pol\u00edtica de valoriza\u00e7\u00e3o do sal\u00e1rio m\u00ednimo a vigorar entre 2012 e 2015, inclusive, a serem aplicadas em 1.\u00ba de janeiro do respectivo ano. \u00a7 1.\u00ba Os reajustes para a preserva\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo do sal\u00e1rio m\u00ednimo corresponder\u00e3o \u00e0 varia\u00e7\u00e3o do \u00cdndice Nacional de Pre\u00e7os ao Consumidor - INPC, calculado e divulgado pela Funda\u00e7\u00e3o Instituto\n16\n\n\fBrasileiro de Geografia e Estat\u00edstica - IBGE, acumulada nos doze meses anteriores ao m\u00eas do reajuste. \u00a7 2.\u00ba Na hip\u00f3tese de n\u00e3o divulga\u00e7\u00e3o do INPC referente a um ou mais meses compreendidos no per\u00edodo do c\u00e1lculo at\u00e9 o \u00faltimo dia \u00fatil imediatamente anterior \u00e0 vig\u00eancia do reajuste, o Poder Executivo estimar\u00e1 os \u00edndices dos meses n\u00e3o dispon\u00edveis. \u00a7 3.\u00ba Verificada a hip\u00f3tese de que trata o \u00a7 2.\u00ba, os \u00edndices estimados permanecer\u00e3o v\u00e1lidos para os fins desta Lei, sem qualquer revis\u00e3o, sendo os eventuais res\u00edduos compensados no reajuste subsequente, sem retroatividade. \u00a7 4.\u00ba A t\u00edtulo de aumento real, ser\u00e3o aplicados os seguintes percentuais:\nI - em 2012, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do Produto Interno Bruto - PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2010; II - em 2013, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2011; III - em 2014, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2012; e IV - em 2015, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2013.\u201d\n4.Mesmo racioc\u00ednio se aplica \u00e0 corre\u00e7\u00e3o dos denominados sal\u00e1rios de contribui\u00e7\u00e3o pela legisla\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria, quando do c\u00e1lculo do benef\u00edcio de aposentadoria, igualmente corrigidos pelo INPC, conforme o seguinte regramento:\nArt. 41-A da Lei n. 8.213/91\uf0e0 \u201cO valor dos benef\u00edcios em manuten\u00e7\u00e3o ser\u00e1 reajustado, anualmente, na mesma data do reajuste do sal\u00e1rio m\u00ednimo, pro rata, de acordo com suas respectivas datas de in\u00edcio ou do \u00faltimo reajustamento, com base no \u00cdndice Nacional de Pre\u00e7os ao Consumidor INPC, apurado pela Funda\u00e7\u00e3o Instituto Brasileiro de Geografia e Estat\u00edstica - IBGE.\u201d\n5. Ora, se o sal\u00e1rio m\u00ednimo e o benef\u00edcio previdenci\u00e1rio s\u00e3o corrigidos pelo INPC, porque o FGTS, que \u00e9 um sal\u00e1rio indireto do trabalhador, n\u00e3o o \u00e9?\n6. A necessidade de preservar o poder aquisitivo \u00e9 uma constante em todas as transa\u00e7\u00f5es financeiras e s\u00f3 se aperfei\u00e7oa quando rep\u00f5e efetivamente as perdas inflacion\u00e1rias.\n7. Outro \u00edndice que se mostra vi\u00e1vel para a manuten\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo dos dep\u00f3sitos do FGTS \u00e9 o IPCA/IBGE, \u00edndice oficial do Governo Federal, institu\u00eddo inicialmente com a finalidade de corrigir as demonstra\u00e7\u00f5es financeiras das companhias abertas e que, a partir de julho de 1999, passou a ser utilizado para medi\u00e7\u00e3o de metas de infla\u00e7\u00e3o, contratadas com o FMI.\n8. Qualquer desses dois \u00edndices (INPC ou IPCA) se mostra infinitamente mais adequado que o TR para a manuten\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo dos valores ingressados nas contas vinculadas ao FGTS.\n17\n\n\f9. Objetivando a demonstra\u00e7\u00e3o do direito postulado apresentamos em anexo duas planilhas de c\u00e1lculos de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria aplicando-se o INPC ou o IPCA sobre o saldo das contas do FGTS de titularidade da parte autora a partir de 1999 at\u00e9 o presente momento, projetando-se as doze parcelas vincendas.\n10. Imperativo, nesse diapas\u00e3o, que as contas vinculadas ao FGTS, em obedi\u00eancia \u00e0 pr\u00f3pria lei instituidora, recebam efetiva e real corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria - o que n\u00e3o existe, como analisado, com a manuten\u00e7\u00e3o da TR.\n11. Requer-se, pois, seja fixado o INPC como \u00edndice para a corre\u00e7\u00e3o das contas vinculadas do FGTS ou, sucessivamente, o IPCA, j\u00e1 que restou amplamente comprovado nesta exordial que a TR n\u00e3o pode servir para corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria por n\u00e3o refletir a infla\u00e7\u00e3o do per\u00edodo, ferindo direitos garantidos n\u00e3o somente na Lei n.\u00ba 8.036/90, mas, principalmente, na Constitui\u00e7\u00e3o Federal.\nVII -DA DECLARA\u00c7\u00c3O DE INCONSTITUCIONALIDADE DAAPLICA\u00c7\u00c3O DA TR E REDUTOR PARACORRE\u00c7\u00c3O DAS CONTAS DO FGTS PREQUESTIONAMENTO\nA) FGTSE O DIREITO DE PROPRIEDADE\n1. Verificada a desigualdade/despropor\u00e7\u00e3o entre os \u00edndices TR, IPCA-E e INPC, passa-se a analisar a real fun\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria em cotejo com o princ\u00edpio constitucional do direito \u00e0 propriedade (art. 5.\u00ba, XXII, da Carta Magna).\n2, Al\u00e9m de previsto no artigo XVII, itens 1 e 2, da Declara\u00e7\u00e3o Universal dos Direitos do Homem, de 1948, o direito de propriedade est\u00e1 previsto, no Brasil, no artigo 5.\u00ba, caput e inciso XXII, e no artigo 170, como uma garantia constitucional:\nArt. 5.\u00ba \uf0e0\u201cTodos s\u00e3o iguais perante a lei, sem distin\u00e7\u00e3o de qualquer natureza, GARANTINDO-SE aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no Pa\u00eds A INVIOLABILIDADE DO DIREITO \u00e0 vida, \u00e0 liberdade, \u00e0 igualdade, \u00e0 seguran\u00e7a e \u00c0PROPRIEDADE, nos termos seguintes: XXII - \u00e9 GARANTIDO O DIREITO DE PROPRIEDADE;\u201d(Grifamos)\nArt. 170 \uf0e0\u201cA ordem econ\u00f4mica, fundada na valoriza\u00e7\u00e3o do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos exist\u00eancia digna, conforme os ditames da justi\u00e7a social, observados os seguintes princ\u00edpios:(...) II - PROPRIEDADE PRIVADA;\u201d(Grifamos)\n3. relevante transcrever o art. 91 do Novo C\u00f3digo Civil, que reza: Art. 91\uf0e0 \u201cConstitui universalidade de direito o complexo de rela\u00e7\u00f5es jur\u00eddicas, de uma pessoa, dotadas de valor econ\u00f4mico.\u201d\n18\n\n\f4. Quando se fala em patrim\u00f4nio, imediatamente sobrev\u00e9m not\u00f3ria li\u00e7\u00e3o da Professora Maria Helena Diniz, ao comentar o supratranscrito art. 91:\n\u201cUniversalidade de direito: \u00e9 a constitu\u00edda por bens singulares corp\u00f3reos heterog\u00eaneos e incorp\u00f3reos (complexo de rela\u00e7\u00f5es jur\u00eddicas), a que a norma jur\u00eddica, com o intuito de produzir certos efeitos, d\u00e1 unidade, por serem dotados de valor econ\u00f4mico, como p. Ex., o patrim\u00f4nio (...). O patrim\u00f4nio e a heran\u00e7a s\u00e3o considerados como um conjunto, ou seja, como uma universalidade. Embora se constituam ou n\u00e3o de bens materiais e de cr\u00e9ditos, esses bens se unificam numa express\u00e3o econ\u00f4mica, que \u00e9 o valor. O patrim\u00f4nio \u00e9 complexo de rela\u00e7\u00f5es jur\u00eddicas de uma pessoa apreci\u00e1vel economicamente. Incluem-se no patrim\u00f4nio: a posse, os direitos reais, as obriga\u00e7\u00f5es e as a\u00e7\u00f5es correspondentes a tais direitos. O patrim\u00f4nio abrange direitos deveres redut\u00edveis a dinheiro.\u201d (C\u00f3digo Civil Anotado, Ed. Saraiva, p\u00e1g. 100)\n5. O conceito de propriedade- como garantia insculpida no inciso XXII, do art. 5.\u00ba, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal- \u00e9 mais amplo que o conceito do direito privado, podendo ser considerado tudo aquilo que pertence ao homem, seja bem im\u00f3vel ou m\u00f3vel, de cunho econ\u00f4mico, sejam direitos sobre cria\u00e7\u00f5es intelectuais ou art\u00edsticas, ou mesmo dinheiro que tenha depositado em sua conta corrente ou, no caso dos autos, em sua conta vinculada ao FGTS, como uma parcela do seu vencimento que \u00e9 depositado todo o m\u00eas pelo empregador, ou tomador de servi\u00e7o, e que faz parte de sua propriedade, formando, assim, o seu patrim\u00f4nio.\n6. Dentro desse conceito amplo de propriedade, cuja garantia est\u00e1 prevista expressamente na Constitui\u00e7\u00e3o Federal e deve ser preservada, Celso RibeiroBastos, respeitad\u00edssimo jurista brasileiro, tece coment\u00e1rios importantes em seu livro Coment\u00e1rios \u00e0 Constitui\u00e7\u00e3o do Brasil, que foi escrito juntamente com o n\u00e3o menos conceituado professor Ives Gandra Martins. Confira-se:\n\u201cA propriedade tornou-se, portanto, o anteparo constitucional entre o dom\u00ednio privado e o p\u00fablico. Neste ponto reside a ess\u00eancia da prote\u00e7\u00e3o constitucional: \u00e9 impedir que o Estado, por medida gen\u00e9rica ou abstrata, evite a apropria\u00e7\u00e3o particular dos bens econ\u00f4micos ou, j\u00e1 tendo esta ocorrido, venha a sacrific\u00e1-la mediante um processo de confisco.\u201d(BASTOS, Celso Ribeiro e Ives Gandra Martins in COMENT\u00c1RIOS \u00c0 CONSTITUI\u00c7\u00c3O DO BRASIL. 2.\u00ba Volume. S\u00e3o Paulo: Saraiva. 1989. p. 119.)\n7.Nesse sentido, o FGTS depositado na conta vinculada da parte autora \u00e9 de sua propriedade, fazendo parte de seu patrim\u00f4nio.N\u00e3o pode sofrer inger\u00eancias do Estado da maneira como est\u00e1 sendo feita, vez que o saldo n\u00e3o est\u00e1 sendo corrigido monetariamente, em total desrespeito \u00e0 previs\u00e3o inserta na Lei n.\u00ba 8.036/90 (atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria para o FGTS), tendo o legislador eleito, como \u00edndice atualizador, a TR, que desde janeiro de 1999, n\u00e3o faz nenhuma corre\u00e7\u00e3o.H\u00e1 inclusive o per\u00edodo em que a TR vem se mantendo a 0%. O Judici\u00e1rio deve colocar um ponto final na inconstitucionalidade decorrente da previs\u00e3o de se utilizar a TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria para o saldo de FGTS, pois a garantia de propriedade est\u00e1 sendo frontalmente descumprida desde 1999.\n19\n\n\f8. Ademais, levando em conta que a rela\u00e7\u00e3o jur\u00eddica entre os trabalhadores e a Caixa Econ\u00f4mica Federal \u00e9 de direito pessoal, o art. 233 do C\u00f3digo Civil se torna irrefut\u00e1vel, na medida em que determina que a obriga\u00e7\u00e3o de dar coisa certa abrange os acess\u00f3rios ainda que n\u00e3o mencionados:\nArt. 233\uf0e0\u201cA obriga\u00e7\u00e3o de dar coisa certa abrange os acess\u00f3rios dela embora n\u00e3o mencionados, salvo o contr\u00e1rio resultar do t\u00edtulo ou das circunstancias do caso.\u201d\nB) OFGTSE A IRREDUTIBILIDADE DO SAL\u00c1RIO\n1.Soma-se aos argumentos e fundamentos j\u00e1 dispostos, outra garantia constitucional, prevista no inciso VI do art. 7.\u00ba da Carta Magna, qual seja,a da IRREDUTIBILIDADE DOS SAL\u00c1RIOS.\n2. Se Parte do ganho mensal da parte Autora refere-se ao FGTS e h\u00e1 previs\u00e3o legal que esse saldo deve ser atualizado monetariamente, e se o \u00edndice escolhido pelo legislador (TR) n\u00e3o reflete a infla\u00e7\u00e3o desde 1999, conclui-se que, indiretamente, seu sal\u00e1rio est\u00e1 sendo reduzido, o que, como j\u00e1 visto, \u00e9 vedado pela Constitui\u00e7\u00e3o Federal.\n3. N\u00e3o se pode olvidar que a redu\u00e7\u00e3o do sal\u00e1rio de um trabalhador, acaba por ofender o princ\u00edpio da dignidade do ser humano, consubstanciado no inciso III, do artigo 1.\u00ba da Carta Constitucional.\n4.Confira-se, nesse sentido, a li\u00e7\u00e3o de Maur\u00edcio Godinho Delgado:\n\u201cRealmente, considera este princ\u00edpio jur\u00eddico maior e mais abrangente que o trabalho \u00e9 importante meio de realiza\u00e7\u00e3o e afirma\u00e7\u00e3o do ser humano, sendo o sal\u00e1rio a contrapartida econ\u00f4mica dessa afirma\u00e7\u00e3o e realiza\u00e7\u00e3o. \u00c9 claro que o reconhecimento social pelo trabalho n\u00e3o se resume ao sal\u00e1rio, j\u00e1 que envolve dimens\u00f5es muito amplas, ligadas \u00e0 \u00e9tica, \u00e0 cultura, \u00e0s m\u00faltiplas faces do poder, ao prest\u00edgio comunit\u00e1rio, etc.; mas \u00e9 o sal\u00e1rio, sem d\u00favida, a mais relevante contrapartida econ\u00f4mica pelo trabalho empregat\u00edcio. Nesse quadro, garantir-se juridicamente o sal\u00e1rio em contextos de contraposi\u00e7\u00e3o de outros interesses e valores \u00e9 harmonizar o Direito do Trabalho \u00e0 realiza\u00e7\u00e3o do pr\u00f3prio princ\u00edpio da dignidade do ser humano.\u201d(DELGADO, Maur\u00edcio Godinho. \u201cCurso de Direito do Trabalho\u201d. S\u00e3o Paulo: LTR. 2011. 10.\u00aa ed. p\u00e1g.200.)\n5.Podemos concluir, portanto, que reduzir o valor real dos dep\u00f3sitos do FGTS, significa reduzir os ganhos do trabalhador, em total afronta \u00e0s disposi\u00e7\u00f5es do inciso VI do art. 7.\u00ba e ao inciso III do art. 1.\u00ba, ambos da Constitui\u00e7\u00e3o Federal.\n6.Pelo exposto, requer seja declarado judicialmente a inconstitucionalidade parcial superveniente do artigo 13 da Lei 8.036/90 c/c 8.177/91,que prev\u00ea a aplica\u00e7\u00e3o da TR para corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria do FGTS e requerer a substitui\u00e7\u00e3o por outro \u00edndice mais apropriado, INPC ou o IPCA, com a condena\u00e7\u00e3o, ainda, da Caixa Econ\u00f4mica Federal a pagar a diferen\u00e7a existente at\u00e9 atualidade.\n20\n\n\fVIII-DA IMPROPRIEDADE DE SOBRESTAMENTO DO PRESENTEFEITO PELO STJ\n1.\u00c9 de conhecimento p\u00fablico que, o Ministro do STJ Herman Benjamin no Recurso Especial n.\u00ba 1.381.683 determinou a suspens\u00e3o em todo o pa\u00eds dos processos relativos \u00e0 corre\u00e7\u00e3o do FGTS. Esta determina\u00e7\u00e3o, segundo o relator, tem como objetivo a unificar as decis\u00f5es sobre o assunto para garantir a equidade entre os trabalhadores.\n2. Por certo \u00e9 que o art. 543-C, do CPC, confere, \u00e0 Corte Superior, a prerrogativa de determinar a suspens\u00e3o de recursos especiais na pend\u00eancia do julgamento do leading case eleito. N\u00e3o obstante referida regulamenta\u00e7\u00e3o constitui exce\u00e7\u00e3o ao sistema recursal ordin\u00e1rio, n\u00e3o admitindo, pois, interpreta\u00e7\u00e3o ampliativa.\n3. Ocorre que a presente a\u00e7\u00e3o tem como objeto principal a inconstitucionalidade da utiliza\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. A quest\u00e3o final sobre o tema da corre\u00e7\u00e3o do FGTS n\u00e3o ser\u00e1 discutida somente no STJ que tem compet\u00eancia estreita na legisla\u00e7\u00e3o infraconstitucional.\n4. Assim, afigura-se inadequado, nos limites dos par\u00e2metros legais e constitucionais de reg\u00eancia, o sobrestamento de todas as a\u00e7\u00f5es que versam sobre a atualiza\u00e7\u00e3o das contas vinculadas ao FGTS, inclusive as que ainda tramitam em 1.\u00aa Inst\u00e2ncia.\n5. Assim, a paralisa\u00e7\u00e3o das demandas tem, na realidade, resultado procrastinat\u00f3rio, adiando a marcha processual a ser obrigatoriamente percorrida (pois n\u00e3o se admite a supress\u00e3o de inst\u00e2ncia) em oposi\u00e7\u00e3o \u00e0 garantia constitucional da razo\u00e1vel dura\u00e7\u00e3o do processo. Identifica-se, portanto, desrespeito \u00e0s compet\u00eancias estabelecidas constitucionalmente, tendo o e. Relator imposto medida excepcional, que s\u00f3 teria sentido se a decis\u00e3o da Corte Superior, tomada em sede de recurso representativo da controv\u00e9rsia, tivesse amplos efeitos vinculantes, atribu\u00eddos, pelo Texto Constitucional, apenas ao STF.\n6. Repise-se a decis\u00e3o advinda do STJ ao julgar oRecurso Especial n.\u00ba 1.381.683n\u00e3o ser\u00e1 vinculante (n\u00e3o haver\u00e1 obriga\u00e7\u00e3o dos ju\u00edzes acat\u00e1-la) e, por corol\u00e1rio l\u00f3gico, n\u00e3o servir\u00e1 para exaurir o conflito de interesses j\u00e1 que n\u00e3o ir\u00e1 suprimir o direito de interposi\u00e7\u00e3o de recursos pela parte autora ou pelo r\u00e9u.\n7. A mat\u00e9ria trazida a cola\u00e7\u00e3o na presente a\u00e7\u00e3o traz dispositivos constitucionais violados o que implica em compet\u00eancia para julgamento da controv\u00e9rsia o Supremo Tribunal Federal e n\u00e3o o Superior Tribunal de Justi\u00e7a.\n8. Como precedente e fundamenta\u00e7\u00e3o da presente tese destacamos a not\u00edcia veiculada pela Justi\u00e7a Federal de S\u00e3o Paulo:\n\u201cSENTEN\u00c7A DETERMINA SUBSTITUI\u00c7\u00c3O DA TR PARA CORRE\u00c7\u00c3O DE CONTAS DO FGTS\u201d S\u00e3o Paulo, 10 de junho de 2014 O ju\u00edzo da 13.\u00aa Vara Federal C\u00edvel em S\u00e3o Paulo julgou procedentes duas a\u00e7\u00f5es coletivas propostas por sindicatos que buscavam a substitui\u00e7\u00e3o da Taxa Referencial (TR) por outro \u00edndice que repusesse as perdas inflacion\u00e1rias nas contas vinculadas do FGTS de seus associados. A decis\u00e3o condenou a Caixa Econ\u00f4mica Federal, r\u00e9 na a\u00e7\u00e3o, a pagar as\n21\n\n\fdiferen\u00e7as decorrentes da substitui\u00e7\u00e3o da TR pelo IPCA-E (\u00cdndice Nacional de Pre\u00e7os ao Consumidor Amplo Especial). Inicialmente, o juiz federal Wilson Z. Filho ressaltou a inaplicabilidade, para o presente caso, da decis\u00e3o do STJ que havia determinado a suspens\u00e3o tempor\u00e1ria do julgamento das a\u00e7\u00f5es relativas \u00e0 atualiza\u00e7\u00e3o dos saldos do FGTS. Isso porque o fundamento jur\u00eddico utilizado tem cunho constitucional, o que, na hip\u00f3tese de eventual recurso, demandaria an\u00e1lise pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e n\u00e3o pelo STJ. Nesta a\u00e7\u00e3o, os autores alegam que a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria pela Taxa Referencial est\u00e1, h\u00e1 muito tempo, defasada em rela\u00e7\u00e3o aos \u00edndices de infla\u00e7\u00e3o, causando a desvaloriza\u00e7\u00e3o do montante aplicado. Sustentam que desde o momento em que o Banco Central estabeleceu um redutor para a TR, ela n\u00e3o tem servido mais para atualiza\u00e7\u00e3o das contas fundi\u00e1rias. Em sua decis\u00e3o, o magistrado esclarece que a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria n\u00e3o representa acr\u00e9scimo ao valor sobre o qual incide, mas apenas reposi\u00e7\u00e3o da moeda para preservar seu poder de compra. \u201eNesse sentido, se o \u00edndice escolhido pelo legislador n\u00e3o cumpre esse papel \u2013 ou seja, se ele n\u00e3o capta a varia\u00e7\u00e3o inflacion\u00e1ria de determinado per\u00edodo, \u00e9 leg\u00edtima a postula\u00e7\u00e3o para modific\u00e1-lo\u201f, afirma o juiz. Para a resolu\u00e7\u00e3o do caso, o magistrado tomou como base um julgamento do Supremo Tribunal Federal que firmou a orienta\u00e7\u00e3o de que a TR, apesar de ser utilizada como crit\u00e9rio de remunera\u00e7\u00e3o das cadernetas de poupan\u00e7a, n\u00e3o \u00e9 um \u00edndice leg\u00edtimo para atualizar as contas do FGTS, pois infringiria a pr\u00f3pria lei que trata do referido fundo e que determina a preserva\u00e7\u00e3o do valor nele depositado. Por fim, Wilson Zauhy Filho determinou a aplica\u00e7\u00e3o do IPCA-E a partir de janeiro de 1999, momento em que os autores identificaram o preju\u00edzo, determinando \u00e0 Caixa Econ\u00f4mica Federal que fizesse o pagamento das diferen\u00e7as verificadas com a substitui\u00e7\u00e3o dos \u00edndices e aplica\u00e7\u00e3o de juros legais de 3% ao ano. (JSM) A\u00e7\u00e3o n.\u00ba 0015869-60.2013.403.6100 - \u00edntegra da senten\u00e7a A\u00e7\u00e3o n.\u00ba 0015870-45.2013.403.6100 - \u00edntegra da senten\u00e7a\u201d (Fonte: no s\u00edtio http://www.jfsp.jus.br/20140610-correcaotr/ acesso em 22/09/2014.)\n9.Em anexo, tamb\u00e9m como subsidio jurisprudencial, apresentamos a fotoc\u00f3pia integral das senten\u00e7as citadas na not\u00edcia acima.\n10. Nesta seara, sendo pr\u00e9 questionada, na presente a\u00e7\u00e3o, mat\u00e9ria de ordem constitucional, requer seja declarada a inadequa\u00e7\u00e3o do sobrestamento do feito pelo STJ no RE n.\u00ba 1.381.683, determinando-se a regular tramita\u00e7\u00e3o e julgamento da presente a\u00e7\u00e3o.\nIX - DOJULGAMENTO ANTECIPADO DA LIDE\n1. Entendendo que o conjunto probat\u00f3rio acostado aos autos j\u00e1 constitui evid\u00eancia cabal e insofism\u00e1vel do direito da parte Autora, n\u00e3o havendo mat\u00e9ria de fato a ser provada, al\u00e9m da suficientemente demonstrada pela via documental, REQUER seja realizado o julgamento antecipado da lide, nos termos do artigo 330 do CPC.\n22\n\n\fX - DOS HONOR\u00c1RIOS ADVOCAT\u00cdCIOS SUCUMBENCIAIS\nPara que n\u00e3o haja qualquer alega\u00e7\u00e3o no sentido contr\u00e1rio, na ADIN n.\u00ba 2736-DF restou pacificada a devida condena\u00e7\u00e3o de honor\u00e1rios advocat\u00edcios sucumbenciais, nos processos sobre restitui\u00e7\u00e3o de diferen\u00e7as do FGTS. Neste sentido:\n\u201cPROCESSUAL CIVIL. HONOR\u00c1RIOS SUCUMBENCIAIS. CONDENA\u00c7\u00c3O EM A\u00c7\u00d5ES RELATIVAS AO FGTS. CABIMENTO. INFORMATIVO N. 599 DO STF. ADI N. 2736-DF. INCONSTITUCIONALIDADE DA MP 2164-41/2001. 1. Diz o Informativo n. 599 do STF, que faz refer\u00eancia ao julgamento da ADI n. 2736-DF: \u201eO Tribunal julgou procedente pedido formulado em a\u00e7\u00e3o direta proposta pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil para declarar, com efeito extunc, a inconstitucionalidade do art. 9.\u00ba da Medida Provis\u00f3ria 2.164-41/2001, que acrescentou o art. 29-C \u00e0 Lei 8.036/90, o qual suprime a condena\u00e7\u00e3o em honor\u00e1rios advocat\u00edcios nas a\u00e7\u00f5es entre o Fundo de Garantia por Tempo de Servi\u00e7o - FGTS e os titulares de contas vinculadas, bem como naquelas em que figurem os respectivos representantes ou substitutos processuais (\u201eArt. 9\u00ba A Lei n\u00ba 8.036, de 11 de maio de 1990, passa a vigorar com as seguintes altera\u00e7\u00f5es: ... Art. 29-C. Nas a\u00e7\u00f5es entre o FGTS e os titulares de contas vinculadas, bem como naquelas em que figurem os respectivos representantes ou substitutos processuais, n\u00e3o haver\u00e1 condena\u00e7\u00e3o em honor\u00e1rios advocat\u00edcios.\u201f). 2. Apela\u00e7\u00e3o provida para condenar os Autores ao pagamento de honor\u00e1rios advocat\u00edcios de R$ 2.000,00 (dois mil reais), pro rata.\u201d (TRF-1 - AC: 20932 DF 0020932-58.2002.4.01.3400, Relator: DESEMBARGADOR FEDERAL JO\u00c3O BATISTA MOREIRA, Data de Julgamento: 10/11/2010, QUINTA TURMA, Data de Publica\u00e7\u00e3o: e-DJF1 p.65 de 26/11/2010)\nPelo pedido, requer seja condenada a parte Reclamada no pagamento de honor\u00e1rios advocat\u00edcios sucumbenciais, a serem estipulados na import\u00e2ncia de 20% (vinte por cento) sobre o valor total da condena\u00e7\u00e3o, ante a INCONSTITUCIONALIDADE DA MP 2164-41/2001 e Informativo 599 do STF.\nXI-DOSPEDIDOS E REQUERIMENTOS\n1.Ante o exposto, vem respeitosamente perante Vossa Excel\u00eancia REQUERER:\na) Preliminarmente, a concess\u00e3o dos benef\u00edcios da JUSTI\u00c7A GRATUITA \u00e0 parte Autora, nos termos da Lei n.\u00ba 1.060/50, com a dispensa do pagamento de custas, emolumentos e todos os demais encargos processuais;\nb) A concess\u00e3o de TUTELA ANTECIPADA para que,desde j\u00e1,a parte Requerente tenha a incontinenti substitui\u00e7\u00e3o daTaxa Referencial, utilizada na corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos dep\u00f3sitos efetuados em suas contas do FGTS, substituindo dito \u00edndice TR pelo INPC(\u00edndice que corrige o\n23\n\n\fsal\u00e1rio m\u00ednimo e o benef\u00edcio previdenci\u00e1rio)ou pelo IPCA(\u00edndice oficial de medida de infla\u00e7\u00e3o), at\u00e9 o tr\u00e2nsito em julgado da presente a\u00e7\u00e3o; c) A CITA\u00c7\u00c3O da parte Requerida, mediante a advert\u00eancia constante no artigo 285 do CPC, para, querendo, contestar a presente a\u00e7\u00e3o;\nd) Seja declarada a INADEQUA\u00c7\u00c3O DO SOBRESTAMENTODO FEITO pelo STJ no REsp n.\u00ba 1.381.683, determinando-se a regular tramita\u00e7\u00e3o e julgamento da presente a\u00e7\u00e3o, haja vista a presen\u00e7a do devido pr\u00e9 questionamento da mat\u00e9ria de ordem constitucional;\ne) O JULGAMENTO ANTECIPADO DA LIDE, nos termos do artigo 330 do CPC, n\u00e3o havendo mat\u00e9ria de fato a ser provada, al\u00e9m da suficientemente demonstrada pela via documental;\nf) Que, ao final, seja JULGADA INTEGRALMENTE PROCEDENTE A PRESENTE A\u00c7\u00c3O,PARA:\n* f.1 \uf0e0DECLARA Ro direito da parte Requerente de ter seus dep\u00f3sitos vinculados ao FGTS corrigidos monetariamente por \u00edndice que efetivamente reflita sem perdas a infla\u00e7\u00e3o apurada, garantindo, assim, a recupera\u00e7\u00e3o de seu poder aquisitivo;\n*f.2 \uf0e0DECLARAR, subsidiariamente, a falta de razoabilidade do redutor da taxa TR e a inconstitucionalidade parcial superveniente do Art. 13 da Lei 8.036/90 c/c art. 1.\u00ba e 17.\u00ba da Lei 8.177/91, ante a inadequa\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, por n\u00e3o garantir os direitos dispostos na Lei n.\u00ba 8.036/91 e na Constitui\u00e7\u00e3o Federal, ferindo frontalmente as disposi\u00e7\u00f5es contidas nos artigos 7.\u00ba (III e VI), 1.\u00ba (III), 3.\u00ba (II), 5.\u00ba (XXII) e 170 (II), conforme abordado nesta exordial;\n* f.3 \uf0e0DECLARAR o \u00edndice que deve ser considerado para corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria das contas do FGTS, se o IPCA ou INPC, para fins de dar cumprimento \u00e0 devida atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos saldos das contas do FGTS, prevista no art. 2.\u00ba da Lei 8.036/90, em substitui\u00e7\u00e3o \u00e0 TR, desde janeiro do ano de 1999, a partir de quando tal \u00edndice deixou de refletir a varia\u00e7\u00e3o inflacion\u00e1ria da moeda.\n* f.4\uf0e0CONDENAR a Caixa Econ\u00f4mica Federal a:\nf.4.a - PAGAR, a favor da parte autora, o valor correspondente \u00e0s diferen\u00e7as do FGTS, em raz\u00e3o da aplica\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria do INPC,desde janeiro de 1999, nos meses em que a TR foi desproporcional ou igual a ZERO, nas parcelas vencidas e vincendas; E f.4.b - PAGAR, em favor da parte autora, o valor correspondente \u00e0s diferen\u00e7as de FGTS, em raz\u00e3o da aplica\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria pelo INPC, desde janeiro de 1999, nos meses em que a\n24\n\n\fTR n\u00e3o foi igual a ZERO, mas foi menor que a infla\u00e7\u00e3o do per\u00edodo, nas parcelas vencidas e vincendas;\nOU\nf.4.c - PAGAR, a favor da parte autora, o valor correspondente \u00e0s diferen\u00e7as do FGTS, em raz\u00e3o da aplica\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria do IPCA, desde janeiro de 1999, nos meses em que a TR foi desproporcional ou igual a ZERO, nas parcelas vencidas e vincendas; E f.4.d -PAGAR, em favor da parte autora, o valor correspondente \u00e0s diferen\u00e7as de FGTS, em raz\u00e3o da aplica\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria pelo IPCA, desde janeiro de 1999, nos meses em que a TR n\u00e3o foi igual a ZERO, mas foi menor que a infla\u00e7\u00e3o do per\u00edodo, nas parcelas vencidas e vincendas;\nOU\nf.4.e - PAGAR, a favor da parte autora, o valor correspondente \u00e0s diferen\u00e7as de FGTS em raz\u00e3o da aplica\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria por QUALQUER OUTRO \u00cdNDICE que reponha as perdas inflacion\u00e1rias do trabalhador nas contas do FGTS, no entender deste Douto Ju\u00edzo, desde janeiro de 1999, inclusive nos meses em que a TR foi zero, nas parcelas vencidas e vincendas.\n* f.5\uf0e0CONDENAR a parte Requerida ao pagamento, sobre os valores apurados em conformidade com os itens acima, de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria desde a inadimpl\u00eancia at\u00e9 seu efetivo saque, bem como de juros legais de 1% (um por cento) ao m\u00eas, a contar da cita\u00e7\u00e3o at\u00e9 o efetivo pagamento;\n*f.6 \uf0e0CONDENAR a Caixa Econ\u00f4mica Federal no pagamento das custas e despesas processuais, bem como dos honor\u00e1rios de sucumb\u00eancia, a serem fixados na import\u00e2ncia de 20% (vinte por cento) sobre o valor total da condena\u00e7\u00e3o, al\u00e9m de outros consect\u00e1rios legais;\n*f.7 \uf0e0DETERMINAR que o montante devido a parte Autora, bem como o valor devido a t\u00edtulo dos honor\u00e1rios, sejam retidos e liberados diretamente ao patrono constitu\u00eddo, por meio de alvar\u00e1, conforme artigo 22, \u00a7 4.\u00ba, do Estatuto da OAB.\nXII - DASPROVAS\nProtesta provar o alegado por todos os meios de prova em Direito admitidos, especialmente pela documental e pericial t\u00e9cnica, bem como todas as demais que se fizerem necess\u00e1rias para a comprova\u00e7\u00e3o do direito.\nXIII - DOVALOR DA CAUSA\n25\n\n\fD\u00e1 \u00e0 causa, considerando parcelas vencidas e doze vincendas, o valor de R$ 38.227,20 (trinta e oito mil duzentos e vinte e sete reais e vinte centavos).\nTermos em Que, Pede Deferimento.\nCuritiba/PR, 30 de outubro de 2015.\n\n\uf020 \uf020\uf020\uf020\uf020\uf020\uf020 \uf020\uf020\uf020\uf020\uf020 \uf020\n\n\uf020\uf020\uf020\uf020\uf020\uf020\uf020\n\nAlexandre Benedito Marini\n\nOAB/PR72.454\n\n26\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 5 (C\u00edvel) - IdDocumentoCompleto: 5010993-93.2014.4.04.7205-721400590736593120220000000001", "text": "EXCELENT\u00cdSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) FEDERAL DO JUIZADO ESPECIAL FEDERAL DA DE BLUMENAU \u2013 SANTA CATARINA.\nMATILDE SZYCHOWSKI GLASSER, brasileira, casada, auxiliar de produ\u00e7\u00e3o, inscrita no CPF sob n. 936.454.819-15 e no RG sob n. 3.367.881, residente e domiciliada na Rua Emilie Gustmann, n\u00ba 195, Bairro Pomeranos, Timb\u00f3/SC, CEP: 89120-000, vem, mui respeitosamente perante Vossa Excel\u00eancia, apresentar:\nA\u00c7\u00c3O DE ORDIN\u00c1RIA PARA COBRAN\u00c7A DE DIFEREN\u00c7A DE CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA DO FGTS\nem face de CAIXA ECON\u00d4MICA FEDERAL, Institui\u00e7\u00e3o Financeira sob forma de Empresa P\u00fablica, dotada de personalidade jur\u00eddica de direito privado, podendo ser citada na sua Ag\u00eancia na Rua Sete de Novembro, n.\u00ba 1314, Centro, na cidade de Blumenau/SC, CEP: 89010-202, na pessoa do seu representante legal, pelos fatos e fundamentos jur\u00eddicos a seguir transcritos.\n1 - OS FATOS\n1.1 O(a) autor(a) \u00e9 trabalhador(a) com vinculo registrado em CTPS, e, como tal, possui conta(s) vinculada(s) ao Fundo de Garantia por Tempo de Servi\u00e7o - FGTS, como comprova a documenta\u00e7\u00e3o acostada.\n1.2 O FGTS foi institu\u00eddo pela Lei n\u00ba 5.107/66, com o escopo de proteger o trabalhador, como sucessor da pret\u00e9rita estabilidade decenal. Sua composi\u00e7\u00e3o se faz mediante dep\u00f3sitos de valores pelos empregadores em nome de seus empregados, possibilitando que estes \u00faltimos constituam um patrim\u00f4nio, ainda que, muitas vezes, singelo.\n1.3 Ademais, \u00e9 sabido que as import\u00e2ncias do fundo tamb\u00e9m s\u00e3o destinadas ao financiamento de programas de habita\u00e7\u00e3o popular, saneamento b\u00e1sico e infraestrutura urbana.\n1.4 A regulamenta\u00e7\u00e3o do FGTS est\u00e1 estampada na Lei n\u00ba 8.036, de 11 de maio de 1990, nas normas e diretrizes fixadas por seu Conselho Curador, e sua gest\u00e3o est\u00e1 \u00e0 cargo da Caixa Econ\u00f4mica Federal.\n1.5 Na lei que disciplina o tema, verifica-se nos arts. 2\u00ba e 13\u00ba que h\u00e1 obrigatoriedade de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e de remunera\u00e7\u00e3o atrav\u00e9s de juros das quantias depositadas nas contas vinculadas ao fundo, in verbis:\nArt. 2\u00ba O FGTS \u00e9 constitu\u00eddo pelos saldos das contas vinculadas a que se\n\n\frefere esta lei e outros recursos a ele incorporados, devendo ser aplicados com atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e juros, de modo a assegurar a cobertura de suas obriga\u00e7\u00f5es.\nArt. 13. Os dep\u00f3sitos efetuados nas contas vinculadas ser\u00e3o corrigidos monetariamente com base nos par\u00e2metros fixados para atualiza\u00e7\u00e3o dos saldos dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a e capitaliza\u00e7\u00e3o juros de (tr\u00eas) por cento ao ano.\n1.6 Ressalte-se que o par\u00e2metro fixado para a atualiza\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a e consequentemente dos dep\u00f3sitos do FGTS \u00e9 a Taxa Referencial \u2013 TR, conforme prescrevem os artigos 12 e 17 da Lei n\u00ba 8.177/1991, com reda\u00e7\u00e3o da Lei n\u00ba 12.703/2012, que mencionam:\nArt. 12. Em cada per\u00edodo de rendimento, os dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a ser\u00e3o remunerados:\nI - como remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica, por taxa correspondente \u00e0 acumula\u00e7\u00e3o das TRD, no per\u00edodo transcorrido entre o dia do \u00faltimo cr\u00e9dito de rendimento, inclusive, e o dia do cr\u00e9dito de rendimento, exclusive;\nII - como remunera\u00e7\u00e3o adicional, por juros de: (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n \u00ba 12.703, de 2012)\na) 0,5% (cinco d\u00e9cimos por cento) ao m\u00eas, enquanto a meta da taxa Selic ao ano, definida pelo Banco Central do Brasil, for superior a 8,5% (oito inteiros e cinco d\u00e9cimos por cento); ou (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n \u00ba 12.703, de 2012)\nb) 70% (setenta por cento) da meta da taxa Selic ao ano, definida pelo Banco Central do Brasil, mensalizada, vigente na data de in\u00edcio do per\u00edodo de rendimento, nos demais casos. (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n \u00ba 12.703, de 2012)\nArt. 17. A partir de fevereiro de 1991, os saldos das contas do Fundo de Garantia por Tempo de Servi\u00e7o (FGTS) passam a ser remunerados pela taxa aplic\u00e1vel \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a com data de anivers\u00e1rio no dia 1\u00b0, observada a periodicidade mensal para remunera\u00e7\u00e3o. Par\u00e1grafo \u00fanico. As taxas de juros previstas na legisla\u00e7\u00e3o em vigor do FGTS s\u00e3o mantidas e consideradas como adicionais \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o prevista neste artigo.\n1.7 No tocante \u00e0 f\u00f3rmula de c\u00e1lculo da TR a Lei n\u00ba 8.177/1991 determina:\nArt. 1\u00b0 O Banco Central do Brasil divulgar\u00e1 Taxa Referencial (TR), calculada a partir da remunera\u00e7\u00e3o mensal m\u00e9dia l\u00edquida de impostos, dos dep\u00f3sitos a prazo fixo captados nos bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos m\u00faltiplos com carteira comercial ou de investimentos, caixas econ\u00f4micas, ou dos t\u00edtulos p\u00fablicos federais, estaduais e municipais, de acordo com metodologia a ser aprovada pelo Conselho Monet\u00e1rio Nacional, no prazo de sessenta dias, e enviada ao conhecimento do Senado Federal.\n\n\f\u00a7 1\u00b0 (Revogado pela Lei n\u00ba 8.660, de 1993)\n\u00a7 2\u00b0 As institui\u00e7\u00f5es que venham a ser utilizadas como bancos de refer\u00eancia, dentre elas, necessariamente, as dez maiores do Pa\u00eds, classificadas pelo volume de dep\u00f3sitos a prazo fixo, est\u00e3o obrigadas a fornecer as informa\u00e7\u00f5es de que trata este artigo, segundo normas estabelecidas pelo Conselho Monet\u00e1rio Nacional, sujeitando-se a institui\u00e7\u00e3o e seus administradores, no caso de infra\u00e7\u00e3o \u00e0s referidas normas, \u00e0s penas estabelecidas no art. 44 da Lei n\u00b0 4.595, de 31 de dezembro de 1964.\n\u00a7 3\u00b0 Enquanto n\u00e3o aprovada a metodologia de c\u00e1lculo de que trata este artigo, o Banco Central do Brasil fixar\u00e1 a TR.\n1.8 A metodologia do c\u00e1lculo foi h\u00e1 muito definida pelo Banco Central \u2013 Conselho Monet\u00e1rio Nacional (CMN), atualmente vigente atrav\u00e9s da Resolu\u00e7\u00e3o n\u00ba 3.354/2006.\n1.9 Todavia, MM. Julgador, h\u00e1 muito tempo a TR n\u00e3o reflete mais a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, tendo se distanciado completamente dos \u00edndices oficiais de infla\u00e7\u00e3o. Nos meses de setembro, outubro e novembro de 2009; janeiro e fevereiro de 2010; fevereiro e junho de 2012; e setembro de 2012 em diante, a TR tem sido completamente anulada, como se n\u00e3o existisse qualquer infla\u00e7\u00e3o no per\u00edodo pass\u00edvel de corre\u00e7\u00e3o.\n1.10 Assim, flagrante a necessidade de garantir aos dep\u00f3sitos realizados nas contas vinculadas do FGTS uma efetiva e real corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, em aten\u00e7\u00e3o aos princ\u00edpios que nortearam a sua cria\u00e7\u00e3o como um patrim\u00f4nio do trabalhador.\n2 - A LEGITIMIDADE DA CAIXA ECON\u00d4MICA FEDERAL\n2.1 Tendo em vista o objeto da demanda \u2013 corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos dep\u00f3sitos do FGTS - \u00e9 inafast\u00e1vel a legitimidade passiva da Caixa Econ\u00f4mica Federal. Esta mat\u00e9ria, ali\u00e1s, j\u00e1 foi alvo de an\u00e1lise do Superior Tribunal de Justi\u00e7a, culminando inclusive com edi\u00e7\u00e3o de s\u00famula:\nS\u00famula 249 \u2013 A Caixa Econ\u00f4mica Federal tem legitimidade passiva para integrar processo em que se discute corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria do FGTS.\n3 - A COMPET\u00caNCIA DO JUIZADO ESPECIAL FEDERAL\n3.1 A compet\u00eancia do Juizado Especial Federal para a\u00e7\u00f5es que visem obter a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria das contas vinculadas do FGTS pelos \u00edndices reais de infla\u00e7\u00e3o \u00e9 tema j\u00e1 definido pela jurisprud\u00eancia do Tribunal Regional Federal da 3\u00aa Regi\u00e3o. Veja-se, a respeito, a seguinte ementa:\nPROCESSUAL CIVIL \u2013 INDEFERIMENTO DA INICIAL - CONTAS\n\n\fVINCULADAS DO FGTS \u2013 CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA - EXPURGOS INFLACION\u00c1RIOS \u2013 LITISCONS\u00d3RCIO \u2013 VALOR DA CAUSA \u2013 PRETENS\u00c3O ECON\u00d4MICA DE CADA AUTOR - VALOR DA CAUSA INFERIOR A 60(SESSENTA) SAL\u00c1RIOS M\u00cdNIMOS \u2013 COMPET\u00caNCIA ABSOLUTA DO JUIZADO ESPECIAL FEDERAL C\u00cdVEL \u2013 ARTIGO 3\u00ba E \u00a7 3\u00ba DA LEI N\u00ba 10.259/01 \u2013 REMESSA DOS AUTOS AO JU\u00cdZO COMPETENTE - RECURSO DE APELA\u00c7\u00c3O PARCIALMENTE PROVIDO. 1. O pedido formulado pelos autores, relativamente a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria das contas vinculadas do FGTS, pelos \u00edndices expurgados da infla\u00e7\u00e3o, n\u00e3o se insere no rol de excludentes de compet\u00eancia dos Juizados Especiais Federais de que trata o \u00a7 1\u00ba do artigo 3\u00ba da Lei n\u00ba 10.259/01. 2. O FGTS n\u00e3o possui natureza salarial, mas sim indenizat\u00f3ria, logo, n\u00e3o h\u00e1 que se falar em verba alimentar. 3. A Lei n\u00ba 10.259/01, que instituiu os Juizados Especiais C\u00edveis e Criminais no \u00e2mbito da Justi\u00e7a Federal prev\u00ea, expressamente, em seu artigo 3\u00ba e \u00a7 3\u00ba a compet\u00eancia absoluta do Juizado Especial Federal C\u00edvel para processar, conciliar e julgar as causas de compet\u00eancia da Justi\u00e7a Federal at\u00e9 o valor de 60 (sessenta sal\u00e1rios m\u00ednimos). (...). 7. Recurso de apela\u00e7\u00e3o parcialmente provido. Senten\u00e7a reformada. Remessa dos autos ao Juizado Especial Federal de Santos/SP.\n3.2 Nesse sentido, escorreita e at\u00e9 mesmo obrigat\u00f3ria a elei\u00e7\u00e3o do Juizado para dirimir a controv\u00e9rsia.\n4 - PRESCRI\u00c7\u00c3O\n4.1 A pac\u00edfica posi\u00e7\u00e3o jurisprudencial no que concerne ao lapso prescricional para as demandas relacionadas com a corre\u00e7\u00e3o do FTGS merece ser destacada, at\u00e9 mesmo como forma de evitar despiciendas discuss\u00f5es. Por isso, a seguinte s\u00famula do STJ \u00e9 digna de descri\u00e7\u00e3o:\nS\u00famula n\u00ba 210: A a\u00e7\u00e3o de cobran\u00e7a das contribui\u00e7\u00f5es para o FGTS prescreve em (30) trinta anos.\n4.2 O presente pleito encontra-se perfeitamente dentro do interregno mencionado, como se ver\u00e1 no transcorrer da exposi\u00e7\u00e3o.\n5 - DOS FUNDAMENTOS JUR\u00cdDICOS\n5.1 A corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria existe, assim como o pr\u00f3prio FGTS, desde a institui\u00e7\u00e3o pela Lei n\u00ba 5.107/66. Explica Bulh\u00f5es Pedreira1:\nPor analogia com as unidades de medidas f\u00edsicas podemos dizer que o n\u00edvel\n1 in Corre\u00e7\u00e3o Monet\u00e1ria; Indexa\u00e7\u00e3o Cambial, Obriga\u00e7\u00e3o Pecuni\u00e1ria, in Revista de Direito Administrativo, n\u00ba 193, p. 353 a 372 \u2013 Jul/Set 1993.\n\n\fgeral de pre\u00e7os \u00e9 o padr\u00e3o prim\u00e1rio do valor financeiro, enquanto que a unidade monet\u00e1ria serve como padr\u00e3o secund\u00e1rio \u2013 usado, na pr\u00e1tica, para exprimir o valor financeiro, mas que deve ser aferido pelo padr\u00e3o prim\u00e1rio porque sujeito a modifica\u00e7\u00f5es.\n5.2 A moeda, segundo o doutrinador, seria a express\u00e3o do valor financeiro; mas este \u2013 o valor financeiro \u2013 seria apurado em sintonia com a modifica\u00e7\u00e3o do n\u00edvel geral de pre\u00e7os.\n5.3 Em interessante artigo, de leitura obrigat\u00f3ria, Let\u00e1cio Jansen2 afirma que Bulh\u00f5es Pedreira teria colocado em pr\u00e1tica sua doutrina sobretudo por meio da Lei n\u00ba 4.357/1964, que criou a ORTN (Obriga\u00e7\u00e3o Reajust\u00e1vel do Tesouro Nacional), \u00edndice cuja fun\u00e7\u00e3o era fazer variar, periodicamente, a moeda nacional em conformidade com a perda de seu respectivo poder aquisitivo.\n5.4 Desde ent\u00e3o in\u00fameros \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria foram criados, at\u00e9 a edi\u00e7\u00e3o da Medida Provis\u00f3ria n\u00ba 294/1991, convertida na Lei n\u00ba 8.177/1991, oportunidade em que o governo do ent\u00e3o presidente Collor pretendeu substituir a s\u00e9rie de indexadores tradicionais (ORTN, OTN e BTN), que eram vinculados \u00e0 varia\u00e7\u00e3o dos n\u00edveis gerais de pre\u00e7os, pela Taxa Referencial, de natureza financeira.\n5.5 Subsiste ainda hoje a perplexidade em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 natureza jur\u00eddica da TR, at\u00e9 por conta da pr\u00f3pria inconsist\u00eancia da lei que a criou, que ora a trata como taxa de juros (art. 39), ora como indexador (art.18).\n5.6 Taxas de juros objetivam promover a remunera\u00e7\u00e3o do capital. S\u00e3o calculadas por quem disponibiliza o capital em benef\u00edcio de outra pessoa, f\u00edsica ou jur\u00eddica, para que empregue para satisfa\u00e7\u00e3o de determinada necessidade, na expectativa de lucro. J\u00e1 os indexadores podem ser entendidos como \u00edndices calculados a partir da varia\u00e7\u00e3o de pre\u00e7os de mercado em determinado per\u00edodo. O seu objetivo est\u00e1 na corre\u00e7\u00e3o dos efeitos inflacion\u00e1rios, quando se comparam valores monet\u00e1rios em diferentes \u00e9pocas.\n5.7 Quando o Supremo Tribunal Federal enfrentou o tema da natureza da TR no julgamento da ADI 493-0/DF, assentou:\nA Taxa Referencial (TR) n\u00e3o \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, pois, refletindo as varia\u00e7\u00f5es do custo prim\u00e1rio da capta\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos a prazo fixo, n\u00e3o constitui \u00edndice que reflita a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda.\n5.8 Em contraposi\u00e7\u00e3o a esta conclus\u00e3o inserta no voto vencedor, os Ministros vencidos Celso de Mello, Marco Aur\u00e9lio e Ilmar Galv\u00e3o entenderam que a estrutura de c\u00e1lculo da taxa referencial n\u00e3o era suficiente para impedir sua utiliza\u00e7\u00e3o como par\u00e2metro de indexa\u00e7\u00e3o da economia.\n5.9 Ao final, contudo, sacramentou a Corte Suprema o entendimento segundo\n2 in Invalidade da Taxa Refencial (TR): o Significado da ADI 493-0-DF. Dispon\u00edvel em: . Acesso em 13/06/2013.\n\n\fo qual a TR possu\u00eda natureza de taxa de juros e declarou inconstitucional o art. 18 da Lei n\u00ba 8.177/1991, cujo texto original estabelecia que os saldos devedores e as presta\u00e7\u00f5es integrantes do SFH passariam a ser atualizados pela taxa aplic\u00e1vel \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica dos Dep\u00f3sitos de Poupan\u00e7a.\n5.10 Vejamos o que diz a ementa do julgado:\nA\u00e7\u00e3o direta de inconstitucionalidade - Se a lei alcancar os efeitos futuros de contratos celebrados anteriormente a ela, ser\u00e1 essa lei retroativa (retroatividade minima) porque vai interferir na causa, que e um ato ou fato ocorrido no passado. - O disposto no artigo 5, XXXVI, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal se aplica a toda e qualquer lei infraconstitucional, sem qualquer distin\u00e7\u00e3o entre lei de direito p\u00fablico e lei de direito privado, ou entre lei de ordem p\u00fablica e lei dispositiva. Precedente do S.T.F.. - Ocorrencia, no caso, de viola\u00e7\u00e3o de direito adquirido. A taxa referencial (TR) n\u00e3o \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, pois, refletindo as varia\u00e7\u00f5es do custo prim\u00e1rio da capta\u00e7\u00e3o dos depositos a prazo fixo, n\u00e3o constitui \u00edndice que reflita a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda. Por isso, n\u00e3o h\u00e1 necessidade de se examinar a quest\u00e3o de saber se as normas que alteram indice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria se aplicam imediatamente, alcancando, pois, as presta\u00e7\u00f5es futuras de contratos celebrados no passado, sem violarem o disposto no artigo 5, XXXVI, da Carta Magna. - Tamb\u00e9m ofendem o ato jur\u00eddico perfeito os dispositivos impugnados que alteram o crit\u00e9rio de reajuste das presta\u00e7\u00f5es nos contratos ja celebrados pelo sistema do Plano de Equivalencia Salarial por Categoria Profissional (PES/CP). A\u00e7\u00e3o direta de inconstitucionalidade julgada procedente, para declarar a inconstitucionalidade dos artigos 18, \"caput\" e paragrafos 1 e 4; 20; 21 e paragrafo \u00fanico; 23 e paragrafos; e 24 e paragrafos, todos da Lei n. 8.177, de 1 de maio de 1991. (ADI 493 \u2013 Relator: Min. Moreira Alves \u2013 Julgado em 25/06/1992 \u2013 DJ 04/09/1992, pp. 14089).\n5.11 No mesmo sentido citamos a recente decis\u00e3o do Dr. Diego Viegas Veras, Juiz Federal do Juizado Especial de Foz do Igua\u00e7u/PR, que ao julgar demanda semelhante a esta visando substituir o \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o das contas de FGTS da TR para INPC ou IPCA, determinou:\nDispositivo: Ante o exposto, JULGO PROCEDENTES os pedidos, condenando a CEF a pagar \u00e0 parte autora os valores correspondentes \u00e0 diferen\u00e7a de FGTS em raz\u00e3o da aplica\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria pelo IPCA-E desde janeiro de 1999 em diante at\u00e9 seu efetivo saque, cujo valor dever\u00e1 ser apurado em sede de cumprimento de senten\u00e7a. Caso n\u00e3o tenha havido saque, tal diferen\u00e7a\ndever\u00e1 ser depositada diretamente na conta vinculada do autor. Sem custas e honor\u00e1rios advocat\u00edcios (artigos 54 e 55 da Lei n\u00ba 9.099/95 c/c artigo 1\u00bada Lei 10.259/01). Senten\u00e7a publicada e registrada eletronicamente. Intimem-se. Havendo recurso (s), intime (m)-se a (s) parte (s) contr\u00e1ria (s) para apresenta\u00e7\u00e3o de contrarraz\u00f5es, no prazo de dez dias. Recebo, desde j\u00e1, eventual recurso no efeito devolutivo. Juntados os eventuais recursos e as respectivas contrarraz\u00f5es apresentadas no prazo legal devem ser os autos remetidos \u00e0 Turma Recursal. Foz do Igua\u00e7u (PR), 15 de janeiro de 2014. Diego Viegas V\u00e9ras - Juiz Federal Substituto (grifo nosso)\n5.12 A referida decis\u00e3o destaca ainda o julgamento das ADI\u00b4s 4425 e 4357\n\n\fonde o STF analisou a inconstitucionalidade da EC 62/2009, restando inconteste o entendimento da Corte M\u00e1xima ao estabelecer que a TR n\u00e3o pode servir como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, sen\u00e3o vejamos:\nTrechos do voto do ministro Luiz Fux (Redator do ac\u00f3rd\u00e3o):\nQuanto \u00e0 disciplina da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos cr\u00e9ditos inscritos em precat\u00f3rios, a EC n\u00ba 62/09 fixou como crit\u00e9rio o '\u00edndice oficial de remunera\u00e7\u00e3o da caderneta de poupan\u00e7a'. Ocorre que o referencial adotado n\u00e3o \u00e9 id\u00f4neo a mensurar a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda. Isso porque a remunera\u00e7\u00e3o da caderneta de poupan\u00e7a, regida pelo art. 12 da Lei n\u00ba 8.177/91, com atual reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n\u00ba12.703/2012, \u00e9 fixada ex ante, a partir de crit\u00e9rios t\u00e9cnicos em nada relacionados com a infla\u00e7\u00e3o empiricamente considerada. J\u00e1 se sabe, na data de hoje, quanto ir\u00e1 render a caderneta de poupan\u00e7a. E \u00e9 natural que seja assim, afinal a poupan\u00e7a \u00e9 uma alternativa de investimento de baixo risco, no qual o investidor consegue prever com seguran\u00e7a a margem de retorno do seu capital. A infla\u00e7\u00e3o, por outro lado, \u00e9 fen\u00f4meno econ\u00f4mico insuscet\u00edvel de capta\u00e7\u00e3o aprior\u00edstica. O m\u00e1ximo que se consegue \u00e9 estim\u00e1-la para certo per\u00edodo, mas jamais fix\u00e1-la de antem\u00e3o. Da\u00ed por que os \u00edndices criados especialmente para captar o fen\u00f4meno inflacion\u00e1rio s\u00e3o sempre definidos em momentos posteriores ao per\u00edodo analisado, como ocorre com o \u00cdndice de Pre\u00e7os ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estat\u00edstica (IBGE), e o \u00cdndice de Pre\u00e7os ao Consumidor (IPC), divulgado pela Funda\u00e7\u00e3o Get\u00falio Vargas (FGV). A raz\u00e3o disso \u00e9 clara: a infla\u00e7\u00e3o \u00e9 sempre constatada em apura\u00e7\u00e3o ex post, de sorte que todo \u00edndice definido ex ante \u00e9 incapaz de refletir a efetiva varia\u00e7\u00e3o de pre\u00e7os que caracteriza a infla\u00e7\u00e3o. \u00c9 o que ocorre na hip\u00f3tese dos autos. A prevalecer o crit\u00e9rio adotado pela EC n\u00ba 62/09, os cr\u00e9ditos inscritos em precat\u00f3rios seriam atualizados por \u00edndices pr\u00e9-fixados e independentes da real flutua\u00e7\u00e3o de pre\u00e7os apurada no per\u00edodo de refer\u00eancia. Assim, o \u00edndice oficial de remunera\u00e7\u00e3o da caderneta de poupan\u00e7a n\u00e3o \u00e9 crit\u00e9rio adequado para refletir o fen\u00f4meno inflacion\u00e1rio.\n\n\fDestaco que nesse ju\u00edzo n\u00e3o levo em conta qualquer considera\u00e7\u00e3o t\u00e9cnico-econ\u00f4mica que implique usurpa\u00e7\u00e3o pelo Supremo Tribunal Federal de compet\u00eancia pr\u00f3pria de \u00f3rg\u00e3os especializados. N\u00e3o se trata de defini\u00e7\u00e3o judicial de \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o. Essa circunst\u00e2ncia, j\u00e1 recha\u00e7ada pela jurisprud\u00eancia da Casa, evidentemente transcenderia as capacidades institucionais do Poder Judici\u00e1rio. N\u00e3o obstante, a hip\u00f3tese aqui \u00e9 outra.\n\nDiz respeito \u00e0 idoneidade l\u00f3gica do \u00edndice fixado pelo constituinte reformador para capturar a infla\u00e7\u00e3o, e n\u00e3o do valor espec\u00edfico que deve assumir o \u00edndice para determinado per\u00edodo. Reitero: n\u00e3o se pode quantificar, em definitivo, um fen\u00f4meno essencialmente emp\u00edrico antes mesmo da sua ocorr\u00eancia. A inadequa\u00e7\u00e3o do \u00edndice aqui \u00e9 autoevidente.\n\nCorrobora\n\nessa\n\nconclus\u00e3o\n\nreportagem\n\nesclarecedora veiculada em 21 de janeiro de 2013\n\npelo jornal especializado Valor Econ\u00f4mico. Na\n\nmat\u00e9ria intitulada 'Cuidado com a infla\u00e7\u00e3o', o\n\nperi\u00f3dico aponta que ' o rendimento da poupan\u00e7a\n\nperdeu para a infla\u00e7\u00e3o oficial, medida pelo IPCA,\n\nm\u00eas a m\u00eas desde setembro'de 2012. E ilustra: 'Quem\n\ninvestiu R$1mil na caderneta em 31 de junho [de\n\n2012], fechou o ano com poder de compra\n\nequivalente a R$996,40. Ganham da infla\u00e7\u00e3o apenas\n\nos dep\u00f3sitos feitos na caderneta antes de 4 de maio,\n\ncom retorno de 6%. Para os outros, vale a nova\n\nregra, definida no ano passado, de rendimento\n\nequivalente a 70% da meta para a Selic, ou seja, de\n\n5,075%'. Em suma: h\u00e1 manifesta discrep\u00e2ncia entre\n\no \u00edndice oficial de remunera\u00e7\u00e3o da caderneta de\n\npoupan\u00e7a e o fen\u00f4meno inflacion\u00e1rio, de modo que\n\no primeiro n\u00e3o se presta a capturar o segundo. O\n\nmeio escolhido pelo legislador constituinte\n\n(remunera\u00e7\u00e3o da caderneta de poupan\u00e7a) \u00e9,\n\nportanto, inid\u00f4neo a promover o fim a que se destina\n\n(traduzir a infla\u00e7\u00e3o do per\u00edodo).\n\n(...)\n\n\fAssentada a premissa quanto \u00e0 inadequa\u00e7\u00e3o do aludido \u00edndice, mister enfrentar a natureza do direito \u00e0 corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. Na linha j\u00e1 exposta pelo i. Min. Relator, 'a finalidade da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, enquanto instituto de Direito Constitucional, n\u00e3o \u00e9 deixar mais rico o benefici\u00e1rio, nem mais pobre o sujeito passivo de uma dada obriga\u00e7\u00e3o de pagamento. \u00c9 deix\u00e1-los tal como qualitativamente se encontravam, no momento em que se formou a rela\u00e7\u00e3o obrigacional'. Da\u00ed que a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria de valores no tempo \u00e9 circunst\u00e2ncia que decorre diretamente do n\u00facleo essencial do direito de propriedade (CF, art. 5\u00ba, XXII). Corrigem-se valores nominais para que permane\u00e7am com o mesmo valor econ\u00f4mico ao longo do tempo, diante da infla\u00e7\u00e3o. A ideia \u00e9 simplesmente preservar o direito original em sua genu\u00edna extens\u00e3o. Nesse sentido, o direito \u00e0 corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u00e9 reflexo imediato da prote\u00e7\u00e3o da propriedade.Deixar de atualizar valores pecuni\u00e1rios ou atualiz\u00e1-los segundo crit\u00e9rios evidentemente incapazes de capturar o fen\u00f4meno inflacion\u00e1rio representa aniquilar o direito propriedade em seu n\u00facleo essencial. Tal constata\u00e7\u00e3o implica a pron\u00fancia de inconstitucionalidade parcial da EC n\u00ba 62/09 de modo a afastar a express\u00e3o '\u00edndice oficial de remunera\u00e7\u00e3o da caderneta de poupan\u00e7a' introduzida no \u00a7 12 do art. 100 da Lei Maior como crit\u00e9rio de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos cr\u00e9ditos inscritos em precat\u00f3rio, por viola\u00e7\u00e3o ao direito fundamental de propriedade (art. 5\u00ba, XII, CF/88), ineg\u00e1vel limite material ao poder de reforma daConstitui\u00e7\u00e3o (art. 60, \u00a7 4\u00ba, IV, CF/88).\n5.13 Desta forma ineg\u00e1vel a impossibilidade de ser a TR \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, sendo necess\u00e1ria a sua substitui\u00e7\u00e3o adotando-se o INPC ou na impossibilidade deste o IPCA.\n5.14 Por algum tempo at\u00e9 mesmo o STJ rejeitou a TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, tanto para a poupan\u00e7a quanto para o SFH, do que s\u00e3o exemplos: Resp 40777/GO, Resp 140839/BA, Resp 209466/BA. Posteriormente, em releitura do voto do Ministro Moreira Alves do STF, mudou de entendimento e passou a adotar a constitucionalidade da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria (Resp 752879/DF).\n5.15 Ainda em rela\u00e7\u00e3o ao FGTS, temos a s\u00famula 459 do STJ, que versa sobre a aplica\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. Mas vale repisar: a aplica\u00e7\u00e3o de \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria se presta a recuperar o poder de compra do valor emprestado. Este poder de compra \u00e9 diretamente influenciado por um processo inflacion\u00e1rio.\n\n\f5.16 O STJ reconhece a influ\u00eancia da infla\u00e7\u00e3o e da defla\u00e7\u00e3o na composi\u00e7\u00e3o do \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria:\nPREVIDENCI\u00c1RIO E ECON\u00d4MICO. T\u00cdTULO EXECUTIVO JUDICIAL. DETERMINA\u00c7\u00c3O DE CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA PELO IGP-M. \u00cdNDICES DE DEFLA\u00c7\u00c3O. APLICABILIDADE. OFENSA AO PRINC\u00cdPIO DA IRREDUTIBILIDADE DOS VENCIMENTOS. N\u00c3O OCORR\u00caNCIA. PRESERVA\u00c7\u00c3O DO VALOR NOMINAL DA OBRIGA\u00c7\u00c3O. PRECEDENTES. 1. \"A corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria nada mais \u00e9 do que um mecanismo de manuten\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda, n\u00e3o devendo representar, consequentemente, por si s\u00f3, nem um plus nem um minus em sua subst\u00e2ncia. Corrigir o valor nominal da obriga\u00e7\u00e3o representa, portanto, manter, no tempo, o seu poder de compra original, alterado pelas oscila\u00e7\u00f5es inflacion\u00e1rias positivas e negativas ocorridas no per\u00edodo. Atualizar a obriga\u00e7\u00e3o levando em conta apenas oscila\u00e7\u00f5es positivas importaria distorcer a realidade econ\u00f4mica produzindo um resultado que n\u00e3o representa a simples manuten\u00e7\u00e3o do primitivo poder aquisitivo, mas um indevido acr\u00e9scimo no valor real. Nessa linha, estabelece o Manual de Orienta\u00e7\u00e3o de Procedimento de C\u00e1lculos aprovado pelo Conselho da Justi\u00e7a Federal que, n\u00e3o havendo decis\u00e3o judicial em contr\u00e1rio, \"os \u00edndices negativos de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria (defla\u00e7\u00e3o) ser\u00e3o considerados no c\u00e1lculo de atualiza\u00e7\u00e3o\", com a ressalva de que, se, no c\u00e1lculo final, 'a atualiza\u00e7\u00e3o implicar redu\u00e7\u00e3o do principal, deve prevalecer o valor nominal'\" (Corte Especial, REsp 1.265.580/RS, Rel. Min. TEORI ALBINO ZAVASCKI, Dje 18/4/12). 2. No precedente da Corte Especial, mencionado na decis\u00e3o agravada, ficou expressamente consignado que se, na atualiza\u00e7\u00e3o da d\u00edvida, houver redu\u00e7\u00e3o do principal, deve prevalecer o valor nominal, em respeito ao princ\u00edpio da irredutibilidade de vencimentos, previsto nos arts. 7\u00ba, VI e 37, XV, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal. 3. A compreens\u00e3o no sentido de que n\u00e3o h\u00e1 viola\u00e7\u00e3o ao princ\u00edpio da irredutibilidade dos vencimentos, quando preservado o valor nominal da obriga\u00e7\u00e3o, encontra respaldo na jurisprud\u00eancia do STF e do STJ. 4. Agravo regimental improvido. (AgRg nos EREsp 1252558/RS, Rel. Ministro S\u00e9rgio Kukina, 1\u00aa Se\u00e7\u00e3o, julgado em 13/03/2013)\n5.17 Ainda quanto a impossibilidade de ser a TR \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, vejamos como se posiciona o STJ:\nFGTS - CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA DO DEP\u00d3SITOS - INAPLICABILIDADE DA TR - SUBSTITUI\u00c7\u00c3O DO \u00cdNDICE - IPC. A taxa referencial (TR) n\u00e3o pode ser utilizada como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria da moeda, devendo o montante ser atualizado pelo IPC. Recurso improvido. (STJ - AgRg no Ag: 412184 DF 2001/0122589-3, Relator: Ministra LAURITA VAZ, Data de Julgamento: 11/12/2001, S1 - PRIMEIRA SE\u00c7\u00c3O, Data de Publica\u00e7\u00e3o: DJ 26.05.2003 p. 254)\nE no inteiro teor desta decis\u00e3o, bastante valiosa j\u00e1 pelo conte\u00fado ementado, demonstra-se o precedente para esta a\u00e7\u00e3o revisional, consubstanciado na S\u00famula 252 do E. Tribunal da Cidadania:\n\n\fOs saldos das contas do FGTS, pela legisla\u00e7\u00e3o infraconstitucional, s\u00e3o corrigidos em 42,72% (IPC) quanto \u00e0s perdas de janeiro de 1989 e 44,80% (IPC)quanto \u00e0s de abril de 1990, acolhidos pelo STJ os \u00edndices de 18,02% (LBC) quanto \u00e0s perdas de junho de 1987, de 5,38% (BTN) para maio de 1990 e 7,00% (TR) para fevereiro de 1991, de acordo como entendimento do STF (RE 226.855-7/RS)\u201d\n5.17 Em contraste com a linha tra\u00e7ada pelo STJ, o STF voltou recentemente \u00e0 an\u00e1lise da TR como fator de corre\u00e7\u00e3o e, uma vez mais, reafirmou o que j\u00e1 houvera sedimentado quando da ADI 493-0/DF. No julgamento pelo Plen\u00e1rio do Supremo Tribunal Federal das quatro A\u00e7\u00f5es Diretas de Inconstitucionalidade (ADI\u2019s 4357, 4372, 4400 e 4425) que tinham por objeto a Emenda Constitucional n\u00ba 62/2009, que criou o regime especial de pagamento de precat\u00f3rios, l\u00ea-se do voto do relator, Ministro Ayres Britto:\n\u201cCom efeito, neste ponto de intelec\u00e7\u00e3o das coisas, nota-se que a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria se caracteriza, operacionalmente, pela citada aptid\u00e3o para manter um equil\u00edbrio econ\u00f4mico-financeiro entre sujeitos jur\u00eddicos. E falar de equil\u00edbrio econ\u00f4mico-financeiro entre partes jur\u00eddicas \u00e9, simplesmente, manter as respectivas pretens\u00f5es ou os respectivos interesses no estado em que primitivamente se encontravam. Pois n\u00e3o se trata de favorecer ou beneficiar ningu\u00e9m\u2026\u201d3 (g.n.).\n5.18 E citando a ADI 493-0/DF, que reconheceu que a TR \u201c\u2026n\u00e3o reflete a perda do poder aquisitivo da moeda\u2026\u201d, finaliza o ministro:\n\u201c O que se conclui, portanto, \u00e9 que o \u00a7 12 do art. 100 da Constitui\u00e7\u00e3o acabou por artificializar o conceito de atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. Conceito que est\u00e1 ontologicamente associado \u00e0 manuten\u00e7\u00e3o do valor real da moeda. Valor real que s\u00f3 se mant\u00e9m pela aplica\u00e7\u00e3o de \u00edndice que reflita a desvaloriza\u00e7\u00e3o dessa moeda em determinado per\u00edodo. Ora, se a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos valores inscritos em precat\u00f3rio deixa de corresponder \u00e0 perda do poder aquisitivo da moeda, o direito reconhecido pela senten\u00e7a judicial transitada em julgado ser\u00e1 satisfeito de forma excessiva ou, de rev\u00e9s, deficit\u00e1ria. Em ambas as hip\u00f3teses, com enriquecimento il\u00edcito de uma das partes da rela\u00e7\u00e3o jur\u00eddica. E n\u00e3o \u00e9 dif\u00edcil constatar que a parte prejudicada, no caso, ser\u00e1, quase que invariavelmente, o credor da Fazenda P\u00fablica. Basta ver que, nos \u00faltimos quinze anos (1996 a 2010), enquanto a TR (taxa de remunera\u00e7\u00e3o da poupan\u00e7a) foi 55,77%, a infla\u00e7\u00e3o foi de 97,85%, de acordo com o IPCA\u201d4.\n5.19 Os excertos destacados permitem vislumbrar sem peias a postura da Corte Constitucional sobre a utiliza\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o.\n3 Voto do relator, pp. 15/16. 4 Voto do relator, p. 18.\n\n\f5.20 N\u00e3o se pode esquecer que a cultura da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria est\u00e1 arraigada ao nosso sistema econ\u00f4mico de tal forma que o C\u00f3digo Civil traz diversos dispositivos garantindoa. E este breve retrospecto da evolu\u00e7\u00e3o legal e jurisprudencial da aplica\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u00e9 necess\u00e1rio para servir de introito ao n\u00facleo da argumenta\u00e7\u00e3o delineada nesta a\u00e7\u00e3o.\n\n5.21 Hoje no Pa\u00eds existem dois tipos de \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. \u00cdndices que refletem a infla\u00e7\u00e3o e, portanto, recuperam de uma certa forma o poder de compra do valor aplicado, como o IPCA e o INPC, e um \u00edndice que n\u00e3o reflete a infla\u00e7\u00e3o e, consequentemente, n\u00e3o recupera o poder de compra do valor aplicado: a Taxa Referencial \u2013 TR.\n\n5.22 Historicamente \u00e9 preciso lembrar que a Taxa Referencial nunca foi igual \u00e0 infla\u00e7\u00e3o. Nem em tempos de hiperinfla\u00e7\u00e3o, nem no curto per\u00edodo de defla\u00e7\u00e3o. Todavia, os \u00edndices da TR, do INPC e do IPCA sempre andaram pr\u00f3ximos. Em outras palavras, imperava a razoabilidade nos \u00edndices da TR para que pudessem atingir a finalidade de corre\u00e7\u00e3o do valor do capital.\n\nANO 1991 1992 1993 1994 1995 1996\n\nTR 335,51% 1.156,22% 2.474,73% 951,19% 31,6207% 9,5551%\n\nINPC 475,11% 1.149,05% 2.489,11% 929,32% 21,98% 9,125%\n\nIPCA 472,69% 1.119,09% 2.477,15% 916,43% 22,41%\n9,56%\n\n5.23 O panorama come\u00e7a a ser alterado, entretanto, a partir de 1999, quando a TR se distancia expressivamente do INPC e do IPCA, ao ponto de hoje a infla\u00e7\u00e3o superar 6% ao ano e a TR ser igual a ZERO ou quase. Logo, ela n\u00e3o se presta para o fim de manter o poder aquisitivo dos dep\u00f3sitos do FGTS, que s\u00e3o um patrim\u00f4nio do trabalhador.\n\n5.24 Da maneira como est\u00e1 o FGTS hodiernamente, sem recomposi\u00e7\u00e3o\ninflacion\u00e1ria de seus recursos, o trabalhador n\u00e3o est\u00e1 financiando programas de habita\u00e7\u00e3o popular - ele est\u00e1 subsidiando! Ao contr\u00e1rio de outros investimentos, o FGTS\nn\u00e3o \u00e9 um fundo de livre disposi\u00e7\u00e3o por parte do trabalhador, que n\u00e3o pode decidir por si mesmo quais as aplica\u00e7\u00f5es que lhe s\u00e3o mais convenientes ou rent\u00e1veis. O trabalhador tem que se submeter a pol\u00edticas econ\u00f4micas e sociais que lhe s\u00e3o altamente prejudiciais.\n\n5.25 N\u00e3o se trata aqui de elucubra\u00e7\u00f5es desprovidas de sustenta\u00e7\u00e3o f\u00e1tica. A pr\u00f3pria lei do FGTS diz em seu art. 2\u00ba que \u00e9 garantida a aplica\u00e7\u00e3o de atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e juros aos saldos das contas vinculadas. Quando a TR \u00e9 igual a ZERO este dispositivo \u00e9 descumprido. Quando a TR \u00e9 m\u00ednima e totalmente desproporcional em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 infla\u00e7\u00e3o, este dispositivo tamb\u00e9m \u00e9 descumprido. E em ambos casos o patrim\u00f4nio do trabalhador \u00e9 vilipendiado, diminu\u00eddo, subtra\u00eddo, por quem tem o dever legal de administr\u00e1-lo.\n\n5.26 Num cen\u00e1rio de TR zero e infla\u00e7\u00e3o p\u00fablica e not\u00f3ria, estamos diante de uma situa\u00e7\u00e3o de confisco. O Governo Federal, atrav\u00e9s da Caixa Econ\u00f4mica Federal, est\u00e1 confiscando os rendimentos dos trabalhadores para subsidiar pol\u00edticas p\u00fablicas sem a menor possibilidade de inger\u00eancia desses trabalhadores.\n\n\f5.27 Ora, se nosso Estado Democr\u00e1tico de Direito veda que se utilize o tributo com efeito de confisco, o trabalhador n\u00e3o pode ser punido com o confisco do que a pr\u00f3pria Caixa define em seu web site como um patrim\u00f4nio seu, do trabalhador.\n5.28 Neste particular cabe aqui colacionar trecho da brilhante decis\u00e3o proferida pelo Magistrado Diego Viegas V\u00e9ras do Juizado Especial de Foz do Igua\u00e7\u00fa (processo 5009533-35.2013.404.7002/PR) que destaca:\n\u201cO que aparentemente esquece a r\u00e9 \u00e9 que ainda que exista tal paralelismo quanto ao \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, conforme por ela afirmado em sua contesta\u00e7\u00e3o, n\u00e3o h\u00e1 qualquer paralelismo em rela\u00e7\u00e3o aos juros aplicados. Veja-se: com a TR ostentando seus \u00edndices praticamente zerados desde o ano de 2009, os saldos das contas do FGTS acabaram sendo remunerados t\u00e3o somente pelos juros anuais de 3% previstos na\nLei 8.036/90. Ou seja, os juros que deveriam, supostamente, remunerar o capital, n\u00e3o s\u00e3o sequer suficientes para repor o poder de compra perdido pela infla\u00e7\u00e3o acumulada. H\u00e1 que se verificar quais dos programas institu\u00eddos pelo Governo Federal e operacionalizados pela CEF, quer seja de financiamento estudantil, habitacional ou de infraestrutura em que h\u00e1 cobran\u00e7a de juros de 3% ao ano. Segundo informa\u00e7\u00f5es do s\u00edtio eletr\u00f4nico da r\u00e9 (www.cef.gov.br), a taxa cobrada no programa 'Minha casa melhor' \u00e9 de 5% ao ano, enquanto do programa 'Minha casa minha vida' v\u00e3o de 5% a 8,66% ao ano. N\u00e3o h\u00e1, pois, qualquer paralelismo quanto trata-se de taxa de juros aplicadas. Ou seja, no sistema atual o governo busca implementar projetos subsidiados \u00e0s custas da baixa remunera\u00e7\u00e3o e quase nula atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos saldos das contas do Fundo de Garantia. Ou seja, inexiste, no sistema atual, qualquer remunera\u00e7\u00e3o aos saldos das contas do FGTS. Pelo contr\u00e1rio, pois os juros de 3% ao ano sequer s\u00e3o suficientes para repor a desvaloriza\u00e7\u00e3o da moeda no per\u00edodo.\nN\u00e3o se desconhece que o FGTS possui relevante papel social na pr\u00e1tica das pol\u00edticas p\u00fablicas no Brasil, mas n\u00e3o h\u00e1 que se olvidar que historicamente sua cria\u00e7\u00e3o teve por objeto dar ao trabalhador estabilidade no trabalho e alguma seguran\u00e7a financeira em caso de demiss\u00e3o sem justa causa, em substitui\u00e7\u00e3o \u00e0 antiga estabilidade decenal. Os valores depositados \u00e0 sua ordem no FGTS, ainda que realizados pelo empregador, pertencem ao empregado, que n\u00e3o obstante n\u00e3o possa fazer livre movimenta\u00e7\u00e3o de sua conta, \u00e9 seu titular e destinat\u00e1rio final.\n\n\fO saldo do FGTS pode ser sacado, de acordo com o art. 20, inciso V, da Lei8.039/90, para ser utilizado como pagamento de parte das presta\u00e7\u00f5es decorrentes de financiamento habitacional concedido no \u00e2mbito do Sistema Financeiro de Habita\u00e7\u00e3o.\nVemos, portanto, a hip\u00f3tese absurda de que o trabalhador, tendo o saldo da sua conta de FGTS corro\u00eddo pela infla\u00e7\u00e3o, n\u00e3o dispor do suficiente para adquirir a casa pr\u00f3pria, de forma a necessitar firmar contrato pelo SFH (o qual foi financiado \u00e0s suas expensas), para pagar juros muito superiores \u00e0queles com os quais foi remunerado. O dinheiro que lhe foi subtra\u00eddo pela m\u00e1 remunera\u00e7\u00e3o de sua conta, ent\u00e3o, dever\u00e1 ser tomado emprestado daquele que o subtraiu, mediante pagamento de juros.\nTem-se, em resumo, que a Lei n\u00ba 8.036/90, lei espec\u00edfica do FGTS, determina que ao saldo de suas contas deve ser obrigatoriamente aplicado \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. N\u00e3o sendo a Taxa Referencial (TR), \u00edndice disposto pela Lei 8.177/91, h\u00e1bil a atualizar monetariamente tais saldos, e estando tal \u00edndice em lei n\u00e3o espec\u00edfica do FGTS, entende-se que como inconstitucional a utiliza\u00e7\u00e3o da TR para tal fim, subsistindo a necessidade de aplicar-se \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria que reflita a infla\u00e7\u00e3o do per\u00edodo, tal como prev\u00ea a Lei n\u00ba 8.036/90. Nos moldes do que fora trazido pela parte autora em sua peti\u00e7\u00e3o inicial, os \u00edndices que atualmente t\u00eam refletido a varia\u00e7\u00e3o inflacion\u00e1ria brasileira s\u00e3o o INPC e o IPCA-E. Assim, resta analisar qual \u00edndice dever\u00e1 ser adotado para fins de corre\u00e7\u00e3o dos saldos do FGTS. Tendo em conta que a Corte Constitucional ainda n\u00e3o decidiu sobre a modula\u00e7\u00e3o dos efeitos da declara\u00e7\u00e3o de inconstitucionalidade do uso da TR na corre\u00e7\u00e3o dos precat\u00f3rios e d\u00edvidas da Fazenda P\u00fablica, bem como em raz\u00e3o de ser vedado o non liquet (art. 126 do CPC), tem-se que o \u00edndice aplic\u00e1vel \u00e0 atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, em substitui\u00e7\u00e3o \u00e0 Taxa Referencial, deve ser o IPCA-E ao inv\u00e9s do INPC, calhando transcrever as suas formas de c\u00e1lculos e abrang\u00eancias, consoante previsto no s\u00edtio eletr\u00f4nicohttp://www.portalbrasil.net/ipca_e.htm, http://www.portalbrasil. net/inpc.htm, acessos em 15/01/2014) (grifo nosso)\n5.29 Analisando o trecho supra descrito da senten\u00e7a, fica evidente a necessidade de \u00eaxito da presente demanda, tendo em vista que atualmente as contas de FGTS n\u00e3o est\u00e3o sendo corrigidas monetariamente (deixando de recompor as mesmas), por conseq\u00fc\u00eancia descumprindo a Lei que trata da mat\u00e9ria e portanto lesando o patrim\u00f4nio do trabalhador brasileiro.\n5.30 Quando se fala em patrim\u00f4nio imediatamente sobrev\u00e9m li\u00e7\u00e3o de Maria Helena Diniz ao comentar o art. 91 do C\u00f3digo Civil:\nArt. 91. Constitui universalidade de direito o complexo de rela\u00e7\u00f5es jur\u00eddicas de uma pessoa, dotadas de valor econ\u00f4mico.\nUniversalidade de direito. \u00c9 a constitu\u00edda por bens corp\u00f3reos heterog\u00eaneos ou\n\n\fincorp\u00f3reos (complexo de rela\u00e7\u00f5es jur\u00eddicas), a que a norma jur\u00eddica, com o intuito de produzir certos efeitos, d\u00e1 unidade, por serem dotados de valor econ\u00f4mico, como p.ex., o patrim\u00f4nio (...). O patrim\u00f4nio e a heran\u00e7a s\u00e3o considerados como um conjunto, ou seja, como uma universalidade. Embora se constituam ou n\u00e3o de bens materiais e de cr\u00e9ditos, esses bens se unificam numa express\u00e3o econ\u00f4mica, que \u00e9 o valor. O patrim\u00f4nio \u00e9 complexo de rela\u00e7\u00f5es jur\u00eddicas de uma pessoa apreci\u00e1veis economicamente. Incluem-se no patrim\u00f4nio: a posse, os direitos reais, as obriga\u00e7\u00f5es e as a\u00e7\u00f5es correspondentes a tais direitos. O patrim\u00f4nio abrange direitos e deveres redut\u00edveis a dinheito. (in C\u00f3digo Civil Anotado, Saraiva, p. 100).\n5.31 Levando em conta que a rela\u00e7\u00e3o jur\u00eddica entre os trabalhadores e a Caixa \u00e9 de direito pessoal, o art. 233 do C\u00f3digo Civil se torna inafast\u00e1vel na medida em que determina que a obriga\u00e7\u00e3o de dar coisa certa abrange os acess\u00f3rios, ainda que n\u00e3o mencionados. Ora, acess\u00f3rios de dinheiro s\u00e3o os juros e a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria.\n5.32 E ent\u00e3o exsurge, outra vez, a Taxa Referencial.\n6 - Manipula\u00e7\u00e3o da TR - BACEN/CMN \u2013 Necessidade de exclus\u00e3o do redutor da TR \u2013 Fundamenta\u00e7\u00e3o do Pedido Alternativo 2\n6.1 Independentemente da discuss\u00e3o sobre sua natureza jur\u00eddica, conv\u00e9m adotar como pressuposto inicial, para desconstitu\u00ed-la, a tese assentada pela jurisprud\u00eancia, com destaque para as decis\u00f5es do STJ, que apontam a TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria.\n6.2 Tanto o art. 1\u00ba da Lei n\u00ba 8.177/1991 quanto o art. 5\u00ba da Lei n\u00ba 10.192/2001 (que convolou a MP 1.053/1995) atribu\u00edram ao Banco Central a regulamenta\u00e7\u00e3o da metodologia de c\u00e1lculo da TR, conforme crit\u00e9rio estabelecido na lei e a expedi\u00e7\u00e3o das instru\u00e7\u00f5es necess\u00e1rias ao cumprimento do artigo que criou a TBF.\n6.3 Reza a Lei n\u00ba 8.177/1991:\nArt. 1\u00b0 O Banco Central do Brasil divulgar\u00e1 Taxa Referencial (TR), calculada a partir da remunera\u00e7\u00e3o mensal m\u00e9dia l\u00edquida de impostos, dos dep\u00f3sitos a prazo fixo captados nos bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos m\u00faltiplos com carteira comercial ou de investimentos, caixas econ\u00f4micas, ou dos t\u00edtulos p\u00fablicos federais, estaduais e municipais, de acordo com metodologia a ser aprovada pelo Conselho Monet\u00e1rio Nacional, no prazo de sessenta dias, e enviada ao conhecimento do Senado Federal.\nArt. 5o Fica institu\u00edda Taxa B\u00e1sica Financeira - TBF, para ser utilizada exclusivamente como base de remunera\u00e7\u00e3o de opera\u00e7\u00f5es realizadas no mercado financeiro, de prazo de dura\u00e7\u00e3o igual ou superior a sessenta dias. Par\u00e1grafo \u00fanico. O Conselho Monet\u00e1rio Nacional expedir\u00e1 as instru\u00e7\u00f5es necess\u00e1rias ao cumprimento do disposto neste artigo, podendo, inclusive, ampliar o prazo m\u00ednimo previsto no caput.\n\n\f6.4 Com o objetivo de regulamentar a TR o Banco Central/CMN vem ao longo dos anos criando e reinventando f\u00f3rmulas para encontr\u00e1-la. Pelo menos desde a Resolu\u00e7\u00e3o n\u00ba 2.075/1994 h\u00e1 f\u00f3rmulas para encontrar a TR. Todavia, \u00e9 com a institui\u00e7\u00e3o da Taxa B\u00e1sica Financeira, pela Medida Provis\u00f3ria n\u00ba 1.053/1995, que a f\u00f3rmula de c\u00e1lculo sofre uma expressiva reviravolta.\n6.5 Desde a Resolu\u00e7\u00e3o n\u00ba 2.437/1997 a TR \u00e9 calculada levando em conta a Taxa B\u00e1sica Financeira e um Redutor. A Resolu\u00e7\u00e3o n\u00ba 3.354/2006, hoje vigente sobre o assunto, diz:\nArt. 1\u00ba Estabelecer que, para fins de c\u00e1lculo da Taxa B\u00e1sica Financeira - TBF e da Taxa Referencial - TR, de que tratam os arts. 1\u00ba da Lei 8.177, de 1\u00ba de mar\u00e7o de 1991, 1\u00ba da Lei 8.660, de 28 de maio de 1993, e 5\u00ba da Lei 10.192, de 14 de fevereiro de 2001, deve ser constitu\u00edda amostra das 30 maiores institui\u00e7\u00f5es financeiras do Pa\u00eds, assim consideradas em fun\u00e7\u00e3o do volume de capta\u00e7\u00e3o efetuado por meio de certificados e recibos de dep\u00f3sito banc\u00e1rio (CDB/RDB), com prazo de 30 a 35 dias corridos, inclusive, e remunerados a taxas prefixadas, entre bancos m\u00faltiplos, bancos comerciais, bancos de investimento e caixas econ\u00f4micas.\nArt. 2\u00ba A TBF e a TR s\u00e3o calculadas a partir da remunera\u00e7\u00e3o mensal m\u00e9dia dos CDB/RDB emitidos a taxas de mercado prefixadas, com prazo de 30 a 35 dias corridos, inclusive, com base em informa\u00e7\u00f5es prestadas pelas institui\u00e7\u00f5es integrantes da amostra de que trata o art. 1\u00ba, na forma a ser determinada pelo Banco Central do Brasil.\nArt. 4\u00ba Para cada dia do m\u00eas - dia de refer\u00eancia -, o Banco Central do Brasil deve calcular a TBF, para o per\u00edodo de um m\u00eas, com in\u00edcio no pr\u00f3prio dia de refer\u00eancia e t\u00e9rmino no dia correspondente ao dia de refer\u00eancia no m\u00eas seguinte, considerada a hip\u00f3tese prevista no \u00a7 2\u00ba, inciso IV.\nArt. 5\u00ba Para cada TBF obtida, segundo a metodologia descrita no art. 4\u00ba, deve ser calculada a correspondente TR, pela aplica\u00e7\u00e3o de um redutor \"R\", de acordo com a seguinte f\u00f3rmula:\nTR = max {0,100 {[ (1 + TBF/100) / R ] - 1}} (em %).\n\u00a7 1\u00ba O valor do redutor 'R' deve ser calculado para todos os dias, inclusive n\u00e3o-\u00fateis, de acordo com a seguinte f\u00f3rmula:\nR = (a + b . TBF/100), onde:\nTBF = TBF relativa ao dia de refer\u00eancia; a = 1,005; b = valor determinado de acordo com a tabela abaixo, em fun\u00e7\u00e3o da TBF obtida, segundo a metodologia descrita no art. 4\u00ba, em termos percentuais ao ano: TBF (% a.a.) b TBF maior que 16 0,48 TBF menor ou igual a 16 e maior que 15 0,44\n\n\fTBF menor ou igual a 15 e maior que 14 0,40 TBF menor ou igual a 14 e maior que 13 0,36 TBF menor ou igual a 13 e maior ou igual a 11 0,32\n\u00a7 2\u00ba Fica o Banco Central do Brasil autorizado a determinar o valor do par\u00e2metro \"b\" no caso de a TBF obtida ser inferior a 11% a.a. (onze por cento ao ano).\n\n6.6 O peculiar nesta determina\u00e7\u00e3o do Banco Central/CMN, que de resto se repete desde 1997, \u00e9 que a TBF e a TR s\u00e3o exatamente iguais em sua g\u00eanese at\u00e9 o momento em que se determina a aplica\u00e7\u00e3o de um redutor \u00e0 TBF para se chegar \u00e0 TR.\n6.7 N\u00e3o h\u00e1 na lei da TR previs\u00e3o de aplica\u00e7\u00e3o de redutor, assim como tamb\u00e9m n\u00e3o h\u00e1 na lei que criou a TBF. Todavia, diante de um comando aberto como o do art. 5\u00ba da MP 1.503/1995 (Lei n\u00ba 10.192/2001), o Banco Central/CMN, com amplos poderes para regulamentar o assunto, estranhamente, n\u00e3o tenha institu\u00eddo um redutor, mas o tenha feito ao regulamentar o art. 1\u00ba da Lei n\u00ba 8.177/1991, que n\u00e3o era t\u00e3o flex\u00edvel.\n6.8 Uma compara\u00e7\u00e3o entre os percentuais da TR, INPC e IPCA, desde 1999, deixa evidente a perda do poder de compra dos dep\u00f3sitos nas contas vinculadas do FGTS, especialmente a partir de 1999.\n\nANO\n\nTR\n\nINPC\n\n1999\n\n5,7295%\n\n8,43%\n\n2000\n\n2,0962%\n\n5,27%\n\n2001\n\n2,2852%\n\n9,44%\n\n2002\n\n2,8023%\n\n14,74%\n\n2003\n\n4,6485%\n\n10,38%\n\n2004\n\n1,8184%\n\n6,13%\n\n2005\n\n2,8335%\n\n5,05%\n\n2006\n\n2,0377%\n\n2,81%\n\n2007\n\n1,4452%\n\n5,15%\n\n2008\n\n1,6348%\n\n6,48%\n\n2009\n\n0,7090%\n\n4,11%\n\n2010\n\n0,6887%\n\n6,46%\n\n2011\n\n1,2079%\n\n6,07%\n\n2012\n\n0,2897%\n\n6,17%\n\n2013 (at\u00e9 maio)\n\n0,00%\n\n3,01%\n\nFonte: Portal Brasil (http://www.portalbrasil.net).\n\nIPCA 8,94% 5,97% 7,67% 12,53% 9,30% 7,60% 5,69% 3,14% 4,46% 5,90% 4,31% 5,91% 6,50% 5,84% 2,88%\n\n6.9 Como dito antes o trabalhador aplica compulsoriamente seu dinheiro no FGTS e n\u00e3o pode retir\u00e1-lo para outro investimento. Recebe apenas uma remunera\u00e7\u00e3o de 0,247% a t\u00edtulo de juros e nada mais. N\u00e3o h\u00e1 corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria nem Taxa Referencial (que \u00e9 0%), em gritante vilip\u00eandio ao art. 2\u00ba da Lei n\u00ba 8.036/1990, que imp\u00f5e a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos valores depositados pelo empregador.\n6.10 Ainda que se argumente que a aplica\u00e7\u00e3o do Redutor pelo Banco\n\n\fCentral/CMN seja legal, sua redu\u00e7\u00e3o a ZERO num cen\u00e1rio de infla\u00e7\u00e3o superior a 6% ao ano configura ataque \u00e0 concep\u00e7\u00e3o do precitado ao art. 2\u00ba da Lei n\u00ba 8.036/1990, claro ao determinar a atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, bem como ao art. 233 do Diploma Civil, na medida em que ignora os acess\u00f3rios da obriga\u00e7\u00e3o de dar.\n6.11 Impende, por\u00e9m, revisitar o entendimento jurisprudencial sobre a TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, mormente a partir da institui\u00e7\u00e3o de um Redutor que tem por efeito zer\u00e1-la num ambiente de infla\u00e7\u00e3o.\n6.12 O quadro comparativo mostra que a TR n\u00e3o se presta como atualizador monet\u00e1rio do FGTS, pelo menos desde janeiro de 1999. No momento em que o Banco Central/CMN estabeleceu um redutor para a TR, ela deixou de ser um \u00edndice confi\u00e1vel para atualizar monetariamente as contas do fundo porque se afasta dos \u00edndices de infla\u00e7\u00e3o, com sens\u00edvel redu\u00e7\u00e3o ano a ano.\n6.13 Corrigir monetariamente o capital \u00e9 mant\u00ea-lo com poder de compra, finalidade distante de ser alcan\u00e7ada pela TR. H\u00e1 n\u00edtida expropria\u00e7\u00e3o do patrim\u00f4nio do trabalhador no instante em que lhe \u00e9 negada uma h\u00edgida atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. Cabe, pois, ao Judici\u00e1rio p\u00e1trio a nobre tarefa de fazer cessar este esbulho iniciado em 1999 e materializado nas constantes redu\u00e7\u00f5es da TR em rela\u00e7\u00e3o aos \u00edndices de infla\u00e7\u00e3o, culminando na sua completa nulidade desde setembro de 2012.\n6.14 O STF, no julgamento da ADI 493-0/DF, asseverou que a TR n\u00e3o constitu\u00eda \u00edndice que refletia a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda, caracter\u00edstica que o transcorrer dos anos s\u00f3 fez confirmar. A sua aplica\u00e7\u00e3o \u2013 ou n\u00e3o aplica\u00e7\u00e3o quando chega a ZERO \u2013 diminui e destr\u00f3i o patrim\u00f4nio do trabalhador, de modo que h\u00e1 anos ele n\u00e3o tem ganho real em sua aplica\u00e7\u00e3o no fundo, sen\u00e3o todo o contr\u00e1rio: faz tempo que aufere rendimentos inferiores \u00e0 infla\u00e7\u00e3o, mesmo levando em conta a ins\u00edpida remunera\u00e7\u00e3o dos juros de 3% ao ano.\n6.15 O que torna a TR um \u00edndice inid\u00f4neo \u00e9 a intensa inger\u00eancia do Banco Central/CMN na sua formula\u00e7\u00e3o. Vale lembrar como \u00e9 feito seu c\u00e1lculo:\n\u00a7 1\u00ba O valor do redutor 'R' deve ser calculado para todos os dias, inclusive n\u00e3o-\u00fateis, de acordo com a seguinte f\u00f3rmula: R = (a + b . TBF/100), onde: TBF = TBF relativa ao dia de refer\u00eancia; a = 1,005; b = valor determinado de acordo com a tabela abaixo, em fun\u00e7\u00e3o da TBF obtida, segundo a metodologia descrita no art. 4\u00ba, em termos percentuais ao ano: TBF (% a.a.) b TBF maior que 16 0,48 TBF menor ou igual a 16 e maior que 15 0,44 TBF menor ou igual a 15 e maior que 14 0,40 TBF menor ou igual a 14 e maior que 13 0,36 TBF menor ou igual a 13 e maior ou igual a 11 0,32 \u00a7 2\u00ba Fica o Banco Central do Brasil autorizado a determinar o valor do par\u00e2metro \"b\" no caso de a TBF obtida ser inferior a 11% a.a. (onze por cento ao ano).\n6.16 Como se v\u00ea, quando a TBF (Taxa B\u00e1sica Financeira \u2013 SELIC) for inferior a\n\n\f11%, a vari\u00e1vel \u201cb\u201d ser\u00e1 determinada pelo Banco Central/CMN, sem crit\u00e9rio t\u00e9cnico conhecido. A\u00ed est\u00e1 o quid, posto que \u00e9 esta discricionariedade, estipulada desde da Resolu\u00e7\u00e3o n\u00ba 2.809/2000 e reproduzida nas posteriores, que afetou o c\u00e1lculo do Redutor da TR e, consequentemente, a conduziu de modo paulatino a ZERO.\n6.17 Pugnar pelo rec\u00e1lculo da TR tampouco se mostraria uma solu\u00e7\u00e3o, vez que uma nova f\u00f3rmula estaria igualmente sob a discricionariedade do BACEN. Basta avaliar a sucess\u00e3o de resolu\u00e7\u00f5es do \u00f3rg\u00e3o sobre o assunto, que sempre mantiveram em suas m\u00e3os o poder de interferir na aferi\u00e7\u00e3o da TR.\n6.18 N\u00e3o h\u00e1 d\u00favida que a TR n\u00e3o tem o cond\u00e3o de suprir as perdas monet\u00e1rias dos dep\u00f3sitos do FGTS, ainda mais depois do que foi narrado at\u00e9 aqui. Outro caminho n\u00e3o existe se n\u00e3o o de adotar um novo \u00edndice que de fato corrija e mantenha o poder de compra desses dep\u00f3sitos.\n6.19 No entanto, caso n\u00e3o seja este o entendimento de Vossa Excel\u00eancia, o que se admite apenas para efeitos de argumenta\u00e7\u00e3o, requer que seja julgada a ilegalidade do redutor da TR na forma supra descrita, sendo retirado o redutor da f\u00f3rmula de c\u00e1lculo da TR, com a finalidade de preservar minimamente o poder aquisitivo pretendido pela corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria.\n6.20 Quanto a possibilidade de exclus\u00e3o do redutor utilizado na f\u00f3rmula da TR, vejamos como se posicionam os nossos tribunais a respeito:\n\u201cSobreleva notar que o Poder Judici\u00e1rio n\u00e3o est\u00e1 alheio \u00e0 problem\u00e1tica da baixa rentabilidade do FGTS. Est\u00e1 n\u00edtido para todos os segmentos da sociedade que o FGTS sofreu impactos negativos com a piora do mercado, principalmente ap\u00f3s 1999, \u00e9poca em que houve uma redu\u00e7\u00e3o importante no patamar da taxa de juros SELIC, a taxa b\u00e1sica da economia brasileira, resultando na diminui\u00e7\u00e3o de um dos principais componentes da TR, utilizados pelo BACEN para ajust\u00e1la. Tamb\u00e9m n\u00e3o foge ao Judici\u00e1rio a informa\u00e7\u00e3o de que as modifica\u00e7\u00f5es operadas pelo BACEN n\u00e3o resolveu de forma adequada a corre\u00e7\u00e3o da TR, o que levou a resultados negativos e corre\u00e7\u00e3o nula, sendo necess\u00e1rio ou modificar o redutor ou a formula de c\u00e1lculo da TR ou at\u00e9 mesmo eleger outra forma de atualiza\u00e7\u00e3o dos saldos do FGTS, a qual deve possibilitar sua valoriza\u00e7\u00e3o.\u201d (03\u00ba Juizado Especial Federal de S\u00e3o Gon\u00e7alo, Processo n\u00ba 0131406-20.2013.4.02.5167 (2013.51.67.131406-7) \u2013 Juizado/C\u00edvel Juiz (a) Federal Titular: Stelly Gomes Leal Da Cruz Pacheco, publicado em 18 de outubro de 2013)\n\u201cEntretanto, \u00e9 inelut\u00e1vel concluir que o redutor aplicado na forma de c\u00e1lculo da TR n\u00e3o cumpre o papel legalmente a ele destinado, que seria o de expurgar da m\u00e9dia das taxas de juros do mercado os efeitos da tributa\u00e7\u00e3o (art. 1\u00ba da Lei8.177/1991).Analisando as s\u00e9ries hist\u00f3ricas da TR e da TBF, desde julho de 1997, extra\u00eddas do s\u00edtio do Bacen na internet (https://www3.bcb.gov.br/sgspub/localizarseries/localizarSeries.do?method=pr epararTelaLocalizarSeries), v\u00ea-se que, a partir do ano de 1999, o redutor sempre representou mais de 75% da TBF, chegando ao patamar de 100% na maioria dos dias desde julho de 2012 (a TBF e a TR s\u00e3o calculadas diariamente, embora os ve\u00edculos de comunica\u00e7\u00e3o costumem divulgar apenas\n\n\fseus valores mensais).Ora, n\u00e3o \u00e9 cr\u00edvel que os tributos incidentes nas opera\u00e7\u00f5es financeiras de capta\u00e7\u00e3o de CDB e RDB representem patamares t\u00e3o altos. Ali\u00e1s, quando o redutor \u00e9 de 100%, deveria se concluir que os tributos abrangeram a totalidade do rendimento, o que n\u00e3o \u00e9 razo\u00e1vel.\u201d (Juizado Especial Federal C\u00edvel da 3\u00aa Regi\u00e3o, Presidente Prudente, Processo n\u00ba 0000305-36.2013.4.03.6328 \u2013 Juizado/C\u00edvel Juiz (a) Federal Titular: Luiz Augusto Iamassaki Fiorentini, publicado em 24 de novembro de 2013)\n6.21 No que tange a manipula\u00e7\u00e3o da TR por interm\u00e9dio do redutor, e a sua ilegalidade, vejamos a li\u00e7\u00e3o de Ives Gandra Martins em mat\u00e9ria semelhante:\nNada obstante tudo o que atr\u00e1s disse e apesar de ter sido a inten\u00e7\u00e3o do legislador preservar o patrim\u00f4nio do trabalhador nas despedidas,\ninfelizmente o Governo Federal n\u00e3o tem honrado o desiderato legislativo, transformando-se, desde a cria\u00e7\u00e3o do FGTS, em apropriador ind\u00e9bito do dinheiro dos trabalhadores.\nSempre que os \u00edndices da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria foram manipulados, o Governo Federal apropriou-se de dinheiro do trabalhador, do qual era administrador pelo BNH e,\ndepois, pela Caixa e seus agentes financeiros, de forma definitiva, dilapidando seu patrim\u00f4nio de forma ilegal, a\u00e9tica e irrespons\u00e1vel.\nEm 1972, a Justi\u00e7a decidiu que a infla\u00e7\u00e3o real foi de 15% e o governo corrigira seus \u00edndices em 12% ao ano. No ano de 1980, contra uma infla\u00e7\u00e3o de 100%, a Uni\u00e3o imp\u00f4s uma corre\u00e7\u00e3o de 54%. Apenas de 1975 a 1985, a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria foi 3 vezes inferior \u00e0 infla\u00e7\u00e3o, com o que todos os trabalhadores brasileiros com dinheiro depositado no FGTS foram expropriados, para n\u00e3o utilizar express\u00e3o mais pesada, em 2/3 de seu patrim\u00f4nio. Apenas a Ministra Z\u00e9lia, em dois meses, retirou parcela substancial daquele patrim\u00f4nio, pois, contra uma infla\u00e7\u00e3o de 82% em mar\u00e7o de 1990, corrigiu os dep\u00f3sitos dos trabalhadores em 41% e, contra uma infla\u00e7\u00e3o de 22% em Abril, corrigiu-os em 0%.\nDesta forma, criado o FGTS para ser administrado pelo Estado para prote\u00e7\u00e3o do trabalhador, tem sido o trabalhador pelo Governo confiscado, ano ap\u00f3s ano, de tal forma que seu \"pec\u00falio indenizat\u00f3rio\" foi fantasticamente dilapidado pela inc\u00faria, incompet\u00eancia e irresponsabilidade dos governos, que por n\u00e3o administrarem adequadamente o \"deficit\" p\u00fablico, de tempos em tempos, alteraram seus \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o, reduzindo, por tal imoral artif\u00edcio, o volume de sua d\u00edvida com a sociedade.\nNo caso do FGTS a manipula\u00e7\u00e3o \u00e9 mais grave por n\u00e3o ter o trabalhador a alternativa de retirar seu dinheiro, apenas poss\u00edvel nas expressas hip\u00f3teses legais. As empresas pagam o correspondente a um sal\u00e1rio anual de\n\n\findeniza\u00e7\u00e3o, mas tal pagamento, em parte, fica para o empregado e, em parte \u00e9 apropriado pelo governo e seus agentes, reduzindo-se dramaticamente aquela reserva que o legislador pretendeu fosse intoc\u00e1vel.\n\nDesta forma, o sistema criado, embora melhor na lei, que o sistema anterior, revelou-se aut\u00eantica armadilha para o trabalhador, fraudado anualmente pelas manipula\u00e7\u00f5es oficiais em busca de reduzir os \"deficits\" p\u00fablicos, n\u00e3o pela compet\u00eancia administrativa de redu\u00e7\u00e3o de despesas, mas pela irresponsabilidade gerencial da administra\u00e7\u00e3o dos \u00edndices medidores da infla\u00e7\u00e3o.\n\nComo a lei, todavia, objetivou garantir o trabalhador\n\nem seu direito a 8% de sal\u00e1rio por m\u00eas de trabalho\n\nmais os juros remunerat\u00f3rios, \u00e0 evid\u00eancia, a\n\nirresponsabilidade das manipula\u00e7\u00f5es s\u00e3o ilegais,\n\nposto que implicaram sens\u00edvel redu\u00e7\u00e3o do\n\npatrim\u00f4nio de todos os trabalhadores brasileiros\n\nque optaram por tal forma de \"reserva\n\nindenizat\u00f3ria\", desde que institu\u00eddo o FGTS.(grifos\n\nnosso) (MANIPULA\u00c7\u00c3O\n\nDE \u00cdNDICES DE CORRE\u00c7\u00c3O\n\nMONET\u00c1RIA DO F.G.T.S. - ILEGALIDADE DO\n\nPROCEDIMENTO - DIREITO DO TRABALHADOR A RECUPERAR\n\nEM JU\u00cdZO A DIFEREN\u00c7A ENTRE OS \u00cdNDICES DA INFLA\u00c7\u00c3O\n\nREAL E DA INDEXA\u00c7\u00c3O ALTERADA - P A R E C E R \u2013\n\nIVES GANDRA MARTINS \u2013 S\u00e3o Paulo 02/09/1992)\n\n6.22 Perceba Excel\u00eancia que o Jurista Ives Gandra Martins, se posicionava no sentido de fundamentar demanda em face a Caixa Economica Federal, tendo em vista a ilegalidade da manipula\u00e7\u00e3o dos \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, o que no caso em tela ocorre em virtude da aplica\u00e7\u00e3o de redutor na f\u00f3rmula que calcula a TR (que por si s\u00f3 n\u00e3o serviria como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria), e traz preju\u00edzo irrepar\u00e1veis ao patrim\u00f4nio dos trabalhadores brasileiros.\n7 - \u00cdndices reais de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria\n7.1 A lei de introdu\u00e7\u00e3o ao C\u00f3digo Civil estabelece em seu art. 5\u00ba que na aplica\u00e7\u00e3o da lei o juiz atender\u00e1 aos fins sociais a que ela se destina e \u00e0s exig\u00eancias do bem comum.\n7.2 A lei do FTGS tem um fim social indiscut\u00edvel: proteger o trabalhador e constituir um patrim\u00f4nio que lhe sirva de arrimo em v\u00e1rias situa\u00e7\u00f5es da vida. Assim, reconhecer a necessidade de efetiva corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, com reposi\u00e7\u00e3o dos \u00edndices inflacion\u00e1rios de forma a garantir o poder de compra daquele dinheiro, implica em atender ao telos social desenhado na lei do fundo. Cabe \u00e0 Caixa tal proceder.\n7.3 Visto que a TR n\u00e3o reflete a corros\u00e3o do poder de compra dos dep\u00f3sitos e\n\n\fn\u00e3o rep\u00f5e as perdas monet\u00e1rias havidas, urge substitu\u00ed-la por um \u00edndice que o fa\u00e7a. Mas por qual?\n7.4 A resposta, at\u00e9 por uma quest\u00e3o de equidade, est\u00e1 na ado\u00e7\u00e3o do mesmo \u00edndice utilizado para a corre\u00e7\u00e3o do sal\u00e1rio dos trabalhadores e benef\u00edcios previdenci\u00e1rios, previsto na Lei n\u00ba 12.382/2011:\nArt. 1o O sal\u00e1rio m\u00ednimo passa a corresponder ao valor de R$ 545,00 (quinhentos e quarenta e cinco reais).\nPar\u00e1grafo \u00fanico. Em virtude do disposto no caput, o valor di\u00e1rio do sal\u00e1rio m\u00ednimo corresponder\u00e1 a R$ 18,17 (dezoito reais e dezessete centavos) e o valor hor\u00e1rio, a R$ 2,48 (dois reais e quarenta e oito centavos).\nArt. 2o Ficam estabelecidas as diretrizes para a pol\u00edtica de valoriza\u00e7\u00e3o do sal\u00e1rio m\u00ednimo a vigorar entre 2012 e 2015, inclusive, a serem aplicadas em 1o de janeiro do respectivo ano.\n\u00a7 1o Os reajustes para a preserva\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo do sal\u00e1rio m\u00ednimo corresponder\u00e3o \u00e0 varia\u00e7\u00e3o do \u00cdndice Nacional de Pre\u00e7os ao Consumidor INPC, calculado e divulgado pela Funda\u00e7\u00e3o Instituto Brasileiro de Geografia e Estat\u00edstica - IBGE, acumulada nos doze meses anteriores ao m\u00eas do reajuste.\n\u00a7 2o Na hip\u00f3tese de n\u00e3o divulga\u00e7\u00e3o do INPC referente a um ou mais meses compreendidos no per\u00edodo do c\u00e1lculo at\u00e9 o \u00faltimo dia \u00fatil imediatamente anterior \u00e0 vig\u00eancia do reajuste, o Poder Executivo estimar\u00e1 os \u00edndices dos meses n\u00e3o dispon\u00edveis.\n\u00a7 3o Verificada a hip\u00f3tese de que trata o \u00a7 2o, os \u00edndices estimados permanecer\u00e3o v\u00e1lidos para os fins desta Lei, sem qualquer revis\u00e3o, sendo os eventuais res\u00edduos compensados no reajuste subsequente, sem retroatividade.\n\u00a7 4o A t\u00edtulo de aumento real, ser\u00e3o aplicados os seguintes percentuais:\nI - em 2012, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do Produto Interno Bruto - PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2010;\nII - em 2013, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2011;\nIII - em 2014, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2012; e\nIV - em 2015, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2013.\n\u00a7 5o Para fins do disposto no \u00a7 4o, ser\u00e1 utilizada a taxa de crescimento real do PIB para o ano de refer\u00eancia, divulgada pelo IBGE at\u00e9 o \u00faltimo dia \u00fatil do ano imediatamente anterior ao de aplica\u00e7\u00e3o do respectivo aumento real.\n\n\f7.5 Ora, se o sal\u00e1rio m\u00ednimo \u00e9 corrigido monetariamente pelo INPC, por que o FGTS, que \u00e9 um sal\u00e1rio indireto do trabalhador, n\u00e3o o \u00e9?\n7.6 A corre\u00e7\u00e3o do sal\u00e1rio m\u00ednimo pelo INPC objetiva preservar seu poder aquisitivo. A necessidade de preservar o poder aquisitivo \u00e9 uma constante em todas as transa\u00e7\u00f5es financeiras e s\u00f3 se aperfei\u00e7oa quando rep\u00f5e efetivamente as perdas inflacion\u00e1rias. Este \u00edndice (INPC) se mostra, ent\u00e3o, mais adequado para a manuten\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo dos valores ingressados nas contas vinculadas do FGTS.\n8 - Outras pondera\u00e7\u00f5es\n8.1 O aviltamento dos recursos do patrim\u00f4nio do trabalhador traz conseq\u00fc\u00eancias para todos, individual e coletivamente.\n8.2 O Sistema Financeiro da Habita\u00e7\u00e3o \u2013 SFH disp\u00f5e dos recursos do FGTS para financiar a aquisi\u00e7\u00e3o de casa pr\u00f3pria pelos trabalhadores. \u00c9 a Caixa Econ\u00f4mica Federal a institui\u00e7\u00e3o que mais utiliza esses recursos, emprestando dinheiro para a aquisi\u00e7\u00e3o do im\u00f3vel.\n8.3 Em princ\u00edpio parece n\u00e3o haver correla\u00e7\u00e3o entre o trabalhador que tem dep\u00f3sitos no FGTS e aquele que se vale do empr\u00e9stimo do SFH para comprar sua casa. Contudo, em algum momento trabalhador e mutu\u00e1rio se tornam a mesma pessoa. \u00c9 neste ponto de converg\u00eancia que o debate ganha ares preocupantes.\n8.4 J\u00e1 seria reprov\u00e1vel o fato de a Caixa pegar um dinheiro a juros baixos e sem nenhuma corre\u00e7\u00e3o e emprest\u00e1-lo a juros muito mais altos, mesmo sem corre\u00e7\u00e3o (uma vez que a TR tamb\u00e9m corrige as presta\u00e7\u00f5es do SFH), o que evidencia que a institui\u00e7\u00e3o j\u00e1 leva vantagem nessa negocia\u00e7\u00e3o. Mas a situa\u00e7\u00e3o piora ainda mais quando a Caixa pega dinheiro a juros baixos, sem nenhuma corre\u00e7\u00e3o para o trabalhador, e empresta para ele mesmo.\n8.5 Suponhamos que um trabalhador queira adquirir uma casa pr\u00f3pria utilizando os recursos do seu FGTS. Ele encontra o im\u00f3vel, mas verifica que seus recursos n\u00e3o s\u00e3o suficientes para adquir\u00ed-lo. Dirige-se, ent\u00e3o, a um banco para financiar a diferen\u00e7a, comprometendo sua renda por longos anos.\n8.6 A maioria dos brasileiros, quando quer adquirir um im\u00f3vel, dirige-se \u00e0 Caixa Econ\u00f4mica Federal. \u00c9 uma quest\u00e3o hist\u00f3rica. Mas se seus dep\u00f3sitos do FGTS tivessem sido devidamente corrigidos, com a manuten\u00e7\u00e3o de seu poder de compra, ou o empr\u00e9stimo seria menor ou sequer haveria a necessidade de contrat\u00e1-lo, contrata\u00e7\u00e3o esta que implica no comprometimento de sua renda e anos de trabalho para adquirir aquilo que \u00e9 b\u00e1sico: uma moradia.\n8.7 A Caixa empresta para o trabalhador aquilo que ela deixou de lhe pagar a t\u00edtulo de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria na sua conta do FGTS; lhe vende o sonho da casa pr\u00f3pria e \u00e0s suas custas aufere vultosos lucros.\n9 - Ulteriores apontamentos\n\n\f9.1 A Taxa Referencial, enquanto \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u2013 ao menos segundo posi\u00e7\u00e3o atual do STJ \u2013 n\u00e3o pode ser reduzida a ZERO como tem sido nos \u00faltimos meses. \u00c9 uma afronta ao art. 2\u00ba da Lei n\u00ba 8.036/1990, que garante atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria aos dep\u00f3sitos do FGTS.\n9.2 Como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria que sup\u00f5e ser (e que para o STF n\u00e3o \u00e9), a TR deveria garantir o poder aquisitivo dos dep\u00f3sitos do FGTS, o que seria poss\u00edvel levando em conta os \u00edndices de infla\u00e7\u00e3o. S\u00f3 que desde janeiro de 1999 a TR se distanciou sensivelmente dos indicadores oficiais de infla\u00e7\u00e3o, com profundas perdas aos dep\u00f3sitos do FGTS, transmudando-se em par\u00e2metro inid\u00f4neo para garantir a reposi\u00e7\u00e3o das perdas monet\u00e1rias.\n9.3 A pouca ou nula utilidade da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u00e9 fruto das transforma\u00e7\u00f5es introduzidas em sua metodologia de c\u00e1lculo pelo Banco Central/CMN, que atrav\u00e9s da cria\u00e7\u00e3o de um Redutor vem manipulando o \u00edndice para que ele se desprenda da infla\u00e7\u00e3o, at\u00e9 anul\u00e1-lo completamente, a despeito de um quadro de infla\u00e7\u00e3o persistente no Pa\u00eds.\n9.4 A Caixa Econ\u00f4mica Federal assume o papel de esbulhador do FGTS, dispondo do patrim\u00f4nio do trabalhador sem a correspondente contrapresta\u00e7\u00e3o. A corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria aplicada ao FGTS tem sido h\u00e1 muito tempo menor que a infla\u00e7\u00e3o registrada pelo pr\u00f3prio Governo (INPC/IPCA), de forma que se descumpre n\u00e3o apenas o art. 2\u00ba da Lei n\u00ba 8.036/1990, mas tamb\u00e9m toda a l\u00f3gica e princ\u00edpios do mercado econ\u00f4mico.\n9.5 Quem empresta tem direito de ser remunerado com juros e a totalidade da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. O trabalhador n\u00e3o pode ser obrigado a subsidiar ainda mais os projetos do Governo Federal. O \u201cainda mais\u201d decorre do fato de os juros de 3% do FGTS serem os menores do mercado, o que, per se, demonstra que ele j\u00e1 est\u00e1 fazendo sua parte sob a perspectiva social.\n9.6 Obstar o direito a uma efetiva e real corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos valores existentes nas contas vinculadas ao FGTS \u2013 contas que n\u00e3o s\u00e3o livremente gestionadas pelo trabalhador, que delas n\u00e3o pode sacar dinheiro ou aplic\u00e1-lo em outros fundos ou investimentos \u2013 configura ato incompat\u00edvel com um Estado Democr\u00e1tico de Direito.\n9.7 Certamente se o Governo remunerasse os investidores internacionais com TR mais 3% a.a., como faz com os trabalhadores, a fuga em massa de investimentos seria uma constante.\n9.8 Constatado que a TR n\u00e3o \u00e9 capaz de restabelecer e manter o poder aquisitivo dos dep\u00f3sitos do FGTS, sua substitui\u00e7\u00e3o por outro \u00edndice que melhor recomponha as perdas monet\u00e1rias se torna imperioso, inclusive como forma de atender ao comando dos artigos 2\u00ba da Lei n\u00ba 8.036/1990 e 233 do C\u00f3digo Civil.\n9.9 Visto que desde janeiro de 1999 o Redutor criado pelo BACEN/CMN promoveu o afastamento da TR dos outros \u00edndices oficiais de infla\u00e7\u00e3o, tem-se que desde ent\u00e3o ela perdeu sua condi\u00e7\u00e3o de repor as perdas inflacion\u00e1rias dos dep\u00f3sitos do FGTS. Sua substitui\u00e7\u00e3o pelo INPC, que j\u00e1 atualiza o sal\u00e1rio m\u00ednimo, \u00e9 medida de justi\u00e7a social.\n9.10 Inconceb\u00edvel conferir \u00e0 TR natureza diversa da que ela tem.\n\n\fTremendamente pertinentes as palavras do advogado Marcos Eduardo Ruiz Coelho Gomes lan\u00e7adas em estudo sobre o tema5:\nEntretanto, ainda que devamos respeitar os posicionamentos de todos aqueles que afirmam que a taxa referencial possa ser utilizada como indexador, s.m.j., entendemos que n\u00e3o \u00e9 poss\u00edvel atribuir a determinado mecanismo financeiro, estruturalmente criado de forma a refletir o custo prim\u00e1rio da capta\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos banc\u00e1rios a prazo fixo (CDB/RDB), fun\u00e7\u00e3o diversa daquela que lhe \u00e9 intr\u00ednseca, qual seja, remunerar determinado capital.\nA simples compara\u00e7\u00e3o da varia\u00e7\u00e3o da taxa referencial acumulada ao longo dos \u00faltimos anos com a varia\u00e7\u00e3o da acumulada do \u00cdndice Nacional de Pre\u00e7os ao Consumidor \u2013 INPC, publicado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estat\u00edstica \u2013 IBGE, demonstra imensa distor\u00e7\u00e3o na compara\u00e7\u00e3o de valores monet\u00e1rios corrigidos por um e pelo outro \u00edndice.\nAssim, em raz\u00e3o da estrutura intr\u00ednseca da TR, a sua aplica\u00e7\u00e3o como indexador econ\u00f4mico produz o que se pode denominar de distor\u00e7\u00e3o funcional.\nE os efeitos deste uso equivocado provocam circunst\u00e2ncias pr\u00e1ticas como a poss\u00edvel redu\u00e7\u00e3o patrimonial de quem se vale da taxa referencial para corre\u00e7\u00e3o de seus ativos.\nAssim, entendemos que a taxa referencial (TR) criada pela Lei Federal n\u00b0 8.177, de 01 de mar\u00e7o de 1991, e regulamentada pela Resolu\u00e7\u00e3o e Circular n\u00b0 2.437, de 30 de outubro de 1997, e 3.056, de 20 de agosto de 2001, editadas respectivamente pelo Banco Central do Brasil e pelo Conselho Monet\u00e1rio Nacional possui natureza jur\u00eddica de taxa de juros e que seu uso como indexador provoca relevantes distor\u00e7\u00f5es monet\u00e1rias, e que devem ser objeto de constante questionamentos perante os tribunais brasileiros.\n\n9.11 Por fim, destacar que recente nota t\u00e9cnica divulgada pelo DIEESE (Nota T\u00e9cnica n\u00ba 125, de junho de 2013)6 constata:\nQuando se compara a evolu\u00e7\u00e3o da TR, da TR acrescida de 3% e do INPC, entre 1995 e 2012, constata-se que a remunera\u00e7\u00e3o das contas do FGTS s\u00f3 n\u00e3o fica abaixo da infla\u00e7\u00e3o por conta do acr\u00e9scimo do percentual de 3% a t\u00edtulo de capitaliza\u00e7\u00e3o. Entretanto, ap\u00f3s 1999, quando o INPC passa a superar a TR, a diferen\u00e7a cumulativa entre as taxas cresceu tanto que, mesmo considerando o acr\u00e9scimo dos juros capitalizados, a corre\u00e7\u00e3o acumulada das contas vinculadas torna-se inferior \u00e0 infla\u00e7\u00e3o acumulada em igual per\u00edodo. (g.n.)\n9.12 Imperativo, nesse diapas\u00e3o, que as contas vinculadas ao FGTS, em\n\n5 in \u201cTR: taxa de juros ou indexador?\u201d. Dispon\u00edvel em .\n\nAcesso\n\nem\n\n13/06/2013.\n\n6 DIEESE. O FGTS e a TR. S\u00e3o Paulo, 2013 (Nota t\u00e9cnica, 125). Dispon\u00edvel em\n\n. Acesso em 18/07/2013.\n\n\fobedi\u00eancia \u00e0 pr\u00f3pria lei instituidora, recebam efetiva e real corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u2013 o que n\u00e3o existe, como analisado, com a manuten\u00e7\u00e3o da TR.\n10 \u2013 DO INPC E DO IPCA - Fundamenta\u00e7\u00e3o do Pedido Alternativo 1\n10.1 No que tange aos \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, INPC e IPCA, faz necess\u00e1ria simples exposi\u00e7\u00e3o acerca da composi\u00e7\u00e3o dos mesmos, e para tanto extra\u00edmos parte do texto da senten\u00e7a proferida pelo Magistrado Diego Viegas V\u00e9ras do Juizado Especial de Foz do Igua\u00e7\u00fa (processo 5009533-35.2013.404.7002/PR), sen\u00e3o vejamos:\nO que comp\u00f5e o IPCA-E:\nPor determina\u00e7\u00e3o legal (Medida Provis\u00f3ria n\u00famero 812, de 30 de dezembro de 1994), o IPCA - S\u00e9rie Especial est\u00e1 sendo divulgado trimestralmente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estat\u00edstica, baseado nos \u00edndices do IPCA-15. O Portal Brasil apresenta na tabela tamb\u00e9m avaria\u00e7\u00e3o mensal - apenas para efeito de estat\u00edstica e estimativa futura do\u00edndice. A sua validade e aplicabilidade, entretanto, \u00e9 trimestral. Este \u00edndice \u00e9 aqui informado apenas para subsidiar expectativas de ac\u00famulos trimestrais ou entre per\u00edodos. O IPCA/IBGE verifica as varia\u00e7\u00f5es dos custos com os gastos das pessoas que ganham de um a quarenta sal\u00e1rios m\u00ednimos nas regi\u00f5es metropolitanas de Bel\u00e9m, Belo Horizonte, Bras\u00edlia, Curitiba, Fortaleza, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador, S\u00e3o Paulo e munic\u00edpio de Goi\u00e2nia. O Sistema Nacional de Pre\u00e7os ao Consumidor - SNIPC efetua a produ\u00e7\u00e3o cont\u00ednua e sistem\u00e1tica de \u00edndices de pre\u00e7os ao consumidor, tendo como unidade de coleta estabelecimentos comerciais e de presta\u00e7\u00e3o de servi\u00e7os, concession\u00e1ria de servi\u00e7os p\u00fablicos e domic\u00edlios (para levantamento de aluguel e condom\u00ednio). O IPCA/E utiliza, para sua composi\u00e7\u00e3o de c\u00e1lculo, os seguintes setores: alimenta\u00e7\u00e3o e bebidas, habita\u00e7\u00e3o, artigos de resid\u00eancia, vestu\u00e1rio, transportes, sa\u00fade e cuidados pessoais, despesas pessoais, educa\u00e7\u00e3o e comunica\u00e7\u00e3o.\nO que comp\u00f5e o INPC/IBGE:\nO INPC/IBGE foi criado inicialmente com o objetivo de orientar os reajustes de sal\u00e1rios dos trabalhadores. O Sistema Nacional de Pre\u00e7os ao Consumidor - SNIPC efetua a produ\u00e7\u00e3o cont\u00ednua e sistem\u00e1tica de \u00edndices de pre\u00e7os ao consumidor tendo como unidade de coleta estabelecimentos comerciais e de presta\u00e7\u00e3o de servi\u00e7os, concession\u00e1ria de servi\u00e7os p\u00fablicos e domic\u00edlios (para levantamento de aluguel e condom\u00ednio). A popula\u00e7\u00e3o-objetivo do INPC abrange as fam\u00edlias com rendimentos mensais compreendidos entre 1 (hum) e 5 (cinco) sal\u00e1rios-m\u00ednimos (aproximadamente 50% das fam\u00edlias brasileiras), cujo chefe \u00e9 assalariado em sua ocupa\u00e7\u00e3o principal e residente nas \u00e1reas urbanas das regi\u00f5es, qualquer que seja a fonte de rendimentos, e demais residentes nas \u00e1reas urbanas das regi\u00f5es metropolitanas abrangidas. Abrang\u00eancia geogr\u00e1fica: Regi\u00f5es metropolitanas de Bel\u00e9m, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, S\u00e3o Paulo, Curitiba e Porto Alegre, Bras\u00edlia e munic\u00edpio de Goi\u00e2nia.\n\n\fCalculado pelo IBGE entre os dias 1\u00ba e 30 de cada m\u00eas, comp\u00f5e-se do cruzamento de dois par\u00e2metros: a pesquisa de pre\u00e7os nas onze regi\u00f5es de maior produ\u00e7\u00e3o econ\u00f4mica, cruzada com a Pesquisa de Or\u00e7amento Familiar (POF).\nJaneiro/2012 - Altera\u00e7\u00f5es Significativas: A partir de janeiro/2012 o INPC passou a ser calculado com base nos valores de despesa obtidos na Pesquisa de Or\u00e7amentos Familiares - POF 2008-2009. A POF \u00e9 realizada a cada cinco anos pelo IBGE em todo o territ\u00f3rio brasileiro o que permite atualizar os pesos (participa\u00e7\u00e3o relativa do valor da despesa de um item consumido em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 despesa total) dos produtos e servi\u00e7os nos or\u00e7amentos das fam\u00edlias. De julho de 2006 \u00e0 dezembro de 2011 a base dos \u00edndices de pre\u00e7os ao consumidor era a POF de 2002-2003.\nOutra mudan\u00e7a importante: At\u00e9 31.12.2011 eram consideradas no c\u00e1lculo as fam\u00edlias com rendimento de 1 \u00e0 6 sal\u00e1rios m\u00ednimos. A partir de 01.01.2012 isso diminuiu (de 1 \u00e0 5 sal\u00e1rios m\u00ednimos) em fun\u00e7\u00e3o da eleva\u00e7\u00e3o real da renda do brasileiro evitando, assim, desvirtua\u00e7\u00e3o da faixa salarial.\nV\u00ea-se, pois que, enquanto o INPC abrange as fam\u00edlias com rendimentos mensais entre 1 a 5 sal\u00e1rios m\u00ednimos e \u00e9 calculado pelo IBGE com base em pesquisa de pre\u00e7os nas 11 regi\u00f5es de maior produ\u00e7\u00e3o econ\u00f4mica cruzada com a Pesquisa de Or\u00e7amento Familiar (POF) - encontro de 2 par\u00e2metros, o IPCA-E, por sua vez, alcan\u00e7a o patamar familiar de 1 a 40 sal\u00e1rios m\u00ednimos \u00e9 calculado tamb\u00e9m IBGE de forma direta, abrangendo os seguintes setores: alimenta\u00e7\u00e3o e bebidas, habita\u00e7\u00e3o, artigos de resid\u00eancia, vestu\u00e1rio, transportes, sa\u00fade e cuidados pessoais, despesas pessoais, educa\u00e7\u00e3o e comunica\u00e7\u00e3o, sendo este \u00faltimo (IPCA-E) mais abrangente e refletindo a real infla\u00e7\u00e3o nos principais setores econ\u00f4micos que influenciam os gastos familiares de forma real (sem interfer\u00eancia da POF a qual pode ficar congelada por 5 anos, diversamente do que ocorre na f\u00f3rmula de c\u00e1lculo do INPC que deve ser cruzada com aquela pesquisa).\nN\u00e3o bastasse a elei\u00e7\u00e3o de tal \u00edndice pelos Tribunais P\u00e1trios, a Lei de Diretrizes Or\u00e7ament\u00e1rias de 2014 (Lei 12.919/2013), previu no seu artigo 27 que os precat\u00f3rios no ano de 2014 ser\u00e3o corrigidos pelo IPCA-E do IBGE:\nArt. 27. A atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos precat\u00f3rios, determinada no \u00a7 12 do art. 100 daConstitui\u00e7\u00e3o Federal, inclusive em rela\u00e7\u00e3o \u00e0s causas trabalhistas, previdenci\u00e1rias e de acidente do trabalho, observar\u00e1, no exerc\u00edcio de 2014, a varia\u00e7\u00e3o do \u00cdndice Nacional de Pre\u00e7os ao Consumidor Amplo - Especial - IPCA-E do IBGE. Grifou-se. Corroborando, ainda, a elei\u00e7\u00e3o de tal \u00edndice, importa consignar que em sess\u00e3o ordin\u00e1ria do Conselho da Justi\u00e7a Federal - CNJ, ocorrida em 25/11/2011, foi aprovado o novo 'Manual de C\u00e1lculos da Justi\u00e7a Federal' onde passa a incidir o IPCA-e como indexador de Corre\u00e7\u00e3o Monet\u00e1ria para as senten\u00e7as condenat\u00f3rias em geral, conforme se pode verificar no s\u00edtio do cjf na internet (www.cjf.jus.br).\nAssim sendo, entendo que deve ser aplicado, para\n\n\ffins de dar cumprimento \u00e0 atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos\nsaldos das contas do FGTS prevista no art. 2\u00ba da\nLei8.036/90, o IPCA-E do IBGE, em substitui\u00e7\u00e3o \u00e0\nTR, desde janeiro do ano de 1999, a partir de quando tal \u00edndice deixou de refletir a varia\u00e7\u00e3o inflacion\u00e1ria da moeda. Al\u00e9m disso, tais valores dever\u00e3o ser acrescidos de juros de mora de 1% a. M. (um por cento ao m\u00eas), a contar da cita\u00e7\u00e3o, at\u00e9 o efetivo pagamento. (grifo nosso)\n\n10.2 Desta forma Excel\u00eancia, tendo em vista que notoriamente a TR n\u00e3o reflete os \u00edndices de infla\u00e7\u00e3o vigente no pa\u00eds desde 1999, e portanto n\u00e3o corrige monetariamente as contas vinculadas de FGTS, \u00e9 medida de inteira justi\u00e7a que sejam aplicados os \u00edndices obtidos pelo IPCA (caso Vossa Excel\u00eancia n\u00e3o entenda aplic\u00e1vel o INPC) nas contas vinculadas do Autor, visando recompor na forma da lei o patrim\u00f4nio do mesmo.\n\n10.3 Ainda quanto a possibilidade de substitui\u00e7\u00e3o da TR pelo IPC ou outro \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, tendo em vista que a TR n\u00e3o corrige monetariamente as contas de FGTS por n\u00e3o refletir a infla\u00e7\u00e3o, vejamos como se posicionam os nossos tribunais:\n\nTRIBUT\u00c1RIO. D\u00c9BITOS ORIUNDOS DE CONTRIBUI\u00c7\u00c3O PREVIDENCI\u00c1RIA. PARCELAMENTO. INCID\u00caNCIA DA TAXA REFERENCIAL. CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA. SUBSTITUI\u00c7\u00c3O DA TR PELO IPC. 1. O IPC deve ser utilizado em substitui\u00e7\u00e3o \u00e0 TR/TRD, como fator de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, para que se evite o enriquecimento il\u00edcito, dado o reconhecimento da inconstitucionalidade pelo e. STF, da utiliza\u00e7\u00e3o da TR/TRD, como fator de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria.Precedentes desta Corte. 2. Apela\u00e7\u00e3o provida. (TRF-1 - AC: 11006 GO 1997.01.00.011006-9, Relator: DESEMBARGADOR FEDERAL LUCIANO TOLENTINO AMARAL, Data de Julgamento: 10/10/2005, S\u00c9TIMA TURMA, Data de Publica\u00e7\u00e3o: 11/11/2005 DJ p.123)\n\nTRIBUT\u00c1RIO \u2013 PROCESSUAL CIVIL \u2013 VIOLA\u00c7\u00c3O DO\n\nART. 535 DO CPC \u2013 INEXIST\u00caNCIA \u2013 DECAD\u00caNCIA N\u00c3O\n\nCONFIGURADA \u2013 AUS\u00caNCIA DE PAGAMENTO ANTECIPADO \u2013\n\nTERMO INICIAL \u2013 ART. 173, I, DO CTN \u2013 CERTID\u00c3O DA D\u00cdVIDA\n\nATIVA \u2013 EXCLUS\u00c3O DA TAXA REFERENCIAL (TR) COMO FATOR\n\nDE\n\nCORRE\u00c7\u00c3O\n\nMONET\u00c1RIA \u2013 SUBSTITUI\u00c7\u00c3O\n\nPOR\n\nOUTRO\u00cdNDICE \u2013 POSSIBILIDADE \u2013 LIQUIDEZ E CERTEZA. [...] 4. A\n\nsubstitui\u00e7\u00e3o do \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria constante da certid\u00e3o de\n\nd\u00edvida ativa n\u00e3o afeta a sua liquidez de certeza, porquanto poss\u00edvel,\n\natrav\u00e9s de simples c\u00e1lculos matem\u00e1ticos, apurar-se o valor do d\u00e9bito\n\ntribut\u00e1rio, dando ensejo ao prosseguimento da execu\u00e7\u00e3o fiscal.\n\nDesnecessidade de anula\u00e7\u00e3o da CDA. Agravo regimental improvido.\n\n(STJ - AgRg no REsp: 1191505 RS 2010/0074340-7, Relator: Ministro\n\nHUMBERTO MARTINS, Data de Julgamento: 02/09/2010, T2 -\n\nSEGUNDA TURMA, Data de Publica\u00e7\u00e3o: DJe 22/09/2010)\n\n\"EMBARGOS DECLARAT\u00d3RIOS. RECURSO ESPECIAL. FUNGIBILIDADE. RECEBIMENTO. AGRAVO REGIMENTAL. EXECU\u00c7\u00c3O FISCAL. ATUALIZA\u00c7\u00c3O DO D\u00c9BITO. APELO NOBRE\n\n\fPROVIDO. SUBSTITUI\u00c7\u00c3O DA TR PELO INPC.ALEGA\u00c7\u00c3O DE REFORMATIO IN PEJUS. MANUTEN\u00c7\u00c3O INPC.JURISPRUD\u00caNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL PELA IMPRESTABILIDADE DA TR COMO \u00cdNDICE DE CORRE\u00c7\u00c3O. PRESERVA\u00c7\u00c3O DO VALOR DA MOEDA. NECESSIDADE. IMPOSSIBILIDADE LOCUPLETAMENTO SEM CAUSA PELO CONTRIBUINTE [...] 4. A taxa referencial - TR, institu\u00edda pela Lei n.\u00ba 8.177/91, consoante jurisprud\u00eancia do E. STJ, n\u00e3o se presta \u00e0 corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria de d\u00e9bitos fiscais (Precedentes: REsp n.\u00ba 692.731 - RS, Relator Ministro CASTRO MEIRA, Segunda Turma, DJ de 01\u00ba de agosto de 2005; REsp n.\u00ba 204.533 - RJ, Relator Ministro JO\u00c3O OT\u00c1VIO DE NORONHA, Segunda Turma, DJ de 06 de junho de 2005; REsp n.\u00ba 489.159 - SC, Relatora Ministra ELIANA CALMON, Segunda Turma, DJ de 04 de outubro de 2004).[...]\u201d\n11 \u2013 DOS EXPURGOS INFLACION\u00c1RIOS \u2013 COMPLEMENTA\u00c7\u00c3O DA TR POR \u00cdNDICE QUE REFLITA A INFLA\u00c7\u00c3O Fundamenta\u00e7\u00e3o do Pedido Alternativo 3\n11.1 Quanto aos expurgos inflacion\u00e1rios, vejamos a sua defini\u00e7\u00e3o:\nUtilizando uma linguagem simples, pode-se dizer que um Expurgo Inflacion\u00e1rio surge, quando os \u00edndices de infla\u00e7\u00e3o, apurados em um determinado per\u00edodo, n\u00e3o s\u00e3o aplicados, ou mesmo, quando o s\u00e3o, sua aplica\u00e7\u00e3o utiliza um percentual menor do que efetivamente deveria ter sido utilizado, reduzindo o seu valor real. (Fonte: http://www.jurisway.org.br/v2/pergunta.asp?idmodelo=503)\nOu ainda:\nQuando, por algum motivo, um saldo qualquer (por exemplo, de uma conta poupan\u00e7a ou conta vinculada do FGTS) \u00e9 atualizado por um \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o menor do que aquele que deveria ter sido usado, h\u00e1 uma perda em seu valor real, reduzindo seu poder de compra. Essa perda monet\u00e1ria recebe o nome de expurgo. (fonte: http://www.expurgos.com.br/expurgos.asp?destino=pergun ta.asp?pagina=1|idarea=28|idmodelo=7901)\n11.2 Desta forma fica evidente que no caso em tela, caso Vossa Excel\u00eancia entenda que por for\u00e7a de lei, a TR \u00e9 o \u00edndice que deve ser aplicado as contas vinculadas de FGTS (o que se admite apenas para efeitos argumentativos), devem ser creditadas nas contas de FGTS os expurgos inflacion\u00e1rios gerados a partir da aplica\u00e7\u00e3o da TR desde 1999, na medida em que a TR n\u00e3o serve para refletir a infla\u00e7\u00e3o ocorrida neste\n\n\fper\u00edodo e portanto n\u00e3o \u00e9 instrumento capaz de corrigir monetariamente as contas (deixando de recompor o patrim\u00f4nio do trabalhador).\n11.3 Neste sentido citamos novo trecho da senten\u00e7a proferida pelo Magistrado Diego Viegas V\u00e9ras do Juizado Especial de Foz do Igua\u00e7\u00fa (processo 500953335.2013.404.7002/PR), sen\u00e3o vejamos:\nN\u00e3o se pode discutir, portanto, que \u00e9 legal a aplica\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o dos saldos do FGTS. De fato, h\u00e1 lei vigente que\nprev\u00ea tal aplica\u00e7\u00e3o. No entanto, h\u00e1 que se analisar, de fato, se a legalidade \u00e9 capaz de afastar o fato de que o \u00edndice previsto na norma n\u00e3o \u00e9 capaz de 'corrigir monetariamente' o saldo dos dep\u00f3sitos de FGTS, como expressamente previsto na Lei 8.036/90, nos seus artigos 2\u00ba e 13:\nArt. 2\u00ba O FGTS \u00e9 constitu\u00eddo pelos saldos das contas vinculadas a que se refere esta lei e outros recursos a ele incorporados, devendo ser aplicados com atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e juros, de modo a assegurar a cobertura de suas obriga\u00e7\u00f5es. (...) omissis. Art. 13. Os dep\u00f3sitos efetuados nas contas vinculadas ser\u00e3o corrigidos monetariamente com base nos par\u00e2metros fixados para atualiza\u00e7\u00e3o dos saldos dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a e capitaliza\u00e7\u00e3o juros de (tr\u00eas) por cento ao ano. - grifou-se. A Lei, portanto, disp\u00f5e que o fundo dever\u00e1 ser corrigido monetariamente ea corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria n\u00e3o representa qualquer acr\u00e9scimo, mas simples recomposi\u00e7\u00e3o do valor da moeda corro\u00eddo pelo processo inflacion\u00e1rio (STJ, REsp n\u00ba 1.191.868, 2\u00aa Turma, Rel. Min. Eliana Calmon, j. 15/06/2010 e p. 22/06/2010).\nA Taxa Referencial (TR) como bem trazido pela parte autora, foi \u00edndice capaz de refletir a infla\u00e7\u00e3o ocorrida na economia brasileira por significativo per\u00edodo de tempo, durante o qual n\u00e3o havia quaisquer raz\u00f5es para se opor a sua aplica\u00e7\u00e3o. N\u00e3o \u00e9, contudo, a realidade desde janeiro de 1999, a partir de quando o \u00edndice deixou de espelhar a desvaloriza\u00e7\u00e3o da moeda.(grifos nosso)\n11.4 No que tange a possibilidade de creditamento/pagamento dos expurgos inflacion\u00e1rios nas contas vinculadas de FGTS dos trabalhadores, vejamos como j\u00e1 se posicionou o STF em situa\u00e7\u00f5es semelhantes a dos presentes autos:\n[...] Expurgo Inflacion\u00e1rio n\u00e3o \u00e9 \u00edndice e sim uma parcela de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria que n\u00e3o foi aplicada naquelas datas, n\u00e3o se constituindo num plus, mas t\u00e3o somente na reposi\u00e7\u00e3o do valor real da moeda, como bem entende nossos Tribunais\n\n\fSuperiores. Desnecess\u00e1rio a cita\u00e7\u00e3o de jurisprud\u00eancia de nossas\naltas Cortes que concederam a reposi\u00e7\u00e3o dos expurgos inflacion\u00e1rios em a\u00e7\u00f5es sobre FGTS, PASEP e cadernetas de poupan\u00e7a\u201d (volume 115 dos autos digitais). (STF - ARE: 706917 RS, Relator: Min. C\u00c1RMEN L\u00daCIA, Data de Julgamento: 27/08/2012, Data de Publica\u00e7\u00e3o: DJe-174 DIVULG 03/09/2012 PUBLIC 04/09/2012)\n11.5 Neste caso n\u00e3o se est\u00e1 meramente a substituir o \u00edndice utilizado pela Caixa Econ\u00f4mica Federal (TR) por outro que produza a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria do capital investido nas contas de FGTS, mas apenas e t\u00e3o somente se est\u00e1 respeitando o disposto na lei que regulamenta o pr\u00f3prio FGTS, na medida em que creditando os expurgos inflacion\u00e1rios se est\u00e1 efetivamente corrigindo monetariamente os valores depositados no FGTS.\n11.6 Quanto a possibilidade de se aditar o reajuste das contas de FGTS atrav\u00e9s do pagamento dos expurgos inflacion\u00e1rios (em virtude da TR na forma atual n\u00e3o refletir a infla\u00e7\u00e3o vigente no pa\u00eds desde 1999), vejamos como se posiciona um dos maiores doutrinadores p\u00e1trios, Pontes de Miranda a respeito:\n\u201c1. PRELIMINARES. De come\u00e7o, \u00e9 preciso advertir-se que as corre\u00e7\u00f5es do valor monet\u00e1rio de modo nenhum s\u00e3o causas de rentabilidade, o que se corrigiu foi o valor da moeda, e n\u00e3o o do bem. (Tratado de Direito Privado, Tomo XLII,\nfls. 9.476, Pontes de Miranda) (grifo nosso)\n11.7 Desta forma, com o intuito de se corrigir as distor\u00e7\u00f5es surgidas atrav\u00e9s do sistema atual que adota a TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, deve ser creditado nas contas de FGTS do trabalhador a diferen\u00e7a entre os \u00edndices de infla\u00e7\u00e3o vigentes no pa\u00eds desde 1999 e os \u00edndices da TR (atualmente praticado).\n11.8 Observe Excel\u00eancia, que nesta alternativa n\u00e3o se trata de mera substitui\u00e7\u00e3o de \u00edndice da TR por outro, mas sim de uma complementa\u00e7\u00e3o atrav\u00e9s do pagamento dos expurgos inflacion\u00e1rios, n\u00e3o contemplados pela TR (que n\u00e3o serve nos atuais moldes para refletir a infla\u00e7\u00e3o vigente no pa\u00eds e portanto n\u00e3o atualiza a moeda).\n11.9 No julgamento da ADI 4357, o Excelent\u00edssimo Ministro Ayres Brito assim consagrou:\n\u201c[...] N\u00e3o \u00e9 isso. Ao menos nos termos do que visa a constitui\u00e7\u00e3o na mat\u00e9ria, ningu\u00e9m enriquece, ningu\u00e9m empobrece, por efeito de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. Porque a d\u00edvida que tem seu valor atualizado, ainda \u00e9 a mesma d\u00edvida. Sendo assim, imp\u00f5e-se a compreens\u00e3o de que com a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, a constitui\u00e7\u00e3o manda que as coisas mudem, para que nada mude.[...]\u201d\n11.10 Desta forma o que se est\u00e1 a pleitear no caso em tela n\u00e3o configura enriquecimento sem causa por parte dos trabalhadores, ao contr\u00e1rio, est\u00e1 se tentando evitar o\n\n\fenriquecimento sem causa por parte do Governo Federal (na pessoa Da Caixa Econ\u00f4mica Federal) que de forma leviana vem mensalmente nos \u00faltimos 15 anos manipulando o \u00edndice que deveria servir para corrigir as contas de FGTS (TR), dilapidando desta forma o patrim\u00f4nio suado do trabalhador brasileiro.\n\n1.11 Ainda quanto ao julgamento da ADI 4357, citamos mais dois trechos do voto do Ministro Ayres Brito:\n\n\u201c\u2026A finalidade da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, enquanto\n\ninstituto de direito constitucional, n\u00e3o \u00e9 deixar mais\n\nrico o benefici\u00e1rio, nem mais pobre o sujeito\n\npassivo, \u00e9 deix\u00e1-los tal como qualitativamente se\n\nencontravam no momento em que se formou a\n\nrela\u00e7\u00e3o obrigacional, da\u00ed me parecer correto ajuizar\n\nque a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria constitui verdadeiro\n\ndireito subjetivo do credor, seja ele p\u00fablico, ou\n\nent\u00e3o privado N\u00e3o por\u00e9m uma nova categoria de\n\ndireito subjetivo sobreposta \u00e0quela de receber uma\n\npresta\u00e7\u00e3o obrigacional em dinheiro. O direito\n\nmesmo \u00e0 percep\u00e7\u00e3o da origin\u00e1ria paga \u00e9 que\n\ns\u00f3 existe em plenitude se monetariamente\n\ncorrigido, donde a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria\n\nconstituir-se em elemento do direito subjetivo\n\nde uma determinada paga em dinheiro. N\u00e3o h\u00e1\n\ndois direitos portanto, mas um \u00fanico direito, de receber corrigidamente\n\num valor em dinheiro, pois que sem a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, o titular do\n\ndireito s\u00f3 recebe mutilada ou parcialmente, enquanto o sujeito passivo\n\nda obriga\u00e7\u00e3o, correlatamente, desta obriga\u00e7\u00e3o apenas se desincumbe\n\nde modo reduzido. Presidente, eu te\u00e7o aqui muitas outras\n\nconsidera\u00e7\u00f5es sobre o instituto da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, mas vou me\n\npermitir ultrapassar, me dispensar da leitura. O que determinou a\n\nEmenda 62? Que a atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos d\u00e9bitos inscritos em\n\nprecat\u00f3rios ap\u00f3s sua expedi\u00e7\u00e3o e o efetivo pagamento se dar\u00e1 pelo\n\n\u00edndice oficial da remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica da caderneta de poupan\u00e7a, \u00edndice\n\nque, segundo j\u00e1 assentou esse Supremo Tribunal Federal na ADIn 493\n\nn\u00e3o reflete a perda de poder aquisitivo da moeda. Eu cito decis\u00e3o no RE\n\n175678 da relatoria do Ministro Carlos Veloso, em nota de rodap\u00e9, eu\n\ndesenvolvo a an\u00e1lise dos precedentes da Casa, cito passagem do\n\nminucioso voto do Ministro Moreira Alves na ADin 493, mas de cuja\n\nleitura tamb\u00e9m, senhor presidente, vou me dispensar. 36:44 O que se\n\nconclui,\n\nportanto,\n\n\u00e9\n\nque\n\no par\u00e1grafo\n\n2\u00ba do\n\nartigo 100 da Constitui\u00e7\u00e3o acabou por artificializar o conceito\n\nde [pensa]n\u00e3o vou dizer... eu vou dizer, terminou por amesquinhar o\n\nconceito de atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, conceito que est\u00e1 ontologicamente\n\nassociado \u00e0 manuten\u00e7\u00e3o do valor real da moeda, valor real que s\u00f3 se\n\nmant\u00e9m pela aplica\u00e7\u00e3o de \u00edndice que reflita a desvaloriza\u00e7\u00e3o desta\n\nmoeda em determinado per\u00edodo.\n\n[...] Qualquer ideia de incid\u00eancia mutilada\n\n\fda corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, isto \u00e9, qualquer tentativa de aplica-la \u00e0 partir de um \u2018percentualizado\u2019 redutor, caracteriza fraude \u00e0 constitui\u00e7\u00e3o. [...] (Ministro Relator, Ayres\nBrito,nesta sess\u00e3o do julgamento da ADI 4.357)\n12 \u2013 ALGUNS PRINCIPIOS CONSTITUCIONAIS VIOLADOS PELA APLICA\u00c7\u00c3O DA TR COMO CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA NOS MOLDES ATUAIS\n12.1 Conforme dito alhures na presente demanda, a utiliza\u00e7\u00e3o da TR para corrigir monetariamente as contas de FGTS acaba por dilapidar o patrim\u00f4nio do trabalhador brasileiro na medida em que n\u00e3o rep\u00f5e o capital ali investido, pois n\u00e3o reflete a infla\u00e7\u00e3o vigente no pa\u00eds desde 1999.\n12.2 Durante o julgamento da ADI 4357, com rela\u00e7\u00e3o a atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria foram apontados como princ\u00edpios constitucionais violados principalmente o da ISONOMIA e o DIREITO DE PROPRIEDADE, nos termos dos votos dos eminentes Ministros do Supremo Tribunal Federal.\n12.3 Quanto ao principio da Isonomia no tratamento da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria a ser recebida pelo governo e a que deve ser paga por ele, o Ministro Luiz Fuz consagra:\nN\u00f3s aqui temos viola\u00e7\u00e3o \u00e0 isonomia. Viola\u00e7\u00f5es flagrantes \u00e0 isonomia, quer na compensa\u00e7\u00e3o, quer na atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria.\n(grifo nosso)\n12.4 Quanto ao direito de propriedade tamb\u00e9m violado pelo governo pela aplica\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria (que na verdade n\u00e3o corrige as contas de FGTS), vejamos o que consagra o Mestre Ives Gandra Martins:\n\u201cEm dois momentos cuida a Constitui\u00e7\u00e3o Federal da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria (artigos 153 \u00a7 22 e 161). Est\u00e3o os dispositivos assim redigidos: \"Art. 153 ... \u00a7 22 - \u00c9 assegurado o direito de propriedade, salvo o caso de desapropria\u00e7\u00e3o por necessidade ou utilidade p\u00fablica ou por interesse social, mediante pr\u00e9via e justa indeniza\u00e7\u00e3o em dinheiro, ressalvado o disposto no art. 161, facultando-se ao expropriado aceitar o pagamento em t\u00edtulo da d\u00edvida p\u00fablica, com cl\u00e1usula de exata corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. Em caso de perigo p\u00fablico iminente, as autoridades competentes poder\u00e3o usar da propriedade particular, assegurada ao propriet\u00e1rio indeniza\u00e7\u00e3o ulterior\".\n\n\f\"Art. 161. A Uni\u00e3o poder\u00e1 promover a desapropria\u00e7\u00e3o da propriedade territorial rural, mediante pagamento de justa indeniza\u00e7\u00e3o, fixada segundo os crit\u00e9rios que a lei estabelecer, em t\u00edtulos especiais da d\u00edvida p\u00fablica, com cl\u00e1usula de exata corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, resgat\u00e1veis no prazo de vinte anos, em parcelas anuais sucessivas, assegurada a sua aceita\u00e7\u00e3o, a qualquer tempo, como meio de pagamento at\u00e9 cinquenta por cento de imposto territorial rural e como pagamento do pre\u00e7o de terras p\u00fablicas\"(grifos meus).\nEm ambas as men\u00e7\u00f5es a express\u00e3o corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria foi adjetivada pela palavra\" exata \". A adjetiva\u00e7\u00e3o \u00e9, portanto, o elemento nuclear da indexa\u00e7\u00e3o mencionada. Objetiva proibir aventuras econom\u00e9tricas e garantir a patrimonialidade daqueles que est\u00e3o sujeitos \u00e0 soberania nacional (residentes, n\u00e3o residentes e cidad\u00e3os)\" (Corre\u00e7\u00e3o\nmonet\u00e1ria e a Constitui\u00e7\u00e3o Federal, Rev. FESPI, Ilh\u00e9us/BA, 1984, p.77/79).\u201d (grifo nosso)\n12.5 Desta forma Excel\u00eancia dentre os v\u00e1rios preceitos constitucionais violados pelo atual sistema, citamos alguns de maior relev\u00e2ncia, pretendendo a manifesta\u00e7\u00e3o expressa deste ju\u00edzo quanto a viola\u00e7\u00e3o dos dispositivos invocados.\n13 \u2013 DOS PEDIDOS\nANTE O EXPOSTO requer se digne Vossa Excel\u00eancia aceitar e processar a presente demanda, determinando a cita\u00e7\u00e3o da Requerida para querendo contestar a presente sob pena de revelia e confiss\u00e3o, e ao final acatando in totum os fatos e fundamentos supra descritos julgar totalmente os pedidos para:\n13.1 PEDIDO PRINCIPAL: Declarar a inconstitucionalidade parcial superveniente do artigo 13 da Lei 8.036/90 c/c arts. 1\u00ba e 17 da lei 8.177/91, desde 01/06/1999, pela n\u00e3o vincula\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria do FGTS a \u00edndice que venha recompor a perda de poder aquisitivo da moeda, e condenar a CEF a:\na) recalcular a corre\u00e7\u00e3o de FGTS desde 01/06/1999 at\u00e9 o final julgamento do processo, substituindo a atualiza\u00e7\u00e3o da TR pelo INPC, garantindo assim a recupera\u00e7\u00e3o do seu poder aquisitivo, mantendo-se os juros remunerat\u00f3rios de 3% ao ano previstos no artigo 13 da Lei 8.036/90, determinando ainda o pagamento das diferen\u00e7as mediante dep\u00f3sito em conta vinculada ao ju\u00edzo;\nb) alternativamente a al\u00ednea \u201ca\u201d supra, caso Vossa Excel\u00eancia n\u00e3o entenda poss\u00edvel a substitui\u00e7\u00e3o da TR pelo INPC na forma descrita, requer que seja recalculada a corre\u00e7\u00e3o do FGTS desde 01/06/1999 at\u00e9 o final julgamento do processo, substituindo a atualiza\u00e7\u00e3o da TR por qualquer outro \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria cujo \u00edndice reflita a infla\u00e7\u00e3o apurada e permita a recupera\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo, mantendo-se os juros remunerat\u00f3rios de 3% ao ano previstos no artigo 13 da Lei 8.036/90, determinando ainda o pagamento das diferen\u00e7as mediante dep\u00f3sito em conta vinculada ao ju\u00edzo;\n\n\f13.2 PEDIDO ALTERNATIVO 1: Caso n\u00e3o seja declarada a inconstitucionalidade na forma pretendida no item 13.1, com a aplica\u00e7\u00e3o da al\u00ednea \u201ca\u201d ou \u201cb\u201d supra, requer a proced\u00eancia da a\u00e7\u00e3o para declarar o direito do autor em ter seus dep\u00f3sitos vinculados ao FGTS corrigidos monetariamente por \u00edndice que reflita sem peias a infla\u00e7\u00e3o apurada, garantindo assim a recupera\u00e7\u00e3o do seu poder aquisitivo, condenando a CEF a pagar em favor do Autor o valor correspondente as diferen\u00e7as de FGTS em raz\u00e3o da aplica\u00e7\u00e3o de \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria desde 01/06/1999 em todos os meses em que o \u00edndice da TR foi zero ou n\u00e3o refletiu a infla\u00e7\u00e3o do per\u00edodo.\n13.3 PEDIDO ALTERNATIVO 2: Ainda alternativamente aos itens 13.1 e 13.2 supra, caso Vossa Excel\u00eancia entenda ser aplic\u00e1vel a TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, o que se admite apenas para efeitos de argumenta\u00e7\u00e3o, requer o reconhecimento da ilegalidade do redutor aplicado na f\u00f3rmula de apura\u00e7\u00e3o da TR na forma do item \u201c6\u201d supra, determinando ainda o pagamento das diferen\u00e7as mediante dep\u00f3sito em conta vinculada ao ju\u00edzo;\n13.4 PEDIDO ALTERNATIVO 3: Alternativamente as teses elencadas nos itens 13.1, 13.2 e 13.3 supra, caso Vossa Excel\u00eancia entenda que a TR n\u00e3o pode ser substitu\u00edda por aus\u00eancia de previs\u00e3o legal (o que se admite apenas para efeitos de argumenta\u00e7\u00e3o), requer que ao final seja a Requerida condenada a proceder o pagamento ao Autor dos expurgos inflacion\u00e1rios ocorridos m\u00eas a m\u00eas nas suas contas vinculadas de FGTS, desde 1999, entendidos estes como sendo a diferen\u00e7a entre o \u00edndice oficial de infla\u00e7\u00e3o (INPC ou IPCA) e a TR, mais a taxa progressiva de juros e corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria desde as respectivas datas, ocorrendo desta forma a efetiva aplica\u00e7\u00e3o dos artigos 2\u00ba e 13\u00ba da Lei 8.036/90 (havendo assim a efetiva recomposi\u00e7\u00e3o dos valores pela corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria).\n13.5 REQUER OUTROSSIM:\na) que os valores reais, descritos nos itens \u201c13.1\u201d, \u201c13.2\u201d, \u201c13.3\u201d, \u201c13.4\u201d, sejam devidamente corrigidos, incidindo juros e corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, desde a data em que deveriam ter sido pagos at\u00e9 final senten\u00e7a, tudo em conformidade com as normas legais;\nb) provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidas, notadamente o depoimento pessoal do Requerido, que desde j\u00e1 se requer, e especialmente as provas documentais, testemunhais e periciais;\nc) a condena\u00e7\u00e3o do Requerido ao pagamento das custas processuais e honor\u00e1rios advocat\u00edcios na base de 20% sobre o valor da condena\u00e7\u00e3o, por todos os fatos acima alegados;\nd) a libera\u00e7\u00e3o dos valores ao Autor, mediante alvar\u00e1, considerando que houveram saques da conta vinculada do FGTS por raz\u00f5es de desligamento de vinculo empregat\u00edcio e de for\u00e7a maior, como ocorreu nos per\u00edodos de enchente da nossa regi\u00e3o.\ne) que ap\u00f3s o tr\u00e2nsito em julgado da decis\u00e3o de proced\u00eancia sejam os c\u00e1lculos apresentados pelo autor aferidos pelo contador judicial, e que o calculo judicial seja realizado m\u00eas a m\u00eas e, ainda que tenham ocorridos saques, considere a corre\u00e7\u00e3o sobre o montante total da conta, desconsiderando os levantamentos realizados.\n\n\ff) a concess\u00e3o dos benef\u00edcios da Assist\u00eancia Judici\u00e1ria Gratuita, de acordo com as Leis 1060/50 e 7510/86, por se tratar de pessoa sem condi\u00e7\u00f5es de arcar com as custas processuais e honor\u00e1rios advocat\u00edcios, sem preju\u00edzo de seu pr\u00f3prio sustento e da sua fam\u00edlia.\nD\u00e1-se a presente causa o valor de R$ 1.000,00 (um mil reais), para fins meramente fiscais.\nNestes Termos, Pede Deferimento.\nBlumenau (SC), 20 de maio de 2014.\n\nLUIZ ANTONIO ROSSA OAB/SC 16427\n\nRAFAELA DA CONCEI\u00c7\u00c3O ROSSA OAB/SC 19.402\n\n\f" } ], "similar_texts_federais_solon": [ { "header": "Texto Similar 1 (Solon) - IdDocumentoCompleto: 5001822-32.2021.4.04.7120-711633010388256881934831066663", "text": "EXCELENT\u00cdSSIMO(A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) FEDERAL PRESIDENTE DO JEF DE SANTIAGO/RS\nMARCOS ANTONIO PIVETTA MACHADO, brasileiro, solteiro, vendedor, portador da carteira de Identidade n.\u00ba 1046246946 e inscrito no CPF sob o n.\u00ba 611. 179.180- 72, residente e domiciliado na rua Cel. Tuca, n\u00ba 660, bairro Jo\u00e3o It\u00fa, na cidade de Santiago-RS, CEP: 97700000. Vem por interm\u00e9dio de sua procuradora, \u00e0 presen\u00e7a de V. Exa., propor a presente:\nA\u00c7\u00c3O ORDIN\u00c1RIA DE COBRAN\u00c7A DE DIFEREN\u00c7A DE CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA DO FGTS\nEm face, a CAIXA ECON\u00d4MICA FEDERAL, empresa p\u00fablica, inscrita no CNPJ sob o n\u00ba 00.360.305/0001-04, estabelecida na Cidade de Pelotas/RS, na Rua Quinze de Novembro, n\u00ba 570, CEP 96.015-000, pelas raz\u00f5es de fato e de direito a seguir expostas:\nI \u2013 DOS FUNDAMENTOS DE FATOS\n1.1 \u2013 O autor, conforme extratos do FGTS em anexo possui dep\u00f3sitos que sofreram corre\u00e7\u00e3o pela TR (taxa referencial), indexador que a contar de determinado per\u00edodo se desvirtuou dos \u00edndices oficiais previstos no sistema financeiro brasileiro que visam a recomposi\u00e7\u00e3o dosefeitos corrosivos da infla\u00e7\u00e3o mensal, conforme detalhadamente passaremos a expor:\n1.2 \u2013 Visa a presente a\u00e7\u00e3o, a declara\u00e7\u00e3o da inconstitucionalidade parcial da TR, como indexador de corre\u00e7\u00e3o dos saldos da conta vinculada do FGTS do demandante e, a consequente condena\u00e7\u00e3o da r\u00e9 a substituir o \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria TR pelo \u00cdndice Nacional de Pre\u00e7os ao Consumidor \u2013 INPC ou pelo \u00cdndice de Pre\u00e7os ao Consumidor Amplo \u2013 IPCA ou ainda outro \u00edndice qualquer que seja minimamente mais vantajoso ao trabalhador, com o pagamento das diferen\u00e7as decorrentes da altera\u00e7\u00e3o, aplicando-se o mais favor\u00e1vel ao autor(a) e que realmente reflita a infla\u00e7\u00e3o no per\u00edodo.\n1.3 \u2013 Como sabido a TR \u00e9 o \u00edndice atualmente utilizado para corre\u00e7\u00e3o do FGTS, por\u00e9m a TR n\u00e3o tem promovido a necess\u00e1ria atualiza\u00e7\u00e3o do saldo existente na conta fundi\u00e1ria, uma vez que se encontra em patamar inferior \u00e0queles utilizados para indica\u00e7\u00e3o do percentual de infla\u00e7\u00e3o, como \u00e9 o caso do IPCA ou do INPC.\n1.4 \u2013 No mesmo vi\u00e9s o Supremo Tribunal Federal j\u00e1 semanifestou no sentido de n\u00e3o reconhecer a TR como \u00edndice capaz de corrigir avaria\u00e7\u00e3o inflacion\u00e1ria da moeda, n\u00e3o servindo, portanto, como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria a ser aplicado nos saldos fundi\u00e1rios a contar de janeiro de 1999, sendo imprescind\u00edvel, e por quest\u00e3o de justi\u00e7a, que outro \u00edndice seja aplicado, seja ele o INPC ou IPCA, para\n\n\fcorre\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos de FGTS como consequ\u00eancia da declara\u00e7\u00e3o da inconstitucionalidade parcial da TR.\nII \u2013 DA LEGITIMIDADE PASSIVA DA CAIXA FEDERAL\n2.1 \u2013 Desde logo, e por quest\u00e3o de economia processual a autora enfatiza a legitimidade passiva da r\u00e9, eis que a mat\u00e9ria encontra-se pacificada em nossos tribunais, tendo sido sumulada pelo E. STJ, no seguinte teor:\n\u201cS\u00famula n\u00ba 249: A Caixa Econ\u00f4mica Federal tem legitimidade passiva para integrar processo em que se discute corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria do FGTS\u201d.\nIII \u2013 DO FGTS \u2013 DIREITO \u00c0 CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA \u2013 MANIPULA\u00c7\u00c3O DA TR PELO BANCO CENTRAL/CMN \u2013 GRADUAL DESVIRTUAMENTO DA TR EM RELA\u00c7\u00c3O AOS\nINDICES OFICIAIS E CARACTERIZA\u00c7\u00c3O DA INCONSTITUCIONALIDADE PROGRESSIVA\n3.1 \u2013 O Fundo de Garantia por Tempo de Servi\u00e7o \u2013 FGTS criado pela Lei 5.107/66 e atualmente regido pela Lei n\u00ba 8.036/90, \u00e9 constitu\u00eddo por meio de dep\u00f3sitos mensais realizados pelos empregadores em conta vinculada aos trabalhadores e tem por fim garantir ao empregado estabilidadeno emprego, al\u00e9m de aux\u00edlio monet\u00e1rio.\n3.2 \u2013 Segundo a Lei 8.036/90, no in\u00edcio de cada m\u00eas, o empregador deve depositar, em conta aberta na CEF, em nome do empregado, valor correspondente a 8% (oito por cento) da remunera\u00e7\u00e3o deste, que pode moviment\u00e1-la sempre que verificada uma das hip\u00f3teses estabelecidas no art. 20 da referida Lei.\n3.3 \u2013 O fundo \u00e9 gerido e administrado a partir das normas e diretrizes do Conselho Curador e os recursos fundi\u00e1rios por expressa previs\u00e3o legislativa, sendo utilizados para financiar investimentos sociais nas \u00e1reas de habita\u00e7\u00e3o, saneamento, e infraestrutura urbana (art. 9\u00ba\u00a7\u00a7 2\u00ba e 3\u00ba da Lei 8.036/90). Quanto a forma de remunera\u00e7\u00e3o do fundo est\u00e1 expressamente previsto nos arts. 2\u00ba e 13\u00ba da Lei:\n\u201cArt. 2\u00ba. O FGTS \u00e9 constitu\u00eddo pelos saldos das contas vinculadas a que se referem esta Lei e outros recursos a ela incorporados, devendo ser aplicados com atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e juros, de modo a assegurar a cobertura de suas obriga\u00e7\u00f5es. (...) Art. 13. Os dep\u00f3sitos efetuados nas contas vinculadas ser\u00e3o corrigidos monetariamente com base nos par\u00e2metros fixados para atualiza\u00e7\u00e3o dos saldos dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a e capitaliza\u00e7\u00e3o juros (tr\u00eas) por cento ao ano.\u201d\n3.4 \u2013 Os par\u00e2metros de atualiza\u00e7\u00e3o dos saldos da poupan\u00e7a, por sua vez, encontram-se previstos no art. 12 da Lei n\u00ba 8.177/91 que disp\u00f5e:\n\u201cArt. 12 \u2013 Em cada per\u00edodo de rendimento, os dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a ser\u00e3o remunerados:\nI \u2013 como remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica por taxa correspondente \u00e0 acumula\u00e7\u00e3o a TRD, no per\u00edodo transcorrido entre o dia do \u00faltimo cr\u00e9dito de rendimento, inclusive, e o dia do cr\u00e9dito de rendimento, exclusive;\u201d\n\n\f3.5 \u2013 Nesta mesma Lei, est\u00e3o definidos os par\u00e2metros para a fixa\u00e7\u00e3o da Taxa Referencial \u2013 TR e da Taxa Referencial di\u00e1ria \u2013 TRD, nosseguintes termos:\n\u201cArt. 1\u00ba. O Banco Central do Brasil divulgar\u00e1 Taxa Referencial (TR), calculada a partir da remunera\u00e7\u00e3o mensal m\u00e9dia l\u00edquida de impostos, dos dep\u00f3sitos a prazo fixos captados nos bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos m\u00faltiplos com carteira comercial ou de investimentos, caixas econ\u00f4micas, ou dos t\u00edtulos p\u00fablicos federais, estaduais e municipais, de acordo com metodologia a ser aprovada pelo Conselho Monet\u00e1rio Nacional no prazo de 60 dias, e enviada ao conhecimento do Senado Federal. (...) \u00a7 3\u00ba. Enquanto n\u00e3o aprovada a metodologia de c\u00e1lculo de que trata este artigo, o Banco Central do Brasil fixar\u00e1a TR. Art. 2\u00ba. O Banco Central do Brasil divulgar\u00e1, para cada dia \u00fatil, a Taxa Referencial Di\u00e1ria (TRD), correspondendo seu valor di\u00e1rio \u00e0 distribui\u00e7\u00e3o pro rata dia da TR fixada para o m\u00eas corrente. \u00a7 1\u00ba. Enquanto n\u00e3o divulgada a TR relativa ao m\u00eas corrente o valor da TRD ser\u00e1 fixado pelo Banco Central do Brasil com base em estimativa daquela taxa. \u00a7 2\u00ba. Divulgada a TR, a fixa\u00e7\u00e3o da TRD nos dias \u00fateis restantes do m\u00eas deve ser realizada de forma tal que aTRD acumulada entre o 1\u00ba dia \u00fatil e o 1\u00ba dia do m\u00eas subseq\u00fcente seja \u00e0 TR do m\u00eas corrente.\u201d\n3.6 \u2013 Al\u00e9m de dispor que a TR seria o \u00edndice utilizado para corre\u00e7\u00e3o da poupan\u00e7a, a Lei n\u00ba 8.177/91 tamb\u00e9m disp\u00f4s que tal taxa seria aplicada para fins de corre\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos do FGTS, conforme previsto no seu art. 17:\n\u201cArt. 17. A partir de fevereiro de 1991, os saldos das contas do Fundo de Garantia por Tempo de Servi\u00e7o (FGTS) passam a ser remunerados pela taxa aplic\u00e1vel \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a com data de anivers\u00e1rio no dia 1\u00ba, observada a periodicidade mensal para remunera\u00e7\u00e3o. Par\u00e1grafo \u00fanico. As taxas de juros previstas na legisla\u00e7\u00e3o em vigor do FGTS s\u00e3o mantidas e consideradas como adicionais \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o prevista neste artigo.\u201d\n3.7 \u2013 Conforme se depreende da leitura do artigo acima, ficou determinado que os saldos das contas do FGTS passassem a ser corrigidos conforme a Taxa aplic\u00e1vel aos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a, ou seja, a TR,mantidas as taxas de juros previstas na legisla\u00e7\u00e3o pr\u00f3pria do FGTS, qual seja, a taxa de 3% de juros anuais, conforme j\u00e1 supra exposto.\n3.8 \u2013 N\u00e3o se pode discutir, portanto, que \u00e9 legal a aplica\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o dos saldos do FGTS, porque a lei vigente prev\u00ea tal aplica\u00e7\u00e3o. Entretanto, \u00e9 imprescind\u00edvel a identifica\u00e7\u00e3o da natureza jur\u00eddica do FGTS para se perquirir sobre a legalidade da aplica\u00e7\u00e3o do referido \u00edndice (TR), e, se de fato o mesmo \u00e9 capaz de garantir a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria em face das perdas inflacion\u00e1rias da moeda, conforme o expressamente previsto nos artigos 2\u00ba e 13\u00ba transcritos anteriormente.\n3.9 \u2013 Desde a cria\u00e7\u00e3o do FGTS pela citada Lei 5.107, de 13/09/1966, houve a preocupa\u00e7\u00e3o de assegurar \u00e0s contas vinculadas a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, o que se v\u00ea j\u00e1 no art. 3\u00ba da citada Lei. Isso se deve ao fato de que o FGTS foi criado para ser um FUNDO DE LONGO PRAZO, apesar de facultativo ao empregado, cujos saques eram limitados a poucas hip\u00f3teses, onde os benefici\u00e1rios levavam anos para poder sacar seus recursos e, se n\u00e3o houvesse recomposi\u00e7\u00e3o das perdas inflacion\u00e1rias, os valores depositados poderiam se tornar insignificantes, de tal forma que a recomposi\u00e7\u00e3o das perdas inflacion\u00e1rias tornava-se imperativa.\n\n\f3.10 \u2013 Com a CF/88, altera\u00e7\u00f5es substanciais foram feitas no FGTS, onde o art. 7\u00ba em seu inciso III, o definiu como direito independente do trabalhador, e obrigat\u00f3rio, mantendo sua fun\u00e7\u00e3o de pec\u00falio do trabalhador formado por contribui\u00e7\u00f5es do empregador, cujas hip\u00f3teses de levantamento s\u00e3o bastante restritas e, quase sempre vinculadas \u00e0 extin\u00e7\u00e3o do contrato de trabalho ou aquisi\u00e7\u00e3o/financiamento da casa pr\u00f3pria (art. 20 da Lei 8.036/90).\n3.11 \u2013 Na realidade o FGTS tem uma importante distin\u00e7\u00e3o em rela\u00e7\u00e3o a outros pec\u00falios privados e poupan\u00e7as/aplica\u00e7\u00f5es realizadas no mercado financeiro, j\u00e1 que o trabalhador n\u00e3o tem a op\u00e7\u00e3o de escolher em qual institui\u00e7\u00e3o financeira vai fazer a sua aplica\u00e7\u00e3o, de modo que n\u00e3o tem \u201cpoder de barganha\u201d, para buscar uma melhor rentabilidade, ou seja, o FGTS N\u00c3O TEM PORTABILIDADE, ao contr\u00e1rio de outras op\u00e7\u00f5es postas \u00e0 disposi\u00e7\u00e3o de empregados e patr\u00f5es para formar pec\u00falios ou poupan\u00e7as, como os fundos de previd\u00eancia privada ou as aplica\u00e7\u00f5es em caderneta de poupan\u00e7a, fundos de investimento, t\u00edtulos p\u00fablicos ou privados.\n3.12 \u2013 Ainda que sua remunera\u00e7\u00e3o seja muitoinsatisfat\u00f3ria ou que o titular da conta do FGTS discorde das pol\u00edticas de gest\u00e3odo fundo ou que se atemorize quanto a sua solidez, n\u00e3o h\u00e1 o que fazer, o titulardo FGTS n\u00e3o pode transferir ou sacar seus recursos e aplic\u00e1-los em outra modalidade dispon\u00edvel de poupan\u00e7a ou previd\u00eancia.\n3.13 \u2013 As caracter\u00edsticas \u2013 OBRIGATORIEDADE, AUS\u00caNCIA DE PORTABILIDADE e PRAZO INDETERMINADO do FGTS \u2013 direito do trabalhador que visa \u00e0 melhoria de sua condi\u00e7\u00e3o social assegurado pelo artigo 7\u00ba, inciso III da CF/88, justifica a recomposi\u00e7\u00e3o do seu valor frente aos efeitos corrosivos da infla\u00e7\u00e3o sobre a moeda como meio de preserva\u00e7\u00e3o do principio constitucional \u00e0 propriedade \u2013 art. 5\u00ba, XXII da CF \u2013 diferentemente da poupan\u00e7a ou outro pec\u00falio.\n3.14 \u2013 A Lei, portanto, disp\u00f5e que o fundo dever\u00e1 ser corrigido monetariamente e a corre\u00e7\u00e3o n\u00e3o representa qualquer acr\u00e9scimo, mas simples recomposi\u00e7\u00e3o do valor da moeda corro\u00eddo pelo processo inflacion\u00e1rio (STJ, REsp n\u00ba 1.191.868, 2\u00aa Turma, Rel. Min. Eliana Calmon, j. 15/06/2010 e p. 22/06/2010).\n3.15 \u2013 Ocorre, que a Taxa Referencial (TR) foi \u00edndice capaz de refletir a infla\u00e7\u00e3o ocorrida na economia brasileira por significativo per\u00edodo de tempo durante o qual n\u00e3o havia quaisquer raz\u00f5es para se opor a sua aplica\u00e7\u00e3o. N\u00e3o \u00e9, contudo, a realidade desde janeiro de 1999 a partir de quando o \u00edndice deixou de espelhar a desvaloriza\u00e7\u00e3o da moeda, e portanto, deixou de haver a corre\u00e7\u00e3o prevista em lei, com evidentes preju\u00edzos aos trabalhadores.\n3.16 \u2013 Ainda que n\u00e3o se fale da natureza jur\u00eddica da TR, partiremos do assentado pela jurisprud\u00eancia, principalmente do STJ, que a TR \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. \u00c9 do Banco Central o dever de regulamentar a metodologia de c\u00e1lculo da TR, bem como a expedi\u00e7\u00e3o das instru\u00e7\u00f5es necess\u00e1rias ao cumprimento do artigo que criou a TBF, como se depreende da leitura dos arts. 1\u00ba da Lei n\u00ba 8.177/91 e 5\u00ba da Lei n\u00ba10.192/01:\nArt. 1\u00ba O Banco Central do Brasil divulgar\u00e1 Taxa Referencial (TR), calculada a partir da remunera\u00e7\u00e3o mensal m\u00e9dia l\u00edquida de impostos, dos dep\u00f3sitos a prazo fixo captados nos bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos m\u00faltiplos com carteira comercial ou de investimentos, caixas econ\u00f4micas, ou dos t\u00edtulos p\u00fablicos federais, estaduais e municipais, de acordo com metodologia a ser aprovada pelo Conselho Monet\u00e1rio Nacional,\n\n\fno prazo de sessenta dias, e enviada ao conhecimento do Senado Federal.. (Lei n\u00ba 8177/91)\nArtigo 5\u00ba Fica institu\u00edda Taxa B\u00e1sica Financeira \u2013 TBF, para ser utilizada exclusivamente como base de remunera\u00e7\u00e3o de opera\u00e7\u00f5es realizadas no mercado financeiro, de prazo de dura\u00e7\u00e3o igual ou superior a sessenta dias.\nPar\u00e1grafo \u00fanico. O Conselho Monet\u00e1rio Nacional expedir\u00e1 as instru\u00e7\u00f5es necess\u00e1rias ao cumprimento do disposto neste artigo, podendo inclusive, ampliar o prazo m\u00ednimo previsto no caput. (Lei n\u00ba 10.192/01).\n3.17 \u2013 No mister de regulamentar a TR, o Banco Central/CMN vem ao longo dos anos criando e reinventando f\u00f3rmulas para encontr\u00e1-la. Desde a Resolu\u00e7\u00e3o 2.437, de 30 de outubro de 1997, a TR \u00e9 calculada levando em conta a Taxa B\u00e1sica Financeira e um Redutor. A Resolu\u00e7\u00e3o 3.354/06, hoje vigente sobre o assunto, diz o seguinte:\nArt. 1\u00ba Estabelecer que, para fins de c\u00e1lculo da Taxa B\u00e1sica Financeira - TBF e da Taxa Referencial - TR, de que tratam os arts. 1\u00ba da Lei 8.177, de 1\u00ba de mar\u00e7o de 1991, 1\u00ba da Lei 8.660, de 28 de maio de 1993, e 5\u00ba daLei 10.192, de 14 de fevereiro de 2001, deve ser constitu\u00edda amostra das 30 maiores institui\u00e7\u00f5es financeiras do Pa\u00eds, assim consideradas em fun\u00e7\u00e3o do volume de capta\u00e7\u00e3o efetuado por meio de certificados e recibos de dep\u00f3sito banc\u00e1rio (CDB/RDB), com prazo de 30 a 35 dias corridos, inclusive, e remunerados a taxas prefixadas, entre bancos m\u00faltiplos, bancos comerciais, bancos de investimento e caixas econ\u00f4micas.\nArt. 2\u00ba A TBF e a TR s\u00e3o calculadas a partir da remunera\u00e7\u00e3o mensal m\u00e9dia dos CDB/RDB emitidos a taxas de mercado prefixadas, com prazo de 30 a 35 dias corridos, inclusive, com base em informa\u00e7\u00f5es prestadas pelas institui\u00e7\u00f5es integrantes da amostra de que trata o art. 1\u00ba, na forma a ser determinada pelo Banco Central do Brasil Art. 4\u00ba Para cada dia do m\u00eas - dia de refer\u00eancia -, o Banco Central do Brasil deve calcular a TBF, para o per\u00edodo de um m\u00eas, com in\u00edcio no pr\u00f3prio dia de refer\u00eancia e t\u00e9rmino no dia correspondente ao dia de refer\u00eancia no m\u00eas seguinte, considerada a hip\u00f3tese prevista no \u00a7 2\u00ba, inciso IV. (...)\nArt. 5\u00ba Para cada TBF obtida, segundo a metodologia descrita no art. 4\u00ba, deve ser calculada a correspondenteTR, pela aplica\u00e7\u00e3o de um redutor R, de acordo com a seguinte f\u00f3rmula contida na lei:\nTR = max {0,100 {[ (1 + TBF/100) / R ] - 1}} (em %). \u00a7 1\u00ba O valor do redutor 'R' deve ser calculado para todos os dias, inclusive n\u00e3o-\u00fateis, de acordo com a seguintef\u00f3rmula:\nR = (a + b. TBF/100), onde:Resolu\u00e7\u00e3o n\u00ba 3354, de 31 de mar\u00e7o de 2006.TBF = TBF relativa ao dia de refer\u00eancia; a = 1,005; b = valor determinado de acordo com a tabela abaixo, em fun\u00e7\u00e3o da TBF obtida, segundo a metodologia descritano art. 4\u00ba, em termos percentuais ao ano:\nTBF (% a. A.) b TBF maior que 16 0,48 TBF menor ou igual a 16 e maior que 15 0,44TBF menor ou igual a 15 e maior que 14 0,40\nTBF menor ou igual a 14 e maior que 13 0,36 TBF menor ou igual a 13 e maior ou igual a 11 0,32Reda\u00e7\u00e3o dada pela Resolu\u00e7\u00e3o 3.446, de 05/03/2007. \u00a7 2\u00ba Fica o Banco Central do Brasil autorizado a determinar o valor do par\u00e2metro b no caso de a TBF obtida serinferior a 11% a. A.\n\n\f3.18 \u2013 O peculiar nesta determina\u00e7\u00e3o do Banco Central/CMN, que de resto se repete desde 1997, \u00e9 que a TBF e TR s\u00e3o exatamente iguais em sua g\u00eanese at\u00e9 o momento em que se determina que se aplique um redutor \u00e0 TBF para se chegar \u00e0 TR.\n3.19 \u2013 N\u00e3o h\u00e1 na Lei da TR previs\u00e3o de aplica\u00e7\u00e3o de redutor, assim como n\u00e3o h\u00e1 na Lei que criou a TBF. Todavia, causa estranheza que diante de um comando aberto como o do art. 5\u00ba da MP n\u00ba 1.503/95 (Lei n\u00ba 10.192/01), o Banco Central/CMN, com amplos poderes para regulamentar o assunto, n\u00e3o tenha institu\u00eddo um redutor, mas o tenha feito ao regulamentar o artigo 1\u00ba da Lei n\u00ba 8.177/91, que n\u00e3o era t\u00e3o flex\u00edvel. C\u00e9sar Roberto Buzin, economista renomado, explica o qu\u00ea o Banco Central/CMN est\u00e1 fazendo com a TR:\n\u201cObjeto de discuss\u00e3o \u00e9 a utiliza\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, que apesar de n\u00e3o ter sido criada como um \u00edndice de indexa\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, vem sendo utilizada para tal finalidade na corre\u00e7\u00e3o dos valores aplicados \u00e0 caderneta de poupan\u00e7a e outras aplica\u00e7\u00f5es como os dep\u00f3sitos do FGTS, dinheiro pertencente aos trabalhadores, por\u00e9m, com gest\u00e3o de terceiros. A posi\u00e7\u00e3o adotada pelo Superior Tribunal de Justi\u00e7a, em agosto de 2010, a respeito da utiliza\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria foi sacramentada por meio da cria\u00e7\u00e3o da S\u00famula 454, com a seguinte reda\u00e7\u00e3o: \u201cPactuada a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria nos contratos do SFH pelo mesmo \u00edndice aplic\u00e1vel \u00e0 caderneta de poupan\u00e7a, incide a Taxa Referencial (TR) a partir da vig\u00eancia da Lei 8.177/91\u201d.\nA TR \u00e9 calculada a partir da Taxa B\u00e1sica Financeira (TBF), uma m\u00e9dia de taxas de juros pagas nas aplica\u00e7\u00f5es em certificados de dep\u00f3sitos banc\u00e1rios (CDB) emitidas pelas 30 maiores institui\u00e7\u00f5es financeiras.\nPara calcular o valor da TR, \u00e9 preciso aplicar um redutor sobre a TBF, que depende de dois par\u00e2metros, chamados de a e b. O par\u00e2metro a \u00e9 o fator de 1,005, equivalente \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o da caderneta antiga, ou seja, 0,5% ao m\u00eas, ou 6,17% ao ano de juros remunerat\u00f3rio. Enquanto que o b \u00e9 um decimal menor do que 1, arbitrado pelo BACEN e que varia de acordo com o n\u00edvel de taxa de juros b\u00e1sica da economia, divulgada ap\u00f3s as reuni\u00f5es do Comit\u00ea de Pol\u00edtica Monet\u00e1ria do BC (Copom).\nPara calcular o redutor (R) o par\u00e2metro b \u00e9 multiplicado pelo valor da TBF e somado ao par\u00e2metro a, ou seja,R= a + b x TBF\nTR= 1+TBF \u2013 1\nA f\u00f3rmula significa que os novos dep\u00f3sitos realizados nas contas de dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a tenham como remunera\u00e7\u00e3o adicional (TR): (i) 0,5% a. M. Enquanto a meta da taxa SELC, taxa b\u00e1sica de juros, definida pelo BACEN, estiver acima de 8,5% a. A e (ii) 70% da meta da taxa SELIC, mensalizada, vigente na data do in\u00edcio do per\u00edodo de rendimento.\nNo n\u00edvel atual de taxa de juros decrescente de uma economia estabilizada e num cen\u00e1rio para os pr\u00f3ximos anos, de juros baixos, a TR permanecer\u00e1 por um longo per\u00edodo indeterminado como zero.\u201d\n3.20 \u2013 Na esteira do que foi deduzido no Parecer retro, atrav\u00e9s do quadro comparativo a seguir entre os percentuais da TR, INPC e IPCA, fica comprovado que os dep\u00f3sitos nas contas vinculadas do FGTS dos trabalhadores, notadamente a partir de 1999, vem perdendo poder de compra decorrente da inefic\u00e1cia da TR.\n\n\fFonte da tabela: http://gustavoborceda.jusbrasil.com.br/artigos/112171446/parte-iianova-a\u00e7\u00e3o-revisional-do-fgtspar...\n3.21 \u2013 Inquestion\u00e1vel a desigualdade/despropor\u00e7\u00e3o entre a TR e o IPCA-E e INPC, passa-se a analisar a real fun\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria em cotejo com o princ\u00edpio constitucional \u00e0 propriedade (Art. 5\u00ba, XXII da Carta Magna) \u2013 a bem se concluir que o \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o (TR) inicialmente legal tornouse progressivamente inconstitucional.\n3.22 \u2013 A vida social regulada pelo Direito imp\u00f5e, em certos casos, a necessidade de verificar a exist\u00eancia ou n\u00e3o de validade e legitimidade atuais de normas que, na sua origem eram perfeitamente v\u00e1lidas e leg\u00edtimas. Isso porque situa\u00e7\u00f5es concretas da vida social e normatiza\u00e7\u00f5es paralelas que incidem sobre os mesmos fatos originalmente tratados pela norma primitiva podem fazer com que seus objetivos se desvirtuem, seus fins, inicialmente v\u00e1lidos e leg\u00edtimos, passem a se opor \u00e0 Constitui\u00e7\u00e3o e seus princ\u00edpios.\nO E. STF em alguns julgados (v. G. HC 70.514/SP, RE 147.776, RE 135.328/SP), j\u00e1 sufragou a chamada \u201cinconstitucionalidade progressiva\u201d ou progressivo processo de inconstitucionaliza\u00e7\u00e3o de normas jur\u00eddicas originariamente v\u00e1lidas.\nExcel\u00eancia, hoje, o trabalhador que tem seu dinheiro aplicado no FGTS, e de l\u00e1 n\u00e3o pode retir\u00e1lo para outro investimento,est\u00e1 sendo remunerado com 0,247% de juros ao m\u00eas e mais nada. N\u00e3o h\u00e1 nem corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria nem Taxa Referencial (independentemente da sua natureza jur\u00eddica), em flagrante ofensa ao artigo 2\u00ba da Lei n\u00ba 8.036/90, que imp\u00f5e a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos valores depositados pelo empregador.\nAinda que se argumente que a aplica\u00e7\u00e3o do Redutor pelo Banco Central/CMN seja legal, sua redu\u00e7\u00e3o a zero em um cen\u00e1riode infla\u00e7\u00e3o superior a 6% ao ano, configura flagrante afronta ao artigo 2\u00ba da Lei n\u00ba 8.036/90, que determina a atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, bem como ao artigo 233 do C\u00f3digo Civil, quando sonega os acess\u00f3rios da obriga\u00e7\u00e3o de dar.\n\n\f3.23 \u2013 Mas \u00e9 necess\u00e1rio ir mais al\u00e9m e revisitar o entendimento jurisprudencial sobre a TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, m\u00e1xime a partir da institui\u00e7\u00e3o de um redutor que tem por efeito zerar o \u00edndiceda TR em um ambiente de infla\u00e7\u00e3o.\n3.24 \u2013 A atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u00e9 o componente mais importante do mercado financeiro, posto que sem a medi\u00e7\u00e3o exata da perda do poder aquisitivo da moeda com o passar do tempo, ocorre uma enorme destrui\u00e7\u00e3o de valor. O patrim\u00f4nio \u00e9 justamente protegido pelo \u00edndice de atualiza\u00e7\u00e3o de ativos que melhor amorte\u00e7a os efeitos da infla\u00e7\u00e3o, de modo que, podemos afirmar com veem\u00eancia que a TR n\u00e3o rep\u00f5e mais as perdas inflacion\u00e1rias, o que afeta consideravelmente os poupadores, bem como os trabalhadores que possuem o FGTS.\n3.25 \u2013 Com base nas normas Resolu\u00e7\u00e3o CMN n\u00ba 2.437, de 30.10.98, Resolu\u00e7\u00e3o CMN n\u00ba 2.604, de 23.04.99. Resolu\u00e7\u00e3o CMN n\u00ba 2.809, de 21.12.00, Resolu\u00e7\u00e3o CMN n\u00ba 3.354 de 31.03.2006, Resolu\u00e7\u00e3o CMN n\u00ba 3.446 de 05.03.2007 e Circular n\u00ba 3.356 de 11.07.2007, que estabeleceram no decorrer dos anos a forma de c\u00e1lculo da TR, bem como nas informa\u00e7\u00f5es disponibilizadas pelo BACEN, foi constru\u00edda planilha demonstrando a evolu\u00e7\u00e3o do fator de pondera\u00e7\u00e3o \u201cb\u201d, elemento essencial para o c\u00e1lculo do redutor da TR.\n3.26 \u2013 As primeiras mudan\u00e7as significativas da TR ocorreram atrav\u00e9s das Resolu\u00e7\u00f5es CMN n\u00ba 2.387/97 e n\u00ba 2.437/97 que estabeleceram a f\u00f3rmula de c\u00e1lculo do redutor da TR com duas novas vari\u00e1veis, ambas definidas pelo BACEN, quais sejam: a constante \u201ca\u201d e o fator de pondera\u00e7\u00e3o \u201cb\u201d.\n3.27 \u2013 A partir da Resolu\u00e7\u00e3o CMN n\u00ba 2.809/2000, o BACEN passou a determinar o fator \u201cb\u201d, sem crit\u00e9rio t\u00e9cnico conhecido, a partir de certo patamar, conforme visualizado na tabela abaixo:\nMS \u2013 \u00e9 a meta para a taxa SELIC em (% a. A)MS b MS > 16 0,48 16 >= MS >15 0,44 15 >= MS >14 0,40 14 >= MS >13 0,36 13 >= MS >12 0,32 12 >= MS >11 0,28\n3.28 \u2013 Posteriormente \u00e0 mencionada Resolu\u00e7\u00e3o, no entanto, essa conclus\u00e3o j\u00e1 n\u00e3o \u00e9 v\u00e1lida, pois o redutor \u00e9 calculado por uma f\u00f3rmula espec\u00edfica e n\u00e3o h\u00e1 mais men\u00e7\u00e3o ao expurgo da taxa real de juros da economia. Entretanto, \u00e9 inelut\u00e1vel concluir que o redutor aplicado na forma de c\u00e1lculo da TR n\u00e3o cumpre o papel legalmente a ele destinado, que seria o de expurgar da m\u00e9dia das taxas de juros do mercado os efeitos da tributa\u00e7\u00e3o(art. 1\u00ba da Lei 8.177/1991).\n3.29 \u2013 Analisando as s\u00e9ries hist\u00f3ricas da TR e da TBF, desde julho de 1997, extra\u00eddas do s\u00edtio do Bacen na internet), v\u00ea-se que, a partir do ano de 1999, o redutor sempre representou mais de 75% da TBF, chegando ao patamar de 100% na maioria dos dias desde julho de 2012 (a TBF e a TR s\u00e3o calculadas diariamente, embora os ve\u00edculos de comunica\u00e7\u00e3o costumem divulgar apenas seus valores mensais).\n\n\f3.30 \u2013 Ora, n\u00e3o \u00e9 cr\u00edvel que os tributos incidentes nas opera\u00e7\u00f5es financeiras de capta\u00e7\u00e3o de CDB e RDB representem patamares t\u00e3oaltos. Ali\u00e1s, quando o redutor \u00e9 de 100%, deveria se concluir que os tributos abrangeram a totalidade do rendimento, o que n\u00e3o \u00e9 razo\u00e1vel.\n3.31 \u2013 Pois bem, se a TR, embora tenha seus par\u00e2metros legalmente previstos de forma razo\u00e1vel, est\u00e1, por hip\u00f3tese, sendo calculada deforma equivocada devendo haver determina\u00e7\u00e3o para retifica\u00e7\u00e3o deste c\u00e1lculo.\n3.32 \u2013 Importa aten\u00e7\u00e3o tamb\u00e9m o art. 13 da Lei 8.036/90, que estabelece que \u201cOs dep\u00f3sitos efetuados nas contas vinculadas ser\u00e3o corrigidos monetariamente com base nos par\u00e2metros fixados para atualiza\u00e7\u00e3o dos saldos dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a e capitaliza\u00e7\u00e3o juros de (tr\u00eas) por cento ao ano\u201d, claramente objetivava dar continuidade ao princ\u00edpio estabelecido desde a Lei 5.107/66, de que o pec\u00falio representado pelo FGTS \u00e9 uma obriga\u00e7\u00e3o de valor, imune aos efeitos corrosivos da infla\u00e7\u00e3o, sujeito a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria de seus dep\u00f3sitos e ainda vencendo juros remunerat\u00f3rios \u201creais\u201d (acima da infla\u00e7\u00e3o) de 3% ao ano.\n3.33 \u2013 Por se tratar de pec\u00falio obrigat\u00f3rio, n\u00e3o port\u00e1vel, a ser usufru\u00eddo ap\u00f3s longo prazo de sua forma\u00e7\u00e3o, \u00e9 \u00f3bvia a interpreta\u00e7\u00e3o de que a norma constitucional cont\u00e9m implicitamente a obrigatoriedade de que o valor desse fundo seja protegido da corros\u00e3o inflacion\u00e1ria.\n3.34 \u2013 Por ocasi\u00e3o da publica\u00e7\u00e3o da Lei n\u00ba 8.036/90, a \u201catualiza\u00e7\u00e3o dos saldos dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a\u201d tamb\u00e9m era feita por \u00edndices de infla\u00e7\u00e3o. Fica claro que o art. 13\u00ba da citada lei, ao vincular a corre\u00e7\u00e3o do FGTS \u00e0 da poupan\u00e7a, visava a plena prote\u00e7\u00e3o do FGTS quanto aos efeitos negativos da infla\u00e7\u00e3o.\n3.35 \u2013 As coisas come\u00e7aram a tomar forma distinta quando da edi\u00e7\u00e3o da Lei n\u00ba 8.177/91, que criou a TR, onde em seu art. 1\u00ba e no seu art. 17, estabeleceu que para fins do art. 13 da Lei n\u00ba 8.036/90 a TR aplic\u00e1vel ao FGTS seria aquela calculada no dia primeiro de cada m\u00eas.\n3.36 \u2013 Progressivamente, o art. 13 da Lei n\u00ba. 8.036/90 c/c art. 1\u00ba e 17 da Lei n\u00ba 8.177/91, deixou de garantir ao FGTS a recomposi\u00e7\u00e3o das perdas inflacion\u00e1rias, sujeitando o FGTS a perdas consider\u00e1veis em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 infla\u00e7\u00e3o (conforme gr\u00e1fico acima).\n3.37 \u2013 N\u00e3o resta a menor d\u00favida que fatores alheios ao legislador da Lei n\u00ba 8.036/90 fizeram com que o art. 13 progressivamente se tornasse inconstitucional, na parte que vincula a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria das contas do FGTS aos \u00edndices de atualiza\u00e7\u00e3o da poupan\u00e7a e estes, por sua vez, passam a ser calculados por metodologia prevista nos art. 1\u00ba e 17, da Lei n\u00ba 8.177/91, que n\u00e3o mais garante a recomposi\u00e7\u00e3o das perdas inflacion\u00e1rias.\n3.38 \u2013 O Poder Judici\u00e1rio n\u00e3o pode ficar inerte ao esbulho praticado pelo Governo Federal, atrav\u00e9s da Caixa Econ\u00f4mica Federal, uma vez que instado a se pronunciar nesta causa. Desde janeiro de 1999 as constantes redu\u00e7\u00f5es da TR em rela\u00e7\u00e3o aos \u00edndices de infla\u00e7\u00e3o fizeram por nulific\u00e1-lo, sobretudo desde setembro de 2012.\n3.39 \u2013 No julgamento ADI n\u00ba 493-0, o Pret\u00f3rio Excelso do i. Relator Moreira Alves em raz\u00e3o da causa petendi, foi determinado que haveria impossibilidade de aplica\u00e7\u00e3o aos contratos do Sistema Financeiro de Habita\u00e7\u00e3o somente para o per\u00edodo anterior \u00e0 vig\u00eancia da Lei 8.177/91. Embora em tal\n\n\fjulgado o STF n\u00e3o declarado que haveria impossibilidade de utiliza\u00e7\u00e3o de tal \u00edndice aos contratos firmados ap\u00f3s essa data, nele ficou reconhecido, de maneira cristalina que aquele Tribunal n\u00e3o reconhecia a TR como \u00edndice a promover a atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. Eis a ementa de tal julgado:\n\u201cA\u00e7\u00e3o direta de inconstitucionalidade. \u2013 Se a lei alcan\u00e7ar os efeitos futuros de contratos celebrados anteriormente a ela, ser\u00e1 essa lei retroativa (retroatividade m\u00ednima) porque vai interferir na causa, que \u00e9 um ato ou fato ocorrido no passado. \u2013 O disposto no artigo 5\u00ba, XXXVI, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal se aplica a toda e qualquer lei infraconstitucional sem qualquer distin\u00e7\u00e3o entre lei de direito p\u00fablico e lei de direito privado ou entre lei de ordem p\u00fablica e lei dispositiva. Precedente do STF. Ocorr\u00eancia no caso de viola\u00e7\u00e3o de direito adquirido. A taxa referencial (TR) n\u00e3o \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, pois, refletindo as varia\u00e7\u00f5es do custo prim\u00e1rio da capta\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos a prazo fixo, n\u00e3o constitui \u00edndice que reflita a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda. Por isso, n\u00e3o h\u00e1 necessidade de se examinar de saber se as normas que alteram \u00edndice de corre\u00e7\u00e3omonet\u00e1ria se aplicam imediatamente, alcan\u00e7ando, pois, as presta\u00e7\u00f5es futuras de contratos celebrados no passado, sem violarem o disposto no art. 5\u00ba, inciso XXXVI, daCarta Magna \u2013 Tamb\u00e9m ofendem o ato jur\u00eddico perfeito os dispositivos impugnados que alteram o crit\u00e9rio de reajuste das presta\u00e7\u00f5es nos contratos j\u00e1 celebrados pelo Sistema do Plano de Equival\u00eancia Salarial Profissional (PES/CP). A\u00e7\u00e3o direta de inconstitucionalidade julgada procedente, para declarar a inconstitucionalidade dos arts. 18, \u2018caput\u2019 e par\u00e1grafos 1 e 4; 20; 21 e par\u00e1grafo \u00fanico; 23 e par\u00e1grafos; e 24 e par\u00e1grafos, todos da Lei n\u00ba 8.177 de maio de 1991. (ADI 493, Relator (a): Min. MOREIRA ALVES, Tribunal Pleno, julgado em 25/06//1992, DJ 0409- 1992, PP \u2013 14089 EMENT VOL \u2013 01674-02 PP \u2013 00260 RTJ VOL \u2013 00143 \u2013 03 PP \u2013 00724).\u201d\n3.40 \u2013 No entanto, foi o julgamento das ADI 4425 e 4357, onde o Supremo Tribunal Federal analisou a inconstitucionalidade da Emenda Constitucional n\u00ba 62/09, que ficou inconteste o entendimento daquela Corte no sentido de que a TR n\u00e3o pode ser utilizada como \u00edndice de atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, eis que n\u00e3o \u00e9 capaz de espelhar o processo inflacion\u00e1rio brasileiro.\n3.41 \u2013 Seguem trechos do Voto do Min. Luiz Fux:\n\u201c(...) Quanto \u00e0 disciplina da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos cr\u00e9ditos inscritos em precat\u00f3rios, a EC n\u00ba 62/09 fixou como crit\u00e9rio o \u201c\u00edndice oficial de remunera\u00e7\u00e3o da caderneta de poupan\u00e7a\u201d. Ocorre que o referencial adotado n\u00e3o \u00e9 id\u00f4neo a mensurar a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda. Isso porque a remunera\u00e7\u00e3o da caderneta de poupan\u00e7a, regida pelo art. 12 da Lei n\u00ba 8.177/91, com atual reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n\u00ba 12.703/2012, \u00e9 fixada ex ante, a partir de crit\u00e9rios t\u00e9cnicos em nada relacionados com a infla\u00e7\u00e3o empiricamente considerada. J\u00e1 se sabe, na data de hoje, quanto ir\u00e1 render a caderneta de poupan\u00e7a. E \u00e9 natural que seja assim, afinal a poupan\u00e7a \u00e9 uma alternativa de investimento de baixo risco, no qual o investidor consegue prever com seguran\u00e7a a margemde retorno do seu capital. A infla\u00e7\u00e3o, por outro lado, \u00e9 fen\u00f4meno econ\u00f4mico insuscet\u00edvel de capta\u00e7\u00e3o aprior\u00edstica. O m\u00e1ximo que se consegue \u00e9 estim\u00e1-la para certo per\u00edodo, mas jamais fix\u00e1-la de antem\u00e3o. Da\u00ed por que os \u00edndices criados especialmente para captar o fen\u00f4meno inflacion\u00e1rio s\u00e3o sempre definidos em momentos posteriores ao per\u00edodo analisado, como ocorre com o \u00cdndice de Pre\u00e7os ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estat\u00edstica (IBGE), e o \u00cdndice de Pre\u00e7os ao Consumidor (IPC), divulgado pela Funda\u00e7\u00e3o Get\u00falio Vargas (FGV). A raz\u00e3o disso \u00e9 clara: a infla\u00e7\u00e3o \u00e9 sempre constatada em apura\u00e7\u00e3o ex post, de sorte que todo \u00edndice definido ex ante \u00e9 incapaz de refletir a efetiva varia\u00e7\u00e3o de pre\u00e7os que caracteriza a infla\u00e7\u00e3o.\u00c9 o que ocorre na hip\u00f3tese dos autos. A prevalecer o crit\u00e9rio adotado pela EC n\u00ba 62/09, os cr\u00e9ditos inscritos em precat\u00f3rios seriam atualizados por \u00edndices pr\u00e9-fixados e independentes da real flutua\u00e7\u00e3o de pre\u00e7os apurada no per\u00edodo de refer\u00eancia. Assim, o \u00edndice oficial de remunera\u00e7\u00e3o da caderneta de poupan\u00e7a n\u00e3o \u00e9 crit\u00e9rio adequado para refletir o fen\u00f4meno inflacion\u00e1rio. Destaco que nesse ju\u00edzo n\u00e3o levo em conta qualquer considera\u00e7\u00e3o t\u00e9cnico-econ\u00f4mica que implique usurpa\u00e7\u00e3o pelo Supremo Tribunal Federal de compet\u00eancia pr\u00f3pria de \u00f3rg\u00e3os especializados. N\u00e3o se trata de defini\u00e7\u00e3o judicial de \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o. Essa circunst\u00e2ncia, j\u00e1 recha\u00e7ada pela jurisprud\u00eancia da Casa, evidentemente transcenderia as capacidades institucionais do Poder Judici\u00e1rio. N\u00e3o obstante, a hip\u00f3tese aqui \u00e9 outra.\n\n\fDiz respeito \u00e0 idoneidade l\u00f3gica do \u00edndice fixado pelo constituinte reformador para capturar a infla\u00e7\u00e3o, e n\u00e3o do valor espec\u00edfico que deve assumir o \u00edndice para determinado per\u00edodo. Reitero: n\u00e3o se pode quantificar, em definitivo, um fen\u00f4meno essencialmente emp\u00edrico antes mesmo da sua ocorr\u00eancia. A inadequa\u00e7\u00e3o do \u00edndice aqui \u00e9 autoevidente. Corrobora essa conclus\u00e3o reportagem esclarecedora veiculada em 21 de janeiro de 2013 pelo jornal especializado Valor Econ\u00f4mico. Na mat\u00e9ria intitulada \u201cCuidado com a infla\u00e7\u00e3o\u201d, o peri\u00f3dico aponta que \u201co rendimento da poupan\u00e7a perdeu para a infla\u00e7\u00e3o oficial, medida pelo IPCA, m\u00eas a m\u00eas desde setembro\u201d de 2012. E ilustra: \u201cQuem investiu R$1mil na caderneta em 31 de junho de 2012, fechou o ano com poder de compra equivalente a R$996,40. Ganham da infla\u00e7\u00e3o apenas os dep\u00f3sitos feitos na caderneta antes de 4 de maio, com retorno de 6%. Para os outros, vale a nova regra, definida no ano passado, de rendimento equivalente a 70% da meta para a Selic, ou seja, de 5,075%\u201d. Em suma: h\u00e1 manifesta discrep\u00e2ncia entre o \u00edndice oficial de remunera\u00e7\u00e3o da caderneta de poupan\u00e7a e o fen\u00f4meno inflacion\u00e1rio, de modo que o primeiro n\u00e3o se presta a capturar o segundo. O meio escolhido pelo legislador constituinte (remunera\u00e7\u00e3o da caderneta de poupan\u00e7a) \u00e9,portanto, inid\u00f4neo a promover o fim a que se destina (traduzir a infla\u00e7\u00e3o do per\u00edodo). (...)\u201d\n\u201c(...) Assentada a premissa quanto \u00e0 inadequa\u00e7\u00e3o do aludido \u00edndice, mister enfrentar a natureza do direito \u00e0 corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. Na linha j\u00e1 exposta pelo i. Min. Relator, \u201ca finalidade da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, enquanto instituto de Direito Constitucional, n\u00e3o \u00e9 deixar mais rico o benefici\u00e1rio, nem mais pobre o sujeito passivo de uma dada obriga\u00e7\u00e3o de pagamento. \u00c9 deix\u00e1-los tal como qualitativamente se encontravam, no momento em que se formoua rela\u00e7\u00e3o obrigacional\u201d. Da\u00ed que a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria de valores no tempo \u00e9 circunst\u00e2ncia que decorre diretamente do n\u00facleo essencial do direito de propriedade (CF, art. 5\u00ba, XXII). Corrigem-se valores nominais paraque permane\u00e7am com o mesmo valor econ\u00f4mico ao longo do tempo, diante da infla\u00e7\u00e3o. A ideia \u00e9 simplesmente preservar o direito original em sua genu\u00edna extens\u00e3o. Nesse sentido, o direito \u00e0 corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u00e9 reflexo imediato da prote\u00e7\u00e3o da propriedade. Deixar de atualizar valores pecuni\u00e1rios ou atualiz\u00e1-los segundo crit\u00e9rios evidentemente incapazes de capturar o fen\u00f4meno inflacion\u00e1rio representa aniquilar o direito propriedade em seu n\u00facleo essencial. Tal constata\u00e7\u00e3o implica a pron\u00fancia de inconstitucionalidade parcial da EC n\u00ba62/09 de modo a afastar a express\u00e3o \u201c\u00edndice oficial de remunera\u00e7\u00e3o da caderneta de poupan\u00e7a\u201d introduzida no \u00a7 12 do art. 100 da Lei Maior como crit\u00e9rio de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos cr\u00e9ditos inscritos em precat\u00f3rio, por viola\u00e7\u00e3o ao direito fundamental de propriedade (art. 5\u00ba, XII, CF/88), ineg\u00e1vel limite material ao poder de reforma da Constitui\u00e7\u00e3o (art. 60, \u00a7 4\u00ba, IV, CF/88). (...)\u201d\n3.42 \u2013 Pelos julgamentos das ADIs supra citados, tornou-se pac\u00edfico que a TR n\u00e3o constitui \u00edndice que reflita a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda. Esta caracter\u00edstica da TR tem se confirmado ao longo dos anos. A sua aplica\u00e7\u00e3o aos saldos dos dep\u00f3sitos do FGTS tem gerado \u201cgigantesca destrui\u00e7\u00e3o de valor\u201d do patrim\u00f4nio do trabalhador. H\u00e1 anos, os trabalhadores que tem dep\u00f3sitos no FGTS n\u00e3o experimentam ganhos reais em sua aplica\u00e7\u00e3o, mesmo levando em conta a remunera\u00e7\u00e3o dos juros de 3% ao ano.\n3.43 \u2013 Veja-se, com a TR ostentando \u00edndice zero desde o ano de 2009, por consequ\u00eancia sobre o saldo das contas do FGTS tem incidido t\u00e3o somente os juros anuais de 3% previstos na Lei 8.036/90, para ser utilizado como pagamento de parte das presta\u00e7\u00f5es decorrentes de financiamento habitacional concedido no \u00e2mbito do Sistema Financeiro de Habita\u00e7\u00e3o. Vemos, portanto, a hip\u00f3tese absurda de que o trabalhador tendo o saldo de sua conta de FGTS corro\u00eddo pela infla\u00e7\u00e3o, n\u00e3o dispor do suficiente para adquirir a casa pr\u00f3pria, de forma a necessitar firmar contrato pelo SFH (o qual foi financiado \u00e0s suas expensas), para pagar juros muito superiores \u00e0queles com os quais foi remunerado. O dinheiro que lhe foi subtra\u00eddo pela m\u00e1 remunera\u00e7\u00e3o de sua conta, ent\u00e3o, dever\u00e1 ser tomado emprestado daquele que o subtraiu mediante pagamento de juros.\n3.44 \u2013 Tem-se, em resumo, que a Lei 8.036/90, lei espec\u00edfica do FGTS, determina que ao saldo de\n\n\fsuas contas deve ser obrigatoriamente aplicado \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. N\u00e3o sendo a Taxa Referencial (TR), \u00edndice disposto pela Lei 8.177/91, h\u00e1bil a atualizar monetariamente tais saldos, e estando tal \u00edndice em lei n\u00e3o espec\u00edfica do FGTS, entende-se como inconstitucional a utiliza\u00e7\u00e3o da TR para tal fim a contar de janeiro/1999, subsistindo a necessidade de aplicar-se \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria que reflita a infla\u00e7\u00e3o do per\u00edodo, tal como prev\u00ea a Lei 8.036/90.\n3.45 \u2013 Tendo em vista o que j\u00e1 decidido pelo E. STF no caso da Lei 11.960/09 e o fato de o FGTS ser um pec\u00falio constitucional obrigat\u00f3rio, n\u00e3o port\u00e1vel e de longo prazo, cuja garantia de recomposi\u00e7\u00e3o das perdas inflacion\u00e1rias est\u00e1 impl\u00edcita na disposi\u00e7\u00e3o do art. 7\u00ba, III, da CF/88, que assegura direito trabalhista fundamental a todos os trabalhadores, imp\u00f5e-se que seja DECLARADO INCONSTITUCIONAL, a partir de janeiro de 1999 os seguintes dispositivos legais: Art. 13 da Lei 8.036/90 c/c art. 1\u00ba e 17 da Lei 8.177/91.\n3.46 \u2013 Por conseguinte, os \u00edndices que atualmente tem refletido a varia\u00e7\u00e3o inflacion\u00e1ria brasileira s\u00e3o o INPC e o IPCA-E. Por determina\u00e7\u00e3o legal (Medida Provis\u00f3ria n\u00ba 812, de 30 de dezembro de 1994), o IPCA \u2013 S\u00e9rie Especial est\u00e1 sendo divulgado trimestralmente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estat\u00edstica baseado nos \u00edndices do IPCA-15. O Portal Brasil apresenta na Tabela tamb\u00e9m a varia\u00e7\u00e3o mensal \u2013 apenas para efeito deestat\u00edstica e estimativa futura do \u00edndice. A sua validade e aplicabilidade,entretanto, \u00e9 trimestral. Este \u00edndice \u00e9 aqui informado apenas para subsidiar expectativas de ac\u00famulos de trimestrais ou entre per\u00edodos.\n3.47 \u2013 O IPCA/IBGE verifica as varia\u00e7\u00f5es dos custos com os gastos das pessoas que ganham de um a quarenta sal\u00e1rios m\u00ednimos nas regi\u00f5es metropolitanas de Bel\u00e9m, Belo Horizonte, Bras\u00edlia, Curitiba, Fortaleza, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, /Salvador, S\u00e3o Paulo e Munic\u00edpio de Goi\u00e2nia. O Sistema Nacional de Pre\u00e7os ao Consumidor \u2013 SNIPC efetua a produ\u00e7\u00e3o cont\u00ednua e sistem\u00e1tica de \u00edndices de pre\u00e7os ao consumidor, tendo como unidade de coleta estabelecimentos comerciais e de presta\u00e7\u00e3o de servi\u00e7os, concession\u00e1ria de servi\u00e7os p\u00fablicos e domic\u00edlios (para levantamento de aluguel e condom\u00ednio).\nO IPCA-E utiliza, para sua composi\u00e7\u00e3o e c\u00e1lculo os seguintes setores: alimenta\u00e7\u00e3o e bebidas, habita\u00e7\u00e3o, artigos de resid\u00eancia, vestu\u00e1rio, transportes, sa\u00fade e cuidados pessoais, despesas pessoais, educa\u00e7\u00e3o e comunica\u00e7\u00e3o.\nIV \u2013INPC/IBGE\n4.1 \u2013 O INPC/IBGE foi criado inicialmente com objetivode orientar os reajustes de sal\u00e1rios dos trabalhadores. O Sistema Nacional dePre\u00e7os ao Consumidor \u2013 SNIPC efetua a produ\u00e7\u00e3o cont\u00ednua e sistem\u00e1tica de \u00edndices de pre\u00e7os ao consumidor tendo como unidade de coleta estabelecimentos comerciais e de presta\u00e7\u00e3o de servi\u00e7os, concession\u00e1ria de servi\u00e7os p\u00fablicos e domic\u00edlios (para levantamento de aluguel e condom\u00ednio). Apopula\u00e7\u00e3o \u2013 objetivo do INPC abrange as fam\u00edlias com rendimentos mensais compreendidos entre 1 (hum) e 5 (cinco) sal\u00e1rios m\u00ednimos (aproximadamente 50% das fam\u00edlias brasileiras), cujo chefe \u00e9 assalariado em sua ocupa\u00e7\u00e3o principal e residente nas \u00e1reas urbanas das regi\u00f5es, qualquer que seja a fontede rendimentos e demais residentes nas \u00e1reas urbanas das regi\u00f5es metropolitanas abrangidas.\n\n\fAbrang\u00eancia geogr\u00e1fica: Regi\u00f5es metropolitanas de Bel\u00e9m, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, S\u00e3o Paulo, Curitiba e Porto Alegre, Bras\u00edlia e Munic\u00edpio de Goi\u00e2nia.\nCalculado pelo IBGE entre os dias 1\u00ba e 30 de cadam\u00eas, comp\u00f5e-se do cruzamento de dois par\u00e2metros: a pesquisa de pre\u00e7os nasonze regi\u00f5es de produ\u00e7\u00e3o econ\u00f4mica cruzada com a Pesquisa de Or\u00e7amento Familiar (POF).\nJaneiro/2012 \u2013 Altera\u00e7\u00f5es significativas: A partir dejaneiro/2012 o INPC passou a ser calculado com base nos valores de despesasobtidos na pesquisa de or\u00e7amento familiar \u2013 POF 2008/2009\nA POF \u00e9 realizada a cada cinco anos pelo IBGE emtodo o territ\u00f3rio brasileiro o que permite atualizar os pesos (participa\u00e7\u00e3o relativa do valor da despesa de um item consumido em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 despesa total) dos produtos e servi\u00e7os nos or\u00e7amentos das fam\u00edlias. De julho de 2006 \u00e0 Dezembrode 2011 \u00e0 base dos \u00edndices de pre\u00e7o ao consumidor era a POF de 2002-2003.\nOutra mudan\u00e7a importante: At\u00e9 31/12/2011 era consideradas no c\u00e1lculo as fam\u00edlias com rendimento de 1 a 6 sal\u00e1rios m\u00ednimos.A partir de 01/01/2012 isso diminuiu (de 1 \u00e0 5 sal\u00e1rios m\u00ednimos) em fun\u00e7\u00e3o daeleva\u00e7\u00e3o real da renda do brasileiro evitando, assim, desvirtua\u00e7\u00e3o da faixa salarial.\nImportante frisar, ainda, que em Sess\u00e3o Ordin\u00e1ria do Conselho da Justi\u00e7a Federal \u2013 CNJ, ocorrida em 25/11/2011, foi aprovado onovo \u2018Manual da Justi\u00e7a Federal\u2019 onde passa a incidir o IPCA-E como indexador de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria para senten\u00e7as condenat\u00f3rias em geral, conforme se pode verificar no s\u00edtio do CJF na internet (www.cjf.jus.br).\n4.2 \u2013 Assim sendo, e por todo o exposto \u00e9 que o demandante requer a declara\u00e7\u00e3o de qual deve ser considerado para a corre\u00e7\u00e3o das contas do FGTS, se o IPCA ou o INPC em substitui\u00e7\u00e3o a TR ou mesmo a revis\u00e3o da TR, no caso deste \u00faltimo com retifica\u00e7\u00e3o de c\u00e1lculo, para fins de dar cumprimento a atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos saldos das contas do FGTS prevista no art. 2\u00ba da Lei 8.036/90, a contar desde janeiro do ano de 1999, a partir de quando tal \u00edndice deixou de refletir a varia\u00e7\u00e3o inflacionaria da moeda, al\u00e9m disso tais valores dever\u00e3o ser acrescidos de juros de mora de 1% ao m\u00eas, a contar da cita\u00e7\u00e3o at\u00e9 efetivo pagamento.\nV \u2013 DA EXIST\u00caNCIA DE REPERCUSS\u00c3O GERAL\n5.1 \u2013 A decis\u00e3o proferida pelo Supremo Tribunal Federal no Tema 787 (proferida em 11/12/2014), na qual supostamente afirmou-se n\u00e3o existir Repercuss\u00e3o Geral acerca da mat\u00e9ria que versa sobre a constitucionalidade da utiliza\u00e7\u00e3o da Taxa Referencial (TR) para corre\u00e7\u00e3o dos saldos das contas do FGTS, n\u00e3o se mant\u00e9m mais \u00edntegra, seja ante ao firme posicionamento da atual jurisprud\u00eancia dominante do STF, seja pelas altera\u00e7\u00f5es nas premissas f\u00e1tico-jur\u00eddicas acerca da mat\u00e9ria.\n5.2 \u2013 Observem, nobres julgadores, que a decis\u00e3o do Tema 787 (ARE 848.240/RN) foi tomada por maioria, e com a premissa de que o STF \u201cafirmou a legitimidade da Taxa Referencial (TR) como \u00edndice de atualiza\u00e7\u00e3o de obriga\u00e7\u00f5es\u201d:\nPROCESSUAL CIVIL. RECURSO EXTRAORDIN\u00c1RIO COM AGRAVO. FGTS. DEP\u00d3SITOS EFETUADOS NA CONTA VINCULADA. \u00cdNDICE DE CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA. APLICA\u00c7\u00c3O DA TAXA REFERENCIAL. MAT\u00c9RIA INFRACONSTITUCIONAL. AUS\u00caNCIA DE REPERCUSS\u00c3O GERAL. 1. Esta Suprema Corte, em diversas manifesta\u00e7\u00f5es de seu \u00f3rg\u00e3o plen\u00e1rio, afirmou a legitimidade da Taxa Referencial (TR) como \u00edndice de atualiza\u00e7\u00e3o de obriga\u00e7\u00f5es, com a \u00fanica ressalva da inviabilidade de sua aplica\u00e7\u00e3o retroativa para alcan\u00e7ar situa\u00e7\u00f5es pret\u00e9ritas. Nesse sentido: ADI 493-MC, Rel. Min. MOREIRA ALVES, Tribunal Pleno, DJ de 4/9/1992; ADI 768-MC, Rel. Min. MARCO AUR\u00c9LIO, TribunalPleno, DJ de 13/11/1992; ADI 959-MC, Rel. Min. SYDNEY SANCHES, Tribunal Pleno, DJ de 13/5/1994. 2. Assim sendo, o exame da inaplicabilidade\n\n\fda TR em situa\u00e7\u00f5es espec\u00edficas pertence ao dom\u00ednio da legisla\u00e7\u00e3o ordin\u00e1ria pertinente acada caso, a significar que eventual ofensa \u00e0 Carta Magna seria apenas reflexa. 3. Portanto, \u00e9 de natureza infraconstitucional a controv\u00e9rsia relativa \u00e0aplica\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos dep\u00f3sitos efetuados em conta vinculada do FGTS, fundada na interpreta\u00e7\u00e3o das Leis 7.730/89, 8.036/90 e 8.177/91. 4. \u00c9 cab\u00edvel a atribui\u00e7\u00e3o dos efeitos da declara\u00e7\u00e3o de aus\u00eancia de repercuss\u00e3o geral quando n\u00e3o h\u00e1 mat\u00e9ria constitucional a ser apreciada ou quando eventual ofensa \u00e0 Carta Magna ocorra de forma indiretaou reflexa (RE 584.608 RG, Min. ELLEN GRACIE, DJe de 13/03/2009). 5. Aus\u00eanciade repercuss\u00e3o geral da quest\u00e3o suscitada, nos termos do art. 543-A do CPC.(ARE 848240 RG, Relator(a): Min. TEORI ZAVASCKI, julgado em 11/12/2014, PROCESSO ELETR\u00d4NICO DJe-250 DIVULG 18-12-2014 PUBLIC 19-12-2014 - grifado).\n5.3 \u2013 Todavia, conforme j\u00e1 amplamente exposto, o Pret\u00f3rio Excelso j\u00e1 assentou na ADI 4425 e mais recentemente ao julgar o RE870947 (Tema 810) que \u201ca taxa referencial (TR) n\u00e3o \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, pois, refletindo as varia\u00e7\u00f5es do custo prim\u00e1rio da capta\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos a prazo fixo, n\u00e3o constitui \u00edndice que reflita a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda\u201d e que \u201cn\u00e3o h\u00e1 como, portanto, deixar de reconhecer a inconstitucionalidade da norma atacada, na medida em que a fixa\u00e7\u00e3o da remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica da caderneta de poupan\u00e7a como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria\u201d. Nesse sentido, j\u00e1 foi decidido pela Suprema Corte que a TR, enquanto \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, \u00e9 INCONSTITUCIONAL, pois\u201cn\u00e3o constitui \u00edndice que reflita a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda\u201d. Ainda, fora proposta a A\u00e7\u00e3o Direta de Inconstitucionalidade n\u00ba 5090, sob relatoria do Ministro Roberto Barroso, que assim asseverou em sua decis\u00e3o que recebeu a a\u00e7\u00e3o:\nEst\u00e3o presentes os requisitos legais. A relev\u00e2ncia da mat\u00e9ria \u00e9 evidente, sendo pertinente a participa\u00e7\u00e3o das requerentes \u2013 a primeira, porque assiste centenas de trabalhadores em demandas relativas \u00e0 atualiza\u00e7\u00e3o do FGTS; e a segunda, porque atua como agente operador do FGTS.\nAli\u00e1s, cumpre ressaltar que o Supremo Tribunal Federal j\u00e1 reconheceu a possibilidade de revis\u00e3o da decis\u00e3o que em umprimeiro momento reconhece inexist\u00eancia de Repercuss\u00e3o Geral, por altera\u00e7\u00e3onas premissas f\u00e1tico-jur\u00eddicas.\nObservem a dic\u00e7\u00e3o do Informativo n\u00ba 605 da Suprema Corte acerca do tema:\nREPERCUSS\u00c3O GERAL\nRepercuss\u00e3o Geral e Altera\u00e7\u00e3o nas Premissas F\u00e1tico-Jur\u00eddicas - 1 O Plen\u00e1rio resolveu quest\u00e3o de ordem no sentido de reconhecer a repercuss\u00e3ogeral da mat\u00e9ria discutida em recursos extraordin\u00e1rios, relativa \u00e0 possibilidade, ou n\u00e3o, de se aplicar a al\u00edquota m\u00e1xima do Imposto de Renda de Pessoa F\u00edsica aos valores recebidos acumuladamente pelo benefici\u00e1rio, por culpa exclusiva da autarquia previdenci\u00e1ria. Com base nisso, reformou decis\u00e3o monocr\u00e1tica da Min. Ellen Gracie, que n\u00e3o admitira os recursos, dos quais relatora, ao fundamento de que a quest\u00e3o j\u00e1 teria sido considerada \u201csem repercuss\u00e3o geral\u201d no \u00e2mbito do Plen\u00e1rio Virtual. No caso, ap\u00f3s o STF haver deliberado queo tema versado nos autos n\u00e3o possuiria repercuss\u00e3o geral, o TRF da 4\u00aa Regi\u00e3o declarara a inconstitucionalidade, sem redu\u00e7\u00e3o de texto, do art. 12 da Lei 7.713/88, o qual determina a incid\u00eancia do Imposto de Renda no m\u00eas do recebimento de valores acumulados sobre o total dos rendimentos. A Uni\u00e3o, aoalegar a superveniente altera\u00e7\u00e3o nas premissas f\u00e1tico-jur\u00eddicas, sustentava, em sede de agravo regimental, que os recursos extraordin\u00e1rios interpostos com fulcro no art. 102, III, b, da CF teriam repercuss\u00e3o geral presumida. RE 614232 AgR-QO/RS, rel. Min. Ellen Gracie, 20.10.2010. (RE-614232)RE 614406 AgR-QO/RS, rel. Min. Ellen Gracie, 20.10.2010. (RE-614232)\n5.4 \u2013 Nesse interim, verifica-se que o Pret\u00f3rio Excelso autoriza a revis\u00e3o da decis\u00e3o que em um primeiro momento aduz que inexiste repercuss\u00e3o geral. A altera\u00e7\u00e3o f\u00e1tica se d\u00e1 em raz\u00e3o do crescimentoimpremedit\u00e1vel do n\u00famero de a\u00e7\u00f5es que versam sobre a mat\u00e9ria no Poder Judici\u00e1rio. Quando julgado o Tema 731 do STJ, mais de 409 mil a\u00e7\u00f5es aguardavam o referido julgamento. Ainda,\n\n\fcumpre salientar que ap\u00f3s ojulgamento que n\u00e3o reconheceu repercuss\u00e3o geral na mat\u00e9ria, em 2014, a infla\u00e7\u00e3o anual acumulada em 2015, segundo o IPCA, foi de 10,67%, enquanto que a TR acumulada para o mesmo ano foi de 1,79%!!\n5.5 \u2013 A altera\u00e7\u00e3o jur\u00eddica se d\u00e1 pelo atual entendimento dominante, julgado em Repercuss\u00e3o Geral (Tema 810) e em sede de controle concentrado de constitucionalidade (ADI 4425), no sentido de que a Taxa Referencial enquanto \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u00e9 inconstitucional.\n5.6 - Sob o tema, o art. 1.035, \u00a73\u00ba, I do CPC disp\u00f5e quesempre haver\u00e1 repercuss\u00e3o geral quando o recurso impugnar ac\u00f3rd\u00e3o que contrarie jurisprud\u00eancia dominante do STF:\nArt. 1.035. O Supremo Tribunal Federal, em decis\u00e3o irrecorr\u00edvel, n\u00e3o conhecer\u00e1 do recurso extraordin\u00e1rio quando a quest\u00e3o constitucional nele versada n\u00e3o tiver repercuss\u00e3o geral, nos termos deste artigo. [...] \u00a73o Haver\u00e1 repercuss\u00e3o geral sempre que o recurso impugnar ac\u00f3rd\u00e3o que: I - contrarie s\u00famula ou jurisprud\u00eancia dominante do Supremo Tribunal Federal;\n5.7 \u2013 Nesse \u00ednterim, \u00e9 necess\u00e1rio que o Supremo Tribunal Federal reveja o seu posicionamento acerca da exist\u00eancia de Repercuss\u00e3o Geral sobre a mat\u00e9ria, em face da altera\u00e7\u00e3o e consolida\u00e7\u00e3o da sua jurisprud\u00eancia acerca da constitucionalidade da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e das altera\u00e7\u00f5es f\u00e1ticas supervenientes ao julgamento de 2014, com crescimento descontrol\u00e1vel da infla\u00e7\u00e3o e do n\u00famero de a\u00e7\u00f5es que versam sobre o tema, que foram afetadas pelo julgamento do STJ no REsp Repetitivo n\u00ba 1614874.\nVI \u2013DIANTE DO EXPOSTO REQUER\n6.1 \u2013 Seja deferida a Assist\u00eancia Judici\u00e1ria Gratuita a parte autora, pois trabalhador de parcos rendimentos, declarando-se pobre no sentido legal, condi\u00e7\u00e3o esta declarada sob \u00e0s penas da lei, de modo que n\u00e3o pode arcar com os \u00f4nus processuais sem preju\u00edzo pr\u00f3prio e de sua fam\u00edlia.\n6.2 \u2013 Determinar a CITA\u00c7\u00c3O da R\u00e9 para, querendo, responder \u00e0 presente a\u00e7\u00e3o, no prazo legal, sob pena de confiss\u00e3o e revelia;\n6.3 \u2013 A n\u00e3o realiza\u00e7\u00e3o de audi\u00eancia de concilia\u00e7\u00e3o, ante a inefic\u00e1cia do procedimento, tendo em vista o not\u00f3rio e reiterado posicionamento da Caixa Econ\u00f4mica Federal em sentido contr\u00e1rio ao pedido apresentado pela parte Autora;\n6.4 \u2013 DECLARAR A INCONSTITUCIONALIDADE, parcial superveniente do Art. 13 da Lei 8.036/90 c/c art. 1\u00ba e 17 da Lei 8.177/91 - incluindo a express\u00e3o \u201ccom base nos par\u00e2metros fixados para atualiza\u00e7\u00e3o dos saldos dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a\u201d do caput do art. 13 da Lei Federal n\u00ba 8.036/1990 e o caput do art. 17 da Lei Federal n\u00ba 8.177/1991, dispositivos os quais imp\u00f5em a corre\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos nas contas vinculadas do FGTS pela Taxa Referencial (TR) - desde janeiro de 1999, pela n\u00e3o vincula\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria do FGTS a \u00edndice que venha recompor a perda do poder aquisitivo da moeda;\n6.5 \u2013 Julgar totalmente procedente a presente a\u00e7\u00e3o, condenando a r\u00e9 \u00e0 recalcular os dep\u00f3sitos de FGTS sacados ou ainda nas contas vinculadas do demandante seguindo em cada saque a regra legal, a partir de janeiro/1999 e substituindo a atualiza\u00e7\u00e3o da TR pelo INPC ou IPCA ou ainda outro \u00edndice\n\n\fminimamente mais vantajoso ao trabalhador, al\u00e9m dos juros anuais de 3% ou 6%, e pagar as diferen\u00e7as apuradas, considerando os dep\u00f3sitos vencidos e vincendos at\u00e9 efetiva regulariza\u00e7\u00e3o dos mesmos; O pagamento, dos juros de mora de 1% ao m\u00eas a contar da cita\u00e7\u00e3o;\n6.6 \u2013 Com a proced\u00eancia da a\u00e7\u00e3o, requer condena\u00e7\u00e3o da r\u00e9 ao pagamento de custas, honor\u00e1rios de sucumb\u00eancia no patamar m\u00e1ximo fixado no \u00a73\u00ba, do art. 85 do CPC/2015, al\u00e9m de honor\u00e1rios periciais se caso ocorrer.\n6.7 \u2013 Protesta-se, desde j\u00e1, por todo o g\u00eanero de provas em Direito admitidos, especialmente pela realiza\u00e7\u00e3o de PER\u00cdCIA T\u00c9CNICA- CONT\u00c1BIL, juntada de novos documentos, e todas aquelas necess\u00e1rias para o pleno esclarecimento do lit\u00edgio.\n6.8 \u2013 VALOR DA CAUSA: R$ 4.500,00 (quatro mil e quinhentos reais).\nNestes termos Pede e espera deferimento.\nSantiago-RS, 29 de setembro de 2021.\n______________________________ Bianca Pivetta Nunes Advogada OAB/RS 102.285\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 2 (Solon) - IdDocumentoCompleto: 5008489-02.2023.4.04.7205-721681920632781259062262597738", "text": "AO JU\u00cdZO DA __\u00aa VARA FEDERAL DE BLUMENAU/SC.\nPROCEDIMENTO DO JUIZADO ESPECIAL FEDERAL\n\nGilmar Crovador, brasileiro, inscrito(a) no CPF sob o n. 793.623.549-34 , RG n. 4.996.773 , nascido(a) em 13/05/1971, na cidade de Blumenau/SC, filho(a) de Domingos Crovador e Aurea Bonfim Crovador , e-mail gilcrovador@gmail.com, telefone/WhatsApp +55 (47) 99149-1044 , residente e domiciliado(a) na Rua Calcuta, 252, CX 01, Testo Salto, 89074-320, Blumenau/SC, por interm\u00e9dio de seu procurador abaixo assinado, vem propor a presente\nA\u00c7\u00c3O REVISIONAL DO FUNDO DE GARANTIA DO TEMPO DE SERVI\u00c7O (FGTS), COM PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA, contra\nCAIXA ECON\u00d4MICA FEDERAL, pessoa jur\u00eddica de direito privado, inscrita no CNPJ/MF sob n\u00ba 00.360.305/0001-04, com sede na SBS QD 04, Bloco A, Lote 3/4, 21\u00ba andar, Bairro Asa Sul, CEP 70.092-900, Bras\u00edlia / DF, pelos fatos e fundamentos jur\u00eddicos a seguir aduzidos:\nPREAMBULARMENTE: PEDIDO DE TRAMITA\u00c7\u00c3O SOB SEGREDO DE JUSTI\u00c7A\nConsiderando o in\u00edcio da vig\u00eancia e efic\u00e1cia da Lei Geral de Prote\u00e7\u00e3o de Dados Pessoais (Lei n\u00ba. 13.709/2018) em 01/08/2021.\nConsiderando que o presente feito revela dados pessoais e dados pessoais sens\u00edveis, que s\u00e3o assim definidos pela referida legisla\u00e7\u00e3o:\nArt. 5\u00ba Para os fins desta Lei, considera-se:\nI - dado pessoal: informa\u00e7\u00e3o relacionada a pessoa natural identificada ou identific\u00e1vel;\nII - dado pessoal sens\u00edvel: dado pessoal sobre origem racial ou \u00e9tnica, convic\u00e7\u00e3o religiosa, opini\u00e3o pol\u00edtica, filia\u00e7\u00e3o a sindicato ou a organiza\u00e7\u00e3o de car\u00e1ter religioso, filos\u00f3fico ou pol\u00edtico, dado referente \u00e0 sa\u00fade ou \u00e0 vida sexual, dado gen\u00e9tico ou biom\u00e9trico, quando vinculado a uma pessoa natural;\nRequer pela tramita\u00e7\u00e3o do presente feito sob segredo de justi\u00e7a.\n\nDittrich Sociedade Individual de Advocacia | OAB/SC 4019/2017 +55 047 99699-4240 | contato@dittrichadvocacia.com Rua Marechal Deodoro, 231, sl. 1204, Velha, 89036-000, Blumenau/SC www.dittrichadvocacia.com | @dittrichadvocacia\n\nP\u00e1gina 1 de 26\n\n\fI \u2013 DOS FATOS\nO Fundo de Garantia por Tempo de Servi\u00e7o \u2013 FGTS foi criado na d\u00e9cada de 60 para proteger o trabalhador da despedida imotivada, como suced\u00e2neo do antigo regime da estabilidade decenal. \u00c9 constitu\u00eddo por valores depositados pelas empresas em nome de seus empregados, possibilitando que o trabalhador forme um patrim\u00f4nio em raz\u00e3o do trabalho realizado ao longo de uma vida.\nO FGTS \u00e9 regido hoje pelas disposi\u00e7\u00f5es da Lei 8.036, de 11 de maio de 1990, por normas e diretrizes estabelecidas pelo seu Conselho Curador e geridas pela Caixa Econ\u00f4mica Federal - CEF, e hoje financia programas de habita\u00e7\u00e3o popular, saneamento b\u00e1sico e infraestrutura urbana.\nDos artigos 2\u00ba e 13, da Lei 8.036/1990 extra\u00edmos a obrigatoriedade de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e de remunera\u00e7\u00e3o por meio de juros sobre os dep\u00f3sitos efetuados nas contas vinculadas ao FGTS.\nArt. 2\u00ba. O FGTS \u00e9 constitu\u00eddo pelos saldos das contas vinculadas a que se refere esta lei e outros recursos a ela incorporados, devendo ser aplicados com atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e juros, de modo a assegurar a cobertura de suas obriga\u00e7\u00f5es.\n\u00a7 1\u00ba Constituem recursos incorporados ao FGTS, nos termos do caput deste artigo: [...] d) multas, corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e juros morat\u00f3rios devidos;\n[...]\nArt. 13. Os dep\u00f3sitos efetuados nas contas vinculadas ser\u00e3o corrigidos monetariamente com base nos par\u00e2metros fixados para a atualiza\u00e7\u00e3o dos saldos dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a e capitaliza\u00e7\u00e3o de juros de (tr\u00eas) por cento ao ano. [grifamos]\nPor sua vez, o par\u00e2metro fixado para a atualiza\u00e7\u00e3o dos saldos dos dep\u00f3sitos da caderneta de poupan\u00e7a e, consequentemente, dos dep\u00f3sitos do FGTS \u00e9 a Taxa Referencial \u2013 TR, conforme prescrevem os artigos 12 e 17, da Lei 8.177, de 1\u00ba de mar\u00e7o de 1991, com reda\u00e7\u00e3o alterada pela Lei 12.703, de 7 de agosto de 2012. Art. 12. Em cada per\u00edodo de rendimento, os dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a ser\u00e3o remunerados:\n\nDittrich Sociedade Individual de Advocacia | OAB/SC 4019/2017 +55 047 99699-4240 | contato@dittrichadvocacia.com Rua Marechal Deodoro, 231, sl. 1204, Velha, 89036-000, Blumenau/SC www.dittrichadvocacia.com | @dittrichadvocacia\n\nP\u00e1gina 2 de 26\n\n\fI - como remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica, por taxa correspondente \u00e0 acumula\u00e7\u00e3o das TRD, no per\u00edodo transcorrido entre o dia do \u00faltimo cr\u00e9dito de rendimento, inclusive, e o dia do cr\u00e9dito de rendimento, exclusive; II - como remunera\u00e7\u00e3o adicional, por juros de: (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n \u00ba 12.703, de 2012) a) 0, 5% (cinco d\u00e9cimos por cento) ao m\u00eas, enquanto a meta da taxa Selic ao ano, definida pelo Banco Central do Brasil, for superior a 8, 5% (oito inteiros e cinco d\u00e9cimos por cento); ou (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n\u00ba 12.703, de 2012) b) 70% (setenta por cento) da meta da taxa Selic ao ano, definida pelo Banco Central do Brasil, mentalizada, vigente na data de in\u00edcio do per\u00edodo de rendimento, nos demais casos. (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n\u00ba 12.703, de 2012) \u00a7 1\u00ba A remunera\u00e7\u00e3o ser\u00e1 calculada sobre o menor saldo apresentado em cada per\u00edodo de rendimento. \u00a7 2\u00ba Para os efeitos do disposto neste artigo, considera-se per\u00edodo de rendimento: I - para os dep\u00f3sitos de pessoas f\u00edsicas e entidades sem fins lucrativos, o m\u00eas corrido, a partir da data de anivers\u00e1rio da conta de dep\u00f3sito de poupan\u00e7a; II - para os demais dep\u00f3sitos, o trimestre corrido a partir da data de anivers\u00e1rio da conta de dep\u00f3sito de poupan\u00e7a. \u00a7 3\u00ba A data de anivers\u00e1rio da conta de dep\u00f3sito de poupan\u00e7a ser\u00e1 o dia do m\u00eas de sua abertura, considerando-se a data de anivers\u00e1rio das contas abertas nos dias 29, 30 e 31 como o dia 1\u00ba do m\u00eas seguinte. \u00a7 4\u00ba O cr\u00e9dito dos rendimentos ser\u00e1 efetuado: I - mensalmente, na data de anivers\u00e1rio da conta, para os dep\u00f3sitos de pessoa f\u00edsica e de entidades sem fins lucrativos; e II - trimestralmente, na data de anivers\u00e1rio no \u00faltimo m\u00eas do trimestre, para os demais dep\u00f3sitos. Art. 17. A partir de fevereiro de 1991, os saldos das contas do Fundo de Garantia por Tempo de Servi\u00e7o (FGTS) passam a ser remunerados pela taxa aplic\u00e1vel \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a com data de anivers\u00e1rio no dia 1\u00ba, observada a periodicidade mensal para remunera\u00e7\u00e3o. Par\u00e1grafo \u00fanico. As taxas de juros previstas na legisla\u00e7\u00e3o em vigor do FGTS s\u00e3o mantidas e consideradas como adicionais \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o prevista neste artigo.\nSobressai, ainda, do artigo 1\u00ba, da Lei 8.177/1991 a forma como a TR dever\u00e1 ser calculada:\n\nDittrich Sociedade Individual de Advocacia | OAB/SC 4019/2017 +55 047 99699-4240 | contato@dittrichadvocacia.com Rua Marechal Deodoro, 231, sl. 1204, Velha, 89036-000, Blumenau/SC www.dittrichadvocacia.com | @dittrichadvocacia\n\nP\u00e1gina 3 de 26\n\n\fArt. 1\u00ba O Banco Central do Brasil divulgar\u00e1 Taxa Referencial (TR), calculada a partir da remunera\u00e7\u00e3o mensal m\u00e9dia l\u00edquida de impostos, dos dep\u00f3sitos a prazo fixos captados nos bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos m\u00faltiplos com carteira comercial ou de investimentos, caixas econ\u00f4micas, ou dos t\u00edtulos p\u00fablicos federais, estaduais e municipais, de acordo com metodologia a ser aprovada pelo Conselho Monet\u00e1rio Nacional, no prazo de sessenta dias, e enviada ao conhecimento do Senado Federal. ... \u00a7 3\u00ba. Enquanto n\u00e3o aprovada a metodologia de c\u00e1lculo de que trata este artigo, o Banco Central do Brasil fixar\u00e1 a TR. [grifamos]\nA metodologia de c\u00e1lculo da TR foi h\u00e1 muito tempo definida pelo Banco Central, e hoje est\u00e1 vigente sob a forma prevista na Resolu\u00e7\u00e3o n\u00ba 4.624/2018, de 18 de janeiro de 2018.\nOcorre que h\u00e1 muito tempo, a TR n\u00e3o reflete mais a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, tendo se distanciado completamente dos \u00edndices oficiais de infla\u00e7\u00e3o. Nos meses de setembro, outubro e novembro de 2009, janeiro e fevereiro de 2010, fevereiro e junho de 2012 em diante a TR tem sido ZERO, ou seja, foi completamente anulada, como se n\u00e3o existisse qualquer infla\u00e7\u00e3o no per\u00edodo pass\u00edvel de corre\u00e7\u00e3o.\nDiante disso, a presente a\u00e7\u00e3o visa o reconhecimento pelo Poder Judici\u00e1rio do direito do (a) Requerente de que o saldo do seu FGTS seja atualizado monetariamente por \u00edndice que reflita a recomposi\u00e7\u00e3o da moeda ao longo do tempo em que permaneceu em poder da Requerida, devido \u00e0 indiscut\u00edvel diminui\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo deflagrada pela infla\u00e7\u00e3o, a qual, como j\u00e1 dito, h\u00e1 muito n\u00e3o se encontra refletida pela TR.\nEm suma, esse \u00e9 o objeto da a\u00e7\u00e3o.\nII \u2013 DA LEGITIMIDADE PASSIVA DA CAIXA ECON\u00d4MICA FEDERAL\nUma vez que a a\u00e7\u00e3o trata de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos dep\u00f3sitos de FGTS, indiscut\u00edvel a legitimidade passiva e exclusiva da Caixa Econ\u00f4mica Federal (CEF), conforme precedentes do STJ, sen\u00e3o vejamos:\nA\u00c7\u00c3O RESCIS\u00d3RIA. ADMINISTRATIVO. FGTS. CORRE\u00c7\u00c3O DOS SALDOS DAS CONTAS VINCULADAS. DIFEREN\u00c7AS DE EXPURGOS INFLACION\u00c1RIOS. TEMA J\u00c1 PACIFICADO NO STJ. PROCED\u00caNCIA DA A\u00c7\u00c3O 1. A mat\u00e9ria referente \u00e0 corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria das contas vinculadas ao FGTS, em raz\u00e3o das diferen\u00e7as de expurgos\n\nDittrich Sociedade Individual de Advocacia | OAB/SC 4019/2017 +55 047 99699-4240 | contato@dittrichadvocacia.com Rua Marechal Deodoro, 231, sl. 1204, Velha, 89036-000, Blumenau/SC www.dittrichadvocacia.com | @dittrichadvocacia\n\nP\u00e1gina 4 de 26\n\n\finflacion\u00e1rios, foi decidida pela Primeira Se\u00e7\u00e3o deste Superior Tribunal, no REsp n. 1.111.201- PE e no REsp n. 1.112.520 \u2013 PE, de relatoria do Exmo. Min. Benedito Gon\u00e7alves, ambos submetidos ao regime do art. 543-C do CPC e da Resolu\u00e7\u00e3o 8/08 do STJ, que tratam dos recursos representativos da controv\u00e9rsia, publicados no DJe de 4.3.2010 (...) 3. Quanto \u00e0s demais preliminares alegadas, devidamente prequestionadas, esta Corte tem o entendimento no sentido de que, nas demandas que tratam da atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos saldos das contas vinculadas do FGTS, a legitimidade passiva \u00e9 ad causam \u00e9 exclusiva da Caixa Econ\u00f4mica Federal, por ser gestora do Fundo, com exclus\u00e3o da Uni\u00e3o e dos bancos deposit\u00e1rios. (S\u00famula 249/STJ) [grifamos] (...) (AR 1.962/SC, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, Primeira Se\u00e7\u00e3o, julgado em 08/02/2012, DJe 27/02/2012)\nAssim, a presente a\u00e7\u00e3o se dirige exclusivamente contra a Caixa Econ\u00f4mica Federal, conforme entendimento pacificado pela jurisprud\u00eancia p\u00e1tria.\nS\u00daMULA 249/STJ \u2013 \u201cA Caixa Econ\u00f4mica Federal tem legitimidade passiva para integrar um processo em que se discute a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria do FGTS.\u201d\nIII \u2013 DA PRESCRI\u00c7\u00c3O\nQuanto ao prazo prescricional, conforme entendimento do STF, no julgamento do Recurso Extraordin\u00e1rio com Agravo n\u00ba 709.212/DF, aplica-se a prescri\u00e7\u00e3o quinquenal, com termo inicial em 13 de novembro de 2014.\nARE STF n\u00ba 709.212/DF - O Tribunal, decidindo o tema 608 da Repercuss\u00e3o Geral, por maioria, negou provimento ao recurso, vencido o Ministro Marco Aur\u00e9lio que o provia parcialmente. Tamb\u00e9m por maioria declarou a inconstitucionalidade do art. 23, \u00a7 5\u00ba, da Lei n\u00ba 8.036/1990, e do art. 55 do Decreto n\u00ba 99.684/1990, na parte em que ressalvam o \u201cprivil\u00e9gio do FGTS \u00e0 prescri\u00e7\u00e3o trinten\u00e1ria\u201d, haja vista violarem o disposto no art. 7\u00ba, XXIX, da Carta de 1988, vencidos os Ministros Teori Zavascki e Rosa Weber, que mantinham a jurisprud\u00eancia da Corte. Quanto \u00e0 modula\u00e7\u00e3o, o Tribunal, por maioria, atribuiu \u00e0 decis\u00e3o efeitos ex nunc, vencido o Ministro Marco Aur\u00e9lio, que n\u00e3o modulava os efeitos. Tudo nos termos do voto do Relator.\n\nDittrich Sociedade Individual de Advocacia | OAB/SC 4019/2017 +55 047 99699-4240 | contato@dittrichadvocacia.com Rua Marechal Deodoro, 231, sl. 1204, Velha, 89036-000, Blumenau/SC www.dittrichadvocacia.com | @dittrichadvocacia\n\nP\u00e1gina 5 de 26\n\n\fPresidiu o julgamento o Ministro Ricardo Lewandowski. Plen\u00e1rio, 13.11.2014.\nNesse sentido aponta a S\u00famula 362 do Tribunal Superior do Trabalho.\nS\u00famula 362 TST \u2013 FGTS. PRESCRI\u00c7\u00c3O: I \u2013 Para os casos em que a ci\u00eancia da les\u00e3o ocorreu a partir de 13.11.2014, \u00e9 quinquenal a prescri\u00e7\u00e3o do direito de reclamar contra o n\u00e3o-recolhimento de contribui\u00e7\u00e3o para o FGTS, observado o prazo de dois anos ap\u00f3s o t\u00e9rmino do contrato; II \u2013 Para os casos em que o prazo prescricional j\u00e1 estava em curso em 13.11.2014, aplica-se o prazo prescricional que se consumar primeiro: trinta anos, contados do termo inicial, ou cinco anos, a partir de 13.11.2014 (STF-ARE-709212/DF).\nSendo assim, a a\u00e7\u00e3o ora proposta, mesmo se enquadrando no novo entendimento das Cortes Superiores acerca do prazo prescricional, qual seja o quinquenal, tem pleno vigor, uma vez que fora ajuizada antes da derradeira data de 13 de novembro de 2019.\nIV \u2013 DO DIREITO\nIniciamos lembrando que a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria foi institucionalizada em nosso pa\u00eds por meio da Lei n\u00ba 4.357, de 1964, que criou o primeiro indexador da Economia Brasileira \u2013 a ORTN (Obriga\u00e7\u00e3o Reajust\u00e1vel do Tesouro Nacional) \u2013 uma obriga\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria cuja fun\u00e7\u00e3o era fazer variar periodicamente o valor da moeda nacional segundo seus respectivos poderes aquisitivos.\nDesde essa data, uma gama de \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria foi se sucedendo, at\u00e9 a entrada em vigor da Medida Provis\u00f3ria n\u00ba 294, de 31 de janeiro de 1991, que foi convertida na Lei n\u00ba 8.177, de 1\u00ba de mar\u00e7o de 1991. Nessa oportunidade, o Governo Collor pretendeu substituir a s\u00e9rie de indexadores tradicionais da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria brasileira (ORTN, OTN, BTN), que eram vinculados \u00e0 varia\u00e7\u00e3o dos n\u00edveis gerais de pre\u00e7os, pela Taxa Referencial (TR), que possu\u00eda natureza financeira.\nAinda hoje permanece a perplexidade em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 natureza jur\u00eddica da TR, at\u00e9 por conta da pr\u00f3pria inconsist\u00eancia da lei que a criou, que ora a trata como taxa de juros (art. 39) ora como indexador (art. 18).\nTaxas de juros objetivam promover a remunera\u00e7\u00e3o do capital. S\u00e3o calculadas por quem disponibiliza o capital em benef\u00edcio de outra pessoa, f\u00edsica ou jur\u00eddica, para que empregue para satisfa\u00e7\u00e3o de determinada necessidade, na expectativa de lucro.\nOs indexadores, por outro lado, podem ser entendidos como \u00edndices calculados a partir da varia\u00e7\u00e3o de pre\u00e7os de mercado em determinado per\u00edodo. O seu\n\nDittrich Sociedade Individual de Advocacia | OAB/SC 4019/2017 +55 047 99699-4240 | contato@dittrichadvocacia.com Rua Marechal Deodoro, 231, sl. 1204, Velha, 89036-000, Blumenau/SC www.dittrichadvocacia.com | @dittrichadvocacia\n\nP\u00e1gina 6 de 26\n\n\fobjetivo est\u00e1 na corre\u00e7\u00e3o dos efeitos inflacion\u00e1rios, quando se compara valores monet\u00e1rios em diferentes \u00e9pocas.\nE assim, quando o STF enfrentou o tema da natureza da TR, assentou no voto vencedor da ADI 493-0/DF que:\n\u201cA Taxa Referencial (TR) n\u00e3o \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, pois, refletindo as varia\u00e7\u00f5es do custo prim\u00e1rio da capta\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos a prazo fixo, n\u00e3o constitui \u00edndice que refletia a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda.\u201d [grifamos]\nN\u00e3o obstante, os Ministros vencidos Celso de Mello, Marco Aur\u00e9lio e Ilmar Galv\u00e3o entenderam que a estrutura de c\u00e1lculo da taxa referencial n\u00e3o era suficiente para impedir sua utiliza\u00e7\u00e3o como par\u00e2metro de indexa\u00e7\u00e3o de economia.\nMesmo assim, naquela oportunidade, o STF entendeu que a TR possu\u00eda natureza de taxa de juros e declarou inconstitucional o art. 18, da Lei n\u00ba 8.177/91, cujo texto original estabelecia que os saldos devedores e as presta\u00e7\u00f5es dos contratos integrantes do SFH, passariam a ser atualizados pela taxa aplic\u00e1vel \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica dos Dep\u00f3sitos de Poupan\u00e7a. Vale a pena transcrever a ementa deste julgado:\nA\u00e7\u00e3o direta de inconstitucionalidade \u2013 Se a lei alcan\u00e7ar os efeitos futuros de contratos celebrados anteriormente a ela ser\u00e1 esta lei retroativa (retroatividade m\u00ednima) porque vai interferir na causa, que \u00e9 um ato ou fato ocorrido no passado. \u2013 O disposto no art. 5\u00ba, XXXVI, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal se aplica a toda e qualquer lei infraconstitucional, sem qualquer distin\u00e7\u00e3o entre lei de direito p\u00fablico e lei de direito privado, ou entre lei de ordem p\u00fablica e lei dispositiva. Precedente do STF \u2013 Ocorr\u00eancia, no caso, de viola\u00e7\u00e3o de direito adquirido. A taxa referencial (TR) n\u00e3o \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, pois, refletindo as varia\u00e7\u00f5es do custo prim\u00e1rio da capta\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos a prazo fixo, n\u00e3o constitui \u00edndice que reflita a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda. Por isso, n\u00e3o h\u00e1 necessidade de se examinar a quest\u00e3o de saber se as normas que alteram o \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria se aplicam imediatamente, alcan\u00e7ando, pois, as presta\u00e7\u00f5es futuras de contratos celebrados no passado, sem violarem o disposto no art. 5\u00ba, XXXVI, da Carta Magna. \u2013 Tamb\u00e9m ofendem o ato jur\u00eddico perfeito os dispositivos impugnados que alteram o crit\u00e9rio de reajuste das presta\u00e7\u00f5es nos contratos j\u00e1 celebrados pelo sistema do Plano de Equival\u00eancia Salarial por Categoria Profissional (PES/CP). A\u00e7\u00e3o direta de inconstitucionalidade julgada procedente, para declarar a inconstitucionalidade\n\nDittrich Sociedade Individual de Advocacia | OAB/SC 4019/2017 +55 047 99699-4240 | contato@dittrichadvocacia.com Rua Marechal Deodoro, 231, sl. 1204, Velha, 89036-000, Blumenau/SC www.dittrichadvocacia.com | @dittrichadvocacia\n\nP\u00e1gina 7 de 26\n\n\fdos artigos 18 \u201ccaput\u201d par\u00e1grafos 1 e 4; 20; 21 e par\u00e1grafo \u00fanico; 23 e par\u00e1grafos; e 24 e par\u00e1grafos, todos da Lei n\u00ba 8.177, de 1 de maio de 1991. (STF - ADI 493, Relator (a): Min.: MOREIRA ALVES, Tribunal Pleno, julgado em 25/06/1992, DJ 04-09-1992 PP14089 EMENT VOL- 01674-02 PP- 00260 RTJ VOL00143-03 PP- 00724)\n\nPor algum tempo, o pr\u00f3prio STJ rejeitou a TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, tanto para a poupan\u00e7a, quanto para o SFH. Nesse sentido:\n\nCOMERCIAL. M\u00daTUO RURAL. CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA.\n\nVINCULA\u00c7\u00c3O AO CRIT\u00c9RIO DE REAJUSTE DOS\n\nDEP\u00d3SITOS EM CADERNETA DE POUPAN\u00c7A.\n\nLICITUDE. SUBSTITUI\u00c7\u00c3O PELA TR NOS MESES\n\nSUBSEQUENTES A FEVEREIRO/91. PREVIS\u00c3O DE\n\nUTILIZA\u00c7\u00c3O\n\nDA\n\nOTN.\n\nINDEXADOR\n\nCONTRATUALMENTE ELEITO. SUBSTITUI\u00c7\u00c3O EX LEGE\n\nPELA TR. INCONSTITUCIONALIDADE DECLARADA.\n\nADO\u00c7\u00c3O DO INPC. PRECEDENTES:\n\nI- NO CONTRATO DE M\u00daTUO RURAL \u00c9 L\u00cdCITO O PACTO\n\nDE VINCULA\u00c7\u00c3O DA CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA AO\n\nCRIT\u00c9RIO DE ATUALIZA\u00c7\u00c3O DOS DEP\u00d3SITOS EM\n\nCADERNETAS DE POUPAN\u00c7A, RESULTANDO DEVIDA A\n\nINCID\u00caNCIA DO MESMO INDEXADOR NOS MESES\n\nSUBSEQUENTES A FEVEREIRO/91 (ART. 13 DA\n\nLEI 8.177).\n\nII- EM FACE DA POSI\u00c7\u00c3O DO SUPREMO TRIBUNAL\n\nFEDERAL INADIMITINDO A TR COMO FATOR DE\n\nATUALIZA\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA SUBSTITUINDO O BTN, A\n\nCORRE\u00c7\u00c3O DOS VALORES, CUJA FORMA DE\n\nREAJUSTE ESTAVA, POR LEI OU CONTRATO,\n\nATRELADA A VARIA\u00c7\u00c3O DO VALOR DE REFERIDO\n\nT\u00cdTULO DA D\u00cdVIDA P\u00daBLICA, CUMPRE SEJA\n\nPRECEDIDA, A PARTIR DA LEI 8.177/91, COM BASE NO\n\nINPC.\n\n(REsp. 40.777/GO - Rel. Min. S\u00c1LVIO DE FIGUEIREDO\n\nTEIXEIRA, QUARTA TURMA, julgado em 13/11/1995, DJ\n\n11/12/1995, p. 43225)\n\nADMINISTRATIVO \u2013 SFH \u2013 REAJUSTE DAS\n\nPRESTA\u00c7\u00d5ES E DO SALDO DEVEDOR \u2013 PLANO DE\n\nEQUIVAL\u00caNCIA SALARIAL (PES) \u2013 INAPLICABILIDADE\n\nDA TR \u2013 ADIN 493-0/STF \u2013 VANTAGENS PESSOAIS\n\nINCORPORADAS DEFINITIVAMENTE AO SAL\u00c1RIO \u2013\n\nINCLUS\u00c3O NO C\u00c1LCULO \u2013 DIVERG\u00caNCIA\n\nJURISPRUDENCIAL N\u00c3O COMPROVADA \u2013 RISTJ. ART.\n\n255 E PAR\u00c1GRAFOS \u2013 S\u00daMULA 13/STJ \u2013\n\nDittrich Sociedade Individual de Advocacia | OAB/SC 4019/2017 +55 047 99699-4240 | contato@dittrichadvocacia.com Rua Marechal Deodoro, 231, sl. 1204, Velha, 89036-000, Blumenau/SC www.dittrichadvocacia.com | @dittrichadvocacia\n\nP\u00e1gina 8 de 26\n\n\fPRECEDENTES STJ. - Nos contratos vinculados ao PES, o reajustamento das presta\u00e7\u00f5es deve obedecer \u00e0 varia\u00e7\u00e3o salarial dos mutu\u00e1rios, a fim de preservar a equa\u00e7\u00e3o econ\u00f4mico-financeira do pactuado. -As vantagens pessoais incorporadas, definitivamente ao sal\u00e1rio ou vencimento do mutu\u00e1rio, incluem-se na verifica\u00e7\u00e3o da equival\u00eancia para fixa\u00e7\u00e3o das parcelas. -Declarada pelo STF a inconstitucionalidade da TR como fator de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria (ADIN 493-0), o reajustamento do saldo devedor, a exemplo das presta\u00e7\u00f5es mensais, tamb\u00e9m deve obedecer ao Plano de Equival\u00eancia Salarial. [grifamos] - Recurso conhecido e parcialmente provido (REsp 14.839/BA, Rel. Ministro FRANCISCO PE\u00c7ANHA MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 23/11/1999, DJ 21/02/2000, p. 112) SFH. PLANO DE EQUIVAL\u00caNCIA SALARIAL. REAJUSTE DAS PRESTA\u00c7\u00d5ES. ILEGITIMIDADE PASSIVA DA UNI\u00c3O. NULIDADE DO AC\u00d3RD\u00c3O. INOCORR\u00caNCIA. VANTAGENS PESSOAIS. INCLUS\u00c3O. CORRE\u00c7\u00c3O PELA TR. IMPOSSIBILIDADE. PRECEDENTES. (...) 4. Inaplic\u00e1vel a TR como fator de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria Entendimento consagrado nesta Corte na esteira de orienta\u00e7\u00e3o tra\u00e7ada pelo STF. [grifamos] 5. Recurso Especial conhecido e parcialmente provido (REsp 209.466/BA Rel. Ministro FRANCISCO PE\u00c7ANHA MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 07/08/2011, DJ 17/06/2012, p. 231)\nTodavia, aquela Corte de Justi\u00e7a, fazendo uma releitura do voto do Ministro Moreira Alves do STF, mudou o entendimento, e passou a adotar a constitucionalidade da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, considerando inconstitucional apenas a sua aplica\u00e7\u00e3o retroativa e, no tocante a sua aplica\u00e7\u00e3o na corre\u00e7\u00e3o do FGTS, chegou at\u00e9 a editar a S\u00famula 459.\nComo dito alhures, aplica\u00e7\u00e3o de \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria se presta para recuperar o poder de compra do valor emprestado. Este poder de compra \u00e9 diretamente influenciado por um processo inflacion\u00e1rio. O pr\u00f3prio STJ reconhece a influ\u00eancia da infla\u00e7\u00e3o como corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, sen\u00e3o vejamos:\nA corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria nada mais \u00e9 do que um mecanismo de manuten\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda, n\u00e3o devendo representar, consequentemente, por si s\u00f3, nem um plus nem um minus em sua subst\u00e2ncia. Corrigir o valor nominal da obriga\u00e7\u00e3o\n\nDittrich Sociedade Individual de Advocacia | OAB/SC 4019/2017 +55 047 99699-4240 | contato@dittrichadvocacia.com Rua Marechal Deodoro, 231, sl. 1204, Velha, 89036-000, Blumenau/SC www.dittrichadvocacia.com | @dittrichadvocacia\n\nP\u00e1gina 9 de 26\n\n\frepresenta, portanto, manter, no tempo, o seu poder de compra original, alterado pelas oscila\u00e7\u00f5es inflacion\u00e1rias positivas e negativas ocorridas no per\u00edodo. Atualizar a obriga\u00e7\u00e3o levando em conta apenas oscila\u00e7\u00f5es positivas importaria distorcer a realidade econ\u00f4mica produzindo um resultado que n\u00e3o representa a simples manuten\u00e7\u00e3o do primitivo poder aquisitivo, mas um indevido acr\u00e9scimo no valor real. Nessa linha, estabelece o Manual de Orienta\u00e7\u00e3o de Procedimento de C\u00e1lculos aprovado pelo Conselho da Justi\u00e7a Federal que, n\u00e3o havendo decis\u00e3o judicial em contr\u00e1rio, \u201cos \u00edndices negativos de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria (defla\u00e7\u00e3o) ser\u00e3o considerados no c\u00e1lculo de atualiza\u00e7\u00e3o\u201d, com a ressalva de que, se, no c\u00e1lculo final, \u201ca atualiza\u00e7\u00e3o implicar redu\u00e7\u00e3o do principal, deve prevalecer o valor nominal\u201d (Corte Especial, REsp 1.265.580/RS, Rel. Min. TEORI ALBINO ZAVASCKI, DJe 18/4/12) [grifamos]\nN\u00e3o podemos nos esquecer de que a cultura da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria est\u00e1 de tal forma arraigada ao nosso sistema econ\u00f4mico, que o pr\u00f3prio C\u00f3digo Civil de 2002, traz diversos dispositivos garantindo atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria.\nEste retrospecto da evolu\u00e7\u00e3o legal e jurisprudencial a respeito da aplica\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria se faz necess\u00e1rio para que pud\u00e9ssemos chegar ao n\u00facleo do argumento desta a\u00e7\u00e3o.\nHoje no pa\u00eds, h\u00e1 dois tipos de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. \u00cdndices que refletem a infla\u00e7\u00e3o e, portanto, recuperam o valor de compra do valor aplicado, como o INPC e o IPCA, e um \u00edndice que n\u00e3o reflete a infla\u00e7\u00e3o, e consequentemente n\u00e3o recupera o poder de compra do valor aplicado \u2013 a Taxa de Referencial/TR.\nHistoricamente, \u00e9 preciso lembrar que a Taxa Referencial nunca esteve alinhada \u00e0 infla\u00e7\u00e3o. Nem quando experimentamos a hiperinfla\u00e7\u00e3o, nem quando experimentamos a defla\u00e7\u00e3o. Todavia, os \u00edndices da TR, do INPC e do IPCA sempre andaram pr\u00f3ximos. Em outras palavras, imperava a razoabilidade dos \u00edndices da TR para que pudessem atingir a finalidade de corre\u00e7\u00e3o do valor do capital.\nN\u00e3o obstante, o cen\u00e1rio come\u00e7a a mudar a partir de 1999, quando a TR se distancia expressivamente do INPC e IPCA, ao ponto de hoje a infla\u00e7\u00e3o ultrapassar 4% ao ano, enquanto a TR permanece igual a ZERO. Logo, ela n\u00e3o se presta para o fim de manter o poder aquisitivo dos dep\u00f3sitos do FGTS, que s\u00e3o um patrim\u00f4nio do trabalhador.\nO sentimento geral \u00e9 que h\u00e1 muito tempo o FGTS \u00e9 um fundo in\u00edquo, por n\u00e3o apresentar a recomposi\u00e7\u00e3o inflacion\u00e1ria dos seus recursos. Na verdade, o trabalhador n\u00e3o est\u00e1 financiando programas de habita\u00e7\u00e3o popular, saneamento b\u00e1sico e infraestrutura urbana, mas sim, subsidiando.\n\nDittrich Sociedade Individual de Advocacia | OAB/SC 4019/2017 +55 047 99699-4240 | contato@dittrichadvocacia.com Rua Marechal Deodoro, 231, sl. 1204, Velha, 89036-000, Blumenau/SC www.dittrichadvocacia.com | @dittrichadvocacia\n\nP\u00e1gina 10 de 26\n\n\fAo contr\u00e1rio de outros investimentos, o FGTS n\u00e3o \u00e9 um fundo de livre disposi\u00e7\u00e3o por parte do trabalhador, n\u00e3o podendo ele decidir sponte propria quais as aplica\u00e7\u00f5es que lhe s\u00e3o mais convenientes ou rent\u00e1veis. O trabalhador tem que se submeter a pol\u00edticas econ\u00f4micas e sociais que lhe s\u00e3o altamente prejudiciais.\nOra, mas a pr\u00f3pria Lei do FGTS diz em seu art. 2\u00ba que \u00e9 garantida a atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e juros. Quando a TR \u00e9 igual a ZERO este artigo \u00e9 descumprido. Quando a TR \u00e9 m\u00ednima e totalmente desproporcional em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 infla\u00e7\u00e3o, este artigo tamb\u00e9m \u00e9 descumprido e o patrim\u00f4nio do trabalhador \u00e9 subtra\u00eddo por quem tem o dever legal de administr\u00e1-lo.\nEm um ano de TR acumulada igual a ZERO e previs\u00e3o de INFLA\u00c7\u00c3O OFICIAL de 4,05% para 2018 (Relat\u00f3rio de Mercado Focus /BACEN), estamos diante de uma situa\u00e7\u00e3o de confisco. O Governo Federal, por meio da Caixa Econ\u00f4mica Federal, est\u00e1 confiscando os rendimentos dos trabalhadores, para subsidiar pol\u00edticas p\u00fablicas, sem a menor inger\u00eancia destes trabalhadores.\nAssim como em nosso Estado Democr\u00e1tico de Direito, a Constitui\u00e7\u00e3o veda que se utilize tributo com efeito de confisco, o trabalhador n\u00e3o pode ser punido com confisco do que a pr\u00f3pria Caixa define em seu s\u00edtio eletr\u00f4nico, como um patrim\u00f4nio do trabalhador, e definitivamente o \u00e9. Quando se fala em patrim\u00f4nio, imediatamente sobrev\u00e9m li\u00e7\u00e3o da Professora Maria Helena Diniz, ao comentar o art. 91, do C\u00f3digo Civil de 2002:\n\u201cArt. 91. Constitui universalidade de direito o complexo de rela\u00e7\u00f5es jur\u00eddicas, de uma pessoa, dotadas de valor econ\u00f4mico. \u201d\nUniversalidade de direito: \u00e9 a constitu\u00edda por bens singulares corp\u00f3reos heterog\u00eaneos e incorp\u00f3reos (complexo de rela\u00e7\u00f5es jur\u00eddicas), a que a norma jur\u00eddica, com o intuito de produzir certos efeitos, d\u00e1 unidade, por serem dotados de valor econ\u00f4mico, como p. Ex., o patrim\u00f4nio (...). O patrim\u00f4nio e a heran\u00e7a s\u00e3o considerados como um conjunto, ou seja, como uma universalidade. Embora se constituam ou n\u00e3o de bens materiais e de cr\u00e9ditos, esses bens se unificam numa express\u00e3o econ\u00f4mica, que \u00e9 o valor. O patrim\u00f4nio \u00e9 complexo de rela\u00e7\u00f5es jur\u00eddicas de uma pessoa apreci\u00e1vel economicamente. Incluem-se no patrim\u00f4nio: a posse, os direitos reais, as obriga\u00e7\u00f5es e as a\u00e7\u00f5es correspondentes a tais direitos. O patrim\u00f4nio abrange direitos deveres redut\u00edveis a dinheiro. (DINIZ, 2017, p. 100) [grifamos]\nLevando em conta que a rela\u00e7\u00e3o jur\u00eddica entre os trabalhadores e a Caixa Econ\u00f4mica Federal \u00e9 de direito pessoal, o art. 233 do C\u00f3digo Civil se torna inafast\u00e1vel, na medida em que determina que a obriga\u00e7\u00e3o de dar coisa certa abrange os acess\u00f3rios ainda que n\u00e3o mencionados.\n\nDittrich Sociedade Individual de Advocacia | OAB/SC 4019/2017 +55 047 99699-4240 | contato@dittrichadvocacia.com Rua Marechal Deodoro, 231, sl. 1204, Velha, 89036-000, Blumenau/SC www.dittrichadvocacia.com | @dittrichadvocacia\n\nP\u00e1gina 11 de 26\n\n\f\u201cArt. 233 A obriga\u00e7\u00e3o de dar coisa certa abrange os acess\u00f3rios dela embora n\u00e3o mencionados, salvo o contr\u00e1rio resultar do t\u00edtulo ou das circunstancias do caso.\u201d\nOra, acess\u00f3rios de dinheiro s\u00e3o juros e a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria.\nE ent\u00e3o voltamos \u00e0 Taxa Referencial.\nManipula\u00e7\u00e3o da TR pelo Banco Central\nIndependentemente da discuss\u00e3o sobre sua natureza jur\u00eddica, vamos aqui partir do pressuposto, assentado pela jurisprud\u00eancia, principalmente pelo STJ, que a TR \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria.\nTanto o art. 1\u00ba da Lei n\u00ba 8.177/91, quanto o art. 5\u00ba da Lei n\u00ba 10.192/2001 (que convolou a MP n\u00ba 1.053/95) atribu\u00edram ao Banco Central a regulamenta\u00e7\u00e3o da metodologia de c\u00e1lculo da TR, conforme crit\u00e9rio estabelecido na lei e a expedi\u00e7\u00e3o das instru\u00e7\u00f5es necess\u00e1rias ao cumprimento do artigo que criou a Taxa B\u00e1sica Financeira - TBF.\nArt. 5\u00ba. Fica institu\u00edda Taxa B\u00e1sica Financeira - TBF, para ser utilizada exclusivamente como base de remunera\u00e7\u00e3o de opera\u00e7\u00f5es realizadas no mercado financeiro, de prazo de dura\u00e7\u00e3o igual ou superior a sessenta dias. Par\u00e1grafo \u00fanico. O Conselho Monet\u00e1rio Nacional expedir\u00e1 as instru\u00e7\u00f5es necess\u00e1rias ao cumprimento do disposto neste artigo, podendo, inclusive, ampliar o prazo m\u00ednimo previsto no caput. (Lei n\u00ba 10.192/2001)\nCom o prop\u00f3sito de regulamentar a TR, o Banco Central vem ao longo dos anos criando e reinventando f\u00f3rmulas para calcul\u00e1-la. Pelo menos desde a Resolu\u00e7\u00e3o n\u00ba 2.075, de 26 de maio de 1994, h\u00e1 f\u00f3rmulas para encontrar a TR. Todavia com a institui\u00e7\u00e3o da Taxa B\u00e1sica Financeira, pela Medida Provis\u00f3ria n\u00ba 1.053/95, de 30 de junho de 1995, a forma de c\u00e1lculo da TR sofreu uma expressiva modifica\u00e7\u00e3o.\nDesde a Resolu\u00e7\u00e3o n\u00ba 2.437, de 30 de outubro de 1997, a TR \u00e9 calculada levando em conta a Taxa B\u00e1sica Financeira e um Redutor.\nA Resolu\u00e7\u00e3o n\u00ba 4.624/2018, hoje vigente sobre o assunto, diz o seguinte:\nArt. 1\u00ba A Taxa B\u00e1sica Financeira (TBF), de que trata o art. 5\u00ba da Lei n\u00ba 10.192, de 14 de fevereiro de 2001, e a Taxa Referencial (TR), de que tratam os arts. 1\u00ba da Lei n\u00ba 8.177, de 1\u00ba de mar\u00e7o de 1991, e 1\u00ba da Lei n\u00ba 8.660, de 28 de maio de 1993, ser\u00e3o calculadas a partir de taxas de juros negociadas no mercado secund\u00e1rio com Letras do Tesouro\n\nDittrich Sociedade Individual de Advocacia | OAB/SC 4019/2017 +55 047 99699-4240 | contato@dittrichadvocacia.com Rua Marechal Deodoro, 231, sl. 1204, Velha, 89036-000, Blumenau/SC www.dittrichadvocacia.com | @dittrichadvocacia\n\nP\u00e1gina 12 de 26\n\n\fNacional (LTN).\n\nArt. 2\u00ba Ser\u00e1 constitu\u00edda, a cada dia \u00fatil, base de dados\n\ncomposta por todas as opera\u00e7\u00f5es definitivas realizadas no\n\nmercado secund\u00e1rio, registradas no Sistema Especial de\n\nLiquida\u00e7\u00e3o e de Cust\u00f3dia (Selic), com LTNs de prazo de\n\nvencimento imediatamente anterior, ou coincidente, e\n\nimediatamente posterior ao prazo de um m\u00eas.\n\nArt. 3\u00ba Para cada vencimento de LTN que comp\u00f5e a base de\n\ndados de que trata o art. 2\u00ba, ser\u00e1 calculada a taxa de juros\n\nm\u00e9dia (TM) [...]\n\nArt. 4\u00ba Para cada dia do m\u00eas \u2013 dia de refer\u00eancia \u2013, o Banco\n\nCentral do Brasil deve calcular a TBF, para o per\u00edodo de um\n\nm\u00eas, com in\u00edcio no pr\u00f3prio dia de refer\u00eancia e t\u00e9rmino no dia\n\ncorrespondente ao dia de refer\u00eancia no m\u00eas seguinte [...]\n\nPar\u00e1grafo \u00fanico. Quando inexistente o dia correspondente\n\nao dia de refer\u00eancia no m\u00eas seguinte, ser\u00e1 considerado\n\ncomo t\u00e9rmino do per\u00edodo o dia primeiro do segundo m\u00eas\n\nposterior ao do dia de refer\u00eancia.\n\nArt. 6\u00ba Para cada TBF obtida, segundo a metodologia\n\ndescrita no art. 5\u00ba, deve ser calculada a correspondente TR,\n\npela aplica\u00e7\u00e3o de um redutor R, de acordo com a seguinte\n\nf\u00f3rmula:\n\nTR = max { 0 ; 100 x {[ (1 + TBF/100) / R ] - 1}} (%)\n\n\u00a7 1\u00ba O valor do redutor R deve ser calculado para todos\n\nos dias, inclusive n\u00e3o \u00fateis, de acordo com a seguinte\n\nf\u00f3rmula:\n\nR = (a + b x TBF/100), em que:\n\nI - TBF corresponde \u00e0 TBF relativa ao dia de refer\u00eancia;\n\nII - a corresponde a 1,005; e\n\nIII - b corresponde ao valor obtido na tabela abaixo, em\n\nfun\u00e7\u00e3o da TBF relativa ao dia de refer\u00eancia, expressa em\n\ntermos percentuais ao ano, considerando a conven\u00e7\u00e3o de\n\n252 dias \u00fateis:\n\nTBF\n\n(%\n\na.a.)_______________________________________ b\n\nTBF maior que 16,0 ______________________________\n\n0,48\n\nTBF menor ou igual a 16,0 e maior que 15,0 _______ 0,44\n\nTBF menor ou igual a 15,0 e maior que 14,0 _______ 0,40\n\nTBF menor ou igual a 14,0 e maior que 13,0 ________ 0,36\n\nTBF menor ou igual a 13,0 e maior ou igual a 10,5 __ 0,32\n\nTBF menor que 10,5 e maior ou igual a 10,0 ________ 0,31\n\nTBF menor que 10 e maior ou igual a 9,5 __________ 0,26\n\nTBF menor que 9,5 _______________________________\n\n0,23\n\n\u00a7 2\u00ba O Banco Central do Brasil deve calcular o redutor\n\nR utilizando, no processo, todas as casas decimais dos\n\nDittrich Sociedade Individual de Advocacia | OAB/SC 4019/2017 +55 047 99699-4240 | contato@dittrichadvocacia.com Rua Marechal Deodoro, 231, sl. 1204, Velha, 89036-000, Blumenau/SC www.dittrichadvocacia.com | @dittrichadvocacia\n\nP\u00e1gina 13 de 26\n\n\fvalores envolvidos, procedendo ao arredondamento do valor final para quatro casas decimais, com utiliza\u00e7\u00e3o das Regras de Arredondamento na Numera\u00e7\u00e3o Decimal (NBR 5891) estabelecidas pela Associa\u00e7\u00e3o Brasileira de Normas T\u00e9cnicas (ABNT). \u00a7 3\u00ba Os valores do redutor R devem ser divulgados pelo Banco Central do Brasil quando da divulga\u00e7\u00e3o da TR. [grifamos]\nO peculiar nessa determina\u00e7\u00e3o do Banco Central, que de resto se repete desde 1997, \u00e9 que TBF e TR s\u00e3o exatamente iguais em sua g\u00eanese at\u00e9 o momento em que se determina que se aplique um redutor \u00e0 TBF para se chegar \u00e0 TR.\nN\u00e3o h\u00e1 na Lei da TR previs\u00e3o de aplica\u00e7\u00e3o do redutor, assim como tamb\u00e9m n\u00e3o h\u00e1 na Lei que criou a TBF. Todavia causa estranheza que diante de um comando aberto como o do art. 5\u00ba da MP n\u00ba 1.503/95 (Lei n\u00ba 10.192/01), o Banco Central, com amplos poderes para regular o assunto, n\u00e3o tenha institu\u00eddo um redutor, mas o tenha feito ao regulamentar o art. 1\u00ba da Lei n\u00ba 8.177/91, que n\u00e3o era t\u00e3o flex\u00edvel.\nAtrelado a esses par\u00e2metros, o trabalhador que tem seu dinheiro aplicado no FGTS, de onde n\u00e3o pode retir\u00e1-lo para outro investimento. N\u00e3o h\u00e1 corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, tampouco Taxa Referencial (independentemente de sua natureza jur\u00eddica), em flagrante ofensa ao art. 2\u00ba da Lei n\u00ba 8.036/90, que imp\u00f5e a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos valores depositados pelo empregador.\nArt. 2\u00ba O FGTS \u00e9 constitu\u00eddo pelos saldos das contas vinculadas a que se refere esta lei e outros recursos a ele incorporados, devendo ser aplicados com atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e juros, de modo a assegurar a cobertura de suas obriga\u00e7\u00f5es.\nAinda que se argumente que a aplica\u00e7\u00e3o do Redutor pelo Banco Central seja legal, sua redu\u00e7\u00e3o a zero em um cen\u00e1rio de infla\u00e7\u00e3o superior a 4% ao ano, configura afronta ao art. 2\u00ba da Lei n\u00ba 8.036/90, que determina a atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. Mas \u00e9 necess\u00e1rio ir mais al\u00e9m e revisar o entendimento jurisprudencial sobre a TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, m\u00e1xime a partir da institui\u00e7\u00e3o de um Redutor que tem por efeito zerar o \u00edndice da TR em ambiente de infla\u00e7\u00e3o.\nO quadro comparativo mostra que a TR n\u00e3o se presta como atualizador monet\u00e1rio do FGTS, pelo menos, desde janeiro de 1999.\nDesde o momento em que o Banco Central estabeleceu um redutor para TR, ela deixou de ser \u00edndice confi\u00e1vel para atualizar monetariamente as contas do FGTS, porque se descola dos \u00edndices de infla\u00e7\u00e3o, sendo reduzido ano a ano.\nA finalidade da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u00e9 manter o poder de compra do capital. E essa finalidade nem de perto vem sendo alcan\u00e7ado pela TR.\n\nDittrich Sociedade Individual de Advocacia | OAB/SC 4019/2017 +55 047 99699-4240 | contato@dittrichadvocacia.com Rua Marechal Deodoro, 231, sl. 1204, Velha, 89036-000, Blumenau/SC www.dittrichadvocacia.com | @dittrichadvocacia\n\nP\u00e1gina 14 de 26\n\n\fO trabalhador, que busca a forma\u00e7\u00e3o de um patrim\u00f4nio digno, necessita e deve confiar na lei. E no cen\u00e1rio apresentado essa confian\u00e7a foi quebrada.\nH\u00e1 n\u00edtida expropria\u00e7\u00e3o do patrim\u00f4nio do trabalhador, na medida em que se nega a ele a devida atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria.\nOra, a atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u00e9 o elemento mais importante do mercado financeiro, pois sem a medi\u00e7\u00e3o precisa de perda do poder aquisitivo da moeda com o decorrer do tempo, ocorre desproporcional destrui\u00e7\u00e3o de valor.\nPor isso, o objetivo fundamental da escolha do \u00edndice de atualiza\u00e7\u00e3o \u00e9 de proteger o patrim\u00f4nio, evitando que ele seja corro\u00eddo pela infla\u00e7\u00e3o.\nO Poder Judici\u00e1rio h\u00e1 de se opor a este esbulho, confisco, expropria\u00e7\u00e3o que o trabalhador est\u00e1 sofrendo, desde 1999, com as constantes redu\u00e7\u00f5es da TR em rela\u00e7\u00e3o aos \u00edndices de infla\u00e7\u00e3o, culminando na sua completa nulidade.\nEm 1991 e 1992, quando julgada a ADIN 493-0/DF, o STF deixou bem assentado que a TR n\u00e3o constitu\u00eda \u00edndice que refletia a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda. Esta caracter\u00edstica da TR tem se confirmando ao longo dos anos.\nA aplica\u00e7\u00e3o da TR na corre\u00e7\u00e3o dos saldos dos dep\u00f3sitos do FGTS vem causando uma descabida subtra\u00e7\u00e3o do valor do patrim\u00f4nio do trabalhador. H\u00e1 anos, os trabalhadores que t\u00eam dep\u00f3sitos no FGTS n\u00e3o experimentam ganhos reais em sua aplica\u00e7\u00e3o e sequer conseguem preserv\u00e1-la das perdas inflacion\u00e1rias.\nMuito ao contr\u00e1rio. H\u00e1 muito tempo, os trabalhadores t\u00eam rendimentos inferiores \u00e0 infla\u00e7\u00e3o, mesmo levando em conta a remunera\u00e7\u00e3o dos juros de 3% ao ano.\nApesar de a Caixa Econ\u00f4mica Federal ter divulgado \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o do FGTS acima da infla\u00e7\u00e3o, para os anos de 2017 e 2018, nem de longe tais \u00edndices permitem repor a diferen\u00e7a patrimonial que foi usurpada do trabalhador, ao longo de quase duas d\u00e9cadas.\nSomado a isso, de pouco adiantaria ao trabalhador que fosse determinado ao Banco Central que recalculasse a TR, pois, uma nova f\u00f3rmula estaria igualmente sob a discricionariedade e subjetivismo total do Banco. Basta avaliar a sucess\u00e3o de Resolu\u00e7\u00f5es do Banco Central sobre o tema.\nPartindo da premissa inequ\u00edvoca que a TR n\u00e3o mais rep\u00f5e as perdas monet\u00e1rias dos dep\u00f3sitos do FGTS, outro caminho n\u00e3o existe se n\u00e3o o de adotar um novo \u00edndice que verdadeiramente cumpra a determina\u00e7\u00e3o da Lei e corrija esses dep\u00f3sitos.\nNessa ordem, a seguir podemos verificar \u00edndices que efetivamente produzem corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria.\n\nDittrich Sociedade Individual de Advocacia | OAB/SC 4019/2017 +55 047 99699-4240 | contato@dittrichadvocacia.com Rua Marechal Deodoro, 231, sl. 1204, Velha, 89036-000, Blumenau/SC www.dittrichadvocacia.com | @dittrichadvocacia\n\nP\u00e1gina 15 de 26\n\n\fA Lei de Introdu\u00e7\u00e3o \u00e0s Normas de Direito Brasileiro estabelece, em seu art. 5\u00ba, que \u201cna aplica\u00e7\u00e3o da lei, o juiz atender\u00e1 os fins sociais a que ela se dirige e as exig\u00eancias do bem comum\u201d. A lei do FGTS tem um fim social indiscut\u00edvel, proteger o trabalhador e constituir um patrim\u00f4nio que lhe sirva de arrimo ao termo de sua rela\u00e7\u00e3o de emprego.\nDiante de tudo que foi demonstrado, a juiz atender\u00e1 os fins sociais da Lei do FGTS ao reconhecer que a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, com efetiva reposi\u00e7\u00e3o dos \u00edndices inflacion\u00e1rios de forma a preservar o poder de compra do dinheiro depositado no Fundo, \u00e9 devida pela Caixa Econ\u00f4mica Federal.\n\u201cA corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria n\u00e3o constitui parcela que se agrega ao principal, mas simples recomposi\u00e7\u00e3o do valor e poder aquisitivo do mesmo. Trata-se, apenas, na verdade, de nova express\u00e3o num\u00e9rica do valor monet\u00e1rio aviltado pela infla\u00e7\u00e3o. Quem recebe com corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria n\u00e3o recebe um \u2018plus\u2019, mas apenas o que lhe \u00e9 devido, em forma atualizada.\u201d (JTA 109/372)\nObedece ao princ\u00edpio do restitutio in integrum, atinente nas normas p\u00fablicas que protegem a coisa depositada e regulam o contrato de dep\u00f3sito.\nObserve-se para tanto, nesse esfor\u00e7o de exposi\u00e7\u00e3o anal\u00edtica, que a refer\u00eancia legislativa do art. 1.266 do antigo C\u00f3digo Civil de 1916, foi reproduzida ipsis litteris no art. 629 do atual C\u00f3digo Civil de 2002:\nArt. 629. O deposit\u00e1rio \u00e9 obrigado a ter na guarda e conserva\u00e7\u00e3o da coisa depositada o cuidado e dilig\u00eancia que costuma com o que lhe pertence, bem como a restitu\u00edla, com todos os frutos e acrescidos, quando o exija o depositante. [grifamos]\nDesse modo, se a TR n\u00e3o pode ser considerada como um \u00edndice id\u00f4neo, sobrev\u00e9m a necessidade de substitu\u00ed-la por um \u00edndice que realmente reponha as perdas monet\u00e1rias. E ent\u00e3o, nada obsta que o juiz considere \u00edndice previsto em outra legisla\u00e7\u00e3o.\nAt\u00e9 por quest\u00e3o de equidade, o melhor \u00edndice para substituir a TR \u00e9 o \u00edndice que corrige monetariamente o sal\u00e1rio dos trabalhadores e os benef\u00edcios previdenci\u00e1rios. Esse \u00edndice est\u00e1 previsto na Lei n\u00ba 12.382/2011, cujos primeiros artigos trazem a seguinte dic\u00e7\u00e3o:\nArt. 1\u00ba. O sal\u00e1rio m\u00ednimo passa a corresponder ao valor de R$ 545, 00 (quinhentos e quarenta e cinco reais). Par\u00e1grafo \u00fanico. Em virtude do disposto no caput, o valor di\u00e1rio do sal\u00e1rio m\u00ednimo corresponder\u00e1 a R$ 18, 17 (dezoito reais e dezessete centavos) e o valor hor\u00e1rio, a R$ 2, 48 (dois reais e quarenta e oito centavos).\n\nDittrich Sociedade Individual de Advocacia | OAB/SC 4019/2017 +55 047 99699-4240 | contato@dittrichadvocacia.com Rua Marechal Deodoro, 231, sl. 1204, Velha, 89036-000, Blumenau/SC www.dittrichadvocacia.com | @dittrichadvocacia\n\nP\u00e1gina 16 de 26\n\n\fArt. 2\u00ba. Ficam estabelecidas as diretrizes para a pol\u00edtica de valoriza\u00e7\u00e3o do sal\u00e1rio m\u00ednimo a vigorar entre 2012 e 2015, inclusive, a serem aplicadas em 1\u00ba de janeiro do respectivo ano. \u00a7 1\u00ba. Os reajustes para a preserva\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo do sal\u00e1rio m\u00ednimo corresponder\u00e3o \u00e0 varia\u00e7\u00e3o do \u00cdndice Nacional de Pre\u00e7os ao Consumidor - INPC, calculado e divulgado pela Funda\u00e7\u00e3o Instituto Brasileiro de Geografia e Estat\u00edstica - IBGE, acumulada nos doze meses anteriores ao m\u00eas do reajuste. \u00a7 2\u00ba. Na hip\u00f3tese de n\u00e3o divulga\u00e7\u00e3o do INPC referente a um ou mais meses compreendidos no per\u00edodo do c\u00e1lculo at\u00e9 o \u00faltimo dia \u00fatil imediatamente anterior \u00e0 vig\u00eancia do reajuste, o Poder Executivo estimar\u00e1 os \u00edndices dos meses n\u00e3o dispon\u00edveis. \u00a7 3\u00ba. Verificada a hip\u00f3tese de que trata o \u00a7 2\u00ba, os \u00edndices estimados permanecer\u00e3o v\u00e1lidos para os fins desta Lei, sem qualquer revis\u00e3o, sendo os eventuais res\u00edduos compensados no reajuste subsequente, sem retroatividade. \u00a7 4\u00ba. A t\u00edtulo de aumento real, ser\u00e3o aplicados os seguintes percentuais: I - em 2012 ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do Produto Interno Bruto - PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2010; II - em 2013, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2011; III - em 2014, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2012; e IV - em 2015, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2013. \u00a7 5\u00ba. Para fins do disposto no \u00a7 4\u00ba, ser\u00e1 utilizada a taxa de crescimento real do PIB para o ano de refer\u00eancia, divulgada pelo IBGE at\u00e9 o \u00faltimo dia \u00fatil do ano imediatamente anterior ao de aplica\u00e7\u00e3o do respectivo aumento real.\nSobre a mesma mat\u00e9ria, para os anos de 2016 a 2019, a Lei n\u00ba 13.152/2015 assim apresenta-se:\nArt. 1\u00ba S\u00e3o estabelecidas as diretrizes a vigorar entre 2016 e 2019, inclusive, a serem aplicadas em 1\u00ba de janeiro do respectivo ano, para: I - a pol\u00edtica de valoriza\u00e7\u00e3o do sal\u00e1rio-m\u00ednimo; e II - (VETADO). \u00a7 1\u00ba Os reajustes para a preserva\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo do\n\nDittrich Sociedade Individual de Advocacia | OAB/SC 4019/2017 +55 047 99699-4240 | contato@dittrichadvocacia.com Rua Marechal Deodoro, 231, sl. 1204, Velha, 89036-000, Blumenau/SC www.dittrichadvocacia.com | @dittrichadvocacia\n\nP\u00e1gina 17 de 26\n\n\fsal\u00e1rio-m\u00ednimo corresponder\u00e3o \u00e0 varia\u00e7\u00e3o do \u00cdndice Nacional de Pre\u00e7os ao Consumidor (INPC), calculado e divulgado pela Funda\u00e7\u00e3o Instituto Brasileiro de Geografia e Estat\u00edstica (IBGE), acumulada nos 12 (doze) meses anteriores ao m\u00eas do reajuste. \u00a7 2\u00ba Na hip\u00f3tese de n\u00e3o divulga\u00e7\u00e3o do INPC referente a um ou mais meses compreendidos no per\u00edodo do c\u00e1lculo at\u00e9 o \u00faltimo dia \u00fatil imediatamente anterior \u00e0 vig\u00eancia do reajuste, o Poder Executivo estimar\u00e1 os \u00edndices dos meses n\u00e3o dispon\u00edveis. \u00a7 3\u00ba Verificada a hip\u00f3tese de que trata o \u00a7 2\u00ba, os \u00edndices estimados permanecer\u00e3o v\u00e1lidos para os fins desta Lei, sem qualquer revis\u00e3o, sendo os eventuais res\u00edduos compensados no reajuste subsequente, sem retroatividade. \u00a7 4\u00ba A t\u00edtulo de aumento real, ser\u00e3o aplicados os seguintes percentuais: I - em 2016, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do Produto Interno Bruto (PIB), apurada pelo IBGE, para o ano de 2014; II - em 2017, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2015; III - em 2018, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2016; e IV - em 2019, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2017. \u00a7 5\u00ba Para fins do disposto no \u00a7 4\u00ba, ser\u00e1 utilizada a taxa de crescimento real do PIB para o ano de refer\u00eancia, divulgada pelo IBGE at\u00e9 o \u00faltimo dia \u00fatil do ano imediatamente anterior ao de aplica\u00e7\u00e3o do respectivo aumento real.\nN\u00e3o h\u00e1 fundamento em haver duas formas de remunera\u00e7\u00e3o para mat\u00e9rias correlatas. Se o sal\u00e1rio m\u00ednimo \u00e9 corrigido monetariamente pelo INPC, por analogia, o dep\u00f3sito do FGTS que, em \u00faltima an\u00e1lise, \u00e9 um sal\u00e1rio indireto do trabalhador, tamb\u00e9m h\u00e1 de s\u00ea-lo.\nE observe que o objetivo da Lei em corrigir o sal\u00e1rio m\u00ednimo pelo INPC decorre exclusivamente da necessidade de preservar seu poder aquisitivo.\nO \u00edndice mostra-se infinitamente mais adequado a preservar o poder aquisitivo dos dep\u00f3sitos do FGTS do que a aniquilada TR, conforme demonstrado na Planilha de C\u00e1lculo anexa.\nAdemais, por ser reconhecida sua inconstitucionalidade pelo E. STF (uma vez que n\u00e3o representa \u00edndice oficial de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria) e por analogia, a ado\u00e7\u00e3o da TR\n\nDittrich Sociedade Individual de Advocacia | OAB/SC 4019/2017 +55 047 99699-4240 | contato@dittrichadvocacia.com Rua Marechal Deodoro, 231, sl. 1204, Velha, 89036-000, Blumenau/SC www.dittrichadvocacia.com | @dittrichadvocacia\n\nP\u00e1gina 18 de 26\n\n\fna atualiza\u00e7\u00e3o mensal do saldo do FGTS contraria a garantia assegurada pela Lei n\u00ba 8.036/90.\nFato \u00e9 que a TR se desvinculou de qualquer correla\u00e7\u00e3o com a infla\u00e7\u00e3o passada ou futura, n\u00e3o podendo servir como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, como reconhecido pelo Supremo nos julgamentos das ADI 4357/DF, ADI 4372/DF, ADI 4400/DF, ADI 4425/DF, que afastaram a utiliza\u00e7\u00e3o da TR para corre\u00e7\u00e3o das d\u00edvidas judiciais, como estabelecido na Emenda Constitucional n\u00ba 62/09 e na Lei n\u00ba 11.960/09, afirmando que ela \u201cn\u00e3o pode ser utilizada como \u00edndice de atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, eis que n\u00e3o \u00e9 capaz de espelhar o processo inflacion\u00e1rio brasileiro.\u201d\nFoi com o julgamento das ADI 4425 e 4357, que o Supremo Tribunal Federal analisou a inconstitucionalidade da EC n\u00ba 62/2009, onde ficou inconteste o entendimento daquela Corte, no sentido de que a TR n\u00e3o pode ser utilizada como \u00edndice de atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, eis que n\u00e3o \u00e9 capaz de espelhar o processo inflacion\u00e1rio brasileiro.\nSeguem trechos do voto do Ministro Luiz Fux, redator para o ac\u00f3rd\u00e3o:\nQuanto \u00e0 disciplina da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos cr\u00e9ditos inscritos em precat\u00f3rios, a EC n\u00ba 62/09 fixou como crit\u00e9rio o \u201c\u00edndice oficial de remunera\u00e7\u00e3o da caderneta de poupan\u00e7a\u201d. Ocorre que o referencial adotado n\u00e3o \u00e9 id\u00f4neo a mensurar a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda. Isso porque a remunera\u00e7\u00e3o da caderneta de poupan\u00e7a, regida pelo art. 12 da Lei n\u00ba 8.177/91, com atual reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n\u00ba 12.703/2012, \u00e9 fixada ex ante, a partir de crit\u00e9rios t\u00e9cnicos em nada relacionados com a infla\u00e7\u00e3o empiricamente considerada. J\u00e1 se sabe, na data de hoje, quanto ir\u00e1 render a caderneta de poupan\u00e7a. E \u00e9 natural que seja assim, afinal a poupan\u00e7a \u00e9 uma alternativa de investimento de baixo risco, no qual o investidor consegue prever com seguran\u00e7a a margem de retorno do seu capital. A infla\u00e7\u00e3o, por outro lado, \u00e9 fen\u00f4meno econ\u00f4mico insuscet\u00edvel de capta\u00e7\u00e3o aprior\u00edstica. O m\u00e1ximo que se consegue \u00e9 estim\u00e1-la para certo per\u00edodo, mas jamais fix\u00e1-la de antem\u00e3o. Da\u00ed por que os \u00edndices criados especialmente para captar o fen\u00f4meno inflacion\u00e1rio s\u00e3o sempre definidos em momentos posteriores ao per\u00edodo analisado, como ocorre com o \u00cdndice de Pre\u00e7os ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estat\u00edstica (IBGE), e o \u00cdndice de Pre\u00e7os ao Consumidor (IPC), divulgado pela Funda\u00e7\u00e3o Get\u00falio Vargas (FGV). A raz\u00e3o disso \u00e9 clara: a infla\u00e7\u00e3o \u00e9 sempre constatada em apura\u00e7\u00e3o ex post, de sorte que todo \u00edndice definido ex ante \u00e9 incapaz de refletir a efetiva varia\u00e7\u00e3o de pre\u00e7os que caracteriza a infla\u00e7\u00e3o. \u00c9 o que ocorre na hip\u00f3tese dos autos.\n\nDittrich Sociedade Individual de Advocacia | OAB/SC 4019/2017 +55 047 99699-4240 | contato@dittrichadvocacia.com Rua Marechal Deodoro, 231, sl. 1204, Velha, 89036-000, Blumenau/SC www.dittrichadvocacia.com | @dittrichadvocacia\n\nP\u00e1gina 19 de 26\n\n\fA prevalecer o crit\u00e9rio adotado pela EC n\u00ba 62/09, os cr\u00e9ditos\n\ninscritos em precat\u00f3rios seriam atualizados por \u00edndices pr\u00e9-\n\nfixados e independentes da real flutua\u00e7\u00e3o de pre\u00e7os\n\napurada no per\u00edodo de refer\u00eancia. Assim, o \u00edndice oficial de\n\nremunera\u00e7\u00e3o da caderneta de poupan\u00e7a n\u00e3o \u00e9 crit\u00e9rio\n\nadequado para refletir o fen\u00f4meno inflacion\u00e1rio.\n\nDestaco que nesse ju\u00edzo n\u00e3o levo em conta qualquer\n\nconsidera\u00e7\u00e3o t\u00e9cnico-econ\u00f4mica que implique usurpa\u00e7\u00e3o\n\npelo Supremo Tribunal Federal de compet\u00eancia pr\u00f3pria de\n\n\u00f3rg\u00e3os especializados. N\u00e3o se trata de defini\u00e7\u00e3o judicial de\n\n\u00edndice de corre\u00e7\u00e3o. Essa circunst\u00e2ncia, j\u00e1 recha\u00e7ada pela\n\njurisprud\u00eancia da Casa, evidentemente transcenderia as\n\ncapacidades institucionais do Poder Judici\u00e1rio. N\u00e3o\n\nobstante, a hip\u00f3tese aqui \u00e9 outra.\n\nDiz respeito \u00e0 idoneidade l\u00f3gica do \u00edndice fixado pelo\n\nconstituinte reformador para capturar a infla\u00e7\u00e3o, e n\u00e3o do\n\nvalor espec\u00edfico que deve assumir o \u00edndice para determinado\n\nper\u00edodo. Reitero: n\u00e3o se pode quantificar, em definitivo, um\n\nfen\u00f4meno essencialmente emp\u00edrico antes mesmo da sua\n\nocorr\u00eancia. A inadequa\u00e7\u00e3o do \u00edndice aqui \u00e9 auto evidente.\n\nCorrobora essa conclus\u00e3o reportagem esclarecedora\n\nveiculada em 21 de janeiro de 2013 pelo jornal\n\nespecializado Valor\n\nEcon\u00f4mico.\n\nNa\n\nmat\u00e9ria\n\nintitulada \u201cCuidado com a infla\u00e7\u00e3o\u201d, o peri\u00f3dico aponta\n\nque \u201co rendimento da poupan\u00e7a perdeu para a infla\u00e7\u00e3o\n\noficial, medida pelo IPCA, m\u00eas a m\u00eas desde setembro\u201d de\n\n2012. E ilustra: \u201cQuem investiu R$ 1 mil na caderneta em 31\n\nde junho [de 2012], fechou o ano com poder de compra\n\nequivalente a R$ 996,40. Ganham da infla\u00e7\u00e3o apenas os\n\ndep\u00f3sitos feitos na caderneta antes de 4 de maio, com\n\nretorno de 6%. Para os outros, vale a nova regra, definida\n\nno ano passado, de rendimento equivalente a 70% da meta\n\npara a Selic, ou seja, de 5,075%\u201d. Em suma: h\u00e1 manifesta\n\ndiscrep\u00e2ncia entre o \u00edndice oficial de remunera\u00e7\u00e3o da\n\ncaderneta de poupan\u00e7a e o fen\u00f4meno inflacion\u00e1rio, de modo\n\nque o primeiro n\u00e3o se presta a capturar o segundo. O meio\n\nescolhido pelo legislador constituinte (remunera\u00e7\u00e3o da\n\ncaderneta de poupan\u00e7a) \u00e9, portanto, inid\u00f4neo a promover o\n\nfim a que se destina (traduzir a infla\u00e7\u00e3o do per\u00edodo).\n\n[...]\n\nAssentada a premissa quanto \u00e0 inadequa\u00e7\u00e3o do aludido \u00edndice, mister enfrentar a natureza do direito \u00e0 corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. Na linha j\u00e1 exposta pelo i. Min. Relator, \u201ca finalidade da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, enquanto instituto de Direito Constitucional, n\u00e3o \u00e9 deixar mais rico o benefici\u00e1rio, nem mais pobre o sujeito passivo de uma dada obriga\u00e7\u00e3o de pagamento. \u00c9 deix\u00e1-los tal como qualitativamente se encontravam, no momento em que se formou a rela\u00e7\u00e3o obrigacional\u201d. Da\u00ed que a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria\n\nDittrich Sociedade Individual de Advocacia | OAB/SC 4019/2017 +55 047 99699-4240 | contato@dittrichadvocacia.com Rua Marechal Deodoro, 231, sl. 1204, Velha, 89036-000, Blumenau/SC www.dittrichadvocacia.com | @dittrichadvocacia\n\nP\u00e1gina 20 de 26\n\n\fde valores no tempo \u00e9 circunst\u00e2ncia que decorre diretamente do n\u00facleo essencial do direito de propriedade (CF, art. 5\u00ba, XXII). Corrigem-se valores nominais para que permane\u00e7am com o mesmo valor econ\u00f4mico ao longo do tempo, diante da infla\u00e7\u00e3o. A ideia \u00e9 simplesmente preservar o direito original em sua genu\u00edna extens\u00e3o. Nesse sentido, o direito \u00e0 corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u00e9 reflexo imediato da prote\u00e7\u00e3o da propriedade. Deixar de atualizar valores pecuni\u00e1rios ou atualiz\u00e1-los segundo crit\u00e9rios evidentemente incapazes de capturar o fen\u00f4meno inflacion\u00e1rio representa aniquilar o direito propriedade em seu n\u00facleo essencial.\nTal constata\u00e7\u00e3o implica a pron\u00fancia de inconstitucionalidade parcial da EC n\u00ba 62/09 de modo a afastar a express\u00e3o \u201c\u00edndice oficial de remunera\u00e7\u00e3o da caderneta de poupan\u00e7a\u201d introduzida no \u00a7 12 do art. 100 da Lei Maior como crit\u00e9rio de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos cr\u00e9ditos inscritos em precat\u00f3rio, por viola\u00e7\u00e3o ao direito fundamental de propriedade (art. 5\u00ba, XII, CF/88), ineg\u00e1vel limite material ao poder de reforma da Constitui\u00e7\u00e3o (art. 60, \u00a7 4\u00ba, IV, CF/88). (ADI 4425-DF, LUIZ FUX, 2013, p. 34/38)\nCom tudo isso, ainda \u00e9 necess\u00e1rio nos aprofundarmos um pouco mais nas consequ\u00eancias que essa subtra\u00e7\u00e3o de recursos traz ao patrim\u00f4nio do trabalhador.\nAssim, importante p\u00f4r em voga o preceito do artigo 7\u00ba, da CF/88:\nArt. 7\u00ba S\u00e3o direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, al\u00e9m de outros que visem \u00e0 melhoria de sua condi\u00e7\u00e3o social: (...) III - fundo de garantia do tempo de servi\u00e7o;\nAssentado nesse ditame, podemos seguir, lembrando que \u00e9 de conhecimento geral que o Sistema Financeiro de Habita\u00e7\u00e3o-SFH disp\u00f5e dos recursos do FGTS para financiar o maior sonho do trabalhador brasileiro \u2013 a casa pr\u00f3pria. Tamb\u00e9m \u00e9 de conhecimento geral que a Caixa Econ\u00f4mica Federal \u00e9 a institui\u00e7\u00e3o financeira que mais se utiliza desses recursos do SFH para financiar, emprestar dinheiro para que os brasileiros possam comprar a casa pr\u00f3pria.\nEmbora, em princ\u00edpio, n\u00e3o haja correla\u00e7\u00e3o entre o trabalhador que tem dep\u00f3sito no FGTS, cujos valores s\u00e3o emprestados para o financiamento imobili\u00e1rio, e aqueles que se valem do empr\u00e9stimo do SFH para adquirir sua casa pr\u00f3pria, em alguns momentos, trabalhador e mutu\u00e1rio s\u00e3o a mesma pessoa.\nE nesse conceito de mutu\u00e1rio e trabalhador serem a mesma pessoa \u00e9 que se evidencia o verdadeiro aviltamento do patrim\u00f4nio do trabalhador.\nJ\u00e1 seria reprov\u00e1vel o fato de a Caixa Econ\u00f4mica Federal tomar dinheiro a juros baixos e sem nenhuma corre\u00e7\u00e3o e emprest\u00e1-lo a juros muito mais altos, mesmo sem corre\u00e7\u00e3o (uma vez que a TR tamb\u00e9m corrige as presta\u00e7\u00f5es do SFH), pois, agindo assim, a institui\u00e7\u00e3o banc\u00e1ria leva imensa vantagem nessa negocia\u00e7\u00e3o.\nMas a situa\u00e7\u00e3o piora consideravelmente quando, a Caixa pega dinheiro a juros\n\nDittrich Sociedade Individual de Advocacia | OAB/SC 4019/2017 +55 047 99699-4240 | contato@dittrichadvocacia.com Rua Marechal Deodoro, 231, sl. 1204, Velha, 89036-000, Blumenau/SC www.dittrichadvocacia.com | @dittrichadvocacia\n\nP\u00e1gina 21 de 26\n\n\fbaixos, sem nenhuma corre\u00e7\u00e3o para o trabalhador, e empresta para ele mesmo. Suponhamos que um trabalhador queira adquirir uma casa pr\u00f3pria utilizando os recursos do seu FGTS. Ele encontra o im\u00f3vel, mas verifica que seus recursos n\u00e3o s\u00e3o suficientes para adquiri-lo. Ent\u00e3o se dirige a um Banco para financiar a diferen\u00e7a, comprometendo sua renda por longos anos, podendo alguns financiamentos chegarem a inacredit\u00e1veis 35 (trinta e cinco) anos, conforme divulgado pela pr\u00f3pria Caixa Econ\u00f4mica Federal, procurada pela maioria dos trabalhadores brasileiros, quando o assunto \u00e9 a aquisi\u00e7\u00e3o de im\u00f3veis.\nTodavia, se o dep\u00f3sito do FGTS tivesse sido devidamente corrigido, se ele mantivesse seu poder de compra, ou o empr\u00e9stimo seria menor, ou sequer haveria a necessidade de o trabalhador comprometer sua renda e anos de trabalho para adquirir aquilo que \u00e9 seu sonho mais prim\u00e1rio, sua necessidade mais real, como indiv\u00edduo e como brasileiro.\nA Caixa Econ\u00f4mica Federal ao n\u00e3o corrigir o FGTS cria a necessidade do empr\u00e9stimo e, depois, empresta ao trabalhador aquilo que deixou de lhe pagar a t\u00edtulo de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria da sua conta de FGTS e, ainda, lhe cobra juros, valendo-se da fragilidade humana para colocar-se como realizadora de sonhos, ao mesmo tempo em que, ano ap\u00f3s ano, aufere lucros exorbitantes \u00e0 custa do trabalhador.\nV \u2013 CONCLUS\u00d5ES\nA Taxa Referencial (TR), enquanto \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, n\u00e3o pode ser reduzida a ZERO, como tem ocorrido por longos anos, pois afronta flagrantemente ao art. 233 do C\u00f3digo Civil e ao art. 2\u00ba da Lei n\u00ba 8.036/90, que garantem a atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria aos dep\u00f3sitos feitos no FGTS.\nN\u00e3o se pode olvidar o entendimento do STJ, acerca da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria:\n\u201ccorre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria n\u00e3o representa qualquer acr\u00e9scimo, mas simples recomposi\u00e7\u00e3o do valor da moeda corro\u00eddo pelo processo inflacion\u00e1rio\u201d (STJ, REsp n\u00ba 1.191.868, 2\u00aa Turma, Rel. Min. Eliana Calmon, j. 15/06/2010 e p. 22/06/2010).\nDesde janeiro de 1999, a TR se distanciou sensivelmente dos \u00edndices oficiais de infla\u00e7\u00e3o, impingindo profundas perdas aos dep\u00f3sitos do FGTS, tornandose inid\u00f4nea para garantir a reposi\u00e7\u00e3o das perdas monet\u00e1rias, como determina a Lei do FGTS.\nA inidoneidade da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria decorre de mudan\u00e7as introduzidas em sua metodologia de c\u00e1lculo pelo Banco Central do Brasil que, por meio do mecanismo econ\u00f4mico de um redutor, vem nitidamente manipulando o \u00edndice, ao passo que ele se desprenda da infla\u00e7\u00e3o, at\u00e9 anul\u00e1-lo completamente, a despeito do quadro inflacion\u00e1rio do pa\u00eds.\n\nDittrich Sociedade Individual de Advocacia | OAB/SC 4019/2017 +55 047 99699-4240 | contato@dittrichadvocacia.com Rua Marechal Deodoro, 231, sl. 1204, Velha, 89036-000, Blumenau/SC www.dittrichadvocacia.com | @dittrichadvocacia\n\nP\u00e1gina 22 de 26\n\n\fO FGTS acumula um desempenho nada animador por quase duas d\u00e9cadas, no que se refere a sua remunera\u00e7\u00e3o. Se tomarmos como exemplo o per\u00edodo de janeiro de 1999 a setembro de 2018, a TR chegou ao med\u00edocre \u00edndice de 41,87%, muito abaixo da infla\u00e7\u00e3o. Enquanto o INPC, no mesmo per\u00edodo, acumula alta de 253,95%, de acordo com c\u00e1lculos realizados por meio da ferramenta chamada \u201cCalculadora do Cidad\u00e3o\u201d, dispon\u00edvel no site oficial do BACEN.\nMesmo sabendo que a remunera\u00e7\u00e3o anual do FGTS \u00e9 de 3%, o que daria 75,35% para o per\u00edodo considerado, somado ao \u00edndice acumulado da TR, o rendimento total pouco ultrapassou os 115%, sendo not\u00f3ria a diferen\u00e7a entre a remunera\u00e7\u00e3o atualmente aplicada ao FGTS e o INPC, \u00edndice que verdadeiramente repercute a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria.\nA Caixa Econ\u00f4mica Federal est\u00e1 se prestando ao papel de espoliador do FGTS, na medida em que disp\u00f5e do patrim\u00f4nio do trabalhador sem sequer preserv\u00e1-lo. A corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria aplicada ao FGTS tem sido h\u00e1 muito tempo menor que a infla\u00e7\u00e3o registrada, de forma que descumpre n\u00e3o s\u00f3 o art. 2\u00ba da Lei n\u00ba 8.036/90 e o art. 233 do C\u00f3digo Civil, mas tamb\u00e9m toda l\u00f3gica e princ\u00edpios do mercado econ\u00f4mico.\nQuem empresta tem direito a ser remunerado com juros e a totalidade da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. O trabalhador n\u00e3o pode ser obrigado a subsidiar ainda mais os projetos do Governo Federal. O \u201cainda mais\u201d decorre do fato dos juros de 3% do FGTS serem os menores do mercado, o que por si s\u00f3, demonstra que ele j\u00e1 est\u00e1 fazendo sua parte sob a perspectiva social.\nNegar o direito de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria aos dep\u00f3sitos do FGTS do qual o trabalhador n\u00e3o pode simplesmente sacar seu dinheiro para aplicar em outro fundo mais rent\u00e1vel, configura verdadeiro ato de imp\u00e9rio, incompat\u00edvel com um Estado Democr\u00e1tico de Direito, diante da situa\u00e7\u00e3o f\u00e1tica apresentada, e que deve ser de pronto recha\u00e7ado.\nSendo a TR inid\u00f4nea para restabelecer o poder aquisitivo dos dep\u00f3sitos do FGTS, sua substitui\u00e7\u00e3o por outro \u00edndice que melhor recomponha as perdas inflacion\u00e1rias se torna imperioso, a fim de fazer prevalecer o art. 2\u00ba da Lei. 8.036/90 e o art. 233 do C\u00f3digo Civil.\nPosto que, desde janeiro de 1999, o redutor criado pelo Banco Central promoveu o completo distanciamento entre a TR e os \u00edndices oficiais de infla\u00e7\u00e3o, temos que desde ent\u00e3o ela perdeu sua condi\u00e7\u00e3o de repor as perdas inflacion\u00e1rias dos dep\u00f3sitos do FGTS, devendo desde essa data ser substitu\u00edda por \u00edndice id\u00f4neo, sendo o INPC o melhor \u00edndice que se apresenta para tanto.\n\nDittrich Sociedade Individual de Advocacia | OAB/SC 4019/2017 +55 047 99699-4240 | contato@dittrichadvocacia.com Rua Marechal Deodoro, 231, sl. 1204, Velha, 89036-000, Blumenau/SC www.dittrichadvocacia.com | @dittrichadvocacia\n\nP\u00e1gina 23 de 26\n\n\fVI \u2013 DA TUTELA DE URG\u00caNCIA\nDouto Juiz, O artigo 300, do C\u00f3digo de Processo Civil preceitua que \u00e9 poss\u00edvel a concess\u00e3o de Tutela de Urg\u00eancia \u201cquando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado \u00fatil do processo.\u201d\nNo caso, a mat\u00e9ria \u00e9 exclusivamente de direito e o perigo de dano j\u00e1 foi amplamente demonstrado, o qual, vale dizer, j\u00e1 vem ocorrendo por quase duas d\u00e9cadas de dilapida\u00e7\u00e3o do patrim\u00f4nio do trabalhador. Dessa forma, est\u00e3o nitidamente evidenciados o \u201cfumus boni iuris e periculum in mora.\u201d\nO art. 12 da Lei n\u00ba 8.177/ 91, com Reda\u00e7\u00e3o da Lei n\u00ba 12.073/12, determina que a remunera\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos seja feita em cada per\u00edodo de rendimento. Sendo que, no caso em tela, a cada per\u00edodo de rendimento que a Caixa Econ\u00f4mica Federal sonega a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos dep\u00f3sitos do FGTS, o dano contra o trabalhador se configura.\nO dano que a aus\u00eancia de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria implica em menos dinheiro \u00e0 disposi\u00e7\u00e3o do trabalhador para a consecu\u00e7\u00e3o dos seus neg\u00f3cios jur\u00eddicos, naquelas hip\u00f3teses em que a lei permite. Cada casa que o trabalhador deixa de adquirir, cada presta\u00e7\u00e3o de im\u00f3vel que ele deixa de abater, cada tratamento m\u00e9dico que deixa de fazer, cada medicamento necess\u00e1rio que deixa de usar porque seu FGTS perdeu o poder aquisitivo, \u00e9 um dano que se renova.\nAcres\u00e7a-se a este dano, a situa\u00e7\u00e3o de ref\u00e9m que o trabalhador com dep\u00f3sito do FGTS se encontra quando quer financiar seu im\u00f3vel pelo SFH com a Caixa Econ\u00f4mica Federal. Hoje, e enquanto perdurar a TR de \u00edndice zero, ele ter\u00e1 que financiar mais do que seria necess\u00e1rio, pois o que lhe pertence de direito \u2013 corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u2013 n\u00e3o est\u00e1 incidindo sobre o saldo de seus dep\u00f3sitos.\nE ao que tudo indica, este dano continuar\u00e1 se repetindo por um longo per\u00edodo. Ressai que ao tempo em que essa a\u00e7\u00e3o perdurar, a TR continuar\u00e1 anulada, ou reduzida a patamares m\u00ednimos, impondo aos trabalhadores mais perda de seu poder aquisitivo, mais dilapida\u00e7\u00e3o do seu patrim\u00f4nio, mais restri\u00e7\u00f5es a sua capacidade de fazer neg\u00f3cio jur\u00eddico.\nN\u00e3o h\u00e1 d\u00favida de que h\u00e1 um risco ao resultado \u00fatil do processo, na medida em que n\u00e3o \u00e9 poss\u00edvel quantific\u00e1-lo, mas n\u00e3o h\u00e1 como neg\u00e1-lo.\nTanto assim que a mais consagrada doutrina e nossa mais recomendada jurisprud\u00eancia, consideram a tutela de urg\u00eancia, tutela antecipada como era definida pelo CPC/1973, como meio inerente ao exerc\u00edcio do Direito Constitucional de A\u00e7\u00e3o e instrumento da Garantia do Devido Processo Legal.\nA garantia constitucional da a\u00e7\u00e3o n\u00e3o est\u00e1 limitada \u00e0s tutelas definitivas e satisfativas. A tutela cautelar de urg\u00eancia deve ser inclu\u00edda, portanto, no \u00e2mbito da\n\nDittrich Sociedade Individual de Advocacia | OAB/SC 4019/2017 +55 047 99699-4240 | contato@dittrichadvocacia.com Rua Marechal Deodoro, 231, sl. 1204, Velha, 89036-000, Blumenau/SC www.dittrichadvocacia.com | @dittrichadvocacia\n\nP\u00e1gina 24 de 26\n\n\fprote\u00e7\u00e3o que a Constitui\u00e7\u00e3o Federal confere ao direito de a\u00e7\u00e3o, que, em \u00faltima an\u00e1lise, \u00e9 direito de acesso \u00e0s garantias do devido processo legal ou devido processo constitucional. (BEDAQUE, 1998, p. 82)\nAssim, imperioso \u00e9 que desde j\u00e1 a TR seja substitu\u00edda pelo INPC, \u00edndice que corrige o sal\u00e1rio m\u00ednimo ou outro, como o IPCA, \u00edndice oficial de medida de infla\u00e7\u00e3o. \u00cdndices que minimamente rep\u00f5em as perdas monet\u00e1rias, haja vista que hoje n\u00e3o h\u00e1 nenhum tipo de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos dep\u00f3sitos do Fundo.\nPor outro lado, n\u00e3o h\u00e1 dano de irreversibilidade do provimento antecipado porque \u00e9 de natureza do FGTS ser um fundo de aplica\u00e7\u00e3o de longo prazo. Eventual decis\u00e3o que n\u00e3o reconhe\u00e7a o direito ora pleiteado, permitir\u00e1 que a Caixa Econ\u00f4mica Federal utilize de mecanismos legais para promover a devida compensa\u00e7\u00e3o ao longo do tempo.\nAssim, requer a concess\u00e3o da tutela para substituir imediatamente a TR, como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria nos dep\u00f3sitos do FGTS pelo INPC, ou IPCA, ou, ainda, outro \u00edndice que, no entender deste Ju\u00edzo, melhor reflita as perdas inflacionarias daqui por diante, at\u00e9 o tr\u00e2nsito em julgado do presente feito.\nVII \u2013 DO PEDIDO DE TUTELA DE URG\u00caNCIA\nAnte ao exposto, presentes os requisitos que lhe autorizam a concess\u00e3o, requer a concess\u00e3o da tutela de urg\u00eancia, nos termos do art. 300, do CPC, para determinar:\ni) A concess\u00e3o de tutela de urg\u00eancia para que a TR seja substitu\u00edda pelo INPC ou pelo IPCA como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o do saldo dos dep\u00f3sitos do FGTS em nome do (a) Requerente, a partir de sua concess\u00e3o at\u00e9 o tr\u00e2nsito em julgado da presente a\u00e7\u00e3o, com sua consequente aplica\u00e7\u00e3o na conta vinculada do (a) Requerente; ou, ainda, sucessivamente,\nii) A aplica\u00e7\u00e3o de qualquer outro \u00edndice que melhor reponha as perdas inflacion\u00e1rias do saldo dos dep\u00f3sitos do FGTS, no entender deste Ju\u00edzo, a partir de sua concess\u00e3o at\u00e9 o tr\u00e2nsito em julgado da presente a\u00e7\u00e3o, com sua consequente aplica\u00e7\u00e3o na conta vinculada do (a) Requerente.\nVIII \u2013 DOS PEDIDOS\nFace ao exposto, \u00e9 a presente para requerer a V.Exa:\na) A Cita\u00e7\u00e3o Eletr\u00f4nica da Requerida, na forma do art. 9\u00ba, da Lei n\u00ba 11.419/2006, para responder, sob pena de revelia e confiss\u00e3o, pela total Proced\u00eancia da presente a\u00e7\u00e3o, com a condena\u00e7\u00e3o da Requerida aos pedidos formulados, al\u00e9m dos \u00f4nus de sucumb\u00eancia e honor\u00e1rios advocat\u00edcios de 20% sobre o valor da condena\u00e7\u00e3o;\nb) Que seja inicialmente deferida e ao final confirmada a tutela de urg\u00eancia requerida;\n\nDittrich Sociedade Individual de Advocacia | OAB/SC 4019/2017 +55 047 99699-4240 | contato@dittrichadvocacia.com Rua Marechal Deodoro, 231, sl. 1204, Velha, 89036-000, Blumenau/SC www.dittrichadvocacia.com | @dittrichadvocacia\n\nP\u00e1gina 25 de 26\n\n\fc) Que sejam julgados TOTALMENTE PROCEDENTES os pedidos e requerimentos formulados na presente demanda, para que a Requerida seja condenada a aplicar o INPC, em substitui\u00e7\u00e3o a TR, como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria do saldo dos dep\u00f3sitos do FGTS do (a) Requerente, em cada per\u00edodo de rendimento desde janeiro de 1999, vencido e vincendo;\nd) Que a Requerida seja condenada a pagar ao (\u00e0) Requerente o valor correspondente \u00e0s diferen\u00e7as apuradas sobre o saldo do FGTS em raz\u00e3o da aplica\u00e7\u00e3o do INPC, em substitui\u00e7\u00e3o a TR, como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, em cada per\u00edodo de rendimento vencido desde janeiro de 1999 e vincendos, inclusive nos meses em que a TR foi zero;\ne) Sucessivamente, caso n\u00e3o deferidos os pedidos anteriores, que a Requerida seja condenada a pagar ao (\u00e0) Requerente o valor correspondente \u00e0s diferen\u00e7as de FGTS em raz\u00e3o da aplica\u00e7\u00e3o de qualquer outro \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria que no entender desse Douto Ju\u00edzo, melhor reponha as perdas inflacion\u00e1rias, em cada per\u00edodo de rendimento vencido desde janeiro de 1999 e vincendos, inclusive nos meses em que a TR foi zero;\nf) Sobre os valores devidos pela condena\u00e7\u00e3o de que tratam os itens anteriores, dever\u00e3o incidir os juros remunerat\u00f3rios de 3% ao ano previstos no art. 13 da Lei n\u00ba 8.036/90, al\u00e9m da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e juros legais desde o inadimplemento da Requerida.\nIX \u2013 DAS PROVAS\nProtesta por todos os meios de prova admitidos em direito, principalmente pela prova documental anexa e suplementar. Requer a exibi\u00e7\u00e3o pela Requerida, dos extratos de FGTS em nome do (a) Requerente, desde janeiro de 1999, na forma do art. 396, do CPC.\nX \u2013 DO VALOR DA CAUSA\nD\u00e1-se a causa o valor de R$ 1.288,82 (mil duzentos e oitenta e oito reais e oitenta e dois centavos).\nS\u00e3o os termos em que advoga por deferimento.\nDe Blumenau/SC, 19 de abril de 2023.\nVin\u00edcius Luciani Dittrich OAB/SC 40379\n\nDittrich Sociedade Individual de Advocacia | OAB/SC 4019/2017 +55 047 99699-4240 | contato@dittrichadvocacia.com Rua Marechal Deodoro, 231, sl. 1204, Velha, 89036-000, Blumenau/SC www.dittrichadvocacia.com | @dittrichadvocacia\n\nP\u00e1gina 26 de 26\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 3 (Solon) - IdDocumentoCompleto: 5013460-65.2016.4.04.7208-721472588618177710212343996024", "text": "EXCELENT\u00cdSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) FEDERAL DO JUIZADO ESPECIAL FEDERAL DE ITAJA\u00cd \u2013 SANTA CATARINA\nAVELINO ZANONI, brasileiro, divorciado, aposentado, residente na rua 252, 589 apt. 301 Bairro Meia Praia, Itapema \u2013 SC, CEP 88220-000, Identidade n\u00ba 1007584616/SSPRS, CPF 150.340.540-00, e-mail: avelino.zanoni@hotmail.com, telefone: 47.3268-6867/9909-6268, por seu procurador infra-assinado, conforme procura\u00e7\u00e3o anexa (Doc. 02), vem, respeitosamente, \u00e0 presen\u00e7a de Vossa Excel\u00eancia, pelos fatos e pelo direito adiante expostos, propor a\u00e7\u00e3o de\nA\u00c7\u00c3O ORDIN\u00c1RIA DE REVIS\u00c3O DA CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA DOS SALDOS DAS CONTAS VINCULADAS AO FGTS.\nEm face da CAIXA ECON\u00d4MICA FEDERAL, institui\u00e7\u00e3o financeira sob a forma de empresa p\u00fablica, dotada de personalidade jur\u00eddica de direito privado, inscrita no CNPJ/MF 00.360.305/0001-04, com sede em Bras\u00edlia/DF, com sucursal nessa comarca \u00e0 Rua Joca Brand\u00e3o, n\u00ba 443, Centro, Itaja\u00ed \u2013 SC, CEP 88301-441, e gestora do Fundo de Garantia por tempo de servi\u00e7o-FGTS, pelos fatos e fundamentos jur\u00eddicos que seguem:\n\n\fI \u2013 PRELIMINARMENTE\nI.I \u2013 DA JUSTI\u00c7A GRATUITA\nO Autor \u00e9 aposentado, conforme documento anexo, e sobrevive somente com o benef\u00edcio de aposentadoria, e n\u00e3o possui condi\u00e7\u00f5es de arcar com custas processuais sem preju\u00edzo de sustento pr\u00f3prio e de sua fam\u00edlia, conforme declara\u00e7\u00e3o anexa (Doc. 04).\nNeste sentido \u00e9 o entendimento do TRF4, atrav\u00e9s dos autos n\u00ba 2004.04.023438-4, colhe-se:\n\"A segunda Se\u00e7\u00e3o desta Corte firmou entendimento no sentido que a AJG deve ser concedida \u00e0queles trabalhadores que percebam at\u00e9 dez sal\u00e1rios m\u00ednimos l\u00edquido\", (TRF 4\" Regi\u00e3o, 3\" Turma, AG n. 2004.04.01.023438-4, ReI. Desembargador Federal Silvia Muia Gon\u00e7alves Goraieb, D.1U 01.09.2004\". Assim, faz jus aos benef\u00edcios da justi\u00e7a gratuita, nos termos do art. 4\u00ba\u00a71\u00ba da lei n\u00ba1060/50.\nI.II \u2013 DA PRIORIDADE NA TRAMITA\u00c7\u00c3O\nPor ser o Requerente pessoa com idade avan\u00e7ada, mais de 60 anos (Doc. 05), requer a prioridade na tramita\u00e7\u00e3o nos termos do artigo 71 \u00a71\u00ba da lei 10.741/2003, in verbis:\nArt. 71 \u2013 \u00c9 assegurada prioridade na tramita\u00e7\u00e3o dos processos e procedimentos e na execu\u00e7\u00e3o dos atos e dilig\u00eancias judiciais em que\n\n\ffigure como parte ou interveniente pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos, em qualquer inst\u00e2ncia. \u00a7 1\u00ba - O interessado na obten\u00e7\u00e3o da prioridade a que alude este artigo, fazendo prova de sua idade, requerer\u00e1 o benef\u00edcio \u00e0 autoridade competente para decidir o feito, que determinar\u00e1 as provid\u00eancias a serem cumpridas, anotando-se essa circunst\u00e2ncia em local vis\u00edvel nos autos do processo. Dessa forma, a prioridade na tramita\u00e7\u00e3o deste processo \u00e9 medida de direito em favor do Requerente.\nI.III \u2013 DA AUTENTICIDADE DOS DOCUMENTOS ANEXADOS \u00c0 PE\u00c7A\nOs advogados que esta subscrevem declaram aut\u00eanticas as c\u00f3pias Reprogr\u00e1ficas dos documentos anexos \u00e0 pe\u00e7a prefacial, nos moldes do artigo 425, inciso IV, do NCPC.\nII - DOS FATOS\nO Requerente trabalhou no Banco do Brasil S.A. de 27 de dezembro de 1979 at\u00e9 o dia 04 de fevereiro de 2002 (Doc. 06), no regime Celetista, per\u00edodo em que obteve o direito de haver o FGTS depositado em sua conta vinculada, pelo empregador (Doc. 07).\nDurante o per\u00edodo em que esteve na ativa, a conta do FGTS em nome autor foi abastecida, al\u00e9m dos dep\u00f3sitos realizados pelo empregador, com valores representativos da corre\u00e7\u00e3o referente aos Planos Econ\u00f4micos, do qual obteve sucesso via\n\n\fjudicial na a\u00e7\u00e3o coletiva de n\u00ba 1997.34000155050, que transitou em julgado no Tribunal Regional Federal da 1\u00aa Regi\u00e3o.\nEm todo o per\u00edodo de dep\u00f3sito, o saldo do FGTS foi corrigido pelo \u00edndice da Taxa Referencial (TR), acrescido de juros de 3% (tr\u00eas por cento) ao ano (capa do Doc. 07).\nA TR n\u00e3o reflete a realidade da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria tampouco da infla\u00e7\u00e3o do per\u00edodo a que se refere. Assim, o Autor, no per\u00edodo de 1999 ao ano de 2016, sujeitouse a perdas financeiras significativas perante os \u00edndices inflacion\u00e1rios divulgados oficialmente versus ao \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o aplicado ao saldo da conta do Fundo.\nAdemais, os juros aplicados sobre o saldo corrigido da conta, os quais deveriam representar ganho financeiro ao aplicador, pela disposi\u00e7\u00e3o dos recursos no mercado financeiro, n\u00e3o refletem a realidade do mercado, quando este remunera as aplica\u00e7\u00f5es financeiras, em patamar m\u00ednimo, \u00e0 taxa de juros reais de 6% (seis por cento) ao ano.\nAssim, MM, pela significativa perda financeira na conta do FGTS que o Requerente se sujeitou a partir do ano de 1999, n\u00e3o lhe resta alternativa sen\u00e3o buscar pela via jurisdicional o direito que lhe assiste, a fim de obter que a referida conta do FGTS seja corrigida por \u00edndice representativo da infla\u00e7\u00e3o, qual seja: INPC, primeiramente, ou, alternativamente, o IPCA ou IPCA-E, acrescida de juros reais de 6% (seis por cento) ao ano, capitalizados.\nIII \u2013 DO DIREITO\nIII.I DA LEGITIMIDADE PASSIVA AD CAUSAM DA CAIXA FEDERAL\n\n\fDesde logo e por quest\u00e3o de economia processual, o Autor enfatiza a legitimidade passiva da R\u00e9, eis que a mat\u00e9ria encontra-se pacificada em nossos tribunais, tendo sido sumulada pelo E. STJ, no seguinte teor: \u201cS\u00famula n\u00ba 249: A Caixa Econ\u00f4mica Federal tem legitimidade passiva para integrar processo em que se discute corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria do FGTS\u201d.\nIII.II DO FGTS - DIREITO \u00c0 CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA - MANIPULA\u00c7\u00c3O da TR PELO BANCO CENTRAL/CMN - GRADUAL DESVIRTUAMENTO DA TR EM RELA\u00c7\u00c3O AOS INDICES OFICIAIS e CARACTERIZA\u00c7\u00c3O da INCONSTITUCIONALIDADE PROGRESSIVA.\nO Fundo de Garantia por Tempo de Servi\u00e7o \u2013 FGTS criado pela Lei 5.107/66 e atualmente regido pela Lei n\u00ba 8.036/90, \u00e9 constitu\u00eddo por meio de dep\u00f3sitos mensais realizados pelos empregadores em conta vinculada aos trabalhadores e tem por fim garantir ao empregado estabilidade no emprego, al\u00e9m de aux\u00edlio monet\u00e1rio.\nSegundo a Lei 8.036/90, no in\u00edcio de cada m\u00eas, o empregador deve depositar, em conta aberta na CEF, em nome do empregado, valor correspondente a 8% (oito por cento) da remunera\u00e7\u00e3o deste, que pode moviment\u00e1-la sempre que verificada uma das hip\u00f3teses estabelecidas no art. 20 da referida Lei.\nO fundo \u00e9 gerido e administrado a partir das normas e diretrizes do Conselho Curador e os recursos fundi\u00e1rios por expressa previs\u00e3o legislativa, s\u00e3o utilizados para financiar investimentos sociais nas \u00e1reas de habita\u00e7\u00e3o, saneamento, e infraestrutura urbana (art. 9\u00ba\u00a7\u00a7 2\u00ba e 3\u00ba da Lei 8.036/90).\nQuanto \u00e0 forma de remunera\u00e7\u00e3o do fundo est\u00e1 expressamente prevista nos Artigos 2\u00ba e 13 da Lei:\n\u201cArt. 2\u00ba. O FGTS \u00e9 constitu\u00eddo pelos saldos das contas vinculadas a que se referem esta Lei e outros recursos a ela incorporados, devendo ser aplicados com atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e juros, de modo a assegurar a cobertura de suas obriga\u00e7\u00f5es. (... Omissis) Art. 13. Os dep\u00f3sitos efetuados nas contas vinculadas ser\u00e3o corrigidos monetariamente com base nos par\u00e2metros fixados para atualiza\u00e7\u00e3o dos saldos dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a e capitaliza\u00e7\u00e3o juros (tr\u00eas) por cento ao ano.\u201d\n\n\fOs par\u00e2metros de atualiza\u00e7\u00e3o dos saldos da poupan\u00e7a, por sua vez, encontram-se previstos no art. 12 da Lei n\u00ba 8.177/91 que disp\u00f5e:\n\u201cArt. 12 \u2013 Em cada per\u00edodo de rendimento, os dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a ser\u00e3o remunerados: I \u2013 como remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica por taxa correspondente \u00e0 acumula\u00e7\u00e3o a TRD, no per\u00edodo transcorrido entre o dia do \u00faltimo cr\u00e9dito de rendimento, inclusive, e o dia do cr\u00e9dito de rendimento, exclusive;\u201d\nNesta mesma Lei, est\u00e3o definidos os par\u00e2metros para a fixa\u00e7\u00e3o da Taxa Referencial \u2013 TR e da Taxa Referencial di\u00e1ria \u2013 TRD, nos seguintes termos:\n\u201cArt. 1\u00ba. O Banco Central do Brasil divulgar\u00e1 Taxa Referencial (TR), calculada a partir da remunera\u00e7\u00e3o mensal m\u00e9dia l\u00edquida de impostos, dos dep\u00f3sitos a prazo fixos captados nos bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos m\u00faltiplos com carteira comercial ou de investimentos, caixas econ\u00f4micas, ou dos t\u00edtulos p\u00fablicos federais, estaduais e municipais, de acordo com metodologia a ser aprovada pelo Conselho Monet\u00e1rio Nacional no prazo de 60 dias, e enviada ao conhecimento do Senado Federal. (...) \u00a7 3\u00ba. Enquanto n\u00e3o aprovada a metodologia de c\u00e1lculo de que trata este artigo, o Banco Central do Brasil fixar\u00e1 a TR. Art. 2\u00ba. O Banco Central do Brasil divulgar\u00e1, para cada dia \u00fatil, a Taxa Referencial Di\u00e1ria (TRD), correspondendo seu valor di\u00e1rio \u00e0 distribui\u00e7\u00e3o pro rata dia da TR fixada para o m\u00eas corrente. \u00a7 1\u00ba. Enquanto n\u00e3o divulgada a TR relativa ao m\u00eas corrente o valor da TRD ser\u00e1 fixado pelo Banco Central do Brasil com base em estimativa daquela taxa. \u00a7 2\u00ba. Divulgada a TR, a fixa\u00e7\u00e3o da TRD nos dias \u00fateis restantes do m\u00eas deve ser realizada de forma tal que a TRD acumulada entre o 1\u00ba dia \u00fatil e o 1\u00ba dia do m\u00eas subsequente seja \u00e0 TR do m\u00eas corrente.\u201d\nAl\u00e9m de dispor que a TR seria o \u00edndice utilizado para corre\u00e7\u00e3o da poupan\u00e7a, a Lei n\u00ba 8.177/91 tamb\u00e9m disp\u00f4s que tal taxa seria aplicada para fins de corre\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos do FGTS, conforme previsto no seu art. 17:\n\u201cArt. 17. A partir de fevereiro de 1991, os saldos das contas do Fundo de Garantia por Tempo de Servi\u00e7o (FGTS) passam a ser remunerados pela taxa aplic\u00e1vel \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a com data de anivers\u00e1rio no dia 1\u00ba, observada a periodicidade mensal para remunera\u00e7\u00e3o. Par\u00e1grafo \u00fanico. As taxas de juros previstas na legisla\u00e7\u00e3o em vigor do FGTS s\u00e3o mantidas e consideradas como adicionais \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o prevista neste artigo.\u201d\n\n\fConforme se depreende da leitura do artigo acima, ficou determinado que os saldos das contas do FGTS passariam a ser corrigidos conforme a Taxa aplic\u00e1vel aos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a, ou seja, a TR, mantidas as taxas de juros previstas na legisla\u00e7\u00e3o pr\u00f3pria do FGTS qual seja, a taxa de 3% (tr\u00eas por cento) de juros anuais, conforme j\u00e1 supra exposto.\nN\u00e3o se pode discutir, portanto, a ilegalidade da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o dos saldos do FGTS, porque a lei vigente prev\u00ea tal aplica\u00e7\u00e3o. Entretanto, \u00e9 imprescind\u00edvel a identifica\u00e7\u00e3o da natureza jur\u00eddica do FGTS para se perquirir sobre a legalidade da aplica\u00e7\u00e3o do referido \u00edndice (TR), e, se de fato o mesmo \u00e9 capaz de garantir a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria em face \u00e0s perdas inflacion\u00e1rias da moeda, conforme o expressamente previsto nos artigos 2\u00ba e 13 transcritos anteriormente.\nDesde a cria\u00e7\u00e3o do FGTS pela citada Lei 5.107, de 13/09/1966, houve a preocupa\u00e7\u00e3o de assegurar \u00e0s contas vinculadas a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, o que se v\u00ea j\u00e1 no art. 3\u00ba da citada Lei. Isso se deve ao fato de que o FGTS foi criado para ser um FUNDO DE LONGO PRAZO, apesar de facultativo ao empregado, cujos saques eram limitados a poucas hip\u00f3teses, onde os benefici\u00e1rios levavam anos para poder sacar seus recursos e, se n\u00e3o houvesse recomposi\u00e7\u00e3o das perdas inflacion\u00e1rias, os valores depositados poderiam se tornar insignificantes, de tal forma que a recomposi\u00e7\u00e3o das perdas inflacion\u00e1rias tornava-se imperativa.\nCom a Constitui\u00e7\u00e3o de 1988, altera\u00e7\u00f5es substanciais foram feitas no FGTS, onde o art. 7\u00ba em seu inciso III, o definiu como direito independente do trabalhador, e obrigat\u00f3rio, mantendo sua fun\u00e7\u00e3o de pec\u00falio do trabalhador formado por contribui\u00e7\u00f5es do empregador, cujas hip\u00f3teses de levantamento s\u00e3o bastante restritas e, quase sempre vinculadas \u00e0 extin\u00e7\u00e3o do contrato de trabalho ou aquisi\u00e7\u00e3o/financiamento da casa pr\u00f3pria (art.20 da Lei 8.036/90).\nNa realidade, o FGTS tem uma importante distin\u00e7\u00e3o em rela\u00e7\u00e3o a outros pec\u00falios privados e poupan\u00e7as/aplica\u00e7\u00f5es realizadas no mercado financeiro.\nO trabalhador n\u00e3o tem a op\u00e7\u00e3o de escolher em qual institui\u00e7\u00e3o financeira vai fazer a sua aplica\u00e7\u00e3o, ou seja, n\u00e3o tem \u201cpoder de barganha\u201d, para buscar uma melhor rentabilidade, ou seja, o FGTS N\u00c3O TEM PORTABILIDADE, ao contr\u00e1rio de outras op\u00e7\u00f5es postas \u00e0 disposi\u00e7\u00e3o de empregados e patr\u00f5es para formar\n\n\fpec\u00falios ou poupan\u00e7as, como os fundos de previd\u00eancia privada ou as aplica\u00e7\u00f5es em caderneta de poupan\u00e7a, fundos de investimento, t\u00edtulos p\u00fablicos ou privados.\nAinda que sua remunera\u00e7\u00e3o seja muito insatisfat\u00f3ria ou que o titular da conta do FGTS discorde das pol\u00edticas de gest\u00e3o do fundo ou que se atemorize quanto a sua solidez, n\u00e3o h\u00e1 o que fazer, o titular do FGTS n\u00e3o pode transferir ou sacar seus recursos e aplic\u00e1-los em outra modalidade dispon\u00edvel de poupan\u00e7a ou previd\u00eancia.\nAs caracter\u00edsticas - OBRIGATORIEDADE, AUS\u00caNCIA DE PORTABILIDADE e PRAZO INDETERMINADO do FGTS - direito do trabalhador que visa \u00e0 melhoria de sua condi\u00e7\u00e3o social assegurado pelo artigo 7\u00ba, inciso III da CF/88, justifica a recomposi\u00e7\u00e3o do seu valor frente aos efeitos corrosivos da infla\u00e7\u00e3o sobre a moeda como meio de preserva\u00e7\u00e3o do princ\u00edpio constitucional \u00e0 propriedade \u2013 art. 5\u00ba, XXII da CF diferentemente da poupan\u00e7a ou outro pec\u00falio.\nA Lei, portanto, disp\u00f5e que o fundo dever\u00e1 ser corrigido monetariamente e a corre\u00e7\u00e3o n\u00e3o representa qualquer acr\u00e9scimo, mas simples recomposi\u00e7\u00e3o do valor da moeda corro\u00eddo pelo processo inflacion\u00e1rio (STJ, Resp. n\u00ba 1.191.868, 2\u00aa Turma, Rel. Min. Eliana Calmon, j. 15/06/2010 e p. 22/06/2010).\nOcorre, que a Taxa Referencial (TR) foi \u00edndice capaz de refletir a infla\u00e7\u00e3o ocorrida na economia brasileira por significativo per\u00edodo de tempo durante o qual n\u00e3o havia quaisquer raz\u00f5es para se opor a sua aplica\u00e7\u00e3o. N\u00e3o \u00e9, contudo, a realidade desde janeiro de 1999 a partir de quando o \u00edndice deixou de espelhar a desvaloriza\u00e7\u00e3o da moeda, e, portanto, deixou de haver a corre\u00e7\u00e3o prevista em lei, com evidentes preju\u00edzos aos fundi\u00e1rios.\nAinda que n\u00e3o se fale da natureza jur\u00eddica da TR, partiremos do assentado pela jurisprud\u00eancia, principalmente do STJ, que a TR \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. \u00c9 do Banco Central o dever de regulamentar a metodologia de c\u00e1lculo da TR, bem como a expedi\u00e7\u00e3o das instru\u00e7\u00f5es necess\u00e1rias ao cumprimento do artigo que criou a TBF, como se depreende da leitura dos art. 1\u00ba da lei n\u00ba 8.177/91 e 5\u00ba da Lei n\u00ba 10.192/01:\nArt. 1\u00ba O Banco Central do Brasil divulgar\u00e1 Taxa Referencial (TR), calculada a partir da remunera\u00e7\u00e3o mensal m\u00e9dia l\u00edquida de impostos, dos dep\u00f3sitos a prazo fixo captados nos bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos\n\n\fm\u00faltiplos com carteira comercial ou de investimentos, caixas econ\u00f4micas, ou dos t\u00edtulos p\u00fablicos federais, estaduais e municipais, de acordo com metodologia a ser aprovada pelo Conselho Monet\u00e1rio Nacional, no prazo de sessenta dias, e enviada ao conhecimento do Senado Federal. (Lei n\u00ba 8177/91)\nArt. 5\u00ba Fica institu\u00edda Taxa B\u00e1sica Financeira \u2013 TBF, para ser utilizada exclusivamente como base de remunera\u00e7\u00e3o de opera\u00e7\u00f5es realizadas no mercado financeiro, de prazo de dura\u00e7\u00e3o igual ou superior a sessenta dias. Par\u00e1grafo \u00fanico. O Conselho Monet\u00e1rio Nacional expedir\u00e1 as instru\u00e7\u00f5es necess\u00e1rias ao cumprimento do disposto neste artigo, podendo inclusive, ampliar o prazo m\u00ednimo previsto no caput. (Lei n\u00ba 10.192/01)\nNo mister de regulamentar a TR, o Banco Central/CMN vem ao longo\ndos anos criando e reinventando f\u00f3rmulas para encontr\u00e1-la. Desde a Resolu\u00e7\u00e3o 2.437,\nde 30 de outubro de 1997, a TR \u00e9 calculada levando em conta a Taxa B\u00e1sica\nFinanceira e um Redutor. A Resolu\u00e7\u00e3o 3.354/06, hoje vigente sobre o assunto, diz o\nseguinte:\nArt. 1\u00ba Estabelecer que, para fins de c\u00e1lculo da Taxa B\u00e1sica Financeira - TBF e da Taxa Referencial - TR, de que tratam os arts. 1\u00ba da Lei 8.177, de 1\u00ba de mar\u00e7o de 1991, 1\u00ba da Lei 8.660, de 28 de maio de 1993, e 5\u00ba da Lei 10.192, de 14 de fevereiro de 2001, deve ser constitu\u00edda amostra das 30 maiores institui\u00e7\u00f5es financeiras do Pa\u00eds, assim consideradas em fun\u00e7\u00e3o do volume de capta\u00e7\u00e3o efetuado por meio de certificados e recibos de dep\u00f3sito banc\u00e1rio (CDB/RDB), com prazo de 30 a 35 dias corridos, inclusive, e remunerados a taxas prefixadas, entre bancos m\u00faltiplos, bancos comerciais, bancos de investimento e caixas econ\u00f4micas. Art. 2\u00ba A TBF e a TR s\u00e3o calculadas a partir da remunera\u00e7\u00e3o mensal m\u00e9dia dos CDB/RDB emitidos a taxas de mercado prefixadas, com prazo de 30 a 35 dias corridos, inclusive, com base em informa\u00e7\u00f5es prestadas pelas institui\u00e7\u00f5es integrantes da amostra de que trata o art. 1\u00ba, na forma a ser determinada pelo Banco Central do Brasil. Art. 4\u00ba Para cada dia do m\u00eas - dia de refer\u00eancia -, o Banco Central do Brasil deve calcular a TBF, para o per\u00edodo de um m\u00eas, com in\u00edcio no pr\u00f3prio dia de refer\u00eancia e t\u00e9rmino no dia correspondente ao dia de refer\u00eancia no m\u00eas seguinte, considerada a hip\u00f3tese prevista no \u00a7 2\u00ba, inciso IV. (...) Art. 5\u00ba Para cada TBF obtida, segundo a metodologia descrita no art. 4\u00ba, deve ser calculada a correspondente TR, pela aplica\u00e7\u00e3o de um redutor R, de acordo com a seguinte f\u00f3rmula: TR = max {0,100 {[ (1 + TBF/100) / R ] - 1}} (em %). \u00a7 1\u00ba O valor do redutor 'R' deve ser calculado para todos os dias, inclusive n\u00e3o \u00fateis, de acordo com a seguinte f\u00f3rmula: R = (a + b. TBF/100), onde: Resolu\u00e7\u00e3o n\u00ba 3354, de 31 de mar\u00e7o de 2006. TBF = TBF relativa ao dia de refer\u00eancia; a = 1,005; b = valor determinado de acordo com a tabela abaixo, em fun\u00e7\u00e3o da TBF obtida, segundo a metodologia descrita no art. 4\u00ba, em termos percentuais ao ano:\n\n\fTBF (% a. A.) b TBF maior que 16 0,48 TBF menor ou igual a 16 e maior que 15 0,44 TBF menor ou igual a 15 e maior que 14 0,40 TBF menor ou igual a 14 e maior que 13 0,36 TBF menor ou igual a 13 e maior ou igual a 11 0,32 Reda\u00e7\u00e3o dada pela Resolu\u00e7\u00e3o 3.446, de 05/03/2007. \u00a7 2\u00ba Fica o Banco Central do Brasil autorizado a determinar o valor do par\u00e2metro b no caso de a TBF obtida ser inferior a 11% a. A.\nO peculiar nesta determina\u00e7\u00e3o do Banco Central/CMN, que de resto\nse repete desde 1997, \u00e9 que a TBF e TR s\u00e3o exatamente iguais em sua g\u00eanese at\u00e9 o\nmomento em que se determina que se aplique um redutor \u00e0 TBF para se chegar \u00e0 TR.\nN\u00e3o h\u00e1 na Lei da TR previs\u00e3o de aplica\u00e7\u00e3o de redutor, assim\ncomo n\u00e3o h\u00e1 na Lei que criou a TBF. Todavia, causa estranheza que diante de um\ncomando aberto como o do art. 5\u00ba da MP n\u00ba 1.503/95 (Lei n\u00ba 10.192/01), o Banco\nCentral/CMN, com amplos poderes para regulamentar o assunto, n\u00e3o tenha institu\u00eddo\num redutor, mas o tenha feito ao regulamentar o artigo 1\u00ba da lei n\u00ba 8.177/91, que n\u00e3o\nera t\u00e3o flex\u00edvel. C\u00e9sar Roberto Buzin, economista renomado, explica o que o Banco\nCentral/CMN est\u00e1 fazendo com a TR:\nObjeto de discuss\u00e3o \u00e9 a utiliza\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, que apesar de n\u00e3o ter sido criada como um \u00edndice de indexa\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, vem sendo utilizada para tal finalidade na corre\u00e7\u00e3o dos valores aplicados \u00e0 caderneta de poupan\u00e7a e outras aplica\u00e7\u00f5es como os dep\u00f3sitos do FGTS, dinheiro pertencente aos trabalhadores, por\u00e9m, com gest\u00e3o de terceiros. A posi\u00e7\u00e3o adotada pelo Superior Tribunal de Justi\u00e7a, em agosto de 2010, a respeito da utiliza\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria foi sacramentada por meio da cria\u00e7\u00e3o da S\u00famula 454, com a seguinte reda\u00e7\u00e3o: \u201cPactuada a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria nos contrato do SFH pelo mesmo \u00edndice aplic\u00e1vel \u00e0 caderneta de poupan\u00e7a, incide a Taxa Referencial (TR) a partir da vig\u00eancia da Lei 8.177/91\u201d. A TR \u00e9 calculada a partir da Taxa B\u00e1sica Financeira (TBF), uma m\u00e9dia de taxas de juros pagas nas aplica\u00e7\u00f5es em certificados de dep\u00f3sitos banc\u00e1rios (CDB) emitidas pelas 30 maiores institui\u00e7\u00f5es financeiras. Para calcular o valor da TR, \u00e9 preciso aplicar um redutor sobre a TBF, que depende de dois par\u00e2metros, chamados de a e b. O par\u00e2metro a \u00e9 o fator de 1,005, equivalente \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o da caderneta antiga, ou seja, 0,5% ao m\u00eas, ou 6,17% ao ano de juros remunerat\u00f3rio. Enquanto que o b \u00e9 um decimal menor do que 1, arbitrado pelo BACEN e que varia de acordo com o n\u00edvel de taxa de juros b\u00e1sica da economia, divulgada ap\u00f3s as reuni\u00f5es do Comit\u00ea de Pol\u00edtica Monet\u00e1ria do BC (Copom). Para calcular o redutor (R) o par\u00e2metro b \u00e9 multiplicado pelo valor da TBF e somado ao par\u00e2metro a, ou seja, R= a + b x TBF TR= 1+TBF \u2013 1\n\n\fA f\u00f3rmula significa que os novos dep\u00f3sitos realizados nas contas de dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a tenham como remunera\u00e7\u00e3o adicional (TR): (i) 0,5% a. M. Enquanto a meta da taxa SELC, taxa b\u00e1sica de juros, definida pelo BACEN, estiver acima de 8,5% a. A e (ii) 70% da meta da taxa SELIC, mensalizada, vigente na data do in\u00edcio do per\u00edodo de rendimento. No n\u00edvel atual de taxa de juros decrescente de uma economia estabilizada e num cen\u00e1rio para os pr\u00f3ximos anos, de juros baixos, a TR permanecer\u00e1 por um longo per\u00edodo indeterminado como zero.\nNa esteira do que foi deduzido no Parecer retro, atrav\u00e9s de f\u00f3rmulas aplicadas e que formam a composi\u00e7\u00e3o da TR, esta n\u00e3o reflete a realidade inflacion\u00e1ria, restando, assim, comprovado que os dep\u00f3sitos nas contas vinculadas do FGTS dos trabalhadores, notadamente a partir de 1999, v\u00eam perdendo poder de compra decorrente da inefic\u00e1cia da Taxa Referencial.\nInquestion\u00e1vel a desigualdade/despropor\u00e7\u00e3o entre a TR e o INPC, IPCA ou IPCA-E.\nEm vista disso, passa-se a analisar a real fun\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria em cotejo com o princ\u00edpio constitucional \u00e0 propriedade (Art. 5\u00ba, XXII da Carta Magna) \u2013 a bem se concluir que o \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o (TR), inicialmente legal, tornou-se progressivamente inconstitucional.\nA vida social regulada pelo Direito imp\u00f5e, em certos casos, a necessidade de verificar a exist\u00eancia ou n\u00e3o de validade e legitimidade atuais de normas que, na sua origem eram perfeitamente v\u00e1lidas e leg\u00edtimas. Isso porque situa\u00e7\u00f5es concretas da vida social e normatiza\u00e7\u00f5es paralelas que incidem sobre os mesmos fatos originalmente tratados pela norma primitiva podem fazer com que seus objetivos se desvirtuem, seus fins, inicialmente v\u00e1lidos e leg\u00edtimos, passem a se opor \u00e0 Constitui\u00e7\u00e3o e seus princ\u00edpios.\nO STF, em alguns julgados, (v. G. HC 70.514/SP, RE 147.776, RE 135.328/SP), j\u00e1 sufragou a chamada \u201cinconstitucionalidade progressiva\u201d ou progressivo processo de inconstitucionaliza\u00e7\u00e3o de normas jur\u00eddicas originariamente v\u00e1lidas.\nExcel\u00eancia, hoje, o trabalhador que tem seu dinheiro aplicado no FGTS, e de l\u00e1 n\u00e3o pode retir\u00e1-lo para outro investimento, est\u00e1 sendo remunerado com 0,247% de juros ao m\u00eas e mais nada. N\u00e3o h\u00e1 nem corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria nem Taxa Referencial (independentemente da sua natureza jur\u00eddica), em flagrante ofensa ao\n\n\fartigo 2\u00ba da Lei n\u00ba 8.036/90, que imp\u00f5e a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos valores depositados pelo empregador.\nAinda que se argumente que a aplica\u00e7\u00e3o do Redutor pelo Banco Central/CMN seja legal, sua redu\u00e7\u00e3o a zero em um cen\u00e1rio de infla\u00e7\u00e3o em torno de 10% ao ano, configura flagrante afronta ao artigo 2\u00ba da Lei n\u00ba 8.036/90, que determina a atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, bem como ao artigo 233 do C\u00f3digo Civil, quando sonega os acess\u00f3rios da obriga\u00e7\u00e3o de dar.\nMas \u00e9 necess\u00e1rio ir al\u00e9m e revisitar o entendimento jurisprudencial sobre a TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, m\u00e1xime a partir da institui\u00e7\u00e3o de um redutor que tem por efeito zerar o \u00edndice da TR em um ambiente de infla\u00e7\u00e3o.\nA TR n\u00e3o se presta como atualizador monet\u00e1rio do FGTS, pelo menos desde janeiro de 1999. Desde o momento em que o Banco Central/CMN estabeleceu um redutor para a TR, ela deixou de ser um \u00edndice confi\u00e1vel para atualizar monetariamente as contas do FGTS, porque se descola dos \u00edndices de infla\u00e7\u00e3o, sendo reduzido ano a ano. A finalidade da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u00e9 manter o poder de compra do capital, e esta finalidade nem de perto vem sendo alcan\u00e7ada pela TR. A anula\u00e7\u00e3o total da TR \u00e9 s\u00f3 o desfecho desta pol\u00edtica predat\u00f3ria para o trabalhador.\nA atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u00e9 o componente mais importante do mercado financeiro, posto que sem a medi\u00e7\u00e3o exata da perda do poder aquisitivo da moeda com o passar do tempo, ocorre uma enorme destrui\u00e7\u00e3o de valor. O patrim\u00f4nio \u00e9 justamente protegido pelo \u00edndice de atualiza\u00e7\u00e3o de ativos que melhor amorte\u00e7a os efeitos da infla\u00e7\u00e3o.\nO que torna a TR um \u00edndice inid\u00f4neo \u00e9 a intensa inger\u00eancia do Banco Central/CMN na sua formula\u00e7\u00e3o. Como explica o Economista C\u00e9sar Buzim:\nA TR deveria servir como refer\u00eancia para os juros vigentes no Brasil, sendo divulgada mensalmente, a fim de evitar que a taxa de juros no m\u00eas corrente refletisse a infla\u00e7\u00e3o do m\u00eas anterior, apesar das suas caracter\u00edsticas, foi usada como \u00edndice econ\u00f4mico de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria (...) A mudan\u00e7a no comportamento da TR n\u00e3o se deve somente a oscila\u00e7\u00f5es da economia, mas tamb\u00e9m \u00e0 sistem\u00e1tica apurat\u00f3ria desse \u00edndice. Inicialmente, ficou estabelecido que o BACEN efetuaria o c\u00e1lculo da TR a partir da remunera\u00e7\u00e3o mensal m\u00e9dia dos certificados e recibos de dep\u00f3sito banc\u00e1rio (CDB/RDB) emitidos por uma amostra de institui\u00e7\u00f5es financeiras, levando em conta a taxa m\u00e9dia de remunera\u00e7\u00e3o dos CDB/RDB\u00b4s e um redutor fixado por resolu\u00e7\u00e3o do CMN.\n\n\fComo consequ\u00eancia da atua\u00e7\u00e3o do BACEN, a taxa referencial deixou de refletir o \u00edndice inflacion\u00e1rio a partir de 1999. (...) O preju\u00edzo causado aos trabalhadores devido \u00e0 aplica\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u00e9 tamanho que quando analisado o fator de corre\u00e7\u00e3o acumulado do FGTS visualiza-se que a rentabilidade desse fundo n\u00e3o supera os \u00edndices inflacion\u00e1rios desde 2002, rendendo menos que a infla\u00e7\u00e3o a partir de 2007, apesar da aplica\u00e7\u00e3o de juros de 3% a. a.\nDiante do exposto, podemos afirmar que a TR n\u00e3o rep\u00f5e mais as perdas inflacion\u00e1rias, o que afeta consideravelmente os poupadores, bem como os trabalhadores que possuem o FGTS.\nCom base nas normas Resolu\u00e7\u00e3o CMN n\u00ba 2.437, de 30.10.98, Resolu\u00e7\u00e3o CMN n\u00ba 2.604, de 23.04.99. Resolu\u00e7\u00e3o CMN n\u00ba 2.809, de 21.12.00, Resolu\u00e7\u00e3o CMN n\u00ba 3.354 de 31.03.2006, Resolu\u00e7\u00e3o CMN n\u00ba 3.446 de 05.03.2007 e Circular n\u00ba 3.356 de 11.07.2007, que estabeleceram no decorrer dos anos a forma de c\u00e1lculo da TR, bem como nas informa\u00e7\u00f5es disponibilizadas pelo BACEN foi constru\u00edda planilha demonstrando a evolu\u00e7\u00e3o do fator de pondera\u00e7\u00e3o b, elemento essencial para o c\u00e1lculo do redutor da TR.\nAs primeiras mudan\u00e7as significativas da TR ocorreram atrav\u00e9s das Resolu\u00e7\u00f5es CMN n\u00ba 2.387/97 e n\u00ba 2.437/97 que estabeleceram a f\u00f3rmula de c\u00e1lculo do redutor da TR com duas novas vari\u00e1veis, ambas definidas pelo BACEN, quais sejam: a constante a e o fator de pondera\u00e7\u00e3o b.\nA partir da Resolu\u00e7\u00e3o CMN n\u00ba 2.809/2000, o BACEN passou a determinar o fator b, sem crit\u00e9rio t\u00e9cnico conhecido, a partir de certo patamar, conforme visualizado na tabela abaixo:\nMS \u2013 \u00e9 a meta para a taxa SELIC em (% a. a.) MS b MS > 16 0,48 16 >= MS >15 0,44 15 >= MS >14 0,40 14 >= MS >13 0,36 13 >= MS >12 0,32 12 >= MS >11 0,28 11 >= MS >10 0,24 10\n\n\fEssa discricionariedade do BACEN na valora\u00e7\u00e3o do fator b, acolhida pelas circulares e resolu\u00e7\u00f5es posteriores, impactou o c\u00e1lculo do Redutor da TR.\nDe pouco adiantaria ao trabalhador que fosse determinado ao Banco Central/CMN que recalculasse a TR, pois uma nova f\u00f3rmula estaria igualmente sob a discricionariedade e subjetivismo total do Banco. Basta avaliar a sucess\u00e3o de resolu\u00e7\u00f5es do Banco Central/CMN sobre o tema, conforme Parecer do referido Economista.\n\u00c9 exatamente a situa\u00e7\u00e3o do art. 13 da Lei 8.036/90, ao estabelecer que \u201cOs dep\u00f3sitos efetuados nas contas vinculadas ser\u00e3o corrigidos monetariamente com base nos par\u00e2metros fixados para atualiza\u00e7\u00e3o dos saldos dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a e capitaliza\u00e7\u00e3o juros de tr\u00eas por cento ao ano\u201d, claramente objetivava dar continuidade ao princ\u00edpio estabelecido desde a Lei 5.107/66 de que o pec\u00falio representado pelo FGTS \u00e9 uma obriga\u00e7\u00e3o de valor, imune aos efeitos corrosivos da infla\u00e7\u00e3o, sujeito a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria de seus dep\u00f3sitos e ainda vencendo juros remunerat\u00f3rios \u201creais\u201d (acima da infla\u00e7\u00e3o) de apenas 3% ao ano.\nPor se tratar de pec\u00falio obrigat\u00f3rio, n\u00e3o port\u00e1vel, a ser usufru\u00eddo ap\u00f3s longo prazo de sua forma\u00e7\u00e3o, \u00e9 \u00f3bvia a interpreta\u00e7\u00e3o de que a norma constitucional cont\u00e9m implicitamente a obrigatoriedade de que o valor desse fundo seja protegido da corros\u00e3o inflacion\u00e1ria.\nPor ocasi\u00e3o da publica\u00e7\u00e3o da Lei n\u00ba 8.036/90, a \u201catualiza\u00e7\u00e3o dos saldos dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a\u201d tamb\u00e9m era feita por \u00edndices de infla\u00e7\u00e3o. Fica claro que o art. 13\u00ba da citada lei, ao vincular a corre\u00e7\u00e3o do FGTS \u00e0 da poupan\u00e7a, visava a plena prote\u00e7\u00e3o do FGTS quantos aos efeitos negativos da infla\u00e7\u00e3o.\nAs coisas come\u00e7aram a tomar forma distinta quando da edi\u00e7\u00e3o da Lei n\u00ba 8.177/91, que criou a TR, onde em seu art. 1\u00ba e no seu art. 17, estabeleceu que para fins do art.13 da Lei n\u00ba 8.036/90 a TR aplic\u00e1vel ao FGTS seria aquela calculada no dia primeiro de cada m\u00eas.\nProgressivamente o art.13 da Lei n\u00ba 8.036/90, c/c art. 1\u00ba e17 da Lei n\u00ba 8.177/91, deixou de garantir ao FGTS a recomposi\u00e7\u00e3o das perdas inflacion\u00e1rias, sujeitando o FGTS a perdas consider\u00e1veis em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 infla\u00e7\u00e3o (conforme gr\u00e1fico acima).\n\n\fN\u00e3o resta a menor d\u00favida que fatores alheios ao legislador da Lei n\u00ba\n8.036/90 fizeram com que o art. 13 progressivamente se tornasse inconstitucional, na\nparte que vincula a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria das contas do FGTS aos \u00edndices de\natualiza\u00e7\u00e3o da poupan\u00e7a e estes, por sua vez, passam a ser calculados por\nmetodologia prevista nos art.1\u00ba e 17, da Lei n\u00ba 8.177/91, que n\u00e3o mais garante a\nrecomposi\u00e7\u00e3o das perdas inflacion\u00e1rias.\nO Poder Judici\u00e1rio n\u00e3o pode ficar inerte ao esbulho praticado pelo\nGoverno Federal, atrav\u00e9s da Caixa Econ\u00f4mica Federal, uma vez que instado a se\npronunciar nesta causa. Desde janeiro de 1999 as constantes redu\u00e7\u00f5es da TR em\nrela\u00e7\u00e3o aos \u00edndices de infla\u00e7\u00e3o fizeram por nulific\u00e1-lo, sobretudo desde setembro de\n2012.\nNo julgamento ADI n\u00ba 493-0, o Pret\u00f3rio Excelso do i. Relator Moreira\nAlves em raz\u00e3o da causa petendi, foi determinado que haveria impossibilidade de\naplica\u00e7\u00e3o aos contratos do Sistema Financeiro de Habita\u00e7\u00e3o somente para o per\u00edodo\nanterior \u00e0 vig\u00eancia da Lei 8.177/91. Embora em tal julgado o STF n\u00e3o declarado que\nhaveria impossibilidade de utiliza\u00e7\u00e3o de tal \u00edndice aos contratos firmados ap\u00f3s essa\ndata, nele ficou reconhecido, de maneira cristalina que aquele Tribunal n\u00e3o reconhecia\na TR como \u00edndice a promover a atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria.\nEis a ementa de tal julgado:\n\u201cA\u00e7\u00e3o direta de inconstitucionalidade. \u2013 Se a lei alcan\u00e7ar os efeitos futuros de contratos celebrados anteriormente a ela, ser\u00e1 essa lei retroativa (retroatividade m\u00ednima) porque vai interferir na causa, que \u00e9 um ato ou fato ocorrido no passado. \u2013 O disposto no artigo 5\u00ba, XXXVI, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal se aplica a toda e qualquer lei infraconstitucional sem qualquer distin\u00e7\u00e3o entre lei de direito p\u00fablico e lei de direito privado ou entre lei de ordem p\u00fablica e lei dispositiva. Precedente do STF. Ocorr\u00eancia no caso de viola\u00e7\u00e3o de direito adquirido. A taxa referencial (TR) n\u00e3o \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, pois, refletindo as varia\u00e7\u00f5es do custo prim\u00e1rio da capta\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos a prazo fixo, n\u00e3o constitui \u00edndice que reflita a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda. Por isso, n\u00e3o h\u00e1 necessidade de se examinar de saber se as normas que alteram \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria se aplicam imediatamente, alcan\u00e7ando, pois, as presta\u00e7\u00f5es futuras de contratos celebrados no passado, sem violarem o disposto no art. 5\u00ba, inciso XXXVI, da Carta Magna \u2013 Tamb\u00e9m ofendem o ato jur\u00eddico perfeito os dispositivos impugnados que alteram o crit\u00e9rio de reajuste das presta\u00e7\u00f5es nos contratos j\u00e1 celebrados pelo Sistema do Plano de Equival\u00eancia Salarial Profissional (PES/CP). A\u00e7\u00e3o direta de inconstitucionalidade julgada procedente, para declarar a inconstitucionalidade dos arts. 18, \u2018caput\u2019 e par\u00e1grafos 1 e 4; 20; 21 e par\u00e1grafo \u00fanico; 23 e\n\n\fpar\u00e1grafos; e 24 e par\u00e1grafos, todos da Lei n\u00ba 8.177 de maio de 1991. (ADI 493, Relator (a): Min. MOREIRA ALVES, Tribunal Pleno, julgado em 25/06//1992, DJ 04-09-1992, PP \u2013 14089 EMENT VOL\u201301674-02 PP\u2013 00260 RTJ VOL \u2013 00143 \u2013 03 PP \u2013 00724).\u201d\nNo entanto, foi o julgamento das ADI 4425 e 4357, onde o Supremo\nTribunal Federal analisou a inconstitucionalidade da Emenda Constitucional n\u00ba 62/09,\nque ficou inconteste o entendimento daquela Corte no sentido de que a TR n\u00e3o pode\nser utilizada como \u00edndice de atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, eis que n\u00e3o \u00e9 capaz de espelhar\no processo inflacion\u00e1rio brasileiro. Seguem trechos do Voto do Min. Luiz Fux:\n\u201c(...) Quanto \u00e0 disciplina da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos cr\u00e9ditos inscritos em precat\u00f3rios, a EC n\u00ba 62/09 fixou como crit\u00e9rio o \u201c\u00edndice oficial de remunera\u00e7\u00e3o da caderneta de poupan\u00e7a\u201d. Ocorre que o referencial adotado n\u00e3o \u00e9 id\u00f4neo a mensurar a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda. Isso porque a remunera\u00e7\u00e3o da caderneta de poupan\u00e7a, regida pelo art. 12 da Lei n\u00ba 8.177/91, com atual reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n\u00ba 12.703/2012, \u00e9 fixada ex ante, a partir de crit\u00e9rios t\u00e9cnicos em nada relacionados com a infla\u00e7\u00e3o empiricamente considerada. J\u00e1 se sabe, na data de hoje, quanto ir\u00e1 render a caderneta de poupan\u00e7a. E \u00e9 natural que seja assim, afinal a poupan\u00e7a \u00e9 uma alternativa de investimento de baixo risco, no qual o investidor consegue prever com seguran\u00e7a a margem de retorno do seu capital. A infla\u00e7\u00e3o, por outro lado, \u00e9 fen\u00f4meno econ\u00f4mico insuscet\u00edvel de capta\u00e7\u00e3o aprior\u00edstica. O m\u00e1ximo que se consegue \u00e9 estim\u00e1-la para certo per\u00edodo, mas jamais fix\u00e1-la de antem\u00e3o. Da\u00ed por que os \u00edndices criados especialmente para captar o fen\u00f4meno inflacion\u00e1rio s\u00e3o sempre definidos em momentos posteriores ao per\u00edodo analisado, como ocorre com o \u00cdndice de Pre\u00e7os ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estat\u00edstica (IBGE), e o \u00cdndice de Pre\u00e7os ao Consumidor (IPC), divulgado pela Funda\u00e7\u00e3o Get\u00falio Vargas (FGV). A raz\u00e3o disso \u00e9 clara: a infla\u00e7\u00e3o \u00e9 sempre constatada em apura\u00e7\u00e3o ex post, de sorte que todo \u00edndice definido ex ante \u00e9 incapaz de refletir a efetiva varia\u00e7\u00e3o de pre\u00e7os que caracteriza a infla\u00e7\u00e3o. \u00c9 o que ocorre na hip\u00f3tese dos autos. A prevalecer o crit\u00e9rio adotado pela EC n\u00ba 62/09, os cr\u00e9ditos inscritos em precat\u00f3rios seriam atualizados por \u00edndices pr\u00e9fixados e independentes da real flutua\u00e7\u00e3o de pre\u00e7os apurada no per\u00edodo de refer\u00eancia. Assim, o \u00edndice oficial de remunera\u00e7\u00e3o da caderneta de poupan\u00e7a n\u00e3o \u00e9 crit\u00e9rio adequado para refletir o fen\u00f4meno inflacion\u00e1rio. Destaco que nesse ju\u00edzo n\u00e3o levo em conta qualquer considera\u00e7\u00e3o t\u00e9cnicoecon\u00f4mica que implique usurpa\u00e7\u00e3o pelo Supremo Tribunal Federal de compet\u00eancia pr\u00f3pria de \u00f3rg\u00e3os especializados. N\u00e3o se trata de defini\u00e7\u00e3o judicial de \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o. Essa circunst\u00e2ncia, j\u00e1 recha\u00e7ada pela jurisprud\u00eancia da Casa, evidentemente transcenderia as capacidades institucionais do Poder Judici\u00e1rio. N\u00e3o obstante, a hip\u00f3tese aqui \u00e9 outra. Diz respeito \u00e0 idoneidade l\u00f3gica do \u00edndice fixado pelo constituinte reformador para capturar a infla\u00e7\u00e3o, e n\u00e3o do valor espec\u00edfico que deve assumir o \u00edndice para determinado per\u00edodo. Reitero: n\u00e3o se pode quantificar, em definitivo, um fen\u00f4meno essencialmente emp\u00edrico antes mesmo da sua ocorr\u00eancia. A inadequa\u00e7\u00e3o do \u00edndice aqui \u00e9 auto evidente.\n\n\fCorrobora essa conclus\u00e3o reportagem esclarecedora veiculada em 21 de janeiro de 2013 pelo jornal especializado Valor Econ\u00f4mico. Na mat\u00e9ria intitulada \u201cCuidado com a infla\u00e7\u00e3o\u201d, o peri\u00f3dico aponta que \u201co rendimento da poupan\u00e7a perdeu para a infla\u00e7\u00e3o oficial, medida pelo IPCA, m\u00eas a m\u00eas desde setembro\u201d de 2012. E ilustra: \u201cQuem investiu R$ 1mil na caderneta em 31 de junho de 2012, fechou o ano com poder de compra equivalente a R$ 996,40. Ganham da infla\u00e7\u00e3o apenas os dep\u00f3sitos feitos na caderneta antes de 4 de maio, com retorno de 6%. Para os outros, vale a nova regra, definida no ano passado, de rendimento equivalente a 70% da meta para a Selic, ou seja, de 5,075%\u201d. Em suma: h\u00e1 manifesta discrep\u00e2ncia entre o \u00edndice oficial de remunera\u00e7\u00e3o da caderneta de poupan\u00e7a e o fen\u00f4meno inflacion\u00e1rio, de modo que o primeiro n\u00e3o se presta a capturar o segundo. O meio escolhido pelo legislador constituinte (remunera\u00e7\u00e3o da caderneta de poupan\u00e7a) \u00e9, portanto, inid\u00f4neo a promover o fim a que se destina (traduzir a infla\u00e7\u00e3o do per\u00edodo).(...)\u201d \u201c(...) Assentada a premissa quanto \u00e0 inadequa\u00e7\u00e3o do aludido \u00edndice, mister enfrentar a natureza do direito \u00e0 corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. Na linha j\u00e1 exposta pelo i. Min. Relator, \u201ca finalidade da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, enquanto instituto de Direito Constitucional, n\u00e3o \u00e9 deixar mais rico o benefici\u00e1rio, nem mais pobre o sujeito passivo de uma dada obriga\u00e7\u00e3o de pagamento. \u00c9 deix\u00e1-los tal como qualitativamente se encontravam, no momento em que se formou a rela\u00e7\u00e3o obrigacional\u201d. Da\u00ed que a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria de valores no tempo \u00e9 circunst\u00e2ncia que decorre diretamente do n\u00facleo essencial do direito de propriedade (CF, art. 5\u00ba, XXII). Corrigem-se valores nominais para que permane\u00e7am com o mesmo valor econ\u00f4mico ao longo do tempo, diante da infla\u00e7\u00e3o. A ideia \u00e9 simplesmente preservar o direito original em sua genu\u00edna extens\u00e3o. Nesse sentido, o direito \u00e0 corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u00e9 reflexo imediato da prote\u00e7\u00e3o da propriedade. Deixar de atualizar valores pecuni\u00e1rios ou atualiz\u00e1los segundo crit\u00e9rios evidentemente incapazes de capturar o fen\u00f4meno inflacion\u00e1rio representa aniquilar o direito propriedade em seu n\u00facleo essencial. Tal constata\u00e7\u00e3o implica a pron\u00fancia de inconstitucionalidade parcial da EC n\u00ba 62/09 de modo a afastar a express\u00e3o \u201c\u00edndice oficial de remunera\u00e7\u00e3o da caderneta de poupan\u00e7a\u201d introduzida no \u00a7 12 do art. 100 da Lei Maior como crit\u00e9rio de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos cr\u00e9ditos inscritos em precat\u00f3rio, por viola\u00e7\u00e3o ao direito fundamental de propriedade (art. 5\u00ba, XII, CF/88), ineg\u00e1vel limite material ao poder de reforma da Constitui\u00e7\u00e3o (art. 60, \u00a7 4\u00ba, IV, CF/88).(...)\u201d\nPelos julgamentos das ADIs supracitadas, tornou-se pac\u00edfico que a\nTR n\u00e3o constitui \u00edndice que reflita a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda. Esta\ncaracter\u00edstica da TR tem se confirmado ao longo dos anos. A sua aplica\u00e7\u00e3o aos saldos\ndos dep\u00f3sitos do FGTS tem gerado \u201cgigantesca destrui\u00e7\u00e3o de valor\u201d do patrim\u00f4nio do\ntrabalhador. H\u00e1 anos, os trabalhadores que tem dep\u00f3sitos no FGTS n\u00e3o\nexperimentam ganhos reais em sua aplica\u00e7\u00e3o, mesmo levando em conta a\nremunera\u00e7\u00e3o dos juros de 3% ao ano.\nVeja-se: com a TR ostentando \u00edndice zero desde o ano de 2009, por\nconsequ\u00eancia sobre o saldo das contas do FGTS tem incidido t\u00e3o somente os juros\n\n\fanuais de 3% previstos na Lei 8.036/90, para ser utilizado como pagamento de parte das presta\u00e7\u00f5es decorrentes de financiamento habitacional concedido no \u00e2mbito do Sistema Financeiro de Habita\u00e7\u00e3o.\nVemos, portanto, a hip\u00f3tese absurda de que o trabalhador tendo o saldo de sua conta de FGTS corro\u00eddo pela infla\u00e7\u00e3o, n\u00e3o dispor do suficiente para adquirir a casa pr\u00f3pria, de forma a necessitar firmar contrato pelo SFH (o qual foi financiado \u00e0s suas expensas), para pagar juros muito superiores \u00e0queles com os quais foi remunerado. O dinheiro que lhe foi subtra\u00eddo pela m\u00e1 remunera\u00e7\u00e3o de sua conta, ent\u00e3o, dever\u00e1 ser tomado emprestado daquele que o subtraiu mediante pagamento de juros.\nTem-se, em resumo, que a Lei 8.036/90, lei espec\u00edfica do FGTS, determina que ao saldo de suas contas deve ser obrigatoriamente aplicado \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. N\u00e3o sendo a Taxa Referencial (TR), \u00edndice disposto pela Lei 8.177/91, h\u00e1bil a atualizar monetariamente tais saldos, e estando tal \u00edndice em lei n\u00e3o espec\u00edfica do FGTS, entende-se como inconstitucional a utiliza\u00e7\u00e3o da TR para tal fim a contar de jan/1999, subsistindo a necessidade de aplicar-se \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria que reflita a infla\u00e7\u00e3o do per\u00edodo, tal como prev\u00ea a Lei 8.036/90.\nTendo em vista o que j\u00e1 decidido pelo STF no caso da Lei 11.960/09 e o fato de o FGTS ser um pec\u00falio constitucional obrigat\u00f3rio, n\u00e3o port\u00e1vel e de longo prazo, cuja garantia de recomposi\u00e7\u00e3o das perdas inflacion\u00e1rias est\u00e1 impl\u00edcita na disposi\u00e7\u00e3o do art. 7\u00ba, III, da CR/88, que assegura direito trabalhista fundamental a todos os trabalhadores, imp\u00f5e-se que seja DECLARADO INCONSTITUCIONAL os seguintes dispositivos legais: Art.13 da Lei 8.036/90 c/c art.1\u00ba e 17 da Lei 8.177/91.\nNesse sentido, os \u00edndices que atualmente tem refletido a varia\u00e7\u00e3o inflacion\u00e1ria brasileira s\u00e3o, primeiramente o INPC, considerado \u00edndice oficial da infla\u00e7\u00e3o pelo governo brasileiro, depois o IPCA e o IPCA-E.\nA Corte Constitucional ainda n\u00e3o decidiu sobre a modula\u00e7\u00e3o dos efeitos da Declara\u00e7\u00e3o de Inconstitucionalidade do uso da TR na corre\u00e7\u00e3o do FGTS, por\u00e9m, na data de 01-06-2016 o STF votou no sentido de negar provimento a um recurso no qual a Caixa Econ\u00f4mica Federal pede a cassa\u00e7\u00e3o de parte de uma decis\u00e3o que a condenou a pagar expurgos inflacion\u00e1rios relacionados a verbas do FGTS a um poupador no RE 611.503.\n\n\fO Tribunal Regional Federal da 3\u00aa Regi\u00e3o declarou a inconstitucionalidade do par\u00e1grafo \u00fanico do artigo 741 do antigo C\u00f3digo de Processo Civil, por entender que ele foi inclu\u00eddo na lei por uma medida provis\u00f3ria, e as MPs n\u00e3o podem tratar de mat\u00e9ria processual. Ao Supremo, a Caixa alega que a MP em quest\u00e3o foi editada antes da Emenda Constitucional 32, que proibiu MPs de tratar sobre mat\u00e9ria processual, mas disse que as que estavam em vigor continuariam valendo.\nSegundo o artigo, \u00e9 inexig\u00edvel o t\u00edtulo judicial fundado em lei ou ato normativo declarado inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal ou fundado em aplica\u00e7\u00e3o ou interpreta\u00e7\u00e3o considerada incompat\u00edvel com a Constitui\u00e7\u00e3o.\nO Ministro Teori Zavascki lembrou em seu voto que no in\u00edcio de maio o STF encerrou o julgamento da A\u00e7\u00e3o Direta de Inconstitucionalidade 2.418, confirmando a constitucionalidade do artigo 741, par\u00e1grafo \u00fanico, e do par\u00e1grafo 2\u00ba do artigo 475, al\u00ednea \u201cl\u201d, do antigo CPC, bem como dos dispositivos correspondentes no C\u00f3digo Civil atual. Para o ministro, esses dispositivos buscam harmonizar a garantia da coisa julgada e o primado da Constitui\u00e7\u00e3o.\nEle votou no sentido de negar provimento ao recurso por entender que o artigo 741, par\u00e1grafo \u00fanico, do CPC/73, n\u00e3o \u00e9 aplic\u00e1vel \u00e0 hip\u00f3tese da senten\u00e7a questionada no recurso da Caixa. Segundo ele, n\u00e3o podem ser enquadradas no dispositivo em quest\u00e3o as senten\u00e7as que, contrariando o precedente do Supremo a respeito dos expurgos, tenham reconhecido o direito \u00e0 diferen\u00e7a de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria das contas do FGTS.\nAcompanharam o relator os ministros Edson Fachin, Lu\u00eds Roberto Barroso, Rosa Weber, Luiz Fux, Dias Toffoli, C\u00e1rmen L\u00facia e Gilmar Mendes. Os ministros Marco Aur\u00e9lio e Celso de Mello, apesar de concordarem com o desprovimento do recurso, divergiram da tese proposta quanto a assentar a constitucionalidade do artigo 741 do antigo CPC. O presidente do STF, ministro Ricardo Lewandowski, pediu vista e o julgamento foi suspenso.\nPor oportuno, passamos a apresentar a diferen\u00e7a entre os tr\u00eas \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria em comento:\nO IPCA/IBGE verifica as varia\u00e7\u00f5es dos custos com os gastos das pessoas que ganham de um a quarenta sal\u00e1rios m\u00ednimos nas regi\u00f5es metropolitanas de Bel\u00e9m, Belo Horizonte, Bras\u00edlia, Curitiba, Fortaleza, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador, S\u00e3o Paulo e Munic\u00edpio de Goi\u00e2nia. O Sistema Nacional de Pre\u00e7os ao Consumidor \u2013 SNIPC efetua a produ\u00e7\u00e3o cont\u00ednua e sistem\u00e1tica de \u00edndices de\n\n\fpre\u00e7os ao consumidor, tendo como unidade de coleta estabelecimentos comerciais e de presta\u00e7\u00e3o de servi\u00e7os, concession\u00e1ria de servi\u00e7os p\u00fablicos e domic\u00edlios (para levantamento de aluguel e condom\u00ednio).\nO que comp\u00f5e o IPCA-E:/IBGE\nPor determina\u00e7\u00e3o legal (Medida Provis\u00f3ria n\u00ba 812, de 30 de dezembro de 1994), o IPCA \u2013 S\u00e9rie Especial est\u00e1 sendo divulgado trimestralmente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estat\u00edstica baseado nos \u00edndices do IPCA-15. O Portal Brasil apresenta na Tabela tamb\u00e9m a varia\u00e7\u00e3o mensal \u2013 apenas para efeito de estat\u00edstica e estimativa futura do \u00edndice. A sua validade e aplicabilidade, entretanto, \u00e9 trimestral. Este \u00edndice \u00e9 aqui informado apenas para subsidiar expectativas de ac\u00famulos de trimestrais ou entre per\u00edodos.\nO IPCA-E utiliza, para sua composi\u00e7\u00e3o e c\u00e1lculo, os seguintes setores: alimenta\u00e7\u00e3o e bebidas, habita\u00e7\u00e3o, artigos de resid\u00eancia, vestu\u00e1rio, transportes, sa\u00fade e cuidados pessoais, despesas pessoais, educa\u00e7\u00e3o e comunica\u00e7\u00e3o.\nO que comp\u00f5e o INPC/IBGE:\nO INPC/IBGE foi criado inicialmente com objetivo de orientar os reajustes de sal\u00e1rios dos trabalhadores.\nO Sistema Nacional de Pre\u00e7os ao Consumidor \u2013 SNIPC efetua a produ\u00e7\u00e3o cont\u00ednua e sistem\u00e1tica de \u00edndices de pre\u00e7os ao consumidor tendo como unidade de coleta estabelecimentos comerciais e de presta\u00e7\u00e3o de servi\u00e7os, concession\u00e1ria de servi\u00e7os p\u00fablicos e domic\u00edlios (para levantamento de aluguel e condom\u00ednio). A popula\u00e7\u00e3o \u2013 objetivo do INPC abrange as fam\u00edlias com rendimentos mensais compreendidos entre 1 (hum) e 5 (cinco) sal\u00e1rios m\u00ednimos (aproximadamente 50% das fam\u00edlias brasileiras), cujo chefe \u00e9 assalariado em sua ocupa\u00e7\u00e3o principal e residente nas \u00e1reas urbanas das regi\u00f5es, qualquer que seja a fonte de rendimentos e demais residentes nas \u00e1reas urbanas das regi\u00f5es metropolitanas abrangidas.\nAbrang\u00eancia geogr\u00e1fica: Regi\u00f5es metropolitanas de Bel\u00e9m, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, S\u00e3o Paulo, Curitiba e Porto Alegre, Bras\u00edlia e Munic\u00edpio de Goi\u00e2nia.\n\n\fCalculado pelo IBGE entre os dias 1\u00ba e 30 de cada m\u00eas, comp\u00f5ese do cruzamento de dois par\u00e2metros: a pesquisa de pre\u00e7os nas onze regi\u00f5es de produ\u00e7\u00e3o econ\u00f4mica cruzada com a Pesquisa de Or\u00e7amento Familiar (POF).\nJaneiro/2012 \u2013 Altera\u00e7\u00f5es significativas: A partir de janeiro/2012 o INPC passou a ser calculado com base nos valores de despesas obtidos na pesquisa de or\u00e7amento familiar \u2013 POF 2008/2009\nA POF \u00e9 realizada a cada cinco anos pelo IBGE em todo o territ\u00f3rio brasileiro o que permite atualizar os pesos (participa\u00e7\u00e3o relativa do valor da despesa de um item consumido em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 despesa total) dos produtos e servi\u00e7os nos or\u00e7amentos das fam\u00edlias. De julho de 2006 \u00e0 Dezembro de 2011 \u00e0 base dos \u00edndices de pre\u00e7o ao consumidor era a POF de 2002-2003.\nOutra mudan\u00e7a importante: At\u00e9 31/12/2011 eram consideradas no c\u00e1lculo as fam\u00edlias com rendimento de 1 a 6 sal\u00e1rios m\u00ednimos. A partir de 01/01/2012 isso diminuiu (de 1 \u00e0 5 sal\u00e1rios m\u00ednimos) em fun\u00e7\u00e3o da eleva\u00e7\u00e3o real da renda do brasileiro evitando, assim, desvirtua\u00e7\u00e3o da faixa salarial.\nImportante frisar, ainda, que em Sess\u00e3o Ordin\u00e1ria do Conselho da Justi\u00e7a Federal \u2013 CNJ, ocorrida em 25/11/2011, foi aprovado o novo \u2018Manual da Justi\u00e7a Federal\u2019 onde passa a incidir o IPCA-E como indexador de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria para senten\u00e7as condenat\u00f3rias em geral, conforme se pode verificar no s\u00edtio do CJF na internet (www.cjf.jus.br).\nAssim sendo, e por todo o exposto \u00e9 que o Autor requer a declara\u00e7\u00e3o de qual deve ser considerado para a corre\u00e7\u00e3o das contas do FGTS, o INPC, preferencialmente, por representa o \u00edndice oficial da infla\u00e7\u00e3o ou, alternativamente, o IPCA ou o IPCA-E, para fins de dar cumprimento \u00e0 atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos saldos das contas do FGTS prevista no art. 2\u00ba da Lei 8.036/90, em substitui\u00e7\u00e3o \u00e0 TR, desde janeiro do ano de 1999, a partir de quando tal \u00edndice deixou de refletir a varia\u00e7\u00e3o inflacionaria da moeda. Al\u00e9m disso, tais valores dever\u00e3o ser acrescidos de juros reais de 6% (seis por cento) ao ano e de juros de mora de 1% ao m\u00eas, a contar da cita\u00e7\u00e3o at\u00e9 efetivo pagamento.\nConsiderando que o saldo do FGTS n\u00e3o vem sendo corrigido para repor as perdas inflacion\u00e1rias de desde o ano de 1999, requer, o Autor, seja determinado \u00e0 Caixa o pagamento do valor em atraso, desde janeiro de 1999 at\u00e9\n\n\fagosto de 2016, corrigido pelo INPC mais 6% ao ano, no valor de R$36.639,15 (trinta e seis mil, seiscentos trinta e nove reais, quinze centavos), conforme anexo (Doc.08.)\nIV \u2013 DOS PEDIDOS\nDiante do exposto, nos termos da fundamenta\u00e7\u00e3o supra, requer: 1. O recebimento e processamento da presente a\u00e7\u00e3o; 2. A concess\u00e3o da Justi\u00e7a Gratuita, haja vista que o Requerente declara n\u00e3o possuir\ncondi\u00e7\u00f5es de arcar com custas processuais e honor\u00e1rios advocat\u00edcios sem preju\u00edzo de sustento pr\u00f3prio, conforme declara\u00e7\u00e3o anexa, com fulcro na Lei n.\u00ba 1060/50 e art. 1\u00ba, \u00a72\u00ba, da Lei n.\u00ba 5478/68. 3. A cita\u00e7\u00e3o da requerida para, querendo, contestar a presente a\u00e7\u00e3o; 4. Ao final, a Declara\u00e7\u00e3o de inconstitucionalidade da TR \u2013 art. 13, da Lei 036/90 e determinar a CAIXA ECON\u00d4MICA FEDERAL a substitui\u00e7\u00e3o da TR pelo INPC, preferencialmente, ou, alternativamente, o IPCA ou IPCA-E retroativa ao ano de 1999 como indexador de todas as contas vinculadas ao FGTS do Autor. 5. Que sobre o valor corrigido resultante da aplica\u00e7\u00e3o do INPC, IPCA ou IPCA-E, sejam aplicados juros reais de 6% (seis por cento) ao ano, + juros de mora; 6. Determinar \u00e0 Caixa Econ\u00f4mica Federal o pagamento, ao Autor, do valor de R$36.639,15 (trinta e seis mil, seiscentos trinta e nove reais, quinze centavos), a t\u00edtulo da diferen\u00e7a da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e juros no per\u00edodo de janeiro de 1999 a agosto de 2016. 7. A condena\u00e7\u00e3o da Caixa Econ\u00f4mica Federal ao pagamento das custas e honor\u00e1rios advocat\u00edcios a serem arbitrados de forma digna ao presente subscritor; 8. Que os c\u00e1lculos, caso a condena\u00e7\u00e3o seja de pagar, sejam efetuados em liquida\u00e7\u00e3o de senten\u00e7a por perito judicial; 9. A parte autora renuncia os valores excedentes a 60 sal\u00e1rios m\u00ednimos, no intuito de possibilitar a tramita\u00e7\u00e3o neste JEF, bem como, requer o julgamento\n\n\fantecipado da lide, tendo em vista tratar-se de mat\u00e9ria de direito, e eventual proposta de acordo poder\u00e1 ser informada por peti\u00e7\u00e3o; 10. Protesta ainda pela produ\u00e7\u00e3o de todas as provas admitidas no direito.\nAp\u00f3s, em sede de liquida\u00e7\u00e3o do julgado, REQUER-SE: a. caso o valor liquidado seja pago \u00e0 parte autora, seja retido o valor dos honor\u00e1rios advocat\u00edcios pactuados com a parte autora na raz\u00e3o de 20% (se transitado em julgado em primeiro grau) OU 30%(no caso de recursos para inst\u00e2ncias superiores), sobre o valor liquidado, conforme expressa o contrato a ser juntado ao processo, sendo depositados junto \u00e0 conta de um destes procuradores a ser informado em prazo legal, ou outro meio de libera\u00e7\u00e3o e saque \u2013 em atendimento ao art. 22, \u00a7 4o. Do Estatuto da OAB (Lei 8.906)1; b. ou caso o valor liquidado seja depositado na conta vinculada da parte autora, seja oficiado o fundo/gestor e pagador do FGTS (r\u00e9u), para reten\u00e7\u00e3o e libera\u00e7\u00e3o dos honor\u00e1rios advocat\u00edcios pactuados com a parte autora, conforme contrato de honor\u00e1rios advocat\u00edcios em anexo, na raz\u00e3o de 20% (se transitado em julgado em primeiro grau) OU 30%(no caso de recursos para inst\u00e2ncias superiores), sobre o valor liquidado, incluindo no c\u00e1lculo as diferen\u00e7as dos valores creditadas em contas n\u00e3o passiveis de levantamento, sendo os valores depositados junto \u00e0 conta corrente de um destes procuradores, ou em conta a ser informada em prazo legal, ou, outro meio de libera\u00e7\u00e3o e saque.\nPor derradeiro, requer-se que todas as intima\u00e7\u00f5es sejam feita, exclusivamente \u00e0 procuradora constitu\u00edda, sob pena de nulidade;\n1 4\u00ba Se o advogado fizer juntar aos autos o seu contrato de honor\u00e1rios antes de expedir-se o mandado de levantamento ou precat\u00f3rio, o juiz deve determinar que lhe sejam pagos diretamente, por dedu\u00e7\u00e3o da quantia a ser recebida pelo constituinte, salvo se este provar que j\u00e1 os pagou\n\n\fD\u00e1-se \u00e0 causa o valor de R$36.639,15 (trinta e seis mil, seiscentos trinta e nove reais, quinze centavos), valor este corrigido at\u00e9 o m\u00eas de agosto de 2016 (Doc. 08).\nTermos em que, Pede deferimento. Itapema\\SC, 29 de Agosto de 2016.\nMARIA ELISABETH BOEIRA BEUX OAB\\SC 45.474\nDOCUMENTOS ANEXOS AO PROCESSO: DOC.02: PROCURA\u00c7\u00c3O; DOC.03: COMPROVANTE DE RESID\u00caNCIA; DOC.04: DECLARA\u00c7\u00c3O S\u00d3CIO ECON\u00d4MICA; DOC.05: DOCUMENTO DE IDENTIFICA\u00c7\u00c3O; DOC.06: CARTEIRA DE TRABALHO; DOC.07: SALDOS DO FGTS; DOC.08: C\u00c1LCULO PELO INPC; DOC.09: C\u00c1LCULO PELO IPCA; DOC.10: C\u00c1LCULO PELO IPCA-E; DOC.11: TERMO DE REN\u00daNCIA;\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 4 (Solon) - IdDocumentoCompleto: 5001296-12.2014.4.04.7120-711400527878259851130000000027", "text": "Tusi Advogados Associados\nOAB/RS n\u00ba 4.052\nDr. Silvio Tusi Junior \u2013 OAB/RS n\u00ba 31.726\nCPF n\u00ba 467.733.550-87\nDr. Luiz Carlos Paz Padoin \u2013 OAB/RS n\u00ba 79.741\nCPF n\u00ba 001.641.790-97\nRua Pinheiro Machado, n\u00ba 2467, Santiago/RS CEP: 97.700-000 \u2013 Fone/Fax: 55-3251-3724\ntosiadvogados@santiagonet.com.br\nEXMO(A) SR(A) DR(A) JUIZ(A) FEDERAL PRESIDENTE DO JEF DE SANTIAGO/RS\nALUISIO MARIANO DURGANTE MINUZZI, brasileiro, sep. judicialmente, aposentado, domiciliado e residente nesta cidade, na Rua Ney Lopes de Bitencourt, n\u00b0 255, bairro Gaspar Dutra, inscrito no RG n\u00b0 1001397684 e no CPF n\u00b0 296.009.109-44, vem por seus procuradores, \u00e0 presen\u00e7a de V. Exa. ,\npropor a presente A\u00c7\u00c3O ORDIN\u00c1RIA DE COBRAN\u00c7A DE DIFEREN\u00c7A DE CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA DO FGTS contra a CAIXA\nECON\u00d4MICA FEDERAL, empresa p\u00fablica, inscrita no CNPJ sob o n\u00ba 00.360.305/0001-04, estabelecida na Cidade de Pelotas/RS, na Rua Quinze de Novembro, n\u00ba 570, CEP 96.015-000, pelas raz\u00f5es de fato e de direito a seguir expostas:\nO(A) autor(a), conforme extratos anal\u00edticos do FGTS anexo possui dep\u00f3sitos que sofreram corre\u00e7\u00e3o pela TR (taxa referencial), indexador que a contar de determinado per\u00edodo se desvirtuou dos \u00edndices oficiais previstos no sistema financeiro brasileiro que visam a recomposi\u00e7\u00e3o dos efeitos corrosivos da infla\u00e7\u00e3o mensal, conforme detalhadamente passaremos a expor:\nVisa a presente a\u00e7\u00e3o, a declara\u00e7\u00e3o da inconstitucionalidade parcial da TR, como indexador de corre\u00e7\u00e3o dos saldos da(s) conta(s) vinculada(s) do FGTS do demandante e, a consequente condena\u00e7\u00e3o da r\u00e9 a substituir o \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria TR pelo \u00cdndice Nacional de Pre\u00e7os ao Consumidor - INPC ou pelo \u00cdndice de Pre\u00e7os ao Consumidor Amplo \u2013 IPCA, com o pagamento das diferen\u00e7as decorrentes da altera\u00e7\u00e3o, aplicando-se o mais favor\u00e1vel ao autor(a) e que realmente reflita a infla\u00e7\u00e3o no per\u00edodo.\n\n\fComo sabido a TR \u00e9 o \u00edndice atualmente utilizado para corre\u00e7\u00e3o do FGTS, por\u00e9m a TR n\u00e3o tem promovido a necess\u00e1ria atualiza\u00e7\u00e3o do saldo existente na conta fundi\u00e1ria, uma vez que se encontra em patamar inferior \u00e0queles utilizados para indica\u00e7\u00e3o do percentual de infla\u00e7\u00e3o, como \u00e9 o caso do IPCA ou do INPC.\nNo mesmo vi\u00e9s o Supremo Tribunal Federal j\u00e1 se manifestou no sentido de n\u00e3o reconhecer a TR como \u00edndice capaz de corrigir a varia\u00e7\u00e3o inflacion\u00e1ria da moeda, n\u00e3o servindo, portanto, como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria a ser aplicado nos saldos fundi\u00e1rios a contar de janeiro de 1999, sendo imprescind\u00edvel, e por quest\u00e3o de justi\u00e7a, que outro \u00edndice seja aplicado, seja ele o INPC ou IPCA, para corre\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos de FGTS como consequ\u00eancia da declara\u00e7\u00e3o da inconstitucionalidade parcial da TR.\nDA LEGITIMIDADE PASSIVA DA CAIXA FEDERAL\nDesde logo, e por quest\u00e3o de economia processual o autor enfatiza a legitimidade passiva da r\u00e9, eis que a mat\u00e9ria encontra-se pacificada em nossos tribunais, tendo sido sumulada pelo E. STJ, no seguinte teor: \u201cS\u00famula n\u00ba 249: A Caixa Econ\u00f4mica Federal tem legitimidade passiva para integrar processo em que se discute corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria do FGTS\u201d.\nDO FGTS \u2013 DIREITO \u00c0 CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA \u2013 MANIPULA\u00c7\u00c3O DA TR PELO BANCO CENTRAL/CMN \u2013 GRADUAL DESVIRTUAMENTO DA TR EM RELA\u00c7\u00c3O AOS INDICES OFICIAIS E CARACTERIZA\u00c7\u00c3O DA INCONSTITUCIONALIDADE PROGRESSIVA\nO Fundo de Garantia por Tempo de Servi\u00e7o \u2013 FGTS criado pela Lei 5.107/66 e atualmente regido pela Lei n\u00ba 8.036/90, \u00e9 constitu\u00eddo por meio de dep\u00f3sitos mensais realizados pelos empregadores em conta vinculada aos trabalhadores e tem por fim garantir ao empregado estabilidade no emprego, al\u00e9m de aux\u00edlio monet\u00e1rio.\nSegundo a Lei 8.036/90, no in\u00edcio de cada m\u00eas, o empregador deve depositar, em conta aberta na CEF, em nome do empregado, valor correspondente a 8% (oito por cento) da remunera\u00e7\u00e3o deste, que pode moviment\u00e1-la sempre que verificada uma das hip\u00f3teses estabelecidas no art. 20 da referida Lei.\nO fundo \u00e9 gerido e administrado a partir das normas e diretrizes do Conselho Curador e os recursos fundi\u00e1rios por expressa previs\u00e3o legislativa, sendo utilizados para financiar investimentos sociais nas \u00e1reas de habita\u00e7\u00e3o, saneamento, e infraestrutura urbana (art. 9\u00ba\u00a7\u00a7 2\u00ba e 3\u00ba da Lei 8.036/90). Quanto a forma de remunera\u00e7\u00e3o do fundo est\u00e1 expressamente previsto nos arts. 2\u00ba e 13\u00ba da Lei:\n\n\f\u201cArt. 2\u00ba. O FGTS \u00e9 constitu\u00eddo pelos saldos das contas vinculadas a que se referem esta Lei e outros recursos a ela incorporados, devendo ser aplicados com atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e juros, de modo a assegurar a cobertura de suas obriga\u00e7\u00f5es.\n(...)\nArt. 13. Os dep\u00f3sitos efetuados nas contas vinculadas ser\u00e3o corrigidos monetariamente com base nos par\u00e2metros fixados para atualiza\u00e7\u00e3o dos saldos dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a e capitaliza\u00e7\u00e3o juros (tr\u00eas) por cento ao ano.\u201d\nOs par\u00e2metros de atualiza\u00e7\u00e3o dos saldos da poupan\u00e7a, por sua vez, encontram-se previstos no art. 12 da Lei n\u00ba 8.177/91 que disp\u00f5e:\n\u201cArt. 12 \u2013 Em cada per\u00edodo de rendimento, os dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a ser\u00e3o remunerados:\nI \u2013 como remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica por taxa correspondente \u00e0 acumula\u00e7\u00e3o a TRD, no per\u00edodo transcorrido entre o dia do \u00faltimo cr\u00e9dito de rendimento, inclusive, e o dia do cr\u00e9dito de rendimento, exclusive;\u201d\nNesta mesma Lei, est\u00e3o definidos os par\u00e2metros para a fixa\u00e7\u00e3o da Taxa Referencial \u2013 TR e da Taxa Referencial di\u00e1ria \u2013 TRD, nos seguintes termos:\n\u201cArt. 1\u00ba. O Banco Central do Brasil divulgar\u00e1 Taxa Referencial (TR), calculada a partir da remunera\u00e7\u00e3o mensal m\u00e9dia l\u00edquida de impostos, dos dep\u00f3sitos a prazo fixos captados nos bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos m\u00faltiplos com carteira comercial ou de investimentos, caixas econ\u00f4micas, ou dos t\u00edtulos p\u00fablicos federais, estaduais e municipais, de acordo com metodologia a ser aprovada pelo Conselho Monet\u00e1rio Nacional no prazo de 60 dias, e enviada ao conhecimento do Senado Federal.\n(...)\n\u00a7 3\u00ba. Enquanto n\u00e3o aprovada a metodologia de c\u00e1lculo de que trata este artigo, o Banco Central do Brasil fixar\u00e1 a TR.\nArt. 2\u00ba. O Banco Central do Brasil divulgar\u00e1, para cada dia \u00fatil, a Taxa Referencial Di\u00e1ria (TRD), correspondendo seu valor di\u00e1rio \u00e0 distribui\u00e7\u00e3o pro rata dia da TR fixada para o m\u00eas corrente.\n\u00a7 1\u00ba. Enquanto n\u00e3o divulgada a TR relativa ao m\u00eas corrente o valor da TRD ser\u00e1 fixado pelo Banco Central do Brasil com base em estimativa daquela taxa.\n\u00a7 2\u00ba. Divulgada a TR, a fixa\u00e7\u00e3o da TRD nos dias \u00fateis restantes do m\u00eas deve ser realizada de forma tal que a TRD acumulada entre o 1\u00ba dia \u00fatil e o 1\u00ba dia do m\u00eas subseq\u00fcente seja \u00e0 TR do m\u00eas corrente.\u201d\nAl\u00e9m de dispor que a TR seria o \u00edndice utilizado para corre\u00e7\u00e3o da poupan\u00e7a, a Lei n\u00ba 8.177/91 tamb\u00e9m disp\u00f4s que tal taxa seria aplicada para fins de corre\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos do FGTS, conforme previsto no seu art. 17:\n\u201cArt. 17. A partir de fevereiro de 1991, os saldos das contas do Fundo de Garantia por Tempo de Servi\u00e7o (FGTS) passam a ser remunerados pela taxa aplic\u00e1vel \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a com data de anivers\u00e1rio no dia 1\u00ba, observada a periodicidade mensal para remunera\u00e7\u00e3o. Par\u00e1grafo \u00fanico. As taxas de juros previstas na legisla\u00e7\u00e3o em vigor do FGTS s\u00e3o mantidas e consideradas como adicionais \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o prevista neste artigo.\u201d\nConforme se depreende da leitura do artigo acima, ficou determinado que os saldos das contas do FGTS passariam a ser corrigidos conforme a Taxa aplic\u00e1vel aos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a, ou seja, a TR, mantidas as taxas de juros previstas na legisla\u00e7\u00e3o pr\u00f3pria do FGTS, qual seja, a taxa de 3% de juros anuais, conforme j\u00e1 supra exposto.\n\n\fN\u00e3o se pode discutir, portanto, que \u00e9 legal a aplica\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o dos saldos do FGTS, porque a lei vigente prev\u00ea tal aplica\u00e7\u00e3o. Entretanto, \u00e9 imprescind\u00edvel a identifica\u00e7\u00e3o da natureza jur\u00eddica do FGTS para se perquirir sobre a legalidade da aplica\u00e7\u00e3o do referido \u00edndice (TR), e, se de fato o mesmo \u00e9 capaz de garantir a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria em face das perdas inflacion\u00e1rias da moeda, conforme o expressamente previsto nos artigos 2\u00ba e 13\u00ba transcritos anteriormente.\nDesde a cria\u00e7\u00e3o do FGTS pela citada Lei 5.107, de 13/09/1966, houve a preocupa\u00e7\u00e3o de assegurar \u00e0s contas vinculadas a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, o que se v\u00ea j\u00e1 no art. 3\u00ba da citada Lei. Isso se deve ao fato de que o FGTS foi criado para ser um FUNDO DE LONGO PRAZO, apesar de facultativo ao empregado, cujos saques eram limitados a poucas hip\u00f3teses, onde os benefici\u00e1rios levavam anos para poder sacar seus recursos e, se n\u00e3o houvesse recomposi\u00e7\u00e3o das perdas inflacion\u00e1rias, os valores depositados poderiam se tornar insignificantes, de tal forma que a recomposi\u00e7\u00e3o das perdas inflacion\u00e1rias tornava-se imperativa.\nCom a CF/88, altera\u00e7\u00f5es substanciais foram feitas no FGTS, onde o art. 7\u00ba em seu inciso III, o definiu como direito independente do trabalhador, e obrigat\u00f3rio, mantendo sua fun\u00e7\u00e3o de pec\u00falio do trabalhador formado por contribui\u00e7\u00f5es do empregador, cujas hip\u00f3teses de levantamento s\u00e3o bastante restritas e, quase sempre vinculadas \u00e0 extin\u00e7\u00e3o do contrato de trabalho ou aquisi\u00e7\u00e3o/financiamento da casa pr\u00f3pria (art. 20 da Lei 8.036/90).\nNa realidade o FGTS tem uma importante distin\u00e7\u00e3o em rela\u00e7\u00e3o a outros pec\u00falios privados e poupan\u00e7as/aplica\u00e7\u00f5es realizadas no mercado financeiro, j\u00e1 que o trabalhador n\u00e3o tem a op\u00e7\u00e3o de escolher em qual institui\u00e7\u00e3o financeira vai fazer a sua aplica\u00e7\u00e3o, de modo que n\u00e3o tem \u201cpoder de barganha\u201d, para buscar uma melhor rentabilidade, ou seja, o FGTS N\u00c3O TEM PORTABILIDADE, ao contr\u00e1rio de outras op\u00e7\u00f5es postas \u00e0 disposi\u00e7\u00e3o de empregados e patr\u00f5es para formar pec\u00falios ou poupan\u00e7as, como os fundos de previd\u00eancia privada ou as aplica\u00e7\u00f5es em caderneta de poupan\u00e7a, fundos de investimento, t\u00edtulos p\u00fablicos ou privados.\nAinda que sua remunera\u00e7\u00e3o seja muito insatisfat\u00f3ria ou que o titular da conta do FGTS discorde das pol\u00edticas de gest\u00e3o do fundo ou que se atemorize quanto a sua solidez, n\u00e3o h\u00e1 o que fazer, o titular do FGTS n\u00e3o pode transferir ou sacar seus recursos e aplic\u00e1-los em outra modalidade dispon\u00edvel de poupan\u00e7a ou previd\u00eancia.\nAs caracter\u00edsticas \u2013 OBRIGATORIEDADE, AUS\u00caNCIA DE PORTABILIDADE e PRAZO INDETERMINADO do FGTS \u2013 direito do trabalhador que visa \u00e0 melhoria de sua condi\u00e7\u00e3o social assegurado pelo artigo 7\u00ba, inciso III da CF/88, justifica a recomposi\u00e7\u00e3o do seu valor frente aos efeitos corrosivos da infla\u00e7\u00e3o sobre a moeda como meio de preserva\u00e7\u00e3o do principio constitucional \u00e0 propriedade \u2013 art. 5\u00ba, XXII da CF \u2013 diferentemente da poupan\u00e7a ou outro pec\u00falio.\n\n\fA Lei, portanto, disp\u00f5e que o fundo dever\u00e1 ser corrigido monetariamente e a corre\u00e7\u00e3o n\u00e3o representa qualquer acr\u00e9scimo, mas simples recomposi\u00e7\u00e3o do valor da moeda corro\u00eddo pelo processo inflacion\u00e1rio (STJ, REsp n\u00ba 1.191.868, 2\u00aa Turma, Rel. Min. Eliana Calmon, j. 15/06/2010 e p. 22/06/2010).\nOcorre, que a Taxa Referencial (TR) foi \u00edndice capaz de refletir a infla\u00e7\u00e3o ocorrida na economia brasileira por significativo per\u00edodo de tempo durante o qual n\u00e3o havia quaisquer raz\u00f5es para se opor a sua aplica\u00e7\u00e3o. N\u00e3o \u00e9, contudo, a realidade desde janeiro de 1999 a partir de quando o \u00edndice deixou de espelhar a desvaloriza\u00e7\u00e3o da moeda, e portanto, deixou de haver a corre\u00e7\u00e3o prevista em lei, com evidentes preju\u00edzos aos trabalhadores.\nAinda que n\u00e3o se fale da natureza jur\u00eddica da TR, partiremos do assentado pela jurisprud\u00eancia, principalmente do STJ, que a TR \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. \u00c9 do Banco Central o dever de regulamentar a metodologia de c\u00e1lculo da TR, bem como a expedi\u00e7\u00e3o das instru\u00e7\u00f5es necess\u00e1rias ao cumprimento do artigo que criou a TBF, como se depreende da leitura dos arts. 1\u00ba da Lei n\u00ba 8.177/91 e 5\u00ba da Lei n\u00ba10.192/01:\nArt. 1\u00ba O Banco Central do Brasil divulgar\u00e1 Taxa Referencial (TR), calculada a partir da remunera\u00e7\u00e3o mensal m\u00e9dia l\u00edquida de impostos, dos dep\u00f3sitos a prazo fixo captados nos bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos m\u00faltiplos com carteira comercial ou de investimentos, caixas econ\u00f4micas, ou dos t\u00edtulos p\u00fablicos federais, estaduais e municipais, de acordo com metodologia a ser aprovada pelo Conselho Monet\u00e1rio Nacional, no prazo de sessenta dias, e enviada ao conhecimento do Senado Federal.. (Lei n\u00ba 8177/91)\nArtigo 5\u00ba Fica institu\u00edda Taxa B\u00e1sica Financeira \u2013 TBF, para ser utilizada exclusivamente como base de remunera\u00e7\u00e3o de opera\u00e7\u00f5es realizadas no mercado financeiro, de prazo de dura\u00e7\u00e3o igual ou superior a sessenta dias.\nPar\u00e1grafo \u00fanico. O Conselho Monet\u00e1rio Nacional expedir\u00e1 as instru\u00e7\u00f5es necess\u00e1rias ao cumprimento do disposto neste artigo, podendo inclusive, ampliar o prazo m\u00ednimo previsto no caput. (Lei n\u00ba 10.192/01)\nNo mister de regulamentar a TR, o Banco Central/CMN vem ao longo dos anos criando e reinventando f\u00f3rmulas para encontr\u00e1-la. Desde a Resolu\u00e7\u00e3o 2.437, de 30 de outubro de 1997, a TR \u00e9 calculada levando em conta a Taxa B\u00e1sica Financeira e um Redutor. A Resolu\u00e7\u00e3o 3.354/06, hoje vigente sobre o assunto, diz o seguinte:\nArt. 1\u00ba Estabelecer que, para fins de c\u00e1lculo da Taxa B\u00e1sica Financeira - TBF e da Taxa Referencial - TR, de que tratam os arts. 1\u00ba da Lei 8.177, de 1\u00ba de mar\u00e7o de 1991, 1\u00ba da Lei 8.660, de 28 de maio de 1993, e 5\u00ba da Lei 10.192, de 14 de fevereiro de 2001, deve ser constitu\u00edda amostra das 30 maiores institui\u00e7\u00f5es financeiras do Pa\u00eds, assim consideradas em fun\u00e7\u00e3o do volume de capta\u00e7\u00e3o efetuado por meio de certificados e recibos de dep\u00f3sito banc\u00e1rio (CDB/RDB), com prazo de 30 a 35 dias corridos, inclusive, e remunerados a taxas prefixadas, entre bancos m\u00faltiplos, bancos comerciais, bancos de investimento e caixas econ\u00f4micas.\nArt. 2\u00ba A TBF e a TR s\u00e3o calculadas a partir da remunera\u00e7\u00e3o mensal m\u00e9dia dos CDB/RDB emitidos a taxas de mercado prefixadas, com prazo de 30 a 35 dias corridos, inclusive, com base em informa\u00e7\u00f5es prestadas pelas institui\u00e7\u00f5es integrantes da amostra de que trata o art. 1\u00ba, na forma a ser determinada pelo Banco Central do Brasil.\nArt. 4\u00ba Para cada dia do m\u00eas - dia de refer\u00eancia -, o Banco Central do Brasil deve calcular a TBF, para o per\u00edodo de um m\u00eas, com in\u00edcio no pr\u00f3prio dia de refer\u00eancia e t\u00e9rmino no dia correspondente ao dia de refer\u00eancia no m\u00eas seguinte, considerada a hip\u00f3tese prevista no \u00a7 2\u00ba, inciso IV. (...)\n\n\fArt. 5\u00ba Para cada TBF obtida, segundo a metodologia descrita no art. 4\u00ba, deve ser calculada a correspondente TR, pela aplica\u00e7\u00e3o de um redutor R, de acordo com a seguinte f\u00f3rmula contida na lei:\nTR = max {0,100 {[ (1 + TBF/100) / R ] - 1}} (em %).\n\u00a7 1\u00ba O valor do redutor 'R' deve ser calculado para todos os dias, inclusive n\u00e3o-\u00fateis, de acordo com a seguinte f\u00f3rmula:\nR = (a + b. TBF/100), onde:Resolu\u00e7\u00e3o n\u00ba 3354, de 31 de mar\u00e7o de 2006.\nTBF = TBF relativa ao dia de refer\u00eancia;\na = 1,005;\nb = valor determinado de acordo com a tabela abaixo, em fun\u00e7\u00e3o da TBF obtida, segundo a metodologia descrita no art. 4\u00ba, em termos percentuais ao ano:\nTBF (% a. A.) b\nTBF maior que 16 0,48\nTBF menor ou igual a 16 e maior que 15 0,44\nTBF menor ou igual a 15 e maior que 14 0,40\nTBF menor ou igual a 14 e maior que 13 0,36\nTBF menor ou igual a 13 e maior ou igual a 11 0,32\nReda\u00e7\u00e3o dada pela Resolu\u00e7\u00e3o 3.446, de 05/03/2007.\n\u00a7 2\u00ba Fica o Banco Central do Brasil autorizado a determinar o valor do par\u00e2metro b no caso de a TBF obtida ser inferior a 11% a. A.\nO peculiar nesta determina\u00e7\u00e3o do Banco Central/CMN, que de resto se repete desde 1997, \u00e9 que a TBF e TR s\u00e3o exatamente iguais em sua g\u00eanese at\u00e9 o momento em que se determina que se aplique um redutor \u00e0 TBF para se chegar \u00e0 TR.\nN\u00e3o h\u00e1 na Lei da TR previs\u00e3o de aplica\u00e7\u00e3o de redutor, assim como n\u00e3o h\u00e1 na Lei que criou a TBF. Todavia, causa estranheza que diante de um comando aberto como o do art. 5\u00ba da MP n\u00ba 1.503/95 (Lei n\u00ba 10.192/01), o Banco Central/CMN, com amplos poderes para regulamentar o assunto, n\u00e3o tenha institu\u00eddo um redutor, mas o tenha feito ao regulamentar o artigo 1\u00ba da Lei n\u00ba 8.177/91, que n\u00e3o era t\u00e3o flex\u00edvel. C\u00e9sar Roberto Buzin, economista renomado, explica o qu\u00ea o Banco Central/CMN est\u00e1 fazendo com a TR:\n\u201cObjeto de discuss\u00e3o \u00e9 a utiliza\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, que apesar de n\u00e3o ter sido criada como um \u00edndice de indexa\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, vem sendo utilizada para tal finalidade na corre\u00e7\u00e3o dos valores aplicados \u00e0 caderneta de poupan\u00e7a e outras aplica\u00e7\u00f5es como os dep\u00f3sitos do FGTS, dinheiro pertencente aos trabalhadores, por\u00e9m, com gest\u00e3o de terceiros.\nA posi\u00e7\u00e3o adotada pelo Superior Tribunal de Justi\u00e7a, em agosto de 2010, a respeito da utiliza\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria foi sacramentada por meio da cria\u00e7\u00e3o da S\u00famula 454, com a seguinte reda\u00e7\u00e3o: \u201cPactuada a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria nos contratos do SFH pelo mesmo \u00edndice aplic\u00e1vel \u00e0 caderneta de poupan\u00e7a, incide a Taxa Referencial (TR) a partir da vig\u00eancia da Lei 8.177/91\u201d.\nA TR \u00e9 calculada a partir da Taxa B\u00e1sica Financeira (TBF), uma m\u00e9dia de taxas de juros pagas nas aplica\u00e7\u00f5es em certificados de dep\u00f3sitos banc\u00e1rios (CDB) emitidas pelas 30 maiores institui\u00e7\u00f5es financeiras.\nPara calcular o valor da TR, \u00e9 preciso aplicar um redutor sobre a TBF, que depende de dois par\u00e2metros, chamados de a e b. O par\u00e2metro a \u00e9 o fator de 1,005, equivalente \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o da caderneta antiga, ou seja, 0,5% ao m\u00eas, ou 6,17% ao ano de juros remunerat\u00f3rio. Enquanto que o b \u00e9 um decimal menor do que 1, arbitrado pelo BACEN e que varia de acordo com o n\u00edvel de taxa de juros b\u00e1sica da economia, divulgada ap\u00f3s as reuni\u00f5es do Comit\u00ea de Pol\u00edtica Monet\u00e1ria do BC (Copom).\n\n\fPara calcular o redutor (R) o par\u00e2metro b \u00e9 multiplicado pelo valor da TBF e somado ao par\u00e2metro a, ou seja, R= a + b x TBF TR= 1+TBF \u2013 1 A f\u00f3rmula significa que os novos dep\u00f3sitos realizados nas contas de dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a tenham como remunera\u00e7\u00e3o adicional (TR): (i) 0,5% a. M. Enquanto a meta da taxa SELC, taxa b\u00e1sica de juros, definida pelo BACEN, estiver acima de 8,5% a. A e (ii) 70% da meta da taxa SELIC, mensalizada, vigente na data do in\u00edcio do per\u00edodo de rendimento. No n\u00edvel atual de taxa de juros decrescente de uma economia estabilizada e num cen\u00e1rio para os pr\u00f3ximos anos, de juros baixos, a TR permanecer\u00e1 por um longo per\u00edodo indeterminado como zero.\u201d\nNa esteira do que foi deduzido no Parecer retro, atrav\u00e9s do quadro comparativo a seguir entre os percentuais da TR, INPC e IPCA, fica comprovado que os dep\u00f3sitos nas contas vinculadas do FGTS dos trabalhadores, notadamente a partir de 1999, vem perdendo poder de compra decorrente da inefic\u00e1cia da TR.\nFonte da tabela: http://gustavoborceda.jusbrasil.com.br/artigos/112171446/parte-iianova-a\u00e7\u00e3o-revisional-do-fgts-par...\nInquestion\u00e1vel a desigualdade/despropor\u00e7\u00e3o entre a TR e o IPCA-E e INPC, passa-se a analisar a real fun\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria em cotejo com o princ\u00edpio constitucional \u00e0 propriedade (Art. 5\u00ba, XXII da Carta Magna) \u2013 a bem se concluir que o \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o (TR) inicialmente legal tornou-se progressivamente inconstitucional.\nA vida social regulada pelo Direito imp\u00f5e, em certos casos, a necessidade de verificar a exist\u00eancia ou n\u00e3o de validade e legitimidade atuais de normas que, na sua origem eram perfeitamente v\u00e1lidas e leg\u00edtimas. Isso porque situa\u00e7\u00f5es concretas da vida social e normatiza\u00e7\u00f5es paralelas que incidem sobre os mesmos fatos originalmente tratados pela norma primitiva podem fazer com que seus objetivos se desvirtuem, seus fins,\n\n\finicialmente v\u00e1lidos e leg\u00edtimos, passem a se opor \u00e0 Constitui\u00e7\u00e3o e seus princ\u00edpios.\nO E. STF em alguns julgados (v. G. HC 70.514/SP, RE 147.776, RE 135.328/SP), j\u00e1 sufragou a chamada \u201cinconstitucionalidade progressiva\u201d ou progressivo processo de inconstitucionaliza\u00e7\u00e3o de normas jur\u00eddicas originariamente v\u00e1lidas.\nExcel\u00eancia, hoje, o trabalhador que tem seu dinheiro aplicado no FGTS, e de l\u00e1 n\u00e3o pode retir\u00e1-lo para outro investimento, est\u00e1 sendo remunerado com 0,247% de juros ao m\u00eas e mais nada. N\u00e3o h\u00e1 nem corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria nem Taxa Referencial (independentemente da sua natureza jur\u00eddica), em flagrante ofensa ao artigo 2\u00ba da Lei n\u00ba 8.036/90, que imp\u00f5e a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos valores depositados pelo empregador.\nAinda que se argumente que a aplica\u00e7\u00e3o do Redutor pelo Banco Central/CMN seja legal, sua redu\u00e7\u00e3o a zero em um cen\u00e1rio de infla\u00e7\u00e3o superior a 6% ao ano, configura flagrante afronta ao artigo 2\u00ba da Lei n\u00ba 8.036/90, que determina a atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, bem como ao artigo 233 do C\u00f3digo Civil, quando sonega os acess\u00f3rios da obriga\u00e7\u00e3o de dar.\nMas \u00e9 necess\u00e1rio ir mais al\u00e9m e revisitar o entendimento jurisprudencial sobre a TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, m\u00e1xime a partir da institui\u00e7\u00e3o de um redutor que tem por efeito zerar o \u00edndice da TR em um ambiente de infla\u00e7\u00e3o.\nA atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u00e9 o componente mais importante do mercado financeiro, posto que sem a medi\u00e7\u00e3o exata da perda do poder aquisitivo da moeda com o passar do tempo, ocorre uma enorme destrui\u00e7\u00e3o de valor. O patrim\u00f4nio \u00e9 justamente protegido pelo \u00edndice de atualiza\u00e7\u00e3o de ativos que melhor amorte\u00e7a os efeitos da infla\u00e7\u00e3o, de modo que, podemos afirmar com veem\u00eancia que a TR n\u00e3o rep\u00f5e mais as perdas inflacion\u00e1rias, o que afeta consideravelmente os poupadores, bem como os trabalhadores que possuem o FGTS.\nCom base nas normas Resolu\u00e7\u00e3o CMN n\u00ba 2.437, de 30.10.98, Resolu\u00e7\u00e3o CMN n\u00ba 2.604, de 23.04.99. Resolu\u00e7\u00e3o CMN n\u00ba 2.809, de 21.12.00, Resolu\u00e7\u00e3o CMN n\u00ba 3.354 de 31.03.2006, Resolu\u00e7\u00e3o CMN n\u00ba 3.446 de 05.03.2007 e Circular n\u00ba 3.356 de 11.07.2007, que estabeleceram no decorrer dos anos a forma de c\u00e1lculo da TR, bem como nas informa\u00e7\u00f5es disponibilizadas pelo BACEN, foi constru\u00edda planilha demonstrando a evolu\u00e7\u00e3o do fator de pondera\u00e7\u00e3o \u201cb\u201d, elemento essencial para o c\u00e1lculo do redutor da TR.\nAs primeiras mudan\u00e7as significativas da TR ocorreram atrav\u00e9s das Resolu\u00e7\u00f5es CMN n\u00ba 2.387/97 e n\u00ba 2.437/97 que estabeleceram a f\u00f3rmula de c\u00e1lculo do redutor da TR com duas novas vari\u00e1veis, ambas definidas pelo BACEN, quais sejam: a constante \u201ca\u201d e o fator de pondera\u00e7\u00e3o \u201cb\u201d.\n\n\fA partir da Resolu\u00e7\u00e3o CMN n\u00ba 2.809/2000, o BACEN passou a determinar o fator \u201cb\u201d, sem crit\u00e9rio t\u00e9cnico conhecido, a partir de certo patamar, conforme visualizado na tabela abaixo:\nMS \u2013 \u00e9 a meta para a taxa SELIC em (% a. A)\nMS b\nMS > 16 0,48\n16 >= MS >15 0,44\n15 >= MS >14 0,40\n14 >= MS >13 0,36\n13 >= MS >12 0,32\n12 >= MS >11 0,28\nPosteriormente \u00e0 mencionada Resolu\u00e7\u00e3o, no entanto, essa conclus\u00e3o j\u00e1 n\u00e3o \u00e9 v\u00e1lida, pois o redutor \u00e9 calculado por uma f\u00f3rmula espec\u00edfica e n\u00e3o h\u00e1 mais men\u00e7\u00e3o ao expurgo da taxa real de juros da economia. Entretanto, \u00e9 inelut\u00e1vel concluir que o redutor aplicado na forma de c\u00e1lculo da TR n\u00e3o cumpre o papel legalmente a ele destinado, que seria o de expurgar da m\u00e9dia das taxas de juros do mercado os efeitos da tributa\u00e7\u00e3o(art. 1\u00ba da Lei 8.177/1991).\nAnalisando as s\u00e9ries hist\u00f3ricas da TR e da TBF, desde julho de 1997, extra\u00eddas do s\u00edtio do Bacen na internet), v\u00ea-se que, a partir do ano de 1999, o redutor sempre representou mais de 75% da TBF, chegando ao patamar de 100% na maioria dos dias desde julho de 2012 (a TBF e a TR s\u00e3o calculadas diariamente, embora os ve\u00edculos de comunica\u00e7\u00e3o costumem divulgar apenas seus valores mensais).\nOra, n\u00e3o \u00e9 cr\u00edvel que os tributos incidentes nas opera\u00e7\u00f5es financeiras de capta\u00e7\u00e3o de CDB e RDB representem patamares t\u00e3o altos. Ali\u00e1s, quando o redutor \u00e9 de 100%, deveria se concluir que os tributos abrangeram a totalidade do rendimento, o que n\u00e3o \u00e9 razo\u00e1vel.\nOra, se a TR, embora tenha seus par\u00e2metros legalmente previstos de forma razo\u00e1vel, est\u00e1, por hip\u00f3tese, sendo calculada de forma equivocada devendo haver determina\u00e7\u00e3o para retifica\u00e7\u00e3o deste c\u00e1lculo.\nImporta aten\u00e7\u00e3o tamb\u00e9m o art. 13 da Lei 8.036/90, que estabelece que \u201cOs dep\u00f3sitos efetuados nas contas vinculadas ser\u00e3o corrigidos monetariamente com base nos par\u00e2metros fixados para atualiza\u00e7\u00e3o dos saldos dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a e capitaliza\u00e7\u00e3o juros de (tr\u00eas) por cento ao ano\u201d, claramente objetivava dar continuidade ao princ\u00edpio estabelecido desde a Lei 5.107/66, de que o pec\u00falio representado pelo FGTS \u00e9 uma obriga\u00e7\u00e3o de valor, imune aos efeitos corrosivos da infla\u00e7\u00e3o, sujeito a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria de seus dep\u00f3sitos e ainda vencendo juros remunerat\u00f3rios \u201creais\u201d (acima da infla\u00e7\u00e3o) de 3% ao ano.\n\n\fPor se tratar de pec\u00falio obrigat\u00f3rio, n\u00e3o port\u00e1vel, a ser usufru\u00eddo ap\u00f3s longo prazo de sua forma\u00e7\u00e3o, \u00e9 \u00f3bvia a interpreta\u00e7\u00e3o de que a norma constitucional cont\u00e9m implicitamente a obrigatoriedade de que o valor desse fundo seja protegido da corros\u00e3o inflacion\u00e1ria.\nPor ocasi\u00e3o da publica\u00e7\u00e3o da Lei n\u00ba 8.036/90, a \u201catualiza\u00e7\u00e3o dos saldos dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a\u201d tamb\u00e9m era feita por \u00edndices de infla\u00e7\u00e3o. Fica claro que o art. 13\u00ba da citada lei, ao vincular a corre\u00e7\u00e3o do FGTS \u00e0 da poupan\u00e7a, visava a plena prote\u00e7\u00e3o do FGTS quanto aos efeitos negativos da infla\u00e7\u00e3o.\nAs coisas come\u00e7aram a tomar forma distinta quando da edi\u00e7\u00e3o da Lei n\u00ba 8.177/91, que criou a TR, onde em seu art. 1\u00ba e no seu art. 17, estabeleceu que para fins do art. 13 da Lei n\u00ba 8.036/90 a TR aplic\u00e1vel ao FGTS seria aquela calculada no dia primeiro de cada m\u00eas.\nProgressivamente, o art. 13 da Lei n\u00ba. 8.036/90 c/c art. 1\u00ba e 17 da Lei n\u00ba 8.177/91, deixou de garantir ao FGTS a recomposi\u00e7\u00e3o das perdas inflacion\u00e1rias, sujeitando o FGTS a perdas consider\u00e1veis em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 infla\u00e7\u00e3o (conforme gr\u00e1fico acima).\nN\u00e3o resta a menor d\u00favida que fatores alheios ao legislador da Lei n\u00ba 8.036/90 fizeram com que o art. 13 progressivamente se tornasse inconstitucional, na parte que vincula a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria das contas do FGTS aos \u00edndices de atualiza\u00e7\u00e3o da poupan\u00e7a e estes, por sua vez, passam a ser calculados por metodologia prevista nos art. 1\u00ba e 17, da Lei n\u00ba 8.177/91, que n\u00e3o mais garante a recomposi\u00e7\u00e3o das perdas inflacion\u00e1rias.\nO Poder Judici\u00e1rio n\u00e3o pode ficar inerte ao esbulho praticado pelo Governo Federal, atrav\u00e9s da Caixa Econ\u00f4mica Federal, uma vez que instado a se pronunciar nesta causa. Desde janeiro de 1999 as constantes redu\u00e7\u00f5es da TR em rela\u00e7\u00e3o aos \u00edndices de infla\u00e7\u00e3o fizeram por nulific\u00e1-lo, sobretudo desde setembro de 2012.\nNo julgamento ADI n\u00ba 493-0, o Pret\u00f3rio Excelso do i. Relator Moreira Alves em raz\u00e3o da causa petendi, foi determinado que haveria impossibilidade de aplica\u00e7\u00e3o aos contratos do Sistema Financeiro de Habita\u00e7\u00e3o somente para o per\u00edodo anterior \u00e0 vig\u00eancia da Lei 8.177/91. Embora em tal julgado o STF n\u00e3o declarado que haveria impossibilidade de utiliza\u00e7\u00e3o de tal \u00edndice aos contratos firmados ap\u00f3s essa data, nele ficou reconhecido, de maneira cristalina que aquele Tribunal n\u00e3o reconhecia a TR como \u00edndice a promover a atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria.\nEis a ementa de tal julgado:\n\u201cA\u00e7\u00e3o direta de inconstitucionalidade. \u2013 Se a lei alcan\u00e7ar os efeitos futuros de contratos celebrados anteriormente a ela, ser\u00e1 essa lei retroativa (retroatividade m\u00ednima) porque vai interferir na causa, que \u00e9 um ato ou fato ocorrido no passado. \u2013 O disposto no artigo 5\u00ba, XXXVI, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal se aplica a toda e qualquer lei infraconstitucional sem qualquer distin\u00e7\u00e3o entre lei de direito p\u00fablico e lei de direito privado ou entre lei de ordem p\u00fablica e lei dispositiva. Precedente do STF.\n\n\fOcorr\u00eancia no caso de viola\u00e7\u00e3o de direito adquirido. A taxa referencial (TR) n\u00e3o \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, pois, refletindo as varia\u00e7\u00f5es do custo prim\u00e1rio da capta\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos a prazo fixo, n\u00e3o constitui \u00edndice que reflita a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda. Por isso, n\u00e3o h\u00e1 necessidade de se examinar de saber se as normas que alteram \u00edndice de corre\u00e7\u00e3omonet\u00e1ria se aplicam imediatamente, alcan\u00e7ando, pois, as presta\u00e7\u00f5es futuras de contratos celebrados no passado, sem violarem o disposto no art. 5\u00ba, inciso XXXVI, daCarta Magna \u2013 Tamb\u00e9m ofendem o ato jur\u00eddico perfeito os dispositivos impugnados que alteram o crit\u00e9rio de reajuste das presta\u00e7\u00f5es nos contratos j\u00e1 celebrados pelo Sistema do Plano de Equival\u00eancia Salarial Profissional (PES/CP). A\u00e7\u00e3o direta de inconstitucionalidade julgada procedente, para declarar a inconstitucionalidade dos arts. 18, \u2018caput\u2019 e par\u00e1grafos 1 e 4; 20; 21 e par\u00e1grafo \u00fanico; 23 e par\u00e1grafos; e 24 e par\u00e1grafos, todos da Lei n\u00ba 8.177 de maio de 1991. (ADI 493, Relator (a): Min. MOREIRA ALVES, Tribunal Pleno, julgado em 25/06//1992, DJ 04-091992, PP \u2013 14089 EMENT VOL \u2013 01674-02 PP \u2013 00260 RTJ VOL \u2013 00143 \u2013 03 PP \u2013 00724).\u201d\nNo entanto, foi o julgamento das ADI 4425 e 4357, onde o Supremo Tribunal Federal analisou a inconstitucionalidade da Emenda Constitucional n\u00ba 62/09, que ficou inconteste o entendimento daquela Corte no sentido de que a TR n\u00e3o pode ser utilizada como \u00edndice de atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, eis que n\u00e3o \u00e9 capaz de espelhar o processo inflacion\u00e1rio brasileiro.\nSeguem trechos do Voto do Min. Luiz Fux:\n\u201c(...) Quanto \u00e0 disciplina da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos cr\u00e9ditos inscritos em precat\u00f3rios, a EC n\u00ba 62/09 fixou como crit\u00e9rio o \u201c\u00edndice oficial de remunera\u00e7\u00e3o da caderneta de poupan\u00e7a\u201d. Ocorre que o referencial adotado n\u00e3o \u00e9 id\u00f4neo a mensurar a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda. Isso porque a remunera\u00e7\u00e3o da caderneta de poupan\u00e7a, regida pelo art. 12 da Lei n\u00ba 8.177/91, com atual reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n\u00ba 12.703/2012, \u00e9 fixada ex ante, a partir de crit\u00e9rios t\u00e9cnicos em nada relacionados com a infla\u00e7\u00e3o empiricamente considerada. J\u00e1 se sabe, na data de hoje, quanto ir\u00e1 render a caderneta de poupan\u00e7a. E \u00e9 natural que seja assim, afinal a poupan\u00e7a \u00e9 uma alternativa de investimento de baixo risco, no qual o investidor consegue prever com seguran\u00e7a a margem de retorno do seu capital.\nA infla\u00e7\u00e3o, por outro lado, \u00e9 fen\u00f4meno econ\u00f4mico insuscet\u00edvel de capta\u00e7\u00e3o aprior\u00edstica. O m\u00e1ximo que se consegue \u00e9 estim\u00e1-la para certo per\u00edodo, mas jamais fix\u00e1-la de antem\u00e3o. Da\u00ed por que os \u00edndices criados especialmente para captar o fen\u00f4meno inflacion\u00e1rio s\u00e3o sempre definidos em momentos posteriores ao per\u00edodo analisado, como ocorre com o \u00cdndice de Pre\u00e7os ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estat\u00edstica (IBGE), e o \u00cdndice de Pre\u00e7os ao Consumidor (IPC), divulgado pela Funda\u00e7\u00e3o Get\u00falio Vargas (FGV). A raz\u00e3o disso \u00e9 clara: a infla\u00e7\u00e3o \u00e9 sempre constatada em apura\u00e7\u00e3o ex post, de sorte que todo \u00edndice definido ex ante \u00e9 incapaz de refletir a efetiva varia\u00e7\u00e3o de pre\u00e7os que caracteriza a infla\u00e7\u00e3o. \u00c9 o que ocorre na hip\u00f3tese dos autos. A prevalecer o crit\u00e9rio adotado pela EC n\u00ba 62/09, os cr\u00e9ditos inscritos em precat\u00f3rios seriam atualizados por \u00edndices pr\u00e9-fixados e independentes da real flutua\u00e7\u00e3o de pre\u00e7os apurada no per\u00edodo de refer\u00eancia. Assim, o \u00edndice oficial de remunera\u00e7\u00e3o da caderneta de poupan\u00e7a n\u00e3o \u00e9 crit\u00e9rio adequado para refletir o fen\u00f4meno inflacion\u00e1rio.\nDestaco que nesse ju\u00edzo n\u00e3o levo em conta qualquer considera\u00e7\u00e3o t\u00e9cnico-econ\u00f4mica que implique usurpa\u00e7\u00e3o pelo Supremo Tribunal Federal de compet\u00eancia pr\u00f3pria de \u00f3rg\u00e3os especializados. N\u00e3o se trata de defini\u00e7\u00e3o judicial de \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o. Essa circunst\u00e2ncia, j\u00e1 recha\u00e7ada pela jurisprud\u00eancia da Casa, evidentemente transcenderia as capacidades institucionais do Poder Judici\u00e1rio. N\u00e3o obstante, a hip\u00f3tese aqui \u00e9 outra.\nDiz respeito \u00e0 idoneidade l\u00f3gica do \u00edndice fixado pelo constituinte reformador para capturar a infla\u00e7\u00e3o, e n\u00e3o do valor espec\u00edfico que deve assumir o \u00edndice para determinado per\u00edodo. Reitero: n\u00e3o se pode quantificar, em definitivo, um fen\u00f4meno essencialmente emp\u00edrico antes mesmo da sua ocorr\u00eancia. A inadequa\u00e7\u00e3o do \u00edndice aqui \u00e9 autoevidente.\nCorrobora essa conclus\u00e3o reportagem esclarecedora veiculada em 21 de janeiro de 2013 pelo jornal especializado Valor Econ\u00f4mico. Na mat\u00e9ria intitulada \u201cCuidado com a infla\u00e7\u00e3o\u201d, o peri\u00f3dico aponta que \u201co rendimento da poupan\u00e7a perdeu para a infla\u00e7\u00e3o oficial, medida pelo IPCA, m\u00eas a m\u00eas desde setembro\u201d de 2012. E ilustra: \u201cQuem investiu R$1mil na caderneta em 31 de junho de 2012, fechou o ano com poder de compra equivalente a R$996,40. Ganham da infla\u00e7\u00e3o apenas os dep\u00f3sitos feitos na caderneta antes de 4 de maio, com retorno de 6%. Para os outros, vale a nova regra, definida no ano passado, de rendimento equivalente a 70% da meta para a Selic, ou seja, de 5,075%\u201d. Em suma: h\u00e1 manifesta discrep\u00e2ncia entre o \u00edndice oficial de remunera\u00e7\u00e3o da caderneta de poupan\u00e7a e o fen\u00f4meno inflacion\u00e1rio, de modo que o primeiro n\u00e3o se presta a\n\n\fcapturar o segundo. O meio escolhido pelo legislador constituinte (remunera\u00e7\u00e3o da caderneta de poupan\u00e7a) \u00e9, portanto, inid\u00f4neo a promover o fim a que se destina (traduzir a infla\u00e7\u00e3o do per\u00edodo).\n(...)\u201d\n\u201c(...)\nAssentada a premissa quanto \u00e0 inadequa\u00e7\u00e3o do aludido \u00edndice, mister enfrentar a natureza do direito \u00e0 corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. Na linha j\u00e1 exposta pelo i. Min. Relator, \u201ca finalidade da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, enquanto instituto de Direito Constitucional, n\u00e3o \u00e9 deixar mais rico o benefici\u00e1rio, nem mais pobre o sujeito passivo de uma dada obriga\u00e7\u00e3o de pagamento. \u00c9 deix\u00e1-los tal como qualitativamente se encontravam, no momento em que se formou a rela\u00e7\u00e3o obrigacional\u201d. Da\u00ed que a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria de valores no tempo \u00e9 circunst\u00e2ncia que decorre diretamente do n\u00facleo essencial do direito de propriedade (CF, art. 5\u00ba, XXII). Corrigem-se valores nominais para que permane\u00e7am com o mesmo valor econ\u00f4mico ao longo do tempo, diante da infla\u00e7\u00e3o. A ideia \u00e9 simplesmente preservar o direito original em sua genu\u00edna extens\u00e3o. Nesse sentido, o direito \u00e0 corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u00e9 reflexo imediato da prote\u00e7\u00e3o da propriedade. Deixar de atualizar valores pecuni\u00e1rios ou atualiz\u00e1-los segundo crit\u00e9rios evidentemente incapazes de capturar o fen\u00f4meno inflacion\u00e1rio representa aniquilar o direito propriedade em seu n\u00facleo essencial.\nTal constata\u00e7\u00e3o implica a pron\u00fancia de inconstitucionalidade parcial da EC n\u00ba62/09 de modo a afastar a express\u00e3o \u201c\u00edndice oficial de remunera\u00e7\u00e3o da caderneta de poupan\u00e7a\u201d introduzida no \u00a7 12 do art. 100 da Lei Maior como crit\u00e9rio de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos cr\u00e9ditos inscritos em precat\u00f3rio, por viola\u00e7\u00e3o ao direito fundamental de propriedade (art. 5\u00ba, XII, CF/88), ineg\u00e1vel limite material ao poder de reforma da Constitui\u00e7\u00e3o (art. 60, \u00a7 4\u00ba, IV, CF/88).\n(...)\u201d\nPelos julgamentos das ADIs supra citados, tornou-se pac\u00edfico que a TR n\u00e3o constitui \u00edndice que reflita a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda. Esta caracter\u00edstica da TR tem se confirmado ao longo dos anos. A sua aplica\u00e7\u00e3o aos saldos dos dep\u00f3sitos do FGTS tem gerado \u201cgigantesca destrui\u00e7\u00e3o de valor\u201d do patrim\u00f4nio do trabalhador. H\u00e1 anos, os trabalhadores que tem dep\u00f3sitos no FGTS n\u00e3o experimentam ganhos reais em sua aplica\u00e7\u00e3o, mesmo levando em conta a remunera\u00e7\u00e3o dos juros de 3% ao ano.\nVeja-se: com a TR ostentando \u00edndice zero desde o ano de 2009, por consequ\u00eancia sobre o saldo das contas do FGTS tem incidido t\u00e3o somente os juros anuais de 3% previstos na Lei 8.036/90, para ser utilizado como pagamento de parte das presta\u00e7\u00f5es decorrentes de financiamento habitacional concedido no \u00e2mbito do Sistema Financeiro de Habita\u00e7\u00e3o. Vemos, portanto, a hip\u00f3tese absurda de que o trabalhador tendo o saldo de sua conta de FGTS corro\u00eddo pela infla\u00e7\u00e3o, n\u00e3o dispor do suficiente para adquirir a casa pr\u00f3pria, de forma a necessitar firmar contrato pelo SFH (o qual foi financiado \u00e0s suas expensas), para pagar juros muito superiores \u00e0queles com os quais foi remunerado. O dinheiro que lhe foi subtra\u00eddo pela m\u00e1 remunera\u00e7\u00e3o de sua conta, ent\u00e3o, dever\u00e1 ser tomado emprestado daquele que o subtraiu mediante pagamento de juros.\nTem-se, em resumo, que a Lei 8.036/90, lei espec\u00edfica do FGTS, determina que ao saldo de suas contas deve ser obrigatoriamente aplicado \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. N\u00e3o sendo a Taxa Referencial (TR), \u00edndice disposto pela Lei 8.177/91, h\u00e1bil a atualizar monetariamente tais saldos, e estando tal \u00edndice em lei n\u00e3o espec\u00edfica do FGTS, entende-se como inconstitucional a utiliza\u00e7\u00e3o da TR para tal fim a contar de janeiro/1999, subsistindo a necessidade de aplicar-se \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria que reflita a infla\u00e7\u00e3o do per\u00edodo, tal como prev\u00ea a Lei 8.036/90.\n\n\fTendo em vista o que j\u00e1 decidido pelo E. STF no caso da Lei 11.960/09 e o fato de o FGTS ser um pec\u00falio constitucional obrigat\u00f3rio, n\u00e3o port\u00e1vel e de longo prazo, cuja garantia de recomposi\u00e7\u00e3o das perdas inflacion\u00e1rias est\u00e1 impl\u00edcita na disposi\u00e7\u00e3o do art. 7\u00ba, III, da CF/88, que assegura direito trabalhista fundamental a todos os trabalhadores, imp\u00f5e-se que seja DECLARADO INCONSTITUCIONAL, a partir de janeiro de 1999 os seguintes dispositivos legais: Art. 13 da Lei 8.036/90 c/c art. 1\u00ba e 17 da Lei 8.177/91.\nPor conseguinte, os \u00edndices que atualmente tem refletido a varia\u00e7\u00e3o inflacion\u00e1ria brasileira s\u00e3o o INPC e o IPCA-E. Por determina\u00e7\u00e3o legal (Medida Provis\u00f3ria n\u00ba 812, de 30 de dezembro de 1994), o IPCA \u2013 S\u00e9rie Especial est\u00e1 sendo divulgado trimestralmente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estat\u00edstica baseado nos \u00edndices do IPCA-15. O Portal Brasil apresenta na Tabela tamb\u00e9m a varia\u00e7\u00e3o mensal \u2013 apenas para efeito de estat\u00edstica e estimativa futura do \u00edndice. A sua validade e aplicabilidade, entretanto, \u00e9 trimestral. Este \u00edndice \u00e9 aqui informado apenas para subsidiar expectativas de ac\u00famulos de trimestrais ou entre per\u00edodos.\nO IPCA/IBGE verifica as varia\u00e7\u00f5es dos custos com os gastos das pessoas que ganham de um a quarenta sal\u00e1rios m\u00ednimos nas regi\u00f5es metropolitanas de Bel\u00e9m, Belo Horizonte, Bras\u00edlia, Curitiba, Fortaleza, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, /Salvador, S\u00e3o Paulo e Munic\u00edpio de Goi\u00e2nia. O Sistema Nacional de Pre\u00e7os ao Consumidor \u2013 SNIPC efetua a produ\u00e7\u00e3o cont\u00ednua e sistem\u00e1tica de \u00edndices de pre\u00e7os ao consumidor, tendo como unidade de coleta estabelecimentos comerciais e de presta\u00e7\u00e3o de servi\u00e7os, concession\u00e1ria de servi\u00e7os p\u00fablicos e domic\u00edlios (para levantamento de aluguel e condom\u00ednio).\nO IPCA-E utiliza, para sua composi\u00e7\u00e3o e c\u00e1lculo os seguintes setores: alimenta\u00e7\u00e3o e bebidas, habita\u00e7\u00e3o, artigos de resid\u00eancia, vestu\u00e1rio, transportes, sa\u00fade e cuidados pessoais, despesas pessoais, educa\u00e7\u00e3o e comunica\u00e7\u00e3o.\nO que comp\u00f5e o INPC/IBGE:\nO INPC/IBGE foi criado inicialmente com objetivo de orientar os reajustes de sal\u00e1rios dos trabalhadores. O Sistema Nacional de Pre\u00e7os ao Consumidor \u2013 SNIPC efetua a produ\u00e7\u00e3o cont\u00ednua e sistem\u00e1tica de \u00edndices de pre\u00e7os ao consumidor tendo como unidade de coleta estabelecimentos comerciais e de presta\u00e7\u00e3o de servi\u00e7os, concession\u00e1ria de servi\u00e7os p\u00fablicos e domic\u00edlios (para levantamento de aluguel e condom\u00ednio). A popula\u00e7\u00e3o \u2013 objetivo do INPC abrange as fam\u00edlias com rendimentos mensais compreendidos entre 1 (hum) e 5 (cinco) sal\u00e1rios m\u00ednimos (aproximadamente 50% das fam\u00edlias brasileiras), cujo chefe \u00e9 assalariado em sua ocupa\u00e7\u00e3o principal e residente nas \u00e1reas urbanas das regi\u00f5es, qualquer que seja a fonte de rendimentos e demais residentes nas \u00e1reas urbanas das regi\u00f5es metropolitanas abrangidas.\n\n\fAbrang\u00eancia geogr\u00e1fica: Regi\u00f5es metropolitanas de Bel\u00e9m, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, S\u00e3o Paulo, Curitiba e Porto Alegre, Bras\u00edlia e Munic\u00edpio de Goi\u00e2nia.\nCalculado pelo IBGE entre os dias 1\u00ba e 30 de cada m\u00eas, comp\u00f5e-se do cruzamento de dois par\u00e2metros: a pesquisa de pre\u00e7os nas onze regi\u00f5es de produ\u00e7\u00e3o econ\u00f4mica cruzada com a Pesquisa de Or\u00e7amento Familiar (POF).\nJaneiro/2012 \u2013 Altera\u00e7\u00f5es significativas: A partir de janeiro/2012 o INPC passou a ser calculado com base nos valores de despesas obtidos na pesquisa de or\u00e7amento familiar \u2013 POF 2008/2009\nA POF \u00e9 realizada a cada cinco anos pelo IBGE em todo o territ\u00f3rio brasileiro o que permite atualizar os pesos (participa\u00e7\u00e3o relativa do valor da despesa de um item consumido em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 despesa total) dos produtos e servi\u00e7os nos or\u00e7amentos das fam\u00edlias. De julho de 2006 \u00e0 Dezembro de 2011 \u00e0 base dos \u00edndices de pre\u00e7o ao consumidor era a POF de 2002-2003.\nOutra mudan\u00e7a importante: At\u00e9 31/12/2011 era consideradas no c\u00e1lculo as fam\u00edlias com rendimento de 1 a 6 sal\u00e1rios m\u00ednimos. A partir de 01/01/2012 isso diminuiu (de 1 \u00e0 5 sal\u00e1rios m\u00ednimos) em fun\u00e7\u00e3o da eleva\u00e7\u00e3o real da renda do brasileiro evitando, assim, desvirtua\u00e7\u00e3o da faixa salarial.\nImportante frisar, ainda, que em Sess\u00e3o Ordin\u00e1ria do Conselho da Justi\u00e7a Federal \u2013 CNJ, ocorrida em 25/11/2011, foi aprovado o novo \u2018Manual da Justi\u00e7a Federal\u2019 onde passa a incidir o IPCA-E como indexador de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria para senten\u00e7as condenat\u00f3rias em geral, conforme se pode verificar no s\u00edtio do CJF na internet (www.cjf.jus.br).\nAssim sendo, e por todo o exposto \u00e9 que o demandante requer a declara\u00e7\u00e3o de qual deve ser considerado para a corre\u00e7\u00e3o das contas do FGTS, se o IPCA ou o INPC em substitui\u00e7\u00e3o a TR ou mesmo a revis\u00e3o da TR, no caso deste \u00faltimo com retifica\u00e7\u00e3o de c\u00e1lculo, para fins de dar cumprimento a atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos saldos das contas do FGTS prevista no art. 2\u00ba da Lei 8.036/90, a contar desde janeiro do ano de 1999, a partir de quando tal \u00edndice deixou de refletir a varia\u00e7\u00e3o inflacionaria da moeda, al\u00e9m disso tais valores dever\u00e3o ser acrescidos de juros de mora de 1% ao m\u00eas, a contar da cita\u00e7\u00e3o at\u00e9 efetivo pagamento.\nISTO POSTO, REQUER SE DIGNE V. EXA. DE:\nA) Deferir Assist\u00eancia Judici\u00e1ria Gratuita ao demandante, pois trabalhador de parcos rendimentos, declarando-se pobre no sentido legal, condi\u00e7\u00e3o esta declarada sob \u00e0s penas da lei, de modo que n\u00e3o pode arcar com os \u00f4nus processuais sem preju\u00edzo pr\u00f3prio e de sua fam\u00edlia.\n\n\fB) Determinar a CITA\u00c7\u00c3O da R\u00e9 para, querendo, responder \u00e0 presente a\u00e7\u00e3o, no prazo legal, sob pena de confiss\u00e3o e revelia;\n\nC) DECLARAR A INCONSTITUCIONALIDADE, parcial superveniente do Art. 13 da Lei 8.036/90 c/c art. 1\u00ba e 17 da Lei 8.177/91, desde janeiro de 1999, pela n\u00e3o vincula\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria do FGTS a \u00edndice que venha recompor a perda do poder aquisitivo da moeda;\n\nD) Julgar totalmente procedente a presente a\u00e7\u00e3o, condenando a r\u00e9 \u00e0 recalcular os dep\u00f3sitos de FGTS sacados ou ainda nas contas vinculadas do demandante seguindo em cada saque a regra legal, a partir de janeiro/1999 e substituindo a atualiza\u00e7\u00e3o da TR pelo INPC ou IPCA, al\u00e9m dos juros anuais de 3% ou 6%, e pagar as diferen\u00e7as apuradas, considerando os dep\u00f3sitos vencidos e vincendos at\u00e9 efetiva regulariza\u00e7\u00e3o dos mesmos;\n\na contar da cita\u00e7\u00e3o;\n\nE) O pagamento, dos juros de mora de 1% ao m\u00eas\n\nF) Com a proced\u00eancia da a\u00e7\u00e3o, requer condena\u00e7\u00e3o da r\u00e9 ao pagamento de custas, honor\u00e1rios de sucumb\u00eancia de 20%, al\u00e9m de honor\u00e1rios periciais se caso ocorrer.\n\nProtesta-se, desde j\u00e1, por todo o g\u00eanero de provas em Direito admitidos, especialmente pela realiza\u00e7\u00e3o de PER\u00cdCIA T\u00c9CNICACONT\u00c1BIL, juntada de novos documentos, e todas aquelas necess\u00e1rias para o pleno esclarecimento do lit\u00edgio.\n\nVALOR DA CAUSA: R$ 5.000,00 (cinco mil reais).\n\nSantiago, 16 de maio de 2014.\n\nSILVIO TUSI JUNIOR OAB/RS N\u00ba 31 726\n\nLUIZ CARLOS PAZ PADOIN OAB/RS N\u00ba 79 741\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 5 (Solon) - IdDocumentoCompleto: 5002944-96.2014.4.04.7000-701391024189995510050000000011", "text": "EXCELENT\u00cdSSIMO JUIZ FEDERAL DE DIREITO DA _____\u00aa DO JUIZADO ESPECIAL FEDERAL C\u00cdVEL \u2013 DE CURITIBA \u2013 ESTADO DO PARAN\u00c1.\nAutor: ANDERSON NUNES DE SANTANA CASTRO R\u00e9u: CAIXA ECON\u00d4MICA FEDERAL Justi\u00e7a Gratuita\nANDERSON NUNES DE SANTANA CASTRO, brasileiro, casado, contador, portador da Carteira Profissional n\u00ba 30881/137, CPF n\u00ba 057.296.327-03, PIS n\u00ba 1308983254-1, residente e domiciliado \u00e0 Rua Bruno Lobo, n\u00ba 1287, SB 1, Curitiba/PR CEP 82.820-140, vem respeitosamente \u00e0 presen\u00e7a de V. Exa., atrav\u00e9s de seus procuradores, interpor a presente:\nA\u00c7\u00c3O DE COBRAN\u00c7A DA DIFEREN\u00c7A DE CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA DO FGTS, em face de: CAIXA ECONOMICA FEDERAL, pessoa jur\u00eddica de direito p\u00fablico, inscrita no CNPJ sob o n.\u00ba 00.360.305/001-04, com sede na SBS quadra 04, Bloco A, lote 3/4, Asa Sul, CEP: 70.092-900, Bras\u00edlia, DF, pelos fatos e raz\u00f5es que a seguir aduz:\n1) DOS FATOS E DO DIREITO O Autor, conforme extratos anal\u00edticos do FGTS anexos, possui dep\u00f3sitos de abril de 2006 a\nmar\u00e7o de 2013, que sofreram corre\u00e7\u00e3o pela TR (Taxa Referencial), \u00edndice esse n\u00e3o aplic\u00e1vel a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria do FGTS, conforme detalhadamente passaremos a expor.\n\n\fA s\u00edntese da presente demanda \u00e9 a busca da parte autora, por meio da presente demanda, que seja a r\u00e9 condenada a substituir o \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria aplicado \u00e0 sua conta vinculada do FGTS (Taxa Referencial - TR) pelo \u00cdndice Nacional de Pre\u00e7os ao Consumidor - INPC ou pelo \u00cdndice de Pre\u00e7os ao Consumidor Amplo - IPCA-E, com o pagamento das diferen\u00e7as decorrentes da altera\u00e7\u00e3o.\nComo sabido, a TR \u00e9 o \u00edndice atualmente utilizado para corre\u00e7\u00e3o do FGTS, e a TR n\u00e3o tem promovido a necess\u00e1ria atualiza\u00e7\u00e3o do saldo existente na conta fundi\u00e1ria, uma vez que se encontra em patamar inferior \u00e0queles utilizados para indica\u00e7\u00e3o do percentual de infla\u00e7\u00e3o, como \u00e9 o caso do IPCA-E ou do INPC.\nNo mesmo vi\u00e9s, o Supremo Tribunal Federal j\u00e1 se manifestou no sentido de n\u00e3o reconhecer a TR como \u00edndice capaz de corrigir a varia\u00e7\u00e3o inflacion\u00e1ria da moeda, n\u00e3o servindo, por isso, como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, sendo imprescind\u00edvel, e por quest\u00e3o de justi\u00e7a, que outro \u00edndice seja aplicado, seja ele o INPC ou IPCA-E, versando a mat\u00e9ria t\u00e3o somente no sentido de qual dos dois \u00edndices aplicar para corre\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos de FGTS.\nDesde logo, e por quest\u00e3o de economia processual, o Autor enfatiza a legitimidade passiva da R\u00e9, eis que a mat\u00e9ria encontra-se pacificada em nossos tribunais, tendo sido sumulada pelo E. STJ, no seguinte teor:\n\u201cS\u00famula n\u00ba 249: A Caixa Econ\u00f4mica Federal tem legitimidade passiva para integrar processo em que se discute corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria do FGTS\u201d.\nO Fundo de Garantia por Tempo de Servi\u00e7o - FGTS, criado pela Lei n\u00ba 5.107/66 e atualmente regido pela Lei n\u00ba 8.036/90, \u00e9 constitu\u00eddo por meio de dep\u00f3sitos mensais realizados pelos empregadores em conta vinculada aos trabalhadores e tem por fim garantir ao empregado estabilidade no emprego, al\u00e9m de aux\u00edlio monet\u00e1rio em caso de despedida sem justa causa.\nAinda, segundo a Lei 8.036/90, no in\u00edcio de cada m\u00eas, o empregador deve depositar, em conta aberta na Caixa Econ\u00f4mica Federal, em nome do empregado, valor correspondente a 8% (oito por cento) da remunera\u00e7\u00e3o deste, que pode moviment\u00e1-la sempre que verificada uma das hip\u00f3teses estabelecidas no art. 20 da referida Lei.\nO Fundo \u00e9 gerido e administrado a partir das normas e diretrizes do Conselho Curador e os recursos fundi\u00e1rios, por expressa previs\u00e3o legislativa, s\u00e3o utilizados para financiar investimentos sociais nas \u00e1reas de habita\u00e7\u00e3o, saneamento e infraestrutura urbana (artigo 9\u00ba, \u00a7\u00a7 2\u00bae 3\u00ba, da Lei 8.036/90).\nQuanto \u00e0 forma de remunera\u00e7\u00e3o do fundo, esta est\u00e1 prevista no artigo 13 da Lei:\n\u201cArt. 13. Os dep\u00f3sitos efetuados nas contas vinculadas ser\u00e3o corrigidos monetariamente com\nbase nos par\u00e2metros fixados para atualiza\u00e7\u00e3o dos saldos dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a e capitaliza\u00e7\u00e3o juros de (tr\u00eas) por cento ao ano.\"\nOs par\u00e2metros de atualiza\u00e7\u00e3o dos saldos da poupan\u00e7a, por sua vez, encontram-se previstos no artigo 12 da Lei n\u00ba 8.177/91, que disp\u00f5e:\n\u201cArt. 12. Em cada per\u00edodo de rendimento, os dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a ser\u00e3o remunerados: I - como remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica, por taxa correspondente \u00e0 acumula\u00e7\u00e3o das TRD, no per\u00edodo transcorrido entre o dia do \u00faltimo cr\u00e9dito de rendimento, inclusive, e o dia do cr\u00e9dito de rendimento, exclusive;\u201d\nNesta mesma Lei, est\u00e3o definidos os par\u00e2metros para fixa\u00e7\u00e3o da Taxa Referencial (TR) e da Taxa Refer\u00eancia Di\u00e1ria (TRD), nos seguintes termos:\nArt. 1\u00ba O Banco Central do Brasil divulgar\u00e1 Taxa Referencial (TR), calculada a partir da remunera\u00e7\u00e3o mensal m\u00e9dia l\u00edquida de impostos, dos dep\u00f3sitos a prazo fixo captados nos bancos\n\n\fcomerciais, bancos de investimentos, bancos m\u00faltiplos com carteira comercial ou de investimentos, caixas econ\u00f4micas, ou dos t\u00edtulos p\u00fablicos federais, estaduais e municipais, de acordo com metodologia a ser aprovada pelo Conselho Monet\u00e1rio Nacional, no prazo de sessenta dias, e enviada ao conhecimento do Senado Federal.\n(...)\n\u00a7 3\u00ba Enquanto n\u00e3o aprovada a metodologia de c\u00e1lculo de que trata este artigo, o Banco Central do Brasil fixar\u00e1 a TR.\nArt. 2\u00ba O Banco Central do Brasil divulgar\u00e1, para cada dia \u00fatil, a Taxa Referencial Di\u00e1ria (TRD), correspondendo seu valor di\u00e1rio \u00e0 distribui\u00e7\u00e3o pro rata dia da TR fixada para o m\u00eas corrente.\n\u00a7 1\u00ba Enquanto n\u00e3o divulgada a TR relativa ao m\u00eas corrente, o valor da TRD ser\u00e1 fixado pelo Banco Central do Brasil com base em estimativa daquela taxa.\n\u00a7 2\u00ba Divulgada a TR, a fixa\u00e7\u00e3o da TRD nos dias \u00fateis restantes do m\u00eas deve ser realizada de forma tal que a TRD acumulada entre o 1\u00ba dia \u00fatil do m\u00eas e o 1\u00ba dia \u00fatil do m\u00eas subsequente seja igual \u00e0 TR do m\u00eas corrente.\nAl\u00e9m de dispor que a TR seria o \u00edndice utilizado para corre\u00e7\u00e3o da poupan\u00e7a, a Lei n\u00ba 8.177/91 tamb\u00e9m disp\u00f4s que tal taxa seria aplicada para fins de corre\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos do FGTS, conforme previsto no seu art. 17:\nArtigo 17 - A partir de fevereiro de 1991, os saldos das contas do Fundo de Garantia por Tempo de Servi\u00e7o (FGTS) passam a ser remunerados pela taxa aplic\u00e1vel \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a com data de anivers\u00e1rio no dia 1\u00ba, observada a periodicidade mensal para remunera\u00e7\u00e3o. Par\u00e1grafo \u00fanico. As taxas de juros previstas na legisla\u00e7\u00e3o em vigor do FGTS s\u00e3o mantidas e consideradas como adicionais \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o prevista neste artigo.\nConforme se depreende da leitura do artigo acima, ficou determinado que os saldos das contas do FGTS passariam a ser corrigidos conforme a taxa aplic\u00e1vel aos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a, ou seja, a TR, mantidas as taxas de juros previstas na legisla\u00e7\u00e3o pr\u00f3pria do FGTS, qual seja, a taxa de 3% de juros anuais, conforme j\u00e1 supra exposto.\nN\u00e3o se pode discutir, portanto, que \u00e9 legal a aplica\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o dos saldos do FGTS. De fato, h\u00e1 lei vigente que prev\u00ea tal aplica\u00e7\u00e3o. No entanto, h\u00e1 que se analisar, de fato, se a legalidade \u00e9 capaz de afastar o fato de que o \u00edndice previsto na norma n\u00e3o \u00e9 capaz de 'corrigir monetariamente' o saldo dos dep\u00f3sitos de FGTS, como expressamente previsto na Lei 8.036/90, nos seus artigos 2\u00ba e 13:\nArt. 2\u00ba O FGTS \u00e9 constitu\u00eddo pelos saldos das contas vinculadas a que se refere esta lei e outros recursos a ele incorporados, devendo ser aplicados com atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e juros, de modo a assegurar a cobertura de suas obriga\u00e7\u00f5es.\n(...) omissis.\nArt. 13. Os dep\u00f3sitos efetuados nas contas vinculadas ser\u00e3o corrigidos monetariamente com base nos par\u00e2metros fixados para atualiza\u00e7\u00e3o dos saldos dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a e capitaliza\u00e7\u00e3o juros de (tr\u00eas) por cento ao ano. -grifou-se.\nA Lei, portanto, disp\u00f5e que o fundo dever\u00e1 ser corrigido monetariamente e a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria n\u00e3o representa qualquer acr\u00e9scimo, mas simples recomposi\u00e7\u00e3o do valor da moeda corro\u00eddo pelo processo inflacion\u00e1rio (STJ, REsp n\u00ba 1.191.868, 2\u00aa Turma, Rel. Min. Eliana Calmon, j. 15/06/2010 e p. 22/06/2010).\nA Taxa Referencial (TR) foi \u00edndice capaz de refletir a infla\u00e7\u00e3o ocorrida na economia brasileira por significativo per\u00edodo de tempo, durante o qual n\u00e3o havia quaisquer raz\u00f5es para se opor a sua aplica\u00e7\u00e3o. N\u00e3o \u00e9, contudo, a realidade desde janeiro de 1999, a partir de quando o \u00edndice deixou de espelhar a desvaloriza\u00e7\u00e3o da moeda, e portanto, deixou de haver a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria prevista em lei.\n\n\fPor ser oportuno, e para demonstrar a inaplicabilidade da TR para fins de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, comparem-se os \u00edndices mensais da TR, do IPCA-E e do INPC, a partir de 01/01/1999 at\u00e9 31/12/2013, respectivamente:\n\nFonte\n\nda\n\ntabela: http://gustavoborceda.jusbrasil.com.br/artigos/112171446/part\n\ne-iianova-a\u00e7\u00e3o-revisional-do-fgts-par...\n\nTR:\n1999 2000\n2001\n2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013\n\nOutrossim na planilha onde demonstra os \u00edndices m\u00eas a m\u00eas, abaixo:\n0,5163 0,8298 1,1614 0,6092 0,5761 0,3108 0,2933 0,2945 0,2715 0,2265 0,1998 0,2998 5,7295 0,2149 0,2328 0,2242 0,1301 0,2492 0,2140 0,1547 0,2025 0,1038 0,1316 0,1197 0,0991 2,0962 0,1369 0,0368 0,1724 0,1546 0,1827 0,1458 0,2441 0,3436 0,1627 0,2913 0,1928 0,1983 2,2852 0,2591 0,1171 0,1758 0,2357 0,2102 0,1582 0,2656 0,2481 0,1955 0,2768 0,2644 0,3609 2,8023 0,4878 0,4116 0,3782 0,4184 0,4650 0,4166 0,5465 0,4038 0,3364 0,3213 0,1776 0,1899 4,6485 0,1280 0,0458 0,1778 0,0874 0,1546 0,1761 0,1952 0,2005 0,1728 0,1108 0,1146 0,2400 1,8184 0,1880 0,0962 0,2635 0,2003 0,2527 0,2993 0,2575 0,3466 0,2637 0,2100 0,1929 0,2269 2,8335 0,2326 0,0725 0,2073 0,0855 0,1888 0,1937 0,1751 0,2436 0,1521 0,1875 0,1282 0,1522 2,0377 0,2189 0,0721 0,1876 0,1272 0,1689 0,0954 0,1469 0,1466 0,0352 0,1142 0,0590 0,0640 1,4452 0,1010 0,0243 0,0409 0,0955 0,0736 0,1146 0,1914 0,1574 0,1970 0,2506 0,1618 0,2149 1,6348 0,1840 0,0451 0,1438 0,0454 0,0449 0,0656 0,1051 0,0197 0,0000 0,0000 0,0000 0,0533 0,7090 0,0000 0,0000 0,0792 0,0000 0,0510 0,0589 0,1151 0,0909 0,0702 0,0472 0,0336 0,1406 0,6887 0,0715 0,0524 0,1212 0,0369 0,1570 0,1114 0,1229 0,2076 0,1003 0,0620 0,0645 0,0937 1,2079 0,0864 0,0000 0,1068 0,0227 0,0468 0,0000 0,0144 0,0123 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,2897 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0000 0,0209 0,0000 0,0079 0,0920 0,0207 0,0494 0,1910\n\nIPCA-E: 1999 0,68 0,64 1,22 2,56 0,78 0,51 -0,02 1,27 0,79 0,81 0,47 2,08 0,80 0,99 0,91 2,72 8,92% 2000 0,65 0,34 0,09 1,08 0,47 0,09 0,08 0,64 0,78 1,99 0,45 3,24 0,18 0,17 0,60 0,95 6,03% 2001 0,63 0,50 0,36 1,49 0,50 0,49 0,38 1,37 0,94 1,18 0,38 2,51 0,37 0,99 0,55 1,92 7,51% 2002 0,62 0,44 0,40 1,46 0,78 0,42 0,33 1,53 0,77 1,00 0,62 2,40 0,90 2,08 3,05 6,14 11,98% 2003 1,98 2,19 1,14 5,40 1,14 0,85 0,22 2,22 -0,18 0,27 0,57 0,66 0,66 0,17 0,46 1,29 9,86%\n\n\f2004 0,68 0,90 0,40 1,99 0,21 0,54 0,56 1,32 0,93 0,79 0,49 2,22 0,32 0,63 0,84 1,80 7,53%\n2005 0,68 0,74 0,35 1,78 0,74 0,83 0,12 1,69 0,11 0,28 0,16 0,55 0,56 0,78 0,38 1,73 5,87%\n2006 0,51 0,52 0,37 1,40 0,17 0,27 -0,15 0,29 -0,02 0,19 0,05 0,22 0,29 0,37 0,35 1,01 2,95% 2007 0,52 0,46 0,41 1,39 0,22 0,26 0,29 0,77 0,24 0,42 0,29 0,95 0,24 0,23 0,70 1,17 4,36% 2008 0,70 0,64 0,23 1,57 0,59 0,56 0,90 2,06 0,63 0,35 0,26 1,24 0,30 0,49 0,29 1,08 6,10% 2009 0,40 0,63 0,11 1,14 0,36 0,59 0,38 1,33 0,22 0,23 0,19 0,64 0,18 0,44 0,38 1,00 4,18% 2010 0,52 0,94 0,55 2,02 0,48 0,63 0,19 1,30 -0,09 -0,05 0,31 0,17 0,62 0,86 0,69 2,18 5,79% 2011 0,76 0,97 0,60 2,34 0,77 0,70 0,23 1,70 0,10 0,27 0,53 0,90 0,42 0,46 0,56 1,44 6,55% 2012 0,65 0,53 0,25 1,43 0,43 0,51 0,18 1,12 0,33 0,39 0,48 1,20 0,65 0,54 0,69 1,89 5,77% 2013 0,88 0,68 0,49 2,06 0,51 0,46 0,38 1,35 0,07 0,16 0,27 0,50 0,48 0,57 0,75 1,81 5,84%\n\nINPC:\n\n1999 0,65 1,29 1,28 0,47 0,058 0,07 0,74 0,55 0,39 0,96 0,94 0,74 8,43%\n\n2000 0,61 0,05 0,13 0,09 -0,05 0,30 1,39 1,21 0,43 0,16 0,29 0,55 5,27%\n\n2001 0,77 0,49 0,48 0,84 0,57 0,60 1,11 0,79 0,44 0,94 1,29 0,74 9,44%\n\n2002 1,07 0,31 0,62 0,68 0,09 0,61 1,15 0,86 0,83 1,57 3,39 2,70 14,74%\n\n2003 2,47 1,46 1,37 1,38 0,99 -0,06 0,04 0,18 0,82 0,39 0,37 0,54 10,38%\n\n2004 0,83 0,39 0,57 0,41 0,40 0,50 0,73 0,50 0,17 0,17 0,44 0,86 6,13%\n\n2005 0,57 0,44 0,73 0,91 0,70 -0,11 0,03 0,00 0,15 0,58 0,54 0,40 5,05%\n\n2006 0,38 0,23 0,27 0,12 0,13 -0,07 0,11 -0,02 0,16 0,43 0,42 0,62 2,81%\n\n2007 0,49 0,42 0,44 0,26 0,26 0,31 0,32 0,59 0,25 0,30 0,43 0,97 5,15%\n\n2008 0,69 0,48 0,51 0,64 0,96 0,91 0,58 0,21 0,15 0,50 0,38 0,29 6,48%\n\n2009 0,64 0,31 020\n\n0,55 0,60 0,42 0,23 0,08 0,16 0,24 0,37 0,24 4,11%\n\n2010 0,88 0,70 0,71 0,73 0,43 -0,11 -0,07 -0,07 0,54 0,92 1,03 0,60 6,46%\n\n2011 0,94 0,54 0,66 0,72 0,57 0,22 0,00 0,42 0,45 0,32 0,57 0,51 6,07%\n\n2012 0,51 0,39 0,18 0,64 0,55 0,26 0,43 0,45 0,63 0,71 0,54 0,74 6,19%\n\n2013 0,92 0,52 0,60 0,59 0,35 0,28 -0,13 0,16 0,27 0,61 0,54 0,72 5,56%\n\nDemonstra a desigualdade/despropor\u00e7\u00e3o entre a TR e de outra banda, o IPCA-E e o INPC, passa-se a analisar a real fun\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria em cotejo com o princ\u00edpio constitucional do direito \u00e0 propriedade (art. 5\u00ba, XXII, da Carta Magna).\nNo julgamento da ADI n\u00ba 493-0, o Pret\u00f3rio Excelso, no voto do relator Moreira Alves, em raz\u00e3o da causa petendi, foi determinado que haveria impossibilidade de aplica\u00e7\u00e3o da TR aos contratos do Sistema Financeiro de Habita\u00e7\u00e3o somente para o per\u00edodo anterior \u00e0 vig\u00eancia da Lei 8.177/91. Embora em tal julgado o STF n\u00e3o tenha declarado que haveria impossibilidade de utiliza\u00e7\u00e3o de tal \u00edndice aos contratos firmados ap\u00f3s essa data, nele ficou reconhecido,de maneira cristalina que aquele Tribunal n\u00e3o reconhecia a TR como \u00edndice h\u00e1bil a promover a atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria.\nEis a ementa de tal julgado:\nA\u00e7\u00e3o direta de inconstitucionalidade. - Se a lei alcan\u00e7ar os efeitos futuros de contratos celebrados anteriormente a ela, ser\u00e1 essa lei retroativa (retroatividade minima) porque vai interferir na causa, que e um ato ou fato ocorrido no passado. - O disposto no artigo 5, XXXVI, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal se aplica a toda e qualquer lei infraconstitucional, sem qualquer distin\u00e7\u00e3o entre lei de direito p\u00fablico e lei de direito privado, ou entre lei de ordem p\u00fablica e lei dispositiva. Precedente do S.T.F.\n\n\fOcorr\u00eancia no caso, de viola\u00e7\u00e3o de direito adquirido.A taxa referencial (TR) n\u00e3o \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, pois, refletindo as varia\u00e7\u00f5es do custo prim\u00e1rio da capta\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos a prazo fixo, n\u00e3o constitui \u00edndice que reflita a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda. Por isso, n\u00e3o h\u00e1 necessidade de se examinar a quest\u00e3o de saber se as normas que alteram \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria se aplicam imediatamente, alcan\u00e7ando, pois, as presta\u00e7\u00f5es futuras de contratos celebrados no passado, sem violarem o disposto no artigo 5, XXXVI, da Carta Magna. - Tamb\u00e9m ofendem o ato jur\u00eddico perfeito os dispositivos impugnados que alteram o crit\u00e9rio de reajuste das presta\u00e7\u00f5es nos contratos ja celebrados pelo sistema do Plano de Equivalencia Salarial por Categoria Profissional (PES/CP). A\u00e7\u00e3o direta de inconstitucionalidade julgada procedente, para declarar a inconstitucionalidade dos artigos 18, 'caput' e paragrafos 1 e 4; 20; 21 e paragrafo \u00fanico; 23 e paragrafos; e 24 e paragrafos, todos da Lei n. 8.177, de 1 de maio de 1991.(ADI 493, Relator(a): Min. MOREIRA ALVES, Tribunal Pleno, julgado em 25/06/1992, DJ 04-09-1992 PP-14089 EMENT VOL-01674-02 PP-00260 RTJ VOL-00143-03 PP-00724)\nNo entanto, foi com o julgamento das ADI 4425 e 4357, onde o Supremo Tribunal Federal analisou a inconstitucionalidade da Emenda Constitucional n\u00ba 62/2009, que ficou inconteste o entendimento daquela Corte no sentido de que a TR n\u00e3o pode ser utilizada como \u00edndice de atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, eis que n\u00e3o \u00e9 capaz de espelhar o processo inflacion\u00e1rio brasileiro.\nSeguem trechos do voto do Ministro Luiz Fux, redator para o ac\u00f3rd\u00e3o:\nQuanto \u00e0 disciplina da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos cr\u00e9ditos inscritos em precat\u00f3rios, a EC n\u00ba 62/09 fixou como crit\u00e9rio o '\u00edndice oficial de remunera\u00e7\u00e3o da caderneta de poupan\u00e7a'. Ocorre que o referencial adotado n\u00e3o \u00e9 id\u00f4neo a mensurar a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda. Isso porque a remunera\u00e7\u00e3o da caderneta de poupan\u00e7a, regida pelo art. 12 da Lei n\u00ba 8.177/91, com atual reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n\u00ba 12.703/2012, \u00e9 fixada ex ante, a partir de crit\u00e9rios t\u00e9cnicos em nada relacionados com a infla\u00e7\u00e3o empiricamente considerada. J\u00e1 se sabe, na data de hoje, quanto ir\u00e1 render a caderneta de poupan\u00e7a. E \u00e9 natural que seja assim, afinal a poupan\u00e7a \u00e9 uma alternativa de investimento de baixo risco, no qual o investidor consegue prever com seguran\u00e7a a margem de retorno do seu capital.\nA infla\u00e7\u00e3o, por outro lado, \u00e9 fen\u00f4meno econ\u00f4mico insuscet\u00edvel de capta\u00e7\u00e3o aprior\u00edstica. O m\u00e1ximo que se consegue \u00e9 estim\u00e1-la para certo per\u00edodo, mas jamais fix\u00e1-la de antem\u00e3o. Da\u00ed por que os \u00edndices criados especialmente para captar o fen\u00f4meno inflacion\u00e1rio s\u00e3o sempre definidos em momentos posteriores ao per\u00edodo analisado, como ocorre com o \u00cdndice de Pre\u00e7os ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estat\u00edstica (IBGE), e o \u00cdndice de Pre\u00e7os ao Consumidor (IPC), divulgado pela Funda\u00e7\u00e3o Get\u00falio Vargas (FGV).A raz\u00e3o disso \u00e9 clara: a infla\u00e7\u00e3o \u00e9 sempre constatada em apura\u00e7\u00e3o ex post, de sorte que todo \u00edndice definido ex ante \u00e9 incapaz de refletir a efetiva varia\u00e7\u00e3o de pre\u00e7os que caracteriza a infla\u00e7\u00e3o.\u00c9 o que ocorre na hip\u00f3tese dos autos. A prevalecer o crit\u00e9rio adotado pela EC n\u00ba 62/09, os cr\u00e9ditos inscritos em precat\u00f3rios seriam atualizados por \u00edndices pr\u00e9-fixados e independentes da real flutua\u00e7\u00e3o de pre\u00e7os apurada no per\u00edodo de refer\u00eancia. Assim, o \u00edndice oficial de remunera\u00e7\u00e3o da caderneta de poupan\u00e7a n\u00e3o \u00e9 crit\u00e9rio adequado para refletir o fen\u00f4meno inflacion\u00e1rio.\nDestaco que nesse ju\u00edzo n\u00e3o levo em conta qualquer considera\u00e7\u00e3o t\u00e9cnico-econ\u00f4mica que implique usurpa\u00e7\u00e3o pelo Supremo Tribunal Federal de compet\u00eancia pr\u00f3pria de \u00f3rg\u00e3os especializados. N\u00e3o se trata de defini\u00e7\u00e3o judicial de \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o. Essa circunst\u00e2ncia, j\u00e1 recha\u00e7ada pela jurisprud\u00eancia da Casa, evidentemente transcenderia as capacidades institucionais do Poder Judici\u00e1rio. N\u00e3o obstante, a hip\u00f3tese aqui \u00e9 outra.\nDiz respeito \u00e0 idoneidade l\u00f3gica do \u00edndice fixado pelo constituinte reformador para capturar a infla\u00e7\u00e3o, e n\u00e3o do valor espec\u00edfico que deve assumir o \u00edndice para determinado\n\n\fper\u00edodo. Reitero: n\u00e3o se pode quantificar, em definitivo, um fen\u00f4meno essencialmente emp\u00edrico antes mesmo da sua ocorr\u00eancia. A inadequa\u00e7\u00e3o do \u00edndice aqui \u00e9 autoevidente.\nCorrobora essa conclus\u00e3o reportagem esclarecedora veiculada em 21 de janeiro de 2013 pelo jornal especializado Valor Econ\u00f4mico. Na mat\u00e9ria intitulada 'Cuidado com a infla\u00e7\u00e3o', o peri\u00f3dico aponta que ' o rendimento da poupan\u00e7a perdeu para a infla\u00e7\u00e3o oficial, medida pelo IPCA, m\u00eas a m\u00eas desde setembro'de 2012. E ilustra: 'Quem investiu R$1mil na caderneta em 31 de junho [de 2012], fechou o ano com poder de compra equivalente a R$996,40. Ganham da infla\u00e7\u00e3o apenas os dep\u00f3sitos feitos na caderneta antes de 4 de maio, com retorno de 6%. Para os outros, vale a nova regra, definida no ano passado, de rendimento equivalente a 70% da meta para a Selic, ou seja, de 5,075%' . Em suma: h\u00e1 manifesta discrep\u00e2ncia entre o \u00edndice oficial de remunera\u00e7\u00e3o da caderneta de poupan\u00e7a e o fen\u00f4meno inflacion\u00e1rio, de modo que o primeiro n\u00e3o se presta a capturar o segundo. O meio escolhido pelo legislador constituinte (remunera\u00e7\u00e3o da caderneta de poupan\u00e7a) \u00e9, portanto, inid\u00f4neo a promover o fim a que se destina (traduzir a infla\u00e7\u00e3o do per\u00edodo).\n(...)\nAssentada a premissa quanto \u00e0 inadequa\u00e7\u00e3o do aludido \u00edndice, mister enfrentar a natureza do direito \u00e0 corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. Na linha j\u00e1 exposta pelo i. Min. relator, 'a finalidade da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, enquanto instituto de Direito Constitucional, n\u00e3o \u00e9 deixar mais rico o benefici\u00e1rio, nem mais pobre o sujeito passivo de uma dada obriga\u00e7\u00e3o de pagamento. \u00c9 deix\u00e1-los tal como qualitativamente se encontravam, no momento em que se formou a rela\u00e7\u00e3o obrigacional'. Da\u00ed que a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria de valores no tempo \u00e9 circunst\u00e2ncia que decorre diretamente do n\u00facleo essencial do direito de propriedade (CF, art. 5\u00ba, XXII). Corrigem-se valores nominais para que permane\u00e7am com o mesmo valor econ\u00f4mico ao longo do tempo, diante da infla\u00e7\u00e3o. A ideia \u00e9 simplesmente preservar o direito original em sua genu\u00edna extens\u00e3o. Nesse sentido, o direito \u00e0 corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u00e9 reflexo imediato da prote\u00e7\u00e3o da propriedade. Deixar de atualizar valores pecuni\u00e1rios ou atualiz\u00e1-los segundo crit\u00e9rios evidentemente incapazes de capturar o fen\u00f4meno inflacion\u00e1rio representa aniquilar o direito propriedade em seu n\u00facleo essencial.\nTal constata\u00e7\u00e3o implica a pron\u00fancia de inconstitucionalidade parcial da EC n\u00ba 62/09 de modo a afastar a express\u00e3o '\u00edndice oficial de remunera\u00e7\u00e3o da caderneta de poupan\u00e7a' introduzida no \u00a712 do art. 100 da Lei Maior como crit\u00e9rio de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos cr\u00e9ditos inscritos em precat\u00f3rio, por viola\u00e7\u00e3o ao direito fundamental de propriedade (art. 5\u00ba, XII, CF/88), ineg\u00e1vel limite material ao poder de reforma da Constitui\u00e7\u00e3o (art. 60, \u00a74\u00ba,\nIV, CF/88).grifou-se.\nInquestion\u00e1vel a desigualdade/despropor\u00e7\u00e3o entre a TR e de outra banda, o IPCA-E e o INPC, passa-se a analisar a real fun\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria em cotejo com o princ\u00edpio constitucional do direito \u00e0 propriedade (art. 5\u00ba, XXII, da Carta Magna).\nNo julgamento da ADI n\u00ba 493-0, o Pret\u00f3rio Excelso, no voto do i relator Moreira Alves, em raz\u00e3o da causa petendi, foi determinado que haveria impossibilidade de aplica\u00e7\u00e3o da TR aos contratos do Sistema Financeiro de Habita\u00e7\u00e3o somente para o per\u00edodo anterior \u00e0 vig\u00eancia da Lei 8.177/91. Embora em tal julgado o STF n\u00e3o tenha declarado que haveria impossibilidade de utiliza\u00e7\u00e3o de tal \u00edndice aos contratos firmados ap\u00f3s essa data, nele ficou reconhecido, de maneira cristalina que aquele Tribunal n\u00e3o reconhecia a TR como \u00edndice h\u00e1bil a promover a atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria.\nEis a ementa de tal julgado:\nA\u00e7\u00e3o direta de inconstitucionalidade. - Se a lei alcan\u00e7ar os efeitos futuros de contratos celebrados anteriormente a ela, ser\u00e1 essa lei retroativa (retroatividade minima) porque vai interferir na causa, que e um ato ou fato ocorrido no passado. - O disposto no artigo 5, XXXVI,\n\n\fda Constitui\u00e7\u00e3o Federal se aplica a toda e qualquer lei infraconstitucional, sem qualquer distin\u00e7\u00e3o entre lei de direito p\u00fablico e lei de direito privado, ou entre lei de ordem p\u00fablica e lei dispositiva. Precedente do S. T. F. Ocorr\u00eancia no caso, de viola\u00e7\u00e3o de direito adquirido. A taxa referencial (TR) n\u00e3o \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, pois, refletindo as varia\u00e7\u00f5es do custo prim\u00e1rio da capta\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos a prazo fixo, n\u00e3o constitui \u00edndice que reflita a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda. Por isso, n\u00e3o h\u00e1 necessidade de se examinar a quest\u00e3o de saber se as normas que alteram \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria se aplicam imediatamente, alcan\u00e7ando, pois, as presta\u00e7\u00f5es futuras de contratos celebrados no passado, sem violarem o disposto no artigo 5, XXXVI, daCarta Magna. - Tamb\u00e9m ofendem o ato jur\u00eddico perfeito os dispositivos impugnados que alteram o crit\u00e9rio de reajuste das presta\u00e7\u00f5es nos contratos ja celebrados pelo sistema do Plano de Equivalencia Salarial por Categoria Profissional (PES/CP). A\u00e7\u00e3o direta de inconstitucionalidade julgada procedente, para declarar a inconstitucionalidade dos artigos 18, 'caput' e par\u00e1grafos 1 e 4; 20; 21 e par\u00e1grafo \u00fanico; 23 e par\u00e1grafos; e 24 e par\u00e1grafos, todos da Lei n. 8.177, de 1 de maio de 1991.(ADI 493, Relator (a): Min. MOREIRA ALVES, Tribunal Pleno, julgado em 25/06/1992, DJ 04-09-1992 PP-14089 EMENT VOL-01674-02 PP-00260 RTJ VOL-00143-03 PP-00724)\nNo entanto, foi com o julgamento das ADI 4425 e 4357, onde o Supremo Tribunal Federal analisou a inconstitucionalidade da Emenda Constitucional n\u00ba 62/2009, que ficou inconteste o entendimento daquela Corte no sentido de que a TR n\u00e3o pode ser utilizada como \u00edndice de atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, eis que n\u00e3o \u00e9 capaz de espelhar o processo inflacion\u00e1rio brasileiro.\nSeguem trechos do voto do Ministro Luiz Fux, redator para o ac\u00f3rd\u00e3o:\nQuanto \u00e0 disciplina da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos cr\u00e9ditos inscritos em precat\u00f3rios, a EC n\u00ba 62/09 fixou como crit\u00e9rio o '\u00edndice oficial de remunera\u00e7\u00e3o da caderneta de poupan\u00e7a'. Ocorre que o referencial adotado n\u00e3o \u00e9 id\u00f4neo a mensurar a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda. Isso porque a remunera\u00e7\u00e3o da caderneta de poupan\u00e7a, regida pelo art. 12 da Lei n\u00ba 8.177/91, com atual reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n\u00ba12.703/2012, \u00e9 fixada ex ante, a partir de crit\u00e9rios t\u00e9cnicos em nada relacionados com a infla\u00e7\u00e3o empiricamente considerada. J\u00e1 se sabe, na data de hoje, quanto ir\u00e1 render a caderneta de poupan\u00e7a. E \u00e9 natural que seja assim, afinal a poupan\u00e7a \u00e9 uma alternativa de investimento de baixo risco, no qual o investidor consegue prever com seguran\u00e7a a margem de retorno do seu capital. A infla\u00e7\u00e3o, por outro lado, \u00e9 fen\u00f4meno econ\u00f4mico insuscet\u00edvel de capta\u00e7\u00e3o aprior\u00edstica. O m\u00e1ximo que se consegue \u00e9 estim\u00e1-la para certo per\u00edodo, mas jamais fix\u00e1-la de antem\u00e3o. Da\u00ed por que os \u00edndices criados especialmente para captar o fen\u00f4meno inflacion\u00e1rio s\u00e3o sempre definidos em momentos posteriores ao per\u00edodo analisado, como ocorre com o \u00cdndice de Pre\u00e7os ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estat\u00edstica (IBGE), e o \u00cdndice de Pre\u00e7os ao Consumidor (IPC), divulgado pela Funda\u00e7\u00e3o Get\u00falio Vargas (FGV). A raz\u00e3o disso \u00e9 clara: a infla\u00e7\u00e3o \u00e9 sempre constatada em apura\u00e7\u00e3o ex post, de sorte que todo \u00edndice definido ex ante \u00e9 incapaz de refletir a efetiva varia\u00e7\u00e3o de pre\u00e7os que caracteriza a infla\u00e7\u00e3o. \u00c9 o que ocorre na hip\u00f3tese dos autos. A prevalecer o crit\u00e9rio adotado pela EC n\u00ba 62/09, os cr\u00e9ditos inscritos em precat\u00f3rios seriam atualizados por \u00edndices pr\u00e9-fixados e independentes da real flutua\u00e7\u00e3o de pre\u00e7os apurada no per\u00edodo de refer\u00eancia. Assim, o \u00edndice oficial de remunera\u00e7\u00e3o da caderneta de poupan\u00e7a n\u00e3o \u00e9 crit\u00e9rio adequado para refletir o fen\u00f4meno inflacion\u00e1rio. Destaco que nesse ju\u00edzo n\u00e3o levo em conta qualquer considera\u00e7\u00e3o t\u00e9cnico-econ\u00f4mica que implique usurpa\u00e7\u00e3o pelo Supremo Tribunal Federal de compet\u00eancia pr\u00f3pria de \u00f3rg\u00e3os especializados. N\u00e3o se trata de defini\u00e7\u00e3o judicial de \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o. Essa circunst\u00e2ncia, j\u00e1 recha\u00e7ada pela jurisprud\u00eancia da Casa, evidentemente transcenderia as capacidades institucionais do Poder Judici\u00e1rio. N\u00e3o obstante, a hip\u00f3tese aqui \u00e9 outra. Diz respeito \u00e0 idoneidade l\u00f3gica do \u00edndice fixado pelo constituinte reformador para capturar a infla\u00e7\u00e3o, e n\u00e3o do valor espec\u00edfico que deve assumir o \u00edndice para determinado per\u00edodo. Reitero: n\u00e3o se pode quantificar, em definitivo, um fen\u00f4meno essencialmente emp\u00edrico antes mesmo da sua ocorr\u00eancia. A inadequa\u00e7\u00e3o do \u00edndice aqui \u00e9 autoevidente. Corrobora essa conclus\u00e3o reportagem esclarecedora veiculada em 21 de janeiro de 2013 pelo jornal especializado Valor Econ\u00f4mico. Na mat\u00e9ria intitulada 'Cuidado com a infla\u00e7\u00e3o', o peri\u00f3dico aponta que ' o rendimento da poupan\u00e7a perdeu para a infla\u00e7\u00e3o oficial, medida pelo IPCA, m\u00eas a m\u00eas desde setembro'de 2012. E ilustra:'Quem investiu R$1mil na caderneta em 31 de junho [de 2012], fechou o ano com poder de compra equivalente a R$996,40. Ganham da infla\u00e7\u00e3o apenas os dep\u00f3sitos feitos na caderneta antes de 4 de maio, com retorno de 6%. Para os outros, vale a nova regra, definida no ano passado, de rendimento equivalente a 70% da meta para a Selic, ou seja, de 5,075%'. Em suma: h\u00e1 manifesta discrep\u00e2ncia entre o \u00edndice oficial de\n\n\fremunera\u00e7\u00e3o da caderneta de poupan\u00e7a e o fen\u00f4meno inflacion\u00e1rio, de modo que o primeiro n\u00e3o se presta a capturar o segundo.O meio escolhido pelo legislador constituinte (remunera\u00e7\u00e3o da caderneta de poupan\u00e7a) \u00e9, portanto, inid\u00f4neo a promover o fim a que se destina (traduzir a infla\u00e7\u00e3o do per\u00edodo). (...) Assentada a premissa quanto \u00e0 inadequa\u00e7\u00e3o do aludido \u00edndice, mister enfrentar a natureza do direito \u00e0 corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. Na linha j\u00e1 exposta pelo i. Min. Relator, 'a finalidade da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, enquanto instituto de Direito Constitucional, n\u00e3o \u00e9 deixar mais rico o benefici\u00e1rio, nem mais pobre o sujeito passivo de uma dada obriga\u00e7\u00e3o de pagamento. \u00c9 deix\u00e1-los tal como qualitativamente se encontravam, no momento em que se formou a rela\u00e7\u00e3o obrigacional'. Da\u00ed que a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria de valores no tempo \u00e9 circunst\u00e2ncia que decorre diretamente do n\u00facleo essencial do direito de propriedade (CF, art.5\u00ba,XXII). Corrigem-se valores nominais para que permane\u00e7am com o mesmo valor econ\u00f4mico ao longo do tempo, diante da infla\u00e7\u00e3o. A ideia \u00e9 simplesmente preservar o direito original em sua genu\u00edna extens\u00e3o. Nesse sentido, o direito \u00e0 corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u00e9 reflexo imediato da prote\u00e7\u00e3o da propriedade. Deixar de atualizar valores pecuni\u00e1rios ou atualiz\u00e1-los segundo crit\u00e9rios evidentemente incapazes de capturar o fen\u00f4meno inflacion\u00e1rio representa aniquilar o direito propriedade em seu n\u00facleo essencial. Tal constata\u00e7\u00e3o implica a pron\u00fancia de inconstitucionalidade parcial da EC n\u00ba 62/09 de modo a afastar a express\u00e3o '\u00edndice oficial de remunera\u00e7\u00e3o da caderneta de poupan\u00e7a' introduzida no \u00a7 12 do art. 100 da Lei Maior como crit\u00e9rio de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos cr\u00e9ditos inscritos em precat\u00f3rio, por viola\u00e7\u00e3o ao direito fundamental de propriedade (art.5\u00ba,XII,CF/88), ineg\u00e1vel\nlimite material ao poder de reforma da Constitui\u00e7\u00e3o (art. 60,\u00a7 4\u00ba,IV,CF/88).\ngrifou-se.\nVeja-se: com a TR ostentando seus \u00edndices praticamente zerados desde o ano de 2009, os saldos das contas do FGTS acabaram sendo remunerados t\u00e3o somente pelos juros anuais de 3% previstos na Lei 8.036/90. Ou seja, os juros que deveriam, supostamente, remunerar o capital, n\u00e3o s\u00e3o sequer suficientes para repor o poder de compra perdido pela infla\u00e7\u00e3o acumulada, n\u00e3o havendo, portanto, corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria nenhuma.\nO saldo do FGTS pode ser sacado, de acordo com o art. 20, inciso V, da Lei8.039/90, para ser utilizado como pagamento de parte das presta\u00e7\u00f5es decorrentes de financiamento habitacional concedido no \u00e2mbito do Sistema Financeiro de Habita\u00e7\u00e3o.\nVemos, portanto, a hip\u00f3tese absurda de que o trabalhador, tendo o saldo da sua conta de FGTS corro\u00eddo pela infla\u00e7\u00e3o, n\u00e3o dispor do suficiente para adquirir a casa pr\u00f3pria, de forma a necessitar firmar contrato pelo SFH (o qual foi financiado \u00e0s suas expensas), para pagar juros muito superiores \u00e0queles com os quais foi remunerado. O dinheiro que lhe foi subtra\u00eddo pela m\u00e1 remunera\u00e7\u00e3o de sua conta, ent\u00e3o, dever\u00e1 ser tomado emprestado daquele que o subtraiu, mediante pagamento de juros.\nTem-se, em resumo, que a Lei n\u00ba 8.036/90, lei espec\u00edfica do FGTS, determina que ao saldo de suas contas deve ser obrigatoriamente aplicado \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. N\u00e3o sendo a Taxa Referencial (TR), \u00edndice disposto pela Lei 8.177/91, h\u00e1bil a atualizar monetariamente tais saldos, e estando tal \u00edndice em lei n\u00e3o espec\u00edfica do FGTS, entende-se que como inconstitucional a utiliza\u00e7\u00e3o da TR para tal fim, subsistindo a necessidade de aplicar-se \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria que reflita a infla\u00e7\u00e3o do per\u00edodo, tal como prev\u00ea a Lei n\u00ba 8.036/90.\nNesse sentido, os \u00edndices que atualmente t\u00eam refletido a varia\u00e7\u00e3o inflacion\u00e1ria brasileira s\u00e3o o INPC e o IPCA-E. Assim, resta analisar por esse ilustre julgador qual o \u00edndice que dever\u00e1 ser adotado para fins de corre\u00e7\u00e3o dos saldos do FGTS, sendo essa a \u00fanica quest\u00e3o que depreende de aprecia\u00e7\u00e3o.\nTendo em conta que a Corte Constitucional ainda n\u00e3o decidiu sobre a modula\u00e7\u00e3o dos efeitos da declara\u00e7\u00e3o de inconstitucionalidade do uso da TR na corre\u00e7\u00e3o dos precat\u00f3rios e d\u00edvidas da Fazenda P\u00fablica, bem como em raz\u00e3o de ser vedado o non liquet (art. 126 do CPC), tem-se necess\u00e1rio a declara\u00e7\u00e3o por vias judiciais de qual \u00edndice deve ser aplicado para a corre\u00e7\u00e3o das contas do FGTS, no caso, se o \u00edndice \u00e9 o IPCA-E ou o INPC.\n\n\fNesse sentido passamos a apresentar a diferen\u00e7a entre os dois \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria em comento:\nO que comp\u00f5e o IPCA-E:\nPor determina\u00e7\u00e3o legal (Medida Provis\u00f3ria n\u00famero 812, de 30 de dezembro de 1994), o IPCA S\u00e9rie Especial est\u00e1 sendo divulgado trimestralmente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estat\u00edstica, baseado nos \u00edndices do IPCA-15. O Portal Brasil apresenta na tabela tamb\u00e9m avaria\u00e7\u00e3o mensal - apenas para efeito de estat\u00edstica e estimativa futura do\u00edndice. A sua validade e aplicabilidade, entretanto, \u00e9 trimestral. Este \u00edndice \u00e9 aqui informado apenas para subsidiar expectativas de ac\u00famulos trimestrais ou entre per\u00edodos.\nO IPCA/IBGE verifica as varia\u00e7\u00f5es dos custos com os gastos das pessoas que ganham de um a quarenta sal\u00e1rios m\u00ednimos nas regi\u00f5es metropolitanas de Bel\u00e9m, Belo Horizonte, Bras\u00edlia, Curitiba, Fortaleza, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador, S\u00e3o Paulo e munic\u00edpio de Goi\u00e2nia. O Sistema Nacional de Pre\u00e7os ao Consumidor - SNIPC efetua a produ\u00e7\u00e3o cont\u00ednua e sistem\u00e1tica de \u00edndices de pre\u00e7os ao consumidor, tendo como unidade de coleta estabelecimentos comerciais e de presta\u00e7\u00e3o de servi\u00e7os, concession\u00e1ria de servi\u00e7os p\u00fablicos e domic\u00edlios (para levantamento de aluguel e condom\u00ednio).\nO IPCA/E utiliza, para sua composi\u00e7\u00e3o de c\u00e1lculo, os seguintes setores: alimenta\u00e7\u00e3o e bebidas, habita\u00e7\u00e3o, artigos de resid\u00eancia, vestu\u00e1rio, transportes, sa\u00fade e cuidados pessoais, despesas pessoais, educa\u00e7\u00e3o e comunica\u00e7\u00e3o.\nO que comp\u00f5e o INPC/IBGE:\nO INPC/IBGE foi criado inicialmente com o objetivo de orientar os reajustes de sal\u00e1rios dos trabalhadores.\nO Sistema Nacional de Pre\u00e7os ao Consumidor - SNIPC efetua a produ\u00e7\u00e3o cont\u00ednua e sistem\u00e1tica de \u00edndices de pre\u00e7os ao consumidor tendo como unidade de coleta estabelecimentos comerciais e de presta\u00e7\u00e3o de servi\u00e7os, concession\u00e1ria de servi\u00e7os p\u00fablicos e domic\u00edlios (para levantamento de aluguel e condom\u00ednio). A popula\u00e7\u00e3o-objetivo do INPC abrange as fam\u00edlias com rendimentos mensais compreendidos entre 1 (hum) e 5 (cinco) sal\u00e1rios-m\u00ednimos (aproximadamente 50% das fam\u00edlias brasileiras), cujo chefe \u00e9 assalariado em sua ocupa\u00e7\u00e3o principal e residente nas \u00e1reas urbanas das regi\u00f5es, qualquer que seja a fonte de rendimentos, e demais residentes nas \u00e1reas urbanas das regi\u00f5es metropolitanas abrangidas.\nAbrang\u00eancia geogr\u00e1fica: Regi\u00f5es metropolitanas de Bel\u00e9m, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, S\u00e3o Paulo, Curitiba e Porto Alegre, Bras\u00edlia e munic\u00edpio de Goi\u00e2nia.\nCalculado pelo IBGE entre os dias 1\u00ba e 30 de cada m\u00eas, comp\u00f5e-se do cruzamento de dois par\u00e2metros: a pesquisa de pre\u00e7os nas onze regi\u00f5es de maior produ\u00e7\u00e3o econ\u00f4mica, cruzada com a Pesquisa de Or\u00e7amento Familiar (POF).\nJaneiro/2012 - Altera\u00e7\u00f5es Significativas: A partir de janeiro/2012 o INPC passou a ser calculado com base nos valores de despesa obtidos na Pesquisa de Or\u00e7amentos Familiares POF 2008-2009. A POF \u00e9 realizada a cada cinco anos pelo IBGE em todo o territ\u00f3rio brasileiro o que permite atualizar os pesos (participa\u00e7\u00e3o relativa do valor da despesa de um item consumido em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 despesa total) dos produtos e servi\u00e7os nos or\u00e7amentos das fam\u00edlias. De julho de 2006 \u00e0 dezembro de 2011 a base dos \u00edndices de pre\u00e7os ao consumidor era a POF de 2002-2003.\nOutra mudan\u00e7a importante: At\u00e9 31.12.2011 eram consideradas no c\u00e1lculo as fam\u00edlias com rendimento de 1 \u00e0 6 sal\u00e1rios m\u00ednimos. A partir de 01.01.2012 isso diminuiu (de 1 \u00e0 5 sal\u00e1rios m\u00ednimos) em fun\u00e7\u00e3o da eleva\u00e7\u00e3o real da renda do brasileiro evitando, assim, desvirtua\u00e7\u00e3o da faixa salarial.\nImportante frisar ainda, que em sess\u00e3o ordin\u00e1ria do Conselho da Justi\u00e7a Federal - CNJ, ocorrida em 25/11/2011, foi aprovado o novo 'Manual de C\u00e1lculos da Justi\u00e7a Federal' onde passa a incidir o IPCA-e como indexador de Corre\u00e7\u00e3o Monet\u00e1ria para as senten\u00e7as condenat\u00f3rias em geral, conforme se pode verificar no s\u00edtio do cjf na internet (www.cjf.jus.br).\nAssim sendo, e por todo exposto, \u00e9 que o autor requer a declara\u00e7\u00e3o de qual \u00edndice deve ser considerado para corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria das contas do FGTS, se o IPCA-E ou INPC, para fins de dar\n\n\fcumprimento \u00e0 atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos saldos das contas do FGTS prevista no art. 2\u00ba da Lei 8.036/90, em substitui\u00e7\u00e3o \u00e0 TR, desde janeiro do ano de 1999, a partir de quando tal \u00edndice deixou de refletir a varia\u00e7\u00e3o inflacion\u00e1ria da moeda. Al\u00e9m disso, tais valores dever\u00e3o ser acrescidos de juros de mora de 1% a. M. (um por cento ao m\u00eas), a contar da cita\u00e7\u00e3o, at\u00e9 o efetivo pagamento. 2) Dos Pedidos\nAnte o exposto, requer: A) A declara\u00e7\u00e3o de qual \u00edndice deve ser considerado para corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria das contas do FGTS, se o IPCA ou INPC, para fins de dar cumprimento \u00e0 atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos saldos das contas do FGTS prevista no art. 2\u00ba da Lei 8.036/90, em substitui\u00e7\u00e3o \u00e0 TR, desde janeiro do ano de 1999, a partir de quando tal \u00edndice deixou de refletir a varia\u00e7\u00e3o inflacion\u00e1ria da moeda. B) Requer por fim, a condena\u00e7\u00e3o da R\u00e9, a pagar \u00e0 parte autora os valores correspondentes \u00e0 diferen\u00e7a de FGTS em raz\u00e3o da aplica\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria declarada no pedido acima, desde janeiro de 1999 em diante at\u00e9 seu efetivo saque, cujo valor dever\u00e1 ser apurado em sede de cumprimento de senten\u00e7a, sendo tais valores acrescidos de juros de mora de 1% a. M. (um por cento ao m\u00eas), a contar da cita\u00e7\u00e3o, at\u00e9 o efetivo pagamento. C) Requer os benef\u00edcios da Assist\u00eancia Judici\u00e1ria gratuita ao Autor, conforme declara\u00e7\u00e3o anexa. D) Requer a condena\u00e7\u00e3o da R\u00e9 as custas e honor\u00e1rios advocat\u00edcios de sucumb\u00eancia. E) PROVAS E.1)Apresenta o Autor, desde j\u00e1, os documentos acostados \u00e0 pe\u00e7a exordial, protestando, ainda, pela juntada de complementa\u00e7\u00e3o de extratos da conta vinculada do Autor para liquida\u00e7\u00e3o. E.2)Requer, finalmente, a intima\u00e7\u00e3o da r\u00e9 para juntar aos autos os extratos da evolu\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos, atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e juros creditados na conta vinculada do autor, posto que \u00e9 a atual administradora dos recursos do FGTS. D\u00e1 a causa o valor de 4.022,50 (quatro mil e vinte e dois reais e cinquenta centavos) em raz\u00e3o do c\u00e1lculo em anexo que utilizou o \u00edndice de INPC.\nTermos que; Roga deferimento\nCuritiba, 29 de janeiro de 2014.\nDIOGO PEDRO MATSUNAGA OAB/PR 55.326.\n\n\f" } ] } }, { "data": { "original_header": "Documento Original - IdDocumentoCompleto: 5032728-65.2021.4.04.7100-711621943636162505813362307841", "original_text": "EXMO. SR. DR. JUIZ FEDERAL DO JUIZADO ESPECIAL FEDERAL DA COMARCA DE PORTO ALEGRE/RS\nAutor (a): VOLMIR COSTA DOS SANTOS R\u00e9u: CAIXA ECON\u00d4MICA FEDERAL\nVOLMIR COSTA DOS SANTOS, brasileiro, inscrito no CPF/MF sob o no. 602.674.450-91, residente e domiciliado no Acesso Um Condom\u00ednio Terra Nova IV, 26, em Alvorada/RS- CEP: 94857-550, neste ato representado(a) por seus advogados infra-assinados, vem respeitosamente \u00e0 presen\u00e7a de Vossa Excel\u00eancia, propor a presente:\nA\u00c7\u00c3O REVISIONAL DE CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA DO FGTS\nEm face de CAIXA ECON\u00d4MICA FEDERAL, pelos fatos e raz\u00f5es que a seguir aduz:\nPRELIMINARES\n\u2981 Sobrestamento do feito em raz\u00e3o da decis\u00e3o nos autos da ADI 5090\nNa A\u00e7\u00e3o Direta de Inconstitucionalidade n\u00ba 5.090/DF, que versa sobre Corre\u00e7\u00e3o Monet\u00e1ria das contas do FGTS, o Exm\u00ba Relator Ministro Lu\u00eds Roberto Barroso determinou a suspens\u00e3o de todos os processos que discutem a mesma mat\u00e9ria at\u00e9 o julgamento definitivo da mencionada ADI. Vejamos:\nConsiderando: (a) a pend\u00eancia da presente ADI 5090, que sinaliza que a discuss\u00e3o sobre a rentabilidade do FGTS ainda ser\u00e1 apreciada p elo\n1\n\n\fSupremo e, portanto, n\u00e3o est\u00e1 julgada em car\u00e1ter definitivo, estando sujeita a altera\u00e7\u00e3o (plausibilidade jur\u00eddica); (b) o julgamento do tema pelo STJ e o n\u00e3o reconhecimento da repercuss\u00e3o geral pelo Supremo, o que poder\u00e1 ensejar o tr\u00e2nsito em julgado das decis\u00f5es j\u00e1 proferidas sobre o tema (perigo na demora); (c) os m\u00faltiplos requerimentos de cautelar nestes autos; e (d) a inclus\u00e3o do feito em pauta para 12/12/2019, defiro a cautelar, p ara determinar a suspens\u00e3o de todos os feitos que versem sobre a mat\u00e9ria, at\u00e9 julgamento do m\u00e9rito pelo Supremo Tribunal Federal. Publique-se. Intime-se. Bras\u00edlia, 6 de setembro de 2019. Ministro Lu\u00eds Roberto Barroso Relator\u201d.\nIsto posto, considerando que a presente a\u00e7\u00e3o versa sobre mat\u00e9ria id\u00eantica e que existe \u00e9 A\u00e7\u00e3o Direta de Inconstitucionalidade \u2013 ADI n\u00ba 5090 pendente de julgamento com determina\u00e7\u00e3o de suspens\u00e3o de todos os p rocessos que versem sobre a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria do FGTS, requer o autor(a) que este Nobre Julgador determine o sobrestamento do processo em an\u00e1lise ap\u00f3s a cita\u00e7\u00e3o da requerida, a fim de afastar o preju\u00edzo referente \u00e0 incid\u00eancia de juros a partir da cita\u00e7\u00e3o.\n\u2981 Legitimidade Passiva da Caixa Econ\u00f4mica\nIncontest\u00e1vel que a r\u00e9, Caixa Econ\u00f4mica Federal, \u00e9 a gestora das contas do FGTS, conforme determina o pr\u00f3prio art. 4\u00ba da Lei 8036/90. Nesse sentido, inclusive, o STJ j\u00e1 pacificou a legitimidade, a saber:\nS\u00daMULA 249/STJ - A Caixa Econ\u00f4mica Federal tem legitimidade passiva para integrar processo em que se discute corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria do FGTS.\nLogo, n\u00e3o h\u00e1 d\u00favidas que a r\u00e9 \u00e9 parte leg\u00edtima para integrar o p rocesso em que se discute a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria do referido fundo.\nFATOS\nTrata-se de A\u00e7\u00e3o Revisional de Corre\u00e7\u00e3o Monet\u00e1ria dos dep\u00f3sitos do FGTS efetuados nas contas do autor(a), conforme extratos anal\u00edticos em anexo.\n\u00c9 de saber not\u00f3rio que os dep\u00f3sitos do FGTS sofrem corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria p ela TR (Taxa Referencial) desde fevereiro de 1991, mas que, a partir de janeiro de 1999, tal \u00edndice n\u00e3o promoveu a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria do fundo como deveria.\n2\n\n\fEm raz\u00e3o disso, o autor(a) vem, atrav\u00e9s desta via judicial, requerer a substitui\u00e7\u00e3o da TR pelo INPC (\u00cdndice Nacional de Pre\u00e7os ao Consumidor), IPCA-E (\u00cdndice de Pre\u00e7os ao Consumidor Amplo) ou outro \u00edndice legal que recomponha o valor da moeda com o pagamento de todas as diferen\u00e7as decorrentes dessa altera\u00e7\u00e3o, conforme fatos e direito que passar\u00e1 a expor.\nDIREITO\n\u2981 Corre\u00e7\u00e3o Monet\u00e1ria do FGTS\nSabe-se que a Lei n\u00ba 8036/90, lei espec\u00edfica sobre o FGTS, disciplina a forma de remunera\u00e7\u00e3o do fundo, que est\u00e1 prevista no art. 13 da lei:\n\u201cArt. 13. Os dep\u00f3sitos efetuados nas contas vinculadas ser\u00e3o corrigidos monetariamente com base nos par\u00e2metros fixados para atualiza\u00e7\u00e3o dos saldos dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a e capitaliza\u00e7\u00e3o juros de (tr\u00eas) por cento ao ano.\"\nOs par\u00e2metros de atualiza\u00e7\u00e3o dos saldos da poupan\u00e7a, por sua vez, encontram-se previstos no artigo 12 da Lei n\u00ba 8.177/91, que disp\u00f5e:\nArt. 12. Em cada per\u00edodo de rendimento, os dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a ser\u00e3o remunerados: I - como remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica, por taxa correspondente \u00e0 acumula\u00e7\u00e3o das TRD, no per\u00edodo transcorrido entre o dia do \u00faltimo cr\u00e9dito de rendimento, inclusive, e o dia do cr\u00e9dito de rendimento, exclusive;\nAdemais, al\u00e9m de dispor que a TR \u00e9 o \u00edndice utilizado para corre\u00e7\u00e3o da poupan\u00e7a, a Lei n\u00ba 8.177/91 tamb\u00e9m disp\u00f4s que tal taxa seria aplicada p ara fins de corre\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos do FGTS, sen\u00e3o vejamos:\nArt. 17. A partir de fevereiro de 1991, os saldos das contas do Fundo de Garantia por Tempo de Servi\u00e7o (FGTS) passam a ser remunerados p ela taxa aplic\u00e1vel \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a com data de anivers\u00e1rio no dia 1\u00b0, observada a periodicidade mensal para remunera\u00e7\u00e3o.\nComo se pode verificar, todos os artigos em lei mencionados evidenciam a TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o dos saldos do FGTS. Todavia, h\u00e1 que observar sempre se os dep\u00f3sitos efetuados nas contas vinculadas s\u00e3o de fato corrigidos para assegurar a prote\u00e7\u00e3o \u00e0 perda do\n3\n\n\fpoder de compra do fundo, conforme previsto na Lei 8036/90, nos seus artigos 2\u00ba e 13\u00b0:\nArt. 2\u00ba O FGTS \u00e9 constitu\u00eddo pelos saldos das contas vinculadas a que se refere esta Lei e outros recursos a ele incorporados, devendo ser aplicados com atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e juros, de modo a assegurar a cobertura de suas obriga\u00e7\u00f5es.\nArt. 13. Os dep\u00f3sitos efetuados nas contas vinculadas ser\u00e3o corrigidos monetariamente com base nos par\u00e2metros fixados para atualiza\u00e7\u00e3o dos saldos dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a e capitaliza\u00e7\u00e3o juros de (tr\u00eas) por cento ao ano.\nAcontece, Excel\u00eancia, que \u00e9 de conhecimento geral que a aplica\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria de forma alguma atingiu o prop\u00f3sito em determinados per\u00edodos. Na verdade, desde fevereiro de 1991 at\u00e9 a data de hoje, raz\u00e3o inclusive que fez surgir no Poder Judici\u00e1rios diversas a\u00e7\u00f5es questionando a sua aplica\u00e7\u00e3o e legalidade.\nTanto \u00e9 assim, que o Supremo, em diversos casos semelhantes a este (ADIs n\u00ba 4357, 4372, 4400, 4425 e 5.348), n\u00e3o considerou a aplica\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o, por consider\u00e1-lo inadequado para recompor a p erder do p oder de compra.\nAl\u00e9m disso, seguindo o mesmo racioc\u00ednio, no julgamento da ADI n\u00ba 493 -0, o Supremo entendeu que tamb\u00e9m n\u00e3o seria poss\u00edvel aplicar a TR aos contratos do Sistema Financeiro de Habita\u00e7\u00e3o, uma vez que aquele Tribunal n\u00e3o reconhecia a TR como \u00edndice h\u00e1bil a promover a atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria.\nA\u00e7\u00e3o direta de inconstitucionalidade . - Se a lei alcan\u00e7ar os efeitos futuros de contratos celebrados anteriormente a ela, ser\u00e1 essa lei retroativa (retroatividade m\u00ednima) porque vai interferir na causa, que e um ato ou fato ocorrido no passado . - O disposto no artigo 5, XXXVI, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal se ap lica a toda e qualquer lei infraconstitucional, sem qualquer distin\u00e7\u00e3o entre lei de direito p\u00fablico e lei de direito privado, ou entre lei de ordem p\u00fablica e lei disp ositiva. Precedente do S.T.F. . - Ocorr\u00eancia, no caso, de viola\u00e7\u00e3o de direito adquirido. A taxa referencial (TR) n\u00e3o \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, pois, refletindo as varia\u00e7\u00f5es do custo prim\u00e1rio da capta\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos a prazo fixo, n\u00e3o constitui \u00edndice que reflita a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda. Por isso, n\u00e3o h\u00e1\n4\n\n\fnecessidade de se examinar a quest\u00e3o de saber se as normas que alteram \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria se aplicam imediatamente, alcan\u00e7ando, pois, as presta\u00e7\u00f5es futuras de contratos celebrados no passado, sem violarem o disp osto no artigo 5, XXXVI, da Carta Magna . - Tamb\u00e9m ofendem o ato jur\u00eddico perfeito os dispositivos impugnados que alteram o crit\u00e9rio de reajuste das presta\u00e7\u00f5es nos contratos ja celebrados pelo sistema do Plano de Equival\u00eancia Salarial por Categoria Profissional (PES/CP). A\u00e7\u00e3o direta de inconstitucionalidade julgada procedente, para declarar a inconstitucionalidade dos artigos 18, \"caput\" e par\u00e1grafos 1 e 4; 20; 21 e par\u00e1grafo \u00fanico; 23 e par\u00e1grafos; e 24 e par\u00e1grafos, todos da Lei n. 8.177, de 1 de maio de 1991. (STF - ADI: 493 DF, Relator: Min. MOREIRA ALVES, Data de Julgamento: 25/06/1992, TRIBUNAL PLENO, Data de Publica\u00e7\u00e3o: DJ 04-09-1992 PP14089 EMENT VOL-01674-02 PP-00260 RTJ VOL-00143-03 PP-00724)\nE n\u00e3o \u00e9 s\u00f3. Na an\u00e1lise das ADI 4425 e 4357, o STF destacou que a TR n\u00e3o pode ser utilizada como \u00edndice de atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, pois n\u00e3o \u00e9 capaz de espelhar o processo inflacion\u00e1rio brasileiro.\nDesse modo, em que pese o STJ j\u00e1 tenha proferido o seu posicionamento quanto ao tema, por ainda estar pendente o julgamento da ADI 5090 e, tendo em vista o entendimento declarado diversas vezes pelo STF (ADIs n\u00ba 4357, 4372, 4400, 4425 e 5.348) no sentido de que a TR n\u00e3o alcan\u00e7a mais o processo inflacion\u00e1rio, requer que, em observ\u00e2ncia ao art. 927 do CPC, seja seguida a atual jurisprud\u00eancia do Supremo.\nTem-se, em resumo, que a Lei n\u00ba 8.036/90, determina que ao saldo de suas contas deve ser obrigatoriamente aplicado corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. N\u00e3o sendo a Taxa Referencial (TR) h\u00e1bil a atualizar monetariamente tais saldos, entende-se que a TR \u00e9 inaplic\u00e1vel para tal fim por n\u00e3o alcan\u00e7ar de 1999 at\u00e9 hoje uma forma minimamente compat\u00edvel com a infla\u00e7\u00e3o, surgindo assim a necessidade de aplicar o INPC ou IPCA-E.\nLogo, indiscut\u00edvel \u00e9 o reconhecimento de que a TR n\u00e3o serve como \u00edndice capaz de corrigir a varia\u00e7\u00e3o inflacion\u00e1ria da moeda desde janeiro de 1999 at\u00e9 os dias de hoje e, por quest\u00e3o de justi\u00e7a, este ju\u00edzo determine a substitui\u00e7\u00e3o da TR p elo INPC, IPCA-E , ou outro \u00edndice legal que recomponha o valor da moeda, que conforme c\u00e1lculos em anexo gerar\u00e1 ao autor(a) o atual saldo corrigido de R$ 3.966,48.\n5\n\n\fPEDIDOS\nFinalmente, ante os fatos narrados e perante os dispositivos legais que a amparam, requer a parte autor(a) que se Vossa Excel\u00eancia se digne a:\n\u2981 Primeiramente, que seja admitida a presente peti\u00e7\u00e3o inicial, com expedi\u00e7\u00e3o de cita\u00e7\u00e3o \u00e0 parte r\u00e9;\n\u2981 Ap\u00f3s a cita\u00e7\u00e3o, que seja determinada a suspens\u00e3o dos autos de acordo com a decis\u00e3o da medida cautelar na A\u00e7\u00e3o Direta de Inconstitucionalidade 5.090 Distrito Federal, at\u00e9 o deslinde da controv\u00e9rsia;\n\u2981 Logo ap\u00f3s o julgamento da ADIN 5.090 Distrito Federal, para que se d\u00ea sequ\u00eancia ao feito, mediante levantamento da suspens\u00e3o decorrente da dita afeta\u00e7\u00e3o;\n\u2981 Ao final, julgar PROCEDENTE a presente a\u00e7\u00e3o para declarar a incompatibilidade do art. 13 da Lei 8036/90 com os art. 12, cap ut e inciso I c/c art. 17 da Lei 8177/91 e art. 5\u00ba, XXVII da CF e com isso:\n\u2981 Substituir a TR pelo INPC ou, alternativamente, pelo IPCA-E, ou outro \u00edndice para fins de dar cumprimento \u00e0 atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos saldos das contas do FGTS prevista no art. 2\u00ba da Lei 8.036/90, em substitui\u00e7\u00e3o \u00e0 TR, desde janeiro do ano de 1999, a partir de quando tal \u00edndice deixou de refletir a varia\u00e7\u00e3o inflacion\u00e1ria damoeda;\n\u2981 E condenar da r\u00e9, a pagar \u00e0 parte autor(a) (a) os valores correspondentes \u00e0 diferen\u00e7a de FGTS em raz\u00e3o da aplica\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria declarada no pedido acima, desde janeiro de 1999 em diante, conforme c\u00e1lculos em anexo.\n\u2981 A n\u00e3o realiza\u00e7\u00e3o de audi\u00eancia de concilia\u00e7\u00e3o, em raz\u00e3o do objeto da causa n\u00e3oadmitir a autocomposi\u00e7\u00e3o.\n\u2981 Por fim, requer a condena\u00e7\u00e3o da r\u00e9 \u00e0s custas e honor\u00e1rios advocat\u00edcios de sucumb\u00eancia.\nPara provar o alegado, requer-se \u00e0 Vossa Excel\u00eancia que sejam concedidos todos os meios de prova em Direito admitidos, principalmente no que remete \u00e0 juntada de novos documentos,\n6\n\n\fdepoimento pessoal dos representantes legais das requeridas, sob pena de confiss\u00e3o e inquiri\u00e7\u00e3o de testemunhas, caso se fa\u00e7a necess\u00e1rio. D\u00e1 \u00e0 causa o valor R$ 3.966,48, conforme demonstrativo de c\u00e1lculos em anexo. Determinar que todas as intima\u00e7\u00f5es e notifica\u00e7\u00f5es expedidas atrav\u00e9s do Di\u00e1rio Oficial sejam feitas em nome do(a) advogado(a) (OAB/RS 43.021), com endere\u00e7o eletr\u00f4nico: liatescheadv@gmail.com e, por sua vez, com endere\u00e7o profissional na Av. Get\u00falio Vargas, 1594/605, em Porto Alegre/RS - CEP: 90.150-004, sob pena de nulidade, nos precisos termos do art. 272, \u00a75\u00ba, do NCPC. Nestes termos, Pede deferimen to. Porto Alegre, 24 de maio de 2021. LIA TESCHE - OAB/RS43.021 Rol de documentos \u2981 Procura\u00e7\u00e3o \u2981 Identidade \u2981 Comprovante de resid\u00eancia \u2981 Extrato anal\u00edtico do FGTS \u2981 C\u00e1lculos\n7\n\n\fAv. Get\u00falio Vargas, 1594/605 \u2013 Porto Alegre/RS \u2013 CEP: 90150-004\n\n7\n\nCelular/whatsapp 51 99973-4314 E-mail: liatescheadv@gmail.com\n\n8\n\n\f", "similar_texts_federais_bgem3": [ { "header": "Texto Similar 1 (C\u00edvel) - IdDocumentoCompleto: 5004728-72.2023.4.04.7104-711682601029256142564052008249", "text": "DOUTO JU\u00cdZO FEDERAL DO JUIZADO ESPECIAL FEDERAL DA ___ VARA FEDERAL DA SUBSE\u00c7\u00c3O JUDICI\u00c1RIA DE PASSO FUNDO \u2013 RS.\nROSANGELA SCHIMITTI DA ROSA, brasileira, inscrita no CPF 964.981.450-72, residente e domiciliada na Rua Princesa Isabel, n\u00ba 540, Bairro Petr\u00f3polis, Passo Fundo/RS, CEP 99050-100, sem endere\u00e7o eletr\u00f4nico, vem respeitosamente \u00e0 presen\u00e7a de Vossa Excel\u00eancia, por seus procuradores signat\u00e1rios (instrumentos procurat\u00f3rios em anexo), propor a presente\nA\u00c7\u00c3O \u00d3RDINARIA DE CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA DO FGTS\nem desfavor da CAIXA ECON\u00d4MICA FEDERAL, com sede no SBS quadra 04 lotes 3/4 Matriz, Bras\u00edlia \u2013 DF, 70092-900, pelos seguintes motivos de fato, fundamentos e raz\u00f5es de direito a seguir aduzidos:\n1. PRELIMINARMENTE\n1.1 Sobrestamento do feito em raz\u00e3o da decis\u00e3o nos autos da ADI 5090\nNa A\u00e7\u00e3o Direta de Inconstitucionalidade n\u00ba 5.090/DF, que versa sobre Corre\u00e7\u00e3o Monet\u00e1ria das contas do FGTS, o Exm\u00ba Relator Ministro Lu\u00eds Roberto Barroso determinou a suspens\u00e3o de todos os processos que discutem a mesma mat\u00e9ria at\u00e9 o julgamento definitivo da mencionada ADI. Vejamos:\nConsiderando: (a) a pend\u00eancia da presente ADI 5090, que sinaliza que a discuss\u00e3o sobre a rentabilidade do FGTS ainda ser\u00e1 apreciada pelo Supremo e, portanto, n\u00e3o est\u00e1 julgada em car\u00e1ter definitivo, estando sujeita a altera\u00e7\u00e3o (plausibilidade jur\u00eddica); (b) o julgamento do tema pelo STJ e o n\u00e3o reconhecimento da repercuss\u00e3o geral pelo Supremo, o que poder\u00e1 ensejar o tr\u00e2nsito em julgado das decis\u00f5es j\u00e1 proferidas sobre o tema (perigo na demora); (c) os m\u00faltiplos requerimentos de cautelar nestes autos; e (d) a inclus\u00e3o do feito em pauta para 12/12/2019, defiro a cautelar, para determinar a suspens\u00e3o de todos os feitos que versem sobre a mat\u00e9ria, at\u00e9 julgamento do m\u00e9rito pelo Supremo Tribunal Federal. Publique-se. Intime-se. Bras\u00edlia, 6 de setembro de 2019. Ministro Lu\u00eds Roberto Barroso Relator\u201d. (grifo nosso)\nIsto posto, considerando que a presente a\u00e7\u00e3o versa sobre mat\u00e9ria id\u00eantica e que existe a A\u00e7\u00e3o Direta de Inconstitucionalidade \u2013 ADI n\u00ba 5090\n1\n\n\fpendente de julgamento com determina\u00e7\u00e3o de suspens\u00e3o de todos os processos que versem sobre a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria do FGTS, requer a parte autora que este Nobre Julgador determine o sobrestamento do processo em an\u00e1lise.\n1.2 Legitimidade Passiva da Caixa Econ\u00f4mica Federal\nIncontest\u00e1vel que a r\u00e9, Caixa Econ\u00f4mica Federal, \u00e9 a gestora das contas do FGTS, conforme determina o pr\u00f3prio art. 4\u00ba da Lei 8036/90. Nesse sentido, inclusive, o STJ j\u00e1 pacificou a legitimidade, a saber:\nS\u00daMULA 249/STJ - A Caixa Econ\u00f4mica Federal tem legitimidade passiva para integrar processo em que se discute corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria do FGTS.\nLogo, n\u00e3o h\u00e1 d\u00favidas que a r\u00e9 \u00e9 parte leg\u00edtima para integrar o processo em que se discute a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria do referido fundo.\n2. DOS FATOS\nTrata-se de A\u00e7\u00e3o Revisional de Corre\u00e7\u00e3o Monet\u00e1ria dos dep\u00f3sitos do FGTS efetuados nas contas da parte autora.\n\u00c9 de saber not\u00f3rio que os dep\u00f3sitos do FGTS sofrem corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria pela TR (Taxa Referencial) desde fevereiro de 1991, mas que, a partir de janeiro de 1999, tal \u00edndice n\u00e3o promoveu a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria do fundo como deveria.\nEm raz\u00e3o disso, a parte autora vem, atrav\u00e9s desta via judicial, requerer a substitui\u00e7\u00e3o da TR pelo INPC (\u00cdndice Nacional de Pre\u00e7os ao Consumidor) ou pelo IPCA-E (\u00cdndice de Pre\u00e7os ao Consumidor Amplo) e o pagamento de todas as diferen\u00e7as decorrentes dessa altera\u00e7\u00e3o, conforme fatos e direito que passar\u00e1 a expor.\n3. DO DIREITO\nSabe-se que a Lei n\u00ba 8036/90, lei espec\u00edfica sobre o FGTS, disciplina a forma de remunera\u00e7\u00e3o do fundo, que est\u00e1 prevista no art. 13 da lei:\nArt. 13. Os dep\u00f3sitos efetuados nas contas vinculadas ser\u00e3o corrigidos monetariamente com base nos par\u00e2metros fixados para atualiza\u00e7\u00e3o dos saldos dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a e capitaliza\u00e7\u00e3o juros de (tr\u00eas) por cento ao ano.\nOs par\u00e2metros de atualiza\u00e7\u00e3o dos saldos da poupan\u00e7a, por sua vez, encontram-se previstos no artigo 12 da Lei n\u00ba 8.177/91, que disp\u00f5e:\n2\n\n\fArt. 12. Em cada per\u00edodo de rendimento, os dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a ser\u00e3o remunerados: I - como remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica, por taxa correspondente \u00e0 acumula\u00e7\u00e3o das TRD, no per\u00edodo transcorrido entre o dia do \u00faltimo cr\u00e9dito de rendimento, inclusive, e o dia do cr\u00e9dito de rendimento, exclusive;\nAdemais, al\u00e9m de dispor que a TR \u00e9 o \u00edndice utilizado para corre\u00e7\u00e3o da poupan\u00e7a, a Lei n\u00ba 8.177/91 tamb\u00e9m disp\u00f4s que tal taxa seria aplicada para fins de corre\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos do FGTS, sen\u00e3o vejamos:\nArt. 17. A partir de fevereiro de 1991, os saldos das contas do Fundo de Garantia por Tempo de Servi\u00e7o (FGTS) passam a ser remunerados pela taxa aplic\u00e1vel \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a com data de anivers\u00e1rio no dia 1\u00b0, observada a periodicidade mensal para remunera\u00e7\u00e3o.\nComo se pode verificar, todos os artigos em lei mencionados evidenciam a TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o dos saldos do FGTS. Todavia, h\u00e1 que observar sempre se os dep\u00f3sitos efetuados nas contas vinculadas s\u00e3o de fato corrigidos para assegurar a prote\u00e7\u00e3o \u00e0 perda do poder de compra do fundo, conforme previsto na Lei 8036/90, nos seus artigos 2\u00ba e 13\u00b0:\nArt. 2\u00ba. O FGTS \u00e9 constitu\u00eddo pelos saldos das contas vinculadas a que se refere esta Lei e outros recursos a ele incorporados, devendo ser aplicados com atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e juros, de modo a assegurar a cobertura de suas obriga\u00e7\u00f5es (grifo nosso).\nArt. 13. Os dep\u00f3sitos efetuados nas contas vinculadas ser\u00e3o corrigidos monetariamente com base nos par\u00e2metros fixados para atualiza\u00e7\u00e3o dos saldos dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a e capitaliza\u00e7\u00e3o juros de (tr\u00eas) por cento ao ano.\nAcontece, Excel\u00eancia, que \u00e9 de conhecimento geral que a aplica\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria de forma alguma atingiu o prop\u00f3sito em determinados per\u00edodos. Na verdade, desde fevereiro de 1991 at\u00e9 a data de hoje, raz\u00e3o inclusive que fez surgir no Poder Judici\u00e1rios diversas a\u00e7\u00f5es questionando a sua aplica\u00e7\u00e3o e legalidade.\nTanto \u00e9 assim, que o Supremo, em diversos casos semelhantes a este (ADIs n\u00ba 4357, 4372, 4400, 4425 e 5.348), n\u00e3o considerou a aplica\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o, por consider\u00e1-lo inadequado para recompor a perda do poder de compra.\n3\n\n\fAl\u00e9m disso, seguindo o mesmo racioc\u00ednio, no julgamento da ADI n\u00ba 493-0, o Supremo entendeu que tamb\u00e9m n\u00e3o seria poss\u00edvel aplicar a TR aos contratos do Sistema Financeiro de Habita\u00e7\u00e3o, uma vez que aquele Tribunal n\u00e3o reconhecia a TR como \u00edndice h\u00e1bil a promover a atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria.\nA\u00e7\u00e3o direta de inconstitucionalidade . - Se a lei alcan\u00e7ar os efeitos futuros de contratos celebrados anteriormente a ela, ser\u00e1 essa lei retroativa (retroatividade m\u00ednima) porque vai interferir na causa, que e um ato ou fato ocorrido no passado . - O disposto no artigo 5, XXXVI, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal se aplica a toda e qualquer lei infraconstitucional, sem qualquer distin\u00e7\u00e3o entre lei de direito p\u00fablico e lei de direito privado, ou entre lei de ordem p\u00fablica e lei dispositiva. Precedente do S.T.F. . - Ocorr\u00eancia, no caso, de viola\u00e7\u00e3o de direito adquirido. A taxa referencial (TR) n\u00e3o \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, pois, refletindo as varia\u00e7\u00f5es do custo prim\u00e1rio da capta\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos a prazo fixo, n\u00e3o constitui \u00edndice que reflita a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda. Por isso, n\u00e3o h\u00e1 necessidade de se examinar a quest\u00e3o de saber se as normas que alteram \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria se aplicam imediatamente, alcan\u00e7ando, pois, as presta\u00e7\u00f5es futuras de contratos celebrados no passado, sem violarem o disposto no artigo 5, XXXVI, da Carta Magna . - Tamb\u00e9m ofendem o ato jur\u00eddico perfeito os dispositivos impugnados que alteram o crit\u00e9rio de reajuste das presta\u00e7\u00f5es nos contratos ja celebrados pelo sistema do Plano de Equival\u00eancia Salarial por Categoria Profissional (PES/CP). A\u00e7\u00e3o direta de inconstitucionalidade julgada procedente, para declarar a inconstitucionalidade dos artigos 18, \"caput\" e par\u00e1grafos 1 e 4; 20; 21 e par\u00e1grafo \u00fanico; 23 e par\u00e1grafos; e 24 e par\u00e1grafos, todos da Lei n. 8.177, de 1 de maio de 1991. (STF - ADI: 493 DF, Relator: Min. MOREIRA ALVES, Data de Julgamento: 25/06/1992, TRIBUNAL PLENO, Data de Publica\u00e7\u00e3o: DJ 04-09-1992 PP-14089 EMENT VOL-01674-02 PP-00260 RTJ VOL00143-03 PP-00724)\nE n\u00e3o \u00e9 s\u00f3. Na an\u00e1lise das ADI 4425 e 4357, o STF destacou que a TR n\u00e3o pode ser utilizada como \u00edndice de atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, pois n\u00e3o \u00e9 capaz de espelhar o processo inflacion\u00e1rio brasileiro.\nDesse modo, em que pese o STJ j\u00e1 tenha proferido o seu posicionamento quanto ao tema, por ainda estar pendente o julgamento da ADI 5090 e, tendo em vista o entendimento declarado diversas vezes pelo STF (ADIs n\u00ba 4357, 4372, 4400, 4425 e 5.348) no sentido de que a TR n\u00e3o alcan\u00e7a\n4\n\n\fmais o processo inflacion\u00e1rio, requer que, em observ\u00e2ncia ao art. 927 do CPC, seja seguida a atual jurisprud\u00eancia do Supremo.\nTem-se, em resumo, que a Lei n\u00ba 8.036/90, determina que ao saldo de suas contas deve ser obrigatoriamente aplicado corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. N\u00e3o sendo a Taxa Referencial (TR) h\u00e1bil a atualizar monetariamente tais saldos, entende-se que a TR \u00e9 inaplic\u00e1vel para tal fim por n\u00e3o alcan\u00e7ar de 1999 at\u00e9 hoje uma forma minimamente compat\u00edvel com a infla\u00e7\u00e3o, surgindo assim a necessidade de aplicar o INPC ou IPCA-E.\nLogo, indiscut\u00edvel \u00e9 o reconhecimento de que a TR n\u00e3o serve como \u00edndice capaz de corrigir a varia\u00e7\u00e3o inflacion\u00e1ria da moeda desde janeiro de 1999 at\u00e9 os dias de hoje e, por quest\u00e3o de justi\u00e7a, correto que este ju\u00edzo determine a substitui\u00e7\u00e3o da TR pelo INPC ou IPCA-E.\n4. DA ASSIST\u00caNCIA JUDICI\u00c1RIA GRATUITA\nNeste momento a situa\u00e7\u00e3o financeira da autora n\u00e3o lhe permite custear o processo sem preju\u00edzo de seu sustento e de sua fam\u00edlia, destarte, postula que lhe seja concedido o benef\u00edcio da Assist\u00eancia Judici\u00e1ria Gratuita, com fundamento na Lei 1.060/50, nos artigos 98 e 99 do Novo C\u00f3digo de Processo Civil e no art. 5\u00ba, inciso LXXIV da Constitui\u00e7\u00e3o Federal.\n5. DOS PEDIDOS\nAnte o exposto, requer:\na) Primeiramente, que seja admitida a presente peti\u00e7\u00e3o inicial, com expedi\u00e7\u00e3o de cita\u00e7\u00e3o postal \u00e0 parte r\u00e9;\nb) A concess\u00e3o do benef\u00edcio da assist\u00eancia judici\u00e1ria gratuita, nos termos da lei na Lei 1.060/50, dos artigos 98 e 99 do Novo C\u00f3digo de Processo Civil e no art. 5\u00ba, inciso LXXIV da Constitui\u00e7\u00e3o Federal;\nc) Ap\u00f3s, que seja determinada a suspens\u00e3o dos autos de acordo com a decis\u00e3o da medida cautelar na A\u00e7\u00e3o Direta de Inconstitucionalidade 5.090 Distrito Federal, at\u00e9 o deslinde da controv\u00e9rsia;\nd) Logo ap\u00f3s o julgamento da ADIN 5.090 Distrito Federal, para que se d\u00ea sequ\u00eancia ao feito, mediante levantamento da suspens\u00e3o decorrente da dita afeta\u00e7\u00e3o;\ne) Ao final, julgar PROCEDENTE a presente a\u00e7\u00e3o para declarar a incompatibilidade do art. 13 da Lei 8036/90 com os art. 12, caput e inciso I c/c art. 17 da Lei 8177/91 e art. 5\u00ba, XXVII da CF e com isso:\n5\n\n\fi. Substituir a TR pelo INPC ou, alternativamente, pelo IPCA-E, para fins de dar cumprimento \u00e0 atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos saldos das contas do FGTS prevista no art. 2\u00ba da Lei 8.036/90, em substitui\u00e7\u00e3o \u00e0 TR, desde janeiro do ano de 1999, a partir de quando tal \u00edndice deixou de refletir a varia\u00e7\u00e3o inflacion\u00e1ria da moeda.\nii. E, proceder o pagamento dos valores ao final apurados, promovendo o cr\u00e9dito respectivo na Conta Vinculada do FGTS da parte autora, quanto aos valores depositados ao tempo do recebimento e, quanto aos valores j\u00e1 sacados pela parte autora, requer seja expedido alvar\u00e1 para levantamento.\nf) Por fim, requer a condena\u00e7\u00e3o da r\u00e9 \u00e0s custas e honor\u00e1rios advocat\u00edcios de sucumb\u00eancia. Para provar o alegado, requer-se \u00e0 Vossa Excel\u00eancia que sejam\nconcedidos todos os meios de prova em Direito admitidos, tais como a prova documental e pericial, bem como as demais que forem necess\u00e1rias ao deslinde do feito, al\u00e9m de depoimento pessoal dos representantes legais das requeridas, sob pena de confiss\u00e3o e inquiri\u00e7\u00e3o de testemunhas, caso se fa\u00e7a necess\u00e1rio.\nD\u00e1 \u00e0 causa o valor de al\u00e7ada. Termos em que pede proced\u00eancia.\nPasso Fundo / RS, 24 de abril de 2023.\nMichele S. Donato OAB/RS 92.693\n6\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 2 (C\u00edvel) - IdDocumentoCompleto: 1025112-56.2023.4.01.3500-1594613391", "text": "EXCELENT\u00cdSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA ____\u00ba VARA DO JUIZADO ESPECIAL FEDERAL DA SE\u00c7\u00c3O JUDICI\u00c1RIA \u2013 GOI\u00c2NIA-GO\n\nAutor: EDIO CARLOS DE ASSIS\nR\u00e9u: CAIXA ECON\u00d4MICA FEDERAL\n\nEDIO CARLOS DE ASSIS, brasileiro, solteiro, portador da c\u00e9dula de identidade RG n\u00ba1.622.936 DF, inscrito no CPF/MF sob n\u00ba727.560.47-04, residente e domiciliado na Q-36 Lote 01-F/104 N\u00b001, Parque Esplanada II, Valparaiso de Goi\u00e1s - GO CEP 72878-012, neste ato representado por seu advogado infra-assinado, v\u00eam, mui respeitosamente \u00e0 presen\u00e7a de Vossa Excel\u00eancia, propor a presente:\n\nA\u00c7\u00c3O REVISIONAL DE CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA DO FGTS\n\nEm Face de CAIXA ECONOMICA FEDERAL pessoa jur\u00eddica de direito p\u00fablico, inscrita no CNPJ sob o n.\u00ba 00.360.305/001-04, com sede na SBS quadra 04, Bloco A, lote 3/4, Asa Sul, CEP: 70.092-900, Bras\u00edlia, DF, pelos fatos e raz\u00f5es que a seguir aduz:\n\nPRELIMINARES\n\nI. Sobrestamento do feito em raz\u00e3o da decis\u00e3o nos autos da ADI 5090\nNa A\u00e7\u00e3o Direta de Inconstitucionalidade n\u00ba 5.090/DF, que versa sobre Corre\u00e7\u00e3o Monet\u00e1ria das contas do FGTS, o Exmo. Relator Ministro Lu\u00eds Roberto Barroso determinou a suspens\u00e3o de todos os processos que discutem a mesma mat\u00e9ria at\u00e9 o julgamento definitivo da mencionada ADI. Vejamos:\nConsiderando: (a) a pend\u00eancia da presente ADI 5090, que sinaliza que a discuss\u00e3o sobre a rentabilidade do FGTS ainda ser\u00e1 apreciada pelo Supremo e, portanto, n\u00e3o est\u00e1 julgada em car\u00e1ter definitivo, estando sujeita a altera\u00e7\u00e3o (plausibilidade jur\u00eddica); (b) o julgamento do tema pelo STJ e o n\u00e3o reconhecimento da repercuss\u00e3o geral pelo Supremo, o que poder\u00e1 ensejar o tr\u00e2nsito em julgado das decis\u00f5es j\u00e1 proferidas sobre o tema (perigo na demora); (c) os m\u00faltiplos requerimentos de cautelar nestes autos; e (d) a inclus\u00e3o do feito em pauta para 12/12/2019, defiro a cautelar, para determinar a suspens\u00e3o de todos os feitos que versem sobre a mat\u00e9ria, at\u00e9 julgamento do m\u00e9rito pelo Supremo Tribunal Federal. Publique-se. Intime-se. Bras\u00edlia, 6 de setembro de 2019. Ministro Lu\u00eds Roberto Barroso Relator\u201d.(Grifo nosso)\nIsto posto, considerando que a presente a\u00e7\u00e3o versa sobre mat\u00e9ria id\u00eantica e que existe \u00e9 A\u00e7\u00e3o Direta de Inconstitucionalidade \u2013 ADI n\u00ba 5090 pendente de julgamento com determina\u00e7\u00e3o de suspens\u00e3o de todos os processos que versem sobre a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria do FGTS, requer o autor(a) que este Nobre Julgador determine o sobrestamento do processo em an\u00e1lise at\u00e9 o julgamento definitivo da ADI 5090.\nII. Legitimidade Passiva da Caixa Econ\u00f4mica\nIncontest\u00e1vel que a r\u00e9, Caixa Econ\u00f4mica Federal, \u00e9 a gestora das contas do FGTS, conforme determina o pr\u00f3prio art. 4\u00ba da Lei 8036/90. Nesse sentido, inclusive, o STJ j\u00e1 pacificou a legitimidade, a saber:\nS\u00daMULA 249/STJ - A Caixa Econ\u00f4mica Federal tem legitimidade passiva para integrar processo em que se discute corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria do FGTS.\nLogo, n\u00e3o h\u00e1 d\u00favidas que a r\u00e9 \u00e9 parte leg\u00edtima para integrar o processo em que se discute a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria do referido fundo.\nIII. Prescri\u00e7\u00e3o\nAcerca da prescri\u00e7\u00e3o, o C. Superior Tribunal de Justi\u00e7a tem o entendimento no sentido de que, nas demandas que tratam da atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos saldos das contas vinculadas do FGTS, o prazo prescricional \u00e9 de 30 anos, nos termos da S\u00famula 210 do STJ, vejamos:\n\"A a\u00e7\u00e3o de cobran\u00e7a das contribui\u00e7\u00f5es para o FGTS prescreve em (30) trinta anos\".\u201d ( REsp n. 1.112.520 - PE).\nAdemais, tamb\u00e9m j\u00e1 se encontra pacificado pela jurisprud\u00eancia que nas a\u00e7\u00f5es em que se pretende a cobran\u00e7a das diferen\u00e7as de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria em contas do FGTS, em que a lide se fixa entre a parte autora e a Caixa Econ\u00f4mica Federal, empresa p\u00fablica, a prescri\u00e7\u00e3o \u00e9 regida pela lei civil, abarcando o prazo geral das a\u00e7\u00f5es pessoais, n\u00e3o lhes sendo aplic\u00e1vel o prazo especial aludido no DEL-20910/32. Nesse sentido:\nDIREITO ADMINISTRATIVO. CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA DOS DEP\u00d3SITOS DO FGTS. PRESCRI\u00c7\u00c3O. 1. Nas a\u00e7\u00f5es por diferen\u00e7as de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria em contas do FGTS, em que a lide se fixa entre a parte autora e a Caixa Econ\u00f4mica Federal, empresa p\u00fablica, a prescri\u00e7\u00e3o \u00e9 regida pela lei civil, abarcando o prazo geral das a\u00e7\u00f5es pessoais, n\u00e3o lhes sendo aplic\u00e1vel o prazo especial aludido no DEL-20910/32. 2. Senten\u00e7a afastada. (TRF4, AC 96.04.47354-9, TERCEIRA TURMA, Relatora VIRG\u00cdNIA AMARAL DA CUNHA SCHEIBE, DJ 18/12/1996)\nPortanto, somente estaria prescrita a pretens\u00e3o relativa \u00e0s parcelas anteriores aos dep\u00f3sitos dos \u00faltimos 30 anos, considerando que o ajuizamento da presente a\u00e7\u00e3o se deu em 06 de abril de 2023.\nDessarte, n\u00e3o h\u00e1 que se falar em prescri\u00e7\u00e3o.\n\nFATOS\n\nTrata-se de A\u00e7\u00e3o Revisional de Corre\u00e7\u00e3o Monet\u00e1ria dos dep\u00f3sitos do FGTS efetuados nas contas do autor(a), no per\u00edodo de 01/01/1999 a 31/12/2013 conforme extratos anal\u00edticos em anexo.\n\u00c9 de saber not\u00f3rio que os dep\u00f3sitos do FGTS sofrem corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria pela TR (Taxa Referencial) desde fevereiro de 1991, mas que, a partir de janeiro de 1999, tal \u00edndice n\u00e3o promoveu a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria do fundo como deveria por justamente n\u00e3o refletir a infla\u00e7\u00e3o do per\u00edodo.\nLogo, desde janeiro de 1999, a parte R\u00e9 deixou de aplicar a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u00e0s contas do FGTS, aplicando apenas juros legais, como previstos na legisla\u00e7\u00e3o.\nEm raz\u00e3o disso, o autor(a) vem, atrav\u00e9s desta via judicial, requerer a substitui\u00e7\u00e3o da TR pelo INPC (\u00cdndice Nacional de Pre\u00e7os ao Consumidor) ou pelo IPCA-E (\u00cdndice de Pre\u00e7os ao Consumidor Amplo) e o pagamento de todas as diferen\u00e7as decorrentes dessa altera\u00e7\u00e3o, conforme fatos e direito que passar\u00e1 a expor.\n\nDIREITO\n\nIII. Corre\u00e7\u00e3o Monet\u00e1ria do FGTS\nSabe-se que a Lei n\u00ba 8036/90, lei espec\u00edfica sobre o FGTS, disciplina a forma de remunera\u00e7\u00e3o do fundo, que est\u00e1 prevista no art. 13 da lei:\n\u201cArt. 13. Os dep\u00f3sitos efetuados nas contas vinculadas ser\u00e3o corrigidos monetariamente com base nos par\u00e2metros fixados para atualiza\u00e7\u00e3o dos saldos dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a e capitaliza\u00e7\u00e3o juros de (tr\u00eas) por cento ao ano.\"\nOs par\u00e2metros de atualiza\u00e7\u00e3o dos saldos da poupan\u00e7a, por sua vez, encontram-se previstos no artigo 12 da Lei n\u00ba 8.177/91, que disp\u00f5e:\nArt. 12. Em cada per\u00edodo de rendimento, os dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a ser\u00e3o remunerados: I - como remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica, por taxa correspondente \u00e0 acumula\u00e7\u00e3o das TRD, no per\u00edodo transcorrido entre o dia do \u00faltimo cr\u00e9dito de rendimento, inclusive, e o dia do cr\u00e9dito de rendimento, exclusive;\nAdemais, al\u00e9m de dispor que a TR \u00e9 o \u00edndice utilizado para corre\u00e7\u00e3o da poupan\u00e7a, a Lei n\u00ba 8.177/91 tamb\u00e9m disp\u00f4s que tal taxa seria aplicada para fins de corre\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos do FGTS, sen\u00e3o vejamos:\nArt. 17. A partir de fevereiro de 1991, os saldos das contas do Fundo de Garantia por Tempo de Servi\u00e7o (FGTS) passam a ser remunerados pela taxa aplic\u00e1vel \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a com data de anivers\u00e1rio no dia 1\u00b0, observada a periodicidade mensal para remunera\u00e7\u00e3o\nComo se pode verificar, todos os artigos em lei mencionados evidenciam a TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o dos saldos do FGTS. Todavia, h\u00e1 que observar sempre se os dep\u00f3sitos efetuados nas contas vinculadas s\u00e3o de fato corrigidos para assegurar a prote\u00e7\u00e3o \u00e0 perda do poder de compra do fundo, conforme previsto na Lei 8036/90, nos seus artigos 2\u00ba e 13\u00b0:\nArt. 2\u00ba O FGTS \u00e9 constitu\u00eddo pelos saldos das contas vinculadas a que se refere esta Lei e outros recursos a ele incorporados, devendo ser aplicados com atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e juros, de modo a assegurar a cobertura de suas obriga\u00e7\u00f5es (grifos nossos).\nArt. 13. Os dep\u00f3sitos efetuados nas contas vinculadas ser\u00e3o corrigidos monetariamente com base nos par\u00e2metros fixados para atualiza\u00e7\u00e3o dos saldos dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a e capitaliza\u00e7\u00e3o juros de (tr\u00eas) por cento ao ano. - grifou-se.\nAcontece, Excel\u00eancia, que \u00e9 de conhecimento geral que a aplica\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria de forma alguma atingiu o prop\u00f3sito em determinados per\u00edodos. Na verdade, desde fevereiro de 1991 at\u00e9 a data de hoje, raz\u00e3o inclusive que fez surgir no Poder Judici\u00e1rios diversas a\u00e7\u00f5es questionando a sua aplica\u00e7\u00e3o e legalidade.\nTanto \u00e9 assim, que o Supremo, em diversos casos semelhantes a este (ADIs n\u00ba 4357, 4372, 4400, 4425 e 5.348), n\u00e3o considerou a aplica\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o, por consider\u00e1-lo inadequado para recompor a perder do poder de compra.\nAl\u00e9m disso, seguindo o mesmo racioc\u00ednio, no julgamento da ADI n\u00ba 493-0, o Supremo entendeu que tamb\u00e9m n\u00e3o seria poss\u00edvel aplicar a TR aos contratos do Sistema Financeiro de Habita\u00e7\u00e3o, uma vez que aquele Tribunal n\u00e3o reconhecia a TR como \u00edndice h\u00e1bil a promover a atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria.\nA\u00e7\u00e3o direta de inconstitucionalidade . - Se a lei alcan\u00e7ar os efeitos futuros de contratos celebrados anteriormente a ela, ser\u00e1 essa lei retroativa (retroatividade m\u00ednima) porque vai interferir na causa, que e um ato ou fato ocorrido no passado . - O disposto no artigo 5, XXXVI, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal se aplica a toda e qualquer lei infraconstitucional, sem qualquer distin\u00e7\u00e3o entre lei de direito p\u00fablico e lei de direito privado, ou entre lei de ordem p\u00fablica e lei dispositiva. Precedente do S.T.F. . - Ocorr\u00eancia, no caso, de viola\u00e7\u00e3o de direito adquirido. A taxa referencial (TR) n\u00e3o \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, pois, refletindo as varia\u00e7\u00f5es do custo prim\u00e1rio da capta\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos a prazo fixo, n\u00e3o constitui \u00edndice que reflita a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda. Por isso, n\u00e3o h\u00e1 necessidade de se examinar a quest\u00e3o de saber se as normas que alteram \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria se aplicam imediatamente, alcan\u00e7ando, pois, as presta\u00e7\u00f5es futuras de contratos celebrados no passado, sem violarem o disposto no artigo 5, XXXVI, da Carta Magna . - Tamb\u00e9m ofendem o ato jur\u00eddico perfeito os dispositivos impugnados que alteram o crit\u00e9rio de reajuste das presta\u00e7\u00f5es nos contratos ja celebrados pelo sistema do Plano de Equival\u00eancia Salarial por Categoria Profissional (PES/CP). A\u00e7\u00e3o direta de inconstitucionalidade julgada procedente, para declarar a inconstitucionalidade dos artigos 18, \"caput\" e par\u00e1grafos 1 e 4; 20; 21 e par\u00e1grafo \u00fanico; 23 e par\u00e1grafos; e 24 e par\u00e1grafos, todos da Lei n. 8.177, de 1 de maio de 1991. (STF - ADI: 493 DF, Relator: Min. MOREIRA ALVES, Data de Julgamento: 25/06/1992, TRIBUNAL PLENO, Data de Publica\u00e7\u00e3o: DJ 04-09-1992 PP-14089 EMENT VOL-01674-02 PP-00260 RTJ VOL-00143-03 PP-00724)\nE n\u00e3o \u00e9 s\u00f3. Na an\u00e1lise das ADI 4425 e 4357, o STF destacou que a TR n\u00e3o pode ser utilizada como \u00edndice de atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, pois n\u00e3o \u00e9 capaz de espelhar o processo inflacion\u00e1rio brasileiro.\nDesse modo, em que pese o STJ j\u00e1 tenha proferido o seu posicionamento quanto ao tema, por ainda estar pendente o julgamento da ADI 5090 e, tendo em vista o entendimento declarado diversas vezes pelo STF (ADIs n\u00ba 4357, 4372, 4400, 4425 e 5.348) no sentido de que a TR n\u00e3o alcan\u00e7a mais o processo inflacion\u00e1rio, requer que, em observ\u00e2ncia ao art. 927 do CPC, seja seguida a atual jurisprud\u00eancia do Supremo.\nTem-se, em resumo, que a Lei n\u00ba 8.036/90, determina que ao saldo de suas contas deve ser obrigatoriamente aplicado corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. N\u00e3o sendo a Taxa Referencial (TR) h\u00e1bil a atualizar monetariamente tais saldos, entende-se que a TR \u00e9 inaplic\u00e1vel para tal fim por n\u00e3o alcan\u00e7ar de 1999 at\u00e9 hoje uma forma minimamente compat\u00edvel com a infla\u00e7\u00e3o, surgindo assim a necessidade de aplicar o INPC ou IPCA-E.\nLogo, indiscut\u00edvel \u00e9 o reconhecimento de que a TR n\u00e3o serve como \u00edndice capaz de corrigir a varia\u00e7\u00e3o inflacion\u00e1ria da moeda desde janeiro de 1999 at\u00e9 os dias de hoje e, por quest\u00e3o de justi\u00e7a, este ju\u00edzo determine a substitui\u00e7\u00e3o da TR pelo INPC ou IPCA-E, que conforme c\u00e1lculos em anexo gerar\u00e1 ao autor o atual saldo corrigido de R$ 3.591,00 (tr\u00eas mil quinhentos e noventa e um reais).\nIV - Justi\u00e7a Gratuita\nO autor anexa aos autos a declara\u00e7\u00e3o de hipossufici\u00eancia, tendo em vista que n\u00e3o tem condi\u00e7\u00f5es de arcar com as despesas processuais e honor\u00e1rios sem preju\u00edzo do pr\u00f3prio sustento, raz\u00e3o pela qual requer o deferimento da justi\u00e7a gratuita nos termos do art. 98 do CPC.\n\nPEDIDOS\n\nFinalmente, ante os fatos narrados e perante os dispositivos legais que a amparam, requer a parte autor(a) que se Vossa Excel\u00eancia se digne a:\n1. Primeiramente, que seja admitida a presente peti\u00e7\u00e3o inicial, com expedi\u00e7\u00e3o de cita\u00e7\u00e3o postal \u00e0 parte r\u00e9;\n2. Ap\u00f3s, que seja determinada a suspens\u00e3o dos autos de acordo com a decis\u00e3o da medida cautelar na A\u00e7\u00e3o Direta de Inconstitucionalidade 5.090 Distrito Federal, at\u00e9 o deslinde da controv\u00e9rsia; Logo ap\u00f3s o julgamento da ADIN 5.090 Distrito Federal, para que se d\u00ea sequ\u00eancia ao feito, mediante levantamento da suspens\u00e3o decorrente da dita afeta\u00e7\u00e3o;\n3. Ao final, julgar PROCEDENTE a presente a\u00e7\u00e3o para declarar a incompatibilidade do art. 13 da Lei 8036/90 com os art. 12, caput e inciso I c/c art. 17 da Lei 8177/91 e art. 5\u00ba, XXXVI da CF e com isso:\na. Substituir a TR pelo INPC ou, alternativamente, pelo IPCA-E, para fins de dar cumprimento \u00e0 atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos saldos das contas do FGTS prevista no art. 2\u00ba da Lei 8.036/90, em substitui\u00e7\u00e3o \u00e0 TR, desde janeiro do ano de 1999, a partir de quando tal \u00edndice deixou de refletir a varia\u00e7\u00e3o inflacion\u00e1ria da moeda.\nb. E condenar da r\u00e9, a pagar \u00e0 parte autor(a) (a) os valores correspondentes \u00e0 diferen\u00e7a de FGTS em raz\u00e3o da aplica\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria declarada no pedido acima, desde janeiro de 1999 em diante, conforme c\u00e1lculos em anexo. Deferir os benef\u00edcios da Assist\u00eancia Judici\u00e1ria gratuita ao autor(a) (a), assegurado pelo art. 98 do C\u00f3digo de Processo Civil, tendo em vista que este n\u00e3o pode arcar com as despesas processuais. Para tanto, faz juntada do documento necess\u00e1rio \u2013 declara\u00e7\u00e3o de hipossufici\u00eancia econ\u00f4mica; A n\u00e3o realiza\u00e7\u00e3o de audi\u00eancia de concilia\u00e7\u00e3o, em raz\u00e3o do objeto da causa n\u00e3o admitir a autocomposi\u00e7\u00e3o Por fim, requer a condena\u00e7\u00e3o da r\u00e9 \u00e0s custas e honor\u00e1rios advocat\u00edcios de sucumb\u00eancia.\nPara provar o alegado, requer-se \u00e0 Vossa Excel\u00eancia que sejam concedidos todos os meios de prova em Direito admitidos, principalmente no que remete \u00e0 juntada de novos documentos, depoimento pessoal dos representantes legais das requeridas, sob pena de confiss\u00e3o e inquiri\u00e7\u00e3o de testemunhas, caso se fa\u00e7a necess\u00e1rio.\nD\u00e1 \u00e0 causa o valor de R$ 3.591,00 (tr\u00eas mil quinhentos e noventa e um reais ), conforme demonstrativo de c\u00e1lculos em anexo.\nDeterminar que todas as intima\u00e7\u00f5es e notifica\u00e7\u00f5es expedidas atrav\u00e9s do Di\u00e1rio Oficial sejam feitas em nome do advogado Dr. Ricardo Dias Sanches, advogado devidamente inscrita na Ordem dos Advogados do Brasil, Se\u00e7\u00e3o do Estado de Goi\u00e1s sob o n\u00ba 62.515, telefones: (62) 3519-7171, endere\u00e7o eletr\u00f4nico: ricardosanches_adv@hotmail.com , sob pena de nulidade, nos precisos termos do art. 272, \u00a75\u00ba, do NCPC.\nTermos que, pede e deferimento.\nGoi\u00e2nia, 24 de abril de 2023\n\n_________________________________________\nRICARDO DIAS SANCHES\nOAB-GO 62.515\n\nAssinado eletronicamente por RICARDO DIAS SANCHES\n26/04/2023 16:05:40\n\nhttps://pje1g.trf1.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam 23042615494213300001579959540" }, { "header": "Texto Similar 3 (C\u00edvel) - IdDocumentoCompleto: 5001558-60.2021.4.04.7105-711620489721450971230693282089", "text": "EXCELENT\u00cdSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA _______ VAR DO JUIZADO ESPECIAL FEDERAL DE SANTO ANGELO (RS).\nCom pedido de AJG\nJO\u00c3O BATISTA CORIM DA ROSA, brasileiro, em uni\u00e3o est\u00e1vel, advogado, inscrito no CPF sob o n\u00ba 648.009.200-78, residente e domiciliado na Rua Roberto Frey, n\u00ba 797, Bairro Jardim das Palmeiras, na cidade de Santo Angelo (RS) \u2013 CEP: 98.804-350, vem por sua procuradora signat\u00e1ria (OAB/RS 66.003), com instrumento de mandato em anexo, perante Vossa Excel\u00eancia, propor\nA\u00c7\u00c3O REVISIONAL DE FGTS, em desfavor de\nEm desfavor da CAIXA ECON\u00d4MICA FEDERAL, com sede na SBS Quadra 4, Bloco A lote \u00be, PRESIL/GECOL 21 andar, Asa Sul, Bras\u00edlia/DF, CEP: 70.092900, pelas raz\u00f5es de fato e de direito que passa a expor.\nDA GRATUIDADE DA JUSTI\u00c7A A parte Autora \u00e9 pessoa hipossuficiente, n\u00e3o possuindo condi\u00e7\u00f5es de arcar com as custas processuais sem o preju\u00edzo do seu sustento e de sua fam\u00edlia, motivo pelo qual faz jus aos benef\u00edcios da gratuidade de justi\u00e7a, nos termos da Lei 1.060/50 com as altera\u00e7\u00f5es da Lei 7.510/86 c/c artigo 98 e seguintes do NCPC.\n\n\fDOS FATOS\nA parte Autora, conforme extratos anal\u00edticos do FGTS anexos, possui dep\u00f3sitos de julho de 1999 at\u00e9 o presente momento, que est\u00e3o sofrendo corre\u00e7\u00e3o pela TR (Taxa Referencial), \u00edndice esse n\u00e3o aplic\u00e1vel a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria do FGTS, conforme detalhadamente passaremos a expor.\nA s\u00edntese da presente demanda \u00e9 a busca da parte Autora, por meio da presente demanda, que seja a R\u00e9 condenada a substituir o \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria aplicado \u00e0 sua conta vinculada do FGTS (Taxa Referencial \u2013 TR) pelo \u00cdndice Nacional de Pre\u00e7os ao Consumidor \u2013 INPC ou pelo \u00cdndice de Pre\u00e7os ao Consumidor Amplo \u2013 IPCA, com o pagamento das diferen\u00e7as decorrentes da altera\u00e7\u00e3o.\nComo sabido, a TR \u00e9 o \u00edndice atualmente utilizado para corre\u00e7\u00e3o do FGTS, e a TR n\u00e3o tem promovido a necess\u00e1ria atualiza\u00e7\u00e3o do saldo existente na conta fundi\u00e1ria, uma vez que se encontra em patamar inferior \u00e0queles utilizados para indica\u00e7\u00e3o do percentual de infla\u00e7\u00e3o, como \u00e9 o caso do IPCA ou do INPC.\nNo mesmo vi\u00e9s, o Supremo Tribunal Federal j\u00e1 se manifestou no sentido de n\u00e3o reconhecer a TR como \u00edndice capaz de corrigir a varia\u00e7\u00e3o inflacion\u00e1ria da moeda, n\u00e3o servindo, portanto, como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, sendo imprescind\u00edvel, e por quest\u00e3o de justi\u00e7a, que outro \u00edndice seja aplicado, seja ele o INPC ou IPCA, versando a mat\u00e9ria t\u00e3o somente no sentido de qual dos dois \u00edndices aplicar para corre\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos de FGTS.\nDA LEGITIMIDADE DA CEF\nDesde logo, e por quest\u00e3o de economia processual, a parte Autora enfatiza a legitimidade passiva da R\u00e9, eis que a mat\u00e9ria encontra-se pacificada em nossos tribunais, tendo sido sumulada pelo E. STJ, no seguinte teor: \u201cS\u00famula n\u00ba 249: A Caixa Econ\u00f4mica Federal tem\nlegitimidade passiva para integrar processo em que se discute corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria do FGTS\u201d.\nDA PRESCRI\u00c7\u00c3O TRINTEN\u00c1RIA\nEst\u00e1 pacificada pelos tribunais superiores a prescri\u00e7\u00e3o trinten\u00e1ria das causas que versam sobre a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos saldos do FGTS, visto que as verbas pleiteadas n\u00e3o possuem natureza tribut\u00e1ria, mas estritamente social e trabalhista, com os mesmos privil\u00e9gios das contribui\u00e7\u00f5es previdenci\u00e1rias, conforme artigo 20 da Lei 5017/66, art. 183 do CTN e art. 23 da Lei n\u00ba 8.036/90, n\u00e3o se aplicando o artigo 178, \u00a7 10\u00aa, inciso III do C\u00f3digo Civil, mesmo porque n\u00e3o se trata de presta\u00e7\u00f5es acess\u00f3rias, pag\u00e1veis anualmente ou em per\u00edodos mais curtos, visto que o sistema do FGTS, n\u00e3o permite saques acess\u00f3rios.\n\n\fNesse sentido, a S\u00famula 210 do STJ:\n\u201cA A\u00e7\u00e3o de Cobran\u00e7a das contribui\u00e7\u00f5es para o FGTS prescreve trinta (30) anos\u201d.\nDesde j\u00e1, recha\u00e7a qualquer alega\u00e7\u00e3o da parte r\u00e9 no sentido de atrair a prescri\u00e7\u00e3o de 5 anos em raz\u00e3o julgamento do RE 709.212/DF. N\u00e3o se aplica o entendimento deste julgamento ao presente caso pois s\u00e3o situa\u00e7\u00f5es distintas, uma vez que referido processo trata de prescri\u00e7\u00e3o de dep\u00f3sito de FGTS por empregadores e tomadores de servi\u00e7o, ou seja, de dep\u00f3sito de FGTS que n\u00e3o foram realizados no \u00e2mbito da rela\u00e7\u00e3o empregat\u00edcia.\nA fim de n\u00e3o pairar qualquer d\u00favida, destaca-se o trecho inicial do voto do Ministro Gilmar Mendes no RE 709.212/DF: O cerne da presente controv\u00e9rsia diz respeito \u00e0 defini\u00e7\u00e3o do prazo prescricional aplic\u00e1vel \u00e0 cobran\u00e7a judicial dos valores devidos, pelos empregadores e pelos tomadores de servi\u00e7o, ao Fundo de Garantia por Tempo de Servi\u00e7o (FGTS).\".\nDa mera leitura do trecho transcrito j\u00e1 se observa que esta prescri\u00e7\u00e3o tratada no julgamento do RE 709.212/DF n\u00e3o se aplica para o objeto da presente demanda, isto \u00e9, corre\u00e7\u00e3o dos ganhos do FGTS pela TR.\nDestarte, seja pelo teor da legisla\u00e7\u00e3o pertinente, seja pela consolidada jurisprud\u00eancia, o direito para reclamar a exata aplica\u00e7\u00e3o dos \u00edndices de rendimentos das contas vinculadas do FGTS prescreve em 30 (trinta) anos, e, portanto, encontra- se o Requerente em pleno exerc\u00edcio de seus direitos.\nDO FUNDO DE GARANTIA POR TEMPO DE SERVI\u00c7O\nO Fundo de Garantia por Tempo de Servi\u00e7o \u2013 FGTS, criado pela Lei n\u00ba 5.107/66 e atualmente regido pela Lei n\u00ba 8.036/90, \u00e9 constitu\u00eddo por meio de dep\u00f3sitos mensais realizados pelos empregadores em conta vinculada aos trabalhadores e tem por fim garantir ao empregado estabilidade no emprego, al\u00e9m de aux\u00edlio monet\u00e1rio em caso de despedida sem justa causa.\nSegundo a Lei 8.036/90, no in\u00edcio de cada m\u00eas, o empregador deve depositar, em conta aberta na Caixa Econ\u00f4mica Federal, em nome do empregado, valor correspondente a 8% (oito por cento) da remunera\u00e7\u00e3o deste, que pode moviment\u00e1-la sempre que verificada uma das hip\u00f3teses estabelecidas no art. 20 da referida Lei.\nO Fundo \u00e9 gerido e administrado a partir das normas e diretrizes do Conselho Curador e os recursos fundi\u00e1rios, por expressa previs\u00e3o legislativa, s\u00e3o utilizados para financiar investimentos sociais nas \u00e1reas de habita\u00e7\u00e3o, saneamento e infraestrutura urbana (artigo 9\u00ba, \u00a7\u00a7 2\u00ba e 3\u00ba, da Lei 8.036/90).\n\n\fda Lei:\n\nQuanto \u00e0 forma de remunera\u00e7\u00e3o do fundo, esta est\u00e1 prevista no artigo 13\n\u201cArt. 13. Os dep\u00f3sitos efetuados nas contas vinculadas ser\u00e3o corrigidos\nmonetariamente com base nos par\u00e2metros fixados para atualiza\u00e7\u00e3o dos saldos dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a e capitaliza\u00e7\u00e3o juros de (tr\u00eas) por cento ao ano.\u201d\n\nOs par\u00e2metros de atualiza\u00e7\u00e3o dos saldos da poupan\u00e7a, por sua vez, encontram-se previstos no artigo 12 da Lei n\u00ba 8.177/91, que disp\u00f5e:\n\n\u201cArt. 12. Em cada per\u00edodo de rendimento, os dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a ser\u00e3o remunerados: I \u2013 como remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica, por taxa correspondente \u00e0 acumula\u00e7\u00e3o das TRD, no per\u00edodo transcorrido entre o dia do \u00faltimo cr\u00e9dito de rendimento, inclusive, e o dia do cr\u00e9dito de rendimento, exclusive;\u201d\nNesta mesma Lei, est\u00e3o definidos os par\u00e2metros para fixa\u00e7\u00e3o da Taxa Referencial (TR) e da Taxa Refer\u00eancia Di\u00e1ria (TRD), nos seguintes termos:\nArt. 1\u00ba O Banco Central do Brasil divulgar\u00e1 Taxa Referencial (TR), calculada a partir da remunera\u00e7\u00e3o mensal m\u00e9dia l\u00edquida de impostos, dos dep\u00f3sitos a prazo fixo captados nos bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos m\u00faltiplos com carteira comercial ou de investimentos, caixas econ\u00f4micas, ou dos t\u00edtulos p\u00fablicos federais, estaduais e municipais, de acordo com metodologia a ser aprovada pelo Conselho Monet\u00e1rio Nacional, no prazo de sessenta dias, e enviada ao conhecimento do Senado Federal. (\u2026) \u00a7 3\u00ba Enquanto n\u00e3o aprovada a metodologia de c\u00e1lculo de que trata este artigo, o Banco Central do Brasil fixar\u00e1 a TR. Art. 2\u00ba O Banco Central do Brasil divulgar\u00e1, para cada dia \u00fatil, a Taxa Referencial Di\u00e1ria (TRD), correspondendo seu valor di\u00e1rio \u00e0 distribui\u00e7\u00e3o pro rata dia da TR fixada para o m\u00eas corrente. \u00a7 1\u00ba Enquanto n\u00e3o divulgada a TR relativa ao m\u00eas corrente, o valor da TRD ser\u00e1 fixado pelo Banco Central do Brasil com base em estimativa daquela taxa. \u00a7 2\u00ba Divulgada a TR, a fixa\u00e7\u00e3o da TRD nos dias \u00fateis restantes do m\u00eas deve ser realizada de forma tal que a TRD acumulada entre o 1\u00ba dia \u00fatil do m\u00eas e o 1\u00ba dia \u00fatil do m\u00eas subsequente seja igual \u00e0 TR do m\u00eas corrente.\nAl\u00e9m de dispor que a TR seria o \u00edndice utilizado para corre\u00e7\u00e3o da poupan\u00e7a, a Lei n\u00ba 8.177/91 tamb\u00e9m disp\u00f4s que tal taxa seria aplicada para fins de corre\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos do FGTS, conforme previsto no seu art. 17:\n\u201cArtigo 17 \u2013 A partir de fevereiro de 1991, os saldos das contas do Fundo de Garantia por Tempo de Servi\u00e7o (FGTS) passam a ser remunerados pela taxa aplic\u00e1vel \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a com data de anivers\u00e1rio no dia 1\u00ba, observada a periodicidade mensal para remunera\u00e7\u00e3o. Par\u00e1grafo \u00fanico.\n\n\fAs taxas de juros previstas na legisla\u00e7\u00e3o em vigor do FGTS s\u00e3o mantidas e consideradas como adicionais \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o prevista neste artigo.\u201d\nConforme se depreende da leitura do artigo acima, ficou determinado que os saldos das contas do FGTS passariam a ser corrigidos conforme a taxa aplic\u00e1vel aos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a, ou seja, a TR, mantidas as taxas de juros previstas na legisla\u00e7\u00e3o pr\u00f3pria do FGTS, qual seja, a taxa de 3% de juros anuais, conforme j\u00e1 supra exposto.\nN\u00e3o se pode discutir, portanto, que \u00e9 legal a aplica\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o dos saldos do FGTS. De fato, h\u00e1 lei vigente que prev\u00ea tal aplica\u00e7\u00e3o. No entanto, h\u00e1 que se analisar, de fato, se a legalidade \u00e9 capaz de afastar o fato de que o \u00edndice previsto na norma n\u00e3o \u00e9 capaz de \u2018corrigir monetariamente\u2019 o saldo dos dep\u00f3sitos de FGTS, como expressamente previsto na Lei 8.036/90, nos seus artigos 2\u00ba e 13:\nArt. 2\u00ba O FGTS \u00e9 constitu\u00eddo pelos saldos das contas vinculadas a que se refere esta lei e outros recursos a ele incorporados, devendo ser aplicados com atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e juros, de modo a assegurar a cobertura de suas obriga\u00e7\u00f5es.\nArt. 13. Os dep\u00f3sitos efetuados nas contas vinculadas ser\u00e3o corrigidos monetariamente com base nos par\u00e2metros fixados para atualiza\u00e7\u00e3o dos saldos dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a e capitaliza\u00e7\u00e3o juros de (tr\u00eas) por cento ao ano. \u2013 grifou-se.\nA Lei, portanto, disp\u00f5e que o fundo dever\u00e1 ser corrigido monetariamente e a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria n\u00e3o representa qualquer acr\u00e9scimo, mas simples recomposi\u00e7\u00e3o do valor da moeda corro\u00eddo pelo processo inflacion\u00e1rio (STJ, REsp n\u00ba 1.191.868, 2\u00aa Turma, Rel. Min. Eliana Calmon, j. 15/06/2010 e p. 22/06/2010).\nA Taxa Referencial (TR) foi \u00edndice capaz de refletir a infla\u00e7\u00e3o ocorrida na economia brasileira por significativo per\u00edodo de tempo, durante o qual n\u00e3o havia quaisquer raz\u00f5es para se opor a sua aplica\u00e7\u00e3o. N\u00e3o \u00e9, contudo, a realidade desde janeiro de 1999, a partir de quando o \u00edndice deixou de espelhar a desvaloriza\u00e7\u00e3o da moeda, e, portanto, deixou de haver a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria prevista em lei.\nDA INAPLICABILIDADE DA TR\nA Taxa Referencial (TR) foi institu\u00edda na economia brasileira no bojo da Lei n\u00ba 8.177, de 31/03/1991 \u2013 que deu origem ao plano econ\u00f4mico denominado Plano Collor II \u2013, e teve como objetivo estabelecer regras para a desindexa\u00e7\u00e3o da economia. Na \u00e9poca, foram extintos um conjunto de indexadores que corrigiam os valores de contratos, fundos financeiros, fundos p\u00fablicos, bem como as d\u00edvidas com a Uni\u00e3o, entre outros.\nSimultaneamente, o artigo 4\u00ba da lei supracitada, determinou que \u201ca partir da vig\u00eancia da medida provis\u00f3ria que deu origem a esta lei, a Funda\u00e7\u00e3o Instituto Brasileiro de Geografia e Estat\u00edstica deixar\u00e1 de calcular o \u00cdndice de Reajuste de Valores Fiscais (IRVF) e o \u00cdndice da Cesta B\u00e1sica (ICB), mantido, contudo, o c\u00e1lculo do \u00cdndice Nacional de Pre\u00e7os ao Consumidor(INPC)\u201d.\n\n\fAlternativamente a estes indexadores extintos, o Banco Central (BACEN) passou a ter a incumb\u00eancia de divulgar a Taxa Referencial (TR), sendo o seu c\u00e1lculo referenciado na \u201cremunera\u00e7\u00e3o mensal m\u00e9dia l\u00edquida de impostos, dos dep\u00f3sitos a prazo fixo captados nos bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos m\u00faltiplos com carteira comercial ou de investimentos, caixas econ\u00f4micas, ou dos t\u00edtulos p\u00fablicos federais, estaduais e municipais, de acordo com metodologia a ser aprovada pelo Conselho Monet\u00e1rio Nacional, no prazo de 60 dias, e enviada ao conhecimento do Senado Federal\u201d.\nConforme se observa, a TR n\u00e3o necessariamente retrata a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria adequada dos valores depositados, visto que algumas das vari\u00e1veis utilizadas para seu c\u00e1lculo s\u00e3o fruto de especula\u00e7\u00e3o mercadol\u00f3gica e comercial e, portanto, pass\u00edveis de interven\u00e7\u00e3o direta da pol\u00edtica internacional o que, muitas vezes, reflete muito mais no mercado financeiro em geral, mas nem tanto no mercado interno, o que acarreta que seu resultado n\u00e3o retrata a realidade dos \u00edndices de atualiza\u00e7\u00e3o, podendo acarretar, como ocorre no caso do FGTS, valores baixos ou mesmo nenhum \u00edndice positivo.\nAl\u00e9m das vari\u00e1veis que, por sua natureza, podem ser prejudiciais ao c\u00e1lculo da TR, foi adotado um Redutor aplicado no resultado deste c\u00e1lculo, para determina\u00e7\u00e3o do valor final do \u00edndice TR. A Resolu\u00e7\u00e3o n\u00ba 1.805, de 27 de mar\u00e7o de 1991, depois substitu\u00edda pela resolu\u00e7\u00e3o 1979/93 e demais edi\u00e7\u00f5es sucessivas, fixava o redutor em 2,0% e explicita, em seu art. 3\u00ba, item III, que:\nA TR ser\u00e1 calculada deduzindo-se da taxa m\u00e9dia ponderada de remunera\u00e7\u00e3o obtida nos termos do item II os efetitos decorrentes da tributa\u00e7\u00e3o e da taxa real hist\u00f3rica de juros da economia - representados por taxa bruta mensal de 2%.\nDesta forma, desde a sua origem, a f\u00f3rmula de c\u00e1lculo da TR comporta um fator redutor que \u00e9 arbitrado pelo BACEN.\nO preju\u00edzo acarretado por este c\u00e1lculo somente se acentuou com o tempo, indicando que a TR aproximou-se de zero, em 2012. Neste ano, inclusive, em seis meses, observou-se uma TR igual a zero. Tamb\u00e9m at\u00e9 o momento, em 2013, todas as taxas mensais da TR foram zero, podendo assim permanecer no restante do ano.\nO artigo 2\u00b0 da Lei 8.036/90, estabelece que em rela\u00e7\u00e3o ao saldo do FGTS deve se aplicar ATUALIZA\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA E JUROS, DE MODO A ASSEGURAR A COBERTURA DE SUAS OBRIGA\u00c7\u00d5ES.\nSe a composi\u00e7\u00e3o da remunera\u00e7\u00e3o atual das contas vinculadas do FGTS \u00e9 de 3% (a t\u00edtulo de capitaliza\u00e7\u00e3o) acumulada \u00e0 varia\u00e7\u00e3o da TR (corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria), as modifica\u00e7\u00f5es na f\u00f3rmula do c\u00e1lculo da TR afetam negativamente a taxa, o que impacta tamb\u00e9m negativamente a remunera\u00e7\u00e3o das contas vinculadas do FGTS.\n\n\fAliado a prejudicial formula de c\u00e1lculo da TR est\u00e1 o fato de que o per\u00edodo p\u00f3s-1999 \u00e9 um marco importante no que diz respeito \u00e0 este \u00edndice, porque no campo macroecon\u00f4mico houve o fim do regime de c\u00e2mbio administrado e a ado\u00e7\u00e3o da taxa de c\u00e2mbio flutuante. Essa altera\u00e7\u00e3o tem impacto nas taxas de juros (e por consequ\u00eancia na TR) porque, com o fim da necessidade de \u201cdefender\u201d a taxa de c\u00e2mbio pr\u00e9-determinada pela equipe econ\u00f4mica, houve uma redu\u00e7\u00e3o importante no patamar da taxa de juros Selic (a taxa b\u00e1sica da economia brasileira).\nApesar de um escalonamento realizado em um dos itens que comp\u00f5em o Redutor da TR, segundo a resolu\u00e7\u00e3o n\u00ba 3.550/2008 e circular 3.455/2009, ambos do Banco Central, seu impacto n\u00e3o resolveu, de forma adequada, a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria do \u00edndice.\nIsso porque a modifica\u00e7\u00e3o nesse Redutor n\u00e3o foi na mesma propor\u00e7\u00e3o da queda verificada na taxa de juros Selic, tanto assim que, a partir de 2008, o Banco Central estipulou uma medida indicando que mesmo que o c\u00e1lculo da TR apresentasse valores negativos, no resultado deveria SER CONSIDERADO O VALOR DE 0%, OU SEJA, NENHUMA CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA, VIOLANDO, PORTANTO, O QUE REZA O ARTIGO 2\u00aa DA LEI 8036/90.\nNesse panorama, fica claro que a TR n\u00e3o serve como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, aliais, o pr\u00f3prio Supremo Tribunal Federal j\u00e1 sinalizou, que a TR n\u00e3o \u00e9 fator de atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, em raz\u00e3o da sua discrep\u00e2ncia com a corre\u00e7\u00e3o inflacion\u00e1ria, conforme decidido na A\u00e7\u00e3o Direta de Inconstitucionalidade n. 493, relator ministro Moreira Alves, julgada em 25 de junho de 1992:\nSe a lei alcan\u00e7ar os efeitos futuros de contratos celebrados anteriormente a ela, ser\u00e1 essa lei retroativa (retroatividade m\u00ednima) porque vai interferir na causa, que \u00e9 um ato ou fato ocorrido no passado. O disposto no artigo 5\u00ba, XXXVI, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal se aplica a toda e qualquer lei infraconstitucional, sem qualquer distin\u00e7\u00e3o entre lei de direito p\u00fablico e lei de direito privado, ou entre lei de ordem p\u00fablica e lei dispositiva. Precedente do STF. Ocorr\u00eancia, no caso, de viola\u00e7\u00e3o de direito adquirido. A taxa referencial (TR) n\u00e3o \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, pois, refletindo as varia\u00e7\u00f5es do custo prim\u00e1rio da capta\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos a prazo fixo, n\u00e3o constitui \u00edndice que reflita a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda.\nO Superior Tribunal de Justi\u00e7a, por sua vez, em precedente, no qual houve discuss\u00e3o sobre o \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o aplic\u00e1vel aos valores do FGTS em mar\u00e7o de 1991, notadamente entre a alternativa de se utilizar um indexador que melhor refletisse a infla\u00e7\u00e3o no per\u00edodo (no caso, o IPC) ou a aplica\u00e7\u00e3o da TR, nos termos previstos pela Lei n. 8.177/91, declarou a inaplicabilidade da TR como indexador monet\u00e1rio das contas do FGTS, conforme se confere observa:\nFGTS - CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA DO DEP\u00d3SITOS - INAPLICABILIDADE DA TR SUBSTITUI\u00c7\u00c3O DO \u00cdNDICE -IPC. A taxa referencial (TR) n\u00e3o pode ser utilizada como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria da moeda, devendo o montante ser atualizado pelo IPC. Recurso improvido. (AgRg no Ag 412184/DF, Rel. Ministra LAURITA VAZ, Rel. p/\n\n\fAc\u00f3rd\u00e3o Ministro GARCIA VIEIRA, PRIMEIRA SE\u00c7\u00c3O, julgado em 12/12/2001, DJ 26/05/2003, p. 254)\nNeste contexto, resta evidente que a TR n\u00e3o atinge sua finalidade e sua ado\u00e7\u00e3o viola a regra do artigo 2\u00b0 da Lei 8.036/90, pois n\u00e3o serve como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, j\u00e1 que n\u00e3o acompanha as varia\u00e7\u00f5es monet\u00e1rias, acarretando a ilegalidade deste \u00edndice no que tange a atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos valores inerentes ao FGTS.\nDA INCONSTITUCIONALIDADE DOS PARAMETROS FIXADOS PARA ATUALIZA\u00c7\u00c3O DO FGTS\nO artigo 2\u00aa da Lei 8036/90 prev\u00ea sistem\u00e1tica de remunera\u00e7\u00e3o dual: atualiza\u00e7\u00e3o + juros fixos. Aceito esse racioc\u00ednio, o qual \u00e9 renovado no artigo 13 do mesmo diploma legal, contudo, esse \u00faltimo vincula a corre\u00e7\u00e3o do FGTS aos par\u00e2metros fixados para atualiza\u00e7\u00e3o dos saldos dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a.\nOra, conforme exposto anteriormente, mostra-se imperioso a elimina\u00e7\u00e3o do uso de \u00edndice discricion\u00e1rio para a corre\u00e7\u00e3o dos ativos e passivos, como \u00e9 hoje a TR, o qual vem sendo utilizado por for\u00e7a da express\u00e3o \u201cPAR\u00c2METROS FIXADOS PARA ATUALIZA\u00c7\u00c3O DOS SALDOS DOS DEP\u00d3SITOS DE POUPAN\u00c7A\u201d, que reza o artigo 13 da Lei 8.036/90.\nTal medida mostra-se necess\u00e1ria a fim de fazer valer o que disp\u00f5e o artigo 2\u00b0 da Lei 8036/90 e o pr\u00f3prio artigo 13 do mesmo diploma legal, os quais preveem em seu bojo a sistem\u00e1tica de corre\u00e7\u00e3o e juros, a fim de garantir aos trabalhadores cotistas do FGTS de que seu patrim\u00f4nio n\u00e3o ser\u00e1 aviltado ao longo do tempo, tal como vem ocorrendo desde 1999, quando a TR parou de refletir a corre\u00e7\u00e3o j\u00e1 que n\u00e3o acompanha a infla\u00e7\u00e3o.\nDe qualquer sorte, deve ser destacado que se, por um lado os dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a contam com juros de 6,12% ao ano, de outro lado os dep\u00f3sitos do FGTS contam somente com 3,12% ao ano, fato que j\u00e1 demonstra viola\u00e7\u00e3o do princ\u00edpio da igualdade, posto que e os cotistas do FGTS vem \u00e0 d\u00e9cadas sendo aviltados em seu patrim\u00f4nio.\nOra, o Estado, ao vincular a corre\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos do FGTS aos \u201cPAR\u00c2METROS FIXADOS PARA ATUALIZA\u00c7\u00c3O DOS SALDOS DOS DEP\u00d3SITOS DE POUPAN\u00c7A\u201d, legisla em proveito pr\u00f3prio ao aplicar a TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria para os cotistas do FGTS, contudo, o rendimento do Estado com aplica\u00e7\u00e3o do recurso dos dep\u00f3sitos do FGTS \u00e9 bem superior daquele pago aos cotistas do FGTS, resta evidente a viola\u00e7\u00e3o ao princ\u00edpio da igualdade previsto no inciso XXII, do artigo 5\u00b0 da CF/88.\nO Supremo Tribunal Federal e o Superior Tribunal de Justi\u00e7a j\u00e1 est\u00e3o aplicando a jurisprud\u00eancia firmada no julgamento da A\u00e7\u00e3o Direta de Inconstitucionalidade (Adin) 4.357, que declarou inconstitucional a Emenda 62 a qual determinava a utiliza\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos precat\u00f3rios pelo \u00edndice da poupan\u00e7a. Atualmente, os\n\n\fdep\u00f3sitos banc\u00e1rios s\u00e3o remunerados pela Taxa Referencial, que historicamente tem ficado abaixo da infla\u00e7\u00e3o.\nNesse panorama, evidencia-se a inconstitucionalidade da aplica\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, pois viola o princ\u00edpio constitucional da igualdade previsto no artigo 5\u00ba, incisos XXII e XXXVI da Constitui\u00e7\u00e3o Federal, devendo ser declarado inconstitucional o trecho \u201cPAR\u00c2METROS FIXADOS PARA ATUALIZA\u00c7\u00c3O DOS SALDOS DOS DEP\u00d3SITOS DE POUPAN\u00c7A\u201d.\nDesta forma, imp\u00f5e seja declarada a inconstitucionalidade da TR para fins da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria do FGTS, devendo ser adotado outro \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, no caso o INPC ou \u00edndice que recomponha as perdas de corre\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos do FGTS, devendo ser levado em conta a atualiza\u00e7\u00e3o legal de 3% ao ano na forma da Lei 8.036/90, acrescidos de demais juros e corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria na forma da Lei.\nDA SUSPENS\u00c3O DO PROCESSO\n\nTendo em vista que tramita perante o STF ADI de n\u00ba 5090 proposta pelo partido Solidariedade visando a declara\u00e7\u00e3o de inconstitucionalidade da express\u00e3o \u201ccom base nos par\u00e2metros fixados para atualiza\u00e7\u00e3o dos saldos dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a\u201d do caput do artigo 13 da Lei Federal n\u00ba 8.036/1990 e o caput do artigo 17 da Lei Federal n\u00ba 8.177/1991, o que refletir\u00e1 diretamente na an\u00e1lise da presente demanda, requer a suspens\u00e3o do presente at\u00e9 a decis\u00e3o final da ADI referida.\n\nDIANTE DO EXPOSTO, REQUER:\n\nDOS PEDIDOS\n\n1. Sejam concedidos a parte Autora os benef\u00edcios da gratuidade de justi\u00e7a pleiteado no pre\u00e2mbulo desta exordial;\n2. A suspens\u00e3o da presente demanda at\u00e9 o julgamento da ADI n\u00ba 5090 que tramita perante o STF;\n3. Ap\u00f3s julgamento da ADI n\u00ba 5090, a reativa\u00e7\u00e3o do feito e seu regular prosseguimento atrav\u00e9s da cita\u00e7\u00e3o da parte R\u00e9, na pessoa de sua representante lega 4. l, para, querendo, apresentar contesta\u00e7\u00e3o no prazo de 15 (quinze) dias, nos moldes do artigo 335 do CPC, sob pena de revelia;\n\n\f5. No m\u00e9rito declarar a ilegalidade e a inconstitucionalidade TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria incidente sobre os dep\u00f3sitos das contas vinculadas do FGTS, bem como declarar qual \u00edndice deve ser considerado para corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria da conta do FGTS da parte Autora, se o IPCA ou INPC, para fins de dar cumprimento \u00e0 atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos saldos de sua conta do FGTS prevista no art. 2\u00ba da Lei 8.036/90, em substitui\u00e7\u00e3o \u00e0 TR, desde janeiro do ano de 1999, a partir de quando tal \u00edndice deixou de refletir a varia\u00e7\u00e3o inflacion\u00e1ria da moeda.\n6. Requer por fim, a condena\u00e7\u00e3o da R\u00e9, a pagar \u00e0 parte Autora os valores correspondentes \u00e0 diferen\u00e7a de FGTS em raz\u00e3o da aplica\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria declarada no pedido acima, desde janeiro de 1999 em diante at\u00e9 seu efetivo saque, cujo valor dever\u00e1 ser apurado em sede de cumprimento de senten\u00e7a, sendo tais valores acrescidos de juros de mora de 1% a. M. (um por cento ao m\u00eas), a contar da cita\u00e7\u00e3o, at\u00e9 o efetivo pagamento.\n7. A condena\u00e7\u00e3o da parte R\u00e9 ao pagamento das custas processuais e honor\u00e1rios advocat\u00edcios.\nProtesta, outrossim, pela produ\u00e7\u00e3o de todos os meios de prova em direito admitidas, em especial documental e testemunhal.\nD\u00e1 a causa o valor de R$ 28.034,71 (vinte e oito mil trinta e quatro reais e setenta e um centavos).\nTermos que, pede deferimento.\nPorto Alegre, 08 de maio de 2021.\nBruna Balestieri Bedin Salvi Ordahy OAB/RS 66.003\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 4 (C\u00edvel) - IdDocumentoCompleto: 5035706-15.2021.4.04.7100-711622551742753594267484397828", "text": "EXCELENT\u00cdSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) FEDERAL DO __ JUIZADO ESPECIAL FEDERAL DA SUBSE\u00c7\u00c3O JUDICI\u00c1RIA DE PORTO ALEGRE/RS\nJOS\u00c9 ROG\u00c9RIO JARDIM, brasileiro, casado, aposentado, inscrito no CPF sob o n\u00ba 337.935.650-68, residente e domiciliado na Rua Raul Pilla, n\u00ba 76, bairro Alegria, na cidade de Gua\u00edba \u2013 RS, CEP 92727240, com endere\u00e7o eletr\u00f4nico , vem respeitosamente, perante Vossa Excel\u00eancia, por seus procuradores firmat\u00e1rios, conforme instrumento de mandato anexo, propor\nA\u00c7\u00c3O DE COBRAN\u00c7A DE DIFEREN\u00c7AS DE CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA SOBRE DEP\u00d3SITOS EM CONTAS VINCULADAS DE FGTS\nem face da Caixa Econ\u00f4mica Federal, institui\u00e7\u00e3o financeira, inscrita no CNPJ sob o n\u00ba 00.360.305/0001/-04, com sede na Rua Dolores Alcaraz Caldas, n\u00ba 90, 5\u00ba andar, no bairro Praia de Belas, na cidade de Porto Alegre/RS, CEP 90.110-180, com base nos fatos e fundamentos a seguir expostos.\nI. DOS FATOS\nO autor, conforme extratos anal\u00edticos do FGTS anexos, possui dep\u00f3sitos de FGTS no per\u00edodo de 1999 a 2013, que sofreram corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria pela TR.\nA presente a\u00e7\u00e3o versa acerca da adequa\u00e7\u00e3o da forma de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos saldos das contas vinculadas do Fundo de Garantia por Tempo de Servi\u00e7o \u2013 FGTS, os quais s\u00e3o provenientes dos dep\u00f3sitos mensais feitos em nome dos trabalhadores, em valor correspondente a 8% da remunera\u00e7\u00e3o, e constituem a base da forma\u00e7\u00e3o do patrim\u00f4nio do Fundo.\nAtualmente, a corre\u00e7\u00e3o mensal dos dep\u00f3sitos do FGTS compreende a aplica\u00e7\u00e3o de duas taxas que correspondem a diferentes objetivos. A primeira, uma taxa que diz\nP\u00e1gina 1 de 11\n\n\frespeito \u00e0 corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos dep\u00f3sitos nas contas vinculadas, atrav\u00e9s da aplica\u00e7\u00e3o da Taxa Referencial \u2013 TR, que \u00e9 o fator de atualiza\u00e7\u00e3o do valor monet\u00e1rio, vigente desde 1991. A segunda refere-se \u00e0 valoriza\u00e7\u00e3o do saldo do FGTS por meio da capitaliza\u00e7\u00e3o de juros \u00e0 taxa de 3% ao ano.\n\nO \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria aplicada nas contas do FGTS, no caso a TR, entre os anos de 1999 a 2013 ficou abaixo do \u00edndice de infla\u00e7\u00e3o, fazendo com que n\u00e3o houvesse nenhuma corre\u00e7\u00e3o dos valores depositados, causando perda significativa na conta do FGTS da parte autora.\n\nA t\u00edtulo exemplificativo, as perdas/ganhos anuais em compara\u00e7\u00e3o ao INPC, conforme dados do IBGE, s\u00e3o as seguintes:\n\nAno 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012\n\nDiferen\u00e7a -2,49% -3,02% -6,54% -10,40% -5,20% -4,07% -2,11% -0,75% -3,53% -4,55% -3,27% -5,43% -4,59% -5,56%\n\nConforme se extrai da tabela acima, a adequa\u00e7\u00e3o da forma de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos saldos das contas vinculadas do FGTS, entre os anos de 1999 a 2013, vem causando preju\u00edzos aos seus titulares, pois a TR vem se mostrando inapropriada como fonte de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria.\n\nTais preju\u00edzos podem ser demonstrados pelos demonstrativos de c\u00e1lculo trazidos em anexo, os quais apontam as seguintes diferen\u00e7as em favor do autor, caso seja aplicado o INPC, conforme tabela abaixo/ no valor de R$ 11.408,25.\n\nP\u00e1gina 2 de 11\n\n\fSendo assim, torna-se imperioso o ajuizamento da presente demanda, para que seja recomposto a parte autora o preju\u00edzo por ela experimentado.\nII. DOS FUNDAMENTOS\nII. 1 PRELIMINARMENTE: DA SUSPENS\u00c3O DO FEITO AT\u00c9 O JULGAMENTO DA ADI 5090/DF\nEm 10/09/2019 foi publicada decis\u00e3o proferida pelo Ministro Relator Roberto Barroso (em anexo), nos autos da ADI 5.090/DF, deferindo a cautelar para determinar a suspens\u00e3o de todos os feitos que versem sobre a mat\u00e9ria, at\u00e9 o julgamento do m\u00e9rito pelo Supremo Tribunal Federal.\nNas raz\u00f5es de decidir, o Ministro Relator considerou:\n(a) a pend\u00eancia da presente ADI 5090, que sinaliza que a discuss\u00e3o sobre a rentabilidade do FGTS ainda ser\u00e1 apreciada pelo Supremo e, portanto, n\u00e3o est\u00e1 julgada em car\u00e1ter definitivo, estando sujeita a altera\u00e7\u00e3o (plausibilidade jur\u00eddica); (b) o julgamento do tema pelo STJ e o n\u00e3o reconhecimento da repercuss\u00e3o geral pelo Supremo, o que poder\u00e1 ensejar o tr\u00e2nsito em julgado das decis\u00f5es j\u00e1 proferidas sobre o tema (perigo na demora); (c) os m\u00faltiplos requerimentos de cautelar nestes autos; e (d) a inclus\u00e3o do feito em pauta para 12/12/2019.\nA mat\u00e9ria mencionada de que trata a ADI 5.090/DF \u00e9 a mesma do presente feito, qual seja, a constitucionalidade ou n\u00e3o da TR para a corre\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos de FGTS, bem como as diferen\u00e7as da\u00ed advindas.\nDessa forma, a fim de que seja assegurada a seguran\u00e7a jur\u00eddica, requer a suspens\u00e3o do presente processo, conforme determinado pela decis\u00e3o do Ministro Relator Roberto Barroso, na ADI 5.090/DF, at\u00e9 que o Supremo Tribunal Federal julgue o m\u00e9rito da quest\u00e3o.\n\nII. 2 NO M\u00c9RITO\n\nP\u00e1gina 3 de 11\n\n\fa) DO FUNDO DE GARANTIA POR TEMPO DE SERVI\u00c7O\nO Fundo de Garantia do Tempo de Servi\u00e7o (FGTS) encontra caracteriza\u00e7\u00e3o como t\u00edpico fundo parafiscal, uma vez que seus recursos t\u00eam origem na cobran\u00e7a de contribui\u00e7\u00e3o espec\u00edfica, cumprem fun\u00e7\u00f5es de seguro social e contribuem para o financiamento de investimentos de cunho social nas \u00e1reas de habita\u00e7\u00e3o, saneamento e infraestrutura urbana.\nOs saldos das contas individuais dos cotistas titulares v\u00eam sendo legalmente corrigidos pela TR acrescidos de juros de 3% ao ano. A aplica\u00e7\u00e3o destes recursos no mercado financeiro e habitacional resulta em rendimentos vari\u00e1veis, conforme as condi\u00e7\u00f5es de mercado das aplica\u00e7\u00f5es. \u00c9 de responsabilidade da Caixa Econ\u00f4mica Federal n\u00e3o s\u00f3 gerir o FGTS, mas tamb\u00e9m, por determina\u00e7\u00e3o legal, assegurar a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e os juros na aplica\u00e7\u00e3o dos recursos do FGTS.\nNesse contexto, destaca-se que, a partir de 1990, a Lei do FGTS mant\u00e9m a determina\u00e7\u00e3o de que, sobre o saldo das contas vinculadas e de outros recursos a ele incorporados, deveriam ser aplicados juros e CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA, sendo essa reda\u00e7\u00e3o do art. 2\u00b0 da Lei 8.036/90:\nArt. 2\u00ba O FGTS \u00e9 constitu\u00eddo pelos saldos das contas vinculadas a que se refere esta lei e outros recursos a ele incorporados, devendo ser aplicados com atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e juros, de modo a assegurar a cobertura de suas obriga\u00e7\u00f5es. (grifei).\nRepita-se que a compet\u00eancia para gerir o FGTS aplicando a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e os juros, visando a assegurar os rendimentos do FGTS na conta vinculada dos trabalhadores, \u00e9 da Caixa Econ\u00f4mica Federal.\nb) DA INAPLICABILIDADE DA TR COMO \u00cdNDICE DE CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA \u2013 AUS\u00caNCIA DE CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA ENTRE 1999/2013 \u2013 VIOLA\u00c7\u00c3O DO ART. 2\u00ba, DA LEI N\u00ba 8.036/90\nA Taxa Referencial (TR) foi institu\u00edda na economia brasileira no bojo da Lei n\u00ba 8.177, de 31/03/1991 (que originou o plano econ\u00f4mico denominado Plano Collor II) e teve como objetivo estabelecer regras para a desindexa\u00e7\u00e3o da economia. A t\u00edtulo de exemplo,\nP\u00e1gina 4 de 11\n\n\f\u00e0 \u00e9poca, foram extintos um conjunto de indexadores que corrigiam os valores de contratos, fundos financeiros, fundos p\u00fablicos, bem como as d\u00edvidas com a Uni\u00e3o.\nConcomitantemente, o artigo 4\u00ba da lei supra referida, determinou que \u201ca partir da vig\u00eancia da medida provis\u00f3ria que deu origem a esta lei, a Funda\u00e7\u00e3o Instituto Brasileiro de Geografia e Estat\u00edstica deixar\u00e1 de calcular o \u00cdndice de Reajuste de Valores Fiscais (IRVF) e o \u00cdndice da Cesta B\u00e1sica (ICB), mantido, contudo, o c\u00e1lculo do \u00cdndice Nacional de Pre\u00e7os ao Consumidor (INPC)\u201d.\nAlternativamente aos indexadores extintos, o Banco Central (BACEN) passou a ser o respons\u00e1vel pela divulga\u00e7\u00e3o da Taxa Referencial (TR), sendo o seu c\u00e1lculo baseado na \u201cremunera\u00e7\u00e3o mensal m\u00e9dia l\u00edquida de impostos, dos dep\u00f3sitos a prazo fixo captados nos bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos m\u00faltiplos com carteira comercial ou de investimentos, caixas econ\u00f4micas, ou dos t\u00edtulos p\u00fablicos federais, estaduais e municipais, de acordo com metodologia a ser aprovada pelo Conselho Monet\u00e1rio Nacional, no prazo de 60 dias, e enviada ao conhecimento do Senado Federal\u201d.\nConforme pode ser observado, a TR n\u00e3o necessariamente retrata a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria adequada dos valores depositados, uma vez que algumas das vari\u00e1veis utilizadas para seu c\u00e1lculo s\u00e3o fruto de especula\u00e7\u00e3o mercadol\u00f3gica e comercial e, portanto, pass\u00edveis de interven\u00e7\u00e3o direta da pol\u00edtica internacional. Muitas vezes tais vari\u00e1veis refletem-se muito mais no mercado financeiro em geral, influenciando pouco no mercado interno, de modo que o seu resultado n\u00e3o retrata a realidade dos \u00edndices de atualiza\u00e7\u00e3o, podendo acarretar, como ocorre no caso do FGTS, valores baixos ou at\u00e9 mesmo \u00edndices pr\u00f3ximos de zero ou zero.\nAl\u00e9m das vari\u00e1veis que, por sua natureza, podem ser prejudiciais ao c\u00e1lculo da TR, foi aplicado um Redutor ao resultado deste c\u00e1lculo, determinando-se com isso o valor final do \u00edndice TR. A Resolu\u00e7\u00e3o n\u00ba 1.805, de 27 de mar\u00e7o de 1991, depois substitu\u00edda pela resolu\u00e7\u00e3o 1979/93 e demais edi\u00e7\u00f5es sucessivas, fixava o redutor em 2,0% e disp\u00f5e, em seu art. 3\u00ba, item III, que:\nA TR ser\u00e1 calculada deduzindo-se da taxa m\u00e9dia ponderada de remunera\u00e7\u00e3o obtida nos termos do item II os efeitos decorrentes da tributa\u00e7\u00e3o e da taxa real hist\u00f3rica de juros da economia - representados por taxa bruta mensal de 2%.\nP\u00e1gina 5 de 11\n\n\fDesta forma, desde a sua origem, a f\u00f3rmula de c\u00e1lculo da TR comporta um fator redutor que \u00e9 arbitrado pelo BACEN. Contudo, apenas com o passar do tempo, os preju\u00edzos acarretados por esta sistem\u00e1tica de c\u00e1lculo foram se acentuando, aproximando-se de zero a TR em 2012. Neste ano, inclusive, em seis meses, observou-se uma TR igual a zero.\nComo restou mencionado no t\u00f3pico anterior, o artigo 2\u00b0, da Lei 8.036/90, prev\u00ea que ao saldo do FGTS deve se aplicar atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e juros, de modo a assegurar a cobertura de suas obriga\u00e7\u00f5es.\nContudo, a composi\u00e7\u00e3o da remunera\u00e7\u00e3o atual das contas vinculadas do FGTS \u00e9 de 3% (a t\u00edtulo de capitaliza\u00e7\u00e3o) acumulada \u00e0 varia\u00e7\u00e3o da TR (corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria), de modo que as modifica\u00e7\u00f5es na f\u00f3rmula do c\u00e1lculo da TR afetam negativamente a taxa, o que impacta tamb\u00e9m negativamente na remunera\u00e7\u00e3o das contas vinculadas do FGTS.\nRessalte-se que, n\u00e3o se desconhece o escalonamento realizado em um dos itens que comp\u00f5em o Redutor da TR, nos termos da Resolu\u00e7\u00e3o n\u00ba 3.550/2008 e da circular 3.455/2009, ambas do Banco Central, todavia seus efeitos n\u00e3o foram h\u00e1beis a resolver de forma adequada a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria do \u00edndice.\nIsso se justifica porque a modifica\u00e7\u00e3o no Redutor n\u00e3o equivaleu proporcionalmente \u00e0 queda verificada na taxa de juros da Selic. Tanto \u00e9 assim que, a partir de 2008, o Banco Central estipulou uma medida indicando que mesmo que o c\u00e1lculo da TR apresentasse valores negativos, no resultado deveria ser considerado o valor de 0%, ou seja, o que corresponde \u00e0 nenhuma corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, violando frontalmente a disposi\u00e7\u00e3o contida no art. 2\u00ba, da Lei 8.036/90.\nDiante do contexto apresentado, inexistem d\u00favidas de que a TR n\u00e3o se mostra adequada e h\u00e1bil para fazer as vezes de \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. A prop\u00f3sito, o pr\u00f3prio Supremo Tribunal Federal j\u00e1 sinalizou que a TR n\u00e3o \u00e9 fator de atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, em raz\u00e3o da sua discrep\u00e2ncia com a corre\u00e7\u00e3o inflacion\u00e1ria, conforme restou decidido na ADI n\u00ba 493, relatada pelo Ministro Moreira Alves e julgada em 25 de junho de 1992:\nSe a lei alcan\u00e7ar os efeitos futuros de contratos celebrados anteriormente a ela, ser\u00e1 essa lei retroativa (retroatividade m\u00ednima) porque vai interferir na causa, que \u00e9 um ato ou fato ocorrido no passado. O disposto no artigo 5\u00ba, XXXVI, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal se aplica a toda e qualquer lei infraconstitucional, sem qualquer distin\u00e7\u00e3o entre lei de\nP\u00e1gina 6 de 11\n\n\fdireito p\u00fablico e lei de direito privado, ou entre lei de ordem p\u00fablica e lei dispositiva. Precedente do STF. Ocorr\u00eancia, no caso, de viola\u00e7\u00e3o de direito adquirido. A taxa referencial (TR) n\u00e3o \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, pois, refletindo as varia\u00e7\u00f5es do custo prim\u00e1rio da capta\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos a prazo fixo, n\u00e3o constitui \u00edndice que reflita a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda.\nO Superior Tribunal de Justi\u00e7a, por sua vez, tem precedente discutindo sobre o \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o aplic\u00e1vel aos valores do FGTS em mar\u00e7o de 1991, notadamente entre a alternativa de se utilizar um indexador que melhor refletisse a infla\u00e7\u00e3o no per\u00edodo (no caso, o IPC) ou a aplica\u00e7\u00e3o da TR, nos termos previstos pela Lei n. 8.177/91, em que declarou a inaplicabilidade da TR como indexador monet\u00e1rio das contas do FGTS:\nFGTS - CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA DO DEP\u00d3SITOS - INAPLICABILIDADE DA TR - SUBSTITUI\u00c7\u00c3O DO \u00cdNDICE - IPC. A taxa referencial (TR) n\u00e3o pode ser utilizada como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria da moeda, devendo o montante ser atualizado pelo IPC. Recurso improvido. (AgRg no Ag 412184/DF, Rel. Ministra LAURITA VAZ, Rel. p/ Ac\u00f3rd\u00e3o Ministro GARCIA VIEIRA, PRIMEIRA SE\u00c7\u00c3O, julgado em 12/12/2001, DJ 26/05/2003, p. 254)\nPelos argumentos acima trazidos resta evidente que a TR n\u00e3o atinge sua finalidade, bem como a sua ado\u00e7\u00e3o viola a regra do artigo 2\u00b0 da Lei 8.036/90. Referido \u00edndice n\u00e3o acompanha as varia\u00e7\u00f5es monet\u00e1rias revestindo-se de ilegalidade principalmente quando aplicado para a realiza\u00e7\u00e3o da atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos valores inerentes ao FGTS.\nc) DA INCONSTITUCIONALIDADE DOS \u201cPAR\u00c2METROS\u201d FIXADOS PARA ATUALIZA\u00c7\u00c3O DOS SALDOS DOS DEP\u00d3SITOS DO FGTS\nA sistem\u00e1tica de remunera\u00e7\u00e3o dual est\u00e1 prevista no artigo 2\u00ba, da Lei 8.036/90, qual seja, atualiza\u00e7\u00e3o e juros fixos. Este racioc\u00ednio \u00e9 renovado no art. 13 do referido diploma legal, contudo, vinculando a corre\u00e7\u00e3o do FGTS aos par\u00e2metros fixados para atualiza\u00e7\u00e3o dos saldos dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a.\nPelos argumentos lan\u00e7ados no t\u00f3pico anterior, tem-se a necessidade de elimina\u00e7\u00e3o do uso de \u00edndice discricion\u00e1rio para a corre\u00e7\u00e3o dos ativos e passivos, como \u00e9 hoje a TR, e que vem sendo utilizado por for\u00e7a da express\u00e3o \u201cpar\u00e2metros fixados para atualiza\u00e7\u00e3o dos saldos dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a\u201d (art. 13, da Lei 8.036/90).\nP\u00e1gina 7 de 11\n\n\fTal medida mostra-se imperiosa a fim de garantir o disposto nos artigos 2\u00b0 e 13, da Lei 8036/90, que preveem a sistem\u00e1tica de corre\u00e7\u00e3o e juros, com o objetivo de garantir aos trabalhadores cotistas do FGTS a n\u00e3o redu\u00e7\u00e3o do seu patrim\u00f4nio ao longo do tempo e que vem ocorrendo desde 1999, ocasi\u00e3o em que a TR deixou de refletir a corre\u00e7\u00e3o por n\u00e3o mais acompanhar a infla\u00e7\u00e3o.\nDe qualquer sorte, deve ser salientado que se, por um lado os dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a contam com juros de 6,12% ao ano, de outro lado, os dep\u00f3sitos do FGTS contam somente com 3,12% ao ano, o que j\u00e1 demonstra a viola\u00e7\u00e3o ao princ\u00edpio da igualdade;\nO Estado ao vincular a corre\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos do FGTS aos \u201cpar\u00e2metros fixados para atualiza\u00e7\u00e3o dos saldos dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a\u201d, legisla em proveito pr\u00f3prio, pois enquanto aplica a TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria para os cotistas do FGTS, possui rendimento com a aplica\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos do FGTS \u00e9 incalculavelmente superior \u00e0quele pago aos cotistas do FGTS, evidenciando, mais uma vez, clara viola\u00e7\u00e3o ao princ\u00edpio da igualdade.\n\u00c9 de suma import\u00e2ncia mencionar que o Supremo Tribunal Federal e o Superior Tribunal de Justi\u00e7a j\u00e1 est\u00e3o aplicando a jurisprud\u00eancia firmada quando do julgamento da ADIN 4.357, que declarou inconstitucional a Emenda 62, a qual determinava a utiliza\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos precat\u00f3rios pelo \u00edndice da poupan\u00e7a. Atualmente, os dep\u00f3sitos banc\u00e1rios s\u00e3o remunerados pela Taxa Referencial, que historicamente tem ficado abaixo da infla\u00e7\u00e3o.\nPortanto, a inconstitucionalidade da aplica\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u00e9 manifesta, encontrando-se em manifesta viola\u00e7\u00e3o ao princ\u00edpio constitucional da igualdade (artigo 5\u00ba, caput, incisos XXII e XXXVI, da CF), devendo ser declarado inconstitucional o trecho \u201cpar\u00e2metros fixados para atualiza\u00e7\u00e3o dos saldos dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a\u201d.\nSendo assim, requer seja declarada a inconstitucionalidade da TR para fins da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria do FGTS, devendo ser adotado outro \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, no caso o INPC, ou ainda, \u00edndice que recomponha as perdas de corre\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos do FGTS, devendo ser levado em conta a atualiza\u00e7\u00e3o legal de 3% ao ano na forma da Lei 8.036/90, acrescidos de demais juros e corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria na forma da Lei.\nP\u00e1gina 8 de 11\n\n\fD) DA APLICA\u00c7\u00c3O DO INPC COMO \u00cdNDICE DE CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA E/OU OUTRO \u00cdNDICE QUE SEJA ADEQUADO \u00c0 CORRE\u00c7\u00c3O DAS CONTAS DO FGTS\nDemonstrada a evidente inaplicabilidade da TR, faz-se necess\u00e1rio definir qual \u00edndice deve ser aplicado na corre\u00e7\u00e3o dos valores do Fundo de Garantia. Para tanto, imperiosa se faz a escolha de um \u00edndice que efetivamente acompanhe a varia\u00e7\u00e3o inflacion\u00e1ria, tal como ocorre com o \u00cdndice Nacional de Pre\u00e7os ao Consumidor \u2013 INPC, fixado pelo IBGE.\nConforme se observa do gr\u00e1fico elaborado pelo DIEESE, constata-se que houve corre\u00e7\u00e3o negativa das contas do FGTS desde 1999. Ou seja, a TR n\u00e3o conseguiu recompor a infla\u00e7\u00e3o acumulando perdas de 1991 a 2013:\nDIFEREN\u00c7A DA TR E DO INPC, 1991-2013:\nCumpre observar que, nos \u00faltimos 18 anos, apenas de 1995 a 1998 a varia\u00e7\u00e3o anual da TR superou a varia\u00e7\u00e3o do INPC. Nos anos seguintes, a TR \u00e9 superada pelo INPC, com destaque para 2003, quando a diferen\u00e7a foi maior que 10%.\nQuando se compara a evolu\u00e7\u00e3o da TR acrescida de 3% e do INPC, entre 1995 e 2012, constata-se que a remunera\u00e7\u00e3o das contas do FGTS s\u00f3 n\u00e3o fica abaixo da infla\u00e7\u00e3o por conta do acr\u00e9scimo do percentual de 3% a t\u00edtulo de juros, capitalizados. Entretanto,\nP\u00e1gina 9 de 11\n\n\fap\u00f3s 1999, quando o INPC passa a superar a TR, a diferen\u00e7a cumulativa entre as taxas cresceu tanto que, mesmo considerando o acr\u00e9scimo dos juros capitalizados, a corre\u00e7\u00e3o acumulada das contas vinculadas torna-se inferior \u00e0 infla\u00e7\u00e3o acumulada em igual per\u00edodo, ou seja, nenhuma corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria.\nDessa forma, entende-se que plenamente aplic\u00e1vel o INPC como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria das contas do FGTS ou ainda qualquer outro \u00edndice apto a efetivamente repor as perdas inflacion\u00e1rias, de modo que a r\u00e9 deve ser condenada a pagar as diferen\u00e7as respectivas, devendo ser levado em considera\u00e7\u00e3o a atualiza\u00e7\u00e3o legal de 3% ao ano na forma da Lei 8.036/90, acrescidos de demais juros e corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria na forma da Lei.\nIII. DOS PEDIDOS\nIsso posto, requer se digne Vossa Excel\u00eancia de receber e conhecer a presente, para o fim de:\na) Determinar a suspens\u00e3o do presente processo, conforme decis\u00e3o do Ministro Relator Roberto Barroso, na ADI 5.090/DF, at\u00e9 que o Supremo Tribunal Federal julgue o m\u00e9rito da quest\u00e3o;\nb) Ordenar a cita\u00e7\u00e3o da r\u00e9, na pessoa do seu representante legal, para que, querendo, ofere\u00e7a contesta\u00e7\u00e3o, no prazo legal, sob pena de revelia e confiss\u00e3o;\nc) Julgar procedente o presente feito para: d.1) declarar a ilegalidade e/ou inconstitucionalidade da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria incidente sobre os dep\u00f3sitos das contas vinculadas do FGTS; d.2) condenar a r\u00e9 a aplicar o INPC, em substitui\u00e7\u00e3o \u00e0 TR, como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria do saldo dos dep\u00f3sitos do FGTS do requerente, em cada per\u00edodo de rendimento desde janeiro de 1999 a dezembro de 2013; d.3) condenar a demandada a pagar ao requerente o valor correspondente \u00e0s diferen\u00e7as apuradas sobre o saldo do FGTS em raz\u00e3o da aplica\u00e7\u00e3o do INPC, em substitui\u00e7\u00e3o a TR, como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, em cada\nP\u00e1gina 10 de 11\n\n\fper\u00edodo de rendimento vencido desde janeiro de 1999 a dezembro de 2013, inclusive nos meses em que a TR foi zero;\nd.4) sucessivamente, caso n\u00e3o deferidos os pedidos anteriores, condenar a r\u00e9 a pagar o valor correspondente \u00e0s diferen\u00e7as de FGTS em raz\u00e3o da aplica\u00e7\u00e3o de qualquer outro \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria que seja adequado no entendimento deste Ju\u00edzo, repondo as perdas inflacion\u00e1rias, em cada per\u00edodo de rendimento vencido desde janeiro de 1999 a dezembro de 2013, inclusive nos meses em que a TR foi zero;\nd.5) determinar a incid\u00eancia sobre os valores devidos pela condena\u00e7\u00e3o de que tratam os itens anteriores, de juros remunerat\u00f3rios de 3% ao ano previstos no art. 13, da Lei n\u00ba 8.036/90, al\u00e9m da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e juros legais desde o inadimplemento da requerida;\nd) Condenar a parte r\u00e9 ao pagamento das custas processuais e honor\u00e1rios advocat\u00edcios em favor do patrono do autor;\ne) Protesta, outrossim, pela produ\u00e7\u00e3o de todos os meios de prova em direito admitidas, em especial documental.\n\nD\u00e1-se a causa o valor de R$ 11.408,25.\n\nNestes termos, Pede deferimento.\n\nPorto Alegre, 1 de junho de 2021.\n\nPP. ANDR\u00c9 DA ROCHA MOROSINI\nOAB/RS 71.524\nPP. GIL BAUMGARTEN FRANCO\nOAB/RS 77.451\n\nPP. MARCELO JACQUES VENTURINI\nOAB/RS 105.124\nPP. JENNIFER DOS SANTOS PARCKERT\nOAB/RS 111.388\n\nP\u00e1gina 11 de 11\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 5 (C\u00edvel) - IdDocumentoCompleto: 5025636-36.2021.4.04.7100-711620790100231707012265840613", "text": "EXCELENT\u00cdSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA _______ VAR DO JUIZADO ESPECIAL FEDERAL DE PORTO ALEGRE (RS).\nCom pedido de AJG\nANA PRISCILA KOLOGESKI, brasileira, solteira, inscrita no CPF sob o n\u00ba 020.862.020-67, residente e domiciliada na Rua Isidoro Tressi, n\u00ba 163 apto. 201, Bairro Jardim Bot\u00e2nico, na cidade de Porto Alegre (RS) \u2013 CEP: 90690070, vem por sua procuradora signat\u00e1ria (OAB/RS 66.003), com instrumento de mandato em anexo, perante Vossa Excel\u00eancia, propor\nA\u00c7\u00c3O REVISIONAL DE FGTS, em desfavor de\nEm desfavor da CAIXA ECON\u00d4MICA FEDERAL, com sede na SBS Quadra 4, Bloco A lote \u00be, PRESIL/GECOL 21 andar, Asa Sul, Bras\u00edlia/DF, CEP: 70.092900, pelas raz\u00f5es de fato e de direito que passa a expor.\nDA GRATUIDADE DA JUSTI\u00c7A A parte Autora \u00e9 pessoa hipossuficiente, n\u00e3o possuindo condi\u00e7\u00f5es de arcar com as custas processuais sem o preju\u00edzo do seu sustento e de sua fam\u00edlia, motivo pelo qual faz jus aos benef\u00edcios da gratuidade de justi\u00e7a, nos termos da Lei 1.060/50 com as altera\u00e7\u00f5es da Lei 7.510/86 c/c artigo 98 e seguintes do NCPC.\n\n\fDOS FATOS\nA parte Autora, conforme extratos anal\u00edticos do FGTS anexos, possui dep\u00f3sitos de julho de 1999 at\u00e9 o presente momento, que est\u00e3o sofrendo corre\u00e7\u00e3o pela TR (Taxa Referencial), \u00edndice esse n\u00e3o aplic\u00e1vel a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria do FGTS, conforme detalhadamente passaremos a expor.\nA s\u00edntese da presente demanda \u00e9 a busca da parte Autora, por meio da presente demanda, que seja a R\u00e9 condenada a substituir o \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria aplicado \u00e0 sua conta vinculada do FGTS (Taxa Referencial \u2013 TR) pelo \u00cdndice Nacional de Pre\u00e7os ao Consumidor \u2013 INPC ou pelo \u00cdndice de Pre\u00e7os ao Consumidor Amplo \u2013 IPCA, com o pagamento das diferen\u00e7as decorrentes da altera\u00e7\u00e3o.\nComo sabido, a TR \u00e9 o \u00edndice atualmente utilizado para corre\u00e7\u00e3o do FGTS, e a TR n\u00e3o tem promovido a necess\u00e1ria atualiza\u00e7\u00e3o do saldo existente na conta fundi\u00e1ria, uma vez que se encontra em patamar inferior \u00e0queles utilizados para indica\u00e7\u00e3o do percentual de infla\u00e7\u00e3o, como \u00e9 o caso do IPCA ou do INPC.\nNo mesmo vi\u00e9s, o Supremo Tribunal Federal j\u00e1 se manifestou no sentido de n\u00e3o reconhecer a TR como \u00edndice capaz de corrigir a varia\u00e7\u00e3o inflacion\u00e1ria da moeda, n\u00e3o servindo, portanto, como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, sendo imprescind\u00edvel, e por quest\u00e3o de justi\u00e7a, que outro \u00edndice seja aplicado, seja ele o INPC ou IPCA, versando a mat\u00e9ria t\u00e3o somente no sentido de qual dos dois \u00edndices aplicar para corre\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos de FGTS.\nDA LEGITIMIDADE DA CEF\nDesde logo, e por quest\u00e3o de economia processual, a parte Autora enfatiza a legitimidade passiva da R\u00e9, eis que a mat\u00e9ria encontra-se pacificada em nossos tribunais, tendo sido sumulada pelo E. STJ, no seguinte teor: \u201cS\u00famula n\u00ba 249: A Caixa Econ\u00f4mica Federal tem\nlegitimidade passiva para integrar processo em que se discute corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria do FGTS\u201d.\nDA PRESCRI\u00c7\u00c3O TRINTEN\u00c1RIA\nEst\u00e1 pacificada pelos tribunais superiores a prescri\u00e7\u00e3o trinten\u00e1ria das causas que versam sobre a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos saldos do FGTS, visto que as verbas pleiteadas n\u00e3o possuem natureza tribut\u00e1ria, mas estritamente social e trabalhista, com os mesmos privil\u00e9gios das contribui\u00e7\u00f5es previdenci\u00e1rias, conforme artigo 20 da Lei 5017/66, art. 183 do CTN e art. 23 da Lei n\u00ba 8.036/90, n\u00e3o se aplicando o artigo 178, \u00a7 10\u00aa, inciso III do C\u00f3digo Civil, mesmo porque n\u00e3o se trata de presta\u00e7\u00f5es acess\u00f3rias, pag\u00e1veis anualmente ou em per\u00edodos mais curtos, visto que o sistema do FGTS, n\u00e3o permite saques acess\u00f3rios.\n\n\fNesse sentido, a S\u00famula 210 do STJ:\n\u201cA A\u00e7\u00e3o de Cobran\u00e7a das contribui\u00e7\u00f5es para o FGTS prescreve trinta (30) anos\u201d.\nDesde j\u00e1, recha\u00e7a qualquer alega\u00e7\u00e3o da parte r\u00e9 no sentido de atrair a prescri\u00e7\u00e3o de 5 anos em raz\u00e3o julgamento do RE 709.212/DF. N\u00e3o se aplica o entendimento deste julgamento ao presente caso pois s\u00e3o situa\u00e7\u00f5es distintas, uma vez que referido processo trata de prescri\u00e7\u00e3o de dep\u00f3sito de FGTS por empregadores e tomadores de servi\u00e7o, ou seja, de dep\u00f3sito de FGTS que n\u00e3o foram realizados no \u00e2mbito da rela\u00e7\u00e3o empregat\u00edcia.\nA fim de n\u00e3o pairar qualquer d\u00favida, destaca-se o trecho inicial do voto do Ministro Gilmar Mendes no RE 709.212/DF: O cerne da presente controv\u00e9rsia diz respeito \u00e0 defini\u00e7\u00e3o do prazo prescricional aplic\u00e1vel \u00e0 cobran\u00e7a judicial dos valores devidos, pelos empregadores e pelos tomadores de servi\u00e7o, ao Fundo de Garantia por Tempo de Servi\u00e7o (FGTS).\".\nDa mera leitura do trecho transcrito j\u00e1 se observa que esta prescri\u00e7\u00e3o tratada no julgamento do RE 709.212/DF n\u00e3o se aplica para o objeto da presente demanda, isto \u00e9, corre\u00e7\u00e3o dos ganhos do FGTS pela TR.\nDestarte, seja pelo teor da legisla\u00e7\u00e3o pertinente, seja pela consolidada jurisprud\u00eancia, o direito para reclamar a exata aplica\u00e7\u00e3o dos \u00edndices de rendimentos das contas vinculadas do FGTS prescreve em 30 (trinta) anos, e, portanto, encontra- se o Requerente em pleno exerc\u00edcio de seus direitos.\nDO FUNDO DE GARANTIA POR TEMPO DE SERVI\u00c7O\nO Fundo de Garantia por Tempo de Servi\u00e7o \u2013 FGTS, criado pela Lei n\u00ba 5.107/66 e atualmente regido pela Lei n\u00ba 8.036/90, \u00e9 constitu\u00eddo por meio de dep\u00f3sitos mensais realizados pelos empregadores em conta vinculada aos trabalhadores e tem por fim garantir ao empregado estabilidade no emprego, al\u00e9m de aux\u00edlio monet\u00e1rio em caso de despedida sem justa causa.\nSegundo a Lei 8.036/90, no in\u00edcio de cada m\u00eas, o empregador deve depositar, em conta aberta na Caixa Econ\u00f4mica Federal, em nome do empregado, valor correspondente a 8% (oito por cento) da remunera\u00e7\u00e3o deste, que pode moviment\u00e1-la sempre que verificada uma das hip\u00f3teses estabelecidas no art. 20 da referida Lei.\nO Fundo \u00e9 gerido e administrado a partir das normas e diretrizes do Conselho Curador e os recursos fundi\u00e1rios, por expressa previs\u00e3o legislativa, s\u00e3o utilizados para financiar investimentos sociais nas \u00e1reas de habita\u00e7\u00e3o, saneamento e infraestrutura urbana (artigo 9\u00ba, \u00a7\u00a7 2\u00ba e 3\u00ba, da Lei 8.036/90).\n\n\fda Lei:\n\nQuanto \u00e0 forma de remunera\u00e7\u00e3o do fundo, esta est\u00e1 prevista no artigo 13\n\u201cArt. 13. Os dep\u00f3sitos efetuados nas contas vinculadas ser\u00e3o corrigidos\nmonetariamente com base nos par\u00e2metros fixados para atualiza\u00e7\u00e3o dos saldos dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a e capitaliza\u00e7\u00e3o juros de (tr\u00eas) por cento ao ano.\u201d\n\nOs par\u00e2metros de atualiza\u00e7\u00e3o dos saldos da poupan\u00e7a, por sua vez, encontram-se previstos no artigo 12 da Lei n\u00ba 8.177/91, que disp\u00f5e:\n\n\u201cArt. 12. Em cada per\u00edodo de rendimento, os dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a ser\u00e3o remunerados: I \u2013 como remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica, por taxa correspondente \u00e0 acumula\u00e7\u00e3o das TRD, no per\u00edodo transcorrido entre o dia do \u00faltimo cr\u00e9dito de rendimento, inclusive, e o dia do cr\u00e9dito de rendimento, exclusive;\u201d\nNesta mesma Lei, est\u00e3o definidos os par\u00e2metros para fixa\u00e7\u00e3o da Taxa Referencial (TR) e da Taxa Refer\u00eancia Di\u00e1ria (TRD), nos seguintes termos:\nArt. 1\u00ba O Banco Central do Brasil divulgar\u00e1 Taxa Referencial (TR), calculada a partir da remunera\u00e7\u00e3o mensal m\u00e9dia l\u00edquida de impostos, dos dep\u00f3sitos a prazo fixo captados nos bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos m\u00faltiplos com carteira comercial ou de investimentos, caixas econ\u00f4micas, ou dos t\u00edtulos p\u00fablicos federais, estaduais e municipais, de acordo com metodologia a ser aprovada pelo Conselho Monet\u00e1rio Nacional, no prazo de sessenta dias, e enviada ao conhecimento do Senado Federal. (\u2026) \u00a7 3\u00ba Enquanto n\u00e3o aprovada a metodologia de c\u00e1lculo de que trata este artigo, o Banco Central do Brasil fixar\u00e1 a TR. Art. 2\u00ba O Banco Central do Brasil divulgar\u00e1, para cada dia \u00fatil, a Taxa Referencial Di\u00e1ria (TRD), correspondendo seu valor di\u00e1rio \u00e0 distribui\u00e7\u00e3o pro rata dia da TR fixada para o m\u00eas corrente. \u00a7 1\u00ba Enquanto n\u00e3o divulgada a TR relativa ao m\u00eas corrente, o valor da TRD ser\u00e1 fixado pelo Banco Central do Brasil com base em estimativa daquela taxa. \u00a7 2\u00ba Divulgada a TR, a fixa\u00e7\u00e3o da TRD nos dias \u00fateis restantes do m\u00eas deve ser realizada de forma tal que a TRD acumulada entre o 1\u00ba dia \u00fatil do m\u00eas e o 1\u00ba dia \u00fatil do m\u00eas subsequente seja igual \u00e0 TR do m\u00eas corrente.\nAl\u00e9m de dispor que a TR seria o \u00edndice utilizado para corre\u00e7\u00e3o da poupan\u00e7a, a Lei n\u00ba 8.177/91 tamb\u00e9m disp\u00f4s que tal taxa seria aplicada para fins de corre\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos do FGTS, conforme previsto no seu art. 17:\n\u201cArtigo 17 \u2013 A partir de fevereiro de 1991, os saldos das contas do Fundo de Garantia por Tempo de Servi\u00e7o (FGTS) passam a ser remunerados pela taxa aplic\u00e1vel \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a com data de anivers\u00e1rio no dia 1\u00ba, observada a periodicidade mensal para remunera\u00e7\u00e3o. Par\u00e1grafo \u00fanico. As taxas de juros previstas na legisla\u00e7\u00e3o em vigor do FGTS s\u00e3o mantidas e consideradas como adicionais \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o prevista neste artigo.\u201d\n\n\fConforme se depreende da leitura do artigo acima, ficou determinado que os saldos das contas do FGTS passariam a ser corrigidos conforme a taxa aplic\u00e1vel aos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a, ou seja, a TR, mantidas as taxas de juros previstas na legisla\u00e7\u00e3o pr\u00f3pria do FGTS, qual seja, a taxa de 3% de juros anuais, conforme j\u00e1 supra exposto.\nN\u00e3o se pode discutir, portanto, que \u00e9 legal a aplica\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o dos saldos do FGTS. De fato, h\u00e1 lei vigente que prev\u00ea tal aplica\u00e7\u00e3o. No entanto, h\u00e1 que se analisar, de fato, se a legalidade \u00e9 capaz de afastar o fato de que o \u00edndice previsto na norma n\u00e3o \u00e9 capaz de \u2018corrigir monetariamente\u2019 o saldo dos dep\u00f3sitos de FGTS, como expressamente previsto na Lei 8.036/90, nos seus artigos 2\u00ba e 13:\nArt. 2\u00ba O FGTS \u00e9 constitu\u00eddo pelos saldos das contas vinculadas a que se refere esta lei e outros recursos a ele incorporados, devendo ser aplicados com atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e juros, de modo a assegurar a cobertura de suas obriga\u00e7\u00f5es.\nArt. 13. Os dep\u00f3sitos efetuados nas contas vinculadas ser\u00e3o corrigidos monetariamente com base nos par\u00e2metros fixados para atualiza\u00e7\u00e3o dos saldos dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a e capitaliza\u00e7\u00e3o juros de (tr\u00eas) por cento ao ano. \u2013 grifou-se.\nA Lei, portanto, disp\u00f5e que o fundo dever\u00e1 ser corrigido monetariamente e a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria n\u00e3o representa qualquer acr\u00e9scimo, mas simples recomposi\u00e7\u00e3o do valor da moeda corro\u00eddo pelo processo inflacion\u00e1rio (STJ, REsp n\u00ba 1.191.868, 2\u00aa Turma, Rel. Min. Eliana Calmon, j. 15/06/2010 e p. 22/06/2010).\nA Taxa Referencial (TR) foi \u00edndice capaz de refletir a infla\u00e7\u00e3o ocorrida na economia brasileira por significativo per\u00edodo de tempo, durante o qual n\u00e3o havia quaisquer raz\u00f5es para se opor a sua aplica\u00e7\u00e3o. N\u00e3o \u00e9, contudo, a realidade desde janeiro de 1999, a partir de quando o \u00edndice deixou de espelhar a desvaloriza\u00e7\u00e3o da moeda, e, portanto, deixou de haver a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria prevista em lei.\nDA INAPLICABILIDADE DA TR\nA Taxa Referencial (TR) foi institu\u00edda na economia brasileira no bojo da Lei n\u00ba 8.177, de 31/03/1991 \u2013 que deu origem ao plano econ\u00f4mico denominado Plano Collor II \u2013, e teve como objetivo estabelecer regras para a desindexa\u00e7\u00e3o da economia. Na \u00e9poca, foram extintos um conjunto de indexadores que corrigiam os valores de contratos, fundos financeiros, fundos p\u00fablicos, bem como as d\u00edvidas com a Uni\u00e3o, entre outros.\nSimultaneamente, o artigo 4\u00ba da lei supracitada, determinou que \u201ca partir da vig\u00eancia da medida provis\u00f3ria que deu origem a esta lei, a Funda\u00e7\u00e3o Instituto Brasileiro de Geografia e Estat\u00edstica deixar\u00e1 de calcular o \u00cdndice de Reajuste de Valores Fiscais (IRVF) e o \u00cdndice da Cesta B\u00e1sica (ICB), mantido, contudo, o c\u00e1lculo do \u00cdndice Nacional de Pre\u00e7os ao Consumidor(INPC)\u201d.\n\n\fAlternativamente a estes indexadores extintos, o Banco Central (BACEN) passou a ter a incumb\u00eancia de divulgar a Taxa Referencial (TR), sendo o seu c\u00e1lculo referenciado na \u201cremunera\u00e7\u00e3o mensal m\u00e9dia l\u00edquida de impostos, dos dep\u00f3sitos a prazo fixo captados nos bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos m\u00faltiplos com carteira comercial ou de investimentos, caixas econ\u00f4micas, ou dos t\u00edtulos p\u00fablicos federais, estaduais e municipais, de acordo com metodologia a ser aprovada pelo Conselho Monet\u00e1rio Nacional, no prazo de 60 dias, e enviada ao conhecimento do Senado Federal\u201d.\nConforme se observa, a TR n\u00e3o necessariamente retrata a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria adequada dos valores depositados, visto que algumas das vari\u00e1veis utilizadas para seu c\u00e1lculo s\u00e3o fruto de especula\u00e7\u00e3o mercadol\u00f3gica e comercial e, portanto, pass\u00edveis de interven\u00e7\u00e3o direta da pol\u00edtica internacional o que, muitas vezes, reflete muito mais no mercado financeiro em geral, mas nem tanto no mercado interno, o que acarreta que seu resultado n\u00e3o retrata a realidade dos \u00edndices de atualiza\u00e7\u00e3o, podendo acarretar, como ocorre no caso do FGTS, valores baixos ou mesmo nenhum \u00edndice positivo.\nAl\u00e9m das vari\u00e1veis que, por sua natureza, podem ser prejudiciais ao c\u00e1lculo da TR, foi adotado um Redutor aplicado no resultado deste c\u00e1lculo, para determina\u00e7\u00e3o do valor final do \u00edndice TR. A Resolu\u00e7\u00e3o n\u00ba 1.805, de 27 de mar\u00e7o de 1991, depois substitu\u00edda pela resolu\u00e7\u00e3o 1979/93 e demais edi\u00e7\u00f5es sucessivas, fixava o redutor em 2,0% e explicita, em seu art. 3\u00ba, item III, que:\nA TR ser\u00e1 calculada deduzindo-se da taxa m\u00e9dia ponderada de remunera\u00e7\u00e3o obtida nos termos do item II os efetitos decorrentes da tributa\u00e7\u00e3o e da taxa real hist\u00f3rica de juros da economia - representados por taxa bruta mensal de 2%.\nDesta forma, desde a sua origem, a f\u00f3rmula de c\u00e1lculo da TR comporta um fator redutor que \u00e9 arbitrado pelo BACEN.\nO preju\u00edzo acarretado por este c\u00e1lculo somente se acentuou com o tempo, indicando que a TR aproximou-se de zero, em 2012. Neste ano, inclusive, em seis meses, observou-se uma TR igual a zero. Tamb\u00e9m at\u00e9 o momento, em 2013, todas as taxas mensais da TR foram zero, podendo assim permanecer no restante do ano.\nO artigo 2\u00b0 da Lei 8.036/90, estabelece que em rela\u00e7\u00e3o ao saldo do FGTS deve se aplicar ATUALIZA\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA E JUROS, DE MODO A ASSEGURAR A COBERTURA DE SUAS OBRIGA\u00c7\u00d5ES.\nSe a composi\u00e7\u00e3o da remunera\u00e7\u00e3o atual das contas vinculadas do FGTS \u00e9 de 3% (a t\u00edtulo de capitaliza\u00e7\u00e3o) acumulada \u00e0 varia\u00e7\u00e3o da TR (corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria), as modifica\u00e7\u00f5es na f\u00f3rmula do c\u00e1lculo da TR afetam negativamente a taxa, o que impacta tamb\u00e9m negativamente a remunera\u00e7\u00e3o das contas vinculadas do FGTS.\n\n\fAliado a prejudicial formula de c\u00e1lculo da TR est\u00e1 o fato de que o per\u00edodo p\u00f3s-1999 \u00e9 um marco importante no que diz respeito \u00e0 este \u00edndice, porque no campo macroecon\u00f4mico houve o fim do regime de c\u00e2mbio administrado e a ado\u00e7\u00e3o da taxa de c\u00e2mbio flutuante. Essa altera\u00e7\u00e3o tem impacto nas taxas de juros (e por consequ\u00eancia na TR) porque, com o fim da necessidade de \u201cdefender\u201d a taxa de c\u00e2mbio pr\u00e9-determinada pela equipe econ\u00f4mica, houve uma redu\u00e7\u00e3o importante no patamar da taxa de juros Selic (a taxa b\u00e1sica da economia brasileira).\nApesar de um escalonamento realizado em um dos itens que comp\u00f5em o Redutor da TR, segundo a resolu\u00e7\u00e3o n\u00ba 3.550/2008 e circular 3.455/2009, ambos do Banco Central, seu impacto n\u00e3o resolveu, de forma adequada, a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria do \u00edndice.\nIsso porque a modifica\u00e7\u00e3o nesse Redutor n\u00e3o foi na mesma propor\u00e7\u00e3o da queda verificada na taxa de juros Selic, tanto assim que, a partir de 2008, o Banco Central estipulou uma medida indicando que mesmo que o c\u00e1lculo da TR apresentasse valores negativos, no resultado deveria SER CONSIDERADO O VALOR DE 0%, OU SEJA, NENHUMA CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA, VIOLANDO, PORTANTO, O QUE REZA O ARTIGO 2\u00aa DA LEI 8036/90.\nNesse panorama, fica claro que a TR n\u00e3o serve como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, aliais, o pr\u00f3prio Supremo Tribunal Federal j\u00e1 sinalizou, que a TR n\u00e3o \u00e9 fator de atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, em raz\u00e3o da sua discrep\u00e2ncia com a corre\u00e7\u00e3o inflacion\u00e1ria, conforme decidido na A\u00e7\u00e3o Direta de Inconstitucionalidade n. 493, relator ministro Moreira Alves, julgada em 25 de junho de 1992:\nSe a lei alcan\u00e7ar os efeitos futuros de contratos celebrados anteriormente a ela, ser\u00e1 essa lei retroativa (retroatividade m\u00ednima) porque vai interferir na causa, que \u00e9 um ato ou fato ocorrido no passado. O disposto no artigo 5\u00ba, XXXVI, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal se aplica a toda e qualquer lei infraconstitucional, sem qualquer distin\u00e7\u00e3o entre lei de direito p\u00fablico e lei de direito privado, ou entre lei de ordem p\u00fablica e lei dispositiva. Precedente do STF. Ocorr\u00eancia, no caso, de viola\u00e7\u00e3o de direito adquirido. A taxa referencial (TR) n\u00e3o \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, pois, refletindo as varia\u00e7\u00f5es do custo prim\u00e1rio da capta\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos a prazo fixo, n\u00e3o constitui \u00edndice que reflita a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda.\nO Superior Tribunal de Justi\u00e7a, por sua vez, em precedente, no qual houve discuss\u00e3o sobre o \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o aplic\u00e1vel aos valores do FGTS em mar\u00e7o de 1991, notadamente entre a alternativa de se utilizar um indexador que melhor refletisse a infla\u00e7\u00e3o no per\u00edodo (no caso, o IPC) ou a aplica\u00e7\u00e3o da TR, nos termos previstos pela Lei n. 8.177/91, declarou a inaplicabilidade da TR como indexador monet\u00e1rio das contas do FGTS, conforme se confere observa:\nFGTS - CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA DO DEP\u00d3SITOS - INAPLICABILIDADE DA TR SUBSTITUI\u00c7\u00c3O DO \u00cdNDICE -IPC. A taxa referencial (TR) n\u00e3o pode ser utilizada como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria da moeda, devendo o montante ser atualizado pelo IPC. Recurso improvido. (AgRg no Ag 412184/DF, Rel. Ministra LAURITA VAZ, Rel. p/\n\n\fAc\u00f3rd\u00e3o Ministro GARCIA VIEIRA, PRIMEIRA SE\u00c7\u00c3O, julgado em 12/12/2001, DJ 26/05/2003, p. 254)\nNeste contexto, resta evidente que a TR n\u00e3o atinge sua finalidade e sua ado\u00e7\u00e3o viola a regra do artigo 2\u00b0 da Lei 8.036/90, pois n\u00e3o serve como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, j\u00e1 que n\u00e3o acompanha as varia\u00e7\u00f5es monet\u00e1rias, acarretando a ilegalidade deste \u00edndice no que tange a atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos valores inerentes ao FGTS.\nDA INCONSTITUCIONALIDADE DOS PARAMETROS FIXADOS PARA ATUALIZA\u00c7\u00c3O DO FGTS\nO artigo 2\u00aa da Lei 8036/90 prev\u00ea sistem\u00e1tica de remunera\u00e7\u00e3o dual: atualiza\u00e7\u00e3o + juros fixos. Aceito esse racioc\u00ednio, o qual \u00e9 renovado no artigo 13 do mesmo diploma legal, contudo, esse \u00faltimo vincula a corre\u00e7\u00e3o do FGTS aos par\u00e2metros fixados para atualiza\u00e7\u00e3o dos saldos dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a.\nOra, conforme exposto anteriormente, mostra-se imperioso a elimina\u00e7\u00e3o do uso de \u00edndice discricion\u00e1rio para a corre\u00e7\u00e3o dos ativos e passivos, como \u00e9 hoje a TR, o qual vem sendo utilizado por for\u00e7a da express\u00e3o \u201cPAR\u00c2METROS FIXADOS PARA ATUALIZA\u00c7\u00c3O DOS SALDOS DOS DEP\u00d3SITOS DE POUPAN\u00c7A\u201d, que reza o artigo 13 da Lei 8.036/90.\nTal medida mostra-se necess\u00e1ria a fim de fazer valer o que disp\u00f5e o artigo 2\u00b0 da Lei 8036/90 e o pr\u00f3prio artigo 13 do mesmo diploma legal, os quais preveem em seu bojo a sistem\u00e1tica de corre\u00e7\u00e3o e juros, a fim de garantir aos trabalhadores cotistas do FGTS de que seu patrim\u00f4nio n\u00e3o ser\u00e1 aviltado ao longo do tempo, tal como vem ocorrendo desde 1999, quando a TR parou de refletir a corre\u00e7\u00e3o j\u00e1 que n\u00e3o acompanha a infla\u00e7\u00e3o.\nDe qualquer sorte, deve ser destacado que se, por um lado os dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a contam com juros de 6,12% ao ano, de outro lado os dep\u00f3sitos do FGTS contam somente com 3,12% ao ano, fato que j\u00e1 demonstra viola\u00e7\u00e3o do princ\u00edpio da igualdade, posto que e os cotistas do FGTS vem \u00e0 d\u00e9cadas sendo aviltados em seu patrim\u00f4nio.\nOra, o Estado, ao vincular a corre\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos do FGTS aos \u201cPAR\u00c2METROS FIXADOS PARA ATUALIZA\u00c7\u00c3O DOS SALDOS DOS DEP\u00d3SITOS DE POUPAN\u00c7A\u201d, legisla em proveito pr\u00f3prio ao aplicar a TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria para os cotistas do FGTS, contudo, o rendimento do Estado com aplica\u00e7\u00e3o do recurso dos dep\u00f3sitos do FGTS \u00e9 bem superior daquele pago aos cotistas do FGTS, resta evidente a viola\u00e7\u00e3o ao princ\u00edpio da igualdade previsto no inciso XXII, do artigo 5\u00b0 da CF/88.\nO Supremo Tribunal Federal e o Superior Tribunal de Justi\u00e7a j\u00e1 est\u00e3o aplicando a jurisprud\u00eancia firmada no julgamento da A\u00e7\u00e3o Direta de Inconstitucionalidade (Adin) 4.357, que declarou inconstitucional a Emenda 62 a qual determinava a utiliza\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos precat\u00f3rios pelo \u00edndice da poupan\u00e7a. Atualmente, os\n\n\fdep\u00f3sitos banc\u00e1rios s\u00e3o remunerados pela Taxa Referencial, que historicamente tem ficado abaixo da infla\u00e7\u00e3o.\nNesse panorama, evidencia-se a inconstitucionalidade da aplica\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, pois viola o princ\u00edpio constitucional da igualdade previsto no artigo 5\u00ba, incisos XXII e XXXVI da Constitui\u00e7\u00e3o Federal, devendo ser declarado inconstitucional o trecho \u201cPAR\u00c2METROS FIXADOS PARA ATUALIZA\u00c7\u00c3O DOS SALDOS DOS DEP\u00d3SITOS DE POUPAN\u00c7A\u201d.\nDesta forma, imp\u00f5e seja declarada a inconstitucionalidade da TR para fins da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria do FGTS, devendo ser adotado outro \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, no caso o INPC ou \u00edndice que recomponha as perdas de corre\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos do FGTS, devendo ser levado em conta a atualiza\u00e7\u00e3o legal de 3% ao ano na forma da Lei 8.036/90, acrescidos de demais juros e corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria na forma da Lei.\nDA SUSPENS\u00c3O DO PROCESSO\n\nTendo em vista que tramita perante o STF ADI de n\u00ba 5090 proposta pelo partido Solidariedade visando a declara\u00e7\u00e3o de inconstitucionalidade da express\u00e3o \u201ccom base nos par\u00e2metros fixados para atualiza\u00e7\u00e3o dos saldos dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a\u201d do caput do artigo 13 da Lei Federal n\u00ba 8.036/1990 e o caput do artigo 17 da Lei Federal n\u00ba 8.177/1991, o que refletir\u00e1 diretamente na an\u00e1lise da presente demanda, requer a suspens\u00e3o do presente at\u00e9 a decis\u00e3o final da ADI referida.\n\nDIANTE DO EXPOSTO, REQUER:\n\nDOS PEDIDOS\n\n1. Sejam concedidos a parte Autora os benef\u00edcios da gratuidade de justi\u00e7a pleiteado no pre\u00e2mbulo desta exordial;\n2. A suspens\u00e3o da presente demanda at\u00e9 o julgamento da ADI n\u00ba 5090 que tramita perante o STF;\n3. Ap\u00f3s julgamento da ADI n\u00ba 5090, a reativa\u00e7\u00e3o do feito e seu regular prosseguimento atrav\u00e9s da cita\u00e7\u00e3o da parte R\u00e9, na pessoa de sua representante lega 4. l, para, querendo, apresentar contesta\u00e7\u00e3o no prazo de 15 (quinze) dias, nos moldes do artigo 335 do CPC, sob pena de revelia;\n\n\f5. No m\u00e9rito declarar a ilegalidade e a inconstitucionalidade TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria incidente sobre os dep\u00f3sitos das contas vinculadas do FGTS, bem como declarar qual \u00edndice deve ser considerado para corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria da conta do FGTS da parte Autora, se o IPCA ou INPC, para fins de dar cumprimento \u00e0 atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos saldos de sua conta do FGTS prevista no art. 2\u00ba da Lei 8.036/90, em substitui\u00e7\u00e3o \u00e0 TR, desde janeiro do ano de 1999, a partir de quando tal \u00edndice deixou de refletir a varia\u00e7\u00e3o inflacion\u00e1ria da moeda.\n6. Requer por fim, a condena\u00e7\u00e3o da R\u00e9, a pagar \u00e0 parte Autora os valores correspondentes \u00e0 diferen\u00e7a de FGTS em raz\u00e3o da aplica\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria declarada no pedido acima, desde janeiro de 1999 em diante at\u00e9 seu efetivo saque, cujo valor dever\u00e1 ser apurado em sede de cumprimento de senten\u00e7a, sendo tais valores acrescidos de juros de mora de 1% a. M. (um por cento ao m\u00eas), a contar da cita\u00e7\u00e3o, at\u00e9 o efetivo pagamento.\n7. A condena\u00e7\u00e3o da parte R\u00e9 ao pagamento das custas processuais e honor\u00e1rios advocat\u00edcios.\nProtesta, outrossim, pela produ\u00e7\u00e3o de todos os meios de prova em direito admitidas, em especial documental e testemunhal.\nD\u00e1 a causa o valor de R$ 8.521,35 (oito mil quinhentos e vinte e um reais e trinta e cinco centavos).\nTermos que, pede deferimento.\nPorto Alegre, 12 de maio de 2021.\nBruna Balestieri Bedin Salvi Ordahy OAB/RS 66.003\n\n\f" } ], "similar_texts_federais_solon": [ { "header": "Texto Similar 1 (Solon) - IdDocumentoCompleto: 5006271-57.2021.4.04.7112-711620924084624307137014182562", "text": "EXCELENT\u00cdSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA _\u00ba VARA DO JUIZADO ESPECIAL FEDERAL DA SE\u00c7\u00c3O JUDICI\u00c1RIA DE CANOAS/RS.\nF\u00c1BIO LUIS DIAS RABUSKI, brasileiro, casado, T\u00e9cnico eletr\u00f4nico, CPF 002.595.810-03, RG 1079948038, residente e domiciliado a Rua Arno M Muller, n\u00b044, CEP 95770-000 em Feliz/RS, neste ato representado(a) por seus advogados infra-assinados (procura\u00e7\u00e3o anexa), com endere\u00e7o profissional na Rua Pedro Lerbach, n\u00ba 268, bairro Centro, CEP 93265-030, no munic\u00edpio de Esteio/RS, vem, respeitosamente, \u00e0 presen\u00e7a de Vossa Excel\u00eancia, propor a presente A\u00c7\u00c3O REVISIONAL DE CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA DO FGTS em face de CAIXA ECON\u00d4MICA FEDERAL, autarquia federal, inscrita no CNPJ sob o n.\u00ba 00.360.305/0001-04, com sede na ST Banc\u00e1rio Sul Quadra 04, n\u00ba 34, Bloco A, Asa Sul, CEP 70.092-900, em Bras\u00edlia/DF pelos fatos e raz\u00f5es que a seguir aduz:\n1. DAS PRELIMINARES\n1.1. Justi\u00e7a Gratuita\nO autor(a) anexa aos autos a declara\u00e7\u00e3o de hipossufici\u00eancia, tendo em vista que n\u00e3o tem condi\u00e7\u00f5es de arcar com as despesas\n\n\fprocessuais, raz\u00e3o pela qual requer o deferimento da justi\u00e7a gratuita nos termos do art. 98 do CPC.\n1.2. Sobrestamento do feito em raz\u00e3o da decis\u00e3o nos autos da ADI 5090\nNa A\u00e7\u00e3o Direta de Inconstitucionalidade n\u00ba 5.090/DF, que versa sobre Corre\u00e7\u00e3o Monet\u00e1ria das contas do FGTS, o Exm\u00ba Relator Ministro Lu\u00eds Roberto Barroso determinou a suspens\u00e3o de todos os processos que discutem a mesma mat\u00e9ria at\u00e9 o julgamento definitivo da mencionada ADI. Vejamos:\nConsiderando: (a) a pend\u00eancia da presente ADI 5090, que sinaliza que a discuss\u00e3o sobre a rentabilidade do FGTS ainda ser\u00e1 apreciada pelo Supremo e, portanto, n\u00e3o est\u00e1 julgada em car\u00e1ter definitivo, estando sujeita a altera\u00e7\u00e3o (plausibilidade jur\u00eddica); (b) o julgamento do tema pelo STJ e o n\u00e3o reconhecimento da repercuss\u00e3o geral pelo Supremo, o que poder\u00e1 ensejar o tr\u00e2nsito em julgado das decis\u00f5es j\u00e1 proferidas sobre o tema (perigo na demora); (c) os m\u00faltiplos requerimentos de cautelar nestes autos; e (d) a inclus\u00e3o do feito em pauta para 12/12/2019, defiro a cautelar, para determinar a suspens\u00e3o de todos os feitos que versem sobre a mat\u00e9ria, at\u00e9 julgamento do m\u00e9rito pelo Supremo Tribunal Federal. Publique-se. Intime-se. Bras\u00edlia, 6 de setembro de 2019. Ministro Lu\u00eds Roberto Barroso Relator\u201d.(Grifo nosso)\nIsto posto, considerando que a presente a\u00e7\u00e3o versa sobre mat\u00e9ria id\u00eantica e que existe \u00e9 A\u00e7\u00e3o Direta de Inconstitucionalidade \u2013 ADI n\u00ba 5090 pendente de julgamento com determina\u00e7\u00e3o de suspens\u00e3o de todos os processos que versem sobre a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria do FGTS, requer o autor(a) que este Nobre Julgador determine o sobrestamento do processo em an\u00e1lise.\n1.2. Legitimidade Passiva da Caixa Econ\u00f4mica\n\n\fIncontest\u00e1vel que a r\u00e9, Caixa Econ\u00f4mica Federal, \u00e9 a gestora das contas do FGTS, conforme determina o pr\u00f3prio art. 4\u00ba da Lei 8036/90. Nesse sentido, inclusive, o STJ j\u00e1 pacificou a legitimidade, a saber: S\u00daMULA 249/STJ - A Caixa Econ\u00f4mica Federal tem legitimidade passiva para integrar processo em que se discute corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria do FGTS.\nLogo, n\u00e3o h\u00e1 d\u00favidas que a r\u00e9 \u00e9 parte leg\u00edtima para integrar o processo em que se discute a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria do referido fundo.\n2. DOS FATOS\nTrata-se de A\u00e7\u00e3o Revisional de Corre\u00e7\u00e3o Monet\u00e1ria dos dep\u00f3sitos do FGTS efetuados nas contas vinculadas do Fundo de Garantia de todos os per\u00edodos posteriores a 01/01/1999, conforme extratos anal\u00ed ticos em anexo.\n\u00c9 de saber not\u00f3rio que os dep\u00f3sitos do FGTS sofrem corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria pela TR (Taxa Referencial) desde fevereiro de 1991, mas que, a partir de janeiro de 1999, tal \u00edndice n\u00e3o promoveu a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria do fundo como deveria.\nEm raz\u00e3o disso, o autor(a) vem, atrav\u00e9s desta via judicial, requerer a substitui\u00e7\u00e3o da TR pelo INPC (\u00cdndice Nacional de Pre\u00e7os ao Consumidor) ou pelo IPCA-E (\u00cdndice de Pre\u00e7os ao Consumidor Amplo) e o pagamento de todas as diferen\u00e7as decorrentes dessa altera\u00e7\u00e3o, conforme fatos e direito que passar\u00e1 a expor.\n\n\f3. DO DIREITO\n3.1. Corre\u00e7\u00e3o Monet\u00e1ria do FGTS\nSabe-se que a Lei n\u00ba 8036/90, lei espec\u00edfica sobre o FGTS, disciplina a forma de remunera\u00e7\u00e3o do fundo, que est\u00e1 prevista no art. 13 da lei: \u201cArt. 13. Os dep\u00f3sitos efetuados nas contas vinculadas ser\u00e3o corrigidos monetariamente com base nos par\u00e2metros fixados para atualiza\u00e7\u00e3o dos saldos dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a e capitaliza\u00e7\u00e3o juros de (tr\u00eas) por cento ao ano.\"\nOs par\u00e2metros de atualiza\u00e7\u00e3o dos saldos da poupan\u00e7a, por sua vez, encontram-se previstos no artigo 12 da Lei n\u00ba 8.177/91, que disp\u00f5e:\nArt. 12. Em cada per\u00edodo de rendimento, os dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a ser\u00e3o remunerados: I - como remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica, por taxa correspondente \u00e0 acumula\u00e7\u00e3o das TRD, no per\u00edodo transcorrido entre o dia do \u00faltimo cr\u00e9dito de rendimento, inclusive, e o dia do cr\u00e9dito de rendimento, exclusive;\nAdemais, al\u00e9m de dispor que a TR \u00e9 o \u00edndice utilizado para corre\u00e7\u00e3o da poupan\u00e7a, a Lei n\u00ba 8.177/91 tamb\u00e9m disp\u00f4s que tal taxa seria aplicada para fins de corre\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos do FGTS, sen\u00e3o vejamos:\nArt. 17. A partir de fevereiro de 1991, os saldos das contas do Fundo de Garantia por Tempo de Servi\u00e7o (FGTS) passam a ser remunerados pela taxa aplic\u00e1vel \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a com data de anivers\u00e1rio no dia 1\u00b0, observada a periodicidade mensal para remunera\u00e7\u00e3o\n\n\fComo se pode verificar, todos os artigos em lei mencionados evidenciam a TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o dos saldos do FGTS. Todavia, h\u00e1 que observar sempre se os dep\u00f3sitos efetuados nas contas vinculadas s\u00e3o de fato corrigidos para assegurar a prote\u00e7\u00e3o \u00e0 perda do poder de compra do fundo, conforme previsto na Lei 8036/90, nos seus artigos 2\u00ba e 13\u00b0:\nArt. 2\u00ba O FGTS \u00e9 constitu\u00eddo pelos saldos das contas vinculadas a que se refere esta Lei e outros recursos a ele incorporados, devendo ser aplicados com atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e juros, de modo a assegurar a cobertura de suas obriga\u00e7\u00f5es (grifos nossos).\nArt. 13. Os dep\u00f3sitos efetuados nas contas vinculadas ser\u00e3o corrigidos monetariamente com base nos par\u00e2metros fixados para atualiza\u00e7\u00e3o dos saldos dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a e capitaliza\u00e7\u00e3o juros de (tr\u00eas) por cento ao ano. - Grifou-se.\nAcontece, Excel\u00eancia, que \u00e9 de conhecimento geral que a aplica\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria de forma alguma atingiu o prop\u00f3sito em determinados per\u00edodos. Na verdade, desde fevereiro de 1991 at\u00e9 a data de hoje, raz\u00e3o inclusive que fez surgir no Poder Judici\u00e1rios diversas a\u00e7\u00f5es questionando a sua aplica\u00e7\u00e3o e legalidade.\nTanto \u00e9 assim, que o Supremo, em diversos casos semelhantes a este (ADIs n\u00ba 4357, 4372, 4400, 4425 e 5.348), n\u00e3o considerou a aplica\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o, por consider\u00e1-lo inadequado para recompor a perder do poder de compra.\nAl\u00e9m disso, seguindo o mesmo racioc\u00ednio, no julgamento da ADI n\u00ba 493-0, o Supremo entendeu que tamb\u00e9m n\u00e3o seria poss\u00edvel aplicar a TR aos contratos do Sistema Financeiro de Habita\u00e7\u00e3o, uma vez que\n\n\faquele Tribunal n\u00e3o reconhecia a TR como \u00edndice h\u00e1bil a promover a\natualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria.\nA\u00e7\u00e3o direta de inconstitucionalidade . - Se a lei alcan\u00e7ar os efeitos futuros de contratos celebrados anteriormente a ela, ser\u00e1 essa lei retroativa (retroatividade m\u00ednima) porque vai interferir na causa, que e um ato ou fato ocorrido no passado . - O disposto no artigo 5, XXXVI, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal se aplica a toda e qualquer lei infraconstitucional, sem qualquer distin\u00e7\u00e3o entre lei de direito p\u00fablico e lei de direito privado, ou entre lei de ordem p\u00fablica e lei dispositiva. Precedente do S.T.F. . - Ocorr\u00eancia, no caso, de viola\u00e7\u00e3o de direito adquirido. A taxa referencial (TR) n\u00e3o \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, pois, refletindo as varia\u00e7\u00f5es do custo prim\u00e1rio da capta\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos a prazo fixo, n\u00e3o constitui \u00edndice que reflita a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda. Por isso, n\u00e3o h\u00e1 necessidade de se examinar a quest\u00e3o de saber se as normas que alteram \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria se aplicam imediatamente, alcan\u00e7ando, pois, as presta\u00e7\u00f5es futuras de contratos celebrados no passado, sem violarem o disposto no artigo 5, XXXVI, da Carta Magna . - Tamb\u00e9m ofendem o ato jur\u00eddico perfeito os dispositivos impugnados que alteram o crit\u00e9rio de reajuste das presta\u00e7\u00f5es nos contratos ja celebrados pelo sistema do Plano de Equival\u00eancia Salarial por Categoria Profissional (PES/CP). A\u00e7\u00e3o direta de inconstitucionalidade julgada procedente, para declarar a inconstitucionalidade dos artigos 18, \"caput\" e par\u00e1grafos 1 e 4; 20; 21 e par\u00e1grafo \u00fanico; 23 e par\u00e1grafos; e 24 e par\u00e1grafos, todos da Lei n. 8.177, de 1 de maio de 1991. (STF - ADI: 493 DF, Relator: Min. MOREIRA ALVES, Data de Julgamento: 25/06/1992, TRIBUNAL PLENO, Data de Publica\u00e7\u00e3o: DJ 04-09-1992 PP-14089 EMENT VOL-01674-02 PP-00260 RTJ VOL-00143-03 PP-00724)\nE n\u00e3o \u00e9 s\u00f3. Na an\u00e1lise das ADI 4425 e 4357, o STF destacou que\na TR n\u00e3o pode ser utilizada como \u00edndice de atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, pois\nn\u00e3o \u00e9 capaz de espelhar o processo inflacion\u00e1rio brasileiro.\nDesse modo, em que pese o STJ j\u00e1 tenha proferido o seu\nposicionamento quanto ao tema, por ainda estar pendente o\njulgamento da ADI 5090 e, tendo em vista o entendimento declarado\ndiversas vezes pelo STF (ADIs n\u00ba 4357, 4372, 4400, 4425 e 5.348) no\nsentido de que a TR n\u00e3o alcan\u00e7a mais o processo inflacion\u00e1rio, requer\n\n\fque, em observ\u00e2ncia ao art. 927 do CPC, seja seguida a atual jurisprud\u00eancia do Supremo.\nTem-se, em resumo, que a Lei n\u00ba 8.036/90, determina que ao saldo de suas contas deve ser obrigatoriamente aplicado corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. N\u00e3o sendo a Taxa Referencial (TR) h\u00e1bil a atualizar monetariamente tais saldos, entende-se que a TR \u00e9 inaplic\u00e1vel para tal fim por n\u00e3o alcan\u00e7ar de 1999 at\u00e9 hoje uma forma minimamente compat\u00edvel com a infla\u00e7\u00e3o, surgindo assim a necessidade de aplicar o INPC ou IPCA-E.\nLogo, indiscut\u00edvel \u00e9 o reconhecimento de que a TR n\u00e3o serve como \u00edndice capaz de corrigir a varia\u00e7\u00e3o inflacion\u00e1ria da moeda desde janeiro de 1999 at\u00e9 os dias de hoje e, por quest\u00e3o de justi\u00e7a, este ju\u00edzo determine a substitui\u00e7\u00e3o da TR pelo INPC ou IPCA-E, que conforme c\u00e1lculos em anexo gerar\u00e1 ao autor(a) o atual saldo corrigido de R$ 3.362,32 (tr\u00eas mil trezentos e sessenta e dois reais).\n3.2. Ren\u00fancia aos 60 Sal\u00e1rios M\u00ednimos\nDesde j\u00e1, o autor(a)(a) declara que renuncia aos valores que venham a exceder 60 sal\u00e1rios m\u00ednimos, na data do ajuizamento da a\u00e7\u00e3o, de acordo com o disposto no art. 3\u00ba da lei 10.259/01, para fins de compet\u00eancia.\n4. DOS PEDIDOS\n\n\fFinalmente, ante os fatos narrados e perante os dispositivos legais que a amparam, requer a parte autor que se Vossa Excel\u00eancia se digne a:\n1. Primeiramente, que seja admitida a presente peti\u00e7\u00e3o inicial, com expedi\u00e7\u00e3o de cita\u00e7\u00e3o postal \u00e0 parte r\u00e9;\n2. Ap\u00f3s, que seja determinada a suspens\u00e3o dos autos de acordo com a decis\u00e3o da medida cautelar na A\u00e7\u00e3o Direta de Inconstitucionalidade 5.090 Distrito Federal, at\u00e9 o deslinde da controv\u00e9rsia;\n3. Logo ap\u00f3s o julgamento da ADIN 5.090 Distrito Federal, para que se d\u00ea sequ\u00eancia ao feito, mediante levantamento da suspens\u00e3o decorrente da dita afeta\u00e7\u00e3o;\n4. Ao final, julgar PROCEDENTE a presente a\u00e7\u00e3o para declarar a incompatibilidade do art. 13 da Lei 8036/90 com os art. 12, caput e inciso I c/c art. 17 da Lei 8177/91 e art. 5\u00ba, XXVII da CF e com isso:\na. Substituir a TR pelo INPC ou, alternativamente, pelo IPCA-E, para fins de dar cumprimento \u00e0 atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos saldos das contas do FGTS prevista no art. 2\u00ba da Lei 8.036/90, em substitui\u00e7\u00e3o \u00e0 TR, desde janeiro do ano de 1999, a partir de quando tal \u00edndice deixou de refletir a varia\u00e7\u00e3o inflacion\u00e1ria da moeda.\nb. E condenar da r\u00e9, a pagar \u00e0 parte autor os valores correspondentes \u00e0 diferen\u00e7a de FGTS em raz\u00e3o da aplica\u00e7\u00e3o da\n\n\fcorre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria declarada no pedido acima, desde janeiro de 1999 em diante, conforme c\u00e1lculos em anexo.\n5. Deferir os benef\u00edcios da Assist\u00eancia Judici\u00e1ria gratuita ao autor, assegurado pelo art. 98 do C\u00f3digo de Processo Civil, tendo em vista que este n\u00e3o pode arcar com as despesas processuais. Para tanto, faz juntada do documento necess\u00e1rio \u2013 declara\u00e7\u00e3o de hipossufici\u00eancia econ\u00f4mica;\n6. A n\u00e3o realiza\u00e7\u00e3o de audi\u00eancia de concilia\u00e7\u00e3o, em raz\u00e3o do objeto da causa n\u00e3o admitir a autocomposi\u00e7\u00e3o.\n7. Por fim, requer a condena\u00e7\u00e3o da r\u00e9 \u00e0s custas e honor\u00e1rios advocat\u00edcios de sucumb\u00eancia.\nPara provar o alegado, requer-se \u00e0 Vossa Excel\u00eancia que sejam concedidos todos os meios de prova em Direito admitidos, principalmente no que remete \u00e0 juntada de novos documentos, depoimento pessoal dos representantes legais das requeridas, sob pena de confiss\u00e3o e inquiri\u00e7\u00e3o de testemunhas, caso se fa\u00e7a necess\u00e1rio.\nD\u00e1 \u00e0 causa o valor R$ 3.362,32 (tr\u00eas mil trezentos e sessenta e dois reais) conforme demonstrativo de c\u00e1lculos em anexo.\nNestes termos, pede e espera deferimento. Esteio/RS, 13 de maio de 2021\n\n\fCarolina Nunes dos Santos OAB/RS 112.250\nDiego Silveira Thomaz OAB/RS 104.246\n\nS\u00f4nia Borges OAB/RS 71.143\nWillian Prass OAB/RS 97.689\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 2 (Solon) - IdDocumentoCompleto: 5009221-80.2023.4.04.7205-721681941326683241234573651623", "text": "EXCELENT\u00cdSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA __ VARA FEDERAL DE RIO DO SUL \u2013 ESTADO DE SANTA CATARINA.\n\nA\u00c7\u00c3O REVISIONAL DE CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA DE FGTS\n\nPromovente: Promovido:\n\nAlexsandro Lucio de Santana Caixa Econ\u00f4mica Federal\n\nALEX SANDRO LUCIO DE SANTANA, brasileiro, casado, com RG n\u00ba 37326670 e CPF n\u00ba 888.953.943-72, residente e domiciliado na Rua, por sua procuradora in fine assinada, vem, mui respeitosamente, \u00e0 presen\u00e7a de VOSSA EXCEL\u00caNCIA, propor A\u00c7\u00c3O REVISIONAL DE CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA DE FGTS em face da CAIXA EC\u00d4NOMICA FEDERAL, empresa p\u00fablica, CNPJ n\u00ba 00.360.305/0001-04, com sede no Setor Banc\u00e1rio Sul Quadra 04, n\u00ba 34, Bloco A, na Asa Sul, em Brasilia/DF (CEP n\u00ba 70.092-900) pelos fatos e fundamentos a seguir:\nI \u2013 DA JUSTI\u00c7A GRATUITA Requer o autor o benef\u00edcio da gratuidade de justi\u00e7a, nos termos da legisla\u00e7\u00e3o p\u00e1tria,\ninclusive para efeito de poss\u00edvel recurso, tendo em vista ser o promovente impossibilitado de arcar com as despesas processuais sem prejuizo pr\u00f3prio e de sua fam\u00edlia. Por tais raz\u00f5es, pleiteiam-se os bef\u00edcios da justi\u00e7a gratuita, assegurados pela Constitui\u00e7\u00e3o Federal, artigo 5\u00ba , LXXIV e pela lei 13.105/2015 (CPC) artigo 98 e seguintes.\n(88) 99968-7670 ariandneadvocacia@gmail.com\n\n\fII \u2013 SOBRESTAMENTO DO FEITO EM RAZ\u00c3O DA DECIS\u00c3O NOS AUTOS DA ADI N\u00ba 5090 Na A\u00e7\u00e3o Direta de Inconstitucionalidade n\u00ba 5.090/DF, que versa sobre Corre\u00e7\u00e3o\nMonet\u00e1ria das contas do FGTS, o Exm\u00ba Relator Ministro Lu\u00eds Roberto Barroso determinou a suspens\u00e3o de todos os processos que discutem a mesma mat\u00e9ria at\u00e9 o julgamento definitivo da mencionada ADI. Vejamos:\nConsiderando: (a) a pend\u00eancia da presente ADI 5090, que sinaliza que a discuss\u00e3o sobre a rentabilidade do FGTS ainda ser\u00e1 apreciada pelo Supremo e, portanto, n\u00e3o est\u00e1 julgada em car\u00e1ter definitivo, estando sujeita a altera\u00e7\u00e3o (plausibilidade jur\u00eddica); (b) o julgamento do tema pelo STJ e o n\u00e3o reconhecimento da repercuss\u00e3o geral pelo Supremo, o que poder\u00e1 ensejar o tr\u00e2nsito em julgado das decis\u00f5es j\u00e1 proferidas sobre o tema (perigo na demora); (c) os m\u00faltiplos requerimentos de cautelar nestes autos; e (d) a inclus\u00e3o do feito em pauta para 12/12/2019, defiro a cautelar, para determinar a suspens\u00e3o de todos os feitos que versem sobre a mat\u00e9ria, at\u00e9 julgamento do m\u00e9rito pelo Supremo Tribunal Federal. Publique-se. Intime-se. Bras\u00edlia, 6 de setembro de 2019. Ministro Lu\u00eds Roberto Barroso Relator\u201d.(Grifo nosso)\nIsto posto, considerando que a presente a\u00e7\u00e3o versa sobre mat\u00e9ria id\u00eantica e que existe \u00e9 A\u00e7\u00e3o Direta de Inconstitucionalidade \u2013 ADI n\u00ba 5090 pendente de julgamento com determina\u00e7\u00e3o de suspens\u00e3o de todos os processos que versem sobre a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria do FGTS, requer o autor(a) que este Nobre Julgador determine o sobrestamento do processo em an\u00e1lise.\nIII \u2013 LEGITIMIDADE PASSIVA DA CAIXA EC\u00d4NOMICA FEDERAL Incontest\u00e1vel que a r\u00e9, Caixa Econ\u00f4mica Federal, \u00e9 a gestora das contas do FGTS,\nconforme determina o pr\u00f3prio art. 4\u00ba da Lei 8036/90. Nesse sentido, inclusive, o STJ j\u00e1 pacificou a legitimidade, a saber:\nS\u00daMULA 249/STJ - A Caixa Econ\u00f4mica Federal tem legitimidade passiva para integrar processo em que se discute corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria do FGTS.\nLogo, n\u00e3o h\u00e1 d\u00favidas que a r\u00e9 \u00e9 parte leg\u00edtima para integrar o processo em que se discute a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria do referido fundo.\nIV \u2013 DOS FATOS Trata-se de A\u00e7\u00e3o Revisional de Corre\u00e7\u00e3o Monet\u00e1ria dos dep\u00f3sitos do FGTS\nefetuados na conta do autor, no per\u00edodo de 06/10/2000 at\u00e9 os dias atuais, conforme extratos anal\u00edticos em anexo.\n\u00c9 de saber not\u00f3rio que os dep\u00f3sitos do FGTS sofrem corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria pela TR (Taxa Referencial) desde fevereiro de 1991, mas que, a partir de janeiro de 1999, tal \u00edndice n\u00e3o promoveu a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria do fundo como deveria.\nEm raz\u00e3o disso, o autor(a) vem, atrav\u00e9s desta via judicial, requerer a substitui\u00e7\u00e3o da TR pelo INPC (\u00cdndice Nacional de Pre\u00e7os ao Consumidor) e o pagamento de todas as diferen\u00e7as decorrentes dessa altera\u00e7\u00e3o, conforme fatos e direito que passar\u00e1 a expor.\n(88) 99968-7670 ariandneadvocacia@gmail.com\n\n\fV \u2013 DO DIREITO Sabe-se que a Lei n\u00ba 8036/90, lei espec\u00edfica sobre o FGTS, disciplina a forma de\nremunera\u00e7\u00e3o do fundo, que est\u00e1 prevista no art. 13 da lei:\n\u201cArt. 13. Os dep\u00f3sitos efetuados nas contas vinculadas ser\u00e3o corrigidos monetariamente com base nos par\u00e2metros fixados para atualiza\u00e7\u00e3o dos saldos dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a e capitaliza\u00e7\u00e3o juros de (tr\u00eas) por cento ao ano.\"\nOs par\u00e2metros de atualiza\u00e7\u00e3o dos saldos da poupan\u00e7a, por sua vez, encontram-se previstos no artigo 12 da Lei n\u00ba 8.177/91, que disp\u00f5e:\nArt. 12. Em cada per\u00edodo de rendimento, os dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a ser\u00e3o remunerados: I - como remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica, por taxa correspondente \u00e0 acumula\u00e7\u00e3o das TRD, no per\u00edodo transcorrido entre o dia do \u00faltimo cr\u00e9dito de rendimento, inclusive, e o dia do cr\u00e9dito de rendimento, exclusive;\nAdemais, al\u00e9m de dispor que a TR \u00e9 o \u00edndice utilizado para corre\u00e7\u00e3o da poupan\u00e7a, a Lei n\u00ba 8.177/91 tamb\u00e9m disp\u00f4s que tal taxa seria aplicada para fins de corre\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos do FGTS, sen\u00e3o vejamos:\nArt. 17. A partir de fevereiro de 1991, os saldos das contas do Fundo de Garantia por Tempo de Servi\u00e7o (FGTS) passam a ser remunerados pela taxa aplic\u00e1vel \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a com data de anivers\u00e1rio no dia 1\u00b0, observada a periodicidade mensal para remunera\u00e7\u00e3o\nComo se pode verificar, todos os artigos em lei mencionados evidenciam a TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o dos saldos do FGTS. Todavia, h\u00e1 que observar sempre se os dep\u00f3sitos efetuados nas contas vinculadas s\u00e3o de fato corrigidos para assegurar a prote\u00e7\u00e3o \u00e0 perda do poder de compra do fundo, conforme previsto na Lei 8036/90, nos seus artigos 2\u00ba e 13\u00b0:\nArt. 2\u00ba O FGTS \u00e9 constitu\u00eddo pelos saldos das contas vinculadas a que se refere esta Lei e outros recursos a ele incorporados, devendo ser aplicados com atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e juros, de modo a assegurar a cobertura de suas obriga\u00e7\u00f5es (grifos nossos).\nArt. 13. Os dep\u00f3sitos efetuados nas contas vinculadas ser\u00e3o corrigidos monetariamente com base nos par\u00e2metros fixados para atualiza\u00e7\u00e3o dos saldos dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a e capitaliza\u00e7\u00e3o juros de (tr\u00eas) por cento ao ano. - grifou-se.\nAcontece, Excel\u00eancia, que \u00e9 de conhecimento geral que a aplica\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria de forma alguma atingiu o prop\u00f3sito em determinados per\u00edodos. Na verdade, desde fevereiro de 1991 at\u00e9 a data de hoje, raz\u00e3o inclusive que fez surgir no Poder Judici\u00e1rios diversas a\u00e7\u00f5es questionando a sua aplica\u00e7\u00e3o e legalidade.\nTanto \u00e9 assim, que o Supremo, em diversos casos semelhantes a este (ADIs n\u00ba 4357, 4372, 4400, 4425 e 5.348), n\u00e3o considerou a aplica\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o, por consider\u00e1-lo inadequado para recompor a perder do poder de compra.\n(88) 99968-7670 ariandneadvocacia@gmail.com\n\n\fAl\u00e9m disso, seguindo o mesmo racioc\u00ednio, no julgamento da ADI n\u00ba 493-0, o Supremo entendeu que tamb\u00e9m n\u00e3o seria poss\u00edvel aplicar a TR aos contratos do Sistema Financeiro de Habita\u00e7\u00e3o, uma vez que aquele Tribunal n\u00e3o reconhecia a TR como \u00edndice h\u00e1bil a promover a atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria.\nA\u00e7\u00e3o direta de inconstitucionalidade . - Se a lei alcan\u00e7ar os efeitos futuros de contratos celebrados anteriormente a ela, ser\u00e1 essa lei retroativa (retroatividade m\u00ednima) porque vai interferir na causa, que e um ato ou fato ocorrido no passado . - O disposto no artigo 5, XXXVI, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal se aplica a toda e qualquer lei infraconstitucional, sem qualquer distin\u00e7\u00e3o entre lei de direito p\u00fablico e lei de direito privado, ou entre lei de ordem p\u00fablica e lei dispositiva. Precedente do S.T.F. . Ocorr\u00eancia, no caso, de viola\u00e7\u00e3o de direito adquirido. A taxa referencial (TR) n\u00e3o \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, pois, refletindo as varia\u00e7\u00f5es do custo prim\u00e1rio da capta\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos a prazo fixo, n\u00e3o constitui \u00edndice que reflita a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda. Por isso, n\u00e3o h\u00e1 necessidade de se examinar a quest\u00e3o de saber se as normas que alteram \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria se aplicam imediatamente, alcan\u00e7ando, pois, as presta\u00e7\u00f5es futuras de contratos celebrados no passado, sem violarem o disposto no artigo 5, XXXVI, da Carta Magna . - Tamb\u00e9m ofendem o ato jur\u00eddico perfeito os dispositivos impugnados que alteram o crit\u00e9rio de reajuste das presta\u00e7\u00f5es nos contratos ja celebrados pelo sistema do Plano de Equival\u00eancia Salarial por Categoria Profissional (PES/CP). A\u00e7\u00e3o direta de inconstitucionalidade julgada procedente, para declarar a inconstitucionalidade dos artigos 18, \"caput\" e par\u00e1grafos 1 e 4; 20; 21 e par\u00e1grafo \u00fanico; 23 e par\u00e1grafos; e 24 e par\u00e1grafos, todos da Lei n. 8.177, de 1 de maio de 1991. (STF - ADI: 493 DF, Relator: Min. MOREIRA ALVES, Data de Julgamento: 25/06/1992, TRIBUNAL PLENO, Data de Publica\u00e7\u00e3o: DJ 04-09-1992 PP-14089 EMENT VOL-01674-02 PP-00260 RTJ VOL-00143-03 PP-00724)\nE n\u00e3o \u00e9 s\u00f3. Na an\u00e1lise das ADI 4425 e 4357, o STF destacou que a TR n\u00e3o pode ser utilizada como \u00edndice de atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, pois n\u00e3o \u00e9 capaz de espelhar o processo inflacion\u00e1rio brasileiro.\nDesse modo, em que pese o STJ j\u00e1 tenha proferido o seu posicionamento quanto ao tema, por ainda estar pendente o julgamento da ADI 5090 e, tendo em vista o entendimento declarado diversas vezes pelo STF (ADIs n\u00ba 4357, 4372, 4400, 4425 e 5.348) no sentido de que a TR n\u00e3o alcan\u00e7a mais o processo inflacion\u00e1rio, requer que, em observ\u00e2ncia ao art. 927 do CPC, seja seguida a atual jurisprud\u00eancia do Supremo.\nTem-se, em resumo, que a Lei n\u00ba 8.036/90, determina que ao saldo de suas contas deve ser obrigatoriamente aplicado corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. N\u00e3o sendo a Taxa Referencial (TR) h\u00e1bil a atualizar monetariamente tais saldos, entende-se que a TR \u00e9 inaplic\u00e1vel para tal fim por n\u00e3o alcan\u00e7ar de 1999 at\u00e9 hoje uma forma minimamente compat\u00edvel com a infla\u00e7\u00e3o, surgindo assim a necessidade de aplicar o INPC ou IPCA-E.\nLogo, indiscut\u00edvel \u00e9 o reconhecimento de que a TR n\u00e3o serve como \u00edndice capaz de corrigir a varia\u00e7\u00e3o inflacion\u00e1ria da moeda desde janeiro de 1999 at\u00e9 os dias de hoje e, por quest\u00e3o de justi\u00e7a, este ju\u00edzo determine a substitui\u00e7\u00e3o da TR pelo INPC, que conforme c\u00e1lculos em anexo gerar\u00e1 ao autor(a) o atual saldo corrigido de R$ 8.191,40 (oito mil, cento e noventa e um reais e quarenta centavos).\n(88) 99968-7670 ariandneadvocacia@gmail.com\n\n\fVI \u2013 DOS PEDIDOS Diante do exposto, \u00e9 a presente para exorar a VOSSA EXCEL\u00caNCIA que se digne\nem:\n1) Deferir os benef\u00edcios da Assist\u00eancia Judici\u00e1ria gratuita ao autor, assegurado pelo art. 98 do C\u00f3digo de Processo Civil, tendo em vista que este n\u00e3o pode arcar com as despesas processuais.\n2) A n\u00e3o realiza\u00e7\u00e3o de audi\u00eancia de concilia\u00e7\u00e3o, em raz\u00e3o do objeto da causa n\u00e3o admitir a autocomposi\u00e7\u00e3o\n3) Que seja admitida a presente peti\u00e7\u00e3o inicial, com expedi\u00e7\u00e3o de cita\u00e7\u00e3o postal \u00e0 parte r\u00e9;\n4) Ap\u00f3s, que seja determinada a suspens\u00e3o dos autos de acordo com a decis\u00e3o da medida cautelar na A\u00e7\u00e3o Direta de Inconstitucionalidade 5.090 Distrito Federal, at\u00e9 o deslinde da controv\u00e9rsia;\n5) Logo ap\u00f3s o julgamento da ADIN 5.090 Distrito Federal, para que se d\u00ea sequ\u00eancia ao feito, mediante levantamento da suspens\u00e3o decorrente da dita afeta\u00e7\u00e3o;\n6) Ao final, julgar PROCEDENTE a presente a\u00e7\u00e3o para declarar a incompatibilidade do art. 13 da Lei 8036/90 com os art. 12, caput e inciso I c/c art. 17 da Lei 8177/91 e art. 5\u00ba, XXXVI da CF e com isso:\na) Substituir a TR pelo INPC para fins de dar cumprimento \u00e0 atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos saldos das contas do FGTS prevista no art. 2\u00ba da Lei 8.036/90, em substitui\u00e7\u00e3o \u00e0 TR, desde janeiro do ano de 1999, a partir de quando tal \u00edndice deixou de refletir a varia\u00e7\u00e3o inflacion\u00e1ria da moeda.\nb) E condenar da r\u00e9, a pagar \u00e0 parte autor(a) (a) os valores correspondentes \u00e0 diferen\u00e7a de FGTS em raz\u00e3o da aplica\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria declarada no pedido acima, desde janeiro de 1999 em diante, conforme c\u00e1lculos em anexo.\n7) Por fim, requer a condena\u00e7\u00e3o da r\u00e9 \u00e0s custas e honor\u00e1rios advocat\u00edcios de sucumb\u00eancia.\nDesde j\u00e1, o autor declara que renuncia aos valores que venham a exceder 60 sal\u00e1rios m\u00ednimos, na data do ajuizamento da a\u00e7\u00e3o, de acordo com o disposto no art. 3\u00ba da lei 10.259/01, para fins de compet\u00eancia.\nPara provar o alegado, requer-se \u00e0 Vossa Excel\u00eancia que sejam concedidos todos os meios de prova em Direito admitidos, principalmente no que remete \u00e0 juntada de novos documentos, depoimento pessoal dos representantes legais das requeridas, sob pena de confiss\u00e3o e inquiri\u00e7\u00e3o de testemunhas, caso se fa\u00e7a necess\u00e1rio.\n(88) 99968-7670 ariandneadvocacia@gmail.com\n\n\fD\u00e1 \u00e0 causa o valor de R$ 8.191,40 (oito mil, cento e noventa e um reais e quarenta centavos), conforme demonstrativo de c\u00e1lculos em anexo.\nNesses termos, espera deferimento. Rio do Sul/SC, 19 de abril de 2023.\nARIANDNE ALENCAR BRITO SANTOS\nADVOGADA \u2013 OAB/CE 39.759\n(88) 99968-7670 ariandneadvocacia@gmail.com\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 3 (Solon) - IdDocumentoCompleto: 5032728-65.2021.4.04.7100-711621943636162505813362307841", "text": "EXMO. SR. DR. JUIZ FEDERAL DO JUIZADO ESPECIAL FEDERAL DA COMARCA DE PORTO ALEGRE/RS\nAutor (a): VOLMIR COSTA DOS SANTOS R\u00e9u: CAIXA ECON\u00d4MICA FEDERAL\nVOLMIR COSTA DOS SANTOS, brasileiro, inscrito no CPF/MF sob o no. 602.674.450-91, residente e domiciliado no Acesso Um Condom\u00ednio Terra Nova IV, 26, em Alvorada/RS- CEP: 94857-550, neste ato representado(a) por seus advogados infra-assinados, vem respeitosamente \u00e0 presen\u00e7a de Vossa Excel\u00eancia, propor a presente:\nA\u00c7\u00c3O REVISIONAL DE CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA DO FGTS\nEm face de CAIXA ECON\u00d4MICA FEDERAL, pelos fatos e raz\u00f5es que a seguir aduz:\nPRELIMINARES\n\u2981 Sobrestamento do feito em raz\u00e3o da decis\u00e3o nos autos da ADI 5090\nNa A\u00e7\u00e3o Direta de Inconstitucionalidade n\u00ba 5.090/DF, que versa sobre Corre\u00e7\u00e3o Monet\u00e1ria das contas do FGTS, o Exm\u00ba Relator Ministro Lu\u00eds Roberto Barroso determinou a suspens\u00e3o de todos os processos que discutem a mesma mat\u00e9ria at\u00e9 o julgamento definitivo da mencionada ADI. Vejamos:\nConsiderando: (a) a pend\u00eancia da presente ADI 5090, que sinaliza que a discuss\u00e3o sobre a rentabilidade do FGTS ainda ser\u00e1 apreciada p elo\n1\n\n\fSupremo e, portanto, n\u00e3o est\u00e1 julgada em car\u00e1ter definitivo, estando sujeita a altera\u00e7\u00e3o (plausibilidade jur\u00eddica); (b) o julgamento do tema pelo STJ e o n\u00e3o reconhecimento da repercuss\u00e3o geral pelo Supremo, o que poder\u00e1 ensejar o tr\u00e2nsito em julgado das decis\u00f5es j\u00e1 proferidas sobre o tema (perigo na demora); (c) os m\u00faltiplos requerimentos de cautelar nestes autos; e (d) a inclus\u00e3o do feito em pauta para 12/12/2019, defiro a cautelar, p ara determinar a suspens\u00e3o de todos os feitos que versem sobre a mat\u00e9ria, at\u00e9 julgamento do m\u00e9rito pelo Supremo Tribunal Federal. Publique-se. Intime-se. Bras\u00edlia, 6 de setembro de 2019. Ministro Lu\u00eds Roberto Barroso Relator\u201d.\nIsto posto, considerando que a presente a\u00e7\u00e3o versa sobre mat\u00e9ria id\u00eantica e que existe \u00e9 A\u00e7\u00e3o Direta de Inconstitucionalidade \u2013 ADI n\u00ba 5090 pendente de julgamento com determina\u00e7\u00e3o de suspens\u00e3o de todos os p rocessos que versem sobre a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria do FGTS, requer o autor(a) que este Nobre Julgador determine o sobrestamento do processo em an\u00e1lise ap\u00f3s a cita\u00e7\u00e3o da requerida, a fim de afastar o preju\u00edzo referente \u00e0 incid\u00eancia de juros a partir da cita\u00e7\u00e3o.\n\u2981 Legitimidade Passiva da Caixa Econ\u00f4mica\nIncontest\u00e1vel que a r\u00e9, Caixa Econ\u00f4mica Federal, \u00e9 a gestora das contas do FGTS, conforme determina o pr\u00f3prio art. 4\u00ba da Lei 8036/90. Nesse sentido, inclusive, o STJ j\u00e1 pacificou a legitimidade, a saber:\nS\u00daMULA 249/STJ - A Caixa Econ\u00f4mica Federal tem legitimidade passiva para integrar processo em que se discute corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria do FGTS.\nLogo, n\u00e3o h\u00e1 d\u00favidas que a r\u00e9 \u00e9 parte leg\u00edtima para integrar o p rocesso em que se discute a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria do referido fundo.\nFATOS\nTrata-se de A\u00e7\u00e3o Revisional de Corre\u00e7\u00e3o Monet\u00e1ria dos dep\u00f3sitos do FGTS efetuados nas contas do autor(a), conforme extratos anal\u00edticos em anexo.\n\u00c9 de saber not\u00f3rio que os dep\u00f3sitos do FGTS sofrem corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria p ela TR (Taxa Referencial) desde fevereiro de 1991, mas que, a partir de janeiro de 1999, tal \u00edndice n\u00e3o promoveu a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria do fundo como deveria.\n2\n\n\fEm raz\u00e3o disso, o autor(a) vem, atrav\u00e9s desta via judicial, requerer a substitui\u00e7\u00e3o da TR pelo INPC (\u00cdndice Nacional de Pre\u00e7os ao Consumidor), IPCA-E (\u00cdndice de Pre\u00e7os ao Consumidor Amplo) ou outro \u00edndice legal que recomponha o valor da moeda com o pagamento de todas as diferen\u00e7as decorrentes dessa altera\u00e7\u00e3o, conforme fatos e direito que passar\u00e1 a expor.\nDIREITO\n\u2981 Corre\u00e7\u00e3o Monet\u00e1ria do FGTS\nSabe-se que a Lei n\u00ba 8036/90, lei espec\u00edfica sobre o FGTS, disciplina a forma de remunera\u00e7\u00e3o do fundo, que est\u00e1 prevista no art. 13 da lei:\n\u201cArt. 13. Os dep\u00f3sitos efetuados nas contas vinculadas ser\u00e3o corrigidos monetariamente com base nos par\u00e2metros fixados para atualiza\u00e7\u00e3o dos saldos dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a e capitaliza\u00e7\u00e3o juros de (tr\u00eas) por cento ao ano.\"\nOs par\u00e2metros de atualiza\u00e7\u00e3o dos saldos da poupan\u00e7a, por sua vez, encontram-se previstos no artigo 12 da Lei n\u00ba 8.177/91, que disp\u00f5e:\nArt. 12. Em cada per\u00edodo de rendimento, os dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a ser\u00e3o remunerados: I - como remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica, por taxa correspondente \u00e0 acumula\u00e7\u00e3o das TRD, no per\u00edodo transcorrido entre o dia do \u00faltimo cr\u00e9dito de rendimento, inclusive, e o dia do cr\u00e9dito de rendimento, exclusive;\nAdemais, al\u00e9m de dispor que a TR \u00e9 o \u00edndice utilizado para corre\u00e7\u00e3o da poupan\u00e7a, a Lei n\u00ba 8.177/91 tamb\u00e9m disp\u00f4s que tal taxa seria aplicada p ara fins de corre\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos do FGTS, sen\u00e3o vejamos:\nArt. 17. A partir de fevereiro de 1991, os saldos das contas do Fundo de Garantia por Tempo de Servi\u00e7o (FGTS) passam a ser remunerados p ela taxa aplic\u00e1vel \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a com data de anivers\u00e1rio no dia 1\u00b0, observada a periodicidade mensal para remunera\u00e7\u00e3o.\nComo se pode verificar, todos os artigos em lei mencionados evidenciam a TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o dos saldos do FGTS. Todavia, h\u00e1 que observar sempre se os dep\u00f3sitos efetuados nas contas vinculadas s\u00e3o de fato corrigidos para assegurar a prote\u00e7\u00e3o \u00e0 perda do\n3\n\n\fpoder de compra do fundo, conforme previsto na Lei 8036/90, nos seus artigos 2\u00ba e 13\u00b0:\nArt. 2\u00ba O FGTS \u00e9 constitu\u00eddo pelos saldos das contas vinculadas a que se refere esta Lei e outros recursos a ele incorporados, devendo ser aplicados com atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e juros, de modo a assegurar a cobertura de suas obriga\u00e7\u00f5es.\nArt. 13. Os dep\u00f3sitos efetuados nas contas vinculadas ser\u00e3o corrigidos monetariamente com base nos par\u00e2metros fixados para atualiza\u00e7\u00e3o dos saldos dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a e capitaliza\u00e7\u00e3o juros de (tr\u00eas) por cento ao ano.\nAcontece, Excel\u00eancia, que \u00e9 de conhecimento geral que a aplica\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria de forma alguma atingiu o prop\u00f3sito em determinados per\u00edodos. Na verdade, desde fevereiro de 1991 at\u00e9 a data de hoje, raz\u00e3o inclusive que fez surgir no Poder Judici\u00e1rios diversas a\u00e7\u00f5es questionando a sua aplica\u00e7\u00e3o e legalidade.\nTanto \u00e9 assim, que o Supremo, em diversos casos semelhantes a este (ADIs n\u00ba 4357, 4372, 4400, 4425 e 5.348), n\u00e3o considerou a aplica\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o, por consider\u00e1-lo inadequado para recompor a p erder do p oder de compra.\nAl\u00e9m disso, seguindo o mesmo racioc\u00ednio, no julgamento da ADI n\u00ba 493 -0, o Supremo entendeu que tamb\u00e9m n\u00e3o seria poss\u00edvel aplicar a TR aos contratos do Sistema Financeiro de Habita\u00e7\u00e3o, uma vez que aquele Tribunal n\u00e3o reconhecia a TR como \u00edndice h\u00e1bil a promover a atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria.\nA\u00e7\u00e3o direta de inconstitucionalidade . - Se a lei alcan\u00e7ar os efeitos futuros de contratos celebrados anteriormente a ela, ser\u00e1 essa lei retroativa (retroatividade m\u00ednima) porque vai interferir na causa, que e um ato ou fato ocorrido no passado . - O disposto no artigo 5, XXXVI, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal se ap lica a toda e qualquer lei infraconstitucional, sem qualquer distin\u00e7\u00e3o entre lei de direito p\u00fablico e lei de direito privado, ou entre lei de ordem p\u00fablica e lei disp ositiva. Precedente do S.T.F. . - Ocorr\u00eancia, no caso, de viola\u00e7\u00e3o de direito adquirido. A taxa referencial (TR) n\u00e3o \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, pois, refletindo as varia\u00e7\u00f5es do custo prim\u00e1rio da capta\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos a prazo fixo, n\u00e3o constitui \u00edndice que reflita a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda. Por isso, n\u00e3o h\u00e1\n4\n\n\fnecessidade de se examinar a quest\u00e3o de saber se as normas que alteram \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria se aplicam imediatamente, alcan\u00e7ando, pois, as presta\u00e7\u00f5es futuras de contratos celebrados no passado, sem violarem o disp osto no artigo 5, XXXVI, da Carta Magna . - Tamb\u00e9m ofendem o ato jur\u00eddico perfeito os dispositivos impugnados que alteram o crit\u00e9rio de reajuste das presta\u00e7\u00f5es nos contratos ja celebrados pelo sistema do Plano de Equival\u00eancia Salarial por Categoria Profissional (PES/CP). A\u00e7\u00e3o direta de inconstitucionalidade julgada procedente, para declarar a inconstitucionalidade dos artigos 18, \"caput\" e par\u00e1grafos 1 e 4; 20; 21 e par\u00e1grafo \u00fanico; 23 e par\u00e1grafos; e 24 e par\u00e1grafos, todos da Lei n. 8.177, de 1 de maio de 1991. (STF - ADI: 493 DF, Relator: Min. MOREIRA ALVES, Data de Julgamento: 25/06/1992, TRIBUNAL PLENO, Data de Publica\u00e7\u00e3o: DJ 04-09-1992 PP14089 EMENT VOL-01674-02 PP-00260 RTJ VOL-00143-03 PP-00724)\nE n\u00e3o \u00e9 s\u00f3. Na an\u00e1lise das ADI 4425 e 4357, o STF destacou que a TR n\u00e3o pode ser utilizada como \u00edndice de atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, pois n\u00e3o \u00e9 capaz de espelhar o processo inflacion\u00e1rio brasileiro.\nDesse modo, em que pese o STJ j\u00e1 tenha proferido o seu posicionamento quanto ao tema, por ainda estar pendente o julgamento da ADI 5090 e, tendo em vista o entendimento declarado diversas vezes pelo STF (ADIs n\u00ba 4357, 4372, 4400, 4425 e 5.348) no sentido de que a TR n\u00e3o alcan\u00e7a mais o processo inflacion\u00e1rio, requer que, em observ\u00e2ncia ao art. 927 do CPC, seja seguida a atual jurisprud\u00eancia do Supremo.\nTem-se, em resumo, que a Lei n\u00ba 8.036/90, determina que ao saldo de suas contas deve ser obrigatoriamente aplicado corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. N\u00e3o sendo a Taxa Referencial (TR) h\u00e1bil a atualizar monetariamente tais saldos, entende-se que a TR \u00e9 inaplic\u00e1vel para tal fim por n\u00e3o alcan\u00e7ar de 1999 at\u00e9 hoje uma forma minimamente compat\u00edvel com a infla\u00e7\u00e3o, surgindo assim a necessidade de aplicar o INPC ou IPCA-E.\nLogo, indiscut\u00edvel \u00e9 o reconhecimento de que a TR n\u00e3o serve como \u00edndice capaz de corrigir a varia\u00e7\u00e3o inflacion\u00e1ria da moeda desde janeiro de 1999 at\u00e9 os dias de hoje e, por quest\u00e3o de justi\u00e7a, este ju\u00edzo determine a substitui\u00e7\u00e3o da TR p elo INPC, IPCA-E , ou outro \u00edndice legal que recomponha o valor da moeda, que conforme c\u00e1lculos em anexo gerar\u00e1 ao autor(a) o atual saldo corrigido de R$ 3.966,48.\n5\n\n\fPEDIDOS\nFinalmente, ante os fatos narrados e perante os dispositivos legais que a amparam, requer a parte autor(a) que se Vossa Excel\u00eancia se digne a:\n\u2981 Primeiramente, que seja admitida a presente peti\u00e7\u00e3o inicial, com expedi\u00e7\u00e3o de cita\u00e7\u00e3o \u00e0 parte r\u00e9;\n\u2981 Ap\u00f3s a cita\u00e7\u00e3o, que seja determinada a suspens\u00e3o dos autos de acordo com a decis\u00e3o da medida cautelar na A\u00e7\u00e3o Direta de Inconstitucionalidade 5.090 Distrito Federal, at\u00e9 o deslinde da controv\u00e9rsia;\n\u2981 Logo ap\u00f3s o julgamento da ADIN 5.090 Distrito Federal, para que se d\u00ea sequ\u00eancia ao feito, mediante levantamento da suspens\u00e3o decorrente da dita afeta\u00e7\u00e3o;\n\u2981 Ao final, julgar PROCEDENTE a presente a\u00e7\u00e3o para declarar a incompatibilidade do art. 13 da Lei 8036/90 com os art. 12, cap ut e inciso I c/c art. 17 da Lei 8177/91 e art. 5\u00ba, XXVII da CF e com isso:\n\u2981 Substituir a TR pelo INPC ou, alternativamente, pelo IPCA-E, ou outro \u00edndice para fins de dar cumprimento \u00e0 atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos saldos das contas do FGTS prevista no art. 2\u00ba da Lei 8.036/90, em substitui\u00e7\u00e3o \u00e0 TR, desde janeiro do ano de 1999, a partir de quando tal \u00edndice deixou de refletir a varia\u00e7\u00e3o inflacion\u00e1ria damoeda;\n\u2981 E condenar da r\u00e9, a pagar \u00e0 parte autor(a) (a) os valores correspondentes \u00e0 diferen\u00e7a de FGTS em raz\u00e3o da aplica\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria declarada no pedido acima, desde janeiro de 1999 em diante, conforme c\u00e1lculos em anexo.\n\u2981 A n\u00e3o realiza\u00e7\u00e3o de audi\u00eancia de concilia\u00e7\u00e3o, em raz\u00e3o do objeto da causa n\u00e3oadmitir a autocomposi\u00e7\u00e3o.\n\u2981 Por fim, requer a condena\u00e7\u00e3o da r\u00e9 \u00e0s custas e honor\u00e1rios advocat\u00edcios de sucumb\u00eancia.\nPara provar o alegado, requer-se \u00e0 Vossa Excel\u00eancia que sejam concedidos todos os meios de prova em Direito admitidos, principalmente no que remete \u00e0 juntada de novos documentos,\n6\n\n\fdepoimento pessoal dos representantes legais das requeridas, sob pena de confiss\u00e3o e inquiri\u00e7\u00e3o de testemunhas, caso se fa\u00e7a necess\u00e1rio. D\u00e1 \u00e0 causa o valor R$ 3.966,48, conforme demonstrativo de c\u00e1lculos em anexo. Determinar que todas as intima\u00e7\u00f5es e notifica\u00e7\u00f5es expedidas atrav\u00e9s do Di\u00e1rio Oficial sejam feitas em nome do(a) advogado(a) (OAB/RS 43.021), com endere\u00e7o eletr\u00f4nico: liatescheadv@gmail.com e, por sua vez, com endere\u00e7o profissional na Av. Get\u00falio Vargas, 1594/605, em Porto Alegre/RS - CEP: 90.150-004, sob pena de nulidade, nos precisos termos do art. 272, \u00a75\u00ba, do NCPC. Nestes termos, Pede deferimen to. Porto Alegre, 24 de maio de 2021. LIA TESCHE - OAB/RS43.021 Rol de documentos \u2981 Procura\u00e7\u00e3o \u2981 Identidade \u2981 Comprovante de resid\u00eancia \u2981 Extrato anal\u00edtico do FGTS \u2981 C\u00e1lculos\n7\n\n\fAv. Get\u00falio Vargas, 1594/605 \u2013 Porto Alegre/RS \u2013 CEP: 90150-004\n\n7\n\nCelular/whatsapp 51 99973-4314 E-mail: liatescheadv@gmail.com\n\n8\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 4 (Solon) - IdDocumentoCompleto: 5056876-43.2021.4.04.7100-711628223686215929991688499299", "text": "EXCELENT\u00cdSSIMO SR (A) JUIZ (A) FEDERAL DO JUIZADO ESPECIAL FEDERAL DE PORTO ALEGRE \u2013 SE\u00c7\u00c3O JUDICI\u00c1RIA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL.\nMARIA DE LOURDES LOBO POLI, brasileira, casada, Arquiteta, portadora do CPF n\u00ba 261.259.818-94 e do RG 1058768845 SSP/RS, residente e domiciliada na Av. Lavras n\u00ba 530 CEP: 90460-040, Porto Alegre, RS, vem respeitosamente perante este ju\u00edzo, por meio de seus advogados abaixo signat\u00e1rios, propor:\nA\u00c7\u00c3O DE REVIS\u00c3O DO FGTS\nEm face da CAIXA ECON\u00d4MICA FEDRAL, empresa p\u00fablica com caracter\u00edstica de direito privado, regida pelo Decreto-Lei n\u00ba 759, de 12 de agosto de 1969, Lei n\u00ba 6.404, de 15 de dezembro de 1976, Lei n\u00ba 13.303, de 30 de junho de 2016, Decreto n\u00ba 8.945, de 27 de dezembro de 2016, inscrita no CNPJ n\u00famero: 00.360.305/0001-04, com sede em Bras\u00edlia Distrito Federal no endere\u00e7o: ST Banc\u00e1rio Sul Quadra 04 n\u00ba 34 BL A, CNPJ: 00.360.305/0001-04, e unidade jur\u00eddica neste Estado, na Rua Dos Andradas n\u00ba 1000, Centro Hist\u00f3rico, Porto Alegre, RS, pelos fatos e fundamentos que passa a expor:\nPRELIMINARES\nI. Sobrestamento do feito em raz\u00e3o da decis\u00e3o nos autos da ADI 5090\nNa A\u00e7\u00e3o Direta de Inconstitucionalidade n\u00ba 5.090/DF, que versa sobre Corre\u00e7\u00e3o Monet\u00e1ria das contas do FGTS, o Exm\u00ba Relator Ministro Lu\u00eds Roberto Barroso determinou a suspens\u00e3o de todos os processos que discutem a mesma mat\u00e9ria at\u00e9 o julgamento definitivo da mencionada ADI. Vejamos:\nConsiderando: (a) a pend\u00eancia da presente ADI 5090, que sinaliza que a discuss\u00e3o sobre a rentabilidade do FGTS ainda ser\u00e1 apreciada pelo Supremo e, portanto, n\u00e3o\n\n\fest\u00e1 julgada em car\u00e1ter definitivo, estando sujeita a altera\u00e7\u00e3o (plausibilidade jur\u00eddica); (b) o julgamento do tema pelo STJ e o n\u00e3o reconhecimento da repercuss\u00e3o geral pelo Supremo, o que poder\u00e1 ensejar o tr\u00e2nsito em julgado das decis\u00f5es j\u00e1 proferidas sobre o tema (perigo na demora); (c) os m\u00faltiplos requerimentos de cautelar nestes autos; e (d) a inclus\u00e3o do feito em pauta para 12/12/2019, defiro a cautelar, para determinar a suspens\u00e3o de todos os feitos que versem sobre a mat\u00e9ria, at\u00e9 julgamento do m\u00e9rito pelo Supremo Tribunal Federal. Publique-se. Intime-se. Bras\u00edlia, 6 de setembro de 2019. Ministro Lu\u00eds Roberto Barroso Relator\u201d.(Grifo nosso)\nIsto posto, considerando que a presente a\u00e7\u00e3o versa sobre mat\u00e9ria id\u00eantica e que existe A\u00e7\u00e3o Direta de Inconstitucionalidade \u2013 ADI n\u00ba 5090 pendente de julgamento com determina\u00e7\u00e3o de suspens\u00e3o de todos os processos que versem sobre a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria do FGTS, requer o autor que este Nobre Julgador determine o sobrestamento do processo em an\u00e1lise.\nII. Legitimidade Passiva da Caixa Econ\u00f4mica\nIncontest\u00e1vel que a r\u00e9, Caixa Econ\u00f4mica Federal, \u00e9 a gestora das contas do FGTS, conforme determina o pr\u00f3prio art. 4\u00ba da Lei 8036/90. Nesse sentido, inclusive, o STJ j\u00e1 pacificou a legitimidade, a saber:\nS\u00daMULA 249/STJ - A Caixa Econ\u00f4mica Federal tem legitimidade passiva para integrar processo em que se discute corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria do FGTS.\nLogo, n\u00e3o h\u00e1 d\u00favidas que a r\u00e9 \u00e9 parte leg\u00edtima para integrar o processo em que se discute a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria do referido fundo.\nFATOS\nTrata-se de A\u00e7\u00e3o Revisional de Corre\u00e7\u00e3o Monet\u00e1ria dos dep\u00f3sitos do FGTS efetuados em nome do autor, no per\u00edodo de 01/01/1999 at\u00e9 os dias atuais, conforme extratos anal\u00edticos (em anexo).\n\u00c9 de saber not\u00f3rio que os dep\u00f3sitos do FGTS sofrem corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria pela TR (Taxa Referencial) desde fevereiro de 1991, mas que, a partir de janeiro de 1999, tal \u00edndice n\u00e3o promoveu a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria do fundo como deveria.\n\n\fEm raz\u00e3o disso, o autor vem, por meio desta via judicial, requerer a substitui\u00e7\u00e3o da TR pelo INPC (\u00cdndice Nacional de Pre\u00e7os ao Consumidor) ou pelo IPCA (\u00cdndice de Pre\u00e7os ao Consumidor Amplo) e o pagamento de todas as diferen\u00e7as decorrentes dessa altera\u00e7\u00e3o, conforme fatos e direito que passar\u00e1 a expor.\nDIREITO\nIII. Corre\u00e7\u00e3o Monet\u00e1ria do FGTS\nSabe-se que a Lei n\u00ba 8036/90, lei espec\u00edfica sobre o FGTS, disciplina a forma de remunera\u00e7\u00e3o do fundo, que est\u00e1 prevista no art. 13 da lei:\n\u201cArt. 13. Os dep\u00f3sitos efetuados nas contas vinculadas ser\u00e3o corrigidos monetariamente com base nos par\u00e2metros fixados para atualiza\u00e7\u00e3o dos saldos dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a e capitaliza\u00e7\u00e3o juros de (tr\u00eas) por cento ao ano.\"\nOs par\u00e2metros de atualiza\u00e7\u00e3o dos saldos da poupan\u00e7a, por sua vez, encontram-se previstos no artigo 12 da Lei n\u00ba 8.177/91, que disp\u00f5e:\nArt. 12. Em cada per\u00edodo de rendimento, os dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a ser\u00e3o remunerados: I - como remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica, por taxa correspondente \u00e0 acumula\u00e7\u00e3o das TRD, no per\u00edodo transcorrido entre o dia do \u00faltimo cr\u00e9dito de rendimento, inclusive, e o dia do cr\u00e9dito de rendimento, exclusive;\nAdemais, al\u00e9m de dispor que a TR \u00e9 o \u00edndice utilizado para corre\u00e7\u00e3o da poupan\u00e7a, a Lei n\u00ba 8.177/91 tamb\u00e9m disp\u00f4s que tal taxa seria aplicada para fins de corre\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos do FGTS, sen\u00e3o vejamos:\nArt. 17. A partir de fevereiro de 1991, os saldos das contas do Fundo de Garantia por Tempo de Servi\u00e7o (FGTS) passam a ser remunerados pela taxa aplic\u00e1vel \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a com data de anivers\u00e1rio no dia 1\u00b0, observada a periodicidade mensal para remunera\u00e7\u00e3o\nOcorre que por manipula\u00e7\u00e3o da f\u00f3rmula de c\u00e1lculo da TR pelo Estado, a partir de Medidas Provis\u00f3rias e Resolu\u00e7\u00f5es do Banco Central, acabaram por afast\u00e1-la de ser um indicador confi\u00e1vel para CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA, e deste 1999 a TR afastou-se da infla\u00e7\u00e3o e passou a ser\n\n\fcalculada atrav\u00e9s de uma m\u00e9dia de CDBs e RDBs e aplica\u00e7\u00e3o de um redutor \u00e0 esta m\u00e9dia.\nA Taxa B\u00e1sica Financeira (TBF) criada pela MP 1035/95, conjuntamente com a resolu\u00e7\u00e3o 2.437 de 30 de outubro de 1997 do Banco Centra do Brasil, instrumentalizaram a TR para que se distanciasse da infla\u00e7\u00e3o, e desta forma maximizasse os ganhos do governo com o fundo, resultando em corros\u00e3o do patrim\u00f4nio do trabalhador.\nIsso ocorreu alterando a natureza da TR, que passou a refletir parte dos custos que os bancos t\u00eam para cobrirem seus dep\u00f3sitos \u00e0 vista (CDB/RDB) e ainda aplicado um redutor, conforme podemos conferir abaixo na Resolu\u00e7\u00e3o 2.437 Banco Central:\nArt. 1\u00ba Para fins de c\u00e1lculo da Taxa B\u00e1sica Financeira - TBF e da Taxa Referencial - TR, ser\u00e1 constitu\u00edda amostra das trinta maiores institui\u00e7\u00f5es financeiras do Pa\u00eds, assim consideradas em fun\u00e7\u00e3o do volume de capta\u00e7\u00e3o efetuado por meio de certificados e recibos de dep\u00f3sito banc\u00e1rio (CDB e RDB), com prazo de trinta a trinta e cinco dias, inclusive, e remunerados a taxas prefixadas, dentre bancos m\u00faltiplos com carteira comercial ou de investimento, bancos comerciais, bancos de investimento e caixas econ\u00f4micas.\nArt. 2\u00ba A TBF e a TR ser\u00e3o calculadas a partir da remunera\u00e7\u00e3o mensal m\u00e9dia dos CDB/RDB emitidos a taxas de mercado prefixadas, com prazo entre 30 (trinta) e 35 (trinta e cinco) dias, inclusive\nArt. 4\u00ba Para cada TBF obtida segundo a metodologia descrita no art. 3\u00ba, ser\u00e1 calculada a correspondente TR, pela aplica\u00e7\u00e3o de um redutor 'R', de acordo com a seguinte f\u00f3rmula:\nTR = 100 x {[(1 + TBF/100) / R]-1}................(em %)\nO fato ser aplicado um redutor \u00e0 TR, torna dram\u00e1tica e contundente a sua inaplicabilidade como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, isto, como demostrado, ocorre porque, este \u00edndice teve sua metodologia de c\u00e1lculo alterada de forma estrat\u00e9gica, mas que no m\u00e9rito simplesmente n\u00e3o cumpre o papel determinado na pr\u00f3pria Lei FGTS, no Art. 2\u00ba da Lei 8.036/90 que determina a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria das contas do Fundo.\nA Caixa Econ\u00f4mica Federal, como gestora do FGTS tem por obriga\u00e7\u00e3o entregar a contrapresta\u00e7\u00e3o do dinheiro ali empregado, e recuperar a defasagem\n\n\fdo dinheiro para que o capital investido mantenha seu poder de compra, de outra forma pode-se entender por expropria\u00e7\u00e3o, confisco, pois a Caixa Econ\u00f4mica Federal ao n\u00e3o aplicar corretamente a Corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, acaba por apropriarse de parte do capital depositado nas contas, e este n\u00e3o pode ser o papel do agente financeiro, quanto menos do Estado, que deve zelar pelo patrim\u00f4nio a ele confiado.\nComo se pode verificar, todos os artigos em lei mencionados evidenciam a TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o dos saldos do FGTS. Todavia, h\u00e1 que observar sempre se os dep\u00f3sitos efetuados nas contas vinculadas s\u00e3o de fato corrigidos para assegurar a prote\u00e7\u00e3o \u00e0 perda do poder de compra do fundo, conforme previsto na Lei 8036/90, nos seus artigos 2\u00ba e 13\u00b0:\nArt. 2\u00ba O FGTS \u00e9 constitu\u00eddo pelos saldos das contas vinculadas a que se refere esta Lei e outros recursos a ele incorporados, devendo ser aplicados com atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e juros, de modo a assegurar a cobertura de suas obriga\u00e7\u00f5es (grifos nossos).\nArt. 13. Os dep\u00f3sitos efetuados nas contas vinculadas ser\u00e3o corrigidos monetariamente com base nos par\u00e2metros fixados para atualiza\u00e7\u00e3o dos saldos dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a e capitaliza\u00e7\u00e3o juros de (tr\u00eas) por cento ao ano.\nAcontece, Excel\u00eancia, que \u00e9 de conhecimento geral que a aplica\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria de forma alguma atingiu o prop\u00f3sito em determinados per\u00edodos. Na verdade, desde fevereiro de 1991 at\u00e9 a data de hoje, raz\u00e3o inclusive que fez surgir no Poder Judici\u00e1rios diversas a\u00e7\u00f5es questionando a sua aplica\u00e7\u00e3o e legalidade.\nTanto \u00e9 assim, que o Supremo, em diversos casos semelhantes a este (ADIs n\u00ba 4357, 4372, 4400, 4425 e 5.348), n\u00e3o considerou a aplica\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o, por consider\u00e1-lo inadequado para recompor a perda do poder de compra.\nAl\u00e9m disso, seguindo o mesmo racioc\u00ednio, no julgamento da ADI n\u00ba 493-0, o Supremo entendeu que tamb\u00e9m n\u00e3o seria poss\u00edvel aplicar a TR aos contratos do Sistema Financeiro de Habita\u00e7\u00e3o, uma vez que aquele Tribunal n\u00e3o reconhecia a TR como \u00edndice h\u00e1bil a promover a atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria.\nA\u00e7\u00e3o direta de inconstitucionalidade. - Se a lei alcan\u00e7ar os efeitos futuros de contratos celebrados anteriormente a ela, ser\u00e1 essa lei retroativa (retroatividade m\u00ednima) porque vai interferir na causa, que e um ato ou fato ocorrido no passado.\n\n\f- O disposto no artigo 5, XXXVI, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal se aplica a toda e qualquer lei infraconstitucional, sem qualquer distin\u00e7\u00e3o entre lei de direito p\u00fablico e lei de direito privado, ou entre lei de ordem p\u00fablica e lei dispositiva. Precedente do S.T.F. . - Ocorr\u00eancia, no caso, de viola\u00e7\u00e3o de direito adquirido. A taxa referencial (TR) n\u00e3o \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, pois, refletindo as varia\u00e7\u00f5es do custo prim\u00e1rio da capta\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos a prazo fixo, n\u00e3o constitui \u00edndice que reflita a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda. Por isso, n\u00e3o h\u00e1 necessidade de se examinar a quest\u00e3o de saber se as normas que alteram \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria se aplicam imediatamente, alcan\u00e7ando, pois, as presta\u00e7\u00f5es futuras de contratos celebrados no passado, sem violarem o disposto no artigo 5, XXXVI, da Carta Magna . - Tamb\u00e9m ofendem o ato jur\u00eddico perfeito os dispositivos impugnados que alteram o crit\u00e9rio de reajuste das presta\u00e7\u00f5es nos contratos ja celebrados pelo sistema do Plano de Equival\u00eancia Salarial por Categoria Profissional (PES/CP). A\u00e7\u00e3o direta de inconstitucionalidade julgada procedente, para declarar a inconstitucionalidade dos artigos 18, \"caput\" e par\u00e1grafos 1 e 4; 20; 21 e par\u00e1grafo \u00fanico; 23 e par\u00e1grafos; e 24 e par\u00e1grafos, todos da Lei n. 8.177, de 1 de maio de 1991. (STF - ADI: 493 DF, Relator: Min. MOREIRA ALVES, Data de Julgamento: 25/06/1992, TRIBUNAL PLENO, Data de Publica\u00e7\u00e3o: DJ 04-09-1992 PP-14089 EMENT VOL-01674-02 PP-00260 RTJ VOL-00143-03 PP-00724)\nE n\u00e3o \u00e9 s\u00f3, na an\u00e1lise das ADI 4425 e 4357, o STF destacou que a TR n\u00e3o pode ser utilizada como \u00edndice de atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, pois n\u00e3o \u00e9 capaz de espelhar o processo inflacion\u00e1rio brasileiro.\nDesse modo, em que pese o STJ j\u00e1 tenha proferido o seu posicionamento quanto ao tema, por ainda estar pendente o julgamento da ADI 5090 e, tendo em vista o entendimento declarado diversas vezes pelo STF (ADIs n\u00ba 4357, 4372, 4400, 4425 e 5.348) no sentido de que a TR n\u00e3o alcan\u00e7a mais o processo inflacion\u00e1rio, requer que, em observ\u00e2ncia ao art. 927 do CPC, seja seguida a atual jurisprud\u00eancia do Supremo.\nTem-se, em resumo, que a Lei n\u00ba 8.036/90, determina que ao saldo de suas contas deve ser obrigatoriamente aplicado corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. N\u00e3o sendo a Taxa Referencial (TR) h\u00e1bil a atualizar monetariamente tais saldos, entende-se que a TR \u00e9 inaplic\u00e1vel para tal fim por n\u00e3o alcan\u00e7ar desde janeiro 1999 at\u00e9 hoje uma forma minimamente compat\u00edvel com a infla\u00e7\u00e3o, e a imprestabilidade da TR \u00e9 t\u00e3o latente que a mesma encontra-se completamente ZERADA desde Setembro de 2017 at\u00e9 hoje, fugindo completamente da realidade inflacion\u00e1ria do pa\u00eds, surgindo assim a total necessidade de aplicar o INPC ou IPCA que de fato retratam de maneira mais fiel a realidade inflacionaria vivida em nosso pa\u00eds.\n\n\fLogo, indiscut\u00edvel \u00e9 o reconhecimento de que a TR n\u00e3o serve como \u00edndice capaz de corrigir a varia\u00e7\u00e3o inflacion\u00e1ria da moeda desde janeiro de 1999 at\u00e9 os dias de hoje e, por quest\u00e3o de justi\u00e7a, que este ju\u00edzo determine a substitui\u00e7\u00e3o da TR pelo INPC ou IPCA, que conforme c\u00e1lculos em anexo gerar\u00e1 ao autor(a) o atual saldo corrigido de R$ 10.067,42 (Dez mil e sessenta e sete reais com quarenta e dois centavos).\nPEDIDOS\nFinalmente, ante os fatos narrados e perante os dispositivos legais que a amparam, requer a parte autor que se Vossa Excel\u00eancia se digne a:\n1. Primeiramente, que seja admitida a presente peti\u00e7\u00e3o inicial, com expedi\u00e7\u00e3o de cita\u00e7\u00e3o postal \u00e0 parte r\u00e9;\n2. Ap\u00f3s, que seja determinada a suspens\u00e3o dos autos de acordo com a decis\u00e3o da medida cautelar na A\u00e7\u00e3o Direta de Inconstitucionalidade 5.090 Distrito Federal (em anexo), at\u00e9 o deslinde da controv\u00e9rsia;\n3. Logo ap\u00f3s o julgamento da ADIN 5.090 Distrito Federal, para que se d\u00ea sequ\u00eancia ao feito, mediante levantamento da suspens\u00e3o decorrente da dita afeta\u00e7\u00e3o;\n4. Ao final, julgar PROCEDENTE os pedidos da inicial, a fim de:\na) Declarar a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria do FGTS da parte autora desde janeiro de 1999, substituindo a utiliza\u00e7\u00e3o da Taxa Referencial \u2013 TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o pelo \u00cdndice Nacional de Pre\u00e7os ao Consumidor \u2013 INPC ou, alternativamente, pelo \u00cdndice Nacional de Pre\u00e7os ao Consumidor Amplo \u2013 IPCA (ou outro \u00edndice que melhor reflita a infla\u00e7\u00e3o), nos termos do item II, mantendo-se os juros remunerat\u00f3rios de 3% ao ano previstos no art. 13 da Lei n\u00ba 8.036/90;\nb) Consequentemente, condenar a requerida ao pagamento, em favor da parte autora, do valor correspondente \u00e0s respectivas diferen\u00e7as de FGTS em raz\u00e3o da aplica\u00e7\u00e3o do novo \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria (INPC, IPCA ou outro \u00edndice) desde janeiro de 1999 at\u00e9 a sua efetiva implanta\u00e7\u00e3o, devendo ser utilizado esse \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria nos futuros dep\u00f3sitos, caso a parte autora ainda continue realizando dep\u00f3sitos vinculados em contas do FGTS;\nc) Sobre os valores devidos pela condena\u00e7\u00e3o de que tratam os itens acima,\n\n\fdever\u00e3o incidir corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria desde a inadimpl\u00eancia da Caixa, bem como os juros legais desde a cita\u00e7\u00e3o no importe de 1% ao m\u00eas;\n5. A n\u00e3o realiza\u00e7\u00e3o de audi\u00eancia de concilia\u00e7\u00e3o, em raz\u00e3o do objeto da causa n\u00e3o admitir a autocomposi\u00e7\u00e3o;\n6. Requer a condena\u00e7\u00e3o do requerido ao pagamento das custas processuais e honor\u00e1rios de sucumb\u00eancia, em caso de Recurso, em se tratando de honor\u00e1rios de sucumb\u00eancia que seja fixado em 20% sobre o valor da condena\u00e7\u00e3o atualizado at\u00e9 seu efetivo pagamento.\n7. A dedu\u00e7\u00e3o de 20% (vinte por cento) da quantia que a parte autora vier a receber, ou do que for depositado na conta vinculada do FGTS da parte autora, em favor dos procuradores contratados, em face do que disp\u00f5e o art. 22, \u00a7 4\u00ba da Lei 8.906/94, conforme c\u00f3pia do contrato particular de honor\u00e1rios acostado ao feito (em anexo), bem como a expedi\u00e7\u00e3o de alvar\u00e1 judicial para levantamento do montante;\n8. Para provar o alegado, requer-se \u00e0 Vossa Excel\u00eancia que sejam concedidos todos os meios de prova em Direito admitidos, principalmente no que remete \u00e0 juntada de novos documentos, depoimento pessoal dos representantes legais das requeridas, sob pena de confiss\u00e3o e inquiri\u00e7\u00e3o de testemunhas, caso se fa\u00e7a necess\u00e1rio.\n9. Por fim, solicita que seja determinado que todas as intima\u00e7\u00f5es e notifica\u00e7\u00f5es expedidas atrav\u00e9s do Di\u00e1rio Oficial sejam feitas em nome do advogado DANIEL MENEZES STECCAOAB/RS 80998, com endere\u00e7o eletr\u00f4nico: daniel.stecca@gmail.com e, por sua vez, com endere\u00e7o profissional na rua Osmar Rossi, 525, bairro Camobi, Santa Maria/RS, sob pena de nulidade, nos precisos termos do art. 272, \u00a75\u00ba, do NCPC.\nD\u00e1 \u00e0 causa o valor de R$ 10.067,42 (Dez mil e sessenta e sete reais com quarenta e dois centavos) c\u00e1lculo em anexo confeccionado com base nos extratos anal\u00edticos do FGTS (em anexo) do autor da a\u00e7\u00e3o.\nNestes termos,\nPede deferimento.\nPorto Alegre/RS, 6 de agosto de 2021\nDANIEL MENEZES STECCA\nOAB/RS 80998\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 5 (Solon) - IdDocumentoCompleto: 5019093-78.2021.4.04.7112-711639498504655940114051682047", "text": "EXCELENT\u00cdSSIMO SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) FEDERAL DA VARA FEDERAL DE CANOAS/RS.\nALEXANDRE ALBERTO MEZZONO, brasileiro, solteiro, empres\u00e1rio, residente e domiciliado em Canoas \u2013 RS, na Rua Ara\u00fajo Lima n\u00ba.141, inscrito no CPF/MF sob n\u00ba.469.022.100-63 e portador da C\u00e9dula de Identidade SSP/RS RG n\u00ba.4033547011, e-mail: alexandremezzomo@gmail.com, por sua representante legal (Procura\u00e7\u00e3o Ad Judicia \u2013 anexa) que a esta subscreve, vem \u00e0 presen\u00e7a de Vossa Excel\u00eancia, propor:\nA\u00c7\u00c3O DE REVIS\u00c3O DO FGTS\nEm face da CAIXA ECON\u00d4MICA FEDERAL, empresa p\u00fablica, que dever\u00e1 ser citada, por meio de seu representante legal, pelos motivos de fato e de direito que passar\u00e1 a expor, para ao final, requerer:\nDOS FATOS A parte Autora \u00e9 optante do Fundo de Garantia do Tempo de Servi\u00e7o \u2013\nFGTS, possuindo algumas contas vinculadas ao FGTS ao longo de sua vida laboral, conforme c\u00f3pias das Carteiras de Trabalho e Previd\u00eancia Social em anexo.\nNesse contexto, a Caixa Econ\u00f4mica Federal vem lesando os trabalhadores desde 1991, ao aplicar ao saldo das contas de FGTS, como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, a Taxa Referencial (TR).\nNesse sentido, a Lei n\u00ba 8.036/90, que rege o Fundo de Garantia do Tempo de Servi\u00e7o, prev\u00ea que a Caixa Econ\u00f4mica Federal deve depositar nas contas de FGTS a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e os juros devidos.\nJ\u00e1 a Lei 8.177/91 prev\u00ea que, a partir de fevereiro de 1991, o FGTS deve ser remunerado pela taxa aplic\u00e1vel \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a e pelas taxas de juros previstas na legisla\u00e7\u00e3o do FGTS em vigor, sendo\nAv. Palmeira n\u00ba 27, sala 801 - Bairro: Petr\u00f3polis CEP: 90.470-300 - Porto Alegre - Tel.: (51) 3225.8404\n1\n\n\fessas taxas de juros, consideradas como adicionais \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o pela taxa aplic\u00e1vel \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a.\nOcorre que, a taxa aplic\u00e1vel \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a desde 1991 \u00e9 a Taxa Referencial - TR, que n\u00e3o \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria plaus\u00edvel a remunerar os trabalhadores, pois n\u00e3o reflete a infla\u00e7\u00e3o do per\u00edodo.\nDessa forma, desde 1991 a Caixa Econ\u00f4mica Federal deixou de aplicar \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria as contas de FGTS, aplicando apenas os juros remunerat\u00f3rios consistentes na taxa referencial acrescida dos juros legais previstos na legisla\u00e7\u00e3o do FGTS.\nDe outro lado, tendo em vista que a TR n\u00e3o reflete a infla\u00e7\u00e3o, e que desde 1999 se encontra progressivamente abaixo dos \u00edndices inflacion\u00e1rios, com diferen\u00e7a de at\u00e9 6% ao ano, a utiliza\u00e7\u00e3o dos \u00edndices da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, vem causando s\u00e9rios preju\u00edzos ao trabalhador.\nPor esse motivo a parte Autora ingressa com a presente demanda.\nDO DIREITO\nA Constitui\u00e7\u00e3o Federal garante ao trabalhador, no t\u00f3pico referente aos direitos sociais a forma\u00e7\u00e3o de um Fundo de Garantia do Tempo de Servi\u00e7o \u2013 FGTS (art. 7, inciso III).\nOu seja, o FGTS foi criado para proteger o trabalhador, com a garantia de que ter\u00e1 uma reserva financeira em casos de necessidade, como no desemprego involunt\u00e1rio, ou para facilitar a aquisi\u00e7\u00e3o de im\u00f3vel ou ainda para garantir melhores condi\u00e7\u00f5es na velhice ou em caso de doen\u00e7a, como ocorre na hip\u00f3tese de aposentadoria.\nDessa forma, para que se efetive o intuito de proteger o trabalhador \u00e9 imperioso que os dep\u00f3sitos em conta de FGTS sejam atualizados por \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria que garanta a recupera\u00e7\u00e3o do valor da moeda frente ao processo inflacion\u00e1rio ocorrido durante o per\u00edodo em que o dinheiro trabalhador permaneceu aplicado na conta de FGTS.\nDiante disto, ao ser depositado na sua conta de FGTS, o valor passa a integrar o patrim\u00f4nio do trabalhador. Tal situa\u00e7\u00e3o n\u00e3o poderia ter outra interpreta\u00e7\u00e3o, na medida que com o falecimento do mesmo o eventual saldo n\u00e3o \u00e9 restitu\u00eddo \u00e0 empresa, mas repassado aos dependentes previdenci\u00e1rios, ou na falta destes, aos seus sucessores (art. 20, IV, da Lei Federal n\u00ba 8.036/90).\nAv. Palmeira n\u00ba 27, sala 801 - Bairro: Petr\u00f3polis CEP: 90.470-300 - Porto Alegre - Tel.: (51) 3225.8404\n2\n\n\fPortanto, sendo propriedade do trabalhador, incide a prote\u00e7\u00e3o constitucional do direito de propriedade (art. 5\u00ba, XXI, CF).\nDiante desta perspectiva, ao impor a poupan\u00e7a for\u00e7ada do seu patrim\u00f4nio, os valores depositados em contas do FGTS, evidentemente, devem receber corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, a fim de garantir a pr\u00f3pria subsist\u00eancia do direito de propriedade.\nAcrescente-se a isso as singularidades do FGTS, ou seja, cuida-se de um pec\u00falio constitucional obrigat\u00f3rio, n\u00e3o port\u00e1vel e com prazo indefinido. Ou seja, n\u00e3o h\u00e1 possibilidade do trabalhador titular de transferir seus recursos para aplica\u00e7\u00f5es mais rent\u00e1veis, mais bem geridas ou mais seguras. Logo, \u00e9 do n\u00facleo essencial do art. 7\u00ba, III, da CF/1988 que o Fundo de Garantia seja preservado, ao menos, da infla\u00e7\u00e3o.\nNessa esteira, a n\u00e3o aplica\u00e7\u00e3o de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria id\u00f4nea a refletir o processo inflacion\u00e1rio acaba por ferir de morte o direito de propriedade do trabalhador, tendo em vista que seus dep\u00f3sitos na conta de FGTS n\u00e3o podem ser sacados a qualquer momento, acarretando em enriquecimento il\u00edcito da Caixa Econ\u00f4mica Federal, que no final das contas ir\u00e1 lucrar com o empobrecimento do trabalhador.\nAli\u00e1s, o FGTS foi criado para proteger o trabalhador, com a garantia de que ter\u00e1 uma reserva financeira em casos de necessidade. Ora, se o trabalhador n\u00e3o possui livre disposi\u00e7\u00e3o da sua reserva financeira, somente podendo dispor dela em momento posterior, a n\u00e3o incid\u00eancia de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria capaz de refletir a infla\u00e7\u00e3o obviamente acarreta em preju\u00edzo flagrante do seu direito de propriedade.\nDessa forma, para que se efetive o intuito de proteger o trabalhador \u00e9 imperioso que os dep\u00f3sitos em conta de FGTS sejam atualizados por \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria que garanta a recupera\u00e7\u00e3o do valor da moeda frente ao processo inflacion\u00e1rio ocorrido durante o per\u00edodo em que o dinheiro trabalhador permaneceu aplicado na conta de FGTS.\nDA INCONSTITUCIONALIDADE DA UTILIZA\u00c7\u00c3O DA TAXA REFERENCIAL (TR) COMO CRIT\u00c9RIO DE CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA\nNo caso do FGTS, a mat\u00e9ria \u00e9 disciplinada no art. 13 da Lei 8.036/90 e no art. 17 da Lei 8.177/91:\nLei Federal n\u00ba 8.036/1990:\nAv. Palmeira n\u00ba 27, sala 801 - Bairro: Petr\u00f3polis CEP: 90.470-300 - Porto Alegre - Tel.: (51) 3225.8404\n3\n\n\fArt. 13. Os dep\u00f3sitos efetuados nas contas vinculadas ser\u00e3o corrigidos monetariamente com base nos par\u00e2metros fixados para atualiza\u00e7\u00e3o dos saldos dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a e capitaliza\u00e7\u00e3o juros de (tr\u00eas) por cento ao ano.\nLei Federal n\u00ba 8.177/1991\nArt. 17. A partir de fevereiro de 1991, os saldos das contas do Fundo de Garantia por Tempo de Servi\u00e7o (FGTS) passam a ser remunerados pela taxa aplic\u00e1vel \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a com data de anivers\u00e1rio no dia 1\u00ba, observada a periodicidade mensal para remunera\u00e7\u00e3o.\nPar\u00e1grafo \u00fanico. (...) (grifado)\nEm suma, os saldos das contas de FGTS s\u00e3o sujeitos a dois \u00edndices:\na) O primeiro \u00e9 o \u00edndice de 3% ao ano, referente a capitaliza\u00e7\u00e3o de juros, prevista no final do caput art. 13 da Lei 8.036/90; e\nb) O segundo \u00edndice, que deveria ser o respons\u00e1vel pela atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, \u00e9 aquele equivalente aos \u201cpar\u00e2metros fixados para atualiza\u00e7\u00e3o dos saldos dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a\u201d (caput art. 13 da Lei 8.036/90), o qual, desde a edi\u00e7\u00e3o do art. 17, caput, da Lei Federal n\u00ba 8.177/1991, \u00e9 a Taxa Referencial (TR).\nOcorre que a ado\u00e7\u00e3o da Taxa Referencial como crit\u00e9rio de atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria n\u00e3o \u00e9 capaz atualmente de refletir idoneamente o fen\u00f4meno inflacion\u00e1rio. Um dos motivos se d\u00e1 pela altera\u00e7\u00e3o que a TR foi sofrendo ao longo do tempo. Inicialmente, a TR foi criada para remunerar as cadernetas de poupan\u00e7a com a expectativa de infla\u00e7\u00e3o futura no per\u00edodo de aplica\u00e7\u00e3o, no lugar da infla\u00e7\u00e3o passada. Desindexava-se, assim, a caderneta de poupan\u00e7a (principal ativo financeiro na \u00e9poca) dos \u00edndices de infla\u00e7\u00e3o passada.\nOcorre que anteriormente \u00e0 Lei n\u00ba 8.981/95, o imposto de renda incidente sobre as aplica\u00e7\u00f5es financeiras tinha como base de c\u00e1lculo apenas o \u201crendimento real\u201d, isto \u00e9, acima da infla\u00e7\u00e3o, e diversos foram os \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria utilizados pelo Fisco (OTN, BTN, BTN-fiscal e, por fim, UFIR) para identificar o \u201crendimento real\u201d. Todavia, com a edi\u00e7\u00e3o da referida lei, passou-se a incidir o imposto de renda sobre a remunera\u00e7\u00e3o total das aplica\u00e7\u00f5es.\nNesse sentido, a fim de evitar uma transfer\u00eancia em massa de capitais investidos em t\u00edtulos p\u00fablicos e privados para a caderneta de poupan\u00e7a, alterouse a metodologia de c\u00e1lculo da TR (Resolu\u00e7\u00e3o CMN 2.604, de 23/04/1999), desvinculando-se inclusive da infla\u00e7\u00e3o futura, foco inicial da TR.\nDiante do exposto, pede-se v\u00eania para expor o entendimento j\u00e1 exarado pelo Egr\u00e9gio Supremo Tribunal Federal em sede de controle concentrado de\nAv. Palmeira n\u00ba 27, sala 801 - Bairro: Petr\u00f3polis CEP: 90.470-300 - Porto Alegre - Tel.: (51) 3225.8404\n4\n\n\fconstitucionalidade no sentido de que a TR n\u00e3o mais reflete idoneamente o fen\u00f4meno inflacion\u00e1rio.\nVeja-se trecho do voto do Ministro Ayres Britto na ADI n\u00ba 4425:\n20.O que determinou, no entanto, a Emenda Constitucional n\u00ba 62/2009? Que a atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos valores inscritos em precat\u00f3rio, ap\u00f3s sua expedi\u00e7\u00e3o e at\u00e9 o efetivo pagamento, se dar\u00e1 pelo \u201c\u00edndice oficial de remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica da caderneta de poupan\u00e7a\u201d. \u00cdndice que, segundo j\u00e1 assentou este Supremo Tribunal Federal na ADI 493, n\u00e3o reflete a perda de poder aquisitivo da moeda. 9 Cito passagem do minucioso voto do Ministro Moreira Alves:\n\u201cComo se v\u00ea, a TR \u00e9 a taxa que resulta, com a utiliza\u00e7\u00e3o das complexas e sucessivas f\u00f3rmulas contidas na Resolu\u00e7\u00e3o n\u00ba 1085 do Conselho Monet\u00e1rio Nacional, do c\u00e1lculo da taxa m\u00e9dia ponderada da remunera\u00e7\u00e3o dos CDB/RDB das vinte institui\u00e7\u00f5es selecionadas, expurgada est\u00e1 de dois por cento que representam genericamente o valor da tributa\u00e7\u00e3o e da \u2018taxa real hist\u00f3rica de juros da economia\u2019 embutidos nessa remunera\u00e7\u00e3o. Seria a TR \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, e, portanto, \u00edndice de desvaloriza\u00e7\u00e3o da moeda, se inequivocamente essa taxa m\u00e9dia ponderada da remunera\u00e7\u00e3o dos CDB/RDB com o expurgo de 2% fosse constitu\u00edda apenas do valor correspondente \u00e0 desvaloriza\u00e7\u00e3o esperada da moeda em virtude da infla\u00e7\u00e3o. Em se tratando, por\u00e9m, de taxa de remunera\u00e7\u00e3o de t\u00edtulos para efeito de capta\u00e7\u00e3o de recursos por parte de entidades financeiras, isso n\u00e3o ocorre por causa dos diversos fatores que influem na fixa\u00e7\u00e3o do custo do dinheiro a ser captado. (...) A varia\u00e7\u00e3o dos valores das taxas desse custo prefixados por essas entidades decorre de fatores econ\u00f4micos v\u00e1rios, inclusive peculiares a cada uma delas (assim, suas necessidades de liquidez) ou comuns a todas (como, por exemplo, a concorr\u00eancia com outras fontes de capta\u00e7\u00e3o de dinheiro, a pol\u00edtica de juros adotada pelo Banco Central, a maior ou menor oferta de moeda), e fatores esses que nada t\u00eam que ver com o valor de troca da moeda, mas, sim \u2013 o que \u00e9 diverso -, com o custo da capta\u00e7\u00e3o desta.\u201d\n21.O que se conclui, portanto, \u00e9 que o \u00a7 12 do art. 100 da Constitui\u00e7\u00e3o acabou por artificializar o conceito de atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. Conceito que est\u00e1 ontologicamente associado \u00e0 manuten\u00e7\u00e3o do valor real da moeda. Valor real que s\u00f3 se mant\u00e9m pela aplica\u00e7\u00e3o de \u00edndice que reflita a desvaloriza\u00e7\u00e3o dessa moeda em determinado per\u00edodo. Ora, se a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos valores inscritos em precat\u00f3rio deixa de corresponder \u00e0 perda do poder aquisitivo da moeda, o direito reconhecido por senten\u00e7a judicial transitada em julgado ser\u00e1 satisfeito de forma excessiva ou, de rev\u00e9s, deficit\u00e1ria. Em ambas as hip\u00f3teses, com enriquecimento il\u00edcito de uma das partes da rela\u00e7\u00e3o jur\u00eddica. E n\u00e3o \u00e9 dif\u00edcil constatar que a parte prejudicada, no caso, ser\u00e1, quase que invariavelmente, o credor da Fazenda\nAv. Palmeira n\u00ba 27, sala 801 - Bairro: Petr\u00f3polis CEP: 90.470-300 - Porto Alegre - Tel.: (51) 3225.8404\n5\n\n\fP\u00fablica. Basta ver que, nos \u00faltimos quinze anos (1996 a 2010), enquanto a TR (taxa de remunera\u00e7\u00e3o da poupan\u00e7a) foi de 55,77%, a infla\u00e7\u00e3o foi de 97,85%, de acordo com o IPCA.\n22.N\u00e3o h\u00e1 como, portanto, deixar de reconhecer a inconstitucionalidade da norma atacada, na medida em que a fixa\u00e7\u00e3o da remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica da caderneta de poupan\u00e7a como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos valores inscritos em precat\u00f3rio implica indevida e intoler\u00e1vel constri\u00e7\u00e3o \u00e0 efic\u00e1cia da atividade jurisdicional. Uma afronta \u00e0 garantia da coisa julgada e, por reverbera\u00e7\u00e3o, ao protoprinc\u00edpio da separa\u00e7\u00e3o dos Poderes.\nAdemais, h\u00e1 de se relembrar que a TR \u00e9 fixada ex ante, ou seja, a partir de crit\u00e9rios t\u00e9cnicos que n\u00e3o levam em conta a desvaloriza\u00e7\u00e3o da moeda empiricamente realizada.\nNesse sentido, transcrevem-se trechos do brilhante voto do Ministro Luiz Fux ao julgar o Tema 810 desta Egr\u00e9gia Corte:\nNota-se, pois, que a remunera\u00e7\u00e3o da caderneta de poupan\u00e7a \u2013 diferentemente de qualquer outro \u00edndice oficial de infla\u00e7\u00e3o \u2013 \u00e9 sempre prefixada, seja na parte j\u00e1 prevista na lei (0,5% ao m\u00eas ou 70% da meta da taxa Selic ao ano, consoante as hip\u00f3teses do inciso II), seja na parte fixada pelo Banco Central (a Taxa Referencial relativa \u00e0 respectiva data de anivers\u00e1rio, na forma do inciso I, atualmente calculada com base em CDBs e RDBs prefixados). Essa circunst\u00e2ncia deixa patente a desvincula\u00e7\u00e3o entre a evolu\u00e7\u00e3o dos pre\u00e7os da economia e a remunera\u00e7\u00e3o da caderneta de poupan\u00e7a, o que a impede de caracterizar-se, quer sob o \u00e2ngulo formal (l\u00f3gico-conceitual) quer sob o \u00e2ngulo material (t\u00e9cnico-metodol\u00f3gico), como term\u00f4metro da infla\u00e7\u00e3o.\n[...]\nEm terceiro lugar, a inidoneidade se manifesta em perspectiva hist\u00f3ricojurisprudencial. O pr\u00f3prio Supremo Tribunal Federal j\u00e1 decidiu que a TR n\u00e3o \u00e9, em abstrato, id\u00f4nea a capturar a perda do poder aquisitivo da moeda. Ao julgar a ADI n\u00ba 493, o plen\u00e1rio desta Corte entendeu que o aludido \u00edndice n\u00e3o foi criado para captar a varia\u00e7\u00e3o de pre\u00e7os na economia. Eis trecho esclarecedor da ementa e do voto condutor do ac\u00f3rd\u00e3o, lavrado pelo Min. Moreira Alves:\nEmenta: (\u2026) A taxa referencial (TR) n\u00e3o \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, pois, refletindo as varia\u00e7\u00f5es do custo prim\u00e1rio da capta\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos a prazo fixo, n\u00e3o constitui \u00edndice que reflita a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda.\nTrecho do Voto: \u201c(...) o \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u00e9 um n\u00famero-\u00edndice que traduz, o mais aproximadamente poss\u00edvel, a perda do valor de troca da moeda, mediante compara\u00e7\u00e3o, entre os extremos de determinado per\u00edodo, da varia\u00e7\u00e3o\nAv. Palmeira n\u00ba 27, sala 801 - Bairro: Petr\u00f3polis CEP: 90.470-300 - Porto Alegre - Tel.: (51) 3225.8404\n6\n\n\fdo pre\u00e7o de certos bens (mercadorias, servi\u00e7os, sal\u00e1rios, etc.), para a revis\u00e3o do pagamento de obriga\u00e7\u00f5es que dever\u00e1 ser feito na medida dessa varia\u00e7\u00e3o. (\u2026) \u00c9, pois, um \u00edndice que se destina a determinar o valor de troa da moeda, e que, por isso mesmo, s\u00f3 pode se calculado com base em fatores econ\u00f4micos exclusivamente ligados a esse valor. Por isso, \u00e9 um \u00edndice neutro, que n\u00e3o admite, para seu c\u00e1lculo, se levem em considera\u00e7\u00e3o fatores outros que n\u00e3o os acima referidos. (\u2026) n\u00e3o \u00e9 isso que ocorre com a Taxa Referencial (TR), que n\u00e3o \u00e9 o \u00edndice de determina\u00e7\u00e3o do valor de troca da moeda, mas, ao contr\u00e1rio, \u00edndice que exprime a taxa m\u00e9dia ponderada do custo de capta\u00e7\u00e3o da moeda por entidades financeiras para sua posterior aplica\u00e7\u00e3o por estas. A varia\u00e7\u00e3o dos valores das taxas desse custo prefixados por essas entidades decorre de fatores econ\u00f4micos v\u00e1rios, inclusive peculiares a cada uma delas (assim, suas necessidades de liquidez) ou comuns a todas (como, por exemplo, a concorr\u00eancia com outras fontes de capta\u00e7\u00e3o de dinheiro, a pol\u00edtica de juros adotada pelo Banco Central, a maior ou menor oferta de moeda), e fatores esses que nada t\u00eam a ver com o valor de troca da moeda, mas, sim \u2013 o que \u00e9 diverso -, com o custo da capta\u00e7\u00e3o desta. Na forma\u00e7\u00e3o desse custo, n\u00e3o entra sequer a desvaloriza\u00e7\u00e3o da moeda (sua perda de valor de troca), que \u00e9 a j\u00e1 ocorrida, mas \u2013 o que \u00e9 expectativa com os riscos de um verdadeiro jogo \u2013 a previs\u00e3o da desvaloriza\u00e7\u00e3o da moeda que poder\u00e1 ocorrer\u201d. (ADI n\u00ba 493, rel. Min. Moreira Alves, Tribunal Pleno, j. em 25/06/1992, DJ 04-09-1992)\nNo mesmo sentido se manifestou o Ministro Celso de Mello:\n\u201cO car\u00e1ter eminentemente remunerat\u00f3rio da TR foi reconhecido, de modo expresso, pela pr\u00f3pria Lei n\u00ba 8.177/91 em seus arts. 12, 17 e 39. Esse aspecto \u2013 que assume ineg\u00e1vel essencialidade na an\u00e1lise do tema \u2013 revela-se bastante para descaracterizar a pretendida natureza da TR como \u00edndice de atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria\u201d. (ADI n\u00ba 493, rel. Min. Moreira Alves, Tribunal Pleno, j. em 25/06/1992, DJ 04-09-1992) Mais recentemente, no julgamento das ADIs n\u00ba 4.357 e 4.425, o Supremo Tribunal Federal reiterou essa compreens\u00e3o ao pontuar a inidoneidade prima facie da remunera\u00e7\u00e3o da caderneta de poupan\u00e7a para mensurar o fen\u00f4meno inflacion\u00e1rio, como ficou registrado na ementa: \u201c(...) a infla\u00e7\u00e3o, fen\u00f4meno tipicamente econ\u00f4mico monet\u00e1rio, mostra-se insuscet\u00edvel de capta\u00e7\u00e3o aprior\u00edstica (ex ante), de modo que o meio escolhido pelo legislador constituinte (remunera\u00e7\u00e3o da caderneta de poupan\u00e7a) \u00e9 inid\u00f4neo a promover o fim a que se destina (traduzir a infla\u00e7\u00e3o do per\u00edodo)\u201d. (ADI n\u00ba 4.357, rel. Min. Ayres Britto, relator p/ ac\u00f3rd\u00e3o Min. Luiz Fux, Tribunal Pleno, j. 14/03/2013, DJe-188 de 2509- 2014)[...]\nAv. Palmeira n\u00ba 27, sala 801 - Bairro: Petr\u00f3polis CEP: 90.470-300 - Porto Alegre - Tel.: (51) 3225.8404\n7\n\n\fOra, se o Estado n\u00e3o utiliza a caderneta de poupan\u00e7a como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o quando tem o objetivo de passar credibilidade ao investidor ou de atrair contratantes, \u00e9 porque tem consci\u00eancia de que o aludido \u00edndice n\u00e3o \u00e9 adequado a medir a varia\u00e7\u00e3o de pre\u00e7os na economia.\n\nAinda, a fim de demonstrar o completo distanciamento da TR dos \u00edndices que tradicionalmente s\u00e3o utilizados para atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, segue tabela comparativa:\n\nANO 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012\n\nTR 5,7295% 2,0962% 2,2852% 2,8023% 4,6485% 1,8184% 2,8335% 2,0377% 1,4452% 1,6348% 0,7090% 0,6887% 1,2079% 0,2897%\n\nINPC 8,43% 5,27% 9,44% 14,74% 10,38% 6,13% 5,05% 2,81% 5,15% 6,48% 4,11% 6,46% 6,07% 6,19%\n\nIPCA 8,94% 5,97% 7,67% 12,53% 9,30% 7,60% 5,69% 3,14% 4,45% 5,90% 4,31% 5,90% 6,50% 5,83%\n\nObservando-se a tabela acima, verifica-se que at\u00e9 meados de 1999 os \u00edndices do IPCA e da TR estavam muito pr\u00f3ximos, mas a partir do segundo semestre de 1999 aconteceu um descolamento, com os \u00edndices da TR quase sempre muito inferiores ao IPCA, chegando ao final do per\u00edodo com TR igual ou muito pr\u00f3xima de 0%. O descolamento se deu, basicamente, a partir da metodologia iniciada pela j\u00e1 mencionada Resolu\u00e7\u00e3o CMN n\u00ba 2.604, de 23/04/1999, com efeitos a partir de 01/06/1999.\nNessa esteira, hoje, o trabalhador que tem seu dinheiro aplicado no FGTS, e de l\u00e1 n\u00e3o pode retir\u00e1-lo para outro investimento, est\u00e1 sendo remunerado com 3% de juros ao ano e nada mais. N\u00e3o h\u00e1 nem corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria nem Taxa Referencial (independentemente de sua natureza jur\u00eddica) em flagrante ofensa ao art. 2\u00ba da Lei n\u00ba 8.036/90, que imp\u00f5e a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos valores depositados pelo empregador.\nAv. Palmeira n\u00ba 27, sala 801 - Bairro: Petr\u00f3polis CEP: 90.470-300 - Porto Alegre - Tel.: (51) 3225.8404\n8\n\n\fDiante destas considera\u00e7\u00f5es, o entendimento fixado pelo STJ no REsp n\u00ba 1614874 (\u201ca remunera\u00e7\u00e3o das contas vinculadas ao FGTS tem disciplina pr\u00f3pria, ditada por lei, que estabelece a TR como forma de atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, sendo vedado, portanto, ao Poder Judici\u00e1rio substituir o mencionado \u00edndice\u201d) se mostra totalmente equivocado, eis que assume que a TR \u00e9 forma de atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, violando frontalmente o entendimento da Suprema Corte no sentido de que \u201ca taxa referencial (TR) n\u00e3o \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria\u201d.\nAssim, a utiliza\u00e7\u00e3o da TR como forma de corre\u00e7\u00e3o dos saldos das contas de FGTS tem gerado uma gigantesca destrui\u00e7\u00e3o do valor do patrim\u00f4nio do trabalhador. H\u00e1 anos, os trabalhadores que t\u00eam dep\u00f3sitos no FGTS n\u00e3o experimentam ganhos reais. Ao contr\u00e1rio, h\u00e1 muito tempo os trabalhadores t\u00eam rendimentos inferiores \u00e0 infla\u00e7\u00e3o, mesmo levando em conta a remunera\u00e7\u00e3o dos juros de 3% ao ano previstos no art. 13 da Lei 8.036/90.\nGiza-se que em nenhum momento se defende aqui a inconstitucionalidade da Taxa Referencial (TR) como \u00edndice de remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a. Quem coloca seu dinheiro na poupan\u00e7a o faz por vontade pr\u00f3pria, por outro lado, o trabalhador n\u00e3o possui o direito de escolher em qual fundo seus saldos do FGTS ir\u00e3o ser aplicados.\nNesse sentido, o que se assevera aqui, tal como decidido pelo Supremo Tribunal Federal, \u00e9 a inconstitucionalidade da utiliza\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, porque de capta\u00e7\u00e3o aprior\u00edstica (ex ante) e, como tal, totalmente desvencilhado do real fen\u00f4meno inflacion\u00e1rio, n\u00e3o correspondente \u00e0 real garantia constitucional de propriedade e incompat\u00edvel com a obrigatoriedade e a aus\u00eancia de portabilidade dos dep\u00f3sitos do Fundo de Garantia.\nDiante destas premissas verifica-se a viola\u00e7\u00e3o dos arts. 5\u00ba, XXII (direito de propriedade) e 7\u00ba, III (direito ao FGTS), ambos da Constitui\u00e7\u00e3o Federal, na medida em que o trabalhador est\u00e1 sofrendo verdadeiro confisco do Governo Federal, que se apropria de sua propriedade (saldos do FGTS), aplicando corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria que sequer rep\u00f5e as perdas inflacion\u00e1rias, violando o n\u00facleo essencial do direito fundamental ao FGTS.\nAssim, em face do exposto, deve se declarar inconstitucional a express\u00e3o \u201ccom base nos par\u00e2metros fixados para atualiza\u00e7\u00e3o dos saldos dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a\u201d do do art . 13 da Lei Federal n\u00ba 8.036/1990 e o caput caput do art. 17 da Lei Federal n\u00ba 8.177/1991 \u2013 dispositivos os quais imp\u00f5em a corre\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos nas contas vinculadas do FGTS pela Taxa Referencial (TR), determinando que a partir de 1999 a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria das contas de FGTS\nAv. Palmeira n\u00ba 27, sala 801 - Bairro: Petr\u00f3polis CEP: 90.470-300 - Porto Alegre - Tel.: (51) 3225.8404\n9\n\n\fdeixe de ser feita pela TR, passando a ser realizada pelo INPC ou pelo IPCA, eis que estes s\u00e3o capazes de refletir a infla\u00e7\u00e3o.\nDA EXIST\u00caNCIA DE REPERCUSS\u00c3O GERAL\nA decis\u00e3o proferida pelo Supremo Tribunal Federal no Tema 787 (proferida em 11/12/2014), na qual supostamente afirmou-se n\u00e3o existir Repercuss\u00e3o Geral acerca da mat\u00e9ria que versa sobre a constitucionalidade da utiliza\u00e7\u00e3o da Taxa Referencial (TR) para corre\u00e7\u00e3o dos saldos das contas do FGTS, n\u00e3o se mant\u00e9m mais \u00edntegra, seja ante ao firme posicionamento da atual jurisprud\u00eancia dominante do STF, seja pelas altera\u00e7\u00f5es nas premissas f\u00e1ticojur\u00eddicas acerca da mat\u00e9ria.\nObservem, nobres julgadores, que a decis\u00e3o do Tema 787 (ARE 848.240/RN) foi tomada por maioria, e com a premissa de que o STF \u201cafirmou a legitimidade da Taxa Referencial (TR) como \u00edndice de atualiza\u00e7\u00e3o de obriga\u00e7\u00f5es\u201d:\nPROCESSUAL CIVIL. RECURSO EXTRAORDIN\u00c1RIO COM AGRAVO. FGTS. DEP\u00d3SITOS EFETUADOS NA CONTA VINCULADA. \u00cdNDICE DE CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA. APLICA\u00c7\u00c3O DA TAXA REFERENCIAL. MAT\u00c9RIA INFRACONSTITUCIONAL. AUS\u00caNCIA DE REPERCUSS\u00c3O GERAL. 1. Esta Suprema Corte, em diversas manifesta\u00e7\u00f5es de seu \u00f3rg\u00e3o plen\u00e1rio, afirmou a legitimidade da Taxa Referencial (TR) como \u00edndice de atualiza\u00e7\u00e3o de obriga\u00e7\u00f5es, com a \u00fanica ressalva da inviabilidade de sua aplica\u00e7\u00e3o retroativa para alcan\u00e7ar situa\u00e7\u00f5es pret\u00e9ritas. Nesse sentido: ADI 493-MC, Rel. Min. MOREIRA ALVES, Tribunal Pleno, DJ de 4/9/1992; ADI 768-MC, Rel. Min. MARCO AUR\u00c9LIO, Tribunal Pleno, DJ de 13/11/1992; ADI 959-MC, Rel. Min. SYDNEY SANCHES, Tribunal Pleno, DJ de 13/5/1994. 2. Assim sendo, o exame da inaplicabilidade da TR em situa\u00e7\u00f5es espec\u00edficas pertence ao dom\u00ednio da legisla\u00e7\u00e3o ordin\u00e1ria pertinente a cada caso, a significar que eventual ofensa \u00e0 Carta Magna seria apenas reflexa. 3. Portanto, \u00e9 de natureza infraconstitucional a controv\u00e9rsia relativa \u00e0 aplica\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos dep\u00f3sitos efetuados em conta vinculada do FGTS, fundada na interpreta\u00e7\u00e3o das Leis 7.730/89, 8.036/90 e 8.177/91. 4. \u00c9 cab\u00edvel a atribui\u00e7\u00e3o dos efeitos da declara\u00e7\u00e3o de aus\u00eancia de repercuss\u00e3o geral quando n\u00e3o h\u00e1 mat\u00e9ria constitucional a ser apreciada ou quando eventual ofensa \u00e0 Carta Magna ocorra de forma indireta ou reflexa (RE 584.608 RG, Min. ELLEN GRACIE, DJe de 13/03/2009). 5. Aus\u00eancia de repercuss\u00e3o geral da quest\u00e3o suscitada, nos termos do art. 543-A do CPC. (ARE 848240 RG, Relator (a): Min. TEORI ZAVASCKI, julgado em 11/12/2014, PROCESSO ELETR\u00d4NICO DJe250 DIVULG 18-12-2014 PUBLIC 19-12-2014 - grifado)\nTodavia, conforme j\u00e1 amplamente exposto, o Pret\u00f3rio Excelso j\u00e1 assentou na ADI 4425 e mais recentemente ao julgar o RE 870947 (Tema 810) que \u201ca taxa\nAv. Palmeira n\u00ba 27, sala 801 - Bairro: Petr\u00f3polis CEP: 90.470-300 - Porto Alegre - Tel.: (51) 3225.8404\n10\n\n\freferencial (TR) n\u00e3o \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, pois, refletindo as varia\u00e7\u00f5es do custo prim\u00e1rio da capta\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos a prazo fixo, n\u00e3o constitui \u00edndice que reflita a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda\u201d e que \u201cn\u00e3o h\u00e1 como, portanto, deixar de reconhecer a inconstitucionalidade da norma atacada, na medida em que a fixa\u00e7\u00e3o da remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica da caderneta de poupan\u00e7a como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria\u201d.\nNesse sentido, j\u00e1 foi decidido pela Suprema Corte que a TR, enquanto \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, \u00e9 INCONSTITUCIONAL, pois \u201cn\u00e3o constitui \u00edndice que reflita a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda\u201d.\nAinda, fora proposta a A\u00e7\u00e3o Direta de Inconstitucionalidade n\u00ba 5090, sob relatoria do Ministro Roberto Barroso, que assim asseverou em sua decis\u00e3o que recebeu a a\u00e7\u00e3o:\nEst\u00e3o presentes os requisitos legais. A relev\u00e2ncia da mat\u00e9ria \u00e9 evidente, sendo pertinente a participa\u00e7\u00e3o das requerentes \u2013 a primeira, porque assiste centenas de trabalhadores em demandas relativas \u00e0 atualiza\u00e7\u00e3o do FGTS; e a segunda, porque atua como agente operador do FGTS.\nAli\u00e1s, cumpre ressaltar que o Supremo Tribunal Federal j\u00e1 reconheceu a possibilidade de revis\u00e3o da decis\u00e3o que em um primeiro momento reconhece inexist\u00eancia de Repercuss\u00e3o Geral, por altera\u00e7\u00e3o nas premissas f\u00e1tico-jur\u00eddicas.\nObservem a dic\u00e7\u00e3o do Informativo n\u00ba 605 da Suprema Corte acerca do tema:\nRepercuss\u00e3o Geral e Altera\u00e7\u00e3o nas Premissas F\u00e1tico-Jur\u00eddicas - 1\nO Plen\u00e1rio resolveu quest\u00e3o de ordem no sentido de reconhecer a repercuss\u00e3o geral da mat\u00e9ria discutida em recursos extraordin\u00e1rios, relativa \u00e0 possibilidade, ou n\u00e3o, de se aplicar a al\u00edquota m\u00e1xima do Imposto de Renda de Pessoa F\u00edsica aos valores recebidos acumuladamente pelo benefici\u00e1rio, por culpa exclusiva da autarquia previdenci\u00e1ria. Com base nisso, reformou decis\u00e3o monocr\u00e1tica da Min. Ellen Gracie, que n\u00e3o admitira os recursos, dos quais relatora, ao fundamento de que a quest\u00e3o j\u00e1 teria sido considerada \u201csem repercuss\u00e3o geral\u201d no \u00e2mbito do Plen\u00e1rio Virtual. No caso, ap\u00f3s o STF haver deliberado que o tema versado nos autos n\u00e3o possuiria repercuss\u00e3o geral, o TRF da 4\u00aa Regi\u00e3o declarara a inconstitucionalidade, sem redu\u00e7\u00e3o de texto, do art. 12 da Lei 7.713/88, o qual determina a incid\u00eancia do Imposto de Renda no m\u00eas do recebimento de valores acumulados sobre o total dos rendimentos. A Uni\u00e3o, ao alegar a superveniente altera\u00e7\u00e3o nas premissas f\u00e1tico-jur\u00eddicas, sustentava, em sede de agravo regimental, que os recursos extraordin\u00e1rios interpostos com fulcro no art. 102, III, b, da CF teriam repercuss\u00e3o geral presumida. RE 614232 AgR-QO/RS, rel. Min.\nAv. Palmeira n\u00ba 27, sala 801 - Bairro: Petr\u00f3polis CEP: 90.470-300 - Porto Alegre - Tel.: (51) 3225.8404\n11\n\n\fEllen Gracie, 20.10.2010. (RE-614232) RE 614406 AgR-QO/RS, rel. Min. Ellen Gracie, 20.10.2010. (RE-614232).\nNesse interim, verifica-se que o Pret\u00f3rio Excelso autoriza a revis\u00e3o da decis\u00e3o que em um primeiro momento aduz que inexiste repercuss\u00e3o geral.\nA altera\u00e7\u00e3o f\u00e1tica se d\u00e1 em raz\u00e3o do crescimento impremedit\u00e1vel do n\u00famero de a\u00e7\u00f5es que versam sobre a mat\u00e9ria no Poder Judici\u00e1rio. Quando julgado o Tema 731 do STJ, mais de 409 mil a\u00e7\u00f5es aguardavam o referido julgamento [1]. Ainda, cumpre salientar que ap\u00f3s o julgamento que n\u00e3o reconheceu repercuss\u00e3o geral na mat\u00e9ria, em 2014, a infla\u00e7\u00e3o anual acumulada em 2015, segundo o IPCA, foi de 10,67%, enquanto que a TR acumulada para o mesmo ano foi de 1,79%!![2].\nA altera\u00e7\u00e3o jur\u00eddica se d\u00e1 pelo atual entendimento dominante, julgado em Repercuss\u00e3o Geral (Tema 810) e em sede de controle concentrado de constitucionalidade (ADI 4425), no sentido de que a Taxa Referencial enquanto \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u00e9 inconstitucional.\nSob o tema, o art. 1.035, \u00a7 3\u00ba, I do CPC disp\u00f5e que sempre haver\u00e1 repercuss\u00e3o geral quando o recurso impugnar ac\u00f3rd\u00e3o que contrarie jurisprud\u00eancia dominante do STF:\nArt. 1.035. O Supremo Tribunal Federal, em decis\u00e3o irrecorr\u00edvel, n\u00e3o conhecer\u00e1 do recurso extraordin\u00e1rio quando a quest\u00e3o constitucional nele versada n\u00e3o tiver repercuss\u00e3o geral, nos termos deste artigo.\n\u00a7 3o Haver\u00e1 repercuss\u00e3o geral sempre que o recurso impugnar ac\u00f3rd\u00e3o que:\nI - contrarie s\u00famula ou jurisprud\u00eancia dominante do Supremo Tribunal Federal;\nNesse \u00ednterim, \u00e9 necess\u00e1rio que o Supremo Tribunal Federal reveja o seu posicionamento acerca da exist\u00eancia de Repercuss\u00e3o Geral sobre a mat\u00e9ria, em face da altera\u00e7\u00e3o e consolida\u00e7\u00e3o da sua jurisprud\u00eancia acerca da constitucionalidade da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e das altera\u00e7\u00f5es f\u00e1ticas supervenientes ao julgamento de 2014, com crescimento descontrol\u00e1vel da infla\u00e7\u00e3o e do n\u00famero de a\u00e7\u00f5es que versam sobre o tema, que foram afetadas pelo julgamento do STJ no REsp Repetitivo n\u00ba 1614874.\nDA ADI 5090 DO STF\nDesde 2019 houve determina\u00e7\u00e3o do STF para suspens\u00e3o de todos os processos que versem sobre a mat\u00e9ria, em sede de medida cautelar na ADI 5090 do STF:\nConsiderando: (a) a pend\u00eancia da presente ADI 5090, que sinaliza que a discuss\u00e3o sobre a rentabilidade do FGTS ainda ser\u00e1 apreciada pelo Supremo e,\nAv. Palmeira n\u00ba 27, sala 801 - Bairro: Petr\u00f3polis CEP: 90.470-300 - Porto Alegre - Tel.: (51) 3225.8404\n12\n\n\fportanto, n\u00e3o est\u00e1 julgada em car\u00e1ter definitivo, estando sujeita a altera\u00e7\u00e3o (plausibilidade jur\u00eddica); (b) o julgamento do tema pelo STJ e o n\u00e3o reconhecimento da repercuss\u00e3o geral pelo Supremo, o que poder\u00e1 ensejar o tr\u00e2nsito em julgado das decis\u00f5es j\u00e1 proferidas sobre o tema (perigo na demora); (c) os m\u00faltiplos requerimentos de cautelar nestes autos; e (d) a inclus\u00e3o do feito em pauta para 12/12/2019, defiro a cautelar, para determinar a suspens\u00e3o de todos os feitos que versem sobre a mat\u00e9ria, at\u00e9 julgamento do m\u00e9rito pelo Supremo Tribunal Federal.\nNesta ADI discute-se os dispositivos das Leis 8.036/1990 (artigo 13) e 8.177/1991 (artigo 17) que imp\u00f5em a corre\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos nas contas vinculadas do Fundo de Garantia do Tempo de Servi\u00e7o (FGTS) pela Taxa Referencial (TR).\nAlega-se que as normas violam o direito de propriedade, o direito ao FGTS e a moralidade administrativa, presentes, respectivamente, nos artigos 5\u00ba, inciso XXII; 7\u00ba, inciso III; e 37, caput, da Constitui\u00e7\u00e3o da Rep\u00fablica.\nPortanto, se o caso, requer a suspens\u00e3o da presente a\u00e7\u00e3o, at\u00e9 julgamento definitivo da ADI 5090.\nDO PEDIDO\nDiante do exposto requer:\nO recebimento e deferimento da presente pe\u00e7a inaugural;\nA n\u00e3o realiza\u00e7\u00e3o de audi\u00eancia de concilia\u00e7\u00e3o, ante a inefic\u00e1cia do procedimento, tendo em vista o not\u00f3rio e reiterado posicionamento da Caixa Econ\u00f4mica Federal em sentido contr\u00e1rio ao pedido apresentado pela parte Autora;\nA produ\u00e7\u00e3o de todos os meios de provas em direito admitidos, em especial o documental;\nO julgamento da demanda com TOTAL PROCED\u00caNCIA para:\na) declarar inconstitucional a express\u00e3o \u201ccom base nos par\u00e2metros fixados para atualiza\u00e7\u00e3o dos saldos dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a\u201d do do art . 13 da Lei Federal n\u00ba 8.036/1990 e o caput do art. 17 da Lei Federal n\u00ba 8.177/1991 \u2013 dispositivos os quais imp\u00f5em a corre\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos nas contas vinculadas do FGTS pela Taxa Referencial (TR).\nb) que a partir de 1999 a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria das contas de FGTS deixe de ser feita pela TR, passando a ser realizada pelo INPC ou pelo IPCA, eis que estes s\u00e3o capazes de refletir a infla\u00e7\u00e3o.\nAv. Palmeira n\u00ba 27, sala 801 - Bairro: Petr\u00f3polis CEP: 90.470-300 - Porto Alegre - Tel.: (51) 3225.8404\n13\n\n\f6. Condenar a Caixa Econ\u00f4mica Federal ao pagamento de honor\u00e1rios advocat\u00edcios no patamar m\u00e1ximo fixado no \u00a7 3\u00ba, do art. 85 do CPC/2015.\nD\u00e1-se \u00e0 causa o valor de R$ 19.939,38 Termos em que, Pede deferimento. Porto Alegre, 14 de dezembro de 2021. Maria Consuelo Lima de Brito OAB/RS 119.518\nAv. Palmeira n\u00ba 27, sala 801 - Bairro: Petr\u00f3polis CEP: 90.470-300 - Porto Alegre - Tel.: (51) 3225.8404\n14\n\n\f" } ] } }, { "data": { "original_header": "Documento Original - IdDocumentoCompleto: 5023103-56.2016.4.04.7108-711479411938766841137612837738", "original_text": "EXMO.(A) SR.(A) DR.(A) JUIZ(A) FEDERAL DA ____ VARA FEDERAL DE NOVO HAMBURGO/RS.\nIRACEMA MARCONDES DA ROSA, brasileira, casada, profissionalmente inativa, inscrita no CPF sob n\u00ba 717.346.190-15, RG n\u00ba 8064691994, nascida em 04.11.1962, residente e domiciliada na Rua Arthur Wallauer, n\u00ba58, Bairro Cohab, na cidade de Igrejinha/RS, atrav\u00e9s de sua procuradora signat\u00e1ria, vem respeitosamente perante V.Exa., propor\nA\u00c7\u00c3O ORDIN\u00c1RIA COM PEDIDO DE ANTECIPA\u00c7\u00c3O DE TUTELA EM CAR\u00c1TER LIMINAR,\ncontra o INSS, por negativa de concess\u00e3o de benef\u00edcio de sua ag\u00eancia local, pelo que passa a expor.\nI. FATOS\n1. A Requerente tem 54 anos de idade, possui baixa escolaridade, \u00e9 inativa profissionalmente, deficiente e preenche o requisito de miserabilidade nos termos da LOAS.\n2. Desta forma, em 10.06.2016 a Requerente postulou junto ao INSS Benef\u00edcio Assistencial de n\u00b0 87/702.465.110-6, sendo este negado sob a alega\u00e7\u00e3o de n\u00e3o atendimento ao crit\u00e9rio de defici\u00eancia para acesso ao LOAS, conforme informa\u00e7\u00f5es do benef\u00edcio anexas.\n3. \u00c9 importante destacar que, conforme informa\u00e7\u00e3o do benef\u00edcio, a Autarquia reconheceu que a Requerente preenche o requisito de\nmiserabilidade, deixando de deferir o pedido apenas sob o argumento de n\u00e3o exist\u00eancia de defici\u00eancia.\nTAQUARA - Rua General Frota, 2565, 2\u00ba Andar, Sala 02, Centro. Fone: 3541-5976. NOVO HAMBURGO - Rua \u00cdcaro, 326, Bairro Canudos. Fone: 3595-2874. ROLANTE - Rua Pedro Schneider, 427, Centro. Fone: 3547-1137.\n\n\fII. DA EXIST\u00caNCIA DE DEFICI\u00caNCIA NOS TERMOS DA LOAS / IMPEDIMENTO PARA PRODUZIR RENDA PARA SOBREVIV\u00caNCIA A LONGO PRAZO\n1) \u00c9 evidente o engano da Autarquia ao indeferir o benef\u00edcio postulado, tendo em vista que a Requerente sofre de Transtorno depressivo recorrente, epis\u00f3dio atual grave sem sintomas psic\u00f3ticos (CID10 F33.2) e Ins\u00f4nia n\u00e3o-org\u00e2nica (F51.0), conforme laudos acostados.\n2) Destaca-se que a Requerente realiza acompanhamento psiqui\u00e1trico na unidade de sa\u00fade de seu munic\u00edpio, inclusive fazendo uso de psicof\u00e1rmacos para tratamento.\n3) Em raz\u00e3o das mol\u00e9stias, a Requerente encontra-se impossibilitada de produzir renda para sua sobreviv\u00eancia a longo prazo.\n4) Cumpre ressaltar tamb\u00e9m que a Requerente possui baixa escolaridade, est\u00e1 afastada do mercado de trabalho h\u00e1 anos e vive em um meio de extrema vulnerabilidade social.\n5) Frente a isso, resta claro que a Requerente apresenta defici\u00eancia nos termos da Lei Org\u00e2nica da Assist\u00eancia Social \u2013 LOAS e que possui impedimento para produ\u00e7\u00e3o de renda a longo prazo.\n6) Frise-se que no tocante ao significado de impedimento a longo prazo, cumpre salientar o entendimento da Turma Nacional de Uniformiza\u00e7\u00e3o dos Juizados Especiais Federais firmado atrav\u00e9s da S\u00famula 48: \u201cA incapacidade n\u00e3o precisa ser permanente para fins de concess\u00e3o do benef\u00edcio assistencial de presta\u00e7\u00e3o continuada.\u201d\nTAQUARA - Rua General Frota, 2565, 2\u00ba Andar, Sala 02, Centro. Fone: 3541-5976. NOVO HAMBURGO - Rua \u00cdcaro, 326, Bairro Canudos. Fone: 3595-2874. ROLANTE - Rua Pedro Schneider, 427, Centro. Fone: 3547-1137.\n\n\f7) Ademais, \u00e9 importante frisar que n\u00e3o se pode confundir a\nincapacidade laborativa, atinente a benef\u00edcios previdenci\u00e1rios,\ncom o impedimento de produzir renda para sobreviv\u00eancia (conceito\nrelativo ao LOAS).\n8) A aferi\u00e7\u00e3o do referido impedimento e se ele \u00e9 ou n\u00e3o a longo\nprazo, n\u00e3o se restringe apenas a uma an\u00e1lise m\u00e9dica. \u00c9\nfundamental associar as circunst\u00e2ncias sociais que circundam o\ncaso concreto ao estado de sa\u00fade do indiv\u00edduo, para que se\nverifique a exist\u00eancia ou n\u00e3o do impedimento a longo prazo.\n\u00c9 o que ensina a recente jurisprud\u00eancia do TNU:\nINCIDENTE DE UNIFORMIZA\u00c7\u00c3O INTERPOSTO PELA PARTE AUTORA. SEGURIDADE SOCIAL. BENEF\u00cdCIO ASSISTENCIAL. INCAPACIDADE TOTAL E TEMPOR\u00c1RIA. S\u00daMULAS N\u00ba 29 E 48 DA TNU. IMPEDIMENTO DE LONGO PRAZO. AN\u00c1LISE DAS CONDI\u00c7\u00d5ES PESSOAIS. IMPRESCINDIBILIDADE. INCIDENTE CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO. [...] 7. Do que se depreende da literalidade dos dispositivos citados, o conceito de incapacidade para efeito de concess\u00e3o do benef\u00edcio assistencial n\u00e3o pode ficar confinado \u00e0 ideia da incapacidade f\u00edsica, restrita a considera\u00e7\u00f5es de ordem m\u00e9dica, seja ela mental, org\u00e2nica ou funcional. O impedimento de longo prazo tamb\u00e9m pode ser definido por aspectos de ordem intelectual a exemplo do grau de escolaridade que em intera\u00e7\u00e3o com outros elementos diversos, notadamente os de ordem social, possam obstruir sua participa\u00e7\u00e3o plena e efetiva na sociedade, em igualdade de condi\u00e7\u00f5es com os demais. 8. De outro lado, a pr\u00f3pria ideia de incapacidade para o trabalho focada em no\u00e7\u00f5es hauridas do direito previdenci\u00e1rio n\u00e3o \u00e9 suficiente para preencher a amplitude do referido conceito. Com efeito, embora no direito previdenci\u00e1rio aquele que se encontre incapacitado para sua atividade habitual deva, necessariamente, fazer jus ao benef\u00edcio por incapacidade, sendo o benef\u00edcio devido somente nessa hip\u00f3tese, em se tratando de benef\u00edcio assistencial isso n\u00e3o ocorre, haja vista que, a rigor, n\u00e3o se exige que o interessado esteja incapacitado para o trabalho, mas sim que esteja impedido de produzir a renda necess\u00e1ria para a pr\u00f3pria subsist\u00eancia. Isso se d\u00e1 com frequ\u00eancia em rela\u00e7\u00e3o a determinadas pessoas que s\u00e3o consideradas aptas para suas atividades habituais, sem que isso obste, em princ\u00edpio, a\nTAQUARA - Rua General Frota, 2565, 2\u00ba Andar, Sala 02, Centro. Fone: 3541-5976. NOVO HAMBURGO - Rua \u00cdcaro, 326, Bairro Canudos. Fone: 3595-2874. ROLANTE - Rua Pedro Schneider, 427, Centro. Fone: 3547-1137.\n\n\fcaracteriza\u00e7\u00e3o do impedimento, pois a referida atividade n\u00e3o gera renda alguma. \u00c9 O CASO DE PESSOAS QUE SEMPRE TRABALHARAM NO \u00c2MBITO DOM\u00c9STICO, SEM JAMAIS TER CONCORRIDO NO MERCADO DE TRABALHO OU EMPREENDIDO QUALQUER ATIVIDADE GERADORA DE RENDA. N\u00c3O RARO TAIS PESSOAS S\u00c3O CONSIDERADAS APTAS PARA O LABOR EM EXAME PERICIAL, N\u00c3O OBSTANTE POSSAM SER CONSIDERADAS, NUMA PERSPECTIVA SOCIOECON\u00d4MICA, INCAPAZES DE PRODUZIR RENDA, EM DECORR\u00caNCIA DE FATORES DIVERSOS. 9. No caso sob exame, nota-se que a recorrente jamais trabalhou. [...]. 11. Diante do exposto e tendo em vista o disposto na Quest\u00e3o de Ordem TNU n. 20 , e tendo em vista que a transitoriedade da incapacidade n\u00e3o \u00e9 incompat\u00edvel com o conceito de impedimento de longo prazo fins de concess\u00e3o do benef\u00edcio assistencial conhe\u00e7o do pedido de uniformiza\u00e7\u00e3o e dou-lhe parcial provimento para decretar a nulidade do ac\u00f3rd\u00e3o recorrido, determinando o retorno dos autos \u00e0 Turma de origem onde dever\u00e3o ser analisadas as condi\u00e7\u00f5es pessoais da recorrente \u00e0 vista das S\u00famulas n\u00ba 29 e 48 da TNU e da diretriz acima fixada.(TNU - PEDILEF: 05087008120114058200 , Relator: JUIZ FEDERAL\nPAULO ERNANE MOREIRA BARROS, Data de Julgamento: 12/11/2014, Data de Publica\u00e7\u00e3o: 05/12/2014).\n9) Portanto, a aferi\u00e7\u00e3o do impedimento para produzir renda para sobreviv\u00eancia a longo prazo deve considerar tamb\u00e9m as condi\u00e7\u00f5es pessoais e sociais do indiv\u00edduo relacionadas a idade, ao grau de instru\u00e7\u00e3o, ao n\u00facleo familiar, ao meio em que vive, ao mercado de trabalho deste meio e \u00e0 realidade social de quem pleiteia o benef\u00edcio.\n10) Sendo assim, associando as mol\u00e9stias que acometem a Requerente \u00e0s suas condi\u00e7\u00f5es sociais de vida, compostas pela baixa escolaridade, idade e extrema miserabilidade (reconhecida pela Autarquia), RESTA INCONTROVERSO SEU IMPEDIMENTO PARA PRODU\u00c7\u00c3O DE RENDA PARA A PR\u00d3PRIA SOBREVIVENCIA A LONGO PRAZO.\nTAQUARA - Rua General Frota, 2565, 2\u00ba Andar, Sala 02, Centro. Fone: 3541-5976. NOVO HAMBURGO - Rua \u00cdcaro, 326, Bairro Canudos. Fone: 3595-2874. ROLANTE - Rua Pedro Schneider, 427, Centro. Fone: 3547-1137.\n\n\fIII. PREENCHIMENTO DO REQUISITO DE MISERABILIDADE\n1) No tocante \u00e0 condi\u00e7\u00e3o socioecon\u00f4mica, cumpre frisar novamente que a Autarquia reconheceu a miserabilidade da Requerente em sede administrativa, versando a diverg\u00eancia apenas acerca do crit\u00e9rio de defici\u00eancia.\n2) Inicialmente cumpre frisar que o c\u00f4njuge da Requerente deixou o lar no m\u00eas de setembro de 2016. Desta forma, encontra-se separada de fato.\n3) Assim, a Requerente reside apenas com dois filhos, ambos desempregados, como prova a documenta\u00e7\u00e3o acostada.\n4) Desta forma, atualmente, a fam\u00edlia n\u00e3o possui qualquer renda familiar, dependendo totalmente da ajuda de terceiros. Portanto, est\u00e3o desconstitu\u00eddos do m\u00ednimo existencial.\n5) Neste diapas\u00e3o, \u00e9 incontroverso o preenchimento do requisito de miserabilidade.\nIV. DISPOSI\u00c7\u00d5ES FINAIS\n1) Desta forma, tendo sido reconhecida pela Autarquia em sede administrativa a miserabilidade da Requerente, bem como demonstrada a defici\u00eancia nos termos da lei, restam preenchidos os requisitos para a concess\u00e3o do benef\u00edcio.\n2) Saliente-se que, n\u00e3o tendo como prover seu pr\u00f3prio sustento e sem auferir qualquer tipo de benef\u00edcio, a Requerente tem dependido da ajuda de terceiros para sua sobreviv\u00eancia e tratamento que envolve o uso de medicamentos cont\u00ednuos.\nTAQUARA - Rua General Frota, 2565, 2\u00ba Andar, Sala 02, Centro. Fone: 3541-5976. NOVO HAMBURGO - Rua \u00cdcaro, 326, Bairro Canudos. Fone: 3595-2874. ROLANTE - Rua Pedro Schneider, 427, Centro. Fone: 3547-1137.\n\n\f3) O indeferimento do benef\u00edcio tem car\u00e1ter desumano, pois al\u00e9m de negar direito previsto em lei, deixa \u00e0 margem pessoa que necessita de um m\u00ednimo de condi\u00e7\u00f5es para recuperar um pouco de dignidade h\u00e1 muito perdida, eis porque prop\u00f5e a presente a\u00e7\u00e3o.\n4) A Requerente entende ter preenchido os requisitos para que lhe seja concedida a TUTELA DE URG\u00caNCIA, liminarmente, a fim de implantar imediatamente o benef\u00edcio assistencial, uma vez que: a) apresentou elementos que evidenciam a probabilidade de seu direito, haja vista ter comprovado seu impedimento para produ\u00e7\u00e3o de renda a longo prazo e ser pessoa que vive em extrema miserabilidade e vulnerabilidade social; b) demonstrou tamb\u00e9m o perigo de dano, dada a urg\u00eancia para manter-se, pois \u00e9 pessoa idosa e n\u00e3o possui qualquer rendimento.\n5) Em aten\u00e7\u00e3o ao art. 319, VII e art. 334, \u00a7 5\u00ba do novo CPC, a Requerente manifesta op\u00e7\u00e3o pela n\u00e3o realiza\u00e7\u00e3o de audi\u00eancia de concilia\u00e7\u00e3o ou media\u00e7\u00e3o.\nV. REQUERIMENTOS\nISSO POSTO, requer \u00e0 Vossa Excel\u00eancia:\na) o deferimento da TUTELA DE URG\u00caNCIA, LIMINARMENTE, para implantar o benef\u00edcio assistencial \u00e0 Requerente, em conformidade com o art. 300 e art. 300 \u00a7 2\u00ba do novo CPC.\nTAQUARA - Rua General Frota, 2565, 2\u00ba Andar, Sala 02, Centro. Fone: 3541-5976. NOVO HAMBURGO - Rua \u00cdcaro, 326, Bairro Canudos. Fone: 3595-2874. ROLANTE - Rua Pedro Schneider, 427, Centro. Fone: 3547-1137.\n\n\fb) a cita\u00e7\u00e3o do INSS, atrav\u00e9s de seu representante legal, nos termos do art. 334 do novo CPC para audi\u00eancia de concilia\u00e7\u00e3o ou media\u00e7\u00e3o.\nb.1 Ressalvado o direito da Autarquia de manifestar-se no prazo de 10 dias de anteced\u00eancia contados da data de audi\u00eancia sobre seu desinteresse na realiza\u00e7\u00e3o de audi\u00eancia de concilia\u00e7\u00e3o ou media\u00e7\u00e3o, nos termos do art. 334, \u00a7 5\u00ba do novo CPC;\nc) a proced\u00eancia do pedido para condenar o INSS a conceder \u00e0 Requerente o Benef\u00edcio Assistencial de n\u00ba 702.465.110-6, desde a data do requerimento administrativo em 10.06.2016;\nd) o pagamento das parcelas vencidas e vincendas, atualizadas monetariamente, acrescidas de juros legais, mais honor\u00e1rios advocat\u00edcios;\ne) protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos, principalmente prova documental ora juntada e prova pericial por Assistente Social e m\u00e9dico PSIQUIATRA, caso necess\u00e1rio;\nf) seja o INSS compelido a juntar aos autos o processo administrativo, para fazer prova na presente a\u00e7\u00e3o, sob as penas do art. 438, II do novo CPC;\ng) o deferimento de tutela de urg\u00eancia em car\u00e1ter liminar no despacho inicial da demanda, ou no momento da per\u00edcia, ou ainda, quando da prola\u00e7\u00e3o da senten\u00e7a com fulcro no art. 300 e art. 300 \u00a7 2\u00ba do novo CPC;\nTAQUARA - Rua General Frota, 2565, 2\u00ba Andar, Sala 02, Centro. Fone: 3541-5976. NOVO HAMBURGO - Rua \u00cdcaro, 326, Bairro Canudos. Fone: 3595-2874. ROLANTE - Rua Pedro Schneider, 427, Centro. Fone: 3547-1137.\n\n\fh) o benef\u00edcio da Assist\u00eancia Judici\u00e1ria Gratuita, para isent\u00e1-la de toda e qualquer custa decorrente do presente processo, inclusive honor\u00e1rios periciais, exames m\u00e9dicos complementares eventualmente realizados, entre outras, com base na declara\u00e7\u00e3o de pobreza em anexo, na forma da Lei 1.060/50 c/c art. 98 do novo CPC.\nDa \u00e0 a\u00e7\u00e3o o valor de R$ 14.960,00 (880,00 x 17)\nNestes termos, pede deferimento.\nTaquara, 17 de novembro de 2016.\n\nCarla de O. Lopes Amaro OAB/RS 36.857\n\nRamona C. Reichert OAB/RS 94.975\n\nTAQUARA - Rua General Frota, 2565, 2\u00ba Andar, Sala 02, Centro. Fone: 3541-5976. NOVO HAMBURGO - Rua \u00cdcaro, 326, Bairro Canudos. Fone: 3595-2874. ROLANTE - Rua Pedro Schneider, 427, Centro. Fone: 3547-1137.\n\n\f", "similar_texts_federais_bgem3": [ { "header": "Texto Similar 1 (C\u00edvel) - IdDocumentoCompleto: 5002019-50.2021.4.04.7002-701614211300334802932403172055", "text": "HELENA MARIA BUENO VEIGA ADVOGADA - OAB PR 87953 _____________________________________________________________________________ EXCELENTISSIMA SENHORA DOUTORA JUIZA FEDERAL DO JUIZADO ESPECIAL CIVEL DA JUSTI\u00c7A FEDERAL DA SE\u00c7AO JUDICIARIA DE FOZ DO IGUA\u00c7U \u2013 ESTADO DO PARAN\u00c1\nCLEUSA APARECIDA DOS SANTOS Brasileira, solteira, do lar, portadora da C\u00e9dula de Identidade Civil n\u00ba 8.495.3164 e do CPF n\u00ba 837.498.539-91, nascida em data de 19/08/1967, filha de Sebastiao Pereira dos Santos e de Leopoldina Gon\u00e7alves Padilha, residente e domiciliada na Rua Jo\u00e3o Pessoa, n\u00ba 268, Bairro Vila C Nova (perto da associa\u00e7\u00e3o dos moradores), CEP 85.870-210, nesta cidade de Foz do Igua\u00e7u, estado do Paran\u00e1, sem endere\u00e7o eletr\u00f4nico, por sua advogada infra-assinada, com endere\u00e7o profissional na Travessa J\u00falio Pasa, 57, Centro, Sala 01 (t\u00e9rreo), CEP 85.851-370, nesta cidade de Foz do Igua\u00e7u, local onde recebe intima\u00e7\u00f5es e notifica\u00e7\u00f5es, vem a presen\u00e7a de Vossa Excel\u00eancia, para propor a presente CONCESSAO DE BENEFICIO DE PRESTA\u00c7AO CONTINUADA DE ASSIST\u00caNCIA SOCIAL \u00c0 PESSOA COM DEFICI\u00caNCIA (BPC/LOAS) COM TUTELA ANTECIPADA Contra o INSS - INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - Autarquia Federal, representado pelo(a) Procurador(a) Chefe da Procuradoria com endere\u00e7o na Avenida Paran\u00e1 n\u00ba 1661, Bairro CR 01, nesta cidade de Foz do Igua\u00e7u, conforme passa a dispor.\nEndere\u00e7o: TRAVESSA JULIO PASA, 57, SALA 2, T\u00c9RREO, CENTRO, AO LADO DA CHURRASCARIA TROPICANA, EM FOZ DO IGUA\u00c7U - PARANA \u2013 CEP 85.851-370 \u2013 4530255857 \u2013 45991030990 (WHATSAPP) \u2013 E-MAIL helenambueno@hotmail.com\n\n\fHELENA MARIA BUENO VEIGA ADVOGADA - OAB PR 87953 _____________________________________________________________________________\nI- DA ASSIST\u00caNCIA JUDICI\u00c1RIA GRATUITA\nInicialmente, necess\u00e1rio destacar que a Autora declara n\u00e3o possuir no momento, condi\u00e7\u00f5es financeiras para arcar com as despesas processuais e os honor\u00e1rios advocat\u00edcios sem preju\u00edzo do seu pr\u00f3prio sustento ou da sua fam\u00edlia.\nDesta feita, requer o consentimento dos benef\u00edcios da Justi\u00e7a Gratuita, nos termos do artigo 98 do C\u00f3digo de Processo Civil, garantindo-lhe, deste modo, o efetivo acesso \u00e0 justi\u00e7a.\nMotivo este, que roga pela concess\u00e3o.\nII- DOS FATOS\nDesde o ano de 2019 a Autora est\u00e1 submetida as doen\u00e7as descritas como sendo ARTROSE TARSAL, DESVIO NA COLUNA (LOMBALGIA, CERVICALGIA), PROBLEMAS NAS PERNAS E DORES NO QUADRIL. Foi iniciado tratamento m\u00e9dico com especialista em Ortopedista, entre outros especialistas e fisioterapia. Contudo, apesar de v\u00e1rios tratamentos, a Autora n\u00e3o tem melhoras, encontrando-se incapacitada para exercer qualquer atividade que lhe garanta a subsist\u00eancia.\nDevido a sua incapacidade laborativa, requereu junto ao R\u00e9u em data de 19/07/2019 o benef\u00edcio assistencial \u00e0 pessoa com defici\u00eancia, sendo agendada para per\u00edcia socioecon\u00f4mica em data de 16/11/2020 e avalia\u00e7\u00e3o pericial para a mesma data. A per\u00edcia seria realizada na cidade de Maring\u00e1, o que foi reagendado para a data de 19/01/2021, na agencia de Foz do Igua\u00e7u.\nConforme se verifica no processo administrativo, nada consta o motivo do indeferimento.\nA per\u00edcia socioecon\u00f4mica n\u00e3o foi realizada \u201cin loco\u201d. Mas, seja na per\u00edcia socioecon\u00f4mica ou pericial medica, a Autora tem direito ao benef\u00edcio, uma vez que, enquadra-se nos dois requisitos exigidos para a concess\u00e3o do\nEndere\u00e7o: TRAVESSA JULIO PASA, 57, SALA 2, T\u00c9RREO, CENTRO, AO LADO DA CHURRASCARIA TROPICANA, EM FOZ DO IGUA\u00c7U - PARANA \u2013 CEP 85.851-370 \u2013 4530255857 \u2013 45991030990 (WHATSAPP) \u2013 E-MAIL helenambueno@hotmail.com\n\n\fHELENA MARIA BUENO VEIGA ADVOGADA - OAB PR 87953 _____________________________________________________________________________ benef\u00edcio aqui pleiteado, tendo em vista que, \u00e9 pobre e suas doen\u00e7as a impede de exercer qualquer atividade que lhe garanta a subsist\u00eancia.\nDesta forma, vem pleitear judicialmente a concess\u00e3o do benef\u00edcio, invocando a tutela estatal.\nS\u00e3o os fatos.\nIII- DA INCAPACIDADE \u00c9 inquestion\u00e1vel a incapacidade laborativa da Autora, sendo que, suas doen\u00e7as lhe causam:\n-DORES NA COLUNA, NOS TORNOZELOS E QUADRIL -TRAVAMENTO NAS PERNAS -DIFICULDADES NO CAMINHAR -PERDA DA FOR\u00c7A MUSCULAR\nA PRINCIPAL DOEN\u00c7A QUE CAISA INCAPACIDADE E QUE DEU ORIGEM AO PEDIDO DA AUTORA NO INSS \u00c9 A DOR LOMBAR BAIXA, CID 10M545, conforme atestado m\u00e9dico datado de 27/07/2021, constando o comprometimento de sua deambula\u00e7\u00e3o.\nConforme consta no laudo de ecografia articular (tornozelo direito), h\u00e1 sinais de artrose tarsal.\nEncontrando-se em uso dos seguintes medicamentos:\nParacetamol- 01 comprimido a cada 06 horas Dipirona- 01 comprimido a cada 06 horas Ibuprofeno- 01 comprimido a cada 08 horas Cinarizina- 01 comprimido por dia Sinvastatina- 01 comprimido por dia Cloridrato de Metoclopramida- 01 comprimido a cada 08 horas Metoclopramida- 01 comprimido de 8/8 horas\nEndere\u00e7o: TRAVESSA JULIO PASA, 57, SALA 2, T\u00c9RREO, CENTRO, AO LADO DA CHURRASCARIA TROPICANA, EM FOZ DO IGUA\u00c7U - PARANA \u2013 CEP 85.851-370 \u2013 4530255857 \u2013 45991030990 (WHATSAPP) \u2013 E-MAIL helenambueno@hotmail.com\n\n\fHELENA MARIA BUENO VEIGA ADVOGADA - OAB PR 87953 _____________________________________________________________________________\nS\u00e3o v\u00e1rios os medicamentos que faz uso sendo que, alguns medicamentos prescritos n\u00e3o s\u00e3o fornecidos pela rede p\u00fablica, tendo a Autora dificuldades em compra-las, devido sua condi\u00e7\u00e3o financeira.\nPode-se concluir que, diante das doen\u00e7as em que est\u00e1 submetida, as quais lhe causam incapacidade laborativa, possui este requisito para a concess\u00e3o do benef\u00edcio que pleiteia.\nIV- DA MISERABILIDADE Cumpre observar que, desde a DER a situa\u00e7\u00e3o da Autora \u00e9 a mesma, e ficou demonstrada na avalia\u00e7\u00e3o socioecon\u00f4mica com assistente social na agencia desta cidade.\nSua situa\u00e7\u00e3o \u00e9 a seguinte:\n1- N\u00e3o tem rendas 2- Vive de ajuda de cestas b\u00e1sicas 3- Reside em casa pr\u00f3pria, com 05 (cinco) pe\u00e7as, em bairro humilde 4- Os m\u00f3veis que guarnecem a resid\u00eancia est\u00e3o em p\u00e9ssimo estado de conserva\u00e7\u00e3o 5- Reside sozinha 6- N\u00e3o possui ve\u00edculos 7- Tem gastos primordiais com: -Medicamentos que n\u00e3o s\u00e3o fornecidos pela rede p\u00fablica -Alimentos -G\u00e1s de cozinha -Luz e Agua 8- Tem 02 filhos: -Joice Aparecida Evangelista, sem renda, separada, tem 03 filhos, n\u00e3o trabalha e reside em Foz do Igua\u00e7u. -Jailson dos Santos Evangelista, em uni\u00e3o est\u00e1vel, tem 02 filhos, trabalha no supermercado e reside em Foz do Igua\u00e7u\nEndere\u00e7o: TRAVESSA JULIO PASA, 57, SALA 2, T\u00c9RREO, CENTRO, AO LADO DA CHURRASCARIA TROPICANA, EM FOZ DO IGUA\u00c7U - PARANA \u2013 CEP 85.851-370 \u2013 4530255857 \u2013 45991030990 (WHATSAPP) \u2013 E-MAIL helenambueno@hotmail.com\n\n\fHELENA MARIA BUENO VEIGA ADVOGADA - OAB PR 87953 _____________________________________________________________________________\nComo pode ser observado Excel\u00eancia, a Autora j\u00e1 possu\u00eda quando da DER os requisitos para a obten\u00e7\u00e3o do benef\u00edcio, sendo indeferido pela Autarquia.\nDa an\u00e1lise das informa\u00e7\u00f5es socioecon\u00f4micas, conclui-se que, a Autora vive em situa\u00e7\u00e3o de risco social e n\u00e3o possui renda suficiente para atender suas necessidades b\u00e1sicas, possuindo tamb\u00e9m o requisito que se exige.\nCaracterizado o estado de miserabilidade da Parte Autora, deve ser deferido o benef\u00edcio de amparo social.\nV- DA TUTELA DE URGENCIA Desde logo, registre-se cuidar-se a pretens\u00e3o autoral de requerimento com natureza alimentar, a qual, com base na comprova\u00e7\u00e3o dos pressupostos dos artigos 294 e 300 do CPC, pretende obter provimento favor\u00e1vel j\u00e1 em primeira inst\u00e2ncia, por meio de pedido de tutela de urg\u00eancia, uma vez que, na presente situa\u00e7\u00e3o restam demonstrados a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado \u00fatil do processo.\nEst\u00e1 devidamente comprovado por robusta documenta\u00e7\u00e3o, a incapacidade da Autora, com o Laudo de ecografia do tornozelo, atestados m\u00e9dicos e receitas, atestando o quadro cl\u00ednico que compromete sua deambula\u00e7\u00e3o, bem como a Declara\u00e7\u00e3o de Hipossufici\u00eancia constatando o seu estado de miserabilidade e tamb\u00e9m do CNIS, demonstrando ter contribu\u00eddo com o INSS durante poucos per\u00edodos, pois suas doen\u00e7as a impediram de continuar trabalhando e consequentemente o de continuar contribuindo com a Previd\u00eancia.\nJ\u00e1 o perigo de dano \u00e9 evidenciado pelo fato da Autora se encontrar com doen\u00e7as que a incapacita para qualquer atividade, como tamb\u00e9m em estado de miserabilidade, n\u00e3o obtendo rendas para se sustentar, passando necessidades, sendo plenamente v\u00e1lido o requerimento do BPC/LOAS.\nIsto posto, pugna pela concess\u00e3o da tutela de urg\u00eancia em car\u00e1ter de medida liminar inaudita altera pars, pela condena\u00e7\u00e3o do R\u00e9u a conceder-lhe o benef\u00edcio previdenci\u00e1rio pretendido, no prazo m\u00e1ximo de 30 dias.\nEndere\u00e7o: TRAVESSA JULIO PASA, 57, SALA 2, T\u00c9RREO, CENTRO, AO LADO DA CHURRASCARIA TROPICANA, EM FOZ DO IGUA\u00c7U - PARANA \u2013 CEP 85.851-370 \u2013 4530255857 \u2013 45991030990 (WHATSAPP) \u2013 E-MAIL helenambueno@hotmail.com\n\n\fHELENA MARIA BUENO VEIGA ADVOGADA - OAB PR 87953 _____________________________________________________________________________\nVI- DO FUNDAMENTO JURIDICO\nA presente demanda versa sobre a concess\u00e3o do benef\u00edcio de presta\u00e7\u00e3o continuada de assist\u00eancia social \u00e0 pessoa com defici\u00eancia, benef\u00edcio este que a Autora tem direito, tendo em vista que possui os requisitos exigidos na Lei, quais sejam: incapacidade e miserabilidade.\nNesse sentido, o benef\u00edcio assistencial \u00e9 apenas um entre os v\u00e1rios ofertados pela Assistencial Social, sendo corol\u00e1rio desta, assistir as classes mais desfavorecidas da sociedade ou como a pr\u00f3pria lei denomina aquelas pessoas que estejam em forte vulnerabilidade social, tendo tais indiv\u00edduos que comprovarem o bin\u00f4mio, necessidade e possibilidade desta assist\u00eancia estatal. A norma constitucional buscou garantir o benef\u00edcio assistencial a toda pessoa portadora de defici\u00eancia que n\u00e3o possu\u00edsse as m\u00ednimas condi\u00e7\u00f5es econ\u00f4micas de subsist\u00eancia, seja por recursos pr\u00f3prios ou pela ajuda de sua fam\u00edlia.\nEsta norma constitucional tem a incumb\u00eancia de garantir um sal\u00e1rio m\u00ednimo mensal para o idoso e para o deficiente (art. 203, V), sendo esta garantia regulada pela Lei n.8.742/93 (Lei Org\u00e2nica da Assist\u00eancia Social \u2013 LOAS), a qual fixou par\u00e2metros de concess\u00e3o do supracitado benef\u00edcio.\nO legislador infraconstitucional, ao dispor sobre a organiza\u00e7\u00e3o da assist\u00eancia social, Lei n\u00ba 8.742, de 07.12.1993, estabeleceu, em seu art. 20, \u00a7 2\u00ba que, para efeito de concess\u00e3o do benef\u00edcio assistencial, a pessoa portadora de defici\u00eancia \u00e9 aquela incapacitada para a vida independente e para o trabalho.\nSubsume-se o caso, a hip\u00f3tese inscrita no Decreto n\u00ba 1.744, de 08.12.1995, que veio regulamentar o benef\u00edcio de presta\u00e7\u00e3o continuada previsto na Lei n. 8.742/93, o qual estabelece, em seu art. 6\u00ba, inciso I, que:\nArt. 6\u00ba Para fazer jus ao sal\u00e1rio m\u00ednimo mensal, o benefici\u00e1rio portador de defici\u00eancia dever\u00e1 comprovar que: (...) I \u2013 \u00e9 portador de defici\u00eancia que o incapacite para a vida independente e para o trabalho.\nEndere\u00e7o: TRAVESSA JULIO PASA, 57, SALA 2, T\u00c9RREO, CENTRO, AO LADO DA CHURRASCARIA TROPICANA, EM FOZ DO IGUA\u00c7U - PARANA \u2013 CEP 85.851-370 \u2013 4530255857 \u2013 45991030990 (WHATSAPP) \u2013 E-MAIL helenambueno@hotmail.com\n\n\fHELENA MARIA BUENO VEIGA ADVOGADA - OAB PR 87953 _____________________________________________________________________________\nO benef\u00edcio requerido pela Autora, concess\u00e3o de amparo assistencial - LOAS ao deficiente que foi institu\u00eddo pelo artigo 203, inciso V, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal foi regulamentado pelas Leis n\u00ba 8.742/93 e n\u00ba 10.741/03.\nCumpre observar que, a incapacidade da Autora \u00e9 para o trabalho e para a vida independente, causando-lhe impedimentos de longo prazo (superior a 2 anos), de natureza f\u00edsica, mental, intelectual e sensorial, os quais, atingem diversas barreiras, obstruindo sua participa\u00e7\u00e3o plena e efetiva na sociedade em igualdade de condi\u00e7\u00f5es com as demais pessoas.\nInteressante se faz destacar as altera\u00e7\u00f5es feitas nas Leis, no que tange a incapacidade para a concess\u00e3o do benef\u00edcio, eis que, as Leis de n\u00fameros 12.435/2011 e de n\u00fameros 12.470/2011, deixaram de exigir a incapacidade permanente, podendo a incapacidade ser parcial para que seja concedido o benef\u00edcio.\nSendo assim, mesmo tendo reconhecido atrav\u00e9s de per\u00edcia m\u00e9dica judicial que a incapacidade da Autora \u00e9 parcial, esta ter\u00e1 direito ao benef\u00edcio. Como se nota PELOS DOCUMENTOS AQUI JUNTADOS, a defici\u00eancia n\u00e3o precisa ser definitiva ou permanente. A incapacidade da Autora \u00e9 definitiva e ser\u00e1 demonstrada em per\u00edcia medica judicial. Al\u00e9m do fator incapacidade, a Autora possui o requisito da miserabilidade. Quanto a este requisito, restar\u00e1 comprovada pela visita \u201cin loco\u201d da assistente social. Ou ainda, mediante oitiva da pr\u00f3pria Autora e de testemunhas.\nPor estas razoes, tem direito ao benef\u00edcio, pois a legisla\u00e7\u00e3o em vigor ampara e agasalha perfeitamente o direito pleiteado na presente a\u00e7\u00e3o.\nVII- DAS PROVAS\nPara provar o alegado, junta os seguintes documentos:\n1- Exames\n2- Laudos m\u00e9dicos\nEndere\u00e7o: TRAVESSA JULIO PASA, 57, SALA 2, T\u00c9RREO, CENTRO, AO LADO DA CHURRASCARIA TROPICANA, EM FOZ DO IGUA\u00c7U - PARANA \u2013 CEP 85.851-370 \u2013 4530255857 \u2013 45991030990 (WHATSAPP) \u2013 E-MAIL helenambueno@hotmail.com\n\n\fHELENA MARIA BUENO VEIGA ADVOGADA - OAB PR 87953 _____________________________________________________________________________ 3-Cadastro no CRAS\n4- Documento dos filhos\n5- Receitas medicas\n6- C\u00f3pia do Processo administrativo\n7- Identidade da Autora e comprovante de endere\u00e7o\nVIII- DO VALOR DA CAUSA\nConsoante disp\u00f5e o artigo 292, \u00a7\u00a7 1\u00ba e 2\u00ba, do CPC, apresenta os c\u00e1lculos do valor da causa, tendo como base do c\u00e1lculo um sal\u00e1rio m\u00ednimo.\n\nDER: 19/07/2019 DISTRIBUI\u00c7AO DA A\u00c7AO: 22/02/2021 CALCULOS REALIZADOS DESDE A DATA DA DER ATE A DATA DA DISTRIBUI\u00c7AO DA A\u00c7AO\n\nPERIODOS\n19/07/2019 31/12/2019 01/01/2020 31/01/2020 01/02/2020 31/12/2020 01/01/2021 24/02/2021\n\nDIAS a 166 dias a 31 dias a 334 dias a 55 dias\n\nVALOR R$ 5.522.26 R$ 1.039.00 R$ 11.634,33 R$ 2.016.66\n\nTOTAL R$ 5.522.26 R$ 6.561.26 R$ 18.195.59 R$ 20.212.25\n\nOs valores das parcelas vencidas somam um total de R$ 20.212.25 (vinte mil duzentos e doze reais e vinte e cinco centavos).\n\nO valor a receber das parcelas a vencer \u00e9 de R$ 13.200.00 (treze mil e duzentos reais).\n\nSomados as parcelas vencidas com as parcelas a vencer totalizam R$ 33.412.25 (trinta e tr\u00eas mil, quatrocentos e doze reais e vinte e cinco centavos).\n\nEndere\u00e7o: TRAVESSA JULIO PASA, 57, SALA 2, T\u00c9RREO, CENTRO, AO LADO DA CHURRASCARIA TROPICANA, EM FOZ DO IGUA\u00c7U - PARANA \u2013 CEP 85.851-370 \u2013 4530255857 \u2013 45991030990 (WHATSAPP) \u2013 E-MAIL helenambueno@hotmail.com\n\n\fHELENA MARIA BUENO VEIGA ADVOGADA - OAB PR 87953 _____________________________________________________________________________\nIX- DOS PEDIDOS E REQUERIMENTOS\nDIANTE DO EXPOSTO, REQUER A VOSSA EXCEL\u00caNCIA:\nI- Que seja deferida a tutela de urg\u00eancia em car\u00e1ter liminar, no sentido de obrigar o R\u00e9u a IMPLANTAR o benef\u00edcio DE PRESTA\u00c7AO CONTINUADA DE ASSIST\u00caNCIA SOCIAL \u00c0 PESSOA COM DEFICI\u00caNCIA (BPC/LOAS para a Autora, em especial, pela incapacidade f\u00edsica em que lhe assiste e, pela sua situa\u00e7\u00e3o de miserabilidade, no prazo m\u00e1ximo de 30 dias;\nII- Seja recebida e processada a presente a\u00e7\u00e3o, confirmando-se a tutela de urg\u00eancia em favor da Autora, caso deferida e, condenando o Instituto Nacional de Seguro Social \u2013 INSS a IMPLANTAR o benef\u00edcio DE PRESTA\u00c7AO CONTINUADA DE ASSIST\u00caNCIA SOCIAL \u00c0 PESSOA COM DEFICI\u00caNCIA (BPC/LOAS, desde a DER que deu-se em 19/07/2019, acrescidos de juros e corre\u00e7\u00f5es, at\u00e9 a data do efetivo pagamento. Sendo que, os \u00edndices dever\u00e3o ser corrigidos monetariamente pelos \u00edndices oficiais de remunera\u00e7\u00e3o das cadernetas de poupan\u00e7a, nos termos do artigo 1\u00ba-F da Lei n\u00ba 9.494/97, com a reda\u00e7\u00e3o atribu\u00edda pela Lei n\u00ba 11.960/2009.\nIII- A condena\u00e7\u00e3o do R\u00e9u a PAGAR a import\u00e2ncia resultante da somat\u00f3ria das presta\u00e7\u00f5es vencidas entre a data da DER que deu-se em 19/07/2019 e, a data da implanta\u00e7\u00e3o do benef\u00edcio, atualizada monetariamente a partir dos respectivos vencimentos e acrescida de juros de mora at\u00e9 a data do efetivo pagamento e o pagamento de todas as presta\u00e7\u00f5es vincendas, ficando limitado ao teto de 60 (sessenta) sal\u00e1rios m\u00ednimos.\nIV- A cita\u00e7\u00e3o do Instituto Nacional de Seguro Social \u2013 INSS, na pessoa do(a) procurador(a), no endere\u00e7o j\u00e1 declinado, para querendo, responder nos termos da presente a\u00e7\u00e3o, sob pena de confiss\u00e3o;\nV- A intima\u00e7\u00e3o do R\u00e9u para que traga o resultado do laudo pericial e do laudo s\u00f3cioecon\u00f4mico;\nVI- A condena\u00e7\u00e3o do Requerido nos honor\u00e1rios advocat\u00edcios;\nEndere\u00e7o: TRAVESSA JULIO PASA, 57, SALA 2, T\u00c9RREO, CENTRO, AO LADO DA CHURRASCARIA TROPICANA, EM FOZ DO IGUA\u00c7U - PARANA \u2013 CEP 85.851-370 \u2013 4530255857 \u2013 45991030990 (WHATSAPP) \u2013 E-MAIL helenambueno@hotmail.com\n\n\fHELENA MARIA BUENO VEIGA ADVOGADA - OAB PR 87953 _____________________________________________________________________________ VII- Protesta provar o alegado por todos os meios de provas em direito admitidos, especialmente pela realiza\u00e7\u00e3o de 01 (uma) per\u00edcia medica com perito na especialidade em ORTOPEDISTA (para comprovar a incapacidade) e tamb\u00e9m do estudo s\u00f3cio econ\u00f4mico na resid\u00eancia da Autora, (atrav\u00e9s de uma assistente social), para confirmar o alegado, e o que mais necess\u00e1rio for. VIII- Em obedi\u00eancia ao disposto no artigo 319, VII do CPC, a Autora opta pela realiza\u00e7\u00e3o de audi\u00eancia de concilia\u00e7\u00e3o ou de media\u00e7\u00e3o. IX- Encontra-se a Autora sem condi\u00e7\u00f5es de trabalhar devido sua incapacidade e sem condi\u00e7\u00f5es financeiras para arcar com as custas processuais e honor\u00e1rios advocat\u00edcios, sem preju\u00edzo do seu sustento e de sua fam\u00edlia. Nesse sentido, junta-se a declara\u00e7\u00e3o de hipossufici\u00eancia. Por tais raz\u00f5es, pleiteiam-se os benef\u00edcios da Justi\u00e7a Gratuita, assegurados pela Constitui\u00e7\u00e3o Federal, em conformidade com o artigo 5\u00ba, LXXIV, pela Lei 13.105/2015 e artigo 98 e seguintes do CPC.\nD\u00e1-se a causa o valor de R$ 33.412.25 (trinta e tr\u00eas mil, quatrocentos e doze reais e vinte e cinco centavos).\nTermos em que, Pede Deferimento. Foz do Igua\u00e7u, 24 de fevereiro de 2021.\nHELENA MARIA BUENO VEIGA OAB/PR 87953\nEndere\u00e7o: TRAVESSA JULIO PASA, 57, SALA 2, T\u00c9RREO, CENTRO, AO LADO DA CHURRASCARIA TROPICANA, EM FOZ DO IGUA\u00c7U - PARANA \u2013 CEP 85.851-370 \u2013 4530255857 \u2013 45991030990 (WHATSAPP) \u2013 E-MAIL helenambueno@hotmail.com\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 2 (C\u00edvel) - IdDocumentoCompleto: 5017488-51.2017.4.04.7108-711505754300820681290761871058", "text": "EXMO.(A) SR.(A) DR.(A) JUIZ(A) FEDERAL DA ____ VARA FEDERAL DE NOVO HAMBURGO/RS.\nJUSSARA APARECIDA DE ARAUJO, brasileira, solteira, industriaria, inscrita no CPF sob o n\u00ba 636.671.260-34 e RG n\u00ba 5061800231, nascida em 30.05.1973, residente e domiciliada na Rua Tatiana Benedetto, n\u00ba 42, bairro Rio Branco, na cidade de Rolante/RS, atrav\u00e9s de sua procuradora signat\u00e1ria, vem respeitosamente perante V.Exa., propor\nA\u00c7\u00c3O DE PROCEDIMENTO DO JUIZADO ESPECIAL C\u00cdVEL COM PEDIDO DE TUTELA DE URG\u00caNCIA EM CAR\u00c1TER LIMINAR,\ncontra o INSS, por negativa de concess\u00e3o de benef\u00edcio de APS local, pelo que passa a expor.\n1. A Requerente \u00e9 segurada da Previd\u00eancia Social, como prova c\u00f3pia de CTPS, CNIS e INFBEN, ora juntados.\n2. Estando incapaz para o labor, em 23.05.2017 a Requerente postulou o benef\u00edcio de aux\u00edlio-doen\u00e7a n\u00ba 618.698.504-4, concedido at\u00e9 a cessa\u00e7\u00e3o em 11.06.2017. Permanecendo a incapacidade, a Requerente entrou no site do INSS para agendar a per\u00edcia de prorroga\u00e7\u00e3o, entretanto, por uma falha do sistema a prorroga\u00e7\u00e3o n\u00e3o restou aprazada, tudo conforme provam informa\u00e7\u00f5es de benef\u00edcio acostadas.\n3. Mantendo-se a incapacidade, em 12.07.2017 a Requerente realizou novo pedido de auxilio \u2013 doen\u00e7a n\u00ba 619.308.737-4, sendo\nTAQUARA - Rua General Frota, 2609, Centro. Fone: 3541-5976. ROLANTE - Rua Pedro Schneider, 427, Centro. Fone: 3547-1137.\n\n\feste indeferido por n\u00e3o constata\u00e7\u00e3o de incapacidade laborativa, conforme INFBEN anexo.\n4. Permanecendo incapaz para o trabalho, 21.08.2017, a Requerente solicitou novo benef\u00edcio do aux\u00edlio-doen\u00e7a de n\u00ba 619.830063-7, sendo a per\u00edcia designada para dia 04.09.2017. Ocorre que a Autarquia concedeu o benef\u00edcio apenas at\u00e9 a per\u00edcia, sendo negada a manuten\u00e7\u00e3o do benef\u00edcio para al\u00e9m desta data, tamb\u00e9m nos termos do INFBEN incluso.\n5. Excel\u00eancia, evidente o engano da Autarquia em negar o benef\u00edcio, uma vez que a Requerente se encontra totalmente incapaz para o labor por sofrer de S\u00edndrome do manguito rotador (CID 10 M75.1), Bursite do ombro direito (CID 10 - M75.5), Outra degenera\u00e7\u00e3o de disco cervical (CID 10 M50.3), Sinovite e tenossinovite (CID10 M65), Dorsalgia (CID10 M54), S\u00edndrome de colis\u00e3o do ombro (CID10 M75.4), Cervicalgia (CID10 M54.2), conforme laudos anexos.\n6. Importante destacar que a Requerente realiza tratamento cont\u00ednuo com m\u00e9dico ortopedista e fisioterapeuta, sem previs\u00e3o de alta, consoante documentos m\u00e9dicos acostados.\n7. Frise-se que o Ortopedista que acompanha o tratamento atesta que a Requerente apresenta piora em seu quadro cl\u00ednico, declarando que em raz\u00e3o das mol\u00e9stias a Requerente sofre com edema significativo na regi\u00e3o peitoral \u00e0 direita, dor na mobiliza\u00e7\u00e3o, rota\u00e7\u00e3o interna e abdu\u00e7\u00e3o do ombro direito, al\u00e9m de perda de for\u00e7a no membro, necessitando de afastamento laboral por tempo indeterminado.\n8. N\u00e3o bastasse, o M\u00e9dico do Trabalho da Empresa em que a Requerente labora a considera INAPTA para suas atividades laborais em raz\u00e3o das mol\u00e9stias, conforme laudos anexos. Desse\nTAQUARA - Rua General Frota, 2609, Centro. Fone: 3541-5976. ROLANTE - Rua Pedro Schneider, 427, Centro. Fone: 3547-1137.\n\n\fmodo, comprova-se que a Requerente se encontra impedida de retornar ao labor, visto que a pr\u00f3pria empresa em que trabalha possui entendimento no sentido de que sua condi\u00e7\u00e3o de sa\u00fade \u00e9 incapacitante.\n9. Ressalta-se ainda que exames m\u00e9dicos recentes, como Resson\u00e2ncia Magn\u00e9tica e Ultrassonografia, atestaram que a Requerente sofre de Bursite subacriomial-subdeltoidea no ombro direito, conforme exames acostados.\n10. Em decorr\u00eancia da doen\u00e7a, a Requerente necessita permanecer em benef\u00edcio, tendo em vista que n\u00e3o conseguiu mais retomar seu trabalho, passando a necessitar da ajuda de terceiros para sua sobreviv\u00eancia e tratamento.\n11. Portanto, a negativa do benef\u00edcio possui car\u00e1ter desumano, como provam os exames e documentos m\u00e9dicos emitidos pelos especialistas que acompanham o tratamento da Requerente.\n12. A Requerente entende ter preenchido os requisitos para que lhe seja concedida a TUTELA DE URG\u00caNCIA, liminarmente, a fim de implantar imediatamente o benef\u00edcio de aux\u00edlio-doen\u00e7a, uma vez que: a) apresentou elementos que evidenciam a probabilidade de seu direito, haja vista ter comprovado ser portador de mol\u00e9stia incapacitante; b) demonstrou tamb\u00e9m o perigo de dano, dada a urg\u00eancia para manter-se, pois \u00e9 pessoa doente e n\u00e3o possui qualquer rendimento.\n13. A Requerente postula ainda o benef\u00edcio da Gratuidade de Justi\u00e7a, para tanto acosta ao feito Declara\u00e7\u00e3o de Hipossufici\u00eancia firmada nos termos da Lei 1.060/50, acompanhada de comprovante de que n\u00e3o h\u00e1 na base de dados da Receita Federal\nTAQUARA - Rua General Frota, 2609, Centro. Fone: 3541-5976. ROLANTE - Rua Pedro Schneider, 427, Centro. Fone: 3547-1137.\n\n\fdo Brasil Declara\u00e7\u00e3o de Imposto de Renda em seu nome, bem como Certid\u00e3o de Regularidade do CPF.\n14. Em aten\u00e7\u00e3o ao art. 319, VII e art. 334, \u00a7 5\u00ba do novo CPC, a Requerente manifesta op\u00e7\u00e3o pela n\u00e3o realiza\u00e7\u00e3o de audi\u00eancia de concilia\u00e7\u00e3o ou media\u00e7\u00e3o.\nISSO POSTO, requer \u00e0 Vossa Excel\u00eancia:\na) o deferimento da TUTELA DE URG\u00caNCIA, LIMINARMENTE, para implantar o benef\u00edcio de aux\u00edlio-doen\u00e7a ao Requerente, em conformidade com o art. 300 e art. 300 \u00a7 2\u00ba do novo CPC;\nb) a cita\u00e7\u00e3o do INSS, atrav\u00e9s de seu representante legal, nos termos do art. 334 do novo CPC para audi\u00eancia de concilia\u00e7\u00e3o ou media\u00e7\u00e3o.\nb.1 Ressalvado o direito da Autarquia de manifestar-se no prazo de 10 dias de anteced\u00eancia contados da data de audi\u00eancia sobre seu desinteresse na realiza\u00e7\u00e3o de audi\u00eancia de concilia\u00e7\u00e3o ou media\u00e7\u00e3o, nos termos do art. 334, \u00a7 5\u00ba do novo CPC;\nc) a proced\u00eancia do pedido para condenar o INSS a conceder \u00e0 Requerente, subsidiariamente:\nc.1) a aposentadoria por invalidez, sendo constatada que sua incapacidade \u00e9 permanente, inclusive com acr\u00e9scimo de 25% em caso de constata\u00e7\u00e3o da depend\u00eancia permanente de terceira pessoa ou;\nTAQUARA - Rua General Frota, 2609, Centro. Fone: 3541-5976. ROLANTE - Rua Pedro Schneider, 427, Centro. Fone: 3547-1137.\n\n\fc.2) o restabelecimento do benef\u00edcio de aux\u00edlio-doen\u00e7a de n\u00ba 618.698.504-4, desde a data da cessa\u00e7\u00e3o indevida (11.06.2017), enquanto perdurar a incapacidade ou;\nc.3) a concess\u00e3o do benef\u00edcio de aux\u00edlio-doen\u00e7a de n\u00ba 619.308.737-4, desde a data do indeferimento indevido (12.07.2017), enquanto perdurar a incapacidade ou;\nc.4) o restabelecimento do benef\u00edcio de aux\u00edlio-doen\u00e7a de n\u00ba 619.830.063-7, desde a data da cessa\u00e7\u00e3o indevida (04.09.2017), enquanto perdurar a incapacidade.\nd) o pagamento das parcelas vencidas e vincendas, atualizadas monetariamente, acrescidas de juros legais, mais honor\u00e1rios advocat\u00edcios;\ne) a expedi\u00e7\u00e3o de RPV referente aos valores acumulados a t\u00edtulo de atrasados, sendo destacado o percentual de 25% em favor de REICHERT SOCIEDADE INDIVIDUAL DE ADVOCACIA(CNPJ: 24.481.610/000112) em raz\u00e3o dos servi\u00e7os prestados, consoante Contrato de Honor\u00e1rios em anexo;\nf) protesta por todos os meios de prova em direito admitidos, principalmente prova documental ora juntada, prova pericial por m\u00e9dico ORTOPEDISTA, haja vista as particularidades da mol\u00e9stia, inclusive com a realiza\u00e7\u00e3o de exames m\u00e9dicos eventualmente ainda necess\u00e1rios;\ng) seja o INSS compelido a juntar aos autos o processo administrativo, para fazer prova na presente a\u00e7\u00e3o, sob as penas do art. 438, II do novo CPC;\nTAQUARA - Rua General Frota, 2609, Centro. Fone: 3541-5976. ROLANTE - Rua Pedro Schneider, 427, Centro. Fone: 3547-1137.\n\n\fh) o deferimento de tutela de urg\u00eancia em car\u00e1ter liminar no despacho inicial da demanda, ou no momento da per\u00edcia, ou ainda, quando da prola\u00e7\u00e3o da senten\u00e7a com fulcro no art. 300 e art. 300 \u00a7 2\u00ba do novo CPC; i) o benef\u00edcio da Assist\u00eancia Judici\u00e1ria Gratuita, para isent\u00e1-lo de toda e qualquer custa decorrente do presente processo, inclusive honor\u00e1rios periciais, exames m\u00e9dicos complementares eventualmente realizados, entre outras, com base na declara\u00e7\u00e3o de pobreza em anexo, na forma da Lei 1.060/50 c/c art. 98 do novo CPC.\nDa \u00e0 a\u00e7\u00e3o o valor de R$ 14055,00 (R$ 958,93 x 15) Nestes termos, pede deferimento. Taquara, 18 setembro de 2017.\nBel. Ramona C. Reichert OAB/RS 94.975\nTAQUARA - Rua General Frota, 2609, Centro. Fone: 3541-5976. ROLANTE - Rua Pedro Schneider, 427, Centro. Fone: 3547-1137.\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 3 (C\u00edvel) - IdDocumentoCompleto: 5015347-20.2021.4.04.7108-711626375629251491137864427195", "text": "CHARLES AUGUSTO DA ROSA ADVOGADOS ASSOCIADOS\nEXCELENT\u00cdSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) FEDERAL DA VARA DO JUIZADO ESPECIAL FEDERAL PREVIDENCI\u00c1RIO DA SUBSE\u00c7\u00c3O JUDICI\u00c1RIA DE NOVO HAMBURGO \u2013 SE\u00c7\u00c3O JUDICI\u00c1RIA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL.\n\nPEDIDO DE ANTECIPA\u00c7\u00c3O DOS EFEITOS DA TUTELA ASSIST\u00caNCIA JUDICI\u00c1RIA GRATUITA\n\nALBINA DE FATIMA DA SILVA SCHMIDT, brasileira, solteira, cadastrada no RG sob o n\u00ba1125349223, inscrita no CPF sob o n\u00ba 973.459.620-91, residente e domiciliada na Rua S\u00e3o Jo\u00e3o Del Rey, n\u00ba34, Bairro Voo Livre, em Sapiranga/RS, CEP 93822042, por seu procurador, instrumento de mandato ora incluso, CHARLES AUGUSTO DA ROSA, brasileiro, casado, advogado, inscrito na OAB/RS sob o n\u00ba 91.798, com escrit\u00f3rio profissional localizado na Rua Santiago Dantas, n\u00b0 186, Bairro Gl\u00f3ria em Porto Alegre/RS, vem respeitosamente \u00e0 presen\u00e7a de Vossa Excel\u00eancia, propor a presente\nA\u00c7\u00c3O PREVIDENCI\u00c1RIA DE CONCESS\u00c3O DE BENEF\u00cdCIO DE PRESTA\u00c7\u00c3O CONTINUADA DA ASSIST\u00caNCIA SOCIAL \u2013 BPC \u2013 LOAS \u00c0 PESSOA COM DEFICI\u00caNCIA, com fulcro no art. 203, V, CF/88, com pedido de antecipa\u00e7\u00e3o dos efeitos da tutela, nos termos do artigo 3\u00ba da Lei n. 10.259 de 2001\n\nEm face do INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL \u2013 INSS, Autarquia P\u00fablica Federal com sede em Bras\u00edlia/DF e Superintend\u00eancia em Porto Alegre, pelos fatos e fundamentos a seguir aduzidos.\n\nI\n\n\u2013\n\nPRELIMINARMENTE:\n\nINDISPENS\u00c1VEIS AO DESLINDE DA PRESENTE A\u00c7\u00c3O\n\nDOS\n\nDOCUMENTOS\n\nPara o deslinde do processo \u00e9 necess\u00e1rio que o INSS junte aos autos, c\u00f3pia do processo administrativo da parte autora, inclusive atestados e laudos m\u00e9dicos retidos no momento da per\u00edcia, por serem documentos necess\u00e1rios e indispens\u00e1veis para o deslinde da demanda, nos termos do artigo 11 da Lei 10.259/01:\n\nArt. 11. A entidade p\u00fablica r\u00e9 dever\u00e1 fornecer ao Juizado a documenta\u00e7\u00e3o de que disponha para o esclarecimento da causa, apresentando-a at\u00e9 a instala\u00e7\u00e3o da audi\u00eancia de concilia\u00e7\u00e3o.\n\nDessa forma, tratando-se de documentos que s\u00e3o comuns \u00e0s partes, n\u00e3o h\u00e1 que haver recusa do Instituto requerido em apresentar tais documentos, nos termos dos artigos 355 e 358 do C\u00f3digo de Processo Civil.\n\nRua Santiago Dantas, n\u00b0 186, em Porto Alegre/RS \u2013 Av. Bento Gon\u00e7alves, n\u00b0 795, em Porto Alegre/RS (51) 31784601\n\n\fCHARLES AUGUSTO DA ROSA ADVOGADOS ASSOCIADOS\nII \u2013 DA JUSTI\u00c7A GRATUITA\nA autora \u00e9 pessoa pobre na acep\u00e7\u00e3o legal do termo, n\u00e3o tendo condi\u00e7\u00f5es de custear qualquer demanda judicial, sen\u00e3o em detrimento da j\u00e1 combalida situa\u00e7\u00e3o econ\u00f4mico-financeira do grupo familiar a que pertence.\nDe modo que, atento \u00e0 Lei 1.060/50 e dispositivo constitucional hiante em seu Art. 5\u00ba inciso LXXIV, declarando sob os comandos legais seu estado de hipossufici\u00eancia econ\u00f4mica, como condi\u00e7\u00e3o de acesso \u00e0 postula\u00e7\u00e3o da Jurisdi\u00e7\u00e3o Estadual apropriada, requer o benepl\u00e1cito da Justi\u00e7a Gratuita.\nIII \u2013 DA ANTECIPA\u00c7\u00c3O DE TUTELA\nRelacionando as patologias incapacitantes que acometem a requerente e o estado em que se encontra, conclui-se que a mesma est\u00e1 impossibilitada para exercer suas atividades habituais, al\u00e9m de futuras atividades laborativas e, caso n\u00e3o seja concedida a antecipa\u00e7\u00e3o de tutela, a requerente ser\u00e1 extremamente prejudicada.\nA exposi\u00e7\u00e3o dos fatos, bem como a farta prova documental acostada n\u00e3o deixa qualquer d\u00favida do direito da autora em receber o benef\u00edcio pleiteado, fundado o receio de dano irrepar\u00e1vel ou de dif\u00edcil repara\u00e7\u00e3o repousa no risco do quadro de miserabilidade da requerente, ademais o Egr\u00e9gio Tribunal Regional Federal da 4\u00aa Regi\u00e3o, prev\u00ea a possibilidade de antecipa\u00e7\u00e3o de tutela em casos an\u00e1logos:\n\u201cEMENDA: BENEF\u00cdCIO ASSISTENCIAL. INCAPACIDADE PARA O TRABALHO E PARA A VIDA INDEPENDENTE. SITUA\u00c7\u00c3O DE RISCO SOCIAL. REQUISITOS PREENCHIDOS. 1. O direito ao benef\u00edcio assistencial pressup\u00f5e o preenchimento dos seguintes requisitos: a) condi\u00e7\u00e3o de deficiente (incapacidade para o trabalho e para a vida independente) ou idoso (neste caso, considerando-se, desde 1\u00ba de janeiro de 2004, a idade de 65 anos); b) situa\u00e7\u00e3o de risco social (estado de miserabilidade, hipossufici\u00eancia econ\u00f4mica ou situa\u00e7\u00e3o de desamparo) do autor e de sua fam\u00edlia. 2. Comprovado que a parte autora possui impedimentos de longo prazo, de natureza intelectual, que a incapacitam para o trabalho e para a vida independente. 3. No c\u00e1lculo da renda familiar per capita, deve ser exclu\u00eddo o valor auferido por pessoa idosa a t\u00edtulo de benef\u00edcio assistencial ou benef\u00edcio previdenci\u00e1rio de renda m\u00ednima, este \u00faltimo por aplica\u00e7\u00e3o anal\u00f3gica do par\u00e1grafo \u00fanico do art. 34 da Lei n.\u00ba 10.741/03. 4. N\u00e3o comp\u00f5em o grupo familiar, para verifica\u00e7\u00e3o da renda, o irm\u00e3o casado, a esposa e os filhos deste. 5. Operadas as exclus\u00f5es dos valores dos benef\u00edcios previdenci\u00e1rios dos pais do demandante, a renda mensal per capita \u00e9 inexistente, configurando-se, assim, a situa\u00e7\u00e3o de risco social necess\u00e1ria \u00e0 concess\u00e3o do benef\u00edcio. 6. Comprovado o preenchimento dos requisitos legais, deve ser concedido o benef\u00edcio em favor da parte autora, desde o requerimento administrativo.\u201d (TRF4, REOAC\nRua Santiago Dantas, n\u00b0 186, em Porto Alegre/RS \u2013 Av. Bento Gon\u00e7alves, n\u00b0 795, em Porto Alegre/RS (51) 31784601\n\n\fCHARLES AUGUSTO DA ROSA ADVOGADOS ASSOCIADOS\n0004630-43.2011.404.9999, Sexta Turma, Relatora Eliana Paggiarin Marinho, D.E. 25/07/2011)\nComo visto acima, pleiteia-se uma presta\u00e7\u00e3o de natureza alimentar, indispens\u00e1vel por si mesma \u00e0 sobreviv\u00eancia da requerente, pessoa simples, que, al\u00e9m de tudo, est\u00e1 com dificuldades de arcar com suas despesas, agravadas pela doen\u00e7a.\nA apar\u00eancia do direito, que corresponde ao requisito legal da prova inequ\u00edvoca e da verossimilhan\u00e7a da alega\u00e7\u00e3o, est\u00e1 presente nos fatos alegados e nas provas juntadas nesta inicial, formando o conjunto probat\u00f3rio necess\u00e1rio para a realiza\u00e7\u00e3o da cogni\u00e7\u00e3o sum\u00e1ria, indispens\u00e1vel a essa tutela de urg\u00eancia.\nEm raz\u00e3o de o car\u00e1ter alimentar da pretens\u00e3o deduzida em ju\u00edzo, sendo que sua aus\u00eancia no momento presente n\u00e3o poder\u00e1 ser suprida no futuro, nem mesmo pela melhor das recomposi\u00e7\u00f5es dos valores atrasados, v\u00ea-se deparado ao receio de dano irrepar\u00e1vel ou de dif\u00edcil repara\u00e7\u00e3o.\nNos contornos desta lide, \u00e9 inafast\u00e1vel a ideia de demora na presta\u00e7\u00e3o jurisdicional, pois as a\u00e7\u00f5es movidas contra o Instituto requerido s\u00e3o alvo de in\u00fameros recursos e sujeito a procedimentos que provocam uma espera de anos para a solu\u00e7\u00e3o do lit\u00edgio, n\u00e3o sendo raras as situa\u00e7\u00f5es em que a doen\u00e7a (vida) n\u00e3o espera a justi\u00e7a (lenta).\nPela verossimilhan\u00e7a das alega\u00e7\u00f5es, pelos fatos e elementos probat\u00f3rios trazidos nesta exordial, e pela natureza alimentar da presta\u00e7\u00e3o de direito material, busca-se uma tutela de urg\u00eancia, visto que a requerente apresenta um quadro delicado, necessitando de um acompanhamento m\u00e9dico ininterrupto, valendo-se para tal, da tutela antecipat\u00f3ria.\nDestarte, conforme visto alhures, diante dos fatos e das provas arroladas na inicial, h\u00e1 a possibilidade de concess\u00e3o da antecipa\u00e7\u00e3o da tutela, determinandose, desde j\u00e1, ao requerido que efetue imediatamente o pagamento do benef\u00edcio previdenci\u00e1rio de Amparo Assistencial ao Portador de Defici\u00eancia.\nAssim, \u00e9 a medida que se requer com extrema URG\u00caNCIA.\nIV \u2013 DOS FATOS\nNa data de 16/12/2019, a autora ingressou, junto ao INSS, com pedido de Benef\u00edcio de Presta\u00e7\u00e3o Continuada \u2013 LOAS sob o NB:708.925.533-7.\nOcorre que, o pedido foi indeferido sob o argumento de n\u00e3o atender aos crit\u00e9rios de defici\u00eancia para acesso ao BPC-LOAS, conforme comunica\u00e7\u00e3o de decis\u00e3o em anexo. Todavia essa informa\u00e7\u00e3o n\u00e3o procede, pois, a autora \u00e9 acometida por v\u00e1rios problemas psiqui\u00e1tricos.\nComo mostram os documentos m\u00e9dicos em anexo, a requerente possui s\u00e9rios problemas de sa\u00fade, motivo pelo qual encontra-se em tratamento m\u00e9dico ininterrupto.\nRua Santiago Dantas, n\u00b0 186, em Porto Alegre/RS \u2013 Av. Bento Gon\u00e7alves, n\u00b0 795, em Porto Alegre/RS (51) 31784601\n\n\fCHARLES AUGUSTO DA ROSA ADVOGADOS ASSOCIADOS\nFrisa-se que o devido ao seu quadro de sa\u00fade, a autora encontra-se totalmente incapacitada para exercer atividades laborativas, eis que, por conta das mol\u00e9stias que a acometera.\nAl\u00e9m de estar incapacitada devido as doen\u00e7as, a autora necessita de medicamentos dispendiosos para manter seu tratamento m\u00e9dico, raz\u00e3o pela qual faz jus ao benef\u00edcio do Amparo Assistencial a Pessoa Portadora de Defici\u00eancia - LOAS, a qual deveria ter sido concedido pelo INSS.\nDesse modo, a demandante corresponde aos requisitos de miserabilidade e incapacidade, sendo portadora das seguintes patologias, classificadas pelo CID-10 com a seguinte denomina\u00e7\u00e3o:\n\u2022 F31.4- Transtorno afetivo bipolar, epis\u00f3dio atual depressivo grave sem sintomas psic\u00f3ticos;\n\u2022 F31.1- Transtorno afetivo bipolar, epis\u00f3dio atual depressivo leve ou moderado;\n\u2022 F31.7- Transtorno afetivo bipolar, atualmente em remiss\u00e3o;\n\u2022 F31.3- Transtorno afetivo bipolar, epis\u00f3dio atual depressivo leve ou moderado;\n\u2022 Z01.0- Exame dos olhos e da vis\u00e3o; \u2022 F20.0- Esquizofrenia paranoide; \u2022 F20.1- Esquizofrenia hebefr\u00eanica; \u2022 F20.2 -Esquizofrenia catat\u00f4nica; \u2022 F20.3 -Esquizofrenia indiferenciada; \u2022 F20.4 -Depress\u00e3o p\u00f3s-esquizofr\u00eanica; \u2022 F20.5- Esquizofrenia residual \u2022 F20.6- Esquizofrenia simples; \u2022 F20.8-Outras Esquizofrenias; \u2022 F32. 3 Epis\u00f3dio depressivo grave com sintomas psic\u00f3ticos; \u2022 F31.5 - Transtorno afetivo bipolar, epis\u00f3dio atual\ndepressivo grave com sintomas psic\u00f3ticos.\nComo se comprova atrav\u00e9s dos laudos m\u00e9dicos anexados.\nLogo, a enfermidade da autora, cumulada com sua condi\u00e7\u00e3o social, a incapacitam para a realiza\u00e7\u00e3o de suas atividades habituais.\nPor tudo o que foi dito at\u00e9 aqui, a demandante se enquadra no artigo 20, \u00a7 2\u00ba da Lei n\u00ba 8.742/93, que garante a percep\u00e7\u00e3o do Benef\u00edcio de Presta\u00e7\u00e3o Continuada \u2013 LOAS, tendo em vista a sua condi\u00e7\u00e3o de miserabilidade e a incapacita\u00e7\u00e3o laboral causada pela enfermidade de que \u00e9 portadora.\nRua Santiago Dantas, n\u00b0 186, em Porto Alegre/RS \u2013 Av. Bento Gon\u00e7alves, n\u00b0 795, em Porto Alegre/RS (51) 31784601\n\n\fCHARLES AUGUSTO DA ROSA ADVOGADOS ASSOCIADOS\nEm assim sendo, diante de tais fatos, a demandante \u00e9 merecedora do amparo assistencial requerido junto ao INSS, uma vez que preenche os requisitos estabelecidos em lei para a concess\u00e3o do benef\u00edcio pretendido.\nTendo isto, considerando que o objetivo do amparo assistencial \u00e9 o de dar o m\u00ednimo de dignidade e suprir as necessidades mais imediatas dos seus requerentes que vivam em condi\u00e7\u00f5es de miserabilidade, a situa\u00e7\u00e3o da autora certamente se encaixa no grupo familiar em que est\u00e1 inserido o padr\u00e3o de vida capaz de mitigar o estado de pen\u00faria preconizado na Lei.\nAssim, por tudo isso, a requerente merece o amparo do Estado Social de Direito, na forma do benef\u00edcio assistencial \u00e0 pessoa pobre e incapaz.\nIsto posto, vistos os documentos m\u00e9dicos acostados, far-se-\u00e1 necess\u00e1ria a realiza\u00e7\u00e3o de per\u00edcias m\u00e9dicas, com especialistas em PSIQUIATRIA, bem como a designa\u00e7\u00e3o de avalia\u00e7\u00e3o com a ASSISTENTE SOCIAL, a fim de comprovar as condi\u00e7\u00f5es de miserabilidade da autora, caso necess\u00e1rio for, a serem designados por Vossa Excel\u00eancia, para que seja reconhecida sua incapacidade, o impedimento da vida laboral e comprovar as condi\u00e7\u00f5es de miserabilidade.\nIV.1 - DA RELA\u00c7\u00c3O DA INCAPACIDADE COM A PROFISS\u00c3O\nDeve-se informar que as patologias da requerente incidem e conflitam diretamente com as atividades laborativas as quais a mesmo exerceu durante a vida.\nVerifica-se que seu estado de sa\u00fade chegou ao \u00e1pice, visto que a mesma sofre diretamente com os problemas psiqui\u00e1tricos de sa\u00fade que possu\u00ed.\nAtrav\u00e9s dos fatos apresentados, comparados com a fun\u00e7\u00e3o laboral da requerente, conclui-se na total incapacidade da mesma, tendo em vista que em uma an\u00e1lise equivocada do seu estado de sa\u00fade, a liberando para exercer qualquer atividade, poder\u00e1 a condicionar em agravamentos.\nCabe-se fazer a men\u00e7\u00e3o ao conceito de incapacidade adotado pela Organiza\u00e7\u00e3o Mundial de Sa\u00fade (OMS), de que se considera incapacidade \u201cqualquer redu\u00e7\u00e3o ou falta (resultante de uma defici\u00eancia ou disfun\u00e7\u00e3o) da capacidade para realizar uma atividade de uma maneira considerada normal para o ser humano, ou que esteja dentro do espectro considerada normal\u201d.\nPortanto, analisando o caso em concreto, sob o vi\u00e9s do conceito de incapacidade adotado pela Organiza\u00e7\u00e3o Mundial de Sa\u00fade, diante das patologias que acometem a parte autora, como sua idade e as fun\u00e7\u00f5es exercidas pelas suas atividades laborais e habituais, deduz-se que a demandante se encontra incapacitada para o trabalho.\nV \u2013 DOS FUNDAMENTOS JUR\u00cdDICOS\nRua Santiago Dantas, n\u00b0 186, em Porto Alegre/RS \u2013 Av. Bento Gon\u00e7alves, n\u00b0 795, em Porto Alegre/RS (51) 31784601\n\n\fCHARLES AUGUSTO DA ROSA ADVOGADOS ASSOCIADOS\nA pretens\u00e3o da requerente em receber o benef\u00edcio assistencial encontra-se devidamente amparada pela LEI MAIOR, especificamente no artigo 203 da Constitui\u00e7\u00e3o Federal, \u201cin verbis\u201d:\n\u201cArt. 203. A assist\u00eancia social ser\u00e1 prestada a quem dela necessitar, independentemente de contribui\u00e7\u00e3o \u00e0 seguridade social, e tem por objetivos:\nI - a prote\u00e7\u00e3o \u00e0 fam\u00edlia, \u00e0 maternidade, \u00e0 inf\u00e2ncia, \u00e0 adolesc\u00eancia e \u00e0 velhice; II - o amparo \u00e0s crian\u00e7as e adolescentes carentes; III - a promo\u00e7\u00e3o da integra\u00e7\u00e3o ao mercado de trabalho; IV - a habilita\u00e7\u00e3o e reabilita\u00e7\u00e3o das pessoas portadoras de defici\u00eancia e a promo\u00e7\u00e3o de sua integra\u00e7\u00e3o \u00e0 vida comunit\u00e1ria; V - a garantia de um sal\u00e1rio m\u00ednimo de benef\u00edcio mensal \u00e0 pessoa portadora de defici\u00eancia e ao idoso que comprovem n\u00e3o possuir meios de prover \u00e0 pr\u00f3pria manuten\u00e7\u00e3o ou de t\u00ea-la provida por sua fam\u00edlia, conforme dispuser a lei.\u201d\nCom efeito, a Lei n\u00famero 8.742/93, a qual disp\u00f5e sobre a organiza\u00e7\u00e3o da Assist\u00eancia Social, aduz que:\n\u201cArt. 20. O benef\u00edcio de presta\u00e7\u00e3o continuada \u00e9 a garantia de 1 (um) sal\u00e1rio m\u00ednimo mensal \u00e0 pessoa portadora de defici\u00eancia e ao idoso com 70 (setenta) anos ou mais e que comprovem n\u00e3o possuir meios de prover a pr\u00f3pria manuten\u00e7\u00e3o e nem de t\u00ea-la provida por sua fam\u00edlia.\n\u00a7 2\u00ba Para efeito de concess\u00e3o deste benef\u00edcio, a pessoa portadora de defici\u00eancia \u00e9 aquela incapacitada para a vida independente e para o trabalho.\n\u00a7 3\u00ba Considera-se incapaz de prover a manuten\u00e7\u00e3o da pessoa portadora de defici\u00eancia ou idosa a fam\u00edlia cuja renda mensal per capita seja inferior a 1/4 (um quarto) do sal\u00e1rio m\u00ednimo.\u201d (Grifo nosso).\nIgualmente, o art. 2\u00b0 da mesma Lei preconiza:\n\u201cArt. 2\u00ba A assist\u00eancia social tem por objetivos:\nI - a prote\u00e7\u00e3o \u00e0 fam\u00edlia, \u00e0 maternidade, \u00e0 inf\u00e2ncia, \u00e0 adolesc\u00eancia e \u00e0 velhice; II - o amparo \u00e0s crian\u00e7as e adolescentes carentes; III - a promo\u00e7\u00e3o da integra\u00e7\u00e3o ao mercado de trabalho; IV - a habilita\u00e7\u00e3o e reabilita\u00e7\u00e3o das pessoas portadoras de defici\u00eancia e a promo\u00e7\u00e3o de sua integra\u00e7\u00e3o \u00e0 vida comunit\u00e1ria; V - a garantia de 1 (um) sal\u00e1rio m\u00ednimo de benef\u00edcio mensal \u00e0 pessoa portadora de defici\u00eancia e ao idoso que comprovem n\u00e3o possuir\nRua Santiago Dantas, n\u00b0 186, em Porto Alegre/RS \u2013 Av. Bento Gon\u00e7alves, n\u00b0 795, em Porto Alegre/RS (51) 31784601\n\n\fCHARLES AUGUSTO DA ROSA ADVOGADOS ASSOCIADOS\nmeios de prover a pr\u00f3pria manuten\u00e7\u00e3o ou de t\u00ea-la provida por sua fam\u00edlia.\nPar\u00e1grafo \u00fanico. A assist\u00eancia social realiza-se de forma integrada \u00e0s pol\u00edticas setoriais, visando ao enfrentamento da pobreza, \u00e0 garantia dos m\u00ednimos sociais, ao provimento de condi\u00e7\u00f5es para atender conting\u00eancias sociais e \u00e0 universaliza\u00e7\u00e3o dos direitos sociais.\u201d\nPois bem, a lei supra citada garante a concess\u00e3o do benef\u00edcio assistencial ao portador de defici\u00eancia, mediante a comprova\u00e7\u00e3o de dois requisitos, ou seja:\n1) Defici\u00eancia incapacitante para a vida independente e para o trabalho;\n2) Impossibilidade de prover seus pr\u00f3prios meios de subsist\u00eancia ou t\u00ea-la provido pela fam\u00edlia.\nPois ora Excel\u00eancia, conforme se percebe pela leitura dos fatos, este \u00e9 o caso da requerente.\nResta claro que a requerente n\u00e3o tem condi\u00e7\u00f5es de prover seu pr\u00f3prio sustento, vivendo em condi\u00e7\u00f5es de miserabilidade, que dentro de suas possibilidades, tenta sobreviver, sem um m\u00ednimo de dignidade que a nossa Constitui\u00e7\u00e3o Federal garante.\nA par disso \u00e9 o art. 6\u00b0 da Constitui\u00e7\u00e3o Federal de 1988, o qual discorre sobre os direitos de qualquer cidad\u00e3o, proporcionando uma vida digna perante \u00e0 sociedade, garantindo acesso \u00e0 sa\u00fade, educa\u00e7\u00e3o, lazer e tantas outras necessidades b\u00e1sicas que todo ser humano deve gozar:\n\u201cArt. 6\u00ba - S\u00e3o direitos sociais a educa\u00e7\u00e3o, a sa\u00fade, a alimenta\u00e7\u00e3o, o trabalho, a moradia, o lazer, a seguran\u00e7a, a previd\u00eancia social, a prote\u00e7\u00e3o \u00e0 maternidade e \u00e0 inf\u00e2ncia, a assist\u00eancia aos desamparados, na forma desta Constitui\u00e7\u00e3o.\u201d\nNesse sentido, a pretens\u00e3o da demandante est\u00e1 perfeitamente amparada pela lei, ou seja, preenche todos os requisitos legais, quais sejam \u2013 defici\u00eancia incapacitante para a vida independente e para o trabalho e a impossibilidade de prover sua subsist\u00eancia, ou contar com a renda de seus familiares.\nEspecificamente, quanto ao requisito econ\u00f4mico (renda mensal familiar 'per capita' igual ou inferior a \u00bc do sal\u00e1rio-m\u00ednimo), cumpre observar que a jurisprud\u00eancia tem flexibilizado o rigor legal, admitindo a pondera\u00e7\u00e3o de outros fatores para a demonstra\u00e7\u00e3o da efetiva condi\u00e7\u00e3o de miserabilidade da fam\u00edlia do necessitado:\n\u201cO preceito contido no art. 20, \u00a7 3\u00ba, da Lei n\u00ba 8.742/9 n\u00e3o \u00e9 o \u00fanico crit\u00e9rio v\u00e1lido para comprovar a condi\u00e7\u00e3o de miserabilidade preceituada no artigo 203, V, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal. A renda familiar per capita inferior a 1/4 do sal\u00e1rio-m\u00ednimo deve ser considerada como um limite m\u00ednimo, um quantum objetivamente\nRua Santiago Dantas, n\u00b0 186, em Porto Alegre/RS \u2013 Av. Bento Gon\u00e7alves, n\u00b0 795, em Porto Alegre/RS (51) 31784601\n\n\fCHARLES AUGUSTO DA ROSA ADVOGADOS ASSOCIADOS\nconsiderado insuficiente \u00e0 subsist\u00eancia do portador de defici\u00eancia e do idoso, o que n\u00e3o impede que o julgador fa\u00e7a uso de outros fatores que tenham o cond\u00e3o de comprovar a condi\u00e7\u00e3o de miserabilidade da fam\u00edlia do autor.\u201d (RESP n\u00ba 397943/SP, Rel. Ministro Felix Fischer, DJ 18.03.2002, p.300).\nAssim, dever\u00e1 ser-lhe concedido o Benef\u00edcio Assistencial.\nVI \u2013 DO VALOR DA CAUSA\nA legisla\u00e7\u00e3o processual brasileira, nos termos do art. 258 do CPC, diz que \u201ca toda causa ser\u00e1 atribu\u00eddo um valor certo, ainda que n\u00e3o tenha um valor econ\u00f4mico imediato\u201d.\nNesse sentido, a presente demanda tem como pedidos presta\u00e7\u00f5es vencidas e vincendas, motivo pelo qual se enquadra nos termos do art. 260 do CPC, o qual menciona que nesses casos tomar-se-\u00e1 em considera\u00e7\u00e3o o valor de uma e outras.\nAssim, o c\u00e1lculo do valor da causa se d\u00e1 com base no valor do sal\u00e1rio m\u00ednimo nacional atual, que corresponde a R$ 1.100,00. Considerando a DER em 16/12/2019, e a data de ingresso desta a\u00e7\u00e3o, a autora possui dezenove presta\u00e7\u00f5es vencidas e doze vincendas, totalizando o valor de R$ 34.100,00 (Trinta e quatro mil e cem reais).\nVII \u2013 DOS REQUERIMENTOS\n\u201c\u00c0 vista do exposto, arrazoado e fundamentado, consubstanciandose nos fatos narrados na exordial e no Direito aplic\u00e1vel \u00e0 esp\u00e9cie, REQUER se digne Vossa Excel\u00eancia:\nVII.1) O recebimento da presente A\u00c7\u00c3O PREVIDENCI\u00c1RIA DE CONCESS\u00c3O DE BENEF\u00cdCIO DE PRESTA\u00c7\u00c3O CONTINUADA DA ASSIST\u00caNCIA SOCIAL \u2013 BPC \u2013 LOAS \u00c0 PESSOA COM DEFICI\u00caNCIA pelo Procedimento Ordin\u00e1rio, com os documentos que a instruem, deferindo-se o pedido da Justi\u00e7a Gratuita visto que a autora n\u00e3o possui recursos para arcar com as custas processuais, sem que haja preju\u00edzo de sua subsist\u00eancia;\nVII.2) Seja concedida Antecipa\u00e7\u00e3o de Tutela para condenar o INSS a conceder o Amparo ao Portador de Defici\u00eancia, ante o receio de dano irrepar\u00e1vel ou de dif\u00edcil repara\u00e7\u00e3o;\nVII.3) Seja julgada totalmente procedente a presente a\u00e7\u00e3o, com a concess\u00e3o do benef\u00edcio sob o NB:708.925.533-7;\nVII.4) CITA\u00c7\u00c3O DO R\u00c9U \u2013 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL \u2013 INSS, na pessoa de seu representante legal, para, querendo, apresentar defesa, no prazo legal, sob pena de revelia e presun\u00e7\u00e3o de verdade quanto aos fatos articulados; bem como sua intima\u00e7\u00e3o para que junte aos autos o processo administrativo da parte autora, que inclui laudos e atestados m\u00e9dicos retidos no momento da per\u00edcia;\nVII.5) A proced\u00eancia da presente a\u00e7\u00e3o, condenando o INSS a:\nRua Santiago Dantas, n\u00b0 186, em Porto Alegre/RS \u2013 Av. Bento Gon\u00e7alves, n\u00b0 795, em Porto Alegre/RS (51) 31784601\n\n\fCHARLES AUGUSTO DA ROSA ADVOGADOS ASSOCIADOS\na) ao pagamento das parcelas do Amparo postulado, vencidas e vincendas no curso da demanda, monetariamente corrigidas desde o respectivo vencimento e acrescidas de juros legais morat\u00f3rios, incidentes at\u00e9 a data do efetivo pagamento;\nb) pagar \u00e0 parte autora (via judicial \u2013 mediante RPV) as diferen\u00e7as verificadas relativamente \u00e0s presta\u00e7\u00f5es vencidas at\u00e9 a \u00faltima compet\u00eancia referida nos c\u00e1lculos a ser realizado, com atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, na forma da S\u00famula 7 da Turma Recursal desta Se\u00e7\u00e3o Judici\u00e1ria, e acr\u00e9scimo de juros de 1% (um por cento) ao m\u00eas, desde a cita\u00e7\u00e3o, nos termos da S\u00famula 2 do referido colegiado;\nc) pagar \u00e0 parte autora (na via administrativa), o benef\u00edcio previdenci\u00e1rio postulado, os valores vencidos e que se vencerem entre a compet\u00eancia da implanta\u00e7\u00e3o e o c\u00e1lculo a ser feito no processo at\u00e9 a data da efetiva implanta\u00e7\u00e3o administrativa do benef\u00edcio, com incid\u00eancia sobre estas parcelas dos mesmos crit\u00e9rios do item anterior, relativamente aos juros e \u00e0 corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria;\nd) pagar os valores atrasados por meio de RPV/Precat\u00f3rio expedido(a) de acordo com a Resolu\u00e7\u00e3o 438/05 do Conselho da Justi\u00e7a Federal, sendo que os valores contratados a t\u00edtulo de honor\u00e1rios advocat\u00edcios fixados em 30% (conforme contrato de honor\u00e1rios em anexo), que sejam expedidos em nome de CHARLES AUGUSTO DA ROSA ADVOGADOS ASSOCIADOS, sociedade de advogados inscrita no CNPJ sob n\u00ba 22.759.086/0001-73;\nVII.6) Outrossim, requer-se a nomea\u00e7\u00e3o de peritos em PSIQUIATRIA, bem como a avalia\u00e7\u00e3o com a ASSISTENTE SOCIAL, caso necess\u00e1rio for, a serem escolhidos por este M. Ju\u00edzo, para a realiza\u00e7\u00e3o das per\u00edcias m\u00e9dicas e avalia\u00e7\u00e3o social;\nVII.7) EMOLUMENTOS JUDICIAIS E SUCUMB\u00caNCIA. \u00c0 condena\u00e7\u00e3o da autarquia, ao pagamento das custas processuais, dos honor\u00e1rios de advogado(a), a t\u00edtulo de sucumb\u00eancia, na base de c\u00e1lculo de 10% (dez por cento) sobre o total a ser apurado em fase de liquida\u00e7\u00e3o de senten\u00e7a, em caso de recurso, se, por\u00e9m, observandose que se esse valor seja inferior \u00e0 R$ 930,00, requer, ent\u00e3o, que mencionada cifra seja fixada a base da verba honor\u00e1ria em apre\u00e7o para evitar patamar irris\u00f3rio, \u201cque \u00e9 aviltante e atenta contra o exerc\u00edcio profissional\u201d1, al\u00e9m dos demais emolumentos judiciais que se fizerem necess\u00e1rios, na forma da Lei;\nVII.8) Protesta-se por todos os meios de prova em direito admitidos em lei, desde que moralmente leg\u00edtimos e obtidos de forma l\u00edcita, especialmente prova documental e pericial, que desde j\u00e1 requer.\n1 STJ, AGA n\u00ba954995, j. 18.03.2008; e Segunda Turma Recursal da Se\u00e7\u00e3o Judici\u00e1ria de Santa Catarina, AC 2008.72.63.000292-1, Relator Juiz Federal Moser Vhoss, j. 09.07.2008);\nRua Santiago Dantas, n\u00b0 186, em Porto Alegre/RS \u2013 Av. Bento Gon\u00e7alves, n\u00b0 795, em Porto Alegre/RS (51) 31784601\n\n\fCHARLES AUGUSTO DA ROSA ADVOGADOS ASSOCIADOS\nD\u00e1-se a causa, valor de R$34.100,00 (Trinta e quatro mil e cem reais), para fins de distribui\u00e7\u00e3o.\nNestes termos, Pede deferimento. Novo Hamburgo, 15 de julho de 2021. P.p\nCHARLES AUGUSTO DA ROSA OAB/RS n\u00ba 91.798\nRua Santiago Dantas, n\u00b0 186, em Porto Alegre/RS \u2013 Av. Bento Gon\u00e7alves, n\u00b0 795, em Porto Alegre/RS (51) 31784601\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 4 (C\u00edvel) - IdDocumentoCompleto: 5017408-48.2021.4.04.7108-711628615539912309442761053213", "text": "EXCELENT\u00cdSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) FEDERAL DA VARA DA SUBSE\u00c7\u00c3O JUDICI\u00c1RIA DE NOVO HAMBURGO/RS\nTABITA DANIELLA RODRIGUES DIAS, brasileira, solteira, menor imp\u00fabere, inscrita no CPF n\u00b0 045.911.800-50,neste ato representada por sua m\u00e3e TATIANA KAEL RODRIGUES, brasileira, solteira, desempregada, portadora da c\u00e9dula de identidade n\u00b0 3124471834, inscrita no CPF n\u00b0 016.782.550-09, ambos residentes e domiciliados na Rua Projetada, n.\u00ba 50, Bloco H, Apto 23, Bairro Canudos, Novo Hamburgo/RS, por sua procuradora signat\u00e1ria, instrumento de mandato ora incluso, ANELISE IGLESIAS FONINI, solteira, advogada, cadastrada na OAB/RS sob n\u00ba 103.348, com, escrit\u00f3rio profissional localizado na Rua J\u00falio de Castilhos, n\u00b0 109, Bairro Centro, Novo Hamburgo/RS, vem respeitosamente \u00e0 presen\u00e7a de Vossa Excel\u00eancia, requerer:\nA\u00c7\u00c3O PREVIDENCI\u00c1RIA DE CONCESS\u00c3O DE BENEF\u00cdCIO ASSISTENCIAL AO PORTADOR DE DEFICI\u00caNCIA (AMPARO SOCIAL), com fulcro no art. 203, V, CF/88, COM ANTECIPA\u00c7\u00c3O DE TUTELA, em face do\nINSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL \u2013 INSS, autarquia p\u00fablica federal com sede em Bras\u00edlia - DF e Superintend\u00eancia Estadual nesta Capital, sito na Rua Jer\u00f4nimo Coelho, 127, pelos fatos e fundamentos jur\u00eddicos, a seguir expostos:\nI \u2013 PRELIMINARMENTE\nRequer, a concess\u00e3o de ASSIST\u00caNCIA JUDICI\u00c1RIA GRATUITA, por ser pobre sem condi\u00e7\u00f5es de pagar as custas processuais, de acordo com a lei 7.510/86.\nRua J\u00falio de Castilhos, n.\u00ba 109\u2013 Centro Novo Hamburgo/RS Fone: (51) 3065.4250\n\n\fSolicita-se que a institui\u00e7\u00e3o requerida acoste ao presente, c\u00f3pia do processo administrativo do ora requerente.\nII \u2013 DA ANTECIPA\u00c7\u00c3O DE TUTELA\nA parte autora preenche todos os requisitos que autorizam a concess\u00e3o do benef\u00edcio pleiteado, uma vez que \u00e9 portador de defici\u00eancia e que a renda mensal per capita do grupo familiar \u00e9 prec\u00e1ria, n\u00e3o sendo suficiente para garantir a sua manuten\u00e7\u00e3o.\nRelacionando sua defici\u00eancia e seu estado de miserabilidade, conclui-se que a mesma est\u00e1 impossibilitada para o trabalho e caso n\u00e3o seja concedida a antecipa\u00e7\u00e3o de tutela, a requerente ser\u00e1 extremamente prejudicada.\nA exposi\u00e7\u00e3o dos fatos, bem como a farta prova documental acostada n\u00e3o deixa qualquer d\u00favida do direito do autor em receber o benef\u00edcio pleiteado, fundado o receio de dano irrepar\u00e1vel ou de dif\u00edcil repara\u00e7\u00e3o repousa no risco do quadro de miserabilidade do autor, ademais o Egr\u00e9gio Tribunal Regional Federal da 4\u00aa Regi\u00e3o, prev\u00ea a possibilidade de antecipa\u00e7\u00e3o de tutela em casos an\u00e1logos:\n\u201cPREVIDENCI\u00c1RIO E PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO. BENEF\u00cdCIO ASSISTENCIAL. PEDIDO DE CONCESS\u00c3O. INCAPACIDADE E ESTADO DE MISERABILIDADE. ANTECIPA\u00c7\u00c3O DA TUTELA. 1. A antecipa\u00e7\u00e3o de tutela pode ser concedida desde que verificada a presen\u00e7a dos requisitos contidos no art. 273 do CPC, vale dizer, a verossimilhan\u00e7a das alega\u00e7\u00f5es formuladas aliada \u00e0 imin\u00eancia de les\u00e3o irrepar\u00e1vel ou de dif\u00edcil repara\u00e7\u00e3o. 2. Caso em que n\u00e3o se mostra suficientemente demonstrada a verossimilhan\u00e7a do direito alegado a ponto de justificar, neste momento processual da a\u00e7\u00e3o ordin\u00e1ria (ajuizamento), a concess\u00e3o da medida acauteladora. Em refor\u00e7o, observa-se que se trata de concess\u00e3o de benef\u00edcio. (TRF4, AG 0005522-34.2015.404.0000, Sexta Turma, Relator Jo\u00e3o Batista Pinto Silveira, D.E. 09/05/2016)\u201d\nComo visto acima, pleiteia-se uma presta\u00e7\u00e3o de natureza alimentar, indispens\u00e1vel por si mesma \u00e0 pr\u00f3pria sobreviv\u00eancia da requerente, pessoa simples e impossibilitada de arcar com suas despesas.\nA apar\u00eancia do direito, que corresponde ao requisito legal da prova inequ\u00edvoca e da verossimilhan\u00e7a da alega\u00e7\u00e3o, est\u00e1 presente nos fatos alegados e nas\nRua J\u00falio de Castilhos, n.\u00ba 109\u2013 Centro Novo Hamburgo/RS Fone: (51) 3065.4250\n\n\fprovas juntadas nesta inicial, formando o conjunto probat\u00f3rio necess\u00e1rio para a realiza\u00e7\u00e3o da cogni\u00e7\u00e3o sum\u00e1ria, indispens\u00e1vel a essa tutela de urg\u00eancia.\nEm raz\u00e3o do car\u00e1ter alimentar da pretens\u00e3o deduzida em ju\u00edzo, sendo que sua aus\u00eancia no momento presente n\u00e3o poder\u00e1 ser suprida no futuro, nem mesmo pela melhor das recomposi\u00e7\u00f5es dos valores atrasados, v\u00ea-se deparada ao receio de dano irrepar\u00e1vel ou de dif\u00edcil repara\u00e7\u00e3o.\nNos contornos desta lide, \u00e9 inafast\u00e1vel a id\u00e9ia de demora na presta\u00e7\u00e3o jurisdicional, pois as a\u00e7\u00f5es movidas contra o Instituto requerido s\u00e3o alvo de in\u00fameros recursos e sujeito a procedimentos que provocam uma espera de anos para a solu\u00e7\u00e3o do lit\u00edgio, n\u00e3o sendo raras as situa\u00e7\u00f5es em que a doen\u00e7a (vida) n\u00e3o espera a justi\u00e7a (lenta).\nPela verossimilhan\u00e7a das alega\u00e7\u00f5es, pelos fatos e elementos probat\u00f3rios trazidos nesta inicial e pela natureza alimentar da presta\u00e7\u00e3o de direito material, busca-se uma tutela de urg\u00eancia, visto que a requerente \u00e9 pessoa portadora de defici\u00eancia e apresenta um quadro grave de miserabilidade, valendo-se para tal da tutela antecipat\u00f3ria.\nDestarte, conforme visto alhures, diante dos fatos e das provas arroladas na inicial, h\u00e1 a possibilidade de concess\u00e3o da antecipa\u00e7\u00e3o da tutela, determinando-se, desde j\u00e1, ao requerido que efetue imediatamente o pagamento do benef\u00edcio previdenci\u00e1rio de amparo assistencial a pessoa portadora de defici\u00eancia.\nAssim, \u00e9 a medida que se requer com extrema URG\u00caNCIA.\nIII \u2013 DOS FATOS\nPrimeiramente cumpre esclarecer que o autor preenche todos os requisitos que autorizam a concess\u00e3o do benef\u00edcio pleiteado, uma vez que \u00e9 pessoa idosa, e que a renda mensal per capita do grupo familiar \u00e9 prec\u00e1ria, n\u00e3o sendo suficiente para garantir a sua manuten\u00e7\u00e3o, haja vista que a mesman\u00e3o exerce atividade laboral.\nRua J\u00falio de Castilhos, n.\u00ba 109\u2013 Centro Novo Hamburgo/RS Fone: (51) 3065.4250\n\n\fA fam\u00edlia da parte autora \u00e9 extremamente pobre, e n\u00e3o possui qualquer fonte de renda.\nNa data de 19.01.2021, a parte autora formulou o pedido do benef\u00edcio assistencial, CONTUDO, AT\u00c9 O PRESENTE MOMENTO, AINDA N\u00c3O H\u00c1 RESPOSTA DO REFERIDO REQUERIMENTO.\nContudo, conforme estabelecem os artigos 48, 49 e 59, \u00a71\u00ba da Lei 9784/99, autoriza ao segurado ingressar com a\u00e7\u00e3o no Poder Judici\u00e1rio, n\u00e3o sendo necess\u00e1rio esgotar a via administrativa, pois, o INSS tem o prazo legal de 30 dias, prazo este que pode ser prorrogado por igual per\u00edodo, e deveria conceder neste prazo ao autor, a resposta do requerimento administrativo, que sequer ocorreu.\nData v\u00eania, este motivo n\u00e3o possui qualquer fundamento. Tendo em vista que a requerente apresentou todos os documentos solicitados para a devida comprova\u00e7\u00e3o da defici\u00eancia e situa\u00e7\u00e3o s\u00f3cio econ\u00f4mica, por\u00e9m a Autarquia n\u00e3o deu uma resposta at\u00e9 o presente momento. Sendo assim, transgredindo claramente a legisla\u00e7\u00e3o vigente.\nPORTANTO, REQUER SEJA PROCEDIDA PER\u00cdCIA COM ASSISTENTE SOCIAL, BEM COMO COM PERITO JUDICIAL ESPECIALISTA EM PSIQUIATRIA E NEUROCIRURGIA, NEUROCIRURGIA, AMBOS NOMEADOS POR ESTE JU\u00cdZO.\nEssas condutas tomadas pelo Instituto requerido e por seus servidores afastam os direitos dos cidad\u00e3os, infringindo direitamente as garantias constitucionais quanto ao acesso \u00e0 sa\u00fade, \u00e0 previd\u00eancia e \u00e0 assist\u00eancia social, haja vista que ao pleitear este benef\u00edcio, n\u00e3o v\u00e3o \u00e0 busca de um favor, mas de um direito assegurado por lei.\nOra Excel\u00eancia, com as patologias exaradas n\u00e3o h\u00e1 como se falar em labor ou em renda familiar. Resta claro o equ\u00edvoco do parecer exarado pela institui\u00e7\u00e3o r\u00e9, n\u00e3o logrando de melhor sorte, o que ser\u00e1 totalmente provado pela per\u00edcia socioecon\u00f4mica a ser realizada por este douto ju\u00edzo, o que desde j\u00e1 requer.\nRua J\u00falio de Castilhos, n.\u00ba 109\u2013 Centro Novo Hamburgo/RS Fone: (51) 3065.4250\n\n\fSalienta-se que o requisito do limite da renda, previsto no \u00a7 2\u00ba do art. 20 da Lei n. 8.742/93, n\u00e3o deve ser visto como uma limita\u00e7\u00e3o aos meios de prova da condi\u00e7\u00e3o de miserabilidade da fam\u00edlia da necessitada, mas apenas como um par\u00e2metro legal para tal aferi\u00e7\u00e3o.\nAssim restam comprovados os requisitos dos art. 203, V, da Constitui\u00e7\u00e3o da Rep\u00fablica e art. 20 da Lei 8.213/91.\nDa incapacidade\nCom efeito, cabe transcrever a patologia que acomete a parte requerente, conforme laudos e receitu\u00e1rios em anexo, seguem denomina\u00e7\u00e3o da Classifica\u00e7\u00e3o Internacional de Doen\u00e7as - CID 10:\nCID 10 F71. 1 Retardo mental moderado comprometimento significativo do comportamento, requerendo vigil\u00e2ncia ou tratamento CID 10 - F92.8 Outros transtornos mistos da conduta e das emo\u00e7\u00f5es\nTendo em vista a patologias da parte autora, requer seja realizada per\u00edcia judicial com perito m\u00e9dico especialista em PSIQUIATRIA E NEUROCIRURGIA, NEUROCIRURGIA.\nIV \u2013 DOS FUNDAMENTOS JUR\u00cdDICOS\nA pretens\u00e3o da requerente em receber o beneficio assistencial encontra-se devidamente amparada pela LEI MAIOR, especificamente no artigo 203 da Constitui\u00e7\u00e3o Federal, \u201din verbis\u201d:\n\u201cArt. 203. A assist\u00eancia social ser\u00e1 prestada a quem dela necessitar, independentemente de contribui\u00e7\u00e3o \u00e0 seguridade social, e tem por objetivos: I - a prote\u00e7\u00e3o \u00e0 fam\u00edlia, \u00e0 maternidade, \u00e0 inf\u00e2ncia, \u00e0 adolesc\u00eancia e \u00e0 velhice; II - o amparo \u00e0s crian\u00e7as e adolescentes carentes;\nRua J\u00falio de Castilhos, n.\u00ba 109\u2013 Centro Novo Hamburgo/RS Fone: (51) 3065.4250\n\n\fIII - a promo\u00e7\u00e3o da integra\u00e7\u00e3o ao mercado de trabalho; IV - a habilita\u00e7\u00e3o e reabilita\u00e7\u00e3o das pessoas portadoras de defici\u00eancia e a promo\u00e7\u00e3o de sua integra\u00e7\u00e3o \u00e0 vida comunit\u00e1ria; V - a garantia de um sal\u00e1rio m\u00ednimo de benef\u00edcio mensal \u00e0 pessoa portadora de defici\u00eancia e ao idoso que comprovem n\u00e3o possuir meios de prover \u00e0 pr\u00f3pria manuten\u00e7\u00e3o ou de t\u00ea-la provida por sua fam\u00edlia, conforme dispuser a lei.\u201d\nCom efeito, a Lei n\u00famero 8.742/93, a qual disp\u00f5e sobre a organiza\u00e7\u00e3o da Assist\u00eancia Social, aduz que:\n\u201cArt. 20. O benef\u00edcio de presta\u00e7\u00e3o continuada \u00e9 a garantia de 1 (um) sal\u00e1rio m\u00ednimo mensal \u00e0 pessoa portadora de defici\u00eancia e ao idoso com 70 (setenta) anos ou mais e que comprovem n\u00e3o possuir meios de prover a pr\u00f3pria manuten\u00e7\u00e3o e nem de t\u00ea-la provida por sua fam\u00edlia.\n\u00a7 2\u00ba Para efeito de concess\u00e3o deste benef\u00edcio, a pessoa portadora de defici\u00eancia \u00e9 aquela incapacitada para a vida independente e para o trabalho. \u00a7 3\u00ba Considera-se incapaz de prover a manuten\u00e7\u00e3o da pessoa portadora de defici\u00eancia ou idosa a fam\u00edlia cuja renda mensal per capita seja inferior a 1/4 (um quarto) do sal\u00e1rio m\u00ednimo.\u201d (Grifo nosso).\nIgualmente, o art. 2\u00b0 da mesma Lei preconiza:\n\u201cArt. 2\u00ba A assist\u00eancia social tem por objetivos:\nI - a prote\u00e7\u00e3o \u00e0 fam\u00edlia, \u00e0 maternidade, \u00e0 inf\u00e2ncia, \u00e0 adolesc\u00eancia e \u00e0 velhice; II - o amparo \u00e0s crian\u00e7as e adolescentes carentes; III - a promo\u00e7\u00e3o da integra\u00e7\u00e3o ao mercado de trabalho; IV - a habilita\u00e7\u00e3o e reabilita\u00e7\u00e3o das pessoas portadoras de defici\u00eancia e a promo\u00e7\u00e3o de sua integra\u00e7\u00e3o \u00e0 vida comunit\u00e1ria; V - a garantia de 1 (um) sal\u00e1rio m\u00ednimo de benef\u00edcio mensal \u00e0 pessoa portadora de defici\u00eancia e ao idoso que comprovem n\u00e3o possuir meios de prover a pr\u00f3pria manuten\u00e7\u00e3o ou de t\u00ea-la provida por sua fam\u00edlia. Par\u00e1grafo \u00fanico. A assist\u00eancia social realiza-se de forma integrada \u00e0s pol\u00edticas setoriais, visando ao enfrentamento da pobreza, \u00e0 garantia dos m\u00ednimos sociais, ao provimento de condi\u00e7\u00f5es para atender conting\u00eancias sociais e \u00e0 universaliza\u00e7\u00e3o dos direitos sociais.\u201d.\nPois bem, a lei supra citada mencionada garante a concess\u00e3o do beneficio assistencial ao portador de defici\u00eancia, mediante a comprova\u00e7\u00e3o de dois requisitos, ou seja:\n1) defici\u00eancia incapacitante para a vida independente e para o trabalho;\n2) impossibilidade de prover seus pr\u00f3prios meios de subsist\u00eancia ou t\u00ea-la provido pela fam\u00edlia.\nPois ora Excel\u00eancia, conforme se percebe pela leitura dos fatos, este \u00e9 o caso da requerente.\nRua J\u00falio de Castilhos, n.\u00ba 109\u2013 Centro Novo Hamburgo/RS Fone: (51) 3065.4250\n\n\fResta claro que a requente n\u00e3o tem condi\u00e7\u00f5es de prover seu pr\u00f3prio sustento, vivendo em condi\u00e7\u00f5es de miserabilidade, assim como toda sua fam\u00edlia, que dentro de suas possibilidades tentam sobreviver com a escassa renda que possuem, sem um m\u00ednimo de dignidade que a nossa Constitui\u00e7\u00e3o Federal garante.\nA par disso \u00e9 o art. 6\u00b0 da Constitui\u00e7\u00e3o Federal de 1988, o qual discorre sobre os direitos de qualquer cidad\u00e3o, proporcionando uma vida digna perante\u00e0 sociedade, garantindo acesso \u00e0 sa\u00fade, educa\u00e7\u00e3o, lazer e tantas outras necessidades b\u00e1sicas que todo ser humano deve gozar:\n\u201cArt. 6\u00ba S\u00e3o direitos sociais a educa\u00e7\u00e3o, a sa\u00fade, a alimenta\u00e7\u00e3o, o trabalho, a moradia, o lazer, a seguran\u00e7a, a previd\u00eancia social, a prote\u00e7\u00e3o \u00e0 maternidade e \u00e0 inf\u00e2ncia, a assist\u00eancia aos desamparados, na forma desta Constitui\u00e7\u00e3o.\u201d\nNo caso em tela, n\u00e3o deve se considerar os benef\u00edcios previdenci\u00e1rios percebidos pelos dois menores para fins de c\u00e1lculo da renda per capita familiar, por aplica\u00e7\u00e3o anal\u00f3gica do que disp\u00f5e o art. 34, \u00a7 \u00fanico do Lei 10.741/03, \u201cin verbis\u201d:\n\u201cArt. 34.Aos idosos, a partir de 65 (sessenta e cinco) anos, que n\u00e3o possuam meios para prover sua subsist\u00eancia, nem de t\u00ea-la provida por sua fam\u00edlia, \u00e9 assegurado o benef\u00edcio mensal de 1 (um) sal\u00e1rio-m\u00ednimo, nos termos da Lei Org\u00e2nica da Assist\u00eancia Social \u2013 Loas.\nPar\u00e1grafo \u00fanico. O benef\u00edcio j\u00e1 concedido a qualquer membro da fam\u00edlia nos termos do caput n\u00e3o ser\u00e1 computado para os fins do c\u00e1lculo da renda familiar per capita a que se refere a Loas.\u201d\nNesse sentido \u00e9 a jurisprud\u00eancia do Egr\u00e9gio Tribunal Regional Federal da 4\u00aa Regi\u00e3o, que colacionamos abaixo:\nEMENTA: PREVIDENCI\u00c1RIO. BENEF\u00cdCIO ASSISTENCIAL. CONCESS\u00c3O A MENOR DEFICIENTE. INCAPACIDADE PARA A VIDA INDEPENDENTE E PARA O TRABALHO E ESTADO DE MISERABILIDADE COMPROVADOS. SENTEN\u00c7A MANTIDA. ANTECIPA\u00c7\u00c3O DA TUTELA. 1. Inexiste impedimento \u00e0 concess\u00e3o do benef\u00edcio assistencial de presta\u00e7\u00e3o continuada a menor de idade. Ao contr\u00e1rio, a assist\u00eancia social a crian\u00e7as e adolescentes \u00e9 priorit\u00e1ria em nosso Pa\u00eds, \u00e0 luz do art. 203, incisos I e II, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal. Se o menor \u00e9 deficiente, a prote\u00e7\u00e3o social \u00e9 refor\u00e7ada, conforme os incisos IV e V do mesmo artigo. Em mat\u00e9ria de assist\u00eancia social, \u00e0 vista do princ\u00edpio da dignidade da pessoa humana, fundamento do Estado Democr\u00e1tico de Direito (CF, art. 1\u00ba, III), n\u00e3o \u00e9 poss\u00edvel interpreta\u00e7\u00e3o\nRua J\u00falio de Castilhos, n.\u00ba 109\u2013 Centro Novo Hamburgo/RS Fone: (51) 3065.4250\n\n\frestritiva contr\u00e1ria aos que a Constitui\u00e7\u00e3o e a lei manifestamente buscaram proteger. (TRF4, AC n\u00ba 0006201-83.2010.404.9999, Relator Des. Federal Celso Kipper, 6\u00aa Turma, DE 01-02-11). 2. Comprovados a incapacidade para o trabalho e para a vida independente e o estado de miserabilidade, \u00e9 de ser mantida a senten\u00e7a que concedeu o benef\u00edcio assistencial \u00e0 parte autora e condenou o INSS ao pagamento das parcelas atrasadas, desde a data do requerimento administrativo. 3. Atendidos os pressupostos do art. 273 do CPC (a verossimilhan\u00e7a do direito alegado e o fundado receio de dano irrepar\u00e1vel), \u00e9 de ser mantida a antecipa\u00e7\u00e3o da tutela anteriormente concedida. (TRF4, AC 0004638-83.2012.404.9999, Sexta Turma, Relator Jo\u00e3o Batista Pinto Silveira, D.E. 11/01/2013)\nNesse sentido, a pretens\u00e3o da requerente est\u00e1 perfeitamente amparada pela lei, ou seja, preenche todos os requisitos legais, quais sejam \u2013 pessoa portadora de defici\u00eancia e impossibilidade de prover sua subsist\u00eancia, ou contar com a renda de seus familiares.\nAssim, dever\u00e1 ser-lhe concedido o Beneficio Assistencial.\nV \u2013 DOS REQUERIMENTOS\n\u201cEx Positis\u201d, requer a Vossa Excel\u00eancia:\nV.1) Seja concedida Antecipa\u00e7\u00e3o de Tutela para condenar o INSS a conceder a autora o benef\u00edcio assistencial a pessoa com defici\u00eancia, ante o receio de dano irrepar\u00e1vel ou de dif\u00edcil repara\u00e7\u00e3obem como seja fixada multa astreintes no caso de descumprimento judicial;\nV.2) Seja julgada totalmente procedente a presente a\u00e7\u00e3o, com a concess\u00e3o definitiva do benef\u00edcio assistencial \u2013 LOAS, ao requerente;\nV.3) A condena\u00e7\u00e3o do Instituto Nacional do Seguro social \u2013 INSS, ao pagamento das parcelas do benef\u00edcio postulado, vencidas e vincendas no curso da demanda, monetariamente corrigidas desde o respectivo vencimento e acrescidas de juros legais morat\u00f3rios, incidentes at\u00e9 a data do efetivo pagamento;\nV.4) A cita\u00e7\u00e3o do Instituto Nacional do Seguro social \u2013 INSS, para que conteste esta a\u00e7\u00e3o, no prazo legal, sob pena de revelia, bem como sua intima\u00e7\u00e3o para que junte aos autos o processo administrativo;\nRua J\u00falio de Castilhos, n.\u00ba 109\u2013 Centro Novo Hamburgo/RS Fone: (51) 3065.4250\n\n\fV.5) A concess\u00e3o do benef\u00edcio da assist\u00eancia judici\u00e1ria gratuita por ser a parte autora pobre na acep\u00e7\u00e3o legal do termo, visto que junta a esta Declara\u00e7\u00e3o de Pobreza.\n\nV.6) A condena\u00e7\u00e3o do requerido nas custas processuais e honor\u00e1rios de advocat\u00edcios;\n\nV.7) Outrossim, requer-se a nomea\u00e7\u00e3o de assistente social, assim como o perito especialista em PSIQUIATRIA E NEUROCIRURGIA, NEUROCIRURGIA, para avalia\u00e7\u00e3o da situa\u00e7\u00e3o de incapacidade, socioecon\u00f4mica e as condi\u00e7\u00f5es de miserabilidade da ora requerente.\n\nV.8) Protesta-se por todos os meios de prova em direito admitidos em lei, desde que moralmente leg\u00edtimos e obtidos de forma l\u00edcita, especialmente prova documental e pericial, que desde j\u00e1 requer.\n\nD\u00e1-se a causa, valor de R$ 22000,00, para fins de distribui\u00e7\u00e3o.\n\nNestes termos, Pede deferimento.\nNovo Hamburgo, 10 de agosto de 2021.\n\nData do Indeferimento Protocolo na Justi\u00e7a Federal Sal\u00e1rio mensal do benef\u00edcio Parcelas vencidas Total de parcelas vencidas Parcelas vincendas Total de parcelas vincendas Valor da Causa\n\n19/01/2021 10/08/2021 R$ 1100,00\n8 R$ 8800,00\n12 R$ 13.200,00 R$ 22000,00\n\nANELISE IGLESIAS FONINI OAB/RS 103.348\n\nRua J\u00falio de Castilhos, n.\u00ba 109\u2013 Centro Novo Hamburgo/RS Fone: (51) 3065.4250\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 5 (C\u00edvel) - IdDocumentoCompleto: 5005371-80.2021.4.04.7013-701626721280446223474151745208", "text": "EXCELENT\u00cdSSIMO SENHOR JUIZ FEDERAL DA VARA FEDERAL DE JACAREZINHO \u2013 SE\u00c7\u00c3O JUDICI\u00c1RIA DO PARAN\u00c1.\nAna Carla Barbosa Giorge, brasileira, solteira, inscrita no CPF sob o n\u00ba 066.262.789-08, residente e domiciliada em Andir\u00e1/PR, na Rua Adolfo Gilioli, 80, CEP: 86380-000, por seu advogado, abaixo assinado, com escrit\u00f3rio profissional em Jacarezinho/PR, na Rua Paran\u00e1, n\u00ba 1221, Centro, CEP 86400-000, com o devido acato, \u00e0 presen\u00e7a de Vossa Excel\u00eancia, vem propor a presente A\u00c7\u00c3O DE CONCESS\u00c3O DE BENEF\u00cdCIO ASSISTENCIAL AO PORTADOR DE DEFICI\u00caNCIA (AMPARO SOCIAL) com pedido de tutela antecipada em face do INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS, pelos seguintes motivos:\n1. Dos Fatos A autora, portadora de s\u00edndrome de Down (Cid 10 \u2013 Q.90), desempregada, passa por grandes dificuldades financeiras. Ele reside na mesma casa com seus pais, duas irm\u00e3s e um sobrinho, e n\u00e3o possui capacidade laboral. Exatamente por esse motivo, requereu, a contar de 13.10.2020, o BPC-LOAS, no valor de um sal\u00e1rio m\u00ednimo mensal, perante INSS (procedimento administrativo administrativo em anexo). Por\u00e9m, referido benef\u00edcio \u2013 de car\u00e1ter eminentemente assistencial \u2013 lhe foi indeferido pelo INSS, tendo em vista entender a autarquia que a renda do grupo familiar ultrapassa o valor de \u00bc do sal\u00e1rio-m\u00ednimo per capta. Insta desde logo esclarecer dentro do grupo familiar da autora, apenas o pai da mesma trabalha e tem renda efetiva. Mas tamb\u00e9m \u00e9 certo que a renda per capta do grupo familiar \u00e9 inferior ao valor previsto pela jurisprud\u00eancia para a concess\u00e3o do LOAS/BPC.\n\n\fAl\u00e9m disso, os gastos com a manuten\u00e7\u00e3o do lar, entretanto, s\u00e3o por demais elevados. Eles residem numa casa simples, e possuem despesas com \u00e1gua, energia el\u00e9trica, medicamentos, sa\u00fade, al\u00e9m de vestu\u00e1rio b\u00e1sico e alimenta\u00e7\u00e3o.\nSendo a Autora portadora de necessidades especiais e incapaz para o trabalho e achando-se em situa\u00e7\u00e3o de miserabilidade, faz a mesmo jus ao benef\u00edcio de presta\u00e7\u00e3o continuada da Assist\u00eancia Social a Pessoa com Defici\u00eancia.\nO N\u00famero do Benef\u00edcio em quest\u00e3o \u00e9 709.089.829-7 e a DER foi 13.10.2020.\nS\u00e3o os fatos, em apertada s\u00edntese.\n2. Do Direito\nO art. 203, da CF/88, disp\u00f5e que a assist\u00eancia social ser\u00e1 prestada a quem dela necessitar, independentemente de contribui\u00e7\u00e3o \u00e0 seguridade social. O inciso V, desse artigo, assegura que a pessoa portadora de defici\u00eancia, sem condi\u00e7\u00f5es de prover sua pr\u00f3pria manuten\u00e7\u00e3o ou de t\u00ea-la provida por sua fam\u00edlia, ter\u00e1 direito a receber um sal\u00e1rio-m\u00ednimo, conforme dispuser a lei.\nPois bem. A lei n\u00ba 8.742/93 veio disciplinar o benef\u00edcio de presta\u00e7\u00e3o continuada. Em seu art. 20, referido diploma legal estipula que para fazer jus a esse benef\u00edcio \u00e9 preciso que a pessoa apresente defici\u00eancia incapacitante e n\u00e3o possua meios de prover a pr\u00f3pria manuten\u00e7\u00e3o, nem de t\u00ea-la provida por sua fam\u00edlia.\nO requisito da defici\u00eancia incapacitante est\u00e1 plenamente preenchido, de acordo com os documentos pessoais da autora anexados aos autos. Importante frisar que o INSS N\u00c3O questiona tal situa\u00e7\u00e3o, tendo indeferido o benef\u00edcio exclusivamente por entender que estaria ferido o requisito da renda per capta (e n\u00e3o o da defici\u00eancia de sa\u00fade grave da Autora). Por esse motivo mostrase desnecess\u00e1ria at\u00e9 mesmo a realiza\u00e7\u00e3o de per\u00edcia m\u00e9dica.\nConforme comunica\u00e7\u00e3o de decis\u00e3o emitida pelo INSS, a controv\u00e9rsia da demanda surge unicamente quanto ao requisito da miserabilidade, tendo o benef\u00edcio sido negado exclusivamente por ter a requerida entendido que a renda per capita do grupo familiar supera o \u00bc do sal\u00e1rio m\u00ednimo e, numa interpreta\u00e7\u00e3o cega e divorciada da realidade f\u00e1tica, achou por bem indeferir indevidamente o benef\u00edcio.\n2.1. Da miserabilidade\nQuanto ao requisito da miserabilidade, verifica-se que a autora mora com seus pais (cadastro social anexado aos autos), e com mais duas irm\u00e3s e um sobrinho ainda infante (portanto, o grupo familiar \u00e9 composto por 6 pessoas) sendo que a \u00fanica renda da fam\u00edlia prov\u00e9m do sal\u00e1rio recebido pelo pai da mesma (, sendo insuficiente para a manuten\u00e7\u00e3o das despesas mais b\u00e1sicas do grupo familiar com sa\u00fade, higiene e alimenta\u00e7\u00e3o.\n2\n\n\fEntretanto, em aten\u00e7\u00e3o \u00e0 correta forma de racioc\u00ednio apresentada, o TRF da 4\u00aa Regi\u00e3o assentou o entendimento no sentido de que o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) deve \u2013 sempre - avaliar a situa\u00e7\u00e3o f\u00e1tica de cada pessoa que pleiteia o benef\u00edcio assistencial.\nDessa forma, o crit\u00e9rio da renda per capita inferior a \u00bc do sal\u00e1rio m\u00ednimo restou afastado como norteador da aferi\u00e7\u00e3o do estado de miserabilidade.\nDeve-se levar em conta, ademais, que a condi\u00e7\u00e3o de miserabilidade n\u00e3o pode ser pautada apenas no crit\u00e9rio objetivo de renda per capita inferior a \u00bc do sal\u00e1rio-m\u00ednimo exigido pela LOAS. \u00c9 imperioso analisar a condi\u00e7\u00e3o prec\u00e1ria em que a autora e seus pais vivem, o que poder\u00e1 ser corroborado pelo laudo s\u00f3cio-econ\u00f4mico a ser realizado judicialmente.\nAl\u00e9m de todo o exposto, importante \u00e9 ressaltar que o recurso extraordin\u00e1rio n\u00ba 567985, com ac\u00f3rd\u00e3o de relatoria do ministro Gilmar Mendes, declarou a inconstitucionalidade parcial, sem pron\u00fancia de nulidade, do par\u00e1grafo 3\u00ba do artigo 20 da Lei 8.742/1993, por considerar que o crit\u00e9rio ali previsto est\u00e1 atualmente defasado para caracterizar a situa\u00e7\u00e3o de miserabilidade, e os processos semelhantes sobrestados puderam ser julgados.\nDe acordo com o Min. Gilmar Mendes, \u201ca an\u00e1lise da situa\u00e7\u00e3o f\u00e1tica \u00e9 que ir\u00e1 determinar se o postulante efetivamente n\u00e3o possui condi\u00e7\u00f5es financeiras de prover a pr\u00f3pria subsist\u00eancia nem de t\u00ea-la provida por sua fam\u00edlia. Para tanto, devese lan\u00e7ar m\u00e3o de todos os meios de prova admiss\u00edveis em direito, como as provas documental e testemunhal e, sobretudo, a elabora\u00e7\u00e3o do laudo socioecon\u00f4mico\u201d.\nNa esteira desses importantes e atuais posicionamentos quanto ao tema, a Autora preenche todos os requisitos exigidos para a concess\u00e3o do benef\u00edcio aqui pleiteado, desde a DER.\n3. Do pedido de tutela de urg\u00eancia.\nA parte Autora requer seja concedida a tutela antecipada de forma a que o INSS seja compelido a conceder imediatamente o benef\u00edcio assistencial \u00e0 mesma.\nOs requisitos para sua concess\u00e3o restam plenamente preenchidos, at\u00e9 mesmo porque o fumus boni iuris resta evidenciado com os documentos objetivos e comprobat\u00f3rios do direito juntados \u00e0 inicial; al\u00e9m disso, o periculum in mora tamb\u00e9m se mostra presente porque, a parte autora j\u00e1 foi considerada deficiente (defici\u00eancia de longo prazo) pelo INSS e \u00e9 portadora de doen\u00e7a grave e incapacitante; pessoa experiente que \u00e9, V. Exa. pode aquilitar a dificuldade at\u00e9 mesmo para uma alimenta\u00e7\u00e3o adequada pela qual est\u00e3o passando tanto a autora, quanto seu grupo familiar, que certamente ser\u00e3o ainda mais prejudicados \u2013 se tiverem que aguardar todo o tr\u00e2mite processual.\n3\n\n\fAinda importante ressaltar que, in casu, quanto \u00e0 probabilidade do direito, tem-se o seguinte panorama no tocante \u00e0 concess\u00e3o do benef\u00edcio de presta\u00e7\u00e3o continuada:\n1) \u00c9 devido \u00e0 pessoa com defici\u00eancia que esteja, em qualquer dos casos, em condi\u00e7\u00e3o de vulnerabilidade social.\n2)\u00c9 pessoa com defici\u00eancia aquela que tem impedimento de longo prazo de natureza f\u00edsica, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em intera\u00e7\u00e3o com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua participa\u00e7\u00e3o plena e efetiva na sociedade em igualdade de condi\u00e7\u00f5es com as demais pessoas.\nAssim, a condi\u00e7\u00e3o de pessoa com defici\u00eancia se caracteriza pela exist\u00eancia cumulativa de impedimento de longo prazo e de barreiras que interajam negativamente com esse impedimento, de modo a obstruir a participa\u00e7\u00e3o social do indiv\u00edduo de maneira igualit\u00e1ria. Impedimento de longo prazo \u00e9 aquele superior a dois anos. Barreiras s\u00e3o aquelas listadas no art. 3\u00ba, IV, da Lei 13.146/2015.\n3) A vulnerabilidade social se baliza pelo crit\u00e9rio de renda familiar de 1/4 de sal\u00e1rio m\u00ednimo per capita. Abaixo desse valor, a condi\u00e7\u00e3o de miserabilidade \u00e9 presumida de modo absoluto. Nesse patamar ou acima dele deve-se aferir no caso concreto a necessidade da prote\u00e7\u00e3o social\n4. Da Gratuidade Judicial.\nO princ\u00edpio do amplo acesso \u00e0 justi\u00e7a encontra forte pilar na justi\u00e7a gratuita. Tal prerrogativa, al\u00e9m de fazer valer importante garantia constitucional, disponibiliza \u00e0 parte autora a certeza de que, caso comprove sua impossibilidade de arcar com as despesas, estar\u00e1 dispensado do pagamento delas. Nesse sentido, elencou a Constitui\u00e7\u00e3o Federal no rol de garantias fundamentais, em seu art. 5\u00ba, LXXIV:\n\"O Estado prestar\u00e1 assist\u00eancia jur\u00eddica integral e gratuita aos que comprovarem insufici\u00eancia de recursos;\"\nDa mesma forma, a Lei n.\u00ba 1.060/50, em seu art. 4\u00ba, em harmonia coma disposi\u00e7\u00e3o constitucional disp\u00f5e:\n\"A parte gozar\u00e1 dos benef\u00edcios da assist\u00eancia judici\u00e1ria, mediante simples afirma\u00e7\u00e3o, na pr\u00f3pria peti\u00e7\u00e3o inicial, de que n\u00e3o est\u00e1 em condi\u00e7\u00f5es de pagar as custas do processo e os honor\u00e1rios de advogado, sem preju\u00edzo pr\u00f3prio ou de sua fam\u00edlia.\u201d\n4\n\n\fAssim, \u00e9 poss\u00edvel concluir que o necessitado dos benef\u00edcios da assist\u00eancia judici\u00e1ria \u00e9 todo aquele que n\u00e3o tem condi\u00e7\u00f5es econ\u00f4micas para pagar as custas do processo e os honor\u00e1rios do advogado, sem preju\u00edzo do sustento pr\u00f3prio ou de sua fam\u00edlia.\nDesta forma, pede a Autora sejam concedidos os benef\u00edcios da assist\u00eancia judici\u00e1ria gratuita, nos termos estabelecidos na Lei n\u00ba 1.060/50, por ser pessoa incapaz de suportar as custas e despesas processuais, sem preju\u00edzo pr\u00f3prio ou de sua fam\u00edlia.\n5. Do pedido Ante o exposto, requer: a) a concess\u00e3o de prioridade na tramita\u00e7\u00e3o do feito, considerando que a autora \u00e9 portadora de doen\u00e7a grave (docs. anexos), na forma do art. 1.211-A, do CPC;\nb) a concess\u00e3o do benef\u00edcio de assist\u00eancia judici\u00e1ria gratuita, na forma da Lei n\u00ba 1.060/50;\nc) o julgamento procedente da a\u00e7\u00e3o, para condenar o INSS:\nc.1) a conceder o benef\u00edcio assistencial (LOAS), desde a DER administrativa ou, alternativamente, a partir de outra data, conforme julgar pertinente V. Exa.;\nc.2) pagar as parcelas vencidas, corrigidas monetariamente desde o indeferimento administrativo do benef\u00edcio, acrescidas de juros de mora, os quais dever\u00e3o incidir at\u00e9 a data do efetivo pagamento;\nd) a cita\u00e7\u00e3o do Instituto Nacional do Seguro Social - INSS;\ne) a produ\u00e7\u00e3o de todos os meios de prova em direito admitidos, em especial a produ\u00e7\u00e3o de laudo s\u00f3cio-econ\u00f4mico;\nf) a condena\u00e7\u00e3o do INSS no pagamento dos honor\u00e1rios advocat\u00edcios de 20% sobre o valor atualizado da condena\u00e7\u00e3o, em caso de eventual recurso.\nD\u00e1-se \u00e0 causa o valor de R$ 13.000,00 (treze mil reais).\nTermos em que, pede deferimento.\nJacarezinho/PR, 19 de julho de 2021.\nMARCELO BUENO ELIAS OAB/PR n\u00ba 28.240\n5\n\n\f" } ], "similar_texts_federais_solon": [ { "header": "Texto Similar 1 (Solon) - IdDocumentoCompleto: 5023103-56.2016.4.04.7108-711479411938766841137612837738", "text": "EXMO.(A) SR.(A) DR.(A) JUIZ(A) FEDERAL DA ____ VARA FEDERAL DE NOVO HAMBURGO/RS.\nIRACEMA MARCONDES DA ROSA, brasileira, casada, profissionalmente inativa, inscrita no CPF sob n\u00ba 717.346.190-15, RG n\u00ba 8064691994, nascida em 04.11.1962, residente e domiciliada na Rua Arthur Wallauer, n\u00ba58, Bairro Cohab, na cidade de Igrejinha/RS, atrav\u00e9s de sua procuradora signat\u00e1ria, vem respeitosamente perante V.Exa., propor\nA\u00c7\u00c3O ORDIN\u00c1RIA COM PEDIDO DE ANTECIPA\u00c7\u00c3O DE TUTELA EM CAR\u00c1TER LIMINAR,\ncontra o INSS, por negativa de concess\u00e3o de benef\u00edcio de sua ag\u00eancia local, pelo que passa a expor.\nI. FATOS\n1. A Requerente tem 54 anos de idade, possui baixa escolaridade, \u00e9 inativa profissionalmente, deficiente e preenche o requisito de miserabilidade nos termos da LOAS.\n2. Desta forma, em 10.06.2016 a Requerente postulou junto ao INSS Benef\u00edcio Assistencial de n\u00b0 87/702.465.110-6, sendo este negado sob a alega\u00e7\u00e3o de n\u00e3o atendimento ao crit\u00e9rio de defici\u00eancia para acesso ao LOAS, conforme informa\u00e7\u00f5es do benef\u00edcio anexas.\n3. \u00c9 importante destacar que, conforme informa\u00e7\u00e3o do benef\u00edcio, a Autarquia reconheceu que a Requerente preenche o requisito de\nmiserabilidade, deixando de deferir o pedido apenas sob o argumento de n\u00e3o exist\u00eancia de defici\u00eancia.\nTAQUARA - Rua General Frota, 2565, 2\u00ba Andar, Sala 02, Centro. Fone: 3541-5976. NOVO HAMBURGO - Rua \u00cdcaro, 326, Bairro Canudos. Fone: 3595-2874. ROLANTE - Rua Pedro Schneider, 427, Centro. Fone: 3547-1137.\n\n\fII. DA EXIST\u00caNCIA DE DEFICI\u00caNCIA NOS TERMOS DA LOAS / IMPEDIMENTO PARA PRODUZIR RENDA PARA SOBREVIV\u00caNCIA A LONGO PRAZO\n1) \u00c9 evidente o engano da Autarquia ao indeferir o benef\u00edcio postulado, tendo em vista que a Requerente sofre de Transtorno depressivo recorrente, epis\u00f3dio atual grave sem sintomas psic\u00f3ticos (CID10 F33.2) e Ins\u00f4nia n\u00e3o-org\u00e2nica (F51.0), conforme laudos acostados.\n2) Destaca-se que a Requerente realiza acompanhamento psiqui\u00e1trico na unidade de sa\u00fade de seu munic\u00edpio, inclusive fazendo uso de psicof\u00e1rmacos para tratamento.\n3) Em raz\u00e3o das mol\u00e9stias, a Requerente encontra-se impossibilitada de produzir renda para sua sobreviv\u00eancia a longo prazo.\n4) Cumpre ressaltar tamb\u00e9m que a Requerente possui baixa escolaridade, est\u00e1 afastada do mercado de trabalho h\u00e1 anos e vive em um meio de extrema vulnerabilidade social.\n5) Frente a isso, resta claro que a Requerente apresenta defici\u00eancia nos termos da Lei Org\u00e2nica da Assist\u00eancia Social \u2013 LOAS e que possui impedimento para produ\u00e7\u00e3o de renda a longo prazo.\n6) Frise-se que no tocante ao significado de impedimento a longo prazo, cumpre salientar o entendimento da Turma Nacional de Uniformiza\u00e7\u00e3o dos Juizados Especiais Federais firmado atrav\u00e9s da S\u00famula 48: \u201cA incapacidade n\u00e3o precisa ser permanente para fins de concess\u00e3o do benef\u00edcio assistencial de presta\u00e7\u00e3o continuada.\u201d\nTAQUARA - Rua General Frota, 2565, 2\u00ba Andar, Sala 02, Centro. Fone: 3541-5976. NOVO HAMBURGO - Rua \u00cdcaro, 326, Bairro Canudos. Fone: 3595-2874. ROLANTE - Rua Pedro Schneider, 427, Centro. Fone: 3547-1137.\n\n\f7) Ademais, \u00e9 importante frisar que n\u00e3o se pode confundir a\nincapacidade laborativa, atinente a benef\u00edcios previdenci\u00e1rios,\ncom o impedimento de produzir renda para sobreviv\u00eancia (conceito\nrelativo ao LOAS).\n8) A aferi\u00e7\u00e3o do referido impedimento e se ele \u00e9 ou n\u00e3o a longo\nprazo, n\u00e3o se restringe apenas a uma an\u00e1lise m\u00e9dica. \u00c9\nfundamental associar as circunst\u00e2ncias sociais que circundam o\ncaso concreto ao estado de sa\u00fade do indiv\u00edduo, para que se\nverifique a exist\u00eancia ou n\u00e3o do impedimento a longo prazo.\n\u00c9 o que ensina a recente jurisprud\u00eancia do TNU:\nINCIDENTE DE UNIFORMIZA\u00c7\u00c3O INTERPOSTO PELA PARTE AUTORA. SEGURIDADE SOCIAL. BENEF\u00cdCIO ASSISTENCIAL. INCAPACIDADE TOTAL E TEMPOR\u00c1RIA. S\u00daMULAS N\u00ba 29 E 48 DA TNU. IMPEDIMENTO DE LONGO PRAZO. AN\u00c1LISE DAS CONDI\u00c7\u00d5ES PESSOAIS. IMPRESCINDIBILIDADE. INCIDENTE CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO. [...] 7. Do que se depreende da literalidade dos dispositivos citados, o conceito de incapacidade para efeito de concess\u00e3o do benef\u00edcio assistencial n\u00e3o pode ficar confinado \u00e0 ideia da incapacidade f\u00edsica, restrita a considera\u00e7\u00f5es de ordem m\u00e9dica, seja ela mental, org\u00e2nica ou funcional. O impedimento de longo prazo tamb\u00e9m pode ser definido por aspectos de ordem intelectual a exemplo do grau de escolaridade que em intera\u00e7\u00e3o com outros elementos diversos, notadamente os de ordem social, possam obstruir sua participa\u00e7\u00e3o plena e efetiva na sociedade, em igualdade de condi\u00e7\u00f5es com os demais. 8. De outro lado, a pr\u00f3pria ideia de incapacidade para o trabalho focada em no\u00e7\u00f5es hauridas do direito previdenci\u00e1rio n\u00e3o \u00e9 suficiente para preencher a amplitude do referido conceito. Com efeito, embora no direito previdenci\u00e1rio aquele que se encontre incapacitado para sua atividade habitual deva, necessariamente, fazer jus ao benef\u00edcio por incapacidade, sendo o benef\u00edcio devido somente nessa hip\u00f3tese, em se tratando de benef\u00edcio assistencial isso n\u00e3o ocorre, haja vista que, a rigor, n\u00e3o se exige que o interessado esteja incapacitado para o trabalho, mas sim que esteja impedido de produzir a renda necess\u00e1ria para a pr\u00f3pria subsist\u00eancia. Isso se d\u00e1 com frequ\u00eancia em rela\u00e7\u00e3o a determinadas pessoas que s\u00e3o consideradas aptas para suas atividades habituais, sem que isso obste, em princ\u00edpio, a\nTAQUARA - Rua General Frota, 2565, 2\u00ba Andar, Sala 02, Centro. Fone: 3541-5976. NOVO HAMBURGO - Rua \u00cdcaro, 326, Bairro Canudos. Fone: 3595-2874. ROLANTE - Rua Pedro Schneider, 427, Centro. Fone: 3547-1137.\n\n\fcaracteriza\u00e7\u00e3o do impedimento, pois a referida atividade n\u00e3o gera renda alguma. \u00c9 O CASO DE PESSOAS QUE SEMPRE TRABALHARAM NO \u00c2MBITO DOM\u00c9STICO, SEM JAMAIS TER CONCORRIDO NO MERCADO DE TRABALHO OU EMPREENDIDO QUALQUER ATIVIDADE GERADORA DE RENDA. N\u00c3O RARO TAIS PESSOAS S\u00c3O CONSIDERADAS APTAS PARA O LABOR EM EXAME PERICIAL, N\u00c3O OBSTANTE POSSAM SER CONSIDERADAS, NUMA PERSPECTIVA SOCIOECON\u00d4MICA, INCAPAZES DE PRODUZIR RENDA, EM DECORR\u00caNCIA DE FATORES DIVERSOS. 9. No caso sob exame, nota-se que a recorrente jamais trabalhou. [...]. 11. Diante do exposto e tendo em vista o disposto na Quest\u00e3o de Ordem TNU n. 20 , e tendo em vista que a transitoriedade da incapacidade n\u00e3o \u00e9 incompat\u00edvel com o conceito de impedimento de longo prazo fins de concess\u00e3o do benef\u00edcio assistencial conhe\u00e7o do pedido de uniformiza\u00e7\u00e3o e dou-lhe parcial provimento para decretar a nulidade do ac\u00f3rd\u00e3o recorrido, determinando o retorno dos autos \u00e0 Turma de origem onde dever\u00e3o ser analisadas as condi\u00e7\u00f5es pessoais da recorrente \u00e0 vista das S\u00famulas n\u00ba 29 e 48 da TNU e da diretriz acima fixada.(TNU - PEDILEF: 05087008120114058200 , Relator: JUIZ FEDERAL\nPAULO ERNANE MOREIRA BARROS, Data de Julgamento: 12/11/2014, Data de Publica\u00e7\u00e3o: 05/12/2014).\n9) Portanto, a aferi\u00e7\u00e3o do impedimento para produzir renda para sobreviv\u00eancia a longo prazo deve considerar tamb\u00e9m as condi\u00e7\u00f5es pessoais e sociais do indiv\u00edduo relacionadas a idade, ao grau de instru\u00e7\u00e3o, ao n\u00facleo familiar, ao meio em que vive, ao mercado de trabalho deste meio e \u00e0 realidade social de quem pleiteia o benef\u00edcio.\n10) Sendo assim, associando as mol\u00e9stias que acometem a Requerente \u00e0s suas condi\u00e7\u00f5es sociais de vida, compostas pela baixa escolaridade, idade e extrema miserabilidade (reconhecida pela Autarquia), RESTA INCONTROVERSO SEU IMPEDIMENTO PARA PRODU\u00c7\u00c3O DE RENDA PARA A PR\u00d3PRIA SOBREVIVENCIA A LONGO PRAZO.\nTAQUARA - Rua General Frota, 2565, 2\u00ba Andar, Sala 02, Centro. Fone: 3541-5976. NOVO HAMBURGO - Rua \u00cdcaro, 326, Bairro Canudos. Fone: 3595-2874. ROLANTE - Rua Pedro Schneider, 427, Centro. Fone: 3547-1137.\n\n\fIII. PREENCHIMENTO DO REQUISITO DE MISERABILIDADE\n1) No tocante \u00e0 condi\u00e7\u00e3o socioecon\u00f4mica, cumpre frisar novamente que a Autarquia reconheceu a miserabilidade da Requerente em sede administrativa, versando a diverg\u00eancia apenas acerca do crit\u00e9rio de defici\u00eancia.\n2) Inicialmente cumpre frisar que o c\u00f4njuge da Requerente deixou o lar no m\u00eas de setembro de 2016. Desta forma, encontra-se separada de fato.\n3) Assim, a Requerente reside apenas com dois filhos, ambos desempregados, como prova a documenta\u00e7\u00e3o acostada.\n4) Desta forma, atualmente, a fam\u00edlia n\u00e3o possui qualquer renda familiar, dependendo totalmente da ajuda de terceiros. Portanto, est\u00e3o desconstitu\u00eddos do m\u00ednimo existencial.\n5) Neste diapas\u00e3o, \u00e9 incontroverso o preenchimento do requisito de miserabilidade.\nIV. DISPOSI\u00c7\u00d5ES FINAIS\n1) Desta forma, tendo sido reconhecida pela Autarquia em sede administrativa a miserabilidade da Requerente, bem como demonstrada a defici\u00eancia nos termos da lei, restam preenchidos os requisitos para a concess\u00e3o do benef\u00edcio.\n2) Saliente-se que, n\u00e3o tendo como prover seu pr\u00f3prio sustento e sem auferir qualquer tipo de benef\u00edcio, a Requerente tem dependido da ajuda de terceiros para sua sobreviv\u00eancia e tratamento que envolve o uso de medicamentos cont\u00ednuos.\nTAQUARA - Rua General Frota, 2565, 2\u00ba Andar, Sala 02, Centro. Fone: 3541-5976. NOVO HAMBURGO - Rua \u00cdcaro, 326, Bairro Canudos. Fone: 3595-2874. ROLANTE - Rua Pedro Schneider, 427, Centro. Fone: 3547-1137.\n\n\f3) O indeferimento do benef\u00edcio tem car\u00e1ter desumano, pois al\u00e9m de negar direito previsto em lei, deixa \u00e0 margem pessoa que necessita de um m\u00ednimo de condi\u00e7\u00f5es para recuperar um pouco de dignidade h\u00e1 muito perdida, eis porque prop\u00f5e a presente a\u00e7\u00e3o.\n4) A Requerente entende ter preenchido os requisitos para que lhe seja concedida a TUTELA DE URG\u00caNCIA, liminarmente, a fim de implantar imediatamente o benef\u00edcio assistencial, uma vez que: a) apresentou elementos que evidenciam a probabilidade de seu direito, haja vista ter comprovado seu impedimento para produ\u00e7\u00e3o de renda a longo prazo e ser pessoa que vive em extrema miserabilidade e vulnerabilidade social; b) demonstrou tamb\u00e9m o perigo de dano, dada a urg\u00eancia para manter-se, pois \u00e9 pessoa idosa e n\u00e3o possui qualquer rendimento.\n5) Em aten\u00e7\u00e3o ao art. 319, VII e art. 334, \u00a7 5\u00ba do novo CPC, a Requerente manifesta op\u00e7\u00e3o pela n\u00e3o realiza\u00e7\u00e3o de audi\u00eancia de concilia\u00e7\u00e3o ou media\u00e7\u00e3o.\nV. REQUERIMENTOS\nISSO POSTO, requer \u00e0 Vossa Excel\u00eancia:\na) o deferimento da TUTELA DE URG\u00caNCIA, LIMINARMENTE, para implantar o benef\u00edcio assistencial \u00e0 Requerente, em conformidade com o art. 300 e art. 300 \u00a7 2\u00ba do novo CPC.\nTAQUARA - Rua General Frota, 2565, 2\u00ba Andar, Sala 02, Centro. Fone: 3541-5976. NOVO HAMBURGO - Rua \u00cdcaro, 326, Bairro Canudos. Fone: 3595-2874. ROLANTE - Rua Pedro Schneider, 427, Centro. Fone: 3547-1137.\n\n\fb) a cita\u00e7\u00e3o do INSS, atrav\u00e9s de seu representante legal, nos termos do art. 334 do novo CPC para audi\u00eancia de concilia\u00e7\u00e3o ou media\u00e7\u00e3o.\nb.1 Ressalvado o direito da Autarquia de manifestar-se no prazo de 10 dias de anteced\u00eancia contados da data de audi\u00eancia sobre seu desinteresse na realiza\u00e7\u00e3o de audi\u00eancia de concilia\u00e7\u00e3o ou media\u00e7\u00e3o, nos termos do art. 334, \u00a7 5\u00ba do novo CPC;\nc) a proced\u00eancia do pedido para condenar o INSS a conceder \u00e0 Requerente o Benef\u00edcio Assistencial de n\u00ba 702.465.110-6, desde a data do requerimento administrativo em 10.06.2016;\nd) o pagamento das parcelas vencidas e vincendas, atualizadas monetariamente, acrescidas de juros legais, mais honor\u00e1rios advocat\u00edcios;\ne) protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos, principalmente prova documental ora juntada e prova pericial por Assistente Social e m\u00e9dico PSIQUIATRA, caso necess\u00e1rio;\nf) seja o INSS compelido a juntar aos autos o processo administrativo, para fazer prova na presente a\u00e7\u00e3o, sob as penas do art. 438, II do novo CPC;\ng) o deferimento de tutela de urg\u00eancia em car\u00e1ter liminar no despacho inicial da demanda, ou no momento da per\u00edcia, ou ainda, quando da prola\u00e7\u00e3o da senten\u00e7a com fulcro no art. 300 e art. 300 \u00a7 2\u00ba do novo CPC;\nTAQUARA - Rua General Frota, 2565, 2\u00ba Andar, Sala 02, Centro. Fone: 3541-5976. NOVO HAMBURGO - Rua \u00cdcaro, 326, Bairro Canudos. Fone: 3595-2874. ROLANTE - Rua Pedro Schneider, 427, Centro. Fone: 3547-1137.\n\n\fh) o benef\u00edcio da Assist\u00eancia Judici\u00e1ria Gratuita, para isent\u00e1-la de toda e qualquer custa decorrente do presente processo, inclusive honor\u00e1rios periciais, exames m\u00e9dicos complementares eventualmente realizados, entre outras, com base na declara\u00e7\u00e3o de pobreza em anexo, na forma da Lei 1.060/50 c/c art. 98 do novo CPC.\nDa \u00e0 a\u00e7\u00e3o o valor de R$ 14.960,00 (880,00 x 17)\nNestes termos, pede deferimento.\nTaquara, 17 de novembro de 2016.\n\nCarla de O. Lopes Amaro OAB/RS 36.857\n\nRamona C. Reichert OAB/RS 94.975\n\nTAQUARA - Rua General Frota, 2565, 2\u00ba Andar, Sala 02, Centro. Fone: 3541-5976. NOVO HAMBURGO - Rua \u00cdcaro, 326, Bairro Canudos. Fone: 3595-2874. ROLANTE - Rua Pedro Schneider, 427, Centro. Fone: 3547-1137.\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 2 (Solon) - IdDocumentoCompleto: 5000757-55.2018.4.04.7104-711519233207916831123246807874", "text": "EXCELENT\u00cdSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(\u00cdZA) FEDERAL DA VARA DO JUIZADO ESPECIAL FEDERAL PREVIDENCI\u00c1RIO DA SUBSE\u00c7\u00c3O DE PASSO FUNDO/RS\n\nJUNIOR DE OLIVEIRA GIOMBELLI, brasileiro, solteiro, menor, estudante, CPF 038.924.150-48, RG 9119306216, neste ato assistido por sua m\u00e3e ROSELI DE F\u00c1TIMA DE OLIVEIRA, brasileira, em uni\u00e3o est\u00e1vel, empregada dom\u00e9stica diarista, RG n\u00ba 8053913045, CPF n\u00ba 589.883.270-04, ambos residentes e domiciliados na localidade de Tijuco Preto, em Mato Castelhano/RS, CEP 99180-000, v\u00eam respeitosamente perante Vossa Excel\u00eancia, por seu procurador subscrito, propor a presente\nA\u00c7\u00c3O DE CONCESS\u00c3O DE BENEF\u00cdCIO ASSISTENCIAL\nContra o INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS, autarquia de direito p\u00fablico, estabelecida na Rua General Os\u00f3rio, 1244, em Passo Fundo-RS, pelas raz\u00f5es de fato e de direito a seguir aduzidas:\n\n1.\n\nDOS FATOS\n\n1.1\n\nO autor requereu em 15/12/2016 (DER) a concess\u00e3o de Benef\u00edcio\n\nde Presta\u00e7\u00e3o Continuada da Assist\u00eancia Social a Pessoa com Defici\u00eancia, devido ao seu\n\nquadro de sa\u00fade atual. O segurado tem 17 (dezessete) anos de idade, cursa o 9\u00ba (nono)\n\nano do ensino fundamental e \u00e9 portadora de \u201cdiabete melito tipo 1 de dif\u00edcil controle,\n\nem uso de insulina NPH e Lispro (CID10 E10)\u201d conforme atestados m\u00e9dicos anexos.\n\nEm raz\u00e3o da doen\u00e7a, sofre convuls\u00f5es quando nas crises de hipoglicemia, reiteradas\n\ndores de cabe\u00e7a, fraqueza, tremedeira e tontura ao menor esfor\u00e7o f\u00edsico, tanto que na\n\nescola foi afastado das aulas de educa\u00e7\u00e3o f\u00edsica.\n\nRua Morom, 1565, Ed. Kieling, sala 503, Centro, Passo Fundo/RS, CEP 99010-030, Fone/Fax (54) 3314-5395 Vinicius Casagranda Mesquita \u2013 Advogado \u2013 OAB/RS 63.221\n\n\f1.2\n\nConforme parecer social (pg. 25 do processo administrativo) \u201ca\n\nrenda familiar \u00e9 de 1 sal\u00e1rio m\u00ednimo, proveniente do benef\u00edcio previdenci\u00e1rio\n\npercebido por sua m\u00e3e. O pai \u00e9 trabalhador informal mas vem enfrentando dificuldade de conseguir trabalho\u201d. No entanto, a autarquia indeferiu a concess\u00e3o do benef\u00edcio por supera\u00e7\u00e3o da renda per capta do grupo familiar igual ou superior a \u00bc do\n\nsal\u00e1rio m\u00ednimo.\n\n1.3\n\nO grupo familiar \u00e9 formado por 3 (tr\u00eas) pessoas, o autor e seus pais,\n\nlimitados \u00e0 renda de um sal\u00e1rio m\u00ednimo, percebido por sua m\u00e3e a t\u00edtulo de benef\u00edcio\n\nprevidenci\u00e1rio.\n\n1.4\n\nTodavia, para efeito de avalia\u00e7\u00e3o econ\u00f4mica familiar, no c\u00e1lculo da\n\nrenda per capta, n\u00e3o deve ser computado o benef\u00edcio previdenci\u00e1rio percebido\n\npela m\u00e3e do segurado, conforme previs\u00e3o expressa do artigo 34 da Lei n\u00ba 10.741/03.\n\n1.5\n\nAdemais, o parecer social realizado a cargo do INSS (pg. 25 do\n\nprocesso administrativo) foi claro ao registrar a situa\u00e7\u00e3o de vulnerabilidade\n\nsocioecon\u00f4mica enfrentada pelo autor. Segundo o relat\u00f3rio social \u201ca diabetes do\n\nrequerente \u00e9 muito inst\u00e1vel e a fam\u00edlia n\u00e3o est\u00e1 tendo condi\u00e7\u00f5es financeiras de\n\nmanter a dieta especificada, a qual, poderia contribuir significativamente para o\n\ncontrole da doen\u00e7a\u201d.\n\n1.6\n\nNo mesmo parecer, a assistente social noticia que o autor \u201cfaz uso\n\nde insulina acessada via pol\u00edtica p\u00fablica de sa\u00fade, por\u00e9m, as agulhas e tiras\n\nutilizadas para auferir a glicose, por alguns meses, n\u00e3o foram disponibilizadas pelo\n\nSistema \u00danico de Sa\u00fade-SUS e a fam\u00edlia necessitou adquirir com recursos pr\u00f3prios,\n\nsitua\u00e7\u00e3o que comprometeu mais de 20% da renda familiar\u201d.\n\n1.7\n\nConforme Parecer Nutricional anexo, o autor precisa fazer uso de\n\nalimentos diet\u00e9ticos: \u201cA dieta necess\u00e1ria inclui a ado\u00e7\u00e3o de produtos diet\u00e9ticos do\n\ntipo DIET, que possibilitam uma rotina alimentar mais equilibrada e menos\n\nrestritiva, possibilitando ao portador de Diabetes uma maior qualidade diet\u00e9tica\n\ncom uma melhora dos aspectos f\u00edsico e psicol\u00f3gicos do paciente\u201d.\n\n1.8\n\nPortanto, uma vez identificados, o risco social, a patologia\n\ncausadora da defici\u00eancia e a condi\u00e7\u00e3o de miserabilidade vivenciada pelo autor, faz jus a\n\nconcess\u00e3o do beneficio assistencial de presta\u00e7\u00e3o continuada.\n\n2\nRua Morom - 1565, Ed. Kieling, sala 503, Centro, Passo Fundo/RS, CEP 99010-030, Fone/Fax (54) 3314.5395 Vinicius Casagranda Mesquita \u2013 Advogado \u2013 OAB/RS 63.221\n\n\f2.\n\nDIREITO AO BENEF\u00cdCIO\n\n2.1\n\nA assist\u00eancia social, conforme disposi\u00e7\u00e3o legal, corresponde a\n\ndireito do cidad\u00e3o e dever do Estado, \u00e9 Pol\u00edtica de Seguridade Social n\u00e3o contributiva,\n\nque prov\u00ea os m\u00ednimos sociais. Realizada atrav\u00e9s de um conjunto integrado de a\u00e7\u00f5es de\n\niniciativa p\u00fablica e da sociedade, para garantir o atendimento \u00e0s necessidades b\u00e1sicas\n\n(art. 1\u00ba da Lei 8.742/93).\n\n2.2\n\nO art. 4 da Lei 8.742/93 que disp\u00f5e sobre a organiza\u00e7\u00e3o da\n\nassist\u00eancia social, prescreve os princ\u00edpios e estabelece as diretrizes b\u00e1sicas sob as quais\n\nse orientam as a\u00e7\u00f5es de assist\u00eancia social:\n\n\u201cArt. 4\u00ba A assist\u00eancia social rege-se pelos seguintes princ\u00edpios:\n\nI - supremacia do atendimento \u00e0s necessidades sociais sobre as exig\u00eancias de rentabilidade econ\u00f4mica;\n\nII - universaliza\u00e7\u00e3o dos direitos sociais, a fim de tornar o destinat\u00e1rio da a\u00e7\u00e3o assistencial alcan\u00e7\u00e1vel pelas demais pol\u00edticas p\u00fablicas;\n\nIII - respeito \u00e0 dignidade do cidad\u00e3o, \u00e0 sua autonomia e ao seu direito a benef\u00edcios e servi\u00e7os de qualidade, bem como \u00e0 conviv\u00eancia familiar e comunit\u00e1ria, vedando-se qualquer comprova\u00e7\u00e3o vexat\u00f3ria de necessidade;\n\nIV - igualdade de direitos no acesso ao atendimento, sem discrimina\u00e7\u00e3o de qualquer natureza, garantindo-se equival\u00eancia \u00e0s popula\u00e7\u00f5es urbanas e rurais;\n\nV - divulga\u00e7\u00e3o ampla dos benef\u00edcios, servi\u00e7os, programas e projetos assistenciais, bem como dos recursos oferecidos pelo Poder P\u00fablico e dos crit\u00e9rios para sua concess\u00e3o\u201d (grifei).\n\n2.3\n\nNo que tange aos objetivos preconizados pela assist\u00eancia social,\n\nprescreve o art. 2\u00ba da referida Lei:\n\n\u201cArt. 2o A assist\u00eancia social tem por objetivos:\nI - a prote\u00e7\u00e3o social, que visa \u00e0 garantia da vida, \u00e0 redu\u00e7\u00e3o de danos e \u00e0 preven\u00e7\u00e3o da incid\u00eancia de riscos, especialmente:\na) a prote\u00e7\u00e3o \u00e0 fam\u00edlia, \u00e0 maternidade, \u00e0 inf\u00e2ncia, \u00e0 adolesc\u00eancia e \u00e0 velhice;\nb) o amparo \u00e0s crian\u00e7as e aos adolescentes carentes; c) a promo\u00e7\u00e3o da integra\u00e7\u00e3o ao mercado de trabalho;\n3\nRua Morom - 1565, Ed. Kieling, sala 503, Centro, Passo Fundo/RS, CEP 99010-030, Fone/Fax (54) 3314.5395 Vinicius Casagranda Mesquita \u2013 Advogado \u2013 OAB/RS 63.221\n\n\fd) a habilita\u00e7\u00e3o e reabilita\u00e7\u00e3o das pessoas com defici\u00eancia e a promo\u00e7\u00e3o de sua integra\u00e7\u00e3o \u00e0 vida comunit\u00e1ria; e\ne) a garantia de 1 (um) sal\u00e1rio-m\u00ednimo de benef\u00edcio mensal \u00e0 pessoa com defici\u00eancia e ao idoso que comprovem n\u00e3o possuir meios de prover a pr\u00f3pria manuten\u00e7\u00e3o ou de t\u00ea-la provida por sua fam\u00edlia;\n\nII - a vigil\u00e2ncia socioassistencial, que visa a analisar territorialmente a capacidade protetiva das fam\u00edlias e nela a ocorr\u00eancia de vulnerabilidades, de amea\u00e7as, de vitimiza\u00e7\u00f5es e danos;\n\nIII - a defesa de direitos, que visa a garantir o pleno acesso aos direitos no conjunto das provis\u00f5es socioassistenciais.\n\nPar\u00e1grafo \u00fanico. Para o enfrentamento da pobreza, a assist\u00eancia social realiza-se de forma integrada \u00e0s pol\u00edticas setoriais, garantindo m\u00ednimos sociais e provimento de condi\u00e7\u00f5es para atender conting\u00eancias sociais e promovendo a universaliza\u00e7\u00e3o dos direitos sociais\u201d (grifei).\n\n2.4\n\nO benef\u00edcio de presta\u00e7\u00e3o continuada de que trata inciso I, al\u00ednea \u201ce\u201d\n\ndo art. 2\u00ba, \u00e9 a garantia de 1 (um) sal\u00e1rio m\u00ednimo mensal a pessoas portadora de\n\ndefici\u00eancia e ao idoso com 65 (sessenta e cinco) anos ou mais que comprovem n\u00e3o\n\npossuir meios de prover a pr\u00f3pria manuten\u00e7\u00e3o, nem de t\u00ea-la provida por sua fam\u00edlia\n\n(art. 20 da Lei 8.742/93).\n\n2.5\n\nConsoante ao \u00a7 2\u00ba do art. 20, entende-se como pessoa portadora de\n\ndefici\u00eancia todo aquele que tem impedimentos de longo prazo de natureza f\u00edsica, mental,\n\nintelectual ou sensorial, os quais, em intera\u00e7\u00e3o com diversas barreiras, podem obstruir\n\nsua participa\u00e7\u00e3o plena e efetiva na sociedade em igualdade de condi\u00e7\u00f5es com as demais\n\npessoas. Assim, segue a disposi\u00e7\u00e3o legal:\n\nArt. 20. O benef\u00edcio de presta\u00e7\u00e3o continuada \u00e9 a garantia de um sal\u00e1rio-m\u00ednimo mensal \u00e0 pessoa com defici\u00eancia e ao idoso com 65 (sessenta e cinco) anos ou mais que comprovem n\u00e3o possuir meios de prover a pr\u00f3pria manuten\u00e7\u00e3o nem de t\u00ea-la provida por sua fam\u00edlia.\n\u00a7 1o Para os efeitos do disposto no caput, a fam\u00edlia \u00e9 composta pelo requerente, o c\u00f4njuge ou companheiro, os pais e, na aus\u00eancia de um deles, a madrasta ou o padrasto, os irm\u00e3os solteiros, os filhos e enteados solteiros e os menores tutelados, desde que vivam sob o mesmo teto.\n\n4\nRua Morom - 1565, Ed. Kieling, sala 503, Centro, Passo Fundo/RS, CEP 99010-030, Fone/Fax (54) 3314.5395 Vinicius Casagranda Mesquita \u2013 Advogado \u2013 OAB/RS 63.221\n\n\f\u00a7 2o Para efeito de concess\u00e3o deste benef\u00edcio, considera-se pessoa com defici\u00eancia aquela que tem impedimentos de longo prazo de natureza f\u00edsica, mental, intelectual ou sensorial, os quais, em intera\u00e7\u00e3o com diversas barreiras, podem obstruir sua participa\u00e7\u00e3o plena e efetiva na sociedade em igualdade de condi\u00e7\u00f5es com as demais pessoas.\n\n\u00a7 3o Considera-se incapaz de prover a manuten\u00e7\u00e3o da pessoa com defici\u00eancia ou idosa a fam\u00edlia cuja renda mensal per capita seja inferior a 1/4 (um quarto) do sal\u00e1rio-m\u00ednimo\u201d (grifei).\n\n2.6\n\nNeste sentido, tendo em vista que o segurado \u00e9 portadora de\n\n\u201cdiabete melito tipo 1 de dif\u00edcil controle, em uso de insulina NPH e Lispro (CID10 E10)\u201d \u2013 patologia causadora de significante limita\u00e7\u00f5es f\u00edsicas - enquadra-se perfeitamente nos termo da lei.\n\n2.7\n\nNo que concerne ao requisito da renda familiar per capta, veja-se\n\nque, no caso, est\u00e1 limitada ao benef\u00edcio previdenci\u00e1rio percebido pela m\u00e3e do\n\ndemandante, no valor de um sal\u00e1rio m\u00ednimo, que parcamente alimenta os tr\u00eas\n\nintegrantes do grupo familiar. Assim, est\u00e1 caracterizado o risco social exigido pela\n\nlegisla\u00e7\u00e3o. Neste sentido, segue o entendimento jurisprudencial:\n\n\u201cBENEF\u00cdCIO ASSISTENCIAL. MENOR DE IDADE. INCAPACIDADE PARA O TRABALHO E PARA A VIDA INDEPENDENTE. SITUA\u00c7\u00c3O DE RISCO SOCIAL. REQUISITOS PREENCHIDOS. 1. O direito ao benef\u00edcio assistencial pressup\u00f5e o preenchimento dos seguintes requisitos: a) condi\u00e7\u00e3o de deficiente (pessoa que tem impedimentos de longo prazo de natureza f\u00edsica, mental, intelectual ou sensorial, os quais, em intera\u00e7\u00e3o com diversas barreiras, podem obstruir sua participa\u00e7\u00e3o plena e efetiva na sociedade em igualdade de condi\u00e7\u00e3o com as demais pessoas) ou idoso (neste caso, considerando-se, desde 1\u00ba de janeiro de 2004, a idade de 65 anos); e b) situa\u00e7\u00e3o de risco social (estado de miserabilidade, hipossufici\u00eancia econ\u00f4mica ou situa\u00e7\u00e3o de desamparo) da parte autora e de sua fam\u00edlia. 2. Inexiste impedimento \u00e0 concess\u00e3o do benef\u00edcio assistencial de presta\u00e7\u00e3o continuada a menor de idade. Ao contr\u00e1rio, a assist\u00eancia social a crian\u00e7as e adolescentes \u00e9 priorit\u00e1ria em nosso Pa\u00eds, \u00e0 luz do art. 203, incisos I e II, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal. Se o menor \u00e9 deficiente, a prote\u00e7\u00e3o social \u00e9 refor\u00e7ada, conforme os incisos IV e V do mesmo artigo. Em mat\u00e9ria de assist\u00eancia social, \u00e0 vista do princ\u00edpio da dignidade da pessoa humana, fundamento do Estado Democr\u00e1tico de Direito (CF, art. 1\u00ba, III), n\u00e3o \u00e9 poss\u00edvel interpreta\u00e7\u00e3o restritiva contr\u00e1ria aos que a Constitui\u00e7\u00e3o e a lei manifestamente buscaram proteger. Precedentes da Corte. 3. A incapacidade para o trabalho e para a vida independente restou comprovada por meio de per\u00edcia administrativa.\n5\nRua Morom - 1565, Ed. Kieling, sala 503, Centro, Passo Fundo/RS, CEP 99010-030, Fone/Fax (54) 3314.5395 Vinicius Casagranda Mesquita \u2013 Advogado \u2013 OAB/RS 63.221\n\n\f4. Embora a renda mensal per capita seja superior a \u00bc do sal\u00e1rio m\u00ednimo, a situa\u00e7\u00e3o de risco social est\u00e1, in casu, demonstrada por outros meios de prova, o que \u00e9 poss\u00edvel. Precedente do STJ (REsp 1112557/MG, Rel. Ministro NAPOLE\u00c3O NUNES MAIA FILHO, TERCEIRA SE\u00c7\u00c3O, julgado em 28/10/2009, DJe 20/11/2009) 5. Comprovado o preenchimento dos requisitos legais, deve ser concedido o benef\u00edcio em favor da parte autora, desde a data do requerimento administrativo (23-03-2009). (TRF4, APELREEX 0008006-71.2010.404.9999, Sexta Turma, Relator Celso Kipper, D.E. 31/05/2013)\u201d (grifei);\n\n\u201cPREVIDENCI\u00c1RIO. BENEF\u00cdCIO ASSISTENCIAL. RENDA FAMILIAR PER CAPITA. CONCESS\u00c3O. 1. A renda familiar per capita de \u00bc do sal\u00e1rio m\u00ednimo \u00e9 crit\u00e9rio objetivo a balizar a concess\u00e3o do benef\u00edcio, por\u00e9m n\u00e3o \u00e9 o \u00fanico, devendo ser examinado juntamente com outros meios de aferi\u00e7\u00e3o do estado de miserabilidade, hipossufici\u00eancia econ\u00f4mica ou situa\u00e7\u00e3o de desamparo do agravante e de sua fam\u00edlia. 2. Qualquer benef\u00edcio de valor m\u00ednimo recebido por idoso (65 anos ou mais) deve ser exclu\u00eddo da apura\u00e7\u00e3o da renda familiar per capita de \u00bc do sal\u00e1rio m\u00ednimo. (TRF4, APELREEX 0001552-70.2013.404.9999, Sexta Turma, Relator N\u00e9fi Cordeiro, D.E. 31/05/2013)\u201d (grifei).\n\n2.8\n\nAdemais, no c\u00e1lculo da renda per capta, n\u00e3o deve ser\n\nconsiderado o benef\u00edcio previdenci\u00e1rio percebido pela m\u00e3e do autor, conforme\n\nprescreve o artigo 34 da Lei n\u00ba 10.741/03:\n\n\u201c Art. 34. Aos idosos, a partir de 65 (sessenta e cinco) anos, que n\u00e3o possuam meios para prover sua subsist\u00eancia, nem de t\u00ea-la provida por sua fam\u00edlia, \u00e9 assegurado o benef\u00edcio mensal de 1 (um) sal\u00e1riom\u00ednimo, nos termos da Lei Org\u00e2nica da Assist\u00eancia Social \u2013 Loas. Par\u00e1grafo \u00fanico. O benef\u00edcio j\u00e1 concedido a qualquer membro da fam\u00edlia nos termos do caput n\u00e3o ser\u00e1 computado para os fins do c\u00e1lculo da renda familiar per capita a que se refere a Loas\u201d (grifei).\n\n2.9\n\nNo mesmo sentido, os precedentes jurisprud\u00eancias, pacificamente,\n\nrecepcionam a norma supra referida, para efeito de c\u00e1lculo da renda familiar:\n\n\u201cBENEF\u00cdCIO ASSISTENCIAL. INCAPACIDADE PARA O TRABALHO E PARA A VIDA INDEPENDENTE. SITUA\u00c7\u00c3O DE RISCO SOCIAL. REQUISITOS PREENCHIDOS. 1. O direito ao benef\u00edcio assistencial pressup\u00f5e o preenchimento dos seguintes requisitos: a) condi\u00e7\u00e3o de deficiente (pessoa que tem impedimentos de longo prazo de natureza f\u00edsica, mental, intelectual ou sensorial, os quais, em intera\u00e7\u00e3o com diversas barreiras, podem obstruir sua participa\u00e7\u00e3o plena e efetiva\n6\nRua Morom - 1565, Ed. Kieling, sala 503, Centro, Passo Fundo/RS, CEP 99010-030, Fone/Fax (54) 3314.5395 Vinicius Casagranda Mesquita \u2013 Advogado \u2013 OAB/RS 63.221\n\n\fna sociedade em igualdade de condi\u00e7\u00e3o com as demais pessoas) ou idoso (neste caso, considerando-se, desde 1\u00ba de janeiro de 2004, a idade de 65 anos); e b) situa\u00e7\u00e3o de risco social (estado de miserabilidade, hipossufici\u00eancia econ\u00f4mica ou situa\u00e7\u00e3o de desamparo) da parte autora e de sua fam\u00edlia. 2. A incapacidade para o trabalho e para a vida independente n\u00e3o foi questionada e restou reconhecida pelo INSS na via administrativa. 3. No c\u00e1lculo da renda familiar per capita, deve ser exclu\u00eddo o valor auferido por pessoa idosa a t\u00edtulo de benef\u00edcio assistencial ou benef\u00edcio previdenci\u00e1rio de renda m\u00ednima, este \u00faltimo por aplica\u00e7\u00e3o anal\u00f3gica do par\u00e1grafo \u00fanico do art. 34 da Lei n\u00ba 10.741/03. 4. Comprovado o preenchimento dos requisitos legais, deve ser restabelecido o benef\u00edcio em favor da parte autora desde a data do indevido cancelamento (01-04-2004). 5. Tendo o feito tramitado perante a Justi\u00e7a Estadual ga\u00facha, o INSS est\u00e1 isento do pagamento das custas judiciais, a teor do que preceitua o art. 11 da Lei Estadual ga\u00facha n.\u00ba 8.121/85, na reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n.\u00ba 13.471, de 23 de junho de 2010. (TRF4, REOAC 0004484-31.2013.404.9999, Sexta Turma, Relator Celso Kipper, D.E. 31/05/2013)\u201d (grifei).\n\n2.10\n\nNotadamente, o autor se enquadra no crit\u00e9rio de hipossufici\u00eancia e\n\nmiserabilidade, previsto no \u00a7 3\u00ba art. 20 da Lei Lei 8.742/93.\n\n3.\n\nDOS PEDIDOS\n\n3.1\n\nIsso posto, requer:\n\na) A cita\u00e7\u00e3o da autarquia demandada para que, querendo, apresente contesta\u00e7\u00e3o, sob pena de revelia e confiss\u00e3o ficta quanto \u00e0 mat\u00e9ria de fato;\n\nb) A concess\u00e3o do Benef\u00edcio de Presta\u00e7\u00e3o Continuada da Assist\u00eancia Social, desde a data do requerimento administrativo em 15/12/2016 (DER), tudo corrigido monetariamente desde o vencimento de cada parcela e acrescido de juros de mora a partir da cita\u00e7\u00e3o;\n\nc) Provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos, especialmente, pela realiza\u00e7\u00e3o de avalia\u00e7\u00e3o socioecon\u00f4mica e per\u00edcia m\u00e9dica a ser realizada por m\u00e9dico Endocrinologista a ser determinada por Vossa Excel\u00eancia;\n\n7\nRua Morom - 1565, Ed. Kieling, sala 503, Centro, Passo Fundo/RS, CEP 99010-030, Fone/Fax (54) 3314.5395 Vinicius Casagranda Mesquita \u2013 Advogado \u2013 OAB/RS 63.221\n\n\fd) Lhe seja deferido o benef\u00edcio da assist\u00eancia judici\u00e1ria gratuita, eis que n\u00e3o tem condi\u00e7\u00f5es de arcar com o pagamento das despesas processuais, sem o preju\u00edzo do sustento pr\u00f3prio e de sua fam\u00edlia.\nD\u00e1 \u00e0 causa o valor de R$ 24.804,00. Passo Fundo, 21 de fevereiro de 2018. Vinicius Casagranda Mesquita\nOAB/RS 63.221\n8\nRua Morom - 1565, Ed. Kieling, sala 503, Centro, Passo Fundo/RS, CEP 99010-030, Fone/Fax (54) 3314.5395 Vinicius Casagranda Mesquita \u2013 Advogado \u2013 OAB/RS 63.221\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 3 (Solon) - IdDocumentoCompleto: 5003435-23.2021.4.04.7206-721620238343730918824802134486", "text": "EXCELENT\u00cdSSIMO SR. DR. JUIZ FEDERAL DO JUIZADO ESPECIAL C\u00cdVEL DA SUBSE\u00c7\u00c3O JUDICI\u00c1RIA DE LAGES/SC\nBEATRIZ RUTH SCHMIDT, brasileira, solteira, portadora da CI n\u00ba 5381154 e CPF n\u00ba 05923163942, residente e domiciliada na Rua Pereira Oliveira, n\u00ba 188, em Lages/SC, vem respeitosamente perante V. Exa., atrav\u00e9s de suas procuradoras, com endere\u00e7o na Rua Joao Castro, n\u00ba 186, cidade de Lages \u2013 SC, com fulcro nos art. 203, V, da CF/88, arts. 2\u00ba, V, e 20 da Lei 8.742/93, propor a presente\nA\u00c7\u00c3O DE BENEF\u00cdCIO PREVIDENCI\u00c1RIO (Amparo Social por Invalidez)\ncontra, INSTITUTO NACIONAL DE SEGURO SOCIAL - INSS, Autarquia Federal, atrav\u00e9s de sua Procuradoria Regional, situada nesta circunscri\u00e7\u00e3o, pelos motivos de fato e de direito, que passa a narrar e por fim requerer:\n\n\fDOS FATOS A autora em 12/11/2019 protocolou no INSS o pedido de Amparo Assistencial por Defici\u00eancia \u2013 NB 7053222471, sendo que o mesmo restou indeferido pelo seguinte motivo:\nRenda per capita familiar \u00e9 igual ou superior a 1/4 (um quarto) do sal\u00e1rio m\u00ednimo vigente na data do requerimento.\nPor\u00e9m, a autora tem direito sim ao recebimento do benef\u00edcio, pois, o grupo familiar \u00e9 composto pelos seguintes membros:\n1) BEATRIZ RUTH SCHMIDT (requerente) \u2013 Renda zero; 2) PATRICIA DA ROSA LEBID \u2013 MAE (SEM RENDA); 3) ANA CAROLINA RUTH SCHMIDT \u2013 IRMA (17 ANOS, SEM RENDA); 4) VALDECIR DE JESUS RUTH SCHMIDT \u2013 PAI (2.104,50); 5) VITORIA DA ROSA SCHMIDT \u2013 IRMA (10 ANOS, SEM RENDA);\n\u00danico que possui renda na fam\u00edlia \u00e9 o pai do requerente. Por\u00e9m a renda \u00e9 insuficiente para manuten\u00e7\u00e3o da fam\u00edlia e para o requerente fazer o devido tratamento de sa\u00fade, haja vista que possui s\u00e9rio problema de sa\u00fade. Todavia o fato de a renda per capta ser superior a \u00bc (um quarto) de sal\u00e1rio m\u00ednimo n\u00e3o \u00e9 \u00f3bice a concess\u00e3o do benef\u00edcio, pois, a miserabilidade da autora e de sua fam\u00edlia pode ser comprovada por outros meios de prova, conforme S\u00daMULA 11 da TNU: S\u00daMULA 11 da TNU:\nA renda mensal, per capita, familiar, superior a \u00bc (um quarto) do sal\u00e1rio m\u00ednimo n\u00e3o impede a concess\u00e3o do benef\u00edcio assistencial previsto no art. 20, \u00a7 3\u00ba da Lei n\u00ba. 8.742 de 1993, desde que comprovada, por outros meios, a miserabilidade do postulante.\n\n\f\u00c9 preciso levar em considera\u00e7\u00e3o ainda que, a fam\u00edlia da autora possui diversos gastos com medicamentos de uso cont\u00ednuo, al\u00e9m de outras despesas com alimenta\u00e7\u00e3o, luz, (conforme documenta\u00e7\u00e3o em anexo), vivendo assim, a fam\u00edlia da autora em condi\u00e7\u00f5es prec\u00e1rias.\nIsto posto, pelo PRINC\u00cdPIO DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA, a autora faz jus \u00e0 concess\u00e3o do benef\u00edcio de Amparo Social por Invalidez, motivo pelo qual, vem diante do Poder Judici\u00e1rio para ter seus direitos protegidos.\nDA INVALIDEZ / DEFICI\u00caNCIA DO AUTOR Cid conforme atestado m\u00e9dico em anexo. Todavia a autora n\u00e3o foi chamada para fazer a per\u00edcia na via administrativa, conforme pode ser observado em processo administrativo em anexo.\n\nS\u00daMULA 29 da TNU\n\nPara os efeitos do art. 20, \u00a7 2\u00ba, da Lei n. 8.742, de 1993,\n\nDJ PG:01043\n\nincapacidade para a vida independente n\u00e3o \u00e9 s\u00f3 aquela DATA:13/02/2006\nque impede as atividades mais elementares da pessoa,\nmas tamb\u00e9m a impossibilita de prover ao pr\u00f3prio\n\nsustento.\n\nDO DIREITO Constitui\u00e7\u00e3o Federal de 1988:\nArt. 203 - A assist\u00eancia social ser\u00e1 prestada a quem dela necessitar, independentemente de contribui\u00e7\u00e3o \u00e0 seguridade social, e tem por objetivos:\n(...)\n\n\fV - a garantia de um sal\u00e1rio m\u00ednimo de benef\u00edcio mensal \u00e0 pessoa portadora de defici\u00eancia e ao idoso que comprovem n\u00e3o possuir meios de prover \u00e0 pr\u00f3pria manuten\u00e7\u00e3o ou de t\u00ea-la provida por sua fam\u00edlia, conforme dispuser a lei.\nLei 8.742/93: Art. 2\u00ba A assist\u00eancia social tem por objetivos: (...)\nV - a garantia de 1 (um) sal\u00e1rio m\u00ednimo de benef\u00edcio mensal \u00e0 pessoa portadora de defici\u00eancia e ao idoso que comprovem n\u00e3o possuir meios de prover a pr\u00f3pria manuten\u00e7\u00e3o ou de t\u00ea-la provida por sua fam\u00edlia. Art. 20. O benef\u00edcio de presta\u00e7\u00e3o continuada \u00e9 a garantia de 1 (um) sal\u00e1rio m\u00ednimo mensal \u00e0 pessoa portadora de defici\u00eancia e ao idoso com 70 (setenta) anos ou mais e que comprovem n\u00e3o possuir meios de prover a pr\u00f3pria manuten\u00e7\u00e3o e nem de t\u00ea-la provida por sua fam\u00edlia.\n\u00a7 1o Para os efeitos do disposto no caput, entende-se como fam\u00edlia o conjunto de pessoas elencadas no art. 16 da Lei no 8.213, de 24 de julho de 1991, desde que vivam sob o mesmo teto.\n\u00a7 2\u00ba Para efeito de concess\u00e3o deste benef\u00edcio, a pessoa portadora de defici\u00eancia \u00e9 aquela incapacitada para a vida independente e para o trabalho.\n\n\f\u00a7 3\u00ba Considera-se incapaz de prover a manuten\u00e7\u00e3o da pessoa portadora de defici\u00eancia ou idosa a fam\u00edlia cuja renda mensal per capita seja inferior a 1/4 (um quarto) do sal\u00e1rio m\u00ednimo.\nContudo, como se pode observar, o legislador atribuiu crit\u00e9rios distintos para caracterizar a car\u00eancia, de acordo com a Lei 8.472/93, \u00e9 carente o deficiente f\u00edsico ou idoso cuja renda familiar per capita n\u00e3o seja superior a um quarto de sal\u00e1rio m\u00ednimo. Em contrapartida, segundo a Lei 9.533/97, o conceito diz respeito aos que convivem em entidade familiar com renda inferior a metade do sal\u00e1rio m\u00ednimo.\nNa mesma linha, a Turma Regional de Uniformiza\u00e7\u00e3o dos Juizados Especiais Federais da 4\u00aa Regi\u00e3o j\u00e1 consolidou entendimento no sentido de que o par\u00e2metro objetivo de \u00bc de sal\u00e1rio m\u00ednimo per capita restou modificado para \u00bd sal\u00e1rio m\u00ednimo, conforme exposto no Verbete 06 de sua s\u00famula.\n\u201c S\u00daMULA 06- O crit\u00e9rio de verifica\u00e7\u00e3o objetiva da miserabilidade correspondente a \u00bc (um quarto) do sal\u00e1rio m\u00ednimo, previsto no art. 20, \u00a73\u00ba, da Lei 8.742/93, restou modificado para \u00bd (meio) sal\u00e1rio m\u00ednimo, a teor do disposto no art. 5\u00ba,I, da Lei n\u00ba. 9.533/97, que autorizava o Poder Executivo a conceder apoio financeiro aos Munic\u00edpios que institu\u00edssem programas de garantia de renda m\u00ednima associados a a\u00e7\u00f5es s\u00f3cio educativas, e art. 2\u00ba , \u00a7 2\u00ba, da lei n\u00ba.10.689/2003, que instituiu o Programa Nacional de Acesso \u00e0 Alimenta\u00e7\u00e3o-PNAA.\u201d\nAdemais, negar a Autora, o benef\u00edcio assistencial por ter renda mensal pouco maior que um quarto de sal\u00e1rio m\u00ednimo equivale a deixar de prestar o dever de assist\u00eancia constitucional.\nDA TUTELA DE URG\u00caNCIA Ficou destacado claramente nesta pe\u00e7a processual, em que a autora possui s\u00e9rio problema de sa\u00fade, necessitando com urg\u00eancia do amparo social, para seu tratamento\n\n\fadequado de sa\u00fade e, por conta dessa gravidade, formula-se pleito de tutela provis\u00f3ria de urg\u00eancia.\nO C\u00f3digo de Processo Civil autoriza o Juiz conceder a tutela de urg\u00eancia quando \u201cprobabilidade do direito\u201d e o \u201cperigo de dano ou o risco ao resultado \u00fatil do processo\u201d:\nArt. 300 \u2013 A tutela de urg\u00eancia ser\u00e1 concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado \u00fatil do processo.\nH\u00e1 nos autos \u201cprova inequ\u00edvoca\u201d, haja vista que junta nos autos o comprovante de seu s\u00e9rio problema de sa\u00fade e junta ainda a comprova\u00e7\u00e3o que a \u00fanica renda da fam\u00edlia \u00e9 proveniente do trabalho do pai da autora, renda est\u00e1 insuficiente para a autora fazer o devido tratamento de sa\u00fade.\nPor esse \u00e2ngulo, claramente restaram comprovados, objetivamente, os requisitos do \u201cfumus boni iuris\u201d e do \u201cpericulum in mora\u201c, a justificar o deferimento da medida ora pretendida. Sobretudo quanto ao segundo requisito, a demora na presta\u00e7\u00e3o jurisdicional ocasionar\u00e1 gravame potencial a requerente, visto que a requerente sofre s\u00e9rio problema de sa\u00fade.\nDesse modo, \u00e0 guisa de sumariedade de cogni\u00e7\u00e3o, os elementos indicativos de ilegalidades contido na prova ora imersa traz \u00e0 tona circunst\u00e2ncias de que o direito muito provavelmente existe.\nCom esse enfoque, sustenta N\u00e9lson Nery J\u00fanior, delimitando compara\u00e7\u00f5es acerca da \u201cprobabilidade de direito\u201d e o \u201cfumus boni iuris\u201d, esse professa, in verbis:\nRequisitos para a concess\u00e3o da tutela de urg\u00eancia: fumus boni iuris: Tamb\u00e9m \u00e9 preciso que a parte comprove a exist\u00eancia da plausibilidade do direito por ela afirmado (fumus boni iuris). Assim, a tutela de urg\u00eancia visa assegurar a efic\u00e1cia do processo de conhecimento ou do processo de execu\u00e7\u00e3o\u2026\u201d (NERY J\u00daNIOR, N\u00e9lson. Coment\u00e1rios ao c\u00f3digo de processo civil. \u2013 S\u00e3o Paulo: RT, 2015, p. 857-858)\n\n\fDiante dessas circunst\u00e2ncias jur\u00eddicas, faz-se necess\u00e1ria a concess\u00e3o da tutela de urg\u00eancia antecipat\u00f3ria, o que tamb\u00e9m sustentamos \u00e0 luz dos ensinamentos de Tereza Arruda Alvim Wambier:\n\u201cO ju\u00edzo de plausibilidade ou de probabilidade \u2013 que envolvem dose significativa de subjetividade \u2013 ficam, ao nosso ver, num segundo plano, dependendo do periculum evidenciado. Mesmo em situa\u00e7\u00f5es que o magistrado n\u00e3o vislumbre uma maior probabilidade do direito invocado, dependendo do bem em jogo e da urg\u00eancia demonstrada (princ\u00edpio da proporcionalidade), dever\u00e1 ser deferida a tutela de urg\u00eancia, mesmo que satisfativa. \u201c (Wambier, Teresa Arruda Alvim \u2026 [et tal]. \u2013 S\u00e3o Paulo: RT, 2015, p. 499)\nDO REQUERIMENTO Isto posto, requer:\n1) Seja julgada procedente a presente a\u00e7\u00e3o de benef\u00edcio previdenci\u00e1rio \u2013Amparo Social por invalidez contra o INSS:\n2) Reconhecendo a condi\u00e7\u00e3o de miserabilidade da autora e de sua fam\u00edlia, concedendo ao autor o benef\u00edcio de AMPARO SOCIAL A PORTADORA DE DEFICI\u00caNCIA;\n3) Seja condenado o INSS a implantar a autora o benef\u00edcio de Amparo Social a pessoa portadora de defici\u00eancia \u2013 NB7053222471, ainda seja condenado a pagar os valores atrasados desde a DER (12/11/2019), com as devidas corre\u00e7\u00f5es legais e juros de mora de 1% ao m\u00eas a contar da cita\u00e7\u00e3o;\n4) Requer ainda que seja concedida a tutela de urg\u00eancia devido ao s\u00e9rio problema de sa\u00fade que o requerente enfrenta.\n5) Seja citado o INSS para que querendo, conteste a presente a\u00e7\u00e3o, sob pena de revelia, bem como para apresentar poss\u00edvel proposta de acordo se assim entender;\n\n\f6) Seja concedido o benef\u00edcio da Gratuidade de Justi\u00e7a a autora, uma vez, que o mesmo n\u00e3o possui condi\u00e7\u00f5es financeiras de arcar com as custas processuais;\n7) Requer a produ\u00e7\u00e3o de todos os meios de prova em direto admitidas, al\u00e9m da prova documental j\u00e1 colacionada nos autos;\n8) Requer seja nomeado Perito M\u00e9dico (psiquiatra) para realiza\u00e7\u00e3o de per\u00edcia m\u00e9dica, sendo que desde j\u00e1 apresenta os quesitos:\n9) Qual(is) doen\u00e7a(s) acomete(m) a autora e sua(s) respectiva(s) CID(s)? 10) Quais as caracter\u00edsticas e sintomas destas doen\u00e7as? 11) Com que freq\u00fc\u00eancia estes problemas de sa\u00fade acometem a autora? Est\u00e3o est\u00e1veis ou\ns\u00e3o recorrentes? 12) Qual o est\u00e1gio atual das doen\u00e7as? Com o passar do tempo elas poder\u00e3o progredir,\npiorar, melhorar? 13) Estas doen\u00e7as incapacitam a autora trabalho, levando-se em considera\u00e7\u00e3o seu atual\nestado de sa\u00fade? 14) Estas doen\u00e7as incapacitam a autora para os atos da vida independente? 15) Devido a este problema de sa\u00fade a autora est\u00e1 apta a trabalhar e prover o seu pr\u00f3prio\nsustento e de sua fam\u00edlia? 16) A autora necessita de acompanhamento de terceira pessoa? 17) As dores e problemas causados por estas doen\u00e7as podem ser controlados por\nmedicamentos ou tratamentos, possibilitando que a autora exer\u00e7a normalmente suas atividades laborais ou para a vida independente? 18) H\u00e1 mais algum esclarecimento que o Sr. Perito entenda ser necess\u00e1rio mencionar sobre a incapacidade da autora e suas limita\u00e7\u00f5es? 19) \u00c9 aconselh\u00e1vel a concess\u00e3o do benef\u00edcio de Amparo Social por Invalidez?\n\n\f20) Requer ainda seja nomeada Assistente Social para realiza\u00e7\u00e3o de Estudo S\u00f3cioecon\u00f4mico na resid\u00eancia da autora e de sua fam\u00edlia, sendo que desde j\u00e1 apresenta os quesitos:\n21) Qual \u00e9 a renda do grupo familiar da autora? Esta renda prov\u00e9m de que forma? 22) Os membros do grupo familiar que residem na casa da autora s\u00e3o todos aptos para o\nlabor? 23) Qual a idade e o grau de instru\u00e7\u00e3o dos membros que comp\u00f5e o grupo familiar da\nAutora? 24) \u00c9 poss\u00edvel prestar algum esclarecimento acerca dos problemas de sa\u00fade dos membros\ndo grupo familiar e suas conseq\u00fc\u00eancias socioecon\u00f4micas? 25) A autora ou alguma das pessoas que comp\u00f5em o grupo familiar necessitam de\nmedica\u00e7\u00e3o cont\u00ednua, se positivo, quais? 26) Qual o valor gasto com medicamentos e/ou tratamento m\u00e9dico, em m\u00e9dia? 27) Descrever a resid\u00eancia da Autora e os bens que a guarnecem. 28) A resid\u00eancia que em que reside \u00e9 pr\u00f3pria, alugada ou cedida (se alugada informar o\nvalor do aluguel)? 29) Descrever o valor m\u00e9dio das despesas com: mercado, \u00e1gua, luz, g\u00e1s, medicamentos,\netc? 30) Qual a renda l\u00edquida do grupo familiar, descontando as despesas? 31) O grupo familiar recebe algum aux\u00edlio do sistema p\u00fablico? Qual? 32) H\u00e1 mais alguma informa\u00e7\u00e3o que o Sr. Perito, julgue ser importante mencionar neste\nlaudo? Qual? 33) \u00c9 aconselh\u00e1vel a concess\u00e3o do benef\u00edcio de Amparo Social por Idade a autora?\nD\u00e1-se \u00e0 presente causa o valor de R$ 1.000,00 (hum mil reais).\n\n\fTermos em que, Pede deferimento.\nLages, 05 de maio de 2021.\n\nSusana R. Camargo Almeida OAB/SC 35.020\n\nNaiara Cristina Correa OAB/SC 35.091\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 4 (Solon) - IdDocumentoCompleto: 5008855-46.2020.4.04.7108-711591790172672997803714746973", "text": "EXCELENT\u00cdSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) FEDERAL DA ___ VARA DO JUIZADO ESPECIAL FEDERAL DA SUBSE\u00c7\u00c3O JUDICI\u00c1RIA DE NOVO HAMBURGO - SE\u00c7\u00c3O RS\nMAICO DAL SANTO DE \u00c1VILA, brasileiro, solteiro, menor absolutamente incapaz, CPF n\u00ba 054.629.510-00, neste ato representado pela genitora CLARICE DAL SANTO, brasileira, solteira, CPF 005.482.370-69, ambos residentes na Rua Olavo Bilac, 186, bairro Boa Vista, em Parob\u00e9/RS, CEP 95630-000, vem \u00e0 presen\u00e7a de Vossa Senhoria, atrav\u00e9s de seus procuradores (procura\u00e7\u00e3o anexa), com endere\u00e7o profissional \u00e0 rua Federa\u00e7\u00e3o, n\u00ba 1911, sala 01, bairro Centro, Taquara/RS, email: contato@lacerdaadvogados.com, ajuizar\nA\u00c7\u00c3O PREVIDENCI\u00c1RIA DE CONCESS\u00c3O DE BENEF\u00cdCIO DE PRESTA\u00c7\u00c3O CONTINUADA \u00c0 PESSOA COM DEFICI\u00caNCIA (LOAS) em face de\nINSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL \u2013 INSS, autarquia federal, com sede na Rua Guilherme Lahn, 1508, Centro, Taquara/RS, CEP 95600-000, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.\nRua Federa\u00e7\u00e3o, n\u00ba 1911, sala 01 | Centro | Taquara/RS | CEP 95600-018 Telefone: +55 (51) 99399-6878 contato@lacerdaadvogados.com\n\n\fI. DOS FATOS:\nO autor, menor absolutamente incapaz, requereu benef\u00edcio assistencial perante o requerido (NB 87/705.815.770-8), por ser portador de defici\u00eancia f\u00edsica visual e se encontrar em situa\u00e7\u00e3o de extrema vulnerabilidade social, conforme documenta\u00e7\u00e3o anexa ao processo administrativo.\nA defici\u00eancia \u00e9 decorrente da S\u00edndrome de Stargardt \u2013 CID H 35.5, j\u00e1 apresentando o autor vis\u00e3o 20/200 em ambos os olhos, o que demonstra a sua gravidade, nos termos do atestado m\u00e9dico acostado.\nEm que pese devidamente comprovadas a defici\u00eancia e a situa\u00e7\u00e3o de miserabilidade, o benef\u00edcio foi negado pela autarquia r\u00e9, sob o argumento de que a renda familiar ultrapassa \u00bc do sal\u00e1rio m\u00ednimo, consoante decis\u00e3o que consta do processo administrativo anexo.\nCom efeito, o demandado deixou de analisar o caso concreto \u00e0 luz da Constitui\u00e7\u00e3o Federal e dos entendimentos jurisprudenciais consolidados sobre o tema.\nAssim, n\u00e3o \u00e9 plaus\u00edvel o indeferimento do pedido no presente caso, j\u00e1 que faz jus o demandante ao benef\u00edcio pleiteado, raz\u00e3o pela qual vem buscar amparo junto ao Poder Judici\u00e1rio visando a sua concess\u00e3o.\nII. DO DIREITO:\nO benef\u00edcio assistencial de presta\u00e7\u00e3o continuada est\u00e1 previsto no art. 203, inciso V, da CF/88, regulamentado pela Lei n\u00ba 8.742/1993 (Lei Org\u00e2nica da Assist\u00eancia Social) e Decreto n\u00ba 6214/2007, que corresponde \u00e0 garantia de um sal\u00e1rio m\u00ednimo de benef\u00edcio mensal \u00e0 pessoa com defici\u00eancia (f\u00edsica ou mental) e ao idoso que comprovem n\u00e3o possuir meios de prover a pr\u00f3pria manuten\u00e7\u00e3o ou de t\u00ea-la provida por sua fam\u00edlia.\nA Constitui\u00e7\u00e3o da Rep\u00fablica Federativa do Brasil de 1988 \u00e9 tida como um marco da efetiva\u00e7\u00e3o dos direitos e garantias fundamentais no Estado Brasileiro.\nRua Federa\u00e7\u00e3o, n\u00ba 1911, sala 01 | Centro | Taquara/RS | CEP 95600-018 Telefone: +55 (51) 99399-6878 contato@lacerdaadvogados.com\n\n\fA partir dela deu-se grande import\u00e2ncia \u00e0 dignidade da pessoa humana (art. 1\u00ba, III, da CF/88), fundamento constitucional que se apresenta como um valor espiritual e moral inerente \u00e0 pessoa, manifestando-se na autodetermina\u00e7\u00e3o consciente e respons\u00e1vel da pr\u00f3pria vida e que traz consigo a pretens\u00e3o ao respeito por parte das demais pessoas, constituindo-se um m\u00ednimo invulner\u00e1vel que todo estatuto jur\u00eddico deve assegurar.\nCabe, portanto, sob esta \u00f3tica, ao Estado garantir aos cidad\u00e3os a inviolabilidade do direito \u00e0 vida, \u00e0 liberdade e \u00e0 igualdade (art. 5\u00ba da CF/88); todavia, a prote\u00e7\u00e3o do direto \u00e0 vida n\u00e3o se resume simplesmente em viver, mas sim em viver dignamente. Nesse sentido, o Estado e a sociedade devem garantir a toda pessoa de direito uma vida digna, pautada num m\u00ednimo existencial.\nUm dos princ\u00edpios fundamentais da Constitui\u00e7\u00e3o Federal (art. 1\u00ba, III) \u00e9 a dignidade da pessoa humana, a qual se concretiza, entre outros meios, pelo respeito aos direitos e garantias naquela prevista, mediante atua\u00e7\u00e3o do Estado e da sociedade.\nEntre os deveres estatais, est\u00e1 o de prote\u00e7\u00e3o e assist\u00eancia \u00e0s pessoas em situa\u00e7\u00e3o de vulnerabilidade, raz\u00e3o pela qual sequer se exige contribui\u00e7\u00e3o para que o necessitado tenha acesso \u00e0 prote\u00e7\u00e3o.\nNo tema, prev\u00ea a Constitui\u00e7\u00e3o Federal:\nArt. 203. A assist\u00eancia social ser\u00e1 prestada a quem dela necessitar, independentemente de contribui\u00e7\u00e3o \u00e0 seguridade social, e tem por objetivos: (...) IV - a habilita\u00e7\u00e3o e reabilita\u00e7\u00e3o das pessoas portadoras de defici\u00eancia e a promo\u00e7\u00e3o de sua integra\u00e7\u00e3o \u00e0 vida comunit\u00e1ria; V - a garantia de um sal\u00e1rio m\u00ednimo de benef\u00edcio mensal \u00e0 pessoa portadora de defici\u00eancia e ao idoso que comprovem n\u00e3o possuir meios de prover \u00e0 pr\u00f3pria manuten\u00e7\u00e3o ou de t\u00ea-la provida por sua fam\u00edlia, conforme dispuser a lei.\nRua Federa\u00e7\u00e3o, n\u00ba 1911, sala 01 | Centro | Taquara/RS | CEP 95600-018 Telefone: +55 (51) 99399-6878 contato@lacerdaadvogados.com\n\n\fPor sua vez, disp\u00f5e a Lei Org\u00e2nica da Assist\u00eancia Social (Lei 8.742/93):\nArt. 1\u00ba A assist\u00eancia social, direito do cidad\u00e3o e dever do Estado, \u00e9 Pol\u00edtica de Seguridade Social n\u00e3o contributiva, que prov\u00ea os m\u00ednimos sociais, realizada atrav\u00e9s de um conjunto integrado de a\u00e7\u00f5es de iniciativa p\u00fablica e da sociedade, para garantir o atendimento \u00e0s necessidades b\u00e1sicas.\nArt. 2o A assist\u00eancia social tem por objetivos:\nI - a prote\u00e7\u00e3o social, que visa \u00e0 garantia da vida, \u00e0 redu\u00e7\u00e3o de danos e \u00e0 preven\u00e7\u00e3o da incid\u00eancia de riscos, especialmente: a) a prote\u00e7\u00e3o \u00e0 fam\u00edlia, \u00e0 maternidade, \u00e0 inf\u00e2ncia, \u00e0 adolesc\u00eancia e \u00e0 velhice; b) o amparo \u00e0s crian\u00e7as e aos adolescentes carentes; c) a promo\u00e7\u00e3o da integra\u00e7\u00e3o ao mercado de trabalho; d) a habilita\u00e7\u00e3o e reabilita\u00e7\u00e3o das pessoas com defici\u00eancia e a promo\u00e7\u00e3o de sua integra\u00e7\u00e3o \u00e0 vida comunit\u00e1ria; e e) a garantia de 1 (um) sal\u00e1rio-m\u00ednimo de benef\u00edcio mensal \u00e0 pessoa com defici\u00eancia e ao idoso que comprovem n\u00e3o possuir meios de prover a pr\u00f3pria manuten\u00e7\u00e3o ou de t\u00ea-la provida por sua fam\u00edlia;\nII - a vigil\u00e2ncia socioassistencial, que visa a analisar territorialmente a capacidade protetiva das fam\u00edlias e nela a ocorr\u00eancia de vulnerabilidades, de amea\u00e7as, de vitimiza\u00e7\u00f5es e danos;\nIII - a defesa de direitos, que visa a garantir o pleno acesso aos direitos no conjunto das provis\u00f5es socioassistenciais.\nPar\u00e1grafo \u00fanico. Para o enfrentamento da pobreza, a assist\u00eancia social realiza-se de forma integrada \u00e0s pol\u00edticas setoriais, garantindo m\u00ednimos sociais e provimento de condi\u00e7\u00f5es para atender conting\u00eancias sociais e promovendo a universaliza\u00e7\u00e3o dos direitos sociais.\nAssim, plenamente demonstrada a inten\u00e7\u00e3o do Constituinte e do Legislador de que os deficientes e idosos com mais de 65 anos sejam\nRua Federa\u00e7\u00e3o, n\u00ba 1911, sala 01 | Centro | Taquara/RS | CEP 95600-018 Telefone: +55 (51) 99399-6878 contato@lacerdaadvogados.com\n\n\fassistidos com a garantia de um sal\u00e1rio m\u00ednimo para ter suas necessidades b\u00e1sicas atendidas para se concretizar, sobretudo, a dignidade da pessoa humana, princ\u00edpio e fundamento da Carta Maior.\nDOS REQUISITOS PARA A CONCESS\u00c3O DO AMPARO ASSISTENCIAL AO PORTADOR DE DEFICI\u00caNCIA:\n1.DA DEFICI\u00caNCIA DO AUTOR: Sobre a defini\u00e7\u00e3o de defici\u00eancia, disp\u00f5e a Lei 13.146/15, em seu art. 2\u00ba, o seguinte:\nArt. 2\u00ba Considera-se pessoa com defici\u00eancia aquela que tem impedimento de longo prazo de natureza f\u00edsica, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em intera\u00e7\u00e3o com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua participa\u00e7\u00e3o plena e efetiva na sociedade em igualdade de condi\u00e7\u00f5es com as demais pessoas.\n\u00a7 1\u00ba A avalia\u00e7\u00e3o da defici\u00eancia, quando necess\u00e1ria, ser\u00e1 biopsicossocial, realizada por equipe multiprofissional e interdisciplinar e considerar\u00e1: (Vig\u00eancia)\nI - os impedimentos nas fun\u00e7\u00f5es e nas estruturas do corpo; II - os fatores socioambientais, psicol\u00f3gicos e pessoais; III - a limita\u00e7\u00e3o no desempenho de atividades; e IV - a restri\u00e7\u00e3o de participa\u00e7\u00e3o.\nTal crit\u00e9rio \u00e9 o mesmo adotado para concess\u00e3o do benef\u00edcio de presta\u00e7\u00e3o continuada, conforme prev\u00ea a LOAS, em seu art. 20:\nArt. 20. \u00a7 2o Para efeito de concess\u00e3o do benef\u00edcio de presta\u00e7\u00e3o continuada, considera-se pessoa com defici\u00eancia aquela que tem impedimento de longo prazo de natureza f\u00edsica, mental, intelectual ou\nRua Federa\u00e7\u00e3o, n\u00ba 1911, sala 01 | Centro | Taquara/RS | CEP 95600-018 Telefone: +55 (51) 99399-6878 contato@lacerdaadvogados.com\n\n\fsensorial, o qual, em intera\u00e7\u00e3o com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua participa\u00e7\u00e3o plena e efetiva na sociedade em igualdade de condi\u00e7\u00f5es com as demais pessoas.\nNo caso concreto, a defici\u00eancia do requerente se caracteriza pelo impedimento de longo prazo decorrente da doen\u00e7a degenerativa de que \u00e9 portador, que lhe causa baix\u00edssima acuidade visual.\nAl\u00e9m disso, \u00e9 menor absolutamente incapaz e pertencente a n\u00facleo familiar de baixa renda.\nPortanto, plenamente demonstrada a defici\u00eancia, de cunho visual, que d\u00e1 o direito ao autor \u00e0 percep\u00e7\u00e3o do benef\u00edcio assistencial.\n2.DAS CONDI\u00c7\u00d5ES SOCIOECON\u00d4MICAS E DA RENDA FAMILIAR:\nQuanto ao crit\u00e9rio econ\u00f4mico, veja-se que a renda per capita da fam\u00edlia do autor atualmente \u00e9 de R$ 368,00, o que motivou o indeferimento do pedido pelo INSS, por ultrapassar \u00bc do sal\u00e1rio m\u00ednimo vigente.\nEntretanto, entende a parte autora que tal crit\u00e9rio deve ser flexibilizado no caso concreto, tendo em vista a \u00ednfima diferen\u00e7a a maior, j\u00e1 que atualmente \u00bc do sal\u00e1rio-m\u00ednimo corresponde a R$ 261,25.\nE, como se sabe, uma pessoa n\u00e3o vive dignamente com uma renda mensal de R$ 368,00, sendo inequ\u00edvocos os gastos de uma crian\u00e7a.\nAdemais, a renda proveniente do sal\u00e1rio do genitor (do qual foi feita a divis\u00e3o por pessoa) \u00e9 utilizada para pagamento das contas da resid\u00eancia e todos os gastos familiares, o que permite a conclus\u00e3o de que a renda per capita, na verdade, \u00e9 muito inferior \u00e0quela constatada pelo demandado.\nRessalta-se que o autor tamb\u00e9m possui uma irm\u00e3 com a sua mesma defici\u00eancia no seu grupo familiar, o que acarreta, evidentemente, gastos com consultas m\u00e9dicas e f\u00e1rmacos, mesmo que n\u00e3o tenha a m\u00e3e do autor\nRua Federa\u00e7\u00e3o, n\u00ba 1911, sala 01 | Centro | Taquara/RS | CEP 95600-018 Telefone: +55 (51) 99399-6878 contato@lacerdaadvogados.com\n\n\fguardado tais comprovantes para fins de apresenta\u00e7\u00e3o no feito. Ainda, havendo dois filhos com defici\u00eancia visual na fam\u00edlia, a genitora resta com muita dificuldade para trabalhar fora de casa.\n\nQuanto \u00e0 limita\u00e7\u00e3o legal da renda em \u00bc do sal\u00e1rio m\u00ednimo, foi assentado pela TRU4 o posicionamento no sentido de que \u201co crit\u00e9rio objetivo estabelecido pela Lei n\u00ba 8.742/93 (artigo 20, \u00a73\u00ba) n\u00e3o exclui outros elementos de prova para aferi\u00e7\u00e3o da condi\u00e7\u00e3o s\u00f3cio-econ\u00f4mica do requerente e sua fam\u00edlia\u201d (TRU4, PU 2007.70.54.000779-9, Rel. Ju\u00edza Federal Flavia da Silva Xavier, DJ 21.01.2009).\n\nAinda:\n\nPEDIDO DE UNIFORMIZA\u00c7\u00c3O REGIONAL. BENEF\u00cdCIO\n\nASSISTENCIAL. LOAS. REQUISITO OBJETIVO DE DA RENDA\n\nPER CAPITA IGUAL INFERIOR A 1/4 DO SAL\u00c1RIO M\u00cdNIMO.\n\nFLEXIBILIZA\u00c7\u00c3O. NECESSIDADE DE AN\u00c1LISE DAS\n\nCIRCUNST\u00c2NCIAS DO CASO CONCRETO PARA A SUA\n\nAFERI\u00c7\u00c3O.\n\nREAFIRMA\u00c7\u00c3O\n\nDA\n\nJURISPRUD\u00caNCIA\n\nUNIFORMIZADA.\n\n1. De acordo com a jurisprud\u00eancia uniformizada pela Turma Regional de Uniformiza\u00e7\u00e3o da 4\u00aa Regi\u00e3o, o crit\u00e9rio objetivo estabelecido no artigo 20, \u00a7 3\u00ba, da Lei n\u00ba 8.742/93, n\u00e3o exclui outros elementos de prova para aferi\u00e7\u00e3o da condi\u00e7\u00e3o s\u00f3cio-econ\u00f4mica do requerente de benef\u00edcio assistencial e de sua fam\u00edlia, que devem ser sopesadas pelo julgador quando da an\u00e1lise do preenchimento do aludido requisito. .\n\n2. Pedido de uniformiza\u00e7\u00e3o conhecido e provido.INCIDENTE DE UNIFORMIZA\u00c7\u00c3O JEF N\u00ba 5000377-36.2012.404.7106, Relator Joane Unfer Calderaro, D.E. 07/12/2012).\n\nTamb\u00e9m importa lembrar que o STF j\u00e1 decidiu pela inconstitucionalidade do \u00a7 3\u00ba do art. 20 da Lei 8742/93, por considerar que esse crit\u00e9rio est\u00e1 defasado para caracterizar a situa\u00e7\u00e3o de miserabilidade (RCL 4374 e Recursos Extraordin\u00e1rios 567985 e 580963, ambos com repercuss\u00e3o geral).\nAssim, v\u00ea-se que \u00e9 pac\u00edfico o entendimento jurisprudencial sobre a possibilidade de flexibiliza\u00e7\u00e3o do crit\u00e9rio legal para an\u00e1lise das\nRua Federa\u00e7\u00e3o, n\u00ba 1911, sala 01 | Centro | Taquara/RS | CEP 95600-018 Telefone: +55 (51) 99399-6878 contato@lacerdaadvogados.com\n\n\fcondi\u00e7\u00f5es socioecon\u00f4micas do deficiente. E, cumpre dizer, que tal posicionamento est\u00e1 de acordo com os princ\u00edpios constitucionais, notadamente a dignidade da pessoa humana e seus direitos correlatos.\nDessa forma, sendo o autor crian\u00e7a com defici\u00eancia, sem renda e sem familiares que possam custear-lhe as necessidades b\u00e1sicas de forma satisfat\u00f3ria, postula-se a flexibiliza\u00e7\u00e3o do crit\u00e9rio da renda per capita, j\u00e1 que resta evidente a necessidade da concess\u00e3o do amparo assistencial postulado.\nREQUISITOS PARA CONCESS\u00c3O DA TUTELA DE URG\u00caNCIA:\nConsoante prev\u00ea o art. 300 do CPC: A tutela de urg\u00eancia ser\u00e1 concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado \u00fatil do processo.\nA probabilidade do direito do autor vem amplamente demonstrada pelos atestados m\u00e9dicos e demais documentos, mostrando-se evidente a sua situa\u00e7\u00e3o de vulnerabilidade.\nO perigo de dano tamb\u00e9m \u00e9 patente no caso ora narrado, porquanto o autor encontra-se em situa\u00e7\u00e3o de risco social, sendo patente que a renda familiar \u00e9 insuficiente para dar-lhe uma vida digna e satisfat\u00f3ria.\nAinda, tratando-se de benef\u00edcio assistencial, cujo car\u00e1ter \u00e9 nitidamente alimentar, o dano decorre da pr\u00f3pria condi\u00e7\u00e3o dos benefici\u00e1rios, que j\u00e1 faz presumir inadi\u00e1vel a presta\u00e7\u00e3o jurisdicional postulada, ainda mais no presente caso, quando o requerente \u00e9 deficiente e menor absolutamente incapaz, sendo desprovido de meios de obter qualquer fonte de renda por si pr\u00f3prio.\nRua Federa\u00e7\u00e3o, n\u00ba 1911, sala 01 | Centro | Taquara/RS | CEP 95600-018 Telefone: +55 (51) 99399-6878 contato@lacerdaadvogados.com\n\n\fN\u00e3o obstante, h\u00e1 risco ao resultado \u00fatil do processo, j\u00e1 que a demora do tr\u00e2mite judicial \u00e9 incompat\u00edvel com a premente necessidade do autor de ver seu direito ao benef\u00edcio pleiteado devidamente alcan\u00e7ado.\nPor isto, a concess\u00e3o do benef\u00edcio somente ao final do feito desvirtua o prop\u00f3sito do processo, que deve servir como instrumento fornecido pelo Estado para a defesa efetiva dos direitos das pessoas em condi\u00e7\u00e3o de vulnerabilidade.\nDA SEPARA\u00c7\u00c3O DOS HONOR\u00c1RIOS CONTRATUAIS:\nO direito \u00e0 separa\u00e7\u00e3o dos honor\u00e1rios advocat\u00edcios contratuais, previsto no art. 22 da Lei 8.906/94, determina que estes devem ser pagos diretamente ao advogado constitu\u00eddo, deduzindo-os do montante a ser recebido pelo seu cliente.\nPor conseguinte, \u00e9 poss\u00edvel a separa\u00e7\u00e3o do percentual dos honor\u00e1rios contratuais relativo aos valores que a parte autora venha a receber, no caso de total ou parcial proced\u00eancia da presente a\u00e7\u00e3o, ou qualquer acordo judicial, extrajudicial ou outra esp\u00e9cie de composi\u00e7\u00e3o ou de reconhecimento da pretens\u00e3o ora requerida.\nIII. DOS PEDIDOS:\nAnte ao exposto, requer:\na) a concess\u00e3o dos benef\u00edcios da GRATUIDADE DA JUSTI\u00c7A, assegurada pela Constitui\u00e7\u00e3o Federal, art. 5\u00ba, LXXIV e pelo C\u00f3digo de Processo Civil, nos termos do art. 98 e seguintes;\nb) liminarmente, a concess\u00e3o da tutela de urg\u00eancia, nos moldes do art. 300 do CPC, determinando-se ao INSS que implante o benef\u00edcio imediatamente;\nRua Federa\u00e7\u00e3o, n\u00ba 1911, sala 01 | Centro | Taquara/RS | CEP 95600-018 Telefone: +55 (51) 99399-6878 contato@lacerdaadvogados.com\n\n\fc) a cita\u00e7\u00e3o do r\u00e9u para, querendo, apresentar contesta\u00e7\u00e3o; d) a produ\u00e7\u00e3o de todas as provas em Direito admitidas, inclusive per\u00edcias m\u00e9dica e social; e) ao final, o julgamento de TOTAL PROCED\u00caNCIA da a\u00e7\u00e3o, condenando o requerido a conceder o benef\u00edcio assistencial \u00e0 pessoa com defici\u00eancia desde a DER (08/04/2020) ao autor, e a pagar todas as presta\u00e7\u00f5es vencidas e vincendas com juros e corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria; f) a condena\u00e7\u00e3o do r\u00e9u ao pagamento das custas processuais e honor\u00e1rios advocat\u00edcios; g) a separa\u00e7\u00e3o dos honor\u00e1rios contratuais do montante devido ao autor ao escrit\u00f3rio Vettorazzi & Lacerda Advogados Associados, CNPJ n\u00ba 27.964.510/0001-35; Nestes termos, pede deferimento.\nValor da causa: R$ 16.615,50 (dezesseis mil seiscentos e quinze reais e cinquenta centavos).\nTaquara, 10 de junho de 2020.\nP\u00c9ROLA DE OLIVEIRA GREGIO OAB/RS 108.359\nRua Federa\u00e7\u00e3o, n\u00ba 1911, sala 01 | Centro | Taquara/RS | CEP 95600-018 Telefone: +55 (51) 99399-6878 contato@lacerdaadvogados.com\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 5 (Solon) - IdDocumentoCompleto: 5019491-95.2020.4.04.7100-711584376874667025624030919274", "text": "EXCELENT\u00cdSSIMO(A) SENHOR(A) JUIZ(A) FEDERAL DA ..... VARA FEDERAL DE PORTO ALEGRE-RS\n\nOBJETO: CONCESS\u00c3O BENEF\u00cdCIO DE CONTINUADA \u00c0 PESSOA COM DEFICI\u00caNCIA\n\nPRESTA\u00c7\u00c3O\n\nQUALIFICA\u00c7\u00c3O 1.1. Nome: VERA L\u00daCIA FERREIRA GOMES. 1.2. Nacionalidade: BRASILEIRA 1.3. Estado Civil: Vi\u00fava 1.4. Profiss\u00e3o: DESEMPREGADA 1.5. Filia\u00e7\u00e3o Pai: DESCONHECIDO\nM\u00e3e: MARIA ANT\u00d4NIA FERREIRA GOMES 1.6. RG e CPF: RG 2039191107 - CPF 489.574.960-68 1.7. Data Nasci. : 20/06/1957 ( 62 ANOS) 1.8. PIS : 10733253986 1.9. Endere\u00e7o; Estrada Frei Pac\u00edfico,7940, Bairro: Itapu\u00e3, na cidade de Viam\u00e3o/RS. A Autora supra qualificada vem \u00e0 presen\u00e7a de V. Exa. propor\nA\u00c7\u00c3O PREVIDENCI\u00c1RIA\n\n\fcontra o INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL, pelos seguintes fatos e fundamentos:\nA autora, atualmente com 62 anos de idade, requereu junto ao INSS no dia 29/03/2019, o benef\u00edcio de Amparo ao Portador de Defici\u00eancia NB 704.387.290-2, por completar os requisitos necess\u00e1rios.\nOcorre que, o benef\u00edcio pleiteado foi negado sob a seguinte alega\u00e7\u00e3o: \u201cN\u00e3o atende as exig\u00eancias legais da defici\u00eancia para acesso ao PBC-LOAS .\nDOS REQUISITOS PARA A CONCESS\u00c3O DO AMPARO ASSISTENCIAL AO PORTADOR DE DEFICI\u00caNCIA\nComo dito anteriormente o benef\u00edcio assistencial foi indeferido pela requerida sob o argumento de que a requerente n\u00e3o \u201c atende ao crit\u00e9rio de defici\u00eancia para acesso ao BPD-LOAS\u201d.\nA pr\u00f3pria Lei Org\u00e2nica da Assist\u00eancia Social \u2013 LOAS no art. 20, \u00a7 2\u00ba, da Lei n\u00ba 8.742/93, modificado pela Lei n\u00ba 12.435/2011, conceitua a defici\u00eancia f\u00edsica:\n\u00a7 2o Para efeito de concess\u00e3o deste benef\u00edcio, considera-se aquela que tem impedimentos de longo prazo de natureza f\u00edsica, intelectual ou sensorial, os quais, em intera\u00e7\u00e3o com diversas barreiras, podem obstruir sua participa\u00e7\u00e3o plena e efetiva na sociedade com as demais pessoas.\n\n\f\u00a7 10. Considera-se impedimento de longo prazo, para os fins do \u00a7 2o deste artigo, aquele que produza efeitos pelo prazo m\u00ednimo de 2 (dois) anos. (Inclu\u00eddo pela Lei n\u00ba 12.470, de 2011).\n\nA autarquia desconsidera o conceito legal de deficiente pela lei 13.146/2015 que assim define:\n\n\u201cArt. 2o Considera-se pessoa com defici\u00eancia aquela que tem impedimento de longo prazo de natureza f\u00edsica, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em intera\u00e7\u00e3o com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua participa\u00e7\u00e3o plena e efetiva na sociedade em igualdade de condi\u00e7\u00f5es com as demais pessoas.\n\n\u00a7 1o A avalia\u00e7\u00e3o da defici\u00eancia, quando necess\u00e1ria, ser\u00e1 biopsicossocial, realizada por equipe multiprofissional e interdisciplinar e considerar\u00e1: (Vig\u00eancia)\n\ndo corpo;\n\nI - os impedimentos nas fun\u00e7\u00f5es e nas estruturas\n\npessoais;\n\nII - os fatores socioambientais, psicol\u00f3gicos e\n\nIII - a limita\u00e7\u00e3o no desempenho de atividades; e\n\nIV - a restri\u00e7\u00e3o de participa\u00e7\u00e3o.\n\nConforme documenta\u00e7\u00e3o m\u00e9dica juntada a requerente \u00e9 diagnosticada com CID I10 - Hipertens\u00e3o Arterial Essencial, CID 10 F 32 \u2013 Transtorno Depressivo em tratamento cont\u00ednuo, CID 10 E -11 \u2013 Diabetes mellitus n\u00e3oinsulino- dependente, CID 10 B-02 - Herpes Zoster.\n\n\fA requerente faz tratamento atrav\u00e9s do posto de sa\u00fade, e conforme c\u00f3pia anexa faz uso das seguintes medica\u00e7\u00f5es cont\u00ednuas: 1-Captopril, 25mg , 2-Metmorfina,850 mg 3-Homeoprazol- 20mg ,4-AAS 100mg 5-Sinvastatina-20mg, 6- Paracetamol 500mg 7-Ibuprofeno- 600mg, 8-Metoclopremida gtas 4mg\nAs mol\u00e9stias, apresentadas, debilitam a requerente, impossibilitando uma atividade laboral cont\u00ednua. E com 62 anos de idade n\u00e3o apresenta condi\u00e7\u00f5es de voltar ao mercado de trabalho, em raz\u00e3o de suas debilidades.\nDessa forma, resta evidente que a requerente faz jus e necessita da concess\u00e3o do Amparo Assistencial ao Portador de Defici\u00eancia F\u00edsica, uma vez que, possui patologia que a torna incapaz para a vida e para o trabalho, assim como n\u00e3o possui condi\u00e7\u00f5es de prover seu pr\u00f3prio sustento e de sua fam\u00edlia, visto a impossibilidade de trabalhar.\nDO REQUISITO RENDA FAMILIAR\nA requerente mora sozinha e n\u00e3o possui renda. Para uma vida digna \u00e9 necess\u00e1rio que o m\u00ednimo vital a exist\u00eancia do ser humano lhes seja garantindo. Foi com nesta premissa que a Assist\u00eancia Social foi criada e alocada dentro ordenamento constitucional no art. 203 e regulamentada pela Lei Federal n\u00ba. 8.748/93 alterada pela Lei n.\u00ba 12.435/11, justamente para dar amparo \u00e0s classes mais\n\n\fdesfavorecidas do Estado, n\u00e3o abrangidas pelo sistema Previdenci\u00e1rio p\u00e1trio.\n\nA Turma Regional de Uniformiza\u00e7\u00e3o da 4\u00aa Regi\u00e3o, j\u00e1 pacificou entendimento nesse sentido:\n\nPEDIDO DE UNIFORMIZA\u00c7\u00c3O REGIONAL.\n\nBENEF\u00cdCIO ASSITENCIAL. LOAS. REQUISITO OBJETIVO DE DA\n\nRENDA PER CAPITA IGUAL INFERIOR A 1/4 DO SAL\u00c1RIO\n\nM\u00cdNIMO. FLEXIBILIZA\u00c7\u00c3O. NECESSIDADE DE AN\u00c1LISE DAS\n\nCIRCUNST\u00c2NCIAS DO CASO CONCRETO PARA A SUA\n\nAFERI\u00c7\u00c3O.\n\nREAFIRMA\u00c7\u00c3O\n\nDA\n\nJURISPRUD\u00caNCIA\n\nUNIFORMIZADA.1. De acordo com a jurisprud\u00eancia uniformizada pela\n\nTurma Regional de Uniformiza\u00e7\u00e3o da 4\u00aa Regi\u00e3o, o crit\u00e9rio objetivo\n\nestabelecido no artigo 20, \u00a7 3\u00ba, da Lei n\u00ba 8.742/93, n\u00e3o exclui outros\n\nelementos de prova para aferi\u00e7\u00e3o da condi\u00e7\u00e3o s\u00f3cio-econ\u00f4mica do\n\nrequerente de benef\u00edcio assistencial e de sua fam\u00edlia, que devem ser\n\nsopesadas pelo julgador quando da an\u00e1lise do preenchimento do aludido\n\nrequisito. .2. Pedido de uniformiza\u00e7\u00e3o conhecido e provido.INCIDENTE\n\nDE UNIFORMIZA\u00c7\u00c3O JEF N\u00ba 5000377-36.2012.404.7106, Relator\n\nJoaneUnferCalderaro, D.E. 07/12/2012.\n\nFrise-se que o grupo familiar da requerente \u00e9 composto por ela pr\u00f3pria; incapaz para o trabalho. Dessa forma, resta evidente que a requerente faz jus e necessita da concess\u00e3o do Amparo Assistencial ao Portador de defici\u00eancia, uma vez que, n\u00e3o consegue laborar devido \u00e0 sua sa\u00fade prec\u00e1ria, assim como n\u00e3o possui condi\u00e7\u00f5es de prover seu pr\u00f3prio sustento.\n\nAssim, a requerente vem ao Poder Judici\u00e1rio pleitear a proced\u00eancia da a\u00e7\u00e3o para condenar o INSS \u00e0 implanta\u00e7\u00e3o em 30 dias do BENEF\u00cdCIO DE PRESTA\u00c7\u00c3O CONTINUADA DE ASSISTENCIA SOCIAL \u00c1 PESSOA COM DEFICI\u00caNCIA de n\u00ba\n\n\f704.387.290-2 al\u00e9m do pagamento dos atrasados desde a data do pedido em 29/03/2019.\nIII \u2013 DO PEDIDO\n\nExcel\u00eancia:\n\nANTE AO EXPOSTO, requer a Vossa\n\na) Seja concedido \u00e0 requerente, o benef\u00edcio da Justi\u00e7a Gratuita, nos termos da Lei n\u00ba. 1060/50, eis que a mesma \u00e9 pessoa pobre e n\u00e3o possui condi\u00e7\u00f5es financeiras de arcar com as despesas processuais e os honor\u00e1rios advocat\u00edcios sem preju\u00edzo do seu pr\u00f3prio sustento;\nb) Ao final, seja julgada procedente a presente a\u00e7\u00e3o, e concedido o AMPARO AO DEFICIENTE NB de n\u00ba 704.387.290-2, a parte autora, e implanta\u00e7\u00e3o em 30 dias,\nc) O pagamento das remunera\u00e7\u00f5es atrasadas desde a data de entrada do requerimento em 29/03/2019 de cujo valor dever\u00e1 ser acrescido de atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e juros legais at\u00e9 a data do devido pagamento;\nd) A condena\u00e7\u00e3o do \u00d3rg\u00e3o Requerido, no pagamento dos honor\u00e1rios advocat\u00edcios nos termos do C\u00f3digo de Processo Civil.\nInforma que n\u00e3o h\u00e1 interesse da realiza\u00e7\u00e3o de audi\u00eancia de concilia\u00e7\u00e3o dada a natureza da lide.\n\n\fRequer ainda a juntada dos documentos que acompanham a inicial, e ainda a produ\u00e7\u00e3o de todas as provas em direito admitidas, especialmente Estudo Social do grupo familiar, bem como Per\u00edcia m\u00e9dica.\nVALOR DA CAUSA: R$ 20.958,00 (vinte mil, novecentos e cinquenta e oito reais).\nTermos em que Pede deferimento.\nPorto Alegre, 16 de mar\u00e7o de 2020. Solange In\u00eas Pi\u00f1eiro OABRS 30157\n\n\f" } ] } }, { "data": { "original_header": "Documento Original - IdDocumentoCompleto: 5002167-78.2014.4.04.7011-701399471020849200010000000007", "original_text": "EXCELENT\u00cdSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) FEDERAL DO JUIZADO ESPECIAL FEDERAL DA SUBSE\u00c7\u00c3O JUDICI\u00c1RIA DE PARANAVA\u00cd DO ESTADO DO PARAN\u00c1.\nA INCONSTITUCIONALIZA\u00c7\u00c3O PROGRESSIVA DO ART. 13 DA LEI 8.036/90 C/C ARTS. 1\u00ba E 17 DA LEI 8.177/91. O dinamismo do Direito e da vida social que ele regula imp\u00f5em, em certos casos, a necessidade de verificar a exist\u00eancia ou n\u00e3o de validade e legitimidade atuais de normas que, na sua origem, eram perfeitamente v\u00e1lidas e leg\u00edtimas. Isso porque situa\u00e7\u00f5es concretas da vida social e normatiza\u00e7\u00f5es paralelas que incidem sobre os mesmos fatos originalmente tratados pela norma primitiva podem fazer com que seus objetivos se desvirtuem, seus fins, inicialmente v\u00e1lidos e leg\u00edtimos, passem a se opor \u00e0 Constitui\u00e7\u00e3o e seus princ\u00edpios. Portanto, quando de sua introdu\u00e7\u00e3o a TR n\u00e3o mais podia ser utilizada como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria (pois mesmo como \u201cprevis\u00e3o de infla\u00e7\u00e3o futura\u201d ela jamais p\u00f4de antecipar, de forma matematicamente precisa, essa infla\u00e7\u00e3o e, portanto, n\u00e3o podia ser utilizada como tal) e isso foi reconhecido pelo E. STF no julgamento da ADIN 493-0/DF, no \u00faltimo sesquidec\u00eanio ela se desvinculou totalmente de qualquer correla\u00e7\u00e3o com a infla\u00e7\u00e3o passada ou futura, n\u00e3o podendo jamais servir como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e de manuten\u00e7\u00e3o do valor real de direitos e obriga\u00e7\u00f5es, como reconhecido pelo E. STF nos recentes julgamentos das ADI 4357/DF, ADI 4372/DF, ADI 4400/DF, ADI 4425/DF, que afastaram a utiliza\u00e7\u00e3o da TR para corre\u00e7\u00e3o das d\u00edvidas judiciais como estabelecido na EC 62/09 e na lei 11960/09.\nMARCELO DOS SANTOS RUIZ, brasileiro, uni\u00e3o est\u00e1vel, operador de maquina, portador da C\u00e9dula de Identidade RG n.\u00ba 8.351.305-5 SSP/PR, CPF sob o n.\u00ba 037.089.179-10, residente e domiciliado \u00e0 Rua: Sergipe, n\u00ba. 51, Bairro: 180 Casas, na cidade de Nova Londrina-PR, CEP: 87970-000, por seu advogado que esta subscreve, vem mui respeitosamente \u00e0 presen\u00e7a de Vossa Excel\u00eancia, ajuizar\nA\u00c7\u00c3O ORDIN\u00c1RIA DE SUSTITUI\u00c7\u00c3O DA TR/TRD PELO INPC ou IPCA COMO FATOR DE CORRE\u00c7\u00c3O DOS SALDOS DO FUNDO DE GARANTIA POR TEMPO DE SERVI\u00c7O (FGTS) COM PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA dado o reconhecimento da inconstitucionalidade pelo e. STF, da utiliza\u00e7\u00e3o da TR/TRD, como fator de\ncorre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, no julgamento da ADI 4.357\nEm desfavor da CAIXA ECON\u00d4MICA FEDERAL, pessoa jur\u00eddica de direito p\u00fablico, inscrita no CNPJ sob o n.\u00ba 00.360.305/0395-82, com ag\u00eancia regional \u00e0 Rua Santos Dumont, n.\u00ba 2881, centro, munic\u00edpio de Maring\u00e1 - PR, devendo ser citada e intimada em sua Superintend\u00eancia Regional, na cidade de Curitiba - PR., \u00e0 Rua Jos\u00e9 Loureiro, n\u00ba 195, 13\u00ba e 14\u00ba Andar, CEP: 80.010-000; ou sede Matriz no SBS quadra 04 lotes 3/4, Bras\u00edlia \u2013 DF, CEP: 70092-900 pelas raz\u00f5es de fato e de direito que passa a expor.\n\n\fPRELIMINARMENTE\nDA RAZO\u00c1VEL DURA\u00c7\u00c3O DO PROCESSO\nNos termos do artigo 5\u00ba, inciso LXXVIII, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal a autora requer aos nobres julgadores, celeridade no julgamento deste feito, pois tem o direito a uma razo\u00e1vel dura\u00e7\u00e3o do processo, e nos termos da Constitui\u00e7\u00e3o Federal ap\u00f3s a Emenda Constitucional 45/2004 a dura\u00e7\u00e3o do processo passa a integrar um direito fundamental do homem.\nArt. 5\u00ba da Constitui\u00e7\u00e3o Federal LXXVIII a todos, no \u00e2mbito judicial e administrativo, s\u00e3o assegurados a razo\u00e1vel dura\u00e7\u00e3o do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramita\u00e7\u00e3o. (Inclu\u00eddo pela EMENDA CONSTITUCIONAL N\u00ba 45, DE 8 DE DEZEMBRO DE 2004 - DOU 31/12/2004).\nNorma esta garantidora de uma dura\u00e7\u00e3o razo\u00e1vel no processo, conceito este legal e indeterminado o qual deve ser preenchido pelo juiz, no caso concreto, quando a garantia for invocada, estando diante de uma norma de efic\u00e1cia plena e imediata (CF 5\u00ba,\u00a71\u00ba) a qual n\u00e3o necessita de regulamenta\u00e7\u00e3o para ser aplicada.\nDO PROVIMENTO COGE 64/2005 Os documentos copiados que acompanham esta peti\u00e7\u00e3o\ninicial, atende as exig\u00eancias do Provimento COGE 64/2005, que no art. 118, \u00a74\u00ba n\u00e3o exige autentica\u00e7\u00e3o das pe\u00e7as apresentadas por c\u00f3pia.\n\u00a7 4.\u00ba, art.118 do Provimento 64/2005 \u2013 Vigente\n\u201cAs pe\u00e7as apresentadas por c\u00f3pia, qualquer que seja o meio de reprodu\u00e7\u00e3o, dever\u00e3o revestir-se de nitidez e inteireza, ressalvando-se as falhas de acordo com o original reproduzido\u201d\nDA ASSIST\u00caNCIA JUDICI\u00c1RIA\nO autor requer a Vossa Excel\u00eancia, os benef\u00edcios da ASSIST\u00caNCIA JUDICI\u00c1RIA GRATUITA, nos termos do art. 4\u00ba da Lei n.\u00ba 1.060/50 e tamb\u00e9m com fundamento no artigo 5\u00ba, inciso LXXIV da Constitui\u00e7\u00e3o Federal de 1988, por ser a mesma pobre na acep\u00e7\u00e3o jur\u00eddica do termo, sem condi\u00e7\u00f5es no momento de custear as despesas da presente demanda.\nS\u00cdNTESE\nO presente processo trata de quest\u00e3o de extrema import\u00e2ncia para milh\u00f5es de trabalhadores brasileiros e diz respeito ao Fundo de Garantia por Tempo de Servi\u00e7o.\nComo \u00e9 cedi\u00e7o, o Fundo de Garantia por Tempo de Servi\u00e7o foi criado na d\u00e9cada de 1960 para proteger o trabalhador, como suced\u00e2neo da antiga estabilidade decenal. \u00c9 constitu\u00eddo por valores depositados pelas empresas em nome de\n2\n\n\fseus empregados e possibilita que o trabalhador forme um patrim\u00f4nio.\nConsta no s\u00edtio eletr\u00f4nico da Caixa Econ\u00f4mica Federal que o FGTS hoje financia programas de habita\u00e7\u00e3o popular, saneamento b\u00e1sico e infraestrutura urbana.\nO FGTS \u00e9 regido pelas disposi\u00e7\u00f5es da Lei n\u00ba 8.036, de 11 de maio de 1990, por normas e diretrizes estabelecidas pelo seu Conselho Curador e gerido pela Caixa Econ\u00f4mica Federal.\nDos artigos 2\u00ba e 13 da Lei n\u00ba 8.036/90 extra\u00edmos que h\u00e1 uma obrigatoriedade de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e de remunera\u00e7\u00e3o atrav\u00e9s de juros dos dep\u00f3sitos efetuados nas contas vinculadas do FGTS, sen\u00e3o vejamos:\nArt. 2\u00ba O FGTS \u00e9 constitu\u00eddo pelos saldos das contas vinculadas a que se refere esta lei e outros recursos a ele incorporados, devendo ser aplicados com atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e juros, de modo a assegurar a cobertura de suas obriga\u00e7\u00f5es.\nArt. 13. Os dep\u00f3sitos efetuados nas contas vinculadas ser\u00e3o corrigidos monetariamente com base nos par\u00e2metros fixados para atualiza\u00e7\u00e3o dos saldos dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a e capitaliza\u00e7\u00e3o juros de (tr\u00eas) por cento ao ano.\nRessalte-se que o par\u00e2metro fixado para a atualiza\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos dos saldos de poupan\u00e7a e consequentemente dos dep\u00f3sitos do FGTS \u00e9 a Taxa Referencial \u2013 TR, conforme prescrevem os artigos 12 e 17 da Lei n\u00ba 8.177, de 1\u00ba de mar\u00e7o de 1991, com reda\u00e7\u00e3o da lei n\u00ba 12.703, de 7 de agosto de 2012, cuja dic\u00e7\u00e3o \u00e9 a seguinte:\nArt. 12. Em cada per\u00edodo de rendimento, os dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a ser\u00e3o remunerados: I - como remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica, por taxa correspondente \u00e0 acumula\u00e7\u00e3o das TRD, no per\u00edodo transcorrido entre o dia do \u00faltimo cr\u00e9dito de rendimento, inclusive, e o dia do cr\u00e9dito de rendimento, exclusive; II - como remunera\u00e7\u00e3o adicional, por juros de: (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n \u00ba 12.703, de 2012) a) 0,5% (cinco d\u00e9cimos por cento) ao m\u00eas, enquanto a meta da taxa Selic ao ano, definida pelo Banco Central do Brasil, for superior a 8,5% (oito inteiros e cinco d\u00e9cimos por cento); ou (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n \u00ba 12.703, de 2012) b) 70% (setenta por cento) da meta da taxa Selic ao ano, definida pelo Banco Central do Brasil, mensalizada, vigente na data de in\u00edcio do per\u00edodo de rendimento, nos demais casos. (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n \u00ba 12.703, de 2012) (...)\nArt. 17. A partir de fevereiro de 1991, os saldos das contas do Fundo de Garantia por Tempo de Servi\u00e7o (FGTS) passam a ser remunerados pela taxa aplic\u00e1vel \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a com data de anivers\u00e1rio no dia 1\u00b0, observada a periodicidade mensal para remunera\u00e7\u00e3o.\n3\n\n\fPar\u00e1grafo \u00fanico. As taxas de juros previstas na legisla\u00e7\u00e3o em vigor do FGTS s\u00e3o mantidas e consideradas como adicionais \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o prevista neste artigo.\n\ncalculada:\n\nRetrata a Lei n\u00ba 8.177/91 a forma como a TR ser\u00e1\nArt. 1\u00b0 O Banco Central do Brasil divulgar\u00e1 Taxa Referencial (TR), calculada a partir da remunera\u00e7\u00e3o mensal m\u00e9dia l\u00edquida de impostos, dos dep\u00f3sitos a prazo fixo captados nos bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos m\u00faltiplos com carteira comercial ou de investimentos, caixas econ\u00f4micas, ou dos t\u00edtulos p\u00fablicos federais, estaduais e municipais, de acordo com metodologia a ser aprovada pelo Conselho Monet\u00e1rio Nacional, no prazo de sessenta dias, e enviada ao conhecimento do Senado Federal. \u00a7 1\u00b0 A TR ser\u00e1 mensalmente divulgada pelo Banco Central do Brasil, no m\u00e1ximo at\u00e9 o oitavo dia \u00fatil do m\u00eas de refer\u00eancia. (Revogado pela Lei n\u00ba 8.660, de 1993) \u00a7 2\u00b0 As institui\u00e7\u00f5es que venham a ser utilizadas como bancos de refer\u00eancia, dentre elas, necessariamente, as dez maiores do Pa\u00eds, classificadas pelo volume de dep\u00f3sitos a prazo fixo, est\u00e3o obrigadas a fornecer as informa\u00e7\u00f5es de que trata este artigo, segundo normas estabelecidas pelo Conselho Monet\u00e1rio Nacional, sujeitando-se a institui\u00e7\u00e3o e seus administradores, no caso de infra\u00e7\u00e3o \u00e0s referidas normas, \u00e0s penas estabelecidas no art. 44 da Lei n\u00b0 4.595, de 31 de dezembro de 1964. \u00a7 3\u00b0 Enquanto n\u00e3o aprovada a metodologia de c\u00e1lculo de que trata este artigo, o Banco Central do Brasil fixar\u00e1 a TR.\n\nA metodologia de c\u00e1lculo foi h\u00e1 muito tempo definida pela Banco Central-Conselho Monet\u00e1rio Nacional (CMN), e hoje est\u00e1 vigente sob a forma da Resolu\u00e7\u00e3o n\u00ba 3.354, de 31 de mar\u00e7o de 2006.\n\nOcorre que, h\u00e1 muito tempo, a TR n\u00e3o reflete mais a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, tendo se distanciado completamente dos \u00edndices oficiais de infla\u00e7\u00e3o. Nos meses de setembro, outubro e novembro de 2009, janeiro e fevereiro de 2010, fevereiro e junho de 2012 e de setembro de 2012 em diante, a TR tem sido completamente anulada, como se n\u00e3o existisse qualquer infla\u00e7\u00e3o no per\u00edodo pass\u00edvel de corre\u00e7\u00e3o.\n\nEIS A RAZ\u00c3O DESTA A\u00c7\u00c3O.\n\nLEGITIMIDADE PASSIVA DA CAIXA\nDesde logo, e por quest\u00e3o de economia processual, o Autor enfatiza a legitimidade passiva da R\u00e9, eis que a mat\u00e9ria encontra-se pacificada em nossos tribunais, tendo sido sumulada pelo E. STJ, no seguinte teor: \u201cS\u00famula n\u00ba 249: A Caixa Econ\u00f4mica Federal tem legitimidade passiva para integrar processo em que se discute corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria do FGTS\u201d.\nPosto que a lide versa sobre corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos dep\u00f3sitos de FGTS, sobressai irrefut\u00e1vel a legitimidade passiva e exclusiva da Caixa Econ\u00f4mica Federal, conforme precedentes do STJ, sen\u00e3o vejamos:\n4\n\n\fA\u00c7\u00c3O RESCIS\u00d3RIA. ADMINISTRATIVO. FGTS. CORRE\u00c7\u00c3O DOS SALDOS DAS CONTAS VINCULADAS. DIFEREN\u00c7AS DE EXPURGOS INFLACION\u00c1RIOS. TEMA J\u00c1 PACIFICADO NO STJ. PROCED\u00caNCIA DA A\u00c7\u00c3O. 1. A mat\u00e9ria referente \u00e0 corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria das contas vinculadas ao FGTS, em raz\u00e3o das diferen\u00e7as de expurgos inflacion\u00e1rios, foi decidida pela Primeira Se\u00e7\u00e3o deste Superior Tribunal, no REsp n. 1.111.201 - PE e no REsp n. 1.112.520 - PE, de relatoria do Exmo. Min. Benedito Gon\u00e7alves, ambos submetidos ao regime do art. 543-C do CPC e da Resolu\u00e7\u00e3o n. 8/08 do STJ, que tratam dos recursos representativos da controv\u00e9rsia, publicados no DJe de 4.3.2010. (...) 3. Quanto \u00e0s demais preliminares alegadas, devidamente prequestionadas, esta Corte tem o entendimento no sentido de que, nas demandas que tratam da atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos saldos das contas vinculadas do FGTS, a legitimidade passiva ad causam \u00e9 exclusiva da Caixa Econ\u00f4mica Federal, por ser gestora do Fundo, com a exclus\u00e3o da Uni\u00e3o e dos bancos deposit\u00e1rios (S\u00famula 249/STJ). (...) (AR 1.962/SC, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, PRIMEIRA SE\u00c7\u00c3O, julgado em 08/02/2012, DJe 27/02/2012)\nS\u00famula 249/STJ \u2013 A Caixa Econ\u00f4mica Federal tem legitimidade passiva para integrar processo em que se discute corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria do FGTS.\nAssim, a presente a\u00e7\u00e3o se dirige exclusivamente contra a Caixa Econ\u00f4mica Federal, conforme pacificamente definido pela jurisprud\u00eancia p\u00e1tria.\nDA PRESCRI\u00c7\u00c3O\nQuanto ao prazo prescricional, j\u00e1 est\u00e1 amplamente assentado na doutrina e jurisprud\u00eancia p\u00e1tria, que em rela\u00e7\u00e3o ao pleito de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria do FGTS, a prescri\u00e7\u00e3o \u00e9 trinten\u00e1ria.\nNeste sentido, decis\u00e3o do STJ:\nRECURSO ESPECIAL. TRIBUT\u00c1RIO. FGTS. CORRE\u00c7\u00c3O DOS SALDOS DAS CONTAS VINCULADAS. DIFEREN\u00c7AS DE EXPURGOS INFLACION\u00c1RIOS. TEMA J\u00c1 JULGADO PELO REGIME DO ART. 543-C DO CPC E DA RESOLU\u00c7\u00c3O N. 8/08 DO STJ, QUE TRATAM DOS RECURSOS REPRESENTATIVOS DE CONTROV\u00c9RSIA. (...) 3. No REsp n. 1.112.520 - PE, por seu turno, firmou-se o seguinte entendimento: 4. Outrossim, n\u00e3o deve prevalecer a interpreta\u00e7\u00e3o da recorrente quanto \u00e0 ocorr\u00eancia de prescri\u00e7\u00e3o quinquenal, pois este Tribunal j\u00e1 decidiu que \u00e9 trinten\u00e1ria a prescri\u00e7\u00e3o para cobran\u00e7a de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria de contas vinculadas ao FGTS, nos termos das S\u00famula 210/STJ: \"A a\u00e7\u00e3o de cobran\u00e7a das contribui\u00e7\u00f5es para o FGTS prescreve em (30) trinta anos\". (...) (REsp 1150446 RJ 2009/0143136-0, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, Julgamento: 10/08/2010, \u00d3rg\u00e3o Julgador: T2 - SEGUNDA TURMA, Publica\u00e7\u00e3o: DJe 10/09/2010)\n5\n\n\fAssim, a a\u00e7\u00e3o ora proposta n\u00e3o est\u00e1 alcan\u00e7ada pela prescri\u00e7\u00e3o trinten\u00e1ria, conforme se demonstrar\u00e1 adiante.\n\nDA INCONSTITUCIONALIZA\u00c7\u00c3O PROGRESSIVA DO ART. 13 DA LEI 8.036/90 C/C ARTS. 1\u00ba E 17 DA LEI 8.177/91.\n\nPara melhor entendimento sobre o tema vamos utilizar trechos da r. senten\u00e7a prolatada no Processo n\u00ba : 3279-88.2013.4.01.3810, pela JUSTI\u00c7A FEDERAL DE 1\u00aa INST\u00c2NCIA SUBSE\u00c7\u00c3O JUDICI\u00c1RIA DE POUSO ALEGRE/MG, que com muita sabedoria, senso jur\u00eddico julgou procedente o pedido de revis\u00e3o dos saldos das contas do FGTS, determinando a aplica\u00e7\u00e3o do INPC como \u00edndice de\ncorre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos saldos do FGTS.\n\nExcel\u00eancia, o dinamismo do Direito e da vida social que ele regula imp\u00f5em, em certos casos, a necessidade de verificar a exist\u00eancia ou n\u00e3o de validade e legitimidade atuais de normas que, na sua origem, eram perfeitamente v\u00e1lidas e leg\u00edtimas.\n\nIsso porque situa\u00e7\u00f5es concretas da vida social e normatiza\u00e7\u00f5es paralelas que incidem sobre os mesmos fatos originalmente tratados pela norma primitiva podem fazer com que seus objetivos se desvirtuem, seus fins, inicialmente v\u00e1lidos e leg\u00edtimos, passem a se opor \u00e0 Constitui\u00e7\u00e3o e seus princ\u00edpios.\n\nOriunda da teoria constitucionalista alem\u00e3 e j\u00e1\n\nsufragada pelo E. STF em alguns julgados (v.g. HC\n\n70.514/SP, RE 147.776, RE 135.328/SP), \u00e9 a constru\u00e7\u00e3o\n\ndoutrin\u00e1ria chamada de \u201cinconstitucionalidade\n\nprogressiva\u201d\n\nou\n\nprogressivo\n\nprocesso\n\nde\n\ninconstitucionaliza\u00e7\u00e3o\n\nde\n\nnormas\n\njur\u00eddicas\n\noriginariamente v\u00e1lidas.\n\n\u00c9 a situa\u00e7\u00e3o dos autos. O art. 13 da lei 8.036/90, ao estabelecer que \u201cOs dep\u00f3sitos efetuados nas contas vinculadas ser\u00e3o corrigidos monetariamente com base nos par\u00e2metros fixados para atualiza\u00e7\u00e3o dos saldos dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a e capitaliza\u00e7\u00e3o juros de (tr\u00eas) por cento ao ano\u201d, claramente objetivava dar continuidade ao princ\u00edpio estabelecido desde a lei 5.107/66 de que o pec\u00falio representado pelo FGTS \u00e9 uma obriga\u00e7\u00e3o de valor, imune aos efeitos corrosivos da infla\u00e7\u00e3o, sujeito a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria de seus dep\u00f3sitos e ainda vencendo juros remunerat\u00f3rios \u201creais\u201d (acima da infla\u00e7\u00e3o) de 3% ao ano.\n\nN\u00e3o apenas dava continuidade \u00e0 tradi\u00e7\u00e3o do FGTS, como densificava de forma v\u00e1lida, conforme \u00e0 Constitui\u00e7\u00e3o, o direito trabalhista fixado no art. 7\u00ba, III, da CR/88, que previu o pec\u00falio obrigat\u00f3rio do fundo de garantia. Tratando-se de pec\u00falio obrigat\u00f3rio, n\u00e3o port\u00e1vel, a ser usufru\u00eddo ap\u00f3s longo prazo de sua forma\u00e7\u00e3o, \u00e9 mais razo\u00e1vel a interpreta\u00e7\u00e3o de que a norma constitucional cont\u00e9m implicitamente a obrigatoriedade de que o valor desse fundo seja protegido da corros\u00e3o inflacion\u00e1ria.\n\n6\n\n\f\u00c0 \u00e9poca da publica\u00e7\u00e3o da lei 8.036/90, a \u201catualiza\u00e7\u00e3o dos saldos dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a\u201d tamb\u00e9m era feita por \u00edndices de infla\u00e7\u00e3o. Fica claro que o art. 13 da lei 8.036/90, ao vincular a corre\u00e7\u00e3o do FGTS \u00e0 da poupan\u00e7a, visava \u00e0 plena prote\u00e7\u00e3o do FGTS quanto aos efeitos corrosivos da infla\u00e7\u00e3o.\n\nCom a edi\u00e7\u00e3o da lei 8.177/91, que criou a TR no seu art. 1\u00ba e no seu art. 17 estabeleceu que para fins do art. 13 da lei 8.036/90 a TR aplic\u00e1vel ao FGTS seria aquela calculada no dia primeiro de cada m\u00eas, as coisas j\u00e1 come\u00e7am a tomar uma forma distinta.\n\nA \u201catualiza\u00e7\u00e3o dos saldos dos dep\u00f3sitos da poupan\u00e7a\u201d deixa de se dar por \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e passa a se dar pela TR, com metodologia a ser fixada por \u00f3rg\u00e3o administrativo, inicialmente objetivando ser uma previs\u00e3o impl\u00edcita de infla\u00e7\u00e3o futura feita pelo mercado financeiro, mas sem nenhuma garantia de que tal metodologia se manteria \u2013 como n\u00e3o se manteve. A necessidade de adequar a TR aos novos tempos de reduzidos juros reais e altera\u00e7\u00e3o no c\u00e1lculo do imposto de renda das aplica\u00e7\u00f5es financeiras, fez com que ela fosse reduzida a ponto de se tornar praticamente nula, para evitar que houvesse uma fuga de recursos das aplica\u00e7\u00f5es financeiras para a caderneta de poupan\u00e7a.\n\nIsto \u00e9, progressivamente, o art. 13 da lei 8.036/90, c/c art. 17 da lei 8.177/91 e com o art. 1\u00ba da lei 8.177/91, deixou de garantir ao FGTS a recomposi\u00e7\u00e3o das perdas inflacion\u00e1rias, sujeitando o FGTS a perdas consider\u00e1veis em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 infla\u00e7\u00e3o. As tabelas abaixo d\u00e3o uma id\u00e9ia das imensas perdas incorridas e do car\u00e1ter progressivo, da acelera\u00e7\u00e3o da perda do FGTS em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 infla\u00e7\u00e3o medida por v\u00e1rios \u00edndices (a remunera\u00e7\u00e3o do FGTS nesses c\u00e1lculos inclui a corre\u00e7\u00e3o e os juros):\n\nCOMPARA\u00c7\u00c3O ENTRE FGTS E \u00cdNDICES DE PRE\u00c7O\n\n01/07/1994 = 1000,00 - Valores corrigidos ate 01/01/2014\n\nFGTS 4.890,29\n\nINPC 4.564,84 7,13% 0,35%\n\nIPCA 4.450,60 9,88% 0,48%\n\nIGP-M 5.836,80 -16,22% -0,90%\n\n<== Valor corrigido <== Ganho/Perda (+/-) Acumulado em % <== Ganho/Perda (+/-) Por ano em %\n\nCOMPARA\u00c7\u00c3O ENTRE FGTS E \u00cdNDICES DE PRE\u00c7O\n\n01/01/2003 = 1000,00 - Valores corrigidos ate 01/01/2014\n\nFGTS 1.645,47\n\nINPC 1.867,56 -11,89% -1,14%\n\nIPCA 1.870,51 -12,03% -1,16%\n\nIGP-M 1.987,67 17,22% 1,70%\n\n<== Valor corrigido <== Ganho/Perda (+/-) Acumulado em % <== Ganho/Perda (+/-) Por ano em %\n\nCOMPARA\u00c7\u00c3O ENTRE FGTS E \u00cdNDICES DE PRE\u00c7O\n\n7\n\n\f01/01/2011 = 1000,00 - Valores corrigidos ate 01/01/2014\n\nFGTS 1.111,25\n\nINPC 1.189,21 -6,56% -2,23%\n\nIPCA 1.193,84 -6,92% -2,36%\n\nIGP-M 1.195,69 -7,06% -2,41%\n\n<== Valor corrigido <== Ganho/Perda (+/-) Acumulado em % <== Ganho/Perda (+/-) Por ano em %\n\nEm todas as tabelas, considera-se um dep\u00f3sito de R$1.000,00 feito em 01/07/1994 (in\u00edcio do Plano Real), 01/01/2003 (in\u00edcio do governo Lula) e 01/01/2011 (in\u00edcio do governo Dilma). Na primeira coluna \u00e0 esquerda, est\u00e1 o valor atualizado desse dep\u00f3sito no FGTS (com corre\u00e7\u00e3o e juros) e o mesmo valor atualizado por 3 \u00edndices de pre\u00e7o (INPC e IPCA, do IBGE, e IGP-M da FGV), at\u00e9 01/01/2014.\nNa segunda linha das tabelas, o ganho ou perda acumulado da remunera\u00e7\u00e3o total do FGTS em rela\u00e7\u00e3o aos \u00edndices. Na terceira linha, o ganho ou perda anual do FGTS em rela\u00e7\u00e3o a cada \u00edndice.\n\nObserva-se que a remunera\u00e7\u00e3o total do FGTS (incluindo juros) \u00e9 inferior ao IGP-M em todos os per\u00edodos e essa perda vai se acentuando com o passar do tempo: de 07/1994 a 01/2014 a perda anual \u00e9 de - 0,9%, de 01/2003 a 01/2014 a perda anual \u00e9 de -1,7% e no governo Dilma a perda chega a -2,41% ao ano.\n\nNo caso dos \u00edndices do IBGE, no per\u00edodo desde o Plano Real h\u00e1 um pequeno ganho real anual (+0,35% e +0,48%, respectivamente), que se transforma em perdas reais anuais a partir do governo Lula (1,14% e -1,16%) e que s\u00e3o aumentadas no governo Dilma (-2,23% e 2,36%).\n\nEm termos econ\u00f4micos, isso quer dizer que a taxa de juros reais do FGTS \u2013 que a lei prev\u00ea em +3% ao ano \u2013 est\u00e1 NEGATIVA: os benefici\u00e1rios do FGTS est\u00e3o perdendo da infla\u00e7\u00e3o ano a ano e essa perda tem se acelerado, chegando a -2,36% ao ano no governo Dilma, nos \u00faltimos 3 anos, pelo IPCA/ IBGE.\n\nMesmo se considerarmos o per\u00edodo desde o Plano Real (primeira tabela) e os \u00edndices de pre\u00e7o do IBGE, os ganhos reais (acima da infla\u00e7\u00e3o) de +0,35% e +0,48% ao ano, respectivamente, s\u00e3o muito inferiores \u00e0quilo que a lei prev\u00ea, +3% ao ano.\n\nEst\u00e1 claro que fatores alheios ao legislador da lei 8.036/90 fizeram com que o art. 13 progressivamente se tornasse inconstitucional, na parte em que vincula a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria das contas do FGTS aos \u00edndices de atualiza\u00e7\u00e3o da poupan\u00e7a e estes, por sua vez, passam a ser calculados por metodologia prevista nos arts. 1\u00ba e 17\n\n8\n\n\fda lei 8.177/91, que n\u00e3o mais garante a recomposi\u00e7\u00e3o das perdas inflacion\u00e1rias.\nComo se viu no t\u00f3pico anterior, a metodologia iniciada pela Resolu\u00e7\u00e3o CMN 2.604, de 23/04/1999, com efeitos a partir de 01/06/1999, deu in\u00edcio ao descolamento da TR dos \u00edndices de infla\u00e7\u00e3o, sendo esse o momento que se deve fixar para a recomposi\u00e7\u00e3o das contas do FGTS.\nDiante do exposto, tendo em vista o que j\u00e1 decidido pelo E. STF no caso da lei 11.960/09 e o fato de o FGTS ser um pec\u00falio constitucional obrigat\u00f3rio, n\u00e3o port\u00e1vel e de longo prazo, cuja garantia de recomposi\u00e7\u00e3o das perdas inflacion\u00e1rias est\u00e1 impl\u00edcita na disposi\u00e7\u00e3o do art. 7\u00ba, III, da CR/88, que assegura esse direito trabalhista fundamental a todos os trabalhadores, \u00e9 de se declarar inconstitucional, pelo menos desde a superveni\u00eancia dos efeitos da Resolu\u00e7\u00e3o CMN 2.604, de 23/04/1999, a vincula\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria do FGTS \u00e0 TR, conforme art. 13 da lei 8.036/90 c/c arts. 1\u00ba e 17 da lei 8.177/91.\nDOS FATOS E FUNDAMENTOS JUR\u00cdDICOS\nO (a) Autor (a), conforme extratos anal\u00edticos do FGTS anexos, possui dep\u00f3sitos entre 1999 e a presente data, que sofreram corre\u00e7\u00e3o pela TR (Taxa Referencial), \u00edndice esse n\u00e3o aplic\u00e1vel a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria do FGTS, conforme detalhadamente passaremos a expor.\nA s\u00edntese da presente demanda \u00e9 a busca da parte autora, por meio da presente demanda, que seja a r\u00e9 condenada a substituir o \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria aplicado \u00e0 sua conta vinculada do FGTS (Taxa Referencial - TR) pelo \u00cdndice Nacional de Pre\u00e7os ao Consumidor - INPC ou pelo \u00cdndice de Pre\u00e7os ao Consumidor Amplo - IPCA, com o pagamento das diferen\u00e7as decorrentes da altera\u00e7\u00e3o.\nComo sabido, a TR \u00e9 o \u00edndice atualmente utilizado para corre\u00e7\u00e3o do FGTS, e a TR n\u00e3o tem promovido a necess\u00e1ria atualiza\u00e7\u00e3o do saldo existente na conta fundi\u00e1ria, uma vez que se encontra em patamar inferior \u00e0queles utilizados para indica\u00e7\u00e3o do percentual de infla\u00e7\u00e3o, como \u00e9 o caso do IPCA ou do INPC.\nNo mesmo vi\u00e9s, o Supremo Tribunal Federal j\u00e1 se manifestou no sentido de n\u00e3o reconhecer a TR como \u00edndice capaz de corrigir a varia\u00e7\u00e3o inflacion\u00e1ria da moeda, n\u00e3o servindo, portanto, como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, sendo imprescind\u00edvel, e por quest\u00e3o de justi\u00e7a, que outro \u00edndice seja aplicado, seja ele o INPC ou IPCA, versando a mat\u00e9ria t\u00e3o\n9\n\n\fsomente no sentido de qual dos dois \u00edndices aplicar para corre\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos de FGTS.\nA CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA\nA corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria existe entre n\u00f3s desde a d\u00e9cada de 1960. O principal te\u00f3rico da Corre\u00e7\u00e3o Monet\u00e1ria, o Advogado Tributarista Bulh\u00f5es Pedreira explica o seguinte:\n\u2019\u201dPor analogia com as unidades de medidas f\u00edsicas podemos dizer que o n\u00edvel geral de pre\u00e7os \u00e9 o padr\u00e3o prim\u00e1rio do valor financeiro, enquanto que a unidade monet\u00e1ria serve como padr\u00e3o secund\u00e1rio \u2013 usado, na pr\u00e1tica, para exprimir o valor financeiro, mas que deve ser aferido pelo padr\u00e3o prim\u00e1rio porque sujeito a modifica\u00e7\u00f5es.\u201d (BULH\u00d5ES PEDREIRA, Jos\u00e9 Luiz, \u201cCorre\u00e7\u00e3o Monet\u00e1ria; Indexa\u00e7\u00e3o Cambial. Obriga\u00e7\u00e3o Pecuni\u00e1ria\u201d, in \u201cRevista de Direito Administrativo\u201d, c. 193 p, 353 a 372 Jul/Set 1993).\nAinda, o autor Let\u00e1cio Jansen diz que Bulh\u00f5es Pedreira teria conseguido institucionalizar e colocar em pr\u00e1tica a sua doutrina principalmente atrav\u00e9s da Lei n\u00ba 4.357, de 1964, que criou o primeiro indexador da Economia Brasileira \u2013 a ORTN (obriga\u00e7\u00e3o reajust\u00e1vel do tesouro nacional), uma obriga\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria cuja fun\u00e7\u00e3o era fazer variar, periodicamente, a moeda nacional segundo a perda de seus respectivos poderes aquisitivos1.\nDesde esta data, uma pl\u00eaiade de \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria foi se sucedendo, at\u00e9 a entrada em vigor da Medida Provis\u00f3ria n\u00ba 294, de 31 de janeiro de 1991, que se transformou na Lei n\u00ba 8.177, de 1\u00ba de mar\u00e7o de 1991. Nesta oportunidade o Governo Collor pretendeu substituir a s\u00e9rie de indexadores tradicionais da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria brasileira (ORTN, OTN e BTN) que eram vinculados \u00e0 varia\u00e7\u00e3o dos n\u00edveis gerais de pre\u00e7os, pela Taxa Referencial, que tinha natureza financeira.\nAinda hoje permanece a perplexidade em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 natureza jur\u00eddica da TR, at\u00e9 por conta da pr\u00f3pria inconsist\u00eancia da lei que a criou, que ora a trata como taxa de juros (artigo 39) ora como indexador (artigo 18).\nTaxas de juros objetivam promover a remunera\u00e7\u00e3o do capital. S\u00e3o calculadas por quem disponibiliza o capital em benef\u00edcio de outra pessoa, f\u00edsica ou jur\u00eddica, para que empregue para satisfa\u00e7\u00e3o de determinada necessidade, na expectativa de lucro. Os indexadores, por outro lado, podem ser entendidos como \u00edndices calculados a partir da varia\u00e7\u00e3o de pre\u00e7os de mercado em determinado per\u00edodo. O seu objetivo est\u00e1 na corre\u00e7\u00e3o dos efeitos inflacion\u00e1rios, quando se compara valores monet\u00e1rios em diferentes \u00e9pocas.\n1\nhttp://www.scamargo.adv.br/scripts/forum/textoTema.asp?id=81&tema=nvalidade+da+taxa+referencial+(TR)%3A+o+Signific ado+da+ADI+493-0-df\n10\n\n\fPois bem. Quando o STF enfrentou o tema da natureza da TR, disse atrav\u00e9s do voto vencedor da ADI 493-0/DF que:\nA Taxa Referencial (TR) n\u00e3o \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, pois, refletindo as varia\u00e7\u00f5es do custo prim\u00e1rio da capta\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos a prazo fixo, n\u00e3o constitui \u00edndice que reflita a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda.\nN\u00e3o obstante, os Ministros vencidos Celso de Mello, Marco Aur\u00e9lio e Ilmar Galv\u00e3o entenderam que a estrutura de c\u00e1lculo da taxa referencial n\u00e3o era suficiente para impedir sua utiliza\u00e7\u00e3o como par\u00e2metro de indexa\u00e7\u00e3o da economia.\nMesmo assim, naquela oportunidade, o STF entendeu que a TR possu\u00eda natureza de taxa de juros e declarou inconstitucional o artigo 18 da Lei n\u00ba 8.177/91, cujo texto original estabelecia que os saldos devedores e as presta\u00e7\u00f5es dos contratos integrantes do SFH, passariam a ser atualizados pela taxa aplic\u00e1vel \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica dos Dep\u00f3sitos de Poupan\u00e7a. Vale a pena transcrever a ementa deste julgado:\nA\u00e7\u00e3o direta de inconstitucionalidade.- Se a lei alcan\u00e7ar os efeitos futuros de contratos celebrados anteriormente a ela, ser\u00e1 essa lei retroativa (retroatividade m\u00ednima) porque vai interferir na causa, que e um ato ou fato ocorrido no passado.- O disposto no artigo 5, XXXVI, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal se aplica a toda e qualquer lei infraconstitucional, sem qualquer distin\u00e7\u00e3o entre lei de direito p\u00fablico e lei de direito privado, ou entre lei de ordem p\u00fablica e lei dispositiva. Precedente do S.T.F..Ocorr\u00eancia, no caso, de viola\u00e7\u00e3o de direito adquirido. A taxa referencial (TR) n\u00e3o \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, pois, refletindo as varia\u00e7\u00f5es do custo prim\u00e1rio da capta\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos a prazo fixo, n\u00e3o constitui \u00edndice que reflita a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda. Por isso, n\u00e3o h\u00e1 necessidade de se examinar a quest\u00e3o de saber se as normas que alteram \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria se aplicam imediatamente, alcan\u00e7ando, pois, as presta\u00e7\u00f5es futuras de contratos celebrados no passado, sem violarem o disposto no artigo 5, XXXVI, da Carta Magna.- Tamb\u00e9m ofendem o ato jur\u00eddico perfeito os dispositivos impugnados que alteram o crit\u00e9rio de reajuste das presta\u00e7\u00f5es nos contratos j\u00e1 celebrados pelo sistema do Plano de Equival\u00eancia Salarial por Categoria Profissional (PES/CP). A\u00e7\u00e3o direta de inconstitucionalidade julgada procedente, para declarar a inconstitucionalidade dos artigos 18, \"caput\" e par\u00e1grafos 1 e 4; 20; 21 e par\u00e1grafo \u00fanico; 23 e par\u00e1grafos; e 24 e par\u00e1grafos, todos da Lei n. 8.177, de 1 de maio de 1991. (ADI 493, Relator (a): Min. Moreira Alves, Tribunal Pleno, julgado em 25/06/1992, DJ 04-09-1992 PP-14089 EMENT VOL01674-02 PP-00260 RTJ VOL-00143-03 PP-00724)\nPor algum tempo, o pr\u00f3prio STJ rejeitou a TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, tanto para a poupan\u00e7a, quanto para o SFH. Neste sentido:\nCOMERCIAL. M\u00daTUO RURAL. CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA. VINCULA\u00c7\u00c3O AO CRIT\u00c9RIO DE REAJUSTE DOS DEP\u00d3SITOS EM CADERNETA DE POUPAN\u00c7A.\n11\n\n\fLICITUDE. SUBSTITUI\u00c7\u00c3O PELA TR NOS MESES SUBSEQUENTES A FEVEREIRO/91. PREVIS\u00c3O DE UTILIZA\u00c7\u00c3O DA OTN. INDEXADOR CONTRATUALMENTE ELEITO. SUBSTITUI\u00c7\u00c3O EX LEGE PELA TR. INCONSTITUCIONALIDADE DECLARADA. ADO\u00c7\u00c3O DO INPC. PRECEDENTES.\nI \u2013 NO CONTRATO DE M\u00daTUO RURAL \u00c9 L\u00cdCITO O PACTO DE VINCULA\u00c7\u00c3O DA CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA AO CRIT\u00c9RIO DE ATUALIZA\u00c7\u00c3O DOS DEP\u00d3SITOS EM CADERNETA DE POUPAN\u00c7A, RESULTANDO DEVIDA A INCID\u00caNCIA DO MESMO INDEXADOR NOS MESES SUBSEQUENTES A FEVEREIRO/91. (ART. 13 DA LEI 8.177).\nII \u2013 EM FACE DA POSI\u00c7\u00c3O DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL INADMITINDO A TR COMO FATOR DE ATUALIZA\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA SUBSTITUTIVO DO BTN, A CORRE\u00c7\u00c3O DOS VALORES, CUJA FORMA DE REAJUSTE ESTAVA, POR LEI OU CONTRATO, ATRELADA A VARIA\u00c7\u00c3O DO VALOR DE REFERIDO T\u00cdTULO DA D\u00cdVIDA P\u00daBLICA, CUMPRE SEJA PROCEDIDA, A PARTIR DA LEI 8.177/91, COM BASE NO INPC (REsp. 40.777/GO, Rel. Ministro S\u00c1LVIO DE FIGUEIREDO TEIXEIRA, QUARTA TURMA, julgado em 13/11/1995, DJ 11/12/1995, p. 43225) (grifamos)\nADMINISTRATIVO - SFH - REAJUSTE DAS PRESTA\u00c7\u00d5ES E DO SALDO DEVEDOR - PLANO DE EQUIVAL\u00caNCIA SALARIAL (PES) INAPLICABILIDADE DA TR \u2013 ADIN 493-0/STF - VANTAGENS PESSOAIS INCORPORADAS DEFINITIVAMENTE AO SAL\u00c1RIO - INCLUS\u00c3O NO C\u00c1LCULO - DIVERG\u00caNCIA JURISPRUDENCIAL N\u00c3O COMPROVADA - RISTJ, ART. 255 E PAR\u00c1GRAFOS - S\u00daMULA 13/STJ PRECEDENTES STJ. - Nos contratos vinculados ao PES, o reajustamento das presta\u00e7\u00f5es deve obedecer \u00e0 varia\u00e7\u00e3o salarial dos mutu\u00e1rios, a fim de preservar a equa\u00e7\u00e3o econ\u00f4mico-financeira do pactuado. - As vantagens pessoais incorporadas, definitivamente, ao sal\u00e1rio ou vencimento do mutu\u00e1rio, incluem-se na verifica\u00e7\u00e3o da equival\u00eancia para fixa\u00e7\u00e3o das parcelas. - Declarada pelo STF a inconstitucionalidade da TR como fator de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria (ADIN 493-0), o reajustamento do saldo devedor, a exemplo das presta\u00e7\u00f5es mensais, tamb\u00e9m deve obedecer ao Plano de Equival\u00eancia Salarial. - Recurso conhecido e parcialmente provido. (Resp 140.839/BA, Rel. Ministro FRANCISCO PE\u00c7ANHA MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 23/11/1999, DJ 21/02/2000, p. 112) (grifamos)\nSFH. PLANO DE EQUIVAL\u00caNCIA SALARIAL. REAJUSTE DAS PRESTA\u00c7\u00d5ES. ILEGITIMIDADE PASSIVA DA UNI\u00c3O. NULIDADE DO AC\u00d3RD\u00c3O. INOCORR\u00caNCIA. VANTAGENS PESSOAIS. INCLUS\u00c3O. CORRE\u00c7\u00c3O PELA TR. IMPOSSIBILIDADE. PRECEDENTES. (...) 4. Inaplic\u00e1vel a TR como fator de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria Entendimento consagrado nesta Corte na esteira de orienta\u00e7\u00e3o tra\u00e7ada pelo STF. 5. Recurso especial conhecido e parcialmente provido. (REsp 209.466/BA, Rel. Ministro FRANCISCO PE\u00c7ANHA MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 07/08/2001, DJ 17/06/2002, p. 231) (grifamos)\n12\n\n\fComo dito alhures, aplica\u00e7\u00e3o de \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria se presta para recuperar o poder de compra do valor emprestado. Este poder de compra \u00e9 diretamente influenciado por um processo inflacion\u00e1rio. O pr\u00f3prio STJ reconhece a influ\u00eancia da infla\u00e7\u00e3o e da defla\u00e7\u00e3o na composi\u00e7\u00e3o do \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, sen\u00e3o vejamos:\nPREVIDENCI\u00c1RIO E ECON\u00d4MICO. T\u00cdTULO EXECUTIVO JUDICIAL. DETERMINA\u00c7\u00c3O DE CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA PELO IGP-M. \u00cdNDICES DE DEFLA\u00c7\u00c3O. APLICABILIDADE. OFENSA AO PRINC\u00cdPIO DA IRREDUTIBILIDADE DOS VENCIMENTOS. N\u00c3O OCORR\u00caNCIA. PRESERVA\u00c7\u00c3O DO VALOR NOMINAL DA OBRIGA\u00c7\u00c3O. PRECEDENTES. 1. \"A corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria nada mais \u00e9 do que um mecanismo de manuten\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda, n\u00e3o devendo representar, consequentemente, por si s\u00f3, nem um plus nem um minus em sua subst\u00e2ncia. Corrigir o valor nominal da obriga\u00e7\u00e3o representa, portanto, manter, no tempo, o seu poder de compra original, alterado pelas oscila\u00e7\u00f5es inflacion\u00e1rias positivas e negativas ocorridas no per\u00edodo. Atualizar a obriga\u00e7\u00e3o levando em conta apenas oscila\u00e7\u00f5es positivas importaria distorcer a realidade econ\u00f4mica produzindo um resultado que n\u00e3o representa a simples manuten\u00e7\u00e3o do primitivo poder aquisitivo, mas um indevido acr\u00e9scimo no valor real. Nessa linha, estabelece o Manual de Orienta\u00e7\u00e3o de Procedimento de C\u00e1lculos aprovado pelo Conselho da Justi\u00e7a Federal que, n\u00e3o havendo decis\u00e3o judicial em contr\u00e1rio, \"os \u00edndices negativos de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria (defla\u00e7\u00e3o) ser\u00e3o considerados no c\u00e1lculo de atualiza\u00e7\u00e3o\", com a ressalva de que, se, no c\u00e1lculo final, 'a atualiza\u00e7\u00e3o implicar redu\u00e7\u00e3o do principal, deve prevalecer o valor nominal'\" (Corte Especial, REsp 1.265.580/RS, Rel. Min. TEORI ALBINO ZAVASCKI, DJe 18/4/12). 2. No precedente da Corte Especial, mencionado na decis\u00e3o agravada, ficou expressamente consignado que se, na atualiza\u00e7\u00e3o da d\u00edvida, houver redu\u00e7\u00e3o do principal, deve prevalecer o valor nominal, em respeito ao princ\u00edpio da irredutibilidade de vencimentos, previsto nos arts. 7\u00ba, VI e 37, XV, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal. 3. A compreens\u00e3o no sentido de que n\u00e3o h\u00e1 viola\u00e7\u00e3o ao princ\u00edpio da irredutibilidade dos vencimentos, quando preservado o valor nominal da obriga\u00e7\u00e3o, encontra respaldo na jurisprud\u00eancia do STF e do STJ. 4. Agravo regimental improvido. (AgRg nos EREsp 1252558/RS, Rel. Ministro SERGIO KUKINA, PRIMEIRA SE\u00c7\u00c3O, julgado em 13/03/2013, DJe 21/03/2013)(grifos nossos)\nN\u00e3o podemos nos esquecer de que a cultura da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria est\u00e1 de tal forma arraigada ao nosso sistema econ\u00f4mico, que o pr\u00f3prio C\u00f3digo Civil de 2002, traz diversos dispositivos garantindo atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria:\nArt. 389. N\u00e3o cumprida a obriga\u00e7\u00e3o, responde o devedor por perdas e danos, mais juros e atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria segundo \u00edndices oficiais regularmente estabelecidos, e honor\u00e1rios de advogado.\nArt. 395. Responde o devedor pelos preju\u00edzos a que sua mora der causa, mais juros, atualiza\u00e7\u00e3o dos valores monet\u00e1rios segundo \u00edndices oficiais regularmente estabelecidos, e honor\u00e1rios de advogado.\nArt. 404. As perdas e danos, nas obriga\u00e7\u00f5es de pagamento em dinheiro, ser\u00e3o pagas com atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria segundo \u00edndices oficiais regularmente\n13\n\n\festabelecidos, abrangendo juros, custas e honor\u00e1rios de advogado, sem preju\u00edzo da pena convencional.\nArt. 418. Se a parte que deu as arras n\u00e3o executar o contrato, poder\u00e1 a outra t\u00ea-lo por desfeito, retendo-as; se a inexecu\u00e7\u00e3o for de quem recebeu as arras, poder\u00e1 quem as deu haver o contrato por desfeito, e exigir sua devolu\u00e7\u00e3o mais o equivalente, com atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria segundo \u00edndices oficiais regularmente estabelecidos, juros e honor\u00e1rios de advogado.\nArt. 772. A mora do segurador em pagar o sinistro obriga \u00e0 atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria da indeniza\u00e7\u00e3o devida segundo \u00edndices oficiais regularmente estabelecidos, sem preju\u00edzo dos juros morat\u00f3rios.\nArt. 884. Aquele que, sem justa causa, se enriquecer \u00e0 custa de outrem, ser\u00e1 obrigado a restituir o indevidamente auferido, feita a atualiza\u00e7\u00e3o dos valores monet\u00e1rios.\nEste retrospecto da evolu\u00e7\u00e3o legal e jurisprudencial a respeito da aplica\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria se fez necess\u00e1rio para que pud\u00e9ssemos chegar ao n\u00facleo do argumento desta a\u00e7\u00e3o.\nHoje, no pa\u00eds, h\u00e1 dois tipos de \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. \u00cdndices que refletem a infla\u00e7\u00e3o e, portanto, recuperam o poder de compra do valor aplicado, como o IPCA e o INPC, e um \u00edndice que n\u00e3o reflete a infla\u00e7\u00e3o, e consequentemente n\u00e3o recupera o poder de compra do valor aplicado \u2013 a Taxa Referencial/TR.\nHistoricamente, \u00e9 preciso lembrar que a Taxa Referencial nunca foi igual \u00e0 infla\u00e7\u00e3o. Nem quando experimentamos hiperinfla\u00e7\u00e3o, nem quando experimentamos defla\u00e7\u00e3o. Todavia, os \u00edndices da TR, do INPC e do IPCA, sempre andaram pr\u00f3ximos. Em outras palavras, imperava a razoabilidade nos \u00edndices da TR para que pudessem atingir a finalidade de corre\u00e7\u00e3o do valor do capital.\n\nANO 1991 1992 1993 1994 1995 1996\n\nTR 335,51% 1.156,22% 2.474,73% 951,19% 31,6207% 9,5551%\n\nINPC 475,11% 1.149,05% 2.489,11% 929,32% 21,98% 9,125%\n\nIPCA 472,69% 1.119,09% 2,477,15% 916,43% 22,41% 9,56%\n\nN\u00e3o obstante, o cen\u00e1rio come\u00e7a a mudar a partir de 1999. A TR se distancia expressivamente do INPC e do IPCA, ao ponto de hoje a infla\u00e7\u00e3o superar 6% ao ano e a TR ser igual a zero. Logo, ela n\u00e3o se presta para o fim de manter o poder aquisitivo dos dep\u00f3sitos do FGTS, que s\u00e3o um patrim\u00f4nio do trabalhador.\nO sentimento geral \u00e9 que h\u00e1 muito tempo o FGTS \u00e9 um fundo in\u00edquo por ele n\u00e3o ter recomposi\u00e7\u00e3o inflacion\u00e1ria dos seus recursos. Na verdade, o trabalhador n\u00e3o est\u00e1 financiando programas de habita\u00e7\u00e3o popular, saneamento b\u00e1sico e infraestrutura urbana, ele est\u00e1 subsidiando.\n\n14\n\n\fAo contr\u00e1rio de outros investimentos, o FGTS n\u00e3o \u00e9 um fundo de livre disposi\u00e7\u00e3o por parte do trabalhador, n\u00e3o podendo ele decidir sponte pr\u00f3pria quais as aplica\u00e7\u00f5es que lhe s\u00e3o mais convenientes ou rent\u00e1veis. O trabalhador tem que se submeter a pol\u00edticas econ\u00f4micas e sociais que lhe s\u00e3o altamente prejudiciais.\nOra, mas a pr\u00f3pria Lei do FGTS diz em seu artigo 2\u00ba que \u00e9 garantida a atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e juros. Quando a TR \u00e9 igual a zero este artigo \u00e9 descumprido. Quando a TR \u00e9 m\u00ednima e totalmente desproporcional em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 infla\u00e7\u00e3o, este artigo tamb\u00e9m \u00e9 descumprido e o patrim\u00f4nio do trabalhador \u00e9 subtra\u00eddo por quem tem o dever legal de administr\u00e1-lo.\nEm um cen\u00e1rio de TR zero e infla\u00e7\u00e3o p\u00fablica e not\u00f3ria, estamos diante de uma situa\u00e7\u00e3o de confisco. O\nGoverno Federal, atrav\u00e9s da Caixa Econ\u00f4mica Federal, est\u00e1 confiscando os rendimentos dos trabalhadores, para subsidiar pol\u00edticas p\u00fablicas, sem a menor possibilidade de inger\u00eancia destes trabalhadores.\nAssim como em nosso Estado Democr\u00e1tico de Direito, a Constitui\u00e7\u00e3o veda que se utilize o tributo com efeito de confisco, o trabalhador n\u00e3o pode ser punido com o confisco do que a pr\u00f3pria Caixa define em seu s\u00edtio eletr\u00f4nico, como um patrim\u00f4nio do trabalhador, e definitivamente o \u00e9.\nQuando se fala em patrim\u00f4nio, imediatamente sobrev\u00e9m li\u00e7\u00e3o da Professora Maria Helena Diniz ao comentar o artigo 91 do Novo C\u00f3digo Civil:\nArt. 91. Constitui universalidade de direito o complexo de rela\u00e7\u00f5es jur\u00eddicas de uma pessoa, dotadas de valor econ\u00f4mico.\nUniversalidade de direito. \u00c9 a constitu\u00edda por bens singulares corp\u00f3reos heterog\u00eaneos ou incorp\u00f3reos (complexo de rela\u00e7\u00f5es jur\u00eddicas), a que a norma jur\u00eddica, com o intuito de produzir certos efeitos, d\u00e1 unidade, por serem dotados de valor econ\u00f4mico, como p. ex., o patrim\u00f4nio (...) O patrim\u00f4nio e a heran\u00e7a s\u00e3o considerados como um conjunto, ou seja, como uma universalidade. Embora se constituam ou n\u00e3o de bens materiais e de cr\u00e9ditos, esses bens se unificam numa express\u00e3o econ\u00f4mica, que \u00e9 o valor. O patrim\u00f4nio \u00e9 complexo de rela\u00e7\u00f5es jur\u00eddicas de uma pessoa apreci\u00e1veis economicamente. Incluem-se no patrim\u00f4nio: a posse, os direitos reais, as obriga\u00e7\u00f5es e as a\u00e7\u00f5es correspondentes a tais direitos. O patrim\u00f4nio abrange direitos e deveres redut\u00edveis a dinheiro. (C\u00f3digo Civil Anotado, Ed. Saraiva, pag. 100) (grifamos).\nLevando em conta que a rela\u00e7\u00e3o jur\u00eddica entre os trabalhadores e a Caixa \u00e9 de direito pessoal, o artigo 233 do C\u00f3digo Civil se torna inafast\u00e1vel, na medida em que determina que a obriga\u00e7\u00e3o de dar coisa certa abrange os acess\u00f3rios, ainda que n\u00e3o mencionados.\nArt. 233. A obriga\u00e7\u00e3o de dar coisa certa abrange os acess\u00f3rios dela embora n\u00e3o mencionados, salvo se o contr\u00e1rio resultar do t\u00edtulo ou das circunst\u00e2ncias do caso.\n15\n\n\fOra, acess\u00f3rios de dinheiro s\u00e3o os juros e a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria.\nE ent\u00e3o voltamos \u00e0 Taxa Referencial.\nDA MANIPULA\u00c7\u00c3O DA TR PELO BANCO CENTRAL/CMN\nIndependentemente da discuss\u00e3o sobre sua natureza jur\u00eddica, vamos aqui partir do pressuposto, assentado pela jurisprud\u00eancia, principalmente do STJ, que a TR \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria.\nTanto o artigo 1\u00ba da lei n\u00ba 8.177/91 quando o artigo 5\u00ba da Lei n\u00ba 10.192/01 (que convolou a MP 1.053/95) atribu\u00edram ao Banco Central a regulamenta\u00e7\u00e3o da metodologia de c\u00e1lculo da TR, conforme crit\u00e9rio estabelecido na lei e a expedi\u00e7\u00e3o das instru\u00e7\u00f5es necess\u00e1rias ao cumprimento do artigo que criou a TBF.\nArt. 1\u00b0 O Banco Central do Brasil divulgar\u00e1 Taxa Referencial (TR), calculada a partir da remunera\u00e7\u00e3o mensal m\u00e9dia l\u00edquida de impostos, dos dep\u00f3sitos a prazo fixo captados nos bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos m\u00faltiplos com carteira comercial ou de investimentos, caixas econ\u00f4micas, ou dos t\u00edtulos p\u00fablicos federais, estaduais e municipais, de acordo com metodologia a ser aprovada pelo Conselho Monet\u00e1rio Nacional, no prazo de sessenta dias, e enviada ao conhecimento do Senado Federal. . (Lei n\u00ba 8177/91)\nArtigo 5\u00ba Fica institu\u00edda Taxa B\u00e1sica Financeira \u2013 TBF, para ser utilizada exclusivamente como base de remunera\u00e7\u00e3o de opera\u00e7\u00f5es realizadas no mercado financeiro, de prazo de dura\u00e7\u00e3o igual ou superior a sessenta dias.\nPar\u00e1grafo \u00fanico. O Conselho Monet\u00e1rio Nacional expedir\u00e1 as instru\u00e7\u00f5es necess\u00e1rias ao cumprimento do disposto neste artigo, podendo inclusive, ampliar o prazo m\u00ednimo previsto no caput. (Lei n\u00ba 10.192/01)\nNo mister de regulamentar a TR, o Banco Central/CMN vem ao longo dos anos criando e reinventando f\u00f3rmulas para encontr\u00e1la. Pelo menos desde a Resolu\u00e7\u00e3o 2.075, de 26 de maio de 1994, h\u00e1 f\u00f3rmulas para encontrar a TR. Todavia, \u00e9 com a institui\u00e7\u00e3o da Taxa B\u00e1sica Financeira, pela Medida Provis\u00f3ria 1.053/95, de 30 de junho de 1995, que a forma de c\u00e1lculo da TR sofre uma expressiva reviravolta.\nDesde a Resolu\u00e7\u00e3o 2.437, de 30 de outubro de 1997, a TR \u00e9 calculada levando em conta a Taxa B\u00e1sica Financeira e um Redutor.\nA Resolu\u00e7\u00e3o 3.354/06, hoje vigente sobre o assunto, diz o seguinte:\nArt. 1\u00ba Estabelecer que, para fins de c\u00e1lculo da Taxa B\u00e1sica Financeira TBF e da Taxa Referencial - TR, de que tratam os arts. 1\u00ba da Lei 8.177, de 1\u00ba de mar\u00e7o de 1991, 1\u00ba da Lei 8.660, de 28 de maio de 1993, e 5\u00ba da Lei 10.192, de 14 de fevereiro de 2001, deve ser constitu\u00edda amostra das 30 maiores institui\u00e7\u00f5es financeiras do Pa\u00eds, assim consideradas em fun\u00e7\u00e3o do volume de capta\u00e7\u00e3o efetuado por meio de certificados e recibos de dep\u00f3sito banc\u00e1rio (CDB/RDB), com prazo de 30 a 35 dias corridos, inclusive, e remunerados a taxas prefixadas, entre bancos m\u00faltiplos, bancos comerciais, bancos de investimento e caixas econ\u00f4micas.\n16\n\n\fArt. 2\u00ba A TBF e a TR s\u00e3o calculadas a partir da remunera\u00e7\u00e3o mensal m\u00e9dia dos CDB/RDB emitidos a taxas de mercado prefixadas, com prazo de 30 a 35 dias corridos, inclusive, com base em informa\u00e7\u00f5es prestadas pelas institui\u00e7\u00f5es integrantes da amostra de que trata o art. 1\u00ba, na forma a ser determinada pelo Banco Central do Brasil.\nArt. 4\u00ba Para cada dia do m\u00eas - dia de refer\u00eancia -, o Banco Central do Brasil deve calcular a TBF, para o per\u00edodo de um m\u00eas, com in\u00edcio no pr\u00f3prio dia de refer\u00eancia e t\u00e9rmino no dia correspondente ao dia de refer\u00eancia no m\u00eas seguinte, considerada a hip\u00f3tese prevista no \u00a7 2\u00ba, inciso IV. (...)\nArt. 5\u00ba Para cada TBF obtida, segundo a metodologia descrita no art. 4\u00ba, deve ser calculada a correspondente TR, pela aplica\u00e7\u00e3o de um redutor \"R\", de acordo com a seguinte f\u00f3rmula:\nTR = max {0,100 {[ (1 + TBF/100) / R ] - 1}} (em %).\n\u00a7 1\u00ba O valor do redutor 'R' deve ser calculado para todos os dias, inclusive n\u00e3o-\u00fateis, de acordo com a seguinte f\u00f3rmula:\nR = (a + b . TBF/100), onde:Resolu\u00e7\u00e3o n\u00ba 3354, de 31 de mar\u00e7o de 2006.\nTBF = TBF relativa ao dia de refer\u00eancia;\na = 1,005;\nb = valor determinado de acordo com a tabela abaixo, em fun\u00e7\u00e3o da TBF obtida, segundo a metodologia descrita no art. 4\u00ba, em termos percentuais ao ano:\nTBF (% a.a.) b\nTBF maior que 16 0,48\nTBF menor ou igual a 16 e maior que 15 0,44\nTBF menor ou igual a 15 e maior que 14 0,40\nTBF menor ou igual a 14 e maior que 13 0,36\nTBF menor ou igual a 13 e maior ou igual a 11 0,32\nReda\u00e7\u00e3o dada pela Resolu\u00e7\u00e3o 3.446, de 05/03/2007.\n\u00a7 2\u00ba Fica o Banco Central do Brasil autorizado a determinar o valor do par\u00e2metro \"b\" no caso de a TBF obtida ser inferior a 11% a.a. (onze por cento ao ano).\nO peculiar nesta determina\u00e7\u00e3o do Banco Central/CMN, que de resto se repete desde 1997, \u00e9 que a TBF e TR s\u00e3o exatamente iguais em sua g\u00eanese at\u00e9 o momento em que se determina que se aplique um redutor \u00e0 TBF para se chegar \u00e0 TR.\nN\u00e3o h\u00e1 na Lei da TR previs\u00e3o de aplica\u00e7\u00e3o de redutor, assim como n\u00e3o h\u00e1 na Lei que criou a TBF. Todavia, causa estranheza que diante de um comando aberto como o do art. 5\u00ba da MP n\u00ba 1.503/95 (Lei n\u00ba 10.192/01), o Banco Central/CMN, com amplos poderes para regulamentar o assunto, n\u00e3o tenha institu\u00eddo um redutor, mas o tenha\n17\n\n\ffeito ao regulamentar o artigo 1\u00ba da lei n\u00ba 8.177/91, que n\u00e3o era t\u00e3o flex\u00edvel.\n\nO Economista C\u00e9sar Roberto Buzin explica o qu\u00ea o Banco Central/CMN est\u00e1 fazendo com a TR, neste trecho do Parecer Econ\u00f4mico que se junta a esta inicial.\n\nObjeto de discuss\u00e3o \u00e9 a utiliza\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, que apesar de n\u00e3o ter sido criada como um \u00edndice de indexa\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, vem sendo utilizada para tal finalidade na corre\u00e7\u00e3o dos valores aplicados \u00e0 caderneta de poupan\u00e7a e outras aplica\u00e7\u00f5es como os dep\u00f3sitos do FGTS, dinheiro pertencente aos trabalhadores, por\u00e9m, com gest\u00e3o de terceiros.\n\nA posi\u00e7\u00e3o adotada pelo Superior Tribunal de Justi\u00e7a, em agosto de 2010, a respeito da utiliza\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria foi sacramentada por meio da cria\u00e7\u00e3o da S\u00famula 454, com a seguinte reda\u00e7\u00e3o: \u201cPactuada a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria nos contrato do SFH pelo mesmo \u00edndice aplic\u00e1vel \u00e0 caderneta de poupan\u00e7a, incide a Taxa Referencial (TR) a partir da vig\u00eancia da Lei 8.177/91\u201d.\n\nA TR \u00e9 calculada a partir da Taxa B\u00e1sica Financeira (TBF), uma m\u00e9dia de taxas de juros pagas nas aplica\u00e7\u00f5es em certificados de dep\u00f3sitos banc\u00e1rios (CDB) emitidas pelas 30 maiores institui\u00e7\u00f5es financeiras.\n\nPara calcular o valor da TR, \u00e9 preciso aplicar um redutor sobre a TBF, que depende de dois par\u00e2metros, chamados de \u201ca\u201d e \u201cb\u201d. O par\u00e2metro \u201ca\u201d \u00e9 o fator de 1,005, equivalente \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o da caderneta antiga, ou seja, 0,5% ao m\u00eas, ou 6,17% ao ano de juros remunerat\u00f3rio. Enquanto que o \u201cb\u201d \u00e9 um decimal menor do que 1, arbitrado pelo BACEN e que varia de acordo com o n\u00edvel de taxa de juros b\u00e1sica da economia, divulgada ap\u00f3s as reuni\u00f5es do Comit\u00ea de Pol\u00edtica Monet\u00e1ria do BC (Copom).\n\nPara calcular o redutor (R) o par\u00e2metro \u201cb\u201d \u00e9 multiplicado pelo valor da TBF e somado ao par\u00e2metro \u201ca\u201d, ou seja,\n\nR= a + b x TBF\n\nTR= 1+TBF \u2013 1\n\nA f\u00f3rmula significa que os novos dep\u00f3sitos realizados nas contas de dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a tenham como remunera\u00e7\u00e3o adicional (TR): (i) 0,5% a. m. enquanto a meta da taxa SELC, taxa b\u00e1sica de juros, definida pelo BACEN, estiver acima de 8,5% a.a e (ii) 70% da meta da taxa SELIC, mensalizada, vigente na data do in\u00edcio do per\u00edodo de rendimento.\n\nNo n\u00edvel atual de taxa de juros decrescente de uma economia estabilizada e num cen\u00e1rio para os pr\u00f3ximos anos, de juros baixos, a TR permanecer\u00e1 por um longo per\u00edodo indeterminado como zero.\n\nNa esteira do que foi deduzido no Parecer, um quadro comparativo entre os percentuais da TR, INPC e IPCA, desde 1997, os dep\u00f3sitos nas contas vinculadas do FGTS dos trabalhadores est\u00e3o perdendo poder de compra, notadamente a partir de 1999.\n\nANO 1997 1998\n\nTR 9,7849% 7,7938%\n\nINPC 4,34% 2,49%\n\nIPCA 5,22% 1,65%\n\n18\n\n\f1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 (at\u00e9 mar\u00e7o)\n\n5,7295% 2,0962% 2,2852% 2,8023% 4,6485% 1,8184% 2,8335% 2,0377% 1,4452% 1,6348% 0,7090% 0,6887% 1,2079% 0,2897% 0,00%\n\n8,43% 5,27% 9,44% 14,74% 10,38% 6,13% 5,05% 2,81% 5,15% 6,48% 4,11% 6,46% 6,07% 6,17% 2,05%\n\n8,94% 5,97% 7,67% 12,53% 9,30% 7,60% 5,69% 3,14% 4,46% 5,90% 4,31% 5,91% 6,50% 5,84% 1,94%\n\nExcel\u00eancia, hoje, o trabalhador que tem seu dinheiro aplicado no FGTS, e de l\u00e1 n\u00e3o pode retir\u00e1-lo para outro investimento, est\u00e1 sendo remunerado com 0,247% de juros ao m\u00eas e mais nada. N\u00e3o h\u00e1 nem corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria nem Taxa Referencial (independentemente da sua natureza jur\u00eddica), em flagrante ofensa ao artigo 2\u00ba da Lei n\u00ba 8.036/90, que imp\u00f5e a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos valores depositados pelo empregador.\nAinda que se argumente que a aplica\u00e7\u00e3o do Redutor pelo Banco Central/CMN seja legal, sua redu\u00e7\u00e3o a zero em um cen\u00e1rio de infla\u00e7\u00e3o superior a 6% ao ano, configura flagrante afronta ao artigo 2\u00ba da Lei n\u00ba 8.036/90, que determina a atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, bem como ao artigo 233 do C\u00f3digo Civil, quando sonega os acess\u00f3rios da obriga\u00e7\u00e3o de dar.\nMas \u00e9 necess\u00e1rio ir mais al\u00e9m e revisitar o entendimento jurisprudencial sobre a TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, m\u00e1xime a partir da institui\u00e7\u00e3o de um redutor que tem por efeito zerar o \u00edndice da TR em um ambiente de infla\u00e7\u00e3o.\nO quadro comparativo mostra que a TR n\u00e3o se presta como atualizador monet\u00e1rio do FGTS, pelo menos desde janeiro de 1999. Desde o momento em que o Banco Central/CMN estabeleceu um redutor para a TR, ela deixou de ser um \u00edndice confi\u00e1vel para atualizar monetariamente as contas do FGTS, porque se descola dos \u00edndices de infla\u00e7\u00e3o, sendo reduzido ano a ano. A finalidade da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u00e9 manter o poder de compra do capital, e esta finalidade nem de perto vem sendo alcan\u00e7ada pela TR. A anula\u00e7\u00e3o total da TR \u00e9 s\u00f3 o desfecho desta pol\u00edtica predat\u00f3ria para o trabalhador.\nO trabalhador, que luta para formar um patrim\u00f4nio, tem que poder confiar na lei. Esta confian\u00e7a est\u00e1 quebrada.\nH\u00e1 a n\u00edtida expropria\u00e7\u00e3o do patrim\u00f4nio do trabalhador, na medida em que se nega a ele a devida atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. Como dito no estudo acostado \u00e0 inicial:\n\n19\n\n\fA atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u00e9 o elemento mais importante do mercado financeiro, pois sem a medi\u00e7\u00e3o precisa da perda do poder aquisitivo da moeda com o decorrer do tempo, ocorre uma gigantesca destrui\u00e7\u00e3o de valor. O objetivo fundamental de escolha de um \u00edndice de atualiza\u00e7\u00e3o nos ativos (neg\u00f3cios, contratos, aplica\u00e7\u00f5es e etc) \u00e9 de proteger o patrim\u00f4nio, evitando que ele seja corro\u00eddo pela infla\u00e7\u00e3o.\nO Poder Judici\u00e1rio h\u00e1 de se opor a este esbulho, confisco, expropria\u00e7\u00e3o que o trabalhador est\u00e1 sofrendo, desde janeiro de 1999, com as constantes redu\u00e7\u00f5es da TR em rela\u00e7\u00e3o aos \u00edndices de infla\u00e7\u00e3o, culminando na sua completa nulidade, ininterruptamente, desde setembro de 2012.\nEm 1991 e 1992, quando o STF julgou a ADI 4930/DF, ele deixou bem assentado que a TR n\u00e3o constitu\u00eda \u00edndice que refletia a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda. Esta caracter\u00edstica da TR tem se confirmado ao longo dos anos. A sua aplica\u00e7\u00e3o aos saldos dos dep\u00f3sitos do FGTS tem gerado \u201cgigantesca destrui\u00e7\u00e3o de valor\u201d do patrim\u00f4nio do trabalhador. H\u00e1 anos, os trabalhadores que tem dep\u00f3sitos no FGTS n\u00e3o experimentam ganhos reais em sua aplica\u00e7\u00e3o. Ao contr\u00e1rio. H\u00e1 muito tempo, os trabalhadores tem rendimentos inferiores \u00e0 infla\u00e7\u00e3o, mesmo levando em conta a remunera\u00e7\u00e3o dos juros de 3% ao ano.\nO que torna a TR um \u00edndice inid\u00f4neo \u00e9 a intensa inger\u00eancia do Banco Central/CMN na sua formula\u00e7\u00e3o. Como explica o Economista C\u00e9sar Buzim:\nA TR deveria servir como refer\u00eancia para os juros vigentes no Brasil, sendo divulgada mensalmente, a fim de evitar que a taxa de juros no m\u00eas corrente refletisse a infla\u00e7\u00e3o do m\u00eas anterior, apesar das suas caracter\u00edsticas, foi usada como \u00edndice econ\u00f4mico de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria (...)\nA mudan\u00e7a no comportamento da TR n\u00e3o se deve somente a oscila\u00e7\u00f5es da economia, mas tamb\u00e9m \u00e0 sistem\u00e1tica apurat\u00f3ria desse \u00edndice. Inicialmente, ficou estabelecido que o BACEN efetuaria o c\u00e1lculo da TR a partir da remunera\u00e7\u00e3o mensal m\u00e9dia dos certificados e recibos de dep\u00f3sito banc\u00e1rio (CDB/RDB) emitidos por uma amostra de institui\u00e7\u00f5es financeiras, levando em conta a taxa m\u00e9dia de remunera\u00e7\u00e3o dos CDB/RDB\u00b4s e um redutor fixado por resolu\u00e7\u00e3o do CMN.\nComo consequ\u00eancia da atua\u00e7\u00e3o do BACEN, a taxa referencial deixou de refletir o \u00edndice inflacion\u00e1rio a partir de 1999.\n(...)\nO preju\u00edzo causado aos trabalhadores devido \u00e0 aplica\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u00e9 tamanho que quando analisado o fator de corre\u00e7\u00e3o acumulado do FGTS visualiza-se que a rentabilidade desse fundo n\u00e3o supera os \u00edndices inflacion\u00e1rios desde 2002, rendendo menos que a infla\u00e7\u00e3o a partir de 2007, apesar da aplica\u00e7\u00e3o de juros de 3% a.a.\nDiante do exposto, podemos afirmar que a TR n\u00e3o rep\u00f5e mais as perdas inflacion\u00e1rias, o que afeta consideravelmente os poupadores, bem como os trabalhadores que possuem o FGTS. (...)\n20\n\n\fCom base nas normas Resolu\u00e7\u00e3o CMN n\u00ba 2.437, de 30.10.98, Resolu\u00e7\u00e3o CMN n\u00ba 2.604, de 23.04.99. resolu\u00e7\u00e3o CMN n\u00ba 2.809, de 21.12.00, Resolu\u00e7\u00e3o CMN n\u00ba 3.354 de 31.03.2006, Resolu\u00e7\u00e3o CMN n\u00ba 3.446 de 05.03.2007 e Circular n\u00ba 3.356 de 11.07.2007, que estabeleceram no decorrer dos anos a forma de c\u00e1lculo da TR, bem como nas informa\u00e7\u00f5es disponibilizadas pelo BACEN foi constru\u00edda planilha demonstrando a evolu\u00e7\u00e3o do fator de pondera\u00e7\u00e3o \u201cb\u201d, elemento essencial para o c\u00e1lculo do redutor da TR.\nAs primeiras mudan\u00e7as significativas da TR ocorreram atrav\u00e9s das Resolu\u00e7\u00f5es CMN n\u00ba 2.387/97 e n\u00ba 2.437/97 que estabeleceram a f\u00f3rmula de c\u00e1lculo do redutor da TR com duas novas vari\u00e1veis, ambas definidas pelo BACEN, quais sejam: a constante \u201ca\u201d e o fator de pondera\u00e7\u00e3o \u201cb\u201d.\nA partir da Resolu\u00e7\u00e3o CMN n\u00ba 2.809/2000, o BACEN passou a determinar o fator \u201cb\u201d, sem crit\u00e9rio t\u00e9cnico conhecido, a partir de certo patamar, conforme visualizado na tabela abaixo:\n\nMS \u2013 \u00e9 a meta para a taxa SELIC em (% a.a)\n\nMS\n\n\u201cb\u201d\n\nMS\n\n> 16\n\n0,48\n\n16 >=\n\nMS >15 0,44\n\n15 >=\n\nMS >14 0,40\n\n14 >=\n\nMS >13 0,36\n\n13 >=\n\nMS >12 0,32\n\n12 >=\n\nMS >11 0,28\n\n11 >=\n\nMS >10 0,24\n\n10\n\nAbaixo de 10 fator \u201cb\u201d determinado pelo BACEN\n\nEssa discricionariedade do BACEN na valora\u00e7\u00e3o do fator \u201cb\u201d, acolhida pelas circulares e resolu\u00e7\u00f5es posteriores, impactou o c\u00e1lculo do Redutor da TR.\n\nDe pouco adiantaria ao trabalhador que fosse determinado ao Banco Central/CMN que recalculasse a TR, pois uma nova f\u00f3rmula estaria igualmente sob a discricionariedade e subjetivismo total do Banco. Basta avaliar a sucess\u00e3o de resolu\u00e7\u00f5es do Banco Central/CMN sobre o tema, conforme Parecer do referido Economista.\n\nPartindo da premissa inequ\u00edvoca de que a TR n\u00e3o rep\u00f5e as perdas monet\u00e1rias dos dep\u00f3sitos do FGTS, outro caminho n\u00e3o existe se n\u00e3o o de adotar um novo \u00edndice que verdadeiramente corrija estes dep\u00f3sitos.\n\nDAS ADIN,S N\u00ba 4425\u2013N\u00ba 4357 N\u00ba 493-0 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL\n\n21\n\n\fNo julgamento da ADI n\u00ba 493-0, o Pret\u00f3rio Excelso, no voto do i relator Moreira Alves, em raz\u00e3o da causa petendi, foi determinado que haveria impossibilidade de aplica\u00e7\u00e3o da TR aos contratos do Sistema Financeiro de Habita\u00e7\u00e3o somente para o per\u00edodo anterior \u00e0 vig\u00eancia da Lei 8.177 /91. Embora em tal julgado o STF n\u00e3o tenha declarado que haveria impossibilidade de utiliza\u00e7\u00e3o de tal \u00edndice aos contratos firmados ap\u00f3s essa data, nele ficou reconhecido, de maneira cristalina que aquele Tribunal n\u00e3o reconhecia a TR como \u00edndice h\u00e1bil a promover a atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria.\nEis a ementa de tal julgado:\nA\u00e7\u00e3o direta de inconstitucionalidade. - Se a lei alcan\u00e7ar os efeitos futuros de contratos celebrados anteriormente a ela, ser\u00e1 essa lei retroativa (retroatividade minima) porque vai interferir na causa, que e um ato ou fato ocorrido no passado. - O disposto no artigo 5, XXXVI, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal se aplica a toda e qualquer lei infraconstitucional, sem qualquer distin\u00e7\u00e3o entre lei de direito p\u00fablico e lei de direito privado, ou entre lei de ordem p\u00fablica e lei dispositiva. Precedente do S. T. F. Ocorr\u00eancia no caso, de viola\u00e7\u00e3o de direito adquirido. A taxa referencial (TR) n\u00e3o \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, pois, refletindo as varia\u00e7\u00f5es do custo prim\u00e1rio da capta\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos a prazo fixo, n\u00e3o constitui \u00edndice que reflita a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda. Por isso, n\u00e3o h\u00e1 necessidade de se examinar a quest\u00e3o de saber se as normas que alteram \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria se aplicam imediatamente, alcan\u00e7ando, pois, as presta\u00e7\u00f5es futuras de contratos celebrados no passado, sem violarem o disposto no artigo 5, XXXVI , da Carta Magna . - Tamb\u00e9m ofendem o ato jur\u00eddico perfeito os dispositivos impugnados que alteram o crit\u00e9rio de reajuste das presta\u00e7\u00f5es nos contratos ja celebrados pelo sistema do Plano de Equivalencia Salarial por Categoria Profissional (PES/CP). A\u00e7\u00e3o direta de inconstitucionalidade julgada procedente, para declarar a inconstitucionalidade dos artigos 18, 'caput' e par\u00e1grafos 1 e 4; 20; 21 e par\u00e1grafo \u00fanico; 23 e par\u00e1grafos; e 24 e par\u00e1grafos, todos da Lei n. 8.177, de 1 de maio de 1991.(ADI 493, Relator (a): Min. MOREIRA ALVES, Tribunal Pleno, julgado em 25/06/1992, DJ 04-09-1992 PP-14089 EMENT VOL-01674-02 PP-00260 RTJ VOL-00143-03 PP-00724)\nNo entanto, foi com o julgamento das ADIN 4425 e 4357, onde o Supremo Tribunal Federal analisou a inconstitucionalidade da Emenda Constitucional n\u00ba 62 /2009, que ficou inconteste o entendimento daquela Corte no sentido de que a TR n\u00e3o pode ser utilizada como \u00edndice de atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, eis que n\u00e3o \u00e9 capaz de espelhar o processo inflacion\u00e1rio brasileiro.\nSeguem trechos do voto do Ministro Luiz Fux, redator para o ac\u00f3rd\u00e3o:\nQuanto \u00e0 disciplina da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos cr\u00e9ditos inscritos em precat\u00f3rios, a EC n\u00ba 62 /09 fixou como crit\u00e9rio o '\u00edndice oficial de remunera\u00e7\u00e3o da caderneta de poupan\u00e7a'. Ocorre que o referencial adotado n\u00e3o \u00e9 id\u00f4neo a mensurar a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda. Isso porque a remunera\u00e7\u00e3o da caderneta de poupan\u00e7a, regida pelo art. 12 da Lei n\u00ba 8.177/91, com atual reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n\u00ba 12.703 /2012, \u00e9 fixada ex ante, a partir de crit\u00e9rios t\u00e9cnicos em nada relacionados com a infla\u00e7\u00e3o empiricamente considerada.\n22\n\n\fJ\u00e1 se sabe, na data de hoje, quanto ir\u00e1 render a caderneta de poupan\u00e7a. E \u00e9 natural que seja assim, afinal a poupan\u00e7a \u00e9 uma alternativa de investimento de baixo risco, no qual o investidor consegue prever com seguran\u00e7a a margem de retorno do seu capital.\nA infla\u00e7\u00e3o, por outro lado, \u00e9 fen\u00f4meno econ\u00f4mico insuscet\u00edvel de capta\u00e7\u00e3o aprior\u00edstica. O m\u00e1ximo que se consegue \u00e9 estim\u00e1-la para certo per\u00edodo, mas jamais fix\u00e1-la de antem\u00e3o. Da\u00ed por que os \u00edndices criados especialmente para captar o fen\u00f4meno inflacion\u00e1rio s\u00e3o sempre definidos em momentos posteriores ao per\u00edodo analisado, como ocorre com o \u00cdndice de Pre\u00e7os ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estat\u00edstica (IBGE), e o \u00cdndice de Pre\u00e7os ao Consumidor (IPC), divulgado pela Funda\u00e7\u00e3o Get\u00falio Vargas (FGV). A raz\u00e3o disso \u00e9 clara: a infla\u00e7\u00e3o \u00e9 sempre constatada em apura\u00e7\u00e3o ex post, de sorte que todo \u00edndice definido ex ante \u00e9 incapaz de refletir a efetiva varia\u00e7\u00e3o de pre\u00e7os que caracteriza a infla\u00e7\u00e3o. \u00c9 o que ocorre na hip\u00f3tese dos autos. A prevalecer o crit\u00e9rio adotado pela EC n\u00ba 62 /09, os cr\u00e9ditos inscritos em precat\u00f3rios seriam atualizados por \u00edndices pr\u00e9-fixados e independentes da real flutua\u00e7\u00e3o de pre\u00e7os apurada no per\u00edodo de refer\u00eancia. Assim, o \u00edndice oficial de remunera\u00e7\u00e3o da caderneta de poupan\u00e7a n\u00e3o \u00e9 crit\u00e9rio adequado para refletir o fen\u00f4meno inflacion\u00e1rio.\nDestaco que nesse ju\u00edzo n\u00e3o levo em conta qualquer considera\u00e7\u00e3o t\u00e9cnicoecon\u00f4mica que implique usurpa\u00e7\u00e3o pelo Supremo Tribunal Federal de compet\u00eancia pr\u00f3pria de \u00f3rg\u00e3os especializados. N\u00e3o se trata de defini\u00e7\u00e3o judicial de \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o. Essa circunst\u00e2ncia, j\u00e1 recha\u00e7ada pela jurisprud\u00eancia da Casa, evidentemente transcenderia as capacidades institucionais do Poder Judici\u00e1rio. N\u00e3o obstante, a hip\u00f3tese aqui \u00e9 outra.\nDiz respeito \u00e0 idoneidade l\u00f3gica do \u00edndice fixado pelo constituinte reformador para capturar a infla\u00e7\u00e3o, e n\u00e3o do valor espec\u00edfico que deve assumir o \u00edndice para determinado per\u00edodo. Reitero: n\u00e3o se pode quantificar, em definitivo, um fen\u00f4meno essencialmente emp\u00edrico antes mesmo da sua ocorr\u00eancia. A inadequa\u00e7\u00e3o do \u00edndice aqui \u00e9 autoevidente.\nCorrobora essa conclus\u00e3o reportagem esclarecedora veiculada em 21 de janeiro de 2013 pelo jornal especializado Valor Econ\u00f4mico. Na mat\u00e9ria intitulada 'Cuidado com a infla\u00e7\u00e3o', o peri\u00f3dico aponta que ' o rendimento da poupan\u00e7a perdeu para a infla\u00e7\u00e3o oficial, medida pelo IPCA, m\u00eas a m\u00eas desde setembro'de 2012. E ilustra: 'Quem investiu R$1mil na caderneta em 31 de junho [de 2012], fechou o ano com poder de compra equivalente a R$996,40. Ganham da infla\u00e7\u00e3o apenas os dep\u00f3sitos feitos na caderneta antes de 4 de maio, com retorno de 6%. Para os outros, vale a nova regra, definida no ano passado, de rendimento equivalente a 70% da meta para a Selic, ou seja, de 5,075%'. Em suma: h\u00e1 manifesta discrep\u00e2ncia entre o \u00edndice oficial de remunera\u00e7\u00e3o da caderneta de poupan\u00e7a e o fen\u00f4meno inflacion\u00e1rio, de modo que o primeiro n\u00e3o se presta a capturar o segundo. O meio escolhido pelo legislador constituinte (remunera\u00e7\u00e3o da caderneta de poupan\u00e7a) \u00e9, portanto, inid\u00f4neo a promover o fim a que se destina (traduzir a infla\u00e7\u00e3o do per\u00edodo).\n(...)\nAssentada a premissa quanto \u00e0 inadequa\u00e7\u00e3o do aludido \u00edndice, mister enfrentar a natureza do direito \u00e0 corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. Na linha j\u00e1 exposta pelo i. Min. Relator, 'a finalidade da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, enquanto instituto de Direito Constitucional, n\u00e3o \u00e9 deixar mais rico o benefici\u00e1rio, nem mais pobre o sujeito passivo de uma dada obriga\u00e7\u00e3o de pagamento. \u00c9 deix\u00e1-los tal como qualitativamente se encontravam, no momento em que se formou a rela\u00e7\u00e3o obrigacional'. Da\u00ed que a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria de valores no tempo \u00e9 circunst\u00e2ncia que decorre diretamente do n\u00facleo essencial do direito de propriedade (CF, art. 5\u00ba, XXII). Corrigem-se valores nominais para que permane\u00e7am com o mesmo valor econ\u00f4mico ao longo\n23\n\n\fdo tempo, diante da infla\u00e7\u00e3o. A ideia \u00e9 simplesmente preservar o direito original em sua genu\u00edna extens\u00e3o. Nesse sentido, o direito \u00e0 corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u00e9 reflexo imediato da prote\u00e7\u00e3o da propriedade. Deixar de atualizar valores pecuni\u00e1rios ou atualiz\u00e1-los segundo crit\u00e9rios evidentemente incapazes de capturar o fen\u00f4meno inflacion\u00e1rio representa aniquilar o direito propriedade em seu n\u00facleo essencial.\nTal constata\u00e7\u00e3o implica a pron\u00fancia de inconstitucionalidade parcial da EC n\u00ba 62 /09 de modo a afastar a express\u00e3o '\u00edndice oficial de remunera\u00e7\u00e3o da caderneta de poupan\u00e7a' introduzida no \u00a7 12 do art. 100 da Lei Maior como crit\u00e9rio de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos cr\u00e9ditos inscritos em precat\u00f3rio, por viola\u00e7\u00e3o ao direito fundamental de propriedade (art. 5\u00ba, XII, CF/88), ineg\u00e1vel limite material ao poder de reforma\nda Constitui\u00e7\u00e3o (art. 60, \u00a7 4\u00ba, IV, CF/88). grifou-se.\nVeja-se: com a TR ostentando seus \u00edndices praticamente zerados desde o ano de 2009, os saldos das contas do FGTS acabaram sendo remunerados t\u00e3o somente pelos juros anuais de 3% previstos na Lei 8.036 /90. Ou seja, os juros que deveriam, supostamente, remunerar o capital, n\u00e3o s\u00e3o sequer suficientes para repor o poder de compra perdido pela infla\u00e7\u00e3o acumulada, n\u00e3o havendo, portanto, corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria nenhuma.\nO saldo do FGTS pode ser sacado, de acordo com o art. 20, inciso V, da Lei 8.039 /90, para ser utilizado como pagamento de parte das presta\u00e7\u00f5es decorrentes de financiamento habitacional concedido no \u00e2mbito do Sistema Financeiro de Habita\u00e7\u00e3o.\nVemos, portanto, a hip\u00f3tese absurda de que o trabalhador, tendo o saldo da sua conta de FGTS corro\u00eddo pela infla\u00e7\u00e3o, n\u00e3o dispor do suficiente para adquirir a casa pr\u00f3pria, de forma a necessitar firmar contrato pelo SFH (o qual foi financiado \u00e0s suas expensas), para pagar juros muito superiores \u00e0queles com os quais foi remunerado. O dinheiro que lhe foi subtra\u00eddo pela m\u00e1 remunera\u00e7\u00e3o de sua conta, ent\u00e3o, dever\u00e1 ser tomado emprestado daquele que o subtraiu, mediante pagamento de juros.\nTem-se, em resumo, que a Lei n\u00ba 8.036 /90, lei espec\u00edfica do FGTS, determina que ao saldo de suas contas deve ser obrigatoriamente aplicado \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. N\u00e3o sendo a Taxa Referencial (TR), \u00edndice disposto pela Lei 8.177 /91, h\u00e1bil a atualizar monetariamente tais saldos, e estando tal \u00edndice em lei n\u00e3o espec\u00edfica do FGTS, entende-se que como inconstitucional a utiliza\u00e7\u00e3o da TR para tal fim, subsistindo a necessidade de aplicar-se \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria que reflita a infla\u00e7\u00e3o do per\u00edodo, tal como prev\u00ea a Lei n\u00ba 8.036/90.\nNesse sentido, os \u00edndices que atualmente t\u00eam refletido a varia\u00e7\u00e3o inflacion\u00e1ria brasileira s\u00e3o o INPC e o IPCA-E. Assim, resta analisar por esse ilustre julgador qual o \u00edndice que dever\u00e1 ser adotado para fins de corre\u00e7\u00e3o dos saldos do FGTS, sendo essa a \u00fanica quest\u00e3o que depreende de aprecia\u00e7\u00e3o.\n24\n\n\fTendo em conta que a Corte Constitucional ainda n\u00e3o decidiu sobre a modula\u00e7\u00e3o dos efeitos da declara\u00e7\u00e3o de inconstitucionalidade do uso da TR na corre\u00e7\u00e3o dos precat\u00f3rios e d\u00edvidas da Fazenda P\u00fablica, bem como em raz\u00e3o de ser vedado o non liquet (art. 126 do CPC), tem-se necess\u00e1rio a declara\u00e7\u00e3o por vias judiciais de qual \u00edndice deve ser aplicado para a corre\u00e7\u00e3o das contas do FGTS, no caso, se o \u00edndice \u00e9 o IPCA ou o INPC.\nDOS \u00cdNDICES QUE EFETIVAMENTE PRODUZEM CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA\nA Lei de Introdu\u00e7\u00e3o \u00e0s Normas do direito Brasileiro estabelece em seu artigo 5\u00ba que na aplica\u00e7\u00e3o da lei, o juiz atender\u00e1 aos fins sociais a que ela se dirige e \u00e0s exig\u00eancias do bem comum.\nA Lei do FGTS tem um fim social indiscut\u00edvel, proteger o trabalhador e constituir um patrim\u00f4nio que lhe sirva de arrimo em v\u00e1rias situa\u00e7\u00f5es de sua vida.\nDiante de tudo que foi demonstrado, o juiz atender\u00e1 aos fins sociais da Lei do FGTS ao reconhecer que corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, reposi\u00e7\u00e3o dos \u00edndices inflacion\u00e1rios de forma a garantir o poder de compra daquele dinheiro ali depositado no Fundo, \u00e9 efetivamente devida pela Caixa.\nSe a TR n\u00e3o pode ser considerada um \u00edndice id\u00f4neo, sobrev\u00e9m a necessidade de substitu\u00ed-la por um \u00edndice que realmente reponha as perdas monet\u00e1rias. E ent\u00e3o, nada obsta que o juiz considere \u00edndices previsto em outra legisla\u00e7\u00e3o.\nAt\u00e9 por uma quest\u00e3o de equidade, o melhor \u00edndice que pode substituir a TR \u00e9 o \u00edndice que corrige monetariamente o sal\u00e1rios dos trabalhadores e os benef\u00edcios previdenci\u00e1rios. Este \u00edndice est\u00e1 previsto na Lei 12.382 de 25 de fevereiro de 2011, cujos primeiros artigos trazem a seguinte dic\u00e7\u00e3o:\nArt. 1o O sal\u00e1rio m\u00ednimo passa a corresponder ao valor de R$ 545,00 (quinhentos e quarenta e cinco reais). Par\u00e1grafo \u00fanico. Em virtude do disposto no caput, o valor di\u00e1rio do sal\u00e1rio m\u00ednimo corresponder\u00e1 a R$ 18,17 (dezoito reais e dezessete centavos) e o valor hor\u00e1rio, a R$ 2,48 (dois reais e quarenta e oito centavos). Art. 2o Ficam estabelecidas as diretrizes para a pol\u00edtica de valoriza\u00e7\u00e3o do sal\u00e1rio m\u00ednimo a vigorar entre 2012 e 2015, inclusive, a serem aplicadas em 1o de janeiro do respectivo ano.\n\u00a7 1o Os reajustes para a preserva\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo do sal\u00e1rio m\u00ednimo corresponder\u00e3o \u00e0 varia\u00e7\u00e3o do \u00cdndice Nacional de Pre\u00e7os ao Consumidor - INPC, calculado e divulgado pela Funda\u00e7\u00e3o Instituto Brasileiro de Geografia e Estat\u00edstica - IBGE, acumulada nos doze meses anteriores ao m\u00eas do reajuste. \u00a7 2o Na hip\u00f3tese de n\u00e3o divulga\u00e7\u00e3o do INPC referente a um ou mais meses compreendidos no per\u00edodo do c\u00e1lculo at\u00e9 o \u00faltimo dia \u00fatil imediatamente anterior \u00e0 vig\u00eancia do reajuste, o Poder Executivo estimar\u00e1 os \u00edndices dos meses n\u00e3o dispon\u00edveis. \u00a7 3o Verificada a hip\u00f3tese de que trata o \u00a7 2o, os \u00edndices estimados permanecer\u00e3o v\u00e1lidos para os fins desta Lei, sem qualquer revis\u00e3o, sendo os eventuais res\u00edduos compensados no reajuste subsequente, sem retroatividade. \u00a7 4o A t\u00edtulo de aumento real, ser\u00e3o aplicados os seguintes percentuais: I - em 2012, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do Produto Interno Bruto - PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2010; II - em 2013, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2011;\n25\n\n\fIII - em 2014, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2012; e IV - em 2015, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2013. \u00a7 5o Para fins do disposto no \u00a7 4o, ser\u00e1 utilizada a taxa de crescimento real do PIB para o ano de refer\u00eancia, divulgada pelo IBGE at\u00e9 o \u00faltimo dia \u00fatil do ano imediatamente anterior ao de aplica\u00e7\u00e3o do respectivo aumento real.\nN\u00e3o h\u00e1 porque ter dois pesos e duas medidas. Se o sal\u00e1rio m\u00ednimo \u00e9 corrigido monetariamente pelo INPC, o dep\u00f3sito do FGTS que, em \u00faltimas an\u00e1lise, \u00e9 um sal\u00e1rio indireto do trabalhador, tamb\u00e9m h\u00e1 de s\u00ea-lo.\nE observe que o objetivo da Lei em corrigir o sal\u00e1rio m\u00ednimo pelo INPC decorre exclusivamente da necessidade de preservar seu poder aquisitivo. A necessidade de preservar o poder aquisitivo \u00e9 um constante em todas as transa\u00e7\u00f5es financeiras, e ela s\u00f3 aperfei\u00e7oa quando rep\u00f5e efetivamente as perdas inflacion\u00e1rias.\nOutro \u00edndice que se mostra aplic\u00e1vel, na hip\u00f3tese deste douto Ju\u00edzo entender que n\u00e3o se aplicaria o INPC, \u00e9 o IPCA, \u00edndice oficial do Governo Federal para medi\u00e7\u00e3o das metas inflacion\u00e1rias, contratadas com o FMI, a partir de julho de 1999 (informa\u00e7\u00e3o obtida no Portal Brasil (www.portalbrasil.net).\nAmbos os \u00edndices s\u00e3o infinitamente mais adequados a preservar o poder aquisitivo dos dep\u00f3sitos do FGTS do que a aniquilada TR.\nO OUTRO LADO DA MOEDA\nAinda \u00e9 necess\u00e1rio aprofundarmos um pouco mais nas consequ\u00eancias que esta subtra\u00e7\u00e3o de recursos do patrim\u00f4nio do trabalhador traz a todos, individual e coletivamente.\n\u00c9 de conhecimento geral que o Sistema Financeiro de Habita\u00e7\u00e3o disp\u00f5e dos recursos do FGTS para financiar o maior sonho de todo brasileiro \u2013 casa pr\u00f3pria. Tamb\u00e9m \u00e9 de conhecimento geral que a Caixa Econ\u00f4mica Federal \u00e9 o Banco que mais se utiliza destes recursos do SFH para financiar, emprestar dinheiro para os brasileiros comprarem a casa pr\u00f3pria.\nE, embora em princ\u00edpio, n\u00e3o haja correla\u00e7\u00e3o entre o trabalhador que tem dep\u00f3sitos no FGTS que s\u00e3o emprestados para financiar a casa pr\u00f3pria, e aquele que se vale do empr\u00e9stimo do SFH para adquirir sua casa pr\u00f3pria, em algum momento, trabalhador e mutu\u00e1rio s\u00e3o a mesma pessoa.\nE neste contexto de mutu\u00e1rio e trabalhador serem a mesma pessoa \u00e9 que se evidencia a maior sordidez da hist\u00f3ria recente deste Pa\u00eds.\n26\n\n\fJ\u00e1 seria reprov\u00e1vel o fato de a Caixa pegar um dinheiro a juros baixos e sem nenhuma corre\u00e7\u00e3o e emprest\u00e1-lo a juros muito altos, mesmo sem corre\u00e7\u00e3o (uma vez que a TR corrige presta\u00e7\u00f5es do SFH), evidencia que a institui\u00e7\u00e3o banc\u00e1ria leva imensa vantagem nesta negocia\u00e7\u00e3o.\nMas a situa\u00e7\u00e3o piora consideravelmente quando, a Caixa pega dinheiro a juros baixos, sem nenhuma corre\u00e7\u00e3o para o trabalhador, e empresta para ele mesmo.\nSuponhamos que um trabalhador queira adquirir uma casa pr\u00f3pria utilizando recursos do seu FGTS. Ele encontra o im\u00f3vel, mas verifica que seus recursos n\u00e3o s\u00e3o suficiente para adquiri-lo. Ent\u00e3o ele se dirige a um Banco para financiar a diferen\u00e7a, comprometendo sua renda por muitos anos.\nA maioria dos trabalhadores brasileiros, quando quer adquirir um im\u00f3vel, dirige-se \u00e0 Caixa Econ\u00f4mica Federal.\nTodavia, se o dep\u00f3sito do FGTS tivesse sido devidamente corrigido, se ele mantivesse seu poder de compra, ou o empr\u00e9stimo seria menor ou sequer haveria necessidade de o trabalhador comprometer sua renda e anos de trabalho para adquirir aquilo que \u00e9 o nosso sonho mais prim\u00e1rio, nossa necessidade mais rela como indiv\u00edduo e como povo brasileiro.\nA Caixa est\u00e1 emprestando para o trabalhador aquilo que ela deixou de pagar a ele a t\u00edtulo de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria na sua conta de FGTS.\nO Trabalhador Brasileiro n\u00e3o merece isto!\nA Caixa vale-se da fragilidade humana para colocar-se como realizadora de sonhos, ao mesmo tempo em que, ano ap\u00f3s ano, aufere lucros exorbitantes \u00e0s custas do trabalhador.\nCONCLUS\u00d5ES\nA Taxa Referencial, enquanto \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria assim considerada pela atual jurisprud\u00eancia p\u00e1tria, n\u00e3o pode ser reduzida a Zero, como tem sido nos \u00faltimos meses, pois afronta flagrantemente o artigo 2\u00ba da Lei n\u00ba 8.036/90, que garante atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria aos dep\u00f3sitos feitos no FGTS.\nComo \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, a TR deveria garantir o poder aquisitivo dos dep\u00f3sitos do FGTS, que se perfaz levando em conta os \u00edndices de infla\u00e7\u00e3o. Desde janeiro de 1999, a TR se distanciou sensivelmente dos \u00edndices oficiais de infla\u00e7\u00e3o, impingindo profundas perdas aos dep\u00f3sitos do FGTS, tornando-se inid\u00f4nea para garantir a reposi\u00e7\u00e3o de perdas monet\u00e1rias.\nA inidoneidade da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria decorre de mudan\u00e7as introduzidas na sua metodologia de c\u00e1lculo pelo Banco Central do Brasil/CMN que, atrav\u00e9s do mecanismo econ\u00f4mico de\n27\n\n\fum redutor, vem nitidamente manipulando o \u00edndice para que ele se desprenda da infla\u00e7\u00e3o at\u00e9 anul\u00e1-la completamente, a despeito de um quadro de infla\u00e7\u00e3o persistente no Pa\u00eds.\nA Caixa Econ\u00f4mica Federal est\u00e1 se prestando ao papel de espoliador do FGTS, na medida em que disp\u00f5e do patrim\u00f4nio do trabalhador sem a devida contrapresta\u00e7\u00e3o. A corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria aplicada ao FGTS tem sido h\u00e1 muito tempo menor que a infla\u00e7\u00e3o registrada, de forma que descumpre n\u00e3o s\u00f3 o artigo 2\u00ba da lei n\u00ba 8.036/90, artigo 233 do C\u00f3digo Civil, mas tamb\u00e9m toda a l\u00f3gica e princ\u00edpios do mercado econ\u00f4mico.\nQuem empresta tem direito a ser remunerado com juros e a totalidade da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. O trabalhador n\u00e3o pode ser obrigado a subsidiar ainda mais os projetos do Governo Federal. O \u201cainda mais\u201d decorre do fato de os juros de 3% do FGTS serem os menores do mercado, o qu\u00ea, por si s\u00f3, demonstra que ele j\u00e1 est\u00e1 fazendo sua parte sob a perspectiva social.\nNegar o direito de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria aos dep\u00f3sitos do FGTS, Fundo do qual o trabalhador n\u00e3o pode simplesmente sacar seu dinheiro para aplicar em outro fundo mais rent\u00e1vel, configura ato de tirania, incompat\u00edvel com um Estado Democr\u00e1tico de Direito e deve ser de pronto recha\u00e7ado.\nSe o Governo Brasileiro remunerasse os investidores internacionais com TR mais 3% a.a, como faz com os trabalhadores, haveria um fuga em massa dos investimentos no Pa\u00eds, e certamente estar\u00edamos experimentando uma tsunami econ\u00f4mica e n\u00e3o uma simples \u201cmarolinha\u201d.\nSendo a TR \u00edndice inid\u00f4neo para restabelecer o poder aquisitivo dos dep\u00f3sitos do FGTS, sua substitui\u00e7\u00e3o por outro \u00edndice que melhor recomponha as perdas monet\u00e1rias se torna imperioso, a fim de fazer prevalecer o artigo 2\u00ba da lei n\u00ba 8.036/90 e artigo 233 do C\u00f3digo Civil.\nPosto que desde janeiro de 1999 o redutor criado pelo Banco Central/CMN promoveu o completo distanciamento da TR dos \u00edndices oficiais de infla\u00e7\u00e3o, temos que desde ent\u00e3o ela perdeu sua condi\u00e7\u00e3o de repor as perdas inflacion\u00e1rias dos dep\u00f3sitos do FGTS, devendo desde esta data ser substitu\u00edda pelo INPC, alternativamente, pelo IPCA.\nDA TUTELA ANTECIPADA\nO Artigo 273 do C\u00f3digo de Processo Civil preceitua que \u00e9 poss\u00edvel a concess\u00e3o de tutela antecipada se o Juiz se convencer da verossimilhan\u00e7a da alega\u00e7\u00e3o e houver o fundado receio de dano irrepar\u00e1vel ou de dif\u00edcil repara\u00e7\u00e3o.\nA verossimilhan\u00e7a da alega\u00e7\u00e3o j\u00e1 foi amplamente demonstrada.\n28\n\n\fO fundado receio de dano de dif\u00edcil repara\u00e7\u00e3o adv\u00e9m do fato de que a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u00e9 um obriga\u00e7\u00e3o de trato sucessivo.\nO Artigo 12 da Lei n\u00ba 8.177/91, com reda\u00e7\u00e3o da Lei n\u00ba 12.703/12, determina que a remunera\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos ser\u00e1 feita em cada per\u00edodo de rendimento.\nCada per\u00edodo de rendimento que a Caixa sonega a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos dep\u00f3sitos do FGTS, o dano contra o trabalhador se configura.\nO dano que a aus\u00eancia de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria traz \u00e9, indubitavelmente, individual homog\u00eaneo. O nexo entre o sujeito ativo e o respons\u00e1vel pelo dano se d\u00e1 em uma situa\u00e7\u00e3o jur\u00eddica com origem comum para todos os titulares do direito violado.\nApesar da origem comum, n\u00e3o se exige que cada um dos indiv\u00edduos atingidos pela viola\u00e7\u00e3o do direito pade\u00e7am do mesmo mal. O dano \u00e9 divis\u00edvel.\nMas mesmo sendo divis\u00edvel \u00e9 de f\u00e1cil percep\u00e7\u00e3o que, no geral, a aus\u00eancia de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria implica em menos dinheiro \u00e0 disposi\u00e7\u00e3o do trabalhador para a consecu\u00e7\u00e3o dos seus neg\u00f3cios jur\u00eddicos naquelas hip\u00f3teses em que a lei permite.\nCada casa que o trabalhador deixa de comprar, cada presta\u00e7\u00e3o de im\u00f3vel que ele deixa de abater, cada tratamento de neoplasia maligna que ele deixa de fazer, cada rem\u00e9dio para o tratamento de HIV que ele deixa de comprar porque seu FGTS perdeu o poder aquisitivo, \u00e9 um dano de dif\u00edcil repara\u00e7\u00e3o que se renova.\nAcres\u00e7a-se a este dano, a situa\u00e7\u00e3o de ref\u00e9m que o trabalhador com dep\u00f3sito do FGTS se encontra quando quer financiar seu im\u00f3vel pelo SFH com a Caixa. Hoje, e enquanto durar a TR zero, ele ter\u00e1 que financiar mais do que seria necess\u00e1rio, pois o que lhe pertence de direito \u2013 corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u2013 n\u00e3o est\u00e1 incidindo sobre seu dep\u00f3sito.\nE ao que tudo indica, este dano continuar\u00e1 se repetindo por um longo per\u00edodo. Verifica-se no Estudo Econ\u00f4mico que ao tempo em que esta a\u00e7\u00e3o perdurar, a TR continuar\u00e1 anulada, ou reduzida a patamares m\u00ednimos, impondo aos trabalhadores mais perda do seu poder aquisitivo, mas dilapida\u00e7\u00e3o do seu patrim\u00f4nio e mais restri\u00e7\u00f5es \u00e0 sua capacidade de fazer neg\u00f3cio jur\u00eddico.\nN\u00e3o h\u00e1 d\u00favida de que h\u00e1 um risco de dif\u00edcil repara\u00e7\u00e3o na medida em que n\u00e3o \u00e9 poss\u00edvel quantific\u00e1-lo, mas n\u00e3o h\u00e1 como neg\u00e1-lo, tanto se levarmos em conta o trabalhador individualmente considerado como a coletividade de trabalhadores.\nAssim, imperioso \u00e9 que desde j\u00e1 a TR seja substitu\u00edda pelo INPC, \u00edndice que corrige o sal\u00e1rio m\u00ednimo ou pelo IPCA, \u00edndice oficial de medida de infla\u00e7\u00e3o. \u00cdndices que minimamente rep\u00f5em as perdas monet\u00e1rias haja vista que hoje n\u00e3o h\u00e1 nenhum tipo de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos dep\u00f3sitos do Fundo.\n29\n\n\fPor outro lado, n\u00e3o h\u00e1 dano de irreversibilidade do provimento antecipado porque \u00e9 da natureza do FGTS ser um fundo de aplica\u00e7\u00e3o a longo prazo. Eventual decis\u00e3o que n\u00e3o reconhe\u00e7a o direito ora pleiteado, permitir\u00e1 que a Caixa utilize de mecanismos legais para promover a devida compensa\u00e7\u00e3o ao longo do tempo.\nAssim, requer a concess\u00e3o da tutela para substituir imediatamente a TR, como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria nos dep\u00f3sitos do FGTS dos ora substitu\u00eddos, pelo INPC, IPCA ou \u00edndice que, no entender deste Ju\u00edzo, melhor reflita as perdas inflacion\u00e1rias daqui por diante, at\u00e9 o tr\u00e2nsito em julgado do presente feito.\nPREQUESTIONAMENTO\nCumprindo os requisitos mencionados nas s\u00famulas 282 e 356 do STF, tendo em vista que a mat\u00e9ria discutida nos autos em tela poder\u00e1 implicar na necessidade de interposi\u00e7\u00e3o de recurso especial ou extraordin\u00e1rio, destacando-se aquelas relacionadas ao prequestionamento pretende desde logo deixar consignado pedido expresso para que as mat\u00e9rias discutidas passem pelo pr\u00e9vio questionamento.\nA Caixa Econ\u00f4mica Federal vem ao longo dos anos aplicando \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o das contas do FGTS que configura flagrante afronta ao art. 7\u00ba, III, da CR/88 c/c artigo 2\u00ba e 13\u00aa da Lei n\u00ba 8.036/90, que determina a atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, bem como ao artigo 233 do C\u00f3digo Civil, quando sonega os acess\u00f3rios da obriga\u00e7\u00e3o de dar.\nLei 8.036/90 Art. 13. Os dep\u00f3sitos efetuados nas contas vinculadas ser\u00e3o corrigidos monetariamente com base nos par\u00e2metros fixados para atualiza\u00e7\u00e3o dos saldos dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a e capitalizar\u00e3o juros de 3% (tr\u00eas por cento) ao ano.\nO car\u00e1ter social dos saldos do Fundo de Garantia por Tempo de Servi\u00e7o - FGTS, faz necess\u00e1rio exigir a atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e juros mais ampla poss\u00edvel do credito que for atribu\u00eddo ao autor, mesmo porque a corre\u00e7\u00e3o n\u00e3o \u00e9 pena e nada acresce, apenas atualiza o principal quando defasado pela infla\u00e7\u00e3o. Nesse sentido, esta requerendo na inicial que seja utilizado como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o o INPC que nos termos da Lei corrigi o sal\u00e1rio m\u00ednimo e decorre exclusivamente da\nnecessidade de preservar seu poder aquisitivo ou o IPCA, \u00edndice oficial do Governo Federal para medi\u00e7\u00e3o das metas inflacion\u00e1rias, contratadas com o FMI, a partir de julho de 1999.\nDO PEDIDO\nEm face do exposto, arrazoado e fundamentado, consubstanciando-se nos fatos nesta narrados e no que de direito aplic\u00e1vel \u00e0 esp\u00e9cie, requer de V. Excel\u00eancia.:\n1. A TOTAL PROCED\u00caNCIA da presente A\u00e7\u00e3o e que seja recebida pelo Procedimento Sumario com todas as pe\u00e7as que a instruem;\n30\n\n\f2. CITA\u00c7\u00c3O da CAIXA ECON\u00d4MICA FEDERAL na pessoa de seu representante legal, em um dos endere\u00e7os informados para responder aos termos da exordial, em querendo, sob pena de revelia e confesso;\n3. Que a Caixa Econ\u00f4mica Federal seja intimada/ oficiada para juntar aos autos c\u00f3pia de extrato anal\u00edtico do FGTS referente ao per\u00edodo de JANEIRO DE 1999 AT\u00c9 O MOMENTO DA EMISS\u00c3O, nos termos do art. 11 da lei n\u00ba 10.259/2001.\n4. A concess\u00e3o do benef\u00edcio da assist\u00eancia judici\u00e1ria gratuita, por ser o autor pobre na acep\u00e7\u00e3o legal do termo. (declara\u00e7\u00e3o em anexo);\n5. A condena\u00e7\u00e3o da Caixa Econ\u00f4mica Federal ao pagamento dos HONOR\u00c1RIOS ADVOCAT\u00cdCIOS nos termos da S\u00famula 111 do STJ, devendo incidir sobre o valor total da condena\u00e7\u00e3o at\u00e9 a senten\u00e7a, inclu\u00eddos na base c\u00e1lculo os valores recebidos a t\u00edtulo de antecipa\u00e7\u00e3o de tutela.\n6. Que seja declarado a inconstitucionalidade parcial superveniente do art. 13 da lei 8.036/90 c/c arts. 1\u00ba e 17 da lei 8.177/91, desde 01/06/1999, pela n\u00e3o vincula\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria do FGTS a \u00edndice que venha recompor a perda de poder aquisitivo da moeda, pelo menos desde a superveni\u00eancia dos efeitos da Resolu\u00e7\u00e3o CMN 2.604, de 23/04/1999, tendo em vista o que j\u00e1 decidido pelo E. STF no caso da lei 11.960/09 e pelo fato de o FGTS ser um pec\u00falio constitucional obrigat\u00f3rio, n\u00e3o port\u00e1vel e de longo prazo, cuja garantia de recomposi\u00e7\u00e3o das perdas inflacion\u00e1rias est\u00e1 impl\u00edcita na disposi\u00e7\u00e3o do art. 7\u00ba, III, da CR/88, que assegura esse direito trabalhista fundamental a todos os trabalhadores.\n7. Ou que seja declarada inconstitucional a metodologia de calculo da TR determinada pela Resolu\u00e7\u00e3o CMN 2.604 de 23/04/1999 e todas as outras que a substitu\u00edram/ sucederam, pois n\u00e3o cumpriram o que estabelece o art. 1\u00ba da lei n\u00ba 8.177/91 e artigo 5\u00ba da Lei n\u00ba 10.192/01 (que convolou a MP 1.053/95) pois a metodologia de calculo da TR adotado nestas resolu\u00e7\u00f5es n\u00e3o seguem os crit\u00e9rio estabelecido nas leis acima mencionadas e no art. 7\u00ba, III, da CR/88 que determinam garantia de recomposi\u00e7\u00e3o das perdas inflacion\u00e1rias aos dep\u00f3sitos nas contas do Fundo de Garantia por Tempo de Servi\u00e7o \u2013 FGTS.\n8. A condena\u00e7\u00e3o da Caixa Econ\u00f4mica Federal utilizar como fator de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria sobre os dep\u00f3sitos constantes das contas vinculadas do (s) Autor (es), o mesmo \u00edndice utilizado nas constas de caderneta de poupan\u00e7a cumprindo o que estabelece o artigo 13\u00aa da Lei n\u00ba 8.036/90 e aplique o INPC ou IPCA em substitui\u00e7\u00e3o a TR/TRD para que se evite o enriquecimento il\u00edcito, dado o reconhecimento da inconstitucionalidade pelo\n31\n\n\fe. STF, da utiliza\u00e7\u00e3o da TR/TRD, como fator de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, no julgamento da ADI 4.357.\n\n9. A concess\u00e3o de tutela antecipada para que a Caixa Econ\u00f4mica Federal cumpra o que estabelece o artigo 13\u00aa da Lei n\u00ba 8.036/90 e aplique o INPC ou IPCA em substitui\u00e7\u00e3o a TR/TRD como fator de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos dep\u00f3sitos efetuados em nome do autor a partir da concess\u00e3o at\u00e9 o tr\u00e2nsito em julgado da presente a\u00e7\u00e3o, com a consequente aplica\u00e7\u00e3o do novo \u00edndice sobre os dep\u00f3sitos constantes das contas vinculadas do (s) Autor (es), para que se evite o enriquecimento il\u00edcito, dado o reconhecimento da inconstitucionalidade pelo e. STF, da utiliza\u00e7\u00e3o da TR/TRD, como fator de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, no julgamento da ADI 4.357. ou\n\n10.\n\nA aplica\u00e7\u00e3o de qualquer outro \u00edndice que reponha as perdas\n\ninflacion\u00e1rias do trabalhador nas contas do FGTS, no entender deste\n\nDoutor Ju\u00edzo, at\u00e9 o tr\u00e2nsito em julgado da presente a\u00e7\u00e3o, com a\n\nconsequente aplica\u00e7\u00e3o do novo \u00edndice sobre os dep\u00f3sitos constantes\n\ndas contas vinculadas do (s) Autor (es) em cumprimento ao que\n\nficou estabelecido no julgamento da ADI 4.357 pelo STF por for\u00e7a\n\nda declara\u00e7\u00e3o de inconstitucionalidade parcial do art. 5\u00bada\n\nLei 11.960/09, (por similaridade) dever\u00e1 ser calculada com\n\nbase no IPCA, \u00edndice que melhor reflete a infla\u00e7\u00e3o acumulada\n\ndo per\u00edodo.\n\n11.\n\nAo final, a Proced\u00eancia da a\u00e7\u00e3o, confirmando da tutela\n\nantecipada e a condena\u00e7\u00e3o da CAIXA ECON\u00d4MICA FEDERAL a:\n\na) A utilizar como fator de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria sobre os dep\u00f3sitos constantes das contas vinculadas do FGTS do (s) Autor (es), o mesmo \u00edndice utilizado nas constas de caderneta de poupan\u00e7a cumprindo o que estabelece o artigo 13\u00aa da Lei n\u00ba 8.036/90 e aplique o INPC ou IPCA em substitui\u00e7\u00e3o a TR/TRD para que se evite o enriquecimento il\u00edcito, dado o reconhecimento da inconstitucionalidade pelo e. STF, da utiliza\u00e7\u00e3o da TR/TRD, como fator de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, no julgamento da ADI 4.357.\n\nb) pagar, a favor do (s) Autor (es) o valor correspondente \u00e0s diferen\u00e7as de FGTS em\nraz\u00e3o da aplica\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria pelo mesmo \u00edndice utilizado nas constas de caderneta de poupan\u00e7a cumprindo o que estabelece o artigo 13\u00aa da Lei n\u00ba 8.036/90 nos meses em que a TR foi zero, nas\nparcelas vencidas e vincendas; e\nc) pagar, a favor do (s) Autor (es) o valor correspondente \u00e0s diferen\u00e7as de FGTS em\nraz\u00e3o da aplica\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria pelo mesmo \u00edndice utilizado nas constas de caderneta de poupan\u00e7a cumprindo o que estabelece o artigo 13\u00aa da Lei n\u00ba 8.036/90, desde Janeiro de 1999, nos meses em\nque a TR n\u00e3o foi zero, mas foi menor que a infla\u00e7\u00e3o do per\u00edodo; ou\n\n32\n\n\fd) pagar, a favor do (s) Autor (es) o valor correspondente \u00e0s diferen\u00e7as de FGTS em raz\u00e3o da aplica\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria pelo INPC nos meses em que a TR foi zero; e\n\ne) pagar, a favor do (s) Autor (es) o valor correspondente \u00e0s diferen\u00e7as de FGTS em raz\u00e3o da aplica\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria pelo IPCA, desde Janeiro de 1999, nos meses em que a TR n\u00e3o foi zero, mas foi menor que a infla\u00e7\u00e3o do per\u00edodo; ou\n\nf) pagar, a favor do (s) Autor (es) o valor correspondente \u00e0s diferen\u00e7as de FGTS em raz\u00e3o da aplica\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria por qualquer outro \u00edndice que reponha as perdas inflacion\u00e1rias do trabalhador nas contas do FGTS, no entender deste Ju\u00edzo, desde Janeiro de 1999, inclusive nos meses em que a TR foi zero ou foi menor que a infla\u00e7\u00e3o do per\u00edodo;\n\ng) Sobre os valores devidos pela condena\u00e7\u00e3o de que tratam os itens acima, dever\u00e3o incidir corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria desde a inadimpl\u00eancia da Caixa, bem como os juros legais.\n\nh) pagar ao autor todas as diferen\u00e7as decorrentes da revis\u00e3o acima e, corrigidas devidamente desde a \u00e9poca da compet\u00eancia de cada parcela at\u00e9 a efetiva liquida\u00e7\u00e3o pelos \u00edndices vigentes de corre\u00e7\u00e3o\nmonet\u00e1ria, acrescidas de, juros morat\u00f3rios ao m\u00eas, desde a data da cita\u00e7\u00e3o.\n\n12.\n\nPagar as diferen\u00e7as vencidas e vincendas,\n\nmonetariamente corrigidas desde o respectivo vencimento e\n\nacrescidas de juros legais morat\u00f3rios, incidentes at\u00e9 a\n\ndata do efetivo pagamento, com valores a ser apurado;\n\n13.\n\nPagar os valores devidos por meio de RPV - Requisi\u00e7\u00e3o de\n\nPequeno Valor expedido(a) ou precat\u00f3rio de acordo com a Resolu\u00e7\u00e3o\n\n55/2010 do Conselho da Justi\u00e7a Federal, sendo que os valores\n\ncontratados a t\u00edtulo de honor\u00e1rios advocat\u00edcios sejam expedidos em\n\nnome de SIDNEI SIQUEIRA \u2013 inscrito no CPF (MF) sob n.\u00ba\n\n058.830.078-05 e inscrito na OAB/SP n.\u00ba 59.204, nos termos\n\ndo art. 5 da resolu\u00e7\u00e3o supramencionada;\n\n14.\n\nRequer a produ\u00e7\u00e3o de todos os meios da prova em\n\ndireito admitidas, sem exce\u00e7\u00e3o de natureza alguma,\n\nespecialmente a prova documental inclusa, bem como outras\n\nque se fizerem necess\u00e1rias, e nos termos subsequentes:\n\na) A produ\u00e7\u00e3o da prova documental relativa \u00e0s obriga\u00e7\u00f5es oriundas dos reajustes na conta do FGTS;\nb) A realiza\u00e7\u00e3o de per\u00edcia t\u00e9cnico-cont\u00e1bil \u2013 rec\u00e1lculo \u2013 e que restaure em um plano cont\u00ednuo e de acordo com a legisla\u00e7\u00e3o em vigor a evolu\u00e7\u00e3o dos valores litigados a serem recebidos, para que se alcance os valores reais, a serem pagos pelo r\u00e9u ao autor;\nc) A juntada de documentos, o depoimento das partes e testemunhas, inspe\u00e7\u00e3o judicial, invocando o principio legal, e quaisquer outras provas que se fizerem necess\u00e1rias.\n\n33\n\n\f15.\n\nO autor informa que as pe\u00e7as ora anexadas servir\u00e3o\n\ncomo provas materiais a seu favor, reiterando serem c\u00f3pias\n\nfi\u00e9is das que foram fornecidas pela Caixa Econ\u00f4mica Federal.\n\nCaso o r\u00e9u venha impugn\u00e1-las, o autor, desde j\u00e1 requer que\n\nsejam juntadas copias na integra de todos os de extrato\n\nanal\u00edtico do FGTS referente ao per\u00edodo de JANEIRO\n\nDE 1999 AT\u00c9 O MOMENTO DA EMISS\u00c3O em conta\n\nvinculada ao PIS/NIT e CPF do autor, em atendimento\n\nao art. 11 da Lei n.\u00ba 10259/01;\n\n16.\n\nRequer, sejam as intima\u00e7\u00f5es realizadas em nome do advogado\n\nSIDNEI SIQUEIRA;\n\n17.\n\nRequer que qualquer alega\u00e7\u00e3o do r\u00e9u sobre\n\nlitispend\u00eancia seja convenientemente demonstrada sob pena\n\nde ser considerada mera forma de protelar o julgamento\n\nfinal da lide, pois s segurados do INSS s\u00e3o obrigados a\n\nbuscar socorro perante o Poder Judici\u00e1rio visando \u00e0\n\nrepara\u00e7\u00e3o dos mais diversos tipos de injusti\u00e7as ou\n\nilegalidades. Em raz\u00e3o disso, a exist\u00eancia de duas ou\n\nmais a\u00e7\u00f5es aforadas pelo mesmo segurado certamente n\u00e3o\n\ninduz, por si s\u00f3, qualquer tipo de litispend\u00eancia, dada a\n\ndiversidade de pedidos e causas de pedir.\n\nD\u00e1-se a presente causa, o valor de R$ 1.000,00 (Mil reais), nos termos do art. 260 do C\u00f3digo de Processo Civil.\nTermos em que, Respeitosamente, Pede e Aguarda DEFERIMENTO. Nova Londrina - PR, 07 de maio de 2014.\n\nSIDNEI SIQUEIRA OAB/PR 59.204\n\nTATIANE REGINA BARBOZA OAB/SP 331.619\n\n34\n\n\f", "similar_texts_federais_bgem3": [ { "header": "Texto Similar 1 (C\u00edvel) - IdDocumentoCompleto: 5007225-47.2014.4.04.7210-721418329761560880250000000034", "text": "EXMO. SR. DR. JUIZ FEDERAL DO JUIZADO ESPECIAL FEDERAL DA SUBSE\u00c7\u00c3O JUDICI\u00c1RIA DE S\u00c3O MIGUEL DO OESTE, ESTADO\nDE SANTA CATARINA\nVILMAR FLORES MACHADO, brasileiro, soldador, RG 2.232.108, CPF-646.656.909-87, casado, domiciliado(a) a Rua Hercilio Luz, 172 Apto 02, munic\u00edpio de Maravilha, SC, CEP 89874-000, por seu advogado que esta subscreve, vem mui respeitosamente \u00e0 presen\u00e7a de Vossa Excel\u00eancia, ajuizar\nA\u00c7\u00c3O PARA CORRE\u00c7\u00c3O DOS SALDOS DO FUNDO DE GARANTIA POR TEMPO DE SERVI\u00c7O\nem desfavor da CAIXA ECON\u00d4MICA FEDERAL \u2013 CEF, empresa p\u00fablica, com ag\u00eancia \u00e0 Av.: Sul Brasil, 223, Centro, Maravilha, S.C, pelas raz\u00f5es de fato e de direito que passa a expor.\nDOS FATOS O Fundo de Garantia por Tempo de Servi\u00e7o foi criado na d\u00e9cada de 1960 para proteger o trabalhador, como suced\u00e2neo da antiga estabilidade decenal. \u00c9 constitu\u00eddo por valores depositados pelas empresas em nome de seus empregados e possibilita que o trabalhador forme um patrim\u00f4nio. O FGTS hoje financia programas de habita\u00e7\u00e3o popular, saneamento b\u00e1sico e infraestrutura urbana. Assim, o FGTS \u00e9 regido pelas disposi\u00e7\u00f5es da Lei n\u00ba 8.036, de 11 de maio de 1990, por normas e diretrizes estabelecidas pelo seu Conselho Curador e gerido pela Caixa Econ\u00f4mica Federal. Dos artigos 2\u00ba e 13 da Lei n\u00ba 8.036/90 extra\u00edmos que h\u00e1 uma obrigatoriedade de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e de remunera\u00e7\u00e3o por meio de juros dos dep\u00f3sitos efetuados nas contas vinculadas do FGTS, sen\u00e3o vejamos:\n\n\fArt. 2\u00ba O FGTS \u00e9 constitu\u00eddo pelos saldos das contas vinculadas a que se refere esta lei e outros recursos a ele incorporados, devendo ser aplicados com atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e juros, de modo a assegurar a cobertura de suas obriga\u00e7\u00f5es. Art. 13. Os dep\u00f3sitos efetuados nas contas vinculadas ser\u00e3o corrigidos monetariamente com base nos par\u00e2metros fixados para atualiza\u00e7\u00e3o dos saldos dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a e capitaliza\u00e7\u00e3o juros de (tr\u00eas) por cento ao ano.\nRessalte-se que o par\u00e2metro fixado para a atualiza\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos dos saldos de poupan\u00e7a e consequentemente dos dep\u00f3sito do FGTS \u00e9 a Taxa Referencial \u2013 TR, conforme prescrevem os artigos 12 e 17 da Lei n\u00ba 8.177, de 1\u00ba de mar\u00e7o de 1991, com reda\u00e7\u00e3o da lei n\u00ba 12.703, de 7 de agosto de 2012, cuja dic\u00e7\u00e3o \u00e9 a seguinte:\nArt. 12. Em cada per\u00edodo de rendimento, os dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a ser\u00e3o remunerados:I - como remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica, por taxa correspondente \u00e0 acumula\u00e7\u00e3o das TRD, no per\u00edodo transcorrido entre o dia do \u00faltimo cr\u00e9dito de rendimento, inclusive, e o dia do cr\u00e9dito de rendimento, exclusive;II - como remunera\u00e7\u00e3o adicional, por juros de: (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n \u00ba 12.703, de 2012)a) 0,5% (cinco d\u00e9cimos por cento) ao m\u00eas, enquanto a meta da taxa Selic ao ano, definida pelo Banco Central do Brasil, for superior a 8,5% (oito inteiros e cinco d\u00e9cimos por cento); ou (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n \u00ba 12.703, de 2012)b) 70% (setenta por cento) da meta da taxa Selic ao ano, definida pelo Banco Central do Brasil, mensalizada, vigente na data de in\u00edcio do per\u00edodo de rendimento, nos demais casos. (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n \u00ba 12.703, de 2012)(...)\nArt. 17. A partir de fevereiro de 1991, os saldos das contas do Fundo de Garantia por Tempo de Servi\u00e7o (FGTS) passam a ser remunerados pela taxa aplic\u00e1vel \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a com data de anivers\u00e1rio no dia 1\u00b0, observada a periodicidade mensal para remunera\u00e7\u00e3o. Par\u00e1grafo \u00fanico. As taxas de juros previstas na legisla\u00e7\u00e3o em vigor do FGTS s\u00e3o mantidas e consideradas como adicionais \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o prevista neste artigo.\nRetrata a Lei n\u00ba 8.177/91 a forma como a TR ser\u00e1 calculada:\nArt. 1\u00b0 O Banco Central do Brasil divulgar\u00e1 Taxa Referencial (TR), calculada a partir da remunera\u00e7\u00e3o mensal m\u00e9dia l\u00edquida de impostos, dos dep\u00f3sitos a prazo fixo captados nos bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos m\u00faltiplos com carteira comercial ou de investimentos, caixas econ\u00f4micas, ou dos t\u00edtulos p\u00fablicos federais, estaduais e municipais, de acordo com metodologia a ser aprovada pelo Conselho Monet\u00e1rio Nacional, no prazo de sessenta dias, e enviada ao conhecimento do Senado Federal.\u00a7 1\u00b0 A TR ser\u00e1 mensalmente\n\n\fdivulgada pelo Banco Central do Brasil, no m\u00e1ximo at\u00e9 o oitavo dia \u00fatil do m\u00eas de refer\u00eancia. (Revogado pela Lei n\u00ba 8.660, de 1993)\u00a7 2\u00b0 As institui\u00e7\u00f5es que venham a ser utilizadas como bancos de refer\u00eancia, dentre elas, necessariamente, as dez maiores do Pa\u00eds, classificadas pelo volume de dep\u00f3sitos a prazo fixo, est\u00e3o obrigadas a fornecer as informa\u00e7\u00f5es de que trata este artigo, segundo normas estabelecidas pelo Conselho Monet\u00e1rio Nacional, sujeitando-se a institui\u00e7\u00e3o e seus administradores, no caso de infra\u00e7\u00e3o \u00e0s referidas normas, \u00e0s penas estabelecidas no art. 44 da Lei n\u00b0 4.595, de 31 de dezembro de 1964.\u00a7 3\u00b0 Enquanto n\u00e3o aprovada a metodologia de c\u00e1lculo de que trata este artigo, o Banco Central do Brasil fixar\u00e1 a TR.\nLogo, a metodologia de c\u00e1lculo foi h\u00e1 muito tempo definida pela Banco Central-Conselho Monet\u00e1rio Nacional (CMN), e hoje est\u00e1 vigente sob a forma da Resolu\u00e7\u00e3o n\u00ba 3.354, de 31 de mar\u00e7o de 2006.\nOcorre que desde janeiro de 1999 o redutor criado pelo Banco Central/CMN promoveu o completo distanciamento da TR dos \u00edndices oficiais de infla\u00e7\u00e3o, temos que desde ent\u00e3o ela perdeu sua condi\u00e7\u00e3o de repor as perdas inflacion\u00e1rias dos dep\u00f3sitos do FGTS, devendo desde esta data ser substitu\u00edda pelo INPC. A TR n\u00e3o reflete mais a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, tendo se distanciado completamente dos \u00edndices oficiais de infla\u00e7\u00e3o. Tanto \u00e9 verdade que nos meses de setembro, outubro e novembro de 2009, janeiro e fevereiro de 2010, fevereiro e junho de 2012 e de setembro de 2012 em diante, a TR tem sido completamente anulada, como se n\u00e3o existisse qualquer infla\u00e7\u00e3o no per\u00edodo pass\u00edvel de corre\u00e7\u00e3o.\nDA LEGITIMIDADE PASSIVA DA CAIXA ECON\u00d4MICA FEDERAL\nTendo-se em vista que o processo em tela versa sobre corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos dep\u00f3sitos de FGTS, sobressai irrefut\u00e1vel a legitimidade passiva e exclusiva da Caixa Econ\u00f4mica Federal, conforme precedentes do STJ, sen\u00e3o vejamos:\nA\u00c7\u00c3O RESCIS\u00d3RIA. ADMINISTRATIVO. FGTS. CORRE\u00c7\u00c3O DOS SALDOS DAS CONTAS VINCULADAS. DIFEREN\u00c7AS DE EXPURGOS INFLACION\u00c1RIOS. TEMA J\u00c1 PACIFICADO NO STJ. PROCED\u00caNCIA DA A\u00c7\u00c3O.1. A mat\u00e9ria referente \u00e0 corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria das contas vinculadas ao FGTS, em raz\u00e3o das diferen\u00e7as de expurgos inflacion\u00e1rios, foi decidida pela Primeira Se\u00e7\u00e3o deste Superior Tribunal, no REsp n.1.111.201 - PE e no REsp n. 1.112.520 - PE, de relatoria do Exmo.Min. Benedito Gon\u00e7alves, ambos submetidos ao regime do art. 543-C do CPC e da Resolu\u00e7\u00e3o n. 8/08 do STJ, que tratam dos recursos representativos da controv\u00e9rsia, publicados no DJe de 4.3.2010.(...)3. Quanto \u00e0s demais preliminares alegadas,\n\n\fdevidamente prequestionadas, esta Corte tem o entendimento no sentido de que, nas demandas que tratam da atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos saldos das contas vinculadas do FGTS, a legitimidade passiva ad causam \u00e9 exclusiva da Caixa Econ\u00f4mica Federal, por ser gestora do Fundo, com a exclus\u00e3o da Uni\u00e3o e dos bancos deposit\u00e1rios (S\u00famula 249/STJ).(...)(AR 1.962/SC, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, PRIMEIRA SE\u00c7\u00c3O, julgado em 08/02/2012, DJe 27/02/2012)\nS\u00famula 249/STJ \u2013 A Caixa Econ\u00f4mica Federal tem legitimidade passiva para integrar processo em que se discute corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria do FGTS.\nS\u00daMULA 56 do TRF4 - Somente a Caixa Econ\u00f4mica Federal tem legitimidade passiva nas a\u00e7\u00f5es que objetivam a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria das contas vinculadas ao FGTS.\nAssim, a presente a\u00e7\u00e3o foi proposta exclusivamente contra a Caixa Econ\u00f4mica Federal, conforme pacificamente definido pela jurisprud\u00eancia nacional.\nDA PRESCRI\u00c7\u00c3O\nEm recente decis\u00e3o proferida no Recurso Extraordin\u00e1rio com agravo ARE 709.212/DF julgado em 13/11/2014 foi reconhecido a inconstitucionalidade dos artigos 23, \u00a7 5\u00ba da lei 8.039/90 e 55 do regulamento do FGTS aprovado pelo decreto 99.684/1990 e por consequ\u00eancia fixando que o prazo prescricional de 5 (cinco) anos para cobran\u00e7a de valores n\u00e3o depositados no FGTS, contudo com efeitos ex nunc.\nOcorre que no mesmo julgado, ante o princ\u00edpio da seguran\u00e7a jur\u00eddica, foi mitigado o princ\u00edpio da nulidade da lei inconstitucional, com a consequente modula\u00e7\u00e3o dos efeitos da decis\u00e3o, de modo a resguardar as leg\u00edtimas expectativas dos trabalhadores brasileiros.\nPortanto, a referida decis\u00e3o sofreu modula\u00e7\u00e3o dos seus efeitos de modo que fora atribu\u00eddo efeitos ex nunc (prospectivos), sendo que para aqueles cr\u00e9ditos cujo termo inicial da prescri\u00e7\u00e3o (aus\u00eancia de dep\u00f3sito no FGTS) ocorreu ap\u00f3s a data do julgamento (13/11/2014), aplica-se desde logo o prazo de cinco anos.\nJ\u00e1 para os casos em que o prazo prescricional estivesse em curso, ou seja, cr\u00e9dito existentes anteriormente ao julgado, aplica-se o que ocorrer primeiro: 30 anos, contados do termo inicial, ou 5 anos, a partir da decis\u00e3o do STF.\n\n\fNo caso dos autos (que trata de cr\u00e9ditos posteriores ao ano de 1999) significa que permanece o entendimento at\u00e9 ent\u00e3o vigente da prescri\u00e7\u00e3o trinten\u00e1ria para as parcelas vencidas anteriormente ao dia do julgamento, por\u00e9m, com o limite de at\u00e9 5 anos ap\u00f3s o julgamento do STF para ingresso da demanda.\nEm suma, o presente pedido trata da corre\u00e7\u00e3o posterior a ano de 1999, portanto, com fulcro na modula\u00e7\u00e3o prevista no ARE 709212/DF, o prazo para ingresso de demanda se encerra em 13 de novembro de 2019, pois, como a prescri\u00e7\u00e3o j\u00e1 estava em curso antes do julgado no STF, e considerando que na data do julgado ainda faltariam pelo menos 15 anos para operar a prescri\u00e7\u00e3o trinten\u00e1ria prevalece o menor prazo, qual seja, se aplica o prazo derradeiro de 5 anos a partir do julgado no STF para ingresso com a demanda (13/11/2019).\nInobstante, no que tange ao prazo prescricional, j\u00e1 est\u00e1 amplamente assentado na doutrina e jurisprud\u00eancia, que em rela\u00e7\u00e3o ao pleito de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria do FGTS, a prescri\u00e7\u00e3o \u00e9 trinten\u00e1ria consoante S\u00famulas n\u00bas 57 do TRF/4\u00aa Regi\u00e3o e 210 do STJ.\nNeste sentido, decis\u00e3o do STJ:\nRECURSO ESPECIAL. TRIBUT\u00c1RIO. FGTS. CORRE\u00c7\u00c3O DOS SALDOS DAS CONTAS VINCULADAS. DIFEREN\u00c7AS DE EXPURGOS INFLACION\u00c1RIOS. TEMA J\u00c1 JULGADO PELO REGIME DO ART. 543-C DO CPC E DA RESOLU\u00c7\u00c3O N. 8/08 DO STJ, QUE TRATAM DOS RECURSOS REPRESENTATIVOS DE CONTROV\u00c9RSIA.(...)3. No REsp n. 1.112.520 - PE, por seu turno, firmou-se o seguinte entendimento: 4. Outrossim, n\u00e3o deve prevalecer a interpreta\u00e7\u00e3o da recorrente quanto \u00e0 ocorr\u00eancia de prescri\u00e7\u00e3o quinquenal, pois este Tribunal j\u00e1 decidiu que \u00e9 trinten\u00e1ria a prescri\u00e7\u00e3o para cobran\u00e7a de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria de contas vinculadas ao FGTS, nos termos das S\u00famula 210/STJ: \"A a\u00e7\u00e3o de cobran\u00e7a das contribui\u00e7\u00f5es para o FGTS prescreve em (30) trinta anos\".(...)(REsp 1150446 RJ 2009/0143136-0, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, Julgamento: 10/08/2010, \u00d3rg\u00e3o Julgador: T2 - SEGUNDA TURMA, Publica\u00e7\u00e3o: DJe 10/09/2010)\nAssim, a a\u00e7\u00e3o ora proposta n\u00e3o est\u00e1 alcan\u00e7ada pela prescri\u00e7\u00e3o trinten\u00e1ria, conforme se demonstrar\u00e1 adiante.\n\n\fDOS FUNDAMENTOS JUR\u00cdDICOS\n\nAn\u00e1lise da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e do FGTS\n\nA corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria existe entre n\u00f3s desde a d\u00e9cada de 1960. O principal te\u00f3rico da Corre\u00e7\u00e3o Monet\u00e1ria, o Advogado Tributarista Bulh\u00f5es Pedreira explica o seguinte:\n\n\u201f\u201dPor analogia com as unidades de medidas f\u00edsicas podemos dizer que o n\u00edvel geral de pre\u00e7os \u00e9 o padr\u00e3o prim\u00e1rio do valor financeiro, enquanto que a unidade monet\u00e1ria serve como padr\u00e3o secund\u00e1rio \u2013 usado, na pr\u00e1tica, para exprimir o valor financeiro, mas que deve ser aferido pelo padr\u00e3o prim\u00e1rio porque sujeito a modifica\u00e7\u00f5es.\u201d (BULH\u00d5ES PEDREIRA, Jos\u00e9 Luiz, \u201cCorre\u00e7\u00e3o Monet\u00e1ria; Indexa\u00e7\u00e3o Cambial. Obriga\u00e7\u00e3o Pecuni\u00e1ria\u201d, in \u201cRevista de Direito Administrativo\u201d, c. 193 p, 353 a 372 Jul/Set 1993).\n\nAinda, o autor Let\u00e1cio Jansen diz que Bulh\u00f5es Pedreira teria conseguido\n\ninstitucionalizar e colocar em pr\u00e1tica a sua doutrina principalmente atrav\u00e9s da Lei n\u00ba\n\n4.357, de 1964, que criou o primeiro indexador da Economia Brasileira \u2013 a ORTN\n\n(obriga\u00e7\u00e3o reajust\u00e1vel do tesouro nacional), uma obriga\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria cuja fun\u00e7\u00e3o\n\nera fazer variar, periodicamente, a moeda nacional segundo a perda de seus\n\nrespectivos\n\npoderes\n\naquisitivos\n\nhttp://www.scamargo.adv.br/scripts/forum/textoTema.asp?id=81&tema=nvalidad\n\ne+da+taxa+referencial+(TR)%3A+o+Significado+da+ADI+493-0-df).\n\nDesde esta data, uma pl\u00eaiade de \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria foi se sucedendo, at\u00e9 a entrada em vigor da Medida Provis\u00f3ria n\u00ba 294, de 31 de janeiro de 1991, que se transformou na Lei n\u00ba 8.177, de 1\u00ba de mar\u00e7o de 1991. Nesta oportunidade o Governo Collor pretendeu substituir a s\u00e9rie de indexadores tradicionais da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria brasileira (ORTN, OTN e BTN) que eram vinculados \u00e0 varia\u00e7\u00e3o dos n\u00edveis gerais de pre\u00e7os, pela Taxa Referencial, que tinha natureza financeira.\n\nAinda hoje permanece a perplexidade em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 natureza jur\u00eddica da TR, at\u00e9 por conta da pr\u00f3pria inconsist\u00eancia da lei que a criou, que ora a trata como taxa de juros (artigo 39) ora como indexador (artigo 18).\n\nTaxas de juros objetivam promover a remunera\u00e7\u00e3o do capital. S\u00e3o calculadas por quem disponibiliza o capital em benef\u00edcio de outra pessoa, f\u00edsica ou jur\u00eddica, para que empregue para satisfa\u00e7\u00e3o de determinada necessidade, na expectativa de lucro. Os indexadores, por outro lado, podem ser entendidos como \u00edndices calculados a partir da varia\u00e7\u00e3o de pre\u00e7os de mercado em determinado per\u00edodo. O seu objetivo est\u00e1 na corre\u00e7\u00e3o dos efeitos inflacion\u00e1rios, quando se compara valores monet\u00e1rios em diferentes \u00e9pocas.\n\n\fPois bem. Quando o STF enfrentou o tema da natureza da TR, disse atrav\u00e9s do voto vencedor da ADI 493-0/DF que:\nA Taxa Referencial (TR) n\u00e3o \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, pois, refletindo as varia\u00e7\u00f5es do custo prim\u00e1rio da capta\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos a prazo fixo, n\u00e3o constitui \u00edndice que reflita a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda.\nN\u00e3o obstante, os Ministros vencidos Celso de Mello, Marco Aur\u00e9lio e Ilmar Galv\u00e3o entenderam que a estrutura de c\u00e1lculo da taxa referencial n\u00e3o era suficiente para impedir sua utiliza\u00e7\u00e3o como par\u00e2metro de indexa\u00e7\u00e3o da economia.\nMesmo assim, naquela oportunidade, o STF entendeu que a TR possu\u00eda natureza de taxa de juros e declarou inconstitucional o artigo 18 da Lei n\u00ba 8.177/91, cujo texto original estabelecia que os saldos devedores e as presta\u00e7\u00f5es dos contratos integrantes do SFH, passariam a ser atualizados pela taxa aplic\u00e1vel \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica dos Dep\u00f3sitos de Poupan\u00e7a. Vale a pena transcrever a ementa deste julgado:\nA\u00e7\u00e3o direta de inconstitucionalidade.- Se a lei alcan\u00e7ar os efeitos futuros de contratos celebrados anteriormente a ela, ser\u00e1 essa lei retroativa (retroatividade m\u00ednima) porque vai interferir na causa, que e um ato ou fato ocorrido no passado.- O disposto no artigo 5, XXXVI, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal se aplica a toda e qualquer lei infraconstitucional, sem qualquer distin\u00e7\u00e3o entre lei de direito p\u00fablico e lei de direito privado, ou entre lei de ordem p\u00fablica e lei dispositiva. Precedente do S.T.F..- Ocorr\u00eancia, no caso, de viola\u00e7\u00e3o de direito adquirido. A taxa referencial (TR) n\u00e3o \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, pois, refletindo as varia\u00e7\u00f5es do custo prim\u00e1rio da capta\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos a prazo fixo, n\u00e3o constitui \u00edndice que reflita a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda. Por isso, n\u00e3o h\u00e1 necessidade de se examinar a quest\u00e3o de saber se as normas que alteram \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria se aplicam imediatamente, alcan\u00e7ando, pois, as presta\u00e7\u00f5es futuras de contratos celebrados no passado, sem violarem o disposto no artigo 5, XXXVI, da Carta Magna.- Tamb\u00e9m ofendem o ato jur\u00eddico perfeito os dispositivos impugnados que alteram o crit\u00e9rio de reajuste das presta\u00e7\u00f5es nos contratos j\u00e1 celebrados pelo sistema do Plano de Equival\u00eancia Salarial por Categoria Profissional (PES/CP). A\u00e7\u00e3o direta de inconstitucionalidade julgada procedente, para declarar a inconstitucionalidade dos artigos 18, \"caput\" e par\u00e1grafos 1 e 4; 20; 21 e par\u00e1grafo \u00fanico; 23 e par\u00e1grafos; e 24 e par\u00e1grafos, todos da Lei n. 8.177, de 1 de maio de 1991. (ADI 493, Relator (a): Min. Moreira Alves, Tribunal Pleno, julgado em 25/06/1992, DJ 04-091992 PP-14089 EMENT VOL-01674-02 PP-00260 RTJ VOL-00143-03 PP-00724)\n\n\fPor algum tempo, o pr\u00f3prio STJ rejeitou a TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, tanto para a poupan\u00e7a, quanto para o SFH. Neste sentido:\n\nCOMERCIAL. M\u00daTUO RURAL. CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA.\n\nVINCULA\u00c7\u00c3O AO CRIT\u00c9RIO DE REAJUSTE DOS\n\nDEP\u00d3SITOS EM CADERNETA DE POUPAN\u00c7A. LICITUDE.\n\nSUBSTITUI\u00c7\u00c3O PELA TR NOS MESES SUBSEQUENTES A\n\nFEVEREIRO/91. PREVIS\u00c3O DE UTILIZA\u00c7\u00c3O DA OTN.\n\nINDEXADOR\n\nCONTRATUALMENTE\n\nELEITO.\n\nSUBSTITUI\u00c7\u00c3O\n\nEX\n\nLEGE\n\nPELA\n\nTR.\n\nINCONSTITUCIONALIDADE DECLARADA. ADO\u00c7\u00c3O DO\n\nINPC. PRECEDENTES.\n\nI \u2013 NO CONTRATO DE M\u00daTUO RURAL \u00c9 L\u00cdCITO O PACTO\n\nDE VINCULA\u00c7\u00c3O DA CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA AO\n\nCRIT\u00c9RIO DE ATUALIZA\u00c7\u00c3O DOS DEP\u00d3SITOS EM\n\nCADERNETA DE POUPAN\u00c7A, RESULTANDO DEVIDA A\n\nINCID\u00caNCIA DO MESMO INDEXADOR NOS MESES\n\nSUBSEQUENTES A FEVEREIRO/91. (ART. 13 DA LEI\n\n8.177).\n\nII \u2013 EM FACE DA POSI\u00c7\u00c3O DO SUPREMO TRIBUNAL\n\nFEDERAL INADMITINDO A TR COMO FATOR DE\n\nATUALIZA\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA SUBSTITUTIVO DO\n\nBTN, A CORRE\u00c7\u00c3O DOS VALORES, CUJA FORMA DE\n\nREAJUSTE ESTAVA, POR LEI OU CONTRATO,\n\nATRELADA A VARIA\u00c7\u00c3O DO VALOR DE REFERIDO\n\nT\u00cdTULO DA D\u00cdVIDA P\u00daBLICA, CUMPRE SEJA\n\nPROCEDIDA, A PARTIR DA LEI 8.177/91, COM BASE\n\nNO INPC (REsp. 40.777/GO, Rel. Ministro S\u00c1LVIO DE\n\nFIGUEIREDO TEIXEIRA, QUARTA TURMA, julgado em\n\n13/11/1995, DJ 11/12/1995, p. 43225) (grifamos)\n\nADMINISTRATIVO - SFH - REAJUSTE DAS PRESTA\u00c7\u00d5ES\n\nE DO SALDO DEVEDOR - PLANO DE EQUIVAL\u00caNCIA\n\nSALARIAL (PES) - INAPLICABILIDADE DA TR \u2013 ADIN\n\n493-0/STF - VANTAGENS PESSOAIS INCORPORADAS\n\nDEFINITIVAMENTE AO SAL\u00c1RIO - INCLUS\u00c3O NO\n\nC\u00c1LCULO - DIVERG\u00caNCIA JURISPRUDENCIAL N\u00c3O\n\nCOMPROVADA - RISTJ, ART. 255 E PAR\u00c1GRAFOS -\n\nS\u00daMULA 13/STJ -PRECEDENTES STJ.- Nos contratos vinculados\n\nao PES, o reajustamento das presta\u00e7\u00f5es deve obedecer \u00e0 varia\u00e7\u00e3o salarial dos\n\nmutu\u00e1rios, a fim de preservara equa\u00e7\u00e3o econ\u00f4mico-financeira do pactuado.- As\n\nvantagens pessoais incorporadas, definitivamente, ao sal\u00e1rio ou vencimento do\n\nmutu\u00e1rio, incluem-se na verifica\u00e7\u00e3o da equival\u00eancia para fixa\u00e7\u00e3o das parcelas.-\n\nDeclarada pelo STF a inconstitucionalidade da TR como\n\nfator de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria (ADIN 493-0), o reajustamento\n\ndo saldo devedor,a exemplo das presta\u00e7\u00f5es mensais, tamb\u00e9m\n\ndeve obedecer ao Plano de Equival\u00eancia Salarial.- Recurso\n\n\fconhecido e parcialmente provido(Resp 140.839/BA, Rel. Ministro FRANCISCO PE\u00c7ANHA MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 23/11/1999, DJ 21/02/2000, p. 112) (grifamos)\nSFH. PLANO DE EQUIVAL\u00caNCIA SALARIAL. REAJUSTE DAS PRESTA\u00c7\u00d5ES. ILEGITIMIDADE PASSIVA DA UNI\u00c3O. NULIDADE DO AC\u00d3RD\u00c3O. INOCORR\u00caNCIA. VANTAGENS PESSOAIS. INCLUS\u00c3O. CORRE\u00c7\u00c3O PELA TR. IMPOSSIBILIDADE. PRECEDENTES.(...)4. Inaplic\u00e1vel a TR como fator de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria Entendimento consagrado nesta Corte na esteira de orienta\u00e7\u00e3o tra\u00e7ada pelo STF.5. Recurso especial conhecido e parcialmente provido.(REsp 209.466/BA, Rel. Ministro FRANCISCO PE\u00c7ANHA MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 07/08/2001, DJ 17/06/2002, p. 231) (grifamos)\nTodavia, a Corte de Justi\u00e7a, fazendo uma releitura do voto do Ministro Moreira Alves do STF, mudou de entendimento, e passou a adotar a constitucionalidade da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, conforme demonstra o seguinte julgado:\nSISTEMA FINANCEIRO DA HABITA\u00c7\u00c3O. SALDO DEVEDOR. ATUALIZA\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA. TR.1. N\u00e3o \u00e9 inconstitucional a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria com base na Taxa Referencial - TR. O que \u00e9 inconstitucional \u00e9 sua aplica\u00e7\u00e3o retroativa. Foi isso o que decidiu o STF da ADI 493/DF, Pleno, Min. Moreira Alves, DJ de 04.09.1992, ao estabelecer o \u00e2mbito de incid\u00eancia da Lei 8.177, de 1991.2. Aos contratos de m\u00fatuo habitacional firmados no \u00e2mbito do SFH que prevejam a corre\u00e7\u00e3o do saldo devedor pela taxa b\u00e1sica aplic\u00e1vel aos dep\u00f3sitos da poupan\u00e7a aplica-se a Taxa Referencial, por expressa determina\u00e7\u00e3o legal. Precedentes da Corte Especial: AGEREsp 725917 / DF, Min. Laurita Vaz, DJ 19.06.2006; DERESP 453600 / DF, Min. Aldir Passarinho Junior, DJ 24.04.2006.3. Embargos de diverg\u00eancia a que se nega provimento.(EREsp 752.879/DF, Rel. Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI, CORTE ESPECIAL, julgado em 19/12/2006, DJ 12/03/2007, p. 184) (grifamos)\nEm rela\u00e7\u00e3o ao FGTS, h\u00e1 at\u00e9 a s\u00famula do STJ sobre a aplica\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. Neste sentido:\nA Taxa Referencial (TR) \u00e9 o \u00edndice aplic\u00e1vel, a t\u00edtulo de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, aos d\u00e9bitos com o FGTS recolhidos pelo empregador mas n\u00e3o repassados ao fundo. (S\u00famula 459, PRIMEIRA SE\u00c7\u00c3O, julgado em 25/08/2010, DJe 08/09/2010)\nComo dito alhures, aplica\u00e7\u00e3o de \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria se presta para recuperar o poder de compra do valor emprestado. Este poder de\n\n\fcompra \u00e9 diretamente influenciado por um processo inflacion\u00e1rio. O pr\u00f3prio STJ reconhece a influ\u00eancia da infla\u00e7\u00e3o e da defla\u00e7\u00e3o na composi\u00e7\u00e3o do \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, sen\u00e3o vejamos:\n\nPREVIDENCI\u00c1RIO E ECON\u00d4MICO. T\u00cdTULO EXECUTIVO\n\nJUDICIAL.\n\nDETERMINA\u00c7\u00c3ODE\n\nCORRE\u00c7\u00c3O\n\nMONET\u00c1RIA PELO IGP-M. \u00cdNDICES DE\n\nDEFLA\u00c7\u00c3O.APLICABILIDADE. OFENSA AO PRINC\u00cdPIO\n\nDA IRREDUTIBILIDADE DOS VENCIMENTOS. N\u00c3O\n\nOCORR\u00caNCIA. PRESERVA\u00c7\u00c3O DO VALOR NOMINAL\n\nDA OBRIGA\u00c7\u00c3O. PRECEDENTES.1. \"A corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria nada\n\nmais \u00e9 do que um mecanismo de manuten\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda, n\u00e3o\n\ndevendo representar, consequentemente, por si s\u00f3, nem um plus nem um minus\n\nem sua subst\u00e2ncia. Corrigir o valor nominal da obriga\u00e7\u00e3o representa, portanto,\n\nmanter, no tempo, o seu poder de compra original, alterado pelas oscila\u00e7\u00f5es\n\ninflacion\u00e1rias positivas e negativas ocorridas no per\u00edodo. Atualizar a obriga\u00e7\u00e3o\n\nlevando em conta apenas oscila\u00e7\u00f5es positivas importaria distorcer a realidade\n\necon\u00f4mica produzindo um resultado que n\u00e3o representa a simples manuten\u00e7\u00e3o\n\ndo primitivo poder aquisitivo, mas um indevido acr\u00e9scimo no valor real. Nessa\n\nlinha, estabelece o Manual de Orienta\u00e7\u00e3o de Procedimento de C\u00e1lculos\n\naprovado pelo Conselho da Justi\u00e7a Federal que, n\u00e3o havendo decis\u00e3o judicial\n\nem contr\u00e1rio, \"os \u00edndices negativos de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria (defla\u00e7\u00e3o) ser\u00e3o\n\nconsiderados no c\u00e1lculo de atualiza\u00e7\u00e3o\", com a ressalva de que, se, no c\u00e1lculo\n\nfinal, 'a atualiza\u00e7\u00e3o implicar redu\u00e7\u00e3o do principal, deve prevalecer o valor\n\nnominal'\" (Corte Especial, REsp 1.265.580/RS, Rel. Min. TEORI\n\nALBINO ZAVASCKI, DJe18/4/12).2. No precedente da Corte\n\nEspecial, mencionado na decis\u00e3o agravada, ficou expressamente consignado que\n\nse, na atualiza\u00e7\u00e3o da d\u00edvida, houver redu\u00e7\u00e3o do principal, deve prevalecer o\n\nvalor nominal, em respeito ao princ\u00edpio da irredutibilidade de\n\nvencimentos,previsto nos arts. 7\u00ba, VI e 37, XV, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal.3.\n\nA compreens\u00e3o no sentido de que n\u00e3o h\u00e1 viola\u00e7\u00e3o ao princ\u00edpio da\n\nirredutibilidade dos vencimentos, quando preservado o valor nominal da\n\nobriga\u00e7\u00e3o, encontra respaldo na jurisprud\u00eancia do STF e do STJ.4. Agravo\n\nregimental improvido.(AgRg nos EREsp 1252558/RS, Rel. Ministro\n\nSERGIO KUKINA, PRIMEIRA SE\u00c7\u00c3O, julgado em 13/03/2013,\n\nDJe 21/03/2013)(grifos nossos)\n\nN\u00e3o podemos nos esquecer de que a cultura da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria est\u00e1 de tal forma arraigada ao nosso sistema econ\u00f4mico, que o pr\u00f3prio C\u00f3digo Civil de 2002, traz diversos dispositivos garantindo atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria:\n\nArt. 389. N\u00e3o cumprida a obriga\u00e7\u00e3o, responde o devedor por perdas e danos, mais juros e atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria segundo \u00edndices oficiais regularmente estabelecidos, e honor\u00e1rios de advogado. Art. 395. Responde o devedor pelos preju\u00edzos a que sua mora der causa, mais juros, atualiza\u00e7\u00e3o dos valores monet\u00e1rios segundo \u00edndices oficiais regularmente estabelecidos, e honor\u00e1rios de advogado.\n\n\fArt. 404. As perdas e danos, nas obriga\u00e7\u00f5es de pagamento em dinheiro, ser\u00e3o pagas com atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria segundo \u00edndices oficiais regularmente estabelecidos, abrangendo juros, custas e honor\u00e1rios de advogado, sem preju\u00edzo da pena convencional. Art. 418. Se a parte que deu as arras n\u00e3o executar o contrato, poder\u00e1 a outra t\u00ea-lo por desfeito, retendo-as; se a inexecu\u00e7\u00e3o for de quem recebeu as arras, poder\u00e1 quem as deu haver o contrato por desfeito, e exigir sua devolu\u00e7\u00e3o mais o equivalente, com atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria segundo \u00edndices oficiais regularmente estabelecidos, juros e honor\u00e1rios de advogado. Art. 772. A mora do segurador em pagar o sinistro obriga \u00e0 atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria da indeniza\u00e7\u00e3o devida segundo \u00edndices oficiais regularmente estabelecidos, sem preju\u00edzo dos juros morat\u00f3rios. Art. 884. Aquele que, sem justa causa, se enriquecer \u00e0 custa de outrem, ser\u00e1 obrigado a restituir o indevidamente auferido, feita a atualiza\u00e7\u00e3o dos valores monet\u00e1rios.\nEste retrospecto da evolu\u00e7\u00e3o legal e jurisprudencial a respeito da aplica\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria se fez necess\u00e1rio para que pud\u00e9ssemos chegar ao n\u00facleo do argumento desta a\u00e7\u00e3o.\nHoje, no pa\u00eds, h\u00e1 dois tipos de \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. \u00cdndices que refletem a infla\u00e7\u00e3o e, portanto, recuperam o poder de compra do valor aplicado, como o IPCA e o INPC, e um \u00edndice que n\u00e3o reflete a infla\u00e7\u00e3o, e consequentemente n\u00e3o recupera o poder de compra do valor aplicado \u2013 a Taxa Referencial/TR.\nHistoricamente, \u00e9 preciso lembrar que a Taxa Referencial nunca foi igual \u00e0 infla\u00e7\u00e3o. Nem quando experimentamos hiperinfla\u00e7\u00e3o, nem quando experimentamos defla\u00e7\u00e3o. Todavia, os \u00edndices da TR, do INPC e do IPCA, sempre andaram pr\u00f3ximos. Em outras palavras, imperava a razoabilidade nos \u00edndices da TR para que pudessem atingir a finalidade de corre\u00e7\u00e3o do valor do capital.\n\nANO 1991 1992 1993 1994 1995 1996\n\nTR 335,51% 1.156,22% 2.474,73% 951,19% 31,6207% 9,5551%\n\nINPC 475,11% 1.149,05% 2.489,11% 929,32% 21,98% 9,125%\n\nIPCA 472,69% 1.119,09% 2,477,15% 916,43% 22,41% 9,56%\n\nN\u00e3o obstante, o cen\u00e1rio come\u00e7a a mudar a partir de 1999. A TR se distancia expressivamente do INPC e do IPCA, ao ponto de hoje a infla\u00e7\u00e3o superar 6% ao ano e a TR ser igual a zero. Logo, ela n\u00e3o se presta para o fim de manter o poder aquisitivo dos dep\u00f3sitos do FGTS, que s\u00e3o um patrim\u00f4nio do trabalhador.\n\n\fO sentimento geral \u00e9 que h\u00e1 muito tempo o FGTS \u00e9 um fundo in\u00edquo por ele n\u00e3o ter recomposi\u00e7\u00e3o inflacion\u00e1ria dos seus recursos. Na verdade, o trabalhador n\u00e3o est\u00e1 financiando programas de habita\u00e7\u00e3o popular, saneamento b\u00e1sico e infraestrutura urbana, ele est\u00e1 subsidiando.\nAo contr\u00e1rio de outros investimentos, o FGTS n\u00e3o \u00e9 um fundo de livre disposi\u00e7\u00e3o por parte do trabalhador, n\u00e3o podendo ele decidir sponte pr\u00f3pria quais as aplica\u00e7\u00f5es que lhe s\u00e3o mais convenientes ou rent\u00e1veis. O trabalhador tem que se submeter a pol\u00edticas econ\u00f4micas e sociais que lhe s\u00e3o altamente prejudiciais.\nOra, mas a pr\u00f3pria Lei do FGTS diz em seu artigo 2\u00ba que \u00e9 garantida a atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e juros. Quando a TR \u00e9 igual a zero este artigo \u00e9 descumprido. Quando a TR \u00e9 m\u00ednima e totalmente desproporcional em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 infla\u00e7\u00e3o, este artigo tamb\u00e9m \u00e9 descumprido e o patrim\u00f4nio do trabalhador \u00e9 subtra\u00eddo por quem tem o dever legal de administr\u00e1-lo.\nEm um cen\u00e1rio de TR zero e infla\u00e7\u00e3o p\u00fablica e not\u00f3ria, estamos diante de uma situa\u00e7\u00e3o de confisco. O Governo Federal, atrav\u00e9s da Caixa Econ\u00f4mica Federal, est\u00e1 confiscando os rendimentos dos trabalhadores, para subsidiar pol\u00edticas p\u00fablicas, sem a menor possibilidade de inger\u00eancia destes trabalhadores.\nAssim como em nosso Estado Democr\u00e1tico de Direito, a Constitui\u00e7\u00e3o veda que se utilize o tributo com efeito de confisco, o trabalhador n\u00e3o pode ser punido com o confisco do que a pr\u00f3pria Caixa define em seu s\u00edtio eletr\u00f4nico, como um patrim\u00f4nio do trabalhador, e definitivamente o \u00e9.\nQuando se fala em patrim\u00f4nio, imediatamente sobrev\u00e9m li\u00e7\u00e3o da Professora Maria Helena Diniz ao comentar o artigo 91 do Novo C\u00f3digo Civil:\nArt. 91. Constitui universalidade de direito o complexo de rela\u00e7\u00f5es jur\u00eddicas de uma pessoa, dotadas de valor econ\u00f4mico. Universalidade de direito. \u00c9 a constitu\u00edda por bens singulares corp\u00f3reos heterog\u00eaneos ou incorp\u00f3reos (complexo de rela\u00e7\u00f5es jur\u00eddicas), a que a norma jur\u00eddica, com o intuito de produzir certos efeitos, d\u00e1 unidade, por serem dotados de valor econ\u00f4mico, como p. ex., o patrim\u00f4nio (...) O patrim\u00f4nio e a heran\u00e7a s\u00e3o considerados como um conjunto, ou seja, como uma universalidade. Embora se constituam ou n\u00e3o de bens materiais e de cr\u00e9ditos, esses bens se unificam numa express\u00e3o econ\u00f4mica, que \u00e9 o valor. O patrim\u00f4nio \u00e9 complexo de rela\u00e7\u00f5es jur\u00eddicas de uma pessoa apreci\u00e1veis economicamente. Incluem-se no patrim\u00f4nio: a posse, os direitos reais, as obriga\u00e7\u00f5es e as a\u00e7\u00f5es correspondentes a tais direitos. O patrim\u00f4nio abrange direitos e deveres redut\u00edveis a dinheiro. (C\u00f3digo Civil Anotado, Ed. Saraiva, pag. 100) (grifamos).\nLevando em conta que a rela\u00e7\u00e3o jur\u00eddica entre os trabalhadores e a Caixa \u00e9 de direito pessoal, o artigo 233 do C\u00f3digo Civil se torna inafast\u00e1vel, na medida em\n\n\fque determina que a obriga\u00e7\u00e3o de dar coisa certa abrange os acess\u00f3rios, ainda que n\u00e3o mencionados.\nArt. 233. A obriga\u00e7\u00e3o de dar coisa certa abrange os acess\u00f3rios dela embora n\u00e3o mencionados, salvo se o contr\u00e1rio resultar do t\u00edtulo ou das circunst\u00e2ncias do caso.\nOra, acess\u00f3rios de dinheiro s\u00e3o os juros e a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. E ent\u00e3o voltamos \u00e0 Taxa Referencial.\nDA MANIPULA\u00c7\u00c3O DA TR PELO BANCO CENTRAL/CMN\nIndependentemente da discuss\u00e3o sobre sua natureza jur\u00eddica, vamos aqui partir do pressuposto, assentado pela jurisprud\u00eancia, principalmente do STJ, que a TR \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria.\nTanto o artigo 1\u00ba da lei n\u00ba 8.177/91 quando o artigo 5\u00ba da Lei n\u00ba 10.192/01 (que convolou a MP 1.053/95) atribu\u00edram ao Banco Central a regulamenta\u00e7\u00e3o da metodologia de c\u00e1lculo da TR, conforme crit\u00e9rio estabelecido na lei e a expedi\u00e7\u00e3o das instru\u00e7\u00f5es necess\u00e1rias ao cumprimento do artigo que criou a TBF.\nArt. 1\u00b0 O Banco Central do Brasil divulgar\u00e1 Taxa Referencial (TR), calculada a partir da remunera\u00e7\u00e3o mensal m\u00e9dia l\u00edquida de impostos, dos dep\u00f3sitos a prazo fixo captados nos bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos m\u00faltiplos com carteira comercial ou de investimentos, caixas econ\u00f4micas, ou dos t\u00edtulos p\u00fablicos federais, estaduais e municipais, de acordo com metodologia a ser aprovada pelo Conselho Monet\u00e1rio Nacional, no prazo de sessenta dias, e enviada ao conhecimento do Senado Federal. . (Lei n\u00ba 8177/91)\nArtigo 5\u00ba Fica institu\u00edda Taxa B\u00e1sica Financeira \u2013 TBF, para ser utilizada exclusivamente como base de remunera\u00e7\u00e3o de opera\u00e7\u00f5es realizadas no mercado financeiro, de prazo de dura\u00e7\u00e3o igual ou superior a sessenta dias. Par\u00e1grafo \u00fanico. O Conselho Monet\u00e1rio Nacional expedir\u00e1 as instru\u00e7\u00f5es necess\u00e1rias ao cumprimento do disposto neste artigo, podendo inclusive, ampliar o prazo m\u00ednimo previsto no caput. (Lei n\u00ba 10.192/01)\nNo mister de regulamentar a TR, o Banco Central/CMN vem ao longo dos anos criando e reinventando f\u00f3rmulas para encontr\u00e1-la. Pelo menos desde a Resolu\u00e7\u00e3o 2.075, de 26 de maio de 1994, h\u00e1 f\u00f3rmulas para encontrar a TR. Todavia, \u00e9 com a institui\u00e7\u00e3o da Taxa B\u00e1sica Financeira, pela Medida Provis\u00f3ria 1.053/95, de 30 de junho de 1995, que a forma de c\u00e1lculo da TR sofre uma expressiva reviravolta\n. Desde a Resolu\u00e7\u00e3o 2.437, de 30 de outubro de 1997, a TR \u00e9 calculada levando em conta a Taxa B\u00e1sica Financeira e um Redutor.\nA Resolu\u00e7\u00e3o 3.354/06, hoje vigente sobre o assunto, diz o seguinte:\n\n\fArt. 1\u00ba Estabelecer que, para fins de c\u00e1lculo da Taxa B\u00e1sica Financeira TBF e da Taxa Referencial - TR, de que tratam os arts. 1\u00ba da Lei 8.177, de 1\u00ba de mar\u00e7o de 1991, 1\u00ba da Lei 8.660, de 28 de maio de 1993, e 5\u00ba da Lei 10.192, de 14 de fevereiro de 2001, deve ser constitu\u00edda amostra das 30 maiores institui\u00e7\u00f5es financeiras do Pa\u00eds, assim consideradas em fun\u00e7\u00e3o do volume de capta\u00e7\u00e3o efetuado por meio de certificados e recibos de dep\u00f3sito banc\u00e1rio (CDB/RDB), com prazo de 30 a 35 dias corridos, inclusive, e remunerados a taxas prefixadas, entre bancos m\u00faltiplos, bancos comerciais, bancos de investimento e caixas econ\u00f4micas. Art. 2\u00ba A TBF e a TR s\u00e3o calculadas a partir da remunera\u00e7\u00e3o mensal m\u00e9dia dos CDB/RDB emitidos a taxas de mercado prefixadas, com prazo de 30 a 35 dias corridos, inclusive, com base em informa\u00e7\u00f5es prestadas pelas institui\u00e7\u00f5es integrantes da amostra de que trata o art. 1\u00ba, na forma a ser determinada pelo Banco Central do Brasil. Art. 4\u00ba Para cada dia do m\u00eas - dia de refer\u00eancia -, o Banco Central do Brasil deve calcular a TBF, para o per\u00edodo de um m\u00eas, com in\u00edcio no pr\u00f3prio dia de refer\u00eancia e t\u00e9rmino no dia correspondente ao dia de refer\u00eancia no m\u00eas seguinte, considerada a hip\u00f3tese prevista no \u00a7 2\u00ba, inciso IV. (...) Art. 5\u00ba Para cada TBF obtida, segundo a metodologia descrita no art. 4\u00ba, deve ser calculada a correspondente TR, pela aplica\u00e7\u00e3o de um redutor \"R\", de acordo com a seguinte f\u00f3rmula: TR = max {0,100 {[ (1 + TBF/100) / R ] - 1}} (em %). \u00a7 1\u00ba O valor do redutor 'R' deve ser calculado para todos os dias, inclusive n\u00e3o-\u00fateis, de acordo com a seguinte f\u00f3rmula: R = (a + b . TBF/100), onde:Resolu\u00e7\u00e3o n\u00ba 3354, de 31 de mar\u00e7o de 2006. TBF = TBF relativa ao dia de refer\u00eancia; a = 1,005; b = valor determinado de acordo com a tabela abaixo, em fun\u00e7\u00e3o da TBF obtida, segundo a metodologia descrita no art. 4\u00ba, em termos percentuais ao ano: TBF (% a.a.) b TBF maior que 16 0,48 TBF menor ou igual a 16 e maior que 15 0,44 TBF menor ou igual a 15 e maior que 14 0,40 TBF menor ou igual a 14 e maior que 13 0,36 TBF menor ou igual a 13 e maior ou igual a 11 0,32 Reda\u00e7\u00e3o dada pela Resolu\u00e7\u00e3o 3.446, de 05/03/2007. \u00a7 2\u00ba Fica o Banco Central do Brasil autorizado a determinar o valor do par\u00e2metro \"b\" no caso de a TBF obtida ser inferior a 11% a.a. (onze por cento ao ano).\nO peculiar nesta determina\u00e7\u00e3o do Banco Central/CMN, que de resto se repete desde 1997, \u00e9 que a TBF e TR s\u00e3o exatamente iguais em sua g\u00eanese at\u00e9 o momento em que se determina que se aplique um redutor \u00e0 TBF para se chegar \u00e0 TR.\n\n\fN\u00e3o h\u00e1 na Lei da TR previs\u00e3o de aplica\u00e7\u00e3o de redutor, assim como n\u00e3o h\u00e1 na Lei que criou a TBF. Todavia, causa estranheza que diante de um comando aberto como o do art. 5\u00ba da MP n\u00ba 1.503/95 (Lei n\u00ba 10.192/01), o Banco Central/CMN, com amplos poderes para regulamentar o assunto, n\u00e3o tenha institu\u00eddo um redutor, mas o tenha feito ao regulamentar o artigo 1\u00ba da lei n\u00ba 8.177/91, que n\u00e3o era t\u00e3o flex\u00edvel.\nO Economista C\u00e9sar Roberto Buzin explica o qu\u00ea o Banco Central/CMN est\u00e1 fazendo com a TR, neste trecho do Parecer Econ\u00f4mico que se junta a esta inicial.\nObjeto de discuss\u00e3o \u00e9 a utiliza\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, que apesar de n\u00e3o ter sido criada como um \u00edndice de indexa\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, vem sendo utilizada para tal finalidade na corre\u00e7\u00e3o dos valores aplicados \u00e0 caderneta de poupan\u00e7a e outras aplica\u00e7\u00f5es como os dep\u00f3sitos do FGTS, dinheiro pertencente aos trabalhadores, por\u00e9m, com gest\u00e3o de terceiros. A posi\u00e7\u00e3o adotada pelo Superior Tribunal de Justi\u00e7a, em agosto de 2010, a respeito da utiliza\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria foi sacramentada por meio da cria\u00e7\u00e3o da S\u00famula 454, com a seguinte reda\u00e7\u00e3o: \u201cPactuada a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria nos contrato do SFH pelo mesmo \u00edndice aplic\u00e1vel \u00e0 caderneta de poupan\u00e7a, incide a Taxa Referencial (TR) a partir da vig\u00eancia da Lei 8.177/91\u201d. A TR \u00e9 calculada a partir da Taxa B\u00e1sica Financeira (TBF), uma m\u00e9dia de taxas de juros pagas nas aplica\u00e7\u00f5es em certificados de dep\u00f3sitos banc\u00e1rios (CDB) emitidas pelas 30 maiores institui\u00e7\u00f5es financeiras. Para calcular o valor da TR, \u00e9 preciso aplicar um redutor sobre a TBF, que depende de dois par\u00e2metros, chamados de \u201ca\u201d e \u201cb\u201d. O par\u00e2metro \u201ca\u201d \u00e9 o fator de 1,005, equivalente \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o da caderneta antiga, ou seja, 0,5% ao m\u00eas, ou 6,17% ao ano de juros remunerat\u00f3rio. Enquanto que o \u201cb\u201d \u00e9 um decimal menor do que 1, arbitrado pelo BACEN e que varia de acordo com o n\u00edvel de taxa de juros b\u00e1sica da economia, divulgada ap\u00f3s as reuni\u00f5es do Comit\u00ea de Pol\u00edtica Monet\u00e1ria do BC (Copom). Para calcular o redutor (R) o par\u00e2metro \u201cb\u201d \u00e9 multiplicado pelo valor da TBF e somado ao par\u00e2metro \u201ca\u201d, ou seja, R= a + b x TBF TR= 1+TBF \u2013 1 A f\u00f3rmula significa que os novos dep\u00f3sitos realizados nas contas de dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a tenham como remunera\u00e7\u00e3o adicional (TR): (i) 0,5% a. m. enquanto a meta da taxa SELC, taxa b\u00e1sica de juros, definida pelo BACEN, estiver acima de 8,5% a.a e (ii) 70% da meta da taxa SELIC, mensalizada, vigente na data do in\u00edcio do per\u00edodo de rendimento. No n\u00edvel atual de taxa de juros decrescente de uma economia estabilizada e num cen\u00e1rio para os pr\u00f3ximos anos, de juros baixos, a TR permanecer\u00e1 por um longo per\u00edodo indeterminado como zero.\nNa esteira do que foi deduzido no Parecer, um quadro comparativo entre os percentuais da TR, INPC e IPCA, desde 1997, os dep\u00f3sitos nas contas\n\n\fvinculadas do FGTS dos trabalhadores est\u00e3o perdendo poder de compra, notadamente a partir de 1999.\n\nANO 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 (at\u00e9 mar\u00e7o)\n\nTR 9,7849% 7,7938% 5,7295% 2,0962% 2,2852% 2,8023% 4,6485% 1,8184% 2,8335% 2,0377% 1,4452% 1,6348% 0,7090% 0,6887% 1,2079% 0,2897% 0,00%\n\nINPC 4,34% 2,49% 8,43% 5,27% 9,44% 14,74% 10,38% 6,13% 5,05% 2,81% 5,15% 6,48% 4,11% 6,46% 6,07% 6,17% 2,05%\n\nIPCA 5,22% 1,65% 8,94% 5,97% 7,67% 12,53% 9,30% 7,60% 5,69% 3,14% 4,46% 5,90% 4,31% 5,91% 6,50% 5,84% 1,94%\n\nExcel\u00eancia, hoje, o trabalhador que tem seu dinheiro aplicado no FGTS, e de l\u00e1 n\u00e3o pode retir\u00e1-lo para outro investimento, est\u00e1 sendo remunerado com 0,247% de juros ao m\u00eas e mais nada. N\u00e3o h\u00e1 nem corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria nem Taxa Referencial (independentemente da sua natureza jur\u00eddica), em flagrante ofensa ao artigo 2\u00ba da Lei n\u00ba 8.036/90, que imp\u00f5e a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos valores depositados pelo empregador.\n\nAinda que se argumente que a aplica\u00e7\u00e3o do Redutor pelo Banco Central/CMN seja legal, sua redu\u00e7\u00e3o a zero em um cen\u00e1rio de infla\u00e7\u00e3o superior a 6% ao ano, configura flagrante afronta ao artigo 2\u00ba da Lei n\u00ba 8.036/90, que determina a atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, bem como ao artigo 233 do C\u00f3digo Civil, quando sonega os acess\u00f3rios da obriga\u00e7\u00e3o de dar.\n\nMas \u00e9 necess\u00e1rio ir mais al\u00e9m e revisitar o entendimento jurisprudencial sobre a TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, m\u00e1xime a partir da institui\u00e7\u00e3o de um redutor que tem por efeito zerar o \u00edndice da TR em um ambiente de infla\u00e7\u00e3o.\n\nO quadro comparativo mostra que a TR n\u00e3o se presta como atualizador monet\u00e1rio do FGTS, pelo menos desde janeiro de 1999. Desde o momento em que o Banco Central/CMN estabeleceu um redutor para a TR, ela deixou de ser um \u00edndice confi\u00e1vel para atualizar monetariamente as contas do FGTS, porque se descola dos \u00edndices de infla\u00e7\u00e3o, sendo reduzido ano a ano. A finalidade da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u00e9 manter o poder de compra do capital, e esta finalidade nem de perto vem sendo alcan\u00e7ada pela TR. A anula\u00e7\u00e3o total da TR \u00e9 s\u00f3 o desfecho desta pol\u00edtica predat\u00f3ria para o trabalhador.\n\n\fO trabalhador, que luta para formar um patrim\u00f4nio, tem que poder confiar na lei. Esta confian\u00e7a est\u00e1 quebrada.\nH\u00e1 a n\u00edtida expropria\u00e7\u00e3o do patrim\u00f4nio do trabalhador, na medida em que se nega a ele a devida atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. Como dito no estudo acostado \u00e0 inicial:\nA atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u00e9 o elemento mais importante do mercado financeiro, pois sem a medi\u00e7\u00e3o precisa da perda do poder aquisitivo da moeda com o decorrer do tempo, ocorre uma gigantesca destrui\u00e7\u00e3o de valor. O objetivo fundamental de escolha de um \u00edndice de atualiza\u00e7\u00e3o nos ativos (neg\u00f3cios, contratos, aplica\u00e7\u00f5es e etc) \u00e9 de proteger o patrim\u00f4nio, evitando que ele seja corro\u00eddo pela infla\u00e7\u00e3o.\nO Poder Judici\u00e1rio h\u00e1 de se opor a este esbulho, confisco, expropria\u00e7\u00e3o que o trabalhador est\u00e1 sofrendo, desde janeiro de 1999, com as constantes redu\u00e7\u00f5es da TR em rela\u00e7\u00e3o aos \u00edndices de infla\u00e7\u00e3o, culminando na sua completa nulidade, ininterruptamente, desde setembro de 2012.\nEm 1991 e 1992, quando o STF julgou a ADI 493-0/DF, ele deixou bem assentado que a TR n\u00e3o constitu\u00eda \u00edndice que refletia a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda. Esta caracter\u00edstica da TR tem se confirmado ao longo dos anos. A sua aplica\u00e7\u00e3o aos saldos dos dep\u00f3sitos do FGTS tem gerado \u201cgigantesca destrui\u00e7\u00e3o de valor\u201d do patrim\u00f4nio do trabalhador. H\u00e1 anos, os trabalhadores que tem dep\u00f3sitos no FGTS n\u00e3o experimentam ganhos reais em sua aplica\u00e7\u00e3o. Ao contr\u00e1rio. H\u00e1 muito tempo, os trabalhadores tem rendimentos inferiores \u00e0 infla\u00e7\u00e3o, mesmo levando em conta a remunera\u00e7\u00e3o dos juros de 3% ao ano.\nO que torna a TR um \u00edndice inid\u00f4neo \u00e9 a intensa inger\u00eancia do Banco Central/CMN na sua formula\u00e7\u00e3o. Como explica o Economista C\u00e9sar Buzim:\nA TR deveria servir como refer\u00eancia para os juros vigentes no Brasil, sendo divulgada mensalmente, a fim de evitar que a taxa de juros no m\u00eas corrente refletisse a infla\u00e7\u00e3o do m\u00eas anterior, apesar das suas caracter\u00edsticas, foi usada como \u00edndice econ\u00f4mico de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria (...) A mudan\u00e7a no comportamento da TR n\u00e3o se deve somente a oscila\u00e7\u00f5es da economia, mas tamb\u00e9m \u00e0 sistem\u00e1tica apurat\u00f3ria desse \u00edndice. Inicialmente, ficou estabelecido que o BACEN efetuaria o c\u00e1lculo da TR a partir da remunera\u00e7\u00e3o mensal m\u00e9dia dos certificados e recibos de dep\u00f3sito banc\u00e1rio (CDB/RDB) emitidos por uma amostra de institui\u00e7\u00f5es financeiras, levando em conta a taxa m\u00e9dia de remunera\u00e7\u00e3o dos CDB/RDB\u00b4s e um redutor fixado por resolu\u00e7\u00e3o do CMN. Como consequ\u00eancia da atua\u00e7\u00e3o do BACEN, a taxa referencial deixou de refletir o \u00edndice inflacion\u00e1rio a partir de 1999. (...) O preju\u00edzo causado aos trabalhadores devido \u00e0 aplica\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u00e9 tamanho que quando analisado o fator de corre\u00e7\u00e3o\n\n\facumulado do FGTS visualiza-se que a rentabilidade desse fundo n\u00e3o supera os \u00edndices inflacion\u00e1rios desde 2002, rendendo menos que a infla\u00e7\u00e3o a partir de 2007, apesar da aplica\u00e7\u00e3o de juros de 3% a.a. Diante do exposto, podemos afirmar que a TR n\u00e3o rep\u00f5e mais as perdas inflacion\u00e1rias, o que afeta consideravelmente os poupadores, bem como os trabalhadores que possuem o FGTS. (...) Com base nas normas Resolu\u00e7\u00e3o CMN n\u00ba 2.437, de 30.10.98, Resolu\u00e7\u00e3o CMN n\u00ba 2.604, de 23.04.99. resolu\u00e7\u00e3o CMN n\u00ba 2.809, de 21.12.00, Resolu\u00e7\u00e3o CMN n\u00ba 3.354 de 31.03.2006, Resolu\u00e7\u00e3o CMN n\u00ba 3.446 de 05.03.2007 e Circular n\u00ba 3.356 de 11.07.2007, que estabeleceram no decorrer dos anos a forma de c\u00e1lculo da TR, bem como nas informa\u00e7\u00f5es disponibilizadas pelo BACEN foi constru\u00edda planilha demonstrando a evolu\u00e7\u00e3o do fator de pondera\u00e7\u00e3o \u201cb\u201d, elemento essencial para o c\u00e1lculo do redutor da TR. As primeiras mudan\u00e7as significativas da TR ocorreram atrav\u00e9s das Resolu\u00e7\u00f5es CMN n\u00ba 2.387/97 e n\u00ba 2.437/97 que estabeleceram a f\u00f3rmula de c\u00e1lculo do redutor da TR com duas novas vari\u00e1veis, ambas definidas pelo BACEN, quais sejam: a constante \u201ca\u201d e o fator de pondera\u00e7\u00e3o \u201cb\u201d. A partir da Resolu\u00e7\u00e3o CMN n\u00ba 2.809/2000, o BACEN passou a determinar o fator \u201cb\u201d, sem crit\u00e9rio t\u00e9cnico conhecido, a partir de certo patamar, conforme visualizado na tabela abaixo:\n\nMS \u2013 \u00e9 a meta para a taxa SELIC em (% a.a)\n\nMS\n\n\u201cb\u201d\n\nMS\n\n> 16\n\n0,48\n\n16 >=\n\nMS >15 0,44\n\n15 >=\n\nMS >14 0,40\n\n14 >=\n\nMS >13 0,36\n\n13 >=\n\nMS >12 0,32\n\n12 >=\n\nMS >11 0,28\n\n11 >=\n\nMS >10 0,24\n\n10\n\nAbaixo de 10 fator \u201cb\u201d determinado pelo BACEN\n\nEssa discricionariedade do BACEN na valora\u00e7\u00e3o do fator \u201cb\u201d, acolhida pelas circulares e resolu\u00e7\u00f5es posteriores, impactou o c\u00e1lculo do Redutor da TR.\n\nDe pouco adiantaria ao trabalhador que fosse determinado ao Banco Central/CMN que recalculasse a TR, pois uma nova f\u00f3rmula estaria igualmente sob a discricionariedade e subjetivismo total do Banco. Basta avaliar a sucess\u00e3o de resolu\u00e7\u00f5es do Banco Central/CMN sobre o tema, conforme Parecer do referido Economista.\n\nPartindo da premissa inequ\u00edvoca de que a partir de 1999 TR n\u00e3o rep\u00f5e as perdas monet\u00e1rias dos dep\u00f3sitos do FGTS, outro caminho n\u00e3o existe se n\u00e3o o de adotar um novo \u00edndice que verdadeiramente corrija estes dep\u00f3sitos.\n\n\fDOS \u00cdNDICES QUE EFETIVAMENTE PRODUZEM CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA\nA Lei de Introdu\u00e7\u00e3o \u00e0s Normas do direito Brasileiro estabelece em seu artigo 5\u00ba que na aplica\u00e7\u00e3o da lei, o juiz atender\u00e1 aos fins sociais a que ela se dirige e \u00e0s exig\u00eancias do bem comum.\nA Lei do FGTS tem um fim social indiscut\u00edvel, proteger o trabalhador e constituir um patrim\u00f4nio que lhe sirva de arrimo em v\u00e1rias situa\u00e7\u00f5es de sua vida.\nDiante de tudo que foi demonstrado, o juiz atender\u00e1 aos fins sociais da Lei do FGTS ao reconhecer que corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, reposi\u00e7\u00e3o dos \u00edndices inflacion\u00e1rios de forma a garantir o poder de compra daquele dinheiro ali depositado no Fundo, \u00e9 efetivamente devida pela Caixa.\nSe a TR n\u00e3o pode ser considerada um \u00edndice id\u00f4neo, sobrev\u00e9m a necessidade de substitu\u00ed-la por um \u00edndice que realmente reponha as perdas monet\u00e1rias. E ent\u00e3o, nada obsta que o juiz considere \u00edndices previsto em outra legisla\u00e7\u00e3o.\nAt\u00e9 por uma quest\u00e3o de equidade, o melhor \u00edndice que pode substituir a TR \u00e9 o \u00edndice que corrige monetariamente o sal\u00e1rios dos trabalhadores e os benef\u00edcios previdenci\u00e1rios. Este \u00edndice est\u00e1 previsto na Lei 12.382 de 25 de fevereiro de 2011, cujos primeiros artigos trazem a seguinte dic\u00e7\u00e3o:\nArt. 1o O sal\u00e1rio m\u00ednimo passa a corresponder ao valor de R$ 545,00 (quinhentos e quarenta e cinco reais). Par\u00e1grafo \u00fanico. Em virtude do disposto no caput, o valor di\u00e1rio do sal\u00e1rio m\u00ednimo corresponder\u00e1 a R$ 18,17 (dezoito reais e dezessete centavos) e o valor hor\u00e1rio, a R$ 2,48 (dois reais e quarenta e oito centavos). Art. 2o Ficam estabelecidas as diretrizes para a pol\u00edtica de valoriza\u00e7\u00e3o do sal\u00e1rio m\u00ednimo a vigorar entre 2012 e 2015, inclusive, a serem aplicadas em 1o de janeiro do respectivo ano. \u00a7 1o Os reajustes para a preserva\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo do sal\u00e1rio m\u00ednimo corresponder\u00e3o \u00e0 varia\u00e7\u00e3o do \u00cdndice Nacional de Pre\u00e7os ao Consumidor - INPC, calculado e divulgado pela Funda\u00e7\u00e3o Instituto Brasileiro de Geografia e Estat\u00edstica - IBGE, acumulada nos doze meses anteriores ao m\u00eas do reajuste. \u00a7 2o Na hip\u00f3tese de n\u00e3o divulga\u00e7\u00e3o do INPC referente a um ou mais meses compreendidos no per\u00edodo do c\u00e1lculo at\u00e9 o \u00faltimo dia \u00fatil imediatamente anterior \u00e0 vig\u00eancia do reajuste, o Poder Executivo estimar\u00e1 os \u00edndices dos meses n\u00e3o dispon\u00edveis. \u00a7 3o Verificada a hip\u00f3tese de que trata o \u00a7 2o, os \u00edndices estimados permanecer\u00e3o v\u00e1lidos para os fins desta Lei, sem qualquer revis\u00e3o, sendo os eventuais res\u00edduos compensados no reajuste subsequente, sem retroatividade. \u00a7 4o A t\u00edtulo de aumento real, ser\u00e3o aplicados os seguintes percentuais:\n\n\fI - em 2012, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do Produto Interno Bruto - PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2010; II - em 2013, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2011; III - em 2014, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2012; e IV - em 2015, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2013. \u00a7 5o Para fins do disposto no \u00a7 4o, ser\u00e1 utilizada a taxa de crescimento real do PIB para o ano de refer\u00eancia, divulgada pelo IBGE at\u00e9 o \u00faltimo dia \u00fatil do ano imediatamente anterior ao de aplica\u00e7\u00e3o do respectivo aumento real.\nN\u00e3o h\u00e1 porque ter dois pesos e duas medidas. Se o sal\u00e1rio m\u00ednimo \u00e9 corrigido monetariamente pelo INPC, o dep\u00f3sito do FGTS que, em \u00faltimas an\u00e1lise, \u00e9 um sal\u00e1rio indireto do trabalhador, tamb\u00e9m h\u00e1 de s\u00ea-lo.\nE observe que o objetivo da Lei em corrigir o sal\u00e1rio m\u00ednimo pelo INPC decorre exclusivamente da necessidade de preservar seu poder aquisitivo. A necessidade de preservar o poder aquisitivo \u00e9 um constante em todas as transa\u00e7\u00f5es financeiras, e ela s\u00f3 aperfei\u00e7oa quando rep\u00f5e efetivamente as perdas inflacion\u00e1rias.\nOutro \u00edndice que se mostra aplic\u00e1vel, na hip\u00f3tese deste douto Ju\u00edzo entender que n\u00e3o se aplicaria o INPC, \u00e9 o IPCA, \u00edndice oficial do Governo Federal para medi\u00e7\u00e3o das metas inflacion\u00e1rias, contratadas com o FMI, a partir de julho de 1999 (informa\u00e7\u00e3o obtida no Portal Brasil (WWW.portalbrasil.net).\nAmbos os \u00edndices s\u00e3o infinitamente mais adequados a preservar o poder aquisitivo dos dep\u00f3sitos do FGTS do que a aniquilada TR.\n\nDO PREQUESTIONAMENTO PARA EVENTUAL INTERPOSI\u00c7\u00c3O DE RECURSO ESPECIAL OU RECURSO EXTRAORDIN\u00c1RIO\n\nA) DOS\n\nFUNDAMENTOS\n\nCONSTITUCIONAIS\n\nE\n\nDO\n\nPREQUESTIONAMENTO\n\n- Ofensa aos artigos 1\u00ba caput e inciso III (dignidade da pessoa humana) e 7\u00aa, caput e inciso III (Fundo de Garantia Por Tempo de Servi\u00e7o) da Constitui\u00e7\u00e3o Federal;\n\nEm breve s\u00edntese, a Constitui\u00e7\u00e3o Federal de 1988, no t\u00edtulo II, cap\u00edtulo II, art.7\u00ba, inciso III elege o Fundo de Garantia por tempo de Servi\u00e7o \u00e0 condi\u00e7\u00e3o de direitos e garantias fundamentais.\nPartindo-se desta premissa e utilizando-se de alguns fundamentos do artigo cient\u00edfico do ministro Ingo Wolfgang Sarlet, sobre os Direitos Sociais como\n\n\fDireitos Fundamentais, tra\u00e7aremos os pontos de ofensa ao citado inciso III, art. 7\u00aa e art.\n\n1\u00ba, inciso III ambos da Constitui\u00e7\u00e3o Federal. (consulta realizada em 04 de mar\u00e7o de 2014,\n\n\u00e0s\n\n10:00hs,\n\ndispon\u00edvel\n\nno\n\nsite\n\nhttp://www.stf.jus.br/arquivo/cms/processoAudienciaPublicaSaude/anexo/artigo_Ingo_DF_sociais_PETR\n\nOPOLIS_final_01_09_08.pdf,).\n\nRobert Alexy enfatiza que os direitos fundamentais s\u00e3o posi\u00e7\u00f5es jur\u00eddicas a tal ponto relevantes que o seu reconhecimento n\u00e3o pode ser pura e simplesmente colocado plenamente \u00e0 disposi\u00e7\u00e3o das maiorias parlamentares simples (1Cf. Robert Alexy, Theorie der Grundrechte, p. 406.) Tamb\u00e9m por esta raz\u00e3o, os direitos fundamentais \u2013 para que tenham assegurada uma posi\u00e7\u00e3o preferencial e privilegiada \u2013 devem estar blindados contra uma supress\u00e3o ou um esvaziamento arbitr\u00e1rio por parte dos \u00f3rg\u00e3os estatais, em outras palavras, pelos poderes constitu\u00eddos, al\u00e9m de terem sua normatividade plenamente garantida, o que implica o reconhecimento de uma dupla fundamentalidade formal e material (Cf., novamente, Robert Alexy, op. cit., p. 473).\n\nNesse contexto, entendemos, data venia, que a aus\u00eancia de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, em face da utiliza\u00e7\u00e3o da T.R como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o (desde janeiro de 1999) ofende tais garantias e direitos fundamentais (dignidade da pessoa humana e o direito de todo trabalhador ao Fundo de Garantia por Tempo de Servi\u00e7o) \u2013 sen\u00e3o vejamos:\n\nO art. 13 da lei 8.036/90, ao estabelecer que \u201cos dep\u00f3sitos efetuados nas contas vinculadas ser\u00e3o corrigidos monetariamente com base nos par\u00e2metros fixados para atualiza\u00e7\u00e3o dos saldos dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a e capitaliza\u00e7\u00e3o juros de (tr\u00eas) por cento ao ano\u201d, claramente objetivava dar continuidade ao princ\u00edpio estabelecido desde a lei 5.107/66 de que o pec\u00falio representado pelo FGTS \u00e9 uma obriga\u00e7\u00e3o de valor, imune aos efeitos corrosivos da infla\u00e7\u00e3o, sujeito a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria de seus dep\u00f3sitos e ainda vencendo juros remunerat\u00f3rios \u201creais\u201d (acima da infla\u00e7\u00e3o) de 3% ao ano.\n\nN\u00e3o apenas dava continuidade \u00e0 tradi\u00e7\u00e3o do FGTS, como densificava de forma v\u00e1lida, conforme \u00e0 Constitui\u00e7\u00e3o, o direito trabalhista fixado no art. 7\u00ba, III, da CR/88, que previu o pec\u00falio obrigat\u00f3rio do fundo de garantia. Tratando-se de pec\u00falio obrigat\u00f3rio, n\u00e3o port\u00e1vel, a ser usufru\u00eddo ap\u00f3s longo prazo de sua forma\u00e7\u00e3o, \u00e9 mais razo\u00e1vel a interpreta\u00e7\u00e3o de que a norma constitucional cont\u00e9m implicitamente a obrigatoriedade de que o valor desse fundo seja protegido da corros\u00e3o inflacion\u00e1ria.\n\n\u00c0 \u00e9poca da publica\u00e7\u00e3o da lei 8.036/90, a \u201catualiza\u00e7\u00e3o dos saldos dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a\u201d tamb\u00e9m era feita por \u00edndices de infla\u00e7\u00e3o. Fica claro que o art. 13 da lei 8.036/90, ao vincular a corre\u00e7\u00e3o do FGTS \u00e0 da poupan\u00e7a, visava \u00e0 plena prote\u00e7\u00e3o do FGTS quanto aos efeitos corrosivos da infla\u00e7\u00e3o.\n\nCom a edi\u00e7\u00e3o da lei 8.177/91, que criou a TR no seu art. 1\u00ba e no seu art. 17 estabeleceu que para fins do art. 13 da lei 8.036/90 a TR aplic\u00e1vel ao FGTS seria aquela calculada no dia primeiro de cada m\u00eas, as coisas j\u00e1 come\u00e7am a tomar uma forma distinta.\n\nA \u201catualiza\u00e7\u00e3o dos saldos dos dep\u00f3sitos da poupan\u00e7a\u201d deixa de se dar por \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e passa a se dar pela TR, com metodologia a ser fixada por \u00f3rg\u00e3o administrativo, inicialmente objetivando ser uma previs\u00e3o impl\u00edcita de\n\n\finfla\u00e7\u00e3o futura feita pelo mercado financeiro, mas sem nenhuma garantia de que tal metodologia se manteria \u2013 como n\u00e3o se manteve. A necessidade de adequar a TR aos novos tempos de reduzidos juros reais e altera\u00e7\u00e3o no c\u00e1lculo do imposto de renda das aplica\u00e7\u00f5es financeiras, fez com que ela fosse reduzida a ponto de se tornar praticamente nula, para evitar que houvesse uma fuga de recursos das aplica\u00e7\u00f5es financeiras para a caderneta de poupan\u00e7a.\nIsto \u00e9, o art. 13 da lei 8.036/90, c/c art. 17 da lei 8.177/91 e com o art. 1\u00ba da lei 8.177/91, deixou de garantir ao FGTS a recomposi\u00e7\u00e3o das perdas inflacion\u00e1rias, sujeitando o FGTS a perdas consider\u00e1veis em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 infla\u00e7\u00e3o.\nNesse sentido, tais dispositivos ferem os artigos 1\u00ba caput e inciso III e 7da Constitui\u00e7\u00e3o Federal (princ\u00edpio da dignidade da pessoa humanas), bem como o direito social de todo trabalhador (urbano ou rural) ao Fundo de Garantia por Tempo de Servi\u00e7o (art. 7\u00aa, inciso III).\nInserido no tema em debate, torna-se obrigat\u00f3rio abordar o tema tamb\u00e9m de acordo com a no\u00e7\u00e3o de reserva do poss\u00edvel. EM suma, a efetividade dos direitos sociais a presta\u00e7\u00f5es materiais estaria sob a reserva das capacidades financeiras do Estado, uma vez que seriam direitos fundamentais dependentes de presta\u00e7\u00f5es financiadas pelos cofres p\u00fablicos. Em suma, a \u201creserva do poss\u00edvel\u201d traduz a ideia de que os direitos sociais a presta\u00e7\u00f5es materiais dependem da real disponibilidade de recursos financeiros por parte do Estado, disponibilidade esta que estaria localizada no campo discricion\u00e1rio das decis\u00f5es governamentais e parlamentares, sintetizadas no or\u00e7amento p\u00fablico.\nA reserva do poss\u00edvel constitui, em verdade , esp\u00e9cie de limite jur\u00eddico e f\u00e1tico dos direitos fundamentais, mas tamb\u00e9m poder\u00e1 atuar, em determinadas circunst\u00e2ncias, como garantia dos direitos fundamentais, por exemplo, na hip\u00f3tese de conflito de direitos, quando se cuidar da invoca\u00e7\u00e3o \u2013 desde que observados os crit\u00e9rios da proporcionalidade e da garantia do m\u00ednimo existencial em rela\u00e7\u00e3o a todos os direitos fundamentais \u2013 da indisponibilidade de recursos com o intuito de salvaguardar o n\u00facleo essencial de outro direito fundamental.\nPor fim, vale lembrar que recentemente, o Superior Tribunal de Justi\u00e7a (REsp 334090, RMS 26540, REsp 337660, Ag 1034295, RMS 28350 e REsp 1083061) em v\u00e1rios processos envolvendo a impenhorabilidade dos valores depositados em contas vinculadas do FGTS e a\u00e7\u00f5es de car\u00e1ter alimentar, sopesou princ\u00edpios, e entendeu que em determinados casos \u00e9 poss\u00edvel a flexibilizou da legisla\u00e7\u00e3o que regula o tema, permitindo a penhora de valores depositados das contas do FGTS. Nestes casos o STJ fundamentou sua decis\u00e3o na \u201cpreval\u00eancia do princ\u00edpio basilar do Estado Democr\u00e1tico de Direito, qual seja, o da dignidade da pessoa humana, assim como o ideal que ensejou a cria\u00e7\u00e3o do Fundo de Garantia do Tempo de Servi\u00e7o e do Programa de Integra\u00e7\u00e3o Social.\u201d (REsp 334090, RMS 26540, REsp 337660, Ag 1034295, RMS 28350 e REsp 1083061)\nDa mesma forma a ministra Eliana Calmon, reconheceu a possibilidade da penhora, pois a presta\u00e7\u00e3o dos alimentos, por envolver a pr\u00f3pria subsist\u00eancia dos dependentes do trabalhador, deve ser necessariamente atendida, ainda que, para tanto, proceda-se ao levantamento do FGTS do trabalhador:\n\n\fQuanto \u00e0 quest\u00e3o de fundo - impenhorabilidade dos dep\u00f3sitos nas contas vinculadas do trabalhador, observo que h\u00e1 colis\u00e3o de princ\u00edpios, tendendo o conflito a se resolver pelo princ\u00edpio que preza a dignidade e subsist\u00eancia da pessoa humana. Com efeito, de uma lado est\u00e1 a finalidade do Fundo de Garantia por Tempo de Servi\u00e7o e do Programa de Integra\u00e7\u00e3o Social; de outro a necessidade de se manter a sobreviv\u00eancia de pessoas humanas, dependentes de trabalhador e por estes abandonadas, j\u00e1 que se tornou devedor de alimentos anteriormente acordados. Pelo cotejo dos elementos probat\u00f3rios, observo que o trabalhador \u00e9 devedor de pens\u00e3o aliment\u00edcia, n\u00e3o havendo not\u00edcia de que seus dependentes possuam outra fonte de rendimentos. A penhora das contas vinculadas foi medida dr\u00e1stica ultimada ap\u00f3s a realiza\u00e7\u00e3o de in\u00fameras outras tentativas de obten\u00e7\u00e3o de bens penhor\u00e1veis, diante da inexist\u00eancia de bens pass\u00edveis de penhora.(STJ, RMS 0 RMS 26540 / SP, N\u00famero Registro: 2008/0053849-0 N\u00fameros Origem: 10572004 4002004 5095424, PAUTA: 07/08/2008 JULGADO: 12/08/2008, Relatora Exma. Sra. Ministra ELIANA CALMON, Presidente da Sess\u00e3o Exmo. Sr. Ministro CASTRO MEIRA, RECORRENTE : CAIXA ECON\u00d4MICA FEDERAL \u2013 CEF, ADVOGADO : LARISSA MARIA SILVA TAVARES E OUTRO(S), INTERES. : M C Z (MENOR) E OUTROS., REPR. POR : T H P C, ASSUNTO: Tribut\u00e1rio Contribui\u00e7\u00e3o - Social - Fundo de Garantia por Tempo de Servi\u00e7o \u2013 FGTS).\nAssim, a parte autora prequestiona a mat\u00e9ria e requer a V. Excel\u00eancia manifesta\u00e7\u00e3o expressa e fundamentada sobre ofensa ao artigo 1\u00aa, inciso III e 7\u00aa inciso III ambos da Constitui\u00e7\u00e3o Federal \u2013 diante da utiliza\u00e7\u00e3o da T.R como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, bem como do disposto nos artigos13 da lei 8.036/90, c.c art. 17 da lei 8.177/91 e com o art. 1\u00ba da lei 8.177/91.\n- Ofensa aos art. 5\u00aa, caput (inviolabilidade \u00e0 seguran\u00e7a jur\u00eddica e direito \u00e0 propriedade) e inciso XXII da Constitui\u00e7\u00e3o Federal;\nO direito de propriedade decorre da pr\u00f3pria lei natural. Por isso, \u00e9 uma exig\u00eancia da natureza intelectual do homem. Enquanto os irracionais se contentam com a satisfa\u00e7\u00e3o de suas necessidades imediatas, o homem pode prever o seu futuro. Assim, para subsistir hoje e no tempo futuro, precisa apropriar-se de bens naturais, de consumo, bens fung\u00edveis e, tamb\u00e9m, de produ\u00e7\u00e3o.\nA propriedade \u00e9 a express\u00e3o da pessoa humana. \u00c9 fruto do seu trabalho ou do de seus antepassados. \u00c9 o espelho do indiv\u00edduo, que precisa de um aconchego preservado pela privacidade, onde pode ser ele mesmo, cercado dos sinais que identificam o seu eu. Ela estimula o trabalho, sendo o homem atra\u00eddo espontaneamente pela perspectiva da recompensa direta e pessoal de seus esfor\u00e7os.\nFinalmente, a propriedade \u00e9 penhor de uma sociedade articulada ou organizada, ao contr\u00e1rio da meramente coletiva, que tem por consequ\u00eancia uma sociedade massificada, sem diversifica\u00e7\u00e3o nem liberdade. Ela defende os cidad\u00e3os contra a concentra\u00e7\u00e3o de todos os poderes nas m\u00e3os do Estado, garantindo a liberdade dos indiv\u00edduos e sua independ\u00eancia em rela\u00e7\u00e3o ao poder.\nNesse sentido: \"A propriedade faz parte da natureza do homem e da natureza das coisas. Como o trabalho, ela encerra um mist\u00e9rio \u2013 \u00e9 a proje\u00e7\u00e3o da personalidade humana sobre as coisas. A pessoa tende \u00e0 propriedade por um impulso\n\n\finstintivo, do mesmo modo que a nossa natureza animal tende ao alimento. O apetite da propriedade \u00e9 t\u00e3o natural \u00e0 nossa esp\u00e9cie como a fome e a sede; apenas \u00e9 de notar que estes s\u00e3o apetites da nossa natureza inferior, ao passo que aquele procede da nossa natureza superior. Todo o homem tem alma de propriet\u00e1rio, mesmo os que se julgam seus inimigos. \u00c9 isto que se entende quando se afirma que a propriedade decorre do direito natural\" (R.G. Renard, L\u201f\u00c9glise et la Question Sociale, p. 137 et seq.).\nPartindo das premissas acima, em 1991 e 1992, quando o STF julgou a ADI 493-0/DF, ele deixou bem assentado que a TR n\u00e3o constitu\u00eda \u00edndice que refletia a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda. Esta caracter\u00edstica da TR tem se confirmado ao longo dos anos. A sua aplica\u00e7\u00e3o aos saldos dos dep\u00f3sitos do FGTS tem gerado \u201cgigantesca destrui\u00e7\u00e3o de valor\u201d do patrim\u00f4nio do trabalhador. H\u00e1 anos, os trabalhadores que tem dep\u00f3sitos no FGTS n\u00e3o experimentam ganhos reais em sua aplica\u00e7\u00e3o. Ao contr\u00e1rio. H\u00e1 muito tempo, os trabalhadores tem rendimentos inferiores \u00e0 infla\u00e7\u00e3o, mesmo levando em conta a remunera\u00e7\u00e3o dos juros de 3% ao ano.\nO que torna a TR um \u00edndice inid\u00f4neo \u00e9 a intensa inger\u00eancia do Banco Central/CMN na sua formula\u00e7\u00e3o.\nDe pouco adiantaria ao trabalhador que fosse determinado ao Banco Central/CMN que recalculasse a TR, pois uma nova f\u00f3rmula estaria igualmente sob a discricionariedade e subjetivismo total do Banco. Basta avaliar a sucess\u00e3o de resolu\u00e7\u00f5es do Banco Central/CMN sobre o tema, conforme Parecer do referido Economista.\nPartindo da premissa inequ\u00edvoca de que a TR n\u00e3o rep\u00f5e as perdas monet\u00e1rias dos dep\u00f3sitos do FGTS - verifica-se de forma incontest\u00e1vel a destrui\u00e7\u00e3o de valor \u201ddo patrim\u00f4nio do trabalhador., outro caminho n\u00e3o existe se n\u00e3o o de adotar um novo \u00edndice que verdadeiramente corrija estes dep\u00f3sitos.\nComo se sabe, o \u00edndice de remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sico da poupan\u00e7a \u00e9 a Taxa Referencial \u2013 TR, \u00edndice controlado pelo Estado, e utilizado como instrumento de controle da economia \u2013 vide os sucessivos \u00edndices mensais zerados, a fim de controle de aporte de capital nas poupan\u00e7as. Tanto a TR n\u00e3o se presta como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, que o STF j\u00e1 decidiu nesse sentido: \u201eA taxa referencial (TR) n\u00e3o \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria (...) n\u00e3o constitui \u00edndice que reflita a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda\u201f (ADI 4930/DF, Relator Min. Moreira Alves, Plen\u00e1rio, DJ 4.9.1992).\nAssim sendo, texto t\u00e3o danoso ao cidad\u00e3o (art. 13 da lei 8.036/90) n\u00e3o poder\u00e1 ser tolerado pelo Judici\u00e1rio.\nLogo, declarada a inconstitucionalidade o \u00edndice aplicado ao precat\u00f3rio pago nos autos, deve ser tomado como vigente e aplicado ao caso concreto - atribuindo-se outro \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o, como retratado nos pedidos da presente a\u00e7\u00e3o.\nA ofensa ao art. 5\u00ba, caput, da CF, na vertente da seguran\u00e7a jur\u00eddica das rela\u00e7\u00f5es com a Caixa Econ\u00f4mica Federal, verifica-se, notadamente ap\u00f3s o reconhecimento pelo SFT que a TR n\u00e3o se presta como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, nesse sentido: \u201eA taxa referencial (TR) n\u00e3o \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria (...) n\u00e3o constitui \u00edndice que reflita a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda\u201f (ADI 493-0/DF, Relator Min. Moreira Alves, Plen\u00e1rio, DJ 4.9.1992).\n\n\fLogo, como citado, resta clara a viola\u00e7\u00e3o aos arts. 1\u00ba, inc. III, 5\u00ba, caput e incs. XXII, XXXVI, e 37, caput, da Constitui\u00e7\u00e3o da Rep\u00fablica.\nFrise-se, o SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL j\u00e1 decidiu que envolve quest\u00e3o constitucional a discuss\u00e3o a respeito da aplica\u00e7\u00e3o ou n\u00e3o, nas contas vinculadas do FGTS, de \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria expurgados em decorr\u00eancia de planos de estabiliza\u00e7\u00e3o da economia.\nCom efeito, no dia 31-08-2000, em Sess\u00e3o Plen\u00e1ria, o STF ao apreciar o RE- n. 226855-RS consolidou entendimento de que a decis\u00e3o judicial que decreta a proced\u00eancia de pedido de pagamento de \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, sob a alega\u00e7\u00e3o de direito adquirido, trata de quest\u00e3o constitucional, pois est\u00e1 fundamentada na Constitui\u00e7\u00e3o Federal (art. 5\u00ba, XXXVI).\nOu seja, ao apreciar pedido de aplica\u00e7\u00e3o de \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria extralegais, a decis\u00e3o judicial est\u00e1, obrigatoriamente, posicionando-se quanto \u00e0 exist\u00eancia ou n\u00e3o de direito adquirido.\nPois bem, nos casos em que se pleiteiam a aplica\u00e7\u00e3o nas suas contas vinculadas do FGTS, de \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria com discuss\u00e3o de previs\u00e3o em leis vigentes - tratamos de an\u00e1lise de direito adquirido.\nA concess\u00e3o ou n\u00e3o do pedido depende ent\u00e3o da aprecia\u00e7\u00e3o, pelo juiz da causa, da exist\u00eancia ou n\u00e3o de direito adquirido aos \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria.\nLogo, caso o entendimento seja no sentido que n\u00e3o h\u00e1 aplica\u00e7\u00e3o de direito adquirido ao \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o/atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria (TR) - torna-se poss\u00edvel a interpreta\u00e7\u00e3o no sentido de aplica\u00e7\u00e3o do \u00edndice que realmente cumpra o disposto no art.2\u00ba da lei n\u00ba n\u00ba 8.036/90.\nAssim, a parte autora requer, desde j\u00e1, que este MM.Juiz Federal \" a quo\" manifeste-se em sua r. senten\u00e7a sobre a ofensa aos dispositivos constitucionais citados.\nPortanto, resta PREQUESTIONADA a mat\u00e9ria pugnando pela PROCED\u00caNCIA DO PREQUESTIONAMENTO suscitado, requerendo ao Excelent\u00edssimo JUIZ FEDERAL que se pronuncie de forma objetiva, expl\u00edcita e fundamentada sobre o assunto.\n- Ofensa aos artigos art. 37 da CF (moralidade) e aos princ\u00edpios da razoabilidade e moralidade;\nEm 06/11/2013 o MM. Juiz Federal do Juizado Especial Federal de Presidente Prudente/SP, nos autos n\u00ba 0000305-36.2013.4.03.6328, proferiu importante julgado em a\u00e7\u00e3o que se discute a possibilidade de substitui\u00e7\u00e3o de \u00edndice da TR por outro que melhor recomponha as perdas inflacion\u00e1rias.\nNaquela oportunidade o MM. Juiz Federal retratou que \u201c\u00e9 fato not\u00f3rio que a TR vem decaindo significativamente desde 1999, como sustentado pela parte autora, chegando, nos dias atuais, a zero. Em sua fundamenta\u00e7\u00e3o, expressamente relatou que a\n\n\fforma de c\u00e1lculo da T.R pode ser retificada, e ainda, por meio de seus fundamentos verificou-se:\nEmbora seja prevista em lei, a metodologia de c\u00e1lculo da TR \u00e9 estipulada por ato infralegal. Essa metodologia variou ao longo do tempo, mas sempre abrangeu dois passos: calcula-se uma m\u00e9dia das taxas de juros praticadas pelas maiores institui\u00e7\u00f5es financeiras, geralmente na capta\u00e7\u00e3o de CDB e RDB; aplica-se sobre esta m\u00e9dia um redutor.\nEm suma, a Resolu\u00e7\u00e3o Bacen/CMN 1.805, de 27/03/1991, determinava a coleta de uma amostra das 30 maiores institui\u00e7\u00f5es financeiras e que se calculasse a m\u00e9dia das taxas de juros praticadas pelas 20 maiores; sobre essa m\u00e9dia ponderada de remunera\u00e7\u00e3o seria aplicado o redutor de 2 pontos percentuais mensais, a fim de expurgar os efeitos da tributa\u00e7\u00e3o e da taxa real hist\u00f3rica de juros da economia (art. 3\u00ba, inc. III). Posteriormente, a Resolu\u00e7\u00e3o 1979, de 30/04/1993, fixou esse redutor em 1,5 ponto percentual mensal para os meses de maio e junho de 1993,1,3 p.p.m. para o m\u00eas de julho de 1993, e 1,2 p.p.m. a partir de agosto de 1993.\nEm seguida, a Resolu\u00e7\u00e3o 2.075, de 26/05/1994, alterou a forma de c\u00e1lculo dessa m\u00e9dia de remunera\u00e7\u00e3o, e fixou o redutor em1,2 p.p.m., mas agora mencionando apenas a taxa m\u00e9dia real hist\u00f3rica de juros da economia, n\u00e3o mais se falando em expurgo da tributa\u00e7\u00e3o. Posteriormente, esse redutor foi alterado para 1,6 p.p.m. pela Resolu\u00e7\u00e3o 2.083, de 30/06/1994.\nA partir da Resolu\u00e7\u00e3o 2.097, de 27/07/1994, passou-se a calcular a\nTR com base na TBF. Essa resolu\u00e7\u00e3o voltou a mencionar que o redutor se destinava a expurgar do c\u00e1lculo os efeitos da tributa\u00e7\u00e3o e a taxa real de juros da economia.\nCom a Resolu\u00e7\u00e3o 2.437, de 30/10/1997, passou-se a n\u00e3o mais explicitar a finalidade do redutor, cuidando-se apenas de estipular sua forma de apura\u00e7\u00e3o, metodologia esta que se mant\u00e9m at\u00e9 os dias atuais, com pequenas altera\u00e7\u00f5es n\u00e3o significativas para o que interessa \u00e0 Resolu\u00e7\u00e3o da presente demanda.\nAtualmente, a f\u00f3rmula de c\u00e1lculo da TR est\u00e1 regulamentada na Resolu\u00e7\u00e3o CMN n\u00ba 3.354/2006 (com altera\u00e7\u00f5es posteriores). Consiste, basicamente, em dois passos:\n1) calcula-se a Taxa B\u00e1sica Financeira (TBF) da economia a partir da remunera\u00e7\u00e3o mensal m\u00e9dia dos Certificados e Recibos de Dep\u00f3sitos Banc\u00e1rios emitidos a taxas de mercado prefixadas, com prazo de 30 a 35 dias corridos, praticados pelas 20 maiores institui\u00e7\u00f5es financeiras captadoras de tais recursos (at\u00e9 a Res/CMN 4.240/2013 a amostra era composta pelas 30 maiores institui\u00e7\u00f5es); 2) aplica-se \u00e0 TBF um redutor, que pode ser ou n\u00e3o parcialmente arbitrado pelo Bacen, dependendo do patamar da TBF (a f\u00f3rmula consta do art. 5\u00ba da Res/CMN 3.354/2006). A aplica\u00e7\u00e3o do redutor n\u00e3o poder\u00e1 resultar em coeficiente inferior a zero.\nA primeira conclus\u00e3o que se pode extrair da an\u00e1lise de todas essas normas mencionadas \u00e9 que:\na) at\u00e9 a e Resolu\u00e7\u00e3o 2.437, de 30/10/1997, essa regulamenta\u00e7\u00e3o inclu\u00eda no redutor a \u201ctaxa real de juros da economia\u201d, parcela n\u00e3o prevista na lei de reg\u00eancia,\n\n\fque permite apenas o expurgo dos tributos (\u201cimpostos\u201d, no dizer do art. 1\u00ba da Lei 8.177/1991). O expurgo dessas duas parcelas (tanto dos tributos como da taxa real de juros) at\u00e9 seria razo\u00e1vel, j\u00e1 que, extraindo tais fatores da taxa m\u00e9dia praticada, ter-se-ia apenas a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria arbitrada pelo mercado financeiro.\n\nConsiderando que o FGTS \u00e9 isento de tributos, e que \u00e9 remunerado por juros espec\u00edficos, n\u00e3o haveria porque receber aqueles adicionais.\nPosteriormente \u00e0 mencionada Resolu\u00e7\u00e3o, no entanto, essa conclus\u00e3o j\u00e1 n\u00e3o \u00e9 v\u00e1lida, pois o redutor \u00e9 calculado por uma f\u00f3rmula espec\u00edfica e n\u00e3o h\u00e1 mais men\u00e7\u00e3o ao expurgo da taxa real de juros da economia.\n\nEntretanto, \u00e9 inelut\u00e1vel concluir que o redutor aplicado na forma de c\u00e1lculo da TR n\u00e3o cumpre o papel legalmente a ele destinado, que seria o de expurgar da m\u00e9dia das taxas de juros do mercado os efeitos da tributa\u00e7\u00e3o (art. 1\u00ba da Lei 8.177/1991).\n\nAnalisando as s\u00e9ries hist\u00f3ricas da TR e da TBF, desde julho de 1997,\n\nextra\u00eddas\n\ndo\n\ns\u00edtio\n\ndo\n\nBacen\n\nna\n\ninternet\n\n(https://www3.bcb.gov.br/sgspub/localizarseries/localizarSeries.do?method=prepararTela\n\nLocalizarSeries), v\u00ea-se que, a partir do ano de 1999, o redutor sempre representou mais de\n\n75% da TBF, chegando ao patamar de 100% na maioria dos dias desde julho de 2012 (a\n\nTBF e a TR s\u00e3o calculadas diariamente, embora os ve\u00edculos de comunica\u00e7\u00e3o costumem\n\ndivulgar apenas seus valores mensais).\n\nOra, n\u00e3o \u00e9 cr\u00edvel que os tributos incidentes nas opera\u00e7\u00f5es financeiras de capta\u00e7\u00e3o de CDB e RDB representem patamares t\u00e3o altos. Ali\u00e1s, quando o redutor \u00e9 de 100%, deveria se concluir que os tributos abrangeram a\ntotalidade do rendimento, o que n\u00e3o \u00e9 razo\u00e1vel.\u201d\n\nAssim, se a TR, embora tenha seus par\u00e2metros legalmente previstos de forma razo\u00e1vel, est\u00e1, por hip\u00f3tese, sendo calculada de forma equivocada, faz jus ao autor requerer a retifica\u00e7\u00e3o deste c\u00e1lculo em face de quem tem a compet\u00eancia legal para faz\u00ea-lo.\nEm resumo, a fixa\u00e7\u00e3o da TR em patamares t\u00e3o baixos \u00e9 decorr\u00eancia de uma da metodologia de c\u00e1lculo estipulada pela inst\u00e2ncia administrativa equivocada, raz\u00e3o pela qual assiste direito \u00e0 parte autora de ver este \u00edndice retificado quanto a forma de c\u00e1lculo .\nIndependentemente da discuss\u00e3o sobre a natureza jur\u00eddica do FGTS, vamos aqui partir do pressuposto, assentado pela jurisprud\u00eancia, principalmente do STJ, que a TR \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria.\nTanto o artigo 1\u00ba da lei n\u00ba 8.177/91 quando o artigo 5\u00ba da Lei n\u00ba 10.192/01 (que convolou a MP 1.053/95) atribu\u00edram ao Banco Central a regulamenta\u00e7\u00e3o da metodologia de c\u00e1lculo da TR, conforme crit\u00e9rio estabelecido na lei e a expedi\u00e7\u00e3o das instru\u00e7\u00f5es necess\u00e1rias ao cumprimento do artigo que criou a TBF.\nArt. 1\u00b0 O Banco Central do Brasil divulgar\u00e1 Taxa Referencial (TR), calculada a partir da remunera\u00e7\u00e3o mensal m\u00e9dia l\u00edquida de impostos, dos dep\u00f3sitos a prazo fixo captados nos bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos\n\n\fm\u00faltiplos com carteira comercial ou de investimentos, caixas econ\u00f4micas, ou dos t\u00edtulos p\u00fablicos federais, estaduais e municipais, de acordo com metodologia a ser aprovada pelo Conselho Monet\u00e1rio Nacional, no prazo de sessenta dias, e enviada ao conhecimento do Senado Federal. . (Lei n\u00ba 8177/91)\nArtigo 5\u00ba Fica institu\u00edda Taxa B\u00e1sica Financeira \u2013 TBF, para ser utilizada exclusivamente como base de remunera\u00e7\u00e3o de opera\u00e7\u00f5es realizadas no mercado financeiro, de prazo de dura\u00e7\u00e3o igual ou superior a sessenta dias.\nPar\u00e1grafo \u00fanico. O Conselho Monet\u00e1rio Nacional expedir\u00e1 as instru\u00e7\u00f5es necess\u00e1rias ao cumprimento do disposto neste artigo, podendo inclusive, ampliar o prazo m\u00ednimo previsto no caput. (Lei n\u00ba 10.192/01)\nNo mister de regulamentar a TR, o Banco Central/CMN vem ao longo dos anos criando e reinventando f\u00f3rmulas para encontr\u00e1-la. Pelo menos desde a Resolu\u00e7\u00e3o 2.075, de 26 de maio de 1994, h\u00e1 f\u00f3rmulas para encontrar a TR. Todavia, \u00e9 com a institui\u00e7\u00e3o da Taxa B\u00e1sica Financeira, pela Medida Provis\u00f3ria 1.053/95, de 30 de junho de 1995, que a forma de c\u00e1lculo da TR sofre uma expressiva reviravolta.\nDesde a Resolu\u00e7\u00e3o 2.437, de 30 de outubro de 1997, a TR \u00e9 calculada levando em conta a Taxa B\u00e1sica Financeira e um Redutor.\nA Resolu\u00e7\u00e3o 3.354/06, hoje vigente sobre o assunto, diz o seguinte: Art. 1\u00ba Estabelecer que, para fins de c\u00e1lculo da Taxa B\u00e1sica Financeira TBF e da Taxa Referencial - TR, de que tratam os arts. 1\u00ba da Lei 8.177, de 1\u00ba de mar\u00e7o de 1991, 1\u00ba da Lei 8.660, de 28 de maio de 1993, e 5\u00ba da Lei 10.192, de 14 de fevereiro de 2001, deve ser constitu\u00edda amostra das 30 maiores institui\u00e7\u00f5es financeiras do Pa\u00eds, assim consideradas em fun\u00e7\u00e3o do volume de capta\u00e7\u00e3o efetuado por meio de certificados e recibos de dep\u00f3sito banc\u00e1rio (CDB/RDB), com prazo de 30 a 35 dias corridos, inclusive, e remunerados a taxas prefixadas, entre bancos m\u00faltiplos, bancos comerciais, bancos de investimento e caixas econ\u00f4micas.\nArt. 2\u00ba A TBF e a TR s\u00e3o calculadas a partir da remunera\u00e7\u00e3o mensal m\u00e9dia dos CDB/RDB emitidos a taxas de mercado prefixadas, com prazo de 30 a 35 dias corridos, inclusive, com base em informa\u00e7\u00f5es prestadas pelas institui\u00e7\u00f5es integrantes da amostra de que trata o art. 1\u00ba, na forma a ser determinada pelo Banco Central do Brasil.\nArt. 4\u00ba Para cada dia do m\u00eas - dia de refer\u00eancia -, o Banco Central do Brasil deve calcular a TBF, para o per\u00edodo de um m\u00eas, com in\u00edcio no pr\u00f3prio dia de refer\u00eancia e t\u00e9rmino no dia correspondente ao dia de refer\u00eancia no m\u00eas seguinte, considerada a hip\u00f3tese prevista no \u00a7 2\u00ba, inciso IV. (...)\nArt. 5\u00ba Para cada TBF obtida, segundo a metodologia descrita no art. 4\u00ba, deve ser calculada a correspondente TR, pela aplica\u00e7\u00e3o de um redutor \"R\", de acordo com a seguinte f\u00f3rmula:\nTR = max {0,100 {[ (1 + TBF/100) / R ] - 1}} (em %). \u00a7 1\u00ba O valor do redutor 'R' deve ser calculado para todos os dias, inclusive n\u00e3o-\u00fateis, de acordo com a seguinte f\u00f3rmula: R = (a + b . TBF/100), onde:Resolu\u00e7\u00e3o n\u00ba 3354, de 31 de mar\u00e7o de 2006.\nTBF = TBF relativa ao dia de refer\u00eancia; a = 1,005;\n\n\fb = valor determinado de acordo com a tabela abaixo, em fun\u00e7\u00e3o da TBF obtida, segundo a metodologia descrita no art. 4\u00ba, em termos percentuais ao ano: TBF (% a.a.) b TBF maior que 16 0,48 TBF menor ou igual a 16 e maior que 15 0,44 TBF menor ou igual a 15 e maior que 14 0,40 TBF menor ou igual a 14 e maior que 13 0,36 TBF menor ou igual a 13 e maior ou igual a 11 0,32 Reda\u00e7\u00e3o dada pela Resolu\u00e7\u00e3o 3.446, de 05/03/2007. \u00a7 2\u00ba Fica o Banco Central do Brasil autorizado a determinar o valor do par\u00e2metro \"b\" no caso de a TBF obtida ser inferior a 11% a.a. (onze por cento ao ano).\nO peculiar nesta determina\u00e7\u00e3o do Banco Central/CMN, que de resto se repete desde 1997, \u00e9 que a TBF e TR s\u00e3o exatamente iguais em sua g\u00eanese at\u00e9 o momento em que se determina que se aplique um redutor \u00e0 TBF para se chegar \u00e0 TR.\nN\u00e3o h\u00e1 na Lei da TR previs\u00e3o de aplica\u00e7\u00e3o de redutor, assim como n\u00e3o h\u00e1 na Lei que criou a TBF. Todavia, causa estranheza que diante de um comando aberto como o do art. 5\u00ba da MP n\u00ba 1.503/95 (Lei n\u00ba 10.192/01), o Banco Central/CMN, com amplos poderes para regulamentar o assunto, n\u00e3o tenha institu\u00eddo um redutor, mas o tenha feito ao regulamentar o artigo 1\u00ba da lei n\u00ba 8.177/91, que n\u00e3o era t\u00e3o flex\u00edvel.\nO Economista C\u00e9sar Roberto Buzin explica o qu\u00ea o Banco Central/CMN est\u00e1 fazendo com a TR, neste trecho do Parecer Econ\u00f4mico que se junta a esta inicial.\nObjeto de discuss\u00e3o \u00e9 a utiliza\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, que apesar de n\u00e3o ter sido criada como um \u00edndice de indexa\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, vem sendo utilizada para tal finalidade na corre\u00e7\u00e3o dos valores aplicados \u00e0 caderneta de poupan\u00e7a e outras aplica\u00e7\u00f5es como os dep\u00f3sitos do FGTS, dinheiro pertencente aos trabalhadores, por\u00e9m, com gest\u00e3o de terceiros.A posi\u00e7\u00e3o adotada pelo Superior Tribunal de Justi\u00e7a, em agosto de 2010, a respeito da utiliza\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria foi sacramentada por meio da cria\u00e7\u00e3o da S\u00famula 454, com a seguinte reda\u00e7\u00e3o: \u201cPactuada a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria nos contrato do SFH pelo mesmo \u00edndice aplic\u00e1vel \u00e0 caderneta de poupan\u00e7a, incide a Taxa Referencial (TR) a partir da vig\u00eancia da Lei 8.177/91\u201d.A TR \u00e9 calculada a partir da Taxa B\u00e1sica Financeira (TBF), uma m\u00e9dia de taxas de juros pagas nas aplica\u00e7\u00f5es em certificados de dep\u00f3sitos banc\u00e1rios (CDB) emitidas pelas 30 maiores institui\u00e7\u00f5es financeiras.Para calcular o valor da TR, \u00e9 preciso aplicar um redutor sobre a TBF, que depende de dois par\u00e2metros, chamados de \u201ca\u201d e \u201cb\u201d. O par\u00e2metro \u201ca\u201d \u00e9 o fator de 1,005, equivalente \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o da caderneta antiga, ou seja, 0,5% ao m\u00eas, ou 6,17% ao ano de juros remunerat\u00f3rio. Enquanto que o \u201cb\u201d \u00e9 um decimal menor do que 1, arbitrado pelo BACEN e que varia de acordo com o n\u00edvel de taxa de juros b\u00e1sica da economia, divulgada ap\u00f3s as reuni\u00f5es do Comit\u00ea de Pol\u00edtica Monet\u00e1ria do BC (Copom). Para calcular o redutor (R) o par\u00e2metro \u201cb\u201d \u00e9 multiplicado pelo valor da TBF e somado ao par\u00e2metro \u201ca\u201d, ou seja,\nR= a + b x TBF TR= 1+TBF \u2013 1\nA f\u00f3rmula significa que os novos dep\u00f3sitos realizados nas contas de dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a tenham como remunera\u00e7\u00e3o adicional (TR): (i) 0,5% a. m. enquanto a meta da taxa SELC, taxa b\u00e1sica de juros, definida pelo BACEN, estiver acima de 8,5% a.a e (ii) 70% da meta da taxa SELIC, mensalizada, vigente na data do in\u00edcio do per\u00edodo de rendimento.No n\u00edvel atual de taxa de juros decrescente de uma economia estabilizada e num cen\u00e1rio para os\n\n\fpr\u00f3ximos anos, de juros baixos, a TR permanecer\u00e1 por um longo per\u00edodo indeterminado como zero.\nNa esteira do que foi deduzido no Parecer, um quadro comparativo entre os percentuais da TR, INPC e IPCA, desde 1997, os dep\u00f3sitos nas contas vinculadas do FGTS dos trabalhadores est\u00e3o perdendo poder de compra, notadamente a partir de 1999.\n\nANO 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 (at\u00e9 mar\u00e7o)\n\nTR 9,7849% 7,7938% 5,7295% 2,0962% 2,2852% 2,8023% 4,6485% 1,8184% 2,8335% 2,0377% 1,4452% 1,6348% 0,7090% 0,6887% 1,2079% 0,2897% 0,00%\n\nINPC 4,34% 2,49% 8,43% 5,27% 9,44% 14,74% 10,38% 6,13% 5,05% 2,81% 5,15% 6,48% 4,11% 6,46% 6,07% 6,17% 2,05%\n\nIPCA 5,22% 1,65% 8,94% 5,97% 7,67% 12,53% 9,30% 7,60% 5,69% 3,14% 4,46% 5,90% 4,31% 5,91% 6,50% 5,84% 1,94%\n\nExcel\u00eancia, hoje, o trabalhador que tem seu dinheiro aplicado no FGTS, e de l\u00e1 n\u00e3o pode retir\u00e1-lo para outro investimento, est\u00e1 sendo remunerado com 0,247% de juros ao m\u00eas e mais nada. N\u00e3o h\u00e1 nem corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria nem Taxa Referencial (independentemente da sua natureza jur\u00eddica), em flagrante ofensa ao artigo 2\u00ba da Lei n\u00ba 8.036/90, que imp\u00f5e a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos valores depositados pelo empregador.\n\nAinda que se argumente que a aplica\u00e7\u00e3o do Redutor pelo Banco Central/CMN seja legal, sua redu\u00e7\u00e3o a zero em um cen\u00e1rio de infla\u00e7\u00e3o superior a 6% ao ano, configura flagrante afronta ao artigo 2\u00ba da Lei n\u00ba 8.036/90, que determina a atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, bem como ao artigo 233 do C\u00f3digo Civil, quando sonega os acess\u00f3rios da obriga\u00e7\u00e3o de dar.\n\nMas \u00e9 necess\u00e1rio ir mais al\u00e9m e revisitar o entendimento jurisprudencial sobre a TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, m\u00e1xime a partir da institui\u00e7\u00e3o de um redutor que tem por efeito zerar o \u00edndice da TR em um ambiente de infla\u00e7\u00e3o.\n\nO quadro comparativo mostra que a TR n\u00e3o se presta como atualizador monet\u00e1rio do FGTS, pelo menos desde janeiro de 1999. Desde o momento em que o Banco Central/CMN estabeleceu um redutor para a TR, ela deixou de ser um \u00edndice confi\u00e1vel para atualizar monetariamente as contas do FGTS, porque se descola dos \u00edndices de infla\u00e7\u00e3o, sendo reduzido ano a ano. A finalidade da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u00e9 manter o poder de compra do capital, e esta finalidade nem de perto vem sendo alcan\u00e7ada pela TR. A anula\u00e7\u00e3o total da TR \u00e9 s\u00f3 o desfecho desta pol\u00edtica predat\u00f3ria para o trabalhador.\n\n\fO trabalhador, que luta para formar um patrim\u00f4nio, tem que poder confiar na lei. Esta confian\u00e7a est\u00e1 quebrada.\nH\u00e1 a n\u00edtida expropria\u00e7\u00e3o do patrim\u00f4nio do trabalhador, na medida em que se nega a ele a devida atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. Como dito no estudo acostado \u00e0 inicial:\nA atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u00e9 o elemento mais importante do mercado financeiro, pois sem a medi\u00e7\u00e3o precisa da perda do poder aquisitivo da moeda com o decorrer do tempo, ocorre uma gigantesca destrui\u00e7\u00e3o de valor. O objetivo fundamental de escolha de um \u00edndice de atualiza\u00e7\u00e3o nos ativos (neg\u00f3cios, contratos, aplica\u00e7\u00f5es e etc) \u00e9 de proteger o patrim\u00f4nio, evitando que ele seja corro\u00eddo pela infla\u00e7\u00e3o.\nO Poder Judici\u00e1rio h\u00e1 de se opor a este esbulho, confisco, expropria\u00e7\u00e3o que o trabalhador est\u00e1 sofrendo, desde janeiro de 1999, com as constantes redu\u00e7\u00f5es da TR em rela\u00e7\u00e3o aos \u00edndices de infla\u00e7\u00e3o, culminando na sua completa nulidade, ininterruptamente, desde setembro de 2012.\nEm 1991 e 1992, quando o STF julgou a ADI 493-0/DF, ele deixou bem assentado que a TR n\u00e3o constitu\u00eda \u00edndice que refletia a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda. Esta caracter\u00edstica da TR tem se confirmado ao longo dos anos. A sua aplica\u00e7\u00e3o aos saldos dos dep\u00f3sitos do FGTS tem gerado \u201cgigantesca destrui\u00e7\u00e3o de valor\u201d do patrim\u00f4nio do trabalhador. H\u00e1 anos, os trabalhadores que tem dep\u00f3sitos no FGTS n\u00e3o experimentam ganhos reais em sua aplica\u00e7\u00e3o. Ao contr\u00e1rio. H\u00e1 muito tempo, os trabalhadores tem rendimentos inferiores \u00e0 infla\u00e7\u00e3o, mesmo levando em conta a remunera\u00e7\u00e3o dos juros de 3% ao ano.\nO que torna a TR um \u00edndice inid\u00f4neo \u00e9 a intensa inger\u00eancia do Banco Central/CMN na sua formula\u00e7\u00e3o. Como explica o Economista C\u00e9sar Buzim:\nA TR deveria servir como refer\u00eancia para os juros vigentes no Brasil, sendo divulgada mensalmente, a fim de evitar que a taxa de juros no m\u00eas corrente refletisse a infla\u00e7\u00e3o do m\u00eas anterior, apesar das suas caracter\u00edsticas, foi usada como \u00edndice econ\u00f4mico de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria (...) A mudan\u00e7a no comportamento da TR n\u00e3o se deve somente a oscila\u00e7\u00f5es da economia, mas tamb\u00e9m \u00e0 sistem\u00e1tica apurat\u00f3ria desse \u00edndice. Inicialmente, ficou estabelecido que o BACEN efetuaria o c\u00e1lculo da TR a partir da remunera\u00e7\u00e3o mensal m\u00e9dia dos certificados e recibos de dep\u00f3sito banc\u00e1rio (CDB/RDB) emitidos por uma amostra de institui\u00e7\u00f5es financeiras, levando em conta a taxa m\u00e9dia de remunera\u00e7\u00e3o dos CDB/RDB\u00b4s e um redutor fixado por resolu\u00e7\u00e3o do CMN.Como consequ\u00eancia da atua\u00e7\u00e3o do BACEN, a taxa referencial deixou de refletir o \u00edndice inflacion\u00e1rio a partir de 1999.(...)O preju\u00edzo causado aos trabalhadores devido \u00e0 aplica\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u00e9 tamanho que quando analisado o fator de corre\u00e7\u00e3o acumulado do FGTS visualiza-se que a rentabilidade desse fundo n\u00e3o supera os \u00edndices inflacion\u00e1rios desde 2002, rendendo menos que a infla\u00e7\u00e3o a partir de 2007, apesar da aplica\u00e7\u00e3o de juros de 3% a.a.Diante do exposto, podemos afirmar que a TR n\u00e3o rep\u00f5e mais as perdas inflacion\u00e1rias, o que afeta consideravelmente os poupadores, bem como os trabalhadores que possuem o FGTS. (...)Com base nas normas Resolu\u00e7\u00e3o CMN n\u00ba 2.437, de 30.10.98, Resolu\u00e7\u00e3o CMN n\u00ba 2.604, de 23.04.99. resolu\u00e7\u00e3o CMN n\u00ba 2.809, de 21.12.00, Resolu\u00e7\u00e3o CMN n\u00ba 3.354 de 31.03.2006, Resolu\u00e7\u00e3o CMN n\u00ba 3.446 de 05.03.2007 e Circular n\u00ba 3.356 de 11.07.2007, que estabeleceram no decorrer dos anos a forma de c\u00e1lculo da TR, bem como nas informa\u00e7\u00f5es disponibilizadas pelo BACEN foi constru\u00edda planilha demonstrando a evolu\u00e7\u00e3o do fator de pondera\u00e7\u00e3o \u201cb\u201d, elemento essencial para o c\u00e1lculo do redutor da TR.As primeiras mudan\u00e7as significativas da TR ocorreram atrav\u00e9s das Resolu\u00e7\u00f5es CMN n\u00ba 2.387/97 e n\u00ba 2.437/97 que estabeleceram a f\u00f3rmula de c\u00e1lculo do redutor da TR com\n\n\fduas novas vari\u00e1veis, ambas definidas pelo BACEN, quais sejam: a constante \u201ca\u201d e o fator de pondera\u00e7\u00e3o \u201cb\u201d. A partir da Resolu\u00e7\u00e3o CMN n\u00ba 2.809/2000, o BACEN passou a determinar o fator \u201cb\u201d, sem crit\u00e9rio t\u00e9cnico conhecido, a partir de certo patamar, conforme visualizado na tabela abaixo:\n\nMS \u2013 \u00e9 a meta para a taxa SELIC em (% a.a)\n\nMS\n\n\u201cb\u201d\n\nMS\n\n> 16\n\n0,48\n\n16 >=\n\nMS >15 0,44\n\n15 >=\n\nMS >14 0,40\n\n14 >=\n\nMS >13 0,36\n\n13 >=\n\nMS >12 0,32\n\n12 >=\n\nMS >11 0,28\n\n11 >=\n\nMS >10 0,24\n\n10\n\nAbaixo de 10 fator \u201cb\u201d determinado pelo BACEN Essa discricionariedade do BACEN na valora\u00e7\u00e3o do fator \u201cb\u201d, acolhida pelas circulares e resolu\u00e7\u00f5es posteriores, impactou o c\u00e1lculo do Redutor da TR.\n\nO ministro CARLOS AYRES BRITO, em seu voto da ADI 4357/DF (DOS PRECAT\u00d3RIOS),(...) Sendo assim, imp\u00f5e-se a compreens\u00e3o de que, com a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, a Constitui\u00e7\u00e3o manda que as coisas mudem...\n\nNesse sentido, \u00e9 \u00f4nus da administra\u00e7\u00e3o p\u00fablica direta ou indireta o controle da legalidade de seus atos \u2013 em especial quando suas resolu\u00e7\u00f5es e atos infralegais s\u00e3o imorais e afetam a razoabilidade e proporcionalidade \u2013 princ\u00edpios constitucionais.\nO princ\u00edpio da proporcionalidade e razoabilidade, devem presidir a atua\u00e7\u00e3o dos \u00f3rg\u00e3os estatais e dos particulares, seja quando exercem fun\u00e7\u00e3o tipicamente estatal, mesmo que de forma delegada (com destaque para a presta\u00e7\u00e3o de servi\u00e7os p\u00fablicos) seja aos particulares de um modo geral.\nAl\u00e9m disso, nunca \u00e9 demais recordar que a proporcionalidade haver\u00e1 de incidir na sua dupla dimens\u00e3o como proibi\u00e7\u00e3o do excesso e de insufici\u00eancia, al\u00e9m de, nesta dupla acep\u00e7\u00e3o, atuar sempre como par\u00e2metro necess\u00e1rio de controle dos atos do poder p\u00fablico, inclusive dos \u00f3rg\u00e3os jurisdicionais, igualmente vinculados pelo dever de prote\u00e7\u00e3o e efetiva\u00e7\u00e3o dos direitos fundamentais.\nIsto significa, em apertad\u00edssima s\u00edntese, que os respons\u00e1veis pela efetiva\u00e7\u00e3o de direitos fundamentais, inclusive e especialmente no caso dos direitos sociais, onde a insufici\u00eancia de prote\u00e7\u00e3o e promo\u00e7\u00e3o(em virtude da omiss\u00e3o plena ou parcial do legislador e administrador) causa impacto mais direto e expressivo, dever\u00e3o observar os crit\u00e9rios parciais da adequa\u00e7\u00e3o (aptid\u00e3o do meio no que diz com a consecu\u00e7\u00e3o da finalidade almejada), necessidade (menor sacrif\u00edcio do direito restringido) e da proporcionalidade em sentido estrito (avalia\u00e7\u00e3o da equa\u00e7\u00e3o custo-benef\u00edcio \u2013 para alguns, da razoabilidade no que diz com a rela\u00e7\u00e3o entre os meios e os fins), respeitando sempre o n\u00facleo essencial do(s) direito(s) restringido(s).\n\n\fPor fim, quando da edi\u00e7\u00e3o de resolu\u00e7\u00f5es que modificam a f\u00f3rmula de c\u00e1lculo da T.R s\u00e3o realizadas e prejudicam e ofendem direitos e garantias fundamentais de milhares de trabalhadores, o princ\u00edpio da moralidade administrativa \u00e9 ofendido. Ainda, quando a inatividade do poder p\u00fablico permite a aus\u00eancia de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos dep\u00f3sito do FGTS por mais de 10 anos \u2013 tamb\u00e9m \u00e9 irrazo\u00e1vel e desproporcional a pr\u00e1tica de tais atos e resolu\u00e7\u00f5es.\nAssim, pugna pelo rec\u00e1lculo da TR, excluindo-se o redutor aplicado, porquanto se faz desproporcional, irrazo\u00e1vel e est\u00e1 em descompasso com a exig\u00eancia de corre\u00e7\u00e3o da lei 8036/90, arts. 2\u00ba e \u00a7 2\u00ba do art. 9\u00ba, do mesmo modo contraria os princ\u00edpios constitucionais da RAZOABILIDADE, PROPORCIONALIDADE E MORALIDADE. Assim, a parte autora prequestiona a mat\u00e9ria e requer tamb\u00e9m a V. Excel\u00eancia a manifesta\u00e7\u00e3o e fundamenta\u00e7\u00e3o sobre o tema em debate.\n- Ofensa aos artigos art. 7\u00aa, inciso IV, art. 40; inciso III, \u00a7 8\u00ba , art. 201; \u00a7 4\u00ba arts. 46 \u2013 todos da Constitui\u00e7\u00e3o Federal (direito constitucional \u00e0 corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria);\nA Lei de Introdu\u00e7\u00e3o \u00e0s Normas do direito Brasileiro estabelece em seu artigo 5\u00ba que na aplica\u00e7\u00e3o da lei, o juiz atender\u00e1 aos fins sociais a que ela se dirige e \u00e0s exig\u00eancias do bem comum.\nA lei 8036/90, no art. 2\u00ba e no \u00a7 2\u00ba do art. 9\u00ba entre outros tem um fim social indiscut\u00edvel, proteger o trabalhador e constituir um patrim\u00f4nio que lhe sirva de arrimo em v\u00e1rias situa\u00e7\u00f5es de sua vida.\nDiante de tudo que foi demonstrado, o juiz atender\u00e1 aos fins sociais da Lei 8036/90 ao reconhecer que corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, reposi\u00e7\u00e3o dos \u00edndices inflacion\u00e1rios de forma a garantir o poder de compra daquele dinheiro ali depositado no Fundo, \u00e9 efetivamente devida pela Caixa.\nNesse sentido, referida garantia ao \u201cpoder de compra\u201d ou \u00e0 devida corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria que recomponhas ao menos, as perdas da infla\u00e7\u00e3o, deve ser interpretada como uma garantia constitucional.\nVale retratar a pr\u00f3pria lei 8036/90, no art. 2\u00ba e no \u00a7 2\u00ba do art. 9\u00ba s\u00e3o claras ao exigir a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1rias para os valores depositados nas contas vinculadas do FGTS, sen\u00e3o vejamos:\nArt. 2\u00ba O FGTS \u00e9 constitu\u00eddo pelos saldos das contas vinculadas a que se refere esta lei e outros recursos a ele incorporados, devendo ser aplicados com atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e juros, de modo a assegurar a cobertura de suas obriga\u00e7\u00f5es.\nArt. 9o As aplica\u00e7\u00f5es com recursos do FGTS poder\u00e3o ser realizadas diretamente pela Caixa Econ\u00f4mica Federal e pelos demais \u00f3rg\u00e3os integrantes do Sistema Financeiro da Habita\u00e7\u00e3o - SFH, exclusivamente segundo crit\u00e9rios fixados pelo Conselho Curador do FGTS, em opera\u00e7\u00f5es que preencham os seguintes requisitos: (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei\n10.931, de 2004) \u00a7 2\u00ba Os recursos do FGTS dever\u00e3o ser aplicados em habita\u00e7\u00e3o, saneamento b\u00e1sico e infraestrutura urbana. As disponibilidades financeiras devem ser mantidas em volume que satisfa\u00e7a as condi\u00e7\u00f5es de liquidez e\n\n\fremunera\u00e7\u00e3o m\u00ednima necess\u00e1ria \u00e0 preserva\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda.\nAinda, \u201cas disponibilidades financeiras devem ser mantidas em volume que satisfa\u00e7a as condi\u00e7\u00f5es de liquidez e remunera\u00e7\u00e3o m\u00ednima necess\u00e1ria \u00e0 preserva\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda\u201d.\nAssim, apesar do STJ ter decidido que a TR foi o \u00edndice legal eleito para a corre\u00e7\u00e3o dos saldos das contas vinculadas ao FGTS, \u00e9 recente o entendimento do STF de que o direito a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u00e9 direito constitucional e constitui forma de manuten\u00e7\u00e3o do poder de compra de um determinado valor e a TR n\u00e3o alcan\u00e7a tal objetivo.\nSEGUNDO o ministro CARLOS AYRES BRITO, em seu voto da ADI 4357/DF (DOS PRECAT\u00d3RIOS), bem como em seu artigo cient\u00edfico \u201c O regime constitucional da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria\u201d,. In: Revista de Direito Administrativo, vol. 203, Rio de Janeiro: Renovar, jan-mar 1996, p. 41-58\n(...) a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, \u00e9 instituto jur\u00eddico-constitucional, porque tema espec\u00edfico ou a pr\u00f3pria mat\u00e9ria de algumas normas figurantes do nosso Magno Texto, tracejadoras de um peculiar regime jur\u00eddico para ela. Instituto que tem o pagamento em dinheiro como fato-condi\u00e7\u00e3o de sua incid\u00eancia e, como objeto, a agrava\u00e7\u00e3o quantitativa desse mesmo pagamento. Agrava\u00e7\u00e3o, por\u00e9m, que n\u00e3o corresponde a uma sobrepaga, no sentido de constituir obriga\u00e7\u00e3o nova que se adiciona \u00e0 primeira, com o fito de favorecer uma das partes da rela\u00e7\u00e3o jur\u00eddica e desfavorecer a outra. N\u00e3o \u00e9 isso. Ao menos no plano dos fins a que visa a Constitui\u00e7\u00e3o, na mat\u00e9ria, ningu\u00e9m enriquece e ningu\u00e9m empobrece por efeito de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, porque a d\u00edvida que tem o seu valor nominal atualizado ainda \u00e9 a mesma d\u00edvida (...)\nAinda, prossegue o ministro CARLOS AYRES BRITO, em seu voto da ADI 4357/DF (DOS PRECAT\u00d3RIOS),\n(...) Sendo assim, imp\u00f5e-se a compreens\u00e3o de que, com a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, a Constitui\u00e7\u00e3o manda que as coisas mudem..., para que nada mude; quero dizer: o objetivo constitucional \u00e9 mudar o valor nominal de uma dada obriga\u00e7\u00e3o de pagamento em dinheiro, para que essa mesma obriga\u00e7\u00e3o de pagamento em dinheiro n\u00e3o mude quanto ao seu valor real. \u00c9 ainda inferir: a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u00e9 instrumento de preserva\u00e7\u00e3o do valor real de um determinado bem, constitucionalmente protegido e redut\u00edvel a pec\u00fania. Valor real a preservar que \u00e9 sin\u00f4nimo de poder de compra ou \u201cpoder aquisitivo\u201d, tal como se v\u00ea na reda\u00e7\u00e3o do inciso IV do art. 7\u00ba da C.F., atinente ao instituto do sal\u00e1rio m\u00ednimo. E se se coloca assim na aplainada tela da Constitui\u00e7\u00e3o a imagem de um poder aquisitivo a resguardar, \u00e9 porque a express\u00e3o financeira do bem juridicamente protegido passa a experimentar, com o tempo, uma deteriora\u00e7\u00e3o ou perda de subst\u00e2ncia, por efeito, obviamente, do fato econ\u00f4mico gen\u00e9rico a que se d\u00e1 o nome de \u201cinfla\u00e7\u00e3o\u201d. Da\u00ed porque deixar de assegurar a continuidade desse valor real \u00e9, no fim das contas, desequilibrar a equa\u00e7\u00e3o econ\u00f4mico-financeira entre devedor e credor de uma dada obriga\u00e7\u00e3o de pagamento, em desfavor do \u00faltimo.\nNesse contexto, em sendo confirmada essa posi\u00e7\u00e3o, o STJ n\u00e3o poderia mais entender que o FGTS deve ser corrigido pela poupan\u00e7a, como se fosse um \u00edndice\n\n\feleito, vez que corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria (cujo conceito constitucional, como j\u00e1 dito, se equivale \u00e0quele previsto no par\u00e1grafo segundo do artigo 9\u00ba da Lei 8036/90), que \u00e9 diferente de uma simples corre\u00e7\u00e3o, impede a elei\u00e7\u00e3o de \u00edndice, somente se satisfazendo com o \u00edndice que de fato reflita a recomposi\u00e7\u00e3o do poder de compra de um valor perdido com a infla\u00e7\u00e3o.\n\nAssim, requer o reconhecimento do direito subjetivo constitucional da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria a que faz juz os autores por for\u00e7a de seu enquadramento na situa\u00e7\u00e3o prevista no artigo 9\u00aa, par\u00e1grafo segundo, cuja reda\u00e7\u00e3o se enquadra no conceito constitucional de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, bem como a consequente a aplica\u00e7\u00e3o do \u00edndice que melhor reflita a infla\u00e7\u00e3o no per\u00edodo em quest\u00e3o, utilizando-se da analogia para escolha de tal \u00edndice, pelo que estar-se-ia dando cumprimento a mandamento legal.\n\nNesse sentido, pugna-se de revoga\u00e7\u00e3o do art. 13 da lei 8036/90, a partir do momento em que a TR deixou de refletir a recomposi\u00e7\u00e3o do poder de compra da moeda, j\u00e1 que o artigo 13 existe para dar efetividade ao artigo 9\u00ba, par\u00e1grafo segundo, da Lei 8036/90, o qual prev\u00ea a CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA propriamente dita, nos moldes da CF. Frise-se, assim o faz n\u00e3o como apenas um \u00edndice legal eleito para corrigir determinado valor. Isto \u00e9, o artigo 13 foi revogado pela CF a partir do momento em que deixou de ser considerado como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria na forma da CF, ou seja, a partir do momento em que deixou de ser suficiente para recompor o poder de compra dos valores depositados no fundo corro\u00eddo pela infla\u00e7\u00e3o.\n\nEm outros termos, o que est\u00e1 errado n\u00e3o \u00e9 a poupan\u00e7a (que engloba a TR) como forma de remunera\u00e7\u00e3o de determinado montante, mas a poupan\u00e7a como forma de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, nos exatos termos em que foi eleita pela Lei 8036/90 atrav\u00e9s do par\u00e1grafo segundo do artigo 9\u00ba e do art. 2\u00ba da mesma lei.\n\nEnfim, requerer a revoga\u00e7\u00e3o de determinado artigo legal n\u00e3o \u00e9 atribuir a atividade legiferante ao judici\u00e1rio, e sim permite fazer valer um determinado direito subjetivo, nos moldes previstos na pr\u00f3pria CF.\n\nlegisla\u00e7\u00e3o.\n\nE ent\u00e3o, nada obsta que o juiz considere \u00edndices previsto em outra\n\nAt\u00e9 por uma quest\u00e3o de equidade, o melhor \u00edndice que pode substituir a TR \u00e9 o \u00edndice que corrige monetariamente o sal\u00e1rios dos trabalhadores e os benef\u00edcios previdenci\u00e1rios. Este \u00edndice est\u00e1 previsto na Lei 12.382 de 25 de fevereiro de 2011, cujos primeiros artigos trazem a seguinte dic\u00e7\u00e3o:\n\nArt. 1o O sal\u00e1rio m\u00ednimo passa a corresponder ao valor de R$ 545,00 (quinhentos e quarenta e cinco reais). Par\u00e1grafo \u00fanico. Em virtude do disposto no caput, o valor di\u00e1rio do sal\u00e1rio m\u00ednimo corresponder\u00e1 a R$ 18,17 (dezoito reais e dezessete centavos) e o valor hor\u00e1rio, a R$ 2,48 (dois reais e quarenta e oito centavos). Art. 2o Ficam estabelecidas as diretrizes para a pol\u00edtica de valoriza\u00e7\u00e3o do sal\u00e1rio m\u00ednimo a vigorar entre 2012 e 2015, inclusive, a serem aplicadas em 1o de janeiro do respectivo ano. \u00a7 1o Os reajustes para a preserva\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo do sal\u00e1rio m\u00ednimo corresponder\u00e3o \u00e0 varia\u00e7\u00e3o do \u00cdndice Nacional de Pre\u00e7os ao Consumidor - INPC, calculado e divulgado pela Funda\u00e7\u00e3o Instituto Brasileiro de Geografia e Estat\u00edstica - IBGE, acumulada nos doze meses anteriores ao m\u00eas do reajuste.\n\n\f\u00a7 2o Na hip\u00f3tese de n\u00e3o divulga\u00e7\u00e3o do INPC referente a um ou mais meses compreendidos no per\u00edodo do c\u00e1lculo at\u00e9 o \u00faltimo dia \u00fatil imediatamente anterior \u00e0 vig\u00eancia do reajuste, o Poder Executivo estimar\u00e1 os \u00edndices dos meses n\u00e3o dispon\u00edveis. \u00a7 3o Verificada a hip\u00f3tese de que trata o \u00a7 2o, os \u00edndices estimados permanecer\u00e3o v\u00e1lidos para os fins desta Lei, sem qualquer revis\u00e3o, sendo os eventuais res\u00edduos compensados no reajuste subsequente, sem retroatividade. \u00a7 4o A t\u00edtulo de aumento real, ser\u00e3o aplicados os seguintes percentuais: I - em 2012, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do Produto Interno Bruto - PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2010;II - em 2013, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2011; III - em 2014, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2012; e IV - em 2015, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2013. \u00a7 5o Para fins do disposto no \u00a7 4o, ser\u00e1 utilizada a taxa de crescimento real do PIB para o ano de refer\u00eancia, divulgada pelo IBGE at\u00e9 o \u00faltimo dia \u00fatil do ano imediatamente anterior ao de aplica\u00e7\u00e3o do respectivo aumento real.\nN\u00e3o h\u00e1 porque ter dois pesos e duas medidas. Se o sal\u00e1rio m\u00ednimo \u00e9 corrigido monetariamente pelo INPC, o dep\u00f3sito do FGTS que, em \u00faltimas an\u00e1lise, \u00e9 um sal\u00e1rio indireto do trabalhador, tamb\u00e9m h\u00e1 de s\u00ea-lo.\nE observe que o objetivo da Lei em corrigir o sal\u00e1rio m\u00ednimo pelo INPC decorre exclusivamente da necessidade de preservar seu poder aquisitivo. A necessidade de preservar o poder aquisitivo \u00e9 um constante em todas as transa\u00e7\u00f5es financeiras, e ela s\u00f3 aperfei\u00e7oa quando rep\u00f5e efetivamente as perdas inflacion\u00e1rias.\nPor fim, diante do exposto o artigo 13 da lei 8036/90 fere expressamente o conjunto de dispositivos constitucionais que garantem o direito subjetivo \u00e0 corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, ou seja art. 7\u00ba , inciso IV; , art. 40; inciso III, \u00a7 8\u00ba , art. 201; \u00a7 4\u00ba arts. 46 \u2013 todos da Constitui\u00e7\u00e3o Federal (direito constitucional \u00e0 corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria);\nPortanto, resta PREQUESTIONADA a mat\u00e9ria pugnando pela PROCED\u00caNCIA DO PREQUESTIONAMENTO suscitado, requerendo ao Excelent\u00edssimo JUIZ FEDERAL que se pronuncie de forma objetiva, expl\u00edcita e fundamentada sobre o assunto.\nDOS HONOR\u00c1RIOS ADVOCAT\u00cdCIOS\nNo que tange a possibilidade de condena\u00e7\u00e3o da requerida em honor\u00e1rios advocat\u00edcios, o STF reiterou o entendimento de que cabe a cobran\u00e7a de honor\u00e1rios advocat\u00edcios nas a\u00e7\u00f5es entre o FGTS e os titulares das contas vinculadas. A decis\u00e3o foi tomada por unanimidade no julgamento do RExt 581.160, com repercuss\u00e3o geral reconhecida, interposto contra ac\u00f3rd\u00e3o do TRF da 1\u00aa regi\u00e3o.\nSegundo o relator, ministro Ricardo Lewandowski, o ac\u00f3rd\u00e3o recorrido julgou constitucional o artigo 29-C da lei 8.036/90, inserido pela MP 2.164/01, que veda a condena\u00e7\u00e3o em honor\u00e1rios advocat\u00edcios nas a\u00e7\u00f5es entre o FGTS e os titulares das contas vinculadas.\n\n\fOcorre que o STF j\u00e1 declarou o artigo inconstitucional no julgamento da ADIn 2.736, em que foi relator o ministro Cezar Peluso, que excluiu o artigo 29C da lei 8.036 do ordenamento legal. \"Entendo que o RExt deve ter o mesmo destino da ADIn, de modo que dou provimento ao pedido\", concluiu o ministro.\n\nNesse sentido:\n\nEmenta: RECURSO EXTRAORDIN\u00c1RIO COM\n\nREPERCUSS\u00c3O\n\nGERAL\n\nRECONHECIDA.\n\nCONSTITUCIONAL. ART. 9\u00ba DA MP 2.164-41/2001.\n\nINTRODU\u00c7\u00c3O DO ART. 29-C NA LEI 8.036/1990.\n\nHONOR\u00c1RIOS ADVOCAT\u00cdCIOS. SUCUMB\u00caNCIA.\n\nA\u00c7\u00d5ES ENVOLVENDO O FGTS E TITULARES DE\n\nCONTAS VINCULADAS. INCONSTITUCIONALIDADE\n\nDECLARADA NA ADI 2.736/DF. RECURSO PROVIDO. I\n\n- O Supremo Tribunal Federal, no julgamento da ADI\n\n2.736/DF, Rel. Min. Cezar Peluso, declarou a\n\ninconstitucionalidade do art. 9\u00ba da MP 2.164-41/2001, na parte\n\nem que introduziu o art. 29-C na lei 8.036/1990, que vedava a\n\ncondena\u00e7\u00e3o em honor\u00e1rios advocat\u00edcios \u201cnas a\u00e7\u00f5es entre o\n\nFGTS e os titulares de contas vinculadas, bem como naquelas\n\nem que figuram os respectivos representantes ou substitutos\n\nprocessuais\u201d. II - Os mesmos argumentos devem ser\n\naplicados \u00e0 solu\u00e7\u00e3o do lit\u00edgio de que trata o presente recurso.\n\nIII - Recurso extraordin\u00e1rio conhecido e provido.( RE 581160\n\n/ MG - MINAS GERAIS . PROCESSO ELETR\u00d4NICO.\n\nRelator(a): Min. RICARDO LEWANDOWSKI REPERCUSS\u00c3O\n\nGERAL - M\u00c9RITO. Julgamento: 20/06/2012 . \u00d3rg\u00e3o Julgador:\n\nTribunal Pleno.DJe-166 DIVULG 22-08-2012 PUBLIC 23-08-\n\n2012- Tema 116 - Direito a honor\u00e1rios advocat\u00edcios nas a\u00e7\u00f5es que\n\nvisam obter expurgos inflacion\u00e1rios de FGTS.- Ac\u00f3rd\u00e3os citados:\n\nADI 162 MC, ADI 525 MC, ADI 1647, ADI 1753 MC,ADI 2213\n\nMC, ADI 2736.)\n\nCONCLUS\u00d5ES\nA Taxa Referencial, enquanto \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria assim considerada pela atual jurisprud\u00eancia p\u00e1tria, n\u00e3o pode ser reduzida a Zero, como tem sido nos \u00faltimos meses, pois afronta flagrantemente o artigo 2\u00ba da Lei n\u00ba 8.036/90, que garante atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria aos dep\u00f3sitos feitos no FGTS.\nComo \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, a TR deveria garantir o poder aquisitivo dos dep\u00f3sitos do FGTS, que se perfaz levando em conta os \u00edndices de infla\u00e7\u00e3o. Desde janeiro de 1999, a TR se distanciou sensivelmente dos \u00edndices oficiais de infla\u00e7\u00e3o, impingindo profundas perdas aos dep\u00f3sitos do FGTS, tornando-se inid\u00f4nea para garantir a reposi\u00e7\u00e3o de perdas monet\u00e1rias.\n\n\fA inidoneidade da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria decorre de mudan\u00e7as introduzidas na sua metodologia de c\u00e1lculo pelo Banco Central do Brasil/CMN que, atrav\u00e9s do mecanismo econ\u00f4mico de um redutor, vem nitidamente manipulando o \u00edndice para que ele se desprenda da infla\u00e7\u00e3o at\u00e9 anul\u00e1-la completamente, a despeito de um quadro de infla\u00e7\u00e3o persistente no Pa\u00eds.\nA Caixa Econ\u00f4mica Federal est\u00e1 se prestando ao papel de espoliador do FGTS, na medida em que disp\u00f5e do patrim\u00f4nio do trabalhador sem a devida contrapresta\u00e7\u00e3o. A corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria aplicada ao FGTS tem sido h\u00e1 muito tempo menor que a infla\u00e7\u00e3o registrada, de forma que descumpre n\u00e3o s\u00f3 o artigo 2\u00ba da lei n\u00ba 8.036/90, artigo 233 do C\u00f3digo Civil, mas tamb\u00e9m toda a l\u00f3gica e princ\u00edpios do mercado econ\u00f4mico.\nQuem empresta tem direito a ser remunerado com juros e a totalidade da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. O trabalhador n\u00e3o pode ser obrigado a subsidiar ainda mais os projetos do Governo Federal. O \u201cainda mais\u201d decorre do fato de os juros de 3% do FGTS serem os menores do mercado, o qu\u00ea, por si s\u00f3, demonstra que ele j\u00e1 est\u00e1 fazendo sua parte sob a perspectiva social.\nNegar o direito de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria aos dep\u00f3sitos do FGTS, Fundo do qual o trabalhador n\u00e3o pode simplesmente sacar seu dinheiro para aplicar em outro fundo mais rent\u00e1vel, configura ato de tirania, incompat\u00edvel com um Estado Democr\u00e1tico de Direito e deve ser de pronto recha\u00e7ado.\nSe o Governo Brasileiro remunerasse os investidores internacionais com TR mais 3% a.a, como faz com os trabalhadores, haveria um fuga em massa dos investimentos no Pa\u00eds, e certamente estar\u00edamos experimentando uma tsunami econ\u00f4mica e n\u00e3o uma simples \u201cmarolinha\u201d.\nSendo a TR \u00edndice inid\u00f4neo para restabelecer o poder aquisitivo dos dep\u00f3sitos do FGTS, sua substitui\u00e7\u00e3o por outro \u00edndice que melhor recomponha as perdas monet\u00e1rias se torna imperioso, a fim de fazer prevalecer o artigo 2\u00ba da lei n\u00ba 8.036/90 e artigo 233 do C\u00f3digo Civil.\nPosto que desde janeiro de 1999 o redutor criado pelo Banco Central/CMN promoveu o completo distanciamento da TR dos \u00edndices oficiais de infla\u00e7\u00e3o, temos que desde ent\u00e3o ela perdeu sua condi\u00e7\u00e3o de repor as perdas inflacion\u00e1rias dos dep\u00f3sitos do FGTS, devendo desde esta data ser substitu\u00edda pelo INPC.\nDOS PEDIDOS\nAntes o exporto, o Autor requer:\n\n\fa)A cita\u00e7\u00e3o da requerida, para querendo contestar a presente a\u00e7\u00e3o.\nb) ao final a condena\u00e7\u00e3o da requerida para pagar as diferen\u00e7as resultantes da aplica\u00e7\u00e3o do INPC como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria em substitui\u00e7\u00e3o a TR na(s) conta(s) vinculada(s) ao FGTS da parte autora, desde janeiro de 1999 at\u00e9 o seu efetivo saque, bem como aos saldos ainda existentes nas referidas contas e nos dep\u00f3sitos que forem creditados no decorrer da demanda;\nb1) como pedido sucessivo, n\u00e3o sendo este o vosso entendimento, pagar as diferen\u00e7as resultantes da aplica\u00e7\u00e3o de outro \u00edndice oficial de infla\u00e7\u00e3o que reponha as perdas inflacion\u00e1rias, no entender deste Ju\u00edzo, em substitui\u00e7\u00e3o a TR, na(s) conta(s) vinculada(s) ao FGTS da parte autora, desde Janeiro de 1999, at\u00e9 o efetivo saque bem como aos saldos ainda existentes nas referidas contas e nos dep\u00f3sitos que foram creditados no decorrer da demanda;\nc) Sobre os valores devidos pela condena\u00e7\u00e3o de que tratam os itens acima, dever\u00e3o incidir corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria desde a inadimpl\u00eancia, bem como os juros legais.\nd) A condena\u00e7\u00e3o da requerida ao pagamento das custas e honor\u00e1rios advocat\u00edcios de 20% sobre o valor da condena\u00e7\u00e3o.\ne) A concess\u00e3o dos benef\u00edcios da justi\u00e7a gratuita;\nf) Requer, ainda, que este MM.Juiz Federal manifeste-se em sua r. senten\u00e7a sobre a exig\u00eancia de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria do art. 2\u00ba da lei n\u00ba 8.036/90 que garante atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria aos dep\u00f3sitos das contas vinculadas do FGTS;\ng) Requer, por \u00faltimo, que V.Exa. se manifeste em sua r. senten\u00e7a sobre os fundamentos que a utiliza\u00e7\u00e3o da TR oficial como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria desobedeceria, nos limites materiais de in\u00fameros fundamentos e princ\u00edpios constitucionais dos seguintes artigos da Constitui\u00e7\u00e3o Federal: art.1\u00ba caput e inciso III (dignidade da pessoa humana) e art. 7\u00aa, caput e inciso III (direitos sociais \u2013 direito ao Fundo de Garantia Por Tempo de Servi\u00e7o); art. 5\u00aa, caput (inviolabilidade \u00e0 seguran\u00e7a jur\u00eddica e direito \u00e0 propriedade) e inciso XXII da Constitui\u00e7\u00e3o Federal; aos artigos art. 37 da CF (moralidade) e aos princ\u00edpios da razoabilidade e moralidade; aos artigos 7\u00aa, inciso IV, art. 40; inciso III, \u00a7 8\u00ba , art. 201; \u00a7 4\u00ba arts. 46 \u2013 todos da Constitui\u00e7\u00e3o Federal (direito constitucional \u00e0 corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria). Uma vez prequestionada a mat\u00e9ria, pugna pela proced\u00eancia do prequestionamento, ao tempo que requer a Vossa Excel\u00eancia que se pronuncie de forma objetiva, expl\u00edcita e fundamentada sobre o assunto.\nProtesta provar o alegado por todos os meios de prova admitidos em direito, principalmente prova documental.\nD\u00e1-se a causa o valor provis\u00f3rio de R$ 1.654,02\nN. termos P. deferimento\n\n\fMaravilha, 12 de dezembro de 2014.\nIUNES CESAR MANICA\nOAB/SC 22.827\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 2 (C\u00edvel) - IdDocumentoCompleto: 5053824-58.2015.4.04.7000-701446200152731910020000000058", "text": "EXCELENT\u00cdSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ(A) DE DIREITO DA VARA DO JUIZADO ESPECIAL FEDERAL DA SE\u00c7\u00c3O JUDICI\u00c1RIA DE CURITIBA -ESTADO DO PARAN\u00c1.\nJUSTI\u00c7A GRATUITA\nEDILBERTO ELOY WOITOVICZ, brasileiro, solteiro, desenhista projetista, inscrito no CPF/MF sob o n\u00ba 450.468.159-20, residente e domiciliado \u00e0 Rua Dep. Waldomiro Pedroso, n\u00ba 106 ap2 bloco 4, Bairro Novo Mundo \u2013 CEP 81050-150, Curitiba, Paran\u00e1, por seus advogados constitu\u00eddos (instrumento de mandato incluso), todos com escrit\u00f3rio profissional na Rua XV de Novembro, n.\u00ba 1234, 5.\u00ba andar, conjunto 504 Centro, Curitiba/PR, onde doravante receber\u00e3o as devidas intima\u00e7\u00f5es, vem perante Vossa Excel\u00eancia, com fulcro no artigo 282 do C\u00f3digo de Processo Civil, ajuizar a presente:\nA\u00c7\u00c3O REVISIONAL DOS DEP\u00d3SITOS DE FGTS COMPEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA\n1\n\n\fEm face da CAIXA ECON\u00d4MICA FEDERAL, institui\u00e7\u00e3o financeira sob a forma de empresa p\u00fablica, dotada de personalidade de direito privado, criada pelo Decreto-Lei 759, de 12/08/1969, inscrita no CNPJ sob o n.\u00ba 00.360.305/0001-04, com sede na Rua Conselheiro Laurindo, n.\u00ba 280, Centro, CEP:80060-100, Curitiba/PR (Art. 100, IV, \u201cb\u201d, do CPC).\nPelos motivos de fato, fundamentos e raz\u00f5es de Direito que passa a aduzir:\n\nI-DA PRELIMINAR (JUSTI\u00c7A GRATUITA)\n1. Requer inicialmente sejam concedidos os benef\u00edcios da JUSTI\u00c7AGRATUITA, assegurados pela Lei n.\u00ba 1060/50 (nova reda\u00e7\u00e3o pela lei 7.510/86), tendo em vista que a parte Autora, por ser pessoa de parcos recursos, n\u00e3o possui condi\u00e7\u00f5es de arcar com as despesas processuais, sem preju\u00edzo do sustento e manuten\u00e7\u00e3o de sua fam\u00edlia;\n2. Pede ainda que seu pedido seja deferido sem qualquer exig\u00eancia, de acordo com a previs\u00e3o do artigo 4.\u00ba, da Lei n.\u00ba 1060/50:\n\n\u201cA parte gozar\u00e1 dos benef\u00edcios da assist\u00eancia judici\u00e1ria, MEDIANTE\n\nSIMPLES AFIRMA\u00c7\u00c3O, NA PR\u00d3PRIA PETI\u00c7\u00c3O INICIAL, de que n\u00e3o est\u00e1\n\nem condi\u00e7\u00f5es de pagar as custas do processo e os honor\u00e1rios de advogado,\n\nsem preju\u00edzo pr\u00f3prio ou de sua fam\u00edlia (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n.\u00ba\n\n7510/86)\u201d\n\n(grifo nosso)\n\nII-DA TUTELA ANTECIPADA\n\n1. O artigo 273 do CPC preceitua que \u00e9 poss\u00edvel a concess\u00e3o de Tutela Antecipada diante da verossimilhan\u00e7a da alega\u00e7\u00e3o e do fundado receio de dano irrepar\u00e1vel ou de dif\u00edcil repara\u00e7\u00e3o.\n2. A verossimilhan\u00e7a da alega\u00e7\u00e3o ser\u00e1 amplamente demonstrada ao longo desta Inicial.\n3. O fundado receio de dano de dif\u00edcil repara\u00e7\u00e3o adv\u00e9m do fato de que a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u00e9 uma obriga\u00e7\u00e3o de trato sucessivo.\n4. O art. 12 da Lei n.\u00ba 8.177/91, com Reda\u00e7\u00e3o da Lei n.\u00ba 12.073/12, determina que a remunera\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos seja feita em cada per\u00edodo de rendimento.\n5. O dano contra o trabalhador se configura em cada per\u00edodo de rendimento sem a aplica\u00e7\u00e3o da devida corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos dep\u00f3sitos do FGTS.\n6. O dano que a aus\u00eancia de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria traz \u00e9, indubitavelmente, individual homog\u00eaneo. O nexo entre o sujeito ativo e o respons\u00e1vel pelo dano se d\u00e1 em uma situa\u00e7\u00e3o jur\u00eddica com origem comum para todos os titulares do direito violado.\n7. Apesar da origem comum, n\u00e3o se exige que cada um dos indiv\u00edduos atingidos pela viola\u00e7\u00e3o do direito pade\u00e7a do mesmo mal. O dano \u00e9 divis\u00edvel.\n2\n\n\f8. Mas mesmo sendo divis\u00edvel \u00e9 de dif\u00edcil percep\u00e7\u00e3o que, no geral, a aus\u00eancia de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria implica em menos dinheiro \u00e0 disposi\u00e7\u00e3o do trabalhador para a consecu\u00e7\u00e3o dos seus neg\u00f3cios jur\u00eddicos naquelas hip\u00f3teses em que a lei permite.\n9. Cada casa que o trabalhador deixa de comprar, cada presta\u00e7\u00e3o de im\u00f3vel que ele deixa de abater, cada tratamento de neoplasia maligna que ele deixa de fazer, cada rem\u00e9dio para o tratamento do HIV que ele deixa de comprar porque seu FGTS perdeu o poder aquisitivo, \u00e9 um dano de dif\u00edcil repara\u00e7\u00e3o que se renova.\n10. Acres\u00e7a-se a este dano, a situa\u00e7\u00e3o de ref\u00e9m que o trabalhador com dep\u00f3sito do FGTS se encontra quando quer financiar seu im\u00f3vel pelo SFH com a Caixa Econ\u00f4mica Federal. Hoje, e enquanto durar a TR zero, ele ter\u00e1 que financiar mais do que seria necess\u00e1rio, pois o que lhe pertence de direito \u2013 corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u2013 n\u00e3o est\u00e1 incidindo sobre ser dep\u00f3sito.\n11. E este dano continuar\u00e1 se repetindo por um longo per\u00edodo. Ressai do Estudo Econ\u00f4mico que ao tempo em que esta a\u00e7\u00e3o perdurar, a TR continuar\u00e1 reduzida a patamares m\u00ednimos, impondo aos trabalhadores mais perda de seu poder aquisitivo, mais dilapida\u00e7\u00e3o do seu patrim\u00f4nio, mais restri\u00e7\u00f5es \u00e0 sua capacidade de fazer neg\u00f3cio jur\u00eddico.\n12. N\u00e3o h\u00e1 d\u00favida de que h\u00e1 um risco de dif\u00edcil repara\u00e7\u00e3o na medida em que n\u00e3o \u00e9 poss\u00edvel quantific\u00e1-lo, mas n\u00e3o h\u00e1 como neg\u00e1-lo, tanto se levarmos em conta o trabalhador individualmente considerado como a coletividade de trabalhadores.\n13. Assim, imperioso \u00e9 que desde j\u00e1 a TR seja substitu\u00edda pelo INPC, \u00edndice que corrige o sal\u00e1rio m\u00ednimo ou pelo IPCA, \u00edndice oficial de medida de infla\u00e7\u00e3o. \u00cdndices que minimamente rep\u00f5em as perdas monet\u00e1rias haja vista que hoje n\u00e3o h\u00e1 nenhum tipo de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos dep\u00f3sitos do Fundo.\n14. Por outro lado, n\u00e3o h\u00e1 dano de irreversibilidade do provimento antecipado porque \u00e9 de natureza do FGTS ser um fundo de aplica\u00e7\u00e3o de longo prazo. Eventual decis\u00e3o que n\u00e3o reconhe\u00e7a o direito ora pleiteado, permitir\u00e1 que a Caixa Econ\u00f4mica Federal utilize de mecanismos legais para promover a devida compensa\u00e7\u00e3o ao longo do tempo.\n15. Assim, requer a concess\u00e3o da tutela para substituir imediatamente a TR, como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria nos dep\u00f3sitos do FGTS da parte Autora, pelo INPC, IPCA ou \u00edndice que, no entender deste Ju\u00edzo, melhor reflita as perdas inflacionarias daqui por diante, at\u00e9 o tr\u00e2nsito em julgado do presente feito, sob pena de perpetua\u00e7\u00e3o do injusto.\nIII-DALEGITIMIDADEPASSIVADACAIXAECON\u00d4MICAFEDERAL\n1.Desde 13/10/1989, a Caixa Econ\u00f4mica Federal \u00e9 a gestora das contas de FGTS, conforme disposi\u00e7\u00f5es expressas no art. 3.\u00ba da Lei n.\u00ba 7.839. Atualmente, tal previs\u00e3o consta da Lei n.\u00ba 8.036/90, arts. 3.\u00ba e 4.\u00ba.\n2. Tendo em vista o objeto da demanda (corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos dep\u00f3sitos do FGTS), \u00e9 irrefut\u00e1vel a legitimidade passiva e exclusiva da Caixa Econ\u00f4mica Federal. Mat\u00e9ria esta que j\u00e1 foi analisada pelo Superior Tribunal de Justi\u00e7a, culminando inclusive com a edi\u00e7\u00e3o da seguinte s\u00famula:\nS\u00famula 249 do STJ\uf0e0\u201cA Caixa Econ\u00f4mica Federal tem legitimidade passiva para integrar processo em que se discute corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria do FGTS.\u201d\n3\n\n\f3. Portanto, seguindo o entendimento pacificado pela jurisprud\u00eancia p\u00e1tria, a presente a\u00e7\u00e3o deve e ser\u00e1 dirigida exclusivamente em faceda Caixa Econ\u00f4mica Federal.\nIV -DO PRAZOPRESCRICIONAL\n1. A pac\u00edfica posi\u00e7\u00e3o jurisprudencial, no que concerne ao lapso prescricional para as demandas relacionadas \u00e0 corre\u00e7\u00e3o do FGTS, merece ser destacada, at\u00e9 mesmo como forma de evitar discuss\u00f5es desnecess\u00e1rias.\n2. Neste sentido, a seguinte s\u00famula do STJ \u00e9 digna de ser transcrita:\nS\u00famula 210 do STJ\uf0e0 \u201cA a\u00e7\u00e3o de cobran\u00e7a das contribui\u00e7\u00f5es para o FGTS prescreve em 30 (trinta) anos.\u201d\n3. Destarte, como se ver\u00e1 no transcorrer desta Exordial, o presente pleito encontra-se perfeitamente dentro do interregno mencionado.\nV - DOS FATOS\n1. Em apertadas palavras, a parte Autora,como titular de conta vinculada ao FGTS - FUNDO DE GARANTIA POR TEMPO DE SERVI\u00c7O(como comprova a documenta\u00e7\u00e3o acostada), insurge-se, atrav\u00e9s da presente a\u00e7\u00e3o, contra a forma com que a Caixa Econ\u00f4mica Federal faz (ou deixa de fazer) corre\u00e7\u00e3o do saldo de referida conta.\n2. Como \u00e9 cedi\u00e7o, o FGTS foi criado pela Lei n.\u00ba 5.107/66, com o escopo de proteger o trabalhador, sendo atualmente regido pela Lei n.\u00ba 8.036/90.\n3. Desde a d\u00e9cada de 80, o Fundo passou a ser gerido e administrado pela Caixa Econ\u00f4mica Federal, com base nas normas e diretrizes do Conselho Curador.\n4. Constitu\u00eddo por valores depositados mensalmente pelos empregadores em nome do empregado, o FGTS possibilita a forma\u00e7\u00e3o de um patrim\u00f4nio deste \u00faltimo, ainda que muitas vezes singelo.\n5. Al\u00e9m disso, os recursos do FGTS, por expressa previs\u00e3o legislativa (artigo 9.\u00ba, \u00a7\u00a7 2.\u00ba e 3.\u00ba, da Lei n.\u00ba 8.036/90), s\u00e3o destinados tamb\u00e9m ao financiamento de programas de habita\u00e7\u00e3o popular, saneamento b\u00e1sico e infra estrutura urbana, revestindo,as a\u00e7\u00f5es judiciais da mesma natureza desta,de verdadeira fun\u00e7\u00e3o social.\n6. Na referida Lei que disciplina o tema, mais especificadamente nos artigos 2.\u00ba e 13, v\u00ea-se a obrigatoriedade de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e de remunera\u00e7\u00e3o por meio de juros das quantias depositadas nas contas vinculadas ao FGTS, \u201cin verbis\u201d:\nArt. 2.\u00ba \uf0e0\u201cO FGTS \u00e9 constitu\u00eddo pelos saldos das contas vinculadas a que se refere esta lei e outros recursos a ela incorporados, devendo ser aplicados com atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e juros, de modo a assegurar a cobertura de suas obriga\u00e7\u00f5es\u201d.\n4\n\n\fArt.13\uf0e0 \u201cOsdep\u00f3sitosefetuadosnascontasvinculadas ser\u00e3ocorrigidos monetariamente com base nos par\u00e2metros fixados para a atualiza\u00e7\u00e3o dos saldos dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a e capitaliza\u00e7\u00e3o de juros de (tr\u00eas) por cento ao ano\u201d.\n7. Ressalte-se que o par\u00e2metro fixado para a atualiza\u00e7\u00e3o dos saldos dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a, e consequentemente dos dep\u00f3sitos do FGTS, \u00e9 a TR - TAXA REFERENCIAL, conforme prescrevem os artigos 12 e 17 da Lei n.\u00ba 8.177/91, com reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n.\u00ba 12.703/2012, cuja dic\u00e7\u00e3o \u00e9 a seguinte:\nArt. 12 \uf0e0 \u201cEm cada per\u00edodo de rendimento, os dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a ser\u00e3o remunerados: I - como remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica, por taxa correspondente \u00e0 acumula\u00e7\u00e3o das TRD, no per\u00edodo transcorrido entre o dia do \u00faltimo cr\u00e9dito de rendimento, inclusive, e o dia do cr\u00e9dito de rendimento, exclusive; II - como remunera\u00e7\u00e3o adicional, por juros de: a) 0,5% (cinco d\u00e9cimos por cento) ao m\u00eas, enquanto a meta da taxa Selic ao ano, definida pelo Banco Central do Brasil, for superior a 8,5% (oito inteiros e cinco d\u00e9cimos por cento); ou b) 70% (setenta por cento) da meta da taxa Selic ao ano, definida pelo Banco Central do Brasil, mensalizada, vigente na data de in\u00edcio do per\u00edodo de rendimento, nos demais casos. \u00a7 1.\u00ba A remunera\u00e7\u00e3o ser\u00e1 calculada sobre o menor saldo apresentado em cada per\u00edodo de rendimento. \u00a7 2.\u00ba Para os efeitos do disposto neste artigo, considera-se per\u00edodo de rendimento: I - para os dep\u00f3sitos de pessoas f\u00edsicas e entidades sem fins lucrativos, o m\u00eas corrido, a partir da data de anivers\u00e1rio da conta de dep\u00f3sito de poupan\u00e7a; II - para os demais dep\u00f3sitos, o trimestre corrido a partir da data de anivers\u00e1rio da conta de dep\u00f3sito de poupan\u00e7a. \u00a7 3.\u00ba A data de anivers\u00e1rio da conta de dep\u00f3sito de poupan\u00e7a ser\u00e1 o dia do m\u00eas de sua abertura, considerando-se a data de anivers\u00e1rio das contas abertas nos dias 29, 30 e 31 como o dia 1.\u00ba do m\u00eas seguinte. \u00a7 4\u00ba O cr\u00e9dito dos rendimentos ser\u00e1 efetuado: I - mensalmente, na data de anivers\u00e1rio da conta, para os dep\u00f3sitos de pessoa f\u00edsica e de entidades sem fins lucrativos; e II - trimestralmente, na data de anivers\u00e1rio no \u00faltimo m\u00eas do trimestre, para os demais dep\u00f3sitos.\u201d\nArt. 17 \uf0e0\u201cA partir de fevereiro de 1991, os saldos das contas do Fundo de Garantia por Tempo de Servi\u00e7o (FGTS) passam a ser remunerados pela taxa aplic\u00e1vel \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a com data de anivers\u00e1rio no dia 1.\u00ba, observada a periodicidade mensal para remunera\u00e7\u00e3o.\n5\n\n\fPar\u00e1grafo \u00fanico. As taxas de juros previstas na legisla\u00e7\u00e3o em vigor do FGTS s\u00e3o mantidas e consideradas como adicionais \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o prevista neste artigo.\n8. Sobressai da Lei 8.177/91 a seguinte f\u00f3rmula de c\u00e1lculo da TR:\nArt. 1.\u00ba \uf0e0\u201cO Banco Central do Brasil divulgar\u00e1 Taxa Referencial (TR), calculada a partir da remunera\u00e7\u00e3o mensal m\u00e9dia l\u00edquida de impostos, dos dep\u00f3sitos a prazo fixos captados nos bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos m\u00faltiplos com carteira comercial ou de investimentos, caixas econ\u00f4micas, ou dos t\u00edtulos p\u00fablicos federais,estaduais e municipais, de acordo com metodologia a ser aprovada pelo Conselho Monet\u00e1rio Nacional, no prazo de sessenta dias, e enviada ao conhecimento do Senado Federal. \u00a7 2.\u00ba As institui\u00e7\u00f5es que venham a ser utilizadas como bancos de refer\u00eancia, dentre elas, necessariamente, as dez maiores do Pa\u00eds, classificadas pelo volume de dep\u00f3sitos a prazo fixo, est\u00e3o obrigadas a fornecer as informa\u00e7\u00f5es de que trata este artigo, segundo normas estabelecidas pelo Conselho Monet\u00e1rio Nacional, sujeitando-se a institui\u00e7\u00e3o e seus administradores, no caso de infra\u00e7\u00e3o \u00e0s referidas normas, \u00e0s penas estabelecidas no art. 44 da Lei n.\u00ba 4.595, de 31 de dezembro de 1964. \u00a7 3.\u00ba Enquanto n\u00e3o aprovada a metodologia de c\u00e1lculo de que trata este artigo, o Banco Central do Brasil fixar\u00e1 a TR\u201d\n9. A metodologia do c\u00e1lculo definida pelo Banco Central - Conselho Monet\u00e1rio Nacional (CMN), atualmente est\u00e1 vigente sob a forma da Resolu\u00e7\u00e3o n.\u00ba 3.354/2006.\n10. Ocorre que a TR j\u00e1 n\u00e3o reflete mais a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria h\u00e1 muito tempo, tendo se distanciado completamente dos \u00edndices oficiais de infla\u00e7\u00e3o. Nos meses de setembro, outubro e novembro de 2009; janeiro e fevereiro de 2010; fevereiro e junho de 2012; e setembro de 2012 em diante, a TR tem sido completamente anulada, como se n\u00e3o existisse qualquer infla\u00e7\u00e3o no per\u00edodo pass\u00edvel de corre\u00e7\u00e3o.\n11. Assim, apesar da exist\u00eancia de dispositivos legais indicando a aplica\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o dos saldos do FGTS, faz-se necess\u00e1ria a an\u00e1lise e o questionamento sobre o objetivo do legislador e a atual inefic\u00e1cia do \u00edndice adotado, que, em total preju\u00edzo ao trabalhador, mostra-se incapaz de realizar a devida corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, vez que se encontra em patamar inferior \u00e0queles utilizados para indica\u00e7\u00e3o do percentual de infla\u00e7\u00e3o, como \u00e9 o caso do IPCA ou do INPC.\n12. Neste vi\u00e9s, o Supremo Tribunal Federal j\u00e1 se manifestou no sentido de n\u00e3o reconhecer a TR como \u00edndice capaz de corrigir a varia\u00e7\u00e3o inflacion\u00e1ria da moeda, n\u00e3o servindo, portanto, como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, sendo imprescind\u00edvel - e por quest\u00e3o de justi\u00e7a- que outro \u00edndice (INPC ou IPCA) seja aplicado.\n13. Aqui se encontra o cerne da quest\u00e3o, a for\u00e7a motriz da presente lide: a necessidade de garantir aos dep\u00f3sitos na(s) conta(s) vinculada(s) ao FGTS da parte Autora uma efetiva e real corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, em aten\u00e7\u00e3o aos princ\u00edpios que nortearam a sua cria\u00e7\u00e3o como patrim\u00f4nio do trabalhador.\n6\n\n\f14. Ressalte-se que \u201ca corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria n\u00e3o representa qualquer acr\u00e9scimo, mas simples recomposi\u00e7\u00e3o do valor da moeda corro\u00eddo pelo processo inflacion\u00e1rio\u201d (STJ, REsp n.\u00ba 1.191.868, 2.\u00aa Turma, Rel. Min. Eliana Calmon, j. 15/06/2010).\n15. A Taxa Referencial (TR) foi \u00edndice capaz de refletir a infla\u00e7\u00e3o ocorrida na economia brasileira por significativo per\u00edodo de tempo, por\u00e9m, a realidade \u00e9 completamente diferente desde 1999, a partir de quando o \u00edndice deixou de espelhar a desvaloriza\u00e7\u00e3o da moeda, e, portanto, deixou de haver a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria prevista em lei.\n16. Por ser oportuno, e para demonstrar a inaplicabilidade da TR para fins de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, comparem-se os \u00edndices mensais da TR, do IPCA-E e do INPC, a partir de 01/01/1999 at\u00e9 31/12/2013, respectivamente:\n(Fonte: http://gustavoborceda.jusbrasil.com.br/artigos/112171446/parte-ii-a-nova-acao-revisional-do-fgtspara-recuperacao-das-perdas-e-alteracao-da-tr-como-indice-de-correcao-monetaria-1999-2013)\n17. Resta inquestion\u00e1vel a despropor\u00e7\u00e3o entre a TR e o IPCAoua TR e o INPC, raz\u00e3o pela qual devemos analisar a real fun\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria em cotejo com o princ\u00edpio constitucional do direito \u00e0 propriedade (art. 5.\u00ba, XXII, da Carta Magna).\n18. No julgamento da ADIn n.\u00ba 493-0, o Pret\u00f3rio Excelso, no voto do i.relator Moreira Alves, em raz\u00e3o da causa petendi, foi determinado que haveria impossibilidade de aplica\u00e7\u00e3o da TR aos contratos do Sistema Financeiro de Habita\u00e7\u00e3o somente para o per\u00edodo anterior \u00e0 vig\u00eancia da Lei n.\u00ba 8.177/91. Embora em tal julgado o STF n\u00e3o tenha declarado que haveria impossibilidade de utiliza\u00e7\u00e3o de tal \u00edndice aos contratos firmados ap\u00f3s essa data, nele ficou reconhecido, de maneira cristalina que aquele Tribunal n\u00e3o reconhecia a TR como \u00edndice h\u00e1bil a promover a atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria.Eis o trecho mais relevante, para a presente a\u00e7\u00e3o, da ementa de tal julgado:\n\u201cA\u00e7\u00e3o direta de inconstitucionalidade.(...)\n7\n\n\fOcorr\u00eancia no caso, de viola\u00e7\u00e3o de direito adquirido. A TAXA REFERENCIAL (TR) N\u00c3O \u00c9 \u00cdNDICE DE CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA, pois, refletindo as varia\u00e7\u00f5es do custo prim\u00e1rio da capta\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos a prazo fixo, N\u00c3O CONSTITUI \u00cdNDICE QUE REFLITA A VARIA\u00c7\u00c3O DO PODER AQUISITIVO DA MOEDA. Por isso, n\u00e3o h\u00e1 necessidade de se examinar a quest\u00e3o de saber se as normas que alteram \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria se aplicam imediatamente, alcan\u00e7ando, pois, as presta\u00e7\u00f5es futuras de contratos celebrados no passado, sem violarem o disposto no artigo 5.\u00ba, XXXVI, daCarta Magna. - Tamb\u00e9m ofendem o ato jur\u00eddico perfeito os dispositivos impugnados que alteram o crit\u00e9rio de reajuste das presta\u00e7\u00f5es nos contratos j\u00e1 celebrados pelo sistema do Plano de Equival\u00eancia Salarial por Categoria Profissional (PES/CP). A\u00e7\u00e3o direta de inconstitucionalidade julgada procedente, para declarar a inconstitucionalidade dos artigos 18, 'caput' e par\u00e1grafos 1 e 4; 20; 21 e par\u00e1grafo \u00fanico; 23 e par\u00e1grafos; e 24 e par\u00e1grafos, todos da Lei n. 8.177, de 1 de maio de 1991.\u201d (ADI 493, Relator (a): Min. MOREIRA ALVES, Tribunal Pleno, julgado em 25/06/1992, DJ 04-09-1992 PP-14089 EMENT VOL-01674-02 PP-00260 RTJ VOL-00143-03 PP-00724)(Grifamos)\n19. No entanto, foi no julgamento das ADI\u2019sn.os 4425 e 4357, onde o STF analisou a inconstitucionalidade da Emenda Constitucional n.\u00ba 62/2009, que ficou inconteste o entendimento daquela Corte no sentido de que a TR n\u00e3o pode ser utilizada como \u00edndice de atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, eis que n\u00e3o \u00e9 capaz de espelhar o processo inflacion\u00e1rio brasileiro.Seguem trechos do voto do Ministro Luiz Fux, redator do ac\u00f3rd\u00e3o:\n\u201cQuanto \u00e0 disciplina da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos cr\u00e9ditos inscritos em precat\u00f3rios, a EC n.\u00ba 62/09 fixou como crit\u00e9rio o '\u00edndice oficial de remunera\u00e7\u00e3o da caderneta de poupan\u00e7a'. Ocorre que O REFERENCIAL ADOTADO N\u00c3O \u00c9 ID\u00d4NEO A MENSURAR A VARIA\u00c7\u00c3O DO PODER AQUISITIVO DA MOEDA. Isso porque a remunera\u00e7\u00e3o da caderneta de poupan\u00e7a, regida pelo art. 12 da Lei n.\u00ba 8.177/91, com atual reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n.\u00ba 12.703/2012, \u00e9 fixada ex ante, a partir de crit\u00e9rios t\u00e9cnicos em nada relacionados com a infla\u00e7\u00e3o empiricamente considerada. J\u00e1 se sabe, na data de hoje, quanto ir\u00e1 render a caderneta de poupan\u00e7a. E \u00e9 natural que seja assim, afinal a poupan\u00e7a \u00e9 uma alternativa de investimento de baixo risco, no qual o investidor consegue prever com seguran\u00e7a a margem de retorno do seu capital. A infla\u00e7\u00e3o, por outro lado, \u00e9 fen\u00f4meno econ\u00f4mico insuscet\u00edvel de capta\u00e7\u00e3o aprior\u00edstica. O m\u00e1ximo que se consegue \u00e9 estim\u00e1-la para certo per\u00edodo, mas jamais fix\u00e1-la de antem\u00e3o. Da\u00ed por que os \u00edndices criados especialmente para captar o fen\u00f4meno inflacion\u00e1rio s\u00e3o sempre definidos em momentos posteriores ao per\u00edodo analisado, como ocorre com o \u00cdndice de Pre\u00e7os ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estat\u00edstica (IBGE), e o \u00cdndice de Pre\u00e7os ao Consumidor (IPC), divulgado pela Funda\u00e7\u00e3o Get\u00falio Vargas (FGV). A raz\u00e3o disso \u00e9 clara: a infla\u00e7\u00e3o \u00e9 sempre constatada em apura\u00e7\u00e3o ex post, de sorte que TODO \u00cdNDICE DEFINIDO EX ANTE \u00c9 INCAPAZ DE REFLETIR A EFETIVA\n8\n\n\fVARIA\u00c7\u00c3O DE PRE\u00c7OS QUE CARACTERIZA A INFLA\u00c7\u00c3O. \u00c9 o que\n\nocorre na hip\u00f3tese dos autos. A prevalecer o crit\u00e9rio adotado pela EC\n\nn\u00ba 62/09, os cr\u00e9ditos inscritos em precat\u00f3rios seriam atualizados por\n\n\u00edndices pr\u00e9-fixados e independentes da real flutua\u00e7\u00e3o de pre\u00e7os apurada no\n\nper\u00edodo de refer\u00eancia. Assim, O \u00cdNDICE OFICIAL DE REMUNERA\u00c7\u00c3O DA\n\nCADERNETA DE POUPAN\u00c7A N\u00c3O \u00c9 CRIT\u00c9RIO ADEQUADO PARA\n\nREFLETIR O FEN\u00d4MENO INFLACION\u00c1RIO.\n\n(...)\n\nEm suma: h\u00e1 manifesta discrep\u00e2ncia entre o \u00edndice oficial de\n\nremunera\u00e7\u00e3o da caderneta de poupan\u00e7a e o fen\u00f4meno inflacion\u00e1rio, de\n\nmodo que o primeiro n\u00e3o se presta a capturar o segundo. O MEIO\n\nESCOLHIDO PELO LEGISLADOR CONSTITUINTE (REMUNERA\u00c7\u00c3O DA\n\nCADERNETA DE POUPAN\u00c7A) \u00c9, PORTANTO, INID\u00d4NEO A PROMOVER\n\nO FIM A QUE SE DESTINA (TRADUZIR A INFLA\u00c7\u00c3O DO PER\u00cdODO).\n\n(...)\n\nAssentada a premissa quanto \u00e0 inadequa\u00e7\u00e3o do aludido \u00edndice, mister\n\nenfrentar a natureza do direito \u00e0 corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. Na linha j\u00e1 exposta\n\npelo i. Min. Relator, 'A FINALIDADE DA CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA,\n\nENQUANTO INSTITUTO DE DIREITO CONSTITUCIONAL, N\u00c3O \u00c9\n\nDEIXAR MAIS RICO O BENEFICI\u00c1RIO, NEM MAIS POBRE O SUJEITO\n\nPASSIVO DE UMA DADA OBRIGA\u00c7\u00c3O DE PAGAMENTO. \u00c9 DEIX\u00c1-LOS\n\nTAL COMO QUALITATIVAMENTE SE ENCONTRAVAM, NO MOMENTO\n\nEM QUE SE FORMOU A RELA\u00c7\u00c3O OBRIGACIONAL'. Da\u00ed que a corre\u00e7\u00e3o\n\nmonet\u00e1ria de valores no tempo \u00e9 circunst\u00e2ncia que decorre diretamente do\n\nn\u00facleo essencial do direito de propriedade (CF, art. 5\u00ba, XXII). CORRIGEM-\n\nSE VALORES NOMINAIS PARA QUE PERMANE\u00c7AM COM O MESMO\n\nVALOR ECON\u00d4MICO AO LONGO DO TEMPO, DIANTE DA INFLA\u00c7\u00c3O.A\n\nideia \u00e9 simplesmente preservar o direito original em sua genu\u00edna extens\u00e3o.\n\nNesse sentido, O DIREITO \u00c0 CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA \u00c9 REFLEXO\n\nIMEDIATO DA PROTE\u00c7\u00c3O DA PROPRIEDADE. Deixar de atualizar\n\nvalores pecuni\u00e1rios ou atualiz\u00e1-los segundo crit\u00e9rios evidentemente\n\nincapazes de capturar o fen\u00f4meno inflacion\u00e1rio representa aniquilar o\n\ndireito propriedade em seu n\u00facleo essencial.\n\nTal constata\u00e7\u00e3o implica a pron\u00fancia de inconstitucionalidade parcial da\n\nEC n\u00ba 62/09 de modo a afastar a express\u00e3o '\u00edndice oficial de remunera\u00e7\u00e3o\n\nda caderneta de poupan\u00e7a' introduzida no \u00a7 12 do art. 100 da Lei Maior\n\ncomo crit\u00e9rio de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos cr\u00e9ditos inscritos em precat\u00f3rio,\n\npor viola\u00e7\u00e3o ao direito fundamental de propriedade (art. 5.\u00ba, XII, CF/88),\n\nineg\u00e1vel limite material ao poder de reforma daConstitui\u00e7\u00e3o (art. 60, \u00a7\n\n4\u00ba, IV, CF/88).\u201d\n\n(Grifamos)\n\n20. Ora, com a TR ostentando seus \u00edndices praticamente zerados desde o ano de 2009, os saldos das contas do FGTS acabaram sendo remunerados t\u00e3o somente pelos juros anuais de 3% (tr\u00eas por cento) previstos na Lei n.\u00ba 8.036/90. Ou seja, os juros que deveriam, supostamente, remunerar o capital, n\u00e3o s\u00e3o sequer suficientes para repor o poder de compra perdido pela infla\u00e7\u00e3o acumulada, n\u00e3o havendo, portanto, corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria nenhuma.\n\n9\n\n\f21. Tem-se, em resumo, que a lei espec\u00edfica do FGTS (Lei n.\u00ba 8.036/90) determina que ao saldo de suas contas deve ser obrigatoriamente aplicado \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. N\u00e3o sendo a Taxa Referencial (TR)- \u00edndice disposto pela Lei n.\u00ba 8.177/91- h\u00e1bil a atualizar monetariamente tais saldos, e estando tal \u00edndice em lei n\u00e3o espec\u00edfica do FGTS, entende-se como inconstitucional a utiliza\u00e7\u00e3o da TR para tal fim, subsistindo a necessidade de aplicar-se \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria que reflita a infla\u00e7\u00e3o do per\u00edodo, tal como prev\u00ea a Lei n\u00ba 8.036/90.\n22. Urge a declara\u00e7\u00e3o, por vias judiciais, de qual \u00edndice deve ser aplicado para a corre\u00e7\u00e3o das contas do FGTS:o IPCA ou o INPC, \u00edndices que atualmente t\u00eam refletido a varia\u00e7\u00e3o inflacion\u00e1ria brasileira.\n23. A t\u00edtulo de ilustra\u00e7\u00e3o,em sess\u00e3o ordin\u00e1ria do Conselho da Justi\u00e7a Federal - CNJ, ocorrida em 25/11/2011, foi aprovado o novo \u201cManual de C\u00e1lculos da Justi\u00e7a Federal\u201d, segundo o qual passa a incidir o IPCA-e como indexador de Corre\u00e7\u00e3o Monet\u00e1ria para as senten\u00e7as condenat\u00f3rias em geral (www.cjf.jus.br).\n24. Destarte, a parteAutorabusca a preserva\u00e7\u00e3o de seu patrim\u00f4nio (direito l\u00edquido e certo), que vem sendo dilapidado pela aus\u00eancia de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria eficaz, em raz\u00e3o da prejudicial perman\u00eancia da utiliza\u00e7\u00e3o do \u00edndice TR (Taxa Referencial), que n\u00e3o reflete a varia\u00e7\u00e3o inflacion\u00e1ria da moeda desde o ano de 1999.\n25. Neste sentido, REQUER seja declarado o \u00edndice a ser considerado para a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria de sua conta do FGTS, se o IPCA ou INPC, para fins de dar cumprimento \u00e0 atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos saldos das contas do FGTS prevista no art. 2.\u00ba da Lei 8.036/90, obrigando-se a parte Requerida a efetivar a substitui\u00e7\u00e3o da TR pelo \u00cdndice Nacional de Pre\u00e7os ao Consumidor - INPC ou pelo \u00cdndice de Pre\u00e7os ao Consumidor Amplo - IPCA, com o pagamento das diferen\u00e7as decorrentes da altera\u00e7\u00e3o. Al\u00e9m disso, tais valores dever\u00e3o ser acrescidos de juros de mora de 1% a.m. (um por cento ao m\u00eas), a contar da cita\u00e7\u00e3o, at\u00e9 o efetivo pagamento.\nVI -DOS FUNDAMENTOS JUR\u00cdDICOS E DO DIREITO\nA)A CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA EA INCONSTITUCIONALIDADE DA TAXA REFERENCIAL\n1. A corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria existe, assim como o FGTS, desde os anos 60.\n2. Um sem fim de \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria foram criados, at\u00e9 a edi\u00e7\u00e3o da Medida Provis\u00f3ria 294/1991, convertida na Lei n.\u00ba 8.177/1991, oportunidade em que o governo do ent\u00e3o presidente Collor pretendeu substituir a s\u00e9rie de indexadores tradicionais (ORTN, OTN e BTN), que eram vinculados \u00e0 varia\u00e7\u00e3o dos n\u00edveis gerais de pre\u00e7os, pela taxa referencial, de natureza financeira.\n10\n\n\f3. Subsiste ainda hoje a perplexidade em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 natureza jur\u00eddica da TR, at\u00e9 por conta da pr\u00f3pria inconsist\u00eancia da lei que a criou, que ora a trata como taxa de juros (art.39), ora como indexador (art. 18).\n4. Cumpre diferenciar tais institutos:\n\nTAXAS DE JUROS\nVisam promover a remunera\u00e7\u00e3o de capital. S\u00e3o calculadas por quem disponibiliza o capital em benef\u00edcio de outra pessoa, f\u00edsica ou jur\u00eddica, para que a empregue com a finalidade de satisfazer determinada necessidade, na expectativa de lucro.\n\nINDEXADORES\nPodem ser entendidos como \u00edndices calculados a partir da varia\u00e7\u00e3o de pre\u00e7o de mercado em determinado per\u00edodo. O seu objetivo est\u00e1 na corre\u00e7\u00e3o dos efeitos inflacion\u00e1rios, quando se comparam valores monet\u00e1rios em diferentes \u00e9pocas.\n\n5. Vimos que, quando o Supremo Tribunal Federal enfrentou o tema da natureza do TR, no julgamento da ADI 493-0 DF, assentou:\n\n\u201cA taxa referencial (TR) N\u00c3O \u00c9 \u00cdNDICE DE CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA, pois, refletindo, as varia\u00e7\u00f5es do custo prim\u00e1rio da capta\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos a prazo fixo, n\u00e3o constitui \u00edndice que reflita a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda\u201d;(Grifamos)\n6. Ao final, restou sacramentadopela Corte Suprema o entendimento segundo o qual a TR possu\u00eda natureza de TAXA DE JUROS e declarou INCONSTITUCIONALo artigo 18 da lei n.\u00ba 8.177/1991, cujo texto original estabelecia que os saldos devedores e as presta\u00e7\u00f5es integrantes do SFH passariam a ser atualizadas pela taxa aplic\u00e1vel \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a.\n7. O STF voltou recentemente \u00e0 an\u00e1lise da TR como fator de corre\u00e7\u00e3o e, uma vez mais reafirmou que j\u00e1 houvera sedimentado quando da ADI 493-0/DF. No julgamento pelo plen\u00e1rio do STF das a\u00e7\u00f5es diretas de inconstitucionalidade n.os 4357, 4372, 4400, 4425, que tinham por objeto a emenda constitucional n.\u00ba 62/2009(sobre o regime especial de pagamento de precat\u00f3rios).Eis o voto do relator Min. Ayres Britto:\n\u201c(...) nota-se que a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria se caracteriza, operacionalmente, pela citada aptid\u00e3o para manter um equil\u00edbrio econ\u00f4mico-financeiro entre sujeitos jur\u00eddicos. E falar de equil\u00edbrio econ\u00f4mico-financeiro entre partes jur\u00eddicas \u00e9, simplesmente, manter as respectivas pretens\u00f5es ou os respectivos interesses no estado em que primitivamente se encontravam. Pois n\u00e3o se trata de favorecer ou beneficiar ningu\u00e9m(...) manuten\u00e7\u00e3o do valor real da moeda(...) que s\u00f3 se mant\u00e9m pela aplica\u00e7\u00e3o de \u00edndice que reflita a desvaloriza\u00e7\u00e3o dessa moeda em determinado per\u00edodo. Ora, se a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos valores inscritos em precat\u00f3rio deixa de corresponder \u00e0 perda do poder aquisitivo da moeda, o direito reconhecido por senten\u00e7a judicial transitada em julgado ser\u00e1 satisfeito de forma\n11\n\n\fexcessiva ou, de rev\u00e9s, deficit\u00e1ria. Em ambas as hip\u00f3teses, com enriquecimento il\u00edcito de uma das partes da rela\u00e7\u00e3o jur\u00eddica. E n\u00e3o \u00e9 dif\u00edcil constatar que a parte prejudicada, no caso, ser\u00e1, quase que invariavelmente, o credor da Fazenda P\u00fablica. Basta ver que, NOS \u00daLTIMOS QUINZE ANOS (1996 A 2010), ENQUANTO A TR (TAXA DE REMUNERA\u00c7\u00c3O DA POUPAN\u00c7A) FOI DE 55,77%, A INFLA\u00c7\u00c3O FOI DE 97,85%,de acordo com o IPCA.\u201d(Grifamos)\n8. Hoje no pa\u00eds existem dois tipos de \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. \u00cdndices que refletem a infla\u00e7\u00e3o, e, portanto, recuperam o poder de compra do valor aplicado, como o IPCA e o INPC.\n9. Ainda que nunca tenham se equiparado \u00e0 infla\u00e7\u00e3o, os \u00edndices da TR, INPC e IPCA sempre andaram pr\u00f3ximos. Em outras palavras, imperava a razoabilidade nos \u00edndices da TR para que pudessem atingir a finalidade de corre\u00e7\u00e3o do valor do capital.\n10. O panorama come\u00e7a a mudar a partir de 1999, quando a TR se distancia expressivamente do INPC e do IPCA, ao ponto de hoje a infla\u00e7\u00e3o superar 6% (seis por cento) ao ano e a TR ser igual a ZERO.\n11. Definitivamente, a TR n\u00e3o se presta para o fim de manter o poder aquisitivo dos dep\u00f3sitos do FGTS, que s\u00e3o patrim\u00f4nio do trabalhador.\n12. Ao contr\u00e1rio de outros investimentos, o FGTS n\u00e3o \u00e9 um fundo de livre disposi\u00e7\u00e3o por parte do trabalhador, que n\u00e3o pode decidir por si mesmo quais as aplica\u00e7\u00f5es que lhe s\u00e3o mais convenientes ou rent\u00e1veis. O trabalhador tem que se submeter a pol\u00edticas econ\u00f4micas e sociais que lhe s\u00e3o altamente prejudiciais.\n13. A pr\u00f3pria lei do FGTS diz em seu artigo 2.\u00ba que \u00e9 garantida a aplica\u00e7\u00e3o de atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e juros aos saldos das contas vinculadas. Quando a TR \u00e9 m\u00ednima ou igual a ZERO, e totalmente desproporcional em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 infla\u00e7\u00e3o, este dispositivo \u00e9 descumprido. Neste caso, o patrim\u00f4nio do trabalhador \u00e9 diminu\u00eddo, subtra\u00eddo por quem tem o dever legal de administr\u00e1-lo.\n14. No cen\u00e1rio atual (TR zero e infla\u00e7\u00e3o p\u00fablica e not\u00f3ria), estamos diante de uma situa\u00e7\u00e3o de confisco. O Governo Federal, por meio da Caixa Econ\u00f4mica Federal, est\u00e1 confiscando os rendimentos dos trabalhadores para subsidiar pol\u00edticas p\u00fablicas sem a menor possibilidade de inger\u00eancia desses trabalhadores.\n15. Ora, se nosso Estado Democr\u00e1tico de Direito veda que se utilize o tributo com efeito de confisco, o trabalhador n\u00e3o pode ser punido com o confisco do que a pr\u00f3pria Caixa define em sua web site como \u201cum patrim\u00f4nio seu\u201d, do trabalhador.\n12\n\n\fB)A MANIPULA\u00c7\u00c3O DA TR PELOBACEN/CMN\n\n1.\n\nTanto o artigo 1.\u00ba da Lei n.\u00ba 8.177/91, quanto o artigo 5.\u00ba\n\nda Lei n.\u00ba 10.192/2001 (que convolou a MP n.\u00ba 1.053/95),\n\natribu\u00edram ao Banco Central a regulamenta\u00e7\u00e3o da\n\nmetodologia de c\u00e1lculo da TR, conforme cr\u00e9dito\n\nestabelecido na lei e a expedi\u00e7\u00f5es das instru\u00e7\u00f5es\n\nnecess\u00e1rias ao cumprimento do artigo que criou a TBF\n\n(Taxa B\u00e1sica Financeira), \u201cin verbis\u201d:\n\n2.\n\nArt. 1.\u00b0 da Lei n.\u00ba 8.177/91\uf0e0 \u201cO Banco Central do Brasil divulgar\u00e1 Taxa Referencial (TR), calculada a partir da remunera\u00e7\u00e3o mensal m\u00e9dia l\u00edquida de impostos, dos dep\u00f3sitos a prazo fixo captados nos bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos m\u00faltiplos com carteira comercial ou de investimentos, caixas econ\u00f4micas, ou dos t\u00edtulos p\u00fablicos federais, estaduais e municipais, de acordo com metodologia a ser aprovada pelo Conselho Monet\u00e1rio Nacional, no prazo de sessenta dias, e enviada ao conhecimento do Senado Federal.\u201d\n\nArt. 5.\u00bada Lei n.\u00ba 10.192/2001\uf0e0\u201cFica institu\u00edda Taxa B\u00e1sica Financeira TBF, para ser utilizada exclusivamente como base de remunera\u00e7\u00e3o de opera\u00e7\u00f5es realizadas no mercado financeiro, de prazo de dura\u00e7\u00e3o igual ou superior a sessenta dias. Par\u00e1grafo \u00fanico. O Conselho Monet\u00e1rio Nacional expedir\u00e1 as instru\u00e7\u00f5es necess\u00e1rias ao cumprimento do disposto neste artigo, podendo, inclusive, ampliar o prazo m\u00ednimo previsto no caput.\u201d\n\n2. Com o objetivo de regulamentar a TR, o Banco Central/Conselho Monet\u00e1rio Nacional vem ao longo dos anos criando e reinventando f\u00f3rmulas para encontr\u00e1-la. Todavia, \u00e9 com a institui\u00e7\u00e3o da Taxa B\u00e1sica Financeira, pela medida provis\u00f3ria n.\u00ba 1.053/95, que a f\u00f3rmula de c\u00e1lculo sofre uma expressiva reviravolta.\n\n3.\n\nA Resolu\u00e7\u00e3o n.\u00ba 3.354/2006, hoje vigente sobre o assunto,\n\ndiz:\n\nArt. 1.\u00ba \uf0e0 \u201cPara fins de c\u00e1lculo da Taxa B\u00e1sica Financeira (TBF) e da TAXA REFERENCIAL(TR), de que tratam os arts. 1.\u00ba da Lei n\u00ba 8.177/91, 1.\u00ba da Lei n.\u00ba 8.660/93, e 5.\u00ba da Lei n.\u00ba 10.192/2001, deve ser constitu\u00edda amostra das 20 maiores institui\u00e7\u00f5es financeiras do Pa\u00eds, assim consideradas em fun\u00e7\u00e3o do volume de capta\u00e7\u00e3o efetuado por meio de certificados e recibos de dep\u00f3sito banc\u00e1rio (CDB/RDB), com prazo de 30 a 35 dias corridos, inclusive, e remunerados a taxas prefixadas, entre bancos m\u00faltiplos, bancos comerciais, bancos de investimento e caixas econ\u00f4micas. (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Resolu\u00e7\u00e3o n.\u00ba 4.240/2013.) \u00a7 1.\u00ba Para efeito da constitui\u00e7\u00e3o da amostra referida neste artigo, devem ser considerados:\n\n13\n\n\fI - como uma \u00fanica institui\u00e7\u00e3o financeira, o conjunto de institui\u00e7\u00f5es de um mesmo conglomerado financeiro, nos termos do conceito estabelecido no Plano Cont\u00e1bil das Institui\u00e7\u00f5es do Sistema Financeiro Nacional (COSIF); II - os somat\u00f3rios dos valores de capta\u00e7\u00e3o de CDB/RDB ao longo de cada semestre civil. \u00a7 2.\u00ba O Banco Central do Brasil deve constituir a amostra de que trata este artigo at\u00e9 o d\u00e9cimo quinto dia \u00fatil dos meses de janeiro e julho, para vigorar a partir dos dias 1.\u00ba de fevereiro e 1.\u00ba de agosto de cada ano.\u201d(Grifamos)\nArt. 2.\u00ba\uf0e0\u201cA TBF e a TR s\u00e3o calculadas a partir da remunera\u00e7\u00e3o mensal m\u00e9dia dos CDB/RDB emitidos a taxas de mercado prefixadas, com prazo de 30 a 35 dias corridos, inclusive, com base em informa\u00e7\u00f5es prestadas pelas institui\u00e7\u00f5es integrantes da amostra de que trata o art. 1\u00ba, na forma a ser determinada pelo Banco Central do Brasil.\u201d\nArt. 4.\u00ba\uf0e0\u201cPara cada dia do m\u00eas - dia de refer\u00eancia -, o Banco Central do Brasil deve calcular a TBF, para o per\u00edodo de um m\u00eas, com in\u00edcio no pr\u00f3prio dia de refer\u00eancia e t\u00e9rmino no dia correspondente ao dia de refer\u00eancia no m\u00eas seguinte, considerada a hip\u00f3tese prevista no \u00a7 2\u00ba, inciso IV.\u201d\nArt. 5.\u00ba\uf0e0\u201cPara cada TBF obtida, segundo a metodologia descrita no art. 4\u00ba, DEVE SER CALCULADA A CORRESPONDENTE TR, pela aplica\u00e7\u00e3o de um redutor \"R\", de acordo com a seguinte f\u00f3rmula: TR = max {0,100 {[ (1 + TBF/100) / R ] - 1}} (em %). \u00a7 1.\u00ba O valor do redutor 'R' deve ser calculado para todos os dias, inclusive n\u00e3o-\u00fateis, de acordo com a seguinte f\u00f3rmula: R = (a + b . TBF/100), onde: TBF = TBF relativa ao dia de refer\u00eancia; a = 1,005; b = valor determinado de acordo com a tabela abaixo, em fun\u00e7\u00e3o da TBF obtida, segundo a metodologia descrita no art. 4.\u00ba, em termos percentuais ao ano: TBF (% a.a.) b TBF maior que 16 0,48 TBF menor ou igual a 16 e maior que 15 0,44 TBF menor ou igual a 15 e maior que 14 0,40 TBF menor ou igual a 14 e maior que 13 0,36 TBF menor ou igual a 13 e maior ou igual a 11 0,32\n\u00a7 2.\u00ba Fica o Banco Central do Brasil autorizado a determinar o valor do par\u00e2metro \"b\" no caso de a TBF obtida ser inferior a 11% a.a. (onze por cento ao ano).\u201d(Grifamos)\n\n4.\n\nO peculiar nesta determina\u00e7\u00e3o do BACEN/CMN, que de\n\nresto se repete desde 1997, \u00e9 que a TBF e a TR s\u00e3o\n\nexatamente iguais em sua g\u00eanese at\u00e9 o momento em que\n\nse determina a aplica\u00e7\u00e3o do redutor \u00e0 TBF para se chegar\n\na TR.\n\n14\n\n\f5.\n\nN\u00e3o h\u00e1, na lei da TR, previs\u00e3o de aplica\u00e7\u00e3o de redutor,\n\nassim como tamb\u00e9m n\u00e3o h\u00e1 na lei que criou a TBF.\n\nTodavia, causa esp\u00e9cie que adiante de um comando aberto\n\ncomo o do artigo 5.\u00ba da MP n.\u00ba 1.503/95 (Lein.\u00ba\n\n10192/2001), o BACEN/CMN, com amplos poderes para\n\nregulamentar o assunto, n\u00e3o tenha institu\u00eddo um redutor,\n\nmas o tenha feito ao regulamentar o artigo 1.\u00ba da Lei n\u00ba\n\n8.177/91, que n\u00e3o era flex\u00edvel.\n\n6. A compara\u00e7\u00e3o entre os percentuais da TR, INPC e IPCA, desde 1996, deixa evidente a perda do poder de compra dos dep\u00f3sitos nas contas vinculadas do FGTS, especialmente a partir de 1999:\n\n(Fonte: http://gustavoborceda.jusbrasil.com.br/artigos/112171446/parte-ii-a-nova-acao-revisional-do-fgtspara-recuperacao-das-perdas-e-alteracao-da-tr-como-indice-de-correcao-monetaria-1999-2013)\n7. O disparate \u00e9 n\u00edtido e gritante, mas nossos governantes lutam para manter esta situa\u00e7\u00e3o hedionda, cabendo ao Poder Judici\u00e1rio livrar os trabalhadores da tiraria daqueles que deveriam proteger seu povo.\n8. Como dito antes, o trabalhador aplica compulsoriamente seu dinheiro no FGTS e n\u00e3o pode retir\u00e1-lo para outro investimento. Recebe apenas uma remunera\u00e7\u00e3o de 0,247% a t\u00edtulo de juros e nada mais. N\u00e3o h\u00e1 corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, nem taxa referencial, em grande desrespeito ao artigo 2.\u00ba da Lei 8.036/90, que imp\u00f5e a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos valores depositados pelo empregador.\n9. Impende, por\u00e9m, revisitar o entendimento jurisprudencial sobre a TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, mormente a partir da institui\u00e7\u00e3o de um Redutor que tem por efeito zer\u00e1-la num ambiente de infla\u00e7\u00e3o.\n10. O quadro comparativo mostra que a TR n\u00e3o se presta como atualizador monet\u00e1rio do FGTS desde 1999. No momento em que o BACEN/CMNestabeleceu um\n15\n\n\fredutor para a TR, ela deixou de ser um \u00edndice confi\u00e1vel para atualizar monetariamente as contas do fundo porque se afasta dos \u00edndices de infla\u00e7\u00e3o, com sens\u00edvel redu\u00e7\u00e3o ano a ano.\n11. Corrigir monetariamente o capital \u00e9 mant\u00ea-lo com poder de compra, finalidade distante de ser alcan\u00e7ada pela TR. H\u00e1 n\u00edtida expropria\u00e7\u00e3o do patrim\u00f4nio do trabalhador no instante em que lhe \u00e9 negada uma h\u00edgida atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. Cabe, pois, ao judici\u00e1rio p\u00e1trio a nobre tarefa de fazer cessar este esbulho iniciado em 1999 e materializando nas constantes redu\u00e7\u00f5es da TR em rela\u00e7\u00e3o aos \u00edndices de infla\u00e7\u00e3o, culminando na sua completa nulidade desde setembro de 2012.\n12. O que torna a TR um \u00edndice inid\u00f4neo \u00e9 a intensa inger\u00eancia do BACEN/CMNna sua formula\u00e7\u00e3o. Quando a TBF (taxa b\u00e1sica financeira \u2013 SELIC for inferior a 11%), a vari\u00e1vel \u201cb\u201d ser\u00e1 determinada pelo BACEN/CMN, sem crit\u00e9rio t\u00e9cnico conhecido. A\u00ed est\u00e1 o cerne da quest\u00e3o, posto que \u00e9 esta discricionariedade estipulada desde a Resolu\u00e7\u00e3o n.\u00ba 2.809/2000 e reproduzida nas posteriores, que afetou o c\u00e1lculo do redutor da TR e, consequentemente, a conduziu de modo paulatino a ZERO.\n13. Noutra seara, pugnar pelo rec\u00e1lculo da TR tampouco se mostraria uma solu\u00e7\u00e3o, vez que uma nova f\u00f3rmula estaria igualmente sob a discricionariedade do BACEN. Basta avaliar a sucess\u00e3o de resolu\u00e7\u00f5es do \u00f3rg\u00e3o sobre o assunto, que sempre mantiveram em suas m\u00e3os o poder de interferir na aferi\u00e7\u00e3o da TR.\n14. N\u00e3o h\u00e1 d\u00favida de que a TR n\u00e3o tem o cond\u00e3o de suprir as perdas monet\u00e1rias dos dep\u00f3sitos do FGTS, como foi narrado at\u00e9 aqui. Outro caminho n\u00e3o existe,a n\u00e3o ser adotar um novo \u00edndice que de fato corrija e devolva o poder de compra desses dep\u00f3sitos, garantindo os direitos dos trabalhadores.\nC) OS \u00cdNDICES REAIS DE CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA\n1. A Lei do FGTS tem um fim social indiscut\u00edvel: proteger o trabalhador e constituir um patrim\u00f4nio que lhe sirva de arrimo em v\u00e1rias situa\u00e7\u00f5es da vida. Assim, reconhecer a necessidade de efetiva corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, com reposi\u00e7\u00e3o dos \u00edndices inflacion\u00e1rios de forma a garantir o poder de compra daquele dinheiro, implica em atender o social descrito na lei do fundo.\n2. Visto que a TR n\u00e3o rep\u00f5e as perdas monet\u00e1rias havidas, urge substitu\u00ed-las por um \u00edndice que o fa\u00e7a.\n3. Dever-se-ia, at\u00e9 por uma quest\u00e3o de equidade, adotar o mesmo \u00edndice utilizado para a corre\u00e7\u00e3o do sal\u00e1rio dos trabalhadores e benef\u00edcios previdenci\u00e1rios, previsto na Lei n.\u00ba 12.382/2011:\nArt. 2.\u00ba \uf0e0\u201cFicam estabelecidas as diretrizes para a pol\u00edtica de valoriza\u00e7\u00e3o do sal\u00e1rio m\u00ednimo a vigorar entre 2012 e 2015, inclusive, a serem aplicadas em 1.\u00ba de janeiro do respectivo ano. \u00a7 1.\u00ba Os reajustes para a preserva\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo do sal\u00e1rio m\u00ednimo corresponder\u00e3o \u00e0 varia\u00e7\u00e3o do \u00cdndice Nacional de Pre\u00e7os ao Consumidor - INPC, calculado e divulgado pela Funda\u00e7\u00e3o Instituto\n16\n\n\fBrasileiro de Geografia e Estat\u00edstica - IBGE, acumulada nos doze meses anteriores ao m\u00eas do reajuste. \u00a7 2.\u00ba Na hip\u00f3tese de n\u00e3o divulga\u00e7\u00e3o do INPC referente a um ou mais meses compreendidos no per\u00edodo do c\u00e1lculo at\u00e9 o \u00faltimo dia \u00fatil imediatamente anterior \u00e0 vig\u00eancia do reajuste, o Poder Executivo estimar\u00e1 os \u00edndices dos meses n\u00e3o dispon\u00edveis. \u00a7 3.\u00ba Verificada a hip\u00f3tese de que trata o \u00a7 2.\u00ba, os \u00edndices estimados permanecer\u00e3o v\u00e1lidos para os fins desta Lei, sem qualquer revis\u00e3o, sendo os eventuais res\u00edduos compensados no reajuste subsequente, sem retroatividade. \u00a7 4.\u00ba A t\u00edtulo de aumento real, ser\u00e3o aplicados os seguintes percentuais:\nI - em 2012, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do Produto Interno Bruto - PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2010; II - em 2013, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2011; III - em 2014, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2012; e IV - em 2015, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2013.\u201d\n4.Mesmo racioc\u00ednio se aplica \u00e0 corre\u00e7\u00e3o dos denominados sal\u00e1rios de contribui\u00e7\u00e3o pela legisla\u00e7\u00e3o previdenci\u00e1ria, quando do c\u00e1lculo do benef\u00edcio de aposentadoria, igualmente corrigidos pelo INPC, conforme o seguinte regramento:\nArt. 41-A da Lei n. 8.213/91\uf0e0 \u201cO valor dos benef\u00edcios em manuten\u00e7\u00e3o ser\u00e1 reajustado, anualmente, na mesma data do reajuste do sal\u00e1rio m\u00ednimo, pro rata, de acordo com suas respectivas datas de in\u00edcio ou do \u00faltimo reajustamento, com base no \u00cdndice Nacional de Pre\u00e7os ao Consumidor INPC, apurado pela Funda\u00e7\u00e3o Instituto Brasileiro de Geografia e Estat\u00edstica - IBGE.\u201d\n5. Ora, se o sal\u00e1rio m\u00ednimo e o benef\u00edcio previdenci\u00e1rio s\u00e3o corrigidos pelo INPC, porque o FGTS, que \u00e9 um sal\u00e1rio indireto do trabalhador, n\u00e3o o \u00e9?\n6. A necessidade de preservar o poder aquisitivo \u00e9 uma constante em todas as transa\u00e7\u00f5es financeiras e s\u00f3 se aperfei\u00e7oa quando rep\u00f5e efetivamente as perdas inflacion\u00e1rias.\n7. Outro \u00edndice que se mostra vi\u00e1vel para a manuten\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo dos dep\u00f3sitos do FGTS \u00e9 o IPCA/IBGE, \u00edndice oficial do Governo Federal, institu\u00eddo inicialmente com a finalidade de corrigir as demonstra\u00e7\u00f5es financeiras das companhias abertas e que, a partir de julho de 1999, passou a ser utilizado para medi\u00e7\u00e3o de metas de infla\u00e7\u00e3o, contratadas com o FMI.\n8. Qualquer desses dois \u00edndices (INPC ou IPCA) se mostra infinitamente mais adequado que o TR para a manuten\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo dos valores ingressados nas contas vinculadas ao FGTS.\n17\n\n\f9. Objetivando a demonstra\u00e7\u00e3o do direito postulado apresentamos em anexo duas planilhas de c\u00e1lculos de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria aplicando-se o INPC ou o IPCA sobre o saldo das contas do FGTS de titularidade da parte autora a partir de 1999 at\u00e9 o presente momento, projetando-se as doze parcelas vincendas.\n10. Imperativo, nesse diapas\u00e3o, que as contas vinculadas ao FGTS, em obedi\u00eancia \u00e0 pr\u00f3pria lei instituidora, recebam efetiva e real corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria - o que n\u00e3o existe, como analisado, com a manuten\u00e7\u00e3o da TR.\n11. Requer-se, pois, seja fixado o INPC como \u00edndice para a corre\u00e7\u00e3o das contas vinculadas do FGTS ou, sucessivamente, o IPCA, j\u00e1 que restou amplamente comprovado nesta exordial que a TR n\u00e3o pode servir para corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria por n\u00e3o refletir a infla\u00e7\u00e3o do per\u00edodo, ferindo direitos garantidos n\u00e3o somente na Lei n.\u00ba 8.036/90, mas, principalmente, na Constitui\u00e7\u00e3o Federal.\nVII -DA DECLARA\u00c7\u00c3O DE INCONSTITUCIONALIDADE DAAPLICA\u00c7\u00c3O DA TR E REDUTOR PARACORRE\u00c7\u00c3O DAS CONTAS DO FGTS PREQUESTIONAMENTO\nA) FGTSE O DIREITO DE PROPRIEDADE\n1. Verificada a desigualdade/despropor\u00e7\u00e3o entre os \u00edndices TR, IPCA-E e INPC, passa-se a analisar a real fun\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria em cotejo com o princ\u00edpio constitucional do direito \u00e0 propriedade (art. 5.\u00ba, XXII, da Carta Magna).\n2, Al\u00e9m de previsto no artigo XVII, itens 1 e 2, da Declara\u00e7\u00e3o Universal dos Direitos do Homem, de 1948, o direito de propriedade est\u00e1 previsto, no Brasil, no artigo 5.\u00ba, caput e inciso XXII, e no artigo 170, como uma garantia constitucional:\nArt. 5.\u00ba \uf0e0\u201cTodos s\u00e3o iguais perante a lei, sem distin\u00e7\u00e3o de qualquer natureza, GARANTINDO-SE aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no Pa\u00eds A INVIOLABILIDADE DO DIREITO \u00e0 vida, \u00e0 liberdade, \u00e0 igualdade, \u00e0 seguran\u00e7a e \u00c0PROPRIEDADE, nos termos seguintes: XXII - \u00e9 GARANTIDO O DIREITO DE PROPRIEDADE;\u201d(Grifamos)\nArt. 170 \uf0e0\u201cA ordem econ\u00f4mica, fundada na valoriza\u00e7\u00e3o do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos exist\u00eancia digna, conforme os ditames da justi\u00e7a social, observados os seguintes princ\u00edpios:(...) II - PROPRIEDADE PRIVADA;\u201d(Grifamos)\n3. relevante transcrever o art. 91 do Novo C\u00f3digo Civil, que reza: Art. 91\uf0e0 \u201cConstitui universalidade de direito o complexo de rela\u00e7\u00f5es jur\u00eddicas, de uma pessoa, dotadas de valor econ\u00f4mico.\u201d\n18\n\n\f4. Quando se fala em patrim\u00f4nio, imediatamente sobrev\u00e9m not\u00f3ria li\u00e7\u00e3o da Professora Maria Helena Diniz, ao comentar o supratranscrito art. 91:\n\u201cUniversalidade de direito: \u00e9 a constitu\u00edda por bens singulares corp\u00f3reos heterog\u00eaneos e incorp\u00f3reos (complexo de rela\u00e7\u00f5es jur\u00eddicas), a que a norma jur\u00eddica, com o intuito de produzir certos efeitos, d\u00e1 unidade, por serem dotados de valor econ\u00f4mico, como p. Ex., o patrim\u00f4nio (...). O patrim\u00f4nio e a heran\u00e7a s\u00e3o considerados como um conjunto, ou seja, como uma universalidade. Embora se constituam ou n\u00e3o de bens materiais e de cr\u00e9ditos, esses bens se unificam numa express\u00e3o econ\u00f4mica, que \u00e9 o valor. O patrim\u00f4nio \u00e9 complexo de rela\u00e7\u00f5es jur\u00eddicas de uma pessoa apreci\u00e1vel economicamente. Incluem-se no patrim\u00f4nio: a posse, os direitos reais, as obriga\u00e7\u00f5es e as a\u00e7\u00f5es correspondentes a tais direitos. O patrim\u00f4nio abrange direitos deveres redut\u00edveis a dinheiro.\u201d (C\u00f3digo Civil Anotado, Ed. Saraiva, p\u00e1g. 100)\n5. O conceito de propriedade- como garantia insculpida no inciso XXII, do art. 5.\u00ba, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal- \u00e9 mais amplo que o conceito do direito privado, podendo ser considerado tudo aquilo que pertence ao homem, seja bem im\u00f3vel ou m\u00f3vel, de cunho econ\u00f4mico, sejam direitos sobre cria\u00e7\u00f5es intelectuais ou art\u00edsticas, ou mesmo dinheiro que tenha depositado em sua conta corrente ou, no caso dos autos, em sua conta vinculada ao FGTS, como uma parcela do seu vencimento que \u00e9 depositado todo o m\u00eas pelo empregador, ou tomador de servi\u00e7o, e que faz parte de sua propriedade, formando, assim, o seu patrim\u00f4nio.\n6. Dentro desse conceito amplo de propriedade, cuja garantia est\u00e1 prevista expressamente na Constitui\u00e7\u00e3o Federal e deve ser preservada, Celso RibeiroBastos, respeitad\u00edssimo jurista brasileiro, tece coment\u00e1rios importantes em seu livro Coment\u00e1rios \u00e0 Constitui\u00e7\u00e3o do Brasil, que foi escrito juntamente com o n\u00e3o menos conceituado professor Ives Gandra Martins. Confira-se:\n\u201cA propriedade tornou-se, portanto, o anteparo constitucional entre o dom\u00ednio privado e o p\u00fablico. Neste ponto reside a ess\u00eancia da prote\u00e7\u00e3o constitucional: \u00e9 impedir que o Estado, por medida gen\u00e9rica ou abstrata, evite a apropria\u00e7\u00e3o particular dos bens econ\u00f4micos ou, j\u00e1 tendo esta ocorrido, venha a sacrific\u00e1-la mediante um processo de confisco.\u201d(BASTOS, Celso Ribeiro e Ives Gandra Martins in COMENT\u00c1RIOS \u00c0 CONSTITUI\u00c7\u00c3O DO BRASIL. 2.\u00ba Volume. S\u00e3o Paulo: Saraiva. 1989. p. 119.)\n7.Nesse sentido, o FGTS depositado na conta vinculada da parte autora \u00e9 de sua propriedade, fazendo parte de seu patrim\u00f4nio.N\u00e3o pode sofrer inger\u00eancias do Estado da maneira como est\u00e1 sendo feita, vez que o saldo n\u00e3o est\u00e1 sendo corrigido monetariamente, em total desrespeito \u00e0 previs\u00e3o inserta na Lei n.\u00ba 8.036/90 (atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria para o FGTS), tendo o legislador eleito, como \u00edndice atualizador, a TR, que desde janeiro de 1999, n\u00e3o faz nenhuma corre\u00e7\u00e3o.H\u00e1 inclusive o per\u00edodo em que a TR vem se mantendo a 0%. O Judici\u00e1rio deve colocar um ponto final na inconstitucionalidade decorrente da previs\u00e3o de se utilizar a TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria para o saldo de FGTS, pois a garantia de propriedade est\u00e1 sendo frontalmente descumprida desde 1999.\n19\n\n\f8. Ademais, levando em conta que a rela\u00e7\u00e3o jur\u00eddica entre os trabalhadores e a Caixa Econ\u00f4mica Federal \u00e9 de direito pessoal, o art. 233 do C\u00f3digo Civil se torna irrefut\u00e1vel, na medida em que determina que a obriga\u00e7\u00e3o de dar coisa certa abrange os acess\u00f3rios ainda que n\u00e3o mencionados:\nArt. 233\uf0e0\u201cA obriga\u00e7\u00e3o de dar coisa certa abrange os acess\u00f3rios dela embora n\u00e3o mencionados, salvo o contr\u00e1rio resultar do t\u00edtulo ou das circunstancias do caso.\u201d\nB) OFGTSE A IRREDUTIBILIDADE DO SAL\u00c1RIO\n1.Soma-se aos argumentos e fundamentos j\u00e1 dispostos, outra garantia constitucional, prevista no inciso VI do art. 7.\u00ba da Carta Magna, qual seja,a da IRREDUTIBILIDADE DOS SAL\u00c1RIOS.\n2. Se Parte do ganho mensal da parte Autora refere-se ao FGTS e h\u00e1 previs\u00e3o legal que esse saldo deve ser atualizado monetariamente, e se o \u00edndice escolhido pelo legislador (TR) n\u00e3o reflete a infla\u00e7\u00e3o desde 1999, conclui-se que, indiretamente, seu sal\u00e1rio est\u00e1 sendo reduzido, o que, como j\u00e1 visto, \u00e9 vedado pela Constitui\u00e7\u00e3o Federal.\n3. N\u00e3o se pode olvidar que a redu\u00e7\u00e3o do sal\u00e1rio de um trabalhador, acaba por ofender o princ\u00edpio da dignidade do ser humano, consubstanciado no inciso III, do artigo 1.\u00ba da Carta Constitucional.\n4.Confira-se, nesse sentido, a li\u00e7\u00e3o de Maur\u00edcio Godinho Delgado:\n\u201cRealmente, considera este princ\u00edpio jur\u00eddico maior e mais abrangente que o trabalho \u00e9 importante meio de realiza\u00e7\u00e3o e afirma\u00e7\u00e3o do ser humano, sendo o sal\u00e1rio a contrapartida econ\u00f4mica dessa afirma\u00e7\u00e3o e realiza\u00e7\u00e3o. \u00c9 claro que o reconhecimento social pelo trabalho n\u00e3o se resume ao sal\u00e1rio, j\u00e1 que envolve dimens\u00f5es muito amplas, ligadas \u00e0 \u00e9tica, \u00e0 cultura, \u00e0s m\u00faltiplas faces do poder, ao prest\u00edgio comunit\u00e1rio, etc.; mas \u00e9 o sal\u00e1rio, sem d\u00favida, a mais relevante contrapartida econ\u00f4mica pelo trabalho empregat\u00edcio. Nesse quadro, garantir-se juridicamente o sal\u00e1rio em contextos de contraposi\u00e7\u00e3o de outros interesses e valores \u00e9 harmonizar o Direito do Trabalho \u00e0 realiza\u00e7\u00e3o do pr\u00f3prio princ\u00edpio da dignidade do ser humano.\u201d(DELGADO, Maur\u00edcio Godinho. \u201cCurso de Direito do Trabalho\u201d. S\u00e3o Paulo: LTR. 2011. 10.\u00aa ed. p\u00e1g.200.)\n5.Podemos concluir, portanto, que reduzir o valor real dos dep\u00f3sitos do FGTS, significa reduzir os ganhos do trabalhador, em total afronta \u00e0s disposi\u00e7\u00f5es do inciso VI do art. 7.\u00ba e ao inciso III do art. 1.\u00ba, ambos da Constitui\u00e7\u00e3o Federal.\n6.Pelo exposto, requer seja declarado judicialmente a inconstitucionalidade parcial superveniente do artigo 13 da Lei 8.036/90 c/c 8.177/91,que prev\u00ea a aplica\u00e7\u00e3o da TR para corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria do FGTS e requerer a substitui\u00e7\u00e3o por outro \u00edndice mais apropriado, INPC ou o IPCA, com a condena\u00e7\u00e3o, ainda, da Caixa Econ\u00f4mica Federal a pagar a diferen\u00e7a existente at\u00e9 atualidade.\n20\n\n\fVIII-DA IMPROPRIEDADE DE SOBRESTAMENTO DO PRESENTEFEITO PELO STJ\n1.\u00c9 de conhecimento p\u00fablico que, o Ministro do STJ Herman Benjamin no Recurso Especial n.\u00ba 1.381.683 determinou a suspens\u00e3o em todo o pa\u00eds dos processos relativos \u00e0 corre\u00e7\u00e3o do FGTS. Esta determina\u00e7\u00e3o, segundo o relator, tem como objetivo a unificar as decis\u00f5es sobre o assunto para garantir a equidade entre os trabalhadores.\n2. Por certo \u00e9 que o art. 543-C, do CPC, confere, \u00e0 Corte Superior, a prerrogativa de determinar a suspens\u00e3o de recursos especiais na pend\u00eancia do julgamento do leading case eleito. N\u00e3o obstante referida regulamenta\u00e7\u00e3o constitui exce\u00e7\u00e3o ao sistema recursal ordin\u00e1rio, n\u00e3o admitindo, pois, interpreta\u00e7\u00e3o ampliativa.\n3. Ocorre que a presente a\u00e7\u00e3o tem como objeto principal a inconstitucionalidade da utiliza\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. A quest\u00e3o final sobre o tema da corre\u00e7\u00e3o do FGTS n\u00e3o ser\u00e1 discutida somente no STJ que tem compet\u00eancia estreita na legisla\u00e7\u00e3o infraconstitucional.\n4. Assim, afigura-se inadequado, nos limites dos par\u00e2metros legais e constitucionais de reg\u00eancia, o sobrestamento de todas as a\u00e7\u00f5es que versam sobre a atualiza\u00e7\u00e3o das contas vinculadas ao FGTS, inclusive as que ainda tramitam em 1.\u00aa Inst\u00e2ncia.\n5. Assim, a paralisa\u00e7\u00e3o das demandas tem, na realidade, resultado procrastinat\u00f3rio, adiando a marcha processual a ser obrigatoriamente percorrida (pois n\u00e3o se admite a supress\u00e3o de inst\u00e2ncia) em oposi\u00e7\u00e3o \u00e0 garantia constitucional da razo\u00e1vel dura\u00e7\u00e3o do processo. Identifica-se, portanto, desrespeito \u00e0s compet\u00eancias estabelecidas constitucionalmente, tendo o e. Relator imposto medida excepcional, que s\u00f3 teria sentido se a decis\u00e3o da Corte Superior, tomada em sede de recurso representativo da controv\u00e9rsia, tivesse amplos efeitos vinculantes, atribu\u00eddos, pelo Texto Constitucional, apenas ao STF.\n6. Repise-se a decis\u00e3o advinda do STJ ao julgar oRecurso Especial n.\u00ba 1.381.683n\u00e3o ser\u00e1 vinculante (n\u00e3o haver\u00e1 obriga\u00e7\u00e3o dos ju\u00edzes acat\u00e1-la) e, por corol\u00e1rio l\u00f3gico, n\u00e3o servir\u00e1 para exaurir o conflito de interesses j\u00e1 que n\u00e3o ir\u00e1 suprimir o direito de interposi\u00e7\u00e3o de recursos pela parte autora ou pelo r\u00e9u.\n7. A mat\u00e9ria trazida a cola\u00e7\u00e3o na presente a\u00e7\u00e3o traz dispositivos constitucionais violados o que implica em compet\u00eancia para julgamento da controv\u00e9rsia o Supremo Tribunal Federal e n\u00e3o o Superior Tribunal de Justi\u00e7a.\n8. Como precedente e fundamenta\u00e7\u00e3o da presente tese destacamos a not\u00edcia veiculada pela Justi\u00e7a Federal de S\u00e3o Paulo:\n\u201cSENTEN\u00c7A DETERMINA SUBSTITUI\u00c7\u00c3O DA TR PARA CORRE\u00c7\u00c3O DE CONTAS DO FGTS\u201d S\u00e3o Paulo, 10 de junho de 2014 O ju\u00edzo da 13.\u00aa Vara Federal C\u00edvel em S\u00e3o Paulo julgou procedentes duas a\u00e7\u00f5es coletivas propostas por sindicatos que buscavam a substitui\u00e7\u00e3o da Taxa Referencial (TR) por outro \u00edndice que repusesse as perdas inflacion\u00e1rias nas contas vinculadas do FGTS de seus associados. A decis\u00e3o condenou a Caixa Econ\u00f4mica Federal, r\u00e9 na a\u00e7\u00e3o, a pagar as\n21\n\n\fdiferen\u00e7as decorrentes da substitui\u00e7\u00e3o da TR pelo IPCA-E (\u00cdndice Nacional de Pre\u00e7os ao Consumidor Amplo Especial). Inicialmente, o juiz federal Wilson Z. Filho ressaltou a inaplicabilidade, para o presente caso, da decis\u00e3o do STJ que havia determinado a suspens\u00e3o tempor\u00e1ria do julgamento das a\u00e7\u00f5es relativas \u00e0 atualiza\u00e7\u00e3o dos saldos do FGTS. Isso porque o fundamento jur\u00eddico utilizado tem cunho constitucional, o que, na hip\u00f3tese de eventual recurso, demandaria an\u00e1lise pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e n\u00e3o pelo STJ. Nesta a\u00e7\u00e3o, os autores alegam que a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria pela Taxa Referencial est\u00e1, h\u00e1 muito tempo, defasada em rela\u00e7\u00e3o aos \u00edndices de infla\u00e7\u00e3o, causando a desvaloriza\u00e7\u00e3o do montante aplicado. Sustentam que desde o momento em que o Banco Central estabeleceu um redutor para a TR, ela n\u00e3o tem servido mais para atualiza\u00e7\u00e3o das contas fundi\u00e1rias. Em sua decis\u00e3o, o magistrado esclarece que a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria n\u00e3o representa acr\u00e9scimo ao valor sobre o qual incide, mas apenas reposi\u00e7\u00e3o da moeda para preservar seu poder de compra. \u201eNesse sentido, se o \u00edndice escolhido pelo legislador n\u00e3o cumpre esse papel \u2013 ou seja, se ele n\u00e3o capta a varia\u00e7\u00e3o inflacion\u00e1ria de determinado per\u00edodo, \u00e9 leg\u00edtima a postula\u00e7\u00e3o para modific\u00e1-lo\u201f, afirma o juiz. Para a resolu\u00e7\u00e3o do caso, o magistrado tomou como base um julgamento do Supremo Tribunal Federal que firmou a orienta\u00e7\u00e3o de que a TR, apesar de ser utilizada como crit\u00e9rio de remunera\u00e7\u00e3o das cadernetas de poupan\u00e7a, n\u00e3o \u00e9 um \u00edndice leg\u00edtimo para atualizar as contas do FGTS, pois infringiria a pr\u00f3pria lei que trata do referido fundo e que determina a preserva\u00e7\u00e3o do valor nele depositado. Por fim, Wilson Zauhy Filho determinou a aplica\u00e7\u00e3o do IPCA-E a partir de janeiro de 1999, momento em que os autores identificaram o preju\u00edzo, determinando \u00e0 Caixa Econ\u00f4mica Federal que fizesse o pagamento das diferen\u00e7as verificadas com a substitui\u00e7\u00e3o dos \u00edndices e aplica\u00e7\u00e3o de juros legais de 3% ao ano. (JSM) A\u00e7\u00e3o n.\u00ba 0015869-60.2013.403.6100 - \u00edntegra da senten\u00e7a A\u00e7\u00e3o n.\u00ba 0015870-45.2013.403.6100 - \u00edntegra da senten\u00e7a\u201d (Fonte: no s\u00edtio http://www.jfsp.jus.br/20140610-correcaotr/ acesso em 22/09/2014.)\n9.Em anexo, tamb\u00e9m como subsidio jurisprudencial, apresentamos a fotoc\u00f3pia integral das senten\u00e7as citadas na not\u00edcia acima.\n10. Nesta seara, sendo pr\u00e9 questionada, na presente a\u00e7\u00e3o, mat\u00e9ria de ordem constitucional, requer seja declarada a inadequa\u00e7\u00e3o do sobrestamento do feito pelo STJ no RE n.\u00ba 1.381.683, determinando-se a regular tramita\u00e7\u00e3o e julgamento da presente a\u00e7\u00e3o.\nIX - DOJULGAMENTO ANTECIPADO DA LIDE\n1. Entendendo que o conjunto probat\u00f3rio acostado aos autos j\u00e1 constitui evid\u00eancia cabal e insofism\u00e1vel do direito da parte Autora, n\u00e3o havendo mat\u00e9ria de fato a ser provada, al\u00e9m da suficientemente demonstrada pela via documental, REQUER seja realizado o julgamento antecipado da lide, nos termos do artigo 330 do CPC.\n22\n\n\fX - DOS HONOR\u00c1RIOS ADVOCAT\u00cdCIOS SUCUMBENCIAIS\nPara que n\u00e3o haja qualquer alega\u00e7\u00e3o no sentido contr\u00e1rio, na ADIN n.\u00ba 2736-DF restou pacificada a devida condena\u00e7\u00e3o de honor\u00e1rios advocat\u00edcios sucumbenciais, nos processos sobre restitui\u00e7\u00e3o de diferen\u00e7as do FGTS. Neste sentido:\n\u201cPROCESSUAL CIVIL. HONOR\u00c1RIOS SUCUMBENCIAIS. CONDENA\u00c7\u00c3O EM A\u00c7\u00d5ES RELATIVAS AO FGTS. CABIMENTO. INFORMATIVO N. 599 DO STF. ADI N. 2736-DF. INCONSTITUCIONALIDADE DA MP 2164-41/2001. 1. Diz o Informativo n. 599 do STF, que faz refer\u00eancia ao julgamento da ADI n. 2736-DF: \u201eO Tribunal julgou procedente pedido formulado em a\u00e7\u00e3o direta proposta pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil para declarar, com efeito extunc, a inconstitucionalidade do art. 9.\u00ba da Medida Provis\u00f3ria 2.164-41/2001, que acrescentou o art. 29-C \u00e0 Lei 8.036/90, o qual suprime a condena\u00e7\u00e3o em honor\u00e1rios advocat\u00edcios nas a\u00e7\u00f5es entre o Fundo de Garantia por Tempo de Servi\u00e7o - FGTS e os titulares de contas vinculadas, bem como naquelas em que figurem os respectivos representantes ou substitutos processuais (\u201eArt. 9\u00ba A Lei n\u00ba 8.036, de 11 de maio de 1990, passa a vigorar com as seguintes altera\u00e7\u00f5es: ... Art. 29-C. Nas a\u00e7\u00f5es entre o FGTS e os titulares de contas vinculadas, bem como naquelas em que figurem os respectivos representantes ou substitutos processuais, n\u00e3o haver\u00e1 condena\u00e7\u00e3o em honor\u00e1rios advocat\u00edcios.\u201f). 2. Apela\u00e7\u00e3o provida para condenar os Autores ao pagamento de honor\u00e1rios advocat\u00edcios de R$ 2.000,00 (dois mil reais), pro rata.\u201d (TRF-1 - AC: 20932 DF 0020932-58.2002.4.01.3400, Relator: DESEMBARGADOR FEDERAL JO\u00c3O BATISTA MOREIRA, Data de Julgamento: 10/11/2010, QUINTA TURMA, Data de Publica\u00e7\u00e3o: e-DJF1 p.65 de 26/11/2010)\nPelo pedido, requer seja condenada a parte Reclamada no pagamento de honor\u00e1rios advocat\u00edcios sucumbenciais, a serem estipulados na import\u00e2ncia de 20% (vinte por cento) sobre o valor total da condena\u00e7\u00e3o, ante a INCONSTITUCIONALIDADE DA MP 2164-41/2001 e Informativo 599 do STF.\nXI-DOSPEDIDOS E REQUERIMENTOS\n1.Ante o exposto, vem respeitosamente perante Vossa Excel\u00eancia REQUERER:\na) Preliminarmente, a concess\u00e3o dos benef\u00edcios da JUSTI\u00c7A GRATUITA \u00e0 parte Autora, nos termos da Lei n.\u00ba 1.060/50, com a dispensa do pagamento de custas, emolumentos e todos os demais encargos processuais;\nb) A concess\u00e3o de TUTELA ANTECIPADA para que,desde j\u00e1,a parte Requerente tenha a incontinenti substitui\u00e7\u00e3o daTaxa Referencial, utilizada na corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos dep\u00f3sitos efetuados em suas contas do FGTS, substituindo dito \u00edndice TR pelo INPC(\u00edndice que corrige o\n23\n\n\fsal\u00e1rio m\u00ednimo e o benef\u00edcio previdenci\u00e1rio)ou pelo IPCA(\u00edndice oficial de medida de infla\u00e7\u00e3o), at\u00e9 o tr\u00e2nsito em julgado da presente a\u00e7\u00e3o; c) A CITA\u00c7\u00c3O da parte Requerida, mediante a advert\u00eancia constante no artigo 285 do CPC, para, querendo, contestar a presente a\u00e7\u00e3o;\nd) Seja declarada a INADEQUA\u00c7\u00c3O DO SOBRESTAMENTODO FEITO pelo STJ no REsp n.\u00ba 1.381.683, determinando-se a regular tramita\u00e7\u00e3o e julgamento da presente a\u00e7\u00e3o, haja vista a presen\u00e7a do devido pr\u00e9 questionamento da mat\u00e9ria de ordem constitucional;\ne) O JULGAMENTO ANTECIPADO DA LIDE, nos termos do artigo 330 do CPC, n\u00e3o havendo mat\u00e9ria de fato a ser provada, al\u00e9m da suficientemente demonstrada pela via documental;\nf) Que, ao final, seja JULGADA INTEGRALMENTE PROCEDENTE A PRESENTE A\u00c7\u00c3O,PARA:\n* f.1 \uf0e0DECLARA Ro direito da parte Requerente de ter seus dep\u00f3sitos vinculados ao FGTS corrigidos monetariamente por \u00edndice que efetivamente reflita sem perdas a infla\u00e7\u00e3o apurada, garantindo, assim, a recupera\u00e7\u00e3o de seu poder aquisitivo;\n*f.2 \uf0e0DECLARAR, subsidiariamente, a falta de razoabilidade do redutor da taxa TR e a inconstitucionalidade parcial superveniente do Art. 13 da Lei 8.036/90 c/c art. 1.\u00ba e 17.\u00ba da Lei 8.177/91, ante a inadequa\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, por n\u00e3o garantir os direitos dispostos na Lei n.\u00ba 8.036/91 e na Constitui\u00e7\u00e3o Federal, ferindo frontalmente as disposi\u00e7\u00f5es contidas nos artigos 7.\u00ba (III e VI), 1.\u00ba (III), 3.\u00ba (II), 5.\u00ba (XXII) e 170 (II), conforme abordado nesta exordial;\n* f.3 \uf0e0DECLARAR o \u00edndice que deve ser considerado para corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria das contas do FGTS, se o IPCA ou INPC, para fins de dar cumprimento \u00e0 devida atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos saldos das contas do FGTS, prevista no art. 2.\u00ba da Lei 8.036/90, em substitui\u00e7\u00e3o \u00e0 TR, desde janeiro do ano de 1999, a partir de quando tal \u00edndice deixou de refletir a varia\u00e7\u00e3o inflacion\u00e1ria da moeda.\n* f.4\uf0e0CONDENAR a Caixa Econ\u00f4mica Federal a:\nf.4.a - PAGAR, a favor da parte autora, o valor correspondente \u00e0s diferen\u00e7as do FGTS, em raz\u00e3o da aplica\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria do INPC,desde janeiro de 1999, nos meses em que a TR foi desproporcional ou igual a ZERO, nas parcelas vencidas e vincendas; E f.4.b - PAGAR, em favor da parte autora, o valor correspondente \u00e0s diferen\u00e7as de FGTS, em raz\u00e3o da aplica\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria pelo INPC, desde janeiro de 1999, nos meses em que a\n24\n\n\fTR n\u00e3o foi igual a ZERO, mas foi menor que a infla\u00e7\u00e3o do per\u00edodo, nas parcelas vencidas e vincendas;\nOU\nf.4.c - PAGAR, a favor da parte autora, o valor correspondente \u00e0s diferen\u00e7as do FGTS, em raz\u00e3o da aplica\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria do IPCA, desde janeiro de 1999, nos meses em que a TR foi desproporcional ou igual a ZERO, nas parcelas vencidas e vincendas; E f.4.d -PAGAR, em favor da parte autora, o valor correspondente \u00e0s diferen\u00e7as de FGTS, em raz\u00e3o da aplica\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria pelo IPCA, desde janeiro de 1999, nos meses em que a TR n\u00e3o foi igual a ZERO, mas foi menor que a infla\u00e7\u00e3o do per\u00edodo, nas parcelas vencidas e vincendas;\nOU\nf.4.e - PAGAR, a favor da parte autora, o valor correspondente \u00e0s diferen\u00e7as de FGTS em raz\u00e3o da aplica\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria por QUALQUER OUTRO \u00cdNDICE que reponha as perdas inflacion\u00e1rias do trabalhador nas contas do FGTS, no entender deste Douto Ju\u00edzo, desde janeiro de 1999, inclusive nos meses em que a TR foi zero, nas parcelas vencidas e vincendas.\n* f.5\uf0e0CONDENAR a parte Requerida ao pagamento, sobre os valores apurados em conformidade com os itens acima, de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria desde a inadimpl\u00eancia at\u00e9 seu efetivo saque, bem como de juros legais de 1% (um por cento) ao m\u00eas, a contar da cita\u00e7\u00e3o at\u00e9 o efetivo pagamento;\n*f.6 \uf0e0CONDENAR a Caixa Econ\u00f4mica Federal no pagamento das custas e despesas processuais, bem como dos honor\u00e1rios de sucumb\u00eancia, a serem fixados na import\u00e2ncia de 20% (vinte por cento) sobre o valor total da condena\u00e7\u00e3o, al\u00e9m de outros consect\u00e1rios legais;\n*f.7 \uf0e0DETERMINAR que o montante devido a parte Autora, bem como o valor devido a t\u00edtulo dos honor\u00e1rios, sejam retidos e liberados diretamente ao patrono constitu\u00eddo, por meio de alvar\u00e1, conforme artigo 22, \u00a7 4.\u00ba, do Estatuto da OAB.\nXII - DASPROVAS\nProtesta provar o alegado por todos os meios de prova em Direito admitidos, especialmente pela documental e pericial t\u00e9cnica, bem como todas as demais que se fizerem necess\u00e1rias para a comprova\u00e7\u00e3o do direito.\nXIII - DOVALOR DA CAUSA\n25\n\n\fD\u00e1 \u00e0 causa, considerando parcelas vencidas e doze vincendas, o valor de R$ 38.227,20 (trinta e oito mil duzentos e vinte e sete reais e vinte centavos).\nTermos em Que, Pede Deferimento.\nCuritiba/PR, 30 de outubro de 2015.\n\n\uf020 \uf020\uf020\uf020\uf020\uf020\uf020 \uf020\uf020\uf020\uf020\uf020 \uf020\n\n\uf020\uf020\uf020\uf020\uf020\uf020\uf020\n\nAlexandre Benedito Marini\n\nOAB/PR72.454\n\n26\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 3 (C\u00edvel) - IdDocumentoCompleto: 5006253-15.2016.4.04.7208-721460660288312640230000000001", "text": "EXCELENT\u00cdSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) FEDERAL DA _____ VARA FEDERAL DA SUBSE\u00c7\u00c3O JUDICI\u00c1RIA DE ITAJA\u00cd \u2013 SE\u00c7\u00c3O JUDICI\u00c1RIA DE SANTA CATARINA\nSERGIO EDUARDO FRANCO, brasileiro, casado, auxiliar de contabilidade, portador da C\u00e9dula de Identidade n\u00b0 17551705, SSP/SP, inscrito no CPF sob o n\u00b0 062.562.358-43, residente e domiciliado na Rua Crispim, n\u00b0 1164, Bairro Bombas, na Cidade de Bombinhas, Estado de Santa Catarina, CEP 88215-000, por seus procuradores Jo\u00e3o Moraes Azzi J\u00fanior, brasileiro, solteiro, advogado inscrito na OAB/SC sob o n\u00ba 18.587, CPF n\u00ba 948.188.19972, Eluza Helena Sperandio Giacomossi, brasileira, solteira, advogada inscrita na OAB/SC sob o n\u00ba 34.580, CPF 069.451.579-54 e Orilde Ana Cantelli Azzi, brasileira, casada, advogada inscrita na OAB/SC sob o n\u00ba 35.304, CPF n\u00ba 754.952.799-72, constitu\u00eddos nos termos da procura\u00e7\u00e3o anexa, todos com endere\u00e7o profissional \u00e0 Rua Alexandre Ternes Neto, n\u00ba 71, T\u00e9rreo, Caixa Postal 101, CEP 88200-000, no centro da cidade de Tijucas, Estado de Santa Catarina, onde receber\u00e3o as intima\u00e7\u00f5es e notifica\u00e7\u00f5es correlacionadas ao presente feito, v\u00eam, respeitosamente, \u00e0 presen\u00e7a de Vossa Excel\u00eancia, propor a presente\nA\u00c7\u00c3O ORDIN\u00c1RIA PARA OBTER A CORRETA INCID\u00caNCIA DA CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA SOBRE OS DEP\u00d3SITOS DO FGTS COM PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA\nem face da CAIXA ECON\u00d4MICA FEDERAL \u2013 CEF, Institui\u00e7\u00e3o Financeira sob a forma de Empresa P\u00fablica com personalidade jur\u00eddica de direito privado, com sede em Bras\u00edlia/DF, e com AG\u00caNCIA SUCURSAL localizada na Avenida Joca Brand\u00e3o, n\u00ba 443, CEP 88301-441, Centro, Itaja\u00ed - SC, com fulcro nos artigos 300, 319 do C\u00f3digo de Processo\n\n\fCivil, Constitui\u00e7\u00e3o Federal de 1988, C\u00f3digo Civil e demais legisla\u00e7\u00f5es citadas abaixo, pelas raz\u00f5es de fato e de direito a seguir expostos:\n\n1. PRELIMINARMENTE, requer a parte autora GRATUIDADE DE JUSTI\u00c7A, vez que n\u00e3o pode arcar com \u00f4nus de despesas processuais e honor\u00e1rios advocat\u00edcios, sob pena de preju\u00edzo ao pr\u00f3prio sustento e o familiar, nos termos da lei 1060/50 e lei 7510/86 e .\n\n2. DOS FATOS\n\nO presente processo trata de extrema import\u00e2ncia, pois, como \u00e9 sabido, a Taxa Referencial (TR) \u00e9 o \u00edndice usado para corrigir as contas do FGTS. Por\u00e9m, desde 1999, o Governo Federal n\u00e3o a aplica conforme os n\u00fameros da infla\u00e7\u00e3o anual. Com isso, o dinheiro do trabalhador vem ficando defasado.\n\nA partir de 1999, a TR come\u00e7ou a ser reduzida, gradativamente, at\u00e9 que, em setembro de 2012, chegou a zero. Ou seja, o dinheiro do trabalhador que est\u00e1 no FGTS passou a ficar sem corre\u00e7\u00e3o.\n\nconta, a 88,3%.\n\nA garfada na corre\u00e7\u00e3o do FGTS chega, dependendo dos anos da\n\nO FGTS \u00e9 regido pelas disposi\u00e7\u00f5es da Lei n\u00ba 8.036/11 de 11/05/1990, por normas e diretrizes estabelecidas por seu Conselho Curador e gerido pela Caixa Econ\u00f4mica Federal.\n\nDos Art. 2\u00ba e 13 da Lei 8.036/90 extra\u00edmos que h\u00e1 uma obrigatoriedade de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e remunera\u00e7\u00e3o atrav\u00e9s de juros dos dep\u00f3sitos efetuados nas contas vinculadas do FGTS, sen\u00e3o vejamos:\n\nArt. 2\u00ba - O FGTS \u00e9 constitu\u00eddo pelos saldos das contas vinculadas a que se refere esta lei e outros recursos a ele incorporados, devendo ser aplicados com atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e juros, de modo a assegurar a cobertura de suas obriga\u00e7\u00f5es.\n\n\fArt. 13. Os dep\u00f3sitos efetuados nas contas vinculadas ser\u00e3o corrigidos monetariamente com base nos par\u00e2metros fixados para atualiza\u00e7\u00e3o dos saldos dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a e capitaliza\u00e7\u00e3o juros de (tr\u00eas) por cento ao ano.\nRessalte-se que o patrim\u00f4nio fixado para a atualiza\u00e7\u00e3o dos\ndep\u00f3sitos dos saldos dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a e consequentemente dos dep\u00f3sitos do\nFGTS \u00e9 a Taxa Referencial \u2013 TR, conforme prescrevem os artigos 12 e 17 da Lei n\u00ba\n8.177/91, com reda\u00e7\u00e3o da Lei n\u00ba 12.703/12, cuja dic\u00e7\u00e3o \u00e9 a seguinte:\nArt. 12. Em cada per\u00edodo de rendimento, os dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a ser\u00e3o remunerados: I - como remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica, por taxa correspondente \u00e0 acumula\u00e7\u00e3o das TRD, no per\u00edodo transcorrido entre o dia do \u00faltimo cr\u00e9dito de rendimento, inclusive, e o dia do cr\u00e9dito de rendimento, exclusive; II - como remunera\u00e7\u00e3o adicional, por juros de: (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n \u00ba 12.703, de 2012). a) 0,5% (cinco d\u00e9cimos por cento) ao m\u00eas, enquanto a meta da taxa SELIC ao ano, definida pelo Banco Central do Brasil, for superior a 8,5% (oito inteiros e cinco d\u00e9cimos por cento); ou (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n \u00ba 12.703, de 2012) b) 70% (setenta por cento) da meta da taxa SELIC ao ano, definida pelo Banco Central do Brasil, mensalizada, vigente na data de in\u00edcio do per\u00edodo de rendimento, nos demais casos. (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n \u00ba 12.703, de 2012) (...) Art. 17. A partir de fevereiro de 1991, os saldos das contas do Fundo de Garantia por Tempo de Servi\u00e7o (FGTS) passam a ser remunerados pela taxa aplic\u00e1vel \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a com data de anivers\u00e1rio no dia 1\u00b0, observada a periodicidade mensal para remunera\u00e7\u00e3o. Par\u00e1grafo \u00fanico. As taxas de juros previstas na legisla\u00e7\u00e3o em vigor do FGTS s\u00e3o mantidas e consideradas como adicionais \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o prevista neste artigo. Sobressai da Lei n\u00b0 8.177/91 a forma como a TR ser\u00e1 calculada: Art. 1\u00b0 O Banco Central do Brasil divulgar\u00e1 Taxa Referencial (TR), calculada a partir da remunera\u00e7\u00e3o mensal m\u00e9dia l\u00edquida de impostos, dos dep\u00f3sitos a prazo fixo captados nos bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos m\u00faltiplos com carteira comercial ou de investimentos, caixas econ\u00f4micas, ou dos t\u00edtulos p\u00fablicos federais, estaduais e municipais, de acordo com metodologia a ser aprovada pelo Conselho Monet\u00e1rio Nacional, no prazo de sessenta dias, e enviada ao conhecimento do Senado Federal. \u00a7 1\u00b0 (Revogado) \u00a7 2\u00b0 As institui\u00e7\u00f5es que venham a ser utilizadas como bancos de refer\u00eancia, dentre elas, necessariamente, as dez maiores do Pa\u00eds, classificadas pelo volume de dep\u00f3sitos a prazo fixo, est\u00e3o obrigadas a fornecer as informa\u00e7\u00f5es de que trata este artigo, segundo normas estabelecidas pelo Conselho Monet\u00e1rio Nacional, sujeitando-se a\n\n\finstitui\u00e7\u00e3o e seus administradores, no caso de infra\u00e7\u00e3o \u00e0s referidas normas, \u00e0s penas estabelecidas no art. 44 da Lei n\u00b0 4.595, de 31 de dezembro de 1964. \u00a7 3\u00b0 Enquanto n\u00e3o aprovada a metodologia de c\u00e1lculo de que trata este artigo, o Banco Central do Brasil fixar\u00e1 a TR. (grifamos)\nA metodologia DE C\u00c1LCULO FOI H\u00c1 MUITO TEMPO DEFINIDA PELO Banco Central/CMN, e hoje est\u00e1 vigente sob a forma da Resolu\u00e7\u00e3o n\u00ba 3.3354/06.\nOcorre que, h\u00e1 muito tempo, a TR n\u00e3o reflete mais a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, tendo se distanciado completamente dos \u00edndices oficiais de infla\u00e7\u00e3o. Nos meses de setembro, outubro e novembro de 2009, janeiro e fevereiro de 2010, fevereiro e junho de 2012 e setembro de 2012 em diante, a TR tem sido completamente anulada como se n\u00e3o existisse qualquer infla\u00e7\u00e3o no per\u00edodo pass\u00edvel de corre\u00e7\u00e3o.\nEis a raz\u00e3o desta a\u00e7\u00e3o.\n2.1 DA LEGITIMIDADE PASSIVA DA CAIXA ECON\u00d4MICA FEDERAL\nPosto que a lide versa sobre corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos dep\u00f3sitos do FGTS, sobressai irrefut\u00e1vel a legitimidade passiva e exclusiva da Caixa Econ\u00f4mica Federal, conforme precedentes do STJ, vejamos:\nA\u00c7\u00c3O RESCIS\u00d3RIA. ADMINISTRATIVO. FGTS. CORRE\u00c7\u00c3O DOS SALDOS DAS CONTAS VINCULADAS. DIFEREN\u00c7AS DE EXPURGOS INFLACION\u00c1RIOS. TEMA J\u00c1 PACIFICADO NO STJ. PROCED\u00caNCIA DA A\u00c7\u00c3O. 1. A mat\u00e9ria referente \u00e0 corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria das contas vinculadas ao FGTS, em raz\u00e3o das diferen\u00e7as de expurgos inflacion\u00e1rios, foi decidida pela Primeira Se\u00e7\u00e3o deste Superior Tribunal, no REsp n. 1.111.201 - PE e no REsp n. 1.112.520 - PE, de relatoria do Exmo. Min. Benedito Gon\u00e7alves, ambos submetidos ao regime do art. 543-C do CPC e da Resolu\u00e7\u00e3o n. 8/08 do STJ, que tratam dos recursos representativos da controv\u00e9rsia, publicados no DJe de 4.3.2010. (...) 3. Quanto \u00e0s demais preliminares alegadas, devidamente prequestionadas, esta Corte tem o entendimento no sentido de que, nas demandas que tratam da atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos saldos das contas vinculadas do FGTS, a legitimidade passiva ad causam \u00e9 exclusiva da Caixa Econ\u00f4mica Federal, por ser gestora do Fundo, com a exclus\u00e3o da Uni\u00e3o e dos bancos deposit\u00e1rios (S\u00famula 249/STJ). (...)\n\n\f(AR 1962/SC, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, PRIMEIRA SE\u00c7\u00c3O, julgado em 08/02/2012, DJe 27/02/2012)\nS\u00famula 249/STJ - A Caixa Econ\u00f4mica Federal tem legitimidade passiva para integrar processo em que se discute corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria do FGTS.\nAssim, a presente a\u00e7\u00e3o se dirige exclusivamente contra a CAIXA ECON\u00d4MICA FEDERAL, conforme pacificamente definido pela jurisprud\u00eancia p\u00e1tria.\n2.2 DA PRESCRI\u00c7\u00c3O\nQuanto ao prazo prescricional, j\u00e1 est\u00e1 amplamente assentado na doutrina e jurisprud\u00eancia p\u00e1tria, que em rela\u00e7\u00e3o ao pleito de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria do FGTS, a prescri\u00e7\u00e3o \u00e9 trinten\u00e1ria.\nADMINISTRATIVO. CORRE\u00c7\u00c3O DAS CONTAS VINCULADAS DO FGTS. REEMBOLSO DAS CUSTAS. S\u00daMULA N. 462 DO STJ. JUROS DE MORA. OMISS\u00c3O CONFIGURADA. EMBARGOS ACOLHIDOS, COM EFEITOS MODIFICATIVOS. 1. Nas a\u00e7\u00f5es que envolvem o FGTS, as custas adiantadas pelo autor devem ser reembolsadas, at\u00e9 o limite da sucumb\u00eancia experimentado pela Caixa, e os juros de mora, por seu turno, s\u00e3o devidos pela taxa Selic a partir da cita\u00e7\u00e3o. Precedente: EDcl no REsp 1150441/RJ, Rel.Min. Castro Meira, Segunda Turma, DJe 8.9.2010. S\u00famula n. 462 do STJ. 2. Embargos de declara\u00e7\u00e3o acolhidos com efeitos modificativos.(EDcl no REsp 1150446/RJ, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 07/10/2010, DJe 25/10/2010).\nAssim, a a\u00e7\u00e3o ora proposta n\u00e3o esta alcan\u00e7ada pela prescri\u00e7\u00e3o trinten\u00e1ria conforme se demonstrar\u00e1 adiante.\n3. DO DIREITO\n3.1. DA CORRE\u00c7AO MONET\u00c1RIA\nSegundo a tese fundamental da doutrina da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, tal como formulada pelo seu principal te\u00f3rico, JOS\u00c9 LUIZ BULH\u00d5ES PEDREIRA pode resumir-se nas suas seguintes palavras:\n\n\fPor analogia com as unidades de medidas f\u00edsicas podemos dizer que o n\u00edvel geral de pre\u00e7os \u00e9 o padr\u00e3o prim\u00e1rio do valor financeiro, enquanto que a unidade monet\u00e1ria serve como padr\u00e3o secund\u00e1rio \u2013 usado, na pr\u00e1tica, para exprimir o valor financeiro, mas que deve ser aferido pelo padr\u00e3o prim\u00e1rio porque sujeito a modifica\u00e7\u00f5es1.\nSegundo este entendimento, a moeda seria um padr\u00e3o secund\u00e1rio, o que implicaria cindir em duas as suas fun\u00e7\u00f5es, atribuindo-se ao padr\u00e3o prim\u00e1rio, n\u00edvel geral de pre\u00e7o, a fun\u00e7\u00e3o de medida de valor, e \u00e0s pe\u00e7as monet\u00e1rias emitidas a fun\u00e7\u00e3o de meios de pagamento ou troca.\nLet\u00e1cio Jansen2 diz que Bulh\u00f5es Pedreira teria conseguido institucionalizar e colocar em pratica a sua doutrina principalmente atrav\u00e9s da Lei n\u00b0 4.357, de 1964, que criou o primeiro indexador da Economia Brasileira \u2013 ORTN (Obriga\u00e7\u00e3o Reajust\u00e1vel do Tesouro Nacional), uma obriga\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria cuja fun\u00e7\u00e3o era fazer variar, periodicamente, a moeda nacional segundo manuten\u00e7\u00e3o de seus respectivos poderes aquisitivos.\nDesde esta data, v\u00e1rios \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria foi se sucedendo, at\u00e9 a entrada em vigor da MP n\u00ba 294/91, que se transformou na Lei n\u00ba 8.177/91. Nesta oportunidade o Governo Collor pretendeu substituir a s\u00e9rie de indexadores tradicionais da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria brasileira (ORTN, OTN e BTN) que eram vinculados \u00e0 varia\u00e7\u00e3o dos n\u00edveis gerais de pre\u00e7os, pela TR, que tinha natureza financeira.\nAinda hoje permanece a perplexidade em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 natureza jur\u00eddica da TR, at\u00e9 por conta da pr\u00f3pria inconsist\u00eancia da lei que a criou, que ora a trata como taxa de juros (art. 39) ora como indexador (art. 18).\nTaxas de juros objetivam promover a remunera\u00e7\u00e3o do capital. S\u00e3o calculadas por quem disponibiliza o capital em beneficio de outra pessoa, f\u00edsica ou jur\u00eddica, para que empregue para a satisfa\u00e7\u00e3o de determinada necessidade, na expectativa de lucro. Os indexadores, por outro lado, podem ser entendidos como\n1 BULH\u00d5ES PEDREIRA, Jos\u00e9 Luiz, \u201cCorre\u00e7\u00e3o Monet\u00e1ria : Indexador Cambial. Obriga\u00e7\u00e3o Pecuni\u00e1ria, in \u201cRevista de Direito Administrativo\u201d, n, 193 p, 353 a 372 Jul/Set 1993. 2http://www.scamargo.adv.ber/scripts/forum/textoTema.asp?id=81&tema=ivalidade+da+Taxa=Referencia+(TR)% 3A=o+Significado+da+ADI=493-0-DF\n\n\f\u00edndices calculados a partir da varia\u00e7\u00e3o de pre\u00e7os de mercado em determinado per\u00edodo. O\nseu objetivo est\u00e1 na corre\u00e7\u00e3o dos efeitos inflacion\u00e1rios, quando se compara valores\nmonet\u00e1rios em diferentes \u00e9pocas.\nPois bem. Quando o STF enfrentou o tema na natureza da TR,\ndisse atrav\u00e9s do voto vencedor da ADI 493-0/DF que:\nA taxa referencial (TR) n\u00e3o e \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, pois, refletindo as varia\u00e7\u00f5es do custo prim\u00e1rio da capta\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos a prazo fixo, n\u00e3o constitui \u00edndice que reflita a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda.\nN\u00e3o obstante, os Ministros vencidos Celso de Mello, Marco Aur\u00e9lio e\nIlmar Galv\u00e3o entenderam que a estrutura de c\u00e1lculos da taxa referencial n\u00e3o era suficiente para\nimpedir sua utiliza\u00e7\u00e3o como par\u00e2metro de indexa\u00e7\u00e3o da economia.\nMesmo assim, naquela oportunidade:\nA\u00e7\u00e3o direta de inconstitucionalidade. - Se a lei alcan\u00e7ar os efeitos futuros de contratos celebrados anteriormente a ela, ser\u00e1 essa lei retroativa (retroatividade m\u00ednima) porque vai interferir na causa, que e um ato ou fato ocorrido no passado. - O disposto no artigo 5, XXXVI, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal se aplica a toda e qualquer lei infraconstitucional, sem qualquer distin\u00e7\u00e3o entre lei de direito p\u00fablico e lei de direito privado, ou entre lei de ordem p\u00fablica e lei dispositiva. Precedente do S.T.F.. - Ocorr\u00eancia, no caso, de viola\u00e7\u00e3o de direito adquirido. A taxa referencial (TR) n\u00e3o e \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, pois, refletindo as varia\u00e7\u00f5es do custo prim\u00e1rio da capta\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos a prazo fixo, n\u00e3o constitui \u00edndice que reflita a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda. Por isso, n\u00e3o h\u00e1 necessidade de se examinar a quest\u00e3o de saber se as normas que alteram \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria se aplicam imediatamente, alcan\u00e7ando, pois, as presta\u00e7\u00f5es futuras de contratos celebrados no passado, sem violarem o disposto no artigo 5, XXXVI, da Carta Magna. Tamb\u00e9m ofendem o ato jur\u00eddico perfeito os dispositivos impugnados que alteram o crit\u00e9rio de reajuste das presta\u00e7\u00f5es nos contratos ja celebrados pelo sistema do Plano de Equival\u00eancia Salarial por Categoria Profissional (PES/CP). A\u00e7\u00e3o direta de inconstitucionalidade julgada procedente, para declarar a inconstitucionalidade dos artigos 18, \"caput\" e paragrafos1 e 4; 20; 21 e par\u00e1grafo \u00fanico; 23 e par\u00e1grafos; e 24 e par\u00e1grafos, todos da Lei n. 8.177, de 1 de maio de 1991.(ADI 493, Relator(a): Min. MOREIRA ALVES, Tribunal Pleno, julgado em 25/06/1992, DJ 04-09-1992 PP-14089 EMENT VOL-01674-02 PP00260 RTJ VOL-00143-03 PP-00724)\n\n\fPor algum tempo, o pr\u00f3prio STJ rejeitou a TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o\nmonet\u00e1ria, tanto para poupan\u00e7a, quanto para SFH. Neste sentido:\nCOMERCIAL. MUTUO RURAL. CORRE\u00c7\u00c3O MONETARIA. VINCULA\u00c7\u00c3O AO CRITERIO DE REAJUSTE DOS DEPOSITOS EM CADERNETA DE POUPAN\u00c7A. LICITUDE. SUBSTITUI\u00c7\u00c3O PELA TR NOS MESES SUBSEQUENTES A FEVEREIRO/91. PREVIS\u00c3O DE UTILIZA\u00c7\u00c3O DA OTN. INDEXADOR CONTRATUALMENTE ELEITO. SUBSTITUI\u00c7\u00c3O EX LEGE PELA TR. INCONSTITUCIONALIDADE DECLARADA. ADO\u00c7\u00c3O DO INPC. PRECEDENTES. I - NO CONTRATO DE MUTUO RURAL E LICITO O PACTO DE VINCULA\u00c7\u00c3O DA CORRE\u00c7\u00c3O MONETARIA AO CRITERIO DE ATUALIZA\u00c7\u00c3O DOS DEPOSITOS EM CADERNETA DE POUPAN\u00c7A, RESULTANDO DEVIDA A INCIDENCIA DO MESMO INDEXADOR NOS MESES SUBSEQUENTES A FEVEREIRO/91. (ART. 13 DA LEI 8.177). II - EM FACE DA POSI\u00c7\u00c3O DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL INADMITINDO A TR COMO FATOR DE ATUALIZA\u00c7\u00c3O MONETARIA SUBSTITUTIVO DO BTN, A CORRE\u00c7\u00c3O DOS VALORES, CUJA FORMA DE REAJUSTE ESTAVA, POR LEI OU CONTRATO, ATRELADA A VARIA\u00c7\u00c3O DO VALOR DE REFERIDO TITULO DA DIVIDA PUBLICA, CUMPRE SEJA PROCEDIDA, A PARTIR DA LEI 8.177/91, COM BASE NO INPC. (REsp 40777/GO, Rel. Ministro S\u00c1LVIO DE FIGUEIREDO TEIXEIRA, QUARTA TURMA, julgado em 13/11/1995, DJ 11/12/1995, p. 43225)(grifamos)\nADMINISTRATIVO - SFH - REAJUSTE DAS PRESTA\u00c7\u00d5ES E DO SALDO DEVEDOR - PLANO DE EQUIVAL\u00caNCIA SALARIAL (PES) INAPLICABILIDADE DA TR - ADIN 493-0/STF - VANTAGENS PESSOAIS INCORPORADAS DEFINITIVAMENTE AO SAL\u00c1RIO INCLUS\u00c3O NO C\u00c1LCULO - DIVERG\u00caNCIA JURISPRUDENCIALN\u00c3O COMPROVADA - RISTJ, ART. 255 E PAR\u00c1GRAFOS - S\u00daMULA 13/STJ PRECEDENTES STJ. - Nos contratos vinculados ao PES, o reajustamento das presta\u00e7\u00f5es deve obedecer \u00e0 varia\u00e7\u00e3o salarial dos mutu\u00e1rios, a fim de preservar a equa\u00e7\u00e3o econ\u00f4mico-financeira do pactuado. - As vantagens pessoais incorporadas, definitivamente, ao sal\u00e1rio ou vencimento do mutu\u00e1rio, incluem-se na verifica\u00e7\u00e3o da equival\u00eancia para fixa\u00e7\u00e3o das parcelas. - Declarada pelo STF a inconstitucionalidade da TR como fator de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria (ADIN 493-0), o reajustamento do saldo devedor, a exemplo das presta\u00e7\u00f5es mensais, tamb\u00e9m deve obedecer ao Plano de Equival\u00eancia Salarial. - Recurso conhecido e parcialmente provido. (REsp 140839/BA, Rel. Ministro FRANCISCO PE\u00c7ANHA MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 23/11/1999, DJ 21/02/2000, p. 112) (grifamos).\nSFH. PLANO DE EQUIVAL\u00caNCIA SALARIAL. REAJUSTE DAS PRESTA\u00c7\u00d5ES. ILEGITIMIDADE PASSIVA DA UNI\u00c3O. NULIDADE DO\n\n\fAC\u00d3RD\u00c3O. INOCORR\u00caNCIA. VANTAGENS PESSOAIS. INCLUS\u00c3O. CORRE\u00c7\u00c3O PELA TR. IMPOSSIBILIDADE. PRECEDENTES. 1. Legitimidade passiva da Uni\u00e3o declarada de of\u00edcio (CPC, art. 267, VI e \u00a7 3\u00ba). 2. Rejeitada a preliminar de nulidade do ac\u00f3rd\u00e3o porque todas as quest\u00f5es suscitadas foram devidamente apreciadas, ainda que de forma sucinta. 3. Consoante iterativa jurisprud\u00eancia desta Corte, as vantagens pessoais incorporadas definitivamente aos vencimentos do servidor devem ser computadas nos reajustes das presta\u00e7\u00f5es dos contratos de financiamento pelo SFH vinculados ao PES. 4. Inaplic\u00e1vel a TR como fator de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria Entendimento consagrado nesta Corte na esteira de orienta\u00e7\u00e3o tra\u00e7ada pelo STF. 5. Recurso especial conhecido e parcialmente provido. (REsp 209466/BA, Rel. Ministro FRANCISCO PE\u00c7ANHA MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 07/08/2001, DJ 17/06/2002, p. 231) (grifamos)\nTodavia, a Corte de Justi\u00e7a, fazendo uma releitura do voto do\nMinistro Moreira Alves do STF, mudou de entendimento e passou a adotar a\nconstitucionalidade da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, conforme demonstra o\nseguinte julgado:\nSISTEMA FINANCEIRO DA HABITA\u00c7\u00c3O. SALDO DEVEDOR. ATUALIZA\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA. TR. 1. N\u00e3o \u00e9 inconstitucional a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria com base na Taxa Referencial - TR. O que \u00e9 inconstitucional \u00e9 sua aplica\u00e7\u00e3o retroativa. Foi isso o que decidiu o STF da ADI 493/DF, Pleno, Min.Moreira Alves, DJ de 04.09.1992, ao estabelecer o \u00e2mbito de incid\u00eancia da Lei 8.177, de 1991. 2. Aos contratos de m\u00fatuo habitacional firmados no \u00e2mbito do SFH que prevejam a corre\u00e7\u00e3o do saldo devedor pela taxa b\u00e1sica aplic\u00e1vel aos dep\u00f3sitos da poupan\u00e7a aplica-se a Taxa Referencial, por expressa determina\u00e7\u00e3o legal. Precedentes da Corte Especial: AGEREsp 725917 / DF, Min. Laurita Vaz, DJ 19.06.2006; DERESP 453600 / DF, Min. Aldir Passarinho Junior, DJ 24.04.2006. 3. Embargos de diverg\u00eancia a que se nega provimento. (EREsp 752879/DF, Rel. Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI, CORTE ESPECIAL, julgado em 19/12/2006, DJ 12/03/2007, p. 184) (grifamos).\nEm rela\u00e7\u00e3o ao FGTS h\u00e1 at\u00e9 s\u00famula do STJ sobre a aplica\u00e7\u00e3o da TR como\n\u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. Neste sentido:\nA Taxa Referencial (TR) \u00e9 o \u00edndice aplic\u00e1vel, a t\u00edtulo de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, aos d\u00e9bitos com o FGTS recolhidos pelo empregador mas n\u00e3o repassados ao fundo.(S\u00famula 459, PRIMEIRA SE\u00c7\u00c3O, julgado em 25/08/2010, DJe 08/09/2010).\n\n\fComo dito alhures, aplica\u00e7\u00e3o de \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria se\npresta para recuperar o poder de compra do valor emprestado. Este poder de compra \u00e9\ndiretamente influenciado por um processo inflacion\u00e1rio. O pr\u00f3prio STJ reconhece a\ninfluencia da infla\u00e7\u00e3o e da defla\u00e7\u00e3o na composi\u00e7\u00e3o do \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria,\nsen\u00e3o vejamos:\nPREVIDENCI\u00c1RIO E ECON\u00d4MICO. T\u00cdTULO EXECUTIVO JUDICIAL. DETERMINA\u00c7\u00c3O DE CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA PELO IGP-M. \u00cdNDICES DE DEFLA\u00c7\u00c3O.APLICABILIDADE. OFENSA AO PRINC\u00cdPIO DA IRREDUTIBILIDADE DOS VENCIMENTOS. N\u00c3O OCORR\u00caNCIA. PRESERVA\u00c7\u00c3O DO VALOR NOMINAL DA OBRIGA\u00c7\u00c3O. PRECEDENTES. 1. \"A corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria nada mais \u00e9 do que um mecanismo de manuten\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda, n\u00e3o devendo representar, consequentemente, por si s\u00f3, nem um plus nem um minus em sua subst\u00e2ncia. Corrigir o valor nominal da obriga\u00e7\u00e3o representa, portanto, manter, no tempo, o seu poder de compra original, alterado pelas oscila\u00e7\u00f5es inflacion\u00e1rias positivas e negativas ocorridas no per\u00edodo. Atualizar a obriga\u00e7\u00e3o levando em conta apenas oscila\u00e7\u00f5es positivas importaria distorcer a realidade econ\u00f4mica produzindo um resultado que n\u00e3o representa a simples manuten\u00e7\u00e3o do primitivo poder aquisitivo, mas um indevido acr\u00e9scimo no valor real. Nessa linha, estabelece o Manual de Orienta\u00e7\u00e3o de Procedimento de C\u00e1lculos aprovado pelo Conselho da Justi\u00e7a Federal que, n\u00e3o havendo decis\u00e3o judicial em contr\u00e1rio, \"os \u00edndices negativos de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria (defla\u00e7\u00e3o) ser\u00e3o considerados no c\u00e1lculo de atualiza\u00e7\u00e3o\", com a ressalva de que, se, no c\u00e1lculo final, 'a atualiza\u00e7\u00e3o implicar redu\u00e7\u00e3o do principal, deve prevalecer o valor nominal'\" (Corte Especial, REsp 1.265.580/RS, Rel. Min. TEORI ALBINO ZAVASCKI, DJe 18/4/12). 2. No precedente da Corte Especial, mencionado na decis\u00e3o agravada, ficou expressamente consignado que se, na atualiza\u00e7\u00e3o da d\u00edvida, houver redu\u00e7\u00e3o do principal, deve prevalecer o valor nominal, em respeito ao princ\u00edpio da irredutibilidade de vencimentos, previsto nos arts. 7\u00ba, VI e 37, XV, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal. 3. A compreens\u00e3o no sentido de que n\u00e3o h\u00e1 viola\u00e7\u00e3o ao princ\u00edpio da irredutibilidade dos vencimentos, quando preservado o valor nominal da obriga\u00e7\u00e3o, encontra respaldo na jurisprud\u00eancia do STF e do STJ. 4. Agravo regimental improvido.(AgRg nos EREsp 1252558/RS, Rel. Ministro S\u00c9RGIO KUKINA, PRIMEIRA SE\u00c7\u00c3O, julgado em 13/03/2013, DJe 21/03/2013) (grifos nossos).\nN\u00e3o podemos nos esquecer de que a cultura da corre\u00e7\u00e3o\nmonet\u00e1ria est\u00e1 de tal forma arraigada ao nosso sistema econ\u00f4mico, que o pr\u00f3prio\nC\u00f3digo Civil de 2002, traz diversos dispositivos garantindo atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria3.\n3Art. 389. N\u00e3o cumprida a obriga\u00e7\u00e3o, responde o devedor por perdas e danos, mais juros e atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria segundo \u00edndices oficiais regularmente estabelecidos, e honor\u00e1rios de advogado.\n\n\fEste retrospecto da evolu\u00e7\u00e3o legal e jurisprudencial a respeito da aplica\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria se faz necess\u00e1rio para que pud\u00e9ssemos chegar ao n\u00facleo do argumento desta demanda.\nHoje, no pa\u00eds, h\u00e1 dois tipos de \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. \u00cdndices que refletem a infla\u00e7\u00e3o e, portanto, recuperam o poder de compra do valor aplicado, como o IPCA e o INPC, e um \u00edndice que n\u00e3o reflete a infla\u00e7\u00e3o, e consequentemente n\u00e3o recupera o poder de compra do valor aplicado \u2013 a Taxa Referencial \u2013 TR.\nHistoricamente, \u00e9 preciso lembra que a TR nunca foi igual \u00e0 infla\u00e7\u00e3o. Nem quando experimentamos hiperinfla\u00e7\u00e3o, nem quando experimentamos defla\u00e7\u00e3o. Todavia, os \u00edndices da TR, do INPC e do IPCA sempre andaram pr\u00f3ximos. Em outras palavras, imperava a razoabilidade nos \u00edndices da TR para que pudessem atingir a finalidade de corre\u00e7\u00e3o do valor do capital.\n\nANO 1991 1992 1993 1994 1995 1996\n\nTR 335,51% 1.156,22% 2.474,73% 951,19% 316207% 9,5551%\n\nINPC 475,11% 1.149,05% 2.489,11% 929,32%\n21,98% 9,125%\n\nIPCA 475,69% 1.119,09% 2.477,15% 916,43%\n22,41% 9,56%\n\nArt. 395. Responde o devedor pelos preju\u00edzos a que sua mora der causa, mais juros, atualiza\u00e7\u00e3o dos valores\nmonet\u00e1rios segundo \u00edndices oficiais regularmente estabelecidos, e honor\u00e1rios de advogado. Art. 404. As perdas e danos, nas obriga\u00e7\u00f5es de pagamento em dinheiro, ser\u00e3o pagas com atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria\nsegundo \u00edndices oficiais regularmente estabelecidos, abrangendo juros, custas e honor\u00e1rios de advogado, sem preju\u00edzo da pena convencional.\nArt. 418. Se a parte que deu as arras n\u00e3o executar o contrato, poder\u00e1 a outra t\u00ea-lo por desfeito, retendo-as; se a inexecu\u00e7\u00e3o for de quem recebeu as arras, poder\u00e1 quem as deu haver o contrato por desfeito, e exigir sua\ndevolu\u00e7\u00e3o mais o equivalente, com atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria segundo \u00edndices oficiais regularmente estabelecidos, juros e honor\u00e1rios de advogado.\nArt. 722. Pelo contrato de corretagem, uma pessoa, n\u00e3o ligada a outra em virtude de mandato, de presta\u00e7\u00e3o de servi\u00e7os ou por qualquer rela\u00e7\u00e3o de depend\u00eancia, obriga-se a obter para a segunda um ou mais neg\u00f3cios,\nconforme as instru\u00e7\u00f5es recebidas. Art. 884. Aquele que, sem justa causa, se enriquecer \u00e0 custa de outrem, ser\u00e1 obrigado a restituir o\nindevidamente auferido, feita a atualiza\u00e7\u00e3o dos valores monet\u00e1rios.\n\n\fN\u00e3o obstante, o cen\u00e1rio come\u00e7a a mudar a partir de 1999. A TR se distancia expressivamente do INPC e do IPCA, ao ponto de hoje a infla\u00e7\u00e3o superar 6% ao ano e a TR ser igual a ZERO. Logo ela n\u00e3o se presta para o fim de manter o poder aquisitivo dos dep\u00f3sitos do FGTS, que s\u00e3o patrim\u00f4nio dos trabalhadores.\nO sentimento geral \u00e9 que h\u00e1 muito tempo o FGTS \u00e9 um fundo in\u00edquo por ele n\u00e3o ter recomposi\u00e7\u00e3o inflacionaria dos recursos. Na verdade, o trabalhador n\u00e3o est\u00e1 financiando programas de habita\u00e7\u00e3o popular, saneamento b\u00e1sico e infraestrutura urbana, ele esta subsidiando.\nAo contr\u00e1rio de outros investimentos, o FGTS n\u00e3o \u00e9 um fundo de livre disposi\u00e7\u00e3o por parte do trabalhador, n\u00e3o podendo ele decidir sponte pr\u00f3pria quais as aplica\u00e7\u00f5es que lhe s\u00e3o mais convenientes ou rent\u00e1veis. O trabalhador tem que se submeter a pol\u00edticas econ\u00f4micas e sociais que lhe s\u00e3o altamente prejudiciais.\nOra, mas a pr\u00f3pria Lei do FGTS diz em ser art. 2\u00ba que \u00e9 garantida a atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e juros. Quando a TR \u00e9 igual a ZERO este artigo \u00e9 descumprido. Quando a TR \u00e9 m\u00ednima e totalmente desproporcional em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 infla\u00e7\u00e3o, este artigo tamb\u00e9m \u00e9 descumprido e o patrim\u00f4nio do trabalhador \u00e9 subtra\u00eddo por quem tem o dever legal de administr\u00e1-lo.\nEm um cen\u00e1rio de TR ZERO e infla\u00e7\u00e3o p\u00fablica e not\u00f3ria, estamos diante de uma situa\u00e7\u00e3o de confisco. O Governo Federal, atrav\u00e9s da Caixa Econ\u00f4mica Federal, est\u00e1 confiscando os rendimentos dos trabalhadores, para subsidiar pol\u00edticas publicas, sem a menor possibilidade de inger\u00eancia destes trabalhadores.\nAssim como em nosso Estado Democr\u00e1tico de Direito, a Constitui\u00e7\u00e3o veda que se utilize o tributo com efeito de confisco, o trabalhador n\u00e3o pode ser punido com o confisco do que a pr\u00f3pria CAIXA define em seu s\u00edtio eletr\u00f4nico, como um patrim\u00f4nio do trabalhador, e definitivamente o \u00e9.\n\n\fQuando se fala em patrim\u00f4nio, imediatamente sobrev\u00e9m li\u00e7\u00e3o da Professora Maria Helena Diniz ao comentar o art. 91 do Novo C\u00f3digo Civil:\nArt. 91. Constitui universalidade de direito o complexo de rela\u00e7\u00f5es jur\u00eddicas, de uma pessoa, dotadas de valor econ\u00f4mico. Universalidade de direito. \u00c9 a constitu\u00edda por bens singulares corp\u00f3reos heterog\u00eaneos ou incorp\u00f3reos (complexos de rela\u00e7\u00f5es jur\u00eddicas), a que a norma jur\u00eddica, com o intuito de produzir certos efeitos, d\u00e1 unidade, por serem dotados de valor econ\u00f4mico, como p. ex., o patrim\u00f4nio (...) O patrim\u00f4nio e a heran\u00e7a s\u00e3o considerados como um conjunto, ou seja, como uma universalidade. Embora se constituam ou n\u00e3o de bens materiais e de cr\u00e9ditos, esses bens se unificam numa express\u00e3o econ\u00f4mica, que \u00e9 o valor. O patrim\u00f4nio \u00e9 complexo de rela\u00e7\u00f5es jur\u00eddicas de uma pessoa apreci\u00e1veis economicamente. Incluem-se no patrim\u00f4nio: a posse, os direitos reais, as obriga\u00e7\u00f5es e as a\u00e7\u00f5es correspondentes a tais direitos. O patrim\u00f4nio abrange direitos e deveres redut\u00edveis a dinheiro. (C\u00f3digo Civil Anotado, Ed. Saraiva, pag. 100) (grifamos)\nLevando em conta que a rela\u00e7\u00e3o jur\u00eddica entre trabalhadores e a Caixa \u00e9 de direito pessoal, o art. 233 do CCB se torna inafast\u00e1vel, na medida em que determina que a obriga\u00e7\u00e3o de dar coisa certa abrange os acess\u00f3rios ainda que n\u00e3o mencionados.\nArt. 233. A obriga\u00e7\u00e3o de dar coisa certa abrange os acess\u00f3rios dela embora n\u00e3o mencionados, salvo se o contr\u00e1rio resultar do t\u00edtulo ou das circunst\u00e2ncias do caso.\nOra, acess\u00f3rio de dinheiro s\u00e3o os juros e a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria.\nE ent\u00e3o voltamos \u00e0 Taxa Referencial.\n3.2. MANIPULA\u00c7\u00c3O DA TR PELO BANCO CENTRAL/CMN\nIndependentemente da discuss\u00e3o sobre a natureza jur\u00eddica, vamos aqui partir do pressuposto, assentado pela jurisprud\u00eancia, principalmente do STJ, que a TR \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria.\nTanto o art. 1\u00b0 da Lei n\u00b0 8.177/91, quanto o art. 5\u00b0 da Lei 10.192/01 (que revogou a MP 1.053/95) atribu\u00edram ao Banco Central a regulamenta\u00e7\u00e3o\n\n\fda metodologia de calculo da TR, conforme crit\u00e9rio estabelecido na Lei e a expedi\u00e7\u00e3o das instru\u00e7\u00f5es necess\u00e1rias ao cumprimento do artigo que criou a TBF.\n\nArt. 1\u00b0 O Banco Central do Brasil divulgar\u00e1 Taxa Referencial (TR), calculada a partir da remunera\u00e7\u00e3o mensal m\u00e9dia l\u00edquida de impostos, dos dep\u00f3sitos a prazo fixo captados nos bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos m\u00faltiplos com carteira comercial ou de investimentos, caixas econ\u00f4micas, ou dos t\u00edtulos p\u00fablicos federais, estaduais e municipais, de acordo com metodologia a ser aprovada pelo Conselho Monet\u00e1rio Nacional, no prazo de sessenta dias, e enviada ao conhecimento do Senado Federal. (Lei n\u00b0 8.177/91).\nArt. 5o Fica institu\u00edda Taxa B\u00e1sica Financeira - TBF, para ser utilizada exclusivamente como base de remunera\u00e7\u00e3o de opera\u00e7\u00f5es realizadas no mercado financeiro, de prazo de dura\u00e7\u00e3o igual ou superior a sessenta dias. Par\u00e1grafo \u00fanico. O Conselho Monet\u00e1rio Nacional expedir\u00e1 as instru\u00e7\u00f5es necess\u00e1rias ao cumprimento do disposto neste artigo, podendo, inclusive, ampliar o prazo m\u00ednimo previsto no caput. (Lei 10.192/01)\n\nNo mister de regulamentar a TR, o Banco Central/CMN vem ao longo dos anos criando e reinventando formulas para encontr\u00e1-la. Pelo menos desde a Resolu\u00e7\u00e3o 2.075, de 26 de maio de 1994 h\u00e1 formulas para encontrar a TR. Todavia, \u00e9 com a institui\u00e7\u00e3o da Taxa B\u00e1sica Financeira, pela Medida Provis\u00f3ria 1.053/95, de 30/06/95, que a forma de c\u00e1lculo da TR sofre uma expressiva reviravolta.\n\nDesde a Resolu\u00e7\u00e3o 2.437, de 30 de outubro de 1997, a TR \u00e9 calculada levando em conta a Taxa B\u00e1sica Financeira e um Redutor.\n\nseguinte:\n\nA Resolu\u00e7\u00e3o 3.354/06, hoje vigente sobre o assunto, diz o\n\nArt. 1\u00ba Estabelecer que, para fins de c\u00e1lculo da Taxa B\u00e1sica Financeira TBF e da Taxa Referencial - TR, de que tratam os arts. 1\u00ba da Lei 8.177, de 1\u00ba de mar\u00e7o de 1991, 1\u00ba da Lei 8.660, de 28 de maio de 1993, e 5\u00ba da Lei 10.192, de 14 de fevereiro de 2001, deve ser constitu\u00edda amostra das 30 maiores institui\u00e7\u00f5es financeiras do Pa\u00eds, assim consideradas em fun\u00e7\u00e3o do volume de capta\u00e7\u00e3o efetuado por meio de certificados e recibos de dep\u00f3sito banc\u00e1rio (CDB/RDB), com prazo de 30 a 35 dias corridos, inclusive, e remunerados a taxas prefixadas, entre bancos m\u00faltiplos, bancos comerciais, bancos de investimento e caixas econ\u00f4micas.\n\n\fArt. 2\u00ba A TBF e a TR s\u00e3o calculadas a partir da remunera\u00e7\u00e3o mensal m\u00e9dia dos CDB/RDB emitidos a taxas de mercado prefixadas, com prazo de 30 a 35 dias corridos, inclusive, com base em informa\u00e7\u00f5es prestadas pelas institui\u00e7\u00f5es integrantes da amostra de que trata o art. 1\u00ba, na forma a ser determinada pelo Banco Central do Brasil.\nArt. 4\u00ba Para cada dia do m\u00eas - dia de refer\u00eancia -, o Banco Central do Brasil deve calcular a TBF, para o per\u00edodo de um m\u00eas, com in\u00edcio no pr\u00f3prio dia de refer\u00eancia e t\u00e9rmino no dia correspondente ao dia de refer\u00eancia no m\u00eas seguinte, considerada a hip\u00f3tese prevista no \u00a7 2\u00ba, inciso IV. (...)\nArt. 5\u00ba Para cada TBF obtida, segundo a metodologia descrita no art. 4\u00ba, deve ser calculada a correspondente TR, pela aplica\u00e7\u00e3o de um redutor \"R\", de acordo com a seguinte f\u00f3rmula: TR = 100 {[ (1 + TBF/100) / R ] - 1} (em %). \u00a7 1\u00ba O valor do redutor \"R\" deve ser calculado para todos os dias, inclusive n\u00e3o \u00fateis, de acordo com a seguinte f\u00f3rmula: R = (a + b . TBF/100), onde: TBF = TBF relativa ao dia de refer\u00eancia; a = 1,005; b = valor determinado de acordo com a tabela abaixo, em fun\u00e7\u00e3o da TBF obtida, segundo a metodologia descrita no art. 4\u00ba, em termos percentuais ao ano: TBF (% a.a.) b b TBF..> ..16 0,48 16..>= ..TBF..> ..15 0,44 15..>= ..TBF..> ..14 0,40 14..>= ..TBF..> ..13 0,36 13..>= ..TBF..> ..12 0,32 12..>= ..TBF..> ..11 0,28 TBF.. = ..11 0,24 \u00a7 2\u00ba Fica o Banco Central do Brasil autorizado a determinar o valor do par\u00e2metro \"b\" no caso de a TBF obtida ser inferior a 11% a.a. (onze por cento ao ano).\nO peculiar nesta determina\u00e7\u00e3o do Banco Central/CMN, que de\nresto se repete desde 1997, \u00e9 que TBF e TR s\u00e3o exatamente iguais em sua g\u00eanese at\u00e9 o\nmomento em que se determina que se aplique um redutor \u00e0 TBF para se chegar \u00e0 TR.\nN\u00e3o h\u00e1 na Lei da TR previs\u00e3o de aplica\u00e7\u00e3o de redutor, assim\ncomo tamb\u00e9m n\u00e3o h\u00e1 na Lei que criou a TBF. Todavia, causa estranheza que diante de\num comando aberto como o art. 5\u00ba da MP n\u00ba 1.503/95 (Lei n\u00ba 10.192/01), o Banco\nCentral/CMN, com amplos poderes para regulamentar o assunto, n\u00e3o tenha institu\u00eddo\nem redutor, mas o tenha feito ao regulamentar o art. 1\u00ba da Lei n\u00ba 8.177/91, que n\u00e3o era\nt\u00e3o flex\u00edvel.\n\n\fO Economista C\u00e9sar Roberto Buzin explica em seu parecer\necon\u00f4mico, sobre o tema, o que de fato o Banco Central/CMN est\u00e1 fazendo com a TR.\nObjeto de discuss\u00e3o \u00e9 a utiliza\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, que apesar de n\u00e3o ter sido criada como um \u00edndice de indexa\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria vem sendo utilizada para tal finalidade na corre\u00e7\u00e3o dos valores aplicados \u00e0 caderneta de poupan\u00e7a e outras aplica\u00e7\u00f5es como dep\u00f3sito do FGTS, dinheiro pertencente aos trabalhadores, por\u00e9m com gest\u00e3o de terceiros. A posi\u00e7\u00e3o adotada pelo Superior Tribunal de Justi\u00e7a, em agosto de 2010, a respeito da utiliza\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria foi sacramentada por meio da cria\u00e7\u00e3o da S\u00famula 454, com a seguinte reda\u00e7\u00e3o: \u201cPactuada a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria nos contratos do SFH pelo mesmo \u00edndice aplic\u00e1vel \u00e0 caderneta de poupan\u00e7a, incide a Taxa Referencial (TR) a partir da vig\u00eancia da Lei 8.177/91. A TR \u00e9 calculada a partir das Taxa B\u00e1sica Financeira (TBF), uma m\u00e9dia de taxas de juros pagas nas aplica\u00e7\u00f5es em certificados de dep\u00f3sitos banc\u00e1rios (CDB) emitidas pelas 30 maiores institui\u00e7\u00f5es financeiras. Para calcular o valor da TR, \u00e9 preciso aplicar um redutor sobre a TBF, que depende de dois par\u00e2metros, chamados de \u201ca\u201d e \u201cb\u201d. O par\u00e2metro \u201ca\u201d \u00e9 o fator de 1,005, equivalente \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o da caderneta antiga, ou seja, 0,5% ao m\u00eas, ou 6,17% ao ano de juros remunerat\u00f3rio. Enquanto que \u201cb\u201d \u00e9 um decimal menor que 1, arbitrado pelo BACEN e que varia de acordo com o n\u00edvel de taxa de juros b\u00e1sica da economia, divulgada ap\u00f3s as reuni\u00f5es do Comit\u00ea de Pol\u00edtica Monet\u00e1ria do BC (Copom). Para calcular o redutor (R) o par\u00e2metro \u201cb\u201d \u00e9 multiplicado pelo valor da TBF e somado ao par\u00e2metro \u201ca\u201d, ou seja. R= a+b x TBF TR= 1+TBF -1\nA f\u00f3rmula significa que os novos dep\u00f3sitos realizados nas contas de dep\u00f3sito de poupan\u00e7a tenham como remunera\u00e7\u00e3o adicional (TR): (i) 0,5% a.m enquanto a meta da taxa SELIC, taxa b\u00e1sica de juros, definida pelo BACEN, estiver acima de 8,5% a.a e (ii) 70% da meta da taxa SELIC, mensalizada, vigente na data do inicio do per\u00edodo de rendimento. No n\u00edvel atual de taxa de juros decrescentes de uma economia estabilizada e num cen\u00e1rio para os pr\u00f3ximos anos, de juros baixos, a TR permaneceria por um longo per\u00edodo indeterminado como zero.\nNa esteira do que foi deduzido no Parecer t\u00e9cnico comparativo\n\u201cabaixo\u201d, entre os percentuais da TR, INPC e IPCA, desde 1997, os dep\u00f3sitos nas contas\nvinculadas do FGTS dos trabalhadores brasileiros est\u00e3o perdendo poder de compra,\nnotadamente a partir de 1999.\n\n\fANO\n\nTR\n\nINPC IPCA\n\n1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 (at\u00e9 mar\u00e7o)\n\n9,7849% 7,7938% 5,7295% 2,0962% 2,2852% 2,8023% 4,6485% 1,8184% 2,8335% 2,0377% 1,4452% 1,6348% 0,7090% 0,6887% 1,2079% 0,2897%\n0,00%\n\n4,34% 5,22% 2,49 1,65%\n8,43% 8,94% 5,27% 5,97% 9,44% 7,67% 14,74% 12,53% 10,37% 9,30% 6,13% 7,60% 5,05% 5,69% 2,81% 3,14% 5,15% 4,46% 6,48% 5,90% 4,11% 4,31% 6,46% 5,91% 6,07% 6,50% 6,17% 5,84% 2,05% 1,94%\n\nExcel\u00eancia, hoje, o trabalhador que tem seu dinheiro aplicado no FGTS, esta sendo remunerado com 0,24% de juros ao m\u00eas e mais nada. N\u00e3o h\u00e1 corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria nem taxa Referencial (independentemente da sua natureza jur\u00eddica), em flagrante ofensa ao art. 2\u00b0 da Lei n\u00b0 8.036/90, que imp\u00f5e a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos valores depositados pelo empregador.\nAinda que se argumente que a aplica\u00e7\u00e3o do Redutor pelo Banco Central/CMN seja legal, sua redu\u00e7\u00e3o a zero em um cen\u00e1rio de infla\u00e7\u00e3o superior a 6% ao\n\n\fano, configura flagrante afronta ao art. 2\u00b0 da Lei n\u00b0 8.036/90, que determina a atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, bem como ao art. 233 do C\u00f3digo Civil, quando sonega os acess\u00f3rios da obriga\u00e7\u00e3o de dar.\nMas \u00e9 necess\u00e1rio ir mais al\u00e9m e revisitar o entendimento jurisprudencial sobre a TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, m\u00e1xime a partir da institui\u00e7\u00e3o de um Redutor que tem por efeito zerar o \u00edndice da TR em um ambiente de infla\u00e7\u00e3o.\nO quadro comparativo mostra que a TR n\u00e3o se presta como atualizador monet\u00e1rio do FGTS, pelo menos desde janeiro de 1999. Desde o momento em que o Banco Central/CMN estabeleceu um redutor para TR, ela deixou de ser um \u00edndice confi\u00e1vel para atualizar monetariamente as contas do FGTS, porque se descola dos \u00edndices de infla\u00e7\u00e3o sendo reduzido ano a ano. A finalidade da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u00e9 manter o poder de compra do capital, e esta finalidade nem de perto vem sendo alcan\u00e7ada pela TR. A anula\u00e7\u00e3o total da TR \u00e9 s\u00f3 o desfecho desta pol\u00edtica para o autor e todos os demais trabalhadores brasileiros.\nOs trabalhadores, que luta para formar um patrim\u00f4nio, tem que poder confiar na lei. Esta confian\u00e7a est\u00e1 quebrada.\nH\u00e1 n\u00edtida expropria\u00e7\u00e3o do patrim\u00f4nio do autor, na medida em que se nega a devida atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. Como dito no estudo acostado \u00e0 inicial:\nA atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u00e9 o elemento mais importante do mercado financeiro, pois sem a medi\u00e7\u00e3o precisa de perda do poder aquisitivo da moeda com o decorrer do tempo, ocorre uma gigantesca destrui\u00e7\u00e3o de valor. O objetivo fundamental de escolha de um \u00edndice de atualiza\u00e7\u00e3o nos ativos (neg\u00f3cios, contratos, aplica\u00e7\u00f5es e etc.) \u00e9 de proteger patrim\u00f4nio, evitando que ele seja corro\u00eddo pela infla\u00e7\u00e3o.\nO Poder judici\u00e1rio h\u00e1 de se opor a este esbulho, confisco, expropria\u00e7\u00e3o que o trabalhador est\u00e1 sofrendo, desde janeiro de 1999, com as constantes redu\u00e7\u00f5es da TR em rela\u00e7\u00e3o aos \u00edndices de infla\u00e7\u00e3o, culminando na sua completa nulidade, ininterruptamente, desde julho de 2012.\n\n\fEm 1991 e 1992, quando o STF julgou a ADI 493-0-DF, ele deixou\nbem assentado que a TR n\u00e3o constitu\u00eda \u00edndice que refletia a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo\nda moeda. Esta caracter\u00edstica da TR tem se confirmado ao longo dos anos. A sua\naplica\u00e7\u00e3o aos saldos dos dep\u00f3sitos do FGTS tem gerado uma \u201cgigantesca desvaloriza\u00e7\u00e3o\nde valor\u201d do patrim\u00f4nio do trabalhador. H\u00e1 anos, os trabalhadores que tem dep\u00f3sitos no\nFGTS n\u00e3o experimentam ganhos reais em sua aplica\u00e7\u00e3o. Ao contrario, h\u00e1 muito tempo,\nos trabalhadores tem rendimentos inferiores \u00e0 infla\u00e7\u00e3o, mesmo levando em conta a\nremunera\u00e7\u00e3o dos juros de 3% ao ano.\nO que torna a TR um \u00edndice inid\u00f4neo \u00e9 a intensa inger\u00eancia do\nBanco Central/CMN na sua formula\u00e7\u00e3o. Como explica o economista C\u00e9sar Buzin:\nA TR deveria servir como referencia para os juros vigentes no Brasil, sendo divulgada mensalmente, a fim de evitar que a taxa de juros do m\u00eas corrente refletisse a infla\u00e7\u00e3o do m\u00eas anterior, apesar das caracter\u00edsticas, foi usada como \u00edndice econ\u00f4mico de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria (...) A mudan\u00e7a no comportamento da TR n\u00e3o se deve somente a oscila\u00e7\u00f5es da economia, mas tamb\u00e9m \u00e0 sistem\u00e1tica apurat\u00f3ria desse \u00edndice. Inicialmente ficou estabelecido que o Banco Central do Brasil efetuaria o c\u00e1lculo da TR a partir da remunera\u00e7\u00e3o mensal m\u00e9dia dos certificados e recibos de dep\u00f3sito banc\u00e1rio (CDB/RDB), emitidos pelas 20 (vinte) maiores institui\u00e7\u00f5es financeiras integrantes da amostra, designadas institui\u00e7\u00f5es de refer\u00eancia, levando em conta a taxa m\u00e9dia de remunera\u00e7\u00e3o dos CDB/RDB\u2019S, a taxa m\u00e9dia ponderada de remunera\u00e7\u00e3o; e um redutor fixado por resolu\u00e7\u00e3o do CMN. Como consequ\u00eancia da atua\u00e7\u00e3o do BACEN, a taxa referencial deixou de refletir o \u00edndice inflacion\u00e1rios a partir de 1999. (...) O preju\u00edzo causado aos trabalhadores devido \u00e0 aplica\u00e7\u00e3o de da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u00e9 tamanho que quando analisado o fator de corre\u00e7\u00e3o acumulado do FGTS visualiza-se que a rentabilidade desse fundo n\u00e3o supera os \u00edndices inflacion\u00e1rios desde 2002, rendendo menos que a infla\u00e7\u00e3o a partir de 2007, apesar da aplica\u00e7\u00e3o de juros de 3% ao ano. Diante do exposto, podemos afirmar que a TR n\u00e3o rep\u00f5e mais as perdas inflacionarias, o que afeta consideravelmente os poupadores, bem como os trabalhadores que possuem o FGTS (...) Com base nas normas Resolu\u00e7\u00e3o CMN n\u00b0 2.809 de 21/12/2000, Resolu\u00e7\u00e3o CMN n\u00b0 3.354, de 31/03/2006, Resolu\u00e7\u00e3o CMN n\u00b0 3.446, de 05/03/2007 e Circular n\u00b0 3.356 de 11/07/2007, que estabeleceram no decorrer dos anos a forma de calculo da TR, bem como nas informa\u00e7\u00f5es disponibilizadas pelo BACEN foi constru\u00edda demonstrando a evolu\u00e7\u00e3o\n\n\fdo fator de pondera\u00e7\u00e3o \u201cb\u201d, elemento essencial para calculo do redutor da TR. As primeiras mudan\u00e7as significativas da TR ocorreram atrav\u00e9s das Resolu\u00e7\u00f5es CMN n\u00b0 2.387/97 e n\u00b0 2.437/97 que estabeleceram a formula de calculo do redutor da TR com duas novas vari\u00e1veis, ambas definidas pelo BACEN, quais sejam: a constante \u201ca\u201d e o fator de pondera\u00e7\u00e3o \u201cb\u201d. A partir da Resolu\u00e7\u00e3o CMN n\u00b0 2.809/2000, o BACEN passou a determinar o fator \u201cb\u201d, sem crit\u00e9rio t\u00e9cnico conhecido, a partir de certo patamar, conforme visualizado na tabela abaixo: O par\u00e2metro \u201cb\u201d \u00e9 o valor determinado em fun\u00e7\u00e3o da meta estabelecida para a taxa SELIC, em termos percentuais ao ano:\n\nAbaixo de 10 fator \u201cb\u201d determinado pelo BACEN Essa discricionariedade do BACEN na valora\u00e7\u00e3o do fator \u201cb\u201d, acolhida pelas circulares e resolu\u00e7\u00f5es posteriores, impactou o calculo do Redutor da TR.\nDe pouco adiantaria ao trabalhador que fosse determinado ao BACEN/CMN que recalculasse a TR, pois uma nova formula estaria igualmente sob a discricionariedade e subjetivismo total do BACEN.Basta avaliar a sucess\u00e3o de Resolu\u00e7\u00f5es do Banco Central/CMN, sobre o tema, conforme Parecer do Economista j\u00e1 citado acima.\n\nPartindo da premissa inequ\u00edvoca de que a TR n\u00e3o resiste \u00e0s perdas monet\u00e1rias dos dep\u00f3sitos do FGTS, outro caminho n\u00e3o existe se n\u00e3o a de adotar um novo \u00edndice que verdadeiramente corrija estes dep\u00f3sitos.\n\nMONET\u00c1RIA\n\n3.3 \u00cdNDICES QUE EFETIVAMENTE PRODUZEM CORRE\u00c7\u00c3O\n\n\fA Lei de Introdu\u00e7\u00e3o \u00e0s Normas do Direito Brasileiro estabelecem\nem seu artigo 5\u00b0 que na aplica\u00e7\u00e3o da lei, o Juiz atender\u00e1 aos fins sociais a que se dirige e\n\u00e0s exig\u00eancias do bem comum.\nAlei do FGTS tem um fim social indiscut\u00edvel, proteger o\ntrabalhador e constituir um patrim\u00f4nio que lhe sirva de arrimo em varias situa\u00e7\u00f5es da\nsua vida.\nDiante de tudo que foi demonstrado, o Juiz atender\u00e1 aos fins\nsociais da Lei do FGTS ao reconhecer que corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, reposi\u00e7\u00e3o dos \u00edndices\ninflacion\u00e1rios de forma a garantir o poder de compra daquele dinheiro ali depositado no\nFundo, \u00e9 efetivamente devido pela Caixa.\nAt\u00e9 por uma quest\u00e3o de equidade, o melhor \u00edndice que pode\nsubstituir a TR \u00e9 o \u00edndice que corrige monetariamente o sal\u00e1rio dos trabalhadores e os\nbenef\u00edcios previdenci\u00e1rios. Este \u00edndice est\u00e1 previsto na Lei n\u00b0 12.382, de 25 de fevereiro\nde 2011, cujos primeiros artigos trazem a seguinte dic\u00e7\u00e3o:\nArt. 1o O sal\u00e1rio m\u00ednimo passa a corresponder ao valor de R$ 545,00 (quinhentos e quarenta e cinco reais). Par\u00e1grafo \u00fanico. Em virtude do disposto no caput, o valor di\u00e1rio do sal\u00e1rio m\u00ednimo corresponder\u00e1 a R$ 18,17 (dezoito reais e dezessete centavos) e o valor hor\u00e1rio, a R$ 2,48 (dois reais e quarenta e oito centavos). Art. 2o Ficam estabelecidas as diretrizes para a pol\u00edtica de valoriza\u00e7\u00e3o do sal\u00e1rio m\u00ednimo a vigorar entre 2012 e 2015, inclusive, a serem aplicadas em 1o de janeiro do respectivo ano. \u00a7 1o Os reajustes para a preserva\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo do sal\u00e1rio m\u00ednimo corresponder\u00e3o \u00e0 varia\u00e7\u00e3o do \u00cdndice Nacional de Pre\u00e7os ao Consumidor - INPC, calculado e divulgado pela Funda\u00e7\u00e3o Instituto Brasileiro de Geografia e Estat\u00edstica - IBGE, acumulada nos doze meses anteriores ao m\u00eas do reajuste. \u00a7 2o Na hip\u00f3tese de n\u00e3o divulga\u00e7\u00e3o do INPC referente a um ou mais meses compreendidos no per\u00edodo do c\u00e1lculo at\u00e9 o \u00faltimo dia \u00fatil imediatamente anterior \u00e0 vig\u00eancia do reajuste, o Poder Executivo estimar\u00e1 os \u00edndices dos meses n\u00e3o dispon\u00edveis. \u00a7 3o Verificada a hip\u00f3tese de que trata o \u00a7 2o, os \u00edndices estimados permanecer\u00e3o v\u00e1lidos para os fins desta Lei, sem qualquer revis\u00e3o, sendo os eventuais res\u00edduos compensados no reajuste subsequente, sem retroatividade. \u00a7 4o A t\u00edtulo de aumento real, ser\u00e3o aplicados os seguintes percentuais:\n\n\fI - em 2012, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do Produto Interno Bruto - PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2010; II - em 2013, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2011; III - em 2014, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2012; e IV - em 2015, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2013. \u00a7 5o Para fins do disposto no \u00a7 4o, ser\u00e1 utilizada a taxa de crescimento real do PIB para o ano de refer\u00eancia, divulgada pelo IBGE at\u00e9 o \u00faltimo dia \u00fatil do ano imediatamente anterior ao de aplica\u00e7\u00e3o do respectivo aumento real.\nN\u00e3o h\u00e1 porque ter dois pesos e duas medidas, se o sal\u00e1rio m\u00ednimo \u00e9 corrigido pelo INPC, o deposito do FGTS que, em ultima analise, \u00e9 um sal\u00e1rio indireto do trabalhador. Tamb\u00e9m h\u00e1 de s\u00ea-lo.\nE observe que o objetivo da Lei em corrigir o sal\u00e1rio m\u00ednimo pelo INPC decorre exclusivamente da necessidade de preservar seu poder aquisitivo. A necessidade de preservar o poder aquisitivo \u00e9 uma constante em todas as transa\u00e7\u00f5es financeiras, e ela s\u00f3 se aperfei\u00e7oa quando rep\u00f5e efetivamente as perdas inflacionarias.\nOutro \u00edndice que se mostra aplic\u00e1vel, na hip\u00f3tese deste douto Ju\u00edzo entender que n\u00e3o se aplicaria o INPC, \u00e9 o IPCA, \u00cdndice Oficial do Governo Federal para medi\u00e7\u00e3o das metas inflacionarias, contratadas com o FMI, a partir de julho de 1999.\nAmbos os \u00edndices s\u00e3o infinitamente mais adequados a preservar o poder aquisitivo dos dep\u00f3sitos do FGTS do que a aniquilada TR.\n3.4. O OUTRO LADO DA MOEDA\nAinda \u00e9 necess\u00e1rio aprofundarmos um pouco mais nas consequenciais que esta subtra\u00e7\u00e3o de recursos do patrim\u00f4nio do trabalhador traz a todos, individualmente e coletivamente.\n\n\f\u00c9 de conhecimento geral que o Sistema Financeiro de Habita\u00e7\u00e3o disp\u00f5e dos recursos do FGTS para financiar o maior sonho de todo brasileiro \u2013 casa pr\u00f3pria. Tamb\u00e9m \u00e9 de conhecimento geral que a Caixa Econ\u00f4mica Federal \u00e9 o Banco que mais se utiliza destes recursos do SFH para financiar, emprestar dinheiro para os brasileiros comprarem a casa pr\u00f3pria.\nE, embora em principio, n\u00e3o haja correla\u00e7\u00e3o entre o trabalhador que tem dep\u00f3sitos no FGTS que s\u00e3o emprestados para financiar a casa pr\u00f3pria, e aquele que se vale do empr\u00e9stimo do SFH para adquirir sua casa pr\u00f3pria, em algum momento, trabalhador e mutu\u00e1rios s\u00e3o a mesma pessoa.\nE neste contexto de mutu\u00e1rio e trabalhador serem a mesma pessoa \u00e9 que se evidencia a maior sordidez da hist\u00f3ria recente deste Pa\u00eds.\nJ\u00e1 seria reprov\u00e1vel o fato de a CAIXA pegar um dinheiro a juros baixos e sem nenhuma corre\u00e7\u00e3o e emprest\u00e1-lo a juros muito mais altos, mesmo sem corre\u00e7\u00e3o (uma vez que a TR tamb\u00e9m corrige as presta\u00e7\u00f5es do SFH). Em decorr\u00eancia disso, a institui\u00e7\u00e3o bancaria leva imensa vantagem nesta negocia\u00e7\u00e3o.\nMas a situa\u00e7\u00e3o piora consideravelmente quando, a Caixa pega dinheiro a juros baixos, sem nenhuma corre\u00e7\u00e3o para o trabalhador e empresta para ele mesmo.\nSuponhamos que um trabalhador queira adquirir uma casa pr\u00f3pria utilizando os recursos do seu FGTS. Ele encontra o im\u00f3vel, mas verifica que seus recursos n\u00e3o s\u00e3o suficientes para adquiri-lo. Ent\u00e3o ele se dirige a um banco para financiar a diferen\u00e7a, comprometendo sua renda por muitos e muitos anos.\nA maioria dos trabalhadores brasileiros, quando quer adquirir seu im\u00f3vel, dirige-se \u00e0 Caixa Econ\u00f4mica Federal.\n\n\fTodavia, se o deposito do FGTS tivesse sido devidamente corrigido, se ele mantivesse seu poder de compra, ou o empr\u00e9stimo seria menor ou sequer haveria necessidade de o trabalhador comprometer sua renda e anos de trabalho para adquiri aquilo que \u00e9 o nosso sonho mais prim\u00e1rio, nossa necessidade mais real como individuo e como povo brasileiro.\n\nA Caixa Econ\u00f4mica Federal esta emprestando para o trabalhador aquilo que ela deixou de pagar a ele a t\u00edtulo de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria na sua conta vinculada do FGTS.\n\ntratamento!\n\nO autor e os trabalhadores em geral n\u00e3o merecem este\n\nA Caixa vale-se da fragilidade humana para colocar-se como realizadora de sonhos, ao mesmo tempo em que, ano ap\u00f3s ano, aufere lucros exorbitantes \u00e0s custas do autor e dos trabalhadores brasileiros.\n\n3.5. DA NECESSIDADE DA CORRE\u00c7\u00c3O\nA Taxa Referencial, enquanto \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria assim considerada pela atual jurisprud\u00eancia p\u00e1tria, n\u00e3o pode ser reduzida a ZERO, como tem sido nos \u00faltimos meses, pois afronta flagrantemente o art. 2\u00ba da Lei 8.036/90, que garante atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria aos dep\u00f3sitos feitos no FGTS.\n\nComo \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, a TR deveria garantir o poder aquisitivo dos dep\u00f3sitos do FGTS, que se perfaz levando em conta os \u00edndices de infla\u00e7\u00e3o. Desde janeiro de 1999, a TR se distanciou sensivelmente dos \u00edndices oficiais de infla\u00e7\u00e3o, impingindo profundas perdas aos dep\u00f3sitos do FGTS, tornando-se inid\u00f4nea para garantir a reposi\u00e7\u00e3o de perdas monet\u00e1rias.\n\nA idoneidade da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria decorre de mudan\u00e7as na sua metodologia de calculo pelo BACEN/CMN que, atrav\u00e9s do mecanismo econ\u00f4mico de um redutor, vem nitidamente manipulando o \u00edndice para que\n\n\fele se desprenda da infla\u00e7\u00e3o at\u00e9 anul\u00e1-la completamente, a despeito de um quadro de infla\u00e7\u00e3o persistente no Pa\u00eds.\nA Caixa Econ\u00f4mica Federal est\u00e1 se prestando ao papel de espoliador do FGTS, na medida em que disp\u00f5e do patrim\u00f4nio do trabalhador se a devida contrapresta\u00e7\u00e3o. A corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria aplicada ao FGTS tem sido h\u00e1 muito tempo menor que a infla\u00e7\u00e3o registrada, de forma que descumpre n\u00e3o s\u00f3 o art. 2\u00ba da Lei 8.036/90, art. 233 do C\u00f3digo Civil, mas tamb\u00e9m toda a log\u00edstica do mercado econ\u00f4mico.\nQuem empresta tem o direito de ser remunerado como juros e a totalidade da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. O trabalhador n\u00e3o pode ser obrigado a subsidiar ainda mais os projetos do Governo Federal. O \u201cainda mais\u201d decorre do fato de os juros de 3% do FGTS serem os menores do mercado, o qu\u00ea, por si s\u00f3, demonstra qeu ele j\u00e1 est\u00e1 fazendo sua parte sob a perspectiva social.\nNegar o direito de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria aos dep\u00f3sitos do FGTS, fundo do qual o trabalhador n\u00e3o pode simplesmente sacar seu dinheiro para aplicar em outro fundo mais rent\u00e1vel, configura ato de tirania, incompat\u00edvel com o Estado Democr\u00e1tico de Direito e deve ser de pronto recha\u00e7ado.\nSe o Governo Brasileiro remunerasse os investidores internacionais com TR mais 3% a.a. como faz com os trabalhadores, haveria uma fuga em massa dos investimentos no Pa\u00eds, e certamente estar\u00edamos experimentando uma tsunami econ\u00f4mica e n\u00e3o uma simples \u201cmarolinha\u201d.\nSendo a TR \u00edndice inid\u00f4neo para restabelecer o poder aquisitivo dos dep\u00f3sitos do FGTS, sua substitui\u00e7\u00e3o por outro \u00edndice que melhor recomponha as perdas monet\u00e1rias se torna imperioso, a fim de fazer prevalecer o art. 2\u00ba da Lei 8.036/90 e art. 233 do C\u00f3digo Civil.\nPosto que desde de janeiro de 1999 o redutor criado pelo BACEN/CMN promoveu o completo distanciamento da TR dos \u00edndices oficiais de\n\n\finfla\u00e7\u00e3o, temos que desde ent\u00e3o ela perdeu sua condi\u00e7\u00e3o de repor as perdas inflacionarias dos dep\u00f3sitos do FGTS, devendo desta esta data ser substitu\u00edda pelo INPC, alternativamente, pelo IPCA.\n4. DA TUTELA ANTECIPADA\nCom efeito, o C\u00f3digo de processo Civil ao cuidar da antecipa\u00e7\u00e3o de tutela assim preconiza:\nArt. 300. A tutela de urg\u00eancia ser\u00e1 concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado \u00fatil do processo. \u00a7 1o Para a concess\u00e3o da tutela de urg\u00eancia, o juiz pode, conforme o caso, exigir cau\u00e7\u00e3o real ou fidejuss\u00f3ria id\u00f4nea para ressarcir os danos que a outra parte possa vir a sofrer, podendo a cau\u00e7\u00e3o ser dispensada se a parte economicamente hipossuficiente n\u00e3o puder oferec\u00ea-la. \u00a7 2o A tutela de urg\u00eancia pode ser concedida liminarmente ou ap\u00f3s justifica\u00e7\u00e3o pr\u00e9via. \u00a7 3o A tutela de urg\u00eancia de natureza antecipada n\u00e3o ser\u00e1 concedida quando houver perigo de irreversibilidade dos efeitos da decis\u00e3o.\nNo caso concreto o direito da parte autora j\u00e1 foi amplamente demonstrado no corpo da presente demanda.\nO receio de dano de dif\u00edcil repara\u00e7\u00e3o adv\u00e9m do fato de que a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u00e9 uma obriga\u00e7\u00e3o de trato sucessivo.\nArt. 12 da Lei n\u00b0 8.177/91, com a reda\u00e7\u00e3o da Lei n\u00b0 12.703/12, determina que a remunera\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos ser\u00e1 feita em cada per\u00edodo de rendimento.\nCada per\u00edodo de rendimento que a Caixa sonega a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos dep\u00f3sitos do FGTS, o dano contra o autor se configura.\nO dano que a aus\u00eancia de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria traz \u00e9, indubitavelmente, individual homog\u00eaneo. O nexo entre o sujeito ativo e o respons\u00e1vel\n\n\fpelo dano se d\u00e1 em uma situa\u00e7\u00e3o jur\u00eddica com origem comum para o autor a para todos os titulares do direito violado.\nCada casa que o trabalhador deixa de comprar, cada presta\u00e7\u00e3o de im\u00f3vel que deixa de abater, cada tratamento de neoplasia maligna que deixa de fazer, cada rem\u00e9dio para tratamentos diversos que deixa de comprar porque o seu FGTS perdeu o poder aquisitivo, \u00e9 um dano de dif\u00edcil repara\u00e7\u00e3o que se renova e multiplica-se.\nAcres\u00e7a-se a este dano, a situa\u00e7\u00e3o de ref\u00e9m que o autor com deposito do FGTS se encontra quando quer financiar seu im\u00f3vel pelo SFH com a Caixa. Hoje e enquanto durar a TR ZERO, ele ter\u00e1 que financiar mais do que seria necess\u00e1rio, pois o que lhe pertence de direito \u2013 corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u2013 n\u00e3o est\u00e1 incidindo sobre seu dep\u00f3sito.\nE ao que tudo indica, este dano continuar\u00e1 se repetindo por longo per\u00edodo. Destaca-se do Estudo Econ\u00f4mico que, ao tempo em que esta a\u00e7\u00e3o perdurar, a TR continuar\u00e1 reduzida a patamares m\u00ednimos, impondo ao autor mais perdas de seu poder aquisitivo, mais dilapida\u00e7\u00e3o de seu patrim\u00f4nio, e mais restri\u00e7\u00f5es \u00e0 sua capacidade de fazer neg\u00f3cios jur\u00eddicos.\nN\u00e3o h\u00e1 duvidas de que h\u00e1 riscos de dif\u00edcil repara\u00e7\u00e3o na medida em que n\u00e3o \u00e9 poss\u00edvel quantifica-lo, mas n\u00e3o h\u00e1 como neg\u00e1-lo, tanto se levarmos em conta o autor trabalhador individualmente considerado como a coletividade de trabalhadores.\nAssim imperioso \u00e9 que desde j\u00e1 a TR seja substitu\u00edda pelo INPC, \u00edndice que corrige o sal\u00e1rio m\u00ednimo ou pelo IPCA, \u00edndice oficial de medida de infla\u00e7\u00e3o. \u00cdndices que minimamente rep\u00f5em as perdas monet\u00e1rias haja vista que hoje n\u00e3o h\u00e1 nenhum tipo de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos dep\u00f3sitos do FGTS.\nPor outro lado, n\u00e3o h\u00e1 dano de irreversibilidade do provimento antecipado, porque \u00e9 da natureza do FGTS ser um fundo de aplica\u00e7\u00e3o de longo prazo.\n\n\fEventual decis\u00e3o que n\u00e3o reconhe\u00e7a o direito ora pleiteado, permitir\u00e1 que a Caixa utilize de mecanismos legais para promover a devida compensa\u00e7\u00e3o ao longo do tempo.\nAssim, requer o autor, a concess\u00e3o da tutela para substituir imediatamente a TR, como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria nos dep\u00f3sitos do FGTS do autor, pelo INPC, IPCA ou \u00edndices que, no entender desse Ju\u00edzo, melhor reflita as perdas inflacionarias daqui por diante, at\u00e9 o transito em julgado do presente feito.\n5. DO PEDIDO\nAnte todo o exposto, a parte autora requer: a) A concess\u00e3o de tutela antecipada para que a TR seja substitu\u00edda pelo INPC como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos dep\u00f3sitos efetuados em nome do autor a partir de sua concess\u00e3o at\u00e9 o tr\u00e2nsito em julgado da presente demanda, com a consequente aplica\u00e7\u00e3o do novo \u00edndice sobre os dep\u00f3sitos constantes da conta vinculada do autor; ou ALTERNATIVAMENTE que a TR seja substitu\u00edda pelo IPCA como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos efetuados em nome do autor a partir de sua concess\u00e3o at\u00e9 o tr\u00e2nsito em julgado da presente a\u00e7\u00e3o, com a consequente aplica\u00e7\u00e3o do novo \u00edndice sobre os dep\u00f3sitos constantes da conta vinculada do autor; ou ALTERNATIVAMENTE a aplica\u00e7\u00e3o de qualquer outro \u00edndice que reponha as perdas inflacion\u00e1rias do autor nas contas do FGTS, em substitui\u00e7\u00e3o da TR, no entender deste Douto Magistrado, at\u00e9 o tr\u00e2nsito em julgado da presente lide, com consequente aplica\u00e7\u00e3o do novo \u00edndice sobre os dep\u00f3sitos constantes da conta vinculada da autora; b) a cita\u00e7\u00e3o da requerida, para querendo contestar a presente a\u00e7\u00e3o, sob as penas da Lei; c) ao final seja confirmada a tutela antecipada e a consequente condena\u00e7\u00e3o da Caixa Econ\u00f4mica Federal para pagar, em favor do autor, o valor correspondente \u00e0s diferen\u00e7as de FGTS em raz\u00e3o da aplica\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria pelo INPC ou IPCA ou outro \u00edndice que substitua a TR, nos meses em que a TR foi ZERO, nas parcelas vencidas e vincendas, bem como pagar, em favor do autor, o valor correspondente \u00e0s diferen\u00e7as de FGTS em raz\u00e3o da aplica\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria pelo INPC ou IPCA ou outro \u00edndice substitutivo, desde Janeiro de 1999, nos meses em\n\n\fque a TR n\u00e3o foi ZERO, mas foi menor que a infla\u00e7\u00e3o do per\u00edodo, BEM COMO pagar, a favor do autor, o valor correspondente \u00e0s diferen\u00e7as de FGTS em raz\u00e3o da aplica\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria de qualquer outro \u00edndice que reponha as perdas inflacion\u00e1rias do autor nas contas vinculadas do FGTS, no entender deste Douto Ju\u00edzo, desde Janeiro de 1999, inclusive nos meses em que a TR foi ZERO;\nd) sobre os valores devidos pela condena\u00e7\u00e3o de que tratam os itens acima, dever\u00e3o incidir corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria desde a inadimpl\u00eancia da r\u00e9 \u201cCaixa Econ\u00f4mica Federal\u201d, bem como os juros legais;\ne) a condena\u00e7\u00e3o da r\u00e9 \u201cCaixa Econ\u00f4mica Federal\u201d ao pagamento das custas e honor\u00e1rios advocat\u00edcios em 20% (vinte por cento) sobre o valor da condena\u00e7\u00e3o;\nf) concess\u00e3o do benef\u00edcio da Gratuidade Judici\u00e1ria para o requerente, vez que n\u00e3o possui condi\u00e7\u00f5es de suportar com eventuais custas e despesas processuais sem preju\u00edzo pr\u00f3prio e de seus familiares, fazendo jus, pois, ao teor do disposto no inciso LXXIV do art. 5\u00ba da Carta Magna e do art. 2\u00ba (caput e \u00a7 2\u00ba) da Lei n\u00ba 1.060/50;\ng) Por fim, requer que seja expedido alvar\u00e1 de levantamento de honor\u00e1rios advocat\u00edcios contratados, conforme contrato a ser juntado oportunamente, em casos em que o requerente n\u00e3o preencha os requisitos para levantamento do FGTS;\nh) Protesta por todos os meios de provas admitidas em direito, principalmente prova documental e pericial.\nD\u00e1-se a causa o valor de R$ 13.837,49 (Treze mil oitocentos e trinta e sete reais e quarenta e nove centaqvos).\nTermos em que, pede deferimento\nTijucas (SC) p/ Itaja\u00ed (SC), 13 de abril de 2016.\nJo\u00e3o Moraes Azzi Junior OAB/SC 18.587\n\n\fAnexos: 1. Procura\u00e7\u00e3o, Declara\u00e7\u00e3o de Pobreza e Comprovante de Residencia; 2. Identidade, CPF e CTPS; 4. Extrato do FGTS e 5 C\u00e1lculos.\n\nOACA\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 4 (C\u00edvel) - IdDocumentoCompleto: 5007703-17.2016.4.04.7200-721460983683098660220000000015", "text": "EXCELENT\u00cdSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DO JU\u00cdZADO ESPECIAL FEDERAL DA SUBSE\u00c7\u00c3O JUDICI\u00c1RIA DE FLORIAN\u00d3POLIS, SECCIONAL DE SANTA CATARINA\nMAGDA TEREZINHA FRAGA, brasileira, solteira, do lar, domiciliada na Rua Celso Martins da Silveira, 102, CEP 88047660, Carianos, Florian\u00f3polis, SC, inscrita no CPF sob o n. 739671579-20, vem, respeitosamente, por interm\u00e9dio dos advogados infrafirmados, conforme procura\u00e7\u00e3o anexa, \u00e0 presen\u00e7a de Vossa Excel\u00eancia, ingressar com a presente\nA\u00c7\u00c3O ORDIN\u00c1RIA DE CORRE\u00c7\u00c3O DOS SALDOS DO FUNDO DE GARANTIA POR TEMPO DE SERVI\u00c7O (FGTS) CUMULADA COM\nPEDIDO DE EXIBI\u00c7\u00c3O DE DOCUMENTOS em face de CAIXA ECON\u00d4MICA FEDERAL, inscrita no CNPJ sob o n. 00.360.305/0001-04, com endere\u00e7o na Travessa Lourdes Silva da Cunha, 112 Agron\u00f4mica, SC, 88025-338, o que faz pelas seguintes raz\u00f5es de fatos e de direito que passa a expor:\n1\n\n\fI \u2013 S\u00cdNTESE F\u00c1TICA\n\u00c9 not\u00f3rio que o Brasil passa h\u00e1 anos por uma infinidades de altera\u00e7\u00f5es relacionadas com os aspectos financeiros, e diante dessa inconstante sequ\u00eancia de \u201caltos e baixos\u201d o resultado est\u00e1 sendo suportando pelo cidad\u00e3o que a cada dia est\u00e1 com seu poder aquisitivo reduzido.\nNeste sentido, o objeto do presente processo \u00e9 corrigir uma grave injusti\u00e7a social perpetrada por anos e que afeta milhares de brasileiros que possuem contas vinculadas ao Fundo de Garantia por Tempo de Servi\u00e7o, em especial no que tange aos \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o do saldo existente.\nComo \u00e9 cedi\u00e7o, o Fundo de Garantia por Tempo de Servi\u00e7o foi criado na d\u00e9cada de 1960 para proteger o trabalhador, como suced\u00e2neo da antiga estabilidade decenal. \u00c9 constitu\u00eddo por valores depositados pelas empresas em nome de seus empregados e possibilita que o trabalhador forme um patrim\u00f4nio.\nConsta no s\u00edtio eletr\u00f4nico da Caixa Econ\u00f4mica Federal que o FGTS hoje financia programas de habita\u00e7\u00e3o popular, saneamento b\u00e1sico e infraestrutura urbana, entre outros programas.\nO FGTS \u00e9 regido pelas disposi\u00e7\u00f5es da Lei n\u00ba 8.036, de 11 de maio de 1990, por normas e diretrizes estabelecidas pelo seu Conselho Curador e gerido pela Caixa Econ\u00f4mica Federal.\nDos artigos 2\u00ba e 13 da Lei n\u00ba 8.036/90 conclui-se que h\u00e1 uma obrigatoriedade de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e de remunera\u00e7\u00e3o atrav\u00e9s de juros dos dep\u00f3sitos efetuados nas contas vinculadas do FGTS, sen\u00e3o vejamos:\nArt. 2\u00ba O FGTS \u00e9 constitu\u00eddo pelos saldos das contas vinculadas a que se refere esta lei e outros recursos a ele incorporados, devendo ser aplicados com atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e juros, de modo a assegurar a cobertura de suas obriga\u00e7\u00f5es.\nArt. 13. Os dep\u00f3sitos efetuados nas contas vinculadas ser\u00e3o corrigidos monetariamente com base nos par\u00e2metros fixados para atualiza\u00e7\u00e3o dos saldos dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a e capitaliza\u00e7\u00e3o juros de (tr\u00eas) por cento ao ano.\nRessalte-se que o par\u00e2metro fixado para a atualiza\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos dos saldos de poupan\u00e7a e consequentemente dos dep\u00f3sitos do FGTS \u00e9 a Taxa Referencial \u2013 TR, conforme prescrevem os artigos 12 e 17 da Lei n\u00ba 8.177, de 1\u00ba de mar\u00e7o de 1991, com reda\u00e7\u00e3o da lei n\u00ba 12.703, de 7 de agosto de 2012, abaixo transcrita:\nArt. 12. Em cada per\u00edodo de rendimento, os dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a ser\u00e3o remunerados: I - como remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica, por taxa correspondente \u00e0 acumula\u00e7\u00e3o das TRD, no per\u00edodo transcorrido entre o dia do\n2\n\n\f\u00faltimo cr\u00e9dito de rendimento, inclusive, e o dia do cr\u00e9dito de rendimento, exclusive; II - como remunera\u00e7\u00e3o adicional, por juros de: (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n \u00ba 12.703, de 2012) a) 0,5% (cinco d\u00e9cimos por cento) ao m\u00eas, enquanto a meta da taxa Selic ao ano, definida pelo Banco Central do Brasil, for superior a 8,5% (oito inteiros e cinco d\u00e9cimos por cento); ou (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n \u00ba 12.703, de 2012) b) 70% (setenta por cento) da meta da taxa Selic ao ano, definida pelo Banco Central do Brasil, mensalizada, vigente na data de in\u00edcio do per\u00edodo de rendimento, nos demais casos. (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n \u00ba 12.703, de 2012) (...)\nArt. 17. A partir de fevereiro de 1991, os saldos das contas do Fundo de Garantia por Tempo de Servi\u00e7o (FGTS) passam a ser remunerados pela taxa aplic\u00e1vel \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a com data de anivers\u00e1rio no dia 1\u00b0, observada a periodicidade mensal para remunera\u00e7\u00e3o.\nPar\u00e1grafo \u00fanico. As taxas de juros previstas na legisla\u00e7\u00e3o em vigor do FGTS s\u00e3o mantidas e consideradas como adicionais \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o prevista neste artigo.\nNeste norte, necess\u00e1rio indicar o disposto na Lei n\u00ba 8.177/91, a qual prescreve a forma como a TR ser\u00e1 calculada:\nArt. 1\u00b0 O Banco Central do Brasil divulgar\u00e1 Taxa Referencial (TR), calculada a partir da remunera\u00e7\u00e3o mensal m\u00e9dia l\u00edquida de impostos, dos dep\u00f3sitos a prazo fixo captados nos bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos m\u00faltiplos com carteira comercial ou de investimentos, caixas econ\u00f4micas, ou dos t\u00edtulos p\u00fablicos federais, estaduais e municipais, de acordo com metodologia a ser aprovada pelo Conselho Monet\u00e1rio Nacional, no prazo de sessenta dias, e enviada ao conhecimento do Senado Federal.\n\u00a7 1\u00b0 A TR ser\u00e1 mensalmente divulgada pelo Banco Central do Brasil, no m\u00e1ximo at\u00e9 o oitavo dia \u00fatil do m\u00eas de refer\u00eancia. (Revogado pela Lei n\u00ba 8.660, de 1993)\n\u00a7 2\u00b0 As institui\u00e7\u00f5es que venham a ser utilizadas como bancos de refer\u00eancia, dentre elas, necessariamente, as dez maiores do Pa\u00eds, classificadas pelo volume de dep\u00f3sitos a prazo fixo, est\u00e3o obrigadas a fornecer as informa\u00e7\u00f5es de que trata este artigo, segundo normas estabelecidas pelo Conselho Monet\u00e1rio Nacional, sujeitando-se a institui\u00e7\u00e3o e seus administradores, no caso de infra\u00e7\u00e3o \u00e0s referidas normas, \u00e0s penas estabelecidas no art. 44 da Lei n\u00b0 4.595, de 31 de dezembro de 1964.\n3\n\n\f\u00a7 3\u00b0 Enquanto n\u00e3o aprovada a metodologia de c\u00e1lculo de que trata este artigo, o Banco Central do Brasil fixar\u00e1 a TR. A metodologia de c\u00e1lculo foi h\u00e1 muito tempo definida pelo Banco Central-Conselho Monet\u00e1rio Nacional (CMN), e hoje est\u00e1 vigente sob a forma da Resolu\u00e7\u00e3o n\u00ba 3.354, de 31 de mar\u00e7o de 2006.\n\nTodavia, \u00e9 necess\u00e1rio reconhecer que a TR, por muito tempo, deixou de refletir de maneira fidedigna a necess\u00e1ria e justa corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, j\u00e1 que n\u00e3o acompanha mais os \u00edndices oficiais da infla\u00e7\u00e3o.\n\nEm raz\u00e3o da aus\u00eancia de fun\u00e7\u00e3o pr\u00e1tica da TR, que j\u00e1 n\u00e3o reflete mais a realidade, ao contr\u00e1rios dos outros \u00edndices que medem a infla\u00e7\u00e3o do Pa\u00eds, necess\u00e1ria a busca a corre\u00e7\u00e3o dessa irregularidade.\n\nIsso porque, conforme documenta\u00e7\u00e3o anexa \u2013 constata-se que o(a) Autor(a) possu\u00eda saldo/dep\u00f3sitos vinculados ao FGTS, todavia n\u00e3o houve a devida corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria a fim de suprimir a infla\u00e7\u00e3o verificada no per\u00edodo.\n\nAdemais, para confirmar tal informa\u00e7\u00e3o, \u00e9 necess\u00e1rio que a Caixa seja instada a acostar aos autos os extratos de todo o per\u00edodo em que houve saldo em favor do(a) autor(a) na conta vinculada ao FGTS a fim de que ocorra a corre\u00e7\u00e3o desta ilegalidade.\n\npresente actio.\n\nDestarte, n\u00e3o resta outra alternativa, se n\u00e3o o ingresso a\n\nII \u2013 LEGITIMIDADE PASSIVA DA CAIXA ECON\u00d4MICA FEDERAL\n\nLevando-se em considera\u00e7\u00e3o que a presente actio tem como objeto principal a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos dep\u00f3sitos de FGTS em nome do(a) Autor(a), \u00e9 indubit\u00e1vel o reconhecimento da legitimidade passiva e exclusiva da Caixa Econ\u00f4mica Federal, conforme precedentes do STJ, sen\u00e3o vejamos:\n\nA\u00c7\u00c3O RESCIS\u00d3RIA. ADMINISTRATIVO. FGTS. CORRE\u00c7\u00c3O DOS SALDOS DAS CONTAS VINCULADAS. DIFEREN\u00c7AS DE EXPURGOS INFLACION\u00c1RIOS. TEMA J\u00c1 PACIFICADO NO STJ. PROCED\u00caNCIA DA A\u00c7\u00c3O. 1. A mat\u00e9ria referente \u00e0 corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria das contas vinculadas ao FGTS, em raz\u00e3o das diferen\u00e7as de expurgos inflacion\u00e1rios, foi decidida pela Primeira Se\u00e7\u00e3o deste Superior Tribunal, no REsp n. 1.111.201 - PE e no REsp n. 1.112.520 - PE, de relatoria do Exmo. Min. Benedito Gon\u00e7alves, ambos submetidos ao regime do art. 543C do CPC e da Resolu\u00e7\u00e3o n. 8/08 do STJ, que tratam dos recursos representativos da controv\u00e9rsia, publicados no DJe de 4.3.2010. (...) 3. Quanto \u00e0s demais preliminares alegadas, devidamente prequestionadas, esta Corte tem o entendimento no sentido de que, nas demandas que tratam da atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos saldos das contas vinculadas do FGTS, a\n\n4\n\n\flegitimidade passiva ad causam \u00e9 exclusiva da Caixa Econ\u00f4mica Federal, por ser gestora do Fundo, com a exclus\u00e3o da Uni\u00e3o e dos bancos deposit\u00e1rios (S\u00famula 249/STJ). (...) (AR 1.962/SC, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, PRIMEIRA SE\u00c7\u00c3O, julgado em 08/02/2012, DJe 27/02/2012)\nS\u00famula 249/STJ \u2013 A Caixa Econ\u00f4mica Federal tem legitimidade passiva para integrar processo em que se discute corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria do FGTS.\nAssim, a presente a\u00e7\u00e3o se dirige exclusivamente contra a Caixa Econ\u00f4mica Federal, conforme pacificamente definido pela jurisprud\u00eancia p\u00e1tria.\nIII \u2013 DA PRESCRI\u00c7\u00c3O\nNo que tange ao reconhecimento da prescri\u00e7\u00e3o, n\u00e3o resta qualquer d\u00favida em rela\u00e7\u00e3o ao afastamento desse fato impeditivo de prosseguimento da a\u00e7\u00e3o, em raz\u00e3o de estar consolidado que em rela\u00e7\u00e3o ao pleito de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria do FGTS, a prescri\u00e7\u00e3o \u00e9 trinten\u00e1ria.\nImperioso citar a posi\u00e7\u00e3o do Superior Tribunal de Justi\u00e7a abaixo:\nRECURSO ESPECIAL. TRIBUT\u00c1RIO. FGTS. CORRE\u00c7\u00c3O DOS SALDOS DAS CONTAS VINCULADAS. DIFEREN\u00c7AS DE EXPURGOS INFLACION\u00c1RIOS. TEMA J\u00c1 JULGADO PELO REGIME DO ART. 543-C DO CPC E DA RESOLU\u00c7\u00c3O N. 8/08 DO STJ, QUE TRATAM DOS RECURSOS REPRESENTATIVOS DE CONTROV\u00c9RSIA. (...) 3. No REsp n. 1.112.520 - PE, por seu turno, firmou-se o seguinte entendimento: 4. Outrossim, n\u00e3o deve prevalecer a interpreta\u00e7\u00e3o da recorrente quanto \u00e0 ocorr\u00eancia de prescri\u00e7\u00e3o quinquenal, pois este Tribunal j\u00e1 decidiu que \u00e9 trinten\u00e1ria a prescri\u00e7\u00e3o para cobran\u00e7a de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria de contas vinculadas ao FGTS, nos termos das S\u00famula 210/STJ: \"A a\u00e7\u00e3o de cobran\u00e7a das contribui\u00e7\u00f5es para o FGTS prescreve em (30) trinta anos\". (...)(REsp 1150446 RJ 2009/0143136-0, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, Julgamento: 10/08/2010, \u00d3rg\u00e3o Julgador: T2 - SEGUNDA TURMA, Publica\u00e7\u00e3o: DJe 10/09/2010)\nNeste sentido, n\u00e3o h\u00e1 que se falar em prescri\u00e7\u00e3o, devendo a a\u00e7\u00e3o tramitar regulamente, at\u00e9 julgamento do m\u00e9rito.\nIV \u2013 DOS FUNDAMENTOS JUR\u00cdDICOS\nA) A corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria\nComo j\u00e1 previamente indicado, o grande cerne da quest\u00e3o que ora se leva \u00e0 aprecia\u00e7\u00e3o do Poder Judici\u00e1rio, est\u00e1 na impropriedade de aplica\u00e7\u00e3o de um \u00edndice que se afasta da realidade inflacion\u00e1ria medida pelos demais \u00edndices oficiais.\n5\n\n\fA corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria existe entre n\u00f3s desde a d\u00e9cada de 1960. O principal te\u00f3rico da Corre\u00e7\u00e3o Monet\u00e1ria, o Advogado Tributarista Bulh\u00f5es Pedreira explica o seguinte:\n\u2019\u201dPor analogia com as unidades de medidas f\u00edsicas podemos dizer que o n\u00edvel geral de pre\u00e7os \u00e9 o padr\u00e3o prim\u00e1rio do valor financeiro, enquanto que a unidade monet\u00e1ria serve como padr\u00e3o secund\u00e1rio \u2013 usado, na pr\u00e1tica, para exprimir o valor financeiro, mas que deve ser aferido pelo padr\u00e3o prim\u00e1rio porque sujeito a modifica\u00e7\u00f5es.\u201d (BULH\u00d5ES PEDREIRA, Jos\u00e9 Luiz, \u201cCorre\u00e7\u00e3o Monet\u00e1ria; Indexa\u00e7\u00e3o Cambial. Obriga\u00e7\u00e3o Pecuni\u00e1ria\u201d, in \u201cRevista de Direito Administrativo\u201d, c. 193 p, 353 a 372 Jul/Set 1993).\nAinda, o autor Let\u00e1cio Jansen diz que Bulh\u00f5es Pedreira teria conseguido institucionalizar e colocar em pr\u00e1tica a sua doutrina principalmente atrav\u00e9s da Lei n\u00ba 4.357, de 1964, que criou o primeiro indexador da Economia Brasileira \u2013 a ORTN (obriga\u00e7\u00e3o reajust\u00e1vel do tesouro nacional), uma obriga\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria cuja fun\u00e7\u00e3o era fazer variar, periodicamente, a moeda nacional segundo a perda de seus respectivos poderes aquisitivos.\nDesde esta data, uma infinidade de \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria foi se sucedendo, at\u00e9 a entrada em vigor da Medida Provis\u00f3ria n\u00ba 294, de 31 de janeiro de 1991, que se transformou na Lei n\u00ba 8.177, de 1\u00ba de mar\u00e7o de 1991. Nesta oportunidade o Governo Collor pretendeu substituir a s\u00e9rie de indexadores tradicionais da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria brasileira (ORTN, OTN e BTN) que eram vinculados \u00e0 varia\u00e7\u00e3o dos n\u00edveis gerais de pre\u00e7os, pela Taxa Referencial, que tinha natureza financeira.\nAinda hoje permanece a perplexidade em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 natureza jur\u00eddica da TR, at\u00e9 por conta da pr\u00f3pria inconsist\u00eancia da lei que a criou, que ora a trata como taxa de juros (artigo 39) ora como indexador (artigo 18).\nTaxas de juros objetivam promover a remunera\u00e7\u00e3o do capital. S\u00e3o calculadas por quem disponibiliza o capital em benef\u00edcio de outra pessoa, f\u00edsica ou jur\u00eddica, para que empregue para satisfa\u00e7\u00e3o de determinada necessidade, na expectativa de lucro. Os indexadores, por outro lado, podem ser entendidos como \u00edndices calculados a partir da varia\u00e7\u00e3o de pre\u00e7os de mercado em determinado per\u00edodo. O seu objetivo est\u00e1 na corre\u00e7\u00e3o dos efeitos inflacion\u00e1rios, quando se compara valores monet\u00e1rios em diferentes \u00e9pocas.\nPois bem. Quando o STF enfrentou o tema da natureza da TR, disse atrav\u00e9s do voto vencedor da ADI 493-0/DF que:\n\u201cA Taxa Referencial (TR) n\u00e3o \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, pois, refletindo as varia\u00e7\u00f5es do custo prim\u00e1rio da capta\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos a prazo fixo, n\u00e3o constitui \u00edndice que reflita a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda.\u201d\n6\n\n\fN\u00e3o obstante, os Ministros vencidos Celso de Mello, Marco Aur\u00e9lio e Ilmar Galv\u00e3o entenderam que a estrutura de c\u00e1lculo da taxa referencial n\u00e3o era suficiente para impedir sua utiliza\u00e7\u00e3o como par\u00e2metro de indexa\u00e7\u00e3o da economia.\nMesmo assim, naquela oportunidade, o STF entendeu que a TR possu\u00eda natureza de taxa de juros e declarou inconstitucional o artigo 18 da Lei n\u00ba 8.177/91, cujo texto original estabelecia que os saldos devedores e as presta\u00e7\u00f5es dos contratos integrantes do SFH, passariam a ser atualizados pela taxa aplic\u00e1vel \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica dos Dep\u00f3sitos de Poupan\u00e7a. Vale \u00e0 pena transcrever a ementa deste julgado:\nA\u00e7\u00e3o direta de inconstitucionalidade. - Se a lei alcan\u00e7ar os efeitos futuros de contratos celebrados anteriormente a ela, ser\u00e1 essa lei retroativa (retroatividade m\u00ednima) porque vai interferir na causa, que e um ato ou fato ocorrido no passado. O disposto no artigo 5, XXXVI, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal se aplica a toda e qualquer lei infraconstitucional, sem qualquer distin\u00e7\u00e3o entre lei de direito p\u00fablico e lei de direito privado, ou entre lei de ordem p\u00fablica e lei dispositiva. Precedente do S.T.F..- Ocorr\u00eancia, no caso, de viola\u00e7\u00e3o de direito adquirido. A taxa referencial (TR) n\u00e3o \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, pois, refletindo as varia\u00e7\u00f5es do custo prim\u00e1rio da capta\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos a prazo fixo, n\u00e3o constitui \u00edndice que reflita a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda. Por isso, n\u00e3o h\u00e1 necessidade de se examinar a quest\u00e3o de saber se as normas que alteram \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria se aplicam imediatamente, alcan\u00e7ando, pois, as presta\u00e7\u00f5es futuras de contratos celebrados no passado, sem violarem o disposto no artigo 5, XXXVI, da Carta Magna.- Tamb\u00e9m ofendem o ato jur\u00eddico perfeito os dispositivos impugnados que alteram o crit\u00e9rio de reajuste das presta\u00e7\u00f5es nos contratos j\u00e1 celebrados pelo sistema do Plano de Equival\u00eancia Salarial por Categoria Profissional(PES/CP). A\u00e7\u00e3o direta de inconstitucionalidade julgada procedente, para declarar a inconstitucionalidade dos artigos 18, \"caput\" e par\u00e1grafos 1 e 4; 20; 21 e par\u00e1grafo \u00fanico; 23 e par\u00e1grafos; e 24 e par\u00e1grafos, todos da Lei n. 8.177, de 1 de maio de 1991. (ADI 493, Relator (a): Min. Moreira Alves, Tribunal Pleno, julgado em 25/06/1992, DJ 0409-1992 PP-14089 EMENT VOL-01674-02 PP-00260 RTJ VOL-00143-03 PP-00724)\nPor algum tempo, o pr\u00f3prio STJ rejeitou a TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, tanto para a poupan\u00e7a, quanto para o SFH.\nNeste sentido:\nCOMERCIAL. M\u00daTUO RURAL. CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA. VINCULA\u00c7\u00c3O AO CRIT\u00c9RIO DE REAJUSTE DOS DEP\u00d3SITOS EM CADERNETA DE POUPAN\u00c7A. LICITUDE. SUBSTITUI\u00c7\u00c3O PELA TR NOS MESES SUBSEQUENTES A\n7\n\n\fFEVEREIRO/91. PREVIS\u00c3O DE UTILIZA\u00c7\u00c3O DA OTN.\n\nINDEXADOR\n\nCONTRATUALMENTE\n\nELEITO.\n\nSUBSTITUI\u00c7\u00c3O\n\nEX\n\nLEGE\n\nPELA\n\nTR.\n\nINCONSTITUCIONALIDADE DECLARADA. ADO\u00c7\u00c3O DO\n\nINPC. PRECEDENTES. I \u2013 NO CONTRATO DE M\u00daTUO\n\nRURAL \u00c9 L\u00cdCITO O PACTO DE VINCULA\u00c7\u00c3O DA\n\nCORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA AO CRIT\u00c9RIO DE\n\nATUALIZA\u00c7\u00c3O DOS DEP\u00d3SITOS EM CADERNETA DE\n\nPOUPAN\u00c7A, RESULTANDO DEVIDA A INCID\u00caNCIA DO\n\nMESMO INDEXADOR NOS MESES SUBSEQUENTES A\n\nFEVEREIRO/91. (ART. 13 DA LEI 8.177). II \u2013 EM FACE DA\n\nPOSI\u00c7\u00c3O DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL\n\nINADMITINDO A TR COMO FATOR DE ATUALIZA\u00c7\u00c3O\n\nMONET\u00c1RIA SUBSTITUTIVO DO BTN, A CORRE\u00c7\u00c3O DOS\n\nVALORES, CUJA FORMA DE REAJUSTE ESTAVA, POR LEI\n\nOU CONTRATO, ATRELADA A VARIA\u00c7\u00c3O DO VALOR DE\n\nREFERIDO T\u00cdTULO DA D\u00cdVIDA P\u00daBLICA, CUMPRE SEJA\n\nPROCEDIDA, A PARTIR DA LEI 8.177/91, COM BASE NO\n\nINPC (REsp. 40.777/GO, Rel. Ministro S\u00c1LVIO\n\nDEFIGUEIREDO TEIXEIRA, QUARTA TURMA, julgado em\n\n13/11/1995,DJ 11/12/1995, p. 43225) (grifamos)\n\nADMINISTRATIVO - SFH - REAJUSTE DAS PRESTA\u00c7\u00d5ES E DO SALDO DEVEDOR - PLANO DE EQUIVAL\u00caNCIA SALARIAL (PES) -INAPLICABILIDADE DA TR \u2013 ADIN 4930/STF - VANTAGENS PESSOAIS INCORPORADAS DEFINITIVAMENTE AO SAL\u00c1RIO INCLUS\u00c3ONO C\u00c1LCULO - DIVERG\u00caNCIA JURISPRUDENCIAL N\u00c3O COMPROVADA - RISTJ, ART. 255 E PAR\u00c1GRAFOS S\u00daMULA13/STJ - PRECEDENTES STJ. - Nos contratos vinculados ao PES, o reajustamento das presta\u00e7\u00f5es deve obedecer \u00e0 varia\u00e7\u00e3o salarial dos mutu\u00e1rios, a fim de preservar a equa\u00e7\u00e3o econ\u00f4mico-financeira do pactuado. - As vantagens pessoais incorporadas, definitivamente, ao sal\u00e1rio ou vencimento do mutu\u00e1rio, incluem-se na verifica\u00e7\u00e3o da equival\u00eancia para fixa\u00e7\u00e3o das parcelas. - Declarada pelo STF a inconstitucionalidade da TR como fator de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria (ADIN 493-0), o reajustamento do saldo devedor, a exemplo das presta\u00e7\u00f5es mensais, tamb\u00e9m deve obedecer ao Plano de Equival\u00eancia Salarial. - Recurso conhecido e parcialmente provido. (Resp 140.839/BA, Rel. Ministro FRANCISCO PE\u00c7ANHA MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 23/11/1999, DJ 21/02/2000, p. 112) (grifamos)\n\nSFH. PLANO DE EQUIVAL\u00caNCIA SALARIAL. REAJUSTE DAS PRESTA\u00c7\u00d5ES. ILEGITIMIDADE PASSIVA DA UNI\u00c3O. NULIDADE DO AC\u00d3RD\u00c3O. INOCORR\u00caNCIA. VANTAGENS PESSOAIS. INCLUS\u00c3O. CORRE\u00c7\u00c3O PELA TR. IMPOSSIBILIDADE. PRECEDENTES. (...) 4. Inaplic\u00e1vel a TR como fator de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria Entendimento consagrado\n\n8\n\n\fnesta Corte na esteira de orienta\u00e7\u00e3o tra\u00e7ada pelo STF. 5. Recurso especial conhecido e parcialmente provido. (REsp 209.466/BA, Rel. Ministro FRANCISCO PE\u00c7ANHA MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 07/08/2001, DJ 17/06/2002, p. 231) (grifamos)\nTodavia, a Corte de Justi\u00e7a, fazendo uma releitura do voto do Ministro Moreira Alves do STF, mudou de entendimento, e passou a adotar a constitucionalidade da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, conforme demonstra o seguinte julgado:\nSISTEMA FINANCEIRO DA HABITA\u00c7\u00c3O. SALDO DEVEDOR. ATUALIZA\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA. TR. 1. N\u00e3o \u00e9 inconstitucional a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria com base na Taxa Referencial - TR. O que \u00e9 inconstitucional \u00e9 sua aplica\u00e7\u00e3o retroativa. Foi isso o que decidiu o STF da ADI 493/DF, Pleno, Min. Moreira Alves, DJ de 04.09.1992, ao estabelecer o \u00e2mbito de incid\u00eancia da Lei 8.177, de 1991. 2. Aos contratos de m\u00fatuo habitacional firmados no \u00e2mbito do SFH que prevejam a corre\u00e7\u00e3o do saldo devedor pela taxa b\u00e1sica aplic\u00e1vel aos dep\u00f3sitos da poupan\u00e7a aplica-se a Taxa Referencial, por expressa determina\u00e7\u00e3o legal. Precedentes da Corte Especial: AGEREsp 725917 / DF, Min. Laurita Vaz, DJ 19.06.2006; DERESP 453600 / DF, Min. Aldir Passarinho Junior, DJ 24.04.2006. 3. Embargos de diverg\u00eancia a que se nega provimento. (EREsp 752.879/DF, Rel. Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI, CORTE ESPECIAL, julgado em 19/12/2006, DJ 12/03/2007, p. 184) (grifamos)\nEm rela\u00e7\u00e3o ao FGTS, h\u00e1 at\u00e9 a s\u00famula do STJ sobre a aplica\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. Neste sentido:\nA Taxa Referencial (TR) \u00e9 o \u00edndice aplic\u00e1vel, a t\u00edtulo de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, aos d\u00e9bitos com o FGTS recolhidos pelo empregador mas n\u00e3o repassados ao fundo. (S\u00famula 459, PRIMEIRA SE\u00c7\u00c3O, julgado em 25/08/2010, DJe 08/09/2010)\nDestarte, a aplica\u00e7\u00e3o de \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria se presta para recuperar o poder de compra do valor emprestado. Este poder de compra \u00e9 diretamente influenciado por um processo inflacion\u00e1rio. O pr\u00f3prio STJ reconhece a influ\u00eancia da infla\u00e7\u00e3o e da defla\u00e7\u00e3o na composi\u00e7\u00e3o do \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, sen\u00e3o vejamos:\nPREVIDENCI\u00c1RIO E ECON\u00d4MICO. T\u00cdTULO EXECUTIVO JUDICIAL. DETERMINA\u00c7\u00c3O DE CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA PELO IGP-M. \u00cdNDICES DE DEFLA\u00c7\u00c3O. APLICABILIDADE. OFENSA AO PRINC\u00cdPIO DA IRREDUTIBILIDADE DOS VENCIMENTOS. N\u00c3O OCORR\u00caNCIA. PRESERVA\u00c7\u00c3O DO VALOR NOMINAL DA OBRIGA\u00c7\u00c3O. PRECEDENTES. 1. \"A corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria\n9\n\n\fnada mais \u00e9 do que um mecanismo de manuten\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda, n\u00e3o devendo representar, consequentemente, por si s\u00f3, nem um plus nem um minus em sua subst\u00e2ncia. Corrigir o valor nominal da obriga\u00e7\u00e3o representa, portanto, manter, no tempo, o seu poder de compra original, alterado pelas oscila\u00e7\u00f5es inflacion\u00e1rias positivas e negativas ocorridas no per\u00edodo. Atualizar a obriga\u00e7\u00e3o levando em conta apenas oscila\u00e7\u00f5es positivas importaria distorcer a realidade econ\u00f4mica produzindo um resultado que n\u00e3o representa a simples manuten\u00e7\u00e3o do primitivo poder aquisitivo, mas um indevido acr\u00e9scimo no valor real. Nessa linha, estabelece o Manual de Orienta\u00e7\u00e3o de Procedimento de C\u00e1lculos aprovado pelo Conselho da Justi\u00e7a Federal que, n\u00e3o havendo decis\u00e3o judicial em contr\u00e1rio, \"os \u00edndices negativos de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria (defla\u00e7\u00e3o) ser\u00e3o considerados no c\u00e1lculo de atualiza\u00e7\u00e3o\", com a ressalva de que, se, no c\u00e1lculo final, 'a atualiza\u00e7\u00e3o implicar redu\u00e7\u00e3o do principal, deve prevalecer o valor nominal'\" (Corte Especial, REsp 1.265.580/RS, Rel. Min. TEORI ALBINO ZAVASCKI, DJe 18/4/12). 2. No precedente da Corte Especial, mencionado na decis\u00e3o agravada, ficou expressamente consignado que se, na atualiza\u00e7\u00e3o da d\u00edvida, houver redu\u00e7\u00e3o do principal, deve prevalecer o valor nominal, em respeito ao princ\u00edpio da irredutibilidade de vencimentos, previsto nos arts. 7\u00ba, VI e 37, XV, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal. 3. A compreens\u00e3o no sentido de que n\u00e3o h\u00e1 viola\u00e7\u00e3o ao princ\u00edpio da irredutibilidade dos vencimentos, quando preservado o valor nominal da obriga\u00e7\u00e3o, encontra respaldo na jurisprud\u00eancia do STF e do STJ. 4. Agravo regimental improvido. (AgRg nos EREsp 1252558/RS, Rel. Ministro SERGIO KUKINA, PRIMEIRA SE\u00c7\u00c3O, julgado em 13/03/2013, DJe 21/03/2013)(grifos nossos)\nSobre a tem\u00e1tica abordada, relativa \u00e0 conceitua\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, necess\u00e1rio ainda citar que no C\u00f3digo Civil v\u00e1rias s\u00e3o as disposi\u00e7\u00f5es que refor\u00e7am o car\u00e1ter reparat\u00f3rio que h\u00e1 tempo a TR perdeu, motivo pelo qual h\u00e1 que se corrigida essa ilegalidade.\nVejamos:\nArt. 389. N\u00e3o cumprida a obriga\u00e7\u00e3o, responde o devedor por perdas e danos, mais juros e atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria segundo \u00edndices oficiais regularmente estabelecidos, e honor\u00e1rios de advogado.\nArt. 395. Responde o devedor pelos preju\u00edzos a que sua mora der causa, mais juros, atualiza\u00e7\u00e3o dos valores monet\u00e1rios segundo \u00edndices oficiais regularmente estabelecidos, e honor\u00e1rios de advogado.\n10\n\n\fArt. 404. As perdas e danos, nas obriga\u00e7\u00f5es de pagamento em dinheiro, ser\u00e3o pagas com atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria segundo \u00edndices oficiais regularmente estabelecidos, abrangendo juros, custas e honor\u00e1rios de advogado, sem preju\u00edzo da pena convencional.\nArt. 418. Se a parte que deu as arras n\u00e3o executar o contrato, poder\u00e1 a outra t\u00ea-lo por desfeito, retendo-as; se a inexecu\u00e7\u00e3o for de quem recebeu as arras, poder\u00e1 quem as deu haver o contrato por desfeito, e exigir sua devolu\u00e7\u00e3o mais o equivalente, com atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria segundo \u00edndices oficiais regularmente estabelecidos, juros e honor\u00e1rios de advogado.\nArt. 772. A mora do segurador em pagar o sinistro obriga \u00e0 atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria da indeniza\u00e7\u00e3o devida segundo \u00edndices oficiais regularmente estabelecidos, sem preju\u00edzo dos juros morat\u00f3rios.\nArt. 884. Aquele que, sem justa causa, se enriquecer \u00e0 custa de outrem, ser\u00e1 obrigado a restituir o indevidamente auferido, feita a atualiza\u00e7\u00e3o dos valores monet\u00e1rios.\nO presente levantamento legal e jurisprudencial revela os aspectos relacionados \u00e0 aplica\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e tal constata\u00e7\u00e3o \u00e9 importante para que se alcance o cerne da quest\u00e3o principal da presente demanda.\nPortanto, questiona-se: A TR pode ser utilizado como \u00edndice para fins de reposi\u00e7\u00e3o da infla\u00e7\u00e3o?\n\u00c9 l\u00f3gico que n\u00e3o, e para ilustrar, necess\u00e1rio indicar a tabela comparativa a seguir, na qual se demonstrar\u00e1 a evolu\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1rio da TR e do INPC (a referida tabela foi extra\u00edda de senten\u00e7a proferida nos autos da a\u00e7\u00e3o n. 5017226-43.2013.404.7108 origin\u00e1ria da Se\u00e7\u00e3o Judici\u00e1ria do Rio Grande do Sul cuja c\u00f3pia segue anexa):\nTR:\n1999 0,5163 0,8298 1,1614 0,6092 0,5761 0,3108 0,2933 0,2945 0,2715 0,2265 0,1998 0,2998 5,7295 2000 0,2149 0,2328 0,2242 0,1301 0,2492 0,2140 0,1547 0,2025 0,1038 0,1316 0,1197 0,0991 2,0962 2001 0,1369 0,0368 0,1724 0,1546 0,1827 0,1458 0,2441 0,3436 0,1627 0,2913 0,1928 0,1983 2,2852 2002 0,2591 0,1171 0,1758 0,2357 0,2102 0,1582 0,2656 0,2481 0,1955 0,2768 0,2644 0,3609 2,8023 2003 0,4878 0,4116 0,3782 0,4184 0,4650 0,4166 0,5465 0,4038 0,3364 0,3213 0,1776 0,1899 4,6485 2004 0,1280 0,0458 0,1778 0,0874 0,1546 0,1761 0,1952 0,2005 0,1728 0,1108 0,1146 0,2400 1,8184 2005 0,1880 0,0962 0,2635 0,2003 0,2527 0,2993 0,2575 0,3466 0,2637 0,2100 0,1929 0,2269 2,8335 2006 0,2326 0,0725 0,2073 0,0855 0,1888 0,1937 0,1751 0,2436 0,1521 0,1875 0,1282 0,1522 2,0377 2007 0,2189 0,0721 0,1876 0,1272 0,1689 0,0954 0,1469 0,1466 0,0352 0,1142 0,0590 0,0640 1,4452 2008 0,1010 0,0243 0,0409 0,0955 0,0736 0,1146 0,1914 0,1574 0,1970 0,2506 0,1618 0,2149 1,6348 2009 0,1840 0,0451 0,1438 0,0454 0,0449 0,0656 0,1051 0,0197 0,0000 0,0000 0,0000 0,0533 0,7090\n11\n\n\f2010 2011 2012 2013\n\n0,0000 0,0715 0,0864 0,0000\n\n0,0000 0,0524 0,0000 0,0000\n\n0,0792 0,1212 0,1068 0,0000\n\n0,0000 0,0369 0,0227 0,0000\n\n0,0510 0,1570 0,0468 0,0000\n\n0,0589 0,1114 0,0000 0,0000\n\n0,1151 0,1229 0,0144 0,0209\n\n0,0909 0,2076 0,0123 0,0000\n\n0,0702 0,1003 0,0000 0,0079\n\n0,0472 0,0620 0,0000 0,0920\n\n0,0336 0,0645 0,0000 0,0207\n\n0,1406 0,0937 0,0000 0,0494\n\n0,6887 1,2079 0,2897 0,1910\n\nINPC:\n1999 0,65 1,29 1,28 0,47 0,058 0,07 0,74 0,55 0,39 0,96 0,94 0,74 8,43% 2000 0,61 0,05 0,13 0,09 -0,05 0,30 1,39 1,21 0,43 0,16 0,29 0,55 5,27% 2001 0,77 0,49 0,48 0,84 0,57 0,60 1,11 0,79 0,44 0,94 1,29 0,74 9,44% 2002 1,07 0,31 0,62 0,68 0,09 0,61 1,15 0,86 0,83 1,57 3,39 2,70 14,74% 2003 2,47 1,46 1,37 1,38 0,99 -0,06 0,04 0,18 0,82 0,39 0,37 0,54 10,38% 2004 0,83 0,39 0,57 0,41 0,40 0,50 0,73 0,50 0,17 0,17 0,44 0,86 6,13% 2005 0,57 0,44 0,73 0,91 0,70 -0,11 0,03 0,00 0,15 0,58 0,54 0,40 5,05% 2006 0,38 0,23 0,27 0,12 0,13 -0,07 0,11 -0,02 0,16 0,43 0,42 0,62 2,81% 2007 0,49 0,42 0,44 0,26 0,26 0,31 0,32 0,59 0,25 0,30 0,43 0,97 5,15% 2008 0,69 0,48 0,51 0,64 0,96 0,91 0,58 0,21 0,15 0,50 0,38 0,29 6,48% 2009 0,64 0,31 020 0,55 0,60 0,42 0,23 0,08 0,16 0,24 0,37 0,24 4,11% 2010 0,88 0,70 0,71 0,73 0,43 -0,11 -0,07 -0,07 0,54 0,92 1,03 0,60 6,46% 2011 0,94 0,54 0,66 0,72 0,57 0,22 0,00 0,42 0,45 0,32 0,57 0,51 6,07% 2012 0,51 0,39 0,18 0,64 0,55 0,26 0,43 0,45 0,63 0,71 0,54 0,74 6,19% 2013 0,92 0,52 0,60 0,59 0,35 0,28 -0,13 0,16 0,27 0,61 0,54 0,72 5,56%\nFica evidente, analisando ambas as tabelas, que nos \u00faltimos 5 anos a TR ficou praticamente zerada, portanto sem qualquer atualiza\u00e7\u00e3o as contas do FGTS no per\u00edodo coincidente.\nOcorre que esse fato \u00e9 ilegal na medida em que n\u00e3o houve aos trabalhadores, como no caso do(a) Autor(a), a justa e necess\u00e1ria corre\u00e7\u00e3o que reflita a real situa\u00e7\u00e3o inflacion\u00e1ria do Pa\u00eds, que pode ser identificada na segunda tabela, na qual est\u00e1 sendo indicado o INPC.\nRessalta-se que se compararmos os \u00edndices, \u00e9 bastante significativa a diferen\u00e7a.\nIsto porque a TR, enquanto \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria assim considerada pela atual jurisprud\u00eancia p\u00e1tria, n\u00e3o pode ser reduzida a Zero, como tem sido nos \u00faltimos meses, pois afronta flagrantemente o artigo 2\u00ba da Lei n\u00ba 8.036/90, que garante atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria aos dep\u00f3sitos feitos no FGTS.\nAo utilizamos a TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, deve ser garantido o poder aquisitivo dos dep\u00f3sitos do FGTS, que se perfaz levando em conta os \u00edndices de infla\u00e7\u00e3o.\nComo se v\u00ea na tabela indicada, desde janeiro de 1999 a TR deixou de retratadas a exist\u00eancia da infla\u00e7\u00e3o, medida por outros \u00edndices oficiais, e\n\n12\n\n\fcomo consequ\u00eancia houve, sem sombra de d\u00favida, profunda perda econ\u00f4mica para o cidad\u00e3o.\nA imprestabilidade da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria se d\u00e1 em raz\u00e3o das reiteradas mudan\u00e7as no seu m\u00e9todo de c\u00e1lculo fomentado pelo Banco Central do Brasil/CMN que, atrav\u00e9s do mecanismo econ\u00f4mico de um redutor conduz a TR para se desvincular cada vez mais da real infla\u00e7\u00e3o medida no Pa\u00eds.\nDe forma desastrosa, \u00e9 ineg\u00e1vel que a Caixa Econ\u00f4mica Federal est\u00e1 se beneficiando com a aplica\u00e7\u00e3o da TR, em detrimento do trabalhador, ao reduzir.\nA corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria aplicada ao FGTS tem sido h\u00e1 muito tempo menor que a infla\u00e7\u00e3o registrada, de forma que descumpre n\u00e3o s\u00f3 o artigo 2\u00ba da lei n\u00ba 8.036/90, artigo 233 do C\u00f3digo Civil, mas tamb\u00e9m toda a l\u00f3gica e princ\u00edpios do mercado econ\u00f4mico.\nQuem empresta tem direito a ser remunerado com juros e a totalidade da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. O trabalhador n\u00e3o pode ser obrigado a subsidiar ainda mais os projetos do Governo Federal. O \u201cainda mais\u201d decorre do fato de os juros de 3% do FGTS serem os menores do mercado, o qu\u00ea, por si s\u00f3, demonstra que ele j\u00e1 est\u00e1 fazendo sua parte sob a perspectiva social.\nNegar o direito de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria aos dep\u00f3sitos do FGTS, Fundo do qual o trabalhador n\u00e3o pode simplesmente sacar seu dinheiro para aplicar em outro fundo mais rent\u00e1vel, configura ato de tirania, incompat\u00edvel com um Estado Democr\u00e1tico de Direito e deve ser de pronto recha\u00e7ado.\nSendo a TR \u00edndice inid\u00f4neo para restabelecer o poder aquisitivo dos dep\u00f3sitos do FGTS, sua substitui\u00e7\u00e3o por outro \u00edndice que melhor recomponha as perdas monet\u00e1rias se torna imperioso, a fim de fazer prevalecer o artigo 2\u00ba da lei n\u00ba 8.036/90 e artigo 233 do C\u00f3digo Civil.\nPosto que desde janeiro de 1999 o redutor criado pelo Banco Central/CMN promoveu o completo distanciamento da TR dos \u00edndices oficiais de infla\u00e7\u00e3o, temos que desde ent\u00e3o ela perdeu sua condi\u00e7\u00e3o de repor as perdas inflacion\u00e1rias dos dep\u00f3sitos do FGTS, devendo desde esta data ser substitu\u00edda pelo INPC, alternativamente, pelo IPCA.\n\nVIII \u2013 DOS PEDIDOS\n\nAntes o exporto, o(a) Autor(a) requer:\n\na) A cita\u00e7\u00e3o da R\u00e9 para, querendo, contestar a presente a\u00e7\u00e3o, sendo-lhe determinada, desde j\u00e1, a exibi\u00e7\u00e3o dos extratos de FGTS vinculados ao autor da demanda.\n\npara:\n\nb) Ao final, julgar PROCEDENTE a a\u00e7\u00e3o, condenando a R\u00e9\n\n13\n\n\fc.1) pagar, a favor do (a) Autor (a) o valor correspondente \u00e0s diferen\u00e7as de FGTS em raz\u00e3o da aplica\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria pelo INPC nos meses em que a TR foi zero; e\nc.2) pagar, a favor do (a) Autor (a) o valor correspondente \u00e0s diferen\u00e7as de FGTS em raz\u00e3o da aplica\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria pelo INPC, desde Janeiro de 1999, nos meses em que a TR n\u00e3o foi zero, mas foi menor que a infla\u00e7\u00e3o do per\u00edodo; ou\nc.3) pagar, a favor do (a) Autor (a) o valor correspondente \u00e0s diferen\u00e7as de FGTS em raz\u00e3o da aplica\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria pelo IPCA nos meses em que a TR foi zero; e\nc.4) pagar, a favor do (a) Autor (a) o valor correspondente \u00e0s diferen\u00e7as de FGTS em raz\u00e3o da aplica\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria pelo IPCA, desde Janeiro de 1999, nos meses em que a TR n\u00e3o foi zero, mas foi menor que a infla\u00e7\u00e3o do per\u00edodo; ou\nc.5) pagar, a favor do (a) Autor (a) o valor correspondente \u00e0s diferen\u00e7as de FGTS em raz\u00e3o da aplica\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria por qualquer outro \u00edndice que reponha as perdas inflacion\u00e1rias do trabalhador nas contas do FGTS, no entender deste Ju\u00edzo, desde Janeiro de 1999, inclusive nos meses em que a TR foi zero.\nd) Sobre os valores devidos pela condena\u00e7\u00e3o de que tratam os itens acima, dever\u00e3o incidir corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria desde a inadimpl\u00eancia da Caixa, bem como os juros legais.\ne) Seja determinado que a caixa exiba todos os extratos vinculados ao(\u00e0) autor(a), a fim de possibilitar a apura\u00e7\u00e3o dos valores na fase de liquida\u00e7\u00e3o de senten\u00e7a.\nf) A condena\u00e7\u00e3o da Caixa ao pagamento das custas e honor\u00e1rios advocat\u00edcios de 20% sobre o valor da condena\u00e7\u00e3o, nas hip\u00f3teses autorizadas por lei.\ng) Protesta provar o alegado por todos os meios de prova admitidos em direito, principalmente prova documental.\nAtribui-se \u00e0 causa o valor de R$ 1.000,00 (mil reais).\nNestes Termos, P. Deferimento.\nFlorian\u00f3polis, 14 de mar\u00e7o de 2016.\nRaphael Atherino dos Santos OAB/SC 19.330\n14\n\n\fJuarez R. Furtado OAB/SC 711\n15\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 5 (C\u00edvel) - IdDocumentoCompleto: 5018003-94.2014.4.04.7107-711404166013566981120000000047", "text": "EXCELENT\u00cdSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) FEDERAL DO JUIZADO ESPECIAL FEDERAL DA SUBSE\u00c7\u00c3O JUDICI\u00c1RIA DE CAXIAS\nDO SUL/RS\nTERESINHA KLOSS, brasileira, solteira, aposentada, portadora do CPF/MF 235.711.870-91 por sua Curadora Joanete Kloss, brasileira, divorciada, aposentada, portadora do CPF/MF 459.893.03068 residente e domiciliada na Rua Tereza Formolo Pontalti, n\u00ba. 749, Bairro Vila Leon, Munic\u00edpio de Caxias do Sul, Estado do Rio Grande do Sul, por seu procurador subscrito, vem \u00e0 presen\u00e7a de Vossa Excel\u00eancia ajuizar a presente\nA\u00c7\u00c3O ORDIN\u00c1RIA DE CORRE\u00c7\u00c3O DOS SALDOS DO FUNDO DE GARANTIA POR TEMPO DE SERVI\u00c7O (FGTS) COM PEDIDO DE TUTELA\nANTECIPADA\nEm desfavor da CAIXA ECON\u00d4MICA FEDERAL, com sede na Rua Sinimbu, 4385, Centro, Cep: 95020-006 nesta cidade, pelas raz\u00f5es de fato e de direito que passa a expor.\nI \u2013 BREVE RESUMO DOS FATOS\nO presente processo trata de quest\u00e3o de extrema import\u00e2ncia para milh\u00f5es de trabalhadores brasileiros e diz respeito ao Fundo de Garantia por Tempo de Servi\u00e7o.\nComo \u00e9 cedi\u00e7o, o Fundo de Garantia por Tempo de Servi\u00e7o foi criado na d\u00e9cada de 1960 para proteger o trabalhador, como suced\u00e2neo da antiga estabilidade decenal. \u00c9 constitu\u00eddo por valores depositados pelas\n1\n\n\fempresas em nome de seus empregados e possibilita que o trabalhador forme um patrim\u00f4nio.\nConsta no s\u00edtio eletr\u00f4nico da Caixa Econ\u00f4mica Federal que o FGTS hoje financia programas de habita\u00e7\u00e3o popular, saneamento b\u00e1sico e infraestrutura urbana.\nO FGTS \u00e9 regido pelas disposi\u00e7\u00f5es da Lei n\u00ba 8.036, de 11 de maio de 1990, por normas e diretrizes estabelecidas pelo seu Conselho Curador e gerido pela Caixa Econ\u00f4mica Federal.\nDos artigos 2\u00ba e 13 da Lei n\u00ba 8.036/90 extra\u00edmos que h\u00e1 uma obrigatoriedade de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e de remunera\u00e7\u00e3o atrav\u00e9s de juros dos dep\u00f3sitos efetuados nas contas vinculadas do FGTS, sen\u00e3o vejamos:\nArt. 2\u00ba O FGTS \u00e9 constitu\u00eddo pelos saldos das contas vinculadas a que se refere esta lei e outros recursos a ele incorporados, devendo ser aplicados com atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e juros, de modo a assegurar a cobertura de suas obriga\u00e7\u00f5es.\nArt. 13. Os dep\u00f3sitos efetuados nas contas vinculadas ser\u00e3o corrigidos monetariamente com base nos par\u00e2metros fixados para atualiza\u00e7\u00e3o dos saldos dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a e capitaliza\u00e7\u00e3o juros de (tr\u00eas) por cento ao ano.\nRessalte-se que o par\u00e2metro fixado para a atualiza\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos dos saldos de poupan\u00e7a e consequentemente dos dep\u00f3sito do FGTS \u00e9 a Taxa Referencial \u2013 TR, conforme prescrevem os artigos 12 e 17 da Lei n\u00ba 8.177, de 1\u00ba de mar\u00e7o de 1991, com reda\u00e7\u00e3o da lei n\u00ba 12.703, de 7 de agosto de 2012, cuja dic\u00e7\u00e3o \u00e9 a seguinte:\nArt. 12. Em cada per\u00edodo de rendimento, os dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a ser\u00e3o remunerados: I - como remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica, por taxa correspondente \u00e0 acumula\u00e7\u00e3o das TRD, no per\u00edodo transcorrido entre o dia do \u00faltimo cr\u00e9dito de rendimento, inclusive, e o dia do cr\u00e9dito de rendimento, exclusive; II - como remunera\u00e7\u00e3o adicional, por juros de: (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n \u00ba 12.703, de 2012) a) 0,5% (cinco d\u00e9cimos por cento) ao m\u00eas, enquanto a meta da taxa Selic ao ano, definida pelo Banco Central do Brasil, for superior a 8,5% (oito inteiros e cinco d\u00e9cimos por cento); ou (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n \u00ba 12.703, de 2012) b) 70% (setenta por cento) da meta da taxa Selic ao ano, definida pelo Banco Central do Brasil, mensalizada, vigente na data de in\u00edcio do per\u00edodo de rendimento, nos demais casos. (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n \u00ba 12.703, de 2012)\n2\n\n\f(...)\nArt. 17. A partir de fevereiro de 1991, os saldos das contas do Fundo de Garantia por Tempo de Servi\u00e7o (FGTS) passam a ser remunerados pela taxa aplic\u00e1vel \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a com data de anivers\u00e1rio no dia 1\u00b0, observada a periodicidade mensal para remunera\u00e7\u00e3o. Par\u00e1grafo \u00fanico. As taxas de juros previstas na legisla\u00e7\u00e3o em vigor do FGTS s\u00e3o mantidas e consideradas como adicionais \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o prevista neste artigo.\nRetrata a Lei n\u00ba 8.177/91 a forma como a TR ser\u00e1 calculada:\nArt. 1\u00b0 O Banco Central do Brasil divulgar\u00e1 Taxa Referencial (TR), calculada a partir da remunera\u00e7\u00e3o mensal m\u00e9dia l\u00edquida de impostos, dos dep\u00f3sitos a prazo fixo captados nos bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos m\u00faltiplos com carteira comercial ou de investimentos, caixas econ\u00f4micas, ou dos t\u00edtulos p\u00fablicos federais, estaduais e municipais, de acordo com metodologia a ser aprovada pelo Conselho Monet\u00e1rio Nacional, no prazo de sessenta dias, e enviada ao conhecimento do Senado Federal. \u00a7 1\u00b0 A TR ser\u00e1 mensalmente divulgada pelo Banco Central do Brasil, no m\u00e1ximo at\u00e9 o oitavo dia \u00fatil do m\u00eas de refer\u00eancia. (Revogado pela Lei n\u00ba 8.660, de 1993) \u00a7 2\u00b0 As institui\u00e7\u00f5es que venham a ser utilizadas como bancos de refer\u00eancia, dentre elas, necessariamente, as dez maiores do Pa\u00eds, classificadas pelo volume de dep\u00f3sitos a prazo fixo, est\u00e3o obrigadas a fornecer as informa\u00e7\u00f5es de que trata este artigo, segundo normas estabelecidas pelo Conselho Monet\u00e1rio Nacional, sujeitando-se a institui\u00e7\u00e3o e seus administradores, no caso de infra\u00e7\u00e3o \u00e0s referidas normas, \u00e0s penas estabelecidas no art. 44 da Lei n\u00b0 4.595, de 31 de dezembro de 1964. \u00a7 3\u00b0 Enquanto n\u00e3o aprovada a metodologia de c\u00e1lculo de que trata este artigo, o Banco Central do Brasil fixar\u00e1 a TR.\nA metodologia de c\u00e1lculo foi h\u00e1 muito tempo definida pela Banco Central-Conselho Monet\u00e1rio Nacional (CMN), e hoje est\u00e1 vigente sob a forma da Resolu\u00e7\u00e3o n\u00ba 3.354, de 31 de mar\u00e7o de 2006.\nOcorre que, h\u00e1 muito tempo, a TR n\u00e3o reflete mais a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, tendo se distanciado completamente dos \u00edndices oficiais de infla\u00e7\u00e3o. Nos meses de setembro, outubro e novembro de 2009, janeiro e fevereiro de 2010, fevereiro e junho de 2012 e de setembro de 2012 em diante, a TR tem sido completamente anulada, como se n\u00e3o existisse qualquer infla\u00e7\u00e3o no per\u00edodo pass\u00edvel de corre\u00e7\u00e3o.\n3\n\n\fEis a raz\u00e3o desta a\u00e7\u00e3o.\nII \u2013 LEGITIMIDADE PASSIVA DA CAIXA\nPosto que a lide versa sobre corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos dep\u00f3sitos de FGTS, sobressai irrefut\u00e1vel a legitimidade passiva e exclusiva da Caixa Econ\u00f4mica Federal, conforme precedentes do STJ, sen\u00e3o vejamos:\nA\u00c7\u00c3O RESCIS\u00d3RIA. ADMINISTRATIVO. FGTS. CORRE\u00c7\u00c3O DOS SALDOS DAS CONTAS VINCULADAS. DIFEREN\u00c7AS DE EXPURGOS INFLACION\u00c1RIOS. TEMA J\u00c1 PACIFICADO NO STJ. PROCED\u00caNCIA DA A\u00c7\u00c3O. 1. A mat\u00e9ria referente \u00e0 corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria das contas vinculadas ao FGTS, em raz\u00e3o das diferen\u00e7as de expurgos inflacion\u00e1rios, foi decidida pela Primeira Se\u00e7\u00e3o deste Superior Tribunal, no REsp n. 1.111.201 - PE e no REsp n. 1.112.520 - PE, de relatoria do Exmo. Min. Benedito Gon\u00e7alves, ambos submetidos ao regime do art. 543-C do CPC e da Resolu\u00e7\u00e3o n. 8/08 do STJ, que tratam dos recursos representativos da controv\u00e9rsia, publicados no DJe de 4.3.2010. (...) 3. Quanto \u00e0s demais preliminares alegadas, devidamente prequestionadas, esta Corte tem o entendimento no sentido de que, nas demandas que tratam da atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos saldos das contas vinculadas do FGTS, a legitimidade passiva ad causam \u00e9 exclusiva da Caixa Econ\u00f4mica Federal, por ser gestora do Fundo, com a exclus\u00e3o da Uni\u00e3o e dos bancos deposit\u00e1rios (S\u00famula 249/STJ). (...) (AR 1.962/SC, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, PRIMEIRA SE\u00c7\u00c3O, julgado em 08/02/2012, DJe 27/02/2012)\nS\u00famula 249/STJ \u2013 A Caixa Econ\u00f4mica Federal tem legitimidade passiva para integrar processo em que se discute corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria do FGTS.\nAssim, a presente a\u00e7\u00e3o se dirige exclusivamente contra a Caixa Econ\u00f4mica Federal, conforme pacificamente definido pela jurisprud\u00eancia p\u00e1tria.\nIII \u2013 DA PRESCRI\u00c7\u00c3O\n4\n\n\fQuanto ao prazo prescricional, j\u00e1 est\u00e1 amplamente assentado na doutrina e jurisprud\u00eancia p\u00e1tria, que em rela\u00e7\u00e3o ao pleito de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria do FGTS, a prescri\u00e7\u00e3o \u00e9 trinten\u00e1ria.\nNeste sentido, decis\u00e3o do STJ:\nRECURSO ESPECIAL. TRIBUT\u00c1RIO. FGTS. CORRE\u00c7\u00c3O DOS SALDOS DAS CONTAS VINCULADAS. DIFEREN\u00c7AS DE EXPURGOS INFLACION\u00c1RIOS. TEMA J\u00c1 JULGADO PELO REGIME DO ART. 543-C DO CPC E DA RESOLU\u00c7\u00c3O N. 8/08 DO STJ, QUE TRATAM DOS RECURSOS REPRESENTATIVOS DE CONTROV\u00c9RSIA. (...) 3. No REsp n. 1.112.520 - PE, por seu turno, firmou-se o seguinte entendimento: 4. Outrossim, n\u00e3o deve prevalecer a interpreta\u00e7\u00e3o da recorrente quanto \u00e0 ocorr\u00eancia de prescri\u00e7\u00e3o quinquenal, pois este Tribunal j\u00e1 decidiu que \u00e9 trinten\u00e1ria a prescri\u00e7\u00e3o para cobran\u00e7a de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria de contas vinculadas ao FGTS, nos termos das S\u00famula 210/STJ: \"A a\u00e7\u00e3o de cobran\u00e7a das contribui\u00e7\u00f5es para o FGTS prescreve em (30) trinta anos\". (...) (REsp 1150446 RJ 2009/0143136-0, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, Julgamento: 10/08/2010, \u00d3rg\u00e3o Julgador: T2 - SEGUNDA TURMA, Publica\u00e7\u00e3o: DJe 10/09/2010)\nAssim, a a\u00e7\u00e3o ora proposta n\u00e3o est\u00e1 alcan\u00e7ada pela prescri\u00e7\u00e3o trinten\u00e1ria, conforme se demonstrar\u00e1 adiante.\nIV \u2013 DOS FUNDAMENTOS JUR\u00cdDICOS\nA) A corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria\nA corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria existe entre n\u00f3s desde a d\u00e9cada de 1960. O principal te\u00f3rico da Corre\u00e7\u00e3o Monet\u00e1ria, o Advogado Tributarista Bulh\u00f5es Pedreira explica o seguinte:\n\u2019\u201dPor analogia com as unidades de medidas f\u00edsicas podemos dizer que o n\u00edvel geral de pre\u00e7os \u00e9 o padr\u00e3o prim\u00e1rio do valor financeiro, enquanto que a unidade monet\u00e1ria serve como\n5\n\n\fpadr\u00e3o secund\u00e1rio \u2013 usado, na pr\u00e1tica, para exprimir o valor financeiro, mas que deve ser aferido pelo padr\u00e3o prim\u00e1rio porque sujeito a modifica\u00e7\u00f5es.\u201d (BULH\u00d5ES PEDREIRA, Jos\u00e9 Luiz, \u201cCorre\u00e7\u00e3o Monet\u00e1ria; Indexa\u00e7\u00e3o Cambial. Obriga\u00e7\u00e3o Pecuni\u00e1ria\u201d, in \u201cRevista de Direito Administrativo\u201d, c. 193 p, 353 a 372 Jul/Set 1993).\nAinda, o autor Let\u00e1cio Jansen diz que Bulh\u00f5es Pedreira teria conseguido institucionalizar e colocar em pr\u00e1tica a sua doutrina principalmente atrav\u00e9s da Lei n\u00ba 4.357, de 1964, que criou o primeiro indexador da Economia Brasileira \u2013 a ORTN (obriga\u00e7\u00e3o reajust\u00e1vel do tesouro nacional), uma obriga\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria cuja fun\u00e7\u00e3o era fazer variar, periodicamente, a moeda nacional segundo a perda de seus respectivos poderes aquisitivos (http://www.scamargo.adv.br/scripts/forum/textoTema.asp?id=81&tema=nvalida de+da+taxa+referencial+(TR)%3A+o+Significado+da+ADI+493-0-df).\nDesde esta data, uma pl\u00eaiade de \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria foi se sucedendo, at\u00e9 a entrada em vigor da Medida Provis\u00f3ria n\u00ba 294, de 31 de janeiro de 1991, que se transformou na Lei n\u00ba 8.177, de 1\u00ba de mar\u00e7o de 1991. Nesta oportunidade o Governo Collor pretendeu substituir a s\u00e9rie de indexadores tradicionais da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria brasileira (ORTN, OTN e BTN) que eram vinculados \u00e0 varia\u00e7\u00e3o dos n\u00edveis gerais de pre\u00e7os, pela Taxa Referencial, que tinha natureza financeira.\nAinda hoje permanece a perplexidade em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 natureza jur\u00eddica da TR, at\u00e9 por conta da pr\u00f3pria inconsist\u00eancia da lei que a criou, que ora a trata como taxa de juros (artigo 39) ora como indexador (artigo 18).\nTaxas de juros objetivam promover a remunera\u00e7\u00e3o do capital. S\u00e3o calculadas por quem disponibiliza o capital em benef\u00edcio de outra pessoa, f\u00edsica ou jur\u00eddica, para que empregue para satisfa\u00e7\u00e3o de determinada necessidade, na expectativa de lucro. Os indexadores, por outro lado, podem ser entendidos como \u00edndices calculados a partir da varia\u00e7\u00e3o de pre\u00e7os de mercado em determinado per\u00edodo. O seu objetivo est\u00e1 na corre\u00e7\u00e3o dos efeitos inflacion\u00e1rios, quando se compara valores monet\u00e1rios em diferentes \u00e9pocas.\nPois bem. Quando o STF enfrentou o tema da natureza da TR, disse atrav\u00e9s do voto vencedor da ADI 493-0/DF que:\nA Taxa Referencial (TR) n\u00e3o \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, pois, refletindo as varia\u00e7\u00f5es do custo prim\u00e1rio da capta\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos a prazo fixo, n\u00e3o constitui \u00edndice que reflita a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda.\n6\n\n\fN\u00e3o obstante, os Ministros vencidos Celso de Mello, Marco Aur\u00e9lio e Ilmar Galv\u00e3o entenderam que a estrutura de c\u00e1lculo da taxa referencial n\u00e3o era suficiente para impedir sua utiliza\u00e7\u00e3o como par\u00e2metro de indexa\u00e7\u00e3o da economia.\nMesmo assim, naquela oportunidade, o STF entendeu que a TR possu\u00eda natureza de taxa de juros e declarou inconstitucional o artigo 18 da Lei n\u00ba 8.177/91, cujo texto original estabelecia que os saldos devedores e as presta\u00e7\u00f5es dos contratos integrantes do SFH, passariam a ser atualizados pela taxa aplic\u00e1vel \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica dos Dep\u00f3sitos de Poupan\u00e7a. Vale a pena transcrever a ementa deste julgado:\nA\u00e7\u00e3o direta de inconstitucionalidade.- Se a lei alcan\u00e7ar os efeitos futuros de contratos celebrados anteriormente a ela, ser\u00e1 essa lei retroativa (retroatividade m\u00ednima) porque vai interferir na causa, que e um ato ou fato ocorrido no passado.O disposto no artigo 5, XXXVI, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal se aplica a toda e qualquer lei infraconstitucional, sem qualquer distin\u00e7\u00e3o entre lei de direito p\u00fablico e lei de direito privado, ou entre lei de ordem p\u00fablica e lei dispositiva. Precedente do S.T.F..- Ocorr\u00eancia, no caso, de viola\u00e7\u00e3o de direito adquirido. A taxa referencial (TR) n\u00e3o \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, pois, refletindo as varia\u00e7\u00f5es do custo prim\u00e1rio da capta\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos a prazo fixo, n\u00e3o constitui \u00edndice que reflita a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda. Por isso, n\u00e3o h\u00e1 necessidade de se examinar a quest\u00e3o de saber se as normas que alteram \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria se aplicam imediatamente, alcan\u00e7ando, pois, as presta\u00e7\u00f5es futuras de contratos celebrados no passado, sem violarem o disposto no artigo 5, XXXVI, da Carta Magna.Tamb\u00e9m ofendem o ato jur\u00eddico perfeito os dispositivos impugnados que alteram o crit\u00e9rio de reajuste das presta\u00e7\u00f5es nos contratos j\u00e1 celebrados pelo sistema do Plano de Equival\u00eancia Salarial por Categoria Profissional (PES/CP). A\u00e7\u00e3o direta de inconstitucionalidade julgada procedente, para declarar a inconstitucionalidade dos artigos 18, \"caput\" e par\u00e1grafos 1 e 4; 20; 21 e par\u00e1grafo \u00fanico; 23 e par\u00e1grafos; e 24 e par\u00e1grafos, todos da Lei n. 8.177, de 1 de maio de 1991. (ADI 493, Relator (a): Min. Moreira Alves, Tribunal Pleno, julgado em 25/06/1992, DJ 04-09-1992 PP14089 EMENT VOL-01674-02 PP-00260 RTJ VOL-00143-03 PP-00724)\nPor algum tempo, o pr\u00f3prio STJ rejeitou a TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, tanto para a poupan\u00e7a, quanto para o SFH. Neste sentido:\n7\n\n\fCOMERCIAL. M\u00daTUO RURAL. CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA. VINCULA\u00c7\u00c3O AO CRIT\u00c9RIO DE REAJUSTE DOS DEP\u00d3SITOS EM CADERNETA DE POUPAN\u00c7A. LICITUDE. SUBSTITUI\u00c7\u00c3O PELA TR NOS MESES SUBSEQUENTES A FEVEREIRO/91. PREVIS\u00c3O DE UTILIZA\u00c7\u00c3O DA OTN. INDEXADOR CONTRATUALMENTE ELEITO. SUBSTITUI\u00c7\u00c3O EX LEGE PELA TR. INCONSTITUCIONALIDADE DECLARADA. ADO\u00c7\u00c3O DO INPC. PRECEDENTES.\nI \u2013 NO CONTRATO DE M\u00daTUO RURAL \u00c9 L\u00cdCITO O PACTO DE VINCULA\u00c7\u00c3O DA CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA AO CRIT\u00c9RIO DE ATUALIZA\u00c7\u00c3O DOS DEP\u00d3SITOS EM CADERNETA DE POUPAN\u00c7A, RESULTANDO DEVIDA A INCID\u00caNCIA DO MESMO INDEXADOR NOS MESES SUBSEQUENTES A FEVEREIRO/91. (ART. 13 DA LEI 8.177).\nII \u2013 EM FACE DA POSI\u00c7\u00c3O DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL INADMITINDO A TR COMO FATOR DE ATUALIZA\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA SUBSTITUTIVO DO BTN, A CORRE\u00c7\u00c3O DOS VALORES, CUJA FORMA DE REAJUSTE ESTAVA, POR LEI OU CONTRATO, ATRELADA A VARIA\u00c7\u00c3O DO VALOR DE REFERIDO T\u00cdTULO DA D\u00cdVIDA P\u00daBLICA, CUMPRE SEJA PROCEDIDA, A PARTIR DA LEI 8.177/91, COM BASE NO INPC (REsp. 40.777/GO, Rel. Ministro S\u00c1LVIO DE FIGUEIREDO TEIXEIRA, QUARTA TURMA, julgado em 13/11/1995, DJ 11/12/1995, p. 43225) (grifamos)\nADMINISTRATIVO - SFH - REAJUSTE DAS PRESTA\u00c7\u00d5ES E DO SALDO DEVEDOR - PLANO DE EQUIVAL\u00caNCIA SALARIAL (PES) - INAPLICABILIDADE DA TR \u2013 ADIN 4930/STF - VANTAGENS PESSOAIS INCORPORADAS DEFINITIVAMENTE AO SAL\u00c1RIO - INCLUS\u00c3O NO C\u00c1LCULO - DIVERG\u00caNCIA JURISPRUDENCIAL N\u00c3O COMPROVADA RISTJ, ART. 255 E PAR\u00c1GRAFOS - S\u00daMULA 13/STJ PRECEDENTES STJ. - Nos contratos vinculados ao PES, o reajustamento das presta\u00e7\u00f5es deve obedecer \u00e0 varia\u00e7\u00e3o salarial dos mutu\u00e1rios, a fim de preservar a equa\u00e7\u00e3o econ\u00f4mico-financeira do pactuado. - As vantagens pessoais incorporadas, definitivamente, ao sal\u00e1rio ou vencimento do mutu\u00e1rio, incluem-se na verifica\u00e7\u00e3o da equival\u00eancia para fixa\u00e7\u00e3o das parcelas.\n8\n\n\f- Declarada pelo STF a inconstitucionalidade da TR como fator de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria (ADIN 493-0), o reajustamento do saldo devedor, a exemplo das presta\u00e7\u00f5es mensais, tamb\u00e9m deve obedecer ao Plano de Equival\u00eancia Salarial. - Recurso conhecido e parcialmente provido. (Resp 140.839/BA, Rel. Ministro FRANCISCO PE\u00c7ANHA MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 23/11/1999, DJ 21/02/2000, p. 112) (grifamos)\nSFH. PLANO DE EQUIVAL\u00caNCIA SALARIAL. REAJUSTE DAS PRESTA\u00c7\u00d5ES. ILEGITIMIDADE PASSIVA DA UNI\u00c3O. NULIDADE DO AC\u00d3RD\u00c3O. INOCORR\u00caNCIA. VANTAGENS PESSOAIS. INCLUS\u00c3O. CORRE\u00c7\u00c3O PELA TR. IMPOSSIBILIDADE. PRECEDENTES. (...) 4. Inaplic\u00e1vel a TR como fator de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria Entendimento consagrado nesta Corte na esteira de orienta\u00e7\u00e3o tra\u00e7ada pelo STF. 5. Recurso especial conhecido e parcialmente provido. (REsp 209.466/BA, Rel. Ministro FRANCISCO PE\u00c7ANHA MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 07/08/2001, DJ 17/06/2002, p. 231) (grifamos)\nTodavia, a Corte de Justi\u00e7a, fazendo uma releitura do voto do Ministro Moreira Alves do STF, mudou de entendimento, e passou a adotar a constitucionalidade da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, conforme demonstra o seguinte julgado:\nSISTEMA FINANCEIRO DA HABITA\u00c7\u00c3O. SALDO DEVEDOR. ATUALIZA\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA. TR. 1. N\u00e3o \u00e9 inconstitucional a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria com base na Taxa Referencial - TR. O que \u00e9 inconstitucional \u00e9 sua aplica\u00e7\u00e3o retroativa. Foi isso o que decidiu o STF da ADI 493/DF, Pleno, Min. Moreira Alves, DJ de 04.09.1992, ao estabelecer o \u00e2mbito de incid\u00eancia da Lei 8.177, de 1991. 2. Aos contratos de m\u00fatuo habitacional firmados no \u00e2mbito do SFH que prevejam a corre\u00e7\u00e3o do saldo devedor pela taxa b\u00e1sica aplic\u00e1vel aos dep\u00f3sitos da poupan\u00e7a aplica-se a Taxa Referencial, por expressa determina\u00e7\u00e3o legal. Precedentes da Corte Especial: AGEREsp 725917 / DF, Min. Laurita Vaz, DJ 19.06.2006; DERESP 453600 / DF, Min. Aldir Passarinho Junior, DJ 24.04.2006. 3. Embargos de diverg\u00eancia a que se nega provimento.\n9\n\n\f(EREsp 752.879/DF, Rel. Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI, CORTE ESPECIAL, julgado em 19/12/2006, DJ 12/03/2007, p. 184) (grifamos)\nEm rela\u00e7\u00e3o ao FGTS, h\u00e1 at\u00e9 a s\u00famula do STJ sobre a aplica\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. Neste sentido:\nA Taxa Referencial (TR) \u00e9 o \u00edndice aplic\u00e1vel, a t\u00edtulo de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, aos d\u00e9bitos com o FGTS recolhidos pelo empregador mas n\u00e3o repassados ao fundo. (S\u00famula 459, PRIMEIRA SE\u00c7\u00c3O, julgado em 25/08/2010, DJe 08/09/2010)\nComo dito alhures, aplica\u00e7\u00e3o de \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria se presta para recuperar o poder de compra do valor emprestado. Este poder de compra \u00e9 diretamente influenciado por um processo inflacion\u00e1rio. O pr\u00f3prio STJ reconhece a influ\u00eancia da infla\u00e7\u00e3o e da defla\u00e7\u00e3o na composi\u00e7\u00e3o do \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, sen\u00e3o vejamos:\nPREVIDENCI\u00c1RIO E ECON\u00d4MICO. T\u00cdTULO EXECUTIVO JUDICIAL. DETERMINA\u00c7\u00c3O DE CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA PELO IGP-M. \u00cdNDICES DE DEFLA\u00c7\u00c3O. APLICABILIDADE. OFENSA AO PRINC\u00cdPIO DA IRREDUTIBILIDADE DOS VENCIMENTOS. N\u00c3O OCORR\u00caNCIA. PRESERVA\u00c7\u00c3O DO VALOR NOMINAL DA OBRIGA\u00c7\u00c3O. PRECEDENTES. 1. \"A corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria nada mais \u00e9 do que um mecanismo de manuten\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda, n\u00e3o devendo representar, consequentemente, por si s\u00f3, nem um plus nem um minus em sua subst\u00e2ncia. Corrigir o valor nominal da obriga\u00e7\u00e3o representa, portanto, manter, no tempo, o seu poder de compra original, alterado pelas oscila\u00e7\u00f5es inflacion\u00e1rias positivas e negativas ocorridas no per\u00edodo. Atualizar a obriga\u00e7\u00e3o levando em conta apenas oscila\u00e7\u00f5es positivas importaria distorcer a realidade econ\u00f4mica produzindo um resultado que n\u00e3o representa a simples manuten\u00e7\u00e3o do primitivo poder aquisitivo, mas um indevido acr\u00e9scimo no valor real. Nessa linha, estabelece o Manual de Orienta\u00e7\u00e3o de Procedimento de C\u00e1lculos aprovado pelo Conselho da Justi\u00e7a Federal que, n\u00e3o havendo decis\u00e3o judicial em contr\u00e1rio, \"os \u00edndices negativos de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria (defla\u00e7\u00e3o) ser\u00e3o considerados no c\u00e1lculo de atualiza\u00e7\u00e3o\", com a ressalva de que, se, no c\u00e1lculo final, 'a atualiza\u00e7\u00e3o implicar redu\u00e7\u00e3o do principal, deve prevalecer o valor nominal'\" (Corte Especial, REsp 1.265.580/RS, Rel. Min. TEORI ALBINO ZAVASCKI, DJe 18/4/12).\n10\n\n\f2. No precedente da Corte Especial, mencionado na decis\u00e3o agravada, ficou expressamente consignado que se, na atualiza\u00e7\u00e3o da d\u00edvida, houver redu\u00e7\u00e3o do principal, deve prevalecer o valor nominal, em respeito ao princ\u00edpio da irredutibilidade de vencimentos, previsto nos arts. 7\u00ba, VI e 37, XV, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal. 3. A compreens\u00e3o no sentido de que n\u00e3o h\u00e1 viola\u00e7\u00e3o ao princ\u00edpio da irredutibilidade dos vencimentos, quando preservado o valor nominal da obriga\u00e7\u00e3o, encontra respaldo na jurisprud\u00eancia do STF e do STJ. 4. Agravo regimental improvido. (AgRg nos EREsp 1252558/RS, Rel. Ministro SERGIO KUKINA, PRIMEIRA SE\u00c7\u00c3O, julgado em 13/03/2013, DJe 21/03/2013)(grifos nossos)\nN\u00e3o podemos nos esquecer de que a cultura da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria est\u00e1 de tal forma arraigada ao nosso sistema econ\u00f4mico, que o pr\u00f3prio C\u00f3digo Civil de 2002, traz diversos dispositivos garantindo atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria:\nArt. 389. N\u00e3o cumprida a obriga\u00e7\u00e3o, responde o devedor por perdas e danos, mais juros e atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria segundo \u00edndices oficiais regularmente estabelecidos, e honor\u00e1rios de advogado.\nArt. 395. Responde o devedor pelos preju\u00edzos a que sua mora der causa, mais juros, atualiza\u00e7\u00e3o dos valores monet\u00e1rios segundo \u00edndices oficiais regularmente estabelecidos, e honor\u00e1rios de advogado.\nArt. 404. As perdas e danos, nas obriga\u00e7\u00f5es de pagamento em dinheiro, ser\u00e3o pagas com atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria segundo \u00edndices oficiais regularmente estabelecidos, abrangendo juros, custas e honor\u00e1rios de advogado, sem preju\u00edzo da pena convencional.\nArt. 418. Se a parte que deu as arras n\u00e3o executar o contrato, poder\u00e1 a outra t\u00ea-lo por desfeito, retendo-as; se a inexecu\u00e7\u00e3o for de quem recebeu as arras, poder\u00e1 quem as deu haver o contrato por desfeito, e exigir sua devolu\u00e7\u00e3o mais o equivalente, com atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria segundo \u00edndices oficiais regularmente estabelecidos, juros e honor\u00e1rios de advogado.\nArt. 772. A mora do segurador em pagar o sinistro obriga \u00e0 atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria da indeniza\u00e7\u00e3o devida segundo \u00edndices\n11\n\n\foficiais regularmente estabelecidos, sem preju\u00edzo dos juros morat\u00f3rios.\nArt. 884. Aquele que, sem justa causa, se enriquecer \u00e0 custa de outrem, ser\u00e1 obrigado a restituir o indevidamente auferido, feita a atualiza\u00e7\u00e3o dos valores monet\u00e1rios.\nEste retrospecto da evolu\u00e7\u00e3o legal e jurisprudencial a respeito da aplica\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria se fez necess\u00e1rio para que pud\u00e9ssemos chegar ao n\u00facleo do argumento desta a\u00e7\u00e3o.\nHoje, no pa\u00eds, h\u00e1 dois tipos de \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. \u00cdndices que refletem a infla\u00e7\u00e3o e, portanto, recuperam o poder de compra do valor aplicado, como o IPCA e o INPC, e um \u00edndice que n\u00e3o reflete a infla\u00e7\u00e3o, e consequentemente n\u00e3o recupera o poder de compra do valor aplicado \u2013 a Taxa Referencial/TR.\nHistoricamente, \u00e9 preciso lembrar que a Taxa Referencial nunca foi igual \u00e0 infla\u00e7\u00e3o. Nem quando experimentamos hiperinfla\u00e7\u00e3o, nem quando experimentamos defla\u00e7\u00e3o. Todavia, os \u00edndices da TR, do INPC e do IPCA, sempre andaram pr\u00f3ximos. Em outras palavras, imperava a razoabilidade nos \u00edndices da TR para que pudessem atingir a finalidade de corre\u00e7\u00e3o do valor do capital.\n\nANO 1991 1992 1993 1994 1995 1996\n\nTR 335,51% 1.156,22% 2.474,73% 951,19% 31,6207% 9,5551%\n\nINPC 475,11% 1.149,05% 2.489,11% 929,32% 21,98% 9,125%\n\nIPCA 472,69% 1.119,09% 2,477,15% 916,43% 22,41% 9,56%\n\nN\u00e3o obstante, o cen\u00e1rio come\u00e7a a mudar a partir de 1999. A TR se distancia expressivamente do INPC e do IPCA, ao ponto de hoje a infla\u00e7\u00e3o superar 6% ao ano e a TR ser igual a zero. Logo, ela n\u00e3o se presta para o fim de manter o poder aquisitivo dos dep\u00f3sitos do FGTS, que s\u00e3o um patrim\u00f4nio do trabalhador.\nO sentimento geral \u00e9 que h\u00e1 muito tempo o FGTS \u00e9 um fundo in\u00edquo por ele n\u00e3o ter recomposi\u00e7\u00e3o inflacion\u00e1ria dos seus recursos. Na verdade, o trabalhador n\u00e3o est\u00e1 financiando programas de habita\u00e7\u00e3o popular, saneamento b\u00e1sico e infraestrutura urbana, ele est\u00e1 subsidiando.\nAo contr\u00e1rio de outros investimentos, o FGTS n\u00e3o \u00e9 um fundo de livre disposi\u00e7\u00e3o por parte do trabalhador, n\u00e3o podendo ele decidir sponte\n12\n\n\fpr\u00f3pria quais as aplica\u00e7\u00f5es que lhe s\u00e3o mais convenientes ou rent\u00e1veis. O trabalhador tem que se submeter a pol\u00edticas econ\u00f4micas e sociais que lhe s\u00e3o altamente prejudiciais.\nOra, mas a pr\u00f3pria Lei do FGTS diz em seu artigo 2\u00ba que \u00e9 garantida a atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e juros. Quando a TR \u00e9 igual a zero este artigo \u00e9 descumprido. Quando a TR \u00e9 m\u00ednima e totalmente desproporcional em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 infla\u00e7\u00e3o, este artigo tamb\u00e9m \u00e9 descumprido e o patrim\u00f4nio do trabalhador \u00e9 subtra\u00eddo por quem tem o dever legal de administr\u00e1-lo.\nEm um cen\u00e1rio de TR zero e infla\u00e7\u00e3o p\u00fablica e not\u00f3ria, estamos diante de uma situa\u00e7\u00e3o de confisco. O Governo Federal, atrav\u00e9s da Caixa Econ\u00f4mica Federal, est\u00e1 confiscando os rendimentos dos trabalhadores, para subsidiar pol\u00edticas p\u00fablicas, sem a menor possibilidade de inger\u00eancia destes trabalhadores.\nAssim como em nosso Estado Democr\u00e1tico de Direito, a Constitui\u00e7\u00e3o veda que se utilize o tributo com efeito de confisco, o trabalhador n\u00e3o pode ser punido com o confisco do que a pr\u00f3pria Caixa define em seu s\u00edtio eletr\u00f4nico, como um patrim\u00f4nio do trabalhador, e definitivamente o \u00e9.\nQuando se fala em patrim\u00f4nio, imediatamente sobrev\u00e9m li\u00e7\u00e3o da Professora Maria Helena Diniz ao comentar o artigo 91 do Novo C\u00f3digo Civil:\nArt. 91. Constitui universalidade de direito o complexo de rela\u00e7\u00f5es jur\u00eddicas de uma pessoa, dotadas de valor econ\u00f4mico.\nUniversalidade de direito. \u00c9 a constitu\u00edda por bens singulares corp\u00f3reos heterog\u00eaneos ou incorp\u00f3reos (complexo de rela\u00e7\u00f5es jur\u00eddicas), a que a norma jur\u00eddica, com o intuito de produzir certos efeitos, d\u00e1 unidade, por serem dotados de valor econ\u00f4mico, como p. ex., o patrim\u00f4nio (...) O patrim\u00f4nio e a heran\u00e7a s\u00e3o considerados como um conjunto, ou seja, como uma universalidade. Embora se constituam ou n\u00e3o de bens materiais e de cr\u00e9ditos, esses bens se unificam numa express\u00e3o econ\u00f4mica, que \u00e9 o valor. O patrim\u00f4nio \u00e9 complexo de rela\u00e7\u00f5es jur\u00eddicas de uma pessoa apreci\u00e1veis economicamente. Incluem-se no patrim\u00f4nio: a posse, os direitos reais, as obriga\u00e7\u00f5es e as a\u00e7\u00f5es correspondentes a tais direitos. O patrim\u00f4nio abrange direitos e deveres redut\u00edveis a dinheiro. (C\u00f3digo Civil Anotado, Ed. Saraiva, pag. 100) (grifamos).\n13\n\n\fLevando em conta que a rela\u00e7\u00e3o jur\u00eddica entre os trabalhadores e a Caixa \u00e9 de direito pessoal, o artigo 233 do C\u00f3digo Civil se torna inafast\u00e1vel, na medida em que determina que a obriga\u00e7\u00e3o de dar coisa certa abrange os acess\u00f3rios, ainda que n\u00e3o mencionados.\n\nArt. 233. A obriga\u00e7\u00e3o de dar coisa certa abrange os acess\u00f3rios dela embora n\u00e3o mencionados, salvo se o contr\u00e1rio resultar do t\u00edtulo ou das circunst\u00e2ncias do caso.\n\nmonet\u00e1ria.\n\nOra, acess\u00f3rios de dinheiro s\u00e3o os juros e a corre\u00e7\u00e3o\n\nE ent\u00e3o voltamos \u00e0 Taxa Referencial.\n\nB) DA Manipula\u00e7\u00e3o da TR pelo Banco Central/CMN\n\nIndependentemente da discuss\u00e3o sobre sua natureza jur\u00eddica, vamos aqui partir do pressuposto, assentado pela jurisprud\u00eancia, principalmente do STJ, que a TR \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria.\nTanto o artigo 1\u00ba da lei n\u00ba 8.177/91 quando o artigo 5\u00ba da Lei n\u00ba 10.192/01 (que convolou a MP 1.053/95) atribu\u00edram ao Banco Central a regulamenta\u00e7\u00e3o da metodologia de c\u00e1lculo da TR, conforme crit\u00e9rio estabelecido na lei e a expedi\u00e7\u00e3o das instru\u00e7\u00f5es necess\u00e1rias ao cumprimento do artigo que criou a TBF.\nArt. 1\u00b0 O Banco Central do Brasil divulgar\u00e1 Taxa Referencial (TR), calculada a partir da remunera\u00e7\u00e3o mensal m\u00e9dia l\u00edquida de impostos, dos dep\u00f3sitos a prazo fixo captados nos bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos m\u00faltiplos com carteira comercial ou de investimentos, caixas econ\u00f4micas, ou dos t\u00edtulos p\u00fablicos federais, estaduais e municipais, de acordo com metodologia a ser aprovada pelo Conselho Monet\u00e1rio Nacional, no prazo de sessenta dias, e enviada ao conhecimento do Senado Federal. . (Lei n\u00ba 8177/91)\nArtigo 5\u00ba Fica institu\u00edda Taxa B\u00e1sica Financeira \u2013 TBF, para ser utilizada exclusivamente como base de remunera\u00e7\u00e3o de opera\u00e7\u00f5es realizadas no mercado financeiro, de prazo de dura\u00e7\u00e3o igual ou superior a sessenta dias.\nPar\u00e1grafo \u00fanico. O Conselho Monet\u00e1rio Nacional expedir\u00e1 as instru\u00e7\u00f5es necess\u00e1rias ao cumprimento do disposto neste artigo, podendo inclusive, ampliar o prazo m\u00ednimo previsto no caput. (Lei n\u00ba 10.192/01)\n14\n\n\fNo mister de regulamentar a TR, o Banco Central/CMN vem ao longo dos anos criando e reinventando f\u00f3rmulas para encontr\u00e1-la. Pelo menos desde a Resolu\u00e7\u00e3o 2.075, de 26 de maio de 1994, h\u00e1 f\u00f3rmulas para encontrar a TR. Todavia, \u00e9 com a institui\u00e7\u00e3o da Taxa B\u00e1sica Financeira, pela Medida Provis\u00f3ria 1.053/95, de 30 de junho de 1995, que a forma de c\u00e1lculo da TR sofre uma expressiva reviravolta.\n\nDesde a Resolu\u00e7\u00e3o 2.437, de 30 de outubro de 1997, a TR \u00e9 calculada levando em conta a Taxa B\u00e1sica Financeira e um Redutor.\n\nseguinte:\n\nA Resolu\u00e7\u00e3o 3.354/06, hoje vigente sobre o assunto, diz o\n\nArt. 1\u00ba Estabelecer que, para fins de c\u00e1lculo da Taxa B\u00e1sica Financeira - TBF e da Taxa Referencial - TR, de que tratam os arts. 1\u00ba da Lei 8.177, de 1\u00ba de mar\u00e7o de 1991, 1\u00ba da Lei 8.660, de 28 de maio de 1993, e 5\u00ba da Lei 10.192, de 14 de fevereiro de 2001, deve ser constitu\u00edda amostra das 30 maiores institui\u00e7\u00f5es financeiras do Pa\u00eds, assim consideradas em fun\u00e7\u00e3o do volume de capta\u00e7\u00e3o efetuado por meio de certificados e recibos de dep\u00f3sito banc\u00e1rio (CDB/RDB), com prazo de 30 a 35 dias corridos, inclusive, e remunerados a taxas prefixadas, entre bancos m\u00faltiplos, bancos comerciais, bancos de investimento e caixas econ\u00f4micas.\n\nArt. 2\u00ba A TBF e a TR s\u00e3o calculadas a partir da remunera\u00e7\u00e3o mensal m\u00e9dia dos CDB/RDB emitidos a taxas de mercado prefixadas, com prazo de 30 a 35 dias corridos, inclusive, com base em informa\u00e7\u00f5es prestadas pelas institui\u00e7\u00f5es integrantes da amostra de que trata o art. 1\u00ba, na forma a ser determinada pelo Banco Central do Brasil.\n\nArt. 4\u00ba Para cada dia do m\u00eas - dia de refer\u00eancia -, o Banco Central do Brasil deve calcular a TBF, para o per\u00edodo de um m\u00eas, com in\u00edcio no pr\u00f3prio dia de refer\u00eancia e t\u00e9rmino no dia correspondente ao dia de refer\u00eancia no m\u00eas seguinte, considerada a hip\u00f3tese prevista no \u00a7 2\u00ba, inciso IV. (...)\n\nArt. 5\u00ba Para cada TBF obtida, segundo a metodologia descrita no art. 4\u00ba, deve ser calculada a correspondente TR, pela aplica\u00e7\u00e3o de um redutor \"R\", de acordo com a seguinte f\u00f3rmula:\n\nTR = max {0,100 {[ (1 + TBF/100) / R ] - 1}} (em %).\n\n\u00a7 1\u00ba O valor do redutor 'R' deve ser calculado para todos os dias, inclusive n\u00e3o-\u00fateis, de acordo com a seguinte f\u00f3rmula:\n\n15\n\n\fR = (a + b . TBF/100), onde:Resolu\u00e7\u00e3o n\u00ba 3354, de 31 de mar\u00e7o de 2006.\nTBF = TBF relativa ao dia de refer\u00eancia;\na = 1,005;\nb = valor determinado de acordo com a tabela abaixo, em fun\u00e7\u00e3o da TBF obtida, segundo a metodologia descrita no art. 4\u00ba, em termos percentuais ao ano:\nTBF (% a.a.) b\nTBF maior que 16 0,48\nTBF menor ou igual a 16 e maior que 15 0,44\nTBF menor ou igual a 15 e maior que 14 0,40\nTBF menor ou igual a 14 e maior que 13 0,36\nTBF menor ou igual a 13 e maior ou igual a 11 0,32\nReda\u00e7\u00e3o dada pela Resolu\u00e7\u00e3o 3.446, de 05/03/2007.\n\u00a7 2\u00ba Fica o Banco Central do Brasil autorizado a determinar o valor do par\u00e2metro \"b\" no caso de a TBF obtida ser inferior a 11% a.a. (onze por cento ao ano).\nO peculiar nesta determina\u00e7\u00e3o do Banco Central/CMN, que de resto se repete desde 1997, \u00e9 que a TBF e TR s\u00e3o exatamente iguais em sua g\u00eanese at\u00e9 o momento em que se determina que se aplique um redutor \u00e0 TBF para se chegar \u00e0 TR.\nN\u00e3o h\u00e1 na Lei da TR previs\u00e3o de aplica\u00e7\u00e3o de redutor, assim como n\u00e3o h\u00e1 na Lei que criou a TBF. Todavia, causa estranheza que diante de um comando aberto como o do art. 5\u00ba da MP n\u00ba 1.503/95 (Lei n\u00ba 10.192/01), o Banco Central/CMN, com amplos poderes para regulamentar o assunto, n\u00e3o tenha institu\u00eddo um redutor, mas o tenha feito ao regulamentar o artigo 1\u00ba da lei n\u00ba 8.177/91, que n\u00e3o era t\u00e3o flex\u00edvel.\nO Economista C\u00e9sar Roberto Buzin explica o qu\u00ea o Banco Central/CMN est\u00e1 fazendo com a TR, neste trecho do Parecer Econ\u00f4mico que se junta a esta inicial.\nObjeto de discuss\u00e3o \u00e9 a utiliza\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, que apesar de n\u00e3o ter sido criada como um \u00edndice de indexa\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, vem sendo utilizada para tal finalidade na corre\u00e7\u00e3o dos valores aplicados \u00e0 caderneta de\n16\n\n\fpoupan\u00e7a e outras aplica\u00e7\u00f5es como os dep\u00f3sitos do FGTS, dinheiro pertencente aos trabalhadores, por\u00e9m, com gest\u00e3o de terceiros.\nA posi\u00e7\u00e3o adotada pelo Superior Tribunal de Justi\u00e7a, em agosto de 2010, a respeito da utiliza\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria foi sacramentada por meio da cria\u00e7\u00e3o da S\u00famula 454, com a seguinte reda\u00e7\u00e3o: \u201cPactuada a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria nos contrato do SFH pelo mesmo \u00edndice aplic\u00e1vel \u00e0 caderneta de poupan\u00e7a, incide a Taxa Referencial (TR) a partir da vig\u00eancia da Lei 8.177/91\u201d.\nA TR \u00e9 calculada a partir da Taxa B\u00e1sica Financeira (TBF), uma m\u00e9dia de taxas de juros pagas nas aplica\u00e7\u00f5es em certificados de dep\u00f3sitos banc\u00e1rios (CDB) emitidas pelas 30 maiores institui\u00e7\u00f5es financeiras.\nPara calcular o valor da TR, \u00e9 preciso aplicar um redutor sobre a TBF, que depende de dois par\u00e2metros, chamados de \u201ca\u201d e \u201cb\u201d. O par\u00e2metro \u201ca\u201d \u00e9 o fator de 1,005, equivalente \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o da caderneta antiga, ou seja, 0,5% ao m\u00eas, ou 6,17% ao ano de juros remunerat\u00f3rio. Enquanto que o \u201cb\u201d \u00e9 um decimal menor do que 1, arbitrado pelo BACEN e que varia de acordo com o n\u00edvel de taxa de juros b\u00e1sica da economia, divulgada ap\u00f3s as reuni\u00f5es do Comit\u00ea de Pol\u00edtica Monet\u00e1ria do BC (Copom).\nPara calcular o redutor (R) o par\u00e2metro \u201cb\u201d \u00e9 multiplicado pelo valor da TBF e somado ao par\u00e2metro \u201ca\u201d, ou seja,\nR= a + b x TBF\nTR= 1+TBF \u2013 1\nA f\u00f3rmula significa que os novos dep\u00f3sitos realizados nas contas de dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a tenham como remunera\u00e7\u00e3o adicional (TR): (i) 0,5% a. m. enquanto a meta da taxa SELC, taxa b\u00e1sica de juros, definida pelo BACEN, estiver acima de 8,5% a.a e (ii) 70% da meta da taxa SELIC, mensalizada, vigente na data do in\u00edcio do per\u00edodo de rendimento.\nNo n\u00edvel atual de taxa de juros decrescente de uma economia estabilizada e num cen\u00e1rio para os pr\u00f3ximos anos, de juros baixos, a TR permanecer\u00e1 por um longo per\u00edodo indeterminado como zero.\n17\n\n\fNa esteira do que foi deduzido no Parecer, um quadro comparativo entre os percentuais da TR, INPC e IPCA, desde 1997, os dep\u00f3sitos nas contas vinculadas do FGTS dos trabalhadores est\u00e3o perdendo poder de compra, notadamente a partir de 1999.\n\nANO 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 (at\u00e9 mar\u00e7o)\n\nTR 9,7849% 7,7938% 5,7295% 2,0962% 2,2852% 2,8023% 4,6485% 1,8184% 2,8335% 2,0377% 1,4452% 1,6348% 0,7090% 0,6887% 1,2079% 0,2897% 0,00%\n\nINPC 4,34% 2,49% 8,43% 5,27% 9,44% 14,74% 10,38% 6,13% 5,05% 2,81% 5,15% 6,48% 4,11% 6,46% 6,07% 6,17% 2,05%\n\nIPCA 5,22% 1,65% 8,94% 5,97% 7,67% 12,53% 9,30% 7,60% 5,69% 3,14% 4,46% 5,90% 4,31% 5,91% 6,50% 5,84% 1,94%\n\nExcel\u00eancia, hoje, o trabalhador que tem seu dinheiro aplicado no FGTS, e de l\u00e1 n\u00e3o pode retir\u00e1-lo para outro investimento, est\u00e1 sendo remunerado com 0,247% de juros ao m\u00eas e mais nada. N\u00e3o h\u00e1 nem corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria nem Taxa Referencial (independentemente da sua natureza jur\u00eddica), em flagrante ofensa ao artigo 2\u00ba da Lei n\u00ba 8.036/90, que imp\u00f5e a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos valores depositados pelo empregador.\nAinda que se argumente que a aplica\u00e7\u00e3o do Redutor pelo Banco Central/CMN seja legal, sua redu\u00e7\u00e3o a zero em um cen\u00e1rio de infla\u00e7\u00e3o superior a 6% ao ano, configura flagrante afronta ao artigo 2\u00ba da Lei n\u00ba 8.036/90, que determina a atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, bem como ao artigo 233 do C\u00f3digo Civil, quando sonega os acess\u00f3rios da obriga\u00e7\u00e3o de dar.\nMas \u00e9 necess\u00e1rio ir mais al\u00e9m e revisitar o entendimento jurisprudencial sobre a TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, m\u00e1xime a partir da institui\u00e7\u00e3o de um redutor que tem por efeito zerar o \u00edndice da TR em um ambiente de infla\u00e7\u00e3o.\nO quadro comparativo mostra que a TR n\u00e3o se presta como atualizador monet\u00e1rio do FGTS, pelo menos desde janeiro de 1999. Desde o momento em que o Banco Central/CMN estabeleceu um redutor para a TR, ela deixou de ser um \u00edndice confi\u00e1vel para atualizar monetariamente as contas do\n18\n\n\fFGTS, porque se descola dos \u00edndices de infla\u00e7\u00e3o, sendo reduzido ano a ano. A finalidade da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u00e9 manter o poder de compra do capital, e esta finalidade nem de perto vem sendo alcan\u00e7ada pela TR. A anula\u00e7\u00e3o total da TR \u00e9 s\u00f3 o desfecho desta pol\u00edtica predat\u00f3ria para o trabalhador.\nO trabalhador, que luta para formar um patrim\u00f4nio, tem que poder confiar na lei. Esta confian\u00e7a est\u00e1 quebrada.\nH\u00e1 a n\u00edtida expropria\u00e7\u00e3o do patrim\u00f4nio do trabalhador, na medida em que se nega a ele a devida atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. Como dito no estudo acostado \u00e0 inicial:\nA atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u00e9 o elemento mais importante do mercado financeiro, pois sem a medi\u00e7\u00e3o precisa da perda do poder aquisitivo da moeda com o decorrer do tempo, ocorre uma gigantesca destrui\u00e7\u00e3o de valor. O objetivo fundamental de escolha de um \u00edndice de atualiza\u00e7\u00e3o nos ativos (neg\u00f3cios, contratos, aplica\u00e7\u00f5es e etc) \u00e9 de proteger o patrim\u00f4nio, evitando que ele seja corro\u00eddo pela infla\u00e7\u00e3o.\nO Poder Judici\u00e1rio h\u00e1 de se opor a este esbulho, confisco, expropria\u00e7\u00e3o que o trabalhador est\u00e1 sofrendo, desde janeiro de 1999, com as constantes redu\u00e7\u00f5es da TR em rela\u00e7\u00e3o aos \u00edndices de infla\u00e7\u00e3o, culminando na sua completa nulidade, ininterruptamente, desde setembro de 2012.\nEm 1991 e 1992, quando o STF julgou a ADI 493-0/DF, ele deixou bem assentado que a TR n\u00e3o constitu\u00eda \u00edndice que refletia a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda. Esta caracter\u00edstica da TR tem se confirmado ao longo dos anos. A sua aplica\u00e7\u00e3o aos saldos dos dep\u00f3sitos do FGTS tem gerado \u201cgigantesca destrui\u00e7\u00e3o de valor\u201d do patrim\u00f4nio do trabalhador. H\u00e1 anos, os trabalhadores que tem dep\u00f3sitos no FGTS n\u00e3o experimentam ganhos reais em sua aplica\u00e7\u00e3o. Ao contr\u00e1rio. H\u00e1 muito tempo, os trabalhadores tem rendimentos inferiores \u00e0 infla\u00e7\u00e3o, mesmo levando em conta a remunera\u00e7\u00e3o dos juros de 3% ao ano.\nO que torna a TR um \u00edndice inid\u00f4neo \u00e9 a intensa inger\u00eancia do Banco Central/CMN na sua formula\u00e7\u00e3o. Como explica o Economista C\u00e9sar Buzim:\nA TR deveria servir como refer\u00eancia para os juros vigentes no Brasil, sendo divulgada mensalmente, a fim de evitar que a taxa de juros no m\u00eas corrente refletisse a infla\u00e7\u00e3o do m\u00eas anterior, apesar das suas caracter\u00edsticas, foi usada como \u00edndice econ\u00f4mico de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria (...)\nA mudan\u00e7a no comportamento da TR n\u00e3o se deve somente a oscila\u00e7\u00f5es da economia, mas tamb\u00e9m \u00e0 sistem\u00e1tica apurat\u00f3ria\n19\n\n\fdesse \u00edndice. Inicialmente, ficou estabelecido que o BACEN efetuaria o c\u00e1lculo da TR a partir da remunera\u00e7\u00e3o mensal m\u00e9dia dos certificados e recibos de dep\u00f3sito banc\u00e1rio (CDB/RDB) emitidos por uma amostra de institui\u00e7\u00f5es financeiras, levando em conta a taxa m\u00e9dia de remunera\u00e7\u00e3o dos CDB/RDB\u00b4s e um redutor fixado por resolu\u00e7\u00e3o do CMN.\nComo consequ\u00eancia da atua\u00e7\u00e3o do BACEN, a taxa referencial deixou de refletir o \u00edndice inflacion\u00e1rio a partir de 1999.\n(...)\nO preju\u00edzo causado aos trabalhadores devido \u00e0 aplica\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u00e9 tamanho que quando analisado o fator de corre\u00e7\u00e3o acumulado do FGTS visualiza-se que a rentabilidade desse fundo n\u00e3o supera os \u00edndices inflacion\u00e1rios desde 2002, rendendo menos que a infla\u00e7\u00e3o a partir de 2007, apesar da aplica\u00e7\u00e3o de juros de 3% a.a.\nDiante do exposto, podemos afirmar que a TR n\u00e3o rep\u00f5e mais as perdas inflacion\u00e1rias, o que afeta consideravelmente os poupadores, bem como os trabalhadores que possuem o FGTS. (...)\nCom base nas normas Resolu\u00e7\u00e3o CMN n\u00ba 2.437, de 30.10.98, Resolu\u00e7\u00e3o CMN n\u00ba 2.604, de 23.04.99. resolu\u00e7\u00e3o CMN n\u00ba 2.809, de 21.12.00, Resolu\u00e7\u00e3o CMN n\u00ba 3.354 de 31.03.2006, Resolu\u00e7\u00e3o CMN n\u00ba 3.446 de 05.03.2007 e Circular n\u00ba 3.356 de 11.07.2007, que estabeleceram no decorrer dos anos a forma de c\u00e1lculo da TR, bem como nas informa\u00e7\u00f5es disponibilizadas pelo BACEN foi constru\u00edda planilha demonstrando a evolu\u00e7\u00e3o do fator de pondera\u00e7\u00e3o \u201cb\u201d, elemento essencial para o c\u00e1lculo do redutor da TR.\nAs primeiras mudan\u00e7as significativas da TR ocorreram atrav\u00e9s das Resolu\u00e7\u00f5es CMN n\u00ba 2.387/97 e n\u00ba 2.437/97 que estabeleceram a f\u00f3rmula de c\u00e1lculo do redutor da TR com duas novas vari\u00e1veis, ambas definidas pelo BACEN, quais sejam: a constante \u201ca\u201d e o fator de pondera\u00e7\u00e3o \u201cb\u201d.\nA partir da Resolu\u00e7\u00e3o CMN n\u00ba 2.809/2000, o BACEN passou a determinar o fator \u201cb\u201d, sem crit\u00e9rio t\u00e9cnico conhecido, a partir de certo patamar, conforme visualizado na tabela abaixo:\nMS \u2013 \u00e9 a meta para a taxa SELIC em (% a.a)\n20\n\n\fMS\n\n\u201cb\u201d\n\nMS\n\n> 16\n\n0,48\n\n16 >=\n\nMS >15 0,44\n\n15 >=\n\nMS >14 0,40\n\n14 >=\n\nMS >13 0,36\n\n13 >=\n\nMS >12 0,32\n\n12 >=\n\nMS >11 0,28\n\n11 >=\n\nMS >10 0,24\n\n10\n\nAbaixo de 10 fator \u201cb\u201d determinado pelo BACEN\n\nEssa discricionariedade do BACEN na valora\u00e7\u00e3o do fator \u201cb\u201d, acolhida pelas circulares e resolu\u00e7\u00f5es posteriores, impactou o c\u00e1lculo do Redutor da TR.\n\nDe pouco adiantaria ao trabalhador que fosse determinado ao Banco Central/CMN que recalculasse a TR, pois uma nova f\u00f3rmula estaria igualmente sob a discricionariedade e subjetivismo total do Banco. Basta avaliar a sucess\u00e3o de resolu\u00e7\u00f5es do Banco Central/CMN sobre o tema, conforme Parecer do referido Economista.\n\nPartindo da premissa inequ\u00edvoca de que a TR n\u00e3o rep\u00f5e as perdas monet\u00e1rias dos dep\u00f3sitos do FGTS, outro caminho n\u00e3o existe se n\u00e3o o de adotar um novo \u00edndice que verdadeiramente corrija estes dep\u00f3sitos.\n\nC) Dos \u00cdndices que efetivamente produzem corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria\n\nA Lei de Introdu\u00e7\u00e3o \u00e0s Normas do direito Brasileiro estabelece em seu artigo 5\u00ba que na aplica\u00e7\u00e3o da lei, o juiz atender\u00e1 aos fins sociais a que ela se dirige e \u00e0s exig\u00eancias do bem comum.\n\nA Lei do FGTS tem um fim social indiscut\u00edvel, proteger o trabalhador e constituir um patrim\u00f4nio que lhe sirva de arrimo em v\u00e1rias situa\u00e7\u00f5es de sua vida.\n\nDiante de tudo que foi demonstrado, o juiz atender\u00e1 aos fins sociais da Lei do FGTS ao reconhecer que corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, reposi\u00e7\u00e3o dos \u00edndices inflacion\u00e1rios de forma a garantir o poder de compra daquele dinheiro ali depositado no Fundo, \u00e9 efetivamente devida pela Caixa.\n\n21\n\n\fSe a TR n\u00e3o pode ser considerada um \u00edndice id\u00f4neo, sobrev\u00e9m a necessidade de substitu\u00ed-la por um \u00edndice que realmente reponha as perdas monet\u00e1rias. E ent\u00e3o, nada obsta que o juiz considere \u00edndices previsto em outra legisla\u00e7\u00e3o.\nAt\u00e9 por uma quest\u00e3o de equidade, o melhor \u00edndice que pode substituir a TR \u00e9 o \u00edndice que corrige monetariamente o sal\u00e1rios dos trabalhadores e os benef\u00edcios previdenci\u00e1rios. Este \u00edndice est\u00e1 previsto na Lei 12.382 de 25 de fevereiro de 2011, cujos primeiros artigos trazem a seguinte dic\u00e7\u00e3o:\nArt. 1o O sal\u00e1rio m\u00ednimo passa a corresponder ao valor de R$ 545,00 (quinhentos e quarenta e cinco reais).\nPar\u00e1grafo \u00fanico. Em virtude do disposto no caput, o valor di\u00e1rio do sal\u00e1rio m\u00ednimo corresponder\u00e1 a R$ 18,17 (dezoito reais e dezessete centavos) e o valor hor\u00e1rio, a R$ 2,48 (dois reais e quarenta e oito centavos).\nArt. 2o Ficam estabelecidas as diretrizes para a pol\u00edtica de valoriza\u00e7\u00e3o do sal\u00e1rio m\u00ednimo a vigorar entre 2012 e 2015, inclusive, a serem aplicadas em 1o de janeiro do respectivo ano.\n\u00a7 1o Os reajustes para a preserva\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo do sal\u00e1rio m\u00ednimo corresponder\u00e3o \u00e0 varia\u00e7\u00e3o do \u00cdndice Nacional de Pre\u00e7os ao Consumidor - INPC, calculado e divulgado pela Funda\u00e7\u00e3o Instituto Brasileiro de Geografia e Estat\u00edstica - IBGE, acumulada nos doze meses anteriores ao m\u00eas do reajuste.\n\u00a7 2o Na hip\u00f3tese de n\u00e3o divulga\u00e7\u00e3o do INPC referente a um ou mais meses compreendidos no per\u00edodo do c\u00e1lculo at\u00e9 o \u00faltimo dia \u00fatil imediatamente anterior \u00e0 vig\u00eancia do reajuste, o Poder Executivo estimar\u00e1 os \u00edndices dos meses n\u00e3o dispon\u00edveis.\n\u00a7 3o Verificada a hip\u00f3tese de que trata o \u00a7 2o, os \u00edndices estimados permanecer\u00e3o v\u00e1lidos para os fins desta Lei, sem qualquer revis\u00e3o, sendo os eventuais res\u00edduos compensados no reajuste subsequente, sem retroatividade.\n\u00a7 4o A t\u00edtulo de aumento real, ser\u00e3o aplicados os seguintes percentuais:\nI - em 2012, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do Produto Interno Bruto - PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2010;\n22\n\n\fII - em 2013, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2011;\nIII - em 2014, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2012; e\nIV - em 2015, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2013.\n\u00a7 5o Para fins do disposto no \u00a7 4o, ser\u00e1 utilizada a taxa de crescimento real do PIB para o ano de refer\u00eancia, divulgada pelo IBGE at\u00e9 o \u00faltimo dia \u00fatil do ano imediatamente anterior ao de aplica\u00e7\u00e3o do respectivo aumento real.\nN\u00e3o h\u00e1 porque ter dois pesos e duas medidas. Se o sal\u00e1rio m\u00ednimo \u00e9 corrigido monetariamente pelo INPC, o dep\u00f3sito do FGTS que, em \u00faltimas an\u00e1lise, \u00e9 um sal\u00e1rio indireto do trabalhador, tamb\u00e9m h\u00e1 de s\u00ea-lo.\nE observe que o objetivo da Lei em corrigir o sal\u00e1rio m\u00ednimo pelo INPC decorre exclusivamente da necessidade de preservar seu poder aquisitivo. A necessidade de preservar o poder aquisitivo \u00e9 um constante em todas as transa\u00e7\u00f5es financeiras, e ela s\u00f3 aperfei\u00e7oa quando rep\u00f5e efetivamente as perdas inflacion\u00e1rias.\nOutro \u00edndice que se mostra aplic\u00e1vel, na hip\u00f3tese deste douto Ju\u00edzo entender que n\u00e3o se aplicaria o INPC, \u00e9 o IPCA, \u00edndice oficial do Governo Federal para medi\u00e7\u00e3o das metas inflacion\u00e1rias, contratadas com o FMI, a partir de julho de 1999 (informa\u00e7\u00e3o obtida no Portal Brasil (WWW.portalbrasil.net).\nAmbos os \u00edndices s\u00e3o infinitamente mais adequados a preservar o poder aquisitivo dos dep\u00f3sitos do FGTS do que a aniquilada TR.\nD) O outro lado da moeda\nAinda \u00e9 necess\u00e1rio aprofundarmos um pouco mais nas consequ\u00eancias que esta subtra\u00e7\u00e3o de recursos do patrim\u00f4nio do trabalhador traz a todos, individual e coletivamente.\n\u00c9 de conhecimento geral que o Sistema Financeiro de Habita\u00e7\u00e3o disp\u00f5e dos recursos do FGTS para financiar o maior sonho de todo brasileiro \u2013 casa pr\u00f3pria. Tamb\u00e9m \u00e9 de conhecimento geral que a Caixa Econ\u00f4mica Federal \u00e9 o Banco que mais se utiliza destes recursos do SFH para financiar, emprestar dinheiro para os brasileiros comprarem a casa pr\u00f3pria.\n23\n\n\fE, embora em princ\u00edpio, n\u00e3o haja correla\u00e7\u00e3o entre o trabalhador que tem dep\u00f3sitos no FGTS que s\u00e3o emprestados para financiar a casa pr\u00f3pria, e aquele que se vale do empr\u00e9stimo do SFH para adquirir sua casa pr\u00f3pria, em algum momento, trabalhador e mutu\u00e1rio s\u00e3o a mesma pessoa.\nE neste contexto de mutu\u00e1rio e trabalhador serem a mesma pessoa \u00e9 que se evidencia a maior sordidez da hist\u00f3ria recente deste Pa\u00eds.\nJ\u00e1 seria reprov\u00e1vel o fato de a Caixa pegar um dinheiro a juros baixos e sem nenhuma corre\u00e7\u00e3o e emprest\u00e1-lo a juros muito altos, mesmo sem corre\u00e7\u00e3o (uma vez que a TR corrige presta\u00e7\u00f5es do SFH), evidencia que a institui\u00e7\u00e3o banc\u00e1ria leva imensa vantagem nesta negocia\u00e7\u00e3o.\nMas a situa\u00e7\u00e3o piora consideravelmente quando, a Caixa pega dinheiro a juros baixos, sem nenhuma corre\u00e7\u00e3o para o trabalhador, e empresta para ele mesmo.\nSuponhamos que um trabalhador queira adquirir uma casa pr\u00f3pria utilizando recursos do seu FGTS. Ele encontra o im\u00f3vel, mas verifica que seus recursos n\u00e3o s\u00e3o suficiente para adquiri-lo. Ent\u00e3o ele se dirige a um Banco para financiar a diferen\u00e7a, comprometendo sua renda por muitos anos.\nA maioria dos trabalhadores brasileiros, quando quer adquirir um im\u00f3vel, dirige-se \u00e0 Caixa Econ\u00f4mica Federal.\nTodavia, se o dep\u00f3sito do FGTS tivesse sido devidamente corrigido, se ele mantivesse seu poder de compra, ou o empr\u00e9stimo seria menor ou sequer haveria necessidade de o trabalhador comprometer sua renda e anos de trabalho para adquirir aquilo que \u00e9 o nosso sonho mais prim\u00e1rio, nossa necessidade mais rela como indiv\u00edduo e como povo brasileiro.\nA Caixa est\u00e1 emprestando para o trabalhador aquilo que ela deixou de pagar a ele a t\u00edtulo de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria na sua conta de FGTS.\nO Trabalhador Brasileiro n\u00e3o merece isto!\nA Caixa vale-se da fragilidade humana para colocar-se como realizadora de sonhos, ao mesmo tempo em que, ano ap\u00f3s ano, aufere lucros exorbitantes \u00e0s custas do trabalhador.\nV \u2013 CONCLUS\u00d5ES\nA Taxa Referencial, enquanto \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria assim considerada pela atual jurisprud\u00eancia p\u00e1tria, n\u00e3o pode ser reduzida a Zero, como tem sido nos \u00faltimos meses, pois afronta flagrantemente o artigo 2\u00ba\n24\n\n\fda Lei n\u00ba 8.036/90, que garante atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria aos dep\u00f3sitos feitos no FGTS.\nComo \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, a TR deveria garantir o poder aquisitivo dos dep\u00f3sitos do FGTS, que se perfaz levando em conta os \u00edndices de infla\u00e7\u00e3o. Desde janeiro de 1999, a TR se distanciou sensivelmente dos \u00edndices oficiais de infla\u00e7\u00e3o, impingindo profundas perdas aos dep\u00f3sitos do FGTS, tornando-se inid\u00f4nea para garantir a reposi\u00e7\u00e3o de perdas monet\u00e1rias.\nA inidoneidade da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria decorre de mudan\u00e7as introduzidas na sua metodologia de c\u00e1lculo pelo Banco Central do Brasil/CMN que, atrav\u00e9s do mecanismo econ\u00f4mico de um redutor, vem nitidamente manipulando o \u00edndice para que ele se desprenda da infla\u00e7\u00e3o at\u00e9 anul\u00e1-la completamente, a despeito de um quadro de infla\u00e7\u00e3o persistente no Pa\u00eds.\nA Caixa Econ\u00f4mica Federal est\u00e1 se prestando ao papel de espoliador do FGTS, na medida em que disp\u00f5e do patrim\u00f4nio do trabalhador sem a devida contrapresta\u00e7\u00e3o. A corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria aplicada ao FGTS tem sido h\u00e1 muito tempo menor que a infla\u00e7\u00e3o registrada, de forma que descumpre n\u00e3o s\u00f3 o artigo 2\u00ba da lei n\u00ba 8.036/90, artigo 233 do C\u00f3digo Civil, mas tamb\u00e9m toda a l\u00f3gica e princ\u00edpios do mercado econ\u00f4mico.\nQuem empresta tem direito a ser remunerado com juros e a totalidade da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. O trabalhador n\u00e3o pode ser obrigado a subsidiar ainda mais os projetos do Governo Federal. O \u201cainda mais\u201d decorre do fato de os juros de 3% do FGTS serem os menores do mercado, o qu\u00ea, por si s\u00f3, demonstra que ele j\u00e1 est\u00e1 fazendo sua parte sob a perspectiva social.\nNegar o direito de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria aos dep\u00f3sitos do FGTS, Fundo do qual o trabalhador n\u00e3o pode simplesmente sacar seu dinheiro para aplicar em outro fundo mais rent\u00e1vel, configura ato de tirania, incompat\u00edvel com um Estado Democr\u00e1tico de Direito e deve ser de pronto recha\u00e7ado.\nSe o Governo Brasileiro remunerasse os investidores internacionais com TR mais 3% a.a, como faz com os trabalhadores, haveria um fuga em massa dos investimentos no Pa\u00eds, e certamente estar\u00edamos experimentando uma tsunami econ\u00f4mica e n\u00e3o uma simples \u201cmarolinha\u201d.\nSendo a TR \u00edndice inid\u00f4neo para restabelecer o poder aquisitivo dos dep\u00f3sitos do FGTS, sua substitui\u00e7\u00e3o por outro \u00edndice que melhor recomponha as perdas monet\u00e1rias se torna imperioso, a fim de fazer prevalecer o artigo 2\u00ba da lei n\u00ba 8.036/90 e artigo 233 do C\u00f3digo Civil.\nPosto que desde janeiro de 1999 o redutor criado pelo Banco Central/CMN promoveu o completo distanciamento da TR dos \u00edndices oficiais de infla\u00e7\u00e3o, temos que desde ent\u00e3o ela perdeu sua condi\u00e7\u00e3o de repor as\n25\n\n\fperdas inflacion\u00e1rias dos dep\u00f3sitos do FGTS, devendo desde esta data ser substitu\u00edda pelo INPC, alternativamente, pelo IPCA.\nVI \u2013 DA TUTELA ANTECIPADA\nO Artigo 273 do C\u00f3digo de Processo Civil preceitua que \u00e9 poss\u00edvel a concess\u00e3o de tutela antecipada se o Juiz se convencer da verossimilhan\u00e7a da alega\u00e7\u00e3o e houver o fundado receio de dano irrepar\u00e1vel ou de dif\u00edcil repara\u00e7\u00e3o.\nA verossimilhan\u00e7a da alega\u00e7\u00e3o j\u00e1 foi amplamente demonstrada.\nO fundado receio de dano de dif\u00edcil repara\u00e7\u00e3o adv\u00e9m do fato de que a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u00e9 um obriga\u00e7\u00e3o de trato sucessivo.\nO Artigo 12 da Lei n\u00ba 8.177/91, com reda\u00e7\u00e3o da Lei n\u00ba 12.703/12, determina que a remunera\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos ser\u00e1 feita em cada per\u00edodo de rendimento.\nCada per\u00edodo de rendimento que a Caixa sonega a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos dep\u00f3sitos do FGTS, o dano contra o trabalhador se configura.\nO dano que a aus\u00eancia de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria traz \u00e9, indubitavelmente, individual homog\u00eaneo. O nexo entre o sujeito ativo e o respons\u00e1vel pelo dano se d\u00e1 em uma situa\u00e7\u00e3o jur\u00eddica com origem comum para todos os titulares do direito violado.\nApesar da origem comum, n\u00e3o se exige que cada um dos indiv\u00edduos atingidos pela viola\u00e7\u00e3o do direito pade\u00e7am do mesmo mal. O dano \u00e9 divis\u00edvel.\nMas mesmo sendo divis\u00edvel \u00e9 de f\u00e1cil percep\u00e7\u00e3o que, no geral, a aus\u00eancia de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria implica em menos dinheiro \u00e0 disposi\u00e7\u00e3o do trabalhador para a consecu\u00e7\u00e3o dos seus neg\u00f3cios jur\u00eddicos naquelas hip\u00f3teses em que a lei permite.\nCada casa que o trabalhador deixa de comprar, cada presta\u00e7\u00e3o de im\u00f3vel que ele deixa de abater, cada tratamento de neoplasia maligna que ele deixa de fazer, cada rem\u00e9dio para o tratamento de HIV que ele deixa de comprar porque seu FGTS perdeu o poder aquisitivo, \u00e9 um dano de dif\u00edcil repara\u00e7\u00e3o que se renova.\nAcres\u00e7a-se a este dano, a situa\u00e7\u00e3o de ref\u00e9m que o trabalhador com dep\u00f3sito do FGTS se encontra quando quer financiar seu im\u00f3vel pelo SFH\n26\n\n\fcom a Caixa. Hoje, e enquanto durar a TR zero, ele ter\u00e1 que financiar mais do que seria necess\u00e1rio, pois o que lhe pertence de direito \u2013 corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u2013 n\u00e3o est\u00e1 incidindo sobre seu dep\u00f3sito.\nE ao que tudo indica, este dano continuar\u00e1 se repetindo por um longo per\u00edodo. Verifica-se no Estudo Econ\u00f4mico que ao tempo em que esta a\u00e7\u00e3o perdurar, a TR continuar\u00e1 anulada, ou reduzida a patamares m\u00ednimos, impondo aos trabalhadores mais perda do seu poder aquisitivo, mas dilapida\u00e7\u00e3o do seu patrim\u00f4nio e mais restri\u00e7\u00f5es \u00e0 sua capacidade de fazer neg\u00f3cio jur\u00eddico.\nN\u00e3o h\u00e1 d\u00favida de que h\u00e1 um risco de dif\u00edcil repara\u00e7\u00e3o na medida em que n\u00e3o \u00e9 poss\u00edvel quantific\u00e1-lo, mas n\u00e3o h\u00e1 como neg\u00e1-lo, tanto se levarmos em conta o trabalhador individualmente considerado como a coletividade de trabalhadores.\nAssim, imperioso \u00e9 que desde j\u00e1 a TR seja substitu\u00edda pelo INPC, \u00edndice que corrige o sal\u00e1rio m\u00ednimo ou pelo IPCA, \u00edndice oficial de medida de infla\u00e7\u00e3o. \u00cdndices que minimamente rep\u00f5em as perdas monet\u00e1rias haja vista que hoje n\u00e3o h\u00e1 nenhum tipo de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos dep\u00f3sitos do Fundo.\nPor outro lado, n\u00e3o h\u00e1 dano de irreversibilidade do provimento antecipado porque \u00e9 da natureza do FGTS ser um fundo de aplica\u00e7\u00e3o a longo prazo. Eventual decis\u00e3o que n\u00e3o reconhe\u00e7a o direito ora pleiteado, permitir\u00e1 que a Caixa utilize de mecanismos legais para promover a devida compensa\u00e7\u00e3o ao longo do tempo.\nAssim, requer a concess\u00e3o da tutela para substituir imediatamente a TR, como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria nos dep\u00f3sitos do FGTS dos ora substitu\u00eddos, pelo INPC, IPCA ou \u00edndice que, no entender deste Ju\u00edzo, melhor reflita as perdas inflacion\u00e1rias daqui por diante, at\u00e9 o tr\u00e2nsito em julgado do presente feito.\nVII \u2013 DOS PEDIDOS\nAntes o exporto, o Autor requer:\na.1) A concess\u00e3o de tutela antecipada para que a TR seja substitu\u00edda pelo INPC como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos efetuados em\n27\n\n\fnome dos substitu\u00eddos a partir da concess\u00e3o at\u00e9 o tr\u00e2nsito em julgado da presente a\u00e7\u00e3o, com a consequente aplica\u00e7\u00e3o do novo \u00edndice sobre os dep\u00f3sitos constantes das contas vinculadas do (s) Autor (es); ou\n\na.2) que a TR seja substitu\u00edda pelo IPCA como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos efetuados em nome dos substitu\u00eddos a partir de sua concess\u00e3o at\u00e9 o tr\u00e2nsito em julgado da presente a\u00e7\u00e3o, com a consequente aplica\u00e7\u00e3o do novo \u00edndice sobre os dep\u00f3sitos constantes das contas vinculadas do (s) Autor (es); ou\n\na.3) a aplica\u00e7\u00e3o de qualquer outro \u00edndice que reponha as perdas inflacion\u00e1rias do trabalhador nas contas do FGTS, no entender deste Doutor Ju\u00edzo, at\u00e9 o tr\u00e2nsito em julgado da presente a\u00e7\u00e3o, com a consequente aplica\u00e7\u00e3o do novo \u00edndice sobre os dep\u00f3sitos constantes das contas vinculadas do (s) Autor (es).\n\na\u00e7\u00e3o.\n\nb) A cita\u00e7\u00e3o da requerida, para querendo contestar a presente\n\nc) Ao final, a confirma\u00e7\u00e3o da tutela antecipada e a condena\u00e7\u00e3o da Caixa para:\n\nc.1) pagar, a favor do (s) Autor (es) o valor correspondente \u00e0s diferen\u00e7as de FGTS em raz\u00e3o da aplica\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria pelo INPC nos meses em que a TR foi zero, nas parcelas vencidas e vincendas; e\n\nc.2) pagar, a favor do (s) Autor (es) o valor correspondente \u00e0s diferen\u00e7as de FGTS em raz\u00e3o da aplica\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria pelo INPC, desde Janeiro de 1999, nos meses em que a TR n\u00e3o foi zero, mas foi menor que a infla\u00e7\u00e3o do per\u00edodo; ou\n\nc.3) pagar, a favor do (s) Autor (es) o valor correspondente \u00e0s diferen\u00e7as de FGTS em raz\u00e3o da aplica\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria pelo IPCA nos meses em que a TR foi zero; e\n\nc.4) pagar, a favor do (s) Autor (es) o valor correspondente \u00e0s diferen\u00e7as de FGTS em raz\u00e3o da aplica\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria pelo IPCA, desde Janeiro de 1999, nos meses em que a TR n\u00e3o foi zero, mas foi menor que a infla\u00e7\u00e3o do per\u00edodo; ou\n\nc.5) pagar, a favor do (s) Autor (es) o valor correspondente \u00e0s diferen\u00e7as de FGTS em raz\u00e3o da aplica\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria por qualquer outro \u00edndice que reponha as perdas inflacion\u00e1rias do trabalhador nas contas do FGTS, no entender deste Ju\u00edzo, desde Janeiro de 1999, inclusive nos meses em que a TR foi zero.\n\n28\n\n\fd) Sobre os valores devidos pela condena\u00e7\u00e3o de que tratam os itens acima, dever\u00e3o incidir corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria desde a inadimpl\u00eancia da Caixa, bem como os juros legais.\ne) A condena\u00e7\u00e3o da Caixa ao pagamento das custas e honor\u00e1rios advocat\u00edcios de 20% sobre o valor da condena\u00e7\u00e3o.\nf) a concess\u00e3o da gratuidade da justi\u00e7a, forte na Lei 1.060/50. Protesta provar o alegado por todos os meios de prova admitidos em direito, principalmente prova documental.\nD\u00e1-se a causa o valor de R$ 1.906,47 Nestes termos,\nPede deferimento.\nCaxias do Sul, 05 de Maio de 2014.\nP.p Erni Fabio Victor OAB/RS 83415\n29\n\n\f" } ], "similar_texts_federais_solon": [ { "header": "Texto Similar 1 (Solon) - IdDocumentoCompleto: 5004118-72.2021.4.04.7202-721620298745423638141692458307", "text": "EXCELENT\u00cdSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA __ VARA DO JU\u00cdZADO ESPECIAL FEDERAL C\u00cdVEL DE CONC\u00d3RDIA, SE\u00c7\u00c3O JUDICI\u00c1RIA DE SANTA CATARINA\n\nGILMAR EGER, j\u00e1 cadastrado eletronicamente, por seus procuradores, infra-assinados, nos termos do instrumento de mandato em anexo, com escrit\u00f3rio profissional na Rua Irm\u00e3os Rudeck, n\u00ba 185, 2\u00ba andar, Edif\u00edcio Sonda, Centro, Fraiburgo \u2013 SC, onde recebem intima\u00e7\u00f5es, vem, com o devido e habitual respeito perante Vossa Excel\u00eancia, propor a presente\n\nA\u00c7\u00c3O DE REVIS\u00c3O E COBRAN\u00c7A DE DIFEREN\u00c7AS DE CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA DO FGTS\n\nem face da CAIXA ECON\u00d4MICA FEDERAL, tamb\u00e9m j\u00e1 devidamente cadastrada eletronicamente, pelos seguintes fundamentos de fato e de direito:\n\n1. DOS FATOS:\n\nA parte Autora \u00e9 optante do Fundo de Garantia do Tempo de\n\nServi\u00e7o \u2013 FGTS, possuindo algumas contas vinculadas ao FGTS ao longo\n\nde sua vida laboral, conforme c\u00f3pias das Carteiras de Trabalho e\n\nPrevid\u00eancia Social em anexo.\n\nOcorre que a Caixa Econ\u00f4mica Federal vem lesando o\n\nDemandante desde 1991, ao aplicar ao saldo das contas de FGTS, como\n\n\u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, a Taxa Referencial (TR).\n\nIsso porque, a Lei n\u00ba 8.036/90, que rege o Fundo de\n\nGarantia do Tempo de Servi\u00e7o, prev\u00ea que a Caixa Econ\u00f4mica Federal\n\ndeve depositar nas contas de FGTS a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e os juros\n\nRua Irm\u00e3os Rudeck, n\u00ba 185, Ed. Sonda, 2\u00ba Andar, Centro, Fraiburgo \u2013 SC, CEP 89.580-000\n\n1\n\nFone/Fax (49) 3246-3138 e 3246-7747, e-mail: contato@damadvogados.com.br\n\n\fdevidos, sendo que a Lei 8.177/91 prev\u00ea que, a partir de fevereiro de 1991, o FGTS deve ser remunerado pela taxa aplic\u00e1vel \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a e pelas taxas de juros previstas na legisla\u00e7\u00e3o do FGTS em vigor, sendo essas taxas de juros, consideradas como adicionais \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o pela taxa aplic\u00e1vel \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a.\nOcorre que, a taxa aplic\u00e1vel \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a desde 1991 \u00e9 a Taxa Referencial - TR, que, conforme j\u00e1 decidido pelo STF, adiante demonstrado, n\u00e3o \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria (ao passo que n\u00e3o reflete a infla\u00e7\u00e3o do per\u00edodo).\nDessa forma, desde 1991 a Caixa Econ\u00f4mica Federal deixou de aplicar \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria as contas de FGTS, aplicando apenas os juros remunerat\u00f3rios consistentes na taxa referencial acrescida dos juros legais previstos na legisla\u00e7\u00e3o do FGTS.\nLogo, considerando que a TR n\u00e3o reflete a infla\u00e7\u00e3o, e que desde 1999 se encontra progressivamente abaixo dos \u00edndices inflacion\u00e1rios, com diferen\u00e7a de at\u00e9 6% ao ano, a utiliza\u00e7\u00e3o dos \u00edndices da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, vem causando s\u00e9rios preju\u00edzos ao trabalhador.\nDessa forma, imp\u00f5e-se ao Poder Judici\u00e1rio que, reconhecendo a ilegalidade da aplica\u00e7\u00e3o da taxa referencial \u00e0s contas do FGTS dos substitu\u00eddos, determine \u00e0 Caixa a correta recomposi\u00e7\u00e3o dos cr\u00e9ditos depositados nas referidas contas, nos termos da fundamenta\u00e7\u00e3o a seguir, bem como que efetue o pagamento das respectivas diferen\u00e7as, a serem apuradas em liquida\u00e7\u00e3o de senten\u00e7a.\nPor tais motivos \u00e9 que a parte Autora ingressa com a presente demanda.\n2. DO DIREITO DO FUNDO DE GARANTIA DO TEMPO DE SERVI\u00c7O \u2013 FGTS:\n\nRua Irm\u00e3os Rudeck, n\u00ba 185, Ed. Sonda, 2\u00ba Andar, Centro, Fraiburgo \u2013 SC, CEP 89.580-000\n\n2\n\nFone/Fax (49) 3246-3138 e 3246-7747, e-mail: contato@damadvogados.com.br\n\n\fA Constitui\u00e7\u00e3o Federal garante ao trabalhador, no t\u00f3pico referente aos direitos sociais a forma\u00e7\u00e3o de um Fundo de Garantia do Tempo de Servi\u00e7o \u2013 FGTS (art. 7, inciso III).\nOu seja, o FGTS foi criado para proteger o trabalhador, com a garantia de que ter\u00e1 uma reserva financeira em casos de necessidade, como no desemprego involunt\u00e1rio, ou para facilitar a aquisi\u00e7\u00e3o de im\u00f3vel ou ainda para garantir melhores condi\u00e7\u00f5es na velhice ou em caso de doen\u00e7a, como ocorre na hip\u00f3tese de aposentadoria.\nDessa forma, para que se efetive o intuito de proteger o trabalhador \u00e9 imperioso que os dep\u00f3sitos em conta de FGTS sejam atualizados por \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria que garanta a recupera\u00e7\u00e3o do valor da moeda frente ao processo inflacion\u00e1rio ocorrido durante o per\u00edodo em que o dinheiro trabalhador permaneceu aplicado na conta de FGTS.\nConforme pacificado pelo E. Tribunal Superior do Trabalho, sob o enfoque do v\u00ednculo trabalhador-empregador, \u201cos\nreferidos dep\u00f3sitos (de FGTS) constituem sal\u00e1rio diferido, pois ostentam condi\u00e7\u00e3o de \u00fanica prote\u00e7\u00e3o conferida ao obreiro em face da dispensa arbitr\u00e1ria ou sem justo motivo, nos termos dos artigos 7\u00ba, I, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal e 10, I, do ADCT. Isso porque, ao trabalhador subordinado que se v\u00ea abruptamente privado de sua fonte de sustento, a Lei n\u00b0 8.036/90, regulamentando os dispositivos constitucionais citados, garante o levantamento dos aludidos dep\u00f3sitos, acrescidos de uma indeniza\u00e7\u00e3o de 40%\u201d.1\nNesse sentido, \u00e9 incontest\u00e1vel que o FGTS \u00e9 cr\u00e9dito trabalhista, advindo da imposi\u00e7\u00e3o estatal da poupan\u00e7a for\u00e7ada, a fim de amparar o trabalhador em situa\u00e7\u00f5es excepcionais, como a despedida arbitr\u00e1ria, por exemplo.\nDiante disto, ao ser depositado na sua conta de FGTS, o valor passa a integrar o patrim\u00f4nio do trabalhador. Tal situa\u00e7\u00e3o n\u00e3o poderia ter outra interpreta\u00e7\u00e3o, na medida em que com o falecimento\n\n1 RR - 77600-06.2003.5.07.0024. 8\u00aa Turma do TST. Relatora Ministra Dora Maria da Costa. DJET de\n\n28/06/2010\n\nRua Irm\u00e3os Rudeck, n\u00ba 185, Ed. Sonda, 2\u00ba Andar, Centro, Fraiburgo \u2013 SC, CEP 89.580-000\n\n3\n\nFone/Fax (49) 3246-3138 e 3246-7747, e-mail: contato@damadvogados.com.br\n\n\fdo mesmo o eventual saldo n\u00e3o \u00e9 restitu\u00eddo \u00e0 empresa, mas repassado aos dependentes previdenci\u00e1rios, ou na falta destes, aos seus sucessores (art. 20, IV, da Lei Federal n\u00ba 8.036/90).\nPor consequ\u00eancia, sendo propriedade do trabalhador, incide a prote\u00e7\u00e3o constitucional do direito de propriedade (art. 5\u00ba, XXI, CF) e, diante desta perspectiva, ao impor a poupan\u00e7a for\u00e7ada do seu patrim\u00f4nio, os valores depositados em contas do FGTS, evidentemente, devem receber corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, a fim de garantir a pr\u00f3pria subsist\u00eancia do direito de propriedade.\nAcrescente-se a isso as singularidades do FGTS: cuida-se de um pec\u00falio constitucional obrigat\u00f3rio, n\u00e3o port\u00e1vel e com prazo indefinido. Ou seja, n\u00e3o h\u00e1 possibilidade do trabalhador titular de transferir seus recursos para aplica\u00e7\u00f5es mais rent\u00e1veis, mais bem geridas ou mais seguras. Logo, \u00e9 do n\u00facleo essencial do art. 7\u00ba, III, da CF/1988 que o Fundo de Garantia seja preservado, ao menos, da infla\u00e7\u00e3o.\nNessa perspectiva, o ministro Gilmar Mendes ao discorrer sobre o direito de propriedade e a quest\u00e3o monet\u00e1ria:\nConstitui aut\u00eantico tru\u00edsmo ressaltar que, hodiernamente, coexistem, lado a lado, o valor da moeda, conferido pelo Estado, e o seu valor de troca interno e externo. Enquanto o valor nominal da moeda se mostra inalter\u00e1vel, salvo decis\u00e3o em contr\u00e1rio do pr\u00f3prio Estado, o seu valor de troca sofre altera\u00e7\u00f5es intr\u00ednsecas em virtude do processo inflacion\u00e1rio ou de outros fatores que influem na sua rela\u00e7\u00e3o com outros padr\u00f5es monet\u00e1rios. [...] A amplitude conferida modernamente ao conceito constitucional de propriedade e a id\u00e9ia de que os valores de \u00edndole patrimonial, inclusive dep\u00f3sitos banc\u00e1rios e outros direitos an\u00e1logos, s\u00e3o abrangidos por essa garantia est\u00e3o a exigir, efetivamente, que eventual altera\u00e7\u00e3o do padr\u00e3o monet\u00e1rio seja contemplada, igualmente, como problema concernente \u00e0 garantia constitucional da propriedade.2\nCorroborando os argumentos acima expostos, o voto do Ministro Ayres Britto na ADI n\u00ba 4425/DF:\n\n2 MENDES, Gilmar Ferreira. COELHO, Inoc\u00eancio Martires. BRANCO, Paulo Gustavo Gonet. Curso de Direito\n\nConstitucional. 2\u00aa ed. S\u00e3o Paulo: Saraiva, 2008, p. 433-436.\n\nRua Irm\u00e3os Rudeck, n\u00ba 185, Ed. Sonda, 2\u00ba Andar, Centro, Fraiburgo \u2013 SC, CEP 89.580-000\n\n4\n\nFone/Fax (49) 3246-3138 e 3246-7747, e-mail: contato@damadvogados.com.br\n\n\f17. Insurg\u00eancia, a meu ver, que \u00e9 de ser acolhida quanto \u00e0 utiliza\u00e7\u00e3o do \u201c\u00edndice oficial de remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica da caderneta de poupan\u00e7a\u201d para a atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos d\u00e9bitos inscritos em precat\u00f3rio. \u00c9 que a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, consoante j\u00e1 defendi em artigo doutrin\u00e1rio, \u00e9 instituto jur\u00eddicoconstitucional, porque tema espec\u00edfico ou a pr\u00f3pria mat\u00e9ria de algumas normas figurantes do nosso Magno Texto, tracejadoras de um peculiar regime jur\u00eddico para ela. Instituto que tem o pagamento em dinheiro como fato-condi\u00e7\u00e3o de sua incid\u00eancia e, como objeto, a agrava\u00e7\u00e3o quantitativa desse mesmo pagamento. Agrava\u00e7\u00e3o, por\u00e9m, que n\u00e3o corresponde a uma sobrepaga, no sentido de constituir obriga\u00e7\u00e3o nova que se adiciona \u00e0 primeira, com o fito de favorecer uma das partes da rela\u00e7\u00e3o jur\u00eddica e desfavorecer a outra. N\u00e3o \u00e9 isso. Ao menos no plano dos fins a que visa a Constitui\u00e7\u00e3o, na mat\u00e9ria, ningu\u00e9m enriquece e ningu\u00e9m empobrece por efeito de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, porque a d\u00edvida que tem o seu valor nominal atualizado ainda \u00e9 a mesma d\u00edvida. Sendo assim, imp\u00f5e-se a compreens\u00e3o de que, com a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, a Constitui\u00e7\u00e3o manda que as coisas mudem..., para que nada mude; quero dizer: o objetivo constitucional \u00e9 mudar o valor nominal de uma dada obriga\u00e7\u00e3o de pagamento em dinheiro, para que essa mesma obriga\u00e7\u00e3o de pagamento em dinheiro n\u00e3o mude quanto ao seu valor real. \u00c9 ainda inferir: a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u00e9 instrumento de preserva\u00e7\u00e3o do valor real de um determinado bem, constitucionalmente protegido e redut\u00edvel a pec\u00fania. Valor real a preservar que \u00e9 sin\u00f4nimo de poder de compra ou \u201cpoder aquisitivo\u201d, tal como se v\u00ea na reda\u00e7\u00e3o do inciso IV do art. 7\u00ba da C.F., atinente ao instituto do sal\u00e1rio m\u00ednimo. E se se coloca assim na aplainada tela da Constitui\u00e7\u00e3o a imagem de um poder aquisitivo a resguardar, \u00e9 porque a express\u00e3o financeira do bem juridicamente protegido passa a experimentar, com o tempo, uma deteriora\u00e7\u00e3o ou perda de subst\u00e2ncia, por efeito, obviamente, do fato econ\u00f4mico gen\u00e9rico a que se d\u00e1 o nome de \u201cinfla\u00e7\u00e3o\u201d. Da\u00ed porque deixar de assegurar a continuidade desse valor real \u00e9, no fim das contas, desequilibrar a equa\u00e7\u00e3o econ\u00f4mico-financeira entre devedor e credor de uma dada obriga\u00e7\u00e3o de pagamento, em desfavor do \u00faltimo. 18. Com efeito, neste ponto de intelec\u00e7\u00e3o das coisas, nota-se que a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria se caracteriza, operacionalmente, pela citada aptid\u00e3o para manter um equil\u00edbrio econ\u00f4mico-financeiro entre sujeitos jur\u00eddicos. E falar de equil\u00edbrio econ\u00f4mico-financeiro entre partes jur\u00eddicas \u00e9, simplesmente, manter as respectivas pretens\u00f5es ou os respectivos interesses no estado em que primitivamente se encontravam. Pois n\u00e3o se trata de favorecer ou beneficiar ningu\u00e9m. O de que se cuida \u00e9 impedir que a perda do poder aquisitivo da moeda redunde no empobrecimento do credor e no correlato enriquecimento do devedor de uma dada obriga\u00e7\u00e3o de pagamento em dinheiro. Pelo que j\u00e1 se pode compreender melhor que a agrava\u00e7\u00e3o no \u201cquantum\u201d devido pelo sujeito passivo da rela\u00e7\u00e3o jur\u00eddica n\u00e3o \u00e9 propriamente qualitativa, mas t\u00e3o-somente quantitativa. A finalidade da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, enquanto instituto de\n\nRua Irm\u00e3os Rudeck, n\u00ba 185, Ed. Sonda, 2\u00ba Andar, Centro, Fraiburgo \u2013 SC, CEP 89.580-000\n\n5\n\nFone/Fax (49) 3246-3138 e 3246-7747, e-mail: contato@damadvogados.com.br\n\n\fDireito Constitucional, n\u00e3o \u00e9 deixar mais rico o benefici\u00e1rio, nem mais pobre o sujeito passivo de uma dada obriga\u00e7\u00e3o de pagamento. \u00c9 deix\u00e1-los tal como qualitativamente se encontravam, no momento em que se formou a rela\u00e7\u00e3o obrigacional. Da\u00ed me parecer correto ajuizar que a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria constitui verdadeiro direito subjetivo do credor, seja ele p\u00fablico, ou, ent\u00e3o, privado. N\u00e3o, por\u00e9m, uma nova categoria de direito subjetivo, superposta \u00e0quele de receber uma presta\u00e7\u00e3o obrigacional em dinheiro. O direito mesmo \u00e0 percep\u00e7\u00e3o da origin\u00e1ria paga \u00e9 que s\u00f3 existe em plenitude, se monetariamente corrigido. Donde a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria constituir-se em elemento do direito subjetivo \u00e0 percep\u00e7\u00e3o de uma determinada paga (integral) em dinheiro. N\u00e3o h\u00e1 dois direitos, portanto, mas um \u00fanico direito de receber, corrigidamente, um valor em dinheiro. Pois que, sem a corre\u00e7\u00e3o, o titular do direito s\u00f3 o recebe mutilada ou parcialmente. Enquanto o sujeito passivo da obriga\u00e7\u00e3o, correlatamente, dessa obriga\u00e7\u00e3o apenas se desincumbe de modo reduzido. 19. Conv\u00e9m insistir no racioc\u00ednio. Se h\u00e1 um direito subjetivo \u00e0 corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria de determinado cr\u00e9dito, direito que, como visto, n\u00e3o difere do cr\u00e9dito origin\u00e1rio, fica evidente que o reajuste h\u00e1 de corresponder ao preciso \u00edndice de desvaloriza\u00e7\u00e3o da moeda, ao cabo de um certo per\u00edodo; quer dizer, conhecido que seja o \u00edndice de deprecia\u00e7\u00e3o do valor real da moeda \u2013 a cada per\u00edodo legalmente estabelecido para a respectiva medi\u00e7\u00e3o \u2013 , \u00e9 ele que por inteiro vai recair sobre a express\u00e3o financeira do instituto jur\u00eddico protegido com a cl\u00e1usula de permanente atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. \u00c9 o mesmo que dizer: medido que seja o tamanho da infla\u00e7\u00e3o num dado per\u00edodo, tem-se, naturalmente, o percentual de defasagem ou de efetiva perda de poder aquisitivo da moeda que vai servir de crit\u00e9rio matem\u00e1tico para a necess\u00e1ria preserva\u00e7\u00e3o do valor real do bem ou direito constitucionalmente protegido.\nNessa esteira, a n\u00e3o aplica\u00e7\u00e3o de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria\nid\u00f4nea a refletir o processo inflacion\u00e1rio acaba por ferir de morte\no direito de propriedade do trabalhador, tendo em vista que seus\ndep\u00f3sitos na conta de FGTS n\u00e3o podem ser sacados a qualquer momento,\nacarretando em enriquecimento il\u00edcito da Caixa Econ\u00f4mica Federal,\nque no final das contas ir\u00e1 lucrar com o empobrecimento do\ntrabalhador.\nAli\u00e1s, o FGTS foi criado para proteger o trabalhador, com\na garantia de que ter\u00e1 uma reserva financeira em casos de\nnecessidade. Ora, se o trabalhador n\u00e3o possui livre disposi\u00e7\u00e3o da\nsua reserva financeira, somente podendo dispor dela em momento\nposterior, a n\u00e3o incid\u00eancia de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria capaz de refletir\n\nRua Irm\u00e3os Rudeck, n\u00ba 185, Ed. Sonda, 2\u00ba Andar, Centro, Fraiburgo \u2013 SC, CEP 89.580-000\n\n6\n\nFone/Fax (49) 3246-3138 e 3246-7747, e-mail: contato@damadvogados.com.br\n\n\fa infla\u00e7\u00e3o obviamente acarreta em preju\u00edzo flagrante do seu direito de propriedade.\nDessa forma, para que se efetive o intuito de proteger o trabalhador \u00e9 imperioso que os dep\u00f3sitos em conta de FGTS sejam atualizados por \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria que garanta a recupera\u00e7\u00e3o do valor da moeda frente ao processo inflacion\u00e1rio ocorrido durante o per\u00edodo em que o dinheiro trabalhador permaneceu aplicado na conta de FGTS.\n\nDA INCONSTITUCIONALIDADE DA UTILIZA\u00c7\u00c3O DA TAXA REFERENCIAL (TR) COMO CRIT\u00c9RIO DE CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA: O Fundo de Garantia por Tempo de Servi\u00e7o (FGTS) foi institu\u00eddo pela Lei n. 5.170, de 13 de setembro de 1966, e \u00e9 composto de recursos captados no setor privado e administrados pela Caixa Econ\u00f4mica Federal, possuindo como principal finalidade a prote\u00e7\u00e3o dos trabalhadores demitidos sem justa causa. Atualmente, o FGTS \u00e9 regido pela Lei n. 8.036, de 11 de maio de 1990, a qual delegou \u00e0 institui\u00e7\u00e3o financeira r\u00e9 a qualidade de agente operador do fundo, cabendo-lhe, al\u00e9m das atribui\u00e7\u00f5es previstas em seu artigo 7\u00ba, realizar a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos fundos de todos os trabalhadores, bem como remuner\u00e1-los com juros, nos termos dos caputs dos artigos 2\u00ba e 13 da Lei n. 8.036/90 e no art. 17 da Lei 8.177/91, in verbis:\n\nLei Federal n\u00ba 8.036/1990: Art. 2\u00ba O FGTS \u00e9 constitu\u00eddo pelos saldos das contas vinculadas a que se refere esta lei e outros recursos a ele incorporados, devendo ser aplicados com atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e juros, de modo a assegurar a cobertura de suas obriga\u00e7\u00f5es.\nArt. 13. Os dep\u00f3sitos efetuados nas contas vinculadas ser\u00e3o corrigidos monetariamente com base nos par\u00e2metros fixados para atualiza\u00e7\u00e3o dos saldos dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a e capitaliza\u00e7\u00e3o juros de (tr\u00eas) por cento ao ano. (...)\n\nLei Federal n\u00ba 8.177/1991\n\nRua Irm\u00e3os Rudeck, n\u00ba 185, Ed. Sonda, 2\u00ba Andar, Centro, Fraiburgo \u2013 SC, CEP 89.580-000\n\n7\n\nFone/Fax (49) 3246-3138 e 3246-7747, e-mail: contato@damadvogados.com.br\n\n\fArt. 17. A partir de fevereiro de 1991, os saldos das contas do Fundo de Garantia por Tempo de Servi\u00e7o (FGTS) passam a ser remunerados pela taxa aplic\u00e1vel \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a com data de anivers\u00e1rio no dia 1\u00b0, observada a periodicidade mensal para remunera\u00e7\u00e3o. Par\u00e1grafo \u00fanico. (...) (grifado)\n\n\u00edndices:\n\nEm suma, os saldos das contas de FGTS s\u00e3o sujeito a dois\na) O primeiro \u00e9 o \u00edndice de 3% ao ano, referente a capitaliza\u00e7\u00e3o de juros, prevista no final do caput art. 13 da Lei 8.036/90; e b) O segundo \u00edndice, que deveria ser o respons\u00e1vel pela atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, \u00e9 aquele equivalente aos \u201cpar\u00e2metros fixados para atualiza\u00e7\u00e3o dos saldos dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a\u201d (caput art. 13 da Lei 8.036/90), o qual, desde a edi\u00e7\u00e3o do art. 17, caput, da Lei Federal n\u00ba 8.177/1991, \u00e9 a Taxa Referencial (TR).\n\nNo entanto, a ado\u00e7\u00e3o da Taxa Referencial como crit\u00e9rio de\n\natualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria n\u00e3o \u00e9 capaz atualmente de refletir idoneamente\n\no fen\u00f4meno inflacion\u00e1rio. Um dos motivos se d\u00e1 pela altera\u00e7\u00e3o que a\n\nTR foi sofrendo ao longo do tempo. Inicialmente, a TR foi criada\n\npara remunerar as cadernetas de poupan\u00e7a com a expectativa de\n\ninfla\u00e7\u00e3o futura no per\u00edodo de aplica\u00e7\u00e3o, no lugar da infla\u00e7\u00e3o\n\npassada. Desindexava-se, assim, a caderneta de poupan\u00e7a (principal\n\nativo financeiro na \u00e9poca) dos \u00edndices de infla\u00e7\u00e3o passada.\n\nOcorre que anteriormente \u00e0 Lei n\u00ba 8.981/95, o imposto de\n\nrenda incidente sobre as aplica\u00e7\u00f5es financeiras tinha como base de\n\nc\u00e1lculo apenas o \u201crendimento real\u201d, isto \u00e9, acima da infla\u00e7\u00e3o, e\n\ndiversos foram os \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria utilizados pelo\n\nFisco (OTN, BTN, BTN-fiscal e, por fim, UFIR) para identificar o\n\n\u201crendimento real\u201d. Todavia, com a edi\u00e7\u00e3o da referida lei, passou-se\n\na incidir o imposto de renda sobre a remunera\u00e7\u00e3o total das\n\naplica\u00e7\u00f5es.\n\nNesse sentido, a fim de evitar uma transfer\u00eancia em massa\n\nde capitais investidos em t\u00edtulos p\u00fablicos e privados para a\n\ncaderneta de poupan\u00e7a, alterou-se a metodologia de c\u00e1lculo da TR\n\n(Resolu\u00e7\u00e3o CMN 2.604, de 23/04/1999), desvinculando-se inclusive da\n\ninfla\u00e7\u00e3o futura, foco inicial da TR.\n\nRua Irm\u00e3os Rudeck, n\u00ba 185, Ed. Sonda, 2\u00ba Andar, Centro, Fraiburgo \u2013 SC, CEP 89.580-000\n\n8\n\nFone/Fax (49) 3246-3138 e 3246-7747, e-mail: contato@damadvogados.com.br\n\n\fDiante do exposto, pede-se v\u00eania para expor o entendimento j\u00e1 exarado pelo Egr\u00e9gio Supremo Tribunal Federal em sede de controle concentrado de constitucionalidade no sentido de que a TR n\u00e3o mais reflete idoneamente o fen\u00f4meno inflacion\u00e1rio. Veja-se trecho do voto do Ministro Ayres Britto na ADI n\u00ba 4425:\n\n20.O que determinou, no entanto, a Emenda Constitucional n\u00ba 62/2009?\n\nQue a atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos valores inscritos em precat\u00f3rio, ap\u00f3s sua\n\nexpedi\u00e7\u00e3o e at\u00e9 o efetivo pagamento, se dar\u00e1 pelo \u201c\u00edndice oficial de\n\nremunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica da caderneta de poupan\u00e7a\u201d. \u00cdndice que, segundo j\u00e1\n\nassentou este Supremo Tribunal Federal na ADI 493, n\u00e3o reflete a perda de\n\npoder aquisitivo da moeda . 9 Cito passagem do minucioso voto do Ministro\n\nMoreira Alves:\n\n\u201cComo se v\u00ea, a TR \u00e9 a taxa que resulta, com a utiliza\u00e7\u00e3o das complexas e\n\nsucessivas f\u00f3rmulas contidas na Resolu\u00e7\u00e3o n\u00ba 1085 do Conselho Monet\u00e1rio\n\nNacional, do c\u00e1lculo da taxa m\u00e9dia ponderada da remunera\u00e7\u00e3o dos\n\nCDB/RDB das vinte institui\u00e7\u00f5es selecionadas, expurgada esta de dois por\n\ncento que representam genericamente o valor da tributa\u00e7\u00e3o e da \u2018taxa real\n\nhist\u00f3rica de juros da economia\u2019 embutidos nessa remunera\u00e7\u00e3o. Seria a TR\n\n\u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, e, portanto, \u00edndice de desvaloriza\u00e7\u00e3o da\n\nmoeda, se inequivocamente essa taxa m\u00e9dia ponderada da remunera\u00e7\u00e3o\n\ndos CDB/RDB com o expurgo de 2% fosse constitu\u00edda apenas do valor\n\ncorrespondente \u00e0 desvaloriza\u00e7\u00e3o esperada da moeda em virtude da\n\ninfla\u00e7\u00e3o. Em se tratando, por\u00e9m, de taxa de remunera\u00e7\u00e3o de t\u00edtulos para\n\nefeito de capta\u00e7\u00e3o de recursos por parte de entidades financeiras, isso n\u00e3o\n\nocorre por causa dos diversos fatores que influem na fixa\u00e7\u00e3o do custo do\n\ndinheiro a ser captado. (...) A varia\u00e7\u00e3o dos valores das taxas desse custo\n\nprefixados por essas entidades decorre de fatores econ\u00f4micos v\u00e1rios,\n\ninclusive peculiares a cada uma delas (assim, suas necessidades de\n\nliquidez) ou comuns a todas (como, por exemplo, a concorr\u00eancia com outras\n\nfontes de capta\u00e7\u00e3o de dinheiro, a pol\u00edtica de juros adotada pelo Banco\n\nCentral, a maior ou menor oferta de moeda), e fatores esses que nada t\u00eam\n\nque ver com o valor de troca da moeda, mas, sim \u2013 o que \u00e9 diverso -, com o\n\ncusto da capta\u00e7\u00e3o desta.\u201d\n\n21.O que se conclui, portanto, \u00e9 que o \u00a7 12 do art. 100 da Constitui\u00e7\u00e3o\n\nacabou por artificializar o conceito de atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. Conceito\n\nque est\u00e1 ontologicamente associado \u00e0 manuten\u00e7\u00e3o do valor real da\n\nmoeda. Valor real que s\u00f3 se mant\u00e9m pela aplica\u00e7\u00e3o de \u00edndice que\n\nreflita a desvaloriza\u00e7\u00e3o dessa moeda em determinado per\u00edodo. Ora, se\n\na corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos valores inscritos em precat\u00f3rio deixa de\n\ncorresponder \u00e0 perda do poder aquisitivo da moeda, o direito reconhecido\n\npor senten\u00e7a judicial transitada em julgado ser\u00e1 satisfeito de forma\n\nexcessiva ou, de rev\u00e9s, deficit\u00e1ria. Em ambas as hip\u00f3teses, com\n\nenriquecimento il\u00edcito de uma das partes da rela\u00e7\u00e3o jur\u00eddica. E n\u00e3o \u00e9 dif\u00edcil\n\nconstatar que a parte prejudicada, no caso, ser\u00e1, quase que\n\nRua Irm\u00e3os Rudeck, n\u00ba 185, Ed. Sonda, 2\u00ba Andar, Centro, Fraiburgo \u2013 SC, CEP 89.580-000\n\n9\n\nFone/Fax (49) 3246-3138 e 3246-7747, e-mail: contato@damadvogados.com.br\n\n\finvariavelmente, o credor da Fazenda P\u00fablica. Basta ver que, nos \u00faltimos quinze anos (1996 a 2010), enquanto a TR (taxa de remunera\u00e7\u00e3o da poupan\u00e7a) foi de 55,77%, a infla\u00e7\u00e3o foi de 97,85%, de acordo com o IPCA. 22.N\u00e3o h\u00e1 como, portanto, deixar de reconhecer a inconstitucionalidade da norma atacada, na medida em que a fixa\u00e7\u00e3o da remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica da caderneta de poupan\u00e7a como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos valores inscritos em precat\u00f3rio implica indevida e intoler\u00e1vel constri\u00e7\u00e3o \u00e0 efic\u00e1cia da atividade jurisdicional. Uma afronta \u00e0 garantia da coisa julgada e, por reverbera\u00e7\u00e3o, ao protoprinc\u00edpio da separa\u00e7\u00e3o dos Poderes.\nAdemais, h\u00e1 de se relembrar que a TR \u00e9 fixada ex ante, ou\nseja, a partir de crit\u00e9rios t\u00e9cnicos que n\u00e3o levam em conta a\ndesvaloriza\u00e7\u00e3o da moeda empiricamente realizada.\nNesse sentido, transcrevem-se trechos do brilhante voto\ndo Ministro Luiz Fux ao julgar o Tema 810 desta Egr\u00e9gia Corte:\nNota-se, pois, que a remunera\u00e7\u00e3o da caderneta de poupan\u00e7a \u2013 diferentemente de qualquer outro \u00edndice oficial de infla\u00e7\u00e3o \u2013 \u00e9 sempre prefixada, seja na parte j\u00e1 prevista na lei (0,5% ao m\u00eas ou 70% da meta da taxa Selic ao ano, consoante as hip\u00f3teses do inciso II), seja na parte fixada pelo Banco Central (a Taxa Referencial relativa \u00e0 respectiva data de anivers\u00e1rio, na forma do inciso I, atualmente calculada com base em CDBs e RDBs prefixados). Essa circunst\u00e2ncia deixa patente a desvincula\u00e7\u00e3o entre a evolu\u00e7\u00e3o dos pre\u00e7os da economia e a remunera\u00e7\u00e3o da caderneta de poupan\u00e7a, o que a impede de caracterizar-se, quer sob o \u00e2ngulo formal (l\u00f3gico-conceitual) quer sob o \u00e2ngulo material (t\u00e9cnicometodol\u00f3gico), como term\u00f4metro da infla\u00e7\u00e3o. [...] Em terceiro lugar, a inidoneidade se manifesta em perspectiva hist\u00f3ricojurisprudencial. O pr\u00f3prio Supremo Tribunal Federal j\u00e1 decidiu que a TR n\u00e3o \u00e9, em abstrato, id\u00f4nea a capturar a perda do poder aquisitivo da moeda. Ao julgar a ADI n\u00ba 493, o plen\u00e1rio desta Corte entendeu que o aludido \u00edndice n\u00e3o foi criado para captar a varia\u00e7\u00e3o de pre\u00e7os na economia. Eis trecho esclarecedor da ementa e do voto condutor do ac\u00f3rd\u00e3o, lavrado pelo Min. Moreira Alves: Ementa: (\u2026) A taxa referencial (TR) n\u00e3o \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, pois, refletindo as varia\u00e7\u00f5es do custo prim\u00e1rio da capta\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos a prazo fixo, n\u00e3o constitui \u00edndice que reflita a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda. Trecho do Voto: \u201c(...) o \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u00e9 um n\u00famero-\u00edndice que traduz, o mais aproximadamente poss\u00edvel, a perda do valor de troca da moeda, mediante compara\u00e7\u00e3o, entre os extremos de determinado per\u00edodo,\nRua Irm\u00e3os Rudeck, n\u00ba 185, Ed. Sonda, 2\u00ba Andar, Centro, Fraiburgo \u2013 SC, CEP 89.580-000 10 Fone/Fax (49) 3246-3138 e 3246-7747, e-mail: contato@damadvogados.com.br\n\n\fda varia\u00e7\u00e3o do pre\u00e7o de certos bens (mercadorias, servi\u00e7os, sal\u00e1rios, etc.), para a revis\u00e3o do pagamento de obriga\u00e7\u00f5es que dever\u00e1 ser feito na medida dessa varia\u00e7\u00e3o. (\u2026) \u00c9, pois, um \u00edndice que se destina a determinar o valor de troa da moeda, e que, por isso mesmo, s\u00f3 pode se calculado com base em fatores econ\u00f4micos exclusivamente ligados a esse valor. Por isso, \u00e9 um \u00edndice neutro, que n\u00e3o admite, para seu c\u00e1lculo, se levem em considera\u00e7\u00e3o fatores outros que n\u00e3o os acima referidos. (\u2026) n\u00e3o \u00e9 isso que ocorre com a Taxa Referencial (TR), que n\u00e3o \u00e9 o \u00edndice de determina\u00e7\u00e3o do valor de troca da moeda, mas, ao contr\u00e1rio, \u00edndice que exprime a taxa m\u00e9dia ponderada do custo de capta\u00e7\u00e3o da moeda por entidades financeiras para sua posterior aplica\u00e7\u00e3o por estas. A varia\u00e7\u00e3o dos valores das taxas desse custo prefixados por essas entidades decorre de fatores econ\u00f4micos v\u00e1rios, inclusive peculiares a cada uma delas (assim, suas necessidades de liquidez) ou comuns a todas (como, por exemplo, a concorr\u00eancia com outras fontes de capta\u00e7\u00e3o de dinheiro, a pol\u00edtica de juros adotada pelo Banco Central, a maior ou menor oferta de moeda), e fatores esses que nada t\u00eam a ver com o valor de troca da moeda, mas, sim \u2013 o que \u00e9 diverso -, com o custo da capta\u00e7\u00e3o desta. Na forma\u00e7\u00e3o desse custo, n\u00e3o entra sequer a desvaloriza\u00e7\u00e3o da moeda (sua perda de valor de troca), que \u00e9 a j\u00e1 ocorrida, mas \u2013 o que \u00e9 expectativa com os riscos de um verdadeiro jogo \u2013 a previs\u00e3o da desvaloriza\u00e7\u00e3o da moeda que poder\u00e1 ocorrer\u201d. (ADI n\u00ba 493, rel. Min. Moreira Alves, Tribunal Pleno, j. em 25/06/1992, DJ 04-09-1992)\nNo mesmo sentido se manifestou o Ministro Celso de Mello:\n\u201cO car\u00e1ter eminentemente remunerat\u00f3rio da TR foi reconhecido, de modo expresso, pela pr\u00f3pria Lei n\u00ba 8.177/91 em seus arts. 12, 17 e 39. Esse aspecto \u2013 que assume ineg\u00e1vel essencialidade na an\u00e1lise do tema \u2013 revelase bastante para descaracterizar a pretendida natureza da TR como \u00edndice de atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria\u201d. (ADI n\u00ba 493, rel. Min. Moreira Alves, Tribunal Pleno, j. em 25/06/1992, DJ 04-09-1992) Mais recentemente, no julgamento das ADIs n\u00ba 4.357 e 4.425, o Supremo Tribunal Federal reiterou essa compreens\u00e3o ao pontuar a inidoneidade prima facie da remunera\u00e7\u00e3o da caderneta de poupan\u00e7a para mensurar o fen\u00f4meno inflacion\u00e1rio, como ficou registrado na ementa: \u201c(...) a infla\u00e7\u00e3o, fen\u00f4meno tipicamente econ\u00f4mico monet\u00e1rio, mostra-se insuscet\u00edvel de capta\u00e7\u00e3o aprior\u00edstica (ex ante), de modo que o meio escolhido pelo legislador constituinte (remunera\u00e7\u00e3o da caderneta de poupan\u00e7a) \u00e9 inid\u00f4neo a promover o fim a que se destina (traduzir a infla\u00e7\u00e3o do per\u00edodo)\u201d. (ADI n\u00ba 4.357, rel. Min. Ayres Britto, relator p/ ac\u00f3rd\u00e3o Min. Luiz Fux, Tribunal Pleno, j. 14/03/2013, DJe188 de 25-09- 2014) [...] Ora, se o Estado n\u00e3o utiliza a caderneta de poupan\u00e7a como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o quando tem o objetivo de passar credibilidade ao investidor\nRua Irm\u00e3os Rudeck, n\u00ba 185, Ed. Sonda, 2\u00ba Andar, Centro, Fraiburgo \u2013 SC, CEP 89.580-000 11 Fone/Fax (49) 3246-3138 e 3246-7747, e-mail: contato@damadvogados.com.br\n\n\fou de atrair contratantes, \u00e9 porque tem consci\u00eancia de que o aludido \u00edndice n\u00e3o \u00e9 adequado a medir a varia\u00e7\u00e3o de pre\u00e7os na economia.\n\nAinda, a fim de demonstrar o completo distanciamento da TR dos \u00edndices que tradicionalmente s\u00e3o utilizados para atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, segue tabela comparativa:\n\nANO 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012\n\nTR 5,7295% 2,0962% 2,2852% 2,8023% 4,6485% 1,8184% 2,8335% 2,0377% 1,4452% 1,6348% 0,7090% 0,6887% 1,2079% 0,2897%\n\nINPC 8,43% 5,27% 9,44% 14,74% 10,38% 6,13% 5,05% 2,81% 5,15% 6,48% 4,11% 6,46% 6,07% 6,19%\n\nIPCA 8,94% 5,97% 7,67% 12,53% 9,30% 7,60% 5,69% 3,14% 4,45% 5,90% 4,31% 5,90% 6,50% 5,83%\n\nObservando-se a tabela acima, verifica-se que at\u00e9 meados de 1999 os \u00edndices do IPCA e da TR estavam muito pr\u00f3ximos, mas a partir do segundo semestre de 1999 aconteceu um descolamento, com os \u00edndices da TR quase sempre muito inferiores ao IPCA, chegando ao final do per\u00edodo com TR igual ou muito pr\u00f3xima de 0%. O descolamento se deu, basicamente, a partir da metodologia iniciada pela j\u00e1 mencionada Resolu\u00e7\u00e3o CMN n\u00b0 2.604, de 23/04/1999, com efeitos a partir de 01/06/1999.\nNessa esteira, hoje, o trabalhador que tem seu dinheiro aplicado no FGTS, e de l\u00e1 n\u00e3o pode retir\u00e1-lo para outro\nRua Irm\u00e3os Rudeck, n\u00ba 185, Ed. Sonda, 2\u00ba Andar, Centro, Fraiburgo \u2013 SC, CEP 89.580-000 12 Fone/Fax (49) 3246-3138 e 3246-7747, e-mail: contato@damadvogados.com.br\n\n\finvestimento, est\u00e1 sendo remunerado com 3% de juros ao ano e nada mais. N\u00e3o h\u00e1 nem corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria nem Taxa Referencial (independentemente de sua natureza jur\u00eddica) em flagrante ofensa ao art. 2\u00ba da Lei n\u00ba 8.036/90, que imp\u00f5e a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos valores depositados pelo empregador.\nDiante destas considera\u00e7\u00f5es, o entendimento fixado pelo STJ no REsp n\u00ba 1614874 (\u201ca remunera\u00e7\u00e3o das contas vinculadas ao FGTS tem disciplina pr\u00f3pria, ditada por lei, que estabelece a TR como forma de atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, sendo vedado, portanto, ao Poder Judici\u00e1rio substituir o mencionado \u00edndice\u201d) se mostra totalmente equivocado, eis que assume que a TR \u00e9 forma de atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, violando frontalmente o entendimento da Suprema Corte no sentido de que \u201ca taxa referencial (TR) n\u00e3o \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria\u201d.\nAssim, a utiliza\u00e7\u00e3o da TR como forma de corre\u00e7\u00e3o dos saldos das contas de FGTS tem gerado uma gigantesca destrui\u00e7\u00e3o do valor do patrim\u00f4nio do trabalhador. H\u00e1 anos, os trabalhadores que tem dep\u00f3sitos no FGTS n\u00e3o experimentam ganhos reais. Ao contr\u00e1rio, h\u00e1 muito tempo os trabalhadores t\u00eam rendimentos inferiores \u00e0 infla\u00e7\u00e3o, mesmo levando em conta a remunera\u00e7\u00e3o dos juros de 3% ao ano previstos no art. 13 da Lei 8.036/90.\nGiza-se que em nenhum momento se defende aqui a inconstitucionalidade da Taxa Referencial (TR) como \u00edndice de remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a. Quem coloca seu dinheiro na poupan\u00e7a o faz por vontade pr\u00f3pria, por outro lado, o trabalhador n\u00e3o possui o direito de escolher em qual fundo seus saldos do FGTS ir\u00e3o ser aplicados.\nNesse sentido, o que se assevera aqui, tal como decidido pelo Supremo Tribunal Federal, \u00e9 a inconstitucionalidade da utiliza\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, porque de capta\u00e7\u00e3o aprior\u00edstica (ex ante) e, como tal, totalmente desvencilhado do real fen\u00f4meno inflacion\u00e1rio, n\u00e3o correspondente \u00e0 real garantia constitucional de propriedade e incompat\u00edvel com a obrigatoriedade e a aus\u00eancia de portabilidade dos dep\u00f3sitos do Fundo de Garantia.\nRua Irm\u00e3os Rudeck, n\u00ba 185, Ed. Sonda, 2\u00ba Andar, Centro, Fraiburgo \u2013 SC, CEP 89.580-000 13 Fone/Fax (49) 3246-3138 e 3246-7747, e-mail: contato@damadvogados.com.br\n\n\fDiante destas premissas verifica-se a viola\u00e7\u00e3o dos arts. 5\u00ba, XXII (direito de propriedade) e 7\u00ba, III (direito ao FGTS), ambos da Constitui\u00e7\u00e3o Federal, na medida em que o trabalhador est\u00e1 sofrendo verdadeiro confisco do Governo Federal, que se apropria de sua propriedade (saldos do FGTS), aplicando corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria que sequer rep\u00f5e as perdas inflacion\u00e1rias, violando o n\u00facleo essencial do direito fundamental ao FGTS.\nAssim, em face do exposto, deve se declarar inconstitucional a express\u00e3o \u201ccom base nos par\u00e2metros fixados para atualiza\u00e7\u00e3o dos saldos dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a\u201d do caput do art. 13 da Lei Federal n\u00ba 8.036/1990 e o caput do art. 17 da Lei Federal n\u00ba 8.177/1991 \u2013 dispositivos os quais imp\u00f5em a corre\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos nas contas vinculadas do FGTS pela Taxa Referencial (TR), determinando que a partir de 1999 a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria das contas de FGTS deixe de ser feita pela TR, passando a ser realizada pelo INPC ou pelo IPCA, eis que estes s\u00e3o capazes de refletir a infla\u00e7\u00e3o.\nDA EXIST\u00caNCIA DE REPERCUSS\u00c3O GERAL A decis\u00e3o proferida pelo Supremo Tribunal Federal no Tema 787 (proferida em 11/12/2014), na qual supostamente afirmou-se n\u00e3o existir Repercuss\u00e3o Geral acerca da mat\u00e9ria que versa sobre a constitucionalidade da utiliza\u00e7\u00e3o da Taxa Referencial (TR) para corre\u00e7\u00e3o dos saldos das contas do FGTS, n\u00e3o se mant\u00e9m mais \u00edntegra, seja ante ao firme posicionamento da atual jurisprud\u00eancia dominante do STF, seja pelas altera\u00e7\u00f5es nas premissas f\u00e1tico-jur\u00eddicas acerca da mat\u00e9ria. Observe-se, que a decis\u00e3o do Tema 787 (ARE 848.240/RN) foi tomada por maioria, e com a premissa de que o STF \u201cafirmou a legitimidade da Taxa Referencial (TR) como \u00edndice de atualiza\u00e7\u00e3o de obriga\u00e7\u00f5es\u201d:\nPROCESSUAL CIVIL. RECURSO EXTRAORDIN\u00c1RIO COM AGRAVO. FGTS. DEP\u00d3SITOS EFETUADOS NA CONTA VINCULADA. \u00cdNDICE DE CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA. APLICA\u00c7\u00c3O DA TAXA REFERENCIAL. MAT\u00c9RIA INFRACONSTITUCIONAL. AUS\u00caNCIA DE REPERCUSS\u00c3O\nRua Irm\u00e3os Rudeck, n\u00ba 185, Ed. Sonda, 2\u00ba Andar, Centro, Fraiburgo \u2013 SC, CEP 89.580-000 14 Fone/Fax (49) 3246-3138 e 3246-7747, e-mail: contato@damadvogados.com.br\n\n\fGERAL. 1. Esta Suprema Corte, em diversas manifesta\u00e7\u00f5es de seu \u00f3rg\u00e3o plen\u00e1rio, afirmou a legitimidade da Taxa Referencial (TR) como \u00edndice de atualiza\u00e7\u00e3o de obriga\u00e7\u00f5es, com a \u00fanica ressalva da inviabilidade de sua aplica\u00e7\u00e3o retroativa para alcan\u00e7ar situa\u00e7\u00f5es pret\u00e9ritas. Nesse sentido: ADI 493-MC, Rel. Min. MOREIRA ALVES, Tribunal Pleno, DJ de 4/9/1992; ADI 768-MC, Rel. Min. MARCO AUR\u00c9LIO, Tribunal Pleno, DJ de 13/11/1992; ADI 959-MC, Rel. Min. SYDNEY SANCHES, Tribunal Pleno, DJ de 13/5/1994. 2. Assim sendo, o exame da inaplicabilidade da TR em situa\u00e7\u00f5es espec\u00edficas pertence ao dom\u00ednio da legisla\u00e7\u00e3o ordin\u00e1ria pertinente a cada caso, a significar que eventual ofensa \u00e0 Carta Magna seria apenas reflexa. 3. Portanto, \u00e9 de natureza infraconstitucional a controv\u00e9rsia relativa \u00e0 aplica\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos dep\u00f3sitos efetuados em conta vinculada do FGTS, fundada na interpreta\u00e7\u00e3o das Leis 7.730/89, 8.036/90 e 8.177/91. 4. \u00c9 cab\u00edvel a atribui\u00e7\u00e3o dos efeitos da declara\u00e7\u00e3o de aus\u00eancia de repercuss\u00e3o geral quando n\u00e3o h\u00e1 mat\u00e9ria constitucional a ser apreciada ou quando eventual ofensa \u00e0 Carta Magna ocorra de forma indireta ou reflexa (RE 584.608 RG, Min. ELLEN GRACIE, DJe de 13/03/2009). 5. Aus\u00eancia de repercuss\u00e3o geral da quest\u00e3o suscitada, nos termos do art. 543-A do CPC. (ARE 848240 RG, Relator(a): Min. TEORI ZAVASCKI, julgado em 11/12/2014, PROCESSO ELETR\u00d4NICO DJe-250 DIVULG 18-12-2014 PUBLIC 19-122014 - grifado)\n\nTodavia, conforme j\u00e1 amplamente exposto, o Pret\u00f3rio Excelso j\u00e1 assentou na ADI 4425 e mais recentemente ao julgar o RE 870947 (Tema 810) que \u201ca taxa referencial (TR) n\u00e3o \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, pois, refletindo as varia\u00e7\u00f5es do custo prim\u00e1rio da capta\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos a prazo fixo, n\u00e3o constitui \u00edndice que reflita a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda\u201d e que \u201cn\u00e3o h\u00e1 como, portanto, deixar de reconhecer a inconstitucionalidade da norma atacada, na medida em que a fixa\u00e7\u00e3o da remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica da caderneta de poupan\u00e7a como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria\u201d.\n\nNesse sentido, j\u00e1 foi decidido pela Suprema Corte que a\n\nTR, enquanto \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, \u00e9 INCONSTITUCIONAL, pois\n\n\u201cn\u00e3o constitui \u00edndice que reflita a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da\n\nmoeda\u201d.\n\nAinda,\n\nfora\n\nproposta\n\na\n\nA\u00e7\u00e3o\n\nDireta\n\nde\n\nInconstitucionalidade n\u00ba 5090, sob relatoria do Ministro Roberto\n\nBarroso, que assim asseverou em sua decis\u00e3o que recebeu a a\u00e7\u00e3o:\n\nEst\u00e3o presentes os requisitos legais. A relev\u00e2ncia da mat\u00e9ria \u00e9 evidente, sendo pertinente a participa\u00e7\u00e3o das requerentes \u2013 a primeira, porque\n\nRua Irm\u00e3os Rudeck, n\u00ba 185, Ed. Sonda, 2\u00ba Andar, Centro, Fraiburgo \u2013 SC, CEP 89.580-000 15 Fone/Fax (49) 3246-3138 e 3246-7747, e-mail: contato@damadvogados.com.br\n\n\fassiste centenas de trabalhadores em demandas relativas \u00e0 atualiza\u00e7\u00e3o do FGTS; e a segunda, porque atua como agente operador do FGTS.\nAli\u00e1s, cumpre ressaltar que o Supremo Tribunal Federal j\u00e1\nreconheceu a possibilidade de revis\u00e3o da decis\u00e3o que em um primeiro\nmomento reconhece inexist\u00eancia de Repercuss\u00e3o Geral, por altera\u00e7\u00e3o\nnas premissas f\u00e1tico-jur\u00eddicas.\nObservem a dic\u00e7\u00e3o do Informativo n\u00ba 605 da Suprema Corte\nacerca do tema:\nREPERCUSS\u00c3O GERAL Repercuss\u00e3o Geral e Altera\u00e7\u00e3o nas Premissas F\u00e1tico-Jur\u00eddicas - 1 O Plen\u00e1rio resolveu quest\u00e3o de ordem no sentido de reconhecer a repercuss\u00e3o geral da mat\u00e9ria discutida em recursos extraordin\u00e1rios, relativa \u00e0 possibilidade, ou n\u00e3o, de se aplicar a al\u00edquota m\u00e1xima do Imposto de Renda de Pessoa F\u00edsica aos valores recebidos acumuladamente pelo benefici\u00e1rio, por culpa exclusiva da autarquia previdenci\u00e1ria. Com base nisso, reformou decis\u00e3o monocr\u00e1tica da Min. Ellen Gracie, que n\u00e3o admitira os recursos, dos quais relatora, ao fundamento de que a quest\u00e3o j\u00e1 teria sido considerada \u201csem repercuss\u00e3o geral\u201d no \u00e2mbito do Plen\u00e1rio Virtual. No caso, ap\u00f3s o STF haver deliberado que o tema versado nos autos n\u00e3o possuiria repercuss\u00e3o geral, o TRF da 4\u00aa Regi\u00e3o declarara a inconstitucionalidade, sem redu\u00e7\u00e3o de texto, do art. 12 da Lei 7.713/88, o qual determina a incid\u00eancia do Imposto de Renda no m\u00eas do recebimento de valores acumulados sobre o total dos rendimentos. A Uni\u00e3o, ao alegar a superveniente altera\u00e7\u00e3o nas premissas f\u00e1tico-jur\u00eddicas, sustentava, em sede de agravo regimental, que os recursos extraordin\u00e1rios interpostos com fulcro no art. 102, III, b, da CF teriam repercuss\u00e3o geral presumida. RE 614232 AgR-QO/RS, rel. Min. Ellen Gracie, 20.10.2010. (RE-614232) RE 614406 AgR-QO/RS, rel. Min. Ellen Gracie, 20.10.2010. (RE-614232)\nNesse interim, verifica-se que o Pret\u00f3rio Excelso\nautoriza a revis\u00e3o da decis\u00e3o que em um primeiro momento aduz que\ninexiste repercuss\u00e3o geral. A altera\u00e7\u00e3o f\u00e1tica se d\u00e1 em raz\u00e3o do crescimento\nimpremedit\u00e1vel do n\u00famero de a\u00e7\u00f5es que versam sobre a mat\u00e9ria no\nPoder Judici\u00e1rio. Quando julgado o Tema 731 do STJ, mais de 409 mil\na\u00e7\u00f5es aguardavam o referido julgamento. Ainda, cumpre salientar que\nap\u00f3s o julgamento que n\u00e3o reconheceu repercuss\u00e3o geral na mat\u00e9ria,\nRua Irm\u00e3os Rudeck, n\u00ba 185, Ed. Sonda, 2\u00ba Andar, Centro, Fraiburgo \u2013 SC, CEP 89.580-000 16 Fone/Fax (49) 3246-3138 e 3246-7747, e-mail: contato@damadvogados.com.br\n\n\fem 2014, a infla\u00e7\u00e3o anual acumulada em 2015, segundo o IPCA, foi de 10,67%, enquanto que a TR acumulada para o mesmo ano foi de 1,79%!\nA altera\u00e7\u00e3o jur\u00eddica se d\u00e1 pelo atual entendimento dominante, julgado em Repercuss\u00e3o Geral (Tema 810) e em sede de controle concentrado de constitucionalidade (ADI 4425), no sentido de que a Taxa Referencial enquanto \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u00e9 inconstitucional.\nSob o tema, o art. 1.035, \u00a73\u00ba, I do CPC disp\u00f5e que sempre haver\u00e1 repercuss\u00e3o geral quando o recurso impugnar ac\u00f3rd\u00e3o que contrarie jurisprud\u00eancia dominante do STF:\nArt. 1.035. O Supremo Tribunal Federal, em decis\u00e3o irrecorr\u00edvel, n\u00e3o conhecer\u00e1 do recurso extraordin\u00e1rio quando a quest\u00e3o constitucional nele versada n\u00e3o tiver repercuss\u00e3o geral, nos termos deste artigo. [...] \u00a73o Haver\u00e1 repercuss\u00e3o geral sempre que o recurso impugnar ac\u00f3rd\u00e3o que: I - contrarie s\u00famula ou jurisprud\u00eancia dominante do Supremo Tribunal Federal;\nNesse \u00ednterim, \u00e9 necess\u00e1rio que o Supremo Tribunal Federal reveja o seu posicionamento acerca da exist\u00eancia de Repercuss\u00e3o Geral sobre a mat\u00e9ria, em face da altera\u00e7\u00e3o e consolida\u00e7\u00e3o da sua jurisprud\u00eancia acerca da constitucionalidade da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e das altera\u00e7\u00f5es f\u00e1ticas supervenientes ao julgamento de 2014, com crescimento descontrol\u00e1vel da infla\u00e7\u00e3o e do n\u00famero de a\u00e7\u00f5es que versam sobre o tema, que foram afetadas pelo julgamento do STJ no REsp Repetitivo n\u00ba 1614874.\nDOS \u00cdNDICES QUE CORRIGEM MONETARIAMENTE Como foi visto, desde 1999, com a metodologia adotada pelo Banco Central do Brasil, a TR n\u00e3o vem mais corrigindo monetariamente os dep\u00f3sitos vinculados \u00e0s contas de FGTS. Ora, se a TR n\u00e3o pode ser considerada um indexador id\u00f4neo, \u00e9 necess\u00e1rio substitu\u00ed-la por outro \u00edndice que, efetivamente, d\u00ea cumprimento aos preceitos do artigo 2\u00ba da Lei n. 8.036/90.\nRua Irm\u00e3os Rudeck, n\u00ba 185, Ed. Sonda, 2\u00ba Andar, Centro, Fraiburgo \u2013 SC, CEP 89.580-000 17 Fone/Fax (49) 3246-3138 e 3246-7747, e-mail: contato@damadvogados.com.br\n\n\fSabe-se que o sal\u00e1rio m\u00ednimo do trabalhador brasileiro \u00e9\ncorrigido pelo INPC, \u00edndice previsto na Lei n. 12.382, de 25 de\nfevereiro de 2011, nos seguintes termos:\nArt. 2\u00ba. Ficam estabelecidas as diretrizes para a pol\u00edtica de valoriza\u00e7\u00e3o do sal\u00e1rio m\u00ednimo a vigorar entre 2012 e 2015, inclusive, a serem aplicadas em 1o de janeiro do respectivo ano. 1\u00ba. Os reajustes para a preserva\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo do sal\u00e1rio m\u00ednimo corresponder\u00e3o \u00e0 varia\u00e7\u00e3o do \u00cdndice Nacional de Pre\u00e7os ao Consumidor \u2013 INPC, calculado e divulgado pela Funda\u00e7\u00e3o Instituto Brasileiro de Geografia e Estat\u00edstica \u2013 IBGE, acumulada nos doze meses anteriores ao m\u00eas do reajuste. 2\u00ba. Na hip\u00f3tese de n\u00e3o divulga\u00e7\u00e3o do INPC referente a um ou mais meses compreendidos no per\u00edodo do c\u00e1lculo at\u00e9 o \u00faltimo dia \u00fatil imediatamente anterior \u00e0 vig\u00eancia do reajuste, o Poder Executivo estimar\u00e1 os \u00edndices dos meses n\u00e3o dispon\u00edveis. 3\u00ba. Verificada a hip\u00f3tese de que trata o \u00a7 2\u00ba, os \u00edndices estimados permanecer\u00e3o v\u00e1lidos para os fins desta Lei, sem qualquer revis\u00e3o, sendo os eventuais res\u00edduos compensados no reajuste subsequente, sem retroatividade. 4\u00ba. A t\u00edtulo de aumento real, ser\u00e3o aplicados os seguintes percentuais:\n1. em 2012, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do Produto Interno Bruto \u2013 PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2010;\n2. em 2013, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2011;\n3. em 2014, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2012; e\n4. em 2015, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de\n5\u00ba. Para fins do disposto no \u00a7 4\u00ba, ser\u00e1 utilizada a taxa de crescimento real do PIB para o ano de refer\u00eancia, divulgada pelo IBGE at\u00e9 o \u00faltimo dia \u00fatil do ano imediatamente anterior ao de aplica\u00e7\u00e3o do respectivo aumento real.\nDesse modo, utilizou-se o INPC para corre\u00e7\u00e3o dos sal\u00e1rios\nm\u00ednimos justamente para preservar o seu poder aquisitivo. Se o\nsal\u00e1rio m\u00ednimo \u00e9 corrigido por esse \u00edndice, nada mais razo\u00e1vel que\ncorrigir os dep\u00f3sitos vinculados ao FGTS pelo mesmo indexador,\njustamente por decorrerem diretamente do sal\u00e1rio do trabalhador.\nCaso n\u00e3o se entenda dessa forma, outro \u00edndice que se\nmostra aplic\u00e1vel e que efetivamente produz corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u00e9 o\nIPCA, \u00edndice estabelecido pelo Governo Federal para medir as metas Rua Irm\u00e3os Rudeck, n\u00ba 185, Ed. Sonda, 2\u00ba Andar, Centro, Fraiburgo \u2013 SC, CEP 89.580-000 18 Fone/Fax (49) 3246-3138 e 3246-7747, e-mail: contato@damadvogados.com.br\n\n\finflacion\u00e1rias contratadas com o FMI ou, ainda, outro \u00edndice estabelecido pelo Ju\u00edzo, desde que respeitada a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria prevista no artigo 2\u00ba da Lei n. 8.036/90.\nAdemais, o parecer cont\u00e1bil em anexo apresenta compara\u00e7\u00f5es interessantes entre a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria (n\u00e3o) efetuada pela TR e a corre\u00e7\u00e3o realizada por outros \u00edndices. Verifica-se, por exemplo, que um trabalhador com sal\u00e1rio de R$1.000,00 (mil reais), se tivesse seus fundos corrigidos pelo INPC desde 1999, teria uma diferen\u00e7a a receber de R$9.098,56 (nove mil e noventa e oito reais e cinquenta e seis centavos).\nDa mesma forma, um trabalhador com o mesmo sal\u00e1rio acima especificado, se tivesse seus rendimentos corrigidos pelo IPCA desde 1999, teria uma diferen\u00e7a a receber de R$8.561,43 (oito mil, quinhentos e sessenta e um reais e quarenta e tr\u00eas centavos). Ou seja, a TR \u00e9 um indexador inid\u00f4neo que merece ser substitu\u00eddo para efetivo cumprimento dos preceitos da Lei n. 8.036/90.\nDOS JUROS DE MORA Independentemente da incid\u00eancia dos juros de capitaliza\u00e7\u00e3o assegurados pela Lei \u2013 que \u00e9 de 6% ao ano aos que optaram pelo fundo at\u00e9 a data de 22.09.71 (de acordo com a Lei n\u00ba 5.107/66 instituidora do FGTS, o artigo 11, par\u00e1grafo 3\u00ba da Lei 7.839/89 e o artigo 13, \u00a7 3\u00ba da Lei 8.036/90 e de 3% ao ano para todos os demais (artigo 13, caput da Lei 8.036/90)\u2013 as diferen\u00e7as devidas aos substitu\u00eddos devem ser majoradas com a incid\u00eancia de juros de mora, nos moldes previstos pelo C\u00f3digo Civil.\n3. DO PEDIDO DE EXIBI\u00c7\u00c3O DE DOCUMENTOS Para que seja efetuado o c\u00e1lculo dos valores a serem pagos \u00e0 parte Autora, bem como, seja realizado o c\u00e1lculo correto do valor da causa, torna-se necess\u00e1rio o acesso a todos os extratos das suas contas de FGTS desde a data de abertura de cada uma das contas. Todavia, a Caixa Econ\u00f4mica Federal, por diversos meios, vem obstaculizando a obten\u00e7\u00e3o dos documentos necess\u00e1rios. Rua Irm\u00e3os Rudeck, n\u00ba 185, Ed. Sonda, 2\u00ba Andar, Centro, Fraiburgo \u2013 SC, CEP 89.580-000 19 Fone/Fax (49) 3246-3138 e 3246-7747, e-mail: contato@damadvogados.com.br\n\n\fVale sinalar, preventivamente, que apesar de a CEF disponibilizar em seu site alguns extratos de FGTS, os extratos referentes a contas de FGTS mais antigas ou, cujos saldos j\u00e1 foram sacados, n\u00e3o est\u00e3o dispon\u00edveis pela internet.\nDessa forma, torna-se necess\u00e1ria a intima\u00e7\u00e3o da CEF para que apresente extratos anal\u00edtico de todas as contas de FGTS da parte Autora desde a data de inicio de cada contrato de emprego at\u00e9 a presente data.\nNesse ponto, destaca-se que a Caixa Econ\u00f4mica Federal \u00e9 respons\u00e1vel pela apresenta\u00e7\u00e3o de todos os extratos de contas de FGTS inclusive, em rela\u00e7\u00e3o aos per\u00edodos anteriores a transposi\u00e7\u00e3o das contas para a Caixa Econ\u00f4mica Federal.\nTal entendimento tamb\u00e9m j\u00e1 restou consolidado pela jurisprud\u00eancia do STJ, segundo o qual, a responsabilidade pela apresenta\u00e7\u00e3o dos extratos anal\u00edticos \u00e9 da CEF, enquanto gestora do FGTS, com amplo acesso aos documentos relacionados ao Fundo. Tal tese foi consolidada com o julgamento do REsp 1.108.034/RN, submetido ao regime do art. 543-C do CPC/1973 (artigo 1036 do CPC/2015). Nesse sentido \u00e9 a s\u00famula 514 do STJ:\n\u201cA CEF \u00e9 respons\u00e1vel pelo fornecimento dos extratos das contas individualizadas vinculadas ao FGTS dos Trabalhadores participantes do Fundo de Garantia do Tempo de Servi\u00e7o, inclusive para fins de exibi\u00e7\u00e3o em ju\u00edzo, independentemente do per\u00edodo em discuss\u00e3o\u201d.\nNa mesma esteira, a jurisprud\u00eancia do TRF4:\nPROCESSUAL CIVIL. FGTS. EXTRATO ANAL\u00cdTICO ANTERIOR \u00c0 MIGRA\u00c7\u00c3O DAS CONTAS FUNDI\u00c1RIAS. APRESENTA\u00c7\u00c3O EM JU\u00cdZO. RESPONSABILIDADE DA CAIXA ECON\u00d4MICA FEDERAL. OBRIGA\u00c7\u00c3O DE TRATO SUCESSIVO. PRESCRI\u00c7\u00c3O. 1. A Caixa Econ\u00f4mica Federal \u00e9 respons\u00e1vel pela apresenta\u00e7\u00e3o, em ju\u00edzo, dos extratos anal\u00edticos anteriores \u00e0 migra\u00e7\u00e3o da contas fundi\u00e1rias. 2. Sendo os dep\u00f3sitos fundi\u00e1rios uma obriga\u00e7\u00e3o de trato sucessivo, os bancos deposit\u00e1rios devem fornecer os extratos dos per\u00edodos n\u00e3o prescritos. 3. Agravo improvido. (TRF4 506090151.2011.404.7100, Terceira Turma, Relator p/ Ac\u00f3rd\u00e3o Carlos Eduardo Thompson Flores Lenz, D.E. 02/08/2012)\nAli\u00e1s, sendo os extratos prova essencial \u00e0 instru\u00e7\u00e3o do feito, a sua apresenta\u00e7\u00e3o tamb\u00e9m tem amparo no art. 370 do CPC:\nRua Irm\u00e3os Rudeck, n\u00ba 185, Ed. Sonda, 2\u00ba Andar, Centro, Fraiburgo \u2013 SC, CEP 89.580-000 20 Fone/Fax (49) 3246-3138 e 3246-7747, e-mail: contato@damadvogados.com.br\n\n\fArt. 370. Caber\u00e1 ao juiz, de of\u00edcio ou a requerimento da parte, determinar as provas necess\u00e1rias ao julgamento do m\u00e9rito.\nDeste modo, a parte autora requerer a exibi\u00e7\u00e3o dos extratos anal\u00edticos de todas as suas contas de FGTS, na forma do no art. 370 do CPC, art. 11, da Lei 10.259/01, art. 7\u00ba, I, da Lei 8.036/90, arts. 23 e 24, do Decreto 99.684/90 e art. 10, da LC 110/01.\n4. DO PEDIDO EM FACE AO EXPOSTO, requer a Vossa Excel\u00eancia: a) A concess\u00e3o do benef\u00edcio da GRATUIDADE DA JUSTI\u00c7A, tendo em vista que a parte Autora n\u00e3o tem como suportar as custas judiciais sem o preju\u00edzo de seu sustento e de sua fam\u00edlia; b) A intima\u00e7\u00e3o da Caixa Econ\u00f4mica Federal para que apresente extratos anal\u00edticos de todas as contas de FGTS da parte Autora; c) A cita\u00e7\u00e3o da requerida para, querendo, apresentar defesa dos termos da lei, advertida das san\u00e7\u00f5es de confiss\u00e3o e revelia; d) A n\u00e3o realiza\u00e7\u00e3o de audi\u00eancia de concilia\u00e7\u00e3o, ante a inefic\u00e1cia do procedimento, tendo em vista o not\u00f3rio e reiterado posicionamento da Caixa Econ\u00f4mica Federal em sentido contr\u00e1rio ao pedido apresentado pela parte Autora; e) A produ\u00e7\u00e3o de todos os meios de provas em direito admitidos, em especial o documental; f) O julgamento da demanda com TOTAL PROCED\u00caNCIA para:\ne.1) declarar inconstitucional a express\u00e3o \u201ccom base nos par\u00e2metros fixados para atualiza\u00e7\u00e3o dos saldos dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a\u201d do caput do art. 13 da Lei Federal n\u00ba 8.036/1990 e o caput do art. 17 da Lei Federal n\u00ba 8.177/1991 \u2013 dispositivos os quais imp\u00f5em a corre\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos nas contas vinculadas do FGTS pela Taxa Referencial (TR);\nRua Irm\u00e3os Rudeck, n\u00ba 185, Ed. Sonda, 2\u00ba Andar, Centro, Fraiburgo \u2013 SC, CEP 89.580-000 21 Fone/Fax (49) 3246-3138 e 3246-7747, e-mail: contato@damadvogados.com.br\n\n\fe.2) que a partir de 1999 a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria das contas de FGTS deixe de ser feita pela TR, passando a ser realizada pelo INPC ou pelo IPCA, eis que estes s\u00e3o capazes de refletir a infla\u00e7\u00e3o, com o consequente pagamento, em favor da parte autora, do valor correspondente \u00e0s diferen\u00e7as do FGTS decorrentes da aplica\u00e7\u00e3o do INPC ou IPCA aos valores vinculados, nos meses em que a TR foi menor que a infla\u00e7\u00e3o do per\u00edodo (parcelas vencidas e vincendas);\ne.3) sobre os valores devidos pela condena\u00e7\u00e3o de que tratam os itens anteriores, a incid\u00eancia de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria desde a inadimpl\u00eancia da Caixa, bem como os juros legais, observando aqueles pr\u00f3prios do FGTS e os juros do c\u00f3digo civil quando tenha ocorrido saque do FGTS em qualquer uma das hip\u00f3teses da previstas no art. 20 da Lei 036/90.\ng) Condenar a r\u00e9 ao pagamento das custas e honor\u00e1rios advocat\u00edcios, em valor a ser arbitrado por este Ju\u00edzo.\nD\u00e1-se \u00e0 causa o valor de R$ 1.100,00 (um mil e cem reais).\nTermos em que pede e espera deferimento. Fraiburgo (SC), 03 de maio de 2021.\n\nDARCISIO ANT\u00d4NIO M\u00dcLLER OAB/SC 17.504\n(assinado digitalmente)\n\nD\u00c9BORA MARIE BUTCI OAB/SC 23.425\n(assinado digitalmente)\n\nDAIANNA HELO\u00cdSE HOEPFNER OAB/SC 30.851\n(assinado digitalmente)\nRua Irm\u00e3os Rudeck, n\u00ba 185, Ed. Sonda, 2\u00ba Andar, Centro, Fraiburgo \u2013 SC, CEP 89.580-000 22 Fone/Fax (49) 3246-3138 e 3246-7747, e-mail: contato@damadvogados.com.br\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 2 (Solon) - IdDocumentoCompleto: 5003487-19.2021.4.04.7206-721620299541970151991219132878", "text": "EXCELENT\u00cdSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA __ VARA DO JU\u00cdZADO ESPECIAL FEDERAL C\u00cdVEL DE CA\u00c7ADOR, SE\u00c7\u00c3O JUDICI\u00c1RIA DE SANTA CATARINA\n\nJOS\u00c9 MARIA CARDOSO, j\u00e1 cadastrado eletronicamente, por seus procuradores, infra-assinados, nos termos do instrumento de mandato em anexo, com escrit\u00f3rio profissional na Rua Irm\u00e3os Rudeck, n\u00ba 185, 2\u00ba andar, Edif\u00edcio Sonda, Centro, Fraiburgo \u2013 SC, onde recebem intima\u00e7\u00f5es, vem, com o devido e habitual respeito perante Vossa Excel\u00eancia, propor a presente\n\nA\u00c7\u00c3O DE REVIS\u00c3O E COBRAN\u00c7A DE DIFEREN\u00c7AS DE CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA DO FGTS\n\nem face da CAIXA ECON\u00d4MICA FEDERAL, tamb\u00e9m j\u00e1 devidamente cadastrada eletronicamente, pelos seguintes fundamentos de fato e de direito:\n\n1. DOS FATOS:\n\nA parte Autora \u00e9 optante do Fundo de Garantia do Tempo de\n\nServi\u00e7o \u2013 FGTS, possuindo algumas contas vinculadas ao FGTS ao longo\n\nde sua vida laboral, conforme c\u00f3pias das Carteiras de Trabalho e\n\nPrevid\u00eancia Social em anexo.\n\nOcorre que a Caixa Econ\u00f4mica Federal vem lesando o\n\nDemandante desde 1991, ao aplicar ao saldo das contas de FGTS, como\n\n\u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, a Taxa Referencial (TR).\n\nIsso porque, a Lei n\u00ba 8.036/90, que rege o Fundo de\n\nGarantia do Tempo de Servi\u00e7o, prev\u00ea que a Caixa Econ\u00f4mica Federal\n\ndeve depositar nas contas de FGTS a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e os juros\n\nRua Irm\u00e3os Rudeck, n\u00ba 185, Ed. Sonda, 2\u00ba Andar, Centro, Fraiburgo \u2013 SC, CEP 89.580-000\n\n1\n\nFone/Fax (49) 3246-3138 e 3246-7747, e-mail: contato@damadvogados.com.br\n\n\fdevidos, sendo que a Lei 8.177/91 prev\u00ea que, a partir de fevereiro de 1991, o FGTS deve ser remunerado pela taxa aplic\u00e1vel \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a e pelas taxas de juros previstas na legisla\u00e7\u00e3o do FGTS em vigor, sendo essas taxas de juros, consideradas como adicionais \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o pela taxa aplic\u00e1vel \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a.\nOcorre que, a taxa aplic\u00e1vel \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a desde 1991 \u00e9 a Taxa Referencial - TR, que, conforme j\u00e1 decidido pelo STF, adiante demonstrado, n\u00e3o \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria (ao passo que n\u00e3o reflete a infla\u00e7\u00e3o do per\u00edodo).\nDessa forma, desde 1991 a Caixa Econ\u00f4mica Federal deixou de aplicar \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria as contas de FGTS, aplicando apenas os juros remunerat\u00f3rios consistentes na taxa referencial acrescida dos juros legais previstos na legisla\u00e7\u00e3o do FGTS.\nLogo, considerando que a TR n\u00e3o reflete a infla\u00e7\u00e3o, e que desde 1999 se encontra progressivamente abaixo dos \u00edndices inflacion\u00e1rios, com diferen\u00e7a de at\u00e9 6% ao ano, a utiliza\u00e7\u00e3o dos \u00edndices da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, vem causando s\u00e9rios preju\u00edzos ao trabalhador.\nDessa forma, imp\u00f5e-se ao Poder Judici\u00e1rio que, reconhecendo a ilegalidade da aplica\u00e7\u00e3o da taxa referencial \u00e0s contas do FGTS dos substitu\u00eddos, determine \u00e0 Caixa a correta recomposi\u00e7\u00e3o dos cr\u00e9ditos depositados nas referidas contas, nos termos da fundamenta\u00e7\u00e3o a seguir, bem como que efetue o pagamento das respectivas diferen\u00e7as, a serem apuradas em liquida\u00e7\u00e3o de senten\u00e7a.\nPor tais motivos \u00e9 que a parte Autora ingressa com a presente demanda.\n2. DO DIREITO DO FUNDO DE GARANTIA DO TEMPO DE SERVI\u00c7O \u2013 FGTS:\n\nRua Irm\u00e3os Rudeck, n\u00ba 185, Ed. Sonda, 2\u00ba Andar, Centro, Fraiburgo \u2013 SC, CEP 89.580-000\n\n2\n\nFone/Fax (49) 3246-3138 e 3246-7747, e-mail: contato@damadvogados.com.br\n\n\fA Constitui\u00e7\u00e3o Federal garante ao trabalhador, no t\u00f3pico referente aos direitos sociais a forma\u00e7\u00e3o de um Fundo de Garantia do Tempo de Servi\u00e7o \u2013 FGTS (art. 7, inciso III).\nOu seja, o FGTS foi criado para proteger o trabalhador, com a garantia de que ter\u00e1 uma reserva financeira em casos de necessidade, como no desemprego involunt\u00e1rio, ou para facilitar a aquisi\u00e7\u00e3o de im\u00f3vel ou ainda para garantir melhores condi\u00e7\u00f5es na velhice ou em caso de doen\u00e7a, como ocorre na hip\u00f3tese de aposentadoria.\nDessa forma, para que se efetive o intuito de proteger o trabalhador \u00e9 imperioso que os dep\u00f3sitos em conta de FGTS sejam atualizados por \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria que garanta a recupera\u00e7\u00e3o do valor da moeda frente ao processo inflacion\u00e1rio ocorrido durante o per\u00edodo em que o dinheiro trabalhador permaneceu aplicado na conta de FGTS.\nConforme pacificado pelo E. Tribunal Superior do Trabalho, sob o enfoque do v\u00ednculo trabalhador-empregador, \u201cos\nreferidos dep\u00f3sitos (de FGTS) constituem sal\u00e1rio diferido, pois ostentam condi\u00e7\u00e3o de \u00fanica prote\u00e7\u00e3o conferida ao obreiro em face da dispensa arbitr\u00e1ria ou sem justo motivo, nos termos dos artigos 7\u00ba, I, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal e 10, I, do ADCT. Isso porque, ao trabalhador subordinado que se v\u00ea abruptamente privado de sua fonte de sustento, a Lei n\u00b0 8.036/90, regulamentando os dispositivos constitucionais citados, garante o levantamento dos aludidos dep\u00f3sitos, acrescidos de uma indeniza\u00e7\u00e3o de 40%\u201d.1\nNesse sentido, \u00e9 incontest\u00e1vel que o FGTS \u00e9 cr\u00e9dito trabalhista, advindo da imposi\u00e7\u00e3o estatal da poupan\u00e7a for\u00e7ada, a fim de amparar o trabalhador em situa\u00e7\u00f5es excepcionais, como a despedida arbitr\u00e1ria, por exemplo.\nDiante disto, ao ser depositado na sua conta de FGTS, o valor passa a integrar o patrim\u00f4nio do trabalhador. Tal situa\u00e7\u00e3o n\u00e3o poderia ter outra interpreta\u00e7\u00e3o, na medida em que com o falecimento\n\n1 RR - 77600-06.2003.5.07.0024. 8\u00aa Turma do TST. Relatora Ministra Dora Maria da Costa. DJET de\n\n28/06/2010\n\nRua Irm\u00e3os Rudeck, n\u00ba 185, Ed. Sonda, 2\u00ba Andar, Centro, Fraiburgo \u2013 SC, CEP 89.580-000\n\n3\n\nFone/Fax (49) 3246-3138 e 3246-7747, e-mail: contato@damadvogados.com.br\n\n\fdo mesmo o eventual saldo n\u00e3o \u00e9 restitu\u00eddo \u00e0 empresa, mas repassado aos dependentes previdenci\u00e1rios, ou na falta destes, aos seus sucessores (art. 20, IV, da Lei Federal n\u00ba 8.036/90).\nPor consequ\u00eancia, sendo propriedade do trabalhador, incide a prote\u00e7\u00e3o constitucional do direito de propriedade (art. 5\u00ba, XXI, CF) e, diante desta perspectiva, ao impor a poupan\u00e7a for\u00e7ada do seu patrim\u00f4nio, os valores depositados em contas do FGTS, evidentemente, devem receber corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, a fim de garantir a pr\u00f3pria subsist\u00eancia do direito de propriedade.\nAcrescente-se a isso as singularidades do FGTS: cuida-se de um pec\u00falio constitucional obrigat\u00f3rio, n\u00e3o port\u00e1vel e com prazo indefinido. Ou seja, n\u00e3o h\u00e1 possibilidade do trabalhador titular de transferir seus recursos para aplica\u00e7\u00f5es mais rent\u00e1veis, mais bem geridas ou mais seguras. Logo, \u00e9 do n\u00facleo essencial do art. 7\u00ba, III, da CF/1988 que o Fundo de Garantia seja preservado, ao menos, da infla\u00e7\u00e3o.\nNessa perspectiva, o ministro Gilmar Mendes ao discorrer sobre o direito de propriedade e a quest\u00e3o monet\u00e1ria:\nConstitui aut\u00eantico tru\u00edsmo ressaltar que, hodiernamente, coexistem, lado a lado, o valor da moeda, conferido pelo Estado, e o seu valor de troca interno e externo. Enquanto o valor nominal da moeda se mostra inalter\u00e1vel, salvo decis\u00e3o em contr\u00e1rio do pr\u00f3prio Estado, o seu valor de troca sofre altera\u00e7\u00f5es intr\u00ednsecas em virtude do processo inflacion\u00e1rio ou de outros fatores que influem na sua rela\u00e7\u00e3o com outros padr\u00f5es monet\u00e1rios. [...] A amplitude conferida modernamente ao conceito constitucional de propriedade e a id\u00e9ia de que os valores de \u00edndole patrimonial, inclusive dep\u00f3sitos banc\u00e1rios e outros direitos an\u00e1logos, s\u00e3o abrangidos por essa garantia est\u00e3o a exigir, efetivamente, que eventual altera\u00e7\u00e3o do padr\u00e3o monet\u00e1rio seja contemplada, igualmente, como problema concernente \u00e0 garantia constitucional da propriedade.2\nCorroborando os argumentos acima expostos, o voto do Ministro Ayres Britto na ADI n\u00ba 4425/DF:\n\n2 MENDES, Gilmar Ferreira. COELHO, Inoc\u00eancio Martires. BRANCO, Paulo Gustavo Gonet. Curso de Direito\n\nConstitucional. 2\u00aa ed. S\u00e3o Paulo: Saraiva, 2008, p. 433-436.\n\nRua Irm\u00e3os Rudeck, n\u00ba 185, Ed. Sonda, 2\u00ba Andar, Centro, Fraiburgo \u2013 SC, CEP 89.580-000\n\n4\n\nFone/Fax (49) 3246-3138 e 3246-7747, e-mail: contato@damadvogados.com.br\n\n\f17. Insurg\u00eancia, a meu ver, que \u00e9 de ser acolhida quanto \u00e0 utiliza\u00e7\u00e3o do \u201c\u00edndice oficial de remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica da caderneta de poupan\u00e7a\u201d para a atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos d\u00e9bitos inscritos em precat\u00f3rio. \u00c9 que a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, consoante j\u00e1 defendi em artigo doutrin\u00e1rio, \u00e9 instituto jur\u00eddicoconstitucional, porque tema espec\u00edfico ou a pr\u00f3pria mat\u00e9ria de algumas normas figurantes do nosso Magno Texto, tracejadoras de um peculiar regime jur\u00eddico para ela. Instituto que tem o pagamento em dinheiro como fato-condi\u00e7\u00e3o de sua incid\u00eancia e, como objeto, a agrava\u00e7\u00e3o quantitativa desse mesmo pagamento. Agrava\u00e7\u00e3o, por\u00e9m, que n\u00e3o corresponde a uma sobrepaga, no sentido de constituir obriga\u00e7\u00e3o nova que se adiciona \u00e0 primeira, com o fito de favorecer uma das partes da rela\u00e7\u00e3o jur\u00eddica e desfavorecer a outra. N\u00e3o \u00e9 isso. Ao menos no plano dos fins a que visa a Constitui\u00e7\u00e3o, na mat\u00e9ria, ningu\u00e9m enriquece e ningu\u00e9m empobrece por efeito de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, porque a d\u00edvida que tem o seu valor nominal atualizado ainda \u00e9 a mesma d\u00edvida. Sendo assim, imp\u00f5e-se a compreens\u00e3o de que, com a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, a Constitui\u00e7\u00e3o manda que as coisas mudem..., para que nada mude; quero dizer: o objetivo constitucional \u00e9 mudar o valor nominal de uma dada obriga\u00e7\u00e3o de pagamento em dinheiro, para que essa mesma obriga\u00e7\u00e3o de pagamento em dinheiro n\u00e3o mude quanto ao seu valor real. \u00c9 ainda inferir: a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u00e9 instrumento de preserva\u00e7\u00e3o do valor real de um determinado bem, constitucionalmente protegido e redut\u00edvel a pec\u00fania. Valor real a preservar que \u00e9 sin\u00f4nimo de poder de compra ou \u201cpoder aquisitivo\u201d, tal como se v\u00ea na reda\u00e7\u00e3o do inciso IV do art. 7\u00ba da C.F., atinente ao instituto do sal\u00e1rio m\u00ednimo. E se se coloca assim na aplainada tela da Constitui\u00e7\u00e3o a imagem de um poder aquisitivo a resguardar, \u00e9 porque a express\u00e3o financeira do bem juridicamente protegido passa a experimentar, com o tempo, uma deteriora\u00e7\u00e3o ou perda de subst\u00e2ncia, por efeito, obviamente, do fato econ\u00f4mico gen\u00e9rico a que se d\u00e1 o nome de \u201cinfla\u00e7\u00e3o\u201d. Da\u00ed porque deixar de assegurar a continuidade desse valor real \u00e9, no fim das contas, desequilibrar a equa\u00e7\u00e3o econ\u00f4mico-financeira entre devedor e credor de uma dada obriga\u00e7\u00e3o de pagamento, em desfavor do \u00faltimo. 18. Com efeito, neste ponto de intelec\u00e7\u00e3o das coisas, nota-se que a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria se caracteriza, operacionalmente, pela citada aptid\u00e3o para manter um equil\u00edbrio econ\u00f4mico-financeiro entre sujeitos jur\u00eddicos. E falar de equil\u00edbrio econ\u00f4mico-financeiro entre partes jur\u00eddicas \u00e9, simplesmente, manter as respectivas pretens\u00f5es ou os respectivos interesses no estado em que primitivamente se encontravam. Pois n\u00e3o se trata de favorecer ou beneficiar ningu\u00e9m. O de que se cuida \u00e9 impedir que a perda do poder aquisitivo da moeda redunde no empobrecimento do credor e no correlato enriquecimento do devedor de uma dada obriga\u00e7\u00e3o de pagamento em dinheiro. Pelo que j\u00e1 se pode compreender melhor que a agrava\u00e7\u00e3o no \u201cquantum\u201d devido pelo sujeito passivo da rela\u00e7\u00e3o jur\u00eddica n\u00e3o \u00e9 propriamente qualitativa, mas t\u00e3o-somente quantitativa. A finalidade da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, enquanto instituto de\n\nRua Irm\u00e3os Rudeck, n\u00ba 185, Ed. Sonda, 2\u00ba Andar, Centro, Fraiburgo \u2013 SC, CEP 89.580-000\n\n5\n\nFone/Fax (49) 3246-3138 e 3246-7747, e-mail: contato@damadvogados.com.br\n\n\fDireito Constitucional, n\u00e3o \u00e9 deixar mais rico o benefici\u00e1rio, nem mais pobre o sujeito passivo de uma dada obriga\u00e7\u00e3o de pagamento. \u00c9 deix\u00e1-los tal como qualitativamente se encontravam, no momento em que se formou a rela\u00e7\u00e3o obrigacional. Da\u00ed me parecer correto ajuizar que a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria constitui verdadeiro direito subjetivo do credor, seja ele p\u00fablico, ou, ent\u00e3o, privado. N\u00e3o, por\u00e9m, uma nova categoria de direito subjetivo, superposta \u00e0quele de receber uma presta\u00e7\u00e3o obrigacional em dinheiro. O direito mesmo \u00e0 percep\u00e7\u00e3o da origin\u00e1ria paga \u00e9 que s\u00f3 existe em plenitude, se monetariamente corrigido. Donde a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria constituir-se em elemento do direito subjetivo \u00e0 percep\u00e7\u00e3o de uma determinada paga (integral) em dinheiro. N\u00e3o h\u00e1 dois direitos, portanto, mas um \u00fanico direito de receber, corrigidamente, um valor em dinheiro. Pois que, sem a corre\u00e7\u00e3o, o titular do direito s\u00f3 o recebe mutilada ou parcialmente. Enquanto o sujeito passivo da obriga\u00e7\u00e3o, correlatamente, dessa obriga\u00e7\u00e3o apenas se desincumbe de modo reduzido. 19. Conv\u00e9m insistir no racioc\u00ednio. Se h\u00e1 um direito subjetivo \u00e0 corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria de determinado cr\u00e9dito, direito que, como visto, n\u00e3o difere do cr\u00e9dito origin\u00e1rio, fica evidente que o reajuste h\u00e1 de corresponder ao preciso \u00edndice de desvaloriza\u00e7\u00e3o da moeda, ao cabo de um certo per\u00edodo; quer dizer, conhecido que seja o \u00edndice de deprecia\u00e7\u00e3o do valor real da moeda \u2013 a cada per\u00edodo legalmente estabelecido para a respectiva medi\u00e7\u00e3o \u2013 , \u00e9 ele que por inteiro vai recair sobre a express\u00e3o financeira do instituto jur\u00eddico protegido com a cl\u00e1usula de permanente atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. \u00c9 o mesmo que dizer: medido que seja o tamanho da infla\u00e7\u00e3o num dado per\u00edodo, tem-se, naturalmente, o percentual de defasagem ou de efetiva perda de poder aquisitivo da moeda que vai servir de crit\u00e9rio matem\u00e1tico para a necess\u00e1ria preserva\u00e7\u00e3o do valor real do bem ou direito constitucionalmente protegido.\nNessa esteira, a n\u00e3o aplica\u00e7\u00e3o de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria\nid\u00f4nea a refletir o processo inflacion\u00e1rio acaba por ferir de morte\no direito de propriedade do trabalhador, tendo em vista que seus\ndep\u00f3sitos na conta de FGTS n\u00e3o podem ser sacados a qualquer momento,\nacarretando em enriquecimento il\u00edcito da Caixa Econ\u00f4mica Federal,\nque no final das contas ir\u00e1 lucrar com o empobrecimento do\ntrabalhador.\nAli\u00e1s, o FGTS foi criado para proteger o trabalhador, com\na garantia de que ter\u00e1 uma reserva financeira em casos de\nnecessidade. Ora, se o trabalhador n\u00e3o possui livre disposi\u00e7\u00e3o da\nsua reserva financeira, somente podendo dispor dela em momento\nposterior, a n\u00e3o incid\u00eancia de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria capaz de refletir\n\nRua Irm\u00e3os Rudeck, n\u00ba 185, Ed. Sonda, 2\u00ba Andar, Centro, Fraiburgo \u2013 SC, CEP 89.580-000\n\n6\n\nFone/Fax (49) 3246-3138 e 3246-7747, e-mail: contato@damadvogados.com.br\n\n\fa infla\u00e7\u00e3o obviamente acarreta em preju\u00edzo flagrante do seu direito de propriedade.\nDessa forma, para que se efetive o intuito de proteger o trabalhador \u00e9 imperioso que os dep\u00f3sitos em conta de FGTS sejam atualizados por \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria que garanta a recupera\u00e7\u00e3o do valor da moeda frente ao processo inflacion\u00e1rio ocorrido durante o per\u00edodo em que o dinheiro trabalhador permaneceu aplicado na conta de FGTS.\n\nDA INCONSTITUCIONALIDADE DA UTILIZA\u00c7\u00c3O DA TAXA REFERENCIAL (TR) COMO CRIT\u00c9RIO DE CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA: O Fundo de Garantia por Tempo de Servi\u00e7o (FGTS) foi institu\u00eddo pela Lei n. 5.170, de 13 de setembro de 1966, e \u00e9 composto de recursos captados no setor privado e administrados pela Caixa Econ\u00f4mica Federal, possuindo como principal finalidade a prote\u00e7\u00e3o dos trabalhadores demitidos sem justa causa. Atualmente, o FGTS \u00e9 regido pela Lei n. 8.036, de 11 de maio de 1990, a qual delegou \u00e0 institui\u00e7\u00e3o financeira r\u00e9 a qualidade de agente operador do fundo, cabendo-lhe, al\u00e9m das atribui\u00e7\u00f5es previstas em seu artigo 7\u00ba, realizar a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos fundos de todos os trabalhadores, bem como remuner\u00e1-los com juros, nos termos dos caputs dos artigos 2\u00ba e 13 da Lei n. 8.036/90 e no art. 17 da Lei 8.177/91, in verbis:\n\nLei Federal n\u00ba 8.036/1990: Art. 2\u00ba O FGTS \u00e9 constitu\u00eddo pelos saldos das contas vinculadas a que se refere esta lei e outros recursos a ele incorporados, devendo ser aplicados com atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e juros, de modo a assegurar a cobertura de suas obriga\u00e7\u00f5es.\nArt. 13. Os dep\u00f3sitos efetuados nas contas vinculadas ser\u00e3o corrigidos monetariamente com base nos par\u00e2metros fixados para atualiza\u00e7\u00e3o dos saldos dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a e capitaliza\u00e7\u00e3o juros de (tr\u00eas) por cento ao ano. (...)\n\nLei Federal n\u00ba 8.177/1991\n\nRua Irm\u00e3os Rudeck, n\u00ba 185, Ed. Sonda, 2\u00ba Andar, Centro, Fraiburgo \u2013 SC, CEP 89.580-000\n\n7\n\nFone/Fax (49) 3246-3138 e 3246-7747, e-mail: contato@damadvogados.com.br\n\n\fArt. 17. A partir de fevereiro de 1991, os saldos das contas do Fundo de Garantia por Tempo de Servi\u00e7o (FGTS) passam a ser remunerados pela taxa aplic\u00e1vel \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a com data de anivers\u00e1rio no dia 1\u00b0, observada a periodicidade mensal para remunera\u00e7\u00e3o. Par\u00e1grafo \u00fanico. (...) (grifado)\n\n\u00edndices:\n\nEm suma, os saldos das contas de FGTS s\u00e3o sujeito a dois\na) O primeiro \u00e9 o \u00edndice de 3% ao ano, referente a capitaliza\u00e7\u00e3o de juros, prevista no final do caput art. 13 da Lei 8.036/90; e b) O segundo \u00edndice, que deveria ser o respons\u00e1vel pela atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, \u00e9 aquele equivalente aos \u201cpar\u00e2metros fixados para atualiza\u00e7\u00e3o dos saldos dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a\u201d (caput art. 13 da Lei 8.036/90), o qual, desde a edi\u00e7\u00e3o do art. 17, caput, da Lei Federal n\u00ba 8.177/1991, \u00e9 a Taxa Referencial (TR).\n\nNo entanto, a ado\u00e7\u00e3o da Taxa Referencial como crit\u00e9rio de\n\natualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria n\u00e3o \u00e9 capaz atualmente de refletir idoneamente\n\no fen\u00f4meno inflacion\u00e1rio. Um dos motivos se d\u00e1 pela altera\u00e7\u00e3o que a\n\nTR foi sofrendo ao longo do tempo. Inicialmente, a TR foi criada\n\npara remunerar as cadernetas de poupan\u00e7a com a expectativa de\n\ninfla\u00e7\u00e3o futura no per\u00edodo de aplica\u00e7\u00e3o, no lugar da infla\u00e7\u00e3o\n\npassada. Desindexava-se, assim, a caderneta de poupan\u00e7a (principal\n\nativo financeiro na \u00e9poca) dos \u00edndices de infla\u00e7\u00e3o passada.\n\nOcorre que anteriormente \u00e0 Lei n\u00ba 8.981/95, o imposto de\n\nrenda incidente sobre as aplica\u00e7\u00f5es financeiras tinha como base de\n\nc\u00e1lculo apenas o \u201crendimento real\u201d, isto \u00e9, acima da infla\u00e7\u00e3o, e\n\ndiversos foram os \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria utilizados pelo\n\nFisco (OTN, BTN, BTN-fiscal e, por fim, UFIR) para identificar o\n\n\u201crendimento real\u201d. Todavia, com a edi\u00e7\u00e3o da referida lei, passou-se\n\na incidir o imposto de renda sobre a remunera\u00e7\u00e3o total das\n\naplica\u00e7\u00f5es.\n\nNesse sentido, a fim de evitar uma transfer\u00eancia em massa\n\nde capitais investidos em t\u00edtulos p\u00fablicos e privados para a\n\ncaderneta de poupan\u00e7a, alterou-se a metodologia de c\u00e1lculo da TR\n\n(Resolu\u00e7\u00e3o CMN 2.604, de 23/04/1999), desvinculando-se inclusive da\n\ninfla\u00e7\u00e3o futura, foco inicial da TR.\n\nRua Irm\u00e3os Rudeck, n\u00ba 185, Ed. Sonda, 2\u00ba Andar, Centro, Fraiburgo \u2013 SC, CEP 89.580-000\n\n8\n\nFone/Fax (49) 3246-3138 e 3246-7747, e-mail: contato@damadvogados.com.br\n\n\fDiante do exposto, pede-se v\u00eania para expor o entendimento j\u00e1 exarado pelo Egr\u00e9gio Supremo Tribunal Federal em sede de controle concentrado de constitucionalidade no sentido de que a TR n\u00e3o mais reflete idoneamente o fen\u00f4meno inflacion\u00e1rio. Veja-se trecho do voto do Ministro Ayres Britto na ADI n\u00ba 4425:\n\n20.O que determinou, no entanto, a Emenda Constitucional n\u00ba 62/2009?\n\nQue a atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos valores inscritos em precat\u00f3rio, ap\u00f3s sua\n\nexpedi\u00e7\u00e3o e at\u00e9 o efetivo pagamento, se dar\u00e1 pelo \u201c\u00edndice oficial de\n\nremunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica da caderneta de poupan\u00e7a\u201d. \u00cdndice que, segundo j\u00e1\n\nassentou este Supremo Tribunal Federal na ADI 493, n\u00e3o reflete a perda de\n\npoder aquisitivo da moeda . 9 Cito passagem do minucioso voto do Ministro\n\nMoreira Alves:\n\n\u201cComo se v\u00ea, a TR \u00e9 a taxa que resulta, com a utiliza\u00e7\u00e3o das complexas e\n\nsucessivas f\u00f3rmulas contidas na Resolu\u00e7\u00e3o n\u00ba 1085 do Conselho Monet\u00e1rio\n\nNacional, do c\u00e1lculo da taxa m\u00e9dia ponderada da remunera\u00e7\u00e3o dos\n\nCDB/RDB das vinte institui\u00e7\u00f5es selecionadas, expurgada esta de dois por\n\ncento que representam genericamente o valor da tributa\u00e7\u00e3o e da \u201etaxa real\n\nhist\u00f3rica de juros da economia\u201f embutidos nessa remunera\u00e7\u00e3o. Seria a TR\n\n\u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, e, portanto, \u00edndice de desvaloriza\u00e7\u00e3o da\n\nmoeda, se inequivocamente essa taxa m\u00e9dia ponderada da remunera\u00e7\u00e3o\n\ndos CDB/RDB com o expurgo de 2% fosse constitu\u00edda apenas do valor\n\ncorrespondente \u00e0 desvaloriza\u00e7\u00e3o esperada da moeda em virtude da\n\ninfla\u00e7\u00e3o. Em se tratando, por\u00e9m, de taxa de remunera\u00e7\u00e3o de t\u00edtulos para\n\nefeito de capta\u00e7\u00e3o de recursos por parte de entidades financeiras, isso n\u00e3o\n\nocorre por causa dos diversos fatores que influem na fixa\u00e7\u00e3o do custo do\n\ndinheiro a ser captado. (...) A varia\u00e7\u00e3o dos valores das taxas desse custo\n\nprefixados por essas entidades decorre de fatores econ\u00f4micos v\u00e1rios,\n\ninclusive peculiares a cada uma delas (assim, suas necessidades de\n\nliquidez) ou comuns a todas (como, por exemplo, a concorr\u00eancia com outras\n\nfontes de capta\u00e7\u00e3o de dinheiro, a pol\u00edtica de juros adotada pelo Banco\n\nCentral, a maior ou menor oferta de moeda), e fatores esses que nada t\u00eam\n\nque ver com o valor de troca da moeda, mas, sim \u2013 o que \u00e9 diverso -, com o\n\ncusto da capta\u00e7\u00e3o desta.\u201d\n\n21.O que se conclui, portanto, \u00e9 que o \u00a7 12 do art. 100 da Constitui\u00e7\u00e3o\n\nacabou por artificializar o conceito de atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. Conceito\n\nque est\u00e1 ontologicamente associado \u00e0 manuten\u00e7\u00e3o do valor real da\n\nmoeda. Valor real que s\u00f3 se mant\u00e9m pela aplica\u00e7\u00e3o de \u00edndice que\n\nreflita a desvaloriza\u00e7\u00e3o dessa moeda em determinado per\u00edodo. Ora, se\n\na corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos valores inscritos em precat\u00f3rio deixa de\n\ncorresponder \u00e0 perda do poder aquisitivo da moeda, o direito reconhecido\n\npor senten\u00e7a judicial transitada em julgado ser\u00e1 satisfeito de forma\n\nexcessiva ou, de rev\u00e9s, deficit\u00e1ria. Em ambas as hip\u00f3teses, com\n\nenriquecimento il\u00edcito de uma das partes da rela\u00e7\u00e3o jur\u00eddica. E n\u00e3o \u00e9 dif\u00edcil\n\nconstatar que a parte prejudicada, no caso, ser\u00e1, quase que\n\nRua Irm\u00e3os Rudeck, n\u00ba 185, Ed. Sonda, 2\u00ba Andar, Centro, Fraiburgo \u2013 SC, CEP 89.580-000\n\n9\n\nFone/Fax (49) 3246-3138 e 3246-7747, e-mail: contato@damadvogados.com.br\n\n\finvariavelmente, o credor da Fazenda P\u00fablica. Basta ver que, nos \u00faltimos quinze anos (1996 a 2010), enquanto a TR (taxa de remunera\u00e7\u00e3o da poupan\u00e7a) foi de 55,77%, a infla\u00e7\u00e3o foi de 97,85%, de acordo com o IPCA. 22.N\u00e3o h\u00e1 como, portanto, deixar de reconhecer a inconstitucionalidade da norma atacada, na medida em que a fixa\u00e7\u00e3o da remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica da caderneta de poupan\u00e7a como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos valores inscritos em precat\u00f3rio implica indevida e intoler\u00e1vel constri\u00e7\u00e3o \u00e0 efic\u00e1cia da atividade jurisdicional. Uma afronta \u00e0 garantia da coisa julgada e, por reverbera\u00e7\u00e3o, ao protoprinc\u00edpio da separa\u00e7\u00e3o dos Poderes.\nAdemais, h\u00e1 de se relembrar que a TR \u00e9 fixada ex ante, ou\nseja, a partir de crit\u00e9rios t\u00e9cnicos que n\u00e3o levam em conta a\ndesvaloriza\u00e7\u00e3o da moeda empiricamente realizada.\nNesse sentido, transcrevem-se trechos do brilhante voto\ndo Ministro Luiz Fux ao julgar o Tema 810 desta Egr\u00e9gia Corte:\nNota-se, pois, que a remunera\u00e7\u00e3o da caderneta de poupan\u00e7a \u2013 diferentemente de qualquer outro \u00edndice oficial de infla\u00e7\u00e3o \u2013 \u00e9 sempre prefixada, seja na parte j\u00e1 prevista na lei (0,5% ao m\u00eas ou 70% da meta da taxa Selic ao ano, consoante as hip\u00f3teses do inciso II), seja na parte fixada pelo Banco Central (a Taxa Referencial relativa \u00e0 respectiva data de anivers\u00e1rio, na forma do inciso I, atualmente calculada com base em CDBs e RDBs prefixados). Essa circunst\u00e2ncia deixa patente a desvincula\u00e7\u00e3o entre a evolu\u00e7\u00e3o dos pre\u00e7os da economia e a remunera\u00e7\u00e3o da caderneta de poupan\u00e7a, o que a impede de caracterizar-se, quer sob o \u00e2ngulo formal (l\u00f3gico-conceitual) quer sob o \u00e2ngulo material (t\u00e9cnicometodol\u00f3gico), como term\u00f4metro da infla\u00e7\u00e3o. [...] Em terceiro lugar, a inidoneidade se manifesta em perspectiva hist\u00f3ricojurisprudencial. O pr\u00f3prio Supremo Tribunal Federal j\u00e1 decidiu que a TR n\u00e3o \u00e9, em abstrato, id\u00f4nea a capturar a perda do poder aquisitivo da moeda. Ao julgar a ADI n\u00ba 493, o plen\u00e1rio desta Corte entendeu que o aludido \u00edndice n\u00e3o foi criado para captar a varia\u00e7\u00e3o de pre\u00e7os na economia. Eis trecho esclarecedor da ementa e do voto condutor do ac\u00f3rd\u00e3o, lavrado pelo Min. Moreira Alves: Ementa: (\u2026) A taxa referencial (TR) n\u00e3o \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, pois, refletindo as varia\u00e7\u00f5es do custo prim\u00e1rio da capta\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos a prazo fixo, n\u00e3o constitui \u00edndice que reflita a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda. Trecho do Voto: \u201c(...) o \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u00e9 um n\u00famero-\u00edndice que traduz, o mais aproximadamente poss\u00edvel, a perda do valor de troca da moeda, mediante compara\u00e7\u00e3o, entre os extremos de determinado per\u00edodo,\nRua Irm\u00e3os Rudeck, n\u00ba 185, Ed. Sonda, 2\u00ba Andar, Centro, Fraiburgo \u2013 SC, CEP 89.580-000 10 Fone/Fax (49) 3246-3138 e 3246-7747, e-mail: contato@damadvogados.com.br\n\n\fda varia\u00e7\u00e3o do pre\u00e7o de certos bens (mercadorias, servi\u00e7os, sal\u00e1rios, etc.), para a revis\u00e3o do pagamento de obriga\u00e7\u00f5es que dever\u00e1 ser feito na medida dessa varia\u00e7\u00e3o. (\u2026) \u00c9, pois, um \u00edndice que se destina a determinar o valor de troa da moeda, e que, por isso mesmo, s\u00f3 pode se calculado com base em fatores econ\u00f4micos exclusivamente ligados a esse valor. Por isso, \u00e9 um \u00edndice neutro, que n\u00e3o admite, para seu c\u00e1lculo, se levem em considera\u00e7\u00e3o fatores outros que n\u00e3o os acima referidos. (\u2026) n\u00e3o \u00e9 isso que ocorre com a Taxa Referencial (TR), que n\u00e3o \u00e9 o \u00edndice de determina\u00e7\u00e3o do valor de troca da moeda, mas, ao contr\u00e1rio, \u00edndice que exprime a taxa m\u00e9dia ponderada do custo de capta\u00e7\u00e3o da moeda por entidades financeiras para sua posterior aplica\u00e7\u00e3o por estas. A varia\u00e7\u00e3o dos valores das taxas desse custo prefixados por essas entidades decorre de fatores econ\u00f4micos v\u00e1rios, inclusive peculiares a cada uma delas (assim, suas necessidades de liquidez) ou comuns a todas (como, por exemplo, a concorr\u00eancia com outras fontes de capta\u00e7\u00e3o de dinheiro, a pol\u00edtica de juros adotada pelo Banco Central, a maior ou menor oferta de moeda), e fatores esses que nada t\u00eam a ver com o valor de troca da moeda, mas, sim \u2013 o que \u00e9 diverso -, com o custo da capta\u00e7\u00e3o desta. Na forma\u00e7\u00e3o desse custo, n\u00e3o entra sequer a desvaloriza\u00e7\u00e3o da moeda (sua perda de valor de troca), que \u00e9 a j\u00e1 ocorrida, mas \u2013 o que \u00e9 expectativa com os riscos de um verdadeiro jogo \u2013 a previs\u00e3o da desvaloriza\u00e7\u00e3o da moeda que poder\u00e1 ocorrer\u201d. (ADI n\u00ba 493, rel. Min. Moreira Alves, Tribunal Pleno, j. em 25/06/1992, DJ 04-09-1992)\nNo mesmo sentido se manifestou o Ministro Celso de Mello:\n\u201cO car\u00e1ter eminentemente remunerat\u00f3rio da TR foi reconhecido, de modo expresso, pela pr\u00f3pria Lei n\u00ba 8.177/91 em seus arts. 12, 17 e 39. Esse aspecto \u2013 que assume ineg\u00e1vel essencialidade na an\u00e1lise do tema \u2013 revelase bastante para descaracterizar a pretendida natureza da TR como \u00edndice de atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria\u201d. (ADI n\u00ba 493, rel. Min. Moreira Alves, Tribunal Pleno, j. em 25/06/1992, DJ 04-09-1992) Mais recentemente, no julgamento das ADIs n\u00ba 4.357 e 4.425, o Supremo Tribunal Federal reiterou essa compreens\u00e3o ao pontuar a inidoneidade prima facie da remunera\u00e7\u00e3o da caderneta de poupan\u00e7a para mensurar o fen\u00f4meno inflacion\u00e1rio, como ficou registrado na ementa: \u201c(...) a infla\u00e7\u00e3o, fen\u00f4meno tipicamente econ\u00f4mico monet\u00e1rio, mostra-se insuscet\u00edvel de capta\u00e7\u00e3o aprior\u00edstica (ex ante), de modo que o meio escolhido pelo legislador constituinte (remunera\u00e7\u00e3o da caderneta de poupan\u00e7a) \u00e9 inid\u00f4neo a promover o fim a que se destina (traduzir a infla\u00e7\u00e3o do per\u00edodo)\u201d. (ADI n\u00ba 4.357, rel. Min. Ayres Britto, relator p/ ac\u00f3rd\u00e3o Min. Luiz Fux, Tribunal Pleno, j. 14/03/2013, DJe188 de 25-09- 2014) [...] Ora, se o Estado n\u00e3o utiliza a caderneta de poupan\u00e7a como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o quando tem o objetivo de passar credibilidade ao investidor\nRua Irm\u00e3os Rudeck, n\u00ba 185, Ed. Sonda, 2\u00ba Andar, Centro, Fraiburgo \u2013 SC, CEP 89.580-000 11 Fone/Fax (49) 3246-3138 e 3246-7747, e-mail: contato@damadvogados.com.br\n\n\fou de atrair contratantes, \u00e9 porque tem consci\u00eancia de que o aludido \u00edndice n\u00e3o \u00e9 adequado a medir a varia\u00e7\u00e3o de pre\u00e7os na economia.\n\nAinda, a fim de demonstrar o completo distanciamento da TR dos \u00edndices que tradicionalmente s\u00e3o utilizados para atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, segue tabela comparativa:\n\nANO 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012\n\nTR 5,7295% 2,0962% 2,2852% 2,8023% 4,6485% 1,8184% 2,8335% 2,0377% 1,4452% 1,6348% 0,7090% 0,6887% 1,2079% 0,2897%\n\nINPC 8,43% 5,27% 9,44% 14,74% 10,38% 6,13% 5,05% 2,81% 5,15% 6,48% 4,11% 6,46% 6,07% 6,19%\n\nIPCA 8,94% 5,97% 7,67% 12,53% 9,30% 7,60% 5,69% 3,14% 4,45% 5,90% 4,31% 5,90% 6,50% 5,83%\n\nObservando-se a tabela acima, verifica-se que at\u00e9 meados de 1999 os \u00edndices do IPCA e da TR estavam muito pr\u00f3ximos, mas a partir do segundo semestre de 1999 aconteceu um descolamento, com os \u00edndices da TR quase sempre muito inferiores ao IPCA, chegando ao final do per\u00edodo com TR igual ou muito pr\u00f3xima de 0%. O descolamento se deu, basicamente, a partir da metodologia iniciada pela j\u00e1 mencionada Resolu\u00e7\u00e3o CMN n\u00b0 2.604, de 23/04/1999, com efeitos a partir de 01/06/1999.\nNessa esteira, hoje, o trabalhador que tem seu dinheiro aplicado no FGTS, e de l\u00e1 n\u00e3o pode retir\u00e1-lo para outro\nRua Irm\u00e3os Rudeck, n\u00ba 185, Ed. Sonda, 2\u00ba Andar, Centro, Fraiburgo \u2013 SC, CEP 89.580-000 12 Fone/Fax (49) 3246-3138 e 3246-7747, e-mail: contato@damadvogados.com.br\n\n\finvestimento, est\u00e1 sendo remunerado com 3% de juros ao ano e nada mais. N\u00e3o h\u00e1 nem corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria nem Taxa Referencial (independentemente de sua natureza jur\u00eddica) em flagrante ofensa ao art. 2\u00ba da Lei n\u00ba 8.036/90, que imp\u00f5e a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos valores depositados pelo empregador.\nDiante destas considera\u00e7\u00f5es, o entendimento fixado pelo STJ no REsp n\u00ba 1614874 (\u201ca remunera\u00e7\u00e3o das contas vinculadas ao FGTS tem disciplina pr\u00f3pria, ditada por lei, que estabelece a TR como forma de atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, sendo vedado, portanto, ao Poder Judici\u00e1rio substituir o mencionado \u00edndice\u201d) se mostra totalmente equivocado, eis que assume que a TR \u00e9 forma de atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, violando frontalmente o entendimento da Suprema Corte no sentido de que \u201ca taxa referencial (TR) n\u00e3o \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria\u201d.\nAssim, a utiliza\u00e7\u00e3o da TR como forma de corre\u00e7\u00e3o dos saldos das contas de FGTS tem gerado uma gigantesca destrui\u00e7\u00e3o do valor do patrim\u00f4nio do trabalhador. H\u00e1 anos, os trabalhadores que tem dep\u00f3sitos no FGTS n\u00e3o experimentam ganhos reais. Ao contr\u00e1rio, h\u00e1 muito tempo os trabalhadores t\u00eam rendimentos inferiores \u00e0 infla\u00e7\u00e3o, mesmo levando em conta a remunera\u00e7\u00e3o dos juros de 3% ao ano previstos no art. 13 da Lei 8.036/90.\nGiza-se que em nenhum momento se defende aqui a inconstitucionalidade da Taxa Referencial (TR) como \u00edndice de remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a. Quem coloca seu dinheiro na poupan\u00e7a o faz por vontade pr\u00f3pria, por outro lado, o trabalhador n\u00e3o possui o direito de escolher em qual fundo seus saldos do FGTS ir\u00e3o ser aplicados.\nNesse sentido, o que se assevera aqui, tal como decidido pelo Supremo Tribunal Federal, \u00e9 a inconstitucionalidade da utiliza\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, porque de capta\u00e7\u00e3o aprior\u00edstica (ex ante) e, como tal, totalmente desvencilhado do real fen\u00f4meno inflacion\u00e1rio, n\u00e3o correspondente \u00e0 real garantia constitucional de propriedade e incompat\u00edvel com a obrigatoriedade e a aus\u00eancia de portabilidade dos dep\u00f3sitos do Fundo de Garantia.\nRua Irm\u00e3os Rudeck, n\u00ba 185, Ed. Sonda, 2\u00ba Andar, Centro, Fraiburgo \u2013 SC, CEP 89.580-000 13 Fone/Fax (49) 3246-3138 e 3246-7747, e-mail: contato@damadvogados.com.br\n\n\fDiante destas premissas verifica-se a viola\u00e7\u00e3o dos arts. 5\u00ba, XXII (direito de propriedade) e 7\u00ba, III (direito ao FGTS), ambos da Constitui\u00e7\u00e3o Federal, na medida em que o trabalhador est\u00e1 sofrendo verdadeiro confisco do Governo Federal, que se apropria de sua propriedade (saldos do FGTS), aplicando corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria que sequer rep\u00f5e as perdas inflacion\u00e1rias, violando o n\u00facleo essencial do direito fundamental ao FGTS.\nAssim, em face do exposto, deve se declarar inconstitucional a express\u00e3o \u201ccom base nos par\u00e2metros fixados para atualiza\u00e7\u00e3o dos saldos dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a\u201d do caput do art. 13 da Lei Federal n\u00ba 8.036/1990 e o caput do art. 17 da Lei Federal n\u00ba 8.177/1991 \u2013 dispositivos os quais imp\u00f5em a corre\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos nas contas vinculadas do FGTS pela Taxa Referencial (TR), determinando que a partir de 1999 a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria das contas de FGTS deixe de ser feita pela TR, passando a ser realizada pelo INPC ou pelo IPCA, eis que estes s\u00e3o capazes de refletir a infla\u00e7\u00e3o.\nDA EXIST\u00caNCIA DE REPERCUSS\u00c3O GERAL A decis\u00e3o proferida pelo Supremo Tribunal Federal no Tema 787 (proferida em 11/12/2014), na qual supostamente afirmou-se n\u00e3o existir Repercuss\u00e3o Geral acerca da mat\u00e9ria que versa sobre a constitucionalidade da utiliza\u00e7\u00e3o da Taxa Referencial (TR) para corre\u00e7\u00e3o dos saldos das contas do FGTS, n\u00e3o se mant\u00e9m mais \u00edntegra, seja ante ao firme posicionamento da atual jurisprud\u00eancia dominante do STF, seja pelas altera\u00e7\u00f5es nas premissas f\u00e1tico-jur\u00eddicas acerca da mat\u00e9ria. Observe-se, que a decis\u00e3o do Tema 787 (ARE 848.240/RN) foi tomada por maioria, e com a premissa de que o STF \u201cafirmou a legitimidade da Taxa Referencial (TR) como \u00edndice de atualiza\u00e7\u00e3o de obriga\u00e7\u00f5es\u201d:\nPROCESSUAL CIVIL. RECURSO EXTRAORDIN\u00c1RIO COM AGRAVO. FGTS. DEP\u00d3SITOS EFETUADOS NA CONTA VINCULADA. \u00cdNDICE DE CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA. APLICA\u00c7\u00c3O DA TAXA REFERENCIAL. MAT\u00c9RIA INFRACONSTITUCIONAL. AUS\u00caNCIA DE REPERCUSS\u00c3O\nRua Irm\u00e3os Rudeck, n\u00ba 185, Ed. Sonda, 2\u00ba Andar, Centro, Fraiburgo \u2013 SC, CEP 89.580-000 14 Fone/Fax (49) 3246-3138 e 3246-7747, e-mail: contato@damadvogados.com.br\n\n\fGERAL. 1. Esta Suprema Corte, em diversas manifesta\u00e7\u00f5es de seu \u00f3rg\u00e3o plen\u00e1rio, afirmou a legitimidade da Taxa Referencial (TR) como \u00edndice de atualiza\u00e7\u00e3o de obriga\u00e7\u00f5es, com a \u00fanica ressalva da inviabilidade de sua aplica\u00e7\u00e3o retroativa para alcan\u00e7ar situa\u00e7\u00f5es pret\u00e9ritas. Nesse sentido: ADI 493-MC, Rel. Min. MOREIRA ALVES, Tribunal Pleno, DJ de 4/9/1992; ADI 768-MC, Rel. Min. MARCO AUR\u00c9LIO, Tribunal Pleno, DJ de 13/11/1992; ADI 959-MC, Rel. Min. SYDNEY SANCHES, Tribunal Pleno, DJ de 13/5/1994. 2. Assim sendo, o exame da inaplicabilidade da TR em situa\u00e7\u00f5es espec\u00edficas pertence ao dom\u00ednio da legisla\u00e7\u00e3o ordin\u00e1ria pertinente a cada caso, a significar que eventual ofensa \u00e0 Carta Magna seria apenas reflexa. 3. Portanto, \u00e9 de natureza infraconstitucional a controv\u00e9rsia relativa \u00e0 aplica\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos dep\u00f3sitos efetuados em conta vinculada do FGTS, fundada na interpreta\u00e7\u00e3o das Leis 7.730/89, 8.036/90 e 8.177/91. 4. \u00c9 cab\u00edvel a atribui\u00e7\u00e3o dos efeitos da declara\u00e7\u00e3o de aus\u00eancia de repercuss\u00e3o geral quando n\u00e3o h\u00e1 mat\u00e9ria constitucional a ser apreciada ou quando eventual ofensa \u00e0 Carta Magna ocorra de forma indireta ou reflexa (RE 584.608 RG, Min. ELLEN GRACIE, DJe de 13/03/2009). 5. Aus\u00eancia de repercuss\u00e3o geral da quest\u00e3o suscitada, nos termos do art. 543-A do CPC. (ARE 848240 RG, Relator(a): Min. TEORI ZAVASCKI, julgado em 11/12/2014, PROCESSO ELETR\u00d4NICO DJe-250 DIVULG 18-12-2014 PUBLIC 19-122014 - grifado)\n\nTodavia, conforme j\u00e1 amplamente exposto, o Pret\u00f3rio Excelso j\u00e1 assentou na ADI 4425 e mais recentemente ao julgar o RE 870947 (Tema 810) que \u201ca taxa referencial (TR) n\u00e3o \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, pois, refletindo as varia\u00e7\u00f5es do custo prim\u00e1rio da capta\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos a prazo fixo, n\u00e3o constitui \u00edndice que reflita a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda\u201d e que \u201cn\u00e3o h\u00e1 como, portanto, deixar de reconhecer a inconstitucionalidade da norma atacada, na medida em que a fixa\u00e7\u00e3o da remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica da caderneta de poupan\u00e7a como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria\u201d.\n\nNesse sentido, j\u00e1 foi decidido pela Suprema Corte que a\n\nTR, enquanto \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, \u00e9 INCONSTITUCIONAL, pois\n\n\u201cn\u00e3o constitui \u00edndice que reflita a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da\n\nmoeda\u201d.\n\nAinda,\n\nfora\n\nproposta\n\na\n\nA\u00e7\u00e3o\n\nDireta\n\nde\n\nInconstitucionalidade n\u00ba 5090, sob relatoria do Ministro Roberto\n\nBarroso, que assim asseverou em sua decis\u00e3o que recebeu a a\u00e7\u00e3o:\n\nEst\u00e3o presentes os requisitos legais. A relev\u00e2ncia da mat\u00e9ria \u00e9 evidente, sendo pertinente a participa\u00e7\u00e3o das requerentes \u2013 a primeira, porque\n\nRua Irm\u00e3os Rudeck, n\u00ba 185, Ed. Sonda, 2\u00ba Andar, Centro, Fraiburgo \u2013 SC, CEP 89.580-000 15 Fone/Fax (49) 3246-3138 e 3246-7747, e-mail: contato@damadvogados.com.br\n\n\fassiste centenas de trabalhadores em demandas relativas \u00e0 atualiza\u00e7\u00e3o do FGTS; e a segunda, porque atua como agente operador do FGTS.\nAli\u00e1s, cumpre ressaltar que o Supremo Tribunal Federal j\u00e1\nreconheceu a possibilidade de revis\u00e3o da decis\u00e3o que em um primeiro\nmomento reconhece inexist\u00eancia de Repercuss\u00e3o Geral, por altera\u00e7\u00e3o\nnas premissas f\u00e1tico-jur\u00eddicas.\nObservem a dic\u00e7\u00e3o do Informativo n\u00ba 605 da Suprema Corte\nacerca do tema:\nREPERCUSS\u00c3O GERAL Repercuss\u00e3o Geral e Altera\u00e7\u00e3o nas Premissas F\u00e1tico-Jur\u00eddicas - 1 O Plen\u00e1rio resolveu quest\u00e3o de ordem no sentido de reconhecer a repercuss\u00e3o geral da mat\u00e9ria discutida em recursos extraordin\u00e1rios, relativa \u00e0 possibilidade, ou n\u00e3o, de se aplicar a al\u00edquota m\u00e1xima do Imposto de Renda de Pessoa F\u00edsica aos valores recebidos acumuladamente pelo benefici\u00e1rio, por culpa exclusiva da autarquia previdenci\u00e1ria. Com base nisso, reformou decis\u00e3o monocr\u00e1tica da Min. Ellen Gracie, que n\u00e3o admitira os recursos, dos quais relatora, ao fundamento de que a quest\u00e3o j\u00e1 teria sido considerada \u201csem repercuss\u00e3o geral\u201d no \u00e2mbito do Plen\u00e1rio Virtual. No caso, ap\u00f3s o STF haver deliberado que o tema versado nos autos n\u00e3o possuiria repercuss\u00e3o geral, o TRF da 4\u00aa Regi\u00e3o declarara a inconstitucionalidade, sem redu\u00e7\u00e3o de texto, do art. 12 da Lei 7.713/88, o qual determina a incid\u00eancia do Imposto de Renda no m\u00eas do recebimento de valores acumulados sobre o total dos rendimentos. A Uni\u00e3o, ao alegar a superveniente altera\u00e7\u00e3o nas premissas f\u00e1tico-jur\u00eddicas, sustentava, em sede de agravo regimental, que os recursos extraordin\u00e1rios interpostos com fulcro no art. 102, III, b, da CF teriam repercuss\u00e3o geral presumida. RE 614232 AgR-QO/RS, rel. Min. Ellen Gracie, 20.10.2010. (RE-614232) RE 614406 AgR-QO/RS, rel. Min. Ellen Gracie, 20.10.2010. (RE-614232)\nNesse interim, verifica-se que o Pret\u00f3rio Excelso\nautoriza a revis\u00e3o da decis\u00e3o que em um primeiro momento aduz que\ninexiste repercuss\u00e3o geral. A altera\u00e7\u00e3o f\u00e1tica se d\u00e1 em raz\u00e3o do crescimento\nimpremedit\u00e1vel do n\u00famero de a\u00e7\u00f5es que versam sobre a mat\u00e9ria no\nPoder Judici\u00e1rio. Quando julgado o Tema 731 do STJ, mais de 409 mil\na\u00e7\u00f5es aguardavam o referido julgamento. Ainda, cumpre salientar que\nap\u00f3s o julgamento que n\u00e3o reconheceu repercuss\u00e3o geral na mat\u00e9ria,\nRua Irm\u00e3os Rudeck, n\u00ba 185, Ed. Sonda, 2\u00ba Andar, Centro, Fraiburgo \u2013 SC, CEP 89.580-000 16 Fone/Fax (49) 3246-3138 e 3246-7747, e-mail: contato@damadvogados.com.br\n\n\fem 2014, a infla\u00e7\u00e3o anual acumulada em 2015, segundo o IPCA, foi de 10,67%, enquanto que a TR acumulada para o mesmo ano foi de 1,79%!\nA altera\u00e7\u00e3o jur\u00eddica se d\u00e1 pelo atual entendimento dominante, julgado em Repercuss\u00e3o Geral (Tema 810) e em sede de controle concentrado de constitucionalidade (ADI 4425), no sentido de que a Taxa Referencial enquanto \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u00e9 inconstitucional.\nSob o tema, o art. 1.035, \u00a73\u00ba, I do CPC disp\u00f5e que sempre haver\u00e1 repercuss\u00e3o geral quando o recurso impugnar ac\u00f3rd\u00e3o que contrarie jurisprud\u00eancia dominante do STF:\nArt. 1.035. O Supremo Tribunal Federal, em decis\u00e3o irrecorr\u00edvel, n\u00e3o conhecer\u00e1 do recurso extraordin\u00e1rio quando a quest\u00e3o constitucional nele versada n\u00e3o tiver repercuss\u00e3o geral, nos termos deste artigo. [...] \u00a73o Haver\u00e1 repercuss\u00e3o geral sempre que o recurso impugnar ac\u00f3rd\u00e3o que: I - contrarie s\u00famula ou jurisprud\u00eancia dominante do Supremo Tribunal Federal;\nNesse \u00ednterim, \u00e9 necess\u00e1rio que o Supremo Tribunal Federal reveja o seu posicionamento acerca da exist\u00eancia de Repercuss\u00e3o Geral sobre a mat\u00e9ria, em face da altera\u00e7\u00e3o e consolida\u00e7\u00e3o da sua jurisprud\u00eancia acerca da constitucionalidade da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e das altera\u00e7\u00f5es f\u00e1ticas supervenientes ao julgamento de 2014, com crescimento descontrol\u00e1vel da infla\u00e7\u00e3o e do n\u00famero de a\u00e7\u00f5es que versam sobre o tema, que foram afetadas pelo julgamento do STJ no REsp Repetitivo n\u00ba 1614874.\nDOS \u00cdNDICES QUE CORRIGEM MONETARIAMENTE Como foi visto, desde 1999, com a metodologia adotada pelo Banco Central do Brasil, a TR n\u00e3o vem mais corrigindo monetariamente os dep\u00f3sitos vinculados \u00e0s contas de FGTS. Ora, se a TR n\u00e3o pode ser considerada um indexador id\u00f4neo, \u00e9 necess\u00e1rio substitu\u00ed-la por outro \u00edndice que, efetivamente, d\u00ea cumprimento aos preceitos do artigo 2\u00ba da Lei n. 8.036/90.\nRua Irm\u00e3os Rudeck, n\u00ba 185, Ed. Sonda, 2\u00ba Andar, Centro, Fraiburgo \u2013 SC, CEP 89.580-000 17 Fone/Fax (49) 3246-3138 e 3246-7747, e-mail: contato@damadvogados.com.br\n\n\fSabe-se que o sal\u00e1rio m\u00ednimo do trabalhador brasileiro \u00e9\ncorrigido pelo INPC, \u00edndice previsto na Lei n. 12.382, de 25 de\nfevereiro de 2011, nos seguintes termos:\nArt. 2\u00ba. Ficam estabelecidas as diretrizes para a pol\u00edtica de valoriza\u00e7\u00e3o do sal\u00e1rio m\u00ednimo a vigorar entre 2012 e 2015, inclusive, a serem aplicadas em 1o de janeiro do respectivo ano. 1\u00ba. Os reajustes para a preserva\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo do sal\u00e1rio m\u00ednimo corresponder\u00e3o \u00e0 varia\u00e7\u00e3o do \u00cdndice Nacional de Pre\u00e7os ao Consumidor \u2013 INPC, calculado e divulgado pela Funda\u00e7\u00e3o Instituto Brasileiro de Geografia e Estat\u00edstica \u2013 IBGE, acumulada nos doze meses anteriores ao m\u00eas do reajuste. 2\u00ba. Na hip\u00f3tese de n\u00e3o divulga\u00e7\u00e3o do INPC referente a um ou mais meses compreendidos no per\u00edodo do c\u00e1lculo at\u00e9 o \u00faltimo dia \u00fatil imediatamente anterior \u00e0 vig\u00eancia do reajuste, o Poder Executivo estimar\u00e1 os \u00edndices dos meses n\u00e3o dispon\u00edveis. 3\u00ba. Verificada a hip\u00f3tese de que trata o \u00a7 2\u00ba, os \u00edndices estimados permanecer\u00e3o v\u00e1lidos para os fins desta Lei, sem qualquer revis\u00e3o, sendo os eventuais res\u00edduos compensados no reajuste subsequente, sem retroatividade. 4\u00ba. A t\u00edtulo de aumento real, ser\u00e3o aplicados os seguintes percentuais:\n1. em 2012, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do Produto Interno Bruto \u2013 PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2010;\n2. em 2013, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2011;\n3. em 2014, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2012; e\n4. em 2015, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de\n5\u00ba. Para fins do disposto no \u00a7 4\u00ba, ser\u00e1 utilizada a taxa de crescimento real do PIB para o ano de refer\u00eancia, divulgada pelo IBGE at\u00e9 o \u00faltimo dia \u00fatil do ano imediatamente anterior ao de aplica\u00e7\u00e3o do respectivo aumento real.\nDesse modo, utilizou-se o INPC para corre\u00e7\u00e3o dos sal\u00e1rios\nm\u00ednimos justamente para preservar o seu poder aquisitivo. Se o\nsal\u00e1rio m\u00ednimo \u00e9 corrigido por esse \u00edndice, nada mais razo\u00e1vel que\ncorrigir os dep\u00f3sitos vinculados ao FGTS pelo mesmo indexador,\njustamente por decorrerem diretamente do sal\u00e1rio do trabalhador.\nCaso n\u00e3o se entenda dessa forma, outro \u00edndice que se\nmostra aplic\u00e1vel e que efetivamente produz corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u00e9 o\nIPCA, \u00edndice estabelecido pelo Governo Federal para medir as metas Rua Irm\u00e3os Rudeck, n\u00ba 185, Ed. Sonda, 2\u00ba Andar, Centro, Fraiburgo \u2013 SC, CEP 89.580-000 18 Fone/Fax (49) 3246-3138 e 3246-7747, e-mail: contato@damadvogados.com.br\n\n\finflacion\u00e1rias contratadas com o FMI ou, ainda, outro \u00edndice estabelecido pelo Ju\u00edzo, desde que respeitada a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria prevista no artigo 2\u00ba da Lei n. 8.036/90.\nAdemais, o parecer cont\u00e1bil em anexo apresenta compara\u00e7\u00f5es interessantes entre a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria (n\u00e3o) efetuada pela TR e a corre\u00e7\u00e3o realizada por outros \u00edndices. Verifica-se, por exemplo, que um trabalhador com sal\u00e1rio de R$1.000,00 (mil reais), se tivesse seus fundos corrigidos pelo INPC desde 1999, teria uma diferen\u00e7a a receber de R$9.098,56 (nove mil e noventa e oito reais e cinquenta e seis centavos).\nDa mesma forma, um trabalhador com o mesmo sal\u00e1rio acima especificado, se tivesse seus rendimentos corrigidos pelo IPCA desde 1999, teria uma diferen\u00e7a a receber de R$8.561,43 (oito mil, quinhentos e sessenta e um reais e quarenta e tr\u00eas centavos). Ou seja, a TR \u00e9 um indexador inid\u00f4neo que merece ser substitu\u00eddo para efetivo cumprimento dos preceitos da Lei n. 8.036/90.\nDOS JUROS DE MORA Independentemente da incid\u00eancia dos juros de capitaliza\u00e7\u00e3o assegurados pela Lei \u2013 que \u00e9 de 6% ao ano aos que optaram pelo fundo at\u00e9 a data de 22.09.71 (de acordo com a Lei n\u00ba 5.107/66 instituidora do FGTS, o artigo 11, par\u00e1grafo 3\u00ba da Lei 7.839/89 e o artigo 13, \u00a7 3\u00ba da Lei 8.036/90 e de 3% ao ano para todos os demais (artigo 13, caput da Lei 8.036/90)\u2013 as diferen\u00e7as devidas aos substitu\u00eddos devem ser majoradas com a incid\u00eancia de juros de mora, nos moldes previstos pelo C\u00f3digo Civil.\n3. DO PEDIDO DE EXIBI\u00c7\u00c3O DE DOCUMENTOS Para que seja efetuado o c\u00e1lculo dos valores a serem pagos \u00e0 parte Autora, bem como, seja realizado o c\u00e1lculo correto do valor da causa, torna-se necess\u00e1rio o acesso a todos os extratos das suas contas de FGTS desde a data de abertura de cada uma das contas. Todavia, a Caixa Econ\u00f4mica Federal, por diversos meios, vem obstaculizando a obten\u00e7\u00e3o dos documentos necess\u00e1rios. Rua Irm\u00e3os Rudeck, n\u00ba 185, Ed. Sonda, 2\u00ba Andar, Centro, Fraiburgo \u2013 SC, CEP 89.580-000 19 Fone/Fax (49) 3246-3138 e 3246-7747, e-mail: contato@damadvogados.com.br\n\n\fVale sinalar, preventivamente, que apesar de a CEF disponibilizar em seu site alguns extratos de FGTS, os extratos referentes a contas de FGTS mais antigas ou, cujos saldos j\u00e1 foram sacados, n\u00e3o est\u00e3o dispon\u00edveis pela internet.\nDessa forma, torna-se necess\u00e1ria a intima\u00e7\u00e3o da CEF para que apresente extratos anal\u00edtico de todas as contas de FGTS da parte Autora desde a data de inicio de cada contrato de emprego at\u00e9 a presente data.\nNesse ponto, destaca-se que a Caixa Econ\u00f4mica Federal \u00e9 respons\u00e1vel pela apresenta\u00e7\u00e3o de todos os extratos de contas de FGTS inclusive, em rela\u00e7\u00e3o aos per\u00edodos anteriores a transposi\u00e7\u00e3o das contas para a Caixa Econ\u00f4mica Federal.\nTal entendimento tamb\u00e9m j\u00e1 restou consolidado pela jurisprud\u00eancia do STJ, segundo o qual, a responsabilidade pela apresenta\u00e7\u00e3o dos extratos anal\u00edticos \u00e9 da CEF, enquanto gestora do FGTS, com amplo acesso aos documentos relacionados ao Fundo. Tal tese foi consolidada com o julgamento do REsp 1.108.034/RN, submetido ao regime do art. 543-C do CPC/1973 (artigo 1036 do CPC/2015). Nesse sentido \u00e9 a s\u00famula 514 do STJ:\n\u201cA CEF \u00e9 respons\u00e1vel pelo fornecimento dos extratos das contas individualizadas vinculadas ao FGTS dos Trabalhadores participantes do Fundo de Garantia do Tempo de Servi\u00e7o, inclusive para fins de exibi\u00e7\u00e3o em ju\u00edzo, independentemente do per\u00edodo em discuss\u00e3o\u201d.\nNa mesma esteira, a jurisprud\u00eancia do TRF4:\nPROCESSUAL CIVIL. FGTS. EXTRATO ANAL\u00cdTICO ANTERIOR \u00c0 MIGRA\u00c7\u00c3O DAS CONTAS FUNDI\u00c1RIAS. APRESENTA\u00c7\u00c3O EM JU\u00cdZO. RESPONSABILIDADE DA CAIXA ECON\u00d4MICA FEDERAL. OBRIGA\u00c7\u00c3O DE TRATO SUCESSIVO. PRESCRI\u00c7\u00c3O. 1. A Caixa Econ\u00f4mica Federal \u00e9 respons\u00e1vel pela apresenta\u00e7\u00e3o, em ju\u00edzo, dos extratos anal\u00edticos anteriores \u00e0 migra\u00e7\u00e3o da contas fundi\u00e1rias. 2. Sendo os dep\u00f3sitos fundi\u00e1rios uma obriga\u00e7\u00e3o de trato sucessivo, os bancos deposit\u00e1rios devem fornecer os extratos dos per\u00edodos n\u00e3o prescritos. 3. Agravo improvido. (TRF4 506090151.2011.404.7100, Terceira Turma, Relator p/ Ac\u00f3rd\u00e3o Carlos Eduardo Thompson Flores Lenz, D.E. 02/08/2012)\nAli\u00e1s, sendo os extratos prova essencial \u00e0 instru\u00e7\u00e3o do feito, a sua apresenta\u00e7\u00e3o tamb\u00e9m tem amparo no art. 370 do CPC:\nRua Irm\u00e3os Rudeck, n\u00ba 185, Ed. Sonda, 2\u00ba Andar, Centro, Fraiburgo \u2013 SC, CEP 89.580-000 20 Fone/Fax (49) 3246-3138 e 3246-7747, e-mail: contato@damadvogados.com.br\n\n\fArt. 370. Caber\u00e1 ao juiz, de of\u00edcio ou a requerimento da parte, determinar as provas necess\u00e1rias ao julgamento do m\u00e9rito.\nDeste modo, a parte autora requerer a exibi\u00e7\u00e3o dos extratos anal\u00edticos de todas as suas contas de FGTS, na forma do no art. 370 do CPC, art. 11, da Lei 10.259/01, art. 7\u00ba, I, da Lei 8.036/90, arts. 23 e 24, do Decreto 99.684/90 e art. 10, da LC 110/01.\n4. DO PEDIDO EM FACE AO EXPOSTO, requer a Vossa Excel\u00eancia: a) A concess\u00e3o do benef\u00edcio da GRATUIDADE DA JUSTI\u00c7A, tendo em vista que a parte Autora n\u00e3o tem como suportar as custas judiciais sem o preju\u00edzo de seu sustento e de sua fam\u00edlia; b) A intima\u00e7\u00e3o da Caixa Econ\u00f4mica Federal para que apresente extratos anal\u00edticos de todas as contas de FGTS da parte Autora; c) A cita\u00e7\u00e3o da requerida para, querendo, apresentar defesa dos termos da lei, advertida das san\u00e7\u00f5es de confiss\u00e3o e revelia; d) A n\u00e3o realiza\u00e7\u00e3o de audi\u00eancia de concilia\u00e7\u00e3o, ante a inefic\u00e1cia do procedimento, tendo em vista o not\u00f3rio e reiterado posicionamento da Caixa Econ\u00f4mica Federal em sentido contr\u00e1rio ao pedido apresentado pela parte Autora; e) A produ\u00e7\u00e3o de todos os meios de provas em direito admitidos, em especial o documental; f) O julgamento da demanda com TOTAL PROCED\u00caNCIA para:\ne.1) declarar inconstitucional a express\u00e3o \u201ccom base nos par\u00e2metros fixados para atualiza\u00e7\u00e3o dos saldos dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a\u201d do caput do art. 13 da Lei Federal n\u00ba 8.036/1990 e o caput do art. 17 da Lei Federal n\u00ba 8.177/1991 \u2013 dispositivos os quais imp\u00f5em a corre\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos nas contas vinculadas do FGTS pela Taxa Referencial (TR);\nRua Irm\u00e3os Rudeck, n\u00ba 185, Ed. Sonda, 2\u00ba Andar, Centro, Fraiburgo \u2013 SC, CEP 89.580-000 21 Fone/Fax (49) 3246-3138 e 3246-7747, e-mail: contato@damadvogados.com.br\n\n\fe.2) que a partir de 1999 a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria das contas de FGTS deixe de ser feita pela TR, passando a ser realizada pelo INPC ou pelo IPCA, eis que estes s\u00e3o capazes de refletir a infla\u00e7\u00e3o, com o consequente pagamento, em favor da parte autora, do valor correspondente \u00e0s diferen\u00e7as do FGTS decorrentes da aplica\u00e7\u00e3o do INPC ou IPCA aos valores vinculados, nos meses em que a TR foi menor que a infla\u00e7\u00e3o do per\u00edodo (parcelas vencidas e vincendas);\ne.3) sobre os valores devidos pela condena\u00e7\u00e3o de que tratam os itens anteriores, a incid\u00eancia de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria desde a inadimpl\u00eancia da Caixa, bem como os juros legais, observando aqueles pr\u00f3prios do FGTS e os juros do c\u00f3digo civil quando tenha ocorrido saque do FGTS em qualquer uma das hip\u00f3teses da previstas no art. 20 da Lei 036/90.\ng) Condenar a r\u00e9 ao pagamento das custas e honor\u00e1rios advocat\u00edcios, em valor a ser arbitrado por este Ju\u00edzo.\nD\u00e1-se \u00e0 causa o valor de R$ 1.100,00 (um mil e cem reais).\nTermos em que pede e espera deferimento. Fraiburgo (SC), 03 de maio de 2021.\n\nDARCISIO ANT\u00d4NIO M\u00dcLLER OAB/SC 17.504\n(assinado digitalmente)\n\nD\u00c9BORA MARIE BUTCI OAB/SC 23.425\n(assinado digitalmente)\n\nDAIANNA HELO\u00cdSE HOEPFNER OAB/SC 30.851\n(assinado digitalmente)\nRua Irm\u00e3os Rudeck, n\u00ba 185, Ed. Sonda, 2\u00ba Andar, Centro, Fraiburgo \u2013 SC, CEP 89.580-000 22 Fone/Fax (49) 3246-3138 e 3246-7747, e-mail: contato@damadvogados.com.br\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 3 (Solon) - IdDocumentoCompleto: 5004213-05.2021.4.04.7202-721620299541985123703441107826", "text": "EXCELENT\u00cdSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DO JUIZADO ESPECIAL FEDERAL C\u00cdVEL DE CONC\u00d3RDIA, SE\u00c7\u00c3O JUDICI\u00c1RIA DE SANTA CATARINA\n\nMARTINHO FUHRMANN, j\u00e1 cadastrado eletronicamente, por seus procuradores, infra-assinados, nos termos do instrumento de mandato em anexo, com escrit\u00f3rio profissional na Rua Irm\u00e3os Rudeck, n\u00ba 185, 2\u00ba andar, Edif\u00edcio Sonda, Centro, Fraiburgo \u2013 SC, onde recebem intima\u00e7\u00f5es, vem, com o devido e habitual respeito perante Vossa Excel\u00eancia, propor a presente\n\nA\u00c7\u00c3O DE REVIS\u00c3O E COBRAN\u00c7A DE DIFEREN\u00c7AS DE CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA DO FGTS\n\nem face da CAIXA ECON\u00d4MICA FEDERAL, tamb\u00e9m j\u00e1 devidamente cadastrada eletronicamente, pelos seguintes fundamentos de fato e de direito:\n\n1. DOS FATOS:\n\nA parte Autora \u00e9 optante do Fundo de Garantia do Tempo de\n\nServi\u00e7o \u2013 FGTS, possuindo algumas contas vinculadas ao FGTS ao longo\n\nde sua vida laboral, conforme c\u00f3pias das Carteiras de Trabalho e\n\nPrevid\u00eancia Social em anexo.\n\nOcorre que a Caixa Econ\u00f4mica Federal vem lesando o\n\nDemandante desde 1991, ao aplicar ao saldo das contas de FGTS, como\n\n\u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, a Taxa Referencial (TR).\n\nIsso porque, a Lei n\u00ba 8.036/90, que rege o Fundo de\n\nGarantia do Tempo de Servi\u00e7o, prev\u00ea que a Caixa Econ\u00f4mica Federal\n\ndeve depositar nas contas de FGTS a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e os juros\n\ndevidos, sendo que a Lei 8.177/91 prev\u00ea que, a partir de fevereiro\n\nRua Irm\u00e3os Rudeck, n\u00ba 185, Ed. Sonda, 2\u00ba Andar, Centro, Fraiburgo \u2013 SC, CEP 89.580-000\n\n1\n\nFone/Fax (49) 3246-3138 e 3246-7747, e-mail: contato@damadvogados.com.br\n\n\fde 1991, o FGTS deve ser remunerado pela taxa aplic\u00e1vel \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a e pelas taxas de juros previstas na legisla\u00e7\u00e3o do FGTS em vigor, sendo essas taxas de juros, consideradas como adicionais \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o pela taxa aplic\u00e1vel \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a.\nOcorre que, a taxa aplic\u00e1vel \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a desde 1991 \u00e9 a Taxa Referencial - TR, que, conforme j\u00e1 decidido pelo STF, adiante demonstrado, n\u00e3o \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria (ao passo que n\u00e3o reflete a infla\u00e7\u00e3o do per\u00edodo).\nDessa forma, desde 1991 a Caixa Econ\u00f4mica Federal deixou de aplicar \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria as contas de FGTS, aplicando apenas os juros remunerat\u00f3rios consistentes na taxa referencial acrescida dos juros legais previstos na legisla\u00e7\u00e3o do FGTS.\nLogo, considerando que a TR n\u00e3o reflete a infla\u00e7\u00e3o, e que desde 1999 se encontra progressivamente abaixo dos \u00edndices inflacion\u00e1rios, com diferen\u00e7a de at\u00e9 6% ao ano, a utiliza\u00e7\u00e3o dos \u00edndices da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, vem causando s\u00e9rios preju\u00edzos ao trabalhador.\nDessa forma, imp\u00f5e-se ao Poder Judici\u00e1rio que, reconhecendo a ilegalidade da aplica\u00e7\u00e3o da taxa referencial \u00e0s contas do FGTS dos substitu\u00eddos, determine \u00e0 Caixa a correta recomposi\u00e7\u00e3o dos cr\u00e9ditos depositados nas referidas contas, nos termos da fundamenta\u00e7\u00e3o a seguir, bem como que efetue o pagamento das respectivas diferen\u00e7as, a serem apuradas em liquida\u00e7\u00e3o de senten\u00e7a.\nPor tais motivos \u00e9 que a parte Autora ingressa com a presente demanda.\n\n2. DO DIREITO\n\nDO FUNDO DE GARANTIA DO TEMPO DE SERVI\u00c7O \u2013 FGTS:\n\nA Constitui\u00e7\u00e3o Federal garante ao trabalhador, no t\u00f3pico\n\nreferente aos direitos sociais a forma\u00e7\u00e3o de um Fundo de Garantia do\n\nTempo de Servi\u00e7o \u2013 FGTS (art. 7, inciso III).\n\nRua Irm\u00e3os Rudeck, n\u00ba 185, Ed. Sonda, 2\u00ba Andar, Centro, Fraiburgo \u2013 SC, CEP 89.580-000\n\n2\n\nFone/Fax (49) 3246-3138 e 3246-7747, e-mail: contato@damadvogados.com.br\n\n\fOu seja, o FGTS foi criado para proteger o trabalhador, com a garantia de que ter\u00e1 uma reserva financeira em casos de necessidade, como no desemprego involunt\u00e1rio, ou para facilitar a aquisi\u00e7\u00e3o de im\u00f3vel ou ainda para garantir melhores condi\u00e7\u00f5es na velhice ou em caso de doen\u00e7a, como ocorre na hip\u00f3tese de aposentadoria.\nDessa forma, para que se efetive o intuito de proteger o trabalhador \u00e9 imperioso que os dep\u00f3sitos em conta de FGTS sejam atualizados por \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria que garanta a recupera\u00e7\u00e3o do valor da moeda frente ao processo inflacion\u00e1rio ocorrido durante o per\u00edodo em que o dinheiro trabalhador permaneceu aplicado na conta de FGTS.\nConforme pacificado pelo E. Tribunal Superior do Trabalho, sob o enfoque do v\u00ednculo trabalhador-empregador, \u201cos\nreferidos dep\u00f3sitos (de FGTS) constituem sal\u00e1rio diferido, pois ostentam condi\u00e7\u00e3o de \u00fanica prote\u00e7\u00e3o conferida ao obreiro em face da dispensa arbitr\u00e1ria ou sem justo motivo, nos termos dos artigos 7\u00ba, I, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal e 10, I, do ADCT. Isso porque, ao trabalhador subordinado que se v\u00ea abruptamente privado de sua fonte de sustento, a Lei n\u00b0 8.036/90, regulamentando os dispositivos constitucionais citados, garante o levantamento dos aludidos dep\u00f3sitos, acrescidos de uma indeniza\u00e7\u00e3o de 40%\u201d.1\nNesse sentido, \u00e9 incontest\u00e1vel que o FGTS \u00e9 cr\u00e9dito trabalhista, advindo da imposi\u00e7\u00e3o estatal da poupan\u00e7a for\u00e7ada, a fim de amparar o trabalhador em situa\u00e7\u00f5es excepcionais, como a despedida arbitr\u00e1ria, por exemplo.\nDiante disto, ao ser depositado na sua conta de FGTS, o valor passa a integrar o patrim\u00f4nio do trabalhador. Tal situa\u00e7\u00e3o n\u00e3o poderia ter outra interpreta\u00e7\u00e3o, na medida em que com o falecimento do mesmo o eventual saldo n\u00e3o \u00e9 restitu\u00eddo \u00e0 empresa, mas repassado aos dependentes previdenci\u00e1rios, ou na falta destes, aos seus sucessores (art. 20, IV, da Lei Federal n\u00ba 8.036/90).\n\n1 RR - 77600-06.2003.5.07.0024. 8\u00aa Turma do TST. Relatora Ministra Dora Maria da Costa. DJET de\n\n28/06/2010\n\nRua Irm\u00e3os Rudeck, n\u00ba 185, Ed. Sonda, 2\u00ba Andar, Centro, Fraiburgo \u2013 SC, CEP 89.580-000\n\n3\n\nFone/Fax (49) 3246-3138 e 3246-7747, e-mail: contato@damadvogados.com.br\n\n\fPor consequ\u00eancia, sendo propriedade do trabalhador, incide a prote\u00e7\u00e3o constitucional do direito de propriedade (art. 5\u00ba,\nXXI, CF) e, diante desta perspectiva, ao impor a poupan\u00e7a for\u00e7ada do\nseu patrim\u00f4nio, os valores depositados em contas do FGTS,\nevidentemente, devem receber corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, a fim de garantir a pr\u00f3pria subsist\u00eancia do direito de propriedade.\nAcrescente-se a isso as singularidades do FGTS: cuida-se\nde um pec\u00falio constitucional obrigat\u00f3rio, n\u00e3o port\u00e1vel e com prazo\nindefinido. Ou seja, n\u00e3o h\u00e1 possibilidade do trabalhador titular de\ntransferir seus recursos para aplica\u00e7\u00f5es mais rent\u00e1veis, mais bem geridas ou mais seguras. Logo, \u00e9 do n\u00facleo essencial do art. 7\u00ba, III, da CF/1988 que o Fundo de Garantia seja preservado, ao menos, da infla\u00e7\u00e3o.\nNessa perspectiva, o ministro Gilmar Mendes ao discorrer sobre o direito de propriedade e a quest\u00e3o monet\u00e1ria:\nConstitui aut\u00eantico tru\u00edsmo ressaltar que, hodiernamente, coexistem, lado a lado, o valor da moeda, conferido pelo Estado, e o seu valor de troca interno e externo. Enquanto o valor nominal da moeda se mostra inalter\u00e1vel, salvo decis\u00e3o em contr\u00e1rio do pr\u00f3prio Estado, o seu valor de troca sofre altera\u00e7\u00f5es intr\u00ednsecas em virtude do processo inflacion\u00e1rio ou de outros fatores que influem na sua rela\u00e7\u00e3o com outros padr\u00f5es monet\u00e1rios. [...] A amplitude conferida modernamente ao conceito constitucional de propriedade e a id\u00e9ia de que os valores de \u00edndole patrimonial, inclusive dep\u00f3sitos banc\u00e1rios e outros direitos an\u00e1logos, s\u00e3o abrangidos por essa garantia est\u00e3o a exigir, efetivamente, que eventual altera\u00e7\u00e3o do padr\u00e3o monet\u00e1rio seja contemplada, igualmente, como problema concernente \u00e0 garantia constitucional da propriedade.2\nCorroborando os argumentos acima expostos, o voto do\nMinistro Ayres Britto na ADI n\u00ba 4425/DF:\n17. Insurg\u00eancia, a meu ver, que \u00e9 de ser acolhida quanto \u00e0 utiliza\u00e7\u00e3o do \u201c\u00edndice oficial de remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica da caderneta de poupan\u00e7a\u201d para a atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos d\u00e9bitos inscritos em precat\u00f3rio. \u00c9 que a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, consoante j\u00e1 defendi em artigo doutrin\u00e1rio, \u00e9 instituto jur\u00eddico-\n\n2 MENDES, Gilmar Ferreira. COELHO, Inoc\u00eancio Martires. BRANCO, Paulo Gustavo Gonet. Curso de Direito\n\nConstitucional. 2\u00aa ed. S\u00e3o Paulo: Saraiva, 2008, p. 433-436.\n\nRua Irm\u00e3os Rudeck, n\u00ba 185, Ed. Sonda, 2\u00ba Andar, Centro, Fraiburgo \u2013 SC, CEP 89.580-000\n\n4\n\nFone/Fax (49) 3246-3138 e 3246-7747, e-mail: contato@damadvogados.com.br\n\n\fconstitucional, porque tema espec\u00edfico ou a pr\u00f3pria mat\u00e9ria de algumas normas figurantes do nosso Magno Texto, tracejadoras de um peculiar regime jur\u00eddico para ela. Instituto que tem o pagamento em dinheiro como fato-condi\u00e7\u00e3o de sua incid\u00eancia e, como objeto, a agrava\u00e7\u00e3o quantitativa desse mesmo pagamento. Agrava\u00e7\u00e3o, por\u00e9m, que n\u00e3o corresponde a uma sobrepaga, no sentido de constituir obriga\u00e7\u00e3o nova que se adiciona \u00e0 primeira, com o fito de favorecer uma das partes da rela\u00e7\u00e3o jur\u00eddica e desfavorecer a outra. N\u00e3o \u00e9 isso. Ao menos no plano dos fins a que visa a Constitui\u00e7\u00e3o, na mat\u00e9ria, ningu\u00e9m enriquece e ningu\u00e9m empobrece por efeito de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, porque a d\u00edvida que tem o seu valor nominal atualizado ainda \u00e9 a mesma d\u00edvida. Sendo assim, imp\u00f5e-se a compreens\u00e3o de que, com a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, a Constitui\u00e7\u00e3o manda que as coisas mudem..., para que nada mude; quero dizer: o objetivo constitucional \u00e9 mudar o valor nominal de uma dada obriga\u00e7\u00e3o de pagamento em dinheiro, para que essa mesma obriga\u00e7\u00e3o de pagamento em dinheiro n\u00e3o mude quanto ao seu valor real. \u00c9 ainda inferir: a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u00e9 instrumento de preserva\u00e7\u00e3o do valor real de um determinado bem, constitucionalmente protegido e redut\u00edvel a pec\u00fania. Valor real a preservar que \u00e9 sin\u00f4nimo de poder de compra ou \u201cpoder aquisitivo\u201d, tal como se v\u00ea na reda\u00e7\u00e3o do inciso IV do art. 7\u00ba da C.F., atinente ao instituto do sal\u00e1rio m\u00ednimo. E se se coloca assim na aplainada tela da Constitui\u00e7\u00e3o a imagem de um poder aquisitivo a resguardar, \u00e9 porque a express\u00e3o financeira do bem juridicamente protegido passa a experimentar, com o tempo, uma deteriora\u00e7\u00e3o ou perda de subst\u00e2ncia, por efeito, obviamente, do fato econ\u00f4mico gen\u00e9rico a que se d\u00e1 o nome de \u201cinfla\u00e7\u00e3o\u201d. Da\u00ed porque deixar de assegurar a continuidade desse valor real \u00e9, no fim das contas, desequilibrar a equa\u00e7\u00e3o econ\u00f4mico-financeira entre devedor e credor de uma dada obriga\u00e7\u00e3o de pagamento, em desfavor do \u00faltimo. 18. Com efeito, neste ponto de intelec\u00e7\u00e3o das coisas, nota-se que a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria se caracteriza, operacionalmente, pela citada aptid\u00e3o para manter um equil\u00edbrio econ\u00f4mico-financeiro entre sujeitos jur\u00eddicos. E falar de equil\u00edbrio econ\u00f4mico-financeiro entre partes jur\u00eddicas \u00e9, simplesmente, manter as respectivas pretens\u00f5es ou os respectivos interesses no estado em que primitivamente se encontravam. Pois n\u00e3o se trata de favorecer ou beneficiar ningu\u00e9m. O de que se cuida \u00e9 impedir que a perda do poder aquisitivo da moeda redunde no empobrecimento do credor e no correlato enriquecimento do devedor de uma dada obriga\u00e7\u00e3o de pagamento em dinheiro. Pelo que j\u00e1 se pode compreender melhor que a agrava\u00e7\u00e3o no \u201cquantum\u201d devido pelo sujeito passivo da rela\u00e7\u00e3o jur\u00eddica n\u00e3o \u00e9 propriamente qualitativa, mas t\u00e3o-somente quantitativa. A finalidade da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, enquanto instituto de Direito Constitucional, n\u00e3o \u00e9 deixar mais rico o benefici\u00e1rio, nem mais pobre o sujeito passivo de uma dada obriga\u00e7\u00e3o de pagamento. \u00c9 deix\u00e1-los tal como qualitativamente se encontravam, no momento em que se formou a rela\u00e7\u00e3o obrigacional. Da\u00ed me parecer correto ajuizar\n\nRua Irm\u00e3os Rudeck, n\u00ba 185, Ed. Sonda, 2\u00ba Andar, Centro, Fraiburgo \u2013 SC, CEP 89.580-000\n\n5\n\nFone/Fax (49) 3246-3138 e 3246-7747, e-mail: contato@damadvogados.com.br\n\n\fque a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria constitui verdadeiro direito subjetivo do credor, seja ele p\u00fablico, ou, ent\u00e3o, privado. N\u00e3o, por\u00e9m, uma nova categoria de direito subjetivo, superposta \u00e0quele de receber uma presta\u00e7\u00e3o obrigacional em dinheiro. O direito mesmo \u00e0 percep\u00e7\u00e3o da origin\u00e1ria paga \u00e9 que s\u00f3 existe em plenitude, se monetariamente corrigido. Donde a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria constituir-se em elemento do direito subjetivo \u00e0 percep\u00e7\u00e3o de uma determinada paga (integral) em dinheiro. N\u00e3o h\u00e1 dois direitos, portanto, mas um \u00fanico direito de receber, corrigidamente, um valor em dinheiro. Pois que, sem a corre\u00e7\u00e3o, o titular do direito s\u00f3 o recebe mutilada ou parcialmente. Enquanto o sujeito passivo da obriga\u00e7\u00e3o, correlatamente, dessa obriga\u00e7\u00e3o apenas se desincumbe de modo reduzido. 19. Conv\u00e9m insistir no racioc\u00ednio. Se h\u00e1 um direito subjetivo \u00e0 corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria de determinado cr\u00e9dito, direito que, como visto, n\u00e3o difere do cr\u00e9dito origin\u00e1rio, fica evidente que o reajuste h\u00e1 de corresponder ao preciso \u00edndice de desvaloriza\u00e7\u00e3o da moeda, ao cabo de um certo per\u00edodo; quer dizer, conhecido que seja o \u00edndice de deprecia\u00e7\u00e3o do valor real da moeda \u2013 a cada per\u00edodo legalmente estabelecido para a respectiva medi\u00e7\u00e3o \u2013 , \u00e9 ele que por inteiro vai recair sobre a express\u00e3o financeira do instituto jur\u00eddico protegido com a cl\u00e1usula de permanente atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. \u00c9 o mesmo que dizer: medido que seja o tamanho da infla\u00e7\u00e3o num dado per\u00edodo, tem-se, naturalmente, o percentual de defasagem ou de efetiva perda de poder aquisitivo da moeda que vai servir de crit\u00e9rio matem\u00e1tico para a necess\u00e1ria preserva\u00e7\u00e3o do valor real do bem ou direito constitucionalmente protegido.\nNessa esteira, a n\u00e3o aplica\u00e7\u00e3o de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria\nid\u00f4nea a refletir o processo inflacion\u00e1rio acaba por ferir de morte\no direito de propriedade do trabalhador, tendo em vista que seus\ndep\u00f3sitos na conta de FGTS n\u00e3o podem ser sacados a qualquer momento,\nacarretando em enriquecimento il\u00edcito da Caixa Econ\u00f4mica Federal,\nque no final das contas ir\u00e1 lucrar com o empobrecimento do\ntrabalhador.\nAli\u00e1s, o FGTS foi criado para proteger o trabalhador, com\na garantia de que ter\u00e1 uma reserva financeira em casos de\nnecessidade. Ora, se o trabalhador n\u00e3o possui livre disposi\u00e7\u00e3o da\nsua reserva financeira, somente podendo dispor dela em momento\nposterior, a n\u00e3o incid\u00eancia de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria capaz de refletir\na infla\u00e7\u00e3o obviamente acarreta em preju\u00edzo flagrante do seu direito\nde propriedade.\n\nRua Irm\u00e3os Rudeck, n\u00ba 185, Ed. Sonda, 2\u00ba Andar, Centro, Fraiburgo \u2013 SC, CEP 89.580-000\n\n6\n\nFone/Fax (49) 3246-3138 e 3246-7747, e-mail: contato@damadvogados.com.br\n\n\fDessa forma, para que se efetive o intuito de proteger o trabalhador \u00e9 imperioso que os dep\u00f3sitos em conta de FGTS sejam atualizados por \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria que garanta a recupera\u00e7\u00e3o do valor da moeda frente ao processo inflacion\u00e1rio ocorrido durante o per\u00edodo em que o dinheiro trabalhador permaneceu aplicado na conta de FGTS.\n\nDA INCONSTITUCIONALIDADE DA UTILIZA\u00c7\u00c3O DA TAXA REFERENCIAL (TR) COMO CRIT\u00c9RIO DE CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA: O Fundo de Garantia por Tempo de Servi\u00e7o (FGTS) foi institu\u00eddo pela Lei n. 5.170, de 13 de setembro de 1966, e \u00e9 composto de recursos captados no setor privado e administrados pela Caixa Econ\u00f4mica Federal, possuindo como principal finalidade a prote\u00e7\u00e3o dos trabalhadores demitidos sem justa causa. Atualmente, o FGTS \u00e9 regido pela Lei n. 8.036, de 11 de maio de 1990, a qual delegou \u00e0 institui\u00e7\u00e3o financeira r\u00e9 a qualidade de agente operador do fundo, cabendo-lhe, al\u00e9m das atribui\u00e7\u00f5es previstas em seu artigo 7\u00ba, realizar a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos fundos de todos os trabalhadores, bem como remuner\u00e1-los com juros, nos termos dos caputs dos artigos 2\u00ba e 13 da Lei n. 8.036/90 e no art. 17 da Lei 8.177/91, in verbis:\n\nLei Federal n\u00ba 8.036/1990: Art. 2\u00ba O FGTS \u00e9 constitu\u00eddo pelos saldos das contas vinculadas a que se refere esta lei e outros recursos a ele incorporados, devendo ser aplicados com atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e juros, de modo a assegurar a cobertura de suas obriga\u00e7\u00f5es.\nArt. 13. Os dep\u00f3sitos efetuados nas contas vinculadas ser\u00e3o corrigidos monetariamente com base nos par\u00e2metros fixados para atualiza\u00e7\u00e3o dos saldos dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a e capitaliza\u00e7\u00e3o juros de (tr\u00eas) por cento ao ano. (...)\n\nLei Federal n\u00ba 8.177/1991 Art. 17. A partir de fevereiro de 1991, os saldos das contas do Fundo de Garantia por Tempo de Servi\u00e7o (FGTS) passam a ser remunerados pela taxa aplic\u00e1vel \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a com\n\nRua Irm\u00e3os Rudeck, n\u00ba 185, Ed. Sonda, 2\u00ba Andar, Centro, Fraiburgo \u2013 SC, CEP 89.580-000\n\n7\n\nFone/Fax (49) 3246-3138 e 3246-7747, e-mail: contato@damadvogados.com.br\n\n\fdata de anivers\u00e1rio no dia 1\u00b0, observada a periodicidade mensal para remunera\u00e7\u00e3o. Par\u00e1grafo \u00fanico. (...) (grifado)\n\n\u00edndices:\n\nEm suma, os saldos das contas de FGTS s\u00e3o sujeito a dois\na) O primeiro \u00e9 o \u00edndice de 3% ao ano, referente a capitaliza\u00e7\u00e3o de juros, prevista no final do caput art. 13 da Lei 8.036/90; e b) O segundo \u00edndice, que deveria ser o respons\u00e1vel pela atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, \u00e9 aquele equivalente aos \u201cpar\u00e2metros fixados para atualiza\u00e7\u00e3o dos saldos dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a\u201d (caput art. 13 da Lei 8.036/90), o qual, desde a edi\u00e7\u00e3o do art. 17, caput, da Lei Federal n\u00ba 8.177/1991, \u00e9 a Taxa Referencial (TR).\n\nNo entanto, a ado\u00e7\u00e3o da Taxa Referencial como crit\u00e9rio de\n\natualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria n\u00e3o \u00e9 capaz atualmente de refletir idoneamente\n\no fen\u00f4meno inflacion\u00e1rio. Um dos motivos se d\u00e1 pela altera\u00e7\u00e3o que a\n\nTR foi sofrendo ao longo do tempo. Inicialmente, a TR foi criada\n\npara remunerar as cadernetas de poupan\u00e7a com a expectativa de\n\ninfla\u00e7\u00e3o futura no per\u00edodo de aplica\u00e7\u00e3o, no lugar da infla\u00e7\u00e3o\n\npassada. Desindexava-se, assim, a caderneta de poupan\u00e7a (principal\n\nativo financeiro na \u00e9poca) dos \u00edndices de infla\u00e7\u00e3o passada.\n\nOcorre que anteriormente \u00e0 Lei n\u00ba 8.981/95, o imposto de\n\nrenda incidente sobre as aplica\u00e7\u00f5es financeiras tinha como base de\n\nc\u00e1lculo apenas o \u201crendimento real\u201d, isto \u00e9, acima da infla\u00e7\u00e3o, e\n\ndiversos foram os \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria utilizados pelo\n\nFisco (OTN, BTN, BTN-fiscal e, por fim, UFIR) para identificar o\n\n\u201crendimento real\u201d. Todavia, com a edi\u00e7\u00e3o da referida lei, passou-se\n\na incidir o imposto de renda sobre a remunera\u00e7\u00e3o total das\n\naplica\u00e7\u00f5es.\n\nNesse sentido, a fim de evitar uma transfer\u00eancia em massa\n\nde capitais investidos em t\u00edtulos p\u00fablicos e privados para a\n\ncaderneta de poupan\u00e7a, alterou-se a metodologia de c\u00e1lculo da TR\n\n(Resolu\u00e7\u00e3o CMN 2.604, de 23/04/1999), desvinculando-se inclusive da\n\ninfla\u00e7\u00e3o futura, foco inicial da TR.\n\nDiante do exposto, pede-se v\u00eania para expor o\n\nentendimento j\u00e1 exarado pelo Egr\u00e9gio Supremo Tribunal Federal em\n\nRua Irm\u00e3os Rudeck, n\u00ba 185, Ed. Sonda, 2\u00ba Andar, Centro, Fraiburgo \u2013 SC, CEP 89.580-000\n\n8\n\nFone/Fax (49) 3246-3138 e 3246-7747, e-mail: contato@damadvogados.com.br\n\n\fsede de controle concentrado de constitucionalidade no sentido de que a TR n\u00e3o mais reflete idoneamente o fen\u00f4meno inflacion\u00e1rio. Veja-se trecho do voto do Ministro Ayres Britto na ADI n\u00ba 4425:\n\n20.O que determinou, no entanto, a Emenda Constitucional n\u00ba 62/2009? Que a atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos valores inscritos em precat\u00f3rio, ap\u00f3s sua expedi\u00e7\u00e3o e at\u00e9 o efetivo pagamento, se dar\u00e1 pelo \u201c\u00edndice oficial de remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica da caderneta de poupan\u00e7a\u201d. \u00cdndice que, segundo j\u00e1 assentou este Supremo Tribunal Federal na ADI 493, n\u00e3o reflete a perda de poder aquisitivo da moeda . 9 Cito passagem do minucioso voto do Ministro Moreira Alves: \u201cComo se v\u00ea, a TR \u00e9 a taxa que resulta, com a utiliza\u00e7\u00e3o das complexas e sucessivas f\u00f3rmulas contidas na Resolu\u00e7\u00e3o n\u00ba 1085 do Conselho Monet\u00e1rio Nacional, do c\u00e1lculo da taxa m\u00e9dia ponderada da remunera\u00e7\u00e3o dos CDB/RDB das vinte institui\u00e7\u00f5es selecionadas, expurgada esta de dois por cento que representam genericamente o valor da tributa\u00e7\u00e3o e da \u2018taxa real hist\u00f3rica de juros da economia\u2019 embutidos nessa remunera\u00e7\u00e3o. Seria a TR \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, e, portanto, \u00edndice de desvaloriza\u00e7\u00e3o da moeda, se inequivocamente essa taxa m\u00e9dia ponderada da remunera\u00e7\u00e3o dos CDB/RDB com o expurgo de 2% fosse constitu\u00edda apenas do valor correspondente \u00e0 desvaloriza\u00e7\u00e3o esperada da moeda em virtude da infla\u00e7\u00e3o. Em se tratando, por\u00e9m, de taxa de remunera\u00e7\u00e3o de t\u00edtulos para efeito de capta\u00e7\u00e3o de recursos por parte de entidades financeiras, isso n\u00e3o ocorre por causa dos diversos fatores que influem na fixa\u00e7\u00e3o do custo do dinheiro a ser captado. (...) A varia\u00e7\u00e3o dos valores das taxas desse custo prefixados por essas entidades decorre de fatores econ\u00f4micos v\u00e1rios, inclusive peculiares a cada uma delas (assim, suas necessidades de liquidez) ou comuns a todas (como, por exemplo, a concorr\u00eancia com outras fontes de capta\u00e7\u00e3o de dinheiro, a pol\u00edtica de juros adotada pelo Banco Central, a maior ou menor oferta de moeda), e fatores esses que nada t\u00eam que ver com o valor de troca da moeda, mas, sim \u2013 o que \u00e9 diverso -, com o custo da capta\u00e7\u00e3o desta.\u201d 21.O que se conclui, portanto, \u00e9 que o \u00a7 12 do art. 100 da Constitui\u00e7\u00e3o acabou por artificializar o conceito de atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. Conceito que est\u00e1 ontologicamente associado \u00e0 manuten\u00e7\u00e3o do valor real da moeda. Valor real que s\u00f3 se mant\u00e9m pela aplica\u00e7\u00e3o de \u00edndice que reflita a desvaloriza\u00e7\u00e3o dessa moeda em determinado per\u00edodo. Ora, se a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos valores inscritos em precat\u00f3rio deixa de corresponder \u00e0 perda do poder aquisitivo da moeda, o direito reconhecido por senten\u00e7a judicial transitada em julgado ser\u00e1 satisfeito de forma excessiva ou, de rev\u00e9s, deficit\u00e1ria. Em ambas as hip\u00f3teses, com enriquecimento il\u00edcito de uma das partes da rela\u00e7\u00e3o jur\u00eddica. E n\u00e3o \u00e9 dif\u00edcil constatar que a parte prejudicada, no caso, ser\u00e1, quase que invariavelmente, o credor da Fazenda P\u00fablica. Basta ver que, nos \u00faltimos quinze anos (1996 a 2010), enquanto a TR (taxa de remunera\u00e7\u00e3o da\n\nRua Irm\u00e3os Rudeck, n\u00ba 185, Ed. Sonda, 2\u00ba Andar, Centro, Fraiburgo \u2013 SC, CEP 89.580-000\n\n9\n\nFone/Fax (49) 3246-3138 e 3246-7747, e-mail: contato@damadvogados.com.br\n\n\fpoupan\u00e7a) foi de 55,77%, a infla\u00e7\u00e3o foi de 97,85%, de acordo com o IPCA. 22.N\u00e3o h\u00e1 como, portanto, deixar de reconhecer a inconstitucionalidade da norma atacada, na medida em que a fixa\u00e7\u00e3o da remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica da caderneta de poupan\u00e7a como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos valores inscritos em precat\u00f3rio implica indevida e intoler\u00e1vel constri\u00e7\u00e3o \u00e0 efic\u00e1cia da atividade jurisdicional. Uma afronta \u00e0 garantia da coisa julgada e, por reverbera\u00e7\u00e3o, ao protoprinc\u00edpio da separa\u00e7\u00e3o dos Poderes.\nAdemais, h\u00e1 de se relembrar que a TR \u00e9 fixada ex ante, ou\nseja, a partir de crit\u00e9rios t\u00e9cnicos que n\u00e3o levam em conta a\ndesvaloriza\u00e7\u00e3o da moeda empiricamente realizada.\nNesse sentido, transcrevem-se trechos do brilhante voto\ndo Ministro Luiz Fux ao julgar o Tema 810 desta Egr\u00e9gia Corte:\nNota-se, pois, que a remunera\u00e7\u00e3o da caderneta de poupan\u00e7a \u2013 diferentemente de qualquer outro \u00edndice oficial de infla\u00e7\u00e3o \u2013 \u00e9 sempre prefixada, seja na parte j\u00e1 prevista na lei (0,5% ao m\u00eas ou 70% da meta da taxa Selic ao ano, consoante as hip\u00f3teses do inciso II), seja na parte fixada pelo Banco Central (a Taxa Referencial relativa \u00e0 respectiva data de anivers\u00e1rio, na forma do inciso I, atualmente calculada com base em CDBs e RDBs prefixados). Essa circunst\u00e2ncia deixa patente a desvincula\u00e7\u00e3o entre a evolu\u00e7\u00e3o dos pre\u00e7os da economia e a remunera\u00e7\u00e3o da caderneta de poupan\u00e7a, o que a impede de caracterizar-se, quer sob o \u00e2ngulo formal (l\u00f3gico-conceitual) quer sob o \u00e2ngulo material (t\u00e9cnicometodol\u00f3gico), como term\u00f4metro da infla\u00e7\u00e3o. [...] Em terceiro lugar, a inidoneidade se manifesta em perspectiva hist\u00f3ricojurisprudencial. O pr\u00f3prio Supremo Tribunal Federal j\u00e1 decidiu que a TR n\u00e3o \u00e9, em abstrato, id\u00f4nea a capturar a perda do poder aquisitivo da moeda. Ao julgar a ADI n\u00ba 493, o plen\u00e1rio desta Corte entendeu que o aludido \u00edndice n\u00e3o foi criado para captar a varia\u00e7\u00e3o de pre\u00e7os na economia. Eis trecho esclarecedor da ementa e do voto condutor do ac\u00f3rd\u00e3o, lavrado pelo Min. Moreira Alves: Ementa: (\u2026) A taxa referencial (TR) n\u00e3o \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, pois, refletindo as varia\u00e7\u00f5es do custo prim\u00e1rio da capta\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos a prazo fixo, n\u00e3o constitui \u00edndice que reflita a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda. Trecho do Voto: \u201c(...) o \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u00e9 um n\u00famero-\u00edndice que traduz, o mais aproximadamente poss\u00edvel, a perda do valor de troca da moeda, mediante compara\u00e7\u00e3o, entre os extremos de determinado per\u00edodo, da varia\u00e7\u00e3o do pre\u00e7o de certos bens (mercadorias, servi\u00e7os, sal\u00e1rios, etc.), para a revis\u00e3o do pagamento de obriga\u00e7\u00f5es que dever\u00e1 ser feito na medida\nRua Irm\u00e3os Rudeck, n\u00ba 185, Ed. Sonda, 2\u00ba Andar, Centro, Fraiburgo \u2013 SC, CEP 89.580-000 10 Fone/Fax (49) 3246-3138 e 3246-7747, e-mail: contato@damadvogados.com.br\n\n\fdessa varia\u00e7\u00e3o. (\u2026) \u00c9, pois, um \u00edndice que se destina a determinar o valor de troa da moeda, e que, por isso mesmo, s\u00f3 pode se calculado com base em fatores econ\u00f4micos exclusivamente ligados a esse valor. Por isso, \u00e9 um \u00edndice neutro, que n\u00e3o admite, para seu c\u00e1lculo, se levem em considera\u00e7\u00e3o fatores outros que n\u00e3o os acima referidos. (\u2026) n\u00e3o \u00e9 isso que ocorre com a Taxa Referencial (TR), que n\u00e3o \u00e9 o \u00edndice de determina\u00e7\u00e3o do valor de troca da moeda, mas, ao contr\u00e1rio, \u00edndice que exprime a taxa m\u00e9dia ponderada do custo de capta\u00e7\u00e3o da moeda por entidades financeiras para sua posterior aplica\u00e7\u00e3o por estas. A varia\u00e7\u00e3o dos valores das taxas desse custo prefixados por essas entidades decorre de fatores econ\u00f4micos v\u00e1rios, inclusive peculiares a cada uma delas (assim, suas necessidades de liquidez) ou comuns a todas (como, por exemplo, a concorr\u00eancia com outras fontes de capta\u00e7\u00e3o de dinheiro, a pol\u00edtica de juros adotada pelo Banco Central, a maior ou menor oferta de moeda), e fatores esses que nada t\u00eam a ver com o valor de troca da moeda, mas, sim \u2013 o que \u00e9 diverso -, com o custo da capta\u00e7\u00e3o desta. Na forma\u00e7\u00e3o desse custo, n\u00e3o entra sequer a desvaloriza\u00e7\u00e3o da moeda (sua perda de valor de troca), que \u00e9 a j\u00e1 ocorrida, mas \u2013 o que \u00e9 expectativa com os riscos de um verdadeiro jogo \u2013 a previs\u00e3o da desvaloriza\u00e7\u00e3o da moeda que poder\u00e1 ocorrer\u201d. (ADI n\u00ba 493, rel. Min. Moreira Alves, Tribunal Pleno, j. em 25/06/1992, DJ 04-09-1992)\nNo mesmo sentido se manifestou o Ministro Celso de Mello:\n\u201cO car\u00e1ter eminentemente remunerat\u00f3rio da TR foi reconhecido, de modo expresso, pela pr\u00f3pria Lei n\u00ba 8.177/91 em seus arts. 12, 17 e 39. Esse aspecto \u2013 que assume ineg\u00e1vel essencialidade na an\u00e1lise do tema \u2013 revelase bastante para descaracterizar a pretendida natureza da TR como \u00edndice de atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria\u201d. (ADI n\u00ba 493, rel. Min. Moreira Alves, Tribunal Pleno, j. em 25/06/1992, DJ 04-09-1992) Mais recentemente, no julgamento das ADIs n\u00ba 4.357 e 4.425, o Supremo Tribunal Federal reiterou essa compreens\u00e3o ao pontuar a inidoneidade prima facie da remunera\u00e7\u00e3o da caderneta de poupan\u00e7a para mensurar o fen\u00f4meno inflacion\u00e1rio, como ficou registrado na ementa: \u201c(...) a infla\u00e7\u00e3o, fen\u00f4meno tipicamente econ\u00f4mico monet\u00e1rio, mostra-se insuscet\u00edvel de capta\u00e7\u00e3o aprior\u00edstica (ex ante), de modo que o meio escolhido pelo legislador constituinte (remunera\u00e7\u00e3o da caderneta de poupan\u00e7a) \u00e9 inid\u00f4neo a promover o fim a que se destina (traduzir a infla\u00e7\u00e3o do per\u00edodo)\u201d. (ADI n\u00ba 4.357, rel. Min. Ayres Britto, relator p/ ac\u00f3rd\u00e3o Min. Luiz Fux, Tribunal Pleno, j. 14/03/2013, DJe188 de 25-09- 2014) [...] Ora, se o Estado n\u00e3o utiliza a caderneta de poupan\u00e7a como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o quando tem o objetivo de passar credibilidade ao investidor ou de atrair contratantes, \u00e9 porque tem consci\u00eancia de que o aludido \u00edndice n\u00e3o \u00e9 adequado a medir a varia\u00e7\u00e3o de pre\u00e7os na economia.\nRua Irm\u00e3os Rudeck, n\u00ba 185, Ed. Sonda, 2\u00ba Andar, Centro, Fraiburgo \u2013 SC, CEP 89.580-000 11 Fone/Fax (49) 3246-3138 e 3246-7747, e-mail: contato@damadvogados.com.br\n\n\fAinda, a fim de demonstrar o completo distanciamento da TR dos \u00edndices que tradicionalmente s\u00e3o utilizados para atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, segue tabela comparativa:\n\nANO 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012\n\nTR 5,7295% 2,0962% 2,2852% 2,8023% 4,6485% 1,8184% 2,8335% 2,0377% 1,4452% 1,6348% 0,7090% 0,6887% 1,2079% 0,2897%\n\nINPC 8,43% 5,27% 9,44% 14,74% 10,38% 6,13% 5,05% 2,81% 5,15% 6,48% 4,11% 6,46% 6,07% 6,19%\n\nIPCA 8,94% 5,97% 7,67% 12,53% 9,30% 7,60% 5,69% 3,14% 4,45% 5,90% 4,31% 5,90% 6,50% 5,83%\n\nObservando-se a tabela acima, verifica-se que at\u00e9 meados de 1999 os \u00edndices do IPCA e da TR estavam muito pr\u00f3ximos, mas a partir do segundo semestre de 1999 aconteceu um descolamento, com os \u00edndices da TR quase sempre muito inferiores ao IPCA, chegando ao final do per\u00edodo com TR igual ou muito pr\u00f3xima de 0%. O descolamento se deu, basicamente, a partir da metodologia iniciada pela j\u00e1 mencionada Resolu\u00e7\u00e3o CMN n\u00b0 2.604, de 23/04/1999, com efeitos a partir de 01/06/1999.\nNessa esteira, hoje, o trabalhador que tem seu dinheiro aplicado no FGTS, e de l\u00e1 n\u00e3o pode retir\u00e1-lo para outro investimento, est\u00e1 sendo remunerado com 3% de juros ao ano e nada mais. N\u00e3o h\u00e1 nem corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria nem Taxa Referencial\nRua Irm\u00e3os Rudeck, n\u00ba 185, Ed. Sonda, 2\u00ba Andar, Centro, Fraiburgo \u2013 SC, CEP 89.580-000 12 Fone/Fax (49) 3246-3138 e 3246-7747, e-mail: contato@damadvogados.com.br\n\n\f(independentemente de sua natureza jur\u00eddica) em flagrante ofensa ao art. 2\u00ba da Lei n\u00ba 8.036/90, que imp\u00f5e a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos valores depositados pelo empregador.\nDiante destas considera\u00e7\u00f5es, o entendimento fixado pelo STJ no REsp n\u00ba 1614874 (\u201ca remunera\u00e7\u00e3o das contas vinculadas ao FGTS tem disciplina pr\u00f3pria, ditada por lei, que estabelece a TR como forma de atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, sendo vedado, portanto, ao Poder Judici\u00e1rio substituir o mencionado \u00edndice\u201d) se mostra totalmente equivocado, eis que assume que a TR \u00e9 forma de atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, violando frontalmente o entendimento da Suprema Corte no sentido de que \u201ca taxa referencial (TR) n\u00e3o \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria\u201d.\nAssim, a utiliza\u00e7\u00e3o da TR como forma de corre\u00e7\u00e3o dos saldos das contas de FGTS tem gerado uma gigantesca destrui\u00e7\u00e3o do valor do patrim\u00f4nio do trabalhador. H\u00e1 anos, os trabalhadores que tem dep\u00f3sitos no FGTS n\u00e3o experimentam ganhos reais. Ao contr\u00e1rio, h\u00e1 muito tempo os trabalhadores t\u00eam rendimentos inferiores \u00e0 infla\u00e7\u00e3o, mesmo levando em conta a remunera\u00e7\u00e3o dos juros de 3% ao ano previstos no art. 13 da Lei 8.036/90.\nGiza-se que em nenhum momento se defende aqui a inconstitucionalidade da Taxa Referencial (TR) como \u00edndice de remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a. Quem coloca seu dinheiro na poupan\u00e7a o faz por vontade pr\u00f3pria, por outro lado, o trabalhador n\u00e3o possui o direito de escolher em qual fundo seus saldos do FGTS ir\u00e3o ser aplicados.\nNesse sentido, o que se assevera aqui, tal como decidido pelo Supremo Tribunal Federal, \u00e9 a inconstitucionalidade da utiliza\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, porque de capta\u00e7\u00e3o aprior\u00edstica (ex ante) e, como tal, totalmente desvencilhado do real fen\u00f4meno inflacion\u00e1rio, n\u00e3o correspondente \u00e0 real garantia constitucional de propriedade e incompat\u00edvel com a obrigatoriedade e a aus\u00eancia de portabilidade dos dep\u00f3sitos do Fundo de Garantia.\nDiante destas premissas verifica-se a viola\u00e7\u00e3o dos arts. 5\u00ba, XXII (direito de propriedade) e 7\u00ba, III (direito ao FGTS), ambos\nRua Irm\u00e3os Rudeck, n\u00ba 185, Ed. Sonda, 2\u00ba Andar, Centro, Fraiburgo \u2013 SC, CEP 89.580-000 13 Fone/Fax (49) 3246-3138 e 3246-7747, e-mail: contato@damadvogados.com.br\n\n\fda Constitui\u00e7\u00e3o Federal, na medida em que o trabalhador est\u00e1 sofrendo verdadeiro confisco do Governo Federal, que se apropria de sua propriedade (saldos do FGTS), aplicando corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria que sequer rep\u00f5e as perdas inflacion\u00e1rias, violando o n\u00facleo essencial do direito fundamental ao FGTS.\nAssim, em face do exposto, deve se declarar inconstitucional a express\u00e3o \u201ccom base nos par\u00e2metros fixados para atualiza\u00e7\u00e3o dos saldos dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a\u201d do caput do art. 13 da Lei Federal n\u00ba 8.036/1990 e o caput do art. 17 da Lei Federal n\u00ba 8.177/1991 \u2013 dispositivos os quais imp\u00f5em a corre\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos nas contas vinculadas do FGTS pela Taxa Referencial (TR), determinando que a partir de 1999 a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria das contas de FGTS deixe de ser feita pela TR, passando a ser realizada pelo INPC ou pelo IPCA, eis que estes s\u00e3o capazes de refletir a infla\u00e7\u00e3o.\nDA EXIST\u00caNCIA DE REPERCUSS\u00c3O GERAL A decis\u00e3o proferida pelo Supremo Tribunal Federal no Tema 787 (proferida em 11/12/2014), na qual supostamente afirmou-se n\u00e3o existir Repercuss\u00e3o Geral acerca da mat\u00e9ria que versa sobre a constitucionalidade da utiliza\u00e7\u00e3o da Taxa Referencial (TR) para corre\u00e7\u00e3o dos saldos das contas do FGTS, n\u00e3o se mant\u00e9m mais \u00edntegra, seja ante ao firme posicionamento da atual jurisprud\u00eancia dominante do STF, seja pelas altera\u00e7\u00f5es nas premissas f\u00e1tico-jur\u00eddicas acerca da mat\u00e9ria. Observe-se, que a decis\u00e3o do Tema 787 (ARE 848.240/RN) foi tomada por maioria, e com a premissa de que o STF \u201cafirmou a legitimidade da Taxa Referencial (TR) como \u00edndice de atualiza\u00e7\u00e3o de obriga\u00e7\u00f5es\u201d:\nPROCESSUAL CIVIL. RECURSO EXTRAORDIN\u00c1RIO COM AGRAVO. FGTS. DEP\u00d3SITOS EFETUADOS NA CONTA VINCULADA. \u00cdNDICE DE CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA. APLICA\u00c7\u00c3O DA TAXA REFERENCIAL. MAT\u00c9RIA INFRACONSTITUCIONAL. AUS\u00caNCIA DE REPERCUSS\u00c3O GERAL. 1. Esta Suprema Corte, em diversas manifesta\u00e7\u00f5es de seu \u00f3rg\u00e3o plen\u00e1rio, afirmou a legitimidade da Taxa Referencial (TR) como\nRua Irm\u00e3os Rudeck, n\u00ba 185, Ed. Sonda, 2\u00ba Andar, Centro, Fraiburgo \u2013 SC, CEP 89.580-000 14 Fone/Fax (49) 3246-3138 e 3246-7747, e-mail: contato@damadvogados.com.br\n\n\f\u00edndice de atualiza\u00e7\u00e3o de obriga\u00e7\u00f5es, com a \u00fanica ressalva da inviabilidade de sua aplica\u00e7\u00e3o retroativa para alcan\u00e7ar situa\u00e7\u00f5es pret\u00e9ritas. Nesse sentido: ADI 493-MC, Rel. Min. MOREIRA ALVES, Tribunal Pleno, DJ de 4/9/1992; ADI 768-MC, Rel. Min. MARCO AUR\u00c9LIO, Tribunal Pleno, DJ de 13/11/1992; ADI 959-MC, Rel. Min. SYDNEY SANCHES, Tribunal Pleno, DJ de 13/5/1994. 2. Assim sendo, o exame da inaplicabilidade da TR em situa\u00e7\u00f5es espec\u00edficas pertence ao dom\u00ednio da legisla\u00e7\u00e3o ordin\u00e1ria pertinente a cada caso, a significar que eventual ofensa \u00e0 Carta Magna seria apenas reflexa. 3. Portanto, \u00e9 de natureza infraconstitucional a controv\u00e9rsia relativa \u00e0 aplica\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos dep\u00f3sitos efetuados em conta vinculada do FGTS, fundada na interpreta\u00e7\u00e3o das Leis 7.730/89, 8.036/90 e 8.177/91. 4. \u00c9 cab\u00edvel a atribui\u00e7\u00e3o dos efeitos da declara\u00e7\u00e3o de aus\u00eancia de repercuss\u00e3o geral quando n\u00e3o h\u00e1 mat\u00e9ria constitucional a ser apreciada ou quando eventual ofensa \u00e0 Carta Magna ocorra de forma indireta ou reflexa (RE 584.608 RG, Min. ELLEN GRACIE, DJe de 13/03/2009). 5. Aus\u00eancia de repercuss\u00e3o geral da quest\u00e3o suscitada, nos termos do art. 543-A do CPC. (ARE 848240 RG, Relator(a): Min. TEORI ZAVASCKI, julgado em 11/12/2014, PROCESSO ELETR\u00d4NICO DJe-250 DIVULG 18-12-2014 PUBLIC 19-122014 - grifado)\n\nTodavia, conforme j\u00e1 amplamente exposto, o Pret\u00f3rio Excelso j\u00e1 assentou na ADI 4425 e mais recentemente ao julgar o RE 870947 (Tema 810) que \u201ca taxa referencial (TR) n\u00e3o \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, pois, refletindo as varia\u00e7\u00f5es do custo prim\u00e1rio da capta\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos a prazo fixo, n\u00e3o constitui \u00edndice que reflita a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda\u201d e que \u201cn\u00e3o h\u00e1 como, portanto, deixar de reconhecer a inconstitucionalidade da norma atacada, na medida em que a fixa\u00e7\u00e3o da remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica da caderneta de poupan\u00e7a como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria\u201d.\n\nNesse sentido, j\u00e1 foi decidido pela Suprema Corte que a\n\nTR, enquanto \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, \u00e9 INCONSTITUCIONAL, pois\n\n\u201cn\u00e3o constitui \u00edndice que reflita a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da\n\nmoeda\u201d.\n\nAinda,\n\nfora\n\nproposta\n\na\n\nA\u00e7\u00e3o\n\nDireta\n\nde\n\nInconstitucionalidade n\u00ba 5090, sob relatoria do Ministro Roberto\n\nBarroso, que assim asseverou em sua decis\u00e3o que recebeu a a\u00e7\u00e3o:\n\nEst\u00e3o presentes os requisitos legais. A relev\u00e2ncia da mat\u00e9ria \u00e9 evidente, sendo pertinente a participa\u00e7\u00e3o das requerentes \u2013 a primeira, porque assiste centenas de trabalhadores em demandas relativas \u00e0 atualiza\u00e7\u00e3o do FGTS; e a segunda, porque atua como agente operador do FGTS.\n\nRua Irm\u00e3os Rudeck, n\u00ba 185, Ed. Sonda, 2\u00ba Andar, Centro, Fraiburgo \u2013 SC, CEP 89.580-000 15 Fone/Fax (49) 3246-3138 e 3246-7747, e-mail: contato@damadvogados.com.br\n\n\fAli\u00e1s, cumpre ressaltar que o Supremo Tribunal Federal j\u00e1 reconheceu a possibilidade de revis\u00e3o da decis\u00e3o que em um primeiro\nmomento reconhece inexist\u00eancia de Repercuss\u00e3o Geral, por altera\u00e7\u00e3o\nnas premissas f\u00e1tico-jur\u00eddicas.\nObservem a dic\u00e7\u00e3o do Informativo n\u00ba 605 da Suprema Corte\nacerca do tema:\nREPERCUSS\u00c3O GERAL Repercuss\u00e3o Geral e Altera\u00e7\u00e3o nas Premissas F\u00e1tico-Jur\u00eddicas - 1 O Plen\u00e1rio resolveu quest\u00e3o de ordem no sentido de reconhecer a repercuss\u00e3o geral da mat\u00e9ria discutida em recursos extraordin\u00e1rios, relativa \u00e0 possibilidade, ou n\u00e3o, de se aplicar a al\u00edquota m\u00e1xima do Imposto de Renda de Pessoa F\u00edsica aos valores recebidos acumuladamente pelo benefici\u00e1rio, por culpa exclusiva da autarquia previdenci\u00e1ria. Com base nisso, reformou decis\u00e3o monocr\u00e1tica da Min. Ellen Gracie, que n\u00e3o admitira os recursos, dos quais relatora, ao fundamento de que a quest\u00e3o j\u00e1 teria sido considerada \u201csem repercuss\u00e3o geral\u201d no \u00e2mbito do Plen\u00e1rio Virtual. No caso, ap\u00f3s o STF haver deliberado que o tema versado nos autos n\u00e3o possuiria repercuss\u00e3o geral, o TRF da 4\u00aa Regi\u00e3o declarara a inconstitucionalidade, sem redu\u00e7\u00e3o de texto, do art. 12 da Lei 7.713/88, o qual determina a incid\u00eancia do Imposto de Renda no m\u00eas do recebimento de valores acumulados sobre o total dos rendimentos. A Uni\u00e3o, ao alegar a superveniente altera\u00e7\u00e3o nas premissas f\u00e1tico-jur\u00eddicas, sustentava, em sede de agravo regimental, que os recursos extraordin\u00e1rios interpostos com fulcro no art. 102, III, b, da CF teriam repercuss\u00e3o geral presumida. RE 614232 AgR-QO/RS, rel. Min. Ellen Gracie, 20.10.2010. (RE-614232) RE 614406 AgR-QO/RS, rel. Min. Ellen Gracie, 20.10.2010. (RE-614232)\nNesse interim, verifica-se que o Pret\u00f3rio Excelso\nautoriza a revis\u00e3o da decis\u00e3o que em um primeiro momento aduz que\ninexiste repercuss\u00e3o geral. A altera\u00e7\u00e3o f\u00e1tica se d\u00e1 em raz\u00e3o do crescimento\nimpremedit\u00e1vel do n\u00famero de a\u00e7\u00f5es que versam sobre a mat\u00e9ria no\nPoder Judici\u00e1rio. Quando julgado o Tema 731 do STJ, mais de 409 mil\na\u00e7\u00f5es aguardavam o referido julgamento. Ainda, cumpre salientar que\nap\u00f3s o julgamento que n\u00e3o reconheceu repercuss\u00e3o geral na mat\u00e9ria,\nem 2014, a infla\u00e7\u00e3o anual acumulada em 2015, segundo o IPCA, foi de 10,67%, enquanto que a TR acumulada para o mesmo ano foi de 1,79%!\nRua Irm\u00e3os Rudeck, n\u00ba 185, Ed. Sonda, 2\u00ba Andar, Centro, Fraiburgo \u2013 SC, CEP 89.580-000 16 Fone/Fax (49) 3246-3138 e 3246-7747, e-mail: contato@damadvogados.com.br\n\n\fA altera\u00e7\u00e3o jur\u00eddica se d\u00e1 pelo atual entendimento dominante, julgado em Repercuss\u00e3o Geral (Tema 810) e em sede de controle concentrado de constitucionalidade (ADI 4425), no sentido de que a Taxa Referencial enquanto \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u00e9 inconstitucional.\nSob o tema, o art. 1.035, \u00a73\u00ba, I do CPC disp\u00f5e que sempre haver\u00e1 repercuss\u00e3o geral quando o recurso impugnar ac\u00f3rd\u00e3o que contrarie jurisprud\u00eancia dominante do STF:\nArt. 1.035. O Supremo Tribunal Federal, em decis\u00e3o irrecorr\u00edvel, n\u00e3o conhecer\u00e1 do recurso extraordin\u00e1rio quando a quest\u00e3o constitucional nele versada n\u00e3o tiver repercuss\u00e3o geral, nos termos deste artigo. [...] \u00a73o Haver\u00e1 repercuss\u00e3o geral sempre que o recurso impugnar ac\u00f3rd\u00e3o que: I - contrarie s\u00famula ou jurisprud\u00eancia dominante do Supremo Tribunal Federal;\nNesse \u00ednterim, \u00e9 necess\u00e1rio que o Supremo Tribunal Federal reveja o seu posicionamento acerca da exist\u00eancia de Repercuss\u00e3o Geral sobre a mat\u00e9ria, em face da altera\u00e7\u00e3o e consolida\u00e7\u00e3o da sua jurisprud\u00eancia acerca da constitucionalidade da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e das altera\u00e7\u00f5es f\u00e1ticas supervenientes ao julgamento de 2014, com crescimento descontrol\u00e1vel da infla\u00e7\u00e3o e do n\u00famero de a\u00e7\u00f5es que versam sobre o tema, que foram afetadas pelo julgamento do STJ no REsp Repetitivo n\u00ba 1614874.\nDOS \u00cdNDICES QUE CORRIGEM MONETARIAMENTE Como foi visto, desde 1999, com a metodologia adotada pelo Banco Central do Brasil, a TR n\u00e3o vem mais corrigindo monetariamente os dep\u00f3sitos vinculados \u00e0s contas de FGTS. Ora, se a TR n\u00e3o pode ser considerada um indexador id\u00f4neo, \u00e9 necess\u00e1rio substitu\u00ed-la por outro \u00edndice que, efetivamente, d\u00ea cumprimento aos preceitos do artigo 2\u00ba da Lei n. 8.036/90.\nRua Irm\u00e3os Rudeck, n\u00ba 185, Ed. Sonda, 2\u00ba Andar, Centro, Fraiburgo \u2013 SC, CEP 89.580-000 17 Fone/Fax (49) 3246-3138 e 3246-7747, e-mail: contato@damadvogados.com.br\n\n\fSabe-se que o sal\u00e1rio m\u00ednimo do trabalhador brasileiro \u00e9\ncorrigido pelo INPC, \u00edndice previsto na Lei n. 12.382, de 25 de\nfevereiro de 2011, nos seguintes termos:\nArt. 2\u00ba. Ficam estabelecidas as diretrizes para a pol\u00edtica de valoriza\u00e7\u00e3o do sal\u00e1rio m\u00ednimo a vigorar entre 2012 e 2015, inclusive, a serem aplicadas em 1o de janeiro do respectivo ano. 1\u00ba. Os reajustes para a preserva\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo do sal\u00e1rio m\u00ednimo corresponder\u00e3o \u00e0 varia\u00e7\u00e3o do \u00cdndice Nacional de Pre\u00e7os ao Consumidor \u2013 INPC, calculado e divulgado pela Funda\u00e7\u00e3o Instituto Brasileiro de Geografia e Estat\u00edstica \u2013 IBGE, acumulada nos doze meses anteriores ao m\u00eas do reajuste. 2\u00ba. Na hip\u00f3tese de n\u00e3o divulga\u00e7\u00e3o do INPC referente a um ou mais meses compreendidos no per\u00edodo do c\u00e1lculo at\u00e9 o \u00faltimo dia \u00fatil imediatamente anterior \u00e0 vig\u00eancia do reajuste, o Poder Executivo estimar\u00e1 os \u00edndices dos meses n\u00e3o dispon\u00edveis. 3\u00ba. Verificada a hip\u00f3tese de que trata o \u00a7 2\u00ba, os \u00edndices estimados permanecer\u00e3o v\u00e1lidos para os fins desta Lei, sem qualquer revis\u00e3o, sendo os eventuais res\u00edduos compensados no reajuste subsequente, sem retroatividade. 4\u00ba. A t\u00edtulo de aumento real, ser\u00e3o aplicados os seguintes percentuais:\n1. em 2012, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do Produto Interno Bruto \u2013 PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2010;\n2. em 2013, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2011;\n3. em 2014, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2012; e\n4. em 2015, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de\n5\u00ba. Para fins do disposto no \u00a7 4\u00ba, ser\u00e1 utilizada a taxa de crescimento real do PIB para o ano de refer\u00eancia, divulgada pelo IBGE at\u00e9 o \u00faltimo dia \u00fatil do ano imediatamente anterior ao de aplica\u00e7\u00e3o do respectivo aumento real.\nDesse modo, utilizou-se o INPC para corre\u00e7\u00e3o dos sal\u00e1rios\nm\u00ednimos justamente para preservar o seu poder aquisitivo. Se o\nsal\u00e1rio m\u00ednimo \u00e9 corrigido por esse \u00edndice, nada mais razo\u00e1vel que\ncorrigir os dep\u00f3sitos vinculados ao FGTS pelo mesmo indexador,\njustamente por decorrerem diretamente do sal\u00e1rio do trabalhador.\nCaso n\u00e3o se entenda dessa forma, outro \u00edndice que se\nmostra aplic\u00e1vel e que efetivamente produz corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u00e9 o\nIPCA, \u00edndice estabelecido pelo Governo Federal para medir as metas Rua Irm\u00e3os Rudeck, n\u00ba 185, Ed. Sonda, 2\u00ba Andar, Centro, Fraiburgo \u2013 SC, CEP 89.580-000 18 Fone/Fax (49) 3246-3138 e 3246-7747, e-mail: contato@damadvogados.com.br\n\n\finflacion\u00e1rias contratadas com o FMI ou, ainda, outro \u00edndice estabelecido pelo Ju\u00edzo, desde que respeitada a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria prevista no artigo 2\u00ba da Lei n. 8.036/90.\nAdemais, o parecer cont\u00e1bil em anexo apresenta compara\u00e7\u00f5es interessantes entre a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria (n\u00e3o) efetuada pela TR e a corre\u00e7\u00e3o realizada por outros \u00edndices. Verifica-se, por exemplo, que um trabalhador com sal\u00e1rio de R$1.000,00 (mil reais), se tivesse seus fundos corrigidos pelo INPC desde 1999, teria uma diferen\u00e7a a receber de R$9.098,56 (nove mil e noventa e oito reais e cinquenta e seis centavos).\nDa mesma forma, um trabalhador com o mesmo sal\u00e1rio acima especificado, se tivesse seus rendimentos corrigidos pelo IPCA desde 1999, teria uma diferen\u00e7a a receber de R$8.561,43 (oito mil, quinhentos e sessenta e um reais e quarenta e tr\u00eas centavos). Ou seja, a TR \u00e9 um indexador inid\u00f4neo que merece ser substitu\u00eddo para efetivo cumprimento dos preceitos da Lei n. 8.036/90.\nDOS JUROS DE MORA Independentemente da incid\u00eancia dos juros de capitaliza\u00e7\u00e3o assegurados pela Lei \u2013 que \u00e9 de 6% ao ano aos que optaram pelo fundo at\u00e9 a data de 22.09.71 (de acordo com a Lei n\u00ba 5.107/66 instituidora do FGTS, o artigo 11, par\u00e1grafo 3\u00ba da Lei 7.839/89 e o artigo 13, \u00a7 3\u00ba da Lei 8.036/90 e de 3% ao ano para todos os demais (artigo 13, caput da Lei 8.036/90)\u2013 as diferen\u00e7as devidas aos substitu\u00eddos devem ser majoradas com a incid\u00eancia de juros de mora, nos moldes previstos pelo C\u00f3digo Civil.\n3. DO PEDIDO DE EXIBI\u00c7\u00c3O DE DOCUMENTOS Para que seja efetuado o c\u00e1lculo dos valores a serem pagos \u00e0 parte Autora, bem como, seja realizado o c\u00e1lculo correto do valor da causa, torna-se necess\u00e1rio o acesso a todos os extratos das suas contas de FGTS desde a data de abertura de cada uma das contas. Todavia, a Caixa Econ\u00f4mica Federal, por diversos meios, vem obstaculizando a obten\u00e7\u00e3o dos documentos necess\u00e1rios. Rua Irm\u00e3os Rudeck, n\u00ba 185, Ed. Sonda, 2\u00ba Andar, Centro, Fraiburgo \u2013 SC, CEP 89.580-000 19 Fone/Fax (49) 3246-3138 e 3246-7747, e-mail: contato@damadvogados.com.br\n\n\fVale sinalar, preventivamente, que apesar de a CEF disponibilizar em seu site alguns extratos de FGTS, os extratos referentes a contas de FGTS mais antigas ou, cujos saldos j\u00e1 foram sacados, n\u00e3o est\u00e3o dispon\u00edveis pela internet.\nDessa forma, torna-se necess\u00e1ria a intima\u00e7\u00e3o da CEF para que apresente extratos anal\u00edtico de todas as contas de FGTS da parte Autora desde a data de inicio de cada contrato de emprego at\u00e9 a presente data.\nNesse ponto, destaca-se que a Caixa Econ\u00f4mica Federal \u00e9 respons\u00e1vel pela apresenta\u00e7\u00e3o de todos os extratos de contas de FGTS inclusive, em rela\u00e7\u00e3o aos per\u00edodos anteriores a transposi\u00e7\u00e3o das contas para a Caixa Econ\u00f4mica Federal.\nTal entendimento tamb\u00e9m j\u00e1 restou consolidado pela jurisprud\u00eancia do STJ, segundo o qual, a responsabilidade pela apresenta\u00e7\u00e3o dos extratos anal\u00edticos \u00e9 da CEF, enquanto gestora do FGTS, com amplo acesso aos documentos relacionados ao Fundo. Tal tese foi consolidada com o julgamento do REsp 1.108.034/RN, submetido ao regime do art. 543-C do CPC/1973 (artigo 1036 do CPC/2015). Nesse sentido \u00e9 a s\u00famula 514 do STJ:\n\u201cA CEF \u00e9 respons\u00e1vel pelo fornecimento dos extratos das contas individualizadas vinculadas ao FGTS dos Trabalhadores participantes do Fundo de Garantia do Tempo de Servi\u00e7o, inclusive para fins de exibi\u00e7\u00e3o em ju\u00edzo, independentemente do per\u00edodo em discuss\u00e3o\u201d.\nNa mesma esteira, a jurisprud\u00eancia do TRF4:\nPROCESSUAL CIVIL. FGTS. EXTRATO ANAL\u00cdTICO ANTERIOR \u00c0 MIGRA\u00c7\u00c3O DAS CONTAS FUNDI\u00c1RIAS. APRESENTA\u00c7\u00c3O EM JU\u00cdZO. RESPONSABILIDADE DA CAIXA ECON\u00d4MICA FEDERAL. OBRIGA\u00c7\u00c3O DE TRATO SUCESSIVO. PRESCRI\u00c7\u00c3O. 1. A Caixa Econ\u00f4mica Federal \u00e9 respons\u00e1vel pela apresenta\u00e7\u00e3o, em ju\u00edzo, dos extratos anal\u00edticos anteriores \u00e0 migra\u00e7\u00e3o da contas fundi\u00e1rias. 2. Sendo os dep\u00f3sitos fundi\u00e1rios uma obriga\u00e7\u00e3o de trato sucessivo, os bancos deposit\u00e1rios devem fornecer os extratos dos per\u00edodos n\u00e3o prescritos. 3. Agravo improvido. (TRF4 506090151.2011.404.7100, Terceira Turma, Relator p/ Ac\u00f3rd\u00e3o Carlos Eduardo Thompson Flores Lenz, D.E. 02/08/2012)\nAli\u00e1s, sendo os extratos prova essencial \u00e0 instru\u00e7\u00e3o do feito, a sua apresenta\u00e7\u00e3o tamb\u00e9m tem amparo no art. 370 do CPC:\nRua Irm\u00e3os Rudeck, n\u00ba 185, Ed. Sonda, 2\u00ba Andar, Centro, Fraiburgo \u2013 SC, CEP 89.580-000 20 Fone/Fax (49) 3246-3138 e 3246-7747, e-mail: contato@damadvogados.com.br\n\n\fArt. 370. Caber\u00e1 ao juiz, de of\u00edcio ou a requerimento da parte, determinar as provas necess\u00e1rias ao julgamento do m\u00e9rito.\nDeste modo, a parte autora requerer a exibi\u00e7\u00e3o dos extratos anal\u00edticos de todas as suas contas de FGTS, na forma do no art. 370 do CPC, art. 11, da Lei 10.259/01, art. 7\u00ba, I, da Lei 8.036/90, arts. 23 e 24, do Decreto 99.684/90 e art. 10, da LC 110/01.\n4. DO PEDIDO EM FACE AO EXPOSTO, requer a Vossa Excel\u00eancia: a) A concess\u00e3o do benef\u00edcio da GRATUIDADE DA JUSTI\u00c7A, tendo em vista que a parte Autora n\u00e3o tem como suportar as custas judiciais sem o preju\u00edzo de seu sustento e de sua fam\u00edlia; b) A intima\u00e7\u00e3o da Caixa Econ\u00f4mica Federal para que apresente extratos anal\u00edticos de todas as contas de FGTS da parte Autora; c) A cita\u00e7\u00e3o da requerida para, querendo, apresentar defesa dos termos da lei, advertida das san\u00e7\u00f5es de confiss\u00e3o e revelia; d) A n\u00e3o realiza\u00e7\u00e3o de audi\u00eancia de concilia\u00e7\u00e3o, ante a inefic\u00e1cia do procedimento, tendo em vista o not\u00f3rio e reiterado posicionamento da Caixa Econ\u00f4mica Federal em sentido contr\u00e1rio ao pedido apresentado pela parte Autora; e) A produ\u00e7\u00e3o de todos os meios de provas em direito admitidos, em especial o documental; f) O julgamento da demanda com TOTAL PROCED\u00caNCIA para:\ne.1) declarar inconstitucional a express\u00e3o \u201ccom base nos par\u00e2metros fixados para atualiza\u00e7\u00e3o dos saldos dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a\u201d do caput do art. 13 da Lei Federal n\u00ba 8.036/1990 e o caput do art. 17 da Lei Federal n\u00ba 8.177/1991 \u2013 dispositivos os quais imp\u00f5em a corre\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos nas contas vinculadas do FGTS pela Taxa Referencial (TR);\nRua Irm\u00e3os Rudeck, n\u00ba 185, Ed. Sonda, 2\u00ba Andar, Centro, Fraiburgo \u2013 SC, CEP 89.580-000 21 Fone/Fax (49) 3246-3138 e 3246-7747, e-mail: contato@damadvogados.com.br\n\n\fe.2) que a partir de 1999 a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria das contas de FGTS deixe de ser feita pela TR, passando a ser realizada pelo INPC ou pelo IPCA, eis que estes s\u00e3o capazes de refletir a infla\u00e7\u00e3o, com o consequente pagamento, em favor da parte autora, do valor correspondente \u00e0s diferen\u00e7as do FGTS decorrentes da aplica\u00e7\u00e3o do INPC ou IPCA aos valores vinculados, nos meses em que a TR foi menor que a infla\u00e7\u00e3o do per\u00edodo (parcelas vencidas e vincendas);\ne.3) sobre os valores devidos pela condena\u00e7\u00e3o de que tratam os itens anteriores, a incid\u00eancia de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria desde a inadimpl\u00eancia da Caixa, bem como os juros legais, observando aqueles pr\u00f3prios do FGTS e os juros do c\u00f3digo civil quando tenha ocorrido saque do FGTS em qualquer uma das hip\u00f3teses da previstas no art. 20 da Lei 036/90.\ng) Condenar a r\u00e9 ao pagamento das custas e honor\u00e1rios advocat\u00edcios, em valor a ser arbitrado por este Ju\u00edzo.\nD\u00e1-se \u00e0 causa o valor de R$ 1.100,00 (um mil e cem reais).\nTermos em que pede e espera deferimento.\nFraiburgo (SC), 06 de maio de 2021.\n\nDARCISIO ANT\u00d4NIO M\u00dcLLER OAB/SC 17.504\n(assinado digitalmente)\n\nD\u00c9BORA MARIE BUTCI OAB/SC 23.425\n(assinado digitalmente)\n\nDAIANNA HELO\u00cdSE HOEPFNER OAB/SC 30.851\n(assinado digitalmente)\nRua Irm\u00e3os Rudeck, n\u00ba 185, Ed. Sonda, 2\u00ba Andar, Centro, Fraiburgo \u2013 SC, CEP 89.580-000 22 Fone/Fax (49) 3246-3138 e 3246-7747, e-mail: contato@damadvogados.com.br\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 4 (Solon) - IdDocumentoCompleto: 5001822-32.2021.4.04.7120-711633010388256881934831066663", "text": "EXCELENT\u00cdSSIMO(A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) FEDERAL PRESIDENTE DO JEF DE SANTIAGO/RS\nMARCOS ANTONIO PIVETTA MACHADO, brasileiro, solteiro, vendedor, portador da carteira de Identidade n.\u00ba 1046246946 e inscrito no CPF sob o n.\u00ba 611. 179.180- 72, residente e domiciliado na rua Cel. Tuca, n\u00ba 660, bairro Jo\u00e3o It\u00fa, na cidade de Santiago-RS, CEP: 97700000. Vem por interm\u00e9dio de sua procuradora, \u00e0 presen\u00e7a de V. Exa., propor a presente:\nA\u00c7\u00c3O ORDIN\u00c1RIA DE COBRAN\u00c7A DE DIFEREN\u00c7A DE CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA DO FGTS\nEm face, a CAIXA ECON\u00d4MICA FEDERAL, empresa p\u00fablica, inscrita no CNPJ sob o n\u00ba 00.360.305/0001-04, estabelecida na Cidade de Pelotas/RS, na Rua Quinze de Novembro, n\u00ba 570, CEP 96.015-000, pelas raz\u00f5es de fato e de direito a seguir expostas:\nI \u2013 DOS FUNDAMENTOS DE FATOS\n1.1 \u2013 O autor, conforme extratos do FGTS em anexo possui dep\u00f3sitos que sofreram corre\u00e7\u00e3o pela TR (taxa referencial), indexador que a contar de determinado per\u00edodo se desvirtuou dos \u00edndices oficiais previstos no sistema financeiro brasileiro que visam a recomposi\u00e7\u00e3o dosefeitos corrosivos da infla\u00e7\u00e3o mensal, conforme detalhadamente passaremos a expor:\n1.2 \u2013 Visa a presente a\u00e7\u00e3o, a declara\u00e7\u00e3o da inconstitucionalidade parcial da TR, como indexador de corre\u00e7\u00e3o dos saldos da conta vinculada do FGTS do demandante e, a consequente condena\u00e7\u00e3o da r\u00e9 a substituir o \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria TR pelo \u00cdndice Nacional de Pre\u00e7os ao Consumidor \u2013 INPC ou pelo \u00cdndice de Pre\u00e7os ao Consumidor Amplo \u2013 IPCA ou ainda outro \u00edndice qualquer que seja minimamente mais vantajoso ao trabalhador, com o pagamento das diferen\u00e7as decorrentes da altera\u00e7\u00e3o, aplicando-se o mais favor\u00e1vel ao autor(a) e que realmente reflita a infla\u00e7\u00e3o no per\u00edodo.\n1.3 \u2013 Como sabido a TR \u00e9 o \u00edndice atualmente utilizado para corre\u00e7\u00e3o do FGTS, por\u00e9m a TR n\u00e3o tem promovido a necess\u00e1ria atualiza\u00e7\u00e3o do saldo existente na conta fundi\u00e1ria, uma vez que se encontra em patamar inferior \u00e0queles utilizados para indica\u00e7\u00e3o do percentual de infla\u00e7\u00e3o, como \u00e9 o caso do IPCA ou do INPC.\n1.4 \u2013 No mesmo vi\u00e9s o Supremo Tribunal Federal j\u00e1 semanifestou no sentido de n\u00e3o reconhecer a TR como \u00edndice capaz de corrigir avaria\u00e7\u00e3o inflacion\u00e1ria da moeda, n\u00e3o servindo, portanto, como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria a ser aplicado nos saldos fundi\u00e1rios a contar de janeiro de 1999, sendo imprescind\u00edvel, e por quest\u00e3o de justi\u00e7a, que outro \u00edndice seja aplicado, seja ele o INPC ou IPCA, para\n\n\fcorre\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos de FGTS como consequ\u00eancia da declara\u00e7\u00e3o da inconstitucionalidade parcial da TR.\nII \u2013 DA LEGITIMIDADE PASSIVA DA CAIXA FEDERAL\n2.1 \u2013 Desde logo, e por quest\u00e3o de economia processual a autora enfatiza a legitimidade passiva da r\u00e9, eis que a mat\u00e9ria encontra-se pacificada em nossos tribunais, tendo sido sumulada pelo E. STJ, no seguinte teor:\n\u201cS\u00famula n\u00ba 249: A Caixa Econ\u00f4mica Federal tem legitimidade passiva para integrar processo em que se discute corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria do FGTS\u201d.\nIII \u2013 DO FGTS \u2013 DIREITO \u00c0 CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA \u2013 MANIPULA\u00c7\u00c3O DA TR PELO BANCO CENTRAL/CMN \u2013 GRADUAL DESVIRTUAMENTO DA TR EM RELA\u00c7\u00c3O AOS\nINDICES OFICIAIS E CARACTERIZA\u00c7\u00c3O DA INCONSTITUCIONALIDADE PROGRESSIVA\n3.1 \u2013 O Fundo de Garantia por Tempo de Servi\u00e7o \u2013 FGTS criado pela Lei 5.107/66 e atualmente regido pela Lei n\u00ba 8.036/90, \u00e9 constitu\u00eddo por meio de dep\u00f3sitos mensais realizados pelos empregadores em conta vinculada aos trabalhadores e tem por fim garantir ao empregado estabilidadeno emprego, al\u00e9m de aux\u00edlio monet\u00e1rio.\n3.2 \u2013 Segundo a Lei 8.036/90, no in\u00edcio de cada m\u00eas, o empregador deve depositar, em conta aberta na CEF, em nome do empregado, valor correspondente a 8% (oito por cento) da remunera\u00e7\u00e3o deste, que pode moviment\u00e1-la sempre que verificada uma das hip\u00f3teses estabelecidas no art. 20 da referida Lei.\n3.3 \u2013 O fundo \u00e9 gerido e administrado a partir das normas e diretrizes do Conselho Curador e os recursos fundi\u00e1rios por expressa previs\u00e3o legislativa, sendo utilizados para financiar investimentos sociais nas \u00e1reas de habita\u00e7\u00e3o, saneamento, e infraestrutura urbana (art. 9\u00ba\u00a7\u00a7 2\u00ba e 3\u00ba da Lei 8.036/90). Quanto a forma de remunera\u00e7\u00e3o do fundo est\u00e1 expressamente previsto nos arts. 2\u00ba e 13\u00ba da Lei:\n\u201cArt. 2\u00ba. O FGTS \u00e9 constitu\u00eddo pelos saldos das contas vinculadas a que se referem esta Lei e outros recursos a ela incorporados, devendo ser aplicados com atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e juros, de modo a assegurar a cobertura de suas obriga\u00e7\u00f5es. (...) Art. 13. Os dep\u00f3sitos efetuados nas contas vinculadas ser\u00e3o corrigidos monetariamente com base nos par\u00e2metros fixados para atualiza\u00e7\u00e3o dos saldos dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a e capitaliza\u00e7\u00e3o juros (tr\u00eas) por cento ao ano.\u201d\n3.4 \u2013 Os par\u00e2metros de atualiza\u00e7\u00e3o dos saldos da poupan\u00e7a, por sua vez, encontram-se previstos no art. 12 da Lei n\u00ba 8.177/91 que disp\u00f5e:\n\u201cArt. 12 \u2013 Em cada per\u00edodo de rendimento, os dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a ser\u00e3o remunerados:\nI \u2013 como remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica por taxa correspondente \u00e0 acumula\u00e7\u00e3o a TRD, no per\u00edodo transcorrido entre o dia do \u00faltimo cr\u00e9dito de rendimento, inclusive, e o dia do cr\u00e9dito de rendimento, exclusive;\u201d\n\n\f3.5 \u2013 Nesta mesma Lei, est\u00e3o definidos os par\u00e2metros para a fixa\u00e7\u00e3o da Taxa Referencial \u2013 TR e da Taxa Referencial di\u00e1ria \u2013 TRD, nosseguintes termos:\n\u201cArt. 1\u00ba. O Banco Central do Brasil divulgar\u00e1 Taxa Referencial (TR), calculada a partir da remunera\u00e7\u00e3o mensal m\u00e9dia l\u00edquida de impostos, dos dep\u00f3sitos a prazo fixos captados nos bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos m\u00faltiplos com carteira comercial ou de investimentos, caixas econ\u00f4micas, ou dos t\u00edtulos p\u00fablicos federais, estaduais e municipais, de acordo com metodologia a ser aprovada pelo Conselho Monet\u00e1rio Nacional no prazo de 60 dias, e enviada ao conhecimento do Senado Federal. (...) \u00a7 3\u00ba. Enquanto n\u00e3o aprovada a metodologia de c\u00e1lculo de que trata este artigo, o Banco Central do Brasil fixar\u00e1a TR. Art. 2\u00ba. O Banco Central do Brasil divulgar\u00e1, para cada dia \u00fatil, a Taxa Referencial Di\u00e1ria (TRD), correspondendo seu valor di\u00e1rio \u00e0 distribui\u00e7\u00e3o pro rata dia da TR fixada para o m\u00eas corrente. \u00a7 1\u00ba. Enquanto n\u00e3o divulgada a TR relativa ao m\u00eas corrente o valor da TRD ser\u00e1 fixado pelo Banco Central do Brasil com base em estimativa daquela taxa. \u00a7 2\u00ba. Divulgada a TR, a fixa\u00e7\u00e3o da TRD nos dias \u00fateis restantes do m\u00eas deve ser realizada de forma tal que aTRD acumulada entre o 1\u00ba dia \u00fatil e o 1\u00ba dia do m\u00eas subseq\u00fcente seja \u00e0 TR do m\u00eas corrente.\u201d\n3.6 \u2013 Al\u00e9m de dispor que a TR seria o \u00edndice utilizado para corre\u00e7\u00e3o da poupan\u00e7a, a Lei n\u00ba 8.177/91 tamb\u00e9m disp\u00f4s que tal taxa seria aplicada para fins de corre\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos do FGTS, conforme previsto no seu art. 17:\n\u201cArt. 17. A partir de fevereiro de 1991, os saldos das contas do Fundo de Garantia por Tempo de Servi\u00e7o (FGTS) passam a ser remunerados pela taxa aplic\u00e1vel \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a com data de anivers\u00e1rio no dia 1\u00ba, observada a periodicidade mensal para remunera\u00e7\u00e3o. Par\u00e1grafo \u00fanico. As taxas de juros previstas na legisla\u00e7\u00e3o em vigor do FGTS s\u00e3o mantidas e consideradas como adicionais \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o prevista neste artigo.\u201d\n3.7 \u2013 Conforme se depreende da leitura do artigo acima, ficou determinado que os saldos das contas do FGTS passassem a ser corrigidos conforme a Taxa aplic\u00e1vel aos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a, ou seja, a TR,mantidas as taxas de juros previstas na legisla\u00e7\u00e3o pr\u00f3pria do FGTS, qual seja, a taxa de 3% de juros anuais, conforme j\u00e1 supra exposto.\n3.8 \u2013 N\u00e3o se pode discutir, portanto, que \u00e9 legal a aplica\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o dos saldos do FGTS, porque a lei vigente prev\u00ea tal aplica\u00e7\u00e3o. Entretanto, \u00e9 imprescind\u00edvel a identifica\u00e7\u00e3o da natureza jur\u00eddica do FGTS para se perquirir sobre a legalidade da aplica\u00e7\u00e3o do referido \u00edndice (TR), e, se de fato o mesmo \u00e9 capaz de garantir a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria em face das perdas inflacion\u00e1rias da moeda, conforme o expressamente previsto nos artigos 2\u00ba e 13\u00ba transcritos anteriormente.\n3.9 \u2013 Desde a cria\u00e7\u00e3o do FGTS pela citada Lei 5.107, de 13/09/1966, houve a preocupa\u00e7\u00e3o de assegurar \u00e0s contas vinculadas a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, o que se v\u00ea j\u00e1 no art. 3\u00ba da citada Lei. Isso se deve ao fato de que o FGTS foi criado para ser um FUNDO DE LONGO PRAZO, apesar de facultativo ao empregado, cujos saques eram limitados a poucas hip\u00f3teses, onde os benefici\u00e1rios levavam anos para poder sacar seus recursos e, se n\u00e3o houvesse recomposi\u00e7\u00e3o das perdas inflacion\u00e1rias, os valores depositados poderiam se tornar insignificantes, de tal forma que a recomposi\u00e7\u00e3o das perdas inflacion\u00e1rias tornava-se imperativa.\n\n\f3.10 \u2013 Com a CF/88, altera\u00e7\u00f5es substanciais foram feitas no FGTS, onde o art. 7\u00ba em seu inciso III, o definiu como direito independente do trabalhador, e obrigat\u00f3rio, mantendo sua fun\u00e7\u00e3o de pec\u00falio do trabalhador formado por contribui\u00e7\u00f5es do empregador, cujas hip\u00f3teses de levantamento s\u00e3o bastante restritas e, quase sempre vinculadas \u00e0 extin\u00e7\u00e3o do contrato de trabalho ou aquisi\u00e7\u00e3o/financiamento da casa pr\u00f3pria (art. 20 da Lei 8.036/90).\n3.11 \u2013 Na realidade o FGTS tem uma importante distin\u00e7\u00e3o em rela\u00e7\u00e3o a outros pec\u00falios privados e poupan\u00e7as/aplica\u00e7\u00f5es realizadas no mercado financeiro, j\u00e1 que o trabalhador n\u00e3o tem a op\u00e7\u00e3o de escolher em qual institui\u00e7\u00e3o financeira vai fazer a sua aplica\u00e7\u00e3o, de modo que n\u00e3o tem \u201cpoder de barganha\u201d, para buscar uma melhor rentabilidade, ou seja, o FGTS N\u00c3O TEM PORTABILIDADE, ao contr\u00e1rio de outras op\u00e7\u00f5es postas \u00e0 disposi\u00e7\u00e3o de empregados e patr\u00f5es para formar pec\u00falios ou poupan\u00e7as, como os fundos de previd\u00eancia privada ou as aplica\u00e7\u00f5es em caderneta de poupan\u00e7a, fundos de investimento, t\u00edtulos p\u00fablicos ou privados.\n3.12 \u2013 Ainda que sua remunera\u00e7\u00e3o seja muitoinsatisfat\u00f3ria ou que o titular da conta do FGTS discorde das pol\u00edticas de gest\u00e3odo fundo ou que se atemorize quanto a sua solidez, n\u00e3o h\u00e1 o que fazer, o titulardo FGTS n\u00e3o pode transferir ou sacar seus recursos e aplic\u00e1-los em outra modalidade dispon\u00edvel de poupan\u00e7a ou previd\u00eancia.\n3.13 \u2013 As caracter\u00edsticas \u2013 OBRIGATORIEDADE, AUS\u00caNCIA DE PORTABILIDADE e PRAZO INDETERMINADO do FGTS \u2013 direito do trabalhador que visa \u00e0 melhoria de sua condi\u00e7\u00e3o social assegurado pelo artigo 7\u00ba, inciso III da CF/88, justifica a recomposi\u00e7\u00e3o do seu valor frente aos efeitos corrosivos da infla\u00e7\u00e3o sobre a moeda como meio de preserva\u00e7\u00e3o do principio constitucional \u00e0 propriedade \u2013 art. 5\u00ba, XXII da CF \u2013 diferentemente da poupan\u00e7a ou outro pec\u00falio.\n3.14 \u2013 A Lei, portanto, disp\u00f5e que o fundo dever\u00e1 ser corrigido monetariamente e a corre\u00e7\u00e3o n\u00e3o representa qualquer acr\u00e9scimo, mas simples recomposi\u00e7\u00e3o do valor da moeda corro\u00eddo pelo processo inflacion\u00e1rio (STJ, REsp n\u00ba 1.191.868, 2\u00aa Turma, Rel. Min. Eliana Calmon, j. 15/06/2010 e p. 22/06/2010).\n3.15 \u2013 Ocorre, que a Taxa Referencial (TR) foi \u00edndice capaz de refletir a infla\u00e7\u00e3o ocorrida na economia brasileira por significativo per\u00edodo de tempo durante o qual n\u00e3o havia quaisquer raz\u00f5es para se opor a sua aplica\u00e7\u00e3o. N\u00e3o \u00e9, contudo, a realidade desde janeiro de 1999 a partir de quando o \u00edndice deixou de espelhar a desvaloriza\u00e7\u00e3o da moeda, e portanto, deixou de haver a corre\u00e7\u00e3o prevista em lei, com evidentes preju\u00edzos aos trabalhadores.\n3.16 \u2013 Ainda que n\u00e3o se fale da natureza jur\u00eddica da TR, partiremos do assentado pela jurisprud\u00eancia, principalmente do STJ, que a TR \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. \u00c9 do Banco Central o dever de regulamentar a metodologia de c\u00e1lculo da TR, bem como a expedi\u00e7\u00e3o das instru\u00e7\u00f5es necess\u00e1rias ao cumprimento do artigo que criou a TBF, como se depreende da leitura dos arts. 1\u00ba da Lei n\u00ba 8.177/91 e 5\u00ba da Lei n\u00ba10.192/01:\nArt. 1\u00ba O Banco Central do Brasil divulgar\u00e1 Taxa Referencial (TR), calculada a partir da remunera\u00e7\u00e3o mensal m\u00e9dia l\u00edquida de impostos, dos dep\u00f3sitos a prazo fixo captados nos bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos m\u00faltiplos com carteira comercial ou de investimentos, caixas econ\u00f4micas, ou dos t\u00edtulos p\u00fablicos federais, estaduais e municipais, de acordo com metodologia a ser aprovada pelo Conselho Monet\u00e1rio Nacional,\n\n\fno prazo de sessenta dias, e enviada ao conhecimento do Senado Federal.. (Lei n\u00ba 8177/91)\nArtigo 5\u00ba Fica institu\u00edda Taxa B\u00e1sica Financeira \u2013 TBF, para ser utilizada exclusivamente como base de remunera\u00e7\u00e3o de opera\u00e7\u00f5es realizadas no mercado financeiro, de prazo de dura\u00e7\u00e3o igual ou superior a sessenta dias.\nPar\u00e1grafo \u00fanico. O Conselho Monet\u00e1rio Nacional expedir\u00e1 as instru\u00e7\u00f5es necess\u00e1rias ao cumprimento do disposto neste artigo, podendo inclusive, ampliar o prazo m\u00ednimo previsto no caput. (Lei n\u00ba 10.192/01).\n3.17 \u2013 No mister de regulamentar a TR, o Banco Central/CMN vem ao longo dos anos criando e reinventando f\u00f3rmulas para encontr\u00e1-la. Desde a Resolu\u00e7\u00e3o 2.437, de 30 de outubro de 1997, a TR \u00e9 calculada levando em conta a Taxa B\u00e1sica Financeira e um Redutor. A Resolu\u00e7\u00e3o 3.354/06, hoje vigente sobre o assunto, diz o seguinte:\nArt. 1\u00ba Estabelecer que, para fins de c\u00e1lculo da Taxa B\u00e1sica Financeira - TBF e da Taxa Referencial - TR, de que tratam os arts. 1\u00ba da Lei 8.177, de 1\u00ba de mar\u00e7o de 1991, 1\u00ba da Lei 8.660, de 28 de maio de 1993, e 5\u00ba daLei 10.192, de 14 de fevereiro de 2001, deve ser constitu\u00edda amostra das 30 maiores institui\u00e7\u00f5es financeiras do Pa\u00eds, assim consideradas em fun\u00e7\u00e3o do volume de capta\u00e7\u00e3o efetuado por meio de certificados e recibos de dep\u00f3sito banc\u00e1rio (CDB/RDB), com prazo de 30 a 35 dias corridos, inclusive, e remunerados a taxas prefixadas, entre bancos m\u00faltiplos, bancos comerciais, bancos de investimento e caixas econ\u00f4micas.\nArt. 2\u00ba A TBF e a TR s\u00e3o calculadas a partir da remunera\u00e7\u00e3o mensal m\u00e9dia dos CDB/RDB emitidos a taxas de mercado prefixadas, com prazo de 30 a 35 dias corridos, inclusive, com base em informa\u00e7\u00f5es prestadas pelas institui\u00e7\u00f5es integrantes da amostra de que trata o art. 1\u00ba, na forma a ser determinada pelo Banco Central do Brasil Art. 4\u00ba Para cada dia do m\u00eas - dia de refer\u00eancia -, o Banco Central do Brasil deve calcular a TBF, para o per\u00edodo de um m\u00eas, com in\u00edcio no pr\u00f3prio dia de refer\u00eancia e t\u00e9rmino no dia correspondente ao dia de refer\u00eancia no m\u00eas seguinte, considerada a hip\u00f3tese prevista no \u00a7 2\u00ba, inciso IV. (...)\nArt. 5\u00ba Para cada TBF obtida, segundo a metodologia descrita no art. 4\u00ba, deve ser calculada a correspondenteTR, pela aplica\u00e7\u00e3o de um redutor R, de acordo com a seguinte f\u00f3rmula contida na lei:\nTR = max {0,100 {[ (1 + TBF/100) / R ] - 1}} (em %). \u00a7 1\u00ba O valor do redutor 'R' deve ser calculado para todos os dias, inclusive n\u00e3o-\u00fateis, de acordo com a seguintef\u00f3rmula:\nR = (a + b. TBF/100), onde:Resolu\u00e7\u00e3o n\u00ba 3354, de 31 de mar\u00e7o de 2006.TBF = TBF relativa ao dia de refer\u00eancia; a = 1,005; b = valor determinado de acordo com a tabela abaixo, em fun\u00e7\u00e3o da TBF obtida, segundo a metodologia descritano art. 4\u00ba, em termos percentuais ao ano:\nTBF (% a. A.) b TBF maior que 16 0,48 TBF menor ou igual a 16 e maior que 15 0,44TBF menor ou igual a 15 e maior que 14 0,40\nTBF menor ou igual a 14 e maior que 13 0,36 TBF menor ou igual a 13 e maior ou igual a 11 0,32Reda\u00e7\u00e3o dada pela Resolu\u00e7\u00e3o 3.446, de 05/03/2007. \u00a7 2\u00ba Fica o Banco Central do Brasil autorizado a determinar o valor do par\u00e2metro b no caso de a TBF obtida serinferior a 11% a. A.\n\n\f3.18 \u2013 O peculiar nesta determina\u00e7\u00e3o do Banco Central/CMN, que de resto se repete desde 1997, \u00e9 que a TBF e TR s\u00e3o exatamente iguais em sua g\u00eanese at\u00e9 o momento em que se determina que se aplique um redutor \u00e0 TBF para se chegar \u00e0 TR.\n3.19 \u2013 N\u00e3o h\u00e1 na Lei da TR previs\u00e3o de aplica\u00e7\u00e3o de redutor, assim como n\u00e3o h\u00e1 na Lei que criou a TBF. Todavia, causa estranheza que diante de um comando aberto como o do art. 5\u00ba da MP n\u00ba 1.503/95 (Lei n\u00ba 10.192/01), o Banco Central/CMN, com amplos poderes para regulamentar o assunto, n\u00e3o tenha institu\u00eddo um redutor, mas o tenha feito ao regulamentar o artigo 1\u00ba da Lei n\u00ba 8.177/91, que n\u00e3o era t\u00e3o flex\u00edvel. C\u00e9sar Roberto Buzin, economista renomado, explica o qu\u00ea o Banco Central/CMN est\u00e1 fazendo com a TR:\n\u201cObjeto de discuss\u00e3o \u00e9 a utiliza\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, que apesar de n\u00e3o ter sido criada como um \u00edndice de indexa\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, vem sendo utilizada para tal finalidade na corre\u00e7\u00e3o dos valores aplicados \u00e0 caderneta de poupan\u00e7a e outras aplica\u00e7\u00f5es como os dep\u00f3sitos do FGTS, dinheiro pertencente aos trabalhadores, por\u00e9m, com gest\u00e3o de terceiros. A posi\u00e7\u00e3o adotada pelo Superior Tribunal de Justi\u00e7a, em agosto de 2010, a respeito da utiliza\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria foi sacramentada por meio da cria\u00e7\u00e3o da S\u00famula 454, com a seguinte reda\u00e7\u00e3o: \u201cPactuada a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria nos contratos do SFH pelo mesmo \u00edndice aplic\u00e1vel \u00e0 caderneta de poupan\u00e7a, incide a Taxa Referencial (TR) a partir da vig\u00eancia da Lei 8.177/91\u201d.\nA TR \u00e9 calculada a partir da Taxa B\u00e1sica Financeira (TBF), uma m\u00e9dia de taxas de juros pagas nas aplica\u00e7\u00f5es em certificados de dep\u00f3sitos banc\u00e1rios (CDB) emitidas pelas 30 maiores institui\u00e7\u00f5es financeiras.\nPara calcular o valor da TR, \u00e9 preciso aplicar um redutor sobre a TBF, que depende de dois par\u00e2metros, chamados de a e b. O par\u00e2metro a \u00e9 o fator de 1,005, equivalente \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o da caderneta antiga, ou seja, 0,5% ao m\u00eas, ou 6,17% ao ano de juros remunerat\u00f3rio. Enquanto que o b \u00e9 um decimal menor do que 1, arbitrado pelo BACEN e que varia de acordo com o n\u00edvel de taxa de juros b\u00e1sica da economia, divulgada ap\u00f3s as reuni\u00f5es do Comit\u00ea de Pol\u00edtica Monet\u00e1ria do BC (Copom).\nPara calcular o redutor (R) o par\u00e2metro b \u00e9 multiplicado pelo valor da TBF e somado ao par\u00e2metro a, ou seja,R= a + b x TBF\nTR= 1+TBF \u2013 1\nA f\u00f3rmula significa que os novos dep\u00f3sitos realizados nas contas de dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a tenham como remunera\u00e7\u00e3o adicional (TR): (i) 0,5% a. M. Enquanto a meta da taxa SELC, taxa b\u00e1sica de juros, definida pelo BACEN, estiver acima de 8,5% a. A e (ii) 70% da meta da taxa SELIC, mensalizada, vigente na data do in\u00edcio do per\u00edodo de rendimento.\nNo n\u00edvel atual de taxa de juros decrescente de uma economia estabilizada e num cen\u00e1rio para os pr\u00f3ximos anos, de juros baixos, a TR permanecer\u00e1 por um longo per\u00edodo indeterminado como zero.\u201d\n3.20 \u2013 Na esteira do que foi deduzido no Parecer retro, atrav\u00e9s do quadro comparativo a seguir entre os percentuais da TR, INPC e IPCA, fica comprovado que os dep\u00f3sitos nas contas vinculadas do FGTS dos trabalhadores, notadamente a partir de 1999, vem perdendo poder de compra decorrente da inefic\u00e1cia da TR.\n\n\fFonte da tabela: http://gustavoborceda.jusbrasil.com.br/artigos/112171446/parte-iianova-a\u00e7\u00e3o-revisional-do-fgtspar...\n3.21 \u2013 Inquestion\u00e1vel a desigualdade/despropor\u00e7\u00e3o entre a TR e o IPCA-E e INPC, passa-se a analisar a real fun\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria em cotejo com o princ\u00edpio constitucional \u00e0 propriedade (Art. 5\u00ba, XXII da Carta Magna) \u2013 a bem se concluir que o \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o (TR) inicialmente legal tornouse progressivamente inconstitucional.\n3.22 \u2013 A vida social regulada pelo Direito imp\u00f5e, em certos casos, a necessidade de verificar a exist\u00eancia ou n\u00e3o de validade e legitimidade atuais de normas que, na sua origem eram perfeitamente v\u00e1lidas e leg\u00edtimas. Isso porque situa\u00e7\u00f5es concretas da vida social e normatiza\u00e7\u00f5es paralelas que incidem sobre os mesmos fatos originalmente tratados pela norma primitiva podem fazer com que seus objetivos se desvirtuem, seus fins, inicialmente v\u00e1lidos e leg\u00edtimos, passem a se opor \u00e0 Constitui\u00e7\u00e3o e seus princ\u00edpios.\nO E. STF em alguns julgados (v. G. HC 70.514/SP, RE 147.776, RE 135.328/SP), j\u00e1 sufragou a chamada \u201cinconstitucionalidade progressiva\u201d ou progressivo processo de inconstitucionaliza\u00e7\u00e3o de normas jur\u00eddicas originariamente v\u00e1lidas.\nExcel\u00eancia, hoje, o trabalhador que tem seu dinheiro aplicado no FGTS, e de l\u00e1 n\u00e3o pode retir\u00e1lo para outro investimento,est\u00e1 sendo remunerado com 0,247% de juros ao m\u00eas e mais nada. N\u00e3o h\u00e1 nem corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria nem Taxa Referencial (independentemente da sua natureza jur\u00eddica), em flagrante ofensa ao artigo 2\u00ba da Lei n\u00ba 8.036/90, que imp\u00f5e a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos valores depositados pelo empregador.\nAinda que se argumente que a aplica\u00e7\u00e3o do Redutor pelo Banco Central/CMN seja legal, sua redu\u00e7\u00e3o a zero em um cen\u00e1riode infla\u00e7\u00e3o superior a 6% ao ano, configura flagrante afronta ao artigo 2\u00ba da Lei n\u00ba 8.036/90, que determina a atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, bem como ao artigo 233 do C\u00f3digo Civil, quando sonega os acess\u00f3rios da obriga\u00e7\u00e3o de dar.\n\n\f3.23 \u2013 Mas \u00e9 necess\u00e1rio ir mais al\u00e9m e revisitar o entendimento jurisprudencial sobre a TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, m\u00e1xime a partir da institui\u00e7\u00e3o de um redutor que tem por efeito zerar o \u00edndiceda TR em um ambiente de infla\u00e7\u00e3o.\n3.24 \u2013 A atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u00e9 o componente mais importante do mercado financeiro, posto que sem a medi\u00e7\u00e3o exata da perda do poder aquisitivo da moeda com o passar do tempo, ocorre uma enorme destrui\u00e7\u00e3o de valor. O patrim\u00f4nio \u00e9 justamente protegido pelo \u00edndice de atualiza\u00e7\u00e3o de ativos que melhor amorte\u00e7a os efeitos da infla\u00e7\u00e3o, de modo que, podemos afirmar com veem\u00eancia que a TR n\u00e3o rep\u00f5e mais as perdas inflacion\u00e1rias, o que afeta consideravelmente os poupadores, bem como os trabalhadores que possuem o FGTS.\n3.25 \u2013 Com base nas normas Resolu\u00e7\u00e3o CMN n\u00ba 2.437, de 30.10.98, Resolu\u00e7\u00e3o CMN n\u00ba 2.604, de 23.04.99. Resolu\u00e7\u00e3o CMN n\u00ba 2.809, de 21.12.00, Resolu\u00e7\u00e3o CMN n\u00ba 3.354 de 31.03.2006, Resolu\u00e7\u00e3o CMN n\u00ba 3.446 de 05.03.2007 e Circular n\u00ba 3.356 de 11.07.2007, que estabeleceram no decorrer dos anos a forma de c\u00e1lculo da TR, bem como nas informa\u00e7\u00f5es disponibilizadas pelo BACEN, foi constru\u00edda planilha demonstrando a evolu\u00e7\u00e3o do fator de pondera\u00e7\u00e3o \u201cb\u201d, elemento essencial para o c\u00e1lculo do redutor da TR.\n3.26 \u2013 As primeiras mudan\u00e7as significativas da TR ocorreram atrav\u00e9s das Resolu\u00e7\u00f5es CMN n\u00ba 2.387/97 e n\u00ba 2.437/97 que estabeleceram a f\u00f3rmula de c\u00e1lculo do redutor da TR com duas novas vari\u00e1veis, ambas definidas pelo BACEN, quais sejam: a constante \u201ca\u201d e o fator de pondera\u00e7\u00e3o \u201cb\u201d.\n3.27 \u2013 A partir da Resolu\u00e7\u00e3o CMN n\u00ba 2.809/2000, o BACEN passou a determinar o fator \u201cb\u201d, sem crit\u00e9rio t\u00e9cnico conhecido, a partir de certo patamar, conforme visualizado na tabela abaixo:\nMS \u2013 \u00e9 a meta para a taxa SELIC em (% a. A)MS b MS > 16 0,48 16 >= MS >15 0,44 15 >= MS >14 0,40 14 >= MS >13 0,36 13 >= MS >12 0,32 12 >= MS >11 0,28\n3.28 \u2013 Posteriormente \u00e0 mencionada Resolu\u00e7\u00e3o, no entanto, essa conclus\u00e3o j\u00e1 n\u00e3o \u00e9 v\u00e1lida, pois o redutor \u00e9 calculado por uma f\u00f3rmula espec\u00edfica e n\u00e3o h\u00e1 mais men\u00e7\u00e3o ao expurgo da taxa real de juros da economia. Entretanto, \u00e9 inelut\u00e1vel concluir que o redutor aplicado na forma de c\u00e1lculo da TR n\u00e3o cumpre o papel legalmente a ele destinado, que seria o de expurgar da m\u00e9dia das taxas de juros do mercado os efeitos da tributa\u00e7\u00e3o(art. 1\u00ba da Lei 8.177/1991).\n3.29 \u2013 Analisando as s\u00e9ries hist\u00f3ricas da TR e da TBF, desde julho de 1997, extra\u00eddas do s\u00edtio do Bacen na internet), v\u00ea-se que, a partir do ano de 1999, o redutor sempre representou mais de 75% da TBF, chegando ao patamar de 100% na maioria dos dias desde julho de 2012 (a TBF e a TR s\u00e3o calculadas diariamente, embora os ve\u00edculos de comunica\u00e7\u00e3o costumem divulgar apenas seus valores mensais).\n\n\f3.30 \u2013 Ora, n\u00e3o \u00e9 cr\u00edvel que os tributos incidentes nas opera\u00e7\u00f5es financeiras de capta\u00e7\u00e3o de CDB e RDB representem patamares t\u00e3oaltos. Ali\u00e1s, quando o redutor \u00e9 de 100%, deveria se concluir que os tributos abrangeram a totalidade do rendimento, o que n\u00e3o \u00e9 razo\u00e1vel.\n3.31 \u2013 Pois bem, se a TR, embora tenha seus par\u00e2metros legalmente previstos de forma razo\u00e1vel, est\u00e1, por hip\u00f3tese, sendo calculada deforma equivocada devendo haver determina\u00e7\u00e3o para retifica\u00e7\u00e3o deste c\u00e1lculo.\n3.32 \u2013 Importa aten\u00e7\u00e3o tamb\u00e9m o art. 13 da Lei 8.036/90, que estabelece que \u201cOs dep\u00f3sitos efetuados nas contas vinculadas ser\u00e3o corrigidos monetariamente com base nos par\u00e2metros fixados para atualiza\u00e7\u00e3o dos saldos dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a e capitaliza\u00e7\u00e3o juros de (tr\u00eas) por cento ao ano\u201d, claramente objetivava dar continuidade ao princ\u00edpio estabelecido desde a Lei 5.107/66, de que o pec\u00falio representado pelo FGTS \u00e9 uma obriga\u00e7\u00e3o de valor, imune aos efeitos corrosivos da infla\u00e7\u00e3o, sujeito a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria de seus dep\u00f3sitos e ainda vencendo juros remunerat\u00f3rios \u201creais\u201d (acima da infla\u00e7\u00e3o) de 3% ao ano.\n3.33 \u2013 Por se tratar de pec\u00falio obrigat\u00f3rio, n\u00e3o port\u00e1vel, a ser usufru\u00eddo ap\u00f3s longo prazo de sua forma\u00e7\u00e3o, \u00e9 \u00f3bvia a interpreta\u00e7\u00e3o de que a norma constitucional cont\u00e9m implicitamente a obrigatoriedade de que o valor desse fundo seja protegido da corros\u00e3o inflacion\u00e1ria.\n3.34 \u2013 Por ocasi\u00e3o da publica\u00e7\u00e3o da Lei n\u00ba 8.036/90, a \u201catualiza\u00e7\u00e3o dos saldos dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a\u201d tamb\u00e9m era feita por \u00edndices de infla\u00e7\u00e3o. Fica claro que o art. 13\u00ba da citada lei, ao vincular a corre\u00e7\u00e3o do FGTS \u00e0 da poupan\u00e7a, visava a plena prote\u00e7\u00e3o do FGTS quanto aos efeitos negativos da infla\u00e7\u00e3o.\n3.35 \u2013 As coisas come\u00e7aram a tomar forma distinta quando da edi\u00e7\u00e3o da Lei n\u00ba 8.177/91, que criou a TR, onde em seu art. 1\u00ba e no seu art. 17, estabeleceu que para fins do art. 13 da Lei n\u00ba 8.036/90 a TR aplic\u00e1vel ao FGTS seria aquela calculada no dia primeiro de cada m\u00eas.\n3.36 \u2013 Progressivamente, o art. 13 da Lei n\u00ba. 8.036/90 c/c art. 1\u00ba e 17 da Lei n\u00ba 8.177/91, deixou de garantir ao FGTS a recomposi\u00e7\u00e3o das perdas inflacion\u00e1rias, sujeitando o FGTS a perdas consider\u00e1veis em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 infla\u00e7\u00e3o (conforme gr\u00e1fico acima).\n3.37 \u2013 N\u00e3o resta a menor d\u00favida que fatores alheios ao legislador da Lei n\u00ba 8.036/90 fizeram com que o art. 13 progressivamente se tornasse inconstitucional, na parte que vincula a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria das contas do FGTS aos \u00edndices de atualiza\u00e7\u00e3o da poupan\u00e7a e estes, por sua vez, passam a ser calculados por metodologia prevista nos art. 1\u00ba e 17, da Lei n\u00ba 8.177/91, que n\u00e3o mais garante a recomposi\u00e7\u00e3o das perdas inflacion\u00e1rias.\n3.38 \u2013 O Poder Judici\u00e1rio n\u00e3o pode ficar inerte ao esbulho praticado pelo Governo Federal, atrav\u00e9s da Caixa Econ\u00f4mica Federal, uma vez que instado a se pronunciar nesta causa. Desde janeiro de 1999 as constantes redu\u00e7\u00f5es da TR em rela\u00e7\u00e3o aos \u00edndices de infla\u00e7\u00e3o fizeram por nulific\u00e1-lo, sobretudo desde setembro de 2012.\n3.39 \u2013 No julgamento ADI n\u00ba 493-0, o Pret\u00f3rio Excelso do i. Relator Moreira Alves em raz\u00e3o da causa petendi, foi determinado que haveria impossibilidade de aplica\u00e7\u00e3o aos contratos do Sistema Financeiro de Habita\u00e7\u00e3o somente para o per\u00edodo anterior \u00e0 vig\u00eancia da Lei 8.177/91. Embora em tal\n\n\fjulgado o STF n\u00e3o declarado que haveria impossibilidade de utiliza\u00e7\u00e3o de tal \u00edndice aos contratos firmados ap\u00f3s essa data, nele ficou reconhecido, de maneira cristalina que aquele Tribunal n\u00e3o reconhecia a TR como \u00edndice a promover a atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. Eis a ementa de tal julgado:\n\u201cA\u00e7\u00e3o direta de inconstitucionalidade. \u2013 Se a lei alcan\u00e7ar os efeitos futuros de contratos celebrados anteriormente a ela, ser\u00e1 essa lei retroativa (retroatividade m\u00ednima) porque vai interferir na causa, que \u00e9 um ato ou fato ocorrido no passado. \u2013 O disposto no artigo 5\u00ba, XXXVI, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal se aplica a toda e qualquer lei infraconstitucional sem qualquer distin\u00e7\u00e3o entre lei de direito p\u00fablico e lei de direito privado ou entre lei de ordem p\u00fablica e lei dispositiva. Precedente do STF. Ocorr\u00eancia no caso de viola\u00e7\u00e3o de direito adquirido. A taxa referencial (TR) n\u00e3o \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, pois, refletindo as varia\u00e7\u00f5es do custo prim\u00e1rio da capta\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos a prazo fixo, n\u00e3o constitui \u00edndice que reflita a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda. Por isso, n\u00e3o h\u00e1 necessidade de se examinar de saber se as normas que alteram \u00edndice de corre\u00e7\u00e3omonet\u00e1ria se aplicam imediatamente, alcan\u00e7ando, pois, as presta\u00e7\u00f5es futuras de contratos celebrados no passado, sem violarem o disposto no art. 5\u00ba, inciso XXXVI, daCarta Magna \u2013 Tamb\u00e9m ofendem o ato jur\u00eddico perfeito os dispositivos impugnados que alteram o crit\u00e9rio de reajuste das presta\u00e7\u00f5es nos contratos j\u00e1 celebrados pelo Sistema do Plano de Equival\u00eancia Salarial Profissional (PES/CP). A\u00e7\u00e3o direta de inconstitucionalidade julgada procedente, para declarar a inconstitucionalidade dos arts. 18, \u2018caput\u2019 e par\u00e1grafos 1 e 4; 20; 21 e par\u00e1grafo \u00fanico; 23 e par\u00e1grafos; e 24 e par\u00e1grafos, todos da Lei n\u00ba 8.177 de maio de 1991. (ADI 493, Relator (a): Min. MOREIRA ALVES, Tribunal Pleno, julgado em 25/06//1992, DJ 0409- 1992, PP \u2013 14089 EMENT VOL \u2013 01674-02 PP \u2013 00260 RTJ VOL \u2013 00143 \u2013 03 PP \u2013 00724).\u201d\n3.40 \u2013 No entanto, foi o julgamento das ADI 4425 e 4357, onde o Supremo Tribunal Federal analisou a inconstitucionalidade da Emenda Constitucional n\u00ba 62/09, que ficou inconteste o entendimento daquela Corte no sentido de que a TR n\u00e3o pode ser utilizada como \u00edndice de atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, eis que n\u00e3o \u00e9 capaz de espelhar o processo inflacion\u00e1rio brasileiro.\n3.41 \u2013 Seguem trechos do Voto do Min. Luiz Fux:\n\u201c(...) Quanto \u00e0 disciplina da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos cr\u00e9ditos inscritos em precat\u00f3rios, a EC n\u00ba 62/09 fixou como crit\u00e9rio o \u201c\u00edndice oficial de remunera\u00e7\u00e3o da caderneta de poupan\u00e7a\u201d. Ocorre que o referencial adotado n\u00e3o \u00e9 id\u00f4neo a mensurar a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda. Isso porque a remunera\u00e7\u00e3o da caderneta de poupan\u00e7a, regida pelo art. 12 da Lei n\u00ba 8.177/91, com atual reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n\u00ba 12.703/2012, \u00e9 fixada ex ante, a partir de crit\u00e9rios t\u00e9cnicos em nada relacionados com a infla\u00e7\u00e3o empiricamente considerada. J\u00e1 se sabe, na data de hoje, quanto ir\u00e1 render a caderneta de poupan\u00e7a. E \u00e9 natural que seja assim, afinal a poupan\u00e7a \u00e9 uma alternativa de investimento de baixo risco, no qual o investidor consegue prever com seguran\u00e7a a margemde retorno do seu capital. A infla\u00e7\u00e3o, por outro lado, \u00e9 fen\u00f4meno econ\u00f4mico insuscet\u00edvel de capta\u00e7\u00e3o aprior\u00edstica. O m\u00e1ximo que se consegue \u00e9 estim\u00e1-la para certo per\u00edodo, mas jamais fix\u00e1-la de antem\u00e3o. Da\u00ed por que os \u00edndices criados especialmente para captar o fen\u00f4meno inflacion\u00e1rio s\u00e3o sempre definidos em momentos posteriores ao per\u00edodo analisado, como ocorre com o \u00cdndice de Pre\u00e7os ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estat\u00edstica (IBGE), e o \u00cdndice de Pre\u00e7os ao Consumidor (IPC), divulgado pela Funda\u00e7\u00e3o Get\u00falio Vargas (FGV). A raz\u00e3o disso \u00e9 clara: a infla\u00e7\u00e3o \u00e9 sempre constatada em apura\u00e7\u00e3o ex post, de sorte que todo \u00edndice definido ex ante \u00e9 incapaz de refletir a efetiva varia\u00e7\u00e3o de pre\u00e7os que caracteriza a infla\u00e7\u00e3o.\u00c9 o que ocorre na hip\u00f3tese dos autos. A prevalecer o crit\u00e9rio adotado pela EC n\u00ba 62/09, os cr\u00e9ditos inscritos em precat\u00f3rios seriam atualizados por \u00edndices pr\u00e9-fixados e independentes da real flutua\u00e7\u00e3o de pre\u00e7os apurada no per\u00edodo de refer\u00eancia. Assim, o \u00edndice oficial de remunera\u00e7\u00e3o da caderneta de poupan\u00e7a n\u00e3o \u00e9 crit\u00e9rio adequado para refletir o fen\u00f4meno inflacion\u00e1rio. Destaco que nesse ju\u00edzo n\u00e3o levo em conta qualquer considera\u00e7\u00e3o t\u00e9cnico-econ\u00f4mica que implique usurpa\u00e7\u00e3o pelo Supremo Tribunal Federal de compet\u00eancia pr\u00f3pria de \u00f3rg\u00e3os especializados. N\u00e3o se trata de defini\u00e7\u00e3o judicial de \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o. Essa circunst\u00e2ncia, j\u00e1 recha\u00e7ada pela jurisprud\u00eancia da Casa, evidentemente transcenderia as capacidades institucionais do Poder Judici\u00e1rio. N\u00e3o obstante, a hip\u00f3tese aqui \u00e9 outra.\n\n\fDiz respeito \u00e0 idoneidade l\u00f3gica do \u00edndice fixado pelo constituinte reformador para capturar a infla\u00e7\u00e3o, e n\u00e3o do valor espec\u00edfico que deve assumir o \u00edndice para determinado per\u00edodo. Reitero: n\u00e3o se pode quantificar, em definitivo, um fen\u00f4meno essencialmente emp\u00edrico antes mesmo da sua ocorr\u00eancia. A inadequa\u00e7\u00e3o do \u00edndice aqui \u00e9 autoevidente. Corrobora essa conclus\u00e3o reportagem esclarecedora veiculada em 21 de janeiro de 2013 pelo jornal especializado Valor Econ\u00f4mico. Na mat\u00e9ria intitulada \u201cCuidado com a infla\u00e7\u00e3o\u201d, o peri\u00f3dico aponta que \u201co rendimento da poupan\u00e7a perdeu para a infla\u00e7\u00e3o oficial, medida pelo IPCA, m\u00eas a m\u00eas desde setembro\u201d de 2012. E ilustra: \u201cQuem investiu R$1mil na caderneta em 31 de junho de 2012, fechou o ano com poder de compra equivalente a R$996,40. Ganham da infla\u00e7\u00e3o apenas os dep\u00f3sitos feitos na caderneta antes de 4 de maio, com retorno de 6%. Para os outros, vale a nova regra, definida no ano passado, de rendimento equivalente a 70% da meta para a Selic, ou seja, de 5,075%\u201d. Em suma: h\u00e1 manifesta discrep\u00e2ncia entre o \u00edndice oficial de remunera\u00e7\u00e3o da caderneta de poupan\u00e7a e o fen\u00f4meno inflacion\u00e1rio, de modo que o primeiro n\u00e3o se presta a capturar o segundo. O meio escolhido pelo legislador constituinte (remunera\u00e7\u00e3o da caderneta de poupan\u00e7a) \u00e9,portanto, inid\u00f4neo a promover o fim a que se destina (traduzir a infla\u00e7\u00e3o do per\u00edodo). (...)\u201d\n\u201c(...) Assentada a premissa quanto \u00e0 inadequa\u00e7\u00e3o do aludido \u00edndice, mister enfrentar a natureza do direito \u00e0 corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. Na linha j\u00e1 exposta pelo i. Min. Relator, \u201ca finalidade da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, enquanto instituto de Direito Constitucional, n\u00e3o \u00e9 deixar mais rico o benefici\u00e1rio, nem mais pobre o sujeito passivo de uma dada obriga\u00e7\u00e3o de pagamento. \u00c9 deix\u00e1-los tal como qualitativamente se encontravam, no momento em que se formoua rela\u00e7\u00e3o obrigacional\u201d. Da\u00ed que a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria de valores no tempo \u00e9 circunst\u00e2ncia que decorre diretamente do n\u00facleo essencial do direito de propriedade (CF, art. 5\u00ba, XXII). Corrigem-se valores nominais paraque permane\u00e7am com o mesmo valor econ\u00f4mico ao longo do tempo, diante da infla\u00e7\u00e3o. A ideia \u00e9 simplesmente preservar o direito original em sua genu\u00edna extens\u00e3o. Nesse sentido, o direito \u00e0 corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u00e9 reflexo imediato da prote\u00e7\u00e3o da propriedade. Deixar de atualizar valores pecuni\u00e1rios ou atualiz\u00e1-los segundo crit\u00e9rios evidentemente incapazes de capturar o fen\u00f4meno inflacion\u00e1rio representa aniquilar o direito propriedade em seu n\u00facleo essencial. Tal constata\u00e7\u00e3o implica a pron\u00fancia de inconstitucionalidade parcial da EC n\u00ba62/09 de modo a afastar a express\u00e3o \u201c\u00edndice oficial de remunera\u00e7\u00e3o da caderneta de poupan\u00e7a\u201d introduzida no \u00a7 12 do art. 100 da Lei Maior como crit\u00e9rio de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos cr\u00e9ditos inscritos em precat\u00f3rio, por viola\u00e7\u00e3o ao direito fundamental de propriedade (art. 5\u00ba, XII, CF/88), ineg\u00e1vel limite material ao poder de reforma da Constitui\u00e7\u00e3o (art. 60, \u00a7 4\u00ba, IV, CF/88). (...)\u201d\n3.42 \u2013 Pelos julgamentos das ADIs supra citados, tornou-se pac\u00edfico que a TR n\u00e3o constitui \u00edndice que reflita a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda. Esta caracter\u00edstica da TR tem se confirmado ao longo dos anos. A sua aplica\u00e7\u00e3o aos saldos dos dep\u00f3sitos do FGTS tem gerado \u201cgigantesca destrui\u00e7\u00e3o de valor\u201d do patrim\u00f4nio do trabalhador. H\u00e1 anos, os trabalhadores que tem dep\u00f3sitos no FGTS n\u00e3o experimentam ganhos reais em sua aplica\u00e7\u00e3o, mesmo levando em conta a remunera\u00e7\u00e3o dos juros de 3% ao ano.\n3.43 \u2013 Veja-se, com a TR ostentando \u00edndice zero desde o ano de 2009, por consequ\u00eancia sobre o saldo das contas do FGTS tem incidido t\u00e3o somente os juros anuais de 3% previstos na Lei 8.036/90, para ser utilizado como pagamento de parte das presta\u00e7\u00f5es decorrentes de financiamento habitacional concedido no \u00e2mbito do Sistema Financeiro de Habita\u00e7\u00e3o. Vemos, portanto, a hip\u00f3tese absurda de que o trabalhador tendo o saldo de sua conta de FGTS corro\u00eddo pela infla\u00e7\u00e3o, n\u00e3o dispor do suficiente para adquirir a casa pr\u00f3pria, de forma a necessitar firmar contrato pelo SFH (o qual foi financiado \u00e0s suas expensas), para pagar juros muito superiores \u00e0queles com os quais foi remunerado. O dinheiro que lhe foi subtra\u00eddo pela m\u00e1 remunera\u00e7\u00e3o de sua conta, ent\u00e3o, dever\u00e1 ser tomado emprestado daquele que o subtraiu mediante pagamento de juros.\n3.44 \u2013 Tem-se, em resumo, que a Lei 8.036/90, lei espec\u00edfica do FGTS, determina que ao saldo de\n\n\fsuas contas deve ser obrigatoriamente aplicado \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. N\u00e3o sendo a Taxa Referencial (TR), \u00edndice disposto pela Lei 8.177/91, h\u00e1bil a atualizar monetariamente tais saldos, e estando tal \u00edndice em lei n\u00e3o espec\u00edfica do FGTS, entende-se como inconstitucional a utiliza\u00e7\u00e3o da TR para tal fim a contar de janeiro/1999, subsistindo a necessidade de aplicar-se \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria que reflita a infla\u00e7\u00e3o do per\u00edodo, tal como prev\u00ea a Lei 8.036/90.\n3.45 \u2013 Tendo em vista o que j\u00e1 decidido pelo E. STF no caso da Lei 11.960/09 e o fato de o FGTS ser um pec\u00falio constitucional obrigat\u00f3rio, n\u00e3o port\u00e1vel e de longo prazo, cuja garantia de recomposi\u00e7\u00e3o das perdas inflacion\u00e1rias est\u00e1 impl\u00edcita na disposi\u00e7\u00e3o do art. 7\u00ba, III, da CF/88, que assegura direito trabalhista fundamental a todos os trabalhadores, imp\u00f5e-se que seja DECLARADO INCONSTITUCIONAL, a partir de janeiro de 1999 os seguintes dispositivos legais: Art. 13 da Lei 8.036/90 c/c art. 1\u00ba e 17 da Lei 8.177/91.\n3.46 \u2013 Por conseguinte, os \u00edndices que atualmente tem refletido a varia\u00e7\u00e3o inflacion\u00e1ria brasileira s\u00e3o o INPC e o IPCA-E. Por determina\u00e7\u00e3o legal (Medida Provis\u00f3ria n\u00ba 812, de 30 de dezembro de 1994), o IPCA \u2013 S\u00e9rie Especial est\u00e1 sendo divulgado trimestralmente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estat\u00edstica baseado nos \u00edndices do IPCA-15. O Portal Brasil apresenta na Tabela tamb\u00e9m a varia\u00e7\u00e3o mensal \u2013 apenas para efeito deestat\u00edstica e estimativa futura do \u00edndice. A sua validade e aplicabilidade,entretanto, \u00e9 trimestral. Este \u00edndice \u00e9 aqui informado apenas para subsidiar expectativas de ac\u00famulos de trimestrais ou entre per\u00edodos.\n3.47 \u2013 O IPCA/IBGE verifica as varia\u00e7\u00f5es dos custos com os gastos das pessoas que ganham de um a quarenta sal\u00e1rios m\u00ednimos nas regi\u00f5es metropolitanas de Bel\u00e9m, Belo Horizonte, Bras\u00edlia, Curitiba, Fortaleza, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, /Salvador, S\u00e3o Paulo e Munic\u00edpio de Goi\u00e2nia. O Sistema Nacional de Pre\u00e7os ao Consumidor \u2013 SNIPC efetua a produ\u00e7\u00e3o cont\u00ednua e sistem\u00e1tica de \u00edndices de pre\u00e7os ao consumidor, tendo como unidade de coleta estabelecimentos comerciais e de presta\u00e7\u00e3o de servi\u00e7os, concession\u00e1ria de servi\u00e7os p\u00fablicos e domic\u00edlios (para levantamento de aluguel e condom\u00ednio).\nO IPCA-E utiliza, para sua composi\u00e7\u00e3o e c\u00e1lculo os seguintes setores: alimenta\u00e7\u00e3o e bebidas, habita\u00e7\u00e3o, artigos de resid\u00eancia, vestu\u00e1rio, transportes, sa\u00fade e cuidados pessoais, despesas pessoais, educa\u00e7\u00e3o e comunica\u00e7\u00e3o.\nIV \u2013INPC/IBGE\n4.1 \u2013 O INPC/IBGE foi criado inicialmente com objetivode orientar os reajustes de sal\u00e1rios dos trabalhadores. O Sistema Nacional dePre\u00e7os ao Consumidor \u2013 SNIPC efetua a produ\u00e7\u00e3o cont\u00ednua e sistem\u00e1tica de \u00edndices de pre\u00e7os ao consumidor tendo como unidade de coleta estabelecimentos comerciais e de presta\u00e7\u00e3o de servi\u00e7os, concession\u00e1ria de servi\u00e7os p\u00fablicos e domic\u00edlios (para levantamento de aluguel e condom\u00ednio). Apopula\u00e7\u00e3o \u2013 objetivo do INPC abrange as fam\u00edlias com rendimentos mensais compreendidos entre 1 (hum) e 5 (cinco) sal\u00e1rios m\u00ednimos (aproximadamente 50% das fam\u00edlias brasileiras), cujo chefe \u00e9 assalariado em sua ocupa\u00e7\u00e3o principal e residente nas \u00e1reas urbanas das regi\u00f5es, qualquer que seja a fontede rendimentos e demais residentes nas \u00e1reas urbanas das regi\u00f5es metropolitanas abrangidas.\n\n\fAbrang\u00eancia geogr\u00e1fica: Regi\u00f5es metropolitanas de Bel\u00e9m, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, S\u00e3o Paulo, Curitiba e Porto Alegre, Bras\u00edlia e Munic\u00edpio de Goi\u00e2nia.\nCalculado pelo IBGE entre os dias 1\u00ba e 30 de cadam\u00eas, comp\u00f5e-se do cruzamento de dois par\u00e2metros: a pesquisa de pre\u00e7os nasonze regi\u00f5es de produ\u00e7\u00e3o econ\u00f4mica cruzada com a Pesquisa de Or\u00e7amento Familiar (POF).\nJaneiro/2012 \u2013 Altera\u00e7\u00f5es significativas: A partir dejaneiro/2012 o INPC passou a ser calculado com base nos valores de despesasobtidos na pesquisa de or\u00e7amento familiar \u2013 POF 2008/2009\nA POF \u00e9 realizada a cada cinco anos pelo IBGE emtodo o territ\u00f3rio brasileiro o que permite atualizar os pesos (participa\u00e7\u00e3o relativa do valor da despesa de um item consumido em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 despesa total) dos produtos e servi\u00e7os nos or\u00e7amentos das fam\u00edlias. De julho de 2006 \u00e0 Dezembrode 2011 \u00e0 base dos \u00edndices de pre\u00e7o ao consumidor era a POF de 2002-2003.\nOutra mudan\u00e7a importante: At\u00e9 31/12/2011 era consideradas no c\u00e1lculo as fam\u00edlias com rendimento de 1 a 6 sal\u00e1rios m\u00ednimos.A partir de 01/01/2012 isso diminuiu (de 1 \u00e0 5 sal\u00e1rios m\u00ednimos) em fun\u00e7\u00e3o daeleva\u00e7\u00e3o real da renda do brasileiro evitando, assim, desvirtua\u00e7\u00e3o da faixa salarial.\nImportante frisar, ainda, que em Sess\u00e3o Ordin\u00e1ria do Conselho da Justi\u00e7a Federal \u2013 CNJ, ocorrida em 25/11/2011, foi aprovado onovo \u2018Manual da Justi\u00e7a Federal\u2019 onde passa a incidir o IPCA-E como indexador de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria para senten\u00e7as condenat\u00f3rias em geral, conforme se pode verificar no s\u00edtio do CJF na internet (www.cjf.jus.br).\n4.2 \u2013 Assim sendo, e por todo o exposto \u00e9 que o demandante requer a declara\u00e7\u00e3o de qual deve ser considerado para a corre\u00e7\u00e3o das contas do FGTS, se o IPCA ou o INPC em substitui\u00e7\u00e3o a TR ou mesmo a revis\u00e3o da TR, no caso deste \u00faltimo com retifica\u00e7\u00e3o de c\u00e1lculo, para fins de dar cumprimento a atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos saldos das contas do FGTS prevista no art. 2\u00ba da Lei 8.036/90, a contar desde janeiro do ano de 1999, a partir de quando tal \u00edndice deixou de refletir a varia\u00e7\u00e3o inflacionaria da moeda, al\u00e9m disso tais valores dever\u00e3o ser acrescidos de juros de mora de 1% ao m\u00eas, a contar da cita\u00e7\u00e3o at\u00e9 efetivo pagamento.\nV \u2013 DA EXIST\u00caNCIA DE REPERCUSS\u00c3O GERAL\n5.1 \u2013 A decis\u00e3o proferida pelo Supremo Tribunal Federal no Tema 787 (proferida em 11/12/2014), na qual supostamente afirmou-se n\u00e3o existir Repercuss\u00e3o Geral acerca da mat\u00e9ria que versa sobre a constitucionalidade da utiliza\u00e7\u00e3o da Taxa Referencial (TR) para corre\u00e7\u00e3o dos saldos das contas do FGTS, n\u00e3o se mant\u00e9m mais \u00edntegra, seja ante ao firme posicionamento da atual jurisprud\u00eancia dominante do STF, seja pelas altera\u00e7\u00f5es nas premissas f\u00e1tico-jur\u00eddicas acerca da mat\u00e9ria.\n5.2 \u2013 Observem, nobres julgadores, que a decis\u00e3o do Tema 787 (ARE 848.240/RN) foi tomada por maioria, e com a premissa de que o STF \u201cafirmou a legitimidade da Taxa Referencial (TR) como \u00edndice de atualiza\u00e7\u00e3o de obriga\u00e7\u00f5es\u201d:\nPROCESSUAL CIVIL. RECURSO EXTRAORDIN\u00c1RIO COM AGRAVO. FGTS. DEP\u00d3SITOS EFETUADOS NA CONTA VINCULADA. \u00cdNDICE DE CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA. APLICA\u00c7\u00c3O DA TAXA REFERENCIAL. MAT\u00c9RIA INFRACONSTITUCIONAL. AUS\u00caNCIA DE REPERCUSS\u00c3O GERAL. 1. Esta Suprema Corte, em diversas manifesta\u00e7\u00f5es de seu \u00f3rg\u00e3o plen\u00e1rio, afirmou a legitimidade da Taxa Referencial (TR) como \u00edndice de atualiza\u00e7\u00e3o de obriga\u00e7\u00f5es, com a \u00fanica ressalva da inviabilidade de sua aplica\u00e7\u00e3o retroativa para alcan\u00e7ar situa\u00e7\u00f5es pret\u00e9ritas. Nesse sentido: ADI 493-MC, Rel. Min. MOREIRA ALVES, Tribunal Pleno, DJ de 4/9/1992; ADI 768-MC, Rel. Min. MARCO AUR\u00c9LIO, TribunalPleno, DJ de 13/11/1992; ADI 959-MC, Rel. Min. SYDNEY SANCHES, Tribunal Pleno, DJ de 13/5/1994. 2. Assim sendo, o exame da inaplicabilidade\n\n\fda TR em situa\u00e7\u00f5es espec\u00edficas pertence ao dom\u00ednio da legisla\u00e7\u00e3o ordin\u00e1ria pertinente acada caso, a significar que eventual ofensa \u00e0 Carta Magna seria apenas reflexa. 3. Portanto, \u00e9 de natureza infraconstitucional a controv\u00e9rsia relativa \u00e0aplica\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos dep\u00f3sitos efetuados em conta vinculada do FGTS, fundada na interpreta\u00e7\u00e3o das Leis 7.730/89, 8.036/90 e 8.177/91. 4. \u00c9 cab\u00edvel a atribui\u00e7\u00e3o dos efeitos da declara\u00e7\u00e3o de aus\u00eancia de repercuss\u00e3o geral quando n\u00e3o h\u00e1 mat\u00e9ria constitucional a ser apreciada ou quando eventual ofensa \u00e0 Carta Magna ocorra de forma indiretaou reflexa (RE 584.608 RG, Min. ELLEN GRACIE, DJe de 13/03/2009). 5. Aus\u00eanciade repercuss\u00e3o geral da quest\u00e3o suscitada, nos termos do art. 543-A do CPC.(ARE 848240 RG, Relator(a): Min. TEORI ZAVASCKI, julgado em 11/12/2014, PROCESSO ELETR\u00d4NICO DJe-250 DIVULG 18-12-2014 PUBLIC 19-12-2014 - grifado).\n5.3 \u2013 Todavia, conforme j\u00e1 amplamente exposto, o Pret\u00f3rio Excelso j\u00e1 assentou na ADI 4425 e mais recentemente ao julgar o RE870947 (Tema 810) que \u201ca taxa referencial (TR) n\u00e3o \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, pois, refletindo as varia\u00e7\u00f5es do custo prim\u00e1rio da capta\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos a prazo fixo, n\u00e3o constitui \u00edndice que reflita a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda\u201d e que \u201cn\u00e3o h\u00e1 como, portanto, deixar de reconhecer a inconstitucionalidade da norma atacada, na medida em que a fixa\u00e7\u00e3o da remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica da caderneta de poupan\u00e7a como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria\u201d. Nesse sentido, j\u00e1 foi decidido pela Suprema Corte que a TR, enquanto \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, \u00e9 INCONSTITUCIONAL, pois\u201cn\u00e3o constitui \u00edndice que reflita a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda\u201d. Ainda, fora proposta a A\u00e7\u00e3o Direta de Inconstitucionalidade n\u00ba 5090, sob relatoria do Ministro Roberto Barroso, que assim asseverou em sua decis\u00e3o que recebeu a a\u00e7\u00e3o:\nEst\u00e3o presentes os requisitos legais. A relev\u00e2ncia da mat\u00e9ria \u00e9 evidente, sendo pertinente a participa\u00e7\u00e3o das requerentes \u2013 a primeira, porque assiste centenas de trabalhadores em demandas relativas \u00e0 atualiza\u00e7\u00e3o do FGTS; e a segunda, porque atua como agente operador do FGTS.\nAli\u00e1s, cumpre ressaltar que o Supremo Tribunal Federal j\u00e1 reconheceu a possibilidade de revis\u00e3o da decis\u00e3o que em umprimeiro momento reconhece inexist\u00eancia de Repercuss\u00e3o Geral, por altera\u00e7\u00e3onas premissas f\u00e1tico-jur\u00eddicas.\nObservem a dic\u00e7\u00e3o do Informativo n\u00ba 605 da Suprema Corte acerca do tema:\nREPERCUSS\u00c3O GERAL\nRepercuss\u00e3o Geral e Altera\u00e7\u00e3o nas Premissas F\u00e1tico-Jur\u00eddicas - 1 O Plen\u00e1rio resolveu quest\u00e3o de ordem no sentido de reconhecer a repercuss\u00e3ogeral da mat\u00e9ria discutida em recursos extraordin\u00e1rios, relativa \u00e0 possibilidade, ou n\u00e3o, de se aplicar a al\u00edquota m\u00e1xima do Imposto de Renda de Pessoa F\u00edsica aos valores recebidos acumuladamente pelo benefici\u00e1rio, por culpa exclusiva da autarquia previdenci\u00e1ria. Com base nisso, reformou decis\u00e3o monocr\u00e1tica da Min. Ellen Gracie, que n\u00e3o admitira os recursos, dos quais relatora, ao fundamento de que a quest\u00e3o j\u00e1 teria sido considerada \u201csem repercuss\u00e3o geral\u201d no \u00e2mbito do Plen\u00e1rio Virtual. No caso, ap\u00f3s o STF haver deliberado queo tema versado nos autos n\u00e3o possuiria repercuss\u00e3o geral, o TRF da 4\u00aa Regi\u00e3o declarara a inconstitucionalidade, sem redu\u00e7\u00e3o de texto, do art. 12 da Lei 7.713/88, o qual determina a incid\u00eancia do Imposto de Renda no m\u00eas do recebimento de valores acumulados sobre o total dos rendimentos. A Uni\u00e3o, aoalegar a superveniente altera\u00e7\u00e3o nas premissas f\u00e1tico-jur\u00eddicas, sustentava, em sede de agravo regimental, que os recursos extraordin\u00e1rios interpostos com fulcro no art. 102, III, b, da CF teriam repercuss\u00e3o geral presumida. RE 614232 AgR-QO/RS, rel. Min. Ellen Gracie, 20.10.2010. (RE-614232)RE 614406 AgR-QO/RS, rel. Min. Ellen Gracie, 20.10.2010. (RE-614232)\n5.4 \u2013 Nesse interim, verifica-se que o Pret\u00f3rio Excelso autoriza a revis\u00e3o da decis\u00e3o que em um primeiro momento aduz que inexiste repercuss\u00e3o geral. A altera\u00e7\u00e3o f\u00e1tica se d\u00e1 em raz\u00e3o do crescimentoimpremedit\u00e1vel do n\u00famero de a\u00e7\u00f5es que versam sobre a mat\u00e9ria no Poder Judici\u00e1rio. Quando julgado o Tema 731 do STJ, mais de 409 mil a\u00e7\u00f5es aguardavam o referido julgamento. Ainda,\n\n\fcumpre salientar que ap\u00f3s ojulgamento que n\u00e3o reconheceu repercuss\u00e3o geral na mat\u00e9ria, em 2014, a infla\u00e7\u00e3o anual acumulada em 2015, segundo o IPCA, foi de 10,67%, enquanto que a TR acumulada para o mesmo ano foi de 1,79%!!\n5.5 \u2013 A altera\u00e7\u00e3o jur\u00eddica se d\u00e1 pelo atual entendimento dominante, julgado em Repercuss\u00e3o Geral (Tema 810) e em sede de controle concentrado de constitucionalidade (ADI 4425), no sentido de que a Taxa Referencial enquanto \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u00e9 inconstitucional.\n5.6 - Sob o tema, o art. 1.035, \u00a73\u00ba, I do CPC disp\u00f5e quesempre haver\u00e1 repercuss\u00e3o geral quando o recurso impugnar ac\u00f3rd\u00e3o que contrarie jurisprud\u00eancia dominante do STF:\nArt. 1.035. O Supremo Tribunal Federal, em decis\u00e3o irrecorr\u00edvel, n\u00e3o conhecer\u00e1 do recurso extraordin\u00e1rio quando a quest\u00e3o constitucional nele versada n\u00e3o tiver repercuss\u00e3o geral, nos termos deste artigo. [...] \u00a73o Haver\u00e1 repercuss\u00e3o geral sempre que o recurso impugnar ac\u00f3rd\u00e3o que: I - contrarie s\u00famula ou jurisprud\u00eancia dominante do Supremo Tribunal Federal;\n5.7 \u2013 Nesse \u00ednterim, \u00e9 necess\u00e1rio que o Supremo Tribunal Federal reveja o seu posicionamento acerca da exist\u00eancia de Repercuss\u00e3o Geral sobre a mat\u00e9ria, em face da altera\u00e7\u00e3o e consolida\u00e7\u00e3o da sua jurisprud\u00eancia acerca da constitucionalidade da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e das altera\u00e7\u00f5es f\u00e1ticas supervenientes ao julgamento de 2014, com crescimento descontrol\u00e1vel da infla\u00e7\u00e3o e do n\u00famero de a\u00e7\u00f5es que versam sobre o tema, que foram afetadas pelo julgamento do STJ no REsp Repetitivo n\u00ba 1614874.\nVI \u2013DIANTE DO EXPOSTO REQUER\n6.1 \u2013 Seja deferida a Assist\u00eancia Judici\u00e1ria Gratuita a parte autora, pois trabalhador de parcos rendimentos, declarando-se pobre no sentido legal, condi\u00e7\u00e3o esta declarada sob \u00e0s penas da lei, de modo que n\u00e3o pode arcar com os \u00f4nus processuais sem preju\u00edzo pr\u00f3prio e de sua fam\u00edlia.\n6.2 \u2013 Determinar a CITA\u00c7\u00c3O da R\u00e9 para, querendo, responder \u00e0 presente a\u00e7\u00e3o, no prazo legal, sob pena de confiss\u00e3o e revelia;\n6.3 \u2013 A n\u00e3o realiza\u00e7\u00e3o de audi\u00eancia de concilia\u00e7\u00e3o, ante a inefic\u00e1cia do procedimento, tendo em vista o not\u00f3rio e reiterado posicionamento da Caixa Econ\u00f4mica Federal em sentido contr\u00e1rio ao pedido apresentado pela parte Autora;\n6.4 \u2013 DECLARAR A INCONSTITUCIONALIDADE, parcial superveniente do Art. 13 da Lei 8.036/90 c/c art. 1\u00ba e 17 da Lei 8.177/91 - incluindo a express\u00e3o \u201ccom base nos par\u00e2metros fixados para atualiza\u00e7\u00e3o dos saldos dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a\u201d do caput do art. 13 da Lei Federal n\u00ba 8.036/1990 e o caput do art. 17 da Lei Federal n\u00ba 8.177/1991, dispositivos os quais imp\u00f5em a corre\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos nas contas vinculadas do FGTS pela Taxa Referencial (TR) - desde janeiro de 1999, pela n\u00e3o vincula\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria do FGTS a \u00edndice que venha recompor a perda do poder aquisitivo da moeda;\n6.5 \u2013 Julgar totalmente procedente a presente a\u00e7\u00e3o, condenando a r\u00e9 \u00e0 recalcular os dep\u00f3sitos de FGTS sacados ou ainda nas contas vinculadas do demandante seguindo em cada saque a regra legal, a partir de janeiro/1999 e substituindo a atualiza\u00e7\u00e3o da TR pelo INPC ou IPCA ou ainda outro \u00edndice\n\n\fminimamente mais vantajoso ao trabalhador, al\u00e9m dos juros anuais de 3% ou 6%, e pagar as diferen\u00e7as apuradas, considerando os dep\u00f3sitos vencidos e vincendos at\u00e9 efetiva regulariza\u00e7\u00e3o dos mesmos; O pagamento, dos juros de mora de 1% ao m\u00eas a contar da cita\u00e7\u00e3o;\n6.6 \u2013 Com a proced\u00eancia da a\u00e7\u00e3o, requer condena\u00e7\u00e3o da r\u00e9 ao pagamento de custas, honor\u00e1rios de sucumb\u00eancia no patamar m\u00e1ximo fixado no \u00a73\u00ba, do art. 85 do CPC/2015, al\u00e9m de honor\u00e1rios periciais se caso ocorrer.\n6.7 \u2013 Protesta-se, desde j\u00e1, por todo o g\u00eanero de provas em Direito admitidos, especialmente pela realiza\u00e7\u00e3o de PER\u00cdCIA T\u00c9CNICA- CONT\u00c1BIL, juntada de novos documentos, e todas aquelas necess\u00e1rias para o pleno esclarecimento do lit\u00edgio.\n6.8 \u2013 VALOR DA CAUSA: R$ 4.500,00 (quatro mil e quinhentos reais).\nNestes termos Pede e espera deferimento.\nSantiago-RS, 29 de setembro de 2021.\n______________________________ Bianca Pivetta Nunes Advogada OAB/RS 102.285\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 5 (Solon) - IdDocumentoCompleto: 5008489-02.2023.4.04.7205-721681920632781259062262597738", "text": "AO JU\u00cdZO DA __\u00aa VARA FEDERAL DE BLUMENAU/SC.\nPROCEDIMENTO DO JUIZADO ESPECIAL FEDERAL\n\nGilmar Crovador, brasileiro, inscrito(a) no CPF sob o n. 793.623.549-34 , RG n. 4.996.773 , nascido(a) em 13/05/1971, na cidade de Blumenau/SC, filho(a) de Domingos Crovador e Aurea Bonfim Crovador , e-mail gilcrovador@gmail.com, telefone/WhatsApp +55 (47) 99149-1044 , residente e domiciliado(a) na Rua Calcuta, 252, CX 01, Testo Salto, 89074-320, Blumenau/SC, por interm\u00e9dio de seu procurador abaixo assinado, vem propor a presente\nA\u00c7\u00c3O REVISIONAL DO FUNDO DE GARANTIA DO TEMPO DE SERVI\u00c7O (FGTS), COM PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA, contra\nCAIXA ECON\u00d4MICA FEDERAL, pessoa jur\u00eddica de direito privado, inscrita no CNPJ/MF sob n\u00ba 00.360.305/0001-04, com sede na SBS QD 04, Bloco A, Lote 3/4, 21\u00ba andar, Bairro Asa Sul, CEP 70.092-900, Bras\u00edlia / DF, pelos fatos e fundamentos jur\u00eddicos a seguir aduzidos:\nPREAMBULARMENTE: PEDIDO DE TRAMITA\u00c7\u00c3O SOB SEGREDO DE JUSTI\u00c7A\nConsiderando o in\u00edcio da vig\u00eancia e efic\u00e1cia da Lei Geral de Prote\u00e7\u00e3o de Dados Pessoais (Lei n\u00ba. 13.709/2018) em 01/08/2021.\nConsiderando que o presente feito revela dados pessoais e dados pessoais sens\u00edveis, que s\u00e3o assim definidos pela referida legisla\u00e7\u00e3o:\nArt. 5\u00ba Para os fins desta Lei, considera-se:\nI - dado pessoal: informa\u00e7\u00e3o relacionada a pessoa natural identificada ou identific\u00e1vel;\nII - dado pessoal sens\u00edvel: dado pessoal sobre origem racial ou \u00e9tnica, convic\u00e7\u00e3o religiosa, opini\u00e3o pol\u00edtica, filia\u00e7\u00e3o a sindicato ou a organiza\u00e7\u00e3o de car\u00e1ter religioso, filos\u00f3fico ou pol\u00edtico, dado referente \u00e0 sa\u00fade ou \u00e0 vida sexual, dado gen\u00e9tico ou biom\u00e9trico, quando vinculado a uma pessoa natural;\nRequer pela tramita\u00e7\u00e3o do presente feito sob segredo de justi\u00e7a.\n\nDittrich Sociedade Individual de Advocacia | OAB/SC 4019/2017 +55 047 99699-4240 | contato@dittrichadvocacia.com Rua Marechal Deodoro, 231, sl. 1204, Velha, 89036-000, Blumenau/SC www.dittrichadvocacia.com | @dittrichadvocacia\n\nP\u00e1gina 1 de 26\n\n\fI \u2013 DOS FATOS\nO Fundo de Garantia por Tempo de Servi\u00e7o \u2013 FGTS foi criado na d\u00e9cada de 60 para proteger o trabalhador da despedida imotivada, como suced\u00e2neo do antigo regime da estabilidade decenal. \u00c9 constitu\u00eddo por valores depositados pelas empresas em nome de seus empregados, possibilitando que o trabalhador forme um patrim\u00f4nio em raz\u00e3o do trabalho realizado ao longo de uma vida.\nO FGTS \u00e9 regido hoje pelas disposi\u00e7\u00f5es da Lei 8.036, de 11 de maio de 1990, por normas e diretrizes estabelecidas pelo seu Conselho Curador e geridas pela Caixa Econ\u00f4mica Federal - CEF, e hoje financia programas de habita\u00e7\u00e3o popular, saneamento b\u00e1sico e infraestrutura urbana.\nDos artigos 2\u00ba e 13, da Lei 8.036/1990 extra\u00edmos a obrigatoriedade de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e de remunera\u00e7\u00e3o por meio de juros sobre os dep\u00f3sitos efetuados nas contas vinculadas ao FGTS.\nArt. 2\u00ba. O FGTS \u00e9 constitu\u00eddo pelos saldos das contas vinculadas a que se refere esta lei e outros recursos a ela incorporados, devendo ser aplicados com atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e juros, de modo a assegurar a cobertura de suas obriga\u00e7\u00f5es.\n\u00a7 1\u00ba Constituem recursos incorporados ao FGTS, nos termos do caput deste artigo: [...] d) multas, corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e juros morat\u00f3rios devidos;\n[...]\nArt. 13. Os dep\u00f3sitos efetuados nas contas vinculadas ser\u00e3o corrigidos monetariamente com base nos par\u00e2metros fixados para a atualiza\u00e7\u00e3o dos saldos dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a e capitaliza\u00e7\u00e3o de juros de (tr\u00eas) por cento ao ano. [grifamos]\nPor sua vez, o par\u00e2metro fixado para a atualiza\u00e7\u00e3o dos saldos dos dep\u00f3sitos da caderneta de poupan\u00e7a e, consequentemente, dos dep\u00f3sitos do FGTS \u00e9 a Taxa Referencial \u2013 TR, conforme prescrevem os artigos 12 e 17, da Lei 8.177, de 1\u00ba de mar\u00e7o de 1991, com reda\u00e7\u00e3o alterada pela Lei 12.703, de 7 de agosto de 2012. Art. 12. Em cada per\u00edodo de rendimento, os dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a ser\u00e3o remunerados:\n\nDittrich Sociedade Individual de Advocacia | OAB/SC 4019/2017 +55 047 99699-4240 | contato@dittrichadvocacia.com Rua Marechal Deodoro, 231, sl. 1204, Velha, 89036-000, Blumenau/SC www.dittrichadvocacia.com | @dittrichadvocacia\n\nP\u00e1gina 2 de 26\n\n\fI - como remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica, por taxa correspondente \u00e0 acumula\u00e7\u00e3o das TRD, no per\u00edodo transcorrido entre o dia do \u00faltimo cr\u00e9dito de rendimento, inclusive, e o dia do cr\u00e9dito de rendimento, exclusive; II - como remunera\u00e7\u00e3o adicional, por juros de: (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n \u00ba 12.703, de 2012) a) 0, 5% (cinco d\u00e9cimos por cento) ao m\u00eas, enquanto a meta da taxa Selic ao ano, definida pelo Banco Central do Brasil, for superior a 8, 5% (oito inteiros e cinco d\u00e9cimos por cento); ou (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n\u00ba 12.703, de 2012) b) 70% (setenta por cento) da meta da taxa Selic ao ano, definida pelo Banco Central do Brasil, mentalizada, vigente na data de in\u00edcio do per\u00edodo de rendimento, nos demais casos. (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n\u00ba 12.703, de 2012) \u00a7 1\u00ba A remunera\u00e7\u00e3o ser\u00e1 calculada sobre o menor saldo apresentado em cada per\u00edodo de rendimento. \u00a7 2\u00ba Para os efeitos do disposto neste artigo, considera-se per\u00edodo de rendimento: I - para os dep\u00f3sitos de pessoas f\u00edsicas e entidades sem fins lucrativos, o m\u00eas corrido, a partir da data de anivers\u00e1rio da conta de dep\u00f3sito de poupan\u00e7a; II - para os demais dep\u00f3sitos, o trimestre corrido a partir da data de anivers\u00e1rio da conta de dep\u00f3sito de poupan\u00e7a. \u00a7 3\u00ba A data de anivers\u00e1rio da conta de dep\u00f3sito de poupan\u00e7a ser\u00e1 o dia do m\u00eas de sua abertura, considerando-se a data de anivers\u00e1rio das contas abertas nos dias 29, 30 e 31 como o dia 1\u00ba do m\u00eas seguinte. \u00a7 4\u00ba O cr\u00e9dito dos rendimentos ser\u00e1 efetuado: I - mensalmente, na data de anivers\u00e1rio da conta, para os dep\u00f3sitos de pessoa f\u00edsica e de entidades sem fins lucrativos; e II - trimestralmente, na data de anivers\u00e1rio no \u00faltimo m\u00eas do trimestre, para os demais dep\u00f3sitos. Art. 17. A partir de fevereiro de 1991, os saldos das contas do Fundo de Garantia por Tempo de Servi\u00e7o (FGTS) passam a ser remunerados pela taxa aplic\u00e1vel \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a com data de anivers\u00e1rio no dia 1\u00ba, observada a periodicidade mensal para remunera\u00e7\u00e3o. Par\u00e1grafo \u00fanico. As taxas de juros previstas na legisla\u00e7\u00e3o em vigor do FGTS s\u00e3o mantidas e consideradas como adicionais \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o prevista neste artigo.\nSobressai, ainda, do artigo 1\u00ba, da Lei 8.177/1991 a forma como a TR dever\u00e1 ser calculada:\n\nDittrich Sociedade Individual de Advocacia | OAB/SC 4019/2017 +55 047 99699-4240 | contato@dittrichadvocacia.com Rua Marechal Deodoro, 231, sl. 1204, Velha, 89036-000, Blumenau/SC www.dittrichadvocacia.com | @dittrichadvocacia\n\nP\u00e1gina 3 de 26\n\n\fArt. 1\u00ba O Banco Central do Brasil divulgar\u00e1 Taxa Referencial (TR), calculada a partir da remunera\u00e7\u00e3o mensal m\u00e9dia l\u00edquida de impostos, dos dep\u00f3sitos a prazo fixos captados nos bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos m\u00faltiplos com carteira comercial ou de investimentos, caixas econ\u00f4micas, ou dos t\u00edtulos p\u00fablicos federais, estaduais e municipais, de acordo com metodologia a ser aprovada pelo Conselho Monet\u00e1rio Nacional, no prazo de sessenta dias, e enviada ao conhecimento do Senado Federal. ... \u00a7 3\u00ba. Enquanto n\u00e3o aprovada a metodologia de c\u00e1lculo de que trata este artigo, o Banco Central do Brasil fixar\u00e1 a TR. [grifamos]\nA metodologia de c\u00e1lculo da TR foi h\u00e1 muito tempo definida pelo Banco Central, e hoje est\u00e1 vigente sob a forma prevista na Resolu\u00e7\u00e3o n\u00ba 4.624/2018, de 18 de janeiro de 2018.\nOcorre que h\u00e1 muito tempo, a TR n\u00e3o reflete mais a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, tendo se distanciado completamente dos \u00edndices oficiais de infla\u00e7\u00e3o. Nos meses de setembro, outubro e novembro de 2009, janeiro e fevereiro de 2010, fevereiro e junho de 2012 em diante a TR tem sido ZERO, ou seja, foi completamente anulada, como se n\u00e3o existisse qualquer infla\u00e7\u00e3o no per\u00edodo pass\u00edvel de corre\u00e7\u00e3o.\nDiante disso, a presente a\u00e7\u00e3o visa o reconhecimento pelo Poder Judici\u00e1rio do direito do (a) Requerente de que o saldo do seu FGTS seja atualizado monetariamente por \u00edndice que reflita a recomposi\u00e7\u00e3o da moeda ao longo do tempo em que permaneceu em poder da Requerida, devido \u00e0 indiscut\u00edvel diminui\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo deflagrada pela infla\u00e7\u00e3o, a qual, como j\u00e1 dito, h\u00e1 muito n\u00e3o se encontra refletida pela TR.\nEm suma, esse \u00e9 o objeto da a\u00e7\u00e3o.\nII \u2013 DA LEGITIMIDADE PASSIVA DA CAIXA ECON\u00d4MICA FEDERAL\nUma vez que a a\u00e7\u00e3o trata de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos dep\u00f3sitos de FGTS, indiscut\u00edvel a legitimidade passiva e exclusiva da Caixa Econ\u00f4mica Federal (CEF), conforme precedentes do STJ, sen\u00e3o vejamos:\nA\u00c7\u00c3O RESCIS\u00d3RIA. ADMINISTRATIVO. FGTS. CORRE\u00c7\u00c3O DOS SALDOS DAS CONTAS VINCULADAS. DIFEREN\u00c7AS DE EXPURGOS INFLACION\u00c1RIOS. TEMA J\u00c1 PACIFICADO NO STJ. PROCED\u00caNCIA DA A\u00c7\u00c3O 1. A mat\u00e9ria referente \u00e0 corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria das contas vinculadas ao FGTS, em raz\u00e3o das diferen\u00e7as de expurgos\n\nDittrich Sociedade Individual de Advocacia | OAB/SC 4019/2017 +55 047 99699-4240 | contato@dittrichadvocacia.com Rua Marechal Deodoro, 231, sl. 1204, Velha, 89036-000, Blumenau/SC www.dittrichadvocacia.com | @dittrichadvocacia\n\nP\u00e1gina 4 de 26\n\n\finflacion\u00e1rios, foi decidida pela Primeira Se\u00e7\u00e3o deste Superior Tribunal, no REsp n. 1.111.201- PE e no REsp n. 1.112.520 \u2013 PE, de relatoria do Exmo. Min. Benedito Gon\u00e7alves, ambos submetidos ao regime do art. 543-C do CPC e da Resolu\u00e7\u00e3o 8/08 do STJ, que tratam dos recursos representativos da controv\u00e9rsia, publicados no DJe de 4.3.2010 (...) 3. Quanto \u00e0s demais preliminares alegadas, devidamente prequestionadas, esta Corte tem o entendimento no sentido de que, nas demandas que tratam da atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos saldos das contas vinculadas do FGTS, a legitimidade passiva \u00e9 ad causam \u00e9 exclusiva da Caixa Econ\u00f4mica Federal, por ser gestora do Fundo, com exclus\u00e3o da Uni\u00e3o e dos bancos deposit\u00e1rios. (S\u00famula 249/STJ) [grifamos] (...) (AR 1.962/SC, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, Primeira Se\u00e7\u00e3o, julgado em 08/02/2012, DJe 27/02/2012)\nAssim, a presente a\u00e7\u00e3o se dirige exclusivamente contra a Caixa Econ\u00f4mica Federal, conforme entendimento pacificado pela jurisprud\u00eancia p\u00e1tria.\nS\u00daMULA 249/STJ \u2013 \u201cA Caixa Econ\u00f4mica Federal tem legitimidade passiva para integrar um processo em que se discute a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria do FGTS.\u201d\nIII \u2013 DA PRESCRI\u00c7\u00c3O\nQuanto ao prazo prescricional, conforme entendimento do STF, no julgamento do Recurso Extraordin\u00e1rio com Agravo n\u00ba 709.212/DF, aplica-se a prescri\u00e7\u00e3o quinquenal, com termo inicial em 13 de novembro de 2014.\nARE STF n\u00ba 709.212/DF - O Tribunal, decidindo o tema 608 da Repercuss\u00e3o Geral, por maioria, negou provimento ao recurso, vencido o Ministro Marco Aur\u00e9lio que o provia parcialmente. Tamb\u00e9m por maioria declarou a inconstitucionalidade do art. 23, \u00a7 5\u00ba, da Lei n\u00ba 8.036/1990, e do art. 55 do Decreto n\u00ba 99.684/1990, na parte em que ressalvam o \u201cprivil\u00e9gio do FGTS \u00e0 prescri\u00e7\u00e3o trinten\u00e1ria\u201d, haja vista violarem o disposto no art. 7\u00ba, XXIX, da Carta de 1988, vencidos os Ministros Teori Zavascki e Rosa Weber, que mantinham a jurisprud\u00eancia da Corte. Quanto \u00e0 modula\u00e7\u00e3o, o Tribunal, por maioria, atribuiu \u00e0 decis\u00e3o efeitos ex nunc, vencido o Ministro Marco Aur\u00e9lio, que n\u00e3o modulava os efeitos. Tudo nos termos do voto do Relator.\n\nDittrich Sociedade Individual de Advocacia | OAB/SC 4019/2017 +55 047 99699-4240 | contato@dittrichadvocacia.com Rua Marechal Deodoro, 231, sl. 1204, Velha, 89036-000, Blumenau/SC www.dittrichadvocacia.com | @dittrichadvocacia\n\nP\u00e1gina 5 de 26\n\n\fPresidiu o julgamento o Ministro Ricardo Lewandowski. Plen\u00e1rio, 13.11.2014.\nNesse sentido aponta a S\u00famula 362 do Tribunal Superior do Trabalho.\nS\u00famula 362 TST \u2013 FGTS. PRESCRI\u00c7\u00c3O: I \u2013 Para os casos em que a ci\u00eancia da les\u00e3o ocorreu a partir de 13.11.2014, \u00e9 quinquenal a prescri\u00e7\u00e3o do direito de reclamar contra o n\u00e3o-recolhimento de contribui\u00e7\u00e3o para o FGTS, observado o prazo de dois anos ap\u00f3s o t\u00e9rmino do contrato; II \u2013 Para os casos em que o prazo prescricional j\u00e1 estava em curso em 13.11.2014, aplica-se o prazo prescricional que se consumar primeiro: trinta anos, contados do termo inicial, ou cinco anos, a partir de 13.11.2014 (STF-ARE-709212/DF).\nSendo assim, a a\u00e7\u00e3o ora proposta, mesmo se enquadrando no novo entendimento das Cortes Superiores acerca do prazo prescricional, qual seja o quinquenal, tem pleno vigor, uma vez que fora ajuizada antes da derradeira data de 13 de novembro de 2019.\nIV \u2013 DO DIREITO\nIniciamos lembrando que a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria foi institucionalizada em nosso pa\u00eds por meio da Lei n\u00ba 4.357, de 1964, que criou o primeiro indexador da Economia Brasileira \u2013 a ORTN (Obriga\u00e7\u00e3o Reajust\u00e1vel do Tesouro Nacional) \u2013 uma obriga\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria cuja fun\u00e7\u00e3o era fazer variar periodicamente o valor da moeda nacional segundo seus respectivos poderes aquisitivos.\nDesde essa data, uma gama de \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria foi se sucedendo, at\u00e9 a entrada em vigor da Medida Provis\u00f3ria n\u00ba 294, de 31 de janeiro de 1991, que foi convertida na Lei n\u00ba 8.177, de 1\u00ba de mar\u00e7o de 1991. Nessa oportunidade, o Governo Collor pretendeu substituir a s\u00e9rie de indexadores tradicionais da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria brasileira (ORTN, OTN, BTN), que eram vinculados \u00e0 varia\u00e7\u00e3o dos n\u00edveis gerais de pre\u00e7os, pela Taxa Referencial (TR), que possu\u00eda natureza financeira.\nAinda hoje permanece a perplexidade em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 natureza jur\u00eddica da TR, at\u00e9 por conta da pr\u00f3pria inconsist\u00eancia da lei que a criou, que ora a trata como taxa de juros (art. 39) ora como indexador (art. 18).\nTaxas de juros objetivam promover a remunera\u00e7\u00e3o do capital. S\u00e3o calculadas por quem disponibiliza o capital em benef\u00edcio de outra pessoa, f\u00edsica ou jur\u00eddica, para que empregue para satisfa\u00e7\u00e3o de determinada necessidade, na expectativa de lucro.\nOs indexadores, por outro lado, podem ser entendidos como \u00edndices calculados a partir da varia\u00e7\u00e3o de pre\u00e7os de mercado em determinado per\u00edodo. O seu\n\nDittrich Sociedade Individual de Advocacia | OAB/SC 4019/2017 +55 047 99699-4240 | contato@dittrichadvocacia.com Rua Marechal Deodoro, 231, sl. 1204, Velha, 89036-000, Blumenau/SC www.dittrichadvocacia.com | @dittrichadvocacia\n\nP\u00e1gina 6 de 26\n\n\fobjetivo est\u00e1 na corre\u00e7\u00e3o dos efeitos inflacion\u00e1rios, quando se compara valores monet\u00e1rios em diferentes \u00e9pocas.\nE assim, quando o STF enfrentou o tema da natureza da TR, assentou no voto vencedor da ADI 493-0/DF que:\n\u201cA Taxa Referencial (TR) n\u00e3o \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, pois, refletindo as varia\u00e7\u00f5es do custo prim\u00e1rio da capta\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos a prazo fixo, n\u00e3o constitui \u00edndice que refletia a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda.\u201d [grifamos]\nN\u00e3o obstante, os Ministros vencidos Celso de Mello, Marco Aur\u00e9lio e Ilmar Galv\u00e3o entenderam que a estrutura de c\u00e1lculo da taxa referencial n\u00e3o era suficiente para impedir sua utiliza\u00e7\u00e3o como par\u00e2metro de indexa\u00e7\u00e3o de economia.\nMesmo assim, naquela oportunidade, o STF entendeu que a TR possu\u00eda natureza de taxa de juros e declarou inconstitucional o art. 18, da Lei n\u00ba 8.177/91, cujo texto original estabelecia que os saldos devedores e as presta\u00e7\u00f5es dos contratos integrantes do SFH, passariam a ser atualizados pela taxa aplic\u00e1vel \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica dos Dep\u00f3sitos de Poupan\u00e7a. Vale a pena transcrever a ementa deste julgado:\nA\u00e7\u00e3o direta de inconstitucionalidade \u2013 Se a lei alcan\u00e7ar os efeitos futuros de contratos celebrados anteriormente a ela ser\u00e1 esta lei retroativa (retroatividade m\u00ednima) porque vai interferir na causa, que \u00e9 um ato ou fato ocorrido no passado. \u2013 O disposto no art. 5\u00ba, XXXVI, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal se aplica a toda e qualquer lei infraconstitucional, sem qualquer distin\u00e7\u00e3o entre lei de direito p\u00fablico e lei de direito privado, ou entre lei de ordem p\u00fablica e lei dispositiva. Precedente do STF \u2013 Ocorr\u00eancia, no caso, de viola\u00e7\u00e3o de direito adquirido. A taxa referencial (TR) n\u00e3o \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, pois, refletindo as varia\u00e7\u00f5es do custo prim\u00e1rio da capta\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos a prazo fixo, n\u00e3o constitui \u00edndice que reflita a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda. Por isso, n\u00e3o h\u00e1 necessidade de se examinar a quest\u00e3o de saber se as normas que alteram o \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria se aplicam imediatamente, alcan\u00e7ando, pois, as presta\u00e7\u00f5es futuras de contratos celebrados no passado, sem violarem o disposto no art. 5\u00ba, XXXVI, da Carta Magna. \u2013 Tamb\u00e9m ofendem o ato jur\u00eddico perfeito os dispositivos impugnados que alteram o crit\u00e9rio de reajuste das presta\u00e7\u00f5es nos contratos j\u00e1 celebrados pelo sistema do Plano de Equival\u00eancia Salarial por Categoria Profissional (PES/CP). A\u00e7\u00e3o direta de inconstitucionalidade julgada procedente, para declarar a inconstitucionalidade\n\nDittrich Sociedade Individual de Advocacia | OAB/SC 4019/2017 +55 047 99699-4240 | contato@dittrichadvocacia.com Rua Marechal Deodoro, 231, sl. 1204, Velha, 89036-000, Blumenau/SC www.dittrichadvocacia.com | @dittrichadvocacia\n\nP\u00e1gina 7 de 26\n\n\fdos artigos 18 \u201ccaput\u201d par\u00e1grafos 1 e 4; 20; 21 e par\u00e1grafo \u00fanico; 23 e par\u00e1grafos; e 24 e par\u00e1grafos, todos da Lei n\u00ba 8.177, de 1 de maio de 1991. (STF - ADI 493, Relator (a): Min.: MOREIRA ALVES, Tribunal Pleno, julgado em 25/06/1992, DJ 04-09-1992 PP14089 EMENT VOL- 01674-02 PP- 00260 RTJ VOL00143-03 PP- 00724)\n\nPor algum tempo, o pr\u00f3prio STJ rejeitou a TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, tanto para a poupan\u00e7a, quanto para o SFH. Nesse sentido:\n\nCOMERCIAL. M\u00daTUO RURAL. CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA.\n\nVINCULA\u00c7\u00c3O AO CRIT\u00c9RIO DE REAJUSTE DOS\n\nDEP\u00d3SITOS EM CADERNETA DE POUPAN\u00c7A.\n\nLICITUDE. SUBSTITUI\u00c7\u00c3O PELA TR NOS MESES\n\nSUBSEQUENTES A FEVEREIRO/91. PREVIS\u00c3O DE\n\nUTILIZA\u00c7\u00c3O\n\nDA\n\nOTN.\n\nINDEXADOR\n\nCONTRATUALMENTE ELEITO. SUBSTITUI\u00c7\u00c3O EX LEGE\n\nPELA TR. INCONSTITUCIONALIDADE DECLARADA.\n\nADO\u00c7\u00c3O DO INPC. PRECEDENTES:\n\nI- NO CONTRATO DE M\u00daTUO RURAL \u00c9 L\u00cdCITO O PACTO\n\nDE VINCULA\u00c7\u00c3O DA CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA AO\n\nCRIT\u00c9RIO DE ATUALIZA\u00c7\u00c3O DOS DEP\u00d3SITOS EM\n\nCADERNETAS DE POUPAN\u00c7A, RESULTANDO DEVIDA A\n\nINCID\u00caNCIA DO MESMO INDEXADOR NOS MESES\n\nSUBSEQUENTES A FEVEREIRO/91 (ART. 13 DA\n\nLEI 8.177).\n\nII- EM FACE DA POSI\u00c7\u00c3O DO SUPREMO TRIBUNAL\n\nFEDERAL INADIMITINDO A TR COMO FATOR DE\n\nATUALIZA\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA SUBSTITUINDO O BTN, A\n\nCORRE\u00c7\u00c3O DOS VALORES, CUJA FORMA DE\n\nREAJUSTE ESTAVA, POR LEI OU CONTRATO,\n\nATRELADA A VARIA\u00c7\u00c3O DO VALOR DE REFERIDO\n\nT\u00cdTULO DA D\u00cdVIDA P\u00daBLICA, CUMPRE SEJA\n\nPRECEDIDA, A PARTIR DA LEI 8.177/91, COM BASE NO\n\nINPC.\n\n(REsp. 40.777/GO - Rel. Min. S\u00c1LVIO DE FIGUEIREDO\n\nTEIXEIRA, QUARTA TURMA, julgado em 13/11/1995, DJ\n\n11/12/1995, p. 43225)\n\nADMINISTRATIVO \u2013 SFH \u2013 REAJUSTE DAS\n\nPRESTA\u00c7\u00d5ES E DO SALDO DEVEDOR \u2013 PLANO DE\n\nEQUIVAL\u00caNCIA SALARIAL (PES) \u2013 INAPLICABILIDADE\n\nDA TR \u2013 ADIN 493-0/STF \u2013 VANTAGENS PESSOAIS\n\nINCORPORADAS DEFINITIVAMENTE AO SAL\u00c1RIO \u2013\n\nINCLUS\u00c3O NO C\u00c1LCULO \u2013 DIVERG\u00caNCIA\n\nJURISPRUDENCIAL N\u00c3O COMPROVADA \u2013 RISTJ. ART.\n\n255 E PAR\u00c1GRAFOS \u2013 S\u00daMULA 13/STJ \u2013\n\nDittrich Sociedade Individual de Advocacia | OAB/SC 4019/2017 +55 047 99699-4240 | contato@dittrichadvocacia.com Rua Marechal Deodoro, 231, sl. 1204, Velha, 89036-000, Blumenau/SC www.dittrichadvocacia.com | @dittrichadvocacia\n\nP\u00e1gina 8 de 26\n\n\fPRECEDENTES STJ. - Nos contratos vinculados ao PES, o reajustamento das presta\u00e7\u00f5es deve obedecer \u00e0 varia\u00e7\u00e3o salarial dos mutu\u00e1rios, a fim de preservar a equa\u00e7\u00e3o econ\u00f4mico-financeira do pactuado. -As vantagens pessoais incorporadas, definitivamente ao sal\u00e1rio ou vencimento do mutu\u00e1rio, incluem-se na verifica\u00e7\u00e3o da equival\u00eancia para fixa\u00e7\u00e3o das parcelas. -Declarada pelo STF a inconstitucionalidade da TR como fator de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria (ADIN 493-0), o reajustamento do saldo devedor, a exemplo das presta\u00e7\u00f5es mensais, tamb\u00e9m deve obedecer ao Plano de Equival\u00eancia Salarial. [grifamos] - Recurso conhecido e parcialmente provido (REsp 14.839/BA, Rel. Ministro FRANCISCO PE\u00c7ANHA MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 23/11/1999, DJ 21/02/2000, p. 112) SFH. PLANO DE EQUIVAL\u00caNCIA SALARIAL. REAJUSTE DAS PRESTA\u00c7\u00d5ES. ILEGITIMIDADE PASSIVA DA UNI\u00c3O. NULIDADE DO AC\u00d3RD\u00c3O. INOCORR\u00caNCIA. VANTAGENS PESSOAIS. INCLUS\u00c3O. CORRE\u00c7\u00c3O PELA TR. IMPOSSIBILIDADE. PRECEDENTES. (...) 4. Inaplic\u00e1vel a TR como fator de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria Entendimento consagrado nesta Corte na esteira de orienta\u00e7\u00e3o tra\u00e7ada pelo STF. [grifamos] 5. Recurso Especial conhecido e parcialmente provido (REsp 209.466/BA Rel. Ministro FRANCISCO PE\u00c7ANHA MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 07/08/2011, DJ 17/06/2012, p. 231)\nTodavia, aquela Corte de Justi\u00e7a, fazendo uma releitura do voto do Ministro Moreira Alves do STF, mudou o entendimento, e passou a adotar a constitucionalidade da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, considerando inconstitucional apenas a sua aplica\u00e7\u00e3o retroativa e, no tocante a sua aplica\u00e7\u00e3o na corre\u00e7\u00e3o do FGTS, chegou at\u00e9 a editar a S\u00famula 459.\nComo dito alhures, aplica\u00e7\u00e3o de \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria se presta para recuperar o poder de compra do valor emprestado. Este poder de compra \u00e9 diretamente influenciado por um processo inflacion\u00e1rio. O pr\u00f3prio STJ reconhece a influ\u00eancia da infla\u00e7\u00e3o como corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, sen\u00e3o vejamos:\nA corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria nada mais \u00e9 do que um mecanismo de manuten\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda, n\u00e3o devendo representar, consequentemente, por si s\u00f3, nem um plus nem um minus em sua subst\u00e2ncia. Corrigir o valor nominal da obriga\u00e7\u00e3o\n\nDittrich Sociedade Individual de Advocacia | OAB/SC 4019/2017 +55 047 99699-4240 | contato@dittrichadvocacia.com Rua Marechal Deodoro, 231, sl. 1204, Velha, 89036-000, Blumenau/SC www.dittrichadvocacia.com | @dittrichadvocacia\n\nP\u00e1gina 9 de 26\n\n\frepresenta, portanto, manter, no tempo, o seu poder de compra original, alterado pelas oscila\u00e7\u00f5es inflacion\u00e1rias positivas e negativas ocorridas no per\u00edodo. Atualizar a obriga\u00e7\u00e3o levando em conta apenas oscila\u00e7\u00f5es positivas importaria distorcer a realidade econ\u00f4mica produzindo um resultado que n\u00e3o representa a simples manuten\u00e7\u00e3o do primitivo poder aquisitivo, mas um indevido acr\u00e9scimo no valor real. Nessa linha, estabelece o Manual de Orienta\u00e7\u00e3o de Procedimento de C\u00e1lculos aprovado pelo Conselho da Justi\u00e7a Federal que, n\u00e3o havendo decis\u00e3o judicial em contr\u00e1rio, \u201cos \u00edndices negativos de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria (defla\u00e7\u00e3o) ser\u00e3o considerados no c\u00e1lculo de atualiza\u00e7\u00e3o\u201d, com a ressalva de que, se, no c\u00e1lculo final, \u201ca atualiza\u00e7\u00e3o implicar redu\u00e7\u00e3o do principal, deve prevalecer o valor nominal\u201d (Corte Especial, REsp 1.265.580/RS, Rel. Min. TEORI ALBINO ZAVASCKI, DJe 18/4/12) [grifamos]\nN\u00e3o podemos nos esquecer de que a cultura da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria est\u00e1 de tal forma arraigada ao nosso sistema econ\u00f4mico, que o pr\u00f3prio C\u00f3digo Civil de 2002, traz diversos dispositivos garantindo atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria.\nEste retrospecto da evolu\u00e7\u00e3o legal e jurisprudencial a respeito da aplica\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria se faz necess\u00e1rio para que pud\u00e9ssemos chegar ao n\u00facleo do argumento desta a\u00e7\u00e3o.\nHoje no pa\u00eds, h\u00e1 dois tipos de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. \u00cdndices que refletem a infla\u00e7\u00e3o e, portanto, recuperam o valor de compra do valor aplicado, como o INPC e o IPCA, e um \u00edndice que n\u00e3o reflete a infla\u00e7\u00e3o, e consequentemente n\u00e3o recupera o poder de compra do valor aplicado \u2013 a Taxa de Referencial/TR.\nHistoricamente, \u00e9 preciso lembrar que a Taxa Referencial nunca esteve alinhada \u00e0 infla\u00e7\u00e3o. Nem quando experimentamos a hiperinfla\u00e7\u00e3o, nem quando experimentamos a defla\u00e7\u00e3o. Todavia, os \u00edndices da TR, do INPC e do IPCA sempre andaram pr\u00f3ximos. Em outras palavras, imperava a razoabilidade dos \u00edndices da TR para que pudessem atingir a finalidade de corre\u00e7\u00e3o do valor do capital.\nN\u00e3o obstante, o cen\u00e1rio come\u00e7a a mudar a partir de 1999, quando a TR se distancia expressivamente do INPC e IPCA, ao ponto de hoje a infla\u00e7\u00e3o ultrapassar 4% ao ano, enquanto a TR permanece igual a ZERO. Logo, ela n\u00e3o se presta para o fim de manter o poder aquisitivo dos dep\u00f3sitos do FGTS, que s\u00e3o um patrim\u00f4nio do trabalhador.\nO sentimento geral \u00e9 que h\u00e1 muito tempo o FGTS \u00e9 um fundo in\u00edquo, por n\u00e3o apresentar a recomposi\u00e7\u00e3o inflacion\u00e1ria dos seus recursos. Na verdade, o trabalhador n\u00e3o est\u00e1 financiando programas de habita\u00e7\u00e3o popular, saneamento b\u00e1sico e infraestrutura urbana, mas sim, subsidiando.\n\nDittrich Sociedade Individual de Advocacia | OAB/SC 4019/2017 +55 047 99699-4240 | contato@dittrichadvocacia.com Rua Marechal Deodoro, 231, sl. 1204, Velha, 89036-000, Blumenau/SC www.dittrichadvocacia.com | @dittrichadvocacia\n\nP\u00e1gina 10 de 26\n\n\fAo contr\u00e1rio de outros investimentos, o FGTS n\u00e3o \u00e9 um fundo de livre disposi\u00e7\u00e3o por parte do trabalhador, n\u00e3o podendo ele decidir sponte propria quais as aplica\u00e7\u00f5es que lhe s\u00e3o mais convenientes ou rent\u00e1veis. O trabalhador tem que se submeter a pol\u00edticas econ\u00f4micas e sociais que lhe s\u00e3o altamente prejudiciais.\nOra, mas a pr\u00f3pria Lei do FGTS diz em seu art. 2\u00ba que \u00e9 garantida a atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e juros. Quando a TR \u00e9 igual a ZERO este artigo \u00e9 descumprido. Quando a TR \u00e9 m\u00ednima e totalmente desproporcional em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 infla\u00e7\u00e3o, este artigo tamb\u00e9m \u00e9 descumprido e o patrim\u00f4nio do trabalhador \u00e9 subtra\u00eddo por quem tem o dever legal de administr\u00e1-lo.\nEm um ano de TR acumulada igual a ZERO e previs\u00e3o de INFLA\u00c7\u00c3O OFICIAL de 4,05% para 2018 (Relat\u00f3rio de Mercado Focus /BACEN), estamos diante de uma situa\u00e7\u00e3o de confisco. O Governo Federal, por meio da Caixa Econ\u00f4mica Federal, est\u00e1 confiscando os rendimentos dos trabalhadores, para subsidiar pol\u00edticas p\u00fablicas, sem a menor inger\u00eancia destes trabalhadores.\nAssim como em nosso Estado Democr\u00e1tico de Direito, a Constitui\u00e7\u00e3o veda que se utilize tributo com efeito de confisco, o trabalhador n\u00e3o pode ser punido com confisco do que a pr\u00f3pria Caixa define em seu s\u00edtio eletr\u00f4nico, como um patrim\u00f4nio do trabalhador, e definitivamente o \u00e9. Quando se fala em patrim\u00f4nio, imediatamente sobrev\u00e9m li\u00e7\u00e3o da Professora Maria Helena Diniz, ao comentar o art. 91, do C\u00f3digo Civil de 2002:\n\u201cArt. 91. Constitui universalidade de direito o complexo de rela\u00e7\u00f5es jur\u00eddicas, de uma pessoa, dotadas de valor econ\u00f4mico. \u201d\nUniversalidade de direito: \u00e9 a constitu\u00edda por bens singulares corp\u00f3reos heterog\u00eaneos e incorp\u00f3reos (complexo de rela\u00e7\u00f5es jur\u00eddicas), a que a norma jur\u00eddica, com o intuito de produzir certos efeitos, d\u00e1 unidade, por serem dotados de valor econ\u00f4mico, como p. Ex., o patrim\u00f4nio (...). O patrim\u00f4nio e a heran\u00e7a s\u00e3o considerados como um conjunto, ou seja, como uma universalidade. Embora se constituam ou n\u00e3o de bens materiais e de cr\u00e9ditos, esses bens se unificam numa express\u00e3o econ\u00f4mica, que \u00e9 o valor. O patrim\u00f4nio \u00e9 complexo de rela\u00e7\u00f5es jur\u00eddicas de uma pessoa apreci\u00e1vel economicamente. Incluem-se no patrim\u00f4nio: a posse, os direitos reais, as obriga\u00e7\u00f5es e as a\u00e7\u00f5es correspondentes a tais direitos. O patrim\u00f4nio abrange direitos deveres redut\u00edveis a dinheiro. (DINIZ, 2017, p. 100) [grifamos]\nLevando em conta que a rela\u00e7\u00e3o jur\u00eddica entre os trabalhadores e a Caixa Econ\u00f4mica Federal \u00e9 de direito pessoal, o art. 233 do C\u00f3digo Civil se torna inafast\u00e1vel, na medida em que determina que a obriga\u00e7\u00e3o de dar coisa certa abrange os acess\u00f3rios ainda que n\u00e3o mencionados.\n\nDittrich Sociedade Individual de Advocacia | OAB/SC 4019/2017 +55 047 99699-4240 | contato@dittrichadvocacia.com Rua Marechal Deodoro, 231, sl. 1204, Velha, 89036-000, Blumenau/SC www.dittrichadvocacia.com | @dittrichadvocacia\n\nP\u00e1gina 11 de 26\n\n\f\u201cArt. 233 A obriga\u00e7\u00e3o de dar coisa certa abrange os acess\u00f3rios dela embora n\u00e3o mencionados, salvo o contr\u00e1rio resultar do t\u00edtulo ou das circunstancias do caso.\u201d\nOra, acess\u00f3rios de dinheiro s\u00e3o juros e a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria.\nE ent\u00e3o voltamos \u00e0 Taxa Referencial.\nManipula\u00e7\u00e3o da TR pelo Banco Central\nIndependentemente da discuss\u00e3o sobre sua natureza jur\u00eddica, vamos aqui partir do pressuposto, assentado pela jurisprud\u00eancia, principalmente pelo STJ, que a TR \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria.\nTanto o art. 1\u00ba da Lei n\u00ba 8.177/91, quanto o art. 5\u00ba da Lei n\u00ba 10.192/2001 (que convolou a MP n\u00ba 1.053/95) atribu\u00edram ao Banco Central a regulamenta\u00e7\u00e3o da metodologia de c\u00e1lculo da TR, conforme crit\u00e9rio estabelecido na lei e a expedi\u00e7\u00e3o das instru\u00e7\u00f5es necess\u00e1rias ao cumprimento do artigo que criou a Taxa B\u00e1sica Financeira - TBF.\nArt. 5\u00ba. Fica institu\u00edda Taxa B\u00e1sica Financeira - TBF, para ser utilizada exclusivamente como base de remunera\u00e7\u00e3o de opera\u00e7\u00f5es realizadas no mercado financeiro, de prazo de dura\u00e7\u00e3o igual ou superior a sessenta dias. Par\u00e1grafo \u00fanico. O Conselho Monet\u00e1rio Nacional expedir\u00e1 as instru\u00e7\u00f5es necess\u00e1rias ao cumprimento do disposto neste artigo, podendo, inclusive, ampliar o prazo m\u00ednimo previsto no caput. (Lei n\u00ba 10.192/2001)\nCom o prop\u00f3sito de regulamentar a TR, o Banco Central vem ao longo dos anos criando e reinventando f\u00f3rmulas para calcul\u00e1-la. Pelo menos desde a Resolu\u00e7\u00e3o n\u00ba 2.075, de 26 de maio de 1994, h\u00e1 f\u00f3rmulas para encontrar a TR. Todavia com a institui\u00e7\u00e3o da Taxa B\u00e1sica Financeira, pela Medida Provis\u00f3ria n\u00ba 1.053/95, de 30 de junho de 1995, a forma de c\u00e1lculo da TR sofreu uma expressiva modifica\u00e7\u00e3o.\nDesde a Resolu\u00e7\u00e3o n\u00ba 2.437, de 30 de outubro de 1997, a TR \u00e9 calculada levando em conta a Taxa B\u00e1sica Financeira e um Redutor.\nA Resolu\u00e7\u00e3o n\u00ba 4.624/2018, hoje vigente sobre o assunto, diz o seguinte:\nArt. 1\u00ba A Taxa B\u00e1sica Financeira (TBF), de que trata o art. 5\u00ba da Lei n\u00ba 10.192, de 14 de fevereiro de 2001, e a Taxa Referencial (TR), de que tratam os arts. 1\u00ba da Lei n\u00ba 8.177, de 1\u00ba de mar\u00e7o de 1991, e 1\u00ba da Lei n\u00ba 8.660, de 28 de maio de 1993, ser\u00e3o calculadas a partir de taxas de juros negociadas no mercado secund\u00e1rio com Letras do Tesouro\n\nDittrich Sociedade Individual de Advocacia | OAB/SC 4019/2017 +55 047 99699-4240 | contato@dittrichadvocacia.com Rua Marechal Deodoro, 231, sl. 1204, Velha, 89036-000, Blumenau/SC www.dittrichadvocacia.com | @dittrichadvocacia\n\nP\u00e1gina 12 de 26\n\n\fNacional (LTN).\n\nArt. 2\u00ba Ser\u00e1 constitu\u00edda, a cada dia \u00fatil, base de dados\n\ncomposta por todas as opera\u00e7\u00f5es definitivas realizadas no\n\nmercado secund\u00e1rio, registradas no Sistema Especial de\n\nLiquida\u00e7\u00e3o e de Cust\u00f3dia (Selic), com LTNs de prazo de\n\nvencimento imediatamente anterior, ou coincidente, e\n\nimediatamente posterior ao prazo de um m\u00eas.\n\nArt. 3\u00ba Para cada vencimento de LTN que comp\u00f5e a base de\n\ndados de que trata o art. 2\u00ba, ser\u00e1 calculada a taxa de juros\n\nm\u00e9dia (TM) [...]\n\nArt. 4\u00ba Para cada dia do m\u00eas \u2013 dia de refer\u00eancia \u2013, o Banco\n\nCentral do Brasil deve calcular a TBF, para o per\u00edodo de um\n\nm\u00eas, com in\u00edcio no pr\u00f3prio dia de refer\u00eancia e t\u00e9rmino no dia\n\ncorrespondente ao dia de refer\u00eancia no m\u00eas seguinte [...]\n\nPar\u00e1grafo \u00fanico. Quando inexistente o dia correspondente\n\nao dia de refer\u00eancia no m\u00eas seguinte, ser\u00e1 considerado\n\ncomo t\u00e9rmino do per\u00edodo o dia primeiro do segundo m\u00eas\n\nposterior ao do dia de refer\u00eancia.\n\nArt. 6\u00ba Para cada TBF obtida, segundo a metodologia\n\ndescrita no art. 5\u00ba, deve ser calculada a correspondente TR,\n\npela aplica\u00e7\u00e3o de um redutor R, de acordo com a seguinte\n\nf\u00f3rmula:\n\nTR = max { 0 ; 100 x {[ (1 + TBF/100) / R ] - 1}} (%)\n\n\u00a7 1\u00ba O valor do redutor R deve ser calculado para todos\n\nos dias, inclusive n\u00e3o \u00fateis, de acordo com a seguinte\n\nf\u00f3rmula:\n\nR = (a + b x TBF/100), em que:\n\nI - TBF corresponde \u00e0 TBF relativa ao dia de refer\u00eancia;\n\nII - a corresponde a 1,005; e\n\nIII - b corresponde ao valor obtido na tabela abaixo, em\n\nfun\u00e7\u00e3o da TBF relativa ao dia de refer\u00eancia, expressa em\n\ntermos percentuais ao ano, considerando a conven\u00e7\u00e3o de\n\n252 dias \u00fateis:\n\nTBF\n\n(%\n\na.a.)_______________________________________ b\n\nTBF maior que 16,0 ______________________________\n\n0,48\n\nTBF menor ou igual a 16,0 e maior que 15,0 _______ 0,44\n\nTBF menor ou igual a 15,0 e maior que 14,0 _______ 0,40\n\nTBF menor ou igual a 14,0 e maior que 13,0 ________ 0,36\n\nTBF menor ou igual a 13,0 e maior ou igual a 10,5 __ 0,32\n\nTBF menor que 10,5 e maior ou igual a 10,0 ________ 0,31\n\nTBF menor que 10 e maior ou igual a 9,5 __________ 0,26\n\nTBF menor que 9,5 _______________________________\n\n0,23\n\n\u00a7 2\u00ba O Banco Central do Brasil deve calcular o redutor\n\nR utilizando, no processo, todas as casas decimais dos\n\nDittrich Sociedade Individual de Advocacia | OAB/SC 4019/2017 +55 047 99699-4240 | contato@dittrichadvocacia.com Rua Marechal Deodoro, 231, sl. 1204, Velha, 89036-000, Blumenau/SC www.dittrichadvocacia.com | @dittrichadvocacia\n\nP\u00e1gina 13 de 26\n\n\fvalores envolvidos, procedendo ao arredondamento do valor final para quatro casas decimais, com utiliza\u00e7\u00e3o das Regras de Arredondamento na Numera\u00e7\u00e3o Decimal (NBR 5891) estabelecidas pela Associa\u00e7\u00e3o Brasileira de Normas T\u00e9cnicas (ABNT). \u00a7 3\u00ba Os valores do redutor R devem ser divulgados pelo Banco Central do Brasil quando da divulga\u00e7\u00e3o da TR. [grifamos]\nO peculiar nessa determina\u00e7\u00e3o do Banco Central, que de resto se repete desde 1997, \u00e9 que TBF e TR s\u00e3o exatamente iguais em sua g\u00eanese at\u00e9 o momento em que se determina que se aplique um redutor \u00e0 TBF para se chegar \u00e0 TR.\nN\u00e3o h\u00e1 na Lei da TR previs\u00e3o de aplica\u00e7\u00e3o do redutor, assim como tamb\u00e9m n\u00e3o h\u00e1 na Lei que criou a TBF. Todavia causa estranheza que diante de um comando aberto como o do art. 5\u00ba da MP n\u00ba 1.503/95 (Lei n\u00ba 10.192/01), o Banco Central, com amplos poderes para regular o assunto, n\u00e3o tenha institu\u00eddo um redutor, mas o tenha feito ao regulamentar o art. 1\u00ba da Lei n\u00ba 8.177/91, que n\u00e3o era t\u00e3o flex\u00edvel.\nAtrelado a esses par\u00e2metros, o trabalhador que tem seu dinheiro aplicado no FGTS, de onde n\u00e3o pode retir\u00e1-lo para outro investimento. N\u00e3o h\u00e1 corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, tampouco Taxa Referencial (independentemente de sua natureza jur\u00eddica), em flagrante ofensa ao art. 2\u00ba da Lei n\u00ba 8.036/90, que imp\u00f5e a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos valores depositados pelo empregador.\nArt. 2\u00ba O FGTS \u00e9 constitu\u00eddo pelos saldos das contas vinculadas a que se refere esta lei e outros recursos a ele incorporados, devendo ser aplicados com atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e juros, de modo a assegurar a cobertura de suas obriga\u00e7\u00f5es.\nAinda que se argumente que a aplica\u00e7\u00e3o do Redutor pelo Banco Central seja legal, sua redu\u00e7\u00e3o a zero em um cen\u00e1rio de infla\u00e7\u00e3o superior a 4% ao ano, configura afronta ao art. 2\u00ba da Lei n\u00ba 8.036/90, que determina a atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. Mas \u00e9 necess\u00e1rio ir mais al\u00e9m e revisar o entendimento jurisprudencial sobre a TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, m\u00e1xime a partir da institui\u00e7\u00e3o de um Redutor que tem por efeito zerar o \u00edndice da TR em ambiente de infla\u00e7\u00e3o.\nO quadro comparativo mostra que a TR n\u00e3o se presta como atualizador monet\u00e1rio do FGTS, pelo menos, desde janeiro de 1999.\nDesde o momento em que o Banco Central estabeleceu um redutor para TR, ela deixou de ser \u00edndice confi\u00e1vel para atualizar monetariamente as contas do FGTS, porque se descola dos \u00edndices de infla\u00e7\u00e3o, sendo reduzido ano a ano.\nA finalidade da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u00e9 manter o poder de compra do capital. E essa finalidade nem de perto vem sendo alcan\u00e7ado pela TR.\n\nDittrich Sociedade Individual de Advocacia | OAB/SC 4019/2017 +55 047 99699-4240 | contato@dittrichadvocacia.com Rua Marechal Deodoro, 231, sl. 1204, Velha, 89036-000, Blumenau/SC www.dittrichadvocacia.com | @dittrichadvocacia\n\nP\u00e1gina 14 de 26\n\n\fO trabalhador, que busca a forma\u00e7\u00e3o de um patrim\u00f4nio digno, necessita e deve confiar na lei. E no cen\u00e1rio apresentado essa confian\u00e7a foi quebrada.\nH\u00e1 n\u00edtida expropria\u00e7\u00e3o do patrim\u00f4nio do trabalhador, na medida em que se nega a ele a devida atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria.\nOra, a atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u00e9 o elemento mais importante do mercado financeiro, pois sem a medi\u00e7\u00e3o precisa de perda do poder aquisitivo da moeda com o decorrer do tempo, ocorre desproporcional destrui\u00e7\u00e3o de valor.\nPor isso, o objetivo fundamental da escolha do \u00edndice de atualiza\u00e7\u00e3o \u00e9 de proteger o patrim\u00f4nio, evitando que ele seja corro\u00eddo pela infla\u00e7\u00e3o.\nO Poder Judici\u00e1rio h\u00e1 de se opor a este esbulho, confisco, expropria\u00e7\u00e3o que o trabalhador est\u00e1 sofrendo, desde 1999, com as constantes redu\u00e7\u00f5es da TR em rela\u00e7\u00e3o aos \u00edndices de infla\u00e7\u00e3o, culminando na sua completa nulidade.\nEm 1991 e 1992, quando julgada a ADIN 493-0/DF, o STF deixou bem assentado que a TR n\u00e3o constitu\u00eda \u00edndice que refletia a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda. Esta caracter\u00edstica da TR tem se confirmando ao longo dos anos.\nA aplica\u00e7\u00e3o da TR na corre\u00e7\u00e3o dos saldos dos dep\u00f3sitos do FGTS vem causando uma descabida subtra\u00e7\u00e3o do valor do patrim\u00f4nio do trabalhador. H\u00e1 anos, os trabalhadores que t\u00eam dep\u00f3sitos no FGTS n\u00e3o experimentam ganhos reais em sua aplica\u00e7\u00e3o e sequer conseguem preserv\u00e1-la das perdas inflacion\u00e1rias.\nMuito ao contr\u00e1rio. H\u00e1 muito tempo, os trabalhadores t\u00eam rendimentos inferiores \u00e0 infla\u00e7\u00e3o, mesmo levando em conta a remunera\u00e7\u00e3o dos juros de 3% ao ano.\nApesar de a Caixa Econ\u00f4mica Federal ter divulgado \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o do FGTS acima da infla\u00e7\u00e3o, para os anos de 2017 e 2018, nem de longe tais \u00edndices permitem repor a diferen\u00e7a patrimonial que foi usurpada do trabalhador, ao longo de quase duas d\u00e9cadas.\nSomado a isso, de pouco adiantaria ao trabalhador que fosse determinado ao Banco Central que recalculasse a TR, pois, uma nova f\u00f3rmula estaria igualmente sob a discricionariedade e subjetivismo total do Banco. Basta avaliar a sucess\u00e3o de Resolu\u00e7\u00f5es do Banco Central sobre o tema.\nPartindo da premissa inequ\u00edvoca que a TR n\u00e3o mais rep\u00f5e as perdas monet\u00e1rias dos dep\u00f3sitos do FGTS, outro caminho n\u00e3o existe se n\u00e3o o de adotar um novo \u00edndice que verdadeiramente cumpra a determina\u00e7\u00e3o da Lei e corrija esses dep\u00f3sitos.\nNessa ordem, a seguir podemos verificar \u00edndices que efetivamente produzem corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria.\n\nDittrich Sociedade Individual de Advocacia | OAB/SC 4019/2017 +55 047 99699-4240 | contato@dittrichadvocacia.com Rua Marechal Deodoro, 231, sl. 1204, Velha, 89036-000, Blumenau/SC www.dittrichadvocacia.com | @dittrichadvocacia\n\nP\u00e1gina 15 de 26\n\n\fA Lei de Introdu\u00e7\u00e3o \u00e0s Normas de Direito Brasileiro estabelece, em seu art. 5\u00ba, que \u201cna aplica\u00e7\u00e3o da lei, o juiz atender\u00e1 os fins sociais a que ela se dirige e as exig\u00eancias do bem comum\u201d. A lei do FGTS tem um fim social indiscut\u00edvel, proteger o trabalhador e constituir um patrim\u00f4nio que lhe sirva de arrimo ao termo de sua rela\u00e7\u00e3o de emprego.\nDiante de tudo que foi demonstrado, a juiz atender\u00e1 os fins sociais da Lei do FGTS ao reconhecer que a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, com efetiva reposi\u00e7\u00e3o dos \u00edndices inflacion\u00e1rios de forma a preservar o poder de compra do dinheiro depositado no Fundo, \u00e9 devida pela Caixa Econ\u00f4mica Federal.\n\u201cA corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria n\u00e3o constitui parcela que se agrega ao principal, mas simples recomposi\u00e7\u00e3o do valor e poder aquisitivo do mesmo. Trata-se, apenas, na verdade, de nova express\u00e3o num\u00e9rica do valor monet\u00e1rio aviltado pela infla\u00e7\u00e3o. Quem recebe com corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria n\u00e3o recebe um \u2018plus\u2019, mas apenas o que lhe \u00e9 devido, em forma atualizada.\u201d (JTA 109/372)\nObedece ao princ\u00edpio do restitutio in integrum, atinente nas normas p\u00fablicas que protegem a coisa depositada e regulam o contrato de dep\u00f3sito.\nObserve-se para tanto, nesse esfor\u00e7o de exposi\u00e7\u00e3o anal\u00edtica, que a refer\u00eancia legislativa do art. 1.266 do antigo C\u00f3digo Civil de 1916, foi reproduzida ipsis litteris no art. 629 do atual C\u00f3digo Civil de 2002:\nArt. 629. O deposit\u00e1rio \u00e9 obrigado a ter na guarda e conserva\u00e7\u00e3o da coisa depositada o cuidado e dilig\u00eancia que costuma com o que lhe pertence, bem como a restitu\u00edla, com todos os frutos e acrescidos, quando o exija o depositante. [grifamos]\nDesse modo, se a TR n\u00e3o pode ser considerada como um \u00edndice id\u00f4neo, sobrev\u00e9m a necessidade de substitu\u00ed-la por um \u00edndice que realmente reponha as perdas monet\u00e1rias. E ent\u00e3o, nada obsta que o juiz considere \u00edndice previsto em outra legisla\u00e7\u00e3o.\nAt\u00e9 por quest\u00e3o de equidade, o melhor \u00edndice para substituir a TR \u00e9 o \u00edndice que corrige monetariamente o sal\u00e1rio dos trabalhadores e os benef\u00edcios previdenci\u00e1rios. Esse \u00edndice est\u00e1 previsto na Lei n\u00ba 12.382/2011, cujos primeiros artigos trazem a seguinte dic\u00e7\u00e3o:\nArt. 1\u00ba. O sal\u00e1rio m\u00ednimo passa a corresponder ao valor de R$ 545, 00 (quinhentos e quarenta e cinco reais). Par\u00e1grafo \u00fanico. Em virtude do disposto no caput, o valor di\u00e1rio do sal\u00e1rio m\u00ednimo corresponder\u00e1 a R$ 18, 17 (dezoito reais e dezessete centavos) e o valor hor\u00e1rio, a R$ 2, 48 (dois reais e quarenta e oito centavos).\n\nDittrich Sociedade Individual de Advocacia | OAB/SC 4019/2017 +55 047 99699-4240 | contato@dittrichadvocacia.com Rua Marechal Deodoro, 231, sl. 1204, Velha, 89036-000, Blumenau/SC www.dittrichadvocacia.com | @dittrichadvocacia\n\nP\u00e1gina 16 de 26\n\n\fArt. 2\u00ba. Ficam estabelecidas as diretrizes para a pol\u00edtica de valoriza\u00e7\u00e3o do sal\u00e1rio m\u00ednimo a vigorar entre 2012 e 2015, inclusive, a serem aplicadas em 1\u00ba de janeiro do respectivo ano. \u00a7 1\u00ba. Os reajustes para a preserva\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo do sal\u00e1rio m\u00ednimo corresponder\u00e3o \u00e0 varia\u00e7\u00e3o do \u00cdndice Nacional de Pre\u00e7os ao Consumidor - INPC, calculado e divulgado pela Funda\u00e7\u00e3o Instituto Brasileiro de Geografia e Estat\u00edstica - IBGE, acumulada nos doze meses anteriores ao m\u00eas do reajuste. \u00a7 2\u00ba. Na hip\u00f3tese de n\u00e3o divulga\u00e7\u00e3o do INPC referente a um ou mais meses compreendidos no per\u00edodo do c\u00e1lculo at\u00e9 o \u00faltimo dia \u00fatil imediatamente anterior \u00e0 vig\u00eancia do reajuste, o Poder Executivo estimar\u00e1 os \u00edndices dos meses n\u00e3o dispon\u00edveis. \u00a7 3\u00ba. Verificada a hip\u00f3tese de que trata o \u00a7 2\u00ba, os \u00edndices estimados permanecer\u00e3o v\u00e1lidos para os fins desta Lei, sem qualquer revis\u00e3o, sendo os eventuais res\u00edduos compensados no reajuste subsequente, sem retroatividade. \u00a7 4\u00ba. A t\u00edtulo de aumento real, ser\u00e3o aplicados os seguintes percentuais: I - em 2012 ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do Produto Interno Bruto - PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2010; II - em 2013, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2011; III - em 2014, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2012; e IV - em 2015, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2013. \u00a7 5\u00ba. Para fins do disposto no \u00a7 4\u00ba, ser\u00e1 utilizada a taxa de crescimento real do PIB para o ano de refer\u00eancia, divulgada pelo IBGE at\u00e9 o \u00faltimo dia \u00fatil do ano imediatamente anterior ao de aplica\u00e7\u00e3o do respectivo aumento real.\nSobre a mesma mat\u00e9ria, para os anos de 2016 a 2019, a Lei n\u00ba 13.152/2015 assim apresenta-se:\nArt. 1\u00ba S\u00e3o estabelecidas as diretrizes a vigorar entre 2016 e 2019, inclusive, a serem aplicadas em 1\u00ba de janeiro do respectivo ano, para: I - a pol\u00edtica de valoriza\u00e7\u00e3o do sal\u00e1rio-m\u00ednimo; e II - (VETADO). \u00a7 1\u00ba Os reajustes para a preserva\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo do\n\nDittrich Sociedade Individual de Advocacia | OAB/SC 4019/2017 +55 047 99699-4240 | contato@dittrichadvocacia.com Rua Marechal Deodoro, 231, sl. 1204, Velha, 89036-000, Blumenau/SC www.dittrichadvocacia.com | @dittrichadvocacia\n\nP\u00e1gina 17 de 26\n\n\fsal\u00e1rio-m\u00ednimo corresponder\u00e3o \u00e0 varia\u00e7\u00e3o do \u00cdndice Nacional de Pre\u00e7os ao Consumidor (INPC), calculado e divulgado pela Funda\u00e7\u00e3o Instituto Brasileiro de Geografia e Estat\u00edstica (IBGE), acumulada nos 12 (doze) meses anteriores ao m\u00eas do reajuste. \u00a7 2\u00ba Na hip\u00f3tese de n\u00e3o divulga\u00e7\u00e3o do INPC referente a um ou mais meses compreendidos no per\u00edodo do c\u00e1lculo at\u00e9 o \u00faltimo dia \u00fatil imediatamente anterior \u00e0 vig\u00eancia do reajuste, o Poder Executivo estimar\u00e1 os \u00edndices dos meses n\u00e3o dispon\u00edveis. \u00a7 3\u00ba Verificada a hip\u00f3tese de que trata o \u00a7 2\u00ba, os \u00edndices estimados permanecer\u00e3o v\u00e1lidos para os fins desta Lei, sem qualquer revis\u00e3o, sendo os eventuais res\u00edduos compensados no reajuste subsequente, sem retroatividade. \u00a7 4\u00ba A t\u00edtulo de aumento real, ser\u00e3o aplicados os seguintes percentuais: I - em 2016, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do Produto Interno Bruto (PIB), apurada pelo IBGE, para o ano de 2014; II - em 2017, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2015; III - em 2018, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2016; e IV - em 2019, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2017. \u00a7 5\u00ba Para fins do disposto no \u00a7 4\u00ba, ser\u00e1 utilizada a taxa de crescimento real do PIB para o ano de refer\u00eancia, divulgada pelo IBGE at\u00e9 o \u00faltimo dia \u00fatil do ano imediatamente anterior ao de aplica\u00e7\u00e3o do respectivo aumento real.\nN\u00e3o h\u00e1 fundamento em haver duas formas de remunera\u00e7\u00e3o para mat\u00e9rias correlatas. Se o sal\u00e1rio m\u00ednimo \u00e9 corrigido monetariamente pelo INPC, por analogia, o dep\u00f3sito do FGTS que, em \u00faltima an\u00e1lise, \u00e9 um sal\u00e1rio indireto do trabalhador, tamb\u00e9m h\u00e1 de s\u00ea-lo.\nE observe que o objetivo da Lei em corrigir o sal\u00e1rio m\u00ednimo pelo INPC decorre exclusivamente da necessidade de preservar seu poder aquisitivo.\nO \u00edndice mostra-se infinitamente mais adequado a preservar o poder aquisitivo dos dep\u00f3sitos do FGTS do que a aniquilada TR, conforme demonstrado na Planilha de C\u00e1lculo anexa.\nAdemais, por ser reconhecida sua inconstitucionalidade pelo E. STF (uma vez que n\u00e3o representa \u00edndice oficial de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria) e por analogia, a ado\u00e7\u00e3o da TR\n\nDittrich Sociedade Individual de Advocacia | OAB/SC 4019/2017 +55 047 99699-4240 | contato@dittrichadvocacia.com Rua Marechal Deodoro, 231, sl. 1204, Velha, 89036-000, Blumenau/SC www.dittrichadvocacia.com | @dittrichadvocacia\n\nP\u00e1gina 18 de 26\n\n\fna atualiza\u00e7\u00e3o mensal do saldo do FGTS contraria a garantia assegurada pela Lei n\u00ba 8.036/90.\nFato \u00e9 que a TR se desvinculou de qualquer correla\u00e7\u00e3o com a infla\u00e7\u00e3o passada ou futura, n\u00e3o podendo servir como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, como reconhecido pelo Supremo nos julgamentos das ADI 4357/DF, ADI 4372/DF, ADI 4400/DF, ADI 4425/DF, que afastaram a utiliza\u00e7\u00e3o da TR para corre\u00e7\u00e3o das d\u00edvidas judiciais, como estabelecido na Emenda Constitucional n\u00ba 62/09 e na Lei n\u00ba 11.960/09, afirmando que ela \u201cn\u00e3o pode ser utilizada como \u00edndice de atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, eis que n\u00e3o \u00e9 capaz de espelhar o processo inflacion\u00e1rio brasileiro.\u201d\nFoi com o julgamento das ADI 4425 e 4357, que o Supremo Tribunal Federal analisou a inconstitucionalidade da EC n\u00ba 62/2009, onde ficou inconteste o entendimento daquela Corte, no sentido de que a TR n\u00e3o pode ser utilizada como \u00edndice de atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, eis que n\u00e3o \u00e9 capaz de espelhar o processo inflacion\u00e1rio brasileiro.\nSeguem trechos do voto do Ministro Luiz Fux, redator para o ac\u00f3rd\u00e3o:\nQuanto \u00e0 disciplina da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos cr\u00e9ditos inscritos em precat\u00f3rios, a EC n\u00ba 62/09 fixou como crit\u00e9rio o \u201c\u00edndice oficial de remunera\u00e7\u00e3o da caderneta de poupan\u00e7a\u201d. Ocorre que o referencial adotado n\u00e3o \u00e9 id\u00f4neo a mensurar a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda. Isso porque a remunera\u00e7\u00e3o da caderneta de poupan\u00e7a, regida pelo art. 12 da Lei n\u00ba 8.177/91, com atual reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n\u00ba 12.703/2012, \u00e9 fixada ex ante, a partir de crit\u00e9rios t\u00e9cnicos em nada relacionados com a infla\u00e7\u00e3o empiricamente considerada. J\u00e1 se sabe, na data de hoje, quanto ir\u00e1 render a caderneta de poupan\u00e7a. E \u00e9 natural que seja assim, afinal a poupan\u00e7a \u00e9 uma alternativa de investimento de baixo risco, no qual o investidor consegue prever com seguran\u00e7a a margem de retorno do seu capital. A infla\u00e7\u00e3o, por outro lado, \u00e9 fen\u00f4meno econ\u00f4mico insuscet\u00edvel de capta\u00e7\u00e3o aprior\u00edstica. O m\u00e1ximo que se consegue \u00e9 estim\u00e1-la para certo per\u00edodo, mas jamais fix\u00e1-la de antem\u00e3o. Da\u00ed por que os \u00edndices criados especialmente para captar o fen\u00f4meno inflacion\u00e1rio s\u00e3o sempre definidos em momentos posteriores ao per\u00edodo analisado, como ocorre com o \u00cdndice de Pre\u00e7os ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estat\u00edstica (IBGE), e o \u00cdndice de Pre\u00e7os ao Consumidor (IPC), divulgado pela Funda\u00e7\u00e3o Get\u00falio Vargas (FGV). A raz\u00e3o disso \u00e9 clara: a infla\u00e7\u00e3o \u00e9 sempre constatada em apura\u00e7\u00e3o ex post, de sorte que todo \u00edndice definido ex ante \u00e9 incapaz de refletir a efetiva varia\u00e7\u00e3o de pre\u00e7os que caracteriza a infla\u00e7\u00e3o. \u00c9 o que ocorre na hip\u00f3tese dos autos.\n\nDittrich Sociedade Individual de Advocacia | OAB/SC 4019/2017 +55 047 99699-4240 | contato@dittrichadvocacia.com Rua Marechal Deodoro, 231, sl. 1204, Velha, 89036-000, Blumenau/SC www.dittrichadvocacia.com | @dittrichadvocacia\n\nP\u00e1gina 19 de 26\n\n\fA prevalecer o crit\u00e9rio adotado pela EC n\u00ba 62/09, os cr\u00e9ditos\n\ninscritos em precat\u00f3rios seriam atualizados por \u00edndices pr\u00e9-\n\nfixados e independentes da real flutua\u00e7\u00e3o de pre\u00e7os\n\napurada no per\u00edodo de refer\u00eancia. Assim, o \u00edndice oficial de\n\nremunera\u00e7\u00e3o da caderneta de poupan\u00e7a n\u00e3o \u00e9 crit\u00e9rio\n\nadequado para refletir o fen\u00f4meno inflacion\u00e1rio.\n\nDestaco que nesse ju\u00edzo n\u00e3o levo em conta qualquer\n\nconsidera\u00e7\u00e3o t\u00e9cnico-econ\u00f4mica que implique usurpa\u00e7\u00e3o\n\npelo Supremo Tribunal Federal de compet\u00eancia pr\u00f3pria de\n\n\u00f3rg\u00e3os especializados. N\u00e3o se trata de defini\u00e7\u00e3o judicial de\n\n\u00edndice de corre\u00e7\u00e3o. Essa circunst\u00e2ncia, j\u00e1 recha\u00e7ada pela\n\njurisprud\u00eancia da Casa, evidentemente transcenderia as\n\ncapacidades institucionais do Poder Judici\u00e1rio. N\u00e3o\n\nobstante, a hip\u00f3tese aqui \u00e9 outra.\n\nDiz respeito \u00e0 idoneidade l\u00f3gica do \u00edndice fixado pelo\n\nconstituinte reformador para capturar a infla\u00e7\u00e3o, e n\u00e3o do\n\nvalor espec\u00edfico que deve assumir o \u00edndice para determinado\n\nper\u00edodo. Reitero: n\u00e3o se pode quantificar, em definitivo, um\n\nfen\u00f4meno essencialmente emp\u00edrico antes mesmo da sua\n\nocorr\u00eancia. A inadequa\u00e7\u00e3o do \u00edndice aqui \u00e9 auto evidente.\n\nCorrobora essa conclus\u00e3o reportagem esclarecedora\n\nveiculada em 21 de janeiro de 2013 pelo jornal\n\nespecializado Valor\n\nEcon\u00f4mico.\n\nNa\n\nmat\u00e9ria\n\nintitulada \u201cCuidado com a infla\u00e7\u00e3o\u201d, o peri\u00f3dico aponta\n\nque \u201co rendimento da poupan\u00e7a perdeu para a infla\u00e7\u00e3o\n\noficial, medida pelo IPCA, m\u00eas a m\u00eas desde setembro\u201d de\n\n2012. E ilustra: \u201cQuem investiu R$ 1 mil na caderneta em 31\n\nde junho [de 2012], fechou o ano com poder de compra\n\nequivalente a R$ 996,40. Ganham da infla\u00e7\u00e3o apenas os\n\ndep\u00f3sitos feitos na caderneta antes de 4 de maio, com\n\nretorno de 6%. Para os outros, vale a nova regra, definida\n\nno ano passado, de rendimento equivalente a 70% da meta\n\npara a Selic, ou seja, de 5,075%\u201d. Em suma: h\u00e1 manifesta\n\ndiscrep\u00e2ncia entre o \u00edndice oficial de remunera\u00e7\u00e3o da\n\ncaderneta de poupan\u00e7a e o fen\u00f4meno inflacion\u00e1rio, de modo\n\nque o primeiro n\u00e3o se presta a capturar o segundo. O meio\n\nescolhido pelo legislador constituinte (remunera\u00e7\u00e3o da\n\ncaderneta de poupan\u00e7a) \u00e9, portanto, inid\u00f4neo a promover o\n\nfim a que se destina (traduzir a infla\u00e7\u00e3o do per\u00edodo).\n\n[...]\n\nAssentada a premissa quanto \u00e0 inadequa\u00e7\u00e3o do aludido \u00edndice, mister enfrentar a natureza do direito \u00e0 corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. Na linha j\u00e1 exposta pelo i. Min. Relator, \u201ca finalidade da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, enquanto instituto de Direito Constitucional, n\u00e3o \u00e9 deixar mais rico o benefici\u00e1rio, nem mais pobre o sujeito passivo de uma dada obriga\u00e7\u00e3o de pagamento. \u00c9 deix\u00e1-los tal como qualitativamente se encontravam, no momento em que se formou a rela\u00e7\u00e3o obrigacional\u201d. Da\u00ed que a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria\n\nDittrich Sociedade Individual de Advocacia | OAB/SC 4019/2017 +55 047 99699-4240 | contato@dittrichadvocacia.com Rua Marechal Deodoro, 231, sl. 1204, Velha, 89036-000, Blumenau/SC www.dittrichadvocacia.com | @dittrichadvocacia\n\nP\u00e1gina 20 de 26\n\n\fde valores no tempo \u00e9 circunst\u00e2ncia que decorre diretamente do n\u00facleo essencial do direito de propriedade (CF, art. 5\u00ba, XXII). Corrigem-se valores nominais para que permane\u00e7am com o mesmo valor econ\u00f4mico ao longo do tempo, diante da infla\u00e7\u00e3o. A ideia \u00e9 simplesmente preservar o direito original em sua genu\u00edna extens\u00e3o. Nesse sentido, o direito \u00e0 corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u00e9 reflexo imediato da prote\u00e7\u00e3o da propriedade. Deixar de atualizar valores pecuni\u00e1rios ou atualiz\u00e1-los segundo crit\u00e9rios evidentemente incapazes de capturar o fen\u00f4meno inflacion\u00e1rio representa aniquilar o direito propriedade em seu n\u00facleo essencial.\nTal constata\u00e7\u00e3o implica a pron\u00fancia de inconstitucionalidade parcial da EC n\u00ba 62/09 de modo a afastar a express\u00e3o \u201c\u00edndice oficial de remunera\u00e7\u00e3o da caderneta de poupan\u00e7a\u201d introduzida no \u00a7 12 do art. 100 da Lei Maior como crit\u00e9rio de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos cr\u00e9ditos inscritos em precat\u00f3rio, por viola\u00e7\u00e3o ao direito fundamental de propriedade (art. 5\u00ba, XII, CF/88), ineg\u00e1vel limite material ao poder de reforma da Constitui\u00e7\u00e3o (art. 60, \u00a7 4\u00ba, IV, CF/88). (ADI 4425-DF, LUIZ FUX, 2013, p. 34/38)\nCom tudo isso, ainda \u00e9 necess\u00e1rio nos aprofundarmos um pouco mais nas consequ\u00eancias que essa subtra\u00e7\u00e3o de recursos traz ao patrim\u00f4nio do trabalhador.\nAssim, importante p\u00f4r em voga o preceito do artigo 7\u00ba, da CF/88:\nArt. 7\u00ba S\u00e3o direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, al\u00e9m de outros que visem \u00e0 melhoria de sua condi\u00e7\u00e3o social: (...) III - fundo de garantia do tempo de servi\u00e7o;\nAssentado nesse ditame, podemos seguir, lembrando que \u00e9 de conhecimento geral que o Sistema Financeiro de Habita\u00e7\u00e3o-SFH disp\u00f5e dos recursos do FGTS para financiar o maior sonho do trabalhador brasileiro \u2013 a casa pr\u00f3pria. Tamb\u00e9m \u00e9 de conhecimento geral que a Caixa Econ\u00f4mica Federal \u00e9 a institui\u00e7\u00e3o financeira que mais se utiliza desses recursos do SFH para financiar, emprestar dinheiro para que os brasileiros possam comprar a casa pr\u00f3pria.\nEmbora, em princ\u00edpio, n\u00e3o haja correla\u00e7\u00e3o entre o trabalhador que tem dep\u00f3sito no FGTS, cujos valores s\u00e3o emprestados para o financiamento imobili\u00e1rio, e aqueles que se valem do empr\u00e9stimo do SFH para adquirir sua casa pr\u00f3pria, em alguns momentos, trabalhador e mutu\u00e1rio s\u00e3o a mesma pessoa.\nE nesse conceito de mutu\u00e1rio e trabalhador serem a mesma pessoa \u00e9 que se evidencia o verdadeiro aviltamento do patrim\u00f4nio do trabalhador.\nJ\u00e1 seria reprov\u00e1vel o fato de a Caixa Econ\u00f4mica Federal tomar dinheiro a juros baixos e sem nenhuma corre\u00e7\u00e3o e emprest\u00e1-lo a juros muito mais altos, mesmo sem corre\u00e7\u00e3o (uma vez que a TR tamb\u00e9m corrige as presta\u00e7\u00f5es do SFH), pois, agindo assim, a institui\u00e7\u00e3o banc\u00e1ria leva imensa vantagem nessa negocia\u00e7\u00e3o.\nMas a situa\u00e7\u00e3o piora consideravelmente quando, a Caixa pega dinheiro a juros\n\nDittrich Sociedade Individual de Advocacia | OAB/SC 4019/2017 +55 047 99699-4240 | contato@dittrichadvocacia.com Rua Marechal Deodoro, 231, sl. 1204, Velha, 89036-000, Blumenau/SC www.dittrichadvocacia.com | @dittrichadvocacia\n\nP\u00e1gina 21 de 26\n\n\fbaixos, sem nenhuma corre\u00e7\u00e3o para o trabalhador, e empresta para ele mesmo. Suponhamos que um trabalhador queira adquirir uma casa pr\u00f3pria utilizando os recursos do seu FGTS. Ele encontra o im\u00f3vel, mas verifica que seus recursos n\u00e3o s\u00e3o suficientes para adquiri-lo. Ent\u00e3o se dirige a um Banco para financiar a diferen\u00e7a, comprometendo sua renda por longos anos, podendo alguns financiamentos chegarem a inacredit\u00e1veis 35 (trinta e cinco) anos, conforme divulgado pela pr\u00f3pria Caixa Econ\u00f4mica Federal, procurada pela maioria dos trabalhadores brasileiros, quando o assunto \u00e9 a aquisi\u00e7\u00e3o de im\u00f3veis.\nTodavia, se o dep\u00f3sito do FGTS tivesse sido devidamente corrigido, se ele mantivesse seu poder de compra, ou o empr\u00e9stimo seria menor, ou sequer haveria a necessidade de o trabalhador comprometer sua renda e anos de trabalho para adquirir aquilo que \u00e9 seu sonho mais prim\u00e1rio, sua necessidade mais real, como indiv\u00edduo e como brasileiro.\nA Caixa Econ\u00f4mica Federal ao n\u00e3o corrigir o FGTS cria a necessidade do empr\u00e9stimo e, depois, empresta ao trabalhador aquilo que deixou de lhe pagar a t\u00edtulo de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria da sua conta de FGTS e, ainda, lhe cobra juros, valendo-se da fragilidade humana para colocar-se como realizadora de sonhos, ao mesmo tempo em que, ano ap\u00f3s ano, aufere lucros exorbitantes \u00e0 custa do trabalhador.\nV \u2013 CONCLUS\u00d5ES\nA Taxa Referencial (TR), enquanto \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, n\u00e3o pode ser reduzida a ZERO, como tem ocorrido por longos anos, pois afronta flagrantemente ao art. 233 do C\u00f3digo Civil e ao art. 2\u00ba da Lei n\u00ba 8.036/90, que garantem a atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria aos dep\u00f3sitos feitos no FGTS.\nN\u00e3o se pode olvidar o entendimento do STJ, acerca da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria:\n\u201ccorre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria n\u00e3o representa qualquer acr\u00e9scimo, mas simples recomposi\u00e7\u00e3o do valor da moeda corro\u00eddo pelo processo inflacion\u00e1rio\u201d (STJ, REsp n\u00ba 1.191.868, 2\u00aa Turma, Rel. Min. Eliana Calmon, j. 15/06/2010 e p. 22/06/2010).\nDesde janeiro de 1999, a TR se distanciou sensivelmente dos \u00edndices oficiais de infla\u00e7\u00e3o, impingindo profundas perdas aos dep\u00f3sitos do FGTS, tornandose inid\u00f4nea para garantir a reposi\u00e7\u00e3o das perdas monet\u00e1rias, como determina a Lei do FGTS.\nA inidoneidade da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria decorre de mudan\u00e7as introduzidas em sua metodologia de c\u00e1lculo pelo Banco Central do Brasil que, por meio do mecanismo econ\u00f4mico de um redutor, vem nitidamente manipulando o \u00edndice, ao passo que ele se desprenda da infla\u00e7\u00e3o, at\u00e9 anul\u00e1-lo completamente, a despeito do quadro inflacion\u00e1rio do pa\u00eds.\n\nDittrich Sociedade Individual de Advocacia | OAB/SC 4019/2017 +55 047 99699-4240 | contato@dittrichadvocacia.com Rua Marechal Deodoro, 231, sl. 1204, Velha, 89036-000, Blumenau/SC www.dittrichadvocacia.com | @dittrichadvocacia\n\nP\u00e1gina 22 de 26\n\n\fO FGTS acumula um desempenho nada animador por quase duas d\u00e9cadas, no que se refere a sua remunera\u00e7\u00e3o. Se tomarmos como exemplo o per\u00edodo de janeiro de 1999 a setembro de 2018, a TR chegou ao med\u00edocre \u00edndice de 41,87%, muito abaixo da infla\u00e7\u00e3o. Enquanto o INPC, no mesmo per\u00edodo, acumula alta de 253,95%, de acordo com c\u00e1lculos realizados por meio da ferramenta chamada \u201cCalculadora do Cidad\u00e3o\u201d, dispon\u00edvel no site oficial do BACEN.\nMesmo sabendo que a remunera\u00e7\u00e3o anual do FGTS \u00e9 de 3%, o que daria 75,35% para o per\u00edodo considerado, somado ao \u00edndice acumulado da TR, o rendimento total pouco ultrapassou os 115%, sendo not\u00f3ria a diferen\u00e7a entre a remunera\u00e7\u00e3o atualmente aplicada ao FGTS e o INPC, \u00edndice que verdadeiramente repercute a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria.\nA Caixa Econ\u00f4mica Federal est\u00e1 se prestando ao papel de espoliador do FGTS, na medida em que disp\u00f5e do patrim\u00f4nio do trabalhador sem sequer preserv\u00e1-lo. A corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria aplicada ao FGTS tem sido h\u00e1 muito tempo menor que a infla\u00e7\u00e3o registrada, de forma que descumpre n\u00e3o s\u00f3 o art. 2\u00ba da Lei n\u00ba 8.036/90 e o art. 233 do C\u00f3digo Civil, mas tamb\u00e9m toda l\u00f3gica e princ\u00edpios do mercado econ\u00f4mico.\nQuem empresta tem direito a ser remunerado com juros e a totalidade da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. O trabalhador n\u00e3o pode ser obrigado a subsidiar ainda mais os projetos do Governo Federal. O \u201cainda mais\u201d decorre do fato dos juros de 3% do FGTS serem os menores do mercado, o que por si s\u00f3, demonstra que ele j\u00e1 est\u00e1 fazendo sua parte sob a perspectiva social.\nNegar o direito de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria aos dep\u00f3sitos do FGTS do qual o trabalhador n\u00e3o pode simplesmente sacar seu dinheiro para aplicar em outro fundo mais rent\u00e1vel, configura verdadeiro ato de imp\u00e9rio, incompat\u00edvel com um Estado Democr\u00e1tico de Direito, diante da situa\u00e7\u00e3o f\u00e1tica apresentada, e que deve ser de pronto recha\u00e7ado.\nSendo a TR inid\u00f4nea para restabelecer o poder aquisitivo dos dep\u00f3sitos do FGTS, sua substitui\u00e7\u00e3o por outro \u00edndice que melhor recomponha as perdas inflacion\u00e1rias se torna imperioso, a fim de fazer prevalecer o art. 2\u00ba da Lei. 8.036/90 e o art. 233 do C\u00f3digo Civil.\nPosto que, desde janeiro de 1999, o redutor criado pelo Banco Central promoveu o completo distanciamento entre a TR e os \u00edndices oficiais de infla\u00e7\u00e3o, temos que desde ent\u00e3o ela perdeu sua condi\u00e7\u00e3o de repor as perdas inflacion\u00e1rias dos dep\u00f3sitos do FGTS, devendo desde essa data ser substitu\u00edda por \u00edndice id\u00f4neo, sendo o INPC o melhor \u00edndice que se apresenta para tanto.\n\nDittrich Sociedade Individual de Advocacia | OAB/SC 4019/2017 +55 047 99699-4240 | contato@dittrichadvocacia.com Rua Marechal Deodoro, 231, sl. 1204, Velha, 89036-000, Blumenau/SC www.dittrichadvocacia.com | @dittrichadvocacia\n\nP\u00e1gina 23 de 26\n\n\fVI \u2013 DA TUTELA DE URG\u00caNCIA\nDouto Juiz, O artigo 300, do C\u00f3digo de Processo Civil preceitua que \u00e9 poss\u00edvel a concess\u00e3o de Tutela de Urg\u00eancia \u201cquando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado \u00fatil do processo.\u201d\nNo caso, a mat\u00e9ria \u00e9 exclusivamente de direito e o perigo de dano j\u00e1 foi amplamente demonstrado, o qual, vale dizer, j\u00e1 vem ocorrendo por quase duas d\u00e9cadas de dilapida\u00e7\u00e3o do patrim\u00f4nio do trabalhador. Dessa forma, est\u00e3o nitidamente evidenciados o \u201cfumus boni iuris e periculum in mora.\u201d\nO art. 12 da Lei n\u00ba 8.177/ 91, com Reda\u00e7\u00e3o da Lei n\u00ba 12.073/12, determina que a remunera\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos seja feita em cada per\u00edodo de rendimento. Sendo que, no caso em tela, a cada per\u00edodo de rendimento que a Caixa Econ\u00f4mica Federal sonega a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos dep\u00f3sitos do FGTS, o dano contra o trabalhador se configura.\nO dano que a aus\u00eancia de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria implica em menos dinheiro \u00e0 disposi\u00e7\u00e3o do trabalhador para a consecu\u00e7\u00e3o dos seus neg\u00f3cios jur\u00eddicos, naquelas hip\u00f3teses em que a lei permite. Cada casa que o trabalhador deixa de adquirir, cada presta\u00e7\u00e3o de im\u00f3vel que ele deixa de abater, cada tratamento m\u00e9dico que deixa de fazer, cada medicamento necess\u00e1rio que deixa de usar porque seu FGTS perdeu o poder aquisitivo, \u00e9 um dano que se renova.\nAcres\u00e7a-se a este dano, a situa\u00e7\u00e3o de ref\u00e9m que o trabalhador com dep\u00f3sito do FGTS se encontra quando quer financiar seu im\u00f3vel pelo SFH com a Caixa Econ\u00f4mica Federal. Hoje, e enquanto perdurar a TR de \u00edndice zero, ele ter\u00e1 que financiar mais do que seria necess\u00e1rio, pois o que lhe pertence de direito \u2013 corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u2013 n\u00e3o est\u00e1 incidindo sobre o saldo de seus dep\u00f3sitos.\nE ao que tudo indica, este dano continuar\u00e1 se repetindo por um longo per\u00edodo. Ressai que ao tempo em que essa a\u00e7\u00e3o perdurar, a TR continuar\u00e1 anulada, ou reduzida a patamares m\u00ednimos, impondo aos trabalhadores mais perda de seu poder aquisitivo, mais dilapida\u00e7\u00e3o do seu patrim\u00f4nio, mais restri\u00e7\u00f5es a sua capacidade de fazer neg\u00f3cio jur\u00eddico.\nN\u00e3o h\u00e1 d\u00favida de que h\u00e1 um risco ao resultado \u00fatil do processo, na medida em que n\u00e3o \u00e9 poss\u00edvel quantific\u00e1-lo, mas n\u00e3o h\u00e1 como neg\u00e1-lo.\nTanto assim que a mais consagrada doutrina e nossa mais recomendada jurisprud\u00eancia, consideram a tutela de urg\u00eancia, tutela antecipada como era definida pelo CPC/1973, como meio inerente ao exerc\u00edcio do Direito Constitucional de A\u00e7\u00e3o e instrumento da Garantia do Devido Processo Legal.\nA garantia constitucional da a\u00e7\u00e3o n\u00e3o est\u00e1 limitada \u00e0s tutelas definitivas e satisfativas. A tutela cautelar de urg\u00eancia deve ser inclu\u00edda, portanto, no \u00e2mbito da\n\nDittrich Sociedade Individual de Advocacia | OAB/SC 4019/2017 +55 047 99699-4240 | contato@dittrichadvocacia.com Rua Marechal Deodoro, 231, sl. 1204, Velha, 89036-000, Blumenau/SC www.dittrichadvocacia.com | @dittrichadvocacia\n\nP\u00e1gina 24 de 26\n\n\fprote\u00e7\u00e3o que a Constitui\u00e7\u00e3o Federal confere ao direito de a\u00e7\u00e3o, que, em \u00faltima an\u00e1lise, \u00e9 direito de acesso \u00e0s garantias do devido processo legal ou devido processo constitucional. (BEDAQUE, 1998, p. 82)\nAssim, imperioso \u00e9 que desde j\u00e1 a TR seja substitu\u00edda pelo INPC, \u00edndice que corrige o sal\u00e1rio m\u00ednimo ou outro, como o IPCA, \u00edndice oficial de medida de infla\u00e7\u00e3o. \u00cdndices que minimamente rep\u00f5em as perdas monet\u00e1rias, haja vista que hoje n\u00e3o h\u00e1 nenhum tipo de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos dep\u00f3sitos do Fundo.\nPor outro lado, n\u00e3o h\u00e1 dano de irreversibilidade do provimento antecipado porque \u00e9 de natureza do FGTS ser um fundo de aplica\u00e7\u00e3o de longo prazo. Eventual decis\u00e3o que n\u00e3o reconhe\u00e7a o direito ora pleiteado, permitir\u00e1 que a Caixa Econ\u00f4mica Federal utilize de mecanismos legais para promover a devida compensa\u00e7\u00e3o ao longo do tempo.\nAssim, requer a concess\u00e3o da tutela para substituir imediatamente a TR, como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria nos dep\u00f3sitos do FGTS pelo INPC, ou IPCA, ou, ainda, outro \u00edndice que, no entender deste Ju\u00edzo, melhor reflita as perdas inflacionarias daqui por diante, at\u00e9 o tr\u00e2nsito em julgado do presente feito.\nVII \u2013 DO PEDIDO DE TUTELA DE URG\u00caNCIA\nAnte ao exposto, presentes os requisitos que lhe autorizam a concess\u00e3o, requer a concess\u00e3o da tutela de urg\u00eancia, nos termos do art. 300, do CPC, para determinar:\ni) A concess\u00e3o de tutela de urg\u00eancia para que a TR seja substitu\u00edda pelo INPC ou pelo IPCA como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o do saldo dos dep\u00f3sitos do FGTS em nome do (a) Requerente, a partir de sua concess\u00e3o at\u00e9 o tr\u00e2nsito em julgado da presente a\u00e7\u00e3o, com sua consequente aplica\u00e7\u00e3o na conta vinculada do (a) Requerente; ou, ainda, sucessivamente,\nii) A aplica\u00e7\u00e3o de qualquer outro \u00edndice que melhor reponha as perdas inflacion\u00e1rias do saldo dos dep\u00f3sitos do FGTS, no entender deste Ju\u00edzo, a partir de sua concess\u00e3o at\u00e9 o tr\u00e2nsito em julgado da presente a\u00e7\u00e3o, com sua consequente aplica\u00e7\u00e3o na conta vinculada do (a) Requerente.\nVIII \u2013 DOS PEDIDOS\nFace ao exposto, \u00e9 a presente para requerer a V.Exa:\na) A Cita\u00e7\u00e3o Eletr\u00f4nica da Requerida, na forma do art. 9\u00ba, da Lei n\u00ba 11.419/2006, para responder, sob pena de revelia e confiss\u00e3o, pela total Proced\u00eancia da presente a\u00e7\u00e3o, com a condena\u00e7\u00e3o da Requerida aos pedidos formulados, al\u00e9m dos \u00f4nus de sucumb\u00eancia e honor\u00e1rios advocat\u00edcios de 20% sobre o valor da condena\u00e7\u00e3o;\nb) Que seja inicialmente deferida e ao final confirmada a tutela de urg\u00eancia requerida;\n\nDittrich Sociedade Individual de Advocacia | OAB/SC 4019/2017 +55 047 99699-4240 | contato@dittrichadvocacia.com Rua Marechal Deodoro, 231, sl. 1204, Velha, 89036-000, Blumenau/SC www.dittrichadvocacia.com | @dittrichadvocacia\n\nP\u00e1gina 25 de 26\n\n\fc) Que sejam julgados TOTALMENTE PROCEDENTES os pedidos e requerimentos formulados na presente demanda, para que a Requerida seja condenada a aplicar o INPC, em substitui\u00e7\u00e3o a TR, como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria do saldo dos dep\u00f3sitos do FGTS do (a) Requerente, em cada per\u00edodo de rendimento desde janeiro de 1999, vencido e vincendo;\nd) Que a Requerida seja condenada a pagar ao (\u00e0) Requerente o valor correspondente \u00e0s diferen\u00e7as apuradas sobre o saldo do FGTS em raz\u00e3o da aplica\u00e7\u00e3o do INPC, em substitui\u00e7\u00e3o a TR, como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, em cada per\u00edodo de rendimento vencido desde janeiro de 1999 e vincendos, inclusive nos meses em que a TR foi zero;\ne) Sucessivamente, caso n\u00e3o deferidos os pedidos anteriores, que a Requerida seja condenada a pagar ao (\u00e0) Requerente o valor correspondente \u00e0s diferen\u00e7as de FGTS em raz\u00e3o da aplica\u00e7\u00e3o de qualquer outro \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria que no entender desse Douto Ju\u00edzo, melhor reponha as perdas inflacion\u00e1rias, em cada per\u00edodo de rendimento vencido desde janeiro de 1999 e vincendos, inclusive nos meses em que a TR foi zero;\nf) Sobre os valores devidos pela condena\u00e7\u00e3o de que tratam os itens anteriores, dever\u00e3o incidir os juros remunerat\u00f3rios de 3% ao ano previstos no art. 13 da Lei n\u00ba 8.036/90, al\u00e9m da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e juros legais desde o inadimplemento da Requerida.\nIX \u2013 DAS PROVAS\nProtesta por todos os meios de prova admitidos em direito, principalmente pela prova documental anexa e suplementar. Requer a exibi\u00e7\u00e3o pela Requerida, dos extratos de FGTS em nome do (a) Requerente, desde janeiro de 1999, na forma do art. 396, do CPC.\nX \u2013 DO VALOR DA CAUSA\nD\u00e1-se a causa o valor de R$ 1.288,82 (mil duzentos e oitenta e oito reais e oitenta e dois centavos).\nS\u00e3o os termos em que advoga por deferimento.\nDe Blumenau/SC, 19 de abril de 2023.\nVin\u00edcius Luciani Dittrich OAB/SC 40379\n\nDittrich Sociedade Individual de Advocacia | OAB/SC 4019/2017 +55 047 99699-4240 | contato@dittrichadvocacia.com Rua Marechal Deodoro, 231, sl. 1204, Velha, 89036-000, Blumenau/SC www.dittrichadvocacia.com | @dittrichadvocacia\n\nP\u00e1gina 26 de 26\n\n\f" } ] } }, { "data": { "original_header": "Documento Original - IdDocumentoCompleto: 5005786-19.2014.4.04.7107-711393531464324851290000000008", "original_text": "Exmo.(a) Sr.(a) Dr.(a) Juiz(a) Federal da Vara do Juizado Especial Federal C\u00edvel da Comarca de Caxias do Sul- RS\nRAUL RUDIMAR FULCHER, brasileiro(a), casado(a), aposentado, portador(a) do CPF n. 344.021.520-20, residente e domiciliado(a) na Rua Senador Alberto Pasqualini, 187, Bairro Mariland, Caxias do Sul, RS, por suas procuradoras que esta subscrevem e que recebem intima\u00e7\u00f5es na Rua Dr. Montaury, 1212, sala 24, Caxias do Sul, RS, conforme procura\u00e7\u00e3o em anexo, vem perante V.Exa. para propor a pressente A\u00c7\u00c3O ORDIN\u00c1RIA DE CORRE\u00c7\u00c3O DO FGTS contra CAIXA ECON\u00d4MICA FEDERAL \u2013 CEF, Institui\u00e7\u00e3o Financeira de Direito P\u00fablico, com superintend\u00eancia regional na Av. J\u00falio de Castilhos, N\u00ba 1358, CEP 95.010-000, Caxias do Sul RS, pelos seguintes fatos e fundamentos:\n01 \u2013 DOS FATOS A parte autora desenvolve/desenvolveu atividade laboral, regido pela CLT, assim, a mesma mantem/manteve conta de Fundo de Garantia por Tempo de Servi\u00e7o \u2013 FGTS, conforme demonstram extratos em anexo. O Fundo de Garantia por Tempo de Servi\u00e7o foi criado para proteger o trabalhador e, \u00e9 constitu\u00eddo por valores depositados pelas empresas em nome de seus empregados possibilitando, assim, que o trabalhador forme um patrim\u00f4nio. Segundo informa\u00e7\u00f5es do site da Caixa Econ\u00f4mica Federal \u2013 CEF, o FGTS hoje financia programas de habita\u00e7\u00e3o popular, saneamento b\u00e1sico e infraestrutura urbana, sendo regido pelas disposi\u00e7\u00f5es da Lei 8.036, de 11 de maio de 1990, por normas e diretrizes estabelecidas pelo seu Conselho Curador e gerido pela Caixa Econ\u00f4mica Federal.\n\n\fEstabelecem os artigos 2\u00ba e 13 da Lei 8.035/90, que que h\u00e1 uma obrigatoriedade de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e de remunera\u00e7\u00e3o atrav\u00e9s de juros dos dep\u00f3sitos efetuados nas contas vinculadas ao FGTS.\nVejamos o que consta dos referidos artigos:\nArt. 2\u00ba \u201cO FGTS \u00e9 constitu\u00eddo pelos saldos das contas vinculadas a que se refere esta lei e outros recursos a ela incorporados, devendo ser aplicados com atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e juros, de modo a assegurar a cobertura de suas obriga\u00e7\u00f5es.\u201d\nArt.13 \u201c Os dep\u00f3sitos efetuados nas contas vinculadas ser\u00e3o corrigidos monetariamente com base nos par\u00e2metros fixados para a atualiza\u00e7\u00e3o dos saldos dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a e capitaliza\u00e7\u00e3o de juros de (tr\u00eas) por cento ao ano\u201d.\nRessalte-se que o par\u00e2metro fixado para a atualiza\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos dos saldos dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a e consequentemente dos dep\u00f3sitos do FGTS \u00e9 a Taxa Referencial \u2013 TR, conforme determinam os artigos 12 e 17 da Lei 8.177, de 1\u00ba de mar\u00e7o de 1991, com reda\u00e7\u00e3o da Lei 12.703, de 7 de agosto de 2012, vejamos:\nArt. 12. Em cada per\u00edodo de rendimento, os dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a ser\u00e3o remunerados: I - como remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica, por taxa correspondente \u00e0 acumula\u00e7\u00e3o das TRD, no per\u00edodo transcorrido entre o dia do \u00faltimo cr\u00e9dito de rendimento, inclusive, e o dia do cr\u00e9dito de rendimento, exclusive; II - como remunera\u00e7\u00e3o adicional, por juros de: (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n \u00ba 12.703, de 2012) a) 0,5% (cinco d\u00e9cimos por cento) ao m\u00eas, enquanto a meta da taxa Selic ao ano, definida pelo Banco Central do Brasil, for superior a 8,5% (oito inteiros e cinco d\u00e9cimos por cento); ou (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n \u00ba 12.703, de 2012) b) 70% (setenta por cento) da meta da taxa Selic ao ano, definida pelo Banco Central do Brasil, mensalizada, vigente na data de in\u00edcio do per\u00edodo de rendimento, nos demais casos. (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n \u00ba 12.703, de 2012) \u00a7 1\u00b0 A remunera\u00e7\u00e3o ser\u00e1 calculada sobre o menor saldo apresentado em cada per\u00edodo de rendimento. \u00a7 2\u00b0 Para os efeitos do disposto neste artigo, considera-se per\u00edodo de rendimento: I - para os dep\u00f3sitos de pessoas f\u00edsicas e entidades sem fins lucrativos, o m\u00eas corrido, a partir da data de anivers\u00e1rio da conta de dep\u00f3sito de poupan\u00e7a; II - para os demais dep\u00f3sitos, o trimestre corrido a partir da data de anivers\u00e1rio da conta de dep\u00f3sito de poupan\u00e7a.\n\n\f\u00a7 3\u00b0 A data de anivers\u00e1rio da conta de dep\u00f3sito de poupan\u00e7a ser\u00e1 o dia do m\u00eas de sua abertura, considerando-se a data de anivers\u00e1rio das contas abertas nos dias 29, 30 e 31 como o dia 1\u00b0 do m\u00eas seguinte. \u00a7 4\u00b0 O cr\u00e9dito dos rendimentos ser\u00e1 efetuado: I - mensalmente, na data de anivers\u00e1rio da conta, para os dep\u00f3sitos de pessoa f\u00edsica e de entidades sem fins lucrativos; e II - trimestralmente, na data de anivers\u00e1rio no \u00faltimo m\u00eas do trimestre, para os demais dep\u00f3sitos.\nArt. 17. A partir de fevereiro de 1991, os saldos das contas do Fundo de Garantia por Tempo de Servi\u00e7o (FGTS) passam a ser remunerados pela taxa aplic\u00e1vel \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a com data de anivers\u00e1rio no dia 1\u00b0, observada a periodicidade mensal para remunera\u00e7\u00e3o. Par\u00e1grafo \u00fanico. As taxas de juros previstas na legisla\u00e7\u00e3o em vigor do FGTS s\u00e3o mantidas e consideradas como adicionais \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o prevista neste artigo.\nSobressai da Lei 8.177/91 a forma como a TR ser\u00e1 calculada.\nArt. 1\u00b0 O Banco Central do Brasil divulgar\u00e1 Taxa Referencial (TR), calculada a partir da remunera\u00e7\u00e3o mensal m\u00e9dia l\u00edquida de impostos, dos dep\u00f3sitos a prazo fixo captados nos bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos m\u00faltiplos com carteira comercial ou de investimentos, caixas econ\u00f4micas, ou dos t\u00edtulos p\u00fablicos federais, estaduais e municipais, de acordo com metodologia a ser aprovada pelo Conselho Monet\u00e1rio Nacional, no prazo de sessenta dias, e enviada ao conhecimento do Senado Federal. \u00a7 2\u00b0 As institui\u00e7\u00f5es que venham a ser utilizadas como bancos de refer\u00eancia, dentre elas, necessariamente, as dez maiores do Pa\u00eds, classificadas pelo volume de dep\u00f3sitos a prazo fixo, est\u00e3o obrigadas a fornecer as informa\u00e7\u00f5es de que trata este artigo, segundo normas estabelecidas pelo Conselho Monet\u00e1rio Nacional, sujeitando-se a institui\u00e7\u00e3o e seus administradores, no caso de infra\u00e7\u00e3o \u00e0s referidas normas, \u00e0s penas estabelecidas no art. 44 da Lei n\u00b0 4.595, de 31 de dezembro de 1964. \u00a7 3\u00b0 Enquanto n\u00e3o aprovada a metodologia de c\u00e1lculo de que trata este artigo, o Banco Central do Brasil fixar\u00e1 a TR (grifamos).\nA f\u00f3rmula de c\u00e1lculo foi h\u00e1 muito tempo definida pelo Banco Central \u2013 Conselho Monet\u00e1rio Nacional (CMN), e hoje est\u00e1 vigente sob a forma da Resolu\u00e7\u00e3o n\u00ba. 3.354, de 31 de mar\u00e7o de 2006.\nPor\u00e9m, h\u00e1 muito tempo, a TR n\u00e3o reflete mais a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, tendo se distanciado completamente dos \u00edndices oficiais de infla\u00e7\u00e3o. Nos meses de setembro, outubro e novembro de 2009, janeiro e fevereiro de 2010 fevereiro e junho de 2012\n\n\fem diante, a TR tem sido completamente anulada, como se n\u00e3o existisse qualquer infla\u00e7\u00e3o no per\u00edodo pass\u00edvel de corre\u00e7\u00e3o.\nDiante do acima exposto, n\u00e3o restou outra alternativa a parte autora, que n\u00e3o o ingresso da presente demanda, para que os valores depositados em sua conta do FGTS, seja adequadamente atualizada/corregidos.\n02 \u2013 DO DIREITO\n02.1 - A corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria\nA corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria existe desde a \u00e9poca de 1960. O principal te\u00f3rico da Corre\u00e7\u00e3o Monet\u00e1ria, o Advogado Tributarista Bulh\u00f5es Pedreira, em sua obra Corre\u00e7\u00e3o Monet\u00e1ria; Indexa\u00e7\u00e3o Cambial; Obriga\u00e7\u00e3o Pecuni\u00e1ria, explica o seguinte:\n\u201cPor analogia com as unidades de medidas f\u00edsicas podemos dizer que o n\u00edvel geral dos pre\u00e7os \u00e9 o padr\u00e3o prim\u00e1rio do valor financeiro, enquanto que a unidade monet\u00e1ria serve como padr\u00e3o secund\u00e1rio \u2013 usado, na pr\u00e1tica, para exprimir o valor financeiro, mas deve ser aferido pelo padr\u00e3o prim\u00e1rio porque sujeito a modifica\u00e7\u00f5es\u201d\nSegundo este entendimento, a moeda seria um padr\u00e3o secund\u00e1rio, o que implicaria cindir em duas as suas fun\u00e7\u00f5es, atribuindo-se ao padr\u00e3o prim\u00e1rio, n\u00edvel geral de pre\u00e7o, a fun\u00e7\u00e3o de medida de valor, e \u00e0s pe\u00e7as monet\u00e1rias emitidas a fun\u00e7\u00e3o de meios de pagamento ou troca.\nA Lei.4.357, de 1964, que criou o primeiro indexador da Economia Brasileira- a ORTN (obriga\u00e7\u00e3o reajust\u00e1vel do tesouro nacional), uma obriga\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria cuja fun\u00e7\u00e3o era fazer variar periodicamente, a moeda nacional segundo seus respectivos poderes aquisitivos.\nA partir da Lei 4.537, uma pl\u00eaiade de \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria foi se sucedendo, at\u00e9 a entrada em vigor da Medida Provis\u00f3ria n\u00ba 294, de 31 de janeiro de 1991, que se transformou na Lei n\u00ba 8.177, de 1\u00ba de mar\u00e7o de 1991. Nesta oportunidade o Governo Collor pretendeu substituir a s\u00e9rie de indexadores tradicionais da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria brasileira (ORTN, OTN, BTN) que eram vinculados \u00e0 varia\u00e7\u00e3o dos n\u00edveis gerais de pre\u00e7os, pela Taxa Referencial, que tinha natureza financeira.\nAinda hoje permanece a perplexidade em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 natureza jur\u00eddica da TR, at\u00e9 por conta da pr\u00f3pria inconsist\u00eancia da lei que a criou, que ora a trata como taxa de juros (art.39) ora como indexador (art.18).\nTaxas de juros objetivam promover a remunera\u00e7\u00e3o do capital.\nS\u00e3o calculadas por quem disponibiliza o capital em benef\u00edcio de outra pessoa, f\u00edsica ou jur\u00eddica, para que empregue para satisfa\u00e7\u00e3o de determinada necessidade, na expectativa de lucro. Os indexadores, por outro lado, podem ser entendidos como \u00edndices\n\n\fcalculados a partir da varia\u00e7\u00e3o de pre\u00e7os de mercado em determinado per\u00edodo. O seu objetivo est\u00e1 na corre\u00e7\u00e3o dos efeitos inflacion\u00e1rios, quando se compara valores monet\u00e1rios em diferentes \u00e9pocas.\nQuando o STF enfrentou o tema da natureza da TR, disse atrav\u00e9s do voto vencedor da ADI 493-0/DF que:\nA Taxa Referencial (TR) n\u00e3o \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, pois, refletindo as varia\u00e7\u00f5es do custo prim\u00e1rio da capta\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos a prazo fixo, n\u00e3o constitui \u00edndice que refletia a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda.\nMesmo assim, o STF entendeu que a TR possu\u00eda natureza de taxa de juros e declarou inconstitucional o art. 18 da Lei 8.177/91, cujo texto original estabelecia que os saldos devedores e as presta\u00e7\u00f5es dos contratos integrantes do SFH, passariam a ser atualizados pela taxa aplic\u00e1vel \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica dos Dep\u00f3sitos de Poupan\u00e7a.\nVejamos o contido no referido julgado:\nA\u00e7\u00e3o direta de inconstitucionalidade \u2013 Se a lei alcan\u00e7ar os efeitos futuros de contratos celebrados anteriormente a ela, ser\u00e1 esta lei retroativa (retroatividade m\u00ednima) porque vai interferir na causa, que \u00e9 um ato ou fato ocorrido no passado. \u2013 O disposto no art. 5\u00ba, XXXVI, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal se aplica a toda e qualquer lei infraconstitucional, sem qualquer distin\u00e7\u00e3o entre lei de direito p\u00fablico e lei de direito privado, ou entre lei de ordem p\u00fablica e lei dispositiva. Precedente do S.T.F. \u2013 Ocorr\u00eancia, no caso, de viola\u00e7\u00e3o de direito adquirido. A taxa referencial (TR) n\u00e3o \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, pois, refletindo as varia\u00e7\u00f5es do custo prim\u00e1rio da capta\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos a prazo fixo, n\u00e3o constitui \u00edndice que reflita a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda. Por isso, n\u00e3o h\u00e1 necessidade de se examinar a quest\u00e3o de saber se as normas que alteram o \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria se aplicam imediatamente, alcan\u00e7ando, pois, as presta\u00e7\u00f5es futuras de contratos celebrados no passado, sem violarem o disposto no art. 5\u00ba, XXXVI, da Carta Magna. \u2013 Tamb\u00e9m ofendem o ato jur\u00eddico perfeito os dispositivos impugnados que alteram o crit\u00e9rio de reajuste das presta\u00e7\u00f5es nos contratos j\u00e1 celebrados pelo sistema do Plano de Equival\u00eancia Salarial por Categoria Profissional (PES/CP). A\u00e7\u00e3o direta de inconstitucionalidade julgada procedente, para declarar a inconstitucionalidade dos artigos 18 \u201ccaput\u201d par\u00e1grafos 1 e 4 ; 20; 21 e par\u00e1grafo \u00fanico; 23 e par\u00e1grafos; e 24 e par\u00e1grafos, todos da Lei n\u00ba 8.177, de 1 de maio de 1991. (ADI 493, Relator(a): Min: MOREIRA ALVES , Tribunal Pleno, julgado em 25/06/1992, DJ 04-09-1992 PP14089 EMENT VOL- 01674-02 PP- 00260 RTJ VOL- 00143-03 PP- 00724)\n\n\fPor algum tempo, o pr\u00f3prio STJ rejeitou a TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, tanto para a poupan\u00e7a quanto para o SFH, vejamos:\nCOMERCIAL. M\u00daTUO RURAL. CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA. VINCULA\u00c7\u00c3O AO CRIT\u00c9RIO DE REAJUSTE DOS DEP\u00d3SITOS EM CADERNETA DE POUPAN\u00c7A. LICITUDE. SUBSTITUI\u00c7\u00c3O PELA TR NOS MESES SUBSEQUENTES A FEVEREIRO/91. PREVIS\u00c3O DE UTILIZA\u00c7\u00c3O DA OTN. INDEXADOR CONTRATUALMENTE ELEITO. SUBSTITUI\u00c7\u00c3O EX LEGE PELA TR. INCONSTITUCIONALIDADE DECLARADA. ADO\u00c7\u00c3O DO INPC. PRECEDENTES: I- NO CONTRATO DE M\u00daTUO RURAL \u00c9 L\u00cdCITO O PACTO DE VINCULA\u00c7\u00c3O DA CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA AO CRIT\u00c9RIO DE ATUALIZA\u00c7\u00c3O DOS DEP\u00d3SITOS EM CADERNETAS DE POUPAN\u00c7A, RESULTANDO DEVIDA A INCID\u00caNCIA DO MESMO INDEXADOR NOS MESES SUBSEQUENTES A FEVEREIRO/91 (ART.13 DA LEI 8.177). II- EM FACE DA POSI\u00c7\u00c3O DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL INADIMITINDO A TR COMO FATOR DE ATUALIZA\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA SUBSTITUINDO O BTN, A CORRE\u00c7\u00c3O DOS VALORES, CUJA FORMA DE REAJUSTE ESTAVA, POR LEI OU CONTRATO, ATRELADA A VARIA\u00c7\u00c3O DO VALOR DE REFERIDO T\u00cdTULO DA D\u00cdVIDA P\u00daBLICA, CUMPRE SEJA PRECEDIDA, A PARTIR DA LEI 8.177/91, COM BASE NO INPC. (REsp. 40.777/GO, Rel. Min. S\u00c1LVIO DE FIGUEIREDO TEIXEIRA, QUARTA TURMA, julgado em 13/11/1995, DJ 11/12/1995, p. 43225) (grifei)\nADMINISTRATIVO \u2013 SFH \u2013 REAJUSTE DAS PRESTA\u00c7\u00d5ES E DO SALDO DEVEDOR \u2013 PLANO DE EQUIVAL\u00caNCIA SALARIAL (PES) \u2013 INAPLICABILIDADE DA TR \u2013 ADIN 4930/STF \u2013 VANTAGENS PESSOAIS INCORPORADAS DEFINITIVAMENTE AO SAL\u00c1RIO \u2013 INCLUS\u00c3O NO C\u00c1LCULO \u2013 DIVERG\u00caNCIA JURISPRUDENCIAL N\u00c3O COMPROVADA \u2013 RISTJ . ART. 255 E PAR\u00c1GRAFOS \u2013 S\u00daMULA 13/STJ \u2013 PRECEDENTES STJ. - Nos contratos vinculados ao PES, o reajustamento das presta\u00e7\u00f5es deve obedecer \u00e0 varia\u00e7\u00e3o salarial dos mutu\u00e1rios, a fim de preservar a equa\u00e7\u00e3o econ\u00f4mico- financeira do pactuado. -As vantagens pessoais incorporadas, definitivamente ao sal\u00e1rio ou vencimento do mutu\u00e1rio, incluem-se na verifica\u00e7\u00e3o da equival\u00eancia para fixa\u00e7\u00e3o das parcelas. -Declarada pelo STF a inconstitucionalidade da TR como fator de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria (ADIN 493-0), o reajustamento do saldo devedor, a exemplo das presta\u00e7\u00f5es mensais, tamb\u00e9m deve obedecer ao Plano de Equival\u00eancia Salarial. - Recurso conhecido e parcialmente provido\n\n\f(REsp 14.839/BA, Rel. Ministro FRANCISCO PE\u00c7ANHA MARTINS , SEGUNDA TURMA, julgado em 23/11/1999, DJ 21/02/2000, p. 112) (grifei)\nSFH. PLANO DE EQUIVAL\u00caNCIA SALARIAL. REAJUSTE DAS PRESTA\u00c7\u00d5ES. ILEGITIMIDADE PASSIVA DA UNI\u00c3O. NULIDADE DO AC\u00d3RD\u00c3O. INOCORR\u00caNCIA. VANTAGENS PESSOAIS. INCLUS\u00c3O. CORRE\u00c7\u00c3O PELA TR. IMPOSSIBILIDADE. PRECEDENTES. (...) 4. Inaplic\u00e1vel a TR como fator de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria _________________ consagrado nesta Corte na esteira de orienta\u00e7\u00e3o tra\u00e7ada pelo STF. 5. Recurso Especial conhecido e parcialmente provido (REsp 209.466/BA Rel. Ministro FRANCISCO PE\u00c7ANHA MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 07/08/2011 , DJ 17/06/2012, p. 231) (grifei).\nTodavia, a Corte de Justi\u00e7a, fazendo uma releitura do voto do Ministro Moreira Alves do STF, mudou entendimento, e passou a adotar a constitucionalidade da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, conforme demonstra o seguinte julgado.\nSISTEMA FINANCEIRO DA HABITA\u00c7\u00c3O. SALDO DEVEDOR. ATUALIZA\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA. TR. 1. N\u00e3o \u00e9 inconstitucional a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria com base na Taxa Referencial - TR. O que \u00e9 inconstitucional \u00e9 sua aplica\u00e7\u00e3o retroativa. Foi isso o que decidiu o STF da ADI 493/DF, Pleno, Min. Moreira Alves, DJ de 04.09.1992, ao estabelecer o \u00e2mbito de incid\u00eancia da Lei 8.177, de 1991. 2. Aos contratos de m\u00fatuo habitacional firmados no \u00e2mbito do SFH que prevejam a corre\u00e7\u00e3o do saldo devedor pela taxa b\u00e1sica aplic\u00e1vel aos dep\u00f3sitos da poupan\u00e7a aplica-se a Taxa Referencial, por expressa determina\u00e7\u00e3o legal. Precedentes da Corte Especial: AGEREsp 725917 / DF, Min. Laurita Vaz, DJ 19.06.2006; DERESP 453600 / DF, Min. Aldir Passarinho Junior, DJ 24.04.2006. 3. Embargos de diverg\u00eancia a que se nega provimento (EREsp 752. 879/DF, Rel. Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI, CORTE ESPECIAL, julgado em 19/12/2006, DJ 12/03/2007, p. 184) (grifei)\nEm rela\u00e7\u00e3o ao FGTS, h\u00e1 at\u00e9 s\u00famula do STJ sobre a aplica\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. Neste sentido:\nA Taxa Referencial (TR) \u00e9 o \u00edndice aplic\u00e1vel, a t\u00edtulo de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, aos d\u00e9bitos com o FGTS recolhidos pelo empregador mas n\u00e3o repassados ao fundo.\n\n\f(S\u00famula 459, PRIMEIRA SE\u00c7\u00c3O, julgado em 25/08/2010, DJe 08/09/2010)\nA aplica\u00e7\u00e3o de \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria se presta para recuperar o poder de compra do valor emprestado. Este poder de compra \u00e9 diretamente influenciado por um processo inflacion\u00e1rio.\nO pr\u00f3prio STJ reconhece a influ\u00eancia da infla\u00e7\u00e3o como corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, sen\u00e3o vejamos:\n\" PREVIDENCI\u00c1RIO E ECON\u00d4MICO. T\u00cdTULO EXECUTIVO JUDICIAL. DETERMINA\u00c7AO DE CORRE\u00c7AO MONET\u00c1RIA PELO IGP-M. \u00cdNDICES DEDEFLA\u00c7AO. APLICABILIDADE. OFENSA AO PRINC\u00cdPIO DA IRREDUTIBILIDADE DOS VENCIMENTOS. NAO OCORR\u00caNCIA. PRESERVA\u00c7AO DO VALOR NOMINAL DA OBRIGA\u00c7AO. PRECEDENTES. 1. \"A corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria nada mais \u00e9 do que um mecanismo de manuten\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda, n\u00e3o devendo representar, consequentemente, por si s\u00f3, nem um plus nem um minus em sua subst\u00e2ncia. Corrigir o valor nominal da obriga\u00e7\u00e3o representa, portanto, manter, no tempo, o seu poder de compra original, alterado pelas oscila\u00e7\u00f5es inflacion\u00e1rias positivas e negativas ocorridas no per\u00edodo. Atualizar aobriga\u00e7\u00e3o levando em conta apenas oscila\u00e7\u00f5es positivas importaria distorcer a realidade econ\u00f4mica produzindo um resultado que n\u00e3o representa a simples manuten\u00e7\u00e3o do primitivo poder aquisitivo, mas um indevido acr\u00e9scimo no valor real. Nessa linha, estabelece o Manual de Orienta\u00e7\u00e3o de Procedimento de C\u00e1lculos aprovado pelo Conselho da Justi\u00e7a Federal que, n\u00e3o havendo decis\u00e3o judicial em contr\u00e1rio,\"os \u00edndices negativos de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria (defla\u00e7\u00e3o) ser\u00e3o considerados no c\u00e1lculo de atualiza\u00e7\u00e3o\", com a ressalva de que, se, no c\u00e1lculo final,\"a atualiza\u00e7\u00e3o implicar redu\u00e7\u00e3o do principal, deve prevalecer o valor nominal\"\" (Corte Especial, REsp 1.265.580/RS, Rel. Min. TEORI ALBINO ZAVASCKI, DJe 18/4/12). 2. No precedente da Corte Especial, mencionado na decis\u00e3o agravada, ficou expressamente consignado que se, na atualiza\u00e7\u00e3o da d\u00edvida, houver redu\u00e7\u00e3o do principal, deve prevalecer o valor nominal, em respeito ao princ\u00edpio da irredutibilidade de vencimentos, previsto nos arts. 7\u00ba, VI e 37, XV, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal. 3. A compreens\u00e3o no sentido de que n\u00e3o h\u00e1 viola\u00e7\u00e3o ao princ\u00edpio da irredutibilidade dos vencimentos, quando preservado o valor nominal da obriga\u00e7\u00e3o, encontra respaldona jurisprud\u00eancia do STF e do STJ. 4. Agravo regimental improvido.\n\n\f(AgRg nos EREsp 1252558/RS, Rel. Min. S\u00c9RGIO KUKINA, PRIMEIRA SE\u00c7\u00c3O, julgado em 13/03/2013, DJe 21/03/2013)\"; (grifei)\n\nN\u00e3o podemos deixar de mencionar que a cultura da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria est\u00e1 de tal forma arraigada ao nosso sistema econ\u00f4mico, que o pr\u00f3prio C\u00f3digo Civil de 2002, traz diversos dispositivos garantindo atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria.\n\nmonet\u00e1ria:\n\nVejamos o que consta do C\u00f3digo Civil, no tocante a corre\u00e7\u00e3o\n\n\u201cArt. 389. N\u00e3o cumprida a obriga\u00e7\u00e3o, responde o devedor por perdas e danos, mais juros e atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria segundo \u00edndices oficiais regularmente estabelecidos, e honor\u00e1rios de advogado.\n\nArt. 395. Responde o devedor pelos preju\u00edzos a que sua mora der causa, mais juros, atualiza\u00e7\u00e3o dos valores monet\u00e1rios segundo \u00edndices oficiais regularmente estabelecidos, e honor\u00e1rios de advogado.\n\nArt. 404. As perdas e danos, nas obriga\u00e7\u00f5es de pagamento em dinheiro, ser\u00e3o pagas com atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria segundo \u00edndices oficiais regularmente estabelecidos, abrangendo juros, custas e honor\u00e1rios de advogado, sem preju\u00edzo da pena convencional.\n\nArt. 418. Se a parte que deu as arras n\u00e3o executar o contrato, poder\u00e1 a outra t\u00ea-lo por desfeito, retendo-as; se a inexecu\u00e7\u00e3o for de quem recebeu as arras, poder\u00e1 quem as deu haver o contrato por desfeito, e exigir sua devolu\u00e7\u00e3o mais o equivalente, com atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria segundo \u00edndices oficiais regularmente estabelecidos, juros e honor\u00e1rios de advogado.\n\nArt. 772. A mora do segurador em pagar o sinistro obriga \u00e0 atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria da indeniza\u00e7\u00e3o devida segundo \u00edndices oficiais regularmente estabelecidos, sem preju\u00edzo dos juros morat\u00f3rios.\n\nArt. 884. Aquele que, sem justa causa, se enriquecer \u00e0 custa de outrem, ser\u00e1 obrigado a restituir o indevidamente auferido, feita a atualiza\u00e7\u00e3o dos valores monet\u00e1rios. ...\u201d\n\nEste retrospecto da evolu\u00e7\u00e3o legal e jurisprudencial a respeito da aplica\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria se faz necess\u00e1rio para que pud\u00e9ssemos chegar ao n\u00facleo do argumento desta a\u00e7\u00e3o.\n\n\fHoje no pa\u00eds, h\u00e1 dois tipos de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. \u00cdndices que refletem a infla\u00e7\u00e3o e, portanto, recuperam o valor de compra do valor aplicado, como IPCA e INPC, e um \u00edndice que n\u00e3o reflete a infla\u00e7\u00e3o, e consequentemente n\u00e3o recupera o poder de compra do valor aplicado \u2013 a Taxa de Referencial/TR.\nHistoricamente, \u00e9 preciso lembrar que a Taxa Referencial nunca foi igual \u00e0 infla\u00e7\u00e3o. Nem quando experimentamos a hiperinfla\u00e7\u00e3o, nem quando experimentamos defla\u00e7\u00e3o. Todavia, os \u00edndices da TR, do INPC e do IPCA sempre andaram pr\u00f3ximos. Em outros palavras, imperava a razoabilidade dos \u00edndices da TR para que pudessem atingir a finalidade de corre\u00e7\u00e3o do valor do capital.\nA partir de 1999 a TR passou a se distancia expressivamente do INPC e IPCA, ao ponto de hoje a infla\u00e7\u00e3o hoje superar 6% ao ano e a TR ser igual a zero.\nPortanto, a TR n\u00e3o se presta para o fim de manter o poder aquisitivo dos dep\u00f3sitos do FGTS, que s\u00e3o um patrim\u00f4nio do trabalhador.\nO sentimento geral \u00e9 que h\u00e1 muito tempo o FGTS \u00e9 um fundo in\u00edquo por ele n\u00e3o ter recomposi\u00e7\u00e3o inflacion\u00e1ria dos seus recursos. Na verdade, o trabalhador n\u00e3o est\u00e1 financiando programas de habita\u00e7\u00e3o popular, saneamento b\u00e1sico e infraestrutura urbana, ele est\u00e1 subsidiando.\nAo contr\u00e1rio de outros investimentos, o FGTS n\u00e3o \u00e9 um fundo de livre disposi\u00e7\u00e3o por parte do trabalhador, n\u00e3o podendo ele decidir sponte propria quais as aplica\u00e7\u00f5es que lhe s\u00e3o mais convenientes ou rent\u00e1veis. O trabalhador tem que se submeter a pol\u00edticas econ\u00f4micas e sociais que lhe s\u00e3o altamente prejudiciais.\nOra, mas a pr\u00f3pria Lei do FGTS diz em seu art.2\u00ba que \u00e9 garantida a atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e juros. Quando a TR \u00e9 igual a zero este artigo \u00e9 descumprido. Quando a TR \u00e9 m\u00ednima e totalmente desproporcional em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 infla\u00e7\u00e3o, este artigo tamb\u00e9m \u00e9 descumprido e o patrim\u00f4nio do trabalhador \u00e9 subtra\u00eddo por quem tem o dever legal de administra-lo.\nEm um ano de TR zero, estamos diante de uma situa\u00e7\u00e3o de confisco. O Governo Federal, atrav\u00e9s da Caixa Econ\u00f4mica Federal, est\u00e1 confiscando os rendimentos dos trabalhadores, para subsidiar pol\u00edticas p\u00fablicas, sem a menor inger\u00eancia destes trabalhadores.\nAssim como em nosso Estado Democr\u00e1tico de Direito, a Constitui\u00e7\u00e3o veda que se utilize tributo com efeito de confisco, o trabalhador n\u00e3o pode ser punido com confisco do que a pr\u00f3pria Caixa define em seu s\u00edtio eletr\u00f4nico, como um patrim\u00f4nio do trabalhador, e definitivamente o \u00e9.\nQuando se fala em patrim\u00f4nio, imediatamente sobrev\u00e9m li\u00e7\u00e3o da Professora Maria Helena Diniz ao comentar o art. 91 do Novo C\u00f3digo Civil.\nArt. 91. Constitui universalidade de direito o complexo de rela\u00e7\u00f5es jur\u00eddicas, de uma pessoa, dotadas de valor econ\u00f4mico.\n\n\fUniversalidade de direito: \u00e9 a constitu\u00edda por bens singulares corp\u00f3reos heterog\u00eaneos e incorp\u00f3reos (complexo de rela\u00e7\u00f5es jur\u00eddicas), a que a norma jur\u00eddica, com o intuito de produzir certos efeitos, d\u00e1 unidade, por serem dotados de valor econ\u00f4mico, como p. ex., o patrim\u00f4nio (...) O patrim\u00f4nio e a heran\u00e7a s\u00e3o consideradas como um conjunto, ou seja, como uma universalidade. Embora se constituam ou n\u00e3o de bens materiais e de cr\u00e9ditos, esses bens se unificam numa express\u00e3o econ\u00f4mica, que \u00e9 o valor. O patrim\u00f4nio \u00e9 complexo de rela\u00e7\u00f5es jur\u00eddicas de uma pessoa apreci\u00e1vel economicamente. Incluem-se no patrim\u00f4nio: a posse, os direitos reais, as obriga\u00e7\u00f5es e as a\u00e7\u00f5es correspondentes a tais direitos. O patrim\u00f4nio abrange direitos deveres redut\u00edveis a dinheiro. (C\u00f3digo Civil Anotado, Ed. Saraiva, p\u00e1g. 100) (grifamos).\nLevando em conta que a rela\u00e7\u00e3o jur\u00eddica entre os trabalhadores e a Caixa \u00e9 de direito pessoal, o art.233 do C\u00f3digo Civil se torna inafast\u00e1vel, na medida que determina que a obriga\u00e7\u00e3o de dar coisa certa abrange os acess\u00f3rios ainda que n\u00e3o mencionados.\nArt. 233 A obriga\u00e7\u00e3o de dar coisa certa abrange os acess\u00f3rios dela embora n\u00e3o mencionados, salvo o contr\u00e1rio resultar do t\u00edtulo ou das circunstancias do caso.\nOra, acess\u00f3rios de dinheiro s\u00e3o juros e a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria.\nE ent\u00e3o voltamos \u00e0 Taxa Referencial.\n02.2 - Manipula\u00e7\u00e3o da TR pelo Banco Central/CMN\nIndependentemente da discuss\u00e3o sobre sua natureza jur\u00eddica, vamos aqui partir do pressuposto, assentado pela jurisprud\u00eancia, principalmente pelo STJ, que a TR \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria.\nTanto o art. 1\u00ba da Lei 8.177/91 quanto o art. 5\u00ba da Lei 10.192/01 (que convolou a MP 1.053/95) atribu\u00edram ao Banco Central a regulamenta\u00e7\u00e3o da metodologia de c\u00e1lculo da TR, conforme crit\u00e9rio estabelecido na lei e a expedi\u00e7\u00e3o das instru\u00e7\u00f5es necess\u00e1rias ao cumprimento do artigo que criou a TBF.\nArt. 1\u00b0 O Banco Central do Brasil divulgar\u00e1 Taxa Referencial (TR), calculada a partir da remunera\u00e7\u00e3o mensal m\u00e9dia l\u00edquida de impostos, dos dep\u00f3sitos a prazo fixo captados nos bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos m\u00faltiplos com carteira comercial ou de investimentos, caixas econ\u00f4micas, ou dos t\u00edtulos p\u00fablicos federais, estaduais e municipais, de acordo com metodologia a ser aprovada pelo Conselho Monet\u00e1rio Nacional, no prazo de sessenta dias, e enviada ao conhecimento do Senado Federal. (Lei n\u00ba 8.177/91)\nArt. 5o Fica institu\u00edda Taxa B\u00e1sica Financeira - TBF, para ser utilizada exclusivamente como base de remunera\u00e7\u00e3o de opera\u00e7\u00f5es realizadas no mercado financeiro, de prazo de dura\u00e7\u00e3o igual ou superior a sessenta dias.\n\n\fPar\u00e1grafo \u00fanico. O Conselho Monet\u00e1rio Nacional expedir\u00e1 as instru\u00e7\u00f5es necess\u00e1rias ao cumprimento do disposto neste artigo, podendo, inclusive, ampliar o prazo m\u00ednimo previsto no caput. (Lei n\u00ba 10.192/01)\nNo mister de regulamentar a TR, o Banco Central/CMN vem ao longo dos anos criando e reinventando f\u00f3rmulas para encontr\u00e1-la. Pelo menos desde a Resolu\u00e7\u00e3o 2.075, de 26 de maio de 1994, h\u00e1 formulas para encontrar a TR. Todavia com a institui\u00e7\u00e3o da Taxa B\u00e1sica Financeira, pela Medida Provis\u00f3ria 1.053/95, de 30 de junho de 1995, que a forma de c\u00e1lculo da TR sofre uma expressiva reviravolta.\nDesde a Resolu\u00e7\u00e3o 2.437 , de 30 de Outubro de 1997, a TR \u00e9 calculada levando em conta a Taxa B\u00e1sica Financeira e um Redutor.\nA Resolu\u00e7\u00e3o 3.354/06, hoje vigente sobre o assunto, diz o seguinte:\nArt. 1\u00ba Estabelecer que, para fins de c\u00e1lculo da Taxa B\u00e1sica Financeira - TBF e da Taxa Referencial - TR, de que tratam os arts. 1\u00ba da Lei 8.177, de 1\u00ba de mar\u00e7o de 1991, 1\u00ba da Lei 8.660, de 28 de maio de 1993, e 5\u00ba da Lei 10.192, de 14 de fevereiro de 2001, deve ser constitu\u00edda amostra das 30 maiores institui\u00e7\u00f5es financeiras do Pa\u00eds, assim consideradas em fun\u00e7\u00e3o do volume de capta\u00e7\u00e3o efetuado por meio de certificados e recibos de dep\u00f3sito banc\u00e1rio (CDB/RDB), com prazo de 30 a 35 dias corridos, inclusive, e remunerados a taxas prefixadas, entre bancos m\u00faltiplos, bancos comerciais, bancos de investimento e caixas econ\u00f4micas. Art. 2\u00ba A TBF e a TR s\u00e3o calculadas a partir da remunera\u00e7\u00e3o mensal m\u00e9dia dos CDB/RDB emitidos a taxas de mercado prefixadas, com prazo de 30 a 35 dias corridos, inclusive, com base em informa\u00e7\u00f5es prestadas pelas institui\u00e7\u00f5es integrantes da amostra de que trata o art. 1\u00ba, na forma a ser determinada pelo Banco Central do Brasil. Art. 4\u00ba Para cada dia do m\u00eas - dia de refer\u00eancia -, o Banco Central do Brasil deve calcular a TBF, para o per\u00edodo de um m\u00eas, com in\u00edcio no pr\u00f3prio dia de refer\u00eancia e t\u00e9rmino no dia correspondente ao dia de refer\u00eancia no m\u00eas seguinte, considerada a hip\u00f3tese prevista no \u00a7 2\u00ba, inciso IV. Art. 5\u00ba Para cada TBF obtida, segundo a metodologia descrita no art. 4\u00ba, deve ser calculada a correspondente TR, pela aplica\u00e7\u00e3o de um redutor \"R\", de acordo com a seguinte f\u00f3rmula: TR = max {0,100 {[ (1 + TBF/100) / R ] - 1}} (em %). \u00a71\u00ba o Valor do redutor \u201cR\u201d deve ser calculado para todos os dias, inclusive n\u00e3o \u00fateis, de acordo com a seguinte f\u00f3rmula: R: (a+b.TBF/100), onde: TBF = TBF relativa ao dia de refer\u00eancia; a = 1,005;\n\n\fb = valor determinado de acordo com a tabela abaixo, em fun\u00e7\u00e3o da TBF obtida, segundo a metodologia descrita no art. 4\u00ba, em termos percentuais ao ano: TBF (% a.a.) b TBF maior que 16 0,48 TBF menor ou igual a 16 e maior que 15 0,44 TBF menor ou igual a 15 e maior que 14 0,40 TBF menor ou igual a 14 e maior que 13 0,36 TBF menor ou igual a 13 e maior ou igual a 11 0,32 \u00a7 2\u00ba Fica o Banco Central do Brasil autorizado a determinar o valor do par\u00e2metro \"b\" no caso de a TBF obtida ser inferior a 11% a.a. (onze por cento ao ano)\nO peculiar nesta determina\u00e7\u00e3o do Banco Central/CMN que de resto se repete desde 1997, \u00e9 que TBF e TR s\u00e3o exatamente iguais em sua g\u00eanese at\u00e9 o momento em que se determina que se aplique um redutor \u00e0 TBF para se chegar \u00e0 TR.\nN\u00e3o h\u00e1 na Lei da TR previs\u00e3o de aplica\u00e7\u00e3o do redutor, assim como tamb\u00e9m n\u00e3o h\u00e1 na Lei que criou a TBF. Todavia causa estranheza que diante de um comando aberto como o do art. 5\u00ba da MP n\u00ba 1.503/95 (Lei n\u00ba. 10. 192/01), o Banco Central/CMN, com amplos poderes para regular o assunto, n\u00e3o tenha institu\u00eddo um redutor, mas o tenha feito ao regulamentar o art. 1\u00ba da Lei n\u00ba. 8.177/91, que n\u00e3o era t\u00e3o flex\u00edvel.\nExcel\u00eancia, hoje, o trabalhador que tem seu dinheiro aplicado no FGTS, e de l\u00e1 n\u00e3o pode retir\u00e1-lo para outro investimento, est\u00e1 sendo remunerado com 0,247% de juros ao m\u00eas e mais nada. N\u00e3o h\u00e1 nem corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria nem Taxa Referencial (independentemente de sua natureza jur\u00eddica), em flagrante ofensa ao art. 2\u00ba da Lei n\u00ba. 8.036/90, que imp\u00f5e a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos valores depositados pelo empregador.\nAinda que se argumente que a aplica\u00e7\u00e3o do Redutor pelo Banco Central/CMN seja legal, sua redu\u00e7\u00e3o a zero em um cen\u00e1rio de infla\u00e7\u00e3o superior a 6% ao ano, configura afronta ao art. 2\u00ba da Lei 8.036/90, que determina a atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, bem como ao art. 233 do C\u00f3digo Civil, quando sonega os acess\u00f3rios da obriga\u00e7\u00e3o de dar.\nMas \u00e9 necess\u00e1rio ir mais al\u00e9m e revisar o entendimento jurisprudencial sobre a TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, m\u00e1xime a partir da institui\u00e7\u00e3o de um Redutor que tem por efeito zerar o \u00edndice da TR em ambiente de infla\u00e7\u00e3o.\nO quadro comparativo mostra que a TR n\u00e3o se presta como atualizador monet\u00e1rio do FGTS, pelo menos desde janeiro de 1999. Desde o momento em que o Banco Central/CMN estabeleceu um redutor para TR, ela deixou de ser \u00edndice confi\u00e1vel para atualizar monetariamente as contas do FGTS, porque se descola dos \u00edndices de infla\u00e7\u00e3o, sendo reduzido ano a ano. A finalidade da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u00e9 manter o poder de compra do capital, e esta finalidade nem de perto vem sendo alcan\u00e7ado pela TR. A anula\u00e7\u00e3o total da TR \u00e9 s\u00f3 desfecho desta pol\u00edtica predat\u00f3ria para o trabalhador.\nH\u00e1 n\u00edtida expropria\u00e7\u00e3o do patrim\u00f4nio do trabalhador, na medida em que se nega a ele a devida atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. Como dito no estudo acostado na inicial.\n\n\fA atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u00e9 o elemento mais importante do mercado financeiro, pois sem a medi\u00e7\u00e3o precisa de perda do poder aquisitivo da moeda com o decorrer do tempo, ocorre uma gigantesca destrui\u00e7\u00e3o de valor. O objetivo fundamental da escolha \u00e9 o \u00edndice de atualiza\u00e7\u00e3o nos ativos (neg\u00f3cios, contratos, aplica\u00e7\u00f5es, etc) \u00e9 de proteger o patrim\u00f4nio, evitando que ele seja corro\u00eddo pela infla\u00e7\u00e3o.\nO Poder Judici\u00e1rio h\u00e1 de se opor a este esbulho, confisco, expropria\u00e7\u00e3o que o trabalhador est\u00e1 sofrendo, desde 1999, com as constantes redu\u00e7\u00f5es da TR em rela\u00e7\u00e3o aos \u00edndices de infla\u00e7\u00e3o, culminando na sua completa nulidade, desde setembro de 2012.\nEm 1991 e 1992, quando o STD julgou a ADIN 493-0/DF, ele deixou bem assentado que a TR n\u00e3o constitu\u00eda \u00edndice que refletia a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda. Esta caracter\u00edstica da TR tem se confirmando ao longo dos anos.\nH\u00e1 anos, os trabalhadores que t\u00eam dep\u00f3sitos no FGTS n\u00e3o experimentam ganhos reais em sua aplica\u00e7\u00e3o. Ao contr\u00e1rio. H\u00e1 muito tempo, os trabalhadores tem rendimentos inferiores \u00e0 infla\u00e7\u00e3o, mesmo levando em conta a remunera\u00e7\u00e3o dos juros de 3% ao ano.\nO que torna um \u00edndice inid\u00f4neo \u00e9 a intensa inger\u00eancia do Banco Central/CMN na sua formula\u00e7\u00e3o.\nDe pouco adiantaria ao trabalhador que fosse determinado ao Banco Central/CMN que recalculasse a TR, pois, uma nova f\u00f3rmula estaria igualmente sob a discricionariedade e subjetivismo total do Banco. Basta avaliara a sucess\u00e3o de Resolu\u00e7\u00f5es do Banco Central/CMN sobre o tema.\nAssim, resta claro que n\u00e3o existe outro caminho que n\u00e3o o de adotar um novo \u00edndice que verdadeiramente corrija estes dep\u00f3sitos.\n02.3 - \u00cdndices que efetivamente produzem corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria\nA Lei de Introdu\u00e7\u00e3o \u00e0s Normas de Direito Brasileiro estabelece em seu art. 5\u00ba que na aplica\u00e7\u00e3o da lei, o juiz atender\u00e1 os fins sociais a que ela se dirige e as exig\u00eancias do bem comum.\nA lei do FGTS tem um fim social indiscut\u00edvel, proteger o trabalhador e constituir um patrim\u00f4nio que lhe sirva de arrimo em v\u00e1rias situa\u00e7\u00f5es da vida.\nDiante de tudo que foi demonstrado, a juiz atender\u00e1 os fins sociais da Lei do FGTS ao reconhecer que corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, reposi\u00e7\u00e3o dos \u00edndices inflacion\u00e1rios de forma a garantir o poder de compra daquele dinheiro ali depositado no Fundo, \u00e9 efetivamente devida pela Caixa.\n\n\fSe a TR n\u00e3o pode ser considerada como um \u00edndice id\u00f4neo, sobrev\u00e9m a necessidade de substitu\u00ed-la por um \u00edndice que realmente reponha as perdas monet\u00e1rias. E ent\u00e3o, nada obsta que o juiz considere \u00edndice previsto em outra legisla\u00e7\u00e3o.\nAt\u00e9 por quest\u00e3o de equidade, o melhor \u00edndice para substituir a TR \u00e9 o \u00edndice que corrige monetariamente o sal\u00e1rio dos trabalhadores e os benef\u00edcios previdenci\u00e1rios. Este \u00edndice est\u00e1 previsto na Lei 12.382, de 25 de Fevereiro de 2011, cujos primeiros artigos trazem a seguinte dic\u00e7\u00e3o.\nArt. 1o O sal\u00e1rio m\u00ednimo passa a corresponder ao valor de R$ 545,00 (quinhentos e quarenta e cinco reais). Par\u00e1grafo \u00fanico. Em virtude do disposto no caput, o valor di\u00e1rio do sal\u00e1rio m\u00ednimo corresponder\u00e1 a R$ 18,17 (dezoito reais e dezessete centavos) e o valor hor\u00e1rio, a R$ 2,48 (dois reais e quarenta e oito centavos). Art. 2o Ficam estabelecidas as diretrizes para a pol\u00edtica de valoriza\u00e7\u00e3o do sal\u00e1rio m\u00ednimo a vigorar entre 2012 e 2015, inclusive, a serem aplicadas em 1o de janeiro do respectivo ano. \u00a7 1o Os reajustes para a preserva\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo do sal\u00e1rio m\u00ednimo corresponder\u00e3o \u00e0 varia\u00e7\u00e3o do \u00cdndice Nacional de Pre\u00e7os ao Consumidor - INPC, calculado e divulgado pela Funda\u00e7\u00e3o Instituto Brasileiro de Geografia e Estat\u00edstica - IBGE, acumulada nos doze meses anteriores ao m\u00eas do reajuste. \u00a7 2o Na hip\u00f3tese de n\u00e3o divulga\u00e7\u00e3o do INPC referente a um ou mais meses compreendidos no per\u00edodo do c\u00e1lculo at\u00e9 o \u00faltimo dia \u00fatil imediatamente anterior \u00e0 vig\u00eancia do reajuste, o Poder Executivo estimar\u00e1 os \u00edndices dos meses n\u00e3o dispon\u00edveis. \u00a7 3o Verificada a hip\u00f3tese de que trata o \u00a7 2o, os \u00edndices estimados permanecer\u00e3o v\u00e1lidos para os fins desta Lei, sem qualquer revis\u00e3o, sendo os eventuais res\u00edduos compensados no reajuste subsequente, sem retroatividade. \u00a7 4o A t\u00edtulo de aumento real, ser\u00e3o aplicados os seguintes percentuais: I - em 2012, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do Produto Interno Bruto - PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2010; II - em 2013, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2011; III - em 2014, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2012; e IV - em 2015, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2013. \u00a7 5o Para fins do disposto no \u00a7 4o, ser\u00e1 utilizada a taxa de crescimento real do PIB para o ano de refer\u00eancia, divulgada pelo IBGE at\u00e9 o \u00faltimo dia \u00fatil do ano imediatamente anterior ao de aplica\u00e7\u00e3o do respectivo aumento real.\n\n\fN\u00e3o h\u00e1 porque ter dois pesos e duas medidas. Se o sal\u00e1rio m\u00ednimo \u00e9 corrigido monetariamente pelo INPC, o dep\u00f3sito do FGTS que, em \u00faltima an\u00e1lise, \u00e9 um sal\u00e1rio indireto do trabalhador, tamb\u00e9m h\u00e1 de s\u00ea-lo.\nE observe que o objetivo da Lei em corrigir o sal\u00e1rio m\u00ednimo pelo INPC decorre exclusivamente da necessidade de preservar seu poder aquisitivo. A necessidade de preservar o poder aquisitivo \u00e9 uma constante em todas as transa\u00e7\u00f5es financeiras, e ela s\u00f3 se aperfei\u00e7oa quando rep\u00f5e efetivamente perdas inflacion\u00e1rias.\nOutro \u00edndice que se mostra aplic\u00e1vel, na hip\u00f3tese deste douto ju\u00edzo entender que n\u00e3o aplicaria o INPC, \u00e9 o IPCA, \u00edndice oficial do Governo Federal para medi\u00e7\u00e3o das metas inflacion\u00e1rias, contratadas com o FMI, a partir de, julho de 1999.\nAmbos os \u00edndices s\u00e3o infinitivamente mais adequados a preservar o poder aquisitivo dos dep\u00f3sitos do FGTS do que a aniquilada TR.\nFrente o exposto resta amplamente demonstrado que a presente demanda deve ser julgada totalmente procedente.\n04\u2013 DO PEDIDO\nAnte o exposto, o Autor requer:\na) a cita\u00e7\u00e3o da requerida, para querendo, contestar a presente a\u00e7\u00e3o.\nb) A proced\u00eancia da presente demanda condenado a Caixa Econ\u00f4mica Federal \u2013 CEF a:\nb.1) proceder a substitui\u00e7\u00e3o do \u00edndice TR pelo INPC como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos efetuados nas contas vinculadas do FGTS, em nome da parte autora, com a conseq\u00fcente aplica\u00e7\u00e3o nos dep\u00f3sitos efetuados desde janeiro de 1999, bem como, nos futuros dep\u00f3sitos a seres, efetuados; ou\nb.2) proceder a substitui\u00e7\u00e3o do \u00edndice TR pelo IPCA como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos efetuados nas contas vinculadas do FGTS, em nome da parte autora, com a conseq\u00fcente aplica\u00e7\u00e3o nos dep\u00f3sitos efetuados desde janeiro de 1999, bem como, nos futuros dep\u00f3sitos a seres, efetuados;\nb.3) pagar, em favor da parte autora, o valor correspondente \u00e0s diferen\u00e7as de FGTS em raz\u00e3o da aplica\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria pelo INPC, desde janeiro de 1999, em substitui\u00e7\u00e3o a TR: OU\nb.4) pagar, a favor da parte autora o valor correspondente \u00e0s diferen\u00e7as de FGTS em raz\u00e3o da aplica\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria pelo IPCA desde Janeiro de 1999, em substitui\u00e7\u00e3o a TR; ou\nb.5) pagar, a favor da parte autora, o valor correspondente \u00e0s diferen\u00e7as de FGTS em raz\u00e3o da aplica\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, desde janeiro de 1999, por qualquer outro \u00edndice que reponha as perdas inflacionarias do trabalhador nas contas do FGTS;\n\n\fc) Sobre os valores devidos pela condena\u00e7\u00e3o de que tratam os itens acima, dever\u00e3o incidir corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria desde a inadimpl\u00eancia da Caixa, bem como os juros legais. d) A condena\u00e7\u00e3o da Caixa ao pagamento das custas e honor\u00e1rios advocat\u00edcios de 20% sobre o valor da condena\u00e7\u00e3o e) A concess\u00e3o do benef\u00edcio da Assist\u00eancia Judici\u00e1ria Gratuita; e f) Protesta provar o alegado por todos os meios de prova admitidos em direito, principalmente documental.\nD\u00e1 \u00e0 causa o valor de R$ 4.465,91. Nestes termos, pede e espera deferimento. Caxias do Sul, 16 de dezembro de 2013.\nNelsi Lovatto OAB/RS 23.127\nRoberta Tauffer Piva OAB/RS 70.032\n\n\f", "similar_texts_federais_bgem3": [ { "header": "Texto Similar 1 (C\u00edvel) - IdDocumentoCompleto: 5004402-24.2023.4.04.7004-701681821527738464562198580645", "text": "EXCELENT\u00cdSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DO JUIZADO ESPECIAL FEDERAL C\u00cdVEL ADJUNTO DA CIRCUNSCRI\u00c7\u00c3O JUDICI\u00c1RIA DE UMUARAMA \u2013 PARAN\u00c1\nPALOMA KAROLLINE DA SILVA SPIGUEL, brasileira, inscrita CPF sob o n\u00ba 036.419.489-83, portadora da c\u00e9dula de Identidade sob o n\u00ba 8.084.642-8 SESP/PR, residente e domiciliado \u00e0 Rua Ouro Verde, n\u00ba 3414, Zona VI, CEP: 87.503-160, na cidade de Umuarama, Estado do Paran\u00e1., por interm\u00e9dio de suas procuradoras signat\u00e1ria, com escrit\u00f3rio profissional constando no rodap\u00e9 desta, v\u00eam, \u00e0 presen\u00e7a de Vossa Excel\u00eancia ajuizar:\nA\u00c7\u00c3O \u00d3RDINARIA DE CORRE\u00c7\u00c3O DO FGTS em desfavor da CAIXA ECON\u00d4MICA FEDERAL, com sede no SBS quadra 04 lotes 3/4 Matriz, Bras\u00edlia \u2013 DF, 70092-900, pelos seguintes motivos de fato, fundamentos e raz\u00f5es de direito a seguir aduzidos:\n\n\fI \u2013 DOS FATOS\nA presente a\u00e7\u00e3o trata-se de uma quest\u00e3o de extrema import\u00e2ncia para a Requerente, assim como, para milh\u00f5es de trabalhadores e diz respeito ao Fundo de Garantia por Tempo de Servi\u00e7o \u2013 FGTS.\nComo \u00e9 cedi\u00e7o, o Fundo de Garantia por Tempo de Servi\u00e7o foi criado na d\u00e9cada de 60 para proteger o trabalhador, como suced\u00e2neo da antiga estabilidade decenal. \u00c9 constitu\u00eddo por valores depositados pelas empresas em nome de seus empregados possibilitando que o trabalhador forme um patrim\u00f4nio.\nConsta do s\u00edtio eletr\u00f4nico da Caixa Econ\u00f4mica Federal \u2013 CEF que o FGTS hoje financia programas de habita\u00e7\u00e3o popular, saneamento b\u00e1sico e infraestrutura urbana, sendo regido pelas disposi\u00e7\u00f5es da Lei 8.036, de 11 de maio de 1990, por normas e diretrizes estabelecidas pelo seu Conselho Curador e geridas pela Caixa Econ\u00f4mica Federal.\nDos artigos 2\u00ba e 13 da Lei 8.035/90 extra\u00edmos que h\u00e1 uma obrigatoriedade de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e de remunera\u00e7\u00e3o atrav\u00e9s de juros dos dep\u00f3sitos efetuados nas contas vinculadas ao FGTS, sen\u00e3o vejamos:\nArt. 2\u00ba \u201cO FGTS \u00e9 constitu\u00eddo pelos saldos das contas vinculadas a que se refere esta lei e outros recursos a ela incorporados, devendo ser aplicados com atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e juros, de modo a assegurar a cobertura de suas obriga\u00e7\u00f5es\u201d.\nArt. 13 \u201cOs dep\u00f3sitos efetuados nas contas vinculadas ser\u00e3o corrigidos monetariamente com base nos par\u00e2metros fixados para a atualiza\u00e7\u00e3o dos saldos dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a e capitaliza\u00e7\u00e3o de juros de (tr\u00eas) por cento ao ano\u201d.\nRessalte-se que o par\u00e2metro fixado para a atualiza\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos dos saldos dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a e consequentemente dos dep\u00f3sitos do FGTS \u00e9 a Taxa Referencial \u2013 TR, conforme prescrevem os artigos 12 e 17 da Lei 8.177, de 1\u00ba de mar\u00e7o de 1991, com reda\u00e7\u00e3o da Lei 12.703, de 7 de agosto de 2012 cuja dic\u00e7\u00e3o \u00e9 a seguinte:\nArt. 12. Em cada per\u00edodo de rendimento, os dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a ser\u00e3o remunerados:\nI - como remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica, por taxa correspondente \u00e0 acumula\u00e7\u00e3o das TRD, no per\u00edodo transcorrido entre o dia do \u00faltimo cr\u00e9dito de rendimento, inclusive, e o dia do cr\u00e9dito de rendimento, exclusive;\nII - como remunera\u00e7\u00e3o adicional, por juros de: (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n \u00ba 12.703, de 2012)\na) 0, 5% (cinco d\u00e9cimos por cento) ao m\u00eas, enquanto a meta da taxa Selic ao ano, definida pelo Banco Central do Brasil, for superior a 8, 5% (oito inteiros e cinco d\u00e9cimos por cento); ou (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n \u00ba 12.703, de 2012)\n\n\fb) 70% (setenta por cento) da meta da taxa Selic ao ano, definida pelo Banco Central do Brasil, mensalizada, vigente na data de in\u00edcio do per\u00edodo de rendimento, nos demais casos. (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n \u00ba 12.703, de 2012)\n\u00a7 1\u00ba A remunera\u00e7\u00e3o ser\u00e1 calculada sobre o menor saldo apresentado em cada per\u00edodo de rendimento.\n\u00a7 2\u00ba Para os efeitos do disposto neste artigo, considera-se per\u00edodo de rendimento:\nI - para os dep\u00f3sitos de pessoas f\u00edsicas e entidades sem fins lucrativos, o m\u00eas corrido, a partir da data de anivers\u00e1rio da conta de dep\u00f3sito de poupan\u00e7a;\nII - para os demais dep\u00f3sitos, o trimestre corrido a partir da data de anivers\u00e1rio da conta de dep\u00f3sito de poupan\u00e7a.\n\u00a7 3\u00ba A data de anivers\u00e1rio da conta de dep\u00f3sito de poupan\u00e7a ser\u00e1 o dia do m\u00eas de sua abertura, considerando-se a data de anivers\u00e1rio das contas abertas nos dias 29, 30 e 31 como o dia 1\u00ba do m\u00eas seguinte.\n\u00a7 4\u00ba O cr\u00e9dito dos rendimentos ser\u00e1 efetuado:\nI - mensalmente, na data de anivers\u00e1rio da conta, para os dep\u00f3sitos de pessoa f\u00edsica e de entidades sem fins lucrativos; e\nII - trimestralmente, na data de anivers\u00e1rio no \u00faltimo m\u00eas do trimestre, para os demais dep\u00f3sitos.\nArt. 17. A partir de fevereiro de 1991, os saldos das contas do Fundo de Garantia por Tempo de Servi\u00e7o (FGTS) passam a ser remunerados pela taxa aplic\u00e1vel \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a com data de anivers\u00e1rio no dia 1\u00ba, observada a periodicidade mensal para remunera\u00e7\u00e3o.\nPar\u00e1grafo \u00fanico. As taxas de juros previstas na legisla\u00e7\u00e3o em vigor do FGTS s\u00e3o mantidas e consideradas como adicionais \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o prevista neste artigo.\nSobressai da Lei 8.177/91 a forma como a TR ser\u00e1 calculada.\nArt. 1\u00ba O Banco Central do Brasil divulgar\u00e1 Taxa Referencial (TR), calculada a partir da remunera\u00e7\u00e3o mensal m\u00e9dia l\u00edquida de impostos, dos dep\u00f3sitos a prazo fixos captados nos bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos m\u00faltiplos com carteira comercial ou de investimentos, caixas econ\u00f4micas, ou dos t\u00edtulos p\u00fablicos federais, estaduais e municipais, de acordo com metodologia a ser aprovada pelo Conselho Monet\u00e1rio Nacional, no prazo de sessenta dias, e enviada ao conhecimento do Senado Federal.\n\u00a7 2\u00ba As institui\u00e7\u00f5es que venham a ser utilizadas como bancos de refer\u00eancia, dentre elas, necessariamente, as dez maiores do Pa\u00eds, classificadas pelo volume de dep\u00f3sitos a prazo fixo, est\u00e3o obrigadas a fornecer as informa\u00e7\u00f5es de que trata este artigo, segundo normas estabelecidas pelo Conselho Monet\u00e1rio Nacional, sujeitando-se a institui\u00e7\u00e3o e seus administradores, no caso de infra\u00e7\u00e3o \u00e0s referidas normas, \u00e0s penas estabelecidas no art. 44 da Lei n\u00ba 4.595, de 31 de dezembro de 1964.\n\n\f\u00a7 3\u00ba Enquanto n\u00e3o aprovada a metodologia de c\u00e1lculo de que trata este artigo, o Banco Central do Brasil fixar\u00e1 a TR (grifamos).\nA metodologia c\u00e1lculo foi h\u00e1 muito tempo definida pelo Banco Central \u2013 Conselho Monet\u00e1rio Nacional (CMN), e hoje est\u00e1 vigente sob a forma da Resolu\u00e7\u00e3o n\u00ba. 3.354, de 31 de mar\u00e7o de 2006.\nOcorre que h\u00e1 muito tempo, a TR n\u00e3o reflete mais a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, tendo se distanciado completamente dos \u00edndices oficiais de infla\u00e7\u00e3o. Nos meses de setembro, outubro e novembro de 2009, janeiro e fevereiro de 2010 fevereiro e junho de 2012 em diante, a TR tem sido completamente anulada, como se n\u00e3o existisse qualquer infla\u00e7\u00e3o no per\u00edodo pass\u00edvel de corre\u00e7\u00e3o.\nEis a raz\u00e3o desta a\u00e7\u00e3o.\nII \u2013 DA LEGITIMIDADE PASSIVA DA CAIXA ECON\u00d4MICA FEDERAL\nPosto que a lide versa sobre corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos dep\u00f3sitos de FGTS, sobressai irrefut\u00e1vel a legitimidade passiva e exclusiva da Caixa Econ\u00f4mica Federal, conforme precedentes do STJ, sen\u00e3o vejamos:\nA\u00c7\u00c3O RESCIS\u00d3RIA. ADMINISTRATIVO. FGTS. CORRE\u00c7\u00c3O DOS SALDOS DAS CONTAS VINCULADAS. DIFEREN\u00c7AS DE EXPURGOS INFLACION\u00c1RIOS. TEMA J\u00c1 PACIFICADO NO STJ. PROCED\u00caNCIA DA A\u00c7\u00c3O\n1. A mat\u00e9ria referente \u00e0 corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria das contas vinculadas ao FGTS, em raz\u00e3o das diferen\u00e7as de expurgos inflacion\u00e1rios, foi decidida pela Primeira Se\u00e7\u00e3o deste Superior Tribunal, no REsp n. 1.111.201- PE e no REsp n. 1.112.520 \u2013 PE, de relatoria do Exmo. Min. Benedito Gon\u00e7alves, ambos submetidos ao regime do art. 543-C do CPC e da Resolu\u00e7\u00e3o 8/08 do STJ, que tratam dos recursos representativos da controv\u00e9rsia, publicados no DJe de 4.3.2010\n(...)\n3. Quanto \u00e0s demais preliminares alegadas, devidamente prequestionadas, esta Corte tem o entendimento no sentido de que, nas demandas que tratam da atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos saldos das contas vinculadas do FGTS, a legitimidade passiva \u00e9 ad causam \u00e9 exclusiva da Caixa Econ\u00f4mica Federal, por ser gestora do Fundo, com exclus\u00e3o da Uni\u00e3o e dos bancos deposit\u00e1rios.(S\u00famula 249/STJ)\n(...)\n(AR 1.962/SC, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, Primeira Se\u00e7\u00e3o, julgado em 08/02/2012, DJe 27/02/2012)\nS\u00famula 249/STJ \u2013 A Caixa Econ\u00f4mica Federal tem legitimidade passiva para integrar um processo em que se discute a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria do FGTS.\n\n\fAssim, a presente a\u00e7\u00e3o se dirige exclusivamente contra a Caixa Econ\u00f4mica Federal, conforme pacificamente definido pela jurisprud\u00eancia p\u00e1tria.\nIII \u2013 DA PRESCRI\u00c7\u00c3O Quanto ao prazo prescricional, j\u00e1 est\u00e1 amplamente assentado na\ndoutrina e jurisprud\u00eancia, que em rela\u00e7\u00e3o ao pleito de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria do FGTS, a prescri\u00e7\u00e3o \u00e9 trinten\u00e1ria.\nNesse sentido, decis\u00e3o do STJ:\nRECURSO ESPECIAL. TRIBUT\u00c1RIO. FGTS. CORRE\u00c7\u00c3O DOS SALDOS DAS CONTAS VINCULADAS. DIFEREN\u00c7AS DE EXPURGOS INFLACION\u00c1RIOS. TEMA J\u00c1 JULGADO PELO REGIME DO ART. 543-C DO CPC E DA RESOLU\u00c7\u00c3O N. 8/08 DO STJ. QUE TRATAM DOS RECURSOS REPRESENTATIVOS DE CONTROV\u00c9RSIA,\n(...)\n3. No REsp n. 1.112.520 \u2013 PE, por seu turno, firmou-se o seguinte entendimento:\nOutrossim, n\u00e3o deve prevalecer a interpreta\u00e7\u00e3o da recorrente quanto \u00e0 ocorr\u00eancia de prescri\u00e7\u00e3o q\u00fcinq\u00fcenal, pois este Tribunal j\u00e1 decidiu que \u00e9 trinten\u00e1ria a prescri\u00e7\u00e3o para cobran\u00e7a de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria de contas vinculadas ao FGTS, nos termos da S\u00famula 210/STJ: \u201c A a\u00e7\u00e3o de cobran\u00e7a de contribui\u00e7\u00f5es para o FGTS prescreve em trinta anos\u201d. (...) (REsp 1150446/RJ, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 10/08/2010, DJe 10/09/2010).\nAssim, a a\u00e7\u00e3o ora proposta n\u00e3o est\u00e1 alcan\u00e7ada pela prescri\u00e7\u00e3o trinten\u00e1ria conforme se demonstrar\u00e1 a diante.\nIV \u2013 DO DIREITO\nA corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria\nA corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria existe entre n\u00f3s desde a \u00e9poca de 1960. O principal te\u00f3rico da Corre\u00e7\u00e3o Monet\u00e1ria, o Advogado Tributarista Bulh\u00f5es Pedreira explica o seguinte:\n\u201cPor analogia com as unidades de medidas f\u00edsicas podemos dizer que o n\u00edvel geral dos pre\u00e7os \u00e9 o padr\u00e3o prim\u00e1rio do valor financeiro, enquanto que a unidade monet\u00e1ria serve como padr\u00e3o secund\u00e1rio \u2013 usado, na pr\u00e1tica, para exprimir o valor financeiro, mas deve ser aferido pelo padr\u00e3o prim\u00e1rio porque sujeito a modifica\u00e7\u00f5es\u201d.\n\n\fSegundo este entendimento, a moeda seria um padr\u00e3o secund\u00e1rio, o que implicaria cindir em duas as suas fun\u00e7\u00f5es, atribuindo-se ao padr\u00e3o prim\u00e1rio, n\u00edvel geral de pre\u00e7o, a fun\u00e7\u00e3o de medida de valor, e \u00e0s pe\u00e7as monet\u00e1rias emitidas a fun\u00e7\u00e3o de meios de pagamento ou troca.\nLet\u00e1cio Jansen diz que Bulh\u00f5es Pedreira teria conseguido institucionalizar e colocar em pr\u00e1tica a sua doutrina principalmente atrav\u00e9s da Lei 4.357, de 1964, que criou o primeiro indexador da Economia Brasileira- a ORTN (obriga\u00e7\u00e3o reajust\u00e1vel do tesouro nacional), uma obriga\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria cuja fun\u00e7\u00e3o era fazer variar periodicamente, a moeda nacional segundo seus respectivos poderes aquisitivos.\nDesde esta data, uma pl\u00eaiade de \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria foi se sucedendo, at\u00e9 a entrada em vigor da Medida Provis\u00f3ria n\u00ba 294, de 31 de janeiro de 1991, que se transformou na Lei n\u00ba 8.177, de 1\u00ba de mar\u00e7o de 1991. Nesta oportunidade o Governo Collor pretendeu substituir a s\u00e9rie de indexadores tradicionais da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria brasileira (ORTN, OTN, BTN) que eram vinculados \u00e0 varia\u00e7\u00e3o dos n\u00edveis gerais de pre\u00e7os, pela Taxa Referencial, que tinha natureza financeira.\nAinda hoje permanece a perplexidade em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 natureza jur\u00eddica da TR, at\u00e9 por conta da pr\u00f3pria inconsist\u00eancia da lei que a criou, que ora a trata como taxa de juros (art. 39) ora como indexador (art. 18).\nTaxas de juros objetivam promover a remunera\u00e7\u00e3o do capital. S\u00e3o calculadas por quem disponibiliza o capital em benef\u00edcio de outra pessoa, f\u00edsica ou jur\u00eddica, para que empregue para satisfa\u00e7\u00e3o de determinada necessidade, na expectativa de lucro. Os indexadores, por outro lado, podem ser entendidos como \u00edndices calculados a partir da varia\u00e7\u00e3o de pre\u00e7os de mercado em determinado per\u00edodo. O seu objetivo est\u00e1 na corre\u00e7\u00e3o dos efeitos inflacion\u00e1rios, quando se compara valores monet\u00e1rios em diferentes \u00e9pocas.\nPois bem. Quando o STF enfrentou o tema da natureza da TR, disse atrav\u00e9s do voto vencedor da ADI 493-0/DF que:\nA Taxa Referencial (TR) n\u00e3o \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, pois, refletindo as varia\u00e7\u00f5es do custo prim\u00e1rio da capta\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos a prazo fixo, n\u00e3o constitui \u00edndice que refletia a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda.\nN\u00e3o obstante, os Ministros vencidos Celso de Mello, Marco Aur\u00e9lio e Ilmar Galv\u00e3o entenderam que a estrutura de c\u00e1lculo da taxa referencial n\u00e3o era suficiente para impedir sua utiliza\u00e7\u00e3o como par\u00e2metro de indexa\u00e7\u00e3o de economia.\n\n\fMesmo assim, naquela oportunidade, o STF entendeu que a TR possu\u00eda natureza de taxa de juros e declarou inconstitucional o art. 18 da Lei 8.177/91, cujo texto original estabelecia que os saldos devedores e as presta\u00e7\u00f5es dos contratos integrantes do SFH, passariam a ser atualizados pela taxa aplic\u00e1vel \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica dos Dep\u00f3sitos de Poupan\u00e7a. Vale a pena transcrever a ementa deste julgado.\nA\u00e7\u00e3o direta de inconstitucionalidade \u2013 Se a lei alcan\u00e7ar os efeitos futuros de contratos celebrados anteriormente a ela ser\u00e1 esta lei retroativa (retroatividade m\u00ednima) porque vai interferir na causa, que \u00e9 um ato ou fato ocorrido no passado. \u2013 O disposto no art. 5\u00ba, XXXVI, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal se aplica a toda e qualquer lei infraconstitucional, sem qualquer distin\u00e7\u00e3o entre lei de direito p\u00fablico e lei de direito privado, ou entre lei de ordem p\u00fablica e lei dispositiva. Precedente do STF \u2013 Ocorr\u00eancia, no caso, de viola\u00e7\u00e3o de direito adquirido. A taxa referencial (TR) n\u00e3o \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, pois, refletindo as varia\u00e7\u00f5es do custo prim\u00e1rio da capta\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos a prazo fixo, n\u00e3o constitui \u00edndice que reflita a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda. Por isso, n\u00e3o h\u00e1 necessidade de se examinar a quest\u00e3o de saber se as normas que alteram o \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria se aplicam imediatamente, alcan\u00e7ando, pois, as presta\u00e7\u00f5es futuras de contratos celebrados no passado, sem violarem o disposto no art. 5\u00ba, XXXVI, da Carta Magna. \u2013 Tamb\u00e9m ofendem o ato jur\u00eddico perfeito os dispositivos impugnados que alteram o crit\u00e9rio de reajuste das presta\u00e7\u00f5es nos contratos j\u00e1 celebrados pelo sistema do Plano de Equival\u00eancia Salarial por Categoria Profissional (PES/CP). A\u00e7\u00e3o direta de inconstitucionalidade julgada procedente, para declarar a inconstitucionalidade dos artigos 18 \u201ccaput\u201d par\u00e1grafos 1 e 4; 20; 21 e par\u00e1grafo \u00fanico; 23 e par\u00e1grafos; e 24 e par\u00e1grafos, todos da Lei n\u00ba 8.177, de 1 de maio de 1991. (ADI 493, Relator (a): Min.: MOREIRA ALVES, Tribunal Pleno, julgado em 25/06/1992, DJ 04-091992 PP14089 EMENT VOL- 01674-02 PP- 00260 RTJ VOL- 00143-03 PP- 00724)\nPor algum tempo, o pr\u00f3prio STJ rejeitou a TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, tanto para a poupan\u00e7a quanto para o SFH. Nesse sentido:\nCOMERCIAL. M\u00daTUO RURAL. CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA. VINCULA\u00c7\u00c3O AO CRIT\u00c9RIO DE REAJUSTE DOS DEP\u00d3SITOS EM CADERNETA DE POUPAN\u00c7A. LICITUDE. SUBSTITUI\u00c7\u00c3O PELA TR NOS MESES SUBSEQUENTES A FEVEREIRO/91. PREVIS\u00c3O DE UTILIZA\u00c7\u00c3O DA OTN. INDEXADOR CONTRATUALMENTE ELEITO. SUBSTITUI\u00c7\u00c3O EX LEGE PELA TR. INCONSTITUCIONALIDADE DECLARADA. ADO\u00c7\u00c3O DO INPC. PRECEDENTES:\nI- NO CONTRATO DE M\u00daTUO RURAL \u00c9 L\u00cdCITO O PACTO DE VINCULA\u00c7\u00c3O DA CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA AO CRIT\u00c9RIO DE ATUALIZA\u00c7\u00c3O DOS DEP\u00d3SITOS EM CADERNETAS DE POUPAN\u00c7A, RESULTANDO DEVIDA A INCID\u00caNCIA DO MESMO INDEXADOR NOS MESES SUBSEQUENTES A FEVEREIRO/91 (ART.13 DA LEI 8.177). II- EM FACE DA POSI\u00c7\u00c3O DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL INADIMITINDO A TR COMO FATOR DE ATUALIZA\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA SUBSTITUINDO O BTN, A CORRE\u00c7\u00c3O DOS VALORES, CUJA FORMA DE REAJUSTE ESTAVA, POR LEI OU CONTRATO, ATRELADA A VARIA\u00c7\u00c3O DO VALOR DE REFERIDO T\u00cdTULO DA D\u00cdVIDA P\u00daBLICA, CUMPRE SEJA PRECEDIDA, A PARTIR DA LEI 8.177/91, COM BASE NO INPC.\n(Resp. 40.777/GO - Rel. Min. S\u00c1LVIO DE FIGUEIREDO TEIXEIRA, QUARTA TURMA, julgado em 13/11/1995, DJ 11/12/1995, p. 43225).\nADMINISTRATIVO \u2013 SFH \u2013 REAJUSTE DAS PRESTA\u00c7\u00d5ES E DO SALDO DEVEDOR \u2013 PLANO DE EQUIVAL\u00caNCIA SALARIAL (PES) \u2013 INAPLICABILIDADE DA TR \u2013 ADIN 493-0/STF \u2013 VANTAGENS PESSOAIS INCORPORADAS DEFINITIVAMENTE AO SAL\u00c1RIO \u2013 INCLUS\u00c3O NO C\u00c1LCULO \u2013 DIVERG\u00caNCIA JURISPRUDENCIAL N\u00c3O COMPROVADA \u2013 RISTJ. ART. 255 E PAR\u00c1GRAFOS \u2013 S\u00daMULA 13/STJ \u2013 PRECEDENTES STJ.\n\n\f- Nos contratos vinculados ao PES, o reajustamento das presta\u00e7\u00f5es deve obedecer \u00e0 varia\u00e7\u00e3o salarial dos mutu\u00e1rios, a fim de preservar a equa\u00e7\u00e3o econ\u00f4mico-financeira do pactuado.\n-As vantagens pessoais incorporadas, definitivamente ao sal\u00e1rio ou vencimento do mutu\u00e1rio, incluem-se na verifica\u00e7\u00e3o da equival\u00eancia para fixa\u00e7\u00e3o das parcelas.\n-Declarada pelo STF a inconstitucionalidade da TR como fator de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria (ADIN 4930), o reajustamento do saldo devedor, a exemplo das presta\u00e7\u00f5es mensais, tamb\u00e9m deve obedecer ao Plano de Equival\u00eancia Salarial.\n- Recurso conhecido e parcialmente provido\n(Resp 14.839/BA, Rel. Ministro FRANCISCO PE\u00c7ANHA MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 23/11/1999, DJ 21/02/2000, p. 112).\nSFH. PLANO DE EQUIVAL\u00caNCIA SALARIAL. REAJUSTE DAS PRESTA\u00c7\u00d5ES. ILEGITIMIDADE PASSIVA DA UNI\u00c3O. NULIDADE DO AC\u00d3RD\u00c3O. INOCORR\u00caNCIA. VANTAGENS PESSOAIS. INCLUS\u00c3O. CORRE\u00c7\u00c3O PELA TR. IMPOSSIBILIDADE. PRECEDENTES.\n(...)\n4. Inaplic\u00e1vel a TR como fator de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria\nEntendimentoconsagrado nesta Corte na esteira de orienta\u00e7\u00e3o tra\u00e7ada pelo STF.\n5. Recurso Especial conhecido e parcialmente provido\n(Resp 209.466/BA Rel. Ministro FRANCISCO PE\u00c7ANHA MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 07/08/2011, DJ 17/06/2012, p. 231).\nTodavia, a Corte de Justi\u00e7a, fazendo uma releitura do voto do Ministro Moreira Alves do STF, mudou entendimento, e passou a adotar a constitucionalidade da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, conforme demonstra o seguinte julgado.\nSISTEMA FINANCEIRO DA HABITA\u00c7\u00c3O. SALDO DEVEDOR. ATUALIZA\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA. TR.\n1. N\u00e3o \u00e9 inconstitucional a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria com base na Taxa Referencial - TR. O que \u00e9 inconstitucional \u00e9 sua aplica\u00e7\u00e3o retroativa. Foi isso o que decidiu o STF da ADI 493/DF, Pleno, Min. Moreira Alves, DJ de 04.09.1992, ao estabelecer o \u00e2mbito de incid\u00eancia da Lei 8.177, de 1991.\n2. Aos contratos de m\u00fatuo habitacional firmados no \u00e2mbito do SFH que prevejam a corre\u00e7\u00e3o do saldo devedor pela taxa b\u00e1sica aplic\u00e1vel aos dep\u00f3sitos da poupan\u00e7a aplica-se a Taxa Referencial, por expressa determina\u00e7\u00e3o legal. Precedentes da Corte Especial: AGEREsp 725917 / DF, Min. Laurita Vaz, DJ 19.06.2006; DERESP 453600 / DF, Min. Aldir Passarinho Junior, DJ 24.04.2006.\n3. Embargos de diverg\u00eancia a que se nega provimento\n(EREsp 752. 879/DF, Rel. Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI, CORTE ESPECIAL, julgado em 19/12/2006, DJ 12/03/2007, p. 184) (grifamos)\nEm rela\u00e7\u00e3o ao FGTS, h\u00e1 at\u00e9 s\u00famula do STJ sobre a aplica\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. Neste sentido:\n\n\fA Taxa Referencial (TR) \u00e9 o \u00edndice aplic\u00e1vel, a t\u00edtulo de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, aos d\u00e9bitos com o FGTS recolhidos pelo empregador, mas n\u00e3o repassados ao fundo.\n(S\u00famula 459, PRIMEIRA SE\u00c7\u00c3O, julgado em 25/08/2010, DJe 08/09/2010)\nComo dito alhures, aplica\u00e7\u00e3o de \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria se presta para recuperar o poder de compra do valor emprestado. Este poder de compra \u00e9 diretamente influenciado por um processo inflacion\u00e1rio. O pr\u00f3prio STJ reconhece a influ\u00eancia da infla\u00e7\u00e3o como corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, sen\u00e3o vejamos:\n\u201cPREVIDENCI\u00c1RIO E ECON\u00d4MICO\u201d. T\u00cdTULO EXECUTIVO JUDICIAL. DETERMINA\u00c7AO DE CORRE\u00c7AO MONET\u00c1RIA PELO IGP-M. \u00cdNDICES DEDEFLA\u00c7AO. APLICABILIDADE. OFENSA AO PRINC\u00cdPIO DA IRREDUTIBILIDADE DOS VENCIMENTOS. NAO OCORR\u00caNCIA. PRESERVA\u00c7AO DO VALOR NOMINAL DA OBRIGA\u00c7AO. PRECEDENTES.\n1. \"A corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria nada mais \u00e9 do que um mecanismo de manuten\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda, n\u00e3o devendo representar, consequentemente, por si s\u00f3, nem um plus nem um minus em sua subst\u00e2ncia. Corrigir o valor nominal da obriga\u00e7\u00e3o representa, portanto, manter, no tempo, o seu poder de compra original, alterado pelas oscila\u00e7\u00f5es inflacion\u00e1rias positivas e negativas ocorridas no per\u00edodo. Atualizar aobriga\u00e7\u00e3o levando em conta apenas oscila\u00e7\u00f5es positivas importaria distorcer a realidade econ\u00f4mica produzindo um resultado que n\u00e3o representa a simples manuten\u00e7\u00e3o do primitivo poder aquisitivo, mas um indevido acr\u00e9scimo no valor real. Nessa linha, estabelece o Manual de Orienta\u00e7\u00e3o de Procedimento de C\u00e1lculos aprovado pelo Conselho da Justi\u00e7a Federal que, n\u00e3o havendo decis\u00e3o judicial em contr\u00e1rio,\"os \u00edndices negativos de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria (defla\u00e7\u00e3o) ser\u00e3o considerados no c\u00e1lculo de atualiza\u00e7\u00e3o\", com a ressalva de que, se, no c\u00e1lculo final,\"a atualiza\u00e7\u00e3o implicar redu\u00e7\u00e3o do principal, deve prevalecer o valor nominal\"\" (Corte Especial, REsp 1.265.580/RS, Rel. Min. TEORI ALBINO ZAVASCKI, DJe 18/4/12).\n2. No precedente da Corte Especial, mencionado na decis\u00e3o agravada, ficou expressamente consignado que se, na atualiza\u00e7\u00e3o da d\u00edvida, houver redu\u00e7\u00e3o do principal, deve prevalecer o valor nominal, em respeito ao princ\u00edpio da irredutibilidade de vencimentos, previsto nos arts. 7\u00ba, VI e 37, XV, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal.\n3. A compreens\u00e3o no sentido de que n\u00e3o h\u00e1 viola\u00e7\u00e3o ao princ\u00edpio da irredutibilidade dos vencimentos, quando preservado o valor nominal da obriga\u00e7\u00e3o, encontra respaldo na jurisprud\u00eancia do STF e do STJ.\n4. Agravo regimental improvido.\n(AgRg nos EREsp 1252558/RS, Rel. Min. S\u00c9RGIO KUKINA, PRIMEIRA SE\u00c7\u00c3O, julgado em 13/03/2013, DJe 21/03/2013)\"; (grifos nossos)\nN\u00e3o podemos nos esquecer de que a cultura da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria est\u00e1 de tal forma arraigada ao nosso sistema econ\u00f4mico, que o pr\u00f3prio C\u00f3digo Civil de 2002, traz diversos dispositivos garantindo atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria.\n\n\fEste retrospecto da evolu\u00e7\u00e3o legal e jurisprudencial a respeito da aplica\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria se faz necess\u00e1rio para que pud\u00e9ssemos chegar ao n\u00facleo do argumento desta a\u00e7\u00e3o.\nHoje no pa\u00eds, h\u00e1 dois tipos de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. \u00cdndices que refletem a infla\u00e7\u00e3o e, portanto, recuperam o valor de compra do valor aplicado, como IPCA e INPC, e um \u00edndice que n\u00e3o reflete a infla\u00e7\u00e3o, e consequentemente n\u00e3o recupera o poder de compra do valor aplicado \u2013 a Taxa de Referencial/TR.\nHistoricamente, \u00e9 preciso lembrar que a Taxa Referencial nunca foi igual \u00e0 infla\u00e7\u00e3o. Nem quando experimentamos a hiperinfla\u00e7\u00e3o, nem quando experimentamos defla\u00e7\u00e3o. Todavia, os \u00edndices da TR, do INPC e do IPCA sempre andaram pr\u00f3ximos. Em outras palavras, imperava a razoabilidade dos \u00edndices da TR para que pudessem atingir a finalidade de corre\u00e7\u00e3o do valor do capital.\nN\u00e3o obstante, o cen\u00e1rio come\u00e7a a mudar a partir de 1999. A TR se distancia expressivamente do INPC e IPCA, ao ponto de hoje a infla\u00e7\u00e3o hoje superar 6% ao ano e a TR ser igual a zero. Logo, ela n\u00e3o se presta para o fim de manter o poder aquisitivo dos dep\u00f3sitos do FGTS, que s\u00e3o um patrim\u00f4nio do trabalhador.\nO sentimento geral \u00e9 que h\u00e1 muito tempo o FGTS \u00e9 um fundo in\u00edquo por ele n\u00e3o ter recomposi\u00e7\u00e3o inflacion\u00e1ria dos seus recursos. Na verdade, o trabalhador n\u00e3o est\u00e1 financiando programas de habita\u00e7\u00e3o popular, saneamento b\u00e1sico e infraestrutura urbana, ele est\u00e1 subsidiando.\nAo contr\u00e1rio de outros investimentos, o FGTS n\u00e3o \u00e9 um fundo de livre disposi\u00e7\u00e3o por parte do trabalhador, n\u00e3o podendo ele decidir sponte propria quais as\n\n\faplica\u00e7\u00f5es que lhe s\u00e3o mais convenientes ou rent\u00e1veis. O trabalhador tem que se submeter a pol\u00edticas econ\u00f4micas e sociais que lhe s\u00e3o altamente prejudiciais.\nOra, mas a pr\u00f3pria Lei do FGTS diz em seu art. 2\u00ba que \u00e9 garantida a atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e juros. Quando a TR \u00e9 igual a zero este artigo \u00e9 descumprido. Quando a TR \u00e9 m\u00ednima e totalmente desproporcional em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 infla\u00e7\u00e3o, este artigo tamb\u00e9m \u00e9 descumprido e o patrim\u00f4nio do trabalhador \u00e9 subtra\u00eddo por quem tem o dever legal de administra-lo.\nEm um ano de TR zero e infla\u00e7\u00e3o p\u00fablica e not\u00f3ria, estamos diante de uma situa\u00e7\u00e3o de confisco. O Governo Federal, atrav\u00e9s da Caixa Econ\u00f4mica Federal, est\u00e1 confiscando os rendimentos dos trabalhadores, para subsidiar pol\u00edticas p\u00fablicas, sem a menor inger\u00eancia destes trabalhadores.\nAssim como em nosso Estado Democr\u00e1tico de Direito, a Constitui\u00e7\u00e3o veda que se utilize tributo com efeito de confisco, o trabalhador n\u00e3o pode ser punido com confisco do que a pr\u00f3pria Caixa define em seu s\u00edtio eletr\u00f4nico, como um patrim\u00f4nio do trabalhador, e definitivamente o \u00e9.\nQuando se fala em patrim\u00f4nio, imediatamente sobrev\u00e9m li\u00e7\u00e3o da Professora Maria Helena Diniz ao comentar o art. 91 do Novo C\u00f3digo Civil.\nArt. 91. Constitui universalidade de direito o complexo de rela\u00e7\u00f5es jur\u00eddicas, de uma pessoa, dotadas de valor econ\u00f4mico.\nUniversalidade de direito: \u00e9 a constitu\u00edda por bens singulares corp\u00f3reos heterog\u00eaneos e incorp\u00f3reos (complexo de rela\u00e7\u00f5es jur\u00eddicas), a que a norma jur\u00eddica, com o intuito de produzir certos efeitos, d\u00e1 unidade, por serem dotados de valor econ\u00f4mico, como p. Ex., o patrim\u00f4nio (...). O patrim\u00f4nio e a heran\u00e7a s\u00e3o considerados como um conjunto, ou seja, como uma universalidade. Embora se constituam ou n\u00e3o de bens materiais e de cr\u00e9ditos, esses bens se unificam numa express\u00e3o econ\u00f4mica, que \u00e9 o valor. O patrim\u00f4nio \u00e9 complexo de rela\u00e7\u00f5es jur\u00eddicas de uma pessoa apreci\u00e1vel economicamente. Incluem-se no patrim\u00f4nio: a posse, os direitos reais, as obriga\u00e7\u00f5es e as a\u00e7\u00f5es correspondentes a tais direitos. O patrim\u00f4nio abrange direitos deveres redut\u00edveis a dinheiro. (C\u00f3digo Civil Anotado, Ed. Saraiva, p\u00e1g. 100) (grifamos).\nLevando em conta que a rela\u00e7\u00e3o jur\u00eddica entre os trabalhadores e a Caixa Econ\u00f4mica Federal \u00e9 de direito pessoal, o art. 233 do C\u00f3digo Civil se torna inafast\u00e1vel, na medida em que determina que a obriga\u00e7\u00e3o de dar coisa certa abrange os acess\u00f3rios ainda que n\u00e3o mencionados.\nArt. 233 A obriga\u00e7\u00e3o de dar coisa certa abrange os acess\u00f3rios dela embora n\u00e3o mencionados, salvo o contr\u00e1rio resultar do t\u00edtulo ou das circunstancias do caso.\nOra, acess\u00f3rios de dinheiro s\u00e3o juros e a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria.\nE ent\u00e3o voltamos \u00e0 Taxa Referencial.\n\n\fManipula\u00e7\u00e3o da TR pelo Banco Central/CMN\nIndependentemente da discuss\u00e3o sobre sua natureza jur\u00eddica, vamos aqui partir do pressuposto, assentado pela jurisprud\u00eancia, principalmente pelo STJ, que a TR \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria.\nTanto o art. 1\u00ba da Lei 8.177/91 quanto o art. 5\u00ba da Lei 10.192/01 (que convolou a MP 1.053/95) atribu\u00edram ao Banco Central a regulamenta\u00e7\u00e3o da metodologia de c\u00e1lculo da TR, conforme crit\u00e9rio estabelecido na lei e a expedi\u00e7\u00e3o das instru\u00e7\u00f5es necess\u00e1rias ao cumprimento do artigo que criou a TBF.\nArt. 1\u00ba O Banco Central do Brasil divulgar\u00e1 Taxa Referencial (TR), calculada a partir da remunera\u00e7\u00e3o mensal m\u00e9dia l\u00edquida de impostos, dos dep\u00f3sitos a prazo fixo captados nos bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos m\u00faltiplos com carteira comercial ou de investimentos, caixas econ\u00f4micas, ou dos t\u00edtulos p\u00fablicos federais, estaduais e municipais, de acordo com metodologia a ser aprovada pelo Conselho Monet\u00e1rio Nacional, no prazo de sessenta dias, e enviada ao conhecimento do Senado Federal. (Lei n\u00ba 8.177/91)\nArt. 5o Fica institu\u00edda Taxa B\u00e1sica Financeira - TBF, para ser utilizada exclusivamente como base de remunera\u00e7\u00e3o de opera\u00e7\u00f5es realizadas no mercado financeiro, de prazo de dura\u00e7\u00e3o igual ou superior a sessenta dias.\nPar\u00e1grafo \u00fanico. O Conselho Monet\u00e1rio Nacional expedir\u00e1 as instru\u00e7\u00f5es necess\u00e1rias ao cumprimento do disposto neste artigo, podendo, inclusive, ampliar o prazo m\u00ednimo previsto no caput. (Lei n\u00ba 10.192/01)\nNo mister de regulamentar a TR, o Banco Central/CMN vem ao longo dos anos criando e reinventando f\u00f3rmulas para encontr\u00e1-la. Pelo menos desde a Resolu\u00e7\u00e3o 2.075, de 26 de maio de 1994, h\u00e1 formulas para encontrar a TR. Todavia com a institui\u00e7\u00e3o da Taxa B\u00e1sica Financeira, pela Medida Provis\u00f3ria 1.053/95, de 30 de junho de 1995, que a forma de c\u00e1lculo da TR sofre uma expressiva reviravolta.\nDesde a Resolu\u00e7\u00e3o 2.437, de 30 de Outubro de 1997, a TR \u00e9 calculada levando em conta a Taxa B\u00e1sica Financeira e um Redutor.\nA Resolu\u00e7\u00e3o 3.354/06, hoje vigente sobre o assunto, diz o seguinte:\nArt. 1\u00ba Estabelecer que, para fins de c\u00e1lculo da Taxa B\u00e1sica Financeira - TBF e da Taxa Referencial - TR, de que tratam os arts. 1\u00ba da Lei 8.177, de 1\u00ba de mar\u00e7o de 1991, 1\u00ba da Lei 8.660, de 28 de maio de 1993, e 5\u00ba da Lei 10.192, de 14 de fevereiro de 2001, deve ser constitu\u00edda amostra das 30 maiores institui\u00e7\u00f5es financeiras do Pa\u00eds, assim consideradas em fun\u00e7\u00e3o do volume de capta\u00e7\u00e3o efetuado por meio de certificados e recibos de dep\u00f3sito banc\u00e1rio (CDB/RDB), com prazo de 30 a 35 dias corridos, inclusive, e remunerados a taxas prefixadas, entre bancos m\u00faltiplos, bancos comerciais, bancos de investimento e caixas econ\u00f4micas.\nArt. 2\u00ba A TBF e a TR s\u00e3o calculadas a partir da remunera\u00e7\u00e3o mensal m\u00e9dia dos CDB/RDB emitidos a taxas de mercado prefixadas, com prazo de 30 a 35 dias corridos, inclusive, com base em\n\n\finforma\u00e7\u00f5es prestadas pelas institui\u00e7\u00f5es integrantes da amostra de que trata o art. 1\u00ba, na forma a ser determinada pelo Banco Central do Brasil.\nArt. 4\u00ba Para cada dia do m\u00eas - dia de refer\u00eancia -, o Banco Central do Brasil deve calcular a TBF, para o per\u00edodo de um m\u00eas, com in\u00edcio no pr\u00f3prio dia de refer\u00eancia e t\u00e9rmino no dia correspondente ao dia de refer\u00eancia no m\u00eas seguinte, considerada a hip\u00f3tese prevista no \u00a7 2\u00ba, inciso IV.\nArt. 5\u00ba Para cada TBF obtida, segundo a metodologia descrita no art. 4\u00ba, deve ser calculada a correspondente TR, pela aplica\u00e7\u00e3o de um redutor R, de acordo com a seguinte f\u00f3rmula:\nTR = max {0, 100 {[ (1 + TBF/100) / R ] - 1}} (em %).\n\u00a7 1\u00ba o Valor do redutor R deve ser calculado para todos os dias, inclusive n\u00e3o \u00fateis, de acordo com a seguinte f\u00f3rmula:\nR: (a+b. TBF/100), onde:\nTBF = TBF relativa ao dia de refer\u00eancia;\na = 1, 005;\nb = valor determinado de acordo com a tabela abaixo, em fun\u00e7\u00e3o da TBF obtida,\nsegundo a metodologia descrita no art. 4\u00ba, em termos percentuais ao ano:\nTBF (% a. A.) b\nTBF maior que 16 0, 48\nTBF menor ou igual a 16 e maior que 15 0, 44\nTBF menor ou igual a 15 e maior que 14 0, 40\nTBF menor ou igual a 14 e maior que 13 0, 36\nTBF menor ou igual a 13 e maior ou igual a 11 0, 32\n\u00a7 2\u00ba Fica o Banco Central do Brasil autorizado a determinar o valor do par\u00e2metro b no caso de a TBF obtida ser inferior a 11% a. A. (onze por cento ao ano)\nO peculiar nesta determina\u00e7\u00e3o do Banco Central/CMN que de resto se repete desde 1997, \u00e9 que TBF e TR s\u00e3o exatamente iguais em sua g\u00eanese at\u00e9 o momento em que se determina que se aplique um redutor \u00e0 TBF para se chegar \u00e0 TR.\nN\u00e3o h\u00e1 na Lei da TR previs\u00e3o de aplica\u00e7\u00e3o do redutor, assim como tamb\u00e9m n\u00e3o h\u00e1 na Lei que criou a TBF. Todavia causa estranheza que diante de um comando aberto como o do art. 5\u00ba da MP n\u00ba 1.503/95 (Lei n\u00ba. 10. 192/01), o Banco Central/CMN, com amplos poderes para regular o assunto, n\u00e3o tenha institu\u00eddo um redutor, mas o tenha feito ao regulamentar o art. 1\u00ba da Lei n\u00ba. 8.177/91, que n\u00e3o era t\u00e3o flex\u00edvel.\n\n\fO economista C\u00e9sar Roberto Buzin explica o qu\u00ea o Banco Central/CMN est\u00e1 fazendo com a TR, neste trecho do parecer econ\u00f4mico que se junta a esta inicial:\nObjeto de discuss\u00e3o \u00e9 a utiliza\u00e7\u00e3o da TR como\u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, que apesar de n\u00e3o ter sido criada como \u00edndice de indexa\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, vem sendo utilizada para tal finalidade na corre\u00e7\u00e3o dos valores aplicados \u00e0 caderneta de poupan\u00e7a e outras aplica\u00e7\u00f5es como dep\u00f3sitos do FGTS pertencentes aos trabalhadores, por\u00e9m com gest\u00e3o de terceiros.\nA posi\u00e7\u00e3o adotada pelo Superior Tribunal de Justi\u00e7a, em agosto de 2010, a respeito da utiliza\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria foi sacramentada por meio da cria\u00e7\u00e3o da S\u00famula 454, com a seguinte reda\u00e7\u00e3o: \u201cPactuada a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria nos contratos do SFH pelo mesmo \u00edndice aplic\u00e1vel \u00e0 caderneta de poupan\u00e7a, incide a Taxa Referencial (TR) a partir da vig\u00eancia da Lei 8.177/91.\nA TR \u00e9 calculada a partir da Taxa B\u00e1sica Financeira (TRF), uma media de taxa de juros pagas nas aplica\u00e7\u00f5es em certificados de dep\u00f3sitos banc\u00e1rios (CDB) emitidas pelas trinta maiores institui\u00e7\u00f5es financeiras.\nPara calcular o valor da TR, \u00e9 preciso aplicar um redutor sobre a TRF, que depende de dois par\u00e2metros, chamados de a e b. O par\u00e2metro a \u00e9 o fator de 1, 005, equivalente \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o da caderneta antiga, ou seja, 0, 5% ao m\u00eas, ou 6, 27% ao ano de juros remunerat\u00f3rio. Enquanto que o b \u00e9 um decimal menor que 1 arbitrado pelo BACEN e que varia de acordo com a taxa de juros b\u00e1sica da economia, divulgada ap\u00f3s reuni\u00f5es do Comit\u00ea de Pol\u00edtica Monet\u00e1ria do BC (Copom).\nPara calcular o redutor (R) o par\u00e2metro b \u00e9 multiplicado pelo valor da TBF e somado ao par\u00e2metro a, ou seja:\nR = a+b x TBF\nTR= 1+TBF - 1\nR\nA f\u00f3rmula significa que novos dispositivos realizados nas contas de dep\u00f3sito de poupan\u00e7a tenham como remunera\u00e7\u00e3o adicional (TR), (i) 0, 5% a. M enquanto a m\u00e9dia da taxa SELIC, taxa b\u00e1sica de juros, definida pelo BACEN, estiver acima de 8, 5% a. A e (ii) 70% da meta da taxa SELIC, mensalizada, vigente na data do in\u00edcio do per\u00edodo do rendimento.\nNo n\u00edvel atual de taxa de juros decrescente de uma economia estabilizada e num cen\u00e1rio para os pr\u00f3ximos anos, de juros baixos, a TR permanecer\u00e1 por um longo per\u00edodo indeterminado como zero.\nNa esteira do que foi deduzido no parecer um quadro comparativo entre os percentuais da TR, INPC e IPCA, desde 1997, os dep\u00f3sitos nas contas vinculadas do FGTS dos trabalhadores est\u00e3o perdendo poder de compra, notadamente a partir de 1999.\n\n\fExcel\u00eancia, hoje, o trabalhador que tem seu dinheiro aplicado no FGTS, e de l\u00e1 n\u00e3o pode retir\u00e1-lo para outro investimento, est\u00e1 sendo remunerado com 0, 247% de juros ao m\u00eas e mais nada. N\u00e3o h\u00e1 nem corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria nem Taxa Referencial (independentemente de sua natureza jur\u00eddica), em flagrante ofensa ao art. 2\u00ba da Lei n\u00ba.8.036/90, que imp\u00f5e a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos valores depositados pelo empregador.\nAinda que se argumente que a aplica\u00e7\u00e3o do Redutor pelo Banco Central/CMN seja legal, sua redu\u00e7\u00e3o \u00e0 zero em um cen\u00e1rio de infla\u00e7\u00e3o superior a 6% ao ano, configura afronta ao art. 2\u00ba da Lei 8.036/90, que determina a atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, bem como ao art. 233 do C\u00f3digo Civil, quando sonega os acess\u00f3rios da obriga\u00e7\u00e3o de dar.\n\n\fMas \u00e9 necess\u00e1rio ir mais al\u00e9m e revisar o entendimento jurisprudencial sobre a TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, m\u00e1xime a partir da institui\u00e7\u00e3o de um Redutor que tem por efeito zerar o \u00edndice da TR em ambiente de infla\u00e7\u00e3o.\nO quadro comparativo mostra que a TR n\u00e3o se presta como atualizador monet\u00e1rio do FGTS, pelo menos desde janeiro de 1999. Desde o momento em que o Banco Central/CMN estabeleceu um redutor para TR, ela deixou de ser \u00edndice confi\u00e1vel para atualizar monetariamente as contas do FGTS, porque se descola dos \u00edndices de infla\u00e7\u00e3o, sendo reduzido ano a ano. A finalidade da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u00e9 manter o poder de compra do capital, e esta finalidade nem de perto vem sendo alcan\u00e7ado pela TR. A anula\u00e7\u00e3o total da TR \u00e9 s\u00f3 desfecho desta pol\u00edtica predat\u00f3ria para o trabalhador.\nO trabalhador, que luta para formar um patrim\u00f4nio, tem que poder confiar na lei. Esta confian\u00e7a est\u00e1 quebrada.\nH\u00e1 n\u00edtida expropria\u00e7\u00e3o do patrim\u00f4nio do trabalhador, na medida em que se nega a ele a devida atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. Como dito no estudo acostado na inicial.\nA atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u00e9 o elemento mais importante do mercado financeiro, pois sem a medi\u00e7\u00e3o precisa de perda do poder aquisitivo da moeda com o decorrer do tempo, ocorre uma gigantesca destrui\u00e7\u00e3o de valor. O objetivo fundamental da escolha \u00e9 o \u00edndice de atualiza\u00e7\u00e3o nos ativos (neg\u00f3cios, contratos, aplica\u00e7\u00f5es, etc.) \u00e9 de proteger o patrim\u00f4nio, evitando que ele seja corro\u00eddo pela infla\u00e7\u00e3o.\nO Poder Judici\u00e1rio h\u00e1 de se opor a este esbulho, confisco, expropria\u00e7\u00e3o que o trabalhador est\u00e1 sofrendo, desde 1999, com as constantes redu\u00e7\u00f5es da TR em rela\u00e7\u00e3o aos \u00edndices de infla\u00e7\u00e3o, culminando na sua completa nulidade, desde setembro de 2012.\nEm 1991 e 1992, quando o STD julgou a ADIN 493-0/DF, ele deixou bem assentado que a TR n\u00e3o constitu\u00eda \u00edndice que refletia a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda. Esta caracter\u00edstica da TR tem se confirmando ao longo dos anos. A sua aplica\u00e7\u00e3o aos saldos dos dep\u00f3sitos do FGTS \u201cgigantesco subtra\u00e7\u00e3o do valor\u201d do patrim\u00f4nio do trabalhador. H\u00e1 anos, os trabalhadores que t\u00eam dep\u00f3sitos no FGTS n\u00e3o experimentam ganhos reais em sua aplica\u00e7\u00e3o. Ao contr\u00e1rio. H\u00e1 muito tempo, os trabalhadores tem rendimentos inferiores \u00e0 infla\u00e7\u00e3o, mesmo levando em conta a remunera\u00e7\u00e3o dos juros de 3% ao ano.\nO que torna um \u00edndice inid\u00f4neo \u00e9 a intensa inger\u00eancia do Banco Central/CMN na sua formula\u00e7\u00e3o. Como explica o economista C\u00e9sar Buzim:\nA TR deveria servir como refer\u00eancia para os juros vigentes no Brasil, sendo divulgada mensalmente, a fim de evitar que a taxa de juros do m\u00eas corrente refletisse a infla\u00e7\u00e3o do m\u00eas\n\n\fanterior, apesar das suas caracter\u00edsticas, foi usada como \u00edndice econ\u00f4mico de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria (...)\nA mudan\u00e7a no comportamento da TR n\u00e3o se deve somente as oscila\u00e7\u00f5es da economia, mas tamb\u00e9m \u00e1 sistem\u00e1tica apurat\u00f3ria desde \u00edndice.\nInicialmente ficou estabelecido que o BACEN efetuaria o c\u00e1lculo da TR a partir da remunera\u00e7\u00e3o mensal m\u00e9dia dos certificados e recibos de dep\u00f3sito banc\u00e1rio (CDB/RDB), emitindo uma amostra de institui\u00e7\u00f5es financeiras, levando em conta a taxa m\u00e9dia de remunera\u00e7\u00e3o dos CDB/RDB\u2019s e um redutor fixado por resolu\u00e7\u00e3o do CMN.\nComo conseq\u00fc\u00eancia da atua\u00e7\u00e3o do BACEN, a taxa referencial deixou de refletir o \u00edndice inflacion\u00e1rio a partir de 1999.\n(...)\nO preju\u00edzo causado aos trabalhadores devido \u00e0 aplica\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u00e9 tamanho que quando analisado o fator de corre\u00e7\u00e3o acumulado do FGTS visualiza-se que a rentabilidade desse fundo n\u00e3o supera os \u00edndices inflacion\u00e1rios desde 2002, rendendo menos que a infla\u00e7\u00e3o a partir de 2007, apesar da aplica\u00e7\u00e3o de juros de 3% a. A.\nDiante do exposto podemos afirmar que a TR n\u00e3o rep\u00f5e mais as perdas inflacion\u00e1rias, o que afeta consideravelmente os poupadores, bem como os trabalhadores que possuem o FGTS (...)\nCom base nas normas Resolu\u00e7\u00e3o CMN n\u00ba 2.437 de 30.10.98, Resolu\u00e7\u00e3o CMN n\u00ba 2.604, de 23.04.99, Resolu\u00e7\u00e3o CMN 2.809 de 21.12.00, Resolucao CMN n\u00ba 3.3.54, de 31.03.2006, Resolu\u00e7\u00e3o CMN n\u00ba 3.336, de 05.03.2007 e Circular n\u00ba 3.356, de 11/07/2007, estabeleceram no decorrer dos anos a forma de c\u00e1lculo da TR, bem como nas informa\u00e7\u00f5es disponibilizadas pelo BACEN foi constru\u00edda planilha demonstrando a evolu\u00e7\u00e3o do fator de pondera\u00e7\u00e3o b, elemento essencial para o c\u00e1lculo redutor da TR.\nAs primeiras mudan\u00e7as significativas da TR ocorreram atrav\u00e9s das Resolu\u00e7\u00f5es CMN n\u00ba 2.387/97 e n\u00ba 2.437/97 que estabeleceram a f\u00f3rmula de c\u00e1lculo do redutor da TR com duas novas vari\u00e1veis, ambas definidas pelo BACEN, quais sejam: a constante a e o fator de pondera\u00e7\u00e3o b.\nA partir da Resolu\u00e7\u00e3o CMN n\u00ba 2.809/2000, o BACEN passou a determinar o fator b sem crit\u00e9rio t\u00e9cnico conhecido, a partir de certo patamar, conforme visualizado na tabela abaixo:\nO par\u00e2metro b \u00e9 o valor determinado em fun\u00e7\u00e3o da meta estabelecida para a taxa SELIC, em termos percentuais ao ano:\nMS- \u00e9 a Meta para a taxa SELIC em (%a. A)\nMS b\nMS > 16 0, 48\n16 >= MS >15 0, 44\n15 >= MS >14 0, 40\n14 >= MS >13 0, 36\n13 >= MS >12 0, 32\n\n\f12 >= MS >11 0, 28\n11 >= MS >10 0, 24\n10\nAbaixo de 10 fator b determinado pelo BACEN\nEssa discricionariedade do BACEN na valora\u00e7\u00e3o do fator b acolhida pelas circulares e resolu\u00e7\u00f5es posteriores, impactou o c\u00e1lculo do Redutor da TR.\nDe pouco adiantaria ao trabalhador que fosse determinado ao Banco Central/CMN que recalculasse a TR, pois, uma nova f\u00f3rmula estaria igualmente sob a discricionariedade e subjetivismo total do Banco. Basta avaliara a sucess\u00e3o de Resolu\u00e7\u00f5es do Banco Central/CMN sobre o tema, conforme Parecer do referido Economista.\nPartindo da premissa inequ\u00edvoca que a TR n\u00e3o mais rep\u00f5e as perdas monet\u00e1rias dos dep\u00f3sitos do FGTS, outro caminho n\u00e3o existe se n\u00e3o o de adotar um novo \u00edndice que verdadeiramente corrija estes dep\u00f3sitos.\n\u00cdndices que efetivamente produzem corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria\nA Lei de Introdu\u00e7\u00e3o \u00e0s Normas de Direito Brasileiro estabelece em seu art. 5\u00ba que na aplica\u00e7\u00e3o da lei, o juiz atender\u00e1 os fins sociais a que ela se dirige e as exig\u00eancias do bem comum.\nA lei do FGTS tem um fim social indiscut\u00edvel, proteger o trabalhador e constituir um patrim\u00f4nio que lhe sirva de arrimo em v\u00e1rias situa\u00e7\u00f5es da vida.\nDiante de tudo que foi demonstrado, a juiz atender\u00e1 os fins sociais da Lei do FGTS ao reconhecer que corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, reposi\u00e7\u00e3o dos \u00edndices inflacion\u00e1rios de forma a garantir o poder de compra daquele dinheiro ali depositado no Fundo, \u00e9 efetivamente devida pela Caixa Econ\u00f4mica Federal.\nSe a TR n\u00e3o pode ser considerada como um \u00edndice id\u00f4neo, sobrev\u00e9m a necessidade de substitu\u00ed-la por um \u00edndice que realmente reponha as perdas monet\u00e1rias. E ent\u00e3o, nada obsta que o juiz considere \u00edndice previsto em outra legisla\u00e7\u00e3o.\nAt\u00e9 por quest\u00e3o de equidade, o melhor \u00edndice para substituir a TR \u00e9 o \u00edndice que corrige monetariamente o sal\u00e1rio dos trabalhadores e os benef\u00edcios previdenci\u00e1rios. Este \u00edndice est\u00e1 previsto na Lei 12.382, de 25 de Fevereiro de 2011, cujos primeiros artigos trazem a seguinte dic\u00e7\u00e3o.\nArt. 1o O sal\u00e1rio m\u00ednimo passa a corresponder ao valor de R$ 545, 00 (quinhentos e quarenta e cinco reais).\n\n\fPar\u00e1grafo \u00fanico. Em virtude do disposto no caput, o valor di\u00e1rio do sal\u00e1rio m\u00ednimo corresponder\u00e1 a R$ 18, 17 (dezoito reais e dezessete centavos) e o valor hor\u00e1rio, a R$ 2, 48 (dois reais e quarenta e oito centavos).\nArt. 2o Ficam estabelecidas as diretrizes para a pol\u00edtica de valoriza\u00e7\u00e3o do sal\u00e1rio m\u00ednimo a vigorar entre 2012 e 2015, inclusive, a serem aplicadas em 1o de janeiro do respectivo ano.\n\u00a7 1o Os reajustes para a preserva\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo do sal\u00e1rio m\u00ednimo corresponder\u00e3o \u00e0 varia\u00e7\u00e3o do \u00cdndice Nacional de Pre\u00e7os ao Consumidor - INPC, calculado e divulgado pela Funda\u00e7\u00e3o Instituto Brasileiro de Geografia e Estat\u00edstica - IBGE, acumulada nos doze meses anteriores ao m\u00eas do reajuste.\n\u00a7 2o Na hip\u00f3tese de n\u00e3o divulga\u00e7\u00e3o do INPC referente a um ou mais meses compreendidos no per\u00edodo do c\u00e1lculo at\u00e9 o \u00faltimo dia \u00fatil imediatamente anterior \u00e0 vig\u00eancia do reajuste, o Poder Executivo estimar\u00e1 os \u00edndices dos meses n\u00e3o dispon\u00edveis.\n\u00a7 3o Verificada a hip\u00f3tese de que trata o \u00a7 2o, os \u00edndices estimados permanecer\u00e3o v\u00e1lidos para os fins desta Lei, sem qualquer revis\u00e3o, sendo os eventuais res\u00edduos compensados no reajuste subsequente, sem retroatividade. \u00a7 4o A t\u00edtulo de aumento real, ser\u00e3o aplicados os seguintes percentuais: I - em 2012 ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do Produto Interno Bruto - PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2010;\nII - em 2013, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2011;\nIII - em 2014, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2012; e\nIV - em 2015, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2013.\n\u00a7 5o Para fins do disposto no \u00a7 4o, ser\u00e1 utilizada a taxa de crescimento real do PIB para o ano de refer\u00eancia, divulgada pelo IBGE at\u00e9 o \u00faltimo dia \u00fatil do ano imediatamente anterior ao de aplica\u00e7\u00e3o do respectivo aumento real.\nN\u00e3o h\u00e1 porque ter dois pesos e duas medidas. Se o sal\u00e1rio m\u00ednimo \u00e9 corrigido monetariamente pelo INPC, o dep\u00f3sito do FGTS que, em \u00faltima an\u00e1lise, \u00e9 um sal\u00e1rio indireto do trabalhador, tamb\u00e9m h\u00e1 de s\u00ea-lo.\nE observe que o objetivo da Lei em corrigir o sal\u00e1rio m\u00ednimo pelo INPC decorre exclusivamente da necessidade de preservar seu poder aquisitivo. A necessidade de preservar o poder aquisitivo \u00e9 uma constante em todas as transa\u00e7\u00f5es financeiras, e ela s\u00f3 se aperfei\u00e7oa quando rep\u00f5e efetivamente perdas inflacion\u00e1rias.\nOutro \u00edndice que se mostra aplic\u00e1vel, na hip\u00f3tese deste douto ju\u00edzo entender que n\u00e3o aplicaria o INPC, \u00e9 o IPCA, \u00edndice oficial do Governo Federal para medi\u00e7\u00e3o das metas inflacion\u00e1rias, contratadas com o FMI, a partir de julho de 1999.\n\n\fAmbos os \u00edndices s\u00e3o infinitamente mais adequados a preservar o poder aquisitivo dos dep\u00f3sitos do FGTS do que a aniquilada TR.\nO outro lado da moeda\nAinda \u00e9 necess\u00e1rio aprofundarmos um pouco mais nas consequ\u00eancias que esta subtra\u00e7\u00e3o de recursos do patrim\u00f4nio do trabalhador traz a todos, individual e coletivamente.\n\u00c9 de conhecimento geral que o Sistema Financeiro de Habita\u00e7\u00e3o disp\u00f5e dos recursos do FGTS para financiar o maior sonho de todo brasileiro \u2013 a casa pr\u00f3pria. Tamb\u00e9m \u00e9 de conhecimento geral que a Caixa Econ\u00f4mica Federal \u00e9 o Banco que mais se utiliza destes recursos do SFH para financiar, emprestar dinheiro para os brasileiros comprarem a casa pr\u00f3pria.\nEmbora em princ\u00edpio, n\u00e3o haja correla\u00e7\u00e3o entre o trabalhador que tem dep\u00f3sito no FGTS que s\u00e3o emprestados para financiar a casa pr\u00f3pria, e aqueles que se valem do empr\u00e9stimo do SFH para adquirir sua casa pr\u00f3pria, em algum momento, trabalhador e mutu\u00e1rio s\u00e3o a mesma pessoa.\nE neste conceito de mutu\u00e1rio e trabalhador serem a mesma pessoa \u00e9 que se evidencia a maior sordidez da hist\u00f3ria deste Pa\u00eds.\nJ\u00e1 seria reprov\u00e1vel o fato de a Caixa Econ\u00f4mica Federal pegar dinheiro a juros baixos e sem nenhuma corre\u00e7\u00e3o e empresta-lo a juros muito mais altos, mesmo sem corre\u00e7\u00e3o (uma vez que a TR tamb\u00e9m corrige as presta\u00e7\u00f5es do SFH), sendo assim a institui\u00e7\u00e3o banc\u00e1ria leva imensa vantagem nesta negocia\u00e7\u00e3o.\nMas a situa\u00e7\u00e3o piora consideravelmente quando, a Caixa pega dinheiro a juros baixos, sem nenhuma corre\u00e7\u00e3o para o trabalhador, e empresta para ele mesmo.\nSuponhamos que um trabalhador queira adquirir uma casa pr\u00f3pria utilizando os recursos do seu FGTS. Ele encontra o im\u00f3vel, mas verifica que seus recursos n\u00e3o s\u00e3o suficientes para adquiri-lo. Ent\u00e3o se dirige a um Banco para financiar a diferen\u00e7a, comprometendo sua renda por muitos anos.\nA maioria dos trabalhadores brasileiros, quando quer adquirir seu im\u00f3vel, dirigi-se \u00e0 Caixa Econ\u00f4mica Federal.\nTodavia, se o dep\u00f3sito do FGTS tivesse sido devidamente corrigido, se ele mantivesse seu poder de compra, ou o empr\u00e9stimo seria menor ou sequer haveria necessidade de o trabalhador comprometer sua renda e anos de trabalho para adquirir aquilo que \u00e9 o nosso sonho mais prim\u00e1rio, nossa necessidade mais real como indiv\u00edduo e como povo brasileiro.\n\n\fA Caixa Econ\u00f4mica Federal est\u00e1 emprestando para o trabalhador aquilo que ela deixou de pagar a ele a t\u00edtulo de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria na sua conta de FGTS.\nO trabalhador n\u00e3o merece isso!\nA Caixa Econ\u00f4mica Federal vale-se da fragilidade humana para colocar-se como realizadora de sonhos, ao mesmo tempo em que, ano ap\u00f3s ano, aufere lucros exorbitantes \u00e0 custa do trabalhador.\nVI \u2013 CONCLUS\u00d5ES\nA Taxa Referencial, enquanto \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria assim considerada pela atual jurisprud\u00eancia p\u00e1tria, n\u00e3o pode ser reduzida a Zero, como tem sido nos \u00faltimos meses, pois afronta flagrantemente o art. 2\u00ba da Lei. 8.036/90, que garante a atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria aos dep\u00f3sitos feitos no FGTS.\nComo \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, a TR deveria garantir o poder aquisitivo dos dep\u00f3sitos do FGTS, que perfaz levando em conta os \u00edndices de infla\u00e7\u00e3o. Desde janeiro de 1999, a TR se distanciou sensivelmente dos \u00edndices oficiais de infla\u00e7\u00e3o, impingindo profundas perdas aos dep\u00f3sitos do FGTS, tornando-se inid\u00f4nea para garantir a reposi\u00e7\u00e3o das perdas monet\u00e1rias.\nA inidoneidade da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria decorre de mudan\u00e7as introduzidas na sua metodologia de c\u00e1lculo pelo Banco Central do Brasil/CMN que, atrav\u00e9s do mecanismo econ\u00f4mico de um redutor, vem nitidamente manipulando o \u00edndice que ele se desprenda da infla\u00e7\u00e3o at\u00e9 anula-la completamente, a despeito de um quadro de infla\u00e7\u00e3o persistente no Pa\u00eds.\nA Caixa Econ\u00f4mica Federal est\u00e1 se prestando ao papel de espoliador do FGTS, na medida em que disp\u00f5e do patrim\u00f4nio do trabalhador sem a devida contrapresta\u00e7\u00e3o. A corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria aplicada ao FGTS tem sido h\u00e1 muito tempo menor que a infla\u00e7\u00e3o registrada, de forma que descumpre n\u00e3o s\u00f3 o art. 2\u00ba da Lei. 8.036/90, art. 233 do C\u00f3digo Civil, mas tamb\u00e9m toda l\u00f3gica e princ\u00edpios do mercado econ\u00f4mico.\nQuem empresta tem direito a ser remunerado com juros e a totalidade da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. O trabalhador n\u00e3o pode ser obrigado a subsidiar ainda mais os projetos do Governo Federal. O \u2018ainda mais\u201d decorre do fato de os juros de 3% do FGTS serem menores do mercado, o que por si s\u00f3, demonstra que ele j\u00e1 est\u00e1 fazendo sua parte sob a perspectiva social.\n\n\fNegar o direito de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria aos dep\u00f3sitos do FGTS do qual o trabalhador n\u00e3o pode simplesmente sacar seu dinheiro para aplicar em outro fundo mais rent\u00e1vel, configura ato de tirania, incompat\u00edvel com um Estado Democr\u00e1tico de Direito e deve ser de pronto recha\u00e7ado.\nSe o Governo Brasileiro remunerasse os investidores internacionais com TR 3% a. A como faz os trabalhadores, haveria uma fuga em massa nos investimentos no Pa\u00eds, e certamente estar\u00edamos experimentando um tsunami econ\u00f4mico e n\u00e3o uma simples \u201cmarolinha\u201d.\nSendo a TR inid\u00f4nea para restabelecer o poder aquisitivo dos dep\u00f3sitos do FGTS, sua substitui\u00e7\u00e3o por outro \u00edndice que melhor recomponha as perdas monet\u00e1rias e torna imperioso, a fim de fazer prevalecer o art. 2\u00ba da Lei. 8.036/90 e art. 233 do C\u00f3digo Civil.\nPosto que desde janeiro de 1999 o redutor criado pelo Banco Central/CMN promoveu o completo distanciamento da TR dos \u00edndices oficiais de infla\u00e7\u00e3o, temos que desde ent\u00e3o ela perdeu sua condi\u00e7\u00e3o de repor as perdas inflacion\u00e1rias dos dep\u00f3sitos do FGTS, devendo desde esta data ser substitu\u00edda pelo INPC, alternativamente, pelo IPCA.\nVII \u2013 DO PEDIDO\nAnte o exposto, a Autora requer:\n1) Em an\u00e1lise de m\u00e9rito, determine \u00e0 Caixa Econ\u00f4mica Federal que, cumulativamente:\n1.1) Venha a pagar a parte Autora o montante correspondente ao valor corrigido pelo \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria deferido (INPC/IPCA/outro definido pelo Douto Ju\u00edzo) nos meses em que a TR foi zero, nas parcelas vencidas (conforme c\u00e1lculos anexos, que contemplam a revis\u00e3o pelos dois \u00edndices supracitados) e vincendas;\n1.2) Pagar a parte Autora o montante correspondente ao valor corrigido pelo \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria deferido (INPC/IPCA/outro definido pelo Douto Ju\u00edzo), desde Janeiro de 1999, nos meses em que a TR n\u00e3o foi zero, mas foi menor que a infla\u00e7\u00e3o do per\u00edodo (tudo conforme c\u00e1lculos em anexo) ou, alternativamente, pagar a favor da parte autora o montante correspondente \u00e0s diferen\u00e7as de FGTS em raz\u00e3o da aplica\u00e7\u00e3o do \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o definido, correspondentes \u00e0s perdas inflacion\u00e1rias do trabalhador nas contas do FGTS, no entender deste Ju\u00edzo, desde Janeiro de 1999, inclusive nos meses em que a TR foi zero.\n2) A declara\u00e7\u00e3o de inconstitucionalidade superveniente da parte do artigo 13 da Lei n\u00b0 8036/90, a qual determina a utiliza\u00e7\u00e3o da Taxa Referencial como indexador de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria para os dep\u00f3sitos realizados na conta vinculada ao FGTS.\n\n\f3) Que se ordene a cita\u00e7\u00e3o da Requerida, para querendo contestar a presente a\u00e7\u00e3o, sob pena de revelia e efeitos da confiss\u00e3o;\n4) A concess\u00e3o de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e juros legais sobre os valores devidos pela condena\u00e7\u00e3o de que tratam os itens acima;\n5) A condena\u00e7\u00e3o da R\u00e9 ao pagamento das custas e honor\u00e1rios advocat\u00edcios na ordem de 20% sobre o valor da condena\u00e7\u00e3o;\n6) A concess\u00e3o dos benef\u00edcios da justi\u00e7a gratuita a parte autora, uma vez que pobre no sentido jur\u00eddico do termo, conforme declara\u00e7\u00e3o de hipossufici\u00eancia anexa.\nProtesta provar o alegado por todos os meios de prova admitidos em direito, principalmente prova documental. Adicionalmente, pede a declara\u00e7\u00e3o expressa de prequestionamento de todos os dispositivos direta e indiretamente mencionados nesta exordial, de maneira a possibilitar o protocolo de posteriores recursos.\nD\u00e1-se a causa o valor de R$ 9.775,53 (nove mil, setecentos e setenta e cinco reais e cinquenta e tr\u00eas centavos).\nTermos em que, Pede deferimento.\nUmuarama \u2013 PR, 18 de abril de 2023.\nJuliana Gasparotto de Souza da Costa OAB/PR 49.392\nGiselle Aparecida Matsunaga OAB/PR 48.299\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 2 (C\u00edvel) - IdDocumentoCompleto: 5002507-13.2014.4.04.7014-701406133432506620060000000007", "text": "EXCELENT\u00cdSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA 1\u00aa VARA FEDERAL DE UNI\u00c3O DA VIT\u00d3RIA \u2013 SE\u00c7\u00c3O JUDICI\u00c1RIA DO PARAN\u00c1\nPor seu procurador bastante, \"ut\" instrumento procurat\u00f3rio anexo a estes autos, Advogado inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil, Se\u00e7\u00e3o do Paran\u00e1 sob n\u00ba 35.343, com escrit\u00f3rio profissional sito \u00e0 Rua Bar\u00e3o do Rio Branco n\u00ba 26 andar, em Uni\u00e3o da Vit\u00f3ria-PR.\nJUDITE BASE LOPES, Brasileira, casada, portadora da c\u00e9dula de identidade n\u00ba, 73797080, inscrito no CPF/MF sob o n\u00ba. 988.675.209-20, residente e domiciliado na Rua Wilson Alves, Bairro S\u00e3o Crist\u00f3v\u00e3o, na cidade de Uni\u00e3o da Vit\u00f3ria - Estado do Paran\u00e1, vem, respeitosamente perante V. Excel\u00eancia, com o devido respeito e m\u00e1ximo acatamento, propor a presente\nA\u00c7\u00c3O ORDIN\u00c1RIA DE CORRE\u00c7\u00c3O DOS SALDOS DO FGTS em face da CAIXA ECONOMICA FEDERAL, pessoa jur\u00eddica de direito p\u00fablico,\ninscrita no CNPJ/MF com o n.\u00ba 00.360.305/0001-04, com matriz situada em Bras\u00edlia/DF, SBS QUADRA 4 BLOCO A LOTE, n.\u00ba 3/4, PRESI/GECOL 21 ANDAR, com filial situada na cidade de Uni\u00e3o da Vit\u00f3ria /PR, na Rua D. Pedro II, 410, Centro, local em que deve\n\n\fser citada na pessoa de seu representante legal ou quem de direito, pelos seguintes fatos e fundamentos jur\u00eddicos:\nDOS FATOS\nO processo em tela trata de quest\u00e3o de extrema import\u00e2ncia para milh\u00f5es de trabalhadores brasileiros e diz respeito ao Fundo de Garantia por Tempo de Servi\u00e7o.\nO Fundo de Garantia por Tempo de Servi\u00e7o foi criado na d\u00e9cada de 1960 para proteger o trabalhador, como suced\u00e2neo da antiga estabilidade decenal. \u00c9 constitu\u00eddo por valores depositados pelas empresas em nome de seus empregados e possibilita que o trabalhador forme um patrim\u00f4nio.\nNesse sentido, verifica-se no s\u00edtio eletr\u00f4nico da Caixa Econ\u00f4mica Federal que o FGTS hoje financia programas de habita\u00e7\u00e3o popular, saneamento b\u00e1sico e infraestrutura urbana.\nAssim, o FGTS \u00e9 regido pelas disposi\u00e7\u00f5es da Lei n\u00ba 8.036, de 11 de maio de 1990, por normas e diretrizes estabelecidas pelo seu Conselho Curador e gerido pela Caixa Econ\u00f4mica Federal.\nDos artigos 2\u00ba e 13 da Lei n\u00ba 8.036/90 extra\u00edmos que h\u00e1 uma obrigatoriedade de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e de remunera\u00e7\u00e3o por meio de juros dos dep\u00f3sitos efetuados nas contas vinculadas do FGTS, sen\u00e3o vejamos:\nArt. 2\u00ba O FGTS \u00e9 constitu\u00eddo pelos saldos das contas vinculadas a que se refere esta lei e outros recursos a ele incorporados, devendo ser aplicados com atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e juros, de modo a assegurar a cobertura de suas obriga\u00e7\u00f5es.\n\n\fArt. 13. Os dep\u00f3sitos efetuados nas contas vinculadas ser\u00e3o corrigidos monetariamente com base nos par\u00e2metros fixados para atualiza\u00e7\u00e3o dos saldos dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a e capitaliza\u00e7\u00e3o juros de (tr\u00eas) por cento ao ano.\nRessalte-se que o par\u00e2metro fixado para a atualiza\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos dos saldos de poupan\u00e7a e consequentemente dos dep\u00f3sito do FGTS \u00e9 a Taxa Referencial \u2013 TR, conforme prescrevem os artigos 12 e 17 da Lei n\u00ba 8.177, de 1\u00ba de mar\u00e7o de 1991, com reda\u00e7\u00e3o da lei n\u00ba 12.703, de 7 de agosto de 2012, cuja dic\u00e7\u00e3o \u00e9 a seguinte:\nArt. 12. Em cada per\u00edodo de rendimento, os dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a ser\u00e3o remunerados:I - como remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica, por taxa correspondente \u00e0 acumula\u00e7\u00e3o das TRD, no per\u00edodo transcorrido entre o dia do \u00faltimo cr\u00e9dito de rendimento, inclusive, e o dia do cr\u00e9dito de rendimento, exclusive;II - como remunera\u00e7\u00e3o adicional, por juros de: (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n \u00ba 12.703, de 2012)a) 0,5% (cinco d\u00e9cimos por cento) ao m\u00eas, enquanto a meta da taxa Selic ao ano, definida pelo Banco Central do Brasil, for superior a 8,5% (oito inteiros e cinco d\u00e9cimos por cento); ou (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n \u00ba 12.703, de 2012)b) 70% (setenta por cento) da meta da taxa Selic ao ano, definida pelo Banco Central do Brasil, mensalizada, vigente na data de in\u00edcio do per\u00edodo de rendimento, nos demais casos. (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n \u00ba 12.703, de 2012)(...)\nArt. 17. A partir de fevereiro de 1991, os saldos das contas do Fundo de Garantia por Tempo de Servi\u00e7o (FGTS) passam a ser remunerados pela taxa aplic\u00e1vel \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a com data de anivers\u00e1rio no dia 1\u00b0, observada a periodicidade me nsal para remunera\u00e7\u00e3o. Par\u00e1grafo \u00fanico. As taxas de juros previstas na legisla\u00e7\u00e3o em vigor do FGTS s\u00e3o mantidas e consideradas como adicionais \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o prevista neste artigo. Retrata a Lei n\u00ba 8.177/91 a forma como a TR ser\u00e1 calculada: Art. 1\u00b0 O Banco Central do Brasil divulgar\u00e1 Taxa Re ferencial (TR), calculada a partir da remunera\u00e7\u00e3o mensal m\u00e9dia l\u00edquida de impostos, dos dep\u00f3sitos a prazo fixo captados nos bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos m\u00faltiplos com carteira comercial ou de investimentos, caixas econ\u00f4micas, ou dos t\u00edtulos p\u00fablicos federais, estaduais e municipais, de acordo com metodologia a ser aprovada pelo Conselho Monet\u00e1rio Nacional, no prazo de sessenta dias, e enviada ao conhecimento do Senado Federal.\u00a7 1\u00b0 A TR ser\u00e1 mensalmente divulgada pelo Banco Central do Brasil, no m\u00e1ximo at\u00e9 o oitavo dia \u00fatil do m\u00eas\n\n\fde refer\u00eancia. (Revogado pela Lei n\u00ba 8.660, de 1993)\u00a7 2\u00b0 As institui\u00e7\u00f5es que venham a ser utilizadas como bancos de refer\u00eancia, dentre elas, necessariamente, as dez maiores do Pa\u00eds, classificadas pelo volume de dep\u00f3sitos a prazo fixo, est\u00e3o obrigadas a fornecer as informa\u00e7\u00f5es de que trata este artigo, segundo normas estabelecidas pelo Conselho Monet\u00e1rio Nacional, sujeitando-se a institui\u00e7\u00e3o e seus administradores, no caso de infra\u00e7\u00e3o \u00e0s referidas normas, \u00e0s penas estabelecidas no art. 44 da Lei n\u00b0 4.595, de 31 de dezembro de 1964.\u00a7 3\u00b0 Enquanto n\u00e3o aprovada a metod ologia de c\u00e1lculo de que trata este artigo, o Banco Central do Brasil fixar\u00e1 a TR.\nLogo, a metodologia de c\u00e1lculo foi h\u00e1 muito tempo definida pela Banco Central-Conselho Monet\u00e1rio Nacional (CMN), e hoje est\u00e1 vigente sob a forma da Resolu\u00e7\u00e3o n\u00ba 3.354, de 31 de mar\u00e7o de 2006.\nOcorre que, h\u00e1 muito tempo, a TR n\u00e3o reflete mais a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, tendo se distanciado completamente dos \u00edndices oficiais de infla\u00e7\u00e3o.\nNos meses de setembro, outubro e novembro de 2009, janeiro e fevereiro de 2010, fevereiro e junho de 2012 e de setembro de 2012 em diante, a TR tem sido completamente anulada, como se n\u00e3o existisse qualquer infla\u00e7\u00e3o no per\u00edodo pass\u00edvel de corre\u00e7\u00e3o.\nPRELIMINARMENTE LEGITIMIDADE PASSIVA DA CAIXA ECONOMICA FEDERAL\nTendo-se em vista que o processo em tela versa sobre corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos dep\u00f3sitos de FGTS, sobressai irrefut\u00e1vel a legitimidade passiva e exclusiva da R\u00e9 Caixa Econ\u00f4mica Federal, conforme precedentes do STJ, sen\u00e3o vejamos:\nA\u00c7\u00c3O RESCIS\u00d3RIA. ADMINISTRATIVO. FGTS. CORRE\u00c7\u00c3O DOS SALDOS DAS CONTAS VINCULADAS. DIFEREN\u00c7AS DE EXPURGOS INFLACION\u00c1RIOS. TEMA J\u00c1 PACIFICADO NO STJ. PROCED\u00caNCIA DA A\u00c7\u00c3O.1. A mat\u00e9ria referente \u00e0 corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria das contas vinculadas ao\n\n\fFGTS, em raz\u00e3o das diferen\u00e7as de expurgos inflacion\u00e1rios, foi decidida pela Primeira Se\u00e7\u00e3o deste Superior Tribunal, no REsp n.1.111.201 - PE e no REsp n. 1.112.520 - PE, de relatoria do Exmo.Min. Benedito Gon\u00e7alves, ambos submetidos ao regime do art. 543-C do CPC e da Resolu\u00e7\u00e3o n. 8/08 do STJ, que tratam dos recursos representativos da controv\u00e9rsia, publicados no DJe de 4.3.2010.(...)3. Quanto \u00e0s demais preliminares alegadas, devidamente prequestionadas, esta Corte tem o entendimento no sentido de que, nas demandas que tratam da atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos saldos das contas vinculadas do FGTS, a legitimidade passiva ad causam \u00e9 exclusiva da Caixa Econ\u00f4mica Federal, por ser gestora do Fundo, coma exclus\u00e3o da Uni\u00e3o e dos bancos deposit\u00e1rios (S\u00famula 249/STJ).(...)(AR 1.962/SC, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, PRIMEIRA SE\u00c7\u00c3O, julgado em 08/02/2012, DJe 27/02/2012)\nS\u00famula 249/STJ \u2013 A Caixa Econ\u00f4mica Federal tem legitimidade passiva para integrar processo em que se discute corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria do FGTS.\nAssim, a presente a\u00e7\u00e3o foi proposta exclusivamente contra a Caixa Econ\u00f4mica Federal, conforme pacificamente definido pela jurisprud\u00eancia nacional.\n\nPRELIMINARMENTE\n\nDA PRESCRI\u00c7\u00c3O\n\nNo que tange ao prazo prescricional, j\u00e1 est\u00e1 amplamente assentado na doutrina e jurisprud\u00eancia, que em rela\u00e7\u00e3o ao pleito de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria do FGTS, a prescri\u00e7\u00e3o \u00e9 trinten\u00e1ria.\nNeste sentido, decis\u00e3o do STJ:\nRECURSO ESPECIAL. TRIBUT\u00c1RIO. FGTS. CORRE\u00c7\u00c3O DOS SALDOS DAS CONTAS VINCULADAS. DIFEREN\u00c7AS DE EXPURGOS INFLACION\u00c1RIOS. TEMA J\u00c1 JULGADO PELO\n\n\fREGIME DO ART. 543-C DO CPC E DA RESOLU\u00c7\u00c3O N. 8/08 DO STJ, QUE TRATAM DOS RECURSOS REPRESENTATIVOS DE CONTROV\u00c9RSIA.(...)3. No REsp n. 1.112.520 - PE, por seu turno, firmou-se o seguinte entendimento: 4. Outrossim, n\u00e3o deve prevalecer a interpreta\u00e7\u00e3o da recorrente quanto \u00e0 ocorr\u00eancia de prescri\u00e7\u00e3o quinquenal, pois este Tribunal j\u00e1 decidiu que \u00e9 trinten\u00e1ria a prescri\u00e7\u00e3o para cobran\u00e7a de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria de contas vinculadas ao FGTS, nos termos das S\u00famula 210/STJ: \"A a\u00e7\u00e3o de cobran\u00e7a das contribui\u00e7\u00f5es para o FGTS prescreve em (30) trinta anos\". (...)(REsp 1150446 RJ 2009/0143136-0, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, Julgamento: 10/08/2010, \u00d3rg\u00e3o Julgador: T2 - SEGUNDA TURMA, Publica\u00e7\u00e3o: DJe 10/09/2010) Assim, a a\u00e7\u00e3o ora proposta n\u00e3o est\u00e1 alcan\u00e7ada pela prescri\u00e7\u00e3o trinten\u00e1ria, conforme se demonstrar\u00e1 adiante.\nDOS FUNDAMENTOS JUR\u00cdDICOS\n- ANALISE DA CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA E DO FGTS\nA corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria existe entre n\u00f3s desde a d\u00e9cada de 1960. O principal te\u00f3rico da Corre\u00e7\u00e3o Monet\u00e1ria, o Advogado Tributarista Bulh\u00f5es Pedreira explica o seguinte:\n\u201dPor analogia com as unidades de medidas f\u00edsicas podemos dizer que o n\u00edvel geral de pre\u00e7os \u00e9 o padr\u00e3o prim\u00e1rio do valor financeiro, enquanto que a unidade monet\u00e1ria serve como padr\u00e3o secund\u00e1rio \u2013 usado, na pr\u00e1tica, para exprimir o valor financeiro, mas que deve ser aferido pelo padr\u00e3o prim\u00e1rio porque sujeito a modifica\u00e7\u00f5es.\u201d (BULH\u00d5ES PEDREIRA, Jos\u00e9 Luiz, \u201cCorre\u00e7\u00e3o Monet\u00e1ria; Indexa\u00e7\u00e3o Cambial. Obriga\u00e7\u00e3o Pecuni\u00e1ria\u201d, in \u201cRevista de Direito Administrativo\u201d, c. 193 p, 353 a 372 Jul/Set 1993).\n\n\fAinda, o autor Let\u00e1cio Jansen diz que Bulh\u00f5es Pedreira teria conseguido institucionalizar e colocar em pr\u00e1tica a sua doutrina principalmente atrav\u00e9s da Lei n\u00ba 4.357, de 1964, que criou o primeiro indexador da Economia Brasileira \u2013 a ORTN (obriga\u00e7\u00e3o reajust\u00e1vel do tesouro nacional), uma obriga\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria cuja fun\u00e7\u00e3o era fazer variar, periodicamente, a moeda nacional segundo a perda de seus respectivos poderes aquisitivos.\nDesde esta data, uma pl\u00eaiade de \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria foi se sucedendo, at\u00e9 a entrada em vigor da Medida Provis\u00f3ria n\u00ba 294, de 31 de janeiro de 1991, que se transformou na Lei n\u00ba 8.177, de 1\u00ba de mar\u00e7o de 1991. Nesta oportunidade o Governo Collor pretendeu substituir a s\u00e9rie de indexadores tradicionais da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria brasileira (ORTN, OTN e BTN) que eram vinculados \u00e0 varia\u00e7\u00e3o dos n\u00edveis gerais de pre\u00e7os, pela Taxa Referencial, que tinha natureza financeira.\nAinda hoje permanece a perplexidade em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 natureza jur\u00eddica da TR, at\u00e9 por conta da pr\u00f3pria inconsist\u00eancia da lei que a criou, que ora a trata como taxa de juros (artigo 39) ora como indexador (artigo 18).\nTaxas de juros objetivam promover a remunera\u00e7\u00e3o do capital. S\u00e3o calculadas por quem disponibiliza o capital em benef\u00edcio de outra pessoa, f\u00edsica ou jur\u00eddica, para que empregue para satisfa\u00e7\u00e3o de determinada necessidade, na expectativa de lucro. Os indexadores, por outro lado, podem ser entendidos como \u00edndices calculados a partir da varia\u00e7\u00e3o de pre\u00e7os de mercado em determinado per\u00edodo. O seu objetivo est\u00e1 na corre\u00e7\u00e3o dos efeitos inflacion\u00e1rios, quando se compara valores monet\u00e1rios em diferentes \u00e9pocas.\nPois bem. Quando o STF enfrentou o tema da natureza da TR, disse atrav\u00e9s do voto vencedor da ADI 493-0/DF que: A Taxa Referencial (TR) n\u00e3o \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, pois, refletindo as varia\u00e7\u00f5es do custo prim\u00e1rio da capta\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos a prazo fixo, n\u00e3o constitui \u00edndice que reflita a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda.\n\n\fN\u00e3o obstante, os Ministros vencidos Celso de Mello, Marco Aur\u00e9lio e Ilmar Galv\u00e3o entenderam que a estrutura de c\u00e1lculo da taxa referencial n\u00e3o era suficiente para impedir sua utiliza\u00e7\u00e3o como par\u00e2metro de indexa\u00e7\u00e3o da economia. Mesmo assim, naquela oportunidade, o STF entendeu que a TR possu\u00eda natureza de taxa de juros e declarou inconstitucional o artigo 18 da Lei n\u00ba 8.177/91, cujo texto original estabelecia que os saldos devedores e as presta\u00e7\u00f5es dos contratos integrantes do SFH, passariam a ser atualizados pela taxa aplic\u00e1vel \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica dos Dep\u00f3sitos de Poupan\u00e7a. Vale a pena transcrever a ementa deste julgado:\nA\u00e7\u00e3o direta de inconstitucionalidade.- Se a lei alcan\u00e7ar os efeitos futuros de contratos celebrados anteriormente a ela, ser\u00e1 essa lei retroativa retroatividade m\u00ednima) porque vai interferir na causa, que e um ato ou fato ocorrido no passado.- O disposto no artigo 5, XXXVI, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal se aplica a toda e qualquer lei infraconstitucional, sem qualquer distin\u00e7\u00e3o entre lei de direito p\u00fablico e lei de direito privado, ou entre lei de ordem p\u00fablica e lei dispositiva. Precedente do S.T.F..- Ocorr\u00eancia, no caso, de viola\u00e7\u00e3o de direito adquirido. A taxa referencial (TR) n\u00e3o \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, pois, refletindo as varia\u00e7\u00f5es do custo prim\u00e1rio da capta\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos a prazo fixo, n\u00e3o constitui \u00edndice que reflita a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda. Por isso, n\u00e3o h\u00e1 necessidade de se examinar a quest\u00e3o de saber se as normas que alteram \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria se aplicam imediatamente, alcan\u00e7ando, pois, as presta\u00e7\u00f5es futuras de contratos celebrados no passado, sem violarem o disposto no artigo 5, XXXVI, da Carta Magna.- Tamb\u00e9m ofendem o ato jur\u00eddico perfeito os dispositivos impugnados que alteram o crit\u00e9rio de reajuste das presta\u00e7\u00f5es nos contratos j\u00e1 celebrados pelo sistema do Plano de Equival\u00eancia Salarial por Categoria Profissional (PES/CP). A\u00e7\u00e3o direta de inconstitucionalidade julgada procedente, para declarar a inconstitucionalidade dos artigos 18, \"caput\" e par\u00e1grafos 1 e 4; 20; 21 e par\u00e1grafo \u00fanico; 23 e par\u00e1grafos; e 24 e par\u00e1grafos, todos da Lei n. 8.177, de 1 de maio de 1991. (ADI 493, Relator (a): Min. Moreira Alves, Tribunal Pleno, julgado em 25/06/1992, DJ 04-09-1992 PP-14089 EMENT VOL-01674-02 PP-00260 RTJ VOL-00143-03 PP-00724)\nPor algum tempo, o pr\u00f3prio STJ rejeitou a TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, tanto para a poupan\u00e7a, quanto para o SFH. Neste sentido:\nCOMERCIAL. M\u00daTUO RURAL. CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA. VINCULA\u00c7\u00c3O AO\n\n\fCRIT\u00c9RIO DE REAJUSTE DOS DEP\u00d3SITOS EM CADERNETA DE POUPAN\u00c7A. LICITUDE. SUBSTITUI\u00c7\u00c3O PELA TR NOS MESES SUBSEQUENTES A FEVEREIRO/91. PREVIS\u00c3O DE UTILIZA\u00c7\u00c3O DA OTN. INDEXADOR CONTRATUALMENTE ELEITO. SUBSTITUI\u00c7\u00c3O EX LEGE PELA TR. INCONSTITUCIONALIDADE DECLARADA. ADO\u00c7\u00c3O DO INPC. PRECEDENTES. I \u2013 NO CONTRATO DE M\u00daTUO RURAL \u00c9 L\u00cdCITO O PACTO DE VINCULA\u00c7\u00c3O DA CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA AO CRIT\u00c9RIO DE ATUALIZA\u00c7\u00c3O DOS DEP\u00d3SITOS EM CADERNETA DE POUPAN\u00c7A, RESULTANDO DEVIDA A INCID\u00caNCIA DO MESMO INDEXADOR NOS MESES SUBSEQUENTES A FEVEREIRO/91. (ART. 13 DA LEI 8.177). II \u2013 EM FACE DA POSI\u00c7\u00c3O DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL NADMITINDO A TR COMO FATOR DE ATUALIZA\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA SUBSTITUTIVO DO BTN, A CORRE\u00c7\u00c3O DOS VALORES, CUJA FORMA DE REAJUSTE ESTAVA, POR LEI OU CONTRATO, ATRELADA A VARIA\u00c7\u00c3O DO VALOR DE REFERIDO T\u00cdTULO DA D\u00cdVIDA P\u00daBLICA, CUMPRE SEJA PROCEDIDA, A PARTIR DA LEI 8.177/91, COM BASE NO INPC (REsp. 40.777/GO, Rel. Ministro S\u00c1LVIO DE FIGUEIREDO TEIXEIRA, QUARTA TURMA, julgado em 13/11/1995, DJ 11/12/1995, p. 43225) (grifamos) ADMINISTRATIVO - SFH - REAJUSTE DAS PRESTA\u00c7\u00d5ES E DO SALDO DEVEDOR - PLANO DE EQUIVAL\u00caNCIA SALARIAL (PES) INAPLICABILIDADE DA TR \u2013 ADIN 493-0/STF - VANTAGENS PESSOAIS INCORPORADAS DEFINITIVAMENTE AO SAL\u00c1RIO - INCLUS\u00c3O NO C\u00c1LCULO - DIVERG\u00caNCIA JURISPRUDENCIAL N\u00c3O COMPROVADA RISTJ, ART. 255 E PAR\u00c1GRAFOS - S\u00daMULA 13/STJ -PRECEDENTES STJ.Nos contratos vinculados ao PES, o reajustamento das presta\u00e7\u00f5es deve obedecer \u00e0 varia\u00e7\u00e3o salarial dos mutu\u00e1rios, a fim de preservara equa\u00e7\u00e3o econ\u00f4micofinanceira do pactuado.- As vantagens pessoais incorporadas, definitivamente, ao sal\u00e1rio ou vencimento do mutu\u00e1rio, incluem-se na verifica\u00e7\u00e3o da equival\u00eancia para fixa\u00e7\u00e3o das parcelas.- Declarada pelo STF a inconstitucionalidade da TR como fator de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria (ADIN 493-0), o reajustamento do saldo devedor,a exemplo das presta\u00e7\u00f5es mensais, tamb\u00e9m deve obedecer ao Plano de Equival\u00eancia Salarial.- Recurso conhecido e parcialmente provido(Resp 140.839/BA, Rel. Ministro FRANCISCO PE\u00c7ANHA MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 23/11/1999, DJ 21/02/2000, p. 112) (grifamos)\nSFH. PLANO DE EQUIVAL\u00caNCIA SALARIAL. REAJUSTE DAS PRESTA\u00c7\u00d5ES. ILEGITIMIDADE PASSIVA DA UNI\u00c3O. NULIDADE DO AC\u00d3RD\u00c3O.\n\n\fINOCORR\u00caNCIA. VANTAGENS PESSOAIS. INCLUS\u00c3O. CORRE\u00c7\u00c3O PELA TR. IMPOSSIBILIDADE. PRECEDENTES.(...)4. Inaplic\u00e1vel a TR como fator de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria Entendimento consagrado nesta Corte na esteira de orienta\u00e7\u00e3o tra\u00e7ada pelo STF.5. Recurso especial conhecido e parcialmente provido.(REsp 209.466/BA, Rel. Ministro FRANCISCO PE\u00c7ANHA MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 07/08/2001, DJ 17/06/2002, p. 231) (grifamos)\nTodavia, a Corte de Justi\u00e7a, fazendo uma releitura do voto do Ministro Moreira Alves do STF, mudou de entendimento, e passou a adotar a onstitucionalidade da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, conforme demonstra o seguinte julgado:\nSISTEMA FINANCEIRO DA HABITA\u00c7\u00c3O. SALDO DEVEDOR. ATUALIZA\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA. TR.1. N\u00e3o \u00e9 inconstitucional a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria com base na Taxa Referencial - TR. O que \u00e9 inconstitucional \u00e9 sua aplica\u00e7\u00e3o retroativa. Foi isso o que decidiu o STF da ADI 493/DF, Pleno, Min. Moreira Alves, DJ de 04.09.1992, ao estabelecer o \u00e2mbito de incid\u00eancia da Lei 8.177, de 1991.2. Aos contratos de m\u00fatuo habitacional firmados no \u00e2mbito do SFH que prevejam a corre\u00e7\u00e3o do saldo devedor pela taxa b\u00e1sica aplic\u00e1vel aos dep\u00f3sitos da poupan\u00e7a aplica-se a Taxa Referencial, por expressa determina\u00e7\u00e3o legal. Precedentes da Corte Especial: AGEREsp 725917 / DF, Min. Laurita Vaz, DJ 19.06.2006; DERESP 453600 / DF, Min. Aldir Passarinho Junior, DJ 24.04.2006.3. Embargos de diverg\u00eancia a que se nega provimento.(EREsp 752.879/DF, Rel. Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI, CORTE ESPECIAL, julgado em 19/12/2006, DJ 12/03/2007, p. 184) (grifamos)\nEm rela\u00e7\u00e3o ao FGTS, h\u00e1 at\u00e9 a s\u00famula do STJ sobre a aplica\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria.\nNeste sentido:\nA Taxa Referencial (TR) \u00e9 o \u00edndice aplic\u00e1vel, a t\u00edtulo de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, aos d\u00e9bitos com o FGTS recolhidos pelo empregador mas n\u00e3o repassados ao fundo. (S\u00famula 459, PRIMEIRA SE\u00c7\u00c3O, julgado em 25/08/2010, DJe 08/09/2010).\n\n\fComo dito alhures, aplica\u00e7\u00e3o de \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria se presta para recuperar o poder de compra do valor emprestado. Este poder de compra \u00e9 diretamente influenciado por um processo inflacion\u00e1rio. O pr\u00f3prio STJ reconhece a influ\u00eancia da infla\u00e7\u00e3o e da defla\u00e7\u00e3o na composi\u00e7\u00e3o do \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, sen\u00e3o vejamos:\nPREVIDENCI\u00c1RIO E ECON\u00d4MICO. T\u00cdTULO EXECUTIVO JUDICIAL. DETERMINA\u00c7\u00c3ODE CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA PELO IGP-M. \u00cdNDICES DE DEFLA\u00c7\u00c3O.APLICABILIDADE. OFENSA AO PRINC\u00cdPIO DA IRREDUTIBILIDADE DOS VENCIMENTOS. N\u00c3O OCORR\u00caNCIA. PRESERVA\u00c7\u00c3O DO VALOR NOMINAL DA OBRIGA\u00c7\u00c3O. PRECEDENTES.1. \"A corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria nada mais \u00e9 do que um mecanismo de manuten\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda, n\u00e3o devendo representar, consequentemente, por si s\u00f3, nem um plus nem um minus em sua subst\u00e2ncia. Corrigir o valor nominal da obriga\u00e7\u00e3o representa, portanto, manter, no tempo, o seu poder de compra original, alterado pelas oscila\u00e7\u00f5es inflacion\u00e1rias positivas e negativas ocorridas no per\u00edodo. Atualizar a obriga\u00e7\u00e3o levando em conta apenas oscila\u00e7\u00f5es positivas importaria distorcer a realidade econ\u00f4mica produzindo um resultado que n\u00e3o representa a simples manuten\u00e7\u00e3o do primitivo poder aquisitivo, mas um indevido acr\u00e9scimo no valor real. Nessa linha, estabelece o Manual de Orienta\u00e7\u00e3o de Procedimento de C\u00e1lculos aprovado pelo Conselho da Justi\u00e7a Federal que, n\u00e3o havendo decis\u00e3o judicial em contr\u00e1rio, \"os \u00edndices negativos de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria (defla\u00e7\u00e3o) ser\u00e3o considerados no c\u00e1lculo de atualiza\u00e7\u00e3o\", com a ressalva de que, se, no c\u00e1lculo final, 'a atualiza\u00e7\u00e3o implicar redu\u00e7\u00e3o do principal, deve prevalecer o valor nominal'\" (Corte Especial, REsp 1.265.580/RS, Rel. Min. TEORI ALBINO ZAVASCKI, DJe18/4/12).2. No precedente da Corte Especial, mencionado na decis\u00e3o agravada, ficou expressamente consignado que se, na atualiza\u00e7\u00e3o da d\u00edvida, houver redu\u00e7\u00e3o do principal, deve prevalecer o valor nominal, em respeito ao princ\u00edpio da irredutibilidade de vencimentos,previsto nos arts. 7\u00ba, VI e 37, XV, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal.3. A compreens\u00e3o no sentido de que n\u00e3o h\u00e1 viola\u00e7\u00e3o ao princ\u00edpio da irredutibilidade dos vencimentos, quando preservado o valor ominal da obriga\u00e7\u00e3o, encontra respaldo na jurisprud\u00eancia do STF e do STJ.4. Agravo regimental improvido.(AgRg nos EREsp 1252558/RS, Rel. Ministro SERGIO KUKINA, PRIMEIRA SE\u00c7\u00c3O, julgado em 13/03/2013, DJe 21/03/2013)(grifos nossos)\n\n\fN\u00e3o podemos nos esquecer de que a cultura da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria est\u00e1 de tal forma arraigada ao nosso sistema econ\u00f4mico, que o pr\u00f3prio C\u00f3digo Civil de 2002, traz diversos dispositivos garantindo atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria:\nArt. 389. N\u00e3o cumprida a obriga\u00e7\u00e3o, responde o devedor por perdas e danos, mais juros e atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria segundo \u00edndices oficiais regularmente estabelecidos, e honor\u00e1rios de advogado.\nArt. 395. Responde o devedor pelos preju\u00edzos a que sua mora der causa, mais juros, atualiza\u00e7\u00e3o dos valores monet\u00e1rios segundo \u00edndices oficiais egularmente estabelecidos, e honor\u00e1rios de advogado.\nArt. 404. As perdas e danos, nas obriga\u00e7\u00f5es de pagamento em dinheiro, ser\u00e3o pagas com atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria segundo \u00edndices oficiais regularmente estabelecidos, abrangendo juros, custas e honor\u00e1rios de advogado, sem preju\u00edzo da pena convencional.\nArt. 418. Se a parte que deu as arras n\u00e3o executar o contrato, poder\u00e1 a outra t\u00ealo por desfeito, retendo-as; se a inexecu\u00e7\u00e3o for de quem recebeu as arras, poder\u00e1 quem as deu haver o contrato por desfeito, e exigir sua devolu\u00e7\u00e3o mais o equivalente, com atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria segundo \u00edndices oficiais regularmente estabelecidos, juros e honor\u00e1rios de advogado.\nArt. 772. A mora do segurador em pagar o sinistro obriga \u00e0 atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria da indeniza\u00e7\u00e3o devida segundo \u00edndices oficiais regularmente estabelecidos, sem preju\u00edzo dos juros morat\u00f3rios.\nArt. 884. Aquele que, sem justa causa, se enriquecer \u00e0 custa de outrem, ser\u00e1 obrigado a restituir o indevidamente auferido, feita a atualiza\u00e7\u00e3o dos valores monet\u00e1rios.\nEste retrospecto da evolu\u00e7\u00e3o legal e jurisprudencial a respeito da aplica\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria se fez necess\u00e1rio para que ud\u00e9ssemos chegar ao n\u00facleo do argumento desta a\u00e7\u00e3o.\n\n\fHoje, no pa\u00eds, h\u00e1 dois tipos de \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. \u00cdndices que refletem a infla\u00e7\u00e3o e, portanto, recuperam o poder de compra do valor aplicado, como o IPCA e o INPC, e um \u00edndice que n\u00e3o reflete a infla\u00e7\u00e3o, e consequentemente n\u00e3o recupera o poder de comprado valor aplicado \u2013 a Taxa Referencial/TR.\nHistoricamente, \u00e9 preciso lembrar que a Taxa Referencial nunca foi igual \u00e0 infla\u00e7\u00e3o. Nem quando experimentamos hiperinfla\u00e7\u00e3o, nem quando experimentamos defla\u00e7\u00e3o.\nTodavia, os \u00edndices da TR, do INPC e do IPCA, sempre andaram pr\u00f3ximos. Em outras palavras, imperava a razoabilidade nos \u00edndices da TR para que pudessem atingir a finalidade de corre\u00e7\u00e3o do valor do capital.\nANO TR INPC IPCA 1991 335,51% 475,11% 472,69% 1992 1.156,22% 1.149,05% 1.119,09% 1993 2.474,73% 2.489,11% 2,477,15% 1994 951,19% 929,32% 916,43% 1995 31,6207% 21,98% 22,41% 1996 9,5551% 9,125% 9,56%\nN\u00e3o obstante, o cen\u00e1rio come\u00e7a a mudar a partir de 1999. A TR se distancia expressivamente do INPC e do IPCA, ao ponto de hoje a infla\u00e7\u00e3o superar 6% ao ano e a TR ser igual a zero. Logo, ela n\u00e3o se presta para o fim de manter o poder aquisitivo dos dep\u00f3sitos do FGTS, que s\u00e3o um patrim\u00f4nio do trabalhador.\nO sentimento geral \u00e9 que h\u00e1 muito tempo o FGTS \u00e9 um fundo in\u00edquo por ele n\u00e3o ter recomposi\u00e7\u00e3o inflacion\u00e1ria dos seus recursos. Na verdade, o trabalhador n\u00e3o est\u00e1 financiando programas de habita\u00e7\u00e3o popular, saneamento b\u00e1sico e infraestrutura urbana, ele est\u00e1 subsidiando.\n\n\fAo contr\u00e1rio de outros investimentos, o FGTS n\u00e3o \u00e9 um fundo de livre disposi\u00e7\u00e3o por parte do trabalhador, n\u00e3o podendo ele decidir sponte pr\u00f3pria quais as aplica\u00e7\u00f5es que lhe s\u00e3o mais convenientes ou rent\u00e1veis. O trabalhador tem que se submeter a pol\u00edticas econ\u00f4micas e sociais que lhe s\u00e3o altamente prejudiciais.\nOra, mas a pr\u00f3pria Lei do FGTS diz em seu artigo 2\u00ba que \u00e9 garantida a atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e juros. Quando a TR \u00e9 igual a zero este artigo \u00e9 descumprido. Quando a TR \u00e9 m\u00ednima e totalmente desproporcional em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 infla\u00e7\u00e3o, este artigo tamb\u00e9m \u00e9 descumprido e o patrim\u00f4nio do trabalhador \u00e9 subtra\u00eddo por quem tem o dever legal de administr\u00e1-lo.\nEm um cen\u00e1rio de TR zero e infla\u00e7\u00e3o p\u00fablica e not\u00f3ria, estamos diante de uma situa\u00e7\u00e3o de confisco. O Governo Federal, atrav\u00e9s da Caixa Econ\u00f4mica Federal, est\u00e1 confiscando os rendimentos dos trabalhadores, para subsidiar pol\u00edticas p\u00fablicas, sem a menor possibilidade de inger\u00eancia destes trabalhadores.\nAssim como em nosso Estado Democr\u00e1tico de Direito, a Constitui\u00e7\u00e3o veda que se utilize o tributo com efeito de confisco, o trabalhador n\u00e3o pode ser punido com o confisco do que a pr\u00f3pria Caixa define em seu s\u00edtio eletr\u00f4nico, como um patrim\u00f4nio do trabalhador, e definitivamente o \u00e9.\nQuando se fala em patrim\u00f4nio, imediatamente sobrev\u00e9m li\u00e7\u00e3o da Professora Maria Helena Diniz ao comentar o artigo 91 do Novo C\u00f3digo Civil:\nArt. 91. Constitui universalidade de direito o complexo de rela\u00e7\u00f5es jur\u00eddicas de uma pessoa, dotadas de valor econ\u00f4mico. Universalidade de direito. \u00c9 a constitu\u00edda por bens singulares corp\u00f3reos heterog\u00eaneos ou incorp\u00f3reos (complexo de rela\u00e7\u00f5es jur\u00eddicas), a que a norma jur\u00eddica, com o intuito de produzir certos efeitos, d\u00e1 unidade, por serem dotados de valor econ\u00f4mico, como p. ex., o patrim\u00f4nio (...) O patrim\u00f4nio e a heran\u00e7a s\u00e3o considerados como um conjunto, ou seja, como uma universalidade. Embora se constituam ou n\u00e3o de bens materiais e de cr\u00e9ditos, esses bens se unificam numa express\u00e3o econ\u00f4mica, que \u00e9 o valor. O patrim\u00f4nio \u00e9 complexo de rela\u00e7\u00f5es jur\u00eddicas de uma pessoa apreci\u00e1veis economicamente. Incluem-se no patrim\u00f4nio:\n\n\fa posse, os direitos reais, as obriga\u00e7\u00f5es e as a\u00e7\u00f5es correspondentes a tais direito. O patrim\u00f4nio abrange direitos e deveres redut\u00edveis a dinheiro. (C\u00f3digo Civil Anotado, Ed. Saraiva, pag. 100) (grifamos).\nLevando em conta que a rela\u00e7\u00e3o jur\u00eddica entre os trabalhadores e a Caixa \u00e9 de direito pessoal, o artigo 233 do C\u00f3digo Civil se torna inafast\u00e1vel, na medida em que determina que a obriga\u00e7\u00e3o de dar coisa certa abrange os acess\u00f3rios, ainda que n\u00e3o mencionados.\nArt. 233. A obriga\u00e7\u00e3o de dar coisa certa abrange os acess\u00f3rios dela embora n\u00e3o mencionados, salvo se o contr\u00e1rio resultar do t\u00edtulo ou das circunst\u00e2ncias do caso. Ora, acess\u00f3rios de dinheiro s\u00e3o os juros e a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. E ent\u00e3o voltamos \u00e0 Taxa Referencial.\n- DA MANIPULA\u00c7\u00c3O DA TR PELO BANCO CENTRAL/CMN\nIndependentemente da discuss\u00e3o sobre sua natureza jur\u00eddica, vamos aqui partir do pressuposto, assentado pela jurisprud\u00eancia, principalmente do STJ, que a TR \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria.\nTanto o artigo 1\u00ba da lei n\u00ba 8.177/91 quando o artigo 5\u00ba da Lei n\u00ba 10.192/01 (que convolou a MP 1.053/95) atribu\u00edram ao Banco Central a regulamenta\u00e7\u00e3o da metodologia de c\u00e1lculo da TR, conforme crit\u00e9rio estabelecido na lei e a expedi\u00e7\u00e3o das instru\u00e7\u00f5es necess\u00e1rias ao cumprimento do artigo que criou a TBF.\nArt. 1\u00b0 O Banco Central do Brasil divulgar\u00e1 Taxa Re ferencial (TR), calculada a partir da remunera\u00e7\u00e3o mensal m\u00e9dia l\u00edquida de impostos, dos dep\u00f3sitos a prazo fixo captados nos bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos m\u00faltiplos com carteira comercial ou de investimentos, caixas econ\u00f4micas, ou dos t\u00edtulos p\u00fablicos federais, estaduais e municipais, de acordo com metodologia a ser aprovada pelo Conselho Monet\u00e1rio Nacional, no prazo de sessenta dias, e enviada ao conhecimento do Senado Federal. . (Lei n\u00ba 8177/91)\nArtigo 5\u00ba Fica institu\u00edda Taxa B\u00e1sica Financeira \u2013 TBF, para ser utilizada\n\n\fexclusivamente como base de remunera\u00e7\u00e3o de opera\u00e7\u00f5es realizadas no mercado financeiro, de prazo de dura\u00e7\u00e3o igual ou superior a sessenta dias. Par\u00e1grafo \u00fanico. O Conselho Monet\u00e1rio Nacional expedir\u00e1 as instru\u00e7\u00f5es necess\u00e1rias ao cumprimento do disposto neste artigo, podendo inclusive, ampliar o prazo m\u00ednimo previsto no caput. (Lei n\u00ba 10.192/01) No mister de regulamentar a TR, o Banco Central/CMN vem ao longo dos anos criando e reinventando f\u00f3rmulas para encontr\u00e1-la. Pelo menos desde a Resolu\u00e7\u00e3o 2.075, de 26 de maio de 1994, h\u00e1 f\u00f3rmulas para encontrar a TR. Todavia, \u00e9 com a institui\u00e7\u00e3o da Taxa B\u00e1sica Financeira, pela Medida Provis\u00f3ria 1.053/95, de 30 de junho de 1995, que a forma de c\u00e1lculo da TR sofre uma expressiva reviravolta.\nDesde a Resolu\u00e7\u00e3o 2.437, de 30 de outubro de 1997, a TR \u00e9 calculada levando em conta a Taxa B\u00e1sica Financeira e um Redutor. A Resolu\u00e7\u00e3o 3.354/06, hoje vigente sobre o assunto, diz o seguinte:\nArt. 1\u00ba Estabelecer que, para fins de c\u00e1lculo da Taxa B\u00e1sica Financeira - TBF e da Taxa Referencial - TR, de que tratam os arts. 1\u00ba da Lei 8.177, de 1\u00ba de mar\u00e7o de 1991, 1\u00ba da Lei 8.660, de 28 de maio de 1993, e 5\u00ba da Lei 10.192, de 14 de fevereiro de 2001, deve ser constitu\u00edda amostra das 30 maiores institui\u00e7\u00f5es financeiras do Pa\u00eds, assim consideradas em fun\u00e7\u00e3o do volume de capta\u00e7\u00e3o efetuado por meio de certificados e recibos de dep\u00f3sito banc\u00e1rio (CDB/RDB), com prazo de 30 a 35 dias corridos, inclusive, e remunerados a taxas prefixadas, entre bancos m\u00faltiplos, bancos comerciais, bancos de investimento e caixas econ\u00f4micas.\nArt. 2\u00ba A TBF e a TR s\u00e3o calculadas a partir da remunera\u00e7\u00e3o mensal m\u00e9dia dos CDB/RDB emitidos a taxas de mercado prefixadas, com prazo de 30 a 35 dias corridos, inclusive, com base em informa\u00e7\u00f5es prestadas pelas institui\u00e7\u00f5es integrantes da amostra de que trata o art. 1\u00ba, na forma a ser determinada pelo Banco Central do Brasil.\nArt. 4\u00ba Para cada dia do m\u00eas - dia de refer\u00eancia -, o Banco Central do Brasil deve calcular a TBF, para o per\u00edodo de um m\u00eas, com in\u00edcio no pr\u00f3prio dia de refer\u00eancia e t\u00e9rmino no dia correspondente ao dia de refer\u00eancia no m\u00eas seguinte, considerada a hip\u00f3tese prevista no \u00a7 2\u00ba, inciso IV. (...)\n\n\fArt. 5\u00ba Para cada TBF obtida, segundo a metodologia descrita no art. 4\u00ba, deve ser calculada a correspondente TR, pela aplica\u00e7\u00e3o de um redutor \"R\", de acordo com a seguinte f\u00f3rmula:\nTR = max {0,100 {[ (1 + TBF/100) / R ] - 1}} (em %).\n\u00a7 1\u00ba O valor do redutor 'R' deve ser calculado para todos os dias, inclusive n\u00e3o\u00fateis, de acordo com a seguinte f\u00f3rmula:\nR = (a + b . TBF/100), onde:Resolu\u00e7\u00e3o n\u00ba 3354, de 31 de mar\u00e7o de 2006. TBF = TBF relativa ao dia de refer\u00eancia; a = 1,005;\nb = valor determinado de acordo com a tabela abaixo, em fun\u00e7\u00e3o da TBF obtida, segundo a metodologia descrita no art. 4\u00ba, em termos percentuais ao ano:\nTBF (% a.a.) b TBF maior que 16 0,48 TBF menor ou igual a 16 e maior que 15 0,44 TBF menor ou igual a 15 e maior que 14 0,40 TBF menor ou igual a 14 e maior que 13 0,36 TBF menor ou igual a 13 e maior ou igual a 11 0,32 Reda\u00e7\u00e3o dada pela Resolu\u00e7\u00e3o 3.446, de 05/03/2007. \u00a7 2\u00ba Fica o Banco Central do Brasil autorizado a determinar o valor do par\u00e2metro \"b\" no caso de a TBF obtida ser inferior a 11% a.a. (onze por cento ao ano).\nO peculiar nesta determina\u00e7\u00e3o do Banco Central/CMN, que de resto se repete desde 1997, \u00e9 que a TBF e TR s\u00e3o exatamente iguais em sua g\u00eanese at\u00e9 o momento em que se determina que se aplique um redutor \u00e0 TBF para se chegar \u00e0 TR.\nN\u00e3o h\u00e1 na Lei da TR previs\u00e3o de aplica\u00e7\u00e3o de redutor, assim como n\u00e3o h\u00e1 na Lei que criou a TBF. Todavia, causa estranheza que diante de um comando aberto como o do art. 5\u00ba da MP n\u00ba 1.503/95 (Lei n\u00ba 10.192/01), o Banco Central/CMN, com amplos poderes para regulamentar o assunto, n\u00e3o tenha institu\u00eddo um redutor, mas o tenha feito ao regulamentar o artigo 1\u00ba da lei n\u00ba 8.177/91, que n\u00e3o era t\u00e3o flex\u00edvel.\n\n\fO Economista C\u00e9sar Roberto Buzin explica o qu\u00ea o Banco Central/CMN est\u00e1 fazendo com a TR, neste trecho do Parecer Econ\u00f4mico que se junta a esta inicial.\nObjeto de discuss\u00e3o \u00e9 a utiliza\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, que apesar de n\u00e3o ter sido criada como um \u00edndice de indexa\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, vem sendo utilizada para tal finalidade na corre\u00e7\u00e3o dos valores aplicados \u00e0 caderneta de poupan\u00e7a e outras aplica\u00e7\u00f5es como os dep\u00f3sitos do FGTS, dinheiro pertencente aos trabalhadores, por\u00e9m, com gest\u00e3o de terceiros.\nA posi\u00e7\u00e3o adotada pelo Superior Tribunal de Justi\u00e7a, em agosto de 2010, a respeito da utiliza\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria foi sacramentada por meio da cria\u00e7\u00e3o da S\u00famula 454, com a seguinte reda\u00e7\u00e3o: \u201cPactuada a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria nos contrato do SFH pelo mesmo \u00edndice aplic\u00e1vel \u00e0 caderneta de poupan\u00e7a, incide a Taxa Referencial (TR) a partir da vig\u00eancia da Lei 8.177/91\u201d.\nA TR \u00e9 calculada a partir da Taxa B\u00e1sica Financeira (TBF), uma m\u00e9dia de taxas de juros pagas nas aplica\u00e7\u00f5es em certificados de dep\u00f3sitos banc\u00e1rios (CDB) emitidas pelas 30 maiores institui\u00e7\u00f5es financeiras.\nPara calcular o valor da TR, \u00e9 preciso aplicar um redutor sobre a TBF, que depende de dois par\u00e2metros, chamados de \u201ca\u201d e \u201cb\u201d. O par\u00e2metro \u201ca\u201d \u00e9 o fator de 1,005, equivalente \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o da caderneta antiga, ou seja, 0,5% ao m\u00eas, ou 6,17% ao ano de juros remunerat\u00f3rio. Enquanto que o \u201cb\u201d \u00e9 um decimal menor do que 1, arbitrado pelo BACEN e que varia de acordo com o n\u00edvel de taxa de juros b\u00e1sica da economia, divulgada ap\u00f3s as reuni\u00f5es do Comit\u00ea de Pol\u00edtica Monet\u00e1ria do BC (Copom).\nPara calcular o redutor (R) o par\u00e2metro \u201cb\u201d \u00e9 multiplicado pelo valor da TBF e somado ao par\u00e2metro \u201ca\u201d, ou seja,\nR= a + b x TBF\n\n\fTR= 1+TBF \u2013 1\nA f\u00f3rmula significa que os novos dep\u00f3sitos realizados nas contas de dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a tenham como remunera\u00e7\u00e3o adicional (TR): (i) 0,5% a. m. enquanto a meta da taxa SELC, taxa b\u00e1sica de juros, definida pelo BACEN, estiver acima de 8,5% a.a e (ii) 70% da meta da taxa SELIC, mensalizada, vigente na data do in\u00edcio do per\u00edodo de rendimento.\nNo n\u00edvel atual de taxa de juros decrescente de uma economia estabilizada e num cen\u00e1rio para os pr\u00f3ximos anos, de juros baixos, a TR permanecer\u00e1 por um longo per\u00edodo indeterminado como zero.\nNa esteira do que foi deduzido no Parecer, um quadro comparativo entre os percentuais da TR, INPC e IPCA, desde 1997, os dep\u00f3sitos nas contas vinculadas do FGTS dos trabalhadores est\u00e3o perdendo poder de compra, notadamente a partir de 1999.\nANO TR INPC IPCA 1997 9,7849% 4,34% 5,22% 1998 7,7938% 2,49% 1,65% 1999 5,7295% 8,43% 8,94% 2000 2,0962% 5,27% 5,97% 2001 2,2852% 9,44% 7,67% 2002 2,8023% 14,74% 12,53% 2003 4,6485% 10,38% 9,30% 2004 1,8184% 6,13% 7,60% 2005 2,8335% 5,05% 5,69% 2006 2,0377% 2,81% 3,14% 2007 1,4452% 5,15% 4,46% 2008 1,6348% 6,48% 5,90% 2009 0,7090% 4,11% 4,31% 2010 0,6887% 6,46% 5,91%\n\n\f2011 1,2079% 6,07% 6,50% 2012 0,2897% 6,17% 5,84% 2013 (at\u00e9 mar\u00e7o) 0,00% 2,05% 1,94%\nExcel\u00eancia, hoje, o trabalhador que tem seu dinheiro aplicado no FGTS, e de l\u00e1 n\u00e3o pode retir\u00e1-lo para outro investimento, est\u00e1 sendo remunerado com 0,247% de juros ao m\u00eas e mais nada.\nN\u00e3o h\u00e1 nem corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria nem Taxa Referencial (independentemente da sua natureza jur\u00eddica), em flagrante ofensa ao artigo 2\u00ba da Lei n\u00ba 8.036/90, que imp\u00f5e a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos valores depositados pelo empregador.\nAinda que se argumente que a aplica\u00e7\u00e3o do Redutor pelo Banco Central/CMN seja legal, sua redu\u00e7\u00e3o a zero em um cen\u00e1rio de infla\u00e7\u00e3o superior a 6% ao ano, configura flagrante afronta ao artigo 2\u00ba da Lei n\u00ba 8.036/90, que determina a atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, bem como ao artigo 233 do C\u00f3digo Civil, quando sonega os acess\u00f3rios da obriga\u00e7\u00e3o de dar.\nMas \u00e9 necess\u00e1rio ir mais al\u00e9m e revisitar o entendimento jurisprudencial sobre a TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, m\u00e1xime a partir da institui\u00e7\u00e3o de um redutor que tem por efeito zerar o \u00edndice da TR em um ambiente de infla\u00e7\u00e3o.\nO quadro comparativo mostra que a TR n\u00e3o se presta como atualizador monet\u00e1rio do FGTS, pelo menos desde janeiro de 1999. Desde o momento em que o Banco Central/CMN estabeleceu um redutor para a TR, ela deixou de ser um \u00edndice confi\u00e1vel para atualizar monetariamente as contas do FGTS, porque se descola dos \u00edndices de infla\u00e7\u00e3o, sendo reduzido ano a ano. A finalidade da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u00e9 manter o poder de compra do capital, e esta finalidade nem de perto vem sendo alcan\u00e7ada pela TR. A anula\u00e7\u00e3o total da TR \u00e9 s\u00f3 o desfecho desta pol\u00edtica predat\u00f3ria para o trabalhador.\n\n\fO trabalhador, que luta para formar um patrim\u00f4nio, tem que poder confiar na lei. Esta confian\u00e7a est\u00e1 quebrada. H\u00e1 a n\u00edtida expropria\u00e7\u00e3o do patrim\u00f4nio do trabalhador, na medida em que se nega a ele a devida atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria.\nComo dito no estudo acostado \u00e0 inicial: A atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u00e9 o elemento mais importante do mercado financeiro, pois sem a medi\u00e7\u00e3o precisa da perda do poder aquisitivo da moeda com o decorrer do tempo, ocorre uma gigantesca destrui\u00e7\u00e3o de valor. O objetivo fundamental de escolha de um \u00edndice de atualiza\u00e7\u00e3o nos ativos (neg\u00f3cios, contratos, aplica\u00e7\u00f5es e etc) \u00e9 de proteger o patrim\u00f4nio, evitando que ele seja corro\u00eddo pela infla\u00e7\u00e3o.\nO Poder Judici\u00e1rio h\u00e1 de se opor a este esbulho, confisco, expropria\u00e7\u00e3o que o trabalhador est\u00e1 sofrendo, desde janeiro de 1999, com as constantes redu\u00e7\u00f5es da TR em rela\u00e7\u00e3o aos \u00edndices de infla\u00e7\u00e3o, culminando na sua completa nulidade, ininterruptamente, desde setembro de 2012.\nEm 1991 e 1992, quando o STF julgou a ADI 493-0/DF, ele deixou bem assentado que a TR n\u00e3o constitu\u00eda \u00edndice que refletia a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda. Esta caracter\u00edstica da TR tem se confirmado ao longo dos anos. A sua aplica\u00e7\u00e3o aos saldos dos dep\u00f3sitos do FGTS tem gerado \u201cgigantesca destrui\u00e7\u00e3o de valor\u201d do patrim\u00f4nio do trabalhador.\nH\u00e1 anos, os trabalhadores que tem dep\u00f3sitos no FGTS n\u00e3o experimentam ganhos reais em sua aplica\u00e7\u00e3o. Ao contr\u00e1rio. H\u00e1 muito tempo, os trabalhadores tem rendimentos inferiores \u00e0 infla\u00e7\u00e3o, mesmo levando em conta a remunera\u00e7\u00e3o dos juros de 3% ao ano.\nO que torna a TR um \u00edndice inid\u00f4neo \u00e9 a intensa inger\u00eancia do Banco Central/CMN na sua formula\u00e7\u00e3o. Como explica o Economista C\u00e9sar Buzim:\n\n\fA TR deveria servir como refer\u00eancia para os juros vigentes no Brasil, sendo divulgada mensalmente, a fim de evitar que a taxa de juros no m\u00eas corrente refletisse a infla\u00e7\u00e3o do m\u00eas anterior, apesar das suas caracter\u00edsticas, foi usada como \u00edndice econ\u00f4mico de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria (...)\nA mudan\u00e7a no comportamento da TR n\u00e3o se deve somente a oscila\u00e7\u00f5es da economia, mas tamb\u00e9m \u00e0 sistem\u00e1tica apurat\u00f3ria desse \u00edndice. Inicialmente, ficou estabelecido que o BACEN efetuaria o c\u00e1lculo da TR a partir da remunera\u00e7\u00e3o mensal m\u00e9dia dos certificados e recibos de dep\u00f3sito banc\u00e1rio (CDB/RDB) emitidos por uma amostra de institui\u00e7\u00f5es financeiras, levando em conta a taxa m\u00e9dia de remunera\u00e7\u00e3o dos CDB/RDB\u00b4s e um redutor fixado por resolu\u00e7\u00e3o do CMN.\nComo consequ\u00eancia da atua\u00e7\u00e3o do BACEN, a taxa referencial deixou de refletir o \u00edndice inflacion\u00e1rio a partir de 1999. (...) O preju\u00edzo causado aos trabalhadores devido \u00e0 aplica\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u00e9 tamanho que quando analisado o fator de corre\u00e7\u00e3o acumulado do FGTS visualiza-se que a rentabilidade desse fundo n\u00e3o supera os \u00edndices inflacion\u00e1rios desde 2002, rendendo menos que a infla\u00e7\u00e3o a partir de 2007, apesar da aplica\u00e7\u00e3o de juros de 3% a.a.\nDiante do exposto, podemos afirmar que a TR n\u00e3o rep\u00f5e mais as perdas inflacion\u00e1rias, o que afeta consideravelmente os poupadores, bem como os trabalhadores que possuem o FGTS. (...)\nCom base nas normas Resolu\u00e7\u00e3o CMN n\u00ba 2.437, de 30.10.98, Resolu\u00e7\u00e3o CMN n\u00ba 2.604, de 23.04.99. resolu\u00e7\u00e3o CMN n\u00ba 2.809, de 21.12.00, Resolu\u00e7\u00e3o CMN n\u00ba 3.354 de 31.03.2006, Resolu\u00e7\u00e3o CMN n\u00ba 3.446 de 05.03.2007 e Circular n\u00ba 3.356 de 11.07.2007, que estabeleceram no decorrer dos anos a forma de c\u00e1lculo da TR, bem como nas informa\u00e7\u00f5es disponibilizadas pelo BACEN foi constru\u00edda planilha demonstrando a evolu\u00e7\u00e3o do fator de pondera\u00e7\u00e3o \u201cb\u201d, elemento essencial para o c\u00e1lculo do redutor da TR.\nAs primeiras mudan\u00e7as significativas da TR ocorreram atrav\u00e9s das Resolu\u00e7\u00f5es CMN n\u00ba 2.387/97 e n\u00ba 2.437/97 que estabeleceram a f\u00f3rmula de c\u00e1lculo do\n\n\fredutor da TR com duas novas vari\u00e1veis, ambas definidas pelo BACEN, quais sejam: a constante \u201ca\u201d e o fator de pondera\u00e7\u00e3o \u201cb\u201d.\nA partir da Resolu\u00e7\u00e3o CMN n\u00ba 2.809/2000, o BACEN passou a determinar o fator \u201cb\u201d, sem crit\u00e9rio t\u00e9cnico conhecido, a partir de certo patamar, conforme visualizado na tabela abaixo:\nMS \u2013 \u00e9 a meta para a taxa SELIC em (% a.a) MS \u201cb\u201d MS > 16 0,48 16 >= MS >15 0,44 15 >= MS >14 0,40 14 >= MS >13 0,36 13 >= MS >12 0,32 12 >= MS >11 0,28 11 >= MS >10 0,24 10\nAbaixo de 10 fator \u201cb\u201d determinado pelo BACEN\nEssa discricionariedade do BACEN na valora\u00e7\u00e3o do fator \u201cb\u201d, acolhida pelas circulares e resolu\u00e7\u00f5es posteriores, impactou o c\u00e1lculo do Redutor da TR.\nDe pouco adiantaria ao trabalhador que fosse determinado ao Banco Central/CMN que recalculasse a TR, pois uma nova f\u00f3rmula estaria igualmente sob a discricionariedade e subjetivismo total do Banco.\nBasta avaliar a sucess\u00e3o de resolu\u00e7\u00f5es do Banco Central/CMN sobre o tema, conforme Parecer do referido Economista. Partindo da premissa inequ\u00edvoca de que a TR n\u00e3o rep\u00f5e as perdas monet\u00e1rias dos dep\u00f3sitos do FGTS, outro caminho n\u00e3o existe se n\u00e3o o de adotar um novo \u00edndice que verdadeiramente corrija estes dep\u00f3sitos.\n\n\f- DOS INDICES QUE EFETIVAMENTE PRODUZEM CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA\nA Lei de Introdu\u00e7\u00e3o \u00e0s Normas do Direito Brasileiro estabelece em seu artigo 5\u00ba que na aplica\u00e7\u00e3o da lei, o juiz atender\u00e1 aos fins sociais a que ela se dirige e \u00e0s exig\u00eancias do bem comum.\nA Lei do FGTS tem um fim social indiscut\u00edvel, proteger o trabalhador e constituir um patrim\u00f4nio que lhe sirva de arrimo em v\u00e1rias situa\u00e7\u00f5es de sua vida.\nDiante de tudo que foi demonstrado, o juiz atender\u00e1 aos fins sociais da Lei do FGTS ao reconhecer que corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, reposi\u00e7\u00e3o dos \u00edndices inflacion\u00e1rios de forma a garantir o poder de compra daquele dinheiro ali depositado no Fundo, \u00e9 efetivamente devida pela Caixa.\nSe a TR n\u00e3o pode ser considerada um \u00edndice id\u00f4neo, sobrev\u00e9m a necessidade de substitu\u00ed-la por um \u00edndice que realmente reponha as perdas monet\u00e1rias. E ent\u00e3o, nada obsta que o juiz considere \u00edndices previsto em outra legisla\u00e7\u00e3o.\nAt\u00e9 por uma quest\u00e3o de equidade, o melhor \u00edndice que pode substituir a TR \u00e9 o \u00edndice que corrige monetariamente o sal\u00e1rios dos trabalhadores e os benef\u00edcios previdenci\u00e1rios. Este \u00edndice est\u00e1 previsto na Lei 12.382 de 25 de fevereiro de 2011, cujos primeiros artigos trazem a seguinte dic\u00e7\u00e3o:\nArt. 1o O sal\u00e1rio m\u00ednimo passa a corresponder ao valor de R$ 545,00 (quinhentos e quarenta e cinco reais).\nPar\u00e1grafo \u00fanico. Em virtude do disposto no caput, o valor di\u00e1rio do sal\u00e1rio m\u00ednimo corresponder\u00e1 a R$ 18,17 (dezoito reais e dezessete centavos) e o valor hor\u00e1rio, a R$ 2,48 (dois reais e quarenta e oito centavos).\nArt. 2o Ficam estabelecidas as diretrizes para a pol\u00edtica de valoriza\u00e7\u00e3o do sal\u00e1rio m\u00ednimo a vigorar entre 2012 e 2015, inclusive, a serem aplicadas em 1o de janeiro do respectivo ano.\n\n\f\u00a7 1 o Os reajustes para a preserva\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo do sal\u00e1rio m\u00ednimo corresponder\u00e3o \u00e0 varia\u00e7\u00e3o do \u00cdndice Nacional de Pre\u00e7os ao Consumidor - INPC, calculado e divulgado pela Funda\u00e7\u00e3o Instituto Brasileiro de Geografia e Estat\u00edstica - IBGE, acumulada nos doze meses anteriores ao m\u00eas do reajuste. \u00a7 2o Na hip\u00f3tese de n\u00e3o divulga\u00e7\u00e3o do INPC referente a um ou mais meses compreendidos no per\u00edodo do c\u00e1lculo at\u00e9 o \u00faltimo dia \u00fatil imediatamente anterior \u00e0 vig\u00eancia do reajuste, o Poder Executivo estimar\u00e1 os \u00edndices dos meses n\u00e3o dispon\u00edveis. \u00a7 3o Verificada a hip\u00f3tese de que trata o \u00a7 2o, os \u00edndices estimados permanecer\u00e3o v\u00e1lidos para os fins desta Lei, sem qualquer revis\u00e3o, sendo os eventuais res\u00edduos compensados no reajuste subsequente, sem retroatividade. \u00a7 4o A t\u00edtulo de aumento real, ser\u00e3o aplicados os seguintes percentuais: I - em 2012, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do Produto Interno Bruto - PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2010; II - em 2013, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2011; III - em 2014, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2012; e IV - em 2015, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2013. \u00a7 5o Para fins do disposto no \u00a7 4o, ser\u00e1 utilizada a taxa de crescimento real do PIB para o ano de refer\u00eancia, divulgada pelo IBGE at\u00e9 o \u00faltimo dia \u00fatil do ano imediatamente anterior ao de aplica\u00e7\u00e3o do respectivo aumento real.\nN\u00e3o h\u00e1 porque ter dois pesos e duas medidas. Se o sal\u00e1rio m\u00ednimo \u00e9 corrigido monetariamente pelo INPC, o dep\u00f3sito do FGTS que, em \u00faltimas an\u00e1lise, \u00e9 um sal\u00e1rio indireto do trabalhador, tamb\u00e9m h\u00e1 de s\u00ealo.\nE observe que o objetivo da Lei em corrigir o sal\u00e1rio m\u00ednimo pelo INPC decorre exclusivamente da necessidade de preservar seu poder aquisitivo. A necessidade de preservar o poder aquisitivo \u00e9 um constante em todas as transa\u00e7\u00f5es financeiras, e ela s\u00f3 aperfei\u00e7oa quando rep\u00f5e efetivamente as perdas inflacion\u00e1rias.\nOutro \u00edndice que se mostra aplic\u00e1vel, na hip\u00f3tese deste douto Ju\u00edzo entender que n\u00e3o se aplicaria o INPC, \u00e9 o IPCA, \u00edndice oficial do Governo Federal\n\n\fpara medi\u00e7\u00e3o das metas inflacion\u00e1rias, contratadas com o FMI, a partir de julho de 1999 (informa\u00e7\u00e3o obtida no Portal Brasil (WWW.portalbrasil.net).\nAmbos os \u00edndices s\u00e3o infinitamente mais adequados a preservar o poder aquisitivo dos dep\u00f3sitos do FGTS do que a aniquilada TR.\nDO PREQUESTIONAMENTO PARA EVENTUAL INTERPOSI\u00c7\u00c3O DE RECURSO ESPECIAL OU RECURSO EXTRAORDIN\u00c1RIO\nInicialmente \u00e9 importante retratar que o tema em debate cuida de mat\u00e9ria de ordem p\u00fablica, a qual ultrapassa a esfera individual do cidad\u00e3o atingindo toda a ordem social quer seja jur\u00eddica, quer seja em \u00e2mbito pol\u00edtico-social afetando, dessa forma, toda a parcela da sociedade comprometida com o bem comum.\nSublinha-se que a mat\u00e9ria ora ventilada, afronta de pronto preceitos Constitucionais que violam os Direitos Garantia de todos os trabalhadores que possuem conta vinculada do FGTS.\nAssim, h\u00e1 repercuss\u00e3o geral na presente a\u00e7\u00e3o, frente ao Estado Democr\u00e1tico de Direito, compromiss\u00e1rio e dirigente que tem como postulado a seguran\u00e7a jur\u00eddica.\nNo mais, com efeito, o tema apresenta relev\u00e2ncia do ponto de vista jur\u00eddico, uma vez que a defini\u00e7\u00e3o sobe a constitucionalidade dessa exa\u00e7\u00e3o nortear\u00e1 o julgamento de in\u00fameros processos similares, que tramitam neste e nos demais tribunais brasileiros. Al\u00e9m de fixar a interpreta\u00e7\u00e3o da Corte sobre os dispositivos constitucionais suscitados no feito.\nNesse contexto, em breve s\u00edntese, a aplica\u00e7\u00e3o da T.R como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria do FGTS, encontraria respaldo em dois artigos da Lei n\u00ba 8.036/90, art. 2\u00ba e art. 13.\n\n\fAssim, entendemos, data venia, que h\u00e1 uma obrigatoriedade de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e de remunera\u00e7\u00e3o por meio de juros dos dep\u00f3sitos efetuados nas contas vinculadas do FGTS, sen\u00e3o vejamos:\nArt. 2\u00ba O FGTS \u00e9 constitu\u00eddo pelos saldos das contas vinculadas a que se refere esta lei e outros recursos a ele incorporados, devendo ser aplicados com atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e juros, de modo a assegurar a cobertura de suas obriga\u00e7\u00f5es.\nArt. 13. Os dep\u00f3sitos efetuados nas contas vinculadas ser\u00e3o corrigidos monetariamente com base nos par\u00e2metros fixados para atualiza\u00e7\u00e3o dos saldos dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a e capitaliza\u00e7\u00e3o juros de (tr\u00eas) por cento ao ano.\nTodavia, a realiza\u00e7\u00e3o de interpreta\u00e7\u00e3o ou decis\u00e3o diversa, no sentido que as contas vinculadas do FGTS devem ser corrigidas pela TR, por for\u00e7a do citado artigo 13, viria a ferir v\u00e1rios preceitos constitucionais.\nNesse sentido, referido artigo 13, desobedeceria os limites materiais de in\u00fameros fundamentos e princ\u00edpios constitucionais, como o Estado Democr\u00e1tico de Direito, atentando contra a Dignidade da pessoa Humana (art. 1\u00ba e inciso III, da CF), bem como os princ\u00edpios da igualdade, seguran\u00e7a jur\u00eddica (art. 5\u00ba, caput, da CF), da prote\u00e7\u00e3o ao direito de propriedade, direito adquirido (art. 5\u00ba, XXII e XXXVI da CF) e moralidade (art. 37 da CF).\nNessa mesma linha, recentemente o Supremo Tribunal Federal decidiu pela inconstitucionalidade da utiliza\u00e7\u00e3o da Taxa Referencial - TR - como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria para o pagamento dos chamados precat\u00f3rios (ADI n\u00ba 4357) reafirmando entendimento anteriormente adotado por aquela Corte na ADI n\u00ba 493. Essa decis\u00e3o tem desdobramentos que v\u00e3o al\u00e9m do processo no qual foi tomada. Isso porque a Lei n\u00ba 8.036/90 que estabelece as bases do Fundo de Garantia por Tempo de Servi\u00e7o \u2013 FGTS \u2013 tamb\u00e9m prev\u00ea a aplica\u00e7\u00e3o de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e h\u00e1 muito tempo \u00e9 utilizado\n\n\fo referido \u00edndice (TR) para corrigir referido fundo, o mesmo agora considerado inconstitucional para este fim pelo STF.\nAssim, a parte autora h\u00e1 por bem PREQUESTIONAR a mat\u00e9ria, para efeito de eventual interposi\u00e7\u00e3o de Recurso Especial e/ou Extraordin\u00e1rio, conforme fundamentos que passa a expor:\nInicialmente devemos nos recordar que a dignidade da pessoa humana \u00e9 valor constitucional supremo que agrega em torno de si a unanimidade dos demais direitos e garantias fundamentais do homem, envolvendo-se tanto em rela\u00e7\u00e3o aos direito \u00e0 vida como, tamb\u00e9m, aos direitos pessoais tradicionais, os direitos sociais, econ\u00f4micos, e as liberdades p\u00fablicas em geral.\nEm verdade quando o texto constitucional proclama a dignidade da pessoa humana est\u00e1 corroborando um imperativo de justi\u00e7a social, e consigna, acima de tudo, um sobreprinc\u00edpio (\u00e9 o caso dos diretos fundamentais).\nNesse sentido, em rela\u00e7\u00e3o ao caso concreto, \u00e9 necess\u00e1rio aprofundarmos um pouco mais nas consequ\u00eancias que esta subtra\u00e7\u00e3o de recursos do patrim\u00f4nio do trabalhador traz a todos, individual e coletivamente.\n\u00c9 de conhecimento geral que o Sistema Financeiro de Habita\u00e7\u00e3o disp\u00f5e dos recursos do FGTS para financiar o maior sonho de todo brasileiro \u2013 casa pr\u00f3pria. Tamb\u00e9m \u00e9 de conhecimento geral que a Caixa Econ\u00f4mica Federal \u00e9 o Banco que mais se utiliza destes recursos do SFH para financiar, emprestar dinheiro para os brasileiros comprarem a casa pr\u00f3pria.\nE, embora em princ\u00edpio, n\u00e3o haja correla\u00e7\u00e3o entre o trabalhador que tem dep\u00f3sitos no FGTS que s\u00e3o emprestados para financiar a casa pr\u00f3pria, e aquele que se vale do empr\u00e9stimo do SFH para adquirir sua casa pr\u00f3pria, em algum momento, trabalhador e mutu\u00e1rio s\u00e3o a mesma pessoa.\n\n\fE neste contexto de mutu\u00e1rio e trabalhador serem a mesma pessoa \u00e9 que se evidencia a maior sordidez da hist\u00f3ria recente deste Pa\u00eds.\nJ\u00e1 seria reprov\u00e1vel o fato de a Caixa pegar um dinheiro a juros baixos e sem nenhuma corre\u00e7\u00e3o e emprest\u00e1-lo a juros muito altos, mesmo sem corre\u00e7\u00e3o (uma vez que a TR corrige presta\u00e7\u00f5es do SFH), evidencia que a institui\u00e7\u00e3o banc\u00e1ria leva imensa vantagem nesta negocia\u00e7\u00e3o. Mas a situa\u00e7\u00e3o piora consideravelmente quando, a Caixa pega dinheiro a juros baixos, sem nenhuma corre\u00e7\u00e3o para o trabalhador, e empresta para ele mesmo.\nSuponhamos que um trabalhador queira adquirir uma casa pr\u00f3pria utilizando recursos do seu FGTS. Ele encontra o im\u00f3vel, mas verifica que seus recursos n\u00e3o s\u00e3o suficiente para adquiri-lo. Ent\u00e3o ele se dirige a um Banco para financiar a diferen\u00e7a, comprometendo sua renda por muitos anos.\nA maioria dos trabalhadores brasileiros, quando quer adquirir um im\u00f3vel, dirige-se \u00e0 Caixa Econ\u00f4mica Federal.\nTodavia, se o dep\u00f3sito do FGTS tivesse sido devidamente corrigido, se ele mantivesse seu poder de compra, ou o empr\u00e9stimo seria menor ou sequer haveria necessidade de o trabalhador comprometer sua renda e anos de trabalho para adquirir aquilo que \u00e9 o nosso sonho mais prim\u00e1rio, nossa necessidade mais rela como indiv\u00edduo e como povo brasileiro.\nA Caixa est\u00e1 emprestando para o trabalhador aquilo que ela deixou de pagar a ele a t\u00edtulo de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria na sua conta de FGTS.\nO Trabalhador Brasileiro n\u00e3o merece isto! A Caixa vale-se da fragilidade humana para colocar-se como realizadora de sonhos, ao mesmo tempo em que, ano ap\u00f3s ano, aufere lucros exorbitantes \u00e0s custas do trabalhador.\n\n\fAinda em rela\u00e7\u00e3o aos dispositivos constitucionais violados, apontamos a viola\u00e7\u00e3o ao direito de propriedade (art. 5\u00ba, XXII da CF).\nO direito de propriedade decorre da pr\u00f3pria lei natural. Por isso, \u00e9 uma exig\u00eancia da natureza intelectual do homem. Enquanto os irracionais se contentam com a satisfa\u00e7\u00e3o de suas necessidades imediatas, o homem pode prever o seu futuro. Assim, para subsistir hoje e no tempo futuro, precisa apropriar-se de bens naturais, de consumo, bens fung\u00edveis e, tamb\u00e9m, de produ\u00e7\u00e3o.\nA propriedade \u00e9 a express\u00e3o da pessoa humana. \u00c9 fruto do seu trabalho ou do de seus antepassados. \u00c9 o espelho do indiv\u00edduo, que precisa de um aconchego preservado pela privacidade, onde pode ser ele mesmo, cercado dos sinais que identificam o seu eu. Ela estimula o trabalho, sendo o homem atra\u00eddo espontaneamente pela perspectiva da recompensa direta e pessoal de seus esfor\u00e7os.\nFinalmente, a propriedade \u00e9 penhor de uma sociedade articulada ou organizada, ao contr\u00e1rio da meramente coletiva, que tem por conseq\u00fc\u00eancia uma sociedade massificada, sem diversifica\u00e7\u00e3o nem liberdade. Ela defende os cidad\u00e3os contra a concentra\u00e7\u00e3o de todos os poderes nas m\u00e3os do Estado, garantindo a liberdade dos indiv\u00edduos e sua independ\u00eancia em rela\u00e7\u00e3o ao poder.\nNesse sentido:\n\"A propriedade faz parte da natureza do homem e da natureza das coisas. Como o trabalho, ela encerra um mist\u00e9rio \u2013 \u00e9 a proje\u00e7\u00e3o da personalidade humana sobre as coisas. A pessoa tende \u00e0 propriedade por um impulso instintivo, do mesmo modo que a nossa natureza animal tende ao alimento. O apetite da propriedade \u00e9 t\u00e3o natural \u00e0 nossa esp\u00e9cie como a fome e a sede; apenas \u00e9 de notar que estes s\u00e3o apetites da nossa natureza inferior, ao passo que aquele procede da nossa natureza superior. Todo o homem tem alma de propriet\u00e1rio, mesmo os que se julgam\n\n\fseus inimigos. \u00c9 isto que se entende quando se afirma que a propriedade decorre do direito natural\" (R.G. Renard, L\u2019\u00c9glise et la Question Sociale, p. 137 et seq.).\nPartindo das premissas acima, em 1991 e 1992, quando o STF julgou a ADI 493-0/DF, ele deixou bem assentado que a TR n\u00e3o constitu\u00eda \u00edndice que refletia a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda. Esta caracter\u00edstica da TR tem se confirmado ao longo dos anos.\nA sua aplica\u00e7\u00e3o aos saldos dos dep\u00f3sitos do FGTS tem gerado \u201cgigantesca destrui\u00e7\u00e3o de valor\u201d do patrim\u00f4nio do trabalhador. H\u00e1 anos, os trabalhadores que tem dep\u00f3sitos no FGTS n\u00e3o experimentam ganhos reais em sua aplica\u00e7\u00e3o. Ao contr\u00e1rio. H\u00e1 muito tempo, os trabalhadores tem rendimentos inferiores \u00e0 infla\u00e7\u00e3o, mesmo levando em conta a remunera\u00e7\u00e3o dos juros de 3% ao ano.\nO que torna a TR um \u00edndice inid\u00f4neo \u00e9 a intensa inger\u00eancia do Banco Central/CMN na sua formula\u00e7\u00e3o.\nDe pouco adiantaria ao trabalhador que fosse determinado ao Banco Central/CMN que recalculasse a TR, pois uma nova f\u00f3rmula estaria igualmente sob a discricionariedade e subjetivismo total do Banco.\nBasta avaliar a sucess\u00e3o de resolu\u00e7\u00f5es do Banco Central/CMN sobre o tema, conforme Parecer do referido Economista. Partindo da premissa inequ\u00edvoca de que a TR n\u00e3o rep\u00f5e a s perdas monet\u00e1rias dos dep\u00f3sitos do FGTS verifica-se de forma incontest\u00e1vel a destrui\u00e7\u00e3o de valor \u201ddo patrim\u00f4nio do trabalhador., outro caminho n\u00e3o existe se n\u00e3o o de adotar um novo \u00edndice que verdadeiramente corrija estes dep\u00f3sitos.\nComo se sabe, o \u00edndice de remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sico da poupan\u00e7a \u00e9 a Taxa Referencial \u2013 TR, \u00edndice controlado pelo Estado, e utilizado como instrumento de\n\n\fcontrole da economia \u2013 vide os sucessivos \u00edndices mensais zerados, a fim de controle de aporte de capital nas poupan\u00e7as.\nTanto a TR n\u00e3o se presta como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, que o STF j\u00e1 decidiu nesse sentido: \u2018A taxa referencial (TR) n\u00e3o \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria (...) n\u00e3o constitui \u00edndice que reflita a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda\u2019 (ADI 493-0/DF, Relator Min. Moreira Alves, Plen\u00e1rio, DJ 4.9.1992).\nAssim sendo, texto t\u00e3o danoso ao cidad\u00e3o (art. 13 da lei 8.036/90) n\u00e3o poder\u00e1 ser tolerado pelo Judici\u00e1rio. Logo, declarada a inconstitucionalidade o \u00edndice aplicado ao precat\u00f3rio pago nos autos, deve ser tomado como vigente e aplicado ao caso concreto - atribuindo-se outro \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o, como retratado nos pedidos da presente a\u00e7\u00e3o.\nA ofensa ao art. 5\u00ba, caput, da CF, na vertente da seguran\u00e7a jur\u00eddica das rela\u00e7\u00f5es com a Caixa Econ\u00f4mica Federal, verifica-se, notadamente ap\u00f3s o reconhecimento pelo SFT que a TR n\u00e3o se presta como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, nesse sentido: \u2018A taxa referencial (TR) n\u00e3o \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria (...) n\u00e3o constitui \u00edndice que reflita a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda\u2019 (ADI 493-0/DF, Relator Min. Moreira Alves, Plen\u00e1rio, DJ 4.9.1992).\nLogo, como citado, resta clara a viola\u00e7\u00e3o aos arts. 1\u00ba, inc. III, 5\u00ba, caput e incs. XXII, XXXVI, e 37, caput, da Constitui\u00e7\u00e3o da Rep\u00fablica.\nFrise-se, o SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL j\u00e1 decidiu que envolve quest\u00e3o constitucional a discuss\u00e3o a respeito da aplica\u00e7\u00e3o ou n\u00e3o, nas contas vinculadas do FGTS, de \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria expurgados em decorr\u00eancia de planos de estabiliza\u00e7\u00e3o da economia.\nCom efeito, no dia 31-08-2000, em Sess\u00e3o Plen\u00e1ria, o STF ao apreciar o RE- n. 226855-RS consolidou entendimento de que a decis\u00e3o judicial que decreta a proced\u00eancia de pedido de pagamento de \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, sob a\n\n\falega\u00e7\u00e3o de direito adquirido, trata de quest\u00e3o constitucional, pois est\u00e1 fundamentada na Constitui\u00e7\u00e3o Federal (art. 5\u00ba, XXXVI).\nOu seja, ao apreciar pedido de aplica\u00e7\u00e3o de \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria extralegais, a decis\u00e3o judicial est\u00e1, obrigatoriamente, posicionando-se quanto \u00e0 exist\u00eancia ou n\u00e3o de direito adquirido.\nPois bem, nos casos em que se pleiteiam a aplica\u00e7\u00e3o nas suas contas vinculadas do FGTS, de \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria com discuss\u00e3o de previs\u00e3o em leis vigentes - tratamos de an\u00e1lise de direito adquirido.\nA concess\u00e3o ou n\u00e3o do pedido depende ent\u00e3o da aprecia\u00e7\u00e3o, pelo juiz da causa, da exist\u00eancia ou n\u00e3o de direito adquirido aos \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria.\nLogo, caso o entendimento seja no sentido que n\u00e3o h\u00e1 aplica\u00e7\u00e3o de direito adquirido ao \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o/atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria (TR) - torna-se poss\u00edvel a interpreta\u00e7\u00e3o no sentido de aplica\u00e7\u00e3o do \u00edndice que realmente cumpra o disposto no art.2\u00ba da lei n\u00ba n\u00ba 8.036/90.\nAssim, a parte autora requer, desde j\u00e1, que este MM.Juiz Federal \" a quo\" manifeste-se em sua r. senten\u00e7a sobre a ofensa aos dispositivos constitucionais citados.\nPortanto, resta PREQUESTIONADA a mat\u00e9ria pugnando pela PROCED\u00caNCIA DO PREQUESTIONAMENTO suscitado, requerendo ao Excelent\u00edssimo JUIZ FEDERAL que se pronuncie de forma objetiva, expl\u00edcita e fundamentada sobre o assunto.\nDOS HONOR\u00c1RIOS ADVOCATICIOS\n\n\fNo que tange a possibilidade de condena\u00e7\u00e3o da requerida em honor\u00e1rios advocat\u00edcios, o STF reiterou o entendimento de que cabe a cobran\u00e7a de honor\u00e1rios advocat\u00edcios nas a\u00e7\u00f5es entre o FGTS e os titulares das contas vinculadas.\nA decis\u00e3o foi tomada por unanimidade no julgamento do RExt 581.160, com repercuss\u00e3o geral reconhecida, interposto contra ac\u00f3rd\u00e3o do TRF da 1\u00aa regi\u00e3o. Segundo o relator, ministro Ricardo Lewandowski, o ac\u00f3rd\u00e3o recorrido julgou constitucional o artigo 29-C da lei 8.036/90, inserido pela MP 2.164/01, que veda a condena\u00e7\u00e3o em honor\u00e1rios advocat\u00edcios nas a\u00e7\u00f5es entre o FGTS e os titulares das contas vinculadas.\nOcorre que o STF j\u00e1 declarou o artigo inconstitucional no julgamento da ADIn 2.736, em que foi relator o ministro Cezar Peluso, que excluiu o artigo 29-C da lei 8.036 do ordenamento legal. \"Entendo que o RExt deve ter o mesmo destino da ADIn, de modo que dou provimento ao pedido\", concluiu o ministro. Nesse sentido:\nEmenta: RECURSO EXTRAORDIN\u00c1RIO COM REPERCUSS\u00c3O GERAL RECONHECIDA. CONSTITUCIONAL. ART. 9\u00ba DA MP 2.164-41/2001. INTRODU\u00c7\u00c3O DO ART. 29-C NA LEI 8.036/1990. HONOR\u00c1RIOS ADVOCAT\u00cdCIOS. SUCUMB\u00caNCIA. A\u00c7\u00d5ES ENVOLVENDO O FGTS E TITULARES DE CONTAS VINCULADAS. INCONSTITUCIONALIDADE DECLARADA NA ADI 2.736/DF. RECURSO PROVIDO. I - O Supremo Tribunal Federal, no julgamento da ADI 2.736/DF, Rel. Min. Cezar Peluso, declarou a inconstitucionalidade do art. 9\u00ba da MP 2.164-41/2001, na parte em que introduziu o art. 29-C na lei 8.036/1990, que vedava a condena\u00e7\u00e3o em honor\u00e1rios advocat\u00edcios \u201cnas a\u00e7\u00f5es entre o FGTS e os titulares de contas vinculadas, bem como naquelas em que figuram os respectivos representantes ou substitutos processuais\u201d. II - Os mesmos argumentos devem ser aplicados \u00e0 solu\u00e7\u00e3o do lit\u00edgio de que trata o presente recurso. III - Recurso extraordin\u00e1rio conhecido e provido.( RE 581160 / MG - MINAS GERAIS . PROCESSO ELETR\u00d4NICO. Relator(a): Min. RICARDO LEWANDOWSKI REPERCUSS\u00c3O GERAL - M\u00c9RITO. Julgamento: 20/06/2012 . \u00d3rg\u00e3o Julgador: Tribunal Pleno.DJe-166 DIVULG 22-08-2012 PUBLIC 23-08-2012- Tema 116 - Direito a honor\u00e1rios advocat\u00edcios nas a\u00e7\u00f5es que visam obter expurgos inflacion\u00e1rios de\n\n\fFGTS.- Ac\u00f3rd\u00e3os citados: ADI 162 MC, ADI 525 MC, ADI 1647, ADI 1753 MC,ADI 2213 MC, ADI 2736.)\nDAS CONCLUS\u00d5ES\nA Taxa Referencial, enquanto \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria assim considerada pela atual jurisprud\u00eancia p\u00e1tria, n\u00e3o pode ser reduzida a Zero, como tem sido nos \u00faltimos meses, pois afronta flagrantemente o artigo 2\u00ba da Lei n\u00ba 8.036/90, que garante atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria aos dep\u00f3sitos feitos no FGTS.\nComo \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, a TR deveria garantir o poder aquisitivo dos dep\u00f3sitos do FGTS, que se perfaz levando em conta os \u00edndices de infla\u00e7\u00e3o. Desde janeiro de 1999, a TR se distanciou sensivelmente dos \u00edndices oficiais de infla\u00e7\u00e3o, impingindo profundas perdas aos dep\u00f3sitos do FGTS, tornando-se inid\u00f4nea para garantir a reposi\u00e7\u00e3o de perdas monet\u00e1rias.\nA inidoneidade da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria decorre de mudan\u00e7as introduzidas na sua metodologia de c\u00e1lculo pelo Banco Central do Brasil/CMN que, atrav\u00e9s do mecanismo econ\u00f4mico de um redutor, vem nitidamente manipulando o \u00edndice para que ele se desprenda da infla\u00e7\u00e3o at\u00e9 anul\u00e1-la completamente, a despeito de um quadro de infla\u00e7\u00e3o persistente no Pa\u00eds.\nA Caixa Econ\u00f4mica Federal est\u00e1 se prestando ao papel de espoliador do FGTS, na medida em que disp\u00f5e do patrim\u00f4nio do trabalhador sem a devida contrapresta\u00e7\u00e3o. A corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria aplicada ao FGTS tem sido h\u00e1 muito tempo menor que a infla\u00e7\u00e3o registrada, de forma que descumpre n\u00e3o s\u00f3 o artigo 2\u00ba da lei n\u00ba 8.036/90, artigo 233 do C\u00f3digo Civil, mas tamb\u00e9m toda a l\u00f3gica e princ\u00edpios do mercado econ\u00f4mico.\nQuem empresta tem direito a ser remunerado com juros e a totalidade da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. O trabalhador n\u00e3o pode ser obrigado a subsidiar ainda mais os projetos do Governo Federal. O \u201cainda mais\u201d decorre do fato de os juros de 3%\n\n\fdo FGTS serem os menores do mercado, o qu\u00ea, por si s\u00f3, demonstra que ele j\u00e1 est\u00e1 fazendo sua parte sob a perspectiva social.\nNegar o direito de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria aos dep\u00f3sitos do FGTS, Fundo do qual o trabalhador n\u00e3o pode simplesmente sacar seu dinheiro para aplicar em outro fundo mais rent\u00e1vel, configura ato de tirania, incompat\u00edvel com um Estado Democr\u00e1tico de Direito e deve ser de pronto recha\u00e7ado.\nSe o Governo Brasileiro remunerasse os investidores internacionais com TR mais 3% a.a, como faz com os trabalhadores, haveria um fuga em massa dos investimentos no Pa\u00eds, e certamente estar\u00edamos experimentando uma tsunami econ\u00f4mica e n\u00e3o uma simples \u201cmarolinha\u201d.\nSendo a TR \u00edndice inid\u00f4neo para restabelecer o poder aquisitivo dos dep\u00f3sitos do FGTS, sua substitui\u00e7\u00e3o por outro \u00edndice que melhor recomponha as perdas monet\u00e1rias se torna imperioso, a fim de fazer prevalecer o artigo 2\u00ba da lei n\u00ba 8.036/90 e artigo 233 do C\u00f3digo Civil.\nPosto que desde janeiro de 1999 o redutor criado pelo Banco Central/CMN promoveu o completo distanciamento da TR dos \u00edndices oficiais de infla\u00e7\u00e3o, temos que desde ent\u00e3o ela perdeu sua condi\u00e7\u00e3o de repor as perdas inflacion\u00e1rias dos dep\u00f3sitos do FGTS, devendo desde esta data ser substitu\u00edda pelo INPC, alternativamente, pelo IPCA.\n\nDOS PEDIDOS\n\nque: requerendo-se:\n\nIsto posto, mui respeitosamente, requer-se a Vossa Excel\u00eancia a) Seja a presente a\u00e7\u00e3o julgada totalmente procedente,\n\n\fa.1) que a TR seja substitu\u00edda pelo IPCA como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos efetuados em nome do(s) autor(es) a partir de sua concess\u00e3o at\u00e9 o tr\u00e2nsito em julgado da presente a\u00e7\u00e3o, com a consequente aplica\u00e7\u00e3o do novo \u00edndice sobre os dep\u00f3sitos constantes das contas vinculadas do (s) Autor (es);\nou a.2) a aplica\u00e7\u00e3o de qualquer outro \u00edndice que reponha as perdas inflacion\u00e1rias do trabalhador nas contas do FGTS, no entender deste Doutor Ju\u00edzo, at\u00e9 o tr\u00e2nsito em julgado da presente a\u00e7\u00e3o, com a consequente aplica\u00e7\u00e3o do novo \u00edndice sobre os dep\u00f3sitos constantes das contas vinculadas do (s) Autor (es).\nb) A cita\u00e7\u00e3o da requerida, para querendo apresentar resposta \u00e0 presente a\u00e7\u00e3o, sob pena de confiss\u00e3o f\u00e1tica e revelia.\nc) Ao final, a condena\u00e7\u00e3o da Caixa para:\nc.1) pagar, a favor do (s) Autor (es) o valor correspondente \u00e0s diferen\u00e7as de FGTS em raz\u00e3o da aplica\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria pelo INPC nos meses em que a TR foi zero, nas parcelas vencidas e vincendas; e\nc.2) pagar, a favor do (s) Autor (es) o valor correspondente \u00e0s diferen\u00e7as de FGTS em raz\u00e3o da aplica\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria pelo INPC, desde Janeiro de 1999, nos meses em que a TR n\u00e3o foi zero, mas foi menor que a infla\u00e7\u00e3o do per\u00edodo;\nou c.3) pagar, a favor do (s) Autor (es) o valor correspondente \u00e0s diferen\u00e7as de FGTS em raz\u00e3o da aplica\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria pelo IPCA nos meses em que a TR foi zero; e c.4) pagar, a favor do (s) Autor (es) o valor correspondente \u00e0s diferen\u00e7as de FGTS em raz\u00e3o da aplica\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria pelo IPCA, desde Janeiro de 1999, nos meses em que a TR n\u00e3o foi zero, mas foi menor que a infla\u00e7\u00e3o do per\u00edodo;\n\n\fou c.5) pagar, a favor do (s) Autor (es) o valor correspondente \u00e0s diferen\u00e7as de FGTS em raz\u00e3o da aplica\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria por qualquer outro \u00edndice que reponha as perdas inflacion\u00e1rias do trabalhador nas contas do FGTS, no entender deste Ju\u00edzo, desde Janeiro de 1999, inclusive nos meses em que a TR foi zero.\nd) Sobre os valores devidos pela condena\u00e7\u00e3o de que tratam os itens acima, dever\u00e3o incidir corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria desde a inadimpl\u00eancia da Caixa, bem como os juros legais.\ne) A condena\u00e7\u00e3o da Caixa ao pagamento das custas e honor\u00e1rios advocat\u00edcios de 30% sobre o valor da condena\u00e7\u00e3o, quando devido tal verba.\nf) A concess\u00e3o da gratuidade da justi\u00e7a, porquanto a parte autora n\u00e3o possui condi\u00e7\u00f5es financeiras para recolhimento de custas ou despesas processuais. Subsidiariamente, requer sejam as custas recolhidas ao final;\ng) Que este MM.Juiz Federal \"a quo\" manifeste-se em sua r. senten\u00e7a sobre a exig\u00eancia de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria do art. 2\u00ba da lei n\u00ba 8.036/90 que garante atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria aos dep\u00f3sitos das contas vinculadas do FGTS;\nh) Que este MM.Juiz Federal \"a quo\" manifeste-se em sua r. senten\u00e7a sobre os fundamentos que a utiliza\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o desobedeceria os limites materiais de in\u00fameros fundamentos e princ\u00edpios constitucionais, como o Estado Democr\u00e1tico de Direito, atentando contra a Dignidade da pessoa Humana (art. 1\u00ba e inciso III, da CF), bem como os princ\u00edpios da igualdade, seguran\u00e7a jur\u00eddica (art. 5\u00ba, caput, da CF), da prote\u00e7\u00e3o ao direito de propriedade, direito adquirido (art. 5\u00ba, XXII e XXXVI da CF) e moralidade (art. 37 da CF). Logo, resta PREQUESTIONADA a mat\u00e9ria pugnando pela PROCED\u00caNCIA DO PREQUESTIONAMENTO suscitado, requerendo ao Excelent\u00edssimo JUIZ FEDERAL que se pronuncie de forma objetiva, expl\u00edcita e fundamentada sobre o assunto.\n\n\fi) Antes da expedi\u00e7\u00e3o do mandado de levantamento de valores, precat\u00f3rio ou rpv, sejam os honor\u00e1rios sucumbenciais e contratuais (no percentual de 30%) destacados para pagamento diretamente aos procuradores do Autor, por dedu\u00e7\u00e3o da quantia a ser recebida pelo mesmo, nos termos do artigo 22, caput, \u00a74\u00ba c/c artigo 23 da Lei 8.906/1994.\n\nj) Sejam, ao final, julgados procedentes todos os pedidos deduzidos na presente.\n\nProtesta o Autor provar o alegado por todos os meios de prova admitidos em direito, principalmente prova documental e pericial.\n\nD\u00e1-se a causa o valor de R$ 556,80 (quinhentos e cinquenta e seis reais e oitenta centavos).\n\nNestes termos, pede deferimento. Uni\u00e3o da Vit\u00f3ria/PR, 16 de julho de 2014.\n\nVIRGILIO C\u00c9SAR DE MELO OAB/PR n\u00ba. 14.114\n\nMOACIR DE MELO OAB/PR n\u00ba. 2.268\n\nMARIA SALETE RODRIGUES DE MELO OAB/PR 35.343\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 3 (C\u00edvel) - IdDocumentoCompleto: 5005065-52.2014.4.04.7209-721400327149369710220000000022", "text": "EXCELENT\u00cdSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) FEDERAL DO JUIZADO ESPECIAL CIVEL FEDERAL DE JARAGU\u00c1 DO SUL \u2013 SE\u00c7\u00c3O JUDICI\u00c1RIA DE SANTA CATARINA.\nAMILTON CEZAR DE AGUIAR, portador da C\u00e9dula de Identidade registrada sob n.\u00b0 5.390.675-6 SSP/SC e CPF sob n.\u00b0 164.102.890-49, brasileiro, casado, professor, residente e domiciliado na Rua 28 de agosto, 3.901, bairro Ava\u00ed, na cidade e Comarca de Guaramirim (SC), CEP 89.270-000, vem \u00e0 presen\u00e7a de Vossa Excel\u00eancia, por interm\u00e9dio de seu procurador constitu\u00eddo, propor\nA\u00c7\u00c3O ORDIN\u00c1RIA PARA RESTITUI\u00c7\u00c3O DE VALORES C/C PEDIDO DE ANTECIPA\u00c7\u00c3O DE TUTELA contra\nCAIXA ECON\u00d4MICA FEDERAL, empresa p\u00fablica federal, inscrita no CNPJ registrado sob n.\u00b0 00.360.305/0001-04, com sede na SBS Quadra 4, Bloco A Lote, n.\u00b0 3/4, Presi/Gecol 21\u00ba Andar, bairro Asa Sul, na cidade de Bras\u00edlia (DF), CEP 70.092-900, pelos fatos e fundamentos que passa a expor.\nI. DOS FATOS. Desde o advento da Lei n.\u00b0 8.036/90, a institui\u00e7\u00e3o requerida, por interm\u00e9dio do Conselho Curador, vem gerenciando o Fundo de Garantia por Tempo de Servi\u00e7o (FGTS). Al\u00e9m das demais diretrizes apontadas na legisla\u00e7\u00e3o, tem-se por obrigat\u00f3ria a aplica\u00e7\u00e3o de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e de remunera\u00e7\u00e3o incidente por meio dos juros sobre os dep\u00f3sitos e aplica\u00e7\u00f5es efetuadas nas contas vinculadas ao FGTS. Neste diapas\u00e3o, para a atualiza\u00e7\u00e3o dos valores, com o advento da Lei n.\u00b0 8.177/91 (posteriormente editada pela Lei n.\u00b0 12.703/12), fixou-se a TR como \u00edndice. \u00c0 luz daquele diploma, estabeleceu-se que a Taxa Referencial (TR) deveria ser calculada com base na m\u00e9dia l\u00edquida de impostos, dep\u00f3sitos a prazo fixo nos bancos comerciais, bancos de investimentos, caixas econ\u00f4micas, ou dos t\u00edtulos p\u00fablicos federais, estaduais e municipais, de acordo com a metodologia a ser aprovada pelo Conselho Monet\u00e1rio Nacional. Acontece que, h\u00e1 muito tempo a TR n\u00e3o reflete mais a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria a que se presta, tendo se distanciado completamente dos \u00edndices oficiais de infla\u00e7\u00e3o. Prova disto \u00e9 que\n\n\fnos meses de Setembro, Outubro e Novembro de 2009; Janeiro e Fevereiro de 2010, Fevereiro e Junho de 2012 e Setembro de 2012 em diante, a TR tem sido completamente anulada, como se n\u00e3o existisse qualquer infla\u00e7\u00e3o no per\u00edodo pass\u00edvel de corre\u00e7\u00e3o.\nTem-se, assim, como indevida a aplica\u00e7\u00e3o deste \u00edndice para a corre\u00e7\u00e3o e a remunera\u00e7\u00e3o sobre o saldo do FGTS, motivo que o requerente busca a edi\u00e7\u00e3o da tutela jurisdicional, no embasamento abaixo apresentado, a modifica\u00e7\u00e3o do \u00edndice primitivo para a aplica\u00e7\u00e3o de \u00edndice que se mostre mais favor\u00e1vel ao trabalhador.\nII. DOS FUNDAMENTOS.\na) Legitimidade Passiva da Caixa Econ\u00f4mica Federal.\nTendo-se em vista que o processo em tela versa sobre corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos dep\u00f3sitos de FGTS, sobressai irrefut\u00e1vel a legitimidade passiva e exclusiva da Caixa Econ\u00f4mica Federal, conforme precedentes do STJ, sen\u00e3o vejamos:\nA\u00c7\u00c3O RESCIS\u00d3RIA. ADMINISTRATIVO. FGTS. CORRE\u00c7\u00c3O DOS SALDOS DAS CONTAS VINCULADAS. DIFEREN\u00c7AS DE EXPURGOS INFLACION\u00c1RIOS. TEMA J\u00c1 PACIFICADO NO STJ. PROCED\u00caNCIA DA A\u00c7\u00c3O.1. A mat\u00e9ria referente \u00e0 corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria das contas vinculadas ao FGTS, em raz\u00e3o das diferen\u00e7as de expurgos inflacion\u00e1rios, foi decidida pela Primeira Se\u00e7\u00e3o deste Superior Tribunal, no REsp n.1.111.201 - PE e no REsp n. 1.112.520 PE, de relatoria do Exmo.Min. Benedito Gon\u00e7alves, ambos submetidos ao regime do art. 543-C do CPC e da Resolu\u00e7\u00e3o n. 8/08 do STJ, que tratam dos recursos representativos da controv\u00e9rsia, publicados no DJe de 4.3.2010.(...)3. Quanto \u00e0s demais preliminares alegadas, devidamente prequestionadas, esta Corte tem o entendimento no sentido de que, nas demandas que tratam da atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos saldos das contas vinculadas do FGTS, a legitimidade passiva ad causam \u00e9 exclusiva da Caixa Econ\u00f4mica Federal, por ser gestora do Fundo, com a exclus\u00e3o da Uni\u00e3o e dos bancos deposit\u00e1rios (S\u00famula 249/STJ).(...)(AR 1.962/SC, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, PRIMEIRA SE\u00c7\u00c3O, julgado em 08/02/2012, DJe 27/02/2012)\nSe n\u00e3o bastasse, colhe-se da S\u00famula 249 do STJ:\nS\u00famula 249/STJ \u2013 A Caixa Econ\u00f4mica Federal tem legitimidade passiva para integrar processo em que se discute corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria do FGTS.\nAssim, evidente a legitimidade passiva da institui\u00e7\u00e3o requerida.\nb) Prescri\u00e7\u00e3o.\n\n\fNo que tange ao prazo prescricional, j\u00e1 est\u00e1 amplamente assentado na doutrina e jurisprud\u00eancia, que em rela\u00e7\u00e3o ao pleito de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria do FGTS, a prescri\u00e7\u00e3o \u00e9 trinten\u00e1ria.\nNeste sentido, decis\u00e3o do STJ:\nRECURSO ESPECIAL. TRIBUT\u00c1RIO. FGTS. CORRE\u00c7\u00c3O DOS SALDOS DAS CONTAS VINCULADAS. DIFEREN\u00c7AS DE EXPURGOS INFLACION\u00c1RIOS. TEMA J\u00c1 JULGADO PELO REGIME DO ART. 543-C DO CPC E DA RESOLU\u00c7\u00c3O N. 8/08 DO STJ, QUE TRATAM DOS RECURSOS REPRESENTATIVOS DE CONTROV\u00c9RSIA. (...)3. No REsp n. 1.112.520 - PE, por seu turno, firmou-se o seguinte entendimento: 4. Outrossim, n\u00e3o deve prevalecer a interpreta\u00e7\u00e3o da recorrente quanto \u00e0 ocorr\u00eancia de prescri\u00e7\u00e3o quinquenal, pois este Tribunal j\u00e1 decidiu que \u00e9 trinten\u00e1ria a prescri\u00e7\u00e3o para cobran\u00e7a de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria de contas vinculadas ao FGTS, nos termos das S\u00famula 210/STJ: \"A a\u00e7\u00e3o de cobran\u00e7a das contribui\u00e7\u00f5es para o FGTS prescreve em (30) trinta anos\".(...) (REsp 1150446 RJ 2009/0143136-0, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, Julgamento: 10/08/2010, \u00d3rg\u00e3o Julgador: T2 - SEGUNDA TURMA, Publica\u00e7\u00e3o: DJe 10/09/2010)\nAssim, a a\u00e7\u00e3o ora proposta n\u00e3o est\u00e1 alcan\u00e7ada pela prescri\u00e7\u00e3o trinten\u00e1ria, conforme se demonstrar\u00e1 adiante.\nc) An\u00e1lise da Corre\u00e7\u00e3o Monet\u00e1ria e do FGTS.\nA corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria existe entre n\u00f3s desde a d\u00e9cada de 1960. O principal te\u00f3rico da Corre\u00e7\u00e3o Monet\u00e1ria, o Advogado Tributarista Bulh\u00f5es Pedreira explica o seguinte:\n\u2019\u201dPor analogia com as unidades de medidas f\u00edsicas podemos dizer que o n\u00edvel geral de pre\u00e7os \u00e9 o padr\u00e3o prim\u00e1rio do valor financeiro, enquanto que a unidade monet\u00e1ria serve como padr\u00e3o secund\u00e1rio \u2013 usado, na pr\u00e1tica, para exprimir o valor financeiro, mas que deve ser aferido pelo padr\u00e3o prim\u00e1rio porque sujeito a modifica\u00e7\u00f5es.\u201d (BULH\u00d5ES PEDREIRA, Jos\u00e9 Luiz, \u201cCorre\u00e7\u00e3o Monet\u00e1ria; Indexa\u00e7\u00e3o Cambial. Obriga\u00e7\u00e3o Pecuni\u00e1ria\u201d, in \u201cRevista de Direito Administrativo\u201d, c. 193 p, 353 a 372 Jul/Set 1993).\nAinda, o autor Let\u00e1cio Jansen diz que Bulh\u00f5es Pedreira teria conseguido institucionalizar e colocar em pr\u00e1tica a sua doutrina principalmente atrav\u00e9s da Lei n\u00ba 4.357, de 1964, que criou o primeiro indexador da Economia Brasileira \u2013 a ORTN (obriga\u00e7\u00e3o reajust\u00e1vel do tesouro nacional), uma obriga\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria cuja fun\u00e7\u00e3o era fazer variar, periodicamente, a moeda nacional segundo a perda de seus respectivos poderes aquisitivos.\nDesde esta data, uma pl\u00eaiade de \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria foi se sucedendo, at\u00e9 a entrada em vigor da Medida Provis\u00f3ria n\u00ba 294, de 31 de janeiro de 1991, que se transformou na Lei n\u00ba 8.177, de 1\u00ba de mar\u00e7o de 1991. Nesta oportunidade o Governo Collor pretendeu\n\n\fsubstituir a s\u00e9rie de indexadores tradicionais da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria brasileira (ORTN, OTN e BTN) que eram vinculados \u00e0 varia\u00e7\u00e3o dos n\u00edveis gerais de pre\u00e7os, pela Taxa Referencial, que tinha natureza financeira.\nAinda hoje permanece a perplexidade em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 natureza jur\u00eddica da TR, at\u00e9 por conta da pr\u00f3pria inconsist\u00eancia da lei que a criou, que ora a trata como taxa de juros (artigo 39) ora como indexador (artigo 18).\nTaxas de juros objetivam promover a remunera\u00e7\u00e3o do capital. S\u00e3o calculadas por quem disponibiliza o capital em benef\u00edcio de outra pessoa, f\u00edsica ou jur\u00eddica, para que empregue para satisfa\u00e7\u00e3o de determinada necessidade, na expectativa de lucro. Os indexadores, por outro lado, podem ser entendidos como \u00edndices calculados a partir da varia\u00e7\u00e3o de pre\u00e7os de mercado em determinado per\u00edodo. O seu objetivo est\u00e1 na corre\u00e7\u00e3o dos efeitos inflacion\u00e1rios, quando se compara valores monet\u00e1rios em diferentes \u00e9pocas.\nPois bem. Quando o STF enfrentou o tema da natureza da TR, disse atrav\u00e9s do voto vencedor da ADI 493-0/DF que:\nA Taxa Referencial (TR) n\u00e3o \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, pois, refletindo as varia\u00e7\u00f5es do custo prim\u00e1rio da capta\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos a prazo fixo, n\u00e3o constitui \u00edndice que reflita a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda.\nN\u00e3o obstante, os Ministros vencidos Celso de Mello, Marco Aur\u00e9lio e Ilmar Galv\u00e3o entenderam que a estrutura de c\u00e1lculo da taxa referencial n\u00e3o era suficiente para impedir sua utiliza\u00e7\u00e3o como par\u00e2metro de indexa\u00e7\u00e3o da economia.\nMesmo assim, naquela oportunidade, o STF entendeu que a TR possu\u00eda natureza de taxa de juros e declarou inconstitucional o artigo 18 da Lei n\u00ba 8.177/91, cujo texto original estabelecia que os saldos devedores e as presta\u00e7\u00f5es dos contratos integrantes do SFH, passariam a ser atualizados pela taxa aplic\u00e1vel \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica dos Dep\u00f3sitos de Poupan\u00e7a. Vale a pena transcrever a ementa deste julgado:\nA\u00e7\u00e3o direta de inconstitucionalidade.- Se a lei alcan\u00e7ar os efeitos futuros de contratos celebrados anteriormente a ela, ser\u00e1 essa lei retroativa (retroatividade m\u00ednima) porque vai interferir na causa, que e um ato ou fato ocorrido no passado.- O disposto no artigo 5, XXXVI, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal se aplica a toda e qualquer lei infraconstitucional, sem qualquer distin\u00e7\u00e3o entre lei de direito p\u00fablico e lei de direito privado, ou entre lei de ordem p\u00fablica e lei dispositiva. Precedente do S.T.F..- Ocorr\u00eancia, no caso, de viola\u00e7\u00e3o de direito adquirido. A taxa referencial (TR) n\u00e3o \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, pois, refletindo as varia\u00e7\u00f5es do custo prim\u00e1rio da capta\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos a prazo fixo, n\u00e3o constitui \u00edndice que reflita a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda. Por isso, n\u00e3o h\u00e1 necessidade de se examinar a quest\u00e3o de saber se as normas que alteram \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria se aplicam imediatamente, alcan\u00e7ando, pois, as presta\u00e7\u00f5es futuras de contratos celebrados no passado, sem violarem o disposto no artigo 5, XXXVI,\n\n\fda Carta Magna.- Tamb\u00e9m ofendem o ato jur\u00eddico perfeito os dispositivos impugnados que alteram o crit\u00e9rio de reajuste das presta\u00e7\u00f5es nos contratos j\u00e1 celebrados pelo sistema do Plano de Equival\u00eancia Salarial por Categoria Profissional (PES/CP). A\u00e7\u00e3o direta de inconstitucionalidade julgada procedente, para declarar a inconstitucionalidade dos artigos 18, \"caput\" e par\u00e1grafos 1 e 4; 20; 21 e par\u00e1grafo \u00fanico; 23 e par\u00e1grafos; e 24 e par\u00e1grafos, todos da Lei n. 8.177, de 1 de maio de 1991. (ADI 493, Relator (a): Min. Moreira Alves, Tribunal Pleno, julgado em 25/06/1992, DJ 0409-1992 PP-14089 EMENT VOL-01674-02 PP-00260 RTJ VOL-00143-03 PP-00724)\n\nPor algum tempo, o pr\u00f3prio STJ rejeitou a TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, tanto para a poupan\u00e7a, quanto para o SFH. Neste sentido:\n\nCOMERCIAL. M\u00daTUO RURAL. CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA.\n\nVINCULA\u00c7\u00c3O AO CRIT\u00c9RIO DE REAJUSTE DOS\n\nDEP\u00d3SITOS EM CADERNETA DE POUPAN\u00c7A. LICITUDE.\n\nSUBSTITUI\u00c7\u00c3O PELA TR NOS MESES SUBSEQUENTES A\n\nFEVEREIRO/91. PREVIS\u00c3O DE UTILIZA\u00c7\u00c3O DA OTN.\n\nINDEXADOR\n\nCONTRATUALMENTE\n\nELEITO.\n\nSUBSTITUI\u00c7\u00c3O\n\nEX\n\nLEGE\n\nPELA\n\nTR.\n\nINCONSTITUCIONALIDADE DECLARADA. ADO\u00c7\u00c3O DO\n\nINPC. PRECEDENTES.\n\nI \u2013 NO CONTRATO DE M\u00daTUO RURAL \u00c9 L\u00cdCITO O PACTO\n\nDE VINCULA\u00c7\u00c3O DA CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA AO\n\nCRIT\u00c9RIO DE ATUALIZA\u00c7\u00c3O DOS DEP\u00d3SITOS EM\n\nCADERNETA DE POUPAN\u00c7A, RESULTANDO DEVIDA A\n\nINCID\u00caNCIA DO MESMO INDEXADOR NOS MESES\n\nSUBSEQUENTES A FEVEREIRO/91. (ART. 13 DA LEI\n\n8.177).\n\nII \u2013 EM FACE DA POSI\u00c7\u00c3O DO SUPREMO TRIBUNAL\n\nFEDERAL INADMITINDO A TR COMO FATOR DE\n\nATUALIZA\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA SUBSTITUTIVO DO BTN, A\n\nCORRE\u00c7\u00c3O DOS VALORES, CUJA FORMA DE\n\nREAJUSTE ESTAVA, POR LEI OU CONTRATO,\n\nATRELADA A VARIA\u00c7\u00c3O DO VALOR DE REFERIDO\n\nT\u00cdTULO DA D\u00cdVIDA P\u00daBLICA, CUMPRE SEJA\n\nPROCEDIDA, A PARTIR DA LEI 8.177/91, COM BASE NO\n\nINPC (REsp. 40.777/GO, Rel. Ministro S\u00c1LVIO DE\n\nFIGUEIREDO TEIXEIRA, QUARTA TURMA, julgado em\n\n13/11/1995, DJ 11/12/1995, p. 43225) (grifamos)\n\nADMINISTRATIVO - SFH - REAJUSTE DAS PRESTA\u00c7\u00d5ES\n\nE DO SALDO DEVEDOR - PLANO DE EQUIVAL\u00caNCIA\n\nSALARIAL (PES) - INAPLICABILIDADE DA TR \u2013 ADIN 493-\n\n0/STF - VANTAGENS PESSOAIS INCORPORADAS\n\nDEFINITIVAMENTE AO SAL\u00c1RIO - INCLUS\u00c3O NO\n\nC\u00c1LCULO - DIVERG\u00caNCIA JURISPRUDENCIAL N\u00c3O\n\nCOMPROVADA - RISTJ, ART. 255 E PAR\u00c1GRAFOS -\n\nS\u00daMULA 13/STJ -PRECEDENTES STJ.- Nos contratos\n\n\fvinculados ao PES, o reajustamento das presta\u00e7\u00f5es deve obedecer \u00e0 varia\u00e7\u00e3o salarial dos mutu\u00e1rios, a fim de preservara equa\u00e7\u00e3o econ\u00f4mico-financeira do pactuado.- As vantagens pessoais incorporadas, definitivamente, ao sal\u00e1rio ou vencimento do mutu\u00e1rio, incluem-se na verifica\u00e7\u00e3o da equival\u00eancia para fixa\u00e7\u00e3o das parcelas.- Declarada pelo STF a inconstitucionalidade da TR como fator de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria (ADIN 493-0), o reajustamento do saldo devedor,a exemplo das presta\u00e7\u00f5es mensais, tamb\u00e9m deve obedecer ao Plano de Equival\u00eancia Salarial.Recurso conhecido e parcialmente provido(Resp 140.839/BA, Rel. Ministro FRANCISCO PE\u00c7ANHA MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 23/11/1999, DJ 21/02/2000, p. 112) (grifamos)\nSFH. PLANO DE EQUIVAL\u00caNCIA SALARIAL. REAJUSTE DAS PRESTA\u00c7\u00d5ES. ILEGITIMIDADE PASSIVA DA UNI\u00c3O. NULIDADE DO AC\u00d3RD\u00c3O. INOCORR\u00caNCIA. VANTAGENS PESSOAIS. INCLUS\u00c3O. CORRE\u00c7\u00c3O PELA TR. IMPOSSIBILIDADE. PRECEDENTES.(...)4. Inaplic\u00e1vel a TR como fator de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria Entendimento consagrado nesta Corte na esteira de orienta\u00e7\u00e3o tra\u00e7ada pelo STF.5. Recurso especial conhecido e parcialmente provido.(REsp 209.466/BA, Rel. Ministro FRANCISCO PE\u00c7ANHA MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 07/08/2001, DJ 17/06/2002, p. 231) (grifamos)\nTodavia, a Corte de Justi\u00e7a, fazendo uma releitura do voto do Ministro Moreira Alves do STF, mudou de entendimento, e passou a adotar a constitucionalidade da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, conforme demonstra o seguinte julgado:\nSISTEMA FINANCEIRO DA HABITA\u00c7\u00c3O. SALDO DEVEDOR. ATUALIZA\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA. TR.1. N\u00e3o \u00e9 inconstitucional a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria com base na Taxa Referencial - TR. O que \u00e9 inconstitucional \u00e9 sua aplica\u00e7\u00e3o retroativa. Foi isso o que decidiu o STF da ADI 493/DF, Pleno, Min. Moreira Alves, DJ de 04.09.1992, ao estabelecer o \u00e2mbito de incid\u00eancia da Lei 8.177, de 1991.2. Aos contratos de m\u00fatuo habitacional firmados no \u00e2mbito do SFH que prevejam a corre\u00e7\u00e3o do saldo devedor pela taxa b\u00e1sica aplic\u00e1vel aos dep\u00f3sitos da poupan\u00e7a aplicase a Taxa Referencial, por expressa determina\u00e7\u00e3o legal. Precedentes da Corte Especial: AGEREsp 725917 / DF, Min. Laurita Vaz, DJ 19.06.2006; DERESP 453600 / DF, Min. Aldir Passarinho Junior, DJ 24.04.2006.3. Embargos de diverg\u00eancia a que se nega provimento.(EREsp 752.879/DF, Rel. Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI, CORTE ESPECIAL, julgado em 19/12/2006, DJ 12/03/2007, p. 184) (grifamos)\n\n\fEm rela\u00e7\u00e3o ao FGTS, h\u00e1 at\u00e9 a s\u00famula do STJ sobre a aplica\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. Neste sentido:\nA Taxa Referencial (TR) \u00e9 o \u00edndice aplic\u00e1vel, a t\u00edtulo de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, aos d\u00e9bitos com o FGTS recolhidos pelo empregador mas n\u00e3o repassados ao fundo. (S\u00famula 459, PRIMEIRA SE\u00c7\u00c3O, julgado em 25/08/2010, DJe 08/09/2010)\nComo dito alhures, aplica\u00e7\u00e3o de \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria se presta para recuperar o poder de compra do valor emprestado. Este poder de compra \u00e9 diretamente influenciado por um processo inflacion\u00e1rio. O pr\u00f3prio STJ reconhece a influ\u00eancia da infla\u00e7\u00e3o e da defla\u00e7\u00e3o na composi\u00e7\u00e3o do \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, sen\u00e3o vejamos:\nPREVIDENCI\u00c1RIO E ECON\u00d4MICO. T\u00cdTULO EXECUTIVO JUDICIAL. DETERMINA\u00c7\u00c3ODE CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA PELO IGP-M. \u00cdNDICES DE DEFLA\u00c7\u00c3O.APLICABILIDADE. OFENSA AO PRINC\u00cdPIO DA IRREDUTIBILIDADE DOS VENCIMENTOS. N\u00c3O OCORR\u00caNCIA. PRESERVA\u00c7\u00c3O DO VALOR NOMINAL DA OBRIGA\u00c7\u00c3O. PRECEDENTES.1. \"A corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria nada mais \u00e9 do que um mecanismo de manuten\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda, n\u00e3o devendo representar, consequentemente, por si s\u00f3, nem um plus nem um minus em sua subst\u00e2ncia. Corrigir o valor nominal da obriga\u00e7\u00e3o representa, portanto, manter, no tempo, o seu poder de compra original, alterado pelas oscila\u00e7\u00f5es inflacion\u00e1rias positivas e negativas ocorridas no per\u00edodo. Atualizar a obriga\u00e7\u00e3o levando em conta apenas oscila\u00e7\u00f5es positivas importaria distorcer a realidade econ\u00f4mica produzindo um resultado que n\u00e3o representa a simples manuten\u00e7\u00e3o do primitivo poder aquisitivo, mas um indevido acr\u00e9scimo no valor real. Nessa linha, estabelece o Manual de Orienta\u00e7\u00e3o de Procedimento de C\u00e1lculos aprovado pelo Conselho da Justi\u00e7a Federal que, n\u00e3o havendo decis\u00e3o judicial em contr\u00e1rio, \"os \u00edndices negativos de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria (defla\u00e7\u00e3o) ser\u00e3o considerados no c\u00e1lculo de atualiza\u00e7\u00e3o\", com a ressalva de que, se, no c\u00e1lculo final, 'a atualiza\u00e7\u00e3o implicar redu\u00e7\u00e3o do principal, deve prevalecer o valor nominal'\" (Corte Especial, REsp 1.265.580/RS, Rel. Min. TEORI ALBINO ZAVASCKI, DJe18/4/12).2. No precedente da Corte Especial, mencionado na decis\u00e3o agravada, ficou expressamente consignado que se, na atualiza\u00e7\u00e3o da d\u00edvida, houver redu\u00e7\u00e3o do principal, deve prevalecer o valor nominal, em respeito ao princ\u00edpio da irredutibilidade de vencimentos,previsto nos arts. 7\u00ba, VI e 37, XV, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal.3. A compreens\u00e3o no sentido de que n\u00e3o h\u00e1 viola\u00e7\u00e3o ao princ\u00edpio da irredutibilidade dos vencimentos, quando preservado o valor nominal da obriga\u00e7\u00e3o, encontra respaldo na jurisprud\u00eancia do STF e do STJ.4. Agravo regimental improvido.(AgRg nos EREsp 1252558/RS, Rel. Ministro SERGIO KUKINA, PRIMEIRA\n\n\fSE\u00c7\u00c3O, julgado em 13/03/2013, DJe 21/03/2013)(grifos nossos)\nN\u00e3o podemos nos esquecer de que a cultura da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria est\u00e1 de tal forma arraigada ao nosso sistema econ\u00f4mico, que o pr\u00f3prio C\u00f3digo Civil de 2002, traz diversos dispositivos garantindo atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria:\nArt. 389. N\u00e3o cumprida a obriga\u00e7\u00e3o, responde o devedor por perdas e danos, mais juros e atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria segundo \u00edndices oficiais regularmente estabelecidos, e honor\u00e1rios de advogado. Art. 395. Responde o devedor pelos preju\u00edzos a que sua mora der causa, mais juros, atualiza\u00e7\u00e3o dos valores monet\u00e1rios segundo \u00edndices oficiais regularmente estabelecidos, e honor\u00e1rios de advogado. Art. 404. As perdas e danos, nas obriga\u00e7\u00f5es de pagamento em dinheiro, ser\u00e3o pagas com atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria segundo \u00edndices oficiais regularmente estabelecidos, abrangendo juros, custas e honor\u00e1rios de advogado, sem preju\u00edzo da pena convencional. Art. 418. Se a parte que deu as arras n\u00e3o executar o contrato, poder\u00e1 a outra t\u00ea-lo por desfeito, retendo-as; se a inexecu\u00e7\u00e3o for de quem recebeu as arras, poder\u00e1 quem as deu haver o contrato por desfeito, e exigir sua devolu\u00e7\u00e3o mais o equivalente, com atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria segundo \u00edndices oficiais regularmente estabelecidos, juros e honor\u00e1rios de advogado. Art. 772. A mora do segurador em pagar o sinistro obriga \u00e0 atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria da indeniza\u00e7\u00e3o devida segundo \u00edndices oficiais regularmente estabelecidos, sem preju\u00edzo dos juros morat\u00f3rios. Art. 884. Aquele que, sem justa causa, se enriquecer \u00e0 custa de outrem, ser\u00e1 obrigado a restituir o indevidamente auferido, feita a atualiza\u00e7\u00e3o dos valores monet\u00e1rios.\nEste retrospecto da evolu\u00e7\u00e3o legal e jurisprudencial a respeito da aplica\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria se fez necess\u00e1rio para que pud\u00e9ssemos chegar ao n\u00facleo do argumento desta a\u00e7\u00e3o.\nHoje, no pa\u00eds, h\u00e1 dois tipos de \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. \u00cdndices que refletem a infla\u00e7\u00e3o e, portanto, recuperam o poder de compra do valor aplicado, como o IPCA e o INPC, e um \u00edndice que n\u00e3o reflete a infla\u00e7\u00e3o, e consequentemente n\u00e3o recupera o poder de compra do valor aplicado \u2013 a Taxa Referencial/TR.\nHistoricamente, \u00e9 preciso lembrar que a Taxa Referencial nunca foi igual \u00e0 infla\u00e7\u00e3o. Nem quando experimentamos hiperinfla\u00e7\u00e3o, nem quando experimentamos defla\u00e7\u00e3o. Todavia, os \u00edndices da TR, do INPC e do IPCA, sempre andaram pr\u00f3ximos. Em outras palavras, imperava a razoabilidade nos \u00edndices da TR para que pudessem atingir a finalidade de corre\u00e7\u00e3o do valor do capital.\n\nANO\n\nTR\n\nINPC\n\nIPCA\n\n\f1991 1992 1993 1994 1995 1996\n\n335,51% 1.156,22% 2.474,73% 951,19% 31,6207% 9,5551%\n\n475,11% 1.149,05% 2.489,11% 929,32%\n21,98% 9,125%\n\n472,69% 1.119,09% 2,477,15% 916,43%\n22,41% 9,56%\n\nN\u00e3o obstante, o cen\u00e1rio come\u00e7a a mudar a partir de 1999. A TR se distancia expressivamente do INPC e do IPCA, ao ponto de hoje a infla\u00e7\u00e3o superar 6% ao ano e a TR ser igual a zero. Logo, ela n\u00e3o se presta para o fim de manter o poder aquisitivo dos dep\u00f3sitos do FGTS, que s\u00e3o um patrim\u00f4nio do trabalhador.\nO sentimento geral \u00e9 que h\u00e1 muito tempo o FGTS \u00e9 um fundo in\u00edquo por ele n\u00e3o ter recomposi\u00e7\u00e3o inflacion\u00e1ria dos seus recursos. Na verdade, o trabalhador n\u00e3o est\u00e1 financiando programas de habita\u00e7\u00e3o popular, saneamento b\u00e1sico e infraestrutura urbana, ele est\u00e1 subsidiando.\nAo contr\u00e1rio de outros investimentos, o FGTS n\u00e3o \u00e9 um fundo de livre disposi\u00e7\u00e3o por parte do trabalhador, n\u00e3o podendo ele decidir sponte pr\u00f3pria quais as aplica\u00e7\u00f5es que lhe s\u00e3o mais convenientes ou rent\u00e1veis. O trabalhador tem que se submeter a pol\u00edticas econ\u00f4micas e sociais que lhe s\u00e3o altamente prejudiciais.\nOra, mas a pr\u00f3pria Lei do FGTS diz em seu artigo 2\u00ba que \u00e9 garantida a atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e juros. Quando a TR \u00e9 igual a zero este artigo \u00e9 descumprido. Quando a TR \u00e9 m\u00ednima e totalmente desproporcional em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 infla\u00e7\u00e3o, este artigo tamb\u00e9m \u00e9 descumprido e o patrim\u00f4nio do trabalhador \u00e9 subtra\u00eddo por quem tem o dever legal de administr\u00e1-lo.\nEm um cen\u00e1rio de TR zero e infla\u00e7\u00e3o p\u00fablica e not\u00f3ria, estamos diante de uma situa\u00e7\u00e3o de confisco. O Governo Federal, atrav\u00e9s da Caixa Econ\u00f4mica Federal, est\u00e1 confiscando os rendimentos dos trabalhadores, para subsidiar pol\u00edticas p\u00fablicas, sem a menor possibilidade de inger\u00eancia destes trabalhadores.\nAssim como em nosso Estado Democr\u00e1tico de Direito, a Constitui\u00e7\u00e3o veda que se utilize o tributo com efeito de confisco, o trabalhador n\u00e3o pode ser punido com o confisco do que a pr\u00f3pria Caixa define em seu s\u00edtio eletr\u00f4nico, como um patrim\u00f4nio do trabalhador, e definitivamente o \u00e9.\nQuando se fala em patrim\u00f4nio, imediatamente sobrev\u00e9m li\u00e7\u00e3o da Professora Maria Helena Diniz ao comentar o artigo 91 do Novo C\u00f3digo Civil:\nArt. 91. Constitui universalidade de direito o complexo de rela\u00e7\u00f5es jur\u00eddicas de uma pessoa, dotadas de valor econ\u00f4mico. Universalidade de direito. \u00c9 a constitu\u00edda por bens singulares corp\u00f3reos heterog\u00eaneos ou incorp\u00f3reos (complexo de rela\u00e7\u00f5es jur\u00eddicas), a que a norma jur\u00eddica, com o intuito de produzir certos efeitos, d\u00e1 unidade, por serem dotados de valor econ\u00f4mico, como p. ex., o patrim\u00f4nio (...) O patrim\u00f4nio e a heran\u00e7a s\u00e3o considerados como um conjunto,\n\n\fou seja, como uma universalidade. Embora se constituam ou n\u00e3o de bens materiais e de cr\u00e9ditos, esses bens se unificam numa express\u00e3o econ\u00f4mica, que \u00e9 o valor. O patrim\u00f4nio \u00e9 complexo de rela\u00e7\u00f5es jur\u00eddicas de uma pessoa apreci\u00e1veis economicamente. Incluem-se no patrim\u00f4nio: a posse, os direitos reais, as obriga\u00e7\u00f5es e as a\u00e7\u00f5es correspondentes a tais direitos. O patrim\u00f4nio abrange direitos e deveres redut\u00edveis a dinheiro. (C\u00f3digo Civil Anotado, Ed. Saraiva, pag. 100) (grifamos).\nLevando em conta que a rela\u00e7\u00e3o jur\u00eddica entre os trabalhadores e a Caixa \u00e9 de direito pessoal, o artigo 233 do C\u00f3digo Civil se torna inafast\u00e1vel, na medida em que determina que a obriga\u00e7\u00e3o de dar coisa certa abrange os acess\u00f3rios, ainda que n\u00e3o mencionados.\nArt. 233. A obriga\u00e7\u00e3o de dar coisa certa abrange os acess\u00f3rios dela embora n\u00e3o mencionados, salvo se o contr\u00e1rio resultar do t\u00edtulo ou das circunst\u00e2ncias do caso.\nOra, acess\u00f3rios de dinheiro s\u00e3o os juros e a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria.\nE ent\u00e3o voltamos \u00e0 Taxa Referencial.\nd) Manipula\u00e7\u00e3o da TR pelo Banco Central/CMN.\nIndependentemente da discuss\u00e3o sobre sua natureza jur\u00eddica, vamos aqui partir do pressuposto, assentado pela jurisprud\u00eancia, principalmente do STJ, que a TR \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria.\nTanto o artigo 1\u00ba da lei n\u00ba 8.177/91 quando o artigo 5\u00ba da Lei n\u00ba 10.192/01 (que convolou a MP 1.053/95) atribu\u00edram ao Banco Central a regulamenta\u00e7\u00e3o da metodologia de c\u00e1lculo da TR, conforme crit\u00e9rio estabelecido na lei e a expedi\u00e7\u00e3o das instru\u00e7\u00f5es necess\u00e1rias ao cumprimento do artigo que criou a TBF.\nArt. 1\u00b0 O Banco Central do Brasil divulgar\u00e1 Taxa Referencial (TR), calculada a partir da remunera\u00e7\u00e3o mensal m\u00e9dia l\u00edquida de impostos, dos dep\u00f3sitos a prazo fixo captados nos bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos m\u00faltiplos com carteira comercial ou de investimentos, caixas econ\u00f4micas, ou dos t\u00edtulos p\u00fablicos federais, estaduais e municipais, de acordo com metodologia a ser aprovada pelo Conselho Monet\u00e1rio Nacional, no prazo de sessenta dias, e enviada ao conhecimento do Senado Federal. . (Lei n\u00ba 8177/91)\nArtigo 5\u00ba Fica institu\u00edda Taxa B\u00e1sica Financeira \u2013 TBF, para ser utilizada exclusivamente como base de remunera\u00e7\u00e3o de opera\u00e7\u00f5es realizadas no mercado financeiro, de prazo de dura\u00e7\u00e3o igual ou superior a sessenta dias. Par\u00e1grafo \u00fanico. O Conselho Monet\u00e1rio Nacional expedir\u00e1 as instru\u00e7\u00f5es necess\u00e1rias ao cumprimento do disposto neste artigo, podendo inclusive, ampliar o prazo m\u00ednimo previsto no caput. (Lei n\u00ba 10.192/01).\n\n\fNo mister de regulamentar a TR, o Banco Central/CMN vem ao longo dos anos criando e reinventando f\u00f3rmulas para encontr\u00e1-la. Pelo menos desde a Resolu\u00e7\u00e3o 2.075, de 26 de maio de 1994, h\u00e1 f\u00f3rmulas para encontrar a TR. Todavia, \u00e9 com a institui\u00e7\u00e3o da Taxa B\u00e1sica Financeira, pela Medida Provis\u00f3ria 1.053/95, de 30 de junho de 1995, que a forma de c\u00e1lculo da TR sofre uma expressiva reviravolta.\nDesde a Resolu\u00e7\u00e3o 2.437, de 30 de outubro de 1997, a TR \u00e9 calculada levando em conta a Taxa B\u00e1sica Financeira e um Redutor.\nA Resolu\u00e7\u00e3o 3.354/06, hoje vigente sobre o assunto, diz o seguinte:\nArt. 1\u00ba Estabelecer que, para fins de c\u00e1lculo da Taxa B\u00e1sica Financeira - TBF e da Taxa Referencial - TR, de que tratam os arts. 1\u00ba da Lei 8.177, de 1\u00ba de mar\u00e7o de 1991, 1\u00ba da Lei 8.660, de 28 de maio de 1993, e 5\u00ba da Lei 10.192, de 14 de fevereiro de 2001, deve ser constitu\u00edda amostra das 30 maiores institui\u00e7\u00f5es financeiras do Pa\u00eds, assim consideradas em fun\u00e7\u00e3o do volume de capta\u00e7\u00e3o efetuado por meio de certificados e recibos de dep\u00f3sito banc\u00e1rio (CDB/RDB), com prazo de 30 a 35 dias corridos, inclusive, e remunerados a taxas prefixadas, entre bancos m\u00faltiplos, bancos comerciais, bancos de investimento e caixas econ\u00f4micas. Art. 2\u00ba A TBF e a TR s\u00e3o calculadas a partir da remunera\u00e7\u00e3o mensal m\u00e9dia dos CDB/RDB emitidos a taxas de mercado prefixadas, com prazo de 30 a 35 dias corridos, inclusive, com base em informa\u00e7\u00f5es prestadas pelas institui\u00e7\u00f5es integrantes da amostra de que trata o art. 1\u00ba, na forma a ser determinada pelo Banco Central do Brasil. Art. 4\u00ba Para cada dia do m\u00eas - dia de refer\u00eancia -, o Banco Central do Brasil deve calcular a TBF, para o per\u00edodo de um m\u00eas, com in\u00edcio no pr\u00f3prio dia de refer\u00eancia e t\u00e9rmino no dia correspondente ao dia de refer\u00eancia no m\u00eas seguinte, considerada a hip\u00f3tese prevista no \u00a7 2\u00ba, inciso IV. (...) Art. 5\u00ba Para cada TBF obtida, segundo a metodologia descrita no art. 4\u00ba, deve ser calculada a correspondente TR, pela aplica\u00e7\u00e3o de um redutor \"R\", de acordo com a seguinte f\u00f3rmula: TR = max {0,100 {[ (1 + TBF/100) / R ] - 1}} (em %). \u00a7 1\u00ba O valor do redutor 'R' deve ser calculado para todos os dias, inclusive n\u00e3o-\u00fateis, de acordo com a seguinte f\u00f3rmula: R = (a + b . TBF/100), onde:Resolu\u00e7\u00e3o n\u00ba 3354, de 31 de mar\u00e7o de 2006. TBF = TBF relativa ao dia de refer\u00eancia;a = 1,005; b = valor determinado de acordo com a tabela abaixo, em fun\u00e7\u00e3o da TBF obtida, segundo a metodologia descrita no art. 4\u00ba, em termos percentuais ao ano: TBF (% a.a.) b TBF maior que 16 0,48 TBF menor ou igual a 16 e maior que 15 0,44 TBF menor ou igual a 15 e maior que 14 0,40\n\n\fTBF menor ou igual a 14 e maior que 13 0,36 TBF menor ou igual a 13 e maior ou igual a 11 0,32 Reda\u00e7\u00e3o dada pela Resolu\u00e7\u00e3o 3.446, de 05/03/2007. \u00a7 2\u00ba Fica o Banco Central do Brasil autorizado a determinar o valor do par\u00e2metro \"b\" no caso de a TBF obtida ser inferior a 11% a.a. (onze por cento ao ano).\nO peculiar nesta determina\u00e7\u00e3o do Banco Central/CMN, que de resto se repete desde 1997, \u00e9 que a TBF e TR s\u00e3o exatamente iguais em sua g\u00eanese at\u00e9 o momento em que se determina que se aplique um redutor \u00e0 TBF para se chegar \u00e0 TR.\nN\u00e3o h\u00e1 na Lei da TR previs\u00e3o de aplica\u00e7\u00e3o de redutor, assim como n\u00e3o h\u00e1 na Lei que criou a TBF. Todavia, causa estranheza que diante de um comando aberto como o do art. 5\u00ba da MP n\u00ba 1.503/95 (Lei n\u00ba 10.192/01), o Banco Central/CMN, com amplos poderes para regulamentar o assunto, n\u00e3o tenha institu\u00eddo um redutor, mas o tenha feito ao regulamentar o artigo 1\u00ba da lei n\u00ba 8.177/91, que n\u00e3o era t\u00e3o flex\u00edvel.\nO Economista C\u00e9sar Roberto Buzin explica o qu\u00ea o Banco Central/CMN est\u00e1 fazendo com a TR, neste trecho do Parecer Econ\u00f4mico que se junta a esta inicial.\nObjeto de discuss\u00e3o \u00e9 a utiliza\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, que apesar de n\u00e3o ter sido criada como um \u00edndice de indexa\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, vem sendo utilizada para tal finalidade na corre\u00e7\u00e3o dos valores aplicados \u00e0 caderneta de poupan\u00e7a e outras aplica\u00e7\u00f5es como os dep\u00f3sitos do FGTS, dinheiro pertencente aos trabalhadores, por\u00e9m, com gest\u00e3o de terceiros. A posi\u00e7\u00e3o adotada pelo Superior Tribunal de Justi\u00e7a, em agosto de 2010, a respeito da utiliza\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria foi sacramentada por meio da cria\u00e7\u00e3o da S\u00famula 454, com a seguinte reda\u00e7\u00e3o: \u201cPactuada a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria nos contrato do SFH pelo mesmo \u00edndice aplic\u00e1vel \u00e0 caderneta de poupan\u00e7a, incide a Taxa Referencial (TR) a partir da vig\u00eancia da Lei 8.177/91\u201d. A TR \u00e9 calculada a partir da Taxa B\u00e1sica Financeira (TBF), uma m\u00e9dia de taxas de juros pagas nas aplica\u00e7\u00f5es em certificados de dep\u00f3sitos banc\u00e1rios (CDB) emitidas pelas 30 maiores institui\u00e7\u00f5es financeiras. Para calcular o valor da TR, \u00e9 preciso aplicar um redutor sobre a TBF, que depende de dois par\u00e2metros, chamados de \u201ca\u201d e \u201cb\u201d. O par\u00e2metro \u201ca\u201d \u00e9 o fator de 1,005, equivalente \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o da caderneta antiga, ou seja, 0,5% ao m\u00eas, ou 6,17% ao ano de juros remunerat\u00f3rio. Enquanto que o \u201cb\u201d \u00e9 um decimal menor do que 1, arbitrado pelo BACEN e que varia de acordo com o n\u00edvel de taxa de juros b\u00e1sica da economia, divulgada ap\u00f3s as reuni\u00f5es do Comit\u00ea de Pol\u00edtica Monet\u00e1ria do BC (Copom).\nPara calcular o redutor (R) o par\u00e2metro \u201cb\u201d \u00e9 multiplicado pelo valor da TBF e somado ao par\u00e2metro \u201ca\u201d, ou seja, R= a + b x TBF\n\n\fTR= 1+TBF \u2013 1 A f\u00f3rmula significa que os novos dep\u00f3sitos realizados nas contas de dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a tenham como remunera\u00e7\u00e3o adicional (TR): (i) 0,5% a. m. enquanto a meta da taxa SELC, taxa b\u00e1sica de juros, definida pelo BACEN, estiver acima de 8,5% a.a e (ii) 70% da meta da taxa SELIC, mensalizada, vigente na data do in\u00edcio do per\u00edodo de rendimento. No n\u00edvel atual de taxa de juros decrescente de uma economia estabilizada e num cen\u00e1rio para os pr\u00f3ximos anos, de juros baixos, a TR permanecer\u00e1 por um longo per\u00edodo indeterminado como zero.\nNa esteira do que foi deduzido no Parecer, um quadro comparativo entre os percentuais da TR, INPC e IPCA, desde 1997, os dep\u00f3sitos nas contas vinculadas do FGTS dos trabalhadores est\u00e3o perdendo poder de compra, notadamente a partir de 1999.\n\nANO 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011\n\nTR 9,7849% 7,7938% 5,7295% 2,0962% 2,2852% 2,8023% 4,6485% 1,8184% 2,8335% 2,0377% 1,4452% 1,6348% 0,7090% 0,6887% 1,2079%\n\nINPC 4,34% 2,49% 8,43% 5,27% 9,44% 14,74% 10,38% 6,13% 5,05% 2,81% 5,15% 6,48% 4,11% 6,46% 6,07%\n\nIPCA 5,22% 1,65% 8,94% 5,97% 7,67% 12,53% 9,30% 7,60% 5,69% 3,14% 4,46% 5,90% 4,31% 5,91% 6,50%\n\n\f2012 2013 (at\u00e9 mar\u00e7o)\n\n0,2897% 0,00%\n\n6,17% 2,05%\n\n5,84% 1,94%\n\nExcel\u00eancia, hoje, o trabalhador que tem seu dinheiro aplicado no FGTS, e de l\u00e1 n\u00e3o pode retir\u00e1-lo para outro investimento, est\u00e1 sendo remunerado com 0,247% de juros ao m\u00eas e mais nada. N\u00e3o h\u00e1 nem corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria nem Taxa Referencial (independentemente da sua natureza jur\u00eddica), em flagrante ofensa ao artigo 2\u00ba da Lei n\u00ba 8.036/90, que imp\u00f5e a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos valores depositados pelo empregador.\nAinda que se argumente que a aplica\u00e7\u00e3o do Redutor pelo Banco Central/CMN seja legal, sua redu\u00e7\u00e3o a zero em um cen\u00e1rio de infla\u00e7\u00e3o superior a 6% ao ano, configura flagrante afronta ao artigo 2\u00ba da Lei n\u00ba 8.036/90, que determina a atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, bem como ao artigo 233 do C\u00f3digo Civil, quando sonega os acess\u00f3rios da obriga\u00e7\u00e3o de dar.\nMas \u00e9 necess\u00e1rio ir mais al\u00e9m e revisitar o entendimento jurisprudencial sobre a TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, m\u00e1xime a partir da institui\u00e7\u00e3o de um redutor que tem por efeito zerar o \u00edndice da TR em um ambiente de infla\u00e7\u00e3o.\nO quadro comparativo mostra que a TR n\u00e3o se presta como atualizador monet\u00e1rio do FGTS, pelo menos desde janeiro de 1999. Desde o momento em que o Banco Central/CMN estabeleceu um redutor para a TR, ela deixou de ser um \u00edndice confi\u00e1vel para atualizar monetariamente as contas do FGTS, porque se descola dos \u00edndices de infla\u00e7\u00e3o, sendo reduzido ano a ano. A finalidade da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u00e9 manter o poder de compra do capital, e esta finalidade nem de perto vem sendo alcan\u00e7ada pela TR. A anula\u00e7\u00e3o total da TR \u00e9 s\u00f3 o desfecho desta pol\u00edtica predat\u00f3ria para o trabalhador.\nO trabalhador, que luta para formar um patrim\u00f4nio, tem que poder confiar na lei. Esta confian\u00e7a est\u00e1 quebrada.\nH\u00e1 a n\u00edtida expropria\u00e7\u00e3o do patrim\u00f4nio do trabalhador, na medida em que se nega a ele a devida atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. Como dito no estudo acostado \u00e0 inicial:\nA atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u00e9 o elemento mais importante do mercado financeiro, pois sem a medi\u00e7\u00e3o precisa da perda do poder aquisitivo da moeda com o decorrer do tempo, ocorre uma gigantesca destrui\u00e7\u00e3o de valor. O objetivo fundamental de escolha de um \u00edndice de atualiza\u00e7\u00e3o nos ativos (neg\u00f3cios, contratos, aplica\u00e7\u00f5es e etc) \u00e9 de proteger o patrim\u00f4nio, evitando que ele seja corro\u00eddo pela infla\u00e7\u00e3o.\nO Poder Judici\u00e1rio h\u00e1 de se opor a este esbulho, confisco, expropria\u00e7\u00e3o que o trabalhador est\u00e1 sofrendo, desde janeiro de 1999, com as constantes redu\u00e7\u00f5es da TR em rela\u00e7\u00e3o aos \u00edndices de infla\u00e7\u00e3o, culminando na sua completa nulidade, ininterruptamente, desde setembro de 2012.\nEm 1991 e 1992, quando o STF julgou a ADI 493-0/DF, ele deixou bem assentado que a TR n\u00e3o constitu\u00eda \u00edndice que refletia a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda. Esta caracter\u00edstica da TR tem se confirmado ao longo dos anos. A sua aplica\u00e7\u00e3o aos saldos dos dep\u00f3sitos do\n\n\fFGTS tem gerado \u201cgigantesca destrui\u00e7\u00e3o de valor\u201d do patrim\u00f4nio do trabalhador. H\u00e1 anos, os trabalhadores que tem dep\u00f3sitos no FGTS n\u00e3o experimentam ganhos reais em sua aplica\u00e7\u00e3o. Ao contr\u00e1rio. H\u00e1 muito tempo, os trabalhadores tem rendimentos inferiores \u00e0 infla\u00e7\u00e3o, mesmo levando em conta a remunera\u00e7\u00e3o dos juros de 3% ao ano.\nO que torna a TR um \u00edndice inid\u00f4neo \u00e9 a intensa inger\u00eancia do Banco Central/CMN na sua formula\u00e7\u00e3o. Como explica o Economista C\u00e9sar Buzim:\nA TR deveria servir como refer\u00eancia para os juros vigentes no Brasil, sendo divulgada mensalmente, a fim de evitar que a taxa de juros no m\u00eas corrente refletisse a infla\u00e7\u00e3o do m\u00eas anterior, apesar das suas caracter\u00edsticas, foi usada como \u00edndice econ\u00f4mico de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria (...) A mudan\u00e7a no comportamento da TR n\u00e3o se deve somente a oscila\u00e7\u00f5es da economia, mas tamb\u00e9m \u00e0 sistem\u00e1tica apurat\u00f3ria desse \u00edndice. Inicialmente, ficou estabelecido que o BACEN efetuaria o c\u00e1lculo da TR a partir da remunera\u00e7\u00e3o mensal m\u00e9dia dos certificados e recibos de dep\u00f3sito banc\u00e1rio (CDB/RDB) emitidos por uma amostra de institui\u00e7\u00f5es financeiras, levando em conta a taxa m\u00e9dia de remunera\u00e7\u00e3o dos CDB/RDB\u00b4s e um redutor fixado por resolu\u00e7\u00e3o do CMN. Como consequ\u00eancia da atua\u00e7\u00e3o do BACEN, a taxa referencial deixou de refletir o \u00edndice inflacion\u00e1rio a partir de 1999. (...) O preju\u00edzo causado aos trabalhadores devido \u00e0 aplica\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u00e9 tamanho que quando analisado o fator de corre\u00e7\u00e3o acumulado do FGTS visualiza-se que a rentabilidade desse fundo n\u00e3o supera os \u00edndices inflacion\u00e1rios desde 2002, rendendo menos que a infla\u00e7\u00e3o a partir de 2007, apesar da aplica\u00e7\u00e3o de juros de 3% a.a. Diante do exposto, podemos afirmar que a TR n\u00e3o rep\u00f5e mais as perdas inflacion\u00e1rias, o que afeta consideravelmente os poupadores, bem como os trabalhadores que possuem o FGTS. (...) Com base nas normas Resolu\u00e7\u00e3o CMN n\u00ba 2.437, de 30.10.98, Resolu\u00e7\u00e3o CMN n\u00ba 2.604, de 23.04.99. resolu\u00e7\u00e3o CMN n\u00ba 2.809, de 21.12.00, Resolu\u00e7\u00e3o CMN n\u00ba 3.354 de 31.03.2006, Resolu\u00e7\u00e3o CMN n\u00ba 3.446 de 05.03.2007 e Circular n\u00ba 3.356 de 11.07.2007, que estabeleceram no decorrer dos anos a forma de c\u00e1lculo da TR, bem como nas informa\u00e7\u00f5es disponibilizadas pelo BACEN foi constru\u00edda planilha demonstrando a evolu\u00e7\u00e3o do fator de pondera\u00e7\u00e3o \u201cb\u201d, elemento essencial para o c\u00e1lculo do redutor da TR. As primeiras mudan\u00e7as significativas da TR ocorreram atrav\u00e9s das Resolu\u00e7\u00f5es CMN n\u00ba 2.387/97 e n\u00ba 2.437/97 que estabeleceram a f\u00f3rmula de c\u00e1lculo do redutor da TR com duas novas vari\u00e1veis, ambas definidas pelo BACEN, quais sejam: a constante \u201ca\u201d e o fator de pondera\u00e7\u00e3o \u201cb\u201d.\n\n\fA partir da Resolu\u00e7\u00e3o CMN n\u00ba 2.809/2000, o BACEN passou\n\na determinar o fator \u201cb\u201d, sem crit\u00e9rio t\u00e9cnico conhecido, a\n\npartir de certo patamar, conforme visualizado na tabela\n\nabaixo:\n\nMS \u2013 \u00e9 a meta para a taxa SELIC em (% a.a)\n\nMS\n\n\u201cb\u201d\n\nMS\n\n>\n\n16\n\n0,48\n\n16\n\n>=\n\nMS >15 0,44\n\n15\n\n>=\n\nMS >14 0,40\n\n14\n\n>=\n\nMS >13 0,36\n\n13\n\n>=\n\nMS >12 0,32\n\n12\n\n>=\n\nMS >11 0,28\n\n11\n\n>=\n\nMS >10 0,24\n\n10\n\nAbaixo de 10 fator \u201cb\u201d determinado pelo BACEN\n\nEssa discricionariedade do BACEN na valora\u00e7\u00e3o do fator \u201cb\u201d,\n\nacolhida pelas circulares e resolu\u00e7\u00f5es posteriores, impactou\n\no c\u00e1lculo do Redutor da TR.\n\nDe pouco adiantaria ao trabalhador que fosse determinado ao Banco Central/CMN que recalculasse a TR, pois uma nova f\u00f3rmula estaria igualmente sob a discricionariedade e subjetivismo total do Banco. Basta avaliar a sucess\u00e3o de resolu\u00e7\u00f5es do Banco Central/CMN sobre o tema, conforme Parecer do referido Economista.\n\nPartindo da premissa inequ\u00edvoca de que TR n\u00e3o rep\u00f5e a perdas monet\u00e1rias dos dep\u00f3sitos do FGTS, outro caminho n\u00e3o existe se n\u00e3o a adotar um novo \u00edndice que verdadeiramente corrija estes dep\u00f3sitos.\n\ne) \u00cdndices que Efetivamente Produzem a Corre\u00e7\u00e3o Monet\u00e1ria.\n\nA Lei de Introdu\u00e7\u00e3o \u00e0s Normas do direito Brasileiro estabelece em seu artigo 5\u00ba que na aplica\u00e7\u00e3o da lei, o juiz atender\u00e1 aos fins sociais a que ela se dirige e \u00e0s exig\u00eancias do bem comum. A Lei do FGTS tem um fim social indiscut\u00edvel, proteger trabalhador e constituir patrim\u00f4nio que lhe sirva de arrimo em v\u00e1rias situa\u00e7\u00f5es de sua vida.\n\nDiante de tudo que foi demonstrado, o juiz atender\u00e1 aos fins sociais da Lei do FGTS ao reconhecer que corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, reposi\u00e7\u00e3o dos \u00edndices inflacion\u00e1rios de forma a garantir o poder de compra daquele dinheiro ali depositado no Fundo, \u00e9 efetivamente devida pela Caixa.\n\nSe a TR n\u00e3o pode ser considerada um \u00edndice id\u00f4neo, sobrev\u00e9m a necessidade de substitu\u00ed-la por um \u00edndice que realmente reponha as perdas monet\u00e1rias. E ent\u00e3o, nada obsta que o juiz considere \u00edndices previsto em outra legisla\u00e7\u00e3o.\n\nAt\u00e9 por uma quest\u00e3o de equidade, o melhor \u00edndice que pode substituir a TR \u00e9 o \u00edndice que corrige monetariamente o sal\u00e1rios dos trabalhadores e os benef\u00edcios previdenci\u00e1rios. Este \u00edndice est\u00e1 previsto na Lei 12.382 de 25 de fevereiro de 2011, cujos primeiros artigos trazem a seguinte dic\u00e7\u00e3o:\nArt. 1o O sal\u00e1rio m\u00ednimo passa a corresponder ao valor de R$ 545,00 (quinhentos e quarenta e cinco reais).\n\n\fPar\u00e1grafo \u00fanico. Em virtude do disposto no caput, o valor di\u00e1rio do sal\u00e1rio m\u00ednimo corresponder\u00e1 a R$ 18,17 (dezoito reais e dezessete centavos) e o valor hor\u00e1rio, a R$ 2,48 (dois reais e quarenta e oito centavos). Art. 2o Ficam estabelecidas as diretrizes para a pol\u00edtica de valoriza\u00e7\u00e3o do sal\u00e1rio m\u00ednimo a vigorar entre 2012 e 2015, inclusive, a serem aplicadas em 1o de janeiro do respectivo ano. \u00a7 1o Os reajustes para a preserva\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo do sal\u00e1rio m\u00ednimo corresponder\u00e3o \u00e0 varia\u00e7\u00e3o do \u00cdndice Nacional de Pre\u00e7os ao Consumidor - INPC, calculado e divulgado pela Funda\u00e7\u00e3o Instituto Brasileiro de Geografia e Estat\u00edstica - IBGE, acumulada nos doze meses anteriores ao m\u00eas do reajuste. \u00a7 2o Na hip\u00f3tese de n\u00e3o divulga\u00e7\u00e3o do INPC referente a um ou mais meses compreendidos no per\u00edodo do c\u00e1lculo at\u00e9 o \u00faltimo dia \u00fatil imediatamente anterior \u00e0 vig\u00eancia do reajuste, o Poder Executivo estimar\u00e1 os \u00edndices dos meses n\u00e3o dispon\u00edveis.\n\u00a7 3o Verificada a hip\u00f3tese de que trata o \u00a7 2o, os \u00edndices estimados permanecer\u00e3o v\u00e1lidos para os fins desta Lei, sem qualquer revis\u00e3o, sendo os eventuais res\u00edduos compensados no reajuste subsequente, sem retroatividade. \u00a7 4o A t\u00edtulo de aumento real, ser\u00e3o aplicados os seguintes percentuais: I - em 2012, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do Produto Interno Bruto - PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2010; II - em 2013, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2011; III - em 2014, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2012; e IV - em 2015, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2013. \u00a7 5o Para fins do disposto no \u00a7 4o, ser\u00e1 utilizada a taxa de crescimento real do PIB para o ano de refer\u00eancia, divulgada pelo IBGE at\u00e9 o \u00faltimo dia \u00fatil do ano imediatamente anterior ao de aplica\u00e7\u00e3o do respectivo aumento real.\nN\u00e3o h\u00e1 porque ter dois pesos e duas medidas. Se o sal\u00e1rio m\u00ednimo \u00e9 corrigido monetariamente pelo INPC, o dep\u00f3sito do FGTS que, em \u00faltimas an\u00e1lise, \u00e9 um sal\u00e1rio indireto do trabalhador, tamb\u00e9m h\u00e1 de s\u00ea-lo.\nE observe que o objetivo da Lei em corrigir o sal\u00e1rio m\u00ednimo pelo INPC decorre exclusivamente da necessidade de preservar seu poder aquisitivo. A necessidade de preservar o poder aquisitivo \u00e9 um constante em todas as transa\u00e7\u00f5es financeiras, e ela s\u00f3 aperfei\u00e7oa quando rep\u00f5e efetivamente as perdas inflacion\u00e1rias.\n\n\fOutro \u00edndice que se mostra aplic\u00e1vel, na hip\u00f3tese deste douto Ju\u00edzo entender que n\u00e3o se aplicaria o INPC, \u00e9 o IPCA, \u00edndice oficial do Governo Federal para medi\u00e7\u00e3o das metas inflacion\u00e1rias, contratadas com o FMI, a partir de julho de 1999.\nAmbos os \u00edndices s\u00e3o infinitamente mais adequados a preservar o poder aquisitivo dos dep\u00f3sitos do FGTS do que a aniquilada TR.\nf) Prequestionamento para Eventual Interposi\u00e7\u00e3o de Recurso.\nInicialmente \u00e9 importante retratar que o tema em debate cuida de mat\u00e9ria de ordem p\u00fablica, a qual ultrapassa a esfera individual do cidad\u00e3o atingindo toda a ordem social quer seja jur\u00eddica, quer seja em \u00e2mbito pol\u00edtico-social afetando, dessa forma, toda a parcela da sociedade comprometida com o bem comum.\nSublinha-se que a mat\u00e9ria ora ventilada, afronta de pronto preceitos Constitucionais que violam os Direitos Garantia de todos os trabalhadores que possuem conta vinculada do FGTS. Assim, h\u00e1 repercuss\u00e3o geral na presente a\u00e7\u00e3o, frente ao Estado Democr\u00e1tico de Direito, compromiss\u00e1rio e dirigente que tem como postulado a seguran\u00e7a jur\u00eddica.\nNo mais, com efeito, o tema apresenta relev\u00e2ncia do ponto de vista jur\u00eddico, uma vez que a defini\u00e7\u00e3o sobe a constitucionalidade dessa exa\u00e7\u00e3o nortear\u00e1 o julgamento de in\u00fameros processos similares, que tramitam neste e nos demais tribunais brasileiros. Al\u00e9m de fixar a interpreta\u00e7\u00e3o da Corte sobre os dispositivos constitucionais suscitados no feito.\nNesse contexto, em breve s\u00edntese, a aplica\u00e7\u00e3o da T.R como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria do FGTS, encontraria respaldo em dois artigos da Lei n\u00ba 8.036/90, art. 2\u00ba e art. 13.\nAssim, entendemos, data venia, que h\u00e1 uma obrigatoriedade de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e de remunera\u00e7\u00e3o por meio de juros dos dep\u00f3sitos efetuados nas contas vinculadas do FGTS, sen\u00e3o vejamos:\nArt. 2\u00ba O FGTS \u00e9 constitu\u00eddo pelos saldos das contas vinculadas a que se refere esta lei e outros recursos a ele incorporados, devendo ser aplicados com atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e juros, de modo a assegurar a cobertura de suas obriga\u00e7\u00f5es. Art. 13. Os dep\u00f3sitos efetuados nas contas vinculadas ser\u00e3o corrigidos monetariamente com base nos par\u00e2metros fixados para atualiza\u00e7\u00e3o dos saldos dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a e capitaliza\u00e7\u00e3o juros de (tr\u00eas) por cento ao ano.\nTodavia, a realiza\u00e7\u00e3o de interpreta\u00e7\u00e3o ou decis\u00e3o diversa, no sentido que as contas vinculadas do FGTS devem ser corrigidas pela TR, por for\u00e7a do citado artigo 13, viria a ferir v\u00e1rios preceitos constitucionais.\nNesse sentido, referido artigo 13, desobedeceria os limites materiais de in\u00fameros fundamentos e princ\u00edpios constitucionais, como o Estado Democr\u00e1tico de Direito, atentando contra a Dignidade da pessoa Humana (art. 1\u00ba e inciso III, da CF), bem como os princ\u00edpios da igualdade, seguran\u00e7a jur\u00eddica (art. 5\u00ba, caput, da CF), da prote\u00e7\u00e3o ao direito de propriedade, direito adquirido (art. 5\u00ba, XXII e XXXVI da CF) e moralidade (art. 37 da CF).\n\n\fNessa mesma linha, recentemente o Supremo Tribunal Federal decidiu pela inconstitucionalidade da utiliza\u00e7\u00e3o da Taxa Referencial - TR - como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria para o pagamento dos chamados precat\u00f3rios (ADI n\u00ba 4357) reafirmando entendimento anteriormente adotado por aquela Corte na ADI n\u00ba 493. Essa decis\u00e3o tem desdobramentos que v\u00e3o al\u00e9m do processo no qual foi tomada. Isso porque a Lei n\u00ba 8.036/90 que estabelece as bases do Fundo de Garantia por Tempo de Servi\u00e7o \u2013 FGTS \u2013 tamb\u00e9m prev\u00ea a aplica\u00e7\u00e3o de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e h\u00e1 muito tempo \u00e9 utilizado o referido \u00edndice (TR) para corrigir referido fundo, o mesmo agora considerado inconstitucional para este fim pelo STF.\nAssim, a parte autora h\u00e1 por bem PREQUESTIONAR a mat\u00e9ria, para efeito de eventual interposi\u00e7\u00e3o de Recurso Especial e/ou Extraordin\u00e1rio, conforme fundamentos que passa a expor:\nInicialmente devemos nos recordar que a dignidade da pessoa humana \u00e9 valor constitucional supremo que agrega em torno de si a unanimidade dos demais direitos e garantias fundamentais do homem, envolvendo-se tanto em rela\u00e7\u00e3o aos direito \u00e0 vida como, tamb\u00e9m, aos direitos pessoais tradicionais, os direitos sociais, econ\u00f4micos, e as liberdades p\u00fablicas em geral.\nEm verdade quando o texto constitucional proclama a dignidade da pessoa humana est\u00e1 corroborando um imperativo de justi\u00e7a social, e consigna, acima de tudo, a sobre princ\u00edpio (\u00e9 o caso dos diretos fundamentais). Nesse sentido, em rela\u00e7\u00e3o ao caso concreto, \u00e9 necess\u00e1rio aprofundarmos um pouco mais nas consequ\u00eancias que esta subtra\u00e7\u00e3o de recursos do patrim\u00f4nio do trabalhador traz a todos, individual e coletivamente.\n\u00c9 de conhecimento geral que o Sistema Financeiro de Habita\u00e7\u00e3o disp\u00f5e dos recursos do FGTS para financiar o maior sonho de todo brasileiro \u2013 casa pr\u00f3pria. Tamb\u00e9m \u00e9 de conhecimento geral que a Caixa Econ\u00f4mica Federal \u00e9 o Banco que mais se utiliza destes recursos do SFH para financiar, emprestar dinheiro para os brasileiros comprarem a casa pr\u00f3pria.\nE, embora em princ\u00edpio, n\u00e3o haja correla\u00e7\u00e3o entre o trabalhador que tem dep\u00f3sitos no FGTS que s\u00e3o emprestados para financiar a casa pr\u00f3pria, e aquele que se vale do empr\u00e9stimo do SFH para adquirir sua casa pr\u00f3pria, em algum momento, trabalhador e mutu\u00e1rio s\u00e3o a mesma pessoa.\nE neste contexto de mutu\u00e1rio e trabalhador serem a mesma pessoa \u00e9 que se evidencia a maior sordidez da hist\u00f3ria recente deste Pa\u00eds. J\u00e1 seria reprov\u00e1vel o fato de a Caixa pegar um dinheiro a juros baixos e sem nenhuma corre\u00e7\u00e3o e emprest\u00e1-lo a juros muito altos, mesmo sem corre\u00e7\u00e3o (uma vez que a TR corrige presta\u00e7\u00f5es do SFH), evidencia que a institui\u00e7\u00e3o banc\u00e1ria leva imensa vantagem nesta negocia\u00e7\u00e3o.\nMas a situa\u00e7\u00e3o piora consideravelmente quando, a Caixa pega dinheiro a juros baixos, sem nenhuma corre\u00e7\u00e3o para o trabalhador, e empresta para ele mesmo.\nSuponhamos que um trabalhador queira adquirir uma casa pr\u00f3pria utilizando recursos do seu FGTS. Ele encontra o im\u00f3vel, mas verifica que seus recursos n\u00e3o s\u00e3o suficiente para adquiri-lo. Ent\u00e3o ele se dirige a um Banco para financiar a diferen\u00e7a, comprometendo sua renda por muitos anos.\nA maioria dos trabalhadores brasileiros, quando quer adquirir um im\u00f3vel, dirige-se \u00e0 Caixa Econ\u00f4mica Federal.\n\n\fTodavia, se o dep\u00f3sito do FGTS tivesse sido devidamente corrigido, se ele mantivesse seu poder de compra, ou o empr\u00e9stimo seria menor ou sequer haveria necessidade de o trabalhador comprometer sua renda e anos de trabalho para adquirir aquilo que \u00e9 o nosso sonho mais prim\u00e1rio, nossa necessidade mais rela como indiv\u00edduo e como povo brasileiro.\nA Caixa est\u00e1 emprestando para o trabalhador aquilo que ela deixou de pagar a ele a t\u00edtulo de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria na sua conta de FGTS.\nO Trabalhador Brasileiro n\u00e3o merece isto!\nA Caixa vale-se da fragilidade humana para colocar-se como realizadora de sonhos, ao mesmo tempo em que, ano ap\u00f3s ano, aufere lucros exorbitantes \u00e0s custas do trabalhador.\nAinda em rela\u00e7\u00e3o aos dispositivos constitucionais violados, apontamos a viola\u00e7\u00e3o ao direito de propriedade (art. 5\u00ba, XXII da CF).\nO direito de propriedade decorre da pr\u00f3pria lei natural. Por isso, \u00e9 uma exig\u00eancia da natureza intelectual do homem. Enquanto os irracionais se contentam com a satisfa\u00e7\u00e3o de suas necessidades imediatas, o homem pode prever o seu futuro. Assim, para subsistir hoje e no tempo futuro, precisa apropriar-se de bens naturais, de consumo, bens fung\u00edveis e, tamb\u00e9m, de produ\u00e7\u00e3o.\nA propriedade \u00e9 a express\u00e3o da pessoa humana. \u00c9 fruto do seu trabalho ou do de seus antepassados. \u00c9 o espelho do indiv\u00edduo, que precisa de um aconchego preservado pela privacidade, onde pode ser ele mesmo, cercado dos sinais que identificam o seu eu. Ela estimula o trabalho, sendo o homem atra\u00eddo espontaneamente pela perspectiva da recompensa direta e pessoal de seus esfor\u00e7os.\nFinalmente, a propriedade \u00e9 penhor de uma sociedade articulada ou organizada, ao contr\u00e1rio da meramente coletiva, que tem por conseq\u00fc\u00eancia uma sociedade massificada, sem diversifica\u00e7\u00e3o nem liberdade. Ela defende os cidad\u00e3os contra a concentra\u00e7\u00e3o de todos os poderes nas m\u00e3os do Estado, garantindo a liberdade dos indiv\u00edduos e sua independ\u00eancia em rela\u00e7\u00e3o ao poder.\nNesse sentido: \"A propriedade faz parte da natureza do homem e da natureza das coisas. Como o trabalho, ela encerra um mist\u00e9rio \u2013 \u00e9 a proje\u00e7\u00e3o da personalidade humana sobre as coisas. A pessoa tende \u00e0 propriedade por um impulso instintivo, do mesmo modo que a nossa natureza animal tende ao alimento. O apetite da propriedade \u00e9 t\u00e3o natural \u00e0 nossa esp\u00e9cie como a fome e a sede; apenas \u00e9 de notar que estes s\u00e3o apetites da nossa natureza inferior, ao passo que aquele procede da nossa natureza superior. Todo o homem tem alma de propriet\u00e1rio, mesmo os que se julgam seus inimigos. \u00c9 isto que se entende quando se afirma que a propriedade decorre do direito natural\" (R.G. Renard, L\u2019\u00c9glise et la Question Sociale, p. 137 et seq.).\nPartindo das premissas acima, em 1991 e 1992, quando o STF julgou a ADI 493-0/DF, ele deixou bem assentado que a TR n\u00e3o constitu\u00eda \u00edndice que refletia a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda. Esta caracter\u00edstica da TR tem se confirmado ao longo dos anos. A sua aplica\u00e7\u00e3o aos saldos dos dep\u00f3sitos do FGTS tem gerado \u201cgigantesca destrui\u00e7\u00e3o de valor\u201d do patrim\u00f4nio do trabalhador. H\u00e1 anos, os trabalhadores que tem dep\u00f3sitos no FGTS n\u00e3o experimentam ganhos reais em sua aplica\u00e7\u00e3o. Ao contr\u00e1rio. H\u00e1 muito tempo, os trabalhadores tem rendimentos inferiores \u00e0 infla\u00e7\u00e3o, mesmo levando em conta a remunera\u00e7\u00e3o dos juros de 3% ao ano.\n\n\fO que torna a TR um \u00edndice inid\u00f4neo \u00e9 a intensa inger\u00eancia do Banco Central/CMN na sua formula\u00e7\u00e3o.\nDe pouco adiantaria ao trabalhador que fosse determinado ao Banco Central/CMN que recalculasse a TR, pois uma nova f\u00f3rmula estaria igualmente sob a discricionariedade e subjetivismo total do Banco. Basta avaliar a sucess\u00e3o de resolu\u00e7\u00f5es do Banco Central/CMN sobre o tema, conforme Parecer do referido Economista.\nPartindo da premissa inequ\u00edvoca de que a TR n\u00e3o rep\u00f5e as perdas monet\u00e1rias dos dep\u00f3sitos do FGTS - verifica-se de forma incontest\u00e1vel a destrui\u00e7\u00e3o de valor \u201ddo patrim\u00f4nio do trabalhador., outro caminho n\u00e3o existe se n\u00e3o o de adotar um novo \u00edndice que verdadeiramente corrija estes dep\u00f3sitos.\nComo se sabe, o \u00edndice de remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sico da poupan\u00e7a \u00e9 a Taxa Referencial \u2013 TR, \u00edndice controlado pelo Estado, e utilizado como instrumento de controle da economia \u2013 vide os sucessivos \u00edndices mensais zerados, a fim de controle de aporte de capital nas poupan\u00e7as. Tanto a TR n\u00e3o se presta como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, que o STF j\u00e1 decidiu nesse sentido: \u2018A taxa referencial (TR) n\u00e3o \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria (...) n\u00e3o constitui \u00edndice que reflita a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda\u2019 (ADI 493-0/DF, Relator Min. Moreira Alves, Plen\u00e1rio, DJ 4.9.1992).\nAssim sendo, texto t\u00e3o danoso ao cidad\u00e3o (art. 13 da lei 8.036/90) n\u00e3o poder\u00e1 ser tolerado pelo Judici\u00e1rio.\nLogo, declarada a inconstitucionalidade o \u00edndice aplicado ao precat\u00f3rio pago nos autos, deve ser tomado como vigente e aplicado ao caso concreto - atribuindo-se outro \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o, como retratado nos pedidos da presente a\u00e7\u00e3o.\nA ofensa ao art. 5\u00ba, caput, da CF, na vertente da seguran\u00e7a jur\u00eddica das rela\u00e7\u00f5es com a Caixa Econ\u00f4mica Federal, verifica-se, notadamente ap\u00f3s o reconhecimento pelo SFT que a TR n\u00e3o se presta como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, nesse sentido: \u2018A taxa referencial (TR) n\u00e3o \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria (...) n\u00e3o constitui \u00edndice que reflita a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda\u2019 (ADI 493-0/DF, Relator Min. Moreira Alves, Plen\u00e1rio, DJ 4.9.1992).\nLogo, como citado, resta clara a viola\u00e7\u00e3o aos arts. 1\u00ba, inc. III, 5\u00ba, caput e incs. XXII, XXXVI, e 37, caput, da Constitui\u00e7\u00e3o da Rep\u00fablica.\nFrise-se, o SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL j\u00e1 decidiu que envolve quest\u00e3o constitucional a discuss\u00e3o a respeito da aplica\u00e7\u00e3o ou n\u00e3o, nas contas vinculadas do FGTS, de \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria expurgados em decorr\u00eancia de planos de estabiliza\u00e7\u00e3o da economia.\nCom efeito, no dia 31-08-2000, em Sess\u00e3o Plen\u00e1ria, o STF ao apreciar o RE- n. 226855-RS consolidou entendimento de que a decis\u00e3o judicial que decreta a proced\u00eancia de pedido de pagamento de \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, sob a alega\u00e7\u00e3o de direito adquirido, trata de quest\u00e3o constitucional, pois est\u00e1 fundamentada na Constitui\u00e7\u00e3o Federal (art. 5\u00ba, XXXVI).\nOu seja, ao apreciar pedido de aplica\u00e7\u00e3o de \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria extralegais, a decis\u00e3o judicial est\u00e1, obrigatoriamente, posicionando-se quanto \u00e0 exist\u00eancia ou n\u00e3o de direito adquirido.\n\n\fPois bem, nos casos em que se pleiteiam a aplica\u00e7\u00e3o nas suas contas vinculadas do FGTS, de \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria com discuss\u00e3o de previs\u00e3o em leis vigentes tratamos de an\u00e1lise de direito adquirido.\nA concess\u00e3o ou n\u00e3o do pedido depende ent\u00e3o da aprecia\u00e7\u00e3o, pelo juiz da causa, da exist\u00eancia ou n\u00e3o de direito adquirido aos \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria.\nLogo, caso o entendimento seja no sentido que n\u00e3o h\u00e1 aplica\u00e7\u00e3o de direito adquirido ao \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o/atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria (TR) - torna-se poss\u00edvel a interpreta\u00e7\u00e3o no sentido de aplica\u00e7\u00e3o do \u00edndice que realmente cumpra o disposto no art.2\u00ba da lei n\u00ba n\u00ba 8.036/90.\nAssim, a parte autora requer, desde j\u00e1, que este MM.Juiz Federal \" a quo\" manifeste-se em sua r. senten\u00e7a sobre a ofensa aos dispositivos constitucionais citados.\nPortanto, resta PREQUESTIONADA a presente mat\u00e9ria pugnando pela PROCED\u00caNCIA DO PREQUESTIONAMENTO suscitado, requerendo ao Excelent\u00edssimo JUIZ FEDERAL que se pronuncie de forma objetiva, expl\u00edcita e fundamentada sobre o assunto.\ng) Tutela Antecipada.\nO Artigo 273 do C\u00f3digo de Processo Civil preceitua que \u00e9 poss\u00edvel a concess\u00e3o de tutela antecipada se o Juiz se convencer da verossimilhan\u00e7a da alega\u00e7\u00e3o e houver o fundado receio de dano irrepar\u00e1vel ou de dif\u00edcil repara\u00e7\u00e3o.\nA verossimilhan\u00e7a da alega\u00e7\u00e3o j\u00e1 foi amplamente demonstrada.\nO fundado receio de dano de dif\u00edcil repara\u00e7\u00e3o adv\u00e9m do fato de que a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u00e9 um obriga\u00e7\u00e3o de trato sucessivo.\nO Artigo 12 da Lei n\u00ba 8.177/91, com reda\u00e7\u00e3o da Lei n\u00ba 12.703/12, determina que a remunera\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos ser\u00e1 feita em cada per\u00edodo de rendimento.\nCada per\u00edodo de rendimento que a Caixa sonega a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos dep\u00f3sitos do FGTS, o dano contra o trabalhador se configura.\nO dano que a aus\u00eancia de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria traz \u00e9, indubitavelmente, individual homog\u00eaneo. O nexo entre o sujeito ativo e o respons\u00e1vel pelo dano se d\u00e1 em uma situa\u00e7\u00e3o jur\u00eddica com origem comum para todos os titulares do direito violado.\nApesar da origem comum, n\u00e3o se exige que cada um dos indiv\u00edduos atingidos pela viola\u00e7\u00e3o do direito pade\u00e7am do mesmo mal. O dano \u00e9 divis\u00edvel.\nMas mesmo sendo divis\u00edvel \u00e9 de f\u00e1cil percep\u00e7\u00e3o que, no geral, a aus\u00eancia de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria implica em menos dinheiro \u00e0 disposi\u00e7\u00e3o do trabalhador para a consecu\u00e7\u00e3o dos seus neg\u00f3cios jur\u00eddicos naquelas hip\u00f3teses em que a lei permite.\nCada casa que o trabalhador deixa de comprar, cada presta\u00e7\u00e3o de im\u00f3vel que ele deixa de abater, cada tratamento de neoplasia maligna que ele deixa de fazer, cada rem\u00e9dio para o tratamento de HIV que ele deixa de comprar porque seu FGTS perdeu o poder aquisitivo, \u00e9 um dano de dif\u00edcil repara\u00e7\u00e3o que se renova.\n\n\fAcres\u00e7a-se a este dano, a situa\u00e7\u00e3o de ref\u00e9m que o trabalhador com dep\u00f3sito do FGTS se encontra quando quer financiar seu im\u00f3vel pelo SFH com a Caixa. Hoje, e enquanto durar a TR zero, ele ter\u00e1 que financiar mais do que seria necess\u00e1rio, pois o que lhe pertence de direito \u2013 corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u2013 n\u00e3o est\u00e1 incidindo sobre seu dep\u00f3sito.\nE ao que tudo indica, este dano continuar\u00e1 se repetindo por um longo per\u00edodo. Verifica-se no Estudo Econ\u00f4mico que ao tempo em que esta a\u00e7\u00e3o perdurar, a TR continuar\u00e1 anulada, ou reduzida a patamares m\u00ednimos, impondo aos trabalhadores mais perda do seu poder aquisitivo, mas dilapida\u00e7\u00e3o do seu patrim\u00f4nio e mais restri\u00e7\u00f5es \u00e0 sua capacidade de fazer neg\u00f3cio jur\u00eddico.\nN\u00e3o h\u00e1 d\u00favida de que h\u00e1 um risco de dif\u00edcil repara\u00e7\u00e3o na medida em que n\u00e3o \u00e9 poss\u00edvel quantific\u00e1-lo, mas n\u00e3o h\u00e1 como neg\u00e1-lo, tanto se levarmos em conta o trabalhador individualmente considerado como a coletividade de trabalhadores.\nAssim, imperioso \u00e9 que desde j\u00e1 a TR seja substitu\u00edda pelo INPC, \u00edndice que corrige o sal\u00e1rio m\u00ednimo ou pelo IPCA, \u00edndice oficial de medida de infla\u00e7\u00e3o. \u00cdndices que minimamente rep\u00f5em as perdas monet\u00e1rias haja vista que hoje n\u00e3o h\u00e1 nenhum tipo de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos dep\u00f3sitos do Fundo.\nPor outro lado, n\u00e3o h\u00e1 dano de irreversibilidade do provimento antecipado porque \u00e9 da natureza do FGTS ser um fundo de aplica\u00e7\u00e3o a longo prazo. Eventual decis\u00e3o que n\u00e3o reconhe\u00e7a o direito ora pleiteado, permitir\u00e1 que a Caixa utilize de mecanismos legais para promover a devida compensa\u00e7\u00e3o ao longo do tempo.\nAssim, requer a concess\u00e3o da tutela para substituir imediatamente a TR, como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria nos dep\u00f3sitos do FGTS dos ora substitu\u00eddos, pelo INPC, IPCA ou \u00edndice que, no entender deste Ju\u00edzo, melhor reflita as perdas inflacion\u00e1rias daqui por diante, at\u00e9 o tr\u00e2nsito em julgado do presente feito.\nIII. DOS REQUERIMENTOS.\nAntes o exporto, o Autor requer:\na.1) A concess\u00e3o de tutela antecipada para que a TR seja substitu\u00edda pelo INPC como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos efetuados em nome do autor(es)a partir da concess\u00e3o at\u00e9 o tr\u00e2nsito em julgado da presente a\u00e7\u00e3o, com a consequente aplica\u00e7\u00e3o do novo \u00edndice sobre os dep\u00f3sitos constantes das contas vinculadas do (s) Autor (es); ou\na.2) que a TR seja substitu\u00edda pelo IPCA como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos efetuados em nome do(s) autor(es) a partir de sua concess\u00e3o at\u00e9 o tr\u00e2nsito em julgado da presente a\u00e7\u00e3o, com a consequente aplica\u00e7\u00e3o do novo \u00edndice sobre os dep\u00f3sitos constantes das contas vinculadas do (s) Autor (es); ou\na.3) a aplica\u00e7\u00e3o de qualquer outro \u00edndice que reponha as perdas inflacion\u00e1rias do trabalhador nas contas do FGTS, no entender deste Doutor Ju\u00edzo, at\u00e9 o tr\u00e2nsito em julgado da presente a\u00e7\u00e3o, com a consequente aplica\u00e7\u00e3o do novo \u00edndice sobre os dep\u00f3sitos constantes das contas vinculadas do (s) Autor (es).\nb) A cita\u00e7\u00e3o da requerida, para querendo contestar a presente a\u00e7\u00e3o.\n\n\fpara:\n\nc) Ao final, a confirma\u00e7\u00e3o da tutela antecipada e a condena\u00e7\u00e3o da Caixa\n\nc.1) pagar, a favor do (s) Autor (es) o valor correspondente \u00e0s diferen\u00e7as de FGTS em raz\u00e3o da aplica\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria pelo INPC nos meses em que a TR foi zero, nas parcelas vencidas e vincendas; e\n\nc.2) pagar, a favor do (s) Autor (es) o valor correspondente \u00e0s diferen\u00e7as de FGTS em raz\u00e3o da aplica\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria pelo INPC, desde Janeiro de 1999, nos meses em que a TR n\u00e3o foi zero, mas foi menor que a infla\u00e7\u00e3o do per\u00edodo; ou\n\nc.3) pagar, a favor do (s) Autor (es) o valor correspondente \u00e0s diferen\u00e7as de FGTS em raz\u00e3o da aplica\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria pelo IPCA nos meses em que a TR foi zero; e\nc.4) pagar, a favor do (s) Autor (es) o valor correspondente \u00e0s diferen\u00e7as de FGTS em raz\u00e3o da aplica\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria pelo IPCA, desde Janeiro de 1999, nos meses em que a TR n\u00e3o foi zero, mas foi menor que a infla\u00e7\u00e3o do per\u00edodo; ou\n\nc.5) pagar, a favor do (s) Autor (es) o valor correspondente \u00e0s diferen\u00e7as de FGTS em raz\u00e3o da aplica\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria por qualquer outro \u00edndice que reponha as perdas inflacion\u00e1rias do trabalhador nas contas do FGTS, no entender deste Ju\u00edzo, desde Janeiro de 1999, inclusive nos meses em que a TR foi zero.\n\nd) Sobre os valores devidos pela condena\u00e7\u00e3o de que tratam os itens acima, dever\u00e3o incidir corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria desde a inadimpl\u00eancia da Caixa, bem como os juros legais.\n\ne) A condena\u00e7\u00e3o da Caixa ao pagamento das custas e honor\u00e1rios advocat\u00edcios de 20% sobre o valor da condena\u00e7\u00e3o.\n\nf) A concess\u00e3o da gratuidade da justi\u00e7a, porquanto a parte autora n\u00e3o possui condi\u00e7\u00f5es financeiras para recolhimento de custas ou despesas processuais. Subsidiariamente, requer sejam as custas recolhidas ao final;\n\ng) Requer, ainda, que este MM.Juiz Federal \"a quo\" manifeste-se em sua r. senten\u00e7a sobre a exig\u00eancia de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria do art. 2\u00ba da lei n\u00ba 8.036/90 que garante atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria aos dep\u00f3sitos das contas vinculadas do FGTS;\n\nh) Requer, por fim, que este MM.Juiz Federal \"a quo\" manifeste-se em sua r. senten\u00e7a sobre os fundamentos que a utiliza\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o desobedeceria os limites materiais de in\u00fameros fundamentos e princ\u00edpios constitucionais, como o Estado Democr\u00e1tico de Direito, atentando contra a Dignidade da pessoa Humana (art. 1\u00ba e inciso III, da CF), bem como os princ\u00edpios da igualdade, seguran\u00e7a jur\u00eddica (art. 5\u00ba, caput, da CF), da prote\u00e7\u00e3o ao direito de propriedade, direito adquirido (art. 5\u00ba, XXII e XXXVI da CF) e moralidade (art. 37 da CF). Logo, resta PREQUESTIONADA a mat\u00e9ria pugnando pela PROCED\u00caNCIA DO PREQUESTIONAMENTO suscitado, requerendo ao Excelent\u00edssimo JUIZ FEDERAL que se pronuncie de forma objetiva, expl\u00edcita e fundamentada sobre o assunto.\n\nProtesta provar o alegado por todos os meios de prova admitidos em direito, principalmente prova documental.\n\nAtribui-se \u00e0 causa o valor de R$ 21.750,69.\n\n\fNestes termos, pede deferimento. Guaramirim (SC), 17 de maio de 2014.\nDIOGO TOMELIN ADVOGADO - OAB/SC 31.229\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 4 (C\u00edvel) - IdDocumentoCompleto: 5007217-20.2016.4.04.7107-711463943445250441125671398372", "text": "EXMO.(A) SR.(A) DR.(A) JUIZ(A) FEDERAL DA VARA DO JUIZADO ESPECIAL FEDERAL C\u00cdVEL DA COMARCA DE CAXIAS DO SUL- RS\nRUDIMAR IN\u00c1CIO KLERING, brasileiro, casado, Aposentado, inscrito no CPF 281.800.970-72, residente e domiciliado na rua Carlos Mauri, n\u00ba 270, Bairro S\u00e3o Leopoldo, Caxias do Sl \u2013 RS, Telefone n\u00ba (54) 8171.7301, por suas procuradoras que esta subscrevem e que recebem intima\u00e7\u00f5es na Rua Dr. Montaury, 1212, sala 24, Caxias do Sul, RS, e por E-mail Nelsi Lovatto ( nelsilovatto@via-rs.net) Roberta Tauffer Piva ( robertapiva@via-.net)conforme procura\u00e7\u00e3o em anexo, vem perante V.Exa. para propor a pressente\nA\u00c7\u00c3O ORDIN\u00c1RIA DE CORRE\u00c7\u00c3O DO FGTS contra CAIXA ECON\u00d4MICA FEDERAL \u2013 CEF, Institui\u00e7\u00e3o Financeira de Direito P\u00fablico, com superintend\u00eancia regional na Av. J\u00falio de Castilhos, N\u00ba 1358, CEP 95.010-000, Caxias do Sul - RS, pelos seguintes fatos e fundamentos:\nPRELIMINARMENTE: 01 - DA DESIGNA\u00c7\u00c3O DE AUDI\u00caNCIA DE CONCILIA\u00c7\u00c3O \u2013 ART. 334 do NCPC. Considerando o disposto no art. 334, quanto \u00e0 op\u00e7\u00e3o do autor pela realiza\u00e7\u00e3o ou n\u00e3o de audi\u00eancia de concilia\u00e7\u00e3o fundando nos princ\u00edpios estipulados pelo C\u00f3digo de Processo Civil em que o Estado promover\u00e1, sempre que poss\u00edvel a solu\u00e7\u00e3o consensual de conflitos, a parte autora tem interesse na realiza\u00e7\u00e3o da referida audi\u00eancia, requerendo desde j\u00e1 sua designa\u00e7\u00e3o.\n02 -DA LEGITIMIDADE\n\n\fQuanto \u00e0 legitimidade das partes esta \u00e9 cristalina, mas desde logo, e por quest\u00e3o de economia processual, o Autor enfatiza a legitimidade passiva da R\u00e9, eis que a mat\u00e9ria encontra-se pacificada em nossos tribunais, tendo sido sumulada pelo E. STJ, no seguinte teor: \u201cS\u00famula n\u00ba 249: A Caixa Econ\u00f4mica Federal tem legitimidade passiva para integrar processo em que se discute corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria do FGTS\u201d.\nNO M\u00c9RITO:\n01 \u2013 DOS FATOS\nA parte autora desenvolve/desenvolveu atividade laboral, regido pela CLT, assim, a mesma mantem/manteve conta de Fundo de Garantia por Tempo de Servi\u00e7o \u2013 FGTS, conforme demonstram extratos em anexo.\nO Fundo de Garantia por Tempo de Servi\u00e7o foi criado para proteger o trabalhador e, \u00e9 constitu\u00eddo por valores depositados pelas empresas em nome de seus empregados possibilitando, assim, que o trabalhador forme um patrim\u00f4nio.\nSegundo informa\u00e7\u00f5es do site da Caixa Econ\u00f4mica Federal \u2013 CEF, o FGTS hoje financia programas de habita\u00e7\u00e3o popular, saneamento b\u00e1sico e infraestrutura urbana, sendo regido pelas disposi\u00e7\u00f5es da Lei 8.036, de 11 de maio de 1990, por normas e diretrizes estabelecidas pelo seu Conselho Curador e gerido pela Caixa Econ\u00f4mica Federal.\nEstabelecem os artigos 2\u00ba e 13 da Lei 8.035/90, que que h\u00e1 uma obrigatoriedade de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e de remunera\u00e7\u00e3o atrav\u00e9s de juros dos dep\u00f3sitos efetuados nas contas vinculadas ao FGTS.\nVejamos o que consta dos referidos artigos:\nArt. 2\u00ba \u201cO FGTS \u00e9 constitu\u00eddo pelos saldos das contas vinculadas a que se refere esta lei e outros recursos a ela incorporados, devendo ser aplicados com atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e juros, de modo a assegurar a cobertura de suas obriga\u00e7\u00f5es.\u201d\nArt.13 \u201c Os dep\u00f3sitos efetuados nas contas vinculadas ser\u00e3o corrigidos monetariamente com base nos par\u00e2metros fixados para a atualiza\u00e7\u00e3o dos saldos dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a e capitaliza\u00e7\u00e3o de juros de (tr\u00eas) por cento ao ano\u201d.\nRessalte-se que o par\u00e2metro fixado para a atualiza\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos dos saldos dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a e consequentemente dos dep\u00f3sitos do FGTS \u00e9 a Taxa Referencial \u2013 TR, conforme determinam os artigos 12 e 17 da Lei 8.177, de 1\u00ba de mar\u00e7o de 1991, com reda\u00e7\u00e3o da Lei 12.703, de 7 de agosto de 2012, vejamos:\nArt. 12. Em cada per\u00edodo de rendimento, os dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a ser\u00e3o remunerados: I - como remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica, por taxa correspondente \u00e0 acumula\u00e7\u00e3o das TRD, no per\u00edodo transcorrido entre o dia do \u00faltimo cr\u00e9dito de rendimento, inclusive, e o dia do cr\u00e9dito de rendimento, exclusive;\n\n\fII - como remunera\u00e7\u00e3o adicional, por juros de: (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n \u00ba 12.703, de 2012) a) 0,5% (cinco d\u00e9cimos por cento) ao m\u00eas, enquanto a meta da taxa Selic ao ano, definida pelo Banco Central do Brasil, for superior a 8,5% (oito inteiros e cinco d\u00e9cimos por cento); ou (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n \u00ba 12.703, de 2012) b) 70% (setenta por cento) da meta da taxa Selic ao ano, definida pelo Banco Central do Brasil, mensalizada, vigente na data de in\u00edcio do per\u00edodo de rendimento, nos demais casos. (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n \u00ba 12.703, de 2012) \u00a7 1\u00b0 A remunera\u00e7\u00e3o ser\u00e1 calculada sobre o menor saldo apresentado em cada per\u00edodo de rendimento. \u00a7 2\u00b0 Para os efeitos do disposto neste artigo, considera-se per\u00edodo de rendimento: I - para os dep\u00f3sitos de pessoas f\u00edsicas e entidades sem fins lucrativos, o m\u00eas corrido, a partir da data de anivers\u00e1rio da conta de dep\u00f3sito de poupan\u00e7a; II - para os demais dep\u00f3sitos, o trimestre corrido a partir da data de anivers\u00e1rio da conta de dep\u00f3sito de poupan\u00e7a. \u00a7 3\u00b0 A data de anivers\u00e1rio da conta de dep\u00f3sito de poupan\u00e7a ser\u00e1 o dia do m\u00eas de sua abertura, considerando-se a data de anivers\u00e1rio das contas abertas nos dias 29, 30 e 31 como o dia 1\u00b0 do m\u00eas seguinte. \u00a7 4\u00b0 O cr\u00e9dito dos rendimentos ser\u00e1 efetuado: I - mensalmente, na data de anivers\u00e1rio da conta, para os dep\u00f3sitos de pessoa f\u00edsica e de entidades sem fins lucrativos; e II - trimestralmente, na data de anivers\u00e1rio no \u00faltimo m\u00eas do trimestre, para os demais dep\u00f3sitos.\nArt. 17. A partir de fevereiro de 1991, os saldos das contas do Fundo de Garantia por Tempo de Servi\u00e7o (FGTS) passam a ser remunerados pela taxa aplic\u00e1vel \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a com data de anivers\u00e1rio no dia 1\u00b0, observada a periodicidade mensal para remunera\u00e7\u00e3o. Par\u00e1grafo \u00fanico. As taxas de juros previstas na legisla\u00e7\u00e3o em vigor do FGTS s\u00e3o mantidas e consideradas como adicionais \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o prevista neste artigo.\nSobressai da Lei 8.177/91 a forma como a TR ser\u00e1 calculada.\nArt. 1\u00b0 O Banco Central do Brasil divulgar\u00e1 Taxa Referencial (TR), calculada a partir da remunera\u00e7\u00e3o mensal m\u00e9dia l\u00edquida de impostos, dos dep\u00f3sitos a prazo fixo captados nos bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos m\u00faltiplos com carteira comercial ou de investimentos, caixas econ\u00f4micas, ou dos t\u00edtulos p\u00fablicos federais, estaduais e municipais, de acordo com metodologia a ser aprovada pelo Conselho Monet\u00e1rio Nacional, no prazo de sessenta dias, e enviada ao conhecimento do Senado Federal. \u00a7 2\u00b0 As institui\u00e7\u00f5es que venham a ser utilizadas como bancos de refer\u00eancia, dentre elas, necessariamente, as dez maiores do Pa\u00eds, classificadas pelo volume de dep\u00f3sitos a prazo fixo, est\u00e3o obrigadas a fornecer as informa\u00e7\u00f5es de que trata este artigo, segundo normas estabelecidas pelo Conselho Monet\u00e1rio Nacional, sujeitando-se a\n\n\finstitui\u00e7\u00e3o e seus administradores, no caso de infra\u00e7\u00e3o \u00e0s referidas normas, \u00e0s penas estabelecidas no art. 44 da Lei n\u00b0 4.595, de 31 de dezembro de 1964. \u00a7 3\u00b0 Enquanto n\u00e3o aprovada a metodologia de c\u00e1lculo de que trata este artigo, o Banco Central do Brasil fixar\u00e1 a TR (grifamos).\nA f\u00f3rmula de c\u00e1lculo foi h\u00e1 muito tempo definida pelo Banco Central \u2013 Conselho Monet\u00e1rio Nacional (CMN), e hoje est\u00e1 vigente sob a forma da Resolu\u00e7\u00e3o n\u00ba. 3.354, de 31 de mar\u00e7o de 2006.\nPor\u00e9m, h\u00e1 muito tempo, a TR n\u00e3o reflete mais a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, tendo se distanciado completamente dos \u00edndices oficiais de infla\u00e7\u00e3o. Nos meses de setembro, outubro e novembro de 2009, janeiro e fevereiro de 2010 fevereiro e junho de 2012 em diante, a TR tem sido completamente anulada, como se n\u00e3o existisse qualquer infla\u00e7\u00e3o no per\u00edodo pass\u00edvel de corre\u00e7\u00e3o.\nDiante do acima exposto, n\u00e3o restou outra alternativa a parte autora, que n\u00e3o o ingresso da presente demanda, para que os valores depositados em sua conta do FGTS, seja adequadamente atualizada/corregidos.\n02 \u2013 DO DIREITO\n02.1 - A corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria\nA corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria existe desde a \u00e9poca de 1960. O principal te\u00f3rico da Corre\u00e7\u00e3o Monet\u00e1ria, o Advogado Tributarista Bulh\u00f5es Pedreira, em sua obra Corre\u00e7\u00e3o Monet\u00e1ria; Indexa\u00e7\u00e3o Cambial; Obriga\u00e7\u00e3o Pecuni\u00e1ria, explica o seguinte:\n\u201cPor analogia com as unidades de medidas f\u00edsicas podemos dizer que o n\u00edvel geral dos pre\u00e7os \u00e9 o padr\u00e3o prim\u00e1rio do valor financeiro, enquanto que a unidade monet\u00e1ria serve como padr\u00e3o secund\u00e1rio \u2013 usado, na pr\u00e1tica, para exprimir o valor financeiro, mas deve ser aferido pelo padr\u00e3o prim\u00e1rio porque sujeito a modifica\u00e7\u00f5es1\u201d\nSegundo este entendimento, a moeda seria um padr\u00e3o secund\u00e1rio, o que implicaria cindir em duas as suas fun\u00e7\u00f5es, atribuindo-se ao padr\u00e3o prim\u00e1rio, n\u00edvel geral de pre\u00e7o, a fun\u00e7\u00e3o de medida de valor, e \u00e0s pe\u00e7as monet\u00e1rias emitidas a fun\u00e7\u00e3o de meios de pagamento ou troca.\nA Lei.4.357, de 1964, que criou o primeiro indexador da Economia Brasileira- a ORTN (obriga\u00e7\u00e3o reajust\u00e1vel do tesouro nacional), uma obriga\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria cuja fun\u00e7\u00e3o era fazer variar periodicamente, a moeda nacional segundo seus respectivos poderes aquisitivos.\nA partir da Lei 4.537, uma pl\u00eaiade de \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria foi se sucedendo, at\u00e9 a entrada em vigor da Medida Provis\u00f3ria n\u00ba 294, de 31 de janeiro de 1991, que se transformou na Lei n\u00ba 8.177, de 1\u00ba de mar\u00e7o de 1991. Nesta oportunidade o Governo Collor pretendeu substituir a s\u00e9rie de indexadores tradicionais da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria brasileira (ORTN, OTN, BTN) que eram vinculados \u00e0 varia\u00e7\u00e3o dos n\u00edveis gerais de pre\u00e7os, pela Taxa Referencial, que tinha natureza financeira.\n\n\fAinda hoje permanece a perplexidade em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 natureza jur\u00eddica da TR, at\u00e9 por conta da pr\u00f3pria inconsist\u00eancia da lei que a criou, que ora a trata como taxa de juros (art.39) ora como indexador (art.18).\nTaxas de juros objetivam promover a remunera\u00e7\u00e3o do capital.\nS\u00e3o calculadas por quem disponibiliza o capital em benef\u00edcio de outra pessoa, f\u00edsica ou jur\u00eddica, para que empregue para satisfa\u00e7\u00e3o de determinada necessidade, na expectativa de lucro. Os indexadores, por outro lado, podem ser entendidos como \u00edndices calculados a partir da varia\u00e7\u00e3o de pre\u00e7os de mercado em determinado per\u00edodo. O seu objetivo est\u00e1 na corre\u00e7\u00e3o dos efeitos inflacion\u00e1rios, quando se compara valores monet\u00e1rios em diferentes \u00e9pocas.\nQuando o STF enfrentou o tema da natureza da TR, disse atrav\u00e9s do voto vencedor da ADI 493-0/DF que:\nA Taxa Referencial (TR) n\u00e3o \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, pois, refletindo as varia\u00e7\u00f5es do custo prim\u00e1rio da capta\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos a prazo fixo, n\u00e3o constitui \u00edndice que refletia a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda.\nMesmo assim, o STF entendeu que a TR possu\u00eda natureza de taxa de juros e declarou inconstitucional o art. 18 da Lei 8.177/91, cujo texto original estabelecia que os saldos devedores e as presta\u00e7\u00f5es dos contratos integrantes do SFH, passariam a ser atualizados pela taxa aplic\u00e1vel \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica dos Dep\u00f3sitos de Poupan\u00e7a.\nVejamos o contido no referido julgado:\nA\u00e7\u00e3o direta de inconstitucionalidade \u2013 Se a lei alcan\u00e7ar os efeitos futuros de contratos celebrados anteriormente a ela, ser\u00e1 esta lei retroativa (retroatividade m\u00ednima) porque vai interferir na causa, que \u00e9 um ato ou fato ocorrido no passado. \u2013 O disposto no art. 5\u00ba, XXXVI, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal se aplica a toda e qualquer lei infraconstitucional, sem qualquer distin\u00e7\u00e3o entre lei de direito p\u00fablico e lei de direito privado, ou entre lei de ordem p\u00fablica e lei dispositiva. Precedente do S.T.F. \u2013 Ocorr\u00eancia, no caso, de viola\u00e7\u00e3o de direito adquirido. A taxa referencial (TR) n\u00e3o \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, pois, refletindo as varia\u00e7\u00f5es do custo prim\u00e1rio da capta\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos a prazo fixo, n\u00e3o constitui \u00edndice que reflita a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda. Por isso, n\u00e3o h\u00e1 necessidade de se examinar a quest\u00e3o de saber se as normas que alteram o \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria se aplicam imediatamente, alcan\u00e7ando, pois, as presta\u00e7\u00f5es futuras de contratos celebrados no passado, sem violarem o disposto no art. 5\u00ba, XXXVI, da Carta Magna. \u2013 Tamb\u00e9m ofendem o ato jur\u00eddico perfeito os dispositivos impugnados que alteram o crit\u00e9rio de reajuste das presta\u00e7\u00f5es nos contratos j\u00e1 celebrados pelo sistema do Plano de Equival\u00eancia Salarial por Categoria Profissional (PES/CP). A\u00e7\u00e3o direta de inconstitucionalidade julgada procedente, para declarar a inconstitucionalidade dos artigos 18 \u201ccaput\u201d par\u00e1grafos 1 e 4 ; 20; 21 e par\u00e1grafo \u00fanico; 23 e par\u00e1grafos; e 24 e par\u00e1grafos, todos da Lei n\u00ba 8.177, de 1 de maio de 1991. (ADI 493, Relator(a): Min: MOREIRA ALVES , Tribunal Pleno, julgado em 25/06/1992, DJ 04-09-\n\n\f1992 PP14089 EMENT VOL- 01674-02 PP- 00260 RTJ VOL- 00143-03 PP- 00724)\nPor algum tempo, o pr\u00f3prio STJ rejeitou a TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, tanto para a poupan\u00e7a quanto para o SFH, vejamos:\nCOMERCIAL. M\u00daTUO RURAL. CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA. VINCULA\u00c7\u00c3O AO CRIT\u00c9RIO DE REAJUSTE DOS DEP\u00d3SITOS EM CADERNETA DE POUPAN\u00c7A. LICITUDE. SUBSTITUI\u00c7\u00c3O PELA TR NOS MESES SUBSEQUENTES A FEVEREIRO/91. PREVIS\u00c3O DE UTILIZA\u00c7\u00c3O DA OTN. INDEXADOR CONTRATUALMENTE ELEITO. SUBSTITUI\u00c7\u00c3O EX LEGE PELA TR. INCONSTITUCIONALIDADE DECLARADA. ADO\u00c7\u00c3O DO INPC. PRECEDENTES: I- NO CONTRATO DE M\u00daTUO RURAL \u00c9 L\u00cdCITO O PACTO DE VINCULA\u00c7\u00c3O DA CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA AO CRIT\u00c9RIO DE ATUALIZA\u00c7\u00c3O DOS DEP\u00d3SITOS EM CADERNETAS DE POUPAN\u00c7A, RESULTANDO DEVIDA A INCID\u00caNCIA DO MESMO INDEXADOR NOS MESES SUBSEQUENTES A FEVEREIRO/91 (ART.13 DA LEI 8.177). II- EM FACE DA POSI\u00c7\u00c3O DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL INADIMITINDO A TR COMO FATOR DE ATUALIZA\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA SUBSTITUINDO O BTN, A CORRE\u00c7\u00c3O DOS VALORES, CUJA FORMA DE REAJUSTE ESTAVA, POR LEI OU CONTRATO, ATRELADA A VARIA\u00c7\u00c3O DO VALOR DE REFERIDO T\u00cdTULO DA D\u00cdVIDA P\u00daBLICA, CUMPRE SEJA PRECEDIDA, A PARTIR DA LEI 8.177/91, COM BASE NO INPC. (REsp. 40.777/GO, Rel. Min. S\u00c1LVIO DE FIGUEIREDO TEIXEIRA, QUARTA TURMA, julgado em 13/11/1995, DJ 11/12/1995, p. 43225) (grifei)\nADMINISTRATIVO \u2013 SFH \u2013 REAJUSTE DAS PRESTA\u00c7\u00d5ES E DO SALDO DEVEDOR \u2013 PLANO DE EQUIVAL\u00caNCIA SALARIAL (PES) \u2013 INAPLICABILIDADE DA TR \u2013 ADIN 493-0/STF \u2013 VANTAGENS PESSOAIS INCORPORADAS DEFINITIVAMENTE AO SAL\u00c1RIO \u2013 INCLUS\u00c3O NO C\u00c1LCULO \u2013 DIVERG\u00caNCIA JURISPRUDENCIAL N\u00c3O COMPROVADA \u2013 RISTJ . ART. 255 E PAR\u00c1GRAFOS \u2013 S\u00daMULA 13/STJ \u2013 PRECEDENTES STJ. - Nos contratos vinculados ao PES, o reajustamento das presta\u00e7\u00f5es deve obedecer \u00e0 varia\u00e7\u00e3o salarial dos mutu\u00e1rios, a fim de preservar a equa\u00e7\u00e3o econ\u00f4mico- financeira do pactuado. -As vantagens pessoais incorporadas, definitivamente ao sal\u00e1rio ou vencimento do mutu\u00e1rio, incluem-se na verifica\u00e7\u00e3o da equival\u00eancia para fixa\u00e7\u00e3o das parcelas. -Declarada pelo STF a inconstitucionalidade da TR como fator de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria (ADIN 493-0), o reajustamento do saldo devedor, a exemplo das presta\u00e7\u00f5es mensais, tamb\u00e9m deve obedecer ao Plano de Equival\u00eancia Salarial. - Recurso conhecido e parcialmente provido (REsp 14.839/BA, Rel. Ministro FRANCISCO PE\u00c7ANHA MARTINS , SEGUNDA TURMA, julgado em 23/11/1999, DJ 21/02/2000, p. 112) (grifei)\n\n\fSFH. PLANO DE EQUIVAL\u00caNCIA SALARIAL. REAJUSTE DAS PRESTA\u00c7\u00d5ES. ILEGITIMIDADE PASSIVA DA UNI\u00c3O. NULIDADE DO AC\u00d3RD\u00c3O. INOCORR\u00caNCIA. VANTAGENS PESSOAIS. INCLUS\u00c3O. CORRE\u00c7\u00c3O PELA TR. IMPOSSIBILIDADE. PRECEDENTES. (...) 4. Inaplic\u00e1vel a TR como fator de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria _________________ consagrado nesta Corte na esteira de orienta\u00e7\u00e3o tra\u00e7ada pelo STF. 5. Recurso Especial conhecido e parcialmente provido (REsp 209.466/BA Rel. Ministro FRANCISCO PE\u00c7ANHA MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 07/08/2011 , DJ 17/06/2012, p. 231) (grifei).\nTodavia, a Corte de Justi\u00e7a, fazendo uma releitura do voto do Ministro Moreira Alves do STF, mudou entendimento, e passou a adotar a constitucionalidade da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, conforme demonstra o seguinte julgado.\nSISTEMA FINANCEIRO DA HABITA\u00c7\u00c3O. SALDO DEVEDOR. ATUALIZA\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA. TR. 1. N\u00e3o \u00e9 inconstitucional a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria com base na Taxa Referencial - TR. O que \u00e9 inconstitucional \u00e9 sua aplica\u00e7\u00e3o retroativa. Foi isso o que decidiu o STF da ADI 493/DF, Pleno, Min. Moreira Alves, DJ de 04.09.1992, ao estabelecer o \u00e2mbito de incid\u00eancia da Lei 8.177, de 1991. 2. Aos contratos de m\u00fatuo habitacional firmados no \u00e2mbito do SFH que prevejam a corre\u00e7\u00e3o do saldo devedor pela taxa b\u00e1sica aplic\u00e1vel aos dep\u00f3sitos da poupan\u00e7a aplica-se a Taxa Referencial, por expressa determina\u00e7\u00e3o legal. Precedentes da Corte Especial: AGEREsp 725917 / DF, Min. Laurita Vaz, DJ 19.06.2006; DERESP 453600 / DF, Min. Aldir Passarinho Junior, DJ 24.04.2006. 3. Embargos de diverg\u00eancia a que se nega provimento (EREsp 752. 879/DF, Rel. Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI, CORTE ESPECIAL, julgado em 19/12/2006, DJ 12/03/2007, p. 184) (grifei)\nEm rela\u00e7\u00e3o ao FGTS, h\u00e1 at\u00e9 s\u00famula do STJ sobre a aplica\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. Neste sentido:\nA Taxa Referencial (TR) \u00e9 o \u00edndice aplic\u00e1vel, a t\u00edtulo de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, aos d\u00e9bitos com o FGTS recolhidos pelo empregador mas n\u00e3o repassados ao fundo. (S\u00famula 459, PRIMEIRA SE\u00c7\u00c3O, julgado em 25/08/2010, DJe 08/09/2010)\nA aplica\u00e7\u00e3o de \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria se presta para recuperar o poder de compra do valor emprestado. Este poder de compra \u00e9 diretamente influenciado por um processo inflacion\u00e1rio.\n\n\fmonet\u00e1ria, sen\u00e3o vejamos:\n\nO pr\u00f3prio STJ reconhece a influ\u00eancia da infla\u00e7\u00e3o como corre\u00e7\u00e3o\n\" PREVIDENCI\u00c1RIO E ECON\u00d4MICO. T\u00cdTULO EXECUTIVO JUDICIAL. DETERMINA\u00c7AO DE CORRE\u00c7AO MONET\u00c1RIA PELO IGP-M. \u00cdNDICES DEDEFLA\u00c7AO. APLICABILIDADE. OFENSA AO PRINC\u00cdPIO DA IRREDUTIBILIDADE DOS VENCIMENTOS. NAO OCORR\u00caNCIA. PRESERVA\u00c7AO DO VALOR NOMINAL DA OBRIGA\u00c7AO. PRECEDENTES. 1. \"A corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria nada mais \u00e9 do que um mecanismo de manuten\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda, n\u00e3o devendo representar, consequentemente, por si s\u00f3, nem um plus nem um minus em sua subst\u00e2ncia. Corrigir o valor nominal da obriga\u00e7\u00e3o representa, portanto, manter, no tempo, o seu poder de compra original, alterado pelas oscila\u00e7\u00f5es inflacion\u00e1rias positivas e negativas ocorridas no per\u00edodo. Atualizar aobriga\u00e7\u00e3o levando em conta apenas oscila\u00e7\u00f5es positivas importaria distorcer a realidade econ\u00f4mica produzindo um resultado que n\u00e3o representa a simples manuten\u00e7\u00e3o do primitivo poder aquisitivo, mas um indevido acr\u00e9scimo no valor real. Nessa linha, estabelece o Manual de Orienta\u00e7\u00e3o de Procedimento de C\u00e1lculos aprovado pelo Conselho da Justi\u00e7a Federal que, n\u00e3o havendo decis\u00e3o judicial em contr\u00e1rio,\"os \u00edndices negativos de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria (defla\u00e7\u00e3o) ser\u00e3o considerados no c\u00e1lculo de atualiza\u00e7\u00e3o\", com a ressalva de que, se, no c\u00e1lculo final,\"a atualiza\u00e7\u00e3o implicar redu\u00e7\u00e3o do principal, deve prevalecer o valor nominal\"\" (Corte Especial, REsp 1.265.580/RS, Rel. Min. TEORI ALBINO ZAVASCKI, DJe 18/4/12). 2. No precedente da Corte Especial, mencionado na decis\u00e3o agravada, ficou expressamente consignado que se, na atualiza\u00e7\u00e3o da d\u00edvida, houver redu\u00e7\u00e3o do principal, deve prevalecer o valor nominal, em respeito ao princ\u00edpio da irredutibilidade de vencimentos, previsto nos arts. 7\u00ba, VI e 37, XV, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal. 3. A compreens\u00e3o no sentido de que n\u00e3o h\u00e1 viola\u00e7\u00e3o ao princ\u00edpio da irredutibilidade dos vencimentos, quando preservado o valor nominal da obriga\u00e7\u00e3o, encontra respaldona jurisprud\u00eancia do STF e do STJ. 4. Agravo regimental improvido. (AgRg nos EREsp 1252558/RS, Rel. Min. S\u00c9RGIO KUKINA, PRIMEIRA SE\u00c7\u00c3O, julgado em 13/03/2013, DJe 21/03/2013)\"; (grifei)\n\nN\u00e3o podemos deixar de mencionar que a cultura da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria est\u00e1 de tal forma arraigada ao nosso sistema econ\u00f4mico, que o pr\u00f3prio C\u00f3digo Civil de 2002, traz diversos dispositivos garantindo atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria.\nVejamos o que consta do C\u00f3digo Civil, no tocante a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria:\n\u201cArt. 389. N\u00e3o cumprida a obriga\u00e7\u00e3o, responde o devedor por perdas e danos, mais juros e atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria segundo \u00edndices oficiais regularmente estabelecidos, e honor\u00e1rios de advogado.\n\n\fArt. 395. Responde o devedor pelos preju\u00edzos a que sua mora der causa, mais juros, atualiza\u00e7\u00e3o dos valores monet\u00e1rios segundo \u00edndices oficiais regularmente estabelecidos, e honor\u00e1rios de advogado.\nArt. 404. As perdas e danos, nas obriga\u00e7\u00f5es de pagamento em dinheiro, ser\u00e3o pagas com atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria segundo \u00edndices oficiais regularmente estabelecidos, abrangendo juros, custas e honor\u00e1rios de advogado, sem preju\u00edzo da pena convencional.\nArt. 418. Se a parte que deu as arras n\u00e3o executar o contrato, poder\u00e1 a outra t\u00ea-lo por desfeito, retendo-as; se a inexecu\u00e7\u00e3o for de quem recebeu as arras, poder\u00e1 quem as deu haver o contrato por desfeito, e exigir sua devolu\u00e7\u00e3o mais o equivalente, com atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria segundo \u00edndices oficiais regularmente estabelecidos, juros e honor\u00e1rios de advogado.\nArt. 772. A mora do segurador em pagar o sinistro obriga \u00e0 atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria da indeniza\u00e7\u00e3o devida segundo \u00edndices oficiais regularmente estabelecidos, sem preju\u00edzo dos juros morat\u00f3rios.\nArt. 884. Aquele que, sem justa causa, se enriquecer \u00e0 custa de outrem, ser\u00e1 obrigado a restituir o indevidamente auferido, feita a atualiza\u00e7\u00e3o dos valores monet\u00e1rios. ...\u201d\nEste retrospecto da evolu\u00e7\u00e3o legal e jurisprudencial a respeito da aplica\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria se faz necess\u00e1rio para que pud\u00e9ssemos chegar ao n\u00facleo do argumento desta a\u00e7\u00e3o.\nHoje no pa\u00eds, h\u00e1 dois tipos de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. \u00cdndices que refletem a infla\u00e7\u00e3o e, portanto, recuperam o valor de compra do valor aplicado, como IPCA e INPC, e um \u00edndice que n\u00e3o reflete a infla\u00e7\u00e3o, e consequentemente n\u00e3o recupera o poder de compra do valor aplicado \u2013 a Taxa de Referencial/TR.\nHistoricamente, \u00e9 preciso lembrar que a Taxa Referencial nunca foi igual \u00e0 infla\u00e7\u00e3o. Nem quando experimentamos a hiperinfla\u00e7\u00e3o, nem quando experimentamos defla\u00e7\u00e3o. Todavia, os \u00edndices da TR, do INPC e do IPCA sempre andaram pr\u00f3ximos. Em outros palavras, imperava a razoabilidade dos \u00edndices da TR para que pudessem atingir a finalidade de corre\u00e7\u00e3o do valor do capital.\n\n\fA partir de 1999 a TR passou a se distancia expressivamente do INPC e IPCA, ao ponto de hoje a infla\u00e7\u00e3o hoje superar 6% ao ano e a TR ser igual a zero.\nPortanto, a TR n\u00e3o se presta para o fim de manter o poder aquisitivo dos dep\u00f3sitos do FGTS, que s\u00e3o um patrim\u00f4nio do trabalhador.\nO sentimento geral \u00e9 que h\u00e1 muito tempo o FGTS \u00e9 um fundo in\u00edquo por ele n\u00e3o ter recomposi\u00e7\u00e3o inflacion\u00e1ria dos seus recursos. Na verdade, o trabalhador n\u00e3o est\u00e1 financiando programas de habita\u00e7\u00e3o popular, saneamento b\u00e1sico e infraestrutura urbana, ele est\u00e1 subsidiando.\nAo contr\u00e1rio de outros investimentos, o FGTS n\u00e3o \u00e9 um fundo de livre disposi\u00e7\u00e3o por parte do trabalhador, n\u00e3o podendo ele decidir sponte propria quais as aplica\u00e7\u00f5es que lhe s\u00e3o mais convenientes ou rent\u00e1veis. O trabalhador tem que se submeter a pol\u00edticas econ\u00f4micas e sociais que lhe s\u00e3o altamente prejudiciais.\nOra, mas a pr\u00f3pria Lei do FGTS diz em seu art.2\u00ba que \u00e9 garantida a atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e juros. Quando a TR \u00e9 igual a zero este artigo \u00e9 descumprido. Quando a TR \u00e9 m\u00ednima e totalmente desproporcional em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 infla\u00e7\u00e3o, este artigo tamb\u00e9m \u00e9 descumprido e o patrim\u00f4nio do trabalhador \u00e9 subtra\u00eddo por quem tem o dever legal de administra-lo.\nEm um ano de TR zero, estamos diante de uma situa\u00e7\u00e3o de confisco. O Governo Federal, atrav\u00e9s da Caixa Econ\u00f4mica Federal, est\u00e1 confiscando os rendimentos dos trabalhadores, para subsidiar pol\u00edticas p\u00fablicas, sem a menor inger\u00eancia destes trabalhadores.\nAssim como em nosso Estado Democr\u00e1tico de Direito, a Constitui\u00e7\u00e3o veda que se utilize tributo com efeito de confisco, o trabalhador n\u00e3o pode ser punido com confisco do que a pr\u00f3pria Caixa define em seu s\u00edtio eletr\u00f4nico, como um patrim\u00f4nio do trabalhador, e definitivamente o \u00e9.\nQuando se fala em patrim\u00f4nio, imediatamente sobrev\u00e9m li\u00e7\u00e3o da Professora Maria Helena Diniz ao comentar o art. 91 do Novo C\u00f3digo Civil.\nArt. 91. Constitui universalidade de direito o complexo de rela\u00e7\u00f5es jur\u00eddicas, de uma pessoa, dotadas de valor econ\u00f4mico.\nUniversalidade de direito: \u00e9 a constitu\u00edda por bens singulares corp\u00f3reos heterog\u00eaneos e incorp\u00f3reos (complexo de rela\u00e7\u00f5es jur\u00eddicas), a que a norma jur\u00eddica, com o intuito de produzir certos efeitos, d\u00e1 unidade, por serem dotados de valor econ\u00f4mico, como p. ex., o patrim\u00f4nio (...) O patrim\u00f4nio e a heran\u00e7a s\u00e3o consideradas como um conjunto, ou seja, como uma universalidade. Embora se constituam ou n\u00e3o de bens materiais e de cr\u00e9ditos, esses bens se unificam numa express\u00e3o econ\u00f4mica, que \u00e9 o valor. O patrim\u00f4nio \u00e9 complexo de rela\u00e7\u00f5es jur\u00eddicas de uma pessoa apreci\u00e1vel economicamente. Incluem-se no patrim\u00f4nio: a posse, os direitos reais, as obriga\u00e7\u00f5es e as a\u00e7\u00f5es correspondentes a tais direitos. O patrim\u00f4nio abrange direitos deveres redut\u00edveis a dinheiro. (C\u00f3digo Civil Anotado, Ed. Saraiva, p\u00e1g. 100) (grifamos).\nLevando em conta que a rela\u00e7\u00e3o jur\u00eddica entre os trabalhadores e a Caixa \u00e9 de direito pessoal, o art.233 do C\u00f3digo Civil se torna inafast\u00e1vel, na medida que determina que a obriga\u00e7\u00e3o de dar coisa certa abrange os acess\u00f3rios ainda que n\u00e3o mencionados.\nArt. 233 A obriga\u00e7\u00e3o de dar coisa certa abrange os acess\u00f3rios dela embora n\u00e3o mencionados, salvo o contr\u00e1rio resultar do t\u00edtulo ou das circunstancias do caso.\n\n\fOra, acess\u00f3rios de dinheiro s\u00e3o juros e a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria.\nE ent\u00e3o voltamos \u00e0 Taxa Referencial.\n02.2 - Manipula\u00e7\u00e3o da TR pelo Banco Central/CMN\nIndependentemente da discuss\u00e3o sobre sua natureza jur\u00eddica, vamos aqui partir do pressuposto, assentado pela jurisprud\u00eancia, principalmente pelo STJ, que a TR \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria.\nTanto o art. 1\u00ba da Lei 8.177/91 quanto o art. 5\u00ba da Lei 10.192/01 (que convolou a MP 1.053/95) atribu\u00edram ao Banco Central a regulamenta\u00e7\u00e3o da metodologia de c\u00e1lculo da TR, conforme crit\u00e9rio estabelecido na lei e a expedi\u00e7\u00e3o das instru\u00e7\u00f5es necess\u00e1rias ao cumprimento do artigo que criou a TBF.\nArt. 1\u00b0 O Banco Central do Brasil divulgar\u00e1 Taxa Referencial (TR), calculada a partir da remunera\u00e7\u00e3o mensal m\u00e9dia l\u00edquida de impostos, dos dep\u00f3sitos a prazo fixo captados nos bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos m\u00faltiplos com carteira comercial ou de investimentos, caixas econ\u00f4micas, ou dos t\u00edtulos p\u00fablicos federais, estaduais e municipais, de acordo com metodologia a ser aprovada pelo Conselho Monet\u00e1rio Nacional, no prazo de sessenta dias, e enviada ao conhecimento do Senado Federal. (Lei n\u00ba 8.177/91)\nArt. 5o Fica institu\u00edda Taxa B\u00e1sica Financeira - TBF, para ser utilizada exclusivamente como base de remunera\u00e7\u00e3o de opera\u00e7\u00f5es realizadas no mercado financeiro, de prazo de dura\u00e7\u00e3o igual ou superior a sessenta dias. Par\u00e1grafo \u00fanico. O Conselho Monet\u00e1rio Nacional expedir\u00e1 as instru\u00e7\u00f5es necess\u00e1rias ao cumprimento do disposto neste artigo, podendo, inclusive, ampliar o prazo m\u00ednimo previsto no caput. (Lei n\u00ba 10.192/01)\nNo mister de regulamentar a TR, o Banco Central/CMN vem ao longo dos anos criando e reinventando f\u00f3rmulas para encontr\u00e1-la. Pelo menos desde a Resolu\u00e7\u00e3o 2.075, de 26 de maio de 1994, h\u00e1 formulas para encontrar a TR. Todavia com a institui\u00e7\u00e3o da Taxa B\u00e1sica Financeira, pela Medida Provis\u00f3ria 1.053/95, de 30 de junho de 1995, que a forma de c\u00e1lculo da TR sofre uma expressiva reviravolta.\nDesde a Resolu\u00e7\u00e3o 2.437 , de 30 de Outubro de 1997, a TR \u00e9 calculada levando em conta a Taxa B\u00e1sica Financeira e um Redutor.\nA Resolu\u00e7\u00e3o 3.354/06, hoje vigente sobre o assunto, diz o seguinte:\nArt. 1\u00ba Estabelecer que, para fins de c\u00e1lculo da Taxa B\u00e1sica Financeira TBF e da Taxa Referencial - TR, de que tratam os arts. 1\u00ba da Lei 8.177, de 1\u00ba de mar\u00e7o de 1991, 1\u00ba da Lei 8.660, de 28 de maio de 1993, e 5\u00ba da Lei 10.192, de 14 de fevereiro de 2001, deve ser constitu\u00edda amostra das 30 maiores institui\u00e7\u00f5es financeiras do Pa\u00eds, assim consideradas em fun\u00e7\u00e3o do volume de capta\u00e7\u00e3o efetuado por meio de certificados e recibos de dep\u00f3sito banc\u00e1rio (CDB/RDB), com prazo de 30 a 35 dias\n\n\fcorridos, inclusive, e remunerados a taxas prefixadas, entre bancos m\u00faltiplos, bancos comerciais, bancos de investimento e caixas econ\u00f4micas. Art. 2\u00ba A TBF e a TR s\u00e3o calculadas a partir da remunera\u00e7\u00e3o mensal m\u00e9dia dos CDB/RDB emitidos a taxas de mercado prefixadas, com prazo de 30 a 35 dias corridos, inclusive, com base em informa\u00e7\u00f5es prestadas pelas institui\u00e7\u00f5es integrantes da amostra de que trata o art. 1\u00ba, na forma a ser determinada pelo Banco Central do Brasil. Art. 4\u00ba Para cada dia do m\u00eas - dia de refer\u00eancia -, o Banco Central do Brasil deve calcular a TBF, para o per\u00edodo de um m\u00eas, com in\u00edcio no pr\u00f3prio dia de refer\u00eancia e t\u00e9rmino no dia correspondente ao dia de refer\u00eancia no m\u00eas seguinte, considerada a hip\u00f3tese prevista no \u00a7 2\u00ba, inciso IV. Art. 5\u00ba Para cada TBF obtida, segundo a metodologia descrita no art. 4\u00ba, deve ser calculada a correspondente TR, pela aplica\u00e7\u00e3o de um redutor \"R\", de acordo com a seguinte f\u00f3rmula: TR = max {0,100 {[ (1 + TBF/100) / R ] - 1}} (em %). \u00a71\u00ba o Valor do redutor \u201cR\u201d deve ser calculado para todos os dias, inclusive n\u00e3o \u00fateis, de acordo com a seguinte f\u00f3rmula: R: (a+b.TBF/100), onde: TBF = TBF relativa ao dia de refer\u00eancia; a = 1,005; b = valor determinado de acordo com a tabela abaixo, em fun\u00e7\u00e3o da TBF obtida, segundo a metodologia descrita no art. 4\u00ba, em termos percentuais ao ano: TBF (% a.a.) b TBF maior que 16 0,48 TBF menor ou igual a 16 e maior que 15 0,44 TBF menor ou igual a 15 e maior que 14 0,40 TBF menor ou igual a 14 e maior que 13 0,36 TBF menor ou igual a 13 e maior ou igual a 11 0,32 \u00a7 2\u00ba Fica o Banco Central do Brasil autorizado a determinar o valor do par\u00e2metro \"b\" no caso de a TBF obtida ser inferior a 11% a.a. (onze por cento ao ano)\nO peculiar nesta determina\u00e7\u00e3o do Banco Central/CMN que de resto se repete desde 1997, \u00e9 que TBF e TR s\u00e3o exatamente iguais em sua g\u00eanese at\u00e9 o momento em que se determina que se aplique um redutor \u00e0 TBF para se chegar \u00e0 TR.\nN\u00e3o h\u00e1 na Lei da TR previs\u00e3o de aplica\u00e7\u00e3o do redutor, assim como tamb\u00e9m n\u00e3o h\u00e1 na Lei que criou a TBF. Todavia causa estranheza que diante de um comando aberto como o do art. 5\u00ba da MP n\u00ba 1.503/95 (Lei n\u00ba. 10. 192/01), o Banco Central/CMN, com amplos poderes para regular o assunto, n\u00e3o tenha institu\u00eddo um redutor, mas o tenha feito ao regulamentar o art. 1\u00ba da Lei n\u00ba. 8.177/91, que n\u00e3o era t\u00e3o flex\u00edvel.\nExcel\u00eancia, hoje, o trabalhador que tem seu dinheiro aplicado no FGTS, e de l\u00e1 n\u00e3o pode retir\u00e1-lo para outro investimento, est\u00e1 sendo remunerado com 0,247% de juros ao m\u00eas e mais nada. N\u00e3o h\u00e1 nem corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria nem Taxa Referencial (independentemente de sua natureza jur\u00eddica), em flagrante ofensa ao art. 2\u00ba da Lei n\u00ba. 8.036/90, que imp\u00f5e a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos valores depositados pelo empregador.\n\n\fAinda que se argumente que a aplica\u00e7\u00e3o do Redutor pelo Banco Central/CMN seja legal, sua redu\u00e7\u00e3o a zero em um cen\u00e1rio de infla\u00e7\u00e3o superior a 6% ao ano, configura afronta ao art. 2\u00ba da Lei 8.036/90, que determina a atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, bem como ao art. 233 do C\u00f3digo Civil, quando sonega os acess\u00f3rios da obriga\u00e7\u00e3o de dar.\nMas \u00e9 necess\u00e1rio ir mais al\u00e9m e revisar o entendimento jurisprudencial sobre a TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, m\u00e1xime a partir da institui\u00e7\u00e3o de um Redutor que tem por efeito zerar o \u00edndice da TR em ambiente de infla\u00e7\u00e3o.\nO quadro comparativo mostra que a TR n\u00e3o se presta como atualizador monet\u00e1rio do FGTS, pelo menos desde janeiro de 1999. Desde o momento em que o Banco Central/CMN estabeleceu um redutor para TR, ela deixou de ser \u00edndice confi\u00e1vel para atualizar monetariamente as contas do FGTS, porque se descola dos \u00edndices de infla\u00e7\u00e3o, sendo reduzido ano a ano. A finalidade da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u00e9 manter o poder de compra do capital, e esta finalidade nem de perto vem sendo alcan\u00e7ado pela TR. A anula\u00e7\u00e3o total da TR \u00e9 s\u00f3 desfecho desta pol\u00edtica predat\u00f3ria para o trabalhador.\nH\u00e1 n\u00edtida expropria\u00e7\u00e3o do patrim\u00f4nio do trabalhador, na medida em que se nega a ele a devida atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. Como dito no estudo acostado na inicial.\nA atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u00e9 o elemento mais importante do mercado financeiro, pois sem a medi\u00e7\u00e3o precisa de perda do poder aquisitivo da moeda com o decorrer do tempo, ocorre uma gigantesca destrui\u00e7\u00e3o de valor. O objetivo fundamental da escolha \u00e9 o \u00edndice de atualiza\u00e7\u00e3o nos ativos (neg\u00f3cios, contratos, aplica\u00e7\u00f5es, etc) \u00e9 de proteger o patrim\u00f4nio, evitando que ele seja corro\u00eddo pela infla\u00e7\u00e3o.\nO Poder Judici\u00e1rio h\u00e1 de se opor a este esbulho, confisco, expropria\u00e7\u00e3o que o trabalhador est\u00e1 sofrendo, desde 1999, com as constantes redu\u00e7\u00f5es da TR em rela\u00e7\u00e3o aos \u00edndices de infla\u00e7\u00e3o, culminando na sua completa nulidade, desde setembro de 2012.\nEm 1991 e 1992, quando o STD julgou a ADIN 493-0/DF, ele deixou bem assentado que a TR n\u00e3o constitu\u00eda \u00edndice que refletia a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda. Esta caracter\u00edstica da TR tem se confirmando ao longo dos anos.\nH\u00e1 anos, os trabalhadores que t\u00eam dep\u00f3sitos no FGTS n\u00e3o experimentam ganhos reais em sua aplica\u00e7\u00e3o. Ao contr\u00e1rio. H\u00e1 muito tempo, os trabalhadores tem rendimentos inferiores \u00e0 infla\u00e7\u00e3o, mesmo levando em conta a remunera\u00e7\u00e3o dos juros de 3% ao ano.\nO que torna um \u00edndice inid\u00f4neo \u00e9 a intensa inger\u00eancia do Banco Central/CMN na sua formula\u00e7\u00e3o.\nDe pouco adiantaria ao trabalhador que fosse determinado ao Banco Central/CMN que recalculasse a TR, pois, uma nova f\u00f3rmula estaria igualmente sob a discricionariedade e subjetivismo total do Banco. Basta avaliara a sucess\u00e3o de Resolu\u00e7\u00f5es do Banco Central/CMN sobre o tema.\nAssim, resta claro que n\u00e3o existe outro caminho que n\u00e3o o de adotar um novo \u00edndice que verdadeiramente corrija estes dep\u00f3sitos.\n02.3 - \u00cdndices que efetivamente produzem corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria\n\n\fA Lei de Introdu\u00e7\u00e3o \u00e0s Normas de Direito Brasileiro estabelece em seu art. 5\u00ba que na aplica\u00e7\u00e3o da lei, o juiz atender\u00e1 os fins sociais a que ela se dirige e as exig\u00eancias do bem comum.\nA lei do FGTS tem um fim social indiscut\u00edvel, proteger o trabalhador e constituir um patrim\u00f4nio que lhe sirva de arrimo em v\u00e1rias situa\u00e7\u00f5es da vida.\nDiante de tudo que foi demonstrado, a juiz atender\u00e1 os fins sociais da Lei do FGTS ao reconhecer que corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, reposi\u00e7\u00e3o dos \u00edndices inflacion\u00e1rios de forma a garantir o poder de compra daquele dinheiro ali depositado no Fundo, \u00e9 efetivamente devida pela Caixa.\nSe a TR n\u00e3o pode ser considerada como um \u00edndice id\u00f4neo, sobrev\u00e9m a necessidade de substitu\u00ed-la por um \u00edndice que realmente reponha as perdas monet\u00e1rias. E ent\u00e3o, nada obsta que o juiz considere \u00edndice previsto em outra legisla\u00e7\u00e3o.\nAt\u00e9 por quest\u00e3o de equidade, o melhor \u00edndice para substituir a TR \u00e9 o \u00edndice que corrige monetariamente o sal\u00e1rio dos trabalhadores e os benef\u00edcios previdenci\u00e1rios. Este \u00edndice est\u00e1 previsto na Lei 12.382, de 25 de Fevereiro de 2011, cujos primeiros artigos trazem a seguinte dic\u00e7\u00e3o.\nArt. 1o O sal\u00e1rio m\u00ednimo passa a corresponder ao valor de R$ 545,00 (quinhentos e quarenta e cinco reais). Par\u00e1grafo \u00fanico. Em virtude do disposto no caput, o valor di\u00e1rio do sal\u00e1rio m\u00ednimo corresponder\u00e1 a R$ 18,17 (dezoito reais e dezessete centavos) e o valor hor\u00e1rio, a R$ 2,48 (dois reais e quarenta e oito centavos). Art. 2o Ficam estabelecidas as diretrizes para a pol\u00edtica de valoriza\u00e7\u00e3o do sal\u00e1rio m\u00ednimo a vigorar entre 2012 e 2015, inclusive, a serem aplicadas em 1o de janeiro do respectivo ano. \u00a7 1o Os reajustes para a preserva\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo do sal\u00e1rio m\u00ednimo corresponder\u00e3o \u00e0 varia\u00e7\u00e3o do \u00cdndice Nacional de Pre\u00e7os ao Consumidor - INPC, calculado e divulgado pela Funda\u00e7\u00e3o Instituto Brasileiro de Geografia e Estat\u00edstica - IBGE, acumulada nos doze meses anteriores ao m\u00eas do reajuste. \u00a7 2o Na hip\u00f3tese de n\u00e3o divulga\u00e7\u00e3o do INPC referente a um ou mais meses compreendidos no per\u00edodo do c\u00e1lculo at\u00e9 o \u00faltimo dia \u00fatil imediatamente anterior \u00e0 vig\u00eancia do reajuste, o Poder Executivo estimar\u00e1 os \u00edndices dos meses n\u00e3o dispon\u00edveis. \u00a7 3o Verificada a hip\u00f3tese de que trata o \u00a7 2o, os \u00edndices estimados permanecer\u00e3o v\u00e1lidos para os fins desta Lei, sem qualquer revis\u00e3o, sendo os eventuais res\u00edduos compensados no reajuste subsequente, sem retroatividade. \u00a7 4o A t\u00edtulo de aumento real, ser\u00e3o aplicados os seguintes percentuais: I - em 2012, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do Produto Interno Bruto - PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2010; II - em 2013, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2011; III - em 2014, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2012; e IV - em 2015, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2013.\n\n\f\u00a7 5o Para fins do disposto no \u00a7 4o, ser\u00e1 utilizada a taxa de crescimento real do PIB para o ano de refer\u00eancia, divulgada pelo IBGE at\u00e9 o \u00faltimo dia \u00fatil do ano imediatamente anterior ao de aplica\u00e7\u00e3o do respectivo aumento real.\nN\u00e3o h\u00e1 porque ter dois pesos e duas medidas. Se o sal\u00e1rio m\u00ednimo \u00e9 corrigido monetariamente pelo INPC, o dep\u00f3sito do FGTS que, em \u00faltima an\u00e1lise, \u00e9 um sal\u00e1rio indireto do trabalhador, tamb\u00e9m h\u00e1 de s\u00ea-lo.\nE observe que o objetivo da Lei em corrigir o sal\u00e1rio m\u00ednimo pelo INPC decorre exclusivamente da necessidade de preservar seu poder aquisitivo. A necessidade de preservar o poder aquisitivo \u00e9 uma constante em todas as transa\u00e7\u00f5es financeiras, e ela s\u00f3 se aperfei\u00e7oa quando rep\u00f5e efetivamente perdas inflacion\u00e1rias.\nOutro \u00edndice que se mostra aplic\u00e1vel, na hip\u00f3tese deste douto ju\u00edzo entender que n\u00e3o aplicaria o INPC, \u00e9 o IPCA, \u00edndice oficial do Governo Federal para medi\u00e7\u00e3o das metas inflacion\u00e1rias, contratadas com o FMI, a partir de, julho de 1999.\nAmbos os \u00edndices s\u00e3o infinitivamente mais adequados a preservar o poder aquisitivo dos dep\u00f3sitos do FGTS do que a aniquilada TR.\nFrente o exposto resta amplamente demonstrado que a presente demanda deve ser julgada totalmente procedente.\n03- DO PEDIDO DE ASSIST\u00caNCIA JUDICI\u00c1RIA E DOS HONOR\u00c1RIOS ADVOCAT\u00cdCIOS:\nA parte autora n\u00e3o possui condi\u00e7\u00f5es de pagar as custas e despesas do processo sem preju\u00edzo pr\u00f3prio ou de sua fam\u00edlia, conforme consta da declara\u00e7\u00e3o de pobreza em anexo. Ademais, nos termos artigo 98 do NCPC milita em seu favor a presun\u00e7\u00e3o de veracidade da declara\u00e7\u00e3o de pobreza por ela firmada. Desse modo, a parte autora faz jus \u00e0 concess\u00e3o da gratuidade de Justi\u00e7a. Insta ressaltar que entender de outra forma seria impedir os mais humildes de ter acesso \u00e0 Justi\u00e7a, garantia maior dos cidad\u00e3os no Estado Democr\u00e1tico de Direito.\n\u201cArt. 98. A pessoa natural ou jur\u00eddica, brasileira ou estrangeira, com insufici\u00eancia de recursos para pagar as custas, as despesas processuais e os honor\u00e1rios advocat\u00edcios tem direito \u00e0 gratuidade da justi\u00e7a, na forma da lei\u201d.\nCabe, tamb\u00e9m, considerara que a assist\u00eancia judici\u00e1ria n\u00e3o impede o deferimento de honor\u00e1rios advocat\u00edcios devendo, assim, ser fixados honor\u00e1rios advocat\u00edcios aos advogados contratados na forma do disposto no artigo 85 do NCPC.\nAnte o exposto, o Autor requer:\n\n\fINICIALMENTE:\na) requer, conforme o disposto no art. 319, VII, a realiza\u00e7\u00e3o de audi\u00eancia de concilia\u00e7\u00e3o ou de media\u00e7\u00e3o, fundada nos princ\u00edpios estipulados pelo C\u00f3digo de Processo Civil em que o Estado promover\u00e1, sempre que poss\u00edvel, a solu\u00e7\u00e3o consensual de conflitos.\nREQUER AINDA:\na) a cita\u00e7\u00e3o da requerida, para querendo, contestar a presente a\u00e7\u00e3o.\nb) A proced\u00eancia da presente demanda condenado a Caixa Econ\u00f4mica Federal \u2013 CEF a:\nb.1) proceder a substitui\u00e7\u00e3o do \u00edndice TR pelo INPC como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos efetuados nas contas vinculadas do FGTS, em nome da parte autora, com a conseq\u00fcente aplica\u00e7\u00e3o nos dep\u00f3sitos efetuados desde janeiro de 1999, bem como, nos futuros dep\u00f3sitos a seres, efetuados; ou\nb.2) proceder a substitui\u00e7\u00e3o do \u00edndice TR pelo IPCA como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos efetuados nas contas vinculadas do FGTS, em nome da parte autora, com a conseq\u00fcente aplica\u00e7\u00e3o nos dep\u00f3sitos efetuados desde janeiro de 1999, bem como, nos futuros dep\u00f3sitos a seres, efetuados;\nb.3) pagar, em favor da parte autora, o valor correspondente \u00e0s diferen\u00e7as de FGTS em raz\u00e3o da aplica\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria pelo INPC, desde janeiro de 1999, em substitui\u00e7\u00e3o a TR: OU b.4) pagar, a favor da parte autora o valor correspondente \u00e0s diferen\u00e7as de FGTS em raz\u00e3o da aplica\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria pelo IPCA desde Janeiro de 1999, em substitui\u00e7\u00e3o a TR; ou\nb.5) pagar, a favor da parte autora, o valor correspondente \u00e0s diferen\u00e7as de FGTS em raz\u00e3o da aplica\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, desde janeiro de 1999, por qualquer outro \u00edndice que reponha as perdas inflacionarias do trabalhador nas contas do FGTS;\nc) Sobre os valores devidos pela condena\u00e7\u00e3o de que tratam os itens acima, dever\u00e3o incidir corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria desde a inadimpl\u00eancia da Caixa, bem como os juros legais.\nd) O deferimento da AJG, eis que o autor \u00e9 pobre no sentido jur\u00eddico do termo, preenchendo os requisitos autorizadores do art. 98 do NCPC;\ne) a condena\u00e7\u00e3o dos requeridos nas custas, honor\u00e1rios advocat\u00edcios estes a incidir sobre parcelas vencidas\ne vincendas, e demais pedidos constantes da inicial, de acordo com o artigo 85 do NCPC, bem como\nas demais comina\u00e7\u00f5es legais.\nf) Protesta provar o alegado por todos os meios de prova admitidos em direito, principalmente documental.\nD\u00e1 \u00e0 causa o valor de R$ 64.012,46. Nestes termos, pede e espera deferimento. Caxias do Sul, 18 de maio de 2016.\n\nRoberta Tauffer Piva\nOAB/RS 70.032\n\nNelsi Lovatto\nOAB/RS 23.127\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 5 (C\u00edvel) - IdDocumentoCompleto: 5007992-03.2014.4.04.7108-711393447845559651110000000013", "text": "TORRES & DE CONTO Advogados Associados\nOAB/RS 4.801 EXCELENT\u00cdSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA ___ VARA FEDERAL DA SUBSE\u00c7\u00c3O JUDICI\u00c1RIA DE NOVO HAMBURGO \u2013 SE\u00c7\u00c3O JUDICI\u00c1RIO DO RIO GRANDE DO SUL\nISAIAS ALVES DA SILVA, brasileiro, solteiro, portador do RG n\u00ba. 9012411444, inscrito no CPF sob o n\u00ba. 282.731.920-91, residente e domiciliada na Rua Universinda de Oliveira, n\u00ba 40, Bairro Paulista, na cidade de Campo Bom/RS, vem, por interm\u00e9dio de suas procuradoras, \u00e0 presen\u00e7a de Vossa Excel\u00eancia propor\nA\u00c7\u00c3O DE CORRE\u00c7\u00c3O DO FGTS\ncontra a CAIXA ECON\u00d4MICA FEDERAL, Empresa P\u00fablica, Inscrita no CNPJ sob o n\u00ba 00.360.305/0001-04, situada na Av. Bento Gon\u00e7alves, n\u00ba 2463, na Cidade de Novo Hamburgo/RS, pelos fatos e fundamentos que passa a aduzir:\nI \u2013 DOS FATOS O Fundo de Garantia por Tempo de Servi\u00e7o foi criado na d\u00e9cada de 60 para proteger o trabalhador, como suced\u00e2neo da antiga estabilidade decenal. \u00c9 constitu\u00eddo por valores depositados pelas empresas em nome de seus empregados possibilitando que o trabalhador forme um patrim\u00f4nio.\n\n\fDos artigos 2\u00ba e 13 da Lei 8.035/90 extra\u00edmos que h\u00e1 uma\nobrigatoriedade de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e de remunera\u00e7\u00e3o atrav\u00e9s de juros dos\ndep\u00f3sitos efetuados nas contas vinculadas ao FGTS, sen\u00e3o vejamos:\nArt. 2\u00ba \u201cO FGTS \u00e9 constitu\u00eddo pelos saldos das contas vinculadas a que se refere esta lei e outros recursos a ela incorporados, devendo ser aplicados com atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e juros, de modo a assegurar a cobertura de suas obriga\u00e7\u00f5es.\u201d\nArt.13 \u201c Os dep\u00f3sitos efetuados nas contas vinculadas ser\u00e3o corrigidos monetariamente com base nos par\u00e2metros fixados para a atualiza\u00e7\u00e3o dos saldos dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a e capitaliza\u00e7\u00e3o de juros de (tr\u00eas) por cento ao ano\u201d.\nRessalte-se que o par\u00e2metro fixado para a atualiza\u00e7\u00e3o \u00e9 o mesmo\naplicado aos investimentos na poupan\u00e7a, ou seja, a Taxa Referencial \u2013 TR,\nconforme prescrevem os artigos 12 e 17 da Lei 8.177, de 1\u00ba de mar\u00e7o de 1991, com\nreda\u00e7\u00e3o da Lei 12.703, de 7 de agosto de 2012 cuja reda\u00e7\u00e3o \u00e9 a seguinte:\nArt. 12. Em cada per\u00edodo de rendimento, os dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a ser\u00e3o remunerados: I - como remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica, por taxa correspondente \u00e0 acumula\u00e7\u00e3o das TRD, no per\u00edodo transcorrido entre o dia do \u00faltimo cr\u00e9dito de rendimento, inclusive, e o dia do cr\u00e9dito de rendimento, exclusive; II - como remunera\u00e7\u00e3o adicional, por juros de: (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n \u00ba 12.703, de 2012) a) 0,5% (cinco d\u00e9cimos por cento) ao m\u00eas, enquanto a meta da taxa Selic ao ano, definida pelo Banco Central do Brasil, for superior a 8,5% (oito inteiros e cinco d\u00e9cimos por cento); ou (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n \u00ba 12.703, de 2012) b) 70% (setenta por cento) da meta da taxa Selic ao ano, definida pelo Banco Central do Brasil, mensalizada, vigente na data de in\u00edcio do per\u00edodo de rendimento, nos demais casos. (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n \u00ba 12.703, de 2012) \u00a7 1\u00b0 A remunera\u00e7\u00e3o ser\u00e1 calculada sobre o menor saldo apresentado em cada per\u00edodo de rendimento. \u00a7 2\u00b0 Para os efeitos do disposto neste artigo, considera-se per\u00edodo de rendimento: I - para os dep\u00f3sitos de pessoas f\u00edsicas e entidades sem fins lucrativos, o m\u00eas corrido, a partir da data de anivers\u00e1rio da conta de dep\u00f3sito de poupan\u00e7a; II - para os demais dep\u00f3sitos, o trimestre corrido a partir da data de anivers\u00e1rio da conta de dep\u00f3sito de poupan\u00e7a. \u00a7 3\u00b0 A data de anivers\u00e1rio da conta de dep\u00f3sito de poupan\u00e7a ser\u00e1 o dia do m\u00eas de sua abertura, considerando-se a data de anivers\u00e1rio das contas abertas nos dias 29, 30 e 31 como o dia 1\u00b0 do m\u00eas seguinte. \u00a7 4\u00b0 O cr\u00e9dito dos rendimentos ser\u00e1 efetuado: I - mensalmente, na data de anivers\u00e1rio da conta, para os dep\u00f3sitos de pessoa f\u00edsica e de entidades sem fins lucrativos; e II - trimestralmente, na data de anivers\u00e1rio no \u00faltimo m\u00eas do trimestre, para os demais dep\u00f3sitos.\n\n\fArt. 17. A partir de fevereiro de 1991, os saldos das contas do Fundo de Garantia por Tempo de Servi\u00e7o (FGTS) passam a ser remunerados pela taxa aplic\u00e1vel \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a com data de anivers\u00e1rio no dia 1\u00b0, observada a periodicidade mensal para remunera\u00e7\u00e3o. Par\u00e1grafo \u00fanico. As taxas de juros previstas na legisla\u00e7\u00e3o em vigor do FGTS s\u00e3o mantidas e consideradas como adicionais \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o prevista neste artigo.\nSobressai da Lei 8.177/91 a forma como a TR ser\u00e1 calculada.\nArt. 1\u00b0 O Banco Central do Brasil divulgar\u00e1 Taxa Referencial (TR), calculada a partir da remunera\u00e7\u00e3o mensal m\u00e9dia l\u00edquida de impostos, dos dep\u00f3sitos a prazo fixo captados nos bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos m\u00faltiplos com carteira comercial ou de investimentos, caixas econ\u00f4micas, ou dos t\u00edtulos p\u00fablicos federais, estaduais e municipais, de acordo com metodologia a ser aprovada pelo Conselho Monet\u00e1rio Nacional, no prazo de sessenta dias, e enviada ao conhecimento do Senado Federal. \u00a7 2\u00b0 As institui\u00e7\u00f5es que venham a ser utilizadas como bancos de refer\u00eancia, dentre elas, necessariamente, as dez maiores do Pa\u00eds, classificadas pelo volume de dep\u00f3sitos a prazo fixo, est\u00e3o obrigadas a fornecer as informa\u00e7\u00f5es de que trata este artigo, segundo normas estabelecidas pelo Conselho Monet\u00e1rio Nacional, sujeitando-se a institui\u00e7\u00e3o e seus administradores, no caso de infra\u00e7\u00e3o \u00e0s referidas normas, \u00e0s penas estabelecidas no art. 44 da Lei n\u00b0 4.595, de 31 de dezembro de 1964. \u00a7 3\u00b0 Enquanto n\u00e3o aprovada a metodologia de c\u00e1lculo de que trata este artigo, o Banco Central do Brasil fixar\u00e1 a TR (grifamos).\nA metodologia c\u00e1lculo foi h\u00e1 muito tempo definida pelo Banco\nCentral \u2013 Conselho Monet\u00e1rio Nacional (CMN), e hoje est\u00e1 vigente sob a forma da\nResolu\u00e7\u00e3o n\u00ba. 3.354, de 31 de mar\u00e7o de 2006.\nOcorre que, j\u00e1 de longa data, a TR n\u00e3o reflete mais a corre\u00e7\u00e3o\nmonet\u00e1ria, tendo se distanciado completamente dos \u00edndices oficiais de infla\u00e7\u00e3o. Por\nexemplo, nos meses de setembro, outubro e novembro de 2009, janeiro e fevereiro\nde 2010 fevereiro e junho de 2012 em diante, a TR tem sido completamente\nanulada, como se n\u00e3o existisse qualquer infla\u00e7\u00e3o no per\u00edodo pass\u00edvel de corre\u00e7\u00e3o.\nEis a raz\u00e3o desta a\u00e7\u00e3o.\nII \u2013 DA LEGITIMIDADE PASSIVA DA CAIXA ECON\u00d4MICA FEDERAL\nPosto que a lide versa sobre corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos dep\u00f3sitos de\nFGTS, sobressai irrefut\u00e1vel a legitimidade passiva e exclusiva da Caixa Econ\u00f4mica\nFederal, conforme s\u00famula 249 do STJ, vejamos:\n\n\fS\u00famula 249/STJ \u2013 A Caixa Econ\u00f4mica Federal tem legitimidade passiva para integrar um processo em que se discute a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria do FGTS.\nAssim, a presente a\u00e7\u00e3o se dirige exclusivamente contra a Caixa Econ\u00f4mica Federal, conforme pacificamente definido pela jurisprud\u00eancia p\u00e1tria.\nIII \u2013 DA PRESCRI\u00c7\u00c3O\nQuanto ao prazo prescricional, j\u00e1 est\u00e1 amplamente assentado na doutrina e jurisprud\u00eancia, que em rela\u00e7\u00e3o ao pleito de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria do FGTS, a prescri\u00e7\u00e3o \u00e9 trinten\u00e1ria.\nNesse sentido, decis\u00e3o do STJ:\nRECURSO ESPECIAL. TRIBUT\u00c1RIO. FGTS. CORRE\u00c7\u00c3O DOS SALDOS DAS CONTAS VINCULADAS. DIFEREN\u00c7AS DE EXPURGOS INFLACION\u00c1RIOS. TEMA J\u00c1 JULGADO PELO REGIME DO ART. 543-C DO CPC E DA RESOLU\u00c7\u00c3O N. 8/08 DO STJ . QUE TRATAM DOS RECURSOS REPRESENTATIVOS DE CONTROV\u00c9RSIA, (...) 3. No REsp n. 1.112.520 \u2013 PE, por seu turno,firmou-se o seguinte entendimento: Outrossim n\u00e3o deve prevalecer a interpreta\u00e7\u00e3o da recorrente quanto \u00e0 ocorr\u00eancia de prescri\u00e7\u00e3o q\u00fcinq\u00fcenal, pois este Tribunal j\u00e1 decidiu que \u00e9 trinten\u00e1ria a prescri\u00e7\u00e3o para cobran\u00e7a de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria de contas vinculadas ao FGTS, nos termos da S\u00famula 210/STJ: \u201c A a\u00e7\u00e3o de cobran\u00e7a de contribui\u00e7\u00f5es para o FGTS prescreve em trinta anos\u201d. (...) (REsp 1150446/RJ, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 10/08/2010, DJe 10/09/2010).\nAssim, a a\u00e7\u00e3o ora proposta n\u00e3o est\u00e1 alcan\u00e7ada pela prescri\u00e7\u00e3o trinten\u00e1ria conforme se demonstrar\u00e1 a diante.\nIV \u2013 DO DIREITO A corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria\nA corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria existe entre n\u00f3s desde a \u00e9poca de 1960. O principal te\u00f3rico da Corre\u00e7\u00e3o Monet\u00e1ria, o Advogado Tributarista Bulh\u00f5es Pedreira explica o seguinte:\n\n\f\u201cPor analogia com as unidades de medidas f\u00edsicas podemos dizer que o n\u00edvel geral dos pre\u00e7os \u00e9 o padr\u00e3o prim\u00e1rio do valor financeiro, enquanto que a unidade monet\u00e1ria serve como padr\u00e3o secund\u00e1rio \u2013 usado, na pr\u00e1tica, para exprimir o valor financeiro, mas deve ser aferido pelo padr\u00e3o prim\u00e1rio porque sujeito a modifica\u00e7\u00f5es1\u201d\nSegundo este entendimento, a moeda seria um padr\u00e3o secund\u00e1rio, o que implicaria cindir em duas as suas fun\u00e7\u00f5es, atribuindo-se ao padr\u00e3o prim\u00e1rio, n\u00edvel geral de pre\u00e7o, a fun\u00e7\u00e3o de medida de valor, e \u00e0s pe\u00e7as monet\u00e1rias emitidas a fun\u00e7\u00e3o de meios de pagamento ou troca.\nLet\u00e1cio Jansen2 diz que Bulh\u00f5es Pedreira teria conseguido institucionalizar e colocar em pr\u00e1tica a sua doutrina principalmente atrav\u00e9s da Lei.4.357, de 1964, que criou o primeiro indexador da Economia Brasileira- a ORTN (obriga\u00e7\u00e3o reajust\u00e1vel do tesouro nacional), uma obriga\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria cuja fun\u00e7\u00e3o era fazer variar periodicamente a moeda nacional, segundo seus respectivos poderes aquisitivos.\nDesde esta data, uma gama de \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria foi se sucedendo, at\u00e9 a entrada em vigor da Medida Provis\u00f3ria n\u00ba 294, de 31 de janeiro de 1991, que se transformou na Lei n\u00ba 8.177, de 1\u00ba de mar\u00e7o de 1991. Nesta oportunidade, o Governo Collor pretendeu substituir a s\u00e9rie de indexadores tradicionais da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria brasileira (ORTN, OTN, BTN) que eram vinculados \u00e0 varia\u00e7\u00e3o dos n\u00edveis gerais de pre\u00e7os, pela Taxa Referencial, que tinha natureza financeira.\nAinda hoje permanece a perplexidade em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 natureza jur\u00eddica da TR, at\u00e9 por conta da pr\u00f3pria inconsist\u00eancia da lei que a criou, que ora a trata como taxa de juros (art.39) ora como indexador (art.18).\nTaxas de juros objetivam promover a remunera\u00e7\u00e3o do capital. S\u00e3o calculadas por quem disponibiliza o capital em benef\u00edcio de outra pessoa, f\u00edsica ou jur\u00eddica, para que empregue para satisfa\u00e7\u00e3o de determinada necessidade, na expectativa de lucro. Os indexadores, por outro lado, podem ser entendidos como \u00edndices calculados a partir da varia\u00e7\u00e3o de pre\u00e7os de mercado em determinado\n1 BULH\u00d5ES PEDREIRA. Jos\u00e9 Luiz, \u201cCorre\u00e7\u00e3o Monet\u00e1ria ; Indexa\u00e7\u00e3o Cambial . Obriga\u00e7\u00e3o Pecuni\u00e1ria \u201c in \u201cRevista de Direito Administrativo\u201d, n , 193 p. 353 a 372 Jul/Set 1993. 2http://www.scamargo.adv.br/scripts/forum/textoTema.asp?Id=81&tema=Invalidade+da+Taxa+Referencial+(TR)%A+o+Significa do+da+ADI+493-0-DF\n\n\fper\u00edodo. O seu objetivo est\u00e1 na corre\u00e7\u00e3o dos efeitos inflacion\u00e1rios, quando se\ncompara valores monet\u00e1rios em diferentes \u00e9pocas.\nPois bem. Quando o STF enfrentou o tema da natureza da TR, disse\natrav\u00e9s do voto vencedor da ADI 493-0/DF que:\nA Taxa Referencial (TR) n\u00e3o \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, pois, refletindo as varia\u00e7\u00f5es do custo prim\u00e1rio da capta\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos a prazo fixo, n\u00e3o constitui \u00edndice que refletia a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda. (grifo nosso).\nN\u00e3o obstante, os Ministros vencidos Celso de Mello, Marco Aur\u00e9lio e\nIlmar Galv\u00e3o entenderam que a estrutura de c\u00e1lculo da taxa referencial n\u00e3o era\nsuficiente para impedir sua utiliza\u00e7\u00e3o como par\u00e2metro de indexa\u00e7\u00e3o de economia.\nMesmo assim, naquela oportunidade, o STF entendeu que a TR\npossu\u00eda natureza de taxa de juros e declarou inconstitucional o art. 18 da Lei\n8.177/91, cujo texto original estabelecia que os saldos devedores e as presta\u00e7\u00f5es\ndos contratos integrantes do SFH, passariam a ser atualizados pela taxa aplic\u00e1vel \u00e0\nremunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica dos Dep\u00f3sitos de Poupan\u00e7a. Vale a pena transcrever a ementa\ndeste julgado.\nA\u00e7\u00e3o direta de inconstitucionalidade \u2013 Se a lei alcan\u00e7ar os efeitos futuros de contratos celebrados anteriormente a ela, ser\u00e1 esta lei retroativa (retroatividade m\u00ednima) porque vai interferir na causa, que \u00e9 um ato ou fato ocorrido no passado. \u2013 O disposto no art. 5\u00ba, XXXVI, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal se aplica a toda e qualquer lei infraconstitucional, sem qualquer distin\u00e7\u00e3o entre lei de direito p\u00fablico e lei de direito privado, ou entre lei de ordem p\u00fablica e lei dispositiva. Precedente do S.T.F. \u2013 Ocorr\u00eancia, no caso, de viola\u00e7\u00e3o de direito adquirido. A taxa referencial (TR) n\u00e3o \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, pois, refletindo as varia\u00e7\u00f5es do custo prim\u00e1rio da capta\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos a prazo fixo, n\u00e3o constitui \u00edndice que reflita a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda. Por isso, n\u00e3o h\u00e1 necessidade de se examinar a quest\u00e3o de saber se as normas que alteram o \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria se aplicam imediatamente, alcan\u00e7ando, pois, as presta\u00e7\u00f5es futuras de contratos celebrados no passado, sem violarem o disposto no art. 5\u00ba, XXXVI, da Carta Magna. \u2013 Tamb\u00e9m ofendem o ato jur\u00eddico perfeito os dispositivos impugnados que alteram o crit\u00e9rio de reajuste das presta\u00e7\u00f5es nos contratos j\u00e1 celebrados pelo sistema do Plano de Equival\u00eancia Salarial por Categoria Profissional (PES/CP). A\u00e7\u00e3o direta de inconstitucionalidade julgada procedente, para declarar a inconstitucionalidade dos artigos 18 \u201ccaput\u201d par\u00e1grafos 1 e 4 ; 20; 21 e par\u00e1grafo \u00fanico; 23 e par\u00e1grafos; e 24 e par\u00e1grafos, todos da Lei n\u00ba 8.177, de 1 de maio de 1991. (ADI 493, Relator(a): Min: MOREIRA ALVES , Tribunal Pleno, julgado em 25/06/1992, DJ 04-09-1992 PP14089 EMENT VOL- 01674-02 PP00260 RTJ VOL- 00143-03 PP- 00724)\n\n\fPor algum tempo, o pr\u00f3prio STJ rejeitou a TR como \u00edndice de\ncorre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, tanto para a poupan\u00e7a quanto para o SFH. Nesse sentido:\nCOMERCIAL. M\u00daTUO RURAL. CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA. VINCULA\u00c7\u00c3O AO CRIT\u00c9RIO DE REAJUSTE DOS DEP\u00d3SITOS EM CADERNETA DE POUPAN\u00c7A. LICITUDE. SUBSTITUI\u00c7\u00c3O PELA TR NOS MESES SUBSEQUENTES A FEVEREIRO/91. PREVIS\u00c3O DE UTILIZA\u00c7\u00c3O DA OTN. INDEXADOR CONTRATUALMENTE ELEITO. SUBSTITUI\u00c7\u00c3O EX LEGE PELA TR. INCONSTITUCIONALIDADE DECLARADA. ADO\u00c7\u00c3O DO INPC. PRECEDENTES: I- NO CONTRATO DE M\u00daTUO RURAL \u00c9 L\u00cdCITO O PACTO DE VINCULA\u00c7\u00c3O DA CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA AO CRIT\u00c9RIO DE ATUALIZA\u00c7\u00c3O DOS DEP\u00d3SITOS EM CADERNETAS DE POUPAN\u00c7A, RESULTANDO DEVIDA A INCID\u00caNCIA DO MESMO INDEXADOR NOS MESES SUBSEQUENTES A FEVEREIRO/91 (ART.13 DA LEI 8.177). II- EM FACE DA POSI\u00c7\u00c3O DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL INADIMITINDO A TR COMO FATOR DE ATUALIZA\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA SUBSTITUINDO O BTN, A CORRE\u00c7\u00c3O DOS VALORES, CUJA FORMA DE REAJUSTE ESTAVA, POR LEI OU CONTRATO, ATRELADA A VARIA\u00c7\u00c3O DO VALOR DE REFERIDO T\u00cdTULO DA D\u00cdVIDA P\u00daBLICA, CUMPRE SEJA PRECEDIDA, A PARTIR DA LEI 8.177/91, COM BASE NO INPC. (REsp. 40.777/GO, Rel. Min. S\u00c1LVIO DE FIGUEIREDO TEIXEIRA, QUARTA TURMA, julgado em 13/11/1995, DJ 11/12/1995, p. 43225) (grifamos)\nADMINISTRATIVO \u2013 SFH \u2013 REAJUSTE DAS PRESTA\u00c7\u00d5ES E DO SALDO DEVEDOR \u2013 PLANO DE EQUIVAL\u00caNCIA SALARIAL (PES) \u2013 INAPLICABILIDADE DA TR \u2013 ADIN 493-0/STF \u2013 VANTAGENS PESSOAIS INCORPORADAS DEFINITIVAMENTE AO SAL\u00c1RIO \u2013 INCLUS\u00c3O NO C\u00c1LCULO \u2013 DIVERG\u00caNCIA JURISPRUDENCIAL N\u00c3O COMPROVADA \u2013 RISTJ . ART. 255 E PAR\u00c1GRAFOS \u2013 S\u00daMULA 13/STJ \u2013 PRECEDENTES STJ. - Nos contratos vinculados ao PES, o reajustamento das presta\u00e7\u00f5es deve obedecer \u00e0 varia\u00e7\u00e3o salarial dos mutu\u00e1rios, a fim de preservar a equa\u00e7\u00e3o econ\u00f4mico- financeira do pactuado. -As vantagens pessoais incorporadas, definitivamente ao sal\u00e1rio ou vencimento do mutu\u00e1rio, incluem-se na verifica\u00e7\u00e3o da equival\u00eancia para fixa\u00e7\u00e3o das parcelas. -Declarada pelo STF a inconstitucionalidade da TR como fator de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria (ADIN 493-0), o reajustamento do saldo devedor, a exemplo das presta\u00e7\u00f5es mensais, tamb\u00e9m deve obedecer ao Plano de Equival\u00eancia Salarial. - Recurso conhecido e parcialmente provido (REsp 14.839/BA, Rel. Ministro FRANCISCO PE\u00c7ANHA MARTINS , SEGUNDA TURMA, julgado em 23/11/1999, DJ 21/02/2000, p. 112) (grifamos)\nSFH. PLANO DE EQUIVAL\u00caNCIA SALARIAL. REAJUSTE DAS PRESTA\u00c7\u00d5ES. ILEGITIMIDADE PASSIVA DA UNI\u00c3O. NULIDADE DO AC\u00d3RD\u00c3O. INOCORR\u00caNCIA. VANTAGENS PESSOAIS. INCLUS\u00c3O. CORRE\u00c7\u00c3O PELA TR. IMPOSSIBILIDADE. PRECEDENTES. (...)\n\n\f4. Inaplic\u00e1vel a TR como fator de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria Entendimento consagrado nesta Corte na esteira de orienta\u00e7\u00e3o tra\u00e7ada pelo STF. 5. Recurso Especial conhecido e parcialmente provido (REsp 209.466/BA Rel. Ministro FRANCISCO PE\u00c7ANHA MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 07/08/2011 , DJ 17/06/2012, p. 231) (grifamos).\nTodavia, a Corte de Justi\u00e7a, fazendo uma releitura do voto do\nMinistro Moreira Alves do STF, mudou entendimento, e passou a adotar a\nconstitucionalidade da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, conforme demonstra\no seguinte julgado.\nSISTEMA FINANCEIRO DA HABITA\u00c7\u00c3O. SALDO DEVEDOR. ATUALIZA\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA. TR. 1. N\u00e3o \u00e9 inconstitucional a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria com base na Taxa Referencial - TR. O que \u00e9 inconstitucional \u00e9 sua aplica\u00e7\u00e3o retroativa. Foi isso o que decidiu o STF da ADI 493/DF, Pleno, Min. Moreira Alves, DJ de 04.09.1992, ao estabelecer o \u00e2mbito de incid\u00eancia da Lei 8.177, de 1991. 2. Aos contratos de m\u00fatuo habitacional firmados no \u00e2mbito do SFH que prevejam a corre\u00e7\u00e3o do saldo devedor pela taxa b\u00e1sica aplic\u00e1vel aos dep\u00f3sitos da poupan\u00e7a aplica-se a Taxa Referencial, por expressa determina\u00e7\u00e3o legal. Precedentes da Corte Especial: AGEREsp 725917 / DF, Min. Laurita Vaz, DJ 19.06.2006; DERESP 453600 / DF, Min. Aldir Passarinho Junior, DJ 24.04.2006. 3. Embargos de diverg\u00eancia a que se nega provimento (EREsp 752. 879/DF, Rel. Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI, CORTE ESPECIAL, julgado em 19/12/2006, DJ 12/03/2007, p. 184) (grifamos)\nEm rela\u00e7\u00e3o ao FGTS, h\u00e1 at\u00e9 s\u00famula do STJ sobre a aplica\u00e7\u00e3o da\nTR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. Neste sentido:\nA Taxa Referencial (TR) \u00e9 o \u00edndice aplic\u00e1vel, a t\u00edtulo de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, aos d\u00e9bitos com o FGTS recolhidos pelo empregador mas n\u00e3o repassados ao fundo. (S\u00famula 459, PRIMEIRA SE\u00c7\u00c3O, julgado em 25/08/2010, DJe 08/09/2010)\nComo dito alhures, aplica\u00e7\u00e3o de \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria se\npresta para recuperar o poder de compra do valor emprestado. Este poder de\ncompra \u00e9 diretamente influenciado por um processo inflacion\u00e1rio. O pr\u00f3prio STJ\nreconhece a influ\u00eancia da infla\u00e7\u00e3o como corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, sen\u00e3o vejamos:\n\n\f\" PREVIDENCI\u00c1RIO E ECON\u00d4MICO. T\u00cdTULO EXECUTIVO JUDICIAL. DETERMINA\u00c7AO DE CORRE\u00c7AO MONET\u00c1RIA PELO IGP-M. \u00cdNDICES DEDEFLA\u00c7AO. APLICABILIDADE. OFENSA AO PRINC\u00cdPIO DA IRREDUTIBILIDADE DOS VENCIMENTOS. NAO OCORR\u00caNCIA. PRESERVA\u00c7AO DO VALOR NOMINAL DA OBRIGA\u00c7AO. PRECEDENTES. 1. \"A corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria nada mais \u00e9 do que um mecanismo de manuten\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda, n\u00e3o devendo representar, consequentemente, por si s\u00f3, nem um plus nem um minus em sua subst\u00e2ncia. Corrigir o valor nominal da obriga\u00e7\u00e3o representa, portanto, manter, no tempo, o seu poder de compra original, alterado pelas oscila\u00e7\u00f5es inflacion\u00e1rias positivas e negativas ocorridas no per\u00edodo. Atualizar a obriga\u00e7\u00e3o levando em conta apenas oscila\u00e7\u00f5es positivas importaria distorcer a realidade econ\u00f4mica produzindo um resultado que n\u00e3o representa a simples manuten\u00e7\u00e3o do primitivo poder aquisitivo, mas um indevido acr\u00e9scimo no valor real. Nessa linha, estabelece o Manual de Orienta\u00e7\u00e3o de Procedimento de C\u00e1lculos aprovado pelo Conselho da Justi\u00e7a Federal que, n\u00e3o havendo decis\u00e3o judicial em contr\u00e1rio,\"os \u00edndices negativos de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria (defla\u00e7\u00e3o) ser\u00e3o considerados no c\u00e1lculo de atualiza\u00e7\u00e3o\", com a ressalva de que, se, no c\u00e1lculo final,\"a atualiza\u00e7\u00e3o implicar redu\u00e7\u00e3o do principal, deve prevalecer o valor nominal\"\" (Corte Especial, REsp 1.265.580/RS, Rel. Min. TEORI ALBINO ZAVASCKI, DJe 18/4/12). 2. No precedente da Corte Especial, mencionado na decis\u00e3o agravada, ficou expressamente consignado que se, na atualiza\u00e7\u00e3o da d\u00edvida, houver redu\u00e7\u00e3o do principal, deve prevalecer o valor nominal, em respeito ao princ\u00edpio da irredutibilidade de vencimentos, previsto nos arts. 7\u00ba, VI e 37, XV, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal. 3. A compreens\u00e3o no sentido de que n\u00e3o h\u00e1 viola\u00e7\u00e3o ao princ\u00edpio da irredutibilidade dos vencimentos, quando preservado o valor nominal da obriga\u00e7\u00e3o, encontra respaldona jurisprud\u00eancia do STF e do STJ. 4. Agravo regimental improvido. (AgRg nos EREsp 1252558/RS, Rel. Min. S\u00c9RGIO KUKINA, PRIMEIRA SE\u00c7\u00c3O, julgado em 13/03/2013, DJe 21/03/2013)\"; (grifos nossos)\nN\u00e3o podemos nos esquecer que a cultura da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria\nest\u00e1 de tal forma arraigada ao nosso sistema econ\u00f4mico, que o pr\u00f3prio C\u00f3digo Civil\nde 2002, traz diversos dispositivos garantindo atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria3\n3 Art. 389. N\u00e3o cumprida a obriga\u00e7\u00e3o, responde o devedor por perdas e danos, mais juros e atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria segundo \u00edndices oficiais regularmente estabelecidos, e honor\u00e1rios de advogado.\nArt. 395. Responde o devedor pelos preju\u00edzos a que sua mora der causa, mais juros, atualiza\u00e7\u00e3o dos valores monet\u00e1rios segundo \u00edndices oficiais regularmente estabelecidos, e honor\u00e1rios de advogado. Art. 404. As perdas e danos, nas obriga\u00e7\u00f5es de pagamento em dinheiro, ser\u00e3o pagas com atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria segundo \u00edndices oficiais regularmente estabelecidos, abrangendo juros, custas e honor\u00e1rios de advogado, sem preju\u00edzo da pena convencional. Art. 418. Se a parte que deu as arras n\u00e3o executar o contrato, poder\u00e1 a outra t\u00ea-lo por desfeito, retendo-as; se a inexecu\u00e7\u00e3o for de quem recebeu as arras, poder\u00e1 quem as deu haver o contrato por desfeito, e exigir sua devolu\u00e7\u00e3o mais o equivalente, com atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria segundo \u00edndices oficiais regularmente estabelecidos, juros e honor\u00e1rios de advogado. Art. 772. A mora do segurador em pagar o sinistro obriga \u00e0 atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria da indeniza\u00e7\u00e3o devida segundo \u00edndices oficiais regularmente estabelecidos, sem preju\u00edzo dos juros morat\u00f3rios. Art. 884. Aquele que, sem justa causa, se enriquecer \u00e0 custa de outrem, ser\u00e1 obrigado a restituir o indevidamente auferido, feita a atualiza\u00e7\u00e3o dos valores monet\u00e1rios.\n\n\fEste retrospecto da evolu\u00e7\u00e3o legal e jurisprudencial a respeito da aplica\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria se faz necess\u00e1rio para que pud\u00e9ssemos chegar ao n\u00facleo do argumento desta a\u00e7\u00e3o.\nHoje no pa\u00eds, h\u00e1 dois tipos de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. \u00cdndices que refletem a infla\u00e7\u00e3o e, portanto, recuperam o valor de compra do valor aplicado, como IPCA e INPC, e um \u00edndice que n\u00e3o reflete a infla\u00e7\u00e3o, e consequentemente n\u00e3o recupera o poder de compra do valor aplicado \u2013 a Taxa de Referencial/TR.\nHistoricamente, \u00e9 preciso lembrar que a Taxa Referencial nunca foi igual \u00e0 infla\u00e7\u00e3o. Nem quando experimentamos a hiperinfla\u00e7\u00e3o, nem quando experimentamos defla\u00e7\u00e3o. Todavia, os \u00edndices da TR, do INPC e do IPCA sempre andaram pr\u00f3ximos. Em outras palavras, imperava a razoabilidade dos \u00edndices da TR para que pudessem atingir a finalidade de corre\u00e7\u00e3o do valor do capital.\n\nANO 1991 1992 1993 1994 1995 1996\n\nTR 335,51% 1.156,22% 2.474,73% 951,19% 31,6207% 9,5551%\n\nINPC 475,11% 1.149,05% 2.489,11% 929,32% 21,98% 9,125%\n\nIPCA 472,69% 1.119,09% 2.477,15% 916,43% 22,41%\n9,56%\n\nN\u00e3o obstante, o cen\u00e1rio come\u00e7a a mudar a partir de 1999. A TR se distancia expressivamente do INPC e IPCA, ao ponto de hoje a infla\u00e7\u00e3o hoje superar 6% ao ano e a TR ser igual a zero. Logo, ela n\u00e3o se presta para o fim de manter o poder aquisitivo dos dep\u00f3sitos do FGTS, que s\u00e3o um patrim\u00f4nio do trabalhador.\nO sentimento geral \u00e9 que h\u00e1 muito tempo o FGTS \u00e9 um fundo in\u00edquo por ele n\u00e3o ter recomposi\u00e7\u00e3o inflacion\u00e1ria dos seus recursos. Na verdade, o trabalhador n\u00e3o est\u00e1 financiando programas de habita\u00e7\u00e3o popular, saneamento b\u00e1sico e infraestrutura urbana, ele est\u00e1 subsidiando.\nAo contr\u00e1rio de outros investimentos, o FGTS n\u00e3o \u00e9 um fundo de livre disposi\u00e7\u00e3o por parte do trabalhador, n\u00e3o podendo ele decidir sponte propria quais as aplica\u00e7\u00f5es que lhe s\u00e3o mais convenientes ou rent\u00e1veis. O trabalhador tem que se submeter a pol\u00edticas econ\u00f4micas e sociais que lhe s\u00e3o altamente prejudiciais.\nOra, mas a pr\u00f3pria Lei do FGTS diz em seu art.2\u00ba que \u00e9 garantida a atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e juros. Quando a TR \u00e9 igual a zero este\n\n\fartigo \u00e9 descumprido. Quando a TR \u00e9 m\u00ednima e totalmente desproporcional em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 infla\u00e7\u00e3o, este artigo tamb\u00e9m \u00e9 descumprido e o patrim\u00f4nio do trabalhador \u00e9 subtra\u00eddo por quem tem o dever legal de administra-lo.\nEstamos diante de uma situa\u00e7\u00e3o de confisco. O Governo Federal, atrav\u00e9s da Caixa Econ\u00f4mica Federal, est\u00e1 confiscando os rendimentos dos trabalhadores, para subsidiar pol\u00edticas p\u00fablicas, sem a menor inger\u00eancia destes trabalhadores.\nAssim como em nosso Estado Democr\u00e1tico de Direito, a Constitui\u00e7\u00e3o veda que se utilize tributo com efeito de confisco, o trabalhador n\u00e3o pode ser punido com confisco do que a pr\u00f3pria Caixa define em seu s\u00edtio eletr\u00f4nico, como um patrim\u00f4nio do trabalhador, e definitivamente o \u00e9.\nQuando se fala em patrim\u00f4nio, imediatamente sobrev\u00e9m li\u00e7\u00e3o da Professora Maria Helena Diniz ao comentar o art. 91 do Novo C\u00f3digo Civil.\nArt. 91. Constitui universalidade de direito o complexo de rela\u00e7\u00f5es jur\u00eddicas, de uma pessoa, dotadas de valor econ\u00f4mico.\nUniversalidade de direito: \u00e9 a constitu\u00edda por bens singulares corp\u00f3reos heterog\u00eaneos e incorp\u00f3reos (complexo de rela\u00e7\u00f5es jur\u00eddicas), a que a norma jur\u00eddica, com o intuito de produzir certos efeitos, d\u00e1 unidade, por serem dotados de valor econ\u00f4mico, como p. ex., o patrim\u00f4nio (...) O patrim\u00f4nio e a heran\u00e7a s\u00e3o consideradas como um conjunto, ou seja, como uma universalidade. Embora se constituam ou n\u00e3o de bens materiais e de cr\u00e9ditos, esses bens se unificam numa express\u00e3o econ\u00f4mica, que \u00e9 o valor. O patrim\u00f4nio \u00e9 complexo de rela\u00e7\u00f5es jur\u00eddicas de uma pessoa apreci\u00e1vel economicamente. Incluem-se no patrim\u00f4nio: a posse, os direitos reais, as obriga\u00e7\u00f5es e as a\u00e7\u00f5es correspondentes a tais direitos. O patrim\u00f4nio abrange direitos deveres redut\u00edveis a dinheiro. (C\u00f3digo Civil Anotado, Ed. Saraiva, p\u00e1g. 100) (grifamos).\nLevando em conta que a rela\u00e7\u00e3o jur\u00eddica entre os trabalhadores e a Caixa \u00e9 de direito pessoal, o art.233 do C\u00f3digo Civil se torna inafast\u00e1vel, na medida que determina que a obriga\u00e7\u00e3o de dar coisa certa abrange os acess\u00f3rios ainda que n\u00e3o mencionados.\n\n\fArt. 233 A obriga\u00e7\u00e3o de dar coisa certa abrange os acess\u00f3rios dela embora n\u00e3o mencionados, salvo o contr\u00e1rio resultar do t\u00edtulo ou das circunstancias do caso.\nOra, acess\u00f3rios de dinheiro s\u00e3o juros e a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. E ent\u00e3o voltamos \u00e0 Taxa Referencial.\nManipula\u00e7\u00e3o da TR pelo Banco Central/CMN Independentemente da discuss\u00e3o sobre sua natureza jur\u00eddica, vamos aqui partir do pressuposto, assentado pela jurisprud\u00eancia, principalmente pelo STJ, que a TR \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. Tanto o art. 1\u00ba da Lei 8.177/91 quanto o art. 5\u00ba da Lei 10.192/01 (que convolou a MP 1.053/95) atribu\u00edram ao Banco Central a regulamenta\u00e7\u00e3o da metodologia de c\u00e1lculo da TR, conforme crit\u00e9rio estabelecido na lei e a expedi\u00e7\u00e3o das instru\u00e7\u00f5es necess\u00e1rias ao cumprimento do artigo que criou a TBF.\nArt. 1\u00b0 O Banco Central do Brasil divulgar\u00e1 Taxa Referencial (TR), calculada a partir da remunera\u00e7\u00e3o mensal m\u00e9dia l\u00edquida de impostos, dos dep\u00f3sitos a prazo fixo captados nos bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos m\u00faltiplos com carteira comercial ou de investimentos, caixas econ\u00f4micas, ou dos t\u00edtulos p\u00fablicos federais, estaduais e municipais, de acordo com metodologia a ser aprovada pelo Conselho Monet\u00e1rio Nacional, no prazo de sessenta dias, e enviada ao conhecimento do Senado Federal. (Lei n\u00ba 8.177/91)\nArt. 5o Fica institu\u00edda Taxa B\u00e1sica Financeira - TBF, para ser utilizada exclusivamente como base de remunera\u00e7\u00e3o de opera\u00e7\u00f5es realizadas no mercado financeiro, de prazo de dura\u00e7\u00e3o igual ou superior a sessenta dias. Par\u00e1grafo \u00fanico. O Conselho Monet\u00e1rio Nacional expedir\u00e1 as instru\u00e7\u00f5es necess\u00e1rias ao cumprimento do disposto neste artigo, podendo, inclusive, ampliar o prazo m\u00ednimo previsto no caput. (Lei n\u00ba 10.192/01)\nNo mister de regulamentar a TR, o Banco Central/CMN vem ao longo dos anos criando e reinventando f\u00f3rmulas para encontr\u00e1-la. Pelo menos desde a Resolu\u00e7\u00e3o 2.075, de 26 de maio de 1994, h\u00e1 formulas para encontrar a TR. Todavia com a institui\u00e7\u00e3o da Taxa B\u00e1sica Financeira, pela Medida Provis\u00f3ria 1.053/95, de 30 de junho de 1995, que a forma de c\u00e1lculo da TR sofre uma expressiva reviravolta.\nDesde a Resolu\u00e7\u00e3o 2.437 , de 30 de Outubro de 1997, a TR \u00e9 calculada levando em conta a Taxa B\u00e1sica Financeira e um Redutor.\n\n\fA Resolu\u00e7\u00e3o 3.354/06, hoje vigente sobre o assunto, diz o seguinte:\nArt. 1\u00ba Estabelecer que, para fins de c\u00e1lculo da Taxa B\u00e1sica Financeira - TBF e da Taxa Referencial - TR, de que tratam os arts. 1\u00ba da Lei 8.177, de 1\u00ba de mar\u00e7o de 1991, 1\u00ba da Lei 8.660, de 28 de maio de 1993, e 5\u00ba da Lei 10.192, de 14 de fevereiro de 2001, deve ser constitu\u00edda amostra das 30 maiores institui\u00e7\u00f5es financeiras do Pa\u00eds, assim consideradas em fun\u00e7\u00e3o do volume de capta\u00e7\u00e3o efetuado por meio de certificados e recibos de dep\u00f3sito banc\u00e1rio (CDB/RDB), com prazo de 30 a 35 dias corridos, inclusive, e remunerados a taxas prefixadas, entre bancos m\u00faltiplos, bancos comerciais, bancos de investimento e caixas econ\u00f4micas. Art. 2\u00ba A TBF e a TR s\u00e3o calculadas a partir da remunera\u00e7\u00e3o mensal m\u00e9dia dos CDB/RDB emitidos a taxas de mercado prefixadas, com prazo de 30 a 35 dias corridos, inclusive, com base em informa\u00e7\u00f5es prestadas pelas institui\u00e7\u00f5es integrantes da amostra de que trata o art. 1\u00ba, na forma a ser determinada pelo Banco Central do Brasil. Art. 4\u00ba Para cada dia do m\u00eas - dia de refer\u00eancia -, o Banco Central do Brasil deve calcular a TBF, para o per\u00edodo de um m\u00eas, com in\u00edcio no pr\u00f3prio dia de refer\u00eancia e t\u00e9rmino no dia correspondente ao dia de refer\u00eancia no m\u00eas seguinte, considerada a hip\u00f3tese prevista no \u00a7 2\u00ba, inciso IV. Art. 5\u00ba Para cada TBF obtida, segundo a metodologia descrita no art. 4\u00ba, deve ser calculada a correspondente TR, pela aplica\u00e7\u00e3o de um redutor \"R\", de acordo com a seguinte f\u00f3rmula: TR = max {0,100 {[ (1 + TBF/100) / R ] - 1}} (em %). \u00a71\u00ba o Valor do redutor \u201cR\u201d deve ser calculado para todos os dias, inclusive n\u00e3o \u00fateis, de acordo com a seguinte f\u00f3rmula: R: (a+b.TBF/100), onde: TBF = TBF relativa ao dia de refer\u00eancia; a = 1,005; b = valor determinado de acordo com a tabela abaixo, em fun\u00e7\u00e3o da TBF obtida, segundo a metodologia descrita no art. 4\u00ba, em termos percentuais ao ano: TBF (% a.a.) b TBF maior que 16 0,48 TBF menor ou igual a 16 e maior que 15 0,44 TBF menor ou igual a 15 e maior que 14 0,40 TBF menor ou igual a 14 e maior que 13 0,36 TBF menor ou igual a 13 e maior ou igual a 11 0,32 \u00a7 2\u00ba Fica o Banco Central do Brasil autorizado a determinar o valor do par\u00e2metro \"b\" no caso de a TBF obtida ser inferior a 11% a.a. (onze por cento ao ano)\nO peculiar nesta determina\u00e7\u00e3o do Banco Central/CMN que de resto\nse repete desde 1997, \u00e9 que TBF e TR s\u00e3o exatamente iguais em sua g\u00eanese at\u00e9 o\nmomento em que se determina que se aplique um redutor \u00e0 TBF para se chegar \u00e0\nTR.\nN\u00e3o h\u00e1 na Lei da TR previs\u00e3o de aplica\u00e7\u00e3o do redutor, assim\ncomo tamb\u00e9m n\u00e3o h\u00e1 na Lei que criou a TBF. Todavia causa estranheza que\ndiante de um comando aberto como o do art. 5\u00ba da MP n\u00ba 1.503/95 (Lei n\u00ba. 10.\n\n\f192/01), o Banco Central/CMN, com amplos poderes para regular o assunto, n\u00e3o tenha institu\u00eddo um redutor, mas o tenha feito ao regulamentar o art. 1\u00ba da Lei n\u00ba. 8.177/91, que n\u00e3o era t\u00e3o flex\u00edvel.\nNa esteira do que foi deduzido no parecer do quadro comparativo entre os percentuais da TR, INPC e IPCA, desde 1997, os dep\u00f3sitos nas contas vinculadas do FGTS dos trabalhadores est\u00e3o perdendo poder de compra, notadamente a partir de 1999.\n\nANO 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 (at\u00e9 mar\u00e7o)\n\nTR 9,7849% 7,7938% 5,7295% 2,0962% 2,2852% 2,8023% 4,6485% 1,8184% 2,8335% 2,0377% 1,4452% 1,6348% 0,7090% 0,6887% 1,2079% 0,2897%\n0,00%\n\nINPC 4,34% 2,49% 8,43% 5,27% 9,44% 14,74% 10,38% 6,13% 5,05% 2,81% 5,15% 6,48% 4,11% 6,46% 6,07% 6,17% 2,05%\n\nIPCA 5,22% 1,65% 8,94% 5,97% 7,67% 12,53% 9,30% 7,60% 5,69% 3,14% 4,46% 5,90% 4,31% 5,91% 6,50% 5,84% 1,94%\n\nExcel\u00eancia, hoje, o trabalhador que tem seu dinheiro aplicado no FGTS, e de l\u00e1 n\u00e3o pode retir\u00e1-lo para outro investimento, est\u00e1 sendo remunerado com 0,247% de juros ao m\u00eas e mais nada. N\u00e3o h\u00e1 nem corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria nem Taxa Referencial (independentemente de sua natureza jur\u00eddica), em flagrante ofensa ao art. 2\u00ba da Lei n\u00ba. 8.036/90, que imp\u00f5e a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos valores depositados pelo empregador.\nAinda que se argumente que a aplica\u00e7\u00e3o do Redutor pelo Banco Central/CMN seja legal, sua redu\u00e7\u00e3o a zero em um cen\u00e1rio de infla\u00e7\u00e3o superior a 6% ao ano, configura afronta ao art. 2\u00ba da Lei 8.036/90, que determina a atualiza\u00e7\u00e3o\n\n\fmonet\u00e1ria, bem como ao art. 233 do C\u00f3digo Civil, quando sonega os acess\u00f3rios da obriga\u00e7\u00e3o de dar.\nMas \u00e9 necess\u00e1rio ir mais al\u00e9m e revisar o entendimento jurisprudencial sobre a TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, m\u00e1xime a partir da institui\u00e7\u00e3o de um Redutor que tem por efeito zerar o \u00edndice da TR em ambiente de infla\u00e7\u00e3o.\nO quadro comparativo mostra que a TR n\u00e3o se presta como atualizador monet\u00e1rio do FGTS, pelo menos desde janeiro de 1999. Desde o momento em que o Banco Central/CMN estabeleceu um redutor para TR, ela deixou de ser \u00edndice confi\u00e1vel para atualizar monetariamente as contas do FGTS, porque se descola dos \u00edndices de infla\u00e7\u00e3o, sendo reduzido ano a ano. A finalidade da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u00e9 manter o poder de compra do capital, e esta finalidade nem de perto vem sendo alcan\u00e7ado pela TR. A anula\u00e7\u00e3o total da TR \u00e9 s\u00f3 desfecho desta pol\u00edtica predat\u00f3ria para o trabalhador.\nO trabalhador, que luta para formar um patrim\u00f4nio, tem que poder confiar na lei. Esta confian\u00e7a est\u00e1 quebrada, pois h\u00e1 n\u00edtida expropria\u00e7\u00e3o do patrim\u00f4nio do trabalhador, na medida em que se nega a ele a devida atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. Como dito no estudo acostado na inicial.\nA atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u00e9 o elemento mais importante do mercado financeiro, pois sem a medi\u00e7\u00e3o precisa de perda do poder aquisitivo da moeda com o decorrer do tempo, ocorre uma gigantesca destrui\u00e7\u00e3o de valor. O objetivo fundamental da escolha \u00e9 o \u00edndice de atualiza\u00e7\u00e3o nos ativos (neg\u00f3cios, contratos, aplica\u00e7\u00f5es, etc) \u00e9 de proteger o patrim\u00f4nio, evitando que ele seja corro\u00eddo pela infla\u00e7\u00e3o.\nO Poder Judici\u00e1rio h\u00e1 de se opor a este esbulho, confisco, expropria\u00e7\u00e3o que o trabalhador est\u00e1 sofrendo, desde 1999, com as constantes redu\u00e7\u00f5es da TR em rela\u00e7\u00e3o aos \u00edndices de infla\u00e7\u00e3o, culminando na sua completa nulidade, desde setembro de 2012.\nEm 1991 e 1992, quando o STD julgou a ADIN 493-0/DF, ele deixou bem assentado que a TR n\u00e3o constitu\u00eda \u00edndice que refletia a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda. Esta caracter\u00edstica da TR tem se confirmando ao longo dos anos. H\u00e1 anos, os trabalhadores que t\u00eam dep\u00f3sitos no FGTS n\u00e3o experimentam ganhos reais em sua aplica\u00e7\u00e3o. Ao contr\u00e1rio. H\u00e1 muito tempo, os trabalhadores tem\n\n\frendimentos inferiores \u00e0 infla\u00e7\u00e3o, mesmo levando em conta a remunera\u00e7\u00e3o dos juros de 3% ao ano.\nDe pouco adiantaria ao trabalhador que fosse determinado ao Banco Central/CMN que recalculasse a TR, pois, uma nova f\u00f3rmula estaria igualmente sob a discricionariedade e subjetivismo total do Banco. Basta avaliara a sucess\u00e3o de Resolu\u00e7\u00f5es do Banco Central/CMN sobre o tema, conforme Parecer do referido Economista.\nPartindo da premissa inequ\u00edvoca que a TR n\u00e3o rende as perdas monet\u00e1rias dos dep\u00f3sitos do FGTS, outro caminho n\u00e3o existe se n\u00e3o o de adotar um novo \u00edndice que verdadeiramente corrija estes dep\u00f3sitos.\n\u00cdndices que efetivamente produzem corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria\nA Lei de Introdu\u00e7\u00e3o \u00e0s Normas de Direito Brasileiro estabelece em seu art. 5\u00ba que na aplica\u00e7\u00e3o da lei, o juiz atender\u00e1 os fins sociais a que ela se dirige e as exig\u00eancias do bem comum.\nA lei do FGTS tem um fim social indiscut\u00edvel, proteger o trabalhador e constituir um patrim\u00f4nio que lhe sirva de arrimo em v\u00e1rias situa\u00e7\u00f5es da vida.\nDiante de tudo que foi demonstrado, a juiz atender\u00e1 os fins sociais da Lei do FGTS ao reconhecer que corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, reposi\u00e7\u00e3o dos \u00edndices inflacion\u00e1rios de forma a garantir o poder de compra daquele dinheiro ali depositado no Fundo, \u00e9 efetivamente devida pela Caixa.\nSe a TR n\u00e3o pode ser considerada como um \u00edndice id\u00f4neo, sobrev\u00e9m a necessidade de substitu\u00ed-la por um \u00edndice que realmente reponha as perdas monet\u00e1rias. E ent\u00e3o, nada obsta que o juiz considere \u00edndice previsto em outra legisla\u00e7\u00e3o.\nAt\u00e9 por quest\u00e3o de equidade, o melhor \u00edndice para substituir a TR \u00e9 o \u00edndice que corrige monetariamente o sal\u00e1rio dos trabalhadores e os benef\u00edcios previdenci\u00e1rios. Este \u00edndice est\u00e1 previsto na Lei 12.382, de 25 de Fevereiro de 2011, cujos primeiros artigos trazem a seguinte dic\u00e7\u00e3o.\nArt. 1o O sal\u00e1rio m\u00ednimo passa a corresponder ao valor de R$ 545,00 (quinhentos e quarenta e cinco reais). Par\u00e1grafo \u00fanico. Em virtude do disposto no caput, o valor di\u00e1rio do sal\u00e1rio m\u00ednimo corresponder\u00e1 a R$ 18,17 (dezoito reais e dezessete\n\n\fcentavos) e o valor hor\u00e1rio, a R$ 2,48 (dois reais e quarenta e oito centavos). Art. 2o Ficam estabelecidas as diretrizes para a pol\u00edtica de valoriza\u00e7\u00e3o do sal\u00e1rio m\u00ednimo a vigorar entre 2012 e 2015, inclusive, a serem aplicadas em 1o de janeiro do respectivo ano. \u00a7 1o Os reajustes para a preserva\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo do sal\u00e1rio m\u00ednimo corresponder\u00e3o \u00e0 varia\u00e7\u00e3o do \u00cdndice Nacional de Pre\u00e7os ao Consumidor - INPC, calculado e divulgado pela Funda\u00e7\u00e3o Instituto Brasileiro de Geografia e Estat\u00edstica - IBGE, acumulada nos doze meses anteriores ao m\u00eas do reajuste. \u00a7 2o Na hip\u00f3tese de n\u00e3o divulga\u00e7\u00e3o do INPC referente a um ou mais meses compreendidos no per\u00edodo do c\u00e1lculo at\u00e9 o \u00faltimo dia \u00fatil imediatamente anterior \u00e0 vig\u00eancia do reajuste, o Poder Executivo estimar\u00e1 os \u00edndices dos meses n\u00e3o dispon\u00edveis. \u00a7 3o Verificada a hip\u00f3tese de que trata o \u00a7 2o, os \u00edndices estimados permanecer\u00e3o v\u00e1lidos para os fins desta Lei, sem qualquer revis\u00e3o, sendo os eventuais res\u00edduos compensados no reajuste subsequente, sem retroatividade. \u00a7 4o A t\u00edtulo de aumento real, ser\u00e3o aplicados os seguintes percentuais: I - em 2012, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do Produto Interno Bruto - PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2010; II - em 2013, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2011; III - em 2014, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2012; e IV - em 2015, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2013. \u00a7 5o Para fins do disposto no \u00a7 4o, ser\u00e1 utilizada a taxa de crescimento real do PIB para o ano de refer\u00eancia, divulgada pelo IBGE at\u00e9 o \u00faltimo dia \u00fatil do ano imediatamente anterior ao de aplica\u00e7\u00e3o do respectivo aumento real.\nN\u00e3o h\u00e1 porque ter dois pesos e duas medidas. Se o sal\u00e1rio m\u00ednimo \u00e9\ncorrigido monetariamente pelo INPC, o dep\u00f3sito do FGTS que, em \u00faltima an\u00e1lise, \u00e9\num sal\u00e1rio indireto do trabalhador, tamb\u00e9m h\u00e1 de s\u00ea-lo.\nE observe que o objetivo da Lei em corrigir o sal\u00e1rio m\u00ednimo\npelo INPC decorre exclusivamente da necessidade de preservar seu poder\naquisitivo. A necessidade de preservar o poder aquisitivo \u00e9 uma constante em\ntodas as transa\u00e7\u00f5es financeiras, e ela s\u00f3 se aperfei\u00e7oa quando rep\u00f5e efetivamente\nperdas inflacion\u00e1rias.\nOutro \u00edndice que se mostra aplic\u00e1vel, na hip\u00f3tese deste douto ju\u00edzo\nentender que n\u00e3o aplicaria o INPC, \u00e9 o IPCA, \u00edndice oficial do Governo Federal para\nmedi\u00e7\u00e3o das metas inflacion\u00e1rias, contratadas com o FMI, a partir de, julho de 19994.\n4 Informa\u00e7\u00e3o obtida no Portal (www.portalbrasil.net)\n\n\fAmbos os \u00edndices s\u00e3o infinitivamente mais adequados a preservar o poder aquisitivo dos dep\u00f3sitos do FGTS do que a aniquilada TR.\nConclus\u00e3o diante do exposto na exordial\nA Taxa Referencial, enquanto \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria assim considerada pela atual jurisprud\u00eancia p\u00e1tria, n\u00e3o pode ser reduzida a Zero, como tem sido nos \u00faltimos meses, pois afronta flagrantemente o art.2\u00ba da Lei. 8.036/90, que garante a atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria aos dep\u00f3sitos feitos no FGTS.\nComo \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, a TR deveria garantir o poder aquisitivo dos dep\u00f3sitos do FGTS, que perfaz levando em conta os \u00edndices de infla\u00e7\u00e3o. Desde janeiro de 1999, a TR se distanciou sensivelmente dos \u00edndices oficiais de infla\u00e7\u00e3o, impingindo profundas perdas aos dep\u00f3sitos do FGTS, tornandose inid\u00f4nea para garantir a reposi\u00e7\u00e3o das perdas monet\u00e1rias.\nA inidoneidade da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria decorre de mudan\u00e7as introduzidas na sua metodologia de c\u00e1lculo pelo Banco Central do Brasil/CMN que, atrav\u00e9s do mecanismo econ\u00f4mico de um redutor, vem nitidamente manipulando o \u00edndice que ele se desprenda da infla\u00e7\u00e3o at\u00e9 anula-la completamente, a despeito de um quadro de infla\u00e7\u00e3o persistente no Pa\u00eds.\nA Caixa Econ\u00f4mica Federal est\u00e1 se prestando ao papel de espoliador do FGTS, na medida em que disp\u00f5e do patrim\u00f4nio do trabalhador sem a devida contrapresta\u00e7\u00e3o. A corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria aplicada ao FGTS tem sido h\u00e1 muito tempo menor que a infla\u00e7\u00e3o registrada, de forma que descumpre n\u00e3o s\u00f3 o art. 2\u00ba da Lei. 8.036/90, art. 233 do C\u00f3digo Civil, mas tamb\u00e9m toda l\u00f3gica e princ\u00edpios do mercado econ\u00f4mico.\nQuem empresta tem direito a ser remunerado com juros e a totalidade da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. O trabalhador n\u00e3o pode ser obrigado a subsidiar ainda mais os projetos do Governo Federal. O \u2018ainda mais\u201d decorre do fato de os juros de 3% do FGTS serem menores do mercado, o que por si s\u00f3, demonstra que ele j\u00e1 est\u00e1 fazendo sua parte sob a perspectiva social.\nNegar o direito de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria aos dep\u00f3sitos do FGTS do qual o trabalhador n\u00e3o pode simplesmente sacar seu dinheiro para aplicar em outro\n\n\ffundo mais rent\u00e1vel, configura ato de tirania, incompat\u00edvel com um Estado Democr\u00e1tico de Direito e deve ser de pronto recha\u00e7ado.\nSe o Governo Brasileiro remunerasse os investidores internacionais com TR 3% a.a como faz os trabalhadores, haveria uma fuga em massa nos investimentos no Pa\u00eds, e certamente estar\u00edamos experimentando uma crise econ\u00f4mica e n\u00e3o uma \u201cconturba\u00e7\u00e3o\u201d.\nSendo a TR inid\u00f4nea para restabelecer o poder aquisitivo dos dep\u00f3sitos do FGTS, sua substitui\u00e7\u00e3o por outro \u00edndice que melhor recomponha as perdas monet\u00e1rias e torna imperioso, a fim de fazer prevalecer o art. 2\u00ba da Lei. 8.036/90 e art. 233 do C\u00f3digo Civil.\nPosto que desde janeiro de 1999 o redutor criado pelo Banco Central/CMN promoveu o completo distanciamento da TR dos \u00edndices oficiais de infla\u00e7\u00e3o, temos que desde ent\u00e3o ela perdeu sua condi\u00e7\u00e3o de repor as perdas inflacion\u00e1rias dos dep\u00f3sitos do FGTS, devendo desde esta data ser substitu\u00edda pelo INPC, alternativamente, pelo IPCA.\nVII \u2013 DO PEDIDO\nAnte o exposto, requer:\nA) a cita\u00e7\u00e3o da requerida, para querendo, contestar a presente a\u00e7\u00e3o;\nB) Ao final, seja julgada procedente a a\u00e7\u00e3o, condenando a parte r\u00e9 ao pagamento, em favor da parte autora, do valor correspondente \u00e0s diferen\u00e7as do FGTS em raz\u00e3o da aplica\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria do INPC, desde janeiro de 1999, nos meses em que a TR tenha ou n\u00e3o sido zerada e/ou que tenha representado resultado menor que a infla\u00e7\u00e3o do per\u00edodo, tanto para as parcelas vencidas quanto \u00e0s vincendas, consoante fundamenta\u00e7\u00e3o supra:\nC) Alternativamente, seja condenada a parte r\u00e9 ao pagamento, em favor da parte autora, do valor correspondente \u00e0s diferen\u00e7as do FGTS em raz\u00e3o da aplica\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria do IPCA ou por qualquer outro \u00edndice que reponha\n\n\fas perdas inflacionarias do trabalhador nas contas do FGTS, desde janeiro de 1999, nos meses em que a TR tenha ou n\u00e3o sido zerada e/ou que tenha representado resultado menor que a infla\u00e7\u00e3o do per\u00edodo, tanto para as parcelas vencidas quanto \u00e0s vincendas, consoante fundamenta\u00e7\u00e3o supra:\nD) Sobre os valores devidos pela condena\u00e7\u00e3o de que tratam os itens acima, dever\u00e3o incidir corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria desde a inadimpl\u00eancia da Caixa, bem como os juros legais.\nE) A condena\u00e7\u00e3o da parte r\u00e9 aos \u00f4nus sucumbenciais, em especial ao pagamento das custas e honor\u00e1rios advocat\u00edcios;\nF) a concess\u00e3o do benef\u00edcio da gratuidade da Justi\u00e7a, pois, por ser pessoa pobre, o autor, n\u00e3o possui condi\u00e7\u00f5es de arcar com o pagamento das custas processuais e demais encargos, sem privar-se de seu sustento e de sua fam\u00edlia, nos termos da Lei 1060/50 e artigo 5o LXXIV, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal.\nG) Protesta provar o alegado por todos os meios de prova admitidos em direito, principalmente documental.\n\nD\u00e1-se a causa o valor de R$ 6.841,96 (seis mil e oitocentos e quarenta e um Reais e noventa e seis centavos.\nNestes termos, Pede deferimento Sapiranga, 24 de fevereiro de 2014\n\nMaria Adir Messa Torres OAB/RS 43.371\n\nMagali De Conto OAB/RS 59.659\n\n\f" } ], "similar_texts_federais_solon": [ { "header": "Texto Similar 1 (Solon) - 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dado pessoal: informa\u00e7\u00e3o relacionada a pessoa natural identificada ou identific\u00e1vel;\nII - dado pessoal sens\u00edvel: dado pessoal sobre origem racial ou \u00e9tnica, convic\u00e7\u00e3o religiosa, opini\u00e3o pol\u00edtica, filia\u00e7\u00e3o a sindicato ou a organiza\u00e7\u00e3o de car\u00e1ter religioso, filos\u00f3fico ou pol\u00edtico, dado referente \u00e0 sa\u00fade ou \u00e0 vida sexual, dado gen\u00e9tico ou biom\u00e9trico, quando vinculado a uma pessoa natural;\nRequer pela tramita\u00e7\u00e3o do presente feito sob segredo de justi\u00e7a.\n\nDittrich Sociedade Individual de Advocacia | OAB/SC 4019/2017 +55 047 99699-4240 | contato@dittrichadvocacia.com Rua Marechal Deodoro, 231, sl. 1204, Velha, 89036-000, Blumenau/SC www.dittrichadvocacia.com | @dittrichadvocacia\n\nP\u00e1gina 1 de 26\n\n\fI \u2013 DOS FATOS\nO Fundo de Garantia por Tempo de Servi\u00e7o \u2013 FGTS foi criado na d\u00e9cada de 60 para proteger o trabalhador da despedida imotivada, como suced\u00e2neo do antigo regime da estabilidade decenal. \u00c9 constitu\u00eddo por valores depositados pelas empresas em nome de seus empregados, possibilitando que o trabalhador forme um patrim\u00f4nio em raz\u00e3o do trabalho realizado ao longo de uma vida.\nO FGTS \u00e9 regido hoje pelas disposi\u00e7\u00f5es da Lei 8.036, de 11 de maio de 1990, por normas e diretrizes estabelecidas pelo seu Conselho Curador e geridas pela Caixa Econ\u00f4mica Federal - CEF, e hoje financia programas de habita\u00e7\u00e3o popular, saneamento b\u00e1sico e infraestrutura urbana.\nDos artigos 2\u00ba e 13, da Lei 8.036/1990 extra\u00edmos a obrigatoriedade de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e de remunera\u00e7\u00e3o por meio de juros sobre os dep\u00f3sitos efetuados nas contas vinculadas ao FGTS.\nArt. 2\u00ba. O FGTS \u00e9 constitu\u00eddo pelos saldos das contas vinculadas a que se refere esta lei e outros recursos a ela incorporados, devendo ser aplicados com atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e juros, de modo a assegurar a cobertura de suas obriga\u00e7\u00f5es.\n\u00a7 1\u00ba Constituem recursos incorporados ao FGTS, nos termos do caput deste artigo: [...] d) multas, corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e juros morat\u00f3rios devidos;\n[...]\nArt. 13. Os dep\u00f3sitos efetuados nas contas vinculadas ser\u00e3o corrigidos monetariamente com base nos par\u00e2metros fixados para a atualiza\u00e7\u00e3o dos saldos dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a e capitaliza\u00e7\u00e3o de juros de (tr\u00eas) por cento ao ano. [grifamos]\nPor sua vez, o par\u00e2metro fixado para a atualiza\u00e7\u00e3o dos saldos dos dep\u00f3sitos da caderneta de poupan\u00e7a e, consequentemente, dos dep\u00f3sitos do FGTS \u00e9 a Taxa Referencial \u2013 TR, conforme prescrevem os artigos 12 e 17, da Lei 8.177, de 1\u00ba de mar\u00e7o de 1991, com reda\u00e7\u00e3o alterada pela Lei 12.703, de 7 de agosto de 2012. Art. 12. Em cada per\u00edodo de rendimento, os dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a ser\u00e3o remunerados:\n\nDittrich Sociedade Individual de Advocacia | OAB/SC 4019/2017 +55 047 99699-4240 | contato@dittrichadvocacia.com Rua Marechal Deodoro, 231, sl. 1204, Velha, 89036-000, Blumenau/SC www.dittrichadvocacia.com | @dittrichadvocacia\n\nP\u00e1gina 2 de 26\n\n\fI - como remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica, por taxa correspondente \u00e0 acumula\u00e7\u00e3o das TRD, no per\u00edodo transcorrido entre o dia do \u00faltimo cr\u00e9dito de rendimento, inclusive, e o dia do cr\u00e9dito de rendimento, exclusive; II - como remunera\u00e7\u00e3o adicional, por juros de: (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n \u00ba 12.703, de 2012) a) 0, 5% (cinco d\u00e9cimos por cento) ao m\u00eas, enquanto a meta da taxa Selic ao ano, definida pelo Banco Central do Brasil, for superior a 8, 5% (oito inteiros e cinco d\u00e9cimos por cento); ou (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n\u00ba 12.703, de 2012) b) 70% (setenta por cento) da meta da taxa Selic ao ano, definida pelo Banco Central do Brasil, mentalizada, vigente na data de in\u00edcio do per\u00edodo de rendimento, nos demais casos. (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n\u00ba 12.703, de 2012) \u00a7 1\u00ba A remunera\u00e7\u00e3o ser\u00e1 calculada sobre o menor saldo apresentado em cada per\u00edodo de rendimento. \u00a7 2\u00ba Para os efeitos do disposto neste artigo, considera-se per\u00edodo de rendimento: I - para os dep\u00f3sitos de pessoas f\u00edsicas e entidades sem fins lucrativos, o m\u00eas corrido, a partir da data de anivers\u00e1rio da conta de dep\u00f3sito de poupan\u00e7a; II - para os demais dep\u00f3sitos, o trimestre corrido a partir da data de anivers\u00e1rio da conta de dep\u00f3sito de poupan\u00e7a. \u00a7 3\u00ba A data de anivers\u00e1rio da conta de dep\u00f3sito de poupan\u00e7a ser\u00e1 o dia do m\u00eas de sua abertura, considerando-se a data de anivers\u00e1rio das contas abertas nos dias 29, 30 e 31 como o dia 1\u00ba do m\u00eas seguinte. \u00a7 4\u00ba O cr\u00e9dito dos rendimentos ser\u00e1 efetuado: I - mensalmente, na data de anivers\u00e1rio da conta, para os dep\u00f3sitos de pessoa f\u00edsica e de entidades sem fins lucrativos; e II - trimestralmente, na data de anivers\u00e1rio no \u00faltimo m\u00eas do trimestre, para os demais dep\u00f3sitos. Art. 17. A partir de fevereiro de 1991, os saldos das contas do Fundo de Garantia por Tempo de Servi\u00e7o (FGTS) passam a ser remunerados pela taxa aplic\u00e1vel \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a com data de anivers\u00e1rio no dia 1\u00ba, observada a periodicidade mensal para remunera\u00e7\u00e3o. Par\u00e1grafo \u00fanico. As taxas de juros previstas na legisla\u00e7\u00e3o em vigor do FGTS s\u00e3o mantidas e consideradas como adicionais \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o prevista neste artigo.\nSobressai, ainda, do artigo 1\u00ba, da Lei 8.177/1991 a forma como a TR dever\u00e1 ser calculada:\n\nDittrich Sociedade Individual de Advocacia | OAB/SC 4019/2017 +55 047 99699-4240 | contato@dittrichadvocacia.com Rua Marechal Deodoro, 231, sl. 1204, Velha, 89036-000, Blumenau/SC www.dittrichadvocacia.com | @dittrichadvocacia\n\nP\u00e1gina 3 de 26\n\n\fArt. 1\u00ba O Banco Central do Brasil divulgar\u00e1 Taxa Referencial (TR), calculada a partir da remunera\u00e7\u00e3o mensal m\u00e9dia l\u00edquida de impostos, dos dep\u00f3sitos a prazo fixos captados nos bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos m\u00faltiplos com carteira comercial ou de investimentos, caixas econ\u00f4micas, ou dos t\u00edtulos p\u00fablicos federais, estaduais e municipais, de acordo com metodologia a ser aprovada pelo Conselho Monet\u00e1rio Nacional, no prazo de sessenta dias, e enviada ao conhecimento do Senado Federal. ... \u00a7 3\u00ba. Enquanto n\u00e3o aprovada a metodologia de c\u00e1lculo de que trata este artigo, o Banco Central do Brasil fixar\u00e1 a TR. [grifamos]\nA metodologia de c\u00e1lculo da TR foi h\u00e1 muito tempo definida pelo Banco Central, e hoje est\u00e1 vigente sob a forma prevista na Resolu\u00e7\u00e3o n\u00ba 4.624/2018, de 18 de janeiro de 2018.\nOcorre que h\u00e1 muito tempo, a TR n\u00e3o reflete mais a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, tendo se distanciado completamente dos \u00edndices oficiais de infla\u00e7\u00e3o. Nos meses de setembro, outubro e novembro de 2009, janeiro e fevereiro de 2010, fevereiro e junho de 2012 em diante a TR tem sido ZERO, ou seja, foi completamente anulada, como se n\u00e3o existisse qualquer infla\u00e7\u00e3o no per\u00edodo pass\u00edvel de corre\u00e7\u00e3o.\nDiante disso, a presente a\u00e7\u00e3o visa o reconhecimento pelo Poder Judici\u00e1rio do direito do (a) Requerente de que o saldo do seu FGTS seja atualizado monetariamente por \u00edndice que reflita a recomposi\u00e7\u00e3o da moeda ao longo do tempo em que permaneceu em poder da Requerida, devido \u00e0 indiscut\u00edvel diminui\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo deflagrada pela infla\u00e7\u00e3o, a qual, como j\u00e1 dito, h\u00e1 muito n\u00e3o se encontra refletida pela TR.\nEm suma, esse \u00e9 o objeto da a\u00e7\u00e3o.\nII \u2013 DA LEGITIMIDADE PASSIVA DA CAIXA ECON\u00d4MICA FEDERAL\nUma vez que a a\u00e7\u00e3o trata de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos dep\u00f3sitos de FGTS, indiscut\u00edvel a legitimidade passiva e exclusiva da Caixa Econ\u00f4mica Federal (CEF), conforme precedentes do STJ, sen\u00e3o vejamos:\nA\u00c7\u00c3O RESCIS\u00d3RIA. ADMINISTRATIVO. FGTS. CORRE\u00c7\u00c3O DOS SALDOS DAS CONTAS VINCULADAS. DIFEREN\u00c7AS DE EXPURGOS INFLACION\u00c1RIOS. TEMA J\u00c1 PACIFICADO NO STJ. PROCED\u00caNCIA DA A\u00c7\u00c3O 1. A mat\u00e9ria referente \u00e0 corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria das contas vinculadas ao FGTS, em raz\u00e3o das diferen\u00e7as de expurgos\n\nDittrich Sociedade Individual de Advocacia | OAB/SC 4019/2017 +55 047 99699-4240 | contato@dittrichadvocacia.com Rua Marechal Deodoro, 231, sl. 1204, Velha, 89036-000, Blumenau/SC www.dittrichadvocacia.com | @dittrichadvocacia\n\nP\u00e1gina 4 de 26\n\n\finflacion\u00e1rios, foi decidida pela Primeira Se\u00e7\u00e3o deste Superior Tribunal, no REsp n. 1.111.201- PE e no REsp n. 1.112.520 \u2013 PE, de relatoria do Exmo. Min. Benedito Gon\u00e7alves, ambos submetidos ao regime do art. 543-C do CPC e da Resolu\u00e7\u00e3o 8/08 do STJ, que tratam dos recursos representativos da controv\u00e9rsia, publicados no DJe de 4.3.2010 (...) 3. Quanto \u00e0s demais preliminares alegadas, devidamente prequestionadas, esta Corte tem o entendimento no sentido de que, nas demandas que tratam da atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos saldos das contas vinculadas do FGTS, a legitimidade passiva \u00e9 ad causam \u00e9 exclusiva da Caixa Econ\u00f4mica Federal, por ser gestora do Fundo, com exclus\u00e3o da Uni\u00e3o e dos bancos deposit\u00e1rios. (S\u00famula 249/STJ) [grifamos] (...) (AR 1.962/SC, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, Primeira Se\u00e7\u00e3o, julgado em 08/02/2012, DJe 27/02/2012)\nAssim, a presente a\u00e7\u00e3o se dirige exclusivamente contra a Caixa Econ\u00f4mica Federal, conforme entendimento pacificado pela jurisprud\u00eancia p\u00e1tria.\nS\u00daMULA 249/STJ \u2013 \u201cA Caixa Econ\u00f4mica Federal tem legitimidade passiva para integrar um processo em que se discute a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria do FGTS.\u201d\nIII \u2013 DA PRESCRI\u00c7\u00c3O\nQuanto ao prazo prescricional, conforme entendimento do STF, no julgamento do Recurso Extraordin\u00e1rio com Agravo n\u00ba 709.212/DF, aplica-se a prescri\u00e7\u00e3o quinquenal, com termo inicial em 13 de novembro de 2014.\nARE STF n\u00ba 709.212/DF - O Tribunal, decidindo o tema 608 da Repercuss\u00e3o Geral, por maioria, negou provimento ao recurso, vencido o Ministro Marco Aur\u00e9lio que o provia parcialmente. Tamb\u00e9m por maioria declarou a inconstitucionalidade do art. 23, \u00a7 5\u00ba, da Lei n\u00ba 8.036/1990, e do art. 55 do Decreto n\u00ba 99.684/1990, na parte em que ressalvam o \u201cprivil\u00e9gio do FGTS \u00e0 prescri\u00e7\u00e3o trinten\u00e1ria\u201d, haja vista violarem o disposto no art. 7\u00ba, XXIX, da Carta de 1988, vencidos os Ministros Teori Zavascki e Rosa Weber, que mantinham a jurisprud\u00eancia da Corte. Quanto \u00e0 modula\u00e7\u00e3o, o Tribunal, por maioria, atribuiu \u00e0 decis\u00e3o efeitos ex nunc, vencido o Ministro Marco Aur\u00e9lio, que n\u00e3o modulava os efeitos. Tudo nos termos do voto do Relator.\n\nDittrich Sociedade Individual de Advocacia | OAB/SC 4019/2017 +55 047 99699-4240 | contato@dittrichadvocacia.com Rua Marechal Deodoro, 231, sl. 1204, Velha, 89036-000, Blumenau/SC www.dittrichadvocacia.com | @dittrichadvocacia\n\nP\u00e1gina 5 de 26\n\n\fPresidiu o julgamento o Ministro Ricardo Lewandowski. Plen\u00e1rio, 13.11.2014.\nNesse sentido aponta a S\u00famula 362 do Tribunal Superior do Trabalho.\nS\u00famula 362 TST \u2013 FGTS. PRESCRI\u00c7\u00c3O: I \u2013 Para os casos em que a ci\u00eancia da les\u00e3o ocorreu a partir de 13.11.2014, \u00e9 quinquenal a prescri\u00e7\u00e3o do direito de reclamar contra o n\u00e3o-recolhimento de contribui\u00e7\u00e3o para o FGTS, observado o prazo de dois anos ap\u00f3s o t\u00e9rmino do contrato; II \u2013 Para os casos em que o prazo prescricional j\u00e1 estava em curso em 13.11.2014, aplica-se o prazo prescricional que se consumar primeiro: trinta anos, contados do termo inicial, ou cinco anos, a partir de 13.11.2014 (STF-ARE-709212/DF).\nSendo assim, a a\u00e7\u00e3o ora proposta, mesmo se enquadrando no novo entendimento das Cortes Superiores acerca do prazo prescricional, qual seja o quinquenal, tem pleno vigor, uma vez que fora ajuizada antes da derradeira data de 13 de novembro de 2019.\nIV \u2013 DO DIREITO\nIniciamos lembrando que a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria foi institucionalizada em nosso pa\u00eds por meio da Lei n\u00ba 4.357, de 1964, que criou o primeiro indexador da Economia Brasileira \u2013 a ORTN (Obriga\u00e7\u00e3o Reajust\u00e1vel do Tesouro Nacional) \u2013 uma obriga\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria cuja fun\u00e7\u00e3o era fazer variar periodicamente o valor da moeda nacional segundo seus respectivos poderes aquisitivos.\nDesde essa data, uma gama de \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria foi se sucedendo, at\u00e9 a entrada em vigor da Medida Provis\u00f3ria n\u00ba 294, de 31 de janeiro de 1991, que foi convertida na Lei n\u00ba 8.177, de 1\u00ba de mar\u00e7o de 1991. Nessa oportunidade, o Governo Collor pretendeu substituir a s\u00e9rie de indexadores tradicionais da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria brasileira (ORTN, OTN, BTN), que eram vinculados \u00e0 varia\u00e7\u00e3o dos n\u00edveis gerais de pre\u00e7os, pela Taxa Referencial (TR), que possu\u00eda natureza financeira.\nAinda hoje permanece a perplexidade em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 natureza jur\u00eddica da TR, at\u00e9 por conta da pr\u00f3pria inconsist\u00eancia da lei que a criou, que ora a trata como taxa de juros (art. 39) ora como indexador (art. 18).\nTaxas de juros objetivam promover a remunera\u00e7\u00e3o do capital. S\u00e3o calculadas por quem disponibiliza o capital em benef\u00edcio de outra pessoa, f\u00edsica ou jur\u00eddica, para que empregue para satisfa\u00e7\u00e3o de determinada necessidade, na expectativa de lucro.\nOs indexadores, por outro lado, podem ser entendidos como \u00edndices calculados a partir da varia\u00e7\u00e3o de pre\u00e7os de mercado em determinado per\u00edodo. O seu\n\nDittrich Sociedade Individual de Advocacia | OAB/SC 4019/2017 +55 047 99699-4240 | contato@dittrichadvocacia.com Rua Marechal Deodoro, 231, sl. 1204, Velha, 89036-000, Blumenau/SC www.dittrichadvocacia.com | @dittrichadvocacia\n\nP\u00e1gina 6 de 26\n\n\fobjetivo est\u00e1 na corre\u00e7\u00e3o dos efeitos inflacion\u00e1rios, quando se compara valores monet\u00e1rios em diferentes \u00e9pocas.\nE assim, quando o STF enfrentou o tema da natureza da TR, assentou no voto vencedor da ADI 493-0/DF que:\n\u201cA Taxa Referencial (TR) n\u00e3o \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, pois, refletindo as varia\u00e7\u00f5es do custo prim\u00e1rio da capta\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos a prazo fixo, n\u00e3o constitui \u00edndice que refletia a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda.\u201d [grifamos]\nN\u00e3o obstante, os Ministros vencidos Celso de Mello, Marco Aur\u00e9lio e Ilmar Galv\u00e3o entenderam que a estrutura de c\u00e1lculo da taxa referencial n\u00e3o era suficiente para impedir sua utiliza\u00e7\u00e3o como par\u00e2metro de indexa\u00e7\u00e3o de economia.\nMesmo assim, naquela oportunidade, o STF entendeu que a TR possu\u00eda natureza de taxa de juros e declarou inconstitucional o art. 18, da Lei n\u00ba 8.177/91, cujo texto original estabelecia que os saldos devedores e as presta\u00e7\u00f5es dos contratos integrantes do SFH, passariam a ser atualizados pela taxa aplic\u00e1vel \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica dos Dep\u00f3sitos de Poupan\u00e7a. Vale a pena transcrever a ementa deste julgado:\nA\u00e7\u00e3o direta de inconstitucionalidade \u2013 Se a lei alcan\u00e7ar os efeitos futuros de contratos celebrados anteriormente a ela ser\u00e1 esta lei retroativa (retroatividade m\u00ednima) porque vai interferir na causa, que \u00e9 um ato ou fato ocorrido no passado. \u2013 O disposto no art. 5\u00ba, XXXVI, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal se aplica a toda e qualquer lei infraconstitucional, sem qualquer distin\u00e7\u00e3o entre lei de direito p\u00fablico e lei de direito privado, ou entre lei de ordem p\u00fablica e lei dispositiva. Precedente do STF \u2013 Ocorr\u00eancia, no caso, de viola\u00e7\u00e3o de direito adquirido. A taxa referencial (TR) n\u00e3o \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, pois, refletindo as varia\u00e7\u00f5es do custo prim\u00e1rio da capta\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos a prazo fixo, n\u00e3o constitui \u00edndice que reflita a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda. Por isso, n\u00e3o h\u00e1 necessidade de se examinar a quest\u00e3o de saber se as normas que alteram o \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria se aplicam imediatamente, alcan\u00e7ando, pois, as presta\u00e7\u00f5es futuras de contratos celebrados no passado, sem violarem o disposto no art. 5\u00ba, XXXVI, da Carta Magna. \u2013 Tamb\u00e9m ofendem o ato jur\u00eddico perfeito os dispositivos impugnados que alteram o crit\u00e9rio de reajuste das presta\u00e7\u00f5es nos contratos j\u00e1 celebrados pelo sistema do Plano de Equival\u00eancia Salarial por Categoria Profissional (PES/CP). A\u00e7\u00e3o direta de inconstitucionalidade julgada procedente, para declarar a inconstitucionalidade\n\nDittrich Sociedade Individual de Advocacia | OAB/SC 4019/2017 +55 047 99699-4240 | contato@dittrichadvocacia.com Rua Marechal Deodoro, 231, sl. 1204, Velha, 89036-000, Blumenau/SC www.dittrichadvocacia.com | @dittrichadvocacia\n\nP\u00e1gina 7 de 26\n\n\fdos artigos 18 \u201ccaput\u201d par\u00e1grafos 1 e 4; 20; 21 e par\u00e1grafo \u00fanico; 23 e par\u00e1grafos; e 24 e par\u00e1grafos, todos da Lei n\u00ba 8.177, de 1 de maio de 1991. (STF - ADI 493, Relator (a): Min.: MOREIRA ALVES, Tribunal Pleno, julgado em 25/06/1992, DJ 04-09-1992 PP14089 EMENT VOL- 01674-02 PP- 00260 RTJ VOL00143-03 PP- 00724)\n\nPor algum tempo, o pr\u00f3prio STJ rejeitou a TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, tanto para a poupan\u00e7a, quanto para o SFH. Nesse sentido:\n\nCOMERCIAL. M\u00daTUO RURAL. CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA.\n\nVINCULA\u00c7\u00c3O AO CRIT\u00c9RIO DE REAJUSTE DOS\n\nDEP\u00d3SITOS EM CADERNETA DE POUPAN\u00c7A.\n\nLICITUDE. SUBSTITUI\u00c7\u00c3O PELA TR NOS MESES\n\nSUBSEQUENTES A FEVEREIRO/91. PREVIS\u00c3O DE\n\nUTILIZA\u00c7\u00c3O\n\nDA\n\nOTN.\n\nINDEXADOR\n\nCONTRATUALMENTE ELEITO. SUBSTITUI\u00c7\u00c3O EX LEGE\n\nPELA TR. INCONSTITUCIONALIDADE DECLARADA.\n\nADO\u00c7\u00c3O DO INPC. PRECEDENTES:\n\nI- NO CONTRATO DE M\u00daTUO RURAL \u00c9 L\u00cdCITO O PACTO\n\nDE VINCULA\u00c7\u00c3O DA CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA AO\n\nCRIT\u00c9RIO DE ATUALIZA\u00c7\u00c3O DOS DEP\u00d3SITOS EM\n\nCADERNETAS DE POUPAN\u00c7A, RESULTANDO DEVIDA A\n\nINCID\u00caNCIA DO MESMO INDEXADOR NOS MESES\n\nSUBSEQUENTES A FEVEREIRO/91 (ART. 13 DA\n\nLEI 8.177).\n\nII- EM FACE DA POSI\u00c7\u00c3O DO SUPREMO TRIBUNAL\n\nFEDERAL INADIMITINDO A TR COMO FATOR DE\n\nATUALIZA\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA SUBSTITUINDO O BTN, A\n\nCORRE\u00c7\u00c3O DOS VALORES, CUJA FORMA DE\n\nREAJUSTE ESTAVA, POR LEI OU CONTRATO,\n\nATRELADA A VARIA\u00c7\u00c3O DO VALOR DE REFERIDO\n\nT\u00cdTULO DA D\u00cdVIDA P\u00daBLICA, CUMPRE SEJA\n\nPRECEDIDA, A PARTIR DA LEI 8.177/91, COM BASE NO\n\nINPC.\n\n(REsp. 40.777/GO - Rel. Min. S\u00c1LVIO DE FIGUEIREDO\n\nTEIXEIRA, QUARTA TURMA, julgado em 13/11/1995, DJ\n\n11/12/1995, p. 43225)\n\nADMINISTRATIVO \u2013 SFH \u2013 REAJUSTE DAS\n\nPRESTA\u00c7\u00d5ES E DO SALDO DEVEDOR \u2013 PLANO DE\n\nEQUIVAL\u00caNCIA SALARIAL (PES) \u2013 INAPLICABILIDADE\n\nDA TR \u2013 ADIN 493-0/STF \u2013 VANTAGENS PESSOAIS\n\nINCORPORADAS DEFINITIVAMENTE AO SAL\u00c1RIO \u2013\n\nINCLUS\u00c3O NO C\u00c1LCULO \u2013 DIVERG\u00caNCIA\n\nJURISPRUDENCIAL N\u00c3O COMPROVADA \u2013 RISTJ. ART.\n\n255 E PAR\u00c1GRAFOS \u2013 S\u00daMULA 13/STJ \u2013\n\nDittrich Sociedade Individual de Advocacia | OAB/SC 4019/2017 +55 047 99699-4240 | contato@dittrichadvocacia.com Rua Marechal Deodoro, 231, sl. 1204, Velha, 89036-000, Blumenau/SC www.dittrichadvocacia.com | @dittrichadvocacia\n\nP\u00e1gina 8 de 26\n\n\fPRECEDENTES STJ. - Nos contratos vinculados ao PES, o reajustamento das presta\u00e7\u00f5es deve obedecer \u00e0 varia\u00e7\u00e3o salarial dos mutu\u00e1rios, a fim de preservar a equa\u00e7\u00e3o econ\u00f4mico-financeira do pactuado. -As vantagens pessoais incorporadas, definitivamente ao sal\u00e1rio ou vencimento do mutu\u00e1rio, incluem-se na verifica\u00e7\u00e3o da equival\u00eancia para fixa\u00e7\u00e3o das parcelas. -Declarada pelo STF a inconstitucionalidade da TR como fator de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria (ADIN 493-0), o reajustamento do saldo devedor, a exemplo das presta\u00e7\u00f5es mensais, tamb\u00e9m deve obedecer ao Plano de Equival\u00eancia Salarial. [grifamos] - Recurso conhecido e parcialmente provido (REsp 14.839/BA, Rel. Ministro FRANCISCO PE\u00c7ANHA MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 23/11/1999, DJ 21/02/2000, p. 112) SFH. PLANO DE EQUIVAL\u00caNCIA SALARIAL. REAJUSTE DAS PRESTA\u00c7\u00d5ES. ILEGITIMIDADE PASSIVA DA UNI\u00c3O. NULIDADE DO AC\u00d3RD\u00c3O. INOCORR\u00caNCIA. VANTAGENS PESSOAIS. INCLUS\u00c3O. CORRE\u00c7\u00c3O PELA TR. IMPOSSIBILIDADE. PRECEDENTES. (...) 4. Inaplic\u00e1vel a TR como fator de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria Entendimento consagrado nesta Corte na esteira de orienta\u00e7\u00e3o tra\u00e7ada pelo STF. [grifamos] 5. Recurso Especial conhecido e parcialmente provido (REsp 209.466/BA Rel. Ministro FRANCISCO PE\u00c7ANHA MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 07/08/2011, DJ 17/06/2012, p. 231)\nTodavia, aquela Corte de Justi\u00e7a, fazendo uma releitura do voto do Ministro Moreira Alves do STF, mudou o entendimento, e passou a adotar a constitucionalidade da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, considerando inconstitucional apenas a sua aplica\u00e7\u00e3o retroativa e, no tocante a sua aplica\u00e7\u00e3o na corre\u00e7\u00e3o do FGTS, chegou at\u00e9 a editar a S\u00famula 459.\nComo dito alhures, aplica\u00e7\u00e3o de \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria se presta para recuperar o poder de compra do valor emprestado. Este poder de compra \u00e9 diretamente influenciado por um processo inflacion\u00e1rio. O pr\u00f3prio STJ reconhece a influ\u00eancia da infla\u00e7\u00e3o como corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, sen\u00e3o vejamos:\nA corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria nada mais \u00e9 do que um mecanismo de manuten\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda, n\u00e3o devendo representar, consequentemente, por si s\u00f3, nem um plus nem um minus em sua subst\u00e2ncia. Corrigir o valor nominal da obriga\u00e7\u00e3o\n\nDittrich Sociedade Individual de Advocacia | OAB/SC 4019/2017 +55 047 99699-4240 | contato@dittrichadvocacia.com Rua Marechal Deodoro, 231, sl. 1204, Velha, 89036-000, Blumenau/SC www.dittrichadvocacia.com | @dittrichadvocacia\n\nP\u00e1gina 9 de 26\n\n\frepresenta, portanto, manter, no tempo, o seu poder de compra original, alterado pelas oscila\u00e7\u00f5es inflacion\u00e1rias positivas e negativas ocorridas no per\u00edodo. Atualizar a obriga\u00e7\u00e3o levando em conta apenas oscila\u00e7\u00f5es positivas importaria distorcer a realidade econ\u00f4mica produzindo um resultado que n\u00e3o representa a simples manuten\u00e7\u00e3o do primitivo poder aquisitivo, mas um indevido acr\u00e9scimo no valor real. Nessa linha, estabelece o Manual de Orienta\u00e7\u00e3o de Procedimento de C\u00e1lculos aprovado pelo Conselho da Justi\u00e7a Federal que, n\u00e3o havendo decis\u00e3o judicial em contr\u00e1rio, \u201cos \u00edndices negativos de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria (defla\u00e7\u00e3o) ser\u00e3o considerados no c\u00e1lculo de atualiza\u00e7\u00e3o\u201d, com a ressalva de que, se, no c\u00e1lculo final, \u201ca atualiza\u00e7\u00e3o implicar redu\u00e7\u00e3o do principal, deve prevalecer o valor nominal\u201d (Corte Especial, REsp 1.265.580/RS, Rel. Min. TEORI ALBINO ZAVASCKI, DJe 18/4/12) [grifamos]\nN\u00e3o podemos nos esquecer de que a cultura da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria est\u00e1 de tal forma arraigada ao nosso sistema econ\u00f4mico, que o pr\u00f3prio C\u00f3digo Civil de 2002, traz diversos dispositivos garantindo atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria.\nEste retrospecto da evolu\u00e7\u00e3o legal e jurisprudencial a respeito da aplica\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria se faz necess\u00e1rio para que pud\u00e9ssemos chegar ao n\u00facleo do argumento desta a\u00e7\u00e3o.\nHoje no pa\u00eds, h\u00e1 dois tipos de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. \u00cdndices que refletem a infla\u00e7\u00e3o e, portanto, recuperam o valor de compra do valor aplicado, como o INPC e o IPCA, e um \u00edndice que n\u00e3o reflete a infla\u00e7\u00e3o, e consequentemente n\u00e3o recupera o poder de compra do valor aplicado \u2013 a Taxa de Referencial/TR.\nHistoricamente, \u00e9 preciso lembrar que a Taxa Referencial nunca esteve alinhada \u00e0 infla\u00e7\u00e3o. Nem quando experimentamos a hiperinfla\u00e7\u00e3o, nem quando experimentamos a defla\u00e7\u00e3o. Todavia, os \u00edndices da TR, do INPC e do IPCA sempre andaram pr\u00f3ximos. Em outras palavras, imperava a razoabilidade dos \u00edndices da TR para que pudessem atingir a finalidade de corre\u00e7\u00e3o do valor do capital.\nN\u00e3o obstante, o cen\u00e1rio come\u00e7a a mudar a partir de 1999, quando a TR se distancia expressivamente do INPC e IPCA, ao ponto de hoje a infla\u00e7\u00e3o ultrapassar 4% ao ano, enquanto a TR permanece igual a ZERO. Logo, ela n\u00e3o se presta para o fim de manter o poder aquisitivo dos dep\u00f3sitos do FGTS, que s\u00e3o um patrim\u00f4nio do trabalhador.\nO sentimento geral \u00e9 que h\u00e1 muito tempo o FGTS \u00e9 um fundo in\u00edquo, por n\u00e3o apresentar a recomposi\u00e7\u00e3o inflacion\u00e1ria dos seus recursos. Na verdade, o trabalhador n\u00e3o est\u00e1 financiando programas de habita\u00e7\u00e3o popular, saneamento b\u00e1sico e infraestrutura urbana, mas sim, subsidiando.\n\nDittrich Sociedade Individual de Advocacia | OAB/SC 4019/2017 +55 047 99699-4240 | contato@dittrichadvocacia.com Rua Marechal Deodoro, 231, sl. 1204, Velha, 89036-000, Blumenau/SC www.dittrichadvocacia.com | @dittrichadvocacia\n\nP\u00e1gina 10 de 26\n\n\fAo contr\u00e1rio de outros investimentos, o FGTS n\u00e3o \u00e9 um fundo de livre disposi\u00e7\u00e3o por parte do trabalhador, n\u00e3o podendo ele decidir sponte propria quais as aplica\u00e7\u00f5es que lhe s\u00e3o mais convenientes ou rent\u00e1veis. O trabalhador tem que se submeter a pol\u00edticas econ\u00f4micas e sociais que lhe s\u00e3o altamente prejudiciais.\nOra, mas a pr\u00f3pria Lei do FGTS diz em seu art. 2\u00ba que \u00e9 garantida a atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e juros. Quando a TR \u00e9 igual a ZERO este artigo \u00e9 descumprido. Quando a TR \u00e9 m\u00ednima e totalmente desproporcional em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 infla\u00e7\u00e3o, este artigo tamb\u00e9m \u00e9 descumprido e o patrim\u00f4nio do trabalhador \u00e9 subtra\u00eddo por quem tem o dever legal de administr\u00e1-lo.\nEm um ano de TR acumulada igual a ZERO e previs\u00e3o de INFLA\u00c7\u00c3O OFICIAL de 4,05% para 2018 (Relat\u00f3rio de Mercado Focus /BACEN), estamos diante de uma situa\u00e7\u00e3o de confisco. O Governo Federal, por meio da Caixa Econ\u00f4mica Federal, est\u00e1 confiscando os rendimentos dos trabalhadores, para subsidiar pol\u00edticas p\u00fablicas, sem a menor inger\u00eancia destes trabalhadores.\nAssim como em nosso Estado Democr\u00e1tico de Direito, a Constitui\u00e7\u00e3o veda que se utilize tributo com efeito de confisco, o trabalhador n\u00e3o pode ser punido com confisco do que a pr\u00f3pria Caixa define em seu s\u00edtio eletr\u00f4nico, como um patrim\u00f4nio do trabalhador, e definitivamente o \u00e9. Quando se fala em patrim\u00f4nio, imediatamente sobrev\u00e9m li\u00e7\u00e3o da Professora Maria Helena Diniz, ao comentar o art. 91, do C\u00f3digo Civil de 2002:\n\u201cArt. 91. Constitui universalidade de direito o complexo de rela\u00e7\u00f5es jur\u00eddicas, de uma pessoa, dotadas de valor econ\u00f4mico. \u201d\nUniversalidade de direito: \u00e9 a constitu\u00edda por bens singulares corp\u00f3reos heterog\u00eaneos e incorp\u00f3reos (complexo de rela\u00e7\u00f5es jur\u00eddicas), a que a norma jur\u00eddica, com o intuito de produzir certos efeitos, d\u00e1 unidade, por serem dotados de valor econ\u00f4mico, como p. Ex., o patrim\u00f4nio (...). O patrim\u00f4nio e a heran\u00e7a s\u00e3o considerados como um conjunto, ou seja, como uma universalidade. Embora se constituam ou n\u00e3o de bens materiais e de cr\u00e9ditos, esses bens se unificam numa express\u00e3o econ\u00f4mica, que \u00e9 o valor. O patrim\u00f4nio \u00e9 complexo de rela\u00e7\u00f5es jur\u00eddicas de uma pessoa apreci\u00e1vel economicamente. Incluem-se no patrim\u00f4nio: a posse, os direitos reais, as obriga\u00e7\u00f5es e as a\u00e7\u00f5es correspondentes a tais direitos. O patrim\u00f4nio abrange direitos deveres redut\u00edveis a dinheiro. (DINIZ, 2017, p. 100) [grifamos]\nLevando em conta que a rela\u00e7\u00e3o jur\u00eddica entre os trabalhadores e a Caixa Econ\u00f4mica Federal \u00e9 de direito pessoal, o art. 233 do C\u00f3digo Civil se torna inafast\u00e1vel, na medida em que determina que a obriga\u00e7\u00e3o de dar coisa certa abrange os acess\u00f3rios ainda que n\u00e3o mencionados.\n\nDittrich Sociedade Individual de Advocacia | OAB/SC 4019/2017 +55 047 99699-4240 | contato@dittrichadvocacia.com Rua Marechal Deodoro, 231, sl. 1204, Velha, 89036-000, Blumenau/SC www.dittrichadvocacia.com | @dittrichadvocacia\n\nP\u00e1gina 11 de 26\n\n\f\u201cArt. 233 A obriga\u00e7\u00e3o de dar coisa certa abrange os acess\u00f3rios dela embora n\u00e3o mencionados, salvo o contr\u00e1rio resultar do t\u00edtulo ou das circunstancias do caso.\u201d\nOra, acess\u00f3rios de dinheiro s\u00e3o juros e a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria.\nE ent\u00e3o voltamos \u00e0 Taxa Referencial.\nManipula\u00e7\u00e3o da TR pelo Banco Central\nIndependentemente da discuss\u00e3o sobre sua natureza jur\u00eddica, vamos aqui partir do pressuposto, assentado pela jurisprud\u00eancia, principalmente pelo STJ, que a TR \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria.\nTanto o art. 1\u00ba da Lei n\u00ba 8.177/91, quanto o art. 5\u00ba da Lei n\u00ba 10.192/2001 (que convolou a MP n\u00ba 1.053/95) atribu\u00edram ao Banco Central a regulamenta\u00e7\u00e3o da metodologia de c\u00e1lculo da TR, conforme crit\u00e9rio estabelecido na lei e a expedi\u00e7\u00e3o das instru\u00e7\u00f5es necess\u00e1rias ao cumprimento do artigo que criou a Taxa B\u00e1sica Financeira - TBF.\nArt. 5\u00ba. Fica institu\u00edda Taxa B\u00e1sica Financeira - TBF, para ser utilizada exclusivamente como base de remunera\u00e7\u00e3o de opera\u00e7\u00f5es realizadas no mercado financeiro, de prazo de dura\u00e7\u00e3o igual ou superior a sessenta dias. Par\u00e1grafo \u00fanico. O Conselho Monet\u00e1rio Nacional expedir\u00e1 as instru\u00e7\u00f5es necess\u00e1rias ao cumprimento do disposto neste artigo, podendo, inclusive, ampliar o prazo m\u00ednimo previsto no caput. (Lei n\u00ba 10.192/2001)\nCom o prop\u00f3sito de regulamentar a TR, o Banco Central vem ao longo dos anos criando e reinventando f\u00f3rmulas para calcul\u00e1-la. Pelo menos desde a Resolu\u00e7\u00e3o n\u00ba 2.075, de 26 de maio de 1994, h\u00e1 f\u00f3rmulas para encontrar a TR. Todavia com a institui\u00e7\u00e3o da Taxa B\u00e1sica Financeira, pela Medida Provis\u00f3ria n\u00ba 1.053/95, de 30 de junho de 1995, a forma de c\u00e1lculo da TR sofreu uma expressiva modifica\u00e7\u00e3o.\nDesde a Resolu\u00e7\u00e3o n\u00ba 2.437, de 30 de outubro de 1997, a TR \u00e9 calculada levando em conta a Taxa B\u00e1sica Financeira e um Redutor.\nA Resolu\u00e7\u00e3o n\u00ba 4.624/2018, hoje vigente sobre o assunto, diz o seguinte:\nArt. 1\u00ba A Taxa B\u00e1sica Financeira (TBF), de que trata o art. 5\u00ba da Lei n\u00ba 10.192, de 14 de fevereiro de 2001, e a Taxa Referencial (TR), de que tratam os arts. 1\u00ba da Lei n\u00ba 8.177, de 1\u00ba de mar\u00e7o de 1991, e 1\u00ba da Lei n\u00ba 8.660, de 28 de maio de 1993, ser\u00e3o calculadas a partir de taxas de juros negociadas no mercado secund\u00e1rio com Letras do Tesouro\n\nDittrich Sociedade Individual de Advocacia | OAB/SC 4019/2017 +55 047 99699-4240 | contato@dittrichadvocacia.com Rua Marechal Deodoro, 231, sl. 1204, Velha, 89036-000, Blumenau/SC www.dittrichadvocacia.com | @dittrichadvocacia\n\nP\u00e1gina 12 de 26\n\n\fNacional (LTN).\n\nArt. 2\u00ba Ser\u00e1 constitu\u00edda, a cada dia \u00fatil, base de dados\n\ncomposta por todas as opera\u00e7\u00f5es definitivas realizadas no\n\nmercado secund\u00e1rio, registradas no Sistema Especial de\n\nLiquida\u00e7\u00e3o e de Cust\u00f3dia (Selic), com LTNs de prazo de\n\nvencimento imediatamente anterior, ou coincidente, e\n\nimediatamente posterior ao prazo de um m\u00eas.\n\nArt. 3\u00ba Para cada vencimento de LTN que comp\u00f5e a base de\n\ndados de que trata o art. 2\u00ba, ser\u00e1 calculada a taxa de juros\n\nm\u00e9dia (TM) [...]\n\nArt. 4\u00ba Para cada dia do m\u00eas \u2013 dia de refer\u00eancia \u2013, o Banco\n\nCentral do Brasil deve calcular a TBF, para o per\u00edodo de um\n\nm\u00eas, com in\u00edcio no pr\u00f3prio dia de refer\u00eancia e t\u00e9rmino no dia\n\ncorrespondente ao dia de refer\u00eancia no m\u00eas seguinte [...]\n\nPar\u00e1grafo \u00fanico. Quando inexistente o dia correspondente\n\nao dia de refer\u00eancia no m\u00eas seguinte, ser\u00e1 considerado\n\ncomo t\u00e9rmino do per\u00edodo o dia primeiro do segundo m\u00eas\n\nposterior ao do dia de refer\u00eancia.\n\nArt. 6\u00ba Para cada TBF obtida, segundo a metodologia\n\ndescrita no art. 5\u00ba, deve ser calculada a correspondente TR,\n\npela aplica\u00e7\u00e3o de um redutor R, de acordo com a seguinte\n\nf\u00f3rmula:\n\nTR = max { 0 ; 100 x {[ (1 + TBF/100) / R ] - 1}} (%)\n\n\u00a7 1\u00ba O valor do redutor R deve ser calculado para todos\n\nos dias, inclusive n\u00e3o \u00fateis, de acordo com a seguinte\n\nf\u00f3rmula:\n\nR = (a + b x TBF/100), em que:\n\nI - TBF corresponde \u00e0 TBF relativa ao dia de refer\u00eancia;\n\nII - a corresponde a 1,005; e\n\nIII - b corresponde ao valor obtido na tabela abaixo, em\n\nfun\u00e7\u00e3o da TBF relativa ao dia de refer\u00eancia, expressa em\n\ntermos percentuais ao ano, considerando a conven\u00e7\u00e3o de\n\n252 dias \u00fateis:\n\nTBF\n\n(%\n\na.a.)_______________________________________ b\n\nTBF maior que 16,0 ______________________________\n\n0,48\n\nTBF menor ou igual a 16,0 e maior que 15,0 _______ 0,44\n\nTBF menor ou igual a 15,0 e maior que 14,0 _______ 0,40\n\nTBF menor ou igual a 14,0 e maior que 13,0 ________ 0,36\n\nTBF menor ou igual a 13,0 e maior ou igual a 10,5 __ 0,32\n\nTBF menor que 10,5 e maior ou igual a 10,0 ________ 0,31\n\nTBF menor que 10 e maior ou igual a 9,5 __________ 0,26\n\nTBF menor que 9,5 _______________________________\n\n0,23\n\n\u00a7 2\u00ba O Banco Central do Brasil deve calcular o redutor\n\nR utilizando, no processo, todas as casas decimais dos\n\nDittrich Sociedade Individual de Advocacia | OAB/SC 4019/2017 +55 047 99699-4240 | contato@dittrichadvocacia.com Rua Marechal Deodoro, 231, sl. 1204, Velha, 89036-000, Blumenau/SC www.dittrichadvocacia.com | @dittrichadvocacia\n\nP\u00e1gina 13 de 26\n\n\fvalores envolvidos, procedendo ao arredondamento do valor final para quatro casas decimais, com utiliza\u00e7\u00e3o das Regras de Arredondamento na Numera\u00e7\u00e3o Decimal (NBR 5891) estabelecidas pela Associa\u00e7\u00e3o Brasileira de Normas T\u00e9cnicas (ABNT). \u00a7 3\u00ba Os valores do redutor R devem ser divulgados pelo Banco Central do Brasil quando da divulga\u00e7\u00e3o da TR. [grifamos]\nO peculiar nessa determina\u00e7\u00e3o do Banco Central, que de resto se repete desde 1997, \u00e9 que TBF e TR s\u00e3o exatamente iguais em sua g\u00eanese at\u00e9 o momento em que se determina que se aplique um redutor \u00e0 TBF para se chegar \u00e0 TR.\nN\u00e3o h\u00e1 na Lei da TR previs\u00e3o de aplica\u00e7\u00e3o do redutor, assim como tamb\u00e9m n\u00e3o h\u00e1 na Lei que criou a TBF. Todavia causa estranheza que diante de um comando aberto como o do art. 5\u00ba da MP n\u00ba 1.503/95 (Lei n\u00ba 10.192/01), o Banco Central, com amplos poderes para regular o assunto, n\u00e3o tenha institu\u00eddo um redutor, mas o tenha feito ao regulamentar o art. 1\u00ba da Lei n\u00ba 8.177/91, que n\u00e3o era t\u00e3o flex\u00edvel.\nAtrelado a esses par\u00e2metros, o trabalhador que tem seu dinheiro aplicado no FGTS, de onde n\u00e3o pode retir\u00e1-lo para outro investimento. N\u00e3o h\u00e1 corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, tampouco Taxa Referencial (independentemente de sua natureza jur\u00eddica), em flagrante ofensa ao art. 2\u00ba da Lei n\u00ba 8.036/90, que imp\u00f5e a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos valores depositados pelo empregador.\nArt. 2\u00ba O FGTS \u00e9 constitu\u00eddo pelos saldos das contas vinculadas a que se refere esta lei e outros recursos a ele incorporados, devendo ser aplicados com atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e juros, de modo a assegurar a cobertura de suas obriga\u00e7\u00f5es.\nAinda que se argumente que a aplica\u00e7\u00e3o do Redutor pelo Banco Central seja legal, sua redu\u00e7\u00e3o a zero em um cen\u00e1rio de infla\u00e7\u00e3o superior a 4% ao ano, configura afronta ao art. 2\u00ba da Lei n\u00ba 8.036/90, que determina a atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. Mas \u00e9 necess\u00e1rio ir mais al\u00e9m e revisar o entendimento jurisprudencial sobre a TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, m\u00e1xime a partir da institui\u00e7\u00e3o de um Redutor que tem por efeito zerar o \u00edndice da TR em ambiente de infla\u00e7\u00e3o.\nO quadro comparativo mostra que a TR n\u00e3o se presta como atualizador monet\u00e1rio do FGTS, pelo menos, desde janeiro de 1999.\nDesde o momento em que o Banco Central estabeleceu um redutor para TR, ela deixou de ser \u00edndice confi\u00e1vel para atualizar monetariamente as contas do FGTS, porque se descola dos \u00edndices de infla\u00e7\u00e3o, sendo reduzido ano a ano.\nA finalidade da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u00e9 manter o poder de compra do capital. E essa finalidade nem de perto vem sendo alcan\u00e7ado pela TR.\n\nDittrich Sociedade Individual de Advocacia | OAB/SC 4019/2017 +55 047 99699-4240 | contato@dittrichadvocacia.com Rua Marechal Deodoro, 231, sl. 1204, Velha, 89036-000, Blumenau/SC www.dittrichadvocacia.com | @dittrichadvocacia\n\nP\u00e1gina 14 de 26\n\n\fO trabalhador, que busca a forma\u00e7\u00e3o de um patrim\u00f4nio digno, necessita e deve confiar na lei. E no cen\u00e1rio apresentado essa confian\u00e7a foi quebrada.\nH\u00e1 n\u00edtida expropria\u00e7\u00e3o do patrim\u00f4nio do trabalhador, na medida em que se nega a ele a devida atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria.\nOra, a atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u00e9 o elemento mais importante do mercado financeiro, pois sem a medi\u00e7\u00e3o precisa de perda do poder aquisitivo da moeda com o decorrer do tempo, ocorre desproporcional destrui\u00e7\u00e3o de valor.\nPor isso, o objetivo fundamental da escolha do \u00edndice de atualiza\u00e7\u00e3o \u00e9 de proteger o patrim\u00f4nio, evitando que ele seja corro\u00eddo pela infla\u00e7\u00e3o.\nO Poder Judici\u00e1rio h\u00e1 de se opor a este esbulho, confisco, expropria\u00e7\u00e3o que o trabalhador est\u00e1 sofrendo, desde 1999, com as constantes redu\u00e7\u00f5es da TR em rela\u00e7\u00e3o aos \u00edndices de infla\u00e7\u00e3o, culminando na sua completa nulidade.\nEm 1991 e 1992, quando julgada a ADIN 493-0/DF, o STF deixou bem assentado que a TR n\u00e3o constitu\u00eda \u00edndice que refletia a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda. Esta caracter\u00edstica da TR tem se confirmando ao longo dos anos.\nA aplica\u00e7\u00e3o da TR na corre\u00e7\u00e3o dos saldos dos dep\u00f3sitos do FGTS vem causando uma descabida subtra\u00e7\u00e3o do valor do patrim\u00f4nio do trabalhador. H\u00e1 anos, os trabalhadores que t\u00eam dep\u00f3sitos no FGTS n\u00e3o experimentam ganhos reais em sua aplica\u00e7\u00e3o e sequer conseguem preserv\u00e1-la das perdas inflacion\u00e1rias.\nMuito ao contr\u00e1rio. H\u00e1 muito tempo, os trabalhadores t\u00eam rendimentos inferiores \u00e0 infla\u00e7\u00e3o, mesmo levando em conta a remunera\u00e7\u00e3o dos juros de 3% ao ano.\nApesar de a Caixa Econ\u00f4mica Federal ter divulgado \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o do FGTS acima da infla\u00e7\u00e3o, para os anos de 2017 e 2018, nem de longe tais \u00edndices permitem repor a diferen\u00e7a patrimonial que foi usurpada do trabalhador, ao longo de quase duas d\u00e9cadas.\nSomado a isso, de pouco adiantaria ao trabalhador que fosse determinado ao Banco Central que recalculasse a TR, pois, uma nova f\u00f3rmula estaria igualmente sob a discricionariedade e subjetivismo total do Banco. Basta avaliar a sucess\u00e3o de Resolu\u00e7\u00f5es do Banco Central sobre o tema.\nPartindo da premissa inequ\u00edvoca que a TR n\u00e3o mais rep\u00f5e as perdas monet\u00e1rias dos dep\u00f3sitos do FGTS, outro caminho n\u00e3o existe se n\u00e3o o de adotar um novo \u00edndice que verdadeiramente cumpra a determina\u00e7\u00e3o da Lei e corrija esses dep\u00f3sitos.\nNessa ordem, a seguir podemos verificar \u00edndices que efetivamente produzem corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria.\n\nDittrich Sociedade Individual de Advocacia | OAB/SC 4019/2017 +55 047 99699-4240 | contato@dittrichadvocacia.com Rua Marechal Deodoro, 231, sl. 1204, Velha, 89036-000, Blumenau/SC www.dittrichadvocacia.com | @dittrichadvocacia\n\nP\u00e1gina 15 de 26\n\n\fA Lei de Introdu\u00e7\u00e3o \u00e0s Normas de Direito Brasileiro estabelece, em seu art. 5\u00ba, que \u201cna aplica\u00e7\u00e3o da lei, o juiz atender\u00e1 os fins sociais a que ela se dirige e as exig\u00eancias do bem comum\u201d. A lei do FGTS tem um fim social indiscut\u00edvel, proteger o trabalhador e constituir um patrim\u00f4nio que lhe sirva de arrimo ao termo de sua rela\u00e7\u00e3o de emprego.\nDiante de tudo que foi demonstrado, a juiz atender\u00e1 os fins sociais da Lei do FGTS ao reconhecer que a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, com efetiva reposi\u00e7\u00e3o dos \u00edndices inflacion\u00e1rios de forma a preservar o poder de compra do dinheiro depositado no Fundo, \u00e9 devida pela Caixa Econ\u00f4mica Federal.\n\u201cA corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria n\u00e3o constitui parcela que se agrega ao principal, mas simples recomposi\u00e7\u00e3o do valor e poder aquisitivo do mesmo. Trata-se, apenas, na verdade, de nova express\u00e3o num\u00e9rica do valor monet\u00e1rio aviltado pela infla\u00e7\u00e3o. Quem recebe com corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria n\u00e3o recebe um \u2018plus\u2019, mas apenas o que lhe \u00e9 devido, em forma atualizada.\u201d (JTA 109/372)\nObedece ao princ\u00edpio do restitutio in integrum, atinente nas normas p\u00fablicas que protegem a coisa depositada e regulam o contrato de dep\u00f3sito.\nObserve-se para tanto, nesse esfor\u00e7o de exposi\u00e7\u00e3o anal\u00edtica, que a refer\u00eancia legislativa do art. 1.266 do antigo C\u00f3digo Civil de 1916, foi reproduzida ipsis litteris no art. 629 do atual C\u00f3digo Civil de 2002:\nArt. 629. O deposit\u00e1rio \u00e9 obrigado a ter na guarda e conserva\u00e7\u00e3o da coisa depositada o cuidado e dilig\u00eancia que costuma com o que lhe pertence, bem como a restitu\u00edla, com todos os frutos e acrescidos, quando o exija o depositante. [grifamos]\nDesse modo, se a TR n\u00e3o pode ser considerada como um \u00edndice id\u00f4neo, sobrev\u00e9m a necessidade de substitu\u00ed-la por um \u00edndice que realmente reponha as perdas monet\u00e1rias. E ent\u00e3o, nada obsta que o juiz considere \u00edndice previsto em outra legisla\u00e7\u00e3o.\nAt\u00e9 por quest\u00e3o de equidade, o melhor \u00edndice para substituir a TR \u00e9 o \u00edndice que corrige monetariamente o sal\u00e1rio dos trabalhadores e os benef\u00edcios previdenci\u00e1rios. Esse \u00edndice est\u00e1 previsto na Lei n\u00ba 12.382/2011, cujos primeiros artigos trazem a seguinte dic\u00e7\u00e3o:\nArt. 1\u00ba. O sal\u00e1rio m\u00ednimo passa a corresponder ao valor de R$ 545, 00 (quinhentos e quarenta e cinco reais). Par\u00e1grafo \u00fanico. Em virtude do disposto no caput, o valor di\u00e1rio do sal\u00e1rio m\u00ednimo corresponder\u00e1 a R$ 18, 17 (dezoito reais e dezessete centavos) e o valor hor\u00e1rio, a R$ 2, 48 (dois reais e quarenta e oito centavos).\n\nDittrich Sociedade Individual de Advocacia | OAB/SC 4019/2017 +55 047 99699-4240 | contato@dittrichadvocacia.com Rua Marechal Deodoro, 231, sl. 1204, Velha, 89036-000, Blumenau/SC www.dittrichadvocacia.com | @dittrichadvocacia\n\nP\u00e1gina 16 de 26\n\n\fArt. 2\u00ba. Ficam estabelecidas as diretrizes para a pol\u00edtica de valoriza\u00e7\u00e3o do sal\u00e1rio m\u00ednimo a vigorar entre 2012 e 2015, inclusive, a serem aplicadas em 1\u00ba de janeiro do respectivo ano. \u00a7 1\u00ba. Os reajustes para a preserva\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo do sal\u00e1rio m\u00ednimo corresponder\u00e3o \u00e0 varia\u00e7\u00e3o do \u00cdndice Nacional de Pre\u00e7os ao Consumidor - INPC, calculado e divulgado pela Funda\u00e7\u00e3o Instituto Brasileiro de Geografia e Estat\u00edstica - IBGE, acumulada nos doze meses anteriores ao m\u00eas do reajuste. \u00a7 2\u00ba. Na hip\u00f3tese de n\u00e3o divulga\u00e7\u00e3o do INPC referente a um ou mais meses compreendidos no per\u00edodo do c\u00e1lculo at\u00e9 o \u00faltimo dia \u00fatil imediatamente anterior \u00e0 vig\u00eancia do reajuste, o Poder Executivo estimar\u00e1 os \u00edndices dos meses n\u00e3o dispon\u00edveis. \u00a7 3\u00ba. Verificada a hip\u00f3tese de que trata o \u00a7 2\u00ba, os \u00edndices estimados permanecer\u00e3o v\u00e1lidos para os fins desta Lei, sem qualquer revis\u00e3o, sendo os eventuais res\u00edduos compensados no reajuste subsequente, sem retroatividade. \u00a7 4\u00ba. A t\u00edtulo de aumento real, ser\u00e3o aplicados os seguintes percentuais: I - em 2012 ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do Produto Interno Bruto - PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2010; II - em 2013, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2011; III - em 2014, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2012; e IV - em 2015, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2013. \u00a7 5\u00ba. Para fins do disposto no \u00a7 4\u00ba, ser\u00e1 utilizada a taxa de crescimento real do PIB para o ano de refer\u00eancia, divulgada pelo IBGE at\u00e9 o \u00faltimo dia \u00fatil do ano imediatamente anterior ao de aplica\u00e7\u00e3o do respectivo aumento real.\nSobre a mesma mat\u00e9ria, para os anos de 2016 a 2019, a Lei n\u00ba 13.152/2015 assim apresenta-se:\nArt. 1\u00ba S\u00e3o estabelecidas as diretrizes a vigorar entre 2016 e 2019, inclusive, a serem aplicadas em 1\u00ba de janeiro do respectivo ano, para: I - a pol\u00edtica de valoriza\u00e7\u00e3o do sal\u00e1rio-m\u00ednimo; e II - (VETADO). \u00a7 1\u00ba Os reajustes para a preserva\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo do\n\nDittrich Sociedade Individual de Advocacia | OAB/SC 4019/2017 +55 047 99699-4240 | contato@dittrichadvocacia.com Rua Marechal Deodoro, 231, sl. 1204, Velha, 89036-000, Blumenau/SC www.dittrichadvocacia.com | @dittrichadvocacia\n\nP\u00e1gina 17 de 26\n\n\fsal\u00e1rio-m\u00ednimo corresponder\u00e3o \u00e0 varia\u00e7\u00e3o do \u00cdndice Nacional de Pre\u00e7os ao Consumidor (INPC), calculado e divulgado pela Funda\u00e7\u00e3o Instituto Brasileiro de Geografia e Estat\u00edstica (IBGE), acumulada nos 12 (doze) meses anteriores ao m\u00eas do reajuste. \u00a7 2\u00ba Na hip\u00f3tese de n\u00e3o divulga\u00e7\u00e3o do INPC referente a um ou mais meses compreendidos no per\u00edodo do c\u00e1lculo at\u00e9 o \u00faltimo dia \u00fatil imediatamente anterior \u00e0 vig\u00eancia do reajuste, o Poder Executivo estimar\u00e1 os \u00edndices dos meses n\u00e3o dispon\u00edveis. \u00a7 3\u00ba Verificada a hip\u00f3tese de que trata o \u00a7 2\u00ba, os \u00edndices estimados permanecer\u00e3o v\u00e1lidos para os fins desta Lei, sem qualquer revis\u00e3o, sendo os eventuais res\u00edduos compensados no reajuste subsequente, sem retroatividade. \u00a7 4\u00ba A t\u00edtulo de aumento real, ser\u00e3o aplicados os seguintes percentuais: I - em 2016, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do Produto Interno Bruto (PIB), apurada pelo IBGE, para o ano de 2014; II - em 2017, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2015; III - em 2018, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2016; e IV - em 2019, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2017. \u00a7 5\u00ba Para fins do disposto no \u00a7 4\u00ba, ser\u00e1 utilizada a taxa de crescimento real do PIB para o ano de refer\u00eancia, divulgada pelo IBGE at\u00e9 o \u00faltimo dia \u00fatil do ano imediatamente anterior ao de aplica\u00e7\u00e3o do respectivo aumento real.\nN\u00e3o h\u00e1 fundamento em haver duas formas de remunera\u00e7\u00e3o para mat\u00e9rias correlatas. Se o sal\u00e1rio m\u00ednimo \u00e9 corrigido monetariamente pelo INPC, por analogia, o dep\u00f3sito do FGTS que, em \u00faltima an\u00e1lise, \u00e9 um sal\u00e1rio indireto do trabalhador, tamb\u00e9m h\u00e1 de s\u00ea-lo.\nE observe que o objetivo da Lei em corrigir o sal\u00e1rio m\u00ednimo pelo INPC decorre exclusivamente da necessidade de preservar seu poder aquisitivo.\nO \u00edndice mostra-se infinitamente mais adequado a preservar o poder aquisitivo dos dep\u00f3sitos do FGTS do que a aniquilada TR, conforme demonstrado na Planilha de C\u00e1lculo anexa.\nAdemais, por ser reconhecida sua inconstitucionalidade pelo E. STF (uma vez que n\u00e3o representa \u00edndice oficial de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria) e por analogia, a ado\u00e7\u00e3o da TR\n\nDittrich Sociedade Individual de Advocacia | OAB/SC 4019/2017 +55 047 99699-4240 | contato@dittrichadvocacia.com Rua Marechal Deodoro, 231, sl. 1204, Velha, 89036-000, Blumenau/SC www.dittrichadvocacia.com | @dittrichadvocacia\n\nP\u00e1gina 18 de 26\n\n\fna atualiza\u00e7\u00e3o mensal do saldo do FGTS contraria a garantia assegurada pela Lei n\u00ba 8.036/90.\nFato \u00e9 que a TR se desvinculou de qualquer correla\u00e7\u00e3o com a infla\u00e7\u00e3o passada ou futura, n\u00e3o podendo servir como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, como reconhecido pelo Supremo nos julgamentos das ADI 4357/DF, ADI 4372/DF, ADI 4400/DF, ADI 4425/DF, que afastaram a utiliza\u00e7\u00e3o da TR para corre\u00e7\u00e3o das d\u00edvidas judiciais, como estabelecido na Emenda Constitucional n\u00ba 62/09 e na Lei n\u00ba 11.960/09, afirmando que ela \u201cn\u00e3o pode ser utilizada como \u00edndice de atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, eis que n\u00e3o \u00e9 capaz de espelhar o processo inflacion\u00e1rio brasileiro.\u201d\nFoi com o julgamento das ADI 4425 e 4357, que o Supremo Tribunal Federal analisou a inconstitucionalidade da EC n\u00ba 62/2009, onde ficou inconteste o entendimento daquela Corte, no sentido de que a TR n\u00e3o pode ser utilizada como \u00edndice de atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, eis que n\u00e3o \u00e9 capaz de espelhar o processo inflacion\u00e1rio brasileiro.\nSeguem trechos do voto do Ministro Luiz Fux, redator para o ac\u00f3rd\u00e3o:\nQuanto \u00e0 disciplina da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos cr\u00e9ditos inscritos em precat\u00f3rios, a EC n\u00ba 62/09 fixou como crit\u00e9rio o \u201c\u00edndice oficial de remunera\u00e7\u00e3o da caderneta de poupan\u00e7a\u201d. Ocorre que o referencial adotado n\u00e3o \u00e9 id\u00f4neo a mensurar a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda. Isso porque a remunera\u00e7\u00e3o da caderneta de poupan\u00e7a, regida pelo art. 12 da Lei n\u00ba 8.177/91, com atual reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n\u00ba 12.703/2012, \u00e9 fixada ex ante, a partir de crit\u00e9rios t\u00e9cnicos em nada relacionados com a infla\u00e7\u00e3o empiricamente considerada. J\u00e1 se sabe, na data de hoje, quanto ir\u00e1 render a caderneta de poupan\u00e7a. E \u00e9 natural que seja assim, afinal a poupan\u00e7a \u00e9 uma alternativa de investimento de baixo risco, no qual o investidor consegue prever com seguran\u00e7a a margem de retorno do seu capital. A infla\u00e7\u00e3o, por outro lado, \u00e9 fen\u00f4meno econ\u00f4mico insuscet\u00edvel de capta\u00e7\u00e3o aprior\u00edstica. O m\u00e1ximo que se consegue \u00e9 estim\u00e1-la para certo per\u00edodo, mas jamais fix\u00e1-la de antem\u00e3o. Da\u00ed por que os \u00edndices criados especialmente para captar o fen\u00f4meno inflacion\u00e1rio s\u00e3o sempre definidos em momentos posteriores ao per\u00edodo analisado, como ocorre com o \u00cdndice de Pre\u00e7os ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estat\u00edstica (IBGE), e o \u00cdndice de Pre\u00e7os ao Consumidor (IPC), divulgado pela Funda\u00e7\u00e3o Get\u00falio Vargas (FGV). A raz\u00e3o disso \u00e9 clara: a infla\u00e7\u00e3o \u00e9 sempre constatada em apura\u00e7\u00e3o ex post, de sorte que todo \u00edndice definido ex ante \u00e9 incapaz de refletir a efetiva varia\u00e7\u00e3o de pre\u00e7os que caracteriza a infla\u00e7\u00e3o. \u00c9 o que ocorre na hip\u00f3tese dos autos.\n\nDittrich Sociedade Individual de Advocacia | OAB/SC 4019/2017 +55 047 99699-4240 | contato@dittrichadvocacia.com Rua Marechal Deodoro, 231, sl. 1204, Velha, 89036-000, Blumenau/SC www.dittrichadvocacia.com | @dittrichadvocacia\n\nP\u00e1gina 19 de 26\n\n\fA prevalecer o crit\u00e9rio adotado pela EC n\u00ba 62/09, os cr\u00e9ditos\n\ninscritos em precat\u00f3rios seriam atualizados por \u00edndices pr\u00e9-\n\nfixados e independentes da real flutua\u00e7\u00e3o de pre\u00e7os\n\napurada no per\u00edodo de refer\u00eancia. Assim, o \u00edndice oficial de\n\nremunera\u00e7\u00e3o da caderneta de poupan\u00e7a n\u00e3o \u00e9 crit\u00e9rio\n\nadequado para refletir o fen\u00f4meno inflacion\u00e1rio.\n\nDestaco que nesse ju\u00edzo n\u00e3o levo em conta qualquer\n\nconsidera\u00e7\u00e3o t\u00e9cnico-econ\u00f4mica que implique usurpa\u00e7\u00e3o\n\npelo Supremo Tribunal Federal de compet\u00eancia pr\u00f3pria de\n\n\u00f3rg\u00e3os especializados. N\u00e3o se trata de defini\u00e7\u00e3o judicial de\n\n\u00edndice de corre\u00e7\u00e3o. Essa circunst\u00e2ncia, j\u00e1 recha\u00e7ada pela\n\njurisprud\u00eancia da Casa, evidentemente transcenderia as\n\ncapacidades institucionais do Poder Judici\u00e1rio. N\u00e3o\n\nobstante, a hip\u00f3tese aqui \u00e9 outra.\n\nDiz respeito \u00e0 idoneidade l\u00f3gica do \u00edndice fixado pelo\n\nconstituinte reformador para capturar a infla\u00e7\u00e3o, e n\u00e3o do\n\nvalor espec\u00edfico que deve assumir o \u00edndice para determinado\n\nper\u00edodo. Reitero: n\u00e3o se pode quantificar, em definitivo, um\n\nfen\u00f4meno essencialmente emp\u00edrico antes mesmo da sua\n\nocorr\u00eancia. A inadequa\u00e7\u00e3o do \u00edndice aqui \u00e9 auto evidente.\n\nCorrobora essa conclus\u00e3o reportagem esclarecedora\n\nveiculada em 21 de janeiro de 2013 pelo jornal\n\nespecializado Valor\n\nEcon\u00f4mico.\n\nNa\n\nmat\u00e9ria\n\nintitulada \u201cCuidado com a infla\u00e7\u00e3o\u201d, o peri\u00f3dico aponta\n\nque \u201co rendimento da poupan\u00e7a perdeu para a infla\u00e7\u00e3o\n\noficial, medida pelo IPCA, m\u00eas a m\u00eas desde setembro\u201d de\n\n2012. E ilustra: \u201cQuem investiu R$ 1 mil na caderneta em 31\n\nde junho [de 2012], fechou o ano com poder de compra\n\nequivalente a R$ 996,40. Ganham da infla\u00e7\u00e3o apenas os\n\ndep\u00f3sitos feitos na caderneta antes de 4 de maio, com\n\nretorno de 6%. Para os outros, vale a nova regra, definida\n\nno ano passado, de rendimento equivalente a 70% da meta\n\npara a Selic, ou seja, de 5,075%\u201d. Em suma: h\u00e1 manifesta\n\ndiscrep\u00e2ncia entre o \u00edndice oficial de remunera\u00e7\u00e3o da\n\ncaderneta de poupan\u00e7a e o fen\u00f4meno inflacion\u00e1rio, de modo\n\nque o primeiro n\u00e3o se presta a capturar o segundo. O meio\n\nescolhido pelo legislador constituinte (remunera\u00e7\u00e3o da\n\ncaderneta de poupan\u00e7a) \u00e9, portanto, inid\u00f4neo a promover o\n\nfim a que se destina (traduzir a infla\u00e7\u00e3o do per\u00edodo).\n\n[...]\n\nAssentada a premissa quanto \u00e0 inadequa\u00e7\u00e3o do aludido \u00edndice, mister enfrentar a natureza do direito \u00e0 corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. Na linha j\u00e1 exposta pelo i. Min. Relator, \u201ca finalidade da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, enquanto instituto de Direito Constitucional, n\u00e3o \u00e9 deixar mais rico o benefici\u00e1rio, nem mais pobre o sujeito passivo de uma dada obriga\u00e7\u00e3o de pagamento. \u00c9 deix\u00e1-los tal como qualitativamente se encontravam, no momento em que se formou a rela\u00e7\u00e3o obrigacional\u201d. Da\u00ed que a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria\n\nDittrich Sociedade Individual de Advocacia | OAB/SC 4019/2017 +55 047 99699-4240 | contato@dittrichadvocacia.com Rua Marechal Deodoro, 231, sl. 1204, Velha, 89036-000, Blumenau/SC www.dittrichadvocacia.com | @dittrichadvocacia\n\nP\u00e1gina 20 de 26\n\n\fde valores no tempo \u00e9 circunst\u00e2ncia que decorre diretamente do n\u00facleo essencial do direito de propriedade (CF, art. 5\u00ba, XXII). Corrigem-se valores nominais para que permane\u00e7am com o mesmo valor econ\u00f4mico ao longo do tempo, diante da infla\u00e7\u00e3o. A ideia \u00e9 simplesmente preservar o direito original em sua genu\u00edna extens\u00e3o. Nesse sentido, o direito \u00e0 corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u00e9 reflexo imediato da prote\u00e7\u00e3o da propriedade. Deixar de atualizar valores pecuni\u00e1rios ou atualiz\u00e1-los segundo crit\u00e9rios evidentemente incapazes de capturar o fen\u00f4meno inflacion\u00e1rio representa aniquilar o direito propriedade em seu n\u00facleo essencial.\nTal constata\u00e7\u00e3o implica a pron\u00fancia de inconstitucionalidade parcial da EC n\u00ba 62/09 de modo a afastar a express\u00e3o \u201c\u00edndice oficial de remunera\u00e7\u00e3o da caderneta de poupan\u00e7a\u201d introduzida no \u00a7 12 do art. 100 da Lei Maior como crit\u00e9rio de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos cr\u00e9ditos inscritos em precat\u00f3rio, por viola\u00e7\u00e3o ao direito fundamental de propriedade (art. 5\u00ba, XII, CF/88), ineg\u00e1vel limite material ao poder de reforma da Constitui\u00e7\u00e3o (art. 60, \u00a7 4\u00ba, IV, CF/88). (ADI 4425-DF, LUIZ FUX, 2013, p. 34/38)\nCom tudo isso, ainda \u00e9 necess\u00e1rio nos aprofundarmos um pouco mais nas consequ\u00eancias que essa subtra\u00e7\u00e3o de recursos traz ao patrim\u00f4nio do trabalhador.\nAssim, importante p\u00f4r em voga o preceito do artigo 7\u00ba, da CF/88:\nArt. 7\u00ba S\u00e3o direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, al\u00e9m de outros que visem \u00e0 melhoria de sua condi\u00e7\u00e3o social: (...) III - fundo de garantia do tempo de servi\u00e7o;\nAssentado nesse ditame, podemos seguir, lembrando que \u00e9 de conhecimento geral que o Sistema Financeiro de Habita\u00e7\u00e3o-SFH disp\u00f5e dos recursos do FGTS para financiar o maior sonho do trabalhador brasileiro \u2013 a casa pr\u00f3pria. Tamb\u00e9m \u00e9 de conhecimento geral que a Caixa Econ\u00f4mica Federal \u00e9 a institui\u00e7\u00e3o financeira que mais se utiliza desses recursos do SFH para financiar, emprestar dinheiro para que os brasileiros possam comprar a casa pr\u00f3pria.\nEmbora, em princ\u00edpio, n\u00e3o haja correla\u00e7\u00e3o entre o trabalhador que tem dep\u00f3sito no FGTS, cujos valores s\u00e3o emprestados para o financiamento imobili\u00e1rio, e aqueles que se valem do empr\u00e9stimo do SFH para adquirir sua casa pr\u00f3pria, em alguns momentos, trabalhador e mutu\u00e1rio s\u00e3o a mesma pessoa.\nE nesse conceito de mutu\u00e1rio e trabalhador serem a mesma pessoa \u00e9 que se evidencia o verdadeiro aviltamento do patrim\u00f4nio do trabalhador.\nJ\u00e1 seria reprov\u00e1vel o fato de a Caixa Econ\u00f4mica Federal tomar dinheiro a juros baixos e sem nenhuma corre\u00e7\u00e3o e emprest\u00e1-lo a juros muito mais altos, mesmo sem corre\u00e7\u00e3o (uma vez que a TR tamb\u00e9m corrige as presta\u00e7\u00f5es do SFH), pois, agindo assim, a institui\u00e7\u00e3o banc\u00e1ria leva imensa vantagem nessa negocia\u00e7\u00e3o.\nMas a situa\u00e7\u00e3o piora consideravelmente quando, a Caixa pega dinheiro a juros\n\nDittrich Sociedade Individual de Advocacia | OAB/SC 4019/2017 +55 047 99699-4240 | contato@dittrichadvocacia.com Rua Marechal Deodoro, 231, sl. 1204, Velha, 89036-000, Blumenau/SC www.dittrichadvocacia.com | @dittrichadvocacia\n\nP\u00e1gina 21 de 26\n\n\fbaixos, sem nenhuma corre\u00e7\u00e3o para o trabalhador, e empresta para ele mesmo. Suponhamos que um trabalhador queira adquirir uma casa pr\u00f3pria utilizando os recursos do seu FGTS. Ele encontra o im\u00f3vel, mas verifica que seus recursos n\u00e3o s\u00e3o suficientes para adquiri-lo. Ent\u00e3o se dirige a um Banco para financiar a diferen\u00e7a, comprometendo sua renda por longos anos, podendo alguns financiamentos chegarem a inacredit\u00e1veis 35 (trinta e cinco) anos, conforme divulgado pela pr\u00f3pria Caixa Econ\u00f4mica Federal, procurada pela maioria dos trabalhadores brasileiros, quando o assunto \u00e9 a aquisi\u00e7\u00e3o de im\u00f3veis.\nTodavia, se o dep\u00f3sito do FGTS tivesse sido devidamente corrigido, se ele mantivesse seu poder de compra, ou o empr\u00e9stimo seria menor, ou sequer haveria a necessidade de o trabalhador comprometer sua renda e anos de trabalho para adquirir aquilo que \u00e9 seu sonho mais prim\u00e1rio, sua necessidade mais real, como indiv\u00edduo e como brasileiro.\nA Caixa Econ\u00f4mica Federal ao n\u00e3o corrigir o FGTS cria a necessidade do empr\u00e9stimo e, depois, empresta ao trabalhador aquilo que deixou de lhe pagar a t\u00edtulo de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria da sua conta de FGTS e, ainda, lhe cobra juros, valendo-se da fragilidade humana para colocar-se como realizadora de sonhos, ao mesmo tempo em que, ano ap\u00f3s ano, aufere lucros exorbitantes \u00e0 custa do trabalhador.\nV \u2013 CONCLUS\u00d5ES\nA Taxa Referencial (TR), enquanto \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, n\u00e3o pode ser reduzida a ZERO, como tem ocorrido por longos anos, pois afronta flagrantemente ao art. 233 do C\u00f3digo Civil e ao art. 2\u00ba da Lei n\u00ba 8.036/90, que garantem a atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria aos dep\u00f3sitos feitos no FGTS.\nN\u00e3o se pode olvidar o entendimento do STJ, acerca da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria:\n\u201ccorre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria n\u00e3o representa qualquer acr\u00e9scimo, mas simples recomposi\u00e7\u00e3o do valor da moeda corro\u00eddo pelo processo inflacion\u00e1rio\u201d (STJ, REsp n\u00ba 1.191.868, 2\u00aa Turma, Rel. Min. Eliana Calmon, j. 15/06/2010 e p. 22/06/2010).\nDesde janeiro de 1999, a TR se distanciou sensivelmente dos \u00edndices oficiais de infla\u00e7\u00e3o, impingindo profundas perdas aos dep\u00f3sitos do FGTS, tornandose inid\u00f4nea para garantir a reposi\u00e7\u00e3o das perdas monet\u00e1rias, como determina a Lei do FGTS.\nA inidoneidade da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria decorre de mudan\u00e7as introduzidas em sua metodologia de c\u00e1lculo pelo Banco Central do Brasil que, por meio do mecanismo econ\u00f4mico de um redutor, vem nitidamente manipulando o \u00edndice, ao passo que ele se desprenda da infla\u00e7\u00e3o, at\u00e9 anul\u00e1-lo completamente, a despeito do quadro inflacion\u00e1rio do pa\u00eds.\n\nDittrich Sociedade Individual de Advocacia | OAB/SC 4019/2017 +55 047 99699-4240 | contato@dittrichadvocacia.com Rua Marechal Deodoro, 231, sl. 1204, Velha, 89036-000, Blumenau/SC www.dittrichadvocacia.com | @dittrichadvocacia\n\nP\u00e1gina 22 de 26\n\n\fO FGTS acumula um desempenho nada animador por quase duas d\u00e9cadas, no que se refere a sua remunera\u00e7\u00e3o. Se tomarmos como exemplo o per\u00edodo de janeiro de 1999 a setembro de 2018, a TR chegou ao med\u00edocre \u00edndice de 41,87%, muito abaixo da infla\u00e7\u00e3o. Enquanto o INPC, no mesmo per\u00edodo, acumula alta de 253,95%, de acordo com c\u00e1lculos realizados por meio da ferramenta chamada \u201cCalculadora do Cidad\u00e3o\u201d, dispon\u00edvel no site oficial do BACEN.\nMesmo sabendo que a remunera\u00e7\u00e3o anual do FGTS \u00e9 de 3%, o que daria 75,35% para o per\u00edodo considerado, somado ao \u00edndice acumulado da TR, o rendimento total pouco ultrapassou os 115%, sendo not\u00f3ria a diferen\u00e7a entre a remunera\u00e7\u00e3o atualmente aplicada ao FGTS e o INPC, \u00edndice que verdadeiramente repercute a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria.\nA Caixa Econ\u00f4mica Federal est\u00e1 se prestando ao papel de espoliador do FGTS, na medida em que disp\u00f5e do patrim\u00f4nio do trabalhador sem sequer preserv\u00e1-lo. A corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria aplicada ao FGTS tem sido h\u00e1 muito tempo menor que a infla\u00e7\u00e3o registrada, de forma que descumpre n\u00e3o s\u00f3 o art. 2\u00ba da Lei n\u00ba 8.036/90 e o art. 233 do C\u00f3digo Civil, mas tamb\u00e9m toda l\u00f3gica e princ\u00edpios do mercado econ\u00f4mico.\nQuem empresta tem direito a ser remunerado com juros e a totalidade da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. O trabalhador n\u00e3o pode ser obrigado a subsidiar ainda mais os projetos do Governo Federal. O \u201cainda mais\u201d decorre do fato dos juros de 3% do FGTS serem os menores do mercado, o que por si s\u00f3, demonstra que ele j\u00e1 est\u00e1 fazendo sua parte sob a perspectiva social.\nNegar o direito de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria aos dep\u00f3sitos do FGTS do qual o trabalhador n\u00e3o pode simplesmente sacar seu dinheiro para aplicar em outro fundo mais rent\u00e1vel, configura verdadeiro ato de imp\u00e9rio, incompat\u00edvel com um Estado Democr\u00e1tico de Direito, diante da situa\u00e7\u00e3o f\u00e1tica apresentada, e que deve ser de pronto recha\u00e7ado.\nSendo a TR inid\u00f4nea para restabelecer o poder aquisitivo dos dep\u00f3sitos do FGTS, sua substitui\u00e7\u00e3o por outro \u00edndice que melhor recomponha as perdas inflacion\u00e1rias se torna imperioso, a fim de fazer prevalecer o art. 2\u00ba da Lei. 8.036/90 e o art. 233 do C\u00f3digo Civil.\nPosto que, desde janeiro de 1999, o redutor criado pelo Banco Central promoveu o completo distanciamento entre a TR e os \u00edndices oficiais de infla\u00e7\u00e3o, temos que desde ent\u00e3o ela perdeu sua condi\u00e7\u00e3o de repor as perdas inflacion\u00e1rias dos dep\u00f3sitos do FGTS, devendo desde essa data ser substitu\u00edda por \u00edndice id\u00f4neo, sendo o INPC o melhor \u00edndice que se apresenta para tanto.\n\nDittrich Sociedade Individual de Advocacia | OAB/SC 4019/2017 +55 047 99699-4240 | contato@dittrichadvocacia.com Rua Marechal Deodoro, 231, sl. 1204, Velha, 89036-000, Blumenau/SC www.dittrichadvocacia.com | @dittrichadvocacia\n\nP\u00e1gina 23 de 26\n\n\fVI \u2013 DA TUTELA DE URG\u00caNCIA\nDouto Juiz, O artigo 300, do C\u00f3digo de Processo Civil preceitua que \u00e9 poss\u00edvel a concess\u00e3o de Tutela de Urg\u00eancia \u201cquando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado \u00fatil do processo.\u201d\nNo caso, a mat\u00e9ria \u00e9 exclusivamente de direito e o perigo de dano j\u00e1 foi amplamente demonstrado, o qual, vale dizer, j\u00e1 vem ocorrendo por quase duas d\u00e9cadas de dilapida\u00e7\u00e3o do patrim\u00f4nio do trabalhador. Dessa forma, est\u00e3o nitidamente evidenciados o \u201cfumus boni iuris e periculum in mora.\u201d\nO art. 12 da Lei n\u00ba 8.177/ 91, com Reda\u00e7\u00e3o da Lei n\u00ba 12.073/12, determina que a remunera\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos seja feita em cada per\u00edodo de rendimento. Sendo que, no caso em tela, a cada per\u00edodo de rendimento que a Caixa Econ\u00f4mica Federal sonega a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos dep\u00f3sitos do FGTS, o dano contra o trabalhador se configura.\nO dano que a aus\u00eancia de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria implica em menos dinheiro \u00e0 disposi\u00e7\u00e3o do trabalhador para a consecu\u00e7\u00e3o dos seus neg\u00f3cios jur\u00eddicos, naquelas hip\u00f3teses em que a lei permite. Cada casa que o trabalhador deixa de adquirir, cada presta\u00e7\u00e3o de im\u00f3vel que ele deixa de abater, cada tratamento m\u00e9dico que deixa de fazer, cada medicamento necess\u00e1rio que deixa de usar porque seu FGTS perdeu o poder aquisitivo, \u00e9 um dano que se renova.\nAcres\u00e7a-se a este dano, a situa\u00e7\u00e3o de ref\u00e9m que o trabalhador com dep\u00f3sito do FGTS se encontra quando quer financiar seu im\u00f3vel pelo SFH com a Caixa Econ\u00f4mica Federal. Hoje, e enquanto perdurar a TR de \u00edndice zero, ele ter\u00e1 que financiar mais do que seria necess\u00e1rio, pois o que lhe pertence de direito \u2013 corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u2013 n\u00e3o est\u00e1 incidindo sobre o saldo de seus dep\u00f3sitos.\nE ao que tudo indica, este dano continuar\u00e1 se repetindo por um longo per\u00edodo. Ressai que ao tempo em que essa a\u00e7\u00e3o perdurar, a TR continuar\u00e1 anulada, ou reduzida a patamares m\u00ednimos, impondo aos trabalhadores mais perda de seu poder aquisitivo, mais dilapida\u00e7\u00e3o do seu patrim\u00f4nio, mais restri\u00e7\u00f5es a sua capacidade de fazer neg\u00f3cio jur\u00eddico.\nN\u00e3o h\u00e1 d\u00favida de que h\u00e1 um risco ao resultado \u00fatil do processo, na medida em que n\u00e3o \u00e9 poss\u00edvel quantific\u00e1-lo, mas n\u00e3o h\u00e1 como neg\u00e1-lo.\nTanto assim que a mais consagrada doutrina e nossa mais recomendada jurisprud\u00eancia, consideram a tutela de urg\u00eancia, tutela antecipada como era definida pelo CPC/1973, como meio inerente ao exerc\u00edcio do Direito Constitucional de A\u00e7\u00e3o e instrumento da Garantia do Devido Processo Legal.\nA garantia constitucional da a\u00e7\u00e3o n\u00e3o est\u00e1 limitada \u00e0s tutelas definitivas e satisfativas. A tutela cautelar de urg\u00eancia deve ser inclu\u00edda, portanto, no \u00e2mbito da\n\nDittrich Sociedade Individual de Advocacia | OAB/SC 4019/2017 +55 047 99699-4240 | contato@dittrichadvocacia.com Rua Marechal Deodoro, 231, sl. 1204, Velha, 89036-000, Blumenau/SC www.dittrichadvocacia.com | @dittrichadvocacia\n\nP\u00e1gina 24 de 26\n\n\fprote\u00e7\u00e3o que a Constitui\u00e7\u00e3o Federal confere ao direito de a\u00e7\u00e3o, que, em \u00faltima an\u00e1lise, \u00e9 direito de acesso \u00e0s garantias do devido processo legal ou devido processo constitucional. (BEDAQUE, 1998, p. 82)\nAssim, imperioso \u00e9 que desde j\u00e1 a TR seja substitu\u00edda pelo INPC, \u00edndice que corrige o sal\u00e1rio m\u00ednimo ou outro, como o IPCA, \u00edndice oficial de medida de infla\u00e7\u00e3o. \u00cdndices que minimamente rep\u00f5em as perdas monet\u00e1rias, haja vista que hoje n\u00e3o h\u00e1 nenhum tipo de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos dep\u00f3sitos do Fundo.\nPor outro lado, n\u00e3o h\u00e1 dano de irreversibilidade do provimento antecipado porque \u00e9 de natureza do FGTS ser um fundo de aplica\u00e7\u00e3o de longo prazo. Eventual decis\u00e3o que n\u00e3o reconhe\u00e7a o direito ora pleiteado, permitir\u00e1 que a Caixa Econ\u00f4mica Federal utilize de mecanismos legais para promover a devida compensa\u00e7\u00e3o ao longo do tempo.\nAssim, requer a concess\u00e3o da tutela para substituir imediatamente a TR, como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria nos dep\u00f3sitos do FGTS pelo INPC, ou IPCA, ou, ainda, outro \u00edndice que, no entender deste Ju\u00edzo, melhor reflita as perdas inflacionarias daqui por diante, at\u00e9 o tr\u00e2nsito em julgado do presente feito.\nVII \u2013 DO PEDIDO DE TUTELA DE URG\u00caNCIA\nAnte ao exposto, presentes os requisitos que lhe autorizam a concess\u00e3o, requer a concess\u00e3o da tutela de urg\u00eancia, nos termos do art. 300, do CPC, para determinar:\ni) A concess\u00e3o de tutela de urg\u00eancia para que a TR seja substitu\u00edda pelo INPC ou pelo IPCA como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o do saldo dos dep\u00f3sitos do FGTS em nome do (a) Requerente, a partir de sua concess\u00e3o at\u00e9 o tr\u00e2nsito em julgado da presente a\u00e7\u00e3o, com sua consequente aplica\u00e7\u00e3o na conta vinculada do (a) Requerente; ou, ainda, sucessivamente,\nii) A aplica\u00e7\u00e3o de qualquer outro \u00edndice que melhor reponha as perdas inflacion\u00e1rias do saldo dos dep\u00f3sitos do FGTS, no entender deste Ju\u00edzo, a partir de sua concess\u00e3o at\u00e9 o tr\u00e2nsito em julgado da presente a\u00e7\u00e3o, com sua consequente aplica\u00e7\u00e3o na conta vinculada do (a) Requerente.\nVIII \u2013 DOS PEDIDOS\nFace ao exposto, \u00e9 a presente para requerer a V.Exa:\na) A Cita\u00e7\u00e3o Eletr\u00f4nica da Requerida, na forma do art. 9\u00ba, da Lei n\u00ba 11.419/2006, para responder, sob pena de revelia e confiss\u00e3o, pela total Proced\u00eancia da presente a\u00e7\u00e3o, com a condena\u00e7\u00e3o da Requerida aos pedidos formulados, al\u00e9m dos \u00f4nus de sucumb\u00eancia e honor\u00e1rios advocat\u00edcios de 20% sobre o valor da condena\u00e7\u00e3o;\nb) Que seja inicialmente deferida e ao final confirmada a tutela de urg\u00eancia requerida;\n\nDittrich Sociedade Individual de Advocacia | OAB/SC 4019/2017 +55 047 99699-4240 | contato@dittrichadvocacia.com Rua Marechal Deodoro, 231, sl. 1204, Velha, 89036-000, Blumenau/SC www.dittrichadvocacia.com | @dittrichadvocacia\n\nP\u00e1gina 25 de 26\n\n\fc) Que sejam julgados TOTALMENTE PROCEDENTES os pedidos e requerimentos formulados na presente demanda, para que a Requerida seja condenada a aplicar o INPC, em substitui\u00e7\u00e3o a TR, como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria do saldo dos dep\u00f3sitos do FGTS do (a) Requerente, em cada per\u00edodo de rendimento desde janeiro de 1999, vencido e vincendo;\nd) Que a Requerida seja condenada a pagar ao (\u00e0) Requerente o valor correspondente \u00e0s diferen\u00e7as apuradas sobre o saldo do FGTS em raz\u00e3o da aplica\u00e7\u00e3o do INPC, em substitui\u00e7\u00e3o a TR, como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, em cada per\u00edodo de rendimento vencido desde janeiro de 1999 e vincendos, inclusive nos meses em que a TR foi zero;\ne) Sucessivamente, caso n\u00e3o deferidos os pedidos anteriores, que a Requerida seja condenada a pagar ao (\u00e0) Requerente o valor correspondente \u00e0s diferen\u00e7as de FGTS em raz\u00e3o da aplica\u00e7\u00e3o de qualquer outro \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria que no entender desse Douto Ju\u00edzo, melhor reponha as perdas inflacion\u00e1rias, em cada per\u00edodo de rendimento vencido desde janeiro de 1999 e vincendos, inclusive nos meses em que a TR foi zero;\nf) Sobre os valores devidos pela condena\u00e7\u00e3o de que tratam os itens anteriores, dever\u00e3o incidir os juros remunerat\u00f3rios de 3% ao ano previstos no art. 13 da Lei n\u00ba 8.036/90, al\u00e9m da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e juros legais desde o inadimplemento da Requerida.\nIX \u2013 DAS PROVAS\nProtesta por todos os meios de prova admitidos em direito, principalmente pela prova documental anexa e suplementar. Requer a exibi\u00e7\u00e3o pela Requerida, dos extratos de FGTS em nome do (a) Requerente, desde janeiro de 1999, na forma do art. 396, do CPC.\nX \u2013 DO VALOR DA CAUSA\nD\u00e1-se a causa o valor de R$ 1.288,82 (mil duzentos e oitenta e oito reais e oitenta e dois centavos).\nS\u00e3o os termos em que advoga por deferimento.\nDe Blumenau/SC, 19 de abril de 2023.\nVin\u00edcius Luciani Dittrich OAB/SC 40379\n\nDittrich Sociedade Individual de Advocacia | OAB/SC 4019/2017 +55 047 99699-4240 | contato@dittrichadvocacia.com Rua Marechal Deodoro, 231, sl. 1204, Velha, 89036-000, Blumenau/SC www.dittrichadvocacia.com | @dittrichadvocacia\n\nP\u00e1gina 26 de 26\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 2 (Solon) - IdDocumentoCompleto: 5003155-93.2014.4.04.7013-701406309418195160180000000060", "text": "ADVOCACIA E ASSESSORIA JUR\u00cdDICA\nCausas c\u00edveis, criminais, trabalhistas e previdenci\u00e1rias\n_______________________________________________________\nEXCELENT\u00cdSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 4\u00aa SE\u00c7\u00c3O JUDICI\u00c1RIA DO JUIZADO ESPECIAL FEDERAL DA CIDADE DE JACAREZINHO - ESTADO DO PARAN\u00c1.\nWELTON ALBERTO NEGR\u00c3O DA SILVA, brasileiro, casado, designer gr\u00e1fico, inscrito no RG 7.538.633-8 e no CPF 039.471.759-73, residente e domiciliado na Rua Joaquim Ferreira de Brito n\u00ba 926, Conjunto Huberto Teixeira II, em Bandeirantes, Estado do Paran\u00e1, constitui como seu procurador e advogado PAULO ALVES DA CRUZ, brasileiro, casado, inscrito na OAB/PR n\u00ba. 69.830, com escrit\u00f3rio profissional situado na Avenida Benedicto Leite de Negreiros, n\u00ba 646, Centro, em Bandeirantes \u2013 PR, que a esta subscreve, vem mui respeitosamente \u00e0 presen\u00e7a de Vossa Excel\u00eancia, ajuizar\nA\u00c7\u00c3O ORDIN\u00c1RIA DE CORRE\u00c7\u00c3O DOS SALDOS DO FUNDO DE GARANTIA POR TEMPO DE SERVI\u00c7O (FGTS) COM PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA Em desfavor da CAIXA ECON\u00d4MICA FEDERAL, pessoa jur\u00eddica de direito p\u00fablico, inscrita no CNPJ 00.360.305/001-04, com sede na SBS QD 04 BL A, LT 3-4, Asa Sul, CEP: 70.092-900, na cidade de Bras\u00edlia \u2013 Distrito Federal, pelas raz\u00f5es de fato e de direito que passa a expor.\n__________________________________________ Avenida Benedicto Leite de Negreiros, n\u00ba 646 \u2013 Centro - Bandeirantes, PR \u2013 86.360-000\nFone: (43) 3542-5021 \u2013 e-mail: adv.jur@hotmail.com\n\n\fADVOCACIA E ASSESSORIA JUR\u00cdDICA\nCausas c\u00edveis, criminais, trabalhistas e previdenci\u00e1rias\n_______________________________________________________\nI \u2013 S\u00cdNTESE F\u00c1TICA\nO processo em tela trata de quest\u00e3o de extrema import\u00e2ncia para milh\u00f5es de trabalhadores brasileiros e diz respeito ao Fundo de Garantia por Tempo de Servi\u00e7o. O Fundo de Garantia por Tempo de Servi\u00e7o foi criado na d\u00e9cada de 1960 para proteger o trabalhador, como suced\u00e2neo da antiga estabilidade decenal. \u00c9 constitu\u00eddo por valores depositados pelas empresas em nome de seus empregados e possibilita que o trabalhador forme um patrim\u00f4nio.\nNesse sentido, verifica-se no s\u00edtio eletr\u00f4nico da Caixa Econ\u00f4mica Federal que o FGTS hoje financia programas de habita\u00e7\u00e3o popular, saneamento b\u00e1sico e infraestrutura urbana.\nAssim, o FGTS \u00e9 regido pelas disposi\u00e7\u00f5es da Lei n\u00ba 8.036, de 11 de maio de 1990, por normas e diretrizes estabelecidas pelo seu Conselho Curador e gerido pela Caixa Econ\u00f4mica Federal.\nDos artigos 2\u00ba e 13 da Lei n\u00ba 8.036/90 extra\u00edmos que h\u00e1 uma obrigatoriedade de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e de remunera\u00e7\u00e3o por meio de juros dos dep\u00f3sitos efetuados nas contas vinculadas do FGTS, sen\u00e3o vejamos:\nArt. 2\u00ba O FGTS \u00e9 constitu\u00eddo pelos saldos das contas vinculadas a que se refere esta lei e outros recursos a ele incorporados, devendo ser aplicados com atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e juros, de modo a assegurar a cobertura de suas obriga\u00e7\u00f5es. Art. 13. Os dep\u00f3sitos efetuados nas contas vinculadas ser\u00e3o corrigidos monetariamente com base nos par\u00e2metros fixados para atualiza\u00e7\u00e3o dos saldos dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a e capitaliza\u00e7\u00e3o juros de (tr\u00eas) por cento ao ano. Ressalte-se que o par\u00e2metro fixado para a atualiza\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos dos saldos de poupan\u00e7a e consequentemente dos dep\u00f3sito do FGTS \u00e9 a Taxa Referencial \u2013 TR, conforme prescrevem os artigos 12 e 17 da Lei n\u00ba 8.177, de 1\u00ba de mar\u00e7o de 1991, com reda\u00e7\u00e3o da lei n\u00ba 12.703, de 7 de agosto de 2012, cuja dic\u00e7\u00e3o \u00e9 a seguinte:\nArt. 12. Em cada per\u00edodo de rendimento, os dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a ser\u00e3o remunerados: I - como remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica, por taxa correspondente \u00e0\n__________________________________________ Avenida Benedicto Leite de Negreiros, n\u00ba 646 \u2013 Centro - Bandeirantes, PR \u2013 86.360-000\nFone: (43) 3542-5021 \u2013 e-mail: adv.jur@hotmail.com\n\n\fADVOCACIA E ASSESSORIA JUR\u00cdDICA\nCausas c\u00edveis, criminais, trabalhistas e previdenci\u00e1rias\n_______________________________________________________\nacumula\u00e7\u00e3o das TRD, no per\u00edodo transcorrido entre o dia do \u00faltimo cr\u00e9dito de rendimento, inclusive, e o dia do cr\u00e9dito de rendimento, exclusive; II como remunera\u00e7\u00e3o adicional, por juros de: (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n \u00ba 12.703, de 2012)a) 0,5% (cinco d\u00e9cimos por cento) ao m\u00eas, enquanto a meta da taxa Selic ao ano, definida pelo Banco Central do Brasil, for superior a 8,5% (oito inteiros e cinco d\u00e9cimos por cento); ou (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n \u00ba 12.703, de 2012)b) 70% (setenta por cento) da meta da taxa Selic ao ano, definida pelo Banco Central do Brasil, mensalizada, vigente na data de in\u00edcio do per\u00edodo de rendimento, nos demais casos. (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n \u00ba 12.703, de 2012)(...)\nArt. 17. A partir de fevereiro de 1991, os saldos das contas do Fundo de Garantia por Tempo de Servi\u00e7o (FGTS) passam a ser remunerados pela taxa aplic\u00e1vel \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a com data de anivers\u00e1rio no dia 1\u00b0, observada a periodicidade mensal para remunera\u00e7\u00e3o. Par\u00e1grafo \u00fanico. As taxas de juros previstas na legisla\u00e7\u00e3o em vigor do FGTS s\u00e3o mantidas e consideradas como adicionais \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o prevista neste artigo.\nRetrata a Lei n\u00ba 8.177/91 a forma como a TR ser\u00e1 calculada: Art. 1\u00b0 O Banco Central do Brasil divulgar\u00e1 Taxa Referencial (TR), calculada a partir da remunera\u00e7\u00e3o mensal m\u00e9dia l\u00edquida de impostos, dos dep\u00f3sitos a prazo fixo captados nos bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos m\u00faltiplos com carteira comercial ou de investimentos, caixas econ\u00f4micas, ou dos t\u00edtulos p\u00fablicos federais, estaduais e municipais, de acordo com metodologia a ser aprovada pelo Conselho Monet\u00e1rio Nacional, no prazo de sessenta dias, e enviada ao conhecimento do Senado Federal.\u00a7 1\u00b0 A TR ser\u00e1 mensalmente divulgada pelo Banco Central do Brasil, no m\u00e1ximo at\u00e9 o oitavo dia \u00fatil do m\u00eas de refer\u00eancia. (Revogado pela Lei n\u00ba 8.660, de 1993)\u00a7 2\u00b0 As institui\u00e7\u00f5es que venham a ser utilizadas como bancos de refer\u00eancia, dentre elas, necessariamente, as dez maiores do Pa\u00eds, classificadas pelo volume de dep\u00f3sitos a prazo fixo, est\u00e3o obrigadas a fornecer as informa\u00e7\u00f5es de que\n__________________________________________ Avenida Benedicto Leite de Negreiros, n\u00ba 646 \u2013 Centro - Bandeirantes, PR \u2013 86.360-000\nFone: (43) 3542-5021 \u2013 e-mail: adv.jur@hotmail.com\n\n\fADVOCACIA E ASSESSORIA JUR\u00cdDICA\nCausas c\u00edveis, criminais, trabalhistas e previdenci\u00e1rias\n_______________________________________________________\ntrata este artigo, segundo normas estabelecidas pelo Conselho Monet\u00e1rio Nacional, sujeitando-se a institui\u00e7\u00e3o e seus administradores, no caso de infra\u00e7\u00e3o \u00e0s referidas normas, \u00e0s penas estabelecidas no art. 44 da Lei n\u00b0 4.595, de 31 de dezembro de 1964.\u00a7 3\u00b0 Enquanto n\u00e3o aprovada a metodologia de c\u00e1lculo de que trata este artigo, o Banco Central do Brasil fixar\u00e1 a TR.\nLogo, a metodologia de c\u00e1lculo foi h\u00e1 muito tempo definida pela Banco Central-Conselho Monet\u00e1rio Nacional (CMN), e hoje est\u00e1 vigente sob a forma da Resolu\u00e7\u00e3o n\u00ba 3.354, de 31 de mar\u00e7o de 2006.\nOcorre que, h\u00e1 muito tempo, a TR n\u00e3o reflete mais a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, tendo se distanciado completamente dos \u00edndices oficiais de infla\u00e7\u00e3o. Nos meses de setembro, outubro e novembro de 2009, janeiro e fevereiro de 2010, fevereiro e junho de 2012 e de setembro de 2012 em diante, a TR tem sido completamente anulada, como se n\u00e3o existisse qualquer infla\u00e7\u00e3o no per\u00edodo pass\u00edvel de corre\u00e7\u00e3o.\nII \u2013 PRELIMINARMENTE\na) Legitimidade passiva da Caixa Econ\u00f4mica Federal\nTendo-se em vista que o processo em tela versa sobre corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos dep\u00f3sitos de FGTS, sobressai irrefut\u00e1vel a legitimidade passiva e exclusiva da Caixa Econ\u00f4mica Federal, conforme precedentes do STJ, sen\u00e3o vejamos:\nA\u00c7\u00c3O RESCIS\u00d3RIA. ADMINISTRATIVO. FGTS. CORRE\u00c7\u00c3O DOS SALDOS DAS CONTAS VINCULADAS. DIFEREN\u00c7AS DE EXPURGOS INFLACION\u00c1RIOS. TEMA J\u00c1 PACIFICADO NO STJ. PROCED\u00caNCIA DA A\u00c7\u00c3O.1. A mat\u00e9ria referente \u00e0 corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria das contas vinculadas ao FGTS, em raz\u00e3o das diferen\u00e7as de expurgos inflacion\u00e1rios, foi decidida pela Primeira Se\u00e7\u00e3o deste Superior Tribunal, no REsp n.1.111.201 - PE e no REsp n. 1.112.520 - PE, de relatoria do Exmo.Min. Benedito Gon\u00e7alves, ambos submetidos ao regime do art. 543-C do CPC e da Resolu\u00e7\u00e3o n.\n__________________________________________ Avenida Benedicto Leite de Negreiros, n\u00ba 646 \u2013 Centro - Bandeirantes, PR \u2013 86.360-000\nFone: (43) 3542-5021 \u2013 e-mail: adv.jur@hotmail.com\n\n\fADVOCACIA E ASSESSORIA JUR\u00cdDICA\nCausas c\u00edveis, criminais, trabalhistas e previdenci\u00e1rias\n_______________________________________________________\n8/08 do STJ, que tratam dos recursos representativos da controv\u00e9rsia, publicados no DJe de 4.3.2010.(...)3. Quanto \u00e0s demais preliminares alegadas, devidamente prequestionadas, esta Corte tem o entendimento no sentido de que, nas demandas que tratam da atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos saldos das contas vinculadas do FGTS, a legitimidade passiva ad causam \u00e9 exclusiva da Caixa Econ\u00f4mica Federal, por ser gestora do Fundo, com a exclus\u00e3o da Uni\u00e3o e dos bancos deposit\u00e1rios (S\u00famula 249/STJ).(...)(AR 1.962/SC, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, PRIMEIRA SE\u00c7\u00c3O, julgado em 08/02/2012, DJe 27/02/2012) S\u00famula 249/STJ \u2013 A Caixa Econ\u00f4mica Federal tem legitimidade passiva para integrar processo em que se discute corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria do FGTS.\nAssim, a presente a\u00e7\u00e3o foi proposta exclusivamente contra a Caixa Econ\u00f4mica Federal, conforme pacificamente definido pela jurisprud\u00eancia nacional.\nb) Da prescri\u00e7\u00e3o\nNo que tange ao prazo prescricional, j\u00e1 est\u00e1 amplamente assentado na doutrina e jurisprud\u00eancia, que em rela\u00e7\u00e3o ao pleito de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria do FGTS, a prescri\u00e7\u00e3o \u00e9 trinten\u00e1ria.\nNeste sentido, decis\u00e3o do STJ: RECURSO ESPECIAL. TRIBUT\u00c1RIO. FGTS. CORRE\u00c7\u00c3O DOS SALDOS DAS CONTAS VINCULADAS. DIFEREN\u00c7AS DE EXPURGOS INFLACION\u00c1RIOS. TEMA J\u00c1 JULGADO PELO REGIME DO ART. 543C DO CPC E DA RESOLU\u00c7\u00c3O N. 8/08 DO STJ, QUE TRATAM DOS RECURSOS REPRESENTATIVOS DE CONTROV\u00c9RSIA.(...)3. No REsp n. 1.112.520 - PE, por seu turno, firmou-se o seguinte entendimento: 4. Outrossim, n\u00e3o deve prevalecer a interpreta\u00e7\u00e3o da recorrente quanto \u00e0 ocorr\u00eancia de prescri\u00e7\u00e3o quinquenal, pois este Tribunal j\u00e1 decidiu que \u00e9 trinten\u00e1ria a prescri\u00e7\u00e3o para cobran\u00e7a de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria de contas vinculadas ao FGTS, nos termos das S\u00famula 210/STJ: \"A\n__________________________________________ Avenida Benedicto Leite de Negreiros, n\u00ba 646 \u2013 Centro - Bandeirantes, PR \u2013 86.360-000\nFone: (43) 3542-5021 \u2013 e-mail: adv.jur@hotmail.com\n\n\fADVOCACIA E ASSESSORIA JUR\u00cdDICA\nCausas c\u00edveis, criminais, trabalhistas e previdenci\u00e1rias\n_______________________________________________________\na\u00e7\u00e3o de cobran\u00e7a das contribui\u00e7\u00f5es para o FGTS prescreve em (30) trinta anos\".(...)(REsp 1150446 RJ 2009/0143136-0, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, Julgamento: 10/08/2010, \u00d3rg\u00e3o Julgador: T2 SEGUNDA TURMA, Publica\u00e7\u00e3o: DJe 10/09/2010)\nAssim, a a\u00e7\u00e3o ora proposta n\u00e3o est\u00e1 alcan\u00e7ada pela prescri\u00e7\u00e3o trinten\u00e1ria, conforme se demonstrar\u00e1 adiante.\n\nII - NO M\u00c9RITO - DOS FUNDAMENTOS JUR\u00cdDICOS\na) An\u00e1lise da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e do FGTS\n\nA corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria existe entre n\u00f3s desde a d\u00e9cada de 1960. O principal te\u00f3rico da Corre\u00e7\u00e3o Monet\u00e1ria, o Advogado Tributarista Bulh\u00f5es Pedreira explica o seguinte:\n\u2019\u201d Por analogia com as unidades de medidas f\u00edsicas podemos dizer que o n\u00edvel geral de pre\u00e7os \u00e9 o padr\u00e3o prim\u00e1rio do valor financeiro, enquanto que a unidade monet\u00e1ria serve como padr\u00e3o secund\u00e1rio \u2013 usado, na pr\u00e1tica, para exprimir o valor financeiro, mas que deve ser aferido pelo padr\u00e3o prim\u00e1rio porque sujeito a modifica\u00e7\u00f5es.\u201d (BULH\u00d5ES PEDREIRA, Jos\u00e9 Luiz, \u201cCorre\u00e7\u00e3o Monet\u00e1ria; Indexa\u00e7\u00e3o Cambial. Obriga\u00e7\u00e3o Pecuni\u00e1ria\u201d, in \u201cRevista de Direito Administrativo\u201d, c. 193 p, 353 a 372 Jul/Set 1993).\n\nAinda, o autor Let\u00e1cio Jansen diz que Bulh\u00f5es Pedreira teria\n\nconseguido institucionalizar e colocar em pr\u00e1tica a sua doutrina principalmente\n\natrav\u00e9s da Lei n\u00ba 4.357, de 1964, que criou o primeiro indexador da Economia\n\nBrasileira \u2013 a ORTN (obriga\u00e7\u00e3o reajust\u00e1vel do tesouro nacional), uma obriga\u00e7\u00e3o\n\nmonet\u00e1ria cuja fun\u00e7\u00e3o era fazer variar, periodicamente, a moeda nacional segundo a\n\nperda\n\nde\n\nseus\n\nrespectivos\n\npoderes\n\naquisitivos:\n\nhttp://www.scamargo.adv.br/scripts/forum/textoTema.asp?id=81&tema=nvalidade+da+taxa+referencia l+(TR)%3A+o+Significado+da+ADI+493-0-df).\nDesde esta data, uma pl\u00eaiade de \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria foi\n\nse sucedendo, at\u00e9 a entrada em vigor da Medida Provis\u00f3ria n\u00ba 294, de 31 de janeiro\n\nde 1991, que se transformou na Lei n\u00ba 8.177, de 1\u00ba de mar\u00e7o de 1991. Nesta\n__________________________________________ Avenida Benedicto Leite de Negreiros, n\u00ba 646 \u2013 Centro - Bandeirantes, PR \u2013 86.360-000\nFone: (43) 3542-5021 \u2013 e-mail: adv.jur@hotmail.com\n\n\fADVOCACIA E ASSESSORIA JUR\u00cdDICA\nCausas c\u00edveis, criminais, trabalhistas e previdenci\u00e1rias\n_______________________________________________________\noportunidade o Governo Collor pretendeu substituir a s\u00e9rie de indexadores tradicionais da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria brasileira (ORTN, OTN e BTN) que eram vinculados \u00e0 varia\u00e7\u00e3o dos n\u00edveis gerais de pre\u00e7os, pela Taxa Referencial, que tinha natureza financeira.\nAinda hoje permanece a perplexidade em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 natureza jur\u00eddica da TR, at\u00e9 por conta da pr\u00f3pria inconsist\u00eancia da lei que a criou, que ora a trata como taxa de juros (artigo 39) ora como indexador (artigo 18).\nTaxas de juros objetivam promover a remunera\u00e7\u00e3o do capital. S\u00e3o calculadas por quem disponibiliza o capital em benef\u00edcio de outra pessoa, f\u00edsica ou jur\u00eddica, para que empregue para satisfa\u00e7\u00e3o de determinada necessidade, na expectativa de lucro. Os indexadores, por outro lado, podem ser entendidos como \u00edndices calculados a partir da varia\u00e7\u00e3o de pre\u00e7os de mercado em determinado per\u00edodo. O seu objetivo est\u00e1 na corre\u00e7\u00e3o dos efeitos inflacion\u00e1rios, quando se compara valores monet\u00e1rios em diferentes \u00e9pocas.\nPois bem. Quando o STF enfrentou o tema da natureza da TR, disse atrav\u00e9s do voto vencedor da ADI 493-0/DF que:\nA Taxa Referencial (TR) n\u00e3o \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, pois, refletindo as varia\u00e7\u00f5es do custo prim\u00e1rio da capta\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos a prazo fixo, n\u00e3o constitui \u00edndice que reflita a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda. N\u00e3o obstante, os Ministros vencidos Celso de Mello, Marco Aur\u00e9lio e Ilmar Galv\u00e3o entenderam que a estrutura de c\u00e1lculo da taxa referencial n\u00e3o era suficiente para impedir sua utiliza\u00e7\u00e3o como par\u00e2metro de indexa\u00e7\u00e3o da economia. Mesmo assim, naquela oportunidade, o STF entendeu que a TR possu\u00eda natureza de taxa de juros e declarou inconstitucional o artigo 18 da Lei n\u00ba 8.177/91, cujo texto original estabelecia que os saldos devedores e as presta\u00e7\u00f5es dos contratos integrantes do SFH, passariam a ser atualizados pela taxa aplic\u00e1vel \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica dos Dep\u00f3sitos de Poupan\u00e7a. Vale a pena transcrever a ementa deste julgado: A\u00e7\u00e3o direta de inconstitucionalidade.- Se a lei alcan\u00e7ar os efeitos futuros de contratos celebrados anteriormente a ela, ser\u00e1 essa lei retroativa (retroatividade m\u00ednima) porque vai interferir na causa, que e um\n__________________________________________ Avenida Benedicto Leite de Negreiros, n\u00ba 646 \u2013 Centro - Bandeirantes, PR \u2013 86.360-000\nFone: (43) 3542-5021 \u2013 e-mail: adv.jur@hotmail.com\n\n\fADVOCACIA E ASSESSORIA JUR\u00cdDICA\nCausas c\u00edveis, criminais, trabalhistas e previdenci\u00e1rias\n_______________________________________________________\nato ou fato ocorrido no passado.- O disposto no artigo 5, XXXVI, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal se aplica a toda e qualquer lei infraconstitucional, sem qualquer distin\u00e7\u00e3o entre lei de direito p\u00fablico e lei de direito privado, ou entre lei de ordem p\u00fablica e lei dispositiva. Precedente do S.T.F..Ocorr\u00eancia, no caso, de viola\u00e7\u00e3o de direito adquirido. A taxa referencial (TR) n\u00e3o \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, pois, refletindo as varia\u00e7\u00f5es do custo prim\u00e1rio da capta\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos a prazo fixo, n\u00e3o constitui \u00edndice que reflita a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda. Por isso, n\u00e3o h\u00e1 necessidade de se examinar a quest\u00e3o de saber se as normas que alteram \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria se aplicam imediatamente, alcan\u00e7ando, pois, as presta\u00e7\u00f5es futuras de contratos celebrados no passado, sem violarem o disposto no artigo 5, XXXVI, da Carta Magna.- Tamb\u00e9m ofendem o ato jur\u00eddico perfeito os dispositivos impugnados que alteram o crit\u00e9rio de reajuste das presta\u00e7\u00f5es nos contratos j\u00e1 celebrados pelo sistema do Plano de Equival\u00eancia Salarial por Categoria Profissional (PES/CP). A\u00e7\u00e3o direta de inconstitucionalidade julgada procedente, para declarar a inconstitucionalidade dos artigos 18, \"caput\" e par\u00e1grafos 1 e 4; 20; 21 e par\u00e1grafo \u00fanico; 23 e par\u00e1grafos; e 24 e par\u00e1grafos, todos da Lei n. 8.177, de 1 de maio de 1991. (ADI 493, Relator (a): Min. Moreira Alves, Tribunal Pleno, julgado em 25/06/1992, DJ 04-09-1992 PP-14089 EMENT VOL01674-02 PP-00260 RTJ VOL-00143-03 PP-00724) Por algum tempo, o pr\u00f3prio STJ rejeitou a TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, tanto para a poupan\u00e7a, quanto para o SFH. Neste sentido: COMERCIAL. M\u00daTUO RURAL. CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA. VINCULA\u00c7\u00c3O AO CRIT\u00c9RIO DE REAJUSTE DOS DEP\u00d3SITOS EM CADERNETA DE POUPAN\u00c7A. LICITUDE. SUBSTITUI\u00c7\u00c3O PELA TR NOS MESES SUBSEQUENTES A FEVEREIRO/91. PREVIS\u00c3O DE UTILIZA\u00c7\u00c3O DA OTN. INDEXADOR CONTRATUALMENTE ELEITO. SUBSTITUI\u00c7\u00c3O EX LEGE PELA TR. INCONSTITUCIONALIDADE DECLARADA. ADO\u00c7\u00c3O DO INPC. PRECEDENTES. I \u2013 NO CONTRATO DE M\u00daTUO RURAL \u00c9 L\u00cdCITO O PACTO DE VINCULA\u00c7\u00c3O DA CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA AO CRIT\u00c9RIO DE ATUALIZA\u00c7\u00c3O DOS DEP\u00d3SITOS EM CADERNETA DE POUPAN\u00c7A,\n__________________________________________ Avenida Benedicto Leite de Negreiros, n\u00ba 646 \u2013 Centro - Bandeirantes, PR \u2013 86.360-000\nFone: (43) 3542-5021 \u2013 e-mail: adv.jur@hotmail.com\n\n\fADVOCACIA E ASSESSORIA JUR\u00cdDICA\nCausas c\u00edveis, criminais, trabalhistas e previdenci\u00e1rias\n_______________________________________________________\nRESULTANDO DEVIDA A INCID\u00caNCIA DO MESMO INDEXADOR NOS MESES SUBSEQUENTES A FEVEREIRO/91. (ART. 13 DA LEI 8.177). II \u2013 EM FACE DA POSI\u00c7\u00c3O DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL INADMITINDO A TR COMO FATOR DE ATUALIZA\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA SUBSTITUTIVO DO BTN, A CORRE\u00c7\u00c3O DOS VALORES, CUJA FORMA DE REAJUSTE ESTAVA, POR LEI OU CONTRATO, ATRELADA A VARIA\u00c7\u00c3O DO VALOR DE REFERIDO T\u00cdTULO DA D\u00cdVIDA P\u00daBLICA, CUMPRE SEJA PROCEDIDA, A PARTIR DA LEI 8.177/91, COM BASE NO INPC (REsp. 40.777/GO, Rel. Ministro S\u00c1LVIO DE FIGUEIREDO TEIXEIRA, QUARTA TURMA, julgado em 13/11/1995, DJ 11/12/1995, p. 43225) (grifamos) ADMINISTRATIVO - SFH - REAJUSTE DAS PRESTA\u00c7\u00d5ES E DO SALDO DEVEDOR - PLANO DE EQUIVAL\u00caNCIA SALARIAL (PES) INAPLICABILIDADE DA TR \u2013 ADIN 493-0/STF - VANTAGENS PESSOAIS INCORPORADAS DEFINITIVAMENTE AO SAL\u00c1RIO - INCLUS\u00c3O NO C\u00c1LCULO - DIVERG\u00caNCIA JURISPRUDENCIAL N\u00c3O COMPROVADA RISTJ, ART. 255 E PAR\u00c1GRAFOS - S\u00daMULA 13/STJ -PRECEDENTES STJ.- Nos contratos vinculados ao PES, o reajustamento das presta\u00e7\u00f5es deve obedecer \u00e0 varia\u00e7\u00e3o salarial dos mutu\u00e1rios, a fim de preservara equa\u00e7\u00e3o econ\u00f4mico-financeira do pactuado.- As vantagens pessoais incorporadas, definitivamente, ao sal\u00e1rio ou vencimento do mutu\u00e1rio, incluem-se na verifica\u00e7\u00e3o da equival\u00eancia para fixa\u00e7\u00e3o das parcelas.Declarada pelo STF a inconstitucionalidade da TR como fator de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria (ADIN 493-0), o reajustamento do saldo devedor,a exemplo das presta\u00e7\u00f5es mensais, tamb\u00e9m deve obedecer ao Plano de Equival\u00eancia Salarial.- Recurso conhecido e parcialmente provido(Resp 140.839/BA, Rel. Ministro FRANCISCO PE\u00c7ANHA MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 23/11/1999, DJ 21/02/2000, p. 112) (grifamos)\nSFH. PLANO DE EQUIVAL\u00caNCIA SALARIAL. REAJUSTE DAS PRESTA\u00c7\u00d5ES. ILEGITIMIDADE PASSIVA DA UNI\u00c3O. NULIDADE DO AC\u00d3RD\u00c3O. INOCORR\u00caNCIA. VANTAGENS PESSOAIS. INCLUS\u00c3O. CORRE\u00c7\u00c3O PELA TR. IMPOSSIBILIDADE. PRECEDENTES.(...)4. Inaplic\u00e1vel a TR como fator de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria Entendimento\n__________________________________________ Avenida Benedicto Leite de Negreiros, n\u00ba 646 \u2013 Centro - Bandeirantes, PR \u2013 86.360-000\nFone: (43) 3542-5021 \u2013 e-mail: adv.jur@hotmail.com\n\n\fADVOCACIA E ASSESSORIA JUR\u00cdDICA\nCausas c\u00edveis, criminais, trabalhistas e previdenci\u00e1rias\n_______________________________________________________\nconsagrado nesta Corte na esteira de orienta\u00e7\u00e3o tra\u00e7ada pelo STF.5. Recurso especial conhecido e parcialmente provido.(REsp 209.466/BA, Rel. Ministro FRANCISCO PE\u00c7ANHA MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 07/08/2001, DJ 17/06/2002, p. 231) (grifamos)\nTodavia, a Corte de Justi\u00e7a, fazendo uma releitura do voto do Ministro Moreira Alves do STF, mudou de entendimento, e passou a adotar a constitucionalidade da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, conforme demonstra o seguinte julgado:\nSISTEMA FINANCEIRO DA HABITA\u00c7\u00c3O. SALDO DEVEDOR. ATUALIZA\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA. TR.1. N\u00e3o \u00e9 inconstitucional a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria com base na Taxa Referencial - TR. O que \u00e9 inconstitucional \u00e9 sua aplica\u00e7\u00e3o retroativa. Foi isso o que decidiu o STF da ADI 493/DF, Pleno, Min. Moreira Alves, DJ de 04.09.1992, ao estabelecer o \u00e2mbito de incid\u00eancia da Lei 8.177, de 1991.2. Aos contratos de m\u00fatuo habitacional firmados no \u00e2mbito do SFH que prevejam a corre\u00e7\u00e3o do saldo devedor pela taxa b\u00e1sica aplic\u00e1vel aos dep\u00f3sitos da poupan\u00e7a aplica-se a Taxa Referencial, por expressa determina\u00e7\u00e3o legal. Precedentes da Corte Especial: AGEREsp 725917 / DF, Min. Laurita Vaz, DJ 19.06.2006; DERESP 453600 / DF, Min. Aldir Passarinho Junior, DJ 24.04.2006.3. Embargos de diverg\u00eancia a que se nega provimento.(EREsp 752.879/DF, Rel. Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI, CORTE ESPECIAL, julgado em 19/12/2006, DJ 12/03/2007, p. 184) (grifamos)\nEm rela\u00e7\u00e3o ao FGTS, h\u00e1 at\u00e9 a s\u00famula do STJ sobre a aplica\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. Neste sentido:\nA Taxa Referencial (TR) \u00e9 o \u00edndice aplic\u00e1vel, a t\u00edtulo de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, aos d\u00e9bitos com o FGTS recolhidos pelo empregador mas n\u00e3o repassados ao fundo. (S\u00famula 459, PRIMEIRA SE\u00c7\u00c3O, julgado em 25/08/2010, DJe 08/09/2010) Como dito alhures, aplica\u00e7\u00e3o de \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria se presta para recuperar o poder de compra do valor emprestado. Este poder de compra \u00e9 diretamente influenciado por um processo inflacion\u00e1rio. O pr\u00f3prio STJ\n__________________________________________ Avenida Benedicto Leite de Negreiros, n\u00ba 646 \u2013 Centro - Bandeirantes, PR \u2013 86.360-000\nFone: (43) 3542-5021 \u2013 e-mail: adv.jur@hotmail.com\n\n\fADVOCACIA E ASSESSORIA JUR\u00cdDICA\nCausas c\u00edveis, criminais, trabalhistas e previdenci\u00e1rias\n_______________________________________________________\nreconhece a influ\u00eancia da infla\u00e7\u00e3o e da defla\u00e7\u00e3o na composi\u00e7\u00e3o do \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, sen\u00e3o vejamos:\nPREVIDENCI\u00c1RIO E ECON\u00d4MICO. T\u00cdTULO EXECUTIVO JUDICIAL. DETERMINA\u00c7\u00c3ODE CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA PELO IGP-M. \u00cdNDICES DE DEFLA\u00c7\u00c3O.APLICABILIDADE. OFENSA AO PRINC\u00cdPIO DA IRREDUTIBILIDADE DOS VENCIMENTOS. N\u00c3O OCORR\u00caNCIA. PRESERVA\u00c7\u00c3O DO VALOR NOMINAL DA OBRIGA\u00c7\u00c3O. PRECEDENTES.1. \"A corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria nada mais \u00e9 do que um mecanismo de manuten\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda, n\u00e3o devendo representar, consequentemente, por si s\u00f3, nem um plus nem um minus em sua subst\u00e2ncia. Corrigir o valor nominal da obriga\u00e7\u00e3o representa, portanto, manter, no tempo, o seu poder de compra original, alterado pelas oscila\u00e7\u00f5es inflacion\u00e1rias positivas e negativas ocorridas no per\u00edodo. Atualizar a obriga\u00e7\u00e3o levando em conta apenas oscila\u00e7\u00f5es positivas importaria distorcer a realidade econ\u00f4mica produzindo um resultado que n\u00e3o representa a simples manuten\u00e7\u00e3o do primitivo poder aquisitivo, mas um indevido acr\u00e9scimo no valor real. Nessa linha, estabelece o Manual de Orienta\u00e7\u00e3o de Procedimento de C\u00e1lculos aprovado pelo Conselho da Justi\u00e7a Federal que, n\u00e3o havendo decis\u00e3o judicial em contr\u00e1rio, \"os \u00edndices negativos de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria (defla\u00e7\u00e3o) ser\u00e3o considerados no c\u00e1lculo de atualiza\u00e7\u00e3o\", com a ressalva de que, se, no c\u00e1lculo final, 'a atualiza\u00e7\u00e3o implicar redu\u00e7\u00e3o do principal, deve prevalecer o valor nominal'\" (Corte Especial, REsp 1.265.580/RS, Rel. Min. TEORI ALBINO ZAVASCKI, DJe18/4/12).2. No precedente da Corte Especial, mencionado na decis\u00e3o agravada, ficou expressamente consignado que se, na atualiza\u00e7\u00e3o da d\u00edvida, houver redu\u00e7\u00e3o do principal, deve prevalecer o valor nominal, em respeito ao princ\u00edpio da irredutibilidade de vencimentos, previsto nos arts. 7\u00ba, VI e 37, XV, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal.3. A compreens\u00e3o no sentido de que n\u00e3o h\u00e1 viola\u00e7\u00e3o ao princ\u00edpio da irredutibilidade dos vencimentos, quando preservado o valor nominal da obriga\u00e7\u00e3o, encontra respaldo na jurisprud\u00eancia do STF e do STJ.4. Agravo regimental improvido. (AgRg nos\nEREsp 1252558/RS, Rel. Ministro SERGIO KUKINA, PRIMEIRA SE\u00c7\u00c3O, julgado em 13/03/2013, DJe 21/03/2013)\n__________________________________________ Avenida Benedicto Leite de Negreiros, n\u00ba 646 \u2013 Centro - Bandeirantes, PR \u2013 86.360-000\nFone: (43) 3542-5021 \u2013 e-mail: adv.jur@hotmail.com\n\n\fADVOCACIA E ASSESSORIA JUR\u00cdDICA\nCausas c\u00edveis, criminais, trabalhistas e previdenci\u00e1rias\n_______________________________________________________\nN\u00e3o podemos nos esquecer de que a cultura da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria est\u00e1 de tal forma arraigada ao nosso sistema econ\u00f4mico, que o pr\u00f3prio C\u00f3digo Civil de 2002, traz diversos dispositivos garantindo atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria:\nArt. 389. N\u00e3o cumprida a obriga\u00e7\u00e3o, responde o devedor por perdas e danos, mais juros e atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria segundo \u00edndices oficiais regularmente estabelecidos, e honor\u00e1rios de advogado. Art. 395. Responde o devedor pelos preju\u00edzos a que sua mora der causa, mais juros, atualiza\u00e7\u00e3o dos valores monet\u00e1rios segundo \u00edndices oficiais regularmente estabelecidos, e honor\u00e1rios de advogado. Art. 404. As perdas e danos, nas obriga\u00e7\u00f5es de pagamento em dinheiro, ser\u00e3o pagas com atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria segundo \u00edndices oficiais regularmente estabelecidos, abrangendo juros, custas e honor\u00e1rios de advogado, sem preju\u00edzo da pena convencional. Art. 418. Se a parte que deu as arras n\u00e3o executar o contrato, poder\u00e1 a outra t\u00ea-lo por desfeito, retendo-as; se a inexecu\u00e7\u00e3o for de quem recebeu as arras, poder\u00e1 quem as deu haver o contrato por desfeito, e exigir sua devolu\u00e7\u00e3o mais o equivalente, com atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria segundo \u00edndices oficiais regularmente estabelecidos, juros e honor\u00e1rios de advogado. Art. 772. A mora do segurador em pagar o sinistro obriga \u00e0 atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria da indeniza\u00e7\u00e3o devida segundo \u00edndices oficiais regularmente estabelecidos, sem preju\u00edzo dos juros morat\u00f3rios. Art. 884. Aquele que, sem justa causa, se enriquecer \u00e0 custa de outrem, ser\u00e1 obrigado a restituir o indevidamente auferido, feita a atualiza\u00e7\u00e3o dos valores monet\u00e1rios.\nEste retrospecto da evolu\u00e7\u00e3o legal e jurisprudencial a respeito da aplica\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria se fez necess\u00e1rio para que pud\u00e9ssemos chegar ao n\u00facleo do argumento desta a\u00e7\u00e3o.\nHoje, no pa\u00eds, h\u00e1 dois tipos de \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. \u00cdndices que refletem a infla\u00e7\u00e3o e, portanto, recuperam o poder de compra do valor aplicado, como o IPCA e o INPC, e um \u00edndice que n\u00e3o reflete a infla\u00e7\u00e3o, e consequentemente n\u00e3o recupera o poder de compra do valor aplicado \u2013 a Taxa Referencial/TR.\n__________________________________________ Avenida Benedicto Leite de Negreiros, n\u00ba 646 \u2013 Centro - Bandeirantes, PR \u2013 86.360-000\nFone: (43) 3542-5021 \u2013 e-mail: adv.jur@hotmail.com\n\n\fADVOCACIA E ASSESSORIA JUR\u00cdDICA\nCausas c\u00edveis, criminais, trabalhistas e previdenci\u00e1rias\n_______________________________________________________\nHistoricamente, \u00e9 preciso lembrar que a Taxa Referencial nunca foi igual \u00e0 infla\u00e7\u00e3o. Nem quando experimentamos hiperinfla\u00e7\u00e3o, nem quando experimentamos defla\u00e7\u00e3o. Todavia, os \u00edndices da TR, do INPC e do IPCA, sempre andaram pr\u00f3ximos. Em outras palavras, imperava a razoabilidade nos \u00edndices da TR para que pudessem atingir a finalidade de corre\u00e7\u00e3o do valor do capital.\n\nANO 1991 1992 1993 1994 1995 1996\n\nTR 335,51% 1.156,22% 2.474,73% 951,19% 31,6207% 9,5551%\n\nINPC 475,11% 1.149,05% 2.489,11% 929,32% 21,98% 9,125%\n\nIPCA 472,69% 1.119,09% 2,477,15% 916,43% 22,41% 9,56%\n\nN\u00e3o obstante, o cen\u00e1rio come\u00e7a a mudar a partir de 1999. A TR se distancia expressivamente do INPC e do IPCA, ao ponto de hoje a infla\u00e7\u00e3o superar 6% ao ano e a TR ser igual a zero. Logo, ela n\u00e3o se presta para o fim de manter o poder aquisitivo dos dep\u00f3sitos do FGTS, que s\u00e3o um patrim\u00f4nio do trabalhador.\nO sentimento geral \u00e9 que h\u00e1 muito tempo o FGTS \u00e9 um fundo in\u00edquo por ele n\u00e3o ter recomposi\u00e7\u00e3o inflacion\u00e1ria dos seus recursos. Na verdade, o trabalhador n\u00e3o est\u00e1 financiando programas de habita\u00e7\u00e3o popular, saneamento b\u00e1sico e infraestrutura urbana, ele est\u00e1 subsidiando.\nAo contr\u00e1rio de outros investimentos, o FGTS n\u00e3o \u00e9 um fundo de livre disposi\u00e7\u00e3o por parte do trabalhador, n\u00e3o podendo ele decidir sponte pr\u00f3pria quais as aplica\u00e7\u00f5es que lhe s\u00e3o mais convenientes ou rent\u00e1veis. O trabalhador tem que se submeter a pol\u00edticas econ\u00f4micas e sociais que lhe s\u00e3o altamente prejudiciais.\nOra, mas a pr\u00f3pria Lei do FGTS diz em seu artigo 2\u00ba que \u00e9 garantida a atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e juros. Quando a TR \u00e9 igual a zero este artigo \u00e9 descumprido. Quando a TR \u00e9 m\u00ednima e totalmente desproporcional em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 infla\u00e7\u00e3o, este artigo tamb\u00e9m \u00e9 descumprido e o patrim\u00f4nio do trabalhador \u00e9 subtra\u00eddo por quem tem o dever legal de administr\u00e1-lo.\n\n__________________________________________ Avenida Benedicto Leite de Negreiros, n\u00ba 646 \u2013 Centro - Bandeirantes, PR \u2013 86.360-000\nFone: (43) 3542-5021 \u2013 e-mail: adv.jur@hotmail.com\n\n\fADVOCACIA E ASSESSORIA JUR\u00cdDICA\nCausas c\u00edveis, criminais, trabalhistas e previdenci\u00e1rias\n_______________________________________________________\nEm um cen\u00e1rio de TR zero e infla\u00e7\u00e3o p\u00fablica e not\u00f3ria, estamos diante de uma situa\u00e7\u00e3o de confisco. O Governo Federal, atrav\u00e9s da Caixa Econ\u00f4mica Federal, est\u00e1 confiscando os rendimentos dos trabalhadores, para subsidiar pol\u00edticas p\u00fablicas, sem a menor possibilidade de inger\u00eancia destes trabalhadores.\nAssim como em nosso Estado Democr\u00e1tico de Direito, a Constitui\u00e7\u00e3o veda que se utilize o tributo com efeito de confisco, o trabalhador n\u00e3o pode ser punido com o confisco do que a pr\u00f3pria Caixa define em seu s\u00edtio eletr\u00f4nico, como um patrim\u00f4nio do trabalhador, e definitivamente o \u00e9.\nQuando se fala em patrim\u00f4nio, imediatamente sobrev\u00e9m li\u00e7\u00e3o da Professora Maria Helena Diniz ao comentar o artigo 91 do Novo C\u00f3digo Civil:\nArt. 91. Constitui universalidade de direito o complexo de rela\u00e7\u00f5es jur\u00eddicas de uma pessoa, dotadas de valor econ\u00f4mico. Universalidade de direito. \u00c9 a constitu\u00edda por bens singulares corp\u00f3reos heterog\u00eaneos ou incorp\u00f3reos (complexo de rela\u00e7\u00f5es jur\u00eddicas), a que a norma jur\u00eddica, com o intuito de produzir certos efeitos, d\u00e1 unidade, por serem dotados de valor econ\u00f4mico, como p. ex., o patrim\u00f4nio (...) O patrim\u00f4nio e a heran\u00e7a s\u00e3o considerados como um conjunto, ou seja, como uma universalidade. Embora se constituam ou n\u00e3o de bens materiais e de cr\u00e9ditos, esses bens se unificam numa express\u00e3o econ\u00f4mica, que \u00e9 o valor. O patrim\u00f4nio \u00e9 complexo de rela\u00e7\u00f5es jur\u00eddicas de uma pessoa apreci\u00e1veis economicamente. Incluem-se no patrim\u00f4nio: a posse, os direitos reais, as obriga\u00e7\u00f5es e as a\u00e7\u00f5es correspondentes a tais direitos. O patrim\u00f4nio abrange direitos e deveres redut\u00edveis a dinheiro. (C\u00f3digo Civil Anotado, Ed. Saraiva, pag. 100) (grifamos). Levando em conta que a rela\u00e7\u00e3o jur\u00eddica entre os trabalhadores e a Caixa \u00e9 de direito pessoal, o artigo 233 do C\u00f3digo Civil se torna inafast\u00e1vel, na medida em que determina que a obriga\u00e7\u00e3o de dar coisa certa abrange os acess\u00f3rios, ainda que n\u00e3o mencionados.\nArt. 233. A obriga\u00e7\u00e3o de dar coisa certa abrange os acess\u00f3rios dela embora n\u00e3o mencionados, salvo se o contr\u00e1rio resultar do t\u00edtulo ou das circunst\u00e2ncias do caso. Ora, acess\u00f3rios de dinheiro s\u00e3o os juros e a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria.\n__________________________________________ Avenida Benedicto Leite de Negreiros, n\u00ba 646 \u2013 Centro - Bandeirantes, PR \u2013 86.360-000\nFone: (43) 3542-5021 \u2013 e-mail: adv.jur@hotmail.com\n\n\fADVOCACIA E ASSESSORIA JUR\u00cdDICA\nCausas c\u00edveis, criminais, trabalhistas e previdenci\u00e1rias\n_______________________________________________________\nE ent\u00e3o voltamos \u00e0 Taxa Referencial.\nb) Da Manipula\u00e7\u00e3o da TR pelo Banco Central/CMN\nIndependentemente da discuss\u00e3o sobre sua natureza jur\u00eddica, vamos aqui partir do pressuposto, assentado pela jurisprud\u00eancia, principalmente do STJ, que a TR \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria.\nTanto o artigo 1\u00ba da lei n\u00ba 8.177/91 quando o artigo 5\u00ba da Lei n\u00ba 10.192/01 (que convolou a MP 1.053/95) atribu\u00edram ao Banco Central a regulamenta\u00e7\u00e3o da metodologia de c\u00e1lculo da TR, conforme crit\u00e9rio estabelecido na lei e a expedi\u00e7\u00e3o das instru\u00e7\u00f5es necess\u00e1rias ao cumprimento do artigo que criou a TBF.\nArt. 1\u00b0 O Banco Central do Brasil divulgar\u00e1 Taxa Referencial (TR), calculada a partir da remunera\u00e7\u00e3o mensal m\u00e9dia l\u00edquida de impostos, dos dep\u00f3sitos a prazo fixo captados nos bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos m\u00faltiplos com carteira comercial ou de investimentos, caixas econ\u00f4micas, ou dos t\u00edtulos p\u00fablicos federais, estaduais e municipais, de acordo com metodologia a ser aprovada pelo Conselho Monet\u00e1rio Nacional, no prazo de sessenta dias, e enviada ao conhecimento do Senado Federal. . (Lei n\u00ba 8177/91) Artigo 5\u00ba Fica institu\u00edda Taxa B\u00e1sica Financeira \u2013 TBF, para ser utilizada exclusivamente como base de remunera\u00e7\u00e3o de opera\u00e7\u00f5es realizadas no mercado financeiro, de prazo de dura\u00e7\u00e3o igual ou superior a sessenta dias. Par\u00e1grafo \u00fanico. O Conselho Monet\u00e1rio Nacional expedir\u00e1 as instru\u00e7\u00f5es necess\u00e1rias ao cumprimento do disposto neste artigo, podendo inclusive, ampliar o prazo m\u00ednimo previsto no caput. (Lei n\u00ba 10.192/01)\nNo mister de regulamentar a TR, o Banco Central/CMN vem ao longo dos anos criando e reinventando f\u00f3rmulas para encontr\u00e1-la. Pelo menos desde a Resolu\u00e7\u00e3o 2.075, de 26 de maio de 1994, h\u00e1 f\u00f3rmulas para encontrar a TR. Todavia, \u00e9 com a institui\u00e7\u00e3o da Taxa B\u00e1sica Financeira, pela Medida Provis\u00f3ria 1.053/95, de 30 de junho de 1995, que a forma de c\u00e1lculo da TR sofre uma expressiva reviravolta.\n__________________________________________ Avenida Benedicto Leite de Negreiros, n\u00ba 646 \u2013 Centro - Bandeirantes, PR \u2013 86.360-000\nFone: (43) 3542-5021 \u2013 e-mail: adv.jur@hotmail.com\n\n\fADVOCACIA E ASSESSORIA JUR\u00cdDICA\nCausas c\u00edveis, criminais, trabalhistas e previdenci\u00e1rias\n_______________________________________________________\nDesde a Resolu\u00e7\u00e3o 2.437, de 30 de outubro de 1997, a TR \u00e9 calculada levando em conta a Taxa B\u00e1sica Financeira e um Redutor.\nA Resolu\u00e7\u00e3o 3.354/06, hoje vigente sobre o assunto, diz o seguinte: Art. 1\u00ba Estabelecer que, para fins de c\u00e1lculo da Taxa B\u00e1sica Financeira TBF e da Taxa Referencial - TR, de que tratam os arts. 1\u00ba da Lei 8.177, de 1\u00ba de mar\u00e7o de 1991, 1\u00ba da Lei 8.660, de 28 de maio de 1993, e 5\u00ba da Lei 10.192, de 14 de fevereiro de 2001, deve ser constitu\u00edda amostra das 30 maiores institui\u00e7\u00f5es financeiras do Pa\u00eds, assim consideradas em fun\u00e7\u00e3o do volume de capta\u00e7\u00e3o efetuado por meio de certificados e recibos de dep\u00f3sito banc\u00e1rio (CDB/RDB), com prazo de 30 a 35 dias corridos, inclusive, e remunerados a taxas prefixadas, entre bancos m\u00faltiplos, bancos comerciais, bancos de investimento e caixas econ\u00f4micas. Art. 2\u00ba A TBF e a TR s\u00e3o calculadas a partir da remunera\u00e7\u00e3o mensal m\u00e9dia dos CDB/RDB emitidos a taxas de mercado prefixadas, com prazo de 30 a 35 dias corridos, inclusive, com base em informa\u00e7\u00f5es prestadas pelas institui\u00e7\u00f5es integrantes da amostra de que trata o art. 1\u00ba, na forma a ser determinada pelo Banco Central do Brasil. Art. 4\u00ba Para cada dia do m\u00eas - dia de refer\u00eancia -, o Banco Central do Brasil deve calcular a TBF, para o per\u00edodo de um m\u00eas, com in\u00edcio no pr\u00f3prio dia de refer\u00eancia e t\u00e9rmino no dia correspondente ao dia de refer\u00eancia no m\u00eas seguinte, considerada a hip\u00f3tese prevista no \u00a7 2\u00ba, inciso IV. (...) Art. 5\u00ba Para cada TBF obtida, segundo a metodologia descrita no art. 4\u00ba, deve ser calculada a correspondente TR, pela aplica\u00e7\u00e3o de um redutor \"R\", de acordo com a seguinte f\u00f3rmula: TR = max {0,100 {[ (1 + TBF/100) / R ] - 1}} (em %). \u00a7 1\u00ba O valor do redutor 'R' deve ser calculado para todos os dias, inclusive n\u00e3o-\u00fateis, de acordo com a seguinte f\u00f3rmula: R = (a + b. TBF/100), onde:Resolu\u00e7\u00e3o n\u00ba 3354, de 31 de mar\u00e7o de 2006. TBF = TBF relativa ao dia de refer\u00eancia; a = 1,005;\n__________________________________________ Avenida Benedicto Leite de Negreiros, n\u00ba 646 \u2013 Centro - Bandeirantes, PR \u2013 86.360-000\nFone: (43) 3542-5021 \u2013 e-mail: adv.jur@hotmail.com\n\n\fADVOCACIA E ASSESSORIA JUR\u00cdDICA\nCausas c\u00edveis, criminais, trabalhistas e previdenci\u00e1rias\n_______________________________________________________\nb = valor determinado de acordo com a tabela abaixo, em fun\u00e7\u00e3o da TBF obtida, segundo a metodologia descrita no art. 4\u00ba, em termos percentuais ao ano: TBF (% a.a.) b TBF maior que 16 0,48 TBF menor ou igual a 16 e maior que 15 0,44 TBF menor ou igual a 15 e maior que 14 0,40 TBF menor ou igual a 14 e maior que 13 0,36 TBF menor ou igual a 13 e maior ou igual a 11 0,32 Reda\u00e7\u00e3o dada pela Resolu\u00e7\u00e3o 3.446, de 05/03/2007. \u00a7 2\u00ba Fica o Banco Central do Brasil autorizado a determinar o valor do par\u00e2metro \"b\" no caso de a TBF obtida ser inferior a 11% a.a. (onze por cento ao ano). O peculiar nesta determina\u00e7\u00e3o do Banco Central/CMN, que de resto se repete desde 1997, \u00e9 que a TBF e TR s\u00e3o exatamente iguais em sua g\u00eanese at\u00e9 o momento em que se determina que se aplique um redutor \u00e0 TBF para se chegar \u00e0 TR. N\u00e3o h\u00e1 na Lei da TR previs\u00e3o de aplica\u00e7\u00e3o de redutor, assim como n\u00e3o h\u00e1 na Lei que criou a TBF. Todavia, causa estranheza que diante de um comando aberto como o do art. 5\u00ba da MP n\u00ba 1.503/95 (Lei n\u00ba 10.192/01), o Banco Central/CMN, com amplos poderes para regulamentar o assunto, n\u00e3o tenha institu\u00eddo um redutor, mas o tenha feito ao regulamentar o artigo 1\u00ba da lei n\u00ba 8.177/91, que n\u00e3o era t\u00e3o flex\u00edvel. O Economista C\u00e9sar Roberto Buzin explica o qu\u00ea o Banco Central/CMN est\u00e1 fazendo com a TR, neste trecho do Parecer Econ\u00f4mico que se junta a esta inicial. Objeto de discuss\u00e3o \u00e9 a utiliza\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, que apesar de n\u00e3o ter sido criada como um \u00edndice de indexa\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, vem sendo utilizada para tal finalidade na corre\u00e7\u00e3o dos valores aplicados \u00e0 caderneta de poupan\u00e7a e outras aplica\u00e7\u00f5es como os dep\u00f3sitos do FGTS, dinheiro pertencente aos trabalhadores, por\u00e9m, com gest\u00e3o de terceiros.\n__________________________________________ Avenida Benedicto Leite de Negreiros, n\u00ba 646 \u2013 Centro - Bandeirantes, PR \u2013 86.360-000\nFone: (43) 3542-5021 \u2013 e-mail: adv.jur@hotmail.com\n\n\fADVOCACIA E ASSESSORIA JUR\u00cdDICA\nCausas c\u00edveis, criminais, trabalhistas e previdenci\u00e1rias\n_______________________________________________________\n\nA posi\u00e7\u00e3o adotada pelo Superior Tribunal de Justi\u00e7a, em agosto de 2010, a\n\nrespeito da utiliza\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria foi\n\nsacramentada por meio da cria\u00e7\u00e3o da S\u00famula 454, com a seguinte\n\nreda\u00e7\u00e3o: \u201cPactuada a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria nos contrato do SFH pelo\n\nmesmo \u00edndice aplic\u00e1vel \u00e0 caderneta de poupan\u00e7a, incide a Taxa\n\nReferencial (TR) a partir da vig\u00eancia da Lei 8.177/91\u201d.\n\nA TR \u00e9 calculada a partir da Taxa B\u00e1sica Financeira (TBF), uma m\u00e9dia de\n\ntaxas de juros pagas nas aplica\u00e7\u00f5es em certificados de dep\u00f3sitos\n\nbanc\u00e1rios (CDB) emitidas pelas 30 maiores institui\u00e7\u00f5es financeiras.\n\nPara calcular o valor da TR, \u00e9 preciso aplicar um redutor sobre a TBF, que\n\ndepende de dois par\u00e2metros, chamados de \u201ca\u201d e \u201cb\u201d. O par\u00e2metro \u201ca\u201d \u00e9 o\n\nfator de 1,005, equivalente \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o da caderneta antiga, ou seja,\n\n0,5% ao m\u00eas, ou 6,17% ao ano de juros remunerat\u00f3rio. Enquanto que o \u201cb\u201d\n\n\u00e9 um decimal menor do que 1, arbitrado pelo BACEN e que varia de\n\nacordo com o n\u00edvel de taxa de juros b\u00e1sica da economia, divulgada ap\u00f3s\n\nas reuni\u00f5es do Comit\u00ea de Pol\u00edtica Monet\u00e1ria do BC (Copom).\n\nPara calcular o redutor (R) o par\u00e2metro \u201cb\u201d \u00e9 multiplicado pelo valor da\n\nTBF e somado ao par\u00e2metro \u201ca\u201d, ou seja,\n\nR= a + b x TBF\n\nTR= 1+TBF \u2013 1\n\nA f\u00f3rmula significa que os novos dep\u00f3sitos realizados nas contas de\n\ndep\u00f3sitos de poupan\u00e7a tenham como remunera\u00e7\u00e3o adicional (TR): (i) 0,5%\n\na. m. enquanto a meta da taxa SELC, taxa b\u00e1sica de juros, definida pelo\n\nBACEN, estiver acima de 8,5% a.a e (ii) 70% da meta da taxa SELIC,\n\nmensalizada, vigente na data do in\u00edcio do per\u00edodo de rendimento.\n\nNo n\u00edvel atual de taxa de juros decrescente de uma economia estabilizada\n\ne num cen\u00e1rio para os pr\u00f3ximos anos, de juros baixos, a TR permanecer\u00e1\n\npor um longo per\u00edodo indeterminado como zero.\n\nNa esteira do que foi deduzido no Parecer, um quadro comparativo\n\nentre os percentuais da TR, INPC e IPCA, desde 1997, os dep\u00f3sitos nas contas\n\nvinculadas do FGTS dos trabalhadores est\u00e3o perdendo poder de compra,\n\nnotadamente a partir de 1999.\n\nANO\n\nTR\n\nINPC\n\nIPCA\n\n__________________________________________ Avenida Benedicto Leite de Negreiros, n\u00ba 646 \u2013 Centro - Bandeirantes, PR \u2013 86.360-000\nFone: (43) 3542-5021 \u2013 e-mail: adv.jur@hotmail.com\n\n\fADVOCACIA E ASSESSORIA JUR\u00cdDICA\nCausas c\u00edveis, criminais, trabalhistas e previdenci\u00e1rias\n_______________________________________________________\n\n1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 (at\u00e9 mar\u00e7o)\n\n9,7849% 7,7938% 5,7295% 2,0962% 2,2852% 2,8023% 4,6485% 1,8184% 2,8335% 2,0377% 1,4452% 1,6348% 0,7090% 0,6887% 1,2079% 0,2897% 0,00%\n\n4,34% 2,49% 8,43% 5,27% 9,44% 14,74% 10,38% 6,13% 5,05% 2,81% 5,15% 6,48% 4,11% 6,46% 6,07% 6,17% 2,05%\n\n5,22% 1,65% 8,94% 5,97% 7,67% 12,53% 9,30% 7,60% 5,69% 3,14% 4,46% 5,90% 4,31% 5,91% 6,50% 5,84% 1,94%\n\nExcel\u00eancia, hoje, o trabalhador que tem seu dinheiro aplicado no FGTS, e de l\u00e1 n\u00e3o pode retir\u00e1-lo para outro investimento, est\u00e1 sendo remunerado com 0,247% de juros ao m\u00eas e mais nada. N\u00e3o h\u00e1 nem corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria nem Taxa Referencial (independentemente da sua natureza jur\u00eddica), em flagrante ofensa ao artigo 2\u00ba da Lei n\u00ba 8.036/90, que imp\u00f5e a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos valores depositados pelo empregador.\nAinda que se argumente que a aplica\u00e7\u00e3o do Redutor pelo Banco Central/CMN seja legal, sua redu\u00e7\u00e3o a zero em um cen\u00e1rio de infla\u00e7\u00e3o superior a 6% ao ano, configura flagrante afronta ao artigo 2\u00ba da Lei n\u00ba 8.036/90, que determina a atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, bem como ao artigo 233 do C\u00f3digo Civil, quando sonega os acess\u00f3rios da obriga\u00e7\u00e3o de dar.\nMas \u00e9 necess\u00e1rio ir mais al\u00e9m e revisitar o entendimento jurisprudencial sobre a TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, m\u00e1xime a partir da\n\n__________________________________________ Avenida Benedicto Leite de Negreiros, n\u00ba 646 \u2013 Centro - Bandeirantes, PR \u2013 86.360-000\nFone: (43) 3542-5021 \u2013 e-mail: adv.jur@hotmail.com\n\n\fADVOCACIA E ASSESSORIA JUR\u00cdDICA\nCausas c\u00edveis, criminais, trabalhistas e previdenci\u00e1rias\n_______________________________________________________\ninstitui\u00e7\u00e3o de um redutor que tem por efeito zerar o \u00edndice da TR em um ambiente de infla\u00e7\u00e3o.\nO quadro comparativo mostra que a TR n\u00e3o se presta como atualizador monet\u00e1rio do FGTS, pelo menos desde janeiro de 1999. Desde o momento em que o Banco Central/CMN estabeleceu um redutor para a TR, ela deixou de ser um \u00edndice confi\u00e1vel para atualizar monetariamente as contas do FGTS, porque se descola dos \u00edndices de infla\u00e7\u00e3o, sendo reduzido ano a ano. A finalidade da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u00e9 manter o poder de compra do capital, e esta finalidade nem de perto vem sendo alcan\u00e7ada pela TR. A anula\u00e7\u00e3o total da TR \u00e9 s\u00f3 o desfecho desta pol\u00edtica predat\u00f3ria para o trabalhador.\nO trabalhador, que luta para formar um patrim\u00f4nio, tem que poder confiar na lei. Esta confian\u00e7a est\u00e1 quebrada.\nH\u00e1 a n\u00edtida expropria\u00e7\u00e3o do patrim\u00f4nio do trabalhador, na medida em que se nega a ele a devida atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. Como dito no estudo acostado \u00e0 inicial:\nA atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u00e9 o elemento mais importante do mercado financeiro, pois sem a medi\u00e7\u00e3o precisa da perda do poder aquisitivo da moeda com o decorrer do tempo, ocorre uma gigantesca destrui\u00e7\u00e3o de valor. O objetivo fundamental de escolha de um \u00edndice de atualiza\u00e7\u00e3o nos ativos (neg\u00f3cios, contratos, aplica\u00e7\u00f5es e etc) \u00e9 de proteger o patrim\u00f4nio, evitando que ele seja corro\u00eddo pela infla\u00e7\u00e3o. O Poder Judici\u00e1rio h\u00e1 de se opor a este esbulho, confisco, expropria\u00e7\u00e3o que o trabalhador est\u00e1 sofrendo, desde janeiro de 1999, com as constantes redu\u00e7\u00f5es da TR em rela\u00e7\u00e3o aos \u00edndices de infla\u00e7\u00e3o, culminando na sua completa nulidade, ininterruptamente, desde setembro de 2012. Em 1991 e 1992, quando o STF julgou a ADI 493-0/DF, ele deixou bem assentado que a TR n\u00e3o constitu\u00eda \u00edndice que refletia a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda. Esta caracter\u00edstica da TR tem se confirmado ao longo dos anos. A sua aplica\u00e7\u00e3o aos saldos dos dep\u00f3sitos do FGTS tem gerado \u201cgigantesca destrui\u00e7\u00e3o de valor\u201d do patrim\u00f4nio do trabalhador. H\u00e1 anos, os trabalhadores que tem dep\u00f3sitos no FGTS n\u00e3o experimentam ganhos reais em sua aplica\u00e7\u00e3o. Ao\n__________________________________________ Avenida Benedicto Leite de Negreiros, n\u00ba 646 \u2013 Centro - Bandeirantes, PR \u2013 86.360-000\nFone: (43) 3542-5021 \u2013 e-mail: adv.jur@hotmail.com\n\n\fADVOCACIA E ASSESSORIA JUR\u00cdDICA\nCausas c\u00edveis, criminais, trabalhistas e previdenci\u00e1rias\n_______________________________________________________\ncontr\u00e1rio. H\u00e1 muito tempo, os trabalhadores tem rendimentos inferiores \u00e0 infla\u00e7\u00e3o, mesmo levando em conta a remunera\u00e7\u00e3o dos juros de 3% ao ano.\nO que torna a TR um \u00edndice inid\u00f4neo \u00e9 a intensa inger\u00eancia do Banco Central/CMN na sua formula\u00e7\u00e3o. Como explica o Economista C\u00e9sar Buzim:\nA TR deveria servir como refer\u00eancia para os juros vigentes no Brasil, sendo divulgada mensalmente, a fim de evitar que a taxa de juros no m\u00eas corrente refletisse a infla\u00e7\u00e3o do m\u00eas anterior, apesar das suas caracter\u00edsticas, foi usada como \u00edndice econ\u00f4mico de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria (...) A mudan\u00e7a no comportamento da TR n\u00e3o se deve somente a oscila\u00e7\u00f5es da economia, mas tamb\u00e9m \u00e0 sistem\u00e1tica apurat\u00f3ria desse \u00edndice. Inicialmente, ficou estabelecido que o BACEN efetuaria o c\u00e1lculo da TR a partir da remunera\u00e7\u00e3o mensal m\u00e9dia dos certificados e recibos de dep\u00f3sito banc\u00e1rio (CDB/RDB) emitidos por uma amostra de institui\u00e7\u00f5es financeiras, levando em conta a taxa m\u00e9dia de remunera\u00e7\u00e3o dos CDB/RDB\u00b4s e um redutor fixado por resolu\u00e7\u00e3o do CMN. Como consequ\u00eancia da atua\u00e7\u00e3o do BACEN, a taxa referencial deixou de refletir o \u00edndice inflacion\u00e1rio a partir de 1999. (...) O preju\u00edzo causado aos trabalhadores devido \u00e0 aplica\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u00e9 tamanho que quando analisado o fator de corre\u00e7\u00e3o acumulado do FGTS visualiza-se que a rentabilidade desse fundo n\u00e3o supera os \u00edndices inflacion\u00e1rios desde 2002, rendendo menos que a infla\u00e7\u00e3o a partir de 2007, apesar da aplica\u00e7\u00e3o de juros de 3% a.a. Diante do exposto, podemos afirmar que a TR n\u00e3o rep\u00f5e mais as perdas inflacion\u00e1rias, o que afeta consideravelmente os poupadores, bem como os trabalhadores que possuem o FGTS. (...) Com base nas normas Resolu\u00e7\u00e3o CMN n\u00ba 2.437, de 30.10.98, Resolu\u00e7\u00e3o CMN n\u00ba 2.604, de 23.04.99. resolu\u00e7\u00e3o CMN n\u00ba 2.809, de 21.12.00, Resolu\u00e7\u00e3o CMN n\u00ba 3.354 de 31.03.2006, Resolu\u00e7\u00e3o CMN n\u00ba 3.446 de 05.03.2007 e Circular n\u00ba 3.356 de 11.07.2007, que estabeleceram no decorrer dos anos a forma de c\u00e1lculo da TR, bem como nas informa\u00e7\u00f5es disponibilizadas pelo BACEN foi constru\u00edda planilha demonstrando a\n__________________________________________ Avenida Benedicto Leite de Negreiros, n\u00ba 646 \u2013 Centro - Bandeirantes, PR \u2013 86.360-000\nFone: (43) 3542-5021 \u2013 e-mail: adv.jur@hotmail.com\n\n\fADVOCACIA E ASSESSORIA JUR\u00cdDICA\nCausas c\u00edveis, criminais, trabalhistas e previdenci\u00e1rias\n_______________________________________________________\n\nevolu\u00e7\u00e3o do fator de pondera\u00e7\u00e3o \u201cb\u201d, elemento essencial para o c\u00e1lculo do\n\nredutor da TR.\n\nAs primeiras mudan\u00e7as significativas da TR ocorreram atrav\u00e9s das\n\nResolu\u00e7\u00f5es CMN n\u00ba 2.387/97 e n\u00ba 2.437/97 que estabeleceram a f\u00f3rmula\n\nde c\u00e1lculo do redutor da TR com duas novas vari\u00e1veis, ambas definidas\n\npelo BACEN, quais sejam: a constante \u201ca\u201d e o fator de pondera\u00e7\u00e3o \u201cb\u201d.\n\nA partir da Resolu\u00e7\u00e3o CMN n\u00ba 2.809/2000, o BACEN passou a determinar\n\no fator \u201cb\u201d, sem crit\u00e9rio t\u00e9cnico conhecido, a partir de certo patamar,\n\nconforme visualizado na tabela abaixo:\n\nMS \u2013 \u00e9 a meta para a taxa SELIC em (% a.a)\n\nMS\n\n\u201cb\u201d\n\nMS\n\n>\n\n16\n\n0,48\n\n16 >=\n\nMS >15 0,44\n\n15 >=\n\nMS >14 0,40\n\n14 >=\n\nMS >13 0,36\n\n13 >=\n\nMS >12 0,32\n\n12 >=\n\nMS >11 0,28\n\n11 >=\n\nMS >10 0,24\n\n10\n\nAbaixo de 10 fator \u201cb\u201d determinado pelo BACEN\n\nEssa discricionariedade do BACEN na valora\u00e7\u00e3o do fator \u201cb\u201d, acolhida\n\npelas circulares e resolu\u00e7\u00f5es posteriores, impactou o c\u00e1lculo do Redutor\n\nda TR.\n\nDe pouco adiantaria ao trabalhador que fosse determinado ao Banco\n\nCentral/CMN que recalculasse a TR, pois uma nova f\u00f3rmula estaria igualmente sob\n\na discricionariedade e subjetivismo total do Banco. Basta avaliar a sucess\u00e3o de\n\nresolu\u00e7\u00f5es do Banco Central/CMN sobre o tema, conforme Parecer do referido\n\nEconomista.\n\nPartindo da premissa inequ\u00edvoca de que a TR n\u00e3o rep\u00f5e as perdas\n\nmonet\u00e1rias dos dep\u00f3sitos do FGTS, outro caminho n\u00e3o existe se n\u00e3o o de adotar um\n\nnovo \u00edndice que verdadeiramente corrija estes dep\u00f3sitos.\n\n__________________________________________ Avenida Benedicto Leite de Negreiros, n\u00ba 646 \u2013 Centro - Bandeirantes, PR \u2013 86.360-000\nFone: (43) 3542-5021 \u2013 e-mail: adv.jur@hotmail.com\n\n\fADVOCACIA E ASSESSORIA JUR\u00cdDICA\nCausas c\u00edveis, criminais, trabalhistas e previdenci\u00e1rias\n_______________________________________________________\nc) Dos \u00cdndices que efetivamente produzem corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria\nA Lei de Introdu\u00e7\u00e3o \u00e0s Normas do direito Brasileiro estabelece em seu artigo 5\u00ba que na aplica\u00e7\u00e3o da lei, o juiz atender\u00e1 aos fins sociais a que ela se dirige e \u00e0s exig\u00eancias do bem comum.\nA Lei do FGTS tem um fim social indiscut\u00edvel, proteger o trabalhador e constituir um patrim\u00f4nio que lhe sirva de arrimo em v\u00e1rias situa\u00e7\u00f5es de sua vida.\nDiante de tudo que foi demonstrado, o juiz atender\u00e1 aos fins sociais da Lei do FGTS ao reconhecer que corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, reposi\u00e7\u00e3o dos \u00edndices inflacion\u00e1rios de forma a garantir o poder de compra daquele dinheiro ali depositado no Fundo, \u00e9 efetivamente devida pela Caixa.\nSe a TR n\u00e3o pode ser considerada um \u00edndice id\u00f4neo, sobrev\u00e9m a necessidade de substitu\u00ed-la por um \u00edndice que realmente reponha as perdas monet\u00e1rias. E ent\u00e3o, nada obsta que o juiz considere \u00edndices previsto em outra legisla\u00e7\u00e3o.\nAt\u00e9 por uma quest\u00e3o de equidade, o melhor \u00edndice que pode substituir a TR \u00e9 o \u00edndice que corrige monetariamente o sal\u00e1rios dos trabalhadores e os benef\u00edcios previdenci\u00e1rios. Este \u00edndice est\u00e1 previsto na Lei 12.382 de 25 de fevereiro de 2011, cujos primeiros artigos trazem a seguinte dic\u00e7\u00e3o:\nArt. 1o O sal\u00e1rio m\u00ednimo passa a corresponder ao valor de R$ 545,00 (quinhentos e quarenta e cinco reais).\nPar\u00e1grafo \u00fanico. Em virtude do disposto no caput, o valor di\u00e1rio do sal\u00e1rio m\u00ednimo corresponder\u00e1 a R$ 18,17 (dezoito reais e dezessete centavos) e o valor hor\u00e1rio, a R$ 2,48 (dois reais e quarenta e oito centavos).\nArt. 2o Ficam estabelecidas as diretrizes para a pol\u00edtica de valoriza\u00e7\u00e3o do sal\u00e1rio m\u00ednimo a vigorar entre 2012 e 2015, inclusive, a serem aplicadas em 1o de janeiro do respectivo ano.\n\u00a7 1o Os reajustes para a preserva\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo do sal\u00e1rio m\u00ednimo corresponder\u00e3o \u00e0 varia\u00e7\u00e3o do \u00cdndice Nacional de Pre\u00e7os ao Consumidor - INPC, calculado e divulgado pela Funda\u00e7\u00e3o Instituto\n__________________________________________ Avenida Benedicto Leite de Negreiros, n\u00ba 646 \u2013 Centro - Bandeirantes, PR \u2013 86.360-000\nFone: (43) 3542-5021 \u2013 e-mail: adv.jur@hotmail.com\n\n\fADVOCACIA E ASSESSORIA JUR\u00cdDICA\nCausas c\u00edveis, criminais, trabalhistas e previdenci\u00e1rias\n_______________________________________________________\nBrasileiro de Geografia e Estat\u00edstica - IBGE, acumulada nos doze meses anteriores ao m\u00eas do reajuste.\n\u00a7 2o Na hip\u00f3tese de n\u00e3o divulga\u00e7\u00e3o do INPC referente a um ou mais meses compreendidos no per\u00edodo do c\u00e1lculo at\u00e9 o \u00faltimo dia \u00fatil imediatamente anterior \u00e0 vig\u00eancia do reajuste, o Poder Executivo estimar\u00e1 os \u00edndices dos meses n\u00e3o dispon\u00edveis.\n\u00a7 3o Verificada a hip\u00f3tese de que trata o \u00a7 2o, os \u00edndices estimados permanecer\u00e3o v\u00e1lidos para os fins desta Lei, sem qualquer revis\u00e3o, sendo os eventuais res\u00edduos compensados no reajuste subsequente, sem retroatividade.\n\u00a7 4o A t\u00edtulo de aumento real, ser\u00e3o aplicados os seguintes percentuais:\nI - em 2012, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do Produto Interno Bruto - PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2010;\nII - em 2013, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2011;\nIII - em 2014, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2012; e\nIV - em 2015, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2013.\n\u00a7 5o Para fins do disposto no \u00a7 4o, ser\u00e1 utilizada a taxa de crescimento real do PIB para o ano de refer\u00eancia, divulgada pelo IBGE at\u00e9 o \u00faltimo dia \u00fatil do ano imediatamente anterior ao de aplica\u00e7\u00e3o do respectivo aumento real. N\u00e3o h\u00e1 porque ter dois pesos e duas medidas. Se o sal\u00e1rio m\u00ednimo \u00e9 corrigido monetariamente pelo INPC, o dep\u00f3sito do FGTS que, em \u00faltimas an\u00e1lise, \u00e9 um sal\u00e1rio indireto do trabalhador, tamb\u00e9m h\u00e1 de s\u00ea-lo.\n__________________________________________ Avenida Benedicto Leite de Negreiros, n\u00ba 646 \u2013 Centro - Bandeirantes, PR \u2013 86.360-000\nFone: (43) 3542-5021 \u2013 e-mail: adv.jur@hotmail.com\n\n\fADVOCACIA E ASSESSORIA JUR\u00cdDICA\nCausas c\u00edveis, criminais, trabalhistas e previdenci\u00e1rias\n_______________________________________________________\nE observe que o objetivo da Lei em corrigir o sal\u00e1rio m\u00ednimo pelo INPC decorre exclusivamente da necessidade de preservar seu poder aquisitivo. A necessidade de preservar o poder aquisitivo \u00e9 um constante em todas as transa\u00e7\u00f5es financeiras, e ela s\u00f3 aperfei\u00e7oa quando rep\u00f5e efetivamente as perdas inflacion\u00e1rias.\nOutro \u00edndice que se mostra aplic\u00e1vel, na hip\u00f3tese deste douto Ju\u00edzo entender que n\u00e3o se aplicaria o INPC, \u00e9 o IPCA, \u00edndice oficial do Governo Federal para medi\u00e7\u00e3o das metas inflacion\u00e1rias, contratadas com o FMI, a partir de julho de 1999 (informa\u00e7\u00e3o obtida no Portal Brasil (www.portalbrasil.net).\nAmbos os \u00edndices s\u00e3o infinitamente mais adequados a preservar o poder aquisitivo dos dep\u00f3sitos do FGTS do que a aniquilada TR.\nIII - DO PREQUESTIONAMENTO PARA EVENTUAL INTERPOSI\u00c7\u00c3O DE RECURSO ESPECIAL OU RECURSO EXTRAORDIN\u00c1RIO\nInicialmente \u00e9 importante retratar que o tema em debate cuida de mat\u00e9ria de ordem p\u00fablica, a qual ultrapassa a esfera individual do cidad\u00e3o atingindo toda a ordem social quer seja jur\u00eddica, quer seja em \u00e2mbito pol\u00edtico-social afetando, dessa forma, toda a parcela da sociedade comprometida com o bem comum.\nSublinha-se que a mat\u00e9ria ora ventilada, afronta de pronto preceitos Constitucionais que violam os Direitos Garantia de todos os trabalhadores que possuem conta vinculada do FGTS.\nAssim, h\u00e1 repercuss\u00e3o geral na presente a\u00e7\u00e3o, frente ao Estado Democr\u00e1tico de Direito, compromiss\u00e1rio e dirigente que tem como postulado a seguran\u00e7a jur\u00eddica.\nNo mais, com efeito, o tema apresenta relev\u00e2ncia do ponto de vista jur\u00eddico, uma vez que a defini\u00e7\u00e3o sobe a constitucionalidade dessa exa\u00e7\u00e3o nortear\u00e1 o julgamento de in\u00fameros processos similares, que tramitam neste e nos demais tribunais brasileiros. Al\u00e9m de fixar a interpreta\u00e7\u00e3o da Corte sobre os dispositivos constitucionais suscitados no feito.\n__________________________________________ Avenida Benedicto Leite de Negreiros, n\u00ba 646 \u2013 Centro - Bandeirantes, PR \u2013 86.360-000\nFone: (43) 3542-5021 \u2013 e-mail: adv.jur@hotmail.com\n\n\fADVOCACIA E ASSESSORIA JUR\u00cdDICA\nCausas c\u00edveis, criminais, trabalhistas e previdenci\u00e1rias\n_______________________________________________________\nNesse contexto, em breve s\u00edntese, a aplica\u00e7\u00e3o da T.R como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria do FGTS, encontraria respaldo em dois artigos da Lei n\u00ba 8.036/90, art. 2\u00ba e art. 13.\nAssim, entendemos, \u201cdata v\u00eania\u201d, que h\u00e1 uma obrigatoriedade de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e de remunera\u00e7\u00e3o por meio de juros dos dep\u00f3sitos efetuados nas contas vinculadas do FGTS, sen\u00e3o vejamos:\nArt. 2\u00ba O FGTS \u00e9 constitu\u00eddo pelos saldos das contas vinculadas a que se refere esta lei e outros recursos a ele incorporados, devendo ser aplicados com atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e juros, de modo a assegurar a cobertura de suas obriga\u00e7\u00f5es. Art. 13. Os dep\u00f3sitos efetuados nas contas vinculadas ser\u00e3o corrigidos monetariamente com base nos par\u00e2metros fixados para atualiza\u00e7\u00e3o dos saldos dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a e capitaliza\u00e7\u00e3o juros de (tr\u00eas) por cento ao ano.\nTodavia, a realiza\u00e7\u00e3o de interpreta\u00e7\u00e3o ou decis\u00e3o diversa, no sentido que as contas vinculadas do FGTS devem ser corrigidas pela TR, por for\u00e7a do citado artigo 13, viria a ferir v\u00e1rios preceitos constitucionais.\nNesse sentido, referido artigo 13, desobedeceria os limites materiais de in\u00fameros fundamentos e princ\u00edpios constitucionais, como o Estado Democr\u00e1tico de Direito, atentando contra a Dignidade da pessoa Humana (art. 1\u00ba e inciso III, da CF), bem como os princ\u00edpios da igualdade, seguran\u00e7a jur\u00eddica (art. 5\u00ba, caput, da CF), da prote\u00e7\u00e3o ao direito de propriedade, direito adquirido (art. 5\u00ba, XXII e XXXVI da CF) e moralidade (art. 37 da CF).\nNessa mesma linha, recentemente o Supremo Tribunal Federal decidiu pela inconstitucionalidade da utiliza\u00e7\u00e3o da Taxa Referencial - TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria para o pagamento dos chamados precat\u00f3rios (ADI n\u00ba 4357) reafirmando entendimento anteriormente adotado por aquela Corte na ADI n\u00ba 493. Essa decis\u00e3o tem desdobramentos que v\u00e3o al\u00e9m do processo no qual foi tomada. Isso porque a Lei n\u00ba 8.036/90 que estabelece as bases do Fundo de Garantia por Tempo de Servi\u00e7o \u2013 FGTS \u2013 tamb\u00e9m prev\u00ea a aplica\u00e7\u00e3o\n__________________________________________ Avenida Benedicto Leite de Negreiros, n\u00ba 646 \u2013 Centro - Bandeirantes, PR \u2013 86.360-000\nFone: (43) 3542-5021 \u2013 e-mail: adv.jur@hotmail.com\n\n\fADVOCACIA E ASSESSORIA JUR\u00cdDICA\nCausas c\u00edveis, criminais, trabalhistas e previdenci\u00e1rias\n_______________________________________________________\nde corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e h\u00e1 muito tempo \u00e9 utilizado o referido \u00edndice (TR) para corrigir referido fundo, o mesmo agora considerado inconstitucional para este fim pelo STF.\nAssim, a parte autora h\u00e1 por bem PREQUESTIONAR a mat\u00e9ria, para efeito de eventual interposi\u00e7\u00e3o de Recurso Especial e/ou Extraordin\u00e1rio, conforme fundamentos que passa a expor:\nInicialmente devemos nos recordar que a dignidade da pessoa humana \u00e9 valor constitucional supremo que agrega em torno de si a unanimidade dos demais direitos e garantias fundamentais do homem, envolvendo-se tanto em rela\u00e7\u00e3o aos direito \u00e0 vida como, tamb\u00e9m, aos direitos pessoais tradicionais, os direitos sociais, econ\u00f4micos, e as liberdades p\u00fablicas em geral.\nEm verdade quando o texto constitucional proclama a dignidade da pessoa humana est\u00e1 corroborando um imperativo de justi\u00e7a social, e consigna, acima de tudo, um sobreprinc\u00edpio (\u00e9 o caso dos diretos fundamentais).\nNesse sentido, em rela\u00e7\u00e3o ao caso concreto, \u00e9 necess\u00e1rio aprofundarmos um pouco mais nas consequ\u00eancias que esta subtra\u00e7\u00e3o de recursos do patrim\u00f4nio do trabalhador traz a todos, individual e coletivamente.\n\u00c9 de conhecimento geral que o Sistema Financeiro de Habita\u00e7\u00e3o disp\u00f5e dos recursos do FGTS para financiar o maior sonho de todo brasileiro \u2013 casa pr\u00f3pria. Tamb\u00e9m \u00e9 de conhecimento geral que a Caixa Econ\u00f4mica Federal \u00e9 o Banco que mais se utiliza destes recursos do SFH para financiar, emprestar dinheiro para os brasileiros comprarem a casa pr\u00f3pria.\nE, embora em princ\u00edpio, n\u00e3o haja correla\u00e7\u00e3o entre o trabalhador que tem dep\u00f3sitos no FGTS que s\u00e3o emprestados para financiar a casa pr\u00f3pria, e aquele que se vale do empr\u00e9stimo do SFH para adquirir sua casa pr\u00f3pria, em algum momento, trabalhador e mutu\u00e1rio s\u00e3o a mesma pessoa.\nE neste contexto de mutu\u00e1rio e trabalhador serem a mesma pessoa \u00e9 que se evidencia a maior sordidez da hist\u00f3ria recente deste Pa\u00eds.\nJ\u00e1 seria reprov\u00e1vel o fato de a Caixa pegar um dinheiro a juros baixos e sem nenhuma corre\u00e7\u00e3o e emprest\u00e1-lo a juros muito altos, mesmo sem\n__________________________________________ Avenida Benedicto Leite de Negreiros, n\u00ba 646 \u2013 Centro - Bandeirantes, PR \u2013 86.360-000\nFone: (43) 3542-5021 \u2013 e-mail: adv.jur@hotmail.com\n\n\fADVOCACIA E ASSESSORIA JUR\u00cdDICA\nCausas c\u00edveis, criminais, trabalhistas e previdenci\u00e1rias\n_______________________________________________________\ncorre\u00e7\u00e3o (uma vez que a TR corrige presta\u00e7\u00f5es do SFH), evidencia que a institui\u00e7\u00e3o banc\u00e1ria leva imensa vantagem nesta negocia\u00e7\u00e3o.\nMas a situa\u00e7\u00e3o piora consideravelmente quando, a Caixa pega dinheiro a juros baixos, sem nenhuma corre\u00e7\u00e3o para o trabalhador, e empresta para ele mesmo.\nSuponhamos que um trabalhador queira adquirir uma casa pr\u00f3pria utilizando recursos do seu FGTS. Ele encontra o im\u00f3vel, mas verifica que seus recursos n\u00e3o s\u00e3o suficientes para adquiri-lo. Ent\u00e3o ele se dirige a um Banco para financiar a diferen\u00e7a, comprometendo sua renda por muitos anos.\nA maioria dos trabalhadores brasileiros, quando quer adquirir um im\u00f3vel, dirige-se \u00e0 Caixa Econ\u00f4mica Federal.\nTodavia, se o dep\u00f3sito do FGTS tivesse sido devidamente corrigido, se ele mantivesse seu poder de compra, ou o empr\u00e9stimo seria menor ou sequer haveria necessidade de o trabalhador comprometer sua renda e anos de trabalho para adquirir aquilo que \u00e9 o nosso sonho mais prim\u00e1rio, nossa necessidade mais rela como indiv\u00edduo e como povo brasileiro.\nA Caixa est\u00e1 emprestando para o trabalhador aquilo que ela deixou de pagar a ele a t\u00edtulo de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria na sua conta de FGTS.\nO Trabalhador Brasileiro n\u00e3o merece isto! A Caixa vale-se da fragilidade humana para colocar-se como realizadora de sonhos, ao mesmo tempo em que, ano ap\u00f3s ano, aufere lucros exorbitantes \u00e0s custas do trabalhador. Ainda em rela\u00e7\u00e3o aos dispositivos constitucionais violados, apontamos a viola\u00e7\u00e3o ao direito de propriedade (art. 5\u00ba, XXII da CF) . O direito de propriedade decorre da pr\u00f3pria lei natural. Por isso, \u00e9 uma exig\u00eancia da natureza intelectual do homem. Enquanto os irracionais se contentam com a satisfa\u00e7\u00e3o de suas necessidades imediatas, o homem pode prever o seu futuro. Assim, para subsistir hoje e no tempo futuro, precisa apropriar-se de bens naturais, de consumo, bens fung\u00edveis e, tamb\u00e9m, de produ\u00e7\u00e3o. A propriedade \u00e9 a express\u00e3o da pessoa humana. \u00c9 fruto do seu trabalho ou do de seus antepassados. \u00c9 o espelho do indiv\u00edduo, que precisa de um\n__________________________________________ Avenida Benedicto Leite de Negreiros, n\u00ba 646 \u2013 Centro - Bandeirantes, PR \u2013 86.360-000\nFone: (43) 3542-5021 \u2013 e-mail: adv.jur@hotmail.com\n\n\fADVOCACIA E ASSESSORIA JUR\u00cdDICA\nCausas c\u00edveis, criminais, trabalhistas e previdenci\u00e1rias\n_______________________________________________________\naconchego preservado pela privacidade, onde pode ser ele mesmo, cercado dos sinais que identificam o seu eu. Ela estimula o trabalho, sendo o homem atra\u00eddo espontaneamente pela perspectiva da recompensa direta e pessoal de seus esfor\u00e7os.\nFinalmente, a propriedade \u00e9 penhor de uma sociedade articulada ou organizada, ao contr\u00e1rio da meramente coletiva, que tem por consequ\u00eancia uma sociedade massificada, sem diversifica\u00e7\u00e3o nem liberdade. Ela defende os cidad\u00e3os contra a concentra\u00e7\u00e3o de todos os poderes nas m\u00e3os do Estado, garantindo a liberdade dos indiv\u00edduos e sua independ\u00eancia em rela\u00e7\u00e3o ao poder.\nNesse sentido: \"A propriedade faz parte da natureza do homem e da natureza das coisas. Como o trabalho, ela encerra um mist\u00e9rio \u2013 \u00e9 a proje\u00e7\u00e3o da personalidade humana sobre as coisas. A pessoa tende \u00e0 propriedade por um impulso instintivo, do mesmo modo que a nossa natureza animal tende ao alimento. O apetite da propriedade \u00e9 t\u00e3o natural \u00e0 nossa esp\u00e9cie como a fome e a sede; apenas \u00e9 de notar que estes s\u00e3o apetites da nossa natureza inferior, ao passo que aquele procede da nossa natureza superior. Todo o homem tem alma de propriet\u00e1rio, mesmo os que se julgam seus inimigos. \u00c9 isto que se entende quando se afirmar que a propriedade decorre do direito natural\" (R.G. Renard, L\u2019\u00c9glise et la Question Sociale, p. 137 et seq.).\nPartindo das premissas acima, em 1991 e 1992, quando o STF julgou a ADI 493-0/DF, ele deixou bem assentado que a TR n\u00e3o constitu\u00eda \u00edndice que refletia a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda. Esta caracter\u00edstica da TR tem se confirmado ao longo dos anos. A sua aplica\u00e7\u00e3o aos saldos dos dep\u00f3sitos do FGTS tem gerado \u201cgigantesca destrui\u00e7\u00e3o de valor\u201d do patrim\u00f4nio do trabalhador. H\u00e1 anos, os trabalhadores que tem dep\u00f3sitos no FGTS n\u00e3o experimentam ganhos reais em sua aplica\u00e7\u00e3o. Ao contr\u00e1rio. H\u00e1 muito tempo, os trabalhadores tem rendimentos inferiores \u00e0 infla\u00e7\u00e3o, mesmo levando em conta a remunera\u00e7\u00e3o dos juros de 3% ao ano.\nO que torna a TR um \u00edndice inid\u00f4neo \u00e9 a intensa inger\u00eancia do Banco Central/CMN na sua formula\u00e7\u00e3o.\nDe pouco adiantaria ao trabalhador que fosse determinado ao Banco Central/CMN que recalculasse a TR, pois uma nova f\u00f3rmula estaria igualmente sob a discricionariedade e subjetivismo total do Banco. Basta avaliar a sucess\u00e3o de\n__________________________________________ Avenida Benedicto Leite de Negreiros, n\u00ba 646 \u2013 Centro - Bandeirantes, PR \u2013 86.360-000\nFone: (43) 3542-5021 \u2013 e-mail: adv.jur@hotmail.com\n\n\fADVOCACIA E ASSESSORIA JUR\u00cdDICA\nCausas c\u00edveis, criminais, trabalhistas e previdenci\u00e1rias\n_______________________________________________________\nresolu\u00e7\u00f5es do Banco Central/CMN sobre o tema, conforme Parecer do referido Economista.\nPartindo da premissa inequ\u00edvoca de que a TR n\u00e3o rep\u00f5e as perdas monet\u00e1rias dos dep\u00f3sitos do FGTS - verifica-se de forma incontest\u00e1vel a destrui\u00e7\u00e3o de valor \u201ddo patrim\u00f4nio do trabalhador., outro caminho n\u00e3o existe se n\u00e3o o de adotar um novo \u00edndice que verdadeiramente corrija estes dep\u00f3sitos.\nComo se sabe, o \u00edndice de remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sico da poupan\u00e7a \u00e9 a Taxa Referencial \u2013 TR, \u00edndice controlado pelo Estado, e utilizado como instrumento de controle da economia \u2013 vide os sucessivos \u00edndices mensais zerados, a fim de controle de aporte de capital nas poupan\u00e7as. Tanto a TR n\u00e3o se presta como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, que o STF j\u00e1 decidiu nesse sentido: \u2018A taxa referencial (TR) n\u00e3o \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria (...) n\u00e3o constitui \u00edndice que reflita a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda\u2019 (ADI 493-0/DF, Relator Min. Moreira Alves, Plen\u00e1rio, DJ 4.9.1992).\nAssim sendo, texto t\u00e3o danoso ao cidad\u00e3o (art. 13 da lei 8.036/90) n\u00e3o poder\u00e1 ser tolerado pelo Judici\u00e1rio.\nLogo, declarada a inconstitucionalidade o \u00edndice aplicado ao precat\u00f3rio pago nos autos, deve ser tomado como vigente e aplicado ao caso concreto - atribuindo-se outro \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o, como retratado nos pedidos da presente a\u00e7\u00e3o.\nA ofensa ao art. 5\u00ba, caput, da CF, na vertente da seguran\u00e7a jur\u00eddica das rela\u00e7\u00f5es com a Caixa Econ\u00f4mica Federal, verifica-se, notadamente ap\u00f3s o reconhecimento pelo SFT que a TR n\u00e3o se presta como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, nesse sentido: \u2018A taxa referencial (TR) n\u00e3o \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria (...) n\u00e3o constitui \u00edndice que reflita a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda\u2019 (ADI 493-0/DF, Relator Min. Moreira Alves, Plen\u00e1rio, DJ 4.9.1992).\nLogo, como citado, resta clara a viola\u00e7\u00e3o aos arts. 1\u00ba, inc. III, 5\u00ba, caput e incs. XXII, XXXVI, e 37, caput, da Constitui\u00e7\u00e3o da Rep\u00fablica.\nFrise-se, o SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL j\u00e1 decidiu que envolve quest\u00e3o constitucional a discuss\u00e3o a respeito da aplica\u00e7\u00e3o ou n\u00e3o,\n__________________________________________ Avenida Benedicto Leite de Negreiros, n\u00ba 646 \u2013 Centro - Bandeirantes, PR \u2013 86.360-000\nFone: (43) 3542-5021 \u2013 e-mail: adv.jur@hotmail.com\n\n\fADVOCACIA E ASSESSORIA JUR\u00cdDICA\nCausas c\u00edveis, criminais, trabalhistas e previdenci\u00e1rias\n_______________________________________________________\nnas contas vinculadas do FGTS, de \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria expurgados em decorr\u00eancia de planos de estabiliza\u00e7\u00e3o da economia.\nCom efeito, no dia 31-08-2000, em Sess\u00e3o Plen\u00e1ria, o STF ao apreciar o RE- n. 226855-RS consolidou entendimento de que a decis\u00e3o judicial que decreta a proced\u00eancia de pedido de pagamento de \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, sob a alega\u00e7\u00e3o de direito adquirido, trata de quest\u00e3o constitucional, pois est\u00e1 fundamentada na Constitui\u00e7\u00e3o Federal (art. 5\u00ba, XXXVI).\nOu seja, ao apreciar pedido de aplica\u00e7\u00e3o de \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria extralegais, a decis\u00e3o judicial est\u00e1, obrigatoriamente, posicionando-se quanto \u00e0 exist\u00eancia ou n\u00e3o de direito adquirido.\nPois bem, nos casos em que se pleiteiam a aplica\u00e7\u00e3o nas suas contas vinculadas do FGTS, de \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria com discuss\u00e3o de previs\u00e3o em leis vigentes - tratamos de an\u00e1lise de direito adquirido.\nA concess\u00e3o ou n\u00e3o do pedido depende ent\u00e3o da aprecia\u00e7\u00e3o, pelo juiz da causa, da exist\u00eancia ou n\u00e3o de direito adquirido aos \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria.\nLogo, caso o entendimento seja no sentido que n\u00e3o h\u00e1 aplica\u00e7\u00e3o de direito adquirido ao \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o/atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria (TR) - torna-se poss\u00edvel a interpreta\u00e7\u00e3o no sentido de aplica\u00e7\u00e3o do \u00edndice que realmente cumpra o disposto no art.2\u00ba da lei n\u00ba n\u00ba 8.036/90.\nAssim, a parte autora requer, desde j\u00e1, que este MM.Juiz Federal \" a quo\" manifeste-se em sua r. senten\u00e7a sobre a ofensa aos dispositivos constitucionais citados.\nPortanto, resta PREQUESTIONADA a mat\u00e9ria pugnando pela PROCED\u00caNCIA DO PREQUESTIONAMENTO suscitado, requerendo ao Excelent\u00edssimo JUIZ FEDERAL que se pronuncie de forma objetiva, expl\u00edcita e fundamentada sobre o assunto.\nAdemais, temos ainda os julgados recentes, pelo que vejamos: Ante o exposto, JULGO PROCEDENTES os pedidos, condenando a CEF a pagar \u00e0 parte autora os valores correspondentes \u00e0 diferen\u00e7a de FGTS em raz\u00e3o da\n__________________________________________ Avenida Benedicto Leite de Negreiros, n\u00ba 646 \u2013 Centro - Bandeirantes, PR \u2013 86.360-000\nFone: (43) 3542-5021 \u2013 e-mail: adv.jur@hotmail.com\n\n\fADVOCACIA E ASSESSORIA JUR\u00cdDICA\nCausas c\u00edveis, criminais, trabalhistas e previdenci\u00e1rias\n_______________________________________________________\naplica\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria pelo IPCA-E desde janeiro de 1999 em diante at\u00e9 seu efetivo saque, cujo valor dever\u00e1 ser apurado em sede de cumprimento de senten\u00e7a. Caso n\u00e3o tenha havido saque, tal diferen\u00e7a dever\u00e1 ser depositada diretamente na conta vinculada do autor. Sem custas e honor\u00e1rios advocat\u00edcios (artigos 54 e 55 da Lei n\u00ba 9.099/95 c/c artigo 1\u00ba da Lei 10.259/01). Senten\u00e7a publicada e registrada eletronicamente. Intimemse. Havendo recurso (s), intime (m)-se a (s) parte (s) contr\u00e1ria (s) para apresenta\u00e7\u00e3o de contrarraz\u00f5es, no prazo de dez dias. Recebo, desde j\u00e1, eventual recurso no efeito devolutivo. Juntados os eventuais recursos e as respectivas contrarraz\u00f5es apresentadas no prazo legal devem ser os autos remetidos \u00e0 Turma Recursal. Foz do Igua\u00e7u (PR), 15 de janeiro de 2014. Diego Viegas V\u00e9ras Juiz Federal Substituto\n0000305-36.2013.4.03.6328 -1\u00aa VARA GABINETE SENTEN\u00c7A COM RESOLU\u00c7\u00c3O DE M\u00c9RITO Nr.2013/6328000683 - MARIO OTAVIO COSTA (SP189944 LUIZ FERNANDO JACOMINI BARBOSA) X CAIXA ECONOMICA FEDERAL (SP169001- CLAUDIO YOSHIHITO NAKAMOTO) Trata-se de a\u00e7\u00e3o em que se pretende a substitui\u00e7\u00e3o da Taxa Referencial (TR) como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria do saldo de conta vinculada ao Fundo de Garantia do Tempo de Servi\u00e7o, pelo INPC, IPCA ou outro \u00edndice oficial de infla\u00e7\u00e3o julgado adequado pelo Ju\u00edzo, desde janeiro de 1999, nos meses em que a TR foi zero ou inferior \u00e0 infla\u00e7\u00e3o oficial. DI\u00c1RIO ELETR\u00d4NICO DA JUSTI\u00c7A FEDERAL DA 3\u00aa REGI\u00c3O Data de Divulga\u00e7\u00e3o: 07/11/2013 843/868 Tribunal Regional Federal da 3\u00aa Regi\u00e3o (TRF-3)\n__________________________________________ Avenida Benedicto Leite de Negreiros, n\u00ba 646 \u2013 Centro - Bandeirantes, PR \u2013 86.360-000\nFone: (43) 3542-5021 \u2013 e-mail: adv.jur@hotmail.com\n\n\fADVOCACIA E ASSESSORIA JUR\u00cdDICA\nCausas c\u00edveis, criminais, trabalhistas e previdenci\u00e1rias\n_______________________________________________________\nIV - DA TUTELA ANTECIPADA\nO Artigo 273 do C\u00f3digo de Processo Civil preceitua que \u00e9 poss\u00edvel a concess\u00e3o de tutela antecipada se o Juiz se convencer da verossimilhan\u00e7a da alega\u00e7\u00e3o e houver o fundado receio de dano irrepar\u00e1vel ou de dif\u00edcil repara\u00e7\u00e3o.\nA verossimilhan\u00e7a da alega\u00e7\u00e3o j\u00e1 foi amplamente demonstrada. O fundado receio de dano de dif\u00edcil repara\u00e7\u00e3o adv\u00e9m do fato de que a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u00e9 um obriga\u00e7\u00e3o de trato sucessivo. O Artigo 12 da Lei n\u00ba 8.177/91, com reda\u00e7\u00e3o da Lei n\u00ba 12.703/12, determina que a remunera\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos ser\u00e1 feita em cada per\u00edodo de rendimento. Cada per\u00edodo de rendimento que a Caixa sonega a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos dep\u00f3sitos do FGTS, o dano contra o trabalhador se configura. O dano que a aus\u00eancia de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria traz \u00e9, indubitavelmente, individual homog\u00eaneo. O nexo entre o sujeito ativo e o respons\u00e1vel pelo dano se d\u00e1 em uma situa\u00e7\u00e3o jur\u00eddica com origem comum para todos os titulares do direito violado. Apesar da origem comum, n\u00e3o se exige que cada um dos indiv\u00edduos atingidos pela viola\u00e7\u00e3o do direito pade\u00e7am do mesmo mal. O dano \u00e9 divis\u00edvel. Mas mesmo sendo divis\u00edvel \u00e9 de f\u00e1cil percep\u00e7\u00e3o que, no geral, a aus\u00eancia de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria implica em menos dinheiro \u00e0 disposi\u00e7\u00e3o do trabalhador para a consecu\u00e7\u00e3o dos seus neg\u00f3cios jur\u00eddicos naquelas hip\u00f3teses em que a lei permite. Cada casa que o trabalhador deixa de comprar, cada presta\u00e7\u00e3o de im\u00f3vel que ele deixa de abater, cada tratamento de neoplasia maligna que ele deixa de fazer, cada rem\u00e9dio para o tratamento de HIV que ele deixa de comprar porque seu FGTS perdeu o poder aquisitivo, \u00e9 um dano de dif\u00edcil repara\u00e7\u00e3o que se renova. Acres\u00e7a-se a este dano, a situa\u00e7\u00e3o de ref\u00e9m que o trabalhador com dep\u00f3sito do FGTS se encontra quando quer financiar seu im\u00f3vel pelo SFH com a Caixa. Hoje, e enquanto durar a TR zero, ele ter\u00e1 que financiar mais do que seria\n__________________________________________ Avenida Benedicto Leite de Negreiros, n\u00ba 646 \u2013 Centro - Bandeirantes, PR \u2013 86.360-000\nFone: (43) 3542-5021 \u2013 e-mail: adv.jur@hotmail.com\n\n\fADVOCACIA E ASSESSORIA JUR\u00cdDICA\nCausas c\u00edveis, criminais, trabalhistas e previdenci\u00e1rias\n_______________________________________________________\nnecess\u00e1rio, pois o que lhe pertence de direito \u2013 corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u2013 n\u00e3o est\u00e1 incidindo sobre seu dep\u00f3sito.\nE ao que tudo indica, este dano continuar\u00e1 se repetindo por um longo per\u00edodo. Verifica-se no Estudo Econ\u00f4mico que ao tempo em que esta a\u00e7\u00e3o perdurar, a TR continuar\u00e1 anulada, ou reduzida a patamares m\u00ednimos, impondo aos trabalhadores mais perda do seu poder aquisitivo, mas dilapida\u00e7\u00e3o do seu patrim\u00f4nio e mais restri\u00e7\u00f5es \u00e0 sua capacidade de fazer neg\u00f3cio jur\u00eddico.\nN\u00e3o h\u00e1 d\u00favida de que h\u00e1 um risco de dif\u00edcil repara\u00e7\u00e3o na medida em que n\u00e3o \u00e9 poss\u00edvel quantific\u00e1-lo, mas n\u00e3o h\u00e1 como neg\u00e1-lo, tanto se levarmos em conta o trabalhador individualmente considerado como a coletividade de trabalhadores.\nAssim, imperioso \u00e9 que desde j\u00e1 a TR seja substitu\u00edda pelo INPC, \u00edndice que corrige o sal\u00e1rio m\u00ednimo ou pelo IPCA, \u00edndice oficial de medida de infla\u00e7\u00e3o. \u00cdndices que minimamente rep\u00f5em as perdas monet\u00e1rias haja vista que hoje n\u00e3o h\u00e1 nenhum tipo de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos dep\u00f3sitos do Fundo.\nPor outro lado, n\u00e3o h\u00e1 dano de irreversibilidade do provimento antecipado porque \u00e9 da natureza do FGTS ser um fundo de aplica\u00e7\u00e3o a longo prazo. Eventual decis\u00e3o que n\u00e3o reconhe\u00e7a o direito ora pleiteado, permitir\u00e1 que a Caixa utilize de mecanismos legais para promover a devida compensa\u00e7\u00e3o ao longo do tempo.\nAssim, requer a concess\u00e3o da tutela para substituir imediatamente a TR, como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria nos dep\u00f3sitos do FGTS dos ora substitu\u00eddos, pelo INPC, IPCA ou \u00edndice que, no entender deste Ju\u00edzo, melhor reflita as perdas inflacion\u00e1rias daqui por diante, at\u00e9 o tr\u00e2nsito em julgado do presente feito.\nV- DOS HONOR\u00c1RIOS ADVOCAT\u00cdCIOS\nNo que tange a possibilidade de condena\u00e7\u00e3o da requerida em honor\u00e1rios advocat\u00edcios, o STF reiterou o entendimento de que cabe a cobran\u00e7a de honor\u00e1rios advocat\u00edcios nas a\u00e7\u00f5es entre o FGTS e os titulares das contas\n__________________________________________ Avenida Benedicto Leite de Negreiros, n\u00ba 646 \u2013 Centro - Bandeirantes, PR \u2013 86.360-000\nFone: (43) 3542-5021 \u2013 e-mail: adv.jur@hotmail.com\n\n\fADVOCACIA E ASSESSORIA JUR\u00cdDICA\nCausas c\u00edveis, criminais, trabalhistas e previdenci\u00e1rias\n_______________________________________________________\nvinculadas. A decis\u00e3o foi tomada por unanimidade no julgamento do RExt 581.160, com repercuss\u00e3o geral reconhecida, interposto contra ac\u00f3rd\u00e3o do TRF da 1\u00aa regi\u00e3o.\nSegundo o relator, ministro Ricardo Lewandowski, o ac\u00f3rd\u00e3o recorrido julgou constitucional o artigo 29-C da lei 8.036/90, inserido pela MP 2.164/01, que veda a condena\u00e7\u00e3o em honor\u00e1rios advocat\u00edcios nas a\u00e7\u00f5es entre o FGTS e os titulares das contas vinculadas.\nOcorre que o STF j\u00e1 declarou o artigo inconstitucional no julgamento da ADIn 2.736, em que foi relator o ministro Cezar Peluso, que excluiu o artigo 29-C da lei 8.036 do ordenamento legal. \"Entendo que o RExt deve ter o mesmo destino da ADIn, de modo que dou provimento ao pedido\", concluiu o ministro.\nNesse sentido:\nEmenta: RECURSO EXTRAORDIN\u00c1RIO COM REPERCUSS\u00c3O GERAL RECONHECIDA. CONSTITUCIONAL. ART. 9\u00ba DA MP 2.164-41/2001. INTRODU\u00c7\u00c3O DO ART. 29-C NA LEI 8.036/1990. HONOR\u00c1RIOS ADVOCAT\u00cdCIOS. SUCUMB\u00caNCIA. A\u00c7\u00d5ES ENVOLVENDO O FGTS E TITULARES DE CONTAS VINCULADAS. INCONSTITUCIONALIDADE DECLARADA NA ADI 2.736/DF. RECURSO PROVIDO. I - O Supremo Tribunal Federal, no julgamento da ADI 2.736/DF, Rel. Min. Cezar Peluso, declarou a inconstitucionalidade do art. 9\u00ba da MP 2.164-41/2001, na parte em que introduziu o art. 29-C na lei 8.036/1990, que vedava a condena\u00e7\u00e3o em honor\u00e1rios advocat\u00edcios \u201cnas a\u00e7\u00f5es entre o FGTS e os titulares de contas vinculadas, bem como naquelas em que figuram os respectivos representantes ou substitutos processuais\u201d. II - Os mesmos argumentos devem ser aplicados \u00e0 solu\u00e7\u00e3o do lit\u00edgio de que trata o presente recurso. III Recurso extraordin\u00e1rio conhecido e provido. (RE 581160 / MG - MINAS GERAIS. PROCESSO ELETR\u00d4NICO. Relator(a): Min. RICARDO LEWANDOWSKI REPERCUSS\u00c3O GERAL - M\u00c9RITO. Julgamento: 20/06/2012. \u00d3rg\u00e3o Julgador: Tribunal Pleno.DJe-166 DIVULG 22-08-2012 PUBLIC 23-082012- Tema 116 - Direito a honor\u00e1rios advocat\u00edcios nas a\u00e7\u00f5es que visam obter expurgos inflacion\u00e1rios de FGTS. - Ac\u00f3rd\u00e3os citados: ADI 162 MC, ADI 525 MC, ADI 1647, ADI 1753 MC, ADI 2213 MC, ADI 2736.)\n__________________________________________ Avenida Benedicto Leite de Negreiros, n\u00ba 646 \u2013 Centro - Bandeirantes, PR \u2013 86.360-000\nFone: (43) 3542-5021 \u2013 e-mail: adv.jur@hotmail.com\n\n\fADVOCACIA E ASSESSORIA JUR\u00cdDICA\nCausas c\u00edveis, criminais, trabalhistas e previdenci\u00e1rias\n_______________________________________________________\nVI- CONCLUS\u00d5ES\nA Taxa Referencial, enquanto \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria assim considerada pela atual jurisprud\u00eancia p\u00e1tria, n\u00e3o pode ser reduzida a Zero, como tem sido nos \u00faltimos meses, pois afronta flagrantemente o artigo 2\u00ba da Lei n\u00ba 8.036/90, que garante atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria aos dep\u00f3sitos feitos no FGTS.\nComo \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, a TR deveria garantir o poder aquisitivo dos dep\u00f3sitos do FGTS, que se perfaz levando em conta os \u00edndices de infla\u00e7\u00e3o. Desde janeiro de 1999, a TR se distanciou sensivelmente dos \u00edndices oficiais de infla\u00e7\u00e3o, impingindo profundas perdas aos dep\u00f3sitos do FGTS, tornandose inid\u00f4nea para garantir a reposi\u00e7\u00e3o de perdas monet\u00e1rias.\nA inidoneidade da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria decorre de mudan\u00e7as introduzidas na sua metodologia de c\u00e1lculo pelo Banco Central do Brasil/CMN que, atrav\u00e9s do mecanismo econ\u00f4mico de um redutor, vem nitidamente manipulando o \u00edndice para que ele se desprenda da infla\u00e7\u00e3o at\u00e9 anul\u00e1-la completamente, a despeito de um quadro de infla\u00e7\u00e3o persistente no Pa\u00eds.\nA Caixa Econ\u00f4mica Federal est\u00e1 se prestando ao papel de espoliador do FGTS, na medida em que disp\u00f5e do patrim\u00f4nio do trabalhador sem a devida contrapresta\u00e7\u00e3o. A corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria aplicada ao FGTS tem sido h\u00e1 muito tempo menor que a infla\u00e7\u00e3o registrada, de forma que descumpre n\u00e3o s\u00f3 o artigo 2\u00ba da lei n\u00ba 8.036/90, artigo 233 do C\u00f3digo Civil, mas tamb\u00e9m toda a l\u00f3gica e princ\u00edpios do mercado econ\u00f4mico.\nQuem empresta tem direito a ser remunerado com juros e a totalidade da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. O trabalhador n\u00e3o pode ser obrigado a subsidiar ainda mais os projetos do Governo Federal. O \u201cainda mais\u201d decorre do fato de os juros de 3% do FGTS serem os menores do mercado, o qu\u00ea, por si s\u00f3, demonstra que ele j\u00e1 est\u00e1 fazendo sua parte sob a perspectiva social.\nNegar o direito de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria aos dep\u00f3sitos do FGTS, Fundo do qual o trabalhador n\u00e3o pode simplesmente sacar seu dinheiro para aplicar em outro fundo mais rent\u00e1vel, configura ato de tirania, incompat\u00edvel com um Estado Democr\u00e1tico de Direito e deve ser de pronto recha\u00e7ado.\n__________________________________________ Avenida Benedicto Leite de Negreiros, n\u00ba 646 \u2013 Centro - Bandeirantes, PR \u2013 86.360-000\nFone: (43) 3542-5021 \u2013 e-mail: adv.jur@hotmail.com\n\n\fADVOCACIA E ASSESSORIA JUR\u00cdDICA\nCausas c\u00edveis, criminais, trabalhistas e previdenci\u00e1rias\n_______________________________________________________\nSe o Governo Brasileiro remunerasse os investidores internacionais com TR mais 3% a.a, como faz com os trabalhadores, haveria um fuga em massa dos investimentos no Pa\u00eds, e certamente estar\u00edamos experimentando uma tsunami econ\u00f4mica e n\u00e3o uma simples \u201cmarolinha\u201d.\nSendo a TR \u00edndice inid\u00f4neo para restabelecer o poder aquisitivo dos dep\u00f3sitos do FGTS, sua substitui\u00e7\u00e3o por outro \u00edndice que melhor recomponha as perdas monet\u00e1rias se torna imperioso, a fim de fazer prevalecer o artigo 2\u00ba da lei n\u00ba 8.036/90 e artigo 233 do C\u00f3digo Civil.\nPosto que desde janeiro de 1999 o redutor criado pelo Banco Central/CMN promoveu o completo distanciamento da TR dos \u00edndices oficiais de infla\u00e7\u00e3o, temos que desde ent\u00e3o ela perdeu sua condi\u00e7\u00e3o de repor as perdas inflacion\u00e1rias dos dep\u00f3sitos do FGTS, devendo desde esta data ser substitu\u00edda pelo INPC, alternativamente, pelo IPCA.\nVII - DOS PEDIDOS\nAnte o exporto, o Autor requer: a) Seja a presente a\u00e7\u00e3o julgada totalmente procedente, requerendo-se: a.1) A concess\u00e3o de tutela antecipada para que a TR seja substitu\u00edda pelo INPC como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos efetuados em nome do autor(es)a partir da concess\u00e3o at\u00e9 o tr\u00e2nsito em julgado da presente a\u00e7\u00e3o, com a consequente aplica\u00e7\u00e3o do novo \u00edndice sobre os dep\u00f3sitos constantes das contas vinculadas do (s) Autor (es); ou a.2) que a TR seja substitu\u00edda pelo IPCA como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos efetuados em nome do(s) autor(es) a partir de sua concess\u00e3o at\u00e9 o tr\u00e2nsito em julgado da presente a\u00e7\u00e3o, com a consequente aplica\u00e7\u00e3o do novo \u00edndice sobre os dep\u00f3sitos constantes das contas vinculadas do (s) Autor (es); ou a.3) a aplica\u00e7\u00e3o de qualquer outro \u00edndice que reponha as perdas inflacion\u00e1rias do trabalhador nas contas do FGTS, no entender deste Doutor Ju\u00edzo,\n__________________________________________ Avenida Benedicto Leite de Negreiros, n\u00ba 646 \u2013 Centro - Bandeirantes, PR \u2013 86.360-000\nFone: (43) 3542-5021 \u2013 e-mail: adv.jur@hotmail.com\n\n\fADVOCACIA E ASSESSORIA JUR\u00cdDICA\nCausas c\u00edveis, criminais, trabalhistas e previdenci\u00e1rias\n_______________________________________________________\nat\u00e9 o tr\u00e2nsito em julgado da presente a\u00e7\u00e3o, com a consequente aplica\u00e7\u00e3o do novo \u00edndice sobre os dep\u00f3sitos constantes das contas vinculadas do (s) Autor (es).\nb) A cita\u00e7\u00e3o da requerida, para querendo contestar a presente a\u00e7\u00e3o.\nc) Ao final, a confirma\u00e7\u00e3o da tutela antecipada e a condena\u00e7\u00e3o da Caixa para:\nc.1) pagar, a favor do Autor o valor correspondente \u00e0s diferen\u00e7as de FGTS em raz\u00e3o da aplica\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria pelo INPC nos meses em que a TR foi zero, nas parcelas vencidas e vincendas; e\nc.2) pagar, a favor do Autor o valor correspondente \u00e0s diferen\u00e7as de FGTS em raz\u00e3o da aplica\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria pelo INPC, desde Janeiro de 1999, nos meses em que a TR n\u00e3o foi zero, mas foi menor que a infla\u00e7\u00e3o do per\u00edodo; ou\nc.3) pagar, a favor do Autor o valor correspondente \u00e0s diferen\u00e7as de FGTS em raz\u00e3o da aplica\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria pelo IPCA nos meses em que a TR foi zero; e\nc.4) pagar, a favor do Autor o valor correspondente \u00e0s diferen\u00e7as de FGTS em raz\u00e3o da aplica\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria pelo IPCA, desde Janeiro de 1999, nos meses em que a TR n\u00e3o foi zero, mas foi menor que a infla\u00e7\u00e3o do per\u00edodo; ou\nc.5) pagar, a favor do Autor o valor correspondente \u00e0s diferen\u00e7as de FGTS em raz\u00e3o da aplica\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria por qualquer outro \u00edndice que reponha as perdas inflacion\u00e1rias do trabalhador nas contas do FGTS, no entender deste Ju\u00edzo, desde Janeiro de 1999, inclusive nos meses em que a TR foi zero.\nd) Sobre os valores devidos pela condena\u00e7\u00e3o de que tratam os itens acima, dever\u00e3o incidir corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria desde a inadimpl\u00eancia da Caixa, bem como os juros legais.\ne) A condena\u00e7\u00e3o da Caixa ao pagamento das custas e honor\u00e1rios advocat\u00edcios de 20% sobre o valor da condena\u00e7\u00e3o.\n__________________________________________ Avenida Benedicto Leite de Negreiros, n\u00ba 646 \u2013 Centro - Bandeirantes, PR \u2013 86.360-000\nFone: (43) 3542-5021 \u2013 e-mail: adv.jur@hotmail.com\n\n\fADVOCACIA E ASSESSORIA JUR\u00cdDICA\nCausas c\u00edveis, criminais, trabalhistas e previdenci\u00e1rias\n_______________________________________________________\nf) A concess\u00e3o da gratuidade da justi\u00e7a, porquanto a parte autora n\u00e3o possui condi\u00e7\u00f5es financeiras para recolhimento de custas ou despesas processuais. Subsidiariamente, requer sejam as custas recolhidas ao final;\ng) Requer, ainda, que este MM. Juiz Federal \"a quo\" manifestese em sua r. senten\u00e7a sobre a exig\u00eancia de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria do art. 2\u00ba da lei n\u00ba 8.036/90 que garante atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria aos dep\u00f3sitos das contas vinculadas do FGTS;\nh) Requer, por fim, que este MM. Juiz Federal \"a quo\" manifestese em sua r. senten\u00e7a sobre os fundamentos que a utiliza\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o desobedeceria os limites materiais de in\u00fameros fundamentos e princ\u00edpios constitucionais, como o Estado Democr\u00e1tico de Direito, atentando contra a Dignidade da pessoa Humana (art. 1\u00ba e inciso III, da CF), bem como os princ\u00edpios da igualdade, seguran\u00e7a jur\u00eddica (art. 5\u00ba, caput, da CF), da prote\u00e7\u00e3o ao direito de propriedade, direito adquirido (art. 5\u00ba, XXII e XXXVI da CF) e moralidade (art. 37 da CF). Logo, resta PREQUESTIONADA a mat\u00e9ria pugnando pela PROCED\u00caNCIA DO PREQUESTIONAMENTO suscitado, requerendo ao Excelent\u00edssimo JUIZ FEDERAL que se pronuncie de forma objetiva, expl\u00edcita e fundamentada sobre o assunto.\nProtesta provar o alegado por todos os meios de prova admitidos em direito, principalmente prova documental.\nAtribui-se \u00e0 causa o valor de R$ 1.654,55 (um mil seiscentos e cinquenta e quatro reais e cinquenta e cinco centavos).\nBandeirantes, 20 de abril de 2014\nPaulo Alves da Cruz OAB/PR 69.830\n__________________________________________ Avenida Benedicto Leite de Negreiros, n\u00ba 646 \u2013 Centro - Bandeirantes, PR \u2013 86.360-000\nFone: (43) 3542-5021 \u2013 e-mail: adv.jur@hotmail.com\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 3 (Solon) - IdDocumentoCompleto: 5000290-88.2014.4.04.7210-721389868670217690220000000031", "text": "AIRTON SEHN & ADVOGADOS ASSOCIADOS\n\nAdvocacia e Assessoria Previdenci\u00e1ria, C\u00edvel, Penal,\n\n1\n\nEmpresarial, Trabalhista e Fiscal-Tribut\u00e1ria.\n\nEXCELENT\u00cdSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DO JUIZADO ESPECIAL FEDERAL DE S\u00c3O MIGUEL DO OESTE \u2013 SC.\n\nCorre\u00e7\u00e3o FGTS\n\nJUSTINA FERLA JAEGER, brasileira, casada, auxiliar de limpeza, portadora do RG n\u00ba 3574035 e inscrita no CPF sob o n\u00ba 017.789.129-74, residente e domiciliado na Rua Carlos Albino Bornholdt, n\u00ba 70, Bairro Centro, cidade de Monda\u00ed - SC, representado por seus procuradores, que esta subscrevem, vem \u00e0 presen\u00e7a de Vossa Excel\u00eancia ajuizar:\nA\u00c7\u00c3O DE COBRAN\u00c7A DIFEREN\u00c7AS CORRE\u00c7\u00c3O FGTS\nEm desfavor da CAIXA ECON\u00d4MICA FEDERAL, pessoa jur\u00eddica de direito p\u00fablico, com sede na Rua Santos Dumont, centro da cidade de S\u00e3o Miguel do Oeste \u2013 SC, pelos seguintes motivos de fato, fundamentos e raz\u00f5es de direito a seguir aduzidos.\nJUSTI\u00c7A GRATUITA A Autora n\u00e3o pode suportar os \u00f4nus do processo sem preju\u00edzo do pr\u00f3prio sustento familiar, conforme declara\u00e7\u00e3o inclusa, raz\u00e3o pela qual, requer que se digne Vossa Excel\u00eancia de deferir-lhe os benef\u00edcios da Justi\u00e7a Gratuita.\nQuanto ao direito subjetivo ao deferimento da Justi\u00e7a Gratuita mister considerar que a renda da autora \u00e9 baixa, conforme pode ser visualizado nos extratos de FGTS em anexo.\nEnd: Rua do Com\u00e9rcio, 57, Centro, CEP:89896-000 \u2013 Itapiranga/SC, Fone/fax: 49 36770638 Adv: Airton Sehn, OAB-SC 19.236 e RS 72.383A, Elenice Strieder Sehn, OAB-SC . 27.779 e Simone Muller, OAB/SC 25.959, Charles Etinei Grutzmann, OAB-SC 30.435 e Vitor Hugo Matos J\u00fanior, OAB/SC 34.355.\n\n\fAIRTON SEHN & ADVOGADOS ASSOCIADOS\n\nAdvocacia e Assessoria Previdenci\u00e1ria, C\u00edvel, Penal,\n\n2\n\nEmpresarial, Trabalhista e Fiscal-Tribut\u00e1ria.\n\nAssim, patente o direito \u00e0 benesse, requerendo-se o deferimento.\n\nDOS FATOS\n\nA presente a\u00e7\u00e3o trata-se de uma quest\u00e3o de extrema import\u00e2ncia para a requerente, assim como, para milh\u00f5es de trabalhadores e diz respeito ao Fundo de Garantia por Tempo de Servi\u00e7o \u2013 FGTS.\nComo \u00e9 cedi\u00e7o, o Fundo de Garantia por Tempo de Servi\u00e7o foi criado na d\u00e9cada de 60 para proteger o trabalhador, como suced\u00e2neo da antiga estabilidade decenal. \u00c9 constitu\u00eddo por valores depositados pelas empresas em nome de seus empregados possibilitando que o trabalhador forme um patrim\u00f4nio.\nConsta do s\u00edtio eletr\u00f4nico da Caixa Econ\u00f4mica Federal \u2013 CEF que o FGTS hoje financia programas de habita\u00e7\u00e3o popular, saneamento b\u00e1sico e infraestrutura urbana, sendo regido pelas disposi\u00e7\u00f5es da Lei 8.036, de 11 de maio de 1990, por normas e diretrizes estabelecidas pelo seu Conselho Curador e gerido pela Caixa Econ\u00f4mica Federal.\nDos artigos 2\u00ba e 13 da Lei 8.035/90 extra\u00edmos que h\u00e1 uma obrigatoriedade de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e de remunera\u00e7\u00e3o atrav\u00e9s de juros dos dep\u00f3sitos efetuados nas contas vinculadas ao FGTS, sen\u00e3o vejamos:\nArt. 2\u00ba \u201cO FGTS \u00e9 constitu\u00eddo pelos saldos das contas vinculadas a que se refere esta lei e outros recursos a ela incorporados, devendo ser aplicados com atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e juros, de modo a assegurar a cobertura de suas obriga\u00e7\u00f5es\u201d.\nArt.13 \u201cOs dep\u00f3sitos efetuados nas contas vinculadas ser\u00e3o corrigidos monetariamente com base nos par\u00e2metros fixados para a atualiza\u00e7\u00e3o dos saldos dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a e capitaliza\u00e7\u00e3o de juros de (tr\u00eas) por cento ao ano\u201d.\nRessalte-se que o par\u00e2metro fixado para a atualiza\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos dos saldos dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a e consequentemente dos dep\u00f3sitos do FGTS \u00e9 a Taxa Referencial \u2013 TR, conforme prescrevem os artigos 12 e 17\n\nEnd: Rua do Com\u00e9rcio, 57, Centro, CEP:89896-000 \u2013 Itapiranga/SC, Fone/fax: 49 36770638 Adv: Airton Sehn, OAB-SC 19.236 e RS 72.383A, Elenice Strieder Sehn, OAB-SC . 27.779 e Simone Muller, OAB/SC 25.959, Charles Etinei Grutzmann, OAB-SC 30.435 e Vitor Hugo Matos J\u00fanior, OAB/SC 34.355.\n\n\fAIRTON SEHN & ADVOGADOS ASSOCIADOS\n\nAdvocacia e Assessoria Previdenci\u00e1ria, C\u00edvel, Penal,\n\n3\n\nEmpresarial, Trabalhista e Fiscal-Tribut\u00e1ria.\n\nda Lei 8.177, de 1\u00ba de mar\u00e7o de 1991, com reda\u00e7\u00e3o da Lei 12.703, de 7 de agosto de 2012 cuja dic\u00e7\u00e3o \u00e9 a seguinte:\n\nArt. 12. Em cada per\u00edodo de rendimento, os dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a ser\u00e3o remunerados: I - como remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica, por taxa correspondente \u00e0 acumula\u00e7\u00e3o das TRD, no per\u00edodo transcorrido entre o dia do \u00faltimo cr\u00e9dito de rendimento, inclusive, e o dia do cr\u00e9dito de rendimento, exclusive; II - como remunera\u00e7\u00e3o adicional, por juros de: (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n \u00ba 12.703, de 2012) a) 0,5% (cinco d\u00e9cimos por cento) ao m\u00eas, enquanto a meta da taxa Selic ao ano, definida pelo Banco Central do Brasil, for superior a 8,5% (oito inteiros e cinco d\u00e9cimos por cento); ou (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n \u00ba 12.703, de 2012) b) 70% (setenta por cento) da meta da taxa Selic ao ano, definida pelo Banco Central do Brasil, mensalizada, vigente na data de in\u00edcio do per\u00edodo de rendimento, nos demais casos. (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n \u00ba 12.703, de 2012) \u00a7 1\u00b0 A remunera\u00e7\u00e3o ser\u00e1 calculada sobre o menor saldo apresentado em cada per\u00edodo de rendimento. \u00a7 2\u00b0 Para os efeitos do disposto neste artigo, considera-se per\u00edodo de rendimento: I - para os dep\u00f3sitos de pessoas f\u00edsicas e entidades sem fins lucrativos, o m\u00eas corrido, a partir da data de anivers\u00e1rio da conta de dep\u00f3sito de poupan\u00e7a; II - para os demais dep\u00f3sitos, o trimestre corrido a partir da data de anivers\u00e1rio da conta de dep\u00f3sito de poupan\u00e7a. \u00a7 3\u00b0 A data de anivers\u00e1rio da conta de dep\u00f3sito de poupan\u00e7a ser\u00e1 o dia do m\u00eas de sua abertura, considerando-se a data de anivers\u00e1rio das contas abertas nos dias 29, 30 e 31 como o dia 1\u00b0 do m\u00eas seguinte. \u00a7 4\u00b0 O cr\u00e9dito dos rendimentos ser\u00e1 efetuado: I - mensalmente, na data de anivers\u00e1rio da conta, para os dep\u00f3sitos de pessoa f\u00edsica e de entidades sem fins lucrativos; e II - trimestralmente, na data de anivers\u00e1rio no \u00faltimo m\u00eas do trimestre, para os demais dep\u00f3sitos.\nArt. 17. A partir de fevereiro de 1991, os saldos das contas do Fundo de Garantia por Tempo de Servi\u00e7o (FGTS) passam a ser remunerados pela taxa aplic\u00e1vel \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a com data de anivers\u00e1rio no dia 1\u00b0, observada a periodicidade mensal para remunera\u00e7\u00e3o. Par\u00e1grafo \u00fanico. As taxas de juros previstas na legisla\u00e7\u00e3o em vigor do FGTS s\u00e3o mantidas e consideradas como adicionais \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o prevista neste artigo.\nSobressai da Lei 8.177/91 a forma como a TR ser\u00e1 calculada:\nEnd: Rua do Com\u00e9rcio, 57, Centro, CEP:89896-000 \u2013 Itapiranga/SC, Fone/fax: 49 36770638 Adv: Airton Sehn, OAB-SC 19.236 e RS 72.383A, Elenice Strieder Sehn, OAB-SC . 27.779 e Simone Muller, OAB/SC 25.959, Charles Etinei Grutzmann, OAB-SC 30.435 e Vitor Hugo Matos J\u00fanior, OAB/SC 34.355.\n\n\fAIRTON SEHN & ADVOGADOS ASSOCIADOS\n\nAdvocacia e Assessoria Previdenci\u00e1ria, C\u00edvel, Penal,\n\n4\n\nEmpresarial, Trabalhista e Fiscal-Tribut\u00e1ria.\n\nArt. 1\u00b0 O Banco Central do Brasil divulgar\u00e1 Taxa Referencial (TR), calculada a partir da remunera\u00e7\u00e3o mensal m\u00e9dia l\u00edquida de impostos, dos dep\u00f3sitos a prazo fixo captados nos bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos m\u00faltiplos com carteira comercial ou de investimentos, caixas econ\u00f4micas, ou dos t\u00edtulos p\u00fablicos federais, estaduais e municipais, de acordo com metodologia a ser aprovada pelo Conselho Monet\u00e1rio Nacional, no prazo de sessenta dias, e enviada ao conhecimento do Senado Federal. \u00a7 2\u00b0 As institui\u00e7\u00f5es que venham a ser utilizadas como bancos de refer\u00eancia, dentre elas, necessariamente, as dez maiores do Pa\u00eds, classificadas pelo volume de dep\u00f3sitos a prazo fixo, est\u00e3o obrigadas a fornecer as informa\u00e7\u00f5es de que trata este artigo, segundo normas estabelecidas pelo Conselho Monet\u00e1rio Nacional, sujeitando-se a institui\u00e7\u00e3o e seus administradores, no caso de infra\u00e7\u00e3o \u00e0s referidas normas, \u00e0s penas estabelecidas no art. 44 da Lei n\u00b0 4.595, de 31 de dezembro de 1964. \u00a7 3\u00b0 Enquanto n\u00e3o aprovada a metodologia de c\u00e1lculo de que trata este artigo, o Banco Central do Brasil fixar\u00e1 a TR (grifamos).\nA metodologia c\u00e1lculo foi h\u00e1 muito tempo definida pelo Banco Central\n\u2013 Conselho Monet\u00e1rio Nacional (CMN), e hoje est\u00e1 vigente sob a forma da\nResolu\u00e7\u00e3o n\u00ba. 3.354, de 31 de mar\u00e7o de 2006.\nOcorre que h\u00e1 muito tempo, a TR n\u00e3o reflete mais a corre\u00e7\u00e3o\nmonet\u00e1ria, tendo se distanciado completamente dos \u00edndices oficiais de\ninfla\u00e7\u00e3o. Nos meses de setembro, outubro e novembro de 2009, janeiro e\nfevereiro de 2010 fevereiro e junho de 2012 em diante, a TR tem sido\ncompletamente anulada, como se n\u00e3o existisse qualquer infla\u00e7\u00e3o pass\u00edvel\nde corre\u00e7\u00e3o no per\u00edodo.\nEis a raz\u00e3o desta a\u00e7\u00e3o.\nDO DIREITO\nA corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria\nA corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria existe entre n\u00f3s desde a \u00e9poca de 1960. O\nprincipal te\u00f3rico da Corre\u00e7\u00e3o Monet\u00e1ria, o Advogado Tributarista Bulh\u00f5es\nPedreira explica o seguinte:\nEnd: Rua do Com\u00e9rcio, 57, Centro, CEP:89896-000 \u2013 Itapiranga/SC, Fone/fax: 49 36770638 Adv: Airton Sehn, OAB-SC 19.236 e RS 72.383A, Elenice Strieder Sehn, OAB-SC . 27.779 e Simone Muller, OAB/SC 25.959, Charles Etinei Grutzmann, OAB-SC 30.435 e Vitor Hugo Matos J\u00fanior, OAB/SC 34.355.\n\n\fAIRTON SEHN & ADVOGADOS ASSOCIADOS\n\nAdvocacia e Assessoria Previdenci\u00e1ria, C\u00edvel, Penal,\n\n5\n\nEmpresarial, Trabalhista e Fiscal-Tribut\u00e1ria.\n\n\u201cPor analogia com as unidades de medidas f\u00edsicas podemos dizer que o n\u00edvel geral dos pre\u00e7os \u00e9 o padr\u00e3o prim\u00e1rio do valor financeiro, enquanto que a unidade monet\u00e1ria serve como padr\u00e3o secund\u00e1rio \u2013 usado, na pr\u00e1tica, para exprimir o valor financeiro, mas deve ser aferido pelo padr\u00e3o prim\u00e1rio porque sujeito a modifica\u00e7\u00f5es1\u201d\nSegundo este entendimento, a moeda seria um padr\u00e3o secund\u00e1rio, o que implicaria cindir em duas as suas fun\u00e7\u00f5es, atribuindo-se ao padr\u00e3o prim\u00e1rio, n\u00edvel geral de pre\u00e7o, a fun\u00e7\u00e3o de medida de valor, e \u00e0s pe\u00e7as monet\u00e1rias emitidas a fun\u00e7\u00e3o de meios de pagamento ou troca.\nLet\u00e1cio Jansen2 diz que Bulh\u00f5es Pedreira teria conseguido institucionalizar e colocar em pr\u00e1tica a sua doutrina principalmente atrav\u00e9s da Lei.4.357, de 1964, que criou o primeiro indexador da Economia Brasileira- a ORTN (obriga\u00e7\u00e3o reajust\u00e1vel do tesouro nacional), uma obriga\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria cuja fun\u00e7\u00e3o era fazer variar periodicamente, a moeda nacional segundo seus respectivos poderes aquisitivos.\nDesde esta data, uma pl\u00eaiade de \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria foi se sucedendo, at\u00e9 a entrada em vigor da Medida Provis\u00f3ria n\u00ba 294, de 31 de janeiro de 1991, que se transformou na Lei n\u00ba 8.177, de 1\u00ba de mar\u00e7o de 1991. Nesta oportunidade o Governo Collor pretendeu substituir a s\u00e9rie de indexadores tradicionais da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria brasileira (ORTN, OTN, BTN) que eram vinculados \u00e0 varia\u00e7\u00e3o dos n\u00edveis gerais de pre\u00e7os, pela Taxa Referencial, que tinha natureza financeira.\nAinda hoje permanece a perplexidade em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 natureza jur\u00eddica da TR, at\u00e9 por conta da pr\u00f3pria inconsist\u00eancia da lei que a criou, que ora a trata como taxa de juros (art.39) ora como indexador (art.18).\nTaxas de juros objetivam promover a remunera\u00e7\u00e3o do capital. S\u00e3o calculadas por quem disponibiliza o capital em benef\u00edcio de outra\n1 BULH\u00d5ES PEDREIRA. Jos\u00e9 Luiz, \u201cCorre\u00e7\u00e3o Monet\u00e1ria ; Indexa\u00e7\u00e3o Cambial . Obriga\u00e7\u00e3o Pecuni\u00e1ria \u201c in \u201cRevista de Direito Administrativo\u201d, n , 193 p. 353 a 372 Jul/Set 1993.\n2\nhttp://www.scamargo.adv.br/scripts/forum/textoTema.asp?Id=81&tema=Invalidade+da+Taxa+Referencial+(T R)%A+o+Significado+da+ADI+493-0-DF End: Rua do Com\u00e9rcio, 57, Centro, CEP:89896-000 \u2013 Itapiranga/SC, Fone/fax: 49 36770638 Adv: Airton Sehn, OAB-SC 19.236 e RS 72.383A, Elenice Strieder Sehn, OAB-SC . 27.779 e Simone Muller, OAB/SC 25.959, Charles Etinei Grutzmann, OAB-SC 30.435 e Vitor Hugo Matos J\u00fanior, OAB/SC 34.355.\n\n\fAIRTON SEHN & ADVOGADOS ASSOCIADOS\n\nAdvocacia e Assessoria Previdenci\u00e1ria, C\u00edvel, Penal,\n\n6\n\nEmpresarial, Trabalhista e Fiscal-Tribut\u00e1ria.\n\npessoa, f\u00edsica ou jur\u00eddica, para que empregue para satisfa\u00e7\u00e3o de determinada necessidade, na expectativa de lucro. Os indexadores, por outro lado, podem ser entendidos como \u00edndices calculados a partir da varia\u00e7\u00e3o de pre\u00e7os de mercado em determinado per\u00edodo. O seu objetivo est\u00e1 na corre\u00e7\u00e3o dos efeitos inflacion\u00e1rios, quando se compara valores monet\u00e1rios em diferentes \u00e9pocas.\nPois bem. Quando o STF enfrentou o tema da natureza da TR, disse atrav\u00e9s do voto vencedor da ADI 493-0/DF que:\n\nA Taxa Referencial (TR) n\u00e3o \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, pois, refletindo as varia\u00e7\u00f5es do custo prim\u00e1rio da capta\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos a prazo fixo, n\u00e3o constitui \u00edndice que refletia a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda.\nNaquela oportunidade, o STF entendeu que a TR possu\u00eda natureza de\ntaxa de juros e declarou inconstitucional o art. 18 da Lei 8.177/91, cujo\ntexto original estabelecia que os saldos devedores e as presta\u00e7\u00f5es dos\ncontratos integrantes do SFH, passariam a ser atualizados pela taxa\naplic\u00e1vel \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica dos Dep\u00f3sitos de Poupan\u00e7a. Vale a pena\ntranscrever a ementa deste julgado.\n\nA\u00e7\u00e3o direta de inconstitucionalidade \u2013 Se a lei alcan\u00e7ar os efeitos futuros de contratos celebrados anteriormente a ela, ser\u00e1 esta lei retroativa (retroatividade m\u00ednima) porque vai interferir na causa, que \u00e9 um ato ou fato ocorrido no passado. \u2013 O disposto no art. 5\u00ba, XXXVI, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal se aplica a toda e qualquer lei infraconstitucional, sem qualquer distin\u00e7\u00e3o entre lei de direito p\u00fablico e lei de direito privado, ou entre lei de ordem p\u00fablica e lei dispositiva. Precedente do S.T.F. \u2013 Ocorr\u00eancia, no caso, de viola\u00e7\u00e3o de direito adquirido. A taxa referencial (TR) n\u00e3o \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, pois, refletindo as varia\u00e7\u00f5es do custo prim\u00e1rio da capta\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos a prazo fixo, n\u00e3o constitui \u00edndice que reflita a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda. Por isso, n\u00e3o h\u00e1 necessidade de se examinar a quest\u00e3o de saber se as normas que alteram o \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria se aplicam imediatamente, alcan\u00e7ando, pois,\nEnd: Rua do Com\u00e9rcio, 57, Centro, CEP:89896-000 \u2013 Itapiranga/SC, Fone/fax: 49 36770638 Adv: Airton Sehn, OAB-SC 19.236 e RS 72.383A, Elenice Strieder Sehn, OAB-SC . 27.779 e Simone Muller, OAB/SC 25.959, Charles Etinei Grutzmann, OAB-SC 30.435 e Vitor Hugo Matos J\u00fanior, OAB/SC 34.355.\n\n\fAIRTON SEHN & ADVOGADOS ASSOCIADOS\n\nAdvocacia e Assessoria Previdenci\u00e1ria, C\u00edvel, Penal,\n\n7\n\nEmpresarial, Trabalhista e Fiscal-Tribut\u00e1ria.\n\nas presta\u00e7\u00f5es futuras de contratos celebrados no\n\npassado, sem violarem o disposto no art. 5\u00ba, XXXVI, da\n\nCarta Magna. \u2013 Tamb\u00e9m ofendem o ato jur\u00eddico perfeito\n\nos dispositivos impugnados que alteram o crit\u00e9rio de\n\nreajuste das presta\u00e7\u00f5es nos contratos j\u00e1 celebrados pelo\n\nsistema do Plano de Equival\u00eancia Salarial por Categoria\n\nProfissional\n\n(PES/CP).\n\nA\u00e7\u00e3o\n\ndireta\n\nde\n\ninconstitucionalidade julgada procedente, para declarar a\n\ninconstitucionalidade dos artigos 18 \u201ccaput\u201d par\u00e1grafos 1\n\ne 4 ; 20; 21 e par\u00e1grafo \u00fanico; 23 e par\u00e1grafos; e 24 e\n\npar\u00e1grafos, todos da Lei n\u00ba 8.177, de 1 de maio de 1991.\n\n(ADI 493, Relator(a): Min: MOREIRA ALVES , Tribunal\n\nPleno, julgado em 25/06/1992, DJ 04-09-1992 PP14089\n\nEMENT VOL- 01674-02 PP- 00260 RTJ VOL- 00143-03\n\nPP- 00724).\n\nPor algum tempo, o pr\u00f3prio STJ rejeitou a TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, tanto para a poupan\u00e7a quanto para o SFH. Nesse sentido:\n\nCOMERCIAL. M\u00daTUO RURAL. CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA. VINCULA\u00c7\u00c3O AO CRIT\u00c9RIO DE REAJUSTE DOS DEP\u00d3SITOS EM CADERNETA DE POUPAN\u00c7A. LICITUDE. SUBSTITUI\u00c7\u00c3O PELA TR NOS MESES SUBSEQUENTES A FEVEREIRO/91. PREVIS\u00c3O DE UTILIZA\u00c7\u00c3O DA OTN. INDEXADOR CONTRATUALMENTE ELEITO. SUBSTITUI\u00c7\u00c3O EX LEGE PELA TR. INCONSTITUCIONALIDADE DECLARADA. ADO\u00c7\u00c3O DO INPC. PRECEDENTES: I- NO CONTRATO DE M\u00daTUO RURAL \u00c9 L\u00cdCITO O PACTO DE VINCULA\u00c7\u00c3O DA CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA AO CRIT\u00c9RIO DE ATUALIZA\u00c7\u00c3O DOS DEP\u00d3SITOS EM CADERNETAS DE POUPAN\u00c7A, RESULTANDO DEVIDA A INCID\u00caNCIA DO MESMO INDEXADOR NOS MESES SUBSEQUENTES A FEVEREIRO/91 (ART.13 DA LEI 8.177). II- EM FACE DA POSI\u00c7\u00c3O DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL INADIMITINDO A TR COMO FATOR DE ATUALIZA\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA SUBSTITUINDO O BTN, A CORRE\u00c7\u00c3O DOS VALORES, CUJA FORMA DE REAJUSTE ESTAVA, POR LEI OU CONTRATO, ATRELADA A VARIA\u00c7\u00c3O DO VALOR DE REFERIDO T\u00cdTULO DA D\u00cdVIDA P\u00daBLICA, CUMPRE SEJA PRECEDIDA, A PARTIR DA LEI 8.177/91, COM BASE NO INPC. (REsp. 40.777/GO, Rel. Min. S\u00c1LVIO DE FIGUEIREDO TEIXEIRA, QUARTA TURMA, julgado em 13/11/1995, DJ 11/12/1995, p. 43225) (grifamos) ADMINISTRATIVO \u2013 SFH \u2013 REAJUSTE DAS PRESTA\u00c7\u00d5ES E DO SALDO DEVEDOR \u2013 PLANO DE EQUIVAL\u00caNCIA SALARIAL\nEnd: Rua do Com\u00e9rcio, 57, Centro, CEP:89896-000 \u2013 Itapiranga/SC, Fone/fax: 49 36770638 Adv: Airton Sehn, OAB-SC 19.236 e RS 72.383A, Elenice Strieder Sehn, OAB-SC . 27.779 e Simone Muller, OAB/SC 25.959, Charles Etinei Grutzmann, OAB-SC 30.435 e Vitor Hugo Matos J\u00fanior, OAB/SC 34.355.\n\n\fAIRTON SEHN & ADVOGADOS ASSOCIADOS\n\nAdvocacia e Assessoria Previdenci\u00e1ria, C\u00edvel, Penal,\n\n8\n\nEmpresarial, Trabalhista e Fiscal-Tribut\u00e1ria.\n\n(PES) \u2013 INAPLICABILIDADE DA TR \u2013 ADIN 493-0/STF \u2013 VANTAGENS PESSOAIS INCORPORADAS DEFINITIVAMENTE AO SAL\u00c1RIO \u2013 INCLUS\u00c3O NO C\u00c1LCULO \u2013 DIVERG\u00caNCIA JURISPRUDENCIAL N\u00c3O COMPROVADA \u2013 RISTJ . ART. 255 E PAR\u00c1GRAFOS \u2013 S\u00daMULA 13/STJ \u2013 PRECEDENTES STJ. - Nos contratos vinculados ao PES, o reajustamento das presta\u00e7\u00f5es deve obedecer \u00e0 varia\u00e7\u00e3o salarial dos mutu\u00e1rios, a fim de preservar a equa\u00e7\u00e3o econ\u00f4mico- financeira do pactuado. -As vantagens pessoais incorporadas, definitivamente ao sal\u00e1rio ou vencimento do mutu\u00e1rio, incluem-se na verifica\u00e7\u00e3o da equival\u00eancia para fixa\u00e7\u00e3o das parcelas. -Declarada pelo STF a inconstitucionalidade da TR como fator de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria (ADIN 493-0), o reajustamento do saldo devedor, a exemplo das presta\u00e7\u00f5es mensais, tamb\u00e9m deve obedecer ao Plano de Equival\u00eancia Salarial. - Recurso conhecido e parcialmente provido (REsp 14.839/BA, Rel. Ministro FRANCISCO PE\u00c7ANHA MARTINS , SEGUNDA TURMA, julgado em 23/11/1999, DJ 21/02/2000, p. 112) (grifamos)\n\nSFH. PLANO DE EQUIVAL\u00caNCIA SALARIAL. REAJUSTE DAS PRESTA\u00c7\u00d5ES. ILEGITIMIDADE PASSIVA DA UNI\u00c3O. NULIDADE DO AC\u00d3RD\u00c3O. INOCORR\u00caNCIA. VANTAGENS PESSOAIS. INCLUS\u00c3O. CORRE\u00c7\u00c3O PELA TR. IMPOSSIBILIDADE. PRECEDENTES. (...) 4. Inaplic\u00e1vel a TR como fator de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria Entendimento consagrado nesta Corte na esteira de orienta\u00e7\u00e3o tra\u00e7ada pelo STF. 5. Recurso Especial conhecido e parcialmente provido (REsp 209.466/BA Rel. Ministro FRANCISCO PE\u00c7ANHA MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 07/08/2011 , DJ 17/06/2012, p. 231) (grifamos).\n\nTodavia, a Corte de Justi\u00e7a, fazendo uma releitura do voto do Ministro Moreira Alves do STF, mudou entendimento, e passou a adotar a constitucionalidade da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, conforme demonstra o seguinte julgado.\n\nSISTEMA FINANCEIRO DA HABITA\u00c7\u00c3O. SALDO DEVEDOR. ATUALIZA\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA. TR. 1. N\u00e3o \u00e9 inconstitucional a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria com base na Taxa Referencial - TR. O que \u00e9 inconstitucional \u00e9 sua aplica\u00e7\u00e3o retroativa. Foi isso o que decidiu o STF da ADI 493/DF, Pleno, Min. Moreira Alves, DJ de 04.09.1992, ao estabelecer o \u00e2mbito de incid\u00eancia da Lei 8.177, de 1991.\nEnd: Rua do Com\u00e9rcio, 57, Centro, CEP:89896-000 \u2013 Itapiranga/SC, Fone/fax: 49 36770638 Adv: Airton Sehn, OAB-SC 19.236 e RS 72.383A, Elenice Strieder Sehn, OAB-SC . 27.779 e Simone Muller, OAB/SC 25.959, Charles Etinei Grutzmann, OAB-SC 30.435 e Vitor Hugo Matos J\u00fanior, OAB/SC 34.355.\n\n\fAIRTON SEHN & ADVOGADOS ASSOCIADOS\n\nAdvocacia e Assessoria Previdenci\u00e1ria, C\u00edvel, Penal,\n\n9\n\nEmpresarial, Trabalhista e Fiscal-Tribut\u00e1ria.\n\n2. Aos contratos de m\u00fatuo habitacional firmados no \u00e2mbito do SFH que prevejam a corre\u00e7\u00e3o do saldo devedor pela taxa b\u00e1sica aplic\u00e1vel aos dep\u00f3sitos da poupan\u00e7a aplica-se a Taxa Referencial, por expressa determina\u00e7\u00e3o legal. Precedentes da Corte Especial: AGEREsp 725917 / DF, Min. Laurita Vaz, DJ 19.06.2006; DERESP 453600 / DF, Min. Aldir Passarinho Junior, DJ 24.04.2006. 3. Embargos de diverg\u00eancia a que se nega provimento (EREsp 752. 879/DF, Rel. Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI, CORTE ESPECIAL, julgado em 19/12/2006, DJ 12/03/2007, p. 184) (grifamos)\nEm rela\u00e7\u00e3o ao FGTS, h\u00e1 at\u00e9 s\u00famula do STJ sobre a aplica\u00e7\u00e3o da TR\ncomo \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. Neste sentido:\n\nA Taxa Referencial (TR) \u00e9 o \u00edndice aplic\u00e1vel, a t\u00edtulo de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, aos d\u00e9bitos com o FGTS recolhidos pelo empregador mas n\u00e3o repassados ao fundo. (S\u00famula 459, PRIMEIRA SE\u00c7\u00c3O, julgado em 25/08/2010, DJe 08/09/2010).\n\nComo dito alhures, aplica\u00e7\u00e3o de \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria se presta para recuperar o poder de compra do valor emprestado. Este poder de compra \u00e9 diretamente influenciado por um processo inflacion\u00e1rio. O pr\u00f3prio STJ reconhece a influ\u00eancia da infla\u00e7\u00e3o como corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, sen\u00e3o vejamos:\n\n\" PREVIDENCI\u00c1RIO E ECON\u00d4MICO. T\u00cdTULO EXECUTIVO\n\nJUDICIAL. DETERMINA\u00c7AO DE CORRE\u00c7AO MONET\u00c1RIA\n\nPELO IGP-M. \u00cdNDICES DEDEFLA\u00c7AO. APLICABILIDADE.\n\nOFENSA\n\nAO PRINC\u00cdPIO\n\nDA\n\nIRREDUTIBILIDADE\n\nDOS VENCIMENTOS. NAO OCORR\u00caNCIA. PRESERVA\u00c7AO DO\n\nVALOR NOMINAL DA OBRIGA\u00c7AO. PRECEDENTES.\n\n1. \"A corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria nada mais \u00e9 do que um\n\nmecanismo de manuten\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da\n\nmoeda, n\u00e3o devendo representar, consequentemente, por\n\nsi s\u00f3, nem um plus nem um minus em sua subst\u00e2ncia.\n\nCorrigir o valor nominal da obriga\u00e7\u00e3o representa,\n\nportanto, manter, no tempo, o seu poder de compra\n\noriginal,\n\nalterado\n\npelas\n\noscila\u00e7\u00f5es\n\ninflacion\u00e1rias positivas e negativas ocorridas no\n\nper\u00edodo. Atualizar aobriga\u00e7\u00e3o levando em conta apenas\n\noscila\u00e7\u00f5es positivas importaria distorcer a realidade econ\u00f4mica\n\nproduzindo um resultado que n\u00e3o representa a simples\n\nmanuten\u00e7\u00e3o do primitivo poder aquisitivo, mas um indevido\n\nacr\u00e9scimo no valor real. Nessa linha, estabelece o Manual de\n\nEnd: Rua do Com\u00e9rcio, 57, Centro, CEP:89896-000 \u2013 Itapiranga/SC, Fone/fax: 49 36770638 Adv: Airton Sehn, OAB-SC 19.236 e RS 72.383A, Elenice Strieder Sehn, OAB-SC . 27.779 e Simone Muller, OAB/SC 25.959, Charles Etinei Grutzmann, OAB-SC 30.435 e Vitor Hugo Matos J\u00fanior, OAB/SC 34.355.\n\n\fAIRTON SEHN & ADVOGADOS ASSOCIADOS Advocacia e Assessoria Previdenci\u00e1ria, C\u00edvel, Penal, 10 Empresarial, Trabalhista e Fiscal-Tribut\u00e1ria.\nOrienta\u00e7\u00e3o de Procedimento de C\u00e1lculos aprovado pelo Conselho da Justi\u00e7a Federal que, n\u00e3o havendo decis\u00e3o judicial em contr\u00e1rio,\"os \u00edndices negativos de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria (defla\u00e7\u00e3o) ser\u00e3o considerados no c\u00e1lculo de atualiza\u00e7\u00e3o\", com a ressalva de que, se, no c\u00e1lculo final,\"a atualiza\u00e7\u00e3o implicar redu\u00e7\u00e3o do principal, deve prevalecer o valor nominal\"\" (Corte Especial, REsp 1.265.580/RS, Rel. Min. TEORI ALBINO ZAVASCKI, DJe 18/4/12). 2. No precedente da Corte Especial, mencionado na decis\u00e3o agravada, ficou expressamente consignado que se, na atualiza\u00e7\u00e3o da d\u00edvida, houver redu\u00e7\u00e3o do principal, deve prevalecer o valor nominal, em respeito ao princ\u00edpio da irredutibilidade de vencimentos, previsto nos arts. 7\u00ba, VI e 37, XV, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal. 3. A compreens\u00e3o no sentido de que n\u00e3o h\u00e1 viola\u00e7\u00e3o ao princ\u00edpio da irredutibilidade dos vencimentos, quando preservado o valor nominal da obriga\u00e7\u00e3o, encontra respaldona jurisprud\u00eancia do STF e do STJ. 4. Agravo regimental improvido. (AgRg nos EREsp 1252558/RS, Rel. Min. S\u00c9RGIO KUKINA, PRIMEIRA SE\u00c7\u00c3O, julgado em 13/03/2013, DJe 21/03/2013)\"; (grifos nossos)\nN\u00e3o podemos nos esquecer que a cultura da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria est\u00e1\nde tal forma arraigada ao nosso sistema econ\u00f4mico, que o pr\u00f3prio C\u00f3digo\nCivil de 2002, traz diversos dispositivos garantindo atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria3\nEste retrospecto da evolu\u00e7\u00e3o legal e jurisprudencial a respeito da\naplica\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria se faz necess\u00e1rio para\nque pud\u00e9ssemos chegar ao n\u00facleo do argumento desta a\u00e7\u00e3o.\nHoje no pa\u00eds, h\u00e1 dois tipos de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. \u00cdndices que\nrefletem a infla\u00e7\u00e3o e, portanto, recuperam o valor de compra do valor\naplicado, como IPCA e INPC, e um \u00edndice que n\u00e3o reflete a infla\u00e7\u00e3o, e\n3 Art. 389. N\u00e3o cumprida a obriga\u00e7\u00e3o, responde o devedor por perdas e danos, mais juros e atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria segundo \u00edndices oficiais regularmente estabelecidos, e honor\u00e1rios de advogado. Art. 395. Responde o devedor pelos preju\u00edzos a que sua mora der causa, mais juros, atualiza\u00e7\u00e3o dos valores monet\u00e1rios segundo \u00edndices oficiais regularmente estabelecidos, e honor\u00e1rios de advogado. Art. 404. As perdas e danos, nas obriga\u00e7\u00f5es de pagamento em dinheiro, ser\u00e3o pagas com atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria segundo \u00edndices oficiais regularmente estabelecidos, abrangendo juros, custas e honor\u00e1rios de advogado, sem preju\u00edzo da pena convencional. Art. 418. Se a parte que deu as arras n\u00e3o executar o contrato, poder\u00e1 a outra t\u00ea-lo por desfeito, retendo-as; se a inexecu\u00e7\u00e3o for de quem recebeu as arras, poder\u00e1 quem as deu haver o contrato por desfeito, e exigir sua devolu\u00e7\u00e3o mais o equivalente, com atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria segundo \u00edndices oficiais regularmente estabelecidos, juros e honor\u00e1rios de advogado. Art. 772. A mora do segurador em pagar o sinistro obriga \u00e0 atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria da indeniza\u00e7\u00e3o devida segundo \u00edndices oficiais regularmente estabelecidos, sem preju\u00edzo dos juros morat\u00f3rios. Art. 884. Aquele que, sem justa causa, se enriquecer \u00e0 custa de outrem, ser\u00e1 obrigado a restituir o indevidamente auferido, feita a atualiza\u00e7\u00e3o dos valores monet\u00e1rios.\nEnd: Rua do Com\u00e9rcio, 57, Centro, CEP:89896-000 \u2013 Itapiranga/SC, Fone/fax: 49 36770638 Adv: Airton Sehn, OAB-SC 19.236 e RS 72.383A, Elenice Strieder Sehn, OAB-SC . 27.779 e Simone Muller, OAB/SC 25.959, Charles Etinei Grutzmann, OAB-SC 30.435 e Vitor Hugo Matos J\u00fanior, OAB/SC 34.355.\n\n\fAIRTON SEHN & ADVOGADOS ASSOCIADOS Advocacia e Assessoria Previdenci\u00e1ria, C\u00edvel, Penal, 11 Empresarial, Trabalhista e Fiscal-Tribut\u00e1ria.\nconsequentemente n\u00e3o recupera o poder de compra do valor aplicado \u2013 a\nTaxa Referencial/TR.\nHistoricamente, \u00e9 preciso lembrar que a Taxa Referencial nunca foi\nigual \u00e0 infla\u00e7\u00e3o. Nem quando experimentamos a hiperinfla\u00e7\u00e3o, nem quando\nexperimentamos defla\u00e7\u00e3o. Todavia, os \u00edndices da TR, do INPC e do IPCA\nsempre andaram pr\u00f3ximos. Em outros palavras, imperava a razoabilidade\ndos \u00edndices da TR para que pudessem atingir a finalidade de corre\u00e7\u00e3o do\nvalor do capital.\n\nANO 1991 1992 1993 1994 1995 1996\n\nTR 335,51% 1.156,22% 2.474,73% 951,19% 31,6207% 9,5551%\n\nINPC 475,11% 1.149,05% 2.489,11% 929,32% 21,98% 9,125%\n\nIPCA 472,69% 1.119,09% 2.477,15% 916,43% 22,41%\n9,56%\n\nN\u00e3o obstante, o cen\u00e1rio come\u00e7a a mudar a partir de 1999. A TR se distancia expressivamente do INPC e IPCA, ao ponto de hoje a infla\u00e7\u00e3o superar 6% ao ano e a TR ser igual a zero. Logo, ela n\u00e3o se presta para o fim de manter o poder aquisitivo dos dep\u00f3sitos do FGTS, que s\u00e3o um patrim\u00f4nio do trabalhador.\nO sentimento geral \u00e9 que h\u00e1 muito tempo o FGTS \u00e9 um fundo in\u00edquo por ele n\u00e3o ter recomposi\u00e7\u00e3o inflacion\u00e1ria dos seus recursos. Na verdade, o trabalhador n\u00e3o est\u00e1 financiando programas de habita\u00e7\u00e3o popular, saneamento b\u00e1sico e infraestrutura urbana, ele est\u00e1 subsidiando.\nAo contr\u00e1rio de outros investimentos, o FGTS n\u00e3o \u00e9 um fundo de livre disposi\u00e7\u00e3o por parte do trabalhador, n\u00e3o podendo ele decidir sponte propria quais as aplica\u00e7\u00f5es que lhe s\u00e3o mais convenientes ou rent\u00e1veis. O trabalhador tem que se submeter a pol\u00edticas econ\u00f4micas e sociais que lhe s\u00e3o altamente prejudiciais.\nEnd: Rua do Com\u00e9rcio, 57, Centro, CEP:89896-000 \u2013 Itapiranga/SC, Fone/fax: 49 36770638 Adv: Airton Sehn, OAB-SC 19.236 e RS 72.383A, Elenice Strieder Sehn, OAB-SC . 27.779 e Simone Muller, OAB/SC 25.959, Charles Etinei Grutzmann, OAB-SC 30.435 e Vitor Hugo Matos J\u00fanior, OAB/SC 34.355.\n\n\fAIRTON SEHN & ADVOGADOS ASSOCIADOS Advocacia e Assessoria Previdenci\u00e1ria, C\u00edvel, Penal, 12 Empresarial, Trabalhista e Fiscal-Tribut\u00e1ria.\nOra, mas a pr\u00f3pria Lei do FGTS diz em seu art.2\u00ba que \u00e9 garantida a atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e juros. Quando a TR \u00e9 igual a zero este artigo \u00e9 descumprido. Quando a TR \u00e9 m\u00ednima e totalmente desproporcional em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 infla\u00e7\u00e3o, este artigo tamb\u00e9m \u00e9 descumprido e o patrim\u00f4nio do trabalhador \u00e9 subtra\u00eddo por quem tem o dever legal de administra-lo.\nEm um ano de TR zero e infla\u00e7\u00e3o de 6% estamos diante de uma situa\u00e7\u00e3o de confisco. O Governo Federal, atrav\u00e9s da Caixa Econ\u00f4mica Federal, est\u00e1 confiscando os rendimentos dos trabalhadores, para subsidiar pol\u00edticas p\u00fablicas, sem a menor inger\u00eancia destes trabalhadores.\nAssim como em nosso Estado Democr\u00e1tico de Direito, a Constitui\u00e7\u00e3o veda que se utilize tributo com efeito de confisco, o trabalhador n\u00e3o pode ser punido com confisco do que a pr\u00f3pria Caixa define em seu s\u00edtio eletr\u00f4nico, como um patrim\u00f4nio do trabalhador, e definitivamente o \u00e9.\nQuando se fala em patrim\u00f4nio, imediatamente sobrev\u00e9m li\u00e7\u00e3o da Professora Maria Helena Diniz ao comentar o art. 91 do Novo C\u00f3digo Civil.\nArt. 91. Constitui universalidade de direito o complexo de rela\u00e7\u00f5es jur\u00eddicas, de uma pessoa, dotadas de valor econ\u00f4mico.\nUniversalidade de direito: \u00e9 a constitu\u00edda por bens singulares corp\u00f3reos heterog\u00eaneos e incorp\u00f3reos (complexo de rela\u00e7\u00f5es jur\u00eddicas), a que a norma jur\u00eddica, com o intuito de produzir certos efeitos, d\u00e1 unidade, por serem dotados de valor econ\u00f4mico, como p. ex., o patrim\u00f4nio (...) O patrim\u00f4nio e a heran\u00e7a s\u00e3o consideradas como um conjunto, ou seja, como uma universalidade. Embora se constituam ou n\u00e3o de bens materiais e de cr\u00e9ditos, esses bens se unificam numa express\u00e3o econ\u00f4mica, que \u00e9 o valor. O patrim\u00f4nio \u00e9 complexo de rela\u00e7\u00f5es jur\u00eddicas de uma pessoa apreci\u00e1vel economicamente. Incluem-se no patrim\u00f4nio: a posse, os direitos reais, as obriga\u00e7\u00f5es e as a\u00e7\u00f5es correspondentes a tais direitos. O patrim\u00f4nio abrange direitos deveres redut\u00edveis a dinheiro. (C\u00f3digo Civil Anotado, Ed. Saraiva, p\u00e1g. 100) (grifamos).\nEnd: Rua do Com\u00e9rcio, 57, Centro, CEP:89896-000 \u2013 Itapiranga/SC, Fone/fax: 49 36770638 Adv: Airton Sehn, OAB-SC 19.236 e RS 72.383A, Elenice Strieder Sehn, OAB-SC . 27.779 e Simone Muller, OAB/SC 25.959, Charles Etinei Grutzmann, OAB-SC 30.435 e Vitor Hugo Matos J\u00fanior, OAB/SC 34.355.\n\n\fAIRTON SEHN & ADVOGADOS ASSOCIADOS Advocacia e Assessoria Previdenci\u00e1ria, C\u00edvel, Penal, 13 Empresarial, Trabalhista e Fiscal-Tribut\u00e1ria.\nLevando em conta que a rela\u00e7\u00e3o jur\u00eddica entre os trabalhadores e a Caixa \u00e9 de direito pessoal, o art.233 do C\u00f3digo Civil se torna inafast\u00e1vel, na medida que determina que a obriga\u00e7\u00e3o de dar coisa certa abrange os acess\u00f3rios ainda que n\u00e3o mencionados.\nArt. 233 A obriga\u00e7\u00e3o de dar coisa certa abrange os acess\u00f3rios dela embora n\u00e3o mencionados, salvo o contr\u00e1rio resultar do t\u00edtulo ou das circunst\u00e2ncias do caso.\nOra, acess\u00f3rios de dinheiro s\u00e3o os juros e a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria.\nE ent\u00e3o voltamos \u00e0 Taxa Referencial.\nManipula\u00e7\u00e3o da TR pelo Banco Central/CMN\nIndependentemente da discuss\u00e3o sobre sua natureza jur\u00eddica, vamos aqui partir do pressuposto, assentado pela jurisprud\u00eancia, principalmente pelo STJ, que a TR \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria.\nTanto o art. 1\u00ba da Lei 8.177/91 quanto o art. 5\u00ba da Lei 10.192/01 (que convolou a MP 1.053/95) atribu\u00edram ao Banco Central a regulamenta\u00e7\u00e3o da metodologia de c\u00e1lculo da TR, conforme crit\u00e9rio estabelecido na lei e a expedi\u00e7\u00e3o das instru\u00e7\u00f5es necess\u00e1rias ao cumprimento do artigo que criou a TBF.\nArt. 1\u00b0 O Banco Central do Brasil divulgar\u00e1 Taxa Referencial (TR), calculada a partir da remunera\u00e7\u00e3o mensal m\u00e9dia l\u00edquida de impostos, dos dep\u00f3sitos a prazo fixo captados nos bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos m\u00faltiplos com carteira comercial ou de investimentos, caixas econ\u00f4micas, ou dos t\u00edtulos p\u00fablicos federais, estaduais e municipais, de acordo com metodologia a ser aprovada pelo Conselho Monet\u00e1rio Nacional, no prazo de sessenta dias, e enviada ao conhecimento do Senado Federal. (Lei n\u00ba 8.177/91)\nArt. 5o Fica institu\u00edda Taxa B\u00e1sica Financeira - TBF, para ser utilizada exclusivamente como base de remunera\u00e7\u00e3o de\nEnd: Rua do Com\u00e9rcio, 57, Centro, CEP:89896-000 \u2013 Itapiranga/SC, Fone/fax: 49 36770638 Adv: Airton Sehn, OAB-SC 19.236 e RS 72.383A, Elenice Strieder Sehn, OAB-SC . 27.779 e Simone Muller, OAB/SC 25.959, Charles Etinei Grutzmann, OAB-SC 30.435 e Vitor Hugo Matos J\u00fanior, OAB/SC 34.355.\n\n\fAIRTON SEHN & ADVOGADOS ASSOCIADOS Advocacia e Assessoria Previdenci\u00e1ria, C\u00edvel, Penal, 14 Empresarial, Trabalhista e Fiscal-Tribut\u00e1ria.\nopera\u00e7\u00f5es realizadas no mercado financeiro, de prazo de dura\u00e7\u00e3o igual ou superior a sessenta dias. Par\u00e1grafo \u00fanico. O Conselho Monet\u00e1rio Nacional expedir\u00e1 as instru\u00e7\u00f5es necess\u00e1rias ao cumprimento do disposto neste artigo, podendo, inclusive, ampliar o prazo m\u00ednimo previsto no caput. (Lei n\u00ba 10.192/01).\nNo mister de regulamentar a TR, o Banco Central/CMN vem ao longo\ndos anos criando e reinventando f\u00f3rmulas para encontr\u00e1-la. Pelo menos\ndesde a Resolu\u00e7\u00e3o 2.075, de 26 de maio de 1994, h\u00e1 formulas para\nencontrar a TR. Todavia com a institui\u00e7\u00e3o da Taxa B\u00e1sica Financeira, pela\nMedida Provis\u00f3ria 1.053/95, de 30 de junho de 1995, que a forma de\nc\u00e1lculo da TR sofre uma expressiva reviravolta.\nDesde a Resolu\u00e7\u00e3o 2.437, de 30 de Outubro de 1997, a TR \u00e9\ncalculada levando em conta a Taxa B\u00e1sica Financeira e um Redutor.\nA Resolu\u00e7\u00e3o 3.354/06, hoje vigente sobre o assunto, diz o seguinte:\nArt. 1\u00ba Estabelecer que, para fins de c\u00e1lculo da Taxa B\u00e1sica Financeira - TBF e da Taxa Referencial - TR, de que tratam os arts. 1\u00ba da Lei 8.177, de 1\u00ba de mar\u00e7o de 1991, 1\u00ba da Lei 8.660, de 28 de maio de 1993, e 5\u00ba da Lei 10.192, de 14 de fevereiro de 2001, deve ser constitu\u00edda amostra das 30 maiores institui\u00e7\u00f5es financeiras do Pa\u00eds, assim consideradas em fun\u00e7\u00e3o do volume de capta\u00e7\u00e3o efetuado por meio de certificados e recibos de dep\u00f3sito banc\u00e1rio (CDB/RDB), com prazo de 30 a 35 dias corridos, inclusive, e remunerados a taxas prefixadas, entre bancos m\u00faltiplos, bancos comerciais, bancos de investimento e caixas econ\u00f4micas. Art. 2\u00ba A TBF e a TR s\u00e3o calculadas a partir da remunera\u00e7\u00e3o mensal m\u00e9dia dos CDB/RDB emitidos a taxas de mercado prefixadas, com prazo de 30 a 35 dias corridos, inclusive, com base em informa\u00e7\u00f5es prestadas pelas institui\u00e7\u00f5es integrantes da amostra de que trata o art. 1\u00ba, na forma a ser determinada pelo Banco Central do Brasil. Art. 4\u00ba Para cada dia do m\u00eas - dia de refer\u00eancia -, o Banco Central do Brasil deve calcular a TBF, para o per\u00edodo de um m\u00eas, com in\u00edcio no pr\u00f3prio dia de refer\u00eancia e t\u00e9rmino no dia correspondente ao dia de refer\u00eancia no m\u00eas seguinte, considerada a hip\u00f3tese prevista no \u00a7 2\u00ba, inciso IV. Art. 5\u00ba Para cada TBF obtida, segundo a metodologia descrita no art. 4\u00ba, deve ser calculada a correspondente TR, pela aplica\u00e7\u00e3o de um redutor \"R\", de acordo com a seguinte f\u00f3rmula: TR = max {0,100 {[ (1 + TBF/100) / R ] - 1}} (em %).\nEnd: Rua do Com\u00e9rcio, 57, Centro, CEP:89896-000 \u2013 Itapiranga/SC, Fone/fax: 49 36770638 Adv: Airton Sehn, OAB-SC 19.236 e RS 72.383A, Elenice Strieder Sehn, OAB-SC . 27.779 e Simone Muller, OAB/SC 25.959, Charles Etinei Grutzmann, OAB-SC 30.435 e Vitor Hugo Matos J\u00fanior, OAB/SC 34.355.\n\n\fAIRTON SEHN & ADVOGADOS ASSOCIADOS Advocacia e Assessoria Previdenci\u00e1ria, C\u00edvel, Penal, 15 Empresarial, Trabalhista e Fiscal-Tribut\u00e1ria.\n\u00a71\u00ba o Valor do redutor \u201cR\u201d deve ser calculado para todos os dias, inclusive n\u00e3o \u00fateis, de acordo com a seguinte f\u00f3rmula: R: (a+b.TBF/100), onde: TBF = TBF relativa ao dia de refer\u00eancia; a = 1,005; b = valor determinado de acordo com a tabela abaixo, em fun\u00e7\u00e3o da TBF obtida, segundo a metodologia descrita no art. 4\u00ba, em termos percentuais ao ano: TBF (% a.a.) b TBF maior que 16 0,48 TBF menor ou igual a 16 e maior que 15 0,44 TBF menor ou igual a 15 e maior que 14 0,40 TBF menor ou igual a 14 e maior que 13 0,36 TBF menor ou igual a 13 e maior ou igual a 11 0,32 \u00a7 2\u00ba Fica o Banco Central do Brasil autorizado a determinar o valor do par\u00e2metro \"b\" no caso de a TBF obtida ser inferior a 11% a.a. (onze por cento ao ano).\nO peculiar nesta determina\u00e7\u00e3o do Banco Central/CMN que de resto\nse repete desde 1997, \u00e9 que TBF e TR s\u00e3o exatamente iguais em sua g\u00eanese\nat\u00e9 o momento em que se determina que se aplique um redutor \u00e0 TBF para\nse chegar \u00e0 TR.\nN\u00e3o h\u00e1 na Lei da TR previs\u00e3o de aplica\u00e7\u00e3o do redutor, assim\ncomo tamb\u00e9m n\u00e3o h\u00e1 na Lei que criou a TBF. Todavia causa estranheza\nque diante de um comando aberto como o do art. 5\u00ba da MP n\u00ba 1.503/95\n(Lei n\u00ba. 10. 192/01), o Banco Central/CMN, com amplos poderes para\nregular o assunto, n\u00e3o tenha institu\u00eddo um redutor, mas o tenha feito ao\nregulamentar o art. 1\u00ba da Lei n\u00ba. 8.177/91, que n\u00e3o era t\u00e3o flex\u00edvel.\nO economista C\u00e9sar Roberto Buzin explica o qu\u00ea o Banco\nCentral/CMN est\u00e1 fazendo com a TR, neste trecho do parecer econ\u00f4mico\nque se junta a esta inicial:\nObjeto de discuss\u00e3o \u00e9 a utiliza\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, que apesar de n\u00e3o ter sido criada como \u00edndice de indexa\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, vem sendo utilizada para tal finalidade na corre\u00e7\u00e3o dos valores aplicados \u00e0 caderneta de poupan\u00e7a e outras aplica\u00e7\u00f5es como dep\u00f3sitos do FGTS pertencentes aos trabalhadores, por\u00e9m com gest\u00e3o de terceiros. A posi\u00e7\u00e3o adotada pelo Superior Tribunal de Justi\u00e7a, em agosto de 2010, a respeito da utiliza\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de\nEnd: Rua do Com\u00e9rcio, 57, Centro, CEP:89896-000 \u2013 Itapiranga/SC, Fone/fax: 49 36770638 Adv: Airton Sehn, OAB-SC 19.236 e RS 72.383A, Elenice Strieder Sehn, OAB-SC . 27.779 e Simone Muller, OAB/SC 25.959, Charles Etinei Grutzmann, OAB-SC 30.435 e Vitor Hugo Matos J\u00fanior, OAB/SC 34.355.\n\n\fAIRTON SEHN & ADVOGADOS ASSOCIADOS Advocacia e Assessoria Previdenci\u00e1ria, C\u00edvel, Penal, 16 Empresarial, Trabalhista e Fiscal-Tribut\u00e1ria.\ncorre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria foi sacramentada por meio da cria\u00e7\u00e3o da S\u00famula 454, com a seguinte reda\u00e7\u00e3o: \u201cPactuada a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria nos contratos do SFH pelo mesmo \u00edndice aplic\u00e1vel \u00e0 caderneta de poupan\u00e7a, incide a Taxa Referencial (TR) a partir da vig\u00eancia da Lei 8.177/91. A TR \u00e9 calculada a partir da Taxa B\u00e1sica Financeira (TRF), uma media de taxa de juros pagas nas aplica\u00e7\u00f5es em certificados de dep\u00f3sitos banc\u00e1rios (CDB) emitidas pelas trinta maiores institui\u00e7\u00f5es financeiras. Para calcular o valor da TR, \u00e9 preciso aplicar um redutor sobre a TRF, que depende de dois par\u00e2metros, chamados de \u201ca\u201d e \u201cb\u201d. O par\u00e2metro \u201ca\u201d \u00e9 o fator de 1,005, equivalente \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o da caderneta antiga, ou seja, 0,5% ao m\u00eas, ou 6,27% ao ano de juros remunerat\u00f3rio. Enquanto que o \u201cb\u201d \u00e9 um decimal menor que 1 arbitrado pelo BACEN e que varia de acordo com a taxa de juros b\u00e1sica da economia, divulgada ap\u00f3s reuni\u00f5es do Comit\u00ea de Pol\u00edtica Monet\u00e1ria do BC (Copom). Para calcular o redutor (R) o par\u00e2metro \u201cb\u201d \u00e9 multiplicado pelo valor da TBF e somado ao par\u00e2metro \u201ca\u201d , ou seja:\nR = a+b x TBF TR= 1+TBF - 1 R\nA f\u00f3rmula significa que novos dispositivos realizados nas contas de dep\u00f3sito de poupan\u00e7a tenham como remunera\u00e7\u00e3o adicional (TR), (i) 0,5% a.m enquanto a m\u00e9dia da taxa SELIC, taxa b\u00e1sica de juros, definida pelo BACEN, estiver acima de 8,5% a.a e (ii) 70% da meta da taxa SELIC, mensalizada, vigente na data do in\u00edcio do per\u00edodo do rendimento. No n\u00edvel atual de taxa de juros decrescente de uma economia estabilizada e num cen\u00e1rio para os pr\u00f3ximos anos, de juros baixos, a TR permanecer\u00e1 por um longo per\u00edodo indeterminado como zero.\nNa esteira do que foi deduzido no parecer comparativo entre os\npercentuais da TR, INPC e IPCA, desde 1997, os dep\u00f3sitos nas contas\nvinculadas do FGTS dos trabalhadores est\u00e3o perdendo poder de compra,\nnotadamente a partir de 1999.\n\nANO 1997 1998 1999 2000\n\nTR 9,7849% 7,7938% 5,7295% 2,0962%\n\nINPC 4,34% 2,49% 8,43% 5,27%\n\nIPCA 5,22% 1,65% 8,94% 5,97%\n\nEnd: Rua do Com\u00e9rcio, 57, Centro, CEP:89896-000 \u2013 Itapiranga/SC, Fone/fax: 49 36770638 Adv: Airton Sehn, OAB-SC 19.236 e RS 72.383A, Elenice Strieder Sehn, OAB-SC . 27.779 e Simone Muller, OAB/SC 25.959, Charles Etinei Grutzmann, OAB-SC 30.435 e Vitor Hugo Matos J\u00fanior, OAB/SC 34.355.\n\n\fAIRTON SEHN & ADVOGADOS ASSOCIADOS Advocacia e Assessoria Previdenci\u00e1ria, C\u00edvel, Penal, 17 Empresarial, Trabalhista e Fiscal-Tribut\u00e1ria.\n\n2001\n\n2,2852%\n\n9,44%\n\n2002\n\n2,8023%\n\n14,74%\n\n2003\n\n4,6485%\n\n10,38%\n\n2004\n\n1,8184%\n\n6,13%\n\n2005\n\n2,8335%\n\n5,05%\n\n2006\n\n2,0377%\n\n2,81%\n\n2007\n\n1,4452%\n\n5,15%\n\n2008\n\n1,6348%\n\n6,48%\n\n2009\n\n0,7090%\n\n4,11%\n\n2010\n\n0,6887%\n\n6,46%\n\n2011\n\n1,2079%\n\n6,07%\n\n2012\n\n0,2897%\n\n6,17%\n\n2013 (at\u00e9 15/dez)\n\n0,19\n\n4,71%\n\n7,67% 12,53% 9,30% 7,60% 5,69% 3,14% 4,46% 5,90% 4,31% 5,91% 6,50% 5,84% 4,94%\n\nExcel\u00eancia, hoje, o trabalhador que tem seu dinheiro aplicado no FGTS, e de l\u00e1 n\u00e3o pode retir\u00e1-lo para outro investimento, est\u00e1 sendo remunerado com 0,247% de juros ao m\u00eas e mais nada. N\u00e3o h\u00e1 nem corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria nem Taxa Referencial (independentemente de sua natureza jur\u00eddica), em flagrante ofensa ao art. 2\u00ba da Lei n\u00ba. 8.036/90, que imp\u00f5e a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos valores depositados pelo empregador.\nAinda que se argumente que a aplica\u00e7\u00e3o do Redutor pelo Banco Central/CMN seja legal, sua redu\u00e7\u00e3o a zero em um cen\u00e1rio de infla\u00e7\u00e3o superior a 6% ao ano, configura afronta ao art. 2\u00ba da Lei 8.036/90, que determina a atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, bem como ao art. 233 do C\u00f3digo Civil, quando sonega os acess\u00f3rios da obriga\u00e7\u00e3o de dar.\nMas \u00e9 necess\u00e1rio ir mais al\u00e9m e revisar o entendimento jurisprudencial sobre a TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, m\u00e1xime a partir da institui\u00e7\u00e3o de um Redutor que tem por efeito zerar o \u00edndice da TR em ambiente de infla\u00e7\u00e3o.\nEnd: Rua do Com\u00e9rcio, 57, Centro, CEP:89896-000 \u2013 Itapiranga/SC, Fone/fax: 49 36770638 Adv: Airton Sehn, OAB-SC 19.236 e RS 72.383A, Elenice Strieder Sehn, OAB-SC . 27.779 e Simone Muller, OAB/SC 25.959, Charles Etinei Grutzmann, OAB-SC 30.435 e Vitor Hugo Matos J\u00fanior, OAB/SC 34.355.\n\n\fAIRTON SEHN & ADVOGADOS ASSOCIADOS Advocacia e Assessoria Previdenci\u00e1ria, C\u00edvel, Penal, 18 Empresarial, Trabalhista e Fiscal-Tribut\u00e1ria.\nO quadro comparativo mostra que a TR n\u00e3o se presta como atualizador monet\u00e1rio do FGTS, pelo menos desde janeiro de 1999. Desde o momento em que o Banco Central/CMN estabeleceu um redutor para TR, ela deixou de ser \u00edndice confi\u00e1vel para atualizar monetariamente as contas do FGTS, porque se descola dos \u00edndices de infla\u00e7\u00e3o, sendo reduzido ano a ano. A finalidade da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u00e9 manter o poder de compra do capital, e esta finalidade nem de perto vem sendo alcan\u00e7ado pela TR. A anula\u00e7\u00e3o total da TR \u00e9 s\u00f3 desfecho desta pol\u00edtica predat\u00f3ria para o trabalhador.\nO trabalhador, que luta para formar um patrim\u00f4nio, tem que poder confiar na lei. Esta confian\u00e7a est\u00e1 quebrada.\nH\u00e1 n\u00edtida expropria\u00e7\u00e3o do patrim\u00f4nio do trabalhador, na medida em que se nega a ele a devida atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria.\nA atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u00e9 o elemento mais importante do mercado financeiro, pois sem a medi\u00e7\u00e3o precisa de perda do poder aquisitivo da moeda com o decorrer do tempo, ocorre uma gigantesca destrui\u00e7\u00e3o de valor. O objetivo fundamental da escolha \u00e9 o \u00edndice de atualiza\u00e7\u00e3o nos ativos (neg\u00f3cios, contratos, aplica\u00e7\u00f5es, etc) \u00e9 de proteger o patrim\u00f4nio, evitando que ele seja corro\u00eddo pela infla\u00e7\u00e3o.\nO Poder Judici\u00e1rio h\u00e1 de se opor a este esbulho, confisco, expropria\u00e7\u00e3o que o trabalhador est\u00e1 sofrendo, desde 1999, com as constantes redu\u00e7\u00f5es da TR em rela\u00e7\u00e3o aos \u00edndices de infla\u00e7\u00e3o, culminando na sua completa nulidade, desde setembro de 2012.\nEm 1991 e 1992, quando o STF julgou a ADIN 493-0/DF, ele deixou bem assentado que a TR n\u00e3o constitu\u00eda \u00edndice que refletia a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda. Esta caracter\u00edstica da TR tem se confirmado ao longo dos anos. A sua aplica\u00e7\u00e3o aos saldos dos dep\u00f3sitos do FGTS \u201cgigantesco confisco de valor\u201d do patrim\u00f4nio do trabalhador. H\u00e1 anos, os trabalhadores que t\u00eam dep\u00f3sitos no FGTS n\u00e3o experimentam ganhos reais em sua aplica\u00e7\u00e3o. Ao contr\u00e1rio. H\u00e1 muito tempo, os trabalhadores tem rendimentos inferiores \u00e0 infla\u00e7\u00e3o, mesmo levando em conta a remunera\u00e7\u00e3o dos juros de 3% ao ano.\nEnd: Rua do Com\u00e9rcio, 57, Centro, CEP:89896-000 \u2013 Itapiranga/SC, Fone/fax: 49 36770638 Adv: Airton Sehn, OAB-SC 19.236 e RS 72.383A, Elenice Strieder Sehn, OAB-SC . 27.779 e Simone Muller, OAB/SC 25.959, Charles Etinei Grutzmann, OAB-SC 30.435 e Vitor Hugo Matos J\u00fanior, OAB/SC 34.355.\n\n\fAIRTON SEHN & ADVOGADOS ASSOCIADOS Advocacia e Assessoria Previdenci\u00e1ria, C\u00edvel, Penal, 19 Empresarial, Trabalhista e Fiscal-Tribut\u00e1ria.\nO que torna um \u00edndice inid\u00f4neo \u00e9 a intensa inger\u00eancia do Banco\nCentral/CMN na sua formula\u00e7\u00e3o. Como explica o economista C\u00e9sar Buzim:\nA TR deveria servir como refer\u00eancia para os juros vigentes no Brasil, sendo divulgada mensalmente, a fim de evitar que a taxa de juros do m\u00eas corrente refletisse a infla\u00e7\u00e3o do m\u00eas anterior, apesar das suas caracter\u00edsticas, foi usada como \u00edndice econ\u00f4mico de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria (...) A mudan\u00e7a no comportamento da TR n\u00e3o se deve somente as oscila\u00e7\u00f5es da economia, mas tamb\u00e9m \u00e1 sistem\u00e1tica apurat\u00f3ria desde \u00edndice. Inicialmente ficou estabelecido que o BACEN efetuaria o c\u00e1lculo da TR a partir da remunera\u00e7\u00e3o mensal m\u00e9dia dos certificados e recibos de dep\u00f3sito banc\u00e1rio (CDB/RDB), emitindo uma amostra de institui\u00e7\u00f5es financeiras, levando em conta a taxa m\u00e9dia de remunera\u00e7\u00e3o dos CDB/RDB\u2019s e um redutor fixado por resolu\u00e7\u00e3o do CMN. Como conseq\u00fc\u00eancia da atua\u00e7\u00e3o do BACEN, a taxa referencial deixou de refletir o \u00edndice inflacion\u00e1rio a partir de 1999. (...) O preju\u00edzo causado aos trabalhadores devido \u00e0 aplica\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u00e9 tamanho que quando analisado o fator de corre\u00e7\u00e3o acumulado do FGTS visualiza-se que a rentabilidade desse fundo n\u00e3o supera os \u00edndices inflacion\u00e1rios desde 2002, rendendo menos que a infla\u00e7\u00e3o a partir de 2007, apesar da aplica\u00e7\u00e3o de juros de 3% a.a.\nDiante do exposto podemos afirmar que a TR n\u00e3o rep\u00f5e mais as perdas inflacion\u00e1rias, o que afeta consideravelmente os poupadores, bem como os trabalhadores que possuem o FGTS (...) Com base nas normas: Resolu\u00e7\u00e3o CMN n\u00ba 2.437 de 30.10.98, Resolu\u00e7\u00e3o CMN n\u00ba 2.604, de 23.04.99, Resolu\u00e7\u00e3o CMN 2.809 de 21.12.00, Resolu\u00e7\u00e3o CMN n\u00ba 3.354, de 31.03.2006, Resolu\u00e7\u00e3o CMN n\u00ba 3.336, de 05.03.2007 e Circular n\u00ba 3.356, de 11.07.2007 estabeleceram no decorrer dos anos a forma de c\u00e1lculo da TR, bem como nas informa\u00e7\u00f5es disponibilizadas pelo BACEN foi constru\u00edda planilha demonstrando a evolu\u00e7\u00e3o do fator de pondera\u00e7\u00e3o \u201cb\u201d, elemento essencial para o c\u00e1lculo redutor da TR. As primeiras mudan\u00e7as significativas da TR ocorreram atrav\u00e9s das Resolu\u00e7\u00f5es CMN n\u00ba 2.387/97 e n\u00ba 2.437/97 que estabeleceram a f\u00f3rmula de c\u00e1lculo do redutor da TR com duas novas vari\u00e1veis, ambas definidas pelo BACEN, quais sejam: a constante \u201ca\u201d e o fator de pondera\u00e7\u00e3o \u201cb\u201d. A partir da Resolu\u00e7\u00e3o CMN n\u00ba 2.809/2000, o BACEN passou a determinar o fator \u201cb\u201d sem crit\u00e9rio t\u00e9cnico conhecido, a partir de certo patamar, conforme visualizado na tabela abaixo: O par\u00e2metro \u201cb\u201d \u00e9 o valor determinado em fun\u00e7\u00e3o da meta estabelecida para a taxa SELIC, em termos percentuais ao ano:\nEnd: Rua do Com\u00e9rcio, 57, Centro, CEP:89896-000 \u2013 Itapiranga/SC, Fone/fax: 49 36770638 Adv: Airton Sehn, OAB-SC 19.236 e RS 72.383A, Elenice Strieder Sehn, OAB-SC . 27.779 e Simone Muller, OAB/SC 25.959, Charles Etinei Grutzmann, OAB-SC 30.435 e Vitor Hugo Matos J\u00fanior, OAB/SC 34.355.\n\n\fAIRTON SEHN & ADVOGADOS ASSOCIADOS Advocacia e Assessoria Previdenci\u00e1ria, C\u00edvel, Penal, 20 Empresarial, Trabalhista e Fiscal-Tribut\u00e1ria.\nMS- \u00e9 a Meta para a taxa SELIC em (%a.a)\n\nMS\n\n\u201cb\u201d\n\nMS\n\n> 16\n\n0,48\n\n16 >= MS\n\n>15 0,44\n\n15 >= MS\n\n>14 0,40\n\n14 >= MS\n\n>13 0,36\n\n13 >= MS\n\n>12 0,32\n\n12 >= MS\n\n>11 0,28\n\n11 >= MS\n\n>10 0,24\n\n10\n\nAbaixo de 10 fator \u201cb\u201d determinado pelo BACEN\nEssa discricionariedade do BACEN na valora\u00e7\u00e3o do fator \u201cb\u201d acolhida pelas circulares e resolu\u00e7\u00f5es posteriores, impactou o c\u00e1lculo do Redutor da TR.\nDe pouco adiantaria ao trabalhador que fosse determinado ao Banco Central/CMN que recalculasse a TR, pois, uma nova f\u00f3rmula estaria igualmente sob a discricionariedade e subjetivismo total do Banco. Basta avaliara a sucess\u00e3o de Resolu\u00e7\u00f5es do Banco Central/CMN sobre o tema, conforme Parecer do referido Economista.\nPartindo da premissa inequ\u00edvoca que a TR causou perdas monet\u00e1rias dos dep\u00f3sitos do FGTS, outro caminho n\u00e3o existe se n\u00e3o o de adotar um novo \u00edndice que verdadeiramente corrija estes dep\u00f3sitos.\n\n\u00cdndices que efetivamente produzem corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria\n\nA Lei de Introdu\u00e7\u00e3o \u00e0s Normas de Direito Brasileiro estabelece em seu art. 5\u00ba que na aplica\u00e7\u00e3o da lei, o juiz atender\u00e1 os fins sociais a que ela se dirige e as exig\u00eancias do bem comum.\nA lei do FGTS tem um fim social indiscut\u00edvel, proteger o trabalhador e constituir um patrim\u00f4nio que lhe sirva de arrimo em v\u00e1rias situa\u00e7\u00f5es da vida.\nDiante de tudo que foi demonstrado, a juiz atender\u00e1 os fins sociais da Lei do FGTS ao reconhecer que corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, reposi\u00e7\u00e3o dos \u00edndices\nEnd: Rua do Com\u00e9rcio, 57, Centro, CEP:89896-000 \u2013 Itapiranga/SC, Fone/fax: 49 36770638 Adv: Airton Sehn, OAB-SC 19.236 e RS 72.383A, Elenice Strieder Sehn, OAB-SC . 27.779 e Simone Muller, OAB/SC 25.959, Charles Etinei Grutzmann, OAB-SC 30.435 e Vitor Hugo Matos J\u00fanior, OAB/SC 34.355.\n\n\fAIRTON SEHN & ADVOGADOS ASSOCIADOS Advocacia e Assessoria Previdenci\u00e1ria, C\u00edvel, Penal, 21 Empresarial, Trabalhista e Fiscal-Tribut\u00e1ria.\ninflacion\u00e1rios de forma a garantir o poder de compra daquele dinheiro ali\ndepositado no Fundo, \u00e9 efetivamente devida pela Caixa.\nSe a TR n\u00e3o pode ser considerada como um \u00edndice id\u00f4neo, sobrev\u00e9m\na necessidade de substitu\u00ed-la por um \u00edndice que realmente reponha as\nperdas monet\u00e1rias. E ent\u00e3o, nada obsta que o juiz considere \u00edndice previsto\nem outra legisla\u00e7\u00e3o.\nAt\u00e9 por quest\u00e3o de equidade, o melhor \u00edndice para substituir a TR \u00e9 o\n\u00edndice que corrige monetariamente o sal\u00e1rio dos trabalhadores e os\nbenef\u00edcios previdenci\u00e1rios. Este \u00edndice est\u00e1 previsto na Lei 12.382, de 25 de\nFevereiro de 2011, cujos primeiros artigos trazem a seguinte dic\u00e7\u00e3o.\nArt. 1o O sal\u00e1rio m\u00ednimo passa a corresponder ao valor de R$ 545,00 (quinhentos e quarenta e cinco reais). Par\u00e1grafo \u00fanico. Em virtude do disposto no caput, o valor di\u00e1rio do sal\u00e1rio m\u00ednimo corresponder\u00e1 a R$ 18,17 (dezoito reais e dezessete centavos) e o valor hor\u00e1rio, a R$ 2,48 (dois reais e quarenta e oito centavos). Art. 2o Ficam estabelecidas as diretrizes para a pol\u00edtica de valoriza\u00e7\u00e3o do sal\u00e1rio m\u00ednimo a vigorar entre 2012 e 2015, inclusive, a serem aplicadas em 1o de janeiro do respectivo ano. \u00a7 1o Os reajustes para a preserva\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo do sal\u00e1rio m\u00ednimo corresponder\u00e3o \u00e0 varia\u00e7\u00e3o do \u00cdndice Nacional de Pre\u00e7os ao Consumidor - INPC, calculado e divulgado pela Funda\u00e7\u00e3o Instituto Brasileiro de Geografia e Estat\u00edstica IBGE, acumulada nos doze meses anteriores ao m\u00eas do reajuste. \u00a7 2o Na hip\u00f3tese de n\u00e3o divulga\u00e7\u00e3o do INPC referente a um ou mais meses compreendidos no per\u00edodo do c\u00e1lculo at\u00e9 o \u00faltimo dia \u00fatil imediatamente anterior \u00e0 vig\u00eancia do reajuste, o Poder Executivo estimar\u00e1 os \u00edndices dos meses n\u00e3o dispon\u00edveis. \u00a7 3o Verificada a hip\u00f3tese de que trata o \u00a7 2o, os \u00edndices estimados permanecer\u00e3o v\u00e1lidos para os fins desta Lei, sem qualquer revis\u00e3o, sendo os eventuais res\u00edduos compensados no reajuste subsequente, sem retroatividade. \u00a7 4o A t\u00edtulo de aumento real, ser\u00e3o aplicados os seguintes percentuais: I - em 2012, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do Produto Interno Bruto - PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2010; II - em 2013, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2011;\nEnd: Rua do Com\u00e9rcio, 57, Centro, CEP:89896-000 \u2013 Itapiranga/SC, Fone/fax: 49 36770638 Adv: Airton Sehn, OAB-SC 19.236 e RS 72.383A, Elenice Strieder Sehn, OAB-SC . 27.779 e Simone Muller, OAB/SC 25.959, Charles Etinei Grutzmann, OAB-SC 30.435 e Vitor Hugo Matos J\u00fanior, OAB/SC 34.355.\n\n\fAIRTON SEHN & ADVOGADOS ASSOCIADOS Advocacia e Assessoria Previdenci\u00e1ria, C\u00edvel, Penal, 22 Empresarial, Trabalhista e Fiscal-Tribut\u00e1ria.\nIII - em 2014, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2012; e IV - em 2015, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2013. \u00a7 5o Para fins do disposto no \u00a7 4o, ser\u00e1 utilizada a taxa de crescimento real do PIB para o ano de refer\u00eancia, divulgada pelo IBGE at\u00e9 o \u00faltimo dia \u00fatil do ano imediatamente anterior ao de aplica\u00e7\u00e3o do respectivo aumento real.\nN\u00e3o h\u00e1 porque ter dois pesos e duas medidas. Se o sal\u00e1rio m\u00ednimo \u00e9 corrigido monetariamente pelo INPC, o dep\u00f3sito do FGTS que, em \u00faltima an\u00e1lise, \u00e9 um sal\u00e1rio indireto do trabalhador, tamb\u00e9m h\u00e1 de s\u00ea-lo.\nE observe que o objetivo da Lei em corrigir o sal\u00e1rio m\u00ednimo pelo INPC decorre exclusivamente da necessidade de preservar seu poder aquisitivo. A necessidade de preservar o poder aquisitivo \u00e9 uma constante em todas as transa\u00e7\u00f5es financeiras, e ela s\u00f3 se aperfei\u00e7oa quando rep\u00f5e efetivamente perdas inflacion\u00e1rias.\nOutro \u00edndice que se mostra aplic\u00e1vel, na hip\u00f3tese deste douto ju\u00edzo entender que n\u00e3o aplicaria o INPC, \u00e9 o IPCA, \u00edndice oficial do Governo Federal para medi\u00e7\u00e3o das metas inflacion\u00e1rias, contratadas com o FMI, a partir de, julho de 19994.\nAmbos os \u00edndices s\u00e3o infinitivamente mais adequados a preservar o poder aquisitivo dos dep\u00f3sitos do FGTS do que a aniquilada TR.\nO outro lado da moeda\nAinda \u00e9 necess\u00e1rio aprofundarmos um pouco mais nas consequ\u00eancias que esta subtra\u00e7\u00e3o de recursos do patrim\u00f4nio do trabalhador traz a todos, individual e coletivamente.\n\u00c9 de conhecimento geral que o Sistema Financeiro de Habita\u00e7\u00e3o disp\u00f5e dos recursos do FGTS para financiar o maior sonho de todo brasileiro \u2013 a casa pr\u00f3pria. Tamb\u00e9m \u00e9 de conhecimento geral que a Caixa Econ\u00f4mica Federal \u00e9 o Banco que mais se utiliza destes recursos do SFH\n4 Informa\u00e7\u00e3o obtida no Portal (www.portalbrasil.net) End: Rua do Com\u00e9rcio, 57, Centro, CEP:89896-000 \u2013 Itapiranga/SC, Fone/fax: 49 36770638 Adv: Airton Sehn, OAB-SC 19.236 e RS 72.383A, Elenice Strieder Sehn, OAB-SC . 27.779 e Simone Muller, OAB/SC 25.959, Charles Etinei Grutzmann, OAB-SC 30.435 e Vitor Hugo Matos J\u00fanior, OAB/SC 34.355.\n\n\fAIRTON SEHN & ADVOGADOS ASSOCIADOS Advocacia e Assessoria Previdenci\u00e1ria, C\u00edvel, Penal, 23 Empresarial, Trabalhista e Fiscal-Tribut\u00e1ria.\npara financiar, emprestar dinheiro para os brasileiros comprarem a casa pr\u00f3pria.\nEmbora em princ\u00edpio, n\u00e3o haja correla\u00e7\u00e3o entre o trabalhador que tem dep\u00f3sito no FGTS que s\u00e3o emprestados para financiar a casa pr\u00f3pria, e aqueles que se valem do empr\u00e9stimo do SFH para adquirir sua casa pr\u00f3pria, em algum momento, trabalhador e mutu\u00e1rio s\u00e3o a mesma pessoa.\nE neste conceito de mutu\u00e1rio e trabalhador serem a mesma pessoa \u00e9 que se evidencia a maior sordidez da hist\u00f3ria deste Pa\u00eds.\nJ\u00e1 seria reprov\u00e1vel o fato de a Caixa pegar dinheiro a juros baixos e sem nenhuma corre\u00e7\u00e3o e empresta-lo a juros muito mais altos, mesmo sem corre\u00e7\u00e3o (uma vez que a TR tamb\u00e9m corrige as presta\u00e7\u00f5es do SFH). Fica claro que a institui\u00e7\u00e3o banc\u00e1ria leva imensa vantagem nesta negocia\u00e7\u00e3o.\nMas a situa\u00e7\u00e3o piora consideravelmente quando, a Caixa pega dinheiro a juros baixos, sem nenhuma corre\u00e7\u00e3o para o trabalhador, e empresta para ele mesmo.\nSuponhamos que um trabalhador queira adquirir uma casa pr\u00f3pria utilizando os recursos do seu FGTS. Ele encontra o im\u00f3vel, mas verifica que seus recursos n\u00e3o s\u00e3o suficientes para adquiri-lo. Ent\u00e3o se dirige a um Banco para financiar a diferen\u00e7a, comprometendo sua renda por muitos anos.\nA maioria dos trabalhadores brasileiros, quando quer adquirir seu im\u00f3vel, dirigi-se \u00e0 Caixa Econ\u00f4mica Federal.\nTodavia, se o dep\u00f3sito do FGTS tivesse sido devidamente corrigido, se ele mantivesse seu poder de compra, ou o empr\u00e9stimo seria menor ou sequer haveria necessidade de o trabalhador comprometer sua renda e anos de trabalho para adquirir aquilo que \u00e9 o nosso sonho mais prim\u00e1rio, nossa necessidade mais real como indiv\u00edduo e como povo brasileiro.\nA caixa est\u00e1 emprestando para o trabalhador aquilo que ela deixou de pagar a ele a t\u00edtulo de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria na sua conta de FGTS.\nO trabalhador n\u00e3o merece isso!\nEnd: Rua do Com\u00e9rcio, 57, Centro, CEP:89896-000 \u2013 Itapiranga/SC, Fone/fax: 49 36770638 Adv: Airton Sehn, OAB-SC 19.236 e RS 72.383A, Elenice Strieder Sehn, OAB-SC . 27.779 e Simone Muller, OAB/SC 25.959, Charles Etinei Grutzmann, OAB-SC 30.435 e Vitor Hugo Matos J\u00fanior, OAB/SC 34.355.\n\n\fAIRTON SEHN & ADVOGADOS ASSOCIADOS Advocacia e Assessoria Previdenci\u00e1ria, C\u00edvel, Penal, 24 Empresarial, Trabalhista e Fiscal-Tribut\u00e1ria.\nA Caixa vale-se da fragilidade humana para colocar-se como realizadora de sonhos, ao mesmo tempo que, ano ap\u00f3s ano, aufere lucros exorbitantes \u00e0s custas do trabalhador.\nCONCLUS\u00d5ES\nA Taxa Referencial, enquanto \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria assim considerada pela atual jurisprud\u00eancia p\u00e1tria, n\u00e3o pode ser reduzida a Zero, como tem sido nos \u00faltimos meses, pois afronta flagrantemente o art.2\u00ba da Lei. 8.036/90, que garante a atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria aos dep\u00f3sitos feitos no FGTS.\nComo \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, a TR deveria garantir o poder aquisitivo dos dep\u00f3sitos do FGTS, que perfaz levando em conta os \u00edndices de infla\u00e7\u00e3o. Desde janeiro de 1999, a TR se distanciou sensivelmente dos \u00edndices oficiais de infla\u00e7\u00e3o, impingindo profundas perdas aos dep\u00f3sitos do FGTS, tornando-se inid\u00f4nea para garantir a reposi\u00e7\u00e3o das perdas monet\u00e1rias.\nA inidoneidade da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria decorre de mudan\u00e7as introduzidas na sua metodologia de c\u00e1lculo pelo Banco Central do Brasil/CMN que, atrav\u00e9s do mecanismo econ\u00f4mico de um redutor, vem nitidamente manipulando o \u00edndice que ele se desprenda da infla\u00e7\u00e3o at\u00e9 anula-la completamente, a despeito de um quadro de infla\u00e7\u00e3o persistente no Pa\u00eds.\nA Caixa Econ\u00f4mica Federal est\u00e1 se prestando ao papel de espoliador do FGTS, na medida em que disp\u00f5e do patrim\u00f4nio do trabalhador sem a devida contrapresta\u00e7\u00e3o. A corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria aplicada ao FGTS tem sido h\u00e1 muito tempo menor que a infla\u00e7\u00e3o registrada, de forma que descumpre n\u00e3o s\u00f3 o art. 2\u00ba da Lei. 8.036/90, art. 233 do C\u00f3digo Civil, mas tamb\u00e9m toda l\u00f3gica e princ\u00edpios do mercado econ\u00f4mico.\nQuem empresta tem direito a ser remunerado com juros e a totalidade da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. O trabalhador n\u00e3o pode ser obrigado a subsidiar ainda mais os projetos do Governo Federal. O \u201eainda mais\u201d\nEnd: Rua do Com\u00e9rcio, 57, Centro, CEP:89896-000 \u2013 Itapiranga/SC, Fone/fax: 49 36770638 Adv: Airton Sehn, OAB-SC 19.236 e RS 72.383A, Elenice Strieder Sehn, OAB-SC . 27.779 e Simone Muller, OAB/SC 25.959, Charles Etinei Grutzmann, OAB-SC 30.435 e Vitor Hugo Matos J\u00fanior, OAB/SC 34.355.\n\n\fAIRTON SEHN & ADVOGADOS ASSOCIADOS Advocacia e Assessoria Previdenci\u00e1ria, C\u00edvel, Penal, 25 Empresarial, Trabalhista e Fiscal-Tribut\u00e1ria.\ndecorre do fato de os juros de 3% do FGTS serem menores do mercado, o que por si s\u00f3, demonstra que ele j\u00e1 est\u00e1 fazendo sua parte sob a perspectiva social.\nNegar o direito de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria aos dep\u00f3sitos do FGTS, do qual o trabalhador n\u00e3o pode simplesmente sacar seu dinheiro para aplicar em outro fundo mais rent\u00e1vel, configura ato de tirania, incompat\u00edvel com um Estado Democr\u00e1tico de Direito e deve ser de pronto recha\u00e7ado.\nSe o Governo Brasileiro remunerasse os investidores internacionais com TR 3% a.a como faz os trabalhadores, haveria uma fuga em massa nos investimentos no Pa\u00eds, e certamente estar\u00edamos experimentando uma tsunami econ\u00f4mica e n\u00e3o uma simples \u201cmarolinha\u201d.\nSendo a TR inid\u00f4nea para restabelecer o poder aquisitivo dos dep\u00f3sitos do FGTS, sua substitui\u00e7\u00e3o por outro \u00edndice que melhor recomponha as perdas monet\u00e1rias e torna imperioso, a fim de fazer prevalecer o art. 2\u00ba da Lei. 8.036/90 e art. 233 do C\u00f3digo Civil.\nPosto que desde janeiro de 1999 o redutor criado pelo Banco Central/CMN promoveu o completo distanciamento da TR dos \u00edndices oficiais de infla\u00e7\u00e3o, temos que desde ent\u00e3o ela perdeu sua condi\u00e7\u00e3o de repor as perdas inflacion\u00e1rias dos dep\u00f3sitos do FGTS, devendo desde esta data ser substitu\u00edda pelo INPC, ou alternativamente, pelo IPCA.\nPOSSIBILIDADE DO JUDICI\u00c1RIO ALTERAR O \u00cdNDICE DE CORRE\u00c7\u00c3O APLIC\u00c1VEL AO FGTS OU ADO\u00c7\u00c3O DE OUTRO REDUTOR NA F\u00d3RMULA DE CALCULO DA TR.\nComplementado todos os argumentos acima expostos, podemos comparar este caso com o dos expurgos inflacion\u00e1rios dos planos econ\u00f4micos (Bresser, Ver\u00e3o, Collor I e II). Focando as semelhan\u00e7as e diferen\u00e7as entre esta a\u00e7\u00e3o e a dos expurgos, existem, salvo melhor ju\u00edzo, um substancial precedente onde o \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o foi expressamente alterado pelo poder judici\u00e1rio.\nA semelhan\u00e7a entre esta a\u00e7\u00e3o revisional do FGTS e a dos expurgos inflacion\u00e1rios come\u00e7a pela natureza das obriga\u00e7\u00f5es, ambas vinculadas a\nEnd: Rua do Com\u00e9rcio, 57, Centro, CEP:89896-000 \u2013 Itapiranga/SC, Fone/fax: 49 36770638 Adv: Airton Sehn, OAB-SC 19.236 e RS 72.383A, Elenice Strieder Sehn, OAB-SC . 27.779 e Simone Muller, OAB/SC 25.959, Charles Etinei Grutzmann, OAB-SC 30.435 e Vitor Hugo Matos J\u00fanior, OAB/SC 34.355.\n\n\fAIRTON SEHN & ADVOGADOS ASSOCIADOS Advocacia e Assessoria Previdenci\u00e1ria, C\u00edvel, Penal, 26 Empresarial, Trabalhista e Fiscal-Tribut\u00e1ria.\nregime p\u00fablico, sendo outro forte ponto de liga\u00e7\u00e3o o fato de ambas versarem sobre \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria.\nEis, ent\u00e3o, o primeiro precedente no sentido de possibilitar ao Poder Judici\u00e1rio alterar o \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o:\nFGTS - CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA DO DEP\u00d3SITOS INAPLICABILIDADE DA TR - SUBSTITUI\u00c7\u00c3O DO \u00cdNDICE IPC. A taxa referencial (TR) n\u00e3o pode ser utilizada como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria da moeda, devendo o montante ser atualizado pelo IPC. Recurso improvido. (STJ - AgRg no Ag: 412184 DF 2001/0122589-3, Relator: Ministra LAURITA VAZ, Data de Julgamento: 11/12/2001, S1 PRIMEIRA SE\u00c7\u00c3O, Data de Publica\u00e7\u00e3o: DJ 26.05.2003 p. 254).\nE no inteiro teor desta decis\u00e3o, bastante valiosa j\u00e1 pelo conte\u00fado ementado, tomamos ent\u00e3o conhecimento do mais importante, a meu ver, precedente para esta a\u00e7\u00e3o revisional, consubstanciado na S\u00famula 252 do E. Tribunal da Cidadania:\nOs saldos das contas do FGTS, pela legisla\u00e7\u00e3o infraconstitucional, s\u00e3o corrigidos em 42,72% (IPC) quanto \u00e0s perdas de janeiro de 1989 e 44,80% (IPC) quanto \u00e0s de abril de 1990, acolhidos pelo STJ os \u00edndices de 18,02% (LBC) quanto \u00e0s perdas de junho de 1987, de 5,38% (BTN) para maio de 1990 e 7,00% (TR) para fevereiro de 1991, de acordo como entendimento do STF (RE 226.855-7/RS)\nOu seja, no caso dos expurgos o STJ determinou, expressamente, a utiliza\u00e7\u00e3o de outros \u00edndices para a corre\u00e7\u00e3o do FGTS.\nEmbora seja prevista em lei, a metodologia de c\u00e1lculo da TR \u00e9 estipulada por ato infralegal. Essa metodologia variou ao longo do tempo, mas sempre abrangeu dois passos: calcula-se uma m\u00e9dia das taxas de juros praticadas pelas maiores institui\u00e7\u00f5es financeiras, geralmente na capta\u00e7\u00e3o de CDB e RDB; aplica-se sobre esta m\u00e9dia um redutor.\nInicialmente, a Resolu\u00e7\u00e3o Bacen/CMN 1.805, de 27/03/1991, determinava a coleta de uma amostra das 30 maiores institui\u00e7\u00f5es financeiras e que se calculasse a m\u00e9dia das taxas de juros praticadas pelas\nEnd: Rua do Com\u00e9rcio, 57, Centro, CEP:89896-000 \u2013 Itapiranga/SC, Fone/fax: 49 36770638 Adv: Airton Sehn, OAB-SC 19.236 e RS 72.383A, Elenice Strieder Sehn, OAB-SC . 27.779 e Simone Muller, OAB/SC 25.959, Charles Etinei Grutzmann, OAB-SC 30.435 e Vitor Hugo Matos J\u00fanior, OAB/SC 34.355.\n\n\fAIRTON SEHN & ADVOGADOS ASSOCIADOS Advocacia e Assessoria Previdenci\u00e1ria, C\u00edvel, Penal, 27 Empresarial, Trabalhista e Fiscal-Tribut\u00e1ria.\n20 maiores; sobre essa m\u00e9dia ponderada de remunera\u00e7\u00e3o seria aplicado o redutor de 2 pontos percentuais mensais, a fim de expurgar os efeitos da tributa\u00e7\u00e3o e da taxa real hist\u00f3rica de juros da economia (art. 3\u00ba, inc. III). Posteriormente, a Resolu\u00e7\u00e3o 1979, de 30/04/1993, fixou esse redutor em 1,5 ponto percentual mensal para os meses de maio e junho de 1993, 1,3 p.p.m. para o m\u00eas de julho de 1993, e 1,2 p.p.m. a partir de agosto de 1993.\nA Resolu\u00e7\u00e3o 2.075, de 26/05/1994, alterou a forma de c\u00e1lculo dessa m\u00e9dia de remunera\u00e7\u00e3o, e fixou o redutor em 1,2 p.p.m., mas agora mencionando apenas a taxa m\u00e9dia real hist\u00f3rica de juros da economia, n\u00e3o mais se falando em expurgo da tributa\u00e7\u00e3o. Posteriormente, esse redutor foi alterado para 1,6 p.p.m. pela Resolu\u00e7\u00e3o 2.083, de 30/06/1994. A partir da Resolu\u00e7\u00e3o 2.097, de 27/07/1994, passou-se a calcular a TR com base na TBF. Essa resolu\u00e7\u00e3o voltou a mencionar que o redutor se destinava a expurgar do c\u00e1lculo os efeitos da tributa\u00e7\u00e3o e a taxa real de juros da economia.\nCom a Resolu\u00e7\u00e3o 2.437, de 30/10/1997, passou-se a n\u00e3o mais explicitar a finalidade do redutor, cuidando-se apenas de estipular sua forma de apura\u00e7\u00e3o, metodologia esta que se mant\u00e9m at\u00e9 os dias atuais, com pequenas altera\u00e7\u00f5es n\u00e3o significativas para o que interessa \u00e0 Resolu\u00e7\u00e3o da presente demanda.\nAtualmente, a f\u00f3rmula de c\u00e1lculo da TR est\u00e1 regulamentada na Resolu\u00e7\u00e3o CMN n\u00ba 3.354/2006 (com altera\u00e7\u00f5es posteriores). Consiste, basicamente, em dois passos: 1) calcula-se a Taxa B\u00e1sica Financeira (TBF) da economia a partir da remunera\u00e7\u00e3o mensal m\u00e9dia dos Certificados e Recibos de Dep\u00f3sitos Banc\u00e1rios emitidos a taxas de mercado prefixadas, com prazo de 30 a 35 dias corridos, praticados pelas 20 maiores institui\u00e7\u00f5es financeiras captadoras de tais recursos (at\u00e9 a Res/CMN 4.240/2013 a amostra era composta pelas 30 maiores institui\u00e7\u00f5es); 2) aplica-se \u00e0 TBF um redutor, que pode ser ou n\u00e3o parcialmente arbitrado pelo Bacen, dependendo do patamar da TBF (a f\u00f3rmula consta do art. 5\u00ba da\nEnd: Rua do Com\u00e9rcio, 57, Centro, CEP:89896-000 \u2013 Itapiranga/SC, Fone/fax: 49 36770638 Adv: Airton Sehn, OAB-SC 19.236 e RS 72.383A, Elenice Strieder Sehn, OAB-SC . 27.779 e Simone Muller, OAB/SC 25.959, Charles Etinei Grutzmann, OAB-SC 30.435 e Vitor Hugo Matos J\u00fanior, OAB/SC 34.355.\n\n\fAIRTON SEHN & ADVOGADOS ASSOCIADOS Advocacia e Assessoria Previdenci\u00e1ria, C\u00edvel, Penal, 28 Empresarial, Trabalhista e Fiscal-Tribut\u00e1ria.\n\nRes/CMN 3.354/2006). A aplica\u00e7\u00e3o do redutor n\u00e3o poder\u00e1 resultar em\n\ncoeficiente inferior a zero.\n\nA primeira conclus\u00e3o que se pode extrair da an\u00e1lise de todas essas\n\nnormas mencionadas \u00e9 que, at\u00e9 a e Resolu\u00e7\u00e3o 2.437, de 30/10/1997, essa\n\nregulamenta\u00e7\u00e3o inclu\u00eda no redutor a \u201ctaxa real de juros da economia\u201d,\n\nparcela n\u00e3o prevista na lei de reg\u00eancia, que permite apenas o expurgo dos\n\ntributos (\u201cimpostos\u201d, no dizer do art. 1\u00ba da Lei 8.177/1991).\n\nO expurgo dessas duas parcelas (tanto dos tributos como da taxa real\n\nde juros) at\u00e9 seria razo\u00e1vel, j\u00e1 que, extraindo tais fatores da taxa m\u00e9dia\n\npraticada, ter-se-ia apenas a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria arbitrada pelo mercado\n\nfinanceiro. Considerando que o FGTS \u00e9 isento de tributos, e que \u00e9\n\nremunerado por juros espec\u00edficos, n\u00e3o haveria porque receber aqueles\n\nadicionais. Entretanto, como dito, a lei de reg\u00eancia permite apenas o\n\nexpurgo da tributa\u00e7\u00e3o.\n\nPosteriormente \u00e0 mencionada Resolu\u00e7\u00e3o, no entanto, essa conclus\u00e3o\n\nj\u00e1 n\u00e3o \u00e9 v\u00e1lida, pois o redutor \u00e9 calculado por uma f\u00f3rmula espec\u00edfica e n\u00e3o\n\nh\u00e1 mais men\u00e7\u00e3o ao expurgo da taxa real de juros da economia.\n\nEntretanto, \u00e9 inelut\u00e1vel concluir que o redutor aplicado na forma de\n\nc\u00e1lculo da TR n\u00e3o cumpre o papel legalmente a ele destinado, que seria o\n\nde expurgar da m\u00e9dia das taxas de juros do mercado os efeitos da\n\ntributa\u00e7\u00e3o (art. 1\u00ba da Lei 8.177/1991).\n\nAnalisando as s\u00e9ries hist\u00f3ricas da TR e da TBF, desde julho de 1997,\n\nextra\u00eddas\n\ndo\n\ns\u00edtio\n\ndo\n\nBacen\n\nna\n\ninternet\n\n(https://www3.bcb.gov.br/sgspub/localizarseries/localizarSeries.do?metho\n\nd=prepararTelaLocalizarSeries), v\u00ea-se que, a partir do ano de 1999, o\n\nredutor sempre representou mais de 75% da TBF, chegando ao patamar de\n\n100% na maioria dos dias desde julho de 2012 (a TBF e a TR s\u00e3o\n\ncalculadas diariamente, embora os ve\u00edculos de comunica\u00e7\u00e3o costumem\n\ndivulgar apenas seus valores mensais).\n\nOra, n\u00e3o \u00e9 cr\u00edvel que os tributos incidentes nas opera\u00e7\u00f5es\n\nfinanceiras de capta\u00e7\u00e3o de CDB e RDB representem patamares t\u00e3o altos.\n\nEnd: Rua do Com\u00e9rcio, 57, Centro, CEP:89896-000 \u2013 Itapiranga/SC, Fone/fax: 49 36770638 Adv: Airton Sehn, OAB-SC 19.236 e RS 72.383A, Elenice Strieder Sehn, OAB-SC . 27.779 e Simone Muller, OAB/SC 25.959, Charles Etinei Grutzmann, OAB-SC 30.435 e Vitor Hugo Matos J\u00fanior, OAB/SC 34.355.\n\n\fAIRTON SEHN & ADVOGADOS ASSOCIADOS Advocacia e Assessoria Previdenci\u00e1ria, C\u00edvel, Penal, 29 Empresarial, Trabalhista e Fiscal-Tribut\u00e1ria.\nAli\u00e1s, quando o redutor \u00e9 de 100%, deveria se concluir que os\ntributos abrangeram a totalidade do rendimento, o que n\u00e3o \u00e9 razo\u00e1vel.\nEm vista disto, razo\u00e1vel pedir incluir pedido alternativo para que o\nPoder Judici\u00e1rio determine o rec\u00e1lculo do redutor na f\u00f3rmula de calculo da\nTR. Pois, n\u00e3o obstante a TR tenha seus par\u00e2metros legalmente previstos de\nforma razo\u00e1vel, est\u00e1, sendo calculada de forma equivocada, merecendo ser\nretificado o c\u00e1lculo com o consequente rec\u00e1lculo dos saldos.\n\nPROVAS\nApresenta a Autora, desde j\u00e1, os documentos acostados \u00e0 pe\u00e7a exordial, protestando, ainda, pela juntada de complementa\u00e7\u00e3o de extratos da conta vinculada da Autora para liquida\u00e7\u00e3o.\nDO PEDIDO\n\nAnte o exposto, a Autora requer:\n\nI.\n\nA cita\u00e7\u00e3o da CEF - Caixa Econ\u00f4mica Federal, no endere\u00e7o de\n\nsua sede, para responder no prazo legal, querendo, a presente a\u00e7\u00e3o;\n\nII. A condena\u00e7\u00e3o da R\u00e9 a proceder a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos valores depositados em favor da parte autora, a partir de 1999, em \u00edndice diferentes do da TR, utilizando para a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria o INPC, ou sucessivamente, IPCA-e, ou a TR recalculada sem a aplica\u00e7\u00e3o do redutor, ou ainda algum outro \u00edndice que efetivamente recomponha o valor monet\u00e1rio, perdido pela infla\u00e7\u00e3o;\n\nIII. Condenar a R\u00e9 no pagamento dos valores apurados, promovendo o cr\u00e9dito respectivo na Conta Vinculada do FGTS da parte autora;\n\nIV. Condenar a r\u00e9 ao pagamento de custas e honor\u00e1rios advocat\u00edcios, em caso de eventual recurso para superior inst\u00e2ncia.\n\nEnd: Rua do Com\u00e9rcio, 57, Centro, CEP:89896-000 \u2013 Itapiranga/SC, Fone/fax: 49 36770638 Adv: Airton Sehn, OAB-SC 19.236 e RS 72.383A, Elenice Strieder Sehn, OAB-SC . 27.779 e Simone Muller, OAB/SC 25.959, Charles Etinei Grutzmann, OAB-SC 30.435 e Vitor Hugo Matos J\u00fanior, OAB/SC 34.355.\n\n\fAIRTON SEHN & ADVOGADOS ASSOCIADOS Advocacia e Assessoria Previdenci\u00e1ria, C\u00edvel, Penal, 30 Empresarial, Trabalhista e Fiscal-Tribut\u00e1ria.\nV. Requer que os honor\u00e1rios advocat\u00edcios contratados com a parte autora no percentual de 15% (quinze por cento), conforme contrato em anexo, sejam pagos diretamente aos procuradores, descontando-se do valor devido a autora.\nPara efeitos meramente fiscais d\u00e1-se \u00e0 causa o valor de R$ 1.000,00.\n\nNestes termos, Pede deferimento.\n\nItapiranga \u2013 SC, 16 de janeiro de 2014.\n\n___________________ AIRTON SEHN\nOAB/SC 19.236 OAB/RS n\u00ba 72.383A\n________________________ SIMONE MULLER MATOS\nOAB/SC 25.959\n\n____________________________ ELENICE STRIEDER SEHN\nOAB/SC n\u00ba 27.779\n________________________________ CHARLES ETINEI GRUTZMANN\nOAB/SC 30.435\n\n________________________________ VITOR HUGO MATOS JUNIOR\nOAB/SC 34.355\n\nEnd: Rua do Com\u00e9rcio, 57, Centro, CEP:89896-000 \u2013 Itapiranga/SC, Fone/fax: 49 36770638 Adv: Airton Sehn, OAB-SC 19.236 e RS 72.383A, Elenice Strieder Sehn, OAB-SC . 27.779 e Simone Muller, OAB/SC 25.959, Charles Etinei Grutzmann, OAB-SC 30.435 e Vitor Hugo Matos J\u00fanior, OAB/SC 34.355.\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 4 (Solon) - IdDocumentoCompleto: 5002001-31.2014.4.04.7210-721395143500622560210000000001", "text": "AIRTON SEHN & ADVOGADOS ASSOCIADOS\n\nAdvocacia e Assessoria Previdenci\u00e1ria, C\u00edvel, Penal,\n\n1\n\nEmpresarial, Trabalhista e Fiscal-Tribut\u00e1ria.\n\nEXCELENT\u00cdSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DO JUIZADO ESPECIAL FEDERAL DE S\u00c3O MIGUEL DO OESTE \u2013 SC.\n\nCorre\u00e7\u00e3o FGTS\n\nLUCILDA KESSLER WEBER, brasileira, casada, ajudante de produ\u00e7\u00e3o I, portadora do RG n\u00ba 3330981 e inscrita no CPF sob o n\u00ba 019.689.469-77, residente e domiciliada na Linha Santo Ant\u00f4nio, interior da cidade de Itapiranga - SC, representado por seus procuradores, que esta subscrevem, vem \u00e0 presen\u00e7a de Vossa Excel\u00eancia ajuizar:\nA\u00c7\u00c3O DE COBRAN\u00c7A DIFEREN\u00c7AS CORRE\u00c7\u00c3O FGTS\nEm desfavor da CAIXA ECON\u00d4MICA FEDERAL, pessoa jur\u00eddica de direito p\u00fablico, com sede na Rua Santos Dumont, centro da cidade de S\u00e3o Miguel do Oeste \u2013 SC, pelos seguintes motivos de fato, fundamentos e raz\u00f5es de direito a seguir aduzidos.\nJUSTI\u00c7A GRATUITA A Autora n\u00e3o pode suportar os \u00f4nus do processo sem preju\u00edzo do pr\u00f3prio sustento familiar, conforme declara\u00e7\u00e3o inclusa, raz\u00e3o pela qual, requer que se digne Vossa Excel\u00eancia de deferir-lhe os benef\u00edcios da Justi\u00e7a Gratuita.\nQuanto ao direito subjetivo ao deferimento da Justi\u00e7a Gratuita mister considerar que a renda da autora \u00e9 baixa, conforme pode ser visualizado nos extratos de FGTS em anexo.\nEnd: Rua do Com\u00e9rcio, 57, Centro, CEP:89896-000 \u2013 Itapiranga/SC, Fone/fax: 49 36770638 Adv: Airton Sehn, OAB-SC 19.236 e RS 72.383A, Elenice Strieder Sehn, OAB-SC . 27.779 e Simone Muller, OAB/SC 25.959, Charles Etinei Grutzmann, OAB-SC 30.435 e Vitor Hugo Matos J\u00fanior, OAB/SC 34.355.\n\n\fAIRTON SEHN & ADVOGADOS ASSOCIADOS\n\nAdvocacia e Assessoria Previdenci\u00e1ria, C\u00edvel, Penal,\n\n2\n\nEmpresarial, Trabalhista e Fiscal-Tribut\u00e1ria.\n\nAssim, patente o direito \u00e0 benesse, requerendo-se o deferimento.\n\nDOS FATOS\n\nA presente a\u00e7\u00e3o trata-se de uma quest\u00e3o de extrema import\u00e2ncia para a requerente, assim como, para milh\u00f5es de trabalhadores e diz respeito ao Fundo de Garantia por Tempo de Servi\u00e7o \u2013 FGTS.\nComo \u00e9 cedi\u00e7o, o Fundo de Garantia por Tempo de Servi\u00e7o foi criado na d\u00e9cada de 60 para proteger o trabalhador, como suced\u00e2neo da antiga estabilidade decenal. \u00c9 constitu\u00eddo por valores depositados pelas empresas em nome de seus empregados possibilitando que o trabalhador forme um patrim\u00f4nio.\nConsta do s\u00edtio eletr\u00f4nico da Caixa Econ\u00f4mica Federal \u2013 CEF que o FGTS hoje financia programas de habita\u00e7\u00e3o popular, saneamento b\u00e1sico e infraestrutura urbana, sendo regido pelas disposi\u00e7\u00f5es da Lei 8.036, de 11 de maio de 1990, por normas e diretrizes estabelecidas pelo seu Conselho Curador e gerido pela Caixa Econ\u00f4mica Federal.\nDos artigos 2\u00ba e 13 da Lei 8.035/90 extra\u00edmos que h\u00e1 uma obrigatoriedade de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e de remunera\u00e7\u00e3o atrav\u00e9s de juros dos dep\u00f3sitos efetuados nas contas vinculadas ao FGTS, sen\u00e3o vejamos:\nArt. 2\u00ba \u201cO FGTS \u00e9 constitu\u00eddo pelos saldos das contas vinculadas a que se refere esta lei e outros recursos a ela incorporados, devendo ser aplicados com atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e juros, de modo a assegurar a cobertura de suas obriga\u00e7\u00f5es\u201d.\nArt.13 \u201cOs dep\u00f3sitos efetuados nas contas vinculadas ser\u00e3o corrigidos monetariamente com base nos par\u00e2metros fixados para a atualiza\u00e7\u00e3o dos saldos dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a e capitaliza\u00e7\u00e3o de juros de (tr\u00eas) por cento ao ano\u201d.\nRessalte-se que o par\u00e2metro fixado para a atualiza\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos dos saldos dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a e consequentemente dos dep\u00f3sitos do FGTS \u00e9 a Taxa Referencial \u2013 TR, conforme prescrevem os artigos 12 e 17\n\nEnd: Rua do Com\u00e9rcio, 57, Centro, CEP:89896-000 \u2013 Itapiranga/SC, Fone/fax: 49 36770638 Adv: Airton Sehn, OAB-SC 19.236 e RS 72.383A, Elenice Strieder Sehn, OAB-SC . 27.779 e Simone Muller, OAB/SC 25.959, Charles Etinei Grutzmann, OAB-SC 30.435 e Vitor Hugo Matos J\u00fanior, OAB/SC 34.355.\n\n\fAIRTON SEHN & ADVOGADOS ASSOCIADOS\n\nAdvocacia e Assessoria Previdenci\u00e1ria, C\u00edvel, Penal,\n\n3\n\nEmpresarial, Trabalhista e Fiscal-Tribut\u00e1ria.\n\nda Lei 8.177, de 1\u00ba de mar\u00e7o de 1991, com reda\u00e7\u00e3o da Lei 12.703, de 7 de agosto de 2012 cuja dic\u00e7\u00e3o \u00e9 a seguinte:\n\nArt. 12. Em cada per\u00edodo de rendimento, os dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a ser\u00e3o remunerados: I - como remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica, por taxa correspondente \u00e0 acumula\u00e7\u00e3o das TRD, no per\u00edodo transcorrido entre o dia do \u00faltimo cr\u00e9dito de rendimento, inclusive, e o dia do cr\u00e9dito de rendimento, exclusive; II - como remunera\u00e7\u00e3o adicional, por juros de: (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n \u00ba 12.703, de 2012) a) 0,5% (cinco d\u00e9cimos por cento) ao m\u00eas, enquanto a meta da taxa Selic ao ano, definida pelo Banco Central do Brasil, for superior a 8,5% (oito inteiros e cinco d\u00e9cimos por cento); ou (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n \u00ba 12.703, de 2012) b) 70% (setenta por cento) da meta da taxa Selic ao ano, definida pelo Banco Central do Brasil, mensalizada, vigente na data de in\u00edcio do per\u00edodo de rendimento, nos demais casos. (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n \u00ba 12.703, de 2012) \u00a7 1\u00b0 A remunera\u00e7\u00e3o ser\u00e1 calculada sobre o menor saldo apresentado em cada per\u00edodo de rendimento. \u00a7 2\u00b0 Para os efeitos do disposto neste artigo, considera-se per\u00edodo de rendimento: I - para os dep\u00f3sitos de pessoas f\u00edsicas e entidades sem fins lucrativos, o m\u00eas corrido, a partir da data de anivers\u00e1rio da conta de dep\u00f3sito de poupan\u00e7a; II - para os demais dep\u00f3sitos, o trimestre corrido a partir da data de anivers\u00e1rio da conta de dep\u00f3sito de poupan\u00e7a. \u00a7 3\u00b0 A data de anivers\u00e1rio da conta de dep\u00f3sito de poupan\u00e7a ser\u00e1 o dia do m\u00eas de sua abertura, considerando-se a data de anivers\u00e1rio das contas abertas nos dias 29, 30 e 31 como o dia 1\u00b0 do m\u00eas seguinte. \u00a7 4\u00b0 O cr\u00e9dito dos rendimentos ser\u00e1 efetuado: I - mensalmente, na data de anivers\u00e1rio da conta, para os dep\u00f3sitos de pessoa f\u00edsica e de entidades sem fins lucrativos; e II - trimestralmente, na data de anivers\u00e1rio no \u00faltimo m\u00eas do trimestre, para os demais dep\u00f3sitos.\nArt. 17. A partir de fevereiro de 1991, os saldos das contas do Fundo de Garantia por Tempo de Servi\u00e7o (FGTS) passam a ser remunerados pela taxa aplic\u00e1vel \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a com data de anivers\u00e1rio no dia 1\u00b0, observada a periodicidade mensal para remunera\u00e7\u00e3o. Par\u00e1grafo \u00fanico. As taxas de juros previstas na legisla\u00e7\u00e3o em vigor do FGTS s\u00e3o mantidas e consideradas como adicionais \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o prevista neste artigo.\nSobressai da Lei 8.177/91 a forma como a TR ser\u00e1 calculada:\nEnd: Rua do Com\u00e9rcio, 57, Centro, CEP:89896-000 \u2013 Itapiranga/SC, Fone/fax: 49 36770638 Adv: Airton Sehn, OAB-SC 19.236 e RS 72.383A, Elenice Strieder Sehn, OAB-SC . 27.779 e Simone Muller, OAB/SC 25.959, Charles Etinei Grutzmann, OAB-SC 30.435 e Vitor Hugo Matos J\u00fanior, OAB/SC 34.355.\n\n\fAIRTON SEHN & ADVOGADOS ASSOCIADOS\n\nAdvocacia e Assessoria Previdenci\u00e1ria, C\u00edvel, Penal,\n\n4\n\nEmpresarial, Trabalhista e Fiscal-Tribut\u00e1ria.\n\nArt. 1\u00b0 O Banco Central do Brasil divulgar\u00e1 Taxa Referencial (TR), calculada a partir da remunera\u00e7\u00e3o mensal m\u00e9dia l\u00edquida de impostos, dos dep\u00f3sitos a prazo fixo captados nos bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos m\u00faltiplos com carteira comercial ou de investimentos, caixas econ\u00f4micas, ou dos t\u00edtulos p\u00fablicos federais, estaduais e municipais, de acordo com metodologia a ser aprovada pelo Conselho Monet\u00e1rio Nacional, no prazo de sessenta dias, e enviada ao conhecimento do Senado Federal. \u00a7 2\u00b0 As institui\u00e7\u00f5es que venham a ser utilizadas como bancos de refer\u00eancia, dentre elas, necessariamente, as dez maiores do Pa\u00eds, classificadas pelo volume de dep\u00f3sitos a prazo fixo, est\u00e3o obrigadas a fornecer as informa\u00e7\u00f5es de que trata este artigo, segundo normas estabelecidas pelo Conselho Monet\u00e1rio Nacional, sujeitando-se a institui\u00e7\u00e3o e seus administradores, no caso de infra\u00e7\u00e3o \u00e0s referidas normas, \u00e0s penas estabelecidas no art. 44 da Lei n\u00b0 4.595, de 31 de dezembro de 1964. \u00a7 3\u00b0 Enquanto n\u00e3o aprovada a metodologia de c\u00e1lculo de que trata este artigo, o Banco Central do Brasil fixar\u00e1 a TR (grifamos).\nA metodologia c\u00e1lculo foi h\u00e1 muito tempo definida pelo Banco Central\n\u2013 Conselho Monet\u00e1rio Nacional (CMN), e hoje est\u00e1 vigente sob a forma da\nResolu\u00e7\u00e3o n\u00ba. 3.354, de 31 de mar\u00e7o de 2006.\nOcorre que h\u00e1 muito tempo, a TR n\u00e3o reflete mais a corre\u00e7\u00e3o\nmonet\u00e1ria, tendo se distanciado completamente dos \u00edndices oficiais de\ninfla\u00e7\u00e3o. Nos meses de setembro, outubro e novembro de 2009, janeiro e\nfevereiro de 2010 fevereiro e junho de 2012 em diante, a TR tem sido\ncompletamente anulada, como se n\u00e3o existisse qualquer infla\u00e7\u00e3o pass\u00edvel\nde corre\u00e7\u00e3o no per\u00edodo.\nEis a raz\u00e3o desta a\u00e7\u00e3o.\nDO DIREITO\nA corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria\nA corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria existe entre n\u00f3s desde a \u00e9poca de 1960. O\nprincipal te\u00f3rico da Corre\u00e7\u00e3o Monet\u00e1ria, o Advogado Tributarista Bulh\u00f5es\nPedreira explica o seguinte:\nEnd: Rua do Com\u00e9rcio, 57, Centro, CEP:89896-000 \u2013 Itapiranga/SC, Fone/fax: 49 36770638 Adv: Airton Sehn, OAB-SC 19.236 e RS 72.383A, Elenice Strieder Sehn, OAB-SC . 27.779 e Simone Muller, OAB/SC 25.959, Charles Etinei Grutzmann, OAB-SC 30.435 e Vitor Hugo Matos J\u00fanior, OAB/SC 34.355.\n\n\fAIRTON SEHN & ADVOGADOS ASSOCIADOS\n\nAdvocacia e Assessoria Previdenci\u00e1ria, C\u00edvel, Penal,\n\n5\n\nEmpresarial, Trabalhista e Fiscal-Tribut\u00e1ria.\n\n\u201cPor analogia com as unidades de medidas f\u00edsicas podemos dizer que o n\u00edvel geral dos pre\u00e7os \u00e9 o padr\u00e3o prim\u00e1rio do valor financeiro, enquanto que a unidade monet\u00e1ria serve como padr\u00e3o secund\u00e1rio \u2013 usado, na pr\u00e1tica, para exprimir o valor financeiro, mas deve ser aferido pelo padr\u00e3o prim\u00e1rio porque sujeito a modifica\u00e7\u00f5es1\u201d\nSegundo este entendimento, a moeda seria um padr\u00e3o secund\u00e1rio, o que implicaria cindir em duas as suas fun\u00e7\u00f5es, atribuindo-se ao padr\u00e3o prim\u00e1rio, n\u00edvel geral de pre\u00e7o, a fun\u00e7\u00e3o de medida de valor, e \u00e0s pe\u00e7as monet\u00e1rias emitidas a fun\u00e7\u00e3o de meios de pagamento ou troca.\nLet\u00e1cio Jansen2 diz que Bulh\u00f5es Pedreira teria conseguido institucionalizar e colocar em pr\u00e1tica a sua doutrina principalmente atrav\u00e9s da Lei.4.357, de 1964, que criou o primeiro indexador da Economia Brasileira- a ORTN (obriga\u00e7\u00e3o reajust\u00e1vel do tesouro nacional), uma obriga\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria cuja fun\u00e7\u00e3o era fazer variar periodicamente, a moeda nacional segundo seus respectivos poderes aquisitivos.\nDesde esta data, uma pl\u00eaiade de \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria foi se sucedendo, at\u00e9 a entrada em vigor da Medida Provis\u00f3ria n\u00ba 294, de 31 de janeiro de 1991, que se transformou na Lei n\u00ba 8.177, de 1\u00ba de mar\u00e7o de 1991. Nesta oportunidade o Governo Collor pretendeu substituir a s\u00e9rie de indexadores tradicionais da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria brasileira (ORTN, OTN, BTN) que eram vinculados \u00e0 varia\u00e7\u00e3o dos n\u00edveis gerais de pre\u00e7os, pela Taxa Referencial, que tinha natureza financeira.\nAinda hoje permanece a perplexidade em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 natureza jur\u00eddica da TR, at\u00e9 por conta da pr\u00f3pria inconsist\u00eancia da lei que a criou, que ora a trata como taxa de juros (art.39) ora como indexador (art.18).\nTaxas de juros objetivam promover a remunera\u00e7\u00e3o do capital. S\u00e3o calculadas por quem disponibiliza o capital em benef\u00edcio de outra\n1 BULH\u00d5ES PEDREIRA. Jos\u00e9 Luiz, \u201cCorre\u00e7\u00e3o Monet\u00e1ria ; Indexa\u00e7\u00e3o Cambial . Obriga\u00e7\u00e3o Pecuni\u00e1ria \u201c in \u201cRevista de Direito Administrativo\u201d, n , 193 p. 353 a 372 Jul/Set 1993.\n2\nhttp://www.scamargo.adv.br/scripts/forum/textoTema.asp?Id=81&tema=Invalidade+da+Taxa+Referencial+(T R)%A+o+Significado+da+ADI+493-0-DF End: Rua do Com\u00e9rcio, 57, Centro, CEP:89896-000 \u2013 Itapiranga/SC, Fone/fax: 49 36770638 Adv: Airton Sehn, OAB-SC 19.236 e RS 72.383A, Elenice Strieder Sehn, OAB-SC . 27.779 e Simone Muller, OAB/SC 25.959, Charles Etinei Grutzmann, OAB-SC 30.435 e Vitor Hugo Matos J\u00fanior, OAB/SC 34.355.\n\n\fAIRTON SEHN & ADVOGADOS ASSOCIADOS\n\nAdvocacia e Assessoria Previdenci\u00e1ria, C\u00edvel, Penal,\n\n6\n\nEmpresarial, Trabalhista e Fiscal-Tribut\u00e1ria.\n\npessoa, f\u00edsica ou jur\u00eddica, para que empregue para satisfa\u00e7\u00e3o de determinada necessidade, na expectativa de lucro. Os indexadores, por outro lado, podem ser entendidos como \u00edndices calculados a partir da varia\u00e7\u00e3o de pre\u00e7os de mercado em determinado per\u00edodo. O seu objetivo est\u00e1 na corre\u00e7\u00e3o dos efeitos inflacion\u00e1rios, quando se compara valores monet\u00e1rios em diferentes \u00e9pocas.\nPois bem. Quando o STF enfrentou o tema da natureza da TR, disse atrav\u00e9s do voto vencedor da ADI 493-0/DF que:\n\nA Taxa Referencial (TR) n\u00e3o \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, pois, refletindo as varia\u00e7\u00f5es do custo prim\u00e1rio da capta\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos a prazo fixo, n\u00e3o constitui \u00edndice que refletia a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda.\nNaquela oportunidade, o STF entendeu que a TR possu\u00eda natureza de\ntaxa de juros e declarou inconstitucional o art. 18 da Lei 8.177/91, cujo\ntexto original estabelecia que os saldos devedores e as presta\u00e7\u00f5es dos\ncontratos integrantes do SFH, passariam a ser atualizados pela taxa\naplic\u00e1vel \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica dos Dep\u00f3sitos de Poupan\u00e7a. Vale a pena\ntranscrever a ementa deste julgado.\n\nA\u00e7\u00e3o direta de inconstitucionalidade \u2013 Se a lei alcan\u00e7ar os efeitos futuros de contratos celebrados anteriormente a ela, ser\u00e1 esta lei retroativa (retroatividade m\u00ednima) porque vai interferir na causa, que \u00e9 um ato ou fato ocorrido no passado. \u2013 O disposto no art. 5\u00ba, XXXVI, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal se aplica a toda e qualquer lei infraconstitucional, sem qualquer distin\u00e7\u00e3o entre lei de direito p\u00fablico e lei de direito privado, ou entre lei de ordem p\u00fablica e lei dispositiva. Precedente do S.T.F. \u2013 Ocorr\u00eancia, no caso, de viola\u00e7\u00e3o de direito adquirido. A taxa referencial (TR) n\u00e3o \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, pois, refletindo as varia\u00e7\u00f5es do custo prim\u00e1rio da capta\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos a prazo fixo, n\u00e3o constitui \u00edndice que reflita a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda. Por isso, n\u00e3o h\u00e1 necessidade de se examinar a quest\u00e3o de saber se as normas que alteram o \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria se aplicam imediatamente, alcan\u00e7ando, pois,\nEnd: Rua do Com\u00e9rcio, 57, Centro, CEP:89896-000 \u2013 Itapiranga/SC, Fone/fax: 49 36770638 Adv: Airton Sehn, OAB-SC 19.236 e RS 72.383A, Elenice Strieder Sehn, OAB-SC . 27.779 e Simone Muller, OAB/SC 25.959, Charles Etinei Grutzmann, OAB-SC 30.435 e Vitor Hugo Matos J\u00fanior, OAB/SC 34.355.\n\n\fAIRTON SEHN & ADVOGADOS ASSOCIADOS\n\nAdvocacia e Assessoria Previdenci\u00e1ria, C\u00edvel, Penal,\n\n7\n\nEmpresarial, Trabalhista e Fiscal-Tribut\u00e1ria.\n\nas presta\u00e7\u00f5es futuras de contratos celebrados no\n\npassado, sem violarem o disposto no art. 5\u00ba, XXXVI, da\n\nCarta Magna. \u2013 Tamb\u00e9m ofendem o ato jur\u00eddico perfeito\n\nos dispositivos impugnados que alteram o crit\u00e9rio de\n\nreajuste das presta\u00e7\u00f5es nos contratos j\u00e1 celebrados pelo\n\nsistema do Plano de Equival\u00eancia Salarial por Categoria\n\nProfissional\n\n(PES/CP).\n\nA\u00e7\u00e3o\n\ndireta\n\nde\n\ninconstitucionalidade julgada procedente, para declarar a\n\ninconstitucionalidade dos artigos 18 \u201ccaput\u201d par\u00e1grafos 1\n\ne 4 ; 20; 21 e par\u00e1grafo \u00fanico; 23 e par\u00e1grafos; e 24 e\n\npar\u00e1grafos, todos da Lei n\u00ba 8.177, de 1 de maio de 1991.\n\n(ADI 493, Relator(a): Min: MOREIRA ALVES , Tribunal\n\nPleno, julgado em 25/06/1992, DJ 04-09-1992 PP14089\n\nEMENT VOL- 01674-02 PP- 00260 RTJ VOL- 00143-03\n\nPP- 00724).\n\nPor algum tempo, o pr\u00f3prio STJ rejeitou a TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, tanto para a poupan\u00e7a quanto para o SFH. Nesse sentido:\n\nCOMERCIAL. M\u00daTUO RURAL. CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA. VINCULA\u00c7\u00c3O AO CRIT\u00c9RIO DE REAJUSTE DOS DEP\u00d3SITOS EM CADERNETA DE POUPAN\u00c7A. LICITUDE. SUBSTITUI\u00c7\u00c3O PELA TR NOS MESES SUBSEQUENTES A FEVEREIRO/91. PREVIS\u00c3O DE UTILIZA\u00c7\u00c3O DA OTN. INDEXADOR CONTRATUALMENTE ELEITO. SUBSTITUI\u00c7\u00c3O EX LEGE PELA TR. INCONSTITUCIONALIDADE DECLARADA. ADO\u00c7\u00c3O DO INPC. PRECEDENTES: I- NO CONTRATO DE M\u00daTUO RURAL \u00c9 L\u00cdCITO O PACTO DE VINCULA\u00c7\u00c3O DA CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA AO CRIT\u00c9RIO DE ATUALIZA\u00c7\u00c3O DOS DEP\u00d3SITOS EM CADERNETAS DE POUPAN\u00c7A, RESULTANDO DEVIDA A INCID\u00caNCIA DO MESMO INDEXADOR NOS MESES SUBSEQUENTES A FEVEREIRO/91 (ART.13 DA LEI 8.177). II- EM FACE DA POSI\u00c7\u00c3O DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL INADIMITINDO A TR COMO FATOR DE ATUALIZA\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA SUBSTITUINDO O BTN, A CORRE\u00c7\u00c3O DOS VALORES, CUJA FORMA DE REAJUSTE ESTAVA, POR LEI OU CONTRATO, ATRELADA A VARIA\u00c7\u00c3O DO VALOR DE REFERIDO T\u00cdTULO DA D\u00cdVIDA P\u00daBLICA, CUMPRE SEJA PRECEDIDA, A PARTIR DA LEI 8.177/91, COM BASE NO INPC. (REsp. 40.777/GO, Rel. Min. S\u00c1LVIO DE FIGUEIREDO TEIXEIRA, QUARTA TURMA, julgado em 13/11/1995, DJ 11/12/1995, p. 43225) (grifamos) ADMINISTRATIVO \u2013 SFH \u2013 REAJUSTE DAS PRESTA\u00c7\u00d5ES E DO SALDO DEVEDOR \u2013 PLANO DE EQUIVAL\u00caNCIA SALARIAL\nEnd: Rua do Com\u00e9rcio, 57, Centro, CEP:89896-000 \u2013 Itapiranga/SC, Fone/fax: 49 36770638 Adv: Airton Sehn, OAB-SC 19.236 e RS 72.383A, Elenice Strieder Sehn, OAB-SC . 27.779 e Simone Muller, OAB/SC 25.959, Charles Etinei Grutzmann, OAB-SC 30.435 e Vitor Hugo Matos J\u00fanior, OAB/SC 34.355.\n\n\fAIRTON SEHN & ADVOGADOS ASSOCIADOS\n\nAdvocacia e Assessoria Previdenci\u00e1ria, C\u00edvel, Penal,\n\n8\n\nEmpresarial, Trabalhista e Fiscal-Tribut\u00e1ria.\n\n(PES) \u2013 INAPLICABILIDADE DA TR \u2013 ADIN 493-0/STF \u2013 VANTAGENS PESSOAIS INCORPORADAS DEFINITIVAMENTE AO SAL\u00c1RIO \u2013 INCLUS\u00c3O NO C\u00c1LCULO \u2013 DIVERG\u00caNCIA JURISPRUDENCIAL N\u00c3O COMPROVADA \u2013 RISTJ . ART. 255 E PAR\u00c1GRAFOS \u2013 S\u00daMULA 13/STJ \u2013 PRECEDENTES STJ. - Nos contratos vinculados ao PES, o reajustamento das presta\u00e7\u00f5es deve obedecer \u00e0 varia\u00e7\u00e3o salarial dos mutu\u00e1rios, a fim de preservar a equa\u00e7\u00e3o econ\u00f4mico- financeira do pactuado. -As vantagens pessoais incorporadas, definitivamente ao sal\u00e1rio ou vencimento do mutu\u00e1rio, incluem-se na verifica\u00e7\u00e3o da equival\u00eancia para fixa\u00e7\u00e3o das parcelas. -Declarada pelo STF a inconstitucionalidade da TR como fator de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria (ADIN 493-0), o reajustamento do saldo devedor, a exemplo das presta\u00e7\u00f5es mensais, tamb\u00e9m deve obedecer ao Plano de Equival\u00eancia Salarial. - Recurso conhecido e parcialmente provido (REsp 14.839/BA, Rel. Ministro FRANCISCO PE\u00c7ANHA MARTINS , SEGUNDA TURMA, julgado em 23/11/1999, DJ 21/02/2000, p. 112) (grifamos)\n\nSFH. PLANO DE EQUIVAL\u00caNCIA SALARIAL. REAJUSTE DAS PRESTA\u00c7\u00d5ES. ILEGITIMIDADE PASSIVA DA UNI\u00c3O. NULIDADE DO AC\u00d3RD\u00c3O. INOCORR\u00caNCIA. VANTAGENS PESSOAIS. INCLUS\u00c3O. CORRE\u00c7\u00c3O PELA TR. IMPOSSIBILIDADE. PRECEDENTES. (...) 4. Inaplic\u00e1vel a TR como fator de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria Entendimento consagrado nesta Corte na esteira de orienta\u00e7\u00e3o tra\u00e7ada pelo STF. 5. Recurso Especial conhecido e parcialmente provido (REsp 209.466/BA Rel. Ministro FRANCISCO PE\u00c7ANHA MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 07/08/2011 , DJ 17/06/2012, p. 231) (grifamos).\n\nTodavia, a Corte de Justi\u00e7a, fazendo uma releitura do voto do Ministro Moreira Alves do STF, mudou entendimento, e passou a adotar a constitucionalidade da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, conforme demonstra o seguinte julgado.\n\nSISTEMA FINANCEIRO DA HABITA\u00c7\u00c3O. SALDO DEVEDOR. ATUALIZA\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA. TR. 1. N\u00e3o \u00e9 inconstitucional a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria com base na Taxa Referencial - TR. O que \u00e9 inconstitucional \u00e9 sua aplica\u00e7\u00e3o retroativa. Foi isso o que decidiu o STF da ADI 493/DF, Pleno, Min. Moreira Alves, DJ de 04.09.1992, ao estabelecer o \u00e2mbito de incid\u00eancia da Lei 8.177, de 1991.\nEnd: Rua do Com\u00e9rcio, 57, Centro, CEP:89896-000 \u2013 Itapiranga/SC, Fone/fax: 49 36770638 Adv: Airton Sehn, OAB-SC 19.236 e RS 72.383A, Elenice Strieder Sehn, OAB-SC . 27.779 e Simone Muller, OAB/SC 25.959, Charles Etinei Grutzmann, OAB-SC 30.435 e Vitor Hugo Matos J\u00fanior, OAB/SC 34.355.\n\n\fAIRTON SEHN & ADVOGADOS ASSOCIADOS\n\nAdvocacia e Assessoria Previdenci\u00e1ria, C\u00edvel, Penal,\n\n9\n\nEmpresarial, Trabalhista e Fiscal-Tribut\u00e1ria.\n\n2. Aos contratos de m\u00fatuo habitacional firmados no \u00e2mbito do SFH que prevejam a corre\u00e7\u00e3o do saldo devedor pela taxa b\u00e1sica aplic\u00e1vel aos dep\u00f3sitos da poupan\u00e7a aplica-se a Taxa Referencial, por expressa determina\u00e7\u00e3o legal. Precedentes da Corte Especial: AGEREsp 725917 / DF, Min. Laurita Vaz, DJ 19.06.2006; DERESP 453600 / DF, Min. Aldir Passarinho Junior, DJ 24.04.2006. 3. Embargos de diverg\u00eancia a que se nega provimento (EREsp 752. 879/DF, Rel. Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI, CORTE ESPECIAL, julgado em 19/12/2006, DJ 12/03/2007, p. 184) (grifamos)\nEm rela\u00e7\u00e3o ao FGTS, h\u00e1 at\u00e9 s\u00famula do STJ sobre a aplica\u00e7\u00e3o da TR\ncomo \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. Neste sentido:\n\nA Taxa Referencial (TR) \u00e9 o \u00edndice aplic\u00e1vel, a t\u00edtulo de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, aos d\u00e9bitos com o FGTS recolhidos pelo empregador mas n\u00e3o repassados ao fundo. (S\u00famula 459, PRIMEIRA SE\u00c7\u00c3O, julgado em 25/08/2010, DJe 08/09/2010).\n\nComo dito alhures, aplica\u00e7\u00e3o de \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria se presta para recuperar o poder de compra do valor emprestado. Este poder de compra \u00e9 diretamente influenciado por um processo inflacion\u00e1rio. O pr\u00f3prio STJ reconhece a influ\u00eancia da infla\u00e7\u00e3o como corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, sen\u00e3o vejamos:\n\n\" PREVIDENCI\u00c1RIO E ECON\u00d4MICO. T\u00cdTULO EXECUTIVO\n\nJUDICIAL. DETERMINA\u00c7AO DE CORRE\u00c7AO MONET\u00c1RIA\n\nPELO IGP-M. \u00cdNDICES DEDEFLA\u00c7AO. APLICABILIDADE.\n\nOFENSA\n\nAO PRINC\u00cdPIO\n\nDA\n\nIRREDUTIBILIDADE\n\nDOS VENCIMENTOS. NAO OCORR\u00caNCIA. PRESERVA\u00c7AO DO\n\nVALOR NOMINAL DA OBRIGA\u00c7AO. PRECEDENTES.\n\n1. \"A corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria nada mais \u00e9 do que um\n\nmecanismo de manuten\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da\n\nmoeda, n\u00e3o devendo representar, consequentemente, por\n\nsi s\u00f3, nem um plus nem um minus em sua subst\u00e2ncia.\n\nCorrigir o valor nominal da obriga\u00e7\u00e3o representa,\n\nportanto, manter, no tempo, o seu poder de compra\n\noriginal,\n\nalterado\n\npelas\n\noscila\u00e7\u00f5es\n\ninflacion\u00e1rias positivas e negativas ocorridas no\n\nper\u00edodo. Atualizar aobriga\u00e7\u00e3o levando em conta apenas\n\noscila\u00e7\u00f5es positivas importaria distorcer a realidade econ\u00f4mica\n\nproduzindo um resultado que n\u00e3o representa a simples\n\nmanuten\u00e7\u00e3o do primitivo poder aquisitivo, mas um indevido\n\nacr\u00e9scimo no valor real. Nessa linha, estabelece o Manual de\n\nEnd: Rua do Com\u00e9rcio, 57, Centro, CEP:89896-000 \u2013 Itapiranga/SC, Fone/fax: 49 36770638 Adv: Airton Sehn, OAB-SC 19.236 e RS 72.383A, Elenice Strieder Sehn, OAB-SC . 27.779 e Simone Muller, OAB/SC 25.959, Charles Etinei Grutzmann, OAB-SC 30.435 e Vitor Hugo Matos J\u00fanior, OAB/SC 34.355.\n\n\fAIRTON SEHN & ADVOGADOS ASSOCIADOS Advocacia e Assessoria Previdenci\u00e1ria, C\u00edvel, Penal, 10 Empresarial, Trabalhista e Fiscal-Tribut\u00e1ria.\nOrienta\u00e7\u00e3o de Procedimento de C\u00e1lculos aprovado pelo Conselho da Justi\u00e7a Federal que, n\u00e3o havendo decis\u00e3o judicial em contr\u00e1rio,\"os \u00edndices negativos de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria (defla\u00e7\u00e3o) ser\u00e3o considerados no c\u00e1lculo de atualiza\u00e7\u00e3o\", com a ressalva de que, se, no c\u00e1lculo final,\"a atualiza\u00e7\u00e3o implicar redu\u00e7\u00e3o do principal, deve prevalecer o valor nominal\"\" (Corte Especial, REsp 1.265.580/RS, Rel. Min. TEORI ALBINO ZAVASCKI, DJe 18/4/12). 2. No precedente da Corte Especial, mencionado na decis\u00e3o agravada, ficou expressamente consignado que se, na atualiza\u00e7\u00e3o da d\u00edvida, houver redu\u00e7\u00e3o do principal, deve prevalecer o valor nominal, em respeito ao princ\u00edpio da irredutibilidade de vencimentos, previsto nos arts. 7\u00ba, VI e 37, XV, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal. 3. A compreens\u00e3o no sentido de que n\u00e3o h\u00e1 viola\u00e7\u00e3o ao princ\u00edpio da irredutibilidade dos vencimentos, quando preservado o valor nominal da obriga\u00e7\u00e3o, encontra respaldona jurisprud\u00eancia do STF e do STJ. 4. Agravo regimental improvido. (AgRg nos EREsp 1252558/RS, Rel. Min. S\u00c9RGIO KUKINA, PRIMEIRA SE\u00c7\u00c3O, julgado em 13/03/2013, DJe 21/03/2013)\"; (grifos nossos)\nN\u00e3o podemos nos esquecer que a cultura da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria est\u00e1\nde tal forma arraigada ao nosso sistema econ\u00f4mico, que o pr\u00f3prio C\u00f3digo\nCivil de 2002, traz diversos dispositivos garantindo atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria3\nEste retrospecto da evolu\u00e7\u00e3o legal e jurisprudencial a respeito da\naplica\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria se faz necess\u00e1rio para\nque pud\u00e9ssemos chegar ao n\u00facleo do argumento desta a\u00e7\u00e3o.\nHoje no pa\u00eds, h\u00e1 dois tipos de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. \u00cdndices que\nrefletem a infla\u00e7\u00e3o e, portanto, recuperam o valor de compra do valor\naplicado, como IPCA e INPC, e um \u00edndice que n\u00e3o reflete a infla\u00e7\u00e3o, e\n3 Art. 389. N\u00e3o cumprida a obriga\u00e7\u00e3o, responde o devedor por perdas e danos, mais juros e atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria segundo \u00edndices oficiais regularmente estabelecidos, e honor\u00e1rios de advogado. Art. 395. Responde o devedor pelos preju\u00edzos a que sua mora der causa, mais juros, atualiza\u00e7\u00e3o dos valores monet\u00e1rios segundo \u00edndices oficiais regularmente estabelecidos, e honor\u00e1rios de advogado. Art. 404. As perdas e danos, nas obriga\u00e7\u00f5es de pagamento em dinheiro, ser\u00e3o pagas com atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria segundo \u00edndices oficiais regularmente estabelecidos, abrangendo juros, custas e honor\u00e1rios de advogado, sem preju\u00edzo da pena convencional. Art. 418. Se a parte que deu as arras n\u00e3o executar o contrato, poder\u00e1 a outra t\u00ea-lo por desfeito, retendo-as; se a inexecu\u00e7\u00e3o for de quem recebeu as arras, poder\u00e1 quem as deu haver o contrato por desfeito, e exigir sua devolu\u00e7\u00e3o mais o equivalente, com atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria segundo \u00edndices oficiais regularmente estabelecidos, juros e honor\u00e1rios de advogado. Art. 772. A mora do segurador em pagar o sinistro obriga \u00e0 atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria da indeniza\u00e7\u00e3o devida segundo \u00edndices oficiais regularmente estabelecidos, sem preju\u00edzo dos juros morat\u00f3rios. Art. 884. Aquele que, sem justa causa, se enriquecer \u00e0 custa de outrem, ser\u00e1 obrigado a restituir o indevidamente auferido, feita a atualiza\u00e7\u00e3o dos valores monet\u00e1rios.\nEnd: Rua do Com\u00e9rcio, 57, Centro, CEP:89896-000 \u2013 Itapiranga/SC, Fone/fax: 49 36770638 Adv: Airton Sehn, OAB-SC 19.236 e RS 72.383A, Elenice Strieder Sehn, OAB-SC . 27.779 e Simone Muller, OAB/SC 25.959, Charles Etinei Grutzmann, OAB-SC 30.435 e Vitor Hugo Matos J\u00fanior, OAB/SC 34.355.\n\n\fAIRTON SEHN & ADVOGADOS ASSOCIADOS Advocacia e Assessoria Previdenci\u00e1ria, C\u00edvel, Penal, 11 Empresarial, Trabalhista e Fiscal-Tribut\u00e1ria.\nconsequentemente n\u00e3o recupera o poder de compra do valor aplicado \u2013 a\nTaxa Referencial/TR.\nHistoricamente, \u00e9 preciso lembrar que a Taxa Referencial nunca foi\nigual \u00e0 infla\u00e7\u00e3o. Nem quando experimentamos a hiperinfla\u00e7\u00e3o, nem quando\nexperimentamos defla\u00e7\u00e3o. Todavia, os \u00edndices da TR, do INPC e do IPCA\nsempre andaram pr\u00f3ximos. Em outros palavras, imperava a razoabilidade\ndos \u00edndices da TR para que pudessem atingir a finalidade de corre\u00e7\u00e3o do\nvalor do capital.\n\nANO 1991 1992 1993 1994 1995 1996\n\nTR 335,51% 1.156,22% 2.474,73% 951,19% 31,6207% 9,5551%\n\nINPC 475,11% 1.149,05% 2.489,11% 929,32% 21,98% 9,125%\n\nIPCA 472,69% 1.119,09% 2.477,15% 916,43% 22,41%\n9,56%\n\nN\u00e3o obstante, o cen\u00e1rio come\u00e7a a mudar a partir de 1999. A TR se distancia expressivamente do INPC e IPCA, ao ponto de hoje a infla\u00e7\u00e3o superar 6% ao ano e a TR ser igual a zero. Logo, ela n\u00e3o se presta para o fim de manter o poder aquisitivo dos dep\u00f3sitos do FGTS, que s\u00e3o um patrim\u00f4nio do trabalhador.\nO sentimento geral \u00e9 que h\u00e1 muito tempo o FGTS \u00e9 um fundo in\u00edquo por ele n\u00e3o ter recomposi\u00e7\u00e3o inflacion\u00e1ria dos seus recursos. Na verdade, o trabalhador n\u00e3o est\u00e1 financiando programas de habita\u00e7\u00e3o popular, saneamento b\u00e1sico e infraestrutura urbana, ele est\u00e1 subsidiando.\nAo contr\u00e1rio de outros investimentos, o FGTS n\u00e3o \u00e9 um fundo de livre disposi\u00e7\u00e3o por parte do trabalhador, n\u00e3o podendo ele decidir sponte propria quais as aplica\u00e7\u00f5es que lhe s\u00e3o mais convenientes ou rent\u00e1veis. O trabalhador tem que se submeter a pol\u00edticas econ\u00f4micas e sociais que lhe s\u00e3o altamente prejudiciais.\nEnd: Rua do Com\u00e9rcio, 57, Centro, CEP:89896-000 \u2013 Itapiranga/SC, Fone/fax: 49 36770638 Adv: Airton Sehn, OAB-SC 19.236 e RS 72.383A, Elenice Strieder Sehn, OAB-SC . 27.779 e Simone Muller, OAB/SC 25.959, Charles Etinei Grutzmann, OAB-SC 30.435 e Vitor Hugo Matos J\u00fanior, OAB/SC 34.355.\n\n\fAIRTON SEHN & ADVOGADOS ASSOCIADOS Advocacia e Assessoria Previdenci\u00e1ria, C\u00edvel, Penal, 12 Empresarial, Trabalhista e Fiscal-Tribut\u00e1ria.\nOra, mas a pr\u00f3pria Lei do FGTS diz em seu art.2\u00ba que \u00e9 garantida a atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e juros. Quando a TR \u00e9 igual a zero este artigo \u00e9 descumprido. Quando a TR \u00e9 m\u00ednima e totalmente desproporcional em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 infla\u00e7\u00e3o, este artigo tamb\u00e9m \u00e9 descumprido e o patrim\u00f4nio do trabalhador \u00e9 subtra\u00eddo por quem tem o dever legal de administra-lo.\nEm um ano de TR zero e infla\u00e7\u00e3o de 6% estamos diante de uma situa\u00e7\u00e3o de confisco. O Governo Federal, atrav\u00e9s da Caixa Econ\u00f4mica Federal, est\u00e1 confiscando os rendimentos dos trabalhadores, para subsidiar pol\u00edticas p\u00fablicas, sem a menor inger\u00eancia destes trabalhadores.\nAssim como em nosso Estado Democr\u00e1tico de Direito, a Constitui\u00e7\u00e3o veda que se utilize tributo com efeito de confisco, o trabalhador n\u00e3o pode ser punido com confisco do que a pr\u00f3pria Caixa define em seu s\u00edtio eletr\u00f4nico, como um patrim\u00f4nio do trabalhador, e definitivamente o \u00e9.\nQuando se fala em patrim\u00f4nio, imediatamente sobrev\u00e9m li\u00e7\u00e3o da Professora Maria Helena Diniz ao comentar o art. 91 do Novo C\u00f3digo Civil.\nArt. 91. Constitui universalidade de direito o complexo de rela\u00e7\u00f5es jur\u00eddicas, de uma pessoa, dotadas de valor econ\u00f4mico.\nUniversalidade de direito: \u00e9 a constitu\u00edda por bens singulares corp\u00f3reos heterog\u00eaneos e incorp\u00f3reos (complexo de rela\u00e7\u00f5es jur\u00eddicas), a que a norma jur\u00eddica, com o intuito de produzir certos efeitos, d\u00e1 unidade, por serem dotados de valor econ\u00f4mico, como p. ex., o patrim\u00f4nio (...) O patrim\u00f4nio e a heran\u00e7a s\u00e3o consideradas como um conjunto, ou seja, como uma universalidade. Embora se constituam ou n\u00e3o de bens materiais e de cr\u00e9ditos, esses bens se unificam numa express\u00e3o econ\u00f4mica, que \u00e9 o valor. O patrim\u00f4nio \u00e9 complexo de rela\u00e7\u00f5es jur\u00eddicas de uma pessoa apreci\u00e1vel economicamente. Incluem-se no patrim\u00f4nio: a posse, os direitos reais, as obriga\u00e7\u00f5es e as a\u00e7\u00f5es correspondentes a tais direitos. O patrim\u00f4nio abrange direitos deveres redut\u00edveis a dinheiro. (C\u00f3digo Civil Anotado, Ed. Saraiva, p\u00e1g. 100) (grifamos).\nEnd: Rua do Com\u00e9rcio, 57, Centro, CEP:89896-000 \u2013 Itapiranga/SC, Fone/fax: 49 36770638 Adv: Airton Sehn, OAB-SC 19.236 e RS 72.383A, Elenice Strieder Sehn, OAB-SC . 27.779 e Simone Muller, OAB/SC 25.959, Charles Etinei Grutzmann, OAB-SC 30.435 e Vitor Hugo Matos J\u00fanior, OAB/SC 34.355.\n\n\fAIRTON SEHN & ADVOGADOS ASSOCIADOS Advocacia e Assessoria Previdenci\u00e1ria, C\u00edvel, Penal, 13 Empresarial, Trabalhista e Fiscal-Tribut\u00e1ria.\nLevando em conta que a rela\u00e7\u00e3o jur\u00eddica entre os trabalhadores e a Caixa \u00e9 de direito pessoal, o art.233 do C\u00f3digo Civil se torna inafast\u00e1vel, na medida que determina que a obriga\u00e7\u00e3o de dar coisa certa abrange os acess\u00f3rios ainda que n\u00e3o mencionados.\nArt. 233 A obriga\u00e7\u00e3o de dar coisa certa abrange os acess\u00f3rios dela embora n\u00e3o mencionados, salvo o contr\u00e1rio resultar do t\u00edtulo ou das circunst\u00e2ncias do caso.\nOra, acess\u00f3rios de dinheiro s\u00e3o os juros e a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria.\nE ent\u00e3o voltamos \u00e0 Taxa Referencial.\nManipula\u00e7\u00e3o da TR pelo Banco Central/CMN\nIndependentemente da discuss\u00e3o sobre sua natureza jur\u00eddica, vamos aqui partir do pressuposto, assentado pela jurisprud\u00eancia, principalmente pelo STJ, que a TR \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria.\nTanto o art. 1\u00ba da Lei 8.177/91 quanto o art. 5\u00ba da Lei 10.192/01 (que convolou a MP 1.053/95) atribu\u00edram ao Banco Central a regulamenta\u00e7\u00e3o da metodologia de c\u00e1lculo da TR, conforme crit\u00e9rio estabelecido na lei e a expedi\u00e7\u00e3o das instru\u00e7\u00f5es necess\u00e1rias ao cumprimento do artigo que criou a TBF.\nArt. 1\u00b0 O Banco Central do Brasil divulgar\u00e1 Taxa Referencial (TR), calculada a partir da remunera\u00e7\u00e3o mensal m\u00e9dia l\u00edquida de impostos, dos dep\u00f3sitos a prazo fixo captados nos bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos m\u00faltiplos com carteira comercial ou de investimentos, caixas econ\u00f4micas, ou dos t\u00edtulos p\u00fablicos federais, estaduais e municipais, de acordo com metodologia a ser aprovada pelo Conselho Monet\u00e1rio Nacional, no prazo de sessenta dias, e enviada ao conhecimento do Senado Federal. (Lei n\u00ba 8.177/91)\nArt. 5o Fica institu\u00edda Taxa B\u00e1sica Financeira - TBF, para ser utilizada exclusivamente como base de remunera\u00e7\u00e3o de\nEnd: Rua do Com\u00e9rcio, 57, Centro, CEP:89896-000 \u2013 Itapiranga/SC, Fone/fax: 49 36770638 Adv: Airton Sehn, OAB-SC 19.236 e RS 72.383A, Elenice Strieder Sehn, OAB-SC . 27.779 e Simone Muller, OAB/SC 25.959, Charles Etinei Grutzmann, OAB-SC 30.435 e Vitor Hugo Matos J\u00fanior, OAB/SC 34.355.\n\n\fAIRTON SEHN & ADVOGADOS ASSOCIADOS Advocacia e Assessoria Previdenci\u00e1ria, C\u00edvel, Penal, 14 Empresarial, Trabalhista e Fiscal-Tribut\u00e1ria.\nopera\u00e7\u00f5es realizadas no mercado financeiro, de prazo de dura\u00e7\u00e3o igual ou superior a sessenta dias. Par\u00e1grafo \u00fanico. O Conselho Monet\u00e1rio Nacional expedir\u00e1 as instru\u00e7\u00f5es necess\u00e1rias ao cumprimento do disposto neste artigo, podendo, inclusive, ampliar o prazo m\u00ednimo previsto no caput. (Lei n\u00ba 10.192/01).\nNo mister de regulamentar a TR, o Banco Central/CMN vem ao longo\ndos anos criando e reinventando f\u00f3rmulas para encontr\u00e1-la. Pelo menos\ndesde a Resolu\u00e7\u00e3o 2.075, de 26 de maio de 1994, h\u00e1 formulas para\nencontrar a TR. Todavia com a institui\u00e7\u00e3o da Taxa B\u00e1sica Financeira, pela\nMedida Provis\u00f3ria 1.053/95, de 30 de junho de 1995, que a forma de\nc\u00e1lculo da TR sofre uma expressiva reviravolta.\nDesde a Resolu\u00e7\u00e3o 2.437, de 30 de Outubro de 1997, a TR \u00e9\ncalculada levando em conta a Taxa B\u00e1sica Financeira e um Redutor.\nA Resolu\u00e7\u00e3o 3.354/06, hoje vigente sobre o assunto, diz o seguinte:\nArt. 1\u00ba Estabelecer que, para fins de c\u00e1lculo da Taxa B\u00e1sica Financeira - TBF e da Taxa Referencial - TR, de que tratam os arts. 1\u00ba da Lei 8.177, de 1\u00ba de mar\u00e7o de 1991, 1\u00ba da Lei 8.660, de 28 de maio de 1993, e 5\u00ba da Lei 10.192, de 14 de fevereiro de 2001, deve ser constitu\u00edda amostra das 30 maiores institui\u00e7\u00f5es financeiras do Pa\u00eds, assim consideradas em fun\u00e7\u00e3o do volume de capta\u00e7\u00e3o efetuado por meio de certificados e recibos de dep\u00f3sito banc\u00e1rio (CDB/RDB), com prazo de 30 a 35 dias corridos, inclusive, e remunerados a taxas prefixadas, entre bancos m\u00faltiplos, bancos comerciais, bancos de investimento e caixas econ\u00f4micas. Art. 2\u00ba A TBF e a TR s\u00e3o calculadas a partir da remunera\u00e7\u00e3o mensal m\u00e9dia dos CDB/RDB emitidos a taxas de mercado prefixadas, com prazo de 30 a 35 dias corridos, inclusive, com base em informa\u00e7\u00f5es prestadas pelas institui\u00e7\u00f5es integrantes da amostra de que trata o art. 1\u00ba, na forma a ser determinada pelo Banco Central do Brasil. Art. 4\u00ba Para cada dia do m\u00eas - dia de refer\u00eancia -, o Banco Central do Brasil deve calcular a TBF, para o per\u00edodo de um m\u00eas, com in\u00edcio no pr\u00f3prio dia de refer\u00eancia e t\u00e9rmino no dia correspondente ao dia de refer\u00eancia no m\u00eas seguinte, considerada a hip\u00f3tese prevista no \u00a7 2\u00ba, inciso IV. Art. 5\u00ba Para cada TBF obtida, segundo a metodologia descrita no art. 4\u00ba, deve ser calculada a correspondente TR, pela aplica\u00e7\u00e3o de um redutor \"R\", de acordo com a seguinte f\u00f3rmula: TR = max {0,100 {[ (1 + TBF/100) / R ] - 1}} (em %).\nEnd: Rua do Com\u00e9rcio, 57, Centro, CEP:89896-000 \u2013 Itapiranga/SC, Fone/fax: 49 36770638 Adv: Airton Sehn, OAB-SC 19.236 e RS 72.383A, Elenice Strieder Sehn, OAB-SC . 27.779 e Simone Muller, OAB/SC 25.959, Charles Etinei Grutzmann, OAB-SC 30.435 e Vitor Hugo Matos J\u00fanior, OAB/SC 34.355.\n\n\fAIRTON SEHN & ADVOGADOS ASSOCIADOS Advocacia e Assessoria Previdenci\u00e1ria, C\u00edvel, Penal, 15 Empresarial, Trabalhista e Fiscal-Tribut\u00e1ria.\n\u00a71\u00ba o Valor do redutor \u201cR\u201d deve ser calculado para todos os dias, inclusive n\u00e3o \u00fateis, de acordo com a seguinte f\u00f3rmula: R: (a+b.TBF/100), onde: TBF = TBF relativa ao dia de refer\u00eancia; a = 1,005; b = valor determinado de acordo com a tabela abaixo, em fun\u00e7\u00e3o da TBF obtida, segundo a metodologia descrita no art. 4\u00ba, em termos percentuais ao ano: TBF (% a.a.) b TBF maior que 16 0,48 TBF menor ou igual a 16 e maior que 15 0,44 TBF menor ou igual a 15 e maior que 14 0,40 TBF menor ou igual a 14 e maior que 13 0,36 TBF menor ou igual a 13 e maior ou igual a 11 0,32 \u00a7 2\u00ba Fica o Banco Central do Brasil autorizado a determinar o valor do par\u00e2metro \"b\" no caso de a TBF obtida ser inferior a 11% a.a. (onze por cento ao ano).\nO peculiar nesta determina\u00e7\u00e3o do Banco Central/CMN que de resto\nse repete desde 1997, \u00e9 que TBF e TR s\u00e3o exatamente iguais em sua g\u00eanese\nat\u00e9 o momento em que se determina que se aplique um redutor \u00e0 TBF para\nse chegar \u00e0 TR.\nN\u00e3o h\u00e1 na Lei da TR previs\u00e3o de aplica\u00e7\u00e3o do redutor, assim\ncomo tamb\u00e9m n\u00e3o h\u00e1 na Lei que criou a TBF. Todavia causa estranheza\nque diante de um comando aberto como o do art. 5\u00ba da MP n\u00ba 1.503/95\n(Lei n\u00ba. 10. 192/01), o Banco Central/CMN, com amplos poderes para\nregular o assunto, n\u00e3o tenha institu\u00eddo um redutor, mas o tenha feito ao\nregulamentar o art. 1\u00ba da Lei n\u00ba. 8.177/91, que n\u00e3o era t\u00e3o flex\u00edvel.\nO economista C\u00e9sar Roberto Buzin explica o qu\u00ea o Banco\nCentral/CMN est\u00e1 fazendo com a TR, neste trecho do parecer econ\u00f4mico\nque se junta a esta inicial:\nObjeto de discuss\u00e3o \u00e9 a utiliza\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, que apesar de n\u00e3o ter sido criada como \u00edndice de indexa\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, vem sendo utilizada para tal finalidade na corre\u00e7\u00e3o dos valores aplicados \u00e0 caderneta de poupan\u00e7a e outras aplica\u00e7\u00f5es como dep\u00f3sitos do FGTS pertencentes aos trabalhadores, por\u00e9m com gest\u00e3o de terceiros. A posi\u00e7\u00e3o adotada pelo Superior Tribunal de Justi\u00e7a, em agosto de 2010, a respeito da utiliza\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de\nEnd: Rua do Com\u00e9rcio, 57, Centro, CEP:89896-000 \u2013 Itapiranga/SC, Fone/fax: 49 36770638 Adv: Airton Sehn, OAB-SC 19.236 e RS 72.383A, Elenice Strieder Sehn, OAB-SC . 27.779 e Simone Muller, OAB/SC 25.959, Charles Etinei Grutzmann, OAB-SC 30.435 e Vitor Hugo Matos J\u00fanior, OAB/SC 34.355.\n\n\fAIRTON SEHN & ADVOGADOS ASSOCIADOS Advocacia e Assessoria Previdenci\u00e1ria, C\u00edvel, Penal, 16 Empresarial, Trabalhista e Fiscal-Tribut\u00e1ria.\ncorre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria foi sacramentada por meio da cria\u00e7\u00e3o da S\u00famula 454, com a seguinte reda\u00e7\u00e3o: \u201cPactuada a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria nos contratos do SFH pelo mesmo \u00edndice aplic\u00e1vel \u00e0 caderneta de poupan\u00e7a, incide a Taxa Referencial (TR) a partir da vig\u00eancia da Lei 8.177/91. A TR \u00e9 calculada a partir da Taxa B\u00e1sica Financeira (TRF), uma media de taxa de juros pagas nas aplica\u00e7\u00f5es em certificados de dep\u00f3sitos banc\u00e1rios (CDB) emitidas pelas trinta maiores institui\u00e7\u00f5es financeiras. Para calcular o valor da TR, \u00e9 preciso aplicar um redutor sobre a TRF, que depende de dois par\u00e2metros, chamados de \u201ca\u201d e \u201cb\u201d. O par\u00e2metro \u201ca\u201d \u00e9 o fator de 1,005, equivalente \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o da caderneta antiga, ou seja, 0,5% ao m\u00eas, ou 6,27% ao ano de juros remunerat\u00f3rio. Enquanto que o \u201cb\u201d \u00e9 um decimal menor que 1 arbitrado pelo BACEN e que varia de acordo com a taxa de juros b\u00e1sica da economia, divulgada ap\u00f3s reuni\u00f5es do Comit\u00ea de Pol\u00edtica Monet\u00e1ria do BC (Copom). Para calcular o redutor (R) o par\u00e2metro \u201cb\u201d \u00e9 multiplicado pelo valor da TBF e somado ao par\u00e2metro \u201ca\u201d , ou seja:\nR = a+b x TBF TR= 1+TBF - 1 R\nA f\u00f3rmula significa que novos dispositivos realizados nas contas de dep\u00f3sito de poupan\u00e7a tenham como remunera\u00e7\u00e3o adicional (TR), (i) 0,5% a.m enquanto a m\u00e9dia da taxa SELIC, taxa b\u00e1sica de juros, definida pelo BACEN, estiver acima de 8,5% a.a e (ii) 70% da meta da taxa SELIC, mensalizada, vigente na data do in\u00edcio do per\u00edodo do rendimento. No n\u00edvel atual de taxa de juros decrescente de uma economia estabilizada e num cen\u00e1rio para os pr\u00f3ximos anos, de juros baixos, a TR permanecer\u00e1 por um longo per\u00edodo indeterminado como zero.\nNa esteira do que foi deduzido no parecer comparativo entre os\npercentuais da TR, INPC e IPCA, desde 1997, os dep\u00f3sitos nas contas\nvinculadas do FGTS dos trabalhadores est\u00e3o perdendo poder de compra,\nnotadamente a partir de 1999.\n\nANO 1997 1998 1999 2000\n\nTR 9,7849% 7,7938% 5,7295% 2,0962%\n\nINPC 4,34% 2,49% 8,43% 5,27%\n\nIPCA 5,22% 1,65% 8,94% 5,97%\n\nEnd: Rua do Com\u00e9rcio, 57, Centro, CEP:89896-000 \u2013 Itapiranga/SC, Fone/fax: 49 36770638 Adv: Airton Sehn, OAB-SC 19.236 e RS 72.383A, Elenice Strieder Sehn, OAB-SC . 27.779 e Simone Muller, OAB/SC 25.959, Charles Etinei Grutzmann, OAB-SC 30.435 e Vitor Hugo Matos J\u00fanior, OAB/SC 34.355.\n\n\fAIRTON SEHN & ADVOGADOS ASSOCIADOS Advocacia e Assessoria Previdenci\u00e1ria, C\u00edvel, Penal, 17 Empresarial, Trabalhista e Fiscal-Tribut\u00e1ria.\n\n2001\n\n2,2852%\n\n9,44%\n\n2002\n\n2,8023%\n\n14,74%\n\n2003\n\n4,6485%\n\n10,38%\n\n2004\n\n1,8184%\n\n6,13%\n\n2005\n\n2,8335%\n\n5,05%\n\n2006\n\n2,0377%\n\n2,81%\n\n2007\n\n1,4452%\n\n5,15%\n\n2008\n\n1,6348%\n\n6,48%\n\n2009\n\n0,7090%\n\n4,11%\n\n2010\n\n0,6887%\n\n6,46%\n\n2011\n\n1,2079%\n\n6,07%\n\n2012\n\n0,2897%\n\n6,17%\n\n2013 (at\u00e9 15/dez)\n\n0,19\n\n4,71%\n\n7,67% 12,53% 9,30% 7,60% 5,69% 3,14% 4,46% 5,90% 4,31% 5,91% 6,50% 5,84% 4,94%\n\nExcel\u00eancia, hoje, o trabalhador que tem seu dinheiro aplicado no FGTS, e de l\u00e1 n\u00e3o pode retir\u00e1-lo para outro investimento, est\u00e1 sendo remunerado com 0,247% de juros ao m\u00eas e mais nada. N\u00e3o h\u00e1 nem corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria nem Taxa Referencial (independentemente de sua natureza jur\u00eddica), em flagrante ofensa ao art. 2\u00ba da Lei n\u00ba. 8.036/90, que imp\u00f5e a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos valores depositados pelo empregador.\nAinda que se argumente que a aplica\u00e7\u00e3o do Redutor pelo Banco Central/CMN seja legal, sua redu\u00e7\u00e3o a zero em um cen\u00e1rio de infla\u00e7\u00e3o superior a 6% ao ano, configura afronta ao art. 2\u00ba da Lei 8.036/90, que determina a atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, bem como ao art. 233 do C\u00f3digo Civil, quando sonega os acess\u00f3rios da obriga\u00e7\u00e3o de dar.\nMas \u00e9 necess\u00e1rio ir mais al\u00e9m e revisar o entendimento jurisprudencial sobre a TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, m\u00e1xime a partir da institui\u00e7\u00e3o de um Redutor que tem por efeito zerar o \u00edndice da TR em ambiente de infla\u00e7\u00e3o.\nEnd: Rua do Com\u00e9rcio, 57, Centro, CEP:89896-000 \u2013 Itapiranga/SC, Fone/fax: 49 36770638 Adv: Airton Sehn, OAB-SC 19.236 e RS 72.383A, Elenice Strieder Sehn, OAB-SC . 27.779 e Simone Muller, OAB/SC 25.959, Charles Etinei Grutzmann, OAB-SC 30.435 e Vitor Hugo Matos J\u00fanior, OAB/SC 34.355.\n\n\fAIRTON SEHN & ADVOGADOS ASSOCIADOS Advocacia e Assessoria Previdenci\u00e1ria, C\u00edvel, Penal, 18 Empresarial, Trabalhista e Fiscal-Tribut\u00e1ria.\nO quadro comparativo mostra que a TR n\u00e3o se presta como atualizador monet\u00e1rio do FGTS, pelo menos desde janeiro de 1999. Desde o momento em que o Banco Central/CMN estabeleceu um redutor para TR, ela deixou de ser \u00edndice confi\u00e1vel para atualizar monetariamente as contas do FGTS, porque se descola dos \u00edndices de infla\u00e7\u00e3o, sendo reduzido ano a ano. A finalidade da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u00e9 manter o poder de compra do capital, e esta finalidade nem de perto vem sendo alcan\u00e7ado pela TR. A anula\u00e7\u00e3o total da TR \u00e9 s\u00f3 desfecho desta pol\u00edtica predat\u00f3ria para o trabalhador.\nO trabalhador, que luta para formar um patrim\u00f4nio, tem que poder confiar na lei. Esta confian\u00e7a est\u00e1 quebrada.\nH\u00e1 n\u00edtida expropria\u00e7\u00e3o do patrim\u00f4nio do trabalhador, na medida em que se nega a ele a devida atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria.\nA atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u00e9 o elemento mais importante do mercado financeiro, pois sem a medi\u00e7\u00e3o precisa de perda do poder aquisitivo da moeda com o decorrer do tempo, ocorre uma gigantesca destrui\u00e7\u00e3o de valor. O objetivo fundamental da escolha \u00e9 o \u00edndice de atualiza\u00e7\u00e3o nos ativos (neg\u00f3cios, contratos, aplica\u00e7\u00f5es, etc) \u00e9 de proteger o patrim\u00f4nio, evitando que ele seja corro\u00eddo pela infla\u00e7\u00e3o.\nO Poder Judici\u00e1rio h\u00e1 de se opor a este esbulho, confisco, expropria\u00e7\u00e3o que o trabalhador est\u00e1 sofrendo, desde 1999, com as constantes redu\u00e7\u00f5es da TR em rela\u00e7\u00e3o aos \u00edndices de infla\u00e7\u00e3o, culminando na sua completa nulidade, desde setembro de 2012.\nEm 1991 e 1992, quando o STF julgou a ADIN 493-0/DF, ele deixou bem assentado que a TR n\u00e3o constitu\u00eda \u00edndice que refletia a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda. Esta caracter\u00edstica da TR tem se confirmado ao longo dos anos. A sua aplica\u00e7\u00e3o aos saldos dos dep\u00f3sitos do FGTS \u201cgigantesco confisco de valor\u201d do patrim\u00f4nio do trabalhador. H\u00e1 anos, os trabalhadores que t\u00eam dep\u00f3sitos no FGTS n\u00e3o experimentam ganhos reais em sua aplica\u00e7\u00e3o. Ao contr\u00e1rio. H\u00e1 muito tempo, os trabalhadores tem rendimentos inferiores \u00e0 infla\u00e7\u00e3o, mesmo levando em conta a remunera\u00e7\u00e3o dos juros de 3% ao ano.\nEnd: Rua do Com\u00e9rcio, 57, Centro, CEP:89896-000 \u2013 Itapiranga/SC, Fone/fax: 49 36770638 Adv: Airton Sehn, OAB-SC 19.236 e RS 72.383A, Elenice Strieder Sehn, OAB-SC . 27.779 e Simone Muller, OAB/SC 25.959, Charles Etinei Grutzmann, OAB-SC 30.435 e Vitor Hugo Matos J\u00fanior, OAB/SC 34.355.\n\n\fAIRTON SEHN & ADVOGADOS ASSOCIADOS Advocacia e Assessoria Previdenci\u00e1ria, C\u00edvel, Penal, 19 Empresarial, Trabalhista e Fiscal-Tribut\u00e1ria.\nO que torna um \u00edndice inid\u00f4neo \u00e9 a intensa inger\u00eancia do Banco\nCentral/CMN na sua formula\u00e7\u00e3o. Como explica o economista C\u00e9sar Buzim:\nA TR deveria servir como refer\u00eancia para os juros vigentes no Brasil, sendo divulgada mensalmente, a fim de evitar que a taxa de juros do m\u00eas corrente refletisse a infla\u00e7\u00e3o do m\u00eas anterior, apesar das suas caracter\u00edsticas, foi usada como \u00edndice econ\u00f4mico de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria (...) A mudan\u00e7a no comportamento da TR n\u00e3o se deve somente as oscila\u00e7\u00f5es da economia, mas tamb\u00e9m \u00e1 sistem\u00e1tica apurat\u00f3ria desde \u00edndice. Inicialmente ficou estabelecido que o BACEN efetuaria o c\u00e1lculo da TR a partir da remunera\u00e7\u00e3o mensal m\u00e9dia dos certificados e recibos de dep\u00f3sito banc\u00e1rio (CDB/RDB), emitindo uma amostra de institui\u00e7\u00f5es financeiras, levando em conta a taxa m\u00e9dia de remunera\u00e7\u00e3o dos CDB/RDB\u2019s e um redutor fixado por resolu\u00e7\u00e3o do CMN. Como conseq\u00fc\u00eancia da atua\u00e7\u00e3o do BACEN, a taxa referencial deixou de refletir o \u00edndice inflacion\u00e1rio a partir de 1999. (...) O preju\u00edzo causado aos trabalhadores devido \u00e0 aplica\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u00e9 tamanho que quando analisado o fator de corre\u00e7\u00e3o acumulado do FGTS visualiza-se que a rentabilidade desse fundo n\u00e3o supera os \u00edndices inflacion\u00e1rios desde 2002, rendendo menos que a infla\u00e7\u00e3o a partir de 2007, apesar da aplica\u00e7\u00e3o de juros de 3% a.a.\nDiante do exposto podemos afirmar que a TR n\u00e3o rep\u00f5e mais as perdas inflacion\u00e1rias, o que afeta consideravelmente os poupadores, bem como os trabalhadores que possuem o FGTS (...) Com base nas normas: Resolu\u00e7\u00e3o CMN n\u00ba 2.437 de 30.10.98, Resolu\u00e7\u00e3o CMN n\u00ba 2.604, de 23.04.99, Resolu\u00e7\u00e3o CMN 2.809 de 21.12.00, Resolu\u00e7\u00e3o CMN n\u00ba 3.354, de 31.03.2006, Resolu\u00e7\u00e3o CMN n\u00ba 3.336, de 05.03.2007 e Circular n\u00ba 3.356, de 11.07.2007 estabeleceram no decorrer dos anos a forma de c\u00e1lculo da TR, bem como nas informa\u00e7\u00f5es disponibilizadas pelo BACEN foi constru\u00edda planilha demonstrando a evolu\u00e7\u00e3o do fator de pondera\u00e7\u00e3o \u201cb\u201d, elemento essencial para o c\u00e1lculo redutor da TR. As primeiras mudan\u00e7as significativas da TR ocorreram atrav\u00e9s das Resolu\u00e7\u00f5es CMN n\u00ba 2.387/97 e n\u00ba 2.437/97 que estabeleceram a f\u00f3rmula de c\u00e1lculo do redutor da TR com duas novas vari\u00e1veis, ambas definidas pelo BACEN, quais sejam: a constante \u201ca\u201d e o fator de pondera\u00e7\u00e3o \u201cb\u201d. A partir da Resolu\u00e7\u00e3o CMN n\u00ba 2.809/2000, o BACEN passou a determinar o fator \u201cb\u201d sem crit\u00e9rio t\u00e9cnico conhecido, a partir de certo patamar, conforme visualizado na tabela abaixo: O par\u00e2metro \u201cb\u201d \u00e9 o valor determinado em fun\u00e7\u00e3o da meta estabelecida para a taxa SELIC, em termos percentuais ao ano:\nEnd: Rua do Com\u00e9rcio, 57, Centro, CEP:89896-000 \u2013 Itapiranga/SC, Fone/fax: 49 36770638 Adv: Airton Sehn, OAB-SC 19.236 e RS 72.383A, Elenice Strieder Sehn, OAB-SC . 27.779 e Simone Muller, OAB/SC 25.959, Charles Etinei Grutzmann, OAB-SC 30.435 e Vitor Hugo Matos J\u00fanior, OAB/SC 34.355.\n\n\fAIRTON SEHN & ADVOGADOS ASSOCIADOS Advocacia e Assessoria Previdenci\u00e1ria, C\u00edvel, Penal, 20 Empresarial, Trabalhista e Fiscal-Tribut\u00e1ria.\nMS- \u00e9 a Meta para a taxa SELIC em (%a.a)\n\nMS\n\n\u201cb\u201d\n\nMS\n\n> 16\n\n0,48\n\n16 >= MS\n\n>15 0,44\n\n15 >= MS\n\n>14 0,40\n\n14 >= MS\n\n>13 0,36\n\n13 >= MS\n\n>12 0,32\n\n12 >= MS\n\n>11 0,28\n\n11 >= MS\n\n>10 0,24\n\n10\n\nAbaixo de 10 fator \u201cb\u201d determinado pelo BACEN\nEssa discricionariedade do BACEN na valora\u00e7\u00e3o do fator \u201cb\u201d acolhida pelas circulares e resolu\u00e7\u00f5es posteriores, impactou o c\u00e1lculo do Redutor da TR.\nDe pouco adiantaria ao trabalhador que fosse determinado ao Banco Central/CMN que recalculasse a TR, pois, uma nova f\u00f3rmula estaria igualmente sob a discricionariedade e subjetivismo total do Banco. Basta avaliara a sucess\u00e3o de Resolu\u00e7\u00f5es do Banco Central/CMN sobre o tema, conforme Parecer do referido Economista.\nPartindo da premissa inequ\u00edvoca que a TR causou perdas monet\u00e1rias dos dep\u00f3sitos do FGTS, outro caminho n\u00e3o existe se n\u00e3o o de adotar um novo \u00edndice que verdadeiramente corrija estes dep\u00f3sitos.\n\n\u00cdndices que efetivamente produzem corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria\n\nA Lei de Introdu\u00e7\u00e3o \u00e0s Normas de Direito Brasileiro estabelece em seu art. 5\u00ba que na aplica\u00e7\u00e3o da lei, o juiz atender\u00e1 os fins sociais a que ela se dirige e as exig\u00eancias do bem comum.\nA lei do FGTS tem um fim social indiscut\u00edvel, proteger o trabalhador e constituir um patrim\u00f4nio que lhe sirva de arrimo em v\u00e1rias situa\u00e7\u00f5es da vida.\nDiante de tudo que foi demonstrado, a juiz atender\u00e1 os fins sociais da Lei do FGTS ao reconhecer que corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, reposi\u00e7\u00e3o dos \u00edndices\nEnd: Rua do Com\u00e9rcio, 57, Centro, CEP:89896-000 \u2013 Itapiranga/SC, Fone/fax: 49 36770638 Adv: Airton Sehn, OAB-SC 19.236 e RS 72.383A, Elenice Strieder Sehn, OAB-SC . 27.779 e Simone Muller, OAB/SC 25.959, Charles Etinei Grutzmann, OAB-SC 30.435 e Vitor Hugo Matos J\u00fanior, OAB/SC 34.355.\n\n\fAIRTON SEHN & ADVOGADOS ASSOCIADOS Advocacia e Assessoria Previdenci\u00e1ria, C\u00edvel, Penal, 21 Empresarial, Trabalhista e Fiscal-Tribut\u00e1ria.\ninflacion\u00e1rios de forma a garantir o poder de compra daquele dinheiro ali\ndepositado no Fundo, \u00e9 efetivamente devida pela Caixa.\nSe a TR n\u00e3o pode ser considerada como um \u00edndice id\u00f4neo, sobrev\u00e9m\na necessidade de substitu\u00ed-la por um \u00edndice que realmente reponha as\nperdas monet\u00e1rias. E ent\u00e3o, nada obsta que o juiz considere \u00edndice previsto\nem outra legisla\u00e7\u00e3o.\nAt\u00e9 por quest\u00e3o de equidade, o melhor \u00edndice para substituir a TR \u00e9 o\n\u00edndice que corrige monetariamente o sal\u00e1rio dos trabalhadores e os\nbenef\u00edcios previdenci\u00e1rios. Este \u00edndice est\u00e1 previsto na Lei 12.382, de 25 de\nFevereiro de 2011, cujos primeiros artigos trazem a seguinte dic\u00e7\u00e3o.\nArt. 1o O sal\u00e1rio m\u00ednimo passa a corresponder ao valor de R$ 545,00 (quinhentos e quarenta e cinco reais). Par\u00e1grafo \u00fanico. Em virtude do disposto no caput, o valor di\u00e1rio do sal\u00e1rio m\u00ednimo corresponder\u00e1 a R$ 18,17 (dezoito reais e dezessete centavos) e o valor hor\u00e1rio, a R$ 2,48 (dois reais e quarenta e oito centavos). Art. 2o Ficam estabelecidas as diretrizes para a pol\u00edtica de valoriza\u00e7\u00e3o do sal\u00e1rio m\u00ednimo a vigorar entre 2012 e 2015, inclusive, a serem aplicadas em 1o de janeiro do respectivo ano. \u00a7 1o Os reajustes para a preserva\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo do sal\u00e1rio m\u00ednimo corresponder\u00e3o \u00e0 varia\u00e7\u00e3o do \u00cdndice Nacional de Pre\u00e7os ao Consumidor - INPC, calculado e divulgado pela Funda\u00e7\u00e3o Instituto Brasileiro de Geografia e Estat\u00edstica IBGE, acumulada nos doze meses anteriores ao m\u00eas do reajuste. \u00a7 2o Na hip\u00f3tese de n\u00e3o divulga\u00e7\u00e3o do INPC referente a um ou mais meses compreendidos no per\u00edodo do c\u00e1lculo at\u00e9 o \u00faltimo dia \u00fatil imediatamente anterior \u00e0 vig\u00eancia do reajuste, o Poder Executivo estimar\u00e1 os \u00edndices dos meses n\u00e3o dispon\u00edveis. \u00a7 3o Verificada a hip\u00f3tese de que trata o \u00a7 2o, os \u00edndices estimados permanecer\u00e3o v\u00e1lidos para os fins desta Lei, sem qualquer revis\u00e3o, sendo os eventuais res\u00edduos compensados no reajuste subsequente, sem retroatividade. \u00a7 4o A t\u00edtulo de aumento real, ser\u00e3o aplicados os seguintes percentuais: I - em 2012, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do Produto Interno Bruto - PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2010; II - em 2013, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2011;\nEnd: Rua do Com\u00e9rcio, 57, Centro, CEP:89896-000 \u2013 Itapiranga/SC, Fone/fax: 49 36770638 Adv: Airton Sehn, OAB-SC 19.236 e RS 72.383A, Elenice Strieder Sehn, OAB-SC . 27.779 e Simone Muller, OAB/SC 25.959, Charles Etinei Grutzmann, OAB-SC 30.435 e Vitor Hugo Matos J\u00fanior, OAB/SC 34.355.\n\n\fAIRTON SEHN & ADVOGADOS ASSOCIADOS Advocacia e Assessoria Previdenci\u00e1ria, C\u00edvel, Penal, 22 Empresarial, Trabalhista e Fiscal-Tribut\u00e1ria.\nIII - em 2014, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2012; e IV - em 2015, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2013. \u00a7 5o Para fins do disposto no \u00a7 4o, ser\u00e1 utilizada a taxa de crescimento real do PIB para o ano de refer\u00eancia, divulgada pelo IBGE at\u00e9 o \u00faltimo dia \u00fatil do ano imediatamente anterior ao de aplica\u00e7\u00e3o do respectivo aumento real.\nN\u00e3o h\u00e1 porque ter dois pesos e duas medidas. Se o sal\u00e1rio m\u00ednimo \u00e9 corrigido monetariamente pelo INPC, o dep\u00f3sito do FGTS que, em \u00faltima an\u00e1lise, \u00e9 um sal\u00e1rio indireto do trabalhador, tamb\u00e9m h\u00e1 de s\u00ea-lo.\nE observe que o objetivo da Lei em corrigir o sal\u00e1rio m\u00ednimo pelo INPC decorre exclusivamente da necessidade de preservar seu poder aquisitivo. A necessidade de preservar o poder aquisitivo \u00e9 uma constante em todas as transa\u00e7\u00f5es financeiras, e ela s\u00f3 se aperfei\u00e7oa quando rep\u00f5e efetivamente perdas inflacion\u00e1rias.\nOutro \u00edndice que se mostra aplic\u00e1vel, na hip\u00f3tese deste douto ju\u00edzo entender que n\u00e3o aplicaria o INPC, \u00e9 o IPCA, \u00edndice oficial do Governo Federal para medi\u00e7\u00e3o das metas inflacion\u00e1rias, contratadas com o FMI, a partir de, julho de 19994.\nAmbos os \u00edndices s\u00e3o infinitivamente mais adequados a preservar o poder aquisitivo dos dep\u00f3sitos do FGTS do que a aniquilada TR.\nO outro lado da moeda\nAinda \u00e9 necess\u00e1rio aprofundarmos um pouco mais nas consequ\u00eancias que esta subtra\u00e7\u00e3o de recursos do patrim\u00f4nio do trabalhador traz a todos, individual e coletivamente.\n\u00c9 de conhecimento geral que o Sistema Financeiro de Habita\u00e7\u00e3o disp\u00f5e dos recursos do FGTS para financiar o maior sonho de todo brasileiro \u2013 a casa pr\u00f3pria. Tamb\u00e9m \u00e9 de conhecimento geral que a Caixa Econ\u00f4mica Federal \u00e9 o Banco que mais se utiliza destes recursos do SFH\n4 Informa\u00e7\u00e3o obtida no Portal (www.portalbrasil.net) End: Rua do Com\u00e9rcio, 57, Centro, CEP:89896-000 \u2013 Itapiranga/SC, Fone/fax: 49 36770638 Adv: Airton Sehn, OAB-SC 19.236 e RS 72.383A, Elenice Strieder Sehn, OAB-SC . 27.779 e Simone Muller, OAB/SC 25.959, Charles Etinei Grutzmann, OAB-SC 30.435 e Vitor Hugo Matos J\u00fanior, OAB/SC 34.355.\n\n\fAIRTON SEHN & ADVOGADOS ASSOCIADOS Advocacia e Assessoria Previdenci\u00e1ria, C\u00edvel, Penal, 23 Empresarial, Trabalhista e Fiscal-Tribut\u00e1ria.\npara financiar, emprestar dinheiro para os brasileiros comprarem a casa pr\u00f3pria.\nEmbora em princ\u00edpio, n\u00e3o haja correla\u00e7\u00e3o entre o trabalhador que tem dep\u00f3sito no FGTS que s\u00e3o emprestados para financiar a casa pr\u00f3pria, e aqueles que se valem do empr\u00e9stimo do SFH para adquirir sua casa pr\u00f3pria, em algum momento, trabalhador e mutu\u00e1rio s\u00e3o a mesma pessoa.\nE neste conceito de mutu\u00e1rio e trabalhador serem a mesma pessoa \u00e9 que se evidencia a maior sordidez da hist\u00f3ria deste Pa\u00eds.\nJ\u00e1 seria reprov\u00e1vel o fato de a Caixa pegar dinheiro a juros baixos e sem nenhuma corre\u00e7\u00e3o e empresta-lo a juros muito mais altos, mesmo sem corre\u00e7\u00e3o (uma vez que a TR tamb\u00e9m corrige as presta\u00e7\u00f5es do SFH). Fica claro que a institui\u00e7\u00e3o banc\u00e1ria leva imensa vantagem nesta negocia\u00e7\u00e3o.\nMas a situa\u00e7\u00e3o piora consideravelmente quando, a Caixa pega dinheiro a juros baixos, sem nenhuma corre\u00e7\u00e3o para o trabalhador, e empresta para ele mesmo.\nSuponhamos que um trabalhador queira adquirir uma casa pr\u00f3pria utilizando os recursos do seu FGTS. Ele encontra o im\u00f3vel, mas verifica que seus recursos n\u00e3o s\u00e3o suficientes para adquiri-lo. Ent\u00e3o se dirige a um Banco para financiar a diferen\u00e7a, comprometendo sua renda por muitos anos.\nA maioria dos trabalhadores brasileiros, quando quer adquirir seu im\u00f3vel, dirigi-se \u00e0 Caixa Econ\u00f4mica Federal.\nTodavia, se o dep\u00f3sito do FGTS tivesse sido devidamente corrigido, se ele mantivesse seu poder de compra, ou o empr\u00e9stimo seria menor ou sequer haveria necessidade de o trabalhador comprometer sua renda e anos de trabalho para adquirir aquilo que \u00e9 o nosso sonho mais prim\u00e1rio, nossa necessidade mais real como indiv\u00edduo e como povo brasileiro.\nA caixa est\u00e1 emprestando para o trabalhador aquilo que ela deixou de pagar a ele a t\u00edtulo de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria na sua conta de FGTS.\nO trabalhador n\u00e3o merece isso!\nEnd: Rua do Com\u00e9rcio, 57, Centro, CEP:89896-000 \u2013 Itapiranga/SC, Fone/fax: 49 36770638 Adv: Airton Sehn, OAB-SC 19.236 e RS 72.383A, Elenice Strieder Sehn, OAB-SC . 27.779 e Simone Muller, OAB/SC 25.959, Charles Etinei Grutzmann, OAB-SC 30.435 e Vitor Hugo Matos J\u00fanior, OAB/SC 34.355.\n\n\fAIRTON SEHN & ADVOGADOS ASSOCIADOS Advocacia e Assessoria Previdenci\u00e1ria, C\u00edvel, Penal, 24 Empresarial, Trabalhista e Fiscal-Tribut\u00e1ria.\nA Caixa vale-se da fragilidade humana para colocar-se como realizadora de sonhos, ao mesmo tempo que, ano ap\u00f3s ano, aufere lucros exorbitantes \u00e0s custas do trabalhador.\nCONCLUS\u00d5ES\nA Taxa Referencial, enquanto \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria assim considerada pela atual jurisprud\u00eancia p\u00e1tria, n\u00e3o pode ser reduzida a Zero, como tem sido nos \u00faltimos meses, pois afronta flagrantemente o art.2\u00ba da Lei. 8.036/90, que garante a atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria aos dep\u00f3sitos feitos no FGTS.\nComo \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, a TR deveria garantir o poder aquisitivo dos dep\u00f3sitos do FGTS, que perfaz levando em conta os \u00edndices de infla\u00e7\u00e3o. Desde janeiro de 1999, a TR se distanciou sensivelmente dos \u00edndices oficiais de infla\u00e7\u00e3o, impingindo profundas perdas aos dep\u00f3sitos do FGTS, tornando-se inid\u00f4nea para garantir a reposi\u00e7\u00e3o das perdas monet\u00e1rias.\nA inidoneidade da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria decorre de mudan\u00e7as introduzidas na sua metodologia de c\u00e1lculo pelo Banco Central do Brasil/CMN que, atrav\u00e9s do mecanismo econ\u00f4mico de um redutor, vem nitidamente manipulando o \u00edndice que ele se desprenda da infla\u00e7\u00e3o at\u00e9 anula-la completamente, a despeito de um quadro de infla\u00e7\u00e3o persistente no Pa\u00eds.\nA Caixa Econ\u00f4mica Federal est\u00e1 se prestando ao papel de espoliador do FGTS, na medida em que disp\u00f5e do patrim\u00f4nio do trabalhador sem a devida contrapresta\u00e7\u00e3o. A corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria aplicada ao FGTS tem sido h\u00e1 muito tempo menor que a infla\u00e7\u00e3o registrada, de forma que descumpre n\u00e3o s\u00f3 o art. 2\u00ba da Lei. 8.036/90, art. 233 do C\u00f3digo Civil, mas tamb\u00e9m toda l\u00f3gica e princ\u00edpios do mercado econ\u00f4mico.\nQuem empresta tem direito a ser remunerado com juros e a totalidade da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. O trabalhador n\u00e3o pode ser obrigado a subsidiar ainda mais os projetos do Governo Federal. O \u201eainda mais\u201d\nEnd: Rua do Com\u00e9rcio, 57, Centro, CEP:89896-000 \u2013 Itapiranga/SC, Fone/fax: 49 36770638 Adv: Airton Sehn, OAB-SC 19.236 e RS 72.383A, Elenice Strieder Sehn, OAB-SC . 27.779 e Simone Muller, OAB/SC 25.959, Charles Etinei Grutzmann, OAB-SC 30.435 e Vitor Hugo Matos J\u00fanior, OAB/SC 34.355.\n\n\fAIRTON SEHN & ADVOGADOS ASSOCIADOS Advocacia e Assessoria Previdenci\u00e1ria, C\u00edvel, Penal, 25 Empresarial, Trabalhista e Fiscal-Tribut\u00e1ria.\ndecorre do fato de os juros de 3% do FGTS serem menores do mercado, o que por si s\u00f3, demonstra que ele j\u00e1 est\u00e1 fazendo sua parte sob a perspectiva social.\nNegar o direito de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria aos dep\u00f3sitos do FGTS, do qual o trabalhador n\u00e3o pode simplesmente sacar seu dinheiro para aplicar em outro fundo mais rent\u00e1vel, configura ato de tirania, incompat\u00edvel com um Estado Democr\u00e1tico de Direito e deve ser de pronto recha\u00e7ado.\nSe o Governo Brasileiro remunerasse os investidores internacionais com TR 3% a.a como faz os trabalhadores, haveria uma fuga em massa nos investimentos no Pa\u00eds, e certamente estar\u00edamos experimentando uma tsunami econ\u00f4mica e n\u00e3o uma simples \u201cmarolinha\u201d.\nSendo a TR inid\u00f4nea para restabelecer o poder aquisitivo dos dep\u00f3sitos do FGTS, sua substitui\u00e7\u00e3o por outro \u00edndice que melhor recomponha as perdas monet\u00e1rias e torna imperioso, a fim de fazer prevalecer o art. 2\u00ba da Lei. 8.036/90 e art. 233 do C\u00f3digo Civil.\nPosto que desde janeiro de 1999 o redutor criado pelo Banco Central/CMN promoveu o completo distanciamento da TR dos \u00edndices oficiais de infla\u00e7\u00e3o, temos que desde ent\u00e3o ela perdeu sua condi\u00e7\u00e3o de repor as perdas inflacion\u00e1rias dos dep\u00f3sitos do FGTS, devendo desde esta data ser substitu\u00edda pelo INPC, ou alternativamente, pelo IPCA.\nPOSSIBILIDADE DO JUDICI\u00c1RIO ALTERAR O \u00cdNDICE DE CORRE\u00c7\u00c3O APLIC\u00c1VEL AO FGTS OU ADO\u00c7\u00c3O DE OUTRO REDUTOR NA F\u00d3RMULA DE CALCULO DA TR.\nComplementado todos os argumentos acima expostos, podemos comparar este caso com o dos expurgos inflacion\u00e1rios dos planos econ\u00f4micos (Bresser, Ver\u00e3o, Collor I e II). Focando as semelhan\u00e7as e diferen\u00e7as entre esta a\u00e7\u00e3o e a dos expurgos, existem, salvo melhor ju\u00edzo, um substancial precedente onde o \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o foi expressamente alterado pelo poder judici\u00e1rio.\nA semelhan\u00e7a entre esta a\u00e7\u00e3o revisional do FGTS e a dos expurgos inflacion\u00e1rios come\u00e7a pela natureza das obriga\u00e7\u00f5es, ambas vinculadas a\nEnd: Rua do Com\u00e9rcio, 57, Centro, CEP:89896-000 \u2013 Itapiranga/SC, Fone/fax: 49 36770638 Adv: Airton Sehn, OAB-SC 19.236 e RS 72.383A, Elenice Strieder Sehn, OAB-SC . 27.779 e Simone Muller, OAB/SC 25.959, Charles Etinei Grutzmann, OAB-SC 30.435 e Vitor Hugo Matos J\u00fanior, OAB/SC 34.355.\n\n\fAIRTON SEHN & ADVOGADOS ASSOCIADOS Advocacia e Assessoria Previdenci\u00e1ria, C\u00edvel, Penal, 26 Empresarial, Trabalhista e Fiscal-Tribut\u00e1ria.\nregime p\u00fablico, sendo outro forte ponto de liga\u00e7\u00e3o o fato de ambas versarem sobre \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria.\nEis, ent\u00e3o, o primeiro precedente no sentido de possibilitar ao Poder Judici\u00e1rio alterar o \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o:\nFGTS - CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA DO DEP\u00d3SITOS INAPLICABILIDADE DA TR - SUBSTITUI\u00c7\u00c3O DO \u00cdNDICE IPC. A taxa referencial (TR) n\u00e3o pode ser utilizada como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria da moeda, devendo o montante ser atualizado pelo IPC. Recurso improvido. (STJ - AgRg no Ag: 412184 DF 2001/0122589-3, Relator: Ministra LAURITA VAZ, Data de Julgamento: 11/12/2001, S1 PRIMEIRA SE\u00c7\u00c3O, Data de Publica\u00e7\u00e3o: DJ 26.05.2003 p. 254).\nE no inteiro teor desta decis\u00e3o, bastante valiosa j\u00e1 pelo conte\u00fado ementado, tomamos ent\u00e3o conhecimento do mais importante, a meu ver, precedente para esta a\u00e7\u00e3o revisional, consubstanciado na S\u00famula 252 do E. Tribunal da Cidadania:\nOs saldos das contas do FGTS, pela legisla\u00e7\u00e3o infraconstitucional, s\u00e3o corrigidos em 42,72% (IPC) quanto \u00e0s perdas de janeiro de 1989 e 44,80% (IPC) quanto \u00e0s de abril de 1990, acolhidos pelo STJ os \u00edndices de 18,02% (LBC) quanto \u00e0s perdas de junho de 1987, de 5,38% (BTN) para maio de 1990 e 7,00% (TR) para fevereiro de 1991, de acordo como entendimento do STF (RE 226.855-7/RS)\nOu seja, no caso dos expurgos o STJ determinou, expressamente, a utiliza\u00e7\u00e3o de outros \u00edndices para a corre\u00e7\u00e3o do FGTS.\nEmbora seja prevista em lei, a metodologia de c\u00e1lculo da TR \u00e9 estipulada por ato infralegal. Essa metodologia variou ao longo do tempo, mas sempre abrangeu dois passos: calcula-se uma m\u00e9dia das taxas de juros praticadas pelas maiores institui\u00e7\u00f5es financeiras, geralmente na capta\u00e7\u00e3o de CDB e RDB; aplica-se sobre esta m\u00e9dia um redutor.\nInicialmente, a Resolu\u00e7\u00e3o Bacen/CMN 1.805, de 27/03/1991, determinava a coleta de uma amostra das 30 maiores institui\u00e7\u00f5es financeiras e que se calculasse a m\u00e9dia das taxas de juros praticadas pelas\nEnd: Rua do Com\u00e9rcio, 57, Centro, CEP:89896-000 \u2013 Itapiranga/SC, Fone/fax: 49 36770638 Adv: Airton Sehn, OAB-SC 19.236 e RS 72.383A, Elenice Strieder Sehn, OAB-SC . 27.779 e Simone Muller, OAB/SC 25.959, Charles Etinei Grutzmann, OAB-SC 30.435 e Vitor Hugo Matos J\u00fanior, OAB/SC 34.355.\n\n\fAIRTON SEHN & ADVOGADOS ASSOCIADOS Advocacia e Assessoria Previdenci\u00e1ria, C\u00edvel, Penal, 27 Empresarial, Trabalhista e Fiscal-Tribut\u00e1ria.\n20 maiores; sobre essa m\u00e9dia ponderada de remunera\u00e7\u00e3o seria aplicado o redutor de 2 pontos percentuais mensais, a fim de expurgar os efeitos da tributa\u00e7\u00e3o e da taxa real hist\u00f3rica de juros da economia (art. 3\u00ba, inc. III). Posteriormente, a Resolu\u00e7\u00e3o 1979, de 30/04/1993, fixou esse redutor em 1,5 ponto percentual mensal para os meses de maio e junho de 1993, 1,3 p.p.m. para o m\u00eas de julho de 1993, e 1,2 p.p.m. a partir de agosto de 1993.\nA Resolu\u00e7\u00e3o 2.075, de 26/05/1994, alterou a forma de c\u00e1lculo dessa m\u00e9dia de remunera\u00e7\u00e3o, e fixou o redutor em 1,2 p.p.m., mas agora mencionando apenas a taxa m\u00e9dia real hist\u00f3rica de juros da economia, n\u00e3o mais se falando em expurgo da tributa\u00e7\u00e3o. Posteriormente, esse redutor foi alterado para 1,6 p.p.m. pela Resolu\u00e7\u00e3o 2.083, de 30/06/1994. A partir da Resolu\u00e7\u00e3o 2.097, de 27/07/1994, passou-se a calcular a TR com base na TBF. Essa resolu\u00e7\u00e3o voltou a mencionar que o redutor se destinava a expurgar do c\u00e1lculo os efeitos da tributa\u00e7\u00e3o e a taxa real de juros da economia.\nCom a Resolu\u00e7\u00e3o 2.437, de 30/10/1997, passou-se a n\u00e3o mais explicitar a finalidade do redutor, cuidando-se apenas de estipular sua forma de apura\u00e7\u00e3o, metodologia esta que se mant\u00e9m at\u00e9 os dias atuais, com pequenas altera\u00e7\u00f5es n\u00e3o significativas para o que interessa \u00e0 Resolu\u00e7\u00e3o da presente demanda.\nAtualmente, a f\u00f3rmula de c\u00e1lculo da TR est\u00e1 regulamentada na Resolu\u00e7\u00e3o CMN n\u00ba 3.354/2006 (com altera\u00e7\u00f5es posteriores). Consiste, basicamente, em dois passos: 1) calcula-se a Taxa B\u00e1sica Financeira (TBF) da economia a partir da remunera\u00e7\u00e3o mensal m\u00e9dia dos Certificados e Recibos de Dep\u00f3sitos Banc\u00e1rios emitidos a taxas de mercado prefixadas, com prazo de 30 a 35 dias corridos, praticados pelas 20 maiores institui\u00e7\u00f5es financeiras captadoras de tais recursos (at\u00e9 a Res/CMN 4.240/2013 a amostra era composta pelas 30 maiores institui\u00e7\u00f5es); 2) aplica-se \u00e0 TBF um redutor, que pode ser ou n\u00e3o parcialmente arbitrado pelo Bacen, dependendo do patamar da TBF (a f\u00f3rmula consta do art. 5\u00ba da\nEnd: Rua do Com\u00e9rcio, 57, Centro, CEP:89896-000 \u2013 Itapiranga/SC, Fone/fax: 49 36770638 Adv: Airton Sehn, OAB-SC 19.236 e RS 72.383A, Elenice Strieder Sehn, OAB-SC . 27.779 e Simone Muller, OAB/SC 25.959, Charles Etinei Grutzmann, OAB-SC 30.435 e Vitor Hugo Matos J\u00fanior, OAB/SC 34.355.\n\n\fAIRTON SEHN & ADVOGADOS ASSOCIADOS Advocacia e Assessoria Previdenci\u00e1ria, C\u00edvel, Penal, 28 Empresarial, Trabalhista e Fiscal-Tribut\u00e1ria.\n\nRes/CMN 3.354/2006). A aplica\u00e7\u00e3o do redutor n\u00e3o poder\u00e1 resultar em\n\ncoeficiente inferior a zero.\n\nA primeira conclus\u00e3o que se pode extrair da an\u00e1lise de todas essas\n\nnormas mencionadas \u00e9 que, at\u00e9 a e Resolu\u00e7\u00e3o 2.437, de 30/10/1997, essa\n\nregulamenta\u00e7\u00e3o inclu\u00eda no redutor a \u201ctaxa real de juros da economia\u201d,\n\nparcela n\u00e3o prevista na lei de reg\u00eancia, que permite apenas o expurgo dos\n\ntributos (\u201cimpostos\u201d, no dizer do art. 1\u00ba da Lei 8.177/1991).\n\nO expurgo dessas duas parcelas (tanto dos tributos como da taxa real\n\nde juros) at\u00e9 seria razo\u00e1vel, j\u00e1 que, extraindo tais fatores da taxa m\u00e9dia\n\npraticada, ter-se-ia apenas a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria arbitrada pelo mercado\n\nfinanceiro. Considerando que o FGTS \u00e9 isento de tributos, e que \u00e9\n\nremunerado por juros espec\u00edficos, n\u00e3o haveria porque receber aqueles\n\nadicionais. Entretanto, como dito, a lei de reg\u00eancia permite apenas o\n\nexpurgo da tributa\u00e7\u00e3o.\n\nPosteriormente \u00e0 mencionada Resolu\u00e7\u00e3o, no entanto, essa conclus\u00e3o\n\nj\u00e1 n\u00e3o \u00e9 v\u00e1lida, pois o redutor \u00e9 calculado por uma f\u00f3rmula espec\u00edfica e n\u00e3o\n\nh\u00e1 mais men\u00e7\u00e3o ao expurgo da taxa real de juros da economia.\n\nEntretanto, \u00e9 inelut\u00e1vel concluir que o redutor aplicado na forma de\n\nc\u00e1lculo da TR n\u00e3o cumpre o papel legalmente a ele destinado, que seria o\n\nde expurgar da m\u00e9dia das taxas de juros do mercado os efeitos da\n\ntributa\u00e7\u00e3o (art. 1\u00ba da Lei 8.177/1991).\n\nAnalisando as s\u00e9ries hist\u00f3ricas da TR e da TBF, desde julho de 1997,\n\nextra\u00eddas\n\ndo\n\ns\u00edtio\n\ndo\n\nBacen\n\nna\n\ninternet\n\n(https://www3.bcb.gov.br/sgspub/localizarseries/localizarSeries.do?metho\n\nd=prepararTelaLocalizarSeries), v\u00ea-se que, a partir do ano de 1999, o\n\nredutor sempre representou mais de 75% da TBF, chegando ao patamar de\n\n100% na maioria dos dias desde julho de 2012 (a TBF e a TR s\u00e3o\n\ncalculadas diariamente, embora os ve\u00edculos de comunica\u00e7\u00e3o costumem\n\ndivulgar apenas seus valores mensais).\n\nOra, n\u00e3o \u00e9 cr\u00edvel que os tributos incidentes nas opera\u00e7\u00f5es\n\nfinanceiras de capta\u00e7\u00e3o de CDB e RDB representem patamares t\u00e3o altos.\n\nEnd: Rua do Com\u00e9rcio, 57, Centro, CEP:89896-000 \u2013 Itapiranga/SC, Fone/fax: 49 36770638 Adv: Airton Sehn, OAB-SC 19.236 e RS 72.383A, Elenice Strieder Sehn, OAB-SC . 27.779 e Simone Muller, OAB/SC 25.959, Charles Etinei Grutzmann, OAB-SC 30.435 e Vitor Hugo Matos J\u00fanior, OAB/SC 34.355.\n\n\fAIRTON SEHN & ADVOGADOS ASSOCIADOS Advocacia e Assessoria Previdenci\u00e1ria, C\u00edvel, Penal, 29 Empresarial, Trabalhista e Fiscal-Tribut\u00e1ria.\nAli\u00e1s, quando o redutor \u00e9 de 100%, deveria se concluir que os\ntributos abrangeram a totalidade do rendimento, o que n\u00e3o \u00e9 razo\u00e1vel.\nEm vista disto, razo\u00e1vel pedir incluir pedido alternativo para que o\nPoder Judici\u00e1rio determine o rec\u00e1lculo do redutor na f\u00f3rmula de calculo da\nTR. Pois, n\u00e3o obstante a TR tenha seus par\u00e2metros legalmente previstos de\nforma razo\u00e1vel, est\u00e1, sendo calculada de forma equivocada, merecendo ser\nretificado o c\u00e1lculo com o consequente rec\u00e1lculo dos saldos.\n\nPROVAS\nApresenta a Autora, desde j\u00e1, os documentos acostados \u00e0 pe\u00e7a exordial, protestando, ainda, pela juntada de complementa\u00e7\u00e3o de extratos da conta vinculada da Autora para liquida\u00e7\u00e3o.\nDO PEDIDO\n\nAnte o exposto, a Autora requer:\n\nI.\n\nA cita\u00e7\u00e3o da CEF - Caixa Econ\u00f4mica Federal, no endere\u00e7o de\n\nsua sede, para responder no prazo legal, querendo, a presente a\u00e7\u00e3o;\n\nII. A condena\u00e7\u00e3o da R\u00e9 a proceder a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos valores depositados em favor da parte autora, a partir de 1999, em \u00edndice diferentes do da TR, utilizando para a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria o INPC, ou sucessivamente, IPCA-e, ou a TR recalculada sem a aplica\u00e7\u00e3o do redutor, ou ainda algum outro \u00edndice que efetivamente recomponha o valor monet\u00e1rio, perdido pela infla\u00e7\u00e3o;\n\nIII. Condenar a R\u00e9 no pagamento dos valores apurados, promovendo o cr\u00e9dito respectivo na Conta Vinculada do FGTS da parte autora;\n\nIV. Condenar a r\u00e9 ao pagamento de custas e honor\u00e1rios advocat\u00edcios, em caso de eventual recurso para superior inst\u00e2ncia.\n\nEnd: Rua do Com\u00e9rcio, 57, Centro, CEP:89896-000 \u2013 Itapiranga/SC, Fone/fax: 49 36770638 Adv: Airton Sehn, OAB-SC 19.236 e RS 72.383A, Elenice Strieder Sehn, OAB-SC . 27.779 e Simone Muller, OAB/SC 25.959, Charles Etinei Grutzmann, OAB-SC 30.435 e Vitor Hugo Matos J\u00fanior, OAB/SC 34.355.\n\n\fAIRTON SEHN & ADVOGADOS ASSOCIADOS Advocacia e Assessoria Previdenci\u00e1ria, C\u00edvel, Penal, 30 Empresarial, Trabalhista e Fiscal-Tribut\u00e1ria.\nV. Requer que os honor\u00e1rios advocat\u00edcios contratados com a parte autora no percentual de 15% (quinze por cento), conforme contrato em anexo, sejam pagos diretamente aos procuradores, descontando-se do valor devido a autora.\nPara efeitos meramente fiscais d\u00e1-se \u00e0 causa o valor de R$ 1.000,00.\n\nNestes termos, Pede deferimento.\n\nItapiranga \u2013 SC, 18 de mar\u00e7o de 2014.\n\n___________________ AIRTON SEHN\nOAB/SC 19.236 OAB/RS n\u00ba 72.383A\n________________________ SIMONE MULLER MATOS\nOAB/SC 25.959\n\n____________________________ ELENICE STRIEDER SEHN\nOAB/SC n\u00ba 27.779\n________________________________ CHARLES ETINEI GRUTZMANN\nOAB/SC 30.435\n\n________________________________ VITOR HUGO MATOS JUNIOR\nOAB/SC 34.355\n\nEnd: Rua do Com\u00e9rcio, 57, Centro, CEP:89896-000 \u2013 Itapiranga/SC, Fone/fax: 49 36770638 Adv: Airton Sehn, OAB-SC 19.236 e RS 72.383A, Elenice Strieder Sehn, OAB-SC . 27.779 e Simone Muller, OAB/SC 25.959, Charles Etinei Grutzmann, OAB-SC 30.435 e Vitor Hugo Matos J\u00fanior, OAB/SC 34.355.\n\n\f" }, { "header": "Texto Similar 5 (Solon) - IdDocumentoCompleto: 5002714-15.2014.4.04.7013-701403647873137290050000000055", "text": "ADVOCACIA E ASSESSORIA JUR\u00cdDICA\nCausas c\u00edveis, criminais, trabalhistas e previdenci\u00e1rias\n_______________________________________________________\nEXCELENT\u00cdSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 4\u00aa SE\u00c7\u00c3O JUDICI\u00c1RIA DO JUIZADO ESPECIAL FEDERAL DA CIDADE DE JACAREZINHO - ESTADO DO PARAN\u00c1.\nWALDIR PADUAN, brasileiro, casado, t\u00e9cnico agr\u00edcola, inscrito no RG 4.572.820-0 e no CPF 628.740.129-04, residente e domiciliado na Rua Floripes Fernandes n\u00ba 191, Conjunto Yara, em Bandeirantes, Estado do Paran\u00e1, constitui como seu procurador e advogado PAULO ALVES DA CRUZ, brasileiro, casado, inscrito na OAB/PR n\u00ba. 69.830, com escrit\u00f3rio profissional situado na Avenida Benedicto Leite de Negreiros, n\u00ba 646, Centro, em Bandeirantes \u2013 PR, que a esta subscreve, vem mui respeitosamente \u00e0 presen\u00e7a de Vossa Excel\u00eancia, ajuizar\nA\u00c7\u00c3O ORDIN\u00c1RIA DE CORRE\u00c7\u00c3O DOS SALDOS DO FUNDO DE GARANTIA POR TEMPO DE SERVI\u00c7O (FGTS) COM PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA Em desfavor da CAIXA ECON\u00d4MICA FEDERAL, pessoa jur\u00eddica de direito p\u00fablico, inscrita no CNPJ 00.360.305/001-04, com sede na SBS QD 04 BL A, LT 3-4, Asa Sul, CEP: 70.092-900, na cidade de Bras\u00edlia \u2013 Distrito Federal, pelas raz\u00f5es de fato e de direito que passa a expor.\n__________________________________________ Avenida Benedicto Leite de Negreiros, n\u00ba 646 \u2013 Centro - Bandeirantes, PR \u2013 86.360-000\nFone: (43) 3542-5021 \u2013 e-mail: adv.jur@hotmail.com\n\n\fADVOCACIA E ASSESSORIA JUR\u00cdDICA\nCausas c\u00edveis, criminais, trabalhistas e previdenci\u00e1rias\n_______________________________________________________\nI \u2013 S\u00cdNTESE F\u00c1TICA\nO processo em tela trata de quest\u00e3o de extrema import\u00e2ncia para milh\u00f5es de trabalhadores brasileiros e diz respeito ao Fundo de Garantia por Tempo de Servi\u00e7o. O Fundo de Garantia por Tempo de Servi\u00e7o foi criado na d\u00e9cada de 1960 para proteger o trabalhador, como suced\u00e2neo da antiga estabilidade decenal. \u00c9 constitu\u00eddo por valores depositados pelas empresas em nome de seus empregados e possibilita que o trabalhador forme um patrim\u00f4nio.\nNesse sentido, verifica-se no s\u00edtio eletr\u00f4nico da Caixa Econ\u00f4mica Federal que o FGTS hoje financia programas de habita\u00e7\u00e3o popular, saneamento b\u00e1sico e infraestrutura urbana.\nAssim, o FGTS \u00e9 regido pelas disposi\u00e7\u00f5es da Lei n\u00ba 8.036, de 11 de maio de 1990, por normas e diretrizes estabelecidas pelo seu Conselho Curador e gerido pela Caixa Econ\u00f4mica Federal.\nDos artigos 2\u00ba e 13 da Lei n\u00ba 8.036/90 extra\u00edmos que h\u00e1 uma obrigatoriedade de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e de remunera\u00e7\u00e3o por meio de juros dos dep\u00f3sitos efetuados nas contas vinculadas do FGTS, sen\u00e3o vejamos:\nArt. 2\u00ba O FGTS \u00e9 constitu\u00eddo pelos saldos das contas vinculadas a que se refere esta lei e outros recursos a ele incorporados, devendo ser aplicados com atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e juros, de modo a assegurar a cobertura de suas obriga\u00e7\u00f5es. Art. 13. Os dep\u00f3sitos efetuados nas contas vinculadas ser\u00e3o corrigidos monetariamente com base nos par\u00e2metros fixados para atualiza\u00e7\u00e3o dos saldos dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a e capitaliza\u00e7\u00e3o juros de (tr\u00eas) por cento ao ano. Ressalte-se que o par\u00e2metro fixado para a atualiza\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos dos saldos de poupan\u00e7a e consequentemente dos dep\u00f3sito do FGTS \u00e9 a Taxa Referencial \u2013 TR, conforme prescrevem os artigos 12 e 17 da Lei n\u00ba 8.177, de 1\u00ba de mar\u00e7o de 1991, com reda\u00e7\u00e3o da lei n\u00ba 12.703, de 7 de agosto de 2012, cuja dic\u00e7\u00e3o \u00e9 a seguinte:\nArt. 12. Em cada per\u00edodo de rendimento, os dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a ser\u00e3o remunerados: I - como remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica, por taxa correspondente \u00e0\n__________________________________________ Avenida Benedicto Leite de Negreiros, n\u00ba 646 \u2013 Centro - Bandeirantes, PR \u2013 86.360-000\nFone: (43) 3542-5021 \u2013 e-mail: adv.jur@hotmail.com\n\n\fADVOCACIA E ASSESSORIA JUR\u00cdDICA\nCausas c\u00edveis, criminais, trabalhistas e previdenci\u00e1rias\n_______________________________________________________\nacumula\u00e7\u00e3o das TRD, no per\u00edodo transcorrido entre o dia do \u00faltimo cr\u00e9dito de rendimento, inclusive, e o dia do cr\u00e9dito de rendimento, exclusive; II como remunera\u00e7\u00e3o adicional, por juros de: (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n \u00ba 12.703, de 2012)a) 0,5% (cinco d\u00e9cimos por cento) ao m\u00eas, enquanto a meta da taxa Selic ao ano, definida pelo Banco Central do Brasil, for superior a 8,5% (oito inteiros e cinco d\u00e9cimos por cento); ou (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n \u00ba 12.703, de 2012)b) 70% (setenta por cento) da meta da taxa Selic ao ano, definida pelo Banco Central do Brasil, mensalizada, vigente na data de in\u00edcio do per\u00edodo de rendimento, nos demais casos. (Reda\u00e7\u00e3o dada pela Lei n \u00ba 12.703, de 2012)(...)\nArt. 17. A partir de fevereiro de 1991, os saldos das contas do Fundo de Garantia por Tempo de Servi\u00e7o (FGTS) passam a ser remunerados pela taxa aplic\u00e1vel \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a com data de anivers\u00e1rio no dia 1\u00b0, observada a periodicidade mensal para remunera\u00e7\u00e3o. Par\u00e1grafo \u00fanico. As taxas de juros previstas na legisla\u00e7\u00e3o em vigor do FGTS s\u00e3o mantidas e consideradas como adicionais \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o prevista neste artigo.\nRetrata a Lei n\u00ba 8.177/91 a forma como a TR ser\u00e1 calculada: Art. 1\u00b0 O Banco Central do Brasil divulgar\u00e1 Taxa Referencial (TR), calculada a partir da remunera\u00e7\u00e3o mensal m\u00e9dia l\u00edquida de impostos, dos dep\u00f3sitos a prazo fixo captados nos bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos m\u00faltiplos com carteira comercial ou de investimentos, caixas econ\u00f4micas, ou dos t\u00edtulos p\u00fablicos federais, estaduais e municipais, de acordo com metodologia a ser aprovada pelo Conselho Monet\u00e1rio Nacional, no prazo de sessenta dias, e enviada ao conhecimento do Senado Federal.\u00a7 1\u00b0 A TR ser\u00e1 mensalmente divulgada pelo Banco Central do Brasil, no m\u00e1ximo at\u00e9 o oitavo dia \u00fatil do m\u00eas de refer\u00eancia. (Revogado pela Lei n\u00ba 8.660, de 1993)\u00a7 2\u00b0 As institui\u00e7\u00f5es que venham a ser utilizadas como bancos de refer\u00eancia, dentre elas, necessariamente, as dez maiores do Pa\u00eds, classificadas pelo volume de dep\u00f3sitos a prazo fixo, est\u00e3o obrigadas a fornecer as informa\u00e7\u00f5es de que\n__________________________________________ Avenida Benedicto Leite de Negreiros, n\u00ba 646 \u2013 Centro - Bandeirantes, PR \u2013 86.360-000\nFone: (43) 3542-5021 \u2013 e-mail: adv.jur@hotmail.com\n\n\fADVOCACIA E ASSESSORIA JUR\u00cdDICA\nCausas c\u00edveis, criminais, trabalhistas e previdenci\u00e1rias\n_______________________________________________________\ntrata este artigo, segundo normas estabelecidas pelo Conselho Monet\u00e1rio Nacional, sujeitando-se a institui\u00e7\u00e3o e seus administradores, no caso de infra\u00e7\u00e3o \u00e0s referidas normas, \u00e0s penas estabelecidas no art. 44 da Lei n\u00b0 4.595, de 31 de dezembro de 1964.\u00a7 3\u00b0 Enquanto n\u00e3o aprovada a metodologia de c\u00e1lculo de que trata este artigo, o Banco Central do Brasil fixar\u00e1 a TR.\nLogo, a metodologia de c\u00e1lculo foi h\u00e1 muito tempo definida pela Banco Central-Conselho Monet\u00e1rio Nacional (CMN), e hoje est\u00e1 vigente sob a forma da Resolu\u00e7\u00e3o n\u00ba 3.354, de 31 de mar\u00e7o de 2006.\nOcorre que, h\u00e1 muito tempo, a TR n\u00e3o reflete mais a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, tendo se distanciado completamente dos \u00edndices oficiais de infla\u00e7\u00e3o. Nos meses de setembro, outubro e novembro de 2009, janeiro e fevereiro de 2010, fevereiro e junho de 2012 e de setembro de 2012 em diante, a TR tem sido completamente anulada, como se n\u00e3o existisse qualquer infla\u00e7\u00e3o no per\u00edodo pass\u00edvel de corre\u00e7\u00e3o.\nII \u2013 PRELIMINARMENTE\na) Legitimidade passiva da Caixa Econ\u00f4mica Federal\nTendo-se em vista que o processo em tela versa sobre corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos dep\u00f3sitos de FGTS, sobressai irrefut\u00e1vel a legitimidade passiva e exclusiva da Caixa Econ\u00f4mica Federal, conforme precedentes do STJ, sen\u00e3o vejamos:\nA\u00c7\u00c3O RESCIS\u00d3RIA. ADMINISTRATIVO. FGTS. CORRE\u00c7\u00c3O DOS SALDOS DAS CONTAS VINCULADAS. DIFEREN\u00c7AS DE EXPURGOS INFLACION\u00c1RIOS. TEMA J\u00c1 PACIFICADO NO STJ. PROCED\u00caNCIA DA A\u00c7\u00c3O.1. A mat\u00e9ria referente \u00e0 corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria das contas vinculadas ao FGTS, em raz\u00e3o das diferen\u00e7as de expurgos inflacion\u00e1rios, foi decidida pela Primeira Se\u00e7\u00e3o deste Superior Tribunal, no REsp n.1.111.201 - PE e no REsp n. 1.112.520 - PE, de relatoria do Exmo.Min. Benedito Gon\u00e7alves, ambos submetidos ao regime do art. 543-C do CPC e da Resolu\u00e7\u00e3o n.\n__________________________________________ Avenida Benedicto Leite de Negreiros, n\u00ba 646 \u2013 Centro - Bandeirantes, PR \u2013 86.360-000\nFone: (43) 3542-5021 \u2013 e-mail: adv.jur@hotmail.com\n\n\fADVOCACIA E ASSESSORIA JUR\u00cdDICA\nCausas c\u00edveis, criminais, trabalhistas e previdenci\u00e1rias\n_______________________________________________________\n8/08 do STJ, que tratam dos recursos representativos da controv\u00e9rsia, publicados no DJe de 4.3.2010.(...)3. Quanto \u00e0s demais preliminares alegadas, devidamente prequestionadas, esta Corte tem o entendimento no sentido de que, nas demandas que tratam da atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos saldos das contas vinculadas do FGTS, a legitimidade passiva ad causam \u00e9 exclusiva da Caixa Econ\u00f4mica Federal, por ser gestora do Fundo, com a exclus\u00e3o da Uni\u00e3o e dos bancos deposit\u00e1rios (S\u00famula 249/STJ).(...)(AR 1.962/SC, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, PRIMEIRA SE\u00c7\u00c3O, julgado em 08/02/2012, DJe 27/02/2012) S\u00famula 249/STJ \u2013 A Caixa Econ\u00f4mica Federal tem legitimidade passiva para integrar processo em que se discute corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria do FGTS.\nAssim, a presente a\u00e7\u00e3o foi proposta exclusivamente contra a Caixa Econ\u00f4mica Federal, conforme pacificamente definido pela jurisprud\u00eancia nacional.\nb) Da prescri\u00e7\u00e3o\nNo que tange ao prazo prescricional, j\u00e1 est\u00e1 amplamente assentado na doutrina e jurisprud\u00eancia, que em rela\u00e7\u00e3o ao pleito de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria do FGTS, a prescri\u00e7\u00e3o \u00e9 trinten\u00e1ria.\nNeste sentido, decis\u00e3o do STJ: RECURSO ESPECIAL. TRIBUT\u00c1RIO. FGTS. CORRE\u00c7\u00c3O DOS SALDOS DAS CONTAS VINCULADAS. DIFEREN\u00c7AS DE EXPURGOS INFLACION\u00c1RIOS. TEMA J\u00c1 JULGADO PELO REGIME DO ART. 543C DO CPC E DA RESOLU\u00c7\u00c3O N. 8/08 DO STJ, QUE TRATAM DOS RECURSOS REPRESENTATIVOS DE CONTROV\u00c9RSIA.(...)3. No REsp n. 1.112.520 - PE, por seu turno, firmou-se o seguinte entendimento: 4. Outrossim, n\u00e3o deve prevalecer a interpreta\u00e7\u00e3o da recorrente quanto \u00e0 ocorr\u00eancia de prescri\u00e7\u00e3o quinquenal, pois este Tribunal j\u00e1 decidiu que \u00e9 trinten\u00e1ria a prescri\u00e7\u00e3o para cobran\u00e7a de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria de contas vinculadas ao FGTS, nos termos das S\u00famula 210/STJ: \"A\n__________________________________________ Avenida Benedicto Leite de Negreiros, n\u00ba 646 \u2013 Centro - Bandeirantes, PR \u2013 86.360-000\nFone: (43) 3542-5021 \u2013 e-mail: adv.jur@hotmail.com\n\n\fADVOCACIA E ASSESSORIA JUR\u00cdDICA\nCausas c\u00edveis, criminais, trabalhistas e previdenci\u00e1rias\n_______________________________________________________\na\u00e7\u00e3o de cobran\u00e7a das contribui\u00e7\u00f5es para o FGTS prescreve em (30) trinta anos\".(...)(REsp 1150446 RJ 2009/0143136-0, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, Julgamento: 10/08/2010, \u00d3rg\u00e3o Julgador: T2 SEGUNDA TURMA, Publica\u00e7\u00e3o: DJe 10/09/2010)\nAssim, a a\u00e7\u00e3o ora proposta n\u00e3o est\u00e1 alcan\u00e7ada pela prescri\u00e7\u00e3o trinten\u00e1ria, conforme se demonstrar\u00e1 adiante.\n\nII - NO M\u00c9RITO - DOS FUNDAMENTOS JUR\u00cdDICOS\na) An\u00e1lise da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e do FGTS\n\nA corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria existe entre n\u00f3s desde a d\u00e9cada de 1960. O principal te\u00f3rico da Corre\u00e7\u00e3o Monet\u00e1ria, o Advogado Tributarista Bulh\u00f5es Pedreira explica o seguinte:\n\u2019\u201d Por analogia com as unidades de medidas f\u00edsicas podemos dizer que o n\u00edvel geral de pre\u00e7os \u00e9 o padr\u00e3o prim\u00e1rio do valor financeiro, enquanto que a unidade monet\u00e1ria serve como padr\u00e3o secund\u00e1rio \u2013 usado, na pr\u00e1tica, para exprimir o valor financeiro, mas que deve ser aferido pelo padr\u00e3o prim\u00e1rio porque sujeito a modifica\u00e7\u00f5es.\u201d (BULH\u00d5ES PEDREIRA, Jos\u00e9 Luiz, \u201cCorre\u00e7\u00e3o Monet\u00e1ria; Indexa\u00e7\u00e3o Cambial. Obriga\u00e7\u00e3o Pecuni\u00e1ria\u201d, in \u201cRevista de Direito Administrativo\u201d, c. 193 p, 353 a 372 Jul/Set 1993).\n\nAinda, o autor Let\u00e1cio Jansen diz que Bulh\u00f5es Pedreira teria\n\nconseguido institucionalizar e colocar em pr\u00e1tica a sua doutrina principalmente\n\natrav\u00e9s da Lei n\u00ba 4.357, de 1964, que criou o primeiro indexador da Economia\n\nBrasileira \u2013 a ORTN (obriga\u00e7\u00e3o reajust\u00e1vel do tesouro nacional), uma obriga\u00e7\u00e3o\n\nmonet\u00e1ria cuja fun\u00e7\u00e3o era fazer variar, periodicamente, a moeda nacional segundo a\n\nperda\n\nde\n\nseus\n\nrespectivos\n\npoderes\n\naquisitivos:\n\nhttp://www.scamargo.adv.br/scripts/forum/textoTema.asp?id=81&tema=nvalidade+da+taxa+referencia l+(TR)%3A+o+Significado+da+ADI+493-0-df).\nDesde esta data, uma pl\u00eaiade de \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria foi\n\nse sucedendo, at\u00e9 a entrada em vigor da Medida Provis\u00f3ria n\u00ba 294, de 31 de janeiro\n\nde 1991, que se transformou na Lei n\u00ba 8.177, de 1\u00ba de mar\u00e7o de 1991. Nesta\n__________________________________________ Avenida Benedicto Leite de Negreiros, n\u00ba 646 \u2013 Centro - Bandeirantes, PR \u2013 86.360-000\nFone: (43) 3542-5021 \u2013 e-mail: adv.jur@hotmail.com\n\n\fADVOCACIA E ASSESSORIA JUR\u00cdDICA\nCausas c\u00edveis, criminais, trabalhistas e previdenci\u00e1rias\n_______________________________________________________\noportunidade o Governo Collor pretendeu substituir a s\u00e9rie de indexadores tradicionais da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria brasileira (ORTN, OTN e BTN) que eram vinculados \u00e0 varia\u00e7\u00e3o dos n\u00edveis gerais de pre\u00e7os, pela Taxa Referencial, que tinha natureza financeira.\nAinda hoje permanece a perplexidade em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 natureza jur\u00eddica da TR, at\u00e9 por conta da pr\u00f3pria inconsist\u00eancia da lei que a criou, que ora a trata como taxa de juros (artigo 39) ora como indexador (artigo 18).\nTaxas de juros objetivam promover a remunera\u00e7\u00e3o do capital. S\u00e3o calculadas por quem disponibiliza o capital em benef\u00edcio de outra pessoa, f\u00edsica ou jur\u00eddica, para que empregue para satisfa\u00e7\u00e3o de determinada necessidade, na expectativa de lucro. Os indexadores, por outro lado, podem ser entendidos como \u00edndices calculados a partir da varia\u00e7\u00e3o de pre\u00e7os de mercado em determinado per\u00edodo. O seu objetivo est\u00e1 na corre\u00e7\u00e3o dos efeitos inflacion\u00e1rios, quando se compara valores monet\u00e1rios em diferentes \u00e9pocas.\nPois bem. Quando o STF enfrentou o tema da natureza da TR, disse atrav\u00e9s do voto vencedor da ADI 493-0/DF que:\nA Taxa Referencial (TR) n\u00e3o \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, pois, refletindo as varia\u00e7\u00f5es do custo prim\u00e1rio da capta\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos a prazo fixo, n\u00e3o constitui \u00edndice que reflita a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda. N\u00e3o obstante, os Ministros vencidos Celso de Mello, Marco Aur\u00e9lio e Ilmar Galv\u00e3o entenderam que a estrutura de c\u00e1lculo da taxa referencial n\u00e3o era suficiente para impedir sua utiliza\u00e7\u00e3o como par\u00e2metro de indexa\u00e7\u00e3o da economia. Mesmo assim, naquela oportunidade, o STF entendeu que a TR possu\u00eda natureza de taxa de juros e declarou inconstitucional o artigo 18 da Lei n\u00ba 8.177/91, cujo texto original estabelecia que os saldos devedores e as presta\u00e7\u00f5es dos contratos integrantes do SFH, passariam a ser atualizados pela taxa aplic\u00e1vel \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sica dos Dep\u00f3sitos de Poupan\u00e7a. Vale a pena transcrever a ementa deste julgado: A\u00e7\u00e3o direta de inconstitucionalidade.- Se a lei alcan\u00e7ar os efeitos futuros de contratos celebrados anteriormente a ela, ser\u00e1 essa lei retroativa (retroatividade m\u00ednima) porque vai interferir na causa, que e um\n__________________________________________ Avenida Benedicto Leite de Negreiros, n\u00ba 646 \u2013 Centro - Bandeirantes, PR \u2013 86.360-000\nFone: (43) 3542-5021 \u2013 e-mail: adv.jur@hotmail.com\n\n\fADVOCACIA E ASSESSORIA JUR\u00cdDICA\nCausas c\u00edveis, criminais, trabalhistas e previdenci\u00e1rias\n_______________________________________________________\nato ou fato ocorrido no passado.- O disposto no artigo 5, XXXVI, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal se aplica a toda e qualquer lei infraconstitucional, sem qualquer distin\u00e7\u00e3o entre lei de direito p\u00fablico e lei de direito privado, ou entre lei de ordem p\u00fablica e lei dispositiva. Precedente do S.T.F..Ocorr\u00eancia, no caso, de viola\u00e7\u00e3o de direito adquirido. A taxa referencial (TR) n\u00e3o \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, pois, refletindo as varia\u00e7\u00f5es do custo prim\u00e1rio da capta\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos a prazo fixo, n\u00e3o constitui \u00edndice que reflita a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda. Por isso, n\u00e3o h\u00e1 necessidade de se examinar a quest\u00e3o de saber se as normas que alteram \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria se aplicam imediatamente, alcan\u00e7ando, pois, as presta\u00e7\u00f5es futuras de contratos celebrados no passado, sem violarem o disposto no artigo 5, XXXVI, da Carta Magna.- Tamb\u00e9m ofendem o ato jur\u00eddico perfeito os dispositivos impugnados que alteram o crit\u00e9rio de reajuste das presta\u00e7\u00f5es nos contratos j\u00e1 celebrados pelo sistema do Plano de Equival\u00eancia Salarial por Categoria Profissional (PES/CP). A\u00e7\u00e3o direta de inconstitucionalidade julgada procedente, para declarar a inconstitucionalidade dos artigos 18, \"caput\" e par\u00e1grafos 1 e 4; 20; 21 e par\u00e1grafo \u00fanico; 23 e par\u00e1grafos; e 24 e par\u00e1grafos, todos da Lei n. 8.177, de 1 de maio de 1991. (ADI 493, Relator (a): Min. Moreira Alves, Tribunal Pleno, julgado em 25/06/1992, DJ 04-09-1992 PP-14089 EMENT VOL01674-02 PP-00260 RTJ VOL-00143-03 PP-00724) Por algum tempo, o pr\u00f3prio STJ rejeitou a TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, tanto para a poupan\u00e7a, quanto para o SFH. Neste sentido: COMERCIAL. M\u00daTUO RURAL. CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA. VINCULA\u00c7\u00c3O AO CRIT\u00c9RIO DE REAJUSTE DOS DEP\u00d3SITOS EM CADERNETA DE POUPAN\u00c7A. LICITUDE. SUBSTITUI\u00c7\u00c3O PELA TR NOS MESES SUBSEQUENTES A FEVEREIRO/91. PREVIS\u00c3O DE UTILIZA\u00c7\u00c3O DA OTN. INDEXADOR CONTRATUALMENTE ELEITO. SUBSTITUI\u00c7\u00c3O EX LEGE PELA TR. INCONSTITUCIONALIDADE DECLARADA. ADO\u00c7\u00c3O DO INPC. PRECEDENTES. I \u2013 NO CONTRATO DE M\u00daTUO RURAL \u00c9 L\u00cdCITO O PACTO DE VINCULA\u00c7\u00c3O DA CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA AO CRIT\u00c9RIO DE ATUALIZA\u00c7\u00c3O DOS DEP\u00d3SITOS EM CADERNETA DE POUPAN\u00c7A,\n__________________________________________ Avenida Benedicto Leite de Negreiros, n\u00ba 646 \u2013 Centro - Bandeirantes, PR \u2013 86.360-000\nFone: (43) 3542-5021 \u2013 e-mail: adv.jur@hotmail.com\n\n\fADVOCACIA E ASSESSORIA JUR\u00cdDICA\nCausas c\u00edveis, criminais, trabalhistas e previdenci\u00e1rias\n_______________________________________________________\nRESULTANDO DEVIDA A INCID\u00caNCIA DO MESMO INDEXADOR NOS MESES SUBSEQUENTES A FEVEREIRO/91. (ART. 13 DA LEI 8.177). II \u2013 EM FACE DA POSI\u00c7\u00c3O DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL INADMITINDO A TR COMO FATOR DE ATUALIZA\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA SUBSTITUTIVO DO BTN, A CORRE\u00c7\u00c3O DOS VALORES, CUJA FORMA DE REAJUSTE ESTAVA, POR LEI OU CONTRATO, ATRELADA A VARIA\u00c7\u00c3O DO VALOR DE REFERIDO T\u00cdTULO DA D\u00cdVIDA P\u00daBLICA, CUMPRE SEJA PROCEDIDA, A PARTIR DA LEI 8.177/91, COM BASE NO INPC (REsp. 40.777/GO, Rel. Ministro S\u00c1LVIO DE FIGUEIREDO TEIXEIRA, QUARTA TURMA, julgado em 13/11/1995, DJ 11/12/1995, p. 43225) (grifamos) ADMINISTRATIVO - SFH - REAJUSTE DAS PRESTA\u00c7\u00d5ES E DO SALDO DEVEDOR - PLANO DE EQUIVAL\u00caNCIA SALARIAL (PES) INAPLICABILIDADE DA TR \u2013 ADIN 493-0/STF - VANTAGENS PESSOAIS INCORPORADAS DEFINITIVAMENTE AO SAL\u00c1RIO - INCLUS\u00c3O NO C\u00c1LCULO - DIVERG\u00caNCIA JURISPRUDENCIAL N\u00c3O COMPROVADA RISTJ, ART. 255 E PAR\u00c1GRAFOS - S\u00daMULA 13/STJ -PRECEDENTES STJ.- Nos contratos vinculados ao PES, o reajustamento das presta\u00e7\u00f5es deve obedecer \u00e0 varia\u00e7\u00e3o salarial dos mutu\u00e1rios, a fim de preservara equa\u00e7\u00e3o econ\u00f4mico-financeira do pactuado.- As vantagens pessoais incorporadas, definitivamente, ao sal\u00e1rio ou vencimento do mutu\u00e1rio, incluem-se na verifica\u00e7\u00e3o da equival\u00eancia para fixa\u00e7\u00e3o das parcelas.Declarada pelo STF a inconstitucionalidade da TR como fator de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria (ADIN 493-0), o reajustamento do saldo devedor,a exemplo das presta\u00e7\u00f5es mensais, tamb\u00e9m deve obedecer ao Plano de Equival\u00eancia Salarial.- Recurso conhecido e parcialmente provido(Resp 140.839/BA, Rel. Ministro FRANCISCO PE\u00c7ANHA MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 23/11/1999, DJ 21/02/2000, p. 112) (grifamos)\nSFH. PLANO DE EQUIVAL\u00caNCIA SALARIAL. REAJUSTE DAS PRESTA\u00c7\u00d5ES. ILEGITIMIDADE PASSIVA DA UNI\u00c3O. NULIDADE DO AC\u00d3RD\u00c3O. INOCORR\u00caNCIA. VANTAGENS PESSOAIS. INCLUS\u00c3O. CORRE\u00c7\u00c3O PELA TR. IMPOSSIBILIDADE. PRECEDENTES.(...)4. Inaplic\u00e1vel a TR como fator de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria Entendimento\n__________________________________________ Avenida Benedicto Leite de Negreiros, n\u00ba 646 \u2013 Centro - Bandeirantes, PR \u2013 86.360-000\nFone: (43) 3542-5021 \u2013 e-mail: adv.jur@hotmail.com\n\n\fADVOCACIA E ASSESSORIA JUR\u00cdDICA\nCausas c\u00edveis, criminais, trabalhistas e previdenci\u00e1rias\n_______________________________________________________\nconsagrado nesta Corte na esteira de orienta\u00e7\u00e3o tra\u00e7ada pelo STF.5. Recurso especial conhecido e parcialmente provido.(REsp 209.466/BA, Rel. Ministro FRANCISCO PE\u00c7ANHA MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 07/08/2001, DJ 17/06/2002, p. 231) (grifamos)\nTodavia, a Corte de Justi\u00e7a, fazendo uma releitura do voto do Ministro Moreira Alves do STF, mudou de entendimento, e passou a adotar a constitucionalidade da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, conforme demonstra o seguinte julgado:\nSISTEMA FINANCEIRO DA HABITA\u00c7\u00c3O. SALDO DEVEDOR. ATUALIZA\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA. TR.1. N\u00e3o \u00e9 inconstitucional a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria com base na Taxa Referencial - TR. O que \u00e9 inconstitucional \u00e9 sua aplica\u00e7\u00e3o retroativa. Foi isso o que decidiu o STF da ADI 493/DF, Pleno, Min. Moreira Alves, DJ de 04.09.1992, ao estabelecer o \u00e2mbito de incid\u00eancia da Lei 8.177, de 1991.2. Aos contratos de m\u00fatuo habitacional firmados no \u00e2mbito do SFH que prevejam a corre\u00e7\u00e3o do saldo devedor pela taxa b\u00e1sica aplic\u00e1vel aos dep\u00f3sitos da poupan\u00e7a aplica-se a Taxa Referencial, por expressa determina\u00e7\u00e3o legal. Precedentes da Corte Especial: AGEREsp 725917 / DF, Min. Laurita Vaz, DJ 19.06.2006; DERESP 453600 / DF, Min. Aldir Passarinho Junior, DJ 24.04.2006.3. Embargos de diverg\u00eancia a que se nega provimento.(EREsp 752.879/DF, Rel. Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI, CORTE ESPECIAL, julgado em 19/12/2006, DJ 12/03/2007, p. 184) (grifamos)\nEm rela\u00e7\u00e3o ao FGTS, h\u00e1 at\u00e9 a s\u00famula do STJ sobre a aplica\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. Neste sentido:\nA Taxa Referencial (TR) \u00e9 o \u00edndice aplic\u00e1vel, a t\u00edtulo de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, aos d\u00e9bitos com o FGTS recolhidos pelo empregador mas n\u00e3o repassados ao fundo. (S\u00famula 459, PRIMEIRA SE\u00c7\u00c3O, julgado em 25/08/2010, DJe 08/09/2010) Como dito alhures, aplica\u00e7\u00e3o de \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria se presta para recuperar o poder de compra do valor emprestado. Este poder de compra \u00e9 diretamente influenciado por um processo inflacion\u00e1rio. O pr\u00f3prio STJ\n__________________________________________ Avenida Benedicto Leite de Negreiros, n\u00ba 646 \u2013 Centro - Bandeirantes, PR \u2013 86.360-000\nFone: (43) 3542-5021 \u2013 e-mail: adv.jur@hotmail.com\n\n\fADVOCACIA E ASSESSORIA JUR\u00cdDICA\nCausas c\u00edveis, criminais, trabalhistas e previdenci\u00e1rias\n_______________________________________________________\nreconhece a influ\u00eancia da infla\u00e7\u00e3o e da defla\u00e7\u00e3o na composi\u00e7\u00e3o do \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, sen\u00e3o vejamos:\nPREVIDENCI\u00c1RIO E ECON\u00d4MICO. T\u00cdTULO EXECUTIVO JUDICIAL. DETERMINA\u00c7\u00c3ODE CORRE\u00c7\u00c3O MONET\u00c1RIA PELO IGP-M. \u00cdNDICES DE DEFLA\u00c7\u00c3O.APLICABILIDADE. OFENSA AO PRINC\u00cdPIO DA IRREDUTIBILIDADE DOS VENCIMENTOS. N\u00c3O OCORR\u00caNCIA. PRESERVA\u00c7\u00c3O DO VALOR NOMINAL DA OBRIGA\u00c7\u00c3O. PRECEDENTES.1. \"A corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria nada mais \u00e9 do que um mecanismo de manuten\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda, n\u00e3o devendo representar, consequentemente, por si s\u00f3, nem um plus nem um minus em sua subst\u00e2ncia. Corrigir o valor nominal da obriga\u00e7\u00e3o representa, portanto, manter, no tempo, o seu poder de compra original, alterado pelas oscila\u00e7\u00f5es inflacion\u00e1rias positivas e negativas ocorridas no per\u00edodo. Atualizar a obriga\u00e7\u00e3o levando em conta apenas oscila\u00e7\u00f5es positivas importaria distorcer a realidade econ\u00f4mica produzindo um resultado que n\u00e3o representa a simples manuten\u00e7\u00e3o do primitivo poder aquisitivo, mas um indevido acr\u00e9scimo no valor real. Nessa linha, estabelece o Manual de Orienta\u00e7\u00e3o de Procedimento de C\u00e1lculos aprovado pelo Conselho da Justi\u00e7a Federal que, n\u00e3o havendo decis\u00e3o judicial em contr\u00e1rio, \"os \u00edndices negativos de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria (defla\u00e7\u00e3o) ser\u00e3o considerados no c\u00e1lculo de atualiza\u00e7\u00e3o\", com a ressalva de que, se, no c\u00e1lculo final, 'a atualiza\u00e7\u00e3o implicar redu\u00e7\u00e3o do principal, deve prevalecer o valor nominal'\" (Corte Especial, REsp 1.265.580/RS, Rel. Min. TEORI ALBINO ZAVASCKI, DJe18/4/12).2. No precedente da Corte Especial, mencionado na decis\u00e3o agravada, ficou expressamente consignado que se, na atualiza\u00e7\u00e3o da d\u00edvida, houver redu\u00e7\u00e3o do principal, deve prevalecer o valor nominal, em respeito ao princ\u00edpio da irredutibilidade de vencimentos, previsto nos arts. 7\u00ba, VI e 37, XV, da Constitui\u00e7\u00e3o Federal.3. A compreens\u00e3o no sentido de que n\u00e3o h\u00e1 viola\u00e7\u00e3o ao princ\u00edpio da irredutibilidade dos vencimentos, quando preservado o valor nominal da obriga\u00e7\u00e3o, encontra respaldo na jurisprud\u00eancia do STF e do STJ.4. Agravo regimental improvido. (AgRg nos\nEREsp 1252558/RS, Rel. Ministro SERGIO KUKINA, PRIMEIRA SE\u00c7\u00c3O, julgado em 13/03/2013, DJe 21/03/2013)\n__________________________________________ Avenida Benedicto Leite de Negreiros, n\u00ba 646 \u2013 Centro - Bandeirantes, PR \u2013 86.360-000\nFone: (43) 3542-5021 \u2013 e-mail: adv.jur@hotmail.com\n\n\fADVOCACIA E ASSESSORIA JUR\u00cdDICA\nCausas c\u00edveis, criminais, trabalhistas e previdenci\u00e1rias\n_______________________________________________________\nN\u00e3o podemos nos esquecer de que a cultura da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria est\u00e1 de tal forma arraigada ao nosso sistema econ\u00f4mico, que o pr\u00f3prio C\u00f3digo Civil de 2002, traz diversos dispositivos garantindo atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria:\nArt. 389. N\u00e3o cumprida a obriga\u00e7\u00e3o, responde o devedor por perdas e danos, mais juros e atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria segundo \u00edndices oficiais regularmente estabelecidos, e honor\u00e1rios de advogado. Art. 395. Responde o devedor pelos preju\u00edzos a que sua mora der causa, mais juros, atualiza\u00e7\u00e3o dos valores monet\u00e1rios segundo \u00edndices oficiais regularmente estabelecidos, e honor\u00e1rios de advogado. Art. 404. As perdas e danos, nas obriga\u00e7\u00f5es de pagamento em dinheiro, ser\u00e3o pagas com atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria segundo \u00edndices oficiais regularmente estabelecidos, abrangendo juros, custas e honor\u00e1rios de advogado, sem preju\u00edzo da pena convencional. Art. 418. Se a parte que deu as arras n\u00e3o executar o contrato, poder\u00e1 a outra t\u00ea-lo por desfeito, retendo-as; se a inexecu\u00e7\u00e3o for de quem recebeu as arras, poder\u00e1 quem as deu haver o contrato por desfeito, e exigir sua devolu\u00e7\u00e3o mais o equivalente, com atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria segundo \u00edndices oficiais regularmente estabelecidos, juros e honor\u00e1rios de advogado. Art. 772. A mora do segurador em pagar o sinistro obriga \u00e0 atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria da indeniza\u00e7\u00e3o devida segundo \u00edndices oficiais regularmente estabelecidos, sem preju\u00edzo dos juros morat\u00f3rios. Art. 884. Aquele que, sem justa causa, se enriquecer \u00e0 custa de outrem, ser\u00e1 obrigado a restituir o indevidamente auferido, feita a atualiza\u00e7\u00e3o dos valores monet\u00e1rios.\nEste retrospecto da evolu\u00e7\u00e3o legal e jurisprudencial a respeito da aplica\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria se fez necess\u00e1rio para que pud\u00e9ssemos chegar ao n\u00facleo do argumento desta a\u00e7\u00e3o.\nHoje, no pa\u00eds, h\u00e1 dois tipos de \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. \u00cdndices que refletem a infla\u00e7\u00e3o e, portanto, recuperam o poder de compra do valor aplicado, como o IPCA e o INPC, e um \u00edndice que n\u00e3o reflete a infla\u00e7\u00e3o, e consequentemente n\u00e3o recupera o poder de compra do valor aplicado \u2013 a Taxa Referencial/TR.\n__________________________________________ Avenida Benedicto Leite de Negreiros, n\u00ba 646 \u2013 Centro - Bandeirantes, PR \u2013 86.360-000\nFone: (43) 3542-5021 \u2013 e-mail: adv.jur@hotmail.com\n\n\fADVOCACIA E ASSESSORIA JUR\u00cdDICA\nCausas c\u00edveis, criminais, trabalhistas e previdenci\u00e1rias\n_______________________________________________________\nHistoricamente, \u00e9 preciso lembrar que a Taxa Referencial nunca foi igual \u00e0 infla\u00e7\u00e3o. Nem quando experimentamos hiperinfla\u00e7\u00e3o, nem quando experimentamos defla\u00e7\u00e3o. Todavia, os \u00edndices da TR, do INPC e do IPCA, sempre andaram pr\u00f3ximos. Em outras palavras, imperava a razoabilidade nos \u00edndices da TR para que pudessem atingir a finalidade de corre\u00e7\u00e3o do valor do capital.\n\nANO 1991 1992 1993 1994 1995 1996\n\nTR 335,51% 1.156,22% 2.474,73% 951,19% 31,6207% 9,5551%\n\nINPC 475,11% 1.149,05% 2.489,11% 929,32% 21,98% 9,125%\n\nIPCA 472,69% 1.119,09% 2,477,15% 916,43% 22,41% 9,56%\n\nN\u00e3o obstante, o cen\u00e1rio come\u00e7a a mudar a partir de 1999. A TR se distancia expressivamente do INPC e do IPCA, ao ponto de hoje a infla\u00e7\u00e3o superar 6% ao ano e a TR ser igual a zero. Logo, ela n\u00e3o se presta para o fim de manter o poder aquisitivo dos dep\u00f3sitos do FGTS, que s\u00e3o um patrim\u00f4nio do trabalhador.\nO sentimento geral \u00e9 que h\u00e1 muito tempo o FGTS \u00e9 um fundo in\u00edquo por ele n\u00e3o ter recomposi\u00e7\u00e3o inflacion\u00e1ria dos seus recursos. Na verdade, o trabalhador n\u00e3o est\u00e1 financiando programas de habita\u00e7\u00e3o popular, saneamento b\u00e1sico e infraestrutura urbana, ele est\u00e1 subsidiando.\nAo contr\u00e1rio de outros investimentos, o FGTS n\u00e3o \u00e9 um fundo de livre disposi\u00e7\u00e3o por parte do trabalhador, n\u00e3o podendo ele decidir sponte pr\u00f3pria quais as aplica\u00e7\u00f5es que lhe s\u00e3o mais convenientes ou rent\u00e1veis. O trabalhador tem que se submeter a pol\u00edticas econ\u00f4micas e sociais que lhe s\u00e3o altamente prejudiciais.\nOra, mas a pr\u00f3pria Lei do FGTS diz em seu artigo 2\u00ba que \u00e9 garantida a atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e juros. Quando a TR \u00e9 igual a zero este artigo \u00e9 descumprido. Quando a TR \u00e9 m\u00ednima e totalmente desproporcional em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 infla\u00e7\u00e3o, este artigo tamb\u00e9m \u00e9 descumprido e o patrim\u00f4nio do trabalhador \u00e9 subtra\u00eddo por quem tem o dever legal de administr\u00e1-lo.\n\n__________________________________________ Avenida Benedicto Leite de Negreiros, n\u00ba 646 \u2013 Centro - Bandeirantes, PR \u2013 86.360-000\nFone: (43) 3542-5021 \u2013 e-mail: adv.jur@hotmail.com\n\n\fADVOCACIA E ASSESSORIA JUR\u00cdDICA\nCausas c\u00edveis, criminais, trabalhistas e previdenci\u00e1rias\n_______________________________________________________\nEm um cen\u00e1rio de TR zero e infla\u00e7\u00e3o p\u00fablica e not\u00f3ria, estamos diante de uma situa\u00e7\u00e3o de confisco. O Governo Federal, atrav\u00e9s da Caixa Econ\u00f4mica Federal, est\u00e1 confiscando os rendimentos dos trabalhadores, para subsidiar pol\u00edticas p\u00fablicas, sem a menor possibilidade de inger\u00eancia destes trabalhadores.\nAssim como em nosso Estado Democr\u00e1tico de Direito, a Constitui\u00e7\u00e3o veda que se utilize o tributo com efeito de confisco, o trabalhador n\u00e3o pode ser punido com o confisco do que a pr\u00f3pria Caixa define em seu s\u00edtio eletr\u00f4nico, como um patrim\u00f4nio do trabalhador, e definitivamente o \u00e9.\nQuando se fala em patrim\u00f4nio, imediatamente sobrev\u00e9m li\u00e7\u00e3o da Professora Maria Helena Diniz ao comentar o artigo 91 do Novo C\u00f3digo Civil:\nArt. 91. Constitui universalidade de direito o complexo de rela\u00e7\u00f5es jur\u00eddicas de uma pessoa, dotadas de valor econ\u00f4mico. Universalidade de direito. \u00c9 a constitu\u00edda por bens singulares corp\u00f3reos heterog\u00eaneos ou incorp\u00f3reos (complexo de rela\u00e7\u00f5es jur\u00eddicas), a que a norma jur\u00eddica, com o intuito de produzir certos efeitos, d\u00e1 unidade, por serem dotados de valor econ\u00f4mico, como p. ex., o patrim\u00f4nio (...) O patrim\u00f4nio e a heran\u00e7a s\u00e3o considerados como um conjunto, ou seja, como uma universalidade. Embora se constituam ou n\u00e3o de bens materiais e de cr\u00e9ditos, esses bens se unificam numa express\u00e3o econ\u00f4mica, que \u00e9 o valor. O patrim\u00f4nio \u00e9 complexo de rela\u00e7\u00f5es jur\u00eddicas de uma pessoa apreci\u00e1veis economicamente. Incluem-se no patrim\u00f4nio: a posse, os direitos reais, as obriga\u00e7\u00f5es e as a\u00e7\u00f5es correspondentes a tais direitos. O patrim\u00f4nio abrange direitos e deveres redut\u00edveis a dinheiro. (C\u00f3digo Civil Anotado, Ed. Saraiva, pag. 100) (grifamos). Levando em conta que a rela\u00e7\u00e3o jur\u00eddica entre os trabalhadores e a Caixa \u00e9 de direito pessoal, o artigo 233 do C\u00f3digo Civil se torna inafast\u00e1vel, na medida em que determina que a obriga\u00e7\u00e3o de dar coisa certa abrange os acess\u00f3rios, ainda que n\u00e3o mencionados.\nArt. 233. A obriga\u00e7\u00e3o de dar coisa certa abrange os acess\u00f3rios dela embora n\u00e3o mencionados, salvo se o contr\u00e1rio resultar do t\u00edtulo ou das circunst\u00e2ncias do caso. Ora, acess\u00f3rios de dinheiro s\u00e3o os juros e a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria.\n__________________________________________ Avenida Benedicto Leite de Negreiros, n\u00ba 646 \u2013 Centro - Bandeirantes, PR \u2013 86.360-000\nFone: (43) 3542-5021 \u2013 e-mail: adv.jur@hotmail.com\n\n\fADVOCACIA E ASSESSORIA JUR\u00cdDICA\nCausas c\u00edveis, criminais, trabalhistas e previdenci\u00e1rias\n_______________________________________________________\nE ent\u00e3o voltamos \u00e0 Taxa Referencial.\nb) Da Manipula\u00e7\u00e3o da TR pelo Banco Central/CMN\nIndependentemente da discuss\u00e3o sobre sua natureza jur\u00eddica, vamos aqui partir do pressuposto, assentado pela jurisprud\u00eancia, principalmente do STJ, que a TR \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria.\nTanto o artigo 1\u00ba da lei n\u00ba 8.177/91 quando o artigo 5\u00ba da Lei n\u00ba 10.192/01 (que convolou a MP 1.053/95) atribu\u00edram ao Banco Central a regulamenta\u00e7\u00e3o da metodologia de c\u00e1lculo da TR, conforme crit\u00e9rio estabelecido na lei e a expedi\u00e7\u00e3o das instru\u00e7\u00f5es necess\u00e1rias ao cumprimento do artigo que criou a TBF.\nArt. 1\u00b0 O Banco Central do Brasil divulgar\u00e1 Taxa Referencial (TR), calculada a partir da remunera\u00e7\u00e3o mensal m\u00e9dia l\u00edquida de impostos, dos dep\u00f3sitos a prazo fixo captados nos bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos m\u00faltiplos com carteira comercial ou de investimentos, caixas econ\u00f4micas, ou dos t\u00edtulos p\u00fablicos federais, estaduais e municipais, de acordo com metodologia a ser aprovada pelo Conselho Monet\u00e1rio Nacional, no prazo de sessenta dias, e enviada ao conhecimento do Senado Federal. . (Lei n\u00ba 8177/91) Artigo 5\u00ba Fica institu\u00edda Taxa B\u00e1sica Financeira \u2013 TBF, para ser utilizada exclusivamente como base de remunera\u00e7\u00e3o de opera\u00e7\u00f5es realizadas no mercado financeiro, de prazo de dura\u00e7\u00e3o igual ou superior a sessenta dias. Par\u00e1grafo \u00fanico. O Conselho Monet\u00e1rio Nacional expedir\u00e1 as instru\u00e7\u00f5es necess\u00e1rias ao cumprimento do disposto neste artigo, podendo inclusive, ampliar o prazo m\u00ednimo previsto no caput. (Lei n\u00ba 10.192/01)\nNo mister de regulamentar a TR, o Banco Central/CMN vem ao longo dos anos criando e reinventando f\u00f3rmulas para encontr\u00e1-la. Pelo menos desde a Resolu\u00e7\u00e3o 2.075, de 26 de maio de 1994, h\u00e1 f\u00f3rmulas para encontrar a TR. Todavia, \u00e9 com a institui\u00e7\u00e3o da Taxa B\u00e1sica Financeira, pela Medida Provis\u00f3ria 1.053/95, de 30 de junho de 1995, que a forma de c\u00e1lculo da TR sofre uma expressiva reviravolta.\n__________________________________________ Avenida Benedicto Leite de Negreiros, n\u00ba 646 \u2013 Centro - Bandeirantes, PR \u2013 86.360-000\nFone: (43) 3542-5021 \u2013 e-mail: adv.jur@hotmail.com\n\n\fADVOCACIA E ASSESSORIA JUR\u00cdDICA\nCausas c\u00edveis, criminais, trabalhistas e previdenci\u00e1rias\n_______________________________________________________\nDesde a Resolu\u00e7\u00e3o 2.437, de 30 de outubro de 1997, a TR \u00e9 calculada levando em conta a Taxa B\u00e1sica Financeira e um Redutor.\nA Resolu\u00e7\u00e3o 3.354/06, hoje vigente sobre o assunto, diz o seguinte: Art. 1\u00ba Estabelecer que, para fins de c\u00e1lculo da Taxa B\u00e1sica Financeira TBF e da Taxa Referencial - TR, de que tratam os arts. 1\u00ba da Lei 8.177, de 1\u00ba de mar\u00e7o de 1991, 1\u00ba da Lei 8.660, de 28 de maio de 1993, e 5\u00ba da Lei 10.192, de 14 de fevereiro de 2001, deve ser constitu\u00edda amostra das 30 maiores institui\u00e7\u00f5es financeiras do Pa\u00eds, assim consideradas em fun\u00e7\u00e3o do volume de capta\u00e7\u00e3o efetuado por meio de certificados e recibos de dep\u00f3sito banc\u00e1rio (CDB/RDB), com prazo de 30 a 35 dias corridos, inclusive, e remunerados a taxas prefixadas, entre bancos m\u00faltiplos, bancos comerciais, bancos de investimento e caixas econ\u00f4micas. Art. 2\u00ba A TBF e a TR s\u00e3o calculadas a partir da remunera\u00e7\u00e3o mensal m\u00e9dia dos CDB/RDB emitidos a taxas de mercado prefixadas, com prazo de 30 a 35 dias corridos, inclusive, com base em informa\u00e7\u00f5es prestadas pelas institui\u00e7\u00f5es integrantes da amostra de que trata o art. 1\u00ba, na forma a ser determinada pelo Banco Central do Brasil. Art. 4\u00ba Para cada dia do m\u00eas - dia de refer\u00eancia -, o Banco Central do Brasil deve calcular a TBF, para o per\u00edodo de um m\u00eas, com in\u00edcio no pr\u00f3prio dia de refer\u00eancia e t\u00e9rmino no dia correspondente ao dia de refer\u00eancia no m\u00eas seguinte, considerada a hip\u00f3tese prevista no \u00a7 2\u00ba, inciso IV. (...) Art. 5\u00ba Para cada TBF obtida, segundo a metodologia descrita no art. 4\u00ba, deve ser calculada a correspondente TR, pela aplica\u00e7\u00e3o de um redutor \"R\", de acordo com a seguinte f\u00f3rmula: TR = max {0,100 {[ (1 + TBF/100) / R ] - 1}} (em %). \u00a7 1\u00ba O valor do redutor 'R' deve ser calculado para todos os dias, inclusive n\u00e3o-\u00fateis, de acordo com a seguinte f\u00f3rmula: R = (a + b. TBF/100), onde:Resolu\u00e7\u00e3o n\u00ba 3354, de 31 de mar\u00e7o de 2006. TBF = TBF relativa ao dia de refer\u00eancia; a = 1,005;\n__________________________________________ Avenida Benedicto Leite de Negreiros, n\u00ba 646 \u2013 Centro - Bandeirantes, PR \u2013 86.360-000\nFone: (43) 3542-5021 \u2013 e-mail: adv.jur@hotmail.com\n\n\fADVOCACIA E ASSESSORIA JUR\u00cdDICA\nCausas c\u00edveis, criminais, trabalhistas e previdenci\u00e1rias\n_______________________________________________________\nb = valor determinado de acordo com a tabela abaixo, em fun\u00e7\u00e3o da TBF obtida, segundo a metodologia descrita no art. 4\u00ba, em termos percentuais ao ano: TBF (% a.a.) b TBF maior que 16 0,48 TBF menor ou igual a 16 e maior que 15 0,44 TBF menor ou igual a 15 e maior que 14 0,40 TBF menor ou igual a 14 e maior que 13 0,36 TBF menor ou igual a 13 e maior ou igual a 11 0,32 Reda\u00e7\u00e3o dada pela Resolu\u00e7\u00e3o 3.446, de 05/03/2007. \u00a7 2\u00ba Fica o Banco Central do Brasil autorizado a determinar o valor do par\u00e2metro \"b\" no caso de a TBF obtida ser inferior a 11% a.a. (onze por cento ao ano). O peculiar nesta determina\u00e7\u00e3o do Banco Central/CMN, que de resto se repete desde 1997, \u00e9 que a TBF e TR s\u00e3o exatamente iguais em sua g\u00eanese at\u00e9 o momento em que se determina que se aplique um redutor \u00e0 TBF para se chegar \u00e0 TR. N\u00e3o h\u00e1 na Lei da TR previs\u00e3o de aplica\u00e7\u00e3o de redutor, assim como n\u00e3o h\u00e1 na Lei que criou a TBF. Todavia, causa estranheza que diante de um comando aberto como o do art. 5\u00ba da MP n\u00ba 1.503/95 (Lei n\u00ba 10.192/01), o Banco Central/CMN, com amplos poderes para regulamentar o assunto, n\u00e3o tenha institu\u00eddo um redutor, mas o tenha feito ao regulamentar o artigo 1\u00ba da lei n\u00ba 8.177/91, que n\u00e3o era t\u00e3o flex\u00edvel. O Economista C\u00e9sar Roberto Buzin explica o qu\u00ea o Banco Central/CMN est\u00e1 fazendo com a TR, neste trecho do Parecer Econ\u00f4mico que se junta a esta inicial. Objeto de discuss\u00e3o \u00e9 a utiliza\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, que apesar de n\u00e3o ter sido criada como um \u00edndice de indexa\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, vem sendo utilizada para tal finalidade na corre\u00e7\u00e3o dos valores aplicados \u00e0 caderneta de poupan\u00e7a e outras aplica\u00e7\u00f5es como os dep\u00f3sitos do FGTS, dinheiro pertencente aos trabalhadores, por\u00e9m, com gest\u00e3o de terceiros.\n__________________________________________ Avenida Benedicto Leite de Negreiros, n\u00ba 646 \u2013 Centro - Bandeirantes, PR \u2013 86.360-000\nFone: (43) 3542-5021 \u2013 e-mail: adv.jur@hotmail.com\n\n\fADVOCACIA E ASSESSORIA JUR\u00cdDICA\nCausas c\u00edveis, criminais, trabalhistas e previdenci\u00e1rias\n_______________________________________________________\n\nA posi\u00e7\u00e3o adotada pelo Superior Tribunal de Justi\u00e7a, em agosto de 2010, a\n\nrespeito da utiliza\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria foi\n\nsacramentada por meio da cria\u00e7\u00e3o da S\u00famula 454, com a seguinte\n\nreda\u00e7\u00e3o: \u201cPactuada a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria nos contrato do SFH pelo\n\nmesmo \u00edndice aplic\u00e1vel \u00e0 caderneta de poupan\u00e7a, incide a Taxa\n\nReferencial (TR) a partir da vig\u00eancia da Lei 8.177/91\u201d.\n\nA TR \u00e9 calculada a partir da Taxa B\u00e1sica Financeira (TBF), uma m\u00e9dia de\n\ntaxas de juros pagas nas aplica\u00e7\u00f5es em certificados de dep\u00f3sitos\n\nbanc\u00e1rios (CDB) emitidas pelas 30 maiores institui\u00e7\u00f5es financeiras.\n\nPara calcular o valor da TR, \u00e9 preciso aplicar um redutor sobre a TBF, que\n\ndepende de dois par\u00e2metros, chamados de \u201ca\u201d e \u201cb\u201d. O par\u00e2metro \u201ca\u201d \u00e9 o\n\nfator de 1,005, equivalente \u00e0 remunera\u00e7\u00e3o da caderneta antiga, ou seja,\n\n0,5% ao m\u00eas, ou 6,17% ao ano de juros remunerat\u00f3rio. Enquanto que o \u201cb\u201d\n\n\u00e9 um decimal menor do que 1, arbitrado pelo BACEN e que varia de\n\nacordo com o n\u00edvel de taxa de juros b\u00e1sica da economia, divulgada ap\u00f3s\n\nas reuni\u00f5es do Comit\u00ea de Pol\u00edtica Monet\u00e1ria do BC (Copom).\n\nPara calcular o redutor (R) o par\u00e2metro \u201cb\u201d \u00e9 multiplicado pelo valor da\n\nTBF e somado ao par\u00e2metro \u201ca\u201d, ou seja,\n\nR= a + b x TBF\n\nTR= 1+TBF \u2013 1\n\nA f\u00f3rmula significa que os novos dep\u00f3sitos realizados nas contas de\n\ndep\u00f3sitos de poupan\u00e7a tenham como remunera\u00e7\u00e3o adicional (TR): (i) 0,5%\n\na. m. enquanto a meta da taxa SELC, taxa b\u00e1sica de juros, definida pelo\n\nBACEN, estiver acima de 8,5% a.a e (ii) 70% da meta da taxa SELIC,\n\nmensalizada, vigente na data do in\u00edcio do per\u00edodo de rendimento.\n\nNo n\u00edvel atual de taxa de juros decrescente de uma economia estabilizada\n\ne num cen\u00e1rio para os pr\u00f3ximos anos, de juros baixos, a TR permanecer\u00e1\n\npor um longo per\u00edodo indeterminado como zero.\n\nNa esteira do que foi deduzido no Parecer, um quadro comparativo\n\nentre os percentuais da TR, INPC e IPCA, desde 1997, os dep\u00f3sitos nas contas\n\nvinculadas do FGTS dos trabalhadores est\u00e3o perdendo poder de compra,\n\nnotadamente a partir de 1999.\n\nANO\n\nTR\n\nINPC\n\nIPCA\n\n__________________________________________ Avenida Benedicto Leite de Negreiros, n\u00ba 646 \u2013 Centro - Bandeirantes, PR \u2013 86.360-000\nFone: (43) 3542-5021 \u2013 e-mail: adv.jur@hotmail.com\n\n\fADVOCACIA E ASSESSORIA JUR\u00cdDICA\nCausas c\u00edveis, criminais, trabalhistas e previdenci\u00e1rias\n_______________________________________________________\n\n1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 (at\u00e9 mar\u00e7o)\n\n9,7849% 7,7938% 5,7295% 2,0962% 2,2852% 2,8023% 4,6485% 1,8184% 2,8335% 2,0377% 1,4452% 1,6348% 0,7090% 0,6887% 1,2079% 0,2897% 0,00%\n\n4,34% 2,49% 8,43% 5,27% 9,44% 14,74% 10,38% 6,13% 5,05% 2,81% 5,15% 6,48% 4,11% 6,46% 6,07% 6,17% 2,05%\n\n5,22% 1,65% 8,94% 5,97% 7,67% 12,53% 9,30% 7,60% 5,69% 3,14% 4,46% 5,90% 4,31% 5,91% 6,50% 5,84% 1,94%\n\nExcel\u00eancia, hoje, o trabalhador que tem seu dinheiro aplicado no FGTS, e de l\u00e1 n\u00e3o pode retir\u00e1-lo para outro investimento, est\u00e1 sendo remunerado com 0,247% de juros ao m\u00eas e mais nada. N\u00e3o h\u00e1 nem corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria nem Taxa Referencial (independentemente da sua natureza jur\u00eddica), em flagrante ofensa ao artigo 2\u00ba da Lei n\u00ba 8.036/90, que imp\u00f5e a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos valores depositados pelo empregador.\nAinda que se argumente que a aplica\u00e7\u00e3o do Redutor pelo Banco Central/CMN seja legal, sua redu\u00e7\u00e3o a zero em um cen\u00e1rio de infla\u00e7\u00e3o superior a 6% ao ano, configura flagrante afronta ao artigo 2\u00ba da Lei n\u00ba 8.036/90, que determina a atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, bem como ao artigo 233 do C\u00f3digo Civil, quando sonega os acess\u00f3rios da obriga\u00e7\u00e3o de dar.\nMas \u00e9 necess\u00e1rio ir mais al\u00e9m e revisitar o entendimento jurisprudencial sobre a TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, m\u00e1xime a partir da\n\n__________________________________________ Avenida Benedicto Leite de Negreiros, n\u00ba 646 \u2013 Centro - Bandeirantes, PR \u2013 86.360-000\nFone: (43) 3542-5021 \u2013 e-mail: adv.jur@hotmail.com\n\n\fADVOCACIA E ASSESSORIA JUR\u00cdDICA\nCausas c\u00edveis, criminais, trabalhistas e previdenci\u00e1rias\n_______________________________________________________\ninstitui\u00e7\u00e3o de um redutor que tem por efeito zerar o \u00edndice da TR em um ambiente de infla\u00e7\u00e3o.\nO quadro comparativo mostra que a TR n\u00e3o se presta como atualizador monet\u00e1rio do FGTS, pelo menos desde janeiro de 1999. Desde o momento em que o Banco Central/CMN estabeleceu um redutor para a TR, ela deixou de ser um \u00edndice confi\u00e1vel para atualizar monetariamente as contas do FGTS, porque se descola dos \u00edndices de infla\u00e7\u00e3o, sendo reduzido ano a ano. A finalidade da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u00e9 manter o poder de compra do capital, e esta finalidade nem de perto vem sendo alcan\u00e7ada pela TR. A anula\u00e7\u00e3o total da TR \u00e9 s\u00f3 o desfecho desta pol\u00edtica predat\u00f3ria para o trabalhador.\nO trabalhador, que luta para formar um patrim\u00f4nio, tem que poder confiar na lei. Esta confian\u00e7a est\u00e1 quebrada.\nH\u00e1 a n\u00edtida expropria\u00e7\u00e3o do patrim\u00f4nio do trabalhador, na medida em que se nega a ele a devida atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. Como dito no estudo acostado \u00e0 inicial:\nA atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u00e9 o elemento mais importante do mercado financeiro, pois sem a medi\u00e7\u00e3o precisa da perda do poder aquisitivo da moeda com o decorrer do tempo, ocorre uma gigantesca destrui\u00e7\u00e3o de valor. O objetivo fundamental de escolha de um \u00edndice de atualiza\u00e7\u00e3o nos ativos (neg\u00f3cios, contratos, aplica\u00e7\u00f5es e etc) \u00e9 de proteger o patrim\u00f4nio, evitando que ele seja corro\u00eddo pela infla\u00e7\u00e3o. O Poder Judici\u00e1rio h\u00e1 de se opor a este esbulho, confisco, expropria\u00e7\u00e3o que o trabalhador est\u00e1 sofrendo, desde janeiro de 1999, com as constantes redu\u00e7\u00f5es da TR em rela\u00e7\u00e3o aos \u00edndices de infla\u00e7\u00e3o, culminando na sua completa nulidade, ininterruptamente, desde setembro de 2012. Em 1991 e 1992, quando o STF julgou a ADI 493-0/DF, ele deixou bem assentado que a TR n\u00e3o constitu\u00eda \u00edndice que refletia a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda. Esta caracter\u00edstica da TR tem se confirmado ao longo dos anos. A sua aplica\u00e7\u00e3o aos saldos dos dep\u00f3sitos do FGTS tem gerado \u201cgigantesca destrui\u00e7\u00e3o de valor\u201d do patrim\u00f4nio do trabalhador. H\u00e1 anos, os trabalhadores que tem dep\u00f3sitos no FGTS n\u00e3o experimentam ganhos reais em sua aplica\u00e7\u00e3o. Ao\n__________________________________________ Avenida Benedicto Leite de Negreiros, n\u00ba 646 \u2013 Centro - Bandeirantes, PR \u2013 86.360-000\nFone: (43) 3542-5021 \u2013 e-mail: adv.jur@hotmail.com\n\n\fADVOCACIA E ASSESSORIA JUR\u00cdDICA\nCausas c\u00edveis, criminais, trabalhistas e previdenci\u00e1rias\n_______________________________________________________\ncontr\u00e1rio. H\u00e1 muito tempo, os trabalhadores tem rendimentos inferiores \u00e0 infla\u00e7\u00e3o, mesmo levando em conta a remunera\u00e7\u00e3o dos juros de 3% ao ano.\nO que torna a TR um \u00edndice inid\u00f4neo \u00e9 a intensa inger\u00eancia do Banco Central/CMN na sua formula\u00e7\u00e3o. Como explica o Economista C\u00e9sar Buzim:\nA TR deveria servir como refer\u00eancia para os juros vigentes no Brasil, sendo divulgada mensalmente, a fim de evitar que a taxa de juros no m\u00eas corrente refletisse a infla\u00e7\u00e3o do m\u00eas anterior, apesar das suas caracter\u00edsticas, foi usada como \u00edndice econ\u00f4mico de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria (...) A mudan\u00e7a no comportamento da TR n\u00e3o se deve somente a oscila\u00e7\u00f5es da economia, mas tamb\u00e9m \u00e0 sistem\u00e1tica apurat\u00f3ria desse \u00edndice. Inicialmente, ficou estabelecido que o BACEN efetuaria o c\u00e1lculo da TR a partir da remunera\u00e7\u00e3o mensal m\u00e9dia dos certificados e recibos de dep\u00f3sito banc\u00e1rio (CDB/RDB) emitidos por uma amostra de institui\u00e7\u00f5es financeiras, levando em conta a taxa m\u00e9dia de remunera\u00e7\u00e3o dos CDB/RDB\u00b4s e um redutor fixado por resolu\u00e7\u00e3o do CMN. Como consequ\u00eancia da atua\u00e7\u00e3o do BACEN, a taxa referencial deixou de refletir o \u00edndice inflacion\u00e1rio a partir de 1999. (...) O preju\u00edzo causado aos trabalhadores devido \u00e0 aplica\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u00e9 tamanho que quando analisado o fator de corre\u00e7\u00e3o acumulado do FGTS visualiza-se que a rentabilidade desse fundo n\u00e3o supera os \u00edndices inflacion\u00e1rios desde 2002, rendendo menos que a infla\u00e7\u00e3o a partir de 2007, apesar da aplica\u00e7\u00e3o de juros de 3% a.a. Diante do exposto, podemos afirmar que a TR n\u00e3o rep\u00f5e mais as perdas inflacion\u00e1rias, o que afeta consideravelmente os poupadores, bem como os trabalhadores que possuem o FGTS. (...) Com base nas normas Resolu\u00e7\u00e3o CMN n\u00ba 2.437, de 30.10.98, Resolu\u00e7\u00e3o CMN n\u00ba 2.604, de 23.04.99. resolu\u00e7\u00e3o CMN n\u00ba 2.809, de 21.12.00, Resolu\u00e7\u00e3o CMN n\u00ba 3.354 de 31.03.2006, Resolu\u00e7\u00e3o CMN n\u00ba 3.446 de 05.03.2007 e Circular n\u00ba 3.356 de 11.07.2007, que estabeleceram no decorrer dos anos a forma de c\u00e1lculo da TR, bem como nas informa\u00e7\u00f5es disponibilizadas pelo BACEN foi constru\u00edda planilha demonstrando a\n__________________________________________ Avenida Benedicto Leite de Negreiros, n\u00ba 646 \u2013 Centro - Bandeirantes, PR \u2013 86.360-000\nFone: (43) 3542-5021 \u2013 e-mail: adv.jur@hotmail.com\n\n\fADVOCACIA E ASSESSORIA JUR\u00cdDICA\nCausas c\u00edveis, criminais, trabalhistas e previdenci\u00e1rias\n_______________________________________________________\n\nevolu\u00e7\u00e3o do fator de pondera\u00e7\u00e3o \u201cb\u201d, elemento essencial para o c\u00e1lculo do\n\nredutor da TR.\n\nAs primeiras mudan\u00e7as significativas da TR ocorreram atrav\u00e9s das\n\nResolu\u00e7\u00f5es CMN n\u00ba 2.387/97 e n\u00ba 2.437/97 que estabeleceram a f\u00f3rmula\n\nde c\u00e1lculo do redutor da TR com duas novas vari\u00e1veis, ambas definidas\n\npelo BACEN, quais sejam: a constante \u201ca\u201d e o fator de pondera\u00e7\u00e3o \u201cb\u201d.\n\nA partir da Resolu\u00e7\u00e3o CMN n\u00ba 2.809/2000, o BACEN passou a determinar\n\no fator \u201cb\u201d, sem crit\u00e9rio t\u00e9cnico conhecido, a partir de certo patamar,\n\nconforme visualizado na tabela abaixo:\n\nMS \u2013 \u00e9 a meta para a taxa SELIC em (% a.a)\n\nMS\n\n\u201cb\u201d\n\nMS\n\n>\n\n16\n\n0,48\n\n16 >=\n\nMS >15 0,44\n\n15 >=\n\nMS >14 0,40\n\n14 >=\n\nMS >13 0,36\n\n13 >=\n\nMS >12 0,32\n\n12 >=\n\nMS >11 0,28\n\n11 >=\n\nMS >10 0,24\n\n10\n\nAbaixo de 10 fator \u201cb\u201d determinado pelo BACEN\n\nEssa discricionariedade do BACEN na valora\u00e7\u00e3o do fator \u201cb\u201d, acolhida\n\npelas circulares e resolu\u00e7\u00f5es posteriores, impactou o c\u00e1lculo do Redutor\n\nda TR.\n\nDe pouco adiantaria ao trabalhador que fosse determinado ao Banco\n\nCentral/CMN que recalculasse a TR, pois uma nova f\u00f3rmula estaria igualmente sob\n\na discricionariedade e subjetivismo total do Banco. Basta avaliar a sucess\u00e3o de\n\nresolu\u00e7\u00f5es do Banco Central/CMN sobre o tema, conforme Parecer do referido\n\nEconomista.\n\nPartindo da premissa inequ\u00edvoca de que a TR n\u00e3o rep\u00f5e as perdas\n\nmonet\u00e1rias dos dep\u00f3sitos do FGTS, outro caminho n\u00e3o existe se n\u00e3o o de adotar um\n\nnovo \u00edndice que verdadeiramente corrija estes dep\u00f3sitos.\n\n__________________________________________ Avenida Benedicto Leite de Negreiros, n\u00ba 646 \u2013 Centro - Bandeirantes, PR \u2013 86.360-000\nFone: (43) 3542-5021 \u2013 e-mail: adv.jur@hotmail.com\n\n\fADVOCACIA E ASSESSORIA JUR\u00cdDICA\nCausas c\u00edveis, criminais, trabalhistas e previdenci\u00e1rias\n_______________________________________________________\nc) Dos \u00cdndices que efetivamente produzem corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria\nA Lei de Introdu\u00e7\u00e3o \u00e0s Normas do direito Brasileiro estabelece em seu artigo 5\u00ba que na aplica\u00e7\u00e3o da lei, o juiz atender\u00e1 aos fins sociais a que ela se dirige e \u00e0s exig\u00eancias do bem comum.\nA Lei do FGTS tem um fim social indiscut\u00edvel, proteger o trabalhador e constituir um patrim\u00f4nio que lhe sirva de arrimo em v\u00e1rias situa\u00e7\u00f5es de sua vida.\nDiante de tudo que foi demonstrado, o juiz atender\u00e1 aos fins sociais da Lei do FGTS ao reconhecer que corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, reposi\u00e7\u00e3o dos \u00edndices inflacion\u00e1rios de forma a garantir o poder de compra daquele dinheiro ali depositado no Fundo, \u00e9 efetivamente devida pela Caixa.\nSe a TR n\u00e3o pode ser considerada um \u00edndice id\u00f4neo, sobrev\u00e9m a necessidade de substitu\u00ed-la por um \u00edndice que realmente reponha as perdas monet\u00e1rias. E ent\u00e3o, nada obsta que o juiz considere \u00edndices previsto em outra legisla\u00e7\u00e3o.\nAt\u00e9 por uma quest\u00e3o de equidade, o melhor \u00edndice que pode substituir a TR \u00e9 o \u00edndice que corrige monetariamente o sal\u00e1rios dos trabalhadores e os benef\u00edcios previdenci\u00e1rios. Este \u00edndice est\u00e1 previsto na Lei 12.382 de 25 de fevereiro de 2011, cujos primeiros artigos trazem a seguinte dic\u00e7\u00e3o:\nArt. 1o O sal\u00e1rio m\u00ednimo passa a corresponder ao valor de R$ 545,00 (quinhentos e quarenta e cinco reais).\nPar\u00e1grafo \u00fanico. Em virtude do disposto no caput, o valor di\u00e1rio do sal\u00e1rio m\u00ednimo corresponder\u00e1 a R$ 18,17 (dezoito reais e dezessete centavos) e o valor hor\u00e1rio, a R$ 2,48 (dois reais e quarenta e oito centavos).\nArt. 2o Ficam estabelecidas as diretrizes para a pol\u00edtica de valoriza\u00e7\u00e3o do sal\u00e1rio m\u00ednimo a vigorar entre 2012 e 2015, inclusive, a serem aplicadas em 1o de janeiro do respectivo ano.\n\u00a7 1o Os reajustes para a preserva\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo do sal\u00e1rio m\u00ednimo corresponder\u00e3o \u00e0 varia\u00e7\u00e3o do \u00cdndice Nacional de Pre\u00e7os ao Consumidor - INPC, calculado e divulgado pela Funda\u00e7\u00e3o Instituto\n__________________________________________ Avenida Benedicto Leite de Negreiros, n\u00ba 646 \u2013 Centro - Bandeirantes, PR \u2013 86.360-000\nFone: (43) 3542-5021 \u2013 e-mail: adv.jur@hotmail.com\n\n\fADVOCACIA E ASSESSORIA JUR\u00cdDICA\nCausas c\u00edveis, criminais, trabalhistas e previdenci\u00e1rias\n_______________________________________________________\nBrasileiro de Geografia e Estat\u00edstica - IBGE, acumulada nos doze meses anteriores ao m\u00eas do reajuste.\n\u00a7 2o Na hip\u00f3tese de n\u00e3o divulga\u00e7\u00e3o do INPC referente a um ou mais meses compreendidos no per\u00edodo do c\u00e1lculo at\u00e9 o \u00faltimo dia \u00fatil imediatamente anterior \u00e0 vig\u00eancia do reajuste, o Poder Executivo estimar\u00e1 os \u00edndices dos meses n\u00e3o dispon\u00edveis.\n\u00a7 3o Verificada a hip\u00f3tese de que trata o \u00a7 2o, os \u00edndices estimados permanecer\u00e3o v\u00e1lidos para os fins desta Lei, sem qualquer revis\u00e3o, sendo os eventuais res\u00edduos compensados no reajuste subsequente, sem retroatividade.\n\u00a7 4o A t\u00edtulo de aumento real, ser\u00e3o aplicados os seguintes percentuais:\nI - em 2012, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do Produto Interno Bruto - PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2010;\nII - em 2013, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2011;\nIII - em 2014, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2012; e\nIV - em 2015, ser\u00e1 aplicado o percentual equivalente \u00e0 taxa de crescimento real do PIB, apurada pelo IBGE, para o ano de 2013.\n\u00a7 5o Para fins do disposto no \u00a7 4o, ser\u00e1 utilizada a taxa de crescimento real do PIB para o ano de refer\u00eancia, divulgada pelo IBGE at\u00e9 o \u00faltimo dia \u00fatil do ano imediatamente anterior ao de aplica\u00e7\u00e3o do respectivo aumento real. N\u00e3o h\u00e1 porque ter dois pesos e duas medidas. Se o sal\u00e1rio m\u00ednimo \u00e9 corrigido monetariamente pelo INPC, o dep\u00f3sito do FGTS que, em \u00faltimas an\u00e1lise, \u00e9 um sal\u00e1rio indireto do trabalhador, tamb\u00e9m h\u00e1 de s\u00ea-lo.\n__________________________________________ Avenida Benedicto Leite de Negreiros, n\u00ba 646 \u2013 Centro - Bandeirantes, PR \u2013 86.360-000\nFone: (43) 3542-5021 \u2013 e-mail: adv.jur@hotmail.com\n\n\fADVOCACIA E ASSESSORIA JUR\u00cdDICA\nCausas c\u00edveis, criminais, trabalhistas e previdenci\u00e1rias\n_______________________________________________________\nE observe que o objetivo da Lei em corrigir o sal\u00e1rio m\u00ednimo pelo INPC decorre exclusivamente da necessidade de preservar seu poder aquisitivo. A necessidade de preservar o poder aquisitivo \u00e9 um constante em todas as transa\u00e7\u00f5es financeiras, e ela s\u00f3 aperfei\u00e7oa quando rep\u00f5e efetivamente as perdas inflacion\u00e1rias.\nOutro \u00edndice que se mostra aplic\u00e1vel, na hip\u00f3tese deste douto Ju\u00edzo entender que n\u00e3o se aplicaria o INPC, \u00e9 o IPCA, \u00edndice oficial do Governo Federal para medi\u00e7\u00e3o das metas inflacion\u00e1rias, contratadas com o FMI, a partir de julho de 1999 (informa\u00e7\u00e3o obtida no Portal Brasil (www.portalbrasil.net).\nAmbos os \u00edndices s\u00e3o infinitamente mais adequados a preservar o poder aquisitivo dos dep\u00f3sitos do FGTS do que a aniquilada TR.\nIII - DO PREQUESTIONAMENTO PARA EVENTUAL INTERPOSI\u00c7\u00c3O DE RECURSO ESPECIAL OU RECURSO EXTRAORDIN\u00c1RIO\nInicialmente \u00e9 importante retratar que o tema em debate cuida de mat\u00e9ria de ordem p\u00fablica, a qual ultrapassa a esfera individual do cidad\u00e3o atingindo toda a ordem social quer seja jur\u00eddica, quer seja em \u00e2mbito pol\u00edtico-social afetando, dessa forma, toda a parcela da sociedade comprometida com o bem comum.\nSublinha-se que a mat\u00e9ria ora ventilada, afronta de pronto preceitos Constitucionais que violam os Direitos Garantia de todos os trabalhadores que possuem conta vinculada do FGTS.\nAssim, h\u00e1 repercuss\u00e3o geral na presente a\u00e7\u00e3o, frente ao Estado Democr\u00e1tico de Direito, compromiss\u00e1rio e dirigente que tem como postulado a seguran\u00e7a jur\u00eddica.\nNo mais, com efeito, o tema apresenta relev\u00e2ncia do ponto de vista jur\u00eddico, uma vez que a defini\u00e7\u00e3o sobe a constitucionalidade dessa exa\u00e7\u00e3o nortear\u00e1 o julgamento de in\u00fameros processos similares, que tramitam neste e nos demais tribunais brasileiros. Al\u00e9m de fixar a interpreta\u00e7\u00e3o da Corte sobre os dispositivos constitucionais suscitados no feito.\n__________________________________________ Avenida Benedicto Leite de Negreiros, n\u00ba 646 \u2013 Centro - Bandeirantes, PR \u2013 86.360-000\nFone: (43) 3542-5021 \u2013 e-mail: adv.jur@hotmail.com\n\n\fADVOCACIA E ASSESSORIA JUR\u00cdDICA\nCausas c\u00edveis, criminais, trabalhistas e previdenci\u00e1rias\n_______________________________________________________\nNesse contexto, em breve s\u00edntese, a aplica\u00e7\u00e3o da T.R como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria do FGTS, encontraria respaldo em dois artigos da Lei n\u00ba 8.036/90, art. 2\u00ba e art. 13.\nAssim, entendemos, \u201cdata v\u00eania\u201d, que h\u00e1 uma obrigatoriedade de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e de remunera\u00e7\u00e3o por meio de juros dos dep\u00f3sitos efetuados nas contas vinculadas do FGTS, sen\u00e3o vejamos:\nArt. 2\u00ba O FGTS \u00e9 constitu\u00eddo pelos saldos das contas vinculadas a que se refere esta lei e outros recursos a ele incorporados, devendo ser aplicados com atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e juros, de modo a assegurar a cobertura de suas obriga\u00e7\u00f5es. Art. 13. Os dep\u00f3sitos efetuados nas contas vinculadas ser\u00e3o corrigidos monetariamente com base nos par\u00e2metros fixados para atualiza\u00e7\u00e3o dos saldos dos dep\u00f3sitos de poupan\u00e7a e capitaliza\u00e7\u00e3o juros de (tr\u00eas) por cento ao ano.\nTodavia, a realiza\u00e7\u00e3o de interpreta\u00e7\u00e3o ou decis\u00e3o diversa, no sentido que as contas vinculadas do FGTS devem ser corrigidas pela TR, por for\u00e7a do citado artigo 13, viria a ferir v\u00e1rios preceitos constitucionais.\nNesse sentido, referido artigo 13, desobedeceria os limites materiais de in\u00fameros fundamentos e princ\u00edpios constitucionais, como o Estado Democr\u00e1tico de Direito, atentando contra a Dignidade da pessoa Humana (art. 1\u00ba e inciso III, da CF), bem como os princ\u00edpios da igualdade, seguran\u00e7a jur\u00eddica (art. 5\u00ba, caput, da CF), da prote\u00e7\u00e3o ao direito de propriedade, direito adquirido (art. 5\u00ba, XXII e XXXVI da CF) e moralidade (art. 37 da CF).\nNessa mesma linha, recentemente o Supremo Tribunal Federal decidiu pela inconstitucionalidade da utiliza\u00e7\u00e3o da Taxa Referencial - TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria para o pagamento dos chamados precat\u00f3rios (ADI n\u00ba 4357) reafirmando entendimento anteriormente adotado por aquela Corte na ADI n\u00ba 493. Essa decis\u00e3o tem desdobramentos que v\u00e3o al\u00e9m do processo no qual foi tomada. Isso porque a Lei n\u00ba 8.036/90 que estabelece as bases do Fundo de Garantia por Tempo de Servi\u00e7o \u2013 FGTS \u2013 tamb\u00e9m prev\u00ea a aplica\u00e7\u00e3o\n__________________________________________ Avenida Benedicto Leite de Negreiros, n\u00ba 646 \u2013 Centro - Bandeirantes, PR \u2013 86.360-000\nFone: (43) 3542-5021 \u2013 e-mail: adv.jur@hotmail.com\n\n\fADVOCACIA E ASSESSORIA JUR\u00cdDICA\nCausas c\u00edveis, criminais, trabalhistas e previdenci\u00e1rias\n_______________________________________________________\nde corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria e h\u00e1 muito tempo \u00e9 utilizado o referido \u00edndice (TR) para corrigir referido fundo, o mesmo agora considerado inconstitucional para este fim pelo STF.\nAssim, a parte autora h\u00e1 por bem PREQUESTIONAR a mat\u00e9ria, para efeito de eventual interposi\u00e7\u00e3o de Recurso Especial e/ou Extraordin\u00e1rio, conforme fundamentos que passa a expor:\nInicialmente devemos nos recordar que a dignidade da pessoa humana \u00e9 valor constitucional supremo que agrega em torno de si a unanimidade dos demais direitos e garantias fundamentais do homem, envolvendo-se tanto em rela\u00e7\u00e3o aos direito \u00e0 vida como, tamb\u00e9m, aos direitos pessoais tradicionais, os direitos sociais, econ\u00f4micos, e as liberdades p\u00fablicas em geral.\nEm verdade quando o texto constitucional proclama a dignidade da pessoa humana est\u00e1 corroborando um imperativo de justi\u00e7a social, e consigna, acima de tudo, um sobreprinc\u00edpio (\u00e9 o caso dos diretos fundamentais).\nNesse sentido, em rela\u00e7\u00e3o ao caso concreto, \u00e9 necess\u00e1rio aprofundarmos um pouco mais nas consequ\u00eancias que esta subtra\u00e7\u00e3o de recursos do patrim\u00f4nio do trabalhador traz a todos, individual e coletivamente.\n\u00c9 de conhecimento geral que o Sistema Financeiro de Habita\u00e7\u00e3o disp\u00f5e dos recursos do FGTS para financiar o maior sonho de todo brasileiro \u2013 casa pr\u00f3pria. Tamb\u00e9m \u00e9 de conhecimento geral que a Caixa Econ\u00f4mica Federal \u00e9 o Banco que mais se utiliza destes recursos do SFH para financiar, emprestar dinheiro para os brasileiros comprarem a casa pr\u00f3pria.\nE, embora em princ\u00edpio, n\u00e3o haja correla\u00e7\u00e3o entre o trabalhador que tem dep\u00f3sitos no FGTS que s\u00e3o emprestados para financiar a casa pr\u00f3pria, e aquele que se vale do empr\u00e9stimo do SFH para adquirir sua casa pr\u00f3pria, em algum momento, trabalhador e mutu\u00e1rio s\u00e3o a mesma pessoa.\nE neste contexto de mutu\u00e1rio e trabalhador serem a mesma pessoa \u00e9 que se evidencia a maior sordidez da hist\u00f3ria recente deste Pa\u00eds.\nJ\u00e1 seria reprov\u00e1vel o fato de a Caixa pegar um dinheiro a juros baixos e sem nenhuma corre\u00e7\u00e3o e emprest\u00e1-lo a juros muito altos, mesmo sem\n__________________________________________ Avenida Benedicto Leite de Negreiros, n\u00ba 646 \u2013 Centro - Bandeirantes, PR \u2013 86.360-000\nFone: (43) 3542-5021 \u2013 e-mail: adv.jur@hotmail.com\n\n\fADVOCACIA E ASSESSORIA JUR\u00cdDICA\nCausas c\u00edveis, criminais, trabalhistas e previdenci\u00e1rias\n_______________________________________________________\ncorre\u00e7\u00e3o (uma vez que a TR corrige presta\u00e7\u00f5es do SFH), evidencia que a institui\u00e7\u00e3o banc\u00e1ria leva imensa vantagem nesta negocia\u00e7\u00e3o.\nMas a situa\u00e7\u00e3o piora consideravelmente quando, a Caixa pega dinheiro a juros baixos, sem nenhuma corre\u00e7\u00e3o para o trabalhador, e empresta para ele mesmo.\nSuponhamos que um trabalhador queira adquirir uma casa pr\u00f3pria utilizando recursos do seu FGTS. Ele encontra o im\u00f3vel, mas verifica que seus recursos n\u00e3o s\u00e3o suficientes para adquiri-lo. Ent\u00e3o ele se dirige a um Banco para financiar a diferen\u00e7a, comprometendo sua renda por muitos anos.\nA maioria dos trabalhadores brasileiros, quando quer adquirir um im\u00f3vel, dirige-se \u00e0 Caixa Econ\u00f4mica Federal.\nTodavia, se o dep\u00f3sito do FGTS tivesse sido devidamente corrigido, se ele mantivesse seu poder de compra, ou o empr\u00e9stimo seria menor ou sequer haveria necessidade de o trabalhador comprometer sua renda e anos de trabalho para adquirir aquilo que \u00e9 o nosso sonho mais prim\u00e1rio, nossa necessidade mais rela como indiv\u00edduo e como povo brasileiro.\nA Caixa est\u00e1 emprestando para o trabalhador aquilo que ela deixou de pagar a ele a t\u00edtulo de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria na sua conta de FGTS.\nO Trabalhador Brasileiro n\u00e3o merece isto! A Caixa vale-se da fragilidade humana para colocar-se como realizadora de sonhos, ao mesmo tempo em que, ano ap\u00f3s ano, aufere lucros exorbitantes \u00e0s custas do trabalhador. Ainda em rela\u00e7\u00e3o aos dispositivos constitucionais violados, apontamos a viola\u00e7\u00e3o ao direito de propriedade (art. 5\u00ba, XXII da CF) . O direito de propriedade decorre da pr\u00f3pria lei natural. Por isso, \u00e9 uma exig\u00eancia da natureza intelectual do homem. Enquanto os irracionais se contentam com a satisfa\u00e7\u00e3o de suas necessidades imediatas, o homem pode prever o seu futuro. Assim, para subsistir hoje e no tempo futuro, precisa apropriar-se de bens naturais, de consumo, bens fung\u00edveis e, tamb\u00e9m, de produ\u00e7\u00e3o. A propriedade \u00e9 a express\u00e3o da pessoa humana. \u00c9 fruto do seu trabalho ou do de seus antepassados. \u00c9 o espelho do indiv\u00edduo, que precisa de um\n__________________________________________ Avenida Benedicto Leite de Negreiros, n\u00ba 646 \u2013 Centro - Bandeirantes, PR \u2013 86.360-000\nFone: (43) 3542-5021 \u2013 e-mail: adv.jur@hotmail.com\n\n\fADVOCACIA E ASSESSORIA JUR\u00cdDICA\nCausas c\u00edveis, criminais, trabalhistas e previdenci\u00e1rias\n_______________________________________________________\naconchego preservado pela privacidade, onde pode ser ele mesmo, cercado dos sinais que identificam o seu eu. Ela estimula o trabalho, sendo o homem atra\u00eddo espontaneamente pela perspectiva da recompensa direta e pessoal de seus esfor\u00e7os.\nFinalmente, a propriedade \u00e9 penhor de uma sociedade articulada ou organizada, ao contr\u00e1rio da meramente coletiva, que tem por consequ\u00eancia uma sociedade massificada, sem diversifica\u00e7\u00e3o nem liberdade. Ela defende os cidad\u00e3os contra a concentra\u00e7\u00e3o de todos os poderes nas m\u00e3os do Estado, garantindo a liberdade dos indiv\u00edduos e sua independ\u00eancia em rela\u00e7\u00e3o ao poder.\nNesse sentido: \"A propriedade faz parte da natureza do homem e da natureza das coisas. Como o trabalho, ela encerra um mist\u00e9rio \u2013 \u00e9 a proje\u00e7\u00e3o da personalidade humana sobre as coisas. A pessoa tende \u00e0 propriedade por um impulso instintivo, do mesmo modo que a nossa natureza animal tende ao alimento. O apetite da propriedade \u00e9 t\u00e3o natural \u00e0 nossa esp\u00e9cie como a fome e a sede; apenas \u00e9 de notar que estes s\u00e3o apetites da nossa natureza inferior, ao passo que aquele procede da nossa natureza superior. Todo o homem tem alma de propriet\u00e1rio, mesmo os que se julgam seus inimigos. \u00c9 isto que se entende quando se afirmar que a propriedade decorre do direito natural\" (R.G. Renard, L\u2019\u00c9glise et la Question Sociale, p. 137 et seq.).\nPartindo das premissas acima, em 1991 e 1992, quando o STF julgou a ADI 493-0/DF, ele deixou bem assentado que a TR n\u00e3o constitu\u00eda \u00edndice que refletia a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda. Esta caracter\u00edstica da TR tem se confirmado ao longo dos anos. A sua aplica\u00e7\u00e3o aos saldos dos dep\u00f3sitos do FGTS tem gerado \u201cgigantesca destrui\u00e7\u00e3o de valor\u201d do patrim\u00f4nio do trabalhador. H\u00e1 anos, os trabalhadores que tem dep\u00f3sitos no FGTS n\u00e3o experimentam ganhos reais em sua aplica\u00e7\u00e3o. Ao contr\u00e1rio. H\u00e1 muito tempo, os trabalhadores tem rendimentos inferiores \u00e0 infla\u00e7\u00e3o, mesmo levando em conta a remunera\u00e7\u00e3o dos juros de 3% ao ano.\nO que torna a TR um \u00edndice inid\u00f4neo \u00e9 a intensa inger\u00eancia do Banco Central/CMN na sua formula\u00e7\u00e3o.\nDe pouco adiantaria ao trabalhador que fosse determinado ao Banco Central/CMN que recalculasse a TR, pois uma nova f\u00f3rmula estaria igualmente sob a discricionariedade e subjetivismo total do Banco. Basta avaliar a sucess\u00e3o de\n__________________________________________ Avenida Benedicto Leite de Negreiros, n\u00ba 646 \u2013 Centro - Bandeirantes, PR \u2013 86.360-000\nFone: (43) 3542-5021 \u2013 e-mail: adv.jur@hotmail.com\n\n\fADVOCACIA E ASSESSORIA JUR\u00cdDICA\nCausas c\u00edveis, criminais, trabalhistas e previdenci\u00e1rias\n_______________________________________________________\nresolu\u00e7\u00f5es do Banco Central/CMN sobre o tema, conforme Parecer do referido Economista.\nPartindo da premissa inequ\u00edvoca de que a TR n\u00e3o rep\u00f5e as perdas monet\u00e1rias dos dep\u00f3sitos do FGTS - verifica-se de forma incontest\u00e1vel a destrui\u00e7\u00e3o de valor \u201ddo patrim\u00f4nio do trabalhador., outro caminho n\u00e3o existe se n\u00e3o o de adotar um novo \u00edndice que verdadeiramente corrija estes dep\u00f3sitos.\nComo se sabe, o \u00edndice de remunera\u00e7\u00e3o b\u00e1sico da poupan\u00e7a \u00e9 a Taxa Referencial \u2013 TR, \u00edndice controlado pelo Estado, e utilizado como instrumento de controle da economia \u2013 vide os sucessivos \u00edndices mensais zerados, a fim de controle de aporte de capital nas poupan\u00e7as. Tanto a TR n\u00e3o se presta como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, que o STF j\u00e1 decidiu nesse sentido: \u2018A taxa referencial (TR) n\u00e3o \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria (...) n\u00e3o constitui \u00edndice que reflita a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda\u2019 (ADI 493-0/DF, Relator Min. Moreira Alves, Plen\u00e1rio, DJ 4.9.1992).\nAssim sendo, texto t\u00e3o danoso ao cidad\u00e3o (art. 13 da lei 8.036/90) n\u00e3o poder\u00e1 ser tolerado pelo Judici\u00e1rio.\nLogo, declarada a inconstitucionalidade o \u00edndice aplicado ao precat\u00f3rio pago nos autos, deve ser tomado como vigente e aplicado ao caso concreto - atribuindo-se outro \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o, como retratado nos pedidos da presente a\u00e7\u00e3o.\nA ofensa ao art. 5\u00ba, caput, da CF, na vertente da seguran\u00e7a jur\u00eddica das rela\u00e7\u00f5es com a Caixa Econ\u00f4mica Federal, verifica-se, notadamente ap\u00f3s o reconhecimento pelo SFT que a TR n\u00e3o se presta como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, nesse sentido: \u2018A taxa referencial (TR) n\u00e3o \u00e9 \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria (...) n\u00e3o constitui \u00edndice que reflita a varia\u00e7\u00e3o do poder aquisitivo da moeda\u2019 (ADI 493-0/DF, Relator Min. Moreira Alves, Plen\u00e1rio, DJ 4.9.1992).\nLogo, como citado, resta clara a viola\u00e7\u00e3o aos arts. 1\u00ba, inc. III, 5\u00ba, caput e incs. XXII, XXXVI, e 37, caput, da Constitui\u00e7\u00e3o da Rep\u00fablica.\nFrise-se, o SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL j\u00e1 decidiu que envolve quest\u00e3o constitucional a discuss\u00e3o a respeito da aplica\u00e7\u00e3o ou n\u00e3o,\n__________________________________________ Avenida Benedicto Leite de Negreiros, n\u00ba 646 \u2013 Centro - Bandeirantes, PR \u2013 86.360-000\nFone: (43) 3542-5021 \u2013 e-mail: adv.jur@hotmail.com\n\n\fADVOCACIA E ASSESSORIA JUR\u00cdDICA\nCausas c\u00edveis, criminais, trabalhistas e previdenci\u00e1rias\n_______________________________________________________\nnas contas vinculadas do FGTS, de \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria expurgados em decorr\u00eancia de planos de estabiliza\u00e7\u00e3o da economia.\nCom efeito, no dia 31-08-2000, em Sess\u00e3o Plen\u00e1ria, o STF ao apreciar o RE- n. 226855-RS consolidou entendimento de que a decis\u00e3o judicial que decreta a proced\u00eancia de pedido de pagamento de \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, sob a alega\u00e7\u00e3o de direito adquirido, trata de quest\u00e3o constitucional, pois est\u00e1 fundamentada na Constitui\u00e7\u00e3o Federal (art. 5\u00ba, XXXVI).\nOu seja, ao apreciar pedido de aplica\u00e7\u00e3o de \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria extralegais, a decis\u00e3o judicial est\u00e1, obrigatoriamente, posicionando-se quanto \u00e0 exist\u00eancia ou n\u00e3o de direito adquirido.\nPois bem, nos casos em que se pleiteiam a aplica\u00e7\u00e3o nas suas contas vinculadas do FGTS, de \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria com discuss\u00e3o de previs\u00e3o em leis vigentes - tratamos de an\u00e1lise de direito adquirido.\nA concess\u00e3o ou n\u00e3o do pedido depende ent\u00e3o da aprecia\u00e7\u00e3o, pelo juiz da causa, da exist\u00eancia ou n\u00e3o de direito adquirido aos \u00edndices de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria.\nLogo, caso o entendimento seja no sentido que n\u00e3o h\u00e1 aplica\u00e7\u00e3o de direito adquirido ao \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o/atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria (TR) - torna-se poss\u00edvel a interpreta\u00e7\u00e3o no sentido de aplica\u00e7\u00e3o do \u00edndice que realmente cumpra o disposto no art.2\u00ba da lei n\u00ba n\u00ba 8.036/90.\nAssim, a parte autora requer, desde j\u00e1, que este MM.Juiz Federal \" a quo\" manifeste-se em sua r. senten\u00e7a sobre a ofensa aos dispositivos constitucionais citados.\nPortanto, resta PREQUESTIONADA a mat\u00e9ria pugnando pela PROCED\u00caNCIA DO PREQUESTIONAMENTO suscitado, requerendo ao Excelent\u00edssimo JUIZ FEDERAL que se pronuncie de forma objetiva, expl\u00edcita e fundamentada sobre o assunto.\n__________________________________________ Avenida Benedicto Leite de Negreiros, n\u00ba 646 \u2013 Centro - Bandeirantes, PR \u2013 86.360-000\nFone: (43) 3542-5021 \u2013 e-mail: adv.jur@hotmail.com\n\n\fADVOCACIA E ASSESSORIA JUR\u00cdDICA\nCausas c\u00edveis, criminais, trabalhistas e previdenci\u00e1rias\n_______________________________________________________\nIV - DA TUTELA ANTECIPADA\nO Artigo 273 do C\u00f3digo de Processo Civil preceitua que \u00e9 poss\u00edvel a concess\u00e3o de tutela antecipada se o Juiz se convencer da verossimilhan\u00e7a da alega\u00e7\u00e3o e houver o fundado receio de dano irrepar\u00e1vel ou de dif\u00edcil repara\u00e7\u00e3o.\nA verossimilhan\u00e7a da alega\u00e7\u00e3o j\u00e1 foi amplamente demonstrada. O fundado receio de dano de dif\u00edcil repara\u00e7\u00e3o adv\u00e9m do fato de que a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u00e9 um obriga\u00e7\u00e3o de trato sucessivo. O Artigo 12 da Lei n\u00ba 8.177/91, com reda\u00e7\u00e3o da Lei n\u00ba 12.703/12, determina que a remunera\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos ser\u00e1 feita em cada per\u00edodo de rendimento. Cada per\u00edodo de rendimento que a Caixa sonega a corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos dep\u00f3sitos do FGTS, o dano contra o trabalhador se configura. O dano que a aus\u00eancia de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria traz \u00e9, indubitavelmente, individual homog\u00eaneo. O nexo entre o sujeito ativo e o respons\u00e1vel pelo dano se d\u00e1 em uma situa\u00e7\u00e3o jur\u00eddica com origem comum para todos os titulares do direito violado. Apesar da origem comum, n\u00e3o se exige que cada um dos indiv\u00edduos atingidos pela viola\u00e7\u00e3o do direito pade\u00e7am do mesmo mal. O dano \u00e9 divis\u00edvel. Mas mesmo sendo divis\u00edvel \u00e9 de f\u00e1cil percep\u00e7\u00e3o que, no geral, a aus\u00eancia de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria implica em menos dinheiro \u00e0 disposi\u00e7\u00e3o do trabalhador para a consecu\u00e7\u00e3o dos seus neg\u00f3cios jur\u00eddicos naquelas hip\u00f3teses em que a lei permite. Cada casa que o trabalhador deixa de comprar, cada presta\u00e7\u00e3o de im\u00f3vel que ele deixa de abater, cada tratamento de neoplasia maligna que ele deixa de fazer, cada rem\u00e9dio para o tratamento de HIV que ele deixa de comprar porque seu FGTS perdeu o poder aquisitivo, \u00e9 um dano de dif\u00edcil repara\u00e7\u00e3o que se renova. Acres\u00e7a-se a este dano, a situa\u00e7\u00e3o de ref\u00e9m que o trabalhador com dep\u00f3sito do FGTS se encontra quando quer financiar seu im\u00f3vel pelo SFH com a Caixa. Hoje, e enquanto durar a TR zero, ele ter\u00e1 que financiar mais do que seria\n__________________________________________ Avenida Benedicto Leite de Negreiros, n\u00ba 646 \u2013 Centro - Bandeirantes, PR \u2013 86.360-000\nFone: (43) 3542-5021 \u2013 e-mail: adv.jur@hotmail.com\n\n\fADVOCACIA E ASSESSORIA JUR\u00cdDICA\nCausas c\u00edveis, criminais, trabalhistas e previdenci\u00e1rias\n_______________________________________________________\nnecess\u00e1rio, pois o que lhe pertence de direito \u2013 corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria \u2013 n\u00e3o est\u00e1 incidindo sobre seu dep\u00f3sito.\nE ao que tudo indica, este dano continuar\u00e1 se repetindo por um longo per\u00edodo. Verifica-se no Estudo Econ\u00f4mico que ao tempo em que esta a\u00e7\u00e3o perdurar, a TR continuar\u00e1 anulada, ou reduzida a patamares m\u00ednimos, impondo aos trabalhadores mais perda do seu poder aquisitivo, mas dilapida\u00e7\u00e3o do seu patrim\u00f4nio e mais restri\u00e7\u00f5es \u00e0 sua capacidade de fazer neg\u00f3cio jur\u00eddico.\nN\u00e3o h\u00e1 d\u00favida de que h\u00e1 um risco de dif\u00edcil repara\u00e7\u00e3o na medida em que n\u00e3o \u00e9 poss\u00edvel quantific\u00e1-lo, mas n\u00e3o h\u00e1 como neg\u00e1-lo, tanto se levarmos em conta o trabalhador individualmente considerado como a coletividade de trabalhadores.\nAssim, imperioso \u00e9 que desde j\u00e1 a TR seja substitu\u00edda pelo INPC, \u00edndice que corrige o sal\u00e1rio m\u00ednimo ou pelo IPCA, \u00edndice oficial de medida de infla\u00e7\u00e3o. \u00cdndices que minimamente rep\u00f5em as perdas monet\u00e1rias haja vista que hoje n\u00e3o h\u00e1 nenhum tipo de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria dos dep\u00f3sitos do Fundo.\nPor outro lado, n\u00e3o h\u00e1 dano de irreversibilidade do provimento antecipado porque \u00e9 da natureza do FGTS ser um fundo de aplica\u00e7\u00e3o a longo prazo. Eventual decis\u00e3o que n\u00e3o reconhe\u00e7a o direito ora pleiteado, permitir\u00e1 que a Caixa utilize de mecanismos legais para promover a devida compensa\u00e7\u00e3o ao longo do tempo.\nAssim, requer a concess\u00e3o da tutela para substituir imediatamente a TR, como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria nos dep\u00f3sitos do FGTS dos ora substitu\u00eddos, pelo INPC, IPCA ou \u00edndice que, no entender deste Ju\u00edzo, melhor reflita as perdas inflacion\u00e1rias daqui por diante, at\u00e9 o tr\u00e2nsito em julgado do presente feito.\nV- DOS HONOR\u00c1RIOS ADVOCAT\u00cdCIOS\nNo que tange a possibilidade de condena\u00e7\u00e3o da requerida em honor\u00e1rios advocat\u00edcios, o STF reiterou o entendimento de que cabe a cobran\u00e7a de honor\u00e1rios advocat\u00edcios nas a\u00e7\u00f5es entre o FGTS e os titulares das contas\n__________________________________________ Avenida Benedicto Leite de Negreiros, n\u00ba 646 \u2013 Centro - Bandeirantes, PR \u2013 86.360-000\nFone: (43) 3542-5021 \u2013 e-mail: adv.jur@hotmail.com\n\n\fADVOCACIA E ASSESSORIA JUR\u00cdDICA\nCausas c\u00edveis, criminais, trabalhistas e previdenci\u00e1rias\n_______________________________________________________\nvinculadas. A decis\u00e3o foi tomada por unanimidade no julgamento do RExt 581.160, com repercuss\u00e3o geral reconhecida, interposto contra ac\u00f3rd\u00e3o do TRF da 1\u00aa regi\u00e3o.\nSegundo o relator, ministro Ricardo Lewandowski, o ac\u00f3rd\u00e3o recorrido julgou constitucional o artigo 29-C da lei 8.036/90, inserido pela MP 2.164/01, que veda a condena\u00e7\u00e3o em honor\u00e1rios advocat\u00edcios nas a\u00e7\u00f5es entre o FGTS e os titulares das contas vinculadas.\nOcorre que o STF j\u00e1 declarou o artigo inconstitucional no julgamento da ADIn 2.736, em que foi relator o ministro Cezar Peluso, que excluiu o artigo 29-C da lei 8.036 do ordenamento legal. \"Entendo que o RExt deve ter o mesmo destino da ADIn, de modo que dou provimento ao pedido\", concluiu o ministro.\nNesse sentido:\nEmenta: RECURSO EXTRAORDIN\u00c1RIO COM REPERCUSS\u00c3O GERAL RECONHECIDA. CONSTITUCIONAL. ART. 9\u00ba DA MP 2.164-41/2001. INTRODU\u00c7\u00c3O DO ART. 29-C NA LEI 8.036/1990. HONOR\u00c1RIOS ADVOCAT\u00cdCIOS. SUCUMB\u00caNCIA. A\u00c7\u00d5ES ENVOLVENDO O FGTS E TITULARES DE CONTAS VINCULADAS. INCONSTITUCIONALIDADE DECLARADA NA ADI 2.736/DF. RECURSO PROVIDO. I - O Supremo Tribunal Federal, no julgamento da ADI 2.736/DF, Rel. Min. Cezar Peluso, declarou a inconstitucionalidade do art. 9\u00ba da MP 2.164-41/2001, na parte em que introduziu o art. 29-C na lei 8.036/1990, que vedava a condena\u00e7\u00e3o em honor\u00e1rios advocat\u00edcios \u201cnas a\u00e7\u00f5es entre o FGTS e os titulares de contas vinculadas, bem como naquelas em que figuram os respectivos representantes ou substitutos processuais\u201d. II - Os mesmos argumentos devem ser aplicados \u00e0 solu\u00e7\u00e3o do lit\u00edgio de que trata o presente recurso. III Recurso extraordin\u00e1rio conhecido e provido. (RE 581160 / MG - MINAS GERAIS. PROCESSO ELETR\u00d4NICO. Relator(a): Min. RICARDO LEWANDOWSKI REPERCUSS\u00c3O GERAL - M\u00c9RITO. Julgamento: 20/06/2012. \u00d3rg\u00e3o Julgador: Tribunal Pleno.DJe-166 DIVULG 22-08-2012 PUBLIC 23-082012- Tema 116 - Direito a honor\u00e1rios advocat\u00edcios nas a\u00e7\u00f5es que visam obter expurgos inflacion\u00e1rios de FGTS. - Ac\u00f3rd\u00e3os citados: ADI 162 MC, ADI 525 MC, ADI 1647, ADI 1753 MC, ADI 2213 MC, ADI 2736.)\n__________________________________________ Avenida Benedicto Leite de Negreiros, n\u00ba 646 \u2013 Centro - Bandeirantes, PR \u2013 86.360-000\nFone: (43) 3542-5021 \u2013 e-mail: adv.jur@hotmail.com\n\n\fADVOCACIA E ASSESSORIA JUR\u00cdDICA\nCausas c\u00edveis, criminais, trabalhistas e previdenci\u00e1rias\n_______________________________________________________\nVI- CONCLUS\u00d5ES\nA Taxa Referencial, enquanto \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria assim considerada pela atual jurisprud\u00eancia p\u00e1tria, n\u00e3o pode ser reduzida a Zero, como tem sido nos \u00faltimos meses, pois afronta flagrantemente o artigo 2\u00ba da Lei n\u00ba 8.036/90, que garante atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria aos dep\u00f3sitos feitos no FGTS.\nComo \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria, a TR deveria garantir o poder aquisitivo dos dep\u00f3sitos do FGTS, que se perfaz levando em conta os \u00edndices de infla\u00e7\u00e3o. Desde janeiro de 1999, a TR se distanciou sensivelmente dos \u00edndices oficiais de infla\u00e7\u00e3o, impingindo profundas perdas aos dep\u00f3sitos do FGTS, tornandose inid\u00f4nea para garantir a reposi\u00e7\u00e3o de perdas monet\u00e1rias.\nA inidoneidade da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria decorre de mudan\u00e7as introduzidas na sua metodologia de c\u00e1lculo pelo Banco Central do Brasil/CMN que, atrav\u00e9s do mecanismo econ\u00f4mico de um redutor, vem nitidamente manipulando o \u00edndice para que ele se desprenda da infla\u00e7\u00e3o at\u00e9 anul\u00e1-la completamente, a despeito de um quadro de infla\u00e7\u00e3o persistente no Pa\u00eds.\nA Caixa Econ\u00f4mica Federal est\u00e1 se prestando ao papel de espoliador do FGTS, na medida em que disp\u00f5e do patrim\u00f4nio do trabalhador sem a devida contrapresta\u00e7\u00e3o. A corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria aplicada ao FGTS tem sido h\u00e1 muito tempo menor que a infla\u00e7\u00e3o registrada, de forma que descumpre n\u00e3o s\u00f3 o artigo 2\u00ba da lei n\u00ba 8.036/90, artigo 233 do C\u00f3digo Civil, mas tamb\u00e9m toda a l\u00f3gica e princ\u00edpios do mercado econ\u00f4mico.\nQuem empresta tem direito a ser remunerado com juros e a totalidade da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria. O trabalhador n\u00e3o pode ser obrigado a subsidiar ainda mais os projetos do Governo Federal. O \u201cainda mais\u201d decorre do fato de os juros de 3% do FGTS serem os menores do mercado, o qu\u00ea, por si s\u00f3, demonstra que ele j\u00e1 est\u00e1 fazendo sua parte sob a perspectiva social.\nNegar o direito de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria aos dep\u00f3sitos do FGTS, Fundo do qual o trabalhador n\u00e3o pode simplesmente sacar seu dinheiro para aplicar em outro fundo mais rent\u00e1vel, configura ato de tirania, incompat\u00edvel com um Estado Democr\u00e1tico de Direito e deve ser de pronto recha\u00e7ado.\n__________________________________________ Avenida Benedicto Leite de Negreiros, n\u00ba 646 \u2013 Centro - Bandeirantes, PR \u2013 86.360-000\nFone: (43) 3542-5021 \u2013 e-mail: adv.jur@hotmail.com\n\n\fADVOCACIA E ASSESSORIA JUR\u00cdDICA\nCausas c\u00edveis, criminais, trabalhistas e previdenci\u00e1rias\n_______________________________________________________\nSe o Governo Brasileiro remunerasse os investidores internacionais com TR mais 3% a.a, como faz com os trabalhadores, haveria um fuga em massa dos investimentos no Pa\u00eds, e certamente estar\u00edamos experimentando uma tsunami econ\u00f4mica e n\u00e3o uma simples \u201cmarolinha\u201d.\nSendo a TR \u00edndice inid\u00f4neo para restabelecer o poder aquisitivo dos dep\u00f3sitos do FGTS, sua substitui\u00e7\u00e3o por outro \u00edndice que melhor recomponha as perdas monet\u00e1rias se torna imperioso, a fim de fazer prevalecer o artigo 2\u00ba da lei n\u00ba 8.036/90 e artigo 233 do C\u00f3digo Civil.\nPosto que desde janeiro de 1999 o redutor criado pelo Banco Central/CMN promoveu o completo distanciamento da TR dos \u00edndices oficiais de infla\u00e7\u00e3o, temos que desde ent\u00e3o ela perdeu sua condi\u00e7\u00e3o de repor as perdas inflacion\u00e1rias dos dep\u00f3sitos do FGTS, devendo desde esta data ser substitu\u00edda pelo INPC, alternativamente, pelo IPCA.\nVII - DOS PEDIDOS\nAnte o exporto, o Autor requer: a) Seja a presente a\u00e7\u00e3o julgada totalmente procedente, requerendo-se: a.1) A concess\u00e3o de tutela antecipada para que a TR seja substitu\u00edda pelo INPC como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos efetuados em nome do autor(es)a partir da concess\u00e3o at\u00e9 o tr\u00e2nsito em julgado da presente a\u00e7\u00e3o, com a consequente aplica\u00e7\u00e3o do novo \u00edndice sobre os dep\u00f3sitos constantes das contas vinculadas do (s) Autor (es); ou a.2) que a TR seja substitu\u00edda pelo IPCA como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o dos dep\u00f3sitos efetuados em nome do(s) autor(es) a partir de sua concess\u00e3o at\u00e9 o tr\u00e2nsito em julgado da presente a\u00e7\u00e3o, com a consequente aplica\u00e7\u00e3o do novo \u00edndice sobre os dep\u00f3sitos constantes das contas vinculadas do (s) Autor (es); ou a.3) a aplica\u00e7\u00e3o de qualquer outro \u00edndice que reponha as perdas inflacion\u00e1rias do trabalhador nas contas do FGTS, no entender deste Doutor Ju\u00edzo,\n__________________________________________ Avenida Benedicto Leite de Negreiros, n\u00ba 646 \u2013 Centro - Bandeirantes, PR \u2013 86.360-000\nFone: (43) 3542-5021 \u2013 e-mail: adv.jur@hotmail.com\n\n\fADVOCACIA E ASSESSORIA JUR\u00cdDICA\nCausas c\u00edveis, criminais, trabalhistas e previdenci\u00e1rias\n_______________________________________________________\nat\u00e9 o tr\u00e2nsito em julgado da presente a\u00e7\u00e3o, com a consequente aplica\u00e7\u00e3o do novo \u00edndice sobre os dep\u00f3sitos constantes das contas vinculadas do (s) Autor (es).\nb) A cita\u00e7\u00e3o da requerida, para querendo contestar a presente a\u00e7\u00e3o.\nc) Ao final, a confirma\u00e7\u00e3o da tutela antecipada e a condena\u00e7\u00e3o da Caixa para:\nc.1) pagar, a favor do Autor o valor correspondente \u00e0s diferen\u00e7as de FGTS em raz\u00e3o da aplica\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria pelo INPC nos meses em que a TR foi zero, nas parcelas vencidas e vincendas; e\nc.2) pagar, a favor do Autor o valor correspondente \u00e0s diferen\u00e7as de FGTS em raz\u00e3o da aplica\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria pelo INPC, desde Janeiro de 1999, nos meses em que a TR n\u00e3o foi zero, mas foi menor que a infla\u00e7\u00e3o do per\u00edodo; ou\nc.3) pagar, a favor do Autor o valor correspondente \u00e0s diferen\u00e7as de FGTS em raz\u00e3o da aplica\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria pelo IPCA nos meses em que a TR foi zero; e\nc.4) pagar, a favor do Autor o valor correspondente \u00e0s diferen\u00e7as de FGTS em raz\u00e3o da aplica\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria pelo IPCA, desde Janeiro de 1999, nos meses em que a TR n\u00e3o foi zero, mas foi menor que a infla\u00e7\u00e3o do per\u00edodo; ou\nc.5) pagar, a favor do Autor o valor correspondente \u00e0s diferen\u00e7as de FGTS em raz\u00e3o da aplica\u00e7\u00e3o da corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria por qualquer outro \u00edndice que reponha as perdas inflacion\u00e1rias do trabalhador nas contas do FGTS, no entender deste Ju\u00edzo, desde Janeiro de 1999, inclusive nos meses em que a TR foi zero.\nd) Sobre os valores devidos pela condena\u00e7\u00e3o de que tratam os itens acima, dever\u00e3o incidir corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria desde a inadimpl\u00eancia da Caixa, bem como os juros legais.\ne) A condena\u00e7\u00e3o da Caixa ao pagamento das custas e honor\u00e1rios advocat\u00edcios de 20% sobre o valor da condena\u00e7\u00e3o.\n__________________________________________ Avenida Benedicto Leite de Negreiros, n\u00ba 646 \u2013 Centro - Bandeirantes, PR \u2013 86.360-000\nFone: (43) 3542-5021 \u2013 e-mail: adv.jur@hotmail.com\n\n\fADVOCACIA E ASSESSORIA JUR\u00cdDICA\nCausas c\u00edveis, criminais, trabalhistas e previdenci\u00e1rias\n_______________________________________________________\nf) A concess\u00e3o da gratuidade da justi\u00e7a, porquanto a parte autora n\u00e3o possui condi\u00e7\u00f5es financeiras para recolhimento de custas ou despesas processuais. Subsidiariamente, requer sejam as custas recolhidas ao final;\ng) Requer, ainda, que este MM. Juiz Federal \"a quo\" manifestese em sua r. senten\u00e7a sobre a exig\u00eancia de corre\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria do art. 2\u00ba da lei n\u00ba 8.036/90 que garante atualiza\u00e7\u00e3o monet\u00e1ria aos dep\u00f3sitos das contas vinculadas do FGTS;\nh) Requer, por fim, que este MM. Juiz Federal \"a quo\" manifestese em sua r. senten\u00e7a sobre os fundamentos que a utiliza\u00e7\u00e3o da TR como \u00edndice de corre\u00e7\u00e3o desobedeceria os limites materiais de in\u00fameros fundamentos e princ\u00edpios constitucionais, como o Estado Democr\u00e1tico de Direito, atentando contra a Dignidade da pessoa Humana (art. 1\u00ba e inciso III, da CF), bem como os princ\u00edpios da igualdade, seguran\u00e7a jur\u00eddica (art. 5\u00ba, caput, da CF), da prote\u00e7\u00e3o ao direito de propriedade, direito adquirido (art. 5\u00ba, XXII e XXXVI da CF) e moralidade (art. 37 da CF). Logo, resta PREQUESTIONADA a mat\u00e9ria pugnando pela PROCED\u00caNCIA DO PREQUESTIONAMENTO suscitado, requerendo ao Excelent\u00edssimo JUIZ FEDERAL que se pronuncie de forma objetiva, expl\u00edcita e fundamentada sobre o assunto.\nProtesta provar o alegado por todos os meios de prova admitidos em direito, principalmente prova documental.\nAtribui-se \u00e0 causa o valor de R$ 2.744,64 (dois mil setecentos e setenta e quatro reais e sessenta e quatro centavos).\nBandeirantes, 20 de abril de 2014\nPaulo Alves da Cruz OAB/69.830\n__________________________________________ Avenida Benedicto Leite de Negreiros, n\u00ba 646 \u2013 Centro - Bandeirantes, PR \u2013 86.360-000\nFone: (43) 3542-5021 \u2013 e-mail: adv.jur@hotmail.com\n\n\f" } ] } } ]